ALINHAMENTO DE VEÍCULOS EM PLATAFORMA
FUNILARIA
A LINHAMENTO DE VEÍCULOS EM PLATAFORMA
2011 ESCOLA SEN SENAI AI “ CONDE JOSÉ VICENTE DE AZEVEDO”
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FUNILARIA
© 2011. SENAI-SP
Al in ha me ment nt o de Veíc Veícul ul os em Pl Plata atafo fo r ma Publicação organizada e editorada pela Escola SENAI “Conde José Vicente de Azevedo”
Coordenação geral Coordenador do projeto
Sérgio Machado dos Santos
Organização do conteúdo
Augusto José da Silva Francisco Ivo de Miranda Marcos Cazassa Mendonça Paulo César da Silva
Editoração
SENAI
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Fábio Rocha da Silveira
Teresa Cristina Maíno de Azevedo
Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial Escola SENAI “Conde José Vicente de Azevedo” Rua Moreira de Godói, 226 - Ipiranga - São Paulo-SP - CEP. CEP. 04266-060
(011) 2066-1988 (011) 2066-0219
[email protected] http://www.sp.senai.br/automobilistica ESCOLA SEN SENAI AI “ CONDE JOSÉ VICENTE DE AZEVEDO ”
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SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ANOS S ANÁLISE DE D ANO ANIFICADO ICADO ESTIRAMENTO DO CONJUNTO D ANIF
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PLICADA À À FUNILARIA METROLOGIA APLICADA
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ARROCER CERIA IA SISTEMA DE MEDIÇÃO DE C ARRO
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REFERÊNCIAS
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INTRODUÇÃO
Este material tem como objetivo orientar a todos os profissionais que se dedicam ao trabalho de reparos de funilaria em veículos. A habilidade e a dedicação do funileiro são os fatores principais para a obtenção de um trabalho de boa qualidade, já que este trabalho é quase artesanal. Quando o assunto for “Alinhamento de Veículos em Plataforma” deverá utilizar técnicas de reparação de acordo com as normas estabelecida pela ABNT, para que o veículo mantenha suas características originais. Durante o treinamento, descreveremos tópicos importantes para garantir a qualidade de reparação segundo recomendações dos fabricantes de veículos e das Normas Técnicas.
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A NÁLISE DE D ADOS
ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas. Norma Brasileira - NBR 14284/1999. Esta norma estabelece princípios gerais para execução de reparação, substituição parcial ou total dos elementos de carroceria e pintura a partir das características do veículo rodoviário. Definições • Dano leve - dano que não deformou o componente em seu dimensionamento padrão, possível de reparação. • Dano não estrutural - dano que não deformou a estrutura do chassi ou monobloco. • Dano estrutural - dano que deformou a estrutura do chassi ou monobloco. • Dano forte - dano que deformou o componente em seu dimensionamento padrão, sendo necessária sua substituição.
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ESTIRAMENTO DO CONJUNTO D ANIFICADO
Quando um veículo é envolvido em uma colisão de média ou alta intensidade, entra em ação um dos mais importantes itens de segurança passiva: o monobloco com deformação progressiva. A deformação progressiva acontece devido ao tipo de material empregado na fabricação das peças estruturais do veículo e ao seu projeto de construção. Assim, o interior da carroceria se transforma em uma célula segura de sobrevivência em caso de acidentes. Do ponto de vista técnico, operacional e financeiro, hoje em dia é possível devolver as características originais de um veículo acidentado ou sinistrado com deformações estruturais.
Esquadro Hidráulico (Cyborg) O princípio básico de funcionamento de um esquadro hidráulico (cyborg) consiste na aplicação da força contrária a da colisão, porém com uma limitação de 2 (dois) pontos de apoio para fixação nas flanges inferiores da soleira da carroceria, o que dificulta o estiramento em algumas situações. O equipamento permite um alinhamento da estrutura da carroceria ou chassi de veículos sinistrados que facilita a substituição dos componentes danificados, porém com algumas limitações e não garante a qualidade da precisão do alinhamento da estrutura da carroceria em seu dimensionamento, pois não existe um sistema de medição.
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Observação
As longarinas, travessas e reforços de um automóvel moderno (carroceria monobloco) são construídos com um tipo de aço chamado “ALE” (Alto Limite Elástico). Se esses componentes forem submetidos a uma temperatura acima de 400ºC (Celsius) perderão suas propriedades elásticas e consequentemente, sua capacidade de deformar e absorver impactos. Exemplos de estiramento com esquadro hidráulico (cyborg) Estiramento na posição frontal
1. batente de apoio 2. esquadro hidráulico 3. suporte do batente 4. mordente de fixação das flanges da soleira 5. cavalete 6. barra de apoio transversal
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Estiramento na posição fron tal na diagonal
Estiramento na posiç ão lateral/coluna B
1. torre de tração 2. cilindro hidráulico 3. corrente 4. mordente de fixação
1. cabo de apoio do batente 2. esquadro hidráulico 3. suporte do batente
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Percebeu-se então, que seria necessário fixar o veículo não mais em apenas 2 (dois) pontos de apoio e sim em 4 (quatro) pontos de apoio e com esse objetivo surgiram os esquadros hidráulicos com fixação em 4 (quatro) pontos. Exemplo Esquadro hidr áulico p ara alinhamento de c arrocerias de veículos LUCCA - mo delo KL 200 Mini-Bancada • carrinho para locomoção do gabarito • gabarito KL 200 • duas barras de apoio • quatro pinos de ancoragem • quatro mordentes • esquadro hidráulico (cyborg) com bomba hidropneumática com acionamento a distância • comprimento de 2.800 mm • altura da torre de tração de 1.000 mm • cilindro hidráulico da torre de tração com capacidade de 16 toneladas
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Esticador Hidráulico Portátil Esse tipo de alinhador hidráulico, conhecido como esticador, é adequado para auxiliar no alinhamento de partes da carroceria danificada como exemplos, a execução do reenquadramento dos vãos das estruturas e auxiliar no alinhamento da caixa de roda tr aseira da carroceria.
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METROLOGIA A PLICADA À FUNILARIA
Antes de iniciarmos o estudo de metrologia, vamos mostrar como se desenvolveu a necessidade de medir e os instrumentos de medição. Você vai perceber que esses instrumentos evoluíram com o tempo e com as novas necessidades.
História das Medidas Como fazia o homem, cerca de 4.000 anos atrás, para medir comprimentos? As unidades de medição primitivas estavam baseadas em partes do corpo humano, que eram referências universais, pois ficava fácil chegar-se a uma medida que podia ser verificada por qualquer pessoa. Foi assim que surgiram medidas padrão como a polegada, o palmo, o pé, a jarda, a braça e o passo.
Algumas dessas medidas padrão continuam sendo empregadas até hoje em alguns países. UNIDADES
METROS
CENTÍMETROS
MILÍMETROS
Polegada
0,025
2,54
25,4
Palmo
0,22
22,0
220
Pé
0,3848
38,48
384,8
Jarda
0,9144
91,44
914,4
Passo
1,0
100,0
1,000
Braça
2,2
220,0
2,200
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Em geral, essas unidades eram baseadas nas medidas do corpo do rei, sendo que tais padrões deveriam ser respeitados por todas as pessoas que, naquele reino, fizessem as medições. Há cerca de 4.000 anos, os egípcios usavam como padrão de medida de comprimento, o cúbito: distância do cotovelo à ponta do dedo médio. No século XVII surgiu então, um movimento no sentido de estabelecer uma unidade natural, isto é, que pudesse ser encontrado na natureza e assim ser facilmente copiada, constituindo um padrão de medida. Havia também outra exigência para essa unidade: ela deveria ter seus submúltiplos estabelecidos segundo o sistema decimal. Finalmente, um sistema com essas características foi apresentado na França, num projeto que se transformou em lei naquele país, sendo aprovada em 8 de maio de 1790. Estabelecia-se então, que a nova unidade deveria ser igual à décima milionésima parte de um quarto do meridiano terrestre. Essa nova unidade passou a ser chamado metro (o termo grego “metron” significa medir).
Com o tempo ocorreram ainda, outras modificações. Hoje, o padrão do metro é baseado na velocidade da luz.
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Assim se define o metro: Metro é o com primento do trajeto percorrido pela luz no vácuo, durante o int ervalo de 1 tempo de do segundo. 299.792.458
É importante observar que todas essas definições somente estabeleceram com maior exatidão o valor da mesma unidade: o metro. A unidade de ref erênci a padrão no s is tema int ernaci onal é o METRO.
Sistema Decimal Na funilaria automotiva, para o controle dimensional dos componentes, geralmente encontramos os valores das medidas especificadas em milímetro que é um submúltiplo do metro, unidade padrão de comprimento no Sistema Internacional de Unidades - SI. Km hm dam m dm cm Quilômetro Hectômetro Decâmetro Metro Decímetro Centímetro
mm Milímetro
Cada unidade de medida é 10 vezes maior do que a unidade imediatamente à sua direita, ou seja: 1 km = 10 hm 1 hm = 10 dam 1 dam = 10 m 1 m = 10 dm 1 dm = 10 cm 1 cm = 10 mm Da mesma forma, cada unidade de medida é 10 vezes menor do que a unidade imediatamente à sua esquerda. Nesse caso, podemos dizer que uma unidade de medida é uma fração da unidade imediatamente à sua direita. No sistema decimal, chamamos essas unidades fracionárias de décimo, centésimo e milésimo. Numa medida são os números que aparecem do lado direito da vírgula. ESCOLA SENAI “ CONDE JOSÉ VICENTE DE AZEVEDO”
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O décimo significa a unidade dividida em 10 partes iguais, o centésimo significa a unidade dividida em 100 partes iguais e o milésimo significa a unidade dividida em 1000 partes iguais. MILÍMETROS
METROS
UNIDADE DE MEDIDA
ABREVIATURA
1.000.000
mm
1.000
m
quilômetro
km
100.000
mm
100
m
hectômetro
hm
10.000
mm
10
m
decâmetro
dam
1.000
mm
1
m
metro
m
100
mm
0,1
m
decímetro
dm
10
mm
0,01
m
centímetro
cm
1
mm
0,001
m
milímetro
mm
0,1
mm
0,0001
m
décimo de milímetro
0.1 mm
0,01
mm
0,00001
m
centésimo de milímetro
0.01 mm
0,001
mm
0,000001
m
milésimo de milímetro
0,001 mm
Exemplos 25,3 mm ® Lê-se, vinte e cinco milímetros e três décimos ou vinte e cinco vírgula três milímetros 5, 82 mm ® Lê-se, cinco milímetros e oitenta e dois centésimos 7, 325 mm ® Lê-se, sete milímetros e trezentos e vinte e cinco milésimos 0, 6 mm ® Lê-se, seis décimos de milímetro 0, 04 mm ® Lê-se, quatro centésimos de milímetro 0, 035 mm ® Lê-se, trinta e cinco milésimos de milímetro 0, 004 mm ® Lê-se, quatro milésimos de milímetro 36, 283 mm ® Lê-se, trinta e seis milímetros e duzentos e oitenta e três milésimos
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Exercícios Soma de fração decimal: 21,34 + 5,718 =
Subtração de fração decimal: 159,058 – 86,476 =
Multiplicação de fração decimal: 45,106 x 6,47 =
Divisão de fração decimal: 405,251 / 2,36 =
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Régua Graduada Utiliza-se a régua graduada nas medições com “erro admissível” superior à menor graduação. Normalmente, essa graduação equivale a 0,5mm.
Leitura no sistema métrico Cada centímetro na escala encontra-se dividido em 10 partes iguais, ou seja, cada parte equivale a 1mm.
Exercícios Faça a leitura das medidas indicadas pelas letras nas figuras abaixo. a =________mm b =________mm
c =________mm d =________mm e =________mm f =________mm
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g =________mm h =________mm i =________mm j =________mm
L =________mm
m =________mm
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n =________mm
Paquímetro O paquímetro é um instrumento usado para medir as dimensões lineares internas, externas e de profundidade de uma peça. Consiste em uma régua graduada, com encosto fixo, sobre a qual desliza um cursor.
1. Orelha fixa 2. Orelha móvel 3. Nônio ou vernier (polegada) 4. Parafuso de trava 5. Cursor 6. Escala fixa de polegadas 7. Bico fixo
8. Encosto fixo 9. Encosto móvel 10. Bico móvel 11. Nônio ou vernier (milímetro) 12. Impulsor 13. Escala fixa de milímetros 14. Haste de profundidade
O cursor ajusta-se à régua e permite sua livre movimentação, com um mínimo de folga e é dotado de uma escala auxiliar, chamada nônio ou vernier. Essa escala permite a leitura de frações da menor divisão da escala fixa.
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O paquímetro é usado quando a quantidade de peças que se quer medir é pequena. Os instrumentos mais utilizados apresentam uma resolução de: 0,05 mm, 0,02 mm, 1" ou .001" 128 As superfícies do paquímetro são planas e polidas e geralmente é feito de aço inoxidável. Suas graduações são calibradas a 20ºC. Paquímetro universal É utilizado em medições internas, externas, de profundidade e de ressaltos. Trata-se do tipo mais usado.
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Princípio do nônio A escala do cursor é chamada de nônio ou vernier , em homenagem ao português Pedro Nunes e ao francês Pierre Vernier, considerados seus inventores. O nônio possui uma divisão a mais que a unidade usada na escala fixa.
Cálculo da precisão As diferenças entre a escala fixa e a escala móvel de um paquímetro podem ser calculadas pela sua precisão. A precisão é a menor medida que o instrumento oferece. Ela é calculada utilizando-se a seguinte fórmula:
Precisão =
UEF NDN
Onde: UEF = Unidade da escala fixa NDN = Número de divisões do nônio
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Exemplos • Nônio com 10 divisões Precisão =
1 mm 10 divisões
= 0,1 mm
• Nônio com 20 divisões Precisão =
1 mm 20 divisões
= 0,05 mm
• Nônio com 50 divisões Precisão =
1 mm 50 divisões
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= 0,02 mm
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Leitura do paquímetro universal no sis tema métrico 1º passo: Fazer a leitura na escala fixa dos milímetros inteiros apontada pelo traço “O” da escala do nônio.
Leitura 1,0 mm 0,3 mm 1,3 mm
→ → →
escala fixa nônio (traço coincidente: 3º) total (leitura final)
2º passo: Fazer a leitura na escala do nônio do traço coincidente com o traço da escala fix a, de acordo com a precisão do instrumento.
Leitura 103,0 mm 0,5 mm 103,5 mm
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→ → →
escala fixa nônio (traço coincidente: 5º) total (leitura final)
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Exercícios 1. Determine a precisão dos paquímetros e em seguida faça a leitura da medida indicada: a)
Precisão: _______ mm
Leitura: _______ mm
Precisão: _______ mm
Leitura: _______ mm
Precisão: _______ mm
Leitura: _______ mm
Precisão: _______ mm
Leitura: _______ mm
b)
c)
d)
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e)
Precisão: _______ mm
Leitura: _______ mm
2. Faça a leitura dos paquímetros abaixo. a)
Leitura: ______________
b)
Leitura: ______________
c)
Leitura: ______________
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d)
Leitura: ______________
e)
Leitura: ______________
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Leitura e interpretação de desenho Projeções ortogonais ou ortográficas - vistas essenciais A seguir as três vistas: elevação, planta e lateral dispostas em posição normalizada pela ABNT.
Elevação
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Lateral ou Perfil
Planta
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Veja a seguir a representação 1 (linhas tracejadas), 2 (linhas de centro) e 3 (linhas simétricas).
Observações
• A linha ou ponto simétrico tem a mesma dimensão em relação à linha de centro. • A linha ou ponto assimétrico tem as dimensões diferentes em relação à linha de centro.
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SISTEMA DE MEDIÇÃO DE C ARROCERIA
Para iniciar um trabalho é necessário tomar algumas medidas referentes à geometria do veículo. Uma das formas possíveis para conferir estas medições é a régua telescópica. Régua de Medição A régua telescópica e régua Monocross são os equipamentos que permitem a execução do controle do alinhamento da carroceria de todos os modelos de automóveis, com ou sem desmontagem dos grupos mecânicos e podem ser utilizadas nos seguintes casos: • Substituição dos componentes (pára-lamas e estrutura do painel dianteiro, etc.). • Controle preliminar do automóvel ao qual foram atribuídas anomalias causadas pela deformação da estrutura da carroceria.
Na figura acima, a medida corresponde a ............ cm e ................ mm. O controle é efetuado através de réguas com três escalas nos 3 eixos X, Y e Z definido nos planos cartesianos, utilizado juntamente com as fichas técnicas de carroceria (desenhos da plataforma) do veículo, por meio da comparação tridimensional efetuada pelo próprio operador. 30
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O instrumento de medição mais comum utilizado em funilaria é a trena, porém a medida não é confiável, pois a trena é flexível e poderá alterar a medição. Os sistemas como metros e trenas podem apresentar limitações nos resultados.
Para o controle de uma suposta torção da carroceria de qualquer tipo de veículo, existe como referência furos tecnológicos localizados na carroceria. Portanto, a medição dos furos deverá obedecer aos sentidos longitudinais, transversais e diagonais.
Quando o dano afetar a estrutura inferior da carroceria, como travessas e longarinas, danificando pontos de fixação de grupos mecânicos e comprometendo o alinhamento da geometria da carroceria, é necessário um sistema de medição estrutural (mesa ou plataforma de alinhamento com sistema de medição) para garantir a qualidade no resultado final após a reparação.
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Interpretação da fich a técnica de medição de carroceria Legenda: 01 - Tipos de adaptadores auxiliares 02 - Números que identificam os pontos de referência de medições na carroceria. 03 - Identificação do tubo vertical sem escala (identificação através de letras). 04 - Tipos de adaptadores para fixação na carroceria: • Circular com a mecânica montada. • Quadricular com a mecânica desmontada. 05 - Dimensão na posição vertical, em milímetros (tubo graduado) 06 - Dimensão na posição vertical sem o motor, em milímetros. 07 - R - L - Dimensão na posição transversal, em milímetros. 08 - Dimensão na posição longitudinal (comprimento), em milímetros. 09 - R - Indica o lado direito. 10 - Seta - Indica a linha de centro da carroceria. 11 - L - Indica o lado esquerdo. 12 - O ponto B indica a dimensão de fixação do mordente dianteiro (a partir do centro da roda traseira). 13 - O ponto A indica a dimensão de fixação do mordente traseiro (a partir do centro da roda traseira).
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Plataforma de Estiramento O princípio de funcionamento de uma plataforma se baseia na aplicação de forças no sentido contrário a que provocaram a deformação. Para que isso seja possível, as plataformas contam com características fundamentais: sistema de fixação do veículo, sistema de medição, controle e verificação das medidas estruturais. Para recuperar uma carroceria deformada é preciso dispor de uma plataforma, onde se possa fixar o veículo e montar os sistemas de medições. Ela deve ser robusta e resistente para suportar os esforços envolvidos no trabalho. Os acessórios de fixação e apoio devem ser de fácil manuseio. Ela deve permitir o estiramento em todos os ângulos de direção e ao redor do veículo. A montagem do automóvel na plataforma deve se r realizada de forma fácil e rápida. Os dispositivos de fixação que normalmente são utilizados nas plataformas de estriamento, consistem de mordentes que fixa o veículo por meio dos flanges ou borda inferior da soleira da carroceria. As fábricas de automóveis constroem os veículos de forma que esses flanges ou borda sejam suficientemente fortes para resistir aos esforços de um estiramento. Entretanto, convém analisar cada modelo de veículo para evitar uma fixação inadequada, o que pode causar danos à carroceria. Para determinados modelos de veículos que não tem esses flanges ou borda (Mercedes Benz, BMW, etc.), a bancada de estiramento deve possuir os dispositivos especiais e adequados para a correta fixação do veículo na plataforma de estiramento. Exemplos de plataforma sem sistema de medição Plataforma para alinhamento de carrocerias de veículos SAIMATEC modelo Mini Tir, sem gabarito e com elevador hi dráulico i ncorporado É uma plataforma tipo móvel que pode ser movimentada manualmente dentro da oficina, através de um cabo de reboque (Mini Tir). O elevador posicionado no assoalho, possui altura reduzida que permite o acesso do automóvel ao alinhador, sem a necessidade de rampas, assim o automóvel pode ser posicionado e fixado com rapidez e segurança, quando ainda estiver apoiado no solo. Facilita o trabalho do operador com o veículo elevado ou não, permitindo total acesso a todas as partes do veículo para desmontagem das peças danificadas e execução dos demais trabalhos, mantendo livres as rodas e portas. Possibilidade de montagem da régua telescópica para medição.
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Características técnicas: • elevação máxima de 680mm do solo • elevador pantográfico com capacidade de 2.2 toneladas e funcionamento com bomba hidropneumática • rodas para deslocamento e 2 extensões para o braço • movimento horizontal, vertical e lateral de 180° graus posicionado ao redor da mesa em diferentes pontos (laterais, dianteiro e traseiro) • 4 morsas para fixação nos flanges ou borda inferior da soleira • 4 morsas para fixação dos veículos BMW e Mercedes-Benz • bomba hidropneumática
Plataforma para alinhamento de carrocerias de veículos LUCCA - modelo KL 5000 Componentes: • 2 (duas) torres de estiramento que permite um giro de 360º de rotação em torno da bancada e fácil acesso a qualquer estiramento. • Capacidade de tração de 10 toneladas, possibilitando o estiramento de mais de um ponto simultâneo, de fácil encaixe, permitindo atingir um ângulo de 180º de movimentação em todos os ângulos. • Capacidade de carga de 2.800 Kg. e atinge 180º de movimentação e permite a tração em todos os ângulos. O equipamento tem como acessório, os sistemas de medição mecânica possibilitando uma verificação tridimensional (comprimento, largura e altura).
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Plataforma para alinh amento de carrocerias d e veículos CELETTE - modelo SEVENNE Características: • Mesa básica com rodízios para operar com gabaritos sistema MZ e/ou medição mecânica MYGALE e/ou computadorizada NAJA. • Grampos de ancoragem rápida e unidade de tração de 10 toneladas com braço vertical de fácil articulação e regulagem angular. • Sistema MZ - conjunto de travessas e torres para utilização com gabaritos para controle e reparação de carrocerias. • Sistema MYGALE - sistema de medição mecânica e simultânea (oito pontos) para controle de carrocerias. • Sistema NAJA – EVOLUTION - sistema metrológico computadorizado sem fios (via RF).
Montagem do sistema de medição por g abaritos Com os seus diferentes jogos de gabaritos, o banco de alinhamento permite assegurar três funções: • Identificar os pontos deformados utilizando os gabaritos fixados nas bases do sistema MZ. • Reposicionar os elementos deformados através da unidade de tração. • Utilizar como base de apoio ao soldar uma peça nova, garantindo seu alinhamento. Montagem O primeiro procedimento é a identificação do veículo possibilitando assim, a utilização da ficha técnica correspondente ao mesmo modelo.
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Veja abaixo, o modelo de uma ficha técnica.
Através da ficha técnica será possível identificar o tipo de montagem necessária para o trabalho. Observe que a ficha tem uma figura de um veiculo montado ou desmontado. Isso significa a quantidade de gabaritos que serão utilizados. Iniciar então a montagem, posicionando as travessas nos locais indicados. Observe no desenho, os números grifados e em seguida coloque as travessas com os números .
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Posicionar as bases MZ observando com atenção o número da base e o correto posicionamento da seta, ou seja, na ficha do veículo é informada a direção da seta, basta direcionar a torre MZ na hora da montagem.
Encaixar os gabaritos sobre as bases MZ Os números utilizados para a identificação dos gabaritos encontram-se em sua base. Porém, no momento da montagem, são os dois últimos dígitos inscritos que deverão ser observados. Os demais são prefixos repetidos do modelo em questão.
Dica
É importante observar que em todo gabarito existe na superfície uma seta direcional que deverá estar sempre voltada para a frente do veículo. Observar também a letra “L” maiúscula (left) que significa esquerda que é o lado que deverá ser montado no banco de alinhamen to.
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Ajustar Ajustar os quatro gabaritos referentes à caixa da carroceria, posicionando o veículo sobre eles, de modo que fique em equilíbrio.
Observação
Os pontos escolhidos não podem estar danificados. Posicionar o restante dos gabaritos fazendo os ajustes necessários e ir parafusando as bases MZ com auxílio de uma parafusadeira.
Dica
Outra maneira de montagem é fixar os gabaritos no veículo junto com as torres MZ. Com o veículo suspenso por um elevador, movimente o banco de alinhamento até encaixar a base das torres nas travessas. ESCOLA SENAI “ CONDE JOSÉ VICENTE DE AZEVEDO”
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Caso necessário, utilizar o esticador hidráulico para ajustar o gabarito no ponto correto.
Verificar através da ficha técnica, se há desenhos complementares para identificação da posição dos manípulos. Aquele que não estiver representado por desenho, deverá ser no primeiro furo da base MZ.
Montar o sistema de ancoragem (morsas ou mordentes) e apertá-los, não só na carroceria como também na base do banco.
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O sistema de ancoragem é de extrema importância, caso essa operação não seja bem executada, haverá deformação dos gabaritos durante o estiramento.
Unidade de tração A unidade de tração é um acessório do banco de alinhamento e tem a função de corrigir pontos que foram deformados durante a colisão. O reparador, para obter a geometria dos pontos originais do veículo, tracionará com base nos gabaritos que foram montados anteriormente. Posicionar a unidade de tração no local avariado e se necessário, utilizar os esticadores hidráulicos para alinhar o veículo.
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Formas de Estiramento A CELETTE possui vários acessórios, possibilitando assim diversas montagens.
Acessórios CELETTE
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Sistema MYGALE - sistema de medição mecânica e simultânea (oito pontos) para controle de carrocerias.
Sistema NAJA – EVOLUTION - sistema metrológico computadorizado sem fios (via RF) que permite a medição com e sem a parte mecânica montada. Medição instantânea após o contato do braço sensor no ponto a ser controlado, confirmado com sinal sonoro.
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FUNILARIA
REFERÊNCIAS
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ESCOLA SENAI “ CONDE JOSÉ VICENTE DE AZEVEDO ”