UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS DEPARTAMENTO DE SOLOS E ENGENHARIA RURAL
GÊNESE, MORFOLOGIA E CLASSIFICAÇÃO DE SOLOS PARA GRADUANDOS
Prof. Fábio Henrique Tavares de Oliveira, D.Sc.
AREIA – PB JUNHO DE 2007
GÊNESE, MORFOLOGIA E CLASSIFICAÇÃO DE SOLOS PARA GRADUANDOS 1
Prof. Fábio Henrique Tavares de Oliveira, D.Sc.2
CONTEÚDO PÁGINA Capítulo 01: Importância da ciência do solo e da pedologia............................................
02
Capítulo 02: Noções sobre rochas e minerais..................................................................
07
Capítulo 03: Intemperismo das rochas.............................................................................
13
Capítulo 04: Pedogênese...................................................................................... Pedogênese................................................................................................. ...........
21
Capítulo 05: Fatores de formação do solo........................................................................
29
Capítulo 06: Perfil do solo.................................................................................................
34
Capítulo 07: Características morfológicas dos horizontes................................................
42
Capítulo 08: Atributos diagnósticos dos horizontes..........................................................
51
Capítulo 09: Horizontes diagnósticos...............................................................................
63
Capítulo 10: Introdução à classificação de solos..............................................................
75
Capítulo 11: Sistema Brasileiro de Classificação de Solos..............................................
81
Capítulo 12: Chave para identificação das ordens de solos do Sistema Brasileiro de Classificação de Solos.................................................................................
88
Capítulo 13: Levantamento e mapeamento de solos.......................................................
121
Capítulo 14: Solos dos domínios pedobioclimáticos do Brasil.........................................
129
Capítulo 15: Solos do estado da Paraíba.........................................................................
139
Capítulo 16: Bibliografia consultada.................................................................................
146
ANEXO 1: Programação da disciplina para o período 2007.1.........................................
149
ANEXO 2: Ficha para descrição de perfis de solos..........................................................
153
Apostila para uso exclusivo da disciplina de Gênese, Morfologia e Classificação de Solos do Departamento de Solos e Engenharia Rural do Centro de Ciências Agrárias da UFPB. Este texto está em constante revisão, de modo que não recomendamos sua divulgação e nem sua utilização para outros fins. Terceira edição revista e ampliada. 2 Professor Adjunto do Departamento de Solos e Engenharia Rural do Centro de Ciências Agrárias da Universidade Federal da Paraíba. Campus universitário, CEP 58.397-000, Areia, PB. E-mail:
[email protected]. 1
GÊNESE, MORFOLOGIA E CLASSIFICAÇÃO DE SOLOS PARA GRADUANDOS 1
Prof. Fábio Henrique Tavares de Oliveira, D.Sc.2
CONTEÚDO PÁGINA Capítulo 01: Importância da ciência do solo e da pedologia............................................
02
Capítulo 02: Noções sobre rochas e minerais..................................................................
07
Capítulo 03: Intemperismo das rochas.............................................................................
13
Capítulo 04: Pedogênese...................................................................................... Pedogênese................................................................................................. ...........
21
Capítulo 05: Fatores de formação do solo........................................................................
29
Capítulo 06: Perfil do solo.................................................................................................
34
Capítulo 07: Características morfológicas dos horizontes................................................
42
Capítulo 08: Atributos diagnósticos dos horizontes..........................................................
51
Capítulo 09: Horizontes diagnósticos...............................................................................
63
Capítulo 10: Introdução à classificação de solos..............................................................
75
Capítulo 11: Sistema Brasileiro de Classificação de Solos..............................................
81
Capítulo 12: Chave para identificação das ordens de solos do Sistema Brasileiro de Classificação de Solos.................................................................................
88
Capítulo 13: Levantamento e mapeamento de solos.......................................................
121
Capítulo 14: Solos dos domínios pedobioclimáticos do Brasil.........................................
129
Capítulo 15: Solos do estado da Paraíba.........................................................................
139
Capítulo 16: Bibliografia consultada.................................................................................
146
ANEXO 1: Programação da disciplina para o período 2007.1.........................................
149
ANEXO 2: Ficha para descrição de perfis de solos..........................................................
153
Apostila para uso exclusivo da disciplina de Gênese, Morfologia e Classificação de Solos do Departamento de Solos e Engenharia Rural do Centro de Ciências Agrárias da UFPB. Este texto está em constante revisão, de modo que não recomendamos sua divulgação e nem sua utilização para outros fins. Terceira edição revista e ampliada. 2 Professor Adjunto do Departamento de Solos e Engenharia Rural do Centro de Ciências Agrárias da Universidade Federal da Paraíba. Campus universitário, CEP 58.397-000, Areia, PB. E-mail:
[email protected]. 1
Capítulo 1 IMPORTÂNCIA DA CIÊNCIA DO SOLO E DA PEDOLOGIA
I. IMPORTÂNCIA DA CIÊNCIA DO SOLO E DA PEDOLOGIA 1. HISTÓRIO Os homens primitivos viam o solo apenas como algo existente sobre a superfície da terra, onde se movimentavam, retiravam materiais para confeccionar alguns objetos, pigmentos para suas pinturas e encontravam vegetais e animais para se alimentarem. Quando era nômade, o homem não dava muita importância ao solo. Ele via o solo apenas como um substrato que se confundia com o restante da crosta terrestre e pensado como fixo e imutável. Quando o homem começou a fixar-se em determinados territórios e praticar a agricultura, ele percebeu que determinadas terras eram mais produtivas que outras. Os solos improdutivos eram abandonados e o homem se fixava naqueles capazes de sustentar produtividades elevadas por longos períodos. As grandes civilizações antigas se desenvolveram principalmente em vales ou planícies de rios que eram periodicamente fertilizados pelos sedimentos trazidos pelas inundações: • Rios Tigre e Eufrates → Mesopotâmia (Iraque, Síria) • Rio Nilo → Egito • Planície Indo-Gangética → Hoje Índia, Paquistão e Bangladesh. Algumas dessas civilizações entraram em decadência devido ao uso inadequado do solo, causando degradação do mesmo, como a salinização dos solos da Mesopotâmia, em decorrência de práticas inadequadas de irrigação e ausência de drenagem. Em 1883 o cientista russo Vasilli V. Dokouchaiev publicou um trabalho sobre os solos da Rússia, que seria a base da Ciência do Solo moderna. Ele reconheceu o solo como um corpo dinâmico e naturalmente organizado que pode ser estudado por si só, tal como as rochas, as plantas e os animais. Dokouchaiev também propôs que o solo seria resultante da ação combinada dos fatores clima, organismos, material de origem e tempo. Posteriormente, em 1941, o suíço radicado nos USA, Hans Jenny, ressaltou o relevo como fator adicional e propôs a chamada “equação de formação do solo”:
Solo = f (Material de Origem, Clima, Organismos, Relevo e Tempo)
3
2. CONCEITOS E DEFINIÇÕES DE SOLO O conceito ou definição de solo depende de quem o emite: • Para alguns, solo é qualquer parte da superfície da terra ou mesmo de outros planetas, • Para o geólogo, solo é simplesmente uma camada de materiais inconsolidados que recobrem as rochas, • Para um engenheiro de minas, solo é mais um material solto que cobre os minérios e que necessita ser removido, • Para um engenheiro civil, solo é parte da matéria-prima utilizada na construção de aterros, estradas, barragens e de açudes, • Para um químico, solo é uma porção de material sólido que pode ser analisado em todos os seus constituintes elementares, • Para um físico, solo é uma massa de material cujas características mudam em função de variações de temperatura e teor de água, • Para um ecólogo, solo é uma porção do ambiente condicionado por organismos vivos e que, por sua vez, influencia também esses organismos, • Para o pedólogo, solo é um corpo natural dinâmico constituído de materiais minerais e orgânicos e que contém matéria viva, é diferenciado em horizontes de profundidade variável, que diferem do material do qual eles foram originados em morfologia, propriedades físicas e químicas, composição e em características biológicas.
3. PEDOLOGIA E CIÊNCIA DO SOLO Pedologia é a ciência que trata da origem, morfologia, distribuição, mapeamento e classificação dos solos. O termo Pedologia também tem sido empregado como sinônimo de Ciência do Solo. A pedologia considera o solo como um objeto em si próprio, e dá pouca ênfase à sua imediata utilização prática. Edafologia é o ramo da Ciência do Solo que trata da influência dos solos nos seres vivos, particularmente nas plantas, incluindo o uso da terra pelo homem, com a finalidade de proporcionar crescimento de plantas. Ao contrário da Pedologia, a Edafologia estuda o solo mais sob o aspecto de sua utilização pelas plantas superiores, portanto, mais ligado à Agronomia.
4
Na prática é difícil separar com clareza esses dois ramos da Ciência do Solo, uma vez que a Edafologia é muito dependente da Pedologia. Atualmente, o termo Edafologia tem sido pouco utilizado pelos estudiosos da Ciência do Solo e a Pedologia atual tem dado muita ênfase à utilização prática do solo, particularmente na agricultura.
4. INSERÇÃO DA DISCIPLINA DE GÊNESE, MORFOLOGIA E CLASSIFICAÇÃO DE SOLOS DENTRO DAS ÁREAS DO CONHECIMENTO • GRANDE ÁREA: Ciências agrárias • ÁREA: Agronomia • SUB-ÁREA: Ciência do Solo • ESPECIALIDADES: a) Gênese, Morfologia e Classificação de Solos, b) Química do Solo, c) Física do Solo, d) Fertilidade do Solo e Adubação, e) Manejo e Conservação do Solo, f) Microbiologia e Bioquímica do Solo.
5. PEDOLOGIA BRASILEIRA Breve resumo histórico: • 1935: Fundou-se a Seção de Solos do Instituto Agronômico de Campinas, em São Paulo, cujos objetivos eram, entre outros: “a tentativa de identificação das diferentes unidades de solos”, • 1936: Surgem os primeiros levantamentos de solos no Brasil, utilizando as notações de horizontes A, B e C, • 1941: Publicação das características de 22 tipos ou classes de solos do estado de São Paulo, • 1947: Criação da Sociedade Brasileira de Ciência do Solo (SBCS), com sede em Campinas-SP, • 1947: Criação da Comissão de Solos do Ministério da Agricultura (Atual Embrapa Solos), quando tiveram início os levantamentos de solos sistemáticos do território nacional, • 1969: Surgem os primeiros compêndios de pedologia com enfoque brasileiro, • 1972: Publicação do levantamento exploratório-reconhecimento de solos do estado da Paraíba, • 1977: Criação da Revista Brasileira de Ciência do Solo (RBCS), 5
• 1997: A sede da SBCS vai para Viçosa-MG e permanece lá até hoje, a qual publica seis números por ano da RBCS. Atualmente, a pedologia brasileira é uma das melhores do mundo, particularmente na pesquisa, ensino e conhecimento de solos tropicais.
“A humanidade depende do solo e, até certo ponto, bons solos dependem do homem e do uso que deles faz” (Brady, 1989)
“Os solos funcionam como alicerces da vida em ecossistemas terrestres” (Lepsch, 2002)
“Solo: Alicerce dos Sistemas de Produção” (XXIX CBCS, 2003)
6
Capítulo 2 NOÇÕES SOBRE ROCHAS E MINERAIS
II. NOÇÕES SOBRE ROCHAS E MINERAIS 1. INTRODUÇÃO É importante estudar as rochas e minerais porque, em última análise, as rochas são constituídas de minerais e são os substratos dos quais se originam praticamente todos os solos.
2. CONCEITOS E DEFINIÇÕES 2.1. LITOSFERA OU CROSTA TERRESTRE É a camada mais externa do globo terrestre e tem uma espessura média de 35 km. É composta principalmente de O (45,2 %), Si (27,2 %), Al (8,0 %), Fe (5,8 %), Ca (5,1 %), Mg (2,8 %), Na (2,3 %) e K (1,7 %). A crosta terrestre é diferenciada em: a) Crosta continental Capa superior da terra, coincidindo com os continentes. A parte superior da crosta continental é constituída principalmente de granitos e granodioritos, rochas ricas em Si e Al. b) Crosta oceânica Capa superior da terra, presente sob os oceanos. A crosta oceânica, assim como a parte inferior da crosta continental é composta essencialmente por gabros e basaltos, rochas ricas em Si, Mg e Fe. 2.2. ROCHA É um agregado natural formado por um ou mais minerais, de composição mais ou menos constante, claramente individualizado e que faz parte essencial da crosta terrestre. 2.3. MINERAL É um sólido homogêneo, formado por processos inorgânicos, com composição química definida, apresentando arranjo atômico ordenado e que ocorre naturalmente na crosta terrestre.
3. ROCHAS As rochas que formam a crosta terrestre são classificadas em Magmáticas ou Ígneas, Metamórficas e Sedimentares. As rochas magmáticas e metamórficas compreendem mais de 95 % da crosta terrestre, mas cobre somente cerca de 25 % de sua superfície. Embora as rochas sedimentares representem menos de 5 % da crosta terrestre, elas cobrem cerca de 75 % da superfície da terra, sendo mais importantes na formação dos solos. 8
3.1. ROCHAS MAGMÁTICAS OU ÍGNEAS São aquelas resultantes do esfriamento e solidificação do magma, que é um material em estado de fusão que se encontra no interior da terra. 3.1.1. CLASSIFICAÇÃO As rochas magmáticas são classificadas com base em vários critérios, mas aqui só serão abordados os critérios de composição química e mineralógica. a) Critério de composição química De acordo com o teor de sílica (SiO2) total, as rochas magmáticas são classificadas em: • Ácidas → Teor de SiO2 > 65 % • Intermediárias → Teor de SiO2 entre 65 e 52 % • Básicas → Teor de SiO2 entre 52 e 45 % • Ultrabásicas → Teor de SiO2 < 45 %. As rochas ácidas apresentam coloração clara (Leucocráticas). Apresentam como constituintes essenciais, minerais claros (Félsicos), como o quartzo e os feldspatos. Ex.: Granitos, granodioritos, etc. As rochas intermediárias geralmente são de coloração média (Mesocráticas). São constituídas mais ou menos em partes iguais por minerais claros e escuros (Máficos). Ex.: Diorito. As rochas básicas apresentam coloração escura, devido a predominância de minerais escuros em relação aos minerais claros. Ex.: Basalto, diabásio, gabro, etc. As rochas ultrabásicas também apresentam coloração escura, sendo constituídas essencialmente por minerais escuros. Ex.: Peridotito, jacupiranguito, etc. b) Critério de composição mineralógica Diz respeito à presença de minerais que aparecem nas rochas: • Minerais essenciais → São aqueles que aparecem obrigatoriamente na rocha, • Minerais acessórios → Podem ocorrer, ou não, na rocha. Os minerais mais comuns das rochas ígneas também podem ser classificados em: • Minerais félsicos → São minerais ricos em Si e Al e de cor clara, como os feldspatos, o quartzo e a muscovita, • Minerais máficos → Também chamados de ferromagnesianos, são minerais ricos em Mg e Fe e de cor escura, como os anfibólios, piroxênios, olivina e biotita. Os minerais félsicos são mais resistentes ao intemperismo que os minerais máficos. 9
3.1.2.. PRINCIPAIS ROCHAS MAGMÁTICAS OU ÍGNEAS • Rochas graníticas Possuem o quartzo e os feldspatos como minerais essenciais e normalmente a biotita como mineral acessório. De maneira geral, as rochas graníticas são rochas ácidas, possuem coloração clara ou acinzentada e são muito encontradas no Brasil. O granito, principal rocha desse grupo, faz parte, associado com o gnaisse, dos “escudos cristalinos” ou do chamado “embasamento cristalino” brasileiro. • Basalto O basalto é a rocha efusiva mais comum, sendo uma rocha básica e máfica. Derrames e intrusões de magma ocorridos no Terciário nos estados do RS, SC, PR, SP, MG e MT têm sido responsáveis pela formação de rochas tipo basalto e diabásio, que deram origem às famosas “Terras Roxas”, que são solos de excelente qualidade. 3.2. ROCHAS SEDIMENTARES São as rochas que mais fornecem materiais de origem para a formação dos solos, por cobrir cerca de 75 % da superfície da crosta continental. Resultam da transformação de rochas préexistentes, graças à ação do intemperismo. Etapas de formação de uma rocha sedimentar: • Destruição/intemperismo • Transporte dos detritos pelas águas e ventos • Sedimentação dos detritos • Diagênese (Compactação e cimentação dos grãos). 3.2.1. IMPORTÂNCIA DAS ROCHAS SEDIMENTARES São as que mais fornecem materiais de origem para a formação dos solos, por cobrir cerca de 75 % da superfície da crosta continental. As rochas sedimentares mais importantes são as Epiclásticas, que são depósitos de material detrítico consolidado. A consolidação pode ser por simples compressão, em se tratando de partículas finas, ou por cimentação dos elementos texturais, quando são partículas grossas. Conforme o tamanho das partículas (Elementos texturais) que as compõem, as rochas sedimentares podem ser divididas em Rochas Pelíticas e Rochas Psamíticas. As rochas pelíticas são formadas por partículas finas (< 0,05 mm) e tendem a originarem solos argilosos. Ex.: Argilitos, siltitos e folhelhos.
10
As rochas psamíticas são formadas por partículas grossas (∅ entre 0,05 e 2 mm) que são unidas por um tipo de cimento e tendem a originarem solos arenosos. Ex.: Arenito. Solos derivados de arenito terão maior ou menor fertilidade, dependendo do tipo de cimento. Solos derivados de arenito calcário são mais férteis que solos derivados de arenito silicoso ou ferruginoso. 3.3. ROCHAS METAMÓRFICAS São rochas que surgem do metamorfismo (Transformação) de outras rochas, sejam elas magmáticas, sedimentares ou mesmo metamórficas. Principais agentes do metamorfismo: pressão, temperatura, fluidos gasosos (CO2 e H2O) e fortes atritos. No metamorfismo, a composição mineralógica da rocha poderá ou não ser mudada, mas a textura mudará obrigatoriamente. Graças às condições de pressão dirigida num determinado sentido, a textura resultante mais comum é a orientada ou xistosa, caracterizada pelo arranjo de todos ou de alguns dos minerais segundo planos paralelos. Formação de algumas rochas metamórficas: Rocha original
Rocha metamórfica correspondente
Pelítica: argilito, folhelho, siltito
Ardósia → filito → micaxisto
Granitos, arenitos, quartzitos
Gnaisses e quartzitos
Calcário
Mármore
3.3.1. IMPORTÂNCIA DAS ROCHAS METAMÓRFICAS As principais rochas metamórficas são o quartzito, ardósia, mármore, filito, micaxisto e gnaisse. Dentre as metamórficas, o gnaisse é a rocha mais importante, porque juntamente com o granito ela forma a quase totalidade do embasamento cristalino brasileiro. O gnaisse é constituído principalmente de quartzo, feldspatos e biotita.
4. MINERAIS Cerca de 93 % dos minerais que compõem as rochas da crosta terrestre são minerais silicatados. Minerais primários são aqueles que se originam a partir do resfriamento do magma e não sofreram nenhuma alteração química. Os minerais primários estão presentes nas rochas e nas frações areia e silte dos solos. Minerais secundários são os originados a partir da decomposição dos minerais primários durante o intemperismo e estão presentes principalmente na fração argila dos solos.
11
4.1. PRINCIPAIS MINERAIS PRIMÁRIOS • Feldspatos São muito abundantes nas rochas, constituindo cerca de 60 % das rochas magmáticas. São aluminossilicatos que apresentam também Na, K e Ca em sua estrutura, os quais são facilmente liberados durante o intemperismo. Em condições tropicais úmidas, o principal produto da decomposição química dos feldspatos é a caulinita. • Quartzo É um dos minerais mais abundantes da crosta terrestre, estando presente na maioria das rochas. Ao contrário de outros minerais, o quartzo não se decompõe, apenas se fragmenta, sofrendo desgaste físico sem se alterar quimicamente. Devido a sua resistência, o quartzo é muito abundante na fração areia dos solos e tem mais influência nas suas características físicas. • Micas As principais micas são a biotita, que é uma mica preta ferromagnesiana, e a muscovita, que é uma mica branca que não apresenta nem ferro e nem magnésio em sua composição. • Anfibólios e Piroxênios De modo geral são classificados como minerais máficos e estão presentes nas rochas ígneas básicas. Os minerais do grupo dos anfibólios e dos piroxênios são de fácil intemperização e são ricos em elementos essenciais às plantas, principalmente Ca e Mg, que aparecem na sua composição. • Olivina É um dos representantes típicos dos minerais máficos ou ferromagnesianos e componente de algumas rochas básicas e ultrabásicas de importância na formação dos solos. É um mineral de fácil decomposição pelo intemperismo, liberando nutrientes para o solo.
12
Capítulo 3 INTEMPERISMO DAS ROCHAS
III. INTEMPERISMO DAS ROCHAS 1. INTRODUÇÃO De modo geral, a formação de um solo passa pelas etapas de intemperismo da rocha e de pedogênese.
Etapa de intemperismo da rocha:
Material de origem do solo
INTEMPERISMO ROCHA
SAPROLITO Manto inconsolidado de rochas intemperizadas
Etapa de pedogênese:
PEDOGÊNESE SAPROLITO
Processos Pedogenéticos que dependem dos Fatores de Formação do Solo
Material de origem do solo
Solo
Não existe uma nítida separação entre as duas etapas, pois os processos de intemperismo caminham sem solução de continuidade durante a pedogênese.
14
2. INTEMPERISMO As rochas são formadas em um ambiente muito diferente daquele encontrado na interface litosfera-atmosfera, sob condições de pressão e temperatura muito elevadas e na ausência de ar e água. As condições de instabilidade no ambiente da interface litosfera-atmosfera provocam o intemperismo das rochas. Intemperismo é o conjunto de processos físicos e químicos que atuam sobre as rochas expostas expostas na interface litosfera-atm litosfera-atmosfer osfera, a, desagregandodesagregando-as as e decompondo-a decomp ondo-ass quimicamente quimic amente.. 2.1. TIPOS DE INTEMPERISMO 2.1.1. INTEMPERISMO FÍSICO O intemperismo físico consiste na desintegração ou desagregação física da rocha, subdividindo-a em fragmentos menores, mas conservando quase inalterada sua composição química. Esse tipo de intemperismo é mais importante em regiões frias e em regiões secas, onde normalmente o intemperismo químico não é acentuado. A fragmentação das rochas aumenta a superfície de contato das rochas com os agentes intempéricos, o que favorece o intemperismo químico. a) Agentes de Intemperismo Físico: • Temperatura Ciclos repetidos de aquecimento diurno e resfriamento noturno causam fraturas e desagregação das rochas, por causa da expansão diferencial dos minerais. Na região semi-árida nordestina a insolação é grande e as rochas aquecidas, quando expostas a uma chuva repentina, podem sofrer quebramento brusco, às vezes com estalo. • Água A água contribui para o intemperismo físico de várias maneiras: o
Impacto das gotas de água da chuva,
o
Efeito abrasivo das águas dos mares, rios, riachos, córregos e cursos de água em geral, contra as rochas, contendo materiais sólidos em suspensão, su spensão,
o
Ciclos repetidos de umedecimento e secagem também podem causar expansão e contração das rochas, podendo fragmentá-las, 15
o
Congelamento da água no interior de fendas das rochas e a ação abrasiva pelo deslocamento de geleiras. Ao congelar-se, a água aumenta seu volume em 9,2 % e exerce uma pressão de 150 kg/cm 2 sobre as rochas.
• Raízes dos vegetais Ao crescerem no interior das fendas das rochas, as raízes dos vegetais agem como verdadeira cunha, causando desagregação das mesmas. A ação das raízes sobre as rochas aumenta quando os ventos balançam as copas das árvores. • Alívio de pressão Muitas rochas (ex.: granitos) possuem propriedades elásticas e acham-se comprimidas a grandes profundidades pelo peso das rochas superpostas. Quando as rochas de cima são intemperizadas e erodidas, a pressão exercida é aliviada. Assim, as rochas expandem-se e provocam fraturas. • Cristalização de sais A cristalização de sais dissolvidos nas águas que preenchem as fendas das rochas e posterior crescimento desses cristais (minerais) exerce pressão sobre as rochas. • Fauna do solo Vários animais, como minhocas, formigas, cupins e vários roedores cavam buracos e desagregam rochas.
2.1.2. INTEMPERISMO QUÍMICO O intemperismo químico consiste basicamente na decomposição química de minerais primários e na síntese de minerais secundários. É facilitado pelo intemperismo físico, pelo aumento da superfície específica. O intemperismo químico ocorre porque as rochas e minerais presentes na interface litosferaatmosfera estão em desequilíbrio com as novas condições ambientais (temperatura, água e pressão) a que estão expostas, diferentes das que existiam nas maiores profundidades onde se formaram. Os principais agentes de decomposição química das rochas são a água e o ar. A água se torna mais ativa quando enriquecida naturalmente com CO2, O2, e íons H+ provenientes da ionização de ácidos orgânicos e inorgânicos. 16
a) Principais tipos de reações químicas responsáveis pelo intemperismo químico : • Dissolução Geralmente é o primeiro estágio de intemperismo químico e depende da quantidade e qualidade da água que passa em contato com os minerais e da solubilidade desses minerais. Minerais como a halita (NaCl), gipsita (CaSO4.2H2O) e os carbonatos (CaCO3 e MgCO3) estão entre os mais solúveis. Solubilização de carbonatos: CaCO3 ←→ Ca2+ + CO32- (Reação muito lenta) CO2(g) + H2O ←→ H2CO3 ←→ H+ + HCO3CaCO3 + H+ ←→ Ca2+ + HCO3- (Reação rápida) • Hidratação Consiste na adsorção de moléculas de água ou de hidroxilas à superfície do mineral sem que ocorra qualquer reação química, como, por exemplo, na transformação da anidrita em gipsita: CaSO4 + 2H2O → CaSO4.2H2O e na transformação da Muscovita em Ilita: Muscovita + H2O → Ilita (Mica hidratada) A hidratação se constitui numa ponte ou porta de entrada para os íons H + atacarem a estrutura dos silicatos, decompondo-os quimicamente. • Hidrólise Na hidrólise ocorre a reação química entre os íons H + da água e os elementos químicos da estrutura do mineral. É muito importante na decomposição dos silicatos e ocorre na faixa de pH entre 5 e 9. O agente ativo é o H + proveniente principalmente da ionização de ácidos orgânicos e do ácido carbônico: R-COOH ←→ R-COO- + H+ CO2(g) + H2O ←→ H2CO3 ←→ H+ + HCO3-
17
Quando o íon H+ é proveniente da ionização do CO2, a reação de hidrólise é chamada de carbonatação: 4CO2(g) + 4H2O ←→ 4H2CO3 ←→ 4H+ + 4HCO3Mg2SiO4 + 4H+ + 4HCO3- → 2Mg2+ + 4HCO3- + H4SiO4o (Olivina) 2KAlSi3O8 + 2H+ + 2HCO3- + H2O → Al2Si2O5(OH)4 + 2K+ + 2HCO3- + 4SiO2 (Feldspato-K) (Caulinita) Os íons H+ atacam as estruturas dos minerais e liberam Na+, K+, Ca2+, Mg2+, H4SiO4o (sílica na forma de ácido silícico) e Al3+ para a solução. A intensidade da hidrólise depende do grau de eliminação dos elementos ou substâncias dissolvidas, da precipitação pluviométrica do local e da drenagem do perfil. TIPOS DE HIDRÓLISE:
PARCIAL → parte da sílica permanece no perfil ( “Sialitização”) # Monossialitização → formação de argila 1:1 # Bissialitização → formação de argila 2:1
TOTAL → toda sílica é removida do perfil (“Ferralitização”).
• Oxidação O ferro e o manganês são os elementos que se oxidam mais facilmente durante o intemperismo. O enxofre, tanto na forma elementar como na forma de sulfetos, também se oxida durante o intemperismo, formando ácido sulfúrico. O Fe2+ da estrutura dos minerais se oxida a Fe 3+ na presença de O2, causando enfraquecimento da estrutura do mineral: 2FeS2 + 2H2O + 7O2 → 2FeSO4 + 2H2SO4 (Pirita)
(Sulfato Ferroso) (Ácido Sulfúrico)
2FeSiO3 + 5H2O + 1 2 O2 → 2FeO.OH + 2H4SiO4o
(Piroxênio)
(Goethita) (Sílica)
• Quelação Substâncias húmicas do solo complexam cátions como Fe2+, Fe3+, Al3+ e Ca2+ e remove-os da solução, favorecendo a decomposição dos minerais. 18
2.1.3. INTEMPERISMO BIOLÓGICO Não existe um intemperismo biológico propriamente dito. Na realidade, o que existe são ações físicas (“intemperismo físico-biológico”) e químicas (“intemperismo químicobiológico”) que os organismos exercem sobre as rochas, causando intemperismo físico e químico das mesmas.
3. ESTABILIDADE DAS ROCHAS AO INTEMPERISMO A estabilidade das rochas ao intemperismo depende da: • Natureza física da rocha (Compacta ou solta) • Composição mineral da rocha • Estrutura da rocha (Grau de cristalinidade) • Clivagem, estratificação e esfoliação da rocha • Tipo de agente cimentante (Carbonato < argila < óxidos de Fe e Al).
4. INTEMPERISMO DOS PRINCIPAIS MINERAIS PRIMÁRIOS 4.1. Feldspatos A substituição isomórfica de Si por Al na camada de tetraedros de silício diminui a resistência dos feldspatos aos agentes intempéricos e durante o intemperismo liberam os metais alcalinos (Na, K) e alcalino-terrosos (Ca). Em condições tropicais úmidas, o principal produto da decomposição química dos feldspatos é a caulinita.
4.2. Anfibólios e Piroxênios São minerais ferromagnesianos escuros de fácil intemperização, devido em parte à oxidação do Fe2+ das estruturas desses minerais. Por terem íons metálicos ligando suas cadeias longitudinais, eles sofrem clivagem relativamente fácil.
4.3. Quartzo Ao contrário de outros minerais, o quartzo não se decompõe; apenas se fragmenta, sofrendo desgaste físico sem se alterar quimicamente. Devido a sua resistência, o quartzo é muito abundante na fração areia dos solos e tem muita influência nas suas características físicas.
19
4.4. Micas As micas podem dar origem a diversos minerais 2:1 expansíveis mediante a redução de carga e a perda de potássio estrutural e a conseqüente troca por um cátion trocável. A menor resistência da biotita ao intemperismo, quando comparada com a muscovita, se deve à: • Presença de Fe2+ que se oxida facilmente a Fe3+, o que destrói a neutralidade elétrica da estrutura, • Substituição isomórfica de Al3+ por Mg2+ na camada de octaedros de Al, o que expõe a estrutura da mica a maior ataque das reações químicas de hidrólise, ao contrário do que ocorre com a muscovita. Em geral, é possível estabelecer a seguinte seqüência de intemperismo das micas: Mica → ilita → vermiculita → montmorilonita → caulinita → gibsita
5. ESTABILIDADE DOS MINERAIS AO INTEMPERISMO Para um mesmo tamanho de partículas, a série geral de estabilidade decrescente dos minerais primários ao intemperismo é a seguinte: Quartzo > muscovita > feldspatos > biotita > anfibólios > piroxênios > olivina > calcita > gipsita Para os minerais secundários da fração argila dos solos, a ordem crescente do grau de intemperismo seria a seguinte: Argila 2:1 (Vermiculita, montmorilonita) < argila 1:1 (Caulinita) < < óxidos de ferro (Goethita, hematita) < óxido de alumínio (Gibsita).
6. AVALIAÇÃO DO GRAU DE INTEMPERISMO DE UM SOLO O grau de intemperismo de um solo pode ser avaliado de várias maneiras: • Mediante a proporção de minerais mais estáveis ao intemperismo, em relação àqueles menos estáveis. • É muito comum se avaliar o grau de intemperismo dividindo-se a percentagem de silte pela percentagem de argila. Quanto maior esse valor, menos intemperizado será o solo. • Índice Ki ou relação molar entre SiO2 e Al2O3 (SiO2/Al2O3): o
Se o valor de Ki for alto, isso indica que há predominância de argilas “jovens” ou pouco intemperizadas (Vermiculita, montmorilonita, etc.); caso contrário, haverá predominância de argilas “velhas” ou muito intemperizadas (Caulinita, gibsita). 20
Capítulo 4 PEDOGÊNESE
IV. PEDOGÊNESE 1. INTRODUÇÃO De modo geral, a formação de um solo passa pelas etapas de intemperismo da rocha e de pedogênese, conforme foi visto no capítulo anterior. Nem todo material proveniente do intemperismo das rochas é utilizado na formação dos solos. A pedogênese é a etapa de formação do solo propriamente dito, na qual o material de origem do solo sofre a ação dos Processos Pedogenéticos que depende dos Fatores de Formação do Solo, transformando-o em solo. Neste capítulo serão abordados os Processos Pedogenéticos e no capítulo seguinte os Fatores de Formação do Solo. Os principais processos pedogenéticos são: transformação, translocação, remoção e adição
2. PROCESSOS PEDOGENÉTICOS 2.1. TRANSFORMAÇÃO a) DECOMPOSIÇÃO E SÍNTESE DE MINERAIS As transformações sofridas pela matéria mineral sólida são de natureza física ou mecânica e de natureza química. Primeiramente ocorre diminuição de tamanho causada pela quebra dos materiais e depois a decomposição química dos minerais primários e síntese de minerais secundários.
Partícula grande
↔
↓
Conjunto de minerais primários
↔
↓
Cascalho ↓
TRANSFORMAÇÕES FÍSICAS ↓ Partícula pequena
↓
↔
↓
Minerais primários individuais
↓
↔
↓
Areia + silte ↓
TRANSFORMAÇÕES QUÍMICAS ↓ Partícula coloidal
↓
↔
Minerais secundários
↓
↔
Argila
22
b) DECOMPOSIÇÃO E SÍNTESE DE MATERIAIS ORGÂNICOS As principais transformações sofridas pelos materiais orgânicos são a mineralização e a humificação. Na mineralização ocorre a oxidação ou destruição da matéria orgânica do solo e na humificação ocorre a conservação ou acúmulo da matéria orgânica no solo. c) GLEIZAÇÃO A principal transformação é a redução do Fe 3+ a Fe2+ em alguns horizontes ou em todo o perfil do solo, decorrente da falta de oxigênio causada pela condição de alagamento. A redução do Fe3+ causa a modificação das cores vermelhas ou amarelas dos óxidos de ferro para colorações cinzentas no solo. d) SULFURIZAÇÃO (TIOMORFISMO) Consiste na oxidação de sulfetos (ex.: pirita – FeS2) presentes em certos sedimentos de alagadiços litorâneos, quando são drenados. Essa oxidação produz ácido sulfúrico que acidifica o solo (pH < 3,5), promovendo dissolução de minerais e causando danos às plantas. O tiomorfismo leva a formação dos Gleissolos Tiomórficos e dos Organossolos Tiomórficos. e) TURBAÇÃO Consiste na mistura dos materiais do solo pela atividade da fauna do solo ou pelos ciclos de umedecimento e secagem. • Bioturbação → ocorre mistura de horizontes devido ao transporte de materiais realizado por pequenos mamíferos, formigas, térmitas, minhocas, etc. • Hidroturbação → ocorre mistura de camadas de solo devido à contração e expansão de argilas expansíveis, formando o microrelevo gilgai e as superfícies de fricção (“slickensides” ). f) FORMAÇÃO DE ESTRUTURA Arranjo de partículas primárias do solo (areia, silte e argila) formando unidades estruturais compostas chamadas de agregados. Etapas de formação dos agregados: • Floculação → aproximação das partículas. • Estabilização → cimentação por matéria orgânica, óxidos de Fe e Al, carbonatos, sílica e a própria argila.
23
2.2. TRANSLOCAÇÃO Diz respeito ao transporte ou redistribuição de materiais e substâncias de um ponto para outro dentro do perfil do solo. As principais formas de translocação são a) TRANSLOCAÇÃO DE ARGILA (LESSIVAGEM ≈ ELUVIAÇÃO-ILUVIAÇÃO) Translocação de argila silicatada em suspensão, para fora de um horizonte (Horizonte eluvial, onde ocorreu eluviação), pelo movimento descendente ou lateral de água, acumulando-se geralmente em um horizonte inferior (Horizonte iluvial, onde ocorreu iluviação). Essa translocação é principalmente da fração argila fina (< 2 µm), podendo formar cerosidade no horizonte B textural. b) TRANSLOCAÇÃO DE MATÉRIA ORGÂNICA É feita por meio de pequenos animais do solo (Ex.: minhocas), por carregamento em suspensões através de poros, fendas e também por quelatos com cátions do solo que são solúveis. A translocação de matéria orgânica pode ser de horizontes superficiais para horizontes subsuperficiais, ou pode ser para fora do solum. c) TRANSLOCAÇÃO DE ÓXIDOS DE Fe, Al e Mn • De forma direta, em suspensão Eluviação e iluviação de óxidos Fe, Al e Mn no interior do perfil do solo. • Por reações de oxirredução (Exceto para Al) Óxidos de Fe3+ ou de Mn4+ são reduzidos e dissolvidos, liberando Fe2+ ou Mn2+ que migram na solução do solo até alcançarem zonas de oxidação onde precipitam novamente como óxidos de Fe3+ ou de Mn4+. • Na forma de quelatos Os íons Fe2+, Fe3+, Mn2+ e Al3+ são complexados por substâncias orgânicas, translocam-se para os horizontes inferiores do perfil e novamente forma óxidos pela destruição do quelato. d) TRANSLOCAÇÃO DE SAIS SOLÚVEIS Translocação de sais solúveis formados pelos íons Na+, Ca2+, Mg2+, K+, Cl-, SO42-, HCO3e CO32- no interior do solo e posterior acúmulo em horizontes salinos. Ocorre preferencialmente sob clima árido e semi-árido, em solos situados em depressões, argilosos e de baixa permeabilidade. 24
Na translocação de sais solúveis no interior do solo, merece destaque àquela realizada por ascensão capilar do lençol freático, muito comum na formação dos Solos Halomórficos (Solos afetados por sais). Durante o período chuvoso os sais são translocados para o lençol freático, mas no período seco eles são translocados para a superfície do solo por ascensão capilar, onde precipitam e formam eflorescências. e) TRANSLOCAÇÃO CARBONATOS Translocação de Ca(HCO3)2 em solução dentro do solo, provocando acumulação de CaCO3 em alguma parte do perfil do solo ou sendo removido totalmente do sistema solo em regiões quentes e úmidas.
2.3. ADIÇÃO As adições consistem em ganhos de diversos materiais orgânicos ou minerais pelo solo, trazidos por meio das águas de chuva, do vento ou da vegetação, como um acréscimo vertical descendente. Também ocorrem adições por acréscimos laterais de soluções provenientes de outros solos ou mesmo verticais ascendentes a partir do lençol freático ou ainda dentro do próprio solo por evaporação. As principais formas de adição são: • De nutrientes e sais dissolvidos a solos das partes baixas, provenientes dos solos vizinhos das posições mais altas na paisagem, • Acúmulo de nutrientes nas camadas mais superficiais do solo, devido à ciclagem de nutrientes pelas plantas, • De material mineral sólido, proveniente dos processos erosivos que atuam em outros locais, • De materiais aluviais depositados em áreas planas pelos rios, • Adição e, ou, acúmulo de matéria orgânica na superfície dos solos, favorecida pela baixa temperatura, pelo excesso de água e pelo tipo de vegetação (Ex.: Porte da vegetação, relação C/N, etc.).
Paludização o
Consiste na adição/acumulação de materiais orgânicos em áreas alagadiças, originando turfeiras e Organossolos.
25
2.4. REMOÇÃO De modo geral, a remoção de materiais diversos do solo ocorre em local onde a precipitação pluviométrica média anual é maior que a evapotranspiração média anual, fazendo com que a água atravesse todo o perfil do solo (Lixiviação) ou escorra superficialmente formando enxurradas (Erosão). As principais formas de remoção são: a) LIXIVIAÇÃO As substâncias mais facilmente lixiviadas são a sílica solúvel (H4SiO4o) e os carbonatos, bem como os metais alcalinos (Na+, K+), alcalino-terrosos (Ca2+, Mg2+) e os quelatos, que normalmente apresentam mobilidade muito grande no perfil e são facilmente removidos para fora do solum pelas águas de drenagem. A lixiviação ocorre mais em áreas planas. b) EROSÃO Remoção de partículas sólidas superficiais do solo pela ação de enxurradas, ventos ou outros processos de perda de solo. A erosão ocorre mais em áreas com maior declividade.
3. TIPOS DE FORMAÇÃO DE SOLOS Embora todos os processos pedogenéticos atuem na formação de praticamente todos os solos, a predominância de um deles atuando conjuntamente com os fatores de formação do solo permite que sejam distinguidos diferentes tipos de formação de solos. Os tipos de formação de solos mais importantes no Brasil são Podzolização, Latolização, Hidromorfismo, Halomorfismo e Calcificação.
3.1. PODZOLIZAÇÃO Consiste na translocação de materiais do horizonte A, acumulando-se no horizonte B. Se o material translocado for alumínio e, ou, matéria orgânica e, ou, ferro, tem-se um horizonte B Espódico (Antigo B podzol), diagnóstico dos Espodossolos. Se o material translocado for argila silicatada que se deposita nas superfícies dos agregados do horizonte B formando cerosidade, tem-se um horizonte B textural, diagnóstico dos Argissolos e Luvissolos. Os solos formados a partir da podzolização apresentam horizontes bem definidos, causados pela translocação. Os Luvissolos e os Argissolos em geral são mais férteis que os Espodossolos, devido à composição química do material de origem desses solos. Os Argissolos, Luvissolos e Espodossolos se estão sob relevo movimentado, tendem a ser facilmente erodíveis, por causa do material arenoso e menos estruturado do horizonte A. No 26
caso dos Argissolos e dos Luvissolos, principalmente se apresentam mudança textural abrupta, a diferença de textura entre os horizontes A e B dificulta a infiltração de água imediatamente abaixo do horizonte A, favorecendo a erosão. O horizonte B Plânico dos Planossolos é um tipo especial de horizonte B textural que fica subjacente a um horizonte A arenoso, apresentando mudança textural abrupta, e é de baixa permeabilidade. Nesse caso é mais rara a perda de solo por erosão por que os Planossolos se formam preferencialmente sob relevo plano.
3.2. LATOLIZAÇÃO Nesse tipo de formação do solo predomina a remoção, na forma de lixiviação, de sílica solúvel (H4SiO4o) e de metais alcalinos (Na+, K+) e alcalino-terrosos (Ca2+, Mg2+), após a transformação quase completa de todos os minerais primários em minerais secundários. Na Latolização não há translocação de materiais do horizonte A para o horizonte B como na Podzolização. Esse tipo de formação de solo origina o horizonte B Latossólico, diagnóstico dos Latossolos. Os Latossolos são solos profundos, com pouca diferenciação entre sub-horizontes, bastante intemperizados, apresentam muitas argilas de atividade baixa (Caulinita, hematita, goethita e gibsita), baixa capacidade de troca de cátions e ausência de minerais primários facilmente intemperizáveis. Em geral os Latossolos são solos bem estruturados e de excelentes qualidades físicas, mas são ácidos e pobres em nutrientes.
3.3. HIDROMORFISMO Tipo de formação do solo no qual a condição climática em conjunto com o relevo e, ou, material de origem faz com que o solo se torne sob condição de saturação de água ou alagamento que pode ser temporário ou permanente. O hidromorfismo ocorre principalmente nas partes mais baixas da paisagem (depressões) e em locais de baixa permeabilidade. O arejamento deficiente condiciona decomposição lenta da matéria orgânica, provocando seu acúmulo na superfície do solo e um ambiente de redução, que transforma Fe e Mn em formas reduzidas (solúveis), facilitando sua migração ou toxidez para as plantas. A ausência de Fe3+ (Fe oxidado) ou a presença de Fe2+ (Fe reduzido) faz com que o solo tenha o aspecto acinzentado, esverdeado ou azulado (gleizado) abaixo da camada de matéria orgânica, formando o Horizonte Glei, característico dos Gleissolos.
27
3.4. HALOMORFISMO No halomorfismo a combinação de clima, relevo e material de origem, em conjunto com a atuação dos processos pedogenéticos de adição e, ou translocação, pode originar solos halomórficos, que são solos cuja gênese foi afetada pelo excesso de sais. Os solos halomórficos estão em depressões onde possa ocorrer excesso de sais e de água, temporariamente. Os sais são trazidos das elevações circunvizinhas por lixiviação, pela enxurrada ou pelo lençol freático. Muitas vezes o local é rico em sais por causa de depósitos marinhos. Nessas depressões, com excesso de água (pelo menos temporário) e de sais solúveis, são formados os solos salinos (4 ≤ CEes < 7 dS/m) ou sálicos (CEes ≥ 7 dS/m). Se o excesso de sais é removido, principalmente pela precipitação de carbonatos de Ca e de Mg, predominando em solução o Na2CO3 e ficando muitos íons Na+ adsorvidos nas argilas, tem-se um solo sódico (PST ≥ 15 %). Se o Na + é removido e substituído pelo H +, forma-se o solo solódico (6 ≤ PST < 15 %). Quando a remoção de Na + ocorre mais completamente no horizonte A do que no horizonte B, nesta fase intermediária, há formação do solo sódico-solódico.
3.5. CALCIFICAÇÃO Tipo de formação de solo que consiste na dissolução de carbonato de cálcio (CaCO3) e translocação de bicarbonato de cálcio Ca(H2CO3)2 no perfil, com posterior precipitação do cálcio na forma de CaCO3. A calcificação ocorre principalmente em regiões onde a precipitação pluviométrica é menor que a evapotranspiração potencial durante a maior parte do ano e a vegetação é de pastos de gramíneas (pradaria). Normalmente há a formação do horizonte A chernozêmico (Horizonte espesso, escuro, rico em matéria orgânica e com alta saturação por bases), diagnóstico da ordem dos Chernossolos.
28
Capítulo 5 FATORES DE FORMAÇÃO DO SOLO
V. FATORES DE FORMAÇÃO DO SOLO 1. INTRODUÇÃO Os solos são resultantes da ação combinada de diversos “Fatores de Formação do Solo” :
CLIMA + ORGANISMOS
RELEVO MATERIAL DE ORIGEM DO SOLO
SOLO TEMPO
Equação de formação do solo: SOLO = f (Material de Origem, Clima, Organismos, Relevo e Tempo) O clima e os organismos são fatores ativos, e material de origem, relevo e tempo são fatores passivos.
2. MATERIAL DE ORIGEM O material de origem do solo é o “estado do sistema solo no tempo zero de sua formação”. Essa definição amplia o conceito de material de origem e deixa claro que ele não fica restrito apenas às rochas, mas também se estende às massas alteradas de rochas ou até mesmo um solo. 2.1. GRUPOS DE MATERIAL DE ORIGEM a) Rochas decompostas “in situ” São aquelas que sofrem intemperismo e pedogênese no mesmo local. Podem ser magmáticas (ígneas), metamórficas ou sedimentares. b) Manto de rochas alteradas “in situ” Em regiões tropicais úmidas, a presença de relevo plano e vegetação protetora possibilitaram, em tempos pretéritos, a formação de espessas camadas de alteração, principalmente em rochas menos resistentes. 30
Essas camadas formam hoje os “mantos de intemperismo”, muito comuns em certas regiões, como no litoral nordestino. c) Sedimentos transportados São materiais provenientes da intemperização de qualquer rocha na superfície da crosta terrestre e transportados, principalmente, por erosão. Podem ser simplesmente o produto de alteração das rochas ou podem ser materiais superficiais que já sofreram atuação pedogenética. d) Depósitos orgânicos (Turfeiras) Condições de baixa temperatura e, ou, falta de oxigênio favorecem o acúmulo de matéria orgânica. Importante na formação dos Organossolos.
3. CLIMA A importância do clima na formação do solo pode ser evidenciada pelo fato de que solos semelhantes podem ser provenientes de materiais de origem diferentes, se forem formados sob condições climáticas similares. O mesmo material de origem pode formar solos completamente diferentes, se sofrerem pedogênese em condições climáticas diferentes. Nos solos mais jovens a influência do material de origem é bastante visível, mas à medida que o solo evolui e acelera o seu desenvolvimento, há predominância de outros fatores de formação, notadamente o clima. Principalmente por meio da precipitação pluviométrica e da temperatura, o clima age diretamente na transformação do material de origem e indiretamente na determinação da flora e fauna e na dinâmica da matéria orgânica do solo. 3.1. TEMPERATURA a) Depende da latitude e da altitude, b) Influencia o intemperismo físico, c) Acelera o intemperismo químico, d) Influencia positivamente o crescimento e a atividade dos organismos, e) Aumenta a velocidade de decomposição da matéria orgânica. 3.2. ÁGUA a) A atuação da água é regulada pelo balanço hídrico, b) Tem grande influência no tipo de vegetação de uma região, c) Promove o intemperismo das rochas, 31
d) Serve como meio de transporte dos produtos do intemperismo, e) Essencial na atuação dos processos pedogenéticos, f) Influencia a decomposição da matéria orgânica.
4. ORGANISMOS Os principais organismos que atuam na formação dos solos são as algas, bactérias, fungos, liquens, musgos, actinomicetes, vegetação, fauna e o homem. Os liquens, musgos e outros vegetais inferiores podem viver diretamente sobre a rocha promovendo o intemperismo e criando condições para fixação dos vegetais superiores. Microrganismos como bactérias e fungos são os principais agentes que atuam na decomposição e síntese de materiais orgânicos. A vegetação tem uma importância muito grande na formação dos solos, a qual pode ser evidenciada pelas seguintes atuações: • As raízes exercem ações físicas e químicas sobre as rochas e o material de origem, promovendo o intemperismo, • Ciclagem de nutrientes, acumulando-os na superfície do solo, • Principal fonte de matéria orgânica do solo, • Protege a superfície do solo contra erosão, favorecendo a formação de solos mais profundos. Cupins, formigas, minhocas, tatus e roedores constantemente cavam buracos no solo, trituram restos de vegetais, cavam galerias e misturam materiais dos diversos horizontes do solo. Práticas de desmatamento, preparo do solo, cultivo e adubações realizadas pelo homem promovem mudanças significativas nos solos.
5. RELEVO O relevo redireciona a energia da água, a qual é dirigida a diferentes partes da paisagem. Ele controla o tempo de exposição da rocha e do material de origem aos agentes bioclimáticos. Quanto maior a declividade do terreno maior será a taxa de erosão em relação à de pedogênese, favorecendo a formação de solos rasos e pouco desenvolvidos. Em relevo plano e em condições de boa drenagem o grau de intemperismo e pedogênese é maior, favorecendo a formação de Latossolos. Se o relevo for plano, mas a drenagem for deficiente, o acúmulo de água em excesso favorece a formação de solos hidromórficos.
32
6. TEMPO A espessura dos horizontes e a profundidade do solo são as características do solo mais influenciadas pelo tempo. Quanto maior o número de horizontes e maiores suas espessuras, mais maduro será o solo. Por outro lado, solos jovens são normalmente mais rasos que solos velhos. Na estimativa da idade de um solo, a idade relativa é mais importante que a idade absoluta. Desenvolvimento do perfil do solo com o tempo:
A
A Bi
R
R R
A E
A
Bt
Bw ou
C
C
R
R
TEMPO O tempo necessário para que um solo passe do estágio jovem para o maduro varia com o tipo de material de origem, condições climáticas e grau de erosão.
33
Capítulo 6 PERFIL DO SOLO
VI. PERFIL DO SOLO 1. CONCEITOS 1.1. SOLO É um corpo natural dinâmico constituído de materiais minerais e orgânicos e que contém matéria viva, é diferenciado em horizontes de profundidade variável, que diferem do material do qual eles foram originados em morfologia, propriedades físicas e químicas, composição e em características biológicas. 1.2. PEDON É o menor volume que pode ser chamado de solo.
1.3. PERFIL DO SOLO É uma seção vertical do pedon, englobando a sucessão de horizontes ou camadas mais ou menos paralelas, desde o manto superficial de resíduos orgânicos até o material mineral subjacente pouco ou nada transformado pelo intemperismo e pelos processos pedogenéticos.
35
1.4. SOLUM É formado pelos horizontes superiores do perfil do solo onde atuaram os fatores e processos pedogenéticos, contendo a maioria das raízes das plantas. Compreendem os horizontes A e B. 1.5. REGOLITO Termo mais utilizado pelos geólogos para se referir a todo e qualquer material solto de terra ou rocha decomposta acima da rocha sólida. Compreendem os horizontes A, B e C. 1.6. SAPROLITO ou SAPRÓLITO Material resultante do intemperismo mais ou menos intenso da rocha e que ainda mantém a textura e estrutura original da mesma, comumente reconhecido como um produto de alteração da rocha “in situ” e denominado de horizonte C. O saprolito é a parte do regolito que se situa abaixo do solum e acima da rocha sã.
2. NOMECLATURA DE HORIZONTES E CAMADAS DE SOLOS 2.1. HORIZONTES E CAMADAS PRINCIPAIS Letras maiúsculas são usadas para designar horizontes ou camadas principais, horizontes transicionais ou combinações destes:
SÍMBOLO O
CRITÉRIOS Horizonte ou camada superficial de cobertura, de constituição orgânica, sobreposto a alguns solos minerais, podendo estar ocasionalmente saturado com água.
H
Horizonte ou camada de constituição orgânica, superficial ou não, composto de resíduos orgânicos acumulados ou em acumulação sob condições de prolongada estagnação de água, salvo se artificialmente drenado.
A
Horizonte mineral, superficial ou em seqüência a horizonte ou camada O ou H, de concentração de matéria orgânica decomposta e perda ou decomposição principalmente de componentes minerais. (Fe, Al e argila silicatada)
AB ou AE
Horizonte subsuperficial, com predomínio de características de horizonte A e algumas características de horizonte B (ou E).
A/B ou A/E Ou A/C
Horizonte mesclado com partes de horizonte A e de horizonte B (ou A e E ou A e C), porém com predomínio de material de A.
AC
Horizonte subsuperficial, com predomínio de características de horizonte A e algumas características de horizonte C. 36
SÍMBOLO
CRITÉRIOS
E
Horizonte mineral, cuja característica principal é a perda de argilas silicatadas, óxidos de ferro e alumínio ou matéria orgânica, individualmente ou em conjunto, com resultante concentração residual de areia e silte constituídos de quartzo ou outros minerais resistentes e/ou resultante descoramento.
EA ou EB
Horizonte subsuperficial, com predomínio de características de horizonte E e algumas características de horizonte A (ou B).
E/A
Horizonte mesclado com partes de horizonte E e de horizonte A, porém com predomínio de material de E.
BA ou BE
Horizonte subsuperficial, com predomínio de características de horizonte B e algumas características de horizonte A (ou E).
B/A ou B/E
Horizonte mesclado com partes de horizonte B e de horizonte A (ou E), porém com predomínio de material de B.
B
Horizonte subsuperficial de acumulação de argila, Fe, Al, Si, húmus, CaCO3, CaSO4, ou de perda de CaCO3, ou de acumulação de óxidos; ou com bom desenvolvimento estrutural.
BC
Horizonte subsuperficial, com predomínio de características de horizonte B e algumas características de horizonte C.
B/C
Horizonte mesclado com partes de horizonte B e de horizonte C, porém com predomínio de material de B.
CB ou CA
Horizonte subsuperficial, com predomínio de características de horizonte C e algumas características de horizonte B (ou A).
C/B ou C/A
Horizonte mesclado com partes de horizonte C e de horizonte B (ou A), porém com predomínio de material de C.
C
Horizonte ou camada mineral de material inconsolidado sob o solum, pouco afetado por processos pedogenéticos, a partir do qual o solum pode ou não ter se formado, sem ou com pouca expressão de propriedades identificadoras de qualquer outro horizonte principal.
F
Horizonte ou camada de material mineral consolidada, à superfície, sob A, E, B ou C, rico em ferro e/ou alumínio e pobre em matéria orgânica, proveniente do endurecimento irreversível da plintita, ou originado de formas de concen-tração possivelmente não derivadas de plintita, inclusive promovidas por translocação lateral de ferro e/ou alumínio.
R
Camada mineral de material consolidado, que constitui substrato rochoso contínuo ou praticamente contínuo, a não ser pelas poucas e estreitas fendas que pode apresentar.
FONTE: http://www.cnps.embrapa.br/sibcs/index.html (Consultado em 10/06/2004).
37
2.2. DESIGNAÇÃO E CARACTERÍSTICAS DE HORIZONTES E CAMADAS SUBORDINADAS Para designar características específicas de horizontes e camadas principais, usam-se, como sufixos, letras minúsculas. Exemplos:
Sufixo a
Critérios Usado com A, B, C para designar constituição dominada por material amorfo, de natureza mineral, oriundo de transformações de materiais vulcanoclásticos.
b
Usado com H, A, E, B, F para designar horizontes enterrados, se suas características pedogenéticas principais puderem ser indentificadas como tendo sido desenvolvidas antes do horizonte ser enterrado.
c
Usado com A, E, B, C para designar acumulação significativa de concreções ou nódulos não-concrecionários, cimentados por material outro que não seja sílica.
d
Usado com O, H para designar muito intensa ou avançada decomposição do material orgânico, do qual pouco ou nada resta de reconhecível da estrutura dos resíduos de plantas, acumulados conforme descrito nos horizontes O e H.
e
Usado com B e parte inferior de horizontes A espessos, para designar horizontes mais escuros que os contíguos, podendo ou não ter teores mais elevados de matéria orgânica, não associada com sesquióxidos, do que o horizonte sobrejacente.
f
Usado com A, B, C para designar concentração localizada (segregação) de constituintes secundários minerais ricos em ferro e/ou alumínio, em qualquer caso, pobre em matéria orgânica e em mistura com argila e quartzo.
g
Usado com A, E, B, C para designar desenvolvimento de cores cinzentas, azuladas, esverdeadas ou mosqueamento bem expresso dessas cores, decorrentes da redução do ferro, com ou sem segregação.
h
Usado exclusivamente com B para designar relevante acumulação iluvial, essencialmente de matéria orgânica ou de complexos orgânico-sesquioxídicos amorfos dispersíveis.
i
Incipiente desenvolvimento de horizonte B.
j
Usado com H, A, B, C para designar material palustre, permanente ou periodicamente alagado, de natureza mineral ou orgânica, rico em sulfetos (material sulfídrico).
k
Usado com A, B, C para designar presença de carbonatos alcalino-terrosos, remanescentes do material originário, sem acumulação, comumente carbonato de cálcio.
k
Usado com A, B, C para designar horizonte de enriquecimento com carbonato de cálcio secundário.
m
Usado com B, C para designar cimentação pedogenética extraordinária e irreversível (mesmo sob prolongada imersão em água), contínua ou quase contínua.
n
Usado com H, A, B, C, para designar acumulação de sódio trocável, expresso por PST > 6%, acompanhada ou não de acumulação de magnésio trocável. 38
Sufixo
Critérios
o
Usado com O, H para designar incipiente ou nula decomposição do material orgânico.
do
Material orgânico intermediário entre d e o com predomínio de d.
od
Material orgânico intermediário entre d e o com predomínio de o.
p
Usado com H ou A para indicar modificações da camada superficial pelo cultivo, pastoreio, ou outras pedoturbações.
q
Usado com B ou C para designar acumulação de sílica secundária (opala e outras formas de sílica).
qm
Usado com B ou C para designar acumulação de sílica secundária, em caso de ocorrer cimentação contínua por sílica.
r
Usado com C para designar presença de camada de rocha subjacente, intensamente ou pouco alterada, desde que branda ou semibranda.
s
Usado exclusivamente com horizonte B para indicar relevante acumulação iluvial ou de translocação lateral interna no solo de complexos organo-sesquioxídicos amorfos dispersíveis.
t
Usado exclusivamente com B para designar relevante acumulação ou concentração de argila.
u
Usado com A e H para designar horizonte formado ou modificado pelo uso prolongado do solo.
v
Usado com B, C, para designar características vérticas.
w
Usado exclusivamente com B para designar intensa alteração com inexpressiva acumulação de argila, com ou sem concentração de sesquióxidos.
x
Usado com B, C e ocasionalmente E, para designar cimentação aparente, reversível.
Y
Usado com B ou C para indicar acumulação de sulfato de cálcio.
Z
Usado com H, A, B, C para indicar acumulação de sais mais solúveis em água fria que sulfato de cálcio.
FONTE: http://www.cnps.embrapa.br/sibcs/index.html (Consultado em 10/06/2004).
39
2.3. OUTROS MODIFICADORES DE HORIZONTES Prefixos numéricos (ex. 2, 3, etc) – usados para denotar descontinuidade litológica. Por convenção o 1 não é mostrado, ex. A, E, Bt 1, 2Bt2, 2BC, 3C1, 3C2. Sufixos numéricos – são usados para subdivisão de horizontes principais em profundidade. A divisão é feita a partir da parte superior do horizonte, de forma sucessiva, sendo o símbolo numérico colocado após todas as letras usadas para designar o horizonte. Ex. A1, A2, E, Bt1, Bt2, Bt3, BC e C. A numeração é reiniciada sempre que houver mudança de simbolização alfabética na seqüência vertical de horizontes. Ex.: Bt1, Bt2, Btx1, Btx2; C1, C2, Cg1, Cg2. Para horizonte A ou H qualificados com sufixo p, a numeração não é reiniciada. OBSERVAÇÕES: •
Prefixo numérico pode ser usado em R, se admitido que o material originário do solo não foi produzido por rocha da mesma natureza da subjacente.
•
Em caso de Solo Orgânico, não se usa os prefixos numéricos para expressar material contrastante.
•
Em caso de ocorrer dois ou mais horizontes com a mesma designação, separados por horizontes ou camadas de natureza diversa, usa-se o símbolo ( ’ ) posposto à letra maiúscula designativa do segundo horizonte repetido na seqüência, como no exemplo: A, E, BE, Bhs, E’, BC, ou Hd, C, H’d, C
•
Caso raros de três horizontes com a mesma designação, usa-se o símbolo duplo, ( " ) posposto à letra maiúscula designativa do 3o horizonte.
•
Quando cabível o uso de mais de um sufixo, as letras d, i, o, h, s, t, u, r, w têm precedência sobre os demais sufixos necessários para completar a designação integral do horizonte ou camada.
•
Sufixo b, conotativo de horizonte enterrado, deve ser precedido de outro sufixo, quando em notação binária, como por exemplo Btb.
40
Para fins de correlação, é dada a seguir uma síntese comparativa entre as designações atuais e as anteriores de horizontes e camadas principais.
SNLCS
Embrapa Solos
SNLCS
Embrapa Solos
(Anterior a 1986)
(Atual)
(Anterior a 1986)
(Atual)
O
O
B1
BA ou BE
O1
Oo, Ood
O2
Od, Odo
B&A
B/E
H
B2
B
A
B3
BC
A
B/A
A/O
B/C
A1
A
B/R
A2
E
F
A3
AB ou EB
AB
C
C
C1
CB
A/B
C/B
A&B
E/B
C/R
AC
AC
A/C
A/C
B
B
R
R B/C/R
41
Capítulo 7 CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS DOS HORIZONTES
VII. CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS DOS HORIZONTES 1. INTRODUÇÃO Na descrição morfológica dos horizontes que compõem um perfil de solo primeiramente se determina a espessura e arranjamento dos horizontes, depois a transição entre os horizontes e, por fim, o estudo das características morfológicas dos horizontes. No exame de um perfil de solo, devem-se descrever pormenorizadamente as características morfológicas de todos os horizontes ou camadas que compõem o perfil. São apresentadas, a seguir, as principais características morfológicas que são analisadas em cada horizonte do solo.
2. COR A matéria orgânica e os compostos de ferro são os principais agentes responsáveis pela cor dos solos. Esses pigmentos atuam, em geral, num fundo de cor branca dado pelos silicatos. As várias tonalidades existentes no perfil são muito úteis à identificação e delimitação dos horizontes e, às vezes, ressaltam certas condições de extrema importância: • Cor escura → indicativo de alto teor de matéria orgânica • Cores vermelhas e amarelas → indicativas de alto teor de óxido de ferro e boa drenagem • Cores acinzentadas → revelam condições de hidromorfismo. A cor do solo é muito utilizada na classificação para identificar classes de solos no segundo nível categórico dos: • Latossolos → bruno, amarelo, vermelho-amarelo e vermelho • Argissolos → acinzentados, amarelo, vermelho-amarelo e vermelho • Alissolos → crômico e hipocrômico • Luvissolos → crômico e hipocrômico. Em uma amostra indeformada do solo, se determina a cor dessa amostra úmida, úmida amassada, seca e seca triturada, comparando-a com as cores da escala Munsell. Na determinação da cor do solo na escala Munsell, anota-se três informações: matiz, valor e croma. 2.1. MATIZ (“Hue” ) Cor “pura” ou fundamental do arco-íris, determinada pelos comprimentos de onda da luz que são refletidos na amostra. Os matizes usados estão entre o R (de red = vermelho), significando 100 % de vermelho, Y (de yellow = amarelo), significando 100 % de amarelo e YR (de YellowRed = vermelho-amarelo), significando uma mistura de 50 % de vermelho e 50 % de amarelo. 43
Contribuição da cor vermelha (“Red” – R) e amarela (“Yellow” – Y) nos matizes:
Cores
Matiz
Mais vermelho
5R 7,5 R 10 R 2,5 YR
Mais amarelo Bruno
5 YR 7,5 YR 10 YR 2,5 Y 5Y
Contribuição da cor: Vermelha Amarela ----------------------------- % ----------------------------100 0 87,5 12,5 75 25 62,5 37,5 Vermelho Amarelo 50 50 37,5 62,5 25 75 12,5 87,5 0 100
2.2. VALOR (“Value” ) Medida do grau de claridade da luz ou tons de cinza presentes (entre branco e preto) variando de 0 (para o preto absoluto) a 10 (para o branco puro). Portanto, o valor de uma cor indica a tonalidade ou proporção de preto e de branco. 2.3. CROMA (“Chroma” ) Proporção da mistura da cor fundamental com a tonalidade de cinza, também variando de 0 a 10. Portanto, o croma de uma cor indica a intensidade de saturação ou contribuição do matiz. 2.4. EXEMPLO DE INTERPRETAÇÃO DA COR DE UM SOLO: 10R 3/4 = Vermelho escuro acinzentado (“dusky red”) Sendo 10R o matiz indicador da cor fundamental vermelha e a fração 3/4 que este vermelho está misturado com o valor 3 (cinza composto de três partes de preto e 7 de branco) e croma 4 (indicando que aquele cinza contribui em 6 partes e o vermelho em 4 partes).
3. TEXTURA A textura do solo refere-se à proporção relativa das frações granulométricas que compõem a massa do solo. No campo, a textura pode ser estimada por meio do tato, pela sensação ao esfregar um pouco de solo úmido entre os dedos. A areia provoca sensação de aspereza, o silte de sedosidade e a argila de pegajosidade. No laboratório, a análise textural é feita na terra fina seca ao ar (Frações granulométricas ≤ 2 mm), determinando-se os teores de argila, silte, areia fina e areia grossa. 44
A textura do solo é uma característica muito influenciada pela granulometria do material de origem do solo: • Rochas psamíticas → originam solos arenosos • Rochas pelíticas → originam solos argilosos 3.1. TAMANHO DAS FRAÇÕES GRANULOMÉTRICAS
FRAÇÃO GRANULOMÉTRICA Matacão Calhau Cascalho Areia grossa Areia fina Silte Argila
LIMITES DE DIÂMETRO > 20 cm 20 a 2 cm 2 cm a 2 mm 2 a 0,2 mm 0,2 a 0,05 mm 0,05 a 0,002 < 0,002 mm
3.2. FRAÇÃO AREIA Constituída basicamente por minerais primários resistentes ao intemperismo, principalmente o quartzo. Embora a fração areia não seja muito importante do ponto de vista químico, ela é muito importante do ponto de vista físico, com muita influência na porosidade, aeração, permeabilidade, erosão etc. 3.3. FRAÇÃO SILTE Constituída de minerais primários facilmente intemperizáveis (Feldspatos, micas, anfibólios, etc.), quartzo, agregados de argila não dispersa, etc. Somente os solos mais novos apresentam teor de silte relativamente elevado, que é mínimo nos Latossolos, os solos mais intemperizados. Solos ricos em silte tendem a apresentar problemas de encrostamento superficial causado pelo impacto das gotas de chuva e dos ciclos de umedecimento e secagem, com reflexos negativos na infiltração de água no solo e na emergência das plântulas. 3.4. FRAÇÃO ARGILA Constituída de minerais secundários, podendo-se encontrar maior proporção de argilas 2:1 em solos menos intemperizados e maior proporção de argilas 1:1 (Caulinita) e óxidos de ferro (Goetita e hematita) e, ou, alumínio (Gibsita) em solos mais intemperizados. A fração argila é a fração ativa do solo, por apresentar grande superfície específica e cargas elétricas (Negativas e, ou, positivas) de superfície. Apresenta capacidade de reter cátions, ânions e água, expansão, contração, plasticidade e pegajosidade. 45
Todos os fenômenos químicos e físico-químicos do solo dependem não somente do teor de argila do solo, mas também do mineral predominante na fração argila.
4. ESTRUTURA As partículas primárias (Areia, silte e argila) do solo geralmente se encontram agrupadas, formando partículas maiores (Agregados), dando ao solo a sua estrutura. Os agregados que apresentam formas e tamanhos definidos, comportando-se como partes individualizadas, são chamados de unidades estruturais. Três características fundamentam a designação da estrutura: forma, tamanho e grau de desenvolvimento das unidades estruturais. A forma define o tipo de estrutura: • Laminar • Prismática • Colunar • Blocos angulares ou blocos subangulares • Granular • Grumos. Exemplos de tipos de estrutura: a) Laminar; ba) prismática; bb) Colunar; ca) Blocos angulares; cb) Blocos subangulares e d) Granular.
46
O tamanho define a classe de estrutura: • Muito pequena • Pequena • Média • Grande • Muito grande. O grau de desenvolvimento da estrutura refere-se à manifestação das condições de coesão dentro e fora dos agregados: • Sem estrutura o
Grão simples → Se a massa de solo for solta ou não coerente
o
Maciça → Se a massa de solo for coerente e não apresentar estrutura definida.
• Com estrutura o
Fraca
o
Moderada
o
Forte.
Principais tipos de estrutura e suas ocorrências típicas:
TIPO DE ESTRUTURA Blocos Prismática
OCORRÊNCIA TÍPICA Em solos com horizonte B textural, B nítico, B plânico e B incipiente. Em solos com horizontes B nítico, B textural e B plânico.
Colunar
Em solos com horizonte B plânico.
Granular
Em solos com horizonte B latossólico e horizonte A rico em matéria orgânica.
Grão simples
Em solos arenosos (Horizontes A e C).
5. CONSISTÊNCIA Consistência é o termo usado para designar as manifestações das forças físicas de coesão e adesão entre as partículas do solo, conforme variação da umidade do solo. • Força de coesão → força de atração entre moléculas de mesma substância ou partículas de mesma natureza. No solo, refere-se à atração que as partículas do solo exercem entre si.
47
• Força de adesão → força de atração entre superfícies de contato de substâncias diferentes. No solo, atração entre partículas do solo e a superfície de um material de qualquer natureza, como a superfície de implementos agrícolas. A consistência do solo deve ser avaliada em três níveis de umidade: • CONSISTÊNCIA DO SOLO QUANDO SECO, avaliada pela dureza ou tenacidade o
Solta
o
Macia
o
Ligeiramente dura
o
Dura
o
Muito dura
o
Extremamente dura.
• CONSISTÊNCIA DO SOLO QUANDO ÚMIDO, caracterizada pela friabilidade o
Solta
o
Muito friável
o
Friável
o
Firme
o
Muito firme
o
Extremamente firme.
• CONSISTÊNCIA DO SOLO QUANDO MOLHADO, caracterizada pela: o
o
Plasticidade (capacidade do solo se moldar)
Não plástica
Plástica
Ligeiramente plástica
Muito plástica.
Pegajosidade (capacidade do solo se aderir a outros objetos)
Não pegajosa
Ligeiramente pegajosa
Pegajosa
Muito pegajosa.
48
Solos muito plásticos e muito pegajosos apenas podem ser trabalhados (Arados, gradeados, etc.) em amplitude estreita de umidade. Quanto mais argiloso for um solo, maiores serão as manifestações das forças de coesão e adesão. Para o mesmo teor de argila, as forças de adesão e coesão serão maiores em solos ricos em argilas mais ativas, como a montmorilonita.
6. POROSIDADE Entende-se por porosidade, o volume do solo ocupado pela água e pelo ar. No campo, a porosidade deve ser avaliada quanto ao tamanho e quanto à quantidade de macroporos, de acordo com Santos et al. (2005). Comparado com os solos arenosos, os solos argilosos apresentam maior porosidade total, maior proporção microporos/macroporos, maior retenção de água, menor taxa de infiltração de água no perfil do solo, menor friabilidade e maior resistência à penetração de máquinas e raízes no solo.
7. CEROSIDADE Cerosidade é um revestimento brilhante e ceroso que ocorre por vezes na superfície das unidades estruturais, apresentando aspecto lustroso e brilho matizado. É decorrente de película de material coloidal (argila silicatada e óxidos de ferro) depositado nas superfícies das unidades estruturais. A cerosidade ocorre tipicamente em horizonte B textural e B nítico. Quanto ao grau de desenvolvimento, a cerosidade pode ser classificada como fraca, moderada ou forte, forte, de acordo com a maior ou menor nitidez e contraste mais ou menos evidente com as partes sem cerosidade. Quanto à quantidade, são usados os termos: pouco, termos: pouco, comum e abundante. abundante.
8. SUPERFÍCIES DE FRICÇÃO OU SLIKENSIDES Superfície alisada e lustrosa, apresentando na maioria das vezes estriamento marcante, produzido pelo deslizamento e atrito da massa do solo causados por movimentação devido à forte expansibilidade do material argiloso por umedecimento. São superfícies tipicamente inclinadas, em relação ao prumo dos perfis.
9. CIMENTAÇÃO Refere-se à consistência quebradiça e dura do material do solo, determinada por qualquer agente cimentante que não seja mineral de argila, tais como: carbonato de cálcio, sílica, óxidos ou sais de ferro e, ou, alumínio. alumín io. Tipicamente, a cimentação cimentação não sofre alteração alteração com o umedecimento, mento, persistindo persistindo a dureza ou quebrajosidade quando molhado. 49
10. NÓDULOS E CONCREÇÕES São corpos cimentados que podem ser removidos intactos do solo e ocorrem principalmente em horizontes subsuperficiais. As concreções mais comuns são as de acumulação de: • Óxidos de ferro ou ferro e alumínio → cor ferruginosa • Óxidos de manganês → cor preta • Carbonato de cálcio → cor branca.
11. CONTEÚDO DE CARBONATOS O conteúdo de carbonatos é avaliado no campo pela efervescência dos carbonatos presentes no solo quando em contato com HCl 10 %. Essa efervescência pode ser classificada como ligeira, forte ou violenta.
12. CONTEÚDO DE MANGANÊS O conteúdo de manganês é avaliado no campo pela efervescência dos compostos de manganês presentes no solo quando em contato com água oxigenada. Essa efervescência também pode ser classificada como ligeira, forte ou violenta.
13. EFLORESCÊNCIAS São ocorrências de sais cristalinos sob forma de revestimentos, crostas e bolsas, após período seco, nas superfícies dos agregados, nas fendas ou na superfície do solo, podendo ter aspecto pulverulento, como pó de giz. São constituídas principalmente por cloreto de sódio (que pode ser identificado pelo sabor salgado), sulfatos de cálcio, magnésio e sódio e, mais raramente, por carbonatos de cálcio. As eflorescências de sais na superfície do solo são mais comuns em solos afetados por sais da região semi-árida brasileira, seja por um processo natural ou causada pelo manejo inadequado da irrigação.
50
Capítulo 8 ATRIBUTOS DIAGNÓSTICOS DOS HORIZONTES
VIII. ATRIBUTOS DIAGNÓSTICOS DOS HORIZONTES 1. INTRODUÇÃO Os horizontes que compõe o perfil do solo podem ser classificados em horizontes pedogenéticos e horizontes diagnósticos. O horizonte pedogenético corresponde a cada uma das camadas mais ou menos paralelas à superfície do terreno, resultantes dos processos pedogenéticos, as quais, por isso, guardam relações genéticas entre si. Ex.: Horizontes H, O, A, E, B e C. O horizonte diagnóstico, por sua vez, corresponde a uma seção do solo que apresenta determinadas características morfológicas e atributos diagnósticos previamente estabelecidos por um sistema de classificação, fazendo com que esse horizonte seja utilizado como critério para separar classes de solo de um sistema de classificação. Ex.: Horizontes A chernozêmico, A hístico, B textural, B latossólico e B plânico, horizonte vértico, horizonte glei e horizonte plíntico. Nem todo horizonte pedogenético é um horizonte diagnóstico. Cada horizonte diagnóstico é identificado e distinguido dos demais por meio de características morfológicas e atributos diagnósticos.
2. ATRIBUTOS DIAGNÓSTICOS DOS HORIZONTES 2.1. MATERIAL ORGÂNICO É aquele constituído essencialmente por materiais orgânicos em diversos estágios de decomposição, podendo estar associados a material mineral em proporções variáveis, de modo que os constituintes orgânicos impõem preponderância de suas propriedades sobre os constituintes minerais. O material de solo será considerado como orgânico quando o teor de carbono avaliado na terra fina seca ao ar for maior ou igual 8 %.
2.2. MATERIAL MINERAL É aquele formado, predominantemente, por compostos inorgânicos em vários estágios de intemperismo. O material do solo é considerado material mineral quando não satisfizer o requisito exigido para material orgânico (item 2.1).
2.3. ATIVIDADE DA FRAÇÃO ARGILA A atividade da fração argila (Targ) é calculada multiplicando-se a CTC do solo a pH 7,0 por 100 e dividindo-se esse total pela percentagem de argila do solo [Targ = (CTC x 100)/% argila]. Se 52
um solo tiver um teor de argila de 40 % e uma CTC de 10 cmolc/kg de solo, a atividade da fração argila será 25 cmolc/kg de argila. Por esse critério, enquadra-se a fração argila do solo em: • Argila de atividade alta (Ta) → Targ ≥ 27 cmolc/kg de argila • Argila de atividade baixa (Tb) → Targ < 27 cmolc/kg de argila. A CTC do solo se refere à capacidade de troca de cátions do solo determinada a pH 7,0, a qual é calculada a partir do somatório entre a soma de bases (SB) e a acidez potencial do solo (H + Al), expressas em cmolc/kg de solo. O valor da SB é obtido pelo somatório dos teores (cmol c/kg de solo) de Ca2+ + Mg2+ + K+ + Na+ trocáveis. Não confundir a CTC do solo a pH 7,0 (CTC ou T) com a CTC efetiva do solo (t). A CTC efetiva (cmol c/kg de solo), ou valor t, é igual à SB mais o teor de Al3+ trocável. Em solos afetados por sais, como os que ocorrem no nordeste semi-árido do Brasil, é necessário subtrair do teor de cada cátion trocável, o seu respectivo teor no extrato de saturação do solo (solúvel), antes de proceder ao cálculo dos valores de CTC ou t. No Brasil, praticamente só os laboratórios de análises químicas de solos de rotina da região nordeste determinam o teor de Na+ trocável. Nas outras regiões do país, onde o Na+ é praticamente ausente nos solos, esse elemento não é determinado nas análises químicas de solos de rotina, excluindo-se o mesmo do cálculo da soma de bases do solo. O critério de atividade da fração argila não se aplica aos solos com teor de argila menor ou igual a 15 %. Para distinção de classes de solos por este critério, é considerado o valor de Targ do horizonte B, ou no C, quando não existe B.
2.4. SATURAÇÃO POR BASES (V %) Refere-se à proporção da CTC do solo que está ocupada pelas bases [V = (SB/CTC) x 100]. Por este critério, os solos são classificados em: • Eutrófico (alta saturação por bases) → V ≥ 50 % • Distrófico (baixa saturação por bases) → V < 50 %. Conhecendo-se a CTC e a saturação por bases de um solo, é possível fazer inferência sobre sua fertilidade ou capacidade de suprir nutrientes às plantas, especialmente Ca 2+ + Mg2+ + K+. Todo solo fértil é eutrófico, mas nem todo solo eutrófico é fértil. Um solo eutrófico só será fértil se a sua CTC for elevada. Como em solos tropicais muito intemperizados a CTC geralmente é baixa, pequenos valores de soma de bases (baixa capacidade de suprimento de nutrientes para as plantas) fazem com que a saturação por bases desses solos seja elevada e, portanto,
53
conferindo aos mesmos o caráter eutrófico sem serem solos férteis. O quadro a seguir mostra diversas situações que podem ocorrer na prática:
Saturação por bases
CTC
Fertilidade do solo
Distrófico
Baixa
Baixa
Distrófico
Alta
Baixa
Eutrófico
Baixa
Baixa
Eutrófico
Alta
Alta
Ocorrência mais comum Latossolos e Argissolos sob clima quente e úmido Solos com caráter alítico do Sul do Brasil Latossolos e Argissolos sob clima semiárido ou sob clima úmido, mas originados de rochas ricas em nutrientes Luvissolos, Chernossolos e Vertissolos
Para distinção entre classes de solos pelo critério da saturação por bases é considerado o valor V no horizonte diagnóstico subsuperficial (B ou C). Na ausência destes horizontes a aplicação do critério é definida para cada classe específica.
2.5. CARÁTER ÁCRICO O caráter ácrico ocorre quando a CTC efetiva (t) for menor ou igual a 1,5 cmolc/kg de argila e quando for atendida a pelo menos uma das seguintes situações: • pH KCl 1 N ≥ 5,0 • ∆pH ≥ 0 (∆pH = pH KCl – pH H 2O).
2.6. CARÁTER ALUMÍNICO Refere-se à condição em que o solo se encontra dessaturado de bases e rico em Al3+, caracterizado pelo teor de Al3+ ≥ 4 cmolc/kg de solo, associado a valores de atividade da fração argila (T arg ) < 20 cmol c /kg de argila, além de apresentar saturação por alumínio (m) ≥ 50 % e/ou saturação por bases (V) < 50 %. A saturação por alumínio é calculada pela fórmula: m = [(Al3+/t) x 100]. Para a distinção de solos mediante este critério é considerado o teor de Al 3+ no horizonte B, ou no horizonte C na ausência do horizonte B.
2.7. CARÁTER ALÍTICO Refere-se à condição em que o solo se encontra dessaturado de bases e rico em Al3+, caracterizado pelo teor de Al3+ ≥ 4 cmolc/kg de solo, associado a valores de atividade da fração argila (T arg ) ≥ 20 cmol c /kg de argila, além de apresentar saturação por alumínio (m) ≥ 50 % e/ou saturação por bases (V) < 50 %. 54
Para a distinção de solos mediante este critério é considerado o teor de Al 3+ no horizonte B, ou no horizonte C quando o solo não tem horizonte B ou no horizonte A quando o solo apresenta seqüência A – R.
2.8. CARÁTER ÊUTRICO Usado para distinguir solos que apresentam pH (H2O) ≥ 5,7, conjugado com valor de soma de bases (SB) ≥ 2,0 cmolc/kg de solo dentro da seção de controle que define a classe.
2.9. CARÁTER SOLÓDICO Usado para distinguir horizontes ou camadas de solos que apresentam percentagem de sódio trocável (PST) variando de 6 a menos de 15 % (6 ≤ PST < 15 %) em alguma parte da seção de controle que define a classe. A percentagem de sódio trocável é calculada pela fórmula: PST = [(Na+/CTC) x 100].
2.10. CARÁTER SÓDICO Usado para distinguir horizontes ou camadas de solos que apresentam percentagem de sódio trocável maior ou igual a 15 % (PST ≥ 15 %) em alguma parte da seção de controle que define a classe.
2.11. CARÁTER SALINO Usado para distinguir horizontes ou camadas de solos que apresentam condutividade elétrica do extrato de saturação do solo (CEes) variando de 4 a menos que 7 dS/m (4 ≤ CEes < 7 dS/m), em alguma época do ano. O caráter salino é uma propriedade do solo referente à presença de sais mais solúveis em água fria que o sulfato de cálcio (gesso), em quantidade que interfere no desenvolvimento da maioria das culturas.
2.12. CARÁTER SÁLICO Usado para distinguir horizontes ou camadas de solos que apresentam condutividade elétrica do extrato de saturação do solo maior ou igual a 7 dS/m (CEes ≥ 7 dS/m), em alguma época do ano. O caráter sálico é uma propriedade do solo referente à presença de sais mais solúveis em água fria que o sulfato de cálcio (gesso), em quantidade tóxica à maioria das culturas.
55
2.13. CARÁTER CARBONÁTICO Propriedade referente à presença de 15 % ou mais de CaCO3 equivalente no solo (CaCO3 ≥ 15 %) sob qualquer forma de segregação, inclusive concreções, desde que não satisfaça os requisitos estabelecidos para horizonte cálcico.
2.14. CARÁTER COM CARBONATO Propriedade referente à presença de CaCO3 equivalente no solo sob qualquer forma de segregação, inclusive concreções, em quantidade variando de 5 a menos de 15 % (5 ≤ CaCO3 < 15 %).
2.15. MUDANÇA TEXTURAL ABRUPTA Consiste em um considerável aumento no teor de argila dentro de pequena distância na zona de transição entre o horizonte A ou E e o horizonte subjacente B. Se o teor de argila do horizonte A ou E for menor que 20 %, o teor de argila do horizonte B deverá ser pelo menos o dobro. Caso contrário, se o teor de argila do horizonte A ou E for maior ou igual a 20 %, o incremento de argila no horizonte B deve ser pelo menos de 20 % a mais em valor absoluto (Ex.: de 30 % para 50 %, de 22 % para 42 %).
2.16. CARÁTER FLÚVICO Usado para solos formados sob forte influência de sedimentos de natureza aluvionar, que apresentam um dos seguintes requisitos: • Distribuição irregular ou errática do teor de carbono orgânico em profundidade, não relacionada a processos pedogenéticos, e/ou • Camadas estratificadas em 25 % ou mais do volume de solo.
2.17. PLINTITA É uma formação constituída da mistura de argila, pobre em carbono orgânico e rico em ferro ou ferro e alumínio, com grãos de quartzo e outros materiais. Ocorre comumente sob a forma de mosqueados vermelho, vermelho-amarelo ou vermelho-escuro. A plintita se forma pela segregação de ferro, importando em mobilização, transporte e concentração final dos compostos de ferro. A plintita não endurece irreversivelmente como resultado de um único ciclo de umedecimento e secagem. No solo úmido a plintita é macia, podendo ser cortada com a pá. Quando submersa em água, durante duas horas, a Plintita não esboroa, mesmo submetida a suaves agitações periódicas.
56
2.18. PETROPLINTITA Material normalmente proveniente da plintita, que sob efeito de ciclos repetitivos de umedecimento e secagem sofre consolidação irreversível, dando lugar à formação de nódulos ou de concreções ferruginosas (“Ironstone”, concreções lateríticas, canga, tapanhoacanga, “piçarra”, “tauá”) de dimensões e formas variadas (Laminar, nodular, esferoidal ou irregular) individualizadas ou aglomeradas.
2.19. CARÁTER PLÍNTICO Usado para distinguir solos que apresentam plintita em quantidade ou espessura insuficientes para caracterizar horizonte plíntico, em um ou mais horizontes, em alguma parte da seção de controle que defina a classe. É requerida plintita em quantidade mínima de 5 % por volume.
2.20. CARÁTER CONCRECIONÁRIO Termo usado para definir solos que apresentam petroplintita na forma de nódulos ou concreções em um ou mais horizontes dentro da seção de controle que defina a classe, em quantidade e/ou com espessura insuficientes para caracterizar horizonte concrecionário. É requerida petroplintita em quantidade mínima de 5 % por volume.
2.21. CARÁTER LITOPLÍNTICO Usado para definir solos que apresentam petroplintita na forma contínua e consolidada em um ou mais horizontes em alguma parte da seção de controle que defina a classe, cuja espessura do material ferruginoso é insuficiente para caracterizar horizonte litoplíntico.
2.22. CARÁTER ARGILÚVICO Usado para distinguir solos que têm concentração de argila no horizonte B, expressa por gradiente textural (B/A) maior ou igual a 1,4 e/ou iluviação de argila evidenciada pela presença de cerosidade moderada ou forte e/ou presença no sequum de horizonte E sobrejacente a horizonte B (não espódico), dentro da seção de controle que defina a classe.
2.23. CARÁTER PLÂNICO Usado para distinguir solos intermediários com Planossolos, ou seja, com horizonte adensado e permeabilidade lenta ou muito lenta, cores acinzentadas ou escurecidas, neutras ou próximo delas, ou com mosqueados de redução, que não satisfazem os requisitos para horizonte plânico e que ocorrem em toda a extensão do horizonte, excluindo-se horizonte com caráter plíntico.
57
2.24. CARÁTER COESO Usado para distinguir solos com horizontes pedogenéticos subsuperficiais adensados, muito resistentes à penetração da faca ou martelo pedológico e que são muito duros a extremamente duros quando secos, passando a friáveis ou firmes quando úmidos. Uma amostra úmida quando submetida à compressão, deforma-se lentamente, ao contrário do fragipã, que apresenta quebradicidade (desintegração em fragmentos menores). O caráter coeso é comumente observado nos horizontes transicionais AB e, ou, BA, entre 30 e 70 cm da superfície do solo, podendo prolongar-se até o Bw ou coincidir com o Bt, no todo em parte. Uma amostra de horizonte com caráter coeso, quando seca, desmancha-se ao ser imersa em água.
2.25. CARÁTER DÚRICO Utilizado para caracterizar solos que apresentem cimentação forte em um ou mais horizontes dentro da seção de controle que define a classe, incluindo-se solos com presença de duripã, ortstein e outros horizontes com cimentação forte que não se enquadrem na definição de horizontes litoplíntico, concrecionário e petrocálcico.
2.26. CARÁTER VÉRTICO Presença de “slickensides” (superfícies de fricção), fendas, ou estrutura cuneiforme e, ou, paralepipédica, em quantidade e expressão insuficientes para caracterizar horizonte vértico.
2.27. SUPERFÍCIE DE FRICÇÃO (“SLICKENSIDES”) Superfícies alisadas e lustrosas, apresentando na maioria das vezes estriamento marcante, produzido pelo deslizamento e atrito da massa do solo, causado por movimentação devido à forte expansibilidade do material argiloso por umedecimento. São superfícies tipicamente inclinadas, em relação ao prumo dos perfis.
2.28. CONTATO LÍTICO Refere-se à presença de material mineral extremamente resistente subjacente ao solo, exclusive horizonte petrocálcico, horizonte litoplíntico, duripã e fragipã. Sua coesão é de tal ordem que mesmo quando úmido torna a escavação com a pá reta impraticável ou muito difícil, o que dificulta a penetração de água e raízes. Esse material pode ser a rocha sã ou rochas fracamente alteradas (R) ou o saprólito pouco alterado (CR).
58
2.29. CONTATO LÍTICO FRAGMENTÁRIO Refere-se a um tipo de contato lítico em que o material endurecido subjacente ao solo encontra-se fragmentado, usualmente, em função de fraturas naturais, possibilitando a penetração de raízes e a livre circulação de água.
2.30. MATERIAIS SULFÍDRICOS São aqueles que contém compostos de enxofre oxidáveis e ocorrem em solos de natureza mineral ou orgânica, localizados em áreas encharcadas, com valor de pH maior que 3,5, os quais, se incubados na forma de camada com 1 cm de espessura, sob condições aeróbicas úmidas, mostram um decréscimo no pH de 0,5 ou mais unidades para um valor de pH 4,0 ou menor no intervalo de até 8 semanas. Se um solo contendo materiais sulfídricos for exposto de alguma maneira às condições aeróbicas, os sulfetos se oxidam e formam ácido sulfúrico, podendo baixar o pH, que normalmente está próximo da neutralidade antes da drenagem ou exposição, para valores abaixo de 3. O ácido pode induzir a formação de sulfatos de ferro e de alumínio. O sulfato de ferro, jarosita, pode segregar, formando os mosqueados amarelos que comumente caracterizam o horizonte sulfúrico. Materiais sulfídricos se acumulam em solo ou sedimento permanentemente saturados, geralmente com água salobra. Materiais sulfídricos geralmente ocorrem em alagadiços costeiros e próximos a foz de rios que transportam sedimentos não calcários.
2.31. CARÁTER EPIÁQUICO Caráter que ocorre em solos que apresentam lençol freático superficial temporário resultante da má condutividade hidráulica de alguns horizontes do solo. Essa condição de saturação com água permite que ocorram os processos de redução e segregação de ferro nos horizontes que antecedem o B e, ou, no topo deste, exibindo padrões de cores associados à estagnação de água.
2.32. CARÁTER CRÔMICO O termo crômico é usado para caracterizar modalidades de solos que apresentam, na maior parte do horizonte B, excluído o BC, predominância de cores (amostra úmida) conforme definido a seguir: • Se o matiz for 5 YR ou mais vermelho (2,5 YR; 10 R; 7,5 R e 5 R) deve apresentar valor ≥ 3 e croma ≥ 4, ou 59
• Se o matiz for mais amarelo que 5 YR (7,5 YR; 10 YR; 2,5 Y e 5 Y), deve apresentar valores 4 a 5 e cromas 3 a 6.
2.33. CARÁTER EBÂNICO Diz respeito à dominância de cores escuras, quase pretas, na maior parte do horizonte diagnóstico subsuperficial com predominância de cores conforme definido a seguir: • Para matiz 7,5 YR ou mais amarelo (10 YR; 2,5 Y e 5 Y): o
Cor úmida: valor < 4 e croma < 3
o
Cor seca: valor < 6
• Para matiz mais vermelho que 7,5 YR (5 YR; 2,5 YR; 10 R; 7,5 R e 5 R): o
Cor úmida: preto ou cinzento muito escuro (Munsell)
o
Cor seca: valor < 5
2.34. CARÁTER RÚBRICO Utilizado para solos das subordens Latossolos Brunos e Nitossolos Brunos, que apresentam em alguma parte da seção de controle que define a classe, cor úmida amassada com matiz mais vermelho que 5 YR (2,5 YR; 10 R; 7,5 R e 5 R), valor na amostra úmida menor que 4 e na amostra seca, com apenas uma unidade a mais.
2.35. TEOR DE ÓXIDOS DE FERRO (Fe 2O3) • Hipoférrico → Fe2O3 < 8 % (Baixo) • Mesoférrico → 8 ≤ Fe2O3 < 18 % (Médio) • Férrico → 18 ≤ Fe2O3 < 36 % (Alto) • Perférrico → Fe2O3 ≥ 36 % (Muito).
2.36. GRAU DE DECOMPOSIÇÃO DO MATERIAL ORGÂNICO Os seguintes atributos são utilizados na ordem dos Organossolos: • Material orgânico-fíbrico: o
Constituído de fibras, facilmente identificáveis como de origem vegetal
• Material orgânico-hêmico: o
Material em estágio de decomposição intermediário entre fíbrico e sáprico
• Material orgânico-sáprico: o
Material em estágio avançado de decomposição.
60
3. OUTROS ATRIBUTOS Estes atributos, por si só, não diferenciam classes de solos, mas são características importantes que auxiliam na definição das mesmas.
3.1. CEROSIDADE É a concentração de material inorgânico, na forma de preenchimento de poros ou de revestimentos de unidades estruturais (agregados ou peds) ou de partículas de frações grosseiras (grãos de areia), que se apresentam em nível macromorfológico com aspecto lustroso e brilho graxo. Pode ser resultante do revestimento por material inorgânico, freqüentemente argila e, ou, do re-arranjamento de partículas nas superfícies das unidades estruturais. A cerosidade é observada com maior facilidade com o auxílio de lupas de pelo menos 10 X de aumento.
3.2. SUPERFÍCIE DE COMPRESSÃO São superfícies alisadas, virtualmente sem estriamento, provenientes de compressão na massa do solo em decorrência de expansão do material, podendo apresentar certo brilho quando úmidas ou molhadas. Ao contrário das superfícies de fricção (“slickensides”), as superfícies de compressão não têm orientação preferencial inclinada em relação ao prumo do perfil e usualmente não apresentam essa disposição.
3.3. GILGAI É o microrelevo típico de solos argilosos que têm um alto coeficiente de expansão com aumento do teor de água do solo. Consiste em saliências convexas distribuídas em áreas quase planas ou configuram feição topográfica de sucessão de pequenas depressões e elevações, muito comuns em Vertissolos.
3.4. AUTOGRANULAÇÃO (“SELF- MULCHING”) Propriedade inerente a alguns materiais argilosos que se manifesta pela formação de camada superficial de agregados geralmente granulares e soltos, fortemente desenvolvidos, resultantes de umedecimento e secagem. Quando destruídos pelo uso de implementos agrícolas, os agregados se recompõem normalmente pelo efeito de apenas um ciclo de umedecimento e secagem.
3.5. RELAÇÃO SILTE/ARGILA É calculada dividindo-se o teor de silte pelo teor de argila, obtidos da análise granulométrica. Serve como base para avaliar o grau de intemperismo em solos de regiões tropicais e é empregada em solos de textura franco arenosa ou mais fina. Essa relação é usada para diferenciar horizonte B latossólico de B incipiente, quando eles apresentam características 61
morfológicas semelhantes, principalmente para solos cujo material de origem pertence ao cristalino (rochas graníticas e gnáissicas).
3.6. MINERAIS ALTERÁVEIS São aqueles instáveis em clima úmido, em comparação com outros minerais, tais como quartzo e argilas do grupo das caulinitas, e que, quando se intemperizam, liberam nutrientes para as plantas e, ou, ferro ou alumínio. Os minerais considerados minerais alteráveis são os seguintes: • Minerais da fração argila: Inclui todas as argilas 2:1, exceto a clorita aluminosa interestratificada. A sepionita, o talco e a glauconita também são considerados minerais alteráveis, ainda que nem sempre pertencem à fração argila. • Minerais da fração silte e areia: São feldspatos, feldspatóides, minerais ferromagnesianos, vidros vulcânicos, fragmentos de conchas, zeolitos, apatitas e micas, que inclui a muscovita que resiste por algum tempo à intemperização, mas que termina, também, desaparecendo. Este atributo é empregado pelo SiBCS para diferenciar o horizonte B latossólico (< 4 % de minerais alteráveis) do horizonte B incipiente (≥ 4 % de minerais alteráveis) quando este tem semelhanças morfológicas com aqueles. Também é utilizado, na ordem dos Neossolos, para separar Neossolos Regolíticos (≥ 4 % de minerais alteráveis nas frações areia grossa ou areia fina) de textura arenosa dos Neossolos Quartzarênicos (< 4 % de minerais alteráveis nas frações areia grossa ou areia fina).
62
Capítulo 9 HORIZONTES DIAGNÓSTICOS
IX. HORIZONTES DIAGNÓSTICOS 1. HORIZONTES DIAGNÓSTICOS SUPERFICIAIS 1.1. HORIZONTE HÍSTICO Horizonte escuro de constituição predominantemente orgânica (teor de carbono orgânico≥ 8 %), resultante da acumulação de resíduos vegetais depositados superficialmente. Condições de formação: a) Excesso/saturação de água por longo período ou todo o ano → horizonte H b) Ambiente úmido, mas de drenagem livre, como em ambiente altimontano → horizonte O O horizonte hístico deve atender a um dos seguintes requisitos: • Espessura ≥ 20 cm, • Espessura ≥ 40 cm quando 75 % (v/v) ou mais do horizonte for constituído de tecido vegetal na forma de restos de ramos finos, raízes finas, cascas de árvores, excluindo as partes vivas, • Espessura ≥ 10 cm quando sobrejacente a um contato lítico. O horizonte hístico é considerado como diagnóstico para identificar os Organossolos.
1.2. HORIZONTE A CHERNOZÊMICO Horizonte mineral superficial de cor escura que, mesmo após o revolvimento superficial, atende às seguintes características: • Saturação por bases elevada (V ≥ 65 %) com predomínio de Ca 2+ e/ou Mg2+, • A cor do solo, em amostra indeformada e em amostra úmida amassada, apresenta: a) Croma ≤ 3 quando úmido b) Valor ≤ 3 quando úmido e ≤ 5 quando seco. Se o teor de carbonato de cálcio equivalente for ≥ 40 %, o valor deverá ser ≤ 5 quando úmido. • A espessura, incluindo horizontes transicionais, tais como AB, AE ou AC, mesmo quando revolvido o material de solo, deve atender a um dos seguintes requisitos: a) 10 cm ou mais, se o horizonte A é seguido de contato com a rocha, ou b) 18 cm no mínimo e mais que um terço da espessura do solum, ou mais que um terço da espessura dos horizontes A + C caso não ocorra B, se estas forem inferiores a 75 cm, ou c) 25 cm ou mais, se o solo tiver espessura ≥ 75 cm. 64
• Teor de carbono orgânico ≥ 0,6 %. Se o horizonte apresentar teor de carbonato de cálcio equivalente ≥ 40 %, o teor de carbono orgânico deverá ser ≥ 2,5 % nos 18 cm superficiais. Essas características continuam no horizonte A chernozêmico mesmo após o revolvimento superficial do solo pela aração. O horizonte A chernozêmico é, por definição, um horizonte com excelentes propriedades físicas e químicas, típico de solos bastante férteis, e é diagnóstico da ordem dos Chernossolos.
1.3. HORIZONTE A PROEMINENTE Apresenta as mesmas características do horizonte A chernozêmico, exceto a saturação por bases (V %), que é inferior a 65 %. O horizonte A proeminente apresenta boas propriedades físicas como o A chernozêmico, mas em geral é distrófico (V < 50 %).
1.4. HORIZONTE A HÚMICO É um horizonte mineral de cor escura (valor e croma ≤ 4), saturação por bases < 65 %, carbono orgânico < 8 % e espessura mínima como a descrita para o horizonte A chernozêmico Este horizonte é semelhante ao A proeminente, contudo admite valor e croma ligeiramente superior ao daquele (menos escuro). O horizonte A húmico, às vezes, atinge mais de 1,5 m de espessura.
1.5. HORIZONTE A ANTRÓPICO É um horizonte formado ou modificado pelo uso contínuo do solo pelo homem, como local de residência ou cultivo, por períodos prolongados, com adições de material orgânico em mistura ou não com material mineral, ocorrendo, às vezes, fragmentos de cerâmica e restos de ossos e conchas. Assemelha-se aos horizontes A chernozêmico (quando com V ≥ 65 %) ou A húmico (quando V < 65 %) e geralmente difere destes por apresentar teor de P2O5 muito elevado ou a presença de artefatos líticos e, ou, cerâmicas, características de ação antrópica.
1.6. HORIZONTE A FRACO É um horizonte mineral superficial fracamente desenvolvido, seja pelo reduzido teor de colóides minerais ou orgânicos (Solos arenosos) ou por condições externas de clima e vegetação, como as que ocorrem na zona semi-árida com vegetação de caatinga hiperxerófila. O horizonte A fraco é identificado pelas seguintes características: • Cor do material de solo com valor ≥ 4, quando úmido, e ≥ 6, quando seco, • Estrutura em grãos simples, maciça ou com grau fraco de desenvolvimento, • Teor de C orgânico < 0,6 %, 65
• Espessura < 5 cm, não importando as condições de cor, estrutura e carbono orgânico (todo horizonte superficial com espessura < 5 cm é fraco).
1.7. HORIZONTE A MODERADO São incluídos nesta categoria horizontes superficiais que não se enquadram no conjunto das definições dos demais seis horizontes diagnósticos superficiais. É o horizonte superficial mais comum entre os solos brasileiros, ocorrendo desde solos situados em planícies aluviais mal drenados até solos excessivamente drenados, arenosos das partes altas.
2. HORIZONTES DIAGNÓSTICOS SUBSUPERFICIAIS SUBSUPERFICIAIS Estão situados abaixo do horizonte A, mas podem coexistir com o horizonte A ou situar-se na superfície, devido à remoção por erosão das camadas superficiais.
2.1. HORIZONTE B TEXTURAL (Bt) É um horizonte mineral subsuperficial que ocorre abaixo do horizonte A ou E (se estes não foram erodidos), formado pelo acúmulo iluvial (ou não) de argila, com teor de argila maior que 15 % e estrutura em blocos envolvidos por película de argila silicatada. O desenvolvimento da estrutura e da cerosidade são os critérios determinantes na identificação do horizonte Bt no campo. O teor de argila do horizonte Bt é maior que o do horizonte A ou E e pode, ou não, ser maior que o do horizonte C. O horizonte Bt é diagnóstico dos Argissolos e Luvissolos. O horizonte B textural pode ser coincidente com o horizonte Plíntico e com o horizonte Glei. Quando existe mudança textural abrupta entre os horizontes A ou E e o horizonte B t, pode haver problemas de erosão em solos de regiões de relevo acidentado e de elevada pluviosidade.
2.2. HORIZONTE B LATOSSÓLICO (Bw) Horizonte mineral subsuperficial situado imediatamente abaixo de qualquer horizonte h orizonte A e que tenha as seguintes características: diferenciação entre os subhorizontes subhorizontes do Bw, com transição, de maneira geral, difusa, • Pouca diferenciação • Estrutura forte muito pequena a pequena granular (microestrutura), ou blocos subangulares fracos ou moderados, • Consistência ligeiramente dura (amostra seca), friável a muito friável (amostra úmida) e ligeiramente plástica a plástica e ligeiramente pegajosa a pegajosa (amostra molhada), mesmo quando a textura é argilosa, 66
• Menos de 5 % do volume do horizonte Bw que mostre estrutura da rocha original, • Grande estabilidade dos agregados, sendo o grau de floculação da argila igual ou muito próximo de 100 % e o teor de argila dispersa em água < 20 %, desde que o teor de carbono orgânico seja ≤ 0,4 %. • Espessura mínima de 50 cm, sendo comum espessura de 2-3 m, • Textura franco arenosa ou mais fina e relação silte/argila < 0,7 nos solos de textura média e < 0,6 nos de textura argilosa, na maioria dos subhorizontes do Bw, • Menos de 4 % de minerais primários facilmente intemperizáveis ou menos de 6 % de muscovita determinados na fração areia, • Valor de Ki ≤ 2,2, sendo normalmente < 2,0, • Baixa CTC (Targ < 17 cmol c/kg de argila). O horizonte Bw é muito intemperizado e possui caulinita e, ou, óxidos de ferro e alumínio como minerais predominantes na fração argila. O horizonte Bw é o horizonte diagnóstico exclusivo dos Latossolos, que são os solos mais intemperizados e de maior ocorrência no Brasil.
2.3. HORIZONTE B INCIPIENTE (Bi) Horizonte subsuperficial com espessura ≥ 10 cm e subjacente aos horizontes A, Ap ou AB, que não sofreu intemperismo muito avançado, porém suficiente para o desenvolvimento de cor ou de estrutura e no qual mais da metade do volume de todos os subhorizontes não deve consistir em estrutura original da rocha. O horizonte Bi deve apresentar todas as seguintes características: • Não satisfazer os requisitos estabelecidos para caracterizar um horizonte B textural, B nítico, B espódico, B plânico, p lânico, fragipã, duripã, horizonte petrocálcico, horizonte horizonte plíntico e horizonte glei, • Dominância de cores brunadas, amareladas e avermelhadas com ou sem mosqueados ou cores acinzentadas com mosqueados, resultantes da segregação de óxidos de ferro, • Textura franco arenosa ou mais fina, • Desenvolvimento de unidades estruturais no solo (agregados ou peds) e ausência da estrutura da rocha original, em 50 % ou mais do seu s eu volume Um típico horizonte Bi apresenta CTC e Ki relativamente elevados, teores apreciáveis de minerais primários facilmente intemperizáveis, relação silte/argila elevada e ocorre em solos pouco profundos, com saprólito ocorrendo a menos de 100 cm de profundidade. O horizonte Bi é horizonte diagnóstico da ordem dos Cambissolos.
67
O horizonte Bi não apresenta acréscimo significativo de argila em relação ao horizonte A que lhe antecede e, às vezes, a morfologia do horizonte Bi é semelhante à do horizonte Bw, diferindo deste por apresentar um ou mais dos seguintes requisitos: • Relação silte/argila ≥ 0,7 nos solos de textura média e > 0,6 nos de textura argilosa ou muito argilosa. Este critério é válido quando o material de origem é relacionado ao embasamento cristalino, como as rochas graníticas e gnáissicas, • Mais de 4 % de minerais primários facilmente intemperizáveis ou 6 % ou mais de muscovita determinados na fração areia, • Valor de Ki > 2,2 determinado na ou correspondendo à fração argila, • CTC elevada (Targ ≥ 17 cmolc/kg de argila), • Mais de 5 % do volume do horizonte Bi mostra a estrutura da rocha original, Quando um mesmo horizonte satisfizer, coincidentemente, os requisitos para ser identificado como B incipiente ou vértico, ele será chamado de horizonte vértico.
2.4. HORIZONTE B NÍTICO Horizonte mineral subsuperficial, não hidromórfico, que apresenta argila de atividade baixa ou caráter alítico e que atende aos seguintes requisitos: • Espessura ≥ 30 cm, a não ser que o solo apresente contato lítico nos primeiros 50 cm de profundidade, quando deve apresentar espessura ≥ 15 cm, e • Textura argilosa ou muito argilosa (teor de argila ≥ 35 %), sem incremento de argila do horizonte A para o B ou com pequeno incremento (relação textural B/A < 1,5) • Estrutura em blocos ou prismática de grau de desenvolvimento moderado ou forte, associada a cerosidade em quantidade no mínimo comum e com grau forte ou moderado. O horizonte B nítico é o horizonte diagnóstico da ordem dos Nitossolos.
2.5. HORIZONTE B ESPÓDICO Horizonte mineral subsuperficial com espessura mínima de 2,5 cm e que apresenta acumulação iluvial de matéria orgânica, associada a complexos de sílica-alumínio ou húmusalumínio, podendo ou não conter ferro. O horizonte B espódico é formado de material essencialmente arenoso e apresenta acentuada diferença de cor em relação ao horizonte suprajacente A ou E. É muito comum a presença de horizonte E álbico de cor esbranquiçada, contrastando acentuadamente com as cores avermelhadas ou bruno-escuras do horizonte Bh que lhe sucede. 68
Em função dos compostos iluviais dominantes e do grau de cimentação, o horizonte B espódico pode ser do tipo: • Bh → Acumulação dominante de complexos de matéria orgânica-alumínio, com pouca ou nenhuma evidência de ferro iluvial. Apresenta cor escura, com valor < 4 e croma < 3. • Bhs → Identificado pela iluviação expressiva de ferro e matéria orgânica, sendo os compostos orgânicos distribuídos em faixas, ou como mosqueados, ou aglomerados, ou estrias, formando padrões heterogênios dos compostos iluviais de ferro, alumínio e matéria orgânica. O matiz varia de 2,5 YR a 10 YR e o valor/croma de 3/4, 3/6, 4/3 ou 4/4. • Bs → Geralmente apresenta cores vivas de croma elevado, indicando que os compostos de ferro são dominantes ou co-dominantes e que há pouca evidência de matéria orgânica iluvial, exceto por padrões descontínuos na transição entre os horizontes A ou E para o B espódico. Apresenta matiz 5 YR, 7,5 YR ou 10 YR, valor 4 ou 5 (no máximo 6), e croma 4 a 8. O horiozonte B espódico pode se apresentar sob a forma consolidada, denominada “ortstein” (Bhm, Bhsm ou Bsm). Nos solos brasileiros, geralmente o “ortstein” ocorre a profundidades superiores a 150 cm. O horizonte Bh é horizonte diagnóstico exclusivo da ordem dos Espodossolos. Outro horizonte que pode ocorrer associado ou como variação do B espódico é o plácico (significa um fino pã cimentado), que deve apresentar os seguintes requisitos: • O horizonte é cimentado ou endurecido por ferro ou ferro e manganês, com ou sem matéria orgânica, acompanhados ou não de outros agentes cimentantes, • O horizonte é contínuo lateralmente, exceto por fendas verticais espaçadas de, pelo menos 10 cm, através das quais pode haver penetração do sistema radicular, e • O horizonte tem uma espessura que varia de 0,5 a 2,5 cm.
2.6. HORIZONTE B PLÂNICO É um tipo especial de horizonte B textural, subjacente a horizontes A ou E, apresentando transição abrupta para os horizontes suprajacentes, normalmente associada a mudança textural abrupta. Geralmente os solos com horizonte B plânico estão situados em relevo pouco declivoso, mas pode haver exceção. Apresenta estrutura prismática ou colunar ou em blocos angulares e subangulares grandes ou médios, e às vezes maciça, permeabilidade lenta ou muito lenta e cores acinzentadas ou 69
escurecidas, podendo ou não possuir cores neutras de redução, com ou sem mosqueados. Este horizonte apresenta teores elevados de argila dispersa e pode ser responsável pela formação de lençol de água suspenso, de existência temporária. As cores do horizonte B plânico refletem a sua baixa permeabilidade e devem atender a pelo menos um dos seguintes requisitos: • Cor da matriz (com ou sem mosqueados) o
Quando o matiz for 10YR ou mais amarelo, o croma deve ser ≤ 3, ou excepcionalmente 4,
o
Quando o matiz for 7,5YR ou 5YR, o croma deve ser ≤ 2,
• Coloração variegada com pelo menos uma cor apresentando matiz e croma conforme especificado no item anterior, • Solos com matiz 10YR ou mais amarelo, cromas ≥ 4, combinado com um ou mais mosqueados, com croma ≤ 3, ou excepcionalmente 4. O horizonte B plânico com caráter sódico apresenta-se em geral muito a extremamente duro quando seco e firme a muito firme quando úmido. No campo, quando seco, é comum precisar usar picareta para escavá-lo. O horizonte B plânico é o horizonte diagnóstico da ordem dos Planossolos.
2.7. HORIZONTE ÁLBICO Horizonte mineral comumente subsuperficial, no qual a remoção ou segregação de material coloidal mineral e orgânico progrediu a tal ponto que a cor do horizonte é determinada principalmente pela cor das partículas primárias de areia e silte, do que por revestimento nessas partículas. O horizonte E álbico possui espessura ≥ 1 cm e cores que atendam a uma das seguintes exigências: • Quando úmido, o valor deve ser ≥ 6 e o croma ≤ 3, ou • Valor ≥ 7 quando seco e croma ≤ 3 quando úmido, ou • Quando úmido, o valor deve ser ≥ 4 e o croma ≤ 2. Quando seco, o valor deve ser ≥ 5, ou • Quando úmido, o valor deve ser ≥ 3 e o croma ≤ 2. Quando seco, o valor deve ser ≥ 6. O horizonte E álbico geralmente precede um horizonte B espódico, B textural, B plânico, horizonte plíntico, horizonte glei, fragipã ou uma camada impermeável que restrinja a percolação de água.
2.8. HORIZONTE PLÍNTICO Horizonte caracterizado pela presença de plintita em quantidade ≥ 15 % do volume do horizonte e espessura ≥ 15 cm. A coloração é usualmente variegada, com predominância de 70
cores avermelhadas, bruno-amareladas, amarelo-brunadas, acinzentadas e esbranquiçadas. Muitos horizontes plínticos possuem matriz acinzentada ou esbranquiçada, com mosqueados abundantes de cores vermelho, vermelho-amarelada e vermelho-escuro, ocorrendo, também, mosqueados com tonalidade amarelada. As cores claras da matriz do horizonte plíntico apresentam as seguintes especificações: a) Matizes 2,5 Y a 5 Y, ou b) Matizes 10 YR a 7,5 YR, com cromas baixos, usualmente até 4, podendo atingir 6 quando se tratar de matiz 10 YR. As cores dos mosqueados do horizonte plíntico apresentam as seguintes especificações: a) Matizes 10 R a 7,5 YR com cromas altos, usualmente acima de 4, ou b) Matiz 10 YR, com cromas muito altos, normalmente maiores que 6, ou c) Matizes 2,5 Y a 5 Y. Esse horizonte se forma em terrenos com lençol freático alto ou que pelo menos apresente restrição temporária à percolação da água. Regiões de clima quente e úmido, com relevo plano a suave ondulado, de áreas baixas como depressões, baixadas, terços inferiores de encostas e áreas de surgente das regiões quente e úmidas favorecem o desenvolvimento do horizonte plíntico, por permitir que o terreno permaneça saturado com água, pelo menos, uma parte do ano e sujeito a flutuações do lençol freático. O horizonte plíntico é identificado pela notação “ f ”, colocada após o símbolo do horizonte principal: Btf, Bwf, Cf, etc. O horizonte plíntico é horizonte diagnóstico da ordem dos Plintossolos e tem precedência taxonômica sobre qualquer tipo de horizonte A e sobre os horizontes Bt, Bw, Bi, B plânico sem caráter sódico e horizonte glei.
2.9. HORIZONTE CONCRECIONÁRIO Horizonte constituído de 50 % ou mais, por volume, de material grosseiro com predomínio de petroplintita, do tipo nódulos e concreções de ferro ou de ferro e alumínio, numa matriz terrosa de textura variada ou matriz de material mais grosseiro. É identificado como qualquer um dos seguintes horizontes: Ac, Ec, Bc ou Cc. O horizonte concrecionário, para ser diagnóstico, deve apresentar no mínimo 30 cm de espessura. O horizonte concrecionário tem precedência taxonômica sobre qualquer tipo de horizonte A e sobre os horizontes Bt, Bw, Bi, B nítico, B plânico sem caráter sódico e horizonte glei.
71
2.10. HORIZONTE LITOPLÍNTICO Horizonte constituído por petroplintita contínua ou praticamente contínua. Este horizonte pode englobar uma seção do perfil muito fraturada mas em que existe predomínio de blocos de petroplintita com tamanho mínimo de 20 cm, ou as fendas que aparecem são poucas e separadas umas das outras por 10 cm ou mais. Para ser diagnóstico, esse horizonte deve apresentar espessura mínima de 10 cm. O horizonte litoplíntico, também conhecido como bancada laterítica, constitui uma camada de impedimento ainda mais restritiva à penetração do sistema radicular das plantas e à infiltração de água, quando comparado aos horizontes concrecionário e plíntico.
2.11. HORIZONTE GLEI É um horizonte mineral subsuperficial ou eventualmente superficial, hidromórfico, com espessura ≥ 15 cm, com menos de 15 % (em volume) de plintita e apresentando um ou mais dos seguintes requisitos: • Dominância de uma das seguintes cores, em solo úmido: o
Cores neutras (N1/ a N8/) ou mais azul que 10Y, ou
o
Para matizes mais vermelhos que 5YR e valores ≥ 4, os cromas devem ser ≤ 1, ou
o
Para matizes 5YR ou mais amarelos e valores ≥ 4, os cromas devem ser ≤ 2, admitindo-se para solos de matiz dominante 10 YR ou mais amarelo, croma 3, que deverá diminuir no horizonte subjacente, ou
o
Para todos os matizes e quaisquer valores, os cromas podem ser ≤ 2, desde que ocorram mosqueados de redução.
• Coloração variegada com pelo menos uma das cores de acordo com um dos itens anteriores, ou • Presença de ferro reduzido indicada pelo desenvolvimento de cor azul-escura do solo com o indicador ferrocianeto de potássio a 1 % em solução aquosa, ou a cor vermelha intensa desenvolvida pelo alfa dipiridil. O horizonte glei é decorrente essencialmente da presença de lençol freático elevado, que cria condições de hidromorfismo e gleização. O horizonte glei pode ser um horizonte C, B, E ou hístico ou A, exceto A fraco. O horizonte glei é o horizonte diagnóstico da ordem dos Gleissolos.
72
2.12. HORIZONTE CÁLCICO Horizonte de acumulação de carbonato de cálcio. Esta acumulação ocorre principalmente no horizonte C, mas pode ocorrer também no horizonte B ou A. Apresenta espessura ≥ 15 cm, teor de carbonato de cálcio equivalente ≥ 15 % e tem, no mínimo, 5 % a mais de carbonato de cálcio que o horizonte ou camada subjacente.
2.13. HORIZONTE PETROCÁLCICO Horizonte contínuo resultante da consolidação e cimentação de um horizonte cálcico por carbonato de cálcio e, ou, de magnésio, podendo haver presença de sílica. O horizonte petrocálcico é continuamente cimentado em todo o perfil, a tal ponto que fragmentos secos imersos em água não fraturam e nem desprendem pedaços. Quando úmido, a consistência do horizonte petrocálcico é muito firme a extremamente firme e, quando seco, muito duro ou extremamente duro, não permitindo a penetração da pá ou do trado. É maciço ou de estrutura laminar. A espessura é, em geral, ≥ 10 cm.
2.14. HORIZONTE SULFÚRICO Horizonte subsuperficial constituído de material mineral ou orgânico, com espessura ≥ 15 cm, pH (água 1:2,5) ≤ 3,5, evidenciando a presença de ácido sulfúrico. Além disso, deve possuir uma ou mais das seguintes características: • Concentração de Jarosita (pode ter croma ≥ 3), ou • Materiais sulfídricos imediatamente subjacentes ao horizonte, ou • Teor de sulfato solúvel em água ≥ 0,05 %. O horizonte sulfúrico forma-se como resultado da drenagem, mais comumente artificial, e da oxidação de materiais minerais e orgânicos ricos em sulfetos. Também pode formar-se em locais onde materiais sulfídricos tenham sido expostos como resultado da mineração de superfície, construção de estradas, dragagem ou outras operações de movimento de terra
2.15. HORIZONTE VÉRTICO É um horizonte mineral subsuperficial que, devido à expansão e contração das argilas, apresenta feições pedológicas típicas, que são as superfícies de fricção (“Slickensides”) e fendas em algum período mais seco do ano com pelo menos 1 cm de largura. O teor de argila é ≥ 30 %. O horizonte vértico pode coincidir com o horizonte AC, B (Bi ou Bt) ou C e apresentar cores escuras, acinzentadas, amareladas ou avermelhadas. Para ser diagnóstico, este horizonte deve apresentar espessura ≥ 20 cm. 73
Em áreas irrigadas ou mal drenadas (sem fendas aparentes), o coeficiente de expansão linear (COLE) deve ser ≥ 0,06 ou a expansibilidade linear deve ser ≥ 6 cm. O horizonte vértico tem precedência diagnóstica sobre os horizontes B incipiente, B nítico e glei, e é o horizonte diagnóstico da ordem dos Vertissolos.
2.16. FRAGIPÃ Horizonte mineral subsuperficial, endurecido quando seco, contínuo ou presente em 50 % ou mais do volume de outro horizonte, normalmente de textura média ou algumas vezes arenosa ou raramente argilosa, que geralmente está abaixo de um horizonte B espódico, B textural ou horizonte álbico. O teor de matéria orgânica é muito baixo, a densidade do solo é alta em relação aos horizontes sobrejacentes e é aparentemente cimentado quando seco, tendo então consistência dura, muito dura ou extremamente dura. O fragipã é pouco ou muito pouco permeável à água e impede a penetração de raízes no perfil do solo. Quando úmido, o fragipã sob pressão tem tendência a romper-se subitamente ao invés de sofrer deformação lenta. Quando imerso em água torna-se quebradiço, menos resistente, podendo desenvolver fraturas com ou sem desprendimento de pedaços, e se esboroa em curto espaço de tempo (± 2 horas).
2.17. DURIPÃ Horizonte mineral subsuperficial, cimentado, contínuo ou presente em 50 % ou mais do volume de outro horizonte com grau variável de cimentação por sílica e podendo ainda conter óxidos de ferro e carbonato de cálcio. Conseqüentemente, os duripãs variam de aparência, porém todos apresentam consistência, quando úmidos, muito firme ou extremamente firme e são sempre quebradiços, mesmo após prolongado umedecimento. A cimentação do duripã é suficientemente forte, de modo que fragmentos secos não se esboroam, mesmo durante prolongado período de umedecimento. As raízes e a água não penetram na parte cimentada, a não ser ao longo de fraturas verticais que se distanciam de 10 cm ou mais.
74
Capítulo 10 INTRODUÇÃO À CLASSIFICAÇÃO DE SOLOS
X. INTRODUÇÃO À CLASSIFICAÇÃO DE SOLOS 1. INTRODUÇÃO Os solos variam bastante na paisagem e se comportam de maneira muito diversa segundo o uso a que se destina, o que levou o homem a agrupar os solos em classes semelhantes. Antigamente, o homem separava empiricamente os solos ruins dos solos bons, solos secos dos solos úmidos, solos pobres (fracos) dos solos ricos (“terra gorda”), solos leves (arenosos) dos solos pesados (argilosos e esmectíticos), etc. Para facilitar a transmissão de conhecimento, o homem cunhou nomes de classes de solos, como: “Massapê”, “Sangue de tatu”, “Terra roxa”, etc. Com o avanço da Pedologia, o homem sentiu a necessidade de desenvolver sistemas de classificação de solos com bases mais científicas, para sistematizar o conhecimento existente sobre os solos.
2. PRINCÍPIOS BÁSICOS DE CLASSIFICAÇÃO DE SOLOS Basicamente, existem dois tipos de classificação de solos: classificação técnica e classificação natural. As classificações técnicas estabelecem grupos de indivíduos para uma finalidade específica, visando unicamente aplicações de caráter prático: • Classificações de solos para fins de geotecnia; • Sistema de Classificação da Capacidade de Uso das Terras; • Sistema FAO/Brasileiro de Avaliação da Aptidão Agrícola das Terras; • Classificação de Terras para Irrigação, etc. Nas classificações naturais, a finalidade maior é organizar os conhecimentos que se têm sobre os solos, sem fazer referência a um objetivo específico: • Sistema Americano de Classificação de solos (Soil Taxonomy); • Legenda do Mapa-mundi de solos (Classificação da FAO/UNESCO) • Sistema Brasileiro de Classificação de Solos.
2.1. TAXONOMIA DE SOLOS Para serem devidamente classificados, os solos necessitam de um sistema de níveis categóricos múltiplos. Cada grupo, ou unidade sistemática, deve situar-se em um determinado nível. Por sua vez, todo grupo inclui um ou vários grupos dos níveis inferiores. Nos primeiros, mais elevados, o número de grupos é pequeno, sendo definidos em termos gerais com poucas características. 76
Taxonomia de solos vs taxonomia vegetal:
Classificação do cafeeiro Nível categórico Unidade sistemática Reino Vegetal Classe Dicotiledônea Ordem
Rubiales
Família
Rubiácea
Gênero Espécie
Coffea Cofea arábica
Classificação de uma “Terra Roxa” Nível categórico Unidade sistemática Ordem Latossolo Subordem Latossolo Vermelho Latossolo Vermelho Grande Grupo Eutroférrico Latossolo Vermelho Subgrupo Eutroférrico típico Família Não estabelecida Série Não estabelecida
Número de classes de solos nos diversos níveis categóricos do Sistema Brasileiro de Classificação de Solos e do Soil Taxonomy: Nível categórico Ordem Subordem Grande Grupo Subgrupo Família Série
Soil Taxonomy 12 64 300 2.400 ? 19.000
Sistema Brasileiro 13 44 192 807 Nº indeterminado Nº indeterminado
77
ORDENS DO ATUAL SISTEMA DE CLASSIFICAÇÃO AMERICANO (SOIL TAXONOMY)
SOLO (ORDENS)
RESUMO DAS CARACTERÍSTICAS
GELISOLS
Solos de climas frígidos, com camada permanentemente congelada a uma profundidade de até 2 m.
HISTOSOLS
Solos com pelo menos 20-30 % de matéria orgânica em mais de 40 cm de espessura.
SPODOSOLS
Solos com húmus ácido, horizonte E acinzentado e horizonte B com acúmulo iluvial de óxidos de Fe e, ou, matéria orgânica.
ANDISOLS
Solos pouco desenvolvidos, formados em depósitos de cinzas vulcânicas.
OXISOLS
Solos bem desenvolvidos, com argila de atividade baixa (horizonte B com acúmulo residual de óxidos de ferro e de alumínio).
VERTISOLS
Solos ricos em argila de alta atividade que se expandem e contraem periodicamente formando fendas até 50 cm de profundidade.
ARIDISOLS
Solos secos por mais de 6 meses do ano com mínimo de desenvolvimento de horizonte A, mas com acúmulo de algum material no horizonte subsuperficial (carbonatos, etc.).
ULTISOLS
Solos com horizonte B de acúmulo de argila iluvial e com baixos teores de bases trocáveis.
MOLLISOLS ALFISOLS INCEPTISOLS ENTISOLS
Solos com horizonte A espesso, escuro e com altos teores de cátions trocáveis, principalmente Ca. Solos com horizonte B de acúmulo de argila iluvial e com altos teores de bases trocáveis. Solos exibindo um mínimo de desenvolvimento de horizontes em materiais pouco intemperizados. Solos de origem recente, mais comumente sem horizontes pedogenéticos, exceto delgado horizonte A.
78
GRUPOS DE SOLOS DO MUNDO, SEGUNDO A LEGENDA DA FAO/UNESCO GRUPO HISTOSOLS LITHOSOLS VERTISOLS FLUVISOLS SOLONCHAKS GLEYSOLS ANDOSOLS ARENOSOLS REGOSOLS RANKERS
RESUMO DAS CARACTERÍSTICAS Solos que possuem horizonte H com espessura de 40 cm ou mais Solos pouco desenvolvidos, limitados pela profundidade, com afloramento de material de origem ou rocha maciça dentro dos primeiros 10 cm de profundidade. Solos onde ocorre mistura pelo revolvimento de material nos primeiros 20 cm, possuem teor de argila ≥ 30 % e que em alguns períodos do ano (época mais seca) estes solos se fraturam, abrindo fendas que medem sempre mais de 1 cm de largura. Solos desenvolvidos A partir de depósitos aluvionais recentes, sem apresentar horizonte diagnóstico. Solos com elevada salinidade sem horizontes diagnósticos A, H, câmbico, cálcico ou gípsico. Solos que apresentam propriedades hidromórficas dentro dos primeiros 50 cm superficiais, sem apresentar horizonte diagnóstico A, H, câmbico, cálcico ou gípsico. Solos que apresentam qualquer um dos horizontes A Chernozêmico ou húmico sobreposto a um horizonte B incipiente, possuem baixa densidade e, ou, 60 % ou mais de cinza vulcânica, materiais carbonizados ou outros vidros vulcânicos nas frações silte, areia e cascalho. Solos com textura grosseira, de cor clara, com profundidade < 50 cm ou apresentado características de camadas argilosas insuficientes para caracterizar como horizonte B incipiente ou óxico. Solos que não exibem horizontes diagnósticos ou nenhum horizonte A fraco. Outros solos que exibem horizonte A húmico com espessura inferior a 25; não possuem outros horizontes diagnósticos
GRUPOS DE SOLOS DO MUNDO, SEGUNDO A LEGENDA DA FAO/UNESCO GRUPO HISTOSOLS LITHOSOLS VERTISOLS FLUVISOLS SOLONCHAKS GLEYSOLS ANDOSOLS ARENOSOLS REGOSOLS RANKERS RENDZINAS PODZOLS FERRALSOLS PLANOSSOLS SOLONETZ
RESUMO DAS CARACTERÍSTICAS Solos que possuem horizonte H com espessura de 40 cm ou mais Solos pouco desenvolvidos, limitados pela profundidade, com afloramento de material de origem ou rocha maciça dentro dos primeiros 10 cm de profundidade. Solos onde ocorre mistura pelo revolvimento de material nos primeiros 20 cm, possuem teor de argila ≥ 30 % e que em alguns períodos do ano (época mais seca) estes solos se fraturam, abrindo fendas que medem sempre mais de 1 cm de largura. Solos desenvolvidos A partir de depósitos aluvionais recentes, sem apresentar horizonte diagnóstico. Solos com elevada salinidade sem horizontes diagnósticos A, H, câmbico, cálcico ou gípsico. Solos que apresentam propriedades hidromórficas dentro dos primeiros 50 cm superficiais, sem apresentar horizonte diagnóstico A, H, câmbico, cálcico ou gípsico. Solos que apresentam qualquer um dos horizontes A Chernozêmico ou húmico sobreposto a um horizonte B incipiente, possuem baixa densidade e, ou, 60 % ou mais de cinza vulcânica, materiais carbonizados ou outros vidros vulcânicos nas frações silte, areia e cascalho. Solos com textura grosseira, de cor clara, com profundidade < 50 cm ou apresentado características de camadas argilosas insuficientes para caracterizar como horizonte B incipiente ou óxico. Solos que não exibem horizontes diagnósticos ou nenhum horizonte A fraco. Outros solos que exibem horizonte A húmico com espessura inferior a 25; não possuem outros horizontes diagnósticos Outros solos com horizonte A Chenozêmico que contêm ou estão sobrepostos a materiais calcários com um teor de equivalente em carbonato de cálcio maior que 40%. Solos com horizonte B espódico. Solos que apresentam horizonte B óxico (B latossólico do SiBCS). Solos com horizonte E (álbico) capeando um horizonte pouco permeável (Ex.: horizonte B textural ou B nátrico (rico em sódio) exibindo uma mudança textural abruptica ou fragipã dentro dos primeiros 125 cm de profundidade. Solos que apresentam horizonte B nátrico (rico em sódio). 79
Continuação....
GRUPO GREYZEMS
CHERNOZEMS
KASTONOZEMS PHAEOSEMS PODZOLUVISOLS XEROSOLS YERMOSOLS
RESUMO DAS CARACTERÍSTICAS Solos que exibem horizonte A chernozêmico com um chroma igual ou inferior a 2 nos primeiros 15 cm; exibem coberturas esbranquiçadas recobrindo a superfície dos peds (elementos primários da estrutura). Solos com A chenozêmico com croma ≤ a 2 nos primeiros 15 cm superficiais; possuem uma ou mais das seguintes características: horizonte cálcico ou gípsico; ou concentração de calcário finamente pulverizada dentro dos primeiros 125 cm de profundidade quando a média ponderada da classe textural é grosseira, e dentro dos primeiros 75 cm quando a classe textural é fina; o calcário está presente entre 20 e 50 cm de profundidade Solos com horizonte A Chernozêmico com um chroma, quando úmido > 2 a uma profundidade de 15,0 cm, com pelo menos uma das características: horizonte cálcico ou gíspisco, ou concentração de calcário finamente pulverizado nos primeiros 125 cm superficiais. quando a média ponderada da classe textural é grosseira, dentro dos primeiros 90 cm, e dentro dos primeiros 75 cm quando a classe textural é fina; o calcário está presente entre 20 e 50 cm de profundidade. Solos com horizonte A Chernozêmico sobreposto a um horizonte B textural ou calcário. Solos com horizonte B textural apresentado irregularidade na transição e espessura do horizonte E álbico, sobreposto em forma de línguas; ou formação de discretos nódulos (variando de 2 a 5 cm ou mais, com diâmetro variando entre 20 e 30 cm). Solos com horizonte A fraco, háplico e regime de umidade arídico; pode haver fraca camada de “permafrost” dentro dos primeiros 200 cm de profundidade. Solos com horizonte A muito fraco e um regime de umidade do solo arídico; pequena camada de permafrost pode ocorrer dentro dos primeiros 200 cm de profundidade.
Continuação....
GRUPO GREYZEMS
CHERNOZEMS
KASTONOZEMS PHAEOSEMS PODZOLUVISOLS XEROSOLS YERMOSOLS NITOSOLS ACRISOLS LUVISOLS CAMBISOLS
RESUMO DAS CARACTERÍSTICAS Solos que exibem horizonte A chernozêmico com um chroma igual ou inferior a 2 nos primeiros 15 cm; exibem coberturas esbranquiçadas recobrindo a superfície dos peds (elementos primários da estrutura). Solos com A chenozêmico com croma ≤ a 2 nos primeiros 15 cm superficiais; possuem uma ou mais das seguintes características: horizonte cálcico ou gípsico; ou concentração de calcário finamente pulverizada dentro dos primeiros 125 cm de profundidade quando a média ponderada da classe textural é grosseira, e dentro dos primeiros 75 cm quando a classe textural é fina; o calcário está presente entre 20 e 50 cm de profundidade Solos com horizonte A Chernozêmico com um chroma, quando úmido > 2 a uma profundidade de 15,0 cm, com pelo menos uma das características: horizonte cálcico ou gíspisco, ou concentração de calcário finamente pulverizado nos primeiros 125 cm superficiais. quando a média ponderada da classe textural é grosseira, dentro dos primeiros 90 cm, e dentro dos primeiros 75 cm quando a classe textural é fina; o calcário está presente entre 20 e 50 cm de profundidade. Solos com horizonte A Chernozêmico sobreposto a um horizonte B textural ou calcário. Solos com horizonte B textural apresentado irregularidade na transição e espessura do horizonte E álbico, sobreposto em forma de línguas; ou formação de discretos nódulos (variando de 2 a 5 cm ou mais, com diâmetro variando entre 20 e 30 cm). Solos com horizonte A fraco, háplico e regime de umidade arídico; pode haver fraca camada de “permafrost” dentro dos primeiros 200 cm de profundidade. Solos com horizonte A muito fraco e um regime de umidade do solo arídico; pequena camada de permafrost pode ocorrer dentro dos primeiros 200 cm de profundidade. Solos com horizonte B textural com uma distribuição da percentagem de argila que não decresce a valores suficientemente mais altos que 20 % dentro dos primeiros 125 cm de profundidade; pode exibir fraca plintita nesta profundidade bem como fracas propriedades vérticas ou férricas. Solos com horizonte B textural; saturação por bases inferior a 50 % em alguma parte do horizonte B, dentro dos primeiros 125 cm de profundidade. Solos com horizonte B textura. Solos com horizonte B incipiente (B câmbico) ou um horizonte A húmico com espessura superior a 25 cm. 80
Capítulo 11 SISTEMA BRASILEIRO DE CLASSIFICAÇÃO DE SOLOS
XI. SISTEMA BRASILEIRO DE CLASSIFICAÇÃO DE SOLOS 1. INTRODUÇÃO A classificação de um solo é obtida a partir dos dados morfológicos, físicos, químicos e mineralógicos do perfil que o representa. A unidade básica de estudo do Sistema Brasileiro de Classificação de Solos (SiBCS) é o perfil de solo. O SiBCS é um sistema de classificação morfogenético, hierárquico, multicategórico e aberto.
2. NÍVEIS CATEGÓRICOS DO SISTEMA Nível categórico de um sistema de classificação de solos é um conjunto de classes de solos definidas segundo atributos diagnósticos em um mesmo nível de generalização ou abstração, incluindo todos os solos que satisfizerem a essa definição. As características ou propriedades usadas para definição de um nível categórico devem ser propriedades dos solos que possam ser identificadas no campo ou que possam ser inferidas de outras propriedades que são reconhecidas no campo ou a partir de conhecimentos da ciência do solo e de outras disciplinas correlatas. Os níveis categóricos do SiBCS são seis:
1º 2º
Ordem → 13 Classes de solos Subordem → 44 Classes de solos
3º
Grande grupo → 192 Classes de solos
4º
Subgrupo → 807 Classes de solos
5º
Família → nº indeterminado
6º
Série → nº indeterminado
82
2.1. CLASSES DO 1º NÍVEL CATEGÓRICO (ORDENS) São separadas pela presença ou ausência de atributos, horizontes diagnósticos ou propriedades que são características passíveis de serem identificadas no campo, mostrando diferenças no tipo e grau de desenvolvimento de um conjunto de processos pedogenéticos. Assim, a separação das ordens tem como base os sinais deixados no solo, pela atuação de um conjunto de processos que foram considerados os dominantes na pedogênese. A ausência dessas características no solo também pode ser empregada como critério para separação de ordens de solos. Exemplos: • Presença de Horizonte Bw → Latossolo • Presença de Horizonte Bi → Cambissolo • Presença de Horizonte A chernozêmico → Chernossolo • Presença de Horizonte Plíntico → Plintossolo • Presença de Horizonte Glei → Gleissolo • Ausência de horizonte B diagnóstico → Neossolo. Os atributos diagnósticos que refletem a natureza do meio ambiente e os efeitos (sinais) dos processos de formação do solo, dominantes na sua gênese, são os que devem ter maior peso para o 1º nível categórico, pois têm o maior número de características acessórias.
2.2. CLASSES DO 2º NÍVEL CATEGÓRICO (SUBORDENS) As subordens são separadas por propriedades ou características diferenciais que: • Refletem a atuação de outros processos de formação que agiram conjuntamente ou afetaram os processos dominantes e cujas características foram utilizadas para separar os solos no 1º nível categórico, ou • Ressaltam as características responsáveis pela ausência de diferenciação de horizontes diagnósticos, ou • Envolvam propriedades resultantes da gênese do solo e que são extremamente importantes para o desenvolvimento das plantas e, ou, para usos não agrícolas e que tenham grande número de propriedades acessórias, ou • Ressaltam propriedades ou características diferenciais que representam variações importantes dentro das classes do 1º nível categórico. Entre outros critérios, sugere-se que sejam usados critérios que permitem discriminar de maneira precisa àquelas classes de solos anteriormente identificadas nos levantamentos de solos no país (Classificação anteriormente utilizada pela Embrapa Solos). Esse é o caso da 83
ordem dos Neossolos, a qual agrupa no 2º nível categórico os solos antes chamados de Regossolos, Litossolos, Solos Aluviais e Areias Quartzosas. Também a cor do horizonte subsuperficial é muito utilizada para separar classes de solos neste nível categórico. Exemplos: • Latossolos Brunos • Latossolos Amarelos • Latossolos Vermelhos • Latossolos Vermelho-Amarelos.
2.3. CLASSES DO 3º NÍVEL CATEGÓRICO (GRANDES GRUPOS) Os grandes grupos são separados por uma ou mais das seguintes características: • Tipo e arranjamento dos horizontes, • Atividade da fração argila, saturação por bases, saturação por alumínio, percentagem de sódio trocável, condutividade elétrica do extrato de saturação, • Presença de horizontes ou propriedades que restringem o desenvolvimento das raízes e afetam o livre movimento da água no solo. Atributos diagnósticos como Ta, Tb, eutrófico, distrófico, ácrico, alumínico, salino, sálico, sódico, solódico, abrupto, etc. devem ser usados no 3º nível categórico. Exemplos: • Latossolos Vermelhos Perférricos • Latossolos Vermelhos Aluminoférricos • Latossolos Vermelhos Acriférricos • Latossolos Vermelhos Ácricos • Latossolos Vermelhos Distroférricos • Latossolos Vermelhos Distróficos • Latossolos Vermelhos Eutroférricos • Latossolos Vermelhos Eutróficos.
2.4. CLASSES DO 4º NÍVEL CATEGÓRICO (SUBGRUPOS) Os subgrupos são separados por uma das seguintes características: • Representa o conceito central da classe, ou o indivíduo mais simples (identificado como
típico); ainda que possa não ser o de maior expressão geográfica, mas apresenta a organização de horizontes e sinais dos processos pedogenéticos mais simples,
84
• Representa solos com atributos que os definem como intermediários para outras classes no 1º, 2º ou 3º níveis categóricos, • Representa os solos com características extraordinárias. Dentro do grande grupo Latossolos Vermelhos Distróficos, por exemplo, têm-se os: • Latossolos Vermelhos Distróficos húmicos • Latossolos Vermelhos Distróficos cambissólicos • Latossolos Vermelhos Distróficos argissólicos • Latossolos Vermelhos Distróficos petroplínticos • Latossolos Vermelhos Distróficos típicos.
2.5. CLASSES DO 5º NÍVEL CATEGÓRICO (FAMÍLIAS, em discussão) O 5º nível categórico está em discussão e deverá ser definido com base em características e propriedades morfológicas, físicas, químicas e mineralógicas importantes para uso e manejo dos solos. Neste nível agregam-se as informações de caráter pragmático, compreendendo características diferenciais para distinção de grupamentos mais homogêneos de solos. É utilizado em levantamentos de solos semidetalhados ou detalhados. Sugere-se a seguinte seqüência para designação das famílias de solos: textura do solo, distribuição de cascalhos, nódulos e concreções no perfil, constituição esquelética do solo, tipo de horizonte A, mineralogia, V, m, mineralogia, teor de Fe2O3 (classes não utilizadas nos outros níveis categóricos), caráter aniônico, caráter alofânico, características especiais pedogenéticas ou decorrentes do uso do solo, como compactação e adensamento, profundidade do solo e reação do solo.
2.6. CLASSES DO 6º NÍVEL CATEGÓRICO (SÉRIES, não definidas no país) A definição de classes neste nível categórico deverá ter por base características diretamente relacionadas com o crescimento de plantas, principalmente no que concerne ao desenvolvimento do sistema radicular, relações solo-água-planta e propriedades importantes nas interpretações para fins de engenharia, geotecnia e ambientais. As diferenças de características e propriedades, dentro de uma família, que afetam o uso e o manejo do solo devem ser consideradas na definição do 6º nível categórico, para facilitar interpretações quantitativas sobre uso e manejo dos solos, seja agrícola ou não agrícola. Podem ser utilizadas as seguintes características e propriedades: tipo, espessura e arranjamento dos horizontes, estrutura, cor, mosqueado, drenagem interna do perfil, substrato (natureza do 85
substrato em solos rasos e pouco profundos), textura de horizontes superficiais e subsuperficiais, consistência, teor de matéria orgânica, percentagens de fragmentos de rochas no solo, etc.
OBSERVAÇÃO: Embora o SiBCS esteja estruturado até o 6º nível categórico (Série), o mesmo até o momento só apresenta chaves para classificação de solos até o 4º nível categórico (Subgrupo).
3. NOMENCLATURA DAS CLASSES No primeiro nível categórico (Ordem), os nomes das classes são formados pela associação de um elemento formativo com a terminação “ssolos”. São apresentados a seguir os nomes das classes, seus respectivos elementos formativos e os seus significados. Elementos formativos e termos de conotação e memorização das ordens de solos do SiBCS:
Ordem
Elemento formativo
Termos de conotação e memorização
ARGISSOLO
ARGI
Acumulação de argila (B textural), Tb ou Ta + caráter alítico, dessaturado de bases.
CAMBISSOLO
CAMBI
Trocar ou mudar, em evolução. Horizonte B incipiente.
CHERNOSSOLO
CHERNO
A chernozêmico, preto, rico em bases e matéria orgânica.
ESPODOSSOLO
ESPODO
Acúmulo iluvial de matéria orgânica, horizonte B espódico.
GLEISSOLO
GLEI
Hidromorfismo, horizonte glei.
LATOSSOLO
LATO
Latolização, muito intemperizado, horizonte B latossólico.
LUVISSOLO
LUVI
Acumulação de argila (B textural), Ta e V elevado.
NEOSSOLO
NEO
Novo, pouco desenvolvimento genético.
NITOSSOLO
NITO
Brilhante, horizonte B nítico, Tb.
ORGANOSSOLO PLANOSSOLO
ORGANO PLANO
Orgânico, horizonte H ou O hístico. Hidromorfismo, transição abrupta, horizonte B plânico.
PLINTOSSOLO
PLINTO
Plintita, horizonte plíntico
VERTISSOLO
VERTI
Inverter, horizonte vértico, argilas expansivas.
86
As classes de 1º e 2º níveis categóricos devem ser escritas com todas as letras maiúsculas. As classes de 3º nível categórico (Grandes grupo) devem ser escritas com a primeira letra maiúscula, e no 4º nível categórico (Subgrupo) os nomes devem ser escritos em letras minúsculas. Exemplo:
NEOSSOLOS
FLÚVICOS
Sódicos
típicos
Ordem
Subordem
Grande grupo
Subgrupo
1º e 2º níveis categóricos
3º nível categórico 4º nível categórico
Em textos corridos de livros, artigos em revistas, tabelas e semelhantes, as classes de 1º, 2º e 3º níveis categóricos podem ser escritas em caixa baixa com as primeiras letras maiúsculas e no 4º nível categórico, com todas as letras minúsculas (Neossolos Flúvicos Ta Eutróficos vérticos ). Todas as classes do 3º e 4º níveis categóricos devem ter o sufixo “ico” no fim do nome, como no exemplo acima. O nome do solo no 5º nível categórico (Família) é formado adicionando-se ao nome de subgrupo, os qualificativos pertinentes, com letras minúsculas e separadas por vírgula. Exemplo: LATOSSOLO VERMELHO Acriférrico típico, textura argilosa cascalhenta, endoconcrecionário, A proeminente, gigsítico/oxídico, aniônico. Para nomenclatura das séries, sugerem-se nomes de acidentes geográficos, cidades, distritos, regiões, rios, pessoas ou termos geográficos que se destaquem na paisagem.
87
Capítulo 12 CHAVE PARA IDENTIFICAÇÃO DAS ORDENS DE SOLOS DO SISTEMA BRASILEIRO DE CLASSIFICAÇÃO DE SOLOS
XII. CHAVE PARA IDENTIFICAÇÃO DAS ORDENS DE SOLOS DO SISTEMA BRASILEIRO DE CLASSIFICAÇÃO DE SOLOS 1. INTRODUÇÃO A classificação de um solo se inicia no momento da descrição morfológica do perfil e na coleta de material no campo, que devem ser conduzidas conforme critérios estabelecidos no Manual de descrição e Coleta de Solos no Campo (Santos et al., 2005). A classificação definitiva de um solo é concluída somente após o recebimento e interpretação de todas as análises laboratoriais referentes ao perfil. O limite inferior do solo que classificamos é arbitrariamente fixado em 200 cm, exceto quando: • O horizonte A exceder a 150 cm de espessura, como em certos Latossolos com A húmico espesso, para os quais o limite arbitrado é de 300 cm, • No sequum estiver presente o horizonte E, cuja espessura somada à do horizonte A seja igual ou maior que 200 cm, para os quais o limite arbitrado é de 400 cm. Antes de entrar na chave é necessário identificar, em primeiro lugar, o horizonte diagnóstico superficial e o subsuperficial, pois, o 1º nível categórico é fundamentado na presença ou ausência destes horizontes e de atributos ou propriedades adicionais reconhecíveis no campo, complementadas por resultados de análises químicas e físicas necessárias para definir os horizontes diagnósticos. A chave de classificação é organizada de tal maneira que cada classe tem precedência taxonômica sobre a que se segue. Assim, seguindo passo a passo na seqüência, proceder na seguinte ordem: • Entrar na chave para as ordens e procurar, na seqüência, a primeira classe cuja definição e cujos requisitos incluam o solo que está sendo classificado. Portanto, o usuário tem que começar pela 1ª ordem e ir eliminando uma por uma, até encontrar, na seqüência, a ordem que satisfaz os critérios utilizados na definição do solo. O mesmo procedimento é feito para o 2º, 3º e 4º níveis categóricos. • Uma vez confirmada a classe de 1º nível categórico, passa-se ao 2º nível e assim, sucessivamente, até o 4º nível categórico, observando sempre a ordem de precedência taxonômica.
89
2. CHAVE PARA IDENTIFICAÇÃO DAS ORDENS DE SOLOS No primeiro nível categórico (ordem) os solos são classificados de acordo com a seguinte seqüência:
1. ORGANOSSOLOS (O) 1.1. DEFINIÇÃO Solos constituídos por material orgânico (Corg. ≥ 8 %), que apresenta horizonte hístico, satisfazendo um dos seguintes critérios: • 60 cm ou mais de espessura, se 75 % (v/v) ou mais do material orgânico consiste de tecido vegetal na forma de restos de ramos finos, raízes finas, cascas de árvores, etc, • Horizonte O hístico com espessura ≥ 20 cm sobrejacente a um contato lítico, ou com espessura ≥ 40 cm quando sobrejacente a horizontes A, B ou C, • Horizonte H hístico com espessura ≥ 40 cm, quer se estendendo em seção única a partir da superfície do solo, quer tomado cumulativamente dentro dos 80 cm superficiais. 1.2. SEQÜÊNCIA DE HORIZONTES H sobre camadas orgânicas constituídas por material orgânico, O-R, O-A, O-B, O-C. 1.3. CONSIDERAÇÕES GERAIS Os Organossolos são solos pouco evoluídos, constituídos principalmente por material orgânico proveniente de acumulação de restos vegetais em grau variável de decomposição, acumulados em áreas baixas de várzea, depressões e locais de surgentes, que são ambientes mal a muito mal drenados (onde forma-se o Horizonte H) ou em ambientes úmidos de altitude elevada, que estão saturados com água por poucos dias no período chuvoso (onde forma-se o horizonte O). Apresentam coloração preta, cinzenta muito escura ou marrom e com elevados teores de matéria orgânica. Geralmente os Organossolos são solos ácidos e que apresentam CTC elevada e baixa saturação por bases (distróficos). Podem apresentar horizonte sulfúrico, materiais sulfídricos, caráter sálico e propriedade sódica ou solódica. Quando bem drenados, os Organossolos têm sua condutividade hidráulica diminuída, em grande parte devido à compressão sofrida pelo material após a eliminação da água, principalmente nos horizontes mais profundos. A compressão e a mineralização da matéria orgânica favorecida pela drenagem são as principais causas de redução de volume de solo observada nos Organossolos. 90
1.4. CLASSES DOS QUATRO NÍVEIS CATEGÓRICOS ORDEM
SUBORDEM
GRANDE GRUPO Fíbricos
TIOMÓRFICOS
Hêmicos
Sápricos Fíbricos FÓLICOS
Hêmicos Sápricos
ORGANOSSOLOS
Fíbricos
Hêmicos HÁPLICOS
Sápricos
SUBGRUPO salinos solódicos térricos típicos salinos solódicos térricos típicos salinos solódicos térricos típicos Líticos típicos líticos típicos líticos típicos solódicos térricos típicos sálicos salinos sódicos solódicos carbonáticos térricos típicos sálicos salinos sódicos solódicos carbonáticos térricos típicos
2. NEOSSOLOS (R) 2.1. DEFINIÇÃO Solos pouco evoluídos constituídos por material mineral ou por material orgânico com menos de 20 cm de espessura, não apresentando qualquer tipo de horizonte B diagnóstico e nem apresentando os requisitos estabelecidos para serem identificados nas ordens dos Chernossolos, Vertissolos, Plintossolos, Organossolos ou Gleissolos.
91
2.2. SEQÜÊNCIA DE HORIZONTES Possuem seqüência de horizontes A-R, A-C-R, A-Cr-R, A-Cr, A-C, O-R ou H-C. São admitidos diversos tipos de horizontes superficiais, incluindo o horizonte O ou H hístico, com menos de 20 cm de espessura quando sobrejacente à rocha ou a material mineral. 2.3. CLASSES DO 2º NÍVEL CATEGÓRICO (SUBORDENS) • NEOSSOLOS LITÓLICOS (“Solos Litólicos”) • NEOSSOLOS FLÚVICOS (“Solos Aluviais”) • NEOSSOLOS REGOLÍTICOS (“Regossolos”) • NEOSSOLOS QUARTZARÊNICOS (“Areias Quartzosas”).
2.3.1. Neossolos Litólicos (Solos Litólicos - RL) a) DEFINIÇÃO Solos com horizonte A ou hístico com espessura ≤ 20 cm, assente diretamente sobre: • A rocha ou • Horizonte C ou Cr ou • Sobre material com 90 % (v/v) ou mais de sua massa constituída por fragmentos de rocha com ∅ > 2 mm, Os Neossolos Litólicos devem apresentar, obrigatoriamente, um contato lítico típico ou fragmentário dentro de 50 cm da superfície do solo. Admite um horizonte B em início de formação, cuja espessura não satisfaz a qualquer tipo de horizonte B diagnóstico. b) SEQÜÊNCIA DE HORIZONTES Solos com horizontes A-R, A-Cr, A-C, ou O-R, O-Cr, O-C. c) CONSIDERAÇÕES GERAIS Os Neossolos Litólicos têm grande ocorrência na região semi-árida e nas regiões úmidas, onde ocorrem em áreas de relevo fortemente ondulado e montanhoso. Em geral são férteis, mas apresentam limitações físicas sérias, como pequena espessura do perfil, ocorrência de pedregosidade, relevo muito acidentado, suscetibilidade à erosão e ocorrência em locais mais secos do semi-árido.
92
2.3.2. Neossolos Flúvicos (Solos Aluviais - RU) a) DEFINIÇÃO Solos derivados de sedimentos aluviais com horizonte A assente sobre horizonte C constituído de camadas estratificadas, sem relação pedogenética entre si, apresentando ambos ou um dos seguintes requisitos: • Distribuição irregular (errática) do teor de carbono orgânico em profundidade, não relacionada a processos pedogenéticos, ou • Camadas estratificadas em 25 % ou mais do volume do solo. Horizonte glei, ou horizontes de coloração pálida, variegada ou com mosqueados abundantes ou comuns de redução, se ocorrerem abaixo do horizonte A, devem estar a profundidades superiores a 150 cm. b) SEQÜÊNCIA DE HORIZONTES Solos com horizonte A-Cestratificado. c) CONSIDERAÇÕES GERAIS Os Neossolos Flúvicos são solos que apresentam grande potencial agrícola, devido a posição que ocupam na paisagem, ou seja, áreas de várzea com relevo plano e que favorece a mecanização e a irrigação. Na região semi-árida nordestina esses solos possibilitam a exploração de agricultura irrigada, uma vez que esses solos geralmente estão próximos a fontes de água superficial ou subterrênea. Apesar das suas potencialidades, os Neossolos Flúvicos apresentam grande variabilidade espacial (vertical e horizontal) das características químicas e físicas do solo e grande potencial de salinização quando submetidos à irrigação mal manejada.
2.3.3. Neossolos Regolíticos (Regossolos - RR) a) DEFINIÇÃO Solos com contato lítico a uma profundidade maior que 50 cm e horizonte A sobrejacente a horizonte C ou Cr, admitindo horizonte Bi com menos de 10 cm de espessura. Apresentam pelo menos um dos seguintes requisitos: • 4 % ou mais de minerais primários alteráveis na fração areia total e, ou, no cascalho, porém referidos a 100 g de TFSA (1) em algum horizonte dentro de 150 cm da superfície do solo e, ou Assim, se um solo de textura arenosa apresentar, por exemplo, 8 % de minerais primários na fração areia total e o teor desta for de 40 %, o teor de minerais primários referidos a 100 g de TFSA será de apenas 3,2 % (Oliveira, 2005). (1)
93
• 5 % ou mais do volume do horizonte C ou Cr, dentro de 150 cm de profundidade, apresentando fragmentos de rocha semi-intemperizada, soprolito ou fragmentos formados por restos da estrutura orientada da rocha que originou o solo. b) SEQÜÊNCIA DE HORIZONTES Solos com horizonte A-C ou A-Cr. c) CONSIDERAÇÕES GERAIS Os Neossolos Regolíticos arenosos apresentam erodibilidade elevada, principalmente se estão sob relevo mais movimentado, baixa retenção de água e permeabilidade elevada, condições essas que se acentuam nos solos de textura cascalhenta. Quando há presença do horizonte subsuperficial fragipã, este torna a drenagem interna do perfil menos rápida, fravorecendo a manutenção da água no solo por mais tempo. Isso é muito benéfico no Nordeste Semi-árido. Embora os Neossolos Regolíticos sejam bons do ponto de vista de física do solo, os mesmos apresentam baixa CTC e baixa fertilidade.
2.3.4. Neossolos Quartzarênicos (Areias Quartzosas - RQ) a) DEFINIÇÃO Outros solos com seqüência de horizontes A-C, sem contato lítico dentro de 50 cm de profundidade, apresentam textura areia ou areia franca em todos os horizontes até, no mínimo, a profundidade de 150 cm a partir da superfície do solo ou até um contato lítico. São essencialmente quartzosos, tendo nas frações areia grossa e areia fina 95 % ou mais de quartzo, calcedônia e opala e, praticamente, ausência de minerais primários alteráveis: b) SEQÜÊNCIA DE HORIZONTES Solos com horizonte A-C. c) CONSIDERAÇÕES GERAIS Devido à grande quantidade de areia, os Neossolos Quartzarênicos, especialmente aqueles cuja areia grossa predomina sobre a areia fina, apresentam baixa capacidade de armazenamento de água e drenagem excessiva. Os Neossolos Quartzarênicos Hidromórficos apresentam o problema de lençol freático elevado. Do ponto de vista de fertilidade, esses solos são muito pobres em nutrientes, mas respondem bem à adubação. As doses dos nutrientes facilmente perdidos por lixiviação, como N e K, devem ser parceladas em várias aplicações.
94
2.4. CLASSES DOS QUATRO NÍVEIS CATEGÓRICOS ORDEM
SUBORDEM
GRANDE GRUPO Hísticos Húmicos Carbonáticos Chernossólicos
LITÓLICOS
Distro-úmbricos Distróficos Eutro-úmbricos Eutróficos Carbonáticos Sódicos Sálicos Psamíticos
NEOSSOLOS
FLÚVICOS
Tb Distróficos Tb Eutróficos
Ta Eutróficos
Húmicos Distro-úmbricos Distróficos REGOLÍTICOS Eutro-úmbricos
Eutróficos
SUBGRUPO típicos espódicos típicos fragmentários típicos fragmentários típicos fragmentários típicos fragmentários típicos fragmentários típicos fragmentários típicos típicos vertissólicos salinos típicos solódicos típicos espódicos gleissólicos típicos gleissólicos típicos gleissólicos solódicos típicos gleissólicos vertissólicos solódicos vertissólicos solódicos salinos carbonáticos típicos lépticos típicos lépticos típicos lépticos fragipânicos lépticos fragipânicos típicos lépticos típicos lépticos fragipânicos lépticos solódicos lépticos fragipânicos solódicos típicos
95
Continuação... ORDEM
SUBORDEM
GRANDE GRUPO Hidromórficos
NEOSSOLOS
QUARTZARÊNICOS Órticos
SUBGRUPO organossólicos neofluvissólicos espódicos plínticos típicos húmicos fragipânicos solódicos êutricos lépticos espódicos plínticos gleissólicos latossólicos argissólicos típicos
3. VERTISSOLOS (V) 3.1. DEFINIÇÃO Solos com horizonte vértico entre 25 e 100 cm de profundidade e relação textural insuficiente para caracterizar um B textural e, ainda, satisfazendo os seguintes requisitos: • Teor de argila ≥ 30 % nos primeiros 20 cm superficiais, após misturados, • Fendas verticais no período seco, com pelo menos 1 cm de largura, atingindo, no mínimo, 50 cm de profundidade, exceto no caso de solos rasos, onde o limite mínimo é de 30 cm de profundidade. Em áreas irrigadas ou mal drenadas (sem fendas aparentes), o coeficiente de expansão linear (COLE) deve ser ≥ 0,06, • Ausência de contato lítico, ou horizonte petrocálcico, ou duripã dentro dos primeiros 30 cm de profundidade. Acima do horizonte vértico também não pode aparecer nenhum tipo de horizonte B diagnóstico. 3.2. SEQÜÊNCIA DE HORIZONTES Possui seqüência de horizontes A-Cv ou A-Biv-C. 3.3. CONSIDERAÇÕES GERAIS Os Vertissolos desenvolvem-se normalmente em ambientes de bacias sedimentares ou a partir de sedimentos com predomínio de materiais de textura fina e com altos teores de Ca 2+ e Mg2+, ou ainda diretamente de rochas básicas ricas nesses elementos. Os Vertissolos ocorrem 96
principalmente em relevo plano ou suave ondulado. Normalmente variam de pouco profundos a profundos, mas têm ocorrência de solos rasos. Fisicamente, quando úmidos, têm permeabilidade muito lenta (imperfeitamente a mal drenados) e consistência firme a extremamente firme. Quando secos, a consistência é muito dura a extremamente dura e, quando molhados, são muito plásticos e muito pegajosos. Assim, a faixa ideal de umidade do solo para ser trabalhado adequadamente com mecanização é muito estreita. Apresentam pronunciadas mudanças de volume com o aumento do teor de água do solo, fendas profundas na época seca e evidências de movimentação da massa do solo, sob a forma de superfícies de fricção (“slickensides”). Podem apresentar microrrelevo tipo gilgai e estruturas do tipo cuneiforme que são inclinadas e formam ângulo com a horizontal. Quanto à cor, podem ser escuros, acinzentados, amarelados ou avermelhados. Quimicamente, são solos de CTC elevada, eutróficos com elevados teores de Ca2+ e Mg2+ e alto valor de Ki (> 2,0). Normalmente a reação do solo é de neutra a alcalina, mas pode ocorrer Vertissolo com reação moderadamente ácida. 3.4. CLASSES DOS QUATRO NÍVEIS CATEGÓRICOS ORDEM
SUBORDEM
GRANDE GRUPO Carbonáticos Sódicos
HIDROMÓRFICOS
Sálicos Órticos Carbonáticos
VERTISSOLOS
EBÂNICOS
Sódicos Órticos
Carbonáticos HÁPLICOS Sódicos
SUBGRUPO solódicos típicos salinos típicos solódicos típicos chernossólicos solódicos típicos chernossólicos típicos salinos típicos solódicos chernossólicos típicos líticos chernossólicos solódicos gleissólicos típicos líticos salinos gleissólicos típicos
97
Continuação.... ORDEM
SUBORDEM
GRANDE GRUPO Sálicos
VERTISSOLOS
HÁPLICOS Órticos
SUBGRUPO líticos solódicos gleissólicos típicos líticos chernossólicos salinos solódicos gleissólicos típicos
4. ESPODOSSOLOS (E) 4.1. DEFINIÇÃO Solos constituídos por material mineral, apresentando horizonte B espódico imediatamente abaixo de horizonte E, A ou hístico com espessura insuficiente para definir a classe dos Organossolos, dentro de 200 cm da superfície do solo, ou dentro de 400 cm se a soma de A + E ou H (com espessura < 40 cm) + E ultrapassar 200 cm. 4.2. SEQÜÊNCIA DE HORIZONTES Possui seqüência de horizontes A, E, B espódico, C, com nítida diferenciação de horizontes. 4.3. CONSIDERAÇÕES GERAIS São desenvolvidos principalmente de materiais arenoquartzosos, sob condições de umidade elevada, em clima tropical e subtropical, em relevo plano, suave ondulado, áreas de surgente, abaciamentos e depressões. Os Espodossolos possuem profundidade variável, havendo constatações de horizonte E com 3 a 4 m de espessura. A textura do solum é predominantemente arenosa, sendo menos comumente textura média e raramente argilosa no horizonte B. A drenagem é muito variável, dependendo da profundidade, grau de desenvolvimento, endurecimento ou cimentação do horizonte B. Quando hidromórficos, os Espodossolos podem apresentar problemas de drenagem. Podem apresentar fragipã, duripã, “ortstein” ou “orterde”. São solos de baixa fertilidade, ácidos e muitas vezes ricos em alumínio trocável.
98
4.4. CLASSES DOS QUATRO NÍVEIS CATEGÓRICOS ORDEM
SUBORDEM
GRANDE GRUPO Hidro-hiperespessos
Hidromórficos HUMILÚVICOS Hiperespessos
Órticos
Hidro-hiperespessos
ESPODOSSOLOS Hidromórficos FERRILÚVICOS Hiperespessos
Órticos
Hidro-hiperespessos
FERRIHUMILÚVICOS Hidromórficos
Hiperespessos
SUBGRUPO organossólicos dúricos espessarênicos arênicos típicos organossólicos dúricos espessarênicos arênicos típicos espessarênicos arênicos típicos dúricos fragipânicos espessarênicos arênicos típicos organossólicos dúricos espessarênicos arênicos típicos organossólicos dúricos espessarênicos arênicos típicos espessarênicos arênicos típicos dúricos fragipânicos espessarênicos arênicos típicos organossólicos dúricos espessarênicos arênicos típicos organossólicos dúricos espessarênicos arênicos típicos espessarênicos arênicos típicos
99
Continuação... ORDEM
ESPODOSSOLOS
SUBORDEM
FERRIHUMILÚVICOS
GRANDE GRUPO
Órticos
SUBGRUPO dúricos fragipânicos carbonáticos espessarênicos arênicos êutricos êutricos arênicos típicos
5. PLANOSSOLOS (S) 5.1. DEFINIÇÃO Solos constituídos por material mineral, com horizonte A ou E seguido de horizonte B plânico e satisfazendo, ainda, os seguintes requisitos: • Transição abrupta normalmente associada à mudança textural abrupta entre os horizontes A ou E e o B plânico, • Horizonte plíntico, se presente, não satisfaz os requisitos para Plintossolo, • Horizonte glei, se presente, não satisfaz os requisitos para Gleissolo. 5.2. SEQÜÊNCIA DE HORIZONTES A, AB ou A, E (álbico ou não) ou Eg, seguidos de Bt, Btg, Btn ou Btng. 5.3. CONSIDERAÇÕES GERAIS Os solos desta classe ocorrem preferencialmente em áreas de relevo plano ou suave ondulado, onde as condições ambientais e do próprio solo favorecem vigência periódica anual de excesso de água, mesmo que de curta duração. Nas baixadas, várzeas e áreas de depressões, sob condições de clima úmido, estes solos são verdadeiramente hidromórficos, com horizonte Btg. Porém, em zonas semi-áridas e, mesmo em áreas onde o solo está sujeito apenas a um excesso d’água por curto período, principalmente sob condições de relevo suave ondulado, não chegam a ser propriamente solos hidromórficos. O horizonte B plânico é muito adensado, de permeabilidade lenta ou muito lenta, constituindo, por vezes, um horizonte pã, responsável pela retenção de lençol d’água acima do horizonte B plânico e na parte inferior do horizonte sobrejacente ao B plânico, favorecendo a formação de cores gleizadas.
100
5.4. CLASSES DOS QUATRO NÍVEIS CATEGÓRICOS ORDEM
SUBORDEM
GRANDE GRUPO Carbonáticos Sálicos
NÁTRICOS Órticos
Carbonáticos
Sálicos PLANOSSOLOS Alíticos Alumínicos HÁPLICOS Distróficos
Eutróficos
SUBGRUPO vertissólicos típicos arênicos dúricos flúvicos típicos espessarênicos arênicos vertissólicos plínticos dúricos salinos gleissólicos típicos solódicos vertissólicos típicos arênicos solódicos vertissólicos gleissólicos típicos gleissólicos típicos arênicos gleissólicos típicos espessarênicos arênicos plínticos solódicos gleissólicos típicos espessarênicos arênicos chernossólicos salinos solódicos vertissólicos gleissólicos típicos
101
6. GLEISSOLOS (G) 6.1. DEFINIÇÃO São solos hidromórficos, constituídos por material mineral, com horizonte glei dentro dos primeiros 150 cm da superfície, imediatamente abaixo de horizontes A ou E, ou de horizonte H hístico com espessura menor que 40 cm e satisfazendo, ainda, os seguintes requisitos: • Ausência de qualquer tipo de horizonte B diagnóstico acima do horizonte glei, • Ausência de horizonte vértico, plíntico, ou B textural com mudança textural abrupta, coincidente com o horizonte glei • Ausência de horizonte plíntico dentro de 200 cm a partir da superfície do solo, 6.2. SEQÜÊNCIA DE HORIZONTES Solos com seqüência de horizontes A-Cg, A-Big-Cg, A-Btg-Cg, A-E-Btg-Cg, A-Eg-Bt-Cg, Ag-Cg, H-Cg, tendo o horizonte A cores desde cinzentas até pretas, espessura normalmente entre 10 e 50 cm e teores médios a altos de carbono orgânico. 6.3. CONSIDERAÇÕES GERAIS São solos formados a partir de materiais originários sujeitos a constante ou periódico excesso d’água, o que pode ocorrer em diversas situações. Comumente, desenvolvem-se em sedimentos recentes nas proximidades dos cursos d’água e em materiais colúvio-aluviais sujeitos a condições de hidromorfismo, podendo formar-se também em áreas de relevo plano de terraços fluviais, lacustres ou marinhos, como também em materiais residuais em áreas abaciadas e depressões. O processo de gleização implica na manifestação de cores acinzentadas, azuladas ou esverdeadas, devido a compostos ferrosos (Fe2+, ferro reduzido) resultantes da escassez de oxigênio causada pelo encharcamento. O horizonte glei, que pode ser um horizonte C, B, E ou A, possui cores dominantemente mais azuis que 10Y, de cromas bastante baixos, próximos do neutro. 6.4. CLASSES DOS QUATRO NÍVEIS CATEGÓRICOS ORDEM
SUBORDEM
GRANDE GRUPO Húmicos
GLEISSOLOS
TIOMÓRFICOS Órticos
SUBGRUPO sódicos sálicos solódicos típicos organossólicos sódicos sálicos solódicos solódicos antropogênicos típicos
102
Continuação... ORDEM
SUBORDEM
GRANDE GRUPO Sódicos
SÁLICOS Órticos Alíticos Alumínicos
Tb Distróficos
Tb Eutróficos GLEISSOLOS MELÂNICOS
Ta Distróficos
Carbonáticos
Ta Eutróficos
SUBGRUPO tiônicos argissólicos típicos vertissólicos solódicos típicos organossólicos cambissólicos típicos organossólicos cambissólicos típicos organossólicos plínticos petroplínticos argissólicos cambissólicos neofluvissólicos típicos organossólicos lépticos solódicos salinos plínticos argissólicos cambissólicos neofluvissólicos típicos tiônicos organossólicos lépticos plínticos cambissólicos neofluvissólicos típicos lépticos solódicos vertissólicos cambissólicos neofluvissólicos típicos organossólicos lépticos solódicos luvissólicos vertissólicos chernossólicos cambissólicos neofluvissólicos típicos
103
Continuação... ORDEM
SUBORDEM
GRANDE GRUPO Alíticos
Alumínicos
Tb Distróficos
Tb Eutróficos GLEISSOLOS
HÁPLICOS
Ta Distróficos
Carbonáticos
Ta Eutróficos
SUBGRUPO argissólicos cambissólicos neofluvissólicos típicos argissólicos cambissólicos neofluvissólicos típicos lépticos plínticos petroplínticos argissólicos cambissólicos neofluvissólicos típicos lépticos solódicos salinos plínticos argissólicos cambissólicos neofluvissólicos típicos lépticos argissólicos cambissólicos neofluvissólicos típicos lépticos vertissólicos cambissólicos neofluvissólicos típicos tiônicos lépticos solódicos luvissólicos vertissólicos cambissólicos neofluvissólicos típicos
104
7. LATOSSOLOS (L) 7.1. DEFINIÇÃO Solos constituídos de material mineral, apresentando horizonte B Latossólico imediatamente abaixo de qualquer tipo de horizonte A, dentro de 200 cm da superfície do solo ou dentro de 300 cm, se o horizonte A apresentar mais que 150 cm de espessura. 7.2. SEQÜÊNCIA DE HORIZONTES Horizontes A-Bw-C com pouca diferenciação de suborizontes, e transições usualmente difusas ou graduais. 7.3. CONSIDERAÇÕES GERAIS Os Latossolos são os solos que apresentam maior grau de intemperismo e de pedogênese, ocorrendo, preferencialmente, em regiões de clima quente e úmido e sob relevo plano a suave ondulado. Os Latossolos do semi-árido nordestino geralmente são formados a partir de materiais de origem pré-intemperizados e de rochas psamíticas que se alteram com facilidade. São normalmente muito profundos, sendo a espessura do solum raramente inferior a um metro e com pouca diferenciação de suborizontes. Praticamente não apresenta ou apresenta inexpressivo incremento do teor de argila do horizonte A para o B. São solos com estrutura granular fortemente desenvolvida, de modo que, mesmo os de textura argilosa, funcionam como se fosse de textura média, por geralmente serem fortemente drenados ou bem drenados. A consistência do horizonte B, quando seco, varia de macia a muito dura e de friável a muito friável quando úmido. Quando molhado, são pouco plásticos e pouco pegajosos. Refletindo o grau elevado de intemperismo, os Latossolos praticamente não apresentam minerais primários alteráveis e possuem baixa proporção silte/argila. A caulinita e os óxidos de ferro e alumínio são os minerais secundários que predominam na fração argila, de modo que a CTC da fração argila dos Latossolos deve ser menor que 17 cmol c/kg e o Ki no máximo 2,0 ou 2,2. Geralmente são solos fortemente ácidos, com baixa saturação por bases, distróficos ou álicos. Portanto, os Latossolos são solos muito bons fisicamente, mas são muito pobres quimicamente. 7.4. CLASSES DOS QUATRO NÍVEIS CATEGÓRICOS ORDEM
SUBORDEM
GRANDE GRUPO Acriférricos
LATOSSOLOS
BRUNOS
Ácricos Aluminoférricos
SUBGRUPO rúbricos típicos rúbricos típicos rúbricos típicos
105
Continuação... ORDEM
SUBORDEM
GRANDE GRUPO Alumínicos
BRUNOS
Distroférricos Distróficos Alumínicos Acriférricos Ácricos Distroférricos
AMARELOS
Distrocoesos
LATOSSOLOS Distróficos
Eutróficos Perférricos Aluminoférricos Acriférricos VERMELHOS Ácricos
Distroférricos
SUBGRUPO rúbricos típicos rúbricos típicos rúbricos típicos argissólicos típicos húmicos típicos húmicos petroplínticos plínticos típicos húmicos típicos antrópicos húmicos argissólicos petroplínticos plínticos típicos. antrópicos húmicos argissólicos petroplínticos plínticos psamíticos típicos argissólicos típicos húmicos cambissólicos típicos húmicos cambissólicos típicos húmicos petroplínticos típicos húmicos petroplínticos típicos húmicos cambissólicos nitossólicos petroplínticos plínticos típicos
106
Continuação... ORDEM
SUBORDEM
GRANDE GRUPO Distróficos
VERMELHOS
Eutroférricos
Eutróficos Alumínicos Acriférricos LATOSSOLOS Ácricos Distroférricos VERMELHO-AMARELOS
Distróficos
Eutróficos
SUBGRUPO húmicos cambissólicos argissólicos petroplínticos típicos cambissólicos chernossólicos típicos cambissólicos argissólicos chernossólicos típicos argissólicos típicos húmicos típicos húmicos petroplínticos típicos cambissólicos argissólicos típicos húmicos cambissólicos nitossólicos argissólicos petroplínticos plínticos úmbricos típicos cambissólicos argissólicos típicos
8. CHERNOSSOLOS (M) 8.1. DEFINIÇÃO Solos minerais que apresentam saturação por bases elevada e horizonte A chernozêmico sobrejacente a: • Horizonte B textural ou B incipiente com argila de atividade alta, ou • Horizonte cálcico ou caráter carbonático, coincidindo com o horizonte A chernozêmico e, ou, com horizonte C, admitindo-se entre os dois, horizonte B incipiente com espessura < 10 cm, ou • Um contato lítico, desde que o horizonte A chernozêmico contenha 15 % ou mais de carbonato de cálcio equivalente. 107
O horizonte A chernozêmico pode ser menos espesso (espessura ≥ 10 cm), desde que seguido por horizonte B com caráter ebânico ou seguido por contato lítico. 8.2. SEQÜÊNCIA DE HORIZONTES Seqüência de horizontes A-Bt-C ou A-Bi-C, com ou sem horizonte cálcico,e A-C ou A-R, desde que apresentando caráter carbonático ou horizonte cálcico. 8.3. CONSIDERAÇÕES GERAIS Embora sejam formados sob condições de clima bastante variáveis e a partir de diferentes materiais de origem, o desenvolvimento destes solos depende da conjunção de condições que favoreçam a formação e persistência de argilominerais 2:1, especialmente do grupo das esmectitas, e de um horizonte superficial rico em matéria orgânica e com alto teor de cálcio e magnésio. Os Chernossolos normalmente são pouco coloridos (escuros ou com tonalidades pouco cromadas e matizes pouco avermelhados), bem a imperfeitamente drenados, moderadamente ácidos a fortemente alcalinos, com Ki entre 3,0 e 5,0, argila de atividade alta, as vezes com CTC > 100 cmolc/kg de argila, saturação por bases alta, geralmente superior a 70 %, e com predomínio de cálcio ou cálcio e magnésio no complexo de troca. Os Chernossolos normalmente são muito bons tanto do ponto de vista de física como do ponto de vista de fertilidade. 8.4. CLASSES DOS QUATRO NÍVEIS CATEGÓRICOS ORDEM
SUBORDEM RÊNDZICOS
GRANDE GRUPO Líticos Órticos Carbonáticos
EBÂNICOS Órticos Férricos CHERNOSSOLOS Carbonáticos ARGILÚVICOS Órticos
SUBGRUPO típicos saprolíticos típicos vertissólicos típicos vertissólicos típicos saprolíticos típicos vertissólicos abrúpticos saprolíticos típicos lépticos saprolíticos vertissólicos abrúpticos solódicos epiáquicos típicos
108
Continuação... ORDEM
SUBORDEM
GRANDE GRUPO férricos carbonáticos
CHERNOSSOLOS
HÁPLICOS Órticos
SUBGRUPO típicos vertissólicos lépticos saprolíticos típicos vertissólicos lépticos típicos
9. CAMBISSOLOS (C) 9.1. DEFINIÇÃO Solos minerais com horizonte B incipiente (Bi) subjacente a qualquer tipo de horizonte superficial, desde que em qualquer dos casos não satisfaçam os requisitos estabelecidos para serem enquadrados como Vertissolos, Chernossolos, Plintossolos ou Organossolos. 9.2. SEQÜÊNCIA DE HORIZONTES Horizontes A ou H-Bi-C, com ou sem R. 9.3. CONSIDERAÇÕES GERAIS Devido à heterogeneidade do material de origem, das formas de relevo e das condições climáticas, as características dos Cambissolos variam muito de um local para outro. Assim, a classe comporta desde solos fortemente até imperfeitamente drenados, de rasos a profundos, de cor bruna ou bruno-amarelada até vermelho escuro, e de alta a baixa saturação por bases e de alta a baixa atividade química da fração argila. O horizonte Bi tem textura franco-arenosa ou mais argilosa, e o solum, geralmente, apresenta teores uniformes de argila, podendo ocorrer ligeiro decréscimo ou um pequeno incremento de argila do A para o Bi. Admite-se diferença marcante do A para o Bi, em casos de solos desenvolvidos de sedimentos aluviais ou outros casos em que há descontinuidade litológica. A estrutura do horizonte Bi pode ser em blocos, granular ou prismática, podendo também apresentar estrutura em grãos simples ou maciça. 9.4. CLASSES DOS QUATRO NÍVEIS CATEGÓRICOS ORDEM CAMBISSOLOS
SUBORDEM HÚMICOS
GRANDE GRUPO Aluminoférricos
SUBGRUPO lépticos latossólicos espódicos típicos
109
Continuação... ORDEM
SUBORDEM
GRANDE GRUPO Alumínicos
HÚMICOS
Distroférricos Distróficos Carbonáticos Sódicos Sálicos Alumínicos
FLÚVICOS
Tb Distróficos Tb Eutróficos Ta Distróficos
CAMBISSOLOS Ta Eutróficos
Carbonáticos
Sódicos Alíticos HÁPLICOS Alumínicos
Perférricos Distroférricos
SUBGRUPO lépticos espódicos típicos lépticos latossólicos típicos lépticos latossólicos típicos vertissólicos lépticos típicos salinos típicos gleissólicos típicos gleissólicos típicos gleissólicos típicos gleissólicos típicos gleissólicos típicos gleissólicos planossólicos vertissólicos típicos saprolíticos vertissólicos lépticos típicos vertissólicos lépticos típicos lépticos gleissólicos típicos organossólicos lépticos plínticos petroplínticos espódicos úmbricos típicos latossólicos típicos lépticos típicos
110
Continuação... ORDEM
SUBORDEM
GRANDE GRUPO
Tb Distróficos
Tb Eutroférricos
CAMBISSOLOS
HÁPLICOS Tb Eutróficos
Ta Distróficos Ta Eutroférricos
Ta Eutróficos
SUBGRUPO lépticos latossólicos plínticos petroplínticos úmbricos típicos lépticos vertissólicos gleissólicos solódicos latossólicos típicos lépticos latossólicos planossólicos típicos lépticos úmbricos típicos lépticos típicos líticos lépticos vertissólicos solódicos típicos
10. PLINTOSSOLOS (F) 10.1. DEFINIÇÃO Solos minerais com horizonte plíntico ou litoplíntico ou concrecionário, em uma das seguintes condições: • Iniciando dentro de 40 cm da superfície, ou • Iniciando dentro de 200 cm da superfície quando precedidos de horizonte glei, ou imediatamente abaixo do horizonte A ou E, ou de outros horizontes que apresentem cores pálidas, variegadas ou com mosqueados em quantidade abundante. Quando precedidos de horizonte ou camada de coloração pálida (acinzentadas, pálidas ou amarelado claras), estas cores deverão ter matizes e cromas conforme os itens a e b definidos abaixo, podendo ocorrer ou não mosqueados de coloração desde avermelhadas até amareladas. Quando precedidos de horizontes ou camadas de coloração variegada, pelo menos uma das cores deve satisfazer as condições dos itens a e b definidos a seguir. 111
Quando precedidos de horizontes ou camadas com mosqueados, estes deverão ocorrer em quantidade abundante (> 20 % em volume), numa matriz de coloração avermelhada ou amarelada e deverão apresentar matizes e cromas conforme itens a e b definidos abaixo:
a) Matiz 5Y, ou b) Matizes 7,5YR, 10YR ou 2,5Y com croma ≤ 4. 10.2. SEQÜÊNCIA DE HORIZONTES Normalmente são solos bem diferenciados, podendo o horizonte A ser de qualquer tipo, tendo seqüência de horizontes A, AB, ou A, E seguidos de Bt, ou Bw, ou Bi, ou C, ou F, em sua maior parte acompanhados dos sufixos f ou c. 10.3 CONSIDERAÇÕES GERAIS São solos típicos de zonas quentes e úmidas, sobretudo naquelas com estação seca bem definida ou que, pelo menos, apresentem um período com decréscimo acentuado das chuvas. Ocorrem também na zona equatorial perúmida e mais esporadicamente em zona semi-árida. Ocorrem principalmente em áreas de várzeas, áreas com relevo plano ou suavemente ondulado, e menos frequentemente ondulado, em zonas geomorfológicas de baixada. Ocorrem em terços inferiores de encostas ou áreas de surgentes, sob condicionamento quer de oscilação do lençol freático, quer de alagamento ou encharcamento periódico por efeito de restrição à percolação ou escoamento de água. Os Plintossolos compreendem solos minerais formados sob condições de restrição à percolação da água, sujeitos ao efeito temporário de excesso de umidade, de maneira geral imperfeitamente ou mal drenados, que se caracterizam por apresentar expressiva plintitização com ou sem petroplintita ou horizonte litoplíntico. De maneira geral são solos fortemente ácidos, com saturação por bases baixa. Porém, verifica-se a existência de solos com saturação por bases média a alta, como também solos com propriedades solódica e sódica. 10.4. CLASSES DOS QUATRO NÍVEIS CATEGÓRICOS ORDEM
SUBORDEM
GRANDE GRUPO Litoplínticos
PLINTOSSOLOS
PÉTRICOS Concrecionários
SUBGRUPO êndicos arênicos típicos líticos lépticos êndicos êutricos gleissólicos cambissólicos argissólicos latossólicos típicos
112
Continuação... ORDEM
SUBORDEM
GRANDE GRUPO
Alíticos
Alumínicos
ARGILÚVICOS Distróficos
PLINTOSSOLOS Eutróficos
Alíticos
Alumínicos HÁPLICOS Ácricos
Distróficos
SUBGRUPO espessarênicos arênicos espessos abrúpticos gleissólicos petroplínticos típicos espessarênicos arênicos espessos abrúpticos gleissólicos petroplínticos típicos espessarênicos arênicos espessos abrúpticos solódicos gleissólicos petroplínticos típicos espessarênicos arênicos espessos abrúpticos solódicos gleissólicos petroplínticos típicos líticos lépticos solódicos petroplínticos típicos líticos lépticos solódicos petroplínticos típicos espessos solódicos petroplínticos típicos líticos lépticos espessos solódicos petroplínticos típicos
113
Continuação... ORDEM
PLINTOSSOLOS
SUBORDEM
HÁPLICOS
GRANDE GRUPO
Eutróficos
SUBGRUPO líticos lépticos espessos solódicos petroplínticos típicos
11. LUVISSOLOS (T) 11.1. DEFINIÇÃO Solos minerais não hidromórficos, com horizonte B textural com argila de atividade alta e saturação por bases elevada, imediatamente abaixo de qualquer tipo de horizonte A (exceto A chernozêmico), ou sob horizonte E, e satisfazendo os seguintes requisitos: • Horizontes plíntico, vértico e plânico se presentes, não satisfazem os critérios para Plintossolos, Vertissolos e Planossolos, respectivamente; ou seja não são coincidentes com a parte superficial do horizonte B textural, • Horizonte glei, se ocorrer, deve estar abaixo do horizonte B textural e se inicia após 50 cm de profundidade, não coincidindo com a parte superficial deste horizonte. 11.2. SEQÜÊNCIA DE HORIZONTES Seqüência de horizontes A-Bt-C, e nítida diferenciação entre os horizontes A e Bt, devido ao contraste de textura, cor e, ou, estrutura entre os mesmos. 11.3. CONSIDERAÇÕES GERAIS Estes solos variam de bem a imperfeitamente drenados, sendo normalmente pouco profundos (60 a 120 cm). A transição para o horizonte B textural é clara ou abrupta e grande parte dos Luvissolos apresenta mudança textural abrupta. Em todos os casos, podem apresentar pedregosidade na parte superficial e o caráter solódico ou sódico, na parte subsuperficial. O horizonte Bt geralmente é de coloração avermelhada, amarelada e, menos freqüentemente, brunada ou acinzentada. Os Luvissolos são moderadamente ácidos a ligeiramente alcalinos, com teores de alumínio trocável baixos ou nulos, e com valores de Ki elevados, normalmente entre 2,4 e 4,0, denotando presença, em quantidade variável, mas expressiva, de argilominerais do tipo 2:1. Os Luvissolos Crômicos, anteriormente chamados de Bruno Não-Cálcicos, são bastante comuns no semiárido nordestino.
114
11.4. CLASSES DOS QUATRO NÍVEIS CATEGÓRICOS ORDEM
SUBORDEM
GRANDE GRUPO Carbonáticos
Pálicos CRÔMICOS LUVISSOLOS Órticos
Pálicos HÁPLICOS Órticos
SUBGRUPO vertissólicos planossólicos típicos arênicos planossólicos abrúpticos plínticos abrúpticos petroplínticos cambissólicos saprolíticos típicos líticos planossólicos vérticos planossólicos solódicos planossólicos vertissólicos solódicos vertissólicos salinos solódicos típicos plínticos abrúpticos típicos planossólicos típicos
12. NITOSSOLOS (N) 12.1. DEFINIÇÃO Solos constituídos de material mineral, que apresentam horizonte B nítico abaixo do horizonte A com argila de atividade baixa ou caráter alítico na maior parte do horizonte B, dentro de 150 cm da superfície do solo. Os Nitossolos praticamente não apresentam policromia acentuada no perfil, o teor de argila dos horizontes A e B nítico é maior que 35 % e a relação textural é ≤ 1,5. 12.2. SEQÜÊNCIA DE HORIZONTES Qualquer horizonte A sobre horizonte B nítico. 12.3. CONSIDERAÇÕES GERAIS Esta classe não engloba solos com incremento no teor de argila requerido para horizonte B textural, sendo a diferenciação de horizontes menos acentuada que aqueles, com transição clara ou gradual do A para o B e transição difusa entre suborizontes do B. São profundos, bem 115
drenados, de coloração variando de vermelho a brunada. São, em geral, moderadamente ácidos a ácidos, com saturação por bases baixa a alta, às vezes álicos, com mineralogia caulinítica-oxídica e, conseqüentemente, com argila de atividade baixa. 12.4. CLASSES DOS QUATRO NÍVEIS CATEGÓRICOS ORDEM
SUBORDEM
GRANDE GRUPO Aluminoférricos
Alumínicos BRUNOS Distroférricos
Distróficos Alíticos Alumínicos NITOSSOLOS
Distroférricos VERMELHOS
Distróficos
Eutroférricos
Eutróficos
Alumínicos
HÁPLICOS
Distróficos
Eutróficos
SUBGRUPO húmicos rúbricos húmicos rúbricos típicos húmicos rúbricos húmicos rúbricos típicos húmicos rúbricos húmicos rúbricos típicos húmicos rúbricos húmicos rúbricos típicos húmicos típicos húmicos úmbricos típicos latossólicos típicos latossólicos úmbricos típicos chernossólicos plínticos latossólicos típicos lépticos chernossólicos latossólicos típicos latossólicos úmbricos típicos húmicos latossólicos úmbricos típicos lépticos chernossólicos típicos
116
13. ARGISSOLOS (P) 13.1. DEFINIÇÃO Solos minerais com horizonte B textural com argila de atividade baixa ou com argila de atividade alta conjugada com saturação por bases baixa e, ou, caráter alítico na maior parte do horizonte B, e satisfazendo, ainda, os seguintes requisitos: • Horizonte plíntico, se presente, não está acima e nem é coincidente com a parte superficial do horizonte B textural, • Horizonte glei, se presente, não está acima e nem é coincidente com a parte superficial do horizonte B textural. 13.2. SEQÜÊNCIA DE HORIZONTES Seqüência de horizontes A-Bt-C-R. 13.3. CONSIDERAÇÕES GERAIS Parte dos Argissolos apresenta um evidente incremento no teor de argila, com ou sem decréscimo, do horizonte B para baixo do perfil. A transição entre os horizontes é usualmente clara, abrupta ou gradual. São de profundidade variável, desde forte a imperfeitamente drenados, de cores avermelhadas ou amareladas, e mais raramente, brunadas ou acinzentadas. A textura varia de arenosa a argilosa no horizonte A e de média a muito argilosa no horizonte Bt, sempre havendo aumento de argila daquele para este. São forte a moderadamente ácidos, com saturação por bases alta ou baixa, predominantemente cauliníticos e com Ki variando de 1,0 a 2,3, em correlação com baixa atividade das argilas. 13.4. CLASSES DOS QUATRO NÍVEIS CATEGÓRICOS ORDEM
SUBORDEM
GRANDE GRUPO
BRUNO-ACINZENTADOS
Alíticos
ACINZENTADOS
Distrocoesos
ARGISSOLOS
SUBGRUPO abrúpticos úmbricos típicos arênicos abrúpticos fragipânicos abrúpticos dúricos dúricos abrúpticos fragipânicos plínticos latpssólicos típicos
117
Continuação... ORDEM
SUBORDEM
GRANDE GRUPO
Distróficos ACINZENTADOS
Eutróficos
Alíticos
Alumínicos
ARGISSOLOS
AMARELOS Distrocoesos
Distróficos
SUBGRUPO arênicos abrúpticos fragipânicos abrúpticos dúricos dúricos abrúpticos fragipânicos plínticos latpssólicos típicos abrúpticos plínticos típicos abrúpticos plínticos epiáquicos típicos abrúpticos plínticos epiáquicos típicos arênicos fragipânicos arênicos planossólicos fragipânicos planossólicos abrúpticos fragipânicos espódicos abrúpticos fragipânicos abrúpticos espódicos abrúpticos petroplínticos abrúpticos plínticos abrúpticos solódicos abrúpticos fragipânicos espódicos fragipânicos plínticos fragipânicos plácicos fragipânicos epiáquicos espódicos plínticos latossólicos úmbricos arênicos fragipânicos típicos abrúpticos plínticos úmbricos típicos
118
Continuação... ORDEM
SUBORDEM
GRANDE GRUPO
Eutrocoesos AMARELOS
Eutróficos
Alíticos
Alumínicos
Ta Distróficos ARGISSOLOS
Distróficos VERMELHOS
Eutroférricos
Eutróficos
SUBGRUPO abrúpticos plínticos abrúpticos plínticos planossólicos solódicos fragipânicos plínticos lépticos típicos plínticos planossólicos solódicos abrúpticos típicos abrúpticos plínticos epiáquicos típicos abrúpticos plínticos epiáquicos úmbricos típicos abrúpticos epiáquicos úmbricos típicos arênicos planossólicos abrúpticos plínticos abrúpticos plínticos nitossólicos latossólicos úmbricos típicos abrúpticos saprolíticos abrúpticos chernossólicos nitossólicos latossólicos típicos espessarênicos arênicos abrúpticos chernossólicos abrúpticos plínticos solódicos abrúpticos plínticos abrúpticos solódicos abrúpticos lépticos nitossólicos continua na próxima página
119
Continuação... ORDEM
SUBORDEM VERMELHOS
GRANDE GRUPO Eutróficos
Alíticos
Alumínicos
Ta Distróficos
ARGISSOLOS VERMELHO-AMARELOS Distróficos
Eutróficos
SUBGRUPO latossólicos chernossólicos saprolíticos típicos abrúpticos plínticos epiáquicos típicos abrúpticos plínticos epiáquicos úmbricos típicos abrúpticos epiáquicos úmbricos típicos espessarênicos abrúpticos espessarênicos arênicos abrúpticos arênicos planossólicos abrúpticos plínticos petroplínticos nitossólicos latossólicos úmbricos típicos abrúpticos planossólicos abrúpticos lépticos abrúpticos plínticos abrúpticos planossólicos nitossólicos latossólicos típicos
120
Capítulo 13 LEVANTAMENTO E MAPEAMENTO DE SOLOS
XIII. LEVANTAMENTO E MAPEAMENTO DE SOLOS 1. INTRODUÇÃO Um levantamento pedológico é um prognóstico da distribuição geográfica dos solos como corpos naturais, determinados por um conjunto de relações e propriedades observáveis na natureza. Duas partes compõem um levantamento pedológico: • Mapa de solos → mostra a distribuição espacial dos solos • Texto explicativo ou relatório → define, descreve e interpreta, para diversos fins, as classes de solos componentes das unidades de mapeamento.
2. OBJETIVOS GERAIS DOS LEVANTAMENTOS DE SOLOS • Conhecer as características e propriedades dos solos, • Classificar os solos de acordo com um sistema de classificação, • Estabelecer e locar seus limites, mostrando em mapa sua distribuição e arranjamento espaciais (representação gráfica), •Determinar a aptidão dos solos para as diferentes aplicações.
3. UTILIDADES DOS LEVANTAMENTOS DE SOLOS •Seleção de áreas para assentamentos rurais, •Estudos de viabilidade técnica de projetos de irrigação e drenagem, •Zoneamento de culturas, •Extrapolação de resultados de pesquisas, •Indenização de áreas inundadas por represas hidrelétricas, •Seleção de áreas experimentais, •Fornecer informações para o desenvolvimento do ensino e pesquisa de pedologia, •Planejamento e condução de trabalhos de extensão rural, •Programas de adubação, controle de erosão e reflorestamento, •Planejamento de trabalhos de engenharia (Desenvolvimento de cidades, construção de estradas, aeroportos, etc.), •Avaliação, taxação de impostos, financiamentos e desapropriações, •Confecção de mapas interpretativos, •Planejamento de propriedades agrícolas. 122
4. UNIDADES TAXONÔMICAS E DE MAPEAMENTO 4.1. UNIDADE TAXONÔMICA É uma classe de solo definida de acordo com um conjunto de propriedades e atributos diagnósticos definidos por um sistema taxonômico de classificação de solos, como o SiBCS. Cada tipo de solo corresponde a uma unidade taxonômica. Exemplo: • PVAa → Argissolo vermelho-amarelo alumínico típico textura argilosa, fase floresta subtropical subperenifólia relevo ondulado e suave ondulado. • LVdf1 → Latossolo Vermelho distroférrico típico textura argilosa fase floresta subtropical subperenifólia relevo suave ondulado. 4.2. UNIDADE DE MAPEAMENTO Enquanto uma unidade taxonômica é uma classe de solo definida e conceituada segundo critérios de classificação, uma unidade de mapeamento é um conjunto de áreas de solos com relações e posições definidas na paisagem. A unidade de mapeamento é estabelecida e definida para possibilitar a representação cartográfica e mostrar a distribuição espacial de unidades taxonômicas. No mapeamento de solos, classes de solos (unidades taxonômicas) podem ser reunidas para formar áreas mapeáveis (unidades de mapeamento). • TIPOS DE UNIDADES DE MAPEAMENTO: o
Unidades Simples → formada por uma única unidade taxonômica.
o
Unidades Combinadas → formadas por várias unidades taxonômicas. As principais unidades combinadas são:
Associações → uma associação é um grupamento de classes de solos em associação geográfica regular (ocorrem juntos na paisagem),
Complexos → um complexo é constituído por solos distintos, de limites pouco nítidos entre si, mas não mapeáveis mesmo nos mapas de escala detalhada, por causa do padrão intrincado em que se apresentam,
Grupos indiferenciados de solos → são constituídos pela combinação de duas ou mais unidades taxonômicas com semelhanças morfogenéticas e pouco diferenciados.
123
124
125
o
Exemplos de nomenclaturas das legendas dos mapas de solos:
PVAa1 → Associação Argissolo vermelho-amarelo alumínico típico textura argilosa, fase floresta subtropical subperenifólia relevo ondulado e suave ondulado + Latossolo Vermelho distroférrico típico textura argilosa fase floresta subtropical subperenifólia relevo suave ondulado.
Gg → Solos hidromórficos gleizados indiscriminados incluindo Neossolos quartzarênicos hidromórficos fase campo e floresta tropical perenifólia de várzea relevo plano. • FASES DE UNIDADES DE MAPEAMENTO Serve para subdividir unidades de mapeamento, segundo características relacionadas ao uso do solo, como pedregosidade, rochosidade, erosão, drenagem, relevo, declividade, vegetação ou qualquer outra característica importante para os objetivos do levantamento. Exemplos:
o
Exemplos de nomenclaturas das legendas dos mapas de solos:
PVAa1 → Associação Argissolo vermelho-amarelo alumínico típico textura argilosa, fase floresta subtropical subperenifólia relevo ondulado e suave ondulado + Latossolo Vermelho distroférrico típico textura argilosa fase floresta subtropical subperenifólia relevo suave ondulado.
Gg → Solos hidromórficos gleizados indiscriminados incluindo Neossolos quartzarênicos hidromórficos fase campo e floresta tropical perenifólia de várzea relevo plano. • FASES DE UNIDADES DE MAPEAMENTO Serve para subdividir unidades de mapeamento, segundo características relacionadas ao uso do solo, como pedregosidade, rochosidade, erosão, drenagem, relevo, declividade, vegetação ou qualquer outra característica importante para os objetivos do levantamento. Exemplos: o
Fase caatinga hiperxerófila (exemplo de fase de vegetação),
o
Fase relevo forte ondulado (exemplo de fase de relevo),
o
Fase epipedregosa (exemplo de fase de pedregosidade),
o
Fase muito rochosa (exemplo de fase de rochosidade),
o
Fase erodida (quando os solos apresentarem classes de erosão forte, muito forte e extremamente forte).
4. TIPOS DE LEVANTAMENTOS DE SOLOS Os levantamentos pedológicos diferenciam-se, principalmente, quanto aos objetivos a que se destinam e quanto à extensão das áreas abrangidas por eles. Os principais tipos de levantamentos e de mapas de solos são: • Exploratório → Escala de 1:2.500.000 a 1:750.000 • Reconhecimento de baixa intensidade → Escala de 1:750.000 a 1:250.000 • Reconhecimento de média intensidade → Escala de 1:250.000 a 1:100.000 • Reconhecimento de alta intensidade → Escala de 1:100.000 a 1:50.000 • Semidetalhado → Escala ≥ 1:50.000 • Detalhado → Escala ≥ 1:20.000 • Ultradetalhado → Escala ≥ 1:5.000. A cada tipo de levantamento corresponde a um tipo de mapa pedológico. 126
5. TIPOS DE MAPAS DE SOLOS 5.1. MAPAS AUTÊNTICOS OU ORIGINAIS São feitos no campo e são resultados de observações diretas dos solos no campo, sendo um dos produtos dos levantamentos de solos realizados. Quanto mais detalhado for o levantamento pedológico, mais detalhado será o mapa de solos e maior será a sua escala. Exemplos: • Mapa exploratório de solos → área mapeável de 250 a 22,5 km 2 • Mapa reconhecimento de solos de baixa intensidade → área mapeável de 22,5 a 2,5 km2 • Mapa reconhecimento de solos de média intensidade → área mapeável de 2,5 km2 a 40 ha • Mapa reconhecimento de solos de alta intensidade → área mapeável de 40 a 10 ha • Mapa semidetalhado de solos → área mapeável ≤ 40 ha • Mapa detalhado de solos → área mapeável ≤ 1,6 ha • Mapa ultradetalhado de solos → área mapeável ≤ 0,1 ha. O Mapa Exploratório-Reconhecimento de Solos do Estado da Paraíba, publicado em 1971 pela SUDENE, na escala de 1:500.000, é um exemplo de mapa autêntico ou original. 5.2. MAPAS COMPILADOS • Mapas Genéricos São compilados a partir de mapas de solos mais detalhados, pela eliminação de detalhes de levantamentos de campo anteriores. O Mapa de Solos do Brasil, publicado em 2003 pelo IBGE e pela Embrapa, na escala de 1:5.000.000, é um exemplo de mapa genérico. • Mapas Esquemáticos Os mapas esquemáticos são confeccionados a partir da interpretação e compilação de informações que se encontram em um mapa original e seu respectivo relatório e de correlações com aspectos do meio físico (geologia, geomorfologia, clima e vegetação). Esses mapas compilados podem ser mapas de profundidade do solo, vegetação, relevo, textura, fertilidade natural, suscetibilidade de solos à erosão, etc.
6. RELATÓRIO Um mapa de solos, sem um texto de referência para sua interpretação, não apresenta muita utilidade. Um texto adicional explicativo, bem como a legenda do mapa, são essenciais para a compreensão e a utilização das informações contidas nos levantamentos pedológicos. 127
Os relatórios finais de levantamentos pedológicos devem abordar, necessariamente, três aspectos importantes: • Descrição geral de características do meio físico, que têm relações com a formação e uso do solo, compreendendo geologia, relevo, vegetação, clima, e hidrologia, • Caracterização, descrição e classificação dos solos em sistema taxonômico vigente e de acordo com nomenclatura padronizada, • Interpretação para diversos fins de utilização do solo.
128
Capítulo 14 SOLOS DOS DOMÍNIOS PEDOBIOCLIMÁTICOS DO BRASIL
XIV. SOLOS DOS DOMÍNIOS PEDOBIOCLIMÁTICOS DO BRASIL 1. INTRODUÇÃO De acordo com Ab’Saber (1970) e Resende et al. (2002), o território brasileiro pode ser subdividido em seis principais domínios pedobioclimáticos: • Domínio pedobioclimático da Amazônia, • Domínio pedobioclimático do Semi-árido nordestino, • Domínio pedobioclimático dos Mares de morros florestados, • Domínio pedobioclimático do Cerrado, • Domínio pedobioclimático do Planalto das araucárias, • Domínio pedobioclimático das Pradarias mistas (Pampas).
2. DOMÍNIO PEDOBIOCLIMÁTICO DA AMAZÔNIA 2.1. LOCALIZAÇÃO
2.2. CARACTERÍSTICAS GERAIS DO AMBIENTE A vegetação predominante é a de floresta equatorial e o clima é quente e úmido, o que favorece a atuação intensa do clima (Temperatura e umidade) e dos organismos no intemperismo e na pedogênese, levando a formação de solos bastante intemperizados. 130
2.3. PRINCIPAIS SOLOS QUE OCORREM NA REGIÃO • Latossolos (41 %) • Argissolos (32 %) • Plintossolos (7 %) • Gleissolos (5 %) • Neossolos Quartzarênicos (5 %). 2.4. CONSIDERAÇÕES GERAIS Dentre os Latossolos e Argissolos, predominam os amarelos e vermelho-amarelos com baixos teores de ferro, baixa CTC, álicos, distróficos e pobres em fósforo. Os Latossolos e Argissolos amarelos da Amazônia, a semelhança daqueles dos tabuleiros costeiros, muitas vezes apresentam adensamento subsuperficial no horizonte B, dificultando a penetração de água e raízes nas camadas mais inferiores do perfil do solo. Os Latossolos e Argissolos em geral são cauliníticos e goethíticos e possuem horizonte A moderado. Na Amazônia há maior quantidade de nutrientes acumulada na biomassa da floresta do que nos solos, de modo que não há correlação entre a exuberância da floresta e a fertilidade dos solos.
3. DOMÍNIO PEDOBIOCLIMÁTICO DO SEMI-ÁRIDO NORDESTINO 3.1. LOCALIZAÇÃO
3.2. CARACTERÍSTICAS GERAIS DO AMBIENTE A vegetação predominante é a de caatinga, vegetação típica de regiões com déficit hídrico acentuado durante a maior parte do ano. Embora a temperatura dessa região seja elevada, a 131
falta de água diminui a intensidade de decomposição das rochas e a atividade dos organismos, afetando o intemperismo e a pedogênese os solos. Os solos sob caatinga muito intemperizados, como os Latossolos, estão relacionados com rochas psamíticas que se alteram com facilidade e com materiais de origem pré-intemperizados. 3.3. PRINCIPAIS SOLOS QUE OCORREM NA REGIÃO • Latossolos Amarelos e Vermelho-amarelos (19,4 %) • Neossolos Litólicos (19,2 %) • Argissolos Amarelos e Vermelho-amarelos (14,7 %) • Luvissolos Crômicos Órticos (13,3 %) • Neossolos Quartzarênicos (9,3 %) • Planossolos (9,1 %) • Neossolos Regolíticos (4,4 %) • Cambissolos (3,6 %). 3.4. CONSIDERAÇÕES GERAIS Ao contrário da Amazônia, no Semi-árido nordestino a maioria dos nutrientes está presente no solo, dada a pequena produção de biomassa da caatinga e a pouca intemperização dos solos.
4. DOMÍNIO DOS MARES DE MORROS FLORESTADOS 4.1. LOCALIZAÇÃO
132
4.2. CARACTERÍSTICAS GERAIS DO AMBIENTE Esse domínio compreende uma faixa de solos em relevo acidentado ao longo da costa leste brasileira. Esta região vista de uma posição mais alta lembra as ondas do mar. O clima da região é quente e úmido, o que favorece os processos de intemperismo e pedogênese e a manutenção de uma floresta tropical subperenifólia. 4.3. PRINCIPAIS SOLOS QUE OCORREM NA REGIÃO • Latossolos e Argissolos amarelos e vermelho-amarelos 4.4. CONSIDERAÇÕES GERAIS Os horizontes B latossólico e B textural dos Latossolos e Argissolos em geral são mais amarelos ou mais avermelhados e mais bem estruturados e mais resistentes à erosão que o horizonte C desses solos. Os solos, em particular os horizontes Cr, tendem a serem profundos. Geralmente há desproporção entre as profundidades do sólum e do solo. Esse manto de intemperismo profundo ou horizonte Cr é tipicamente caulinítico. Esse horizonte Cr quando exposto em barranco de estrada é facilmente erodido, devido o ajuste face a face da caulinita e o alto teor de silte, dificultando a infiltração da água e provocando sulcos de erosão ao longo dos barrancos. Os solos dos mares de morros florestados em geral são bastante intemperizados, ácidos, distróficos e, ou, álicos, sendo bastante pobres em nutrientes. À semelhança dos solos da Amazônia, nos Mares de Morros Florestados a grande maioria dos nutrientes está contida na biomassa (Vegetação, animais e microrganismos) e não no solo. A temperatura e umidade elevadas favorecem a ciclagem de nutrientes em um ritmo suficiente para manter a floresta exuberante, que também é chamada de mata atlântica. 4.5. REGIÃO DOS TABULEIROS COSTEIROS O Domínio de Mares de Morros Florestados abriga grande parte dos solos coesos dos tabuleiros costeiros, que se estende por quase toda faixa costeira do Brasil, desde o Amapá até o Rio de Janeiro. Os principais solos dos tabuleiros costeiros são os Latossolos e Argissolos, mas também ocorrem Neossolos Quartzarênicos e Espodossolos. Esses solos são derivados de sedimentos do grupo barreiras, são bastante intemperizados, cauliníticos, ácidos, distróficos, álicos, pobres em Fe2O3, Ca, Mg e P-total. A presença de horizontes subsuperficiais adensados, como fragipã e duripã dificulta a penetração de água e das raízes no perfil, podendo causar problemas de erosão e de sistema radicular superficial. 133
5. DOMÍNIO PEDOBIOCLIMÁTICO DO CERRADO 5.1. LOCALIZAÇÃO
5.2. CARACTERÍSTICAS GERAIS DO AMBIENTE Esse domínio localiza-se no Planalto Central do Brasil e apresenta vegetação de savana chamada de cerrado. A temperatura não é muito diferente da verificada na Caatinga e nos Mares de Morros Florestados, mas a precipitação pluviométrica é intermediária entre esses dois domínios. Grande parte do Cerrado é constituída de chapadões com relevo plano a suave ondulado, permitindo a atuação dos fatores bioclimáticos sobre o material de origem por tempo prolongado, de modo que as taxas de intemperismo e pedogênese são maiores que as taxas de erosão. Isso leva a formação de solos bastante intemperizados, pobre em nutrientes, ácidos, álicos e de baixa CTC. 5.3. PRINCIPAIS SOLOS QUE OCORREM NA REGIÃO • Latossolos (49 %) • Argissolos (15 %) • Neossolos Quartzarênicos (15 %) • Neossolos Litólicos (7 %) • Plintossolos (6 %) • Cambissolos (3 %).
134
5.4. CONSIDERAÇÕES GERAIS Os Latossolos do Cerrado são muito dessilicatados, sendo mais ricos em gibsita e mais intemperizados que os das outras regiões do Brasil, embora a caulinita seja o mineral predominante na fração argila da maioria dos Latossolos. Os Argissolos ocorrem em relevo mais ondulado que o dos Latossolos e os Plintossolos ocorrem mais nas bordas das chapadas. Os Neossolos Litólicos e os Cambissolos ocorrem em relevo mais acidentado que o de ocorrência dos Argissolos. Os solos do cerrado geralmente apresentam excelentes propriedades físicas (Boa estruturação, alta permeabilidade, baixa plasticidade e baixa pegajosidade), o que favorece a mecanização, mas são muito ácidos e pobres quimicamente. A baixa fertilidade e acidez superficial e subsuperficial dos solos do Cerrado exigem que sejam aplicadas quantidades elevadas de corretivos e fertilizantes para obtenção e sustentação de produtividades elevadas das culturas.
6. DOMÍNIO PEDOBIOCLIMÁTICO DO PLANALTO DAS ARAUCÁRIAS 6.1. LOCALIZAÇÃO
6.2. CARACTERÍSTICAS GERAIS DO AMBIENTE Esse domínio se estende desde o centro-sul do Paraná até os planaltos de Santa Catarina e Rio Grande do Sul, com clima subtropical e temperado, precipitação pluviométrica elevada e bem 135
distribuída ao longo do ano. A combinação de latitude e altitude elevadas confere a esse domínio um clima com temperaturas médias baixas, onde a vegetação predominante é a floresta de araucária. 6.3. PRINCIPAIS SOLOS QUE OCORREM NA REGIÃO • Latossolos nos trechos de relevo suave e os Argissolos, Cambissolos e Neossolos Litólicos, à medida que o relevo sai do plano em direção ao fortemente ondulado e montanhoso. 6.4. CONSIDERAÇÕES GERAIS Embora a temperatura seja baixa, a precipitação pluviométrica elevada contribui para que os solos desse domínio sejam geralmente ácidos, álicos e pobres em nutrientes. A baixa temperatura dessa região favorece o acúmulo de maior quantidade de matéria orgânica no solo, quando comparado com os demais domínios.
7. DOMÍNIO DAS PRADARIAS MISTAS (PAMPAS) 7.1. LOCALIZAÇÃO
7.2. CARACTERÍSTICAS GERAIS DO AMBIENTE Área situada no sudoeste do Rio Grande do Sul com predomínio de relevo suave e suave ondulado, com vegetação predominante de campos naturais e com clima menos chuvoso e menos frio que o do Planalto das Araucárias. 136
7.3. PRINCIPAIS SOLOS QUE OCORREM NA REGIÃO • Chernossolos, Vertissolos, Neossolos, Argissolos e Planossolos. 7.4. CONSIDERAÇÕES GERAIS Os solos desse domínio geralmente são pouco intemperizados, rasos, férteis, eutróficos, com argila de atividade alta (Montmorilonita) e muitos com problemas de drenagem e cor escura. Nas elevações é comum a ocorrência de Latossolos com horizonte A escurecido
8. DOMÍNIOS TRANSICIONAIS 8.1. LOCALIZAÇÃO
8.2. CONSIDERAÇÕES GERAIS Entre os principais domínios pedobioclimáticos existem grandes faixas de transição com características de ambos os domínios, que são os domínios transicionais.
9. SOLOS DE OUTRAS REGIÕES DO BRASIL 9.1. ÁREAS BASÁLTICAS E ARENÍTICAS DO CENTRO-SUL DO BRASIL Apresenta vegetação original de floresta e se estende desde o sul do Planalto Central até a floresta de araucária no rio Grande do Sul. Os solos derivados de basalto geralmente são vermelhos ou vermelho-escuros, com teores elevados de hematita em relação aos demais solos, 137
são ricos em micronutrientes metálicos (Fe, Cu, Mn e Zn) e não muito pobres em Ca, Mg e Ptotal, como os demais solos intemperizados. Os solos derivados de arenitos geralmente são pobres se o material cimentante da rocha for silicoso. Se o arenito for de cimento calcário origina solos mais férteis, a exemplo do Arenito Bauru em São Paulo. Tanto os solos argilosos desenvolvidos do basalto, como os arenosos e textura média desenvolvidos do arenito, apresentam excelentes propriedades físicas. 9.2. PANTANAL O ambiente do Pantanal apresenta temperatura relativamente elevada, com duas estações com balanços hídricos distintos: há seis meses com excesso de chuvas, causando condições de alagamento e hidromorfismo, alternado de seis meses de seca, quando os solos voltam a ficar aerados. Os solos predominantes do Pantanal são hidromórficos 9.3. REGIÃO CENTRO-NORTE DE RORAIMA Essa região é muito diferente do Domínio Pedobioclimático da Amazônia, com grande ocorrência de vegetação de cerrado sobre Latossolos Amarelos distróficos. Em alguns locais de afloramento de rochas cristalinas ácidas são encontrados solos afetados por sódio.
138
Capítulo 15 SOLOS DO ESTADO DA PARAÍBA
XV. SOLOS DO ESTADO DA PARAÍBA 1. INTRODUÇÃO O território do estado da Paraíba pode ser dividido nas seguintes unidades geomorfológicas: • Baixada litorânea ou planície litorânea • Baixo Planalto Costeiro (Tabuleiro) • Depressão Sublitorânea • Planalto da Borborema o
Escarpas Orientais e Brejo Paraibano (Frentes do Planalto)
o
Superfície Aplainada da Borborema
Setor Norte da Superfície Aplainada da Borborema (Curimataú)
Setor Sul da Superfície Aplainada da Borborema (Cariri)
Restos de capeamento sedimentar elevados
• Depressão Sertaneja o
Superfície de Pediplanação com Pequenos Inselbergues
o
Bacia Sedimentar Cretácica (Baixada de Souza).
Serão apresentadas, a seguir, uma descrição geral do ambiente das principais unidades geomorfológicas do estado da Paraíba e a relação de seus principais solos.
2. BAIXADA LITORÂNEA OU PLANÍCIE LITORÂNEA 2.1. CARACTERÍSTICAS GERAIS DO AMBIENTE Formada de terrenos constituídos por sedimentos que ocupam as cotas mais baixas da orla marítima e adjacências. Na formação desta unidade de relevo, participam os seguintes elementos: terraços de acumulação marinha, restingas, dunas, formas lacustres, mangues e várzeas. 2.2. PRINCIPAIS SOLOS QUE OCORREM NA REGIÃO • Neossolos Quartzarênicos • Espodossolos • Solos Indiscriminados de Mangue o
Gleissolos
o
Organossolos
o
Neossolos Quartzarênicos.
140
UNIDADES GEOMORFOLÓGICAS DO ESTADO DA PARAÍBA
141
3. BAIXO PLANALTO COSTEIRO (TABULEIRO) 3.1. CARACTERÍSTICAS GERAIS DO AMBIENTE Formado por Sedimentos do Grupo Barreiras, a partir da erosão do Maciço da Borborema. A superfície do Baixo Planalto apresenta-se quase horizontal, “tabular”, daí a denominação regional de Tabuleiro, inclinada de oeste para leste. A altitude pode variar de 10 a 30 m junto às praias (Em alguns casos de 2 a 3 m) e vai subindo em direção a oeste alcançando 100 m, no geral. 3.2. PRINCIPAIS SOLOS QUE OCORREM NA REGIÃO • Argissolos Vermelho-Amarelos (Grande parte com horizonte Fragipã) • Espodossolos hidromórficos • Latossolos Vermelho-Amarelos • Neossolos Quartzarênicos (Principalmente no litoral norte).
3. BAIXO PLANALTO COSTEIRO (TABULEIRO) 3.1. CARACTERÍSTICAS GERAIS DO AMBIENTE Formado por Sedimentos do Grupo Barreiras, a partir da erosão do Maciço da Borborema. A superfície do Baixo Planalto apresenta-se quase horizontal, “tabular”, daí a denominação regional de Tabuleiro, inclinada de oeste para leste. A altitude pode variar de 10 a 30 m junto às praias (Em alguns casos de 2 a 3 m) e vai subindo em direção a oeste alcançando 100 m, no geral. 3.2. PRINCIPAIS SOLOS QUE OCORREM NA REGIÃO • Argissolos Vermelho-Amarelos (Grande parte com horizonte Fragipã) • Espodossolos hidromórficos • Latossolos Vermelho-Amarelos • Neossolos Quartzarênicos (Principalmente no litoral norte). OBS.: Os solos situados mais a leste do Baixo Planalto Costeiro (Tabuleiro) são de textura média à arenosa.
4. DEPRESSÃO SUBLITORÂNEA 4.1. CARACTERÍSTICAS GERAIS DO AMBIENTE Área de estrutura cristalina e que apresenta superfície semi-colinosa, de relevo suave ondulado e ondulado. A vegetação predominante é de Caatinga. 4.2. PRINCIPAIS SOLOS QUE OCORREM NA REGIÃO • Luvissolos Crômicos • Argissolos Vermelho-Amarelos • Neossolos Litólicos • Planossolos.
5. PLANALTO DA BORBOREMA 5.1. Escarpas Orientais e Brejo Paraibano (Frentes do Planalto) 5.1.1. CARACTERÍSTICAS GERAIS DO AMBIENTE Região com relevo forte ondulado e montanhoso, com vales profundos em forma de “V”, altitude média de 600 m e precipitação média de 1.400 m. Em porções mais interiores
142
do Brejo Paraibano o relevo é menos acidentado, com formas colinosas limitando vales relativamente amplos em forma de “U”. 5.1.2. PRINCIPAIS SOLOS QUE OCORREM NA REGIÃO • Argissolos Vermelho-Amarelos (Relevo ondulado/forte ondulado) • Argissolos Vermelhos (Alagoa Grande/Alagoinha, Bananeiras) • Neossolos Litólicos (Relevo forte ondulado e montanhoso) • Latossolo (Nas “chãs” e em Solânea/Bananeiras).
5.2. Superfície Aplainada da Borborema Dois níveis podem ser destacados: um nível superior, ao norte, em torno de 600 m (Curimataú), e outro ao sul, um pouco mais baixo, em torno de 400 a 500 m, (Cariri) com transição suave entre ambos
5.2.1. Curimataú a) Características gerais do ambiente Superfície com relevo suavemente ondulado ou plano podendo apresentar trechos levemente abaciados onde se acumula água na época da chuva. b) Principais Solos (Em geral são de textura média): • Luvissolos Crômicos • Planossolos Nátricos • Neossolos Litólicos • Neossolos Regolíticos com fragipan. OBS.: Esses Neossolos Regolíticos em geral estão relacionados com os trechos onde se verificam ocorrências de pequenas lagoas.
5.2.2. Cariri a) Características gerais do ambiente Superfície com maior dissecamento, com diversos trechos onde o relevo é ondulado, mas no geral o relevo é suavemente ondulado como no Setor Norte. b) Principais Solos (Em geral são de textura argilosa): • Quando o relevo é montanhoso: o
Neossolos Litólicos e Afloramentos de rochas
143
• Quando o relevo é suave ondulado e ondulado: o
Luvissolos Crômicos
o
Neossolos Litólicos.
5.2.3. Restos de capeamento sedimentar elevados a) Características gerais do ambiente A presença desses capeamentos confere aspecto bem característico às elevações, sendo facilmente determinada pelo aspecto retilíneo dos topos por ele revestidos. Situam-se em altitudes superiores a 600 m e são bastante expressivos em alguns locais, como nas serras de Cuité, Bombocadinho, Araruna e Dona Inês. b) Principais Solos: • Latossolos Vermelho-Amarelos A Porção Ocidental do Planalto da Borborema, com serras como as de Santa Luzia e São Mamede, faz divisa com a Depressão Sertaneja.
6. DEPRESSÃO SERTANEJA 6.1. Superfície de Pediplanação com Pequenos Inselbergues 6.1.1. CARACTERÍSTICAS GERAIS DO AMBIENTE Constitui uma extensa superfície suavemente ondulada e, em certos trechos, ondulada, circundada por elevações periféricas do Planalto da Borborema. A altitude média é de 250 m. 6.1.2. PRINCIPAIS SOLOS QUE OCORREM NA REGIÃO • Luvissolos Crômicos • Neossolos Litólicos • Argissolos Vermelho Amarelos.
6.2. Bacia Sedimentar Cretácica (Baixada de Souza) 6.2.1. CARACTERÍSTICAS GERAIS DO AMBIENTE É formada por um depósito sedimentar constituído de duas formações: depósito da bacia cretácica do Rio do Peixe e sedimentos aluviais do Holoceno. Possui forma alongada e irregular (Mede mais ou menos 80 x 15 km), exibindo um acentuado estrangulamento em sua porção mediana. A altitude média é de 200 m e o relevo é plano. 144
6.2.2. PRINCIPAIS SOLOS QUE OCORREM NA REGIÃO • Vertissolos • Planossolos Nátricos • Neossolos Flúvicos • Neossolos Litólicos.
7. PRINCIPAIS CLASSES DE SOLOS DO ESTADO DA PARAÍBA A figura abaixo apresenta os principais solos do Estado da Paraíba como um todo
l a t o t o a o ã ç a l e r m e m e g a t n e c r e P
Solos do Estado da Paraíba 50 40,2 40 30 20 10
23,2 13,3 6,4 4,7 3,2 3,2 1,8 1,1 1,0 2,0
0
l o o l o h a t l o r o s l o o l o o l o i c o o c o o c o s o i i c l í n t l i s s s s r ê s s u ó i s i s s s s R o o t i v o t o o L u r g n e e g e r d z a a t O a d R V p o r t L o L A l l P t o l o s u a s o s E n o Q o e s s e o m l N r a N e o s o o s l o A f e N Solos
145
Capítulo 16 BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
XVI. BIBLIOGRAFIA CONSULTADA ALVAREZ V., V.H., FONTES, L.E.F. & FONTES, M.P.F. O solo nos grandes domínios morfoclimáticos do Brasil e o desenvolvimento sustentado. Viçosa, SBCS/UFV/DPS, 1996. 930p. BIGARELLA, J.J., BECKER, R. & PASSOS, E. Estrutura e origem das paisagens tropicais e subtropicais: intemperismo biológico, pedogênese, laterização, bauxitização e concentração de bens minerais. Florianópolis, Editora da UFSC, 1996. 875p. BRADY, N.C. Natureza e propriedades dos solos. Rio de Janeiro, Freitas Bastos, 1989. 898p. BRASIL. Ministério da Agricultura. Escritório de Pesquisas e Experimentação. Equipe de Pedologia e Fertilidade do Solo. I. Levantamento exploratório-reconhecimento de solos do estado da Paraíba. II. Interpretação para uso agrícola dos solos do estado da Paraíba . Rio de Janeiro, 1972. 683p. (Boletim Técnico, 15; SUDENE. Série Pedologia, 8). BRASIL. Ministério da Agricultura. Secretaria Nacional de Planejamento Agrícola. Aptidão Agrícola das Terras da Paraíba. Brasília: BINAGRI, 1978. 92p. (Estudos básicos para o planejamento agrícola; Aptidão agrícola das terras, 3). CURI, N. Vocabulário de ciência do solo. Campinas, SBCS, 1993. 90p. EMBRAPA. Centro Nacional de Pesquisa de Solos. Procedimentos normativos de levantamentos pedológicos. Brasília, Embrapa Produção de Informação. 1995. 116p. EMBRAPA. Centro Nacional de Pesquisa de Solos. Sistema Brasileiro de Classificação de Solos . Brasília, Embrapa Produção de Informação; Rio de Janeiro, Embrapa Solos, 1999. 412p. EMBRAPA. Centro Nacional de Pesquisa de Solos. V Reunião de classificação, correlação e aplicação de levantamento de solos. Rio de Janeiro, EMBRAPA-CNPS, 1998. 127p. EMBRAPA. Manual de métodos de análise de solo. Rio de Janeiro, EMBRAPA/CNPS, 1997. 212p. EMBRAPA. Serviço Nacional de Levantamento e Conservação de Solos. Definição e notação de horizontes e camadas de solo. Rio de Janeiro, EMBRAPA/SNLCS, 1988. 54p. ESTADOS UNIDOS. United States Department of Agriculture. Natural Resources Conservation Service. Soil Survey Staff. Keys to Soil Taxonomy. 9ª ed. Washington, 2003. 332p. INFORME AGROPECUÁRIO. Levantamento e classificação de solos . Belo Horizonte, v.9, n.105, 91p., set. 1983. KIEHL, E.J. Manual de edafologia. São Paulo, Ceres, 1979, 263p. LEPSCH, I.F. Formação e conservação dos solos. São Paulo, Oficina de textos, 2002. 178p. MONIZ, A.C. Elementos de pedologia. Rio de Janeiro, Livros Técnicos e Científicos Editora, 1972. 460p. MUNSELL® Soil color charts. Revised washable edition, New Windsor: Gretag Macbeth, 1998. OLIVEIRA, J.B. Pedologia aplicada. Piracicaba, FEALQ, 2005. 574p. OLIVEIRA, J.B., JACOMINE, P.K.T. & CAMARGO, M,N. Classes Gerais de Solos do Brasil: guia auxiliar para seu reconhecimento. Jaboticabal, FUNEP, 1992, 201p. OLMOS, J.I.L. Bases para leitura de mapas de solos. Rio de Janeiro, EMBRAPA-SNLCS, 1983. 91p. (Série miscelânea, 4)
147
PALMIERI, F. & OLMOS, J.I.L. Pedologia e geomorfologia. In: GUERRA, A.J.T. & CUNHA, S.B. Org. Geomorfologia e meio ambiente. Rio de Janeiro, Bertrand Brasil, 2000. p.59-122. PRADO, H. Solos do Brasil: gênese, morfologia, classificação e levantamento. Piracicaba, Edição do autor, 2000. 182p. (Acompanha CD-ROM) RAMALHO FILHO, A. & BEEK, K.J. Sistema de avaliação da aptidão agrícola das terras . Rio de Janeiro, EMBRAPA/CNPS, 1995. 65p. RESENDE, M. Bruno Não Cálcico, interpretação de um perfil. Mossoró, ESAM/FGD, (Coleção Mossoroense, 218), 1983. 165p. RESENDE, M. Nordeste: ambientes agrícolas, problemas e sugestões de pesquisa . Mossoró, ESAM/ FGD, 1989. 278p. (Coleção Mossoroense, Série A, Número 29) RESENDE, M.; CURI, N. & SANTANA, D.P. Pedologia e fertilidade do solo: interações e aplicações. Brasília, MEC/ESAL/POTAFOS, 1988. 83p. RESENDE, M.; CURI, N.; RESENDE, S.B. & CORRÊA, G.F. Pedologia: base para distinção de ambientes. Viçosa, NEPUT, 2002. 338p. SANTOS, R.D.; LEMOS, R.C.; SANTOS, H.G.; KER, J.C. & ANJOS, L.H.C. Manual de descrição e coleta de solo no campo. Viçosa, Sociedade Brasileira de Ciência do Solo, 2005. 100p. VIEIRA, L.S. & VIEIRA, M.N.F. Manual de morfologia e classificação de solos. São Paulo, Ceres, 1983. 313p. VIEIRA, L.S. Manual da ciência do solo: com ênfase aos solos tropicais. São Paulo, Editora Agronômica Ceres, 1988. 464p.
148
ANEXO 1
PROGRAMAÇÃO DA DISCIPLINA PARA O PERÍODO 2007.1
UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS DEPARTAMENTO DE SOLOS E ENGENHARIA RURAL DISCIPLINA DE GÊNESE, MORFOLOGIA E CLASSIFICAÇÃO DE SOLOS PROFESSOR: Fábio Henrique Tavares de Oliveira PLANEJAMENTO DA DISCIPLINA PARA O PERÍODO LETIVO 2007.1 HORÁRIO DE AULAS: Serão ministradas cinco horas-aula por semana, sendo duas horas-aula teórica e três horas-aula prática. As aulas da turma 1 serão na segunda (07:00-09:00 h) e na quinta-feira (9:00-12:00 h) e da turma 2 na segunda (09:00-11:00 h) e na sexta-feira (9:00-12:00 h). AVALIAÇÕES : Serão feitas quatro avaliações ao longo do período letivo, sendo três em sala de aula sem consulta. A quarta avaliação será a média das notas dos dois trabalhos da disciplina. Ao final, a média de cada aluno corresponderá à média aritmética das notas das quatro avaliações. Quem não passar por média, terá que fazer a prova final. Cada aluno terá direito a fazer a reposição de apenas uma das três avaliações que serão feitas em sala de aula, a qual será feita na última semana de aula ou em outra data combinada entre o professor e todos os alunos interessados. PRINCIPAIS BIBLIOGRAFIAS RECOMENDADAS ALVAREZ V., V.H., FONTES, L.E.F. & FONTES, M.P.F. O solo nos grandes domínios morfoclimáticos do Brasil e o desenvolvimento sustentado. Viçosa, SBCS/UFV/DPS, 1996. 930p. BRASIL. Ministério da Agricultura. Escritório de Pesquisas e Experimentação. Equipe de Pedologia e Fertilidade do Solo. I. Levantamento exploratório-reconhecimento de solos do estado da Paraíba. II. Interpretação para uso agrícola dos solos do estado da Paraíba. Rio de Janeiro, 1972. 683p. (Boletim Técnico, 15; SUDENE. Série Pedologia, 8). BRASIL. Ministério da Agricultura. Secretaria Nacional de Planejamento Agrícola. Aptidão Agrícola das Terras da Paraíba. Brasília: BINAGRI, 1978. 92p. (Estudos básicos para o planejamento agrícola; Aptidão agrícola das terras, 3). EMBRAPA. Centro Nacional de Pesquisa de Solos. Procedimentos normativos de levantamentos pedológicos. Brasília, Embrapa Produção de Informação. 1995. 116p. EMBRAPA. Centro Nacional de Pesquisa de Solos. Sistema Brasileiro de Classificação de Solos. Brasília, Embrapa Produção de Informação; Rio de Janeiro, Embrapa Solos, 1999. 412p. LEPSCH, I.F. Formação e conservação dos solos. São Paulo, Oficina de textos, 2002. 178p. MONIZ, A.C. Elementos de pedologia . Rio de Janeiro, Livros Técnicos e Científicos Editora, 1972. 460p. OLIVEIRA, J.B. Pedologia aplicada. Piracicaba, FEALQ, 2005. 574p. OLIVEIRA, J.B., JACOMINE, P.K.T. & CAMARGO, M,N. Classes Gerais de Solos do Brasil: guia auxiliar para seu reconhecimento. Jaboticabal, FUNEP, 1992, 201p. PRADO, H. Solos do Brasil: gênese, morfologia, classificação e levantamento . Piracicaba, Edição do autor, 2000. 182p. (Acompanha CD-ROM) RESENDE, M.; CURI, N. & SANTANA, D.P. Pedologia e fertilidade do solo: interações e aplicações . Brasília, MEC/ESAL/POTAFOS, 1988. 83p. RESENDE, M.; CURI, N.; RESENDE, S.B. & CORRÊA, G.F. Pedologia: base para distinção de ambientes . Viçosa, NEPUT, 2002. 338p. SANTOS, R.D.; LEMOS, R.C.; SANTOS, H.G.; KER, J.C. & ANJOS, L.H.C. Manual de descrição e coleta de solo no campo. Viçosa, Sociedade Brasileira de Ciência do Solo, 2005. 100p. VIEIRA, L.S. Manual da ciência do solo: com ênfase aos solos tropicais . São Paulo, Editora Agronômica Ceres, 1988. 464p. 150
PROGRAMAÇÃO DE AULAS TEÓRICAS, PRÁTICAS E TEÓRICO-PRÁTICAS E DAS AVALIAÇÕES TURMA: 01. HORÁRIO: S72 e Q93 SEMANA 1
2
3 4
5 6 7
8
9 10
11 12
13
14
15 16 17 18 19
DATA
ASSUNTO QUE SERÁ MINISTRADO Apresentação pessoal e discussão do programa da disciplina. Importância da Ciência do Solo e da Pedologia: histórico, conceitos e definições de solo, relação com outras áreas da Ciência do Solo, Pedologia brasileira. Noções sobre rochas e minerais Intemperismo: intemperismos físico, químico e biológico, intemperismo dos principais minerais primários, estabilidade de rochas e minerais ao intemperismo e grau de intemperismo de um solo. Pedogênese: processos pedogenéticos de adição, remoção, translocação e transformação. Pedogênese: tipos de formação de solos (Podzolização, Latolização, Hidromorfismo, Halomorfismo e calcificação). Fatores de formação do solo: clima, organismos, material de origem, relevo e tempo. Relação solo-paisagem: viagem de campo para Muquém e mata limpa. Primeira avaliação. Perfil do solo: conceitos, nomenclatura de horizontes e camadas de solos. Características morfológicas dos horizontes: introdução, cor, textura, estrutura, consistência, etc. Atributos diagnósticos dos horizontes. Horizontes diagnósticos superficiais e subsuperficiais. Determinação de características morfológicas em amostras de solo no laboratório. Introdução à classificação de solos: princípios básicos de classificação de solos, taxonomia de solos, principais ordens de solos do Soil Taxonomy e da Legenda de Solos da FAO. Sistema Brasileiro de Classificação de Solos: introdução, critérios utilizados para definição dos níveis categóricos do sistema e nomenclatura das classes de solos. Entrega do 1º trabalho da disciplina. Segunda avaliação. Sistema Brasileiro de Classificação de Solos: Chave para identificação das ordens de solos. Continuação da aula anterior e exercício de classificação de um perfil de solo Feriado da Independência do Brasil Levantamento e Mapeamento de Solos: introdução, objetivos e finalidades dos levantamentos de solos, unidades taxonômicas e unidades de mapeamento, tipos de levantamentos, etc. Observação e descrição de perfis de solos no campus do CCA. Prática de leitura de mapas de solos e de relatório técnico de levantamento. Observação e descrição de perfis de solos na cidade de Alagoa Grande Feriado municipal (Bregareia) Observação e descrição de perfis de solos na cidade de Esperança e em Chã-da-Pia. Recesso por causa das Eleições 2006 Entrega do 2º trabalho da disciplina Geografia de Solos: Solos dos principais domínios pedobioclimáticos do Brasil. Geografia de Solos: Solos das unidades geomorfológicas do estado da Paraíba. Feriado nacional Slides sobre solos da Paraíba e revisão da matéria para a prova Terceira avaliação Prova de reposição Prova Final
HORAS-AULAS TEÓR. PRÁT. 2 3
-
2
-
3
-
2
-
3
-
2 3 2 3 2 -
3 3
3
-
3
-
-
3 2 -
2
-
3 2 2 -
3 2 3 3 -
151
PROGRAMAÇÃO DE AULAS TEÓRICAS, PRÁTICAS E TEÓRICO-PRÁTICAS E DAS AVALIAÇÕES TURMA: 02. HORÁRIO: S92 e X93 SEMANA 1
2
3 4
5 6 7
8
9 10
11 12
13
14
15 16 17 18 19
DATA
ASSUNTO QUE SERÁ MINISTRADO Apresentação pessoal e discussão do programa da disciplina. Importância da Ciência do Solo e da Pedologia: histórico, conceitos e definições de solo, relação com outras áreas da Ciência do Solo, Pedologia brasileira. Noções sobre rochas e minerais Intemperismo: intemperismos físico, químico e biológico, intemperismo dos principais minerais primários, estabilidade de rochas e minerais ao intemperismo e grau de intemperismo de um solo. Pedogênese: processos pedogenéticos de adição, remoção, translocação e transformação. Pedogênese: tipos de formação de solos (Podzolização, Latolização, Hidromorfismo, Halomorfismo e calcificação). Fatores de formação do solo: clima, organismos, material de origem, relevo e tempo. Relação solo-paisagem: viagem de campo para Muquém e mata limpa. Primeira avaliação. Perfil do solo: conceitos, nomenclatura de horizontes e camadas de solos. Características morfológicas dos horizontes: introdução, cor, textura, estrutura, consistência, etc. Atributos diagnósticos dos horizontes. Horizontes diagnósticos superficiais e subsuperficiais. Determinação de características morfológicas em amostras de solo no laboratório. Introdução à classificação de solos: princípios básicos de classificação de solos, taxonomia de solos, principais ordens de solos do Soil Taxonomy e da Legenda de Solos da FAO. Sistema Brasileiro de Classificação de Solos: introdução, critérios utilizados para definição dos níveis categóricos do sistema e nomenclatura das classes de solos. Entrega do 1º trabalho da disciplina. Segunda avaliação. Sistema Brasileiro de Classificação de Solos: Chave para identificação das ordens de solos. Continuação da aula anterior e exercício de classificação de um perfil de solo Recesso por causa do Feriado da Independência do Brasil Levantamento e Mapeamento de Solos: introdução, objetivos e finalidades dos levantamentos de solos, unidades taxonômicas e unidades de mapeamento, tipos de levantamentos, etc. Observação e descrição de perfis de solos no campus do CCA. Prática de leitura de mapas de solos e de relatório técnico de levantamento. Observação e descrição de perfis de solos na cidade de Alagoa Grande Feriado municipal (Bregareia) Observação e descrição de perfis de solos na cidade de Esperança e em Chã-da-Pia. Recesso por causa das Eleições 2006 Entrega do 2º trabalho da disciplina Geografia de Solos: Solos dos principais domínios pedobioclimáticos do Brasil. Geografia de Solos: Solos das unidades geomorfológicas do estado da Paraíba. Recesso por causa do Feriado nacional ocorrido no dia anterior Slides sobre solos da Paraíba e revisão da matéria para a prova Terceira avaliação Prova de reposição Prova Final
HORAS-AULAS TEÓR. PRÁT. 2 3
-
2
-
3
-
2
-
3
-
2 3 2 3 2 -
3 3
3
-
3
-
-
3 2 -
2
-
3 2 2 -
3 2 3 3 -
152
ANEXO 2
FICHA PARA DESCRIÇÃO DE PERFIS DE SOLOS
UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS DEPARTAMENTO DE SOLOS E ENGENHARIA RURAL DISCIPLINA: GÊNESE, MORFOLOGIA E CLASSIFICAÇÃO DE SOLOS PROFESSOR: FÁBIO HENRIQUE TAVARES DE OLIVEIRA
DESCRIÇÃO DE PERFIS DE SOLOS
CARACTERÍSTICAS GERAIS DO PERFIL DATA:
Nº DO PERFIL:
SEQÜÊNCIA DE HORIZONTES:
ALTITUDE:
COORDENADAS:
DESCRITO POR:
CLASSIFICAÇÃO: LOCALIZAÇÃO: SITUAÇÃO E DECLIVIDADE: RELEVO LOCAL: ( ) Plano ( ) Suave ondulado ( ) Ondulado ( ) Forte ondulado
( ) Montanhoso ( ) Escarpado
RELEVO REGIONAL: LITOLOGIA E CRONOLOGIA: MATERIAL ORIGINÁRIO: USO ATUAL: VEGETAÇÃO PRIMÁRIA: RAÍZES: CLIMA: PEDREGOSIDADE: ( ) Não pedregosa ( ) Ligeiramente pedregosa ( ) Moderadamente pedregosa ( ) Pedregosa ( ) Muito pedregosa ( ) Extremamente pedregosa ROCHOSIDADE: ( ) Não rochosa ( ) Ligeiramente rochosa ( ) Moderadamente rochosa ( ) Rochosa ( ) Muito rochosa ( ) Extremamente rochosa EROSÃO: ( ) Não aparente ( ) Ligeira ( ) Moderada ( ) Forte
( ) Muito forte ( ) Extremamente forte
DRENAGEM: ( ) Excessivamente drenado ( ) Fortemente drenado ( ) Acentuadamente drenado ( ) Bem drenado ( ) Moderadamente drenado ( ) Imperfeitamente drenado ( ) Mal drenado ( ) Muito mal drenado OBSERVAÇÕES:
154