Prof.. Douglas Roberto Zaions Prof
Gestão da manutenção
Joaçaba
2011
© 2010 Unoesc Virtual – Direitos desta edição reservado s a Unoesc Virtual Rua Getúlio Vargas, 2125, 2125, Bairro Flor da Serra, CEP 89600-0 00 – Joaçaba, SC, Brasil Fone: (49) 3551-2123 – Fax: (49) 3551-2004 – E-mail:
[email protected] É proibida a reprodução desta obra, no todo ou em par te, sob quaisquer meios, sem a permissão expressa da Unoesc Virtual.
Z21g
Zaions, Douglas Roberto. Gestão da manutenção / Douglas Roberto Z aions. Joaçaba: Unoesc virtual , 2011. 102 p. : il. ; 30 cm. Bibliograa: p. 96-99
1. 1. Fábricas - Manutenção. 2. Administração da pro dução. I. Título. CDD 658.202
Universidade do Oeste de Santa Catarina – Unoesc Reitor Aristides Cimadon Vice-reitor Acadêmico Nelson Santos Machado Vice-reitores de Campus de São Miguel do Oeste Vitor Carlos D’Agostini
Campus
Campus de Videira Antonio Carlos de Souza
de Xanxerê Genesio Téo
Campus
Coordenação Geral da Unoesc Virtual Célio Alves de Oliveira
Secretaria executiva e logística Elisabete Cristina Gelati
Coordenação Pedagógica Alessandra Nicheli Magro
Revisão linguística e metodológica Ronaldo Pasinato
Designer Instrucional
da Unoesc Virtual Cristiane Macari
Coordenações Locais da Unoesc Virtual Campus de São Miguel do Oeste Cleia Scholles Gallert Campus de Videira Rosa Maria Pascoali Campus de Xanxerê Cristiane Sbruzzi Berté
Projeto gráco e diagramação
Mix Comunicação
Professor autor Douglas Roberto Zaions
© 2010 Unoesc Virtual – Direitos desta edição reservado s a Unoesc Virtual Rua Getúlio Vargas, 2125, 2125, Bairro Flor da Serra, CEP 89600-0 00 – Joaçaba, SC, Brasil Fone: (49) 3551-2123 – Fax: (49) 3551-2004 – E-mail:
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Z21g
Zaions, Douglas Roberto. Gestão da manutenção / Douglas Roberto Z aions. Joaçaba: Unoesc virtual , 2011. 102 p. : il. ; 30 cm. Bibliograa: p. 96-99
1. 1. Fábricas - Manutenção. 2. Administração da pro dução. I. Título. CDD 658.202
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Projeto gráco e diagramação
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Professor autor Douglas Roberto Zaions
SUMÁRIO APRESENTAÇÃO .................................... APRESENTAÇÃO ........................................................................... ................................................. ..........55 PLANO DE ENSINO-APRENDIZAGEM .................................... ........................................................... ....................... 6 UNIDADE 1 INTRODUÇÃO E EVOLUÇÃO DA DA MANUTENÇÃO MANUTENÇÃO ............................. 8 SEÇÃO 1 INTRODUÇÃO À MANUTENÇÃO INDUSTRIAL ............. ........................... ............................ ............................ .......................... ............ 9 SEÇÃO 2 EVOLUÇÃ EVOLUÇÃOO DO GERENCIAMENTO GERENCI AMENTO DA MANUTEN MANUTENÇÃO.............................................................. ÇÃO.............................................................. 12 SEÇÃO 3 A MANUTENÇÃO .............. ............................ ............................ ............................ ............................ ............................ ............................ .................. .... 13
UNIDADE 2 CONCEITOS BÁSICOS SOBRE FALHAS E FERRAM FERRAMENT ENTAS AS DE APOIO GERENCIAL .................................. ......................................................................... .......................................... ...16 16 SEÇÃO 1 DEFINIÇÕES............................................................................................................17 SEÇÃO 2 FERRAMENT FERRAMENTAS AS DE APOIO AO GERENCIAMENTO GERENCIAMENTO DAS FALHAS ....... ............. ............. .............. .............. ............. ........ 24
UNIDADE 3 INTRODUÇÃO À MANUTENÇÃO PRODUTIVA TOT TOTAL AL....................... 36 SEÇÃO 1 SEÇÃO 2 SEÇÃO 3 SEÇÃO 4
AS DOZE ETAPAS ETAPAS PARA IMPLANTAÇÃO DA MPT .......................................................... ................................................................... ......... 37 ESTRUTURA DA MANUTENÇÃO PRODUTIVA PRODUTIVA TOT TOTAL AL ............. ........................... ............................. ............................. ................. ... 46 ORGANIZAÇÃO E COORDENAÇÃO .............. ............................ ............................ ............................ ............................ ......................... ........... 47 AS PRÁTICAS MAIS IMPORT IMPORTANTES ANTES DA MPT .............. ............................ ............................. ............................. ........................ .......... 49
UNIDADE 4 OS OITO PILARES DA DA MANUTENÇÃO PRODUTIVA PRODUTIVA TOT TOTAL ...............52 ............... 52 SEÇÃO 1 SEÇÃO 2 SEÇÃO 3 SEÇÃO 4 SEÇÃO 5 SEÇÃO 6 SEÇÃO 7 SEÇÃO 8
MANUTENÇ ÃO AUTÔNOMA ................................................................. MANUTENÇÃO ............................................................................................... ..............................53 53 MANUTENÇÃO PLANEJADA .............. ............................ ............................ ............................ ............................ ............................ .................. .... 62 PILAR MELHORIAS ESPECÍFICAS .............. ............................ ............................ ............................ ............................ ......................... ........... 75 PILAR EDUCAÇÃO E TREINAM TREINAMENTO ENTO ................................................................ ................................................................................... ................... 82 PILAR CONTROLE INICIAL ............. ........................... ............................ ............................ ............................ ............................ .................... ...... 85 PILAR MANUTENÇÃO DA QUALIDADE .............. ............................ ............................ ............................ ............................ .................. .... 88 PILAR SEGURANÇA HUMANA E AMBIENT AMBIENTAL AL ............... ............................. ............................ ............................ ...................... ........ 90 PILAR MPT OFFICE ........... ..................... ..................... ..................... .................... ..................... ..................... ..................... ..................... ............ .. 92
REFERÊNCIAS ....................................... .............................................................................. ................................................ ......... 96 RESPOSTAS RESPOST AS DAS ATIVIDADES DE AUTO AUTOAAVALIAÇÃO ALIAÇÃO.. ..................................... .................................... . 100
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APRESENTAÇÃO Seja bem-vindo à disciplina de Gestão da Manutenção! Na busca de maior produtividade e competitividade, a produção mecanizada e automatizada tem garantido a produção de melhores produtos em grandes volumes e a custos reduzidos. Máquinas com maiores potências e velocidades, além de maior custo, tornam-se cada vez mais comuns e necessárias. Tais máquinas e processos somente podem produzir com as características de qualidade exigidas se puderem desempenhar as suas funções básicas de forma constante, sem afetar a segurança humana e a integridade ambiental. A qualidade dos produtos depende, cada vez mais, do bom funcionamento dos equipamentos e das instalações de produção. Essas preocupações têm afetado signicativamente a tarefa da gestão industrial, resultando em uma busca intensa da aplicação de novas tecnologias, metodologias e losoas.
Novas estratégias, tecnologias e metodologias de manutenção são o alvo principal de empresas modernas, na busca de um melhor gerenciamento dos custos associados à manutenção. Métodos como a Manutenção Produtiva Total (MPT) e Manutenção Centrada em Conabilidade (MCC) guram como os métodos mais ut ilizados com sucesso.
É dentro desse contexto que se insere o presente material, que trata da metodologia de gestão da manutenção baseada principalmente na MPT com a utilização da MCC na identicação de atividades de manutenção planejada.
Os assuntos relacionados com a MPT, neste material, são mencionados a partir das principais fontes bibliográcas sobre o assunto, destacando: Nakajima (1989), Suzuki
(1994), Lima (2000), Wireman (1992) e Xenos (1998). O conteúdo a respeito da MCC, os conceitos básicos sobre falhas e as ferramentas de apoio gerencial relacionam-se com as pesquisas realizadas por Zaions (2003) e Zaions (2008) e de fontes bibliográcas, como Smith (1993), SAE JA 1011 (1999), Moubray (2000), dentre
outras. Espero que você faça bom uso deste material a m de aprimorar seus conhecimentos na
área de Gestão da Manutenção. Professor Douglas Roberto Zaions.
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PLANO DE ENSINO-APRENDIZAGEM Introdução e evolução da Gestão da O I R Á T N E M E
Manutenção: conceitos básicos. Métodos de manutenção. Concepções de Gestão da Manutenção. Principais ferramentas de apoio gerencial. Manutenção Produtiva Total – MPT: Manutenção Autônoma. Manutenção Planejada. Melhorias Especícas. Educação e Treinamento.
Controle Inicial. Segurança e Saúde.
OBJETIVO GERAL CONHECER e desenvolver a capacidade de aplicação de técnicas/ métodos de gestão da manutenção que objetivem aumentar a disponibilidade e conança dos equipamentos críticos, bem como
reduzir as intervenções e melhorias nos equipamentos.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS REFLETIR sobre a importância da gestão da manutenção nas empresas; CONHECER a Metodologia da Manutenção Produtiva Total e a sistemática de aplicação; CONHECER a Metodologia da Manutenção Centrada em Conabilidade e a sua sistemática de aplicação no contexto da Manutenção Planejada.
PLANO DE ENSINO-APRENDIZAGEM
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M E G A Z I D N E R P A O N I S N E E D O N A L P
Antes de iniciar seus estudos, verique as datas-chave para envio das atividades e elabore seu plano de estudo, garantindo dessa forma, uma boa produtividade na disciplina. Sempre que surgirem dúvidas, entre em contato com seu professor tutor.
EVENTO Início da disciplina
O D U T S E
ATIVIDADE
DATAS ___/___
___/___
___/___
E D
___/___
A Atividades obrigatórias M A R G O N O R C
___/___
___/___
___/___
Término da disciplina
___/___
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UNIDADE 1 INTRODUÇÃO E EVOLUÇÃO DA MANUTENÇÃO
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM Ao nal desta unidade, você terá condições de:
REFLETIR sobre a importância da manutenção nas indústrias; PERCEBER que a manutenção industrial tem evoluído juntamente com o aumento da complexidade dos sistemas e sua importância para as organizações; ENTENDER que a manutenção dos equipamentos de produção é um elemento chave para a produtividade das indústrias e a qualidade dos produtos.
ROTEIRO DE ESTUDO Com o objetivo de alcançar o que está proposto a esta unidade, o conteúdo está dividido nas seguintes seções:
SEÇÃO 1
SEÇÃO 2
SEÇÃO 3
Introdução à manutenção industrial
Evolução do gerenciamento da manutenção
A manutenção
INTRODUÇÃO E EVOLUÇÃO DA MANUTENÇÃO
9
PARA INICIAR NOSSOS ESTUDOS Estudar a manutenção industrial e sua evolução é importante porque você poderá perceber que atualmente ainda há uma grande quantidade de empresas e indústrias que utilizam formas e métodos de manutenção do início do século passado. A manutenção industrial, principalmente a gestão, é uma área que pode ainda evoluir muito no Brasil e permitir substanciais diminuições de custos de produção. A presente seção tem por objetivo apresentar o histórico e a evolução da manutenção industrial, sendo abordados aspectos e denições associadas a
modelos de gestão da manutenção.
SEÇÃO 1
INTRODUÇÃO À MANUTENÇÃO INDUSTRIAL
N
o decorrer da evolução da humanidade a manutenção apresentou diversas fases distintas, de acordo com o grau de desenvolvimento tecnológico e da inuência das máquinas e
equipamentos na economia das nações. A evolução da manutenção industrial pode ser dividida em seis fases.
A primeira fase corresponde à Pré-Revolução Industrial (Século XVIII). Nessa fase não existiam equipes dedicadas à atividade de manutenção. O próprio operador, que na maioria das vezes era o dono da máquina, também era o responsável pela sua construção e manutenção. As máquinas não eram
complexas (um moinho acionado por um eixo árvore acoplado a uma roda d’água, por exemplo, com reparo relativamente simples). A parada destas máquinas não causava grandes problemas e sua participação na economia era relativamente pequena.
A segunda fase compreende o surgimento das primeiras equipes de manutenção (Século XIX). Essa época corresponde ao surgimento das primeiras grandes invenções que revolucionaram a vida da humanidade: eletricidade, máquinas a vapor e motores. A complexidade das máquinas começou a aumentar, exigindo pessoal especializado e disponibilidade de recursos para execução da manutenção das máquinas.
Fotograa 1: Primeira máquina a vapor desenvolvida por James
Watt para bombeamento de água nas minas de carvão Fonte: Silva (2010).
O Ã Ç N E T U N A M A D O Ã Ç U L O V E E O Ã Ç U D O R T N I
10
GESTÃO DA MANUTENÇÃO
A terceira fase é o período da Manutenção Corretiva (1900 a 1920). No início do século XX, a manutenção começa a organizarse com a Administração Cientíca, proposta por Henry Ford, na qual O Ã Ç N E T U N A M A D O Ã T S E G
a produção em série (modelo T) necessitou de uma manutenção mais elaborada (TAVARES, 1999). A Primeira Guerra Mundial demonstrou a grande inuência
das máquinas no poder das nações. Surgiram as primeiras grandes indústrias que necessitaram garantir volumes mínimos de produção e, em consequência, sentiram a necessidade de criar equipes que pudessem realizar reparos em máquinas operatrizes no menor tempo possível. Aparecem, então, os primeiros “Setores de Manutenção”, cujo enfoque era puramente corretivo.
A quarta fase corresponde à Manutenção Preventiva (1920 a 1950). A Segunda Guerra Mundial impulsionou a indústria aeronáutica, a qual tornou-se um fator decisivo para o conito.
Os aviões são máquinas que praticamente não admitem defeitos, nascendo o conceito de prevenção na manutenção. Na indústria, a necessidade de aumento de rapidez de produção transformou a atividade de manutenção em uma estrutura tão importante quanto a de produção, surgindo a Manutenção Preventiva.
A quinta fase é denominada de Racionalização (1950 a 1970). Durante a década de 1950, com o desenvolvimento da indústria para atender às necessidades pós-guerra, a evolução da aviação comercial
e da indústria eletrônica, surge a “Engenharia de Manutenção”, encarregada de planejar e controlar a Manutenção Preventiva, além de efetuar a análise da causa e do efeito das falhas. A partir dos anos 1960, com o desenvolvimento da Engenharia da Conabilidade, Engenharia
Econômica e Estatística e devido ao aperfeiçoamento dos sistemas de informação e de controle e o surgimento dos computadores, a manutenção passou a adotar critérios de previsão de falhas. As condições de funcionamento das máquinas passaram a ser inspecionadas e monitoradas regularmente, de modo a prever o m de sua vida útil. Surge a
Manutenção Baseada na Condição ou a Manutenção Preditiva, como é conhecida atualmente (TAVARES, 1999; WYREBSKI, 1997). A crise do petróleo, matéria-prima fundamental para os processos industriais, gera grande impacto nos custos de produção.
A sexta fase corresponde à Manutenção Produtiva Total (1970 até hoje). A globalização aumenta a concorrência entre as indústrias e novas técnicas de controle de qualidade geram produtos de elevado desempenho. As empresas que não acompanham o desenvolvimento tecnológico não conseguem sobreviver. A manutenção torna-se uma importante ferramenta para a melhoria da produtividade. A década de 1970 caracteriza-se pelo surgimento de dois modelos de gestão da manutenção:
INTRODUÇÃO E EVOLUÇÃO DA MANUTENÇÃO
a) as indústrias japonesas e americanas conseguem destaque na produtividade, utilizando ferramentas administrativas que integram a produção com a manutenção, melhorando a qualidade dos produtos e reduzindo os custos de manutenção. Surge a Manutenção Produtiva Total (MPT); b) em 1974, o Departamento de Defesa dos Estados Unidos autorizou a fazer um relatório sobre os processos usados pela indústria de aviação para preparar os programas de manutenção para as aeronaves. A partir dos estudos feitos por Nowlan e Heap (1978) surge a Manutenção Centrada em Conabilidade (MCC).
Durante os anos 1980 surgem os primeiros microcomputadores e o processamento de informações associadas à manutenção passa a ser efetuado pelo próprio órgão de manutenção e as informações passam a ser armazenadas em banco de dados. Nessa época, devido à ocorrência dos acidentes com as usinas nucleares de Three Mile Island – Pensilvânia, nos Estados Unidos, em 1979, e Chernobil, na Ucrânia, em 1986, surge o modelo de gestão da Manutenção Centrada no Risco (MCR). Nos anos 1990, com a disseminação dos microcomputadores, iniciouse o desenvolvimento de Sistemas Computadorizados de Gerenciamento da Manutenção. O uso do computador para planejar a manutenção preventiva por meio da geração de ordens de serviço, controle de inventário, informações
históricas, suporte logístico, etc., passou a ser uma atividade comum em um grande número de empresas e indústrias do mundo. Nos últimos anos, os Sistemas Computadorizados de Gerenciamento da Manutenção passaram a integrar os sistemas de manutenção preditiva. Nos últimos 25 anos, a necessidade pelo aprimoramento contínuo da qualidade dos produtos e serviços frente à crescente onda de globalização, fez com que a atividade de manutenção passasse a ser abordada como estratégica. As metodologias e losoas
desenvolvidas nas décadas de 1970 passaram a ser incorporadas nos processos estratégicos decisórios. Além disso, a preocupação crescente com a integridade ambiental fez com que os gestores tratassem a manutenção com uma visão diferenciada. Mudanças de paradigma zeram com que a
manutenção passasse a preservar a função dos itens físicos, ao invés do próprio equipamento. O Gráco 1 mostra a evolução
temporal das técnicas de manutenção nas indústrias.
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O Ã Ç N E T U N A M A D O Ã Ç U L O V E E O Ã Ç U D O R T N I
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GESTÃO DA MANUTENÇÃO
Manutenção preventiva e corret iva Manutenção produtiva
Manutenção produtiva total - MPT O Ã Ç N E T U N A M A D O Ã T S E G
Manutenção centrada no r isco Manutenção baseada no tempo
Manutenção centrada na conabilidade
Manutenção baseada na condição
1950
1960
1970
1980
1990
2000
2010
Gráco 1: Síntese da aplicação das metodologias de manutenção Fonte: Lafraia (2001, p. 238).
Diversas abordagens de gestão de manutenção têm sido propostas e cada uma com distintos graus de sucesso ou insucesso nas suas aplicações. Os três modelos mais publicados e usados nas empresas, atualmente, são:
a) Manutenção Centrada em Conabilidade – MCC (Reliability Centered Maintenance – RCM);
b) Manutenção Produtiva Total – MPT (Total Productive Maintenance - TPM); c) Manutenção Centrada no Risco – MBR (Risk Based Maintenance – RBM);
Você percebeu como a Manutenção evoluiu ao longo do tempo? Na próxima seção estudaremos as mudanças no gerenciamento das informações.
SEÇÃO 2
O
EVOLUÇÃO DO GERENCIAMENTO DA MANUTENÇÃO
Gerenciamento da Manutenção foi uma das áreas administrativas que mais evoluiu nos últimos vinte anos, devido, principalmente, ao aumento da grande diversidade e complexidade dos itens físicos, bem como dos novos enfoques e responsabilidades da manutenção (MOUBRAY, 2000).
A análise do histórico dos últimos 70 anos permite observar que o enfoque dado para a manutenção comporta uma divisão em três gerações, conforme ilustrado no Gráco 2 (MOUBRAY, 2000; PINTO;
NASIF, 1999; LAFRAIA, 2001). A primeira geração foi caracterizada pelo gerenciamento de ações
INTRODUÇÃO E EVOLUÇÃO DA MANUTENÇÃO
estritamente corretivas. Nessa geração, os equipamentos eram superdimensionados em termos de capacidade, o que permitia a adoção de ações simplesmente corretivas. Porém, o aumento da complexidade e evolução das máquinas, bem como da escassez de mão de obra devido ao período de guerra, levaram a uma mudança nas ações de gestão da manutenção. Moubray (2000) dene
esse período como segunda geração. Moubray (2000) salienta que os
fatores que motivaram o surgimento de uma terceira geração foram:
a) novas expectativas quanto aos itens físicos com a conabilidade,
disponibilidade, integridade ambiental, segurança humana e ao aumento dos custos totais de manutenção; b) novas pesquisas que evidenciaram a existência de seis padrões de falhas de equipamentos; e c) surgimento de novas ferramentas e técnicas de manutenção, tais como o monitoramento de condições dos equipamentos, projetos de equipamentos com ênfase na manutenção e destaque no trabalho em equipe.
O Ã Ç N E T U N A M A D O Ã Ç U L O V E E O Ã Ç U D O R T N I
Terceira geração: • Maior disponibilidade e conabilidade das
Primeira geração: • Conserto após avaria 1940
1950
Segunda geração: • Maior disponibilidade das máquinas • Maior vida útil dos equipamentos • Custos menores 1960
1970
1980
• • • • •
máquinas Maior segurança Melhor qualidade dos produtos Ausência de danos ao meio ambiente Maior vida útil dos equipamentos Maior risco
1990
Gráco 2: Evolução da Manutenção Fonte: adaptado de Moubray (2000).
SEÇÃO 3
A MANUTENÇÃO
A
Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT, na norma NBR 5462 (1994)
dene o termo manutenção
como a combinação de todas as ações técnicas e administrativas, incluindo as de supervisão, destinadas a manter ou recolocar um item em um estado no qual possa desempenhar uma função requerida. Item é qualquer parte, componente, dispositivo, subsistema, unidade funcional, equipamento ou sistema que possa
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ser considerado individualmente. Alguns autores como, por exemplo, Moubray (2000),
preferem substituir a palavra item por ativo. Neste material utilizaremos o termo item físico para caracterizar a parte, o componente, o equipamento ou o sistema físico. Monchy (1989) menciona que a
manutenção dos equipamentos de produção é um elemento chave tanto para a produtividade das indústrias quanto para a qualidade
2000
2010
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GESTÃO DA MANUTENÇÃO
do produto. Em seus trabalhos estabelece uma analogia entre
a saúde humana com a saúde da máquina, conforme o Quadro 1: ANALOGIA
SAÚDE HUMANA O Ã Ç N E T U N A M A D O Ã T S E G
Conhecimento do homem Conhecimento das doenças
Nascimento
Longevidade
SAÚDE DA MÁQUINA Entrada em operação
Durabilidade
Conhecimento tecnológico Conhecimento dos modos de falha
Carnê de saúde
Histórico
Dossiê médico
Dossiê da máquina
Diagnósitco, exame, visita médica
Diagnóstico, perícia, inspeção
Boa saúde
Conabilidade
Conhecimento de tratamentos
Conhecimento das ações curativas
Tratamento curativo
Retirada do estado de pane, reparo
Operação
Morte
MEDICINA
Sucata
Renovação, modernização, troca
MANUTENÇÃO INDUSTRIAL
Quadro 1: Analogia saúde humana versus máquina Fonte: adaptado de Monchy (1989).
Observa-se que a condição operacional da máquina/ equipamento depende da dedicação e do conhecimento que o gestor de
manutenção e sua equipe tem sobre o sistema. Gerir a manutenção é cuidar da saúde do sistema.
Nesta unidade abordamos a denição, o histórico e a evolução da
manutenção. Percebemos que a manutenção relaciona-se com a importância das máquinas/equipamentos para as organizações. Quanto maior a complexidade dos sistemas, maior deverá ser a importância da manutenção para garantir melhor disponibilidade e conabilidade, segurança,
qualidade dos produtos, ausência de danos ao meio ambiente e maior vida útil dos equipamentos. Na unidade a seguir abordaremos a terminologia utilizada na gestão da manutenção e as principais ferramentas de apoio gerencial.
INTRODUÇÃO E EVOLUÇÃO DA MANUTENÇÃO
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Autoavaliação 1 Para que você possa vericar se realmente compreendeu o conteúdo até aqui, responda às
questões a seguir: 1 Como ocorreu a evolução das formas/políticas de manutenção?
2 Qual o enfoque da terceira geração de gerenciamento da manutenção?
3 Associe cada uma dos modelos de gestão da manutenção com seu surgimento: (A) Manutenção Produtiva Total
(
) Indústria nuclear
(B) Manutenção Centrada em Conabilidade
(
) Indústria japonesa
(C) Manutenção Baseada no Risco
(
) Indústria aeronáutica
O Ã Ç N E T U N A M A D O Ã Ç U L O V E E O Ã Ç U D O R T N I
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UNIDADE 2 CONCEITOS BÁSICOS SOBRE FALHAS E FERRAMENTAS DE APOIO GERENCIAL
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM Ao nal desta unidade, você terá condições de:
CONHECER os conceitos básicos relacionados às falhas;
CONHECER as ferramentas de apoio à Gestão da Manutenção.
ROTEIRO DE ESTUDO Com o objetivo de alcançar o que está proposto a esta unidade, o conteúdo está dividido nas seguintes seções:
SEÇÃO 1
SEÇÃO 2
Denições
Ferramentas de apoio ao gerenciamento das falhas
CONCEITOS BÁSICOS SOBRE FALHAS E FERRAMENTAS DE APOIO GERENCIAL
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PARA INICIAR NOSSOS ESTUDOS Para compreender melhor a gestão da manutenção é necessário entender alguns conceitos básicos. Esses conceitos e denições estarão diretamente
relacionados com as ferramentas de apoio à gestão da manutenção e às estratégias de gestão da manutenção.
SEÇÃO 1
DEFINIÇÕES
Funções UMA FUNÇÃO PODE ser denida como qualquer propósito pretendido para um processo ou produto. É aquilo que o usuário quer que o equipamento ou sistema faça (SOCIETY OF AUTOMOTIVE ENGINEERS, 1999). A denição de
uma função deve consistir de um verbo, um objeto e o padrão de desempenho desejado. As funções podem ser divididas em funções principais e funções secundárias. A função principal de um equipamento está associada, principalmente, à razão pela qual foi adquirido. Geralmente os equipamentos são adquiridos para realizarem uma, possivelmente duas e não mais do que três funções principais. O objetivo
da manutenção é assegurar o desempenho mínimo das funções principais. Na maioria das vezes, os equipamentos realizam outras funções além das funções principais. Essas funções são chamadas de secundárias e podem ser divididas nas seguintes categorias: a) integridade ambiental; b) segurança/integridade estrutural; c) controle, contenção e conforto; d) aparência; e) economia e eciência; f) supéruas. Embora
geralmente menos importantes que as funções principais, as funções secundárias devem ser muito bem analisadas, pois podem trazer graves consequências em situações especícas (MOUBRAY, 2000).
PADRÕES DE DESEMPENHO Os equipamentos são projetados e desenvolvidos para assegurar um padrão mínimo de desempenho, porém, em virtude do trabalho executado pelas máquinas, seus componentes acabam deteriorandose. Entretanto, qualquer máquina ou componente que for colocado em operação deverá ser capaz de produzir mais do que o padrão mínimo de desempenho desejado pelo usuário. Esse limite de produção do equipamento é conhecido como capacidade inicial
ou conabilidade inerente do
equipamento. Para um equipamento passível de manutenção, o desempenho desejado deve situar-se na zona compreendida entre o padrão mínimo de desempenho e a capacidade inicial. A manutenção deve manter o desempenho sempre acima do padrão de desempenho mínimo desejado pelo usuário. A determinação da capacidade inicial, bem como do desempenho mínimo
L A I C N E R E G O I O P A E D S A T N E M A R R E F E S A H L A F E R B O S S O C I S Á B S O T I E C N O C
18
GESTÃO DA MANUTENÇÃO
que o usuário está preparado para aceitar no contexto do item físico que está sendo utilizado, é de relevante importância quando se deseja desenvolver um programa de manutenção.
A denição de falha está
diretamente ligada às funções desempenhadas pelo equipamento e aos padrões de desempenho dessas funções.
CAPACIDADE INICIAL (o que o item pode fazer) Margem para deterioração O Ã Ç N E T U N A M A D O Ã T S E G
O H N E P M E S E D
DESEMPENHO MÍNIMO DESEJADO (o que o usuário quer que faça)
Esquema 1: Capacidade inicial e desempenho mínimo desejado de um item Fonte: adaptado de Moubray (2000).
CONTEXTO OPERACIONAL O contexto operacional está associado às condições (funções) nas quais o equipamento irá operar. O contexto operacional se insere inteiramente no processo de formulação estratégica da manutenção. As funções principais e secundárias, além da natureza dos modos de falha, de seus efeitos e consequências são afetadas pelo contexto de operação. A perfeita compreensão do contexto operacional requer que os seguintes fatores sejam considerados, segundo Moubray (2000).
a) processos em lote e em uxo; b) redundância; c) padrões de qualidade; d) padrões ambientais; e) padrões de segurança; f) turnos de trabalho; g) trabalho em processo; h) tempo de reparo; i) peças de reposição; j) demanda de mercado; k)
suprimento de matéria-prima.
QUEBRA É a ocorrência que provoca a interrupção das funções do componente, impossibilitando o uso do equipamento. A quebra tem o mesmo signicado que Falha Funcional e esse termo deveria
ser usado em vez de quebra. No entanto, é um termo muito utilizado principalmente porque a literatura que aborda os aspectos de qualidade o utiliza.
CONCEITOS BÁSICOS SOBRE FALHAS E FERRAMENTAS DE APOIO GERENCIAL
19
FALHA No ambiente da MPT, a falha pode ser entendida como a ocorrência que provoca a deterioração das funções, prejudicando a produção. Podemos denir falha pode ser denida como a incapacidade do
equipamento de fazer o que o usuário quer que ele faça. Essa denição é vaga, pois não distingue
claramente o estado de falha (falha funcional) e os eventos (modos de falha) que causam o estado de falha.
FALHAS FUNCIONAIS Para Moubray (2000), é preferível denir falhas em termos de perda da função especíca, ao invés do
desempenho às funções individuais, a falha enfocada, em termos de
equipamento como um todo. Para descrever estados de falha ao é necessário um melhor entendimento dos padrões de desempenho. Aplicando os padrões de
incapacidade de qualquer item físico cumprir uma função para um padrão de desempenho aceitável pelo usuário.
falha funcional, é denida como a
FALHAS POTENCIAIS Falha potencial é uma condição identicável que indica se a
falha funcional está para ocorrer ou em processo de ocorrência (MOUBRAY, 2000). Para Xenos (1998) o conceito de falha potencial leva em consideração o fato de que muitas falhas não acontecem repentinamente, mas se desenvolvem ao longo do tempo. A falha potencial representa o ponto onde o item físico começa a apresentar perda do desempenho da função. Segundo Lima (2000), a falha potencial pode ser denida
como a perda parcial da função, estipulada com base em um padrão de desempenho estabelecido. O Gráco 3 permite identicar a
relação entre falha potencial e falha funcional. Nele podemos identicar
três períodos de tempo distintos na ocorrência de uma falha: a) um período de tempo entre uma condição normal de operação até o início da falha; b) um segundo
período de tempo entre o início da falha até o aparecimento de um sinal da falha; c) um terceiro período de tempo que se estende desde o aparecimento do sinal da falha até a sua ocorrência. Moubray (2000) arma que a falha
potencial é o ponto P no processo de falha, onde é possível detectar se a falha está ocorrendo ou está para ocorrer. O ponto F representa o ponto de falha funcional. Assim, o intervalo P-F corresponde ao intervalo entre o ponto onde a falha torna-se detectável até a sua ocorrência.
L A I C N E R E G O I O P A E D S A T N E M A R R E F E S A H L A F E R B O S S O C I S Á B S O T I E C N O C
20
GESTÃO DA MANUTENÇÃO
Ponto onde a falha inicia P
Ponto de falha potencial
o ã ç i d n o C
F Tempo
O Ã Ç N E T U N A M A D O Ã T S E G
Intervalo P-F
Ponto de falha funcional
Gráco 3: Intervalo P-F Fonte: Moubray (2000, p. 144).
MODO DE FALHA Um Modo de Falha é denido como
qualquer evento que possa levar um ativo (equipamento, sistema ou processo) a falhar (SOCIETY OF AUTOMOTIVE ENGINEERS, 1999). O Modo de Falha está associado às prováveis causas de cada falha funcional. Segundo Helman (1995), modos de falha são eventos que levam, associados a eles, uma diminuição parcial ou total da função do produto e de suas metas de desempenho. A descrição de um modo de falha deve consistir de um substantivo e um verbo. Deve-se observar, no entanto, que a escolha do verbo a ser usado deve ser realizada com cuidado, pois inuencia fortemente
o gerenciamento das falhas. A identicação dos modos de
falha de um equipamento é um dos passos mais importantes no desenvolvimento de qualquer programa que pretenda assegurar que o equipamento continue a executar suas funções previstas. Quando em um sistema ou processo cada modo de falha foi identicado, torna-se possível vericar suas
consequências e planejar ações para corrigir ou prevenir a falha. Na prática, dependendo da
complexidade do equipamento, do contexto operacional e do nível em que está sendo feita a análise, normalmente são listados de um a trinta modos de falha como causas da falha funcional (MOUBRAY, 2000). Alguns dos modos de falha típicos que podem gerar a falha funcional são: fratura, separação, deformação, desgaste, corrosão, abrasão, desbalanceamento, rugosidade, desalinhado, trincamento, mal montado, encurtamento, etc. (BLOCH; GEITNER, 1997; HELMAN, 1995). Nepomuceno (1989) comenta ainda que para que certa falha conduza a um modo de falha em particular, deve existir algum mecanismo de falha, que pode ser um processo metalúrgico, químico, térmico ou tribológico. Os modos de falha podem ser classicados em um dos três grupos
a seguir: a) quando a capacidade reduz-se abaixo do desempenho desejado; b) quando o desempenho desejado ca acima da capacidade
inicial; e c) quando o item físico não é capaz de realizar o que é desejado. De acordo com da Rosa (2008) e Dias (2006), os modos de falha podem ser classicados de diversas maneiras,
mas um modo necessário e bastante
CONCEITOS BÁSICOS SOBRE FALHAS E FERRAMENTAS DE APOIO GERENCIAL
útil está relacionado com a variável tempo, ou vida acumulada do sistema afeta a possibilidade de ocorrência: a) modos de falhas independentes do tempo; b) modos de falha dependentes do tempo. Os modos de falha independentes do tempo caracterizam-se pelo fato de que a chance de ocorrerem é a mesma em qualquer instante da vida útil do sistema em estudo, ou seja, tanto podem ocorrer logo no início da vida, como ao m desta, com
igual possibilidade. São conhecidos também por modos de falhas por sobrecarga. Quando associados a sistemas estruturais, esses modos são: a) início de escoamento; b) colapso plástico; c) ambagem; d)
Nos modos de falha dependentes do tempo, a falha só acontece quando ocorreu um certo tempo mínimo de uso do sistema, pois os mecanismos envolvem a necessidade de um dano progressivo no material, que vai se acumulando com o tempo até desencadear a falha. Os modos de falha dependentes do tempo são também chamados de modos de falha por envelhecimento, por acúmulo de dano ou por desgaste. De acordo com da Rosa (2008) e Dias (2006), alguns destes modos de falhas para sistemas mecânicos são: a) corrosão; b) corrosão sob tensão; c) fadiga; d) desgaste adesivo; e) desgaste abrasivo; f) uência; g)
deformação plástica progressiva.
ruptura dúctil; e) ruptura frágil; f) deslocamento excessivo.
MECANISMO DE FALHA O mecanismo de falha é uma descrição de como acontece a falha do sistema, do fenômeno responsável pelo modo de falha. Estabelece a sequencia de eventos e que grandezas controlam esses
eventos. É uma descrição qualitativa da falha. Geralmente o modo de falha é desencadeado por algum tipo de fenômeno físico ou químico.
CRITÉRIO DE FALHA O critério de falha tem como objetivo quanticar o mecanismo de
falha de um componente ou sistema, sendo associado diretamente com o modo de falha. A utilização do critério de falha confere um caráter quantitativo à análise, ou seja, consegue-se avaliar
21
a proximidade do sistema entrar na condição de falha. No Esquema 2, da Rosa (2008) apresenta um exemplo, caracterizando a relação entre modo de falha, mecanismo de falha e critério de falha.
L A I C N E R E G O I O P A E D S A T N E M A R R E F E S A H L A F E R B O S S O C I S Á B S O T I E C N O C
22
GESTÃO DA MANUTENÇÃO
Modo de falha Ruptura dúctil Mecanismo de falha Nucleação, crescimento e coalescimento de vazios, criados em torno de impurezas do material. Ocorre quando a deformação plástica atinge um valor
Localização da falha A falha inicia no ponto crítico, mas necessita se propagar por toda a seção.
Carga limite Carga de início de escoamento: FR; MR; qR; T R ; QR .
aplicado pela diculdade
de cálculo. Um critério aproximado é usar σ 1Máx= σf e ε peq = ε t*
limite. Ruptura nal por
cisalhamento. O Ã Ç N E T U N A M A D O Ã T S E G
Critério de falha A deformação equivalente no ponto atingiu um valor εt*, que é função do estado de tensão no ponto. É um critério difícil de ser
Esquema 2: Exemplo de relação entre modo de falha, mecanismo de falha e critério de falha Fonte: adaptado de da Rosa (2008).
CAUSA DA FALHA A causa da falha representa os eventos que geram (provocam, induzem) o aparecimento do tipo modo de falha, e pode ser detalhada em diferentes níveis para diferentes
situações. A causa da falha pode estar associada à: a) falha de projeto; b) falha de manufatura; c) falha de uso (BLOCH; GEITNER, 1997). Causa da falha
Projeto
Falha de projeto
Falha de resistência
Manufatura
Falha de manufatura
Falha de envelhecimento
Uso
Falha de uso inadequado
Falha de manuseio
Organograma 1: Causa de falha
EFEITOS DA FALHA Conforme Moubray (2000), os efeitos
de falhas descrevem o que acontece quando um modo de falha ocorre. Para Helman (1995) os “efeitos das falhas” são entendidos como as formas ou os modos de falha afetam o desempenho do sistema do ponto de vista do cliente. Alguns efeitos típicos em máquinas e equipamentos em geral são: a) esforço de operação excessivo;
b) vazamento de ar; c) desgaste prematuro; d) consumo excessivo, etc. (HELMAN, 1995). Deve-se ter o cuidado de não confundir efeito da falha com consequências da falha. O efeito da falha responde a questão “O que acontece quando o modo de falha ocorre?”, enquanto a consequência da falha responde a questão “Quais
CONCEITOS BÁSICOS SOBRE FALHAS E FERRAMENTAS DE APOIO GERENCIAL
são as consequências quando o modo de falha ocorre?”.
23
A interligação entre Função, Modo de Falha, Causa Potencial e Efeitos pode ser visualizada no Esquema 3.
Causas
Efeitos Modo de falha
Afeta
Função
Esquema 3: Interligação entre Causa, Modo de falha e Efeitos Fonte: Zaions (2003, p. 48).
CONSEQUÊNCIAS DAS FALHAS Cada vez que ocorre alguma falha, a empresa que usa o item é afetada de alguma maneira. As falhas podem abalar a produção, a qualidade do serviço ou do produto, a segurança e o meio ambiente, podendo incorrer em aumento do custo operacional e do consumo de energia. A natureza e a severidade dessas consequências orientam a maneira como será vista a falha pela empresa. A combinação do contexto operacional, dos padrões de desempenho e dos efeitos indica que cada falha tem um conjunto especíco de consequências a ela
associadas. Se tais consequências forem muito severas para a empresa, grandes esforços deverão ser realizados para evitar ou reduzir a falha. Porém, falhas que provocam pequenas consequências não requerem que medidas proativas sejam tomadas. Nesses casos, é mais sensato corrigir a falha após a ocorrência (MOUBRAY, 2000).
Por essa ótica, a análise da manutenção sugere que as consequências da falha são muito mais importantes do que suas características técnicas. Dessa forma, qualquer tarefa só deve ser aplicada se tratar com sucesso as consequências da falha e os meios de evitá-las. A análise das consequências da falha requer que essas sejam divididas em falhas evidentes e ocultas. Uma falha evidente é aquela que, ao ocorrer, torna-se aparente para o grupo de operação ou manutenção sob condições normais. Essas falhas podem provocar a parada da máquina, a perda da qualidade do produto ou ainda podem estar acompanhadas de efeitos físicos, como: odor incomum, ruído elevado, escape de vapor, gotejamento de água ou óleo, dentre muitos outros. As falhas evidentes são classicadas
em três categorias, em ordem decrescente de importância: com
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24
GESTÃO DA MANUTENÇÃO
consequência sobre a segurança humana e ambiental, com consequências operacionais e com consequências não operacionais (MOUBRAY, 2000). As falhas ocultas ocorrem sem que ninguém perceba que o item físico encontra-se em estado de falha. Elas não têm um impacto direto, O Ã Ç N E T U N A M A D O Ã T S E G
porém expõem a empresa a falhas múltiplas com consequências que podem ser graves ou até mesmo catastrócas. Tais falhas estão
geralmente associadas à operação de dispositivos de segurança e proteção, utilizados com o objetivo de evitar ou reduzir as consequências das falhas evidentes.
1 - Segurança humana e ambiental a) morte; b) ferimentos; c) poluição.
2 - Operacionais a) produção total; b) qualidade do produto; c) serviço de atendimento ao cliente; d) custos operacionais.
CONSEQUÊNCIAS DA FALHA
3 - Não operacionais a) perdas de oportunidade; b) perdas de competitividade; c) problemas econômicos.
Esquema 4: Consequências das falhas Fonte: adaptado de Zaions (2003).
SEÇÃO 2
N
FERRAMENTAS DE APOIO AO GERENCIAMENTO DAS FALHAS
esta seção serão apresentadas as principais ferramentas para o apoio da gestão da manutenção. Elas são
aplicadas durante a realização das atividades previstas no gerenciamento da manutenção.
Análise de modos e efeitos de falha – FMEA A ANÁLISE DE Modos e Efeitos de Falhas, traduzido do inglês FMEA
(SMITH, 1993). Helman (1995, p.
(Failure Mode and Effects Analysis),
“[...] um método de análise de projetos (de produtos ou processos, industriais ou administrativos)
foi desenvolvida inicialmente nas forças armadas norte-americanas, tendo suas origens no procedimento militar MIL-P-1629 (O’CONNOR, 1991). A FMEA é reconhecida como uma das ferramentas mais empregadas na engenharia de conabilidade,
devido, principalmente, à sua praticidade e aplicação quantitativa
17) dene a técnica da FMEA como
usado para identicar todos os
possíveis modos potenciais de falhas e determinar o efeito de cada um sobre o desempenho do sistema (produto ou processo), mediante um raciocínio basicamente dedutivo.” Pinto e Nasif (1999) armam que
CONCEITOS BÁSICOS SOBRE FALHAS E FERRAMENTAS DE APOIO GERENCIAL
a manutenção está mais envolvida com a FMEA de processos, pois nessa fase os equipamentos estão instalados e operando.
em outras revisões do processo ou do produto e selecionar e priorizar projetos de melhoria (HELMAN, 1995).
Hoyland e Rausand (apud
A FMEA pode ser conduzida a partir de duas abordagens: Botton-up e Top-down. A abordagem Bottonup inicia a análise no nível do componente. A abordagem Top-down inicia a análise no nível do sistema, descendo até o nível do componente (HOYLAND e RAUSAND, 1994 apud SCHENEIDER, 2001). As informações referentes a cada falha funcional são analisadas e repassadas a uma planilha que assegurará uma perfeita documentação dos modos de falha associados a cada falha funcional, suas causas e seus efeitos. O Quadro 2 ilustra uma planilha típica da FMEA.
SCHENEIDER, 2001) mencionam os seguintes objetivos da FMEA: a) assegurar que todos os modos de falha e seus efeitos sobre o sistema sejam considerados; b) listar potenciais falhas e a magnitude de seus efeitos; c) prever bases para estabelecer prioridades nas ações corretivas. O desenvolvimento da FMEA é fortemente documentado, permitindo padronizar procedimentos, realizar um registro histórico de falhas, que posteriormente poderá ser utilizado
PLANILHA DE ANÁLISE DE MODOS E EFEI TOS DE FALHAS Sistema n o Equipe
Sistema
25
Data
Folha n o
Data
de
(01)
Subsistema
Equipamento
Função
Modo de falha
Subsistema n o
Causa da falha
Efeitos da falha
Analista
Consequencias da falha S
(02)
(03)
(04)
(05)
(06)
(07)
Quadro 2: Formulário FMEA Fonte: Zaions (2003, p. 54).
De acordo com esse modelo, é apresentado, na sequencia, os campos relevantes relacionados com a numeração e sua forma de utilização: 1
2
Cabeçalho : identica o sistema e subsistema funcional, bem como a equipe de análise da FMEA; Equipamento : campo destinado
à identicação do código e nome
do equipamento que pertence ao subsistema e provoca, por sua vez, a falha funcional; 3
Função: identica a função do subsistema;
4
Modo de Falha: campo destinado a identicar o código do modo
de falha e descrever a forma como o equipamento em questão
(08)
Fatores O D (09)
(10)
R (11)
L A I C N E R E G O I O P A E D S A T N E M A R R E F E S A H L A F E R B O S S O C I S Á B S O T I E C N O C
26
GESTÃO DA MANUTENÇÃO
poderá apresentar a falha; 5
Causa da Falha: campo destinado a identicar o código
da falha e descrever a causa raiz do modo de falha;
O Ã Ç N E T U N A M A D O Ã T S E G
6
Efeitos da Falha: descreve os efeitos que o modo de falha apresenta, ou seja, de que forma a falha se manifesta;
7
Consequências da Falha: campo destinado a identicar de que
maneira a empresa é afetada quando ocorre o modo de falha; 8
Severidade (S): campo destinado à indicação do índice de severidade da falha. O critério severidade quantica a gravidade
da falha potencial, analisando a consequência da falha e seu impacto no sistema; 9
Ocorrência (O): campo destinado à indicação do índice de ocorrência da falha. O critério ocorrência traduz de forma qualitativa a probabilidade de falha da função pretendida. A avaliação da ocorrência da falha deve ser bastante criteriosa, pois a subestimativa desse parâmetro poderá acarretar em taxas de falhas não previstas.
10 Detecção (D): campo destinado à indicação do índice de detecção da falha. O critério de detecção é o indicador da capacidade do operador ou da equipe de manutenção detectar o modo de falha potencial antes que o sistema realmente falhe. Uma detecção baixa indica que o sistema poderá parar sem dar um prévio aviso. Dependendo da severidade atribuída ao evento, poderá estar ocorrendo um grande risco de permitir
uma falha catastróca. Logo, a denição dos índices de
detecção deve ser realizada com muita ponderação, evitando superestimar o equipamento em análise; 11 Grau de Risco (R): campo destinado à indicação do grau de risco da falha. O grau de risco é um índice que prioriza as ações a serem tomadas sobre os modos de falha. É igual ao produto da severidade pelo fator de ocorrência e de detecção. Esse índice permite uma hierarquização dos modos de falhas, que podem ser classicados em ordem
decrescente de criticidade. As escalas de avaliação de severidade, de ocorrência e de detecção dos modos de falhas sugeridas por Lafraia (2001) para a FMEA podem ser vistas nos quadros a seguir:
CONCEITOS BÁSICOS SOBRE FALHAS E FERRAMENTAS DE APOIO GERENCIAL
Severidade Severidade do Efeito Muito alta Envolve riscos à operação segura do sistema e/ou descumprimento dos requisitos legais. Alta
Moderada
Provoca um alto grau de insatisfação do cliente. O sistema se torna inoperante. A falha não envolve riscos à segurança operacional ou descumprimento de requisitos legais. A falha ocasiona razoável insatisfação ao cliente. O cliente cará desconfortável e irritado com a
Baixa Marginal
falha. O cliente notará razoável deterioração no desempenho do sistema. A falha causa pequenos transtornos ao cliente. O cliente notará, provavelmente, leves variações no desempenho do sistema. A falha não teria efeito real no sistema. O cliente, provavelmente, nem notaria a falha.
27
Índice 10 9 8 7 6 5 4 3
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2 1
Quadro 3:Escala sugerida para avaliação da severidade dos modos de falha Fonte: Lafraia (2001, p. 112)
Freqüência de Falha Muito alta: falha é quase inevitável Alta: falhas repetidas
Possíveis Taxas de Falha 1 em 2 1 em 8 1 em 20 1 em 40 1 em 80 Moderada: 1 em 400 falhas ocasionais 1 em 1000 Baixa: 1 em 4000 relativamente poucas falhas 1 em 200000 Remota < 1 em 106
Índice 10 9 8 7 6 5 4 3 2 1
Quadro 4: Escala sugerida para avaliação da ocorrência dos modos de falha Fonte: Lafraia (2001, p. 113).
Detecção
Detecção do Efeito
Absolutamente indetectável O modo de falha não será detectável com certeza. Muito baixa O modo de falha é provavelmente muito pouco detectável. Baixa Não é provável que o modo de falha seja detectável. Moderada
Há 50 % de chance de detectar o modo de falha.
Alta
Há boa chance de detectar o modo de falha.
Muito alta
O modo de falha será, certamente, detectado durante a operação do sistema.
Quadro 5: Índice sugerido para avaliação da detecção dos modos de falha Fonte: Lafraia (2001, p. 113).
Índice 10 9 8 7 6 5 4 3 2 1
28
GESTÃO DA MANUTENÇÃO
Normas e autores denem suas
próprias metodologias para a análise e documentação das informações da FMEA. Moubray (2000) e Smith
(1993) não avaliam a severidade, detectabilidade e criticidade da falha. O método de análise e documentação sugerido por Moubray (2000) prioriza as funções
O Ã Ç N E T U N A M A D O Ã T S E G
do sistema e suas respectivas falhas funcionais. O método de
(1993), além de priorizar as funções do sistema e suas falhas funcionais, também apresenta os equipamentos associados a cada falha funcional. Assim, é possível associar cada modo de falha com seu respectivo equipamento, embora todos os métodos encontrados na literatura incluam a descrição do modo de falha, da causa potencial da falha e do efeito da falha.
documentação denido por Smith
Análise da árvore de falhas – FTA O MÉTODO DA Análise da Árvore de Falhas foi desenvolvido por H. A. Watson em 1961-1962. Os primeiros artigos sobre o método foram apresentados em 1965 no Simpósio de Segurança, patrocinado pela Universidade de Washington e a Boeing Company . Posteriormente, o método foi adaptado e utilizado em aspectos diversos, associados a projetos de máquinas e equipamentos e até na análise de processos industriais ou administrativos (HELMAN, 1995). O Método da Análise da Árvore de Falhas, traduzido do inglês Faut Tree Analysis (FTA), é uma técnica dedutiva formalizada que permite a investigação das possíveis causas da ocorrência de estados préidenticados do sistema. Esses
estados, referidos como eventos de topo, estão associados com o comportamento anormal do sistema, causados por uma falha do equipamento, ou erros humanos e/ou perturbações externas (SAKURADA, 2001). Ebeling (1997) menciona que a Análise da Árvore de Falhas é uma técnica gráca de análise dedutiva,
estruturada em termos de eventos
ao invés de componentes. É um método de análise de falhas do tipo Top-down, cuja análise inicia com um evento indesejável, como uma falha ou mal função, chamado evento de topo e, então, são determinadas todas as maneiras na qual esse evento de topo pode ocorrer. Os benefícios da utilização da Análise de Árvore de Falhas, segundo Helman (1995) e Scapin (1999) são: a) auxiliar na identicação dos modos de falha do sistema; b) apontar os aspectos do sistema mais relevantes em relação a uma falha de interesse; c) facilitar uma maior compreensão do comportamento do sistema; d) facilitar a elaboração do FMEA por meio do encadeamento lógico das falhas do sistema; e) denir planos de manutenção de equipamentos centrados em conabilidade;
f) identicar procedimentos de manutenção com o objetivo de diminuir a probabilidade de quebra;
CONCEITOS BÁSICOS SOBRE FALHAS E FERRAMENTAS DE APOIO GERENCIAL
g) permitir que o analista concentre-se em uma falha do sistema por vez; e h) possibilitar análises qualitativas e quantitativas. As nalidades da elaboração de uma
Árvore de Falhas, segundo Helman (1995) são: a) estabelecer um método padronizado de análise de falhas ou problemas, vericando como
ocorrem em um equipamento; b) analisar a conabilidade de um produto ou processo; c) compreender os modos de falha de um sistema, de maneira dedutiva; d) priorizar ações corretivas a serem tomadas;
e) analisar e projetar sistemas de segurança ou alternativos em equipamentos; f) compilar informações para manutenção de sistemas e elaboração de procedimentos de manutenção; g) indicar claramente os componentes mais críticos ou as condições críticas de operação; h) compilar informações para treinamento de operadores de equipamentos; i) compilar informações para planejamento de testes e inspeções; j) simplicar e otimizar equipamentos.
ELEMENTOS UTILIZADOS NA CONSTRUÇÃO DE ÁRVORE DE FALHAS Com o objetivo de visualizar as relações casuais entre os vários níveis hierárquicos a partir da falha de topo, são utilizados dois grupos de símbolos: portas lógicas e eventos (SCAPIN, 1999). A Árvore de Falhas, apresentada no Esquema 5, ilustra o que é um nível hierárquico, uma porta lógica e um evento. Essa árvore apresenta dois níveis hierárquicos. Os eventos relacionados diretamente com o evento topo (falha de topo) representam o primeiro nível hierárquico. Os eventos relacionados aos eventos abaixo do primeiro nível hierárquico representam os eventos do segundo nível hierárquico. O desdobramento dos níveis hierárquicos é realizado empregando-se as portas lógicas “e” e “ou” que representam as relações
29
causais entre os eventos de entrada e saída.
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30
GESTÃO DA MANUTENÇÃO
Evento de topo
e Primeiro nível hierárquico e O Ã Ç N E T U N A M A D O Ã T S E G
1
ou
1
Segundo nível hierárquico Esquema 5: Representação dos níveis hierárquicos em uma árvore de falhas Fonte: Zaions (2003, p. 60).
O Quadro 6 apresenta as portas lógicas “E” e “OU” e suas relações causais. Símbolo
Nome
A
E
O evento de saída “A” ocorre se todos os eventos de entrada “B1, B2 ...Bn” ocorrerem simultaneamente.
OU
O evento de saída “A” ocorre se pelo menos um dos eventos de entrada “B1, B2 ...Bn” ocorrerem.
B1 B2 ...Bn A
B1 B2 ...Bn Quadro 6: Portas Lógicas “E” e “OU” Fonte: Zaions (2003, p. 60).
Os símbolos de eventos utilizados com mais frequência na árvore de falhas são apresentados no Quadro.
Relação causal
CONCEITOS BÁSICOS SOBRE FALHAS E FERRAMENTAS DE APOIO GERENCIAL
Símbolo
Retângulo
31
Descrição do evento Evento representando combinação de outros eventos através da associação de portas lógicas.
Evento básico. Círculo
Evento não desenvolvido. Losango
Símbolo de transferência. “Transfer out” e “transfer in”
Quadro 7: Representação de eventos Fonte: Zaions (2003, p. 61).
O evento denotado por um retângulo representa um evento de falha resultante de uma combinação de eventos básicos por meio de portas lógicas (O’CONNOR, 1991). O evento denotado por um círculo representa um evento de falha básica. É um evento elementar independente de outros eventos (O’CONNOR, 1991; EBELING, 1997). A análise termina com um evento básico que não apresenta eventos abaixo dele. Conforme Scapin (1999), esses eventos são aqueles onde é possível obter informações de conabilidade (tempo médio
entre falhas, tempo médio até a falha, conabilidade, taxa de falhas, etc.). Sakurada (2001) arma que
o evento básico é um evento que é o componente em si e, uma vez ocorrido, deve ser reparado ou substituído.
O evento simbolizado por um losango representa um evento não desenvolvido em decorrência da falta de informação (SCAPIN, 1999). Tais eventos são incluídos na árvore de falha, pois essa é uma ferramenta de comunicação; entretanto, são freqüentemente removidos antes de uma análise quantitativa. O evento denotado por um triângulo representa um evento de transferência. Geralmente, é usado para interligar seções da árvore de falha que não são contínuas ou aparecem em páginas diferentes. O par de triângulos transfer-in e transfer-out se referem a duas partes idênticas de relações causais. Os triângulos que apresentam o mesmo número se referem aos mesmos eventos. O triângulo transfer-out possui uma linha ao seu lado que sai de uma porta lógica de onde serão
L A I C N E R E G O I O P A E D S A T N E M A R R E F E S A H L A F E R B O S S O C I S Á B S O T I E C N O C
32
GESTÃO DA MANUTENÇÃO
usados os eventos, enquanto que o triângulo transfer-in apresenta uma linha que sai de seu topo e vai para outra porta lógica e representa o ponto para onde serão transferidas cópias dos eventos. Os principais passos para a análise da árvore de falhas são: a) denir o
sistema, suas fronteiras e o evento topo; b) construir a árvore de falhas que represente simbolicamente o sistema e seus eventos relevantes; c) efetuar uma avaliação qualitativa,
O Ã Ç N E T U N A M A D O Ã T S E G
identicando a combinação de
eventos que causa o evento topo; d) realizar uma avaliação quantitativa, determinando a probabilidade de falha ou indisponibilidade dos eventos básicos e calcular a probabilidade do evento topo.
Para construir a árvore de falhas, realiza-se uma análise do tipo Topdown, iniciando com os eventos de topo, que são os eventos indesejáveis, os quais se quer evitar. A partir disso, as causas associadas diretamente com o evento de topo são determinadas, correspondendo aos eventos do primeiro nível hierárquico. A análise prossegue para os eventos de segundo nível hierárquico e assim por diante, dependendo da complexidade do sistema, das informações do sistema e das informações sobre as falhas. Dependendo do maior ou menor detalhamento da árvore de falhas, tem-se uma determinada quantidade de níveis hierárquicos. Finalmente, dene-se o relacionamento entre os
eventos por meio do uso das portas lógicas.
DIAGRAMA DE ISHIKAWA O Diagrama de Ishikawa é utilizado para realização do "Brainstorming”
e da organização de análises de falha, por meio da identicação dos
dentre os Seis Fatores de Processo (Medição, Método, Material, Meio Ambiente, Mão de Obra e Máquina), conhecidos por 6M's.
fatores causais do Modo de Falha MEDIÇÃO
MÉTODO
MATERIAL Quebra
Causas prováveis Modo de falha
MEIO AMBIENTE
MÃO DE OBRA
Falha funcional
MÁQUINA
Esquema 6: Diagrama de Ishikawa
ANÁLISE DOS CINCO PORQUÊS A análise dos cinco porquês consiste em perguntar o porquê da ocorrência de cada causa provável, permitindo
obter as causas fundamentais da falha.
CONCEITOS BÁSICOS SOBRE FALHAS E FERRAMENTAS DE APOIO GERENCIAL
CAUSA PROVÁVEL
1O Por quê?
2O Por quê?
3O Por quê?
4O Por quê?
33
5O Por quê?
Causas fundamentais Esquema 7: Análise dos cinco porquês para determinação das causas fundamentais
RESUMINDO Nesta seção apresentamos alguns conceitos básicos sobre as falhas e as principais ferramentas de apoio à gestão da manutenção. Você pode encontrar na internet alguns softwares livres e outros pagos para o FMEA e FTA. Pesquise no Google com as palavras-chaves open FMEA, open FMECA, open FTA. No site Industrial Maintance Portal , disponível no endereço
você encontrará diversos softwares para a utilização na gestão da manutenção.
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GESTÃO DA MANUTENÇÃO
Autoavaliação 2 1 A gura mostra um sistema de bombeamento de um processo formado por (1) Motor elétrico; (2) Acoplamento; (3) Bomba; (4) Reservatório inferior e (5) Reservatório superior. O processo
produtivo da indústria de celulose e papel consome 3000 litros/hora de água. A bomba pode liberar até 5000 litros/hora de água. Com bases nessas informações, associe as colunas: Indústria de celulose e papel O Ã Ç N E T U N A M A D O Ã T S E G
A bomba pode liberar até 5000 litros/hora
Saída do Tanque 3000 litros/hora
(A) Capacidade inicial
(
) Desgaste do selo mecânico da bomba.
(B) Desempenho mínimo esperado
(
) Aperto inadequado do selo mecânico.
(C) Contexto operacional
(
) Bombear não menos do que 3000 litros/hora de água.
(D) Falha funcional
(
) Para completamente o processo de fabricação de papel.
(E) Modo de falha
(
) 5000 litros/hora.
(F) Causa da falha
(
) Utilização para transporte de água na indústria de celulose e papel.
(G) Efeito da falha
(
) Vazamento de água no piso.
(H) Consequência da falha
(
) 3000 litros/hora.
(I) Função
(
) Não bombeia água suciente.
CONCEITOS BÁSICOS SOBRE FALHAS E FERRAMENTAS DE APOIO GERENCIAL
35
L A I C N E R E G O I O P A E D S A T N E M A R R E F E S A H L A F E R B O S S O C I S Á B S O T I E C N O C
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UNIDADE 3 INTRODUÇÃO À MANUTENÇÃO PRODUTIVA TOTAL
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM Ao nal desta unidade, você terá condições de:
CONHECER os principais pilares da Manutenção Produtiva Total;
ESTUDAR a organização e planejamento para implementação da Manutenção Produtiva Total.
ROTEIRO DE ESTUDO Com o objetivo de alcançar o que está proposto a esta unidade, o conteúdo está dividido nas seguintes seções:
SEÇÃO 1
SEÇÃO 2
SEÇÃO 3
As doze etapas para implantação da MPT
Estrutura da Manutenção Produtiva Total
Organização e coordenação
SEÇÃO 4 As práticas mais importantes da MPT
INTRODUÇÃO À MANUTENÇÃO PRODUTIVA TOTAL
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PARA INICIAR NOSSOS ESTUDOS Nesta unidade descreveremos as etapas para implantação da Manutenção Produtiva Total (MPT) em uma organização. Veremos que a estrutura que suporta a MPT é dividida em oito pilares que são coordenados pelo pessoal de gerência e supervisão e operacionalizados pelos funcionários da operação e manutenção. Há, também, quatro práticas importantes que devem ser constantemente realizadas para garantir o sucesso da implantação, as quais veremos nesta unidade.
SEÇÃO 1
AS DOZE ETAPAS PARA IMPLANTAÇÃO DA MPT
P
odemos denir a metodologia
da Manutenção Produtiva Total, como uma série de métodos destinados a garantir que cada máquina, em um processo de produção, esteja sempre em condições de realizar tarefas necessárias para que a produção jamais seja interrompida, buscando a falha zero e quebra zero dos equipamentos, associada ao defeito zero
nos produtos e perda zero no processo, atuando diretamente no lucro da empresa à medida que melhora a produtividade e, consequentemente, adquire maior competitividade. O êxito da MPT depende da participação direta de operadores e mantenedores qualicados para conhecer perfeita
e continuamente o f uncionamento e o estado do equipamento a m
de prevenir e evitar falhas.
Metodologia
MPT {
Conjunto de métodos
Equipamentos Quebra zero Falha zero De modo a garantir
Processos Perda zero
Defeito zero Produto
Esquema 8: Síntese da Manutenção Produtiva Total
Algumas das principais características do Programa MPT são: a) engloba todo o ciclo de vida útil dos equipamentos e máquinas;
b) exige a participação direta da engenharia, produção e manutenção;
L A T O T A V I T U D O R P O Ã Ç N E T U N A M À O Ã Ç U D O R T N I
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GESTÃO DA MANUTENÇÃO
c) facilita a participação de todos os níveis hierárquicos da empresa; d) motiva os funcionários por meio dos trabalhos realizados em equipe. Os benefícios que podem ser alcançados com a implementação do Programa MPT são: a) maior controle de peças de reposição e redução de estoque; O Ã Ç N E T U N A M A D O Ã T S E G
b) melhoria das habilidades técnicas, desenvolvidas através da educação e treinamento, para atingir um grau elevado de motivação, participação e orgulho prossional;
c) incentiva a análise de riscos e falhas à medida que os operadores e mantenedores participam das decisões diretamente.
A MPT signica a reformulação da postura tanto dos
homens como das máquinas. Em outras palavras, a sua abrangência é por toda a organização, ou seja, trata-se da reformulação para uma nova empresa. Essas mudanças provam a consolidação do novo sistema, pois quando o homem decide por uma realização e aprimora a sua capacidade, a Perda Zero / Falha Zero torna-se viável (NAKAJIMA, 1989). O Esquema 9 apresenta as etapas para a condução da MPT na visão de Nakajima (1989) com a inserção
da 11ª etapa na visão de Lima (2000). Existem quatro grandes fases: preparação, introdução, implementação e consolidação.
INTRODUÇÃO À MANUTENÇÃO PRODUTIVA TOTAL
1 e s a F
2 e s a F
1. Decisão e manifestação da alta direção sobre a decisão de introduzir a MPT.
Essa manifestação deve acontecer num encontro interno da empresa sobre MPT, e deve ser publicada num boletim interno da empresa.
2. Campanha de divulgação e treinamento para introdução da MPT.
Executivos: Realizam estudos em grupo, conforme os cargos que ocupam. Funcionários em geral: passam por seções orientados por projeção de "slides" ou outros recursos.
3. Estrutura para implantação da MPT.
Comissão ou grupos de estudo por especialidade. Secretaria.
4. Estabelecimento de diretrizes básicas e metas para a implantação da MPT.
Benchmark e metas: previsão dos resultados.
5. Elaboração do plano diretor para implantação da MPT.
Desde os preparativos para introdução até os detalhes da implantação.
6. Início do programa de MPT.
Convites: - Clientes; - Empresas Relacionadas; Empresas Colaboradoras.
7. Aperfeiçoamento individualizado nos equipamentos para melhorar rendimento operacional.
3 e s a F
4 e s a F
Seleção de um equipamento modelo: organização de uma equipe de projetos.
8. Estruturação da manutenção por iniciativa própria.
Método de evolução passo a passo, diagnóstico e aprovação. (Manutenção Autônoma).
9. Estruturação da manutenção programada pelo departamento de manutenção.
Manutenção periódica, manutenção preditiva, controle de construções, peças sobressalentes, ferramentas e desenhos.
10. Treinamento para melhora do nível de capacitação da operação e da manutenção.
Treinamento concentrado dos líderes: treinamento das outras pessoas envolvidas. (Educação e Treinamento).
11. Estruturação do controle da fase inicial de operação dos equipamentos.
Projeto MP: controle de utuação na fase inicial: LCC.
12. Aplicação total da MPT e elevação do nível geral.
Esquema 9: As 12 etapas para implantação da MPT Fonte: Nakajima (1989).
Inscrição ao prêmio PM: busca de maior desao
através de objetivos cada vez mais ambiciosos.
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L A T O T A V I T U D O R P O Ã Ç N E T U N A M À O Ã Ç U D O R T N I
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GESTÃO DA MANUTENÇÃO
As etapas apresentadas no Esquema 9 serão discutidas nos parágrafos que seguem:
Primeira etapa: Decisão e manifestação ocial da alta
administração sobre a decisão de introduzir a MPT Segundo Wyrebski (1997), a decisão
O Ã Ç N E T U N A M A D O Ã T S E G
da alta direção de adotar a MPT deverá ser divulgada para todos os funcionários, pois todos deverão se preparar psicologicamente para colaborar na consecução das expectativas e metas a serem atingidas com o programa em questão. Shirose (1990) sugere as seguintes ações: a) em reunião de diretoria ou com as gerências, a alta direção deverá declarar sua decisão pela introdução do MPT; b) organizar eventos, como seminários e encontros sobre MPT, direcionados para todos os executivos e pessoal de chea da empresa. Nessas etapas, a direção deverá armar
novamente sua decisão de introduzir a MPT;
passar a difundir a MPT por toda a empresa. Porém, mesmo quando se zer a introdução da MPT em apenas
algumas divisões ou localidades, o presidente deverá manifestar aos funcionários sua decisão pela introdução da MPT e que ele próprio dedique grande entusiasmo ao projeto.
Segunda etapa: Campanha para introdução, divulgação e treinamento da MPT Para Wyrebski (1997) a MPT é um
movimento para o aperfeiçoamento da empresa por meio do aprimoramento das pessoas e dos equipamentos. Assim, à medida que se faz treinamento para a introdução da MPT em todos os níveis hierárquicos, consegue-se maior compreensão sobre o assunto por todos, que, além disso, passarão a utilizar uma linguagem comum, aumentando sua vontade para enfrentar o desao proposto pela
MPT. Nessa etapa deverá ser implementado um programa de conscientização veiculando o conceito, a losoa e os objetivos
a serem almejados. Os participantes deverão ser convidados por c) publicar essa declaração no categorias funcionais para que boletim interno da empresa. haja um melhor direcionamento Shirose (1990) complementa que funcional (NAKAJIMA, 1989). nesta primeira etapa é recomendável Assim, a conscientização tem como que a MPT seja desenvolvida a nível objetivo neutralizar os seguintes de empresa como um todo. Contudo, preconceitos associados à MPT: quando se tratar de uma empresa de a) a MPT transgride a denição grande porte e que possua muitas funcional (a produção produz e a divisões em vários locais, devemmanutenção mantém); se selecionar algumas divisões ou localidades como modelos e b) a MPT impõem um novo trabalho efetuar nestes a introdução piloto à Produção; da MPT. A partir dos resultados c) a MPT resulta numa sensação de obtidos nessas áreas piloto, pode-se perda da função da Manutenção;
INTRODUÇÃO À MANUTENÇÃO PRODUTIVA TOTAL
d) a MPT introduz um potencial de acidente ao permitir a manutenção das máquinas pela produção. Nakajima (1989) salienta que o
processo de conscientização deve ser diferente para os diferentes níveis da empresa e sugere que: a) a alta direção e o pessoal operacional passem por um programa com dois dias de treinamento; b) os técnicos passem por três dias de programa, incluindo sessões de cálculos de rendimentos e discussões dirigidas; c) os supervisores e líderes de grupo façam cursos virtuais, como os vídeos relativos à MPT; d) gerentes e chefes façam uso de painéis de discussão; e) os operários utilizem o sistema de informação em cascata, liderados pelos supervisores e lideres; Quanto à mídia usada, sugerese a criação de faixas, cartazes, emblemas, slogans que marquem o início das atividades da MPT.
Terceira etapa: Estrutura encarregada da implantação da MPT É criada uma estrutura matricial que unte a estrutura horizontal, formada por comissões e equipes de projetos da MPT, com a estrutura formal, hierárquica e vertical da empresa. Além disso, deve-se gerenciar participativamente por meio de pequenos grupos multifuncionais. Dependendo da necessidade e características da empresa, pode-se estabelecer, ainda, grupos de estudo
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ou equipes de projetos visando melhorias individualizadas nas áreas de divulgação, treinamento, manutenção autônoma, manutenção programada e controle dos equipamentos na fase inicial, entre outras. Nakajima (1989) salienta que a
MPT deverá ser abraçada por toda a organização. Todos os setores estarão envolvidos. No topo da estrutura tem-se a direção da organização ou da fábrica; na parte central, a média gerência e, na base, os elementos operacionais. Shirose (1990) sugere as seguintes ações para a execução desta etapa: a) ao ser desenvolvido o programa de MPT a nível geral da empresa, deve-se formar uma comissão da MPT de toda a empresa que se preocupará em promover a implantação do programa de forma global; b) igualmente, será necessário estabelecer uma comissão de promoção da MPT em cada divisão e lial;
c) deve-se criar uma secretaria administrativa de promoção da MPT e designar uma pessoa dedicada, que será responsável pela promoção do programa; d) dependendo da necessidade, pode-se estabelecer, ainda, grupos de estudos ou equipes de projeto visando melhorias individualizadas nas áreas de divulgação, treinamento, manutenção espontânea, manutenção programada e controle dos equipamentos na fase inicial, entre outras;
L A T O T A V I T U D O R P O Ã Ç N E T U N A M À O Ã Ç U D O R T N I
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GESTÃO DA MANUTENÇÃO
e) criar e desenvolver dentro da estrutura formal pequenos grupos voltados para a MPT, que terão como lideres os responsáveis de primeira linha da empresa.
Quarta etapa: Estabelecimento de diretrizes básicas e metas para a MPT
O Ã Ç N E T U N A M A D O Ã T S E G
A MPT deve ser parte integrante das diretrizes básicas da administração da empresa, bem como dos seus planos de médio e longo prazos. Além disso, as metas da MPT devem fazer parte das metas anuais da empresa e sua promoção precisa seguir as diretrizes e os objetivos da empresa.
equipamentos, propiciando defeitos zero nos produtos e acidentes zero no trabalho. Signica a eliminação de todas
as modalidades de perdas, o que propicia uma maior lucratividade para a organização e gera um ambiente salutar de trabalho para todos os nossos colaboradores.
A busca de Quebra Zero/Falha Zero das máquinas e equipamentos constitui uma temática sem m que
será eternamente perseguida pelo homem. Por isso devem-se denir
claramente as metas efetivas, não ambíguas, e conhecer a situação vigente, pois caso contrário, não se saberá delinear o salto ou o progresso que se deseja conferir.
Nakajima (1989) menciona que os
objetivos devem ser concretos e compostos de três parcelas: o que, de que modo e até quando. Uma meta difere de uma diretriz, que é vaga, pois essa exprime a essência do pensamento que norteia a vida da organização. Nakajima (1989, p.
53) apresenta um exemplo de uma diretriz: A MPT na nossa organização constitui um meio para a conquista da Quebra Zero/ Falha Zero das máquinas e
Se o número de quebras ou paradas das máquinas totalizam 40 casos por mês e o índice de produtos com defeito for de 3%, pode-se estabelecer uma meta trienal, para atingir quatro casos de quebra ou parada de máquina por mês e de 0,3% de produtos defeituosos. Dene-
se, assim, um objetivo com patamar equivalente a 1/10 da situação vigente. Cada um dos setores envolvidos deverá buscar as variáveis que contribuam para esse efeito indesejável e concentrar os esforços para eliminá-las. No Esquema 10 há uma representação geral identicando as
etapas para elaboração das diretrizes e metas.
INTRODUÇÃO À MANUTENÇÃO PRODUTIVA TOTAL
Exigências externas da empresa
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Exigências internas da empresa
Diretriz básica
Itens fundamentais Metas
Esquema 10: Etapas para elaboração das diretrizes e metas
O plano geral deverá ser divulgado por toda a organização e desmembrado por cada setor que denirá as parcelas anuais ou
semestrais a serem conquistadas. Os trabalhos desenvolvidos pelos grupos também deverão ser consoantes tanto com o objetivo qaunto com a política que foi traçada.
Quinta etapa: Elaboração do plano diretor para implantação da MPT Ao elaborar um plano de metas (Plano Diretor) é de fundamental importância contemplar os preparativos para a introdução do T. P M Durante o desenvolvimento do Plano Diretor deve-se medir sua promoção tendo em mente o propósito de alcançar o nível esperado de avaliação em base anual. Shirose (1990) sugere as seguintes ações para a execução dessa etapa: a) inicialmente, deve-se elaborar um cronograma contendo as 12 etapas previstas no programa de desenvolvimento da MPT, especialmente o proposto nos pilares básicos do MPT, e indicar claramente o que e até quando deve ser feito. O cronograma, estabelecido a nível da empresa como um todo ou de suas
divisões ou liais, é denominado
Plano Diretor; b) baseando-se neste plano diretor, cada departamento, seção ou unidade deverá elaborar ser próprio cronograma; c) anualmente efetua-se a comparação entre o previsto e o real, fazendo-se uma avaliação do progresso conseguido e induzindo correções de acordo com a necessidade. Como o MPT visa o aprimoramento das pessoas e dos equipamentos, se não houver tempo suciente não
se alcançará a melhora desejada. A elaboração do Plano Diretor deve considerar um espaço de tempo suciente para que surjam
resultados. Para o desenvolvimento de cada um dos pilares básicos deve-se elaborar um manual que possibilite a qualquer pessoa a compreensão do desenvolvimento do programa de MPT.
Sexta etapa: Início do programa de MPT A sexta etapa refere-se ao início propriamente dito das atividades. Encerrada a fase preparatória, terá início a implantação do programa. Trata-se, nesta etapa, de fazer frente ao desao de "zerar" as seis
L A T O T A V I T U D O R P O Ã Ç N E T U N A M À O Ã Ç U D O R T N I
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GESTÃO DA MANUTENÇÃO
grandes perdas dos equipamentos, procurando que cada funcionário da empresa compreenda as diretrizes da diretoria conseguindo, assim, elevar a motivação moral de todos para participar, desaando as condições
e limites atuais e atingir as metas visadas. Shirose (1990) sugere algumas ações para a execução desta sexta etapa: a) é preciso programar uma cerimônia para lançar o desao O Ã Ç N E T U N A M A D O Ã T S E G
de eliminar as seis grandes perdas, com garra e disposição, e conseguir o apoio de todos os funcionários às diretrizes emanadas da diretoria; b) a cerimônia deve ser um encontro de todos os funcionários na qual: a) é rearmada a decisão da Diretoria
de implantar a MPT; b) o procedimento de promoção da MPT é explicado, bem como as diretrizes básicas do programa, suas metas, o Plano Diretor e outros aspectos; c) é realizada por um representante dos funcionários uma declaração solene de aceitação do desao
de conquistar o prêmio PM; d) são recebidas manifestações de incentivo por parte de visitantes presentes ao evento. Nesse encontro deverão ser convidados os clientes, empresas fornecedoras e empresas coligadas.
Sétima etapa: Melhoria individualizada nos equipamentos para maior rendimento operacional Selecionando um equipamento piloto e formando uma equipe de projeto composta por pessoal da engenharia de processo e da manutenção,
supervisores de linha de produção e operários, é possível efetuar as melhorias individualizadas destinadas a elevar o rendimento dos equipamentos e comprovar os efeitos positivos da MPT. Shirose (1990) sugere as seguintes ações para a execução dessa etapa: a) como equipamento piloto, deve ser escolhido aquele que seja um gargalo de produção, ou onde estejam ocorrendo perdas crônicas nos últimos três meses, pois assim, após a introdução das melhorias pretendidas, será possível obter resultados altamente positivos; b) dentre os temas para melhoria, deve-se escolher uma das sete grandes perdas (quebras; setup e ajustes; perdas devidas ao ferramental; operação em vazio e paradas momentâneas; redução da velocidade; defeitos no processo e início de produção; queda no rendimento), aquela que melhor atende à necessidade de redução de perdas; c) ao demonstrar melhorias individualizadas através de equipes de projeto com temas especícos, é possível
demonstrar as reais habilidades do pessoal de engenharia de processo e de manutenção. Ao disseminar a melhoria individualizada lateralmente, cada líder de grupo poderá realizar as melhoria nos equipamentos do seu próprio local de trabalho por meio de pequenos grupos.
Oitava etapa: Estruturação para a manutenção autônoma
INTRODUÇÃO À MANUTENÇÃO PRODUTIVA TOTAL
O objetivo desta etapa é fazer com que a atitude, segundo a qual, cada pessoa se encarrega de cuidar efetivamente de seus próprios equipamentos, seja denida
para todos os trabalhadores da empresa, ou seja, a habilidade de executar uma manutenção autônoma (espontânea) deve ser adotada por cada operador. Para o desenvolvimento da manutenção autônoma deve-se proporcionar treinamento a cada passo, executar as manutenções, e as cheas devem avaliar os
resultados que, uma vez aprovados, permitirão prosseguir para os passos (etapas) subsequentes.
Nona etapa: Estruturação da manutenção programada pelo departamento de manutenção Nesse período a produção e a manutenção buscam complementarse com a adoção da manutenção autônoma ou voluntária por parte da produção, enquanto a área de manutenção se encarrega da condução do planejamento da manutenção. O departamento de manutenção se desloca para uma nova modalidade de trabalho que é o da incorporação de melhorias. O planejamento da manutenção é a prática tradicional recomendada para a preservação de máquinas, equipamentos e instrumentos, através da preparação dos calendários de trabalho e a denição
das normas e padrões para a sua condução, não se tratando, portanto, de algo inédito.
Décima etapa: Treinamento para melhoria do nível de capacitação da operação e da manutenção
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O quarto pilar de sustentação da MPT é análogo ao décimo estágio preconizado pelo programa de sua implementação. Visa desenvolver novas habilidades e conhecimentos tanto para o pessoal de produção quanto para o de manutenção. Não se trata do mesmo programa estabelecido na fase inicial; a segunda etapa se baseia na conscientização; esta busca a obtenção dos conhecimentos suplementares e habilidades necessárias por meio de aulas teóricas e práticas, desenvolvidas nos centros de treinamento das empresas, constituindo-se como parte integrante do programa de formação prossional, visando à boa performance no trabalho.
Portanto, nesta etapa a empresa deve encarar este programa de educação e treinamento como um investimento, no qual não se deve economizar, visto que apresenta um retorno garantido.
Décima primeira etapa: Estruturação do controle da fase inicial de operação dos equipamentos O décimo primeiro estágio do programa de implementação é coincidente com o quinto pilar de sustentação da MPT, ou seja, a estruturação para a administração dos equipamentos desde a sua fase inicial de instalação e funcionamento. Esta é uma etapa designada aos órgãos de engenharia da empresa, tanto no que se refere aos processos como no que se refere à determinação ou construção de máquinas, buscando o máximo rendimento operacional global.
L A T O T A V I T U D O R P O Ã Ç N E T U N A M À O Ã Ç U D O R T N I
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GESTÃO DA MANUTENÇÃO
É nessa fase que os levantamentos das inconveniências, imperfeições e a incorporação de melhorias são efetivadas mesmo nas máquinas novas, onde os conhecimentos adquiridos possibilitam o desenvolvimento de projetos que estejam presentes os conceitos de P M – Prevenção da Manutenção, destinada à conquista de resultados de máquinas com Quebra Zero/Falha Zero.
O Ã Ç N E T U N A M A D O Ã T S E G
Décima segunda etapa: Execução total da T. P M e elevação do nível geral Esta é a etapa da consolidação da MPT, onde ocorre o incremento do nível geral da sua performance. Uma das maneiras de celebrar este marco de consolidação é inscreverse para a conquista do Prêmio PM de excelência em Manutenção, submetendo um relatório de implementação da MPT à comissão de Avaliação da JIPM.
Nesta seção foram apresentadas as doze etapas para a implantação da Manutenção Produtiva Total. Essas etapas podem ser utilizadas e ainda desdobradas em outras para elaborar o plano diretor de implantação da MPT. Geralmente, em uma empresa de médio porte, a realização das doze etapas leva aproximadamente três anos para ser executada.
SEÇÃO 2
S
ESTRUTURA DA MANUTENÇÃO PRODUTIVA TOTAL
egundo o JIPM (Japan
Institute Productive Management), a estrutura da
MPT está baseada nos oito pilares (Desenho 1), onde a aplicação de todos poderá levar a empresa a um resultado de excelência. Esses pilares possuem objetivos próprios, conforme seguem: a) Pilar manutenção autônoma : detectar e lidar prontamente com as anormalidades observadas nos equipamentos, de forma a manter condições ideais de funcionamento; b) Pilar manutenção planejada: busca reduzir custos de manutenção, mantendo condições ótimas de processos e equipamentos através de atividades de melhoria contínua
e gerenciamento da manutenção. Suporta fortemente o pilar de Manutenção Autônoma; c) Pilar melhoria especíca: conhecer e eliminar perdas de todo o processo produtivo por meio de técnicas analíticas; d) Pilar educação e treinamento : desenvolver o conhecimento e habilidades suportando os outros pilares no desenvolvimento das atividades de MPT; e) Pilar controle inicial: aproveitar o conhecimento adquirido por melhorias e introduzir novos projetos sem qualquer tipo de perda (velocidade, custo, tempo, quebras, etc.); f) Pilar manutenção da qualidade: garantir zero
INTRODUÇÃO À MANUTENÇÃO PRODUTIVA TOTAL
defeito de qualidade, mantendo condições ideais de materiais, equipamentos, métodos e pessoas; g) Pilar segurança, saúde e meio ambiente: busca zero de acidentes com danos pessoais, materiais e ambientais através
47
prevenção do erro humano e processos e equipamentos que não agridam o meio ambiente; h) Pilar MPT ofce: identicar e eliminar perdas administrativas; tipicamente reduz tempo e aumenta a qualidade/precisão das informações.
de equipamentos conáveis,
Manutenção Produtiva Total
a m o n ô t u A o ã ç n e t u n a M
a d a j e n a l P o ã ç n e t u n a M
s a c f í c e p s E s a i r o h l e M
o t n e m a n i e r T e o ã ç a c u d E
l a i c i n I e l o r t n o C
e d a d i l a u Q a d o ã ç n e t u n a M
Desenho 1: Os oito pilares de sustentação da metodologia MPT
Conforme mencionado, os oito pilares sustentam a Manutenção Produtiva Total, cada qual desempenhando funções especícas. Na próxima seção
estudaremos como os pilares devem ser organizados.
SEÇÃO 3
ORGANIZAÇÃO E COORDENAÇÃO
P
ara a condução e implementação da MPT, é necessário estabelecer uma estrutura de coordenação, conforme podemos identicar no
Esquema 11:
e t n e i b m A o i e M e e d ú a S , a ç n a r u g e S
e c f O
T P M
L A T O T A V I T U D O R P O Ã Ç N E T U N A M À O Ã Ç U D O R T N I
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GESTÃO DA MANUTENÇÃO
Diretor
Coordenador
Gerência Plano estratégico Coordenação dos pilares
NÍVEL 3 Comitê MPT
Supervisão Plano tático Coordenação dos grupos
NÍVEL 2 Pilares MPT
Mantenedores e operadores Operacionalização
NÍVEL 1 Grupo MPT
Secretaria
O Ã Ç N E T U N A M A D O Ã T S E G
Esquema 11: Estrutura organizacional típica da MPT
No Nível 1 os grupos MPT são responsáveis pela operacionalização do programa. Os grupos são formados pelo pessoal de operação e manutenção.
e pela coordenação dos pilares. Associado a esse nível estão o pessoal de gerência, diretores, o coordenador do programa e uma secretaria.
No Nível 2 os pilares MPT elaboram o plano tático e a coordenação dos grupos MPT, os quais fazem a efetiva operacionalização do programa.
Durante a organização dos pilares MPT, é fundamental que se estabeleça uma estrutura matricial interligando os departamentos da empresa com os pilares. Cada pilar será composto por diversos membros
No Nível 3 o Comitê MPT é responsável pelo plano estratégico
de departamentos ans.
Departamentos
Engenharia
Manutenção
Treinamento
(5)
(8)
(5)
Planejamento Almoxarifado (3)
(2)
Manutenção autônoma (7) Desenho 2: Exemplo de formação dos pilares
Na formação dos pilares deve-se cuidar para que os pilares Saúde, Segurança e Meio Ambiente tenham membros de todos os
departamentos; o departamento de Treinamento deve ter membros agindo em todos os pilares.
INTRODUÇÃO À MANUTENÇÃO PRODUTIVA TOTAL
SEÇÃO 4
49
AS PRÁTICAS MAIS IMPORTANTES DA MPT
A
s quatro práticas mais importantes da MPT constituem “o grande tesouro da MPT”.
Quadro de gestão da rotina OS QUADROS DE Gestão têm como nalidades principais:
a) descrever a metodologia a ser utilizada e denir a orientação e
a estratégia das atividades; b) identicar o plano de ações para cada passo e os objetivos de cada um deles; c) descrever o planejamento das atividades que estão sendo
desenvolvidas, incluindo os prazos estabelecidos, os responsáveis e mostrando de forma clara o seu andamento; d) apresentar os resultados obtidos com as grandes perdas, com a eciência operacional, bem como
o consumo de insumos, tempo gasto com manutenção, limpeza, dentre outros.
Lição de um ponto A LIÇÃO DE um Ponto (LUP), também conhecida como Lição Ponto a Ponto (LPP), constituí-se em um elemento
Geralmente é elaborada em folha A2, evidenciando aspectos visuais
ecaz para gerar e transmitir
próximo aos postos de trabalho. O tempo necessário para sua transmissão deve estar em torno de 5 a 10 minutos.
conhecimento, experiência e informações práticas sobre os equipamentos. As LUP’s devem ser emitidas espontaneamente pelos operadores dos equipamentos. O mais importante na elaboração das LUP´s é a qualidade das informações.
(guras, grácos) e é axada
As LUP´s podem evidenciar conhecimentos básicos, melhorias realizadas nos equipamentos, identicação de problemas comuns
que podem ocorrer ou enfatizar aspectos associados à segurança.
Auditorias PARA SE OBTER resultados consistentes, as atividades de manutenção autônoma devem ser auditadas periodicamente. Os pontos fortes e os fracos dos grupos auditados devem car
esclarecidos no relatório da
auditoria e expostos no quadro de gestão da manutenção autônoma para que os membros dos grupos entendam bem a relação de suas atividades com os resultados obtidos.
L A T O T A V I T U D O R P O Ã Ç N E T U N A M À O Ã Ç U D O R T N I
50
GESTÃO DA MANUTENÇÃO
Reuniões NO DESENVOLVIMENTO DA Manutenção Autônoma será fundamental a realização de reuniões de grupo com o objetivo de discutir as atividades desenvolvidas, evidenciando os pontos fortes e fracos, realizar uma autoavaliação e planejar atividades futuras.
Ao nal de cada reunião, o grupo
deverá elaborar uma minuta da reunião, identicando aquilo
que foi discutido e planejado. Os responsáveis por atividades futuras deverão rubricar as ações a eles estabelecidas.
Autoavaliação 3 O Ã Ç N E T U N A M A D O Ã T S E G
1 De acordo com o que foi visto nesse capítulo, quais as principais metas da Manutenção Produtiva Total?
2 Analisando o exemplo de diretriz mencionada por Kakajima (1989), elabore uma diretriz pensando na implementação da MPT em sua empresa. Reita sobre os aspectos internos e externos que podem levar à denição da diretriz.
3 Quais são as principais práticas que devem ser realizadas para garantir o sucesso da implantação da MPT em uma organização?
INTRODUÇÃO À MANUTENÇÃO PRODUTIVA TOTAL
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L A T O T A V I T U D O R P O Ã Ç N E T U N A M À O Ã Ç U D O R T N I
52
UNIDADE 4 OS OITO PILARES DA MANUTENÇÃO PRODUTIVA TOTAL
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM Ao nal desta unidade, você terá condições de:
CONHECER os oito pilares da MPT;
CONHECER a organização e planejamento para a implementação da MPT.
ROTEIRO DE ESTUDO Com o objetivo de alcançar o que está proposto a esta unidade, o conteúdo está dividido nas seguintes seções:
SEÇÃO 1
SEÇÃO 2
SEÇÃO 3
Manutenção autônoma
Manutenção planejada
Pilar melhorias
SEÇÃO 4
SEÇÃO 5
SEÇÃO 6
Pilar educação e treinamento
Pilar controle inicial
Pilar manutenção da qualidade
SEÇÃO 7
SEÇÃO 8
Pilar segurança humana e ambiental
Pilar MPT Ofce
especícas
OS OITO PILARES DA MANUTENÇÃO PRODUTIVA TOTAL
53
PARA INICIAR NOSSOS ESTUDOS Na unidade anterior vimos uma introdução a MPT e as principais etapas para implementá-la. Vimos também uma síntese dos oito pilares que compõem a MPT e como é realizada a estrutura para a organização e as práticas mais importantes da MPT. Nesta unidade estudaremos cada um dos oito pilares mais especicamente:
a) Manutenção Autônoma; b) Manutenção Planejada; c) Melhorias Especícas, d) Educação e Treinamento; e) Controle Inicial; f) manutenção da Qualidade g) Segurança Saúde e Meio Ambiente; g) MPT Ofce;
SEÇÃO 1
MANUTENÇÃO AUTÔNOMA
A
Manutenção Autônoma (MA) é um processo que visa capacitar os operadores, de maneira a torná-los aptos a promover melhorias no seu ambiente de trabalho para elevar os níveis de produtividade da empresa. Para Nakajima (1989) as
atividades de MA se iniciam concomitantemente com o início da MPT. O operador assumirá a paternidade da máquina com que trabalha, dentro do enfoque: “Da minha máquina cuido eu”. A MA promoverá uma cooperação mútua entre os diversos setores, fazendo com que os operadores tenham domínio sobre o seu equipamento e possam assumir tarefas que antes apenas eram desempenhadas pelo pessoal da manutenção. Essa situação dá condição ao pessoal da manutenção de se desenvolver, passando também a desempenhar novas atividades, melhorando a qualidade dos seus serviços de manutenção e podendo se dedicar de forma mais intensa às atividades preventivas e ao melhoramento dos equipamentos e processos. A mudança de paradigma imposta pela MPT exige a necessidade
de desenvolver nos operadores a habilidade e a capacidade para condução de funções que antes eram somente executadas pelo pessoal de manutenção. Um dos principais objetivos da MA é desenvolver os sentidos humanos e conhecimentos técnicos dos operadores para que eles próprios possam detectar e relatar o mais rápido possível para o pessoal de manutenção as anomalias nos equipamentos, tais como: ruídos, vibrações, odores e temperaturas, permitindo que a manutenção atue antes que as falhas ocorram. A detecção e o relato rápido das anomalias nos equipamentos são o ponto-chave da manutenção autônoma. Além do mais, a MA é uma estratégia simples e prática para envolver os operadores dos equipamentos nas atividades, principalmente de limpeza, lubricação e inspeções
visual. Mirshawka (1991) salienta que à
medida que as rotinas de limpeza forem sendo estabelecidas, e os operadores desenvolverem competência necessária para perceber as condições anormais do
L A T O T A V I T U D O R P O Ã Ç N E T U N A M A D S E R A L I P O T I O S O
54
GESTÃO DA MANUTENÇÃO
funcionamento dos equipamentos, eles se sentirão recompensados
por estarem cuidando das suas máquinas.
O desenvolvimento das habilidades dos operadores EM GERAL, A consolidação dos objetivos da MA requer o perfeito domínio dos fatores preconizadores dos 5S: Seiri (organização), Seiton (ordem), Seifu (limpeza), Seiketsu (asseio) e Shitsuke (educação e aprendizado). Assim, para que o operador tenha domínio de seu equipamento é necessário desenvolvê-lo em certas habilidades, como: a) identicar,
O Ã Ç N E T U N A M A D O Ã T S E G
Etapas 1a Limpeza inicial 2 Combate as fontes de sujeira e locais de difícil acesso a
3a Elaboração de normas provisórias de limpeza e lubricação
4a Inspeção geral 5a Inspeção autônoma 6 Padronização a
7a Consolidação da MPT
Habilidade e s r a i i e g l d i r a m e r d o c o a , n r a d i a r l i c i b f n a i e v H t n e e r d p i
s r s a e a d s a d t i c l a e s a d t s a i l e u m i d a o b a e c n H d s a a o a t r n e e d m n a e p e t i n u d a e q d e e i l d e a r u e t d n q a e e d i o l i ã b ç a a l H e r e r a d t s a u o d c r i e a l i x p b e e a e r H d
Nakajima (1989) salienta que a
implementação da MA requer o desenvolvimento de sete etapas sendo que estão relacionadas com o desenvolvimento das habilidades dos operadores.
Conteúdo Eliminação do lixo e sujeira que se formam junto aos equipamentos, lubricação, reapertos de peças, identicação de problemas nos equipamentos
e realização dos respectivos reparos. Devem-se eliminar fontes de geração de lixo e sujeira, adotar medidas de prevenção contra respingamento e melhorar o acesso aos pontos que normalmente são de dif ícil acesso para limpeza e lubricação. Isso irá facilitar a limpeza e a lubricação, bem como reduzir o tempo gasto nesses
procedimentos. Devem-se elaborar procedimentos operacionais para que a limpeza e lubricação e os reapertos p ossam ser efetuados com segurança e no
menor tempo possível (é preciso indicar o tempo necessário diariamente e periodicamente). Treinamento sobre técnicas de inspeção conforme o manual e eliminação de defeitos e anormalidades dos equipamentos na inspeção geral. Elaboração e exames de uma lista de vericação a ser utilizada em inspeções
autônomas. Deve-se padronizar as ações de controle nos diversos locais de trabalho e buscar a sistematização total da manutenção nos mesmos, a saber: • • • •
Normas para inspeções da limpeza e lubricação; Normas para o uxo de materiais nas estações de trabalho;
Padronização do registro de dados; Normas para controle de ferramentas, moldes e gabaritos.
Desenvolvimento das diretrizes e metas da empresa e regularização das atividades de aperfeiçoamento. Efetuação de registros exatos das analises MTBF. Melhoria das instalações através da análise desses registros.
Quadro 8: Os passos da Manutenção Autônoma e o desenvolvimento das habilidades necessárias aos operadores Fonte: adaptado de Nakajima (1989); Shirose (1990) e Suzuki (1994).
corrigir e prevenir anomalias; b) detectar as causas das anomalias; c) entender a relação entre equipamentos e qualidade do produto; d) executar reparos.
OS OITO PILARES DA MANUTENÇÃO PRODUTIVA TOTAL Tem um cheiro de queimado, acho que a correia está patinando.
55
Vou chamar o pessoal da manutenção para vericar.
Habilidade de identicar, corrigir e prevenir anomalias Quando a correia patina, a rotação diminui e as peças começam a ter problemas de acabamento supercial.
Habilidade de entender a relação entre equipamentos e qualidade Já sei! Se está pa tinando, ou a correia está gasta ou não está tensionada de forma adequada.
Habilidade de detectar as causas das anomalias Já está na hora de eu substituir as correias e polias do sistema de acionamento.
Habilidade de executar reparos Desenho 3: As quatro habilidades dos operadores Fonte: adaptado de Lima (2000).
L A T O T A V I T U D O R P O Ã Ç N E T U N A M A D S E R A L I P O T I O S O
56
GESTÃO DA MANUTENÇÃO
PRIMEIRA ETAPA: LIMPEZA INICIAL Através da limpeza o operador passará a conhecer todos os detalhes inerentes e a intimidade de sua máquina. Despertará a curiosidade e, ao mesmo tempo,
criará um certo laço afetivo. A limpeza fará com que as deciências
sejam externadas. Assim se detona a incorporação de melhorias (NAKAJIMA, 1989).
Esta etapa deve conscientizar o operador que limpeza é inspeção, pois na limpeza do equipamento pode-se observar qualquer anormalidade no mesmo.
A Limpeza Inicial envolve as atividades descritas no Esquema 12: O Ã Ç N E T U N A M A D O Ã T S E G
PREPARAÇÃO DA LIMPEZA INICIAL IMPLEMENTAÇÃO DA LIMPEZA INICIAL AVALIAÇÃO DA L IMPEZA INICIAL ELIMINAÇÃO DAS ANOMALIAS GESTÃO DA ROTINA
Treinamento introdutório sobre MPT, MA, denição dos objetivos,
responsabilidades e planejamento das atividades.
Limpeza, inspeção, identicação de anomalias, etiquetagem das máquinas, identicação de fontes de sujeira e locais de difícil acesso.
Avaliação da limpeza inicial e elaboração do plano d e ação das restaurações e elaboração do plano de melhorias.
Restauração e melhoria dos equipamentos e remoção das etiquet as.
Denição dos pontos críticos de limpeza, preparação dos padrões provisórios de limpeza focada, inspeção e lubricação.
DIVISÕES DE TAREFAS
Elaboração de LUPs, treinamentos sobre padrões de limpeza, implementação de limpeza focada com base nos padrões elaborados.
AVALIAÇÃO
Avaliação autônoma e gerencial.
Esquema 12: Principais atividades realizadas na limpeza inicial
Ao promover a limpeza, o operador poderá identicar as
inconveniências, por isso antes de iniciar as atividades do primeiro passo da manutenção autônoma, o pessoal da operação deve passar por um processo de preparação, onde
deverá receber treinamento que o habilite a distinguir entre condição normal e anormal. Na limpeza do equipamento o operador deverá identicar as
diversas inconveniências existentes
OS OITO PILARES DA MANUTENÇÃO PRODUTIVA TOTAL
e posteriormente classicá-las, ou
Desenho 4. As etiquetas azuis
seja, desde um parafuso solto até a ausência de algum componente.
identicam que as inconveniências
A identicação das inconveniências
é feita por meio de etiquetas, as quais são compostas de duas cores, como pode ser visto no Azul
MPT Operador
57
devem ser sanadas pelo pessoal da manutenção, e as etiquetas vermelhas pelo pessoal da operação. A partir desse ponto começa a cooperação mútua entre o pessoal da operação e manutenção. Vermelha
Etiqueta de anomalia
No
Etiqueta de anomalia
MPT
No
Etapas
1 2 3 4 5 Prioridade A B C
Anomalia Detectada Equipamento Encontrado por:_____ ____Data___/___/___
Descrição da anomalia
Etapas
1 2 3 4 5 Mantenedor Prioridade A B C Anomalia Detectada Equipamento Encontrado por:_____ ____Data___/___/___
Descrição da anomalia
Desenho 4: Etiquetas de identicação de inconveniências
Após o levantamento de todas as inconveniências, estas devem ser
máquina (Quadro 9). Com essas
classicadas em função do tipo e
utilizados nos quadros de gestão da rotina.
local onde foram encontradas na
informações são gerados grácos
TIPOLOGIA DAS ANOMALIAS O que procurar?
LOCAIS DE OCORRÊNCIA Onde procurar? 1- Falhas ínmas a) Lado externo do equipamento 2 - Condições básicas b) Corpo do equipamento 3 - Locais de difícil acesso c) Instrumentos e acessórios 4 - Fontes de sujeira d) Equipamentos secundários 5 - Origem de defeitos da qualidade e) Equipamentos de transporte 6 - Objetos desnecessários f) Arredores do equipamento 7 - Locais inseguros Quadro 9: Tipologia de anomalias e locais de ocorrência
Após a classicação das
Feita corretamente essa etapa de
inconveniências devemos analisar a criticidade, priorizar e elaborar um cronograma para eliminação destas.
eliminação e classicação, pode-se
perceber uma boa diminuição do número de pequenas paradas (LIMA, 2000).
L A T O T A V I T U D O R P O Ã Ç N E T U N A M A D S E R A L I P O T I O S O
58
GESTÃO DA MANUTENÇÃO
SEGUNDA ETAPA: COMBATE ÀS FONTES DE SUJEIRA E LOCAIS DE DIFÍCIL ACESSO Durante a limpeza inicial, normalmente se encontram várias fontes de sujeiras e inconveniências que, se eliminadas, propiciam o início do estabelecimento das condições básicas dos equipamentos. Agora, a melhor maneira de preservar a limpeza é a não sujar. A segunda etapa serve para eliminar as anormalidades que provocam a sujeira e locais de difícil acesso para a lubricação do equipamento.
O Ã Ç N E T U N A M A D O Ã T S E G
Uma vez eliminado os fatores geradores de sujeira, o tempo consumido para a limpeza também será menor. A eliminação da fonte de sujeira ocorre por meio de duas ações: a) Restauração : reapertar parafusos, substituir juntas de vedação e lubricação, etc;
b) Melhoria: modicar / reprojetar o equipamento.
Depois de eliminadas as fontes de sujeira, deve-se identicar todos
os pontos de difícil acesso da máquina, inclusive de acesso visual, e posteriormente eliminá-los. A eliminação desses pontos facilitará muito a lubricação, a limpeza e a
inspeção da máquina e, sobretudo, aumentará a segurança, diminuindo o risco de acidentes. Durante a realização dessa etapa são emitidas as LUP’s, pois é por meio destas que os operadores idealizam suas ideias. Ao promover uma melhoria deve-se adquirir o hábito de registrá-la. Os registros das melhorias tornarão possível a avaliação dos resultados obtidos com melhorias, pois são importante fonte de informação. A identicação dos locais de melhoria é realizada por meio das etiquetas de melhoria. Nela, o grupo deve indicar o número do registro de melhoria para os casos mais signicativos.
TERCEIRA ETAPA: ELABORAÇÃO DAS NORMAS PROVISÓRIAS DE LIMPEZA E LUBRIFICAÇÃO Baseado nas experiências acumuladas nos dois primeiros passos, os operadores deverão elaborar as normas e os padrões de referência para condução da limpeza e lubricação.
Trata-se da denição das condições
básicas da manutenção, as quais bloquearão a degeneração das máquinas e equipamentos. Constituirá, também, a norma básica de operação do próprio grupo (NAKAJIMA, 1989).
O operador, antes de elaborar as normas de operação das máquinas, deve receber um treinamento abordando a capacitação nos aspectos relacionados à limpeza e lubricação.
OS OITO PILARES DA MANUTENÇÃO PRODUTIVA TOTAL
Com relação às normas provisórias de limpeza, estas devem ser elaboradas de modo a manter o estado alcançado com a limpeza inicial. Uma fotograa do
equipamento poderá ser usada para informar os pontos que necessitam de limpeza, identicando a
atividade que deve ser executada. Com relação à lubricação, um
treinamento teórico deve ser ministrado em sala de aula, abordando tópicos, como: o fenômeno da lubricação, tipos de lubricantes e suas aplicações e métodos de lubricação (quantidade de lubricante, frequência e
ferramentas). Já o treinamento prático pode envolver a utilização de bancada previamente construída ou no próprio equipamento. Com o conhecimento e as habilidades desenvolvidas com a
de lubricação é preciso estar
atento para que ela as seguintes informações: a) ponto a ser lubricado; b) tipo de lubricante c) método de lubricação d)
ferramentas necessárias; e) tempo necessário para a lubricação; f) frequência de lubricação. A lubricação poderá ser facilitada se os pontos de lubricação na
máquina forem etiquetados. A utilização de etiquetas nos pontos de lubricação da máquina poderão facilitar a inspeção e evitar erros de lubricação. Em cada ponto de lubricação podese empregar uma codicação
adequada para indicar o tipo
L A T O T A V I T U D O R P O Ã Ç N E T U N A M A D S E R A L I P O T I O S O
de lubricante empregado, a frequência da lubricação e o
número correspondente ao ponto no manual de lubricação. No
apto a preparar e elaborar as normas
controle visual podem-se utilizar letras, números, cores e formas geométricas para caracterizar o
provisórias de lubricação. Durante a preparação é necessário identicar os pontos de lubricações e seu
ponto a ser lubricado. O Quadro 10 fornece exemplos de codicação de lubricação.
lubricação, o operador torna-se
59
estado de conservação, bem como o consumo de lubricante. Nesse momento, deve-se procurar unicar os tipos de lubricantes de modo a
reduzir o seu número ao mínimo. Na elaboração das normas provisórias
Forma geométrica
Cor
(Espécie de lubricante) (Tipo de lubricante)
Óleos
Amarelo
Graxas
Verde
Ceras
Azul
Quadro 10: Exemplos de codicação de pontos de lubricação
Letra (Frequência da
Número (Item correspondente ao ponto no
Lubricação)
manual de lubricação)
Óleo Ipiranga M SP 100 SHC Óleo S Klüberoil 4 UH1-15 Graxa Molytic D PREMIUM 40
Mensal
(3.1)
Semanal (3.2) Diária
(3.3)
Mancal de rolamento do motor Caixa redutora Conjunto engrenagem cônica
60
GESTÃO DA MANUTENÇÃO
Desenho 5: Etiquetagem dos pontos de lubricação de uma máquina
O Ã Ç N E T U N A M A D O Ã T S E G
Nesta etapa também é utilizado o controle visual que serve para minimizar o tempo despendido com as atividades de inspeção e
e mesmo atividades de aperto de porcas e parafusos podem
lubricação, pois o operador deve identicar todos os pontos da
ser classicados de acordo com
máquina que necessitem de um cuidado maior, ou seja, os motores, correias, parafusos de xação, etc. Por m, as normas provisórias de limpeza, lubricação, inspeção
ser unicadas em um único
documento. Os trabalhos poderão a frequência: diária, semanal e mensal, podendo as tarefas ser concentradas no início ou no término da jornada, consumindo, no máximo, 10 minutos para as atividades diárias, 30 minutos as semanais e 60 minutos as mensais.
QUARTA ETAPA: INSPEÇÃO GERAL Os operadores aprenderão técnicas para efetuar a inspeção de todos os elementos funcionais de seu equipamento. Assim, é necessário que os operadores conheçam os diferentes elementos de máquinas e entendam a estrutura do equipamento e o seu princípio de funcionamento.
O material de treinamento (teórico e prático) deverá ser elaborado a partir da denição dos pontos de
inspeção, podendo incluir: a) LUPs; b) apostilas; c) manual de inspeção geral d) peças que falharam; e) modelos em corte; e f) bancadas de treinamento.
Lima (2000) salienta que o desenvolvimento dos operadores deve enfatizar os oito itens de inspeção: a) parafusos e porcas;
Durante a execução das atividades os operadores devem elaborar, com ajuda do pessoal da manutenção, o manual de inspeção geral dos equipamentos e aplicar o controle
b) lubricação; c) hidráulica;
visual na lubricação, nos elementos
d) pneumática; e) sistemas de acionamento; f) eletricidade; g) segurança; h) elementos de máquina.
de máquinas, nas tubulações, nos instrumentos e nos sistemas de transmissão.
OS OITO PILARES DA MANUTENÇÃO PRODUTIVA TOTAL
61
QUINTA ETAPA: INSPEÇÃO AUTÔNOMA A inspeção autônoma busca a revisão e aperfeiçoamento das normas de limpeza, inspeção geral e lubricação. Além disso,
neste passo, o operador inicia o desenvolvimento da habilidade de entender a relação entre as variações no equipamento e os aspectos de qualidade do produto,
acrescentando às normas de inspeção o item qualidade. O ponto-chave no quinto passo é a compatibilização das atividades desenvolvidas pelos operadores e mantenedores e a otimização da inspeção de forma a adequar o tempo necessário à sua condução com as necessidades da programação da manutenção.
A ideia principal nesta etapa é a unicação das atividades de inspeção.
Paralelamente ao desenvolvimento da manutenção autônoma ocorre o desenvolvimento da manutenção planejada. Da mesma maneira que os operadores elaboram os seus padrões de inspeção, os mantenedores também têm sob suas responsabilidades determinados pontos de inspeção (LIMA, 2000).
SEXTA ETAPA: PADRONIZAÇÃO A padronização busca controlar a manutenção autônoma ou, em outras palavras, o gerenciamento autônomo. Para que essa etapa seja efetuada, o operador deve ter pleno conhecimento de todos os aspectos operacionais do seu equipamento e a consciência de todas as atividades relacionadas ao seu trabalho.
Antes de padronizar, o pessoal da operação deverá determinar o melhor procedimento a ser adotado. As diversas atividades relacionadas à operação e manutenção dos equipamentos podem, ainda neste estágio, estar sendo desenvolvidas de forma diferente pelos membros do grupo. Esse é o momento onde
As atividades de padronização esperadas neste passo são: os padrões logísticos; os padrões relativos à produtividade e segurança; a padronização de informações; os padrões de controle de gabaritos, ferramentas e instrumentos de medição; o procedimento de controle de
todos devem se reunir e denir qual
peças de reposição e, por m, as
a melhor forma de execução de todas as tarefas, de forma a obter o melhor resultado em sua execução.
normas de garantia de qualidade do processo (LIMA, 2000).
SÉTIMA ETAPA: CONSOLIDAÇÃO DA MANUTENÇÃO AUTÔNOMA Segundo Lima (2000), este é o passo que tem como principal objetivo criar um sistema sustentável de gerenciamento da produção,
encorajando os operadores a buscar novos desaos, sempre em busca
da qualidade no seu ambiente de trabalho.
L A T O T A V I T U D O R P O Ã Ç N E T U N A M A D S E R A L I P O T I O S O
62
GESTÃO DA MANUTENÇÃO
Neste período, os operadores já possuem uma certa experiência subsequente aos passos anteriores, deixando de lado as posturas passivas.
A palavra-chave nessa altura dos conhecimentos é motivação, e para que seja criado um ambiente desaador e motivador, dois
aspectos devem ser levados em consideração: a) estabelecimento de um sistema autossustentável de gerenciamento da Manutenção Autônoma através de seminários para que os grupos possam
O Ã Ç N E T U N A M A D O Ã T S E G
SEÇÃO 2
apresentar seus trabalhos; reuniões regulares de estudo que envolvam casos de melhorias, estabelecendo um ciclo de melhoria contínua e outros; b) busca de autoiniciativa dos operadores por meio da motivação, que está ligada diretamente com o reconhecimento do seu trabalho e a capacitação dos operadores.
MANUTENÇÃO PLANEJADA
O
pilar Manutenção Planejada busca reduzir custos de manutenção, mantendo condições ótimas de processos e equipamentos através de atividades de melhoria contínua e gerenciamento da
manutenção. Um conjunto de ações de manutenção vinculado a métodos de manutenção deve ser adequadamente denido e
gerenciado de modo a evitar as falhas (modos de falha).
Métodos de manutenção OS MÉTODOS DE Manutenção expressam a maneira pela qual é realizada a intervenção nos equipamentos, nos sistemas ou nas instalações. Na literatura técnica também são descritos como Políticas de Manutenção, ou ainda, Formas de Manutenção. Existem diversas maneiras de classicar os métodos de
manutenção. Conforme Zaions (2003), uma das maneiras mais usuais é enfocando a manutenção planejada e a não planejada. A manutenção não planejada consiste na correção da falha, após a sua ocorrência, sem qualquer
planejamento antecipado. Nesse tipo de política de manutenção, a perda inesperada do desempenho do equipamento pode acarretar perdas de produção, perdas da qualidade do produto e elevados custos indiretos da manutenção. Geralmente, a manutenção não planejada é estritamente corretiva. Já a manutenção planejada pode ser entendida como aquela cujo conjunto de ações leva a uma diminuição ou eliminação da perda de produção, minimização do custo e tempo de reparo. Para Patton (1994), a manutenção planejada pode ser dividida em: a) Manutenção
OS OITO PILARES DA MANUTENÇÃO PRODUTIVA TOTAL
Corretiva; b) Manutenção Preventiva; e c) Manutenção por Melhorias. O Esquema 13 ilustra, além dessa classicação,
63
a subdivisão da Manutenção Preventiva em: a) Manutenção de Rotina; b) Manutenção Periódica e c) Manutenção Preditiva.
Manutenção Planejada Manutenção Corretiva Manutenção de Rotina
Manutenção Preventiva Manutenção Periódica
Manutenção por Melhorias Manutenção Preditiva
Esquema 13: Métodos de Manutenção Planejada Fonte: Zaions (2003).
MANUTENÇÃO CORRETIVA Quando associada à manutenção não planejada, a manutenção corretiva é uma prática reativa de manutenção, cujo objetivo é manter a condição de integridade operacional e a viabilidade do sistema, após a ocorrência da falha. De acordo com a NBR5462 (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 1994), o termo manutenção corretiva pode ser denido como a manutenção
efetuada após a ocorrência de uma pane, destinada a recolocar um item em condições de executar uma função requerida. Aqui, pane pode ser denida como a incapacidade
de um item em desempenhar uma função requerida (falha funcional),
excluindo a incapacidade durante ações planejadas como, por exemplo, durante a manutenção preventiva. Quando associada à manutenção planejada, a manutenção corretiva representa as ações que serão tomadas com relação ao gerenciamento do modo de falha. Há modos de falha que não respondem adequadamente a serviços periódicos e nem podem ser detectados por inspeções ou monitoramentos. Nesse caso, deixar a máquina operar até a falha e então realizar a manutenção corretiva pode ser a melhor estratégia de gerenciar o respectivo modo de falha.
MANUTENÇÃO PREVENTIVA Conforme a NBR-5462 (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 1994), o termo manutenção preventiva pode ser denido como a manutenção efetuada em intervalos predeterminados, ou de acordo com critérios prescritos, destinada a
reduzir a probabilidade de falha ou a degradação do funcionamento de um item. A manutenção preventiva corresponde à ação tomada para manter um equipamento em condições operantes por meio de inspeções, detecção, prevenção
L A T O T A V I T U D O R P O Ã Ç N E T U N A M A D S E R A L I P O T I O S O
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O Ã Ç N E T U N A M A D O Ã T S E G
GESTÃO DA MANUTENÇÃO
de falhas, reformas e troca de peças (WIREMAN, 1992; MONCHY, 1989; XENOS, 1998). A manutenção preventiva está em um nível superior se comparada à manutenção corretiva, pois a máquina (ou equipamento ou o sistema) encontra-se em estado operacional, mas seu desempenho está reduzido a ponto de entrar em estado de falha (FITCH, 1992).
O objetivo nal da manutenção
As denições citadas por Wireman (1992), Monchy (1989), Xenos (1998)
b) planejar e congurar tabelas com antecedência;
e Fitch (1992) contemplam três objetivos da Manutenção Preventiva: a) prevenir a deterioração e falha do item físico; b) detectar falhas potenciais; e c) descobrir falhas ocultas em condições de espera antes que ocorra a necessidade de entrar em operação. Conforme Wyrebski (1997), a
preventiva é obter a utilização máxima do equipamento nas tarefas de produção, com a correspondente redução do tempo de máquina parada e custos da manutenção. Por isso, várias são as medidas a serem tomadas: a) determinar padrões que permitam avaliar a eciência da
manutenção;
c) melhorar a produtividade de cada operário, diminuindo os atrasos evitáveis e inevitáveis; d) assegurar-se de que tanto o equipamento quanto a mão de obra de manutenção estão disponíveis simultaneamente para realização das inspeções preventivas;
manutenção preventiva apresenta as seguintes vantagens: a) assegura a e) assegurar-se de que o continuidade do funcionamento das departamento de manutenção máquinas, só parando para consertos está cooperando para a em horas programadas; e b) a realização correta e nos empresa terá maior facilidade para horários previstos das inspeções cumprir seus programas de produção. preventivas. As desvantagens são: a) requer um programa bem estruturado; b) requer Conforme Antoniolli (1999), a uma equipe de mecânicos ecazes adoção dessas medidas deve permitir e treinados; c) requer um plano de a identicação e a correção de manutenção; e d) peças são trocadas defeitos nas máquinas e instalações antes de atingirem seus limites de evitando, assim, as interrupções da vida. linha de produção.
MANUTENÇÃO DE ROTINA A manutenção de rotina são os serviços de inspeções e vericações
das condições técnicas dos itens físicos. Mirshawka e Olmedo (1993) denem manutenção de
rotina como aquela normalmente associada a intervenções leves que se efetua em intervalos de tempos predeterminados.
A responsabilidade pela manutenção de rotina não é somente do pessoal de manutenção, mas também, principalmente, dos operadores dos equipamentos. As tarefas de manutenção de rotina normalmente são executadas no dia a dia para evitar a degradação dos equipamentos. A manutenção de rotina também é tratada por muitos
OS OITO PILARES DA MANUTENÇÃO PRODUTIVA TOTAL
65
autores como manutenção autônoma (LIMA, 2000; XENOS, 1998).
MANUTENÇÃO PREDITIVA Manutenção preditiva é o conceito moderno de manutenção em que se acompanha o comportamento de determinados elementos do equipamento ou identica-se um
componente com desempenho diferente do esperado e, uma vez constatada a anomalia, realiza-se a manutenção. Para Pinto e Nasif (1999), a manutenção preditiva é a atuação realizada com base em modicações de parâmetro de
condição ou desempenho, cujo acompanhamento obedece a uma sistemática. Os parâmetros ou variáveis que podem ser monitoradas em um esquema de manutenção preditiva são: a temperatura, os óleos lubricantes, os ruídos, a
pressão, os ensaios não destrutivos e as vibrações. A manutenção preditiva será tanto mais eciente
quanto mais rapidamente for detectada a variação dos parâmetros. Na manutenção preditiva o controle das condições de funcionamento das máquinas em serviço é realizado com instrumentos de medição próprios, de forma a detectar as mudanças no equipamento, com a nalidade de predizer falhas. A nalidade da Manutenção Preditiva é
fazer a manutenção somente quando
e se houver necessidade. Ela permite otimizar a troca das peças ou reforma dos componentes e estender o intervalo de manutenção, pois possibilita prever quando a peça ou o componente estão próximos do seu limite de vida. Entende-se por controle preditivo da manutenção a determinação do ponto ótimo para executar a manutenção preventiva em um equipamento, ou seja, o ponto a partir do qual a probabilidade de o equipamento falhar assume valores indesejáveis (TAVARES, 1996). Para Bloch e Geitner (1997), as ações da manutenção preditiva não reduzem diretamente a taxa de deterioração de um componente, mas controlam indiretamente a consequência de acidentes, quebras e mau funcionamento. A manutenção preditiva deve ser aplicada para modos de falha que ocorrem aleatoriamente e repentinamente. A manutenção preditiva deve ser estabelecida com extremo cuidado, pois necessita de informações sobre o funcionamento do equipamento, as condições ambientais em que o equipamento trabalha e o processo de envelhecimento de cada componente (NEPOMUCENO, 1989).
MANUTENÇÃO PERIÓDICA Para Lima (2000), o intervalo entre intervenções é denido
proporcionalmente à deterioração do equipamento. A intervenção é conduzida no tempo estabelecido, independente do estado do
componente. A Manutenção Periódica é a atuação realizada de forma a reduzir ou evitar a falha ou quebra no desempenho, obedecendo a um plano previamente elaborado,
L A T O T A V I T U D O R P O Ã Ç N E T U N A M A D S E R A L I P O T I O S O
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GESTÃO DA MANUTENÇÃO
baseado em intervalos denidos de
tempo. Para Lafraia (2001), a Manutenção Periódica requer alguma forma de intervenção no item físico. Além do mais, suas ações e periodicidade são predeterminadas e ocorrerão sem informações adicionais na data preestabelecida.
da Manutenção Periódica na Manutenção Preventiva. Para muitos, as denições de Manutenção
Periódica são as mesmas de Manutenção Preventiva. Outros autores, como é o caso de Mirshawha e Olmedo (1993) e Lima (2000) conceituam a Manutenção Periódica de Sistemática e Programada, respectivamente.
Cabe destacar que muitos autores não utilizam a subdivisão
MANUTENÇÃO POR MELHORIAS
O Ã Ç N E T U N A M A D O Ã T S E G
A Manutenção por Melhoria, do inglês improvement maintenance, consiste de ações para reduzir ou eliminar totalmente a necessidade de manutenção (PATTON, 1995). Trata-se de um método que consiste em implementar melhorias para o aumento da vida útil do equipamento (LIMA, 2000). No contexto de manutenção, praticar a Manutenção por Melhorias dos itens físicos signica melhorá-los
gradativamente e continuamente para além de suas especicações originais, através de modicações,
modernizações, reprojeto, etc. (XENOS, 1998). Outros autores, como, por exemplo, Pinto e Nasif (1999) conceituam esse tipo de manutenção como Engenharia de Manutenção.
a) quando a vida útil do equipamento é curta, com alta frequência de falhas e alto custo de manutenção; b) quando o tempo de reparo é elevado e há possibilidade de propagação da falha; c) quando a dispersão do tempo médio entre falhas é grande, acarretando diculdades de
avaliação e inspeção. A meta da Manutenção por Melhorias é melhorar a operação, a conabilidade e a capacidade do
equipamento. Mirshawha e Olmedo (1993) salientam que a eliminação de falhas que venham a necessitar de manutenção deve ser uma das ações para o melhoramento da conabilidade do sistema.
Conforme Lima (2000), a Manutenção por Melhoria é aplicável nos seguintes casos:
Ações de manutenção AS AÇÕES DE manutenção consistem nas técnicas de gerenciamento da falha que serão tomadas com relação ao equipamento. O Esquema 14 ilustra as principais ações de manutenção associadas
especicamente à Manutenção
Produtiva Total e à Manutenção Centrada em Conabilidade. As
tarefas vêm agrupadas conforme sua utilização nos diferentes métodos de manutenção planejada. Cabe
OS OITO PILARES DA MANUTENÇÃO PRODUTIVA TOTAL
destacar que os termos utilizados a seguir são os usados pela maioria dos autores consultados.
67
Nas seções seguintes desta unidade serão abordadas as tarefas de manutenção.
AÇÕES DE MANUTENÇÃO CORRETIVA As tarefas associadas à manutenção corretiva são decorrentes da decisão deliberada de operar até a falha. Utilizar tarefas de manutenção corretiva como principal estratégia é uma opção feita pelo programa de manutenção planejada. Smith (1993) menciona que há três razões básicas para que tal decisão seja tomada: a) quando não há nenhuma tarefa de manutenção preventiva possível
de ser aplicada; b) quando há uma tarefa de manutenção preventiva possível de ser aplicada, porém o custo é muito elevado, de modo que o custo para consertar a falha é muito menor e não há impacto na segurança humana e ambiental; c) o nível de prioridade da falha potencial é muito pequeno para garantir atenção com o orçamento da manutenção preventiva.
AÇÕES DE MANUTENÇÃO PREVENTIVA DE ROTINA As tarefas associadas à manutenção preventiva de rotina podem ser de: a) inspeção para constatação e identicação de pequenos defeitos
nos elementos de máquinas; b) identicação de falhas de ajustes; c) reaperto; d) vericação
das condições e execução da lubricação.
A vericação das condições e execução da lubricação
desempenha um papel importante em vários tipos de itens físicos, pois evita desgaste excessivo por atrito entre as diversas partes móveis, além de evitar o sobreaquecimento, remover poeira e materiais estranhos e evitar vibrações e ruídos. A falta de lubricação adequada é uma
importante causa de falha.
AÇÕES DE MANUTENÇÃO PREVENTIVA – PERIÓDICAS As técnicas de gerenciamento das falhas associadas à Manutenção Preventiva –Periódica podem ser: a) Ações de Restauração e Descarte Baseada no Tempo; ou Ações de Vericação Funcional (SMITH, 1993;
DEPARTMENT OF DEFENSE, 1986). Uma das primeiras formas de manutenção preventiva foram as tarefas de restauração baseadas no tempo, desenvolvidas periodicamente em intervalos de tempo xos, nos quais a revisão
é efetuada sem nenhuma outra consideração. Smith (1993) sugere
três situações que caracterizam uma tarefa como sendo de restauração baseada no tempo: a) a ação e sua periodicidade são iniciadas quando o tempo predeterminado passa e ocorrem sem nenhuma entrada adicional; b) a ação é conhecida por prevenir diretamente as falhas ou um retardo benéco;
c) a ação da tarefa requer alguma forma de intrusão no equipamento.
L A T O T A V I T U D O R P O Ã Ç N E T U N A M A D S E R A L I P O T I O S O
68
GESTÃO DA MANUTENÇÃO
A restauração baseada no tempo implica em restaurar a capacidade inicial de um equipamento ou componente existente antes ou no limite de tempo especicado, sem
considerar sua condição aparente no momento (MOUBRAY, 2001). As ações de restauração baseadas no tempo (programadas) incluem revisões ou rotinas que são realizadas em intervalos predeterminados, de modo a prevenir modos de falhas especícos associados com a idade.
Elas incluem atividades como alinhamentos, troca de óleos, troca de ltros, etc. (MOUBRAY, 2000;
O Ã Ç N E T U N A M A D O Ã T S E G
SMITH, 1993). Há, entretanto, alguns modos de falha associados com a idade que não podem ser restaurados à condição inicial, a menos que o componente afetado seja descartado e substituído por um novo. Dessa forma, podem-se conceituar as tarefas de descarte baseadas no tempo como aquelas que implicam em descartar um item
físico ou componente no ou antes do limite especicado de idade,
sem considerar a sua condição momentânea. A restauração e descarte baseado no tempo podem ser frequentemente aplicados para uma mesma ação; o termo apropriado é em função do nível no qual a análise está sendo efetuada. A ação de vericação funcional é a
atuação efetuada em sistemas de proteção, buscando detectar falhas ocultas ou não perceptíveis ao pessoal de operação e manutenção (PINTO; NASIF, 1998). Desse modo, ações executadas para vericar
se um sistema de proteção ainda está funcionando representam a vericação funcional (manutenção detectiva). Moubray (2000) dene
essas ações como tarefas de busca de falha. As tarefas de vericação
funcional aplicam-se somente em falhas ocultas que afetam os dispositivos de proteção.
AÇÕES DE MANUTENÇÃO PREVENTIVA – PREDITIVA As tarefas destinadas a detectar falhas potenciais são conhecidas como tarefas de monitoramento baseadas na condição. São assim chamadas, pois a necessidade de ação corretiva ou ação de evitar a consequência está baseada na estimativa da condição do item físico. Nakajima (1989) salienta
a) identicar um parâmetro mensurável que correlaciona-se com o início da falha; b) identicar o valor do parâmetro em que a ação de manutenção preventiva deve ser tomada antes que a falha ocorra completamente;
que a manutenção do futuro será de acordo com as tarefas de monitoramento baseadas na condição.
c) as ações das tarefas de monitoramento baseado na condição não são intrusivas com relação ao item físico.
Conforme Smith (1993), os itens
Moubray (2000) menciona que as
básicos para classicar as tarefas
tarefas de monitoramento baseado nas condições são vantajosas nas seguintes condições:
de monitoramento baseadas na condição são:
OS OIT ITOO PILA LARRES DA MANUTENÇÃO PRODUTI TIVVA TOTAL
a) em se tratando de falhas com consequências ambientais ou de segurança, se forem conáveis
a ponto de fornecerem alerta suciente para que alguma ação
possa ser tomada a tempo para evitar as consequências; b) se a falha não envolve segurança e a tarefa deve ser economicamente viável; c) se a falha for oculta, a tarefa deve reduzir o risco da falha a um nível aceitável. As tarefas de manutenção baseadas na condição podem ser divididas nas seguintes se guintes técnicas técnica s (MOUBRAY, (MOUBRAY, 2000): a) técnicas de monitoramento das condições que envolvem uso de equipamento equipamen to especializad especializado; o; b) técnicas baseadas na variação da qualidade do produto; c) técnicas de monitoramento dos efeitos primários, as quais exigem o uso de medidores existentes e equipamentos de monitoramento do processo;
d) inspeções técnicas baseadas nos sentidos humanos. Moubray (2000) salienta que as
quatro técnicas de monitoramento das condições, em geral, são aplicadas em, aproximadamente, 20 a 30% dos modos de falha. As tarefas de monitoramento baseadas na condição são tecnicamente viáveis se: identicar icar uma a) é possível ident condição de falha potencial clara;
b) o intervalo entre o ponto de falha potencial e o ponto de falha funcional funcional (intervalo P-F) é consistente; c) é prático monitorar o item a intervalos menores que o intervalo P-F; sucientemente d) o intervalo P-F é sucientemente longo para que alguma ação que reduza ou elimine as consequências da falha funcional sejam tomadas.
AÇÕES DE REPROJETO O termo “reprojeto” refere-se a alguma mudança na especicação
de qualquer parte ou componente do item físico. A tarefa de reprojeto signica qualquer ação que resulte
na mudança do projeto ou numa alteração da lista de peças do item físico. Inclui mudança na especicação de um componente,
acréscimo de um novo componente, substituição de uma máquina completa por outra marca ou tipo, bem como a relocação de máquinas (MOUBRAY, 2001).
69
Quando a falha apresenta consequências para a segurança humana e ambiental, o reprojeto é realizado com um dos dois objetivos: a) reduzir a probabilidade do modo de falha ocorrer a um nível tolerável, por meio da troca de um componente por outro mais resistente e conável;
b) trocar o item ou processo de tal modo que a falha não apresente mais consequências ambientais ou de segurança humana.
L A T O T A V I T U D O R P O Ã Ç N E T U N A M A D S E R A L I P O T I O S O
70
GESTÃO DA MANUTENÇÃO
Em se tratando de falhas ocultas, o risco de múltiplas falhas pode ser reduzido modicando o equipamento
identicada, o equipamento poderá ser modicado para reduzir os
de modo a:
custos totais de modo a:
a) tornar evidente a função oculta pelo acréscimo de outro dispositivo;
a) reduzir o número de ocorrências da falha ou eliminá-la totalmente, se possível, tornando o componente mais
b) substituir substitui r uma função evidente por uma oculta; c) substituir um dispositivo mais conável por uma função oculta
existente; d) duplicar a função oculta.
O Ã Ç N E T U N A M A D O Ã T S E G
tecnicamente viável puder ser
Muitas vezes, quando a falha apresenta consequências operacionais e não operacionais operac ionais e nenhuma tarefa preventiva
Métodos de Manutenção Planejada
resistentee ou conável; resistent
b) reduzir ou eliminar as consequências da falha por meio da instalação de um sistema stand-by ; c) tornar a tarefa preventiva economicamente viável, deixando o componente mais acessível.
Ações de Manutenção Prevenção do Modo de Falha
Avaliação do Modo de Falha
Divisão
Restauração do Modo de Falha
Inspeção rotineira das condições de uso e inspeção dos cinco sentidos Manutenção Preventiva de rotina
Reaperto Lubricação
Restauração baseada no tempo
Manutenção Preventiva - Periódica
Descarte baseado no tempo Vericação
funcional Manutenção Preventiva - Preditiva Manutenção por Melhorias Manutenção Corretiva Esquema 14: Ações de manutenção
Fonte: adaptado de Lima apud Zaions (2003, p. 38).
Monitoramento baseado nas condições Reprojeto Operar até a falha
Op er aç ão
Manutenção Projetos
OS OIT ITOO PILA LARRES DA MANUTENÇÃO PRODUTI TIVVA TOTAL
71
As etapas para elaboração do plano de manutenção planejada UMA DAS FUNÇÕES principais do gerenciamento da manutenção é aumentar a conabilidade dos
equipamentos. Conforme Lafraia (2001), essa conabilidade é
quase inteiramente uma função da qualidade do programa ou plano de manutenção. A Manutenção Centrada em Conabilidade (MCC) é um novo
modelo para o planejamento da manutenção, principalmente em instalações industriais complexas. No entanto, ela pode ser aplicada em qualquer instalação, pois integra os diversos métodos de manutenção com o objetivo de racionalizar e otimizar o plano pl ano de manutenção. A MCC é uma metodologia sistemática e, de acordo com Wireman (1998), representa uma evolução da manutenção tradicional, que tem como principal objetivo reduzir os custos cus tos da manutenção, enfocando as funções mais importantes do sistema, evitando ou removendo ações de manutenção que não são estritamente necessárias. Para culminar em tal objetivo, a MCC identica os modos
de falha que afetam as funções, determina a importância de cada falha funcional a partir de seus modos de falha e seleciona as tarefas aplicáveis e efetivas na prevenção das falhas funcionais (MOUBRAY, 2001; SMITH, 1993; PINTO, NASIF, 1999). As principais características da MCC são: a) preservar a função do sistema; b) identicar as falhas funcionais e os modos de falhas dominantes;
c) identicar os tipos de ações de manutenção potencialmente adequados através de um diagrama de decisão; d) selecionar ações de manutenção aplicáveis e efetivas. Os benefícios obtidos com a elaboração do plano de manutenção planejada baseado na MCC são: a) melhor entendimento do sistema; b) fornecimento de integração das áreas de operação e manutenção; c) fornece bases racionais para o planejamento da manutenção; d) redução dos custos de manutenção, particularmente da manutenção preventiva; e) aumento da disponib disponibilidade ilidade da instalação; f) rastreamento das decisões; g) disposição disposiçã o de uma base sistemática para o processo de melhoria contínua. No Esquema 15 há a demonstração da visão geral das etapas de implementação da MCC, com a descrição das principais atividades desenvolvidas. O conceito da MCC está fundamentado na conabilidade, que representa a
probabilidade de um equipamento desempenhar satisfatoriamente a sua função durante um intervalo de tempo especicado e sob certas
condições predeterminadas (ZAIONS, 2003). Zaions (2003) (2003) aponta que na etapa de Preparação do Estudo, o grupo de MCC deve denir e esclarecer
L A T O T A V I T U D O R P O Ã Ç N E T U N A M A D S E R A L I P O T I O S O
72
GESTÃO DA MANUTENÇÃO
os objetivos e o escopo da análise, tornando visíveis as necessidades, políticas e critérios aceitáveis
com relação à segurança e à proteção ambiental como condições limitantes.
1 – Identicar
1 – Objetivos da análise. 2 – Escopo da análise.
O Ã Ç N E T U N A M A D O Ã T S E G
Etapa 1 PREPARAÇÃO DO ESTUDO
1 – Denição
do nível de análise.
Etapa 2 SELEÇÃO DO SISTEMA
as funções e fronteiras dos sistemas. 2 – Elaborar diagrama de blocos funcionais com interfaces de entrada e saída. 3 – Elaborar lista de equipamentos e histórico de falhas.
Etapa 3 ANÁLISE DE FUNÇÕES E FALHAS FUNCIONAIS
1 – Identicar
1 – Coletar itens informações. potencialmente 2 – Analisar críticos. informações. 1 – Identicar
Etapa 4 SELEÇÃO DE ITENS CRÍTICOS
Etapa 5 COLETA E ANÁLISE DE INFORMAÇÕES
potenciais modos de falha, efeitos e consequências.
Etapa 6 APLICAÇÃO FMEA E FTA
1 – Selecionar ações de manutenção corretiva, preventiva e por melhorias. 2 – Comparar o plano de manutenção atual da empresa com o elaborado pela MCC.
Etapa 7 SELEÇÃO DE AÇÕES DE MANUTENÇÃO
1 – Identicar
a frequência para realização das ações de manutenção.
Etapa 8 DEFINIÇÃO DA FREQUÊNCIA DAS AÇÕES
Esquema 15: Principais etapas e atividades para a implementação da MCC Fonte: adaptado de Zaions (2003).
A etapa de Descrição do Sistema do processo de análise da MCC compreende a documentação de informações tal como a descrição do sistema, o diagrama de blocos funcional, as interfaces de entrada e saída, a lista de equipamentos e seu histórico. É uma etapa importante, pois permite identicar
e documentar os detalhes essenciais para a continuação da implementação da MCC. A etapa de Seleção do Sistema compreende a determinação do que será analisado e em que nível: planta industrial, sistema, equipamento ou componentes. A Análise das Funções e Falhas Funcionais é de fundamental importância, pois o estabelecimento das funções e falhas funcionais constitui a essência da MCC. Os objetivos dessa etapa são:
a) denir as fronteiras do sistema e sua descrição; b) conhecer as interfaces de entrada e saída do sistema; c) conhecer e descrever das funções do sistema; d) identicar as formas como o sistema pode falhar. O objetivo da etapa de Seleção dos Itens Críticos é identicar os itens
físicos que são potencialmente críticos com relação às falhas funcionais, além de apresentar elevada taxa de falha, altos custos de reparo, baixa mantenabilidade ou necessidade de pessoal externo de manutenção. A Coleta e Análise de Informações a respeito do sistema em análise é de fundamental importância para a implementação do processo de MCC,
OS OIT ITOO PILA LARRES DA MANUTENÇÃO PRODUTI TIVVA TOTAL
pois subsidiará as demais etapas com informações para a tomada de decisão. O objetivo da etapa de Análise de Modos e Efeitos de Falhas é identicar os modos de falha
dominantes dos itens críticos de manutenção. Para desenvolver essa etapa, utiliza-se a ferramenta FMEA – Análise de Modos e Efeitos de Falhas. Para o processo de implementação da MCC, o FMEA fornece a caracterização dos modos de falha associados aos itens físicos, às causas da falha, a seus efeitos e às suas consequências. O principal critério empregado na etapa Seleção de Tarefas Preventivas é que ações de manutenção sejam aplicáveis e ecazes (SOCIETY OF
AUTOMOTIVE AUTOMOTI VE ENGINEERS, 1999). O termo aplicável designa tarefas que possibilitem prevenir ou mitigar uma falha, descobrir o início de um processo de falha ou uma falha oculta. O termo ecaz designa
tarefas que sejam econômicas dentre as tarefas consideradas aplicáveis. Na etapa de Seleção das Tarefas, são usadas duas ferramentas: a Árvore Lógica de Decisão e o Diagrama de Decisão Seleção das Tarefas de Manutenção. Essas ferramentas, quando utilizadas em conjunto, permitem classicar as falhas em
termos de suas consequências e selecionar ações/tarefas de manutenção aplicáveis ao item físico. Nas etapas de denição da
frequência da manutenção, concomitantemente com a etapa de seleção de ações de manutenção, são especicadas a frequência de
realização de cada ação.
73
O Esquema 16 identica o
modelo que deve ser utilizado para conduzir a metodologia de Gestão da Manutenção Centrada na Conabilidade.
É importante salientar que a MCC deve ser conduzida por um analista com conhecimento na metodologia. No entanto, a equipe técnica precisa envolver prossionais de todas as
áreas (operação, manutenção e engenharia) engenha ria) para que o resultado seja satisfatório.
L A T O T A V I T U D O R P O Ã Ç N E T U N A M A D S E R A L I P O T I O S O
74
GESTÃO DA MANUTENÇÃO Determinação da equipe técnica
Preparação do Estudo Denição dos
Equipe técnica
objetivos e escopo da análise
Seleção do Sistema e Subsistema Funcional
Análise das funções e falhas funcionais
Planilha do histórico dos itens físicos
Planilha de identicação das
fronteiras do sistema
Planilha de descrição do sistema
Planilha de descrição dos itens físicos Planilha do diagrama de blocos funcionais
O Ã Ç N E T U N A M A D O Ã T S E G
Planilha de interfaces de entrada e saída
Planilha de funções e falhas funcionais
Seleção dos Itens Críticos
Planilha de associação dos itens físicos com as falhas funcionais
Análise dos Modos de Falha e Efeitos
Árvore Lógica de Decisão Planilha de FMEA
Seleção das Tarefas de Manutenção Preventiva
PLANO DE MANUTENÇÃO MCC Esquema 16: Modelo para implementação da Manutenção Centrada em Conabilidade Fonte: Zaions (2003, p. 89).
Diagrama de Seleção de Tarefas
OS OIT ITOO PILA LARRES DA MANUTENÇÃO PRODUTI TIVVA TOTAL
SEÇÃO 3
O
75
PILAR MELHORIAS ESPECÍFICAS
pilar Melhoria Especícas
tem por objetivo maximizar a ecácia global do
equipamento ou processos através de uma completa eliminação das perdas e melhoria melhor ia de desempenho. Para isso, é necessário identicar
as perdas mais relevantes do processo por meio de um adequado controle de dados e informações. Dentre os principais papéis do pilar Melhorias Especícas, podemos
destacar: a) estabelecer estabele cer o sistema de gerenciamento de dados e informações; b) estabelecer estabele cer os itens de controle e metas;
d) eliminar as maiores perdas; e) controlar os grupos de melhorias especícas.
Todos os equipamentos se deterioram com o passar do tempo e a intensidade da deterioração depende de características próprias de cada equipamento, de seus componentes e do contexto operacional. Nessas condições, restaurar um equipamento signica
reverter para o estado original. No entanto, se o equipamento apresenta baixa conabilidadade conabilidadade,,
que pode levar à ocorrência de falhas e defeitos crônicos, é necessário melhorá-lo por meio de reprojetos, aumentando a capacidade inicial do equipamento.
c) identicar as maiores perdas;
Eficiência da produção A EFICIÊNCIA DA produção depende da efetividade de uso do equipamento, materiais, pessoas e
Para aumentar a eciência, as
métodos. O aumento da eciência
ineciência. Na MPT torna-se,
de produção inicia com temas vitais
então, necessário visualizar essa
de maximização da: eciência global
ineciência. Os grácos que seguem
dos equipamentos; da matéria prima e dos combustíveis combust íveis (materiais); (materiais); do trabalho (pessoas) e gerenciamento (métodos).
mostram dois quadros de controle
Isso é feito ao examinar a quantidade de informações obtidas no processo de produção (equipamentos, (equipame ntos, materiais, pessoas e métodos) e ao identicar e eliminar el iminar
as perdas associadas a cada um a m de maximizar os resultados
(produtividade, qualidade, custo, entrega, segurança humana e do meio ambiente, e moral).
variável que devem ser gerenciadas são as perdas que causam a
visual das perdas. No Gráco
5 podemos visualizar melhor a ineciência, que é o alvo a ser
perseguido pelas equipes MPT.
L A T O T A V I T U D O R P O Ã Ç N E T U N A M A D S E R A L I P O T I O S O
76
GESTÃO DA MANUTENÇÃO
Eciência da Fábrica
Ineciência da Fábrica
Primeiro Semestre
Primeiro Semestre
(%)
(%)
100
100
80
80 média
60 BOM 40
40
20
20
0
0
Jan. Fev. Mar. Abr. Maio Jun.
Gráco 4: Eciência de uma fábrica
média
60
Jan. Fev. Mar. Abr. Maio Jun.
Gráco 5: Ineciência de uma fábrica
Itens de controle e metas O Ã Ç N E T U N A M A D O Ã T S E G
PARA QUE O programa MPT tenha sucesso é necessário entender o seu papel dentro do negócio da empresa, e os objetivos e metas do programa devem estar alinhados com os objetivos e metas da empresa.
Com base nas diretrizes estabelecidas pela empresa, o Comitê MPT deve fazer o desdobramento das diversas variáveis que contribuem para essas diretrizes.
Desdobramento das diretrizes
DIRETRIZ Indicadores PQCESM
Nível 3 Comitê Nível 2 Pilares Nível 1 Grupos MPT Esquema 17: Desdobramentos das diretrizes
Suzuki (1994) apresenta alguns
indicadores para avaliar os resultados de produção, sendo que podem ser desdobrados em diversos níveis.
OS OITO PILARES DA MANUTENÇÃO PRODUTIVA TOTAL
P (Produção)
Q (Qualidade)
1. Produtividade
1. Número de Defeitos
2. Eciência Global dos Equipamentos
2. Número de Reclamações
3. Disponibilidade
3. Índice de Produtos Defeituosos
4. Número de Falhas
4. Custo de Reprocesso
77
5. Taxa de Falhas 6. Número de empregados reduzidos 7. Número de pequenas paradas
E (Entrega)
C (Custo)
1. Número de dias de atraso
1. Custo de Produção
2. Índice de atraso
2. Custo de Conversão
3. Inventário de peças sobressalentes
3. Custo de Manutenção 4. Economia de Energia 5. Custos da Não Qualidade
S (Segurança)
M (Moral) 1. Número de melhorias propostas
1. Número de Quebras Acidentais
2. Número de LUPs elaboradas
2. Número de Acidentes
3. Número de irregularidades detectadas
3. Volume de Euente Gerado
4. Número de relatos de incidentes
4. Volume de Euente Reciclado Tabela 1: Alguns indicadores para avaliação de resultados de produção Fonte: adaptado de Suzuki (1994, p. 44).
A literatura técnica que aborda os indicadores acima destacados apresenta fórmulas e expressões
matemáticas que permitem calcular cada um dos indicadores.
Perdas que impedem o aumento da eficiência A LITERATURA TÉCNICA, que aborda as grandes perdas descreve de maneira semelhante as grandes perdas nos processos produtivos. Lima (2001) categorizou as perdas em quatro grandes grupos descritos: 1
–
perdas por troca de ferramentas;
–
perdas de início e m de
operações; –
perdas por pequenas paradas;
–
perdas por redução de velocidade;
–
perdas por produtos defeituosos ou retrabalho.
Perdas que impedem a eciência dos equipamentos
–
perdas por quebras e falhas;
–
perdas por ajuste e montagens;
L A T O T A V I T U D O R P O Ã Ç N E T U N A M A D S E R A L I P O T I O S O
78
GESTÃO DA MANUTENÇÃO
2
3
Perdas que impedem o tempo de utilização dos equipamentos
–
perdas devido às falhas na automação;
–
–
perdas devido às atividades
perda por desprogramação.
de medição e vericação.
Perdas que impedem a eciência do trabalho humano
–
perdas por falhas administrativas;
–
perdas por deslocamento;
–
perdas devido à desorganização da linha de produção;
4
Perdas que impedem o uso efetivo dos recursos de produção –
perdas de materiais;
–
perdas de energia;
–
perdas devido a moldes, gabaritos e ferramentas.
DESPROGRAMAÇÃO
TEMPO OPERACIONAL (TO)
QUEBRAS E FALHAS O Ã Ç N E T U N A M A D O Ã T S E G
TEMPO PROGRAMADO (TP)
Tempo Programado
TROCAS E AJUSTES
Disponibilidade =
. 100%
TROCAS DE FERRAMENTAS
TEMPO LÍQUIDO DE UTILIZAÇÃO (TLU)
PEQUENAS PARADAS
REDUÇÃO DE VELOCIDADE
Índice de desempenho operacional
TEMPO QUE AGREGA VALOR (TAV) DEFEITOS E RETRABALHOS
OEE = Disponibilidade
Tempo de parada
Tempo Programado
INÍCIO E FIM TEMPO DE UTILIZAÇÃO (TU)
-
.
Índice de desempenho operacional
.
Índice de produtos aprovados
=
Tempo de ciclo Unidades . produzidas padrão Tempo de utilização
Unidades Unidades produzidas - defeituosas . 100%
= Unidades produzidas
Índice de produtos aprovados
Esquema 18: Relação entre as sete grandes perdas e a eciência global do equipamento – (OOE – Overall Equipment Effectiveness ).
Sete passos para conduzir a melhoria especíca SUZUKI (1994, P. 46) salienta que é mais fácil e eciente conduzir as atividades de melhorias especícas
passo a passo, documentando o processo à medida que avança. Vejamos o Quadro 11:
. 100%
OS OITO PILARES DA MANUTENÇÃO PRODUTIVA TOTAL
PASSO DESCRIÇÃO Passo 0 Selecionar o tópico de melhoria Passo 1 Entender a situação Passo 2
Evidenciar e eliminar anomalias
Passo 3
Analisar causas
79
ATIVIDADE DETALHADA 1. Selecionar e registrar um tópico. 2. Formar grupos de projeto. 3. Planejar as atividades. 1. Identicar os gargalos do processo. 2. Identicar falhas e perdas e priorizar as mais
críticas. 3. Estabelecer metas. 1. Evidenciar todas as anomalias. 2. Restaurar a deterioração e corrigir pequenas falhas. 3. Estabelecer as condições básicas do equipamento. 1. Estraticar e analisar as perdas.
2. Aplicar técnicas analíticas (FMEA, FTA, Ishikawa, 5 Porquês).
Passo 4
Passo 5
Passo 6 Passo 7
3. Utilizar tecnologias disponíveis, fabricar protótipos, conduzir experimentos. Planejar 1. Esboçar propostas de melhoria e orçamentos. melhoria 2. Comparar relação custo-benefício de cada proposta. 3. Considerar efeitos prejudiciais e desvantagens. 4. Determinar o plano de ações. Implementar 1. Implementar todas as ações, analisando seus melhoria efeitos. 2. Praticar a gestão antecipada (fazer testes de operação e aceitação formal). 3. Elaborar instruções do equipamento melhorado, métodos de operação, etc. Vericar
1. Vericar os resultados em relação às metas.
resultados
2. Caso os resultados não foram atingidos, reiniciar o ciclo no Passo 3 (analisar causas). 1. Registrar as melhorias. 2. Padronizar tarefas. 3. Multiplicar o resultado para outras máquinas similares.
Consolidar galhos
Quadro 11: Procedimento para as melhorias especícas
Redução de falhas UMA VEZ CLASSIFICADAS e analisadas as falhas de um equipamento, Suzuki (1994) salienta
que para atingir zero parada, seis medidas devem ser realizadas para eliminá-las: 1
estabelecer condições básicas;
2
identicar condições de uso;
3
reverter a deterioração;
4
eliminar ambientes que causem fontes de sujeira e acelerem a deterioração;
5
melhorar dos pontos fracos do projeto;
6
melhorar da habilidade dos operadores.
L A T O T A V I T U D O R P O Ã Ç N E T U N A M A D S E R A L I P O T I O S O
80
GESTÃO DA MANUTENÇÃO
ESTABELECER CONDIÇÕES BÁSICAS Com o passar do tempo o desgaste dos equipamentos é inevitável. No entanto, é possível diminuir essa deterioração por meio da elaboração e utilização de normas relacionadas à manutenção das condições
básicas: limpeza, lubricação; e
reaperto. Nesta etapa é necessário o estabelecimento de normas, como aquelas que são elaboradas na Manutenção Autônoma.
IDENTIFICAR AS CONDIÇÕES DE USO Os equipamentos são projetados para cumprir certas funções requeridas sob certas condições de uso. Essas condições correspondem aos parâmetros de desempenho e estão relacionadas com a rotação, temperatura, pressão, etc. do equipamento. O Ã Ç N E T U N A M A D O Ã T S E G
O operador do equipamento não poderá alterar as condições de uso do equipamento sob risco de aumentar a degradação ou sobrecarregar o equipamento, gerando quebras ou qualquer tipo de perda.
REVERTER A DETERIORAÇÃO As atividades de manutenção preventiva, dentre elas, inspeções periódicas nos equipamentos e reapertos de porcas e parafusos podem ser conduzidas periodicamente de modo a reverter a
deterioração dos equipamentos. Num estágio mais avançado, pode evoluir para o acompanhamento do modo de falha através do monitoramento de condições físicas do equipamento (Manutenção Preventiva-Preditiva).
ELIMINAR AMBIENTES QUE CAUSEM FONTES DE SUJEIRA E ACELEREM A DETERIORAÇÃO As atividades de Manutenção Autônoma são importantes nesta fase, no entanto, o projeto de Melhorias Especícas tem como
alvo eliminar as maiores fontes de sujeira do processo. É vital limpar e controlar ambientes que provocam a deterioração acelerada.
MELHORIA DOS PONTOS FRACOS DE PROJETO Quando os equipamentos operam acima de sua capacidade inicial (carga, tensão, velocidade, pressão, etc.) falhas irão ocorrer nos elementos de máquinas (eixos, mancais, engrenagens, parafusos,
etc.). Nesses casos, pode ser necessário alterar o material e dimensões dos elementos das máquinas para que sejam compatíveis com as novas forças de trabalho.
MELHORIA DA HABILIDADE DOS OPERADORES Mesmo que os equipamentos sejam extremamente conáveis, falhas
inesperadas podem ocorrer como
resultado de erros de operação ou manutenção. Melhorar a habilidade dos operadores para detectar
OS OITO PILARES DA MANUTENÇÃO PRODUTIVA TOTAL
anomalias, manter as condições básicas e inspecionar o equipamento através dos seus cinco sentidos
81
deve ser cultivado nos ambientes industriais.
Quatro fases para redução de falhas A REALIZAÇÃO DAS seis medidas de zero quebra apresentadas anteriormente estão vinculadas a uma enorme quantia de trabalho. Colocar todas as contramedidas em
prática simultaneamente não será produtivo. O modo mais efetivo de alcançar zero quebra é implementar as seis medidas nas quatro fases ilustradas a seguir.
1. Estabelecer condições básicas.
1. Avaliar equipamentos para priorizar ações de manutenção.
2. Identicar anomalias e
2. Classicar falhas de acordo
restaurar a deterioração.
com a severidade. 3. Eliminar falhas inesperadas prevenindo erros de operação e reparos. 4. Atualizar habilidades de ajustes e montagens.
3. Identicar condições de uso.
4. Eliminar ambientes que causem deterioração forçada. 5. Estabelecer rotinas de vericação diária e padrões de lubricação.
1. Restauração periódica da deterioração. 2. Fazer inspeções periódicas pelo uso dos cinco sentidos. 3. Melhoria da mantenabilidade.
1. Construir um sistema de manutenção preditiva. 2. Treinar pessoas para diagnosticar falhas. 3. Consolidar as atividades de melhoria.
6. Introduzir controles visuais.
FASE 1
FASE 2
FASE 3
FASE 4
REDUZIR A DISPERSÃO DO MTBF
PROLONGAR A VIDA ÚTIL DOS EQUIPAMENTOS
RESTAURAR PERIODICAMENTE AS DETERIORAÇÕES
PREDIZER A VIDA ÚTIL DOS EQUIPAMENTOS
f(t)
MTBF 2
MTBF 3
f(t)
MTBF 1
MTBM 1 MTBM 2
f(t)
MTBF 1
t
MTBM 1 MTBM 3
MTBF 3
f(t)
MTBF 1
t
MTBM 1 MTBM 4
MTBF 3 MTBF 1
t
MTBM 1 MTBM 4
t
MTBM 5 Esquema 19: As quatro fases para redução de falhas Fonte: adaptado de Suzuki (1994) e Lima (2000).
Com o desenvolvimento das quatro fases, conseguiremos reduzir as falhas dos equipamentos e alcançar os objetivos almejados com a melhoria especíca.
L A T O T A V I T U D O R P O Ã Ç N E T U N A M A D S E R A L I P O T I O S O
82
GESTÃO DA MANUTENÇÃO
SEÇÃO 4
PILAR EDUCAÇÃO E TREINAMENTO
O
O Ã Ç N E T U N A M A D O Ã T S E G
objetivo do pilar Educação e conhecimento e experiência Treinamento é promover um corretamente e reexivelmente sistema de desenvolvimento de modo contínuo. Acumular das pessoas (operadores e sistematicamente treinamento, mantenedores) de modo a experiência e informação possibilita capacitá-los ao cumprimento pleno que uma pessoa exerça um bom de suas funções. julgamento e aja apropriadamente. Quanto mais rapidamente uma Suzuki (1994) salienta que todas as pessoa detectar e tratar uma companhias que ganham prêmios de anomalia, mais alto será seu nível de PM têm respondido ao crescimento habilidade. acelerado das exigências de tecnologia e das habilidades através Um dos maiores desaos desse pilar do estabelecimento da educação está na manutenção do moral das e de sistemas de treinamento pessoas, para que estas apresentem projetados para maximizar o níveis elevados de atitude. Devepotencial de cada empregado. se desenvolver na empresa um ambiente motivador. Habilidade é a capacidade de fazer um trabalho, de aplicar Detectar um fenômeno
Entender e julgar
Agir prontamente
Percepção
Julgamento
Atitude
5 sentidos
Conhecimento
Habilidade
Treinamento, experiência e informação
Tempo
Esquema 20: Relação entre conhecimento, habilidade e atitude Fonte: Lima (2000).
O desenvolvimento das habilidades de um colaborador pode ser classicado e avaliado em quatro
níveis:
Nível 1: não tem conhecimento teórico e nem habilidade prática (precisa ser ensinado);
Nível 2: conhece na teoria, mas não na prática (precisa de treinamento prático); Nível 3: tem a prática dominada, mas não a teoria (não pode ensinar aos outros); Nível 4: domina a teoria e prática (pode ensinar aos outros).
OS OITO PILARES DA MANUTENÇÃO PRODUTIVA TOTAL
83
Não tem conhecimento teórico e nem habilidade prática O TREINAMENTO DEVE ser visto para satisfazer essas necessidades. Um aspecto importante antes de iniciar o treinamento é determinar
pode-se elaborar a “Matriz X de habilidades e conhecimentos”. Ela vincula as habilidades necessárias de cada cargo com os conhecimentos teóricos e práticos fundamentais. Para cada conhecimento pode ser elaborado um curso com apostila
o perl ideal dos operadores e
mantenedores. O treinamento deve ser minucioso e prático e se dirigir às necessidades uma de cada vez.
de treinamento especíco. O
Muito treinamento é inecaz.
De acordo com o Esquema 21, para identicar as habilidades
necessárias das pessoas e relacionálas com os conhecimentos, bem como a forma de desenvolvê-los,
desenvolvimento do conhecimento está relacionado com cada uma das etapas do processo e, em função do planejamento da implementação, deve ser ministrado em um certo momento. L A T O T A V I T U D O R P O Ã Ç N E T U N A M A D S E R A L I P O T I O S O
4 3 2 1
Passo manutenção autônoma
-
-
a r i e d l a c m e o d a z i l a i c e p s e o t n e m i c e h n o C
o ã ç a v i t o M
a c i s á b o ã ç a t n e m u r t s n I
s a n i u q á m e d s o t n e m e l E
a i c n e u q e s n o c , a s u a c , a h l a f e d o d o M
e p i u q e m e o h l a b a r T
o ã ç a c f i r b u l e d s o v i t i s o p s i D
s e t n a c f i r b u l e d s o p i T
o t o n i e r á m s i c s e e h c n e o n C
O G R A C
Habilidades necessárias Lubricar
Trabalhar em equipe Detectar anomalias Tornear Ler e interpretar instrumentos Inspecionar a caldeira Operar a caldeira Esquema 21: Matriz X de habilidades e conhecimentos
o r i o r i e r o e e ç n v r a e a J F M
o c i n â c e m r o d e n e t n a M
l i v i c r o d e n e t n a M
a r i e d l a c e d r o d a r e p O
-
-
84
GESTÃO DA MANUTENÇÃO
Conhece na teoria, mas não na prática PODEMOS CONSIDERAR NESSE estágio as pessoas que passaram com bom aproveitamento pelos treinamentos sobre os conhecimentos necessários para o bom desempenho de suas habilidades. Não estaremos
avaliando, ainda, as habilidades, porém é necessário assegurar que o operador conheça toda a carga de teoria existente por trás de suas atividades diárias.
Domina a teoria e a prática A MELHOR FORMA de treinamento de adultos será a autoinstrução. Procure despertar nas pessoas a necessidade de aprender e crie um ambiente propício para a autoinstrução. É necessário iniciar o treinamento desenvolvendo o O Ã Ç N E T U N A M A D O Ã T S E G
Teoria
conhecimento teórico, e depois praticá-lo, de modo a criar a habilidade (competência). O Esquema 22 indica a prática adequada para o treinamento de adultos.
Prática
Habilidade
Esquema 22: Conceitos básicos de treinamento de adultos
Ao realizar o treinamento, observe o seguinte:
c) os adultos aprendem apenas o que querem aprender.
a) evite promover treinamentos teóricos com mais de duas horas de duração;
Neste nível o operador estará em condições de ser um multiplicador do programa. Além de ter total domínio do tema a ser ensinado, o operador ou mantenedor deverão ter sido preparado com técnicas de ensinamento e didática.
b) além da autoinstrução, treinamentos práticos trazem melhores resultados;
Matriz de habilidades TEM COMO OBJETIVO deixar claro e visível o conteúdo do plano de treinamento e desenvolvimento dos operadores e mantenedores e o nível do estágio atual de capacitação de cada indivíduo. Deve car exposto
no local de trabalho, onde todos tenham acesso às informações e critérios adotados.
Na Matriz de Habilidades deverão constar as habilidades necessárias para o desempenho das atividades de cada função, em cada passo.
OS OITO PILARES DA MANUTENÇÃO PRODUTIVA TOTAL
PILAR PASSO LIMITE
1
O
E D A D I L I B A H
O Ã Ç N U F
NOME DO COLABORADOR
R S A A C I I L F I A T M N O E N D I A
MANUTENÇÃO AUTÔNOMA 1 2O 2O 3O 3O O
S E Õ R D A A Z P E R P A M R I O L B A L E
S O T N E M A P I U Q E R A R E P O
O P R A T E R P R E T N I
S A C I R N Ô A C I R C F I S T A N I E L A D I M O N A
R A C I F I R B U L
4
O
Q S O T N O P R A N O I C E P S N I
1
O
S E Õ R D A R P & R I A E R D O B A L E
MANUTENÇÃO PLANEJADA 1 2O 2O 3O 4O O
S A R B E U Q R A S I L A N A
S O D O M A R H A A F N I E M D R E T E D
S A H L A F R A S I L A N A
A E M F R A R O B A L E
E S I L Á N A M C R I R Z U D N O C
5
O
M P E S I L Á N A R I Z U D N O C
1
1
O G I R E P R A C I F I T N E D I
S E T N E D I C N I R A T A L E R
O
O
85
SEGURANÇA 2O 2O S O C S I R R A S I L A N A
E D A P A M S R I P A E R O B A L E
3O
4O
S P E E Õ E R D D A S E P I S I R E L A D Á R N O A B R A E L Z E A F
MARCOS R O D A R E P O
PAULO ANTERO JONAS FABRÍCIO GERALDO
R O D E N E T N A M
MARCIO MORETTO VALTER
Esquema 23: Exemplo de Matriz de habilidades Fonte: Lima (2001).
Veja no Esquema 23 um exemplo de Matriz de Habilidades, onde foram relacionadas as Habilidades
SEÇÃO 5
necessárias em cada pilar, em cada passo (LIMA 2001).
PILAR CONTROLE INICIAL
À
medida que os produtos se diversicam e seus ciclos
de vida se tornam mais curtos, cresce a importância de se encontrar maneiras de tornar mais eciente o desenvolvimento de
novos produtos e o investimento em equipamentos. O objetivo do MPT é reduzir drasticamente o tempo do desenvolvimento inicial até a produção de escala completa e atingir um Start up vertical (um funcionamento que seja rápido, livre de problemas e correto ao primeiro funcionamento), conforme ilustra o Esquema 25:
L A T O T A V I T U D O R P O Ã Ç N E T U N A M A D S E R A L I P O T I O S O
86
GESTÃO DA MANUTENÇÃO
Star up
Star up ) % ( E E O
Meta
) % ( E E O
Situação convencional
0
s a m e l b o r p e d o N
Meta Produção plena imediatamente após o Star up
0
s a m e l b o r p e d o N
Projeto Fabricação TesteInstalação
Instalação
Comissionamento
Teste Fabricação
Projeto Esquema 24: Situação convencional da instalação de um equipamento Fonte: Lima (2000).
O Ã Ç N E T U N A M A D O Ã T S E G
Esquema 25: Situação com a implementação do controle inicial Fonte: Lima (2000).
O Controle Inicial de Equipamentos pode ser entendido, então, como o conceito de se reduzir todas as perdas possíveis de ocorrerem,
operação, manutenção e reforma de equipamentos. Deve-se inserir nos equipamentos novos todas as
desde a fase de especicação
equipamentos similares existentes na fábrica.
até o Start up dos equipamentos, contemplando também as fases de
modicações já incorporadas em
Os procedimentos para o controle inicial O PROCEDIMENTO A seguir assegura que o controle incial evolua
compreensivelmente e ecazmente
(SUZUKI, 1994; LIMA, 2001).
PASSO 1: INVESTIGAR E ANALISAR A SITUAÇÃO ATUAL Investigue e analise os problemas ocorridos nos últimos dois anos, pois os mesmos reetem a situação
atual. Para isso, você deve seguir as seguintes instruções: a) determinar o uxo atual de trabalho das atividades de controle inicial; b) identicar os problemas existentes no uxo atual;
c) entender os resultados conseguidos com as contramedidas nos estágios de testes de fabricação, testes de produção e produção inicial;
d) entender os atrasos ocorridos nos estágios de testes de fabricação, testes de produção e produção inicial; e) estabelecer ações necessárias para prevenção de possíveis problemas em cada estágio do controle da produção inicial; f) descobrir quais informações estão sendo coletada com o propósito de projetar produtos e equipamentos com altos níveis de aplicação, fabricação, fáceis de assegurar qualidade, manutenibilidade, conabilidade, segurança e ecácia competitiva.
OS OITO PILARES DA MANUTENÇÃO PRODUTIVA TOTAL
87
PASSO 2: ESTABELEÇA UM SISTEMA DE GESTÃO DA FASE INICIAL Use a informação obtida no Passo 1 para construir um novo, melhorado sistema de gestão da fase inicial, que seja mais próximo do ideal. Faça isso de acordo com os seguintes passos: a) identique e esboce a estrutura básica do sistema de gestão da
fase inicial exigido e dena seu
escopo de aplicação; b) colete e armazene dados e informações necessárias para a gestão da fase inicial; c) estabeleça e revise os padrões, manuais e formulários necessárias para operar os sistemas em 1 e 2 acima.
PASSO 3: APRIMORAMENTO E TREINAMENTO SOBRE OS NOVOS SISTEMAS ESTABELECIDOS Inicie projetos modelos para realçar o sistema e melhorar a apresentação de cada um. Selecione assuntos sucientes para todos os projetistas
experimentarem o novo sistema e assegure-se que os assuntos estão dentro da capacidade dos projetistas. a) desenvolva as atividades passo a passo para cada fase da gestão da fase inicial e para cada assunto;
b) ao mesmo tempo, dê treinamento a pessoas sobre técnicas padronizadas exigidas na implementação do novo sistema; c) a cada passo, avalie o entendimento das pessoas; d) use os resultados desta avaliação para aumentar ou modicar o
sistema e os vários padrões e formulários; e) documente os benefícios obtidos pelo uso do sistema.
PASSO 4: APLIQUE O NOVO SISTEMA COMPREENSIVELMENTE Aplique o novo sistema compreensivelmente de modo que: a) aplicar o novo sistema para todo o pessoal envolvido (expanda seu alcance para todas as áreas); b) otimizar o custo do ciclo de vida; c) identicar problemas para cada tema e etapa do controle inicial, buscando a produção em larga escala, conforme planejado na fase de Start up; d) estudar os benefícios do novo sistema. Analise qualquer
problema que ocorra depois da planta ser comissionada. Investigue e padronize métodos para tapar as lacunas durante as fases iniciais e tente alcançar um nível vertical do Start up no programa. Ao projetar novos equipamentos, observe as características básicas necessárias ilustradas no Esquema 26.
L A T O T A V I T U D O R P O Ã Ç N E T U N A M A D S E R A L I P O T I O S O
88
GESTÃO DA MANUTENÇÃO
Conabilidade
Mantenabilidade
1. Característica que não causa perdas ou redução da função
1. Característica que facilita a avaliação e restauração da deterioração
2. Baixa taxa de falhas
2. Fácil de diagnosticar a deterioração
3. Baixa taxa de pequenas paradas
3. Fácil de inspecionar
4. Baixa taxa de defeitos
4. Fácil de diagnosticar falhas
5. Poucos ajustes
5. Fácil de substituir componentes
6. Estabilidade do ciclo de operação
6. Fácil de lubricar
7. Precisão fácil de ser medida
Operabilidade
Mantenabilidade Autônoma
1. Característica que torna fácil, rápido e correio o manuseio e operação
1. Característica que facilita aos operadores a condução de atividades básicas de manutenção em curto período de tempo
2. Fácil de identicar os parâmetros O Ã Ç N E T U N A M A D O Ã T S E G
operacionais
2. Fácil de limpar, inspecionar e lubricar
3. Fácil de executar o Set up e ajustes
3. Fácil de medir a precisão
4. Fácil de substituir ferramentas 5. Fácil de acessar os comandos 6. Fácil de se transportar e instalar
Segurança
Economia de recursos
1. Característica de equipamentos livre de perigos
1. Uso eciente de recursos, como energia, lubricantes, ferramentas,
2. Partes móveis protegidas
etc.
3. Poucas projeções estruturais
2. Consumo eciente de recursos
4. Livre de cantos vivos e arestas cortantes
3. Altos níveis de reciclagem de recursos Esquema 26: Características básicas necessárias aos e quipamentos
SEÇÃO 6
PILAR MANUTENÇÃO DA QUALIDADE
O
objetivo do pilar Manutenção da Qualidade é garantir zero defeito de qualidade, mantendo condições ideais de materiais, equipamentos, métodos e pessoas. Atualmente, a qualidade dos produtos depende grandemente
das condições dos equipamentos. Em ambientes onde a intervenção humana está diminuindo, os objetivos da manutenção da qualidade são de manter e constantemente melhorar a qualidade através de uma manutenção ecaz do equipamento.
OS OITO PILARES DA MANUTENÇÃO PRODUTIVA TOTAL
Nas indústrias de processo, onde a qualidade do produto é obtida por meio do processo, os departamentos de produção devem rever seus sistemas de segurança de qualidade com o objetivo de garantir qualidade através do gerenciamento do equipamento.
especicada. Os defeitos potenciais
de qualidade são previstos pela análise das tendências nos valores medidos, e prevenidos através da realização de medidas com antecedência (SUZUKI, 1994). Em vez de controlar resultados pela inspeção dos produtos e agir contra os defeitos que já ocorreram, a manutenção da qualidade na MPT objetiva prevenir os defeitos de qualidade de ocorrerem. Isso
A manutenção da qualidade consiste em atividades que estabelecem as condições do equipamento para que o mesmo não produza defeitos de qualidade, isto é, manter o equipamento em condições perfeitas para produzir produtos perfeitos. Os defeitos de qualidade são prevenidos
é cumprido pela identicação dos pontos de vericação das condições
do processo e do equipamento que afetam a qualidade, pela sua mensuração periodicamente e tomada de atitude adequada. O
periodicamente pela vericação
e mensuração das condições do equipamento (temperatura, pressão, vazão, entre outras) e
Esquema 27 ilustra a losoa zero
defeito que deve ser desenvolvida pelas empresas que implementam MPT.
pela vericação de que os valores
medidos situam-se dentro da faixa
Origens dos defeitos de qualidade Materiais
Equipamentos
Métodos
Pessoas
Estabelecer condições dos materiais produzindo zero defeitos
Estabelecer condições do equipamento produzindo zero defeitos
Estabelecer condições de métodos produzindo zero defeitos
Estabelecer condições de operação produzindo zero defeitos
Comprar materiais que não irão criar defeitos
Procurar equipamento que não irá criar defeitos
Procurar métodos que não irão criar defeitos
Desenvolver fornecedores de qualidade
Melhorar equipamentos para eliminar defeitos
Melhorar métodos para eliminar defeitos
Desenvolver materiais que não irão produzir defeitos
Construir equipamentos que não irão produzir defeitos
Planejar métodos que não irão produzir defeitos
Desenvolver operadores competentes Manutenção autônoma + Desenvolvimento de habilidades
Detectar anomalias Corrigir e restaurar Manter e controlar
DEFEITOS DE ZERO QUALIDADE Esquema 27: Filosoa básica zero defeito Fonte: adaptado de Suzuki (1994).
89
Criar e manter condições livres de defeitos
L A T O T A V I T U D O R P O Ã Ç N E T U N A M A D S E R A L I P O T I O S O
90
GESTÃO DA MANUTENÇÃO
SEÇÃO 7
PILAR SEGURANÇA HUMANA E AMBIENTAL
O
O Ã Ç N E T U N A M A D O Ã T S E G
objetivo da MPT em relação ao gerenciamento da segurança é tornar o trabalho mais seguro, baseado no gerenciamento dos equipamentos e das pessoas que com eles se relacionam. Isso pode ser entendido como o desenvolvimento de um sistema Homem/Máquina mais seguro, cujo objetivo é a obtenção de acidente zero e poluição zero.
Gerenciar a segurança pode ser entendido como um conjunto de atividades e recursos utilizados para controlar as diversas variáveis (principalmente as falhas) que podem levar à ocorrência de acidentes.
Podemos entender acidente como um evento indesejado e inesperado que pode resultar numa lesão, doença ocupacional, danos à propriedade, interrupção do processo produtivo, afetar a qualidade do produto, causar danos ao meio ambiente e à comunidade. Geralmente é o resultado de um contato com substâncias e/ou uma fonte de energia acima do limite de resistência do corpo ou estrutura.
forma mais ecaz e harmoniosa.
Podem provocar
Acidente
Levam à ocorrência Condição abaixo do padrão
Assim, na MPT, gerenciar a segurança signica garantir a
manutenção da tranquilidade, pois em um ambiente seguro as pessoas desempenham suas atividades de Em grande parte dos casos os acidentes estão sempre relacionados com anormalidades originadas nas falhas operacionais e de manutenção. Anormalidades vinculadas com condições abaixo do padrão também podem levar à ocorrência de acidentes. Assim, falha zero e zero perda são prérequisitos fundamentais para obtenção de zero acidente.
Intervenção na máquina
Geram a necessidade Anormalidade ou inconveniência
e
Provocam Falhas
Operacional
Esquema 28: Relação entre falhas e acidentes
Manutenção
OS OITO PILARES DA MANUTENÇÃO PRODUTIVA TOTAL
Nas empresas que desenvolvem o MPT e conseguem alcançar a ocorrência de zero acidentes devese ao fato de que os três fatores causais mostrados no Esquema 28 são minuciosamente tratados dentro do seu contexto metodológico. A combinação de fatores Mecânicos e/ou Ambientais, Gerenciais e Pessoais pode levar à ocorrência de um acidente. No entanto, existem
Ocorrência de acidentes
91
diferenças pessoais que determinam as características da combinação (conhecimento, habilidade, atitude, força física, etc.). A falta de controle administrativo (procedimento inexistente, inadequado ou não cumprido) dá origem a certas causas básicas (fatores pessoais e mecânicos) que ocasionam acidentes.
Fatores mecânicos e/ou ambientais (Condições abaixo do padrão)
Combinação dos fatores Fatores gerenciais Fatores pessoais (Condições administrativas)
(Atos abaixo do padrão)
Esquema 29: Mecanismo de ocorrência de acidentes
O ato abaixo do padrão é a violação de um procedimento aceito como seguro que pode causar um acidente e as consequentes perdas. A condição abaixo do padrão é uma condição ou circunstância física perigosa em equipamentos, instalações, máquinas, ferramentas ou ambiente que pode ocasionar um acidente e as consequentes perdas.
inesperado que, sob circunstâncias ligeiramente diferentes, poderia ter causado lesões, doenças, danos materiais, afetar o processo produtivo, a qualidade do produto, danos ao meio ambiente e à comunidade. A grande diferença entre acidente e incidente é que na ocorrência de um incidente não há o contato com a fonte de energia.
Outra forma de atuar nos acidentes, de forma preventiva, é através do relato de incidentes por parte dos funcionários.
Os incidentes podem ser relatados pelo uso de duas etiquetas de
Os incidentes são geralmente conhecidos como quase acidentes. É um evento não desejado e
de segurança e a outra deve car
identicação de anomalias: uma das
etiquetas vai para o departamento exposta para sinalizar o local, chamando para o perigo que ali existe.
L A T O T A V I T U D O R P O Ã Ç N E T U N A M A D S E R A L I P O T I O S O
92
GESTÃO DA MANUTENÇÃO
SEÇÃO 8
PILAR MPT OFFICE
A
s atividades da MPT nos departamentos de apoio e administrativos não envolvem o equipamento de produção. Esses departamentos aumentam sua produtividade pela melhor documentação dos sistemas administrativos e pela redução das perdas e dos desperdícios. Eles podem ajudar a elevar a eciência
do sistema de produção pela melhoria de cada tipo de atividade organizada que apoia a produção. Suas contribuições para a direção suave do negócio devem ser mensuráveis. O Ã Ç N E T U N A M A D O Ã T S E G
De acordo com Suzuki (1994),
diferente dos departamentos de produção, os departamentos, tais como, o de planejamento, desenvolvimento, engenharia, e de administração não acrescentam valor diretamente. No entanto, especialista em sua área particular, sua responsabilidade principal é processar informação, aconselhar e ajudar com as atividades do departamento de produção e de outros departamentos, e auxiliar na redução de custos. Sua segunda tarefa é possibilitar que a companhia responda rapidamente às mudanças realizadas no ambiente social e de negócios, sendo melhor que a competição. Isto signica
melhorar sua própria produtividade, cortar custos e ajudar a empresa a cumprir os desenvolvimentos
estratégicos que a alta direção prevê. Sua terceira tarefa, baseada nas anteriores, é ganhar a conança do
cliente e criar uma imagem conjunta notável. Para perseguir esses objetivos através da MPT, os departamentos de apoio e administrativos devem denir sua missão respondendo
às seguintes perguntas: Como podemos apoiar as atividades de MPT do departamento de produção e de outros departamentos?; Que assuntos devemos dirigir para maximizar nossa própria eciência? De acordo com Suzuki (1994), a
função dos departamentos de apoio e administrativos pode ser melhorada de duas maneiras: a) melhorando a eciência, assim, cada departamento pode realizar satisfatoriamente sua função em particular; b) desenvolvendo as pessoas para que sejam capazes de dar suporte e de melhorar continuamente o novo e mais eciente sistema.
Implementar o pilar MPT ofce signica eliminar as perdas
produtivas ainda no meio administrativo. É, sobretudo, organizar o escritório de modo que não haja burocracia e que o uxo
de informações seja facilmente identicado por todos.
RESUMINDO Nesta seção limitamos nossa apresentação sobre esse assunto com um texto introdutório. No entanto, salientamos que Suzuki (1994) e muitos outros autores apresentam todas as etapas necessárias para implementar a MPT nos departamentos de apoio e administrativos.
OS OITO PILARES DA MANUTENÇÃO PRODUTIVA TOTAL
93
Autoavaliação 4 1 O que é a Manutenção Autônoma? Qual a sua importância na MPT?
2 Quais as etapas para conduzir a Manutenção Autônoma?
3 De acordo com o que foi apresentado, quais os principais métodos de Manutenção Planejada?
4 Com relação às ações de manutenção realizada em um veículo automotor, associe as colunas abaixo: (A) Substituição do óleo do motor a cada 10.000 Km. (B) Substituição do escapamento, devido ao aparecimento de furos originados pela corrosão. (C) Recall para substituição do mecanismo de rebatimento do banco traseiro. (D) Vericação do nível de óleo do motor e, se necessário, completar. (E) Avaliação do nível global de vibração do motor para identicar falhas que devem ser
corrigidas.
L A T O T A V I T U D O R P O Ã Ç N E T U N A M A D S E R A L I P O T I O S O
94
GESTÃO DA MANUTENÇÃO
(
) Manutenção Corretiva.
(
) Manutenção Preventiva-rotina.
(
) Manutenção Preventiva-periódica.
(
) Manutenção Preventiva-preditiva.
(
) Manutenção por melhorias.
5 Quais são as principais características da Manutenção Centrada em Conabilidade (MCC)?
O Ã Ç N E T U N A M A D O Ã T S E G
6 Cite cinco indicadores de produção utilizados para avaliar os resultados da própria produção.
7 O que representa a habilidade de um operador?
OS OITO PILARES DA MANUTENÇÃO PRODUTIVA TOTAL
95
L A T O T A V I T U D O R P O Ã Ç N E T U N A M A D S E R A L I P O T I O S O
96
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S A I C N Ê R E F E R
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GESTÃO DA MANUTENÇÃO
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S A I C N Ê R E F E R
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RESPOSTAS DAS ATIVIDADES DE AUTOAVALIAÇÃO Autoavaliação 1 1 A manutenção autônoma era realizada pelos próprios operadores das máquinas até o século XVI. No século XIX necessitou de pessoal especializado nas áreas de manutenção elétrica e mecânica, devido à complexidade dos equipamentos. A manutenção começou a se organizar com a produção em série no início do século XX, surgindo os primeiros setores de manutenção. A manutenção, até então, era puramente corretiva. Com o crescimento da indústria aeronáutica surgiu a manutenção preventiva. A partir dos anos 1960 surge a engenharia de manutenção e com o aparecimento dos computadores surge a manutenção preditiva. 2 O enfoque era garantir: maior disponibilidade e conabilidade das máquinas;
maior segurança; melhor qualidade dos produtos; ausência de danos ao meio ambiente; maior vida útil dos equipamentos; e menores riscos. 3C A B
Autoavaliação 2 1 E; F; I; H; A; C; G; B; D
Autoavaliação 3 1 Em síntese, as principais metas são a falha zero e quebra zero dos equipamentos, associadas ao defeito zero nos produtos e à perda zero no processo. 2 O aluno deverá analisar os aspectos da empresa visando promover a revolução mental de todos os funcionários, por meio da participação nas atividades de PM, visando zero defeito e acidente zero, para incremento da produtividade e redução dos custos. 3 As principais práticas da MPT são: quadros de gestão da rotina; auditorias; lições de um ponto (LUPs); reuniões.
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Autoavaliação 4 1 A Manutenção Autônoma é um processo que visa capacitar os operadores, de maneira a torná-los aptos a promover melhorias no seu ambiente de trabalho para elevar os níveis de produtividade da empresa. Ela é fundamental na MPT, pois desenvolve habilidades nos operadores para que eles próprios possam realizar algumas tarefas de manutenção. 2 As sete etapas são: a) limpeza inicial; b) combate às fontes de sujeira e locais de difícil acesso; c) elaboração de normas provisórias de limpeza e lubricação; d)
inspeção geral; e) inspeção autônoma; f) padronização; g) consolidação da MPT. 3 Os Métodos de Manutenção expressam a maneira pela qual é realizada a intervenção nos equipamentos. Os métodos são: a) manutenção corretiva; b) manutenção preventiva-rotina; c) manutenção preventiva-periódica; d) manutenção preventiva-preditiva; e) manutenção por melhorias. 4B D A E C 5 A MCC identica os modos de falha que afetam as funções, determina a
importância de cada falha funcional a partir de seus modos de falha e seleciona as tarefas aplicáveis e efetivas na prevenção das falhas funcionais. 6 Os indicadores de produção podem ser: Produtividade; Eciência Global dos
Equipamentos (OEE); Disponibilidade; Número de Falhas; Taxa de Falhas. 7 É a capacidade de fazer um trabalho, de aplicar conhecimento e experiência corretamente e reexivelmente, de modo contínuo.
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