envia sinais ao resto do corpo. A parte do nervo vago que nasce no tronco encefálico e tem uma imensa inervação no coração e em outros órgãos faz parte do sistema nervoso autônomo (SNA). O padrão de ritmos cardíacos conhecido como variabilidade do ritmo cardíaco (VRC) é um reflexo de nosso estado emocional interno e é influenciado pelo SNA. Nas horas de estresse ou medo, o tônus do nervo vago diminui e há um predomínio da expressão da parte do SNA chamada de sistema nervoso simpático (SNS). O SNS é associado a uma parte muito primitiva do nosso sistema nervoso, feita para responder às ameaças ou ao medo elevando a pressão sanguínea e a frequência cardíaca, bem como diminuindo a variabilidade do ritmo cardíaco. Inversamente, quando a pessoa está calma, receptiva e relaxada, o tônus vagal aumenta e a expressão do sistema nervoso parassimpático (SNP) predomina. O SNP estimula nossa reação de repouso e digestão, ao passo que o SNS estimula a reação de luta ou fuga. Pela medição da VRC, os pesquisadores conseguem analisar como o coração e o sistema nervoso respondem ao estresse e às emoções. Os sentimentos de amor e compaixão estão associados a um aumento da VRC, e, quando sentimos insegurança, raiva ou frustração, nossa VRC diminui, tornando-se mais contínua e regular. Muita gente se confunde com isso, pois pareceria lógico que, com o aumento do estresse e da frequência cardíaca, nossa VRC se tornasse caótica, irregular e variável. E, ao contrário, quando a VRC fosse mais regular é que deveríamos ficar mais calmos e relaxados. Ocorre, porém, que a VRC é justamente o oposto do que esperamos. Curiosamente, uma das maiores causas de morte súbita cardíaca é a falta de variabilidade do ritmo cardíaco – resultante da agitação provocada por ameaças e da redução do tônus vagal. Estresse, ansiedade, medo crônico,