Estrutura e fisiologia de frutas e hortaliças TECNOLOGIA DE FRUTAS E HORTALIÇAS
Profa. Roberta S. Leone
Introdução •
Influências na conservação/transformação de frutas e hortaliças •
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Estrutura morfo-histológica Fisiologia Metabolismo Composição química
Tipo de transformação
Equipamentos apropriados
Intensidade dos tratamentos Profa. Roberta S. Leone
Necessidade de prétratamento Adequação de embalagem
Conceito Popular •
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Hortaliças
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Vegetais folhosos e polposos Relacionados a pequenas áreas (hortas) Não pertencem ao grupo das frutas e grãos Consumidas cruas ou processadas
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Conceito Botânico
Hortaliças Sementes e vagens ervilhas e feijões –
Hortaliças tuberosas batata, cenoura, mandioca e cebola –
Hortaliças herbáceas alface, repolho e brócolis –
Hortaliças fruto melancia, melão, tomate, pimentão e abóbora (botanicamente frutos) –
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Conceito Botânico • Ovário fecundado e amadurecido
Frutos
de uma flor (pêssego, ( pêssego, ameixa, azeitona) ou de uma infrutescência (abacaxi, figo, amora, jaca) • Caju, maça, pera e marmelo são pseudofrutos: a parte que se desenvolve é outra (não o ovário)
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Classificação das frutas Carnosos – apresentam pericarpo suculento
• Baga: muitas sementes livres –
Secos – apresentam pericarpo seco
• Aquênio: caju • Cariopse: arroz, milho e trigo • Vagem: feijão, soja e ervilha
Partenocárpicos – sem sementes
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melancia, uva, laranja e tomate • Drupa: forma caroço – manga, azeitona, abacate, ameixa e pêssego
• Banana, laranja Bahia ou Umbigo
Classificação das frutas • Receptáculo floral:
Pseudofrutos
maçã e pera • Receptáculo desenvolvido: morango, abacaxi e figo • Formação de frutos
Infrutescências
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agrupados em um ramo • Uvas, amoras, jacas
Classificação das hortaliças Tuberosas • Resultante do engrossamento subterrâneo do caule com acúmulo de substâncias de
reserva • Tubérculos – batata inglesa e rabanete • Rizoma – inhame • Bulbos – cebola e alho • Raízes – cenoura, batata doce, beterraba e mandioca
Herbáceas • Verduras: alface, repolho, espinafre, aipo, aspargo, couve-flor, brócolis e alcachofra
Frutos • Não são conhecidos comercialmente como fruta e o cozimento melhora sua
palatabilidade • Pimentão, abóbora, berinjela e pepino
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Célula vegetal
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Célula vegetal
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Núcleo: regulação de atividades metabólicas e reprodutivas do vegetal Profa. Roberta S. Leone
Célula vegetal
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Cloroplastos: cromoplastos que contém clorofila. Estão concentrados nas regiões mais expostas à luz Profa. Roberta S. Leone
Célula vegetal
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Vacúolo: pode conter líquidos e pigmentos. Está relacionado com armazenamento e equilíbrio osmótico Profa. Roberta S. Leone
Célula vegetal
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Parede celular: revestimento externo de grande resistência. Composta de celulose, hemicelulose, lignina, pectina e proteínas
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Célula vegetal
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Plasmodesmos: poros na parede celular que permite a troca de substâncias entre as células
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Tecidos vegetais Células agrupadas formando tecidos com funções diferentes • Parenquimatoso • Protetor • De sustentação (colênquima, esclerênquima) • Vascular (xilema e floema)
Importante para definir o processamento e o equipamento Profa. Roberta S. Leone
Tecidos vegetais Tecido central • Parte comestível – parênquima, cloroplastos e vacúolo cheio de líquidos
Colênquima • Substâncias pécticas, hemicelulose, lignina e água
Esclerênquima • Fibras e células esclerosas. Funcionam como suporte. No ponto de
maturação elas geralmente morrem. Fibras da manga, da casca da vagem
Tecido vascular • Suporte mecânico e transporta nutrientes
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Ciclo de vida das frutas e hortaliças
Formação
Crescimento
Maturação
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Senescência
Formação Primeira fase da vida do fruto Subsequente à polinização e fertilização Crescimento do óvulo, murchamento de pétalas e estames Óvulo se transforma em semente Ovário evolui para fruto
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Crescimento Aumento do volume do fruto Velocidade de crescimento constante: maçã, pera. Abacaxi, banana, abacate, laranja, tomate e melão Velocidade de crescimento irregular: pêssego, nectarina, ameixa, cereja, figo, framboesa e uva
Influenciado por: tempo, intensidade de luz, temperatura, hormônios vegetais reguladores de crescimento Define-se as características físicas, químicas e sensoriais: volume, turgidez, acúmulo de água e carboidratos, síntese de aroma e sabor Profa. Roberta S. Leone
Pré-maturação Antecede à maturação Período entre floração e colheita Máximo de volume do fruto Ocorre maior número de reação químicas, bioquímicas, estruturais e fisiológicas • Desenvolvimento das sementes • Mudanças na cor, textura e taxa respiratória • Mudanças na permeabilidade dos tecidos e produção de etileno • Produção de compostos voláteis • Formação de cera na casca Profa. Roberta S. Leone
Maturação Etapa mais importante no ponto de vista tecnológico • Aumento de vida útil pós colheita • Aproveitamento industrial
Pré-maturação Maturação Amadurecimento
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Amadurecimento Fase final da maturação e inicial da senescência Melhores características sensoriais • Maior doçura • Redução da acidez e adistringência
Reações de degradação • Utilização das reservas do fruto para manutenção das
atividades fisiológicas e integridade celular • Elevada demanda de energia Profa. Roberta S. Leone
Amadurecimento Síntese de: • Manutenção da estrutura mitocondrial • Formação de carotenoides e antocianinas • Interconversão de açúcares • Síntese de voláteis aromáticos • Aumento na incorporação de aminoácidos • Formação da via do etileno Profa. Roberta S. Leone
Amadurecimento Degradação de: • Destruição dos cloroplastos • Quebra da molécula de clorofila • Hidrólise do amido • Destruição de ácidos • Oxidação de substratos • Solubilização de pectinas • Ativação de enzimas hidrolíticas Profa. Roberta S. Leone
Senescência Predominância dos processos de degradação que levarão á morte celular Natural e irreversível
Pode ser acelerada pela colheita Hidrólise da clorofila Perda de capacidade fotossintetizante Interrupção da fonte de nutrientes
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Metabolismo de frutas e hortaliças Processos químicos e bioquímicos durante as fases de crescimento, floração, frutificação, reprodução e morte Anabolismo •
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Síntese de substâncias a partir do solo, água, ar e luz Ex.: fotossíntese
Catabolismo •
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Utilização das substâncias de reserva pela planta em condições desfavoráveis Ex.: processo respiratório
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Fotossíntese •
Transformação de energia solar em energia química •
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Energia acumulada em compostos orgânicos
Exclusivo de plantas verdes captam radiações de 390 760 nm Fase clara Fase escura –
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Fotossíntese Fase clara Fase escura
Luz solar sobre clorofila
Fotofosforil ação
Síntese de ADP
ATP
Ocorre no cloroplasto
Energia: CO2 + RDP
Compostos orgânicos
Glicose
CO2 + H2O + energia + clorofila → (CH2O) + O2
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Fotossíntese Dependente: Intensidade luminosa Temperatura Concentração de CO2 •
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Respiração Respiração • Carboidratos, desprendendo CO 2 e calor
Transpiração • Desprendimento de umidade
Velocidade depende da quantidade de substâncias de reserva Maior velocidade gera vida-de-prateleira menor
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Respiração •
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Controle é fundamental para aumentar tempo de armazenamento É influenciada pela composição do fruto •
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Resulta em modificações na qualidade física e sensorial • •
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Transporte prolongado Processamento mínimo
Aeróbica •
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Presença de compostos fenólicos e cicatrização dos tecidos
Atividades oxidativas
Anaeróbica •
Fermentação Profa. Roberta S. Leone
Respiração aeróbica •
Oxidação predominante de substâncias orgânicas nas mitocôndrias e com sistemas enzimáticos Respiração aeróbica
Hidrólise de
polissacaríde os em açúcar simples
Oxidação dos açúcares em ácido pirúvico
Ácido pirúvico em CO2, água e energia
C6H12O6+ 6 O2 + H2O → 6 CO2 + 12 H2O
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CO2 + H2O + energia + clorofila → (CH2O) + O2
C6H12O6+ 6 O2 + H2O → 6 CO2 + 12 H2O
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Respiração aeróbica •
Glicose principal substrato de energia –
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Carbono pode ser derivado de polímeros de amido, dissacarídeos, outros açúcares, lipídeos e ácidos orgânicos
São liberados 686 kcal por mol (180 g) de glicose oxidada
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Respiração anaeróbica Limitação ou ausência de oxigênio Fermentação – compostos tóxicos aos próprios vegetais • Acetaldeído e etanol • Sabor e odor desagradáveis
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Velocidade de respiração MAIOR
Hortaliças folhosas
Raízes, tubérculos e bulbos
Colhidos maduros: tomate
MENOR Profa. Roberta S. Leone
Colhidos imaturos: quiabo e ervilha
Padrões de respiração •
Climatéricos • •
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Maior demanda de energia Alta taxa respiratória durante a maturação, com amadurecimento imediato Têm o mesmo comportamento após colheita amadurecem após a colheita Pera, maçã, banana e tomate –
Produção autocatalítica de etileno Síntese de proteínas Modificação na permeabilidade celular Profa. Roberta S. Leone
Padrões de respiração •
Não climatéricos •
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Amadurecem mais lentamente Demanda constante de energia Limão, laranja, abacaxi e morango Não amadurecem após a colheita
Declínio da taxa de respiração ao longo do tempo Perda de firmeza e da coloração verde após colheita sem ralação com a respiração Só amadurecem na planta Profa. Roberta S. Leone
Controle respiratório
Fatores que influenciam a respiração
• Espécie • Relação superfície/volume • Temperatura • Concentração de O2 e CO2 • Acúmulo de etileno • Danos mecânicos
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Fitorreguladores Hormônios vegetais compostos orgânicos endógenos que em baixas concentrações causam respostas fisiológicas nas plantas –
Auxinas Giberilinas Citocininas Ácido abscíssico
De forma exógena, utilizados para prolongamento da vida útil
Etileno Profa. Roberta S. Leone
Fitorreguladores Auxinas – induz a elongação celular dos vegetais • Ácidos indolacético, indolbutírico, nafatlenoacético e
indolpropiônico • Crescimento de raízes, hastes, folhas, flores e frutos • Diferenciação celular e dos órgãos • Amadurecimento e senescência dos frutos • Ação exógena – retarda amadurecimento induzido pelo etileno. Em citros, retardoa o amarelamento da casca, aumenta o tamanho do fruto e antecipação na época de produção Profa. Roberta S. Leone
Fitorreguladores Giberelinas: • Encontradas principalmente em sementes • Retarda mudança de cor (perda de clorofila) • Aumenta síntese de carotenoides • Mantém a firmeza da casca • reduz taxa respiratória
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Fitorreguladores Citocininas: • Frutos jovens e em sementes em germinação • Promovem divisão celular, estímulo à germinação • Alteração do crescimento dos frutos • Retardo da senescência de cascas e folhas de frutos • Atrasam a degradação proteica e da clorofila
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Fitorreguladores Ácido abscíssico • Predominância em sementes jovens • Retardo no crescimento e desenvolvimento dos vegetais • Processos de dormência • Pode antecipar o amadurecimento em frutos • Pode provocar senescência em tecidos verdes
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Fitorreguladores Etileno • Controle de amadurecimento dos frutos climatéricos • Sem ação aparente sobre os não-climatéricos • Induz-se o amadurecimento com etileno exógeno ou
estimulando sua produção pelo fruto • Níveis reduzidos de O 2 e elevados de CO2 diminui sua produção • Produção diretamente proporcional à temperatura • Estimula: • Degradação da Vit C e clorofila • Deterioração da membrana • Mudanças no sabor Profa. Roberta S. Leone
Microbiota predominante •
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Estrutura protetora camada epidérmica pH, temperatura, umidade, oxigênio e nutrientes Frutas fungos –
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Rhizopus e Mucor : sem perigo Alternaria, Fisarium, Penicillium, Aspergillus, Cladosporium e Phoma: produzem toxinas
Hortaliças bactérias –
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Salmonella e Shigella: veiculadas por água de irrigação Clostridium botulinum: solo produtos de baixa acidez –
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Fontes de contaminação •
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Solo Água de irrigação e de lavagem Fertilizantes com detritos animais Recipientes, equipamentos e veículos contaminados Embalagem Animais selvagens ou domésticos Homem Manuseio inadequado Processamento, embalagem e armazenamento inadequados Profa. Roberta S. Leone
Alterações microbianas Mos deteriorantes • Fermentações • Putrefações • Alterações na aparência
Mos patogênicos • Intoxicações • Infecçoes
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Alterações microbianas •
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Crescimento de fungos filamentosos na superfície Alterações de coloração e textura Podridão branda em frutos polposos Antracnose folhas altera cor e textura Fermentação alcoólica e lática carboidratos por leveduras –
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Alteração na textura Desprendimento de odores
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