Capítulo 28 Tempos modernos versus ansiedade: aprenda a controlar sua ansiedade Q ín ín a N o l c t o B u en en o * A n g el u c i Reis B r an q u ín h o R i b ei r o ** Iran Iran Johnathan Silva Oli ve ir a*** Jéss Jéssic ica a Cirq ueir a A lv es **** Ro b er er t a M a i a M a r c o n * * * ** **
Universidade Católica dc Qoiás
A tecnologia e a agitação da vida moderna trouxeram consigo competitividade, instabilidade no emprego, viotência, trânsito, perspectivas futuras, diversas pressões quanto a ser avaliado, ser aprovado, ser capaz, dar conta, alcançar o sucesso g mais uma infinidade de possibilidades e ameaças abstratas e reais. Todas, portanto, com preendendo estímulos às pessoas, independente de sua raça, credo, classe social ou localização geográfica. Implicando, desta forma, no poder de gerarem respostas emo cionais - positivas ou negativas - naqueles indivíduos que, de uma forma ou de outra, são colocados diante de tais contextos. Àqueles que as discriminam como estímulos aversivos darão a elas a função de gerarem-lhes respostas emocionais negativas. E, muito provavelmente, ao serem mantidos em contato com tais estímulos, percebendoos como negativos, poderá haver a aparição, em seus organismos, de respostas de estresse e de ansiedade alterada. Os diversos estudos sobre as respostas ansiosas, assim como sobre o de senvolvimento do estresse, relatam que, num primeiro momento, tanto a ansiedade quanto o estresse são respostas que objetivam levar o organismo de quem as sente a ’ Mestra Mestra em Psicologia. Professora Professora do do Departamento d e Psicologia Psicologia e tio Programa de Pòs-Graríuaçáo em Psicologia Lato
Sensu d a
Universidade Católica de Goiás, Goiás, membro membro do Núcleo de Pesquisa Aplicada em em Intervenções Clinicas e Comu nitá rias -NUPA ICC E-mail E-mail ginabuerxTpsigihotmail ccm ~ angelpsi80@yalioü.com angelpsi80@yalioü.com br
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Sobre Comportamento c Cognição
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enfrentar as contingências de ameaças, mesmo que implicando apenas num proces so evolutivo sócio-ambiental. Porém, a eficácia quando do enfrentamento das situa ções geradoras de ansiedade exacerbada e de estresse dependerá do repertório assertivo para a ocorrência desse enfrentamento. Caso contrário, enfrentar tomar-se-á em uma nova contingência que não favorecerá o controle dessas respostas, mas sim sua exacerbação {Ballone, 2008; Lipp & Tanganelli, 2002). Assim, é importante destacar que não apenas situações classificadas como ruins têm a propriedade de favorecer a quebra da homeostase biológica do organismo. Aqueles eventos muito prazeros podem produzir, também, alteração homeostática, visan do a adptação do organismo ao novo contexto (Pacanaro & Santos, 2007). Assim, quanto menor for capacidade de adaptação, maior será a probabilidade do afetamento grave de todas as respostas da pessoa: cognitivas, fisiológicas, emocionais e com porta mentais. Como se vê, a qualidade de vida não está relacionada apenas à ausência da doença, mas sim, a todo contexto que envolva o bem-estar profissional, físico, emocio nal e social do indivíduo {Lipp, 1997). Sendo assim, o estresse e a ansiedade funcionam como respostas adaptativas e essenciais ao ser humano que quando imediatas ou de curtos periodos permitirão que o indivíduo se adapte ao ambiente (Craske & Barlow, 1993/1999). Porém, é impor tante compreender a diferença entre ambos e o que cada um pode ocasionar.
Estresse Trata-se de uma condição dinâmica na qual uma pessoa é confrontada com uma oportunidade, limitação, bem como com uma demanda em relação a algo deseja do e cujo resultado é percebido, simultaneamente, como importante e incerto (Robbins. 2001 / 2002 ).
Um ponto a considerar é que o processo de estresse será desencadeado e desenvolvido de forma diferente para cada indivíduo, visto que a análise de cada evento como aversivo ou não dependerá de como cada pessoa aprendeu a percebê-lo. Ou seja, o processo de estresse está intimamente relacionado à história de vida do indiví duo (Sanzovo & Coelho, 2007). De acordo com as autoras, sendo a análise de cada evento como aversivo ou não dependente da história de aprendizagem de cada indivíduo, bem como sua reação frente a determinado evento, deve-se considerar que, além de possuírem histórias de vida diferentes, os indivíduos estão expostos a fontes estressoras diferentes, de forma que alguns deles podem considerar um agente como estressor, enquanto outros não consideram. É importante ressaltar que o estresse aparece associado tanto aos limites quan to às demandas. Os limites impedem que o indivíduo faça o que deseja e as demandas referem-se à perda de algo desejado. Assim, quando o indivíduo faz suas provas na escola ou passa pelo processo de avaliação de desempenho em seu trabalho, sente o estresse por estar confrontando oportunidades, limitações, bem como demandas. Um bom desempenho pode levar a uma promoção, a maiores responsabilidades, além de um salário mais alto. Já um mau desempenho pode impedi-lo de atingir a promoção. Se a avaliação for muito ruim, pode significar até sua demissão (Robbins, 2001/2002). Para que o estresse potencial se torne real são necessárias duas condições. É preciso haver incerteza em relação ao resultado, e este deve ser importante. Indepen dentemente das condições, apenas acontece o estresse quando existe incerteza ou
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dúvida a respeito de a oportunidade ser aproveitada, as limitações serem superadas nu até mesmo a perda sor evitada. Sendo assim, o estresse é maior para as pessoas que não conseguem saber se vão perder ou ganhar, e menor para aquelas que têm certeza da perda ou do ganho. Mas a importância do resultado também é crítica, visto que sc perder ou ganhar não for um aspecto relevante para o indivíduo , não haverá estresso Porem, se manter seu emprego e/ou receber uma promoção forem contingências que não produzirão muita diferença, então não haverá por que ficar estressado cm relação à sua avaliação de desempenho (Kobbins, 2001/2002). De acordo com o autor, o estresse não é necessariamente ruim, embora costu me ser discutido dentro de um contexto negativo. O estresse também tem seu lado positivo, ou seja, deve ser percebido como uma oportunidade quando oferece um po tencial de ganho. Considere, por exemplo, o desempenho demonstrado por um atleta quando exposto a uma situação limite. Geralmente o atleta utiliza o estresse para dar o máximo de si. Portanto, o estresse é essencial em nossas vidas para adaptação em situa ções novas (Nunes, 2003). A manifestação de estresse diante de situações verdadeira mente ameaçadoras é adaptativa e necessária à sobrevivência, gerando um comporta mento apropriado para livrar o organismo do perigo e, portanto, não provocar dano algum ao mesmo. Por outro lado, o estresse provocado por uma hipervalorização do perigo e desvalorização dos recursos pessoais é Cesadaptativo, e yera comportamen tos que cronificam esse quadro físico (Falcone, 1997). Reconhece-se que o estresse compreende algumas fases. A primeira fase é conceituada como sendo Reação de Alerta. Também é chamada de Reação de Alarme. Nela o organismo prepara-se para lutar ou para fugir. Caso o estressor tenha curta duração essa fase termina em algumas horas (Martins, 2001). Sendo os estressores aqueles estímulos ou eventos difíceis que desencadeiam um estado emocional forte que exija adaptações de enfrentamento (Straub, 2002/2005). Os estressores podem ser subdivididos em estressores internos e externos. Os estressores internos sâo: (1) Frio; (2) Fome; e (3) Dor. Enquanto que os estressores externos - psicossociais - referem-se, por exemplo, à: profissão, escola, relacion a mento, dentre outros. A segunda fase do estresse é a de Resistência. Se o agente estressor perdura e o organismo tenta restabelecer o equilíbrio interno, o organismo fica enfraquecido e muito suscetível a doenças, Contudo, durante essa fase, o indivíduo utiliza técnicas para controlar seu estresse e consegue diminuí-lo, saindo desse estágio de estresse sem seqüelas. Assim, o equilíbrio é restabelecido (Lipp & Malagris, 1995). Já a terceira fase é identificada como a de QuaseExaustão. É um enfraqueci mento da pessoa que não mais está conseguindo adaptar-se ou resistir ao estressor. As doenças começam a surgir, tais como: herpes simples, psoríase, picos de hiperten são e diabetes, mas ainda não são tão graves quanto às da próxima fase (Lipp, 2000). Enquanto na quarta fase, que é a de Esgotamento ou_Exaustão, o estressor perdura ainda mais. As psícopatologias e patologias manifestam-se, com muita freqüência, nos níveis psicológico e físico, respectivamente. Contudo, é importante res saltar que o estresse não trata-se do elemento patogênico das doenças, mas conduz a um enfraquecimento das respostas psicológicas e fisiológicas. Desta forma, as patolo gias programadas geneticamente manifestam-se no indivíduo devido ao seu estado de exaustão (Lipp & Malagris, 1995; Martins, 2001). Um ponto a considerar é que em todas as fases do estresse estarão ocorrendo problemas, de forma gradual, de acordo com a própria fase. Necessário, portanto,
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salientar que podem ocorrer: (a) problemas físicos - músculos tensos ou rígidos, vômitos, perda ou ganho de peso, bruxismo, cansaço, suores, dores de cabeça devido à tensão, fragilidade, problemas estomacais, sensação de asfixia, tremores muscula res, náusea, erupções na pele, hipertensão, reações alérgicas, cicto menstrual doloro so, batimentos cardíacos rápidos ou irregulares; (b) problemas psicológic os - pensa mentos ansiosos, raiva, depressão, dificuldades de memória, fadiga, pouca concentra ção. ressentimento, incapacidade de relaxar; e (c) problemas comportam entais - inqui etação, choro, fuga de tarefas, problemas para dormir, punhos cerrados, consumo de substâncias entorpecentes, mudanças em hábitos alimentares, temperamento agres sivo, fuga de relacionamentos (Straub, 2002/2005). É importante ressaltar que tais condições não representam conseqüências inevitáveis do estresse, tampouco a presença de várias respostas em níveis diferentes necessariamente indica que o estresse seja a causa. Estas inúmeras respostas estão correlacionadas, também, com a ansiedade.
A n sied ad e Staats (1996) adverte que a ansiedade é um estado emocional. Essa emoção é normal, necessária à sobrevivência de todo ser vivo, pois o adverte ao cumprimento ordenado das contingências da vida, seja para enfrentá-las, fugir ou esquivar-se detas. Assim, Mundim e Bueno (2006) ressaltam que os estados emocionais podem ser desregulados, assim como qualquer outra função do organismo. Quando isto ocor re, ou seja, quando a ansiedade torna-se intensa, exacerbada, ela pode estabelecer riscos ao indivíduo que a vivência. Desta forma, a função da ansiedade quando o indivíduo está frente a um estí mulo favorecedor de sua discriminação de que haja a possibilidade de perigo, de ame aça à sua vida, é a de protegê-lo, isto quando esta é mantida em níveis normais. E não prejudicá-lo, o que ocorre quando em níveis intensos. A ansiedade é definida também como reação de lutaefuga. É assim denomi nada porque todos os seus efeitos estão diretamente voltados para lutar ou fugir de um perigo (Craske & Barlow, 1993/1999). Quando alguma forma de perigo é percebida ou antecipada, o cérebro envia mensagens a uma seção de nervos chamada de sistema nervoso autônomo, que possui duas subsecções ou ramos: o sistema nervoso autônomo simpático - SNAS e o sistema nervoso autônomo parassimpático - SNAP. O SNAS é o sistema da reação de luta-e-fuga, tendo a função de liberar energia para colocar o corpo pronto para ação. Tende muito a ser um sistema tudoounada. Isto é, quando ativado, todas as partes do organismo vão reagir (Craske & Barlow, 1993/1999). Nesse contexto, uma série de mudanças fisiológicas ocorre, quando o organis mo está diante de situações geradoras de ansiedade, como: aceleração dos batimentos cardíacos, sudorese nas extremidades, tremores, calafrios, formigamentos, ânsia de vômito, dificuldade para respirar, para concentrar-se, fraqueza física, etc.. E, caso as situações se tornem freqüentes ou prolongadas, poderão provocar danos mais sérios ao organismo, como úlceras gástricas e hipertensão arterial, sendo essas manifesta das na forma das doenças consideradas psicossomáticas (Alencar, 1977). Em algum momento, o corpo cansará da reação de luta-e-fuga e ele próprio ativará o SNAP para restaurar seu estado de relaxamento. Assim, o SNAP é um protetor embutido que impede o SNAS de desgovernar-se (Craske & Barlow, 1993/1999). É importante ressaltar que o efeito número um da reação de luta-e-fuga é alertar o organismo para a possível existência do perigo. Portanto, há uma mudança automática
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e imediata na atenção para pesquisar o ambiente em busca de ameaças em potencial. Exatamente por isso, conccntrar-se em tarefas rotineiras torna-se muito difícil para al guém que está muito ansioso. Porém, muitas vezes uma ameaça óbvia não pode ser encontrada. E, infelizmente, a maioria das pessoas não aceita o fato de não encontrar uma explicação para alguma coisa. Assim, em muitos casos, quando as pessoas não conseguem expiicar seus sentimentos, elas tendem a procurar em si próprias. Ncssc caso, o cérebro inventa uma explicação como “Eu devo e star morrendo, perdendo controle ou ficando louco". Como já mencionado, nada poderia ser menos verdadeiro, já quo a função primordial da reação de iuta-e-fuga é a de proteger o organismo, o não de prejudicálo. Por isso mesmo, são auto-falas compreensíveis (Craske & Barlow, 1993/1999). Segundo Nardi (2000), medo é uma reação normal do indivíduo frente a uma situação ou objeto específico que ofereça perigo, sendo esse real ou imaginário, fazen do com que o mesmo o evite. Apesar de ser considerado como uma emoção, o medo produz uma gama de comportamentos que podem ser mensuráveis, portanto, observáveis. Sendo assim, tem-se que os medos podem ser saudáveis e adaptativos, uma vez que também exer cem a função de proteger o indivíduo das possíveis ameaças, tendo um valor do sobre vivência para perpetuação das espécies. Em geral, o medo é expressado por meio de fuga em relação às pessoas, objetos ou situações que o eliciem (Harlow. McGaugh & Thompson, 1971/1978). O medo obsessivo gerado numa determinada situação pode, gradualmente, ser generalizado para outras situações que, em principio, poderiam ser consideradas secundárias, levando o indivíduo a um estado geral de apreensão ou ansiedade em todas as circunstâncias (Harlow et al., 1978). De acordo com uma grande quantidade de pesquisas, as pessoas aprendem a experimentar medo, inclusive, das próprias sensações de reação de luta-e-fuga. Isto ocorre graças a interpretações errôneas quanto ás respostas fisiológicas necessárias nos momentos em que o indivíduo precise lutar ou fugir de algum evento (Craske & Barlow, 1993/1999). Discriminar incorretamente que o funcionamento de seu corpo esta fora de seu controle - nesse contexto de reação luta-e-fuga - acreditando que o que sente é assustador, leva essas pessoas a aprenderem o medo das respostas corporais. De senvolvendo a partir daí uma nova classe de com portam ento-problema: pânico. O transtorno de pânico ocorre quando uma pessoa discrimina suas respostas fisiológicas como anormais e a partir daí foca toda sua atenção no monitoramento de suas reações corporais, temendo a morte iminente e as próprias respostas simpáti cas. Assim, sem saber, constrói, ela própria, o ataque de pânico que recorrente produ zirá o transtorno de pânico. E, uma dessas respostas fisiológicas muito importantes para a construção do ataque de pânico é a hiperventilação.
Hiperventilação e Controle Respiratório A hiperventilação é uma respiração induzida pelo estado de estresse corporal, experimentado por uma condição que a pessoa a discrimine como sendo de perigo (Craske & Barlow, 1993/1999). Ao hiperventilar, a pessoa faz com que a concentração de oxigênio em seu cérebro diminua. Esse quadro é provocado em função de a pessoa inspirar e expirar o ar rapidamente, o que favorece uma redução drástica de oxigenação corporal. E é justa mente essa diminuição na quantidade de oxigênio no organismo que provoca a ocor rência de respostas corporais desconfortáveis, por ser ativado o SNAS, e com ele todas as funções fisiológicas que, por sua vez, tornam-se aceleradas.
Contudo, a indução da hipen/entilação como técnica terapêutica tem a função de levar o participante de um processo terapêutico psicológico, estressado e/ou em estado de pânico, a observar que sempre que ocorrerem situações ás quais discriminálas como sendo aversivas e que ele permitir-se auto-falas negativas (pensamentos), toda a sua musculatura será tensionada. obstruindo o funcionamento correto dos pul mões. O resultado será a alteração de sua respiração, agora curta e acelerada, com posterior alteração total das demais funções fisiológicas e, finalmente, a ativação inten siva do SNAS, ocasionando o ataque de pânico. Mas, ao ser aplicada a segunda técnica, controle respiratório, após a indução da hiperventiiação no contexto clínico, o terapeuta levará essa pessoa a discriminar que mesmo estando diante de uma contingência aversiva, em que seu SNAS com certeza é ativado, a regularização de sua respiração favorecerá o controle das respostas simpá ticas, via a ativação do SNAP, Ao contrário da hiperventiiação, o controle respiratório favorecerá uma adequada oxigenação do organismo, o que favorecerá o equilíbrio das respostas corporais, cognitivas, emocionais e coniportamentais. A conseqüência do controle respiratório será a cessação da ansiedade exacerbada, portanto, a cessação das condições favoráveis ao ataque de pânico, que ocorrendo agravará o estado de estresse do indivíduo.
Controle Respiratório Esta é uma técnica simples e fácil de ser realizada. Primeiro passo - A pessoa deve sentar-se em uma cadeira, deixando os pós apoi ados ao chão. Segundo p asso - Relaxar a musculatura do corpo o máximo possível. Terceiro passo - Cerrar os lábios e inalar a maior quantidade de ar possível pelas narinas, até encher os pulmões. Esse ar deve ficar retido por cerca de 4 segundos. Quarto passo - Entreabrir a boca, deixando o ar escapulir, o mais lentamente pos sível, até o final. Quinto passo - Voltar a respirar de forma norma!, por 4 segundos, sempre instruin do o corpo ao estado de relaxamento muscular. Sexto passo - Repetir os 5 passos 6 vezes consecutivas, o que compreenderá uma sessão de controle respiratório. O indicado a uma pessoa com nível de estresse alto e/ou que esteja fazendo crises de ansiedade intensa, inclusive de ataques de pânico, são pelo menos 10 sessões de controle respiratório por dia. Essas ses sões devem ser bem distribuídas ao longo do dia/noite quando a pessoa estiver em estado vigil, Isto implica que seu estado de sono não deve ser interrompido para realizar sessões de controle respiratório. A fim de viabilizar a capacitação das pessoas para o alcance do autocontrole de sua ansiedade, paralelamente ao controle respiratório faz-se necessária a educação sobre esta resposta emocional.
Educação sobre a Ansiedade Tal como for mencionado anteriormente, a ansiedade é um estado emocional normal, básico, necessário à vida do ser humano. Staats (1996) ressalta que esta resposta emocional ou emoção é eliciada por um estímulo - público ou privado - que possui três funções: (1) eliciar uma resposta emocional, (2) atuar como estímulo reforçador e (3) direcionar comportamentos de aproximação ou de fuga ou esquiva.
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Desta forma, se a resposta emocional provocada por um estímulo for positiva, o com portamento esperado é de aproximação ao estimulo que a gerou. Mas, ao contrário a resposta emocional evocada pelo estímulo for negativa, o comportamento será de afastamento do estímulo que a gerou, discriminado como aversivo. s
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É necessário, portanto, salientar os processos cognitivos nesse contexto. Pro cessos cognitivos referem-se àquilo que compreende o mundo privado da pessoa; o pensar, o sentir, o ouvir, o falar para si mesmo, o emocionar, o discriminar, o p e r c e b e r , etc.. Os processos cognitivos podem ocorrer de forma positiva e de forma negativa, dependendo de algumas variáveis, entre elas: a historia de vida do indivíduo, bem como seu estado de privação e/ou de saciedade. A próxima etapa da educação sobre a ansiedade é levar a pessoa a compreen der os processos básicos de funcionamento do seu cérebro. O cérebro funciona à base de energia cerebral. A energia cerebral é composta, entre tantos elementos químicos, físicos e elétricos, por dois que são considerados essenciais: o oxigênio (O2, o ar que respiramos) e a glicose (açúcar oriundo dos alimentos ingeridos). No cérebro, entre outros sistemas nervosos há o sistema nervoso autônomo, que é o sistema da vida das relações (interações sociais) Ele divide -se em dois subsistemas: sistema nervoso autônomo simpático e sistema nervoso autónomo parassimpático, já descritos anteriormente. Nesse sentido, delinear o processo de operacionalização do sistema nervoso autônomo simpático e parassimpático é imprescindível para a compreensão dos efei tos fisiológicos dos estados emocionais negativos, assim como parece bastante salu tar a utilização de metáforas para explicações desse processo.
Efeitos Fisiológicos dos Estados Emocionais Negativos Conhecer os efeitos dos estados emocionais negativos pode ser um recurso muito importante àquele ou àquela que deles padecem, de forma exacerbada, bem como àqueles profissionais que prestam serviços de assistência ao restabelecimento da saú de dessas pessoas. Para favorecer o conhecimento desse procosso, o terapeuta pode utilizar-se da metáfora de velocímetro (aparelho que mede a velocidade de um veiculo). O veículo dis põe de um velocímetro com a finalidade do orientar aquele que o dirige para práticas corretas de velocidade. O mesmo procedimento ocorre com essa resposta emocional, chamada ansiedade. Quando, graças à discriminação dos estímulos que a pessoa faz, a ansiedade é evocada, sua intensidade será correta ou não. Se cometa, o indivíduo que a sente ativa em si o SNAP e a conseqüência esperada de sua interação com o evento que a antecedeu é positiva. Mas quando sua intensidade é verificada de forma exacerbada, a conseqüência deverá ser negativa tanto à pessoa que a sente quanto ao meio ambiente social desta. Assim, a ansiedade em níveis normais deverá ser aquela na qual os SNAS e SNAP serão adequadamente ativados, favorecendo à pessoa respostas assertivas de enfrentamento ou de fuga ou de esquiva ao evento que ocorre. Portanto, o repertório de habilidades sociais, bem como o repertório verbal que uma pessoa dispõe será imprescindível para o controle ou não de suas respostas ansi osas. Entretanto, quando o indivíduo percebe um estímulo como muito aversivo, suas respostas cognitivas e emocionais são afetadas e, por conseguinte, serão afetadas
também suas respostas fisiológicas e comportamentais. Esse é o momento que a pessoa produz o clássico quadro de ansiedade exacerbada. Exacerbados, os efeitos provocados pelos estímulos aversivos condicionados afetam o SNAS que, por sua vez, acelera o funcionamento de todos os órgãos do corpo, provocando: taquicardia; sudorese; palpitação; tremor; calafrios; dormências/formiga mentos; boca seca; ânsia de vômito; vertigem; sensações de sufocamento, de falta de ar, de fraqueza física, de perda de contato com a realidade e de desmaio; pressão cerebral, torácica, estomacal, intestinal; tontura; dilatação das pupilas, dentre outras. Essas conseqüências produzirão estresse no organismo, deixando as pesso as que as sentem: fadigadas, cansadas, em estados de prostração. Por conseqüência do estresse são esperadas: perda da atenção, da concentração, do lembrar, querer, do fazer, da libido, da vontade; aumento da irritabilidade; alteração dos ciclos sono-vigília e alimentar; e alteração dos esfíncteres, dentre outras. Diante disto, a Figura 1, a seguir, demonstrará de forma macro os efeitos dos estados emocionais negativos visando favorecer-lhe a compreensão sobre este pro cesso.
F igurai - Seqüências das ações do Sistema Nervoso Autônomo Simpático e P arassimpático segundo C raske e Barlow (1993/1999).
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Portanto, a importância do controle respiratório agora se toma evidente: produ zir uma overdose de oxigênio no cérebro/organismo, visando a ativação imediata do SNAP para a devolução ao corpo de seu estado de equilíbrio, de relaxamento Percebe-se, assim, que o controle respiratório será apenas uma das técnicas necessárias para o controle da ansiedade exacerbada, provocada pela discriminação de um evento como aversivo. Outras técnicas imprescindíveis para a garantia desse controle são necessárias, especialmente o treinamento de habilidades sociais (Caballo, 2002/2003; Del Prette & Del Prette. 1999/2001). Assim, objetivando o autocontrole do estresse e da ansiedade, o terapeuta deve proporcionar a seu cliente estratégias de intervenção, favorecendo-lhe melhor qualidade de vida.
Manejo do Estresse e da Ansiedade Todos os indiv íduos possuem, em m aior ou meno r grau. h ab ilidad es de.* enfrentamento que foram adquiridas ao longo dos anos. Entre elas, estão: (a) as estra tégias que funcionaram no passado; (b) as técnicas sobre as quais lemos; e (c) os comportamentos que observamos em outros indivíduos. Essas habilidades, na maio ria das situações, são provavelmente adequadas, por nos impedir de experimentar estresse e ansiedade indevidos. Porém, em algumas vezes, as demandas de uma situação podem exceder nossos recursos de enfrentamento (Straub, 2002/2005). O terapeuta, com a finalidade de manejar o estresse e a ansiedade em seu cliente, busca técnicas que o levem a ativar mais o SNAP e ativar o SNAS apenas em niveis de proteção, e não de paralisação. Entre um arsenal de técnicas com esta finalidade, destacam sc:
(1) Parada de Pensamento (PP) É um procedimento de autocontrole desenvolvido para interromper pensamen tos geradores de ansiedade (Raich, 1996/2007); (2) A .C.A .L.M .E.-S.E. -
Essa técnica, segundo Rangé (1998), tem o intuito de levar o indivíduo a lidar com seu estado de ansiedade e aceitá-lo totalmente. A fim de que este permaneça no presente e aceite sua ansiedade, fazendo-a atingir niveis de controle. Sendo assim, para desenvolver o autocontrole da ansiedade nos clientes, os terapeutas utilizam os oito passos que a compreendem: 1o Passo - A - Aceite a ansiedade; 2° Passo - C
- Contemple a natureza;
3 o P as s o - A - Aja com sua ansiedade (não deixe de comportar-se); 4o Pas so - L - Libere o ar dos pulmões (faça o controle respiratório); 5o Pas s o - M -^Mantenha os passos anteriores;
6 ° Passo - E - Examine seus pensamentos (troque os pensamentos negati
vos, por pensamentos positivos); 7o Passo - S - Somia, você venceu, você aprendeu a controlar a sua ansiedade e 8 o Pas s o - E - Espere o melhor do futuro, pois no presente, você é quem está
controlando a ansiedade, e não a ansiedade provocada por estímulos ambientais, é que tem o controle sobre você;
Sobre Comportamento Cognição
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(3) Relaxamento Partindo-se do conceito de que o estresse é uma resposta biológica ante a situações percebidas como ameaçadoras às quais o organismo não possui recursos para enfrentá-las adequadamente, o relaxamento, por outro lado. é considerado “(...) uma resposta biologicamente antagônica à resposta de stress, que pode ser aprendida e convertida em um importante recurso pessoal para opor-se aos efeitos negativos do stress." (Benson, 1975, citado por Vera & Vila, 1996/2007, p. 150).
Considerações Finais Com os tempos modernos, a competitividade, a pressão, a tensão e uma bus ca continua por superação têm favorecido o desenvolvimento de quadros de estresse e de ansiedade exacerbados aos indivíduos, em qualquer fase de suas vidas. Isto por que, desde criança, há a exigência do sucesso como marcador da quaiidade de vida e da aceitação social, sem se avaliar a eficácia e eficiência do treinamento e da maturida de do repertório hábil da pessoa para apresentar o resultado social desejado. O produto final disto está apresentado no próprio organismo das pessoas dos tempos modernos, ou seja: desorganização emocional, intelectual, fisiológica e comportamental, conseqüenciando vários tipos de comportamentos-problema, como os transtornos de pânico, ansiedade generalizada, depressão, além de diversas outras formas de fobias, favorecedoras de quadros de estresse cada vez mais importantes, Sendo esta cadeia ascendente, e quando nâo interrompida levará ao desenvolvimento das mais variadas formas de enfermidades. Diante do exposto, este estudo objetivou apresentar como as respostas de ansiedade intensas sâo desencadeadas; além de definir os principais estímulos mantenedores da resposta emocional negativa; bem como propor treinamento de es tratégias de intervenção que viabilizem a capacitação das pessoas para o alcance do autocontrole de suas respostas emocionais, ou seja, da ansiedade. Assim, este estudo objetivou primeiramente favorecer aos terapeutas, e às pessoas de uma forma geral, recursos para o processo de aprendizagem sobre o desenvolvimento das respostas fisicas. cognitivas, emocionais e comportamentais da ansiedade e do estresse. Secundariamente seu objetivo foi apresentar técnicas que, bem aplicadas, podem favorecer o controle das respostas ansiosas e de estresse, experimentadas pelo indivíduo. Por fim, buscou estabelecer um procedimento ordena do tanto para a educação quanto para a reeducação da ansiedade exacerbada bem como do quadro de estresse, que se não controlados favorecem o desenvolvimento de uma infinidade de psicopatologias e de patologias. Porém, não foi seu objetivo aportar-se como um modelo pronto e acabado para o controle de quaisquer respostas ansiosas ou estressantes. Posto que cada experiên cia com mesmo evento e/ou com eventos semelhantes ou mesmo diferentes leva o indivíduo a comportar-se das mais variadas formas, isto è, idiossincraticamente, gra ças à sua história de aprendizagem anterior, bem como ao seu estado de saciedade ou de privação anterior, dentre outras variáveis.
Referências Alencar, E. M. L. S. (1977). Psicologia: introdução aos princípios básicos do comportamento. Rio de Janeiro: Vozes.
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