1. Introdução “Public Opinion du Jour: An Examination of the Spiral of Silence, in The Public Opinion Quarterly” de Carroll J. Glynn, Jack M. McLeod, cujo objectivo visava analisar duas das premissas fundamentais da Teoria da Espiral do Silêncio, através do estudo da campanha de eleição presidencial de 1980.
2. Análise Crítica
2.1. Pressupostos teóricos centrais: No artigo “Public Opinion du Jour: An Examination of the Spiral of Silence, in The Public Opinion Quarterly” de Carroll J. Glynn, Jack M. McLeod, a Teoria da Espiral do Silêncio assenta em alguns pontos fulcrais considerados por Noelle-Neumann, destacando-se o temor pela rejeição por parte de outros indivíduos, a monitorização comportamental de forma a que seja perceptível a observação de quais comportamentos são aceites ou não pela sociedade e também a expressão publica reforçada (ou não), quando a mesma está em conformidade (ou não) com a opinião da maioria. Devido ao facto de sermos seres sociais ocorre da parte do individuo uma manifestação de receio em se tornar um “bicho-do-mato”, ao ser excluído do ambiente social por ser portador de uma opinião divergente e, de forma a evitar o isolamento, atenta o meio social à procura da opinião e comportamentos dominantes, passando o seu comportamento a expressar-se em público de acordo com aquilo que recolhe, fruto de observação. Os indivíduos que sentem que a sua opinião é aceite em uniformidade sentem confiança para a demonstrar. No reverso da medalha encontram-se aqueles que sentem que a sua opinião não é importante ou prevalecente e que acabam por adoptar uma atitude mais tímida em relação a expressão da mesma. Urge desta maneira, um processo inspirado, no qual os indivíduos assimilam a opinião que domina, fazendo com que as suas iniciais caiam em esquecimento, de modo a que, no meio social em que estão inseridos, hajam ideias aceites em geral e adoptadas pela maioria, mesmo que não defendidas por toda a sociedade. 2.2.Resultados: Relativamente ao artigo “Public Opinion du Jour: An Examination of the Spiral of Silence, in The Public Opinion Quarterly” de Carroll J. Glynn, Jack M. McLeod encontram-se resultados referentes à análise das duas hipóteses levantadas e testadas. A primeira hipótese, relacionada com a expressão pública de opiniões, foi testada através da análise dos efeitos da discrepância no apoio sobre a probabilidade de entrar numa conversa política com pessoas com interesses semelhantes ou não semelhantes e, como esperado, os indivíduos que responderam ao inquérito
foram mais propensos em afirmar que entrariam numa discussão politica em que os interesses convergissem. Na segunda hipótese testada, relacionada com as influências perceptuais na votação, foi procurado aferir se os indivíduos que veem um candidato à frente na “corrida as eleições” estão mais confiantes para expressar a sua preferência por esse mesmo candidato. Como esperado quanto mais os entrevistados viram os candidatos a ganhar uma posição mais sustentada na candidatura às eleições, mais os indivíduos se sentiram confiantes no suporte a esses mesmos candidatos. Por outras palavras, quanto maior fosse a percentagem de voto de um candidato, mais ele se tornava no “preferido”. Este resultado de um modo geral tende a defender a hipótese de conexão entre o apoio público perceptível através das percentagens de voto e consequente preferência pelo candidato em questão.
3. Conclusões O terceiro artigo em análise “Public Opinion du Jour: An Examination of the Spiral of Silence, in The Public Opinion Quarterly” prova que as premissas básicas da teoria da Espiral do Silêncio são fundamentadas e corretas. É possível concluir que a propensão de um individuo em expressar-se publicamente é tanto maior quanto a sua posição apresenta maior apoio, o que reforça a ideia de que, quando o individuo sente que a sua opinião tem um suporte forte, sentese confiante em defende-la publicamente. Foi possível também concluir que os indivíduos que percebem que há um certo apoio a um candidato estão mais confortáveis em expressar a preferência pelo mesmo, facto esse que é indissociável à observação permanente da opinião pública, dada a natureza social humana, assim como a necessidade intrínseca que deriva desse factor – medo do isolamento e do não aceitamento das nossas próprias opiniões pro parte dos outros. Assim, e em jeito de remate final em relação ao artigo em questão, é possível afirmar que há uma influência directa e bastante poderosa das percepções de opiniões sobre a expressão da opinião individual e sobre os comportamentos da sociedade.