Análise do poema LUAR DE VERÃO – Álvares de Azevedo Mariane Silva O poema trata de um diálogo entre o trovador e alguém que o questiona sobre o que vê. Na primeira estrofe, ao responder a pergunta “O que vês, trovador?” , é apresentada a descrição da lua que, segundo ele, mostra sua face ao passear no céu sem esforços. Também diz que, no firmamento, ela está ainda mais pálida e compara essa palidez com as cinzas de uma candeia no fogão. fogão. A lua é um elemento bastante bastante admirado pelos românticos por ser inalcançável inalcançável no horizonte e por ser pálida, pálida, característica que faz parte do seu ideal de beleza, já que lembra os cadáveres. Na segunda estrofe, o trovador é questionado novamente sobre sobre o que vê. E, dessa vez, ao responder, descreve uma nogueira que tem seu chinó erguido no tronco. Também descreve a luz em um rochedo, utilizando a comparação com um pau-decabeleira. Na estrofe seguinte, seguinte, continua falando falando sobre a maré, nas nas praias, que se espalha cintilante. Também diz que as ondas douradas respiram maresia e não aromas. Aqui, os adjetivos usados são “douradas” e “cintilante” e o ambiente apresenta imagens claras. É possível perceber que, nessas três estrofes, os elementos da natureza utilizados são típicos do Romantismo: a lua, a árvore, o rochedo e a praia. No entanto, essa natureza é apresentada de forma tranquila e calma. Para o romântico, a paisagem Horrendus, já que o cenário projeta suas angústias. Então, é costuma ser do tipo Locus Horrendus
possível concluir concluir que o ambiente exterior exterior que o trovador admira admira projeta a sua calma interior. Na quarta estrofe, ao ser questionado questionado novamente, novamente, o trovador vê as as nuvens dormindo, que o fazem tremer de paixão, e as compara com carneiros. O eu-lírico se apaixona pela natureza que observa. O trovador também vê uma estrela em uma nuvem escura que brilha como a ponta de um charuto charuto na treva. A comparação é utilizada mais uma vez: vez: a escuridão escuridão da noite e uma mulher de luto, vestida de preto. Através do luto desta viúva, o eu lírico apresenta um dos maiores temas românticos: a morte do ser amado. Nesta estrofe, podemos perceber perceber que o ambiente ambiente é escuro, com sombra no horizonte. horizonte.
Finalmente, na última estrofe, o eu lírico se dirige diretamente à lua e diz a ela que bebe de seu romantismo. O trovador diz que se abandona nos raios da lua que, para ele, são divinos. Também diz que se torna vaporoso e ao vê-la abre os lábios de sono. A lua é a musa do trovador, que se inspira nela para compor suas trovas. Ao longo do poema, o trovador descreve o que vê, respondendo à pergunta de alguém. Na última estrofe, porém, ele começa a falar diretamente com a lua, interrompendo a descrição dos elementos da natureza e se declarando para ela. O autor costuma apresentar poemas que tratem de paixões platônicas, como a amada que morre na praia, que sempre está dormindo ou que o abandona etc. No caso do poema Luar de Verão, o trovador se apaixona pela natureza que vê e descreve à pessoa com quem conversa. Muitos críticos consideram essas paixões por alvos inalcançáveis como medo de amor ou de realizar essa paixão no plano terreno. Então, o eu lírico procura objeto de afeição distante e impossível como as nuvens e a lua. Durante o poema, o eu lírico apresenta descrições visuais dos elementos da natureza, como azul do firmamento, a palidez da lua, maré cintilante, ondas douradas, sombra do horizonte, nuvem negra, estrela brilhante etc. É possível perceber que nas primeiras estrofes, o ambiente é mais claro e apresenta brilho e luzes. Nas três últimas estrofes, o trovador nos mostra alguns elementos de escuridão, como a sombra no horizonte e a nuvem negra. No entanto, o brilho é mantido através dos raios da lua e do brilho da estrela. Outro tipo de descrição sensorial que o eu lírico utiliza é o olfato. Na terceira estrofe, ele diz que “Em vez de aromas as doiradas on das/ Respiram efluviosa maresia!”. Esses elementos apresentam características humanas como respirar e sentir aromas. A comparação também é um recurso bastante utilizado pelo eu lírico. A palidez da lua é comparada às cinzas de uma candeia, o rochedo é liso como um pau-decabeleira, as nuvens são comparadas a carneiros e a viúva em luto é comparada à sombra do horizonte.