C onto onto Contigo7 Contig o7
Grupo I Oralidade
Para responderes aos itens que se seguem, vais ouvir uma notícia da Euronews, emitida a 5 de outubro de 2017.
1. Classifica as afirmações como verdadeiras (V) ou falsas (F). (F).
1.1. Um dos palácios das procuradorias venezianas
(A) foi construído há quinhentos anos e está bem conservado. (B) foi construído para apoiar os movimentos culturais italianos. (C) vai alojar organizações que apoiam pessoas carenciadas. (D) tem as portas abertas ao público durante o inverno. (E) a ser recuperado por um arquiteto francês vai albergar mendigos. (F) tem uma área de 11.000 metros quadrados para restaurar. (G)vai (G) vai ser alvo de uma intervenção livre de qualquer orientação.
2. Indica os objetivos do arquiteto responsáve r esponsávell pelo restauro do palácio. ___________________________ _______________________________________ _________________________ __________________________ ____________________ _______ ___________________________ _______________________________________ _________________________ __________________________ ____________________ _______ ___________________________ _____________________________________________ ______________________________ ___________________________ _______________
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Conto Contigo7
Grupo II Leitura – Texto A Lê o texto com atenção. Consulta o vocabulário.
Um casal apaixonado contra Salazar Francisco Sousa Tavares e Sophia de Mello Breyner travaram todas as lutas contra a ditadura. A PIDE 1 não os largou e, das duas vezes em que ele esteve preso, comunicaram em código. 25.04.2016 08:30 por Pedro Jorge Castro
Tinham passado 50 anos desde a noite em que, pela primeira vez, viu Sophia de Mello Breyner Andresen dizer um poema, junto à fonte do jardim da tia-avó dela no Campo Grande. Apesar de estarem já separados há oito anos, quando se sentou para escrever à mão 5
este episódio das suas memórias, dois meses antes de morrer, em 1993, Francisco Sousa Tavares falou da ex-mulher como um fenómeno sobrenatural: "Não ficara certo de ter visto uma mulher ou uma Deusa." Considerou-a "um milagre que não parecia real". E descreveu um sentimento intenso: "O êxtase 2 interior que me possuía e desde então me
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sujeitava à escravidão distante de Sophia." O casamento entre Francisco e Sophia, na Igreja de Lordelo do Ouro, em Novembro de 1946, não terá sido bem compreendido por alguns dos amigos da noiva, como assumiu mais tarde Eugénio de Andrade à revista Relâmpago: "Todos os seus amigos estavam, de um ou outro modo, enamorados dela. Talvez daí que todos eles tivessem discordado do
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seu casamento e o considerassem um desastre." Em 1958, ambos apoiaram a campanha de Humberto Delgado, o que teve como consequência o despedimento de Francisco Sousa Tavares da função pública. As dificuldades financeiras para educar cinco filhos – Maria, Miguel, Isabel, Sofia e Xavier – já tinham levado os pais a enviar alguns deles para outros pontos do País, onde viveram
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alguns meses com familiares: Miguel Sousa Tavares ficou dois anos em Amarante, em casa de uma tia. Na noite de 11 de Março de 1959, Sophia, os cinco filhos e a empregada Luísa foram dormir para a cave de uma familiar, na Rua Alexandre Herculano, onde Miguel
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Conto Contigo7
passou toda a noite a andar de bicicleta, enquanto devia decorrer uma operação contra o 25
regime conhecida como Revolta da Sé. Em 1963, Sophia foi à Grécia pela primeira vez, com Agustina Bessa Luís, num carocha3. Francisco ficou em Portugal, mas, ao passar por Verona, em Itália, a terra de Romeu e Julieta4, a poeta tocou no túmulo de Julieta com a sua aliança, e escreveu no degrau de pedra SF, as iniciais de Sophia e Francisco. Segundo o Público, noutra carta
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escreveu: "Custa-me todas estas coisas sem o Francisco. Espero não voltar a viajar sem ele." Miguel Sousa Tavares revela que os pais se correspondiam em código. "O código era fabuloso. De tal maneira que jurei aos meus pais que nunca o diria. Eu era o único que sabia. Não era fácil decifrar e sobretudo escrever em código. A PIDE apreendia poucas
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cartas, porque aquilo parecia inocente. Mas as palavras tinham uma ordem de um enigma inventado por eles que era brilhante." Numa das cartas, dirigidas a "Sophia, meu amor", Francisco misturou uma declaração romântica com uma lista de pedidos: "Sei que tu tens coragem. Sei que a medida de ti própria é sempre dada nos momentos de crise. Sei que horas como esta são
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a melhor prova e a melhor certeza do nosso casamento, do nosso amor, do nosso destino comum. Mande-me um bloco de papel de carta, sobrescritos e selos. Meias, camisas, cuecas,
lenços
e
o
blazer
azul.
Até
amanhã."
(Texto com supressões) http://www.sabado.pt/vida/pessoas/detalhe/um-casal-apaixonado-contra-salazar
Vocabulário 1. PIDE – sigla de Polícia Internacional de Defesa de Estado. 2. êxtase – enlevo; deleite; encanto. 3. carocha – automóvel de marca Volkswagen de baixa cilindrada. 4. Romeu e Julieta – dois jovens, protagonistas de uma intensa história de amor e trágica, escrita por Shakespeare (1597).
1. Transcreve do texto os excertos que comprovam o fascínio expresso por Francisco Sousa Tavares relativamente a Sophia de Mello Breyner Andresen. ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ 2. Explica por que razão a poeta passou por dificuldades financeiras nos anos 1958 e 1959.
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Conto Contigo7
________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ 3. Refere um episódio que testemunha como o amor de Sophia por Francisco era intenso. ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ Esclarece o ponto de vista de Miguel Sousa Tavares ao afirmar que o código inventado pelos pais fora “fabuloso”. ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ 4.
Grupo II Leitura – Texto B Lê o excerto de O Cavaleiro da Dinamarca, de Sophia de Mello Breyner Andresen. Consulta o vocabulário.
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E Vanina, jovem e bela e sem amor, suspirava naquele palácio. Mas um dia chegou a Veneza um homem que não temia Jacob Orso. Chamava-se Guidobaldo e era capitão de um navio. O seu cabelo preto era azulado como a asa de um corvo, e a sua pele estava queimada pelo sol e pelo sal. Nunca no Rialto 1 passeara tão belo navegador. Ora certa noite Guidobaldo passou de gôndola por este canal. Sentiu no ar um maravilhoso perfume, levantou a cabeça e viu Vanina a pentear os cabelos. Aproximou o seu barco da varanda e disse: -Para cabelos tão belos e tão perfumados era preciso um pente de oiro-. Vanina sorriu e atirou-lhe o seu pente de marfim. Na noite seguinte à mesma hora, o jovem capitão tornou a deslizar de gôndola ao longo do canal. - Vanina sacudiu os cabelos e disse-lhe: - Hoje não me posso pentear porque não tenho pente. - Tens este que eu te trago e que mesmo feito de oiro brilha menos do que o teu cabelo. Então Vanina atirou-lhe um cesto atado por uma fita onde Guidobaldo depôs o seu presente. E daí em diante a rapariga mais bela de Veneza passou a ter um namorado. Quando esta notícia se espalhou na cidade os amigos do capitão foram preveni-lo de que estava a arriscar a sua vida, pois Orso não lhe perdoaria. Mas ele era forte e destemido, e sacudiu os ombros e riu. Ao fim dum mês foi bater à porta do tutor. 4
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- Que queres tu? – perguntou o velho -. - Quero a mão de Vanina. - Vanina está noiva de Arrigo e não há de casar com mais ninguém. Sai depressa de Veneza. Tens um dia para saíres da cidade. Se amanhã ao pôr do sol ainda não tiveres partido eu mandarei sete homens com sete punhais para te matarem. Guidobaldo ouviu, sorriu, fez uma reverência e saiu. Mas nessa noite, no silêncio da noite, a sua gôndola parou junto da varanda da casa de Orso. De cima atiraram um cesto preso por uma fita e dentro dele o jovem capitão depôs uma escada de seda. O cesto foi puxado para a varanda, e a escada, depois de desenrolada, foi atada à balaustrada de mármore cor-de-rosa. Então, ágil e leve, Vanina desceu com os cabelos soltos flutuando na brisa. Guidobaldo cobriu-a com a sua capa escura, e a gôndola afastou-se e sumiu-se no nevoeiro de Outubro. Na manhã seguinte as aias descobriram a ausência de Vanina e correram a prevenir o tutor. Jacob Orso chamou Arrigo e com ele e os seus esbirros2 dirigiram-se ao cais. Mas quando chegaram lá o navio de Guidobaldo já tinha desaparecido. - Conta-me o que sabes – disse Orso a um velho marinheiro seu conhecido -. E o homem contou: - O capitão e a tua pupila chegaram aqui no meio da noite. Mandaram chamar um padre que os casou, ali, naquela pequena capela que é a capela dos marinheiros. Mal terminou o casamento embarcaram. E ao primeiro nascer do dia o navio levantou a âncora, içou as velas e navegou para o largo. Jacob Orso olhou para a distância. O navio já não se avistava, pois a brisa soprava da terra. As águas estavam verdes, claras, ligeiramente ondulantes, cobertas de manchas cor de prata. O tutor e Arrigo queixaram-se à Senhoria3 de Veneza e ao doge 4. Depois mandaram quatro navios à procura dos fugitivos: um que navegou para Norte, outro que navegou para o Sul, outro que navegou para Ocidente. Mas o mar é grande e há muitos portos, muitas baías, muitas cidades marítimas, muitas ilhas. E Vanina e Guidobaldo nunca mais foram encontrados.
Sophia de Mello Breyner Andresen, O Cavaleiro da Dinamarca, Figueirinhas.
Vocabulário 1. Rialto – a ponte em arco mais antiga e mais famosa sobre o Grande Canal, em Veneza. 2. esbirro – agente de polícia. 3. Senhoria – governador da república de Veneza. 4. doge - chefe das antigas repúblicas de Veneza e Génova
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Conto Contigo7
Responde, de forma completa e bem estruturada, às questões que se seguem.
1. Explica como começou o namoro entre Vanina e o capitão Guidobaldo. ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________
2. Justifica o ponto de vista do narrador ao considerar que Guidobaldo destemido” (linha
“era
forte e
21).
________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________
3.
“Guidobaldo ouviu,
sorriu, fez uma reverência e saiu. (linha 29)”
3.1. Identifica as características psicológicas do protagonista com base neste excerto. ______________________________________________________________________ ______________________________________________________________________
4. Refere o que se pode inferir do olhar “para a distância” (linha 48) de Jacob Orso. ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________
5. Em que medida a natureza e o espaço marítimo pareciam proteger a decisão dos dois jovens? ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________
6. Jacob Orso não se deu por vencido perante a fuga dos jovens. 6.1. Justifica esta afirmação. ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________ 6
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Grupo III Gramática 1. Identifica os constituintes das frases que desempenham a função sintática de vocativo. a) Vanina, para os teus cabelos precisas de um pente de oiro. b) Tu, Guidobaldo, salvaste-me do meu tutor. ________________________________________________________________________ ________________________________________________________________________
2. Transforma cada par de frases simples numa frase complexa, ligando-as com as palavras da caixa. Faz as alterações necessárias. mas
logo
e
pois
ou
a) Guidobaldo andou de gôndola pelo Rialto. Guidobaldo viu Vanina a pentear os seus belos cabelos. ________________________________________________________________________
b) Jacob Orso ameaçou apunhalar Guidobaldo. O navegador não temeu as ameaças. ________________________________________________________________________
c) Os amigos preveniram Guidobaldo. Os amigos não querem ver o capitão em risco de vida. ________________________________________________________________________
d) Vanina deixa o palácio. Vanina fica prisioneira para sempre. ________________________________________________________________________
e) O navio afastou-se da cidade. Jacob Orso não conseguiu alcançar Vanina e Guidobaldo. ________________________________________________________________________ 7
Conto Contigo7
2.1. Classifica as orações iniciadas por estas palavras. a) _______________________________________ b) _______________________________________ c) _______________________________________ d) _______________________________________ e) _______________________________________
3. Indica a subclasse das formas verbais presentes nas frases atendendo aos complementos que selecionam.
a) Guidobaldo escreveu uma carta. ________________________________________________________________________ b) Um navio enorme chegou a Veneza. ________________________________________________________________________ c) O velho tutor fez queixa às autoridades. ________________________________________________________________________ d) O navegador pôs um pente de ouro no cesto. ________________________________________________________________________ e) A gôndola desliza calmamente. ________________________________________________________________________
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Conto Contigo7
Grupo IV - Escrita Escreve um texto argumentativo, com um mínimo de 90 e um máximo de 120 palavras, em que contestes o comportamento de Jacob Orso, tutor de Vanina. Para escreveres o teu texto, tem em conta a seguinte estrutura: 1.º parágrafo
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apresentação do assunto; explicitação do ponto de vista adotado e a defender; 2.º ou mais parágrafos – explicitação das razões que justificam a tua posição; último parágrafo – apresentação de uma conclusão que retome a opinião pessoal expressa no 1.º parágrafo.
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Conto Contigo7
Bom trabalho!
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