MELLO, PAULO THIAGO. Pendura essa (1).doc

23ª Reunião da Associação Brasileira de Antropologia Gramado, RS., 16-1 de !un"o de 2##2

$%rum &rocessos 'nstitucionais de Administração de (on)litos e &rodução de *erdade no +spaço &lico   Aordagens 'nterdisciplinares em uma &erspecti/a (omparada (oordenadores0 Roerto ant de ima 45$+&5$$7 e &edro Bod8 de 9oraes RG*5$&R7

5ni/ersidade $ederal $luminense 5$$7 'nstituto de (i8ncias :umanas e $iloso)ia '(:$7 &rograma de &%s-Graduação em Antropologia e (i8ncia &ol;tica  &&GA(&

&endura +ssa A complein"ança do Rio do ?aneiro Autor0 &aulo @"iago de 9ello rientador0 &ro) Cr. 9arco Antonio da Sil/a 9ello

Paulo Thiago de Mello Rua General Polidoro, 58 aptº 706 Bloco 1 Botafogo, Rio de Janeiro, RJ !!!80"001 tel# $!1% !!&&"7'(8 e")ail# *tiagode)ello+alterneco)-r. *tiagode)ello+alterneco)-r.

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'ntrodução

/o ua2e uatro hora2 da tarde e a 2ele3o -ra2ileira e2t4 pre2te2 a entrar e) ca)po contra o ti)e nacional da atalunha pe2ar de 2er u) ogo treino, a par" tida te) relatia i)port9ncia, 2endo u)a tentatia de )o2trar ue, a 1( dia2 do in:cio da opa do Mundo, a co)i22o t;cnica final)ente 2uperou o2 pro-le)a2 da fa2e preparat2 de )aio no Rio de Janeiro  dega da ?elha co)e)ora a te)peratura faor4el ao2 negncio e )ant>) u)a epre22o ap4tica at; ue o Bra2il, nu)a co-ran3a de falta, a-re o placar C) a Aero, chute i)pec4el de Ronaldinho GaDcho E)ediata)ente a at)o2fera do -ar 2e altera  eplo2o de alegria ; aco)panhada por co)ent4rio2 entre o2 fregue2e2 de )e2a2 diferente2, elogiando o gol e a de2treAa t;cnica do ogador /egue)"2e o2 progn<2tico2 2o-re a2 chance2 do Bra2il na opa Fntre e2peran3o2o2 e c;tico2, o2 cliente2 inicia) u) de-ate e logo -oa parte da2 )e2a2 da cal3ada e2t4 integrada nu)a ani)ada coner2a ora do 9ngulo da telei2o 2o-rara) tr>2 )e2a2, e) u)a dela2 tr>2 )ulhere2 na faia do2 &5 ano2 coner2a) alheia2 ao  ogo F) outra )e2a, outro trio de )ulhere2, e2te na faia do2 (5 ano2, entretida2 no2 2eu2 a22unto2, ta)-;) ignora) a p4tria de chuteira2 Tal 2egrega3o entre ho)en2 e )ulhere2 2e dee H partida de fute-ol, ue atraiu o intere22e do2 fre@entadore2 )a2culino2 e o2 reuniu e) u)a 4rea onde fo22e po22:el aco)panhar o eento pela telei2o I ogo ; u) )o)ento etra" ordin4rio, per)itindo ao o-2erador perce-er o ue 2e altera e o ue 2e )ant;) no cotidiano do -ar o22e u) 24-ado conencional, a2 )e2a2 e2taria) )i2tura"

!

da2 nor)al)ente, 4 ue a deguinha ; u) e2pa3o fre@entado por ho)en2 e )ulhere2 Fncontrar u)a ou outra da)a de2aco)panhada, -e-endo 2eu chope 2o- o olhar protetor da ca2a no ; u)a cena rara J4 a integra3o entre cliente2 e) )e2a2 diferente2 ocorreria co) )enor inten2idade, a )aioria da2 eAe2 entre fregue2e2 con2tante2 ou iAinho2 da rua ue 2e reconhece) no -ar Adega da *el"a, ar de /i>in"ança

  deguinha ; u) -oteui) de iAinhan3a de Botafogo, -airro de cla22e );dia na ona /ul do Rio de Janeiro 1  ca2a pertenceu a u)a 2enhora portugue2a K da: o no)e dega da ?elha K )a2 e) 1'7' ranci2co Rufino, o hico, cearen2e de arir; $cidade pr<i)a a /o-ral%, a22u)iu o controle da ca2a, tran2for)ando o e2" ta-eleci)ento e) u) -oteui) e2pecialiAado na coAinha norde2tina, 2erindo car" ne de 2ol, ueio coalho, carne 2eca, -aio"de"doi2, entre outra2 precio2idade2 da regio F) )o)ento2 de confraterniAa3o e2peciai2, hico at; )e2)o prepara, a pedido da fregue2ia, co)pleo2 prato2, co)o -uchada de -ode e galinha ao )o" lho pardo ao Le2tilo cearen2e  ca2a ; fre@entada -a2ica)ente por )oradore2 da2 redondeAa2, ho)en2 e )ulhere2, 2endo u) t:pico -oteui) de iAinhan3a l" gun2 grupo2 de fregue2e2 inclu2ie o H deguinha co) tanta inten2idade ue ; po22:el encontr4"lo2 pratica)ente todo2 o2 dia2 no -ar, ap<2 o tra-alho I e2ta-eleci)ento te) tr>2 a)-iente2  parte antiga, onde al;) do -alco e2to peuena2 )e2a2 de )adeira e) u) e2pa3o e2treito No teto, u)a profu2o de ca-a3a2 e folha2 2eca2 do u) ar ua2e -arroco a e2ta parte do -ar 4 ainda u) grande 2ino de aca, ue ; u2ado e) tr>2 oca2iOe2, dua2 dela2 ritual:2tica2# anunciar a alegria de hico uando u) fregu>2 uerido chega H deguinha ! co" )e)orar o2 gol2 ou it
 I ter)o -oteui) de iAinhan3a 2e contrapOe ao -ar de pa22age) Fnuanto o pri)eiro te) u)a fre@>ncia a22:dua do2 )e2)o2 fregue2e2, e2te Dlti)o ; caracteriAado pelo con2tante rod:Aio de cliente2 !

  reer>ncia do 2ino ; tratada )uita2 eAe2 o co2a)ente, co) algun2 fregue2e2 2e referindo H2 -adalada2 co)o a 2auda3o ao Lcorno $o 2ueito tra:do pela )ulher, ofen2a da2 )ai2 grae2 no )eio )a2culino%

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na ca2a, nor)al)ente de carne2 ue 4 fora) preia)ente a22ada2 li ta)-;) 2e localiAa o e:guo e2pa3o do caia, a grade co) a2 co)anda2 da2 )e2a2 e o ta-uleiro co) a2 conta2 pendurada2  chopeira, da Brah)a, fica igual)ente atr42 do -alco, 2o- o ual 2e ar)aAena o 2i2te)a de chope, co) o2 -arri2 guardado2 e) c9)ara2 gelada2  -e-ida e2t4 localiAada eagerada)ente pr<i)a H chapa, o ue, de acordo co) hico, 2e con2titui e) u) grae pro-le)a, poi2 o calor ele" a a te)peratura do chope Fle eplica ue a falta de e2pa3o no per)ite outra 2olu3o e ue, 2e no fo22e por i22o, 2eu chope di2putaria co) o2 )elhore2 -are2 do Rio Q cho u) a-2urdo o 2ueito no oferecer o )elhor 2eri3o /ei ue )eu -ar ; li)itado, )a2 aui eu fa3o o )elhor ue po22o, 2e)pre Meu chope 2< no ; )elhor por cau2a da chapa, ue e2uenta o a)-iente Fu ganho dinheiro ; na chapa No po22o a-rir )o dela Tenho euipa)ento aui para faAer u) -o) chope = )aterial de pri)eira, )a2 a chapa e2uenta o a)-iente Por fi), no fundo, e2t4 a )inD2cula coAinha, onde 2o a22ada2 a2 principai2 carne2 da culin4ria da deguinha( 4 ainda u) 2alo, for)ando u)a 4rea )ai2 re2erada, )a2 ue 2< co2tu)a encher no2 dia2 de ero, e2pecial)ente na hora do al)o3o, ou no2 dia2 de chua, uando 2e torna ini4el ocupar a cal3ada I 2alo ta)-;) ; procurado por ca2ai2, e) -u2ca de )aior priacidade, 4 ue ; u) e2pa3o i2olado da rua por u)a itrine e porta F2ta parte da deguinha, na erdade, ; u) aneo ue pouco te) a er co) o re2to do -ar o) )e2inha2 e) de2enho )oderno, co)" prada2 H u)a f4-rica e2pecialiAada e) /o Paulo, coluna2 co) e2pelho, outro aparelho de telei2o de !8 polegada2 e u) potente condicionador de ar, foi no 2alo ue hico depo2itou 2ua2 )aiore2 e2peran3a2 de ue o e2ta-eleci)ento a22u)i22e u) ar de re2taurante No entanto, o pD-lico prefere o e2pa3o a-erto da cal3ada, ocupada pela2 )e2inha2 e2trategica)ente colocada2 de )odo a no -lo" uear o ca)inho do2 tran2eunte2 ali, 2e pode o-2erar o )oi)ento da rua, u) do2 pa22ate)po2 preferido2 t:pico2 de ue) e2t4 no -oteui) (

 C) do2 pain;i2 da deguinha ai2a# hico, o rei do2 a22ado2 e fato, o card4pio confir)a# u)a de 2ua2 de2treAa2 culin4ria2 ; o preparo do2 )ai2 ariado2 tipo2 de carne a22ada# pernil, lo)-inho e, )ai2 e2poradica)ente, leito, carneiro e ca-rito

&

A Adeguin"a no uni/erso dos ote=uins

I2 tra-alho2 ue trata) do -oteui), na erdade, t>) predo)inante)ente co" )o o-eto o alcooli2)o, a )arginalidade ou ue2tOe2 de g>nero No Bra2il, u) do2 pouco2 tra-alho2, taleA o Dnico, ue a-orda) o -oteui) co)o te)a e) 2i K i2to ;# o ue ele repre2enta para a2 pe22oa2 ue o fre@enta) K ; o 4 cl422ico artigo de SuiA ntonio Machado da /ila, LI 2ignificado do -oteui) = co)o 2e o -oteui), por 2i 2<, no fo22e u) te)a i)portante para a2 ci>ncia2 2ociai2 I pr
 /ES?, 1'78, p 7'  LSe2 -ar2 repr;2ent un a2pect i)portant de la ie a);ricaine El2 con2tituent un ecellent l a-ora" toire dU;tude du co)porte)ent hu)ain2 )ai2 u2uUici lUanthropo logue afaint dUignorer lUint;r;t ue pr;2entait un tel o-et dU;tude /PRSFV, 1'7', p 7 6  LSe2 -ar2 offrent une occa2ion uniue d;tudier certaine2 de2 aleur2 e t de2 nor)e2 en cour2 dan2 la 2ociet; a);ricaine Sa ie 2ociale dan2 un -ar entraWne nota-le)ent de fr;uente2 inte rac" 5

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g>nero ;, co) certeAa, u) do2 a2pecto2 funda)entai2 da ida do -oteui)  pr farto )aterial 2o-re i22o, 4 ue ; u) -oteui) de fregue2ia )i2ta  ue2to do2 2eg)ento2 2ociai2 ta)-;) ; central no e2tudo do2 -oteuin2, 2endo e22encial no tra-alho de Machado e e) e2tudo2 ue )o2tra) a i)port9ncia do -oteui) no cotidiano da cla22e oper4ria -ra2ileira 7 e acordo co) Fliah nder2on, o2 -are2 na2 4rea2 )ai2 po-re2 do2 grande2 centro2 ur-ano2 a)ericano2 euiale) ao2 clu-e2 2ociai2 da2 cla22e2 )ai2 a-a2" tada2 /o i)portante2 e2pa3o2 de reunio e encontro para e22a2 popula3Oe2 ca" rente2, ue no2 F2tado2 Cnido2 conie) ainda co) u)a forte tradi3o 2egrega" 3o racial8 e22e )odo, co)o ele aponta, “as pessoas pobres, da classe trabalhadora urbana tendem a e)perimentar seus bares locais muito mais do que meros estabelecimentos comerciais. Eles estabelecem os par6metros para uma sociabilidade e lugares onde os moradores da vizinhan0a podem ganhar um sentido de utilidade7 nder2on afir)a, de22e )odo, ue o -ar pertence a e2ta popula3o ou iAinhan3a e, portanto, ele2 e2ta-elece) a2 regra2 de conduta, coni>ncia e 2ocia-ilidade F, uando 2ente) ue e22e2 alore2 e2to 2endo a)ea3ado2, o2 defende) co) fir)eAa Machado, ao e2ta-elecer u)a di2tin3o entre o -oteui) e a2 de)ai2 ca2a2 de -e-ida2, aponta algu)a2 caracter:2tica2, 2endo a principal dela2, para ele, a cla22e 2ocial do2 fre@entadore2 F)-ora o e2tilo de ida, a i2o de )undo 2e"  a) predo)inante)ente de pe22oa2 da cha)ada Lca)ada popular, ; po22:el e at; relatia)ente co)u) no Rio de Janeiro ta)-;) encontrar -oteuin2 ue 2o fre@entado2 por pe22oa2 da cla22e );dia, co) o )e2)o 2entido de e2pa3o de 2ocia-ilidade e congra3a)ento Machado enu)era, por ee)plo, a e2pecialiAa3o

tion2 entre le2 gen2, e plu2 2ouent entre de2 ho))e2 et de2 fe))e2 El  rXgne ha-ituel le)ent une at)o2phXre de d;tente et de 2)pathie ui per)et au gen2 de 2Uepri)er 2an2 aoir H tenir co)pte de2 contrainte2 uUi)po2e la ie uotidienne Mai2 de tel2 co)porte)ent2 lai22ent au22i fil" trer ce2 aleur2 profond;)ent enfouie2, dont on parle rare)ent, ui fondent lUordre 2ocial E- id p 10 7  ?ea o2 tra-alho2 de /idne halhou- e Maria EAilda de Mato2 8  No2 F2tado2 Cnido2, h4 4rio2 tra-alho2 ue trata) do2 -are2 tanto do ponto de i2ta de g>nero e de 2eg)enta3o 2ocial, co)o ta)-;) de e2pa3o2 raciai2 ?er 2o-retudo METFSS '  L8he urban poor and 9or:ing-class people are li:el; to e)perience their local taverns as much more than commercial businesses. 8he; provide settings for sociabilit; and places 9here neighborhood residents can gain a sense of self-9orth*  $NFR/IN, 1'78, p 1%

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do e2ta-eleci)ento $roda2 de 2a)-a, prato2 t:pico2, ponto de LaAara3o e paue" ra etc% co)o u) do2 fenY)eno2 ue atrairia) o 2eg)ento );dio para o -oteui) I2 -are2 da iAinhan3a eerce) igual)ente o papel de atrair o2 )oradore2 do2 arredore2 o ue, e) cidade2 co)o o Rio de Janeiro e Niterncia relatia)ente )i2turada no ; inco)u), e)-ora haa 2e)pre a predo)in9ncia de u) ou outro grupo 2ocial, dependendo do -ar e de 2ua localiAa3o Na erdade, ; )ai2 co)u) )e)-ro2 da cla22e );dia fre@entare) -oteuin2 populare2 do ue o opo2to, 4 ue 4rio2 )ecani2)o2 2o po2to2 e) pr4tica, 2o-retudo pelo dono do e2ta-eleci)ento, para ini-ir a pre2en3a do2 2eg)ento2 )ai2 po-re2 e) -are2 de cla22e );dia Na dega da ?elha, hico, por ee)plo, controla a fre@>ncia de 2eu -ar 2o-retudo atra;2 do2 pre3o2 do2 produto2 F2ta ; a ar)a )ai2 eficaA para garantir u)a fregue2ia L2eleta  do2e de cacha3a, por ee)plo, cu2ta )uito )ai2 caro do ue e) outro2 -are2 da )e2)a rua Q Zuando u) p;"de"chinelo entra na dega e pede u)a do2e de cacha3a, digo logo o pre3o Q afir)a ele Q F, uando o 2ueito recla)a, ai2o ue no -oteui) e) frente cu2ta a )etade epoi2 de refletir u) pouco, hico acre2centa# Q No uero e22e tipo de cliente, ue co2pe no cho e no te) educa3o F) 2ua etnografia 2o-re u) -oteui) da feira central de a)pina Grande $PB%, Pedro Na2ci)ento ta)-;) aponta o pre3o do produto2 co)o ele)ento fun" da)ental na 2ele3o da clientela F) contrapo2i3o ao -ar ue pe2ui2a, Na2ci" )ento con2tata# “ncia ne2te -ar )ai2 caro ; igual)ente )ai2 L2eleta, e) rela3o ao -oteui) Lp;"2uo, Lco2pe"gro22o, L-unda"de"fora, L-iro2ca, Ltendinha etc ad)ite"2e u) pu-lico )ai2 ariado, e)-ora co) predo)in9ncia do2 2eg)ento2 )ai2 po-re2# “!essoas de camadas sociais distintas o freq/entam, mas o corpo principal é formado por   pessoas das camadas bai)as11 10

 N/EMFNTI, 1''5 p17  E- Ed, p 18

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Para o dono da dega da ?elha, o controle da fre@>ncia e2t4 direta)ente rela" cionado H 2o-rei>ncia de 2eu negncia o2 ele)ento2 ue o di2tingue da concorr>ncia# a ualidade de 2ua co)ida, o trata)ento di2pen2ado ao2 fregue2e2, a li)peAa da ca2a, a2 condi3Oe2 de conforto ue 2eu e2ta-eleci)ento oferece e a fregue2ia 1! Me2)o uando a co)para3o ; e) rela3o a re2taurante2 Lchic2, 2uperiore2 e) 2tatu2 H deguinha, hico reconhece a2 diferen3a2 de2antao2a2, )a2 2e) 2e di)inuir# Q ui, no tenho condi3Oe2 de tra-alhar a22i) /e tie22e e2pa3o e u)a -oa euipe, tenho certeAa de ue teria a ca2a 2e)pre cheia ico -o-o de er e22e2 re2taurante2 granfino2 ua2e 2e)pre aAio2 Fle2 no 2a-e) tra-alhar, ape2ar de tere) toda2 a2 condi3Oe2  pe2ar do controle de hico, a fregue2ia da dega da ?elha ; -a2tante ariada, reproduAindo u) pouco a dier2idade do -airro C) do2 grupo2 de a22:duo2, por  ee)plo, reDne dona de ca2a, )otori2ta de t4i, dono de oalheira, adogado, contador entre outro2 lgun2 co) pro-le)a2 financeiro2, outro2 ne) tanto  de" guinha atrai ainda grupo2 e2pec:fico2 Por 2ua culin4ria t:pica, ; co)u) a pre" 2en3a de norde2tino2, e2pecial)ente cearen2e2  ca2a ; ta)-;) fre@entada por )D2ico2 deido H ei2t>ncia de u) e2tDdio na )e2)a rua SocaliAada relatia" )ente perto do2 cineclu-e2 F2ta3o Botafogo e F2pa3o Cni-anco de ine)a, o -ar eentual)ente aca-a 2endo o de2tino de cin;filo2 ap<2 a2 2e22Oe2 de cine)a Ma2 2o todo2 relatia)ente fre@entadore2 e2por4dico2, e2pecial)ente o pri)ei" ro grupo, ue pratica)ente de2apareceu depoi2 ue hico reau2tou 2eu2 pre3o2 I grupo ue hico con2idera co)o 2eu2 fregue2e21(, e) rela3o ao ual oferece u) trata)ento e2pecial1& ; o de )oradore2 da2 redondeAa2 ue fre@enta) a  deguinha ua2e diaria)ente /o fre@entadore2 ue repete) e) certo 2entido 1!

 ua pre2en3a de )uito2 )oradore2 do2 arredore2 auda a integrar o -ar H iAinhan 3a, nu)a 2i)-io2e ua2e incon2ciente 1(  I 2entido de fregu>2 aui 2e contrapOe ao cliente I fregu>2 fre@enta o -ar co) a22iduidade e te) u) :nculo afetio ou ideol
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a )e2)a pr4tica do L-anuete de Plato, ou )ai2 e2pecifica)ente, o L2i)p<2io, i2to ;# u) co)er e -e-er unto2, e) )eio a coner2a2 e troca ani)ada de id;ia2 Me2)o o2 ue 2e )udara) para outro2 -airro2, )ant>) u)a pre2en3a raAoael" )ente con2tante A Adeguin"a na rua e no airro

 o 2e pen2ar a cidade co)o u)a unidade geogr4fica, ecolncia, conflito2 e in" tera3Oe2 entre 2eg)ento2 d:2pare2, ue reparte) o )e2)o e2pa3o 2 iniciatia2 goerna)entai2 de re)o3o de faela2 e co)unidade2 carente2 no con2eguira) epul2ar a cha)ada ca)ada popular para periferia da cidade I re2ultado ; ue, ao contr4rio da )aioria da2 grande2 )etrncia de acentuado2 contra2te2 Ne22e conteto, Botafogo ; u) -airro re2idencial da ona /ul do Rio de Janeiro ue co)e3ou a 2er ocupado co)o 4rea de ch4cara2 e retiro, H )edida ue a cidade 2e epandia do entro para a periferia I -airro ganhou 2eu no)e e) 15'0, uando ntYnio ranci2co ?elho endeu 2ua2 terra2 a Joo Pereira de /ouAa Botafogo, e2peciali2ta e) ar)a2, da: o apelido incorporado ao 2o-reno)e o) a a-ertura da2 pa22agen2 para opaca-ana e con2e@ente ocupa3o da ona /ul do Rio, o -airro 2e tornou u) ponto de pa22age) o) dua2 ia2 principai2 K rua2 ?olunt4rio2 da P4tria e /o le)ente K cortando o -airro e) 2entido2 opo2to2, a 4rea ; )arcada por ca2arOe2 e pr;dio2 re2idenciai2 na2 rua2 tran2er2ai2, con2erando ainda )uito do co);rcio tradicional de rua, e) contra" po2i3o ao2 2hopping center2 e galeria2, co)un2 ap<2 o proce22o de L)oderniAa" 3o da ona /ul Me2)o a22i), -airro cre2ceu co)o o re2to da cidade, de for)a de2ordenada, 2o-retudo a partir do2 ano2 60, gerando pro-le)a2 de 2uperpopula" 3o, iol>ncia ur-ana, 4rea2 de faela e e2pecula3o i)o-ili4ria I2 pr;dio2 fora)

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 PR\, 1'67

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cercado2 por grade2 e po22ue), al;) do2 porteiro2, 2i2te)a2 de interfone e at; )e2)o c9)ara2 para refor3ar a 2eguran3a   deguinha 2e 2itua e) u)a de22a2 rua2 tran2er2ai2, a Paulo Barreto, pr<i" )o H rua ?olunt4rio2 da P4tria Peuena e -a2tante ar-oriAada, 2eria u)a da2 rua2 a in2pirar o te)or generaliAado do2 )oradore2 e) rela3o ao2 a22alto2 e H iol>ncia, no fo22e o )oi)ento raAoael)ente inten2o para u)a rua 2ecund4ria, co) li)itado papel i4rio para o pro-le)4tico tr9n2ito do -airro No uarteiro da deguinha pode"2e encontrar u)a far)4cia, doi2 ca-eleirei" ro2, doi2 outro2 -oteuin2, u)a loa de 2uco2 aia ainda u)a tinturaria, )a2 e2" ta foi aneada H deguinha para funcionar co)o dep<2ito de -arri2 de chope, )e" 2a2 e cadeira216 l;) de22e2 e2ta-eleci)ento2 h4 ta)-;) tradicionai2 endedo" re2 a)-ulante2 de roupa2 e -iuteria2, ue ocupa) a cal3ada durante o dia, pr<" i)o H deguinha I relaciona)ento de hico co) e22e2 co)erciante2 ; -a2" tante cordial, H ece3o do2 dono2 do2 -oteuin2 concorrente2, co) ue) )an" t;) u) pol:tica diplo)4tica, )a2 interna)ente critica )uito a for)a de funciona" )ento e o e2tilo da concorr>ncia o2 24-ado2, h4 a feira lire 2e)anal do -airro e parte do2 a)-ulante2 2e e2tende) at; a e2uina da deguinha, endendo era2, pente2 e toda 2orte de uten2:lio2 arte2anai2 para a coAinha = )uito co)u), ne2" 2e2 dia2, ue o2 fregue2e2 ue faAe) a feira, pare) na deguinha para u) ou doi2 copo2 ante2 de oltar para ca2a co) a2 co)pra2 hico )ant;) u)a a)pla rede de relaciona)ento cordial e de troca de faore2 co) todo2 e22e2 atore2 Pode"2e o-2erar ue, 2endo u) -airro predo)inante)ente de cla22e );dia, e etre)a)ente fechado deido H in2eguran3a generaliAada, a pre2en3a da degui" nha na 4rea funciona co)o u) e2pa3o de integra3o entre a iAinhan3a Ne2te a2pecto, ; intere22ante co)parar a deguinha co) o JellU2 -ar, de2crito na etno" grafia de nder2on 2o-re u) gueto de hicago nder2on de2cree o /outh /ide, co)o u) -airro aparente)ente ca
 = intere22ante o-2erar ue )e2)o uando e2ta loa funcionaa co)o laanderia, o )aterial da  deguinha era guardado ali, gra3a2 ao entendi)ento entre hico e o e"propriet4rio E2to de)on2tra a rede de rela3Oe2 e troca de faore2 e2ta-elecido2 por hico

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guran3a e orde) e) rela3o H iAinhan3a /e na cal3ada i)pera a lei do )ai2 forte e o perigo e2preita a cada e2uina, dentro do -ar o 2entido de co)unidade e pertenci)ento ; ealtado “>ma vez dentro do ?ell;&s, as pessoas não precisam se preocupar com as condi01es do lado de fora. Elas se envolvem tão-logo se encontram com outras na esquina, ou assim que entram no ?ell;&s @A  Fle de2taca, por  ee)plo, a fun3o de infor)a3o do e2ta-eleci)ento I2 ha-itu;2 o ao JellU2 para 2a-er o ue e2t4 acontecendo 2 not:cia2 2o a2 gen;rica2, ue e2to no2  ornai2, o fait"dier2, e ta)-;) a2 e2pec:fica2# 2o-re a iAinhan3a e o2 fregue2e2 =, )ai2 u)a eA, a id;ia do 2i)p<2io platYnico Fle2 2e unta) para coner2ar e -e-er, -rinca) un2 co) o2 outro2, H2 eAe2 -riga), defende) 2ua2 id;ia2, proe" to2 e ideai2 e 2e defende) )utua)ente do )undo eterno F)-ora a deguinha no 2ea u)a ilha e) rela3o ao -airro e 2ua integra3o co) a iAinhan3a 2e apre2ente, ne2te 2entido, de for)a )ai2 a-erta, o 2enti)ento de pertenci)ento e de Lclu-e 2ocial ta)-;) e2t4 pre2ente e )arca u) diferen3a i)portante entre fregue2e2 e cliente2 Na deguinha, co)o no JellU2, a opinio do co)panheiro de 2i)p<2io te) i)port9ncia e )e2)o a2 -rincadeira2, )uita2 dela2 agre22ia2, t>) o2 li)ite2 definido2, co)o ere)o2 )ai2 adiante ao anali2ar o co)porta)ento do2 fregue2e2 ("ico, a )igura central da Adeguin"a

hico ;, no2 ter)o2 de Jane Jaco-2, u)a figura pD-lica 18, i2to ;, algu;) ue de2e)penha a fun3o de coner2ar co) u) a)plo pD-lico, -a2tante ariado e) ter)o2 de intere22e2 e for)a3o, 2endo atra;2 dele ue 2e tran2)ite) not:cia2 e infor)a3Oe2 do intere22e da iAinhan3a /ua pre2en3a ; funda)ental no prncia de22e 2eu papel 17


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o)o afir)a Jaco-2, “a seguran0a das ruas é mais eficaz, mais informal e envolve menos tra0os de hostilidade e desconfian0a e)atamente quando as pessoas as utilizam e usufruem espontaneamente e estão menos conscientes, de maneira geral, de que estão policiando* 1' Mai2 adiante a autora pro22egue# “o requisito b$sico da vigil6ncia é um nmero substancial de estabelecimentos "...# dispostos ao longo das cal0adas "...#. Bo(as, bares e restaurantes "...# atuam de forma bem va riada e comple)a para aumentar a seguran0a nas cal0adas* !0 F22e papel, a22oci" ado H 2i)patia pe22oal de hico auda) a di22ipar o2 eentuai2 conflito2 co) iAi" nho2, inco)odado2 co) o -arulho, por ee)plo C)a 2enhora, uando 2e irrita co) o ru:do, oga 4gua no2 fre@entadore2 na2 cal3ada2 hico a)eniAa a 2itua" 3o# Q oitada, ela ; )aluca, co2tu)a diAer ao2 de2con2olado2 e )olhado2 clien" te2 Na erdade, o dono da deguinha )ant;) u)a pol:tica diplo)4tica co) o con" do):nio do pr;dio aci)a de 2eu -ar, eitando ao )4i)o ualuer atrito Zuando 2eu2 cliente2 faAe) )uito -arulho, ele pede 2il>ncio co) fir)eAa, H2 eAe2 a)ea" 3ando parar de 2erir uando 2eu pedido ; ignorado o )e2)o te)po, recla)a do2 rigore2 da2 nor)a2 do condo):nio Fle, por ee)plo, ueria e2tender u) tol" do 2o-re a cal3ada, para no perder o2 fregue2e2 no2 dia2 de chua, )a2 o2 ad" )ini2tradore2 do edif:cio proi-ira) Q No entendo# audaria a a-afar o -arulho Ma2 co) e22e2 cara2 no 2e pode faAer nada Q diA ele, referindo"2e ao2 re2pon24ei2 pela ad)ini2tra3o do pr;dio 2o-re a dega da ?elha Iutra fonte con2tante de conflito ; a prefeitura co) u)a 2;rie de cncia do e2ta-ele" ci)ento hico, por ee)plo, te) per)i22o para colocar na cal3ada apena2 oito )e2a2, nD)ero corre2pondente H 4rea lire e) frente ao -ar Na2 noite2 de ero, uando a de)anda ; )uito )aior, hico 2e > no dile)a entre colocar )e2a2 a" l;) do per)itido, o ue pode i)plicar e) )ulta2 car:22i)a2, ou perder a clientela, ue prefere procurar outro -ar a ocupar o 2alo, ua2e 2e)pre aAio epen" 1'

 JIB/, p (7  E- Ed p (7

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1!

dendo da ge2to, o2 fi2cai2 da prefeitura2 pode) 2er i)plac4ei2 e, 2e ei2te u)a unani)idade entre o2 dono2 de -oteuin2 do Rio de Janeiro, e2ta certa)ente ; o )io e cultural de22e2 e2ta-eleci)ento2, ue faAe) parte da ida de grande parte da popula3o Na pri)eira edi3o, e) 1''8, o tra-alho de pe2ui" 2a foi dificultado pelo preconceito do2 pr) orgulho de 2eu2 e2ta-eleci)ento2 F) 2eu tra-alho 2o-re alcooli2)o e )a2culinidade, Maria EAilda /anto2 de Ma" to2 faA u) leanta)ento hi2t
 MTI/, !000, p 75

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e2t4 intere22ado e) apontar o controle 2ocial 2o-re a cla22e tra-alhadora no dia" a"dia, no in:cio do 2;culo ]], “perodo terminante e decisivo do longo processo estrutural de implanta0ão de uma ordem burguesa na cidade do Gio de ?aneiro*   Para o hi2toriador, a cla22e oper4ria e2taa 2e)pre e) luta, no apena2 no2 )oi)ento2 reiindicat) apena2 u) dia de folga  ornada da deguinha co)e3a H2 6 hora2 da )anh, uando a ca2a ; laada e o2 a2" 2ado2 do dia 2o preparado2 ^2 'h(0, o -ar a-re para o2 fregue2e2 e pro2 2egue at; o Dlti)o fregu>2, e) torno da )eia"noite ou 1h da )anh No dia 2eguinte, a rotina 2e repete I2 gar3on2 chega) )ai2 tarde, )a2 t>) dura ornada ta)-;) F2te rigor ; ua2e caracter:2tico urante o a)plo surve;   para a co)po2i3o do guia Rio Boteui), ela-orado pela Prefeitura do Rio de Janeiro, foi i)pre22ionante a uantidade de -oteuin2 da cidade ue pa22ara) de portugue2e2 para cearen" 2e2, a )aioria e"gar3on2 da ca2a F2te2 grupo2 )ant>) u) forte :nculo de pa " rente2co, ue tra-alha) ou indica) a2 pe22oa2 para co)por a euipe Na dega da ?elha, por ee)plo, todo2 o2 funcion4rio2 2o cearen2e2 e t>) algu) tipo de :nculo de parente2co, ainda ue di2tante C)a da2 hip
F) certo2 a2pecto2, a pr4tica do pendura te) rela3o co) a2 troca2 de pre" 2ente2 e faore2 de2crito2 por Marcel Mau22 e) 2eu LFn2aio 2o-re a d4dia I pendura pode 2er co)parado, na deida propor3o, eidente)ente, ao Potlatch, cuo2 a2pecto2 e22enciai2, 2egundo Mau22, 2o# “o elemento da honra, do prestgio, de mana que confere a riqueza e o da obriga0ão absoluta de retribuir essas d$divas sob pena de perder esse mana, esta autoridade, esse talismã e esta fonte de riqueza que é a própria autoridade* !( No unier2o do -oteui), o pendura ; !!

 SICB, p 5(  MC//, 1'7& p 50

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u)a in2titui3o integradora, u)a fato 2ocial total e) )icro e2cala, cuo 2ignificado ai )uito al;) do 2eu alor econY)ico Trata"2e de u) contrato infor)al )uito a)plo, cuo2 ter)o2 ultrapa22a) o ciclo entre o cr;dito e o paga)ento da d:ida Fnole) ue2tOe2 )uito )ai2 i)portante2, co)o honra e hieraruia, cuo ro)" pi)ento 2ignifica o fi) do con:io, a de2trui3o do L)ana   e2colha de ue) pode ou no -e-er fiado 4 e2tipula u)a diferencia3o de trata)ento pelo dono do -oteui) e con2e@ente)ente ; u) fator de hierarui" Aa3o entre o2 fre@entadore2 o)o aponta Machado# “a diferencia0ão e hierarquiza0ão entre os subgrupos é refor0ada e validada pelo comportamento dos pro priet$rios "ou gerentes#, respons$veis pela discrimina0ão entre os fregueses que  podem e os que não podem beber fiado* !& o)o o 2ino de hico, ue 2aDda o fregu>2 a22:duo ao chegar ao -ar e o di2tingue do2 de)ai2, o poder de con2u)ir  fiado ; u) priil;gio ue 2< o dono do e2ta-eleci)ento pode conceder, o ue lhe d4 grande poder na rela3o co) 2eu2 cliente2 Poder e2te ue co)pen2a u) pouco 2ua depend>ncia do2 fregue2e2 para ue 2eu negncia ; con2tante na dega da ?elha, co) u) olu)e etraordinaria)ente alto de cheue2 2e) fundo hico chegou a adotar u) carto de cr;dito, )e2)o tendo ue pagar u)a taa de utiliAa3o para oferecer cr;dito 2e) ri2co Q /e o cliente no pagar, o pro-le)a ; da ad)ini2tradora do carto Q diA ele No entanto, )e2)o contrariado, hico ad)ite ue algun2 cliente2 e2peciai2 pendure) a conta e e22a rela3o cria u) :nculo i)portante, )edido 2o-retudo pela inten2idade da fre@>ncia do fregu>2 = u)a corte2ia ue eige reciprocida" de o)o aponta Machado, 2< co)pra fiado ue) goAa da confian3a do proprie" t4rio do -ar e e22a confian3a ; cada eA )ai2 fortalecida H )edida ue a fre@>n" !&

 E- id p 8'

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cia e o con2u)o do fregu>2 cre2ce hico, por ee)plo, recla)a )uito do fregu>2 ue 2< aparece Luando e2t4 duro $2e) dinheiro% F2ta atitude ;, de fato, u)a de2corte2ia no unier2o do -oteui) J4 o )o)ento de 2audar a d:ida ; o co)" ple)ento do ritual, a Ldeolu3o do pre2ente No 2e pode 2i)ple2)ente pagar o fiado = preci2o, ante2, con2u)ir, e -e), e depoi2 pedir ao gar3o), co)o u) fre " gu>2 honrado, ue feche e2ta conta co) o ue e2tier pendurado  i)port9ncia, co)o aponta S;i"/trau22 ao a-ordar a ue2to da reciprocidade na2 LF2trutura2 ele)entare2 de parente2co, da troca de -en2 e faore2 ai )uito al;) de 2eu ca" r4ter econY)ico, “consiste em um con(unto comple)o de manobras, conscientes ou inconscientes, para adquirir garantias e prevenir-se contra riscos no duplo terreno das alian0as e das rivalidades*   I ritual do pendura, ape2ar de 2eu forte potencial co)o proocador de conflito2, per)ite a hico e2ta-elecer 2eu2 aliado2 e defen2ore2 na guerra co) a concorr>ncia Ma2, )uito )ai2 do ue i22o, co)pOe u) do2 ele)ento2 funda)entai2 da rede de rela3Oe2 e troca2 )ai2 a)pla2 ue torna) a dega da ?elha u) -ar de iAinhan3a e fregue2ia A Adeguin"a e o sentimento de comunidade

o)o aponta Machado, o2 -oteuin2 t>) u) papel i)portante co)o e2pa3o de integra3o na2 cla22e2 )eno2 faorecida2 En2erido no )eio ur-ano, o -oteui) ; a repre2enta3o do )undo para e22e2 2eg)ento2 i2olado2 pelo aparthaid 2ocial Zuando e2to no -ar, ele2 2e integra) ao unier2o do con2u)o co)o ualuer  outro cidado pe2ar de22a aproi)a3o co) o )undo eterno, e) rela3o ao ual e2to na )aior do te)po aliado2, Lo tipo de rela3Oe2 2ociai2 ue 2e de2en" ole) no -oteui) per)ite ue 2ura u) _2enti)ento de co)unidadeU entre o2 fregue2e2!6 No ca2o da deguinha, u) -ar predo)inante)ente fre@entado por  pe22oa2 de cla22e );dia, a inten2idade da repre2enta3o do -ar co)o u) ace22o ao )undo ur-ano ; )uito )enor, 4 ue 2eu2 fre@entadore2 4 e2to in2erido2 no unier2o a)plo da 2ociedade I ue 2alta ao2 olho2 na dega da ?elha ; o 2enti" )ento de co)unidade e) 2i F2te 2i) for)a o elo entre o2 -oteuin2 e2tudado2 por Machado e e2te -ar de cla22e );dia F, leando"2e e) conta a raAo4el dier" !5

 S=?E"/TRC//, p '&  E- Ed p 11!

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2idade de 2eu2 cliente2, pode"2e arri2car a afir)a3o de ue a dega da ?elha de2e)penha u) papel i)portante na integra3o entre diferente2 i2Oe2 de )un" do Nu) )o)ento e) ue a2 grande2 )etr
Biliogra)ia

1 NFR/IN, Fliah  place on the corner 1'78 hicago The Cnier2it of hicago Pre22 ! BFRGFR, Peter S e SC\MNN, Tho)a2  con2tru3o 2ocial da realidade 1'85 Petrte dan2 une agglo);ration ur-aine# nnec et 2e2 eniron2 in SUann; /ociologiue, PC, Pari2, 1'6! 17

7 CNFEFR, Mitchell /idebal[ 1''' Neb Vor[ arrar, /trau2 and Girou $!` edi3o, !001% 8 CNFEFR, Mitchell /li)U2 ta-le K Race, re2pecta-ilit, and )a2culinit1''! hicago The Cnier2it of hicago Pre22 ' GIBICT, Jacue2 T e ESS=, lain I e2p:rito da d4dia 1''' Rio de Janeiro, RJ Fditora unda3o GetDlio ?arga2 10GIMN, Fring  repre2enta3o do eu na ida cotidiana 1'85 Petr
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