recognição e reconbecimento
real, realidade reciprocidade
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EFETIVIDADE; EXISTÊNCIA, REALIDADE E SER DETERMINADO. CAUSALIDADE E RECIPROCIDADE.
recognição e reconhecimento Os significados de "recognição", "reconhecer" e " re Anerk rkenn ennung ung e anerkennen, embora nem sempre coinconhecimento" sobrepõem-se em Ane Anerke rkenne nnen n é urna fonnação do século XVI que tomou por modelo o latim cidam. Ane agnoscere ( "a purar, reconhecer, admitir") e se baseou no sentido ju rí di co (do século XlII) de erkennen ("julgar, sentenciar (por exemplo, uma pessoa culpada)"), não na acepção mais antiga de "*CONHECER, TER CONSCIÊNCIA DE". Portanto, sugere mais um reconhecimento aberto e prático do que um reconhecimento meramente intelectual. " Reconhecer" tem cinco principais sentidos:
1. Identificar uma coisa ou uma pessoa como um indivíduo (por exemplo, Sócrates) ou como pertencente a um certo tipo (digamos, um leão). Pode-se reconhecer um indivíduo em virtude de nossa experiência pretérita em relação a ele ou, sem tal experiência, e m virtude de conhecermos alguma característica que o distingue. Do mesmo modo, o fato de reconhecermos um exemplo de um determinado tipo pode ser fruto de encontros prévios com outros casos do mesmo tipo ou do conhecimento de alguns característicos do tipo. "Recognição", nesse sentido, não é substituível por " reconhecimento": a recognição de algo não implica em seu reconhecimento . Em alemão é erkennen, ou wied ererkennen ererkennen ("reconhecer de novo novo"" ), se for salientada a experiência Handworter rterbuch buch de Krug dá Wiedererkennung passada, mas raramente anerkennen. (O Handwo Anerken kennung nung,, "reco nhecimento teórico", mas concentra-se como um dos sentidos de Aner principalmente no "reconhecimento prático".) 2. Perceber que uma coisa é, por exemplo, um erro, uma verdade. Na medida e m que essa percepção é particular, não pode ser usado "reconhecimento". Pode ocorrer a recognido erro mas não o seu reconhecimento. Isso é erkennen, não anerkennen. 3. Admitir, conceder, confessar ou "reconhecer" que uma coisa ou pessoa é algo. Isso é anerkennen.
4. Endossar, ratificar ratificar,, sancion sancionar, ar, aprovar aprov arl "reconhecer" algo; atentar para, reconhecer urna coisa ou pessoa etc. Isso é anerkennen . 5. Notar, atentar para, prestar atenção a alguém de um modo especial para lhe prestar homenagem. ("Ele recebeu finalmente o devido reconhecimento ." .")) Isto também é anerkennen. Aner erke kenn nnun ung g envolve não simplesmente a identificação intelectual de uma Assim, An coisa ou pessoa (embora pressuponha caracteristicamente ta tall reconhecimento intelectual), mas a atribuição a essa coisa ou pessoa de um valor positivo, assim como a expressão explícita dessa atribuição. Assim, em FE, IVA, onde Hegel se ocupa da luta pelo reconhecimento, ele não está tratando do problema de "outras mentes mentes", ", do nosso direito epistemológico a ver outros como pessoas (e dos outros a nos ver como pessoa), mas do problema de como nos tornamos uma pessoa plenamente desenvolvida pela obtenção do reconhecimento de nosso status por parte de outros. O problema epistemológico de outras mentes raríssimas vezes se apresenta como um problema distinto antes de l.S. Mil!.
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recognição e reconhecimento
Anteriormente, por exemplo, em Kant, e Schelling, o problema de outras pessoas é, em primeiro lugar, um problema prático ou moral. Outras pessoas surgem em cena, não na filosofia teórica, mas na filosofia prática, onde são vistas como criaturas em igualdade de condições comigo, com quem eu interatuo, a quem devo obrigações e que têm certas obrigações para comigo. A minha identificação intelectual delas como pessoas é menos problemática do que o modo como devo comportar-me em relação a elas. Fichte sustentou que a razão para a existência de outras pessoas, e a justificação de nossa crença nelas, é primordialmente moral: os outros existem a fim de estabelecer coerções morais à conduta do EU e conceder espaço para suas diligências morais. Schelling argumentou que o meu reconhecimento de outros é necessário para eu acreditar num mundo *OBJETIVO, um mundo que é percebido tanto pelos outros quanto por mim próprio, e que, portanto, não requer a minha presença ou a minha consciência dele para existir. A inovação de Hegel (embora deva muito a Hobbes, Rousseau, Schiller, Schelling e outros) está em considerar as relações interpessoais não como relações primordialmente morais e o reconhecimento recíproco como mais do que simples exigência de MORALIDADE. Em FE, IY.A, e Enc. III, §§430-S, Hegel associa o reconhecimento à *AUTOCONSCIÊN CIA, mas, em outras passagens, a associação é com a *PESSOA. FE, IV.A, é difícil por muitas ra zõ es: (i) Procura responder não só à questão "O que é requerido para a autoconsciência?", mas também "Como se originaram as relações sociais?". Por isso postula uma luta quase-hobbesiana por reconhecimento. (Em Enc. TIl, §432 A, Hegel admite que essa luta pertence ao estado de natureza, e que num ESTADO moderno a recognição é assegurada por outros meios.) (ii) Combina em uma única narrativa uma variedade de fatores distintos; por exemplo, para distinguir-se de sua condição natural, sua VIDA, o combatente deve correr o risco de MORTE. Mas podemos conscientemente enfrentar a morte, por iniciativa própria, com ou sem a presença de outros e, por conseguinte, com ou sem o reco nhecimento , por parte deles, do risco que corremos. (iii)Anerkennung é usado em mais de um sentido: o que é requerido para a autoconsciência é recognição no sentido (4) ante riormente, reconhecimento como pessoa, como uma pessoa entre outras. Mas o que o combatente busca é recognição no sentido (5), um reconhecimento especial de seu valor, em contraste com o de outro. Essa intenção é derrotada se a recognição é recíproca. Mas também é frustrada se for unilateral, uma vez que o reconhecimento só tem valor na medida em que se aceita o valor do reconhecer; se este não for reconhecido pelo que recebe o seu reconhecimento, o seu reconhecimento é desprovido de qualquer valor. Devido em parte ao caráter dúbio e fugidio de Anerkennung, Hegel combina três que stões distintas: (a)
Por que a autoconsciência requer que por elas, nos sentidos (1) e (2)?
(b) (c)
Por que exige que
eu reconheça e seja reconhecido por outros, no sentido (4)? Por que requer que eu seja (especialmente) reconhecido por outros no sentido (5)? Mas
(a)
eu reconheça outras pessoas e seja reconhecido
suas respostas não dependem somente da ambigüidade deAnerkennung:
é estar cônscio de si como um eu, em contraste Ser autoconsciente ou uma com os seus estados corporais e psicológicos. É estar "refletido em si mesmo" e não existir, simplesmente, como uma interminável proliferação de, por exemplo, desejos.
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(A primeira tentativa da autoconsciência para estabelecer-se é satisfazer o seu desejo consumindo um objeto após outro.) Mas a REFLEXÃO no próprio eu requer que o eu seja refletido de volta para algo que não é simplesmente visto como um objeto para meu consumo, mas como um outro eu em igualdade de condições com o meu próprio eu. O uso de contrasta com (e, portanto, requer) o uso de "ele/ela", assim como o de "isto/isso ". (b) A pessoa legal envolve claramente recognição: a apropriada recognição de algo como pessoa é necessária e suficiente para que seja uma pessoa (assim como a nomeação por Calígula de seu cavalo como cônsul era necessária e suficiente para que ele fosse cônsul), se bem que, usualmente, os critérios de pessoa natural devam ser satisfeitos por uma entidade a que é conferida tal recognição . Mas por que a recognição (4) é requerida para a pessoa natural ou para a autoconsciência? Por que a minha reflexão sobre mim mesmo, proveniente de uma outra pessoa, requer que ela reconheça ou atente em mim como pessoa, e não simplesmente que eu a veja como pessoa? Há muitas respostas possíveis: (i) Selbstbewusstse in (autoconsciência) tamb ém significa "autoconfiança , respeito a si mesmo". O respeito a si mesmo requer a confirmação por outros: pessoas que são constantemente depreciadas por outros tendem a depreciar-se a si mesmas. (ii) A menos que pessoas se reconheçam mutuamente no sentido (4), faltam-lhes indicações evidentes para que possam reconhecer-se mutuamente nos sentidos (1) e (2): para ser autoconsciente, a pessoa deve reconhecer outras nos se nti dos (J) e (2). Mas ninguém pode ter evidência de que uma pessoa faz isso, a menos que ela também reconheça outros no se ntido (4). (iii) Para reconhecer outros nos sentidos (1) e (2) , devo estar apto a pensar e, assim (no entender de Hegel), a falar uma linguagem. Mas não posso adquirir uma linguagem a menos que fale a outros, e falar a outros é reconhecê-los no sentido (4). contrasta com, e requer, "tu". (c) A convicção de Hegel de que a autoconsciência envolve recognição (especial) no sentido (5) tem quatro fontes: (i)
A sua crença (plausível) em que grande parte de nossa conduta é "co nspícua", motivada menos pelo valor intrínseco para nós da conduta do que pelo desejo de sermos vistos comportando-nos de um certo modo e de adquirirmos assim recognição (5) unilateral.
(ií) O sentido de "auto-afirmação" de Selbstbewusstsein. (iii) Sua fusão de autoconsciência e conflito num estado de natureza hobbesiano. (iv) Sua crença (plausível) em que para transcender o nosso eu natural (nossos desejos etc.) e ser refletido em si mesmo como um eu puro, é necessário que nos sujeitemos a um agente externo e sejamos disciplinados por ele. (Zucht, de ziehen, "puxar, tirar, extrair" etc. significa "*EDUCAÇÃO (Erziehung) , cultiva ção" etc. e "disciplina", com associação de PUNIÇÃO.) Assim, reconhecer (5) um outro unilateralmente acentua a autoconsciência tanto do escravo em FE, IVA, qu anto da criança no estado moderno.