Exaltar a pátria ou formar o cidadão No livro História e ensino de História, especialmente no capítulo III: Exaltar a pátria ou formar o cidadão, a autora Thais Nívia de Lima e onseca, analisa o ensino de História no !rasil e as diversas formas de apropria"ão do conhecimento histórico dentro e fora da escola# Este capítulo está dividido em dois su$itens: a História como disciplina escolar no !rasil e %olítica, cultura e o ensino de História# %ara a autora, o sur&imento do ensino de História no !rasil, aconteceu atrav's da (ompanhia de )esus, introdu*ido em +-. pelo padre /anuel da Nó$re&a# 0ntes do s'culo 1I1, não se pode indicar com precisão os tra"os do ensino de História no !rasil# 2 ensi ensino no 3esu 3esuít ítaa at' at' entã então o como como o 4nic 4nico, o, esta esta$e $ele lece cera ram m dire diretr tri* i*es es educacionais educacionais e or&ani*aram or&ani*aram o ensino# ensino# 0 princípio princípio o o$3etivo o$3etivo era evan&eli*ar evan&eli*ar os índi índios os,, com com o tem tempo se espa espalh lhar aram am e fund fundar aram am os princ rincip ipai aiss cent centro ross educ educac acio iona nais is,, ofer oferec ecen endo do aos aos alun alunos os uma uma fort fortee form forma" a"ão ão rel reli&i i&iosa osa e hum humanís anísti tica ca## 0 coro coroaa por por sua sua ve* ve* com com o intu intuit ito o de domi domina narr a form forma" a"ão ão intelectual e assim manter o controle so$re as elites impediu a cria"ão de 5niversidades no !rasil, ou se3a, tendia a impor uma concep"ão da coloni*a"ão como uma o$ra voltada para a reli&ião# 0 educa"ão tinha na verdade uma fun"ão instrumental, um o$3eto de exalta"ão do Estado no s'culo 1I1# 6urante o &overno do /ar7u8s de %om$al, a (ompanhia de )esus foi expulsa de %ortu&al, pois, de acordo com a autora, a política implantada pelo /ar7u8s, procurava silenciar o ensino 3esuíta atrav's da reforma educacional infl influe uenc ncia iado do pelo pelo Ilum Ilumin inis ismo mo,, o 7ual 7ual $usc $uscava ava uma uma educ educa" a"ão ão na idei ideiaa de pro&resso e de uma civili*a"ão crente nas leis e na 3usti"a# 2 Estado então deveria assumir o controle e definir diretri*es para 7ue esse ideal de educa"ão pudesse assumir o lu&ar central# Esse controle foi esta$elecido est a$elecido pela implanta"ão de uma $urocracia estatal# 2 &overno pom$alino $uscou retirar o predomínio da In7uisi"ão so$re a vida intelectual, atrav's da padroni*a"ão de livros e manuais escolares# 6e acordo com a autora, a educa"ão nessa 'poca ainda era restrita 9s elit elites es,, mas mas não não houv houvee um avan avan"o "o no !ras !rasil il,, pois pois falt faltav avam am recu recurs rsos os de professores e de material# 6aí o sur&imento das institui"es privadas, pois as famí amílias mais ric ricas passaram ram a contrat ratar prof rofess essores particulares res# %ara onseca, a constitui"ão da História como disciplina escolar no !rasil, ocorreu após a Independ8ncia, pois at' então toda a discussão em torno do 7ue deveria ser ensinado nas escolas, envolvia os enfrentamentos sociais e políticos
entre o Estado e a I&re3a# Esta ainda esta$elece rela"ão entre o movimento intelectual do s'culo 1I1 e a escravidão, pois o pensamento li$eral definia o papel da educa"ão, no sentido da forma"ão de um cidadão 4til 9 pátria e o$ediente 9s leis, excluindo a extensa popula"ão escrava, a popula"ão $ranca e po$re e os imi&rantes europeus, e tinha como o$3etivo a forma"ão das elites 7ue por sua ve* mostrava; se preocupada com a possi$ilidade de revolta dessa popula"ão e com suas influ8ncias culturais 7ue eram consideradas de&eneradoras e $ár$aras# 0 educa"ão escolar era uma possi$ilidade para se o$ter o controle so$re essa popula"ão# 6aí a necessidade da constru"ão de uma identidade nacional como forma de ela$orar a História do !rasil e difundi;la por meio da educa"ão, ou se3a, a elite viu na mesti"a&em uma forma de em$ran7uecer e construir a na"ão, e passar essa constru"ão diretamente para a sala de aula atrav's dos pro&ramas curriculares e dos manuais didáticos# ?, introdu*iu em seus pro&ramas curriculares, a partir de +=>=, o ensino de História ao lon&o de suas oito s'ries, sendo então considerado modelo para as demais escolas do Imp'rio# Em$ora 3á tivesse um pro&rama de estudo, o ensino de História ainda necessitava de uma metodolo&ia em 7ue pudesse se orientar# /otivado por esse fator, )oa7uim /anuel de /acedo, professor de História, escreveu um livro, onde definia m'todos e procedimentos a serem se&uidos# 0 autora destaca 7ue a partir daí, houve uma maior preocupa"ão com os m'todos empre&ado, podendo ser verificados nos livros didáticos, onde se encontrava vários textos de orienta"ão para se o$ter um melhor resultado no ensino de História# 6epois da reforma do sistema de ensino nas d'cadas de >@ e -@, do s'culo passado, houve muitas outras, todas elas $uscando colocar o ensino de História como instrumento central da educa"ão política, tendo a História voltada para exalta"ão da pátria, formando na popula"ão o espírito de patriotismo# Em +.A-, o currículo e a le&isla"ão 7ue interessavam ao re&ime militar impunham uma visão de sociedade cívica, harmoniosa, visando dessa forma se ade7uar aos interesses do Estado, deixando o indivíduo sem espa"o para análises críticas, muito menos para 7uestionamentos dessa ordem, cultuando e &lorificando os &randes vultos como os 4nicos su3eitos históricos#
História sofreu uma nova mudan"a, visando novas possi$ilidades de se pensar a realidade $rasileira, voltando o ensino para a análise crítica da sociedade, identificando seus conflitos e os menos favorecidos como su3eitos históricos# Thais Nívia a$orda 7ue o pro&rama curricular de /inas Berais foi o preferido pelas editoras e foi adotado por ser considerado como uma síntese da expectativa de um ensino democrático e participativo e 7ue refletia o momento político da7uela 'poca# 2 novo pro&rama apresentado exi&iria novas posturas por parte dos professores em rela"ão 9 concep"ão de História e educa"ão# 0 História passou a ser vista como uma ci8ncia, com seus m'todos próprios de estudo# 0trav's dessa perspectiva de História, houve a necessidade do domínio de al&uns conceitos pelos alunos, conceitos estes considerados fundamentais para 7ue o ensino de História se tornasse diferenciado em rela"ão ao pro&rama tradicional# 2s conceitos adotados foram: rela"es sociais, modos de produ"ão, transi"ão, classe dominante e dominada, apropria"ão do excedente, entre outros# Esse pro&rama pretendia uma mudan"a de visão do processo histórico por parte de professores e alunos, deixando de enfati*ar os &randes fatos políticos e os &randes persona&ens da História, partiria assim para uma explica"ão da História atrav's das lutas de classes e das transforma"es infraestruturais, fundamentadas no marxismo# Nos meados da d'cada de .@, como a autora a$orda, tronou;se dese3ável 7ue os pro&ramas curriculares e os livros didáticos incorporassem as tend8ncias da historio&rafia contemporCnea, como a história das mentalidades e a história do cotidiano, relacionando a 7ualidade do ensino de História com a capacidade desta de levar para o ensino fundamental e m'dio, as discusses historio&ráficas mais recentes no !rasil# Essas tend8ncias tronaram;se sinDnimos de inova"ão no ensino e sinal de mudan"as de paradi&mas no ensino de História# Na se&unda parte do texto, a autora a$orda 7ue a constitui"ão da disciplina escolar e a or&ani*a"ão do ensino de História desde o s'culo 1I1, esteve envolvida em discusses políticas em desta7ue em diversos momentos# E 7ue o ensino desta, ocupou um importante papel na forma"ão moral, cívica e política de crian"as e 3ovens# No entanto, o ensino de História não se resume somente num instrumento de le&itima"ão de poder e exalta"ão do Estado, e na a"ão dos &randes homens como constituidora da identidade nacional, mas não se pode deixar de lado a sintonia existente entre esses valores e o universo cultural, pois o ensino de História tra$alhava com no"es e valores 7ue tinham um alto valor 9 forma"ão cultural $rasileira como uma forte heran"a cristã# 0 identifica"ão da popula"ão escolar com esses valores facilitava a assimila"ão do ideal de forma"ão moral e política 7ue se 7ueria transmitir at' meados do s'culo 11# 0 autora tam$'m destaca 7ue a chamada Era Far&as ' privile&iada nas a"es
do Estado no sentido de orientar o ensino de História para a forma"ão moral e política, pois o &overno de Far&as não limitou suas estrat'&ias apenas para o ensino escolar, mas tam$'m procurou atin&ir as políticas de preserva"ão do patrimDnio histórico e por meio de festas cívicas $uscava ativar a memória da na"ão# 0 Inconfid8ncia /ineira e seu persona&em Tiradentes, ' citado pela autora, como um dos episódios da História do !rasil 7ue foi real"ado pela historio&rafia $rasileira como representante de uma 'poca e re&ião tidos como ori&em da nacionalidade e cultura $rasileira# @# 0o final a autora destaca 7ue há uma multiplicidade de interesses presentes na constitui"ão do ensino de História no !rasil e 7ue as rela"es com o ima&inário, 9s representa"es políticas e com a cultura escolar são multifacetadas# 2N#