LÍNGUA PORTUGUESA MORFOLOGIA
tica: elementos modificadores da significação dos primeiros 3) Vogal de ligação, consoante de ligação: elementos de ligação ou eufônicos.
DEFINIÇÃO Em lingüística, Morfologia é o estudo da estrutura, da formação e da classificação das palavras. A peculiaridade da morfologia é estudar as palavras olhando para elas isoladamente e não dentro da sua participação na frase ou período. A morfologia está agrupada em dez classes, denominadas classes de palavras ou classes gramaticais. São elas: Substantivo, Artigo, Adjetivo, Numeral, Pronome, Verbo, Advérbio, Preposição, Conjunção e Interjeição.
Raiz
É o elemento originário e irredutível em que se concentra a significação das palavras, consideradas do ângulo histórico. É a raiz que encerra o sentido geral, comum às palavras da mesma família etimológica. Observe o exemplo: Raiz noc [Latim nocere = prejudicar] tem a significação geral de causar dano, e a ela se prendem, pela origem comum, as palavras nocivo, nocividade, inocente, inocentar, inócuo, etc.
ESTRUTURA DAS PALAVRAS PALAVRAS Estudar a estrutura é conhecer os elementos formadores das palavras. Assim, compreendemos melhor o significado de cada uma delas. Observe os exemplos abaixo:
Obs.: uma raiz pode sofrer alterações. Veja o exemplo:
at-o at-or at-ivo aç-ão ac-ionar Radical
Observe o seguinte grupo de palavras: livr- o livr- inho livr- eiro livr- eco
art-ista brinc-a-mos cha-l-eira cachorr-inh-a-s A análise destes exemplos mostra-nos que as palavras podem ser divididas em unidades menores, a que damos o nome de elementos mórficos ou morfemas. Vamos analisar a palavra “cachorrinhas”: Nessa palavra observamos facilmente a existência de quatro elementos. São eles: cachorr - este é o elemento base da palavra, ou seja, aquele que contém o significado. inh - indica que a palavra é um diminutivo a - indica que a palavra é feminina s - indica que a palavra se encontra no plural Morfemas: unidades mínimas de caráter significativo. Obs.: existem palavras que não comportam divisão em unidades menores, tais como: mar, sol, lua, etc. São elementos mórficos: 1) Raiz, radical, tema: elementos básicos e significativos 2) Afixos (prefixos, sufixos), desinência, vogal temá-
Você reparou que há um elemento comum nesse gru po? Você reparou que o elemento livr serve de base para o significado? Esse elemento é chamado de radical (ou semantema). Radical: elemento básico e significativo das palavras, consideradas sob o aspecto gramatical e prático. É encontrado através do despojo dos elementos secundários (quando houver) da palavra. Por exemplo: cert-o cert-eza in-cert-eza 7
Afixos Afixos são elementos secundários (geralmente sem vida autônoma) que se agregam a um radical ou tema para formar palavras derivadas. Sabemos que o acréscimo do morfema “-mente”, por exemplo, cria uma nova palavra a partir de “certo”: certamente, advérbio de modo. De maneira semelhante, o acréscimo dos morfemas “a-” e “-ar” à forma “cert-” cria o verbo acertar. Observe que a- e -ar são morfemas capazes de operar mudança de classe gramatical na palavra a que são anexados. Quando são colocados antes do radical, como acontece com “a-”, os afixos recebem o nome de prefixos. Quando, como “-ar”, surgem depois do radical, os afixos são chamados de sufixos. Veja os exemplos:
A Caracteriza os verbos da 1ª conjugação. Exemplos: buscar, buscavas, etc. E Caracteriza os verbos da 2ª conjugação. Exemplos: romper, rompemos, etc. I Caracteriza os verbos da 3ª conjugação. Exemplos: proibir, proibirá, etc.
Tema Tema é o grupo formado pelo radical mais vogal temática. Nos verbos citados acima, os temas são: busca-, rompe-, proibi-
Prefixo Radical Sufixo in at ivo em pobr ecer inter nacion al
Vogais e Consoantes de Ligação As vogais e consoantes de ligação são morfemas que surgem por motivos eufônicos, ou seja, para facilitar ou mesmo possibilitar a pronúncia de uma determinada palavra. Exemplo: parisiense (paris= radical, ense=sufixo, vogal de ligação=i) Outros exemplos: gas-ô-metro, alv-i-negro, tecn-o-cracia, pau-l-ada, cafe-t-eira, cha-l-eira, inset-i-cida, pe-z-inho, pobr-e-tão, etc.
Desinências Desinências são os elementos terminais indicativos das flexões das palavras. Existem dois tipos: Desinências Nominais: indicam as flexões de gênero (masculino e feminino) e de número (singular e plural) dos nomes. Exemplos: alun-o aluno-s alun-a aluna-s Observação: só podemos falar em desinências nominais de gêneros e de números em palavras que admitem tais flexões, como nos exemplos acima. Em palavras como mesa, tribo, telefonema, por exemplo, não temos desinência nominal de gênero. Já em pires, lápis, ônibus não temos desinência nominal de número. Desinências Verbais: indicam as flexões de número e pessoa e de modo e tempo dos verbos. Exemplos: compr-o compra-s compra-mos compra-is compra-m compra-va compra-va-s A desinência “-o”, presente em “am-o”, é uma desinência número-pessoal, pois indica que o verbo está na primeira pessoa do singular; “-va”, de “ama-va”, é desinência modo-temporal: caracteriza uma forma verbal do pretérito imperfeito do indicativo, na 1ª conjugação.
FORMAÇÃO DAS PALAVRAS Existem dois processos básicos pelos quais se formam as palavras: a derivação e a composição. A diferença entre ambos consiste basicamente em que, no processo de derivação, partimos sempre de um único radical, enquanto no processo de composição sempre haverá mais de um radical. Derivação Derivação é o processo pelo qual se obtém uma palavra nova, chamada derivada, a partir de outra já existente, chamada primitiva. Observe o quadro abaixo: Primitiva Derivada mar marítimo, marinheiro, marujo terra enterrar, terreiro, aterrar Observamos que “mar” e “terra” não se formam de nenhuma outra palavra, mas, ao contrário, possibilitam a formação de outras, por meio do acréscimo de um sufixo ou prefixo. Logo, mar e terra são palavras primitivas, e as demais, derivadas.
Vogal Temática Vogal Temática é a vogal que se junta ao radical, preparando-o para receber as desinências. Nos verbos, distinguem-se três vogais temáticas: 8
Tipos de Derivação
quência: desvalorização provém de desvalorizar, que provém de valorizar, que por sua vez provém de valor.
Derivação Prefixal ou Prefixação Resulta do acréscimo de prefixo à palavra primitiva, que tem o seu significado alterado. Veja os exemplos: crer- descrer ler- reler capaz- incapaz Derivação Sufixal ou Sufixação Resulta de acréscimo de sufixo à palavra primitiva, que pode sofrer alteração de significado ou mudança de classe gramatical. Por Exemplo: alfabetização No exemplo acima, o sufixo -ção transforma em substantivo o verbo alfabetizar. Este, por sua vez, já é derivado do substantivo alfabeto pelo acréscimo do sufixo -izar. A derivação sufixal pode ser: a) Nominal, formando substantivos e adjetivos. Por Exemplo: papel - papelaria riso - risonho b) Verbal, formando verbos. Por Exemplo: atual - atualizar c) Adverbial, formando advérbios de modo. Por Exemplo: feliz - felizmente Derivação Parassintética ou Parassíntese Ocorre quando a palavra derivada resulta do acréscimo simultâneo de prefixo e sufixo à palavra primitiva. Por meio da parassíntese formam-se nomes (substantivos e adjetivos) e verbos. Considere o adjetivo “ triste”. Do radical “trist-” formamos o verbo entristecer através da junção simultânea do prefixo “en-” e do sufixo “-ecer”. A presença de apenas um desses afixos não é suficiente para formar uma nova palavra, pois em nossa língua não existem as palavras “entriste”, nem “tristecer”. Exemplos:
É impossível fazer o mesmo com palavras formadas por parassíntese: não se pode dizer que expropriar provém de “propriar” ou de “expróprio”, pois tais palavras não existem. Logo, expropriar provém diretamente de próprio, pelo acréscimo concomitante de prefixo e sufixo.
Derivação Regressiva Ocorre derivação regressiva quando uma palavra é formada não por acréscimo, mas por redução. Exemplos: comprar (verbo) beijar (verbo) compra (substantivo) beijo (substantivo) Saiba que: Para descobrirmos se um substantivo deriva de um verbo ou se ocorre o contrário, podemos seguir a seguinte orientação: - Se o substantivo denota ação, será palavra derivada, e o verbo palavra primitiva. - Se o nome denota algum objeto ou substância, verifica-se o contrário. Vamos observar os exemplos acima: compra e beijo indicam ações, logo, são palavras derivadas. O mesmo não ocorre, porém, com a palavra âncora, que é um ob jeto. Neste caso, um substantivo primitivo que dá origem ao verbo ancorar. Por derivação regressiva, formam-se basicamente substantivos a partir de verbos. Por isso, recebem o nome de substantivos deverbais. Note que na linguagem popular, são frequentes os exemplos de palavras formadas por derivação regressiva. Veja: o portuga (de português) o boteco (de botequim) o comuna (de comunista) Ou ainda: agito (de agitar) amasso (de amassar) chego (de chegar) Obs.: o processo normal é criar um verbo a partir de um substantivo. Na derivação regressiva, a língua procede em sentido inverso: forma o substantivo a partir do verbo.
Palavra Inicial Prefixo Radical Sufixo Palavra Formada mudo e mud ecer emudecer alma des alm ado desalmado
Atenção! Não devemos confundir derivação parassintética, em que o acréscimo de sufixo e de prefixo é obrigatoriamente simultâneo, com casos como os das palavras desvalorização e desigualdade. Nessas palavras, os afixos são acoplados em se-
Derivação Imprópria A derivação imprópria ocorre quando determinada palavra, sem sofrer qualquer acréscimo ou supressão em sua forma, muda de classe gramatical. Neste processo: 9
1) Os adjetivos passam a substantivos Por Exemplo: Os bons serão contemplados. 2) Os particípios passam a substantivos ou adjetivos Por Exemplo: Aquele garoto alcançou um feito passando no concurso. 3) Os infinitivos passam a substantivos Por Exemplo: O andar de Roberta era fascinante. O badalar dos sinos soou na cidadezinha. 4) Os substantivos passam a adjetivos Por Exemplo: O funcionário fantasma foi despedido. O menino prodígio resolveu o problema. 5) Os adjetivos passam a advérbios Por Exemplo: Falei baixo para que ninguém escutasse. 6) Palavras invariáveis passam a substantivos Por Exemplo: Não entendo o porquê disso tudo. 7) Substantivos próprios tornam-se comuns. Por Exemplo: Aquele coordenador é um caxias! (chefe severo e exigente)
néticos. Exemplos: embora (em boa hora) fidalgo (filho de algo - referindo-se a família nobre) hidrelétrico (hidro + elétrico) planalto (plano alto) Obs.: ao aglutinarem-se, os componentes subordinam-se a um só acento tônico, o do último componente.
Redução Algumas palavras apresentam, ao lado de sua forma plena, uma forma reduzida. Observe: auto - por automóvel cine - por cinema micro - por microcomputador Zé - por José Como exemplo de redução ou simplificação de palavras, podem ser citadas também as siglas, muito frequentes na comunicação atual. (Se desejar, veja mais sobre siglas na seção “Extras” -> Abreviaturas e Siglas)
Hibridismo Ocorre hibridismo na palavra em cuja formação entram elementos de línguas diferentes. Por Exemplo: auto (grego) + móvel (latim)
Observação: os processos de derivação vistos anteriormente fazem parte da Morfologia porque implicam alterações na forma das palavras. No entanto, a derivação imprópria lida basicamente com seu significado, o que acaba caracterizando um processo semântico. Por essa razão, entendemos o motivo pelo qual é denominada “imprópria”.
Onomatopeia Numerosas palavras devem sua origem a uma tendência constante da fala humana para imitar as vozes e os ruídos da natureza. As onomatopeias são vocábulos que reproduzem aproximadamente os sons e as vozes dos seres. Exemplos: miau, zumzum, piar, tinir, urrar, chocalhar, cocoricar, etc.
Composição Composição é o processo que forma palavras com postas, a partir da junção de dois ou mais radicais. Existem dois tipos:
SINTAXE
Composição por Justaposição Ao juntarmos duas ou mais palavras ou radicais, não ocorre alteração fonética. Exemplos: passatempo, quinta-feira, girassol, couve-flor Obs.: em “girassol” houve uma alteração na grafia (acréscimo de um “s”) justamente para manter inalterada a sonoridade da palavra.
Definição
A Sintaxe é à parte da gramática que estuda a dis posição das palavras na frase e a das frases no discurso, bem como a relação lógica das frases entre si. Ao emitir uma mensagem verbal, o emissor procura transmitir um significado completo e compreensível. Para isso, as palavras são relacionadas e combinadas entre si. A sintaxe é um instrumento essencial para o manuseio satisfatório das múltiplas possibilidades que existem para combinar palavras e orações.
Composição por Aglutinação Ao unirmos dois ou mais vocábulos ou radicais, ocorre supressão de um ou mais de seus elementos fo10
TIPOS DE FRASES
tivas. Obrigaram o rapaz a sair. (Afirmativa) Ela não está em casa. (Negativa) e) Frases Optativas: são usadas para exprimir um desejo. Por Exemplo: Deus te acompanhe! Bons ventos o levem!
Muitas vezes, as frases assumem sentidos que só podem ser integralmente captados se atentarmos para o contexto em que são empregadas. É o caso, por exem plo, das situações em que se explora a ironia. Pense, por exemplo, na frase “Que educação!”, usada quando se vê alguém invadindo, com seu carro, a faixa de pedestres. Nesse caso, ela expressa exatamente o contrário do que aparentemente diz. A entoação é um elemento muito importante da frase falada, pois nos dá uma ampla possibilidade de ex pressão. Dependendo de como é dita, uma frase simples como “É ela.” pode indicar constatação, dúvida, surpresa, indignação, decepção, etc. Na língua escrita, os sinais de pontuação podem agir como definidores do sentido das frases. Veja:
De acordo com a construção, as frases classificam-se em:
Frase Nominal: é a frase construída sem verbos. Exemplos: Fogo! Cuidado! Belo serviço o seu! Trabalho digno desse feirante.
Frase Verbal: é a frase construída com verbo. É ela?
É ela?!
É ela.
É ela!!!
Por Exemplo: O sol ilumina a cidade e aquece os dias. Os casais saíram para jantar. A bola rolou escada abaixo.
OBJETIVOS DA ANÁLISE SINTÁTICA
É ela...
A análise sintática tem como objetivo examinar a estrutura de um período e das orações que compõem um período. Estrutura de um Período Observe:
Existem alguns tipos de frases cuja entoação é mais ou menos previsível, de acordo com o sentido que transmitem. São elas: a) Frases Interrogativas: ocorrem quando uma pergunta é feita pelo emissor da mensagem. São empregadas quando se deseja obter alguma informação. A interrogação pode ser direta ou indireta. Você aceita um copo de suco? (Interrogação direta) Desejo saber se você aceita um copo de suco. (Interrogação indireta) b) Frases Imperativas: ocorrem quando o emissor da mensagem dá uma ordem ou conselho ou se faz um pedido, utilizando o verbo no modo imperativo. Podem ser afirmativas ou negativas. Faça-o entrar no carro! (Afirmativa) Não faça isso. (Negativa) Dê-me uma ajudinha com isso! (Afirmativa) c) Frases Exclamativas: nesse tipo de frase o emissor exterioriza um estado afetivo. Apresentam entoação ligeiramente prolongada. Por Exemplo: Que prova difícil! É uma delícia esse bolo! d) Frases Declarativas: ocorrem quando o emissor constata um fato. Esse tipo de frase informa ou declara alguma coisa. Podem ser afirmativas ou nega-
Conhecemos mais pessoas quando estamos viajando.
Ao analisarmos a estrutura do período acima, é possível identificar duas orações: Conhecemos mais pessoas e quando estamos viajando.
Termos da Oração No período “Conhecemos mais pessoas quando estamos viajando”, existem seis palavras. Cada uma delas exerce uma determinada função nas orações. Em análise sintática, cada palavra da oração é chamada de termo da oração. Termo é a palavra considerada de acordo com a função sintática que exerce na oração. Segundo a Nomenclatura Gramatical Brasileira, os termos da oração podem ser:
1) Essenciais Também conhecidos como termos “fundamentais”, são representados pelo sujeito e predicado nas orações.
2) Integrantes Completam o sentido dos verbos e dos nomes, são representados por: complemento verbal - objeto direto e indireto; complemento nominal; agente da passiva. 11
- quando o objeto é um substantivo próprio: Adoremos a Deus. - quando o objeto é representado por um pronome pes-
3) Acessórios Desempenham função secundária (especificam o substantivo ou expressam circunstância). São representados por: adjunto adnominal; adjunto adverbial; aposto. Obs.: O vocativo, em análise sintática, é um termo à parte: não pertence à estrutura da oração.
soal oblíquo tônico: Ofenderam a mim, não a ele.
- quando o objeto é representado por um pronome substantivo indefinido: O diretor elogiou a todos. - para evitar ambigüidade: Venceu ao inimigo o nosso colega. Obs.: caso o objeto direto não viesse preposicionado, o sentido da oração ficaria ambíguo, pois não poderíamos apontar com precisão o sujeito (o nosso colega). Saiba que: Freqüentemente, verbos intransitivos, podem aparecer como verbos transitivos diretos. Por Exemplo:
TERMOS INTEGRANTES DA ORAÇÃO
Certos verbos ou nomes presentes numa oração não possuem sentido completo em si mesmos. Sua significação só se completa com a presença de outros termos, chamados integrantes. São eles: • complementos verbais (objeto direto e objeto indireto); • complemento nominal; • agente da passiva.
A criança chorou lágrimas doídas pela perda da mãe.
Objeto Direto Complemento Nominal É o termo que completa o sentido de uma palavra que não seja verbo. Assim, pode referir-se a substantivos, adjetivos ou advérbios, sempre através de preposição. Exemplos: Cecília tem orgulho da filha. substantivo complemento nominal Ricardo estava consciente de tudo. adjetivo complemento nominal A professora agiu favoravelmente aos alunos. advérbio complemento nominal Saiba que: O complemento nominal representa o recebedor, o paciente, o alvo da declaração expressa por um nome. É regido pelas mesmas preposições do objeto indireto. Difere deste apenas porque, em vez de complementar verbos, complementa nomes (substantivos, adjetivos) e alguns advérbios em -mente.
COMPLEMENTOS VERBAIS Completam o sentido de verbos transitivos diretos e transitivos indiretos. São eles:
1) Objeto Direto É o termo que completa o sentido do verbo transitivo direto, ligando-se a ele sem o auxílio necessário da preposição. Por exemplo: Abri os braços ao vê-lo.
Objeto Direto O objeto direto pode ser constituído: a) Por um substantivo ou expressão substantivada. Exemplos: O agricultor cultiva a terra./ Unimos o útil ao agradável. b) Pelos pronomes oblíquos o, a, os, as, me, te, se, nos, vos. Exemplos: Espero-o na minha festa. / Ela me ama. c) Por qualquer pronome substantivo. Exemplos: Não veio ninguém à aula hoje. / O menino que conheci está lá fora. / Onde você leu isso? ATENÇÃO: Em alguns casos, o objeto direto pode vir acompanhado de preposição facultativa. Isso pode ocorrer:
Agente da Passiva É o termo da frase que pratica a ação expressa pelo verbo quando este se apresenta na voz passiva. Vem regido comumente da preposição “por” e eventualmente da preposição “de”. Por Exemplo: A vencedora foi escolhida pelos jurados. Sujeito Verbo Agente da Paciente Voz Passiva Passiva Ao passar a frase da voz passiva para a voz ativa, o agente da passiva recebe o nome de sujeito. Veja: Os jurados escolheram a vencedora. Sujeito Verbo Objeto Direto 12
mento recebe, então, o nome de “objeto direto preposicionado”. a) Ela ama a mim. Regência do verbo “amar”: transitivo direto. Função sintática da expressão “a mim”: objeto direto preposicionado. b) Venceu ao pai o filho. Regência do verbo “vencer”: transitivo direto. Função sintática da expressão “ao pai”: objeto direto preposicionado. c) No colégio, ele não respeitava a ninguém. Regência do verbo “respeitar”: transitivo direto. Função sintática da expressão “a ninguém”: objeto direto preposicionado.
Voz Ativa Outros exemplos: Joana é amada de muitos. Sujeito Paciente Agente da Passiva Essa situação já era conhecida de todos. Sujeito Paciente Agente da Passiva Observações: a) O agente da passiva pode ser expresso por substantivos ou pronomes. Por Exemplo: O solo foi umedecido pela chuva. (substantivo) Este livro foi escrito por mim. (pronome) b) Embora o agente da passiva seja considerado um termo integrante, pode muitas vezes ser omitido. Por Exemplo: O público não foi bem recebido. (pelos anfitriões)
OBJETO DIRETO x PRONOMES ÁTONOS Ao lado de verbos transitivos diretos, na função de complemento, só podem aparecer os seguintes pronomes átonos: a) o, a, os, as – Só podem ser objeto direto. Podem aparecer antes (próclise), no meio (mesóclise) ou depois (ênclise) do verbo, representando pessoas ou coisas. Exemplos: 1. Sempre as respeitei. 2. Eu a amo. 3. Eu amo-a. 4. Respeitá-la-ei sempre.
SEMÂNTICA Definição Em lingüística, Semântica estuda o significado e a interpretação do significado de uma palavra, de um signo, de uma frase ou de uma expressão em um determinado contexto. Nesse campo de estudo se analisa, também, as mudanças de sentido que ocorrem nas formas lingüísticas devido a alguns fatores, tais como tempo e espaço geográfico.
PREDICAÇÃO DOS VERBOS 1. CLASSIFICAÇÃO DOS VERBOS QUANTO À PREDICAÇÃO
b) lo, la, los, las – Variantes de o, a, os, as quando enclíticos (antes do verbo) ou mesoclíticos (no meio do verbo); só podem ser objeto direto. Devem ser acrescentados a verbos transitivos diretos que terminem por r, s ou z. Exemplos: 1. Vou respeitá-la sempre. 2. As cartas-proposta? Devolvemo-las ontem. 3. As planilhas de custo? Estão prontas: refi-las à noite.
Podemos dividir todos os verbos da língua portuguesa em três categorias: transitivos, intransitivos e de ligação. Os transitivos podem ser: diretos, indiretos e diretos e indiretos.
2. VERBOS TRANSITIVOS DIRETOS Entende-se por transitivo o verbo que precisa de com plemento. Vamos observar as seguintes construções:
a) Elisa ama a vida. Função de “a vida”: objeto direto. b) Daniela estima as flores. Função de “as flores”: objeto direto. c) Ele vê os filhos uma vez por semana. Função de “os filhos”: objeto direto. Os termos em negrito completam, respectivamente, o sentido de amar, estimar e ver. Observe que não há preposição intermediando os verbos e seus respectivos complementos. Diz-se, então, que os complementos ligam-se aos verbos diretamente, ou seja, sem auxílio de preposição. São, por isso, verbos transitivos diretos. E é lógico, os complementos são chamados de objetos diretos.
c) no, na, nos, nas – Variantes de o, a, os, as quando enclíticos; só podem ser objeto direto. Devem ser acrescentados a verbos transitivos diretos que terminem por ão, õe ou m. Exemplos: 1. Com relação ao dinheiro, ele repõe-no ainda hoje. 2. Lições de esperança? Eles dão-nas todos os dias. 3. Obstáculos da vida? Transpõe-nos naturalmente.
VTD X LHE Se o pronome lhe estiver ao lado de verbo transitivo direto, com certeza estará no papel de pronome possessivo: pode ser trocado por seu (dele), sua (dela), seus (deles), suas (delas). A função sintática, nesse caso, é de adjunto adnominal.
OBJETO DIRETO PREPOSICIONADO Se o verbo transitivo direto vier preposicionado, com certeza a preposição não é exigida pelo verbo. O comple13
Exemplos: 1. Respeito-lhe muito as opiniões. = Respeito muito as suas opiniões. 2. Conheço-lhe a família há muitos anos. = Conheço a sua família há muitos anos. 3. Doíam-lhe todas as partes do corpo. = Doíam todas as partes do seu corpo. 4. Admiro-lhe muito as atitudes. = Admiro muito as suas atitudes.
d) indeterminado; e) composto 02. Se, na oração anterior, o verbo existir fosse substituído pelo verbo haver, teríamos: a) sujeito simples, com verbo na terceira pessoa do plural; b) sujeito indeterminado, com verbo na terceira pessoa do plural; c) sujeito simples, com verbo na terceira pessoa do singular; d) oração sem sujeito, com verbo na terceira pessoa do singular; e) sujeito elíptico, com verbo na terceira pessoa do singular.
VTD E VOZ PASSIVA Os verbos transitivos diretos aceitam mudança para a voz passiva. Confira: 1. Ela viu todos os filmes do festival. (voz ativa) Todos os filmes do festival foram vistos por ela. (voz passiva analítica)
03. Assinale a opção que completa corretamente as lacunas do texto abaixo: “Eu não tenho filosofia: tenho sentidos... Se falo na Natureza não é ________ saiba o que ela é, Mas ________ a amo, e amo-a por isso, ________ quem ama nunca sabe o que ama Nem sabe _______ ama, nem o que é amar...” (Alberto Caieiro) a) porque - porque - por que - por que b) porque - porque - porque - porque c) porque - porque - por que - porque d) porque - porque - porque - por que e) por que - por que - porque - porque
VTD e ORAÇÃO SUBORDINADA SUBSTANTIVA OBJETIVA DIRETA O complemento do verbo transitivo direto pode ser uma oração inteira: é a oração subordinada substantiva objetiva direta. 1. Ela queria que todos a vissem nua. 2. Saiu para ver se todos já estavam instalados.
VERBOS TRANSOBJETIVOS Os verbos transitivos diretos que formam o predicado verbo-nominal com predicativo do objeto merecem atenção especial. São conhecidos como verbos transobjetivos. O complemento verbal (objeto direto) vem acompanhado de predicativo. 1. Julgamos Teotônio incapaz dessa atitude. Função sintática de “incapaz”:predicativo do objeto. Classificação do predicado: verbo-nominal. 2. Elegeram-na vereadora. Função sintática de “vereadora”: predicativo do ob jeto. Classificação do predicado: verbo-nominal.
04. Assinale a alternativa que completa corretamente as lacuna da frase apresentada: “________ dois dias que se ________ iniciado os trabalhos de contagem dos votos sem que se _________ os resultados. a) Fazia - haviam - previsse b) Faziam - haviam - prevesse c) Fazia - havia - previsse d) Faziam - havia - previssem e) Fazia - haviam - previssem 05. Na frases “Tomarei banhos de mar.”, “Vou refazer minhas malas.” e “Não desobedeça aos sinais de trânsito.”, os complementos verbais podem ser substituídos por: a) los – lhes – os b) los – las – lhes c) lhes – las – lhes d) los – lhes – lhes e) los – las – os
TESTES COM GABARITO 01. Na frase “Quanto aos seus talentos, não existiam duas opiniões.”, o sujeito é: a) elíptico; b) inexistente; c) simples; 14
06. Assinale a frase gramaticalmente correta.
e) condição.
a) Pinte as janelas da sala e às da cozinha também.
11. Assinale a opção em que a concordância verbal esteja de acordo com o padrão culto. a) Todos os eleitores têm responsabilidades. b) A sua preocupação constante era os juros altos. c) Alguns de nós trocam o amor pelo ódio. d) Nenhum de nós faremos um acordo desses. e) Falta, neste momento, cinco minutos para o término da aula.
b) Eis a colega à qual trago na lembrança. c) Sua vista esquerda está ótima; agora vou examinar à direita. d) Não dou valor à tolices dessa espécie. e) A farmácia fica na próxima rua à direita. 07. Assinale a alternativa que completa com correção as lacunas da frase seguinte: “Ficaram frente _____ frente, _____ se encarar, sem saber o que dizer uma _____ outra.” a) à – à – a; b) à – a – a; c) a – a – à; d) a – à – a; e) à – a – à.
12. Assinale a alternativa que preencha, pela ordem, as lacunas abaixo: I. O verso................ refere-se o poeta é mais belo, mais variado e mais imprevisto. II. O verso................ trata o poeta é mais belo, mais variado e mais imprevisto. III. O verso................ o poeta monta seu poema é mais belo, mais variado e mais imprevisto. IV. O verso................ o poeta constrói é mais belo, mais variado e mais imprevisto. a) em que – a que – que – de que; b) com que – que – com que – de que; c) a que – de que – com que – que; d) a que - de que – que – de que; e) que – de que – com que – que.
08. Assinale a opção incorreta quanto ao emprego do pronome pessoal: a) Eu falarei consigo mais tarde, meu amigo. b) O bom pai nunca pensa apenas em si.. c) Leve consigo lápis e borracha, meu filho. d) Tua mãe sempre cantou para tu dormires? e) Nunca houve acordo entre mim e meu chefe. 09. “Outrora viajei países imaginários, fáceis de habitar. Ilhas sem problemas”, não obstante exaustivas e convidando ao suicídio.” (Carlos Drummond de Andrade)
13. Assinale a frase que contém erro: a) É tranqüila a rua onde moro. b) Não sei onde guardar estes documentos. c) Todos ignoram onde ele mora. d) Ele não sabe onde irá no próximo verão. e) Aquela é a cidade onde nasceu Castro Alves.
A locução destacada no texto acima indica circunstância de: a) condição b) modo; c) dúvida; d) concessão; e) causa.
14. Assinale a alternativa que apresenta período corretamente pontuado. a) De novo, o paciente gemia; mas manso lentamente, sem desespero. b) De novo, o paciente gemia, mas manso, lentamente, sem desespero. c) De novo, o paciente gemia mas manso, lentamente, sem desespero. d) De novo o paciente gemia, mas manso, lentamente, sem desespero. e) De novo o paciente, gemia, mas manso, lentamente, sem desespero.
10. “A tarde talvez fosse azul Não houvesse tantos desejos.” (Carlos Drummond de Andrade)
Embora a segunda oração do texto acima esteja desprovida de conectivo, ela exprime circunstância de: a) tempo; b) concessão; c) causa; d) consequência; 15
( ) Ficamos felizes ........... você venceu.
GABARITO 01-c
02-d
03-d
04-e
05-b
06-e
07-c
8-a
09-d
10-e
11-c
12-c
13-d
14-b
1. por que 3. porquê 2. porque 4. por quê A seqüência correta é: a) 1 - 1 - 1 - 1 b) 4 - 1 - 4 - 2 c) 2 - 2 - 4 - 2 d) 1 - 4 - 3 - 4 e) 1 - 1 - 3 - 2
MAIS TESTES 01. Assinale o item a seguir em que as duas palavras não são acentuadas em razão da mesma regra: a) público - fábula; b) baía - saúva; c) próprios – responsáveis; d) ausência – critérios; e) séria – parágrafo
06. Assinale a alternativa em que o acento indicativo da crase foi empregado corretamente: a) Venho à pedido do meu superior. b) Escreveu uma carta à lápis. c) Os turistas regressaram à terra antes do horário previsto. d) Dediquei minhas palavras a senhora que nos recepcionou. e) Ficamos à distância de dez metros do acidente.
02. Assinale a alternativa cujas palavras recebem acento gráfico de acordo com a mesma regra: a) hífen - cânon - próton b) caráter - útil - área c) herói - mói - álcool d) juízes - ilhéus - tuiuiú e) pôde - pôr - pô-lo
07. Selecione a alternativa que completa corretamente as lacunas da seguinte frase: Os alunos do primeiro ano, ........... essas horas, não sairão mais ......... ruas, ......... menos que este jam acompanhados por um responsável. a) à - às - à; b) à - às - a; c) a - às - a; d) a - às - à; e) a - as - a.
03. Dirigindo-se à ....... de informações, soube que não haveria a ......... das oito; por isso fez ......... do bilhete para seu amigo. a) sessão - cessão - cessão b) seção - sessão - cessão c) sessão - cessão - seção d) cessão - seção - sessão e) seção - seção - cessão
08. Assinale a letra correspondente à alternativa que completa corretamente as lacunas da frase: Ele está ali .......... muitas horas, ......... espera do nascimento do filho, que deverá ocorrer daqui ......... pouco. a) há - à - a b) há - a - há c) a - a - há d) à - à – a e) há - à - à
04. Protestei contra a voz, mandando que se calasse ............ eu não admitia impertinência. O elemento capaz de estabelecer nexo adequado entre as duas afirmativas é: a) porque b) por que c) por isso d) entretanto e) portanto
09. Verifique o emprego das formas pronominais nos períodos abaixo: 1. Não há mais ciúmes entre eu e ele. 2. Perante eu e vós o juiz a declarou culpada. 3. Papai deu o carro para mim dirigir.
05. Complete as lacunas das frases seguintes: ( ) .......... você fez isso, companheiro? ( ) Foram muitas as dificuldades ........... passei. ( ) Não ficamos sabendo o .......... da questão. 16
4. Contra os alunos e eu estava o chefe da coordenadoria. 5. Sem você e eu ninguém fará nada correto. Assinale a opção correta: a) Todos os períodos estão corretos; b) Todos os períodos estão incorretos; c) Apenas o período 3 está incorreto; d) Apenas o período 1 está incorreto; e) Apenas os períodos 1 e 3 estão incorretos.
13. Assinale a alternativa gramaticalmente correta: a) Não chores, cala, suporta a tua dor. b) Não chore, cala, suporta a tua dor. c) Não chora, cale, suporte a sua dor. d) Não chores, cales, suportes a sua dor. e) Não chores, cale, suporte a tua dor. 14. A forma verbal do imperativo não está correta na frase: a) Tu falas demais! Fala um pouco menos! b) Você fala demais! Fale um pouco menos! c) Nós falamos demais! Falemos um pouco menos! d) Vós falais demais! Faleis um pouco menos! e) Eles falam demais! Falem um pouco menos!
10. Destaque a frase em que o pronome relativo está empregado corretamente: a) É um cidadão em cuja honestidade se pode confiar. b) Feliz o pai cujo os filhos são ajuizados. c) Comprou uma casa maravilhosa, cuja casa lhe custou uma fortuna. d) Preciso de um pincel delicado, sem o cujo não poderei terminar meu quadro. e) Os jovens, cujos pais conversei com eles, prometeram mudar de atitudes.
15. Completando-se as lacunas com as formas verbais pedidas nos parênteses, tem-se: 1) Finalmente eles se ________ do álcool. (abster) 2) Não me _________ de tanta emoção. (caber) 3) Espera-se que os rebeldes não _________ as florestas. (incendiar) a) abstiveram - caibo - incendeiem b) absteram - caibo - incendiem c) abstinham - coube - incendiem d) abstiveram - cabo - incendeiem e) absteriam - caibo - incendeiem
11. Completando-se as lacunas das frases: 1. No palco, você deverá ficar entre o apresentador e ......... 2. Eles chegaram a discutir entre ........, mas não brigaram. 3. Percebi que o plano era para ......... desistir do jogo. 4. Passeando pelo jardim, o velho falava ........, murmurando frases confusas.
16. Em uma das alternativas a seguir, a forma verbal em destaque está incorreta. Assinale-a: a) É preciso que leiais o que vos diz respeito. b) Há alguns males que jamais se remedeiam. c) Não deis ouvidos aos que vos caluniam. d) Apiedamo-nos das pessoas desvalidas. e) Quando ocorreu o motim, a polícia interviu.
Obtém-se as formas: a) mim - eles - mim - consigo; b) mim - si - eu - consigo; c) eu - eles - eu - contigo; d) eu - si - eu - consigo; e) mim - si - mim - contigo.
17. A forma assinalada em uma das opções seguintes não é aceita pela norma culta. Aponte-a: a) Não cri em nada que aquele demagogo prometeu. b) Só espero que valha a pena tamanho sacrifício. c) Eu me precavenho contra os caluniadores. d) Ponde o interesse coletivo acima de vossos interesses. e) Faça somente o que lhe aprouver.
12. ........... a Deus e ao próximo; ............ os seus deveres e não se .......... . As formas verbais que completam corretamente as lacunas da frase acima são, respectivamente: a) ama - cumpra - desanima; b) ame - cumpre - desanime; c) ame - cumpra - desanime; d) ama - cumpre - desanima; e) ame - cumpre – desanima. 17
18. A aniversariante ............ muito feliz se ........... o carro que lhe ........... . Completando as lacunas com verbos no futuro do presente do indicativo, futuro do subjuntivo e pretérito perfeito do indicativo, tem-se, na ordem: a) ficaria - reavesse - roubaram b) ficará - reouver - roubaram c) ficava - reouvesse - roubariam d) ficaria - reaver - roubarão e) ficará - reaver - roubaram
c) requeresse - interviesse - reouvesse d) requeresse - interviesse - reavesse e) requisesse - intervisse - reouvesse 22. Em “Não havia público para os oradores naquela noite”, o sujeito é: a) elíptico b) indeterminado c) inexistente d) simples e) composto 23. Se, na frase anterior, o verbo haver fosse substituído por existir, o sujeito seria: a) simples b) indeterminado c) elíptico d) composto e) inexistente
19. Nas alternativas seguintes, a frase apresentada é convertida na passiva correspondente. Em uma delas, a correspondência é incorreta. Assinale-a: a) A moça olhou o rapaz com languidez. / O rapaz foi olhado pela moça com languidez. b) João ama Maria. / Maria é amado por João. c) A testemunha diria toda a verdade. / Toda a verdade seria dita pela testemunha. d) Nas férias, eles sempre visitavam os avós. / Nas férias, os avós foram visitados por eles. e) Genésio Alfredo escrevera uma belíssima poesia. / Uma belíssima poesia fora escrita por Genésio Alfredo.
24. Em “Ele observou-a e achou aquele gesto feio, grosseiro, masculinizado.” , os termos destacados são: a) predicativos do sujeito b) predicativos do objeto c) adjuntos adnominais d) objetos diretos e) adjuntos adverbiais de modo
20. Marque o item que completa corretamente a frase: Assim que ......... do colégio e ......... Carlos, .......... que preciso falar com ele. a) vires - veres - diga-lhe b) vieres – veres - diga-lhe c) vieres - vires - dize-lhe d) vieres - veres - dize-lhe e) vier - ver - diga-lhe
25. Os termos destacados estão corretamente classificados, exceto em: a) Ficaram encantados com sua gentileza. (objeto indireto) b) Com as mãos no rosto, parecia petrificado. (predicativo do sujeito) c) Quanto tempo perdido em brincadeira! (adjunto adnominal) d) Procurava alivio para seus sofrimentos. (complemento nominal)
21. Assinale a opção que completa corretamente as lacunas da frase apresentada. Se você .......... e seu amigo ........... no caso, talvez ........... esses bens. a) requisesse - intervisse - reavesse b) requeresse- intervisse - reavesse
e) A mim, pobre infeliz, todos abandonam. (aposto)
GABARITO 01-e
02-a
03-b
04-a
05-b
06-e
07-c
08-a
09-b
11-b
12-c
13-a
14-d
15-a
16-e
17-c
18-b
19-d
18
10-a
PROVA LÍNGUA PORTUGUESA COMENTADA A imaginação e a cartografia européias do passado povoavam de ilhas as amplitudes desconhecidas do Atlêntico - e a mais famosa delas se chamava Ilha do Brasil. José Saramago imagina uma ilha nova.
Naveguemos um pouco em A jangada de pedra, antes de aportarmos no Brasil. 01. A) Quanto às características de A jangada de pedra, assinale C, para os itens corretos, e E, para os
parece necessário usar quando escrevemos”... (p.23) Em entrevista a Zero Hora, Saramago reconhece que sua narração “se confunde muito com a oralidade, tem a ver com essa magia do conto oral. (...) O que eu quero é que o leitor ouça... ouça aquilo que está no livro”.
errados. I. ( ) Discurso criativo e irônico. II. ( ) Escrita narrativa marcada pela oralidade. III. ( ) Obediência à pureza dos gêneros. IV. ( ) Afinidades com as literaturas latino-americanas. V. ( ) Despersonalização neo-realista dos protagonistas. VI. ( ) Relações intertextuais entre a literatura e outras artes.
Quanto ao item “Obediência à pureza dos gêneros”, a resposta deve ser ( E ), pois é notável nos romances de José Saramago o deslizamento não só entre os gêneros e subgêneros – o ensaio, a crônica, o romance, por exemplo – mas também entre os tons. Na obra, o lírico, o irônico, o mágico, o irreverente se entretecem, sur preendendo e corroendo as expectativas do leitor. Até recentemente pouco investigado, Saramago foi, ele mesmo, o intérprete e explicador de sua própria obra em entrevistas e textos esparsos publicados em jornais. O romancista disse, por mais de uma vez, que era “um bom ensaísta que escreve romances, porque não teve quem lhe ensinasse a escrever ensaios”. Seu romance é muito singular para se limitar à obediência das regras de um gênero, ainda que seu modo pessoal de conceber e de realizar a literatura possa, no futuro, produzir seguidores.
B) Fundamentando-se no romance, justifique sua resposta aos itens V e VI do quesito anterior.
____________________________ COMENTÁRIO A primeira parte da questão 1 sonda as características da escrita romanesca de José Saramago e, em es pecial, as que estão presentes em A jangada de pedra. O vestibulando deve marcar (C) em “Discurso criativo e irônico”, visto que a ficção do escritor português é profundamente imaginativa, não se repetindo, ainda que preserve traços constantes como a busca da verdade e do ser do outro. A criatividade não conduz ao hermetismo, à compreensão reduzida a poucos leitores. As palavras são correntes em sua quase totalidade; as visões de mundo se traduzem em expressões que atingem diferentes planos de compreensão. Freqüentemente a ironia se apresenta como um dos traços mais fortes desta escrita, como o vêm ressaltado a crítica e os leitores de José Saramago.
Assinale-se ( C ) em “Afinidades com as literaturas latino-americanas.” Ainda que se identifique profundamente com a cultura portuguesa, A jangada de pedra dialoga com escritores latino-americanos. Desde a epígrafe deste romance - o “Todo futuro es fabuloso” de Alejo Carpentier -, as marcas do realismo maravilhoso americano dialogam com o imaginário ibérico, graças às afinidades e às diferenças que o texto reconhece. Saramago dialoga com Jorge Luis Borges em O ano da morte de Ricardo Reis, conforme percebeu Vilma Arêas.
O vestibulando deve marcar (E) em “Despersonalização neo-realista dos protagonistas”, visto que a estética saramaguiana - entre outras diferenças - associa o imaginário mítico-poético às formas do fantástico e do maravilhoso. Seu modo de lidar com os fatos históricos não desenvolve o projeto de literatura social modelado pelo neo-realismo dos anos 40 em Portugal, que pro punha uma literatura empenhada, social e documental. As primeiras personagens de ficção do Neo-Realismo eram personagens-grupo e os protagonistas da maioria dos romances do decênio sofriam violenta despersonalização.
Um ( C ) deve ser assinalado em “Escrita narrativa marcada pela oralidade.” O próprio escritor defende a oralidade de sua escrita em entrevista concedida a Horácio Costa e publicada na Revista Cult nº 17: “Se você ler em voz alta, vai ver o que acontece. Da mesma forma que, quando nos comunicamos oralmente, não necessitamos nem de travessões, nem de pontinhos, nem nada do que
19
explicados em termos físicos, ainda que por simples analogia ou indução imperfeita.” (p. 239)
O vestibulando também deve marcar (C) em “Relações intertextuais entre a literatura e outras artes.” O leitor de A jangada de pedra deve recordar que o narrador se refere a Os pássaros de Alfred Hitchcock, comparando o temperamento dos estorninhos às aves agressivas do filme de suspense. O teatro, a ópera e a dramaturgia shakespeareana são igualmente referidos. A intertextualidade ocorre dentro do próprio sistema literário, visto que A jangada de pedra dialoga com textos de Camões, Pessoa, e de outros, aí incluídos o próprio romance saramaguiano. O item B se encontra justificado acima.
( )
“ Mas Pedro Orce disse, Se afirmam que parou, será verdade, mas que a terra continua a tremer, essa verdade juro-a eu, por mim e por esse cão.” (p. 283) B) Destaque a idéia central da transcrição. “Passam os tempos, confundem-se as memórias, em quase nada acabam por distinguir-se a verdade e as verdades, antes tão claras e delimitadas, e então, querendo apurar o que ambiciosamente denominamos rigor dos factos, vamos consultar os testemunhos da época, documentos vários, jornais, filmes, gravações de vídeo, crónicas, diários íntimos, pergaminhos, sobretudo os palimpsestos, interrogamos os sobreviventes, com boa vontade de um lado e do outro conseguimos mesmo acreditar no que diz o ancião sobre o que viu e ouviu na infância, e de tudo haveremos de concluir alguma coisa, à falta de convictas certezas faz-se de conta”. ( p.35) C) Sob a perspectiva da identidade cultural, justifique o deslocamento da península.
____________________________ 02. A) No quadro abaixo são apresentadas funções que os fatos incomuns têm em A jangada de pedra.
1. Associar os mitos ao saber contemporâneo. 2. Ironizar as contradições da integração européia. 3. Criticar as explicações positivistas e o cientificismo.
____________________________ COMENTÁRIO
4. Inserir o acontecimento maravilhoso na vida cotidiana.
Ao responder a segunda questão, o candidato deve numerar os parênteses conforme as opções constantes do quadro. A primeira referência, extraída da página 10 do livro em estudo, deve corresponder à função de número 1: “Associar os mitos ao saber contemporâneo.” A passagem transcrita refere-se a Cérbero, cão de três cabeças que, na mitologia grega, guardava a entrada das regiões infernais. Associa-se ao cão o nome da cidade francesa Cerbère, próxima à linha divisória entre França e Espanha, onde se dará uma das fraturas que desprenderá a península do resto da Europa. Saramago insere a personagem no contexto histórico atual, permitindo ao leitor refletir sobre como os veterinários e os cirurgiões que realizam a autópsia de Médor lidam com o saber que lhes é próprio. A opção pelo número 4 pode ser também aceita, visto que a presença do cão mitológico caracteriza a inserção do maravilhoso no cotidiano. A segunda citação deve ser assinalada com o número 5, pois o narrador analisa o comportamento e os valores do povo português. A passagem se insere no episódio da ocupação dos hotéis de luxo, quando a camada mais pobre da população se organiza por melhores condições de moradia e tem de enfrentar a ação policial. O apego à família e aos bens da casa supera a fria compreensão das condições reais imediatas.
Associe os fatos incomuns transcritos a seguir com o número que corresponde à sua função no romance. ( ) ... “os veterinários combinaram que passariam por alto, no relatório, o intrigante sucesso das cordas vocais desaparecidas. E parece que de finitivamente, porque nessa mesma noite an-
( )
( )
( )
( )
dou a rondar Cerbère um enorme cão de três cabeças, alto como uma árvore, mas calado.” (p.10) ... “depois, se tudo correr bem, mandarão vir o resto dos parentes, e a cama, a arca, a mesa, à falta de mais ricas variedades, nenhum deles se lembrou de que nos hotéis o que mais há é camas e mesas”. (p. 94) “ Arrasta o pé pelo chão, arrasa o risco com uma rasoira, pisa e calca, é como um sacrilégio. No instante seguinte, diante dos olhos assombrados de todos, o risco refaz-se, recompõe-se exatamente como fora antes”. (p.140-141) ... “alguns países membros chegaram a manifestar um certo desprendimento, palavra sobre todas exacta, indo ao ponto de insinuar que se a Península Ibérica se queria ir embora, então que fosse, o erro foi tê-la deixado entrar.” (p. 42) ... “não faltou quem viesse propor que doravante todos os fenômenos da psique, do espírito, da alma, da vontade, da criação, passassem a ser 20
A resposta seguinte deverá ser 4, pois a transcrição destaca o gesto mágico de Joana Carda inserindo-se na realidade quotidiana das personagens. O candidato sa berá que os três protagonistas viajam conduzidos por Joana até o lugar do risco, onde submetem a exame o fenômeno. Quanto ao quarto quesito, deve-se numerar com o algarismo 2 do quadro. As relações dos países ibéricos com o resto da Europa são referidas como problemáticas. Os países ricos e mais poderosos viam com certo desprezo as nações mais pobres e menos desenvolvidas, o que gerava queixas nos povos ibéricos. Por várias vezes, a narrativa se refere a este fato. Contudo, um episódio demarca fortemente o sentimento de solidariedade, adverso à rejeição: os jovens declaram-se em todas as línguas européias que são também eles ibéricos, contrariando assim os preconceitos vigentes nos mais velhos. A quinta transcrição deve ser interpretada como uma crítica às explicações positivistas e ao cientificismo, portanto deve receber número 3. O recurso às técnicas da literatura fantástica e ao pensamento mágico vem quebrar o mecanicismo — que tende a explicar os fenômenos universais por relações comprovadas, por vezes imediatas, de causa e efeito —, e abala o ideal cientificista do positivismo, que examina as criações culturais, fundamentando-se nas leis LÍNGUA PORTUGUESAs e biológicas. A última transcrição deve receber o número 4. Enquanto o tremor da terra passa despercebido por todos os demais, Orce e seu amigo, o cão, vivenciam o acontecimento maravilhoso, testemunhando a sua presença na realidade. O item B requer que o candidato demonstre ha bilidade de identificar a idéia central do fragmento transcrito: a dificuldade de se atingir as verdades do passado leva à construção imaginária da história. Os meios da pesquisa — consultas, gravações, entrevistas —, mesmo ocupando cinco linhas da transcrição, apenas comprovam a dificuldade de se resgatar o “rigor dos fatos”. O item C solicita uma justificativa para o deslocamento da jangada de pedra, tomando-se como pers pectiva o ponto de vista cultural. Saramago reconhece, em entrevista, que a península ibérica tem ligações culturais fortes com as Américas, talvez mais do que com seu próprio continente. Deslocar a península para o Atlântico indica a reserva com que o escritor encara a integração européia, posição também documentada em matéria jornalística, e o reconhecimento da identidade cultural, fundamentada pelos idiomas comuns, pelo longo período de colonização, pelos costumes e valores que os povos das Américas preservaram durante séculos e que ainda compartilham com as culturas portuguesa e espanhola. O deslocamento indica ainda as afinidades com as ex-colônias africanas.
03.
A) Narre, em poucas palavras, os episódios do romance em que: D. João o Segundo dá a certo fidalgo um presente. os estorninhos salvam Sassa e Anaiço de um risco iminente. B) Diga com que objetivo José Saramago diferencia o texto literário e o libreto de ópera. C) Apresente uma crítica feita pelo narrador à: política internacional norte-americana. visão maniqueísta das diferenças de classe.
____________________________ COMENTÁRIO A parte A tem por objetivo testar a leitura e o estudo apurado do texto. Para tanto, solicita ao concorrente que narre episódios do romance. O primeiro item pode ser resumido assim: “D. João o Segundo deu uma ilha imaginária a certo fidalgo, que se lançou ao mar à procura desta.” (p. 61) A ilha é um dos motivos composicionais recorrentes no romance, portanto está presente em várias passagem do texto, explorando diferentes planos discursivos. Ao percorrer a temática da narrativa, a ilha indica questões fundamentais, como a alienação, a integração política e econômica, o momento histórico da contemporaneidade, os meios de comunicação, as estruturas sócio-econômicas, o conflito entre verdade e conhecimento, entre tantos outros. O segundo item pode ser reportado sinteticamente: “Sassa e Anaiço arriscam-se a ser detidos pela polícia da fronteira entre Portugal e Espanha, quando os estorninhos descem do céu e amedrontam os policiais, que correm.” (p.65) Inicialmente, o narrador aproxima do episódio o tratamento maravilhoso de “história de fadas, embrulhamentos e andantes cavalarias” e as aventuras homéricas, mas finda por lhe dar um tratamento irônico. A parte B pergunta sobre o objetivo de José Saramago, ao diferenciar o texto literário e o libreto de ópera. Diz a passagem à página 33: “Aqui teria cabimento a lamentação primeira de não ser libreto de ópera este verídico relato, que se o fosse faríamos avançar à boca de cena um concertante como nunca se ouviu, vinte cantores, entre líricos e dramáticos de todas as coloraturas, garganteando as partes, uma por uma ou em coro, sucessivas ou simultâneas, a saber, a reunião dos governos espanhol e português, o rebentamento das linhas de transporte de eletricidade, a declaração da Comunidade Económica Europeia, a tomada de posição da Organização do Tratado do Atlântico Norte, a pânica debandada dos turistas, o assalto aos aviões, o congestionamento do trânsito nas estradas, o encontro de Joaquim Sassa e José Anaiço, o encontro deles com Pedro Orce, a inquietação dos touros em Espanha, o nervosismo das éguas em Portugal, o alarme nas costas do Mediterrâneo, as perturbações das marés, a fuga dos ricos e dos poderosos capitais, não tarda que comecem a faltar-nos cantores.” (p.33-34)
____________________________ 21
Compreendendo a simultaneidade e a combinação dos fatos que compõem um momento histórico, Saramago faz ver que a linearidade dos discursos – e, portanto, a da narrativa - impõe uma ordem diferente, incapaz de representar a um só tempo a pluralidade do real. O próprio leitor exige do narrador a seqüenciação linear das frases e das ações, para que, no final da leitura, tenha a dimensão de um todo dotado de começo e fim. A reflexão sobre o processo narrativo está, a título de exemplo, também presente nas páginas 134-135, 194, denotando a tendência da ficção atual de recorrer à metalinguagem e à exposição dos recursos da ficção. Ao referenciar uma crítica feita pelo narrador à política internacional norte-americana, o vestibulando poderá se lembrar da seguinte passagem: “O que tem causado certa perplexidade é a prudência da Casa Branca, em geral tão pronta a intervir nos negócios do mundo, onde quer que eles tragam vantagens, havendo porém quem sustente que os norte-americanos não estão dispostos a comprometer-se antes de verem aonde é que tudo isso, literalmente falando, vai parar.” (p.158) O narrador de A jangada de pedra critica a atitude mental “infectada de maniqueísmo”, com sua visão idealizante das classes baixas e com sua condenação liminar das classes altas. O escritor considera a rotulação de “ricos e poderosos” uma atitude invejosa, que visa a suscitar ódios e antipatias. (p.225)
____________________________
Qual será a visão de Saramago acerca do navegador? E de seus amores? Aproximemo-nos um pouco mais do porto e tiremos nossas conclusões.
TEXTO 1
04. Leia as afirmações constantes do quadro abaixo.
1. As mulheres do cais e os navegadores são seres solitários. 2. Os marinheiros não costumam fazer promessas de reencontro. 3. As mulheres do cais se entregam aos marinheiros por dinheiro. 4. Os marinheiros sempre se aposentam ao completar vinte anos de serviço. 5. O principal motivo do desembarque dos marinheiros é a busca de uma mulher. 22
A) Selecione as que podem ser comprovadas pelo texto 1 e as que não podem e coloque-as no quadro adequado, usando o número a que cada uma corresponde. AFIRMAÇÕES COMPROVADAS PELO TEXTO
AFIRMAÇÕES NÃO COMPROVADAS PELO TEXTO
B) Com base no texto, justifique sua escolha quanto às afirmações 1 e 6.
____________________________ nar a vida”(linhas 7-8), e acrescenta que isto é negado pelos fatos da vida e pelas atitudes das mulheres.
COMENTÁRIO A questão quatro aborda compreensão textual e requer que o candidato distinga as informações que, literal ou implicitamente, podem ser comprovadas pelo texto daquelas que não podem. As afirmações 1 e 2 podem ser comprovadas pelo texto, enquanto as de número 3, 4, 5 e 6, não. A primeira afirmação se comprova nas linhas 18 a 20, quando o autor diz ser da solidão a culpa de os navegadores irem ao porto, e de as mulheres irem ao cais.
____________________________ 05. Leia novamente o texto de Saramago, em seguida, responda aos itens abaixo. A) Ponha V ou F, conforme as afirmações sejam verdadeiras ou falsas. I. ( ) O texto atende rigidamente às convenções da língua escrita. II. ( ) O narrador apresenta os fatos sem posicionar-se a respeito deles. III. ( ) Na linha 13, a forma verbal “acontece” indica que se admite a possibilidade de uma mulher estar à espera do marujo. IV. ( ) A construção “quando desembarca é para...” (linhas 08-09) realça o objetivo do desembarque contrapondo-se à idéia anterior. B) Justifique sua resposta à afirmação II.
A segunda afirmação assegura que os marinheiros não costumam fazer promessas de reencontro. Isso se comprova, no texto, na linha 14: “nunca o navegador solitário lhe disse, Espera por mim”. O autor reforça essa afirmação, quando diz ser esse um pedido que o navegador não se permitiria fazer (linha 15).
A terceira afirmação não é autorizada pelo texto, pois garante que as mulheres se envolvem com os marinheiros por dinheiro. Na verdade, embora algumas fiquem no cais à espera de navegadores e até saiam com eles, não se pode afirmar, com base no texto, que elas o façam em troca de qualquer pagamento. De acordo com o texto, o motivo da ida ao cais é a solidão: “tam bém ela [a solidão] pode levar o navegador ao porto, e a mulher ao cais.” (linha 19). A quarta afirmação não tem qualquer embasamento no texto. Em momento algum, o autor menciona aposentadoria . A linha 1 desmente a afirmação 4, quando diz: “Passava de vinte anos que o navegador andava nos mares do mundo.”, ou seja, há mais de vinte anos que ele navegava. A quinta afirmação também não está no texto. Com prova-se exatamente o contrário, que “nunca (...) o navegador solitário pôs pé em terra com o fito de levar mulher para ser sua companhia na navegação” (linhas 11/12). O texto assegura que o navegador, quando desembarca, é para fazer compras, abastecer a embarcação (linhas 8-11). A sexta afirmação contradiz o texto, pois nele o autor assegura que o fato de as canções dizerem que os navegadores têm uma mulher à sua espera em cada porto, “é uma maneira particularmente optimista de imagi-
____________________________ COMENTÁRIO A questão cinco requer do candidato a aplicação de diferentes conhecimentos lingüísticos. O item I (Falso) focaliza especificamente convenções da língua escrita. A afirmação é falsa, pois garante que o texto de José Saramago atende rigidamente às convenções da língua escrita. Pela análise do trecho transcrito, o candidato deve perceber a não-indicação convencional da mudança de interlocutor do discurso (“nunca o navegador solitário lhe disse, Espera por mim, que um dia hei-de voltar, não é um pedido que ele se permitisse fazer, Espera por mim, nem ele poderia garantir que estará de volta nesse dia ou alguma vez...” – linhas 14-15). Nesse trecho, há fala do narrador e do navegador. No texto, não há abertura de novo parágrafo, não há emprego do travessão, sequer aspas para demonstrar a mudança de interlocutor. 23
O item II (Falso) explora conhecimento textual. A afirmação está errada, pois o narrador, além de apresentar os fatos, posiciona-se a respeito deles. Constata-se isso, principalmente, no último período do trecho: “ A culpa, se é preciso dizê-lo, não está nas mulheres nem nos navegadores, a culpa está nesta solidão que às vezes não se agüenta, também ela pode levar o navegador ao porto, e a mulher ao cais.”(linhas 18-19). O item III (Verdadeiro) aborda emprego de forma verbal. A afirmação está correta, pois, ao empregar o presente do indicativo (acontece), está o narrador assegurando a realização do fato (cf. Camara Jr., 1997:169). Se o narrador tivesse empregado o pretérito imperfeito do subjuntivo “se realmente acontecesse”, ele estaria enunciando um fato com dúvida (cf. Camara Jr., 1997:169). Como usou o presente do indicativo, a presença da mulher no cais é admitida. O item IV (Verdadeiro) exige do candidato conhecimento de organização frasal. A afirmação está correta. No texto se diz que são feitas canções “que em cada porto há uma mulher à espera do marujinho” (linha 7). Com o objetivo de contrapor-se a essa idéia, o narrador diz que “o navegador, quando desembarca é para ..” (linha 9). Ao empregar o conectivo “quando” e o verbo “ser”, ele está ressaltando o objetivo do desembarque, que seria unicamente fazer compras, abastecer a embarcação. Exclui, assim, qualquer outra possível razão para o navegador desembarcar.
____________________________
TEXTO 2
06. A) As formas verbais podem indicar, além do tempo, diversas atitudes do falante perante seu enunciado. Por exemplo, quando se diz “Deus te abençoe.”, a forma verbal, presente do subjuntivo, nesse contexto, indica desejo. Com base nisso, diga qual a atitude do falante expressa por cada uma das formas grifadas nas frases abaixo.
I. “Esta viagem também seria a primeira da História a passar por quatro continentes.” (Texto 2, linha 5) II. “...absurdo seria que desdenhasse dela...” (Texto 1, linha 13) B) Preencha os parênteses, indicando a relação temporal que se estabelece entre o fato expresso em 2 em relação ao expresso em 1. Para isso, utilize A, para a relação de anterioridade, P para a de posterioridade, e S, para a de simultaneidade. ( ) Quando navegou1 para o Brasil, Cabral tinha viajado2 apenas até Ceuta, ( ) Eles partiram1 de Lisboa no dia 08 de março. Em 22 de abril, chegariam2 ao Brasil. ( ) Quando a frota aproximou-se1 da terra, o medo rondava2 os marinheiros. ( ) Vasco da Gama já tinha sido escolhido1 para a viagem, quando o Rei mudou2 de idéia. ( ) Como Cabral não abastecera1 o navio na viagem, preocupou-se2 com isso no Brasil. ( ) Documentos que comprovariam1 a hipótese da intencionalidade desapareceram2.
____________________________ 24
ximava da terra. No quarto período, a relação entre o fato 2 (mudar de idéia) e o fato 1 (ter sido escolhido) é de posterioridade. A mudança de idéia ocorreu depois da escolha. No quinto período, a relação entre o fato 2 (preocupar-se) e o fato 1 (abastecer) também é de posterioridade, pois a preocupação ocorreu depois do fato de não ter abastecido o navio na viagem. No último período, a relação entre o fato 2 (desaparecer) e o fato 1 (comprovar) é de anterioridade. O desaparecimento dos documentos ocorreu antes da possibilidade de a hipótese ser comprovada. Desse modo, os parênteses seriam corretamente preenchidos da seguinte forma, de cima para baixo: A - P - S - P - P - A.
COMENTÁRIO A questão seis aborda aspectos gramaticais, es pecificamente, tempo e modo verbais. No item A, pede-se que o candidato indique a atitude do falante ao empregar o futuro do pretérito em frases dos textos 1 e 2. Como se sabe, o futuro pode ser empregado para expressar diversas modalidades. No texto 2, o futuro do pretérito exprime certeza sobre um fato. O falante, reportando-se a um período anterior, fala de um fato que, na época, ainda iria acontecer. Ou seja, o futuro do pretérito nessa frase assume o seu valor próprio de um futuro do passado. Em relação ao momento da enunciação — o presente, 1999 — o fato já aconteceu, portanto é passado; mas, em relação a um outro fato do passado, é um futuro, aconteceria depois. Já no texto 1, com a mesma forma verbal expressa-se impossibilidade. Quando usa o futuro do pretérito — “absurdo seria que desdenhasse dela” — o narrador marca a impossibilidade do desdém. Se tivesse usado o futuro do presente — “absurdo será que desdenhe dele” — teria admitido a possibilidade do desdém. Sobre o assunto, afirmam Cunha e Cintra (1985:448 e 451):
____________________________ 07. A) Cite duas passagens do texto 2 que embasam a hipótese da chegada intencional de Cabral ao Brasil. B) Construa um parágrafo coeso e coerente, seguindo as instruções abaixo. I. Assunto: sentimento dos degredados e dos desertores perante o fato de ficar no Brasil. II. Forma de desenvolvimento: comparação e/ou contraste.
O futuro do presente emprega-se:(...) nas afirma-
____________________________
ções condicionadas, quando se referem a fatos de realização provável. O futuro do pretérito simples emprega-se:(...) nas
COMENTÁRIO A questão sete aborda, no item A, compreensão textual e, no item B, produção de texto. O item A requer que o candidato apresente duas passagens do texto 2 que embasam a hipótese da chegada intencional de Cabral ao Brasil. Uma passagem do texto é a que se refere às três incumbências que teria a frota: “a terceira e mais velada, era a de tomar posse de uma terra já conhecida no caminho: o Brasil ” (linhas 2-3); quer dizer, era uma missão sua chegar ao Brasil, em bora fosse algo que ainda não estaria sendo revelado, tornado público, daí “velada missão”. A segunda passagem do texto que também embasa essa hipótese é aquela em que os autores asseguram ter transcorrido a viagem calmamente, sem tempestades (cf.linhas 7-8). No item B, o candidato deve construir um parágrafo em que aborda o sentimento dos degredados e dos desertores por terem ficado no Brasil. O parágrafo deve ser organizado por comparação e/ou contraste. Espera-se que o candidato, ao produzir o parágrafo, estabelecendo comparação, quer por similaridade, quer por contraste, entre o sentimento daqueles que, voluntária ou involuntariamente, permaneceram no Brasil depois da volta da armada de Cabral, além de demonstrar conhecer a diferença de significado entre os termos, empregue de forma adequada os elementos coesivos inter e intrafrasais.
afirmações condicionadas, quando se referem a fatos
que não se realizam e que, provavelmente, não se realizarão. Também Camara Jr. (1977:169) discute o uso dessa forma verbal: Por outro lado, os tempos verbais do indicativo são usados com valor modal e podem perder toda a expressão temporal em proveito desse valor. Neste caso, há (...) uma oposição entre futuro do presente (expressão da possibilidade) e o futuro do pretérito (expressão da impossibilidade), ex.: “opinião que seria muito difícil de sustentar (...)” onde se assinala que tal opinião é inadmissível, ao contrário de uma frase como —...opinião que será muito difícil de sustentar, onde fica admitida a possibilidade da opinião.
No item B, o candidato deve verificar a relação temporal que se estabelece entre dois fatos. No primeiro período, a relação que se estabelece entre o fato 2 (viajar) e o fato 1 (navegar) são de anterioridade. A viagem de Cabral até Ceuta ocorreu antes de ele navegar para o Brasil. No segundo, a relação entre o fato 2 — chegar ao Brasil — e o fato 1 — partir de Lisboa, é de posterioridade. A relação temporal existente entre o fato 2 (rondar os marinheiros) e o fato 1 (aproximar-se da terra) é de simultaneidade. O medo rondava os marinheiros, ao mesmo tempo em que a frota se apro25
____________________________
Agora, 500 anos depois, começam os preparativo para comemorar a chegada de Cabral ao Brasil.
TEXTO 3
08. O quadro abaixo contém características
dos textos da prova.
Referência à descoberta do Brasil Uso de recursos expressivos Narrativa em prosa Referência ao passado Predomínio da função referencial Número de embarcações da frota Referência aos portugueses Objetivo de informar Discurso direto Solidão dos navegadores A) Retire do quadro acima: • uma característica exclusiva de cada um dos textos discriminados abaixo. Texto 1: _____________________________________ Texto 3: _____________________________________ • uma característica comum aos textos 2 e 3. • uma característica comum aos textos 1, 2 e 3. B) A frase “uma regata (...) deve sair (...) de Lisboa” (Texto 3, linhas 1-2 ), lida de forma isolada, permite, pelo menos, duas leituras: obrigação e probabilidade. • Qual o elemento responsável por estas duas interpretações? • Para cada leitura possível, construa um período, acrescentando informações à frase “Uma regata deve sair de Lisboa”, de modo que cada período construído permita apenas uma interpretação. OBRIGAÇÃO: ____________________________________________ PROBABILIDADE: ________________________________________
____________________________ COMENTÁRIO A questão oito aborda leitura e escrita. No item A, o candidato deve, depois de identificar, dentre as características constantes no quadro, as que pertencem a um ou a mais de um texto da prova e apresentar uma exclusiva do texto 1 e outra, também exclusiva, do texto 3. Em seguida, o candidato deve destacar uma comum aos textos 2 e 3 e outra comum aos três textos. 26
Das características apresentadas, três dizem respeito ao texto 1: discurso direto (“nunca o navegador solitário lhe disse, Espera por mim, que um dia hei de voltar ”), uso de recursos expressivos ( Passava de vinte anos...) e solidão dos navegadores (O navegador solitário, quando desembarca... / nunca o navegador solitário lhe disse); uma é exclusiva do texto 3: número de embarcações da frota (“Uma regata com mais de 50 embarcações ... de lá seguem com mais 100 barcos ”); três são comuns aos textos 2 e 3: referência à descoberta do Brasil, predomínio da função referencial e objetivo de informar. Ambos os textos, por terem o objetivo de informar, o 2, a viagem de Cabral ao Brasil há quase 500 anos e o 3, as comemorações desta viagem hoje, quase 500 anos depois, detêm-se na função referencial da linguagem. O foco está na informação a ser transmitida para o leitor. Três características são comuns a todos os textos: narrativa em prosa, referência aos portugueses e referência ao passado.
que comesse. 2. A menina recusou energeticamente ao pedido para que comesse. 3. A mocinha rejeitou impetuosamente ao pedido para que comesse. Vemos que os substantivos “garota”, “menina” e “mocinha” têm um mesmo significado, sentido, todos correspondem e nos remete à figura de uma jovem. Assim também são os verbos “renunciou”, “recusou” e “rejeitou”, que nos transmite idéia de repulsa, de “não querer algo” e também os advérbios que nos fala da maneira que a ação foi cometida “veementemente”, “energeticamente” e “impetuosamente”, ou seja, de modo intenso. Podemos concluir, a partir dessa análise, que sinonímia é a relação das palavras que possuem sentido, significados comuns. O objeto possuidor da maior quantidade de sinonímias ou sinônimos que existe é, com certeza, o dicionário.
O item B trata de modalidade, especificamente, o uso do verbo modal dever. Uma perífrase com o verbo dever + infinitivo pode indicar obrigação ou probabilidade :
ANTONÍMIA Se por um lado sinonímia é o estudo das palavras dos significados semelhantes na língua, antonímia é o contrário dessa definição. Vejamos: 1. A garota renunciou veementemente ao pedido para que comesse. 2. A senhora aceitou passivamente ao pedido para que comesse. Percebemos que “garota” tem significado oposto à “senhora” assim como os verbos “renunciou” e “aceitou” e os advérbios “veementemente” e “passivamente”. Assim, quando opto por uma palavra opto também pelo seu significado que de alguma forma remete a outro sentido, em oposição. Por exemplo, se alguém diz:
Dever exprime: 1) a obrigação “interna”. Ex.: Devo aceitar o desafio
(meu sentimento de honra o impõe a mim); 2) a obrigação “externa”, imposta seja por um X animado, ex.: Pedro deve trabalhar (dão-lhe a ordem); seja por um X inanimado, ex.: Devo partir (as circunstâncias, a situação, etc. me obrigam a isso); 3) a probabilidade. Ex.: Ele deve ter chegado (é provável que tenha chegado). (Cervoni, 1989:64). Assim, a resposta correta à primeira pergunta do item B é o verbo dever . Em seguida, o candidato deve construir frases, acrescentando informações à frase original “uma regata deve sair de Lisboa”, de modo a permitir uma só leitura: obrigação ou probabilidade. Será considerada correta a resposta que não só atenda a esse comando, mas também constitua um período coeso, coerente, escrito na norma padrão.
“Ela é bela”, quer dizer o mesmo que, “Ela não é feia”.
Ao estudo das palavras que indicam sentidos opostos, denominamos antonímia.
____________________________
POLISSEMIA OU HOMONÍMIA
SEMÂNTICA
Uma mesma palavra na língua pode assumir diferentes significados, o que dependerá do contexto em que está inserida. Observe: 1. A menina fez uma bola de sabão com o brinquedo. 2. A mãe comprou uma bola de basquete para o filho. 3. O rapaz disse que sua barriga tem formato de bola. 4. A professora falou para desenhar uma bola. Constatamos que uma mesma palavra, “bola”, assumiu diferentes significados, a partir de um contexto (situação de linguagem) diferente nas frases, respectivamente: o formato que a bolha de sabão fez; o objeto usado em jogos; o aspecto arredondado da barriga e ainda o sentido de círculo, circunferência na última oração.
O estudo das significações das palavras é um assunto na língua portuguesa exclusivo da Semântica. No que diz respeito ao aspecto semântico da língua, pode-se destacar três propriedades: • Sinonímia • Antonímia • Polissemia
SINONÍMIA Sinonímia é a divisão na Semântica que estuda as palavras sinônimas, ou aquelas que possuem significado ou sentido semelhante. Vejamos: 1. A garota renunciou veementemente ao pedido para 27
Polissemia (poli=muitos e semos= significados) é o estudo, a averiguação das significações que uma palavra assume em determinado contexto lingüístico. Por Sabrina Vilarinho Graduada em Letras
Próclise A próclise é aplicada antes do verbo quando temos: • Palavras com sentido negativo: Nada me faz querer sair dessa cama. Ninguém me falou que tinha prova. • Advérbios: Nesta casa se fala alemão. Naquele dia me falaram que a professora não veio. • Pronomes relativos: A aluna que me mostrou a tarefa não veio hoje. Não vou deixar de estudar os conteúdos que me falaram. • Pronomes indefinidos: Quem me disse isso? Todos se comoveram durante o discurso de despedida. • Pronomes demonstrativos: Isso me deixa muito feliz! Aquilo me constrangeu a mudar de atitude! • Preposição seguida de gerúndio: Em se tratando de qualidade, o Brasil Escola é o site mais indicado à pesquisa escolar. • Conjunção subordinativa:
SOBRE OS PRONOMES O pronome pessoal é do caso reto quando tem função de sujeito na frase. O pronome pessoal é do caso oblíquo quando desempenha função de complemento. Vamos entender, primeiramente, como o pronome pessoal surge na frase e que função exerce. Observe as orações: 1. Eu não sei essa matéria, mas ele irá me ajudar. 2. Maria foi embora para casa, pois não sabia se devia lhe ajudar. Na primeira oração os pronomes pessoais “eu” e “ele” exercem função de sujeito, logo, são pertencentes ao caso reto. Já na segunda oração, observamos o pronome “lhe” exercendo função de complemento, e conseqüentemente é do caso oblíquo. Os pronomes pessoais indicam as pessoas do discurso, o pronome oblíquo “lhe” da segunda oração aponta para a segunda pessoa do singular (tu/você): Maria não sabia se devia ajudar.... Ajudar quem? Você (lhe). Importante: Em observação à segunda oração o em prego do pronome oblíquo “lhe” é justificado antes do verbo intransitivo “ajudar” porque o pronome oblíquo pode estar antes, depois ou entre locução verbal, caso o verbo principal (no caso “ajudar “) estiver no infinitivo ou gerúndio. Exemplo: Eu desejo lhe perguntar algo. Eu estou perguntando-lhe algo. Os pronomes pessoais oblíquos podem ser átonos ou tônicos: os primeiros não são precedidos de preposição, diferentemente dos segundos que são sempre precedidos de preposição. Pronome oblíquo átono: Joana me perguntou o que estava fazendo. Pronome oblíquo tônico: Joana perguntou para mim o que eu estou fazendo.
Vamos estabelecer critérios, conforme lhe avisaram.
Ênclise A ênclise é empregada depois do verbo. A norma culta não aceita orações iniciadas com pronomes oblíquos átonos. A ênclise vai acontecer quando: • Verbo estiver no imperativo afirmativo: Amem-se uns aos outros. Sigam-me e não terão derrotas. • O verbo iniciar a oração: Diga-lhe que está tudo bem. Chamaram-me para ser sócio. • O verbo estiver no infinitivo: Eu não quis vangloriar-me. Gostaria de elogiar-te hoje pelo bom trabalho. • O verbo estiver no gerúndio: Não quis saber o que aconteceu, fazendo-se de despreocupada. Despediu-se, beijando-me a face. • Houver vírgula ou pausa antes do verbo: Se passar no vestibular em outra cidade, mudo-me no mesmo instante.
COLOCAÇÃO PRONOMINAL De acordo com as autoras Rose Jordão e Clenir Bellezi, a colocação pronominal é a posição que os pronomes pessoais oblíquos átonos ocupam na frase em relação ao verbo a que se referem. São pronomes oblíquos átonos: me, te, se, o, os, a, as, lhe, lhes, nos e vos. O pronome oblíquo átono pode assumir três posições na oração em relação ao verbo: 1. próclise: pronome antes do verbo 2. ênclise: pronome depois do verbo 3. mesóclise: pronome no meio do verbo
Se não tiver outro jeito, alisto-me nas forças armadas.
Mesóclise A mesóclise acontece quando o verbo está flexionado no futuro do presente ou no futuro do pretérito: A prova realizar-se-á neste domingo pela manhã. Far-lhe-ei uma proposta irrecusável. Por Sabrina Vilarinho Graduada em Letras 28
1) Termos essenciais da oração
Sujeito
Predicado
Predicativo
Verbo
simples composto indeterminado oculto oração sem sujeito nominal verbal verbonominal do sujeito do objeto de ligação transitivo direto transitivo indireto intransitivo
2) Termos integrantes da oração Complemento nominal objeto direto Complemento verbal objeto indireto Agente da passiva 3) Termos acessórios da oração Adjunto adnominal Adjunto adverbial Aposto 4) Vocativo
TERMOS ESSENCIAIS DA ORAÇÃO - Sujeito e predicado Da Página 3 Pedagogia & Comunicação Toda oração é formada por termos chamados essenciais, o sujeito e o predicado. A palavra “essência” vem do verbo latino essere (= ser). Portanto a essência é aquilo que alguém ou al guma coisa é. Essência é, nas palavras do Dicionário Houaiss: “aquilo que é o mais básico, o mais central, a mais importante característica de um ser ou de algo, que lhe confere uma identidade, um caráter distintivo”. Daí, você pode concluir que toda oração precisa de seus termos essenciais para ser uma oração. Caso contrário, é uma frase. Agora, às definições de sujeito e predicado: • Sujeito: é o termo sobre o qual se declara alguma coisa; • Predicado: é tudo aquilo que se declara do sujeito. Vamos a um exemplo:
Tônico
mora no interio de São Paulo
Predicado Sujeito
29
Mesmo sendo um apelido, “Tonico” é um nome próprio em termos gramaticais. É um substantivo. “Tonico” designa alguém e alguém de quem se disse ou declarou algo. Responda à pergunta: “quem é que mora no interior de São Paulo?”. A resposta é: “Tonico”. Portanto “Tonico” é o sujeito da oração que você vê no quadro. Pense também: o que se diz ou se declara de “Tonico”? Que ele “mora no interior de São Paulo”. Essa declaração, portanto, é o predicado da oração. Simples, não é? Simplíssimo!
Dizei-me vós, senhor Deus! Na linguagem de todos os dias, o vocativo está sem pre presente. Quando redigimos cartas ou bilhetes a alguém, usamos o vocativo. Quer ver? Querido Paulo espero que você esteja bem!
Querido Paulo: Espero que você esteja bem.
VOCATIVO Para “chamar” o ouvinte Da Página 3 Pedagogia & Comunicação Apesar do nome deste conceito de análise sintática, o vocativo é um termo isolado da oração que faz parte do seu dia a dia. Veja o que é e saiba como identificá-lo. “Ó de casa, posso entrar?” Você já deve ter ouvido essa expresão curiosa e indiscreta. Pois bem, a expressão “ó de casa” no exemplo acima é um vocativo. Vocativo é a expressão que indica um apelo. Usando um vocativo podemos invocar, no discurso direto, um interlocutor. É por isso que o uso do vocativo marca a existência de um diálogo, real ou imaginário. Podemos ver vários exemplos de vocativos usando a interjeição ó.
No caso de cartas comerciais ou ofícios, há possibilidades diferentes de usar a pontuação.
Querido Paulo, [com vírgula] Querido Paulo: [com dois-pontos] Querido Paulo [sem nada: uma versão mais simples] O vocativo pode estar no início, no meio ou no fim da oração:
Ó meu Deus, que vou fazer agora?
Minha bela, os mares não se movem...
Ó minhas filhas, não me façam sofrer.
Os mares, minha bela, não se movem... Os mares não se movem, minha bela...
Temos o vocativo até no Hino Nacional, você se lem bra?
Sempre, sempre o vocativo aparece isolado entre vírgulas, se estiver no meio da oração. Claro, se estiver no começo, usamos a vírgula depois. Se o vocativo estiver no fim da oração, usamos a vírgula antes. Outra curiosidade, pensando em análise sintática. O vocativo, por se referir a um interlocutor, não está subordinado a nenhum termo da oração. Só mais um detalhe: Não confunda a interjeição ó com oh!, que exprime admiração, alegria ou qualquer outra forte emoção. Depois do oh exclamativo usamos uma vírgula, o que não acontece com o ó vocativo. Oh, céus! Oh, dia! Oh, azar! Ah, só para completar o diálogo no comecinho desse texto: “Ó de casa, posso entrar?”“Claro, meu amigo! Estava mesmo pensando em você.” “Oh!”
Ó Pátria amada, idolatrada, salve salve! O vocativo é utilizado tanto na linguagem afetiva ou coloquial como na linguagem elevada e poética. Vamos ver como o poeta árcade Tomás Antonio Gonzaga chamou sua amada Marília dentro de seus versos: Enquanto pasta alegre o manso gado, Minha bela Marilia, nos sentemos À sombra deste cedro levantado O poeta romântico Castro Alves também usou o recurso do vocativo: 30
QUESTÕES COMENTADAS 1. (UFPR) – Observe a concordância verbal: 1 – Algum de vós conseguirei a bolsa de estudo? 2 – Sei que pelo menos um terço dos jogadores estavam dentro do campo naquela hora. 3 – Os Estados Unidos são um país muito rico. 4 – No relógio do Largo da Matriz bateu cinco horas: era o sinal esperado. a) Somente a frase 1 está errada. b) Somente a frase 2 está errada. c) As frases 2 e 3 estão erradas. d) As frases 1 e 4 estão erradas. e) As frases 2 e 4 estão erradas.
8. Foste tu que fizeste o casamento. 16. Foste tu quem fez o casamento. 32. Fostes vós que fez o casamento. 64. Fostes vós quem fez o casamento.
Resposta: 89 Quando o sujeito for o pronome relativo QUEM o verbo fica na 3ª pessoa do singular ou concorda com o
antecedente. Se o sujeito for o pronome relativo QUE o verbo concorda com o antecedente. 4. (CESGRANRIO) – Há concordância inadequada em:
a) clima e terras desconhecidas desconhecidas.. b) clima e terra desconhecidos desconhecidos.. c) terras e clima desconhecidas desconhecidas.. d) terras e clima desconhecido. e) terras e clima desconhecidos desconhecidos..
Resposta: D Quais de vós, quantos de nós, alguns de nós, etc. admitem as seguintes concordâ concordâncias: ncias: o verbo concorda com o pronome indefinido ou interrogativo, ficando
Resposta: C
na 3ª pessoa do plural ou concorda com o pronome pessoal. Porém, se o pronom pronomee estiver no singular o
O adjetivo posposto a dois ou mais substantivos há duas concordâ concordâncias: ncias: O adjetivo concorda com o mais próximo ou vai para o plural. Se os gêneros são diferentes, prevalece o masculino.
verbo ficará na 3ª pessoa do singular singular.. Na indicação de horas o verbo bater c oncorda com o número de horas, que normalmente é o sujeito. O verbo bater pode ter outra palavra como sujeito, com a qual deve concordar.
5. (UEPG – PR) – Marque a frase absolutamente inaceitável, do ponto de vista da concordância nominal: a) É necessária paciência. b) Não é bonito ofendermos aos outros. c) É bom bebermos cerveja. d) Não é permitido presença de estranhos. e) Água de Melissa é ótimo para os nervos.
2. (UEPG – PR) PR) - Assinale a alternativa alternativa incorreta, segundo a norma gramatical: a) Os Estados Unidos, em 1941, declararam guerra à Alemanha. b) Aqueles casais parecia viverem felizes. c) Cancelamos o passeio, haja visto o mau tempo. d) Mais de um dos candidatos se cumprimentaram. e) Não tínhamos visto as crianças que faziam oito anos.
Resposta: A Há duas concordâncias para as expressõ expressões es é bom, é necessário, etc.: - fica invariável, portanto no masculino, se o su-
Resposta: C
jeito não vem precedido de artigo ou outro elemento determinante. Se vier precedido de artigo ou elemento determinante concorda com o sujeito.
Ocorrem as seguintes concordâncias: a expressão haja vista fica invariável quando equivalente a atente-
-se; por exemplo. O verbo haver varia quando equivale a vejam-se.
6 – (CESCEM – SP) – Já ... anos, ... neste local árvores e flores. Hoje, só ... ervas daninhas. a) fazem/havia/existe b) fazem/havia/existe c) fazem/haviam/existem d) faz/havia/existem e) faz/havia/existe
3. (UFCE) – Como a frase “fui eu quem fez o casamento”, também estão corretos os o s períodos abaixo: 1. Fui eu que fiz o casamento. 2. Foi eu quem fez o casamento. 4. Fui eu que fez o casamento. 31
Quanto, quanta, quantos, quantas outrem
Resposta: D
Tanto, tanta, tantos, tantas
Haver/fazer são verbos impessoais. São empregados apenas na 3ª pessoa do singular. Haver (sentido de existir, ocorrer) e o verbo Fazer (na indicação de tempo). Existir é pessoal e concorda normalmente normalmente com o sujeito.
Qualquer, quaisquer (referem-se a coisas e pessoas) Qual, quais Cada Um, uma, uns, umas que Os pronomes indefinidos também podem aparecer sob a forma de locução pronominal:
7. (UFPR) – Qual a alternativa em que as formas dos verbos bater, consertar e haver nas frases abaixo, são usadas na concordânc concordância ia correta? - As aulas começam quando ... oito horas.
Cada qual, quem quer que, qualquer um, todo aquele que, tudo o mais Emprego dos pronomes indefinidos
- Nessa loja ... relógios de parede.
- o indefinido algum, anteposto ao substantivo tem sentido afirmativo; posposto, assume sentido negativo.
- Ontem ... ótimos programas na televisão. a) batem – consertam-se – houve
Algum caso teve ocorrência. (afirmativo)
b) bate – consertam-se – havia
Motivo algum me fará desistir de você. (negativo)
c) bateram – conserta-se – houveram
- o indefinido cada não deve ser utilizado desacom panhado de substantivo ou numeral.
d) batiam – conserta-se-ão – haverá
Receberam dez reais cada um.
Os pronomes indefinidos referem-se à terceira pessoa do discurso de forma vaga, imprecisa e genérica.
- o indefinido certo, antes de substantivo é pronome indefinido, depois do substantivo é adjetivo.
Alguém deixou a torneira aberta.
Não entendo certas pessoas. pessoas. (pronome indefinido)
Pronomes Indefinidos
Escolheram o local certo para a festa. (adjetivo)
Variáveis Invariáveis
- o indefinido todo e toda (singular), quando desacompanhados de artigo, significam qualquer.
(referem-se a coisas)
Todo homem é mortal. (Qualquer homem é mortal)
Algum, alguma, alguns, algumas algo
Quando acompanhados de artigo dão idéia de totalidade.
Nenhum, nenhuma Tudo Tudo Nenhuns, nenhumas
Ela jogou todo o macarrão fora.
Todo, toda, todos, todas Nada
Qualquer (plural = quaisquer): Vieram pessoas de quaisquer origens.
Outro, outra, outros, outras Muito, muita, muitos, muitas
Pronomes Interrogativos É um tipo de pronome indefinido com que se introduzem frases interrogativas (diretas ou indiretas).
(referem-se a pessoas) Pouco, pouca, poucos, poucas Quem
Variáveis Invariáveis
Certo, certa, certos, certas Alguém
Qual, quanto Quem que
Vário, vária, vários, várias várias Ninguém
Quantos irão ao teatro? (direta) 32
Quero saber quantos irão ao teatro. (indireta)
Resposta: E
Por Marina Cabral
A oração E não pode ser ser passada para a voz passiva analítica, então, não pode ser pronome apassivador. O “SE” é índice de indeterminação do sujeito. Quem assistiu à cerimônia? Não sabemos quem é o sujeito.
Especialista em Língua Portuguesa e Literatura Equipe Brasil Escola e) batem – consertarei – haviam
10. (PUCCAMP-SP) (PUCCAMP-SP) – “Nunca chegará ao fim, por mais depressa que ande”. A oração destacada é: a) Subordinada adverbial causal. b) Subordinada adverbial concessiva. concessiva. c) Subordinada adverbial condicional. d) Subordinada adverbial consecutiva. e) Subordinada adverbial comparativa.
Resposta: A Bater empregado com referência às horas concorda com o número de horas. Quando há sujeito, o verbo concorda com ele. A partícula SE na segunda oração é apassivadora; concorda com o sujeito da oração. O verbo haver, no sentido de existir, ocorrer, conju ga-se na 3ª pessoa do singular. singular.
Resposta: B
8. (PUCCAMP – SP) – Se a altíssimo corresponde alto, a celebérrimo, libérrimo, crudelíssimo, humílimo, paupérrimo, respectivamente, há de corresponder: a) célebre, líbero, cruel, úmido, pobre. b) célebre, livre, cru, úmido, pobre. c) célebre, livre, cruel, humilde, pau. d) célebre, livre, cruel, humilde, pobre. e) célebre, livre, cru, humilde, pobre.
A Oração subordinada subordinada adverbial concessiva indica uma concessão às ações do verbo da oração principal, isto é, há uma contradição ou um fato inesperado.
11. (UFPR) – Julieta ficou à janela na esperança de que Romeu voltasse. A oração em destaque é: a) subordinada substantiva subjetiva. b) subordinada substantiva completiva completiva nominal. c) subordinada substantiva predicativa. d) subordinada adverbial causal. e) subordinada adjetiva explicativa.
Resposta: D O superlativo absoluto expressa a qualidade de um ser, no seu grau mais elevado, sem comparação com outro ser. Nesta questão temos exemplos de su perlativoo absoluto sintétic perlativ sintético. o. É formado pelo radical
Resposta: B A oração subord subordinada inada substantiva completiva nominal funciona como complemento nominal de um substantivo, adjetivo ou advérbio advérbio da oração principal.
do adjetivo + sufixo.
9. (UFV-MG) – Em todos os itens o pronome SE é apassivador, EXCETO: a) Sabe-se que ele é honesto. b) Organizou-se, ontem, esta prova. c) Não se deverá realizar mais a festa. d) Nada mais se via. e) Assistiu-se à cerimônia inteira.
33
NOVA ORTOGRAFIA
Ensangüentado Seqüestro Lingüiça Seqüencia Pingüim Sagüi
Nosso objetivo é mostrar ao estudante, ou ao leitor de maneira geral, as alterações ocorridas no processo ortográfico de acordo com o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, assinado em Lisboa, aos dezesseis dias do mês de dezembro do ano de 1990, por Portugal, Brasil, Angola, São Tomé e Príncipe, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique e, posteriormente, por Timor Leste. Sendo, meramente ortográfico, este acordo não altera o aspecto da língua falada, restringindo-se apenas à escrita. Apesar de tornar-se um passo importante, para a pretensão de unificar o idioma, o acordo não ilumina todas as diferenças observadas nos países de língua portuguesa, uma vez que, se pensarmos em unificação, o próprio Brasil, por dimensões continentais, tornaria o fato impossível, pois, muitas vezes , nem a escrita é a mesma. Uma vez que o documento oficial do Acordo não está claro em vários aspectos, o roteiro aqui elaborado tem como objetivo a orientação básica para aqueles que desejam solucionar de um modo rápido e eficaz suas dúvidas sobre as novas mudanças introduzidas na ortografia, sem a preocupação com a teoria.
IMPORTANTE! É interessante ,também, deixar claro que o trema continua em nomes próprios e seus derivados. Bünches,Muller, Günter
2.MUDANÇAS NAS REGRAS ORTOGRÁFICAS 1. Será eliminado o acento dos ditongos abertos em ei e oi somente das palavras paroxítonas,ou, com a tônica na penúltima sílaba.
Grafia antiga Alcatéia Andróide Apóio Asteróide Celulóide Geléia Apóia Jóia Debilóide Epopéia Odisséia Paranóico Platéia Jibóia Heróico Estóico Estréia
1. MUDANÇAS NO ALFABETO
O alfabeto contém 26 letras: A B C D E F G H I J K L M N O P Q R S T U V W X Y Z Na verdade, as letras K,W e Y jamais deixaram de existir, e em nossos dicionários são usados em variadas situações: 1. Na escrita de símbolos de unidades: Km – quilômetro W – watt Kg – quilograma 2. Na escrita de palavras estrangeiras: Kaiser, yin, yang, kung Fu, playboy, windsurf. 3 Nos nomes próprios de origem estrangeira: William, Kafka, New York. Quando ao trema, é bom salientar que desaparece apenas na escrita, continuando vivo na fala.
Grafia antiga Agüentar Arqüir Tranqüilo Cinqüenta Quinqüênio Bilíngüe Delinqüente
ensanguentado sequestro linguiça sequencia pinguim sagui
grafia atual aguentar arquir tranquilo cinquenta quinquênio bilíngue delinquente
Grafia atual alcateia androide apoio asteroide celuloide geleia apoia joia debiloide epopeia odisseia paranoico plateia jiboia heroico estoico estreia
IMPORTANTE! Deixamos claro que continuam a ser acentuadas as palavras oxítonas terminadas em éis,éu,éus, ói, óis: Papéis, herói, heróis, troféu, troféus, pastéis, anéis, fiés, papais-noéis. 34
2. O acento tônico não será mais usado no I e no U tônicos quando vierem depois de um ditongo:
Grafia antiga Baiúca Feiúra Bocaiúva
ATENÇÃO! Permanece o diferencial no verbo pôr e pre posição por:
Grafia atual baiuca feiura bocaiuva
Vou pôr este material nesta sala que foi decorado por você.
Grafia antiga Grafia atual Ele não pára em casa, em- Ele não para em casa, bora venha embora venha Sempre para casa. Sempre para casa. Ele conhece o Pólo sul Ele conhece o Polo sul. O menino péla o pêlo do O menino pela o polo cão pelo do cão pelo rabo Rabo ou pela orelha. rabo ou pela orelha. Comeu só uma pêra. Comeu só uma pera. Perceba que ocorre essa correlação apenas 3ª pessoa do plural dos verbos ter e vir Ele tem o que os outros não têm. Ele só vem quando os outros vêm.
IMPORTANTE! Continuam acentuadas as tônicas em I e U, não precedidas de ditongo e nas oxítonas, também o acento permance. Piauí, tuiuiú, tuiuiús, saída, faísca, Anhangabaú. 3-Não serão mais acentuadas as vogais dobradas:
Grafia antiga Abençôo Lêem Crêem Vêem Magôo Zôo Enjôo
Gráfica atual abençoo leem creem veem magoo zoo enjoo
Nos derivados, permanece a acentuação: Ele só intervém quando todos intervêm. Ele se entretém quando todos se entretêm. Ele só mantém a palavra quando os outros intervêm. Quando a classe se mantém calada, eles intervêm na aula. Os governos não detêm a credibilidade por muito tempo, porque não mantêm a palavra dada em campanha.
AVISO! Fique bem claro! Continuam acentuados os monossílabas tônicos: Vê, crê, lê, dê.
O uso do acento cirunflexo nos termos: fôrma/forma continua facultativo, para deixar a frase mais clara: Qual é a forma da fôrma desta peça de plástico?
4. Atenção para os diferenciais não mais acentuados: Pára / para;péla / pela;pêlo / pelo;pólo / pólo;pêra/ pera
5. Desaparece o acento agudo na vogal U tônico para os verbos arguir e redarguir:
Grafia antiga Tu argúis Ele argúi
ATENÇÃO! Permanece o acento diferencial no verbo poder- pretérito perfeito do indicativo – para diferenciá-lo do presente do indicativo.
Grafia atual Tu arguis Ele argui
ATENÇÃO! Há uma variação na pronúncia dos verbos terminados em guar e – quar e – quir: Os verbos aguar, averiguar, apaziguar, admitem duas pronúncias no presente do indicativo, no presente do subjuntivo e no imperativo. Enxáguo, enxáguas, enxágue, enxáguem.
No passado, ele pôde estudar; hoje não pode. Perceba que ocorre essa correlação apenas na 3ª pessoa do singular.
35
A serem pronunciadas com o U tônico, essas formas deixam de ser acentuadas.
Grafia antiga Eu enxaguo Que eu everigue Que eles averiguem
Anteontem Extraescolar Coautor
Grafia atual Eu enxaguo Que eu everigue Que eles averiguem
ATENÇÃO! Cuidado! Coordenar, cooperar, cooptar, etc, por consagração serão escritas da forma habitual.
AVISO! Que fique bem claro: não mexam com as outras regras de acentuação; elas continuam aí, vivas, e bem claras, certas?
3. Não se usa o hífen quando o prefixo termina em vogal e o segundo termo seguinte começa por consoante, que não seja o R ou S. Anteprojeto Coprodução Semicírculo Ultramoderno
3- USO DO HÍFEN
Pelo novo acordo,algumas regras do uso do hífen foram , alteradas, entretanto, por tratar –se ainda de matérias controvertida, e por existirem pontos confusos, colocamos aqui pontos para a orientação quanto ao uso do hífen.
4. O hífen não será usado quanto o prefixo terminar em vogal e o segundo elemento iniciar com R ou S.
ATENÇÃO! Nesse caso, o R ou o S será duplicadoo.
1. Usa-se o hífen diante de palavras iniciadas por H:
Cosseno Antirrábico Antissocial Semirreta Ultrarresistente Biorritmo Infrassom
co-herdeiro Ante-historico Super-Homem Macro-história
AVISO! Cuidado! No termo, subumano , o H perde-se na união. O prefixo SUB só aceitará Hífen diante de B e R Sub-base; sub-rei, sub – raça.
Multissecular Antirrugas Neorrealismo Ultrassom Contrassenso Microssistema Minissaia
5. O hífen será usado se o segundo elemento começar com a mesma vogal que encerra o prefixo. Anti-ibérico Micro-ônibus Anti-inflacionário Contra-ataque Semi-interno Semi-internato Micro-ondas Anti-inflamatório 6. Não se usa o hífen se o segundo elemento iniciar por vogal e o prefixo terminar por consoante.
2. Não será mais usado o hífen quando o prefixo termina com uma vogal deferente da vogal que inicia a palavra seguinte: Agroindustrial Autoaprendizado
Autopeças Antipedagógico Semideus Geopolítica
ATENÇÃO! O prefixo vice sempre será isolado com hífen. Vice-rei, vice-prefeito.
OBSERVAÇÕES! As observações referem-se ao uso das palavras formadas , por prefixos comuns em nosso dia-dia: Aero, agro, além, ante, anti, aquém, arqui, auto, circum, co, contra, eletro, entre, ex, extra, geo, hidro, hiper, infra, inter, macro, micro, mini, neo, pan, pluri, proto, pós, pré, pró, pseudo, retro, semi, sobre, sub, super, supra, tele, ultra, vice.
Anti-higiênico Mini-hotel Sobre-humano Ultra-Humano
Autoestrada Coedição infraestrutura
Aeroespacial Autoescola 36
Interestadual Hiperativo Supereconômico Superexigente Superinteressante
ATENÇÃO! No velho lugarejo de Portugal,aprecia- se bacalhau com batatas e, lógico um bom vinho 12.Certas palavras, por consagração perderam a noção de composição. Portanto, não será utilizado o hífen, para esses casos;
Hiperacidez Superamigo Superemotivo Interestelar Superintendente
7. Usa – se o hífen se o prefixo terminar por consoante e o segundo elemento começar pela mesma consoante. Inter-regional Sub-biblioteca Hiper-resistente
Mandachuva Paraquedista Girassol Pintassilgo
Hiper-requintado Super-radical
CONCLUSÃO
Como já falamos sobre o período de adaptação das novas regras ortográficasAté 31 de dezembro de 2012 – sugerimos que se atenha às modificações. Aproveite este período de transição em que as duas regras ainda são aceitas Para assimilar a novidade e praticá-la, pois assim, quando ela se tornar obrigatória, Você já será um exímio usuário da mesma.Os bons jornais, boas revistas e bons Informativos já a estão usando “ fluentemente”, portando , leia –os. E como você já sabe, na dúvida, consulte o dicionário que está sempre disposto a ajudá-lo.
Nos casos em que não ocorrer essa identidade,o Hífen não será usado: Intermunicipal,superproteção, hipermercado. 8. O hífen será sempre usado diante dos prefixos: Ex,sem,além,aquém,pós,pré,pró; Pré-sal Ex-aluno Pós- graduação Recém-nascido Pré-historia
Além-mar Ex-diretor Ex-prefeito Pré-vestibular Sem-terra
Sucesso!!
QUADRO SINÓTICO
9. O hífen deve ser usado para unir duas ou mais palavras que, usualmente formam não o termo, mas encadeamento de palavras:
S:
Eixo Rio – São Paulo Ponte Rio – Niterói Tratados Ítalo – teuto – estadunidenses
10.Continuam com hífen os sufixos de origem tupi:
Aimoré – Açu Moji – guaçu
Paraquedas Pontapé Pintarroxxo
Anajá- mirim Capim-açu
11. Se a divisão de uma palavra ou combinação de palavras coincidir com o Hífen, ele deverá ser repetido na linha a seguir:
37
Usa-se o hífen sempre antes do H Prefixo termina em vogal: Sem hífen com vogal diferente Sem hífen diante de consoante diferente de R e • Nesses casos, dobram-se as consoantes. Com hífen, quando houver vogais idênticas. Prefixo terminado em consoante: Com hífen diante da mesma consoante Sem hífen diante de consoante diferente Sem hífen diante de vogal Com o prefixo sub: Usa-se o hífen diante de termos iniciados com as consoantes de B e R. Usa-se o hífen com prefixo circum e pan diante de vogal, M e N: Circum-navegação; pan-americano O prefixo co, em geral, aglutina –se com o termo seguinte. Usa – se sempre hífen diante do prefixo Vice. Usa-se o hífen diante dos prefixos: Ex,sem,além,aquém,recém,pós,pró,pré
AVALIAÇÃO 1. O trema, apesar de desaparecer na escrita, continuará a ser pronunciado pois bem, caro leitor, assinale o item em que o trema será pronunciado em todos os termos. a) Extinguir, consequência b) Quinquênio , arguir c) Distinguir , cinquenta d) Sequestro , inquérito e) Pinguim, guitarra
b) "Sub-prefeito será exonerado” (Jornal da tarde – idem) c) "Sub- base da polícia militar age em favela” (Diario de São Paulo) d) "Infra-estrutura do governo iraniano critica Obama(Estado de S.Paulo) e) "Auto-estrada congestiona em feriado prolongado” (idem)
6. A palavra “jiboia” perde o acento gráfico pelo mesmo motivo de: a) Alcaloide, eu apaio (verbo), claraboia, b) Alcateia, paranoico, baiuca, c) Tramoia , abençoo, para (verbo) d) (ele) argui,enxague, geleia e) Pasteis, debiloide, anéis
2. Indique a opção incorreta quanto ao novo acordo ortográfico a) Aplaudiu em pé o nobre deputado, a plateia que participava da ultima assembleia em Brasília. b) Foi analisado o item com atenção o item relativo aos impostos fiscais. c) Não se pôde corrigir a distorção deixada pelos governos quando quanto à educação. Hoje,porém, tudo é possível:basta,apenas a boavontade. d) Não se deve adotar tal medida sem saber por quê. e) Eles não vêm quando têm algo pra fazer.
7. O termo feiura, de acordo com o novo acordo ortográfico,não recebe mais o acento gráfico, a mesma regra servira para: a) Saida, saude, pais. b) Cauila (azarento), cauira (idem), baiuca c) Jesuita, saida, bocaiuva d) Cauila, baiuca, saude e) Baiuca,paises, saida
3. Assinale a alternativaem que todos os termos estejam corretamente acentuados. a) Têxtil, alacre, improbo, celtibero b) Têxtil, alacre, ímprobo, celtibero c) Textil, alacre, improbo, celtibéro d) Têxtil, álacre, ímprobo, celtibero e) Têxtil, álacre, improbo, celtibero
8. De acordo com as novas regras de acentuação, estão corretamente acentuadas as palavras no item a) Atrai-los,adquiri-lo,látex,pelos(substantivo) b) Reproduzi-la, ritmo,pára (verbo) c) Hífens,pôr (verbo), ítens, júri d) Pêra (subst), pólo, (extremidade), fôrma (subst) e) Refém, armazém, fiéis , voo.
4. Assinale, conforme o novo acordo ortográfico, a alternativa em que em todas as palavras não ocorreria o acento. a) Ideia, saude, anteveem, bau b) Magistério, chapeu, paje, hifen c) Geleia, feiura, xiita, saude d) Refem, armazem, voo, convem e) Ideia, aperfeiçoo, bacaiuva, preveem
9. Indique a série em que haja identidade quando à pronúncia da vogal tônica. a) Acordos, desembolsos, endossos. b) Impostos, bolsos, novos c) Dispostos, contornos, idosos, d) Estorvos, povos, remotos e) Impostos,gostos, bolsos.
5. Assinale o item em que, de acordo com o novo processo ortográfico, o termo exige o hífen (adaptação) a) "Auto-atendimento em DPs falha no 1º dia” ( jornal da tarde – 14/10/2009). 38
10. Assinale o item em que nenhuma palavra seja acentuada.Observe as novas regras de acentuação. a) lapis,canoa, jovens, amavel b) cutis,onix,album, virus c) juizes, carater,ideia, abençoo d) ruim, traiu, povoo, polens e) niquel, Carter, raizes, destoo
15. Dadas as frases, observando o novo acordo ortográfico, assinale o item em que não haja erro de acentuação. a) As crianças tem, frequentemente, sua criatividade cercada pelo mundo adulto e veem nos pais de apoio e incentivo. b) As crianças tem, frequentemente, sua criatividade cerceada pelo mundo adulto, e veem nos pais um incentivo. c) As crianças teem, frequentemente, sua criatividade cerceada pelo mundo adulto, e veem nos pais um incentivo. d) As crianças têem, frequentemente, sua criatividade cerceada pelo mundo adulto, e veem nos pais um incentivo. e) As crianças têm, frequentemente, sua criatividade cerceada pelo mundo adulto, e veem nos pais um incentivo.
11. Assinale a alternativa correta quanto a pronúncia do trema. a) Equidistante, quiosque, linguiça, Guiné. b) Ensanguentado, sequestrado, tranquilidade, equestre. c) Guizo, Quasímodo, lingueta,equino,frequente. d) Guardião, gueto, guerrilha, guindaste. e) Guindaste, pinguim,tranquilo,guitarra. 12. Indique o item em que todas as palavras estejam corretas quanto à acentuação. a) Vêzes, álbum, ventoínha, ítem b) Bálsamo, ínterim, alaude, círculo. c) Estátua, avaro, inaudito, austero d) Portatil,libido, árduo, gratuito e) Rúbrica, ingleses , cédula, púdico
16. Quanto ás palavras: antropoide e decibéis, ao traçar um quadro entre o antigo e o atual,podemos afirmar que: a) Ambas eram acentuadas por serem paroxítonas terminadas em vogal. b) Todas as palavras com tônicas em ditongo aberto deixaram de ser graficamente acentuadas. c) Os ditongos abertos eram acentuados por problemas com diferenciais. d) Somente as paroxítonas em ditongo abertos deixavam de ser acentuadas, observando, entretanto, na pronúncia o tom aberto do ditongo. e) Somente os oxítonos deixam de ser acentuados, por não haver problemas quanto a interpretação em uma oração ou período.
13. Assinale a alternativa que apresenta incorreção quanto o acento gráfico a) Tuiuiú, baú, itu b) Rubrica, gótico,tênis c) Item,idem,balaústre d) Item,idem,balaústre e) Aquém, refém,além 14. Assinale a alternativa em que as palavras estejam acentuadas corretamente. a) Igárape, edén, Fênix, lêvedo. b) Trafego (verbo), nômades, tambau, fêmur c) Trafico (verbo), vírus, Venus, raiz d) Raizes, ínterím, funis, bainha e) Raízes, saída, amiúde, possível
Leia o texto e responda à questão a seguir. ‘Muitos artistas, intelectuais e tecnicos brilhantes tem fracassado por causa da arrogancia, do orgulho e da falta de calor pessoal.’ 39
17. Todas as alternativas estão corretas, ex-
b) Sub - chefe, microinformática, anteprojeto, e sub-reitor. c) Subchefe, micro - informática, ante - projeto, e sub-reitor. d) Sub - chefe, microinformática, anteprojeto, e subreitor. e) Subchefe, microinformática, ante - projeto, e subreitor.
ceto:
a) O vocábulo arrogancia é paroxítono em ditongo, por isso deverá ser acentuado. b) O termo tecnico é paroxítono, por isso deverá ser obrigatoriamente acentuado. c) Por ser monossílabo átomo, o verbo “ter” não deverá ser acentuado. d) O verbo ter, no texto acima, deverá ser acentuado para concordar com o sujeito. e) Muitos atores aceitam, também, a ideia da acentuação do termo arrogância como sendo proparoxítona.
19. Assinale a alternativa em que todas as palavras devem ser acentuadas. a) Egoismo, ciume, algum, miosotis. b) Juizes, fizessemos, medium, pensil. c) Apoteose, chavena, Pacaembu, Itau. d) Maquinaria, maniqueismo, pubere,bilis. e) Nodoa, maquinaria, Pacaembu, interim.
Leia o texto: “A pretensão do sub - chefe era de que a expansão da micro – informática se concretizasse, uma vez que o ante – projeto elaborado pelas universidades continha um item referente à concessão de verbas do governo federal ás universidades, e que foi ao encontro dos ob jetivos proposta pelo subreitor da universidade de São Paulo”.
20. Assinale o item em que o termo não deveria ter sido acentuado. a) Quê! Você ainda não saiu esse mês? b) Depois desse perfume, fico com um quê irresistível. c) Você vive de quê? De brisa? d) Poderiam ajudar em quê? Se nada entendiam. e) Quê beleza! Estou acertando tudo!
18. De acordo com as normas atuais, e segundo o último acordo ortográfico escreve-se: a) Subchefe, microinformática, anteprojeto, e sub-reitor.
GABARITO 1. B 11. B
2. A 12. C
3. D 13. D
4. E 14. E
5. C 15. A
6. A 16. D
40
7.B 17. C
8. E 18. A
9. C 19. B
10. D 20
E
1.INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS
tudo, a preocupação com o questiosnamento e com a análise. Como tudo na vida, interpretação requer paciência, sendo necessário o procedimento correto: Entendi o que li?Não?Então levarei novamente! Entendi o que li?Sim!Então vamos adiante! Portando,atenção ao que se lê, interesse pelo que se lê sobretudo, paciência para o que se lê,são elementos fundamentais para o sucesso da compreensão.
Para interpretar um texto serão necessário ao aluno três fatores fundamentais: • Conhecimentos de Gramática • Hábitos de leituras para desenvolvimento do vocabulário. • Concentração
IMPORTANTE! Muitas vezes, a gramática está presente no texto e você não percebe achando que a questão solicita somente a interpretação pura, não é mesmo?
QUADRO SINÓPTICO Elementos essenciais: descrição/narração/ dissertação
Elementos para análise: Coesão elementos gramaticais: advérbio/ preposição/ conjunção Coerência: elementos intelectivos: paráfrase Sistema periférico do texto – perífrase Paralelismo sintático – verbos (correlação verbal) Elementos integrantes: Análise da: introdução Do: desenvolvimento Da: conclusão a) “Antes da constituição de 88, o Ministro da fazenda podia decretar a prisão administrativa dos sonegadores, Após 88, estabeleceu-se que a pessoa só pode ser presa por ordem judicial.” b) “... aí sugiram três pré – requesitos que considero fundamentais para o combate c) à evasão num pais da América Latina, como o nosso". Comentário: • Observe o item A: A presença do advérbio ‘muito”, modificado o adjetivo ruim,e do advér bio “muito”,modificando o pronome adjetivo pouca,indicam referência subjetiva ,pois dá- nos a noção intensidade. • Quando ao item B, perceba a subjetividade do texto com a presença do substantivo abstrato “escassez” contrastando com adjetivo “absoluta” e o adjetivo “fantásticos” subjetivando o substantivo resultados. • No tocante ao item C,observe o adjetivo no seu grau superlativo,’importantíssimo” , tornando o texto subjetivo e meramente pessoal.
Vamos explicar neste primeiro exemplo, em exame da fundação Carlos Chagas nosso enunciado. 1. Indique o trecho da entrevista no qual o Secretário da Receita Federal apresenta as informações com o máximo de objetividade , sem emitir juízo de valor subjetivo. a) “ A receita, hoje, está muito ruim em termos de recursos humanos, porque tem muita pouca gente.” b) “...Os funcionários se superaram e conseguiram, numa escassez absoluta de recursos humanos, estes resultados fantásticos de 1993”. c) “E o terceiro ponto, que é importantíssimo, é adesão da população ao combate à evasão de im postos”. O ato de entender o idioma, aparentemente fácil para alguns,para outros representa um sacrifício sem um caminho sequer que os motive. Na prática escolar,muitas vezes, o aluno não é motivado para o aprendizado e, vez ou outra, cria – se uma barreira entre o aluno e a língua,barreira esta que jamais será destruída levando o cidadão ao desinteresse por tudo o que diz respeito ao idioma. Erguido esse muro, o que poderá ser feito? Qualquer um de nós, conhecedor de um tema, seja lá qual for, em tese, é capaz de falar ou escrever como ele e, bom que se diga, não a formulas especiais,para tal. “Bem mais fácil é expressarmos nossos pensamentos oralmente, pois a escrita revela nossas condições intelectuais, portanto é no aprimoramento da linguagem que temos a forma mais eficiente no que concerne à comunicação.” Logo acreditamos que a motivação surge da com preensão e, para aperfeiçoá La é fundamental aguçar a capacidade de interpretação, o espírito critico e, sobre 41
•
No item E, o uso da 1ª pessoa do singular subjetiva o texto, pois particulariza a direção de argumentação.
•
Quanto ao item D, o secretário faz uma retrospectiva através de uma narração, do antes e do após à constituição, e usado de máxima objetividade possível ,não emitido,portando , juízo de valor subjetivo.
Estás nu na areia, no vento... Dorme,meu filho. (Carlos Drummond de Andrade)
AVALIAÇÃO 1) (Vunesp) leia o texto a seguir e assinale a alternativa correta.
3) (Vunesp) No poema acima , as relações em cada estrofe dão por a) adição e predomina o apelo. b) oposição e predomina o apelo. c) finalidade e predomina o apelo. d) alternância e predomina o emotivo e) tempo e predomina o referencial.
“Os bons vi sempre passar No mundo graves tormentos E,para mais m’espantar , Os maus vi sempre nadar Em mar de contentamentos. Cuidado alcançar assim O bem, tão mal ordenado, Fui mau, mas fui castigado Assi que só para mim Anda o mundo tão concertado
Leia o texto e responda às questões a seguir. O antigo conceito de preservação ambiental, baseado na intocabilidade dos recursos naturais, há algum tem po foi superado e substituído por outro que condiciona a preservação a um novo modelo de desenvolvimento da civilização, funcionamento no uso racional dos recursos naturais , para q estes possam continuar disponíveis às gerações que ainda virão. A este desenvolvimento, que não esgota , mas conserva e realimenta sua fonte de recurso naturais; que não inviabiliza à sociedade , mas promove a repartição justas dos benefícios alcançados; que não é movido apenas por interesses imediatistas, mas assim baseado no planejamento de sua trajetória e que , por estas razões, é capaz de manter- se no espaço e no tempo, é que damos o nome de desenvolvimento sustentável. (W.Novaes)
a) Há no poema de Camões um antítese básica, que aparece repetida em formas variantes,pois trata – se da preocupação do poeta em ser em relação ao tempo que passa. b) O poeta demonstra sua preocupação com o desconcerto do mundo, pois foi bom em um mundo de maus. c) A antítese é retratada pelos adjetivos bons e maus, retomada pelos advérbios bem e mal. d) O termo concertado deveria ser transcrito como consertado e) A ironia, ao final do texto, reflete a dor do poeta de ter sido bom e só recebido o mal.
ATENÇÃO!!! Muita atenção com esse teste.
4) (Vunesp) Assinale a afirmação incorreta considerando o primeiro período. a) houve época em que preservar o meio ambiente era sinônimo de não mexer nas fontes de riquezas que existem em estado natural. b) O modo como atualmente se entende o que é preservar o meio ambiente implica uma nova maneira de conceber o crescimento das sociedades humanas. c) O conceito de preservação ambiental, qualquer que seja ele , faz supor inquietação com o futuro do ser humano. d) O planejamento da relação uso/ conservação está na base do que se entende por uso racional dos recursos naturais
Consolo na praia Vamos, não chores... A infância está perdida. A mocidade está perdida. Mas a vida não se perdeu. O primeiro amor passou. O segundo amor passou. O terceiro amor passou. Mas o coração continua. (...) Tudo somado, devias Precipitar – te, de vez, nas águas. 42
e) o surgimento de um novo conceito de preservação ambiental deve – se ao maior desenvolvimento da capacidade de raciocínio do homem. Comentário: a) ...Intocabilidade dos recursos naturais substitui-se pó não mexer nas fontes de riquezas. b) ...Novo modelo de desenvolvimento da civilização substitui-se por uma nova maneira de conceber o crescimento das sociedades humanas. c) ...Possam continuar disponíveis às gerações que ainda virão substitui-se por inquetação com o futuro do ser humano d) ...Uso racional dos recursos naturais substitui-se por relação uso/conservação. IMPORTANTE! Bem, você percebeu que: O que vimos nessas alternativas foi reescrever o texto com outras palavras, mantendo-se o sentido primeiro com que ela foi escrita. Você, por acaso, lembra – se qual o nome dado.a esta forma de reescrita do texto? Não? Pois bem, é a :Paráfrase
e) Se todas estiverem corretas Você percebeu que há um paradoxo na afirmação II, pois considera que a sociedade exclusivamente imediatista se capacita para o desenvolvimento sustentado, quando na verdade ocorre o contrário, conforme se depreende do texto . portanto, a resposta correta é o item C IMPORTANTE! Só para constar: O paradoxo ou oximoro consiste em apresentar idéias contrárias.
6) (Vunesp) “O antigo conceito de preservação ambiental, baseado na intocabilidade dos recursos naturais, há algum tempo foi superado e substituído por outro. “ Reescrevendo-se o fragmento destacado, obtém-se corretamente: a) Cuja a base é a intocabilidade dos recursos naturais b) Cuja base é a intocabilidade dos recursos naturais c) Onde a base é a intocabilidade dos recursos naturais d) Que a base dela é a intocabilidade dos recursos naturais e) Que a base é a intocabilidade dos recursos naturais
A alternativa E está incorreta, pois o texto não menciona qualquer relação em atribuir o novo conceito de preservação ambiental ao “maior desenvolvimento da capacidade de raciocínio do homem”.
Temos, nesse caso, uma questão de gramática. O pronome cuja não aceita o artigo como ocorre na alternativa A.Nos itens C,D e E, os termos onde e que são inadequados para a função de adjunto adnominal exercida pelo pronome cuja. A alternativa B está correta. ANEDOTA! Agora é com você!
5) Considere as seguintes afirmações sobre o segundo período do texto: I. Ao caracterizar o desenvolvimento sustentável, o autor deixa entrever um outro tipo de desenvolvimento, não desejável. II. A sociedade que apóia o progresso no atendimento das necessidades exclusivas do aqui e agora das pessoas capacita-se para permanecer em constante crescimento. III. Desenvolvimento sustentável é aquele que , não sendo predatório, preserva as condições de o crescimento continuar a ocorrer. Assinale: a) Se apenas I estiver correta. b) Se apenas I e II estiverem corretas. c) Se apenas I e III estiverem corretas d) Se apenas II e III estiverem corretas
7) (Vunesp) Assinale a pção em que o duplo sentido (ambigüidade) não decorre da ordem dos termos. a) O estudo analisou, por 16 anos, hábitos como caminhar e subir escadas de homens com idade média de 58 anos. (Equilíbrio. Folha de São Paulo) b) andando pela zona rural do litoral norte, facilmente se encontram casas de veraneio 43
10) (Vunesp) Em “ Amor totale falho... Puro e impuro... Amor de velho adolescente...” A preposição de estabelece relação nocional. Identifique em qual item ocorre essa mes ma relação a) “Este fundo de hotel é um fim de mundo” b) “A quem sonha de dia e sonha de noite, sabendo todo sonho vão”. c) “...Depois fui pirata mouro, flagelo da Tripolitânia.” d) “Cheguei de madrugada,quando cantar a seriema.” e) “Só os roçados da morte compensam aqui cultivar.”
e moradores de alto padrão(Folha de São Paulo) c) atendimento preferencial para: idosos, gestantes, deficientes,crianças de colo (placa sobre um dos caixas de um banco) d) temos vaga para rapaz com refeição ( placa em frente a uma casa no bairro de bela vista) e) detido acusado de furtos de processos.(folha de são Paulo)
8) (Vunesp) Assine o único texto que não apresenta duplo sentido (ambigüidade) a) ”já que o presidente não deu nenhuma pasta para você, agente vai dar.”(propaganda de site de paquera). b) ”Motor mal-educado: “você pisa, ele responde” (propaganda de carro) c) “É quando chove na horta que se acha alguém para chamar de chuchuzinho”. (propaganda de site de paquera) d) “Nosso negócio não é reflorestamento. Mas já estamos com 12mil troncos”(propaganda de telefonia) e) “melhor que no estádio: aqui todas as cadeiras são numeradas e confortáveis” (anúncio da Tam)
11) (Vunesp) “...só ele via a insígnia imperial, pesada de ouro, rútila de brilhantes.” No contexto, as expressões em negrito exprimem, respectivamente, idéia de: a) Causa e causa b) Causa e instrumento c) Matéria e meio d) Modo e meio e) Intensidade e intensidade 12) (VUNESP) “Ainda que endureçamos os nossos corações diante da vergonha e da desgraça experimentadas pelas vítimas, o ônus do analfabetismo é muito alto para todos os demais Ainda que e muito estabelecem, no enunciado acima, relações de sentido, respectivamente, de a) Restrição e quantidade. b) Causa e modo c) Tempo e meio d) Concessão e intensidade e) Condição e especificação
AVISO! Cuidado com as preposições As preposições unem palavras e estabelecem relação entre elas.
9) (Vunesp) Assinale a alternativa em que a relação entre a preposição e o seu significado, indicado dentro dos parênteses, está errada. a) Apresentaram queixas contra você. (finalidade) b) Permaneceram a seu lado durante o julgamento.( lugar) c) O menor chorava de dor após a briga.(causa) d) Entre pensativo e contrafeito, aceitou os argumentos.(modo) e)Todos passaram , salvo Pedro (exceção)
13) ( Vunesp) “ Aquele carro parara na linha de resguardo, desde a véspera.” Aponte o item em que a expressão destacada apresenta a mesma correlação gramatical. a) A velha senhora respondia a tudo calmamente b) saímos, à medida que éramos chamados. c) A lua surgia entre os ramos da árvore. d) Ficamos lado a lado por um longo tempo.
AVISO! Cuidado com as armadilhas! A preposição é extremamente importante na interpretação. 44
e) Estamos à procura de um patrocinador.
d) condição e) conformidade
Leia o texto a seguir: A mesa global Pode-se viver sem estudos,produtos industrializados , obras de arte e, nos trópicos, até sem roupa. Im possível é prescindir de comida e de bebida. A bailarina e o papa, o Nobel de Química e o encanador; o marajá e o indígena, todos diferem quanto a hábitos e costumes, equipamentos e interesses, mas coincidem num ponto: dependem de sua ração diária. Dotados de capacidade reflexiva – sabem que sabem o que sabem -, o homem e a mulher são os únicos animais que não enfiam a boca diretamente nos alimentos. Capazes de reproduzi-los pela agricultura e pela pecuária, evitam comer carne crua, lavam as frutas e verduras, cozinham legumes e assam os grãos. Da mescla de trigo, água, gordura, sal e fermento obtêm o pão, assim como extraem cerveja da cevada e vinho da uva. Se deixar de comer e beber, o ser humano definha e morre. O alimento é-lhe tão im prescindível que, com o advento do mercado, passou a ter valor de troca. Entre os indígenas tribalizados, ainda hoje o alimente tem apenas o valor de uso. A ambição e lucro faz com que se destruam plantações de grãos e frutas, para evitar queda de preços, embora haja milhares de famintos. Na sociedade capitalista, o valor de um produto alimentício supera o de uma vida humana. No Brasil, onde não faltam alimentos, 32 milhões de pessoas passam fome e cerca de 300 mil crianças, com menos de 5 anos de idade, morrem de subnutrição a cada ano. (Frei Beto – O Estado de São Paulo – com adaptações).
AVISO! Cuidado! Às vezes, você encontra questões solicitando referência, o que exige maior atenção à leitura!
16) No trecho no texto: “Capazes de reproduzi-los pela agricultura e pela pecuária” o pronome em destaque retoma a expressão a) a bailarina e o papa b) os únicos animais c) produtos industrializados d) o homem e a mulher e) alimentos Vamos ao texto: “O homem e a mulher são os únicos animais que não enfiam a boca nos alimentos. Ca paz de reproduzi-los. Portanto, alternativa E.
17) A crítica que se sustenta no texto centra-se na questão da: a) diferença na alimentação entre a bailarina e o papa, o encanador e o indígena. b) falta de incentivo do governo para o desenvolvimento da agricultura e de pecuária. c) forma excêntrica com os seres humanos tratam os alimentos antes de consumi-los. d) forma injusta como é tratada a questão da fome nos países capitalista. e) ação contínua dos produtores para que se reduzam os preços dos alimentos.
14) De acordo com texto pode-se afirmar que as pessoas a) não conseguem viver sem os produtos industrializados. b) têm nos estudos o bem mais importante para o desenvolvimento da sociedade. c) desprezam a arte, nos trópicos, normalmente vivem sem roupa. d) assemelham-se quanto à necessidade de alimentação e bebida, apesar de suas diferenças culturais. e) Podem prescindir de comida e bebida, independente de sua posição social.
18) Se o verbo destacado for alterado pelo que está entre parênteses, muda-se o sentido da oração em: a) “... 32 milhões de pessoas passam fome.” (sentem) b) “...cerca de 300 mil crianças morrem de subnutrição.” (falecem) c) “... No Brasil não faltam alimentos...” (há) d) “...o alimento tem apenas valor de uso.” (possui) e) “... todos... dependem de sua ração diária.” (necessitam).
15) Em: “Se deixar de comer temos uma relação de: a) consequência b) tempo c) comparação 45
19) Considere as seguintes afirmações: I. Os países capitalistas têm investido maciçamente no combate à fome. II. Para os índios, o alimento vale apenas para saciar suas necessidades físicas. III. Na sociedade moderna, o valor do alimento equipara-se ao da vida humana. IV. O homem moderno concebe o alimento como um bem de consumo e lucro. De acordo com o texto, estão corretas apenas as afirmações: a) I e IV b) I e II c) II e IV d) I e III e) III e IV
d) sugere que há dúvida quanto à atitude de “retaliar à altura” ser fruto do querer ou ser uma imposição devido à gravidade dos fatos. e) Há dúvida em relação a qual dos dois citados seria o verdadeiro responsável pela retaliação anunciada como revide.
22) Quanto ao uso das aspas é correto afirmar que a) seu uso visa ressaltar as ideias principais do trecho em questão b) seu uso marcar palavras de outros autores no texto c) seu uso visa resguardar os termos destacados de seu sentido absoluto para sugerir outros sentidos. d) seu uso excessivo visa marcar falta de critério da autora. e) seu uso visa confundir o leitor a respeito dos conceitos apresentados no texto.
20) Assinale a alterantiva em que o sentido da preposição esteja correto. a) no Brasil (modo) b) morrem de subnutrição (causa) c) diretamente nos alimentos (tempo) d) até sem roupa, (afirmação) e) com o advento do mercado (companhia)
Leia o texto a se seguir. Não há dúvida que as línguas se aumentam e alteram com o tempo e as necessidades dos usos e costumes. Querer que a nossa pare no século de quinhentos, é um erro igual ao de afirmar que a sua transplantação para a América não lhe inseriu riquezas novas. A este respeito a influência do povo é decisiva. Há, portanto, certos modos de dizer, locuções novas, que de força entram no domínio do estilo e ganham direito de cidade. Mas se isto é um fato incontestável, e se é verdadeiro o princípio que dele se deduz, não me parece aceitável a opinião que admite todas as alterações da linguagem, ainda aquelas que destroem as leis da sintaxe e a essencial pureza do idioma. A influência popular tem um limite; e o escritor não está obrigado a receber e a dar curso a tudo o que o abuso, o capricho e a moda inventam e fazem correr. Pelo contrário, ele exerce também uma grande parte de influência a este respeito, depurando a linguagem do povo e aperfeiçoando-lhe a razão. Feitas as exceções devidas, não se leem muitos os clássicos no Brasil. Entre as exceções, poderia eu citar até alguns escritores cuja opinião é diversa da minha neste ponto, mas que sabem perfeitamente os clássicos. Em geral, porém, não se leem, o que é um mal. Escrever como Azurara ou Fernão Mendes seria hoje um anacronismo insuportável. Cada tempo tem seu estilo. (Machado de Assis).
21) BRASÍLIA – Se não bastasse, agora mais essa: corremos o sério risco de acabar entre Osama Bin Laden e George W. Bush. Um é suspeito de explodir o coração dos Estados Unidos. O outro de querer retaliar à algura. Em tempos de “paz” “globalização” é praticamente sinônimo de “americanização”. Grosso modo, os juros deles aumentam lá, e você não consegue mais pagar a prestação de sua casa aqui. Nestes tempos de “guerra”, a “globalização” pode ficar ainda pior. Eles se matam aos milhares por lá e por aí, e nós vamos pagar o pato aqui. (Eliane Cantanhêde – Folha de São Paulo) Quanto à pontuação do primeiro parágrafo, em relação ao sentido do texto a) Expressa uma certeza quanto à ação de Osama Bin Laden. b) Expressa dúvida sobre “retaliar” – por isso depender de se saber quem o faria -,e concomitantemente, descrença nas intenções de Bush. c) Expressa dúvida e espanto da autora quanto à compressão do que seja exatamente “retaliar à altura”. 46
24) A ideia central do texto é: a) As opiniões divergentes entre escritores a respeito do uso correto da línqua em suas obras. b) A ausência de mérito literário em muitas obras consagradas pelo público. c) A influência, sempre atual, dos autores clássicos da língua. d) A necessidade de um equilíbrio entre tradição e renovação da língua. e) A divulgação das obras de escritores que gozam da aceitação popular.
guagem é imutável, sem as indevidas interferências surgidas em cada época ou de acordo com a vontade de seu autor. e) o povo de uma nação é a fonte incontestável de todas as alterações da língua, que devem ser incorporadas pelos escritores em suas obras. Leia o texto a seguir: Um espetáculo ecológico. Tem folha seca, drible da vaca e aquele bicho que é gritado pela torcida quando alguém perde um gol cara a cara. Brasileirão 2002. Vai começar mais um espetáculo do futebol brasileiro. Informe-se sobre a disponibilidade deste evento junto à sua operadora. (Anúncio publicitário da Sport TV).
25) De acordo com o texto, é função do escritor. a) usar exclusivamente a linguagem do povo, o que vai permitir uma aceitação maior de suas obras, pois a leitura se torna mais agradável e compreensível. b) estudar sempre os autores clássicos, pois somente eles, com seus ensinamentos, são os modelos adequados para a produção das obras consideradas modernas. c) inovar sempre a língua – registro de suas obras -, criando as novidades a partir da influência popular, que é importantíssima nesse processo. d) dominar com segurança a norma culta da língua e empregá-la fluentemente, não admitindo as alterações que ocorrem por influência popular. e) aceitar as inovações trazidas pelo povo – aquelas que dão vivacidade à língua – exercendo, porém, um controle sobre elas e inibindo os abusos.
27) É correto afirmar que a) tem como meta informar eventuais torcedores sobre o início do Campeonato Brasileiro de futebol e sobre suas transmissões. b) tem como meta enaltecer o alto nível do campeonato, caracterizado no texto como espetáculo lúdico e criativo. c) estrutura-se com base em linguagem comum, informal, por ser dirigido ao público em geral. d) privilegia um público de classe social baixa, que compartilha certo conhecimento da linguagem empregada no texto. e) explora gírias e metáforas a fim de atingir unicamente o jovem adolescente interessado em futebol. 28) Sobre o trecho aquele bicho que é griato pela torcida..., é correto afirmar que a) Expõe a liberdade do emissor de repetir o que a torcida grita. b) Explicita o esquecimento do nome do animal pelo emissor. c) Denota a indiferença do emissor em relação às manifestações pouco educadas da torcida. d) Prioriza, pelo apagamento da ação da torcida, os dribles e toques exóticos dos jogadores. e) Cria um efeito de humor, ao referir-se a tal bicho não pelo nome, mas por meio de uma perífrase.
26) Conclui-se corretamente do texto que: a) o mérito maior de um livro será maior quanto mais inovações apresentar, acompanhando sua época e abandonando estilos antigos e defasados. b) a língua reflete a história de cada época e sujeita-se a receber tanto a influência de seus escritores quanto a popular. c) o reconhecimento de um escritor nem sempre se baseia em sua competência, pois muitos deles até mesmo ignoram a estrutura da língua que utilizam. d) as obras clássicas são aquelas em que a lin47
29) Os períodos abaixo estão alinhados sem ordem alguma. Organize-o em uma sequência lógica indique o item correto 1) Além disso, ainda há muitos lugares onde não há telefones. 2) Nos Estados Unidos e no Canadá, por exemplo, existe a disponibilidade de acesso à internet por uma tarifa mensal, incluindo o telefone. 3) No Japão, por exemplo, todos têm de pagar 10 ienes por três minutos on line. 4) A internet pode ter um caráter mundial, mas em cada país há especialidades econômicas e sociais que podem facilitar ou limitar o acesso à rede. 5) Na maioria dos países, no entanto, seu uso é cobrado por minuto. 6) Por isso, em regiões da Rússia, da África, ou da América Central, o acesso à internet está fora de questão. (Zeff, Robbin com adaptações) a) 4, 2, 5, 1, 3, 6 b) 4, 2, 5, 6, 3, 1 c) 4, 2, 5, 3, 1, 6 d) 4, 5, 2, 3, 1, 6 e) 4, 5, 2, 6, 3, 1
AVISO! É necessário paciência para tentar um cargo pú blico! Por isso, atenção à leitura! Texto: ESAF As Raízes do Caráter Nacional Parece possível distinguir duas tendências fundamentais na reação ao grupo estranho: uma de admiração e aceitação, outra de desprezo e recusa. Aparentemente, quase que todos os seres humanos apresentam essas duas tendências fundamentais. A participação em nosso grupo provoca sentimentos de segurança e bem-estar, pois supomos entender que os que falam a nossa língua têm um passado em comum conosco, e também sabem o que esperar de nós. Mesmo quando nos desentendemos, sabemos por que isso ocorre, podemos esperar que nosso interlocutor acabe por nos entender e aceitar. E nisso talvez a linguagem desempenhe um papel fundamental, pois os homens geralmente são incapazes de utilizar perfeitamente mais de uma língua, e só naquela aprendida na infâncias somos capazes de utilizar perfeitamente mais de uma língua, e só naquela aprendida na infâncias somos capazes de exprimir todas as sutilezas do pensamento, todas as formas de ódio e amor. Além disso, o local em que nascemos e crescemos, a paisagem que conhecemos, tudo isso parece constituir um universo próximo e amigo, cujo reencontro é sempre uma alegria e uma consolação. No outro exemplo, o estrangeiro, provoca a nossa desconfiança, às vezes o nosso medo. Nem sempre entendemos os seus gestos e certamente não compreendemos a sua língua. Ele não se veste como nós, a sua fisionomia pode ser diferente da nossa e não adoro nossos deuses. Entre os primitivos, o estrangeiro passava por uma complexa cerimônia, destinada a afastar os malefícios que trouxesse os demônios estranhos, acaso encontrados pelos caminhos. E, no entanto, sentimos que o contrário também é verdade. Frequentemente sonhamos com o país distante, a terra prometida onde possamos realizar nossos desejos. Sentimos que aqueles que mais nos conhecem são também capazes de ignorar o que de melhor trazemos conosco. E o provérbio “ninguém é profeta em sua terra” traduza precisamente essa ideia de que não podemos compreender integralmente quem está muito próximo de nós. As situações novas, além disso, são atraentes e provocantes: o novo ou o desconhecido parece pelo menos durante algum tempo, mais belo e atraente do que o velho; os nossos olhos parecem mais penetrantes ao observar a nova paisagem, ao admitir outras figuras humanas. (SP, Pioneira. 1976p.11)
30) Carta do Achamento do Brasil. (Pero Vaz de Caminha) Uma daquelas moças era todo tingida, de baixo para cima Daquela tintura; e certo era tão bem feita e tão redonda, E sua vergonha (que ela não tinha) tão graciosa, que a muitas mulheres da nossa terra, vendo-lhes tais feições, fizera a vergonha, por não terem a sua como ela.
O trecho entre parênteses acrescenta ao termo anterior mais um sentido, imprimindo a palavra “vergonha” um caráter: a) Redundante b) sinonímico c) polissêmico d) ambíguo e) pejorativo 48
31) O autor faz, de início, uma afirmação de caráter opinativo, o que é obtido pela presença do verbo “parecer”. Parece possível distinguir duas tendências fundamentais... o segmento do texto a seguir em que se repete o mesmo tom de opinião diante do afirmado é: a) Aparentemente, quase todos os seres humanos apresentam essas duas tendências fundamentais. b) Mesmo quando nos desentendemos, sabemos por que isso ocorre... c) No outro extremo, o estrangeiro provoca a nossa desconfiança, às vezes, o nosso medo. d) E, no entanto, sabemos que o contrário também é verdade. e) ... o novo ou o desconhecido parece, pelo menos, durante algum tempo, mais belo e atraente do que o velho.
c) o quarto parágrafo do texto opõe-se ao conteúdo do primeiro parágrafo; d) o último parágrafo do texto é uma conclusão sobre tudo o que foi dito anteriormente; e) o desenvolvimento do texto contradiz o exposto no primeiro parágrafo. Comentário: No item A, o texto não discute, e sim, expõe e am plia a ideia do primeiro parágrafo, havendo sim uma confirmação do que foi dito anteriormente. No item C, o quarto parágrafo opõe-se ao terceiro parágrafo, pois analisa nosso relacionamento com os mais próximos de nós. No item D, não temos uma conclusão, e sim uma direção de argumentação de comparação entre o novo e o velho. Quanto ao item E, não temos uma contradição, mas sim uma constatação do que foi exposto no primeiro parágrafo. Portanto, a alternativa B está correta. DICA! Cuidado com a voz passiva!
AVISO! Atenção para a gramática!
32) O caso a seguir em que a concordância do vocábulo “possível” é equivocada, segundo a norma culta da língua é: a) Dentro do possível, observam-se duas tendências na reação ao grupo estranho. b) As observações do autor do texto foram a mais pertinentes possíveis. c) É possível que duas tendências existam. d) Os estrangeiros tornaram possível a admiração por suas obras. e) Foi possível observar os fatos descritos.
34) ... uma de admiração e aceitação... a melhor forma desse mesmo segmento, com a inclusão dos termos implícitos, dentro da norma culta, é? a) ...uma tendência de admiração e outra tendência de aceitação do grupo estranho; b) ...uma tendência de admiração e aceitação pelo grupo estranho; c) ...uma de admiração e aceitação pelo grupo estranho; d) ...uma tendência de admiração e outra tendência de aceitação pelo grupo estranho; e) ...uma tendência de admiração pelo grupo estranho e de sua aceitação.
ATENÇÃO! Estruturação argumentativa Corresponde ao conteúdo discutido e analisado entre os parágrafos, ou seja, aborda-se em outros parágrafos o que já se propôs em parágrafos anteriores.
35) A presença dos dois pontos na segunda linha do texto se justifica pelo fato de o segmento seguinte expressar uma: a) explicação b) enumeração c) justificativa d) retificação e) distribuição
Perceba este exemplo cometnado: 33) A afirmação correta quanto à estruturação argumentativa do texto é: a) as duas tendências aludidas no primeiro parágrafo são discutidas nos parágrafos seguintes; b) o cotneúdo a que se alude no primeiro parágrafo é abordado no terceiro e quarto parágrafos; 49
36) O autor do texto nos diz que uma das nossas tendências diante de um grupo estranho é a de admiração e aceitação; o segmento do texto que NÃO comprova essa ideia é: a) ...sonhamos com o país distante; b) As situações, além disso, novas são atraentes e provocantes...; c) ...tudo isso parece constituir um universo próximo e amigo...; d) ...o novo ou o desconhecido parece (...) mais belo e atraente...; e) ...os nossos olhos parecem mais penetrantes ao observar a nova paisagem....
seu correspondente anterior incorretamente identificado é: a) parece possível distinguir duas tendências fundamentais na reação do grupo estranho: uma de admiração...-tendência; b) A participação em nosso grupo....– seres humanos; c) ...sabemos que por isso ocorre...-quando nos desentendemos; d) E nisso talvez a linguagem...-nos entender e aceitar; e) ...a paisagem que conhecemos...-paisagem. 40) O segmento do texto em que o termo destacado se refere textualmente a um elemento anteriormente expresso, e não a um elemento posterior é: a) Aparentemente, quase todos os seres humanos apresentam essas duas tendências fundamentais. b) ...pois supomos entender que os que falam a nossa língua têm um passado em comum conosco... c) ..e também sabem o que esperar de nós... d) sentimos que aqueles que nos conhecem... e) ...capazes de ignorar o que de melhor trazemos conosco.
37) Dizer que: “aparentemente, quase todos os seres humanos apresentam essas duas tendências fundamentais” equivale dizer que: a) Os outros animais não apresentam essas tendências; b) Essas tendências só são notadas entre os seres humanos; c) Há seres humanos que só apresentam uma delas; d) Pode ocorrer a ausência dessas tendências fundamentais entre os seres humanos; e) Essas tendências são caracterizadoras da própria condição do ser humano.
41) Nem sempre entendemos os seus gestos e certamente não compreendemos a sua língua. O item a seguir que está de acordo com essa afirmação é: a) os homens do terceiro mundo estuam pouco outras línguas; b) os homens só utilizam de modo completo a sua língua; c) a língua é um fenômeno complexo e nenhum ser humano pode compreendê-la; d) os gestos são completamente distintos de um idioma a outro; e) os gestos não fazem parte da comunicação entre os homens.
38) “...pois supomos entender que os que falam a nossa língua têm um passado em comum conosco, e também sabem o que esperar de nós”. Nesse segmento o autor mostra bem que um ato de comunicação se processa entre os interlocutores que: a) têm plena consciência do que falam e para que falam; b) desconhecem a situação temporal de comunicação em que se inserem; c) tentam convencer-se mutuamente de suas ideias; d) mutuamente se constroem imagens verdadeiras ou falsas; e) dominam o padrão culto de uma língua.
42) O caso citado a respeito do estrangeiro entre os povos primitivos serve de argumetnação para: a) comprovar uma tese do autor; b) demonstrar o que foi hipoteticamente colocado; c) explicar um pensamento anterior;
39) Na atualização de um texto é indispensável a presença de elementos que retomem outros elementos anteriores expressos, a fim de ser criada a textualidade: o item a seguir em que o elemento destacado tem 50
Quanto ao emprego, a promessa é de criar 8,5 milhões de novos postos em quatro anos, tirando 1 milhão de pessoas do desemprego, com investimentos de R$ 1.1 trilhão em obras e programas sociais. Entretanto, o governo não tem todo esse dinheiro e, além disso, para estimular a produção e gerar empregos, tem de baixar os jutos para 13,4%.
d) acrescentar dados a informações prestadas; e) exempleficar uma informação precedente.
43) “No outro extremo, o estrangeiro provoca a nossa desconfiança, às vezes o nosso medo.” O item em que a nova estruturação dessa frase do texto equivale semanticamente à forma original é: a) O estrangeiro provoca a nossa desconfiança e, no outro extremo, às vezes, o nosso medo; b) No outro extremo, às vezes o estrangeiro provoca a nossa desconfiança e o nosso medo; c) O estrangeiro, no outro extremo, provoca a nossa desconfiança e, às vezes, o nosso medo; d) A nossa desconfiança e o nosso medo são às vezes provocados, no outro extremo, pelo estrangeiro; e) A nossa desconfiança é provocada pelo estrangeiro, no outro extremo, e pelo nosso medo, às vezes.
45) Com base nas ideias do texto acima, assinale a opção incorreta a) o governo estima que, neste ano, o PIB cresça 1%, contrariando a tendência de 1998, em que diminuiu 0,12%. b) o crescimento do PIB em 1996 e em 1997 ficou abaixo das expectativas. c) os jutos atualmente praticados são superiores a 13,4%. d) mediante o investimento de mais de um trilhão de reais em obras e programas sociais, promete-se criar, no período de quatro anos 8,5 milhões de novos postos de trabalho. e) como o governo não tem todo esse dinheiro necessário para propiciar emprego a 1 milhão de pessoas, a solução será baixar os juros para obtê-lo.
44) O item abaixo em que não ocorre qualquer forma de intensificação é: a) ...pois os homens são geralmente incapazes de utilizar perfeitamente mais que uma língua...; b) Sentimos que aqueles que mais nos conhecem...; c) ...são também capazes de ignorar o que de melhor trazemos conosco. d) ...não podemos compreender integralmente quem está muito próximos de nós; e) ...o novo ou o desconhecido parece, pelo menos durante algum tempo, mais belo e atraente do que o velho...
46) (ESAF) Marque a alternativa que reproduz o mesmo significado do segmento sublinhado no trecho abaixo: “Universalizando o particular pelo apagamento das diferenças e contradições, a ideologia ganha coerência e força porque é um discurso lacunar, que não pode ser preenchido. Em outras palavras, a coerência ideológica não é obtida malgrado as lacunas, mas, pelo contrário, graças a ela.” a) Não obstante a presença de lacunas, mas, ao contrário, graças a elas, a coerência ideológica não é obtida. b) Obtém-se a coerência ideológica despeito do discurso lacunar, e não, ao contrário, graças a suas lacunas. c) A coerência ideológica é obtida não obstante as lacunas, mas, ao contrário, graças às suas diferenças e contradições. d) Malgrado as lacunas, mas, ao contrário, graças a elas, obtém-se a coerência ideológica. e) Obtém-se a coerência ideológica não a despeito das lacunas, mas devido a sua própria existência.
ATENÇÃO! Atenção redobrada em testes com numerais! Leia atentamente a este texto, tirado da revista Época e usado pela ESAF em 2000. Em 1999, o governo prevê um crescimento do PIB de 1%. Em 1998, houve recuo de 12%. Em 1997, quando se contava com um crescimento de 4,5 a taxa ficou e, 3,7%. Em 1996, o aumento previsto do PIB era de 4%, mas não passou de 2,8%. Muita coisa vai depender da conjuntura mundial. 51
47) Indique o item em que o par de sentenças não apresenta o mesmo sentido. a) “O despreparo do aluno, principalmente na parte de emissão de mensagens escritas, fez com que as autoridades educacionais decretassem a inclusão da redação no vestibular”. As autoridades educacionais instituíram nos exames vestibulares a prova de redação devido à falta de preparo do aluno mormente no tocante à produção escrita. b) “Quem diz cópia pensa nalgum original, que tem a precedência, está noutra parte, e do qual a primeira é o reflexo inferior”. Falar em cópia implica tomar algo como primeiro, que antecede, que está alhures, cujo original é o reflexo inferior. c) “Os estóicos controem afinal, aquelas teorias da significação que vinha sendo preparada desde Platão e confirmam a tradição grega da peeminência do snificado.” Preparada desde a época de Platão, a teoria da significação é constituída, finalmente, pelos estoicos, que assim corroboram a tradição helênica da primazia do significado. d) “As estórias abertas – isto é, incompletas ou com um finala escolher – têm a forma do problema a partir de certos dados, decide-se sobre sua combinação resolutiva”. As histórias que não apresentam o fechamento de um fim explícito, ou que trazem várias possibilidades de finalização, têm a forma do problema fantástico, no qual se chega à resolução pela combinação de certos dados. e) “Inventar estórias com os brinquedos é quase natural, é uma coisa que vem por si nas brincadeiras com as crianças: a história não é senão um prolongamento, um desenvolvimento, uma alegre explosão do brinquedo.” Quando brincam, é comum, quase natural, as crianças inventarem histórias com os brinquedos – a estória passa a ser uma extensão, um prolongamento, um alegre transbordar do brinquedo.
48) A partir dessa fala, é possível estabelecer qual inferência? a) A instabilidade do grupo doméstico e sua dinâmica afetam a concepção de família e a rede de parentesco. b) O conjunto de parentes com os quais uma pessoa de fato mantém contato regular, trocando visitas e serviços, é marcado pelo predomínio da figura paterna. c) Em algumas comunidades, marca-se o conceito de família pela força dos valores masculinos associados à paternidade. d) Nas famílias com chefia feminina, os filhos do sexo masculino associam-se aos homens parentes do pai, para suprir a ausência paterna. e) Relações de compadrio surgem nas organizações domésticas com forte domínio feminino. 49) Numere os períodos seguintes observando a ordem que devem ocorrer para constituírem um texto coeso e coerente. Assinale em seguida o item que apresenta a ordem correta, de acordo com sua enumeração. I) ( ) Mas não basta que a Constituição consagre garantias essenciais para a consolidação de um sistema democrático. Faz-se mister que ela logre concretizar sua pretensão de eficácia. II) ( ) É exatamente essa experiência que legitima o desenvolvimento e a consolidação, em diferentes sistemas jurídicos, de instituições como o direito à proteção judiciária e o controle de constitucionalidade das leis. III) ( ) Não são poucas as ordens constitucionais que procuram gravar essas instituições como as cláusulas ou garantias de eternidade, colocando-as a salvo de eventual revisão constitucional. IV) ( ) É por isso que, tal como apontado por Peter Schneider, o Estado de Direito caracteriza-se, ao contrário de um sistema ditatorial, pela admissão de que o Estado também pratica ilícitos. V) ( ) A experiência histórica de diferentes países parece confirmar que os eventuais detentores do poderes, inclusive o legislador, não são e sucumbem, não raras vezes, à tentação do abuso de poder e da perversão ideológica.
Leia o texto para responder à questão que se segue: “Meu pai, eu nem mesmo sei quem é. Eu sei o nome dele porque minha mãe me contou, mas eu nem me lembro de ter visto ele. A bem dizer eu e meus irmãos só tivemos mesmo foi mãe. Ela casou três vezes mas nós sempre ficamos com ela”. 52
a) ( ) 1, 3, 5, 2, 4 c) ( ) 5, 4, 2, 3, 1 e) ( ) 3, 1, 4, 5, 2
b) ( ) 4, 2, 5, 1, 3 d) ( ) 1, 5, 2, 4, 3
a troca de mercadorias, em vez de compra e venda, porque qualquer pagamento em dinheiro acaba entrando no sistema financeiro. d) Como qualquer pagamento em dinheiro acaba entrando no sistema financeiro, a troca de mercadorias ao invés de compra e venda, pode ser uma solução para evitar o IPMF. e) Desde que qualquer pagamento em dinheiro acabe entrando no sistema financeiro, a troca de mercadorias, em vez de compra e venda, pode ser uma solução para evitar o IPMF. ATENÇÃO! Você deve ter prestado atenção às conjunções grifadas. Reparou também que nas alternativas A, B, C e D as conjunções estabelecem uma relação de causa/efeito, enquanto que na alternativa E, a con junção em negrito estabelece direção de argumentação de condição, podendo ser substituídos por SE.
50) Indique a opção que dá segmento ao período abaixo, respeitados os requisitos de coesão e coerência do texto. “A estatização na economia brasileira se aprofundou em um período histórico em que a intervenção estatal nos setores de infra-estrutura, insumos básicos e serviços públicos era vista... a) Não apenas como benéfica, mas como necessária para a consolidação da produção ou da prestação de serviços naqueles setores. b) sob a óptica de uma política de atuação estatal privatista, alicerçada tanto em investimentos internos quanto em financiamentos estrangeiros. c) pelos meios acadêmicos e intelectuais como medida necessária para a implantar no País a livre concorrência cuja comercialização de bens de consumo supérfulos. d) enquanto oportunidade histórica, social e econômica, cujo resgate da “dívida social” que havia se acumulado com as camadas mais carentes da população. e) como a forma mais eficaz de implantar no âmbito da esfera pública, de que é tributária a parcela mais necessitada e pobre da sociedade brasileira.
Portanto, leia a questão antes de ler o texto e você ganhar preciosos minutos. Leia o texto que se segue: Por alguma razão obscura tornou-se moda no Brasil considerar que a utilização correta do português é algo secundário, desimportante (...) “Durante bom tempo a prática de escrever andou ligada à ideia de cultura inútil, que não era fundamental para a produtividade”, diz Carlos Faccina, diretor de RH e assuntos institucionais da Nestlé. “De uns sete ou oito anos para cá, quando as empresas passaram a dar ênfase à comunicação como um todo, ficou visível o total despreparo dos executivos para redigir um texto”. (...) A dificuldade dos profissionais em se expressar por escrito não sai de graça. Uma das consequências dentro da empresa é que a comunicação tem de ser cada vez mais falada. O que se faz quando uns não sabem escrever e outros não vão conseguir entender? Convoca-se uma reunião. Ou melhor, mais uma reunião. O que acontece quando se recebe uma carta, memorando ou relatório importantes, porém confusos? Na melhor das hipóteses quem recebeu é obrigado a dar um (no mínimo) telefonema a quem mandou a correspondência para esclarecer as dúvidas. Ou seja, há uma perda enorme de tempo, recursos e energia, pela falta de gente capacidade para exprimir pensamentos e informações de forma ordenada numa folha de papel. (Exame 1997 – Maria A. Berbardi)
Observe , agora, esta questão a seguir: DICA! Note que não coloquei o texto para provar que: quando se trata de paráfrase, muitas vezes, não é necessário ler o texto.
51) Identifique a afirmação que não tenha o mesmo sentido das demais. a) A troca de mercadorias, em vez de compra e venda, pode ser uma solução para evitar o IPMF, já que qualquer pagamento em dinheiro acaba entrando no sistema financeiro.
b) Uma solução para evitar o IPMF pode ser a troca de mercadorias, ao invés de compra e venda uma vez que qualquer pagamento em dinheiro acaba entrando no sistema financeiro. c) Uma solução para evitar o IPMF pode ser 53
52) “Durante um bom tempo a prática de escrever bem andou ligada à ideia de cultura inútil, que não era fundamental para a produtividade”, diz Carlos Faccina, diretor de RH e assuntos institucionais da Nestlé. A frase acima caracteriza-se como a) um argumento contrário à tese postulada no parágrafo inicial; b) um argumento de autoridade sobre a tese inicial proposta; c) uma síntese do argumento a ser desenvolvido no terceiro parágrafo; d) a conclusão sobre o argumento proposto no parágrafo inicial; e) um argumento fundado na desigualdade hierárquica.
formal ele teria), como modo de expressar a possibilidade de estar citando dado contestável. IV. O locutor emprega dois termos argumentativos com a finalidade de fazer certas afirmações, defendendo-se de tê-las feito. Trata-se de suponho e parece. V. Pondo entre aspas a apalvra graduado, o locutor está fazendo uma ressalva às críticas que possam ser feitas ao senador Ribeiro. Dessas análises, estão corretas somente as contida em a) I , II e IV b) II, III e IV c) I, III e V d) III, IV e V e) II e V
53) Conclui-se que a consequência mais grave criada pelo “despreparo dos executivos para redirir um texto” é: a) o acúmulo de reuniões sobre assuntos institucionais b) o congestionamento das linhas telefônicas c) o prejuízo da produtividade d) a proliferação de conversas pelos corredores e) o descrédito nos superiores.
55) Considere os trechos abaixo (de José Carlos Azevedo, Folha de São Paulo), com destaque para as palavras grifadas. I. ...pessoas de méritos acadêmicos (...): Zeferino Vaz, Laerte Ramos de Carvalho, Caio Benjamin Dias, Amadeu Cury e este modesto escriba, todos ex-reitores da UnB. II. Mais sintético que o originário da câmara, o projeto é considerado, por seu modesto autor, a “Constituição da educação”; mas é o documento mais centralizador, detalhista e retrógrado de que se tem notícia. III. Apesar disso, rancoroso, o monoglota Darcy escreveu na Folha que eu o estou “desafiando para uma polêmica”, apesar de saber que não há polêmica qualquer.
Leia o texto a seguir: Espanta a desenvoltura do senador Ribeiro; segundo registros da UnB (Universidade de Brasília), nem graduação formal ele teria, “graduado” que foi pela Escola Superior de Sociologia a Política de São Paulo, um curso livre que, suponho, nem reconhecido era e, parece, nem existe mais. (José Carlos Azevedo – Folha de São Paulo)
Analise a alternativa que contém análise correta desses trechos. a) I e II, o juízo de locutor é marcado pela aprovação, pela valorização da pessoa adjetivada. b) Nos trechos I e III, o juízo do locutor é depreciativo com respeito à pessoa adjetivada. c) Apenas em II o juízo do locutor sobre a pessoa adjetivada tem sentido depreciativo. d) Nos trechos I e II o locutor faz juízos diferentes, embora empregue o mesmo adjetivo (modesto) para se referir a si mesmo (em I) e a outra pessoa (em II). e) Nenhum dos trechos contém juízo depreciativo, pois a adjetivação está em contextos de conteúdo elogioso.
54) Considere as seguintes análises desse texto. I. Ao adjetivar como livre o curso da Escola Superior de Sociologia e Política de São Paulo, o locutor está destacando o padrão de qualidade da graduação obtida pelo senador Ribeiro. II. O locutor emprega mecanismos por meio dos quais poderá defender-se caso seja acusado de ter feito julgamentos incorretos. III. Mesmo recorrendo a um dado considerado oficial (segundo registros da UnB), o locutor Omã a precaução de empregar forma vergal no futuro do pretérito (nem graduação 54
56) Assinale a alternativa em que o uso da linguagem comporta avaliação unicamente de aprovação, pelo locutor, da(s) pessoa(s) de que fala. a) ...assim a emenda do senador baiano é correta e a do senador – marajá induz à criação de cursos de pós-graduação da pior qualidade. b) O capitão-gestor faz justamente o contrário, premiando ou punindo os professores que concordavam com suas ideias ou que lutavam pela democracia e pela dignidade acadêmica. c) A Folha publicou vários artigos do ex-interventor da ditadura militar na Universidade de Brasília (Capitão Azevedo), desafiando-me a uma polêmica. d) ...o marido idílio público com a Dalila, a messalina, a lobo do seu lar! (...) ele, de dentro, segurava o queixo da sereia e lhe cochichava no ouvido. e) Hoje, estou de luto. Choro por todos os índios que teimam em existir num país onde, embora sendo filhos legítimos da terra, são tratados como bastardos adotivos.
e) Brasília ferveu e mandou um recado sério ao presidente e sua tropa: a maioria esmagadora da população brasileira não aguenta mais a política que combina miséria aos trabalhadores e privilégios para os capitalistas. Leia o texto a seguir: Jim disse que abelhas não picavam idiotas; mas não acreditei nisso, porque já experimentara uma porção de vezes e nunca me haviam picado. (Mark Twain, As aventuras de Huck)
58) Os argumentos que constituem o raciocínio do locutor (o “eu”) do texto permitem concluir que a) demonstra que a asserção de Jim é generalizadora, sendo o locutor a prova que desmente essa asserção. b) prova que a asserção de Jim não tem base em dados de experiência, sendo, portanto, insustentável. c) acaba com sua argumentação, qualificando-se como idiota, mesmo sem a pretensão de Zézê-lo. d) acaba por desviar para Jim a responsabilidade de tachar injustamente pessoas de “idiotas” e) Ratifica a opinião de Jim, afirmando sua crença no argumento daquele.
57) O emprego da linguagem mostra intenção e imparcialidade do locutor em relação ao assunto de que trata em: a) Mas é melhor não contar com os interesses das centrais sindicais pelo assunto. No momento, elas estão empenhadíssimas na manutenção de gratificações e privilégios dos barnabés do serviço público. b) Aos cinco mil trabalhadores rurais (...) juntaram-se milhares de servidores públicos, bancários, metalúrgicos, professores, estudantes, desempregados, entre outros. c) Mas qualquer nefelibata sabe que, nas áreas de medicina e direito, que não têm tradição de pós-graduações, as especializações são melhores que a maioria desses mestrados e doutorados feitos para aumentar salários e que constituem uma vergonha nacional. d) Escrevendo da corte, que ele adora, boquiaberto, com base nesses informante, o neo-gringo Heilbom(Paulo Francis) só diz besteiras. Não se pode ler Paulo nem como humorismo, porque temos uma bela tradição de humoristas brasileiros leais ao povo e à nação.
59) Com respeito à coerência do texto, é correto afirmar que a) a justificativa do locutor é incoerente com sua manifestação de descrétido na afirmanção de Jim b) É coerente a apresentação do enunciado mas não acreditei nisso para sustentar factualmente a afirmação de Jim c) Nunca me haviam picado é o argumento que garante a coerência de sentido do texto todo, porque é o único fato nele mencionado. d) A relação de causa-consequência é o elemento em que se sustenta a coerência entre os argumentos de Jim e os do locutor e) A afirmação de Jim não é argumentativa, criando, portanto, incoerência no texto. Leia o texto que se segue. Sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal e serão graduados segundo a capacidade eco55
nômica do contribuinte, facultando à administração tri butária, especialmente para conferir efetividade a esses objetivos, identificar, respeitados os direitos individuais e nos termos da lei, o patrimônio os rendimentos e as atividades econômicas do contribuinte. 1º, inc. III, art. 145 da Constituição da República Federativa do Brasil.
setoriais precisam ser coordenadas para que se convertam em produtividade global. Isso obriga a sociedade a destacar de sua força de trabalho um elenco de fiscais de produtividade. Não lhes cabe produzir nada, a não ser obrigar os outros a produzir. Assim, conseguir essa fiscalização com o mínimo de fiscais é essencial para a determinação da produtividade. (Mário Henrique Simonesen). Exame, abril/1997.
60) Segundo texto, é correto afirmar que a) existe obrigatoriedade de dar tratamento individualizado aos contribuintes no cálculo de impostos b) a administração tributária deve respeitar os rendimentos do contribuinte para atingir os objetivos a que ela se propõe c) a administração tributária deve, em qualquer circunstância, ter acesso ao patrimônio do contribuinte d) a relação entre a capacidade econômica do contribuinte e a personalização / graduação dos impostos é colocada como preferencial, não como incondicional. e) o tratamento personalizado e a graduação dos impostos são independentes da capacidade econômica do contribuinte, cujos rendimentos a administração tributária pode conhecer sempre que quiser.
61) O título que melhor se adequaria ao texto é: a) produtividade é o que importa b) economia do susto c) inventário da década perdida d) tecnologia força o liberalismo e) liberar o comércio exige coragem 62) De acordo com o ponto de vista defendido no texto, os quatro fatores que há vinte anos determinavam o crescimento da produtividade ligava-se a) às necessidades pouco sofisticadas de consumo do público b) às expectativas de obtenção de lucro do fabricante c) a um desejo do consumidor: a compra de novas tecnologias d) à presença crescente de fiscais na empresa e) ao maior impulso no desenvolvimento econômico
Leia o texto da ESAF que se segue: É fato sabido há séculos que o desenvolvimento econômico está intimamente ligado ao crescimento da produtividade. O nó da questão são os fatores que determinam o aumento da produtividade. Há até duas décadas, a discussão se concentrava em apenas quatro pontos: estoque de capital físico por trabalhador; conhecimento tecnológico; grau de adestramento da mão-de-obra; e economias de escala. Nos últimos anos, vários outros fatores vêm-se associando à determinação da produtividade; o funcionamento do sistema de preços; a estabilidade da moeda; a estabilidade das regras econômicas; o funcionamento do mercado de capitais; o nível de educação geral e moral da população; o sistema tributário; a capacidade de competição internacional; e a cultura da empresa. A razão para esse aprofundamento do conceito de produtividade resulta de uma observação simples segundo a qual, numa sociedade marcada pela extensa divisão do trabalho, a produtividade não pode ser medida apenas pelo ângulo do fabricante, disposto a obter o produto com o mínimo possível de recursos. Ela precisa ser vista também pela ótica do consumidor, que deve desejar este produto. Ou seja, as produtividades
63) Segundo o que se afirma no texto, o surgimento de fiscais a) É uma necessidade, dada a extrema insegurança econômica dos tempos modernos. b) Liga-se ao advento de uma economia que visa à obtenção de lucros cada vez maiores c) É uma imposição do atual sistema tributário brasileiros às empresas. d) Relaciona-se à introdução de uma nova filosofia empresarial: a maior divisão do trabalho e) Resulta da necessidade de coordenar a produtividade setorial para que gere a produtividade global. Leia o texto que se segue. Um dos mais bem sucedidos empresários do mundo capitalista, John David Rockfeller, costumava dizer que o melhor negócio do mundo é uma empresa de petróleo bem administrada e o segundo melhor negócio do mundo é uma empresa de petróleo mal administrada. 56
É possível que aquele depoimento estivesse plenamente correto na década de cinquenta, quando a indústria do petróleo conhecia o seu apogeu. A riqueza brotava do chão, sem qualquer artifício, e seu aproveitamento era feito com um mínimo de atividade industrial e praticamente nenhuma competição. De lá para cá, todavia, tanta coisa mudou que os fatos se encarregaram de contestar Rockfeller. Petróleo não é mais aquele grande negócio. Existem hoje alguns negócios infinitamente melhores do que o petróleo. Um deles, todavia, destaca-se dos demais. Trata-se de um negócio que gira em torno de um bem que não é escasso nem se exaure com o tempo ou espaço. Ao contrário, a tecnologia a cada passo amplia as potencialidades deste bem, tornando-as praticamente infinitas. Mais importante: com sucessivas e surpreendentes reduções de custo. Além de não exigir qualquer investimento em prospecção e em refino, este bem a cada dia que passa é mais necessário e procurado por todos. Não bastasse, acresce que não é poluidor, nem envolve riscos à vida dos cidadãos. Este “negócio da China” que não só os chineses, mas também os japoneses, americanos e europeus de um modo geral já descobriram são as telecomunicações, sob suas múltiplas formas e serventias. A descoberta desta inesgotável fonte de riquezas não se deu por acaso. Ela foi a consequência lógica de sucessivos e radicais avanços tecnológicos aplicados às comunicações, os quais acabaram por resultar em surpreendente economia de escala. Exemplos disso: o domínio e o aperfeiçoamento da tecnologia celular, associada à miniaturização, permitindo que o telefone venha a se tornar dentro de poucos anos um objeto de uso pessoal, tão comum quanto uma caneta ou em relógio. O serviço telefônico celular não é uma nova modalidade de serviço de telecomunicações, até aqui desconhecida da Humanidade. Ele é apenas uma evolução tecnológica de um serviço já existente, o secular serviço telefônico, cuja invenção é atribuída a Alexandre Graham Bell. Assim como, no passado, a aplicação prática da tecnologia da comutação libertou o serviço telefônico da então indispensável intervenção de uma telefonista para ligar as duas pontas da comunicação, no presente, a aplicação prática da tecnologia celular libertou o serviço telefônico até então indispensável presença do fio para ligar o usuário à central telefônica mais próxima. O serviço telefônico celular, graças à portabilidade do aparelho do assinante e à drástica redução dos custos com a eliminação da chamada “rede física externa” (poste, fios de cobre, cabos, etc), tornou-se seguramen-
te o mais rentável dentre todos os serviços de telecomunicações que se apresentam na atualidade. Além da fonte de poder que, subsidiariamente, assegura ao seu explorador. Os primeiros telefones a manivela foram um sonho que se tonou realidade: a promessa da comunicação direta entre dois pontos fixos, independentes da distância. A telefonia móvel celular descortina uma nova dimensão: a comunicação direta entre indivíduos em qualquer lugar do mundo! As tecnologias são neutras: o uso que o ser humano lhes dá pode servir para salvar vidas ou para destruí-las. Nas mãos de Hitler, na Alemanha, o rádio foi instrumento de ódio, destruição e morte. Entregue a Roquete Pinto, no Brasil, difundiu a educação e a cultura para o nosso povo. O raio laser, uma amplificação da luz por meio de radiação intensificada, pode salvar vidas, se aplicável à medicina, e pode destruí-las, se utilizado como arma. As tecnologias podem salvar nações do subdesenvolvimento e da miséria, mas podem igualmente contribuir de forma decisiva para manter ou ampliar um sistema de servidão. Os efeitos sociais não são determinados pela tecnologia propriamente dita, que é neutra, mas pela norma institucional que rege a sua aplicação, que é finalista. (Gaspar Vianna, Privatização das telecomunicações Ed. Notrya).
64) O título mais adequado, com base na ideia central do texto, é a) Rentabilidade do Serviço Telefônico Celular b) Importância do Petróleo em Décadas passadas c) Importância da Tecnologia nas Comunicações d) Efeitos Sociais e sua ligação com a Tecnologia e) Graham Bell e Roquete Pinto: impulsionadores das Telecomunicações. 65) Em relação ao primeiro parágrafo do texto, percebe-se um tom a) eloquente b) manipulador c) humorístico d) polêmico e) depreciativo 66) Tomando por base o texto, assinale a opção que não registra característica da exploração do petróleo há algumas décadas. 57
a) Uso da tecnologia avançada na prospecção b) Fartura do produto natural c) Refinamento do produto de forma simplista d) Pouca concorrência no mercado e) Empreendimento com lucro garantido
a) todavia indica oposição b) ou indica alternância c) mas também sugere a ideia de oposição d) quanto determina a argumentação de comparação e) como determina a argumentação de comparação Na alternativa C, a conjunção é mas também que sugere a ideia de soma, ou adição, e não de oposição como quer a alternativa.
67) Assinale a frase correta em relação à norma culta da língua a) As divergências naquele setor seriam de mais senão houvesse um mediador b) Escreveram ao chefe afim de transmitir as informações recetnes c) Aquele funcionário puxou o fio de alta tensão sem sofrer sequelas sérias d) Os dirigentes sempre impinjem suas preferências nas empresas e) O presidente assim agiu com a intenção de não deixar dilapidar o patrimônio da empresa. 68) Numere os parênteses abaixo de acordo com a ordem em que as ideias se sucedem no texto, a partir do 4º parágrafo I. ( ) Aponta-se o resultado do desenvolvimento da tecnologia nas telecomunicações. II. ( ) Analisa0se o papel da tecnologia na concretização de ensejos dos usuários na área de comunicação. III. ( ) Apontam-se as razões que fazem as telecomunicações representarem uma atividade lucrativa. IV. ( ) Analisa-se o papel da tecnologia e suas possível implicações na sociedade. V. ( ) Apresenta-se um novo serviço economicamente rendoso com implementação pouco onerosa. a) 1, 3, 2, 5, 4 b) 1, 4, 5, 2, 3 c) 2, 4, 1, 3, 5 d) 2, 4, 1, 4, 3
70) “um bem que não é escasso nem se exaure...” As palavras sublinhadas significam: a) raro e esgoto b) parco e gasta c) parcimonioso e dissipa d) pouco e extenua e) pródigo e deteriora Leia o texto a seguir: Ao lado das semelhanças, das homogeneidades e das “mesmices” no interior da sociedade, os grupos se diferenciam cada vez mais, incapazes de se identificarem cultural, racial ou etnicamente com uma população tão sem contornos como aquela da sociedade industrial desse fim de século. As oposições entre grupos no interior da sociedade, curiosamente, jamais foram tão agudas: homens contra mulheres, velhos contra jovens, brancos contra negros, orientais contra ocidentais, etc. Cada uma dessas oposições tem sua própria história e suas próprias explicações, mas o que sepercebe, de forma geral, é uma intensificação na organização política de grupos diferenciados, que lutam pelos seus próprios objetivos, seus próprios direitos e sua própria liberdade. Esses grupos têm o poder de criar uma identidade para os indivíduos que se contrapõem à falsa homogeneidade que a sociedade como um todo lhes confere. A eclosão desses movimentos em todo o mundo mostra que o projeto político dos partidos, por mais que o números deles se multiplique, não abarca as questões mais específicas, os problemas mais cruciais desses gru pos, como o preconceito, a repressão e a discriminação. Mostra, ainda, que por trás da homogeneidade aparente e da massificação, as regras sociais, as leis e oportunidades não se distribuiem com e mesma “igualdade” dos produtos no mercado. Portanto, esses grupos têm o poder de mostrar a diferenciação real dentro da sociedade, os grupos que nela são discriminados e que, em função dessa discriminação, se organizam politicamente.
ATENÇÃO! Preste atenção agora na questão a seguir: Você não precisará reportar-se ao texto, se sou ber usar a direção de argumentação que a conjunção determina.
69) Assinale a opção em que, conforme o texto, a ideia indicada não corresponde à do termo sublinhado. 58
71) De acordo com as afirmações depreendidas do texto, assinale V (para verdadeiras) e F (para as falsas). I. ( ) O poder e a objetividade são imprescindíveis a grupos inferiorizados que não aceitam o estigma de “diferenciados”. II. ( ) Valendo-se de tratamento não igualitário imposto pelas classes dominantes, os indivíduos discriminados impuseram-se como grupo de força. III. ( ) No interior da sociedade industrial, grupos sem identificação social opuseram-se em função das sanções físicas a eles impostas. IV. ( ) Aponta-se a dicotomia de interesses como fator gerador de conflitos e grupos com interesses semelhantes emergem da situação vigente. A sequência correta é: a) F – F – F- V b) F – V- F- V c) F – V- V- F d) V – V- F – V e) V – F – V – F
bastante distinto, considerados sob diversos aspectos. A sequência correta é a) 2, 3, 5, 4, 1 b) 2, 4, 5, 3, 1 c) 3, 4, 2, 1, 5 d) 3, 2, 5, 4, 1 e) 5, 3, 2, 1, 4 74) O 3º parágrafo constitui, em relação aos anteriores, uma a) retificação b) consequência c) concessão d) reiteração e) oposição 75) Assinale a opção que não possui o valor semântico de eclosão. (linha 15) a) aparecimento b) manifestação c) desabrochamento d) contenção e) oposição 76) Portanto (linha 21) confere ao período a ideia de: a) conclusão b) acréscimo c) explicação d) condição e) consequência
72) A saída encontrada pelos grupos diferenciados, mas com hegemonia de interesses na luta por uma justiça social foi a a) Adoção na escolha de seus dirigentes b) Busca de uma melhor socialização c) Manutenção do escalonamento social d) Tentativa de imitação de padrões de grupos sociais dominantes e) Adoção de uma organização política
77) Assinale a expressão que não substitui em função dessa (linha 22), sem alterar o sentido do texto. a) em detrimento dessa b) em virtude dessa c) devido a essa d) em razão dessa e) por causa dessa
73) Numere os parênteses 1 a 5, de acordo com a ordem em que as ideias se sucedem no texto. I. ( ) Os diferentes grupos apresentam-se politicamente organizados, de modo a terem seus interesses e direitos defendidos II. ( ) Os grupos procuram uma auto-organização, pois são atingidos por problemas graves que não conseguem ser defendidos pelos partidos políticos. III. ( ) os grupos têm como grande característica apontar a diferenciação e a discriminação dentro da sociedade e a organização política como a solução plausível. IV. ( ) Através de uma estrutura organizacional, os grupos conseguem estabelece uma identidade própria, unindo-se no embate contra a rejeição social. V. ( ) Apesar de uma aparente homogeneidade, a sociedade é composta de grupos
78) O texto em análise poderia ser classificado como a) subjetivo e descritivo b) polêmico e elucidativo c) referencial e didático d) prolixo e objetivo e) informativo e manipulador (ESAF) Leia o texto a seguir. O trabalho morreu, só falta a coragem para enterrá-lo. No mesmo túmulo, é preciso acomodar seu sósia e seu irmão gêmeo, igualmente defuntos: o emprego e o desemprego. A morte foi causada pelo distanciamento desastroso entre o território do trabalho e o da economia. No mundo atual – das multinacionais, do liberalismo absoluto, da globalização, da mundialização, da 59
virtualidade – o trabalho, concebido como o conuunto de emprego mais assalariados, é conceito obsoleto, um parasita. A mudança se dá na natureza mesmo do capital: que já não é aquele que expunha as garantias de capitalismo de ordem imobiliária; já que não é aquele em que o conjunto dos homens era indispensável para produzir lucro. No atual modelo econômico que se instala no mundo – sob o signo da cibernética, da automação, das tecnologias revolucionárias – o trabalhador é supérfulo e está condenado a passar da exclusão social à eliminação total. Com essa visão apocalíptica, a ensaísta francesa Viviane Forrester, 71, conclui, no livro “Horror Econômico” (lançado agora no Brasil), que o grau de po breza que o planeta atinge não é resultado de uma crise econômica. Não há crise, diz ela, o que há é uma mutação – mas não apenas a mutação horizontal de uma sociedade. Trata-se uma mutação vertical, profunda, de toda uma civilização antes fundada sob um conceito que já não existe; o do trabalho, “nosso mais sagrado tabu”, comenta, “deformado sob a forma perversa de emprego. (Folha de São Paulo – 15/6/97).
e) A crise econômica do mundo é uma fase histórica transitória. (ESAF) Leia o texto e responda as questões a seguir: Merecemos respeito Um princípio que todos defendemos é o direito de informar e ser informado. Mas temos discutido muito pouco o direito do homem de não ser insultado em sua inteligência e em sua sensibilidade em nome da liberdade de expressão. Acho que chegou a hora de pararmos para tratar desse assunto. Temos assistido diariamente pela televisão a um es petáculo grotesco de invasão da privacidade e desres peito ao cidadão e ao ser humano. Pessoas simples são humilhadas e têm sua dignidade agredida por repórteres arrogantes e pelas câmaras de televisão, que devassam sem pudor sua miséria. São vítimas da guerra pela audiência entre as grandes emissoras, que mandam suas equipes de reportagem às ruas em busca de lágrimas e sangue, de sustos e monstros, de carne dilacerada e constrangimento de pessoas humildes. É o circo dos horrores, empurrado para dentro de nossas casas e, o mais terrível, das casas mais modestas. A liberdade de expressão é, antes de mais nada, um direito político. Sem essa liberdade os governos tenderiam, naturalmente, à tirania e à corrupção, porque estariam protegidos contra a vigilância dos cidadãos. Foi por essa liberdade que lutaram os revolucionários ingleses do século XVII e os franceses do século XVIII, os pais da independência americana e os intelectuais da Primavera de Praga, sem falar nos que lutaram aqui mesmo não faz muito tempo. Mas devemos separar as coisas. É lugar-comum dizer que a liberdade de um termina onde começa a liberdade do outro. Assim o entenderam e o declararam os constituintes franceses ao definir os direitos do homem e do cidadão, há mais de 200 anos. O advento da televisão complicou um pouco o conceito de liberdade de imprensa. O rádio e a televisão podem ser considerados imprensa? Devem esses veículos exigir os mesmos direitos da imprensa propriamente dita? Apesar de havermos sofrido, como poucas profissões sofreram, a brutalidade da censura, nosso bom senso diz que não. Admitimos e defendemos a tese de que o rádio e a televisão não devem ser submetidos a nenhuma censura do Poder Executivo, mas é necessário que estejam sob alguma espécie de controle social efetivo. Exatamente por isso a Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão, Abert, tem um código de ética sério e realista, aprovado por todos os seus associados, mas ignorado por aqueles que usam suas emissoras para pregar o separatismo, explorar a boa fé religiosa ao pú-
79) Assinale o item que não está de acordo com o texto a) No primeiro parágrafo, os termos: morreu, túmulo, defuntos e morte, estão sendo utilizados em sentido conotativo. b) A palavra: obsoleto significa, no texto, “antigo, ultrapassado, arcaico”. c) Há uma certa visão otimista da autora no que concerne ao futuro do trabalho humano na sociedade capitalista. d) O universo tecnológico substitui o trabalhador no delo econômico mundial da atualidade. e) O capital já não exige o trabalho dos homens para produzir lucro. 80) O texto apresenta a ideia de que: a) trabalho e emprego são conceito idênticos b) trabalho e emprego são, aparentemente, semelhantes. c) O trabalho é também o resultado da ação de máquinas. d) A civilização está sofrendo uma mutação profunda pois privilegia o trabalho e o emprego. 60
blico, incitar à violência, disseminar superstições ou agir quase como cúmplices dos crimes de outrem. Como cidadão, deploro essa guerra pela audiência a todo custo. Há pouco tempo, uma prostituta foi brutalmente insultada em sua dignidade, e as prostitutas têm a sua dignidade, pela investida de uma dessas equipes de reportagem. Devo dizer, e com toda a tristeza, que havia mais honra essencial em seu humilhante ofício e no constrangimento de seu parceiro e cliente do que no ato dos que lhe violaram a mais inviolável das intimidades. Como homem de propaganda, considero uma besteira essa competição pelo grotesco. Não aceito a avaliação da eficiência da mídia a partir da “audiência média”. Nós anunciamos produtos específicos para audiências específicas. A mim interessa anunciar automóveis para uma audiência de 100.000 espectadores de um programa intelectualmente sofisticado, e pensaria duas vezes antes de usar o dinheiro do cliente para anunciar refrigerantes na audiência de alguns milhões de espectadores em programas de apelação como esses. Mesmo porque me aconselha uma razão técnica: ninguém, diante de tais imagens, se lembraria do minuto seguinte do produto anunciado. Não há lugar em sua memória senão para a brutalidade das cenas e ofegar histérico dos repórteres. Os donos dessas grandes emissoras são empresários e cidadãos respeitáveis. Eles sabem de sua grande responsabilidade social e política no exercício do poder que as circunstâncias da vida lhes trouxeram. Convinha-lhes meditar sobre isso e renunciar a uma competição que não lhes acrescenta méritos. Eles devem se lembrar de que o Código de Ética por eles aprovado existe para ser seguido. (Roberto Duailib Veja. Ed. 1300 nº 32 ano 25).
e) As principais vítimas da guerra pela audiência, travada entre as grandes redes de televisão, são os repórteres.
82) Segundo o texto, todas as opções estão corretas, exceto: a) Algumas das atrações do circo dos horrores mostrado pela televisão são a violência, o medo, os acidentes, os crimes e o sofrimento do ser humano. b) Os principais responsáveis pelo circo dos horrores empurrado pela televisão para dentro de nossas casas são as equipes de reportagem. c) O direito à liberdade de expressão permite que os governos fiquem sujeitos à vigilância dos cidadãos, evitando-se, assim, a tirania e a corrupção. d) A liberdade de expressão é um direito político de todo cidadão. e) A liberdade de expressão foi paulatinamente conquistas a partir do século XVII. 83) Assinale a opção correta, segundo o texto. a) O autor acredita que o rádio e a televisão não devem ser submetidos a nenhuma espécie de controle social efetivo. b) Chamava-se Abert o profissional que elaborou o código de ética aprovado por todos os membros da Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão. c) Como publicitário, o autor aprova a guerra pela audiência, pois, na luta para conquistar a preferência do público, as emissoras são forçadas elevar o nível conteudístico de sua programação. d) Na opinião do autor, ao insultar brutalmente a prostituta em sua dignidade, os memebros da equipe de reportagem que a foram entrevistar mostraram que há muito mais honra no humilhante ofício da prostituição do que no do repórter. e) Ao afirmar que a prostituta foi violada em sua “mais inviolável intimidade”, o autor sugere que ela foi estuprada pela equipe de reportagem que a foi entrevistar.
81) Assinale a opção correta, de acordo com o texto. a) O direito de informar e ser informado é um princípio que tem sido universalmente respeitado pelas autoridades constituídas. b) Do ponto de vista ético, o princípio da liberdade de expressão justifica os insultos que os meios de comunicação têm dirigido à inteligência e à sensibilidade do homem c) A televisão invade a privacidade do cidadão e desrespeita o ser humano em nome da liberdade de expressão. d) A humilhação das pessoas simples pelos repórteres e pelas câmaras de televisão é eticamente admissível, pois esses indivíduos têm pouca ou nenhuma dignidade.
84) Com base no texto, todas as opções estão corretas, exceto: a) Exemplos de maus serviços prestados pelo rádio e pela televisão são a pregação do separatismo, a exploração da boa fé religiosa 61
tidos ao deus dará – incluídos aí pobres miseráveis e pequenas empresas – que os mais fortes sobreviverão. A nenhum dos dois grupos interessam soluções estruturais para a miséria. Ao primeiro, por eliminar seu ganha pão político. Ao segundo, por desviá-los da meritória atividade de só se dedicar a medidas que possam efetivamente enriquecer grupos de influências próximos ao poder – de bancos de negócios especializados em especular com dólar e juros, a grupos empresariais que se escondem sob a asa do BNDES. Em vários pontos da vida nacional houve a recu peração dos princípios da cidadania. Esses princípios ainda não chagaram à política econômica. Em nome de reformas desejadas ansiosamente pela opinião pública, o governo se julga com atenuantes para cometer todos os atentados possíveis contra o emprego e o trabalho. Qualquer demanda, por mais legítima que seja, é massacrada por frases vazias, mas que são acolhidas por parte da imprensa com o fervor de um seguidor de Antônio Conselheiro. A quebradeira da agricultura não passa de choradeira de caloteiro; a quebra das pessoas fícias é fruto da imprevidência de consumidores; o desaparecimento de setores industriais não passa de chantagem, e assim por diante. (Luís Nassif)
do público e a incitação à violência. b) Segundo o autor, a eficiência da mídia não pode ser mensurada em função de uma “audiência média”, pois os publicitário anunciam seus produtos para plateias específicas. c) O anúncio de um produto como carros ou refrigerantes, durante apresentação de um programa que explore o circo dos horrores, garante o sucesso de venda. d) Os donos das grandes emissoras de televisão deveriam renunciar à competição pela audiência e respeitar o Código de Ética por eles próprio criado. e) As circunstâncias da vida conferem aos donos das grandes emissoras uma importante responsabilidade social e política no exercício do poder. Leia o texto a seguir: Entre a cruz e a espada Minha mulher tem uma tia que garante que só os ricos vão para o céu, porque são bem humorados, não imprecam contra Deus e o mundo e dão esmolas. Pobre só serve para dar despesas, esfrangalhar o orçamento público, impedir a modernização da economia, pensam os economistas da equipe econômica. A tia da minha mulher e eles compartilham das mesmas teses – que necessitam urgentemente ser desmistificadas. Nas últimas décadas, floresceu uma dicotomia absurda na discussão política brasileira. Numa ponta, políticos paternalistas, fazendo da defesa dos miseráveis, álibi para fortalecer a intermediação política sobre ver bas sociais. Quem se der ao trabalho de ouvir “A Voz do Brasil”, especialmente em períodos de recesso, vai se surpreender com os recados mandados por velhos coronéis às suas bases, fornecendo o endereço de seus comitês para a distribuição de cotas de leite. É essa caterva que defende congelamento, subsídios, distribuição de leite e quetais, tudo sob sua égide. Esse marketing dos desassistidos sempre marcou a vida pública nacional desde os primórdios da colonização portuguesa, e servia para legitimar a atuação de todo mandrião que ascendeu à vida pública. Na outra ponta, setores tidos como modernos, que interpretava toda forma de assistência social do Estado como atraso de vida, passaram a cultivar a retórica social do estado como atraso de vida, passaram a cultivar a retórica da eugenia. Tem-se que deixar os desassis-
85) O texto se constrói primordialmente numa relação de: a) oposição, pois a classe dominante coloca-se contra os desassistidos. b) causalidade, porque as atividades políticas promovem a pobreza. c) paralelismo, já que se estabelecer comparação entre dois tipos de políticos de dominação. d) consequência, devido à relação de repercussões ocorridas na classe dominada. e) condição, motivada pela supremacia política mantendo os padrões de carência popular. 86) A partir de texto, depreende-se que: a) Os pobres não vão para o céu porque são pessoas de mau humor. b) A classe desassistida aumenta o subdesenvolvimento e impede o progresso. c) O paternalismo político contribui para minorar o problema dos desassistidos. d) O assistencialismo deve ser combatido porque não resolve o problema da pobreza. e) Os políticos usam um discurso vazio para descuidar dos interesses nacionais. 62
87) Na frase: “É essa caterva que defende congelamentos, subsídios, distribuição de leite e quetais, tudo sob sua égide”, a) o emprego da palavra égide deixa entrever a discordância do autor. b) a palavra quetais é um neologismo usados para indicar menosprezo. c) caterva foi empregada como coletivo pejorativo em relação a políticos. d) subsídios são salários suplementares concedidos a políticos em dificuldades. e) congelamento refere-se à manutenção de cobranças de impostos sem aumento dos índices.
90) Assinale a opção que constitui sequência lógica, coesa e imediata do trecho abaixo: A nenhum dos dois grupos interessam soluções estruturais para a miséria, a) se pudesem tomar medidas de recuperação da cidadania. b) Assim esses princípios ainda não chegaram à política econômica. c) Logo, podemos concluir que a classe domintante mantém a dicotomia como forma de poder. d) Porque a manutenção da situação de carência conservará os bolsões do poder. e) Essas soluções poderão gerar melhor qualidade de vida e poder mais igualitário.
88) Ao empregar marketing dos desassistidos, o autor que explicar que: a) Já é tradição nacional concederem-se favores aos pobres para manter o poder político. b) Promover o assistencialismo é uma forma de conter a miséria. c) Os desassistidos precisam do paternalismo para se manter. d) As verbas sociais precisam ser aplicadas para a sobreviência dos carentes. e) Os políticos que aplicam as verbas assistenciais preocupam-se com as carências de sua região.
91) Leia o trecho: “... modernos interpretam toda forma de assistência social como atraso de vida, passaram a cultivar a retórica da eugenia”. Assinale a opção que se relaciona como ele, estabelecendo uma sequência lógica e coesa: a) e ela deverá legitimar a recuperação dos desassistidos. b) assim esse atraso geraria uma estagnação das situações de pobreza. c) com a finalidade de promover uma remoção das classes mais frágeis da sociedade. d) cuja verdade se esvazia através de um discurso legitimador do poder. e) essa eugenia tem a função de recuperar os princípios de cidadania.
89) Marque a afirmativa que segue a mesma direção de argumentação do trecho sublinhado. “Qualquer demanda, por mais legítima que seja, é massacrada por frases vazias, mas que são acolhidas por parte da imprensa com o fervor de um seguidor de Antônio Conselheiro”. a) “Nas últimas décadas floresceu uma dicotomia absurda na discussão política brasileira”. b) “Quem se der ao trabalho de ouvir A Voz do Brasil, vai se surpreender com os recados mandados por velhos coronéis às suas bases”. c) “... com toda forma de assistência social do Estado (é) como atraso de vida...” d) “A nenhum dos dois grupos interessam soluções estruturais da miséria”. e) “Em vários pontos da vida nacional houve a recuperação dos princípios da cidadania”.
92) Leia o trecho a seguir: “O governo se julga com atenuantes para cometer todos os atentados possíveis contra o emprego e o tra balho”. Qual será a sequência gramatical e lógica se iniciarmos por: “Todos os atentados possíveis contra o emprego e o trabalho são cometidos... a) Mesmo que o governo se julgue com atenuantes. b) Se o governo se julgar com atenuantes. c) Porém o governo se julga com atenuantes. d) Ainda assim o governo se julga com atenuantes. e) Uma vez que o governo se julgue com atenuantes. 63
tidos em aeroportos, energia, gás, metrôs, rodovias, portos, saneamento básico, transporte fluvial, telecomunicações e outros. O Brasil começa lentamente a promover seu programa de concessões. A legislação aprovada pelo Congresso em 1995 é um passo adiante, porém não suciente, para acelerar a participação privada – nacional e estrangeira – em serviços de infra-estrutura. É fundamental que também ocorra uma rápida mudança de atitude e mentalidade do governo e do setor privado, eliminando alguns obstáculos à expansão das concessões. (Joelmir Beting. O Popular 27/7/96).
DESENVOLVIMENTO! Vamos fazer esta questão de número 92 juntos!
Você reparou o enunciado: “O governo se julga com atenuantes para cometer todos os atentados possíveis contra o emprego e o tra balho” estabelece uma relação de efeito ou consequência. Essa relação completa-se com a causa, pois você não deve se esquecer de que todo efeito é gerado por uma causa. Assim: “Todos os atentados possíveis contra o emprego e o trabalho são cometidos, CONSEQUÊNCIA/EFEITO uma vez que o governo se julga com atenuantes” CAUSA Uma vez que = Porque / Já que / Como
94) A melhor paráfrase do texto é a) A substituição do governo no fornecimento de infra-estrutura tem possibilitado o aparecimento de uma verdadeira indústria de serviços que funcionam através de concessões públicas. No Brasil, é preciso mudar a mentalidade e todos os envolvidos para que haja uma aceleração da participação privada em serviços de infra-estrutura. b) Muitos países têm feito concessões de serviços públicos a empresas privadas para haver melhor organização e funcionamento; a partir de então, os serviços passaram a dar lucroa essas empresas. No Brasil, somente a mudança da mentalidade do governo será capaz de levar à expansão das concessões. c) No século XX, a concessão de exploração de infra-estrutura a empresas privadas tem gerado lucro e permitido aos governos uma mulher aplicação de seus recursos em áreas de demanda social. O Brasil também demonstra interesse em realizar contratos no setor privado para expandir as concessões. d) Os serviços públicos têm-se tornado muito dispendiosos e a necessidade de aplicar mais verbas em gastos na área social levou muitos países a fazerem contratos com empresas privadas para a exploração dos serviços de infra-estrutura. Também no Brasil esta mentalidade tem sido desenvolvida superando muitos obstáculos. e) O fato de haver um compromisso maior dos governos com as despesas na área social tem levado muitos países a repassarem as responsabilidades e a exploração dos serviços de infra-estrutura a empresas privadas; só no Brasil tivermos investimentos da ordem de US$ 60 bilhões por ano.
93) Qual dos itens está gramaticalmente correto? Se na frase “a nenhum dos grupos interessam soluções” passarmos o verbo para o singular mantêm-se a mesma correção gramatical. No trecho “Ao primeiro, por eliminar seu ganha pão político. Ao segundo, por desviá-lo da meritória atividade de ...” os termos grifados referem-se respectivamente a políticos paternalistas e setores modernos. Álibi, política e coronéis são termos regidos pela mesma regra de acentuação gráfica. Paternalismo e assistencialismo são termos que, embora tenham o mesmo sufixo “ismo” trazem posições antagônicas em seus significados. Podemos dizer que em BNDES temos uma abreviação de Banco Nacional do Desenvolvimento Social. Leia o texto a seguir: As concessões de serviços públicos ao setor privado podem vir a ser um mecanismo muito importante de investimento em infra-estrutura, substituindo o governo que tem sido forçado a concentrar os recursos nas área de maior demanda social. Para confirmar essa premissa basta verificar que países desenvolvidos e em desenvolvimento realizaram várias concessões durante o século 20, transformando a indústria da infra-estrutura privada num mercado global de US$ 60 bilhões por ano, inves64
95) Indique a opção em que, para valorizar a concessão de serviços públicos são setor privado, o texto usa como argumento de apoio. a) O Brasil começa lentamente a promover seu programa de concessões. b) A legislação aprovada no Congresso em 1995 é um passo adiante, porém não suficiente. c) Os países desenvolvidos realizaram várias concessões. d) O governo tem sido reforçado a concentrar os recursos nas áreas de maior demanda. e) É fundamental que ocorra uma rápida mudança de atitude e de mentalidade do governo e do setor privado.
c) O Brasil investe lentamente porque a mentalidade dos setores públicos e privados interpõem obstáculos. d) A legislação aprovada no Congresso em 1995 eliminou os obstáculos à expansão das concessões de serviços públicos. e) A substituição do governo nos serviços de infra-estrutura permite altos investimentos anuais por parte de empresas privadas.
QUADRO SINÓPTICO
Elementos essenciais: Descrição Narração Dissertação
Elementos para a análise: Coesão: elementos gramaticais: advérbio / preposição / conjunção Coerência: elementos intelectivos: paráfrase / sistema periférico do texto – perífrase / paralelismo sintático – verbos (correlação verbal) Elementos integrantes: análise da : introdução / do desenvolvimento / da conclusão
96) Indique a opção que não encerra ideia contida no texto a) A concessão de serviços públicos ao setor privado permitirá investimentos em aeroportos, rodovias, metrôs e até saneamento básico. b) A terceirização de serviços públicos gerará lucro à empresa privada que souber investir.
GABARITO 1. D 11. A 21. B 31. A 41. B 51. E 61. A 71. B 81. C 91. C
2. C 12. D 22. C 32. B 42. E 52. B 62. B 72. E 82. B 92. E
3. B 13. C 23. C 33. B 43. C 53. C 63. E 73. B 83. D 93. B
4. E 14. D 24. D 34. E 44. A 54. B 63. C 74. D 84. C 94. A
5. C 15. D 25. E 35. B 45. E 55. D 65. C 75. D 85. C 95. D
6. B 16. E 26. B 36. C 46. E 56. E 66. A 76. A 86. E 96. D
65
7. C 17. B 27. A 27. D 47. B 57. B 67. E 77.A 87. C
8. E 18. C 28. E 38. D 48. A 58. C 68. D 78. C 88. A
9. A 19. A 29. C 39. B 49. C 59. A 69. C 79. C 89. C
10. E 20. C 30. D 40. A 50. A 60. D 70. E 80. B 90. D
FONÉTICA
cordas vocais não vibrarão, e o fonema aqui produzido será chamado de fonema surdo.
1.1 DEFINIÇÃO
LEMBRE-SE! Esta parte da disciplina não ocorre em concursos, portanto, estamos apresentando apenas o essencial para que você entenda o funcionamento de partes do corpo no tocante ao som e à voz.
Há uma parte da gramática que se ocupa em estudar o som das palavras. A este objetivo chamamos de FONOLOGIA, ou seja, e “estudo do som”. Para entender o funcionamento, é necessário diferenciar fonema de letra. A letra compreende o sinal gráfico, enquanto o fonema é a emissão do som produzido por esse sinal gráfico. Não devemos nos esquecer de que , muitas vezes, o mesmo som é representado por letras diferentes como “moch ila” e “mexer”, ou então, sons diferentes podem ser representados pela mesma letra como “casamento” e “sapato”. Podemos, portanto, concluir que, o idioma possui um número bem maior de fonemas, não obstante o alfabeto conter apenas vinte e seis letras. Normalmente, encontramos para as palavras o mesmo número de fonemas, como por exemplo, a palavra quarto na qual encontramos 6 letras para 6 fonemas. Mas nem sempre isso ocorre: como em ma lh a, manhã, passo, onde o número de fonemas é menor que o número de letras, pois há a presença de dígrafos que serão estudados mais adiante.
1.3 DAS VOGAIS São fonemas sonoros livres e, segundo a Nomenclatura Gramatical Brasileira (NGB), classificamos as vogais por quatro pontos de observação: 1.3.1 Classificação
a) b) c) d)
quanto à zona de articulação quanto ao papel da cavidade (bucal e nasal) quanto à suspensão da língua quanto à variação de sons (timbre)
1.4 DA UTILIZAÇÃO DAS VOGAIS
ORAIS: a – é – ê – ó – ô – i – u
NASAIS : ã – õ
1.5 DAS CONSOANTES São fonemas para cuja produção a corrente de ar encontra uma certa dificuldade para sua passagem.
1.2 ESTUDO DOS FONEMAS
ATENÇÃO! Note que esses fonemas, sozinhos, não formam sílabas, por isso são chamados consoantes, por necessitarem de uma vogal para poderem formar uma sílaba.
Novamente, salientamos que letra não é fonema. A letra é apenas o sinal gráfico e representa um fonema, pois os fonemas, em seu conjunto, representam o sistema fônico do idioma.
1.2.1 Produção
1.6 CLASSIFICAÇÃO
Através do aparelho fonador, produzimos o som ou os fonemas. Na boca, os lábios, os dentes, o palato, a língua, a úvula, a glote com as cordas vocais, os pulmões ao articularem-se, produzem as mais diversas modificações sonoras em uma mesma corrente de ar.
Classificam-se as consoantes em grupos, a saber: 1.6.1 Dos encontros consonantais:
1.2.2 Classificação
Quando a corrente de ar chega à boca vindo dos pulmões, na faringe, poderá seguir dois caminhos:ou pela boca, ou pelo nariz. Obtém-se o som oral (pela boca) ou o nasal (pelo nariz). Se a glote estiver fechada ou quase fechada, a passagem do som vibrará as cordas vocais produzindo o que chamamos de fonema sonoro. Se, ao contrário, a glote estiver totalmente aberta, as
Inseparáveis: PL, PR, bl, Br, tl, TR, dr, cl, Cr, vr, fr, Gr Separáveis: bd, ct, ft, tm, bs, dv, PT
Exemplos de encontros consonantais: platina, prata, branco, ritmo, apto... 1.6.2 Dos encontros vocálicos
66
ORAIS: AO, AE, AI, AU OE, OI, OU
- Indivisíveis: Ch = chapéu Lh = palha Nh = ninho Qu = querida Gu = gueto - Divisíveis: Sc = piscina Sc = nasça Xc = exceção Ss = passo Rr = guerra
EI, EU IU NASAIS: ÃO, ÃE, ÕE Exemplos de ditongos vocálicos: mão, pai, sou, pauta, deitar. 1.6.3 Para os encontros vocálicos, temos a hierarquia entre as vogais:
Vogal A Vogal O Semivogal de A Vogal E Semivogal de O e de A Vogal I Semivogal de E, de O e de A Vogal U Semivogal de todas as outras.
ATENÇÃO! Há dígrafos que representam as vogais nasais. Para as nasais = vogais Am = cam ponesa Na = cantoneira Em = tem po Em = venda Im = lim peza In = linda Om = om bro On = ondulado Um = tum ba Un = nunca
Tomemos como exemplo a palavra pauta: ao dividirmos a palavra, obteremos pau – ta, tendo, portanto, na 1ª sílaba um ditongo, ou seja, o encontro de uma vogal + uma semivogal na mesma sílaba. Observe, agora, a hierarquia das vogais: Veja que A é vogal e U é semivogal. Temos, portanto, um ditongo oral decrescente. Já na palavra memória, temos, também na última sílaba, um encontro vocálico. Mas, ao contrário do anterior, a sequência foi invertida, pois temos na sílaba ria a semivogal I, somada à vogal A. Logo, obtemos o ditongo oral crescente. Na palavrão pão, temos um ditongo nasal decrescente. Às vezes, temos o encontro de uma semivogal somada à vogal e seguida de outra semivogal; é o tritongo: Uruguai, iguais, Paraguai, são termos compostos por um tritongo oral. Já em “saguões”, temos um tritongo nasal.
1.8 TONICIDADE Há, na língua portuguesa três tons: Quando dizemos café, notamos que a palavra citada contém duas sílabas, ou seja, Ca – fé e notamos tam bém que a sílaba tônica, ou forte, está na última sílaba, por isso dizemos que esta palavra é oxítona. Ao pronunciarmos revólver, entendemos que a síla ba tônica está na penúltima sílaba vol e, por isso, dizemos que esta palavra é uma paroxítona. Quando dizemos: última, percebemos que a tônica desta palavra está na atenpenúltima sílaba úl, e, por isso, dizemos que esta palavra é proparoxítona.
ATENÇÃO! Às vezes, as palavras apresentam vogais em sílabas isoladas. A essa colocação damos o nome de hiato: Pa-ís, sa-í-da, sa-ú-de. Aliás, na palavra hiato, temos um hi-a-to.
1.7 DOS DÍGRAFOS: Não se deve confundir encontro consonantal com dígrafo. O dígrafo é o emprego de duas letras para a emissão de apenas um som.
ATENÇÃO! As palavras não necessitam conter acento para obter a denominação. Assim serão chamadas, bastando apenas a identificação da tônica.
1.7.1 Classificação:
Há dígrafos que representam consoantes e podem ser: 67
LEMBRE-SE! Quem determina a tonicidade não é o acento e sim a sílaba tônica, como nos exemplos a seguir:
AVISO! Os verbos ter e vir serão acentuados em caráter diferencial quando: Na terceira pessoa do plural do presente do indicativo: Ele tem – eles têm; ele vem – eles vêm. Quanto aos derivados, seguem a lógica da acentuação gráfica, ou seja: Ele entretém – eles entretêm; ele inter vém – eles inter vêm. Para as semivogais I e U, podemos dizer que só não serão acentuadas se precedidas por dígrafos nh, lh e ch.
Hangar, cair, sair, esculpir são palavras oxítonas. Avaria, boêmia, caracteres, pudico, ibero são palavras paroxítonas. Côm puto, bávaro, condômino, espécime, êxodo são palavras proparoxítonas. 1.8.1 Acentuação gráfica
São acentuados: Os monossílabos tônicos em a, e, o: Já, pá, fé, dê, pó, tê-lo, dá-lo Os oxítonos terminados em a, e, o, em, ens: Farás, terás, café, você, através, paletó, jiló, armazém, ninguém, parabéns, Quanto aos vocábulos proparoxítonos, acentuam-se todos, sem exceção: Ética, prática, lúdico, ínterim.
1.8.2 A partir do novo acordo ortográfico, temos:
1. O trema, sinal gráfico para a semivogal U átona, desaparece, sendo utilizado apenas para os nomes pró prios por exigência cartorária. Sequência, sequestro, pinguim, tranquilo.
ATENÇÃO! Embora não seja escrito, o trema continuará a ser pronunciado. 2. Desaparece o acento circunflexo em vogais dobradas como creem, leem, deem, veem, voo, enjoo. 3. Não serão acentuadas as palavras paroxítonas em ditongo aberto: ideia, geleia, jiboia, asteroide, alcaloide.
ATENÇÃO! Quanto às paroxítonas, podemos reduzir todas as regras a uma só: Não serão acentuadas as palavras paroxítonas terminadas em: A, O, E, EM, ENS.
ATENÇÃO! As palavras oxítonas e os monossílabos tônicos nessas circunstâncias continuam acentuados: céu, véu, fogaréu, dói, chapéu, anéis. 4. As semivogais I e U não serão acentuadas quando precedidas de ditongo: feiura, baiuca, Bocaiuva.
LEMBRE-SE! Você percebeu que todas as palavras paroxítonas não contêm as regras das palavras oxítonas, ou seja, basta inverter as regras de acentuação das palavras oxítonas e você terá a regra para a acentuação das palavras paroxítonas: Éden, volúvel, júr i, vír us, elétron, bíceps, tórax, álbum, órfãos, órgãos, ônix, re pórter.
LEMBRE-SE! Não estando nessas circunstâncias, as semivogais I e U continuam acentuadas; saída, saúde, Tatuí, Anhangabaú, baú. 5. Desaparecerem todos os diferenciais para substantivos, preposições e verbos: - para (verbo) – para (preposição); - pela (verbo) – pela (preposição); - pelo (substantivo) – pelo (verbo) – pelo (preposição); - pólo (substantivo) – pólo (substantivo).
ATENÇÃO! Veja que as palavras como item, idem, itens, polens, não contém acento, uma vez que sejam paroxítonas com as terminações das oxítonas. - Serão acentuas as palavras paroxítonas para diferenciar o substantivo do verbo: Secretária (substantivo) – secretaria (verbo); polícia (substantivo) policia (verbo); vivência (substantivo) – vivência (verbo).
68
6. Continua acentuada a forma verbal do verbo poder para o pretérito perfeito indicativo pôde, como diferencial do presente do indicativo pode.
AVALIAÇÃO 1) Assinale a alternativa em que todas as palavras contêm dígrafo: a) filha, braços, forçá-la b) tenta, andar, corpo c) endurecida, fizesse, mocinha d) quarto, lembra, antigas e) pequenina, andando, escuro.
7. Continua acentuada a forma do infinitivo do verbo pôr como diferencial da preposição por. 8. É facultativo o emprego do acento circunflexo para diferenciar os substantivos forma e fôrma buscando-se a clareza da frase quando assim o necessitar.
2) Assinale a alternativa que apresenta erro na análise da palavra: a) em parece existem três sílabas, seis fonemas e seis letras. b) em endurecida existem cinco sílabas, dez fonemas e dez letras. c) em fizesse temos três sílabas, seis fonemas e sete letras d) em então temos um dígrafo nasal e um ditongo nasal decrescente e) em assim temos um dígrafo e uma vogal nasal
RECAPITULAÇÃO FONÉTICA – O ESTUDO DO SOM Letra: sinal gráfico Fonema: emissão do som produzido através do sinal gráfico. Alfabeto contendo 26 letras: “H” letra etimológica.
DOS ENCONTROS Consonantais: duas consoantes emitidas em dois sons: Classificação: - Divisíveis - Indivisíveis Vocálicos: Vogais somadas a semivogais na mesma sílaba. Classificação: - Ditongo: - Decrescente oral e nsal - Crescente oral - Tritongo: oral e nasal - Hiato: vogais em sílabas separadas - Dígrafos: encontro de duas letras para a emissão de um som. Quanto à tonicidade, temos: - Oxítona - Paroxítona - Proparoxítona
3. Assinale a alternativa incorreta: a) a palavra trajeto apresenta encontra consonantal. b) a palavra menina possui três fonemas nasais. c) na palavra colo existe apenas um fonema surdo d) na palavra corpo temos dois fonemas consonantais e) em andando existem dois dígrafos nasais. 4. Assinale a alternativa incorreta quanto à classificação do encontro vocálico: a) Faltavam: ditongo nasal decrescente representado graficamente por am. b) Ninguém: ditongo nasal decrescente representado graficamente por em. c) Saguão: ditongo decrescente seguido por vogal é tônica. d) País: hiato em que a segunda vogal é tônica. e) Minguam: tritongo nasal representado graficamente por uam. 69
5. Só não há ditongo em: a) amavam b) muito c) mamãe d) ontem e) apazigou
c) Luis / ravioli / timidez / amendoa d) ciume / reuni-lo / caterete / tenue e) fortuito / quati / Fe-lo / deságuam
12. Apenas uma alternativa deverá apresentar tonicidade correta: a) maracujá / também / saída b) Pacaembu / série / órgão c) perdi / hífens / lápis d) item / apelo / caí e) paraíso / diário / Jaú
6. São oxítono, paroxítono e proparoxítono, respectivamente: a) erudito / pegada / tulipa b) decano / aziago / sutil c) bígamo / néctar / refém d) harem / avaro / ibero e) ureter / pudico / horóscopo
13. Todos os vocábulos devem ser acentuados, exceto: a) maniqueismo b) fizessemos c) destroier d) miosotis e) maquinaria
7. Na palavra homem temos: a) cinco letras e cinco fonemas b) cinco letras e quatro fonemas c) cinco letras e três fonemas d) quatro letras e quatro fonemas e) quatro letras e três fonemas
14. Indique a alternativa em que uma palavra não deva ser acentuada: a) flébil / ínvio b) etíope / púbere c) apoteose / chávena d) azafama / égide e) refém / bílis
8. A letra “I” só não será semivogal em: a) papai b) azuis c) médio d) rainha e) herói 9. Assinale a alternativa que apresenta erro de divisão silábica. a) im-pres-cin-dí-vel; abs-ti-nên-cia b) sub-le-va-ção; ex-pec-to-ran-te c) a-brup-to; a-rac-ní-deo d) ig-ni-ção; e-gíp-cio e) e-clip-se; cor-rup-tí-vel
15. Em qual alternativa as palavras não exigem acento gráfico? a) filantropo / arquétipo / erudito / avaro b) condor / aríete / ureter / ciclope c) fortuito / austero / pudico / rubrica d) levedo / bávaro / boemia / recem e) alibi / logica / Omega / quiromancia
10. Em qual dos itens há ditongo crescente: a) lei / foice / roubo b) muito / alemão / viu c) lingüiça / história / aérea d) herói / jeito / quilo e) equestre / tênue / ribeirão
16. Aponte a alternativa com erro de acentuação: a) Os alunos detêm um número enorme de trabalho. b) Poucas pessoas intervém quando conflitos não lhes dizem respeito. c) A avó entretém as crianças com antigas canções. d) De onde provêm esses dados estatísticos? e) Quem retém a mercadoria na alfândega?
11. Assinale a opção cujas palavras devam ser acentuadas graficamente, respectivamente pelas mesmas regras que se aplicaram em Jau, júri, perde-la, vídeo. a) fluido / biquini / dificeis / te-lo b) reune / Hernani / pequines / longiquo 70
17. Identifique o item em que todas as palavras sejam paroxítonas. a) crisântemo / rubrica / quiromancia b) aerolito / transido / sotão c) réquiem / pegada / misantropo d) agape / estrategia / nectar e) aerostato / celtibero / caraiba
b) adápta / nível / argui c) adapta / nivel / argúi d) adápta / nível / argui e) adapta / nivel / argui
20. Assinale a alternativa que apresenta, respectivamente, as mesmas razões para a acentuação das palavras estatísticas e notícia.
18. Todos os itens apresentam palavras que devam ser pronunciadas como proparoxítonas, exceto: a) arquetipo / estrepito b) aziago / rubrica c) levedo / monólito d) aptero / ínterim e) artifice / periplo
a) Célebre escritor defende o uso rigoroso da língua culta. b) Ministério aceita recuar na tolerância zero. c) Gaúcho vive horas de terror no coração da África.
19. Complete o período a seguir com a forma correta das palavras quanto à acentuação e, depois, assinale a alternativa correta. Professor sempre______________ as questões ao _______ da classe e oralmente _________todos os dias. a) adapta / nível / argui
d) Juíza determina quebra de sigilo bancário de Maluf. e) Cai o número de alunos gaúchos reprovados.
GABARITO 1.A 11. B
2.B 12. C
3. D 13. E
4. C 14. C
5. E 15. C
6. E 16. B
7. B 17. C
8. D 18. B
9. C 19. A
10. C 20. A
BIBLIOGRAFIA - Aluízio de Azevedo – O Cortiço, 1986. Ed. Moderna - Celso Cunha – Nova Gramática do Português Contemporâneo, 1985. Ed. Nova Fronteira. - Domingos Paschoal Cegalla – Novíssima Gramática da Língua Portuguesa, 2008. Ed. Companhia Editora Nacional. - Evanildo Bechara – Moderna Gramática Portuguesa, 1999. Ed. Lucerna
- Lima Barreto – O triste fim de Policarpo Quaresma, 1982. Ed. Agir -Machado de Assis – Dom Casmurro, 1974. Ed. Agir. - Machado de Assis – Memórias Póstumas de Brás Cubas, 1986. Ed. Moderna. - Ulisses Infante – Gramática aplicada aos textos, 1985. Ed. Scipione. - PCI Concursos.
71
ESTILÍSTICA
o guar da-civil sorria, passavam bicicletas, a menina pisou a relva para pegar um pássaro, o mundo inteiro, a Alamenha, a China, tudo era tranquilo ao redor de Clara”. (Carlos Drumond de Andrade) “Não nos movemos, as mãos é que se estenderam pouco a pouco, todas quatro, pegando-se, apertando-se, fundindo-se”. (Machado de Assis). Às vezes, ao escrever, ou mesmo ao falar, omitimos um termo ou até uma oração que facilmente poderiam ser identificados ou subentendidos no contexto. Quando fazemos isso, ocorre:
1. FIGURA DE LINGUAGEM OU DE ESTILO Para a valorização de um texto, empregamos as palavras como recurso linguístico com a finalidade de expressar de formas diferentes experiências comuns, conferindo, sobretudo, emoção visando à originalidade dada ao discurso. Para isso, usamos as figuras de linguagem ou de estilo procurando tornar o texto original e a linguagem expressiva, uma vez que as figuras revelam e muito a sensibilidade de quem as produz, traduzindo particularidades de estilo do autor. A palavra, quando empregada em sentido conotativo, passa a pertencer a outro campo de significação, valorizando e muito o trabalho do artista, tornado o texto bem mais amplo e bem mais criativo. As figuras de linguagem classificam-se em: a) d e sintaxe ou de construção b) de pensamento c) de palavra e de harmonia As figuras de sintaxe ou de construção traduzem-se pelos desvios em relação à gramática, através da concordância entre os termos da oração, omissão, repetição ou inversão. Constroem-se as figuras de sintaxe por meio de: Omissão: assíndeto, elipse e zeugma; Repetição: anáfora, pelonasmo, polissíndeto; Inversão: anástrofe, hiérbato, hipálage, sínquise; Ruptura: anacoluto; Concordância ideológica: silepse; De gênero De número De pessoa Vamos estudá-las, agora: Quando as palavras ou orações poderiam ou deveriam estar ligadas por conjunções, e aparecem orações justapostas ou separadas por vírgulas ocorre o assíndeto.
1.2 Elipse:
“No mar, tanta tormenta, tanto dano”. (Camões) Elipese do verbo haver. “Veio sem pinturas, em vestido leve, sandálias coloridas”. (Rubem Braga) Elipse do pronome ela, da preposição de (sandálias). Quando omitimos um termo já dito anteriormente, ficando subentendido no texto ocorre: 1.3 Zeugma
“À noite, ela foi ao cinema, eu, ao teatro”. (Mário de Andrade) Omissão do verbo IR . “O rei da brincadeira, é José, O rei da confusão é João, Um trabalhava na feira, é José, Outro na construção, é João”. (Gilberto Gil) Omissão do verbo TRABALHAVA. Muitas vezes, repetimos intencionalmente no início de um período ou frase. A essa ocorrência, damos o nome de: 1.4 Anáfora
1.1 Assíndeto:
Veja este texto de Gilberto Gil: “Eu quase não saio Eu quase não tenho amigo Eu quase não consigo Ficar na cidade sem viver contrariado”.
“Clara passeava no jardim com as crianças, O céu era verde sobre o gramado, A água era dourada sob as pontes, outros elementos eram azuis, róseos, alaranjados, 72
1.5 Pleonasmo
1.8 Hipérbato
O PLEONASMO ocorre quando há a repetição da mesma ideia, ou seja, redundância de significado. Para isso devemos especificar os dois momentos distintos para o pleonasmo:
Agora, ocorre O HIPÉRBATO quando há inversão completa dos termos de uma oração: “Ouviram do Ipiranga as margens plácidas, De um povo heroico o brado retumbante”. (Osório Duque Estrada) “Passeiam, à tarde, as belas na Avenida”. (Carlos Drumond de Andrade).
1.5.1 Pleonasmo literário
É usado para reforçar uma ideia, tanto do ponto de vista semântico quanto do ponto de vista sintático. O pleonasmo enriquece a expressão, enfatizando a mensagem: “Quando com os olhos eu quis ver de perto, Quanto em visão com os da saudade via”. (Alberto de Oliveira) “Ó mar salgado, quanto do teu sal São lágrimas de Portugal.” (Fernando Pessoa).
1.9 Sínquise
Quando a inversão é violenta, de distantes partes da oração, temos A SÍNQUISE. “A grita se alevanta ao Céu, da gente”. (Camões). Por acaso, encontrei este exemplo em um velho livro de latim do Padre Avelino Tersariol, da década de sessenta, da Editora “Lex” (editora ligada ao Beneditinos, já extinta, infelizmente, por custa do desaparecimento do Latim nas escolas), de um poeta parnasiano (Alberto de Oliveira). “...entre vinhedo e sete corre uma ninfa, e ele no seu faia De ao pé do Alfeu tarro escultado bebe”.
1.5.2 Pleonasmo vicioso
Deve ser evitado, pois consiste no desdobramento de ideias que já estavam implícitas em palavras anteriormente citadas: Vou repetir tudo de novo. (não faça isso!) ... o principal protagonista foi o presidente que... ... o monopólio exclusivo do...
Uma ninfa corre entre o vinhedo e sebe, e ele bebe no seu tarro escultado, de faia (árvore) de ao pé do Alfeu (margem do rio Alfeu). E então, melhorou? Não? Continua nada entendendo?
1.6 Polissíndeto
Ocorre, às vezes, a repetição enfática de uma conjução coordenativa. A essa ocorrência damos o nome de POLISSÍNDETO : “Nem agora, nem depois, nem antes, nem nunca... mesmo que ela insista!” (Castro Alves) “Vão chegando as burguesinhas pobres, e as criadas das burguesinhas ricas e as mulheres do povo e as lavadeiras da redondeza”. (Manuel Bandeira)
1.10 Hipálage
Quando ocorre a mudança de posição do adjetivo de um substantivo para outro, ocorre A HIPÁLAGE, “Os papagaios republicanos dos barbeiros da cidade”. (Lima Barreto). “Barbeiros republicanos”. “Existe alguém de olhar azul, brincos mimosos e pulseiras feiticeiras”.
1.7 Anástrofe
Outra figura interessante é a ANÁSTROFE que consiste em uma simples inversão de palavras vizinhas: “Tão leve estou que já nem sombra tenho”. (Mário Quintana) “Sobre minha cabeça ou os avios Sob meus pés os chapadões ”. (Caetano Veloso).
1.11 Anacoluto
Ocorre O ANACOLUTO com a interrupção do plano sintático com que se dá início ao pensamento. “Essas empregadas, não se pode confiar nelas”. (Alcântara Machado). 73
1.12 SILEPSE
2.1 ANTÍTESE
Quanto à SILEPSE, temos sempre a concordância ideológica em substituição à concordância gramatical.
Quando ocorre aproximação de palavras de sentidos opostos, chamamos de ANTÍTESE. “Amigos e inimigos estão, amiúde, em posições trocadas. Uns nos querem mal, e fazem-nos bem. Outros nos almejam o bem, e nos trazem o mal. (Rui Barbosa). “No campo, a vida; Na cidade, a morte”. (Eça de Queirós).
1.12.1 SILEPSE DE GÊNERO Quando há discordância entre os gêneros, dizemos que houve SILEPSE DE GÊNERO: “O animal é tão bacana mas também não é nenhum banana ”. (Bardotti – Chico Buarque) “...Sua Majestade foi cruelmente injusto comigo”. (Alexandre Herculano) “São Paulo está abandonada ”.
2.2 PARADOXO Já O PARADOXO ocorre não apenas na aproximação de palavras de sentidos opostos, mas também de ideias que se contradizem. Estamos aqui, caro aluno, do paradoxo mais lindo da língua portuguesa: “Amor é um fogo que arde sem se ver, É ferida que dói e não se sente, É um contentamento descontete É dor que se desatina sem doer”. (Camões)
1.12.2 SILEPSE DE NÚMERO Quando ocorre discordância de número dizemos que houve SILEPSE DE NÚMERO. “O pessoal ficou com medo e correram ladeira abaixo. Corria gente pra todo lado e gritavam”. (Alcântara Machado) “A turba chegou com fome e comeram tudo o que havia”. (Alcântara Machado)
2.3 EUFEMISMO O EUFEMISMO consiste em suavizar a verdade com uma palavra ou expressão, evitando, assim o desagradável. “O senhor faltou com a verdade”. (mentiu) “Dizem as más línguas que o nobre senador enriqueceu por meios ilícitos”. (corrupto)
1.12.3 SILEPSE DE PESSOA Quando houver discordância entre o sujeito expresso e a pessoa do verbo, chamaremos de SILEPSE DE PESSOA. “Os brasileiros somos sonhadores. Pois é, o brasileiro nasceu escalado pra ter dor de cotovelo”. (Antônio Maria) “A gente não sabemos votar pra presidente, A gente não sabemos tomar conta da gente”. (Roger Moreira) “A Pátria, senhores, sou eu, sois vós, somos todos”. (Rui Barbosa)
2.4 GRADAÇÃO A GRADAÇÃO consiste em intensificar a ação através de uma sequência de palavras. “...ela ia gritando e se empolgando, com sua raiva cada vez mais crescente e ficando cada vez mais vermelha, como os tomates da barraca, ou mais”. (José Mauro de Vasconcelos).
2.5 HIPÉRBOLE A hipérbole demonstra o exagero da ideia. “Rios te correrão dos olhos se chorares”. (Olavo Bilac) “Há séculos não se viam. E iriam encontrar-se naquela hora”. (José Cândido de Carvalho)
2. FIGURAS DE PENSAMENTO Passemos, agora, ao estudo DAS FIGURAS DE PENSAMENTO que consiste em recuro de linguagem referente ao significado das palavras, envolvendo seu aspecto semântico. 74
2.6 IRONIA
3. FIGURAS DE PALAVRAS
A IRONIA, ocorre quando, pelo contexto, entonação ou, até mesmo contradição de termos, sugere-se o contrário do que o pensamento parece expressar. “Moça linda, bem tratada, três séculos de família, burra como uma porta: um amor”. (Mário de Andrade)
Vamos estudar agora as FIGURAS DE PALAVRA que consistem no emprego de um termo com sentido outro do comumente empregado, para conseguir, ao comunicar-se, efeito na expressão.
3.1 COMPARAÇÃO A COMPARAÇÃO estabelece a aproximação entre os elementos que se identificam, ligados por con junção: “Amou daquela vez como se fosse a última; Beijou sua mulher como se fosse a única”. (Chico Buarque) “Meu amor me ensinou a ser simples como um largo de igreja”. (Oswald de Andrade)
2.7 PROSOPOPEIA A PERSONIFICAÇÃO ou PROSOPOPEIA ocorre quando se dá vida a seres inanimados, estado de consciência a seres irracionais ou imaginários. “A lua, tal qual a dona de um bordel, Pedia a cada estrela fria um brilho de aluguel”. (Aldir Blanc) “O tempo não para no porto, Não apita na curva, Não espera ninguém”. (Djavan) “Vamos indo de carona na garupa leve do vento macio, Que vem caminhando desde muito longe lá do fim do mar”. “Hão e chorar por ela os cinamomos” (Raimundo Correia) “Um frio inteligente corria o jardim”. (Raimundo Correia) “Um frio inteligente corria o jardim”. (Clarice Lispector)
3.2 METÁFORA A METÁFORA consiste na substituição de um termo por outro através da relação de semelhança que venham a possuir, resultado, lógico, da subjetividade de quem a cria. “O tempo é uma cadeira ao sol, e nada mais”. (Carlos Drumond de Andrade) “O meu coração é uma ilha a muitas milhas daqui”. (Djavan)
3.3 METONÍMIA A METONÍMIA ocorre quando há a substituição de um termo por outro, com algum grau de semelhança entre eles. - O continente pelo conteúdo; Tomou apressadamente o copo de vinho e saiu. - A causa pelo efeito; Era alérgico a cigarro. (fumaça). - O lugar pelo produto. Antes do almoço, não abdicava de tomar o seu madeira (vinho), e deliciar-se com o seu havana (charuto). - O autor pela obra Nas horas de folga, estava sempre a ler. Não desgrudava do Aurélio. (dicionário). - O abstrato pelo concreto ou vice-versa. A velhice deve ser respeitada. Lento, o bronze soa (sino) Dei duas pratas de gorjeta ao engraxate”.
2.8 PERÍFRASE A PERÍFRASE consiste em criar-se uma expressão através de um grupo de palavras ou conceito para um fato, um objeto, uma pessoa ou até mesmo, acidente geográfico. “A Cidade Luz amanheceu cantando”. Paris (Charles Baudelaire) “Cidade Maravilhosa Cheia de encantos mil”. (André Filho)
2.9 APÓSTROFE Já A APÓSTROFE ocorre quando existe a invocação: “Deus” Ó Deus! Onde estás que não respondes?” 75
(Mário de Andrade) - O singular pelo plural: “Enquanto o paulista trabalha, o carioca se diverte, o mineiro faz política, o nordestino faz versos, e o gaúcho governa”. (Érico Veríssimo). - O indivíduo pela classe: Ele foi o Judas da Classe.
“A vida é uma ópera,é uma grande ópera. O tenor e o barítono lutam pelo soprano, em presença do baixo e dos comprimários, quando não são o soprano e o contralto que lutam pelo tenor, em presença do mesmo baixo e dos mesmos comprimários. Há coros numerosos, muito bailados, e a orquestra é excelente...”
4. FIGURAS DE HARMONIA Agora estudaremos os efeitos produzidos na linguagem quando das repetições de sons, ou ao procurar-se “imitar sons” produzidos por coisas ou seres. A essas figuras damos o nome de: FIGURAS DE HARMONIA.
3.4 CATACRESE A CATACRESE ocorre quando você não tem a palavra adequada ou usa de outra palavra para expressar efeito. “Fui enterrando a cara no meio daqueles cabelos e veio a noite” (Mário de Andrade) “Saí na boca da noite, cheguei de madrugada”. (Paulo César Pinheiro) A catacrese perde seu valor ao transformar-se em hábito. No falar caracterizado pelo povo. Comprou dois dentes de alho O braço do rio inundou-se Doía-lhe a barriga da perna.
4.1 ALITERAÇÃO Ás vezes, notamos a repetição intencional de consoantes em uma frase.A isso, chamamos de ALITERAÇÃO. “Me deixa ser seu escracho, seu cacho, capacho, riacho de amor, Mas se é missão de escula cho, olha aí sai de baixo, Que eu sou embaixador.” (Chico Buarque) “Vamos embolar ladeira abaixo, Acho que a chuva ajuda a gente se ver; Venha, ve ja, bei ja, deixa, se ja, o que Deus quiser.” (Caetano Veloso)
3.5. ANTONOMÀSIA Ás vezes, designamos uma pessoa por uma qualidade ou característica que a difere de das outras. Quando isso ocorre notamos A ANTONOMÀSIA: “...E o Dante Negro soube trazer da musicalidade do simbolismo toda a sensibilidade que lhe havia no coração.” (Joaquim Nabuco escrevendo sobre Cruz e Souza) Da Bahia para Holanda. Da Salvador para o mundo, o Águia pousou em Haia e ali entrou para a história. (Lima Barreto falando sobre Rui Barbosa)
4.2 ASSONÂNCIA Quando à ASSONÂNCIA , podemos afirmar que ocorre o mesmo princípio da aliteração, só que com as vogais: “Sou Ana, da cama, da cana, fulana, bacana Sou Ana de Amsterdam.” (Chico Buarque) Andorinha,andor inha, Minha cantiga é mais tr iste. Passei a vida à toa, à toa.” (Manuel Bandeira)
3.6. ALEGORIA Quando temos a acumulação de metáforas referindo-se ao mesmo termo, quando expressarmos uma situação geral por meio de outra que intensifique o seu significado, quando todas as palavras passam para um plano nos quais não são comumente usadas, oferecendo sentidos completos e perfeitos, ou seja, um referencial outro subjetivo, estamos com certeza, diante de uma das figuras mais belas desse nosso estudo: A ALEGORIA: Ninguém melhor que Machado de Assis para apresentar-nos a alegoria:
4.3 ONOMATOPEIA Usar A ONOMATOPEIA é transferir para o pa pel qualquer emissão de som provocado pelo homem. Há onomatopeias universalizadas e consagradas pelo povo: reco-reco, zíper, tique-taque, zoom,etc. 76
IV-Elipse / Zeugma / anacoluto V- elipse/ paronomásia / anacoluto
AVALIAÇÃO
Encontramos absoluta correção na alternativa
1. Leia o texto a seguir: “Sob os tetos abatidos e entre os esteios fumegantes, deslizavam melhor, a salvo, ou tinham mais invioláveis esconderijos, os sertanejos emboscados.” (Euclides da Cunha) A figura de estilo usada pelo autor de “Os Sertões” nesse excerto é: a) anacoluto b) assíndeto c) hipérbato d) aliteração e) elipse.
a) Somente a I está totalmente correta. b) A V está parcialmente incorreta. c) Se a V está parcialmente correta, então a quatro está totalmente correta. d) A III está parcialmente correta. Então a II está totalmente correta. e) Todas estão incorretas.
5. Identifique o item em que ocorre uma hipálage: a) Se os deuses se vingam, que faremos nós os mortais? b) Da noite a tarde a taciturma trova soluça. c) Lá fora a noite é um pulmão ofegante. d) E brinquei, e dancei e fui vestido de rei. e) Os lençóis amantes do jovem casal.
2. ”Tende piedade da mulher na hora do parto, Onde ela é como a água explodindo em convulsão, Onde ela é como a terra vomitando cólera,
Onde ela é como a lua parindo desilusão.” No texto de Vinícius de Morais, a figura predominante é: a) Zeugma b) anáfora c) anacoluto d) assíndeto e) polissíndeto
6. Em um dos períodos ocorre uma catacreses.
a) Os olhos piscavam mil vezes por minuto diante do espetáculo. b) Eu parece-me que vivo em função de um áspero orgulho. c) Com o espinho enterrado no pé, levantou-se rápida. d) Suas faces avermelhadas traduziam-se em chamas encolerizadas.
3. "Muita gente anda no mundo sem saber pra quê! Vivem porque veem os outros viverem.” (J.Simões Lopes Neto) Temos neste texto: a) anáfora b) Silepse de pessoa c) elipse d) silepse de número e) anacoluto
e) A perversidade secreta daquelas montanhas selvagens assustava as calmas águas do riacho.
7. Em qual alternativa não ocorre uma comparação? a) “Rio como um regato que soa fresco em uma pedra.” b) “É mais estranho do que todas as estranhezas que as cousas sejam realmente o que parecem ser.” c) “Qual um filósofo, o poeta vive a procurar o mistério oculto das cousas.” d) “Os pensamentos das árvores a respeito do mistério das cousas são tão estranhos quanto os dois rios.” e) “Os meus sentidos estavam aguçados, que aprenderam sozinhos o mistério das cousas.”
4. Identifique o texto a seguir os recursos que ocorrem: “Olha a bolha d’água No galho Olha o orvalho!” (Cecília Meireles) I-Paronomásia / aliteração / assonância/ II- Paronomásia / catacrese / assonância III-Aliteração / assonância / catacrese 77
8. “Seus óculos eram imperiosos.” Assinale a alternativa em que aparece a mesma figura encontrada na frase acima:
a) “Quando a indesejada das gente chegar.” b) “Eu era pobre. Era subalterno. Era nada.” c) “Todo sorriso é feito de mil prantos.”
a) “As cidades vinham surgindo na ponte dos nomes.”
d) “O forte ergue seus braços para o céu.” e) A virgem dos lábios de mel é uma das mais famosas personagem de nossa literatura.
b) “Nasci na sala do 3º ano.” c) “O bonde passa cheiro de pernas.”
13. Identifique o recurso usado por Manuel Bandeira. “A onde anda aonde anda a onda ?”
d) “O meu amor, paralisado, pula.” e) “Não serei eu o poeta de um mundo caduco.”
9. “Sois anjo que me tenta e não me guarda.” Neste excerto temos:
a) Aliteração
a) Antítese
b)assonância
b) elipse
c) paronomásia
c) pleonasmo
d) sinédoque
d) aliteração
e) catacrese.
e) hipérbole
14. Identifique o recurso usado por Cassiano Ricardo no texto a seguir. “Rua torta, Lua Morta, Tua Porta.”
10. Assinale o item em que ocorre um paradoxo. a) “Flor que se cumpre sem pergunta.” b) “E os soldados já frios.” c) “Sustentando seu demorado destino.’ d) “Sussurrante de silêncios.” e) “Ao pássaro que procura o fim do mundo.”
a) Onomatopéia
11. “A noite é como um olhar longo e claro de mulher.” Assinale o item em que ocorre o mesmo recurso usado por Vinícius de Morais.
b) catacrese c) assonância d) metonímia
a) “Choram as ondas, choram em vão.”
e) assíndeto.
b) “O arco-íris saltou como serpente.”
15. Identifique o recurso usado por Guilherme de Almeida no texto a seguir: “ Diamante. Vidraça arisca, áspera asa risca o ar. E brilha e passa.”
c) “O meu abraço te informará de mim.” d) “O pé que tinha no mar a si recolhe.” e) “Avista-se ao longe o grito das araras.”
12. Identifique o item em que ocorra um eufemismo.
a) Catacrese 78
b) sinédoque
c) “Como suportar a chama que trago dentro de mim?” (E. de Queirós)
c) assíndeto
d) “Que não seja imortal posto que é chama.” (V. de Morais)
d)onomatopeia e) anáfora.
e) “A chama, agora, são cinzas.” (B. Martins)
16. Nos trechos: “O pavão é um arco-íris de plumas.” E “...de tudo que ele suscita e esplende e estremece e delira...”
19. No trecho : “Era véspera de Natal, as horas passavam, ele devia querer estar ao lado de ia-Digina, em suas cada deles dois, da outra banda, na Lapa-laje. “ Guimarães Rosa usa como recurso estilístico
a) Comparação e repetição b) metonímia e aliteração
a) O zeugma
c) hipérbole e anacoluto
b) O anacoluto
d) metáfora e polissíndeto.
c) O pleonasmo d) A anáfora
17. No trecho: “ Dão um jeito de mudar o mínimo para continuar mandando o máximo.” O recurso estilístico usado pelo cronista Fernando Sabino é:
e) A silepse de pessoa
20. No excerto: “os homens pedem carne. Fogo. Sapatos. As leis não bastam. Os lírios não nascem da lei.” Carlos Drummond de Andrade utiliza como recurso estilístico
a) antítese b) hipérbole c) hipérbato d)anáfora
a) A proposopeia
e)metáfora
b) A metonímia c) A metáfora
18. “Alma minha gentil que te partiste, Tão cedo desta vida descontente, Repousa lá no céu eternamente, E viva cá na terra sempre triste.” Neste soneto, Camões utiliza um recurso que mantém o equilíbrio no estado de consciência do “eu lírico”: esse mesmo equilíbrio encontramos em:
d) A anáfora e) A antítese.
21. No verso: “A poesia – é uma luz...a alma – uma ave.” Cecília Meireles utiliza como recurso estilísticos a) Prosopopéia e metáfora
a) “A chama de amor remexia-se dentro de mim.” (A. de Azevedo)
b) Zeugma e antítese
b) “em mim a chama do amor já não arde.” (Castro Alves)
d) Eufemismo e metáfora
c) Hipérbato e zeugma e) metáfora e zeugma 79
GABARITO 1.C 11.A
2. B 12.B
3. D 13.C
4.A 14.D
5.E 15.E
6.C 16.A
7.E 17.D
8.C 18.C
9.A 19.B
QUADRO SINÓTICO FIGURAS DE LINGUAGEM a) de palavras
- Gradação
b) de pensamento
- Hipérbole
c) de construção ou sintaxe.
- Ironia
- Figuras de palavras
- Prosopopeia
- Comparação
- Perífrase
-Metáfora
- Figuras de Sintaxe ou Construção
- Metonímia
- Assíndeto
Hipérbato
- Sinédoque
- Elipse
Sínquise
- Catacrese
- Zeugma
Hipálage
- Sinestesia
- Anáfora
Anacoluto
- Antonomásia
- Pleonasmo
Silepse: de gênero
- Alegoria -Figuras de Harmonia - Aliteração - Assonância - Paronomásia - Onomatopeia -Figuras de Pensamento - Antítese - Apóstrofe -Paradoxo - Eufemismo 80
- Polissíndeto
de número
- Anástrofe
de pessoa
10.D 20.E
técnicas de redação TIPOS DE DISCURSOS
“Quando lhe entreguei a folha de hera com formato de çoração (um coração de nervuras trementes se abrindo em leque até as bordas verde- azuladas), ela beijou a folha e levou-a ao peito. Espetou-a na malha do suéter: “Esta vai ser guardada aqui.” Mas não me olhou nem mesmo quando eu saí tropeçando no cesto.” (Lígia Fagundes reles, “Herbarium”, in Os melhores contos) “Não sei o que me aconteceu, o pau estava no chão, agarrei-o e fiz o risco, Nem lhe passou pela idéia que poderia ser uma varinha de condão, Para varinha de condão pareceu-me grande, e as varinhas de condão sempre eu ouvi dizer que são feitas de ouro e cristal, com um banho de luz e uma estrela na ponta, Sabia que a vara era de negrilho, Eu de árvores conheço pouco, disseram-me de- pois que negrilho é o mesmo que ulmeiro, sendo ulmeiro o mesmo que olmo, nenhum deles com poderes sobrenaturais, mesmo variando os nomes, mas, para o caso, estou que um pau de fósforo teria causado o mesmo efeito, Por que diz isso, O que tem que ser; tem de ser; e tem muita força, não se pode resistir-lhe, mil vezes o ouvi à gente mais velha, Acredita nafatalidade, Acredito no que tem de se!: “ (José Saramago, Jangada de Pedra, Record, J 999)
Discurso aqui deve ser entendido como a maneira que o narrador “deixa” a fala de suas personagens serem reproduzidas ou reproduz o que falam. São três os tipos de discurso: direto, indireto, indireto livre.
Discurso Direto O mais comum de todos, nele o narrador “deixa” a personagem falar diretamente com o leitor, reproduzindo integralmente o que ela diz. Geralmente, usa-se o travessão para iniciar tal discurso. Leia: O menino suportou tudo com coragem de mártir, apenas abriu ligeiramente a boca quando foi levantado pelas orelhas: mal caiu, ergueu-se, embarafustou pela porta fora, e em três pulos estava dentro da loja do padrinho, e atracando-se-lhe às pernas. O padrinho erguia nesse momento por cima da cabeça do freguês a bacia de barbear que lhe tirara dos queixos: com o choque que sofreu a bacia inclinou-se, e o freguês recebeu um batismo de água de sabão. - Ora, mestre, esta não está má!... - Senhor, balbuciou este... a culpa deste endiabrado... O que é que tens, menino? O pequeno nada disse; dirigiu apenas os olhos es pantados para defronte, apontando com a mão trêmula nessa direção. O compadre olhou também, aplicou a atenção, e ouviu então os soluços da Maria. - Ham! resmungou; já sei o que há de ser... eu bem dizia... ora ai está! E desculpando-se com o freguês saiu da loja e foi acudir ao que se passava. Por estas palavras vê-se que ele suspeitara alguma coisa; e saiba o leitor que suspeitara a verdade. (Memórias de um sargento de milícias, Manuel Antônio de Almeida) O discurso direto é considerado mais “natural”; o narrador, para introduzi-lo na narrativa precisa utilizarse dos chamados verbos dicendi ou declarativos, que introduzem as falas das personagens. Os verbos mais freqüentes são: falar, dizer, observar, retrucar, responder, replicar, exclamar, aconselhar, gritar. Antes das falas das personagens aparece, com freqüência, o uso de dois pontos e travessão. Há autores, no entanto, que preferem, em vez do travessão, colocar entre aspas as falas das personagens.
Discurso indireto Como o próprio nome esclarece, o narrador “fala” indiretamente por sua personagem. Para tanto, terá que usar, necessariamente, as conjunções integrantes que e se ao introduzir tal discurso. Veja o exemplo: “E a madrinha, Dona Isolina Vaz Costa (cuja es pecialidade era doce de ovos) foi de parecer que quanto à dicção ainda não era visto, mas quanto à expressão Cícero lembrava o Chabi Pinheiro. No entanto advertiu que do meio para o fim é que era mais difícil.” (Antônio de A. Machado, NO Inteligente CíceroN, in Laranja da China, Ed. ) Fôssemos passar o trecho acima para discurso direto, teríamos: E a madrinha, Dona Isolina Vaz Costa (cuja especialidade era doce de ovos) foi de parecer que quanto à dicção ainda não era visto, mas quanto à expressão Cícero lembrava o Chabi Pinheiro. No entanto advertiu: - Do meio para o fim é que é mais difícil. 81
Outros exemplos: “Miguilim chorou de bruços, cumpriu tristeza, soluçou muitas vezes. Alguém disse que aconteciam casos, de cachorros dados, que levados para longes léguas, e que voltavam sempre em casa. Então, ele tomou esperança: a Pingo-de-Ouro ia volta!” (João Guimarães Rasa, Campo Geral, in Manuelzão e Miguilim, José Olímpio Editora) “No noivado da sua caçula Maria Aparecida, só por brincadeira, pediu que uma cigana muito famosa no bairro deitasse as cartas e lesse seu futuro. A mulher embaralhou as cartas encardidas, espalhou tudo na mesa e avisou que se ela fosse no próximo domingo à estação rodoviária, veria chegar um homem que iria mudar por completo sua vida (...).” (Lígia Fagundes Teles, Pombo Enamorado, Os Melhores Contos, José Olímpio Editora)
apertadas, que a varavam de lado a lado, a princípio rastejantes, quase , voluptosas, e depois piores que facadas? Não, não podia continua1: Agora só atirar-se ao chão e, como no dia de São Martinho, rolar sobre a terra em brasa, negra, saibrosa, eiçada de tocos carbonizados, sem palha centeia e quebrar a dureza das arestas, e sem o desavergonhado. do Armindo a cantar-lhe loas ao ouvido... Aguilhoado de todos os lados, o corpo começou a torcer-se, aflito. “ (Miguel Torga, HMadalena., Os Bichos, Coimbra)
Discurso Direto e Indireto O discurso é direto quando são as personagens que falam. O narrador, interrompendo a narrativa, põe-nas em cena e cede-lhes a palavra. Exemplo: “- Por que veio tão tarde? perguntou-lhe Sofia, logo que apareceu à porta do jardim, em Santa Teresa. - Depois do almoço, que acabou às duas horas, estive arranjando uns papéis. Mas não é tão tarde assim, continuou Rubião, vendo o relógio; são quatro horas e meia. - Sempre é tarde para os amigos, replicou Sofia, em ar de censura.” (Machado de Assis, Quincas Borba, cap. XXXIV) No discurso indireto não há diálogo, o narrador não põe as personagens a falar diretamente, mas faz-se o intérprete delas, transmitindo ao leitor o que disseram ou pensaram. Exemplo: “A certo ponto da conversação, Glória me disse que desejava muito conhecer Carlota e perguntou por que não a levei comigo.” Para você ver como fica fácil vou passar o exemplo acima para o discurso direto: - Desejo muito conhecer Carlota - disse-me Glória, a certo ponto da conversação. Por que não a trouxe consigo? Veja mais:
Discurso indireto livre O mais difícil de todos: é resultado da mistura entre os dois outros discursos. Há dois pressupostos básicos para que aconteça nas narrativas: a) narrador em terceira pessoa; b) narrador onisciente. Muito usado nas narrativas contemporâneas, este tipo de discurso quase não se registra, por exemplo, no Romantismo. O Realismo de linha de análise psicológica experimentou-o, mas coube à narrativa moderna desenvolvê-lo e usá-lo como recurso dos mais expressivos. Podemos defini-lo como sendo a captação do pensamento das personagens que vêm à tona num texto de terceira pessoa, sem nenhuma marca indicadora de Discurso Direto (travessão, aspas) ou Indireto (as con junções integrantes): “Entregue aos arranjos da casa, regando os craveiros e as panelas de losna, descendo ao bebedouro com o pote vazio e regressando com o pote cheio, deixava os filhos soltos no barreiro, enlameados como porcos. E eles estavam perguntadores, insuportáveis. Fabiano dava-se bem com a ignorância. nnha o direito de saber? nnha? Não tinha. “ (Vidas Secos - Graciliano Ramos) “Mas a água, só a que lhe inundou de repente as partes, e lhe escorria pelas coxas abaixo, quente, viscosa, pesada... Estremeceu. Poderia ainda continuar? Poderia ainda arrastar-se, cheiadefebre, extenuada, emferida,pelaserra a cabo? E as dores, cada vez mais
TIPOS DE DISCURSO As falas - ou discursos - podem ser estruturadas de duas formas básicas, dependendo de como o narrador as reproduz: o discurso direto e o discurso indireto. Discurso Direto
O discurso direto caracteriza-se pela reprodução fiel da fala do personagem. 82
COISAS INCRÍVEIS NO CÉU E NA TERRA De uma feita, estava eu sentado sozinho num banco da Praça da Alfândega quando começaram a acontecer coisas incríveis no céu, lá para as bandas da Casa de Correção: havia uns tons de chá, que se foram avinhando e se transformaram nuns roxos de insuportável beleza. Insuportável, porque o sentimento de beleza tem de ser compartilhado. Quando me levantei, depois de findo o espetáculo, havia umas moças conhecidas, paradas à esquina da Rua da Ladeira. - Que crepúsculo fez hoje! - disse-lhes eu, ansioso de comunicação. - Não, não reparamos em nada - respondeu uma delas. - Nós estávamos aqui esperando Cezimbra. E depois ainda dizem que as mulheres não têm senso de abstração... Mário Quintana As falas do personagem-narrador e de uma das moças, reproduzidas integralmente e introduzidas por travessão, são exemplos do discurso direto. No discurso direto, a fala do personagem é, via de regra, acompanhada por um verbo de elocução, seguido de dois-pontos. Verbo de elocução é o verbo que indica a fala do personagem: dizer, falar, responder, indagar, perguntar, retrucar, afirmar, etc. No exemplo apresentado, o autor utiliza verbos de elocução (“disse-lhes eu”, “respondeu uma delas), mas abre mão dos dois-pontos. Numa estrutura mais tradicional teríamos: “... havia umas moças conhecidas, paradas à esquina da Rua da Ladeira. Ansioso de comunicação, disse-lhes eu: - Que crepúsculo fez hoje! Respondeu-me uma delas: - Não, não reparamos em nada.”
acordou o marido e disse que havia sonhado que iria faltar feijão. Não era a primeira vez que esta cena ocorria. Dona Abigail consciente de seus afazeres de dona-de-casa vivia constantemente atormentada por pesadelos desse gênero. E de outros gêneros, quase todos alimentícios. Ainda bêbado de sono o marido esticou o braço e apanhou a carteira sobre a mesinha de cabeceira: ‘Quanto é que você quer?’” NOVAES, Carlos Eduardo. O sonho do feijão. Nesse trecho, temos a fala (discurso) de dois personagens: a do marido (‘Quanto é que você quer’) e a de Dona Abigail que disse ao marido “que havia sonhado que iria faltar feijão”. Ao contrário da fala do marido, em que o narrador reproduz fielmente as palavras do personagem, a fala de Dona Abigail não é reproduzida como as palavras que ela teria utilizado naquele momento. O narrador é quem reproduz com suas próprias palavras aquilo que Dona Abigail teria dito. Temos aí um exemplo de discurso indireto. Veja como ficaria o trecho acima se fosse utilizado o discurso direto: “Dona Abigail sentou-se na cama, sobressaltada, acordou o marido e disse-lhe: - Sonhei que vai faltar feijão.” Verifique que, ao transformar o discurso indireto em discurso direto, o verbo de elocução (disse) se manteve, o conectivo (que) desapareceu e a fala da personagem passou a ser marcada por sinal de pontuação. Veja, ainda, que o verbo sonhar, que no discurso indireto se encontrava no pretérito mais-que-perfeito composto (havia sonhado), no discurso direto passa para o pretérito perfeito simples (sonhei), e o verbo ir, que no discurso indireto estava no pretérito (iria), no discurso direto aparece no presente do indicativo (vai). Repare que o tempo verbal, no discurso indireto, será sempre passado em relação ao tempo verbal do discurso direto. Reproduzimos, a seguir, um quadro com as respectivas relações:
Discurso Indireto
O discurso indireto ocorre quando o narrador utiliza suas próprias palavras para reproduzir a fala de um personagem. No discurso indireto também temos a presença de verbo de elocução (núcleo do predicado da oração principal), seguido de oração subordinada (fala do personagem). É o que ocorre na seguinte passagem. “Dona Abigail sentou-se na cama, sobressaltada, 83
- Nã5*o bebo dessa água - afirmou a menina.
Verbo no presente do indicativo: Verbo no indicativo:
pretérito
imperfeito
do - A menina afirmou que não bebia daquela água.
Verbo no pretérito perfeito:
- Perdi meu guarda-chuva - disse ele.
Verbo no pretérito mais-que-perfeito:
Ele disse que tinha perdido seu guardachuva.
Verbo no futuro do indicativo:
- Irei ao jogo.
Verbo no futuro do pretérito:
Ele confessou que iria ao jogo.
Verbo no imperativo:
- Aplaudam! - ordenou o diretor.
Verbo no pretérito subjuntivo:
imperfeito
do
O diretor ordenou que aplaudíssemos.
Discurso Indireto Livre
Finalmente, há um caso misto de reprodução das falas dos personagens em que se fundem palavras do narrador e palavras dos personagens; trata-se do discurso direto livre. Observe a seguinte passagem do romance As meninas, de Lygia Fagundes Telles. “Aperto o copo na mão. Quando Lorena sacode a bola de vidro a neve sobe tão leve. Rodopia flutuante e depois vai caindo no telhado, na cerca e na menininha de capuz vermelho. Então ela sacode de novo. ‘Assim tenho neve o ano inteiro’. Mas por que neve o ano inteiro? Onde é que tem neve aqui? Acha lindo a neve. Uma enjoada. Trinco a pedra de gelo nos dentes.” Na forma do discurso direto, teríamos: “Então ela sacode de novo e diz: - Assim tenho neve o ano inteiro. Mas por que neve o ano inteiro?” Na forma do discurso indireto, teríamos: “Então ela sacode de novo e diz que assim tem neve o ano inteiro.”
Outro Exemplo Discurso Direto - Bom dia. Estou procurando um vestido para minha mulher. - O senhor sabe o número dela? - Ela é meio gordinha. - O maior tamanho que temos é 44. - Acho que é esse o número dela. Ou 44 ou 88. - Vou apanhar uns modelos para o senhor ver. Discuro Indireto (conta com o narrador)
O homem entrou na loja, saudou o vendedor e lhe disse que estava procurando um vestido para sua mulher. O vendedor lhe perguntou o número e ele apenas disse que sua mulher era um pouco gorda, ao que o vendedor respondeu que o maior número que tinham na loja era o 44. O homem afirmou que esse era o número dela, mas que também podia ser o 88. O vendedor saiu e foi buscar alguns modelos para que o homem pudesse vê-los.” 84
- Mano Poeta, se enganche na minha garupa!”
Veja mais ainda:
Características do discurso direto
Aí vai tudo o que você precisa saber sobre o assunto, diretamente de um dos maiores gramáticos brasileiros: Celso Cunha:
1. No plano formal, um enunciado em
discurso direto é marcado, geralmente, pela presença de verbos do tipo dizer, afirmar, ponderar, sugerir, perguntar, indagar ou expressões sinônimas, que podem introduzi-lo, arrematá-lo ou nele se inserir:
Discurso direto
Examinando este passo do conto Guaxinim do banhado, de Mário de Andrade:
“E Alexandre abriu a torneira:
“O Guaxinim está inquieto, mexe dum lado pra outro. Eis que suspira lá na língua dele - “Chente! que vida dura esta de guaxinim do banhado!...”
- Meu pai, homem de boa família, possuía fortuna grossa, como não ignoram.” (Graciliano Ramos) “Felizmente, ninguém tinha morrido - diziam em redor.” (Cecília Meirelles)
verificamos que o narrado, após introduzir o personagem, o guaxinim, deixou-o expressar-se “Lá na língua dele”, reproduzindo-lhe a fala tal como ele a teria organizado e emitido.
“Os que não têm filhos são órfãos às avessas”, escreveu Machado de Assis, creio que no Memorial de Aires. (A.F. Schmidt)
A essa forma de expressão, em que o personagem é chamado a apresentar as suas próprias palavras, denominamos discurso direto.
Quando falta um desses verbos dicendi, cabe ao contexto e a recursos gráficos - tais como os dois pontos, as aspas, o travessão e a mudança de linha - a função de indicar a fala do personagem. É o que observamos neste passo:
Observação
No exemplo anterior, distinguimos claramente o narrador, do locutor, o guaxinim.
“Ao aviso da criada, a família tinha chegado à janela. Não avistaram o menino:
Mas o narrador e locutor podem confundir-se em casos como o das narrativas memorialistas feitas na primeira pessoa. Assim, na fala de Riobaldo, o personagem-narrador do romance de Grande Sertão: Veredas, de Guimarães Rosa.
- Joãozinho! Nada. Será que ele voou mesmo?” 2. No plano expressivo, a força da narração em dis-
curso direto provém essencialmente de sua capacidade de atualizar o episódio, fazendo emergir da situação o personagem, tornando-o vivo para o ouvinte, à maneira de uma cena teatral, em que o narrador desempenha a mera função de indicador das falas.
“Assaz o senhor sabe: a gente quer passar um rio a nado, e passa; mas vai dar na outra banda é num ponto muito mais embaixo, bem diverso do que em primeiro se pensou. Viver nem não é muito perigoso?” Ou, também, nestes versos de Augusto Meyer, em que o autor, liricamente identificado com a natureza de sua terra, ouve na voz do Minuano o convite que, na verdade, quem lhe faz é a sua própria alma:
Daí ser esta forma de relatar preferencialmente adotada nos atos diários de comunicação e nos estilos literários narrativos em que os autores pretendem representar diante dos que os lêem “a comédia humana, com a maior naturalidade possível”. (E. Zola)
“Ouço o meu grito gritar na voz do vento: 85
substantiva assume a forma reduzida.:
Discurso indireto
“Um dos vizinhos disse-lhe serem as autoridades do Cachoeiro.” (Graça Aranha)
1. Tomemos como exemplo esta frase de Machado de Assis:
2. No plano expressivo assinala-se, em primeiro lugar, que o emprego do discurso indireto pressupõe um tipo de relato de caráter predominantemente informativo e intelectivo, sem a feição teatral e atualizadora do discurso direto. O narrador passa a subordinar a si o personagem, com retirar-lhe a forma própria da expressão. Mas não se conclua daí que o discurso indireto seja uma construção estilística pobre. É, na verdade, do emprego sabiamente dosado de um e de outro tipo de discurso que os bons escritores extraem da narrativa os mais variados efeitos artísticos, em consonância com intenções expressivas que só a análise em profundidade de uma dada obra pode revelar.
“Elisiário confessou que estava com sono.” Ao contrário do que observamos nos enunciados em discurso direto, o narrador incorpora aqui, ao seu pró prio falar, uma informação do personagem (Elisiário), contentando-se em transmitir ao leitor o seu conteúdo, sem nenhum respeito à forma lingüística que teria sido realmente empregada. Este processo de reproduzir enunciados chama-se discurso indireto. 2. Também, neste caso, narrador e personagem podem confundir-se num só: “Engrosso a voz e afirmo que sou estudante.” (Graciliano Ramos)
Transposição do discurso direto para o indireto
Características do discurso indireto
Do confronto destas duas frases:
1. No plano formal verifica-se que, introduzidas também por um verbo declarativo (dizer, afirmar, ponderar, confessar, responder, etc), as falas dos personagens se contêm, no entanto, numa oração subordinada substantiva, de regra desenvolvida:
“- Guardo tudo o que meu neto escreve - dizia ela.” (A.F. Schmidt) “Ela dizia que guardava tudo o que o seu neto escrevia.”
“O padre Lopes confessou que não imaginara a existência de tantos doudos no mundo e menos ainda o inexplicável de alguns casos.”
verifica-se que, ao passar-se de um tipo de relato para outro, certos elementos do enunciado se modificam, por acomodação ao novo molde sintático.
Nestas orações, como vimos, pode ocorrer a elipse da conjunção integrante:
a) Discurso direto enunciado 1ª ou 2ª pessoa. “-Devia bastar, disse ela; eu não me atrevo a pedir mais.” (M. de Assis)
“Fora preso pela manhã, logo ao erguer-se da cama, e, pelo cálculo aproximado do tempo, pois estava sem relógio e mesmo se o tivesse não poderia consultá-la à fraca luz da masmorra, imaginava podiam ser onze horas.” (Lima Barreto)
Discurso indireto: enunciado em 3ª pessoa: “Ela disse que deveria bastar, que ela não se atrevia a pedir mais” b) Discurso direto: verbo enunciado no presente:
A conjunção integrante falta, naturalmente, quando, numa construção em discurso indireto, a subordinada
“- O major é um filósofo, disse ele com malícia.” (Lima Barreto) 86
Discurso indireto: verbo enunciado no imperfeito:
“Pergunto se é verdade que a Aldinha do Juca está uma moça encantadora.”
“Disse ele com malícia que o major era um filósofo.” c) Discurso direto: verbo enunciado no pretérito perfeito:
h) Discurso direto: pronome demonstrativo de 1ª pessoa (este, esta, isto) ou de 2ª pessoa (esse, essa, isso).
“- Caubi voltou, disse o guerreiro Tabajara.”(José de Alencar)
“Isto vai depressa, disse Lopo Alves.”(Machado de Assis)
Discurso indireto: verbo enunciado no pretérito mais-que-perfeito:
Discurso indireto: pronome demonstrativo de 3ª pessoa (aquele, aquela, aquilo). “Lopo Alves disse que aquilo ia depressa.”
“O guerreiro Tabajara disse que Caubi tinha voltado.”
i) Discurso direto: advérbio de lugar aqui:
d) Discurso direto: verbo enunciado no futuro do presente:
“E depois de torcer nas mãos a bolsa, meteu-a de novo na gaveta, concluindo:
“- Virão buscar V muito cedo? - perguntei.”(A.F. Schmidt)
- Aqui, não está o que procuro.”(Afonso Arinos)
Discurso indireto: verbo enunciado no futuro do pretérito:
“E depois de torcer nas mãos a bolsa, meteu-a de novo na gaveta, concluindo que ali não estava o que procurava.”
Discurso indireto: advérbio de lugar ali:
“Perguntei se viriam buscar V. muito cedo” e) Discurso direto: verbo no modo imperativo:
Discurso indireto livre
“- Segue a dança! , gritaram em volta. (A. Azevedo)
Na moderna literatura narrativa, tem sido amplamente utilizado um terceiro processo de reprodução de enunciados, resultante da conciliação dos dois anteriormente descritos. É o chamado discurso indireto livre, forma de expressão que, ao invés de apresentar o personagem em sua voz própria (discurso direto), ou de informar objetivamente o leitor sobre o que ele teria dito (discurso indireto), aproxima narrador e personagem, dando-nos a impressão de que passam a falar em uníssono.
Discurso indireto: verbo no modo subjuntivo: “Gritaram em volta que seguisse a dança.” f) Discurso direto: enunciado justaposto: “O dia vai ficar triste, disse Caubi.”
Discurso indireto: enunciado subordinado, geralmente introduzido pela integrante que: “Disse Caubi que o dia ia ficar triste.” g) Discurso direto:: enunciado em forma interrogativa direta:
Comparem-se estes exemplos:
“Pergunto - É verdade que a Aldinha do Juca está uma moça encantadora?” (Guimarães Rosa)
“Que vontade de voar lhe veio agora! Correu outra vez com a respiração presa. Já nem podia mais. Estava desanimado. Que pena! Houve um momento em que esteve quase... quase!
Discurso indireto: enunciado em forma interrogativa indireta: 87
Retirou as asas e estraçalhou-a. Só tinham beleza. Entretanto, qualquer urubu... que raiva... “ (Ana Maria Machado)
como nos mostra o seguinte passo de Machado de Assis: “Quincas Borba calou-se de exausto, e sentou-se ofegante. Rubião acudiu, levando-lhe água e pedindo que se deitasse para descansar; mas o enfermo após alguns minutos, respondeu que não era nada. Perdera o costume de fazer discursos é o que era.”
“D. Aurora sacudiu a cabeça e afastou o juízo temerário. Para que estar catando defeitos no próximo? Eram todos irmãos. Irmãos.” (Graciliano Ramos) “O matuto sentiu uma frialdade mortuária percorrendo-o ao longo da espinha.
2. No plano expressivo, devem ser realçados alguns valores desta construção híbrida:
Era uma urutu, a terrível urutu do sertão, para a qual a mezinha doméstica nem a dos campos possuíam salvação.
a) Evitando, por um lado, o acúmulo de quês, ocorrente no discurso indireto, e, por outro lado, os cortes das oposições dialogadas peculiares ao discurso direto, o discurso indireto livre permite uma narrativa mais fluente, de ritmo e tom mais artisticamente elaborados;
Perdido... completamente perdido...” ( H. de C. Ramos)
Características do discurso indireto livre
b) O elo psíquico que se estabelece entre o narrador e personagem neste molde frásico torna-o o preferido dos escritores memorialistas, em suas páginas de monólogo interior;
Do exame dos enunciados em itálico comprova-se que o discurso indireto livre conserva toda a afetividade e a expressividade próprios do discurso direto, ao mesmo tempo que mantém as transposições de pronomes, verbos e advérbios típicos do discurso indireto. É, por conseguinte, um processo de reprodução de enunciados que combina as características dos dois anteriormente descritos.
c) Finalmente, cumpre ressaltar que o discurso indireto livre nem sempre aparece isolado em meio da narração. Sua “riqueza expressiva aumenta quando ele se relaciona, dentro do mesmo parágrafo, com os discursos direto e indireto puro”, pois o emprego conjunto faz que para o enunciado confluam, “numa soma total, as características de três estilos diferentes entre si”.
1. No plano formal, verifica-se que o emprego do discurso indireto livre “pressupõe duas condições: a absoluta liberdade sintática do escritor (fator gramatical) e a sua completa adesão à vida do personagem (fator estético) “ (Nicola Vita In: Cultura Neolatina).
Fonte: Celso Cunha in Gramática da Língua Portuguesa, 2ª edição, MEC-FENAME. Vestibular, Concursos e ENEM
Observe-se que essa absoluta liberdade sintática do escritor pode levar o leitor desatento a confundir as palavras ou manifestações dos locutores com a simples narração. Daí que, para a apreensão da fala do personagem nos trechos em discurso indireto livre, ganhe em importância o papel do contexto, pois que a passagem do que seja relato por parte do narrador a enunciado real do locutor é, muitas vezes, extremamente sutil, tal
PLANEJANDO UM TEXTO NARRATIVO O que faz um texto narrativo ser interessante, prender a nossa atenção e nos mostrar que forma um todo? Leiamos com atenção o exemplo abaixo para comentarmos, depois, e aos poucos, como se tece um texto: 88
Texto I
logo sufocava. O jeito era mesmo esperar, espera!: Talvez minutos apenas, enquanto sua sede era de anos.
O primeiro beijo
Não sabia como e por que mas agora se sentia mais perto da água, pressentia-a mais próxima, e seus olhos saltavam para fora da janela procurando a estrada, penetrando entre os arbustos, espreitando, farejando.
Os dois mais murmuravam que conversavam: havia pouco iniciara-se o namoro e ambos andavam tontos, era o amor: Amor com o que vem junto: ciúme. - Está bem, acredito que sou a sua primeira namorada, fico feliz com isso. Mas me diga a verdade, só a verdade: você nunca beijou uma mulher antes de me beijar?
O instinto animal dentro dele não errara: na Cla inesperada da estrada, entre arbustos estava... o chafariz de onde brotava num filete a água sonhada. O ônibus parou, todos estavam com sede mas ele conseguiu ser o primeiro a chegar ao chafariz de pedra, antes de todos.
- Ele foi simples: - Sim, já beijei antes uma mulher: - Quem era ela? perguntou com dor:
De olhos fechados entreabriu os lábios e colou-os ferozmente ao orifício de onde jorrava a água. O primeiro gole fresco desceu, escorrendo pelo peito até a barriga.
Ele tentou contar toscamente, não sabia como dizer: O ônibus da excursão subia lentamente a serra. Ele, um dos garotos no meio da garotada em algazarra, deixava a brisa fresca bater-lhe no rosto e entrar-lhe pelos cabelos com dedos longos, finos e sem peso como os de uma mãe. Ficar às vezes quieto, sem quase pensar, e apenas sentir- era tão bom. A concentração no sentir era difícil no meio da balbúrdia dos companheiros.
Era a vida voltando, e com esta encharcou todo o seu interior arenoso até se sacia!: Agora podia abrir os olhos. Abriu-os e viu bem junto de sua cara dois olhos de estátua fitando-o e viu que era a estátua de uma mulher e que era da boca da mulher que saía a água. Lembrou-se de que realmente ao primeiro gole sentira nos lábios um contato gélido, mais frio do que a água.
E mesmo a sede começara: brincar com a turma, falar bem alto, mais alto que o barulho do motor; rir, gritar; pensar, sentir, puxa vida! como deixava a garganta seca.
E soube então que havia colado sua boca na boca da estátua da mulher de pedra. A vida havia jorrado dessa boca, de uma boca para outra.
E nem sombra de água. O jeito .era juntar saliva, e foi o que fez. Depois de reunida na boca ardente engolia- a lentamente, outra vez e mais outra. Era morna, porém, a
Intuitivamente, confuso na sua inocência, sentia intrigado: mas não é de uma mulher que sai o líquido vivificado!; o líquido germinador da vida... Olhou a estátua nua.
saliva, e não tirava a sede. Uma sede. enorme maior do que ele próprio, que lhe tomava agora o corpo todo.
A brisa fina, antes tão boa, agora ao sol do meio-dia tornara-se quente e árida e ao penetrar pelo nariz secava ainda mais a pouca saliva que pacientemente juntava.
Ele a havia beijado. Sofreu um tremor que não se via por fora e que se iniciou bem dentro dele e tomou-lhe o corpo todo estourando pelo rosto em brasa viva.
E se fechasse as narinas e respirasse um pouco menos daquele vento de deserto? Tentou pôr instantes mas 89
Deu um passo para trás ou para frente, nem sabia mais o que fazia. Perturbado, atônito, percebeu que uma parte de seu corpo, sempre antes relaxada, estava agora com uma tensão agressiva, e isso nunca lhe tinha acontecido.
todo. E nada de ficar pensando que ela tenha que ter, certinhos, começo, meio e fim. Às vezes, uma boa história começa pelo clímax. Não há ordem para as três partes se apresentarem, mas há, sem dúvida, uma preferência pelo tal “começo/meio/fim”;
Estava de pé, docemente agressivo, sozinho no meio dos outros, de coração batendo fundo, espaçado, sentindo o mundo se transformar: A vida era inteiramente nova, era outra, descoberta com sobressalto. Perplexo, num equilíbrio frágil.
No texto acima, perceba: a) existe uma situação inicial que se apresenta: a namorada pergunta, enciumada, se ela é a primeira mulher que o rapaz beijara; b) ele titubeia na resposta: sim, houvera antes uma
Até que, vinda da profundeza de seu se!; jorrou de uma fonte oculta nele a verdade. Que logo o encheu de susto e logo também de um orgulho antes jamais sentido: ele...
outra mulher a quem beijara; ela pergunta quem era a mulher; c) e as lembranças, nesse momento, são tomadas pelo narrador onisciente, em terceira pessoa, que inva-
Ele se tornara homem.
de a memória da personagem e traz, em seqüência dos
(Clarice Lispedor - in Felicidade Clandestina)
acontecimentos, um fato antigo; d) uma excursão de meninos subia a serra;
Depois de ler (melhor reler...), observe bem: há uma seqüência de fatos que vão sendo costurados uns aos outros e que formam o que chamamos de “todo” narrativo. O enredo vai se fazendo aos poucos, passo a passo, alinhavado nos acontecimentos, entretecido de pequenas partes que convergem para um só núcleo, amparado no tempo e seu fluxo de continuidade.
e) ele estava com sede e juntava saliva na boca; f) ele pressentia que havia água por perto; g) pararam num chafariz; h) ele colou os lábios no fio de água, bebeu até saciar; i) ao abrir os olhos viu que era uma estátua de mulher o
Como um tapete num tear
chafariz e que era da boca desta mulher que jorrara
Escrever uma história, uma narrativa, é como tecer um tapete num tear: os fios ficam todos disponíveis, é preciso usá-los a todos, um a um e na ordem certa para desenhar o que antecipadamente se planejou.
a água; j) sentiu algo que também jorraria dele; k) transformou-se em homem. Perceba: esta história vai para além de si mesma, é
Caso deixemos os fios soltos, os assuntos soltos, corremos o risco dos desenhos do tapete não saírem como o planejado, e a história, pobre dela, sem pé nem cabeça.
uma metáfora e revela o instante em que o menino tem o primeiro orgasmo: “jorrou de uma fonte...” O narrador, em linguagem magicamente bela, nos conta o ins-
É isso o que, quando você escrever, deve estar pronto a enfrentar: cuidar para que sua narrativa seja um
tante da transformação do menino em homem.
90
Mais: você verifica, ainda, que tudo converge para um fato que o narrador toma como um pretexto aparentemente banal para iniciar: quem fora a primeira mulher beijada?
gerais. “(...) as vidas não começam quando as pessoas nascem, se assim fosse, cada dia era um dia ganho, as vidas principiam mais tarde, quantas vezes tarde demais, para não falar naquelas que, mal tendo começado já se acabaram.(...)Ah, quem escreverá a história do que poderia ter sido?”
Não acredite que alguém se sente diante de uma folha em branco ou de uma tela em branco e “faça” nascer a história do nada. Embora você possa acreditar em “inspiração”, é preciso saber que todo texto deve ser planejado: parte a parte, ação a ação.
(José Soramago, Jangada de pedra, Ed. Record, p. 16)
UMA CENA
Vamos aprender, então, a planejar um texto narrativo.
Planejando, planejando...
Uma mulher, triste, lê o texto que você encontrará; disponível mais abaixo, pensa num homem que partilhou a vida dela anos atrás.
Em primeiro lugar, é bom saber: nós vamos planejar um texto e é bom que não se confunda isso com sim plesmente fazer um rascunho.
O texto é antigo, escrito para ela há muito tempo. ! . Está frio e chove lá fora, a casa está silenciosa e mulher chora.
Por que planejar?
O homem, sentado diante da escrivaninha do escritório, abre o computador e busca um arquivo: aparece na tela a amante ruiva, sorridente, feliz.
Em primeiro lugar, porque você terá que ter domínio sobre o que escreve, a fim de que se sinta confortável para dar continuidade à história; em segundo lugar, porque você poderá ser surpreendido por um fecho que destoa do corpo do texto, uma linha de enredo que se embaraça e... some de repente, deixando um “branco”.
Um homem se olha no espelho e não se reconhece: tem rugas, cabelos brancos. ... Um homem chora de saudades. Uma mulher termina a leitura do texto, dobra o pa pel impresso e tenta reconstituir a história que viveu.
Tal como um engenheiro que projeta um prédio, um avião, um aeroporto ou uma máquina, tão diferentes entre si, você também pode - e deve! - planejar o que Vai escrever.
Um homem soluça de dor, indagando-se onde estaria a mulher ruiva que fez parte de sua vida. Uma mulher se encolhe, se acomoda no sofá, imaginando onde estaria o homem que fez parte de sua vida. Ela também chora.
Para tanto, simulemos um modelo de enunciado semelhante ao da Unicamp. E, a partir dele, começaremos a planejar.
O texto lido pela mulher era o seguinte:
TEMA
Nós temos histórias, segredos e medos.
Abaixo, há elementos para a construção de um texto narrativo em que se tematiza o relacionamento entre duas pessoas, o cruzamento de duas vidas. Sua tarefa será; desenvolver essa narrativa, segundo as instruções
De nos perdemos um do outro o maior deles. Poemas que tu me escrevestes temos, onde sou tema, sem rima, puro sentimento, com a cadência desusada do bater do teu coração. 91
Nós, entretanto, gostamos da chuva, e palavras temos ~ que inventamos para nós. E jeitos e formas que criamos, e nossas mãos que reconhecem o contorno dos nossos rostos, ainda que cegos estejamos. Mundo que construímos para nós temos sem alicerces visíveis, mas firme. Há um lugar em que plenamente vivemos, nos temos.
Há um pacto que subscrevemos. Há a alegria de nos vermos. Há uma saudade que não passa, que ultrapassa tudo o que de razoável entendemos. Por conta disso inventamos o eterno abraço de quinze segundos, a efêmera fotografia no espelho, o beijo com a porta do carro aberta, o telefonema, o bilhete eletrônico, a troca de pequenas coisas, símbolos que nos identificam. Estradas que percorremos em comboio. As frases que extraímos dos livros. A nossa posterior avaliação de desempenho, na qual analisamos os nossos sentimentos, sensação por sensação, cada contração de fibras, e nos descobrimos mais e mais.
De nós há uma parte maior que fica sempre em poder do outro, em secreto depósito, tal como protegido numerário suíço, que carregamos sem sentir o peso. Há um imaginário chá de jasmim que juntos tomamos, há as histórias de nós que nos contamos, há o que juntos comemos, há o alimento que nos damos na boca da alma.
E nos surpreendemos mais e mais com a nossa imensa capacidade de amar antes duvidosa.
Há o que mutuamente sabemos, que só nós sabemos sobre nós, que antes não sabíamos.
De toda forma nos amamos, com cem por cento de risco de ser para sempre.
Amigos, parceiros, amantes, namorados loucos, somos tudo. Há os passeios aéreos noturnos que fazíamos ; de mãos dadas. Voávamos, porque também podemos voar sempre pudemos, embora disso não soubéssemos.
INSTRUÇÕES GERAIS É necessário que você use todos os elementos da cena que leu para construir as duas personagens, o enredo, o cenário e o tempo de sua narrativa.
Um velho, um jagunço, uma mulher enleada nas primitivas cores dos panos, ladridos de cães nos protegendo, uma expressão arcaica que se refere ao tempo, um criado negro fiel e perigoso. Um cavalo, uma janela a ser saltada, um encontro num elevado um conquistador barato, um amor fugidio num corredor deserto, um encontro numa estrada, um beijo na avenida movimentada de domingo.
O foco narrativo deverá ser em 3ª pessoa e o narrador deve, dada a natureza da cena, ser onisciente. O desenvolvimento do enredo, a partir da cena escolhida por você, deverá levar em consideração a citação do escritor José Saramago e estar atentamente ligado ao texto que a mulher leu. Não será preciso que você utilize todos os elementos do texto escrito pelo homem.
Na rua andamos lado a lado, levando os livros que escolhemos juntos, medindo cada passo para não nos abraçarmos, a vontade de enlaçar teu ombro, vontade de furtar um beijo.
APRENDENDO A PLANEJAR Verifique: quando um texto narrativo é pedido no vestibular, vem acrescido de uma série de exigências para que seja desenvolvido. Por isso, é necessário que aprendamos a planejá-lo. Veja o caminho, passo a passo:
Rimos. Há uma mistura de realidade e sonho que já não mais distinguimos, e nem queremos. 92
1. Em primeiro lugar, leia atentamente o enunciado. Sublinhe um a um os eixos de exigência e, antes de começar a escrever, releia o enunciado e verifique novamente cada item, principalmente não se esqueça de verificar qual é o foco narrativo que se exige.
dizendo que têm histórias, segredos e medos.
9. Veja isso: “De nos perdermos um do outro o maior deles”. Observe que isso aconteceu de verdade, perderam-se um do outro. 10. E mais: você terá que escrever em terceira pessoa, como narrador onisciente, o que permitirá que entre na intimidade das personagens, que revele o que cada um deles pensa, sente e sofre.
2. Perceba: o tema anuncia que você deverá escrever sobre o entrelaçamento de duas vidas. 3. Na citação de Saramago, preste atenção: “as vidas principiam mais tarde, quantas vezes tarde demais, para não falar naquelas que, mal tendo começado já se acabaram.(...) Ah, quem escreverá a história do que poderia ter sido?” Aqui, você encontrará também uma espécie
Só depois de vasculhar tudo isso, estar atento a todos esses componentes, é que poderá planejar passo a passo o seu texto.
DEVAGAR , PASSO A PASSO... Para começar a tecer seu jogo, é preciso usar a imaginação. Pegue um papel e escreva o que vai auxiliá-lo a construir a sua história:
de norteador do texto que escreverá: anuncia- se uma história que poderia ter sido. Será você a escrever esta história...
1. Quem são essas personagens?
4. Agora, preste muita atenção e não perca nenhum dos aspectos que terá de utilizar: um homem, uma mulher, ambos tristes, perdidos um do outro. Ela lê um texto que ele escreveu para ela; ele olha, nos arquivos do computador, uma foto. Especule, imagine. A foto é de outra mulher que os afastou? Ou a foto é dessa mulher que chora?
2. Você dará nome a eles ou vai preferirá metaforizá-los, negando-lhes uma identidade, ao mesmo tempo em que, por isso mesmo, eles passem a simbolizar todos os homens e mulheres na mesma situação? 3. Qual a história que viveram? Você pode observar que ela é forte, intensa, de extrema ligação de afeto entre dois seres. Então, qual a circunstância que os se parou?
5. Ambos não sabem mais um do outro, perderam-se. Por que motivo isso aconteceu? Você seria capaz de escrever em que circunstâncias isso ter-se-ia dado?
4. Deixe sua imaginação correr solta: que história é essa que poderia ter sido e que não foi?
6. O homem está envelhecido, o que escreveu a ela é
texto antigo; portanto, está envelhecendo também esta mulher, não se esqueça dos detalhes.
5. O que teria impedido que os dois continuassem juntos e fossem felizes?
7. O texto que você lerá, escrito por ele, tem características peculiares: é uma espécie de inventário do que eles são um para o outro (são, porque, por ocasião da escritura, estavam juntos).
6. Qual o espaço que ocupam no momento em que nos são mostrados? Descreva-os, mas não os detalhes a ponto de perder parágrafos inteiros com eles. 7. Qual o tempo que você focalizará? Voltar o tem po a um início que você não conhece, mas presume, pode ser um bom começo.
8. Releia o texto, tire dele os componentes, cada um, para sua história: tente imaginar por que ele inicia 93
A DESCRIÇÃO TÍTULO INTRODUÇÃO: ASPECTOS DE CARÁTER GERAL OU 1ª IMPRESSÃO DESENVOLVIMENTO: DETALHES. CONCLUSÃO: RETOMADA DE OUTRO(S) ASPECTO(S) DE CARÁTER GERAL. DESCRIÇÃO DE PESSOA O SORRISO DA CRIMINALIDADE
8. Por que ambos estão sozinhos? 9. Associe a chuva de que ele fala à chuva do espaço que a mulher habita.
10. Observe: quando a mulher dobra o papel e tenta reconstituir a história que viveu, você poderia como narrador em terceira onisciente, tomar uma carona nessas lembranças. E agora, imagine como começar. Você pode ter em mente uma história mais ou menos simples com relação à cronologia e tecê-la diacronicamente: começo, meio e fim. Mas pode também preferir
Brasileiro, estatura mediana, pele morena, olhos e
começar pelo clímax, o ponto mais alto da narrativa
cabelos negros, barba por fazer; essa é a descrição de
e depois, em flash-back ou digressão, oferecer toda a
um dos homens que foram mais procurados interna-
história.
cionalmente: Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho
Cuide da linguagem, da coerência entre as partes,
Beira-Mar. No auge dos seus 35 anos, ele atua numa
isso também é muito importante.
profissão em que poucos passam dos 25: o narcotráfico.
Não há nenhuma restrição quanto ao tamanho de
Temido por tantos, Fernandinho é também respeita-
uma narrativa no vestibular, mas é claro que você de-
do, respeito esse oriundo da soma de poderes que acu-
verá preferir não se estender muito, como num conto, a
mula em suas mãos e devido à crueldade de sua mente,
fim de que seu texto não se perca em um emaranhado
que não tolera empecilhos de qualquer natureza. Criminoso de alta periculosidade, controlou o tráfico de
de situações que, posteriormente, tomem-se incontro-
drogas, de armas, as bocas-de-fumo, comandou fugas
láveis.
de presídios, chegando até a arbitrar a vida de terceiros, Vestibular, Concursos e ENEM
através de chacinas e torturas.
Redação no Vestibular
Todavia sua genialidade foi muito mais além, articulando todas as atividades já mencionadas de dentro de sua própria cela. Tão expressivo quanto seu poder de manipulação é o ar irônico que ostenta, revelando sua índole asquerosa e sua total vacuidade de escrúpulos. Obviamente que Luiz Fernando não pode ser encarado como um criminoso qualquer, deve ser visto como um elemento que continua a desafiar e a debochar das polícias e da justiça brasileiras. 94
Fruto de políticas corruptas e ineficientes de segurança pública, Fernandinho Beira-Mar, mesmo preso, representa um perigo para a sociedade. Paradoxalmente, o bandido está à solta.
um suave toque angelical sobressalto pela presença de nuvens alvas. Assim como pode estar frio, num local envolto por uma excepcional cadeia montanhosa e geleiras, em um clima que une as pessoas presentes pelo desejo de se aquecer.
(Igor Luna)
Nesse lugar, as pessoas sonhadoras passam a maior
UMA PESSOA FORMIDÁVEL Ele foi o primeiro poeta brasileiro. Mais popularmente conhecido por suas obras satíricas, esse autor barroco também desenvolveu poesias sacras, líricas, amorosas e burlescas.
parte do seu tempo, e as otimistas sempre encontrarão
Apresentava uma delgada fisionomia e nariz so bressalente, por isso recebeu de uma freira o apelido “Pica-flor”, o qual, esse autor de notabilíssimas poesias revidou através de um poema satírico, uma décima, desmoralizando a cidadã.
tra estagnado atualmente.
nele o ambiente ideal. A imaginação é o único lugar perfeito quando se deseja fugir da dura realidade em que o mundo se encon(Maíra Ximenes)
A NARRAÇÃO TÍTULO INTRODUÇÃO: acontecimento - tempo - lugar DESENVOLVIMENTO: causa(s) - modo CONCLUSÃO: conseqüências
Possuidor de uma forte personalidade, censurava constantemente o governo da Bahia, sua terra natal, a vaidade humana, a falta de religiosidade das pessoas ligadas à cúpula da Igreja e aos costumes da sociedade brasileira, baseadas no modelo europeu. Daí surgiu o apelido pelo qual ficou conhecido: “Boca do inferno”.
UM SUSTO
Inconfundível por seu raciocínio sutil e consagrado principalmente por suas inigualáveis liras maldizentes, Gregório de Matos padeceu sem ter visto publicadas as suas obras, como grande parte dos artistas em todo o mundo.
Quando entrei na cozinha esta manhã, encontrei minha filha parada, numa posição entre preparando-se para correr e tentando atacar. Só depois de me aproximar mais um pouco, é que pude ver a causa de tamanha perplexidade: uma rã-
(Maíra Ximenes)
zinha, escondida atrás de um vidro de detergente em
DESCRIÇÃO DE LUGARES Um lugar aprazível
cima da pia, a espreitava assustada. As duas estavam tão apavoradas que nenhuma ousava mexer-se, temen-
À primeira vista, duvida-se de que esse lugar possa extasiar alguém. Porém, com o girar da Terra, percebe-se que nele tudo é possível.
do o ataque da outra. Quando a menina fazia menção de fugir, a rãzinha encolhia-se toda (coitada!); imaginando, talvez, que
Pode estar claro, próximo a maravilhosas palmeiras imperiais que balançam ao soprar da leve brisa, com
ela fosse algum animal faminto querendo participar do jogo da cadeia alimentar. 95
Por outro lado, enquanto o minúsculo animal ten-
Anos mais tarde, quando lhe contou o ocorrido, o
tava reduzir-se ao máximo, a menina, àquela altura, já
garoto perguntou-lhe por que havia cuidado tão bem
paralisada pelo pavor que a havia tomado, mais atônita
dele apesar do acontecido. Dona Maria respondeu que
ficava.
era seu dever, pois “todos somos irmãos perante o Se-
Depois de observar por certo tempo, caminhei até
nhor Jesus Cristo” e que se todos fizessem o mesmo,
onde ela estava e coloquei a mão no seu ombro. Foi
esse seria um mundo melhor para viver. Ainda falou
quando ela virou-se e abraçou-me aliviada. Ufa! Que
que recebeu uma recompensa divina pelo que fez: a
susto!
companhia do garoto.
Uma lição de solidariedade
(Maíra Ximenes)
Maria Lucélia da Silva era uma senhora solitá-
dos seus seis filhos; dos quais três haviam morrido e
A DISSERTAÇÃO TÍTULO INTRODUÇÃO: apresentação resumida do assunto (TESE). DESENVOLVIMENTO: exposição mais detalhada do assunto (ARGUMENTAÇÃO, EXPLICAÇÃO...) CONCLUSÃO: reafirmação da tese (SOLUÇÃO, APELO, CRÍTICA...)
três estavam casados, morando longe o bastante, pois
SALVEM O PLANETA
ria, formada na arte de viver. Morava em um pequeno cortiço, o qual ela achava confortável, próximo à favela da Rocinha, na cidade do Rio de Janeiro. Às sete horas da manhã, dona Maria saía para caminhar, pois o “ Dotô Queiroz” havia recomendado o exercício para atenuar seus problemas cardíacos. Era o único horário do dia em que a pobre senhora assistia com entusiasmo ao espetáculo da vida. Dona Maria dizia que não tinha problemas de coração, o mal de que ela sofria era a saudade que sentia
não lhe enviavam uma carta sequer.
“A terra não pertence ao homem, o homem
Certo dia, ao sair para caminhar, encontrou o garoto
pertence à terra”, afirmou o chefe indígena Seattle, em
que lhe havia roubado a aposentadoria semanas atrás.
1852, em sua carta escrita ao presidente dos Estados
Ela ainda recordava do rosto da criança, pois tinha so-
Unidos. Desde tempos imemoriais, patinamos nesta
nhado com ele várias vezes desde o ocorrido. O pobre
questão recorrente: até quando o planeta vai suportar
garoto estava ferido, caído ao chão. Dona Maria não
as atrocidades causadas pelo homem?
teve dúvidas; pegou o menino, levou-o para seu corti-
O Protocolo de Kioto implora: o mundo necessita de
ço, limpou-lhe os ferimentos e o alimentou. Além dis-
menos poluição. Há dez anos esse apelo foi discutido
so, resolveu adotar a criança.
na Conferência Rio-92. Havia um sentimento de urgên-
Francisco não lembra de ter roubado dona Maria,
cia nas pessoas que tinham a sensação de que o mundo
pois estava sempre drogado, e foi ela quem o tirou do
ia acabar se não combatêssemos logo ameaças como a
vício.
falta de água e a extinção de animais, por exemplo. 96
Uma década perdida. O eco daquele apelo foi traga-
O surto de violência em que vive o país é um fato
do pela irresponsabilidade do homem, que não cumpriu
previsível diante de nossas estruturas. Nossas desigual-
as metas estabelecidas sobre o meio ambiente naquele
dades são gritantes e, como diriam os marxistas, os
ano, trazendo para hoje problemas como: desequilí-
desníveis sociais, quanto maiores, culminam em uma
brios climáticos, maior emissão de gases poluentes na
luta de classes, que no Brasil assume uma face desor-
atmosfera e um aumento significativo no desmatamen-
denada e sem cunho ideológico: o crime.
to global, fatos esses que estão levando o planeta a um
O combate efetivo à violência no país é uma ques-
futuro inabitável.
tão bem mais profunda do que aparenta. Não bastam
Segundo José Bonifácio, o Patriarca da Indepen-
apenas represálias, e sim uma reestruturação de nos-
dência, a natureza fez tudo a nosso favor, porém nada
sas bases sociais, partindo de um menor desnível en-
fizemos a favor dela. Mesmo não vivendo no “caos de
tre classes, da distribuição de oportunidades para que
hoje”, Bonifácio percebeu isso. Cabe, portanto, à so-
nossa população possa viver condignamente.Pouco
ciedade atual combater com determinação a ação pre-
adiantam construções de presídios faraônicos que aca-
datória do homem, porque não sabemos até que ponto
bam tornando-se verdadeiros disseminadores de mais
o planeta vai suportar todos os males atribuídos a ele.
crimes, pois todo efeito pressupõe uma causa, e para
(Edson Neves)
sua anulação é preciso combater seu iniciante: o des-
A VIOLÊNCIA URBANA E O PODER PARALELO
caso social. Jimenna Rocha
A violência no Brasil possui uma raiz intrín-
OSAMA: O HERÓI-VILÃO
seca à sua história: o descaso com a população, refletido na precariedade das condições de moradia, saúde,
Definir Osama Bin Laden como um herói ou um
alimentação e educação, recursos indispensáveis à
vilão é deveras difícil, visto que visões multidimensio-
formação do indivíduo. Os quais, quando banalizados,
nais e ideologias diversas precisam ser analisadas.
incitam, ao mundo do crime, as pessoas sem oportuni-
O atentado de onze de setembro é, com certeza, o
dades, numa reação em cadeia que atinge proporções
acontecimento mais importante do século vinte e um,
incontroláveis.
pois demonstra a ousadia de fundamentalistas contra o
O país vive o maior panorama de violência de to-
império ianque, que se julgava invulnerável . Se anali-
dos os tempos, no qual o crime tornou-se saída para
sarmos as causas de tal tragédia e observarmos as ações
sobrevivência, e facções criminosas tomam o lugar que
norte-americanas, concluiremos um motivo justo para
o Estado negligenciou, a exemplo das favelas, onde as
o atentado ao “ Word Trade Center”, pois os estadu-
quadrilhas resolvem questões de famílias, empregam,
nidense, com sua política neo-colonialista, usurpam
introduzem capital e organizam o cotidiano destas, for-
riquezas naturais de diversos países, subjugando seus
mando um verdadeiro poder paralelo, como paliativo
povos e deixando como herança uma legião de miserá-
ao abandono a estes setores sociais.
veis e revoltados. 97
gem (orientação da maioria das universidades, especialmente as públicas).
Justifica-se, portanto, que na visão médio-oriental, Bin Laden é quase um herói unânime, obtendo apoio por onde passa. O seu lado vilão restringe-se praticamente ao povo ocidental, pois a catástrofe teve um caráter cosmopolita, em que milhares de inocentes sucumbiram.
CARTA: tema 10: Ética (na política, no esporte, na justiça...) João Pessoa, 25 de agosto de 2002
O polêmico árabe é, atualmente, o principal inimigo dos americanos; porém se constitui num mártir do Oriente Médio. E é essa relação paradoxal que torna difícil a sua captura . Então, para que não existam controvérsias, ele representa, em nível mundial, um herói-vilão.
Editor de notícias do jornal O Norte Prezado senhor editor, Devido à competência profissional que lhe é creditada e à grande aceitação do seu veículo comunicativo pela população, venho solicitar desse a publicação de uma matéria com fins esclarecedores sobre ética. É sabido de todos que as eleições se aproximam, portanto se faz necessário levar à sociedade um documento da natureza solicitada para que os valores morais, o decoro e o compromisso com a honestidade se jam cobrados de maneira mais veemente.
COMO CONSTRUIR UMA CARTA A carta é uma modalidade redacional livre, pois nela podem aparecer a narração, a descrição, a reflexão ou o parecer dissertativo. O que determina a abordagem, a linguagem e os aspectos formais de uma carta é o fim a que ela se destina: um amigo, um negócio, um interesse pessoal, um ente amado, um familiar, uma seção de jornal ou revista etc.
Visando a uma maior compreensão, a abordagem poderia abarcar outros setores além da política, como a ética nos esportes, na justiça, no trabalho etc., constituindo-se, pois, numa matéria multidisciplinar.
A estética da carta varia consoante a finalidade. Se o destinatário é um órgão do governo, a carta deve observar procedimentos formais como a disposição da data, do vocativo (nome, cargo ou título do destinatário), do remetente e a assinatura.
Verificar-se-á, senhor editor, o pioneirismo deste estudo, caso seja levado em consideração o cunho popular, e a grande atenção que será dada a ele pela população. Ciente da compreensão e da aceitação do conteúdo aqui apresentado, agradeço antecipadamente.
No caso das correspondências comercial e oficial - textos jurídicos, comunicados, ofícios, memorandos emitidos por órgãos públicos -, a linguagem é muitas vezes feita de jargões e expressões de uso comum ao contexto que lhes é próprio. Quando um exame vestibular sugere uma carta como proposta, o aspecto formal, bem como a abertura e o fechamento do texto segundo o jargão, são irrelevantes, pois o que prevalece é o conteúdo e a lingua98
VAMOS TREINAR? ____________________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________________ 99
VAMOS TREINAR? ____________________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________________ 100
língua estrangeira moderna
inglês
1) 2)
FALSOS COGNATOS
32) proper = adequado / own = próprio 33) push = empurrar / pull = puxar
assess = avaliar / access = acesso advice = conselho / advise = aconselhar / avi-
34) quote = citar / cota = share, quota. 35) realize = perceber, dar-se conta / accomplish,
sar = warn 3) anthem = hino / aerial = antena 4) army = exército / arma = gun / arm = braço 5) assist = ajudar / watch = assistir 6) chute = corredeira/pára = quedas / kick = chute 7) cigar = charuto / cigarro = cigarette 8) collar = colarinho, gola / necklace = colar 9) college = universidade, faculdade / school = colégio 10) compass = bússola / compasso = compasses 11) conceit = convencimento / conceito = concept 12) data = dados, fatos, identificação / data = date 13) deception = fraude, trapaça / disappointment = decepção 14) educated = instruído, culto / polite = educado, cortês 15) eventually = finalmente, por fim.= finally / Occasionally = eventualmente 16) exit = saída / success = êxito 17) expert = perito, especialista / smart = esperto 18) gratuity = gorjeta / gratuitous, free = gratuito 19) guitar = violão / electric guitar = guitarra. 20) hazard = risco, dano, mal, perigo / mischance, jinx = azar 21) hospice = abrigo para viajantes / Bedlam, madhouse = hospício. 22) intimate = íntimo(s), sugerir, insinuar (v) / summon, cite = intimar 23) large = grande / broad, wide = largo 24) lecture = conferência / reading = leitura 25) library = biblioteca / bookstore = livraria 26) notice = observar, notar / news = notícia 27) parents = pais / relatives = parentes 28) particular = determinado, específico / private = particular, privado 29) physician = médico clínico / physicist = físico 30) policy = diplomacia, política / police = polícia 31) pretend = fingir / intend = pretender
achieve, realizar 36) respite = trégua/ repouso / respect = respeito 37) resume = recomeçar, retomar / sum up, summarize = resumir 38) retire = aposentar-se / remove = retirar 39) rim = borda, beira ( de copo, xícara ) / kidney = rim 40) sap = seiva / toad = sapo 41) sensible = sensato, ajuizado / sensitive = sensível 42) terrific = excelente / terrível = terrible 43) traduce = caluniar, difamar, criticar / traduzir = translate
COMO USAR ANOTHER , THE OTHER ,
OTHER E OTHERS Exemplos do uso de another, other, the other e others: 1. I need another sheet of paper. 2. I would like another glass of soda, please. 3. “Another day in Paradise” is a song by
Collins.
Phil
1. I didn’t read this book. I chose to read the other
book.
2. I didn’t like this movie, but I like the
other one.
The one I saw last night. 3. Maybe they went to the other bar. Let’s go. It’s across the street. 1. Can you give me other examples? 2. I want other shoes. These ones are ugly. 3. You can find out more about this and other courses in our site. 1. Some people went north. Others went south. 2. Why do some public services work and others
don’t?
3. Nokia, Samsung,
present at the trade fair. 101
Motorola and others will be
PREPOSIÇÕES (PREPOSITIONS)
teiras Exemplos: He goes to the beach on Mondays and Fridays. (dias da semana) (Ele vai à praia as segundas e sextas) Peter was born on April 18th. (dia e mês) (Peter nasceu em 18 de abril) We live on Summer trees street. (rua s/ número) (Nós moramos na rua Summer trees) They live on Texas avenue. (avenida) (Eles moram na avenida Texas) The show will be on Madison square. (praça) (O show será na praça Madison) Those people are sailing on the Mississipi river. (rio) (Aquelas pessoas estão navegando no rio Mississi pi) Casos especiais on page three on television on the radio on the third floor **** on the(a) plane on the(a) ship on the(a) train on the(a) boat on the(a) bus **** in bed in the (a) car in the (a) truck in the (a) taxi
Por: English for all
IN
* no, na, em, dentro de Usos cidades estados países regiões bairros meses anos estações séculos períodos do dia [ morning, afternoon, evening] Exemplos: The machine is in the box. (dentro) (A máquina está dentro da caixa) Paul lives in Boston. (cidade) (Paul mora em Boston) He works in Texas. (estado) (Ele trabalha no Texas) They study in England. (país) (Eles estudam na Inglaterra) They will leave in November. (mês) (Eles partirão em Novembro) My brother was born in 1960. (ano) (Meu irmão nasceu em 1960) Mary will visit us in (the) Spring. (estação do ano) (Mary nos visitará na primavera) That author died in the nineteenth century. (século) (Aquele autor morreu no século 19) You walk in the morning. (período do dia - manhã) (Você anda de manhã) I sleep in the afternoon. (período do dia - tarde) (Eu durmo à tarde) He studies in the evening. (perído do dia - noite) (Ele estuda à noite)
AT
* no, na, em, junto a, posição em um ponto Exemplos: We were at the bus station yesterday. (lugar público) (Nós estivemos na estação de onibus ontem) Our friends will be at the volley ball game tonight. (atividade de grupo) (Nossos amigos estarão no jogo de volley esta noite) Elizabeth was at her sister’s last night. (casa) (Elizabeth estava na casa da irmã dela na noite passada) She bought her dress at Monica’s . (loja) (Ela comprou o vestido dela na Monica’s) They live at 72 Washington street. (rua e número da casa)
ON
* no, na, em, sobre Usos dias de semana mês e ano só o dia ruas(sem número), avenidas e praças estradas, rios, lagos, costa, sobre superfícies e fron102
(Eles moram na rua Washington número 72) They live on Washington street at number 72. (somente o número da casa) (Eles moram na rua Washington no número 72) The meeting will be at 8 o’clock. (horas) (A reunião será às 8 horas) The show will be at Christmas. (festividade) (O show será no natal) My brotherleft the navy at the age of 32. (idade) (Meu irmão deixou a marinha com a idade de 32 anos) Expressões com “at” At first (no princípio) At last (finalmente) At once (imediatamente) At times (às vezes) At home (em casa) At least (pelo menos) At night (à noite) At noon (ao meio dia) At midnight (à meia noite)
Exemplos: Looking beyond this year, I see a good future. (Olhando além deste ano, eu vejo um bom futuro)
She is living beyond the border. (Ela está morando além da fronteira)
UNDER * embaixo de Exemplos: The equipment is under the tree. (O equipamento está embaixo da àrvore) The new employees are under our responsibility. (Os novos empregados estão sob nossa responsabilidade) W ITHOUT * sem Exemplos: A city without history. (Uma cidade sem história) They drove into town without talking to each other. (Eles dirigiram naquela cidade sem conversarem um com o outro)
OVER * no, na , sobre Usos posição superior Exemplos: There are some birds flying over those trees. (Exitem alguns pássaros voando acima daquelas árvores) The lamp is overthose tables. (A lâmpada está acima da mesa)
BESIDE
* ao lado de Exemplos: The telephone is beside the radio. (O telefone está ao lado do rádio) Peter is beside my son. (Peter está ao lado do meu filho)
ABOVE * acima de Exemplos: The student’s name was written above my name. (O nome do estudante estava escrito acima do meu nome) Above us only the president. (Acima de nós somente o presidente)
IN FRONT OF
* em frente de Exemplos: The boxes are in front ofthe store. (As caixas estão em frente da loja) She was in front of those people. (Ela estava em frente daquelas pessoas)
BELOW * abaixo de Exemplos: Below us, at our left, there was a big lake. (Abaixo de nós, a nossa esquerda havia um grande lago) Peter’s name was there, below the others. (O nome de Peter estava lá, abaixo dos outros)
BEHIND * atrás de Exemplos: Paul is behindthe building waiting. (Paul está atrás do prédio esperando) The child is behind the door. (A criança está atrás da porta) * além de
ACROSS * através, do outro lado Exemplos:
BEYOND 103
The children swam across the river yesterday. (As crianças nadaram através do rio ontem) The library is across the street. (A biblioteca é do outro lado da rua)
(Eu perguntei a alguém o caminho para o centro da cidade)
FOR * para (favor, benefício, propósito, fim, intenção) * para (duração de tempo) Exemplos: My uncle brought this present for you. (benefício) (Meu tio trouxe este presente para você) People have come for participating. (finalidade) (Pessoas têm vindo para participar) That employee has been working here for ten years. (duração de tempo) (Aquele empregado tem estado trabalhando aqui por dez anos) She stayed there for a long time. (duração de tempo) (Ela ficou lá por um longo tempo)
ALONG
* ao longo Exemplos: The teachers were walking alongthe street. (Os professores estavam andando ao longo da rua) The boys were sailing along the river. (Os garotos estavam navegando ao longo do rio)
AMONG * entre vários Exemplos: There was a stranger among us. (Havia um estranho entre nós) They are among friends. (Eles estão entre amigos)
SINCE * desde Exemplos: I have been working here since 1984. (Eu tenho estado trabalhando aqui desde 1984) She has been waiting for you since three o’clock. (Ela tem estado esperando por você desde as três horas)
BETWEEN
* entre dois Exemplos: Mary is sitting between the two boys. (Mary estava sentada entre os dois garotos) My mother put the document between two books. (Minha mãe colocou o documento entre os dois livros)
FROM * de (procedência) Exemplos: They are from another country. (Eles são de outro país) The beer is imported from Germany. (A cerveja é importada da Alemanha)
BEFORE
* antes, perante Exemplos: Before seven o’clock he will be here. (Antes das sete horas ele estará aqui) I will be there before midnight. (Eu estarei lá antes da meia-noite)
BY
* por, pelo, de Exemplos: This film was directed by Charles Chaplin. (O filme foi dirigido por Charles Chaplin) That book was written by Jorge Amado. (Aquele livro foi escrito por Jorge Amado) They went to Rio by bus. (Eles foram para o Rio de onibus)
AFTER
* após Exemplos: George will be there after 7 o’clock. (George estará lá após às sete horas) We had dinner after the meeting. (Nós tivemos o jantar após a reunião)
OF
TO * para (destino) Exemplos: My sister went to London. (Minha irmã foi para Londres) I asked someone the way to the town centre.
* de (posse) Exemplos: That necklace is made of pearls. (Aquele colar é feito de pérolas) The car of the company. (O carro da companhia) 104
TESTES
10. She´s a terribly singer. Can someone ask her to stop? a) She´s a terrified singer. Can someone ask her to stop? b) She´s a terror singer. Can someone ask her to stop? c) She´s a terrible singer. Can someone ask her to stop?
1. Choose the correct answer to complete the sentences. Mary ________Susan´s sister. a) Is b) Are c) Am d) Was 2. What does your mother do? ___________ a teacher. a) She has b) She is c) She was d) She wants
GABARITO 1-A 2-B 3-C 4-C 5-D 6-B 7-C 8-A 9-A 10-C
3. We _________ a cat and two dogs. a) Are b) Has c) Have d) Likes 4. Peter and Jane __________ camping last weekend. a) Are b) Go c) Went d) Gone 5. You ____________ to feel sorry for making us wait for more than an hour! a) Should b) Must c) Will d) Ought
PROVA COMENTADA DE INGLÊS
6. I ___________ leave the house by seven or I´ll be late for my date! a) Will b) Must c) Can d) Does
Read the text below in order to answer questions
The Brazilian budget for 2002
7. Fiona __________ work harder if she wants a promotion. a) Does b) Will c) Should d) Would
The Brazilian government is expected to “make a significant cut” in the 2002 budget because revenues are not expected to match all Brazilian spending needs this year. The Brazilian Planning Ministry, which is due to release a detailed spending program later today, could announce spending cuts of up to R$10 billion ( $1 = R$2,39). The Brazilian budget shortfall is actually R$ 14,6 billion, and stems mainly from a rise in personal income tax brackets, funding requests by congressmen, and the minimum wage hike, among other factors.
8. The doctor said I would ______________ take these pills twice a day, after a meal. a) Have to b) Would c) Could d) Can 9. The sentences below are incorrect. Which of the following is a corrected form of the sentence? a) I will going to work tomorrow. b) I will go to work tomorrow c) I will to go to work tomorrow d) I will gone to work tomorrow
1- According to the text, the Brazilian 2002 budget is likely to be a) increased. b) doubled. c) mishandled. d) slashed. * e) supplemented. 105
Esta questão é bastante simples de responder. Veja que na primeira oração do texto temos make a significant cut in the 2002 budget - (corte no orçamento) o que já exclui as alternativas a , b e e. Resta-nos apenas 2 alternativas. Analisemos a palavra mishandle que aparece na alternativa c. Mis é um prefixo negativo. Desdobremos a palavra: handle (deal with = negociar) e mis (inefficiently). Com isso, excluímos também essa alternativa, pois não é o que o texto diz. Portanto,
tional structures is not a new tool in respect of its basic element (the budget and organizational structures). However, it is often set into motion in a vacuum within the process of accountability: the relationship between institutional ends, the allocation of resources and delegation of authority. Consequently, it should be aimed at filling the void and facilitating the conditions for result-oriented management, integrated within an institutional framework.
mesmo para quem não conhece o significado de slash (= cut; reduce drastically) é possível deduzir a resposta correta – letra d.
4- According to the text, results-oriented contracts, projects and programs a) used to be quite effective in public administration. b) constitute outdated administrative procedures. c) are being experimented with so as to be implemented. d) are on the verge of being implemented. e) were adopted only a few decades ago.* Analisando-se a oração: “In recent decades, resultsoriented contracts, projects, programs and other horizontal forms of management have become routine (…), podemos chegar a alternativa correta que é a letra e. Veja que as palavras-chave são in recent decades e have become routine. Descartam-se as alternativas a e b que se referem a procedimentos não mais usados, e as alternativas c e d que implicam em algo ainda a ser implementado.
2- According to the text, one of the factors affecting the budget is a) the increase of the minimum wage.* b) the rise in employment levels. c) the reduction in exports. d) the cuts in interest rates. e) the Brazilian market reaction. A resposta para esta questão está na última oração do texto, onde os fatores que afetam o orçamento são citados, e dentre eles aparece o minimum wage hike. Vale aqui lembrar que hike = an often abrupt increase or rise.Isto nos remete a alternativa correta que é a letra a. 3- A detailed spending program a) should have been analyzed by the Planning Ministry. b) is on the point of being provided.* c) will be requested by the congressmen. d) could be released by the Planning Ministry. e) was announced last week. Novamente uma questão fácil de ser respondida. Veja que a resposta está em : “The Brazilian Planning
TESTE DE PROFICIÊNCIA
Transparent Language has provided this English
test as a way for English language learners to evaluate their English proficiency. Linguagem transparente forneceu esse teste de Inglês como uma maneira para os alunos de Inglês para avaliar sua proficiência Inglês. We have based this test on the standard English voca bulary and English grammar that you would find in any English language learning material, so that this proficiency test can measure your command of the English language regardless of your English language learning background. Baseamos este teste no vocabulário padrão Inglês e Inglês gramática que você encontraria em qualquer idioma Inglês material de aprendizagem, de modo que este teste de proficiência pode medir o seu comando do idioma Inglês, independentemente do seu background idioma Inglês aprendizagem. So if you’ve been learning English, see how well you do! Portanto, se você está aprendendo Inglês, ver o quão bem você faz! Transparent Language offers this English language test for self-evaluation purposes only. Linguagem transparente oferece o teste de Inglês para fins de auto-avaliação somente. You may find that your score on this English test is not consistent with other tests you have taken. Você pode achar que a sua pontuação neste teste o Inglês não é consistente com outros testes que
Ministry, which is due to release a detailed spending program later today (…)” Sendo assim a alternativa correta só pode ser a letra b (tradução: a ponto de ser
liberado).
Read the text below in order to answer questions :
Budget management by structure In recent decades, results-oriented contracts, projects, programs and other horizontal forms of management have become routine in public administrations throughout the region, both because of the influence of new trends in State reform that put forward resultsoriented practices and because of strong intervention by international cooperation agencies. However, public agencies are a long way from having formed horizontal organizations that are completely integrated to daily management and results-oriented accountability mechanisms. In this context, budget management of organiza106
tomou. Transparent Language is solely responsible for the test content. Linguagem transparente é o único res ponsável pelo conteúdo de teste.
6. Who is ____________ , Marina or Sachiko? Quem está ____________, Marina ou Sachiko? A. tallest Mais alto A. B. tall B. de altura C. taller C. mais alto D. the tallest D. o mais alto
Part I: English Grammar Parte I: Gramática Inglês Select the best answer. Selecione a melhor resposta.
7. The concert will begin ________ fifteen minutes. O concerto começará ________ 15 minutos. A. in A. em B. on B. em C. with C. com D. about D. sobre
1. Juan___________ in the library this morning. Juan___________ Juan________ ___ na biblioteca, esta manhã. A. is study A. é o estudo B. studying B. estudar C. is studying C. está estudando D. are studying D. estão estudando
8. I have only a ________ Christmas cards left to write. Tenho Tenho apenas uma cartões de ________ de Natal deixou de escrever. A. few A. poucos B. fewer B. menos C. less C. menos D. little D. pouco
2. Alicia, __________ the windows please. Alicia, __________ as janelas por favor. It’s too hot in here. É muito quente aqui. A. opens A. abre B. open B. aberto C. opened C. abriu D. will opened D. será aberta 3.The movie was __________ the book. 3.A filme foi __________ o livro. A. as A. como B. as good B. tão bom C. good as C. bom como D. as good as D. tão bom quanto
9. Each of the Olympic athletes ____________ for months, Cada um dos atletas olímpicos ____________ __________ __ por meses, even years. mesmo anos. A. have been training A. tem sido a formação B. were training B. estavam treinando C. has been training C. tem treinado D. been training D. foi a formação
4. Eli’s hobbies include jogging, swimming, and __________.. Eli hobbies incluem jogging, nata__________ ção e __________. A. to climb mountains A. para escalar montanhas B. climb mountains Escalar montanhas B. C. to climb C. a subir D. climbing mountains D. escalar montanhas
10. Maria __________ never late for work. Maria __________ nunca atrasado para o trabalho. A. am A. am B. are B. são C. were C. foram D. is D. é
5. Mr. Hawkins requests that someone _________ the data Pedidos Mr. Hawkins que alguém _________ os dados by fax immediately. por fax imediatamente. A. sent A. enviou B. sends B. envia C. send C. enviar D. to send D. enviar
11. The company will upgrade _________ computer information systems next month. A empresa vai atualizar _________ Sistemas de Informação no próximo mês. A. there A. há B. their B. sua C. it’s C. é D. its D. sua
107
PART II: ENGLISH GRAMMAR PARTE II: INGLÊS INGLÊS GRAMÁTICA
12. Cheryl likes apples, _________ she does not like oranges. Cheryl gosta de maçãs _________, ela não gosta de laranjas. A. so A. para B. for B. de C. but C., mas D. or D. ou
Select the one underlined word or phrase that is incorrect . . Selecione a uma palavra ou frase sublinhada que está errada.
13. You You were wer e _________ _____ _______ ___ the th e New York York offi o ffice before 2 pm Você estava ____________ do escritório de Nova York York antes de duas horas A. suppose call A. supor chamada B. supposed to call B. supostamente chamada C. supposed calling C. suposta vocação D. supposed call D. supostamente chamada
1. The majority to the news is i s about violence or scandal. 1. A maioria para a notícia é sobre violência ou escândalo escândalo.. A. The A. A. A B. to B. C. news C. notícias D. violence Violência D.
2. Takeshi Takeshi swimmed one hundred laps in the pool yesterday . Takeshi swimmed cem voltas na piscina ontem. A. swimmed A. swimmed B. hundred B. cem C. in C. em D. yesterday D. ontem
14. When I graduate from college next June, I _____________ __________ ___ Quando eu me formar na faculdade em junho próximo, eu _____________ _____________ a student here for five years. um estudante aqui por cinco anos. A. will have been A. terá sido B. have been B. ter sido C. has been C. foi D. will have D. terá
3. When our vacation, we plan to spend three days 3. Quando a nossa férias, pretendemos pretendemos passar três dias scuba diving . mergulho. A. When A. Quando B. plan Plano B. C. days Dia C. D. diving D. mergulho
15. Ms. Guth _________ rather not invest that money in the Ms. Guth _________ melhor não investir esse dinheiro na stock market. mercado de ações. A. has to A. tem que B. could B. poderia C. would C. teria D. must D. deve
4. Mr. Feinauer Feinauer does not take critical of his work very well . Mr. Feinauer não leva crítica de seu trabalho muito bem. A. does A. faz B. critical B. crítica C. his C. sua D. well D. bem
GABARITO 1-c 2-b 3-d 4-d 5-c 6-c 7-a 8-a 9-c 10-d 11-d 12-d 12-c 13-d 14-a 15-c
5. Yvette Yvette and Rinaldo send e-mail messages to other often . Yvette e Rinaldo enviar mensagens de correio electrónico a outros com freqüência. A. and A. e B. send B. enviar C. other C. outros D. often D. vezes 6. Mr. Olsen is telephoning a American Red Cross for help. O Sr. Olsen é um telefonar Cruz Vermelha Americana para obter ajuda. A. is A. é B. a B. um C. Red C. Vermelho D. for D. para 108
7. I had a enjoyable time at the party last night. Eu tive um tempo agradável na festa de ontem à noite. A. a A. um B. time Tempo B. C. at C. em D. last D. última
14. I told the salesman that I was not interesting in buying the latest model. Eu disse ao vendedor que eu não era interessante em comprar o último modelo. A. told A. disse B. that B. que C. interesting C. interessante D. buying Compra de D.
8. The doctor him visited the patient’s parents. 8. O médico ele visitou os pais da paciente. A. The A. A B. him B. ele C. visited C. visitados D. patient’s D. paciente
15. Frederick used work for a multinational corporation Frederick usados trabalhar para uma empresa multinacional when he lived in Malaysia. quando viveu na Malásia. A. used work A. usados trabalho B. multinational B. multinacionais C. when C., quando D. lived in D. viviam em
9. Petra intends to starting her own software business Petra pretende iniciar seu negócio próprio software in a few years. em poucos anos. A. intends A. pretende B. starting B. de partida C. software C. software D. few D. poucos 10. Each day after school, Jerome run five miles . 10. Cada dia depois da escola, Jerome correr cinco quilômetros. A. Each A. Cada B. after B. após C. run C. executar D. miles D. milhas
GABARITO 1-B 2-A
11. He goes never to the company softball games . Ele nunca vai para os jogos de softball da empresa. A. never A. nunca B. the B. o C. softball Softball C. D. games D. jogos
3-A
12. Do you know the student who books were stolen? 12. Sabe o aluno que livros foram roubados? A. Do A. Não B. know B. saber C. who C., que D. were D. foram
6-B
4-B 5-C 7-A 8-B 9-B 10-C
13. Jean-Pierre will spend his vacation either in Singapore Jean-Pierre Jean-Pierre passará suas férias ou em Cingapura nor the Bahamas . nem os Bahamas. A. will A. vai B. his B. sua C. nor C. nem D. Bahamas D. Bahamas
11-A 12-C 13-C 14-C 15-A ______________________ ___________ _____________ __ 109
PART III. PARTE III. ENGLISH VOCABULARY VOCABULÁRIO INGLÊS
B. performance B. desempenho C. pathology C. patologia D. psychosomatic D. psicossomáticas
7. Peter says he can’t ___________ our invitation Peter diz que não pode ___________ nosso convite to dinner tonight. para jantar esta noite. A. angel A. anjo B. across B. através C. accept C. aceitar D. almost D. quase
Select the best answer. Selecione a melhor resposta. 1. The rate of ___________ has been fluctuating wildly A taxa de ___________ tem flutuado descontroladamente this week. esta semana. A. money Dinheiro A. B. bills Contas B. C. coins C. moedas D. exchange D. troca
8. We were __________ friends in that strange but magical country. Éramos amigos __________ naquele país estranho, mas mágico. A. upon A. sobre B. among B. entre C. toward C. direção D. in addition to D., além de
2. The bus ___________ arrives late during bad weather. O ___________ ônibus chega atrasado durante mau tempo. A. every week A. a cada semana B. later B. tarde C. yesterday C. ontem D. always D. sempre
9. The hurricane caused ____________ damage to the city. O furacão causou danos ____________ para a cidade. A. extend A. ampliar B. extended B. estendida C. extensive C. extensa D. extension D. extensão 10. Many cultures have special ceremonies to celebrate a person’s _________ of passage into adulthood. Muitas culturas têm cerimónias especiais para comemorar _________ de uma pessoa de passagem para a idade adulta. A. right A. direito B. rite B. rito C. writ C. writ D. write D. escrever
3. Do you ____________ where the nearest grocery store is? Você ____________ onde o supermercado mais próximo é? A. know A. sabe B. no B. não C. now C. agora D. not D. não 4. Jerry Seinfeld, the popular American comedian, has his audiences ___________. Jerry Seinfeld, o comediante popular americana, tem seu ___________ audiências. A. putting too many irons in the fire A. colocando também muitos ferros no fogo B. keeping their noses out of someone’s business B. manter seus narizes fora do negócio de alguém C. rolling in the aisles C. rolando nos corredores D. going to bat for someone D. vai bat para alguém
GABARITO 1-D 2-D 3-A 4-C 5-A 6-B 7-C 8-B 9-C 10-B.
5. The chairperson will ____________ members to the subcommittee. O presidente vai ____________ membros da subcomissão. A. appoint A. nomear B. disappoint B. decepcionar C. appointment Nomeação C. D. disappointed D. decepcionado 6. The critics had to admit that the ballet ______________ Os críticos tiveram que admitir que o ballet ______________ was superb. foi excelente. A. procrastinate A. procrastinar
_______________ 110
PART IV. PARTE IV. ENGLISH READING COMPREHENSION INGLÊS COMPREENSÃO DE LEITURA
cias nos gastos do cliente futuro. Thank you. Obrigado.
3. The main focus of the presentation will be ______________. O principal foco da apresentação será ______________. A. monthly expenditures Gastos mensais A. B. monthly salary figures B. mensal figuras salário C. monthly sales figures C. números de vendas mensais D. staff meeting presentations Reunião D. apresentações pessoal 4. 4. Who will give the presentation? Quem vai fazer a apresentação? A. the company president A. o presidente da em presa B. Megan Fallerman B. Megan Fallerman C. Steven Roberts Steven C. Roberts D. future customers D. clientes futuro
Select the best answer. Selecione a melhor resposta. Directions to Erik’s house Direções para a casa de Erik Leave Interstate 25 at exit 7S. Deixe Interstate 25 na saída 7S. Follow that road (Elm Street) for two miles. Siga essa estrada (Elm Street) para dois quilômetros. After one mile, you will pass a small shopping center on your left. Depois de uma milha, você vai passar um pequeno centro comercial à sua esquerda. At the next set of traffic lights, turn right onto Maple Drive. No próximo conjunto de semáforos, vire à direita para Ma ple Drive. Erik’s house is the third house on your left. Erik casa é a terceira casa à sua esquerda. It’s number 33, and it’s white with green trim. É número 33, e é branco com guarnição verde.
_____________________________ The B&B Tour O Tour B & B Spend ten romantic days enjoying the lush countryside of southern England. Passar dez dias românticos desfrutando da exuberante paisagem do sul da Inglaterra. The counties of Devon, Dorset, Hampshire, and Essex invite you to enjoy their castles and coastline, their charming bed and breakfast inns, their museums and their cathedrals. Os condados de Devon, Dorset, Hampshire, e Essex convidamos você a desfrutar de seus castelos e litoral, o seu encantador de alojamento e pequeno-almoço pousadas, seus museus e suas catedrais. Spend lazy days watching the clouds drift by or spend active days hiking the glorious hills. Passar dias preguiçosos observando as nuvens por ou passar dias de caminhada ativa as colinas glorioso. These fields were home to Thomas Hardy, and the ports launched ships that shaped world history. Estes campos foram o lar de Thomas Hardy, e os portos navios que lançou a história do mundo em forma. Bed and breakfasts abound, ranging from quiet farmhouses to lofty castles. Bed and breakfast abundam, variando a partir de casas tranquilo para castelos sublimes. Our tour begins August 15. Nosso passeio começa 15 de agosto. Call or fax us today for more information 1-800-222-XXXX. Chamada ou fax-nos hoje para mais informações 1-800-222XXXX. Enrollment is limited, so please call soon. As inscrições estão limitadas, por isso, chamada em breve.
1. What is Erik’s address? Qual é o endereço de Erik? A. Interstate 25 A. Interstate 25 B. 2 Elm Street B. 2 Elm Street C. 13 Erika Street C. 13 Erika Street D. 33 Maple Drive D. 33 Maple Drive 2. Which is closest to Erik’s house? Que é mais próximo à casa de Erik? A. the traffic lights A. dos semáforos B. the shopping center B. do centro comercial C. exit 7S C. 7S saída D. a greenhouse D. uma estufa
_____________________
Date: May 16, 1998 Data: 16 de maio de 1998 To: Megan Fallerman Para: Megan Fallerman From: Steven Roberts De: Steven Roberts Subject: Staff Meeting Assunto: Reunião de Pessoal Please be prepared to give your presentation on the monthly sales figures at our upcoming staff meeting. Por favor, esteja preparado para dar a sua apresentação sobre os números de vendas mensais em nossa reunião de equipe upcoming. In addition to the accurate accounting of expenditures for the monthly sales, be ready to discuss possible reasons for fluctuations as well as possible trends in future customer spending. Além de uma contabilidade precisa de despesas para as vendas mensais, estar pronto para discutir as possíveis razões para flutuações, assim como possíveis tendên-
5. Which of the following counties is not included in the tour? Qual dos municípios a seguir não está incluído na turnê? A. Devon A. Devon B. Cornwall B. Cornwall C. Essex C. Essex D. Hampshire D. Hampshire 111