· BRUNI, Adriano Leal, FAMÁ, Rubens. Gestão de Custos e Formação de Preços: com aplicações na calculadora HP 12C e Excel. 5ª Ed. São Paulo: Atlas, 2008. (5ª edição-2010 inclui 150 exercícios resolvidos) Data: 19/04/2011 Este livro preocupa-se em ilustrar os três aspectos: inicia discutindo as questões relativas aos discutir a questão da atribuição de valores. O capítulo 1 tem o objetivo de apresentar uma introdução aos principais pr incipais aspectos relacionados aos processos de gestão de custos e de formação e análise de preços. São apresentadas as principais classificações e as terminologias t erminologias mais usuais. O foco deste livro consiste na análise do processo de gestão de custos e preços. Ou seja, como as informações contábeis, financeiras e de vendas podem ser empregadas como ferramentas ou subsídios de apoio ao processo process o de tomada de decisões. Capítulo 1
A contabilidade pode pode assumir diferentes formas, for mas, apresentadas como: y
fisca is; Contabilidade financeira: condicionada às imposições legais e requisitos fiscais;
y
Contabilidade
gerencial: tem o objetivo de gerar informações úteis para a tomada de
decisões; y
Contabilidade
de custos: voltada á análise dos gastos realizados pela entidade no
decorrer de suas operações; Princípios fundamentais da contabilidade: y
ompetência (da realização): a receita r eceita é reconhecida apenas quando realizada. Logo, o Competência lucro ou prejuízo somente se realiza no ato da venda;
y
Uniformidade (consistência): uso dos
mesmos critérios de registro contábil;
y
Prudência (conservadorismo): escolhe entre o custo e o valor de mercado, dos dois o menor para o registro contábil. Classifica entre o custo de produção ou despesa do período, devendo prevalecer a escolha que represente redução imediata do resultado, portanto, despesa do período.
Este livro preocupa-se com a gestão de custos e o processo de formação de preços, sob uma óptica relacionada aos processos de tomada de decisões. Dessa forma, são explorados os dois aspectos das duas contabilidades: a questão do registro e os mecanismos principais da contabilidade financeira (foco nos registros do patrimônio segundo os princípios e normas) e a óptica da tomada de decisões da contabilidade gerencial.
Contabilidade
de custos: registra os custos da operação de um negócio (custos da produção e
distribuição além dos custos das outras diversas funções do negócio) objetivando alcançar uma operação racional, eficiente eficient e e lucrativa. lucrativa. As funções básicas da contabilidade de custos devem buscar buscar atender a três razões primárias: a) Determinação do lucro; b) Controle das operações: e demais recursos produtivos, como os estoques, com a manutenção de padrões e orçamentos, orça mentos, comparações entre previsto e realizado; c) Tomada de decisões: o que envolve produção ( o que, quanto, como e quando fabricar), formações de preços, escolha entre fabricação fa bricação própria própria ou terceirizada.) t erceirizada.) Para poder discutir o processo de formação dos custos e preços, alguns termos técnicos são empregados. Alguns dos principais termos são: y
Gastos
ou dispêndios: classificados como custos ou despesas, a depender de sua
importância na elaboração do produto ou serviço. Alguns gastos podem ser temporariamente classificados como investimento e, à medida que forem consumidos, receberão a classificação de custos ou despesas; y
Investimentos:
gastos ativados em função de sua vida útil ou de benefícios atribuíveis
a futuros períodos. Gradativamente são ³ descongelados´ do ativo da entidade e incorporados aos custos e despesas; y
Custos:
gastos relativos a bens ou serviços usados na produção de outros bens ou
serviços.Ex: gastos com matérias-primas, embalagens, mão-de-obra fabril, aluguéis e seguros de instalações fabris etc; y
Despesas: correspondem a bem ou serviço consumido direta ou indiretamente para a obtenção de receitas. Ex: gastos com salários de vendedores, gastos com funcionários administrativos etc;
y
Desembolsos: pagamentos do bem ou serviço, independentemente de quando o produto ou serviço foi ou será consumido. Não atende ao princípio da competência, já que o custo da mão-de-obra mão-de-obra com competência no mês de março será desembolsado des embolsado em abril. Não confundir despesa com desembolso.
y
Perdas: bens ou serviços consumidos de forma anormal. Ex: gastos extraordinários por fatores externos devem ser considerados como despesas e lançados diretamente contra o resultado do período. Já perdas relativas à atividade produtiva normal da empresa devem ser classificadas como custo de produção do período.
Contabilidade
de custos: registra os custos da operação de um negócio (custos da produção e
distribuição além dos custos das outras diversas funções do negócio) objetivando alcançar uma operação racional, eficiente eficient e e lucrativa. lucrativa. As funções básicas da contabilidade de custos devem buscar buscar atender a três razões primárias: a) Determinação do lucro; b) Controle das operações: e demais recursos produtivos, como os estoques, com a manutenção de padrões e orçamentos, orça mentos, comparações entre previsto e realizado; c) Tomada de decisões: o que envolve produção ( o que, quanto, como e quando fabricar), formações de preços, escolha entre fabricação fa bricação própria própria ou terceirizada.) t erceirizada.) Para poder discutir o processo de formação dos custos e preços, alguns termos técnicos são empregados. Alguns dos principais termos são: y
Gastos
ou dispêndios: classificados como custos ou despesas, a depender de sua
importância na elaboração do produto ou serviço. Alguns gastos podem ser temporariamente classificados como investimento e, à medida que forem consumidos, receberão a classificação de custos ou despesas; y
Investimentos:
gastos ativados em função de sua vida útil ou de benefícios atribuíveis
a futuros períodos. Gradativamente são ³ descongelados´ do ativo da entidade e incorporados aos custos e despesas; y
Custos:
gastos relativos a bens ou serviços usados na produção de outros bens ou
serviços.Ex: gastos com matérias-primas, embalagens, mão-de-obra fabril, aluguéis e seguros de instalações fabris etc; y
Despesas: correspondem a bem ou serviço consumido direta ou indiretamente para a obtenção de receitas. Ex: gastos com salários de vendedores, gastos com funcionários administrativos etc;
y
Desembolsos: pagamentos do bem ou serviço, independentemente de quando o produto ou serviço foi ou será consumido. Não atende ao princípio da competência, já que o custo da mão-de-obra mão-de-obra com competência no mês de março será desembolsado des embolsado em abril. Não confundir despesa com desembolso.
y
Perdas: bens ou serviços consumidos de forma anormal. Ex: gastos extraordinários por fatores externos devem ser considerados como despesas e lançados diretamente contra o resultado do período. Já perdas relativas à atividade produtiva normal da empresa devem ser classificadas como custo de produção do período.
Princípio da Competência: as receitas, as despesas e os custos são registrados no momento em que são incorridos. O registro e a contabilização da receita ocorrem no momento da venda mesmo que esta venda seja recebida a longo prazo. Recebimentos (entrada) e desembolsos (saída) devem ser contabilizados na conta Caixa do Balanço Patrimonial, segundo o RE GIME DE CAIXA. Distinção entre custos e despesas. As despesas não repercutem, diretamente, na elaboração dos produtos ou serviços prestadose sim na Demonstração do Resultado do Exercício. Gastos
incorridos ³após´ a disponibilização do produto devem ser classificados como
despesa. Os custos são ativados, destacados na conta Estoques do Balanço Patrimonial. Somente farão parte do cálculo do lucro ou prejuízo quando de sua venda, sendo incorporados, então, à Demonstração do Resultado e confrontados com as receitas de vendas. pr oduto esteja pronto para a Gastos incorridos até o momento em que o produto
venda= são custos;
A partir daí= despesas. Os custos podem ser classificados em: Custos
y
fixos: não variam qualquer que seja o volume de atividade da empresa.
Existem mesmo que não haja produção: depreciação, amortização, seguro, imposto predial, aluguéis, contas de telefone. y
Custos
variáveis: seu valor total altera-se diretamente em função das atividades da
empresa. Quanto maior a produção, maiores serão os custos variáveis: gastos com matérias-primas e embalagens. Quanto maior a produção, pr odução, maior o consumo de ambos. y
Custos
semi-fixos: correspondem a custos que são fixos em determinado patamar.
Passando a ser variáveis quando esse esse patamar for excedido. Ex:conta de água. y
Custos
semi-variáveis: correspondem a custos variáveis que não acompanham
linearmente a variação da produção, mas aos saltos, mantendo-se fixos dentro de certos limites. Ex: gastos com contratação e pagamento de supervisores ou referentes ao aluguel de máquinas copiadoras. Quando o patamar é excedido, porém, os gastos variam, assumindo um novo patamar. As despesas também podem ser fixas (não variam em função do volume de vendas) ou variáveis (variam de acordo com as vendas, como comissões de vendedores, gastos com fretes).
Os custosdiretos (ou primários) são associados aos produtos fabricados: material direto mais mão-de-obra direta. Os custosindiretos precisam passar por etapa intermediária, denominada rateio, para, a partir daí, serem incorporados aos produtos: aluguel da fábrica, materiais indiretos, mão-de-obra indireta, seguro, impostos, depreciação etc. Outros gastos significativos, porém não classificados como custos, são agrupados como despesasdiversas que não podem ser alocadas ao produto final: despesas com vendas, salário
do pessoal administrativo, água e luz do escritório. y
Custos de transformação ou de conversão: custo para transformar o material adquirido
do fornecedor em produto acabado= mão-de-obra direta + os custos indiretos de fabricação; y
Custo fabril( incorporado aos estoquesdeprodutosemprocesso)= material direto + mão-
de-obra direta + custos indiretos de fabricação; Quando os itens são finalizados, estes, custos e estoques, são transferidos para o estoquedeprodutosacabados ; y
Custo
de Mercadorias Vendidas: com a saída dos estoques da entidade para o
comprador. Consiste na última etapa do processo de formação de custos. y
Custos
integrais ou plenos ou gastos totais= soma de todos os valores para a
elaboração do produto ou prestação do serviço, incluindo os custos e as despesas.
Capítulo 2
³ O progresso não está nas coisas, mas nos homens. A felicidade não está nos bens materiais, mas em nós.´ Anônimo A gestão de materiais diretos por determinada empresa costuma envolver problemas relacionados a três campos: y
Avaliação: qual o montante a atribuir quando várias unidades são compradas por preços diferentes, como contabilizar sucatas, etc;
y
Controle:
como distribuir as funções de compra, pedido, recepção e uso, como
inspecionar para verificar o efetivo consumo; y
Programação: quanto comprar, como comprar, definição de estoques mínimos de segurança etc.
Principais critérios para avaliação de materiais diretos: controle dos estoques y
Sistema de inventário periódico: o consumo pode ser verificado após os inventários (contagem física dos estoques), em geral quando do fechamento do Balanço Patrimonial. Consumo
y
de MD= Estoque inicial + Compras ± Estoque final
Sistema de inventário permanente: controle contínuo da movimentação do estoque. Solicitações
de
produção
e
vendas
são
controladas
individualmente.
Periodicamente, a contagem física pode ser feita para fins de auditoria e controle interno. Encontrando eventuais sobras ou faltas, novos ajustes devem ser feitos nos registros contábeis. Tabulação das requisições ao estoque ou almoxarifado. Exemplificando: 1) Compra de MD= 800 Estoque inicial= 200 Estoque final= 150 Custo
com MD= ?
Custo= EI (200) + compras (800) ± EF (150)= 850
2) Custo fabril= 1.150 Saldo inicial de produtos em processo= 300 Saldo final de produtos em processo= 350 Valor dos custos com produtos em processo = ? 300 + 1.150 ± 350= 1.100 3) Custo total= custo com MD(850) + custo com produtos em processo (1.100)= 1950 Custo total= custo com MD + custo com produtos em processo Custos finalizados e transferidos para a
conta de produtos acabados
4) Custo dos Produtos Vendidos=? Estoque inicial da conta de estoques de produtos acabados= 600 Estoque final da conta de estoques de produtos acabados= 300 Após computado o custo total da conta produtos em processo= 1950 CMV=?
CMV= EI -EF+
PP= 600-300+1950= 2.250
Critérios para avaliação de estoques: y
UEPS:
último a entrar, primeiro a sair. São baixados, em primeiro lugar, os
materiais diretos adquiridos mais recentemente e, depois, os mais antigos, nesta
ordem. Isto implica em custos maiores, especialmente em épocas de altas taxas de inflação. Este critério não é permitido pela legislação fiscal brasileira em decorrência da ³antecipação de benefícios fiscais. y
PEPS: primeiro a entrar, primeiro a sair. São baixados, em primeiro lugar, os materiais diretos adquiridos há mais tempo e, depois, os mais novos, nesta ordem;
y
CUSTO MÉDIO
PONDERADO:o custo a ser contabilizado representa a média
dos custos de aquisição. Exemplificando: Estoque inicial=0 Data: 03/09compra: 4 unidades
Custo
unitário= 400 Custo total= 4x400=1.600
Data;12/09 compra adicional= 3 Custo unitário= 500 Custo total= 3x500=1.500 Estoque final= 7 unidades a um Custo total= 3.100 Data: 19/09venda= 6 unidades
Preço de venda= 700
Qual o lucro auferido pela empresa? Supondo despesas nulas e alíquota de Imposto de Renda de 25%. CMV=?
1) Critério PEPS: 4unid a 400= 1.600 2unid a 500= 1.000 6 unidades a 2.600 Estoque final em 19/09= 1 unidade a 500= 500 (3.100 ± 2.600) CMV
pelo PEPS= 2.600
O Demonstrativo do Resultado do Exercício seria: Receitas
6x700=4.200
(-) CMV
(2.600)
= Lucro Bruto
1.600
(-) IR 25%
(1.600x 25%= 400)
= Lucro Líquido
1.200
2) Critério UEPS: 3unid a 500=1.500 3unid a 400=1.200 6unid a 2.700 ( CMV) estoque final em 19/09= 1 unidade a 400= 400 (3.100- 2.700)
O Demonstrativo do Resultado do Exercício seria: Receitas
6x700=4.200
(-) CMV
(2.700)
= Lucro Bruto
1.500
(-) IR 25%
(1.500x 25%= 375)
= Lucro Líquido
1.125
3) Critério do CUSTO MÉDIO: 7 unidades a 3.100= 3.100 dividido por 7= 442,86 6unid a um custo médio de 442,86= 2.657,16 O Demonstrativo do Resultado do Exercício seria: Receitas
6x700=4.200
(-) CMV
(2.657,16)
= Lucro Bruto
1.542,84
(-) IR 25%
(1.542,84x 25%= 385,71)
= Lucro Líquido
1.157,13
Vantagens e Desvantagens dos métodos PEPS, UEPS e CUSTO MÉDIO: Método UEPS
Estoque Menos estoque
CUSTO MÉDIO
PEPS
Classificação
Lucro Menos lucro
Imposto Menos
de Renda imposto de
renda Meio termo entre Meio termo entre Meio termo entre UEPS E PEPS UEPS E PEPS UEPS E PEPS Mais estoque Mais lucro Mais imposto de renda
ABC de estoques de materiais diretos: destaca os de elevado valor em relação
aos demais: y
Itens A: estoques de valor elevado que merecem maior controle, os inventários podem
ser mais frequentes, mensais, semanais ou diários; y
Itens
B: estoques de valor representativo na aplicação de recursos. Os inventários
podem ter uma frequência menor: mensal, trimestral ou semestral; y
Itens C:
estoques variados em itens, porém pouco representativo em termos de valor.
Inventário somente no momento do balanço.
Para classificar os itens de acordo com a metodologia AB C, basta calcular a participação em % de cada um em relação ao valor total dos estoques e ordená-los de acordo com a participação em % decrescente.
Programação de compras e estoques de materiais diretos: Os dois principais custos decorrentes da gestão de materiais diretos podem ser apresentados como: Custo
y
de estocagem: decorre em função dos gastos com armazenagem, seguros,
refrigeração, etc. Aumenta em função do custo unitário de estocagem e do volume armazenado; Custo
y
do pedido: surge em função de gastos com a elaboração do pedido, cotação em
fornecedores, transporte, conferência e posterior pagamento. Aumenta em função do número de pedidos efetuados no período analisado. Quanto maior a quantidade solicitada por pedido, menor o número de pedidos necessários para atender à demanda. Daí a necessidade de usar a fórmula do Lote Econômico de Compra que determina o custo total mínimo pela determinação da quantidade a ser comprada que minimize os custos totais de estocagem e os custos totais do pedido. LEC= lote econômico de compra C p=
custo unitário dos pedidos
D= Demanda no período analisado Q= quantidade constante solicitada em cada período NP= número de pedidos no período analisado NP= D/QNúmero de pedidos= demanda dividida pela quantidade IP= intervalo entre os pedidos IP= Q/DIntervalo entre os
pedidos= quantidade dividida pela demanda
EMe= estoque médio EMe= Q/2 Estoque Médio= quantidade constante no pedido dividido por 2 Ctp=
custo total de pedidos no período analisado Ctp= C p
x NP=C p x D/Q Custo total dos pedidos= custo unitário dos pedidos
vezes número de pedidos Custo
total dos pedidos=( custo unitário dos pedidos) vezes (demanda dividida pela
quantidade)
Cte= custo total de estocagem Cte= Ce
x EMe = Ce x Q/2 Custo total da estocagem = custo unitário da
estocagem vezes o estoque médio (= quantidade dividida por 2) Ce= custo unitário de estocagem CT= custo total da gestão de materiais diretos CT= Cte
+ CtpCusto total da gestão de materiais diretos= custo total da
estocagem + custo total de pedidos LEC= Raiz quadrada de (2C p D) dividida por Ce, ou seja 2 vezes (o Custo unitário dos pedidos vezes a Demanda no período analisado) dividida pelo Custo unitário de estocagem.
Data: 25/04/2011 Exercícios Propostos: Exercício 8: Os gastos e estoques da Indústria em setembro de 2010 são: Materiais indiretos consumidos na fábrica
Depreciação de móveis do escritório*** Receita de vendas** Depreciação de máquinas industriais Salário dos vendedores*** Aquisição de novo equipamento industrial Seguros de fábrica Salários administrativos*** Compras de matéria-prima Mão de obra indireta Mão de obra direta Energia da fábrica Estoques finais Agosto/2010 60.000 Matéria prima Produtos em processo 36.000 Produtos acabados 36.000
540.000* 15.000*** 1.111.000 18.000* 12.000*** 65.400 1.200* 600*** 2.400 120.000* 6.000* 75.000* Setembro/2010 48.000 48.000 48.000
Pede-se para determinar: a) o custo com materiais diretos; Material direto (matéria prima)=
Estoque inicial
60.000
+ Compras
2.400
- estoque final
-48.000
= Custos transferidos para estoques em processo
14.400
b) o custo fabril; Produtos em processo Estoque inicial
36.000
+ custos recebidos de MD
14.400
+ custos incorridos
760.200*
- estoque final
-48.000
= custos transferidos para produtos acabados Custo
762.600
fabril = custos incorridos (760.200) + Custos transferidos para estoques em processo
(14.400) = 774.600 c) o custo das mercadorias vendidas;
Produtos acabados Estoque inicial
36.000
+ custos recebidos de produtos em processo
762.600
- estoque final
-48.000
= CMV
750.600
d) o DRE e o lucro auferido pela empresa. Demonstrativo do Resultado do Exercício Receita de vendas** - CMV = Lucro Bruto - Despesas totais -Depreciação de móveis do escritório*** -Salário dos vendedores*** -Salários administrativos*** = Lucro Líquido antes do IR
1.111.000 (750.600) 360.400 (27.600)*** 15.000*** 12.000*** 600*** 332.800
Exercício 9: A Indústria vendeu no mês de agosto o montante de R$ 180.000,00, já abatidas as eventuais deduções. Os estoques da empresa são: Estoques Materiais Produtos em processo Produtos acabados
01/agosto 20.000 12.000 12.000
30/agosto 16.000 16.000 10.000
O resultado bruto das vendas em agosto foi de R$ 38.600,00. Outros dados financeiros são: Descrição MOD Mão de obra indireta Salário de vendedores Salários administrativos Imposto de renda Depreciação da maquinaria Depreciação dos móveis e utensílios da administração CIF diversos
Valor 50.000 37.000 6.000 4.000 10.000 400 200 2.000
Pede-se para calcular o valor das compras de materiais do período. Posteriormente, obtenha a DRE de agosto, detalhando: a) as compras e o custo com materiais diretos; b) o custo fabril; c) o custo das mercadorias vendidas Do DRE da empresa é possível encontrar o CMV: Receita de Vendas - Lucro Bruto = CMV Com base no CMV
180.000 (38.600) 141.400 encontrado, é possível ³ voltar´ no mapa de apuração de custos:
Produtos acabados -Estoque inicial
-12.000
+CMV
141.400
+estoque final
10.000
=custos recebidos de produtos em processo
139.400
Produtos em Processo - Estoque inicial
-12.000
+ Custos transferidos para produtos acabados
139.400
- custos incorridos
-89.400
MDO Mão
-50.000
de obra indireta -37.000
Depreciação da maquinaria -400 CIF
diversos
-2.000
+ Estoque Final
16.000
= Custos recebidos de MD
54.000
Data: 03/05/2011 Material Direto (matéria-prima)
(-) Estoque Inicial
-20.000
(+) Custos transferidos para estoques em processo 54.000 (+) Estoque Final
16.000
= Compras
50.000
CAPÍTULO
3- MÃO-DE-OBRA DIRETA:
As análises de custos de mão-de-obra direta no Brasil devem considerar fundamentalmente os gastos associados aos encargos trabalhistas sociais, que incidem sobre as folhas de pagamento. É comum dizer que no Brasil o trabalhador ganha muito pouco, porém custa muito caro. As contribuições obrigatórias são: y
Previdência Social
20%
y
Fundo de Garantia
8%
y
Seguro (acidente de trabalho) 3%
y
Salário Educação
2,5%
y
Sesi ou Sesc
1,5%
y
Senai ou Senac
1,2%
y
Incra
0,2%
y
Sebrae
0,6%
TOTAL
37% + 4% (correspondente a multa de 50% do
(50% de 8= 4%)
FGTS)=41% Um
salário básico de $100,00 por hora revela que, após serem acrescidas todas as
contribuições e encargos, resultará um total igual a $ 201, 76. Portanto, um acréscimo de 101,76% ao valor original. Isto
sem considerar a multa de 50% sobre o saldo do F GTS o que faria com que o acréscimo
fosse para 107,65%.
CAPÍTULO
12: CUSTOS PARA DECISÃO
³ É nos momentos de decisão que o seu destino é traçado.´ Anthony Robbins O estudo da associação que existe entre custos, volumes e lucros. Em relação à divisão dos gastos entre fixos e variáveis, informações relevantes ao processo de tomada de decisões e análise dos riscos corporativos podem ser calculadas por meio dos pontos de equilíbrio contábil, financeiro e econômico, além das margens de segurança. A relação entre custos fixos e variáveis consiste em importante etapa na análise de formação de preços e projeção de lucros obtidos a diversos níveis possíveis de produção e vendas.
ALAVANCAGEM E PONTO DE EQUILÍBR IO: Como
os gastos fixos podem situar-se nos dois lados do balanço patrimonial, a alavancagem
empresarial pode ser classificada em: y
Alavancagem Operacional: decorre da existência de gastos fixos relacionados a ativos (investimentos) e atividades operacionais da empresa, como depreciação, folha de pessoal, aluguéis etc;
y
Alavancagem Financeira: decorre da existência de gastos fixos relacionados ao Passivo (financiamentos) da empresa, como os juros pagos e dividendos preferenciais, quando pagos como percentual sobre o capital composto por ações preferenciais.
Grau
de Alavancagem Operacional (GAO)
Fórmula % lucro operacional % vendas
Financeira (GAF)
% lucro líquido Lucro operacional
Combinada ( GAC)
% lucro líquido % vendas
GAC= GAO X GAF = (% L UCRO LÍQUIDO/% LUCRO OPERACIONAL)
O que expressa Relação entre variações no lucro operacional em decorrência de variações nas vendas. Decorre da existência de custos fixos operacionais. Relação entre variações no lucro líquido em decorrência de variações no lucro operacional. Decorre da existência de custos fixos financeiros. Relação entre variações no lucro líquido em decorrência de variações nas vendas. Decorre da existência de custos fixos operacionais e financeiros.
OPERACIONAL/% VENDAS) X (% LUCRO
Data: 04/05/2011 Alavancagem operacional: significa que para cada variação percentual positiva ou negativa nas receitas de vendas, o lucro operacional cresce ou decresce. Por exemplo, se houver uma variação percentual de 20% nas vendas e isto acarretar uma variação de 30% no lucro operacional, o GAO será 30%/20% que é igual a 1,50. Os graus de alavancagem financeira, fruto do pagamento de juros e da estrutura de financiamento adotada pela entidade, possuem efeito multiplicador sobre a alavancagem operacional. A combinação dos efeitos dos graus de alavancagem operacional e financeira pode ser vista no grau de alavancagem combinada, que pode ser obtido diretamente da multiplicação dos
graus de alavancagem operacional e financeira. Supondo um GAO de 1,5 e a entidade não possui dívidas, portanto com GAF de 1%, o GAC será de 1,5 x 1= 1,5 Exemplo:uma empresa que tenha uma variação percentual de 20% nas vendas com impacto de 60% no lucro operacional terá um GAO de 60%/20%= 3,00. Com esta variação de 60% no lucro operacional terá uma variação no lucro líquido de 80%, assim o GAF será de 80%/60% igual a 1,3333. O GAC será de GAO x GAF, ou seja, 3 x 1,3333= 4,00. Isto significa que para cada 10% de variação nas receitas, o resultado líquido variará 4 x 10%= 40%. PONTO DE EQUILÍBR IO CONTÁBIL: A análise dos gastos variáveis e fixos torna possível obter o ponto de equilíbrio contábil da empresa: representação do volume (em unidades ou $) de vendas necessário para cobrir todos os custos e no qual o lucro é nulo. De modo geral tem-se: Lucro = Receitas Totais ± Gastos Totais Lucro = (Preço Unitário x Quantidade) ± ( Gastos Fixos + Gastos Variáveis Unitários x Quant) Receitas Totais= Gastos Totais para que o Lucro seja zero Preço x Quantidade = Gastos Fixos + Gastos Variáveis Unitários x Quantidade Preço x Quantidade ± ( Gastos variáveis unitários x quantidade) = gastos fixos Colocando a Quantidade em evidência:
Quantidade x (preço ± gastos variáveis unitários) = gastos fixos Dessa forma, a quantidade de vendas no ponto de equilíbrio contábil (PE Cq) pode ser expressa como: PECq= Gastos Fixos/ (Preço ± Gastos Variáveis Unitários) As vendas em unidades monetárias no ponto de equilíbrio contábil pode ser expressa em: PEC$= Preço x { Gastos fixos/ [Preço ± Gastos Variáveis Unitários]}
Exemplificando: Supondo uma empresa que tenha: y
Gastos
Fixos por mês = $ 50.000,00
y
Gasto Variável Unitário = $ 56,00 por unidade
y
Preço de venda unitário = $ 76,00
Qual o volume de vendas do ponto de equilíbrio contábil? PECq= Gastos Fixos/ (Preço ± Gastos Variáveis Unitários) PECq= 50.000/ 76-56 PECq= 2.500 unidades Conferindo:
2.500 unidades x $76= 190.000 (receita de vendas) Gastos totais= 50.000 + (2.500 x 56)= 50.000 + 140.000= 190.000
Receitas de vendas = gastos totais (lucro zero) Ou seja, a empresa deveria vender 2.500 unidades para permanecer no ponto de equilíbrio, sem lucros ou prejuízos, mantendo, portanto, a receita total igual aos custos totais. Para saber o Ponto de Equilíbrio Monetário: PEC$= Preço x { Gastos fixos/ [Preço ± Gastos Variáveis Unitários]} PEC$= 76 x { 50.000/ [76-56]} PEC$= 76 x 2500= 190.000 Ou seja, a empresa precisaria faturar $ 190.000 para cobrir todos os seus gastos e não apresentar nem lucros nem prejuízos. Supondo que os gastos variáveis unitários aumentassem de $56 para $ 62 , ou seja, com uma variação percentual de 62/56= 10,71%, o novo ponto de equilíbrio contábil da empresa precisaria ser recalculado. y
Gastos
Fixos por mês = $ 50.000,00
y
Gasto Variável Unitário = $ 62,00 por unidade
y
Preço de venda unitário = $ 76,00
y
PECq= Gastos Fixos/ (Preço ± Gastos Variáveis Unitários)
y
PEC$= Preço x { Gastos fixos/ [Preço ± Gastos Variáveis Unitários]}
PECq= 50.000/ (76 ± 62)= 50.000/ 14= 3.571,42 unidades
Portanto, um aumento de cerca de 10% nos custos variáveis aumentaria o risco das vendas ficarem aquém do ponto de equilíbrio. 3571,42/2500= 1,4286 significando uma variação necessária de 42,86% na quantidade. PEC$= 76 x 3.571,42= 271.427,92 Portanto, um aumento de cerca de 10% nos custos variáveis forçaria a empresa a faturar $ 271.427,92 para atingir seu novo ponto de equilíbrio (anteriormente de $190.000,00) 271.427,92/190.000= 1,4286 significando uma variação necessária de 42,86% no faturamento.
PONTO DE EQUILÍBR IO ECONÔMICO: O conceito de ponto de equilíbrio econômico apresenta a quantidade de vendas (ou do faturamento) que a empresa deveria obter para poder cobrir a remuneração mínima do capital próprio nela investido ± considerando valores de mercado. Nesse caso, o lucro obtido deveria ser igual à remuneração do capital próprio (R CP) , também denominada custo de oportunidade do capital próprio. No ponto de econômico: Lucro = Remuneração do Capital Próprio (R CP) Quantidade= [ R CP + Gastos Fixos]/ [preço ± gastos variáveis unitários] Dessa forma, as vendas em unidades monetárias no ponto de equilíbrio econômico (PEE$) podem ser expressas como: PEE$= Preço x PEEq PEE$= Preço x [ R CP + Gastos Fixos]/ [preço ± gastos variáveis unitários]
Exemplificando: y
A empresa paga 20% a.a de juros sobre os empréstimos contraídos;
y
Preço por unidade do produto vendido= $3,70
y
Custos fixos totais =
y
Custos variáveis por unidade= $ 110,00 / 50 unid por caixa= $ 2,20
y
A taxa justa de mercado para remunerar o capital próprio = 25% a.a
$ 18.000,00;
Qual seria a estimativa do ponto de equilíbrio contábil e econômico da empresa com o Balanço Patrimonial? ATIVO PASSIVO E PATR IMÔNIO LÍQUIDO Estoques= $ 50.000,00 Dívidas= $ 80.000,00 Patrimônio Líquido= $ 120.000,00 Imobilizado= $ 150.000,00 Total = $ 200.000,00 Total= 200.000,00 No caso, para dívidas iguais a $ 80.000, o pagamento de juros deverá ser igual a $80.000 vezes 20%= $ 16.000. (incluir nos custos fixos) Se o patrimônio líquido da empresa for igual a $ 120.000, o retorno desejado sobre o capital próprio deverá ser igual a $120.000 vezes 25% = $ 30.000. Quantidade= [ R CP + Gastos Fixos]/ [preço ± gastos variáveis unitários] Vendas= 30.000 + 18.000+ 16.000/ [3,70- 2,20]= 42.667 unidades aproximadamente.
O ponto de equilíbrio econômico expresso em unidades monetárias seria igual ao ponto de equilíbrio em unidades multiplicado pelo preço, ou 42.667 x $ 3,70 = $ 157.867,90. Empregando os mesmos dados, para encontrar o ponto de equilíbrio contábil bastaria ignorar o R CP. Refazendo os cálculos, pode-se dizer que: PECq= 18.000 + 16.000/ 3,7-2,2= 22.667 unidades aproximadamente. PONTO DE EQUILÍBR IO FI NANCEIRO: O ponto de equilíbrio financeiro corresponde à quantidade que iguala a receita total com a soma dos gastos que representam desembolso financeiro para a empresa. Assim, no cálculo do ponto de equilíbrio financeiro não devem ser considerados gastos relativos a depreciações, amortizações ou exaustões, pois estas não representam desembolsos para a empresa. Quantidade= [ Gastos Fixos ± Gastos Fixos Não Desembolsáveis]/ [preço ± gastos variáveis unitários]
CAPÍTULO 13- EFEITO DOS TR IBUTOS
SOBRE CUSTOS E PREÇOS:
Preços praticados nos mercados devem ser suficientemente capazes de remunerar os custos plenos, gerar margem razoável de lucro e cobrir todos os impostos incidentes, que podem ser de três diferentes esferas- federal, estadual e municipal ± e de dois tipos básicos ± cumulativos e não cumulativos. São abordados os efeitos nos preços do IPI, ICMS, ISS, Cofins, PIS, IRPJ, CSSL e do Simples. As três grandes formas de tributação de empresas no Brasil são: y
Lucro Real: quando a empresa apresenta suas receitas e gastos, tributando a diferença ou o lucro real;
y
Lucro Presumido: em casos específicos, algumas empresas podem presumir um percentual das receitas como lucro, sendo este lucro presumido tributado;
y
Super Simples: corresponde a situação específica do lucro presumido, permitindo que empresas de pequeno tamanho recolham tributos e encargos sobre folha de forma simplificada e menos onerosa.
Sobre o lucro real incidem Imposto de Renda e Contribuição Social.
O lucro real é o lucro líquido do período de apuração ajustado pelas adições, exclusões ou compensações prescritas ou autorizadas pela legislação fiscal. Poderão ser compensados, total ou parcialmente, à opção do contribuinte, os prejuízos fiscais de períodos de apuração anteriores, desde que observado o limite máximo de 30% do lucro líquido ajustado pelas adições e exclusões previstas na legislação tributária. O prejuízo compensável é o apurado na demonstração do lucro real e registrado no LAL UR. (Lei n. 8.981/1995, art.42) A Lei Complementar n. 123/2006, conhecida como lei do Super Simples, substituiu o Simples Federal (lei 9.317/1996), sendo um regime único de arrecadação para micro e pequenas empresas desde 1º de Julho de 2007. Por microempresa entende-se aquela que tem receita bruta anual de até 240 mil reais e por empresa de pequeno porte entende-se aquela com receita bruta anual superior a 240 mil reais e inferior a 2,4 milhões de reais ( conforme artigo 966 do Código Civil). No entanto, o Super Simples acrescentou novos parâmetros, permitindo outros enquadramentos conforme a participação percentual do P IB. Por exemplo, os estados e municípios com 1% do P IB= 1,2 milhões de reais para as pequenas empresas; 5% do P IB= limite de 1,8 milhões de reais; participação acima de 5% do P IB= terão o limite de 2,4 milhões de reais para as pequenas empresas. O Super Simples no Comércio recolherão alíquotas que variam de 4 a 11,61% conforme tabela, contemplando o IRPJ, CSLL, Cofins, PIS, I NSS e ICMS. O Super Simples na Indústria recolherão alíquotas entre 4,5 a 12,11%.
Data: 06/05/2011 O Super Simples nos Serviços recolherão o Super Simples mediante o emprego de 3 tabelas diferentes variando de 6 a 17,42%; de 4,5 a 16,85%; de 4 a 13,50%. O I NSS dos donos da empresa deve ser recolhido separadamente. Em casos extras será apurada a relação: R= Folha de salários incluídos encargos (em 12 meses) e Receita Bruta (em 12 meses) y
Na hipótese em que R seja maior ou igual a 0,40, as alíquotas do Simples Nacional relativas ao IRPJ, PIS, CSLL e Cofins corresponderão aos percentuais descritos na tabela que varia de 4 a 13,5%;
y
Na hipótese em que R seja maior ou igual a 0,35 e menor que 0,40, as alíquotas do Simples Nacional relativas ao IRPJ, PIS, CSLL e Cofins para todas as faixas de receita bruta será igual a 14%,
Aos percentuais do Super Simples devem ser somados outros impostos que não estão na sua alíquota. (I NSS) Se a receita vier de exportações ou de substituição tributária, é possível subtrair os impostos que já foram pagos por outrem. Os impostos que podem ser substituídos são P IS, Cofins, ICMS e IPI.
Se a receita ultrapassar os R$ 2,4 milhões anuais, a parcela que exceder isso estará sujeita ás alíquotas máximas de cada tabela, somando ainda mais 20%. A principal facilidade do Super Simples consiste na unificação dos impostos, mas a adesão ou não ao sistema vai depender de uma análise criteriosa da empresa. CÁLCULOS POR DENTRO OU POR FORA.
O IPI calcula por fora. Nesta sistemática, a alíquota incide sobre o valor, sem incluir o tributo. O tributo está por fora da base de cálculo. Cálculos
por dentro são mais onerosos e comuns na maioria dos impostos. A alíquota do
tributo incide sobre o valor com o tributo já incluído. O tributo está por dentro da base de cálculo. Para acrescentar o tributo, é preciso dividir o valor sem o imposto por (1- alíquota). Exemplificando: y
Valor da mercadoria sem imposto = $ 900
y
Alíquota de 10%
y
Cálculo
por dentro=Valor sem imposto ($900) dividido por 1-alíquota (1- 0,10)=
900/0,90= $1000. y
Valor do tributo = $1000 x 10% = $100
CUMULATIVIDADE
E NÃO-CUMULATIVIDADE FISCAL:
No estudo dos custos e preços, a análise de tributos deve iniciar com a distinção entre: Tributos cumulativos: que não geram crédito fiscal- isto é, não permitem a dedução
y
posterior do desembolso com o tributo;Ex: CPMF, ISS,IR e Contribuição Social. y
Tributos não-cumulativos: que permitem o aproveitamento posterior do imposto pago, não devendo ser incorporados ao custo dos produtos.Ex: ICMS, IPI.
Exemplificando: tributação cumulativa y
Indústria vende a preço de $100 com ICMS de 18%= 18
y
Distribuidor vende a preço de $200 com ICMS de 18%= 36
y
Varejista vende a preço de $400 com ICMS de 18%= 72 (consumidor final)
Se o imposto fosse cumulativo, sem direito ao crédito ou aproveitamento dos impostos pagos em etapas anteriores, o total recolhido seria = $126 (18+36+72), o que corresponderia a 31,5% do preço de venda final da operação de $400. Com tributos cumulativos, cadeias produtivas longas são penalizadas. Exemplificando: tributação não-cumulativa Para calcular o imposto a pagar, é preciso subtrair o crédito das etapas anteriores. No caso anterior: com o imposto calculado pelo distribuidor de 36 subtrai-se 18 da indústria= 18; com o imposto calculado pelo varejista de 72 subtrai-se 36 do distribuidor= 36. O total não cumulativo seria $72 (18+18+36) que corresponde exatamente a 18% (alíquota do imposto) do preço de venda final de $400. Sendo o imposto não-cumulativo, nas operações anteriores à venda final para o consumidor cada débito do imposto permitirá um crédito posterior. Separa-se o custo do imposto a recuperar. Neste caso, o preço da indústria de $100 com a alíquota de 18%, o imposto a recuperar é de $18 e o custo do estoque é de $82 (100- 18), para o distribuidor. SUBSTITUIÇÃO TR IBUTÁR IA: A substituição tributária representa um mecanismo tributário que possibilita o pagamento dos impostos de toda a cadeia produtiva e comercial de uma só vez por um dos integrantes da cadeia. Exemplificando: y
Indústria: o preço de $100 gera um imposto normal de $18;
y
Até o consumidor final com o preço de $400, o imposto não-cumulativo do ICMS gera um imposto total em toda a cadeia de comercialização do produto de $72.( 400x 18%)
y
Imposto
total na cadeia (72) menos o imposto normal (18)= imposto substituído (54)
O Fisco define o preço de ponta, a ser pago pelo consumidor final, o que pode ser feito mediante o uso das tabelas de preço praticadas pela indústria ou por meio de pesquisas de mercado. Com a cobrança da substituição tributária, a indústria será obrigada a cobrar um novo preço=
preço normal ($100) acrescido do imposto substituído ($54)= $154. Desta forma, cessarão os créditos e débitos posteriores. O custo do estoque para o distribuidor passa a ser de $154. Com a substituição tributária, valor pago vira
custo.
TR IBUTOS NA FOR MAÇÃO DO PREÇO DE VENDA: y
Tributos gerais: tributos federais como C ofins, PIS e CPMF (incidentes sobre faturamento ou sobre o movimento em conta corrente); IR e CSSL (incidentes sobre faturamento em empresas tributadas por lucro presumido ou sobre o lucro real em empresas tributadas por lucro real)
1) CONTR IBUIÇÃO PARA O FI NANCIAMENTO DA SEGUR IDADE SOCIAL (Cofins) De esfera federal, incide sobre o preço de venda total, tendo por base a receita bruta, excluída do IPI. Até fevereiro de 2004 consistia em tributo cumulativo com alíquota de 3% desde fevereiro de 1999. Porém, a partir de 2004, a legislação passou a permitir duas sistemáticas para a Cofins: y
Cumulativa:
aplicável ás pessoas jurídicas que apuram o IR trimestral com base no
lucro presumido ou arbitrado e às micro-empresas e empresas de pequeno porte, optantes pelo Simples/Federal, permanecendo válidas as normas anteriores, com alíquota de 3%; y
Não-cumulativa: aplicável ás demais entidades (empresas tributadas pelo IR pelo Lucro Real, trimestral ou anual). Para estes casos, a alíquota foi elevada para 7,6% (permitindo, porém, o aproveitamento dos créditos anteriores).
2) PROGRAMA DE I NTEGRAÇÃO SOCIAL (PIS): De esfera federal, incide sobre o faturamento de empresas que comercializam mercadorias e que prestam serviços de qualquer natureza. De forma similar á Cofins, o tributo era exclusivamente cumulativo até fevereiro de 2004, sendo o valor do tributo obtido mediante a aplicação de alíquota de 0,65% sobre a receita bruta mensal, excluída do IPI. Entidades sem fins lucrativos, definidas como empregadoras pela legislação trabalhista, deveriam recolher P IS com base na folha de salários mensal, empregando a alíquota de 1%. A partir de fevereiro de 2004, a legislação passou a permitir duas sistemáticas para o P IS: y
Cumultativa::
aplicável ás pessoas jurídicas que apuram o IR trimestral com base no
lucro presumido ou arbitrado e às micro-empresas e empresas de pequeno porte, optantes pelo Simples/Federal, permanecendo válidas as normas anteriores, com alíquota de 0,65%;
y
Não-cumulativa: aplicável ás demais entidades (empresas tributadas pelo IR pelo Lucro Real, trimestral ou anual). Para estes casos, a alíquota foi elevada para 1,65% (permitindo, porém, o aproveitamento dos créditos anteriores).
3) IMPOSTO DE RENDA PESSOA JURÍD ICA (IRPJ): De esfera federal, incide sobre o lucro das empresas, considerando 3 diferentes possibilidades para a apuração dos lucros: real, presumido ou arbitrado, tributando-os de forma diferenciada. Sua alíquota básica = 15%. Porém, a parcela do lucro trimestral que exceder a $60.000 está sujeita à incidência de adicional de IR com alíquota de 10%. O lucro arbitrado é acrescido de um percentual de 20%além dos 15%. 4) CONTR IBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO (CSSL): De esfera federal, incide sobre a receita bruta ou lucro líquido auferido pela empresa à alíquota de 9%.
TR IBUTOS ESPECÍFICOS ASSOCIADOS A PREÇOS: y
NOS SERVIÇOS:
1) IMPOSTOS SOBRE SERVIÇOS (ISS): De esfera municipal, incidente sobre o preço de venda total do serviço prestado, com alíquota de 5%, podendo variar de município para município. O ISS não gera direito a crédito fiscal e é calculada por dentro sobre o preço total com ele incluído. Ou seja, é preciso dividir o valor sem o imposto por (1-alíquota). Exemplicando: y
Gastos com a atividade= $5.000
y
Despesas indiretas= $600
y
Lucro desejado= $1240
Qual o valor total a ser cobrado na Nota Fiscal e qual o valor destacado do ISS? Preço de venda= $6840 PV sem ISS/ (1-%ISS) 6840/1-0,05= 6840/0,95=7.200 (Nota Fiscal) 7.200 x 5%= 360 ( ISS da Nota Fiscal) Exemplificando: Lucro Presumido Na prática, em muitas situações é preciso acrescentar outros tributos ao ISS. Em relação ao exemplo anterior, considerando uma empresa optante por lucro presumido, poderiam ser apresentados os tributos calculados por dentro apresentados na tabela seguinte: TR IBUTO Base de Cálculo 32% CSSL 32% IR PIS COFI ISS Soma Assim, o preço com todos os impostos será:
Alíquota 9% 15%
PV sem impostos/(1-%impostos)= 6.840/(1-0,1633)= 8.174,97 O preço de venda formado seria igual a 8.174,97
Subtotal 2,88% 4,8% 0,65% NS 5% 16,33%
Os valores devidos a cada um dos diferentes tributos seriam: Tributo CSSL IR PIS COFI ISS Soma
%receita 2,88% 4,8% 0,65%
Operação X 8.174,97 NS
5% 16,33%
Valor 235,44 392,40 53,14
3% X 8.174,97
245,25 408,75 1.334,97
TR IBUTOS ESPECÍFICOS PARA A FOR MAÇÃO DE PREÇOS NO COMÉR CIO: 1) ICMS: De esfera estadual, incidente sobre a venda de mercadorias de estabelecimento comercial, industrial ou produtor; entrada em estabelecimento comercial, industrial ou produtor de mercadoria importada do exterior; alimentação; bebidas; prestação de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicações; entrada de bens do ativo imobilizado oriundos de outros Estados ou Distrito Federal e que sejam utilizados na atividade produtiva; a entrada de bens de consumo. O ICMS incide sobre o preço de venda, sendo cobrado por dentro. Ou seja, no preço de venda do produto (base de cálculo) já se encontra embutido o valor do ICMS incidente. Destaca-se que o ICMS é não-cumulativo, existindo a possibilidade de aproveitamento de créditos gerados em cada etapa da comercialização. Exemplificando: y
Preço pago ao fornecedor= 100
y
Crédito
y
Custo da mercadoria= 100 ± 18= 82
y
Despesas e lucro= 80
y
Base de Cálculo para o ICMS=custo da mercadoria(82) + despesas e lucro (80)= 162
y
Base para formação do preço de venda= 162
y
Base (162) dividido por (1- 0,18)= preço(197,56)
y
O débito de ICMS existente na venda = 18% de 197,56= 35,56
y
O valor a ser pago a título de ICMS será igual à diferença entre o débito (18% do
do ICMS= 18
preço)= 35,56 menos o crédito de ICMS (18% do custo)= 18 que consiste no ICMS a recolher de 17,56
OPERAÇÕES COM ICMS ENTRE ESTADOS DIFERENTES: O ICMS é considerado imposto proporcional, com alíquotas diferenciadas de acordo com o tipo de mercadoria ou serviço e com os destinos das operações, conforme tabela: Origem Estado A
Destino Estado A
Alíquota 18% (SP, MG,RJ) 17% demais Estados Sul, Sudeste Sul, Sudeste 12% Sul, Sudeste Norte, Nordeste, Centro- 7% Oeste e Espírito Santo Norte, Nordeste, Centro- Sul, Sudeste 12% Oeste e Espírito Santo Norte, Nordeste, Centro- Norte, Nordeste, Centro- 12% Oeste e Espírito Santo Oeste e Espírito Santo Estado A Exportação 0% Exemplificando: Compra de uma mercadoria com origem em SP para destino no Ceará
por $50,00
y
Alíquota de 7% sobre 50= 3,50 (valor a ser recolhido de ICMS para a SEFAZ/SP)
y
Supondo a aplicação de um PV= $100,00 desta mercadoria para consumidor em Fortaleza, a alíquota interna seria igual a 17%. Logo, o débito do ICMS na venda= 17% de 100= 17
y
Ao preço de 100, com o débito a 17 menos o crédito de ICMS de 3,50 da nota fiscal de compra= $13,50, valor a ser recolhido para a SEFAZ/ CE.
SUBSTITUIÇÃO TR IBUTÁR IA DO ICMS: O elo principal da cadeia recolhe o tributo dos demais elos. Não existem mais débitos e créditos. Todo o valor pago ao fornecedor a título de ICMS deve ser incorporado no custo (se produtivo) ou despesa (se não produtivo).
TR IBUTOS ESPECÍFICOS PARA A FOR MAÇÃO DE PREÇOS NA I NDÚSTR IA: IPI:
De esfera federal, incide sobre produto de procedência estrangeira e a saída de produto de estabelecimento industrial ou equiparado a industrial. O IPI incide por fora, sobre o preço sem o IPI, sendo as alíquotas variáveis por produto. PV= PV sem IPI x (1+ %IPI) É preciso tomar cuidado com a base de cálculo:
O valor do IPI= base de cálculo com o ICMS Exemplificando: y
Valor sem ICMS= 200
y
ICMS destacado= 40,96
y
Alíquota de 10% do IPI
y
Valor do IPI= 10% de (200 + 40,96)= 24,10
y
Valor a ser pago pelo produto= 200 + 40,96 + 24,10 = 265,06
A depender do uso do produto adquirido, o IPI gera crédito fiscal ou não. Se o produto adquirido for utilizado, posteriormente, como insumo na fabricação de novo bem ou para revenda, gerará direito a crédito por ocasião de sua compra. Caso o produto se destine a consumo final, constitui-se custo. Caso se destine a imobilizado, o crédito recebido deverá ser utilizado considerando amortizações mensais ao longo de período determinado pela Receita Federal.
IPI NO ICMS NA VENDA PARA CONSUMIDOR EMI NDÚSTR IA:
O IPI pode ou não entrar na base de cálculo do ICMS. Incidência do IPI na base de cálculo do ICMS:
Destino e Destinatário do produto Para industrialização ou comercialização por contribuinte de IPI ou ICMS Para uso ou consumo por contribuinte de IPI ou ICMS
Remetente Contribuinte ou ICMS
IPI na base de cálculo do ICMS
de IPI
Contribuinte ou não de IPI ou ICMS
Não integra
Integra
Preço de venda (PV) com ICMS PV sem ICMS 1- % ICMS PV sem ICMS 1- [% ICMS x (1+% IPI)]
Exemplificando: Para industrialização ou comercialização por contribuinte de IPI ou ICMS
y
Remetente: Fábrica situada em Fortaleza ( CE) vende uma mercadoria sem ICMS = 800
y
Destinatário: Revendedor situado no próprio estado ( CE) com alíquota de 17%
y
PV= PV sem ICMS / 1- % ICMS
y
PV= 800/ (1-0,17)= 963,86
Para uso ou consumo por contribuinte de IPI ou ICMS, remetido por não contribuinte nem de IPI
nem de ICMS: y
IPI = 5%
PV sem ICMS 1- [% ICMS x (1+% IPI)] y
PV= 800/ [1- [0,17 x 1,05]= 973,83
OB S: É importante destacar, em uma situação real, que outros impostos, como o P IS e o COFI NS, podem precisar ser somados com a alíquota do ICMS antes da aplicação da fórmula: Exemplificando: uma empresa tributada pelo Lucro Real: y
PIS= 1,65%
y
COFI NS=
y
ICMS= 17%
7,6%
Total das tributações= 1,65% + 7,6% + 17% = 26,25% y
PV= PV sem Impostos / (1-% impostos)
y
PV= 800/ (1- 0,2625)= 1.084,75
CAPÍTULO 14: FOR MAÇÃO DE PREÇOS: ASPECTOS QUANTITATIVOS:
Algumas razões contribuem com efeitos negativos sobre os lucros: y
Excesso de estoques;
y
Fluxo de caixa negativo;
y
Concorrência agressiva;
y
Sazonalidade.
Somente por meio da correta fixação e mensuração dos preços de venda é possível assegurar o correto retorno do investimento efetuado.
CAPÍTULO 18: APLICAÇÕES DA CALCULADORA
HP 12 C: