I SEMINÁRIO GOIANO EM INSTALAÇOES ELÉTRICAS PREDIAIS – SG SGIEP’12, 14-16 DE FEVEREIRO DE 2012, GOIÂNIA, GO
Comparativo entre os Terrômetros: Convencional e Alicate, na Medição da Resistência de Terra de Subestações Prediais Gustavo R. A. Xavier, Antônio C. Baleeiro Alves e Euler B. dos Santos Resumo Este artigo apresenta um comparativo entre dois — Este métodos e equipamentos para a medição de resistência de aterramento com diferentes princípios de operação, não sendo medida a resistividade do solo. São citadas as principais normas nacionais para realização de medições de resistência de aterramento e as metodologias recomendadas para os diferentes equipamentos. Foi concluído que o terrômetro alicate apesar de teoricamente funcionar, na prática e para os sistemas testados, não foi possível obter resultados coerentes, sendo o terrômetro convencional o mais indicado, desde que conforme [1] não haja influências eletromagnéticas entre os eletrodos e o sistema medido.
princípios de operação. Não é objetivo deste trabalho medir a resistividade do solo, apesar da mesma ser também utilizada para avaliar a resistência de aterramento. Dentre os equipamentos utilizados existem dois tipos básicos que são: terrômetro convencional de 3 pontas e terrômetro tipo alicate. Este último é o equipamento mais recente no mercado, porém existem muitas restrições para sua aplicação que precisam ser observadas. Para este artigo foram realizadas medições utilizando o terrômetro alicate e o terrômetro convencional, de forma a comparar a metodologia e os resultados obtidos.
Palavras-Chave ci a de Ater At errr ament am ento, o, M ediç edi ção, — Resistên cia Ter r a, Subestação, Ter r ômetr o.
II. R EVISÃO EVISÃO DAS NORMAS TÉCNICAS Até o ano de 2009 os profissionais que precisavam realizar medições de resistência de aterramento tiveram que utilizar como orientação, bibliografias conceituadas, normas internacionais ou um conjunto de normas nacionais com informações vagas e fragmentadas, já que a ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) não havia publicado nenhuma norma específica específica sobre o tema. Legalmente, a obrigatoriedade de medição da resistência de aterramento se dá no item 10.2.4, alínea b, da redação de 2004 da Norma Regulamentadora Nº 10 do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), que obriga as empresas com carga instalada superior a 75kW a realizar a inspeção e medição dos aterramentos elétricos. Além de obrigar a observação das normas técnicas estabelecidas pelos órgãos competentes e, na ausência ou omissão deste, a recomendação das normas internacionais cabíveis [4]. Em 2009 foi publicada a NBR-15749, conforme [8] dando a importância necessária ao assunto. As principais normas técnicas nacionais que tratam sobre este tema ou fazem referência ao mesmo, serão, de forma simplificada, apresentadas nos tópicos seguintes.
Abstract — This article presents a comparison between two methods and equipment for measuring ground resistance with different operating principles, not with measurement measurement of soil resistivity. The main achievement of national standards for measurement measurement of earth resistance and the methods recommended for different equipment are mentioned. It was concluded that the Clamp Pliers although theoretically theoretically works in practice and for the systems tested, it was not possible to obtain consistent results, with the conventional conventional Clamp the most suitable, as as long as [1] [1] there is no electromagnetic influences between the electrodes and the measured system . Keywords Grou ndin g Resistance, Resistance, — Substation, Substation, Ear th M eter. ter.
M easur easur ement,
I. I NTRODUÇÃO Para que as instalações elétricas operem corretamente, com adequada continuidade de serviço, com desempenho seguro do sistema de proteção e ainda, suficientemente seguras contra risco de acidentes fatais, é fundamental que o quesito aterramento mereça um cuidado especial [2], [3]. Toda subestação antes de ser energizada pela concessionária local passa pela inspeção de rotina para verificação da resistência de aterramento, já que este é considerado um parâmetro essencial tanto para a segurança do indivíduo quanto para o funcionamento adequado do sistema elétrico [2]. A resistência de aterramento ou resistência de terra, como é comumente chamada, é o valor da oposição oferecida à passagem da corrente elétrica em uma ligação proposital à terra. Para medir essa resistência existem diversos equipamentos, denominados terrômetros, que são largamente utilizados no mercado. O objetivo deste trabalho é realizar medições da resistência de aterramento em aterramentos de subestações prediais, utilizando dois equipamentos de diferentes Eng. Gustavo Rocha Azevedo Xavier, Dr. Antônio Cesar Baleeiro Alves e Dr. Euler Bueno dos Santos ¸ Escola de Engenharia Elétrica e de Computação, Universidade Federal de Goiás, Goiânia-GO, Brasil, E-mails:
[email protected] ,
[email protected],
[email protected] [email protected],
[email protected]
A. ABNT NBR-5419 [5] Esta norma apesar de possuir o título “Proteção de estruturas contra descargas atmosféricas”, comumente é
utilizada como referência na hora da realização de medições da resistência de aterramento, uma vez que traz em seu item 5.1.3.1.2 o valor admissí vel máximo de 10Ω para a resistência de aterramento, como sendo o necessário para reduzir os gradientes de potencial no solo e a probabilidade de centelhamento perigoso em caso de descarga atmosférica. No momento do dimensionamento do aterramento, os projetistas também a levam em consideração visto que descreve os eletrodos de aterramento que podem ser utilizados, a necessidade da ligação equipotencial, bem como os arranjos para o aterramento.
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B. ABNT NBR-14039 [6]
Em consonância com a NBR-5419, a NBR-14039, “Instalações elétricas de média tensão de 1,0kV a 36,2kV”,
no item 6.4.1.2 também traz, em nota, o valor máximo de 10Ω como recomendado para a resistência de aterramento. A importância dessa norma para este trabalho deve-se ao fato que ela se refere aos aterramentos para a classe de tensão que as subestações prediais convencionais operam, apesar da mesma não abordar uma metodologia para a realização da medição da resistência de aterramento. C. ABNT NBR-5410 e ABNT NBR-15749 [7], [8]
A NBR-5410, “Instalações elétricas de baixa tensão”, traz em seu item 7.3.5.4 a indicação das duas metodologias do seu Anexo J como as aceitáveis para a medição da resistência de aterramento. Neste item a norma ressalta que pode haver dificuldade de medição nos centros urbanos e que a medição deve ser realizada com corrente alternada. Das duas metodologias propostas, será considerada a do “item J.1.1 Método 1” , uma vez que este método é referenciado em [9]. Esta norma não recomenda valores máximos para a resistência de aterramento. Já a NBR-15749, “Medição de resistência de aterramento e de potenciais na superfície do solo em sistemas de aterramento”, traz de forma mais elaborada as metodologias descritas na NBR-5410 e, além disso, traz metodologias para casos específicos. Essa norma foi de extrema importância, pois deu um norte a quem precisa realizar medições de resistência de aterramento, além de normatizar a forma correta e os locais onde podem ser utilizados o terrômetro tipo alicate. III. TERRÔMETRO CONVENCIONAL Há muito tempo no mercado e sendo largamente utilizado o terrômetro de três pontas é o mais comum nas medições de resistência de aterramento. Este tipo de terrômetro é o preferido entre os profissionais, devido à facilidade de operação e obtenção de resultados confiáveis. A. Princípio de Funcionamento
Fig. 1.
Principio de funcionamento do terrômetro convencional [8]
B. Principais Especificações
O equipamento utilizado nas medições possui as seguintes especificações, conforme [9]: Fabricante Minipa, modelo MTR 1520D com capacidade de medir resistência de terra e tensão de terra, a temperatura de operação pode variar entre 0°C e 40°C, umidade menor que 80% sem condensação, calibrado em 26 de agosto de 2011. Resistência de Terra: Faixas 20Ω, 200Ω e 2000Ω, precisão de ±(2,0% Leitura + 2 Dígit os), resolução 0,01Ω, 0,1Ω e 1Ω e frequência de operação de 800Hz. Tensão de Terra: Faixa de 200V, com precisão de ±(1,0% Leitura + 2 Dígitos) e faixa de freqüência entre 40Hz e 500Hz. C. Metodologia para a Operação
A metodologia para operação do terrômetro do tipo convencional utilizado neste trabalho foi o método da queda de potencial descrito no item 6.1 da referência [8] e conforme referência [1], juntamente com as recomendações descritas em [9], conforme mostrado a seguir: 1. Fixar os eletrodos auxiliares P e C na terra como mostra a Figura 2, observando o alinhamento com o aterramento a ser medido e a distância entre E, P e C. Conforme [1] o eletrodo C deverá ficar distante de E de 3 a 4 vezes a maior dimensão linear do aterramento medido, evitando assim as zonas de influência entre eletrodos e aterramento medido;
O princípio de funcionamento para terrômetros de três pontas é o seguinte: com o equipamento montado conforme a Figura 1, ao ligar a fonte, uma corrente alternada de valor constante circula entre o eletrodo de aterramento sob ensaio E e o eletrodo auxiliar C (eletrodo de corrente). Um segundo eletrodo auxiliar P (eletrodo de tensão ou potencial) é inserido a meio caminho entre E e C efetuando a medida da diferença de potencial entre E e P. A resistência de aterramento do eletrodo E será igual a tensão entre E e P dividida pela corrente que circula entre E e C, presumindose que não haja influência mútua entre os eletrodos [7] [8]. Fig. 2.
Método de [9] para a medição da resistência de aterramento
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2. Colocar o eletrodo de potencial P a aproximadamente 60% da distância entre o centro elétrico (aproximadamente igual ao centro geométrico) da malha E e o eletrodo de corrente e em linha com estes [1]; 3. Conectar os cabos de teste nos terminais adequados do instrumento [9]; 4. Posicionar a chave para a função Ω e a chave das faixas de resistência para 20Ω, 200Ω ou 2000Ω [9]; 5. Pressionar o botão “Push On” juntamente com o botão “Timer On” [9]; 6. Ler o valor da resistência de terra no display; 7. Para verificar se o valor da resistência lido está correto, é necessário deslocar P ao longo de uma direção predefinida a partir de E, em intervalos regulares de medição iguais a 5% da distância de E a C [8]; 8. Ao fazer a leitura em cada posição, obtém-se a curva de resistência (R) em função da distância (d) conforme mostra a Figura 3. Neste caso, a resistência de aterramento verdadeira (RV) será obtida na região horizontal da curva, denominada zona de patamar de potencial [8].
Fig. 3.
Curva característica teórica da resistência de aterramento [8]
Além da Figura 3, conforme descrito em [8], pode-se também obter as curvas b e c da Figura 4. Ao fazer a análise das curvas da Figura 4 pode-se afirmar que ao deslocar o eletrodo P na direção e sentido de C, e este último não estiver na zona de influência de E, será obtida uma curva semelhante à curva “a” [8]. Se o deslocamento de P for na direção e sentido de C, porém dentro da zona de influência de E, será obtida a curva “b”. Já se o eletrodo P for deslocado na mesma direção e
sentido contrário a C, ou seja, para o outro lado de E e partindo do princípio que o espaçamento entre C e E seja satisfatório, é obtida uma curva semelhante a curva “c” [8]. O patamar das curvas “a” e “c”, representa o valor da
resistência de aterramento de E. Teoricamente o patamar da curva “c” é menor que o da curva “a”, porém os dois valores
podem ser considerados como corretos [8].
Fig. 4. Curva típica da resistência de aterramento em função da posição relativa dos eletrodos de potencial e corrente [8]
D. Cuidados Durante a Medição
A fim de evitar acidentes ou medições errôneas é importante que o usuário tome algumas precauções, tais como: 1. Usar sempre equipamentos de proteção adequados para a máxima tensão que possa ocorrer e evitar contato direto com o potencial de terra [8]; 2. Não efetuar medições em dia nublado, com possibilidade de descarga atmosférica [7]; 3. Para o terrômetro MINIPA, conforme [9] posicionar a chave de funções para a posição ACV (Tensão de Aterramento) e verificar se a tensão lida é superior a 10V, em caso positivo a leitura estará comprometida ou seja, sem precisão. IV. TERRÔMETRO ALICATE Inicialmente causando polêmica e sem uma normatização para seguir, o terrômetro alicate causou muita desconfiança entre os profissionais. Após a entrada em vigor da NBR15749, este tipo de terrômetro vem ganhando espaço e cada vez mais sendo utilizado em diversas aplicações, pois esta norma descreve a forma correta de aplicação deste tipo de medidor de resistência de aterramento. A. Princípio de Funcionamento
Conforme [8], o equipamento possui um gerador de CA que aplica uma tensão em uma bobina com N espiras, cujo núcleo ferromagnético envolve um circuito fechado (a ser medido). Este circuito fechado representa a única espira do secundário de um transformador com relação N:1. A tensão aplicada na bonina produzirá no circuito fechado uma força eletromotriz (FEM) determinada pelo fabricante do equipamento. A Figura 5 exibe de forma simplificada um sistema de distribuição com subestações aterradas individualmente, já a Figura 6 representa seu circuito equivalente, conforme descrito em [10].
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Fig. 5.
Distribuição de um sistema de aterramento [10]
Se as resistências de aterramento R1, R2,..., Rn forem associados como uma resistência equivalente (Req), então a resistência de aterramento medida (RG) e Req formarão o circuito da Figura 7.
Fig. 6.
Fabricante ICEL Manaus, modelo TR-5700, taxa de amostragem de 1 vez por segundo, frequência de medida entre 45Hz e 65Hz, abertura máxima da Garra 32mm, temperatura de operação entre -10°C e 50°C, umidade menor que 85% sem condensação, calibrado em 16 dezembro de 2011. A exatidão é expressa em porcentagem da leitura mais número de dígitos menos significativos. Sendo válida na faixa de temperatura compreendida entre 18°C e 28°C e umidade relativa inferior a 80% sem condensação. A Tabela I mostra as faixas de escala, resolução e exatidão do terrômetro utilizado para a realização da medição. TABELA I.
ESPECIFICAÇÕES DO TERRÔMETRO TIPO ALICATE [10]
Escala Resolução Exatidão* * 0,01 a 0,999Ω 0,001Ω ±(1,5% + 0,01Ω) Loop de resistência não 1 a 9,99Ω 0,01Ω ±(1,5% + 0,1Ω) indutiva, campo externo 10,00 a 99,9Ω 0,1Ω ±(1,5% + 0,3Ω) <40A/m, campo elétrico 100,0 a 199,9Ω 1Ω ±(1,5% + 1,0Ω) externo <1V/m, condutor 200,00 a 400Ω 5Ω ±(1,5% + 5Ω) centralizado. Frequência 400,00 a 600Ω 10Ω ±(1,5% + 10Ω) de medida 45~65Hz 600,00 a 1200Ω 20Ω ±(1,5% + 20Ω)
De acordo com [8] e [1] a frequência de operação deste instrumento deve ser diferente da freqüência indústria, tipicamente entre 1.500Hz e 2.500Hz, para atenuar as perturbações elétricas provocadas pela presença de tensões espúrias, porém de acordo com [10] a freqüência de operação do equipamento não é claramente expressa no manual do equipamento, ou seja, caso a freqüência seja inferior a 1500Hz o mesmo poderá estar exposto às perturbações citadas anteriormente.
Circuito representativo de um sistema de aterramento [10]
C. Metodologia para a Operação Fig. 7.
Circuito equivalente de um sistema de aterramento [10]
Se uma tensão constante (V) for aplicada ao circuito, se obtêm a seguinte equação: V I
RG Re q
(1)
onde, Re q
1
, i 1,2,...,n 1
(2)
Ri
Se RG e R1,R2…,Rn sã o aproximadamente iguais, e n é
um número grande (Ex.: 200), então Req será muito menor que RG e provavelmente próximo de zero, ou seja: (03) Deste modo, quanto maior o sistema a ser medido, mais desprezível será a resistência equivalente em relação à resistência de aterramento a ser medida. RG Re q(Re q 0)
B. Principais Especificações
A seguir serão apresentadas as especificações do terrômetros tipo alicate utilizado, conforme [10]:
A metodologia para operação de terrômetros do tipo alicate é muito simples e, para este trabalho, se dará conforme descrito pelo fabricante do equipamento, já que está conforme o item 6.2.5 da referência [8], bastando que o operador realize o procedimento a seguir: 1. Com o equipamento ligado, pressionar o botão de medição da resistência; 2. Abrir a garra e envolver o cabo do aterramento a ser medido, lembrando de certificar-se que os encaixes estão totalmente fechados e isentos de sujeira; 3. Ler o valor da resistência de terra no display. D. Cuidados Durante a Medição
A fim de evitar acidentes ou medições errôneas, é importante que o usuário tome algumas precauções, tais como: 1. Usar sempre equipamentos de proteção adequados para a máxima tensão que possa ocorrer e evitar contato direto com o potencial de terra; 2. Não efetuar medições em dia nublado, com possibilidade de descarga atmosférica; 3. Verificar se há no cabo de aterramento uma corrente excessiva, tensões próximas a 30V ou ruídos, em caso positivo a leitura estará comprometida.
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V. TESTES E R ESULTADOS Para os testes com o terrômetro do tipo alicate, foram realizadas 7 medições em subestações em poste com malha de aterramento formando um triangulo equilátero fechado, estas subestações possuem transformadores rebaixadores de 13.800V para 380V e potências de: 45kVA, 2x75kVA, 2x112,5kVA, 150kVA, 300kVA. Porém, em nenhuma delas foi possível extrair o valor da resistência de aterramento, ora devido não haver local para conectar o terrômetro alicate, ora devido às perturbações elétricas existentes no condutor de aterramento. Sempre que foi detectado, pelo equipamento, a presença de ruídos, tensões espúrias ou outras interferências, apareceu escrito em seu display a palavra NOISE, que de acordo com [10] significa a presença de ruído excessivo. Uma vez que não foi possível realizar as medições com o terrômetro do tipo alicate, a medição da resistência de aterramento, com o terrômetro convencional foi realizada apenas em uma subestação e também no aterramento didático existente na UFG, conforme segue: A Figura 8 representa os dados da medição com o terrômetro convencional, em uma malha de aterramento em triângulo eqüilátero de 2,5m de base ligada a um transformador de 300kVA. Neste caso, o eletrodo auxiliar de corrente foi colocado a 20m do aterramento medido, e foi definido o patamar entre 5,15Ω ( 12,7m) e 5,23Ω (13,7m), ou seja, 5,19Ω.
Fig. 9.
Curva da resistência de aterramento – UFG Linha – 20m
No segundo teste foi obtida a curva da Figura 10 onde, apesar de ainda não estar bem definido, pode-se verificar que em 14m (32,10Ω), 16m (32,60Ω) e 18m (33,30Ω) , a diferença no valor medido é mínimo, sendo possível definir o patamar em 32,60Ω. 49,10
49,00 47,00 45,00
43,10
m h43,00 o m41,00 e a i c 39,00 n ê37,00 t i s e35,00 R
39,30 36,10 32,60
33,00
37,30
32,10
29,10 10
35,10
33,30
31,00
31,00 29,00
34,20
12
14
16
18
20
22
24
26
28
30
32
Distância em metros
Fig. 10.
Fig. 8.
Curva da resistência de aterramento – Trafo de 300kVA
O aterramento didático da UFG é constituído de 3 hastes enterradas na vertical e alinhadas com espaçamento de 4,5m, totalizando 9m de comprimento de cabos. Primeiramente foi realizada uma medição utilizando a metodologia da queda de potencial de [8], com o eletrodo auxiliar de corrente fixado distante 20m da extremidade do sistema. Desta forma não foi possível obter o patamar da curva da resistência de aterramento, conforme mostra a Figura 9. De acordo com [1] isto ocorreu pois a distância entre o eletrodo de corrente e o aterramento medido estava muito pequena, então foi realizado um segundo teste com o eletrodo de corrente a 40m do aterramento medido. copperweld de 2,4m
Curva da resistência de aterramento – UFG Linha – 40m
VI. CONCLUSÕES Para as medições de resistência de aterramento, em subestações prediais, com o terrômetro do tipo alicate é necessário ter uma situação próxima a ideal, ou seja, sem a presença de desbalanceamentos, harmônicos e ruídos excessivos, o que na prática, para as subestações medidas, não foi possível obter tal situação já que o equipamento acusou a presença de ruído excessivo, tornando os resultados sem validade. Já para as medições com o terrômetro convencional MINIPA, foi constatado que existe precisão nos resultados quando o eletrodo de corrente é colocado distante do sistema de aterramento de 3 a 4 vezes a maior dimensão deste sistema, conforme recomenda a referência [1]. Também foi concluído que com os recursos oferecidos pelo fabricante MINIPA, a medição da resistência de aterramento poderá funcionar em sistemas de aterramento de pequenas dimensões, porém para sistemas maiores será necessário a substituição dos condutores originais do equipamento por condutores de maior comprimento, variando de acordo com o tamanho do sistema a ser medido.
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VII. AGRADECIMENTOS À Coordenação do Curso de Especialização em Instalações Elétricas Prediais, pela oportunidade proporcionada, ao Prof. Dr. Antonio Cesar Baleeiro Alves e ao Prof. Dr. Euler Bueno dos Santos, pela paciência e ajuda incondicional, ao Sr. Getúlio da empresa Mb Têxtil, ao Sr. Nelson da empresa Laticínio Veneza e a Srta. Eng. Tatiane V. Soares da Secretaria de Estado da Educação, por possibilitarem as medições. Gostaria de agradecer especialmente à Lorena Martins de Abreu, minha companheira de todas as horas, pela paciência e compreensão durante as noites de sono perdidas. VIII. R EFERÊNCIAS [1] VISACRO FILHO, SILVÉRIO - Aterramentos Elétricos: conceitos básicos, técnicas de medição e instrumentação, filosofias de aterramento, Artliber Editora, São Paulo, 2011.
[2] MAMEDE FILHO, JOÃO - Instalações Elétricas Industriais, 6ª Edição, LTC Editora, 2001 – Capítulo 11 pag. 497 a 533. [3] KINBERMAN, GERALDO – Aterramento Elétrico, 3ª Edição, UFSC - EEL – LABPLAN, Florianópolis, 1995. [4] BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego, Norma Regulamentadora Nº 10, Segurança em Instalações e Serviços em Eletricidade, Dez. 2004. [5] ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, ABNT NBR-5419, Proteção de estruturas contra descargas atmosféricas, Jul. 2005. [6] ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, ABNT NBR-14039, Instalações elétricas de media tensão de 1,0kV a 36,2kV , Mai. 2005. [7] ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, ABNT NBR-5410, Instalações elétricas de baixa tensão, Set. 2004. [8] ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, ABNT NBR-15749, Medição da resistência de aterramento e de potenciais na superfície do solo em sistemas de aterramento, Ago. 2009. [9] MINIPA, Manual de Instruções do Terrômetro Digital MTR 1520D, Revisão 02, Ago 2010. [10] ICEL MANAUS, Manual de Instruções do Alicate Terrômetro Modelo TR5700 , sem data.
IX.
BIOGRAFIAS
Gustavo Rocha Azevedo Xavier. Nascido em Itapetinga-BA, Brasil.
Engenheiro Eletricista graduado pela Pontifícia Universidade Católica de Goiás em 2008. Especialista em E ngenharia de Segurança do Trabalho pela Universidade Federal de Goiás em 2009. Especialista em Instalações Elétricas Prediais pela Universidade Federal de Goiás em 2012. É sócio proprietário da empresa Gutech Engenharia onde realiza serviços de laudos técnicos, projetos treinamentos e estudos para empresas nacionais e multinacionais. Antônio Cesar Baleeiro Alves . Nascido em Teófilo Otoni-MG, Brasil. Engenheiro Eletricista graduado pela Universidade Federal de Goiás em 1983. Mestre em Engenharia Elétrica pela Universidade Federal de Uberlândia em 1991 e Doutor pela UNICAMP em 1997. É professor associado da Universidade Federal de Goiás, onde leciona para os cursos de graduação e pós-graduação. É pesquisador nas áreas de qualidade de energia e computação aplicada. Euler Bueno dos Santos . Nascido em Goiás-Go, Brasil. Engenheiro Eletricistas (1977) e Bacharel em Física (1979), ambos pela Universidade Federal de Goiás. Mestre (1993) e Doutor (2000) em Engenharia Elétrica pela Universidade Federal de Uberlândia. É professor associado da Universidade Federal de Goiás, onde leciona para os cursos de graduação em Engenharia Elétrica e de Computação, bem como para o curso de mestrado. É pesquisador nas áreas de qualidade de energia e máquinas elétricas não convencionais.