Tempos Modernos - Paul Johnson

TEMPOS MODERNOS PAUL JOHNSON

O MUNDO DOS ANOS 20 AOS 80

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O MUNDO DOS ANOS 20 AOS 80





































































































































































































































































































































































































































I ILilo do original em inglês:

A H ISTOR IST ORY Y Oh O h THE M O DERN DE RN WORLD WO RLD FRO F ROM M 1917 1917 TO THE TH E 1980’ 1980’s Copyright Copyright © 1983 , Paul Johnson Published by arrangement with George Weindfeld and Nicolson Limited 91 Clapham High Street, London SW4 Direitos Direitos reservados para a língua po rtugues a no Brasi Brasil: l: INSTITUTO INSTITUTO LIBERAL LIBERAL Rua P rofessor Alfredo Alfredo Gomes, 28 CE P 2225 222511 - Botafogo - Rio de Ja neiro - R J - Brasi Brasill

Printed in Brazil / Impresso n o Brasil Brasil ISBN 85-85054-19-0 (Ediçào original ISBN 0-297-78475-7) Revisão de originais Al e x a n d r e Guasti C e l ia N e v e s D o u r a d o R o n a l d o d a S i l v a L e g e y

Digitação Sa n d r a G u a s t i d e A . C a s t r o

Revisão tipográfica D u l c e R a b e l o C a r m e n C e n i r a O l i v e i r a

Program ação visu visual al E d u a r d o M u n iz d e C a r v a l h o

O título título desta edição em português foi traduzido traduzido da edição am ericana: ericana:

Modem Mo dem Times, Times, The World Worldfro m the Twenti Twenties es to the Eighties, Eighties, Nova lorque, Harper & Row, 1985.

Ficha catalográfíca elaborada pela Biblioteca Biblioteca L udwig von Mises Mises do Instituto Liberal Liberal J62

Johnson, Paul. Tempos Tempos modernos: o mundo dos ano s 20 aos 80 80 / Paul John son; tradução de Gilda de Brito Mac-Dowell e Sérgio Sérgio M ara nh ão d a Matta. — R io de Janeiro: Insti tuto Liberal, 1990. 667 p. Not N otas as : p. 621-667 621 -667 ISBN 85-85054-19-0 85-85054-19-0 1

Histó ria con tem porâ nea 2. Gu erra. 3. Sistemas sociocu lturais. 4. To talitaris













































































































































SUMÁRIO

1. UM MU ND O RELATIVISTA RELATIVISTA

1

2. AS PRIM EIRAS UTOP IAS DESPÓTICAS

39

3. À ESPERA DE HITLER

85

4. LEGITIM IDADE EM DECA DÊN CIA

113

5. UM A TEOC RAC IA INFERNA L, UM CAOS CELES TIAL

145

6.

167

A ÚLTIMA AR CÁ DIA

7. DEG RING OL AD A

191

8.

219 219

OS DEM ÓN IOS

9. O CLÍM AX DA AGRESSÃO

259 259

10. O FIM DA VE LH A EURO PA

285 285

11. O AN O DIVISOR DE ÁGUAS

311

12. SUP ERPO TÊN CIA E GEN OC ÍDIO

333 333

13. A PAZ PELO TER RO R

363 363

14. A GERA ÇÃO BAN DUN G

393 393

15. OS REINA DO S DE CALIBA N

427 427

16. EXPER IMENT AN DO COM A METADE DA HUM AN IDADE

459 459

17. O LÁZARO EUR OPE U

48 5

18. A TENTATIVA DE SU ICÍD IO DA EUR OPA

517 517

19. OS CO LET IVISTA S ANO S 70

555 555



























































































































































































































































































Com vara vara de ferro fer ro governa governaras ras e os despedaçarás como a um vaso de oleira Agora, ó rei reis, sede prudent prudentes; es; deixai deixai-vo -voss ins instr trui uir, r, vós que julgais a Terra. SALMO, 2:9-10













































































































































1 UM MUNDO RELATIVISTA

O mundo moderno começou em 29 de maio de 1919, quando fotografias de um eclipse solar, obtidas d a ilha de Príncipe, Príncipe, na costa oeste africana, e em Sobral, no Brasil, confirmaram a veracidade de uma nova teoria do universo. Por meio século tinha-se tornado evidente que a cosmologia newtoniana, baseada nas linhas retas da geome geo metria tria euclidian euc lidianaa e nas noções de tem po absoluto de Galileu, Galileu, necessitava necessitava de sérias modificações. Ela havia permanecido incólume por mais de duzentos anos, tendo servido como pano de fundo para o Iluminismo europeu, a Revolução Industrial, a vasta vasta expansão do conhecimento humano, a liberdade liberdade e a prosperidade que caracte cara cte rizaram o século XIX. Mas o crescente desenvolvimento de telescópios possantes estavam estavam revelando rev elando anomali anomalias. as. Especialmente E specialmente o movimento movimento do planeta Mercúrio, que desvia desviava va 43 segundos de arco por p or século século com com relação ao com portamento portame nto que seria seria esperado pelas leis newtonianas da física. Por quê? Em 1905, Albert Einstein, um judeu alemão de 26 anos de idade que traba lhava lhava no depa de parta rtam m ento en to de patentes pate ntes da d a Suíça Suíça,, em em Berna, publicou publicou um trabalho trab alho,, “Sobre a eletrodinâmica dos corpos em movimento”, que passou a ser conhecido como a Teoria da Relatividade Restrita1. As observações de Einstein sobre como, em certas circunstâncias, distâncias parecem se contrair e relógios atrasar são análogas aos efeitos efeitos de perspectiva na pintura. pintura. De fato, fato, a descoberta de que o espaço e o tempo são relativos, em vez de serem termos absolutos de medida, é comparável, no seu efeito da nossa pe rcepção rcepçã o do mundo, a o primeiro primeiro uso uso da perspectiva perspectiva na arte, oc orrida na Grécia G récia nas década déc adass 500500-48 4800 aC2. aC2.













































































































































de certo ce rto e errado err ado.. Sua vida vida profissional profissional era devotada à busca não só da verdade, verd ade, mas também da certeza. Defendia a divisão do mundo em esferas subjetivas e objetivas, e a idéia de que o homem deveria saber fazer afirmações precisas sobre a parte objetiva. objetiva. N o sentido sen tido científico científico (não no filosófi filosófico), co), era um determ inista. Nos anos 20 considerou o princípio da indeterminação quântica não apenas inaceitável, mas abominável. Pelo resto re sto de sua vida, vida, até a m orte em 195 1955, buscou refutá-lo, ao ten tar fundamentar a física numa teoria de campo unificado. Escreveu a Born: “Você acredita num Deus qu e joga dados; e eu, eu, numa lei e numa ordem completas comp letas em um mundo que existe objetivamente e que estou tentando capturar de maneira es pecu pe culat lativa iva.. Creio profundamente nisso, e tenho esperança de que alguém venha a descobri-lo desc obri-lo d e uma um a form a mais realista realista ou talvez talvez com uma base mais m ais tangív tangível el do que qu e a mim foi dado encontrar”11. Mas Einstein não conseguiu produzir uma teoria unificada, quer nos anos 20 ou depois. Viveu para presenciar a transformaçao do relativi relativismo smo moral — para ele uma uma doença — em uma pandemia socia social, l, assi assim m como par p araa ver v er a sua s ua equa eq uaçã çãoo fata f atall dar d ar à luz o conflit con flitoo nuc n uclea lear. r. Houv Ho uvee vezes, veze s, no final de sua su a vida, vida, em q ue afirmou dese jar ter sido um simples simples relojoeiro. relojoeiro. O aparecim apa recim ento de Einstein como proem inente figura figura mundial em 1919 1919 é uma ilustração surpreendente do impacto duplo causado por grandes inovadores cientí ficos na humanidade. Eles mudam nossa percepção do mundo físico e aumentam nosso domínio sobre ele. Mas também mudam nossas idéias. O segundo efeito é freqüentemente mais radical do que o primeiro. O gênio científico impõe-se sobre a humanidade, para o bem ou para o mal, muito mais do que qualquer estadista ou déspota. désp ota. O empirism o de Galileu criou criou o fermento fermen to da filos filosofi ofiaa natural no n o século XVII, XV II, que produziu as revoluções científica e industrial. A física newtoniana formou a estrutura do Iluminismo do século XVIII e ajudou o nascimento do nacionalismo m oderno ode rno e d a política revolucionária. revolucionária. A noção de Darwin relativa relativa à sobrevivência sobrevivência do mais adaptável foi um elemento-chave tanto para o conceito marxista da luta de classes classes quan qu anto to para par a as filosof filosofias ias raciais raciais que deram forma ao hitlerismo. hitlerismo. Na verdade, verda de, as conseqüências políticas e sociais das idéias darwinianas ainda terão que ser desenvolvidas, como veremos no decorrer deste livro. Também a reação do público à relatividade foi uma das principais influências formativas no curso da história do século século XX. Essa teoria se transformou transformou numa faca, faca, brandida inadvertidamente p elo seu autor, qu e servi serviuu para par a arran car a sociedade sociedade de suas amarras tradicionais tradicionais da fé e da moral da cultura judaico-cristã judaico-cristã.. O impacto da relatividade foi particularmente poderoso porque coincidiu com a receptividade do público ao freudianismo. Quando Eddington comprovou a Teoria Geral de Einstein, Sigmund Freud já estava em seus avançados cinqüenta anos. Parte Par te de d e seu trabalho trab alho realmen re almente te mais mais original original já tinha sido feita no princípio do Interpretation o f Dreams já tinha sido publicado em 1900 século. The Interpretation 1900.. Freu d e ra uma um a Fi famos polémica em círculos especializados médicos e psiquiátricos. tinha













































































































































com a psicanálise, já tinha há muito oferecido o que parecia ser uma alternativa sofisticada aos métodos “heróicos” da cura da doença mental, tais como drogas, crueldades ou tratamentos de eletrochoque. Tais métodos tinham sido usados em prof pr ofus usão ão,, cm dose do sess cada ca da vez m aiore aio ress dura du rann te o d e c o rre rr e r da guer gu erra, ra, e as “cu “c u ras” ra s” se tornavam progressivamente mais ineficientes. Quando os homens recebiam a cor rente elétrica mais alta alta,, morri m orriam am duran d urante te o tratamento tratamen to ou preferiam preferiam se suicidar a ter de passar por aquilo de novo, como as vítimas da Inquisição. A indignação dos familiares no pós-gue pós -guerra rra com relação rela ção às crueldades crue ldades inflig infligida idass em hospitais militares, militares, especialmente na divisão psiquiátrica do Hospital Geral de Viena, levou o governo austríaco a criar em 1920 uma comissão de inquérito que acabou por convocar F reud re ud 13. A controvérsia con trovérsia resultante, em bora inconcludente, inconcluden te, deu a Freud Freu d a publicidade publicid ade internacio intern acional nal que q ue lhe faltava faltava.. Para Pa ra ele, 1920 foi foi profissionalmente o ano das d as abertura ab erturas, s, quando a primeira policlínica psiquiátrica se inaugurou em Berlim e seu pupilo e futuro biógrafo, Erne st Jones, lançou lançou o In ternatio ternationn a l Journa Jo urnall of o f Psycho Psy cho-An -Analys alysis. is. Porém, muito mais espetacular, e a longo prazo ainda mais importante, foi a súbita desc oberta obe rta das da s idéias idéias e dos trabalhos de Freud F reud por artistas artistas e intelectuai intelectuais. s. Como Havelock Ellis costumava dizer, para a indignação do mestre, Freud não era um cientista, mas um grande artista14. Depois de oitenta anos de experiência, seus m étodos de d e terap ia provaram, provaram, numa num a análise análise geral, geral, fracass fracassos os custos custosos os mais aprop ap ropria ria dos a afagar o carente do que a curar o doente15. Agora sabemos que muitas das idéias centrais da psicanálise não têm base na biologia. Na verdade, elas foram formuladas p or Freud F reud antes da descoberta desc oberta das le leis de Mendel, a teoria teoria cromossômica da hereditariedade, a identificação de erros metabólicos inatos, a existência de horm ônios ônio s e o mecanismo do im pulso nervoso nervoso,, o que, em conjunto, invalida invalida aquelas idéias. idéias. Com o colocou sir Peter Peter Medawar, a psicanáli psicanálise se é aparentad a com o mesmerismo e a frenologia: contém núcleos isolados isolados de verdade, verd ade, mas é falsa falsa na teo t eoria ria g eral1 era l166. Além disso, conforme o jovem Karl Popper corretamente observou na época, a atitude de Freud diante de provas científicas era muito diferente da de Einstein e mais semelhante à de Marx. Longe de formular suas teorias com um alto grau de conteúdo específico que convidasse à refutação e ao teste empírico, Freud as fez multiabrangentes e de difícil comprovação. E, como os seguidores de Marx, quando apareciam provas passíveis de serem refutadas, ele modificava as teorias para aco modá-las. mod á-las. Assim, o conjunto freudiano freu diano de crenças foi sujeito a contínuas expansão e xpansão e osmose, como um sistema religioso no seu período de formação. Como era de se esperar, espe rar, críticos pertencentes ao grupo, como Jung, foram foram tratados tratado s como heréticos; heréticos;















































































































































1 da cidade de Frankfurt. Seu trabalho foi muito traduzido; a anglicização dos textos freudianos se tornou uma indústria nos anos 20. Mas sua nova produção literária também aum entava, já que qu e Freud permitia permitia que suas idéias idéias abrangessem abrangessem um incom en surável campo de experiências e atividades humanas. Freud era um gnóstico. Acre ditava na existência de uma estrutura oculta do conhecimento que, com o uso das técnicas que e le estava delineando, poderia pod eria ser discernida sob a superfície d as coisas. coisas. O sonho e ra seu ponto de p artida. Não era, escreveu escreveu ele, ele, “construído “construído diferentemen te do sintoma neurótico. Com o este, pode parecer es tranho e sem sem sentido, mas, quando examinado por meio de uma técnica que difere ligeiramente do método de livre associação usado na psicanálise, chega-se do seu conteúdo manifesto ao seu significado oculto , ou a seus pensam pen samentos entos latentes”19 latentes”19. O gnosticismo sempre a traiu intele intelectu ctuais ais.. Dele ofereceu Fre ud uma variedade par p artiticu cu larm la rm en te apeti ap etito tosa sa.. E le tinha tin ha uma q u ed a brilh br ilhan ante te p ara ar a alusõ alu sões es e image im agens ns clássicas, numa época em que todas as pessoas cultas se orgulhavam de seus co nhecimentos de grego e latim. Ele apreendeu rapidamente a importância atribuída ao mito pela nova geração de antropólogos sociais, tais como sir James Jam es F razer, cujo The Golden Bough apare a pareceu ceu em 1890. 890. Nessa poderosa podero sa infusão — o significado dos sonhos, sonhos, a função do mito — Freu d adicionou adicionou uma poção impregnante de sexo, sexo, que ele encontrou enco ntrou na base de quase todas as formas formas do comportamento hum ano. A guerra pro p ropi pici ciou ou a fala fa la livre sobr so bree o sexo. O perí pe ríod odoo de póspó s-gu guer erra ra levou levo u o h ábito áb ito d a discussão discussão sexual para a imprensa. Tinha chegado a hora de Freud. Além de seus dotes literários, literários, ele possuía pos suía a habilidad e de um jornalista sensacionalista. sensacionalista. Era E ra um neologista competente; podia fabricar slogans fantásticos. Quase tão freqücntemente quanto seu contemporâneo mais jovem, Rudyard Kipling, inventava palavras e expressões: “o inconsciente”, “sexualidade infantil”, “complexo de Édipo”, “complexo de infe riorid ade”, ade ”, “complexo de culpa”, culp a”, o ego, o id e o superego, “sublim ação”, “psicologia “psicologia pro p rofu fund nd a” . A lgum lg um as de d e suas su as idéi i déias as mais m ais dest de stac acad adas as,, com co m o a in i n terp te rpre reta taçã çãoo sexu s exual al dos do s sonhos ou o q ue se tornou conh ecido como o “ato falho falho freudiano”, tinham o charm e dos novos jogos intelectuais de salão. Freud conhecia o valor da topicalidade. Em 1920 1920,, no rastro ras tro d o suicídio suicídio da Eu Europ ropa, a, ele publicou publicou Beyo Be yond nd the Pleasure Principle, Princi ple, que introduziu a idéia do “instinto de morte”, logo vulgarmente chamado de “desejo de













































































































































—e — e s c reveu re veu A n d ré G ide id e , com adm ad m iraç ir ação ão,, em seu diár d iário. io. No início iní cio dos do s anos an os 20, muito; intelectuais descobriram de scobriram que tinham sido freudianos freudianos por anos, sem sem sabê -lo. -lo. O apele era fortíssimo entre os escritores, desde o jovem Aldous Huxley, cujo estonteante Crome Yellow foi escrito em 1921, até o conservador sombrio Thomas Mann, para quem Freud era “um oráculo”. O impacto que os intelectuais e os artistas criativos sofreram com Einstein e Freud cresceu ainda mais com a chegada da paz, que os tornou conscientes de que uma revolução fundamental acontecera e ainda acontecia no mundo da cultura, no qual os conceitos de relatividade e freudianismo pareciam tanto presságios quanto ecos. Essa revolução tinha raízes profundas no pré-guerra. Já havia começado em 1905, quando adequadamente alardeada num discurso público pelo empresário Sergei Diaghilev, do Ballet Ba lletss Russe R usses: s: Nós somos testemunhas do maior maior momento de síntese síntese na história, história, em nome nome de uma nova nova e desconhecida cultura, cultura, que qu e será criada por nós e que nos levará levará de roldão. É por isso que, sem medo ou apreensão, faço um brinde às arruinada arru inadass paredes dos magnífic magníficos os palác palácios ios,, assim como como aos novos mandam man damen en tos de uma nova estética. O único desejo que posso expressar, como um sensualista incorr incorrigí igíve vel,l, é que a luta que está por vir vir não destrua de strua as amenidades da vida e que qu e a morte mo rte seja sej a tão tã o magn magnífica ífica e tão t ão iluminada i luminada como a ress r essurr urreiç eição ão221. En quan Enqu anto to Diaghil Diaghilev ev fala falava va,, a primeira exibição exibição dos fau fa u ves ve s podia ser vista em Paris. Em 1913, ele dirigiu o Sacre du printemps, de Stravinsky; Stravinsky; Schoenb Sch oenberg erg publicou o atonal Drei Kiavier Kia vierstüc stücke, ke, e Alban Berg, o seu seu Quarteto Quarteto de cordas (opus 3); e M atisse inventou invento u o term o “cubismo”. “cubism o”. Foi em 1909 1909 que os futuristas publicaram seu manifesto m anifesto e Kurt Ku rt Hiller fundou fundo u o Neue Club em Berlim Berlim,, sede do movimento artístico rotulado de expressionismo em 191122. Quase todas as grandes personalidades criativas dos anos 20 já tinham sido publicadas, exibid exibidas as ou ou interpre inte rpretadas tadas antes de 1914 1914 e, neste













































































































































a um vasto experimento so bre o deslocam ento do tempo e sobre as emoções sexuais sexuais subterrâneas que sintetizaram as novas preocupações. Seis meses mais tarde, em 10 de dezem bro, Proust foi agraciado com o Prix Prix Goncourt, e o centro da gravid ade do mundo mun do das letras na F rança teve um deslocamento deci decisi sivo, vo, abando nand o os sobre sobr e viventes do século X IX2 IX 24. É óbvio que tais obras obra s só circulavam circulavam en tre algumas pouca po ucass pess pe ssoa oass real re alm m en te influ in fluen ente tes. s. Prous Pro ustt teve d e publ pu blica icarr seu p rim ri m eiro ei ro volum vol umee às suas su as pró p ró p rias ri as cust cu stas as e o ven ve n deu de u a um ter t erço ço d o cu sto st o de d e pro p rodu duçã çãoo (m ( m esm es m o bem be m mais m ais tard ta rd e, tem ps perdu per du ainda estava em 1956 1956,, o conjunto con junto que q ue formava À la recherche du temps estava vendend ven dend o menos de dez mil exemplares po r ano)2 ano )255. James Jame s Joyce, Joyce, também trab alhand o em Paris, não consegu ia publicar pub licar seus trabalhos trabalho s nas Ilhas Britânicas. Britânicas. Ulysses, q ue ele completou em 1922, atravessou as fronteiras clandestinamente, depois de publicado por uma edito ra particular. Mas sua importância importância não passou passou despercebida. Nenhum roman ce ilustrou mais claramente o quanto os conceitos de Freud tinham permeado a litera tura. No mesmo ano, 1922, o poeta T.S. Eliot, recém-identificado como um profeta de sua época, escreveu que Ulysses “tinha dem d emolido olido o século XIX XI X ”26 ”26. Proust e Joyce, os dois grand es p recursores recurs ores e causadores da g rande mudança, não conseguiam viver viver em consonân cia com o Weltanschauung27 de que qu e eles inadvertidam inadve rtidam ente partilhavam p artilhavam.. R enar ard d de Encontraram-se em Paris, a 18 de maio de 1922, após a estréia de Ren Stravi Stravinsk nsky, y, numa recepção recepç ão oferecida a Diaghil Diaghilev ev e elenc elenco, o, à qual também c om pare pa re ceram o compositor e seu cenógrafo Pablo Picasso. Proust, que já havia insultado Stravi Stravinsk nsky, y, imp ruden temente tem ente deu uma carona a Joyce Joyce no seu táx táxi. i. O irlandês bêbad bê bad o assegurou-lhe que jamais havia havia lido lido uma sílaba de seus escritos escritos e Proust, espicaçado , retribuiu o “elogio”, antes de seguir para o Ritz, onde era atend ido a qualquer qualq uer hora h ora da noite2 n oite288. Ele m orreria orrer ia seis meses mais mais tarde, tard e, mas não sem sem ter sido aclam ado como co mo o intérp rete literário de E instein, num ensaio ensaio escrito pelo pelo famoso matemático Camille Vettard29. Por Joyce, entretanto, em Finnegans Wake, ele foi menosprezado com um jog jo g o d e palav pa lavras ras:: Prost bitte30 A noção no ção de que qu e escritores como Proust e Joyce Joyce estavam estavam “destruin do” o século XIX, tanto quanto o estavam fazendo Einstein e Freud com suas idéias, não é tão













































































































































surp reende ree nde ntem ente previ previam am as dc Freud já citadas por mim, mim, Marx se pronunciou: “O padrão final das relações económicas como vistas na superfície... é muito dife rente, rente , para pa ra não nã o dizer dize r o oposto, oposto, do seu padr p adrão ão essencial interno e oculto”32 oculto”32. À primeira p rimeira vista, vista, os seres humanos parecem estar exercendo o liv livre re arbítrio arbítrio pa ra tomar toma r decisões e determ d eterm inar acontecimentos. acontecimentos. Para P ara os familiari familiarizados zados com os métodos métodos do m aterialis mo dialético, aqueles indivíduos, embora poderosos, não passavam de simples lixo, levados levados a esmo esm o pelas correntes irresis irresistív tíveis eis das forças forças económicas. económicas. O com portam ento ostensivo das pessoas meramente escondia os padrões de classe que elas desco nheciam e que, portanto, se sentiam impotentes para desafiar. Igualmente na análise freudiana, a consciência individual, que se localizava bem be m no c e n tro tr o d a étic ét icaa juda ju daic icoo-cr cris istã tã e que qu e e ra a mola mo la prop pr opul ulso sora ra prin pr inci cipp al das da s conquistas individualistas, foi descartada como mero mecanismo de defesa, criado coletivamente para par a proteger a o rdem civi civili lizad zadaa da agressividade agressividade dos seres humanos. O freudianismo podia ser muitas coisas, mas se tivesse uma essência, esta seria a descrição da culpa. “A tensão entre o superego severo e o ego a ele subjugado — escreveu F reu d em 1920 920 —é por nós chamada de sentimen to de culpa... culpa... A civili civilizaçã zaçãoo consegue do minar min ar os desejos perigosos perigosos de agressão do indivíd indivíduo, uo, enfraquec endo-o endo -o e desm antelan do-o ao criar uma uma agência policiado policiadora ra den tro dele, dele, como como uma guarn i ção numa cidade conquistada.” Sentimentos de culpa eram assim um sinal não de vício, vício, mas de virtude. O superego supere go ou consciência consciência era o preço pre ço drástico drás tico que o indivíduo paga pa gava va p a ra p rese re serv rvaa r a civilizaçã civili zação, o, e seu custo cus to em torm to rm ento en toss aum au m enta en tari riaa inex in exor ora a velmente à proporção que a civilização se desenvolvesse: “Uma ameaça de infelici dade da de externa... foi foi substituí substituída da por po r uma um a infelic infelicida idade de interna perm anente, pela p ela tensão do sentimento de culpa”. Freud dizia que tencionava mostrar que sentimentos de culpa, não justificados por qualquer fraqueza humana, eram “o problema mais importante no desenvolvimento da civilização”33. Como os sociólogos já estavam sugerindo, er a possí possível vel que a sociedad e foss fossee culpada coletivamente coletivamente pela criação c riação de condições propícias ao crime e aos vícios. Mas os sentimentos de culpa eram uma













































































































































não pertencia aos intelectuais e sim a todos os níveis da sociedade germânica, especialmente à classe alta. Semanas antes da deflagração do Armageddon, Kurt Rie/Ier, se cretário e confidente d e Bethmann B ethmann Hollweg, Hollweg, registrou registrou a satisfação sombria com que seu mestre conduziu a Alemanha e a Euro pa para o abismo. abismo. Dia 7 de julho de 1914: “O ch anceler acha que uma guerra, guerra, qualq uer que q ue seja seja o resultado, terá como conseqücncia o extermínio de tudo o que existe: o mundo que nos cerca, antiquado e sem idéias”. id éias”. Dia 27 de julho: “Terrível “Terrível catástrofe, catástrofe, mais forte forte que o pod p oder er humano, h umano, pai p aira ra sob so b re a E u ro p a e o nos n osso so povo po vo”3 ”344. Beth Be thma mann nn Hollw Ho llweg eg tinh ti nhaa nas n asci cido do no m esmo es mo ano que Freud e era como se ele personificasse o conceito de “instinto de morte” cunhado por Freud ao terminar essa década apavorante apavorante.. Como a m aioria aioria dos alemães alemães Degene ration, de Max Nordau, publicado em 1895, e conhecia cultos, ele tinha lido Degeneration, as teorias degenerativas do criminologista criminologista italiano italiano Cesare Lomb roso. Com gu erra ou sem guerra, o homem decaía inevitavelmente; a civilização caminhava para a des truição. Tais idéias eram lugar-comum na Europa Central, preparando o caminho Decl ine o f the West de par p araa a ânsi ân siaa d e apro ap rova vaçã çãoo q u e acol ac olhe heuu o Decline de Oswald Spengler, cuidadosamente planejado para publicação em 1918, quando o previsto suicídio já havia acontecido. Na G rã-B rã -Bre reta tann h a, Jo sep se p h C onra on rad, d, um eu e u rop ro p eu do leste, lest e, foi o únic ún icoo de d e n tre tr e os os grandes escritores que transmitiu esse pessimismo, trabalhando-o numa série de No strom omoo (1904), The secret Agent (1907), Under romances surpreendentes como Nostr Western Eyes (1911), Victory (1915). Esses sermões políticos desalentadores, sob forma de ficção, ficção, apregoavam apregoavam a mensagem mensagem que Thomas Mann daria à Eur opa op a Central Cen tral em 1924, em The Magic Mountain, e que ele mesmo reconheceria dois anos depois no prefácio da tradução alemã de 77ie secret Agent. Para Conrad, a guerra apenas confirmava a natureza irremediável do homem. Conrad provou ser o único escritor substancialm ente claro e ve rdadeiro em todos os detalhes, detalhes, se visto visto sob a perspectiva dos sessenta anos posteriores. p osteriores. Ele de scartou o Marxism Marxismoo como uma tolice tolice maléfica, maléfica, pro p ronn ta a g e rar ra r uma um a tira ti rann ia m onst on stru ruos osa; a; as idéia id éiass de F reu re u d nada na da mais ma is eram er am d o q u e















































































































































doutrina apenas relativo, correspondendo a um estágio não muito adiantado da civilização?”36 O que matou a idéia de um progresso ordenado, em oposição a um anárquico, anárqu ico, foi foi uma enorme q uantidade de arbitrariedades arbitrariedades perpetradas por uma Eu rop a civi civili li zada durante dura nte os qu atro anos anteriores. Não havi haviaa dúvidas dúvidas de que tivess tivessee havido uma degeneração moral inimaginável e sem precedentes para quem quer que analisasse os fatos. Uma Um a vez, vez, quando quan do ministro ministro da Gu erra (1919(1919-21) 21),, Winston Churchill rabiscou num papel oficial a seguinte nota: nota: Todos o horrores de todas as épocas foram foram reunidos, reunidos, e não nã osomente os exércitos, exércitos, mas populações inteiras foram neles lançado lançados. s. Os poderosos podero sos Estados envolvidos perceberam — não não sem razão — que a sua própria própria exist existên ênci ciaa estava estava por um fio fio.. Nem os povo povoss nem nem os governantes governantes media ediam m seus atos, desde que fosse fosse para vencer. A Alemanha, abrindo as portas do inferno, manteve a dianteira do terror ter ror;; mas as nações atacadas, desesperadas e vingativ vingativas, as, seguiram-na passo pas so a passo. passo. Cada ultraj ultrajee feito feito contra a humanid humanidade ade e o direito direito internac internaciona ionall foi devolvido com represálias— represáli as— muitas veze vezess numa escala maior e de duraçã dur açãoo mais mais longa. Nem a trégua t régua nem a negociação negociação apaziguaram apaziguara m o antagonismo dos exérci tos. Os feridos morriam nas linhas linhas de combate: combate: os o s mortos mor tos desfaziam-se desfaziam-se no solo. solo.













































































































































existi existiuu tolerância... tolerância... O espírito dc brutalidade b rutalidade impiedosa pene trará em cada fibra de nossa vida nacional”39. O efeito da Grande Guerra foi o de aumentar significativamente o tamanho du Estado e, em conseqüência, a sua capacidade de destruição e a sua tendência à opressão. Antes An tes dc 1914, todos os setores estatais eram pequenos, em bora a m aioria estivesse crescendo, alguns até rapidamente. A área da verdadeira atividade do Estado Es tado variava entre 5 e 10% do P roduto rod uto Nacional Bruto40 Bruto40. A receita rece ita total do E stado sta do em 1913 (incluindo (incluindo o governo local) local) como percentagem do PNB era de apenas apen as 9% na América. Na Alemanha, onde desde o tempo de Bismarck tinha-se começado a construir um aparato respeitável de previdência social, era o dobro, 18%; e na Grã-Bre Grã -Bretanha tanha,, que acom panhara panh ara o despe rtar da Alemanha Aleman ha desde 1906, era de 13%41 13%41. Uma larga fatia do PNB tinha sempre semp re sido absorvida absorvida pelo Estado na França. M as era no Japão e sobretudo na Rússia imperial que o Estado estava assumindo um papel inteiramente novo na vida da nação, ao penetrar em todos os setores da economia industrial. Com propósitos de imperialismo imperialismo milita militar, r, em ambos os países, países, o E stado estava forçando o ritmo da industrialização, para alcançar as economias mais adiantadas. Mas, na Rússia, a predominância do Estado em todas as áreas da vida econômica estava se tornando uma realidade. O Estado possuía campos de petróleo, minas de carvão e de ouro, dois terços do complexo ferroviário e milhares de fábricas. Havia













































































































































eficiência tão mais mais aperfeiçoada aperfeiçoa da que, quando qua ndo Lênin herdou herd ou a máquina capitalisla-estatal russa cm 1917-18, ele se inspirou, por sua vez, nos controles da economia de guerra alemã47. Com o prolongamento da guerra e o aumento das perdas e do desespero, os Estados beligerantes foram se tornando mais totalitários, es peci pe cial alm m ente en te d epo ep o is do inverno inve rno de 1916-1 1916-17. 7. O fim do gove go vern rnoo civil civil na A lem le m anha an ha acontece aco nteceuu cm 9 de jane iro de 191 1917, com Bethmann Hollweg sendo forçado forçad o a se curvar diante da exigência dc uma campanha submarina irrestrita. Ele perdeu completa mente o poder em julho, deixando o Estado a cargo do general Ludendorff e dos almirantes, episódio que marcou marcou o fim da monarquia constitucional constitucional no mom ento em que, sob pressão dos militares, o kaiser tomou a si a prerrogativa de nomear e de demitir o chanceler. Quando ainda no poder, Hollweg descobriu que seu telefone estava grampeado e, segundo Riezler, toda vez que ele ouvia um ruído peculiar, gritava: “que Schweinhund** está me ouvindo?” Mas o grampeamento grampea mento de d e telefone era legal sob a legislação de “Estado de sítio”, que outorgava aos comandos militares o po p o d e r de c en su rar ra r ou supri su primi mirr jorn jo rnai ais. s. Lu Lude dend ndor orff ff estav es tavaa também tam bém au tori to rizz a d o a arreba arre banh nhar ar qu atrocentos atroce ntos mil trabalhadores belga belgas, s, trazendo-os para a Alemanha, Alem anha, já dessa des sa maneira ma neira prenuncian prenu nciando do os os métodos méto dos de trabalho escravo nazista nazistass e soviéticos . Nos N os últimos últim os 18 mese me sess de hosti ho stilid lidad ades es,, a elit e litee ger g ermâ mâni nica ca prat pr atic icou ou o que qu e foi cham ch am ado ad o dc “Socialis “Socialismo mo de G uerra”, ue rra”, numa numa tentativa tentativa desesperada desespe rada de mobilizar mobilizar cada gram a de esforço produtivo para a vitória. A ind dência do setor privado no Ocidente foi foi gananciosamente engolida













































































































































açambarcado nove milhões de toneladas sob seu controle operacional)51. O órgão central era o War (Conselho das Indústr Indústrias ias de G uerra), uer ra), cujo prime iro War Industries Board (Conselho ato foi eliminar o Sherman Anti-Trust (Lei Sherman Anti-Trustes), um índex do Anti-Trust A ct (Lei corporativismo, cujos membros (Bernard Baruch, Hugh Johnson, Gerard Swope e outros) fomentaram o berço do intervencionismo da década de 20 e do New N ew D eal ea l, que qu e por po r sua vez vez inspirou inspirou o New corporativismo smo de gue rra Ne w Frontier e a Great Society. O corporativi de 1917 1917 inicio iniciouu um dos períodos de maior continuidade da história m oderna am eri cana, às vezes encoberto e às vezes aparente, que culminou no welfare welfare state sta te (Estado prev pr evid iden enci ciár ário io)) cria cr iado do por po r Lyndon Lyn don John Jo hnso sonn n o final da d é c a d a d e 60. Joh Jo h n Dewe De weyy pe p e rce rc e b eu , na époc ép oca, a, qu q u e a guer gu erra ra tinh t inhaa mina mi nado do as até a té ent e ntão ão irre ir resis sistív tívei eiss reivin reiv indi dica caçõ ções es da propriedade privada: “Não importa quantas entre as agências especiais para controle con trole público público se enfraqueçam com o fim fim da tensão de guerra, o movimento nunca retro re tro ce de rá”5 rá ”522. Isso Isso se provou correto. Ao m esmo tempo, novas leis leis restritivas restritivas com o o Espionage (Lei de Espionagem) de 1917 e o Sedition (Lei de Sedição) de Espionage Act Ac t (Lei Sedition Act Ac t (Lei 1918 eram muitas vezes usadas com rigor: o socialista Eugene Debs pegou dez anos de prisão graças a um discurso antibélico, e um outro homem que dificultou o recru tam ento en to pegou qua renta anos53 anos53. Em todas as nações nações beligerantes, beligerantes, e não ap enas ena s na Rússia, o ano crucial crucial de 1917 demonstrou qu e a liberdade e a prop riedade rieda de privadas tendiam a permanecer ou a cair juntas. A velocidade impressionante com que o Estado moderno podia se expandir, o apetite inesgotável que, conseqüentemente, desenvolveu, não só para a destruição dos inimigos mas também para o exercício do po p o d e r des d espó pótitico co sobr so bree seus se us cida ci dadã dãos, os, foram fo ram evide ev idenc ncia iado doss pela pe la guer gu erra ra.. Com C om o tér t érm m ino in o













































































































































pa p a rod ro d ian ia n d o a expr ex pres essã sãoo russa rus sa usad us adaa para pa ra a vend ve ndaa de uma um a p rop ro p rie ri e d a d e com co m seus seu s servos, glebae adscripti adscripti55. De tais opç ões não dispunham os pacifistas pacifistas de 1919 1919.. Era impensável uma paz por po r exau ex aust stão ão com co m o a de W estph es tphali alia, a, base ba sead adaa em linha lin hass divisór div isórias ias m ilita ili tare res. s. A mbos mb os os lados estavam exaustos, mas um deles, em virtude do armistício, obteve uma vantagem militar esmagadora. Os franceses tinham ocupado todas as cabeças-de po p o n te no R eno en o a té 6 de deze de zem m bro br o de 1918 1918.. Os O s bri b ritâ tâni nico coss efe e fetu tuar aram am um b loqu lo quei eioo na costa, já que os alemães tinham tinham capitulado, entrega ndo sua frota naval naval e seus campos minados minad os até a té 21 de novembro. A paz foi foi assim assim possív possível el por diktat. Isso, Isso, entretanto, não queria dizer que os Aliados Aliados poderiam restau res taurar rar o Velho Mundo, Mund o, mesmo mesm o que o quisesse quisessem. m. Ele E le já estava estava em decompo sição antes d e a guerra começar. Os anticlericais na França já estavam no poder há uma década e a última eleição eleição antes da gue rra m ostrara ostrara uma mudança mais mais acentuada p ara a esquerda. Já a eleição de d e 1912 1912 na Alemanha, Alem anha, pela p ela primeira prime ira vez, vez, fez fez dos socialistas socialistas o maior maio r partido. partid o. O governo de Giolitti foi o mais radical na história da Itália desde a unificação. O líder conservado r A.J. A.J. Balfour Balfour,, na Grã-Bretanh a, descreveu sua de rro ta catastrófica em 1906 1906 como “ um pálido reflexo reflexo do mesmo movimento que gerou massacres massa cres em São Petersburgo, Petersburg o, levantes levantes em Viena, passeatas socialis socialistas tas em Berlim”. Mesmo Me smo a auto cra cia russa estava tentando se liberalizar. Os Habsburgos, aflitos, buscaram um novo apoio constitucional que os protegesse. protegesse. A Europa, Europ a, na véspera vé spera da guer ra, foi foi dirigi dirigida da pelo pe loss pseu ps eudo dopr prog ogre ress ssis ista tass preo pr eocu cupa pado doss em a ten te n d e r às cres cr esce cent ntes es expe ex pect ctati ativa vass e, acima de tudo, ansiosos ansiosos por aplacar juventude.















































































































































“esta é a H ora da Juventude” Juve ntude” . O utro continuou: continuou: “Só os os medíocres e os velhos velhos de vinte anos perderiam esta oporlunidade”57. Mas já no inverno de 1916 1916-1 -17, 7, a volúpia volúpia da guerra gue rra havia havia se esg otado. otado . Como Co mo a luta se prolongasse indefinidamente, indefinidamente, a juventude juventud e ensangüentada ensangü entada e desiludida virou-se contra os mais velhos com desprezo e ódio. Em todas as trincheiras se falava em acertar as contas com “políticos culpados”, com a “velha gangue”. Em 1917 e mais ainda em 1918 todos os regimes beligerantes (exceto somente os Estados Unidos) sentiram-se encurralados quase à destruiç destruição, ão, o que expl explic icaa o crescen te des espero e a selvageria selvageria com que comba c ombateram. teram. As monarquias m onarquias italiana italiana e belga belga e talvez a britânica não teriam sobrevivi sobrevivido do à derrota, der rota, tanto quanto a Terceira R epública na França. Tão logo a vitória foi proclamada, elas logicamente pareciam fora de perigo. Mas, por outro lado, quem alguma vez pareceu mais seguro quanto os Hohenzollerns em Berlim? O kaiser Guilherme Guilherme II foi foi e ls hesitação, hesitação, no dia 9 d novembro novemb ro de















































































































































sob a tutela de um Estado. A isso se somou o novo termo “autodeterminação”, que implicava a demarcação de fronteiras por plebiscito, obedecendo a preferências étnicas. Os dois principais aliados aliados ocidentais, ocidentais, a Grã-B G rã-B retanha e a França, Franç a, não tinham tinham a princípio o menor interesse interesse em em promover a paz baseada em nacionalidades. Muito pe lo con c ontr trár ário io.. A m bas ba s possu p ossuíam íam impé im pério rioss alémalé m-m m ar, m ultir ul tirra raci ciai aiss e poli p oliglo glotas tas.. Além A lém disso, disso, a Grã-B Gr ã-B retanha retan ha tinha um problema irredentista cres cente na Irlanda. Em 1918, ambas, G rã-B retanha retanh a e França, F rança, eram governadas por ex-progressis ex-progressistas, tas, Lloyd Lloyd George Re alpoli olitik tik e um e Clemenceau, que sob a agonia da guerra tinham aprendido a Realp respeito respe ito arraigado arraiga do pelas velha velhass noções de “equilíbrio”, “equilíbrio”, “com pensação” pensaçã o” e assim assim por diante. Durante Du rante as conversações conversações de paz, quando o jovem jovem diplom ata britânico, Harold Nicols Nic olson on,, insistia ins istia no fato fa to de que qu e e ra mais mai s lógico que qu e a G rã-B rã -B reta re tann h a conc co nced edes esse se a autodeterminação aos gregos em Chipre, ele foi repreendido por sir Eyre Eyre Crowe, o















































































































































exilados receberam garantias e promessas em troca da resistência ao “imperialismo alemão”. No Oriente Médio, o coronel pró-árabe T.E. Lawrence foi autorizado a pro p rom m eter et er aos ao s emire em iress Feisal Feisa l e Husse Hu ssein in reino rei noss inde in depe pend nden ente tess como co mo prêm pr êm io pela pe la luta lu ta contra os turcos. Em 1917, a chamada “Declaração Balfour” prometia aos judeus uma pátria na Palestina, a fim de encorajá-los a abandonar os Poderes Centrais. Muitas dessas dessas promessas p romessas eram incompat incompatíve íveis is mutuamente, além além de d e contradizerem con tradizerem os tratados s ecretos ainda em vigor vigor.. Durante Duran te os dois últi últimos mos anos de luta desesperad a, os britânicos e os franceses, inconseqüentemente, doaram propriedades que ultra passav pas savam am suas su as disp di spon onib ibili ilida dade des, s, e essas essa s doaç do açõe õess não nã o pode po deria riam m de m anei an eira ra algum alg umaa ser honradas na hora ho ra da paz. Alguns Alguns desses cheques p ré-datados foram escan dalo samente devolvidos por falta de fundos. Para complicar as coisas, Lênin e seus bolcheviques tomaram o poder na Rússia em 25 de outubro de 1917 e imediatamente se apossaram dos arquivos















































































































































científico já co nceb nc ebido ido”6 ”699. Entretanto, o Inquir Inq uiryy baseava-se no reconhecimento de que a paz seria um comprom com prom isso negociado neg ociado e de que a melhor maneira de fazê-la fazê-la durar dur ar seria adap ad aptá-la tá-la à just ju stiç içaa natur na tural, al, torn to rnan andd o-a, o- a, porta po rtant nto, o, aceitável aceitáv el por po r todo to doss os povos povo s envolvido envo lvidos. s. A abordag abo rdagem em era e ra empírica, não ideológi ideológica. ca. Nessa Nessa altura, altura, Wilson Wilson não estava estava interessado na Liga das Nações, uma u ma idéia britânica, britânica, criada em 20 20 de março m arço de 1917. Ele pensou p ensou que isso lhe traria dificuldades no Congresso. Mas a publicação bolchevique dos tratados secretos levou Wilson a uma consternação profunda, por ter colocado os aliados da Am érica na pior sit situação uação pos possí síve vel. l. O chamado de Lênin para a auto a uto deter de ter minação geral também pesou sobre Wilson, pois ele sentiu que a América, como guardiã da liberdade democrática, não podia ser sobrepujada por um regime que tomara o poder ilegalmente. Por isso, rapidamente compôs e levou a público os















































































































































O que os alemães e os austríacos não sabiam era que, a 29 de outubro, o coronel House, enviado especial de Wilson e representante dos Estados Unidos no Conselho Supremo de Guerra Aliado, tinha tido uma reunião secreta e longa com Clemenceau Clem enceau e Lloyd Lloyd Geo rge. Os líderes líderes francês e britânic britânicoo expressaram as dúvidas e reservas que tinham em relação aos pronunciamentos de Wilson. Aceitas por House, foram foram transmitidas sob a forma forma de um “Comentário” telegrafado para W ilson em Washington. Esse “Comentário”, jamais comunicado aos alemães e austríacos, efetivamente afastou afastou to das as vantagens vantagens dos pontos de Wilson no que se referia aos Poderes Pod eres Centrais. Isso Isso já esboçava as formas do subseqüente Trata do d e Versalhes, fortemente objetadas por eles, e que incluíam o desmembramento da Áustria-Hungria, a perda das colónias alemãs, a separação da Prússia por um corredor polonês, e as reparações73. O que ainda é mais interessante é que o tratado não foi baseado na premissa da “culpa de guerra” gu erra” germânica germânica (que estava estava implícit implícitaa nos 23 23 pontos pon tos de

















































































































































céptico. céptico . O seu funcion amento amen to redimiria qualq uer falha falha no próprio próp rio tratado. trata do. Isso Le Leve duas conseqüências terríveis. Primeira: os franceses conseguiram a anuência para •cus termos, incluindo uma “grande” Polónia que dividiria a Prussia e que privaria a Alemanha do cinto industrial da Silésia, uma ocupação de 15 anos na Renânia pelos Aliados e indenizações vultosas. Segunda: desistiu-se de um conjunto de exigências

















































































































































gad oras”. oras ”. Lansing escreveu: escreveu: “Era “ Era como se estive estivesse ssem m sendo cham ados pa ra assinar suas próp rias sentenças de morte... morte... Pálidos Pálidos e de mãos tremulas, eles assinaram assinaram seus nomes rapidamente e foram então levados de volta a seus lugares”81.





































































































































Tempos Modernos - Paul Johnson

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