Fundamentos de Marketing
Autor
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2010
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Xavier, Juarez Tadeu de Paula. / Fundamentos de Marketing. / Juarez Tadeu de Paula Xavier. — Curitiba: IESDE Brasil S.A., 2010. 148 p.
ISBN: 978-85-387-1270-1
1. Marketing. 2. Marketing – Planejamento. 3. Efciência organizacional. I. Título CDD 658.8
Todos os direitos reservados.
IESDE Brasil S.A.
Al. Dr. Carlos de Carvalho, 1.482 • Batel 80730-200 • Curitiba • PR www.iesde.com.br
Sumário Marketing: undamentos e conceitos básicos | 7 Universo do marketing | 9 Variáveis 4Ps e 4Cs | 10 Orientações em relação ao mercado | 13 Considerações nais | 14
Princípios do planejamento estratégico empresarial e de marketing | 19 Estratégia de ação | 20 Planejamento de marketing e planejamento empresarial | 24 Considerações nais | 27
Composto mercadológico: produto, preço, praça e promoção | 31 Estratégia de marketing | 32 Formação do composto de marketing | 32 Considerações nais | 40
Gestão de distribuição: canais de marketing e distribuição ísica | 45 Estrutura dos canais de marketing | 46 Canal de distribuição | 46 Projetos de canal, classicação e terminologias de intermediários | 50 Canais e sistemas de distribuição | 52 Considerações nais | 56
Composto promocional | 61 Mix de comunicação | 68 Considerações nais | 69
Relações Públicas | 73 Procedimento e atividade de RP | 74 Comunicação integrada de marketing | 76 Considerações nais | 80
Mercados organizacionais | 83 Compradores organizacionais | 86 Forças | 88 Processo de compra organizacional | 89 Considerações nais | 92
Segmentação de mercado | 97 Marketing, mercado e estratégias | 98 Variáveis da segmentação de mercado de bens de consumo | 100 Variáveis de segmentação de mercados organizacionais | 103 Posicionamento do produto | 104 Segmentação e implicações globais | 106 Considerações nais | 107
Administração de produtos e marcas | 111 Classicação dos bens de consumo | 112 Classicação dos bens industriais | 113 Ciclo de vida do produto e os componentes de marketing | 115 Marcas e seus valores | 117 Estratégias da marca | 119 Considerações nais | 120
Elementos de um plano de marketing | 125 As quatro operações básicas num plano de marketing | 126 Elementos de um plano de marketing | 129 Considerações nais | 133
Gabarito | 139 Reerências | 145
Marketing: disciplina de compreensão das relações humanas e sociais. O estudo do marketing é indispensável na sociedade da inormação. Como disciplina, ajuda a compreender, em proundidade, uma dada realidade e a planejar ormas inteligentes e ecazes de comportamento (mercadológico ou comportamental). Sua linha geral implica três dimensões teóricas: 1. dimensões de pesquisa, diagnóstico e leitura verticalizada da realidade; 2. prognóstico, planejamento e execução de projetos, e 3. controle do luxo de inormações e gerenciamento dos processos de contingenciamento e lexibilidade. Para tanto, o prossional do marketing deve desenvolver e mobilizar suas capacidades de conhecimento de cada ase e etapa das dimensões mencionadas – com leituras horizontais e verticais da realidade, em ocos especícos e leituras panorâmicas –, ter a habilidade em processar uma gama de dados, transormando-os em inormação útil e proveitosa e, como componente undamental da sua atitude prossional, ser guiado pela moral – padrão de comportamento socialmente aceitável–, ético – compreender as eseras e as implicações humanas de suas atitudes –, e conduta adequada, dentro dos aspectos denidos pela legislação vigente. Neste livro são apresentados, de orma direta e objetiva, aspectos im prescindíveis para o prossional de marketing: aspectos teóricos e conceituais, cases , erramentas e instrumentos, reerências práticas, textos de contextualização de experiência e tópicos temáticos para a ampliação conceitual, tanto para quem exerce a atividade mercadológica – com alto grau de competitividade –, como para quem pretende dar eciência à sua prática comercial ou social, com retorno econômico para quem vende, e satisação pessoal e/ou material para quem compra.
Mais do que uma disciplina de ação mercadológica, o marketing apresenta para seus prossionais possibilidades amplas de compreensão da realidade social que o cerca e das innitas relações humanas, que dão colorido especial à sociedade contemporânea, ponteada de idiossincrasia, possibilidades, sonhos e realizações.
Marketing: fundamentos e conceitos básicos Juarez Tadeu de Paula Xavier* É diícil, hoje, pensar em política – e em cidadania – sem pensar também no consumo. A questão, para a cidadania, não é escolher um sabonete, mas exigir que este seja produzido com respeito ao meio ambiente, aos direitos trabalhistas, sem o uso de mão-de-obra inantil, e que além disso seja de boa qualidade e preço adequado. Tudo isso é altamente político. A cidadania, como Deus, pode estar nos detalhes. Os norte-americanos aprenderam a ser cidadãos controlando para onde ia o dinheiro de seus impostos [...] A base das democracias anglo-saxãs está, assim historicamente, na relação do indivíduo com seu dinheiro. Não é estranho, então, que hoje muitos aprendam a cidadania vericando a qualidade do que compram. Aliás, como compramos porcaria toda semana, e só votamos a c ada dois anos, é pedagógico lutar por relações mais decentes de consumo. E isso, claro, modica o papel do publicitário. Ele deve deixar de ser um retórico da venda a qualquer custo, para se tornar responsável pela qualidade do que vende. RIBEIRO, 2002
Os conceitos de marketing1 ganharam muitas e variadas denições – amplas e restritas, conceituais e uncionais, mercadológicas e acadêmicas –, nas últimas décadas. O enômeno se repete nos diversos segmentos onde suas erramentas e seus procedimentos característicos são adotados, na prospecção, planejamento e execução de projetos, tanto nos setores corporativos, governamentais como nos não-governamentais. Instalam-se polaridades, às vezes incomunicáveis. De um lado, transormam os procedimentos da disciplina em um “ente mítico”, capaz de tudo resolver; no outro, tiradas preconceituosas jogam-na no limbo das relações empresariais. Resultado: há um extenso cardápio de denições, termos e expressões, para a resposta de uma simples pergunta. Anal, o que é marketing? :: É uma unção organizacional e um conjunto de processos que envolvem a criação, a comunicação e a entrega de valor para os clientes, bem como a administração do relacionamento com eles, de modo que benecie a organização e seu público interessado AMA – American Marketing Association, 2008. * Doutor em Ciências da Comunicação pelo programa de Pós-Graduação e Integração da América Latina da Universidade de São Paulo Prolam/USP. Mestre em Ciências da Comunicação pela Universidade de São Paulo USP e graduado em Comunicação Social/Jornalismo pela Pontiícia Universidade Católica de São Paulo PUC-SP. 1 Marketing é uma expressão ormulada utilizando o prexo market mercado mais o suxo “ing” para indicar a reqüência das práticas mercadológicas. A palavra marketing passou a ser aplicada, pela academia, para identicar o estudo do mercado que desde a sua criação, na década de 1950 nos EUA, dedica-se a abrangência das disciplinas da especialidade antes conhecida como Mercadologia.
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:: É um processo social por meio do qual pessoas e grupos de pessoas obtêm aquilo de que necessitam e o que desejam com a criação, oerta e livre negociação de produtos e serviços de valor com outros KOTLER; KELLER, 2006. :: É a entrega de satisação para o cliente em orma de beneício. :: É o conjunto de estratégias e ações relativas a desenvolvimento, apressamento, distribuição e promoção de produtos e serviços, e que visa à adequação mercadológica destes. HOLANDA, 2000, p. 448. :: É a atividade sistemática de uma organização humana voltada à busca e realização de trocas para com o seu meio ambiente, visando beneícios especícos. :: É o conjunto de estratégias que provêem o desenvolvimento, o lançamento e a sustentação d e um produto ou serviço no mercado consumidor. :: É uma erramenta administrativa que permite o monitoramento das tendências e a criação de oportunidades de consumo, objetivando a satisação do cliente e respondendo às metas nanceiras e mercadológicas das empresas de produção ou prestação de serviço. :: É um modelo de análise que utiliza diversas erramentas para a compreensão do “estado da arte” do mercado e para uma ação eciente Matriz BCG de Crescimento e Participação; Modelo GE de Avaliação Multiatorial de Atratividade de Mercado e Posição do Negócio; SWOT, Modelo de Análise de Pontos Fracos e Fortes, Oportunidades e Ameaças, ou FOFA – Forças, Oportunidades, Fraquezas e Ameaças. :: É uma decisão básica – rme e consciente – de adotá-lo como norma de trabalho, pela alta direção da empresa ou empreendimento. :: É a venda de produtos de qualquer modo, mesmo que as pessoas não queiram. :: É uma maneira de azer com que as pessoas comprem algo de que não precisam, com o dinheiro que não têm. :: É um sistema de gestão empresarial, dedicado a alcançar e manter o equilíbrio entre o potencial da empresa e o potencial do mercado.
Nesse cipoal de denições, três se destacam pela credibilidade e reconhecimento de suas ontes: Philip Kotler2, American Marketing Association 3 e Peter Drucker4. Segundo Kotler, O marketing envolve a identicação e a satisação das necessidades humanas e sociais. Para deni-lo de uma maneira bem simples, podemos dizer que ele “supre necessidades lucrativamente”. Quando a eBay 5 percebeu que as pessoas
2 Philip Kotler é escritor e consultor na área de marketing. Nasceu em 1931 em Chicago, nos EUA. Considerado autoridade mundial em marketing, é autor, em parceria com Kevin L. Keller, do livro Administração de Marketing reconhecido como reerência para os estudos na área.
3 American Marketing Association – AMA é uma Organização Internacional que desde 1985 é ormada por prossionais envolvidos em práticas e educação relacionadas ao marketing. Sua criação oi motivada pela disputa de mercado entre as empresas, resultado do avanço da industrialização mundial.
4 Peter Ferdinand Drucker 1909-2005 oi um lósoo e administrador austríaco. Considerado o pai do marketing moderno, Drucker deniu a Gestão como disciplina e a unção do administrador moderno. Reconhecido no meio acadêmico e empresarial por sua capacidade de vislumbrar as tendências que iriam intererir na sociedade, na economia e nas empresas. Peter Drucker tornou a Gestão uma disciplina respeitada deendendo-a como prática e humanista e undamentalmente uma ciência social.
5 eBay é uma empresa do comércio eletrônico undada em 1995 nos EUA com a nalidade de ornecer uma plataorma global on-line de negociações, onde seus usuários compram e vendem produtos diversos utilizando várias ormas de pagamento, como o sistema PayPal, que permite transerências de valores via e-mail dispensando o uso de cheques ou boletos bancários. O PayPal é a orma de pagamento mais apreciada pelos usuários do eBay.
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não conseguiam localizar alguns dos itens que mais desejavam e criou um espaço para leilões on-line e quando a IKEA 6 notou que as pessoas queriam bons móveis a preços substancialmente mais baixos e criou sua linha de móveis desmontáveis, elas mostraram sua capacidade de marketing, transormando uma necessidade particular ou social em uma oportunidade de negócios lucrativos. KOTLER; KELLER, 2006, p. 4
Para a American Marketing Association, Marketing é uma unção organizacional e uma série de processos para a criação, comunicação e entrega de valor para clientes, e para a gerência de relacionamentos com eles de orma que benecie a organização e seus stakeholders. AMA, 2008
Já para Drucker, ... o objetivo do marketing é tornar a venda supérfua. A meta é conhecer e compreender tão bem o cliente que o produto ou serviço se adapte a ele e se venda por si só. O ideal é que o marketing deixe o cliente pronto para comprar. A partir daí, basta tornar o produto ou serviço disponível. apud CROCCO, 2006, p. 6
Assim, em linhas gerais, uma denição que se encaixa adequadamente para este estudo é a de que marketing é o processo de troca que envolve indivíduos, bens e serviços, com o objetivo de alcançar a satisação de pessoas ou grupos de pessoas clientes ou consumidores, em um ambiente competitivo e com retorno nanceiro.
Universo do marketing O marketing como processo de troca de produtos e serviços pode ser aplicado em diversas áreas de atividades, que dão amplitude ao universo da disciplina, tais como bens/produtos, serviços, eventos, experiências, pessoas, lugares, propriedades, organizações, inormações e idéias KOTLER; KELLER, 2006, p. 6-7. :: Bens – bens tangíveis ou produtos rescos, enlatados, ensacados e congelados; automóveis, rerigeradores, televisores, máquina de lavar, entre outros bens de necessidade na sociedade moderna. :: Serviços – serviços aéreos, hotéis, locadoras – automóveis e vídeo –, barbeiros, eletricistas, pessoal de manutenção e reparo; prossionais liberais – que trabalham em empresas ou para elas – como contadores, advogados, jornalistas, publicitários, proessores, engenheiros, médicos, programadores de sotware, consultores. :: Eventos – eiras setoriais, espetáculos artísticos, comemorações; eventos esportivos regionais ou mundiais – Copa do Mundo de Futebol e Jogos Olímpicos, por exemplo. :: Experiências – nessa modalidade, o cliente participa de uma vivência prática – ambientações históricas, temáticas – para assimilar procedimentos adequados à situação ou a cenários próximos, para desenvolver simulações de habilidades e competências. :: Pessoas – celebridades que contam com agentes ou relações públicas para a promoção de suas imagens: artistas, esportistas, músicos, presidentes de empresas, prossionais liberais bem-sucedidos – advogados, médicos, jornalistas, publicitários. 6 IKEA – Ingvar Kamprad Elmtaryd Agunnaryd empresa undada em 1943 na Suécia. A IKEA possui uma rede de revenda própria de seus produtos atuando em 34 países. Em seu catálogo estão à disposição cerca de doze mil produtos criados para que sejam montados pelos próprios clientes.
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:: Lugares – promoção de lugares, cidades, regiões, países, com o objetivo de atrair turistas, empreendimentos econômicos e nanceiros – sede de bancos, rede de empresas comerciais e de alta tecnologia, pólos industriais, eventos. :: Propriedades – direitos intangíveis de posse, de imóveis e bens nanceiros, com o envolvimento de pessoas ísicas e jurídicas. :: Organizações – ações de organizações governamentais e não-governamentais para a criação e consolidação da imagem junto a um público-alvo: empresas, universidades, museus, teatros e times de utebol. :: Inormações – inormações comercializadas como um produto, tais como enciclopédias, sotwares, sistemas de inormação de diversas áreas, pesquisas e dados qualitativos e quantitativos de inormação. :: Idéias – promoção da essência de uma idéia contida num serviço ou produto, como o consumo de bebidas alcoólicas antes de dirigir, campanhas de solidariedade e doação de órgão e sangue.
Variáveis 4Ps e 4Cs Para atuar nesse universo de possibilidades, o marketing desenvolveu procedimentos – erramentas inteligentes – que permitem sua execução em bens materiais, pessoas, idéias e serviços, localidade turísticas, instituições de ensino e bancárias, e organizações sociais e religiosas.7 Jerome McCarthy7 desenvolveu um modelo chamado 4Ps, também conhecido como composto mercadológico ou marketing-mix . O modelo permite uma ação integrada, para criar, comunicar e entregar produtos e serviços ao consumidor. No início da década de 1960, Jerome McCarthy ormulou o conceito dos 4 Pês, para caracterizar o mix , ou composto de marketing: product produto, price preço, place praça e promotion promoção. ... Os 4 Pês representam as quatro variáveis básicas, que comporiam a estratégia de atuação de uma empresa no mercado. ... Todas as organizações empresariais, tendo ou não ns lucrativos, encontrariam nos 4 Pês de McCarthy sua base de interação com o mercado. As adequações de produto, preço, pontos de venda e publicidade às expectativas do mercado e seus segmentos tornaram-se preocupações undamentais inicialmente da indústria, depois do comércio e prestadores de serviço – e condicionaram toda uma nova orma de administração empresarial, agora voltada para o mercado consumidor. ... Da consolidação dessas bases, evolui-se depois para um conceito mais atualizado e mais abrangente dos 4 Pês, que passaram a ser denidos: produto/serviço, preço/remuneração, distribuição e comunicação. YANAZE, 2007, p. 25-26
:: Produto – características básicas de bens, serviços, idéias, pessoas, instituições, entre outros. O produto implica variedade, qualidade, design ormato, características singulares e especícas, nome da marca, embalagem, praticidade, tamanho, garantias, cores, aromas, sabor, tipologia e tipometria dos rótulos. Ele deve ser desejado pelo cliente, dentro do universo de suas expectativas e satisazer suas necessidades. 7 Edmund Jerome McCarthy é proessor e consultor norte-americano. Leciona na Universidade do Estado de Michigan nos EUA. É conhecido internacionalmente como consultor em estratégia de marketing, e é também um dos autores do livro Marketing Básico.
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:: Preço – refete o custo do produto para o consumidor: condições de pagamento, aceitação ou não de cartões ou cupons, parcelamento do preço, promoções, descontos, concessões, nanciamento. O preço justo não deve ser muito elevado – para que o cliente não o considere muito alto – e nem muito baixo – para que o cliente não considere o produto inadequado. :: Praça – também conhecido como ponto de venda, relaciona-se com a distribuição, localização ísica e logística estoque, transporte para que o produto ou serviço chegue às mãos do cliente: canais, cobertura de venda. O produto desejado com preço justo deve estar ao alcance do consumidor. :: Promoção – comunicação dos atributos dos produtos ou serviço para o seu público-alvo desejado. Envolvem criação, veiculação de programas e propaganda, relações públicas, venda pessoal. “Quem não se comunica se estrumbica”, como dizia Abelardo Barbosa Chacrinha 8. 99
O composto de marketing refete, e muito, o ponto de vista da empresa, a perspectiva de quem coloca o produto à disposição no mercado. Há nessa complexa relação o ponto de vista do consumidor, do cliente. O composto de marketing que refete a estratégia de se ter o cliente como oco central de suas ações recebeu o nome de 4Cs9: cliente, custo, comodidade e comunicação. O produto passa a ser visto do ponto de vista do cliente; o preço, em unção do custo para o cliente; a praça, em unção da comodidade ou conveniência do cliente; a promoção, em unção da comunicação para o cliente. Como quer que se apresentem as variáveis, 4Ps ou 4Cs, elas abrangem o conjunto de tareas que os administradores de marketing devem desenvolver sob o conceito de marketing. Ao conjunto dessas tareas chama-se administração de marketing. Assim, a administração de marketing preocupa-se com as ações que podem e devem ser executadas no produto, no preço, na distribuição e comunicação, visando satisazer clientes e consumidores e, ao mesmo tempo, proporcionar lucro para as organizações ou pessoas que elaboram a oerta. CROCCO, 2006, p. 7
A rigor, a cada momento, novas erramentas, idéias e conceitos surgem, com orça para lapidar os instrumentos que atendam a necessidade e a satisação para os envolvidos no universo das trocas comerciais10. Mas, na bitola dessas preocupações, ocupam lugar de destaque a sensibilidade de compreensão do consumidor ormação do empregado, competência no atendimento ao cliente, a qualidade do produto conabilidade de uso, singularidade, características, a conveniência do consumidor distribuição, dis8 Chacrinha – José Abelardo Barbosa de Medeiros 1917-1988 conhecido também como Velho Guerreiro, oi locutor de rádio e um dos maiores nomes da televisão brasileira como apresentador de programas de auditório.
9 “Observe que os 4Ps representam a visão que a empresa vendedora tem das erramentas de marketing disponíveis para infuenciar compradores. Do ponto de vista de um comprador, cada erramenta de marketing é projetada para oerecer um beneício ao cliente. Robert Lauterborn sugeriu que os 4Ps do vendedor correspondem aos 4Cs dos clientes” KLOTER; KELLER, 2006, p. 17. Nota do autor .
10 Raimar Richers 1985 elaborou a teoria dos 4 As: Análise ase de identicação de orças do mercado; Adaptação ase de adaptação dos produtos ou serviços às necessidades levantadas na primeira ase; Ativação ase de concretizar os planos, e Avaliação ase de análise dos esorços dispendidos e das orças e raquezas organizacionais. Publicada no livro O que é marketing? Robert Lauterborn, consultor norte-americano na área de marketing, em parceira com o brasileiro Augusto Nascimento, especialista em marketing, lançou o livro “Os 4Es de Marketing e Branding” 2007. O conceito de 4Es deende que para continuar no mercado as empresas devem investir em : enlouquecer concorrentes, encantar clientes, entusiasmar uncionários e enriquecer todo mundo. Os autores explicam que os 4Es são uma evolução dos 4Ps. Dão ênase à importância de entusiasmar os uncionários da empresa e torná-los seus principais consumidores, alegando que uma equipe trabalha melhor quando também é beneciada nanceiramente com a prosperidade da empresa.
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ponibilidade, pontos de venda, preço em especial, as condições de pagamento, oertas e vantagens, a praça acilidade de acesso ao produtor e produto e a promoção propaganda, publicidade, venda, serviços, inormações qualicadas.
Tipos de demanda A administração do marketing implica uma série de tareas que servem para serem aplicadas no produto, preço, praça e promoção. Essas tareas visam atender as necessidade e satisação dos clientes, e proporcionar lucros às organizações e pessoas. É em um mercado competitivo e de or te concorrência que as empresas colocam seus produtos, serviços e marcas para os consumidores. Essa conormação econômica geográca, social, cultural e política chamada mercado está em processo permanente de mudanças e transormações, por razões internas, externas ou a articulação das duas. Tais mudanças produzem alterações nas expectativas, necessidades e desejos de empresas e consumidores, e aetam a demanda do mercado-alvo, que a empresa deseja atender. Nesse cenário em transormação, as variáveis do composto de marketing produto, preço, praça e promoção são utilizadas como válvula de pressão, para calibrar as necessidades do mercado-alvo e assegurar resultados para a organização. Os prossionais de marketing são treinados para estimular a demanda pelos produtos de uma empresa, mas essa é uma visão muito limitada das tareas que desempenham. Assim como os prossionais de produção e logística são responsáveis por gerenciar o suprimento, os prossionais de marketing são responsáveis por gerenciar a demanda. Os gerentes de marketing buscam infuenciar o nível, a oportunidade e a composição da demanda para atender os objetivos da organização KOTLER; KELLER, 2006, p. 8. Kotler 2006 aponta oito estados de demanda: 1. demanda negativa – quando a maior parte do mercado rejeita um produto ou o evita com determinação produtos com altas taxas de rejeição ou concorrentes a cargo público com baixa votação; 2. demanda inexistente – quando o mercado não tem interesse em um determinado produto ou desconhece seus possíveis beneícios; 3. demanda latente – quando os produtos não conseguem atender todas as necessidades dos consumidores, com uma margem de espaço para inovações; 4. demanda em declínio – quando há a redução do consumo de um determinado produto, beirando a extinção do seu consumo, como as tas de gravação K7; 5. demanda irregular – quando a sazonalidade do produto provoca um consumo irregular, como as rutas e a moda, condicionadas pelas estações do ano; 6. demanda plena – quando a empresas atingem o total de venda de sua capacidade produtiva; 7. demanda excessiva – quando a empresa não consegue atender à demanda dos seus produtos, como o setor de saúde pública;
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8. demanda indesejada – quando a empresa desenvolve produtos que azem mal à saúde, como a indústria do tabaco e das bebidas alcoólicas.
Para Kotler e Keller (2006, p. 8), os prossionais que cuidam da administração do marketing devem saber identicar “as causas subjacentes do estado de demanda” e adotar um plano de ação para mudá-la “para um estado mais desejado.”
Orientações em relação ao mercado Que losoa deveria orientar os esorços de marketing de uma empresa? Que pesos relativos deveriam ser dados aos interesses da organização, dos clientes e da sociedade? É muito comum que esses interesses entrem em confitos. As cinco orientações concorrentes com base nas quais as organizações conduzem suas atividades de marketing são: orientação de produção, orientação de produto, orientação de vendas, orientação de marketing e orientação de marketing holístico. KOTLER; KELLER, 2006, p.13
As empresas orientadas para a produção crêem que seu público-alvo é ormado por pessoas que valorizam produtos de baixo custo e de acesso privilegiado. Quando se generaliza essa prática, a tendência é nivelar por baixo a qualidade dos produtos e dos serviços prestados. Entretanto, há empresas que orientam suas atividades com oco no produto, que procuram destacar aspectos inovadores e superiores em relação à concorrência. Muitas vezes, as necessidades dos seus clientes não são atendidas por esses produtos mais sosticados, ainda que tecnicamente superiores, não atingem a meta inicialmente projetada, dormindo um sono proundo nas prateleiras dos estabelecimentos comerciais. As empresas que lançam seus esorços nas vendas investem em promoção, propaganda e têm políticas agressivas de distribuição e vendas. Porém, nem sempre a reação do mercado é avorável a essa ação, pois nem sempre há disposição do consumidor em adquirir o produto oertado. Mas, por meio das ações de marketing, as empresas buscam satisazer as necessidades dos seus clientes, mais exigente com o passar do tempo, o que assegura a essas empresas maior participação no mercado. Kotler, porém, dá ênase ao marketing holístico 11. Para ele, as empresas precisam refetir sobre como atuar e competir em um novo cenário, mais competitivo, em que os prossionais de marketing reconhecem a necessidade de uma abordagem mais ampla e coesa de suas atividades, que transcenda as abordagens anteriores. O marketing holístico pode ser visto como o desenvolvimento, o projeto e a implementação de programas, processos e atividades de marketing, com o reconhecimento da amplitude e das interdependências de seus eeitos. Ele reconhece que no marketing “tudo é importante” – o consumidor, os uncionários, outras empresas e a concorrência, assim como a sociedade como um todo – e que muitas vezes se az necessária uma perspectiva abrangente e integrada. Os prossionais de marketing devem lidar com uma variedade de questões e certicar-se de que as decisões em uma área são coerentes com as decisões em outras áreas KOTLER; KELLER, 2006, p. 15. 11 Marketing holístico é uma expressão utilizada por Philip Kotler e Kevin L. Keller no livro Administração de Marketing para indicar uma abordagem que reconhece as novas necessidades baseando-se no conhecimento das necessidades anteriores do mercado. Representa uma ampliação do conceito de marketing salientando a importância de uma perspectiva integrada e abrangente das ações a serem empregadas no mercado.
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Nessa linha de perspectiva, surgem abordagens ocadas nas orientações de marketing social e o marketing societal . As empresas que optam por essas abordagens procuram melhorar suas imagens junto ao público, e se envolvem em programas que geram beneícios à comunidade. A orientação social é basicamente a mesma que a de marketing, porém as empresas, além de ornecerem maior valor em seus produtos, revertem parte dos seus lucros para programas sociais voltados às comunidades nas quais atuam. Doações para programas como o Teleton ou Criança Esperança são exemplos visíveis. A orientação societal pressupõe um envolvimento maior com a causa patrocinada, intrinsecamente ligada às próprias atividades da empresa, com uma visão muito ampla a respeito de suas responsabilidades diante não só dos clientes mas também dos próprios nãoclientes, concorrentes, comunidades envolvidas de alguma orma, entre outros CROCCO, 2006, p. 13-14. Porém, o marketing não opera como um “ente mítico” solto no ar. Como procedimento de ação de mercado, de prospecção, produção e distribuição, ele opera em um cenário real, condicionado por diversas variáveis, controláveis e não-controláveis, as circunstâncias macroambientais. Como parte das ciências aplicadas, suas ações e operações não se dão alienando-se da realidade circundante, das pessoas, das empresas, das circunstâncias sociais, políticas e culturais de uma dada realidade. Esse macroambiente é ormado pelos stakeholders. Os prossionais de marketing precisam estar cientes de que vivem os impactos da chamada sociedade da inormação, em que o conhecimento é cada vez mais requerido em quantidade e qualidade, para ns de elaboração do produto. Quais tipos de inormação são requeridos para uma adequada consecução de programas de marketing? De orma geral, deve-se possuir uma visão ampla do chamado macroambiente, o qual é composto pelos stakeholders: concorrentes, ornecedores, clientes, intermediários, grupos de opinião e pressão, organizações não-governamentais, a comunidade na qual a empresa está inserida, o setor público, ou outros públicos com os quais a empresa se relaciona. Os participantes desse macroambiente são capazes de empreender ações, mobilizar opiniões, ou ainda, exercer orças que podem determinar impactos positivos ou negativos no desempenho da organização. CROCCO, 2006, p.15
Dessa orma, o prossional de marketing atua com variáveis controláveis produtos, preços – exceto em mercado com preços regulados – praça e promoção, e incontroláveis, externas ambientes econômico, político-legal, tecnológico, sociocultural, natural, competitivo, que implicam uma ação de alinhamento entre essas variáveis, para o êxito de sua atividade de marketing.
Considerações nais Apesar da enorme elasticidade dos conceitos de marketing, observam-se núcleos densos, comuns a várias concepções, que indicam ser a disciplina um processo de troca que envolve pessoas, produtos e serviços, e que visa à satisação do consumidor e a produção de retornos avoráveis às empresas. Tais procedimentos podem ser aplicados tanto a produtos tangíveis – palpáveis, materiais – quanto a produtos intangíveis – subjetivos, imateriais – como as pessoas, eventos, cidades, idéias, inormações, instituições e causas sociais. No desdobramento de suas práticas e procedimentos, articularam-se elementos conceituais importantes para o seu planejamento, tais como a teoria dos 4Ps – produto, preço, praça e promoção –,
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com orte ênase na perspectiva da empresa, e a teoria dos 4Cs – cliente, custo, comodidade e comunicação –, ocados na perspectiva do consumidor, cada vez mais cidadão. Essa relação mercadológica implica calibragem de mercado, sustentada na demanda existente em certo cenário, no interesse que o consumidor possa ter em relação ao produto, e que a empresa deve levar em consideração para manter uma relação avorável e ampliar sua participação no mercado. Para tanto, sua orientação pode estar ocada na produção, no produto, na venda, no marketing ou, no que se apresenta mais eciente, no marketing holístico, que leva em consideração todos os componentes que cercam a atividade produtiva e comercial da empresa, dos consumidores, passando pelos ornecedores até a comunidade. Tais ações se dão em meio a um cenário ormado por variáveis controláveis composto de marketing e variáveis incontroláveis elementos do macroambiente, que exigem um alinhamento por parte do administrador de marketing, para tornar eciente suas atividades e satisazer as necessidades do consumidor-cidadão e os retornos nanceiros das empresas.
Texto complementar A orça do comércio: a instituição do Dia das Mães (YANAZE, 2007)
É digno de menção um ato marcante para o comércio, ocorrido em 1908, nos Estados Unidos. Anna Jarvis, proessora do Estado da Virgínia, colocou para si mesma a meta de estabelecer um dia para que ossem homenageadas todas as mães do mundo, a partir do sorimento causado pela perda de sua própria mãe, no ano de 1905. Anna lutou, assim, para que osse criado o Dia das Mães. Em 10 de maio de 1908, ela conseguiu que osse celebrado um culto em homenagem às mães na Igreja Metodista Andrews, da cidade de Graton Virgínia Ocidental. A primeira celebração ocial aconteceu somente em 26 de abril de 1910, quando o governador da Virgínia Ocidental, William E. Glasscock, incorporou o Dia das Mães ao calendário de datas comemorativas daquele Estado. Rapidamente, outros Estados norte-americanos aderiram à comemoração. Em 1914, a celebração oi unicada nos Estados Unidos, sendo comemorada sempre no segundo domingo de maio. Em pouco tempo, mais de 40 países adotaram a data. É evidente que o comércio teve papel undamental na instituição desta eeméride, que acabou se constituindo em uma grande oportunidade de negócios em todo o mundo. No Brasil, a adoção oi estritamente comercial, sem qualquer conexão histórica com a iniciativa de Anna Jarvis. Em 1949, donos de lojas de São Paulo, como Mappin, Slopper e Garbo, criaram o
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Clube dos Lojistas e instituíram a data, em razão do sucesso de vendas que o Dia das Mães alcançava nos Estados Unidos. Sua popularização ez com que a data se tornasse um ator lucrativo para os comerciantes, principalmente para os que vendiam produtos que se incluíam no rol daqueles considerados desejáveis para presentear as mães. A instituição do Dia das Mães é considerada um dos importantes marcos do marketing, porque oi a primeira a se constituir naquilo que conhecemos hoje como data de ocasião. O resultado oi positivo, tanto para o comércio quanto para a sociedade, e inspirou a criação de outras datas de ocasião: Dia dos Pais, Dia das Crianças, Dia dos Namorados, entre outras. Nos Estados Unidos, por exemplo, a indústria de coneitos e guloseimas empreendeu uma grande campanha para incentivar a compra e o consumo de seus produtos por meio da brincadeira do trick or treat travessuras ou guloseimas no Halloween Dia das Bruxas, criando nessas ocasiões a oportunidade de vender muito chocolate, balas e outras guloseimas.
Atividades 1.
Comente os conceitos 4Ps e 4Cs utilizados como erramentas de marketing.
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2.
Explique a que se destinam e quais as unções da administração de marketing.
3.
Segundo Philip Kotler, qual o papel dos prossionais de marketing?
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4.
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Marketing: undamentos e conceitos básicos
Quais as possibilidades de orientação mercadológica e em que se baseiam?
Princípios do planejamento estratégico empresarial e de marketing A capacidade de executar ajudará você, como líder da empresa, a escolher uma estratégia mais consistente. Na realidade, você não consegue elaborar uma estratégia adequada se não tiver certeza de que sua empresa tem ou pode conseguir o que é necessário para executá-la, incluindo os recursos certos e as pessoas certas. Os líderes em uma cultura de execução elaboram estratégias que são mais rotineiras do que órmulas rígidas endeusadas em grandes livros de planejamento. Dessa orma, eles podem responder rapidamente quando o inesperado acontece. Suas estratégias são elaboradas para ser implementadas. BOSSIDY; CHARAN, 2004, p. 17
O planejamento estratégico de marketing1 dá eciência ao desempenho da empresa. Ele permite que a ação empresarial tenha oco em um público-alvo, por intermédio da pesquisa, denição da anatomia do consumidor, localização geográca, costumes, gostos e comportamento, em áreas ou segmentos de interesse mercadológico. Esse procedimento permite ao produto ir ao encontro das necessidades e desejos do consumidorcliente-cidadão. Dessa orma, ele pode detectar o “estado geral da arte” em que se encontra o mercado, identicar os interesses e desejos do seu público-alvo, aumentar sua participação e dar sustentabilidade à sua permanência no mercado.
1 Há quatro abordagens quanto à visão da estratégia e posição em relação ao planejamento: 1. Clássica: processo racional de planejamento de longo prazo, vital para garantir o uturo. Sua posição em relação ao planejamento ormal é undamental; 2. Evolucionária: o uturo é volátil e imprevisível para ser planejado e a melhor estratégia é maximizar as chances de sobrevivência hoje. Sua posição em relação ao planejamento ormal não importa, mas tende a ser subjugado por acontecimentos ou prejudicado por erros; 3. Processual: processo emergente de aprendizado e adaptação, cuja posição em relação ao planejamento ormal coincide com a da abordagem evolucionária; 4. Sistêmica: ormas e metas do desenvolvimento de estratégias dependem do seu contexto social. Sua posição em relação ao planejamento ormal é a de que ele deve ser empreendido com a consciência social. CROCCO, 2006, p. 11
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A adoção de um plano implica a compreensão dos mecanismos empresariais, mercadológicos, operacionais e nanceiros que circundam uma operação corporativa, ou seja, denição de um planejamento empresarial posicionamento estratégico, visão de negócios, valores que balizam a operação empresarial e a missão corporativa para preencher o universo de interesses e desejos dos stakeholders clientes, ornecedores, empresas, comunidade, acionistas, uncionários, entre outros. O planejamento2 assume papel de destaque na ação empresarial. Para Kotler, o planejamento estratégico exige três ações, consideradas por ele como chaves: O processo de criar, entregar e comunicar valor requer muitas atividades de marketing dierentes. Para assegurar que sejam selecionadas e executadas as atividades corretas, é essencial que exista um planejamento estratégico. O planejamento estratégico exige ações em três áreas-chave. A primeira é gerenciar os negócios da empresa como uma carteira de investimentos. A segunda envolve a avaliação dos pontos ortes de cada negócio, considerando a taxa de crescimento do mercado e a posição competitiva da empresa nesse mercado. A terceira é estabelecer uma estratégia. A empresa deve desenvolver um plano de ação para cada um de seus negócios, a m de atingir seus objetivos de longo prazo. KOTLER; KELLER, 2006, p. 40
Assim, o planejamento exige a pesquisa qualicada do mercado e dos consumidores que ormam o público-alvo de interesse, a detecção dos pontos ortes e racos da empresa e da concorrência e uma visão ampla das tendências do mercado e de seus possíveis desdobramentos.
Estratégia de ação A estratégia dene objetivos e metas a serem atingidas. Ela é como uma recomendação de ações e atitudes, baseada numa visão de conjunto das circunstâncias mercadológicas em que se opera. A estratégia é o objetivo superior da empresa, ormada por várias etapas intermediárias designadas táticas. As chamadas operações táticas criam a possibilidade de se atingir a estratégia almejada. A palavra estratégia, assim como strategos estrategista, ou líder de um exército , tem sua origem, segundo Clausewitz 3, no conceito de estratagema, ou seja, a arte de enganar o inimigo, ou, mais modernamente, desviar sua atenção do ponto principal [...] No ambiente empresarial, “também pode ser entendida como a maneira pela qual a e mpresa enrenta, de orma ecaz, as orças competitivas adversas em seu ambiente. CROCCO, 2006, p. 8
Ou ainda, no ambiente da guerra, Planejamento e estratégia sempre oram duas poderosas atividades em todos os campos humanos desde os primeiros passos da civilização; mas somente em 1942 oi cunhado o termo que une de modo expressivo uma ação simultânea
2 Planejamento [...] elaboração, por etapas, com bases técnicas [...] de planos e programas com objetivos denidos. FERREIRA, 1988, p. 510 3 Carl Phillip Gottlieb von Clausewitz 1780-1831 oi um general e estrategista militar alemão. Dirigiu a Escola Militar de Berlim e teve grande reconhecimento como mestre da arte da guerra, ensinando lições de tática e estratégia que vão além dos exercícios militares ormulando uma prounda refexão sobre a losoa da guerra e da paz.
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desses processos. Credita-se ao general Mark Clark 4, quando da necessidade de se organizar o “Dia D” 5, a criação do conceito de planejamento estratégico. CROCCO, 2006, p. 8
No contexto empresarial, o planejamento liga-se ao conjunto das ações e processos desempenhados por uma organização, considerando-se os produtos, os preços, os canais de d istribuição, a promoção e a venda. Em síntese, o planejamento estratégico empresarial pode ser considerado como o conjunto das ações desenvolvidas por uma organização para atingir metas e objetivos denidos, com base em uma leitura das variáveis, ponderáveis e imponderáveis que as circunda.
Sobre estratégia no âmbito corporativo O conceito de estratégia migra do campo militar para o corporativo. Neste, ele assume um ar po lissêmico, com diversas possibilidades de compreensão e aplicabilidade. Estratégia pode ser compreendida como “uma orientação para a ação e a decisão”, com o objetivo de “manter a competitividade do negócio ao longo do tempo”, levando-se em consideração as variáveis internas e externas, com seus pontos ortes e racos, ameaças e possibilidades, “para que a empresa alcance uma vantagem competitiva” HAX; MAJLUF, 1991, p. 2.66 Assim, no mundo corporativo, o conceito de estratégia se desdobra em estratégias competitivas, estratégias de crescimento e estratégias globais 6. Em seu livro Estratégia Competitiva , Michael Porter7 1989 aponta os elementos básicos para a adoção de uma estratégia que assegure Vantagens Competitivas Sustentável VCS. Para isso, a estratégia precisa atender três características: 1. a estratégia deve ser baseada em um conjunto de ativos e competências; 2. selecionar o mercado-alvo em que a empresa irá competir; 3. selecionar os concorrentes com os quais irá competir. Uma ampla variedade de VCS está disponível para uma empresa ou negócio, com destaque para a construção da qualidade percebida como dierencial. Entre as opções estratégicas possíveis estão: dierenciação, custo baixo, oco, proatividade e sinergia. Sinergia signica que o todo é maior que a soma de suas partes. Assim, duas Unidades Estratégicas de Negócio UENs, operando juntas, podem produzir melhores resultados do que i ndividualmente. CROCCO, 2006, p. 73
4 Mark Wayne Clark 1896-1984 oi um general norte-americano que comandou o 5.º Exército Aliado durante a Segunda Guerra Mundial. 5 “Dia D” é um termo militar, em inglês D-Day, que indica o dia em que uma operação de combate terá início. A expressão oi popularizada após ser utilizada para denir o dia em que a Batalha da Normandia começou 6 de junho de 1944 e iniciou a libertação da Europa da ocupação dos Nazistas na Segunda Guerra Mundial.
6 As metas indicam aquilo que a unidade de negócios deseja alcançar; estratégia é um plano de ação para chegar lá. Para atingir suas metas, todos os negócios devem preparar estratégias, as quais consistem em uma estratégia de marketing, uma estratégia de tecnologia e uma estratégia de busca de recursos compatíveis. KOTLER; KELLER, 2006, p. 54
7 Michael Porter é um economista norte americano. É proessor na Harvard Business School onde recebeu seu doutoramento em Economia empresarial. Considerado autoridade na área de estratégias de competitividade, publicou vários livros, entre eles A Vantagem Competitiva das Nações 1989 que possibilitou seu trabalho de consultoria em vários países.
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Porter dene três estratégias competitivas8 para se atingir uma vantagem competitiva: dierenciação, liderança de custo e oco . A estratégia de dierenciação dá-se quando a empresa oerece para o mercado um produto dierente e mais valorizado do que os oerecidos pelos concorrentes. Ela possui três características: :: agregar valor ao cliente – valor aparente e valor de ato; :: ornecer valor percebido – o valor agregado deve ser percebido pelo cliente; :: ser diícil de ser copiado pela concorrência – dierencial sustentável, com a construção de uma qualidade superior, ou a construção de uma marca orte, como destacou David Aaker 2001, p. 146, em seu livro Administração Estratégica do Mercado .
A opção pela qualidade implica que o cliente receberá grande valor com respeito às alternativas comparadas ao preço. Em outras palavras, os produtos e serviços serão melhores. O undamental é administrar e manter uma qualidade total para sistematicamente ornecer qualidade. Qualidade é denida com respeito à satisação do cliente, de modo que é necessário haver oco nele, incluindo uma orma de detectar suas necessidades, preocupações, e responder a elas. Os indicadores de qualidade devem ser administrados, pois a qualidade percebida é tão importante quanto a qualidade eetiva CROCCO, 2006, p. 75. Quando a empresa opta em adotar a estratégia de liderança de custo , ela altera seus componentes de economia de escala, custos de mão-de-obra ou automação de processos produtivos. Há outros procedimentos mais abrangentes, e muitas vezes adotados com êxito. Entre esses procedimentos há a abordagem direta. Essa modalidade d e alteração de custo implica eliminar todos os acessórios adicionais do produto ou serviço. Eles cam mais enxutos, portanto com o custo de produção menor, em relação ao serviço ou produtos anteriormente oertados. Essas mudanças podem implicar alterações no desenho do serviço ou produto, alteração de sua composição ísica, acesso às ontes de matéria-prima mais baratas, redução do custo de mão-de-obra, subsídios governamentais, redução dos custos xos, compra de bens de capital de baixo custo, automação e inovação no processo e localização geográca de menor custo na produção. Economias de escala 9 são, geralmente, uma oportunidade para a criação de vantagens de custo. Seu elemento-chave é a determinação do tamanho ótimo para uma operação especíca, ponto em que o potencial de redução atinge seu máximo. Elas podem causar os eeitos da curva de experiência, mas esta, em si, baseada no conceito de que as pessoas aprendem a realizar tareas mais rápida e ecientemente pela repetição, aliada ao processo de melhorias tecnológicas em produção e operações resultantes desse aprendizado, gera um eeito de redução dos custos independentemente das economias de escala. CROCCO, 2006, p. 76
A estratégia de oco é realizada quando a empresa direciona sua ação para um pedaço especíco do mercado: perl de clientes ou área geográca delimitada. A empresa ocaliza suas atenções e estratégias operacionais num público-alvo denido e delimitado. 8 As empresas não apenas devem ser capazes de criar um alto valor absoluto, como também um alto valor relativo, isto é, comparado com o da concorrência – e tudo isso a um custo sucientemente baixo. Vantagem competitiva é a capacidade da empresa de apresentar, em um ou mais itens, um desempenho que os concorrentes não podem alcançar. Michel Porter exortava as empresas a construir uma vantagem competitiva sustentável. Mas poucas vantagens competitivas são sustentáveis. Na melhor das hipóteses, podem ser alcançáveis. Vantagem alcançável é aquela que se pode usar como trampolim para novas vantagens [...] De maneira geral, uma empresa que espera perdurar deve inventar continuamente novas vantagens. KOTLER; KELLER, 2006, p. 148
9 Economia em escala é a organização do processo produtivo para o seu máximo aproveitamento, tendo como resultado o baixo custo de produção e o aumento de bens e serviços.
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A estratégia de oco visa evitar a dispersão ou a divergência da implementação da estratégia, gera uma orma de competir quando os recursos são limitados e passa por cima de ativos ou competências de concorrentes maiores, ornece uma estratégia de posicionamento e diminui as pressões competitivas. CROCCO, 2006, p. 77
A estratégia de dierenciação tem um ponto de equilíbrio ótimo que, ultrapassado, poderá signicar perdas substanciais, pois o corte não pode atingir a estrutura de sustentação da empresa, pois, “ao longo do processo, juntamente com a gordura perde-se a musculatura necessária para criar e apoiar o crescimento de oportunidades” CROCCO, 2006, p. 77. Em seu livro Administração Estratégica do Mercado 2001, David Aaker apresenta a estratégia de crescimento, baseada em produtos-mercado existentes, desenvolvimento de produtos para o mercado existente, desenvolvimento de mercado usando produtos existentes, diversicação e integração vertical CROCCO, 2006, p. 77-80. O crescimento em produtos-mercado existentes pode ser obtido pelo aumento de participação na atia do mercado em mãos da concorrência ou com a ampliação do uso do produto ou serviço pelo cliente. Entre suas diversas ações táticas10 há a propaganda, concessões de negociação, promoções ou reduções de preço. O aumento do uso do produto ou serviço pode ser atingido pela ampliação da reqüência de uso – comunicação de lembrança sistemática junto ao cliente –, com o aumento da quantidade usada – incentivos – e, com a criação de novas aplicações – estímulo do uso em ocasiões e lugares dierentes. O desenvolvimento de produtos para o mercado existente ocorre com a criação de novos produtos ou serviços, com a utilização dos mecanismos de marketing e distribuição de produtos que compartilhem clientes. “É comum obter sinergia pelo compartilhamento em distribuição – o marketing, o reconhecimento e a identidade da marca” CROCCO, 2006, p. 79.
O crescimento pela diversicação de produtos dá-se com o ingresso de novos produtos no mercado, com oco nos objetivos nanceiros, com o aumento do lucro e a redução das margens de incertezas, registrados no cenário anterior à diversicação. Aaker 2001 estabelece uma relação dinâmica entre os beneícios e os custos da estratégia de crescimento baseada na integração vertical. Os beneícios seriam a economia operacional, acesso a ornecedores ou compradores, controle do sistema de produção, entrada em um negócio lucrativo e ampliação da inovação tecnológica. Já na coluna dos custos registram-se os custos operacionais, a administração de um novo negócio, o aumento do risco, a redução da fexibilidade e o custo do oco interno. Segundo Crocco 2006, p. 80: Existem algumas alternativas à integração, como contratos de longo prazo, acordos de exclusividade comercial, propriedade de ativos 11, joint ventures 12, alianças estratégicas, licenças tecnológicas e ranchising13. A maioria dessas alternativas envolve diculdades, especialmente com a mudança das circunstâncias e das relações de poder ao longo tempo, mas elas também proporcionam muitas vantagens de integração com poucas desvantagens.
10 Ações táticas são os elementos componentes de uma estratégia, com a nalidade de, a curto prazo, realizar determinadas unções. 11 Ativos são os bens e direitos que a empresa utiliza economicamente e podem gerar beneícios. 12 Joint venture empreendimento conjunto: termo utilizado para designar um grupo de empresas com ns lucrativos, que se associam em caráter temporário para explorar determinados negócios, sem que nenhuma delas perca sua personalidade jurídica.
13 Franchising é um sistema de parceria empresarial em que uma empresa vende o seu conhecimento de operação de seu negócio, que oi previamente testado e comprovadamente rentável e eciente.
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Há ainda as estratégias globais de crescimento. Aaker lista as motivações possíveis para a adoção dessa estratégia: obtenção de economia de escala, criação de associações globais, acesso às ontes de materiais e mão-de-obra de baixo custo, acesso aos incentivos governamentais, realização de subsídios cruzados, superação das barreiras comerciais, acesso a mercados importantes. Essa estratégia instala uma tensão interna entre a padronização e a customização das operações e produtos. Entre as vantagens da padronização estão a possibilidade de aumentar o potencial da economia de escala; a exploração de sobreposição da mídia, as associações positivas – prestígio e conabilidade – pela presença global. Já a customização propicia a constatação das dierenças impeditivas para a realização das economias de escala, a adaptação de produtos, marcas14 e comunicação à realidade de cada país, o desenvolvimento local de produtos e estratégias de marketing e a identicação local com o cliente. Caso decida pela padronização, a empresa pode optar entre criar um produto global ou escolher um país líder. Na primeira opção, a empresa busca criar um produto e um posicionamento que atendam a todos os mercados nos quais pretende azer negócios. Na segunda, a empresa desenvolve o produto em determinado mercado, pensando somente nas necessidades locais, e depois exporta para outros mercados, azendo algumas modicações, conorme a necessidade. No primeiro caso, a empresa pode acabar cometendo o erro de tentar ser tudo para todos, não conseguindo ter uma proposta signicativa para nenhum mercado. Já no segundo, pode não aproveitar sinergias. CROCCO, 2006, p. 82
Planejamento de marketing e planejamento empresarial O planejamento em marketing tem três etapas, distintas e interligadas: :: ormulação – missão, visão, análise SWOT 15 potencialidade, raquezas, oportunidades e ameaças; :: implementação – objetivos anuais, políticas, motivação dos uncionários e alocação de re cursos; :: avaliação – revisões externas e internas, avaliação de desempenho e resultados e ações corretivas.
No primeiro nível – corporativo ou global –, o planejamento envolve a corporação empresa, na sua totalidade. No segundo nível – divisional ou regional –, o planejamento envolve parte da organização blocos econômicos, países, estados, cidades, bairros. No terceiro, há o envolvimento das Unidades Estratégicas de Negócios UENs. Esse nível de planejamento é o elo entre o planejamento empresarial e o mercadológico. No quarto nível – produtos ou linhas de produto – envolve as estratégias mercadológicas 4 Ps. 14 Marca: nome, termo, design, símbolo, ou qualquer outra característica que identique o bem ou serviço de um vendedor como distinto dos bens ou serviços de outros vendedores; marca nominal : a parte de uma marca que pode ser expressa em palavras; símbolo de marca: a parte de uma marca que não pode ser expressa em palavras; marca registrada: marca que tem status legal por ter sido registrada no governo ederal; marca de serviço: marca para um serviço que tem status legal por ser registrada no governo ederal; marca comercial : nome legal sob o qual uma empresa opera; extensão de marca: prática de usar uma marca existente para um novo produto. CHURCHILL; PETER, 2000, p. 244
15 SWOT dos termos em inglês strengths, weaknesses, opportunities, threats signica orças, raquezas, oportunidades e ameaças.
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Desse modo, pode se dividir o planejamento em dois módulos de níveis: os níveis do planejamento empresarial – corporativo e divisional – e os níveis do planejamento mercadológico – Unidades Estratégicas de Negócio UENs e Plano de Marketing. Para ser considerado completo, o planejamento empresarial deve conter um planejamento mercadológico. Embora possam existir um sem o outro, planejamento mercadológico sem planejamento empresarial não passa de um plano comercial ou de vendas, e planejamento empresarial sem um planejamento mercadológico é meramente uma diretriz subjetiva, sem que ações concretas importantes sejam traçadas. Para que essas ações sejam traçadas, é necessária a introdução de mais um nível no planejamento mercadológico. CROCCO, 2006, p. 14
A ase de elaboração de um planejamento corporativo tem início com a construção da missão organizacional, ou missão corporativa. Para denir sua missão, a empresa deve responder às perguntas undamentais de Peter Drucker: Qual é o nosso negócio? Quem é o cliente? O que tem valor para o cliente? Qual será nosso negócio? Como deveria ser nosso negócio? Essas perguntas aparentemente simples estão entre as mais diíceis a que a empresa terá de responder. As empresas bem-sucedidas azem essas perguntas continuamente e respondem a elas com seriedade e minúcia. A empresa deve redenir sua missão quando esta perde credibilidade ou já não dene mais um curso ideal para o crescimento. KOTLER; KELLER, 2006, p. 43 16
Assim, o processo de construção da missão corporativa implica análise externa – compreensão dos pontos ortes e racos da concorrência e levantamento das oportunidades e ameaças que a empresa tem, vindas do ambiente no qual atua –, análise interna – compreensão dos pontos ortes e racos internos, determinação de atores críticos de sucesso e dierenciais –, posição estratégica de excelência – compreensão da segmentação comportamental e comportamento do cliente – e determinação de missão – compreensão da denição de visão, valores compartilhados e denição do negócio e posição estratégica de excelência. CROCCO, 2006, p. 15-16 O primeiro passo para a ormulação da estratégia é a análise do ambiente externo . Ela é undamental para a compreensão do quadro geral no qual atua a empresa. Sua realização não é uma tarea ácil. Pelo contrário. Sua elaboração exige a presença de um corpo de especialistas, como consultores ou analistas de ambiente. Feita a análise inicial, o passo seguinte é o detalhamento das ameaças e oportunidades externas que o ambiente projeta. No campo do marketing, uma ameaça sempre aponta uma oportunidade. É como se ossem aces distintas de uma mesma moeda, de uma mesma realidade. Uma ameaça para um pode signicar uma oportunidade para outro. A ase seguinte é a identicação dos pontos ortes e racos dos concorrentes diretos e indiretos. Segundo Crocco, terminada a análise ambiental, a empresa realizará um estudo sobre as variáveis comportamentais do seu cliente para determinar o perl resultante, para a realização da segmentação 2006, p. 17. Uma unidade de negócio tem de monitorar importantes orças macroambientais econômicas, demográcas, tecnológicas, político-legais e socioculturais e signicativos agentes microambientais clientes, concorrentes, distribuidores, ornecedores que aetam sua capacidade de obter lucros. Ela deve estabelecer um sistema de inteligência de marketing para acompanhar tendências e mudanças importantes. Já a administração precisa identicar as oportunidades e as ameaças associadas a cada tendência ou acontecimento. KOTLER; KELLER, 2006, p. 50
16 Peter Ducker, Management: tasks, responsibilities and practices. Nova York: Harper and Row, 1973, capítulo 7; Ralph A. Oliva, “Nowhee to hide”, Marketing Management, ju./ago. 2001, p. 44-45. Notas do autor
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Ao terminar a análise externa, a empresa ará uma análise interna , para identicar, agora, seus pontos ortes – variáveis controladas pela própria empresa que cria vantagens comparativas em relação ao seu concorrente – e os pontos racos – variáveis controladas pela própria empresa que cria desvantagem comparativa em relação ao seu concorrente. A partir daí, a empresa identicará seus atores críticos de sucesso, que são os pontos que preenchem a satisação do cliente e que a empresa reconhece como ator de sucesso e de dierencial, em relação à concorrência. É evidente que o negócio não precisa corrigir todas as suas raquezas, nem deve se vangloriar de todas as suas orças. A grande pergunta é se o negócio deve se limitar às oportunidades para as quais dispõe dos recursos necessários ou se deve examinar melhor as oportunidades, para as quais pode precisar adquirir ou desenvolver maiores orças. [...] KOTLER; KELLER, 2006, p. 51
Esses dierenciais podem ser de imagem junto ao consumidor – desenho dierente e exclusivo –, distribuição abrangente e em larga escala – diversos e distantes pontos-de-venda –, serviço – qualidade e excelência no serviço – e qualidade do produto – serviço de qualidade superior em relação à concorrência. O último passo da análise interna é determinar o perl do seu público-alvo, base da ação segmentada de uma organização. Segmentação de mercado é o processo de dividir um mercado em grupos de compradores potenciais que tenham semelhantes necessidades e desejos, percepções de valores ou comportamento de compra. Os indivíduos ou organizações em cada grupo – ou segmento – do mercado podem responder de maneira semelhante a uma determinada estratégia de marketing. As empresas usam inormações para decidir a quais segmentos de mercado podem atender de orma mais lucrativa, enquanto as organizações sem ns lucrativos usam-nas para ser mais ecientes no alcance de suas metas. O segmento especíco de mercado que uma organização seleciona para servir é chamado de mercadoalvo CHURCHILL; PETER, 2000, p. 205.
Para a denição da posição de excelência estratégica da organização, os determinantes básicos são a base de competir da empresa, onde ela pretende competir e com quem ela pretende competir. A base de competição da organização é orjada pelos ativos da empresa – estrutura, instalações, maquinarias, patentes e marcas – e a competência que singulariza a atividade da empresa e dá a marca do seu dierencial – novos produtos, canais de distribuição, desenho inovador. O segundo ator é a devida escolha do público-alvo, questão crucial para o êxito da estratégia mercadológica a ser desenvolvida. E, por m, a organização deve ter claro na sua tela de reerências quais são os pontos racos da concorrência, para combatê-los com seus pontos ortes. Ao lado desses determinantes, alinham-se três características importantes: substancialidade – característica que aça dierença no mercado e seja marcante e perceptível para o consumidor; sustentabilidade – capacidade de desdobrar suas vantagens comparativas ao longo do tempo, de orma sustentável e rentável; e compatibilidade – posicionamento do negócio compatível com o do produto ou ser viço oerecido. Essas ações devem estar alicerçadas em valores corporativos sólidos. Esses são os princípios morais e conceituais que imprimem uma marca à ação da organização, e se estende diariamente pelo corpo de uncionários da empresa, determinando sua ética prossional, conduta, compromisso organizacional e sucesso prossional. Os valores de uma organização sustentam sua visão de uturo e impulsionam o conjunto em direção às metas estabelecidas. Com a denição do negócio, delineia-se sua missão, que é compreendida como “um conjunto de proposições com seqüência de importância e valor, que guiará as políticas e comportamento organizacionais” CROCCO, 2006, p. 23.
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Planejamento empresarial No modo geral, o modelo de planejamento empresarial implica dois níveis complementares: o corporativo e o da Unidade Estratégica de Negócio UEN. O nível corporativo envolve a visão, os valores, a denição do negócio e a posição de excelência, com as quais se determina a missão. O nível da UEN, a partir da missão determinada, envolve as análises ambientais e o SWOT, a denição de metas, a seleção das estratégias, a ormulação de planos, a implementação, a avaliação e o controle. Com esse modelo como tela de undo, elabora-se a estratégia de marketing que, sinteticamente, tem cinco ases: :: Fase 1: análise e diagnóstico – análise de mercado, análise da concorrência e análise interna, que levam ao diagnóstico da situação; :: Fase 2: xação dos objetivos ; :: Fase 3: escolha das opções estratégicas – denição do público-alvo, concorrentes no mercado e posicionamento, que levam às escolhas de ações prioritárias; :: Fase 4: ormulação dos planos de ação ; :: Fase 5: implementação e avaliação das estratégias .
Considerações nais O planejamento estratégico dá eciência à atividade da organização. Para a obtenção de resultado de excelência, ele torna-se imprescindível. Na atividade corporativa, o planejamento empresarial relaciona-se com o planejamento estratégico de marketing. O conceito de estratégia, nascido no teatro da guerra, migra para o universo corporativo e empresta sua substância para a ormação anatômica do conceito e sua aplicação empresarial, com as diversas estratégias competitivas dierenciação, custo, oco, de crescimento produtos e mercado existentes e globais. Os planejamentos empresariais englobam questões vinculadas às denições estratégicas da corporação e do mercado global, aspectos ligados a dimensão regional, às Unidades Estratégicas de Negócios, aos produtos ou linhas de produtos. Análise dos ambientes externo e interno, a posição de excelência estratégica, valores, visão, denição de negócio e a missão azem parte do cardápio da elaboração de um planejamento corporativo, processo undamental para a elaboração de uma eciente estratégia de marketing. Com todos esses dados no tabuleiro, elabora-se uma estratégia de marketing, que implica o diagnóstico – macro e micro –, o prognóstico – denição das estratégias de ação – avaliação e correção de ações.
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Texto complementar Planejamento estratégico para pequenas e médias empresas (MIRANDA FILHO1, 2008)
É cada vez maior o número de empresas que, diante da complexidade no cenário empresarial e de tantas turbulências e incertezas, estão buscando erramentas e técnicas para que as auxiliem no processo gerencial. O Planejamento Estratégico é uma dessas erramentas. Ao contrário do que alguns pensam, esta contempla as características das pequenas e médias empresas. Nas empresas competitivas vericamos que uma importante condição para sua sobrevivência está ligada à clara denição de seus objetivos e ao traçado antecipado dos possíveis caminhos a serem percorridos para atingi-los. Mas, o que vem a ser Planejamento? Planejamento é a destinação de recursos avaliados visando atingir determinados objetivos a curto, médio e longo prazos num ambiente altamente competitivo e dinâmico. Faz-se necessário a participação das lideranças e uma visão generalizada da empresa em relação aos ambientes em que atua. Por que devemos planejar? Para que saibamos para onde devemos caminhar. Se não soubermos para onde ir, não iremos para lugar nenhum. Seremos dragados e jogados para ora do mercado. E qual a metodologia a aplicar? Existem diversas. O método que ora apresentamos está baseado em estudos e aplicação prática que viemos realizando e apereiçoando ao longo dos anos e consiste nas seguintes etapas: 1. Sensibilização da equipe que irá elaborar e implementar o PE mostrando-lhes a necessidade, as vantagens e o papel de cada um. 2. Denição da Missão, ou seja, a razão de ser da empresa. Por que existimos? Quem somos? Qual a nossa unção na sociedade? 3. Identicação dos atores-chave para o sucesso. Estes são os principais atores que podem infuenciar o desempenho da empresa e dos quais depende o sucesso do PE. 1 Nildo Leite Miranda Filho é Mestrando em Marketing e Gestão Empresarial pela Universidade Internacional de Lisboa – Portugal, é especialista em Marketing Estratégico com ênase em Planejamento Estratégico pela Escola Superior de Propaganda e Marketing e em Administração com ênase em Recursos Humanos pela Universidade Estácio de Sá. É Consultor de empresas para as áreas de Planejamento e Gestão Empresarial e Marketing Estratégico. Coordenador Acadêmico do curso de Pós-Graduação em Marketing Estratégico da UNA-BH/CENID – BA e Proessor na mesma instituição dos cursos de Pós-Graduação em Marketing Estratégico, Gestão de Empresas e Administração de Recursos Humanos. Proessor de Mercadologia na Universidade Católica de Salvador do Curso de Comunicação com ênase em Propaganda e Publicidade.
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4. Diagnóstico estratégico ou auditoria de posição. É a avaliação real da posição da empresa. Nesta etapa deverão ser considerados os aspectos internos e externos com dados consistentes e verdadeiros. Vale ressaltar que estes não poderão ser “maquiados”, “abricados de última hora” ou “sonegados”, pois será a partir dessa coleta e posterior análise a base para as etapas seguintes. Inicialmente deve-se azer o levantamento de dados internos da empresa como sendo: sua trajetória, seu modelo de gestão, sua estrutura e ambiente organizacional, seus resultados nas áreas comercial e nanceira advindos das estratégias e operacionalização, da sua qualicação técnica e evolução, e dos seus processos produtivos. Feitos a coleta e análise desses dados, serão identicados seus pontos ortes e pontos racos. Os pontos ortes serão, posteriormente, bastante explorados e terão o reorço de outros que serão desenvolvidos. Os pontos racos deverão receber tratamentos para que sejam minimizados ou eliminados. Para a coleta e análise de dados do ambiente externo devemos ocar os atores relacionados aos ornecedores, distribuidores se or o caso, concorrentes, consumidores e clientes e as variáveis que impactam, ou poderão vir a impactar, a empresa a exemplo da economia e da política, da legislação pertinente, ciência e tecnologia, aspectos climáticos, cultura, demograa, ecologia etc. 5. Denição de objetivos. Nessa ase deverão ser listados os objetivos a serem alcançados. Estes deverão ser qualitativos e quanticados, realísticos e desaadores quando reerirem-se em termos de vendas, participação de mercado, lucro etc., dentro do período previsto do planejamento. 6. Elaboração das estratégias. Essa é a ase em que deverão ser consideradas todas as etapas anteriores, caso contrário não haverá consonância. Visar sempre proporcionar aos clientes mais valor que o oerecido pela concorrência. 7. Planos de ação. Implementam as estratégias através de instruções claras estabelecendo-se o que, como, quando, quem será o responsável, quanto custará e o cronograma a ser seguido. 8. Controle. Deverá ser reqüente para conerir se as ações estão sendo executadas. Essa é a ase em que são medidos os desempenhos, checados os orçamentos, obtidas e analisadas as inormações de cada responsável, apresentação de medidas para correção de rumo, caso seja necessário. A estruturação do processo de PE será eciente, ecaz e eetivo para uma empresa se der o suporte necessário para a sua tomada de decisões. Enatizamos que a agilidade reqüente e contínua da empresa, em sintonia com as variáveis do seu ambiente, será a melhor orma de se minimizar a probabilidade de que as mudanças se constituam em surpresa. A fexibilidade do processo permitirá beneciarem-se de oportunidades, existentes ou uturas, e prevenirem-se de ameaças reais ou potenciais.
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Princípios do planejamento estratégico empresarial e de marketing
Atividades 1.
Qual a importância do planejamento estratégico nas ações corporativas?
2.
Comente o processo de elaboração da estratégia de marketing.
3.
O que são as operações táticas de uma estratégia?
Composto mercadológico: produto, preço, praça e promoção [...] Um composto de marketing é uma combinação de erramentas estratégicas usadas para criar valor para os clientes e alcançar os objetivos da organização. Há quatro erramentas ou elementos primários no composto de marketing: produtos, preços, ponto de distribuição e promoção. [...] esses elementos, também chamados de “quatro Ps”, devem ser combinados de orma coerente para obter a máxima ecácia. [...] O elemento produto reere-se ao que os prossionais de marketing oerecem ao cliente [...] O elemento preço reere-se à quantidade de dinheiro ou outros recursos que os prossionais de marketing pedem por aquilo que oerece. [...] O elemento distribuição, ou canais, reere-se a como produtos e serviços são entregues aos mercados para se tornarem disponíveis para trocas. [...] O elemento promoção, ou comunicação, reere-se a como os prossionais de marketing inormam, convencem e lembram os clientes sobre produtos e serviços. CHURCHILL; PETER, 2000, p. 20
Jerome McCarthy 1996 deniu os quatro aspectos centrais que compõem o composto de marketing: produto, preço, praça e promoção. Eles são undamentais e são orientados para um público identicável. A articulação dessas quatro dimensões ou variáveis ormam o que t ecnicamente se chama composto de marketing, ou mix de marketing, com a conguração do produto ou serviço, o apreçamento, a promoção e a distribuição. Assim, pode se denir o composto de marketing como sendo a combinação dos 4Ps produto, preço, promoção e praça – ponto de venda – distribuição, orientada para a criação de valor para o cliente, e a realização dos resultados denidos pelas organizações. Dessa orma, a partir do momento em que a empresa decide sua estratégia de posicionamento, com a análise das oportunidades de mercado, ela detalha o composto de marketing, que é a combinação de instrumentos estratégicos usados para criar valor para os consumidores e assegurar suas metas.
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Composto mercadológico: produto, preço, praça e promoção
Estratégia de marketing A estratégia de marketing visa à remuneração dos recursos investidos, à satisação dos desejos de consumo do mercado e implica a mobilização do processo de troca. Ela é resultado do diagnóstico, prognóstico e controle das atividades de mercado. A estratégia é constituída de dois aspectos centrais: o composto de marketing 4Ps e o mercado-alvo – grupo de consumidores e compradores com necessidades e desejos semelhantes, denidos como o oco das atividades de marketing, identicados pelas características de gênero, aixa de renda, idade, características culturais, entre outros atores. Como vimos, o composto de marketing e o mercado-alvo constituem a base da estratégia de marketing. Quando a estratégia é ormalizada a partir da análise de ambiente, mercado, organização e objetivos, e denida em termos de ações, investimentos necessários e responsáveis, tem-se como resultado um plano de marketing. Por sua vez, a implementação e o controle no tempo do plano de marketing, aliados à coleta, ao processamento e à compreensão de inormações de mercado e resultados organizacionais e reorientação do planejamento de marketing, compõem a gestão de marketing. [...]CROCCO, 2006, p. 142
Segundo Kotler, o produto deve garantir valor e satisação ao comprador, ao consumidor. O valor é o resultado da relação dos beneícios oerecidos pelo produto beneícios uncionais + os beneícios emocionais com o custo para o cliente custo de aquisição + custo de busca + custo de deslocamento. Fazer marketing signica satisazer as necessidades e os desejos dos clientes. O dever de qualquer negócio é ornecer valor ao cliente mediante lucro. Em uma economia extremamente competitiva, com compradores cada vez mais racionais diante de uma abundância de opções, uma empresa só pode vencer ajustando o processo de entrega de valor selecionando, proporcionando e comunicando um valor superior. KOTLER; KELLER, 2006, p. 34
Formação do composto de marketing A ormação do composto de marketing é ruto de uma série de decisões da empresa em relação ao seu mercado-alvo. A conexão entre cada um dos elementos que compõem o mix az com que a alteração em um implique a alteração no conjunto que orma o composto e na relação que o produto tem com o consumidor-alvo. O produto, o preço, a distribuição e a promoção visam à satisação do desejo e sonho do consumidor que, tendo um dos seus componentes modicados, pode mudar de produto, no caso da não realização dessa necessidade.
Conceito de produto Segundo Kotler, produto é tudo o que possa ser oerecido a um mercado, para atender uma necessidade ou um desejo.
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Eles podem ser bens ísicos, serviços, experiências, eventos, pessoas, lugares, propriedades, organizações, inormações e idéias. Além disso, o produto tem cinco níveis que estabelecem a hierarquia de valor para o cliente: produto potencial, produto ampliado, produto esperado, produto básico e o beneício central. Para Kotler, cada nível agrega um valor especíco para o cliente. O nível mais undamental é o beneício central : o serviço ou beneício undamental que o cliente está realmente comprando. Um hóspede de hotel está comprando “descanso e pernoite”. O comprador de uma uradeira está comprando “uros” De ato os prossionais de marketing devem ser como ornecedores de beneícios. KOTLER; KELLER, 2006, p. 366
Quanto a sua classicação, ele pode ser distribuído em três instâncias distintas, de acordo com a sua durabilidade e tangibilidade: 1 Bens não-duráveis; 2 Bens duráveis, e 3 Ser viço. De acordo com Kotler e Keller 2006, p. 38: :: Bens não-duráveis – são consumidos rapidamente e comprados com reqüência, a estratégia apropriada é torná-los disponível em muitos locais, ter uma pequena margem de lucro no varejo e anunciar maciçamente para induzir à experimentação e ganhar a preerência do consumidor. São exemplos de bens não-duráveis alimentos e materiais de higiene pessoal. :: Bens duráveis – são bens tangíveis normalmente usados durante determinado período, como geladeiras, erramentas e vestuário. Em geral, os produtos duráveis exigem venda pessoal e serviços; trabalham com uma margem mais alta e requerem mais garantias do abricante. :: Serviços – são produtos intangíveis, inseparáveis, variáveis e perecíveis. Como resultado, normalmente exigem mais controle de qualidade, credibilidade do ornecedor e adaptabilidade. São exemplos de serviços cortes de cabelo, assessoria jurídica e serviços de manutenção.
Por essas razões, o produto é a base da estratégia de marketing e implica a denição do ciclo de vida, do desenvolvimento, categoria e a gestão do produto. Ciclo de vida de um produto pode ser estudado e vericado pelo modelo CVPCiclo de Vida do Produto. Esse ciclo parte do pressuposto de que todo o produto tem um período de aceitação no mercado, dividido em quatro ases distintas: introdução do produto no mercado – lançamento e crescimento de vendas no mercado; crescimento – aumento da aceitação no mercado e estabilização das vendas; maturidade – manutenção do nível de venda; e declínio – ase em que o produto sore a redução do seu consumo. As principais contribuições do modelo do CVP à compreensão do produto no composto de marketing são identicar e apresentar consistentemente a necessidade de ge stão do desempenho do produto durante sua “vida útil”, a partir do entendimento do mercado e do desenvolvimento contínuo de novos produtos, devido à demanda por substituição dos antigos produtos por outros novos. Em ambos os processos, a competitividade e a natureza da concorrência são undamentais na gestão e no desenvolvimento de produtos. CROCCO, 2006, p. 148
O desenvolvimento de produto parte da constatação de que ele tem uma vida útil e, com o tempo, perde a sua uncionalidade. A velocidade desse processo está ligada à percepção – percebida ou real – do consumidor sobre as vantagens oerecidas pelo produto, e da compreensão da organização em mantê-lo em sintonia na com os desejos dos consumidores. Entretanto, segundo Crocco 2006: algumas alternativas estratégicas que orientam o desenvolvimento de novos produtos poderiam ser levantadas a ordenação segue do menor para o maior nível de alteração ou mudança do produto: :: redução de custo – alteração de produto, que, com desempenho semelhante, passa a ser produzido a menor custo e oertado a preços ineriores do anterior; :: reposicionamento – modicação de produto existente alguns atributos, por exemplo orientada para a atuação em novos mercados e/ou novos segmentos de mercado;
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:: apereiçoamento de produto existente – melhoria no desempenho ou aumento do valor percebido, por modicação de atributos valorizados pelo mercado-alvo; :: extensão de linha – complementação de linha de produtos com a introdução de novos itens ou modelos, conerindo maior variedade e número de soluções ao comprador-alvo; :: extensão de marca – introdução da marca em novos mercados com produtos substancialmente dierentes, mas relacionados em termos de competência, credibilidade e marca; :: inovação – transormação radical do produto, que, em geral, conere mudanças essenciais à sua conguração, podendo mesmo dar origem a uma nova categoria de produto. CROCCO, 2006, p. 148
A categoria de produto é o conjunto que atende a necessidades iguais, tem os mesmos mercadosalvo – grupo de consumidores semelhantes –, como o mercado de cerveja, com a sua diversidade de marcas, mais ocado em um universo sobreposto de consumidores. Já a gestão do produto implica a relação organização-produto-mercado, o planejamento, a coordenação, a direção e o controle da perormance do produto, nos aspectos de mercado e nanceiro. A gestão do produto, desse modo, envolve o acompanhamento da relação organização-produto-mercado, bem como as ações e decisões ligadas a essa relação. Simplicadamente pode ser compreendida como o planejamento, a coordenação, a direção e o controle do desempenho do produto, do ponto de vista mercadológico e nanceiro. Portanto, a gerência de produto, em última análise, constitui a gerência da oerta e de todos os elementos e aspectos ligados ao resultado desta, principalmente a administração do composto de marketing 4 Ps, o comportamento do mercado, as ações da concorrência e as variáveis macroambientais economia, cultura, política etc.. CROCCO, 2006, p. 149
Conceito de preço O preço é a variável undamental para que se determine o resultado e a perormance da organização no mercado, sua sustentabilidade e longevidade, mercadológica e nanceira. Esse componente envolve a elasticidade da relação preço-demanda, a relação preço-custo-demanda e o apreçamento, ou da denição do preço do produto. O preço é, por um lado, o componente undamental na avaliação que o comprador-alvo az do custo envolvido na troca e, por outro, a variável que determina o resultado para a organização. Desse modo, ocupa lugar de importância crucial na relação de troca, pois é ator decisivo na percepção de valor do cliente e no cumprimento dos objetivos organizacionais. Não necessariamente preços baixos signicam uma avaliação privilegiada por parte do consumidor, já [...] que outros atores também são considerados na equação de valor. Em qualquer caso põem, a relevância do preço no desempenho mercadológico e nanceiro de um produto merece atenção ocalizada dos gestores. CROCCO, 2006, p. 150
O preço é considerado a variável mais fexível do composto de marketing. Sua calibragem pode determinar o aumento ou a redução das vendas. Mas, esse componente tem um impacto imediato nos resultados obtidos pela organização, na receita e na qualidade do produto ou serviço colocados à disposição do consumidor. Há uma relação direta entre receita, preço e quantidade. O preço pode provocar impactos na quantidade de produtos vendidos e aumentar, ou reduzir, a receita da organização. Como destaca Crocco: “O preço deve ser analisado em conjunto com a demanda nível de vendas, pois a receita da organização, que é a base do seu resultado, depende de ambos os atores” CROCCO, 2006, p. 150.
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A elasticidade preço-demanda elasticidade-preço ornece inormação para a alteração ou não da mudança de preço de um produto. Ela é o resultado da relação da variação em vendas sobre a variação no preço: Mudança percentual na quantidade demandada Elasticidade-preço = ______________________________________________ Mudança percentual no preço Mudança na quantidade/quantidade original Elasticidade-preço = ___________________________________________ Mudança no preço/preço original Quando o resultado desta equação é igual a 1, diz-se que a demanda é elástica. Isso quer dizer que uma pequena mudança no preço poderá resultar em uma grande mudança na quantidade demandada. Quando a elasticidade-preço é menor que 1, uma pequena mudança no preço poderá provocar uma pequena mudança na quantidade demandada, e ela é denominada inelástica. Conhecer a elasticidade-preço de um produto ajuda os prossionais de marketing a prever padrões na receita total. Em geral, para um produto com demanda elástica, a receita total aumenta quando preço do produto diminui . Por exemplo, durante uma temporada de érias na Europa com preço reduzido, o aumento do número de turista seria suciente para gerar uma receita total maior, mesmo que o turista médio gastasse menos. Já se o produto tiver demanda inelástica, a receita total aumenta quando o preço do produto aumenta. Assim, se o preço do pão rancês sorer um pequeno aumento, a maioria dos consumidores continuará comprando mais ou menos a mesma quantidade de pão e a receita total da padaria aumentará. CHURCHILL; PETER, 2000, p. 318
Os autores mencionados dão o seguinte exemplo, de como a mudança da elasticidade-preço aeta a receita total: Preço unitário
Quantidade demandada
Receita total (Preço x Quantidade)
R$50,00
2 700 unidades
R$135.000,00
R$75,00
2 200 unidades
R$165.000,00
R$100,00
1 300 unidades
R$130.000,00
, ) 0 8 0 1 0 3 2 . , p R E T E P ; L L I H C R U H C (
Segundo os autores, quando o preço do produto vai de 50 para 70 reais, a demanda é inelástica o bastante para que a empresa ganhe mais com um preço mais alto. Mas, quando o preço sobe para 100 reais, a demanda torna-se elástica; o volume de vendas cai além da proporção do aumento de preços e a empresa ganha menos, mesmo com o preço mais alto CHURCHILL; PETER, 2000, p. 318. Produtos como carne e serviços turísticos são considerados elásticos e sua receita tende a aumentar com a redução de preço, com o incremento mais que proporcional no nível de vendas . Os produtos como cigarro e gasolina são inelásticos, pois ampliam sua receita com o aumento dos preços, devido à redução menos que proporcionais nas vendas CROCCO, 2006, p. 152. A relação preço-custo-demanda leva em consideração os custos de criação da oerta, ou seja, as necessidades e os objetivos do negócio: produção, planejamento, desenvolvimento e distribuição. Segundo Renato Telles 2003, o objetivo do negócio pode ser calculado como a remuneração do capital
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Composto mercadológico: produto, preço, praça e promoção
investido L, obtida pela dierença entre receita total RT e o custo total CT: L = RT – CT. O ponto de equilíbrio1 de uma empresa se dá quando sua receita cobre seus custos. Aumentos de preço justicam-se quando a perda em vendas não compromete a lucratividade, porém a redução de escala e uma eventual reação do mercado superior ao planejado podem denir o racasso da estratégia. Já reduções de preço tendem a estimular a demanda; todavia, a ação só é deensável se a ampliação do mercado or superior à diminuição do preço. Essa decisão torna-se mais complexa quando se consideram os movimentos da concorrência e do ambiente alterações do preço de produtos concorrentes, aumento do preço dos insumos de produção, redução do poder aquisitivo do mercado-alvo, restrição a nanciamentos etc.. CROCCO, 2006, p. 153
O apreçamento de um produto – adoção ou alteração de preço – poderá ser eito com base em quatro padrões de reerência, utilizados para a decisão: análise marginal, preços baseados no custo, preços baseados na concorrência e preços baseados no valor para o comprador. :: Na análise marginal o lucro pode ser considerado como a receita preço X número de unidades vendidas – custos da operação. Ela ornece o preço no intervalo entre aumento e a redução do lucro, provocados pelo aumento dos preços, e assegura o lucro máximo possível. Essa abordagem encontra os maiores lucros possíveis pela medição do eeito econômico de produzir e vender cada unidade adicional do produto. :: O preço baseado no custo considera que ele deve ser suciente para cobrir os custos de operação. O preço pode ser denido como um acréscimo sobre o custo padrão do produto markup – abordagem que acrescenta uma porcentagem ao custo do produto para chegar a um preço de vendas. O markup pode representar uma porcentagem do custo ou do preço de venda. Há outras abordagens possíveis que xam o preço com base na taxa de retorno do investimento e a análise do ponto de equilíbrio. :: O preço baseado na concorrência leva em consideração o universo das operações dos concorrentes qualidade dos processos, capacidade nanceira, características dos produtos, distribuição, competência de marketing, entre outros atores. Com base nesse exame, o preço é xado, considerando-se a posição da concorrência em cada um desses itens. :: Já o preço baseado no valor para o comprador leva em consideração a relação custo-beneício para o cliente. Essa abordagem procura identicar preços de reerência usados pelos consumidores para avaliar e denir o preço do produto2.
1 Uma técnica comum para identicar preços lucrativos é a análise do ponto de equilíbrio, que envolve a determinação do volume de vendas necessário para cobrir todos os custos a um preço especíco. O nível de vendas em que a receita total iguala o custo total é chamado de ponto de equilíbrio CHURCHILL; PETER, 2000, p. 322.
2 A legislação brasileira proíbe, na xação de preços, negociação simétrica de preços entre os empresários; xação de preços de revendas e descontos; xação de preços enganosos; preço que reduza ou prejudique a competição; a discriminação no uso de preços promocionais Dum ping – prática condenável, que xa o preço do produto abaixo de seus custos ou abaixo do nível de vigência do mercado.
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Conceito de distribuição A distribuição implica todo o processo que leva o produto ao consumidor – estrutura, gestão e estratégias. Ela implica a administração da distribuição, envolve estruturas e gerenciamentos das atividades de agentes e intermediários, operações de atacado e varejo, organização dos pontos de distribuição e de venda. Em síntese, ela opera e estabelece a ligação entre a produção de um produto e a sua entrega para o consumidor/cliente. Assim, a distribuição – que representa a maior parcela dos custos de diversos produtos – é uma dimensão undamental na potencialização das vendas, por envolver a disponibilização para a compra, e no valor percebido pelo cliente, por ser componente do beneício por exemplo, acilidade de acesso ou ponto de entrega e/ou do custo por exemplo, diculdade de localização ou espera na entrega. A distribuição pode ser ocalizada nas suas duas dimensões de contexto: canais de marketing e distribuição ísica. CROCCO, 2006, p. 155
:: Os canais de marketing são constituídos por um sistema de agentes, que estabelecem uma rede de relacionamentos para dar eciência ao fuxo de produtos, vinculando a produção ao consumo. Essa rede organizada de órgãos e instâncias executa as unções imprescindíveis para atar os produtos aos consumidores; ela orma as artérias que bombeiam os produtos até os seus pontos de entrega e vendas. :: A distribuição ísica é o processo de movimento ísico do produto entre o produtor e o consumidor. Ela envolve aspectos logísticos – transporte, volumes, armazenamento, manuseio, prazos – e uma inra-estrutura que assegura a qualidade do produto, da produção à entrega.
Segundo Churchill e Peter, essa é uma das principais operações desenvolvidas pelos canais de distribuição: O processo de distribuição ísica torna as trocas possíveis e é uma onte de valor para os clientes. Consumidores e compradores organizacionais querem comprar produtos com acilidade e repô-los quando necessário, sem ter que esperar demais pela entrega tampouco receber o produto errado. Por isso, uma distribuição ísica conável é undamental para clientes empresariais que utilizam sistemas de administração de estoques Just-in-time3. Receber exatamente o que precisam e quando precisam possibilita que esses clientes empresariais cortem custos e criem valor para seus clientes. Assim, quando membros dos canais executam as tareas de distribuição ísica, acabam criando uma cadeia de valor para os usuários nais. CHURCHILL; PETER, 2000, p. 400-401
O processo de distribuição estabelece três unções estratégicas para a ecácia do sistema: unções transacionais – processo de compra e venda que envolvem riscos na operação; unções logísticas – atividades de concentração, armazenamento, organização e distribuição ísica; e unções de acilitação – estímulo, avorecimento dos processos de compra e venda, da produção ao consumo, nanciamento das transações, classicação dos produtos, troca e inormações ao mercado. 3 Just-in-time é um sistema de administração relacionado ao conceito de produção por demanda, que tem por objetivo dispor o produto necessário, na quantidade necessária, no momento necessário.
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Funções transacionais Compra
Comprar produtos a m de revendê-los.
Venda
Promover produtos para clientes potenciais e solicitar pedidos.
Risco
Assumir os riscos comerciais da propriedade de bens que podem se deteriorar, ser danicados ou tornar-se obsoletos.
Funções logísticas Concentração
Trazer bens de vários lugares para um único ponto de venda.
Armazenamento
Manter estoques e proteger os bens de maneira que satisaça as necessidades dos clientes.
Organização
Comprar bens em quantidade e dividi-los em volumes desejados pelos clientes, o que inclui: Acumulação: reunir bens similares de múltiplas ontes em um estoque maior e homogêneo; Distribuição: dividir um estoque homogêneo em lotes menores; Combinação: construir um sortimento de produtos a partir de várias ontes; Classicação: dividir um estoque heterogêneo em estoques separados, relativamente homogêneos.
Distribuição ísica
Mover bens sicamente de onde eles oram abricados para onde eles são comprados ou usados; inclui transporte, armazenamento, administração de estoques e processamento de pedidos.
) 9 6 3 . p , 0 0 0 2 , R E T E P ; L L I H C R U H C (
Funções de acilitação Financiamento
Proporcionar crédito ou undo para acilitar uma transação.
Graduação
Inspecionar produtos e classicá-los em categorias com base na qualidade.
Pesquisa de marketing
Reunir e transmitir inormações sobre condições do mercado, vendas esperadas, tendências dos consumidores e orças competitivas.
Duas outras instâncias estão ligadas à distribuição: a arquitetura de canal e o gerenciamento e decisões de distribuição . :: A arquitetura de canal pode ter várias congurações possíveis, em razão das condições e natureza dos produtos, ase do ciclo de venda e decisões estratégicas. Segundo Crocco “A decisão sobre o projeto de canal atende à lógica de aumento de cobertura regiões atingidas e capilaridade PDVs4 atingidos, condicionados ao custo dessa operação e à receita prevista de vendas” 2006 p. 158. :: O gerenciamento e decisões de distribuição envolvem a análise dos canais e considera os movimentos de mercado e os objetivos organizacionais: composto de marketing, seleção de canais, desenvolvimento, motivação, gestão de confitos, avaliação dos membros do canal, gerenciamento estratégico da operação do canal.
4 Ponto-de-venda.
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Conceito de promoção A promoção caracteriza-se como o esorço de comunicação de um produto para um público-alvo desejável, com inormações undamentais sobre o produto, suas vantagens comparativas em relação a outros no mercado e as ormas com que ele atende a necessidade e os desejos do consumidor. O composto promocional – processo que envolve diversas ases da comunicação – contém vários elementos: propaganda, publicidade, merchandising, promoção de vendas, orça de venda e marketing direto. A ação de promoção benecia tanto o produtor como o consumidor. Kotler dene da seguinte maneira a importância da promoção dos produtos, para produtores e consumidores: A promoção de vendas oerece uma série de beneícios para os abricantes, assim como para os consumidores. Aos primeiros, elas permitem o ajuste a variações na oerta e na demanda de curto prazo, além do teste de quão alto podem ser seus preços de tabela, porque eles sempre podem oerecer descontos. Quanto aos consumidores, elas os induzem a experimentar novos produtos, em vez de continuar a usar seus preeridos. Em conjunção, levam as ormas de varejo mais variadas, tais como lojas de preços baixo todo dia e lojas de descontos. Para os varejistas, as promoções podem levar as vendas de categorias complementares promoções de mistura para bolo podem incentivar as vendas de coberturas, além de incentivar ainda mais as trocas de marca pelo consumidor. Elas também ajudam o consumidor a se conscientizar mais dos preços e permitem aos abricantes vender mais do que o habitual, ao preço de tabela, e a adaptar programas aos dierentes segmentos de consumidor. E, por m, os próprios consumidores sentem certa satisação ao aproveitar preços especiais. KOTLER; KELLER, 2006, p. 584-585
Elementos da promoção :: A propaganda é a comunicação persuasiva paga , veiculada por rádio, televisão, jornal, revista, internet, outdoor , e outras mídias não convencionais, cujo conteúdo é denido pelo anunciante. :: A publicidade é a comunicação de inormação não paga veiculada pelos meios de comunicação convencionais e não convencionais que, nem sempre, tem o conteúdo determinado pelo produtor. :: O merchandising é a promoção eita no ponto de venda cartazes, displays5, oblers6, degustação, demonstração, disposição, exposição de produtos, e visa infuenciar a percepção do consumidor. :: A promoção de vendas objetiva o aumento das vendas, na orma de descontos, adição ao volume, brindes, ampliação de beneícios ou redução de preços. :: A orça de vendas é a técnica de comunicação sobre as características uncionalidade, soluções e atributos de um produto. :: O marketing direto é a estratégia e a ação de promoção, via comunicação direta entre quem oerece o produto e o comprador, eetivo ou potencial, por mala direta, venda pessoal e telemarketing. 5 Display [Ingl.] Mostrador ou suporte de plástico, papelão, acrílico ou arame usado para exposição de embalagens ou produtos no ponto de venda.
6 Obler [Ingl.] Peça suspensa e estrategicamente posicionada, junto ou próximo à gôndola, para atrair a atenção do consumidor no local em que o produto é exposto.
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Por m, no caso da promoção, há o mix de comunicação de marketing, ruto de uma série de decisões e opções adotadas para a comunicação entre quem oerta um produto e quem deseja obtê-lo, por intermédio da propaganda, da promoção de vendas, da publicidade e de vendas pessoais. O mix de comunicação possui como modalidades de aplicação: mercado e mix de comunicação, produto e mix de comunicação, estratégia e mix de comunicação e orçamento e mix de comunicação.
Considerações nais O composto de marketing é a orma que assume a estratégia de marketing para uma organização de colocar, de orma sustentável, um produto à disposição do mercado; que assegure o retorno dos investimentos e a satisação da necessidade do consumidor. Produto, preço, praça e promoção 4Ps têm dimensões internas, tais como design, ponto de equilíbrio, distância e modalidade de comunicação, e dimensões externas, como mercado, ambiente, organização, objetivos e aspectos ligados ao macroambiente economia, legislação, tecnologia, cultura, política, governo, entre outros aspectos. Para cada um desses elementos, há uma ação e decisão imprescindível para sucesso da estratégia empresarial, e para a obtenção de resultados que garantam a sustentabilidade e longevidade do negócio.
Texto complementar Marketing Mix (composto de marketing) (SERRANO, 2006)
Diversas são as denições para Marketing Mix , também chamado, em português, de composto de marketing. Todas elas, no entanto, levam à mesma conclusão: “é o conjunto de elementos que compõe as atividades de marketing”. Diversos autores têm se esorçado em minimizar as variáveis em número não maior que 4. Assim, MC Carthy desenvolveu os 4 Ps, Richers, um proessor brasileiro os 4 As, e Lauterborn, mais recentemente, os 4 Cs. Cada uma acaba representando um melhor papel em usos
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especícos. Cabe ao prossional de Marketing determinar qual o melhor modelo para ser usado naquele projeto. Enquanto os 4 Ps são reconhecidos internacionalmente, os 4 As se mostraram ecazes no Brasil, enquanto que os 4 Cs, mais do que um composto de marketing se torna apropriado para um “Composto de Vendas”. Os 3 principais modelos são: a Os 4 Ps de Mc Carthy O Marketing Mix pode ser denido como a combinação de elementos variáveis que compõe as atividades de Marketing. O conceito se baseia nos estudos de Neil Borden que usou este termo, pela primeira vez, em 1949. Borden arma em sua obra que o termo lhe veio à cabeça ao ler os estudos de outro autor de sua época James Culliton, que chamava os executivos de liquidicadores mixers, já que a sua unção era a de materializarem receitas, seja misturando os ingredientes, mudando suas quantidades ou inventando novos elementos. A partir de então a expressão Marketing Mix mistura de marketing ou composto de marketing, como é conhecida no Brasil, passou a ser a teoria mais aceita para eetivar atividades de marketing. Jerome McCarthy, proessor da Universidade de Michigan, aprimorou a Teoria de Borden e deniu os 4 grandes grupos de atividades que representariam os ingredientes do composto e os separou em: 1. Product ; 2. Price; 3. Promotion; 4. Place. Atualmente, o composto de marketing é conhecido internacionalmente como “Os 4 Ps do marketing”. Por esse motivo, diversos países trataram de traduzir para o seu idioma, os 4 grupos, em palavras que mantivessem a graa iniciada por “P”. Dessa orma, no Brasil as atividades passaram a ser: Produto, Preço, Promoção e Praça ou Ponto-de-Venda. Apesar das inúmeras tentativas de se incluírem mais Ps aos 4 originais, como por exemplo, Prot lucro, People pessoas, Public Relations Relações Públicas, todas elas se mostraram inrutíeras, cando claro que os 4 originais englobariam as demais. Dessa orma “Promotion” que em português pode induzir ao erro de ser entendido como Promoção de vendas, é o guarda-chuva que engloba Propaganda, Relações Públicas, Trade, a própria Promoção de vendas e todas as demais atividades relacionadas. Assim, os grandes nomes do marketing, incluindo-se nessa relação Philip Kotler, a maior autoridade em marketing da atualidade, ainda consideram a teoria original e mantém o composto de marketing com “apenas” 4 Ps. Ele dene o composto de marketing como “o conjunto de erramentas que a empresa usa para atingir seus objetivos de marketing no mercado-alvo ”.
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Composto mercadológico: produto, preço, praça e promoção
Produto
Preço
Mercado-Alvo
Promoção
Praça Ponto-de-venda
Cada variável engloba uma série de atividades. As mais comuns em cada um dos 4 Ps são: Variável
Atividades
Produto
– Dierentes tipos de design – Características – Dierenciais com a concorrência – Marca – Especicações – Política de garantia – Embalagem
Preço
– Financiamentos – Condições de pagamento – Prazo médio – Número de prestações – Descontos – Crediário
Promoção
– Propaganda – Publicidade – Relações públicas – Trade Marketing – Promoções
Praça Ponto-de-venda
– Lojas – Canais de distribuição – Logística – Armazenamento – Distribuição
Composto mercadológico: produto, preço, praça e promoção
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b Os 4 As de Richers Raimar Richers deniu um modelo que compreende as unções básicas de uma Administração de marketing. Para Richers, essas unções se dividiriam em 4 ases: Análise, Adaptação, Ativação e Avaliação. Esse modelo batizado de Sistema Integrado de Marketing cou mais conhecido como os 4 As do marketing, em contraposição aos 4 Ps de Mc Carthy Produto, Preço, Praça e Promoção. Richers sempre tentou desenvolver estudos voltados à realidade brasileira. Chegou a comentar certa vez que a palavra marketing “ circulava no Brasil com quase a mesma reqüência e intensidade que expressões como democracia ou goiabada ”. Foi ele que usou, pela primeira vez, o termo “Mercadologia” para denir “Marketing” em português. As ases e atividades correspondentes aos 4As são:
Análise
É a ase de identicação de orças do mercado: Política Sociedade Legislação Tecnologia Concorrência
Adaptação
É a ase de adaptação dos produtos ou serviços às necessidades levantadas na ase de análise
Ativação
É a ase de concretizar os planos
Avaliação
É a ase de análise dos esorços dispendidos e das orças e raquezas organizacionais.
c Os 4 Cs de Lauterborn Robert Lauterborn desenvolveu em 1990 uma nova visão para o Marketing Mix . Ao contrário de McCarthy que armava que a mistura de variáveis para uma atividade de marketing deveria ser dosada com os 4 Ps: Produto, Preço, Praça e Promoção, Lauterborn oereceu 4 novos ingredientes. Para o autor, os 4 Ps poderiam pereitamente ser substituídos por 4Cs: :: Consumers Wants and needs :: Cost To Satisy :: Convenience to buy :: Communication
No Brasil os 4 Cs oram traduzidos como: :: Necessidades e desejos do consumidor :: Custo para satisazer o consumidor :: Conveniência para comprar :: Comunicação
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Composto mercadológico: produto, preço, praça e promoção
Cada um dos 4 Ps de Mc Carthy teria um substituto no novo Marketing Mix dos 4 Cs. Dessa orma a equivalência seria: 4 Cs
4 Ps
Necessidades e desejos do consumidor
Produtos
Custo para satisazer o consumidor
Preço
Conveniência para comprar
Praça
Comunicação
Promoção
Atividades 1.
Comente o signicado do elemento “produto” como uma das variáveis do mix de marketing.
2.
Qual a unção do composto mercadológico em uma organização?
3.
Qual a importância do mercado-alvo na estratégia de marketing?
Gestão de distribuição: canais de marketing e distribuição física Para atingir um mercado-alvo, a empresa usa três tipos de canais de marketing. Entre os canais de comunicação que transmitem mensagens de compradores-alvo e para eles estão jornais, revista, rádio, televisão, correio, teleone, outdoor , cartazes, CDs, tas cassete e a internet. Além dessas vias, a comunicação se dá por intermédio de expressões aciais e roupas, da aparência das lojas e de muitos outros meios. As empresas tentam disponibilizar cada vez mais canais bidirecionais e-mail e número de discagem gratuita para contrabalançar os canais unidirecionais mais comuns como anúncios. A empresa usa canais de distribuição para apresentar, vender ou entregar produtos ísicos ou serviços ao comprador ou usuário. Fazem parte desses canais os distribuidores, os atacadistas, os varejistas e os agentes. A empresa também usa canais de serviço para eetuar transações com compradores potenciais. Entre os canais de serviços estão os armazéns, transportadoras nais, bancos e companhias de seguros, que acilitam as transações. KOTLER; KELLER, 2006
Os canais de distribuição são sistemas de organização interconectados, que permitem o fuxo de produtos e serviços, até o consumidor nal. Na sua estrutura uncional encontram-se o produtor, o atacadista, o varejista, os agentes intermediários e os consumidores. A rigor, canais são as artérias que ligam o centro de produção – de produtos e serviços, tangíveis e intangíveis – aos interessados em adquirir e obter tais produtos e serviços. Sua estruturação implica uma série de ações e ormas de organização sistêmica, que atravessam os meios de comunicação social de massa, as ormas materiais de transporte e armazenamento, até o ponto nal do sistema, em que se coloca o produto/serviço à disposição dos clientes, o objeto de seu desejo. Dessa orma, a gestão de distribuição implica duas modalidades de distribuição: os canais de marketing e a distribuição ísica. O primeiro opera no fuxo do produto, propriedade, inormação, recursos ou promoção, estabelecendo uma relação direta com o consumo. O segundo, liga-se à movimentação ísica, material, entre o produtor e o ponto-de-venda, envolvendo transporte, volume, manuseio, armazenagem e inra-estrutura.
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Gestão de distribuição: canais de marketing e distribuição ísica
Os canais têm diversas ases e diversos agentes, diretos e indiretos, responsáveis pelo fuxo dos produtos e serviços nas artérias que ormam o sistema. Eles são uma rede organizada que realizam a unção de ligar os produtores aos consumidores ou usuários. A esse respeito os autores Churchill e Peter 2000, p. 368 dizem o seguinte: Os modos como os prossionais de marketing tornam seus produtos disponíveis envolvem canais de distribuição. Um canal de distribuição é “uma rede” sistema organizada de órgãos e instituições, que, em combinação, executam todas as unções necessárias para ligar os produtores aos usuários, executam todas as tareas de marketing. [...] Em alguns casos, o canal de distribuição está composto apenas pelo abricante que comercializa diretamente para os clientes. Em outros canais, constituídos pelo abricante e um ou mais revendedores, os revendedores lidam com algumas unções de distribuição.
Dessa orma, os canais – de marketing e ísicos – assumem um papel de destaque no fuxo – produção, distribuição e consumo –, e envolve um universo de procedimentos e de intermediários imprescindíveis à eciência do sistema de trocas.
Estrutura dos canais de marketing A estrutura ísica do canal de marketing é constituída de armazéns, meios de transporte – marítimo, aéreo e terrestre –, instalações de acondicionamento – ativos tangíveis – para o link entre produtor e consumidor. Essa inra-estrutura orma a cartograa operacional que sintoniza interesses e desejos de produtores e consumidores. Entre as unções operativas dos canais encontram-se as transacionais, logísticas e as de acilitações. Entre as unções potenciais dos canais de marketing encontram-se: Produtores 1. Cobertura do mercado 2. Vendas 3. Disponibilidade de estoque 4. Processos de pedido 5. Inormações de mercado 6. Suporte ao cliente
Clientes
Funções dos canais de marketing Resultado Ecácia da distribuição
1. Disponibilidade de produtos 2. Serviço a clientes 3. Crédito e nanciamento 4. Variedades de produtos 5. Fornecimento na quantidade necessária 6. Suporte e assistência técnica
) 9 1 1 . p , 6 0 0 2 , O C C O R C (
O esquema apresentado mostra a simetria de operações necessárias para a ecácia do sistema de distribuição. A cada necessidade registrada no lado do produtor, corresponde uma necessidade apontada do lado do consumidor. As unções dos canais de marketing são pôr em harmonia esses dois lados da equação.
Canal de distribuição Segundo Crocco 2006, p. 121, citando o conceito da American Marketing Association AMA, o canal de distribuição é a estrutura ormada por unidades de uma rma rede de liais de venda, por
Gestão de distribuição: canais de marketing e distribuição ísica
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agentes e distribuidores externos agentes de abricantes, representantes, instituições atacadistas e varejistas, por meio dos quais um produto ou serviço é comercializado. O autor indica as cinco categorias de fuxos de troca e negócio, que ormam o universo da distribuição, citados por Kotler e Keller 2006, p. 470-471: fuxo ísico, fuxo de propriedade, fuxo de pagamento, fuxo de inormação e fuxo de promoção. :: O fuxo ísico é ormado pelas operações de deslocamento do produto entre os agentes organizadores, e incorpora a armazenagem, o transporte e acondicionamento do produtor aos clientes. :: O fuxo de propriedade é a seqüência de compra e venda entre organizações que, com essa operação, assumem a propriedade do produto e os riscos decorrentes dessa operação, como o roubo, por exemplo. :: O fuxo de pagamento é a transerência de recursos nanceiros entre os agentes, produtores e intermediários, do cliente ao produtor, em sentido inverso em relação ao fuxo ísico ou do produto. :: O fuxo de inormação é o movimento de trocas de conhecimento – dados, registro – do setor e mercado, entre produtores, intermediários e clientes. :: O fuxo de promoção é a combinação dos esorços de reconhecimento do produto e o estímulo à venda para clientes, desenvolvida por duas ou mais organizações, para a ampliação do mercado ou do nível das vendas.
Crocco 2006 esclarece: O desconhecimento ou a alta de inormações sobre os fuxos, no entanto, implica diculdade de análise e diagnóstico, potencial inconsistência em decisões e maior risco em ações desenvolvidas por organizações participantes da cadeia distributiva. O gerenciamento dos fuxos estabelecidos no interior dos canais de marketing assume importância estratégica para o adequado atendimento das necessidades do cliente ou consumidor nal, para a percepção de maior ou menor beneício vinculado à proposta de valor para as componentes do custo reconhecido pelo comprador, como preço de aquisição, custo de deslocamento e de busca. Em outras palavras, a equação de valor do cliente sore um impacto pela interação dos membros do canal, determinantes dos fuxos denidos. CROCCO, 2006, p. 122
Níveis de canais de marketing Nos fuxos estabelecidos acima, produtores e consumidores azem parte de todos os canais. Nas extremidades das pontas dos sistemas de trocas, esses personagens são guras presentes e de destaque. Porém, há diversos níveis que condicionam as ormas de relação entre essas duas pontas no mesmo novelo do processo de produção e consumo. Kotler 2006, p. 471 indica quatro níveis possíveis: zero, um, dois e três, tanto para os canais de marketing de bens de consumo como para os canais industriais. Um canal de nível zero também chamado de canal de marketing direto consiste em um abricante que vende diretamente ao consumidor nal. Os melhores exemplos são vendas de porta em porta, reuniões domiciliares com demonstrações reunião de vendas, mala direta, telemarketing, vendas pela televisão, vendas pela internet e lojas do próprio abricante [...]. KOTLER; KELLER, 2006, p. 470
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Gestão de distribuição: canais de marketing e distribuição ísica
Canais de marketing de bens de consumo Nível zero
Um nível
Dois níveis
Três níveis
Fabricante
Fabricante
Fabricante
Fabricante
Atacadista
Atacadista Especialista
Consumidor
Varejista
Varejista
Varejista
Consumidor
Consumidor
Consumidor
) 1 7 4 . p , 6 0 0 2 , R E L L E K ; R E L T O K (
Segundo Crocco 2006: Bens de consumo são constituídos pelos produtos tangíveis adquiridos pelo consumidor nal para uso pessoal; por isso, o número de compradores é incomparavelmente maior do que o número de compradores de bens vendidos a empresas, instituições e governo [...] A distribuição desses bens naturalmente envolve um grau de complexidade superior as dos bens empresariais, por demandar maior cobertura abrangência geográca, maior capilaridade acesso a PDVs1 de uma dada região.
Canais de marketing industriais Nível zero
Um nível
Dois níveis
Três níveis
Fabricante
Fabricante
Fabricante
Fabricante Divisão de vendas do abricante
Cliente industrial
Representante do abricante
Representante do abricante
Distribuidores industriais
Distribuidores industriais
Distribuidores industriais
Cliente industrial
Cliente industrial
Cliente industrial
Para Crocco 2006: Bens organizacionais ou empresariais possuem, em geral, um número relativamente pequeno de compradores e de produtores [...] Sob essas condições, a interação entre produtor e cliente tende a ser uma demanda do negócio, aspecto que condiciona a inexistência ou um número limitado de intermediários. Desse modo, as vendas diretas ou por canal direto são a conguração típica desse produto, sendo os intermediários, quando presentes no canal, reqüentemente organizações que aproximam clientes e produtores corretores ou que negociam em nome dos produtores agentes. Em outras palavras, os canais de bens empresariais são caracteri sticamente curtos. CROCCO, 2006, p. 126
O autor utiliza categorias dierentes das de Kotler, para a distribuição de bens empresariais. Produtores Agentes
Filiais de vendas do abricante Atacadistas industriais Agentes de vendas
Vendedores da companhia
Atacadistas industriais Atacadistas industriais
) 6 0 0 2 , O C C O R C (
Cliente (usuário empresarial)
Outros autores preerem distinguir os processos em canal direto – quando não há intermediários entre o produto e o consumidor – e canais indiretos – quando há entre o produtor e o consumidor um ou mais intermediários. Os consumidores compram bens de varejistas ou diretamente dos abricantes. [...] não há intermediários. Isso se chama canal direto. [...] Os outros, chamados canais indiretos, incluem um ou mais intermediários. CHURCHILL; PETER, 2000, p. 371
1 Ponto-de-venda.
Gestão de distribuição: canais de marketing e distribuição ísica
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Canais de marketing do setor de serviços Os serviços têm atributos que os tornam singulares no processo de produção, distribuição e consumo. Dierentes dos bens de consumo – tangível, material, palpável –, os serviços são intangíveis. A intangibilidade leva o consumo, na maior parte das vezes, ao ato da produção. Há situações também em que ocorre a intererência de intermediários, varejistas de serviço ou corretores. O conceito de canais de marketing não está limitado à distribuição de mercadorias ísicas. Os prestadores de serviço e de idéias também enrentam o problema de azer com que sua produção esteja disponível e acessível às populações-alvo. As escolas desenvolvem “sistemas de diusão educacional” e os hospitais desenvolvem “sistemas de assistências médica”. Essas instituições devem descobrir agências e locais que lhes permitam alcançar a população dispersa em determinada área. KOTLER; KELLER, 2006, p. 472 Crocco 2006 apresenta um esquema em que os produtores de serviço aparecem na ponta de cima da pirâmide; tem como intermediários, agentes ou corretores e varejistas de serviços, e na base da pirâmide encontram-se os consumidores empresas, instituições e governo. Segundo o autor, as agências de viagem ou de emprego podem ser intermediárias na compra ou contração de serviço. Essas organizações atuam como varejistas de serviço, na medida em que “estocam e revendem, em lotes menores e orientados para as necessidades dos clientes”, como “produtos adequados à demanda deles no caso da agência de viagens, ou operam como agentes, atuando em nome de seus clientes no exemplo da agência de empregos ou serviço” CROCCO, 2006, p. 126-7. Segundo Churchill e Peter 2000, a mesma lógica adotada para os canais de bens de consumo pode ser adotada para os serviços: canal direto e canal indireto. De acordo com os autores, o canal direto é caracterizado quando não há nenhum intermediário entre o prestador de serviço e o usuário do serviço. Já o canal indireto caracteriza-se quando em uma ponta há o prestador de se rviço, no meio do processo intervém o agente ou corretor, e na ponta nal o usuário do serviço, como mostra a ilustração a seguir: Canal Direto Prestador de serviço Canal Indireto Prestador de serviço
Usuários do serviço
Agentes/Corretores
Usuários do serviço
. ) 3 o 7 d 3 a . t p p , a 0 d 0 A 0 2 , R E T E P ; L L I H C R U H C (
Sistema multicanal e canais reversos No sistema multicanal, os produtores lançam mão de múltiplos canais para atingir diversos e distintos mercados. De certa orma, adota-se uma estratégia de colocar, simultaneamente, os produtos à disposição de vários públicos. Um exemplo dessa possibilidade de estratégia é um produtor que além
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de distribuir seus produtos diretamente para o consumidor, coloca-os à disposição dos varejistas ou distribuidores, que podem colocá-los à disposição de outros mercados e públicos. Outra alternativa de sistema multicanal poderia ser as montadoras, utilizando concessionárias como um canal de vare jo e operações de venda direta por negócio realizado com consumidor nal via internet embora a entrega do produto envolva a concessionária, por razões estratégicas. CROCCO, 2006, p. 127
No undamental, o sistema procura atingir diversos mercados por diversas vias, complementares ou suplementares, potencializando as possibilidades de venda. No passado, muitas empresas realizavam as vendas em um só mercado por meio de um único canal. Hoje, com a prolieração dos segmentos de clientes e as possibilidades de canal, cada vez mais empresas vêm adotando o marketing multicanal. O marketing multicanal ocorre quando uma única empresa utiliza dois ou mais canais de marketing para atingir um ou mais segmentos de clientes. KOTLER; KELLER, 2006, p. 484-485
Já os canais reversos caracterizam-se pelo fuxo de produtos em movimento inverso do consumidor ou usuário para o produtor, muitas das vezes estimulado por esses. Nesse processo, há dois objetivos centrais: 1 “economias derivadas de reciclagem progressivamente mais relevantes, com o avanço da preocupação com o meio ambiente e com ações sociais”; e 2 “contingência de call back de produtos necessidade de recolhimento de bens em posse do consumidor ou em estoque de intermediários, por motivos de qualidade, segurança etc.” CROCCO, 2006, p. 127. Outro tipo de canal reverso é o sistema montado para recolhimento de produtos. Se um abricante descobre um problema em seus produtos, ele pode noticar os proprietários para que os tragam de volta para reembolso ou substituição. Os proprietários também levam produtos de volta para conserto. Tais canais reversos são usados, por exemplo, quando abricantes de brinquedos descobrem que um produto é inseguro. Quando as montadoras descobrem uma peça deeituosa que precisa ser substituída anunciam uma chamada para recolhimento voluntário. Os clientes devem, então, levar seus carros para as concessionárias autorizadas, onde a empresa substituirá a peça por outra sem problema ou mais segura. Ao planejar esse canal reverso, as montadoras geralmente consideram a satisação geral do cliente. Em alguns casos, as concessionárias oerecem horários convenientes, rerigerantes e até serviço de transporte para os consumidores. CHURCHILL; PETER, 2000, p. 375
Os canais reversos de marketing estão ligados a dois atores undamentais. O primeiro é que as ações indenizatórias por degradação do meio ou por problemas provocados aos consumidores poderiam colocar a empresa ou setor em situação de ragilidade e vulnerabilidade. Muitas empresas e setores quebraram em razão dessas ações movidas por problemas provocados pela organização. O segundo ator é o crescimento da cidadania e do direito dos consumidores, cada vez mais exigentes, conhecedores dos seus direitos de consumo e pelo aporte dado pela legislação geral ou especíca.
Projetos de canal, classicação e terminologias de intermediários Na denição da anatomia dos canais de distribuição, há aspectos de projetos – eição dos canais – classicação segundo a natureza da operação e os objetivos corporativos da empresa junto ao
Gestão de distribuição: canais de marketing e distribuição ísica
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consumidor, e classicação que permitem a compreensão da chamada arquitetura dos canais e suas uncionalidades operativas. Um projeto de canal é desenhado pelos resultados obtidos na avaliação do aumento da cobertura regiões que deverão ser atingidas e capilaridade o universo de pontos-de-venda que serão atingidos, contra o custo dessa operação e a receita prevista de vendas. Ou seja, levando-se em consideração o retorno nanceiro da operação, projeta-se canais com maior abrangência territorial – bairros, regiões, cidades, macro-regiões, estados, países, continentes – com a capacidade de colocar o produto à disposição no maior número possível de locais de venda pontos-de-venda. Dependendo do tipo de mercado, os intermediários podem ser classicados da seguinte orma: Comerciante
intermediário que assume a propriedade pelo produto: atacadistas e varejistas.
Atacadista
intermediário que vende produtos para revenda: macros distribuidores de produtos.
Varejista
intermediário que vende produtos para o consumidor nal: supermercados.
Corretor
intermediário que aproxima o produtor do consumidor, sem assumir os riscos dessa operação.
Agente de vendas
intermediário que realiza a prospecção e negócios, em nome do produtor, sem assumir os riscos da operação.
Força de vendas
conjunto de indivíduos contratado pela organização para a venda dos seus produtos.
Representante de vendas
intermediário que representa e vende produtos de uma ou mais organizações.
Para os canais de marketing, são utilizadas as seguintes terminologias: Corretor
Intermediário cuja tarea é aproximar compradores e vendedores. Não estoca bens, nancia ou assume risco.
Facilitador
Intermediário que auxilia o processo de distribuição, mas não assume a propriedade dos bens ou negocia o processo de compra ou de venda.
Representante do abricante
Empresa que representa e vende os bens de vários abricantes. É contratada pelos abricantes e não az parte de sua orça de vendas interna.
Comerciante
Intermediário que compra, assume a propriedade e revende mercadorias.
Varejista
Empresa que vende bens ou serviços diretamente ao consumidor nal para uso pessoal, não empresarial.
Agente de vendas
Intermediário que procura clientes e negocia em nome de um abricante, mas não assume a propriedade dos bens.
Força de vendas
Grupo de pessoas contratado diretamente por uma empresa para vender seus produtos bens e/ou serviços.
Atacadista (distribuidor)
Empresa que vende bens e serviços comprados para revenda ou uso empresarial.
O desenho do canal abrangência e capilaridade implica a mobilização de um exército de agentes e especialistas que, de orma distinta, assumem papéis de destaque na diícil tarea de levar o produto do produtor ao consumidor nal. Seu êxito depende de quatro decisões estratégicas relacionadas ao processo e seu controle: :: Nível de serviço oerecido – capacidade de atender as expectativas dos clientes-alvo, segundo o tamanho do lote, tempo de espera, conveniência espacial, variedade de produto e serviço de apoio, segundo Kotler e Keller 2006.
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Gestão de distribuição: canais de marketing e distribuição ísica
:: Objetivos e capacidade do canal – disponibilização de serviços vinculada à minimização de custos. :: Inventário de alternativas de canal – mapeamento das alternativas denindo as possibilidades da distribuição, considerando-se a natureza, o número, as responsabilidades e os direitos dos intermediários. :: Análise das alternativas selecionadas de canal – as análises ocam três categorias: eciência, monitorização e fexibilidade.
Esses quatro critérios ajudam a denir o melhor projeto de canal e a mensurar sua eciência, atendendo as expectativas e necessidades do produtor, dos intermediários acionados e do consumidor nal.
Canais e sistemas de distribuição Os canais de distribuição não são estáticos, como já apontava Kotler 2006. Eles são modelos móveis que atendem necessidades internas e externas e expectativas de produtores, intermediários e consumidores em contextos e conjunturas mutantes e competitivas. Essa realidade dinâmica az com que surjam, a cada momento, novos sistemas de canais, aclimatados a novas realidades. Grosso modo, até o presente, oram identicados cinco sistemas de marketing: os sistemas convencionais de distribuição; os sistemas horizontais de marketing; os sistemas verticais de marketing administrados; os sistemas verticais de marketing corporativos, e os sistemas verticais de marketing contratuais. :: Nos sistemas convencionais de distribuição os canais são ormados pela integração de organizações independentes. Ou seja, cada empresa é relativamente independente dos outros participantes do canal. Segundo Crocco 2006, em um canal com essa característica é preciso compreendê-lo e monitorá-lo, “baseando-se na lógica, na estratégia, nos pontos racos e ortes, nas competências e na capacidade de investimento de cada um dos participantes da cadeia distributiva” CROCCO, 2006, p. 132. :: Nos sistemas horizontais de marketing SHM duas ou mais organizações dierentes utilizam-se do mesmo canal de marketing. Segundo Kotler 2006, duas ou mais empresas não relacionadas unem recursos ou programas para explorar uma nova oportunidade de mercado. “Muitas cadeias de supermercados azem acordos com bancos para oerecer serviços bancários em suas lojas” KOTLER; KELLER, 2006, p. 484. :: Nos sistemas verticais de marketing administrados SVM administrados há a integração de produtores e membros do canal, resultando uma gestão do canal como um todo sistema único. Neles, há a coordenação de estágios de produção e distribuição devido ao tamanho e ao poder de um dos membros KOTLER; KELLER, 2006, p. 483. O abricante de uma marca dominante pode contar com a garantia de apoio comercial e o apoio dos revendedores. :: Nos sistemas verticais de marketing corporativos/empresariais SVM corporativos há a administração centralizada de um canal de marketing composto por empresas de um mesmo proprietário. Ou seja, uma única empresa controla a maior parte ou todo o canal. Assim,
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quando um pedaço do canal prospera, os demais segmentos são beneciados por esse movimento positivo. :: Nos sistemas verticais de marketing contratuais SVM contratuais há três possibilidades de operação: :: cooperativas patrocinadas por atacadistas – um atacadista estabelece contrato com varejistas independentes para coordenar o processo do produto ao consumidor; :: cooperativas patrocinadas por varejistas – varejistas independentes unem-se para ampliar seu poder de ogo no mercado, para negociar com os ornecedores; :: ranquias – empresa-mãe ranqueador concede a terceiros ranqueados o direito de operar o negócio, segundo um plano de marketing único, e de usar marca registrada do ranqueador.
Gestão da distribuição e dos canais O processo de gestão da distribuição e dos canais implica a denição da estratégia de distribuição , a seleção de canais de marketing e a sempre delicada administração de relações nos canais . De modo geral, a estratégia de distribuição contém os processos de distribuição seletiva, intensiva e exclusiva. :: A distribuição seletiva ocorre quando são considerados os critérios de público-alvo, conhecimento técnico do produto, compatibilidade com o posicionamento e o nível de demanda planejado: [...] o método da distribuição seletiva consiste no ato de o abricante vender produtos por meio de mais de um dos intermediários disponíveis numa área de comércio, mas não por todos eles. Os i ntermediários escolhidos são considerados os melhores para vender os produtos com base em sua localização, reputação, clientela e outros pontos ortes. Por exemplo, eletrodomésticos, móveis, roupas de qualidade e ar tigos esportivos muitas vezes são distribuídos seletivamente. CHURCHILL; PETER, 2000, p. 383
:: A distribuição intensiva constitui na colocação do produto em todos ou no maior número possível de PDVs, compatíveis com a oerta, como balas, bombons, chocolates, revistas, gomas de mascar: [...] distribuição intensiva signica vender produtos por meio do maior número possível de intermediários em dada área comercial. Produtos com baixo valor unitário e alta reqüência de compra são vendidos intensivamente, de modo que os clientes consideram conveniente comprá-los. CHURCHILL; PETER, 2000, p. 383
:: A distribuição exclusiva ocorre quando o nível dos serviços ou o valor da marca são undamentais para o seu posicionamento; essa estratégia não é interessante para produtos de conveniência, com preços reduzidos ou que dependam de ampla escala de venda. Essa modalidade de distribuição é utilizada para perumes e automóveis exclusivos e de alto valor, por exemplo: A distribuição exclusiva ocorre quando o abricante vende produtos por meio de um único atacadista ou varejista numa determinada área. Nesse processo o intermediário recebe o direito exclusivo de vender o produto no território. A distribuição exclusiva é usada quando o produto requer trabalho de venda especializado ou investimento em instalações
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Gestão de distribuição: canais de marketing e distribuição ísica
ou estoques especícos [...] no nível do atacado, rerigerantes muitas vezes são vendidos por meio de distribuição exclusiva [...] No nível do varejo, algumas marcas de carros, motocicletas e jóias são vendidos num único ponto de venda numa área. CHURCHILL; PETER, 2000, 382 2
A seleção de canais de marketing é a escolha da arquitetura e dos intermediários que irão compor o canal de marketing. A questão central a ser denida é a anatomia do público-alvo e a simetria da operação, cobertura e relação entre os intermediários e o público-alvo denido: [...] Praticamente, o procedimento de seleção envolve análise do produto, dos clientes, dos intermediários, dos concorrentes, da organização, do ambiente e do custo resultante. A análise de cada uma dessas dimensões de negócio, ocalizadas nos canais de marketing, envolve a avaliação das variáveis identicadas a seguir 3, em termos de importância, impacto e valor estratégico para a organização. CROCCO, 2006, p. 138
Já a administração de relações de canais implica uma série de ações delicadas para manter abertas as artérias de distribuição e circulação, sem obstáculos aos processos distributivos. Segundo alguns autores, há a necessidade de cooperação entre os membros dos canais, para criar valor e atingir as metas almejadas. Entretanto, as assimetrias nas metas denidas por cada membro podem levar a confitos, com divergência entre margens de lucros, desempenho ou denição de “quem tem o poder de tomar decisões” CHURCHILL; PETER, 2000, p. 383. Um canal eciente assegura o trânsito sem obstáculo, do abricante ao consumidor, com a máxima ecácia, rapidez, retorno dos investimentos e satisação dos usuários nais, o que envolve a motivação compreensão das necessidades dos intermediários, treinamento aumento da eciência do intermediário, controle avaliação do desempenho dos participantes do canal e, quando em decorrência da avaliação, modicação do arranjo. Nível
Objetivo
Número de intermediários
Exemplos
Exclusivo
Trabalhar com um único intermediário para um produto que demande recursos ou posicionamento especiais; distribuir bens de luxo com eciência.
Um
Automóveis Audi, relógios Rolex.
Seletivo
Trabalhar em íntima associação com intermediários que satisaçam certos critérios; distribuir produtos de compra comparada com eciência.
Alguns
Computadores Compaq; cosméticos vendidos apenas em salões de beleza, como a linha L’Anza.
Intensivo
Dar suporte a venda de massa; distribuir bens de conveniência com eciência.
Muitos
Coca-Cola, canetas Bic, creme dental Colgate.
) 2 8 3 . p , 0 0 0 2 , R E T E P ; L L I H C R U H C (
O treinamento, da mesma orma que a motivação, gera maior valor percebido pelo cliente e aumenta a eciência do intermediário. O controle, envolvendo a avaliação do desempenho e do comportamento dos participantes do canal, todavia, é componente undamental do processo de gestão sobre a operação do canal e identica pontos de ragilidade, ações a serem realizadas e decisões a serem consideradas sobre a distribuição, com a avaliação da adequação da estrutura e da arquitetura da distribuição ou a necessidade de modicação do arranjo. CROCCO, 2006, p. 138
2 Níveis de cobertura do mercado. 3 Motivação, treinamento, avaliação, confitos de canais – horizontais e verticais.
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Confitos de canais No processo de distribuição do abricante ao usuário, os confitos são obstáculos à eciência do sistema. A instalação de áreas ou pontos de confitos provoca ruídos no processo e, caso não sejam superados, podem pôr a perder ou prejudicar seriamente as metas e objetivos denidos pelos abricantes e operadores da distribuição. No undamental, há dois tipos de confitos: os horizontais e os verticais. Os confitos horizontais ocorrem quando membros do mesmo nível do canal divergem sobre as estratégias e os procedimentos da operação: Produtor Intermediário A
Conito
Intermediário B
Usuário nal
Já os confitos verticais ocorrem quando o abricante diverge do intermediário: Produtor Conito
Intermediário Usuários nais
Numa operação de distribuição – que envolve intermediários diversos, com alinhamentos distintos de objetivos e metas – os confitos pontuais são quase inevitáveis, mas, se não superados, poderão pôr por terra todo o esorço inicial da operação, e comprometer a eciência do sistema. A construção de uma ponte de conança entre os membros da operação implica ação cooperativa, no plano das ações, no alinhamento das metas e objetivos, no compartilhamento das inormações estratégicas, na integração dos sistemas e equilíbrio nos investimentos e riscos compartilhados. É a simetria geral dos componentes que integra o sistema de distribuição que assegura a eciência das operações e a realização de suas metas e objetivos. Por essa razão, a liderança do canal é um ator decisivo para o processo. A liderança é exercida por um membro do canal com liderança reconhecida pelos seus pares, que o nomeia como capitão do canal 4. Segundo Churchill e Peter 2000, esse poder pode derivar de seis ontes: :: poder como recompensa – capacidade do membro do canal de oerecer algo desejado por outros membros; :: poder de coerção – temor que um membro do canal possa exercer sobre os demais; :: poder legítimo – direitos assegurados ao membro do canal; :: poder de reerência – reputação da organização ou do membro do canal; :: poder pela experiência – conhecimento ou habilidade de uma organização ou membro do canal; :: poder por inormação – posse pela organização ou membro do canal de inormações estratégicas para o êxito da operação. 4 Membro do canal reconhecido pelos demais membros como o detentor do poder para a tomada de decisão e para dirimir possíveis confitos – em áreas estratégicas da operação – entre os seus membros.
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Condições legais, políticas e éticas na operação de canais As operações dos canais de marketing ocorrem em conormidade com a legislação dos países e localidades, que denem os limites e as possibilidades dessas operações. Nos países de mercado livre, como o Brasil, a legislação procura assegurar a concorrência entre os participantes do mercado. Segundo Churchill e Peter: No Brasil, as leis reerentes à distribuição geralmente visam promover a concorrência. Os abricantes têm o direito legal de selecionar os intermediários que negociam e representam seus produtos, podendo até recusar alguns deles. Não é permitido, porém, que as empresas utilizem práticas desleais ou suoquem a competição. CHURCHILL; PETER, 2000, p. 387 Os aspectos legais envolvem uma série de modalidades que não podem intererir com o livre comércio; entre essas modalidades estão o contrato de exclusividade restrição imposta por um ornecedor a um cliente proibindo-o de comprar certo tipo de produto de qualquer outro ornecedor, territórios de vendas echados produtor assegura aos intermediários territórios de vendas echados ou exclusivos, contrato casado acordo pelo qual o vendedor vende um determinado produto apenas se o comprador também comprar outro produto especicado e imposição de linha completa arranjo em que o intermediário que deseje levar um determinado produto precisa comprar a linha inteira do ornecedor CHURCHILL; PETER, 2000, p. 387-388. Na dimensão política, uma série de atores infuencia o contexto no qual são eitas as operações de distribuição: as condições políticas gerais de liberdade e democracia, os níveis de organização da produção e do desenvolvimento econômico, aspectos ligados ao desenvolvimento de áreas estratégicas e a capacidade de ação política desses setores, o nível de mobilização social e os interesses nacionais. Nos últimos tempos, o Brasil experimentou, em diversos momentos, aspectos políticos que condicionaram o sistema de distribuição de determinados produtos em seu território, como o setor de inormática, em especial o de venda de computadores, a comercialização de carros importados, as ope rações no setor de teleonia e na distribuição dos serviços de tecnologia digital rádio e TV. Esses aspectos disciplinam as questões éticas que visam, no undamental, impedir que membros poderosos dos canais prejudiquem de orma desleal os negócios de outros membros, em especial dos membros de menor poder de negociação e de recursos. As questões legais, políticas e éticas agem no sentido de assegurar a lisura no processo de distribuição, disciplinar as relações entre os membros dos canais, dentro do espírito da legislação, e garantir o livre comércio e a liberdade comercial dos membros, nacionais ou internacionais, que operam no mercado.
Considerações nais Os canais são artérias indispensáveis no universo do marketing. Sua unção primordial é assegurar o fuxo que permite a circulação de produtos, de orma eciente e rentável, em seus diversos níveis de operação; da produção ao consumo nal.
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O canal deve assegurar esse fuxo para diversos tipos de produtos – bens de consumo, bens empresariais e serviços –, dentro de suas características, singularidades e ormas de produção e consumo. O projeto de canal implica a escolha de intermediários e suas múltiplas ormas de cooperação e interação. Seus diversos tipos de sistemas convencional, horizontal, vertical, impõem mecanismo de gestão e gerenciamento, que assegurem eciência e competência para superar possíveis confitos no percurso, dentro de condições garantidas pelos escopos político, legal e ético, que disciplinam as ormas de distribuição e os procedimentos dos canais de marketing em um dado território ou país.
Texto complementar Sobre a desindustrialização (AMARAL1, 2004)
Desindustrialização virou a palavra da moda no mundo chamado industrializado. Em geral, vem associada a outras expressões correlatas e igualmente assustadoras, como “ outsourcing”, na área de serviços e migração de empregos. Esses assuntos têm merecido as manchetes dos jornais e as capas das revistas. O argumento sobre a transerência de empregos para os países emergentes contém uma parte de verdade, mas também refete imprecisões e exageros. Em anos recentes, alguns países industrializados exportaram mais capitais do que de hábito. Na França, por exemplo, a saída de capitais entre 1999 e 2001 praticamente dobrou em relação aos três anos anteriores e atingiu uma média de US$132 bilhões por ano, enquanto os ingressos se mantinham num patamar de US$48 bilhões. A transerência de capitais decorre, em parte, do processo de usão de grandes corporações, mas também do ato de que, para sobreviver num mundo mais competitivo, as empresas têm de estar próximas dos mercados consumidores e buscar custos de produção mais baixos. Isso se elas quiserem, como seus governos as estimulam, ser “campeãs da globalização”. Entre 1996 e 2002, o emprego industrial caiu 16% no Japão, 15% no Reino Unido, 10% nos Estados Unidos e na Alemanha. Mas nem tudo se deve à saída de capitais. A queda do emprego na indústria refete ganhos de produtividade no setor e, em certos casos, um aumento do preço relativo dos serviços em relação à indústria, por vezes estimulado pela demanda por serviços do setor público. A perda no emprego industrial é, assim, compensada em boa medida pela geração de empregos – inclusive de melhor remuneração – no setor de serviços. 1 Sérgio Silva Amaral, 59, diplomata, é o embaixador do Brasil na França. Foi porta-voz da Presidência da República 1994-1999, embaixador do Brasil em Londres 1999-2001 e ministro do Desenvolvimento 2001-2002.
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No âmbito dessa reestruturação competitiva, as atividades de baixa qualicação são, em maior ou menor grau, exercidas por trabalhadores imigrantes, tanto mais produtivos quanto ilegais, na manchete um tanto cínica de um importante jornal europeu. A globalização cobra o seu tributo. O que é ameaça para uns pode ser oportunidade para outros. A China parece ter compreendido há algum tempo que, para os países chamados emergentes, os riscos da globalização estão mais do lado dos mercados nanceiros, e as oportunidades, do lado do comércio. O ingresso do país na OMC oi comemorado em Pequim como nós estejamos a vitória da seleção brasileira. O governo chinês vem desenvolvendo uma estratégia determinada, continuada e lúcida para atrair investimentos e expandir o comércio exterior: qualicação da mão-de-obra, estabilidade das regras, apoio a setores prioritários, intervenção no câmbio para evitar que se valorize. De modo surpreendente para uma economia que ainda mantém certa dose de planejamento centralizado, as corporações chinesas têm revelado insuspeita amiliaridade com as práticas de mercado: em 2002 investiram US$2,9 bilhões no exterior, boa parte dos quais para adquirir empresas em países desenvolvidos, transerir a maior parcela da produção para a China, mas preservar a marca, os canais de distribuição , o marketing e a pesquisa tecnológica. Os resultados são espantosos em termos de ingresso de investimentos cerca de US$50 bilhões, exportações da ordem de US$350 bilhões e crescimento de 8% a 10% ao ano, dobrando o PIB a cada década. Em matéria de desenvolvimento, contudo, as experiências se replicam com diculdade. No caso da China, assim como no de outros países do Leste Asiático que seguiram pela mesma trilha, é bom lembrar que as taxas de poupança são da ordem de 35%, o dobro da brasileira. Não obstante dierenças e peculiaridades, a conjuntura mundial continua a sinalizar riscos, mas também oportunidades, entre as quais vale ter presentes: o casamento de circunstância entre os Estados Unidos e a Ásia em matéria de câmbio em que os EUA compram e a Ásia nancia o décit transere a maior parte dos custos do ajustamento para a Europa, sob a orma de um euro valorizado, que estimula as importações e os investimentos no exterior; o processo de transerência de segmentos produtivos não se concluiu. A competição continuará a induzir a migração de capitais para a perieria. Os acordos regionais de comércio, entre outras razões, estão estimulando grandes multinacionais a concentrar suas atividades em um ou dois pólos por região. O Brasil é natural candidato a continuar a acolher esses investimentos; as sensibilidades políticas, associadas a uma lenta e incerta decolagem da economia mundial, ainda não criaram ambiente avorável à aceleração das grandes negociações comerciais. Mas os entendimentos bilaterais e regionais como oi o caso do acordo CAN-Mercosul têm condições de avançar; no Brasil, temos ainda reormas a concluir para reduzir custos de produção e melhorar a inra-estrutura. A despeito das diculdades, é necessário percorrer esse caminho, pois a retomada de altas taxas de crescimento estará associada à capacidade de atrair mais investimentos produtivos e à continuada expansão do comércio exterior.
Gestão de distribuição: canais de marketing e distribuição ísica
Atividades 1.
Quais as modalidades de gestão de distribuição e suas unções?
2.
Comente os canais de marketing do setor de serviços.
3.
O que são os confitos de canais?
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Composto promocional Já as decisões de promoção da linha de produtos não implicam necessariamente em aumentar e tampouco reduzir o sortimento, mas desenvolver as vendas, aumentar a participação de mercado, trabalhar a interação dentro do mix de produtos oerecidos pela empresa, ortalecer a imagem de marca etc. Muito utilizada pelos grandes varejistas, a decisão de promoção de um determinado produto é eita com o intuito de gerar tráego em um determinado setor da loja, aumentando a exposição dos demais produtos aos consumidores, conseqüentemente, impulsionando as vendas da empresa e gerando maiores margens de lucro. YANAZE, 2007, p. 269-270
O composto promocional – também chamado de mix de marketing – é um dos elementos que ormam o composto de marketing. Esses compostos podem ser resumidos como as diversas ormas de comunicação e inormação – mensagens, estilo, estrutura narrativa, sistema de codicação – que o oertante comunica seu produto – qualidades, especicidades, potencialidades, design, vantagens – aos seus clientes e interessados e aos seus stakeholders, conjunto de interessados, diretos e indiretos, ligados ao negócio. No hall do composto promocional articulam-se uma série de erramentas ou instrumentos de comunicação que podem ser mobilizados para colocar produtos à disposição de interessados, estimular as vendas e criar dierenciais dos produtos junto ao seu público-alvo: venda pessoal, propaganda, publicidade, promoção de vendas, merchandising, marketing direto, atendimento ao cliente, marketing digital.21 A venda pessoal pode ser denida como a apresentação de um produto, com a tentativa de eliminar sentimentos contrários à sua compra, com o trabalho desenvolvido por atendentes de lojas de roupa1. Kotler 2006 considera a venda pessoal como a erramenta mais ecaz, no que ele chama de “estágios avançados do processo de compra”. Para o autor, a venda pessoal aumenta a preerência e a convicção dos interessados em adquirir o produto e leva-os à ação da compra. Segundo ele, a venda pessoal tem três categorias: 1 Há seis tipos de venda pessoal: Entregador entregam produtos no mesmo instante; tomador de pedidos atuam internamente e anotam pedidos; missionário az a divulgação e mostra os beneícios do produto; técnico consultor técnico para os clientes; gerador de demanda utiliza técnicas criativas para a venda do produto; vendedor de soluções resolve problemas especícos para os clientes CROCCO, 2006, v. 2, p. 198.
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:: interação pessoal – as vendas implicam relacionamento imediato e interativo entre duas ou mais pessoas; :: aproundamento – de um simples relacionamento prossional a amizades pessoais e proundas entre os envolvidos no processo de venda; :: resposta – a compra surge como uma resposta natural após as explicações e solicitudes do vendedor para o comprador.
Assim, a venda pessoal envolve, obrigatoriamente, níveis de interação pessoal entre cliente e vendedor. Tais ormas de abordagens têm vantagens, mas também acumulam desvantagens pontuais: Venda pessoal é a venda que envolve interação pessoal com o cliente, seja ela ace a ace, por meio de teleone telemarketing, ax ou computador. Sendo eita por meio de qualquer veículo que permita interação direta e pessoal entre vendedor e comprador, a venda pessoal garante eedback 2 imediato para os prossionais de marketing, permitindo que a comunicação seja ajustada para satisazer as necessidades da situação. Dessa orma, se um cliente não entende como unciona um dispositivo de um aparelho, um vendedor pode mostrar seu uncionamento. Analogamente, se um vendedor por telemarketing ligar para um cliente potencial em um momento inoportuno, o teleonema pode ser reprogramado. CHURCHILL; PETER, 2000, p. 452
Esquema de feedback 1. A onte codica a mensagem.
2. A onte transmite a mensagem via meio de comunicação.
3. O receptor decodica a mensagem.
O receptor ornece eedback para a onte.
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Entretanto, a venda pessoal tem também aspectos negativos, quanto aos custos das operações de deixar produtos de qualidade à disposição de clientes, e investimentos em programas de treinamento e ormação dos uncionários e atendentes: No lado negativo, a venda pessoal normalmente tem um custo maior por contato com o cliente do que outros tipos de comunicação de marketing e, às vezes, os vendedores são mal treinados e impertinentes. Da mesma orma, alguns vendedores são claramente melhores em seu trabalho do que outros, anulando a cobertura dos veículos de propaganda. CHURCHILL; PETER, p. 452-45343
A propaganda é, segundo Crocco 2006, a orma paga e não pessoal de divulgação de um produto atributos, vantagens, singularidades, eita por um promotor identicado de uma mídia rádio, televisão, jornal, revista, internet, entre outros. Ou seja, a propaganda é uma orma paga e impessoal de veicular inormação sobre um determinado produto, por intermédio de um veículo de inormação3. “A propaganda pode ser utilizada para desenvolver uma imagem duradoura para um produto [...] ou estimular vendas rápidas [...]. Ela pode alcançar com ecácia compradores dispersos geogracamente” KOTLER; KELLER, 2006, p. 553. Para ele, os compradores acreditam que uma marca muito anunciada oerece “bom valor”. O autor destaca três qualidades da propaganda: 2 Feedback : “A avaliação constante dos resultados das decisões, baseadas em inormações, permite à empresa avaliar a qualidade do sistema empregado, bem como checar a pertinência das inormações utilizadas e monitorar as ormas de uso e a postura dos uncionários” YANAZE, 2007, p. 203. “De certa orma, o eedback reinicia totalmente o processo de comunicação: o receptor se torna agora o emissor, e o emissor se torna o receptor. Um tipo básico de eedback para a comunicação de marketing ocorre no processo de compra onde o receptor pode responder de várias maneiras, como recomendar o produto. Solicitar mais inormações sobre ele ou aceitar a imagem que a organização procura transmitir” CHURCHILL; PETER, 2000, p. 450.
3 A empresa apresenta um roteiro de inormação relevante à agência, chamado brieng, com dados sobre o produto, mercado, comportamento do consumidor, distribuição, preços, razões de comprado produto, concorrência, pesquisas, objetivos de mercado, objetivos de comunicação, conteúdo básico da comunicação, planejamento de veiculação, promoção e merchandising e material de comunicação. CROCCO, 2006, p. 202
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:: penetração – permite que a mensagem seja repetida várias vezes, para que o comprador possa comparar com as mensagens do concorrente; em larga escala, transmite aspectos positivos sobre o ornecedor e produto; :: aumento da expressividade – ela oerece oportunidades para que a empresa e seu produto entrem em cena, com o aumento da qualidade da apresentação do produto para o público interessado; :: impessoalidade – ela é um monólogo e não um diálogo, entre anunciante e público.
O prossional de marketing deve decidir qual o melhor veículo e mensagem para o produto que ele pretende promover junto ao público-alvo. Nessa decisão, ele leva em consideração aspectos como a orma, abrangência e conteúdo da mensagem veiculada. Ao decidir como a propaganda 4 se encaixa no composto de comunicação, os prossionais de marketing consideram questões como qual mídia utilizar – impressa, eletrônica, marketing direto ou outdoor – e quais mensagens enviar. Cada veículo possui suas vantagens e desvantagens, e a mídia ou composto de mídias mais apropriado para um produto pode não ser satisatório para outro. [...] Ao escolher quando, onde e como anunciar, os prossionais de marketing devem selecionar o método que comunicará suas mensagens com mais ecácia e eciência. CHURCHILL; PETER, 2000, p. 452
A publicidade é caracterizada com qualquer orma de divulgação não paga de produtos ou serviços. Dessa orma, um dos aspectos centrais da denição é a gratuidade dessa orma de divulgação de produtos e serviços, em contraposição à propaganda que é uma orma paga. Ela pode ter vários ormatos de divulgação, como as entrevistas sobre determinados produtos ou serviços lançados, resenhas ou críticas de especialistas, e ainda reportagens produzidas, direta ou indiretamente, sobre os aspectos positivos do produto. A publicidade pode-se maniestar em uma diversidade de ormas, sendo que as mais comuns são reportagens da imprensa sobre novos produtos ou sucessos e racassos de companhias. Outros tipos de cobertura da mídia i ncluem resenhas sobre, por exemplo, um restaurante, hotel, equipes esportivas ou CDs e transmissões de e ntrevistas. Para obter cobertura da mídia, os prossionais de marketing podem utilizar comunicados à imprensa press-releases5, entrevistas6 coletivas e outros eventos 7 destinados a chamar a atenção. CHURCHILL; PETER, 2000, p. 454
Em relação à publicidade, dois outros aspectos devem ser considerados: a administração da publicidade negativa, quanto o produto ou o serviço é vinculado a um aspecto negativo; e à ética ou às normas que disciplinam a atividade. 4 Propaganda : Qualquer anúncio ou comunicação persuasiva veiculada nos meios de comunicação de massa durante determinado período e num determinado espaço pagos ou doados por um indivíduo, companhia ou organização CHURCHILL; PETER, 2000, p. 452.
5 O press-release, também conhecido como comunicado à imprensa, é um artigo escrito por membros da companhia e distribuído para a mídia – jornais, revistas, emissoras de rádio e televisão. Ele ornece inormações sobre a organização ou seus produtos e os nomes e teleones de uncionários que podem ser contatados para detalhes adicionais. Os prossionais de marketing também podem ornecer otos e vídeos para a inserção na programação de notícias CHURCHILL, PETER, 2000, p. 497.
6 Entrevista coletiva:“Os prossionais de marketing também podem comunicar-se com a mídia por meio das entrevistas coletivas, nas quais as empresas convidam repórteres para o local da entrevista e normalmente lhes antecipam inormações. Um porta-voz da organização pode ler uma declaração previamente preparada, responder a perguntas dos repórteres ou azer ambas as coisas. As entrevistas coletivas possibilitam à companhia um pouco de controle sobre a cobertura, mas não há nenhuma garantia de que os repórteres compareçam ou açam perguntas adequadas” CHRUCHILL; PETER, 2000, p. 497.
7 Segundo Kotler, os eventos têm os seguintes objetivos: criar identicação com um mercado-alvo ou com um estilo de vida especíco; aumentar a conscientização do nome da empresa ou do produto; criar ou reorçar as percepções do consumidor quanto a associações-chave com a imagem da marca; apereiçoar as dimensões da imagem corporativa; criar experiências e provocar sensações; expressar compromisso com a comunidade ou com questões sociais; entreter os principais clientes ou recompensar uncionários-chave; permitir oportunidades de divulgação e promoção KOTLER; KELLER, 2006, p. 591.
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Publicidade não é mentir . Cabe à empresa, com base nos dados técnicos disponíveis, inormar o “estado real da arte”, ou seja, a realidade actual que cerca a publicidade negativa. Nos casos de boatos ou inormações inverídicas, as inormações técnicas contribuem para rechaçar os aspectos negativos e impedir danos à imagem do produto ou serviço.
Nos aspectos reais, tais como os que envolvem acidentes e prejuízos ao ambiente, as empresas e seus prossionais de marketing agem no sentido de reduzir os danos aos envolvidos, e reconstituir a imagem do produto e da empresa junto ao público, como em diversos momentos oram eitos em acidentes de grande proporção e com elevado número de vítimas. Nessas ações, cabe a retidão e a ética da prática prossional: Como regra, os prossionais de marketing não devem recorrer à publici dade positiva e responder com sinceridade à publicidade negativa. Assim, tal como na propaganda, os press -release e os porta-vozes nas entrevistas coletivas não devem declarar nada que seja enganoso, parcial ou prejudicial ao público consumidor. Para garantir interesse e credibilidade, as mensagens devem ser objetivas e inormativas, e não simplesmente manobras para obter a atenção da mídia. [...] Uma companhia que pratica o marketing dirigido para o valor deve reconhecer o papel da publicidade na ormação de relações de longo prazo com os clientes e de uma opinião pública avorável. CHURCHILL; PETER, 2000, p. 499
Promoção de vendas são incentivos adotados pelas empresas para, num curto espaço de tempo, aumentar as vendas de um determinado produto. Esse procedimento é comum nos mercados de automóveis com a realização de eiras aos nais de semana, de imóveis no mesmo estilo das montadoras de automóveis, supermercados de atacado e de varejos.
Para Kotler 2006, a promoção de vendas – cupons, concursos, prêmios, entre outras erramentas – serve para atrair “uma resposta mais intensa e rápida do comprador”. Ela pode ser utilizada como uma eciente erramenta de curto prazo, para chamar a atenção para o lançamento de novos produtos ou aumentar a venda de produtos em declínio. Segundo o autor, a promoção de vendas tem três beneícios undamentais: :: comunicação – chamar a atenção e levar o consumidor à compra do produto; :: incentivo – incorporar concessão, estímulo ou contribuição valiosa para o consumidor; :: convite – constituir-se num convite especial para a compra KOTLER; KELLER, 2006, p. 553. Os prossionais de marketing geralmente pensam na promoção de vendas como complemento para outros elementos do composto de comunicação. A promoção de vendas é a pressão de marketing exercida na mídia e ora dela por um período predeterminado e visando ao consumidor, varejista ou atacadista, para estimular experiências com um produto, aumentar a demanda dos consumidores ou melhorar a disponibilidade do produto. Em muitos postos de gasolina, por exemplo, quem abastece recebe um cupom para preencher e depositar numa urna. Se or sorteado, o elizardo ganha um carro novo. CHURCHILL, PETER, 2000, p. 489
Os autores montaram uma tabela com os tipos de objetivos de comunicação de cada instrumento da promoção de vendas:
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Tipo
Objetivo de comunicação
Cupons
Estimular vendas por meio de redução de preço de curto prazo; azer com que produtos novos sejam experimentados.
Oertas especiais
Estimular as vendas de produtos e visitas às lojas; aumentar as quantidades adquiridas.
Brindes ou prêmios
Atrair novos clientes para produtos existentes; criar prestígio; oerecer mais valor.
Concursos e sorteios
Chamar a atenção; criar prestígio; aumentar as vendas; gerar publicidade.
Amostra grátis
Encorajar o uso para que os consumidores possam experimentar os beneícios do produto.
Experiências grátis com o produto
Estimular vendas pela redução de risco de insatisação depois da compra; ornecer experiências do desempenho do produto.
Displays no ponto-de-venda
Dar mais destaque aos produtos nas lojas; aumentar as chances das compras por impulso; lançar novos produtos.
Abatimentos posteriores
Encorajar as compras, particularmente para artigos caros; obter inormações sobre os clientes para os bancos de dados.
Programas de delização
Recompensar a lealdade do cliente; apoiar esorços de marketing de relação; aumentar o volume de vendas.
Exposições
Gerar atenção e conhecimento sobre os produtos de uma indústria; identicar clientes potenciais; realizar vendas.
Brindes promocionais
Gerar consciência sobre a companhia, bem como sobre seus produtos e locais de venda; obter repetidas exposições às mensagens; criar prestígio.
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O merchandising tem duas denições como erramenta de comunicação de marketing. Ele é uma orma de comunicação e promoção no ponto-de -venda sinalizadores promocionais, stoppers8, cartazes, olhetos e displays. Por denição, o merchandising ocorre no ponto-de-venda; como as novelas e shows não são considerados pontos-devenda, a aplicação desse conceito nesse sentido não é apropriada. Inserções são pagas, portanto, devem ser consideradas propagandas; caso ossem gratuitas, seria publicidade. Exemplo: uma empresa contrata uma promotora que ca no supermercado, demonstrando o produto, dando pequenas amostras ou promovendo a degustação, quando or o caso. Vários abricantes, quando lançam novos produtos, oerecem seus produtos gratuitamente na compra de um dos produtos já abricados pela empresa. CROCCO, 2006, p. 190 98
8 Stopper – peça publicitária que se sobressai perpendicularmente à gôndola ou prateleira. Ela compõe parte da comunicação promocional do ponto-de-venda.
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Porém, as inserções de produtos e marcas em programas de rádio e televisão novelas, shows, programas esportivos, programas de auditórios, lmes também são chamadas de merchandising: Utilizado primeiramente no cinema, o merchandising hoje está em todos os tipos de programa de TV. Os anunciantes pagam de 50 a 100 mil dólares, ou até mais, para que seus produtos açam uma pontinha no cinema e na televisão. A quantia depende da quantidade e da natureza da exposição. Às vezes, o merchandising resulta de um acordo mais abrangente de propaganda em TV, em outras é trabalho de pequenas empresas especializadas quem mantêm laços estreitos com cenógraos e executivos de produção. KOTLER; KELLER, 2006, p. 576
O marketing direto é a comunicação direta entre o abricante e o usuário do produto, via teleone, internet, correio ou ax. Ele oerece vantagens múltiplas ao processo de venda. Aos consumidores, ele coloca à disposição produtos e inormação, sem a necessidade de sair de casa. Para os vendedores, ele oerece a possibilidade de atingir um comprador em potencial do produto, sem o seu deslocamento, e ainda organizar um banco de dados com inormações estratégicas sobre os compradores. Os prossionais de marketing direto buscam uma resposta mensurável, em geral um pedido do cliente. Isso muitas vezes se chama marketing de pedido direto . Hoje em dia, o marketing direto também é usado por muitas empresas para construir um relacionamento duradouro com o cliente. Elas enviam cartões de aniversário, inormações importantes e pequenos brindes para clientes selecionados. Companhias aéreas, hotéis e outros tipos de negócio também constroem ortes laços com o cliente graças a programas de oertas e delidade. KOTLER; KELLER, 2006, p. 606
Dentro do seu universo de possibilidades, há os seguintes tipos: Tipo
Defnição
Exemplo(s)
Máquinas de venda vending machines
Máquinas que entregam o produto quando o comprador insere cédulas, moedas ou chas.
Balanças eletrônicas operadas por moedas em armácias, máquinas de venda de rerigerantes e salgadinhos ou de bilhetes de metrô e de loteria.
Marketing direto
Campanhas de marketing que utilizam a venda pessoal ou diversos veículos de propaganda para solicitar pedidos dos consumidores em seu local de trabalho ou residência.
Vendas por teleone, catálogo.
Venda direta
Explicação pessoal e demonstração de um produto, com uma oportunidade para compra.
Venda porta a porta da Avon e reuniões domésticas.
Mala direta
Envio de olhetos, cartas e outros materiais que descrevem um produto e solicitam pedidos.
Carta convidando o consumidor a assinar a revista Veja, catálogo de viagem enviado por agências de turismo.
Telemarketing
Sondagens teleônicas, descrevendo o produto e procurando pedidos.
Chamada teleônica de um banco convidando o consumidor a adquirir um cartão de crédito.
Anúncios contendo inormações para pedidos.
Anúncio em revista ou inormativo comercial em televisão apresentando um número de teleone para azer um pedido.
Anúncio para resposta imediata
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Composto promocional
Tipo
Defnição
Exemplo(s)
Marketing on-line e-marketing
Exibição em computador de inormações sobre produtos, ornecendo ormulários de pedido via modem.
Site na internet que convida os visitantes a utilizar cartão de crédito para azer pedido.
Marketing direto integrado
Combinação de diversos tipos de marketing direto em uma única iniciativa.
Oerta de mala direta com teleonema de acompanhamento.
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O atendimento ao cliente caracteriza-se como uma comunicação pessoal entre as empresas e o usuário do produto, cujo objetivo não é a venda imediata. Nessa modalidade, as empresas colocam à disposição do cliente instrumentos para a comunicação direta linhas teleônicas, endereços eletrônicos, para tirar dúvidas, orientar a utilização do produto ou ajudar a solucionar problemas com relação à sua utilização. A iniciativa do contato pode surgir das duas pontas do processo; tanto do cliente9 para a empresa10, quanto da empresa para o cliente. Exemplo: boa parte das empresas abricantes de produtos alimentícios e de limpeza disponibiliza linhas 0800 ou correio eletrônico. As montadoras de veículos e diversos abricantes de eletrodomésticos realizam pesquisa de satisação por meio de suas centrais de atendimento a clientes. CROCCO, 2006, v. 2, p. 191.10911101211 Já o marketing digital 11 lança mão dos recursos tecnológicos modernos da internet www, óruns, jornais eletrônicos, newsletters boletins inormativos, banners, entre outros ormatos para se comunicar com os usuários de produtos ou potenciais clientes. Segundo Crocco 2006, v. 2, as empresas podem obter vantagens na utilização dos recursos oe recidos pela internet. A plataorma tem grande agilidade, na troca de inormações e na atualização de dados; os custos são relativamente baixos , para a manutenção e atualização, comparados com outros meios tradicionais de propaganda; a mensuração dos resultados pode ser em tempo real, com múltiplas possibilidades de obtenção de inormações; a comunicação pode ser eita de orma personalizada, em razão dos recursos técnicos; e a ormação de banco de dados , com uma série de inormações estratégicas dos clientes e seus hábitos de consumo CROCCO, 2006, v. 2, p. 213. Além disso, a erramenta possibilita a criação de página espaço próprio da empresa para a divulgação de seus produtos; microsite pequenas página localizada em outras páginas, e portais virtuais – shoppings centeres virtuais página especializada na venda de uma especíca categoria de produtos, reunindo diversos vendedores num único local virtual. 9 Segundo Crocco, as principais variáveis da relação do cliente com a compra eletrônica são as seguintes: perl do cliente, reqüência e tendência à utilização, motivação para a realização de compras, natureza dos produtos comprados e uso de canais eletrônicos CROCCO, 2006, v. 4, p. 79.
10 Para os abricantes, as principais variáveis são: presença nos canais eletrônicos, objetivos associados à presença em canais eletrônicos e personalização em massa. Para os intermediários: adoção à operação eletrônica de varejo e objetivos do varejo eletrônico CROCCO, 2006, v. 4, p. 79-80.
11 Conceitos ligados ao marketing digital: e-business negócio eletrônico, e-commerce comércio eletrônico, canal de marketing eletrônico; e-procurement compra corporativa por mediação eletrônica, e-publishing comércio eletrônico de bens e serviços digitais voltados para o consumo de conteúdo, e-services comércio eletrônico de serviço CROCCO, 2006, v. 4.
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Há autores que denominam as possibilidades de utilização dos recursos tecnológicos da internet como marketing on-line, com muitas simetrias com o marketing digital. As redes de computadores, inclusive a internet, também oerecem inormações sobre uma multiplicidade de produtos. Com o marketing on-line , os consumidores podem utilizar um modem para azer pedidos e pagar pelo cartão de crédito. Esse tipo de marketing tende a crescer de importância à medida que mais consumidores passam a sentir-se à vontade para comprar dessa maneira. A transmissão de números de cartões de crédito ou a transerência de outro tipo de undos, antes um problema que preocupava o consumidor, estão se tornando cada vez mais seguras. E o exemplo do sucesso que pode ser obtido pelo marketing on-line são as foriculturas virtuais que possibilitam o envio de “fores” pela internet a virtual PC Flowers , por exemplo, tornou-se uma das maiores foriculturas americanas. Uma justicativa apresentada para o sucesso desse negócio é o ato de que os homens – os principais usuários de serviço on-line – são também os principais compradores de fores. CHURCHILL; PETER, 2000, p. 423
Mix de comunicação O mix de comunicação é a articulação do processo adotado – pesquisas, análises, prognósticos e sistema de controle de inormação –, para a utilização das erramentas utilizadas para ligarem produtores aos consumidores – propaganda, promoção, publicidade, venda direta, entre outras. Segundo Crocco 2006: O mix de comunicação em marketing ou composto de comunicação é o resultado da combinação dos elementos de comunicação a serem conjugadamente desenvolvidos. Desse modo, resulta de avaliação, análise e decisão sobre a utilização, de que orma e em que medida, de erramentas, como propaganda, promoção de vendas, publicidade e vendas pessoais. Essa decisão ou conjunto de decisões conjugadas deve ser examinada a partir de condicionantes ligados às características do mercado, produto, à estratégia de comunicação adotada e às restrições orçamentárias. CROCCO, 2006, v. 1, p. 162
Nesse processo, há quatro interaces possíveis na adoção do mix de comunicação: a relação mix de comunicação com o mercado; a relação do mix de comunicação com o produto; a relação do mix de comunicação com a estratégia, e a relação do mix de comunicação com o orçamento. :: Mercado : dimensões, concentração do público-alvo e as características do cliente condicionam o mix de comunicação a ser adotado: quanto maior os universos de consumidores, maiores serão os esorços de comunicação para cobri-lo. :: Produto: design, sosticação, características de utilização, e a conguração do produto determinam as condições de sua comunicação. :: Estratégia: no undamental, há duas grandes estratégias – estratégia de pressão estimular e/ou motivar os canais a desenvolverem esorço de comunicação, como incentivos e estratégia de tração comunicação ocalizada no consumidor nal, promover a demanda do produto como resultado da ação do mercado. :: Orçamento : o montante de recursos colocado à disposição da comunicação é um ator determinante das possibilidades de ampliar o espectro de horizonte do mercado, a qualidade da comunicação, sua diversidade e o controle dos resultados CROCCO, 2006, p. 162-163.
Assim, o mix de comunicação é o resultado articulado das erramentas utilizadas para ligarem produtores e consumidores, e está condicionado às condições do mercado, à característica do produto,
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às estratégias adotadas para colocá-lo à disposição dos consumidores e, a um ator undamental: o tamanho do orçamento que o abricante dispõe para a promoção e divulgação do seu produto.
Considerações nais O chamado composto promocional – parte intrínseca do mix de marketing – é undamental para o êxito e ecácia entre o abricante e o usuário nal do produto. Nesse nível do marketing, a denição do processo de comunicação com os clientes – meio, estrutura e linguagem – dos objetivos e dos modelos de comunicação denem o êxito ou o racasso de uma determinada estratégia. O prossional de marketing deve desenvolver competências e habilidades para selecionar e analisar os instrumentos de comunicação mais adequados aos objetivos da empresa e às necessidades do cliente, consumidor nal do produto ou serviços colocados à sua disposição. Venda pessoal, propaganda, publicidade, promoção de vendas, marketing direto ou marketing digital ou on-line são erramentas imprescindíveis para a ecácia da comunicação entre o produtor e o consumidor de um determinado produto ou serviço. Essas erramentas desenham as possibilidades de utilização articulada de seus recursos – mix de comunicação – determinada pelo mercado, produto, estratégia e orçamento à disposição dos produtos, para atingir seus públicos.
Texto complementar Executivos elegem as ações de ponto-de-venda como coqueluches do marketing promocional (SAMPAIO; NOVAS, 2007)
A Ampro Associação de Marketing Promocional mais uma vez apresenta ao mercado importantes inormações sobre o setor promocional, valendo-se de um detalhado estudo encomendado ao Ibope Solutions, patrocinado por 43 associadas à entidade. A pesquisa compreendeu entrevistas com 100 executivos de companhias clientes da área promocional, investigando níveis de entendimento, conhecimento e comportamento relacionados ao campo para poder delinear, a partir dos dados levantados, o cenário presente, bem como considerações sobre o uturo. Dos prossionais entrevistados, a maioria em cargos de direção e gerência dos setores de marketing, trade marketing, publicidade, promoções, vendas e eventos, 95% já contrataram pessoalmente algum serviço em marketing promocional.
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A principal erramenta promocional contratada pelas empresas clientes é o desenvolvimento de ações no ponto-de-venda, pois 63% delas já lançaram mão dessa alternativa. As outras especialidades mais empregadas oram o marketing de eventos, utilizado por 53%; design gráco e comunicação visual, adotados por 49%; e ativação de vendas, usada por 46% delas. O marketing digital destacou-se como opção para uturos projetos. Não citado pelos entrevistados como erramenta utilizada para as ações promocionais realizadas nos últimos 12 meses, essa modalidade oi reerida por 52% dos entrevistados para novos investimentos. As ações em pontode-venda continuaram líderes em previsão de uso, pois oram mencionadas por 86% dos prossionais, sendo seguidas pelo marketing de incentivo, com 65% das menções de provável emprego nos próximos meses. Outra constatação relevante salientou as especialidades que os clientes incluem como sendo parte do “marketing promocional”. Auli De Vitto, vice-presidente de estratégia de negócios da Ampro, em coletiva realizada na sede da entidade nesta terça-eira, 15 de maio, declarou: “Existem tantos segmentos nesse setor que um de nossos objetivos era descobrir como as empresas entendiam o conceito de marketing promocional”. Segundo 76% dos executivos das empresas clientes, marketing promocional inclui “promoção com premiação”; 74% dentre eles acredita que “atividades no PDV” azem parte dessa atividade mercadológica; 65% citam as “oertas”; 58% incorpora os “eventos em geral”; e 49% menciona o “marketing de incentivo”. São estas as cinco especialidades mais consideradas como parte do mix promocional. Duas constatações animadoras para o setor promocional também vieram à luz com o estudo. A primeira é de que 68% das empresas clientes aumentaram sua verba para essas atividades nos últimos três anos. A segunda é que existe uma tendência de maior contratação de agências especializadas em promoção para cuidar dessa área, em detrimento das agências de publicidade. Um bom número de clientes 71% declarou que já emprega as promoções de orma organizada, com planejamento prévio dos investimentos. Mas a maioria das campanhas 76% continua sendo contratada job a job. A amostra da pesquisa oi composta por 84 empresas da região Sudeste; 10 da região Sul; e 6 sediadas entre Nordeste e Centro-Oeste. Em relação aos seus respectivos mercados de atuação, 57 delas pertencem ao setor industrial alimentos e bebidas, cosméticos, limpeza e armacêutico, entre outros; 20, ao setor de serviços bancos, telecomunicações e serviços públicos; 14, ao comércio; e outras 8 são de campos diversicados. A maioria delas 63% era de médio e grande porte. Como a Ampro ainda não concluiu os relatórios analíticos que podem ser gerados pelos dados colhidos pela pesquisa, a entidade promete que em breve terá mais novidades para inormar a seus associados e ao mercado sobre o perl presente e as tendências uturas dessa atividade central da comunicação de marketing.
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Atividades 1.
Qual a importância da “venda pessoal” nos estágios do processo de compra?
2.
Como se dá o processo de articulação conhecido como mix de comunicação em marketing?
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3.
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Qual a unção do elemento “promoção” no composto mercadológico?
Relações Públicas No composto da comunicação organizacional integrada, a comunicação institucional é a responsável direta, por meio da gestão estratégica das relações públicas, pela construção e ormatação de uma imagem e identidade corporativa orte e positiva de uma organização. A comunicação institucional está intrinsecamente ligada aos aspectos corporativos institucionais que explicitam o lado público das organizações, constrói uma personalidade creditável organizacional e tem como proposta básica a infuência político-social na sociedade em que está inserida. KUNSCH, , 2003, p. 164
As Relações Públicas1 – a atividade prossional e as erramentas de comunicação institucional do relacionamento com o público – são responsáveis pela construção das imagens institucionais das organizações – governamentais, privadas ou organizações não-governamentais. Seu trabalho baseia-se em pesquisa – qualitativas e quantitativas –, planejamento dos procedimentos internos e externos e coordenação do fuxo de inormações estratégicas, nos espaços internos e externos das organizações. Com essa ação sistemática, ortalecem-se os laços entre a organização e o público-alvo e seus stackholders, os conceitos dos produtos e serviços prestados por ela, e a qualidade da inormação colocada à disposição da sociedade. Segundo as Conclusões do Parlamento Nacional de Relações Públicas, publicado pelo Conselho Federal de Prossionais de Relações Públicas do Brasil Conerp, em 1998, as unções, possibilidades de realizações, elaboração de programas, planejamento, coordenação, execução, ensino e mecanismos de avaliação são as seguintes: :: Funções específcas do Relações Públicas (RP) – diagnosticar o relacionamento das entidades com seus públicos; prognosticar a evolução da reação dos públicos diante das ações das entidades; propor políticas e estratégias que atendam às necessidades de relacionamento das entidades com seus públicos, e implementar programas e instrumentos que assegurem a interação das entidades com seus públicos. :: Atividades de RP – realizar pesquisas e auditorias de opinião e imagem; diagnósticos de pesquisas e de auditoria de opinião e imagem; planejamento estratégico de comunicação institucional, e pesquisa de cenário institucional. :: Estabelecer – programas que caracterizam a Comunicação Estratégica para a criação e manutenção do relacionamento das instituições com seus públicos de interesse. 1 A prossão é regulamentada pela Lei 5.377, de 11 de dezembro de 1967. Seu órgão de representação prossional é o CONFERP – Conselho Federal de Prossionais de Relações Públicas.
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:: Planejar, coordenar e executar programas – interesse comunitário; inormação para a opinião pública; comunicação dirigida; utilização de tecnologia de inormação aplicada à opinião pública, e esclarecimento de grupos, autoridades e opinião pública sobre interesses da organização. :: Dedicar-se – ao ensino de disciplinas de teoria e técnicas de Relações Públicas. :: Avaliar – os resultados dos programas obtidos na administração do processo de relacionamento das entidades com seus públicos KUNSCH, 2003, p. 126-127.
No universo de suas atividades prossionais encontram-se os desenvolvimentos de atividades empregadas a m de promover relacionamento avorável com o público em geral; a capacidade de compreender e apreender os conhecimentos necessários para desenvolver tais atividades; ormação das pessoas que trabalham no universo das relações públicas; planejamento do núcleo inteligente – órgão ou conjunto de pessoas – que assessora uma organização, com especialistas na coleta e análise de dados técnicos, estatísticos e cientícos que avoreçam a ação institucional da organização. A empresa precisa se relacionar de maneira construtiva não só com consumidores, ornecedores e revendedores, mas também com um grande número de públicos interessados. Um público é qualquer grupo que tenha um interesse real ou potencial na empresa, ou que possa ter impacto em sua capacidade de atingir seus objetivos. As Relações Públicas (RP) envolvem uma série de programas desenvolvidos para promover ou proteger a imagem de uma empresa ou de seus produtos em particular. KOTLER; KELLER, 2006, p. 593
Procedimento e atividade de RP O trabalho de Relações Públicas incorpora uma série de atividades prossionais. Os principais objetivos dessa atividade incluem: :: projetar a imagem de uma instituição, produto, serviço, marca, órgãos governamentais, organização não-governamental, entidades de classe, pessoas, entre outros; :: planejar o relacionamento do assessorado com o seu stakeholders universo de pessoas que gravitam ao redor da instituição, direta ou indiretamente, e que intererem nas suas atividades ns; :: planejar todas as atividades vinculadas ao plano de comunicação integral da organização; :: administrar possíveis confitos nas áreas de interesse da instituição; :: promover eventos com o objetivo de ortalecer a imagem institucional da organização, de seus produtos ou serviços; :: desenvolver pesquisas qualitativas e quantitativas de opinião pública, nas áreas de interesse da organização; :: editar inormações institucionais, por intermédio de meios e veículos de comunicação press kit 2; :: planejar a aproximação da organização com a mídia – rádio, televisão, jornal, revista e internet – especializada e de alcance geral, com a produção de comunicados ociais; :: planejar atividades que levem ao estreitamento da relação comunitária, com base em projetos de responsabilidade social; 2 Kit de inormações para a imprensa com press-release, otograas, vídeos, produtos e inormações adicionais. A produção desses kits implica custos e gastos consideráveis. Porém, os prossionais de marketing consideram que vale a pena sua produção, pois ele é muito eciente, por acionar diversas erramentas de comunicação ao mesmo tempo.
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:: planejar o alinhamento das ações internas com os objetivos externos da organização; :: desenvolver marketing de eventos com a associação da marca, produto ou serviço a uma modalidade esportiva ou cultural, com potencial mercadológico ou estratégico, para públicos preerenciais; :: atuar junto aos órgãos reguladores para a elucidação de dúvidas e deesa dos interesses da organização lobby 3; :: assegurar o fuxo de comunicação entre a organização e o público, de orma responsável, prossional, ética e democrática.
Cabe, portanto, ao prossional dessa área, o planejamento da comunicação integrada da organização, com os seus diversos públicos – internos e externos –, para o ortalecimento da imagem institucional, conceito, produto ou serviço para o público-alvo e os que gravitam ao redor da instituição, por intermédio de meios de comunicação – jornal, revista, rádio, televisão, internet –, veículos próprios – house organs veículos de comunicação institucional – newsletters, jornais, boletins inormativos, entre outros – ou eventos promocionais. Em síntese, seu trabalho visa estimular os meios de comunicação a divulgar inormações estratégicas, que possam contribuir com o ortalecimento da imagem institucional da organização em que atua. Segundo Crocco 2006, v. 2, sua atividade objetiva evitar a distorção das inormações – ruídos – na comunicação da organização com seu público-alvo: Tanto quanto a propaganda, as relações públicas utilizam a mídia como meio de comunicação com o público. Essa comunicação pode, eventualmente, ser eita por meio de publicidade. No entanto, com a propaganda, a empresa possui total controle sobre a mensagem e a orma pela qual ela será transmitida, enquanto com RP isso não ocorre, pois como não há uma compra de tempo na mídia eletrônica ou espaço na mídia impressa, a mensagem será divulgada de acordo com o meio de comunicação que estará transmitindo a inormação, ou seja, haverá maior possibilidade de ruído. CROCCO, 2006 v. 2, p. 216
Kotler 2006 atribui importância vital ao trabalho de Relações Públicas. Para o autor, os prossionais da área de marketing tendem a usar com parcimônia as atividades de Relações Públicas, “menos do que poderia”. Segundo ele, um programa planejado com outros elementos do mix de comunicação, dá eciência ao trabalho desenvolvido por esse prossional. Para Kotler, o trabalho de relações públicas e assessoria de imprensa4 baseiam-se em três características distintas: :: Alta credibilidade – inormações em jornais e revistas são, para o autor, autênticas e conáveis para os leitores. 3 Lobistas: como as leis e regulamentações podem ter um grande alcance, indivíduos e organizações muitas vezes tentam infuenciar membros do governo. No entanto, não é prático entrar em contato com o governo toda vez que um projeto importante aparece para ser votado. Em vez disso, as organizações utilizam lobistas para representar suas opiniões. Esses prossionais representam grandes corporações, grupos industriais e organizações de interesse público de todos os tipos, como os das lotações e ônibus clandestinos, dos uncionários públicos ou das empresas de plano de saúde CHURCHILL, PETER, 2000, p. 34. Nos Estados Unidos da América, a atividade do lobista é regulamentada. No Brasil, a atividade está associada a uma imagem pejorativa do lobista. Entretanto, diversos grupos de interesse agem nas eseras do legislativo, executivo e judiciário para assegurar posições avoráveis aos seus projetos.
4 Assessoria de imprensa e relações públicas é a comunicação dirigida especicamente aos meios de comunicação e aos stackholders quando de eventos especícos. Esse instrumento é undamental para gerar e preservar a boa imagem da empresa, e, em casos de ocorrência de situações inesperadas, como acidentes, deeitos em massa ou denúncias prejudiciais à empresa, torna-se essencial para minimizar os danos que possam ser causados à imagem de seus produtos. Exemplo: uma empresa que pratica ações sociais e queira dar maior visibilidade a elas pode organizar uma entrevista coletiva com seu presidente, o qual inormará os resultados das ações sociais eetivas. O Banco ABN-Amro Real mantém, em sua página da internet, inormações sobre o Concurso Banco Real de Talentos da Maturidade, que é uma ação social meritória e também objeto de relações públicas CROCCO, 2006 v. 2, p.192.
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:: Possibilidade de pegar os compradores desprevenidos – a atividade de Relações Públicas pode atingir clientes potenciais que evitam vendedores e anúncios. :: Dramatização – por intermédio desse expediente, os Relações Públicas são capazes de tornar a organização, produto ou serviço mais “concretos” para o seu público-alvo KOTLER, 2006, p. 553-554.
Segundo o autor: À medida que a propaganda de massa vem perdendo poder, os gerentes de marketing estão se voltando mais para a atividade de RP de marketing, com o intuito de promover conscientização e conhecimento da marca para produtos novos e já existentes. Essa atividade é eciente também na cobertura de comunidades locais e no alcance de grupos especícos. Em diversos casos, a RP de marketing se mostrou mais vantajosa em termos de custo do que a propaganda. No entanto, ela deve ser planejada em conjunto com a propaganda. Além disso, os gerentes de marketing precisam adquirir mais habilidade na utilização de recursos de RP. [...]. Realizada adequadamente, a RP de marketing 5 pode ter um impacto signicativo. KOTLER; KELLER, 2006, p. 593
Comunicação integrada de marketing As Relações Públicas coordenam e mobilizam simultaneamente diversas erramentas de comunicação, no âmbito do planejamento de Comunicação Integrada de Marketing CIM. Essa ação coordenada visa criar um movimento sinérgico no plano de comunicação – a junção das diversas erramentas resulta em um eeito maior do que a simples soma de cada elemento. Dessa orma, as organizações potencializam suas atividades de comunicação, tornando-as mais ecientes na construção da sua imagem institucional e comunicando de orma eciente os conteúdos dos produtos ou serviços oertados por ela. O prossional de marketing deve eleger as melhores erramentas e os melhores instrumentos do mix de promoção à disposição para ampliar seus resultados. Nesse processo, ele dene os meios a serem utilizados rádio, televisão, jornal, revista, internet, seus conteúdos mensagens opinativas, inormativas, descritivas, estilos denotativos ou conotativos, sua estrutura narrativa ragmentada ou completa, sistema de codicação léxico ormal ou inormal e controle da qualidade da inormação redução dos ruídos na inormação. No campo da comunicação de marketing, a CIM é um conceito, um modelo de planejamento que reconhece o valor “agregado” de um plano mais abrangente e as unções estratégicas das erramentas e mecanismos de comunicação, articulando-os de orma inteligente, fexível e coerente. Quanto mais alinhados orem os instrumentos e mecanismos de comunicação, mais ecientes serão os seus resultados. 5 Segundo Kotler, as principais erramentas de Relações Públicas de Marketing são: publicações relatórios anuais, olhetos, artigos, jornais e revistas da empresa, material audiovisual, eventos conerências, seminários, exposições, concursos, passeios, competições, aniversários, patrocínios eventos esportivos, culturais, relevantes para a comunidade, notícias press release, conerência para a imprensa, entrevistas coletivas, apresentações aparições públicas como palestras, responder perguntas da mídia, reuniões de venda, atividades de prestação de serviço e interesse público recursos, tempo e participação em atividades e causas sociais, identidade de mídia identidade visual como logotipos, cartões e papéis de carta, olhetos, cartazes, ormulários, cartões de visita, instalações, uniormes e vestuários KOTLER; KELLER, 2006, p. 594.
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Para Kotler 2006, poucas empresas utilizam-se de orma articulada das diversas erramentas disponíveis sob as asas das CIM: Lamentavelmente, muitas empresas ainda conam em apenas uma ou duas erramentas de comunicação. Essa prática persiste apesar da prolieração dos novos tipos de mídia, da crescente sosticação dos consumidores e da ragmentação dos mercados de massa em uma innidade de minimercados, cada um deles exigindo uma abordagem especíca. A ampla gama de erramentas de comunicação, mensagens e públicos torna obrigatório que as empresas se encaminhem para uma comunicação integrada de marketing. É preciso adotar uma “visão 360 graus” do consumidor para compreender plenamente todas as dierentes ormas pelas quais a comunicação pode infuenciar seu comportamento cotidiano. KOTLER; KELLER, 2006, p. 556
Operacionalmente, a CIM tem início quando as organizações denem seus objetivos de marketing, e como cada um dos elementos do composto de comunicação poderá ser acionado para atingir os objetivos propostos, de orma orquestrada. Nesse sentido, a comunicação integrada de marketing surgiu, em parte, para corrigir as conseqüências prejudiciais da atitude dos prossionais de marketing que realizam um trabalho com objetivos contraditórios dentro das organizações e também para responder a mudança no ambiente de comercialização. A competição mais orte e globalizada obriga a empresa a considerar de perto a ecácia com que se comunica com os clientes e lhes propicia valor. Assim, produtos e serviços personalizados aliados a técnicas especícas, como correspondência pessoal, teleonemas e mensagens on-line interativas, ajudam a organização a se comunicar melhor com os clientes e criar mais valor para eles. Avanços tecnológicos tornaram essas abordagens personalizadas mais práticas para um número crescente de organizações. A comunicação integrada de marketing constitui, portanto, uma maneira de responder ao desao e à complexidade de se comunicar ecazmente com os clientes em mercados altamente competitivos. CHURCHILL, PETER, 2000, p. 456
Processo de comunicação Os prossionais de marketing devem conhecer os complexos elementos que constituem o fuxo de inormação. Esse processo de comunicação implica a mobilização de elementos que, bem utilizados, dão ecácia à inormação e produzem os resultados esperados e denidos pela organização. Para Crocco 2006, os principais elementos que ormam o processo de comunicação são: emissor, codicação, mensagem e meio, decodicação, receptor, resposta e eedback . A onte uma companhia ou um indivíduo, por exemplo determina qual inormação será comunicada e codica a mensagem em símbolos apropriados, tais como palavras e imagens. Por um meio de comunicação – televisão ou rádio, palavras escritas, imagens otográcas, discursos ao vivo ou sons musicais – a onte transmite a mensagem ao receptor , a pessoa ou grupo para quem a mensagem é destinada. Em seguida, o receptor decodica a mensagem interpretando seu signicado. Se o receptor não decodica ou não consegue decodicar corretamente a mensagem para entender o que a onte pretendia, então existe ruído no sistema de comunicação. O ruído pode assumir a orma de som ísico – como um chiado no rádio, teleone ou televisão –, erro de impressão ou pronúncia, ou pode ainda ser o mau entendimento, por parte do receptor, da linguagem ou símbolos do remetente ou uma má impressão, tal como a provocada pela antipatia de um cliente em relação aos gestos ou roupas de um vendedor. CHURCHILL, PETER, 2000, p. 449
No processo de comunicação, o fuxo de inormação é constituído por vários elementos que são imprescindíveis à ecácia do sistema. Cada elemento tem um papel de destaque na transmissão dos dados inormativos e na preservação da qualidade do que é transmitido. Quanto mais eciente é o sistema, menor é a possibilidade de ser perder qualidade inormativa, com a provocação de ruídos, que distorcem essa qualidade.
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Veja a seguir os principais elementos do sistema de inormação e suas unções especícas: :: onte – organização que emite inormação para o seu público-alvo; remetente da inormação; :: codifcação – o processo de transormação da estratégia da organização em linguagem simbólica; processo de converter uma mensagem em símbolos que representam imagens ou conceitos; processo de converter o grupo de símbolos nas imagens ou conceitos em uma mensagem; :: mensagem 6 – é o anúncio produzido pela organização para ser inormado ao público-alvo; :: mídia ou meio – meios de comunicação que levam as mensagens ao público-alvo – rádio, televisão, jornal, revista, internet, entre outros; sistema que transporta a mensagem. Quando esses meios de comunicação são identicados individualmente, pelas suas marcas e singularidades, eles são chamados de veículo: Folha de S. Paulo, Jornal do Brasil, Correio Brasiliense, The New York Times, El País, Le Monde; :: decodifcação – é a orma com que o receptor interpreta a inormação7, dentro do seu universo cultural; :: receptor – público-alvo da inormação que decira, decodica o conteúdo da mensagem. Pessoa ou grupo para quem a mensagem é destinada; :: resposta – conjunto de reação do público-alvo quando atingido pela inormação; ::
feedback –
mensagem emitida pelo público-alvo de volta à onte emissora da inormação retorno da inormação. A resposta do receptor a uma mensagem;
:: ruído – distorção não intencional que modica o sentido da inormação original emitida pela onte: palavras de duplo sentido, erros grácos, cores inadequadas, sotaques regionais; eles podem ocasionar prejuízos à imagem da organização e, por extensão, aos produtos ou serviços oertados por ela; sons ísicos, mal entendidos ou outras distrações que azem com que um receptor não consiga decodicar corretamente a mensagem CROCCO, 2006, v. 2, p. 193-195; CHURCHILL; PETER, 2000, p. 449-450.
Modelos de comunicação São os elementos que ormam o processo de comunicação, com o objetivo de reduzir os ruídos o máximo possível. O prossional de marketing deve escolher o modelo de comunicação que melhor se adapta à organização, a seus produtos ou serviços, e à necessidade do seu público-alvo, para o de6 Para dar eciência à mensagem, as organizações realizam pré-teste de seus anúncios, com o objetivo de reduzir os ruídos na mensagem. Os modelos são os seguintes, segundo Crocco: Testes de portólio – os textos de um anúncio podem ser escritos de várias ormas. Um grupo de clientes lê os textos e opina sobre a orma mais adequada de se escrever determinada mensagem para que ela seja acilmente compreendida. Um das características desse teste é que os textos são colocados em meio a textos de dierentes marcas, daí o nome de portólio. Testes de jurados: muito similar ao teste de portólio, com a dierença de que o grupo de clientes opina sobre os textos apresentados, que não se encontram entre textos de outras marcas. Testes de exibição: os clientes assistem a uma propaganda e, em seguida, emitem a sua opinião. Com base no relato dessas pessoas, o roteiro pode ser ajustado ou até mesmo reeito. Muitos lmes produzidos em Hollywood também passam por esses testes CROCCO, 2006, v. 2, p. 194.
7 Segundo os teóricos do processo da comunicação, nessa ase – decodicação – é que pode ocorrer o que se chama de
distorção seletiva, quando o receptor interpreta a inormação de acordo com os seus valores e as representações do seu universo cultural. Crocco 2006, v. 2 apresenta o exemplo de um anúncio de sabonete, que insinua o banho de uma mulher, e que pode ser tanto compreendido como um sinal de higiene, como, por outra pessoa, se interpretado como grosseira e desrespeitosa CROCCO, 2006, v. 2, p. 194.
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senvolvimento de um projeto, programa promocional. O prossional apropria-se desses modelos para atingir o cliente de orma minuciosa, detalhada. Entre os modelos mais utilizados encontram-se o modelo dos cinco Ws Who, When, Why , What , Where8 e o modelo Aida9. De acordo com Crocco, o modelo dos cinco Ws permite que os objetivos da comunicação sejam determinados. Os consumidores experimentam os três estágios comuns no processo que leva da identicação do produto ou serviço ao seu consumo: cognitivo, aetivo e comportamental. :: Quem (Who): a quem comunicar; identicação do público-alvo, com qual estilo, com que estrutura narrativa e com qual sistema de codicação a organização pretende atingir, de orma ecaz, o seu público-alvo. :: Quando (When): quando comunicar; o melhor momento para ser eita a comunicação, a melhor data. :: Por que (Why): por que comunicar; motivação da organização para estabelecer a comunicação com seu público-alvo. :: O que (What): o que comunicar; o conteúdo da inormação que deverá ser colocada à disposição do público-alvo. :: Onde (Where): onde comunicar; quais os meios mais adequados e ecazes e quais os melhores veículos para essa comunicação.
Já o modelo Aida leva o consumidor a experimentar as mesmas ases da identicação ao consumo cognitivo, aetivo e comportamental e está lastrada nos seguintes conceitos: Modelo Aida Comunicação de marketing
Atenção
Interesse
Desejo
Ação
:: Atenção: chamar a atenção do público-alvo para o produto ou serviço: “Os prossionais de marketing precisam criar uma comunicação que rompa a desordem criada por todas as outras mensagens, de orma que o público-alvo pelo menos preste atenção a ela” CHURCHILL, PETER, 2000, p. 451. :: Interesse : provocar o interesse do cliente, depois do processo de atenção: “Em seguida, a comunicação visa gerar interesse na organização e em seus produtos e marcas” CHURCHILL, PETER, 2000, p. 451. :: Desejo: desperta o desejo do cliente em consumir o produto ou serviço oertado: “Se as inormações sobre beneícios orem apresentadas com sucesso, os receptores podem desenvolver o desejo pelos produtos descritos” CHURCHILL, PETER, 2000, p. 451. :: Ação: cliente adquirir o produto ou serviço com a ação articulada da mix de marketing: “A última ase do modelo Aida – a ação particularmente a compra – é a que mais diretamente aeta a organização e a mais diícil de atingir” CHURCHILL, PETER, 2000, p. 451.
8 Ws: Quem, quando, por que, que, onde. 9 Aida: Ação, Interesse, Desejo e Atenção.
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Considerações nais No universo competitivo dos mercados globais, o trabalho de Relações Públicas agrega valores e potencializa a imagem institucional de uma organização, a venda de produtos ou ser viços colocados à disposição de públicos-alvos denidos. O prossional de marketing tem à sua disposição diversas erramentas e instrumentos de comunicação que permite a ela ter eciência em seu planejamento de se comunicar com os clientes. Composto promocional, mix de comunicação, comunicação integrada de marketing CIM são conceitos mobilizados pelas competências adquiridas pelo prossional da área. Modelos como os dos cinco Ws ou da Aida contribuem para que o prossional de marketing possa traçar um roteiro eciente para que os objetivos e metas denidos pela organização sejam atingidos. Ambos atravessam as mesmas etapas de encantamento dos consumidores: cognitivo, aetivo e comportamental. Portanto, as Relações Públicas têm, no processo de diagnóstico, prospecção e sistema de controle do fuxo de inormação, instrumentos ecientes para assegurar o ortalecimento institucional da organização, implicando o ortalecimento da marca do produto ou serviço, assegurando o retorno almejado pelo oertante.
Texto complementar Relações Públicas, antes de tudo, um processo 1 (SIMÕES, 2000)
O termo Relações Públicas é polissêmico, isto é, possui vários signicados: um processo, um prossional, uma prossão, uma unção, uma técnica e, talvez, como querem alguns, uma ciência. Verica-se isso ao se observar o modo de alar de todos aqueles que tratam do assunto, pois, quando desejam reerir-se ao processo de relacionamento da organização com os seus vários públicos, dizem “as Relações Públicas”. Para designar o prossional que assessora ao poder decisório da empresa, quanto ao andamento do processo, dizem “o Relações Públicas”. A prossão também se chama “Relações Públicas”. Enm, é um termo para designar muitos objetos, dicultando sobremodo a comunicação daqueles envolvidos no assunto, tanto os antigos como os iniciantes. Pior ainda é que, além da polissemia, há o problema dos vários conceitos exigentes para cada um dos signicados. Em outras palavras, cada autor, prossional e entidade de classe conceituada de maneira dierente a atividade de Relações Públicas, o prossional e os outros signicados. É 1 Texto originalmente publicado no número 2 do jornal O PÚBLICO – órgão inormativo da Associação Brasileira de Relações Públicas – Seção Estadual de S. Paulo agosto/1979, p. 4.
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uma Babel. Assim sendo, não é tarea ácil explanar algo a respeito, mesmo porque, nós também temos o nosso ponto de vista. Contudo, em beneício de toda uma classe prossional, da sua atividade e da sociedade na qual estão inseridas, arriscamos comentar em alguns artigos a polêmica Relações Públicas. Iniciaremos pelo signicado processo, ou seja, Relações Públicas é, antes de tudo, um processo intrínseco entre a organização, pública ou privada, e os grupos aos quais está direta ou indiretamente ligada por questões de interesses. Esses grupos em nosso caso recebem a designação de públicos. Esse processo é um enômeno que sempre existiu, apenas que somente neste século oi percebida sua importância. Caracteriza-se por ser multidimensional, dinâmico e histórico, das várias ormas de interação das organizações em um sistema social, segundo estruturas políticas, econômicas, sociais, éticas, psicológicas e culturais. A organização somente existirá a partir do momento em que o processo or iniciado. Tentem imaginar algo que exista e que não esteja em um processo de relacionamento. Quando isto acontece não temos idéia de sua existência, portanto é quase que não existir. Assim, o processo é condição sine qua non de existência para qualquer grupo – a organização é um grupo. E, além disso, será por intermédio do processo de inter-relação que se chegará ao processo de transação, aspecto último de todos os organismos existentes na ace da terra. Foi a percepção de problemas no processo por alguns empresários ou líderes visionários que ez surgir alguém, mais tarde um prossional, ocupado e especialista com a dinâmica do processo, diagnosticando e dando pareceres sobre o andamento do mesmo para os diretores e gerentes de empresas ou outras organizações. Isso aconteceu ou oi semelhante com toda e qualquer outra prossão. Esse processo, isto é, o processo de Relações Públicas é um enômeno e como tal está sujeito a princípios que, se respeitados ou seguidos, arão com que a organização atinja seus objetivos eternamente, evitando a entropia. Porém, caso haja desrespeito aos mesmos, a organização sorerá suas conseqüências. Dito de outro modo, quem az as Relações Públicas das empresas são elas próprias por meio de tudo que zerem ou deixarem de azer, segundo os princípios psicológicos, sociológicos, históricos, políticos, econômicos, éticos e culturais aos quais t oda sociedade está submetida. O comportamento de acordo com os princípios signica boas Relações Públicas e, como resultado, boa imagem. Comportamento contrário aos princípios signica más Relações Públicas e, portanto, imagem ruim. Em síntese, queremos dizer que quem az suas Relações Públicas é a própria organização por meio de tudo que possa ser identicado como sendo seu. A imagem de uma empresa está intrínseca ao processo. Isso é a essência das Relações Públicas. O “ press release ”, o jornal da empresa, a propaganda institucional, as doações são acessórios que somente arão eeito se o processo estiver de acordo com os princípios básicos a que está sujeito. Finalizando, o conceito de uma empresa é obtido essencialmente pela maneira como ela se posiciona e atua em suas transações com a sociedade na qual está inserida e, secundariamente, pelas atividades de inormar, claricar, relacionar e motivar, mesmo porque, segundo Etzioni: “as dierenças de interesses econômicos e de posições de poder não se desazem pela comunicação”.
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Relações Públicas
Atividades 1.
Qual o campo de atuação do prossional de Relações Públicas?
2.
O que são os modelos de comunicação?
3.
Como unciona a Comunicação Integrada de Marketing CIM?
Mercados organizacionais As organizações não se limitam a vender; elas também compram vastas quantidades de matérias-primas, componentes manuaturados, instalações e equipamentos, suprimentos e serviços. Somente nos Estados Unidos, existem mais de 13 milhões de organizações compradoras, e as organizações vendedoras precisam compreender as necessidades, os recursos, as políticas gerenciais e os procedimentos de compra dessas organizações. KOTLER; KELLER, 2006, p. 208
Normalmente, quando se ala de marketing, pensa-se imediatamente no comprador individual e na relação que este tem com o produtor. Há, entretanto, um pedaço do universo do marketing que não se limita à relação entre um oertante que coloca um produto à disposição de um consumidor individual. Esse pedaço do universo chama-se mercado organizacional. Em muitas de suas acepções, a compra eita em um mercado organizacional pode ser denida como um processo de tomada de decisão, em que as organizações desenham suas necessidades de compra de produtos e serviços, e identicam, avaliam e decidem, entre os diversos ornecedores do leque disponível, qual é a melhor opção. Ou seja, qual é a melhor organização de venda que atinge suas necessidades corporativas e atende sua necessidade de produção, com qualidade, quantidade, preços e agilidades compatíveis com sua arquitetura estratégica. Nessa constelação mercadológica, ao redor do conceito de mercado organizacional, gravita uma série de idéias undamentais para a compreensão dessa realidade: características dos mercados, diversidade e categorização dos compradores, classicação das empresas que operaram nesse mercado, dinâmica do mercado internacional. As principais orças que agem nesse mercado demanda, concorrência e tecnologia condicionam o processo das compras, as interações entre os compradores e os resultados obtidos por todos que participam desse processo de trocas mercadológicas. O prossional do marketing deve desenvolver a competência conhecer os mercados, ter a habilidade de pesquisar e projetar os melhores resultados e ser ético nesse processo para oerecer os melhores produtos e serviços para os seus clientes organizacionais, possibilitando a eles melhores perormances, lucratividade e atendimentos das necessidades dos seus clientes nais.
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Mercados organizacionais
Os grandes operadores desse mercado são as grandes empresas – muitas são multinacionais ou organizações corporativas de grande porte – e os governos, em suas diversas eseras: municipais, estaduais ou nacionais, que compram produtos e serviços nesse mercado. Mas, há também como atores menores, mas não menos importantes, pequenos e médios compradores que nutrem de recursos as artérias desse setor. Kotler dene assim o mercado organizacional: O mercado organizacional é ormado por todas as organizações que produzem bens e serviços utilizados na produção de outros produtos ou serviços que são vendidos, alugados ou ornecidos a terceiros. Os principais setores que compõem o mercado organizacional são agricultura, exploração forestal e pesca; mineração; manuatura; construção; transporte; comunicação; serviços públicos; setor bancário, nanceiro e segurador; distribuição e serviços. KOTLER; KELLER, 2006. p. 208
Um exemplo material dessas operações pode ser observado no mercado de construção. Uma construtora que planeja a construção de um grande condomínio necessitará de ornecedores de material de construção cimento, pedras, areia, cal, de quem aça o serviço de terraplanagem, deslocamento das grandes quantidades de terra, ornecedores de material hidráulico, elétrico, de acabamento, como tintas, entre diversos itens. No processo, a construtora az negócio com diversos ornecedores de diversas localidades. Para que haja um alinhamento desses produtos qualidade, quantidade e agilidade, az-se necessária uma grande operação de relações no mercado organizacional para atingir as metas e objetivos dos players1, dos operadores, nesse processo, a construtora. A ecácia da operação dependerá dos resultados obtidos no nal do processo. Uma das principais características desse mercado em relação ao mercado de consumidores é que ele tem menos compradores. Sempre há, em uma determinada praça, mais consumidores do que organizações, em especial os compradores de produtos ou serviços especializados. A representação desse cenário pode ser observada no quadro seguinte: Características
Compradores organizacionais
Consumidores
Número de compradores no mercado
Poucos
Muitos
Tamanho das compras quantidade e valor unitário
Grande
Pequeno
Critérios de decisão
Primariamente racionais
Racionais e emocionais
Interdependência entre comprador e vendedor
Forte
Fraca
Número de pessoas envolvidas nas decisões
Muitas
Poucas
) 4 7 1 . p , 0 0 0 2 , R E T E P , L L I H C R U H C (
Como é possível de ser observado, há uma assimetria entre as operações dos compradores organizacionais e dos consumidores comuns. Há distinções nas características, quanto ao número, tamanho e relações interdependentes, dos volumes e proporções dos compradores e de seus impactos no sistema de troca. Ao azer as comparações entre esses dois tipos distintos de compradores, Kotler 2006 estabelece uma série de categorias que distingue os compradores organizacionais e suas atividades na cadeia de suprimentos: 1 Signica “jogadores”, numa alusão a operadores.
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:: Menos compradores, porém de maior porte – as empresas que compram no mercado organizacional são de menor número em relação as do mercado de consumidor, porém, suas operações de compra têm maior volume e porte do que as do mercado de consumidores. :: Relacionamento estreito entre ornecedor e cliente – em razão do impacto que os grandes compradores provocam no mercado organizacional, os ornecedores tendem a denir estratégias personalizadas que atendam as necessidades e especicidades dos grandes compradores, pois dessa relação estratégica depende o desempenho de sua organização. :: Compra profssional – os compradores que operam nesse mercado são prossionais treinados para o desenvolvimento de suas competências de pesquisa, observação e cumprimento das normas e regras exigidas pelos clientes, em razão do volume de produtos e serviços em jogo. :: Diversas inuências de compra – há muitas pessoas envolvidas na tomada de decisão para as compras organizacionais. É comum a ormação de um grupo especial – comitê de compra – para estudar e decidir sobre a melhor operação de compra, com o envolvimento de especialistas de diversas áreas e setores. :: Vários contatos de venda – a operação mobiliza exércitos signicativos de pessoas, que estabelecem uma série de grandes relações e contatos, para a eetivação da compra. :: Demanda derivada – a demanda dos bens organizacionais depende da demanda por bens de consumo; uma montadora de automóveis precisará de mais calotas, se a demanda do mercado de carros aumentar. As empresas que atuam nesse mercado atuam em simetria com a demanda exigida pelo mercado de consumo; o aumento no mercado de consumo implica o aumento no mercado organizacional. :: Demanda inelástica – A demanda total desse mercado normalmente não é aetada pelas oscilações de preços, em especial no curto prazo e quando o componente que sore essa oscilação tem pequena presença no custo total do produto. :: Demanda oscilante – A demanda dos mercados organizacionais tende a ser mais oscilante do que as registradas no mercado de consumidor. A oscilação no mercado de consumidor pode determinar uma oscilação maior nos mercados organizacionais, graças às operações de grande porte exigidas para essas mudanças ou adaptações. :: Concentração geográfca dos compradores – há a tendência de concentração dos grandes compradores, nas regiões geográcas de produção; no Brasil, parte dos grandes compradores se concentra na região sudeste, pólo de maior nível de desenvolvimento econômico, e de concentração de grandes indústrias. :: Compra direta – em geral, os grandes compradores compram diretamente dos ornecedores, em particular quando os produtos ou serviços são especializados e tecnicamente complexos KOTLER; KELLER, 2006, p. 209-211.
O prossional de marketing que atua nos mercados organizacionais depende de uma cadeia de competência prossional, pois esse segmento do mercado exige operações muitas vezes mais complexas, em razão do volume e do porte dos processos envolvidos, do que as exigidas pelo mercado de consumidor.
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Compradores organizacionais O espectro de operações do mercado organizacional é amplo. Ele comporta diversos níveis de compradores envolvidos no processo. Alguns autores, como Churchill e Peter, classicam os compradores desse mercado em quatro categorias principais: produtores, intermediários, governo e, o que os autores denominam, outras instituições. Esse leque de compradores orma a base de sustentação das operações de compra estabelecidas no mercado organizacional. De acordo com esses autores, os prossionais de marketing que atuam nesse mercado atendem compradores tanto do mercado doméstico como compradores do mercado internacional2. Os produtores compram produtos e serviços para produzirem produtos e serviços para consumidores ou organizações que os consomem. Quando uma montadora de automóveis compra um pneu, uma calota, um banco de couro, um rádio, um retrovisor, ela compra para montar um produto e colocálo no mercado consumidor. Esses compradores se encontram em vários setores dierente da economia, agricultura, indústrias, nanças. Eles representam o maior pedaço do mercado organizacional; são os lastros desse setor da economia, tanto os produtores de bens como os de serviço. Os abricantes ou produtores de bens têm características e necessidades dierentes dos prestadores de serviços. Os primeiros tendem a ser maiores e estão mais concentrados geogracamente do que as empresas de serviços. Os prossionais de marketing que atendem abricantes costumam apoiar-se mais em vendas pessoais; as equipes de vendas também têm como unção identicar as necessidades de abricantes especícos e as maneiras de satisazê-las, e as propagandas geralmente procuram passar uma boa imagem da organização. Enquanto no setor de serviços, como as empresas são menores – mesmo que em escala maior que a industrial – a propaganda desempenha um papel relativamente importante para a venda em si. CHURCHILL; PETER, 2000, p. 176
Os intermediários – ou revendedores – compram produtos e ser viços para revendê-los com lucro. Nesse jogo de compra e venda, envolvem-se varejistas que vendem para os consumidores, e atacadistas que vendem para varejistas ou outras empresas e organizações. Os intermediários tendem a comercializar muitos produtos dierentes. Em vários casos, seu cardápio de produtos contém milhares de itens dierentes, que atendem diversos mercados, simultaneamente. Por isso, os prossionais de marketing se empenham, no limite d e suas possibilidades e competências, para convencer os intermediários de que os seus produtos vão satisazer as necessidades dos seus consumidores. Os intermediários têm uma dupla unção nesse processo: compram para revender, mas também para dotar de eciência os seus próprios negócios, em especial quando operam com grande quantidade de itens e diversos tipos e níveis de consumidores: Além de comprar para revender, os intermediários também compram produtos e serviços para tocar o seu próprio negócio. Por exemplo, uma rede varejista comprou e instalou vários sistemas para manter baixas as perdas por urto e processos inundados por injúria. Câmeras de televisão de circuito echado registram atividades em localizações potencialmente problemáticas, como entradas, departamentos de rutas e verduras e de carnes e áreas que lidam com dinheiro. Um sistema de controle de acesso ativado por cartão impede que pessoas não autorizadas entrem nas áreas de recebimento de mercadorias e nas áreas dos cores e de contabilidade. Outro sistema eletrônico mantém controle das transações de cada caixa. CHURCHILL; PETER, 2000, p. 177.
2 Muitos prossionais de marketing atendem organizações de outros países. Eles pesquisam novas possibilidades de mercados e seus potenciais de crescimento. Nem sempre há simetria entre as características desses mercados com o mercado em que esse prossional atua: produtos e perl de consumidor. Nesses casos, a tendência é ocorrer uma adaptação às necessidades do mercado, às vezes com a modicação do produto, ou da orma de comunicação com o cliente. No mercado de automóveis, quando o produto migra de um país para outro, há uma série de adaptações, em relação ao conorto, à segurança, ao desempenho e impacto ambiental. Essas modicações promovem mudanças pontuais e, muitas vezes, proundas no perl do produto.
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Os intermediários, dessa orma, cumprem uma dupla unção como compradores do mercado organizacional: compram para revender com lucro, mas também, em especial quando envolvem produtos ou serviços especiais, para darem mais eciência e competitividade aos seus próprios negócios. Os governos operam em âmbito municipal, estadual e ederal. Em cada unidade ederativa, há diversos compradores potenciais: muitos estados e muitos municípios. Há um ponto de infexão importante no processo de operação dos governos: os processos de reorganização dos estados. Com a redução dos serviços prestados à população, abriu-se uma porta de oportunidades para as empresas privadas, nas áreas de educação, serviços médicos, coleta e processamento de lixo, operações de segurança e limpeza, entre outros, com o chamado processo de privatização ou enxugamento das atribuições do estado3, em voga nos anos 1990. Vender para o governo pode ser relativamente complexo. Uma variedade de políticas e regulamentações dita as atividades do ornecedor no intercâmbio e em operações cotidianas. Para compras de rotina, os prossionais de marketing precisam ornecer produtos que atendam certas especicações. Com reqüência, os ornecedores potenciais apresentam propostas e o governo compra da organização com a oerta mais barata. Apesar da burocracia envolvida, muitas organizações mostram-se ansiosas por servir contas governamentais, porque elas podem valer milhões, ou mesmo bilhões, em venda [...]. CHURCHILL; PETER, 2000, p. 178
As empresas optam em ter contas governamentais porque, em especial nos países de economia desenvolvida, os governos são clientes de baixo risco, com reduzida margem de decretar alência, como é mais comum no setor privado. Além disso, no caso do governo ederal, há a possibilidade de se adotar uma série de mecanismos para ampliar a arrecadação, a m de saldar o débito obtido junto ao vendedor. Os prossionais de marketing vendem também para outras organizações , que não empresas ou governos; eles vendem com reqüência para hospitais, museus, universidades, organizações religiosas, partidos políticos, organizações culturais ligadas, clubes espor tivos, entre outras. Essas organizações espalhadas pelo mundo aora “geram receitas” signicativas, e precisam “comprar uma variedade de bens e serviços para suas operações” CHURCHILL; PETER, 2000, p. 179. Assim, no universo de grandes compradores do mercado organizacional4 destacam-se os produtores – grandes empresas de produção de bens e prestação de serviços, como as empresas montadoras 3 Em 1989, reuniram-se em Washington, convocados pelo Institute or International Economics , entidades de caráter privado, diversos economistas latino-americanos de perl liberal, uncionários do Fundo Monetário Internacional FMI, Banco Mundial e Banco Interamericano de Desenvolvimento BID e do governo norte-americano. O tema do encontro Latin Americ Adjustment: Howe Much has Happened?, visava avaliar as reormas econômicas em curso no âmbito da América Latina. John Willianson, economista inglês e diretor do instituto promotor do encontro, cunhou a expressão “Consenso de Washington” , resumido nas seguintes regras universais: disciplina scal , através da qual o Estado deve limitar seus gastos à arrecadação, eliminando o décit público; ocalização dos gastos públicos em educação, saúde e inra-estrutura; reorma tributária que amplie a base sobre a qual incide a carga tributária, com maior peso nos impostos indiretos e menor progressividade nos impostos diretos; liberalização nanceira, com o m de restrições que impeçam instituições nanceiras internacionais de atuar em igualdade com as nacionais e o aastamento do Estado do setor; taxa de câmbio competitiva; liberalização do comércio exterior, com redução de alíquotas de importação e estímulos à exportação, visando impulsionar a globalização da economia; eliminação de restrições ao capital externo, permitindo investimento direto estrangeiro; privatização, com a venda de empresas estatais; desregulação, com redução da legislação de controle do processo econômico e das relações trabalhistas; propriedade intelectual.
4 Os prossionais de marketing recorrem, em alguns mercados, a diversos expedientes para identicar os tipos de empresas que operam no mercado organizacional. Nos Estados Unidos da América, desenvolveram-se os códigos SIC Standard Industrial Classication – Classicação Industrial Padrão. Ele classica os tipos de empresas, por intermédio de dígitos na maior parte dos casos, quatro, que identicam o grupo principal, grupo de setor e setor especíco. Por exemplo – 36, 366, 3669: Grupo principal 36 – Equipamentos e componentes elétricos e eletrônicos, exceto equipamentos de computador; Grupos de Setor: 361 – Equipamentos de transmissão e distribuição de elétrica; 363 – Eletrodomésticos; 365 – Equipamentos domésticos de áudio, vídeo e gravação de áudio; 366 – Equipamento de comunicação; 367 – Componentes e acessórios eletrônicos; 369 – Equipamentos, máquinas e suprimentos elétricos diversos. Setores especícos: (366 Equipamentos de comunicação: 3661 – aparelhos de teleone e telégrao; 3663 – Equipamentos de transmissão e comunicação de rádio e televisão; 3669 – Outros equipamentos de comunicação alarmes contra ladrões, detectores de umaça, sinais de tráego. Esses códigos são atualizados a cada 10 ou 15 anos CHURRCHILL; PETER, 2000, p. 180.
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de automóvel, os intermediários – que compram para revender com lucros e para dar eciência ao seu negócio, os governos – em vários âmbitos de atuação, como municipal, estadual e ederal, e diversas organizações, como os museus e universidades. Esses setores são os principais players do mercado organizacional, de grande porte e envergadura.
Forças Os mercados organizacionais têm empresas que se concentram nos usuários industriais. Muitas dessas empresas contribuem para o desenvolvimento de uma tecnologia nova no mercado, ou em ase de expansão, para responder a três vetores de orça que operam nesse segmento: demanda, concorrência e tecnologia. Os autores Churchill e Peter 2000, p. 181 estudaram essas três orças, como as principais dos mercados organizacionais. Eles salientaram que os compradores organizacionais demandam bens e serviços que irão impulsionar seus lucros e satisazer as necessidades dos seus clientes. Para eles, as demandas desses compradores provocam “mudanças nas várias dimensões do marketing”. Os dois estudiosos analisam o que aconteceu com a demanda das vendas de elevadores nos Estados Unidos e Europa, quando houve a redução das grandes construções, “parte do declínio nas vendas oi compensada pelo aumento das construções em parte da Ásia” CHURCHILL; PETER, 2000, p. 181. Eles acentuam um dos aspectos mais importantes da dinâmica desse mercado: a demanda variada. Ou seja, a demanda dos diversos compradores organizacionais é implicada, impulsionada, estimulada pela demanda de bens de consumo. A demanda dos compradores depende da quantidade e do volume de compra dos seus consumidores, como no exemplo anterior, em relação aos componentes de um automóvel: o volume da compra depende do volume do consumo. Esse processo recebe o nome de demanda derivada. Dessa orma, a demanda dos consumidores é um ator undamental para os operadores nos mercados organizacionais – compradores e vendedores. Quando ocorre uma oscilação no sistema de consumo por um produto ou serviço, isso poderá provocar mudanças de envergadura na demanda dos que participam da cadeia produtiva desse produto. Churchill e Peter observam que a demanda por bens e serviços sore “grandes mudanças” quando há mudanças dos padrões de gasto dos consumidores. Esse enômeno é conhecido como princípio de aceleração . O aumento do consumo provoca a aceleração da demanda dos mercados organizacionais. Como resultado desse processo, evidencia-se que a demanda dos compradores organizacionais é mais “volátil do que a demanda de consumidores”, ela “se evapora” mais rapidamente do que a demanda registrada no mercado de consumo. Outro componente importante destacado pelos autores como orça no mercado é a concorrência; tanto as existentes quanto as potenciais. Ela aeta em proundidade os vendedores organizacionais, em razão do volume das compras, em relação ao pequeno número de compradores. A perda de um cliente dessa magnitude pode provocar, em muitos casos, a perda de dinheiro e da capacidade de sustentação no negócio.
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Por conta dessa restrita margem de manobra, os vendedores organizacionais se empenham em consolidar suas relações com esses compradores, em particular quando ele é o único ornecedor, uma onte única. Para os autores, esse é o objetivo dos prossionais de marketing. A prática da onte única associada à tendência normal dos seres humanos de resistir a mudanças, pode azer com que seja especialmente diícil para os prossionais de marketing atrair clientes dos concorrentes. Para superar esse desao, precisam estar atentos para o que a concorrência está azendo. Em alguns casos, eles cam sabendo que os concorrentes não estão de ato criando valor para os seus clientes. Na Europa Ocidental, um levantamento com 1 000 clientes empresariais descobriu que o que eles mais queriam era um vendedor que cumprisse promessas e um produto que chegasse pontualmente e tivesse o desempenho esperado. O que eles dizem obter é uma organização conável e com boa reputação, além de um serviço cortês aos clientes – o que não é nada mau, mas não é o que mais querem. CHURCHILL; PETER, 2000, p. 183
Além desse desejo em tornar-se a onte única para os compradores corporativos, duas outras ações são desenvolvidas pelos vendedores organizacionais para seduzirem seus clientes: desenvolvimento da capacidade e da competência em identicar as necessidades dos seus clientes, antecipando-se em relação à concorrência, e criando, dessa orma, uma vantagem comparativa; e, em segundo, capacitar-se para solucionar os problemas dos clientes, com a indicação eita pelo prossional de marketing de um grupo especializado para diagnosticar, prognosticar e ajudar no controle das atividades planejadas, para solucionar um problema do seu cliente. Tais equipes devem ser interuncionais, unindo uncionários, compras e produção da organização do cliente e de vendas e engenharia da organização do vendedor. Tais esorços podem ajudar os prossionais de marketing a criar valor para compradores organizacionais. CHURCHILL; PETER, 2000, p. 183
A terceira orça em mercados organizacionais, segundo os dois autores, é a tecnologia. Para eles, esse ator é especialmente importante quando os prossionais de marketing lançam mão de uma tecnologia que assegura aos seus clientes organizacionais “operarem com mais ecácia e eciência.” Há duas ormas de atuação nesse vetor: conhecer e compreender a tecnologia do produto “Os compradores organizacionais não podem se dar ao luxo de ignorar usos de novas tecnologias e os prossionais de marketing devem ajudá-los a se manter atualizados” e a tecnologia de processo “Os prossionais de marketing devem usar novas tecnologias em suas próprias organizações” CHURCHILL; PETER, 2000, p. 184-185.
Processo de compra organizacional O prossional de marketing que atua no mercado organizacional pode construir vantagens comparativas quando compreende as necessidades dos seus clientes e como eles decidem a compra. A esse respeito, Kotler diz o seguinte: Toda organização possui objetivos, políticas, procedimentos, estruturas e sistemas de compras especícos. Em princípio, os compradores empresariais procuram obter o melhor pacote possível de beneícios econômico, técnico, de serviço e social em relação aos custos de oerta do mercado.
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Quanto maior or a proporção entre custos e beneícios percebidos, mais inclinado cará o comprador organizacional a realizar a compra. A tarea do ornecedor de produtos empresariais é azer uma oerta que proporcione um valor superior para seu cliente. KOTLER; KELLER, 2006, p. 216 Em geral, o processo de tomada de decisão de compra se desdobra nas seguintes ases: :: reconhecimento de uma necessidade ou problemas; :: atribuição de responsabilidade pela tomada da decisão de compra; :: busca de alternativas; :: avaliação e seleção de uma alternativa; :: realização da compra; :: avaliação do desempenho do produto e do ornecedor. CHURCHILL; PETER, 2000, p. 186.
Segundo Kotler 2006, as ases de uma decisão de compra são: reconhecimento do problema; descrição geral da necessidade; especicação do produto; procura de ornecedores; solicitação da proposta; seleção de ornecedores; especicação do pedido de rotina e revisão do desempenho. Segundo o autor, a estrutura da grade de compra assume a seguinte conormação: Fases da compra
Classes de compra Nova tarea
Recompra modicada
Recompra simples
Reconhecimento do problema
Sim
Talvez
Não
Descrição geral da necessidade
Sim
Talvez
Não
Especicação do produto
Sim
Sim
Sim
Procura de ornecedores
Sim
Talvez
Não
Solicitação de propostas
Sim
Talvez
Não
Seleção do ornecedor
Sim
Talvez
Não
Especicação do pedido de rotina
Sim
Talvez
Não
Revisão do desempenho
Sim
Sim
Sim
) 9 1 2 . p , 6 0 0 2 , R E L L E K ; R E L T O K (
Ao nal do processo, avalia-se o desempenho do vendedor organizacional: prazos, qualidade, processos, responsabilidades, agilidades, entre outros componentes, para manter a relação com esse ornecedor ou não. Periodicamente, o comprador revê o desempen ho dos ornecedores selecionados. Três métodos são comumente empregados. Ele pode entrar em contato com os usuários nais e pedir-lhes uma avaliação; pode classicar o ornecedor de acordo com diversos critérios, empregando o método de pesos ponderados; ou pode agregar o custo do desempenho insatisatório de um ornecedor e obter custos de compra ajustados, incluindo o preço pago. A revisão do desempenho pode levar o comprador a continuar, modicar ou encerrar o relacionamento com o ornecedor. KOTLER; KELLER, 2006, p. 226.
No quadro a seguir, Churchill e Peter 2000, p. 186 mostram os tipos de vendas possíveis que se segue à tomada de decisão de compra:
Mercados organizacionais
Tipo de compra Recompra direta – Tipo de compra organizacional que envolve um pedido de rotina ao mesmo ornecedor. Ela é comum quando envolve empresas que trabalham com estoque Just-in-Time. Recompra modifcada – Tipo de compra organizacional que envolve o exame de uma série de alternativas antes da seleção. Nele, os compradores levam em conta novas inormações e decidem o que mudar. Compra nova – Tipo de compra organizacional que envolve uma ampla busca de inormações e um extenso processo de decisão.
Complexidade
Simples
Moderada
Complexa
Duração
Curta
Média
Longa
Número de ornecedores
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Aplicações
Um
Produtos de rotina comprados com reqüência, como cartuchos de impressora.
Poucos
Compra de rotina que tiveram alguma mudança, como viagens aéreas novas tarias, vôos, destinos.
Muitos
Produtos caros raramente comprados, como novos equipamentos de produção.
Essas operações eitas com ecácia e eciência poderão levar a uma relação sadia e duradoura entre vendedores e compradores organizacionais. Mas, até chegar a esse estágio, um longo e duro caminho de provas e contraprovas deverá ser percorrido pelas duas partes, o que se torna um desao excepcional para um prossional de marketing. As partes deverão se pôr de acordo com os critérios de compra econômicos, de qualidade e serviço e análise da parte vendedora, delinear as características essenciais das organizações posição da organização no mercado e em seu segmento de atuação, características pessoais dos seus principais operadores, infuências culturais, denir a natureza das trocas organizacionais compra por inspeção, compra por amostra, compra por descrição, compra por contrato, até chegar à interação do comprador organizacional com o vendedor organizacional5. O quadro a seguir, elaborado por Churchill e Peter 2000, p. 191 mostra as características essenciais da organização: Área uncional
Principais preocupações na tomada de decisão de compra.
Engenharia de projeto e desenvolvimento
Reputação de nome do ornecedor; capacidade do ornecedor para atender especicações do projeto.
Produção
Entrega e conabilidade de compras de orma que a interrupção dos cronogramas de produção seja minimizada.
Vendas/marketing
Impacto dos itens comprados sobre o potencial de venda dos produtos da empresa.
Manutenção
Grau em que os itens comprados são compatíveis com as instalações e equipamentos existentes; serviço de manutenção e arranjos de instalação oerecidos pelo ornecedor.
Finanças/contabilidade
Eeitos de compra sobre o fuxo de caixa, balanço nanceiro e posições de demonstrativos de renda; variações nos custos de materiais acima das estimativas; viabilidade de abricar ou azer leasing no lugar de comprar.
5 Percurso baseado em Churchill e Peter 2000, p. 187-193.
) 1 9 1 . p , 0 0 0 2 , R E T E P ; L L I H C R U H C (
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Mercados organizacionais
Compras
Obtenção do menor preço possível com níveis de qualidade aceitáveis; manutenção de boas relações com os ornecedores.
Controle de qualidade
Garantia de que os itens comprados satisaçam as especicações e tolerâncias prescritas, as regulamentações governamentais e os requisitos do cliente.
Considerações nais O mercado organizacional caracteriza-se como um setor com grandes volumes de compra e venda de produtos, poucos compradores, uma orte relação mercadológica entre comprador e vendedor e muitas pessoas envolvidas no processo de decisão de compra, em razão dos largos volumes de recursos presentes durante o processo de trocas comerciais. Esse cenário exige um prossional de marketing com os pés bem ncados no chão, mas com a cabeça operando como se osse um satélite, antenada nas mudanças provocadas nesses cenários e nas necessidades de compradores e vendedores, implicadas pelas necessidades do mercado de consumo. Esse prossional deve estar atento às mudanças ocorridas na organização dos diversos vetores que impulsionam o mercado organizacional, tais como a demanda, a concorrência e os desdobramentos das tecnologias, dos produtos e dos processos. Deve estar atento, também, ao processo de compra organizacional, com seus diversos tipos, critérios e características, que implicam a natureza das trocas organizacionais realizadas, o que pode avorecer ou desavorecer a interação eciente, sempre desejada, entre compradores e vendedores organizacionais. Esse cenário de disputa intensa pode levar um prossional de marketing ao desalecimento de sua vigilância ética, o que promoveria sua derrocada prossional. Esse quadro impõe um elevado senso de responsabilidade prossional, lealdade e delidade aos princípios norteadores das relações contratuais, reciprocidade no trato e no cumprimento dos prazos assumidos, com a máxima qualidade possível. Por ser um mercado muito restrito, onde todos se conhecem e se relacionam, de orma direta ou indireta, as questões éticas são tão importantes para o prossional de marketing quanto à capacidade de conhecimento e compreensão do mercado e das suas habilidades de operador prático.
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Texto complementar Globalização – O triuno da Toyota A gigante japonesa está perto de quebrar uma hegemonia histórica. Segundo projeções do mercado, até o nal de 2007 a Toyota será a maior abricante de automóveis do mundo – é a primeira vez em 100 anos que Ford e General Motors deixam a liderança. O segredo? Uma cultura, nascida há 50 anos, ancorada na busca incessante pela inovação (SEGALLA, 2007)
A segunda metade do século 20 viu nascer uma grande revolução na indústria mundial. Enquanto o Japão agonizava no pós-guerra, a abricante de automóveis Toyota criava, na década de 50, um dos sistemas de produção mais inovadores de todos os tempos. O modelo idealizado pelo undador da empresa, Sakichi Toyoda, e aprimorado por seu lho, Kiichiro, consiste basicamente numa cadeia de suprimentos enxuta, fexível e altamente terceirizada, que prevê a eliminação quase total dos estoques e a busca incessante pela agilização do processo produtivo. Com tal premissa, a Toyota tornou anacrônicos os métodos consagrados por Henry Ford, que, em 1908, introduziu a linha de montagem na abricação de automóveis. A produção em série inventada por Ford possibilitou a conecção de bens a preços acessíveis, ajudou a erigir a sociedade de consumo e tornou-se um paradigma de sucesso cultuado e reproduzido por toda e qualquer empresa no mundo. Entretanto, os métodos produtivos de Ford revelaram-se infexíveis não à toa, todos os seus carros daquele período eram pretos e altamente inecientes, o oposto do que veio a ser o método Toyota. Graças a isso, nas últimas cinco décadas o sistema desenvolvido pelos japoneses oi replicado por centenas de companhias de dierentes setores, entre elas a Microsot, produtora de sotwares , e a Boeing, abricante de aviões, sendo reconhecido como um padrão de excelência único no mundo. Nos próximos meses, o chamado Sistema Toyota de Produção atingirá seu ápice. Segundo projeções da consultoria especializada CSM Worldwide, os japoneses da Toyota estão prestes a assumir a dianteira mundial da indústria automobilística. Estima-se que até dezembro deste ano a montadora alcançará recordistas 8,54 milhões de unidades vendidas no mundo, ante 8,53 milhões da General Motors. A açanha é notável: desde que a Ford iniciou a produção em série, o setor vem sendo dominado por empresas nascidas nos Estados Unidos. Embalada pelo sucesso do modelo T, a companhia de Henry Ford liderou as vendas globais durante mais de duas déca-
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das. Em 1930, graças principalmente a seu legendário presidente Alred Sloan, a General Motors tornou-se a número 1 do planeta, posição que manteve até 2006. Fosse a Toyota uma companhia barulhenta como a Apple, o eito seria comemorado com estas e discursos estrepitosos não é diícil imaginar o alvoroço que Steve Jobs aria. Com ela não é assim. Mesmo às vésperas de alcançar uma das maiores proezas da indústria nos últimos 100 anos, os japoneses da Toyota continuam tão discretos quanto monges budistas. Nos comunicados ociais da empresa, não há reerências ao ato. Tampouco seus executivos alardeiam a provável conquista. Recentemente, num evento nos Estados Unidos, Katsuaki Watanabe, CEO da Toyota, armou que liderar as vendas não é uma obsessão. Para ele, melhor mesmo é continuar ganhando dinheiro, muito dinheiro, no negócio de automóveis. No ano passado, quando ocupou o segundo posto global, a Toyota lucrou US$13 bilhões, valor superior ao do lucro somado das outras cinco maiores abricantes. A General Motors, depois de um 2005 tenebroso, alcançou o lucro de US$2,5 bilhões no ano passado. Já a Ford registrou prejuízo de US$12,7 bilhões, o pior resultado nanceiro de sua história. Apesar do estilo antagônico de seus líderes, Toyota e Apple têm em comum uma característica essencial que permitiu que as duas empresas se tornassem reerência não apenas em suas áreas de atuação. Nenhum concorrente inova tanto quanto elas. Fundada em 1933 na província de Aichi, no Japão, a Toyota sempre oi uma usina de idéias. “Com o surgimento do Sistema Toyota de Produção, a empresa de uma hora para outra começou a gastar muito menos para azer carros tão bons quanto os automóveis americanos”, disse à Época NEGÓCIOS, W. Chan Kim, proessor de gestão internacional da Escola de Administração Insead, na França, e co-autor do best-seller A Estratégia do Oceano Azul , que analisa os mecanismos utilizados por grandes corporações para criar novos mercados, os chamados oceanos azuis. “A busca obstinada pela inovação salvou a Toyota do racasso ao qual ela parecia condenada e a tornou uma gigante capaz de brigar com concorrentes maiores.”
A cultura da Toyota Fundador da Toyota, Sakichi Toyoda é um dos grandes inovadores contemporâneos. Ele criou o Sistema Toyota de Produção, modelo que transormou a indústria automobilística. Hoje, a empresa é reconhecida por possuir um padrão de excelência único no mundo. Entenda o que a az dierente: 1) Produção enxuta – O Sistema Toyota de Produção consiste numa cadeia de suprimentos enxuta e altamente terceirizada, que prevê a eliminação dos estoques e a busca permanente pela agilização do processo produtivo. 2) Efciência logística – A Toyota leva ao extremo o conceito de Just-in-Time algo como a peça necessária, na quantidade necessária, no momento necessário. Os ornecedores são monitorados em tempo real. 3) Redes de conhecimento – A empresa promove a transerência de seu know-how para os parceiros, treinados para atuar de acordo com a cultura Toyota. O compartilhamento do conhecimento cria redes que acilitam a troca de inormações. 4) Flexibilidade no chão de ábrica – Os operários da empresa têm autonomia para interromper a produção, caso detectem algum problema em peças ou equipamentos, evitando que os deeitos apareçam apenas no nal do processo.
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5) Agilidade para incorporar tecnologias – A Toyota oi a primeira empresa a abricar em grande escala um carro híbrido. A General Motors tinha um projeto parecido, mas não quis correr o risco. 6) Conhecimento do consumidor – Enquanto os outros abricantes aziam carros a partir de concepções de seus engenheiros, a Toyota inovou ao mapear as expectativas dos clientes. O Lexus oi desenhado com base nas sugestões dos consumidores.
Atividades 1.
O que são mercados organizacionais?
2.
Comente o processo de compra organizacional.
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3.
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Mercados organizacionais
Como agem os vetores de orça dos mercados organizacionais?
Segmentação de mercado O mercado editorial, composto pelos consumidores de livros, revistas e jornais em geral, possui à sua disposição uma imensa variedade de títulos e pontos-de-venda. Analisemos somente uma parcela desse mercado, a dos consumidores de revista, e vejamos como está a oerta desse importante produto. Uma primeira observação deve ser eita: o modo de distribuir o produto az com que existam basicamente dois tipos de revistas: aquelas vendidas nas milhares de bancas de jornal espalhadas pelo país; aquelas que são distribuídas gratuitamente a um grupo seleto de consumidores [...]. Segundo um executivo da indústria, o mercado editorial oi o primeiro a ser racionalmente segmentado no Brasil. CROCCO, 2006, p. 110
A segmentação do mercado consumidor é um processo cada vez mais irreversível, e representa uma evolução do mercado e dos consumidores. A diversicação de produtos e de possibilidades de consumo leva os mercados a abrirem janelas de oportunidades em vários segmentos. O mercado editorial é um exemplo dessa diversicação. Nas bancas de jornal observa-se a quantidade de produtos diversicados, apresentado para um amplo leque de público, dividido por aixa etária crianças, jovens e adultos, hábitos de consumo carros, moda, jardins, por gênero homem, mulher, por região sudeste, nordeste, sul, norte, por grupos éticos negros, japoneses, alemães. Em síntese, essa segmentação pode percorrer diversos caminhos: demográco, geográco, psicográco, cultural, comportamental. O próprio mercado organizacional tem suas ormas e mecânica de segmentação, geográca, tipologia dos clientes e comportamento dos compradores organizacionais. O processo que leva à segmentação do mercado atravessa diversas etapas, quando se podem analisar as relações estabelecidas entre o cliente e o produto, sua sosticação, e o desenvolvimento de posição do produto no mercado, com a seleção de estratégias e procedimentos adequados, promovidos pelo prossional de marketing, para atender as necessidades de um grupo de consumidores com características semelhantes e simétricas. Os mercados não são homogêneos. Uma empresa não pode atender a todos os clientes em mercados amplos ou diversicados. Os consumidores dierem entre si em muitos aspec tos, em geral, podem ser agrupados segundo uma ou mais características. A empresa precisa identicar os segmentos de mercado a que poderá atender com ecácia. Essas decisões requerem um proundo entendimento do comportamento do consumidor e uma cuidadosa análise estratégica. Às vezes, equivocadamente, os prossionais de marketing perseguem o mesmo segmento de mercado em que várias empresas já atuam, negligenciando outros segmentos potencialmente mais lucrativos. KOTLER; KELLER, 2006, p. 236
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As empresas optam em percorrer esse caminho para atingir melhores resultados e dar eciência à sua comunicação com o público-alvo desejado. Ao invés de pulverizar suas ações de orma geral, em um mercado competitivo, as empresas ocam seus esorços em um pedaço do mercado, com a possibilidade de obter uma resposta mais avorável aos seus produtos ou serviços. Segmentação de mercado é o processo de dividir um mercado em grupos de compradores que tenham semelhantes necessidades e desejos, percepções de valores ou comportamentos de compra. Os indivíduos ou organizações de cada grupo – ou segmento – do mercado podem responder de maneira semelhante a uma determinada estratégia de marketing. As empresas usam as inormações para decidir a quais segmentos de mercado podem atender de orma mais lucrativa, enquanto as organizações sem ns lucrativos usam-nas para serem mais ecientes no alcance de suas metas. O segmento especíco de mercado que uma organização seleciona para servir é chamado de mercado-alvo. CHURCHILL; PETER, 2000, p. 204-205
Para isso, exige-se dos prossionais de marketing a capacidade e competência para traçar os pers dos grupos de consumidores e identicar suas necessidades; selecionar os segmentos de interesse mercadológico da empresa, e sua potencialidade de desdobramento uturo, e divulgar os beneícios dierenciadores do produto ou do serviço, que agregue valor ao consumidor.
Marketing, mercado e estratégias De modo geral, o marketing desenvolveu procedimentos e estratégias, com três ases distintas: o marketing de massa, o marketing de diversicação de produto, e o marketing de mercado-alvo ou target marketing. :: O marketing de massa é a estratégia adotada por uma empresa para oertar um único produto. O produto visa atingir o consumidor médio, com grande volume de vendas e economia em escala. Essa estratégia acilita a ação de marketing e o seu controle. Mas, torna sua posição no mercado rágil, pois enrenta uma dura concorrência e, quando bem executada, uma estratégia para segmentos menores eita pela concorrência pode abocanhar um bom pedaço desse mercado. :: O marketing de diversicação de produto baseia-se na ação desenvolvida pelas empresas de inovar, permanentemente, para criar aspectos dierencias para o seu produto. Pode ser com a adoção de novas embalagens, novas ormas de distribuição ou novas marcas. O objetivo é manter seu pedaço de mercado e, na medida do possível, ampliá-lo com a diversicação na oerta de produtos. :: Já o marketing de mercado-alvo ou target marketing é adotado quando as empresas observam que, mesmo com a diversicação de produtos, poderiam perder parte do mercado, e decidem atender melhor a necessidade pontual de diversos segmentos do mercado.
Esse movimento pode ser vislumbrado na tabela a seguir:
Segmentação de mercado
Abordagem
Descrição
Exemplos
Marketing de massa1
Um único composto de marketing para todo mercado.
Serviços teleônicos; páginas na internet.
Marketing por segmentos
Um único composto de marketing para um segmento do mercado. Composto de marketing separado para dois ou mais segmentos de mercado.
Produtos de beleza para mulheres negras; raldas geriátricas. McDonald’s McLanche Feliz, para crianças, Big Mac, para adolescentes e para adultos; copiadoras Toshiba vários tamanhos e recursos para atender a dierentes níveis de necessidades comerciais.
Marketing individual
Um composto de marketing personalizado para um indivíduo ou organização.
Lazer personalizado para clientes assíduos dos hotéis Ritz-Carlton; serviço de consultoria adaptados às necessidades da organização.
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Em seus estudos sobre os procedimentos e estratégias adotadas pelo marketing, Churchill e Peter 2000, no campo do marketing de segmento denem os contornos gerais do marketing de nicho .11 Segundo os autores, quando as empresas ou organizações segmentam um mercado para descobrir os grupos de indivíduos ou organizações que têm necessidades e desejos simétricos, semelhantes, com maior probabilidade de comprar o seu produto, ela está planejando o marketing de nicho. “Às vezes a organização descobre que a estratégia mais lucrativa é concentra-se em comercializar para um único grupo, adaptando os elementos do composto de marketing de orma a atraí-lo”. Os autores salientam que essa estratégia é eciente, mas implica limites, pois a baixa demanda por parte do mercado-alvo pode “ameaçar a sobrevivência da empresa” CHURCHILL; PETER, 2000, p. 206. Segundo KOTLER 2006, o marketing de nicho é quando: ... um grupo denido mais estritamente que procura por um mix de beneícios distinto. Em geral, para identicar nichos os prossionais de marketing subdividem um segmento em subsegmento [...] Um nicho atraente tem as seguintes características: os clientes têm um conjunto de necessidades distintas; os clientes concordam em pagar um preço mais alto à empresa que melhor suprir essas necessidades; o nicho não costuma atrair outros concorrentes; o
1 Marketing de massa: Estratégia de vender o mesmo produto para todos os clientes com o mesmo composto de marketing.
Marketing por segmentos: Estratégia de adaptar um composto de marketing a um único mercado-alvo ou usar compostos de marketing separados para atender às necessidades de dierentes mercados-alvo. Marketing de nicho: Estratégia de concentrar-se num único mercado-alvo e adaptar o composto de marketing a ele. Marketing dierenciado: Estratégia de operar em vários segmentos de mercado com ações de marketing projetadas especicamente para cada segmento. Marketing individual : Estratégia de adaptar composto de marketing a clientes individuais CHURCHILL; PETER, 2000, p. 205-207. Ou ainda a seguinte denição: Marketing indierenciado: abordagem descrita como um esorço em identicar as necessidades comuns da maior parte dos consumidores, mais do que as suas dierenças. Marketing dierenciado ou segmentado : postura de empresas que possuem capacidade tecnológica e gerencial de oerecer produtos dierenciados a segmentos distintos, gerando lealdade à marca nos diversos segmentos. Marketing concentrado ou de nicho : postura de empresas que buscam dar um passo além do atendimento de um segmento, e se especializa em uma porção ainda menor, chamada nicho de mercado. Micromarketing: tipo de segmentação que pode ir da adaptação de uma loja de varejo aos consumidores do bairro até o marketing um-a-um. Marketing um-a-um: postura que permite a adaptação de um produto segundo as necessidades e conveniências de um consumidor individual CROCCO, 2006, p. 122.
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nicho gera receitas por meio da especialização; e o nicho tem potencial para crescer e gerar lucros maiores. Enquanto os segmentos são grandes e atraem vários concorrentes, os nichos são pequenos e normalmente atraem apenas uma ou duas empresas. KOTLER, 2006, p. 238.
Das três estratégias adotadas historicamente pelas ações de marketing, a de mercado-alvo ou target marketing é a que reivindica com mais ênase o marketing de mercado-alvo. Essa estratégia parte do pressuposto de que os elementos que compõem o mercado não são iguais. Os consumidores são distintos entre si, com comportamentos, desejos e necessidades distintas. O produto, o preço, a promoção e a praça devem ir ao encontro desse consumidor, com necessidades especícas e singularizadoras. Entretanto, para a segmentação ser bem-sucedida, ele precisa comportar quatro aspectos undamentais, segundo Crocco 2006: mensurabilidade, acessibilidade, substancialidade e acionabilidade2. :: Mensurabilidade – o segmento dever ser mensurável do ponto de vista do retorno potencial, total e da empresa. Ele deve ser calculado por meio da projeção de vendas e comparado aos custos mercadológicos de entrada no mercado. Se a projeção or positiva, tem-se uma précondição preenchida; :: Acessibilidade – o público desejado precisa ser acessível às estratégias do oertante, para uma comunicação adequada e eciente, como por exemplo, a existência de uma revista especializada. :: Substancialidade – o grupo selecionado deve ser o mais substancial possível, para que os investimentos necessários assegurem o retorno dos recursos aplicados, com lucro; o ideal é assegurar um alto grau de substancialidade: segmento pequeno com alto poder de compra. :: Acionabilidade – capacidade que a empresa ou organização tem para atender às solicitações do segmento: mudança do desenho, do fuxo da produção e, em casos mais extremados, da própria cultura organizacional da empresa.
Variáveis da segmentação de mercado de bens de consumo Os prossionais de marketing desenvolveram uma planta especial de estudo e pesquisa das diversas possibilidades de segmentação de mercado. Elas podem ser utilizadas isoladamente, como vetor de estudo e análise, ou de orma combinada, com duas ou mais variáveis. As principais variáveis são: geográcas segmentação de mercado que leva em consideração a localização do consumidor, demográcas segmentação de mercado que leva em consideração as características como sexo, idade e renda do consumidor, psicográcas segmentação de mercado que leva em consideração características da personalidade e estilo de vida do consumidor e comportamentais segmentação de mercado que leva em consideração as condições, ocasiões e intensidade de compra do consumidor.
2 Estratégias de segmentação: mensurabilidade do segmento; tamanho do segmento; crescimento esperado do segmento; concorrência no segmento; custo de atingir o segmento; objetivos e orças organizacionais CHURCHILL; PETER, 2000, p. 225. Ou ainda: mensuráveis; substanciais; acessíveis; dierenciáveis KOTLER; KELLER, 2006, p. 257-258.
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Variáveis de segmentação de mercado de bens de consumo Variáveis
Possibilidade de segmentação
Geográfca
Localização
Sul, Sudeste, Nordeste, Norte, Centro-Oeste, Montanhas, Pacíco.
Tamanho da cidade porte
Menos de 10 000; entre 10 000 e 100 000; acima de 100 000 habitantes.
Densidade populacional
Urbana, suburbana; rural.
Clima
Tropical, subtropical, quente, rio, moderado.
Demográfca
Idade
Menos de 4; 5 a 9 anos; de 10 a 19; 20 a 29; 30 a 39; 40 a 49; 50 a 59; 60 a 69; e mais de 70 anos de idade.
Gênero sexo
Masculino e Feminino homem e mulher.
Tamanho da amília
1 a 2 membros; 3 a 4 membros; mais de cinco membros.
Estágio no ciclo de vida amiliar
Jovem solteiro; jovem casado; casado sem lhos; com lho com menos de seis anos.
Renda amiliar ou individual
Menos de três salários mínimos; entre três e cinco salários mínimos; de cinco a dez; de dez a vinte salários mínimos; acima de vinte salários mínimos.
Ocupação principal
Prossional liberal; empresário, operário; uncionário público; uncionário de escritório; vendedor; artesão; agricultores; dona de casa; aposentados; desempregados.
Educação – grau de instrução
Ensino Fundamental; Ensino Médio; Ensino Superior completo; Ensino Superior incompleto, Pós-Graduação; Doutorado; Pós-Doutorado.
Religião
Católica; evangélica; judia; espírita; islâmica; umbandista; candomblé; orientais; ortodoxas.
Origem
Asiática, européia, aricana, latino-americana.
Classe social
Baixa; média; alta; média-baixa; média-média, média-alta.
Psicográfca
Estilo de vida
Seguidor; integrado; pioneiro; orientado para a cultura; orientado para o esporte; tradicional; sosticado.
Personalidade
Gregária; autoritária; ambiciosa; compulsiva; cordial, agressiva, distante.
Comportamental
Ocasião de compra
Compras regulares; compra em situações especiais.
Beneício esperado
Qualidade; serviço; baixo preço; rapidez; conveniência.
Status do usuário
Não usuário; ex-usuário; usuário potencial; usuário pela primeira vez; usuário regular.
Taxa de uso
Heavy-user ; ligth-user – muito ou pouco uso.
Lealdade à marca
Nenhuma, média; orte; absurda.
Atitude quanto ao produto
Entusiástica; positiva; indierente; negativa; hostil.
Estágio de prontidão
Alheio; ciente; inormado, interessado; desejoso.
Caráter de inovação
Inovador; adotante inicial; retardatário.
Risco percebido
Alto; moderado; baixo.
) 6 0 0 2 , R E L L E K ; R E L T O K ; 0 0 0 2 , R E T E P ; L L I H C R U H C ; 6 0 0 2 , O C C O R C (
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O prossional de marketing pode escolher uma ou várias dessas variáveis possíveis para o estudo do mercado de bens de consumo. A utilização dessa erramenta dá ao prossional do mercado recursos extraordinários para o esquadrinhamento de um dado mercado, tornando mais eciente o seu trabalho e garantindo a satisação nas duas pontas do processo mercadológico: a do oertante e a do usuário. Muitos prossionais de marketing utilizam essas erramentas de orma coordenada. Em um estudo de caso CHURCHILL; PETER, 2000, p. 218 em um aglomerado com campi universitários, as variáveis oram utilizadas da seguinte orma: Esse aglomerado descreve cidade com campi universitários, onde há uma mistura equilibrada de moradores locais e estudantes. Essa região é bastante especial, pois conta com u ma grande quantidade de jovens de 18 a 24 anos sem dinheiro e prossionais de alto nível de escolaridade, todos com gosto por produtos de prestígio que estão além de seus recursos aparentes. Características predominantes Classicação demográca
Solteiros de cidade universitária
Diversidade étnica
Predominantemente brancos, com grande quantidade asiática
Tipo de amília
Solteiros
Instrução
Nível superior
Nível de emprego
Nível gerencial/serviços
Tipo de moradias
Aluguel/Repúblicas
Densidade populacional
58 1= esparso, 99 = denso
Hábitos prováveis Estilo de vida
Produtos e serviços
Vão a competições universitárias
Pais emprestam dinheiro
Gostam de azer churrasco
Usam cartão de banco
Praticam esportes
Gostam da Coca-Cola tradicional
Jogam truco
Compram mais de três calças jeans por ano
Usam ônibus
Comem bastante macarrão comida de ácil preparo
Escutam rock
Escutam rock
Lêem a seção de quadrinhos do jornal
Lêem a seção de quadrinhos do jornal
Os autores da simulação explicam o sentido prático da utilização das diversas variáveis de estudo, para a denição dos segmentos de mercado: A idéia por trás desse sistema é o velho adágio “dize-me com quem andas que te direi quem és”, ou seja, pessoas que vivem nas mesmas vizinhanças provavelmente arão usos semelhantes de produtos. Se uma empresa souber quem são seus melhores clientes e onde eles vivem, pode descobrir os pers demográcos e de estilo de vida da região em que eles moram. A empresa pode descobrir, ainda, onde estão localizadas outras regiões como aquelas de seus melhores clientes e voltar-se para elas por meio de mala direta ou outros tipos de promoção. Empresas de vários setores usaram esse sistema de segmentação com sucesso. CHURCHILL; PETER, 2000, p. 218
O que salta aos olhos nesse estudo de casos são as erramentas colocadas à disposição do prossional de marketing, que permite a ele o desenvolvimento de uma estratégia de segmentação de mercado eciente.
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Variáveis de segmentação de mercados organizacionais O prossional de marketing desenvolveu também variáveis para a segmentação de mercados organizacionais, com compradores e vendedores empresariais. Segundo Crocco 2006, baseado em Telles3, as variáveis possíveis para esse mercado são as seguintes: atividade industrial; aplicação do produto; localização; conguração do processo de compra; importância do cliente; utilização do produto em mercados de componentes originais ou peças de reposição. :: Atividade industrial – setores industriais que possuem níveis dierentes de exigências quanto à qualidade e o nível de serviços oerecidos pelos seus ornecedores. :: Aplicação do produto – um produto pode ter aplicações dierentes numa mesma indústria, algumas exigindo mais desempenho do que as outras. :: Localização – Uma empresa pode se especializar em atender empresas de uma determinada região, localizada em regiões que contam com incentivos scais, por exemplo. :: Coniguração do processo de compra – uma empresa pode segmentar suas atividades corporativas, levando em consideração como seus clientes coniguram suas ormas de compras: leasing, inanciamento governamental, recursos próprios, entre outras ormas de pagamento. :: Importância do cliente – uma empresa pode segmentar sua atividade, sempre levando em consideração o porte do cliente, adaptando seu composto de marketing para atender seus grandes compradores. :: Utilização do produto em mercados de componentes originais ou peças de reposição – as empresas que operam nesse mercado têm, normalmente, um nível de exigência de qualidade, rapidez e preço que as obrigam a organizar seu composto de marketing d e acordo com o gurino dos seus clientes.
Segundo Churchill e Peter há bases undamentais para a segmentação dos mercados organizacionais: Bases para a segmentação
Critérios
Exemplos
Região
Sul, sudeste, centro-oeste.
Cidade ou bairro
Menos de cinco mil habitantes; acima de um milhão de habitantes, entre outras.
Taxa de crescimento
Crescimento explosivo; rápido; moderado; lento.
Clima
Quente; rio.
Geográca
3 TELLES, Renato. B2B: marketing empresarial, 2003.
) 9 1 2 . p , 0 0 0 2 , R E T E P ; L L I H C R U H C (
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Segmentação de mercado
Bases para a segmentação
Critérios Tipo de organização
Produtor; intermediário; órgão do governo; outra instituição.
Tamanho da organização
Menos de 50 uncionários; mais de 500 uncionários.
Classicação do setor
Código SIC.
Lealdade de onte
Compra de um, dois, três ou de quatro ou mais ornecedores.
Tipo de Cliente
Comportamento do comprador organizacional
Exemplos
Compra média
Menos de R$500,00; mais de R$2.000,00.
Freqüência de uso
Freqüente; médio; esporádico.
Aplicação do produto
Produção; marketing; nanças; administrativo.
Critério de compra
Preço; qualidade; pontualidade; conabilidade do ornecedor.
Dadas as naturezas distintas entre os mercados de bens de consumo e os organizacionais, no tocante à segmentação, há uma lógica comum que é a de selecionar, hierarquizar e organizar a atividade, de acordo com os resultados possíveis, e a satisação de oertantes e compradores.
Posicionamento do produto Denido o espaço de atuação do composto de marketing cabe agora denir o posicionamento do produto. A tarea não é simples. Ela requer habilidades e estudos, pois um pequeno deslize pode pôr a perder o produto e, não raro, o projeto da empresa. Diversos autores indicam a diculdade de se encontrar um mercado novo. Normalmente, os produtos têm concorrentes, e atuam em mercado saturado, como o de cerveja. Nesses casos, az-se necessário a gestão do produto, para saber como posicioná-lo nos corações e mentes dos consumidores. Segundo Cobra, citado por Crocco, denir o posicionamento de um produto é “a arte de congurar a imagem da empresa e o valor oerecido do produto em cada segmento, de orma que os clientes possam entender e apreciar o que a empresa proporciona em relação à concorrência” CROCCO, 2006, p. 124.
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Na mesma pegada seguem Churchill e Peter. Para os dois autores, a disputa pelas mentes dos consumidores é ator undamental para o posicionamento do produto: Junto com inormações sobre quais segmentos devem-se tornar seus mercados-alvo, os prossionais de marketing devem considerar também o posicionamento do produto. Isso envolve a criação de uma percepção avorável do produto em relação aos concorrentes na mente dos compradores potenciais. O resultado – o posicionamento do produto – é a visão dos clientes potenciais a respeito do produto em comparação com alternativas [...]. CHURCHILL; PETER, 2000, p. 222
No universo do marketing, há vários tipos dierentes de posicionamento: :: Posicionamento por concorrente – é a estratégia que inclui o posicionamento do produto em relação à concorrência. Nesses casos, o produto reivindica sua posição de primeiro lugar, ou de segundo, de acordo com a pesquisa. :: Posicionamento por atributo – é a estratégia que destaca o principal atributo do produto ou serviço para os seus usuários, baseada em conceitos de usabilidade ou de conveniência. :: Posicionamento por uso ou aplicação – é a estratégia que se baseia no uso especíco ou na aplicação de um determinado produto, como a utilização de um cartão de crédito, de orma multiuncional: da compra de roupas à compra de verduras. :: Posicionamento por usuário – é a estratégia de posicionar um determinado produto para um público especíco, como os carros populares, que tiveram suas promoções ocadas para quem queria adquirir um carro popular, mas também para quem desejava adquirir um segundo automóvel. :: Posicionamento por classe de produto – é a estratégia de posicionar um produto em relação à outra classe de produto, como no mercado de sabonetes, que se posicionam tanto como sabonetes, como hidratantes, ao invés de reivindicar sua categoria de sabonete, apenas CHURCHILL; PETER, 2000, p. 222-223. Ao procurar distinguir a organização e seus produtos, os prossionais de marketing voltados para o valor devem preocupar-se com mais do que a imagem que criam. Os compradores de hoje, bastante amiliarizados com os meios de comunicação, não são acilmente enganados por prossionais de marketing que simplesmente alardeiam armações como abricação personalizada ou preocupação com o meio ambiente. Em vez disso, as organizações que obtêm sucesso posicionando-se com base em valor e conabilidade – empresas como Toyota, Carreour ou Brastemp – concentram-se em demonstrar relações qualidade-preço. CHURCHILL; PETER, 2000, p. 223
Uma erramenta importante para o estudo desse posicionamento é o mapa de posicionamento . Ele é uma representação das percepções dos consumidores, em relação às várias marcas que gravitam ao redor do seu universo de consumo, umas em relação às outras. Os prossionais de marketing podem, para estruturar o seu mapa, utilizar as avaliações eitas pelos clientes “potenciais sobre os atributos importantes de uma classe de produtos, ou sobre o grau em que as marcas existentes possuem esses atributos” CHURCHILL; PETER, 2000, p. 224.
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Mapa de posicionamento LUXUOSOS • Mercedes • Cadillac
• Porsche
• Lincoln
• BMW • Chrysler
• Oldsmobile
ESPORTIVOS
TRADICIONAIS • Chevrolet • Nissan
• Ford
• Toyota
• Dodge
) o d a t p a d A . 7 2 1 . p , 6 0 0 2 , O C C O R C ; 4 2 2 . p , 0 0 0 2 , R E T E P ; L L I I H C R U H C (
• VW
FUNCIONAIS
Os prossionais de marketing podem utilizar o mapa de posicionamento para saber se as suas marcas têm uma percepção avorável ou adequada junto aos seus clientes reais ou potenciais. Com base nessas leituras, eles podem reposicionar os seus compostos de marketing, ajustando-os ou modicando-os. Muitas vezes essas leituras levam a mudanças proundas nos atributos dierenciais do produto. Esses mapeamentos cam cada vez mais sosticados, com a utilização de recursos tecnológicos de maior rigor de apuração. Os estudos a respeito da percepção do consumidor quanto a produtos e marcas sustentam-se em uma técnica estatística renada, chamada multidimensional scalling (MDS) . Graças à utilização intensa de sotware e modelos aplicados sobre pesquisas de marketing quantitativas, pode-se obter uma representação tridimensional do posicionamento do produto, na qual os mapas de percepção não são mais somente desenhos sobre o papel, mas, sim, pequenos cubos sólidos, de interpretação muita mais rica que os tradicionais. CROCCO, 2006, p. 128
Segmentação e implicações globais O prossional de marketing que atua em setores globalizados tem o seu trabalho disciplinado por essa realidade. Dois conceitos se apresentam para esses prossionais: marketing global e marketing multidoméstico. No marketing global , o prossional usa as mesmas estratégias em todos os países em que a empresa opera:
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Uma estratégia global é mais eciente sob certas condições. Primeiro, os clientes potenciais em países diversos devem ter os mesmos tipos de necessidades e desejos. Em segundo lugar, os mercados devem apresentar uma segmentação semelhante. Em terceiro lugar, os segmentos devem responder similarmente aos elementos do composto de marketing. E, nalmente, é preciso haver uma similaridade suciente entre os países no que diz respeito aos vários ambientes externos. CHURCHILL; PETER, 2000, p. 226
Já o conceito de marketing multidoméstico baseia-se no uso de dierentes estratégias de marketing nos dierentes países em que a empresa opera. A adaptação de uma estratégia de marketing atende a necessidades diversas, porém, não deve impedir que a organização tenha uma perspectiva global. As empresas devem personalizar seus produtos para atender às necessidades de seus clientes nos países onde atuam. O vice-presidente da Raychem , que abrica produtos de alta tecnologia, Michel Sullivan, diz: “Somos uma empresa global e, portanto, não temos c lientes estrangeiros [...] O que acontece é que estão em todas as partes do mundo. CHURCHILL; PETER, 2000, p. 227
Dessa orma, tanto a estratégia de marketing global como a estratégia de marketing multidoméstico são ecientes, dependendo dos objetivos e, acima de tudo, do perl dos consumidores do mercado almejado.
Considerações nais As empresas podem e devem, quando há espaço, operar nos mercados segmentados. Em linhas gerais, o prossional de marketing que trabalha nesse universo tem erramentas, instrumentos técnicos e conceitos que permitem a ele denir as eições do mercado segmentado e, com base nesses dados, denir uma estratégia de abordagem para esse mercado. Como variáveis centrais, o prossional de marketing tem as possibilidades de segmentação demográca, geográca, psicográca e as segmentações baseadas nos comportamentos dos consumidores, potenciais ou reais. As mesmas métricas podem ser usadas nos mercados organizacionais, que envolvem um pequeno número de compradores, mas grandes volumes de produtos e serviços comprados. Eles também têm as suas variáveis de planejamento da segmentação: segmentação geográca, segmentação por tipo de clientes – grandes, pequenos – e a segmentação baseada no comportamento dos compradores organizacionais. Todo o processo – análise, denição das bases de operação, seleção, hierarquização e tomada de decisão – pode se estender para o âmbito global, o que torna mais complexa a operação, pois ele exige a identicação das assimetrias e simetrias entre um mercado e outro, e qual a melhor estratégia a ser adotada, a global ou a multidoméstica. Assim como em todas as partes e processos do marketing, a denição da melhor estratégica é a que assegura os melhores resultados para compradores e vendedores.
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Segmentação de mercado
Texto complementar O novo mundo do consumo Quais são as armadilhas que cercam essa nova modalidade de comunicação – e o que se deve azer para não cair vítima delas (PEPPERS; ROGERS1, 2007)
O marketing no celular Será 2007 o ano do mobile marketing marketing móvel? Todos os sinais apontam para isso. Mas os consumidores e prossionais de marketing estão realmente prontos? O ato de que o mobile marketing se tornou possível não signica que isso seja bom para os consumidores. Por enquanto, não existe um caminho claro para os prossionais de marketing criarem relacionamentos respeitosos com os consumidores utilizando esse novo ponto de contato portátil. Os prossionais do mobile marketing passaram a prestar atenção aos erros cometidos na utilização do e-mail marketing à medida que essa tecnologia oi amadurecendo. No início, o baixo custo e a ácil utilização tomaram o lugar da opção do cliente e da relevância do conteúdo. O abuso depreciou o correio eletrônico e gerou orte reação dos clientes, que os marqueteiros estão começando a superar somente agora. Muitos continuam a ser rotulados de spammers. Os pioneiros do mobile marketing estão buscando identicar as possíveis armadilhas para não cair nelas. Para evitar a repetição dos erros passados, a Mobile Marketing Association www.mmaglobal. com criou um código de conduta que apresenta as seis diretrizes do mobile marketing : escolha, controle, personalização, consideração, restrição e condencialidade. Provisões especícas incluem um rigoroso requerimento de opt-in opção explícita de autorização por parte do cliente para todos os programas de envio de mensagens ou propagandas – condição em que os consumidores devem ser pagos ou receber algo em troca, como cupons para sorteios, descontos etc., pelas mensagens – e a proibição de aluguel, venda ou compartilhamento de dados do consumidor – se isso não or essencial para o serviço que o cliente solicitou. Seguindo essa linha de conduta, as empresas esperam assegurar-se de que os relacionamentos estabelecidos com os clientes, através de seus dispositivos móveis, sejam produtivos e sem os inconvenientes que assolaram o e-mail marketing. Um ponto que avorece o esclarecimento das regras para esse meio móvel é que, dierentemente do início do uso da internet e do e-mail, desde o primeiro dia os usuários de teleone celular precisaram pagar pelos serviços. É um ator mais econômico do que de privacidade, que pode ser decisivo para o mobile marketing . Quando um consumidor recebe spam por e-mail, o inconveniente é o congestionamento de sua caixa de entrada. Quando recebe spam num celular, reqüentemente ainda tem de pagar pela mensagem, dependendo de seu plano. Como resultado, esta tem sido sempre uma plataorma opt-in. Os clientes decidirão pelo opt-in somente para serviços em que haja valor 1 Don Peppers e Martha Rogers são sócios undadores do Peppers & Rogers Group, consultoria em gestão com oco no cliente.
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na troca, registrando sua permissão para ser contatados, antes que os prossionais de marketing tentem se comunicar com eles. E os marqueteiros precisam monitorar de perto a relevância de suas mensagens e nunca “avançar o sinal” para conseguir a permissão do consumidor. Muitos prossionais acreditam que a estratégia móvel uncionará apenas com o mercado jovem. Anal de contas, os jovens cresceram com seus celulares e são menos preocupados com questões de privacidade do que seus pais. Mas existe um mercado potencial mais amplo. O mercado jovem, como qualquer outra segmentação demográca, esconde ainda muitas dierenças no plano individual. O público entre 18 e 35 anos é considerado o mais atraente, mas não se deve pensar numa estratégia com lentes apenas para consumidores jovens e para uso pessoal. A mesma plataorma de marketing móvel pode ser utilizada para usuários de BlackBerry e clientes que usam dispositivos móveis para negócios. A capacidade de localização do cliente pela operadora de serviços móveis é uma característica que os deensores da privacidade detestam e os uturos marqueteiros móveis adoram. Anal, o que pode ser melhor que mandar uma mensagem personalizada para aquele cliente especíco de sua marca, justamente no momento em que ele se aproxima da loja onde o produto por ele desejado está sendo oertado a uma condição especialíssima? A plataorma móvel habilita as empresas a enviar propaganda aos clientes em tempo real, no momento em que eles interagem com a marca em uma loja, na rua ou em qualquer lugar. Mas, junto com a oportunidade, vem a questão do limite individual de cada cliente. A única resposta será a delidade real, expressa pelos níveis de permissão conquistados pela empresa ao ser gradativamente concedidos pelos clientes. Os dispositivos móveis só uncionarão como um canal interativo se o cliente puder controlar a comunicação. Os clientes deverão receber o que, quando e como quiserem. Talvez as empresas busquem um modelo de recompensa em parceria com as operadoras, oerecendo minutos, tons musicais, undos de tela ou mensagens de texto grátis em troca das permissões de recebimento de mensagens comerciais. As regras do jogo devem car bem claras, para que o cliente saiba as opções que está azendo e possa proteger sua privacidade. Os dispositivos móveis gozam de extrema intimidade com seus proprietários. Não pode haver um meio mais pessoal que um teleone celular ou um smartphone, como um Treo ou BlackBerry . Além das chaves e da carteira, esse é o objeto que sempre levamos conosco ao sair de casa. Por isso, dicilmente aceitaremos que esse meio privilegiado de comunicação seja usado apenas como mais um canal para o marketing de massa. O sucesso do marketing móvel dependerá da relevância da mensagem, da extrema personalização do conteúdo e da riqueza da interação – sempre com base na permissão explícita do cliente.
Atividades 1.
Explique a importância do prossional de marketing na segmentação de mercado.
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Segmentação de mercado
2.
No que consiste a tarea de posicionamento do produto no mercado?
3.
Como uncionam as variáveis da segmentação de mercado?
Administração de produtos e marcas Assim como um ser humano, um produto passa por todas essas ases: planejamento, lançamento, maturidade, declínio, sobrevida e morte. Inevitavelmente, todos os produtos passarão, cedo ou tarde, por essas ases. A Coca-Cola, por exemplo, é uma marca centenária e posicionada de tal orma no mercado que muitos duvidam que algum dia ela possa desaparecer. Entretanto, caso seus administradores não monitorem o produto em suas dierentes ases do clico de vida nos mais de 200 países em que é vendida, desenvolvendo estratégias adequadas e inovadoras, certamente o produto Coca-Cola encontrará sua ase de declínio antes do tempo previsto. YANAZE, 2007, p. 74-75
A administração de produtos implica quatro níveis distintos de ações: as ormas de mecanismos de classicação, o estudo das ases e dos ciclos de vida do produto, estabelecer marcas e valor da marca, e compostos de produtos e linhas de produtos. Esse ciclo comporta uma série de conceitos de noções estratégicas que devem ser dominadas e compreendidas pelos prossionais de marketing: produtos de consumo e industriais, produtos duráveis e não duráveis, ciclo dos produtos introdução, crescimento, maturidade, declínio, avaliação do ciclo de vida do produto, beneícios da marca, tipos das marcas, seleção de marcas, e a administração do composto e da linha de produtos. Segundo Kotler 2006, é comum as pessoas acharem que um produto é uma oerta tangível, material. Entretanto, ele salienta que produto pode ser muito mais do que isso. A rigor, seu conceito incorpora a noção de que produto é tudo que pode ser oerecido a um determinado mercado para atender as necessidades ou um desejo de um público-alvo. Entre os produtos estão os bens ísicos, serviços, experiências, eventos, pessoas, lugares, propriedades, organizações, inormações e idéias. Para ajudar no planejamento do composto de marketing, as organizações classicam seus produtos de diversas maneiras. Duas classicações se despontam no horizonte de estudos e pesquisa de marketing: produtos de consumo e os produtos industr iais. Os produtos de consumo – bens e serviços – vão de automóveis às atividades culturais, como shows e apresentações artísticas. Eles podem ser agrupados por categorias. Normalmente, essa classicação se dá segundo a orma com que os consumidores adquirem tais produtos.
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Administração de produtos e marcas
Classicação dos bens de consumo Churchill e Peter 2000 apontam quatro modalidades de produtos de consumo, segundo as ormas de tomada de decisão de compra por parte dos clientes: produtos de conveniência; produtos de compra comparada; produtos de especialidade, e produtos não procurados. :: Os produtos de conveniência são comprados com reqüência, tempo e esorços mínimos. Geralmente são baratos: alimentos, meias, lavagem de carros. :: Os produtos de compra comparada são adquiridos depois dos esorços de procura, pesquisa e comparação, em relação a outros produtos do mercado: equipamentos eletrônicos, serviços de berçários, tipos de roupas. Tendem a custar mais do que os produtos de conveniência e são mais importantes do que aqueles para os consumidores. :: Os produtos de especialidades são únicos com dierenciais, usados com pouca reqüência e, geralmente, caros: aculdades, casas, automóveis de luxo e de alta perormance. :: Já os produtos não procurados são os não procurados pelos consumidores, que muitas vezes desconhecem sua existência. Eles entram na grade mental dos consumidores quando os prossionais de marketing os apresentam: seguro de vida, exames para câncer de mama ou próstata CHURCHILL; PETER, 2000, p. 234-235. Saber em qual dessas categorias seus produtos se encaixam ajuda os prossionais de marketing a elaborar um composto de marketing mais adequado [...]. Se estiverem vendendo produtos de conveniência, eles geralmente mantêm os preços baixos e tornam o produto amplamente disponível e ácil de comprar. Embalagens atraentes e inormativas também são importantes para os produtos de conveniência, uma vez que eles são reqüentemente selecionados no próprio ponto-de-venda. Os prossionais de marketing que vendem produto de compra comparada os oerecem em menos pontos-de-venda e ornecem inormações sobre vários atributos do produto, que ajudam os consumidores a escolher os produtos certos para suas necessidades. Os prossionais de marketing de produtos de especialidades muitas vezes colocam seus produtos apenas em pontos-de-venda exclusivos e cobram preços altos para indicar prestígio. CHURCHILL; PETER, 2000, p. 235
Tabela 1 – Categorias de produtos de consumo Categoria
Tipo de decisão de compra
Conveniência
Tomada de decisão rotineira; baixo envolvimento; pouco tempo de decisão; pouca busca de inormações.
Compra comparada
Tomada de decisão limitada; envolvimento moderado; mais tempo de decisão; mais busca de inormação.
Preço
Promoção
Distribuição
Relativamente baixo
Mídia de massa; muita propaganda e divulgação em massa.
Ampla; em muitos pontos-de-venda.
Moderado
Mídia de massa; alguma ênase em vendas pessoais, por parte de abricantes e revendedores.
Seletiva; menor número de pontosde-venda.
) 8 3 . p , 6 0 0 2 , O C C O R C ; 5 3 2 . p , 0 0 0 2 , R E T E P ; L L I H C R U H C (
Administração de produtos e marcas
Categoria
Tipo de decisão de compra
Especialidade
Tomada de decisão extensiva; alto envolvimento; tempo de decisão longo; busca de muitas inormações.
Não procurados
Pouco conhecimento sobre o produto e, em muitos casos, há pouco interesse ou mesmo um interesse negativo.
Preço
Promoção
Distribuição
Relativamente caro
Mídia de massa; mais ênase em vendas pessoais; divulgação cuidadosa e em mídias selecionadas.
Exclusiva, em poucos pontos-devenda.
Variável
Propaganda agressiva e orte venda pessoal.
Variável
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A classicação de um produto não é algo simples. Muitas vezes um mesmo produto tem classicações distintas. Crocco 2006 exemplica a complexidade da classicação tendo como exemplo o produto automóvel. Um carro popular é um bem de compra comparada. Entretanto, um carro de luxo e com alta perormance é um bem de especialidade. No mercado de roupa o mesmo pode acontecer. Um vestido pode ser um bem de conveniência, se or usado no dia-a-dia; um bem de compra comparada se or usado em uma situação especial; um bem de especialidade se or de alta costura CROCCO, 2006, p. 37. Essa complexidade de classicação permite ao prossional de marketing mudar, quando considerar conveniente e houver uma demanda do mercado, a categoria dos seus produtos. Ele pode alterar atributos do seu produto e modicar a classicação, conorme exemplo mencionado acima. A modicação de um atributo – ou a introdução de um aspecto dierencial – pode mudar a classicação de um produto de compra comparada para um produto de especialidade. Um produto de bem de conveniência – com a introdução de modicações estruturais – poderá ser classicado como um produto de venda comparada e ser vendida com mais lucro para o oertante, no caso do interesse de segmentos do mercado.
Classicação dos bens industriais No mercado organizacional há também a classicação dos produtos. Churchill e Peter 2000 usam seis categorias de classicação: instalações; equipamento acessório; componentes; matérias-primas; suprimentos, e serviços empresariais1. :: Instalações – bens industriais não portáteis – xos –, de grande porte, comprados, instalados e utilizados para o processo de produção de bens e serviços: ornalhas, linhas de montagem, sistema de mala direta computadorizada. 1 Kotler classica os produtos do mercado organizacional em três categorias: materiais e peças bens que entram no processo de abricação de produtos manuaturados: matérias-primas e materiais e peças manuaturados; bens de capital bens de longa duração que acilitam o desenvolvimento e o gerenciamento do produto acabado, e suprimentos e serviços empresariais bens de curta duração que acilitam o desenvolvimento e o gerenciamento do produto acabado KOTLER; KELLER, 2006, p. 369-370.
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Administração de produtos e marcas
:: Equipamentos acessórios – equipamentos e erramentas abris portáteis, usados no processo de produção, mas que não se tornam parte do produto acabado: empilhadeiras, chaves de enda, calculadoras. :: Componentes – peças e materiais processados que azem parte dos produtos acabados: computadores, motores, transistores, bra de vidro. :: Matérias-primas – itens não processados que são transormados em partes dos componentes dos produtos acabados: trigo, cobre, algodão. :: Suprimentos – bens industriais consumidos no processo de produção de outros produtos, como acilitadores, mas que não entram nos produtos nais: lâmpadas e canetas. :: Serviços empresariais – serviços que dão suporte às atividades de uma organização:, quase sempre terceirizados: serviços de marketing, engenharia, limpeza e envio de encomendas CHURCHILL; PETER, 2000, p. 236. Tabela 2 – Bens industriais Categoria
Tipo de decisão de compra
Preço
Promoção
Instalações
Complexa; esporádica; demorada; envolve muitos membros do centro de compra.
Não é tão importante.
Vendas pessoais
Equipamento acessório
Menos complexa e demorada; envolve menos membros do centro de compra.
Pode ser importante
Propaganda
Componentes
Menos complexa; reqüente; envolve vários membros do centro de compra.
Pode ser importante
Vendas pessoais
Matéria-prima
Freqüente; a complexidade varia.
Muito importante
Vendas pessoais
Suprimentos
Simples; reqüente; pode haver um único comprador.
Importante
Propaganda
Serviços empresariais
Varia
Varia
Varia
) 7 3 2 . p , 0 0 0 2 , R E T E P ; L L I H C R U H C (
Seguindo a classicação de Kotler mencionada acima 2006, Crocco 2006, p.38 classica os produtos dos mercados organizacionais em três grandes categorias: Materiais e peças – bens comprados para entrar na linha de produção, tais como matérias-primas e peças componentes da produção –; Bens de capital utilizados para a produção de outros bens, como maquinaria e instalações, o ativo xo de muitas indústrias; e Suprimentos e serviço – bens que entram na gestão da empresa, como o papel e outros
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suprimentos operacionais, como óleos lubricantes e pregos. Serviços envolvem consultorias, serviços de contador, advogados, entre outros. De modo geral, a classicação segue a mesma linha de raciocínio com similaridades entres as classicações, ora mais sintética, ora ampliada. O prossional de marketing deve assegurar que os compradores possam criar valor para os consumidores nais do produto, reduzir os custos de produção e aumentar a qualidade dos produtos oertados ao usuário.
Duráveis e não duráveis Outro nível de classicação do produto é quanto a sua capacidade de durabilidade, ou seja, a linha de tempo que ele leva para ser consumido se encaixa em três categorias: duráveis resistem por muito tempo a inúmeras utilizações, geralmente três anos ou mais: geladeira, automóveis, ogão; não duráveis têm durabilidade restrita, com pouco uso, usados por um breve período de tempo, em geral, menos de três anos, como os alimentos e produtos de limpeza e higiene; e os serviços que se extinguem no ato da execução. Kotler 2006 destaca a importância da durabilidade de um produto, e sua relação com o valor pago pelo comprador: Durabilidade, uma mensuração da vida operacional esperada do produto sob condições naturais ou excepcionais, é um atributo valioso para determinados produtos. Os compradores geralmente pagam mais por veículos e eletrodomésticos que possuem uma reputação de alta durabilidade. Entretanto, essa regra apresenta algumas restrições. O adicional no preço não deve ser excessivo. Além disso, o produto não deve estar sujeito à rápida obsolescência tecnológica, como no caso dos computadores pessoais e das câmeras de vídeo. KOTLER; KELLER, 2006, p. 371
O marketing de bens duráveis tem distinções estratégicas e operacionais distintas da do marketing de bens não duráveis, relativas à conabilidade do produto e a possibilidade de manutenção, no caso dos bens duráveis. Quanto maior a durabilidade do produto, maior será a preocupação relativa à conança no produto e sua assistência técnica. Já os bens não duráveis despertam o interesse pela conveniência e variedade, diversidade. Os prossionais de marketing devem estar atentos a essas singularidades, pois elas denem o êxito ou não das operações desenvolvidas.
Ciclo de vida do produto e os componentes de marketing As estratégias utilizadas pelo prossional de marketing não são as mesmas para a venda de carros e para a venda de alimentos enlatados. O que unciona para um pode não uncionar para outro. Muitas dessas ações estão ligadas ao chamado ciclo de vida do produto: introdução, crescimento, maturidade e declínio. Cada ciclo de vida do produto implica uma ação dierente no composto de marketing, os “4 P’s”: produto, preço, praça e promoção. Segundo Churchill e Peter, a relação entre ciclo de vida do produto e as operações do composto de marketing pode ser representada da seguinte orma:
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Administração de produtos e marcas
Tabela 3 – Implicações do ciclo de vida do produto para a estratégia de marketing Dimensões da estratégia
Objetivos básicos
Introdução Estabelecer um mercado para o tipo de produto; persuadir adotantes iniciais a comprá-lo.
Crescimento Aumentar vendas e participação de mercado; desenvolver preerência pela marca.
Maturidade
Declínio
Deender a participação de mercado da marca; procurar crescimento atraindo clientes dos concorrentes.
Limitar os custos ou procurar maneiras de reavivar as vendas e os lucros.
Melhorar a qualidade; acrescentar recursos para distinguir a marca dos concorrentes.
Continuar oerecendo alta qualidade para manter a reputação da marca; procurar maneiras de tornar o produto novo outra vez.
Produto
Proporcionar alta qualidade; selecionar uma boa marca; obter proteção por patente ou marca registrada.
Preço
Geralmente alto, para recuperar os custos de desenvolvimento; às vezes baixo, para construir demanda rapidamente.
Um pouco alto por causa da alta demanda.
Baixo, refetindo a intensa concorrência.
Baixa para vender o que resta do estoque, ou alta para servir um mercado de nicho.
Distribuição
Número limitado de canais.
Número maior de canais para atender à demanda.
Número maior de canais e mais incentivos para os revendedores.
Número limitado de canais.
Promoção
Voltada para os adotantes iniciais; mensagens destinadas a instruir sobre o tipo de produto; incentivos como amostra e cupons de desconto para induzir a experimentação.
Voltada para públicos mais amplos; mensagens centram-se nos beneícios da marca; para produtos de consumo, ênase em propaganda.
Mensagens centram-se em dierenciar a marca dos concorrentes; grande uso de incentivos como cupons de descontos para induzir os compradores a mudar de marca.
Mínima para manter os custos baixos.
Proporcionar alta qualidade; acrescentar serviços para aumentar o valor.
) 1 4 2 . p , 0 0 0 2 , R E T E P ; L L I H C R U H C (
Com base nos estudos de Kotler 2006, Crocco simula na tabela a seguir as características e as ações de marketing que o prossional deve conhecer, para cada estágio de ciclo de vida do produto.
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Tabela 4 – Ações de marketing 42 Características
Introdução
Crescimento
Maturidade
Declínio
Vendas
Baixas
Crescimento rápido
Máximas
Declinantes
Custos
Alto para o cliente
Médio para o cliente
Baixos
Baixos
Lucros
Negativos
Em crescimento
Altos
Declinantes
Clientes2
Inovadores
Adotantes iniciais
Intermediários
Retardatários
Concorrentes
Poucos
Em maior número
Numerosos
Número em declínio
Objetivos do marketing
Gerar experimentação
Maximizar atia de mercado
Maximizar lucros
Explorar a marca
) 7 9 . p , 3 . v , 6 0 0 2 , O C C O R C (
Estratégias Produto
Produto básico
Extensão de produto
Extensão de marca
Produto básico
Preço
Posicionamento
Preço de penetração
Alto valor
Preço baixo
Distribuição
Seletiva
Intensiva
Intensiva
Seletiva
Promoção
Consciência de produto
Consciência da marca
Preerência da marca
Minimizar
Como ca evidenciado nas tabelas anteriores, o prossional de marketing precisa desenvolver estratégias dierentes para cada etapa do ciclo de vida do produto. O composto de marketing produto, preço, praça e promoção deve ser arquitetado, levando-se em consideração esses ciclos, com implicações diretas para o oertante e para o usuário. Tais ações são imprescindíveis para se manter a sustentabilidade e a longevidade do negócio.
Marcas e seus valores Segundo a American Marketing Association AMA, marca3 é “um nome, designação, sinal, símbolo ou combinação dos mesmos, que tem o propósito de identicar bens e serviços de um vendedor ou grupo de vendedores e de dierenciá-los de seus concorrentes” CROCCO, 2006, v. 2, p. 42.
2 Inovadores: Consumidores e organizações pioneiros e dispostos a correr riscos. Adotantes iniciais: Consumidores e organizações que tendem a imitar os inovadores. Retardatários: Consumidores e organizações acomodados com os produtos tradicionais, que só compram produtos novos quando estes se tornam alternativas bem estabelecidas CHURCHILL; PETER, 2000, p. 242-243.
3 As primeiras marcas surgiram com o intuito de distinguir o responsável por uma obra, seja uma cerâmica ou pintura. O próprio termo “brand” tem sua origem no norueguês antigo brandr queimar, o termo “marcar o gado” tem entre nós um signicado extremamente próximo do original. Ou seja, tem sido representar a unção da marca desde que surgiu, basicamente, um sinal de origem. As primeiras leis relativas ao uso de marcas parecem ter surgido na Inglaterra, por volta de 1266, com relação a sinais compulsórios das corporações medievais e relativas a uma corporação de padeiros. No Brasil, as marcas só passaram a contar com proteção legal a partir de 1875, com a Lei 2.682, que oi estabelecida após disputa judicial envolvendo a marca de rapé “Arêa Parda”, acusada de imitar a marca “Arêa Preta”. É curioso observar que a lei surgiu para reverter a absolvição dada ao comerciante da marca imitadora com o argumento de que a “lei não previa sanção criminal aos atos de imitação” CROCCO, 2006, v. 2, p. 42-3.
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Segundo Kotler, uma marca4 é a oerta de uma onte conhecida. Ela propicia diversas associações mentais para as pessoas: “hambúrgueres, diversão, crianças, ast-ood , conveniência e arcos amarelos”. Para ele, essas associações ormam na cabeça do consumidor “a imagem da marca”. “Todas as empresas lutam para estabelecer uma marca sólida – isto é, uma imagem de marca exclusiva, orte e avorável” KOTLER, 2006, p. 22. O valor da marca para uma empresa é ormado pela lealdade à marca , consciência do nome , qualidade percebida e as associações da marca . A marca proporciona valor para o cliente por aumentar a interpretação e o processamento das inormações relativas ao produto; a conança na decisão de compra, e a satisação de uso. Já para a empresa, a marca proporciona valor ao aumentar a eciência e ecácia de programas de marketing, lealdade à marca , preços e margens de lucros , extensão de marca , alavancagem comercial e vantagem competitiva em relação ao concorrente. A marca oerece vantagens tanto para o oertante, que destaca seu produto na foresta do mercado, como para o usuário da marca, que a mantém xa na sua grade mental, destacando-a entre as diversas árvores da mesma foresta. Por essa razão, o prossional de marketing se empenha em desenvolver e proteger o valor da marca. Para isso, esses prossionais recorrem à legislação que assegura o registro legal das marcas e à gestão da imagem da marca, para que ela não seja corroída ante o imaginário do usuário. No âmbito legal, a Lei 9.279 de 14 de maio de 19965 dene o conceito de marca e a protege da reprodução no todo ou em parte, sem autorização do titular; imitação da marca, de modo a induzir à conusão; alteração de marca de outrem, em produto existente no mercado; importação, exportação, venda, exposição comercial, ocultação ou estoque de produto com marca pirata, reproduzida ilicitamente ou imitada; comercialização de um produto com marca alheia. As marcas adquirem, assim, um valor extraordinário do mercado. A Coca-Cola também desruta um substancial valor de marca. Seu logotipo vermelho e branco é conhecido no mundo todo. Na verdade, os executivos armam que, se todos os ativos ísicos da empresa ossem destruídos num desastre, ela poderia conseguir imediatamente um empréstimo de 100 bilhões de dólares para se reconstruir; a marca, por si só, seria garantia suciente. CHURCHILL; PETER, 2000, p. 251
Por essas razões, as autoridades e o mercado se empenham tanto no combate à pirataria e ilegalidade, em especial quando envolve as grandes marcas, líderes do mercado. Apesar desses esorços, as pessoas podem, intencionalmente ou não, azer uso indevido da marca registrada. Esse é um problema particularmente no comércio internacional, em que quase 5% de todos os bens são alsicados. Quando o uso indevido ocorre, cabe ao proprietário tomar medidas legais para proteger seus direitos. Os proprietários de marcas registradas conhecidas podem processar aqueles que zeram uso i ndevido delas. [...] As organizações podem proteger não só marcas nominais, mas também os logotipos e a “embalagem comercial” do produto – a aparência distintiva que o público associa ao produto, como no caso de um design exclusivo. CHURCHILL; PETER, 2000, p. 249
4 Nome de marca, logotipos e símbolos, jingles e embalagens constroem o brand equity , que é o conjunto dos ativos tangíveis e intangíveis que assegura à empresa vantagens comparativas no mercado.
5 Lei da Propriedade Comercial 9.279. Segundo a lei, marca de produto ou serviço é aquela que distingue o produto ou serviço de outro idêntico, semelhante ou am, de origem diversa. Marca de certicação atesta a conormidade de um produto ou serviço com determinadas normas ou especicações técnicas, principalmente quanto à qualidade, natureza, material utilizado e metodologia empregada. Marca coletiva identica produtos ou serviços provindos de uma determinada entidade CROCCO, 2006, v. 2, p. 49.
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Estratégias da marca Ao iniciar uma atividade de gestão da imagem da marca, o prossional de marketing deve ajudar a decidir se o abricante deve usar uma marca criar a sua marca própria ou licenciá-la, ou não abricar marcas próprias de varejistas ou vender commodity 6. Quando a empresa decide utilizar uma marca, ela precisa denir uma ação estratégica para a utilização dessa marca. Se a empresa decidir criar uma nova marca para vender em uma categoria que ela já trabalha, ampliando seu portólio 7 de produtos, “está optando por uma estratégia multimarcas”. Para essa opção, aponta-se a estratégia adotada pela Brasmotor que possui as linhas Brastemp e Consul, “duas marcas dierentes atuando em uma mesma categoria de produtos”. Essa opção é válida quando há no mercado dierentes segmentos “a serem atendidos e posiciona-se uma marca para cada segmento” CROCCO, 2006, v. 2, p. 52. Se a empresa opta por criar uma marca, há outras possibilidades, no campo do marketing: A estratégia reerente à criação de uma nova marca em uma nova categoria recebe o nome de estratégia de novas marcas . Se a empresa já possui um nome de marca registrado, pode optar por lançar mais um produto na mesma categoria em que trabalha – trata-se da extensão de linha8. É o caso da maionese Hellmann’s, que lançou outras versões do produto, como a maionese com mais limão ou a maionese ligth ou dierentes tamanhos e tipos de embalagem. CROCCO, 2006 v. 2, p. 52
A empresa pode também lançar mão da estratégia de extensão de marca 9, quando já trabalha com uma marca em uma categoria, mas escolhe lançar produtos em outra categoria com a mesma marca, como quando a Hellmann’s decidiu lançar novos produtos catchup e mostarda com a marca Hellmann’s, pondo em prática o conceito de extensão de marca. Segundo Crocco, extensão de marca mostra-se a estratégia “mais popular”, pelas seguintes razões: :: A taxa de mudança tecnológica é tão grande que novos produtos aparecem com uma reqüência muitas vezes maior do que décadas passadas; :: Os custos de marketing associados à criação e ao desenvolvimento de uma nova marca para cada novo produto podem ser pesadas CROCCO, 2006, v. 2, p. 53.
Com essas opções em sua prancheta de trabalho, o prossional de marketing tem à sua disposição uma série de recursos que permitem a ele administrar com êxito a marca, tanto quando se exige o lançamento de uma nova, como quando se az necessária a utilização de estratégia para potencializar uma já existente. 6 A primeira decisão estratégica de branding é se um nome de marca será ou não criado para o produto. Hoje, o
branding tem um poder tão grande que dicilmente algo ca sem marca. As chamadas commodities não precisam para sempre ser commodities. Uma commodity é um produto tão básico que não pode ser sicamente dierenciado na mente dos consumidores. Com o passar dos anos, vários produtos que um dia oram vistos como meras commodities se tornaram extremamente dierenciados, com marcas ortes surgidas na categoria. Alguns exemplos visíveis são: amido de milho Maizena, esponja de aço Bombril, lâmina de barbear Gillette e cerveja Brahma KOTLER; KELLER, 2006, p. 291.
7 Portólio de marca: conjunto de todas as marcas e linhas de marca que uma empresa oerece a compradores de uma categoria especíca. Marcas dierentes podem ser criadas e divulgadas para atrair dierentes segmentos de mercado KOTLER; KELLER, 2006, p. 294.
8 Extensão de linha: estratégia de acrescentar produtos a uma linha existente na orma de novos sabores, modelos e tamanhos. 9 Extensão de marca: estratégia de usar uma marca existente para um novo produto.
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Considerações nais O produto é um componente undamental no composto de marketing. Sua administração implica uma série de operações e estratégias para o prossional de marketing, tanto para os produtos do mercado de bens de consumo, quanto para os mercados organizacionais, duráveis ou não duráveis. O conhecimento do estágio em que se encontra o produto no seu ciclo de vida introdução, crescimento, maturidade, declínio determina as estratégias e as ações de marketing que o prossional deverá mobilizar para atingir êxito no seu objetivo de criar valor para oertantes e usuários. Na mesma direção segue a estratégia de administração das marcas, com a compreensão dos beneícios agregados por ela, seus diversos tipos, as ormas legais e técnicas de proteção e a administração do seu valor, junto ao público-alvo, para que não haja degradação da imagem e, em conseqüência, do seu valor. Essas são questões que ocupam o horizonte das tareas do prossional de marketing e que exigem dele competência, habilidade, valores éticos e, acima de tudo, imaginação criativa para administração desses recursos tangíveis e intangíveis que são a alma da empresa e de seus negócios.
Texto complementar Quanto vale a sua marca? Petrobras e Bradesco lideram o ranking dos 100 logotipos mais valiosos do Brasil, um levantamento especial da consultoria inglesa Brand Finance para Época Negócios (PUGLIESI JUNIOR, 2007)
Foi-se o tempo em que a análise de uma marca se limitava a contemplar os pontos ortes e vulneráveis da perspectiva mercadológica. Hoje as marcas são reconhecidas como uma das principais riquezas intangíveis de uma empresa – com decisiva infuência no valor de todo o negócio. Tome como exemplo um recente estudo da consultoria Communications WorldWide, que buscou mostrar qual seria o impacto no valor das ações de uma determinada companhia se ela, de repente, passasse a ter a reputação de uma empresa concorrente. Para tanto, ela atribuiu, a partir de rankings disponíveis, notas para o conceito das empresas com base em três aspectos: a reputação de seu desempenho operacional, da qualidade de sua gestão e de seus resultados nanceiros. Num segundo momento, estimou o peso de cada um dos três aspectos no preço das ações das companhias. Em seguida, a CCW cruzou os dados das empresas. O resultado é curioso: mostra, por exemplo, que, se a Coca-Cola nota 62 tivesse a reputação da Pepsi nota 76, o valor de sua ação subiria 3,3%. Detalhe importante: a Coca-Cola é a marca mais valiosa do mundo, estimada em R$ 43 bilhões pela consultoria inglesa Brand Finance.
Administração de produtos e marcas
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“As marcas podem transormar o desempenho de um negócio e gerar importantes resultados nanceiros para as empresas”, arma Gilson Nunes, sócio e presidente da subsidiária brasileira da Brand Finance. Todos os anos, a consultoria seleciona as 250 marcas mais valiosas do mundo. Época NEGÓCIOS publica com exclusividade a versão nacional do estudo, elencando as 100 marcas mais valiosas do Brasil. O levantamento oi conduzido com o mesmo método utilizado em mais de 20 países. Em primeiro lugar na lista está a Petrobras, com sua marca avaliada em R$8,4 bilhões. A empresa é a única brasileira listada no ranking global da Brand Finance, na 249.ª posição. No ranking nacional, ela é seguida pelo Bradesco, com R$6,4 bilhões. Um dos principais elementos do estudo da Brand Finance é o chamado Brand Index ou Índice de Força da Marca, que indica o peso da marca nos resultados da empresa. “Quanto maior esse índice, mais intensa é a relação da marca com o consumidor e maior a sua infuência na receita da empresa”, diz Nunes. O indicador é obtido por meio de pesquisa com consumidores – nesse estudo, oram eitas 5 122 entrevistas em sete capitais – na qual são eles que dão notas a aspectos como preço, qualidade do produto ou serviço, governança corporativa e responsabilidade social. A percepção dos consumidores é então conrontada com os dados econômico-nanceiros das empresas ornecidos pela Comissão de Valores Mobiliários, pela Austin Rating e pelo anuário Valor 1000. O maior Índice de Força da Marca hoje no Brasil oi obtido pela Rede Globo: 84 pontos. A emissora é a 12.ª colocada no ranking geral, com um valor de marca estimado em R$3 bilhões. Contribui para esse julgamento, em primeiro lugar, a visibilidade proporcionada pela liderança de audiência. “Costumamos dizer que televisão é espelho e janela. É através dela que o brasileiro se reconhece e vê o mundo. E, em meio a tantos canais disponíveis, distantes apenas a um clique do controle remoto, os brasileiros preerem a Globo em larga escala”, diz Roberto Irineu Marinho, presidente das Organizações Globo – dono da Editora Globo, que publica Época NEGÓCIOS. As pessoas misturam as lembranças mais marcantes de suas vidas com os programas, noticiários e novelas da Globo. Além disso, segundo ele, numa sociedade gregária como a nossa, o conteúdo da TV cria um vínculo emocional entre os indivíduos: a notícia do Jornal Nacional ou o capítulo da novela de ontem costumam ser os temas mais comuns de conversa entre as pessoas. “Essa é uma enorme responsabilidade, e ao mesmo tempo um desao diário”, arma Marinho. A Rede Globo – que reúne 121 emissoras – oi a primeira rede de TV no Brasil com o propósito declarado de estabelecer e cultivar um programa de branding. “Desde os primórdios, sempre investimos na marca como um símbolo”, diz Octavio Florisbal, diretor-geral da Rede Globo, ao se reerir ao pioneirismo do trabalho do designer Hans Donner. Para dar suporte institucional e promover um círculo virtuoso de rejuvenescimento da marca, oram desenvolvidos projetos de comunicação institucional e social – como os atuais Criança Esperança, Amigos da Escola e Ação Global. Ao mesmo tempo, nesta era de convergência digital, a marca vem sendo estendida para veículos que, dierentemente da TV, têm vocação segmentada, como canais a cabo GloboNews e GNT, internet globo.com e revistas Globo Rural, Pequenas Empresas & Grandes Negócios, e, mais recentemente, Fantástico. A próxima etapa será a TV digital, que permitirá aos telespectadores assistirem à TV no celular ou em qualquer outro aparelho portátil. Outra companhia com um Índice de Força da Marca quase tão alto quanto o da Globo é a Coca-Cola: 83 pontos. Nos últimos cinco anos, a empresa descentralizou a comunicação e o marketing, antes comandados com mão de erro pela matriz em Atlanta, nos Estados Unidos. No Brasil, a estratégia é agora denida com os 17 abricantes independentes que trabalham com a marca. “As
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Administração de produtos e marcas
pessoas percebiam a Coca-Cola como ícone da cultura americana”, diz Marco Simões, diretor de comunicação da Coca-Cola. “Notamos que isso mudou.” A mudança levou a empresa a adotar uma marca corporativa local: Coca-Cola Brasil. Sua criação também é uma resposta à segmentação no leque de produtos, depois que a empresa comprou marcas de água, sucos e chás. Experiências como a da Coca-Cola e de outras companhias bem posicionadas na lista da Brand Finance mostram que as marcas corporativas estão ganhando importância. “Elas têm uma sobrevida maior que produtos ou serviços e, por isso, precisam receber mais atenção”, arma Jaime Troiano, diretor da Troiano Consultoria de Marca.
Atividades 1.
Analise o papel do prossional de marketing na administração de produtos e marcas.
Administração de produtos e marcas
2.
Por que as organizações classicam seus produtos?
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3.
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Administração de produtos e marcas
Qual a importância da marca para uma organização?
Elementos de um plano de marketing Planos de marketing são documentos criados por organizações para registrar os resultados e conclusões das análises ambientais e detalhar estratégias de marketing e os resultados pretendidos por elas. A parte de estratégia de marketing dos planos inclui ormulações de objetivos de marketing, análises de clientes e mercados e composto de marketing sugeridos para atingir os objetivos. Composto de marketing são combinações de erramentas estratégicas usadas para criar valor para os clientes e alcançar metas organizacionais. Os planos de marketing também devem incluir orçamentos, previsões de vendas e lucros e qualquer outro objetivo que possa se r usado para avaliar o sucesso ou racasso. CHURCHILL; PETER, 2000, p. 19
O processo de criação de um plano de marketing envolve quatro operações básicas: 1. exame do plano estratégico organizacional; 2. condução de uma análise ambiental; 3. desenvolvimento de objetivos e estratégias de marketing; 4. determinação dos custos e beneícios nanceiros. Segundo Kotler 2006, p. 58, um plano de marketing deve responder quatro perguntas undamentais, para que o prossional de marketing tenha elementos para avaliá-lo: :: O plano é simples? – é ácil de entender e executar? Comunica seu conteúdo com acilidade e praticidade? :: O plano é específco? – seus objetivos são concretos e mensuráveis? Inclui ações e atividades especícas, cada uma delas com datas de conclusão, pessoas responsáveis e orçamentos determinados? :: O plano é realista? – as metas de vendas, despesas e datas são realistas? Foi realizada uma autocrítica ranca e honesta para levantar possíveis problemas e objeções? :: O plano é completo? – Inclui todos os elementos necessários?
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Elementos de um plano de marketing
As métricas denidas por Kotler – sobre os elementos que ormam um plano de marketing – oram reproduzidas por diversos estudiosos CHURCHILL; PETER, 2000; CROCCO, 2006 e servem de reerência para os estudos contemporâneos. Para os prossionais de marketing, esses elementos devem constar na ponta da língua e do lápis, pois eles denem a arquitetura de um plano e a sua exeqüibilidade prática, podendo determinar o êxito ou o racasso de uma operação. Os planos oerecem muitas vantagens e beneícios. Eles ajudam aos prossionais de marketing a concentrarem seus esorços nas áreas que apresentam debilidades e a pilotarem as áreas de melhor perormance das organizações, aproveitando-se das oportunidades e evitando as ameaças do mercado. Um bom plano ajuda a mensurar os resultados e a corrigir possíveis desvios no caminho em sua execução. Segundo alguns autores CHURCHILL; PETER, 2000, p. 101, para os gerentes e proprietários de pequenas empresas, a elaboração de um plano de marketing pode parecer uma atividade ormal e demorada. Muitas vezes, eles estão submersos em um cotidiano que não deixa margens para a refexão estratégica. “Todavia”, destacam esses autores, “a alta de um plano de marketing pode prejudicar até as melhores operações”. Quando vendas não se materializam porque os mercados não oram abordados adequadamente ou porque a embalagem do produto não é atraente, os prossionais de marketing com reqüência passam mais tempo corrigindo os problemas do que teriam gastado criando um plano de marketing sólido KOTLER; KELLER, 2000, p. 101. Os planos de marketing dão mais eciência às operações mercadológicas e permitem que as organizações atinjam as metas delineadas em seu planejamento.
As quatro operações básicas num plano de marketing O plano de marketing, na sua elaboração, comporta quatro operações que dão sustentação à sua elaboração e é a base da unidade conceitual, em meio à diversidade de nomenclatura e de organização dos elementos. Essas quatro operações ormam a estrutura interna do plano. São eles: o plano estratégico, a análise ambiental, os objetivos e estratégias de marketing e os custos e beneícios nanceiros. :: Plano estratégico – os prossionais de marketing começam o planejamento de marketing com o estudo do plano estratégico da organização, inclusive a missão da organização e os seus objetivos. Segundo Churchill e Peter 2000, p. 101, as missões e os objetivos devem proporcionar “um direcionamento claro para o marketing”. Quando isso não ocorre, os prossionais de marketing terão que consultar a alta administração da empresa, “para identicar o que ela considera ser a direção desejada para a empresa”. Na realidade, “como as atividades de marketing são críticas para o sucesso do plano estratégico”, as direções das empresas e os prossionais de marketing “podem ter de revisar seus planos várias vezes”, no decurso de sua aplicação. :: Análise ambiental – após a elaboração do plano estratégico, os prossionais de marketing passam para a análise ambiental que implica a organização, no plano interno e no plano externo. Esse prossional observa os pontos ortes e racos da organização, e analisa as oportunidades e ameaças que estão no horizonte das organizações. Uma oportunidade para uma empresa pode signicar uma ameaça para outra. Ao observar esse cenário, o prossional de marketing distingue as ações da concorrência, o nível de crescimento global do mercado e o nível de crescimento do setor em que opera a organização CHURCHILL; PETER, 2000, p. 102.
Elementos de um plano de marketing
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:: Objetivos e estratégias de marketing – a leitura dessa realidade az com que a organização dena seus objetivos e suas estratégias. Nessa ase, o prossional de marketing adota quatro medidas: :: estabelecimento de objetivos de marketing; :: seleção dos mercados-alvo; :: desenvolvimento de composto de marketing para servir cada mercado-alvo; :: avaliação dos custos e beneícios nanceiros.
Os objetivos de marketing devem estar em simetria com os objetivos organizacionais. Para dar eciência ao planejamento, o prossional de marketing deverá denir o mercado-alvo e o composto de marketing mais adequado para atendê-lo e, assim, atingir os objetivos de marketing proposto. “O plano de marketing expressa essas decisões, a lógica que undamenta cada uma delas e os custos e beneícios de implementá-las” CHURCHILL, PETER, 2000, p. 103. :: Custos e beneícios fnanceiros : os prossionais de marketing devem considerar os recursos nanceiros para a execução do plano e atingir os resultados propostos. Ele deve avaliar os custos do composto do marketing produto, preço, promoção e praça e os seus desdobramentos até chegar às mãos dos usuários.
Partindo das perguntas ormuladas por Kotler, mencionadas anteriormente, Churchill e Peter ampliam os questionamentos básicos necessários à elaboração do plano de marketing: :: Os objetivos são claros? Especícos? Mensuráveis? Desaadores, porém alcançáveis? :: Os setores em crescimento oram identicados? E os que estão estagnados? E os que estão em declínio? :: Quem são os principais concorrentes? Quais são as suas participações no mercado? Como os concorrentes estão posicionados? Para onde eles se direcionam? :: Quais são as orças da empresa? E as deciências? :: O plano tira vantagem das competências e vulnerabilidade da empresa? :: Quais são os mercados-alvo? Por que as pessoas compram o produto? Quem toma as decisões de compra? :: Os produtos e serviços atendem às necessidades e aos desejos dos mercados-alvo? Como as demandas ou tendências dos usuários irão aetá-los? :: Quais são as melhores maneiras de promover os produtos para os clientes? Que inormações eles desejam? Como eles as obtêm? :: Onde os clientes gostam de comprar? Que tipo de lojas ou outros pontos-de-venda? Onde elas devem estar localizadas? Que intermediários podem comercializar a linha? :: Como os preços se comparam com os da concorrência? Os níveis de qualidade são similares? Os clientes são pouco ou muito sensíveis ao preço no mercado-alvo? :: Quais são os custos e beneícios do plano? A empresa tem recursos necessários para colocálos em prática?
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Elementos de um plano de marketing
Churchill e Peter 2000 procuram desdobrar as questões básicas ormuladas inicialmente por Kotler em múltiplos níveis e instâncias, e ampliam seu espectro de observação, com a ampliação da bitola do campo de visão do prossional de marketing. Para dar conseqüência a essa refexão, os autores desenvolveram uma tabela com técnicas de previsão de venda: Técnica
Beneícios
Limitações
Métodos qualitativos Júri de opinião – técnica de previsão de vendas que se apóia nas estimativas dos próprios executivos da empresa.
Rápido; simples; opiniões vêm de executivos com experiência em dierentes departamentos; útil para produtos novos ou inovadores.
Os dados geralmente precisam ser divididos por produto, região etc.; consome tempo dos executivos; pode não dar um peso maior para aqueles com mais experiência.
Composição das estimativas da equipe de venda – técnica de previsão de vendas que se apóia na combinação das estimativas de venda dos vendedores em seus territórios.
Fornecer números pode motivar os vendedores; os vendedores conhecem clientes, produtos e concorrentes.
Os vendedores têm seus próprios interesses, portanto podem dar estimativas tendenciosas.
Levantamento das intenções do comprador – técnica de previsão de vendas que se apóia nas respostas dos clientes sobre o quanto pretendem consumir ou comprar do produto.
Baseia-se em estimativas obtidas diretamente de compradores; pode oerecer inormações detalhadas; muitas vezes ornece insigths sobre o pensamento dos compradores; pode ser usado para novos produtos.
A intenção de comprar pode não resultar numa compra eetiva; caro; demorado; útil apenas quando há poucos clientes potenciais bem denidos.
Técnica Delphi – técnica de previsão de vendas que az um levantamento das opiniões de especialistas e repete o processo até obter um consenso.
É menos provável que os ornecedores Demorado; caro. de estimativas soram pressões do grupo.
Métodos quantitativos
Análise de tendência
Rápido; barato; eciente quando os atores de demanda e ambiente são estáveis.
Pressupõe que o uturo seja uma continuação do passado; não considera planos de marketing ou mudanças no ambiente; não é útil para produtos novos e inovadores.
Equação exponencial
Mesmos beneícios que a análise de tendências; como vantagem adicional, enatiza dados mais recentes.
Mesmas limitações que a análise de tendência, mas não tão graves porque a ênase é de dados mais recentes.
Testes de mercado
Proporciona inormações mais realistas porque se baseia em compras eetivas e não na intenção de comprar; permite avaliação de eeitos do plano de marketing; útil para produtos novos ou inovadores.
Demorado; caro; alerta a concorrência quanto aos planos de organização.
) 6 0 1 . p , 0 0 0 2 , R E T E P ; L L I H C R U H C (
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Os prossionais de marketing precisam avaliar os números que saltam dessas previsões. Esse procedimento assegurará aos prossionais maior grau de precisão em seus planejamentos. O centro de suas análises deve ser o nível de razoabilidade dos dados obtidos. Por m, os prossionais de marketing precisam ter em mente que a precisão das previsões não pode ser garantia, pois há muitos atores incontroláveis que tornam impossível prever o uturo com certeza. As vendas de remédios para gripe, por exemplo, são infuenciadas pela duração e pela drasticidade das mudanças climáticas na estação. [...] para lidar com a incerteza remanescente, os prossionais de marketing devem preparar planos de contingência – planos sobre como alterar a estratégia caso o ambiente mude de determinadas maneiras. CHURCHILL, PETER, 2000, p. 108
As previsões de venda – baseadas em métodos qualitativos e quantitativos – apontam possibilidades, não certezas absolutas, pois em um mercado competitivo e em mudanças permanentes, os atores aparentemente sólidos se dissolvem no ar. Esse cenário mutante exige dos prossionais de marketing planos de contingência, fexibilização em seus projetos, para responder às diversas possibilidades de alterações – proundas ou pontuais – no “horizonte de possibilidades” do mercado.
Elementos de um plano de marketing1 Kotler 2006 oi o principal arquiteto do modelo que será apresentado a seguir. Em seu estudo, ele aponta cinco elementos que ormam o conteúdo do plano de marketing: :: resumo executivo e sumário; :: análise da situação; :: estratégia de marketing; :: projeções nanceiras; :: controle.
Churchill e Peter 2000 elaboram em seu livro um índice com os seguintes elementos: :: resumo executivo; :: introdução; :: análise da situação; :: análise de competitividade; :: planejamento de marketing; :: objetivos de marketing; :: público-alvo; :: composto de marketing; :: implementação e controle; :: resumo; 1 CROCCO, 2006 v. 3, p. 99-114; CHURCHILL; PETER, 2000, p. 562-571; KOTLER; KELLER, 2006, p. 59-68.
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:: apêndice: análise nanceira; :: previsão de vendas; :: orçamento; :: lucratividade; :: reerências.
Crocco 2006, em seu trabalho, apresenta os seguintes elementos: :: sumário executivo; :: ormulação estratégica do negócio; :: situação atual do mercado; :: análise de pontos ortes e racos, oportunidades e ameaças; :: análise do ciclo de vida e portólio de produtos da empresa; :: objetivos e metas de marketing; :: ormulação de estratégia de marketing; :: programas de ação e alternativas; :: controle de resultados; :: anexos.
A seguir detalharemos as etapas de um plano de marketing, utilizando elementos comuns aos 3 autores, com base em Kotler: :: Sumário executivo – Segundo Kotler 2006, o plano de marketing deve ser iniciado com um breve resumo das principais metas e recomendações. O resumo executivo permite que a alta administração compreenda o direcionamento geral do plano. Um sumário deve se seguir a esse resumo, delineando o restante do plano com seus undamentos e detalhes operacionais. :: Situação atual de marketing – A empresa deve apontar as suas necessidades e as necessidades de seus compradores. Ela deve selecionar o público-alvo. A sionomia desse mercado-alvo parte dos pressupostos das características geográcas, demográcas, psicográcas, entre outras. :: Análise das oportunidades2 – Segundo Kotler 2006, esse elemento apresenta os antecedentes relevantes: vendas, custos, mercado, concorrente macroambiente e microambiente. Essas inormações são usadas na condução de uma análise SWOT, erramenta de análise imprescindível para a elaboração de um plano de marketing. Churchill e Peter seguem as pegadas de Kotler. Para eles, um dos propósitos de se identicar as orças e deciências, oportunidades e ameaças é ajudar o prossional de marketing a encontrar os pontos ortes da empresa e combiná-los com as oportunidades do ambiente, de “preerência em área em que os concorrentes não tenham capacidade similar” CHURCHILL; PETER, 2000, p. 92. 2 SWOT: Strengths Forças, Weaknesses Fraquezas,
O pportunities Oportunidades, Threats Ameaças. PFOA Potencialidade, Fragilidade, Oportunidades e Ameaças; FOFA Forças, Oportunidades, Fraquezas e Ameaças. “Os gerentes também avaliam as oportunidades e ameaças descobertas na análise ambiental. As oportunidades podem incluir demanda não atendida, novos conceitos ou tecnologias de produtos, ou empresas concorrentes que possam ser adquiridas. As ameaças podem incluir concorrentes novos ou mais ortes, novas leis limitando as atividades da empresa ou uma mudança nos desejos e preerências dos clientes que os aaste dos produtos da empresa. [...] Os gerentes que avaliam oportunidades e ameaças devem concentrar-se em mudanças, tanto no mercado local, como no externo – mudanças essas que levam, muitas vezes, às oportunidades mais signicativas” CHURCHILL; PETER, 2000, p 92.
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Oportunidades – aspectos externos à organização – positivos. Ameaças – aspectos externos à organização – negativos. Forças – aspectos internos da organização – positivos. Fraquezas – aspectos internos da organização – negativos. Exemplo de Análise FOFA Oportunidades (externo/positivo) – Crescimento da economia mundial e refexos positivos nos mercados regional e nacional.
Forças (interno/positivo) – Design do produto nacional adequado às necessidades e interesse do mercado-alvo nacional.
Ameaças (externo/negativo) – Aumento das importações e ingresso de produtos estrangeiros, com o estrangulamento do setor nacional.
Fraquezas (interno/negativo) – Obsolência tecnológica do produto nacional, em relação ao similar estrangeiro.
:: Objetivos – Planos e projetos permanentes da empresa e metas: medida de ecácia lucro, padrão de escala lucro bruto; objetivos nanceiros vendas por unidades de produtos, preço, participação no mercado, aturamento; objetivos de marketing seleção d e mercados, denição do composto de marketing – produto, preço, praça e promoção. Além disso, o plano tem como objetivos: :: comunicar inormações-chave à direção da empresa e ter o apoio para se atingir os objetivos especícos do marketing; :: inormar, orientar e envolver uncionários, clientes e produtos; :: comunicar os planos da empresa ao público-alvo. :: Estratégia de marketing – Nessa etapa do plano de marketing, o prossional do setor dene a missão e os objetivos nanceiros e de marketing do plano, assim como denição dos grupos e necessidades que o produto deve atender. Ela deve ser especíca em relação à estratégia da marca e dos clientes a ser empregada. Deve levar em consideração o estágio do ciclo de vida do produto introdução, crescimento, maturidade e declínio; adotar uma estratégia para um produto novo, e outra para um produto consolidado no mercado. O prossional do marketing tem como núcleo de suas estratégias os seguintes itens: estratégia para a introdução, estratégia para o crescimento, estratégia de maturidade, estratégia de declínio; modicação do mercado; modicação do produto; mercado-alvo; posicionamento do produto no mercado; posicionamento da organização no mercado; composto de marketing produto, preços, praça e promoção; orça de vendas; recurso para a promoção propaganda, publicidade, vendas pessoais. :: Programas de ação – Programa para atender aos seguintes objetivos: promoção de vendas; tareas e ação de execução; relação com revendedores e consumidores, concurso, stands de venda em lojas e supermercados; sorteios; investimento em P&D Pesquisa e Desenvolvimento; projeção de desempenho. :: Demonstração dos resultados projetados – a empresa deve ter um orçamento de apoio, com projeção de receita, do custo total e do lucro resultante. Nesse item, é necessário que os dados sejam dedignos e simétricos com a realidade. Ou seja, eles devem projetar uma percepção real e não uma percepção subjetiva.
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Elementos de um plano de marketing
:: Controle – segundo Kotler, nessa última seção do plano de marketing serão denidos os sistemas de controle para o monitoramento da execução do plano. As metas e orçamentos são especicados e detalhados, a cada mês ou trimestre. A direção da organização poderá observar os movimentos e adoção do plano e determinar ações corretivas, quando necessário. Essas mudanças serão resultantes das análises internas e externas da organização e serão tomadas para alinhar as ações aos cenários observados. É comum nessa ase as organizações elaborarem planos de contingência, para mudanças abruptas que poderão surgir no caminho do projeto.
Na simulação eita por Kotler 2006, p. 59-64, o caminho percorrido oi o seguinte: 1.0
Resumo Executivo
2.0
Análise da Situação
2.1
Resumo do Mercado :: Mercado-alvo 2.1.1 Demograa do mercado Fatores Geográcos Fatores Comportamentais 2.1.2 Necessidades do Mercado :: Artigos de qualidade :: Design criterioso :: Atendimento ao cliente 2.1.3 Tendências do Mercado 2.1.4 Crescimento do Mercado
2.2
Análise SWOT 2.2.1 2.2.2 2.2.3 2.2.4
2.3
Concorrência
2.4
Produtos
2.5
Fatores-chave para o sucesso
2.6
Questões undamentais
3.0
Estratégia de marketing
3.1
Missão
3.2
Objetivos de marketing
3.3
Objetivos nanceiros
3.4
Mercados-alvo
3.5
Posicionamento
3.6
Estratégia
Forças Fraquezas Oportunidades Ameaças
Elementos de um plano de marketing
3.7
Mix de Marketing :: Determinação de preço :: Distribuição :: Propaganda e promoção :: Atendimento ao cliente
3.8
Pesquisa de marketing
3.9
Projeções nanceiras
4.1
Análise do ponto de equilíbrio
4.2
Previsão de vendas
4.3
Previsão de despesas
5.0
Controles
5.1
Implementação
5.2
Organização de marketing
5.3
Plano de contingência :: Diculdades e riscos :: As piores situações de risco
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Apesar das diversas ormas de apresentação de um plano de marketing, no undamental, eles são desdobramentos do modelo proposto por Kotler 2006. A espinha dorsal desenhada por ele é vislumbrada nos modelos apresentados por outros teóricos e estudiosos. De orma geral, um bom plano de marketing deve ter organização lógica, capaz de dar conta de todos os processos implicados pela organização, clareza e objetividade na sua elaboração e explanação, abrangência, com elevado grau de detalhamento, atualidade, levando-se em consideração a realidade actual e não a realidade desejada, e capacidade de convencimento. Esses itens são determinantes para a elaboração de um bom plano de marketing, capaz de atingir as metas e os objetivos organizativos da empresa. Por essas razões, o plano deve contar para a sua elaboração com a participação eetiva de todos os setores dirigentes da empresa: Normalmente, o plano de marketing é elaborado pelos executivos da área de marketing da empresa – sejam eles gerentes de produto, gerentes de marca, ou tenham outra denominação equivalente –, e submetido à aprovação da direção, seja ela constituída por uma pessoa – presidente ou gerente-geral –, ou um comitê decisório, como uma reunião de diretores de todas as áreas de e mpresa. Dessa orma, o gestor de marketing obtém o apoio da direção da empresa para os objetivos especícos de marketing, garantindo-se, ao mesmo tempo, que tais objetivos estejam alinhados aos objetivos estratégicos gerais da empresa. CROCCO, 2006, v. 3, p. 94
Considerações nais O plano de marketing é uma extensão do planejamento mercadológico de uma organização. Ele tem como meta atingir diversos objetivos, de curto, médio e longo prazos.
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Elementos de um plano de marketing
Sua elaboração mobiliza o coração da organização, com a participação ativa de todos os seus segmentos dirigentes, para a identicação dos seus pontos ortes e racos, e o aproveitamento das oportunidades surgidas e o contorno das ameaças externas. Os elementos básicos que dão estrutura óssea ao plano são o plano estratégico, a análise ambiental, os objetivos e estratégias de marketing, e os custos e beneícios nanceiros. Esse pode ser considerado núcleo denso de um plano de marketing, seu epicentro de sustentação. Uma série de medidas são tomadas para que a organização inorme aos seus stakeholders suas metas e objetivos, e para que mobilizem mecanismos de comunicação com esse m. De modo geral, pode-se dizer que um plano de marketing é um instrumento imprescindível para dar ecácia à pesquisa e diagnóstico, prognóstico e metas de curto, médio e longo prazos, e a adoção de meios de controle e avaliação, adotados por uma organização para assegurar sua sustentabilidade e longevidade do cenário mercadológico contemporâneo, caracterizado pela mudança permanente e alto grau de competitividade.
Checklist para uma auditoria de marketing Descrição geral da empresa O ambiente dos negócios
O mercado
A estratégia e o plano de marketing
:: Dimensão, estrutura, situação nanceira, estilos e métodos de gestão. :: Vocação, domínios de atividades, mercados explorados. :: Notoriedade e imagem da empresa.
Tendências capazes de ter impacto sobre a empresa em termos de demograa, economia, tecnologia, contexto político-legal e contexto sociocultural. :: Dimensão, estrutura, evolução. :: Descrição dos consumidores ou usuários. :: Número, características, evolução. :: Comportamento de consumo, de compra e de inormação. :: Expectativas, motivação, critérios de escolha de marcas, imagens de marca. :: Os concorrentes :: Descrição sumária dimensão, estratégia, orças e raquezas. :: Participação de mercado com a evolução. :: Os canais de distribuição: descrição, comportamentos, expectativas e motivação, atitudes relativas à empresa e aos seus concorrentes. :: :: :: :: :: ::
Objetivos. Fontes de mercado. Consumidores e compradores-alvo. Posicionamento. Fatores críticos de sucesso. Marketing mix . :: Política de produto, embalagem, marca e ser viços. :: Política de preço. :: Política de distribuição e merchandising. :: Política de orça de vendas. :: Política de promoção e comunicação
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Elementos de um plano de marketing
A organização de marketing
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Estrutura geral e divisão das unções dos gerentes de produto etc. Relações com outros serviços especialmente comercial, pesquisa e produção. Organização dos estudos de mercado. Sistemas de procedimentos de planejamento e de controle planos anuais, orçamentos, análises da perormance e dos custos etc..
As perormances
:: Evolução dos volumes de vendas, participação de mercado. :: Análise da rentabilidade por produtos, mercados e clientes.
Conclusões
:: Ameaças, oportunidades, orças, raquezas. :: Recomendações.
Texto complementar Corrigindo os erros da empresa (BILLINGTON 1, 2007)
Como é que se az para tornar bem-sucedido um setor de compras de desempenho medíocre, com índice de ociosidade de 45% e de péssima reputação interna? Depois de uma década de sucesso ininterrupto na IQ, uma empresa de 79,9 bilhões de dólares, Duncan Covington recebeu a incumbência de encontrar a resposta para essa pergunta. Cinco anos antes, o setor de compras da empresa, conhecido pela sigla CPS Central Procurement Services, contribuíra de orma notória com o sucesso da companhia, que recebeu numerosas premiações e elogios, bem como a cobiçada medalha de excelência da revista Purchasing. No auge do sucesso, porém, o chee do setor deixou a IQ em busca de uma nova oportunidade. Na ocasião, levou junto diversos membros de sua equipe. Devido à alta de liderança do novo sucessor incumbido de substituí-lo, a empresa perdeu o oco e a direção. Muitos uncionários se demitiram. A contribuição da área de compras para a empresa era disputada pelas unidades operacionais, que pressionavam para que o grupo osse desmantelado e redistribuído pelos cinco grupos operacionais principais da companhia. Covington, que não recebera recurso algum a mais para realizar a missão que lhe ora conada, sabia por experiência própria que se o setor de compras osse totalmente descentralizado, os custos gerais subiriam, a operação se tornaria mais complexa e os custos para os ornecedores que abasteciam diversos setores da IQ teriam um aumento substancial. Não bastasse isso, o desenvolvimento do produto seria mais moroso e mais diícil, e a satisação geral do cliente seria prejudicada. 1 Corey Billington é proessor de Gestão de Recursos Corporativos MCR do Programa para o Desenvolvimento de Executivos PED, Gestão de Cadeias Ampliadas de Suprimentos MESC e Orquestração do Desenvolvimento Vencedor OWP. Este artigo oi extraído do capítulo de autoria do proessor Billington para o livro Being there even when you are not: leading through strategy, structure, and systems.
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Poder de decisão da liderança: recurso para um novo projeto de empresa Covington estava convencido de que uma empresa que deseja ser socialmente responsável e prosperar precisa servir a seus membros. A gerência deve servir àqueles que executam o trabalho, portanto o papel mais importante dentro de uma empresa é o do supervisor principal. Para Covington, as pessoas tinham escolhas, e cabia a ele e à sua equipe de gestão, estruturar a organização de tal modo que as pessoas sentissem vontade de trabalhar na empresa, dando a elas ao mesmo tempo o poder decisório necessário para serem bem-sucedidas. Entusiasmado com as idéias que lhe povoavam a mente, Covington introduziu seis pilares básicos com o propósito de colocar a empresa novamente nos trilhos.
Criação de valor Em primeiro lugar, ele pediu a todos os setores da área de compras que criassem um plano estratégico de marketing e um outro de geração de valor, e que estimassem seu retorno sobre o investimento eito. As expectativas oram especicadas, bem como o critério pelo qual todos os departamentos cavam obrigados a apresentar um retorno de geração de valor de 10 por 1 em relação ao investimento realizado. Ele incentivou os gerentes a “vestirem” a camisa da empresa e a xarem metas usando os pilares que ele havia introduzido, uma vez que o sucesso d aria e eles maior liberdade de ação. A criação de uma mentalidade de cooperação deu aos gerentes a fexibilidade de que necessitavam para individualizar seus processos e atingir seus objetivos. Alguns departamentos precisavam reduzir despesas; outros, denir e aumentar a contribuição do seu valor.
Melhorando a produtividade do grupo de trabalho O segundo pilar usado por Covington oi centrado nos gerentes. Ele pediu a todos que se comprometessem com os recursos que possuíam e que os utilizassem, desenvolvendo seu departamento especíco dentro da área de compras para melhoria da produtividade e dos resultados. Covington apresentou à sua equipe de gestão um método que permitia manter o desenvolvimento da equipe em ritmo constante e conável. Ele introduziu também o conceito de normas de grupo, empenhou-se ao máximo na criação de economias de escala pondo em contato dierentes equipes cuidadosamente selecionadas, e chamou a atenção para a importância das boas práticas de contratação.
Planejamento da sucessão Em ace da situação de ruptura em processo na empresa, Covington viu a necessidade de instituir um esquema de planejamento de longo prazo. Procurou lidar também com as mudanças estruturais e com os processos mais imediatos. Além de melhorar o índice de retenção de uncionários e dar novo alento ao moral da equipe, o novo procedimento criou um ambiente dentro do setor de compras em que a contribuição do uncionário era discutida e se chegavam a soluções para possíveis problemas de sucessão. Com isso, a empresa cava mais bem preparada e tinha maior liberdade de reação.
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Valor de longo prazo para os empregados Covington queria mudar a reputação de sua empresa: de companhia onde havia uma grande insatisação e altos índices de rotatividade de uncionários para outra avorável à carreira de qualquer prossional. Ele xou em 80% o percentual ideal de uncionários que deveriam conquistar posições melhores depois que saíssem do setor de compras. A meta oi alcançada, e 18 meses depois de Covington assumir, o índice de ociosidade havia caído para aproximadamente zero, tendo a rotatividade alcançado um dos valores mais baixos da história da empresa.
Imposto Antes da chegada de Covington, o setor de compras era objeto de tributação na demonstração de resultados da empresa. Isto deixava insatiseitos muitos executivos de linha, que pagavam por serviços que consideravam de pouco valor e que não eram transparentes. Na tentativa de mudar essa situação, Covington decidiu arriscar: se a área de compras utilizasse um modelo de tributação por serviço prestado, em vez de ser contabilizada como item de incidência automática de imposto, poderia realmente melhorar seu orçamento suas “receitas”, melhorando ao mesmo tempo o nível de satisação do “cliente” da demonstração de resultados, além de infuir no valor geral e na capacidade de inovação da empresa.
Contribuindo com a inovação Não satiseito em tentar restaurar novamente o vigor da empresa, Covington criou também um Fundo de Desenvolvimento com a intenção de proporcionar beneícios à gerência, dar proteção aos uncionários de sua equipe e estimular a inovação. Para manter o undo, todos os gerentes contribuíam com 2% do seu orçamento anual. O raciocínio de Covington era o de que se todos contribuíssem, as decisões tomadas pelos gerentes seriam mais pertinentes do que as tomadas no trato com o consumidor, extinguindo ao mesmo tempo com isso a infuência indevida da dependência de receitas ou de limitações de recursos.
Vencendo de novo O lado positivo do poder de decisão do líder é que ele permite a criação de estruturas que dão às pessoas um volume maior de vantagens, de escolhas e de geração de valor, que quando utilizadas corretamente, permitem a elas contribuir de orma mais signicativa, beneciando-as ao mesmo tempo com uma liberdade maior. A história de Duncan Covington e sua experiência na IQ mostram como ele, ao desenvolver as estruturas e os processos corretos para dar suporte ao seu pessoal, oi capaz de liderar a mudança e de colocá-la em prática. Depois de quatro anos, a área de compras da IQ havia recuperado novamente sua boa orma e conquistava novamente outra cobiçada medalha de excelência da Purchasing.
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Elementos de um plano de marketing
Atividades 1.
Por que um plano de marketing precisa ser elaborado em conjunto com a direção da organização?
2.
Como a análise ambiental auxilia na elaboração de um plano de marketing?
3.
Para que servem as técnicas de previsão de vendas?
Gabarito Marketing: undamentos e conceitos básicos 1.
O marketing possui erramentas que possibilitam sua atuação em áreas de produtos tangíveis e intangíveis. Essas erramentas ormam um modelo de composto mercadológico de variáveis conhecidas como 4Ps e 4Cs, que permitem as estratégias de interação com o mercado. O conceito dos 4Ps, ormulado por Jerome McCarthy, envolve as variáveis básicas: produto, preço, praça e promoção tendo como oco a empresa. E as variáveis 4Cs: cliente, custo, comodidade e comunicação ocupam-se das necessidades do consumidor.
2.
O marketing deve desenvolver ações e operações que atendam de maneira ecaz e satisatória as necessidades dos clientes/consumidores e que também garantam retorno nanceiro às empresas/comerciantes. Para tanto, a administração de marketing dene as melhores estratégias de atuação: utilizando as erramentas conhecidas como variáveis 4Ps e 4Cs, estudando os estados de demanda do mercado, observando as orientações de mercado mais apropriadas ao perl da empresa e o macroambiente em que está inserida.
3.
A composição mercadológica exige do prossional de marketing a identicação e ormulação de ações ecientes sobre as variáveis controláveis e incontroláveis presentes nas relações comerciais. Segundo Philip Kotler, os administradores de marketing gerenciam os estados de demanda infuenciando nesses estados de maneira que se tornem avoráveis às atividades da empresa/ comércio.
4.
As empresas possuem cinco possibilidades de orientação de marketing, que de acordo com suas atividades são identicadas como: a) Orientação de produção voltada para o consumo do produto a baixo custo. b) Orientação de produto voltada para a sosticação de produtos que superem os da concorrência. c) Orientação de vendas voltada exclusivamente para a venda do produto.
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Gabarito
d) Orientação de marketing ocupada em garantir a permanência das empresas no mercado. e) Orientação de marketing holístico voltada para ações que valorizem as atividades de uncionários da empresa, os consumidores e a sociedade.
Princípios do planejamento estratégico empresarial e de marketing 1.
O planejamento estratégico torna a ação empresarial eciente, pois permite que o produto/serviço atenda satisatoriamente as necessidades do consumidor-cliente-cidadão. Fornece orientações para o gerenciamento dos negócios da empresa, propicia a avaliação da posição competitiva de mercado e estabelece um plano de ação. No planejamento corporativo, as Unidades Estratégicas de Negócios são o elo entre o planejamento empresarial e o mercadológico.
2.
A estratégia de marketing é um plano de ação desenvolvido para que a organização atinja suas metas. Sua elaboração consiste em diagnosticar as circunstâncias macroambientais e microambientais, determinar as mais eicientes estratégias de ação, avaliar as ações em operação e quando será necessário corrigi-las.
3.
No mundo corporativo a estratégia é o objetivo superior de uma empresa. Essa estratégia auxilia no estudo e denição de ações de crescimento, competitividade e globais da organização. E nessas ações estratégicas estão as operações táticas – como a dierenciação de mercado, a propaganda e a obtenção de economia em escala – que determinam os meios mais ecientes de uma estratégia.
Composto mercadológico: produto, preço, praça e promoção 1.
No composto de marketing, o produto é o elemento considerado um conjunto de atributos que possui valor de troca e é oerecido ao mercado para atender a uma necessidade. Esse valor de troca é percebido pelo cliente em cinco níveis: produto potencial, produto ampliado, produto esperado, produto básico e o beneício central que estabelece o que realmente está sendo comprado.
2.
O composto mercadológico “4Ps” corresponde à combinação das variáveis: produto, preço, praça e promoção. Essas variáveis estratégicas e controláveis proporcionam à organização assegurar a sustentabilidade do produto oertado ao mercado, garantir a satisação do cliente/consumidor e também o retorno nanceiro esperado pela organização oertante.
3.
O mercado-alvo corresponde ao grupo de compradores e consumidores do produto oertado por uma organização. Esse grupo deve ser o oco da estratégia de marketing – o público identicável – que apresenta necessidades e desejos a serem assegurados no valor de troca do produto apresentado. O mercado-alvo possui características identicadas como gênero, aixa de renda, idade e particularidades culturais.
Gabarito
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Gestão de distribuição: canais de marketing e distribuição ísica 1.
A gestão de distribuição é composta pelos procedimentos: dos canais de marketing – que asseguram o fuxo de diversos produtos de bens de consumos –, bens empresariais e serviços – que podem ser tangíveis ou intangíveis e têm relação direta com o consumo – e de distribuição ísica – que assegura a movimentação ísica do produto oertado envolvendo agentes e distribuidores externos. Essas ações organizadas ormam um sistema de canais de distribuição com a unção de colocar à disposição do consumidor/cliente o produto oertado por uma organização.
2.
Os serviços são caracterizados por sua intangibilidade e possuem processo singular de produção – organizações prestadoras dos serviços –, distribuição – que pode ocorrer por canais diretos sem intermediários entre o prestador e o usuário dos serviços ou canais indiretos com intermediários como agentes e varejistas de serviços – e consumo – clientes, empresas, instituições e governo.
3.
Os confitos de canais comprometem a eciência do sistema de distribuição. Esses confitos podem se apresentar nas ormas: horizontais – quando os membros de um canal divergem quanto à operação – e verticais – quando o abricante diverge do intermediário. Para que a eciência das operações seja assegurada, o canal nomeia um capitão que exerce a liderança entre seus membros construindo uma ponte de conança entre eles, com a intenção de contornar e minimizar os possíveis confitos.
Composto promocional 1.
A venda pessoal é considerada a orma mais ecaz de comunicação de produto. Através da interação pessoal, do aproundamento e da resposta, processos que envolvem a relação vendedor/ cliente, as ações de venda e compra são potencializadas.
2.
O mix de comunicação é o processo de pesquisa, análise, prognóstico e controle de inormação que resulta em decisões conjugadas a serem adotadas no desenvolvimento da comunicação do produto. Esse processo envolve relações de mercado, produto, estratégia e orçamento.
3.
A promoção é uma comunicação eita pelo oertante com o objetivo de aumentar a exposição e impulsionar as vendas de um produto. No composto mercadológico o composto promocional articula as diversas ormas de comunicação e inormação sobre o produto que a empresa dispõe aos clientes e interessados diretos e indiretos.
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Gabarito
Relações Públicas 1.
O prossional de RP atua junto aos meios de comunicação a m de que esses divulguem inormações estratégicas, evitando a intererência de ruídos, que ortaleçam e torne mais positiva a imagem institucional da empresa perante seu público-alvo. O RP deve mobilizar ecazmente os conceitos de composto promocional, mix de comunicação e comunicação integrada de marketing.
2.
Os modelos de comunicação são processos utilizados em projetos promocionais que possibilitam a redução de ruídos na comunicação. Entre esses modelos está o dos “cinco Ws” que permite a identicação do cliente com o produto através dos estágios: cognitivo, comportamental e aetivo.
3.
A CIM é um conceito de plano de comunicação que objetiva integrar as unções estratégicas de diversas erramentas disponíveis para potencializar as atividades de comunicação de uma organização. Quando a organização dene seus objetivos de marketing, a CIM aciona os elementos do composto de comunicação que, de maneira orquestrada, inteligente, coerente e fexível, infuenciam o comportamento do público-alvo gerando retorno positivo para a empresa principalmente em mercados altamente competitivos.
Mercados organizacionais 1.
O mercado organizacional é composto por organizações vendedoras que produzem bens e serviços utilizados por organizações compradoras que produzem outros bens e serviços ornecidos a terceiros. Nesse mercado atuam setores como construção, serviços públicos, manuaturados entre outros.
2.
As organizações vendedoras devem conhecer e compreender as necessidades de seus clientes. Cada organização possui particularidades e objetivos especícos para a compra de produtos, e o melhor atendimento dessas necessidades aumenta a percepção de valor das organizações compradoras que esperam mais beneícios e menores custos em suas compras.
3.
Os mercados organizacionais contam com três orças principais que atuam no mercado de usuários industriais. Essas orças são conhecidas como: demanda – acontece quando há oscilação no sistema de consumo que provoca mudança de demanda nos mercados organizacionais; concorrência – que pode ser existente ou potencial e aeta os vendedores organizacionais podendo comprometer sua capacidade de sustentação no mercado; e a tecnologia – de produto e de processo que possibilitam mais ecácia e eciência aos clientes organizacionais.
Gabarito
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Segmentação de mercado 1.
O prossional de marketing que atua no mercado segmentado deve utilizar os instrumentos técnicos apropriados para identicar os segmentos que a empresa pode atender com eciência, compreender o comportamento do consumidor e denir a melhor estratégia de marketing a ser adotada; obtendo, ao nal desse intenso processo de segmentação, os melhores resultados para compradores e vendedores.
2.
O grande número de empresas concorrentes que oerecem seus produtos no mercado segmentado provoca a disputa pela preerência do consumidor. Para manter-se atuante, a empresa, através de seu marketing, deve promover a gestão de seu produto posicionando-o nos corações e mentes de seus consumidores, vinculando valor e conabilidade à sua marca.
3.
A segmentação pode ocorrer no mercado de bens de consumo e também nos mercados organizacionais. Para o estudo das possibilidades de segmentação desses mercados, os prossionais de marketing desenvolveram variáveis de segmentação que podem ser utilizadas sozinhas ou de orma combinada na análise mercadológica. No mercado de bens de consumo as variáveis são: geográcas, demográcas, psicográcas e comportamentais. Nos mercados organizacionais, as variáveis são: atividade industrial, aplicação do produto, localização, conguração do processo de compra, importância do cliente e utilização do produto em mercados de componentes originais ou peças de reposição.
Administração de produtos e marcas 1.
Na administração de produtos e marcas, o prossional de marketing deve azer uso de erramentas que auxiliem no estudo e análise do produto e do mercado, pois esse prossional é responsável por orientar a empresa na introdução e monitoramento de seus produtos e marcas no universo mercadológico. Muitas são as tareas desse prossional no marketing de produtos de consumo e de produtos industriais, elaborando um composto de marketing eciente com estratégias adequadas a cada ase do ciclo de vida do produto, identicando sua classicação e categoria, estabelecendo a marca da empresa, proporcionando valor e protegendo o valor dessa marca. Atender a essas expectativas atribui ao prossional de marketing importância undamental no êxito da empresa no mercado.
2.
Produto é tudo aquilo que pode ser oerecido e possui valor de troca. Porém os produtos são classicados como produtos de consumo e produtos industriais, e para um adequado composto de marketing é necessário identicar as categorias em que esses produtos se encaixam. A classicação de um produto permite seu posicionamento no mercado assegurando sua valorização, aumentando sua qualidade e reduzindo os custos de produção.
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3.
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Gabarito
A marca de uma empresa, além de ter unção de identicá-la, possui valor intangível de infuência direta no valor dessa empresa. O ortalecimento da marca proporciona valor ao cliente que intensicando sua relação com essa marca também proporciona valor a ela. Essa relação entre cliente e empresa, baseada no valor da marca, aeta proundamente a receita da empresa. Por isso, as organizações empenham-se em tornar e manter suas marcas exclusivas, ortes e avoráveis.
Elementos de um plano de marketing 1.
Um plano de marketing possui objetivos especícos que devem estar em conormidade com os objetivos estratégicos da empresa. Para isso é necessário que o prossional de marketing, que dispõe de erramentas necessárias para a análise mercadológica, elabore ações de marketing praticáveis pela empresa. Essas ações devem ser avaliadas pela direção da organização que indicará se seus resultados correspondem às expectativas e metas delineadas.
2.
Através da análise ambiental identicam-se as oportunidades e ameaças existentes no mercado e também os pontos ortes e os pontos racos das empresas. Os resultados obtidos nessas análises de macroambiente e microambiente ornecem inormações para a administração dos pontos ortes e correção de práticas que comprometam os resultados esperados pela empresa.
3.
As técnicas de previsão de vendas ampliam as possibilidades de análise dos custos e beneícios nanceiros para a execução do plano de marketing. Os métodos qualitativos e quantitativos apresentam dados que, analisados de orma coerente, levando em consideração as possíveis alterações do mercado, indicam maior precisão na elaboração de um plano de marketing.
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Hino Nacional Poema de Joaquim Osório Duque Estrada Música de Francisco Manoel da Silva
Parte I
Parte II
Ouviram do Ipiranga as margens plácidas De um povo heróico o brado retumbante, E o sol da liberdade, em raios fúlgidos, Brilhou no céu da pátria nesse instante.
Deitado eternamente em berço esplêndido, Ao som do mar e à luz do céu profundo, Fulguras, ó Brasil, orão da América, Iluminado ao sol do Novo Mundo!
Se o penhor dessa igualdade Conseguimos conquistar com braço forte, Em teu seio, ó liberdade, Desaa o nosso peito a própria morte!
Do que a terra, mais garrida, Teus risonhos, lindos campos têm mais ores; “Nossos bosques têm mais vida”, “Nossa vida” no teu seio “mais amores.”
Ó Pátria amada, Idolatrada, Salve! Salve!
Ó Pátria amada, Idolatrada, Salve! Salve!
Brasil, um sonho intenso, um raio vívido De amor e de esperança à terra desce, Se em teu formoso céu, risonho e límpido, A imagem do Cruzeiro resplandece.
Brasil, de amor eterno seja símbolo O lábaro que ostentas estrelado, E diga o verde-louro dessa âmula - “Paz no futuro e glória no passado.”
Gigante pela própria natureza, És belo, és forte, impávido colosso, E o teu futuro espelha essa grandeza.
Mas, se ergues da justiça a clava forte, Verás que um lho teu não foge à luta, Nem teme, quem te adora, a própria morte.
Terra adorada, Entre outras mil, És tu, Brasil, Ó Pátria amada!
Terra adorada, Entre outras mil, És tu, Brasil, Ó Pátria amada!
Dos lhos deste solo és mãe gentil, Pátria amada, Brasil!
Dos lhos deste solo és mãe gentil, Pátria amada, Brasil!
Atualizado ortogracamente em conformidade com a Lei 5.765 de 1971, e com o artigo 3.º da Convenção Ortográca celebrada entre Brasil e Portugal em 29/12/1943.