SANTA SENA
CATARINA
AS CARTAS
PAULUS
DE
INTRODUÇÃO
Chegaram até nós 381 cartas de Santa Cata Catarin rina a de Sena Sena,, dita ditada dass nos nos dez dez últi último moss anos (1370-1380) de sua breve vida de 33 anos. Oito dessas cartas podem ser lidas no texto original do amanuense ou secretário de Catarina. Por exemplo, na Biblioteca Municipal de Sena Sena estã estão o arqu arquiva ivada dass cinc cinco o cart cartas as que que Catarina ditou a Barduccio Cani-giani e uma dita ditada da a Estê Estêvã vão o Maco Maconi ni.. Cons Consta ta-n -nos os que que certa vez a jovem missivista ditou três (cartas) simu simult ltan ane eamen amentte a Mala Malavo volt lti, i, Maco Maconi ni e Pagliaresi. Como missivista, Catarina tinha algo de genia enial. l. Apr Apresen esenttamos amos nest esta publi ublica caçã ção o apenas 33 cartas, sem maiores preocupações na escolha. Uma leitura atenta de qualquer uma delas provará a veracidade dessa afir afirma maçã ção. o. Cata Catari rina na tinh tinha a uma uma ling lingua uage gem m clara, lógica, ordenada em suas idéias, apesar do fervilhar delas em sua cabeça. No início do escrito epistolar, diz sempre qual é seu objetivo tivo.. Faz um estu estudo do psic psicot oteo eoló lógi gico co dele dele e term termin ina a apli apli-c -can andodo-o o ao caso caso da pesso pessoa a a quem uem escr escrev eve. e. Sua Sua sinc sincer erid idad ade e é tota total. l. Quando percebe que usou expressões por demais mais fort fortes, es, pede pede descu desculp lpas as e justi justifi fica ca seu seu comportamento com a motivação do amor e interesse pessoal.
Em qualqu qualquer er assunto assunto,, pronu pronuncia ncia-se -se com autoridade e maestria. Nesta breve seleção o leitor verá Catarina ocupando-se o-se com assuntos diversos: questões familiares
(Carta 1, 2, 3), pessoais (4), car carcerá cerári rias as(5 (5,6 ,6,9 ,9), ), mona monaca cais is (7, (7, 19, 19, 20), 20), sacerdotais (11, 18), espirituais (10, 14), humanas (8, 12, 13, 15, 23), pastorais (16,21, 22), eclesiais (17, 26, 28), governamentais no campo político (24, 25, 29) e religioso (27, 31, 32), e místicas (33). G. Bertoni (apud Piero Piero Chiminelli, Chiminelli, Santa CaWrina di Siena, Sales, Roma, p. 27ls) afirma que nas cartas de Catarina pode-se encontrar de tudo: o apaixonado, o lú-gubre, o trágico, o terno, o suave, o tempestuoso, o sereno, a lágrima, o sorriso, o sangue, o paradisíaco. Mas em tudo isso, e sempre, s empre, o amor por Deus, pela pela huma humani nid dade, ade, o amor para para cad cada ser ser existente no mundo, para cada pessoa. Amigo leitor! Medite sobre as mensagens pro profund fundam amen ente te crist ristã ãs dest destas as cart carta as de Cat Catarin arina a de Sen Sena, como como se elas elas foss fossem em dirigidas a você, e depois acrescente outros elogios. Para facilitar-lhe a leitura coloquei um título sugestivo e dividi a carta em itens, por assun sunto. O título ulo tradicion ional vai entre tre parênteses. Sobre a tradução em si mesma, esforceime por realizar o conselho de S. Tomás de Aquino: "Um bom tradutor, por certo conservando o sentido das verdades que traduz, duz, deve deve adap adapta tarr seu seu esti estilo lo ao gêni gênio o da líng íngua em que se exprime" (Prólog logo do opúsculo "Contra os erros dos gregos"). Frei João Alves Basílio O.P.
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1. NECESSIDADE DO AUTOCONHECIMENTO (Carta n9 1 à sua mãe Lapa)
1. Saudação e objetivo 2. Em
nome de Jesus Cristo crucificado e da amável Maria, querida mãe em Jesus Cristo, eu, Catarina, serva e escrava dos servos de Jesus Cristo, vos escrevo no seu precioso precioso sangue, desejosa de ver-vos ver-vos conhecendo-vos e conhecendo a presença de Deus em vós.Necessidade do autoconhecimento Sem esse conhecimento não participareis da vida da graça. Vós deveis ter uma santa e grande preocupação: nada sois, e o que sois vem de Deus. Dele recebestes o ser e, dia após dia, Ele vos concede muitos favores e graças. 1
1 Mãe de 25 filhos, d. Lapa Piagenti Beninc Beni ncas asa a era era uma uma mulh mulher er firm firme, e, de palavra fácil, um tanto nervosa. Pode Podemo mos s imag imagin inar ar:: com com a mort morte e do marido, c exílio de três filhos, a venda da tinturaria da família ou pelo menos 8
as dificuldades financeiras, os achaques da velhi velhice ce.. .... punh punhaa-se se a lame lament ntar ar e a fazer comparações e hipóteses. Catarina, ausente de Sena, fica sabendo e manda-lhe alguns conselhos.
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Se fordes grata a Deus, alcançareis a perfeita paciêr>cia e não ficareis a fazer comparações entre sofrimentos íí™ 1" des e pequenos, pois então os grandes vos parecerá 0 irn nada a ser suportado por Jesus Cristo crucificado- ^ ,a" liase o bom soldado de cavalaria no campo de hat*1^' também vossa alma tem de ser experimentada nd '" das grandes dores. Se vossa alma se mostrar bast 3llte paciente, se não desanimar nem se revoltar, se riá ose escandalizar diante dos acontecimentos que I ) rus per"11" te, poderá rejubilar-se, rejubilar-se, alegrar-se e, 1 a contente, espera ' vida eterna. Apoiada na cruz e fortalecida pelas doí** sofrimentos de Cristo, tranqüila ela aguardará aete rBa visão de Deus. Quem é perseguido e atribulado n^ ste mundo depois será saciado, consolado e iluminado na templação da Divindade, em gozo total, imediato,da divina doçura. Mais ainda. Desde agora, o Senhor cons°' a os que por Ele labutam. Mas sem o conhecimento de ^ mesmos e da presença de Deus em nós, jamais atinfp1*-mos tão grande felicidade. Quanto sei e posso, suplí c0" vos que procureis com empenho esse conhecimento p# ra jbtermos a recompensa recompensa dos nossos esforços ta
3. Conclusão Permanecei no santo e doce amor de I ) eus
2 Na lógi lógica ca do pensa pensame ment nto, o, Catar Catarin ina a dever veria ter dito ito "paru aru oliurdes". P° ^•licadeza com a mãe, diz "para obt bter ermo mos" s".. Tal modo de dea^ a^ir ir,, nliii liiii, i,,, eiortn ' m suas cartas, quando dá conselhos a alguém após falar de nlpim.M defeito.
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2. A PACIÊN CIÊNCI CIA A E O AMOR AMOR FILI FILIAL AL (Car (Carta ta n°18 ao irmão Benincasa)
3. Saudação e objetivo
Em nome de Jesus Cristo crucificado e da amáve mávell Mari Maria, a, carí caríss ssim imo o irmã irmão o em Jesus esus Cristo, Cristo, eu, Catarina, inútil serva, vos conforto, conforto, abençôo e convido a ter uma paciênci ncia tranqüila e santa, pois sem ela não poderemos agradar a Deus."' 4. Três razões para ter paciência
Para ara goza gozard rdes es um dia dia o prêm prêmio io devi devido do pelos sofrimentos, peço que useis as armas da paciência. Mas se vos parece difícil suportar tantas tantas situaç situaçõe õess advers adversas, as, vou lembrar lembrar-v -vos os três coisas que vos ajudarão a ser paciente. Em primeiro lugar, refleti como a vida é breve. Nem do dia de amanhã estais seguro. Além disso, relativamente ' Este recado é certamente uma das primeiras cartas de Catarina. Talvez no ano de 1370. Benincasa, o irmão mais velho, morava com a família em Kiorença, onde parece que havia montado uma tinturaria. Ao saber que 11
ele passava por dificuldades financeiras n punha a culpa de tudo na mãe, Catarina envia-lhe conselhos.
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às dificuldades do passado, nós não mais as sofremos. Resta-nos Resta-nos apenas tolerar o momento presente fugaz. Em segundo lugar, considerai as vantagens do sofrimento. Diz São Paulo (Cl 8,18) que não há comparação entre as dificuldades presentes e o prêmio da glória. Em tercei terceiro ro lugar, lugar, refle refleti ti sobre sobre os males males que sobre-vêm aos que padecem na ira e na impaciência: tristezas nesta vida e o castigo etern eterno o na outra. outra. Rogo-v ogo-vos, os, irmão irmão caríssi caríssimo mo.. Tende Tende paciência! 3. Por que não auxiliais a mãe? Nem vos esqu squeçais de corrigir vossa ingratidão e falta de amor quanto ao vosso dever de auxiliar a mãe, como sois obrigado por preceito divino. Se tal coisa acontecesse porque não pudésseis fazê-lo, até vos desculparia. Mas ainda que pudésseis, não sei qual seria vossa atitude, pois até de notícias para ela vós sois parco. Quanta ingratidão! Vós não considerais as dores do parto, o leite que ela vos deu, as muitas canseiras suportadas por vós, como por todos os demais filhos. Se disserdes disserdes que ela não teve compaixão compaixão de nós, respondo que não é verdade. Ela teve compaixão de vós e do outro, 4 coisa que agora lhe está custando caro. Mas ainda que fosse verdade, sois vós que lhe deveis obrigações, não ela a vós. Não foi ela quem recebeu de vós o corp corpo, o, mas ao cont contrá rári rio o. Rogogo-vos vos que que elimin elimineis eis semelh semelhant ante e defeito defeito,, bem como como os demais. E que perdoeis minha ignorância! Se eu não tivesse amor pela vossa alma, 4 Não nos é fácil saber a razão por que Beninc Beni ncas asa a guar guarda dava va mágo mágoa a da idos idosa a mãe. Acredita-se que, com a morte do paii Tiag pa Tiago, o, ela ela se viu viu na obri obriga gaçã ção o de vender a tinturaria de Fontebranda, em Sena Se na.. Do dinh dinhei eiro ro arre arreca cadad dado, o, pa pare rece ce que que Lap apa a en envi viou ou uma uma pa part rte e aos aos trê três filhos de Florença (Benincasa, Bartolomeu e Estevão), retendo o resto para si, para um filho que ficara em asa, 13
e para os genros, filhas e netos de Sena. Mas Benincasa, filho mais velho, achava que a repartição fora injusta. não teria dito o que acabo de afirmar. afirmar. Recordovos, e tara bém à vossa família, o sacramento da confissão. 4. Conclusão Nada Nada mais mais acr acresce escent nto o. Perma ermane nece ceii no santo e terno amor de Deus. Jesus doce, Jesus amor!
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3. UMA EXEGESE DIFERENTE (Carta ng 23 à sobrinha Nanna)
5. Saudação e objetivo 6. Em
nome de Jesus Cristo crucificado e da amável Maria, caríssima filha no doce Cristo Jesus, eu, Catarina, serva e escrava dos servos de Jesus Cristo, escrevo-te no seu precioso sangue, desejosa de ver-te ver-te verdadeira esposa de Cristo crucificado, a evitar tudo o que te impeça de ter Jesus como bondoso e sublime esposo. Nosso coração é como uma lâmpada
Pois ois tal tal cois coisa a não não cons conseg egui uirá rás, s, se não não fores como aquelas virgens prudentes (Mt 25), consagradas a Cristo, que possuíam lâmpadas, óleo e luz. Presta atenção. Para ser esposa de Cristo, é preciso ter uma lâmpada, o óleo e a luz. Sabes, minha filha, o significado dessas coisas? 5
5 "Nanna" é o diminuitivo carinhoso e familiar de füovanna. Era jovem sobrinha de Catarina, filha de Benincasa, o irmão mais mais velh velho o que que mora morava va em Flor Floren ença ça.. Querendo aconselhar a moça a tornar-se monj monja, a, n tia tia lhe lhe en envia via este este be belís líssi simo moe e origi rigina nall come coment ntár ário io da pa parráb ábo ola da das s cinco inco virg virge ens pru prude dent ntes es e da das s cinc cinco o imprudentes do Evangelho de Mateus. 15
A lâmpada significa o coração, o qual tem a forma de uma lâmpada. Bem sabes que a lâmpada é larga no alto e estreita embaixo. Também Também nosso coração é assim, para indicar que devemo devemoss possuí possuí-lo -lo espaço espaçoso, so, em cima, cima, para os bons pensamentos, as santas imaginações e a oração contínua, retendo na memória, continuamente, os favores divinos, sobretudo os benefícios do sangue com que fomos remidos. Minha filha! O bondoso Jesus não não nos nos resga esgato tou u a preç preço o de ouro ouro,, prat prata, a, pérolas e demais pedras preciosas, mas com seu sangue. Tal favor nunca deve ser esqu esquec ecid ido, o, semp semprre terá terá de estar estar dian diante te do nosso olhar com santa e terna gratidão, pois é incomensurável o amor de Deus por nós. Deus Pai não não recu recuso sou u entr entreg egar ar seu seu Filho ilho únic único o a uma cruel morte na cruz para nos dar a vida da graça. Eu disse que a lâmpada é estreita embaixo. Também nosso coração deve sê-lo em relação às realidades terrenas. O coração não pode desejar tais bens desor sordenadamente, nem desejá-los ou procurá-los mais do que for do agrado divino. Vendo que Deus nos prove com amor, nada nos nos deix deixan ando do falt faltar, ar, o cora coraçã ção o sempr sempre e lhe lhe será será grat grato o. Agin Agindo do assi assim, m, noss nosso o cora coraçã ção o realmente será como uma lâmpada. 3. O óleo é a humildade Recor ecorda da-t -te e poré porém, m, minh minha a filh filha, a, de que que tudo isso não basta sta se faltar o óleo na lâmpad lâmpada. a. Com a palavr palavra a "óleo" "óleo" entend entende-s e-se e uma delicada e oculta virtude, a grande hu16
mildade. Pois a esposa de Cristo tem de ser humi humild lde, e, mans mansa a e paci pacien ente te.. Tão humi humild lde e quanto paciente, tão paciente quanto humil umild de. Mas Mas nunc nunca a alc alcança ançarremo emos a huhumildade sem o auto-conhecimento. E necessário que reconheçamos a nossa miséria e fraqueza, convencidos de que por nós nós mesm mesmos os somo somoss incap incapaz azes es de prat pratic icar ar qualquer ato virtuoso e superar lutas
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internas e inquietações. Não somos capazes de afastar de nós as doenças corporais, as dores, dores, as dificu dificulda ldades des íntimas íntimas.. Se fôssem fôssemos os capazes, fá-lo-íamos imediatamente. De nós mesm mesmos os somo somoss apen apenas as verg vergon onha ha,, misé miséria ria,, mau cheiro, fraqueza e pecado. Importa-nos ficar sempre embaixo, humildes. Mas não é bom permanecer apenas em tal conhecim cimento de si. si. A pessoa soa cairia no desânimo e na perturbação, chegando até ao desespero. A isso procura levar-nos o demôni demônio. o. E necessá necessário rio conhec conhecer er também também a presença de Deus em nós, refletindo que Ele nos nos fez fez à sua sua imag imagem em e seme semelh lhan ança ça,, nos nos recriou pela graça no sangue do Verbo, seu Filho ilho unig nigênit ênito, o, e a bond bondad ade e divin ivina a age age continuamente em nosso favor. Todavia, quem se reduzisse somente a esse conhecimento de Deus em si, cairia na presunção e na soberba. Ocorre mesclar esses dois conhecimentos: não somente pensar em Deus, nem somente em nós. nós. Assim Assim fazend fazendo, o, seremo seremoss humild humildes, es, paci pacien ente tes, s, mans mansos os.. Possui ossuire remo moss o óleo óleo na lâmpada. 7. A A luz é a f é
Devemos ter também a luz, a luz da fé. Mas os Santos dizem que a fé sem as obras é morta. Ocorre, pois, agir sempre virtuosamente, abandonar a infantilidade das vaid vaidad ades es,, não não vive viverr como como jove jovem m fúti fútil, l, mas mas como esposa fiel, consagrada a Cristo crucificado. Desse modo, teremos a lâmpada, o óleo e a luz. 8. Deus é ciumento de suas esposas
Diz o Evangelho (Mt 25,2) que as virgens prudentes eram cinco. Pois bem, afirmo-te que cada um de nós há de "ser cinco", sob pena de fica ficarr exclu cluído ído das núpc núpcia iass eter etern nas. as. A palavra "cinco" significa nossa obrigação de domi
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nar e mortificar os cinco sentidos corporais, jamais ofen dendo a Deus com eles, na procura de afeições ou praze res deso desord rden enad ados os com com todo todoss ou algu alguns ns dele deles. s. Seremos "cin co" dominando os cinco sentidos do corpo. Mas recorda-te: o esposo Jesus Cristo é cium ciumen ento to d suas suas espo esposa sas; s; eu nem nem sabe saberi ria a dize dizerr-te -te quan quanto to!! Se ele ele nota nota que que tu amas amas outras pessoas mais que a Ele, ficará indignado contigo. E se não mudares (teu comp comport ortam amen ento to), ), para para ti não não será será aber aberta ta a port porta a do luga lugarr onde onde o Cord Cordeir eiro o imacu imacula lado do celebra as núpcias com todas as suas esposas. Quais adúlteras, seremos rechaçadas à semelhança daquelas cinco nco virgens imprudentes. Elas se gloriavam única e tolamente da sua integridade e virgindade corporal; por isso perderam a virgindade da alma, pela corrupção dos cinco sentidos do corpo. Faltava-lhes Faltava-lhes o óleo da humildade e suas lâmpadas se apagavam. Então foi-lhes dito: "Ide comprar o óleo" (Mt 25,9). Nessa passa assag gem o "óle "óleo o" ind indica ica os atra atrati tivo voss e engodos mundanos, vendidos pelos aduladores e li-sonjeadores do mundo. Como se o esposo dissesse: "Não quisestes comprar a vida eterna pela virgindade e boas obras; preferistes os galanteios humanos e por eles vivestes. Ide comprá-los. Aqui não entrareis". 9. Catarina aconselha a vida consagrada
Minha filha, toma cuidado com os elogios dos homens. Nunca procures ser elogiada por alguma boa ação que praticares. Aporta da eternidade não te seria aberta. E porque eu cons consid ider ero o ótim ótima a aque aquela la estr estrad ada a (da (da vida vida consagrada), disse antes que desejava ver-te fiel fiel espo esposa sa de Cris Cristo to cru crucifi cificcado ado. Peço eço e suplico que te esforces para o ser. ser. 19
10.
Conclusão
Nada Nada mais mais acr acrescen escento to.. Perma ermane nece ce no santo e terno amor de Deus. Jesus doce, Jesus amor! 4. O
JEJUM
DE
CATARINA
(Carta n9 92 a um anônimo)
11.
Saudação e objetivo
Em nome de Jesus Cristo crucificado e da amável Maria, caríssimo e diletíssimo pai no doce Cristo Jesus, eu, Catarina, inútil serva de Jesus Cristo, recomendo-me a vós, desejosa de ver-vos unido e transformado na eterna e pura Verdade divina, que afasta de nós toda falsidade e mentira. Compreendo 12.
vossos temores
Pai caríssimo, cordialmente vos agradeço pelo pelo sant santo o zelo zelo e preo preocu cupa paçã ção o pela pela minh minha a alma alma.. Sei Sei que que não não vos vos move move outr outro o desej desejo, o, além da glória divina e da minha salvação, temeroso de que haja no meu jejum intr introm omis issão são ou ilusã ilusão o do demô demôni nio. o. Não Não me maravilho por tal medo, que sentis exatamente sobre o ato de comer. Garantovos que 6
6 Em sua Stor Storia ia di S. Cale Caleri rina na da Siena e dei suoi compagni (Sena, 1911, p. 222 222), a ingl ingle esa Au Augu gust sta a Teodo eodora ra Drane afirma que esta carta foi escrita por Catarina a um certo Elbianco, talvez sacerdote de Florença. De fato a pessoa é chamada de "pai", e tratada em "vós". 20
A carta seria de 1374 ou 1375.
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sois o único a sentir esse medo. Também eu ten tenho :upaç upação ão sob sobre engano ganoss do demô demôni nio o. Por tal tal moti motivo vo,, jo-m jo-me e sob sob a proteção divina e desconfio de mim mes3ei que posso confiar em mim mesma, ^ía carta, vós me perguntais se penso ou não na possi-ide de estar sendo enganada. Caso eu não pense, di-já é um enga engano no do diab diabo o. Respo espond ndoo-vo voss que que sempre de ser enganada. Não apenas nos assuntos do corpo, em todas as minhas atividades. Seja por causa da a fragilidade, seja por causa da astúcia do demônio, compreendo que ele perdeu a santidade, mas não a teza, com a qual poderia enganar-me. Dirijo-me, pois, ore san santíss tíssim ima a da cruz cruz e nel nela me apoi apoio o. Quero estar pregada com Jesus. Tenho a segurança de que, uma -avada na cruz com com Ele, Ele, pelo pelo amor amor e prof profun unda da humi humillnada poderão contra mim os demônios. Não Não por por vir vir-min -minha ha,, mas mas pela pela for força de Jesus crucificado. Ivez eu não coma por doença
Na cart carta a vós vós dizí dizíei eiss que que eu pedi pediss sse e a Deus Deus capaci capacidada-com comer er.. Afirm Afirmoo-vos vos,, meu pai, diante de Deus: de todos xlos que me são são possí possíve veis, is, sempr sempre e me esfor esforcei cei por por mtar mtar-m -me e uma uma ou duas duas veze vezess por por dia. dia. Tenho Tenho pedido e luarei a pedir a Deus que me conceda a graça de ser as demais pessoas na alimentação, se for da sua von-como é da minha. Muitas vezes fiz quan quanto to pude pude.. ulhoulho-me me em mim mim mesm mesma a para para conh conhec ecer er minh minha a doen doen-: -:on onhe hece cerr a Deus que, por uma graça especialíssima, nu em mim o vício da gula. Sofro muito por por não não me ■rri ■rrigi gido do eu mesm mesma a dess desse e defeito por amor.' pensamento da missivista é de uma profundidade extrema. Ela afirma re, não nã o por por nã não o cons conseg egui uirr come comerr, mas mas por não ter dominado o apetite lor", isto isto é, por por esf esforço rço pe pess sso oal, al, e te terr necess necessita itado do da interv intervenç enção ão divina divina,, imorosa!
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No que depende de mim, não sei que remédio tomar, j^aj a Deus. Se for do seu agrado, se for para a sua glória e para a salvação da minha alma, que me conceda a sua graça e a capacidade de comer. Estou certa de que Deus não desprezará vossas preces. E se conheceis algum medica dicame ment nto, o, escre escreve veii-me me.. Send Sendo o para para a glória divina, eu o tomarei de boa vontade. Mas vos peço igualmente que não julgueis precipitadamente, sem antes vos informar diante de Deus. 4. Conclusão Nada mais acrescent acrescento. o. Perman Permanecei ecei d e no santo e doce amor Deus. Deus. Jesus Jesus doce, Jesus amor!
5. NAS MÁOS A CABEÇA DE UM DECAPITADO (Carta ne 273 a Fr. Raimundo do Cápua)
13.
Saudação e objetivo
Em nome de Jesus Cristo crucificado e da amável Maria, diletíssimo e caríssimo pai e meu filho querido em Jesus Cristo crucificado, eu, Catarina, serva e escrava dos servos de Jesus Cristo, vos escrevo recomendan-do-me recomendan-do-me no precioso sangue do Filho de Deus, desejosa de ver-vos mergulhado e afogado em tal sangue empastado de imenso amor. amor. O 14.
segredo de Cristo é como amar
Sim, o desejo da minha alma é ver vossa pessoa, Nanni8 9 e meu filho Tiago 10 imersos nesse sangue. Não conheço outra maneira de atingir as maiores virtudes, A presente carta, dirigida ao confessor fr. Raimundo de Cápua, deve ser um pouco posterior ao mês de junho de 1374. Niccoló Tbmmaseo dizia que ela vale por um drama" e "sozinha bastaria
para honrar um grande escritor". Nanni deve ser o Beato fr. João Piccol Piccolom omini, ini, discíp discípulo ulo de Catarin Catarina, a, que morr morreu eu em odor odor de sant santid idad ade e uns uns 36 anos depois. Tiago seria outro discípulo, Tiago Tolomei, um convertido.
tao tao nece necess ssár ária iass para para nós. nós. Pai boní boníss ssim imo, o, preocupo-me com vossa alma e nela penso a todo momentojunto ao Cordeiro dessangr ado em ardentíssimo amor E digo-vos que vossa alma jamais será humilde se não mergulhardes naquele San&ue. A nasce'do desprezo de si, e o desprezo de si nasce do amor. Nossa alma é como o ferro; somente no fogo se purifica. Quero pois que vos escondais na caverna do peito de Cristo. É uma despensa repleta de suave pe rf Urne Urne. Ali perfuma-se o pecado. Ali, qual esposa, repousa a alma num ]eito de f Je sangue. Ali é saboreado e conhecido o segredo do coração do Jesus. Oh! tonei aberto, qUe dessedentas e inebrias todo afeto, que alegras e nurn,nas todo entendimento que preenches a memona dos que te procuram Q ' netra de nada mais se lembra, em nada mais pensa que no Senhor Jesus Sangue, fogo, amor inestimáveis' Como seria feliz mintia alma em ver-vos ver-vos mergulhado no sangue. Serieis como a pessoa que vai a uma fonte encher o balde, para derramar depois a água sobre alguma coisa. Derramai, também vos, a água do desejo santo sobre vossos irmãos, que sao membros, conosco, do corpo místico de Cristo. Cris to. Prestai atenção aos enganos do demônio, que já vos criaram e criarão dificuldades. Mas jamais retrocedais por cau sa de dem ônios ou dfi pessoas> Jmesm0 cm situação de total ineza, ate vermos o sangue de Cristo espalhando ternos e amorosos desejos. 3. A conversão de Nicolau de Tuldo Coragem,coragem, meu bondoso pai'Acor pai'Acordemo demos! s! Per-•ebo Per-•ebo coisas novas, nao quero repouso„u honras. Comecei ,or segurar cora minhas mãos uma cabeça, e isso me trouae ' quem passa a falar. iman imanha ha feli felici cida dade de,, que que nenh nenhum um cora coraçã ção o pode pode sentir, língua contar, olho ver, ouvido escutar. O misté stério rio eus inseriu-se u-se entre outros fatos acontecidos antes, s nao falo, porque seria muito longo. Km visitar aquela pessoa. Sabeis quem é. 12 ,uld0
de
Minha a lhe trouxe muitoconforto e consolação. Confessou-|)i cparou-se muito bem para morrer. E fez-me pro-sr que, por amor de Deus, eu estaria junto dele no icnto da decapitação. Prometi e assim fiz. No ama-er, antes que tocasse o sino gran grande de,, fui fui visit visitáá-lo lo (na (na io). io). Cond Conduz uzi-o i-o para para a Missa e ele comungou, coisa amais fizera. Most Mostra rava va uma uma vonta ontad de humi humild lde e e sub sub-a aos aos desígnios de Deus. Um único medo sentia: de ;er bastante forte no derradeiro instante. Mas o bon-e amoroso Deus usou de um artifício: concedeu-lhe n-ande amor por mim, em Deus, que não conseguia sozinho e dizia: "Fica comigo, não me abandones, m eu estarei bem e morro contente", e apoiava sua ça no meu peito. Senti, então, uma grande alegria e ir de sangue. Também do meu sang sangue ue,, que que espe esperro imar imar pelo pelo espo esposo so Jesu Jesus. s. Cresceu em mim o desejo da ição de sua alma, comp compre reen endi di seu temo temorr e disse disse-l -lhe he:: i tran tranqü qüilo ilo,, meu meu doce doce irmã irmão, o, logo logo cheg chegar arem emos os às núpnúp-;d ;do o Cordeiro). Irás para elas purificado no sangue do ) de Deus, com o nome de Jesus na boca, sem esquec esquecê-n ê-nais. ais. Eu te esper espero o no cadafa cadafalso lso". ". Ora, Ora, pensai meu pai e filho! Naquele instante seu ;áo perdeu todo medo e seu rosto mudou da tristeza a alegria. Sorria contente e dizia: "Donde me vem rande favor, que a doçura da minha alma me espere frata-se de Nicolau de Tuldo, da cidade de Perúgia. Ele ofendera grave-a República de Sena e fora condenado à decapitação. Desde algum tem-lardava na prisão o dia da morte, violen violento, to, revolta revoltado, do, a blasfem blasfemar ar,, na ficou ficou sab abe endo ndo do caso aso. Foi at até é ele ele à cade cadeia ia e Nicolau se converteu, i carta passa a narrar. narrar. no santo lugar da justiça?" Vede, estava com tal iluminação, que chamava de "santo" o cadafalso! E acres cresce cen ntav tava: "Ir "Irei muito uito aleg alegrre e fort orte. Pensando que lá me esperarás, parece-me faltar como que mil anos". Pronunciava ainda palavras tão suaves sobre a bondade divina, que me sentia explodir. Esper Esperei ei-o -o no luga lugarr do supl suplíc ício io.. Espe Espere reii em cont contín ínua ua oraç oração ão,, na pres presen ença ça de Mari Maria a e da
virgem e mártir Catarina. 13 Antes que ele viesse, inclinei-me e coloquei o pescoço no cepo. Não pens pensav ava a em mim. mim. Ali Ali rezei ezei,, supl supliqu iquei ei e diss disse: e: "Mar "Maria ia!" !" Queri Queria a que que ela ela dess desse e ao cond conden enado ado,, naquela posição, a iluminação interior e a paz do coração, e ele entendesse estar regressando para Deus, o seu Fim. Minha alma estava fora de si; embora na presença de uma multidão, a promessa a mim feita da sua salvação não me deixava ver ninguém. Finalmente ele chegou qual manso cordeiro. Ao verme, começou a sorrir. sorrir. Quis que lhe fizesse o sinal-da-cruz. Então eu lhe disse: "Inclina-te, meu doce irmão, e encaminha-te para as núpcias. Logo esta estará ráss na vida vida perd perdur uráv ável el". ". Incl Inclin inou ou-s -se e com com grande mansidão. Este stendi o seu pesco scoço, aproximei-me e recordei-lhe o sangue de Jesus. Ele somente dizia: "Jesus..., Catarina...!" Recebi a cabeça (do condenado) nas mãos, firmei o olhar em Deus e disse: "Eu quero!" 4. Visão de Catarina Naquele instante, vi Jesus Homem-Deus como vejo vejo a clar clarid idad ade e do sol. sol. Sua Sua chag chaga a do peit peito, o, aberta, recebia o sangue (do condenado) e, com o sangue, a chama do desejo santo, a ele por graça concedido, mas ainda oculto na 13 Santa Catarina de Alexandria, segundo documentos tos an anttigos, vive iveu no Egito e morreu mártir na perseguição de Diocleciano, em 305 da era cristã, pelo ano 1.000 suas relíquias foram levadas para a França e numerosas igre-; foram erguidas na Europa em sua honra. A Universidade de Paris a esco-heu como padroeira. as
alma. Cristo o recebia na chama do seu divino amor. Após ter acolhido o desejo santo, tomou sua alma e a introdu ziu na caverna do seu cora coraçã ção, o, com com muit muita a mise miseri ricó córd rdia ia Fez-m ez-me e compreender que agia assim unicamente por mi sericórdia, não por outros motivos. Como é subl sublim ime e co nhec nhecer er a miser miseric icór órdi dia a de De Deus us!! Com Com que que tern ternur ura a e amoi amoi agua aguard rdav ava a que que a alma alma deix deixa asse sse o corp corpo o! De Deus us olhav lhava a misericor sericordio diosame samente nte para para a alma. alma. Quando Quando ela pene penetr trou ou n£ chag chaga a de Cris Cristo to banh banhad ada a em sangue, tinha o valor dcj sangue do Filho de Deus. Com seu poder o Pai a acolheu a sabedoria do Filho concedeu-lhe participar do amor redentor, com que Ele mesmo suportara a penosa e terrível morte, por amor ao Pai e para remir mir o gênero humano; a mão do Espírito Santo a encerrou na chaga do Senhor. Senhor. 15.
A morte do condenado
O justiçado fez um gesto de ternura, capaz de rasg rasgar ar mil mil cora coraçõ ções es!! Não Não me mara maravi vilh lho, o, pois pois já desf desfru ruta tava va da divi divina na doçu doçura ra.. Fez o gesto da noiva que, ao atingir a porta do seu esposo, volta-se para trás e, inclinando-se, fixa aquele que a trouxe, com um aceno de grat gratid idão ão.. .... Após Após a deca decapi pita taçã ção o minh minha a alma alma repousou na paz e na quietude, sentindo forte chei cheirro de sang sangue ue em mim o qual qual eu não conseguia enxugar. Pobre Pobre de mim, miserável! Nada mais quero dizer... Permaneci por terra, com grandíssima inve inveja ja!! Parec arecee-me me que que a prim primei eira ra pedr pedra a foi foi colocada! 16.
Conclusão
Por isso, não vos maravilheis se nada mais vos impo-nho senão afogar-vos afogar-vos no sangue e no fogo que brotam da chaga do Filho de Deus. Nada de negligência, boníssimos I filhos. O
sangue começa a versar-se e a receber a vida. I Jesus doce, Jesus amor! AOS ENCARCERADOS ENCARCERADOS DE SENA (Carta nQ 260)
17.
Saudação e objetivo
Em nome de Jesus Cristo crucificado e da bondosa Maria, caríssimos filhos do bondoso Cristo Jesus, eu, Catarina, serva e escrava escrava dos servo servoss de Jesus Jesus Crist Cristo, o, vos vos escr escrev evo o no seu seu preci precioso oso sangue sangue,, desejos desejosa a de ver-v ver-vos os purifipurificados pelo desejo santo, no sangue de Cristo crucificado. 18.
Jesus, nosso redentor
Colocai o sangue de Cristo crucificado no vosso pensamento, como ponto de meditação. Se o fizerdes, atin-gireis uma perfeita paciência. De fato, o sangue de Cristo simboliza nossos pecados e a infinita mise miseri ricó córrdia, dia, o infi infini nito to amor amor de De Deus us.. Tal sim simbolism lismo o nos leva a repudiar nosso ssos peca pecado doss e defe defeit itos os,, bem bem como como a amar amar as virtudes. Filhos caríssimos! Se me perguntardes por que que o sang sangue ue (de (de Jesu Jesus) s) nos nos faz faz conh conhec ecer er noss nossos os pec pecado ados e a miser iseric icór órdi dia a divi divina na,, respondo: porque o Filho Filho de Deus foi morto por caus causa a dos dos noss nossos os peca pecado dos. s. O peca pecado do foi foi a causa da morte de Jesus. Para entrar na glória (do céu) Ele não precisava da cruz; nele não existia o veneno do mal e a vida eterna lhe pertencia. Nós, porém, ao perdermos a vida eterna por causa do pecado (de Adão), começamos uma grande guerra contra Deus.
Ao revoltar-se contra o Senhor, o homem ficou debilitado e, vivendo no pecado, não possuía remédio para tomar. Foi preciso que Deus Pai nos desse o seu Filho unigênito, o Verbo. Num ato ato de amor amor inap inaprreciá eciáve vel, l, uniu uniu a natu nature reza za divina com a humana, o Infinito com nossa carne pecadora e limitada. Cristo veio como médico-enfermo, como médico-defensor nosso. Vou repetir: com o seu sangue Jesus curou noss nossas as mald maldad ades es,, deudeu-no noss seu seu Corp Corpo o em alim alimen ento to e seu seu Sang Sangue ue como como bebi bebida da.. Um sangue doce e suave, doce e forte, remédio para toda doença. Da morte (de Cristo) veionos nos a vida vida.. Cris Cristo to afas afasto tou u as trev trevas as e nos nos iluminou. 3. Jesus, o médico-enfermo Os males que o pecado mortal nos trouxe são estes: retira de nós a graça (santificante), tira de nós a vida espiritual, ofusca a inteligência, torna-nos servos e escravos do demônio, torna-nos inseguros pelo deso desorrdena denad do temo emor. O pecad ecado o é semp semprre insegurança. A pessoa dominada pelo pecado não possui o domínio de si. Ai de mim! como são nume numero roso soss esses esses male males! s! Some Soment nte e por por causa do pecado, quanto sofrimento, quantas angústi stias e fadigas sup suportamos com a perm permiss issão ão de De Deus! us! Pois ois bem, bem, todo todoss esse essess males são cancelados pelo sangue de Cristo crucificado. Na confissão (sacramentai) a alma se lava de todos eles no sangue de Cristo. O sangue sangue nos dá paciên paciência cia,, ao conside considerar rarmos mos nossos defeitos contrários a Deus e o remédio que Cristo nos trouxe. Sim, Jesus é o médico que fez do seu sangue a nossa medicina. Um médico enfermo, porque assumiu nossas
doen oenças, ças, noss nossa a mort ortalid alidad ade, e, num num corp corpo o mortal, no qual puniu nossos pecados. Cristo comp compor orto touu-se se como como a araa-de araa-de-l -lei eite te que que amam amamen enta ta uma uma cria crianç nça: a: se esta esta adoe adoece ce,, a ama toma o remédio em seu lugar, porque a criança, pequena e fraca, somente se alimenta de leite e não pode beber o remédio amargo. Oh Jesus, amor dulcíssimo, és tu a amade-leite que bebeu o remédio amargo, supo suport rtan ando do dore dores, s, humi humilh lhaç açõe ões, s, irri irrisõ sões es e covardias! Manietado, flagelado à coluna, cravado na cruz, saturado de desprezos, ofensas; aflito, consum sumido de sed sede sem sem nenhum refri efrigé géri rio o. Apen Apenas as dera deram m a Jesu Jesuss vina vinagr gre e misturado com fel entre muitos insultos. E Ele tudo suportou, orando pelos que o crucificavam. Oh inesti stimável amor! Não som somente rogavas pelos teus algozes, mas os inoc inocen enta tava vas, s, dize dizend ndo: o: "Pai "Pai,, perd perdoa oa-l -lhe hes, s, porque não sabem o que fazem" (Lc 23,34). Oh paciência que superas toda paciência! Que pessoa jamais, espancada, batida, caçoada e morta, perdoou e orou pelos seus ofensores? Somente tu, meu Senhor! Como é verdade que que por por nós, nós, cria crianç nças as frac fracas as e enfe enferm rmiç iças, as, bebeste o remédio amargo! Pela tua morte deste-nos a vida; pela tua tristeza deste-nos a alegria! Qual ama-de-leite nos alimentas com a graça divina, sem nenhum amargor. Foi desse modo que readquirimos a saúde (da alma). Vede como Jesus se fez enfermo por nós. 4. Jesus, nosso defensor defensor Afirmo ainda que Jesus é o nosso defensor. Veio eio ao noss nosso o camp campo o de bata batalh lha, a, luto lutou u e venceu o demônio. Diz Santo Agostinho: "Com mãos desarmadas, nosso Cavaleiro, cava cavalg lgan ando do o made madeir iro o da cruz cruz,, derr derrot otou ou nossos inimigos". A coroa de espinhos foi seu capacete; o corpo flagelado foi a couraça; os cravos foram as luvas para as mãos; a lança do peito foi a arma com que eliminou a morte do homem; os cravos dos pés foram as 33
espo espora ras. s. Vede ede como como esta estava va arma armado do nosso nosso Cavale Cavaleir iro! o! Devemo Devemoss imitá-l imitá-lo o e consol consolar ar-no -noss em nossas dificuldades e aflições. Eis por que eu dizia antes que o sangue de Cristo faz-nos conhecer os próprios pecados e nos indica o remédio para eles, ou seja, a grande misericórdia divina, a nós concedida pelo seu sangue. Não há outro modo de participar da graça de Deus e de atingir a finalidade para a qual fomos criados. E, sem isso, vós nem poderíeis suporta rtar com paci paciên ência cia os vosso vossoss sofr sofrim imen ento tos. s. Mas Mas pela pela recordação do sangue de Jesus, todo acontecimento amargo torna-se suave e todo peso, leve (Mt 11,30). 5. Conclusão Nada Nada mais mais acresce acrescento nto,, porque porque dispon disponho ho de pouco tempo. Permanecei no santo e terno amor a Deus. Recordo-vos que um dia tereis de morrer, e não sabeis quando. Preparai-vos para para a conf confis issã são o e a sant santa a comu comunh nhão ão,, se puderdes, a fim de ressuscitar na graça com Cristo Jesus. Jesus doce, Jesus amor!
3434
7. ACONSELHANDO MONJAS (Carta n Q 30 a um mosteiro de Sena)
19.
Saudação e objetivo
Eu, Catarina, inútil serva de Jesus Cristo e vossa, escrevo a vós, muito amada e querida mãe, mãe, irmã irmã e sen senhora hora,, e a ti, filh filha a e irm irmã 14 Niccolosa. Quero Quero reali realizar zar para para convos convosco co a função do servo, que leva e traz: quero levarvos vos semp semprre até até a pres presen ença ça do boní boníss ssim imo o Salvador, para que alcancemos do seu seu inefável amor a graça de trazer conosco o conhecimento de nós mesmas e de Deus. 20.
A cela do autoconhecimento
De fato, parece-me impossível que alguém adquira a virtude na plenitude da graça sem morar na cela do coração e da alma. 15 Tal é o lugar onde podemos obter o tesou14 Su Supõ põem em os estu estudi dios osos os da das s obra obras s de S. Catarina de Sena que esta foi a prim primei eira ra ou uma uma da das s prim primei eira ras s cart cartas as por ela escrita. Não podendo visitá-la e, melh melho or aind ainda, a, por por cons conse elho lho da irm irmã Nicolosa, "filha" espiritual de Catarina, as monj monjas as mand mandar aram am-l -lhe he por por escr escrito ito um pedido para que viesse ao mosteiro. A carta parece de 1370. 15 Cada monja monja deve ter ter uma uma "cela", "cela", um quartinho interior, interior, onde possa estar com Deus e consigo mesma, na interioridade da própria vida.
ro da vida, o santo abismo do conhecimento de Deus e de si. Caríssimas irmãs, é desse conhecim cimento que nasce sce o san santíssi ssimo desprezo de si, capaz de nos unir à suprema, eterna e primeira Verdade, conscientes de que somos a máxima mentira e os operadores do nada nada.. Com Com tal tal desp desprrezo, ezo, conh conhec ecer erem emos os a bondade divina e clamaremos com a voz do cora coraçã ção: o: "Tu "Tu some soment nte e és o Bom! Bom! Tu és o Oceano Oceano pacífi pacífico, co, donde donde proce procedem dem todos todos os seres!". O pecado, que é negação, não existe em Deus. Dizia a Virtude suprema a uma sua inútil inútil serva: serva:16 "Qu "Quero ero que que ames ames toda todass as coisas, pois todas elas são boas e perfeitas, dignas de ser amadas. Todas elas foram feitas por mim, suma Bondade. O pecado, não. Ele não não exis existe te em mim. mim. Se assi assim m foss fosse, e, filh filha a querida, também o pecado seria digno de ser amado". Oh Amor sem preço! Eis o motivo por que desejas que odiemos 1' nossas perversas vontades, fonte do pecado que não existe em ti! Portanto, ó Madre e Irmãs muito amadas em Cris Cristto Jesu Jesus, s, mort ortas (a nós mesm mesma as) corramos, corramos, corramos pela estrada da verdade. Se me perguntardes: "Que devemos dizer?", respondo: Clamemos com o Apóstolo por causa da nossa perversa vontade. Que diz o apai apaix xonad onado o Paulo aulo?? Di Diz: z: "Mo "Mortif rtific icai ai os membros do vosso corpo" (Cl 3,5). Todavia, não diz o mesmo a respeito da vontade. Ele quer que a vontade seja morta, não mortificada apenas. 3. O exemplo de Jesus e de Maria Oh Amor Amor suav suavís íssi simo mo e muit muito o amado mado!! Neste Neste assunto assunto não não enxerg enxergo o outro outro reméd remédio, io, além além daqu aquela ela espad spada a que tinh tinha as em teu coração e em tua alma, ou seja, o ódio que
16 A "inútil serva" é a própria Catarina. A frase que segue revela toda a beleza otim timist ista da espiritu tua alidad ade e catariniana. 17 Catarin Catarina a gostava gostava de usar usar, em seus escrit escritos, os, o binômi binômio o "ódio"ódio-amo amor". r". Ódio à noss nossa a vont vontad ade, e, en enqu quan anto to font fonte e do pecado, e amor à vontade divina, fonte da santida santidade. de. Tal binômi binômio o é compar comparado ado a uma espa espada da de dois dois gum gumes, es, que que em tudo "mat "mata" a" o egoís goísmo mo e sus suscita cita a divi divin na caridade.
tinhas ao pecado e o amor pela glória do Pai e pela nossa salvação. Tal foi a espada, Amor suavíssimo, que trans-passou o teu coração e a alma de tua Mãe (Lc 2,35 e Jo 19,34). Feria-se o Filho no corpo, e igualmente, a Mãe. Dela proviera aquele corpo; era normal que o considerasse como coisa sua e padecesse; dela Ele recebera aquela carne imaculada. Percebo ainda, oh! Chama de amor, que existia ainda uma outra união: Cristo tinha o molde da carne e Maria, como cera derretida, recebeu a marca do desejo e do amor pela nossa salvação no sinete e pelo sinete do Espírito Santo, através do qual o divino Verbo eterno se encarnara. Qual árvore de misericórdia, Maria acolhe a alma consumada do Filho, aquela alma vulnerada e ferida pela vontade do Pai. Uma árvore enxertada, 18 ferida pela espada do ódio e do amor. amor. Esse ódio e esse amor muito cresceram na Mãe e no Filho. Filho. Este, no seu desejo de morrer por nós, correu (Mc 10,32) para a morte. Tão Tão grandes são o seu anseio e sua vontade vontade de cumprir a vontade do Pai, que Jesus perde todo o amor por si mesmo e corre para a cruz. A mesma coisa faz aquela boníssima e querida Mãe: voluntariamente perde o (natural) apego pelo Filho; não age como mãe, afastando-o da morte, mas quer ser uma escada para que Ele morra (na cruz). Nada de anormal, pois estava ferida pela flecha do amor pela nossa salvação. 4. E o nosso comportamento? Queridas irmãs e filhas em Cristo Jesus! Se até agora não ardemos no fogo do desejo santo da Mãe e do Filho, não resistam mais nossos obstinados corações. Sobre isso eu vos imploro em nome nome de Crist Cristo o cruc crucif ific icad ado o. Di Disso ssolv lvaa-se se essa pedra na torrente do quente sangue do Fi1S Sobre este tema do "enxerto" de Deus na Humanidade, leia-se em As Orações de Santa Catarina de Sena, Paulus, 1996. p. 67.
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lho de Deus. Tão quente ele é, que desa desapa parrecer ecerão ão toda toda a dur dureza eza e frie frieza za do coração. De que maneira? Unicamente conformo dissemos antes, isto é, no ódio e no amor. E quanto faz o Espírito Santo ao vir à alma. Ordeno-vos, pois, e vos obrigo: demonstrai o desejo de tal espada. Se me perguntardes: "De que modo o demonstraremos?", eu respondo: Quero que o faça façais is de duas duas mane maneir iras as,, dian diante te de De Deus us.. 19 Primeiro, quero que não desejeis os acontecimentos da vida a vosso modo, mas à mane maneir ira a d'Aq d'Aque uele le que que é (Ex (Ex 3,14 3,14). ). Agind Agindo o assim, estareis despojadas da vontade própria e reve revest stid idas as da dele dele.. Vós me escre escreve vest stes es,, desejando minha presença entre vós. Quero que mitigueis tal desejo (de minha pessoa) com o suave jugo do Filho de Deus. Então acei aceita tare reis is resp respei eito tosa same ment nte e todo todo acon aconte tecicimento ento,, por mais ais desa desagr grad adáv ável el que que seja seja.. Refletindo que tudo acontece para nosso bem, tudo tudo aceita aceitamos mos com submissã submissão. o. A segund segunda a atitud atitude, e, com que demons demonstra trare reis is desejar desejar tal espada (do amor e do ódio), é caminhar no jugo da obediência. 5. A obediência na superiora Sobretudo vós, senhora Superiora, procurai ser obediente a Deus, suportando a função que ele vos impôs, a de governar as suas suas ovelh velhas as.. Não Não vos vos par pareça eça árd árduo se, se, desconsolada pelas dificuldades, muitas vezes sentis cansar o próximo pela glória de Deus. Assi ssim agiam os santos discí scípulo ulos, que despr desprez ezav avam am toda toda cons consol olaç ação ão espi espirit ritua uall e materia material. l. Quant Quanta a consol consolaçã ação o teriam teriam sentido sentido em permanecer com a mãe paz e o Filho de Deus. Revestidos da veste nupcial do Mestre, suportavam a fadiga, a vergonha e a morte para a glória de Deus e a salvação do pr<*> 33
ucifi-
19 Percebemos nos conselhos de Catarina que havia algum dp mento na comunidade das monjas, especialmente no que diz re de obediência. ximo. Distinguindo as coisas, desprezavam as cons consol olaç açõe õess e acei aceita tava vam m os sofr sofrim imen ento tos, s, e assim conquistavam a vida eterna. Pois bem, quero que façais o mesmo. Se me disserdes: "Gostaria de não me ocupar com as realidades materiais", eu respondo que elas são "materiais" à medida que nós as fazemos ser. Já vos disse antes que todas as coisas proce procedem dem da supre suprema ma Bondad Bondade. e. Todas odas elas elas são boas e perfeitas. Não quero que, sob o pretexto de serem "materiais", desprezeis a fadiga. Quero que sejais esforçada e dedicada, com os olhos fixos em Deus. Sobretudo, que sejais zelosa das almas das súditas. súditas. Como diz São Bernardo: "O amor que te elogia, não te engana; o que te corrige, não te quer o mal". Comportai-vos, pois, virilmente com correções e elogios, como ocorre fazer em vosso estado. Não Não sejai sejaiss negl neglig igen ente te no corr corrig igir ir as falh falhas as.. Sejam pequenas ou graves, puni-as de acordo com a capacidade da pessoa. Se alguém é capaz de sup suportar apenas dez, não lhe imponhais vinte, mas retirai o que for possível. r
6. A obediência nas súditas Quan uanto às irm irmãs, ãs, rogoogo-lh lhes es em nome nome d'Aquele que levou toda a nossa miséria que se inclinem para entrar pela porta estreita da santa obediência, 20 para o orgulho da vontade não as prejudicar. Caríssimas irmãs, não vos pare pareça ça difí difícil cil a repree epreens nsão ão.. Se soub soubés éssei seiss como é dura a repreensão (futura) de Deus à alma que recusa as correções desta vida. 21 E melho elhorr que que noss nossas as negl neglig igên ênci cias as,, nossa ossass maldades e o pouco amor que temos à santa 33
obediência sejam punidos com as correções do tempo presente do que com a dura repreensão da eternidade. Sede, então, 20 O pensame pensamento nto de S. Catar Catarina ina sobre sobre a obe bedi diên ênci cia a na vida vida cris cristã tã e cons onsagrada acha-se longamente exposto em O Diálogo, Paulus, 1994, pp. 355ss. 21 Vejaeja-se se em em O Diálogo, pp. 87ss, que são são as três três "rep "repre reen ensõ sõe es divi divina nas" s":: a voz da Igreja, o juízo particular e o juízo final. obed obedie ient ntes es por por amor amor daqu daquel ele e dulc dulcíss íssim imo o e aman amantí tíssi ssimo mo jove jovem m Filho ilho de De Deus us,, que que foi foi obediente até a morte. Assim Assim possuir possuiremo emoss aquela aquela espada espada,, após após eliminar o vício da soberba com a força de Deus. Enraizados na virtude da caridade, nós a revelaremos através da virtude da obediência; e esta última, nós a provaremos com a virtude da santa humildade. 7. Conclusão: imitemos os santos Nada mais acrescento, a não ser o seguinte: façamos um pedido santo, para que possam possamos os pratic praticar ar quanto quanto ficou ficou dito. dito. Quem Quem camin aminha ha prec precis isa a de luz luz para para não não erra errarr a estrad estrada. a. Pesso Pessoalm alment ente, e, há pouco pouco encont encontre reii uma luz belíssima: a luz da virgem romana Santa anta Luzia uzia,, que nos nos ilum ilumin ina. a. Da meig eiga enam enamor orad ada a S. Mada Madale lena na impl implor orar arem emos os o desp desprrezo ezo que que tinh tinha a de si. si. Inês Inês,, ovel ovelha ha de mansidão e humildade, nos dará a humildade. Portanto, Luzia nos ilumina; Madalena nos dá ódio e amor; Inês, o óleo da humildade. Com tais provisões na barca da alma, iremos visitar a casa de Santa Marta, santa hospedeira que recebeu Jesus, o Homem-Deus. Marta encontra-se agora na casa do Pai, isto é, na essê essênc ncia ia divi divina na.. Esper Espero o que, que, pela pela forç força a do san sangue gue de Cris Cristto e pelos elos mérit érito os de tais ais sant santas as,, bem bem como como da amor amoros osís íssi sima ma mãe mãe 33
Maria, na essência divina também possamos saborear e ver Jesus Cristo face a face. Sede esfo esforrçada çadass em cons consum umar ar por por Ele a próp própria ria vida. Louvado seja o nosso Salvador. Recomendo-me a vós, Senhora Aba-dessa; e a ti, minha filha e irmã Niccola, peço que digas à irmã Agostinha e às demais que rezem a Deus por mim. Que Deus me livre da negligência e eu, morta (para o mal), corra no caminho da Verdade. Sobre tal assun sunto nada mais acrescento. Louvado seja Jesus Cristo crucificado. Amém.
33
8. A UM TABELIÃO ENAMORADO (Carta n g 43 a Cristóvão Ghidini)
21.
Saudação e objetivo
Em nome de Jesus crucificado e da bond bondos osa a Maria Maria,, a vós, vós, dile dileti tissi ssimo mo irmã irmão o e filho em Jesus Cristo, eu, Catarina, serva e escrava dos servos de Jesus Cristo, escrevo no precioso sangue do Filho de Deus, desejosa de ver-vos um dos filhos cumpri cumpridor dores es daquel daquela a decisã decisão o 22 que o Pai celeste nos indica: "Quem não deixa o pai, a mãe, a irmã, os irmãos e a si mesmo não é digno de mim" (Mt 10,37). 22.
Por que não vos fazeis consagrado?
Ao que consta, Deus quer que deixemos tais pessoas, mas a decisão de fazê-lo não entra (facilmente) em nossa vontade, como que por razões de consciência. Tal "consciência" procede mais do demônio que de Deus, e 22 Cristóvão Ghidini era tabelião em Sena. Discípulo e amigo de Catarina, era bom rap apa az. Cat ata arina ina queria que se fizesse monge ou frade, mas ele sentiase apegado aos seus pais. Até escrevera a Cata Catari rina na,, fa fala land ndo o de três três poss possív ívei eis s candidatas ao casamento e pedindo sua opinião sobre a escolha. Uma delas era viúva. Catarina responde com um misto 43
de sinceridade, amor e tristeza. vos vos impe imped de de entr entrar ar para ara o est estado ado de perfeição para o qual parece-me o Espírito Santo vos chama. Se me objetar-des: "Deus me ordena obedecer aos meus pais", respondo: isso é verdade, mas desde que eles não nos afastem dos caminhos de Deus. Se os pais nos obstaculizam, devemos passar por cima dos seus corpos e seguir o Pai (celeste), levando a bandeira da cruz. Ai de mim, meu doce irmão em Cristo Jesus! Entristeço-me que resistais e não compreendais aquele venerá-vel estado (da vida vida consag consagrad rada). a). Penso enso que deveria deveria incoincomodar mais vossa consciência o fato de não segui-lo, do que o contrário. Mas já que é assim, suplico ao supremo e eterno Deus que colo coloqu que e sua sua mão mão sant santííssim ssima a sobr sobre e tua 24 cabeça e te oriente para o estado de vida que lhe é mais agradável. Mas peço-te que, em qualquer estado de vida e em toda atividade, conserves o olhar voltado para Deus, procurando sempre sua glória e a salvação do próximo. Jamais saia de tua mente a recordação do sangue do Cordeiro, derramado por nós numa grande chama de amor. 3.
Sobre noivas, outros entendem melhor
Sobre o assunto da noiva, respondo-vos que de má vontade me ocupo disso; é coisa que pertence mais aos leigos do que a mim. Todavia, Todavia, não posso opor-me opor-me ao vosso desejo de contrair casamento. Refletindo sobre as cond condiç içõe õess das das três três cand candid idat atas, as, cada cada uma uma delas tem seus prés-timos. Se não vos traz preo preocu cupa paçõ ções es casa casarr-vos -vos com com uma uma viúv viúva, a, 4444
podeis fazê-lo, posto que vos dispondes a vos embaraçar com o maldoso mundo. Se a deixardes de lado, Para ara Catarin rina os lei leigos vivem vem o "estado da caridade comum" e os mondes e frades (bem como alguns eleitos consagrados) vivem "o estado da caridade perfeita". Veja-se em O Dialogo, para um e outro caso, o que diz Catarina ias páginas 10S-111 e :«>■»-;«>!i Por alguns instantes Catarina esquece o "vós" e diz "tu", certamente isad isado o na nas s conv conver ersa sas s info inform rmai ais s com com o tabelião. tomai como esposa a filha de Francisco Francisco Venture, (do bairro) de Camporeggio. 4. Conclusão Nada mais acrescento. Rogo ao supremo e eterno Amor que vos conceda aquilo que sirva para a sua glória e para a vossa salvação. Que o Senhor envie sobre ambos a plenitude da graça e a sua sublime e eterna bênção. Permanecei no santo amor de Deus. Jesus doce, Jesus amor!
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25 Nos tempos de Catarina, Camp Campo oregg reggio io não era era como como hoje um bair ba irro ro de Se Sena na.. O luga lugarr rece recebe bera ra ta tall nome porque, em 1186, um rei de Roma chamado Henrique ali se acampara com seus soldados ao assediar a cidade. Em portu portugu guês ês dirí diríamo amos s "Cam "Campo po real" real".. Ali Ali vivia a candidata de Catarina ao casamento, mas Ghidini preferiu a viúva e foi um bom marido. Quando ela morreu, anos após a morte de Catarina, ele vestiu o burel dos enfermeiros de um hospital.
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9. A UM MONGE ENCARCERADO ENCARCERADO (Carta n g 4)
23.
Saudação e objetivo
Em nome de Jesus Cristo crucificado e da terna Maria, diletíssimo e caríssimo irmão em Jesus Cristo, eu, Catarina, serva e escrava dos servos de Deus, vos escrevo no precioso sangue do Filho, desejosa de ver vosso coração e vossa alma unidos e transformados no perfeito amor do Filho de Deus. O cristão 24.
perfeito e o sofrimento
Sem o verdadeiro amor não possuímos a vida vida sobr sobren enat atur ural al,, nem nem supo suport rtam amos os com com paci paciên ênci cia a tota totall e perf perfeit eita a os sofr sofrim imen ento tos. s. Caríssimo irmão, não conheço outra forma 26
26 Os most mostei eiro ros s an anti tigo gos s poss possuí uíam am,, quase todos, algumas celas carcerárias, mde eram retidos os monges julgados dignos de tal castigo. Aliás, nem sempre ior ior moti motivo vos s séri sérios os.... Sab abe emos mos que que o grande místico S. João da Cruz esteve >re >reso duran ante te uns oito ito meses num convento de Toledo em 1578. A presente :art :arta a ofer oferec ece e a ocas ocasiã ião o de nota notarm rmos os como Catarina sabia tratar as pessoas, insta reler a carta aos encarcerados de 47
Sena e compará-la com a presente nissiva. Na primeira, ela conversava com um grupo diversificado de pessoas, lâo muito versadas em espiritualidade; aqui, trata-se de um monge cartuxo, lolitário e mais exposto as divagações do espírito.
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de obte obterr seme semelh lhan ante te amor amor,, por porém, ém, senã senão o esta: refletir sobre o amor infinito que Deus tem por nós e meditar sobre Jesus morto no madeiro da cruz, na qual unicamente o amor o retin etinha ha preg pregad ado o. Pois ois gara garant ntoo-vo vos, s, irmã irmão o queri querido do,, com com isso isso toda toda amar amargu gura ra torn tornaa-se se suportável e todo peso, leve. Chegaram ao meu conhecimento os numerosos sofrimentos e dif dificul iculd dade ades que que pad padecei eceis. s. Mas Mas não não os consideremos como males; se pensarmos bem em nós mesmos e na divina vonta ntade, pare parece cerã rão o conso consola laçõ ções. es. Conh Conhec ecen endo do a nós nós mesmos e a Deus em nós, entenderemos que somo somoss um nada nada,, que em noss nosso o pass passad ado o apenas praticamos o mal e o pecado. Ao reconhe onhece cerr dess dessa a manei aneira ra que ofend fendeu eu o Criador, supremo Bem, a alma vê nascer em si certo certo despr desprezo ezo pela pela própr própria ia pessoa pessoa,, deseja deseja repar eparar ar o mal, mal, faze fazerr just justiç iça, a, e aleg alegra ra-s -se e quando tem de suportar dores e dificuldades, quase como compensação pela ofensa feita ao Criador. Julga ser um grandíssimo favor o fato de ser punido por Deus durante esta vida, e não na outra, na qual os casti stigos são eternos. Caríssimo irmão em Jesus Cristo! Se não refle refletir tirmos mos sobre sobre a utilid utilidade ade do sofrim sofriment ento o nesta vida, na qual passamos como peregrinos em corrida para a morte, não evitaremos os males futuros. São muitos os bens que derivam do padecer agora. Em primeiro luga lugar, r, a pess pesso oa conf config igur uraa-se se com com Cris Cristo to cruc crucif ific icad ado o em dore doress e sofri sofrime ment ntos os.. E que que tesouro para a alma revestir-se dos padecimentos de Jesus! Em segundo lugar, a pesso pessoa a se purif purific ica, a, libe libert rtaa-se se dos dos próp próprio rioss pecados e defeitos, cresce na graça divina e, pela pelass trib tribul ulaç açõe ões, s, mer merece ece a vida vida cele celest ste, e, remuneração que Deus dá aos que sofrem. 3. Não cair na tristeza Querido irmão, também não vos atemorizeis se notar-des que o demônio vos envia tristezas e trevas, com muitas 49
imaginações e pensamentos, para diminuir a paciência do vosso coração e da vossa alma. O própr próprio io corpo corpo poderá poderá rebel rebelar ar-se -se contra contra o espírito. Numa outra vez o demônio tentará com blasfêmias, procurando perturbar vosso coraç coração ão com com muit muitas as difi dificu culd ldad ades es.. Ele bem bem sabe que a alma não vai cair nessas tent tentaç açõe ões, s, pois pois esco escolh lheu eu ante antess morr morrer er a ofen ofende derr a De Deus us mort mortal alme ment nte e com com um ato ato volu volunt ntár ário io;; mas mas o demô demôni nio o age age assim assim para para leva levarr a pess pessoa oa à tris triste teza za,, a julg julgar ar-s -se e em pecado onde pecado não há; enfim, a abandonar todo exercício de oração. Quer Quero o que que não não merg mergul ulhei heiss na tris triste teza za.. Ninguém deve abater-se na tristeza, qualquer seja seja a difi dificu culd ldad ade, e, bem bem :omo :omo aban abando dona narr a oração. No mínimo, coloque-se diante 3a cruz e diga: "Jesus, Jesus, eu confio em Jesus!" Vós o sabe sabeis is.. Aind Ainda a que que surj surjam am pens pensam amen ento toss maus, a pessoa lão pecará, se sua vontade não não cons consen enti tirr nele neles, s, pref prefer erin in-i -io o morr morrer er a cometer uma culpa. Começai por fortalecermos com uma von vontade tade sant santa a e reta; eta; em seguida, não vos preocupeis com os pensamentos. Se Deus permite ao de-nônio molestar vossa alma, é para que reconheçais a xmdade divina na humildade, é para que vos oculteis ias chagas de Cristo, como faz a cria riança que pro procura a nãe. Ela, a mãecaridade divina, vos acolherá! Lembrai- ros de que Deus não quer a morte do pecador, mas que se :onverta e viva (Ez 33,11). Seu amor é tão grande que íos envia sofrimentos, permite tentações, consola-nos. A 'ontade divina quer apenas a nossa santificação! L Conclusão Perma ermane nece ceii nas nas doce docess chag chagas as de Jesu Jesuss Cristo e no :anto amor de Deus! Jesus doce, Jesus amor!
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10. VEEMENTE APELO À CONVERSÃO (Carta n9 21 a um anônimo)
25.
Saudação e objetivo
Em nome de Jesus Cristo crucificado e da amável Maria, caríssimo irmão no doce Cristo Jesus, eu, Catarina, serva e escrava dos servos de Jesus Cristo, vos escrevo no seu precioso sangue, desejosa de ver-vos ver-vos um devedor régio, que paga a própria dívida ao Criador.Todos somos devedores a Deus Vós sabeis que todos nós somos devedores para com Deus. Tudo o que poss possuí uímo moss foifoi-no noss dado dado por por grat gratui uida dade de e inest inestim imáv ável el amor amor.. Sem Sem que que pedí pedíss ssem emos os a Deus que nos criasse, se, Ele Ele nos fez à sua imagem e semelhança, motivado pela chama do seu amor; e nos criou em altíssima dignidade. Não há língua capaz de descrever, nem olho para ver ou coração para perceber a dignidade 26.
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27 Escrita ao que parece em 1372, esta carta é um grito de amor de Catarina ante a situação infeliz de um amigo de vida vida de devas vassa sa.. Lend Lendoo-a a e medi meditan tando do-a -a,, compre compreend endere eremos mos por que Catarin Catarina a de Sena conseguia atrair para Deus tantas pessoas de vida irregular.
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humana em toda a sua extensão. Eis a dívida que temos para com Deus! Uma dívida a ser paga aga em moed moedas as de amo amor, pelo elo amor mor. E conveniente e justo que uma pessoa, amada, também também ame. Ora, Deus demonstrou demonstrou por nós o maior amor possível, morrendo por nós (cf. Jo 15,13). Ao notar que o homem perdera sua dign ignidad idade e peca pecan ndo e subm submet eten end do-se o-se ao demônio, a suprema e eterna Bondade veio em seu socorro. Enamorado de sua criatura, Deus quis restituir-lhe a dignidade e perdoála. Enviou seu Filho unigênito como condenado a morrer para dar a vida da graça ao home homem; m; envi enviou ou-o -o para para resga esgata tarr a huhumanidade, para retirá-la do cárcere-pecado e do poder do demônio. Meu senhor!28 Quais são as pessoas que não se queimam nesse Fogo de amor? São aque aquela lass que, que, diar diaria iame ment nte, e, renov enovam am sua sua prom promis issó sóri ria a com com o diab diabo o e não não valo valori riza zam m Jesus Cristo, o Homem-Deus flagelado e saturado de opró-orios. Ai de mim, ai de mim! São pessoas que transformam o próprio corpo numa casa imunda, com muitos animais feios, sem qualquer racionalidade. 3. Apelo direto à conversão Ai de mim, irmão caríssimo! Não cont contin inue ueis is a dorm dormir ir na mort morte e do peca pecado do mortal! Afirmo-vos: o machado já jstá posto à raiz da árvore (Lc 3,9). Usai a pá do temor íanto de Deus com as mãos do amor, e começai a limpar a podridão da vossa alma e do corpo. Não sejais cruel com /ós mesmo, um carr carras asco co,, sepa separa rand ndo o vossa vossa cabe cabeça ça do bonbon-lo loso so Crist Cristo o Jesu Jesus. s. Bast Basta a de podr podrid idão ão,, basta de imundície! decorrei ao Criador, abri os olhos da alma, contemplai a cha-na do amor divino. E um amor que vos sustenta vivo, íão ordena à terra que se abra diante de vós, nem que os 2" A palavra "senhor" não se refere a Deus, mas à pessoa a quem escrevia. ) 52
evia ser, então, alguém de alta posição social. Talvez Talvez um sacerdote. animais ferozes vos devorem. Pelo contrário, a terra vos dá seus frutos, o sol vos aquece e ilumina, o céu vos dá o movimento... para que vivais. Um amor que vos concede ede mais tempo, para que vos corrijais. E tudo isso, por amor. Devedor maldoso e falso, não demoreis mais. Oferecei a Jesus a mente, a alma, o corpo. Não peço que vos mateis quanto ao corpo, mas quanto às tendências sensíveis. Morr Morra a a voss vossa a vont vontad ade e (ego (egoís ístta) e viva viva a raci racio onali nalid dade ade no seg seguime uimen nto de Cris Cristo to crucificado. Assim fazendo, paga-reis a dívida. Dai a Deus o que é de Deus e à terra o que é da terra (cf. Mt 22,21). A Deus sejam dados coração, alma, afeição. Com empenho, sem má vont vontad ade. e. Toda oda a voss vossa a ativ ativid idad ade e deve deve fundamentar-se em Deus. A terra, isto é, à sensualidade, que se deve dar? Aquilo que ela merece. Qual é o merecimento de um homicida? A morte. Assim, é preciso matar o amor amor-p -prrópri óprio, o, flag flagel elar ar o corp corpo, o, afli afligi gi-l -lo, o, colocá-lo sob o jugo de Deus nos Mandamentos. Não vedes que nossa carne é mortal? Passa depressa o seu verdor, como a flor separada do caule. Por amor de Jesus sus crucificado, não cont contin inu ueis eis assi assim! m! Di Digo go--vos que, que, se não não mudardes de vida, Deus não vai tolerar tanta abominação e maldade; fará um sér sério julgamento e vos condenará. Digo-vos que não somente Deus, mas nem os demônios vos suport suportam. am. Os demônio demônioss compraz comprazemem-se se em ver todos os demais pecados, mas esse contra a natureza, não! Sois, por acaso, uma fera fera,, um feio feio anim animal al?? Tende endess a figu figura ra de homem, mas transformada em pocilga, com feios pecados mortais. Ai de mim, basta, por amor de Deus! Cuidai, cuidai da vossa salvaçã salvação o (eter (eterna) na).. Respond espondei ei a Cristo Cristo,, que vos chama. Fostes criado para ser um templo de Deus, para acolher a graça divina, para vive viverr virt virtuo uosa same ment nte, e, para para part partic icip ipar ar do 53
sangue do Cordeiro, em que nossas maldades são avadas. Ai de mim, mim, ai da min minha desv desven entu tura rad da alma! Não sei amo sanar minhas maldades e as vossa vossas. s. Como Como se tor tor-ou desa desapi pied edad ada a a vossa vossa alma, alma, best bestia iall vossa vossa paix paixão ão sensen-ív ível el,, que, além desse pecado contra a natureza, ain-a...?29 Ai de mim! Explodam os corações, abra-se o solo, tirem-se contra vós as pedras, devorem-nos os lobos..., or não suportarem tanta sujeira, tanta ofensa a Deus e vossa alma! Meu irmão, calam-se a língua e todos os entimentos. Ai de mim, quero que mudeis. Ponde termo tais tais miséria misérias. s. Recordo ecordo-v -vos os que, que, se não vos corrigirdes, leus não vos suportará. . A misericórdia e a justiça divina Se mudardes de vida para o restante da vossa vida, leus vos perdoará, pois é misericordioso e benigno. Bon-osamente vos receberá em seus braços (cf. Lc 15,20) e os fará fará part partic icip ipar ar do prêm prêmio io,, alca alcanç nçad ado o pelo pelo sang sangue ue do ■ord ■ordeir eiro o em gran grande de cham chama a de amor. amor. Ninguém é tão pe-idor, que não alcance miser miseric icór órdi dia. a. A mise miseric ricór órdi dia a divi divi-a -a é maio maiorr que nossas maldades. Mas sob a condição de ue desejemos nos corrigir na santa confissão, com o pro-ósito de preferir a morte a retornar ao vômito (Pr 26,11). ssim fazendo, reconqui reconquistare stareis is vossa dignidade dignidade perdida perdida elo pecado e pagaremos nosso débito a Deus. Mas lembrai-vos! Se não pagardes o débito, cair cairei eiss a mais mais escur escura a pris prisão ão que que se possa possa imaginar. E quando d débito não é pago pela confissão e arrependimento, em é necessário outros gastar stare em energia para prender devedor, pois ele por si mesmo se encaminhará para as 2J Nos tempos de Catarina usavam-se expres expressõe sões s exager exageradam adament ente e fortes fortes ira retratar a fealdade do pecado. Algumas 54
dess de ssas as expr xpressõ essões es foram ram supr suprii-id idas as pelos editores e copistas, como aconteceu neste lugar. Ou então a pró-ia missivista não teve coragem de ditar o nome do pecado.
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profundidades do Inferno, na companhia dos demônios, patrões aos quais serve. õ. Os caminhos da conversão Meu irmão no doce Cristo Jesus! Não quero que tal prisão e condenação venham para vós. Pelo contrário, peço-vos da parte de Deus — pois desejo ajudar-vos ajudar-vos — que escapeis es capeis das mãos do diabo. Saldai a dívida na santa confissão, arrependido da ofensa feita a Deus e com o propósito de não cair mais em tão grande miséria. Lembrai-vos de Cristo crucificado. Anulai o veneno inoculado em vosso corpo mediante a lembrança do corpo flagelado de Jesus, Homem-Deus. Pela união da natureza divina com a humana (em Jesus), nosso corpo foi elevado a uma sublime dignidade e posto acima de todos os coros angélicos. Como deveriam envergonhar-se envergonhar-se os tolos filhos de Adão, por se afundarem em tão grande miséria e perderem a própria dignidade. Meditai sobre Cristo crucificado, escondei-vos nas suas chagas, afogai-vos no seu sangue. Não demoreis, não espereis o tempo, pois o tempo não vos espera. Caso vos perturbe vossa fragilidade, condenai-a como bom juiz. Sentai-vos na cátedra da vossa consciência e reprimi os impulsos não eliminados pela santa e doce lembrança de Deus. Animai-vos a resistir. Não consintais ao pecado de desejo ou de ação. Dizei: "O minha alma, suporta só hoje este pequeno sacrifício. Resiste, não consintas. Amanhã a vida talvez já se acabou; e se estiveres viva, farás a vontade divina. Hoje, age deste modo!" Digovos que, se agirdes assim, vosso corpo e vossa alma — hoje transformados em uma pocilga — tornar-se-ão um templo, no qual Deus se deleitará em habitar. habitar. Por fim, no término da vossa vida, recebereis a visão eterna de Deus, na qual há vida sem morte, saciedade sem fastio. Não percais tão grande bem por causa de um mísero prazer. 3. Conclusão Nada Nada mais mais acre acresce scent nto. o. Perma ermane nece ceii no 56
santo e doce imor de Deus. Perdoai minha mald maldad ade. e. Talve alvezz vos vos ofen ofen-3 -3ii com com pala palavr vras as,, dizen izend do cois coisas as que que não não gost ostásse ássem mos de iscuta iscutarr. Desculp Desculpaiai-me. me. Foram Foram a afeiçã afeição o e o amor, que telho pela salvação de vossa alma, que me levaram a isso. 3e eu não vos amasse, não me preocuparia, nem me da-•ia cuidados, embo embora ra vos vos viss visse e nas nas mãos mãos do demô demôni nio o. Zomo vos amo, não consigo calar-me. Quero que parti-:ipeis do sangue do Filho de Deus. Jesus doce, Jesus amor!
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11. A DOIS PADRES QUE SE ODIAVAM (Carta n9 3)
1. Saudação e objetivo Em nome de Jesus Cristo crucificado e da amável Maria, caríssimos pais e irmãos em Jesus Cristo,30 eu Catarina, serva e escrava dos servos de Jesus Cristo, vos escrevo no seu prec precio ioso so sang sangue ue,, dese desejo josa sa de ver ver-vos vos no segui seguime ment nto o do Cord Cordei eiro ro,, mort morto o por por nós nós no madeiro da santa cruz. 2. Jesus, o caminho da paz Jesus fez-se nossa paz (Ef 11,14) e nosso mediador. Colocou-se entre Deus e a humanidade e transformou a grande guerra (do pecado original) em grandíssima paz através de sua inestimável bondade. Por essa razão vós dois dois,, membr embros os e escr escrav avos os remid emidos os por por tão tão precioso e glo30 Casole era uma paróquia distante 35 quil quilô ômetr metro os de Sen ena. a. Soub Soube e-se -se que que o páro pá roco co se de dese sent nte endeu ndeu com com um pa padr dre e cham chamad ado o Tiag Tiago o Man Mansi, si, o quaj quaj não era muito manso. Das entrelinhas da carta dá para entender que os dois trocaram empurrões e romperam relações, odiandose. A carta de Catarina é belíssima rioso san sangue, gue, devei eveiss tril trilh har os pass passo os de Jesu Jesus. s. Sabei abei?? Que Ele Ele se colo coloco cou u como como norma orma e caminho, quando disse: "Eu sou o caminho, a verdade e a vida" (Jo 14,6). Jesus é o caminho suave e iluminado. Quem por ele vai, não anda 58
na escu escurid ridão ão (Jo (Jo 8,12 8,12). ). Mas Mas nós, nós, mald maldos osos os e infelizes, continuamente deixamos essa estrada e enveredamos pelas trevas, que conduzem à morte eterna. Carís Caríssim simos os pais pais e irmã irmãos os,, não não quer quero o que que façais assim. Quero que sigais as pegadas do Cordeiro, morto numa grande chama de amor, mediador da paz entre Deus e os homens. Este é o caminho que desejo ver-vos percorrendo: sede vós mesmos os intermediários 31 entre vós e Deus, -ntre a sensibilidade e a razão, expulsando o ódio (pelo Próximo) com o ódio (por si mesmo) e o amor (por si mesmo) com o amor (pelo próximo). Em outras palavras, odiai 3 pecado mortal, odiai a culpa contra Deus, odiai a sensualidade, odiai a lei perversa (Rm 3,23), sempre sempre rebelde rebelde M) Senh Senhor or.. Odia Odiaii o ódio ódio ao pró próximo ximo.. Quem Quem odei odeia a outra outra ress ressoa oa ofen ofende de a Deus. Mesmo os inimigos que sem razão ios ofendem e prejudicam, podemos odiar. Quem odeia mortalmente alguém, de fato odeia mais a si mesmo que > adversário. que vos odiardes por tão pouco?
Sabeis que o ódio cresce na proporção da ofensa. As-liw, é melhor o ódio em quem é ofendido na própria pes- ;oa do que em quem é ofendido em palavras ou nos seus >ens. Nada é mais mais preci precioso oso que a vida. vida. Todos odos consid considera eram m fran frande de injú injúri ria a a ofen fensa à pró própria pria pess pessoa oa e sentem mais >dio. Mas pensai bem: não há comp compar araç ação ão entr entre e a ofen ofensa sa |ue |ue uma uma pesso pessoa a comete contra outra e o prejuízo que causa 31 Em O Diál 38s) Diálog ogo o (ed. cit., pp. 38s Catarina explica como a pessoa humana ° "meio" (aqui é usado o termo "int "inter erme medi diári ário" o")) pa para ra reve revela larm rmos os nosso nosso amor amor Deus Deus.. No inim inimig igo o amam amamos os o Deus Deus amigo. 59
a si mesma. Que comparação há entre o imito e o infi infini nito to?? Nenh Nenhum uma! a! Vede: ede: sou sou ofen ofendid dido o no corpo e, por tal motivo, odeio. Ao fazê-lo, atinjo minha alma e a mato (espi spiritualme lmente), retirando-lhe a graça. Dou-lhe a morte. A morte eterna, se morrer com tal pecado, coisa muito possível. Portanto, maior deveria ser meu ódio contra mim mesmo, que matei minha alma, do que contra alguém que maltratou meu corpo mortal, de qualquer modo perecível, corruptível, que subsiste apenas na medida do seu vigor. Subsiste o corpo e tem valor, enquanto conserva (em si) o tesouro da alma. Que é ele sem tal pedra preciosa? Um saco de estéreo, peso morto, alimento de vermes. Nâo quero, pois, que ofendais a Deus e à vossa alma, vivendo no ódio e no rancor, por caus causa a de uma uma ofen ofensa sa feit feita a ao corp corpo o mort mortal al.. Maior motivo tendes para odiar vossos corpos, do que para odiar a Deus e vossas almas. Com o ódio, expulsai o ódio! Pelo ódio contra vós, expulsa-reis o ódio contra o próximo. Com um único golpe, agra-dareis a Deus e ao próximo. Ao afastar o ódio de vossas almas, fareis as pazes com Deus e com o próximo. próximo. 4. As ofensas nos purificam Queridos irmãos! Se agirdes assim, imitareis o Cordeiro, norma e caminho pelo qual cheg chegar arei eiss ao port porto o da salv salvaç ação ão.. Na cruz cruz,, o Senhor expiou em si a ofensa feita ao Pai e nos deu a graça. Somente por Ele a grande guerra se transformou em grandíssima paz. Por causa da culpa humana e da ofensa feita ao Pai, Jesus assu ssumiu o pecado e tirou vinga ngança em si mesmo, mesmo, embora embora jamais jamais houvesse houvesse pecado pecado (2Cor
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5,21). Eis o que fez o ódio, o que fez o amor! Eis o que fez o amor à virtude, o que fez o ódio ao pecado mortal. Repito-vos: tal é a norma que deveis seguir! Bem o sabeis! Com nossos numerosos pecados, odiámos e desprezamos a Deus, estamos em guer uerra contr ontra a Ele. Ele. Mas Mas o ordei rdeirro verte erteu u o san sangue gue e podem odemo os fazer azer a paz. az. Rest esta-a a-as, porém, um único modo: participar do sangue do Cor-^iro, munindo-nos de ódio e amor! Temos de considerar ignomínia, as dores, a desonra, os flagelos, a morte de risto na cruz; refletir que fomos nós que o matamos; e Je, dia a dia, contin continuam uamos os a matá-lo matá-lo ao pecar pecar mortal mortal-en -ente. te. Não foi por pecados seus que Jesus morreu, mas ílos nossos. Isso fará a pessoa pessoa conceber conceber grande ódio pe-s próprias culpas, eliminará o veneno do pecad ecado o mort mortal al não dese deseja jará rá vin vingar gar-se no próximo. Pelo contrário. Ama- i o desafeto e o ajudará a penitenciar-se de suas culpas. que diz respeito à ofensa recebida, não a 27. consid considera erará rá mo prove provenie niente nte de uma criatu criatura, ra, mas como permitida do Criador, ou como algo merecido pelos próprios peca->s. Não a tomará como ofensa, mas como misericórdia > Senhor, que achou por bem punir seus defeitos nesta da passageira em vez de fazê-lo na futura, onde o arre-mdimento arre-mdimento não mais existe. Eis Eis a solu soluçã ção o. Não Não há outra. tra. Os demai emaiss cami caminh nhos os nduz nduzem em todo todoss à mort morte. e. Mas Mas nos nos cami caminh nhos os do bom bom Je-i Je-iss não não há mort morte, e, nem nem fome; somente vida, perfeita ciedade, pois Ele é o Homem-Deus. O caminho de Crisé seguro, sem ameaças de inimigos, sejam eles demô-o ô-os ou homens. Quem vai por essa estra strad da cam caminh inha tran tran-l -lil ilo o e repet epete e com com o apóstolo Paulo: "Se Deus está a nosfavor, quem estará contra nós?" (Rm 8,31). 61
Incerta é a hora da morte
Vós sabeis muito bem que Deus jamais estará convós, se não viverdes na infelicidade do 28. peca pecado do mort mortal; al; lo cont contrá rári rio, o, Ele Ele vos vos toma tomará rá consigo misericordioso e m. Pelo amor de Cristo crucificado, não abandoneis mais :aminho e a norma, a vós dados pelo vosso Chefe cruci-ado, o bondoso Cristo Jesus. Erguei-vos virilmente, sem mais demora. O tempo não vos espera. Somo Somoss mort mortai ais, s, morr morrer erem emos os.. E sem sem sabe saberr quando. Uma Uma cois coisa a é cert certa: a: sem sem um rotei oteirro, não não podemos ea-minhar. E o roteiro, como dissemos, é aquele: ódio e amor. Pelo ódio (ao pecado) e o amor (à virtude) Jesus conseguiu o perdão, punindo em si mesmo nossas maldades. Erguei-vos virilmente, não continueis a dormir no leito da morte. Pelo ódio expulsai o ódio, pelo amor expulsai o amor. Penso Penso no amor a Deus, a que sois obrigados por dever e mand mandam amen ento to;; pens penso o no amor amor à salva salvaçã ção o de vossa vossass alma almas, s, prese present ntem emen ente te em estad estado o de conden condenaçã ação o pelo pelo rancor rancor que tendes tendes.. Repito epito.. Com Com tal amo amor afas afasta tarreis eis o amor mor sen sensíve sível, l, sempre portador de sofrimento, morte e tribulações a quem o segue e leva consigo, desde esta vida, a garantia do inferno. Desde agora o homem pode saborear a vida eter eterna na,, conv conviv iven endo do com com De Deus us em diál diálog ogo o de amor. Não é grande cegueira, por acaso, ser merecedor do inferno, vivendo com os demônios no ódio e no rancor? Quem entende tamanha tolice! Não se poderia tomar vingança.. vingança.. .32 Parece arece que pessoa pessoass assim assim nem
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querem esperar a sentença do supremo Juiz, de irem irem para ara a com companh panhia ia dos demô emônio nios (Mt (Mt 25,41). Eles mesmos já pronunciaram a sentença. Antes da alma deixar o corpo, durant durante e esta esta vida, vida, caminh caminhant antes es e peregri peregrinos nos,, correm como o vento para a perdição eterna. Vão despreocupados, como loucos, em delírio... 6. O julgamento divino Ai de mim, ai de mim! Abri vossa inteligência. Não espereis a força e o poder do Juiz supremo. Diante dele não existe apelação, nem advogados, nem procuradores. O advog dvogad ado o con constit stituí uído do pelo pelo Juiz Juiz divin ivino o é a consciência, 32 A fras frase e cheg chegou ou at até é nós nós trun trunca cada da,, interrompida e sem nenhum significado. que, que, naqu naquel ele e derr derrad adeir eiro o juíz juízo, o, cond conden ena a a si mesm esma ac con consid siderar erar-s -se e dign igna de morte orte.. Julguemo-nos então, desde agora, por amor de Jesus crucificado. Se nos acharmos pecadores, ofensores de Deus, imploremos misericórdia. Se não não estam estamos os a julg julgar ar e cond conden enar ar os outr outros os,, Deu De us nos nos per perdoar doará. á. Pois ois devo devo usar sar com com o próximo a misericórdia que desejo para mim. Agindo Agindo desse desse modo, modo, sabor saborear eareis eis realm realment ente e a Deus De us,, vive viverreis eis segu seguro ros, s, ser sereis eis os próp própri rios os intercessores junto de Deus. 7. Conclusão Após Após ter ter refle efleti tido do sobr sobre e tudo tudo isso isso,, sint sinto o compaixão de vossas almas. E por desejar que não continueis no escuro, ousei convidar-vos às amáv amávei eiss e glor glorio iosa sass núpc núpcia iass (Ap (Ap 19,9 19,9). ). Não Não fostes criados para outra coisa. A mim parece 63
que o caminho da verdade está obstruído em vós pelo ódio mútuo, enquanto está aberto o camin aminho ho da men mentira tira e do dem demônio ônio,, pai da menti entira ra (Jo (Jo 8,44 8,44). ). Quer uero que que aban abando done neis is nteiramente esse caminho tenebroso, fazendo as paze pazess :om :om De Deus us e entr entre e vós. vós. Quer Quero o que que retorneis à estrada da /ida. Em nome de Deus, peço que não me recuseis esse àvor. Não quis ofender-vos com minhas palavras. Perma-lecoi no santo e suave amor. Jesus doce, Jesus amor!
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12. A UM ENFERMO SEM PACIÊNCIA (Carta n9 5 a Francisco de Montalcino)
29.
Saudação e objetivo
Em nome de Jesus Cristo crucificado e da amável Maria, caríssimo irmão no sangue de Jesus Cristo,33 eu, Catarina, serva e escrava dos servos de Jesus Cristo, vos escrevo no seu precioso sangue, desejosa de ver-vos alicerçado na paciência perfeita e santa. 30.
A impaciência faz da vida um inferno
Penso que, sem a paciência, não conseguimos agradar a Deus e vivemos neste mundo a garantia do inferno. E como é ingênuo quem prefere saborear o inferno, bem onde nde pode poderi ria a ter ter um par paraíso aíso.. Se refli eflito to,, encontro no Céu apenas uma vontade calma, concorde e submissa à vontade de Deus. Lá, os Eleitos apenas desejam o que Deus 33 Francisco de Montalcino era doutor em leis leis ou juri jurist sta, a, e ta tam mbé bém, m, ao que que pare pa rece ce,, prof profes esso sorr na Univ Univer ersi sida dade de de Sena. Sena. Acomet Acometido ido por uma enf enferm ermida idade de que desconhecemos, tomara-se impaciente e queixava-se muito. Catarina ficou sabendo e lhe escreveu esta respei respeitos tosa a carta, carta, chaman chamandodo-o o de "pai", "pai", com ótimos conselhos sobre a 65
espiritualidade do enfermo cristão.
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felicidade deles fundamenta-se em tal pacífica !. Ao contrário, os que estão no inferno ardem e con-se numa vontade má e pervertida, entre cruéis tos, impaciência, ódio e rancor. Corroem-se e vitris risteza. Tal é a conseq seqüência da maldade e da a humanas. Se eles tiv tivesse essem m sid sido sáb sábios ios duran urantte > da graça, ou seja, no tempo em que poderiam, lo, receber o perdão, teriam evitado tal situação. Paciência é fruto do egoísmo
lão caríssimo! Acercai-vos das pessoas perfeitas, de esta vida têm experiência de Deus e possuem vontade com Ele. Toda Toda a nossa fraqueza está no los coisas que não conseguimos alcançar. Quan Quan-; -;m m proc procur ure e honr honras as,, riqu riquez ezas as,, prazeres e posições ■om desordenado anseio e apego, e não os atinge, é a perder, às vezes, o que possui..., cai em gransofrimento. Seu amor era por demais desorde->mo se vê, a fonte do sofr sofrim imen ento to é nossa ossa vont vontad ade, e, -se -se o egoísmo e todo o sofrimento cessará. Como Como )? Despo espoja jand ndoo-no noss do velho elho homem que somos e do-nos do homem novo, segundo o desejo do Fi->eus (Ef 4,22-23). Qual é a vontade de Deus? A ntificação (lTs 4,3). Tudo o que Deus nos manda ite — sofrimento, doença, em todas as suas for-tudo é mandado ou permitido em grande mistéa nossa santificação e de acordo com as necessi-l nossa salvação. evitara impaciência?
■anto, ■anto, não devemo devemoss ser impaci impacient entes es 67
diante de ie existem para o nosso bem. Pelo contrário, se-atos e consideremonos indignos da grande gra-
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ça de sofrer por Cristo crucificado. Consideremonos não merecedores dos benefícios conseqüentes à dor. Merecedores, Merecedores, sim, de trabalhos, de desprezo, também quanto à sensibilidade, que se revolta contra o Criador e o ofende. Se nos ocorrer o pensamento: "Parece que a sensibilidade não quer aceitar o sofrimento", dominemo-la com a recordação de Cristo crucificado, prendamo-la e ameacemos com estas palavras: "Ó minha alma, suporta somente hoje; amanhã, talvez, tua vida estará encerrada. Lembra-te de que deves morrer, e não sabes quando". Afinal, o sofrimento tem a mesma duração do tempo, e o tempo é para o homem como a ponta de uma agulha. Nada mais! Devere Deveremos mos afirma afirmar, r, então, então, que nenhum nenhum sofrimento é grande? De modo algum. E se a sens sensib ibil ilid idad ade e se revol evolta tar, r, lemb lembrremoemo-lh lhe: e: "Ate "Atenç nção ão,, pois pois o frut fruto o da impa impaci ciên ênci cia a é o castigo eterno, que receberás no dia do juízo. É melhor para ti querer o que Deus quer, amar o que Ele ama, ao invés de querer o que preferes e amar o que agrada à sensibilidade. Quero que suportes virilmente a dor, já que os sofrimentos desta vida não têm comparação com a glória futura, preparada por Deus aos que o temem (cf. Rm 8,18 e ICor Cor 2,9) e cumprem sua vontade". 5.
Irritemos a paciência de Cristo
Além dessas coisas, querido Pai, pensai no seguinte. Paraquem se domina pela razão na forma explicada, abre-se o entendimento: a pessoa compreende que é um nada, que tudo lhe vem de Deus; entende que a inestimável Bonàde divina criou-a unicamente por amor, à sua sua image agem e semelhança, para que participe de sua suprema e eterna beleza. E o que nos revelou a Verdade eterna. Não foi para outra finalidade que o homem foi criado. Quan Quando do Jesu Jesusm smor orrreu no made madeir iro o da cruz cruz,, para para nos nos dar dar nova novame ment nte e quan quan') ') tính tínham amos os perdido, do seu corpo dilacerado derra
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moumou-se se o san sangue gue em abun abund dânci ância, a, numa uma chama ardente de amor. Ante tal fato, deveria diss dissol olve verr-se -se a dur dureza eza dos dos cora coraçõ ções es,, toda toda impaciência teria de acabar, todos haveriam de atingir a perfeita paciência. Nada existe tão amargo, que não se torne doce no sangue de Cristo; nada tão pesado, que não se torne leve. 6. Os queixumes não aliviam dores Não continuemos a dormir! Correi virilmente durante 3 espaço de vida que vos resta; agarrai-vos à santa cruz mediante uma paciência perfeita e santa. Pensai que o 'empo é curto, as canseiras mínimas e o prêmio, eterno. 3uero que não percais o grande bem por causa de um pequeno esforço. Queixumes e lamentos não aliviam do-*es; ao contrário, dupl duplic icam am-n -nas as,, pois pois me faze fazem m colo coloca carr neus neus desejos em coisas que nem posso alcançar. Revestimos, revesti-vos de Jesus Cristo (Rm 13,14), forte escudo que nenhum demônio e nenhuma criatura conseguirão irar da vossa vont vontad ade. e. Ele Ele é a eter eterna na doçu doçura ra,, capa capazz de dimina diminarr toda toda amarg amargura ura.. Nele alimen alimentata-se se e saci saciaa-se se o íome íomem, m, enqu enquan anto to todo todo o resto esto passa a ser olhado como ?sterco e lixo (Fl 3,8) 3,8).. Tal pess pessoa oa come começa ça a aleg alegra rarr-se -se nas nas gnomínias, maus tratos e ofensas; nada mais deseja que :onfigurar-se com Cristo na cruz. Nele, colocou seu amor ! qualquer preo preocu cupa paçã ção; o; aleg alegra ra-s -se e na prop propor orçã ção o dos dos sof sofri-no -nontos; compreende que achou o caminho reto. Nem ouro caminho existe que tanto assemelhe o homem a Cris-o, quanto o caminho da dor. . Exortação final e conclusão
Quero que sejais, para mim, um soldado
forte! Que-o que, por Cristo, não rejeiteis a dureza da doença. Penai: grande é a graça divina que, durante a doença, refreia
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os vícios e pecados, possíveis quando se tem saúde. saúde. A enfermidade enfermidade desconta desconta e purifica purifica dos pecados cometidos. Na doença, por misericórdia divina, Deus se satisfaz com um sofrimento passageiro ante um castigo eterno, mer merecid ecido o. Vamos amos,, cora corage gem, m, por por amor amor de Cristo Cristo crucifi crucificad cado; o; pre-g pre-gaiai-vos vos na cruz cruz com Ele, Ele, refug efugia iaii-vo voss nas nas chag chagas as do Senh Senho or. Permanecei no santo e suave amor de Deus. Jesus doce, Jesus amor!
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13. NÁO TER MEDO DE NADA (Carta nQ 31 a dona Mitarella)
. Saudação e objetivo
Em nome de Jesus Cristo crucificado e da bondosa laria, muito dileta e querida mãe do bondoso Cristo Je-as, eu, Catarina, inútil serva de Jesus Cristo, recomen-o-me a vós e vos conforto no seu precioso sangue, dese>sa de ver-vos serva fiel diante de Deus, ou seja, cheia aquela fé que traz alegria e paz à nossa alma. . Confiar sempre em Deus
Essa é a fé que devemos possuir, conforme as pala-ras de nosso Salvador: "Se tive tiverd rdes es fé como como um grão grão de lost lostar arda da e disserdes a esta montanha, que se mude, ela 54
34 Dona Mitarella era esposa de Ludovieo de Mogliano, influente político Sena Se na e prop propri riet etári ário o de muit muitas as gleb glebas as em Mogliano, condado de Fermo. Numa volta popular por volta de 1371, viu-se ameaçado de morte, com perigo de a :nília perder toda a sua riqueza. Amedrontada, Amedrontada, dona Mitarella Mitarella escreveu escreveu a itarinn, pedindo orações. O caso deve ter-se resolvido bem, pois Ludocivo, JÍS tarde, foi senador em Sena durante 18 meses, de fevereiro de 1373 a osto de 73
1374. Catarina diz o que pensa sobre o assunto, com a clareza e a íceridade de sempre.
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se mudará" (cf. Lc 17,6). Querida irmã, rogovos que tenhais uma fé assim. Vós Vós me mandastes dizer que no fato ocorrido (ao esposo) — e parece-me que foi grande o vosso temor — apenas vos restaram a fé e a esperança nas orações dos servidores de Deus. Pois bem, em nome de Deus Pai e do amor de Jesus Cristo, eu vos peço que vos conserveis na fé. Oh fé santa e suave, que nos dás a vida! Se vos conservardes na fé, jamais vosso coração cairá na tristeza. A tristeza é fruto unicamente da confiança que depositamos nas criaturas. As realidades criadas são coisas perecíveis e caducas desaparecem, ao passo que nosso coração somente acha repouso em algo que seja estável e sólido. Ao se apoiar nas criaturas, nosso coração não se sente seguro. s eguro. A pessoa humana hoje está viva; amanhã, morta. Se queremos repouso, temos de depositar o coração e a alma em Cristo crucificado, pela fé e pelo amor. amor. Somente assim teremos a alma repleta de alegria. Oh Jesus, amor dulcíssimo! 3. .Vão temer os homens
Minha irmã, não tenhais medo dos homens! Disse o bom Jesus: "Não temais os que matam o corpo, mas não podem matar a alma. Temei a mim, que posso matar a alma e o corpo" (cf. (cf. Mt 10,28). Temamos a Ele, que afirma não querer a morte do pecador, mas que se converta e vira (cf. Ez 33,11). Oh inestimável caridade de Deus! Primeiro nos ameaça com a morte do corpo e da alma, a fim denos conduzir à humildade e ao santo temor. Oh bondade divina! E depois, para alegrar a alma, afirma não querer a nossa morte, mas que nele (Deus) vivamos. Irmã caríssima, mostrareis que estais vivendo (em Deus), quando vossa vontade estiver unida e conformada à vontade divina. Ela vos dará a fé e a esperança viva, alicerçadas em Deus. Duas convicções indispensáveis
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Para que a vossa fé seja viva, recordai-vos de duas usas. Em primeiro lugar, que Deus só pode querer o nosso im. Para dar-nos o Bem verdadeiro, entr entreg egou ou-s -se e à hu-i hu-ilh lhan ante te mort morte e na cruz cruz.. O peca pecado do nos nos priv privar ara a dele dele;; com com rnur rnura, a, De Deus us humilhou-se a fim de nos conceder a graça libe libert rtar ar-n -nos os do orgu orgulh lho o. Sim, Sim, De Deus us dese deseja ja unicamente o )sso bem. Em segu segund ndo o luga lugar, r, cred crede e realm ealmen ente te que que tudo udo o que )s acont contec ece e — morte rte ou vida vida,, enfe enferm rmid idad ade e ou saúd saúde, e, quez queza a ou pobr pobrez eza, a, injúrias de amigos, parentes ou de-ais pessoas —, tudo acontece por permissão ou vontade s Deus. Fora do querer divino, nenhuma folha cai da vore. Não tenhais medo. Deus somente nos manda o le podemos suportar. Nada mais. Querida irmã, aceitemos tudo com respeito, julgan-»-nos até indignos da grande honra de poder sofrer por ius. Se porventura o demônio procurar infundir gran- i medo, no fato que vos preocupa, recorrei imediatamen-às armas da fé, confiante que seremos seremos libertados pelo 'isto crucifi crucificad cado. o. Ao acredi acreditar tar que Deus Deus soment somente e quer o isso bem, como afirmei, estareis em profundí profundíssima ssima ale-ia. ale-ia. Fortalec Fortalecei-v ei-vos os no Cristo crucificado e não tenhais sdo. Conclusão
Nada mais acrescento, a não ser que todas as vossas ões sejam praticadas no amor e no temor temor de Deus. Deus. !mbrai!mbrai-vos vos de que dever devereis eis morrer um dia e não sabeis ando. O olhar de Deus está stá sobr sobre e vós (SI 34,16) e leva 1 consideração todas as vossas atividades. Deus bondo-, dai-nos antes morrer, que vos ofender. Louvado seja sus Cristo.
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14. AS FLECHAS FLECHAS DO AMOR DIVINO DIVINO I (Carta (Carta n 9 97 a dona Paula e companheiras)
31.
Saudação e objetivo
Em nome de Jesus Cristo crucificado e da bondosa Maria, a vós, diletíssima e caríssima filha e irmã em Jesus Cristo, eu, Catarina, serva e escrava dos servos de Jesusj Cristo, escrevo, conforto e abençôo no seu precioso sangue,! desejosa de ver-vos ver-vos unidas em ardentíssima caridade, naquele amor que torna a alma uma só coisa com Deus. A A 32.
caridade, mãe das virtudes
Oh caridade, repleta de alegria, prazer e total segurança, que mudas as tempestades em paz e bonança! Oh caridade, mãe terna e muito amada, mãe de todas as virtudes! 35
36 Dona Paula era uma das discípulas de Cata Catarin rina. a. Morav Morava a em Se Sena na.. Ao que que parece, passou algum tempo em Fiésole e encont encontrou rou alguma algumas s outras outras discípu discípulas las bast astan ante te desunidas. as. Uma delas, as, d. Bartolomea, andava até desanimada ao cump cumpri rime ment nto o dos dos comp compro romi miss ssos os que que Catarina pedia. Com esta carta sobre I amor a Deus e o amor de Deus, a "Mam "Mamma ma"" (mãe (mãe)) proc procur ura a da darr-lh lhes es uma uma injeção de entusiasmo.
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Minh Minha a dile diletí tíss ssim ima a irmã irmã,, vós vós sabe sabeis is que que nenh nenhum uma a drtu drtude de é viva viva sem sem a cari carida dade de.. O apaixonado (apóstolo) ^aulo, vaso de eleição, afirmou: "Se eu falasse a língua ios anjos, se distribuísse os meus bens aos pobres, mas ião possuísse a caridade, de nada isso me valeria" (ICor 13,13). Realmente é assim, pois sem o amor a alma nada -onsegue fazer que seja agradável a Deus. Apenas gera filhos mortos. Por que mortos? Pela ausência de Deus, que lhes dá a vida no amor. Quem está na caridade, está em Deus e Deus nele (Uo 4,16). 33.
As flechas de um Deus louco de de amor
A espo esposa sa de Cris Cristo to,, que que foi foi feri ferida da pela pela flec flecha ha do amor amor,, jama jamais is pára pára de labu labuta tarr. E como como aconte acontece ce num ferime ferimento nto recent recente, e, que faz o coração pulsar fortemente. Todos os dias a espos esposa a rece recebe be nova novass flec flecha has, s, flec flecha hass de ardentíssimo amor. amor. A cada instante, Deus atira fagulh fagulhas as incand incandesce escente ntess sobre sobre nós. nós. Quando Quando pensamos na vida que Deus nos concedeu, vemos que Ele nos criou somente por amor, para para gozarm gozarmos os das suas suas riquez riquezas, as, para para nos conceder a vida eterna. Por essa razão São Paulo diz que Deus nada mais deseja que a nossa santificação (lTs 4,3). Tudo o que Ele nos dá tem essa finalidade: sermos nele santificados. Oh! Verdade suprema e eterna, revel revelast asteses-nos nos que, que, ao perder perder a graça, graça, não participaríamos dos vossos bens (Gn 2,17). E ao ver que sua vontade não mais se realizaria realizaria (após o pecado original), louco de amor por nós, nós, De Deu us obrig brigou ou--se a envia nviarr seu seu Filh ilho unig unigên ênit ito, o, para para "lav "lavra rarr no seu seu corp corpo" o" (SI (SI 128,3) os nossos pecados. 34.
Jesus, o cavaleiro do amor
Assim, logo que o Verbo se enxertou em noss nossa a carn carne, e, no vent ventrre de Mari Maria, a, De Deu us o condenou à vergonhosa morte (na cruz) e o colo coloco cou u na terr terra a em camp campo o de bata batalh lha, a, a 78
pele peleja jarr por por sua sua espo esposa sa,, para para libe libert rtáá-la la das das mãos do demônio, que a tinha como adúltera. Como diz São BernardoJ esse amável guerreiro montou sobre o madeiro da crua como num cavalo, tomou o elmo feito de espinhos profundos] os cravos nas mãos e nos pés, e a lança na chaga do peit para revelar o segredo do seu coração. Ai de mim, amor, amor! Não vos parece assim be armado o nosso doce Salvador? Confortemo-nos, pois el vencerá a batalha por nós. Eis o que disse aos Discípulos^ "Alegraivos, pois eu venci o príncipe do mundo" (cf. J 12, 31; 16,33). E Santo Agostinho ensina que ele, com as mã pregadas e cravadas na cruz, derrotou os demônios. Mi nhas queridas filhas, quero que nenhum temor venha so-| bre vós por causa de demônios visíveis ou invisíveis. Se o demônio vos der muitas lutas, ilusões ou medo de não per-severardes per-severardes nas obras começadas, confortai-vos dizendo. 'Tudo posso no Cristo crucificado porque, para mim, el derrotou os demônios". õ. Invocações ao amor de Cristo Oh! Jesus, dulcíssimo dulcíssimo amor, brincaste brincaste com a mort nos braços da cruz. Então a morte venceu a vida e a vid venceu a morte, quer dizer, pela morte do seu corpo Je sus destruiu a nossa morte, e pela nossa morte (no peca do) destruiu a vida do seu corpo. Oh inestimável dileçã da caridade! Tudo isso nos revela o amor, a intenção e finalidade pelos quais nos criaste: dar-nos a vida eterna Oh! doce amor, que fogo não se deixará acen acende derr e tão tão gran grande de cham chama, a, ao ver ver que que Deus Pai nos deu seu Filho unigênito e o Filho morreu morreu por nós num ardor ardor tão gran-! gran-! de, que parecem insuficientes para exprimido aquelas palavras: "Desejei ardentemente comer esta pásco áscoa a concon-vo vosc sco o ant antes de morr orrer" er" (Lc (Lc 22,1 22,15) 5).. Oh! Oh! amor amor dulc dulcís íssi simo mo,, fala falava vass da 79
páscoa como sacrifício do teu corpo ao Pai por nós. Oh! amor, com que afeição e alegria alegria pronun pronuncia ciaste ste tais tais palavr palavras as refer referent entes es à tua morte, pois já te vias próximo do fim. Agiste como como uma uma pess pessoa oa que, que, após após desej desejar ar uma uma grande façanha, a vê quase realizada e sente grande prazer e contentamento. Foi por essa alegria alegria que Cristo, apaixonad apaixonado, o, correu correu para a humilhação da santa cruz. 6. Exortação e conclusão Rogoogo-vo vos, s, pois pois,, irmã irmã e filh filhas as,, que que vos vos alegr alegreis eis em suport suportar ar humilh humilhaçõ ações. es. Encost Encostai, ai, encostai a boca na chaga do peito de Cristo. E uma ferida que dardeja o fogo do amor e derrama sangue para lavar nossos pecados. Eu vos digo: a alma que ali repousa e pela chaga contempla o coração (de Jesus) consumido e ferido por amor receberá grande semelhança semelhança com Cristo. Cristo. Vendo-se tão amada, amada, não conseguirá ficar sem amá-lo. Será uma alma bem-ordenada: tudo ama em Deus e fora de Deus nada ama; torna-se uma única coisa com Ele pela caridade, visto que não procura outr outra a vont vontad ade, e, além além da divi divina na.. Não Não seja sejais is negl neglig igen ente tes. s. Corr Correi ei semp semprre, elim elimin inan ando do o amor amor-própr -próprio io.. Minhas Minhas filhas filhas,, perman permanece eceii no santo amor de Deus! Es-forçai-vos por realizar esse esse meu desej esejo, o, de modo modo que vos vos veja eja unida unidass e transf transfor ormad madas as em Deus. Deus. Catari Catarina, na, serva e escrava dos servos de Jesus Cristo. Fortalecei D. Bar Barto-lo o-lom mea e as demais companheiras. Dizei-lhes que, tendo a mão no arad arado, o, não não fiqu fiquem em a olha olharr para para trás trás,, mas mas perse-verem no santo propósito. Sem pers persev ever eran ança ça,, não alca alcann-ççarei areiss a cor coroa. oa. Louvado seja Jesus Cristo. Jesus doce, Jesus amor!
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15. CONSELHOS A UM POETA (Carta n 9 99 a Neri Pagliaresi) Pagliaresi)
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Saudação e objetivo
Em nome de Jesus Cristo crucificado e da bondosa Maria, a vós, muito amado e caríssimo irmão e filho em Cristo Jesus, eu, Catarina, serva e escrava dos servos da Jesus Cristo, escrevo e conforto no seu precioso sangueJ desejosa de ver-vos ver-vos unido, transformado e configurado a Jesus Cristo. O 36.
mundo, seus enganos e Deus
Meu Meu boní boníssi ssimo mo filho filho!! Ning Ningué uém m conse consegu gue e realizar tal coisa, isto sto é, configurarar-se perfeitamente com Cristo, se] não se afastar de toda conformidade com o mundo. Nada
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36 Neri (ou Ranieri) Pagliaresi foi um dos discípulos mais amados de S. Catarina de Sena. Atuou como secretário seu, ao lado de Este Estev vão Bard arduccioí ioí Canigia Canigiani, ni, na compos composiçã ição o de O Diálog Diálogo. o. Foi encarregado por ela de levar cartas pessoais a Gregório XI, a Urbano V e à rainha Joana de Nápoles. Catarina dá-lhe o respeitoso tratamento de "vós". Neri era de família nobre, poeta muito conh conhec ecido ido em Se Sena na,, onde onde a juve juvent ntud ude e toda recitava ou cantava suas composições. Nas cartas posteriores, Catarina o trata familiarmente por "tu".
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se cons conseg egui uirá rá.. Exat Exatam amen ente te isso isso!! Não Não por por outr outro o moti motivo vo,, o Home Homemm-De Deus us esco escolh lheu eu a perfeita pobreza, as injúrias, os maus tratos, as ofensas, a fome, a sede. Ele procurou sempre a glória do Pai e nossa salvação; persev severou na paci aciência, sem nenhum orgulho; em grande humildade. Oh amor sem preço e amado, diversamente do mundo Tu viveste! O mundo vai à procura da glória, das honras, dos prazeres, do orgulho, da impaciência; da cobiça, do ódio, do rancor e do amor-próprio com uma estreiteza de coração tão grande, que não dá espaço ao amor ao pró próxim ximo por causa ausa de De Deu us. Com Como se enganam as pessoas, tolas, configurando-se ao mundo pecador! E no entanto, sequio-sas de honras, honras, vivem vivem despre desprezad zadas; as; sôfre sôfregas gas de riqueza, vivem pobres da verdadeira riqueza, que que nem nem proc procura uram; m; ansio ansiosa sass de aleg alegri rias as e sati satisf sfaç açõ ões, es, pass passam am a vida ida na tris tristteza eza e amarg argura, sem Deus, alegria suprema. Fugindo da morte e da angústia, nelas vivem; querendo solidez e estabilidade, estão longe da Pedra viva. 3. A felicidade está em Cristo crucificado Vede, filho caríssimo, que diferença existe entre Cristo e o mundo! Por essa razão os serv servid idor ores es de De Deus us,, ao perce percebe bere rem m que que o mundo em nada se assemelha a Cristo, com todo empenho se esforçam por conformar-se a Ele. Ele. Afasta fastamm-se se do mund mundo o com com deci decisã são, o, começam a amar tudo o que Deus ama e deseja desejam m asseme assemelha lharr-se a Cristo Cristo crucific crucificado ado,, seguem seguem-lh -lhe e os passos, passos, inflam inflamado adoss de amor amor pela pelass virtu virtude des. s. Esses Esses segui seguido dorres de Crist Cristo o assumem para si tudo o que percebem ter sido escolhido por Ele. Na realidade, recebem o oposto sto do que procuram: ao querer a pobreza e a humilhação, são continuamente honra honrado dos, s, vive vivend ndo o na paz, paz, praz prazer, er, aleg alegria ria,, conten contentam tament ento, o, consol consolaçã ação, o, sem nenhuma nenhuma 82
triste tristeza. za. Config Configuram uram-se -se,, transf transfor ormam mam-se -se na suprema e eterna Verdade, na Bondade de Deus, que contêm toda perfeição e saciam os mais santos e perfeitos desejos. É boa coisa, pois, seguir Jesus Cristo, após separar-se e deixar completamente a teneb enebrrosa vid vida mund mundan ana. a. Reali ealiza za-s -se e tal separação mediante a espada do ódio a si e do amor puro a Deus. Afirmo-te, porém, filho caríssimo, que não obtereis tal espada sem a contínua lembrança de Deus, sobretudo sem a lembrança do sangue do Filho de Deus, em que Cri Cristo sto se banhou ao derramá-lo no madeiro da cruz, numa ardentíssima chama de amor. No sangue encontrareis a espada do ódio (por si mesmo), uma vez que na cruz Jesus morreu por repulsa do pecado; e (encontrareis) o amor, que mantinha Jesus na cruz. Como dizem os Santos, a madeira e os crav cravos os não não cons conseg egui uiri riam am reter eter Jesu Jesus, s, não não fossem as amarras do amor divino. Quero que o vosso pensamento se fixe e desca scanse continuamente na cruz. Nela achareis e amareis as virtudes verdadeiras, como a perseverança, pela qual nenhum demônio ou criatura conseguirá vos afastar do bem; na cruz obtereis a decisão voluntária de vos submeter a toda outra pessoa, por Deus, em perf perfei eita ta humi humild ldad ade; e; na recor ecorda daçã ção o do sang sangue ue alca alcanç nçar arei eiss tédi tédio o e desp despre rezo zo pelo pelo mundo e suas atividades, e também a sede e a fome da salvação do próximo, pois esse é o alimento dos servidores de Deus. A respeito deste assunto, rogo-vos e aconselho-vos a vos inte-ressardes com gosto. Muito embora vos considereis fraco,37 não desanimeis. Deus olha mais nossa boa vontade que nossos defeitos. 37 O jovem poeta senense, estando em Ascian Asciano, o, escrev escrevera era a Catarin Catarina a pe-.jr pe-.jrido ido para ser acol acolhi hido do en entre tre os seus seus filho filhos. s. Mas dizia que era "fraco" e imper-(.jto. Catarina, que nesta carta o acolhe "com afet af etuo uoso so amor amor"" na Famíl amília, ia, itari itarini nian ana, a, 83
p>ede-lhe nesta pass assagem que não desanime. Aliás, "tenha cora- m firme" vai ser o conselho repetido por Catarina nas 11 cartas que lhe jram escritas. 4. Começai a trabalhar por Deus Digo-vos mais. O fogo que purifica a alma encontra-se no amor pelo próximo, fundamentado em Deus. Para que vossa alma fique pura, ajudai Fr. Bartolomeu Domi-nici' is quanto quanto puder puderdes des,, no trabal trabalho ho de arreba arrebatar tar almas das mãos do demônio. Se eu pudesse, iria ajudar-vos com prazer. Mas parece que tal não é a vontade de Deus, pois disponho de pouco tempo. Assim mesmo, faremos o que Deus nos permitir. Sabei que se nada faço exteriormente, espiritualmente Fiz e faço algo. Pedistes-me de vos acolher como filho (na Família catariniana). Embora E mbora indigna e mísera, já vos acolhi e acolho com afetuoso amor. amor. Comp Comprromet ometoo-me me a colo coloca carr minh minha a pess pessoa oa diante de Deus como pagadora (da dívida) dos vossos pecados, agora e no futuro. Mas peço que realizeis o meu desejo, isto é, de conf config igur urar ar--vos vos com com Cris Cristo to,, cruc crucif ific icad ado o e afas afasta tarr-vos vos do amb ambient iente e mund mundan ano o pela ela maneira explicada. Outro modo não existe de nos nos assem assemel elha harm rmos os a Cristo Cristo.. Reves evesti ti-v -vos os,, revesti-vos de Cristo crucificado. Ele é a veste nupcial (Mt 22,12) que vos dará, aqui na terra, a graça de ser no céu um comensal na mesa dos eleitos. ?
5. Conclusão Nada mais acresce scento. Abe Abençoai e confor confortai tai Frei rei Bartol Bartolome omeu u (Domin (Dominici ici)) e Frei rei Simão (de Cortona) em Cristo Jesus. 38 Frei Bartolomeu Dominici, dominicano, grande admirador de Catarina, Catarina, estava em Asciano pregando ■ Palav alavrra de Deus Deus com com o conf confra rade de frei frei Simão imão de Cort Corto ona. Ner Neri Pag agli liar ares esii é 84
convidado a ajud judá-lo á-los s quan antto mais puder. Um dos ensinamentos de Catarina era o de que Deus não quer palavras, mas ações (veja-se em O Diálogo, ed. cit., p. 45).
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16. COM SAUDADE DOS AMIGOS (Carta n Q 70 a Fr. Bartolomeu Dominici)
37.
Saudação e objetivo
Em nome de Jesus Cristo crucificado e da bondosa Maria, a vós, diletíssimo e caríssimo irmão, e também pai por respeito ao sacramento da Eucaristia, eu, Alessia, Catarina de Scetto e Catarina, inútil serva de Jesus Cristo, nos recomendamos desejosas de ver-vos ver-vos unido e transformado no único desejo de Deus.Somos semeadores do fogo divino 38.
Oh fogo fogo arde ardent nte, e, sempr sempre e a quei queima mar! r! És real realme ment nte e uma uma cham chama! a! Assim Assim pare parece ceuu-me me ouvir de Deus: "Eu sou fogo, vós as fagulhas". O fogo sempre procura voltar à sua fonte; por tal razão se eleva. O Amor Amor ines inesti timá máve vel! l! Di Dize zess que que somo somoss fagulhas. Assim como as fagulhas nascem da chama, também nós re39
39 Esta carta, escrita quando chegavam a Sena as primeiras notícias da peste que assolou a Itália por volta de 1374 (veja (veja Vida Vida de Sant Santa a Cata Catarin rina a de Sena, Paulus, p. 47), é uma das primeiras enviadas pela santa. Serviu de secretária Alessia Saracini, em cuja casa Catarina 86
se hospedava.
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cebemos o ser do primeiro Princípio. Se Deus disse: "Eu sou o fogo, tu és a fagulha", então a alma não deve cair na soberba. Faça-se como a fagulha, que primeiro sobe e depois desce. Também Também o primeiro movimento do nosso dese desejo jo sant santo o deve deve ser ser o conh conhec ecim imen ento to de Deus, sua glória. Após termos subido, descemos ao conhecimento da nossa miséria e negligência. Ó adormecidos, acordai! Seremos humildes, quando nos encontrarmos no abismo da cari carida dade de divi divina na.. O doce doce mãe, mãe, cari carida dade de!! Nenhuma pessoa deveria ser tão endurecida e son sonolen olenta ta,, que que não não per perceb cebesse esse e não se dissolvesse em tão grande fogo de amor. amor. Abri, abri a vossa alma a fim de acolher o próximo por amor e desejo (santo). Mas não vejo como possais ter esse desejo (santo), se vosso olhar, como o da águia, não se fixar no lenho da vida. Ó Jesus, Jesus, amor amor dulcíss dulcíssimo imo,, que dissest dissestes: es: "Queres ser entusiasta da minha glória e da salvação dos homens? Queres ser forte para suportar qualquer tribula-ção com paciência? Olha para mim, Cordeiro dessan-grado por ti na cruz. Todo inteiro, da cabeça aos pés, eu derra erramo mo sang sangue ue,, e nenhu enhum m grit rito meu meu de murmuração se ouviu. Não olho tua maldade, nem a tua ingratidão me impede, enlouquecido e sedento por ti, de procurar tua salvação". Ó caríssimos e boníssimos irmãos, 40 sai saiamos amos de tant tanta a neg negligê ligên ncia; cia; corra orramo moss esforçadamente no caminho da verdade! Mas corramos solícitos e mortos. Não nos desanime a ingratidão das pessoas. Semeai, semeai a palavr palavra a de Deus. Deus. Fazei azei frutif frutifíca ícarr os talent talentos os que que receb ecebes este tes. s. E De Deus us não não vos vos cons consig igno nou u apenas um talento, mas dez. Para vós e para o vosso próximo. São os dez mandamen40 A carta era dirigida a frei Bart Ba rto olom lomeu Domi Domini nici ci e a frei rei 'Ibmá Ibmás s Nasci Caffarini, dominicanos e confessores de Catarina, que se achavam em Pisa como professores. 88
tos, vida da vossa alma. Empenhai-vos, pois, emobser—-vá-los. Lembro-vos, aquela santa habitação, a cela (interior ^> da alma e do corpo. Falai disso também a Frei Tomás (Nacci Caffarini) e aos outros nossos irmãos. Peço que-ejais esforçados: o tempo é curto, o caminho longo. Eu, Eu, snui snuiur urie ie*. *. míse mísera ra mise miserá ráve vel. l. Como Como se multiplicar multiplicaram am os meus peca— dos, depois que viajastes não fui digna de receber o doce s venerável sacramento da Eucaristia. 41 Digo-vos isssoara que me ajudeis a chorar, me socorrais e eu receba a plenitude da graça. Padre, perdoai minha maldade e orai por mim durante a vossa santa Missa, de modo que eu espiritualmente receba de vós o doce corpo do Filho de Deus. 3. O recado de Alessia Saracini Eu, Alessia,42 rogo que supliqueis ao doce Cordeir Cordeiro o que conced conceda a viver viver e tranfo tranform rmar ar-me -me convosco no amor de Deus e no conhecimento de mim mesma. Recomendo-me a vós cem e mais mais cem cem mil mil veze vezes. s. Mara Maravi vilh lhoo-me me de que que ainda não nos tenhais enviado notícias vossas, muito embora eu vos pedisse. Segundo quanto fiquei sabendo, parece-me que há mortandade (de peste) em Pisa. Conversai com Frei Tomás. Se houver mesmo peste e se parecer bem a ele,43 vinde embora vós dois. 41 Como se pode ler em O Diálog Diálogo, o, (Paul (Paulus, us, pp. 321-32 321-322), 2), nem sempre sempre era Tácil ácil a Cat atar arin ina a rece recebe berr a comu comunh nhão ão diar diariam iamen ente te,, pois pois os cele celebr brant antes es acha acha-vam que ela distraia os fiéis com seus êxtases nos bancos da igreja. 42 A secretária Alessia acrescenta pouc poucas as palav palavras ras,, mas mas be bem m revel revelac acor oras as io seu temper temperame amento nto loquaz loquaz.. Aliás, Aliás, em quat quatro ro cart cartas as que que Cata Catari rina na lhe lhe escr escreeveu, sem sempre lhe é aco aconselha lhado que que domine a língua. 43 Frei rei Tomás más era um te teó ólogo logo muit muito o ente en tend ndid ido o em Sa Sagr grad ada a Escr Escrit itur ura. a. PosPos89
suímos uma carta sua a Catarina, explicando-lhe o Salmo 13 (apud Drane, 3toria di S. Caterina da Siena e dei suoi compagni, p. 163). 4. Conclusão Nada Nada mais mais acre acresce scent nto. o. Recom ecomen endo do-v -vos os vosso vosso conf confra rade de Tomás omás e os outr outros os irmã irmãos os,, irmã irmãss e filh filhas as (esp (espir irit itua uais is). ). Rogoogo-vo voss que que escre escreva vais is uma uma cart carta a a dona dona Gêmin Gêmina. a. Nist Nisto o mere merece ceis is uma uma repr repree eens nsão ão,, pois pois viaja viajast stes es e nenhum sinal destes. Louvado seja Jesus Cristo crucificado. Amai-vos, amai-vos unidos.
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17. GRANDES SONHOS DE CATARINA (Carta nQ 127 a Frei Bartolomeu Dominici e Frei Tomás Caffarini) Caffar ini)
1. Saudação e prece Em nome de Jesus Cristo crucificado e da terna. Maria,44 diletíssimos e caríssimos pais por respeito ao sacramento (da Eucaristia), e muit muito o queri querido doss irmã irmãos os no sang sangue ue de Jesu Jesuss 45 Cris Cristo to!! Vosso osso quer querid ido o pai pai e os irmãos (discípulos) vos enviam cem mil saudações, conforto e bênção no grande amor, que reteve Jesus pregado na cruz. O chama abissal de caridade! És um fogo que arde e não consome! Es alegria, prazer e suavidade! Ao coraç coração ão ferid ferido o por por tua tua seta seta de amor, amor, toda toda amargura parece agradável e todo peso, leve. O doce Amor, que alimentas e fortaleces a nossa alma! Dissemos antes que ardes e não consom somes. Agora digo o contrário, pois destróis e dissolves todo defeito, maldade e negligência da alma. Pois o amor não é ocioso, mas realiza grandes coisas. 44 Perdeu-se, nesta carta, a costumeira saudação na qual Catarina diz o jbjetivo de sua missiva. Veja-se a nota n 49. Frei Raimundo de Cápua. 2. Deus quer grandes coisas Eu Catarina, inútil serva, padeço no desejo santo,46 como comovi vida da inte interi rior orme ment nte e em dor dor e s
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pran prantto, ao ver ver e sen sentir tir nossa ossa malda aldad de e negligência no amar a Deus, que nos concede tant antas graça raçass com com imen imenso so amor mor. Irmã Irmão os caríssimos, não sejais ingratos, malagra agrade deci cido dos! s! Facil acilme ment nte e seca secará rá em vós vós a fonte da piedade. Ó negligentes, negligentes! Desp De sper erttai desse sse perv perver erso so son sono. Vamo amos! Acolhamos nosso Rei que vem a nós manso e humilde.47 Ó vos, orgulhosos! Eis que o mestre da humild humildade ade vem sentad sentado o numa numa jument jumenta. a. Uma das razões pelas quais Ele veio assim mont montad ado o foi foi ind indicar icar-n -no os que que a natur aturez eza a humana é a jumenta que devemos dominar, na maneira como Ele cavalgava e dominava por causa do pecado. 48 Realmente não há diferença entre nós e aquele animal. Pelo pecado o homem omem torna orna--se irra irraci cio onal. nal. O Verd erdade ade antiga, ensinaste-nos a maneira. Quero que montes esta cavalgadura e, manso e humilde, a domines. Com que pés montaremos, dulc dulcíss íssim imo o Amor Amor?? Odia Odiand ndo o a negl neglig igên ência cia e amando a virtude. Mas fiquemos por aqui, embora eu tivesse muit muita a cois coisa a a dize dizerr. Não Não poss posso o mais mais.. Mas Mas façamos assim, meus filhos e irmãos. A fonte está aberta e escorre. Se precisamo amos reabastecer a pequena barca da nossa alma, vamos até a doce fonte, que é o coração, a alma e o corpo de Jesus Cristo. Encontrá-laemos jorrando com tal amor, que facilmente poderemos plenificar nossas almas. Mas vos digo digo:: não não demo demorreis eis em fixa fixarr o olha olharr pela pela janela (do coração de Cristo). C risto). Garanto-vos que Deus nos forneceu 46 Catarina Catarina sofria, sofria, preocu preocupada pada com com a salvação eterna da humanidade e a glória divina. 92
47 Esta Esta cart carta a cert certam amen ente te foi foi escr escrit ita a nas pro nas proximid imidad ade es da sema semana na san santa ta;; talvez, mesmo, no domingo de Ramos, em que a liturgia recorda a entrada de Jesus em Jerusalém sentado numa jumenta. O texto original italiano, nesta passagem, é bastante irregular, irregular, mas não de difícil compreensão. 4" Para Catarina, a jumenta é símbolo de nossa natureza humana pecado-ra, que Jesus ensina a cavalgar e dominar. dominar.
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tempo e maneira para realizar grandes ações por Ele . Por isso afirmei 49 que vos esforçásseis por crescer no de — sejo san santo. Não vos contenteis com pequenas coisas. Deus as quer grandes. 3. Contatos com o papa Gregório XI Comu Comuni nicoco-vo voss que que o papa papa (Gre (Gregó góri rio o XI) XI) mandou até aqui (Em Sena) um seu repr represe esent ntan ante te,, o dire direto torr espi espirit ritua uall daqu daquel ela a 50 condessa que morreu em Roma. E aquele que renunciou ao episcopado por amor à virtude. Ele veio falar comigo em nome do Santo Padre, pedindo que eu fizesse oração por ele e pela santa Igreja. Como sinal, trouxe-me uma santa indulgência. Gaudete et exultate (alegrai-vos e exultai), porque o santo Padre está começando a olhar para a honra de Deus e da sant anta Igreja.Irá até vós (em Pisa) um jovem levando esta carta. Acreditai no que ele diz, pois tem uma santa vontade de visitar o Sepulcro (de Jesus). Antes, quer pedir a bênção do santo Padre (em Avinhão), para si e para outras pessoas religiosas e leigas. Escrevi uma carta ao Papa rogando, por amor ao sangue de Cristo, que permita que entreguemos nossos corpos a qualquer perigo. 51 52 Rogai ao 49 No texto atual da carta não encont enco ntra ramo mos s a af afir irma maçã ção o de Cata Catari rina na.. Cert Certame amente nte,, na saud saudaç ação ão inic inicial ial,, ela ela se dizia desejosa de ver os dois frades preocupados em crescer no desejo santo. r,ü Quem visitou Catarina em nome do papa pa pa foi foi Af Afon onso so de Vad adat ater era. a. bisp bispo o de Jaen na Andaluzia (Espanha). Com a apro ap rova vaçã ção o de Urba Urbano no V, renu renunc ncia iara ra ao govern governo o da diocese diocese e fizera fizera-se -se eremit eremita. a. Foi diretor espiritual e confessor de Santa Brígida, "a condessa que morreu em Roma" em 1373. A pedido de Santa Brígida, Afonso trabalhou com Catarina de Sena pelo retor torno de Gregór gório XI de Avin vinhã hão o pa para ra Roma Roma.. Morr Morreu eu pe pert rto o de Gênova em 1388. 51 "Não "Não é um grande grande elogio elogio ao Papa. Papa. Ao que que pa pare rece ce,, Cata Catari rina na acha achava va que que o papa Gregório XI, em sua corte de Avinhão, não se preocupasse muito. Por isso fala fa la em lati latim, m, cois coisa a insó insóli lita ta"" (not (nota a de Niccoló Tommaseo). 52 Ao que que pa pare rece ce,, Cata Catari rina na pe pedi dia a ao papa pa pa a lice licenç nça a de pa part rtic icip ipar ar da cruz cruzaada,, junt da juntam amen ente te com com os disc discíp ípulo ulos s que que 94
cons consti titu tuía íam m a "fam "famíl ília ia cata catari rini nian ana" a".. A carta de Catarina ao papa não chegou até nós.
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sumo e eterno Deus que, se isso for o melhor, melhor, conceda essa licença a nós e a vós, de modo que numa bela brigada demos a vida por Ele. Estou segura de que, se for o melhor, ele nos concederá. 4. Conclusão Nada mais acrescento.53 Alessia recomenda-se a vós cem mil vezes, desejosa de encontrar-vos e ver-vos cheios de ardente caridade. Maravilha-se muito de que não nos tenhais escrito. Conduza-nos o Senhor àquele lugar onde nos veremos face a face diante do nosso Deus. A negligente Alessia gostaria de envolverse nesta carta e ir até vós. Dona Giovanna (de Capo) vos manda lembranças abençoando, e pede que vos recordeis dela junto de Deus. Jesus, Jesus, Jesus! Eu Catarina, inútil serva de Jesus Cristo, vos conforto e abençôo cem mil vezes. Catarina Marta 04 pede que rezeis por ela a Deus. Recomendações a Frei Tomás, ao vosso prior e a todos os demais. Jesus doce, Jesus amor!
A conclusão desta carta chegou "completa" até nós, pois os copistas do passado eliminavam as notícias pessoais. Perc Perce ebe be-s -se e que que a secr secret etár ária ia que que esescreveu veu a carta foi Alessi ssia, a qual se define como "negligente". 64 Os dois dois nome nomes s Cata Catari rina na e Marta arta parecem indicar uma única pessoa, como pede o verbo no singular. Talvez seja a próp própri ria a Cata Catarin rina a de Se Sena na,, "a "atar taree-fa fada" da" 96
como a Marta do Evangelho. 18. A UM SACERDOTE POUCO EXEMPLAR (Carta n e 24 ao cura Biringhieri Arzochi)
39.
Saudação e objetivo
Em nome de Jesus Cristo crucificado e da bondosa Maria, a vós, reverendíssimo e caríssimo pai em Jesus Cristo, eu, Catarina, serva e escrava dos servos de Jesus Cristo, escrevo e me recomendo no precioso sangue do Filho de Deus, desejosa de ver-vos verdadeiro sacerdote de Cristo e seguindo os A vida sacerdotal e o pecado seus passos. A 40.
Sede Sede,, sede sede aque aquela la flor flor perf perfum umad ada a que que deveis ser; espargi o bom odor (2Cor 2,15) na doce doce pres presen ença ça de De Deus. us. Sabe Sabeis is que que a flor flor,, conse conserv rvad ada a dura durant nte e muit muito o temp tempo o na água água,, não exala perfume, mas fedor. A mim parece, pai, que vós e os demais sacerdotes deveis ser assim uma flor. 55
55 0 pe. Biringhieri morava na cidadezinha de Asciano, uns 20 quil quilôm ômet etro ros s a sude sudest ste e de Se Sena na,, como como pároco. Seus parentes de Sena devem ter t er feito um pedido a Catari arina que lhe escrevesse uma carta de correção fraterna. Ela o faz com muita sinceridade, mas também amor e humildade. Mas também essa flor, imersa nas águas iníquas e putrefatas dos pecados e misérias do mundo, mundo, não exala exala perfume perfume,, mas fedor fedor.. Oh, como é mísero e infeliz quem é posto na santa Igreja como flor, responsável pelos seus súdi97
tos! Vós sabeis que Deus os quer límpidos e puros. Infeliz de mim, infeliz de mim, vene venerá ráve vell pai! pai! E o cont contrá rário rio que que acon aconte tece ce.. Com Comportam-se de tal maneira, ra, que não apen apenas as são são féti fétido dos, s, mas mas tamb também ém arru arruin inam am todos aqueles que deles se avizinham.Acordai e não conti ontinu nuei eiss dormi ormin ndo! do! Já dor dormimo mimoss bastante, mortos para a graça. Não nos resta mais tempo, soou a hora da sentença, estamos condenados à morte. Pai dulcíssimo, considerai por um instante a nossa perigosa situaçã situação, o, perigo perigosam sament ente e imerso imersoss num triste triste mar de pecad ecados os morta ortais is.. Por acaso caso,, não não acre acredit ditam amos os que que have havere remo moss de cheg chegar ar ao moment momento o da morte? morte? Não devemo devemoss duvida duvidar: r: homem algum, por rico e nobre que seja, conseguirá evitá-lo. Oh, como será miserável e infeliz, então, aquela pessoa que usou como espelho as afeições carnais e nelas se revolveu como o porco na lama. De ser ser raci racion onal al torn tornaa-se se feio feio anim animal al.. Revol evolve ve-s -se, e, ainda, em corrupta avareza, ao vender muitas vezes os favores e dons espirituais. Inchados de sobe soberb rba, a, semp semprre a gast gastar ar em honr honras as e banq banque uete tes, s, com com muit muitos os serv servos os e fogo fogoso soss cavalos, o que deveria ser dado aos pobres. Tais Tais são as obras que apresentam para o julgamento e sentença da coitadi-nha da alma no mome moment nto o da mort morte. e. O infe infeliz liz acre acredi dita tava va estar agindo contra Deus, mas de fato agia contra si mesmo smo. Tornou-se um juiz a condenar a si mesmo, merecedor da morte eterna. Mas não sejamos simplórios. Grande toli tolice ce é torn tornar ar-s -se e home homem m dign digno o da mort morte, e, quando pode ter a vida. 56
66 Leiam-se pensamentos semelhantes em O Diálogo, ed. cit., p. 258 e seguintes. 3. Examinai-uos e corrigi-vos Como pertence a nós escolher a vida ou a 98
morte, pela liberdade que Deus nos deu, peçopeço vos vos enca encarrecida ecidame ment nte e e com com amor amor,, quan quanto to poss posso o e sei, sei, que que seja sejais is uma uma flor flor e exale xaleis is perfume diante de Deus e sobre os vossos súdito súditos. s. Qual Qual verda verdadeir deiro o pasto pastor, r, entre entregai gai se for preciso a vossa vida pelas vossas ovelhas. Corrigi os vícios, confirmai a virtude dos bons. A falta de correção corrompe, como faz um membro infeccionado no corpo de uma pessoa doen doenti tia. a. Esta Estaii aten atento to a vós vós mesm mesmo o e aos aos vossos vossos súditos. súditos. Não vos pareça pareça cruel arrancar arrancar as raízes, pois a doçura dos frutos vos será mais doce que o amargor do esforço. Ó pai caríssimo, considerai o inefável amor que Deus tem pela vossa salvação. Abri os olho olhoss para para ver ver seus seus imen imenso soss bene benefí fíci cios os e dons. Existe, por acaso, maior amor do que morrer pelo ami amigo (Jo 15,13) 13)? Maiores louvor louvores, es, ainda, ainda, merece merece quem quem morre morre pelos pelos inimigos. Não mais se desculpem, portanto, os nosso nossoss coraç coraçõe ões; s; perc percam am sua sua dure dureza za;; não não continuem sempre pedras. Que se rompam os laços e as amarras com que muitas vezes o demônio nos retém manietados. A força do desejo santo, o desprezo pelos vícios e o amor da virtude dissolverão tais amarras. Enamoraivos das verdadeiras virtudes, que agem em sentido contrário aos vícios. Como o pecado traz traz amar amargu gura ra,, a virt virtud ude e traz traz doçu doçura ra e faz faz sabo saborrear ear dura durant nte e est esta exist xistên ênci cia a a vida vida eter etern na. E ao cheg chegar ar o doce doce moment mento o da morte, a virtude entrará em ação: responde pela pela pess pessoa oa,, defe defend ndee-a a do julg julgam amen ento to de Deus De us,, dá-l dá-lhe he segu seguran rança ça,, livra livra da conf confus usão ão,, conduz à vida interminável, na qual há vida sem morte, saúde sem doenças, riqueza sem miséria, honra sem humilhação, liberdade sem escra scravi vidã dão o. Nela Nela todo odos serã serão o sen senhor hores. es. Quanto menor tiver sido alguém nesta vida, maior será na futura, e quanto maior pretender ser nesta existência, menor será na outra. Sede, então, pequenino com uma humildade 99
perfeita e profunda. Pensai em Deus, que por vós se humilh ilhou como homem. Não vos torn tornei eiss indi indign gno o daqu daquil ilo o que que De Deus us vos vos fez fez digno, isto é, do precioso sangue do seu Filho, com que fostes comprado num ardentíssimo amor. Somos servos adquiridos, não podemos mais revender-nos. Quando nos achamos em pecados mortais, como cegos nos vendemos ao demô demôni nio. o. Rogoogo-vo vos, s, pois, pois, pelo pelo amor amor de Cristo crucificado: saí de tão grande escravidão. 4. Conclusão Nada mais acrescento. Apenas vos afirmo que que meus meus defe defeit itos os são infi infini nito tos. s. E prom promet eto o fazer um ramalhete de mirra (Ct 1,13) com os meus e os vossos defeitos e o colocarei no peito, para um perene pranto de amargura. Tal amargura, enraizada no verdadeiro amor, nos fará chegar à doçura e consolação da vida durável. Perdoai minha presunção e soberba. Orai por mim e abençoai toda a minha família em Crist Cristo o Jesus Jesus.. Rogo-l ogo-lhe he que que vos vos conc conced eda a sua eterna bênção. Uma bênção tão forte, que quebre e reduza a pedaços as amarras que afastam Deus de vós. Permanecei no santo e doce amor de Deus. Jesus doce, Jesus amor!
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19. EM DEFESA DE UM VOCACIONADO (Carta nQ 8 a Frei Justo, prior dos Olivetanos)
41.
Saudação e objetivo
Em nome de Jesus Cristo crucificado e da bondosa Maria, caríssimo pai no doce Cristo Jesus, eu, Catarina, serva e escrava dos servos de Jesus Cristo, vos escrevo no seu precioso sangue, desejosa de ver-vos faminto e sedento de almas na escola de Jesus. 42.
Jesus quer vocações monásticas monásticas
Com fome e sede da nossa salvação, Jesus clamava sobre o madeiro da cruz: Sitio (tenho sede), como a dizer: "Tenho sede e desejo da vossa salvação, em medida berra maior do que este sofrimento possa mostrar". De fato, a sede do seu desejo é infinita, ao passo que o sofri sofrime ment nto, o, fini finito to.. Embo Embora ra sent sentiss isse e sede sede fisi fisica cam mente ente,, Jesu esus revel evela a seu seu dese desejo jo da salvação da humanidade. O Jesus amável! Ao mesmo tempo dizes estar com sede e pedes que te seja dado de beber. Quando pedes à nossa alma que te dê de beber? Ao demonstrares, meu Senhor, tua afeição e teu amor. Caríssimo pai! Compreendei que o amor inefável (de Jesus) manifesta-se no sangue. Por amor Ele nos deu seu sangue. E com amor nos nos pede ede de beb beber. er. Em outr outra as pal palavra avras: s:
aquele aquele que ama, deseja ser amado e servido. E muito justo que seja amado, aquele que ama. Ao pagar amor com amor, a alma dessedenta Cristo. No entanto, a criatura não pode ser ser dire iretamente útil a Deus, mas some soment nte e atra atravé véss do pró próximo ximo.. Eis Eis o moti motivo vo porque a alma, com tanto empenho, se põe a servir o próximo naquilo que percebe ser do agrado divino e nisso persevera. Mas entre todos os modos de servir ao próximo, próximo, o mais agradável ao nosso Salvador Salvador é livrar alguém das mãos do demônio, é tirálo do ambi ambien ente te secu secula lar, r, das das vaivai-da dade dess do mundo, e conduzi-lo ao santo estado da vida consagrada.57 Quando as pessoas nos procuram com grande desejo, não se pode perdê-las ou afugentá-las. Ao contrário, a fim de afastá-las do mundo ocorre enfrentar até a morte corporal. Tal é a bebida que o Filho de Deus nos pedia sobre a cruz. Não devemos ser ser negligentes, mas esforçados em dar de beber a Cristo. Vede bem: foi por tal sede que Ele morreu! Não façamos como os judeus, que lhe deram fel e vinagre. Recebe Jesus fel e vinagre de nós, quan quando do perm perman anec ecem emos os no amor amor-p -prrópri óprio o sensív sensível, el, em neglig negligênc ência ia fundame fundamenta ntada da na preocupação de aparecer e agradar ao mund mundo, o, com com pouc pouca a vigíl vigília ia de oraç oração ão,, com com pouca sede da glória divina e da salvação das alma almas. s. Tudo udo isso isso cons consti titu tuii realm ealmen ente te um vinagre mistu sturado com fel, em grande amargor, que desagrada a Deus e nos prejudica. 67 Catari arina era leiga consag agrrad ada a (Veja (Veja-se -se em O Diál cit.,, pp. Diálog ogo, o, ed. cit. 385ss), mas amava e respeitava demais
a vida religios iosa das orde den ns de São Bent Be nto, o, Sã São o Franc rancis isco co e S. Domi Doming ngos os (veja-se ib., pp. 366ss). De acordo com o prio priorr dos dos domi domin nican icanos os de Se Sena na,, ela ela envi en vio ou um mens mensag age eiro iro ao mostei steiro ro olivetano da cidade, com o pedido de receber um jovem. A resposta foi negativa. Catarina mandou ao prior esta extraordinária carta. 43.
O segredo é acolher a todos com amor
Que nos nos ocor ocorrre fazer azer,, para para não dar dar a Cristo tal mis-tura como bebida? Uma única coisa: amar as pessoas. O amor só nasce do amor. amor. Na luz o amor se eleva e atrai amor. amor. Em outr outras as pala palavr vras as:: chei cheia a de afei afeiçã ção o e desej desejo o (santo), (santo), nossa inteligênci inteligência a contempla contempla Cristo crucificado, que nos revelou a vontade e o amor do Pai eterno. Juntamente com o Pai, Jesus nos criou para uma única finalidade: alcançarmos a vida eterna. O sangue do Filho de Deus nos revela revela tal amor e essa finalidade finalidade da criação. Ao abrir-se para o amor de Cristo cruc crucif ific icad ado, o, nossa nossa inte inteli ligê gênc ncia ia atra atraii a si o amor: começa a amar o que Deus ama, a desprezar o que Ele despreza. Assim, como Deus não ama o pecado, a alma também o odeia e desp desprreza; eza; não não apen apenas as lhe lhe desa desagr grad ada a que que algu alguém ém pequ peque, e, mas mas dari daria a mil mil vida vidas, s, se as possu possuíss ísse, e, para para libe libert rtar ar algué alguém m do peca pecado do mortal. Caríssimo pai! Dai de beber a Cristo! Bem sabeis com quanto amor Ele nos pede. Aume Aument ntai ai em vós vós o dese desejo jo,, bom bom e sant santo, o, desse alimento salutar. Não olheis, nas pessoas, sua dignidade, pequenez ou grandeza, legiti legitimid midade ade ou ilegit ilegitimi imidad dade. e.08 O Filho de Deus, cujos passos devemos palmilhar, jamais desprezou ou despreza alguém, por motivo de posições sociais ou não, de santidade ou de peca pecado do.. Ele Ele acol acolhe he qual qualqu quer er um com com igua iguall
amor, contanto que a pespoa queira libertarse da sujeira do pecado mortal, da vaidade humana, e voltar à graça. 44.
Aceitai aquele vocacionado
Tal Tal foi o ensinamento que Cristo nos deixou. Deu-o a todos, mas muito mais a vós 59 e aos demais superiores e 58 A razão pela qual os oliv livetan ano os recusaram o rapaz foi por ele ser filho de uma união matrimonial ilegítima. 59 Catarina fala pessoalmente ao prior frei Justo e aos seus colaboradores diretos, implorando com extremo vigor que que acol acolha ham m o jove jovem. m. Su Suas as pa pala lavr vras as revel revelam am ne nest sta a cart carta a uma uma ab aber ertu tura ra de idéias insólita para aqueles tempos. respo responsá nsávei veiss da ordem ordem (olive (olivetan tana). a). Quando Quando pessoas bondosas vos procuram com o desejo e a intenção de entrar para a Ordem, 50 quando por amor à virtude deixam o mundo ndo e proc procur uram am o jugo jugo da obed obediê iênc ncia ia,, por por razã razão o nenh nenhum uma a se deve deve recusá ecusá-l -las as e afas afastá tá-l -las as,, qualquer seja a sua procedência. Deus não ama ama meno menoss quem quem é conc conceb ebid ido o no pecad pecado o mortal, do que a pessoa nascida em matrim matrimôni ônio o (legítim (legítimo). o). Nosso Nosso Deus Deus ama os desejos santos e bons. Rogo-vos, pois, que acolhais este jovem, enviado pelo prior (dos dominicanos) com o pedi pedido do de que que foss fosse e receb ecebid ido o na (vos (vossa sa)) Ordem. A intenção do jovem é santa e reta. Por amor inclinou-se à vida consagrada e o Espírit Espírito o Santo Santo o chama chama especi especialm alment ente e para para ser ser oliv olivet etan ano o. Admi Admiro ro-m -me e muit muito o de que que a respo resposta sta tenha tenha sido sido negati negativa. va. Fiquei iquei muito muito surpreendida. Talvez foi falha do mensageiro, que não soube desempenhar-se melhor. Não
que tenha errado algo, mas não tenha sabido agir agir melh melhor or.. Peçoeço-vos vos agor agora, a, por por amor amor de Cri Cristo sto crucificado, que vos dispo sponhais inteiramente a acolhê-lo. Ele será de glória para Deus e para a Ordem. Não o percais, pois é um bom jovem. Se não o fosse, eu não o mandaria! Imploro como um favor. No plano da caridade, é um dever para vós aceitá-lo. Não sejais avaros, com quem vos pede um bem; bem; dai-l ai-lhe he.. Di Diss sso o conc conclu luir irei ei que que esta estais is debaixo da cruz, dando de beber aos sedentos s edentos que vos procuram. Não vejo outro caminho pelo qual possais ser agradáveis a Deus. Por isso isso disse disse ante antess (1.) (1.) que que dese deseja java va ver ver-vos -vos faminto e sedento de almas para a glória de Deus. 5. Conclusão
Nada Nada mais mais acre acresce scent nto. o. Perma ermane nece ceii no santo e doce amor de Deus. Jesus doce, Jesus amor! 60 A Orde Ordem m dos dos olive olivetan tanos os fu fund ndad ada a pelo B. Bernardo Tolomei, senense, em 1313, uns 60 anos antes, constitui uns dos ramos da Orde Ordem m de São Bento. Sant Sa nta a Cata Catari rina na de dedi dica cava va um espe especi cial al amor aos olivetanos.
20. A UM MONGE IRREQUIETO (Carta n 9 37 a Niccoló di Ghida)
1. Saudação e objetivo Em nome de Jesus Cristo crucificado e da bondosa Maria, caríssimo filho no amável Cristo Jesus, eu, Catarina, serva dos servos de Jesus Cristo, vos escrevo no seu precioso precioso sangue, desejosa de ver-vos ver-vos morador na cela do conhecimento de vós mesmo e da presença de Deus em vós. 2. A cela do coração Esta sta cela é um quarto íntimo, que o home homem m leva leva cons consig igo o por por toda toda part parte. e. Nela Nela adqu adquir irem em-s -se e as virtu virtude dess perf perfeit eitas as e reai reais, s, espec specia ialm lmen ente te a humi humild ldad ade e e a ardente ente caridade. No conhecimento de si, a pessoa se humi humilh lha, a, toma tomand ndo o cons consci ciên ênci cia a da próp própri ria a imperfeição e do próprio nada. De 61
61 Talvez por informações dadas pelo próp própri rio o prio priorr dos dos olive olivetan tanos os,, Cata Catarin rina a ficou sabendo que o monge Nicolau de Ghida andava muito relaxado em relação à clau clausu sura ra monac monacal al.. Nico Nicolau lau tinha tinha sido sido médico em Sena antes de entrar para o mosteiro. Esta carta mostra bem todo o amor que Catarina lhe dedicava, pessoalmente.
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outro lado, compreende que de Deus recebeu o ser; reconhecendo que do Criador recebeu a existência, a Ele atribui o ser e tudo o que ao ser foi acrescentado. Adquire assim a caridade perfeita e verdadeira, e com ela começa a amar a Deus de todo o coração e afeto, com toda a alma. Graças a esse amor, vê nascer em si ódio pela própria sensualidade e alegrase em Deus de que Ele puna, como quer, as próp própri rias as iniq iniqüi üida dade des. s. A alma alma logo logo se torn torna a paciente ante todos os sofrimentos, interior e exte exterio riorm rmen ente te.. De boa boa vont vontad ade e supo suport rta a as dificu dificulda ldades des íntima íntimas, s, julgan julgando-s do-se e indign indigna a da paz e tranqüilidade que nota nos demais servos vos de De Deus us.. E dond donde e proc proced ede e tudo tudo isso isso?? Daquel Daquele e conhec conhecime imento nto.. Quem Quem se conhec conhece, e, conhece também a Deus e sua bondade para consigo. E por isso, ama-o. Frutos desse conhecimento na vida do monge 3.
Em que se alegra uma pessoa assim? Alegra-se em sofrer, sem culpa pessoal, por Cristo crucificado. Pouco lhe importam as perseguições do mundo e as falsas acusações dos homens. Com prazer suporta os defeitos dos outr utros. Procur ocura a viv viver realm ealmen ente te as austeri-dades da sua Ordem, prefere morrer a desobedecer, submete-se não só aos superio riores, mas também e sem sempre aos meno menore ress respo respons nsáv ávei eis. s. Não Não é presu presunç nços oso, o, nada ada atrib tribu ui a si. si. Em Cris Cristo to cru crucifi cifica cad do submete-se a todos, não para agradar ou por qualquer outra fraqueza, mas por humildade e amor à virtude. Evita a convivência com
pessoas do mundo e leigos; evita o contato e até a recordação dos próprios parentes, como se fosse fossem m serp serpen ente tess vene veneno nosa sas. s. Torna orna-s -se e aman amante te da cela cela conv conven entu tual al,, dedi dedica ca-s -se e à salmodia. em oração contínua e humilde. Para tal pessoa, a cela tornou-se um céu; prefere ali ficar entre perturbações e tentações do demônio a estar fora dela em paz e tranqüi lida lidade de.. Dond Donde e prov provém ém tal tal conh conhec ecim imen ento to e amor? Da cela
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do autoconhecimento. Quem nunca morou na cel cela inte interi rio or, nunc nunca a desej eseja a e ama ama a cela cela exte exterio riorr. Some Soment nte e a amará amará,, quan quando do vier vier a conh conhec ecer er em si mesm mesmo o como como é peri perigo goso so perambular e estar fora da cela. 4. Perigos da vida irrequieta para o monge Realmente, fora da cela, o monge morre como o peixe fora da água. Como é perigoso para um monge ficar perambulando! Quantas colu coluna nass vimo vimoss ruir ruir por por terr terra, a, por por fica ficarrem andando e viverem fora das suas celas, em tempos proibidos e contrários à Regra. Se tal coisa acontece por obediência ou por algum motivo de verdadeira e expressa caridade, a alma não sofre danos; mas sofre, quando é por por irr irrefle eflexã xão o ou mera mera vont vontad ade e de ajud ajudar ar alguém, razões com que o demônio ilude o igno ignora rant nte e a perm perman anec ecer er fora fora da cela cela.. Não Não entende que a caridade leva antes ao cuidado de si, isto é, a não se prejudicar com uma ação ação culp culpáá-ve vel, l, a não não impe impedi dirr a perf perfei eiçã ção o pessoal com a justificativa de ser útil a outros. Por que motivo é tão prejudicial perm perman anec ecer er fora fora da cela cela exte exteri rior or?? Porqu orque, e, antes de deixá-la, a pessoa já havia abandonado a cela interior do autoconhecimento. Não fosse assim, conheceria a própria fraqueza, com a qual é inconv inconveni enient ente e sair, sair, e teria teria perman permaneci ecido do na cela. Conheceis as conseqüências da perm perman anên ênci cia a fora fora da cela cela exter xterio ior? r? Algo Algo mortífero: distrai-se a mente ao procurar a comp compan anhi hia a dos dos home homens ns e esqu esquec ecer er a dos dos Anjos; esvazia-se a mente dos santos pens pensam amen ento toss sobr sobre e De Deus us,, ench enchen en-d -do-a o-a de pens pensam amen ento toss huma humano nos; s; a boa boa vont vontad ade e e a devoção decaem por causa de preocupações dissipadas e más; escancaram-se as portas dos sentidos: do olho, para ver o que não se deve; eve; dos dos ouvid uvido os, para ara escu escuttar o que é contrário à vontade de Deus e à salvação das almas; almas; da língua língua,, para para pronu pronunci nciar ar palavr palavras as inúteis e deixar de falar sobre
Deus. Afinal, pela falta de oração e de bons exemplos, a pessoa prejudica a si mesma e os outr outros os.. As pala palavr vras as são são insu insufi fici cien ente tess para para descrever os males derivantes. E se a pessoa não estiver atenta, sem perceber irá decaindo aos aos pouc poucos os,, cheg chegan ando do até até a aban abando dona narr o sagrado aprisco da vida consagrada. 5. O recolhimento monacal Quem possui possui autoconhe autoconheciment cimento o percebe percebe tal tal peri perigo go e refug efugia ia-s -se e na cela cela (ext (exter erio ior) r).. Abraçado à cruz, ele ali enriquece sua mente na comp compan anhi hia a dos dos sant santo os Dou Doutor tores que, que, cheios de iluminação sobrenatural, falaram da imensa bondade divina e da pequenez pessoal. Eles eram homens apaixonados pela virtude e se alimentavam na cruz (de Cristo), ansiosos pela glória de Deus e pela salvação das das alma almas; s; supo suporta rtava vam m sofr sofrim imen ento tos, s, aind ainda a que mortais, com grande perseverança. Quem possui o autoconhecimento alegrase com tais companhias e acha penoso ficar longe da própria cela. quando tal coisa lhe é impo imposta sta pela pela obed obediên iência cia.. Ause Ausent nte e da cela cela (exterior), nela se encontra pelo desejo bom e san to. Quando está na cela, alimenta-se do sangue (de Cris to) e une-se pelo amor ao Bem supremo e eterno; não recu sa o trab rabalho alho.. Embo Embora ra na cela, ela, é verda erdad deir eiro soldado nc campo de batalha: defende-se dos inimigos com a espadí do ódio e do amor, com o escudo da santíssima fé. Jamaií olha para trás. Persevera na esperança e na fé, até rece ber a coroa da glória. Mune-se com a riq riqueza ueza das virt virtu u des, des, adqu adquir irin indo do-a -ass no mercado do autoconhecimento e d( conhecimento de Deus. Reside, assim, na cela interior i exterior, sem o que não teria adquirido jamais as virtudes Por julgar que não existe outro caminho, afirmei (aci ma) que desej sejava ver-vos morador na cela do conheci mento de vós mesmo e do conhecimento da bondade di
Deus em vós. Recordai-vos de que fora de tal cel cela nada ada alc alcança ançarreis. eis. Quer Quero o, pois pois,, que retorneis a vós mesmo na disciplina, permanecendo na cela. Seja-vos desagradável estar fora dela, exceto quando a obediência e a necessidade extrema o exigirem. Pareça-vos um torm tormen ento to ficar ficar anda andand ndo; o; e um vene veneno no,, conviver com os seculares. Na realidade, fugi de vós mesmo e não sejais cruel contra vós mesmo mesmo.. Filho ilho caríssi caríssimo, mo, não contin continuem uemos os a dormir. Despertemo-nos pelo autoconhecimento. Dessa forma encontraremos o sangue do Cordeiro humilde e sem mancha. 6. Conclusão Nada Nada mais mais acr acresce escent nto o. Perma ermane nece ceii no santo e doce amor de Deus. Recomendai-nos com insistência ao Prior 62 e a todos os outros monges. Jesus doce, Jesus amor!
1 Não Não sabe sabemo mos s quem quem era era este este prio priorr, pois pois Nico Nicola lau u resid residiu iu ta tant nto o no most mostei eiro ro principal da Ordem olivetana de Volterra como no mosteiro de S. Bento da cidade de Sena.
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21. PARTICIPANDO NO APOSTOLADO DOS DISCÍPULOS (Carta nQ 200 a Fr. Bartolomeu Dominici o.p.)
45.
Saudação e objetivo
Em nome de Jesus Cristo crucificado e da bond bondos osa a Mari Maria, a, a vós vós 63 amad amado o e carís caríssi simo mo irmão e filho meu em Jesus Cristo, eu, Catarina, serva e escrava dos servos de Deus, escrevo e conforto no precioso sangue do Filho de Deus, desejosa de ver realizada em vós aquela palavra que o nosso Salvador disse aos seus discípulos: "Vós sois a luz do mundo e o sal da terra" (Mt 5,13-14). 46.
Ser apóstolo como Jesus
Com grandíssimo desejo, minha alma quer que sejais um filho iluminado pela chama e ardor do Espírito Santo, condimentado pelo sal da verd verdad adei eira ra sabe sabedo dori ria, a, capa capaci cita tado do para para expulsar com solicitude o pecado e os demô83 Em 1372, fr. Bartolomeu Dominici, frade frade domi domini nican cano o de Se Sena na,, estav estava a em Asciano pregando durante a Quaresma, acompanhado por fr. Simão de 'Ibrtonn. Como não conseguisse pacificar e conv conver erte terr cert certas as fa famí míli lias, as, escr escrev ever era a a Catarin Catarina, a, pedind pedindo o que viesse viesse ajudáajudá-lo. lo. Catarin rina respon ponde justifican and do sua ausência. 112
nios das almas que se encontram nas trevas. Mas só conheço um modo de realizar, possuir e cumprir esse meu desejo: é ter um amor contínuo e inflamado, uma busca perene e infa infati tigá gáve vell de uniã união o com com a ilum ilumin inaç ação ão,, a sabe sabedo dori ria, a, a cham chama a e o calo calorr da cari carida dade de divina, revelada a nós na união de Deus com o homem (em Jesus Cristo). Filho boníssimo, afirmo que ninguém, ao contemplar o Homem-Deus correndo para a ignomínia da cruz e derramando o seu sangue em torrentes, deixará de procurar, participar e ench encher er-s -se e do verd verdad adei eiro ro amor amor.. Tal pessoa pessoa saboreará o alimento que Jesus saboreou (Jo 4,32) e se tornará um faminto e um sedento de almas. As almas constituem um alimento tão doce e saboroso, que saciará e tornará dispensável todo outro alimento. Então vossos dentes fracos ficarão robustos, aptos a digerir bocados grandes e pequenos. Empenhai-vos, pois, em todo ministério, por afastar as trevas e cons constr trui uirr a luz. luz. Não Não vos vos preo preocu cupe peis is com com voss vossa a fraq fraque ueza za e pen pensai sai que que pelo elo Cris Cristo to crucificado tudo podereis. 3. Participação de Catarina no apostolado Median Mediante te aquela aquela invisí invisível vel visão' visão''' 4 que o Espírito Santo nos dá, estarei ao vosso lado, jamais vos abandonarei. A menos que Deus disponha diversamente, por agora não vejo o modo odo de ir ter ter covo covosc sco o. Hou Houvess vesse e De Deus us permitido, de boa vontade teria viajado, para glória de Deus, para alegria vossa e também minha, a qual seria grande. Mas o tempo está chuvoso e a saúde do corpo piorou bastante nestes últimos dez dias. A tal ponto, que com difi dificu culd ldad ade e vou vou à igre igreja ja no domin domingo go.. Frei rei Tomás Tomás (delia Fonte) Fonte) ficou 64 Catarina tinha consciência de seus dons carismáticos (ou parapsicológicos, diriam alguns hoje), com os quais seguia o trabalho dos discípulos, ainda que à distâ distânc ncia. ia. Catar Catarin ina a expli explica cava va a orige origem m dess de sses es dons dons como como "ilu "ilumi mina nação ção infu infusa sa"" pelo Espíri írito San antto. Veja-s a-se em O Diálogo, op. cit., pp. 172ss. com pena de mim e achou que não devia viajar. Aliás, eu nem podia mesmo.
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Espiritualmente farei o que puder. Acreditaime. Se Deus quisesse que eu fosse até vós, eu não oporia resistência. Nem o farei nunca. Rogai, pois, a Deus que se realize o que for para a sua maior glória. 4. Recados e conclusão Antes do vosso retorno (a Sena), procurai reconciliar aquelas pessoas sobre as quais me escrevestes. Abençoai e confortai todas essas ovel ovelhi hinh nhas as fami famint ntas as e sede sedent ntas as de Jesu Jesuss 65 Cristo, bem como o pároco Biringhieri e as demais famílias (de Asciano). Dizei-lhes que não não demo demorrem em aban abando dona narr as obsc obscur uras as ocup ocupaç açõe õess e preo preocu cupa paçõ ções es do mund mundo o o os iníquos pecados mortais, que destroem a vida (do espírito). Que procurem a graça e a luz do Espí spírito Santo. Abençoai Fr. Simão (de Cortona), meu filho em Cristo Jesus. Dizei a Neri que se esforce por seguir os passos de Cristo crucificado. Alessia (Saracini), Lisa (Colombini) e Francisca (Gori) recomendam-se a vós. Jesus doce, Jesus amor!
Vejn-sc a carta a ele escrita, p. 76.
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22. AMAR O POVO PECADOR (Carta n 9 204 a Fr. Bartolomeu Dominici)
47.
Saudação e objetivo
Em nome de Jesus Cristo crucificado e da bondosa Maria, a vós, meu amado irmão em Cristo Jesus, eu, Catarina, serva e escrava dos servos de Jesus Cristo, escrevo e conforto no precioso sangue de Deus, desejosa de vervos imerso e inflamado em Cristo Jesus, para renun-ciardes inteiramente a vós mesmo. O 48.
comportamento de Jesus
Mas não conheço outra maneira de fazer tal coisa, sa, além da elevação do próprio pens pensam amen ento to,, com com gran grande de desej desejo o (san (santo to)) e acim acima a de si mesm mesmo, o, até até atin atingi girr o inef inefáv ável el amor divino, com o qual Deus pensou e pensa no homem, Frei Bartolomeu Dominici continuava pregan and do a Quaresma em Ascian ano o. Certamente escrevera a Catarina, queixan ixando do--se do povo de Asc Ascian iano e definin-do-o como infiel e extraviado. E pergu pe rgunt ntara ara,, mesm mesmo, o, que que fa faze zerr. Como Como trat ata ar os pecadores? A resposta de Catarina é de uma clarividência impressionante: que o pregador "conviva" com tais pessoas com grande aber ab ertu tura ra de espí espíri rito to e muit muito o amor amor.. .... como fazia Jesus.
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ainda antes de criá-lo. Ao pensar o homem na própr própria ia Divind Divindade ade,, Deus Deus enamor enamorouou-se se dele dele desmedidamente. Desejando, então, que ele goza gozasse sse e part partici icipa passe sse do bem bem divin divino, o, por por amor o criou. Todavia, por causa do pecado de Adão, esse desejo divino não iria realizarse mais. mais. Entã Então, o, leva levado do pela pela sua sua cari carida dade de,, Deus De us envi enviou ou seu amor amoros oso o Filho ilho Jesus Jesus para para resga esgata tarr o home homem m e tirá tirá-l -lo o da pris prisão ão.. Foi quando o Filho correu em direção à morte na cruz cruz,, tão tão humi humilh lhan ante te,, e conv conviv iveu eu com com os peca pecado dore res, s, publ public ican anos os,, extr extravi aviad ados os e todo todo tipo de pessoas. Como ao amor-caridade não se pode impor normas e medida, Jesus não pens pensav ava a em si mesm mesmo, o, não não proc procur urav ava a os próprios interesses. Por causa do egoísmo, o primeiro homem caíra das alturas da graça divina. Foi preciso que Deus fizesse a cami caminh nhad ada a inve invers rsa, a, envi envian ando do o Cord Cordei eiro ro imaculado com um amor abrangente e inefável, esquecido de si, unicamente preocupado com a glória do Pai e a nossa salvação. Oh! meigo e amoroso Cavaleiro, em nada te preocupam a morte, a vida, a ver vergonh gonha. a. A mort morte e venc venceu eu a vida vida do teu teu corpo, mas tua morte destruiu nossa morte. Como vedes, a razão movente (de Cristo) foi o amor, pois Ele visava à glória do Pai. Dessa maneira realizou em nosso favor o seu grande desejo: de que gozássemos de Deus Pai, ai, fina finali lida dade de para para a qual qual tính tínham amos os sido sido criados. 3.
O apóstolo cristão imita Jesus e Paulo
Meu carí caríssi ssimo mo e bond bondos oso o filh filho! o! Quer Quero o que vos assemelheis ao Verbo divino, Jesus.
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Ele é a norma para nós, como o foi para os Santos que o seguiram. Sereis uma só coisa com com Ele Ele e part partic icip ipar arei eiss de sua sua aber abertu tura ra ("larghezza") de alma, sem sem nenhuma mesquinhez ("stremità"). Eu já disse antes: se o homem não se elevar, não contemplar e não procurar a desmed smediida bondade e caridade divina tal e qual a nós se revelou, jamais chegará a grande abertura de alma e perfei rfeiçção, mas se tornará mesquinho, incapaz de acolher a si mesmo e o próximo. Eis porque eu dizia estar desejosa de ver-vos imer imerso so e infl inflam amad ado o em Cris Cristo to,, a refle efleti tirr sem sempre pre no seu seu amor mor. Só assi assim m amar amarei eiss perfeitamente o que Ele ama e desprezareis o que Ele despreza. Afast fastai ai,, afast afastai ai o cora coraçã ção o mald maldos oso o e a cons consci ciên ênci cia a deso desord rden enad ada a e estr estrei eita ta.. Não Não sig sigais ais o perv perver erso so dem demônio ônio,, que que pro procura cura impedir a virtude e não quer ser expulso da cida cidade de (de (de Asci Ascian ano) o).. Quer Quero o que que faça façais is isso isso com virilidade de coração e perfeita dedicação, consciente de que a lei do Espírito Santo é diferente da lei dos homens. Imitai o bondoso e apaixonado Paulo (apóstolo). Sede um vaso de dileção, 66 67 que leva e espalha o nome de Jesus. Pareceme que Paulo se espelhava nesse amor (divino) e nele se perdia. Ali buscava sua grande abertura de alma, de modo que desejava e preferia "ser anátema e separado de Cristo" (Rm 9,3) em favor dos irmãos. Paulo enamorou-se enamorou-se dos amores de Deus. Ele compreendeu que o amor não ofende, nem aceita confusão.
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4. O apóstolo ama o povo pecador Por dese deseja jarr a glóri lória a de De Deus us,, Moi Moisés sés preferia ser pessoalmente riscado do Livro da vida a ver seu povo na morte (Ex 32,32). Pela mesma razão, eu exijo e quero que permaneçais firme em Cristo, extirpando os vícios e promovendo a virtude, à semelhança de Jesus e dos Santos, que seguiram seus passo passos. s. Não Não impo imponh nhai aiss norm normas as ao desej desejo o 68 santo, nem nem lim limites ites,, pois ois ele ele não não tole tolera ra limites. 67 0 texto bíblico ico, no qua qual pensa Catarina, diz "vaso de eleição" (At 9,15). Ao que parece, a mudança da palavra "eleição" para "dileção" foi proposital. Por causa do valor lor da expre pressão "des "desej ejo o sant santo" o" na espi espiri ritu tual alid idad ade e de Catarina, lembramos mais uma vez que seu significado é: preocupação de todo cristão pela glória de Deus e a salvação das almas. Estais no meio de um povo infiel, extraviado e maldoso; pela força do amor, deveis conviver com com ele. ele. DigoDigo-vo voss a mane maneir ira: a: conv conviv ivei ei na caridade, isto é, no desejo de salvá-lo. Se a nossa convivência fosse por amor-próprio, por satisfações espirituais ou materiais, não por causa da salvação das almas, seria conveniente evitá-la. Afast fastai ai de vós, vós, pois pois,, toda toda amar amargu gura ra e restri restrição ção (pelos (pelos outro outros). s). Acredi Acreditai tai mais mais nas pessoas que em vós mesmo. Se o demônio vier vier pertur perturbar bar vossa vossa consciê consciênci ncia, a, man-da man-dai-o i-o acer acerta tarr cont contas as comi comigo go sobr sobre e isso isso e outr outros os assuntos. Quem responde pelo filho é a mãe! Quero ver-vos ardoroso. Nenhum acontecimento ou assunto será tão forte, que a caridade-amor não vença e não vos 118
fortaleça. 5. Comunicações e conclusão Abençoai por mim meu filho Fr. Simão (de Cortona). Dizei-l i-lhe que corra (na vida apostólica) apoiado no desejo santo da cruz. Mandai-me dizer como na cruz repousais e como como vai vai a glor glorif ific icaç ação ão de De Deus us.. Ales Alessi sia a (Saracini), a gorducha, pede que rezeis por ela ela e por mim mim, bem como como por Fran rancisc cisca a (Gori), a preguiçosa. Jesus doce, Jesus amor!
119
23. A VIDA DE UM DISCÍPULO (Carta ir 258 a Ristoro Canigiani)
49.
Saudação e objetivo
Em nome de Jesus Cristo crucificado e da bond bondos osa a Mari Maria, a, carí caríss ssim imo o irmã irmão o no doce doce Cristo Jesus, eu, Catarina, serva e escrava dos servos de Jesus Cristo, vos escrevo no seu precioso sangue, desejosa de ver-vos constante e perseverante nas virtudes, pois não é coroado quem co69
meça, mas quem persevera. 50.
Perseverança e perdão
De fato fato,, a pers persev ever eran ança ça é uma uma rain rainha ha coroa oroad da que que mora mora ent entre a fort fortal alez eza a e a perf perfei eita ta paci paciên ênci cia. a. Some Soment nte e ela ela receb ecebe e a coroa da glória. Assim sendo, caríssimo irmão, quero que sejais constante e perseverante na virtu^Afamília Canigiani morava em Florença e Catarina a conheceu certamente em 1377 ou 1378, biênio por ela passado em tal cidade como embaixatriz do Papa, em missão de paz. Veja-se Vida de Santa Catarina de Sena, Pau aulu lus, s, p. 74. 74. Dois Dois irm irmãos ãos Cani Canigi gian anii (Barduccio e Ristoro) tornaram-se discípulos seus. Ristoro, a quem é dirigida esta carta, era advogad ado o e
chegou a ocupar o cargo de Magistrado da Justiça e Prior das Artes. Escrevendo a Cata Catari rina na,, de deve ve te terr-se se quei queixa xado do da das s dificuldades e ofensas sofridas no dese de semp mpen enho ho de sua sua fu funç nção ão.. Cata Catari rina na responde elogiando sua boa vontade em perdoar e dá ao filho espiritual muitos conselhos.
de, para receber o prêmio do vosso esforço. Confio na grande bondade de Deus, que de tal modo vos fortalecerá, que demônio ou criatura alguma consiga fazer-vos fazer-vos retornar ao que foi vomitado (2Pd 2,22). Conforme o que me escrevestes, parece-me que tivestes um bom começo. Dizeis, em primeiro lugar, que perdoais todos aqueles que vos ofenderam ou quiseram ofender-vos. Tal atitude é muito importante, se desejais ter Deus na alma pela graça e ter paz mesmo no mundo. De fato, quem odeia encontra-se sem Deus e em estado de condenação. Tal pessoa saboreia já nesta vida as arras do inferno: vive remoendose intimamente, desejando vingar-se, vingar-se, sempre com medo. Ao pretender matar o inimigo, ela já se matou: matou a própria própria alma com o punhal do ódio. As pessoas que pensam ter matado seus inimigos, a si mesmas mataram. Mas quem de fato perdoa por amor de Cristo crucificado, possui a paz e a quietude, sem nenhuma perturbação. Em sua alma morreu a ira, fonte da inquietação. Deus, o remunerador de todo o bem, concede-lhe sua graça agora e a vida eterna depois. Nossas palavras são incapazes de descrever a alegria e a paz da consciência dessa alma. O próprio mundo honra muitíssimo quem, por amor à virtude e por grandeza de alma, não deseja nem procura vingar-se vingar-se dos seus inimigos. Convido-vos, pois, e incentivo a que persevereis no santo propósito. 3.
Riqueza, poder e amor aos pobres
Em sã consciência, podeis pedir (a Deus) e proc procur urar ar ter ter prop propri ried edad ades. es. A posse posse é lícit lícita a para quem o quiser ser. Assi ssim, ninguém é obrigado a despojar-se dos seus bens mais do que o exige a caridade. Mas quem desejar fazê-lo agirá com maior perfeição, assim como não aspirar ao episcopado,' '"Aconselhamos o leitor a estudar com mais ais pro profu fun ndida didade de o pe pen nsam samen ento to de
Catarina sobre os prelados ■ autoridades autoridades do seu tempo em O Diálogo, Paulus, pp. 247ss. não morar em palácios. Quanto a vós, é bom que que perm perman aneç eçai aiss paci pacifi fica came ment nte e em voss vossa a casa. Naquelas situações, a pessoa se deixa envolver. Somos todos fracos e muitas vezes nos nos envo envolv lver erem emos os em situa situaçõ ções es injus injusta tass e contrárias à razão. Uns por soberba, outros por desejo desejo do dinhei dinheiro ro.. Afast Afastaiai-vos vos,, pois, pois, dessas dessas cois coisas as.. Mas Mas uma cois coisa a vos digo igo: quan uando apar aparec ecem em home homens ns e mulh mulher eres es indi indige gent ntes es,, bem-intecionados, mas desprotegidos por não dispo-rem de dinheiro, seria grande louvor a Deus aplicar-se em seu favor com o afeto da caridade. Quem o fizer imitará Santo Ivo,' 0 1 que no seu tempo foi o advogado dos pobres. Recordai-vos Recordai-vos de que a compaixão para com os pobres e a partilha com eles daquilo que Deus vos deu são coisas muito agradáveis ao Senhor e úteis à salvação. Por isso disse diss e São Gregório 2 ' que é impossível um homem com-passivo perecer eternamente. Todas essas coisas me agradam muito e peço-vos que as façais. 4. Pensar na morte e viver com simplicidade Em tudo o que fizerdes, olhai para Deus. E quando quando a sensib sensibilid ilidade ade desord desordena enada da quiser quiser desistir do bom propósito, dizei a vós mesmo: "O minha alma, pensa que Deus olha para ti e vê o oculto do teu coração. Es mortal, deves morrer e não sabes quando. Um dia terás de dar conta a Deus de tudo o que fizeres. Ele é o juiz que pune toda culpa e recompensa toda boa boa ação". ação". Refrean efreando do assim assim a sensib sensibili ilidad dade, e, ela não fugirá agindo contra a vontade divina. 71 Sa San nto Ivo Ivo nasce asceu u na Bre Breta tanh nha a em 1253 1253.. Estu Estudo dou u as arte artes s libe libera rais is,, dire direiito, filosofia e teologia em Paris. Orde Ordena nado do sace sacerd rdot ote, e, foi foi nome nomead ado o juiz juiz eclesiástico pelo seu bispo. E considerado patr pa tron ono o e mode delo lo dos dos home homens ns da lei. lei. Morreu
em 1303 e seu corpo está sepultado na cate catedr dral al de Tregu reguie ierr (Bre (Breta tanh nha, a, Franrança). a). Esta Esta cita citaç ção de San anto to Ivo Ivo reve revela la como como era era gran grande de a cultu cultura ra reli religio giosa sa de Santa Catarina de Sena. 72 Trata-se rata-se de São Gregór Gregório io Magno, Magno, papa nos anos 590-604. Um ponto em que deveis trabalhar, é dar a Deus De us repa repara raçã ção o em qual qualqu quer er cois coisa a que que vos vos parec arecer er tê-l tê-lo o ofen ofendi dido do.. E isso isso o mais mais logo logo possível, para aliviar a consciência ou remediar prej prejuí uízo zoss dado dados, s, ou por por ofen ofensa sass come cometi tida dass cont contra ra pess pessoa oas. s. Fazei azei voss vossa a famí famíli lia a pedi pedirr perdão a todos, a fim de que pemaneçais no amor ao próximo. Vendei as vestes que tendes como supérf supérflua luass e de luxo. luxo. Tais coisas coisas,, caríssi caríssimo mo irmão, são prejudiciais e levam o coração à vaidade e ao orgulho, por julgar-se superior e acima dos outros, vangloriando-se 1 erradamente. São Bernardo'' dizia que não fica bem haver membros delic licados sob uma cabeça eça coroada de espinhos. Vesti sti-vos confor conforme me o necessá necessário rio,, honest honestame amente nte,, sem desor desorden denado ado luxo. luxo. Desse Desse modo modo agrada agradare reis is a Deus. E fazei que vossa esposa e os filhos façam o mesmo smo, de acordo com a vossa ssa condição. Sede para eles a norma e o exemplo, como pai que deve educá-los com conselhos e exemplos. 5. Vida matrimonial, social e religiosa Outra coisa! Vivei o estado estado matrimonial matrimonial no temor de Deus. Freqüentai o Sacramento (da Eucaristia) com respeito e não desor desorden denada adamen mente. te. Nos dias dias prescri prescritos tos pela pela santa Igreja comportai-vos dignamente, como pesso ssoas dota dotad das de raz razão e não como como os irracionais. Assim fazendo, vós e vossa esposa, como árvores boas, produzireis bons frut rutos.A s.Agireis eis bem ao recusar encargos (pol (polít ític icos os?) ?);; nele neles, s, são são pouc poucos os os que que não não pecam. Nem vos agrade falar neles. Deixai os mortos sepultar seus mortos (Mt 8,22)! Com liber-
74
3 São Bernardo (1090-1153) foi pregador, escritor, político, conselheiro de papa pa pas s e reis, reis, mong monge, e, "a pe pers rson onal alid idade ade mais mais empo empolg lgan ante te do seu seu sécu século lo"" (dom (dom Servílio Conti). Escrevendo à esposa de Ristoro Canigiani (carta n 279), Catarina é mais explícita e lhes aconselha ■ continência matrimonial: "A alma que se encontra na caridade perfeitíssima ama o perfume da continência... Como seria um doce sacrifício, agradável a Deus, se vós, filho e filh filha a carí caríss ssim imos os,, vos vos ofer ofereo eoês êsse seis is a Deus com esse dulcíssimo e suave perfume... seguindo o estado angélico". dade de coração, esforçai-vos por agradar a Deus amando-o de todo o coração, amando o próximo ximo como como a vós mesmo esmo e evit vitando ando o mundo com seus prazeres. Lembrai-vos sempre dos benefícios divinos, especialmente do sangue (de Cristo) derramado por nós numa grande chama de amor. Para conser servar a graça e cresce scer na virtude, virtude, ocorre ocorre confessar confessar-se -se freqüent freqüentement emente, e, conforme o decidirdes, para lavar o rosto da alma no sangue de Cristo. Embora manchemos nossa alma cada dia, confessai-vos pelo menos uma uma vez vez por por mês. mês. Se mais mais veze vezes, s, melh melhor or.. Menos vezes, penso que não convém. s
6. Outros conselhos Ouvi com amor a Palavra de Deus; a seu temp tempo, o, alca alcanç nçar arem emos os a paz paz com com nosso nosso Pai. ai. Comung Comungai ai nas Soleni Solenidad dades es pascai pascais; s; ou pelo pelo menos uma vez por ano. Recitai com prazer a "Liturgia das Horas" e participai diariamente da santa missa. Se não for possível todos os dias, procurai fazê-lo nos dias prescritos pela santa Igreja, como é nosso dever. E necessário não vos afastar da oração. Pelo contrário, em horas certas e prede predeter termin minada adass confor conforme me a possibi possibilid lidade ade,, 75 dedicaidedicai-vos vos ao autoconhec autoconheciment imento, o, à cons consiideração das faltas cometidas contra Deus e de como é grande a bondade divina, que tanto faz
e faz por nós. Com a inteligência iluminada pela pela luz luz da fé, fé, refle efleti ti como como De Deus us nos nos ama ama inefavelmente no sangue do seu Filho unigênito. Se ainda não o fazeis, peço-vos que reciteis diariamente o Ofício da Virgem (Maria), para que que ela ela seja seja vossa vossa cons consol olaç ação ão e advo advoga gada da junto a Deus. Organizai Organizai vossa 76 O "autoconhecimento" ou a "cela do coração" (veja-se a carta "A um monge irrequieto") constitui como que a pedra angular da espiritualidade de Catarina. vida vida,, eu vo-l vo-lo o peço peço.. No sába sábado do,, jeju jejuai ai em honra de Maria. E nunca deixeis de jejuar nos dias prescritos pela santa Igreja; só mesmo por impossibilidade. Evit Evitai ai as reun reuniõ iões es inco inconv nven enie ient ntes. es. Vive Viveii ordenadamente, como convém a uma pessoa que não quer fazer do próprio estômago o seu deus (cf. Fl 3,19). Alimentai-vos na medida do necessário, não somente por prazer. De fato, é impossível que se conserve sem pecado quem é desordenado no comer. Tenho certeza de que a infinita bondade divina, nesse e em outros assuntos, vos ajudará a encontrar a medida necessá ssária para a vossa salvação. Pessoalmente rezarei e farei rezar, para que Deus vos dê a perfeita perseverança até o dia da morte e vos ilumine sobre o que deveis fazer para vossa salvação. 7. Conclusão Nada Nada mais mais acr acrescen escento to.. Perma ermane nece ceii no santo e doce amor de Deus. Jesus doce, Jesus amor!
24. GOVERNO E JUSTIÇA (Carta n 9 358 a André Vanni)
51.
Saudação e objetivo
Em nome de Jesus Cristo crucificado e da bondosa Maria, caríssimo filho no doce Cristo Jesus, eu, Catarina, serva e escrava dos servos de Jesus Cristo, vos escrevo no 76 i».
seu seu prec precio ioso so sang sangue ue,, dese desejo josa sa de ver ver-vos vos governante bondoso e justo, para a realização da glória ria divina e do vosso sso desej sejo bom, conforme vos foi dado por Deus na sua misericórdia. 52.
Governar-se Governar-se antes de governar
Pelo que sei, a única maneira de governar os outros é governar bem a própria pessoa. Quem bem dirige a si 76 André Vanni, pintor e político, era um dos grandes amigos e discípulos de Catar Catarin ina. a. Como Como pinto pintorr, de deix ixou ou-n -nos os um retrato de S. Catarina de Sena, feito por volta de 1367. que se encontra na igreja de São Domingos, em Sena. Uma reprodução desse quadro pode ser vista na capa do livro: Vida de Santa Catarina Paulus. Como político, de Sena, participou da vitoriosa revolução popular que derrubou o governo dos "Doze" em 1368, sendo nomeado Defensor da Repú Re públi blica ca.. Em 1373 1373 foi foi gove govern rnan ante te de
Sena,, emba Sena embaix ixad ador or da cida cidade de junt junto o ao papa em Avinhão. E em 1379, supremo magistrado em Sena. mesmo, da mesma forma regerá os outros, pois amará o próximo como se ama. O amor a Deus produz o amor ao próximo, se é perfeito. Também Também o perfeito governo de si faz a pessoa bem governar os demais. E como governa a si mesmo, quem teme a Deus? Da seguinte forma! Com a luz da razão, põe ordem nas três faculdades e assim organiza bem toda a sua vida vida espi espiri rittual ual e corp corpor oral al em todo todo luga lugar, r, enca encarg rgo o e ocasi ocasião ão se enco encont ntre re.. Regra egra sua sua memória, recordando-se dos favores divinos e dos pecados que cometeu contra o supremo Bem; regra a inteligência, conhecendo o amor divino ao conceder-lhe sua graça e os ensi ensina name ment ntos os de De Deus us;; regra egra a vont vontad ade, e, amando a Deus na proporção do conhecimento alcançado. Tal p e s so a compreendeu que devem os homens amar a Deus com todo o coração, com todo o afeto, com todas as forças. Ao notar que a sens sensua ualid lidad ade e proc procur ura a pert pertur urba barr tal tal orde ordem, m, raciocina em sua consciência; percebendo que a perturbação veio do demônio ou da fraqueza pessoal, pronuncia a sentença e a cada um dá o que merece: se a sensualidade agiu mort mortal alme ment nte, e, ela ela mesm mesma a morr morrer erá. á. Com Com a espada do ódio pelo mal e do amor pelo bem, a pessoa corta a cabeça da perversa vontade. Con Confor forme a grav gravid idad ade e da culp culpa, a, com com justiça, semelhante à justiça divina, será corrigida a afeição desordenada da alma. Vou dizer que condenação é aplicada. Se a sen sensua sualidade procura ura posi posiçções sociais, dignida-des e riquezas, a reta razão orie rientará a pessoa soa a desej sejar e quere erer a
simplicidade: não honras, mas pequenez; não riquezas, mas pobreza. Que a pessoa entregue-se a Deus, não a valores do mundo que são sem firmeza e instáveis. Se a sensualidade conduz à imoralidade, a justiça (da consciência) obriga a pessoa a valorizar e viver a pureza. Se vai ao encalço do orgulho, que seja humilde. No lugar da infidelidade, que tenha fé; fé; ao invé invéss de avar avaren enta ta,, sej seja cari carido dosa sa;; substitua o desprezo e o ódio do próximo pela benevolência; a imprudência, pela prudência. Que a pessoa tenha todas as virtudes: eis a sentença, a condenação, que a consciência juiz impõe à alma, como punição ao apetite sensíve ível, desejosa de eliminar o vício cio e decapitar a vontade perversa. Afinal, a consciência questiona a alma e lhe impõe o dever da virtude. Que a razão domine como senhora e a sensualidade seja a serva." Por tal maneira, rende-se a Deus o devido louvor e ao próximo o amor-caridade. amor-caridade. 3. Importância da Eucaristia Tudo Tudo isso acontece na cela do coração, na cela do conhecimento de si e do conhecimento da presença de Deus em si. Ali se julga o próximo com a medida que a alma quer ser julgada; purifica-se da mancha do pecado no sangue de Cristo, pela confissão; alimenta-se com o corpo e o sangue de Jesus Cristo, no sacramento (da Eucaristia), em conformidade com a obrigação de cada fiel, pelo menos uma vez por ano. Quem desejar comungar mais vezes, pode fazê-lo. Menos, não. Ninguém, por motivo algum, seja ele justo ou pecador, pode deixar a comunhão anual. Se algum, pecador,
não estiver em boas disposições, disponha-se. Se for for just justo o, não deix deixe e de com comunga ungarr por por hum^dade, dizendo: "Não sou digno de tão grande mistério. Quando ficar digno, comungarei". Não se deve agir assim. Ninguém, jamais, deve pensar que é digno de comungar mediante as próprias forças. No dia em que pensasse isso, por tal motivo já seria indigno, pois estaria envolvendo sua soberba com o manto da humildade. Somente Deus é capaz de tornar-nos tornar-nos dignos. E pela sua 77 Na tradução conservamos a palavra "sensualidade "sensualidade", ", usada por S. Catarina. O termo quer ind indicar a sensibili ilidade human humana, a, o ap apet etite ite sens sensív ível el,, com com uma uma cono conota taçã ção o de te tend ndên ênci cia a pa para ra o que que é menos reto. dignidade que comungamos. Há duas mane maneir iras as de comu comung ngar ar:: exte exterio riorm rmen ente te (na (na Hóst Hóstia ia)) e espir spirit itu ualme alment nte, e, pelo elo san santo e ardente desejo. Este desejo deve existir não apenas no momento da comunhão (exterior), mas em todo tempo e lugar, como um alimento que produz a vida da graça na alma. 4. Governar é preservar a justiça Tudo Tudo o que ficou dito procede da justiça, esta estabe bele leci cida da nas nas três três facu faculd ldad ades es da alma alma.. Quem Quem a possu possui, i, tran transm smit itee-a a aos aos outr outros os nas nas orações, nas palavras e na santidade da vida. Se for for um governante, cumprirá irá a lei e obrigará os súditos a cumpri-la. Zeloso pela justiça, punirá os deso-bedientes. Da mesma maneira que reprimiu em si as tendências do apetite sensível, que se rebelavam ante a lei divina, o governante o fará com os súditos. Punir unirá á quem quem deso desobe bede dece ce à lei lei civi civill e aos aos demais demais prece preceito itoss e diretri diretrizes zes,, devida devidamen mente te
estabelecidos pelos legisladores e pelos que gove goverrnam. am. Maio Maiorr ou meno menorr será será a pen pena, conforme os preceitos da razão e as normas da justiça. A aplicação da justiça não pode ser cont contam amin inad ada a ou dimi diminu nuíd ída a pelo pelo medo medo da morte corporal, por ameaças ou lisonjas, pelo desejo de agradar a pessoas ou receber compensaç pensações ões materi materiais. ais. A aplica aplicação ção da justiç justiça a não não perm permit ite e que que se vend vendam am a honr honra a e os corpos humanos em troca do dinheiro, como fazem pesso ssoas que vivem na injusti stiça, privados de toda a ordem ou luz da razão. Pelo contrário, o governante justo, na medida dos seus poderes e de suas obrigações, procura a glória de Deus, a salvação da própria alma e o bem bem comu comum m de todo todoss ("il ("il bene bene univ univer ersa sale le d'o d'ogni gni per persona sona") ").. Quanto anto lhe lhe é poss possív ível el,, acon aconsel selha ha desi desinn-ter teres essa sada dame ment nte e e most mostra ra qual é a verdade. Eis o que um governante deve fazer, para conservar a si mesmo e uma cidade na paz, para manter a santa justiça. De fato, foi
unicamente pela ausência da justiça que nos vieram, e vêm, tantos males. 5. Conclusão Eis o motivo por que, desejosa de ver-vos governando a nossa cidade na ordem, tendo a justiça em si mesmo e conservando-a na sociedade, disse acima que ansiava por vervos vos como como gove govern rnan ante te justo justo e perf perfeit eito. o. Em qualquer estado de vida, quem não pratica a justiça a partir de si mesmo jamais conseguirá apli aplicá cá-l -la a nos nos outr outros os.. Conv Convid idoo-vo vos, s, pois pois,, e quero que com todo o empenho ordeneis a vossa vida, para realizar com perfeição o que Deus De us vos vos pede. ede. Em tudo udo o que que fizer izerd des, es, mantende sempre Deus diante dos olhos, com muita humildade, de modo que Ele seja em vós glorificado. Permanecei no santo amor de Deus. Jesus doce, Jesus amor!
25. NA POLÍTICA, JUSTIÇA É O NOME DO AMOR (Carta nQ 377 aos governantes de Florença)
53.
Saudação e objetivo
Em nome de Jesus Cristo crucificado e da amável Maria, caríssimos irmãos e meus senhores no doce Cristo Jesus, eu, Catarina, serva e escrava dos servos de Jesus Cristo, vos escrevo no seu precioso sangue, desejosa de ver-vos ver-vos enlaçados e unidos pelo vínculo da caridade. A A justiça nasce do amor 54.
O vínc víncul ulo o da cari carida dade de é tão tão fort forte, e, que que nenh nenhum um demô demôni nio o e cria criatu tura ra o cons conseg egue uem m romper. O que o homem une através de um amor verdadeiro torna-se inseparável. 78
78 De janeiro a março de 1378, Catarina Catarina vai a Florença a pedido do papa Gregório XI para negociar a paz com o governo (Oito da Guerra). A cidade está divi dividi dida da em guel guelfo fos s (fav (favor oráv ávei eis s à pa paz z com Roma e amigos de Catarina) e guibel guibelino inos s (contr (contrári ários os à paz e inimig inimigos os de Catarina). No dia 27 de março morre o papa Gregório XI e é eleito para substituí-lo o papa Urbano VI. As dificu dificuldad ldades es partidá partidárias rias se acirram acirram em
Florença e numa sublevação os guibelinos quase matam Catarina. No dia 23 ou 24 de julho ela deixa a cidade, após escrever aos Oit Oito da Guerra a presente carta, que lhes foi enviada ao que que pa pare rece ce da cida cidade de de Se Sen na, onde nde Catarina acrescentou as últimas linhas.
Amor é união. Não é capaz de a destruir o mundo, com seus enganos, fraudes, murmurações e infâmias; não o demônio, com sua astúcia ou diversificadas e sutis falácias. Muitas vezes o diabo se instala na língua dos home homens ns e os leva leva a acus acusar ar o pró próximo ximo em palavras, palavras, com a única finalidade finalidade de afastá-los afastá-los dos vínculos do amor. Nada pode, igualmente, a sensualidade da carne, quando a razão não aprova seus desvios. Quem está unido pelos laços do amor-caridade combate virilmente o mundo,79 nunc nunca a é venc vencid ido, o, semp semprre venc vence, e, porque Deus, suprema e eterna fortaleza, está na sua alma pela graça. Qualquer seja seu estado tado de vida vida,, tal tal pess pessoa oa viri virilm lmen ente te ama ama a virtude, conserva-se estreitamente vinculada ao pró próximo ximo pelo pelo suav suave e laço laço do amor, mor, da caridade. Sendo súdito, observa os Mandamentos e a lei civil, nunca desprezando os preceitos e leis eis do Senhor. Se é um consagrado,*" cumprirá a Regra da sua Ordem até a morte. Se é governante, nele brilhará a pérola da justiça, pois agirá em conformidade com o direito diante de pequenos e grandes, pobres e ricos; não subverterá o conceito de justiça para agradar às pessoas, para ganhar dinheiro ou por interesses pessoais; por não cuidar dos próp própri rios os inte intere resse sses, s, mas mas dos dos inte intere resse ssess de toda a cidade, o governante não olha para ofensas recebidas, guardando ressentimento, mas procura o bem comum. Ajustiça é uma bela virtude, que realiza a paz entre o homem e seu seu Cria Criado dor, r, entr entre e cid cidadão adão e cid cidadão adão.. Ajus Ajusti tiça ça brot brota a da font fonte e do amor amor,, brot brota a da perfeita união que se alicerça em Deus e no homem. Foi medi medita tand ndo o que que a just justiç iça a vos vos é tão tão necessária, sobretudo nos tempos que correm, que afirmei no início da carta estar desejosa de ver-vos ver-vos enlaçados e unidos pe' A palavra mundo vai considerada no sentido bíblico de Uo 5,4. 80 O termo "religioso" usado tradicionalmente para indicar os membros das ordens, está sendo substituído substituído pela palavra "consagração "consagração", ", que usamos na tradução. 9
los vínculos da caridade. Pois não há outra maneira de realizardes os vossos desejos. 3.
Começar pela reforma dos corações
Desej sejais refor formar vossa cidade (de Florença). Mas digo-vos que tal desejo jamais será realizado, se não procurardes eliminar o ódio e o rancor dos corações, bem como o egoísmo. Isto é, não deveis pensar só em vós mesmos, mas no bem de toda a cidade. Peçovos, então, por amor de Jesus Cristo crucificado: para o vosso bem, não procureis colocar no governo pessoas preferidas, mas homens virtuosos, sábios e discretos, os quais — guiados pela razão — promovam a necessária ordem, a paz interior que confirme a exter exterior ior..81 Misericordio Misericordiosament samente e concedida concedida por Deus, essa paz reconciliará os filhos com o pai (o papa), acolhendo-os no redil da santa Igreja. Não desprezeis essa grande possib possibilid ilidade ade,, que receb recebest estes es de Deus Deus após após muitas lágrimas e contínua oração dos servidores do Senhor, 82 não por merecimento, mas pela chama do amor divino que não despreza a oração e os anseios dos seus filhos. Afirmovos que, se não for fordes gratos a Deus, o Criador, terminará secando-se a fonte da compaixão! Suplico-vos, pois. Na medida das vossas for forças, ças, proc procur urai ai demo demons nstr trar ar grat gratid idão ão (ao (ao Papa), obter (dele) a celebração da Missa e a absolvição (da excomunhão), de maneira que seja permitida a recitação do Ofício (das Horas) em louvor a Deus e a realização de uma devota procissão. Desse modo, serão expulsos e lig ligado ados pela pela doce doce corr orrent ente do amor amor os demônios que invadiram a cidade e destruíram nas pessoas a luz e o reto conhecimento. Ao Paz interior é a paz do coração de cada pessoa; paz exterior era o fim da KUerra de Florença contra Roma. 82 Servidores do Senhor são os discípulos de Catarina. invés de nos prejudicarem, nós os prejud prejudicar icaremo emos. s. Por Por tal forma, forma, reali realizar zareis eis o
voss vosso o e o meu meu dese desejo jo de refo eformar mar vossa ossa cidade e conservada na verdadeira e perfeita paz. 55.
Em seguida, unir os cidadãos
Todavia, Todavia, se (na cidade) cada um um quiser que prev preval aleç eça a a próp própri ria a opini pinião ão,, com com pouca ouca sabedo sabedoria ria,, nada nada consegu conseguir ireis. eis. Não havend havendo o união, união, ningué ninguém m conseg consegue ue manter manter a própr própria ia casa. Quanto mais uma cidade como a vossa. Os florentinos querem homens (de governo) maduros, capacitados, não crianças. Agi desse modo modo.. Procur ocurai ai cons conser erva varr os cida cidadã dãos os na cidade, não os expulseis. A saída deles jamais fez fez bem bem a Flor Floren ença ça,, que que cons consid ider ero o minh minha a cidade. 56.
Catarina deixa Florença com tristeza
Alcance-me o perdão (de Deus) a dor que sinto por ver a cidade (de Florença) em tão grande dificuldade. Eu não pensava em vos escr screver. Queria ria falar-vos de viva voz, desejando honrar a Deus e ajudar-vos. Queria faze fazerr-vos -vos uma uma visi visita ta e fest festeja ejarr conv convos osco co a pacificação (com Roma), em prol da qual tanto me fatiguei na medida do possível à minha pouca virtude. Se dispusesse de mais forças, mais teria feito. Acabados os festejos e após ter agradecido a Deus e a vós, era minha intenção viajar e retornar a Sena. Mas vejo que que o demô demôni nio o seme semeou ou inju injusta stame ment nte e nos nos corações (dos florentinos) grande ódio contra mim. mim. Ache Acheii melh melhor or não não acre acresc scen enta tarr ofen ofensa sa sobre ofensa. Isso aumentaria a ruína. Pela graça divina deixei a cidade e peço a Deus que pacifique, una e entrelace vosso ssos corações, de uns e de outros, pelo vínculo da caridade, de maneira que nenhum demônio ou criatura vos possa separar. Até o dia da minha morte, de boa vontade farei tudo o que me for possí possíve vell para para a voss vossa a salv salvaç ação ão,, apes apesar ar da ação ação (con (contr trár ária ia)) dos dos demô demôni nios os visí visíve veis is e invis invisív ívei eis, s, que que proc procur uram am impe impedi dirr qual qualqu quer er desejo santo. Retiro-me consolada, porque se realizou quanto colocara no coração ao entrar
na cidade, ou seja: de não me retirar, mesmo a preço de minha morte, enquanto não vos enxergasse como filhos pacificados com o pai (o Papa), pois percebia o perigo e o prejuízo que corriam vossas almas e corpos. Vou-me embora dolorosa e triste, deixando a cidade muito amargurada. Todavia o eterno Deus me consolou num ponto 83 e consolar-me-á quando os vir pacificados num Estado bom, sólido e perfeito. Podereis então agradecer e louvar a Deus, livres do estado de guerra. Espero que Deus, em sua clemência, olhe misericordioso para para os dese desejo joss dos dos seus seus serv servid idor ores es e os realizará. 6. Conclusão
Nada Nada mais mais acre acresc scen ento to.. Perma ermane nece ceii no santo e doce amor de Deus. Jesus doce, Jesus amor!
83 Este Este pa pará rágr graf afo o pa pare rece ce te terr sido sido escrito em Sena, após o tratado de paz firmado em Roma entre os embaixadores de Flo Florenç rença a e os repr repres esen enta tant nte es do papa, no dia 29 de julho. 26. CONSELHOS AO PAPA (Carta n 9196 a Gregório XI, papa)
57.
Saudação e objetivo
Em nome de Jesus Cristo crucificado e da bondosa Maria, santíssimo e reverendíssimo pai em Cristo Jesus, eu, Catarina, indigna e mísera fdha vossa, serva e escrava dos servos de Jesus Cristo, Cr isto, vos escrevo no seu precioso sangue, desejosa de Jesus, o guerreiro do amor ver-vos bom pastor. pa stor. Jesus, 58.
Meu doce Pai! Ao ver que o lobo rouba vossas ovelhas e não há quem cuide delas, recor corro a vós como nosso sso pai e pasto stor, pedi pedind ndoo-vo voss em nome nome de Jesu Jesuss Crist Cristo o que que façais como Ele. Para libertar a humanidade, ovel ovelha ha extra xtravi viad ada, a, das das mãos mãos do demô demôni nio, o, numa chama ardente de amor Ele 84
84 O papa Gregório XI (1370-1378) (1370-1378) era um grande amigo e admirador de Catarina. Isto explica a grande simplicidade com que Catarina lhe fala nas 14 cartas a ele escritas. Esta missiva é de data incerta, mas anterior ao mês de janeiro de 1377, quando o papa voltou, a Roma. Corajosamente, Catarina abo ab orda rda três três assu assunt ntos os at atu ualís alíssi sim mos e candentes: o perdão do papa aos florentinos, a volta a Roma e a realização da cruzada. se entregou à morte na cruz. De fato, a humanidade se revoltara contra Deus Pai e os demô demôni nios os retin etinha ham m os homen homenss como como seus. seus. Vind indo ao mund mundo, o, De Deus us viu viu o mal, al, a concondena denaçção e a ruín ruína a da ovel ovelha ha human umana; a; e, também, que não poderia libertá-la com a ira e a guerra. Mesmo ante as injúrias da ovelha rebelde e desobediente, a eterna e suprema Sabedoria não agiu assim. Procurou o modo mais mais cari carinh nhos oso, o, tern terno o e amor amoros oso o poss possív ível el.. Consciente de que o amor é a realidade que mais atrai o coração humano, escolheu amar. Essa é a razão por que Deus tanto ama. No seu corpo e na sua alma, Jesus foi somente amor. Por amor Deus Pai nos criou à sua imagem e semelhança. Por amor o pai e a mãe dão vida aos filhos na geração. Já que o amor atrai assim o homem, corretamente o Pai lhe atirou
o anzol do amor, na pessoa do Verbo, o Filho unigênito, que assumiu nossa natureza para esta estabe bele lece cerr a gran grande de paz. paz. Ajus Ajusti tiça ça exigi xigia a castigo para a injúria cometida contra o Pai, mas o que veio foi a misericórdia divina, foi o inefável amor. E para dar satisfação ajustiça e cumprir a misericórdia, o Pai condenou o Filho à morte, revestido da nossa humanidade, na massa adâmica que o ofendera. A morte de Jesus aplacou a ira do Pai, pois na pessoa de Jesus ajustiça ajus tiça se cumpriu. Satisfez-se ajustiça, cumpriu-se a misericórdia. E o gênero humano foi retirado das mãos do diabo. No torneio da morte contra a vida e da vida contra a morte, o bondoso Verbo lutou nos braços da santa cru cruz. Sua mort orte destr estru uiu a noss nossa a mort morte; e; destrui destruindo ndo a vida vida corpor corporal, al, deu-no deu-noss a vida. vida. Assim, pelo amor Deus nos atraiu a si. Venceu nossa maldade pela benignidade. Oxalá todos os corações se deixassem atrair! Ao dizer que maior amor não poderia mostrar por nós, do que dar a vida como a amigos, Ele elogiava tal amor. Mas que diremos do amor ardente e sublime de quem deu a vida por inimigos? Pois mediante o pecado, éramos inimigos de Deus De us.. O amo amoroso oso Verbo erbo!! com com que que amor mor procuraste a ovelha, com que amor
morreste ste por ela e a coloc locaste no redil perdido, conceden-do-lhe a graça! 59.
Como conquistar os florentinos?
O meu bondoso e santo pai! Não vejo outra outra maneir maneira a para para recon reconqui quista starde rdess vossas vossas ovelhas desobedientes e insu-bordinadas, ins u-bordinadas, que deixaram o redil da santa Igreja. Em nome de Jesus crucificado eu vos peço e quero que useis de misericórdia. Vencei a malícia com a benignidade. O pai, nós vos pertencemos. Sei que o povo está consciente que agiu mal. Justificação não havia para seu comportam portament ento, o, mas as pessoa pessoass achava achavam m que não podiam agir de outro modo, por causa dos muitos sofrimentos, injustiças e maldades que que supo suport rtav avam am da part parte e dos dos pasto pastorres e gove govern rnan ante tes. s. De Devid vido o à vida vida desr desreg egra rada da de muitos muitos respo responsá nsávei veis, s, demôn demônios ios encar encarnad nados os como vós sabeis, as pessoas tiveram medo e agiram como Pilatos, que, a fim de não perder o cargo, matou Jesus. Foi o que fizeram. Para cons conser erv var a posiç osição ão,, pers perseg egui uira ramm-vo vos. s. Imploro vossa misericórdia para eles, pai. Não olhe olheis is a mald maldad ade e e o orgu orgulh lho o dos dos voss vossos os filh filhos os.. Conc Conced edei ei a paz aos aos filh filhos os que que vos vos ofend fender eram am,, usan usando do a isc isca do amo amor e da bond bondad ade. e. E corr corrig igi-o i-oss medi median ante te um suav suave e castigo, conforme vos agradar. O doce Cristo na terra! Em nome de Jesus, que está no céu, eu vos vos digo digo:: se agir agird des sem sem vio violên lência cia e temp tempes esta tade de,, todo todoss virã virão o arre arrepe pend ndid idos os da ofensa cometida e depositarão a cabeça no vosso peito. Vós sereis feliz e nós também, pois mediante o amor tereis reconduzido ao redil da santa Igreja a ovelha tresmalhada. 60.
A cruzada e o retorno a Roma
Se agirdes dessa forma, meu doce pai, reali realizar zareis eis vosso vosso desejo desejo santo santo e a vontad vontade e divina da Cruzada. Em nome de Deus eu vos conv convid ido o a reali ealizzá-l á-la quan uanto ant antes, es, sem sem demora. Todos dela participarão com grande amor, dispostos que estão a dar a vida por
Cris Cristo to.. O meu meu Deus! eus! O meu quer querid ido o pai! ai! Erguei logo o estandarte da cruz e vereis os lobo loboss se muda mudare rem m em cord cordei eiro ros. s. Paz, az, paz, paz, paz, a fim de que a guerra (entre cristãos) não faça demorar tal acontecimento. Se por por acas acaso o tiver iverd des a inte inten nção ção de ving vingar ar-v -vos os,, faze fazei-o i-o sobr sobre e mim. mim. Dai-m Dai-me e os castigos castigos e tormentos tormentos que vos agradarem, agradarem, até o dia da minha morte. Julgo que foi por meus pecados que muitos erros, muitos inconv inconveni enient entes es e discórd discórdias ias sobre sobrevie vieram ram (à Igreja). Vingai-vos Vingai-vos sobre esta vossa filha como quiserdes. Ai de mim, pai! Morro de tristeza e não consigo morrer... Volta oltai, i, volt voltai ai (a Roma) oma)!! Não Não resis resista tais is à vont vontad ade e divi divina na,, que que vos vos cham chama. a. Ovel Ovelha hass esfa esfaim imad adas as espe espera ram m voss vosso o retor etorno no,, para para ocupardes e tomardes posse da sede do vosso antecessor, São Pedro. Como representante de Cristo, deveis estar no lugar que que vos vos pert perten ence ce.. Vinde, inde, pois pois,, vind vinde e sem sem demo demora ra!! Criai Criai cora corage gem, m, sem sem medo medo de que que algo algo aconte aconteça, ça, pois pois Deus Deus estará estará convos convosco co.. Humi Humild ldem emen ente te peço peço a voss vossa a bênç bênção ão.. Para ara mim e para todos os meus filhos. E suplico que perdoeis a minha presunção. 5. Conclusão Nada Nada mais mais acre acresce scent nto. o. Perma ermane nece ceii no santo e doce amor de Deus. Jesus doce, Jesus amor!
27. CATARINA PACIFICADORA (Carta n Q 230 aos Oito da guerra)
1. Saudação e objetivo Em nome de Jesus Cristo crucificado e da tern terna a Mari Maria, a, carí caríss ssim imos os pais pais e irmã irmãos os em Jesus Cristo, eu, Catarina, serva e escrava dos servos de Jesus Cristo, vos escrevo no seu preci precioso oso sangue sangue,, desejo desejosa sa de ver-v ver-vos os filhos filhos verdadeiros, humildes e obedientes ao vosso pai pai (o papa papa Greg Gregór ório io XI), XI), sem sem jama jamais is vos vos separar dele e tendo verdadeira dor e amargura pela ofensa cometida contra ele. 85
85 Estando a cidade de Florença em guerra com o Estado Pontifício, no mês de ag agos osto to de 1375 1375 fora foram m elei eleito tos s oito oito magistrados para dirigir a luta, sendolhes dado o nome de "Oito da guerra". Eram eles: João Dini, Ricardo Bardi, João Magalotti, André Salviati, Tomás Strozzo, Gucc Gu ccio io Gu Gucc cci, i, Mate Mateus us Sold Soldii e João João de Mone. Tais dirigentes políticos atraíram para a rebelião mais de 30 cidades, na famo fa mosa sa "Lig "Liga a da das s cida cidade des s tosc toscan anas as". ". Quan Quando do o pa papa pa Greg Gregó ório rio XI lanç lançou ou a excomunhão e o interdito sobre Florença aos 31 de março de 1376, o descontentamento do povo e o prejuízo econômico dos comerciantes florentinos obrigaram os "Oito" a procurar a paz com o papa. Pediram eles, então, que Catarina fosse a Avinhão, abrindo camin caminho ho a trata tratativ tivas as de pa paz. z. Como Como os emba embaix ixad ador ores es de demo mora rass ssem em,, Cata Catari rina na enviou aos Oito esta carta. 2. Como obter o perdão do Interdito
Todo Todo ofensor que não demonstra arrependimento da injúria feita não é digno de receber o perdão. Venho convidar-vos a uma autê autênt ntic ica a humi humild ldad ade e de cora coraçã ção o e a não voltardes atrás, mas a dar passos para frente, na caminhada do propósito iniciado, levando-o dia a dia até a perfeição, se é que desejais ser acolhidos nos braços do pai. Como filhos que estavam mortos (Lc 15,24.32), implorareis a vida, e eu, pela bondade de Deus, espero que a receb eceber erei eis. s. Todav odavia ia,, é nece necess ssár ário io que que aceiteis humilhar-vos humilhar-vos e reconhecer os próprios erros. Queixo-me, porém, fortemente de vós, se for verdadeiro o que se diz aqui (em Avinhão), isto é, que estais cobrando imposto dos clérigos.86 Tal coisa seria um grande mal, por dois motivos. Em prim primei eirro luga lugar, r, porq porque ue ofen ofende deis is a Deus. Em boa consciência, não podeis fazê-lo. Seria estar perdendo o sentido de toda virt virtu ude, de, na únic única a preo preocu cupa paçã ção o dos dos ben bens materiais e transitórios, que passam como o vento. Esquecemo-nos de que somos mortais, que dever deveremo emoss morrer morrer,, sem saber saber quando quando!! Grande tolice é perder a graça e dar a morte a si mesmo. Não quero que façais assim. Seria um retrocesso. Bem sabeis que não é digno da glória (eterna), quem age assim. Ocorre perseverar até a morte. Afirmo-vos que não conseguireis a paz, se não perseverardes na humildade, evitando cometer outras injúrias e escândalos contra os ministros e sacerdotes da santa Igreja. Em segundo lugar, digo-vos que seria algo nocivo e mau. Além de ofender a Deus, como ficou dito, seria um prejuízo para a paz. Ao ficar sabendo disso, o Santo Padre iria sentir maior indignação contra vós. Disse-me isso
86 Na realidade, o boato era falso.
ím dos Cardeais que desejam e procuram a pacificação, piando ficou sabendo da notícia: "Não parece que os lorentinos querem a paz. Do contrário, evitariam a me-íor atitude não favo favorá ráve vell ao dese desejo jo do Sant Santo o Padr adre e às radições da santa Igreja". Creio que o Papa diria a mes-na coisa. E com muita razão. Pais ais carí caríss ssim imos os!! Impl Implor oroo-vo voss que que não não impe impeça çais is a gragra-:a :a do Espí Espíri rito to Sant Santo o. Sem Sem vosso osso merec erecim imen ento to,, Ele Ele está stá lisp lispo osto sto a conc conced edêê-la la por por sua sua clem clemên ênci cia. a. També ambém m a mim mim :aus :ausar aríei íeiss gran grande de verg vergon onha ha e ofen ofensa. sa. Outro efeito não >rocede, senão vergonha e ofensa, de quando se diz uma :oisa e se faz outra. Peço-vos que não ajais mais assim. io contrá contrário rio,, demons demonstra traii com palavr palavras as e fatos fatos que desejais i paz, não a guerra. I. O encontro de Catarina com o papa Conversei com o Santo Padre. Por bondade divina e ua, ele me escutou de boa vontade e demonstrou ter um fetuoso amor pela paz, qual pai bondoso, so, esquecido da fensa recebida do filho e confiante no seu arrependimen-o, para perdoar-lhe inteiramente. Nem sou capaz de di-er quão alegre se mostrou. Após conversar com ele du-an u-ante te um long longo o esp espaço aço de temp tempo o, ao conc conclu luir ir o papa papa me liss lisse e que, que, esta estand ndo o as cois coisas as como como eu acab acabar ara a de cont contar ar,, stav stava a dispo sposto a receberer-vos como filhos e a comportar-e como me parecesse melhor. Eu nada mais disse aqui sm Avinhão), nem creio que outra resposta deve ser dada o Santo Padre, até que cheguem os vossos embaixado-es. Admiro-me de que ainda não tenham vindo. Quando hegarem, conversarei com eles e depois irei ao Santo 'adre. Então vos escreverei sobre a situação. Mas vós, om aquelas notícias, estais estr stragando a semente planada. Por amor de Cristo crucificado e dos vossos interes-es, não façais mais assim. 4. Conclusão
Nada Nada mais mais acre acresc scen ento to.. Perma ermane nece ceii no santo e doce amor de Deus. Jesus doce, Jesus amor! Avinhão, Avinhão, no dia 28 de junho de 1376.
28. CONSELHOS AO LEGADO PONTIFÍCIO (Carta nQ 7 a Pedro d'Estaing)
61.
Saudação e objetivo
Em nome de Jesus Cristo crucificado e da amável Maria, caríssimo caríss imo e reverendo pai no bondoso Cristo Jesus, eu, Catarina, serva e escrava dos servos de Jesus Cristo, vos escrevo no seu precioso sangue, desejosa de ver-vos ver-vos ligado pelos laços da caridade, pois fiquei sabendo que fostes nomeado Legado A caridade e a missão do (pontifício) na Itália. A 62.
legado pontifício
Alegrei-me muito com isso, 87 88 após pensar que pode-reis fazer bastante coisa pela glória de Deus e o bem da 8' O pap apa a Gre Gregóri gório o XI (1370 1370-1 -137 378) 8) residia em Avinhão, na França, e governava na va o Pat atrrimôn imônio io de São Ped edro ro,, na Itália, mediante uma legado, com plenos pode podere res. s. Pedro Pedro d'Es d'Estai taing ng,, mais mais tarde tarde nomeado cardeal, era arcebispo quando foi foi nomead meado o lega legado do pon pontif tifício ício,, com com residência residência em Bolonha Bolonha (Itália), (Itália), em 1372. Cipião Ammirato o chama de "homem de gran grande de cora coraçã ção o e gran grande de sabe sabedo dori ria" a".. Sua Su a nome nomeaç ação ão trou trouxe xe gran grande de aleg alegri ria a para Catarina, a qual — ao que parece — ) conhecia pessoalmente; pelo menos, estava a par de suas boas disposições, lambem quanto à realização da cruzada. 88 Augusta T. Drane, na sua História de Santa Catarina de Sena e dos (ed. em itali italian ano) o) pe pens nsa a •ompankeiros (ed.
que o legado tenha visitado Catarina em
santa Igreja. Mas sem o amor-caridade nada conseguireis. Eis a razão por que disse estar dese desejo josa sa de ver ver-vos vos liga ligado do pelo peloss laço laçoss da cari carida dade de.. Bem Bem sabe sabeis is que que sem sem a cari carida dade de,, nenhum bem ou utilidade se pode realizar no plano da graça. A caridade é o laço que une a alma ao Criador. Ela une Deus ao homem e o homem a Deus. Foi a infinita caridade que reteve o Filho de Deus no madeiro da cruz. Ela harmoniza os discordantes, reúne os separados, enriquece os pobres de virtude. De fat fato, é a cari carid dade ade que viv vivi-fi i-ficca toda todass as virt virtud udes es.. A cari carida dade de traz traz a paz, paz, afas afasta ta as guerras, dá paciência, fortaleza, perseverança na práti ráticca do bem bem. A carid aridad ade e jama jamaiis se cansa, jamais se afasta do amor a Deus e ao pró próximo ximo por por caus causa a de sofr sofrim imen ento tos, s, maus maus trat ratos, injú injúri rias as,, caçoa açoad das ou ofens fensas as.. A caridade não se perturba diante das impa impaci ciên ênci cias as,, nem nem ante ante as sat satisfa isfaçõ ções es e consolos do mundo. Quem possui a caridade é forte, não vacila; está alicerçado numa rocha firme, o bondoso Jesus Cristo. Aprendeu com Jesus a amar o Criador, seguindo-lhe os passo assos. s. Em Jesu esus enco encont ntrrou a norma rma e a verdade a seguir, pois Jesus é o caminho, a verdade e a vida (Jo 14,6). Quem lê Jesus no livro da vida (Ap 20,15) vai pela estrada reta e preocupa-se unicamente com a glória divina e a salvação do próximo. Foi assim que agiu o bondoso Jesus: jamais falhou no amor ao Pai e à noss nossa a salv salvaç ação ão.. Aind Ainda a que dian diante te dos sofrimentos, seduções, ingratidões. Perse erseve verrou até até o fim, fim, até até a reali ealiza zaçã ção o da missão dada pelo Pai de remir a humanidade. Foi assi assim m que que Jesu Jesuss glor glorif ific icou ou o Pai e nos nos salvou. Quer Quero, o, pois pois,, que que dess dessa a form forma a est estejai ejaiss ligado ao amor, como discípulo de Cristo, que se tornou vosso caminho, exemplo e norma, mestre da verdade. Quero que vós, autêntico filho e servo remido pelo sangue de Cristo crucificado,
sua casa e conversado longamente com ela. ela. Com Com esta esta cart carta, a, a jove jovem m sene senens nse e inaugura suas cartas de caráter político. trilh rilhei eiss sua suas peg pegadas adas com com viril irilid idad ade e de coraçã coração o e total total disponi disponibili bilidad dade, e, sem jamais jamais recuar diante das dificuldades ou das facilidades. Quero que persevereis até o fim dessa missão, bem como em toda outra que enfrentardes pelo Cristo crucificado. Procurai extirpar as maldades do mundo, os inumeráveis erros que existem, com ofensa ao nome de Deus. Sedento da glória divina e da salv salvaç ação ão dos dos homen homens, s, esfor esforça çaii-vo voss quan quanto to possível para remediar tanta maldade. Tenho certeza de que vós, enlaçado pelo vínculo da cari carida dade de,, usar usarei eiss da lega legaçã ção o receb ecebid ida a do Represen epresentan tante te de Cristo Cristo para para isso. isso. Implor Imploroovos: vos: vinc vincul ulai ai-v -vos os ao amor amor,, uniuni-vo voss a Cristo Cristo crucifi crucificad cado, o, segui segui seus seus passos passos median mediante te as virtu irtud des ver verdad dadeira eirass e reais eais.. Unini-vos vos ao próximo pelo amor. 3. Os males do egoísmo Pai caríssimo! Quero que reflitais comigo no seguinte. Se a nossa alma não estiver despojada de todo o egoísmo e ficar procurando agradar a si mesma e ao mundo, jamais atingiremos a caridade-amor caridade-amor.. São realidades que se excluem. O egoísmo ou amor-próprio amor-próprio te separa de Deus e do próximo, ao passo que a caridade te une a eles. Um te dá a morte, o outro a vida; um as trevas e o outro, a luz; este a guerra, aquele a paz. O egoísmo fecha o coração, ali não deixando espaço nem para ti, nem para o próximo; a caridade, pelo contrário, alarga teu coração para acolher a todos, amigos e inimigos. Eis a pessoa que se veste de Cristo e o segue. O egoísmo é infeliz. Ele expulsa a justiça e pratica o que é injusto. O amor-próprio amor-próprio é um amor servil: faz a pessoa deixar de cumprir o próprio dever ante adulações ou temores de perder o cargo. Foi a perversa escravidão e medo que levaram Pilatos a condenar Jesus.
Pessoas assim são injustas. Não praticam a justiça, não vivem ajustiça na virtude e no amor divino. Vivem mal, nos vícios, em tenebroso egoísmo. Eis o tipo de amor que desejo ver inte inteir iram amen ente te afas afasta tado do de vós. vós. Quer Queroo-vo voss alicerçado na caridade perfeita e verdadeira. Quero que ameis a Deus por causa de Deus. Bondade suprema e eterna, Deus é digno de ser amado. E quero que ameis o próximo por causa de Deus, não por interesses pessoais. O meu pai, Legado papal! Quero vervos assim! Um Legado preso ao amor verdadeiro iro e ardente. Eis o que minha alma vos deseja! 4. Conclusão Nada mais acrescent acrescento. o. Fortalece Fortalecei-v i-vos os no bond bondos oso o Crist Cristo o Jesu Jesus. s. Sede Sede esfo esforç rçad ado, o, sem sem negligência, no que deveis fazer. Nisso verei que sois o Legado e quereis ver desfraldado o estandarte da Cruzada. Permanecei no santo e doce amor de Deus. Jesus doce, Jesus amor!
29. CESSEM AS GUERRAS CONTRA O PAPA (Carta n9 28 a Bernabó Visconti)
63.
Saudação e objetivo
Em nome de Jesus Cristo crucificado e da bondosa Maria, reverendo 89 pai no doce Cristo Jesus, eu, Catarina, serva e escrava dos servos de Jesus Cristo, vos escrevo no seu precioso sangue sangue,, desejo desejosa sa de ver-v ver-vos os partic participa ipante nte do sangue do Filho de Deus, como filho criado pelo Pai à sua imagem e semelhança, e como servo remido, a caminhar no amor e no santo temor de Deus. 64.
Tudo passa como o vento
Vós sabeis que não tem parte no Sangue (de Cristo) a pessoa que não ama seu Criador com amor filial. Tal 89 De acordo com os costumes do tempo, Catarina inicia sua carta a Bernabó Visconti, tirano de Milão, com o tratamento de "reverendo", hoje reservado ao clero "um político de prim primei eira ra clas classe se,, au auto tori ritá tári rio o e astu astuto to,, numa mistura de tirania e justiça, crueldade e bondade, jamais contido por escr escrú úpulo pulos s polí políti tico cos s ou | conv convic icçõ ções es religiosas" (Mirot, apud Arrigo Levasti, S. Caterina da Siena, Turim, 1947, p. 171). Amea Ameaça çado do de exco excomu munh nhão ão pe pelo lo pa papa pa Gregório XI em 1373, mandou no mês de deze de zemb mbro ro um mens mensag agei eiro ro a Se Sena na para para conv conver ersar sar com com Cata Catari rina na,, que que ele ele sabi sabia a ser amiga do papa. Catarina aproveitou a ocasião para enviar-lhe uns conselhos.
amor é necessário. Caríssimo pai, que coração existe tão endurecido e obstinado, que não se comova ao pensar na afeição e amor que a Bondade divina lhe dedica? Amai, A mai, amai! Pensai que fostes amado antes de amardes. No seu ínti íntimo mo pens pensam amen ento to,, De Deus us se apai apaixo xono nou u da beleza humana, movido pela chama do seu ines inesti timá máve vell amor amor por por um únic único o moti motivo vo:: o dese desejo jo de que o homem omem cheg chegas asse se à vida vida eterna e gozasse da infinita felicidade, como Ele goza. Oh Amor infinito, revelastes-nos esse amor, do qual o homem se privara ao perder a graça com o pecado (original), na deso desobe bed diênc iência ia com cometid etida a cont contra ra Ti, meu meu Senhor! Considerai (meu) pai, a ação da clemência do Esp Espírit írito o San Santo, to, rest estitui ituind ndo o a graça raça ao homem. Vede como o Deus altíssimo assumiu o estado de servo em nossa natureza, mediante extrema baixeza e profunda humi humild ldad ade e que que conf confun unde dem m nosso nosso orgu orgulh lho. o. Enverg Envergonh onhemem-se se os estult estultos os filhos filhos de Adão! Adão! Em que pensar, a não ser no Deus humilhado pelos homens? Como se o homem fosse dono de Deus e não o contrário! Como se o homem fosse auto-suficiente! Mas, na realidade, tudo o que o homem possui vem-lhe por graça, sem merecimento algum diante de Deus. Quem se conhece não ofende mortalmente a Deus, não se enso ensobe berb rbec ece e por por posi posiçõ ções es soci sociai ais, s, por por dignid dignidade ade pessoa pessoall ou poder poder (polít (político ico). ). Ainda Ainda que que algu alguém ém foss fosse e dono dono do mund mundo o inte inteir iro, o, deveria deveria considerar considerar-se -se um nada, mísera criatura, sujeita à morte. Em tal pessoa, como em todas as outras, são transitórios os prazeres do mundo e se acabam. Tudo, como a vida, a saúde, os bens criados, tudo passa como o vento!
3.
Governai antes a cidade da vossa alma
Parece-me que ninguém pode denominarse e consid siderar-se senhor e dono, no, mas somente administrador. E não um admi admini nistr strad ador or defi defini nitiv tivo, o, mas mas temp tempor orár ário io,, quanto agradar a Deus nosso Senhor. Se me perguntardes: "Então, nesta vida, o homem não possu ssui nenhum sen senhori orio?", eu vos responderei: sim, tem um senhorio. O mais doce, o mais gracioso, o mais forte de todos. O senh senhor orio io da cida cidade de da próp própri ria a alma alma!! Por acaso haverá coisa maior, grandeza maior, do que ser dono de uma cidade na qual se encontra Deus, o Bem total, Fonte de paz, da quie quiettu-de u-de,, de toda toda cons consol olaç ação ão?? De uma uma cidade forte, bem guar-necida, que nenhum demônio ou criatura consegue conquistar sem a sua sua perm permiss issão ão.. Uma Uma cida cidade de que que apen apenas as pode ser destruída pelo pecado mortal, que torna o homem escravo, negação, indignidade. Mas ao menor pecado ninguém nos pode obrigar. Em nossa alma Deus colocou o que há de mais forte: o "sim" e o "não" da vontade. O "sim" do consentimento leva ao pecado na procura do prazer desregrado; pelo "não", a vontade prefere a morte a ofender a Deus e prejudicar a alma. Assim, ela defende a cidade da alma, exerce o domínio sobre si mesma e sobre o mundo inteiro. Zomba do mundo com suas delícias, olha-o como algo corruptível. Mais ainda, como estéreo (Fl 3,8). Por tal motivo dizem os Santos que os serv servid idor ores es de Deus eus são são home homens ns livr livres es e vencedores. Muitos conquistam cidades e castelos, mas sem vencer a si mesmos e os inimigos
pessoa soais, que são o mundo, a carn arne e o demônio. Na realidade, nada venceram. Coragem, (meu) pai, procurai ter o domínio firme da cidade da vossa alma e combater aqueles três inimigos. Desem-banhai a espada do ódio e do amor: amai a virtude e odiai o vício. Usai o braço do livre-arbítrio. E não duvideis: tal braço é forte, forte essa espada. Ninguém os conseguirá vencer. E o que parece afirmar São Paulo, quando diz: "Nem a fome, nem a sede, nem as perseguições, nem os anjos, nem os demônios me afastarão do amor de Deus, se eu não quise uiser" r" (cf. cf. Rm 8,35 8,35-3 -39 9). Como Como é impossível que os anjos me afastem de Deus, assi assim m é impo imposs ssív ível el que alg alguma uma cois coisa a me obrigue ao pecado mortal sem o meu consent sentim imen ento to.. Noss Nossos os inim inimig igos os torn tornar aram am-s -se e impotentes. Para obtermos a liberdade, para sermos livres, o Cordeiro sem mancha aceitou a horrível morte na cruz. Pensai nesse inefável Amor Amor!! Pela ela morte orte,, deudeu-n nos a vida vida;; pela elas ofensas e dores, deu-nos a honra; mediante suas mãos cravadas no madeiro, libertou-nos do pecado; pelo coração aberto, dissolveu a dur dureza eza do nosso osso cora coraçã ção o; despo espoja jad do (da roupa), vestiu-nos; com seu sangue, inebriounos; com sua sabedoria, venceu a malícia do demô demôni nio; o; com com os flag flagel elos os,, supe superrou noss nossa a carne; pela desonra e humilhação, venceu os prazeres e a soberba do mundo; na torrente do seu seu sang sangue ue,, lavo lavouu-no nos. s. Nada Nada deve devemo moss teme temerr. Com Com as mãos ãos desa desarrmada adas, Cris Cristto derrotou os nossos inimigos. Fez-nos Fez-nos livres. 4. Nada façais contra o papa Oh Filho de Deus, bondoso Verbo! Verbo! Deixaste tal sangue no corpo (místico) da santa Igreja e
dese desejjas que que ele ele seja seja distr istrib ibuí uíd do pelo elo teu teu Representante (o Papa)! Deus veio em socorro das necessidades do homem, que dia a dia perde o domínio de si mesm mesmo, o, ofen ofende dend ndo o o Criad Criador or.. De Deus us pôs pôs na Igreja o remédio da Santa confissão, que é eficaz no vigor do sangue. E a oferece não apenas uma vez, mas sempre. Sem juízo é quem deixa (a confissão) para o futuro e age contra contra tal Represe epresenta ntante nte,, 90 que retém as chaves chaves do sangue de Cristo crucificado crucificado.. Ainda que ele fosse um demônio encarnado, jamais devo devo lev levant antar min minha cabe cabeçça con contra tra ele. ele. Sempre devo humilhar-me e implorar misericórdia. E a única maneira de receber ou partic participa iparr dos frutos frutos da Redençã edenção. o. Peço-vos eço-vos que nada façais contra o vosso Chefe. 90 Trata-se Trata-se do papa Gregório XI. Não vos admireis se o demônio, como já o fez, venha pôr uma coloração de virtude no desejo de fazer justiça contra pastores maus e culp culpad ados os.. Não Não acr acredit editei eiss nele nele.. Não Não faça façais is justiça em assuntos que não vos dizem respeito. Nosso Salvador não o quer. quer. Ele afirma que os pastores são seus ungidos (SI 105,15). Deus De us não quer quer que que vós e qual qualqu quer er outr outra a pess pessoa oa faça façais is tal tal just justiç iça; a; Ele Ele a fará fará.. Assim Assim como não convém que um servo assuma a autoridade do juiz para exercer a justiça contra um malfeitor. Seria uma atitude má, porque não toca a ele fazer tal coisa. E se perguntássemos: "E quando o juiz não faz justiça, não é um bem que eu a faça?" Respondo: "Não! Se a fizerdes, sereis castig castigado ado". ". Quem Quem mandar mandar matar matar receb receberá erá a mesma sentença. Alei não perdoará sua "boa" intenção ao matar o malfeitor. No caso de um
juiz que é mau e não faz justiça, nem a lei nem a religião permitem que o substituais; deveis deixar ao Supremo Juiz que o condene. Deus não permitirá que as injustiças e demais faltas fiquem impunes no lugar e tempo oportunos. Sobr Sobret etud udo o na hora hora da mort morte, e, depo depois is dest desta a tene tenebr bros osa a vida vida,, todo todo bem bem será será prem premiad iado o e toda culpa castigada. Digo-vos, pois, pai e irmão caríssimo no doce Cristo Jesus. Deus não quer que vós ou qual qualqu quer er pesso pessoa a seja sejais is justi justice ceir iro o dos dos seus seus ministros. Ele reservou tal função para si e para o seu Representante. Se este se omite, apesar de ser seu dever e estar falhando, humildemente devemos esperar a punição e a correção do Supremo Juiz, o eterno Deus. Até se por tal omissão perdêssemos todos os nosso ssos bens, pois devemos preferir as realidades espirituais e a vida da graça a eles e à vida vida corp corpor oral al.. Os bens bens mate materi riai aiss são são finitos, enquanto a graça divina é infinita e nos propicia um prêmio eterno. Se perdermos a graça, porém, terminamos mal. Refleti! efleti! Embora Embora ajais ajais com boa intenç intenção, ão, nem nem De Deus us nem nem a lei lei divi divina na vos vos escu escusa sarã rão o. Caireis mesmo na condenação eterna. Quero que jamais incidais num tal inconveniente. Afirmo-vos e suplico-vos, da parte parte de Cristo Cristo crucifi crucificad cado: o: nunca nunca mais mais vos emba embara race ceis is ness nessas as cois coisas as.. Possu ossuíí em paz paz vossas cidades, usando de justiça com vossos súditos quando falharem, mas não quanto aos ministr ministros os do precio precioso so sangue sangue.. Outras Outras mãos mãos não vos ministrarão o Sangue, sem o qual não tereis os benefícios divinos. Vireis a ser, então, um membro pútrido, separado do corpo (místico) da Igreja. Oh, nunca mais, meu pai! Com
humi humild ldad ade, e, quer quero o que que comi comigo go recli ecline neis is a cabeça no peito do Cristo do céu pelo amor, e no peito do Cristo da terra, seu Representante, com com respe espeit ito o pelo pelo sang sangue ue de Cris Cristo to,, cuja cujass chaves ele possui. Para quem o Papa abrir a porta, estará aberta; para quem ele fechar, fechada ficará. A ele pertencem o poder e a autoridade. Deles, ninguém o despojará, pois os recebeu do próprio Jesus (Mt 16,19). Refleti que, entre outras coisas mere merece cedo dora rass de casti castigo go e desa desagr grad adáv ávei eiss a Deus, está a punição dada aos ungidos de Deus, por piores que eles sejam. Pelo fato de que Cristo pareça nada ver neste mundo, não penseis que menor será a punição deles na outra outra vida vida.. Quan Quando do suas suas alma almass deix deixar arem em o corpo, Deus lhes mostrará que via tudo. Quero que sejais um membro vivo da Santa Igreja, não não um membr embro o apo apodrec drecid ido o. Receb eceber erei eiss grande força e liberda rdade, que nenhum demônio e criatura poderão destruir. Estareis livre da escravidão do pecado mortal, livre da rebeldia à santa Igreja, robustecido pela graça divina presente em vós. Unido ao vosso pai (o Papa) apa).. Peço-v eço-vos os:: esta estabe belec lecei ei tal tal uniã união o em plenitude, sem perda de tempo. 5. Sede o comandante geral da cruzada Como Como remed emedia iarremos emos o temp tempo o em que que estivestes fora (da Igreja)? Sobre isso, há uma ocasião de realizar uma reparação amorosa e elegante: da mesma maneira que
empregastes o corpo e o dinheiro, com perigo de vida, ida, na guer uerra cont contra ra o voss vosso o pai (o Papa), convido-v o-vos em nome de Cristo sto crucificado a estabelecer agora uma paz total com o benigno Cristo-na-terra fazendo guerra aos infiéis, dispondo-vos a colocar o corpo e os bens materiais em favor do Crucificado. Aceita Aceitai. i. E conven convenien iente te tal repar reparação ação.. Como Como fost fostes es con contrár trário io,, sede sede agor agora a favo favorá ráve vel, l, quando o pai elevar o estandarte da santa cruz (na Cruzada). Cruzada). Este é o grande desejo e a vontade do santo Padre. 91 Quero que sejais o Comandante principal e peçais ao santo Padre que que se apre apresse sse.. Que Que verg vergon onha ha e deso desonr nra, a, deixarem os cristãos que os infiéis se apossem sem dos lugares santos, fican icand do a guer guerrrear entr entre e si. si. Por ódio ódio e ranc rancor or estão estão separados uns dos outros, bem num ponto em que deveríamos estar unidos pelos laços da divina e ardente caridade. Laços tão fortes, que que retiv etiver eram am o Home Homemm-De Deus us preg pregad ado o e cravado no madeiro da cruz. Animai-vos, pai. Por amor de Deus, atendei-me e fazei crescer em vós o desejo santo, dispondo-vos a dar a vida pelo Crucificado, Crucificado, oferecendo oferecendo sangue por sangue. sangue. Como seriam felizes a vossa e a minha alma, ao ver ver-vos vos entr entreg egar ar a vida vida pelo pelo nome nome de Jesus. Peço a Deus que nos torne dignos de tão grande favor, isto é, de morrer por Ele. Corr Correi ei viri virilm lmen ente te ao enco encont ntrro de gran grande dess feit feitos os por por De Deus us e pela pela exal exalta taçã ção o da sant santa a Igreja, da mesma forma que o fizestes pelo mundo e contra ela. Se o fizerdes, tomareis parte no sangue do Filho de Deus. Correspondei ao chamado e à clemência do Espírit Espírito o Santo, Santo, que docemen docemente te vos chama, chama, 92 que leva os servidores de Deus a clamarem diante de Deus por vós, implorando a vida da gra91 Por Por meio meio dos dos pa padr dres es domi domini nica cano nos s de Sena, Cata tarrina esta stava a par das Bula Bulas s de Gre Gregóri gório o XI con convida vidan ndo os prín prínci cipe pes s crist cristão ãos s a uma uma cruz cruzada ada para para libertar os lugares santos da Palestina. Uma Uma de dess ssas as Bula Bulas s fora ora publ public icad ada a no dia l de agosto de 1371, portanto uns dois anos antes desta carta. 92 "Servidores de Deus", para Cata Catari rina na,, são são os seus seus disc discíp ípul ulos os que que formas
vam vam a "fam "famíl ília ia cata catari rini nian ana" a",, umas umas 70 pessoas. ça. Meu pai, pensai na lágrimas e suores que Deus os fez derramar por vós, a fim de que vos laveis da cabeça aos pés. Não desprezeis, não não sejai sejaiss ingr ingrat ato o a tão tão gran grande de benef benefíc ício io.. Vede como Deus vos ama! Vossa língua não conseguiria descrever, nem o coração sentir ou os olhos ver quantas graças Deus quer derramar em abundância sobre vós, contanto que bem disponhais a cidade da alma, para retirá-la da servidão do pecado mortal. Sede reconhecido e grato, a fim de que não seque para vós a fonte da compaixão. 6. Conclusão Nada mais acrescento. Sede fiel, sede fiel! Humilhai-vos sob a poderosa mão de Deus! Amai Amai e teme temeii Cris Cristo to cruci rucifi fica cad do! Aceit ceitai ai morrer por Jesus. E perdoai minha ignorância e presu presunçã nção o em falar falar demasi demasiada adamen mente te por Jesus. E perdoai minha ignorância e presunção em falar demasiadamente. O amor e o afeto que tenho pela salvação da vossa alma me escusarão. Permanecei no santo e doce amor de Deus. A respeito do assunto, a mim pedido por vosso mensageiro... 93 Jesus doce, Jesus amor!
9,1 Infeliz Infelizmen mente te os copist copistas as antigo antigos s náo davam muito valor a assuntos pessoai soais, s, que que Catar Catarin ina a costu costuma mava va de deix ixar ar para o Fim das suas cartas e assim não sabe sabemo mos s que que prop propos osta tas s Be Bern rnab abó ó lhe lhe mandara dizer. Bernabó Visconti morreu em 1385, envenenado por um sobrinho.
30. BUSCAR O AMOR NA SUA FONTE (Carta n 9 29 à mulher de Bernabó Visconti)
65.
Saudação e objetivo
Em nome de Jesus Cristo crucificado e da terna Maria, reverenda mãe em Cristo Jesus, eu, Catarina, serva e escrava dos servos de Jesus Cristo, vos escrevo no seu precioso sangue, desejosa de ver-vos ver-vos vestida da mais ardente caridade, de maneira que sejais medianeira e instrumento da reconciliação do vosso marido com Jesus Cristo e com o seu Representante, Representante, o doce Jesus é a fonte do amoramorCristo-na-terra. Jesus 66.
caridade
Estou convencida de que, se vós tiverdes a virt virtud ude e da cari carida dade de,, será será impo impossí ssíve vell que que voss vosso o mari marido do não não lhe lhe sint sinta a o calo calorr. De Deus us deseja que vós sejais duas pessoas 94
94 Be Beat atri riz z de deli lia a Scall calla, a, mulhe ulherr de Berna rnabó Visc isconti, era uma senhora "bela, ambiciosa, audaz, ávida de riquezas e orgulhosa". Fazia-se chamar de rainha pelos súditos. Quando o mari marido do en envi viou ou um mens mensage ageiro iro a Se Sena na para conversar com Catarina (ver carta ante an teri rior or), ), ap apro rove veit itou ou a ocas ocasiã ião o pa para ra mandar-lhe também um recado. Catarina lhe responde com esta belíssima carta sobre o amor-caridade.
num num só espí espíri rito to,, num num só anse anseio io e desej esejo o sant santo o. Vós me per per-gun -gunta tarreis: eis: "Se "Se eu não não possuir o amor e, sem ele nada puder fazer, de que maneira o encontro?" Respondo-vos dize dizend ndo o que que adqu adquir iree-se se o amor amor,, aman amando do!! Quem deseja ser amado deve antes amar, deve querer amar. Munida de tal vontade, a pessoa aplicará seu pensamento para achar o lugar onde está o amor e qual a maneira de encontrá-lo. Como fazer isso? Reconhecendo o próp própri rio o nada nada.. Cons Consci cien ente te de que que por por si mesm mesma a nada ada é, a pess pessoa oa reco econhec nhece e ter ter receb ecebid ido o de De Deu us a exist xistên ênci cia a e todo todoss os dema demais is favo favorres, es, isto isto é, a graç graça a e os bens bens espirituais e materiais. Sem o existir, nenhum favo favorr pode poderí ríam amos os receb eceber er.. Tudo udo o que que a pessoa possui e descobre em si é dom da inestimável bondade do Criador. Ao compreender isso, a alma se ergue e vê crescer em si o amor, mas não por si mesma ou pelos prazeres do mundo, que despreza. Eu o compreendo bem. É condição do amor que, sentindo-s o-se amada, a cria riatura humana imediatamente ame. Ama, preferindo morrer a ofender o objeto amado. O sentimento de ser amada nutre na alma a chama do amor. O homem compreende que ficou sendo aquele campo e rochedo onde foi fincado o estandarte da cruz. Vós sabeis que não foi a terra nem a rocha que mantiveram em pé a cruz; e que não foram os cravos e a cruz que retiveram o Verbo, Filho de Deus, mas o amor. amor. Foi o amor que Deus tem por nós que constituiu o rochedo e os pregos que retiveram Cristo no madeiro. Tal Tal é a maneira de encontrar o amor! Sabe Sabemo moss agor agora a onde onde ele ele está está.. Mas Mas como como
devemos amá-lo, Reverenda e querida mãe! Jesus Cristo é a norma e o caminho. Não existe outra estrada. E o caminho que Ele nos ensinou, a estrada que devemos trilhar para caminhar na luz e receber a vida da graça está na aceitação dos sofrimentos, humilhaçõe humilhações, s, caçoadas, caçoadas, maus tratos, tratos, ofensas ofensas e perseguições. Com tais coisas, asse asseme melh lham amoo-no noss a Cris Cristo to cruc crucif ific icad ado o. O Cordeiro imolado desprezou as riquezas e os poderes deste mundo. Sendo Deus e Homem, sendo a norma e o caminho, não desprezou a lei, lei, mas obser bserv vou-a ou-a.. Jesu Jesuss foi foi humi humild lde e e manso. Jamais se ouviu um grito seu de revolta. Cristo abriu-se em plenitude ao amor. Apaixonado pela nossa salvação, não pensou em si, mas na glória do Pai e no bem dos home homens ns.. Não Não recu recusa sa a dor; dor; até até a proc procur ura. a. Como é impressionante ver o bom Jesus, que governa e sustenta o mundo inteiro, vivendo ele mesmo em grande pobreza e necessidades. E nisto ninguém jamais o igualou. lou. Tão pobr pobre e que, que, ao nasc nascer er Mari Maria, a, não não possu possuia ia uma uma toalh toalha a para para envo envolv lvêê-lo lo.. E ao morrer estava nu (na cruz), a fim de vestir a humanidade e cobrir-lhe a nudez (espiritual). Pois o pecado desnudara o homem, desp despoj ojan and do-o o-o da vest este da graç graça. a. Cris Cristo to desfaz-se da vida e a coloca sobre nós. 3. Amor e desapego Quem Quem desc descob obrre o amor amor na dir direção eção de Cristo envergonha-se de querer segui-lo por outra estrada que não seja a da cruz. Já não procurará prazeres, posições sociais, osten stenttação ação.. Prefer eferir irá á leva levarr uma vida ida de
peregrino e vian-dante, até que ela chegue ao seu termo. Qual bom cami-nhante, por nenhuma nenhuma prosperida prosperidade de ou dificuldade dificuldade retarretardará sua marcha, mas prosseguirá virilmente com o amor e o afeto direcionados para o termo da caminhada, que espera alcançar. Oh minha mãe e boníssima irmã no doce Cristo Jesus! Quero que caminheis assim. Quero que não olheis para a alta posição que ocupais, nem nem para para gran grande dess riqu riquez ezas as e sati satisf sfaç açõe ões. s. Nem Nem para para difi dificu culd ldad ades es e trib tribul ulaa-çõ ções es que que possam surgir. Não vos retenha o prazer, não vos retenha a dor. Mas correi por tal estrada com coração viril, alegrando-vos em praticar a virt virtud ude e e em tole tolera rarr os sofr sofrim imen ento tos, s, como como Cristo nos ensinou. Usai as coisas do mundo conforme as necessidades da natureza, não por desordenado apego. Desagradaria a Deus se amasseis realidades inferiores a vós; seria perda de dignidade pessoal. A alma se nivela às coisas que ama. Se amo o pecado, que é negação, reduzo-me ao nada. A maior vileza ninguém poderia descer. O pecado consiste no amar aquilo que Deus odeia, e no odiar aqui aquilo lo que que De Deus us ama. ama. Erra Erra quem quem ama ama as reali ealida dad des tran ransitó sitóri rias as do mund undo e a si mesm mesmo o com com amor amor desr desreg egra rado do,, pois pois De Deus us detesta tal coisa e dela fez justiça, descontando sobre o corpo de Cristo. Jesus foi a bigo bigorn rna a em que que o Pai cons conser erto tou u noss nossas as mald maldad ades es.. Como Como é gran grande de a mald maldad ade e e a misé miséri ria a huma humana na.. Bem Bem sabe sabe o home homem m que que Deus o criou à sua imagem e semelhança; que foi recolocado em graça, a qual perdera pelo pecado; que no sangue de Cristo recup recupero erou u a imagem imagem da Divind Divindade ade.. Apesar Apesar disso, com muita cegueira despreza a dileção
e o amor com que Deus o engrandecera e põepõe-se se a amar cois coisas as cont contrá rári rias as a De Deus us;; colo coloca ca seu seu amor amor bem bem dist distan ante te do Senh Senhor or;; ama as criaturas, ama a si mesmo deixando Deu De us de lado lado.. Sem dúvid úvida a nen nenhuma huma,, as posi posiçõ ções es soci sociai ais, s, os praz prazer eres es e todas das as realidades humanas não são condenáveis em si mesmas. Mas é condenável o amor que o homem lhes dedica desprezando o mandamento de Deus. 4. A sublimação do amor Mas quando o amor e a afeição se superam e se fixam em Cristo crucificado, o homem atinge atinge a maior dignidade, dignidade, pois tornase uma só coisa com o Criador. De fato, pode haver algo mais sublime do que estar unido a Deus De us,, pleni plenitu tude de do bem? bem? E ning ningué uém m pode pode atribuir atribuir a si mesmo a realizaçã realização o dessa união, união, mas somente ao amor. Compara-se a uma escrava que se torna esposa de um rei, vindo a ser alguém alguém importante, importante, porque unida a ele, e rainha. Tal mudança acontece não por suas forças, escrava que era, mas pela dignidade do Imperador. Mãe caríssima no doce Cristo Jesus! Pensai que por semelhante maneira a alma
enam enamo orada rada de De Deu us, de escr escrav ava a e serv serva a redim edimid ida a pelo pelo sang sangue ue do Filho ilho de De Deus us,, é elevada a uma dignidade sublime; já não mais é cham chamad ada a de escr escrav ava, a, mas de rain rainh ha e esposa do eterno Rei. Em plena concordância com a palavra de Jesus: 95 "Servir a Deus é reinar". Deus retira do homem sua servidão e o torna livre. Essa Essa união nião perfe erfeit ita a com com De Deus us é mais ais sublime que a dignidade da criação, pois o amor e as virtudes a aperfeiçoam. A pessoa é despojada do velho homem 91' e revestida do home homem m novo novo em Jesu Jesuss Cris Cristo to.. A sua sua alma alma torn tornaa-se se apta apta a acol acolher her a graç graça, a, pela pela qual qual saboreia Deus nesta vida, para gozar no fim da visã visão o eter eterna na.. Entã Então o entr entrar ará á na paz, paz, no perfeito repouso e na quietude, e seus anseios serão todos satisfeitos. Durante esta vida não alcan alcançam çamos os a paz. paz. O moti motivo vo é o segu seguint inte: e: porque neste mundo não chegamos à união com a essência divina. Durante a caminhada e per peregri egrina naçã ção o dest desta a vida vida,, apen apenas as temo temoss o desejo de seguir o reto caminho e a sede de atingir o termo, o fim. E tal desejo nos leva a tril trilha harr a estr estrad ada a de Jesu Jesus, s, como como fico ficou u dito dito antes. Quem não amar o seu fim, que é Deus, jamais conhecerá o caminho. 5. A caminhada no amor Quero, então, que aumente vosso desejo de seguir por tal eslrada, que vos conduzirá ao fim. Crede! Não é um caminho escuro, tenebroso, cheio de espinhos. Pelo contrário, ilumina-o a verdadeira luz, o sangue de Cristo, luz verdadeira. Por ele vai a alma, sem encontrar espi-nheiros. E uma estrada perf perfum umad ada, a, flor florid ida, a, com com muit muitos os frut frutos os.. E quem segue tal suave estrada caminha feliz. 95 Cata Catari rina na pa pare rece ce acre acredi dita tarr que que ta tall fras frase e é da Bíbl Bíblia ia.. Na real realid idad ade e ela ela foi foi cunhada pelos Padres da Igreja e usada, por exemplo, por São Bernardo de Clarava! e São Pedro Damião. 96 Ver Ef 4,22. 4,22.24 24.. Pref Prefer ere e morr morrer er a aban abando doná ná-l -la. a. Por cert certo o o caminhante verá espi spinhos, que são as numerosas sas tribulações, os enga nganos do
demônio e a soberba do mundo, mas não se ocupa com isso. Faz como o jardineiro, que colhe a rosa perfumada e deixa os espinhos. Assi Assim m a alm alma colh colhe e a flor flor perfu erfum mada ada da perf perfei eita ta paci paciên ênci cia a e deix deixa a para para trás trás as tritribulações e angústias do mundo, enquanto fixa o olhar nc| Cordeiro, que caminha à frente de todos. Correi, pois, minha mãe, corramos todos nós fiéis! cristãos ao perfume desse sangue, inflamados e consumidos pela divina caridade. Seremos uma só coisa com Deus, Comportemo-nos como o bêbado, que não pensa em si mesmo, mas apenas no vinho que já bebeu e lhe resta beber. beber. Inebriai-vos no sangue de Cristo crucificado. Tendo-o diante de vós, não morrais de sede. Nem bebais pouco, mas inebriai-vos até perder os sentidos. Não vos ameis! por vós mesma, mas por causa de Deus. Nem ameis al Deus por vossa causa, para vossa utilidade. Amai a Deusl por causa de Deus, por ser Ele a bondade infinita, dignei de ser amado. Será um amor perfeito, não um amor inte-resseiro. Pensai Pensai somente em Cristo crucificado, pensai no vinho do perfeito amor que bebestes e vos foi dado e| revelado já antes da criação do mundo, antes que existís-seis. Se Deus não vos amasse, não vos teria criado. Em| seu pensamento Ele vos amou e vos deu a vida. Disto nascerão vossos pensamentos sobre o amor-caridade. Exatamente! Pensareis na bebida do amor, esperando e desejando possuir e saborear a suprema e eterna beleza de Deus. 6. Beatriz, seu marido e seus filhos Vimos assim onde está a fonte do amor, onde procura- 1 lo; e uma vez encontrado, como convém bebê-lo. Peço-vos. Peço-vos. por amor de Cristo crucificado, que não sejais negligente, i Esforçai-vos por chegar a tal fonte, pela estrada indicada acima. Se o fizerdes, realizareis o desejo e a vont vontad ade e divi divina na a vosso vosso resp respei eito to,, pois pois De Deus us apenas apenas quer quer a vossa vossa santif santifica icaçáo çáo (lTs (lTs 4,3). 4,3). Reali ealiza zarreis tamb também ém o anse anseio io dest desta a míser mísera a
mise miserá ráve vel, l, chei cheia a de peca pecado doss e mald maldad ades es,, sede sedent nta a e dese desejo josa sa da voss vossa a salv salvaç ação ão.. E desejosa, por meio de vós, da salvação do vosso marido. 97 Quero que sejais o instrumento para ara condu onduzí zí-l -lo o à práti rática ca da virtu irtude de,, ao cam caminho inho da ver verdad dade. Quan uanto puder uderde des, s, convidai-o e suplic licai para que seja um autêntico filho e servo de Cristo crucificado, obedie obediente nte ao Santo Santo Padre adre 98 e não mais um rebelde. Pai e mãe mãe carí caríss ssim imos os,,99 ten tende uma uma só vont vontad ade e e um só espí espíri rito to!! Não Não espe esperreis eis o tempo, porque o tempo não vos espera! Vede, vede como o olhar de Deus está sobre vós, e desse olhar ninguém pode esconder-se. Ele é o Deus bondoso. Não precisa de vós. Mas nos amou amou ante antess que que exist xistís íssi simo mos. s. Sem Sem noss nosso o merecimento, pela graça deu si mesmo a nós. Não sejais ingrata a tão grande benefício. Com recon econhe heci cime ment nto, o, cor correspo espond ndei ei à graç graça a e clemência do Espírito Santo. Procurai nutrir e educ educar ar vosso vossoss filh filhos os100 no temo emor de De Deus us.. Todavia Todavia não cuideis apenas dos seus corpos, mas mas tamb também ém da salv salvaç ação ão de suas suas alma almas. s. Recordai-vos de que Deus vos pedirá contas no último dia. 7. Conclusão Nada Nada mais mais acre acresce scent nto. o. Perma ermane nece ceii no santo e doce amor de Deus. Perdoai minha ignorância, se muito vos ofendi por palavras. Pela sede e amor que tenho da vossa salva rão, pref prefer erir iria ia mais mais faze fazerr algo algo a fala falarr. Este Esteve ve com comigo igo vosso osso iel iel serv servo, o, a mim envi enviad ado o. Transmitiu-me Transmitiu-me a vossa mensagem, que recebi com gratidão... Jesus doce, Jesus amor! Veja-se a carta anterior. Gregório XI. Catar Catarin ina a diri dirige ge-se -se ao casal casal Bernab Bernabó ó e Bea Beatriz triz Viscon Visconti. ti. Bernabó teve 30 filhos, sendo 14 de Beatriz.
31. SEDE SEDE PACIENT ACIENTE E NO ESCUT ESCUTAR (Carta (Carta rr 302 ao papa Urbano VI)
67.
Saudação e objetivo
Em nome de Jesus Cristo crucificado e da bondosa Maria, santíssimo e dulcíssimo pai no doce Cristo Jesus, eu, Catarina, serva e escrava dos servos de Jesus Cristo, vos escrevo no seu precioso sangue, desejosa de ver-vos ver-vos verdadeiro e autêntico pastor e guia das vossas ovelhas, as quais deveis nutrir no sangue de Cristo crucificado. O necessário 68.
auxílio dos súditos
Sobre tal coisa, grande cuidado é exigido de Vossa Santidade relativamente às pessoas que que receb ecebem em tal tal sang sangue ue e àquel quela as que o distribuem. Estou me referindo, pai santíssimo, aos pastores que são colocados na hierarquia 101
101 O papa Urbano VI (1378-1389) foi grande admirador de Santa Catarina de Sena, que muito o ajudou nas terríveis agru ag rura ras s do iníc início io do seu seu pont pontif ific icad ado. o. Num espaço de 2 anos escreveu-lhe ela 9 cartas, como se pode notar nesta. Urbano VI era homem bem-intencionado,
mas irascível. da sant santa a Igr Igreja. eja. Impo Import rta a que que tais tais pess pessoa oass estejam à procura de Deus e não de prelaturas. E que a tramitação de quem as apresenta seja feita com sinceridade e não com mentiras ras. O pai san santíssi ssimo, tende paciência quando alguém vos fala sobre tais assuntos. As sugestões vos são ditas unicamente para a glória de Deus e o vosso bem, assim como um filho terno e amoroso faz com com seu seu pai, ai, por não tole tolera rarr que cois coisas as prejudiciais e humilhantes aconteçam ao pai. O filho solícito está sempre atento, por ver que o pai tem de governar uma família numerosa e não pode enxergar mais do que é possível a um homem. De fato, se os filhos verdadeiros não se esforçarem por proteger a honra e os interesses do pai, muitas vezes ele seria enganado. As coisas são assim, santíssimo pai! Sois o pai e o guia do corpo universal da relig eligiã ião o cris cristã tã.. Todos odos nós nós esta estamo moss sob sob a proteção de vossas asas. Por autoridade, tudo podeis. Mas para ver (a realidade) sois apenas um. E necessário, pois, que os vossos filhos — com com simpl simplic icid idad ade e de cora coraçã ção o e sem sem temo temorr servil — vejam e façam o que serve para a glória de Deus, ao vosso bem e à salvação das ovelhas que se acham sob a vossa autoridade. Sei Sei que Vossa ssa San Santid tidade ade quer quer muito uito ter ter auxiliares que vos ajudem. Mas convém que tenhais paciência no escutar. escutar. 3. Duas dificuldades pessoais do papa
171
Sei que duas coisas vos fazem sofrer e alteram vosso humor. Compreendo perfeitamente. Primeiro, ao ficar sabendo de faltas cometidas, ficais triste porque Deus é ofendido. Essa ofensa e tais culpas vos desagradam e sentis uma agulhada no cora coraçã ção. o. Nisto Nisto ning ningué uém m deve deve ser ser paci pacien ente te unicamente para ter paciência e não sofrer com as ofensas cometidas contra Deus. Não! Agindo assim, daríamos a impressão de nos conformarmos conformarmos com tais ví140
cios. Outra coisa que vos faz sofrer é um filho vir vir a vós vós refer eferir ir acon conteci tecim mento entoss que que lhe lhe parecem ofensivos a Deus e nocivos para as almas. Parece-vos de pouca honra para Vossa Santidade e que tal pessoa seja maldosa ao esfo esforç rçar ar-s -se e por dizer izer clar claram amen ente te a pura pura verdade diante de vós, tal qual ela é. Pois nenhum acontecimento deve ficar secreto e oculto oculto diante diante de vós. vós. Santo Santo Padre, adre, rogorogo-vos vos que quando um pobre filho vos ofender dessa maneira, o corrijais no seu erro, mas sem vos alterar. 69.
O caso de fr. Bartolomeu Dominici
Digo tais coisas por causa do que me foi dito pelo Mestre João Tantucci 102 a respeito de Fr. Bartolomeu Bartolomeu Dominici. Dominici.103 Este Este últi último mo,, por por defeito defeito seu e escrupulosa escrupulosa consciência, consciência, vos fez sofr sofrer er e deix deixou ou nerv nervos oso o. Ele Ele e eu ficam ficamos os preoc preocupa upados dos.. Ele pensa pensa que ofende ofendeu u Vossa ossa Sant Santid idad ade. e. Rogoogo-vo vos, s, por por amor amor de Cris Cristo to cruc crucif ific icad ado, o, que que cast castig igue ueis is em mim mim todo todo sofrimento que ele vos tenha causado. Estou pronta a aceitar qualquer castigo e correção que que for forem do agra agrado do de Vossa ossa Sant Santid idad ade. e. Penso que foi por causa dos meus pecados que ele cometeu tamanha maldade. Sou eu que devo sofrer o castigo. Ele deseja muito desculpar-se diante de vós, em qualquer lugar queira queira V. S. que ele vá. Tende ende paciên paciência cia em suportar os meus defeitos e os dele. 70.
Conclusão
Lavai-vos no sangue de Cristo crucificado; fortal fortalece eceii-vos vos no fogo fogo do seu amor amor. Perdo Perdoai ai minha ignorância. Hu1 Mestre Mestre João João Tantucc antucci, i, discípu discípulo lo de Catar Catarin ina, a, home homem m de talen talento to e cultu cultura ra,, form formad ado o em te teol olog ogia ia em Camb Cambri ridg dge, e, descendia da família Caffarini. Era prior do mosteiro de Lecceto, a 5 quilômetros de Sena e pertencente aos eremi-tas de Santo Agostinho. • Vejam-se as cartas a ele escritas nas
pp. 89 e 92 mildemente peço vossa bênção. Agradeço a Deus e a Vossa Santidade pelo favor que me foi concedido no dia de São João Batista. 104 Permanecei na santa e doce dileção de Deus. Jesus doce, Jesus amor!
104 Estando em Florença, sob o inte interd rdit ito o pa papa pal, l, Cat atar arin ina a rece ecebe bera ra o privilégio de poder comungar na festa de São João Batista.
32. UM PACOTE DE CONSELHOS AO PAPA (Carta n Q 370 ao papa Urbano VI)
71.
Saudação e objetivo
Em nome de Jesus Cristo crucificado e da bondosa Maria, santíssimo e dulcíssimo pai no doce Jesus Cristo, eu, Catarina, indigna e mísera filhinha, vos escrevo muito desejosa de ver em vós uma prudência acompanhada pela luz da verdade, de modo que eu vos veja imitando c» exemplo do glorioso São Gregório Magno.Deus vos conceda prudência 72.
Que eu vos veja governar a santa Igreja e as vossas ovelhas com muita prudência, de maneira que não tenhais, de desdizer nenhuma ordem dada, nem mesmo a menor palavra. Que diante de Deus e dos homens sempre sempre apareça apareça uma firmeza firmeza fundament fundamentada ada na verdade, como con105
11,5 11,5 No dia dia 30 de jane janeir iro o de 1380 1380,, porta portant nto o três três mese meses s an ante tes s de morr morrer er,, Catarina enviou a Urbano VI esta filial e corajosa carta, dando-lhe muitos conselhos. Com simplicidade ela apresenta apresenta ao papa um exemplo exemplo histórico a imit imitar ar,, o pa papa pa Sã São o Greg Gregór ório io Magn Magno o (590590-60 604) 4),, elo elogiad giado o em O Diálogo (Pau aulu lus s, p. 246) 246) pe pela la sua sua sabe sabedo dori ria, a, conh conhe ecime cimen nto da das s escr scritur ituras as e vida vida 175
exemplar.
176176
vém a um santo Pontífice. Sobre isso, peço a
Deus que, no seu inestimável amor, revista vossa alma. Penso que a luz e a prudência são de muito grande necessidade para nós, mas sobr sobret etud udo o a Vossa ossa Sant Santid idad ade e e a qual qualqu quer er outro em vosso lugar. Mais ainda em nossos tempos. Como sei que é vosso desejo possuílas, recordo-vos e manifesto-vos esse desejo de minha alma. 3. Aos romanos, prometei o que puderdes cumprir
Pai santíssimo, fiquei sabendo da violenta resposta que o governador de Roma, 106 num ímpeto de ira e de falta de respeito, deu aos repr represe esenta ntante ntess do povo. povo. Parecearece-me me que os chefes locais vão reunir um conselho geral e depois, na companhia de pessoas impo import rtan ante tes, s, irão irão até até vós. vós. Pai sant santís íssim simo, o, como como já começa começaste stess a reuni reunirr-vos -vos com eles, eles, peço peço--vos vos que que cont contin inue ueis is a fazê fazê-l -lo o muit muitas as vezes. Com prudência, atraí-os com laços de amor. amor. Após o Conselho Geral, acolhei-os com a bondade que puderdes, orientan-do-os no que deverão fazer de acordo com o que vos parecer bom. Perdoai-me, pois o amor me faz dizer coisas que nem deveria. Sei que já tendes conh conheci ecime ment nto o da ment mental alid idad ade e dos dos vosso vossoss filhos romanos, que se deixam atrair mais pela bond bondad ade e do que que pela pela forç força a e seve severi rida dade de.. Sabeis também como é necessário, para vós e para a santa Igreja, conservar este povo na obediência e no respeito à vossa Santidade. Nisso está a base e o alicerce da nossa fé. Humilde mildeme ment nte e vos vos peço peço que, que, com com prud prudên ênci cia, a, semp semprre proc procur urei eiss prom promet eter er apen apenas as o que que pode podeis is plen plenam amen ente te cump cumpri rir, r, para para que que não não surjam surjam danos danos,, vergon vergonha ha e confus confusão ão.. DulcísDulcíssimo e santíssimo pai! Perdoai-me por dizervos tais coisas! Confio que vossa humildade e bondade ficarão con106 Chamava-se Francisco de Vico e foi morto 7 anos depois, num tumulto popular. tentes de que elas vos sejam ditas, não as 177
olhando com desprezo e raiva, pois procedem de uma vilíssima mulher. Quem é humilde não considera quem lhe está falando, mas preocupa-se com a honra divina, a verdade, a própria salvação. Conf Confia iaii e não não tenh tenhai aiss medo medo dian diante te de 10 qualqu qualquer er respo resposta sta que aquele aquele rebel rebelde de ' vos deu ou venha a dar. Deus dará solução para esse caso e para todo outro, como Piloto e Protetor da pequena nave da Igreja e de Vossa Santidade. Sede inteiramente viril, no santo temor de Deus; sede inteiramente exemplar nas palavras, nos costumes e em todas as voss vossas as ativ ativid idad ades es.. Que Que toda todass elas elas seja sejam m transparentes ao olhar de Deus e dos homens, como lâmpada colocada sobre o candelabro da santa Igreja, para a qual olha e deve olhar todo o povo cristão. 4. Substituí os maus colaboradores A respeito daquilo que vos referiu Leão, 108 procu procurai rai remed remediar iar.. O escând escândalo alo contin continua ua a cresc escer até hoje. Não apenas pelo que aco acontec nteceu eu ao Emb Embaixa aixado dorr de Sen Sena, mas também por outras ocorrências que se verificam todos os dias, provocando a ira dos frac fracos os cora coraçõ ções es huma humano nos. s. Vós não não tend tendes es necessidade de pessoa assim, mas de alguém aman amante te da paz, paz, não não da guer guerra ra.. Aind Ainda a que que pessoalmente ele o faça por zelo de justiça, são numerosos os que agem desordenadamente e e por ímpeto de ira, fora de toda ordem e racionalidade. Peço a Vossa Santidade com insis101 Quem seja esse rebelde, que ousou ofender o papa, nào nos é dado saber. saber. Encontram-s Encontram-se e em Vida Vida de Sant Santa a Catarina de Sena (Paulus, p. 78) outros exemplos de rebeldia. 108 108 Leão Leão de deve ve ser ser um disc discíp ípul ulo o de Cata Catarin rina, a, a nós nós de desco sconh nhec ecido ido.. Talve alvez z aconselhado por ela, tal discípulo contou ao papa como o povo de Sena estava descontente com o tratamento recebido em Roma Roma pe pela la embai embaixa xado dorr da cida cidade de.. Catarina, nesta carta, pede a Urbano VI que destitua o responsável pelos maus tratos. tênc tência ia que que tenh tenhai aiss pena pena da fraq fraque ueza za dos dos 178
outros, procurando um médico que cure sua enfermidade. Não fiqueis esperando que ele morra. Afirmo-vos que se não for dada uma solução, a enfermidade crescerá. Lembro-vos a gran grande de ruín ruína a que que acon aconte tece ceu u em toda toda a 109 Itália porq porque ue não não se tomo tomou u prov provid idên ênci cia a quan quanto to aos aos maus maus Respo espons nsáv ávei eis, s, os quai quaiss exerciam o governo de tal modo que desp despoj ojar aram am a Igr Igreja eja de De Deus us.. Sei Sei que que vós vós estais a par do que aconteceu. Vede, Santi antid dade, ade, o que que é prec precis iso o faze fazerr ago agora. ra. Coragem, coragem! Deus não despreza vossos desejos e a oração dos seus servidores. 5. Conclusão Nada Nada mais mais acre acresc scen ento to.. Perma ermane nece ceii no santo e doce amor de Deus. Humildemente implo imploro ro a vossa vossa bênç bênção ão.. Jesus Jesus doce doce,, Jesu Jesuss amor!
109 Com a palavra "ruína" Santa Cata Catari rina na quer quer lemb lembra rarr ao pa papa pa o que que acon aconte tece cerra em 1375 1375,, quan quando do muit muitas as cidades italianas tinham se rebelado contra Gregório XI, sob a liderança de Florença.
179
33. O ADEUS DE CATARINA (Carta n Q 373 a Fr. Raimundo de Cápua)
73.
Saudação e objetivo
Em nome de Jesus Cristo crucificado e da terna Maria, caríssimo e dulcíssimo pai no doce Cristo Jesus, eu, Catarina, serva e escrava dos servos de Jesus Cristo, vos escrevo no seu precioso sangue, desejosa de ver-vos ver-vos qual nova coluna colocada na hierarquia da santa Igreja e fiel esposo da Verdade, como é vosso dever, para felicidade da minha alma. Assuntos Assuntos da carta carta Quero que não recueis diante de qualquer adversidade e perseguição; nas dificuldades quero quero que vos alegreis alegreis e vos glorieis. Na luta, manifestamos nosso amor 74.
110
110 Esta carta, a última escrita por S. Catarina de Sena, foi por ela ditada no dia 15 de fevereiro de 1380, pouco mais de dois meses ses antes de sua morte. Podemos considerá-la como seu test te stame ament nto. o. Frei rei Ra Raim imun undo do de Cápu Cápua, a, seu confessor e diretor espiritual, fora mandado pelo papa Urbano VI à França, para pedir a Carlos V (1364-1380) que náo seguis seguisse se o antipap antipapa a Clemen Clemente te VII, VII, sediado em Avinhão. Catarina soube que Fr. Raimu Raimund ndo o esta estava va em Gê Gêno nova, va, com com dificuldades de prosseguir a viagem, e mandou-lhe esta carta. 180
e cons constâ tânc ncia ia,, glor glorif ific icam amos os a De Deus us.. Não Não há outra maneira. Pai caríssimo, chegou o tempo de renunciar inteiramente a si mesmo, de não pensa ensarr em si, si, como como faz faziam iam os glo glorio riosos sos operá operári rios os do passa passado do.. Com Com amor amor e dese desejo jo (sant santo o) eles eles se disp ispunh unham a ent entregar egar a própria vida e a regar o jardim da Igreja com sangue, com orações humildes e contínuas, resistindo até a morte. Que eu não vos veja tímido ou com medo da própria sombra! Pelo cont contrá rário rio,, sede sede um bata batalh lhad ador or viri viril. l. Nunc Nunca a deix deixei eiss o jugo jugo da obed obediê iênc ncia ia que que o Sumo Sumo Pontíf ntífic ice e vos impô impôs. s. També ambém m na Ordem dem domin dominica icana, na, esfor esforcai cai-v -vos os por reali realizar zar o que julgardes honroso para Deus. E o que exige de nós nós a gran grande de bond bondad ade e divi divina na.. Não Não foi foi por por outr outro o moti motivo vo que que De Deus us nos nos cham chamou ou.. Vede ede como são grandes as necessidades da santa Igreja. Em tudo ela está sozinha. Assim me falo falou u a Verda erdade de etern eterna, a, como como lhe lhe escr escrev evii noutra carta. E achando-se sozinha a Igreja, o mesmo acontece com o seu Esposo, o papa. Pai boní boníss ssim imo, o, não não vos vos vou vou ocul oculta tarr os grandes mistérios de Deus. Vou descrevê-los da mane maneira ira mais mais curt curta a possí possíve vel, l, conf confor orme me conseguir exprimir-se a frágil língua. Também vou dizer-vos o que desejo de vós. Mas não vos vos entr entrist isteç eçai aiss com com o que que vou vou dize dizer, r, pois pois ignoro o que Deus vai fazer de mim, se vai chamar-me ou deixar-me aqui. 3. O terror demoníaco Pai! ai! Pai e filh filho o dulc dulcís íssi sim mo! Do dia da 1 1 Cir Circunc cuncis isão ão até hoje, oje, Deus De us reali ealizo zou u admir admiráv ávei eiss mist mistér ério ios. s. As pala palavr vras as não não são suficientes para narrá-los. Mas deixemos de lado aqueles dias e comecemos pelo domingo da Sexagésima. 112 Naquele domingo, como vou descrever em breves palavras, aconteceram fatos misteriosos, como jamais eu experimentara. Senti uma grandíssima dor no coração, de modo que 111 De l de janeiro a 15 de fevereiro de 1380. Dia 24 de janeiro de 1380. 9
1,2
181
o pano pano da túni túnica ca rasg rasgou ou-s -se e quan quando do tent tentei ei segu segura rar, r, enca enca-m -min inha hand ndo-m o-me e para para a cape capela la como uma pessoa em convulsões. Se alguém me retivesse, creio que me teria matado. Na segunda-feira à tarde eu tinha de escrever ao Cristo-na-terra113 e a três três Carde Cardeai ais. s. Ajud Ajudad ada a por alguém, fui até o escritório. Terminada a carta ao Cri Cristosto-n na-terra, não conse nsegui escrever mais, tão grandes eram as dores no corpo. Após Após um espa espaço ço de temp tempo o come começo çou u o terror dos demônios, que me deixava inteiramen inteiramente te perturbada perturbada.. Enraivecidos Enraivecidos contra contra mim, mim, pobr pobre e verm verme, e, trat tratav avam am-m -me e como como se fosse eu a razão de lhes ser tirado das mãos o que que por por tant tanto o temp tempo o havi haviam am poss possuí uído do na santa Igreja. O terror e o sofrimento corporal eram tamanhos, que eu queria ria fugi ugir do escritório e ir para a capela, como se aquela sala fosse o motivo dos meus sofrimentos. 4. Nos abismos da Trindade Pus-me de pé, mas não conseguia caminhar, e apoiei-me no meu filho Barduccio. 114 Mas de repente fui atirada por terra e pareceu-me que a alma havia deixado o corpo. Não foi como naquela outra vez, 115 quando minha alma dele saiu e saboreou a felicidade dos Eleitos, participando com eles do supremo Bem. Desta vez foi algo diferente: parecia-me não estar no corpo, mas eu o via, como se estivesse num outro corpo. Quando minh minha a alma alma viu viu o sofri sofrime ment nto o daqu daquel ele e que que 116 estava estava comigo, comigo, quis saber se podia fazer algo com o corpo, para dizer-lhe: "Filho, não tenhas medo!", mas não vi língua ou qualquer outro mem113 Papa Urbano VI (1378-1389). Veja-se a nota 69. 116 Leia-se em Vida de Santa Catarina aulu lus) s),, às pp. pp. 32s 32s, o que que de Sena Sena (Pau ocorreu na vida mística de Catarina. , Os estudiosos de S. Catarina disc discute utem m se a expr expres essã são o "a "aqu quel ele e que que estava estava comigo comigo"" quer quer indica indicarr Barduc Barduccio cio Canigiani ou o segundo corpo que ela parecia ocupar. 14
182
bro que pudesse mover-se; parecia um corpo inanimado. Deixei, então, o corpo assim como estava e a inteligência fixou-se nos abismos da Trinda rindade de.. A memó memória ria reco record rdav avaa-se se das das necessidades da santa Igreja e de todo o povo cris cristã tão. o. Come Comece ceii a clam clamar ar dian diante te de De Deus. us. Com segurança implorava os auxílios auxílios divinos, divinos, ofer oferec ecia ia dese desejo joss a De Deus us,, for forçand çando-o o-o pelo pelo sangue do Cordeiro e pelos meus sofrimentos. Implorava com tão grande devoção que me parecia certo que Deus iria atender aquele pedid edido o. Em seg seguid uida, orei orei por por tod todos vós, vós, rogando que realizasse em vós sua vontade e os meus desejos. Por fim, rezei para que Deus me livr livras asse se da cond conden enaç ação ão eter eterna na.. Por muitíssimo tempo permaneci naquele estado, de modo que a família (dos discípulos) começou a chorar, como se eu estivesse morta. O terror demoníaco desaparecera completamente. 75.
Visão de Jesus Cristo
Apresen Apresentou tou-se -se,, então, então, diante diante da alma alma o humi humild lde e Cord Cordei eiro ro e diss disse: e: "Não "Não duvi duvide des! s! Realizarei os teus desejos e os desejos dos outro tros meu meus serv servid idor ores es.. Sou o bond bondos oso o Mestre, o Artesão que faz e refaz os vasos como como lhe lhe agrad agrada. a. Sei Sei mode modelar lar e remo remode dela larr meus vasos. Por isso retomo o teu corpo e o recoloco no jardim da Igreja, mas diferente do que era no passado". Abraçou-me e disse-me palav palavra rass com com muit muita a tern ternur ura, a, mas mas não não vou vou dizêizê-la las. s. O corp corpo o com começo eçou aos aos pouc poucos os a respirar e a mostrar que a alma lhe retornara. Fique iquei, i, entã então, o, muit muito o admi admira rada da.. Mas Mas a dor dor pemaneceu no coração e a sinto até agora. 76.
Retorna o furor demoníaco A partir daquele momento, de mim foram
tirados todo prazer, toda consolação e todo alim alimen ento to.. Leva Levada da para para o quart quarto o supe superio rior, r, pare arecia-me que ele estivesse cheio de demô emônio nios. Eles Eles reco ecomeçar eçaram am a bat batalha alha contra mim, a mais terrível que jamais tenha supo suport rtad ado o. Proc Procur urav avam am conv conven ence cerr-me -me e 183
mostrar-me que não era eu quem estava no corpo, e sim sim um espí spírit rito imundo. Sem recusar a luta, invoquei o auxílio divino com muita ternura, dizendo: "Vinde, ó Deus, em meu auxílio; io; Senhor, soc socorrei-me sem sem demora. Vós permitistes que eu me encontre sozi sozinh nha a nest nesta a bata batalh lha, a, sem sem o conf confor orto to do 117 meu meu pai pai espi espiri ritu tual al por por causa ausa da minha inha maldade". Duas noites se passaram em tal tempestade. A mente e a vontade, mini minima mame ment nte e prej prejud udic icad adas, as, perm permane aneci ciam am fixa fixass em De Deus us;; mas mas o corp corpo o esta estava va quas quase e como morto. 7. A penitência quaresmal No dia da Purificação de Maria 118 eu quis ouvir a missa. Voltaram, então, as experiências dos mistérios divinos. Deus me mostra strav va a nece necess ssid idad ade e deles eles,, como como se provou depois: toda a cidade de Roma estava para rebela elar-se e corriam comentário rios infelizes infelizes e irrevere irreverentes. ntes. Mas o Senhor Senhor pôs um linimento no coração de todos e creio que tudo tudo termin terminará ará bem. bem. Porém orém foi-me foi-me impost imposta a uma uma obed obediê iênc ncia ia:: dura durant nte e todo todo o temp tempo o da Quaresma eu deveria fazer celebrar a missa diariamente e oferecer a Deus os anseios de toda a Família (catariniana) em prol da santa Igreja; cada dia, na aurora, eu deveria ouvir a missa. Sabeis que era uma coisa impossível (para mim), mas na força da obediência eu consegui. Tal intenção como que se encarnou na minha alma: a memória não retém outra cois coisa, a, a inte inteli ligê gênc ncia ia não não pen pensa em outr outro o assunto, a vontade somente isso deseja. Não é que minha alma, por tal motivo, recuse as realidades deste mundo. Convivendo 117 Frei Raimundo de Cápua, dominicano. 118 Dia 2 de fevereiro de 1380. lom os Santos (do Paraíso), não desfrutava nem partici-sava partici-sava da felicidade felicidade deles, mas dos anseio anseioss apostó apostólic licos os que íles conserv conservam am (no céu) e possuíram quando foram peregrinos e 184
caminhantes nesta vida. Com essa e outras experiências, que não posso con-,ar, con-,ar, consome-se e destila-se destila-se gota a gota minha vida na greja. Eu, desta maneira; os glo glorio riosos sos márt mártir ires es,, derra erra--nando ando seu seu sangue! Peço a Deus que logo me faça ver a edenção edenção do seu povo. As nove horas levantome na cape-a e vejo uma morta que se enca encami minh nha a para para a igr igreja eja de 5ão 5ão Pedro edro.. Ali Ali recomeço a trabalhar (em oração) em fa-or da pequena barca da santa Igreja. Permaneço lá até is Vésperas (18 horas). Mas naquele lugar gostaria de icar de dia e de noite, até ver este povo (romano) tran-[üilo e em paz com seu pai (o papa). Meu corpo está sem lenhuma alimentação, nem mesmo uma gota de água. E om sofr sofrim imen ento tos, s, como como nunc nunca a supo suport rtei ei.. Minha vida pen-ê por um fio de cabelo. . Aproxima-se a hora da morte
Não sei o que a Bondade divina irá fazer de mim. sto, no que se refere ao meu pres presse sent ntim imen ento to ínti íntimo mo.. Re-;r e-;rin indo do-m -me e ao corpo, penso que terei um tempo de novo íartírio pela Igreja, que é a doçura da minha alma. Em 3guida, talvez me dará a ressurreição do corpo, pondo m e termo às minhas misérias e cruentos desejos. Ou ntão seguirá nos seus costumeiros modos de tratar o meu )rpo. Implorei e imploro a Deus que, na sua misericór-ia, realize em mim sua vontade. Quanto a vós 119 e aos smais discípulos, que não os deixe órfãos, mas vos oriente slo reto camin aminho ho da ver verdade, ade, com com perf perfei eití tíss ssim ima a ilumina-io. E estou certa de que o fará. 119 Frei Raimundo de Cápua, diretor espiritual de Catarina.
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9.Conselhos a frei Raimundo de Cápua Ago Agora, ra, pai e filh filho o que a bond bondo osa Mãe Mãe Maria me deu, peço e vos obrigo ao seguinte: ao saberdes que a misericórdia divina olhou para mim (com a morte), pensai que Deus quer renovar a vossa vida. Eliminando todo sentimento humano, dedicai-vos inteiramente à peque equen na barc arca da Igrej greja. a. Pouco uco tempo empo fica ficare reis is na cela cela conv conven entu tual al,, mas mas quer quero o que que leveis convosco e useis a cela do coração. Vós o sabeis: enquanto estivermos dentro dela, os inim inimig igos os não não nos nos atin atingi girã rão, o, e toda toda a vossa vossa atividade estará orien ientada e ordenada segundo Deus. Rogo também que amad amadur ureç eçai aiss o vosso vosso cora coraçã ção o com com sant santa a e verdadeira prudência. Que vossa vida seja de exemplo para os leigos, não vos conformando com os costumes do mundo. Renovem-se e reflores-çam a humildade perfeita, a generosidade para com os pobres e a pobreza, que sempre cultivastes. Em qualquer função ou cargo Deus vos coloque, não diminuais o esfo sforço. Mas Mas aprofunda ndai-vos no vale da humildade, alegrando-vos com os sofrimentos. Procurai na cruz a sede das almas, dedicai-vos a uma oração humilde, fiel e contínua, fazei vigílias, celebrai a missa diariamente, sendo possí ossíve vel. l. Fugi ugi das con convers versas as levi levian anas as e ociosas; sede e mostrai-vos maduro no falar, em tudo. Afastai de vós toda comiseração e temo temorr serv servil. il. A santa santa Igre Igreja ja não não prec precisa isa de gent gente e dess desse e tipo tipo,, mas mas de pess pessoa oass seve severa rass consigo mesmas e compas-sivas com os fiéis. Eis as coisas coisas que vos peço que pratiqueis com esforço. 10.
Cuidai dos meus escritos e dos discípulos
Peço ainda a vós, a Fr. Bartolomeu 186186
Dominici, a Fr. Tomás delia Fonte e ao Mestre João Tantucci que guardeis o Livro ( O Diálogo) e os demais escritos meus. Fazei deles o que vos parecer mais útil para a glória divina, junto com Tomás Buonconti. Ao lê-los, encontrei certo proveito.
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Também Também vos peço que sejais na medida do possível, o pastor e orientador desta família. Como um pai, conserva rvai-a no amor da caridade e na perfeita união. Que não fiquem disper dispersos sos,, como como ovelha ovelhass sem pastor pastor.. Penso Penso que depois da minha morte vou ajudar mais a eles e a vós do que durante a vida. Pedirei a Deus que derrame sobre vós toda a plenitude da graça e os dons que colocou em minha alma, para que sejais luzeiros sobre o cand candel elab abro ro.. Pedi edi ao Espos Esposo o eter eterno no que que me faça faça cump cumpri rirr viri virilm lmen ente te sua sua vont vontad ade e e me perdoe a multidão de pecados. Quanto a vós, perd perdoa oaii-me me toda toda deso desobe bedi diên ênci cia, a, falt falta a de respeito, respeito, ingratidão, ingratidão, sofrimento sofrimento e tristeza tristeza que vos tenha dado no trato com vossa pessoa. E, também, o pouco esforço que tive pela nossa santificação. Abençoai-me. 11. Despedida final e conclusão Rezai ezai ferv fervor oros osam amen ente te por por mim mim e, pelo pelo amor de Cristo crucificado, fazei que outros também rezem. Perdoai se vos escrevi palavras amargas. Não as escrevi para causarvos amargura, mas por estar na dúvida, sem sabe saberr o que que De Deus us fará fará de mim. mim. Quer Quero o ter ter cumprido o meu dever. Não fiqueis triste por esta estarm rmos os corp corpor oral alme ment nte e sepa separa rado doss um do outro. Concordando que vossa presença me seri seria a de gran grande de conf confor orto to,, muit muito o mais ais me consolo e alegro por ver os frutos que produ produzis zis na santa santa Igreja Igreja.. Agora, Agora, com maior maior preocupação, peço que vos esforceis porque a Igreja mais do que nunca está precisando. E que nenhuma perseguição vos faça abandonar o trabalho sem a licença do nosso chefe, o papa. Confortai-vos no doce Cristo Jesus, sem nenhuma amargura. Nada Nada mais mais acr acresce escent nto o. Perma ermane nece ceii no santo e doce amor de Deus. Jesus doce, Jesus amor!
188
ÍNDICE
5
I - Introdução 1.Necessidade do autoconhecirnento
7 1.1 - Saudaçã ação e objetivo 7 1.2 - Necessidade do autoconhecirnento 7 1.3 - Conclusão 2. A paciência e o amor filial 9 2.1 - Saudação e objetivo 9 2.2 - Três ra razões pa para te ter paciência 2.3 - Por que não auxiliais a 77. mãe? 2.4 - Conclusão 78. 3. Uma
exegese diferente
12 3.1 - Saudação e objetivo 3.2 - Nosso coração é como 79. uma lâmpada 3.3 - O óleo é a humildade 80. 3.4 - A luz é a fé 81. 3.5- Deus é ciumento de 82. suas esposas 3.6 3.6 - Cata Catari rina na acon aconse selh lha a a 83. vida consagrada 15 3.7 - Conclusão 4. O jejum de Catarina 16 4.1 - Saudação e objetivo 4.2 - Compreendo vossos 84. temores
4.3 - Talvez eu não coma por 85. doença 4.4 - Conclusão 86. 5. Nas mãos a cabeça de um decapitado
19 5.1 - Saudação e objeti etivo 19 5.2 - O segredo de de Cr Cristo sto ó como amar
20 5.3 5.3 - A con conve vers rsão ão de Nico Nicola lau u de Tuldo 5.4 - Visão de Catarina 87. 5.5 - A morte do condenado 88. 23 5.6 - Conclusão 6. Aos encarcerados de Sena 24 6.1 - Saudação e objetivo 6.2 - Jesus, nosso redentor 89. 6.3 - Jesus, o médico-enfermo 90. 6.4 - Jesus, nosso defensor 91. 6.5 - Conclusão 92. 7. Aconselhando monjas 28 7.1 - Saudação e objetivo 7.2 - A cela do 93. autoconhecimento 7.3 - O exemplo de Jesus e de 94. Maria 7.4 - E o nosso 95. comportamento? 7.5 - A obediência na 96. suprema (superiora) 7.6 - A obediência nas 97. súditas 7.7 - Conclusão: imitemos os 98. santos 8. A um tabelião enamorado 34 8.1 - Saudação e objetivo 8.2 - Por que não vos fazeis 99. consagrado? 8.3 - Sobr Sobre e noiv noivas as,, outr outros os 100. 8.3 entendem melhor 101. 8.4 - Conclusão 9. A um monge encarcerado 37 9.1 - Saudação e objetivo 102. 9.2 - O cristão perfeito e o sofrimento 103. 9.3 - Não cair na tristeza 104. 9.4 - Conclusão 10. Veemente apelo à conversão
40 10.1 - Saudação e obje bjetivo s omos 105. 10.2 - Todos somos devedores a Deus 106. 10.3 - Apelo direto à conversão 10.4 - A misericórdia e a justiça divina 108. 10.5 - Os caminhos da 107.
conversão 109. 10.6 - Conclusão 11.
A dois padres que se odiavam
46 46 paz
11.1 - Saudação e objetivo 11.2 - Jesus, o caminho da
11.3 - Por que vos odiardes 110. por tão pouco? 11.4 - As ofensas nos 111. purificam 11.5 - Incerta é a hora da 112. morte 11.6 - O julgamento divino 113. 11.7 - Conclusão 114. 12. A um enfermo sem paciência
12.1 - Saudação e objetivo 115. 52 12.2 - A imp impaciência fa faz da da vida um inferno 53 12.3 12.3 - A impa impaci ciên ênci cia a é frut fruto o do egoísmo 53 12.4 - Como ev evitar a impaciência? 53 12.5 2.5 - Imite mitem mos a paciê aciênc ncia ia de Cristo 55 12.6 - Os queixumes não aliviam dores 55 12.7 - Exortação final e conclusão
17. Grandes sonhos de Catarina 116. 17.1 - Saudação e prece 117. 17.2 - Deus quer grandes coisas 118. 17.3 - Contatos com o papa Gregório XI 119. 17.4-Conclusão A um sacerdote pouco 18. exemplar
76 18.1 - Saudação e objetivo 76 18.2 - A vida sacerdotal e o pecado 120. 18.3 - Examinai-vos e corrigi-vos 121. 18.4 - Conclusão 19. Em defesa de um vocacionado
80 19.1 - Saudação e objetivo 80 19.2 - Jesus sus qu quer vo vocações monásticas 82 19.3 - O se segredo é acolher a todos com amor 122. 19.4 - Aceitai aquele vocacionado 123. 19.5 - Conclusão 20. A um monge irrequieto 84 20.1 - Saudação e objetivo 124. 20.2 - A cela do coração 125. 20.3 - Frutos desse conhecimento na vida do monge 126. 20.4 - Perigos da vida irrequieta para o monge 127. 20.5 - O recolhimento monacal 128. 20.6 - Conclusão 21. Participando no apostolado dos discípulos
89
21.1 1.1 - Saud audação e objeti etivo 129. 21.2 - Ser apóstolo como Jesus 130. 21.3 - Participação de Catarina no apostolado 131. 21.4 - Recados e conclusão 22. Amar o povo pecador 92 22.1 - Saudação e objetivo 22.2 - O comportamento de 132. Jesus 22.3 - O apóstolo cristão imita 133. Jesus e Paulo 22.4 - O apóstolo ama o povo 134. pecador 22.5 - Comunicações e 135. conclusão 23. A vida de um discípulo
136.
23.1 - Saudação e objetivo
23.2 - Perseverança e perdão 23.3 - Riqueza, poder e amor aos pobres 23.4 - Pensar na morte e viver 139. com simplicidade 23.5 - Vida matrimonial, social e 140. religiosa 137. 138.
23.6 - Outros conselhos 23.7 - Conclusão
141. 142.
24.
Governo e justiça
102 24.1 - Saudação e objetivo 102 24.2 - Governar-se antes de governar 24.3 - Importância da 143. Eucaristia 24.4 - Governar é preservar a 144. justiça 24.5 - Conclusão 145. Na política, justiça é o 25. nome do amor
107 25.1 - Saudação e objetivo 107 25.2 - A justiça nasce do amor 109 25.3 - Começar pe pela reforma dos corações 25.4 - Em seguida, unir os 146. cidadãos 25.5 - Catarina deixa Florença F lorença 147. com tristeza 25.6 - Conclusão 148. 26. Conselhos ao papa 112 26.1 - Saudação e objetivo 26.2 - Jesus, o guerreiro do 149. amor 26.3 - Como conquistar os 150. florentinos 26.4 - A cruzada e o retorno a 151. Roma 26.5 - Conclusão 152. 27. Catarina pacificadora 27.1 - Saudação e objetivo 153. 27.2 - Como obter o perdão do 154. Interdito 27.3 - O encontro de Catarina 155. com o papa 27.4 - Conclusão 156. Conselhos ao legado 28.
pontifício
120 28.1 - Saudação e objetivo 120 28.2 - A caridade e a mi missão do do legado pontifício 28.3 - Os males do egoísmo 157. 28.4 - Conclusão 158. 29. Cessem as guerras contra o papa
124 29.1 - Saudação e objetivo 29.2 - Tudo passa como o 159. vento 29.3 - Governai antes a cidade 160. da vossa alma 127 29.4 - Nada façais contra o papa
129 29.5 - Sede o comandante geral da cruzada 131 29.6 - Conclusão PAUUJS Gráfica. 1998 Rua Padre Tiago Alberione, 290 (São Ciro) 95057-530 - Caxias do Sul, RS
Apres Apresen enta tamo moss nest nestaa publ publiicação 33 cartas escritas por Santa Santa Catari Catarina na de Sena. Sena. Catarin Catarinaa tinha tinha uma linguagem clara, lúgica. No início dos escritos ela diz logo qual o seu objetivo. Nestas cartas o leitor vera Catarina ocupando-se com assuntos dive divers rsos os::
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carcerárias, monaceis. sacerdotais, espirituais, eclesia eclesiais, is, mística místicass e governa governamen mentai taiss (campo (campo político e religioso). Da mesma autora. Paulus Editora Editora publicou publicou
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Oraçoos.
ISBN
85-
349-1057-X
9788534910576