A Ordem Rosacruz e a Maçonaria (POR RICARDO LUCAS) Para saber-se as ligações entre a Maçonaria e a Ordem Rosacruz ou antiga e Mística ordem Rosae Crucis (AMORC) como preferem os seus adeptos, vamos fazer algumas considerações sobre essa Ordem. Rosacruz é denominação da fraternidade filosófica, que, de acordo com a tradição mais em voga, teria sido fundada por Christian Rosenkreuz e representa uma síntese do ocultismo imperante na Idade Média. Harvey Spencer Lewis pretende, todavia, que rosenkreuz tenha sido, simplesmente, um renovador, já que a instituição remontaria ao antigo Egito, à época do faraó Amenophis IV. O rosacucianos, rosacucianos, tem aceitado essa hipótese falseando, lamentavelmente a verdade histórica, pois, na realidade, essa fraternidade nasceu no período medieval, embora apresentando, apresentando, em sua ritualística, rit ualística, muito do misticismo misti cismo das antigas civilizações, como acontece com a maçonaria (muitos maçons também querem fazer crer que a Ordem Maçônica é antiguíssima e já existia no Antigo Egito e na Pérsia, o que é, verdadeiramente, verdadeiramente, uma heresia histórica). O rosacrucianismo, assim como a Maçonaria, é um sincretismo de diversas correntes filosóficas-religiosas: filosóficas-religiosas: hermetismo egípcio, cabalismo judaico, gnosticismo cristão, alquimia etc. A primeira menção histórica da ordem data de 1614, quando surgiu o famoso documento intitulado "Fama Fraternitatis", onde são contadas as viagens do alemão Rosenkreuz pela Arábia, Egito e Marrocos, locais onde teria adquirido sua sabedoria secreta, que só seria revelada aos iniciados. A ORDEM NAS AMERICAS: Harvey Spencer Spencer Lewis, foi à pessoa que reaativou reaativou a AMORC na América do Norte, no início do século XX, já que ela havia existido anteriormente, onde algumas pessoas que se destacaram como Benjamim Frnklin teriam pertencido à mesma. Na ocasião a Ordem era ativa em alguns países da Europa, como França e Alemanha, mas com rituais rit uais diferenciados. Harvey Spencer Spencer Lewis ao trazer a AMORC para a América, não o fez sem antes estudar por mais de 10 anos suas raízes, o que permitiu mais tarde unificar todas as ordens no mundo, cuja essência fosse a mesma. A introdução do estudo à distância permitiu a rápida proliferação da AMORC e em 1915 ele tornou-se o 1º IMPERADOR, para a América do Norte. A unificação com as demais ordens ocorreu no início dos anos 30, tornando-se Lewis o primeiro imperador mundial. No Brasil, os estudos foram introduzidos na década de 50, e o cargo supremo é ocupado por um grande mestre. O nome AMORC (Antiga e mística Ordem Rosa Cruz) foi dado para diferenciar-se de outras ordens filosóficas de mesmo nome, mas com diferente essência. O CASAMENTO QUÍMICO DE CHRISTIAN ROSENKREUZ: R OSENKREUZ: O teólogo Johann Valentin Andréa, neto do também teólogo luterano Jacob Andréa, foi o homem que divulgou o rosacurcianismo. rosacurcianismo. Andréa, que nasceu em Herremberg, no Werttemberg, em 1581, depois de viajar pelo mundo, retornou à Alemanha, onde se tornou pregador da corte e, posteriormente, abade. abade. A sua principal importância, todavia, originou-se do papel que ele teve naquela sociedade alemã, que no princípio do século XVII, lutava por uma renovação da vida, com uma nova insuflação espiritual. A popularidade alcançada por Andréa, entretanto, com a Societas Solis (Sociedade do
Sol), a que ele procurou dar vida e a Ordem das Palmeiras, em que ele foi admitido aos 60 anos de idade, não se comparou à que ele conseguiu ao publicar o seu romance satírico "O Casamento Químico de Christian Rosenkreuz", que criticava, jocosamente, jocosamente, os alquimistas e as ligas li gas secretas, numa época que, de maneira geral, era de desorientação, desorientação, onde o ar andava cheio de rumores e a velha ordem religiosa desagregava-se. desagregava-se. A partir de 1597, já aconteciam reuniões de uma liga li ga secreta de alquimistas, que haviam ficado sem irradiações e sem significado espiritual. Foi então que a palavra Rosa-Cruz adquiriu, rapidamente, uma grande força atrativa, a ponto de, num escrito anônimo de 1614, chamado "Transfiguração Geral do Mundo", ser incluído o conceito de "Fama Fraternitatis R.C.", sem necessidades de ser escrito por extenso, pois ele já era bem bem entendido. Uma outra pequena obra, obra, surgida um ano depois e chamada "Confessio", publicava a constituição e a exposição dos fins que a Ordem era destinada. O HERÓI VIVEU 150 ANOS, EXTINGUINDO-SE VOLUNTARIAMENTE: De acordo com o "Confessio", a ordem Rosacruz representaria uma alquimia de alto quilate, na qual em vez das pesquisas sobre a Pedra Filosofal, era buscada uma finalidade superior, ou seja, a abertura dos olhos do espírito, através dos quais pudesse, o homem, ficar apto a ver o mundo e os seus segredos com mais profundidade. As correntes dos alquimistas medievais, então, diante da necessidade espiritual da época, incrementada pela disposição de renovação e organização or ganização secreta, tomaram enorme vulto com o aparecimento do romance satírico de Andréa. O herói do romance é o Christian Rosenkreuz já descoberto pela "Fama Fraternitatis" e que já tinha, no século XIV, viajado pelo Oriente e, ali, aprendido a "Sublime Ciência"; teria ele segundo a lenda l enda que lhe cercou o nome, voltado para a Alemanha, onde sua idéia foi seguida por muitas pessoas, até chegar aos 150 anos de idade, quando, cansado na vida, extingui-se voluntariamente. Andréa, no romance, aproveitou-se do nome que havia sido encontrado para ser a figura fundadora, mas o seu Rosenkreuz era velho e impotente, i mpotente, motivo pelo qual o seu casamento só poderia ser químico. Todavia, ele tem cultura e conhece muitos segredos, além de estar sempre ávido por conhecer outros, por esse motivo é que, em certa ocasião, como hóspede da família real, ele entra num quarto em que dorme Vênus; depois quando, como outros convidados, ao ser proclamado cavaleiro da ordem da Pedra Dourada deve, de acordo com os estatutos da Ordem, repudiar toda a lascívia, torna-se público o seu erro. Assim, enquanto os outros vão embora, como cavaleiros da nova Ordem, ele tem que ali permanecer, na qualidade de porteiro, como castigo por ter descoberto Vênus. A MÍSTICA IDÉIA DA ROSA PROVOCOU GRANDE SEDUÇÃO: Com essa sátira, dirigida às sociedades secretas secretas e à alquimia, Andréa havia desvendado tanto de positivo sobre a nova Ordem, que restou a impressão de que ela já existia, ainda que só como imagem literária. lit erária. Pode-se notar, facilmente, que a Pedra Filosofal dos alquimistas (que transformaria os metais inferiores inferi ores em ouro); além disso, o encontro dos convidados ao casamento, vindos de todas as partes do mundo, e a sua ligação dentro da nova ordem ilustram o desejo de dar corpo aos esforços no sentido de uma renovação espiritual da vida, valendo-se do sugestivo símbolo Rosacruz. Esse símbolo, além de sugestivo, corresponde à ansiedade daquela época. Alguns procuraram relaciona-lo relaciona-lo com as armas armas de Lutero, coisa coisa que não pode ser facilmente aceita, pois ele poderia ser, nesse caso, relacionado, também, com as armas de Paracelso, convindo esclarecer que Andréa representou o seu Rosenkreuz com quatro
Sol), a que ele procurou dar vida e a Ordem das Palmeiras, em que ele foi admitido aos 60 anos de idade, não se comparou à que ele conseguiu ao publicar o seu romance satírico "O Casamento Químico de Christian Rosenkreuz", que criticava, jocosamente, jocosamente, os alquimistas e as ligas li gas secretas, numa época que, de maneira geral, era de desorientação, desorientação, onde o ar andava cheio de rumores e a velha ordem religiosa desagregava-se. desagregava-se. A partir de 1597, já aconteciam reuniões de uma liga li ga secreta de alquimistas, que haviam ficado sem irradiações e sem significado espiritual. Foi então que a palavra Rosa-Cruz adquiriu, rapidamente, uma grande força atrativa, a ponto de, num escrito anônimo de 1614, chamado "Transfiguração Geral do Mundo", ser incluído o conceito de "Fama Fraternitatis R.C.", sem necessidades de ser escrito por extenso, pois ele já era bem bem entendido. Uma outra pequena obra, obra, surgida um ano depois e chamada "Confessio", publicava a constituição e a exposição dos fins que a Ordem era destinada. O HERÓI VIVEU 150 ANOS, EXTINGUINDO-SE VOLUNTARIAMENTE: De acordo com o "Confessio", a ordem Rosacruz representaria uma alquimia de alto quilate, na qual em vez das pesquisas sobre a Pedra Filosofal, era buscada uma finalidade superior, ou seja, a abertura dos olhos do espírito, através dos quais pudesse, o homem, ficar apto a ver o mundo e os seus segredos com mais profundidade. As correntes dos alquimistas medievais, então, diante da necessidade espiritual da época, incrementada pela disposição de renovação e organização or ganização secreta, tomaram enorme vulto com o aparecimento do romance satírico de Andréa. O herói do romance é o Christian Rosenkreuz já descoberto pela "Fama Fraternitatis" e que já tinha, no século XIV, viajado pelo Oriente e, ali, aprendido a "Sublime Ciência"; teria ele segundo a lenda l enda que lhe cercou o nome, voltado para a Alemanha, onde sua idéia foi seguida por muitas pessoas, até chegar aos 150 anos de idade, quando, cansado na vida, extingui-se voluntariamente. Andréa, no romance, aproveitou-se do nome que havia sido encontrado para ser a figura fundadora, mas o seu Rosenkreuz era velho e impotente, i mpotente, motivo pelo qual o seu casamento só poderia ser químico. Todavia, ele tem cultura e conhece muitos segredos, além de estar sempre ávido por conhecer outros, por esse motivo é que, em certa ocasião, como hóspede da família real, ele entra num quarto em que dorme Vênus; depois quando, como outros convidados, ao ser proclamado cavaleiro da ordem da Pedra Dourada deve, de acordo com os estatutos da Ordem, repudiar toda a lascívia, torna-se público o seu erro. Assim, enquanto os outros vão embora, como cavaleiros da nova Ordem, ele tem que ali permanecer, na qualidade de porteiro, como castigo por ter descoberto Vênus. A MÍSTICA IDÉIA DA ROSA PROVOCOU GRANDE SEDUÇÃO: Com essa sátira, dirigida às sociedades secretas secretas e à alquimia, Andréa havia desvendado tanto de positivo sobre a nova Ordem, que restou a impressão de que ela já existia, ainda que só como imagem literária. lit erária. Pode-se notar, facilmente, que a Pedra Filosofal dos alquimistas (que transformaria os metais inferiores inferi ores em ouro); além disso, o encontro dos convidados ao casamento, vindos de todas as partes do mundo, e a sua ligação dentro da nova ordem ilustram o desejo de dar corpo aos esforços no sentido de uma renovação espiritual da vida, valendo-se do sugestivo símbolo Rosacruz. Esse símbolo, além de sugestivo, corresponde à ansiedade daquela época. Alguns procuraram relaciona-lo relaciona-lo com as armas armas de Lutero, coisa coisa que não pode ser facilmente aceita, pois ele poderia ser, nesse caso, relacionado, também, com as armas de Paracelso, convindo esclarecer que Andréa representou o seu Rosenkreuz com quatro
rosas no chapéu, rosas essas que, desde a época de seu avô Jacob Andréa, adornavam as armas de sua família. Robert Fludd, considerado como o primeiro rosacruz da Inglaterra, diz que o nome da ordem está ligado a uma alusão alusão ao sangue de Cristo, na cruz do Gol-gota; Gol-gota; a mística idéia da rosa, associada à lembrança da cor do sangue e aos espinhos que provocam o seu derramamento, contribuiu, certamente, para dar à palavra, uma grande força f orça de sedução. Além disso, muitos rosacruzes vêem, no emblema, um símbolo alquimista, concretizando uma ambiguidade muito comum aos símbolos. Os rosacruzes atuais tem uma interpretação bem mais mística a respeito da cruz e a rosa. A cruz representaria o ser humano, a parte material, enquanto a rosa representaria o ser imaterial, a alma, espírito ou corpo astral. A JUNÇÃO DOS SEXOS LEVA AO SEGREDO DA IMORTALIDADE: Como a preocupação máxima dos alquimistas que se ligaram à Ordem Rosacruz era o segredo da imortalidade e a regeneração universal, o símbolo rosacruciano está relacionado com essa preocupação. Em botânica oculta, a rosa era uma flor iniciática, para diversas ordens religiosas, sendo, que, atualmente, a arte sacra continua a considera-la como símbolo da paciência, do martírio, da Virgem (Rosa Mística); no quarto domingo da Quaresma, em todos os anos, o papa benze a Rosa de Ouro, que é considerada como um dos muitos sacramentais oferecidos pela Igreja, em sua liturgia. Em última análise, a rosa representa a mulher, enquanto que a cruz simboliza o sexo masculino, pois para os hermetistas, ela é o símbolo da junção da eclíptica com o equador terrestre (eclíptica é a órbita aparente do Sol, ou a trajetória aparente que o Sol descreve, anualmente, no céu); ambos cruzam-se no equinócio da primavera e no equinócio de outono. Assim, a Rosa simboliza a Terra, como ser feminino, e a Cruz simboliza a virilidade do Sol, com toda a sua força criadora que fecunda a Terra. A junção dos sexos leva à perpetuação da vida e ao segredo segredo da imortalidade, imortalidade, resultando, também, também, dela, a regeneração universal, universal, que é o ponto mais alto da doutrina rosacruciana. A ALQUIMIA EVIDENCIA UMA LIGAÇÃO ENTRE AS DUAS ORDENS: Existe ligação entre a Maçonaria e os rosacruzes e essa ligação começou já na Idade Média. No fim do período medieval e começo da Idade Moderna, com inicio da decadência decadência das corporações operativas (englobadas sob rótulo de maçonaria de Ofício ou operativa), estas começaram, paulatinamente, paulatinamente, a aceitar elementos estranhos à arte de construir, admitindo, inicialmente, filósofos, hermetistas e alquimistas, cuja linguagem simbólica assesemlhava-se à dos franco-maçons. Como a Ordem Rosacruz estava impregnada pelos alquimistas, como já vimos, daí a ligação do rosacrucianismo e da alquimia com a Maçonaria. Leve-se em consideração, também, que durante o governo de José II, imperador da Alemanha de 1765 a 1790, e co-regente dos domínios hereditários da Casa d'Áustria, houve um grande incremento da Ordem Rosacruz e sua comunidade, atingindo até a Corte e fazendo com que o imperador proibisse todas as as sociedades sociedades secretas, abrindo, abrindo, apenas, exceção aos aos maçons o que fez com que muitos rosacruzes procurassem as lojas. Ambas as Ordens são medievais, se for considerado o maior incremento da Maçonaria de Ofício durante a Idade Média e o início de sua transformação em Maçonaria dos Aceitos (também chamada, indevidamente, de "Especulativa"). Se, todavia, considerarmos o início das corporações operativas, em Roma, no século VI antes de Cristo, a maçonaria é mais antiga. Isso, é claro, levando em consideração apenas, apenas, as evidências históricas autênticos e não as "lendas", que fazem remontar a origem de
ambas as instituições ao antigo Egito. A maçonaria é uma ordem totalmente templária, ou seja, os ensinamentos só ocorrem dentro das lojas. Já a Antiga e Mística Ordem Rosacruz dá ao estudante o livre arbítrio de estudar em casa ou em um templo Rosacruz. O estudo em casa é acompanhado à distância, e assim como a maçonaria, é composto de vários graus, que vão do neófito (iniciante) ao 12º grau, conhecido como grau do ARTESÃO. O estudo no templo, mesmo não sendo obrigatório, proporciona ao estudante além do contato social como os demais integrantes, a possibilidade de participar de experimentos místicos em grupo, e poder discutir com os presentes os resultados, e por último, a reunião templária fortalece a egrégora da organização, o que também ocorre na maçonaria. DA REGENERAÇÃO E IMORTALIDADE A REFORMADOR SOCIAL: A partir da metade do século XVIII e, principalmente, depois de José II, com a maciça entrada dos rosacruzes nas lojas maçônicas, tornava-se difícil, de uma maneira geral, separar Maçonaria e roscrucianismo, tendo, a instituição maçônica, incorporado, aos seus vários ritos, o símbolo máximo dos rosacruzes: ao 18º grau do Rito Escocês Antigo e Aceito, ao 7º grau do Rito Moderno, ao 12º grau do Rito Adoniramita etc. O Cavaleiro Rosa Cruz, é, como o próprio nome diz, um grau cavaleiresco e se constitui no 18º Grau do Rito Escocês Antigo e Aceito. A sua origem hermetista e a sua integração na Maçonaria, durante a Segunda metade do século XVIII, leva a marca dos ritualistas alquímicos, que redigiram naquela época os rituais dos Altos Graus. O hermetismo atribuído ao Grau 18 é perceptível no símbolo do grau, que tem uma Rosa sobreposta à Cruz, representando esta, o sacrifício e a Rosa o segredo da imortalidade, que nada mais é do que o esoterismo cristão, com a ressurreição de Jesus Cristo, ou seja, a tipificação da transcendência da Grande Obra. A Maçonaria também incorporou, em larga escala, o simbolismo dos rosacruzes, herdeiros dos alquimistas, modificando, um pouco, o seu significado e reduzindo-o a termos mais reais. Assim, o segredo da imortalidade da alma e do espírito humano, enquanto é aceito o princípio da regeneração só pode ocorrer através do aperfeiçoamento contínuo do homem e através da constante investigação da Verdade. O misticismo dos símbolos rosacruzes, todavia, foi mantido, pois embora a Maçonaria não seja uma ordem mística, ela, para divulgar, a sua mensagem de reformadora social, utiliza-se do misticismo de diversas civilizações e de várias correntes filosóficas, ocultistas e metafísicas. AS INICIAÇÕES: Uma singularidade entre a AMORC e a Maçonaria, são as iniciações nos seus respectivos graus, sendo que para ambas, a primeira é a mais marcante. No caso da Maçonaria a iniciação é ao grau de Aprendiz, e da AMORC, a admissão ao 1º grau de templo. As iniciações tem o mesmo objetivo, impressionar o iniciante, leva-lo à reflexão, para que ele decida naquele momento se deve ou não seguir adiante, e se o fizer, assumir o compromisso de manter velado todos os símbolos, usos e costumes da instituição de que fará parte. O SIMBOLISMO: Vários são os símbolos comuns às duas instituições, a começar pela disposição dos mestres com cargos, lembrando os pontos cardeais, e a passagem do Sol pela Terra, do Oriente ao Ocidente. Cada ponto cardeal é ocupado por um membro. A figura do venerável mestre na
maçonaria, ocupando sua posição no Oriente, encontra similar na Ordem Rosacruz, na figura de um mestre instalado, que ocupa seu lugar no leste. A linha imaginária que vai do altar dos juramentos ao Painel do Grau, e a caminhada somente no sentido horário, também é similar. Em ambos os casos o templo é pintado na cor azul celeste, e a entrada dos membros ocorre pelo Ocidente. O altar dos juramentos encontra semelhança no Shekinah na ordem Rosa Cruz, sendo que neste último não se usa a bíblia ou outro livro, mas sim 3 velas dispostas de forma triangular, que são acesas no início do ritual e apagadas ao final deste, simbolizando a luz, a Vida e o Amor. Outra semelhança é o uso de avental por todos os membros iniciados ao adentrarem o templo, enquanto que os oficiais, (equivalente aos mestres com cargo), usam paramentos especiais, cada qual simbolizando o cargo que ocupa no ritual. O avental usado pelos membros não diferencia o grau de estudo. Algumas das diferenças ficam por conta da condução do ritual, onde na rosa cruz tem caráter místico-filosófico. Os iniciantes na Ordem Rosa Cruz recebem seus estudos em um templo separado, anexo ao templo principal, enquanto os aprendizes maçons recebem sua instruções juntamente com os demais irmãos e, finalmente, o formato físico da loja maçônica lembra as construções greco-romanos, enquanto que a Ordem Rosa Cruz (AMORC) lembra as construções egípcias.
ALQUIMIA ROSACRUZ E A ORDEM HERMÉTICA DA AURORA DOURADA
Muitas pessoas, quando pensam na Ordem Hermética da Aurora Dourada (Golden Dawn), imediatamente pensam em "Magia" ou "Magia(k)" (Magick). Outros se surpreenderiam ao inteirar-se que a Golden Dawn não é, nem tem sido jamais uma Ordem "mágica". É na troca com a Ordem Interna por detrás da Golden Dawn, que a Ordo Rosae Rubeae et Aureae Crucis (R.R. e A.C.) desde o principio tem sido uma depositaria da tradição espiritual rosacruz. Ademais, aquilo que hoje tem sido popularizado como "Magia" ou "Magia(k)" é, na realidade, um desdobramento daquele aspecto da tradição Rosacruz conhecido como "Teurgia". Antes da fundação da Ordem Interna por detrás da Golden Dawn, a Teurgia nunca antes havia sido o foco principal da tradição espiritual Rosacruz, sem a Alquimia. De resto, a tradição Rosacruz mesma cresceu desde a tradição Alquímica. O verdadeiro lugar da Teurgia dentro da tradição Rosacruz tem sido sempre como disciplina complementar a Alquimia. A Alquimia era parte do curriculum estudado pelos membros da Ordem Hermética da Golden Dawn; porém, exceto algumas definições muito concisas dadas nas "Knowledge Lectures" sobre vários termos usados na Alquimia, muito pouco tem sido verdadeiramente ensinado sobre Alquimia na Ordem Externa. Na Segunda Ordem da R.R. e A.C. havia somente um curto estudo chamado "Alquimia" escrito em 1890 pelo Frater Sapere Aude (Dr. Wynn Westcott) e registrado como "Rol de Vuelo Nro. VII". O único documento referente a alquimia prática era um documento Z.2 disponível para membros avançados da Ordem Interna. Este documento Z.2 sobre Alquimia é bastante valioso e sumamente interessante, assim trataremos de analisá-lo na segunda parte deste escrito. Bem agora, no curriculum estudado pelos membros da antiga Golden Dawn, devemos também incluir todos os livros editados por Wynn Westcott em sua Coletânea Hermética porque era considerada como o verdadeiro curriculum de estudo para todos os membros dedicados da Ordem Externa. De resto, esta coleção de livros constituía uma muito valiosa fonte de informação sobre os rituais da Ordem Externa. Entre os tratados publicados na Coletânea Hermética, havia vários sobre Alquimia; eram os seguintes: - Vol I. Arcanum Hermético por Jean d'Espagnet com notas de Sapere Aude. - Vol III. Uma breve Investigação sobre a Arte Hermético por "Um Amante de Philaletes" com uma introdução à alquimia e notas por S.S.D.D. (Florence Farr). - Vol IV. Aesch-Metzareph ou Fogo Purificador da Kabbalah de Rosenroth (traduzido por "Um Amante de Philaletes" - 1714 - com notas por S.A.) - Vol VII. Euphrates ou as Águas do Este por Eugenius Philalethes (Thomas Vaughan) com um comentário de S.S.D.D. (Florence Farr).
As notas e comentários do Frater S.A. e da Sóror S.S.D.D. sobre estes tratados alquímicos refletem um profundo conhecimento do tema. Não devemos esquecer também que os membros da Golden Dawn podiam consultar a famosa "Biblioteca Hermética Westcott" fundada em 1891 para a conveniência de sua investigação esotérica. Esta Biblioteca Hermética continha vários livros muito pouco conhecidos sobre a Alquimia (em Latim, Alemão, Francês e Inglês) dos quais forneço a lista completa: - Abraham Eleazar: Uma antiga Obra alquímica, traduzida para o Inglês por W.S. Hunter de um manuscrito alemão. - Alquimia - 25 tratados alquímicos em Latim.
- Alquimia - Um relato de alguns experimentos sobre mercúrio, prata e ouro em 1782 por J. Price (Oxford, 1782). - Alquimia - A Ciência do Espiritual e do Material, por Sapere Aude (W. Wynn Westcott) - Londres, 1893. - Becher - Tripus Hermeticus Fatidicus (três tratados sobre Alquimia) - 1689. - Borrichius - Hermetis Aegyptiourum et chemicorum sapientia (Hafniae, 1674). - Bourguet - Lettres philosophiques sur la formation des sels et des cristaux (Amsterdam, 1729). - Chambon - Traité des métaux et des minéraux (Paris, 1714). - Combachius - Sal Lumen et Spiritus Mundi Philosophici ou o Amanhecer do Descobrimento (Londres, 1651). - Flamel, Nicolas - As Figuras Hieroglíficas de 1624 (editado por Wynn Westcott). - Geber - Seus tratados sobre Alquimia em Latim ilustrados (1682). - Hitchcock - Comentários sobre a Alquimia e os Alquimistas (Nova York, 1865). - Kendall - Um apêndice ao Alquimista ignorante. - Kirwan - Elementos de mineralogia (Londres, 1784). - Maier Michael - Arcana Arcanissima - Cantilene Intellectuales de Phoenice redivivo - Scrutinum Chymicum (1687) - Symbolica Aureae Mensae (1617). - Museum Hermeticum (21 tratados alquímicos). - Paracelsus - Compendio (1567). - Philalethes Eirénée - Kern der Alchemie (Leipzig, 1685). - Philalethes Eugenius - Lumen de Lumine ou uma Nova Luz Mágica e o Segundo Lavado (Londres, 1651). - Resenkreutz Christian - Chymische Hochzeit (Strasburg, 1616). - Salmon Gillaume - Dictionaire Hermetique (Paris, 1695). - Salmon - Poligráficos (contém artigos valiosos sobre Alquimia). - Stuart de Chevalier - Discours philosophiques sur les 3 Principes Alchimiques (Paris, 1781). - Valentine Basile - O Carro Triunfante do Antimônio Como demonstra esta lista, o Dr. Westcott estava profundamente interessado em Alquimia; de resto, um exame de seu Mapa dos Céus mostra vários graus simbólicos egípcios conectados com a alquimia e a medicina. Os membros da Ordem podiam também ler proveitosamente todos os artigos escritos pelo erudito Arthur E. Waite (Frater Sacramentum Regis) sobre alquimia, por exemplo: - "Que é a Alquimia?" (no Unknown World Review - 1894) - "Thomas Vaughan e sua Lúmen de Lumine" (uma introdução a edição de Lúmen de Lumine ou Uma Nova Luz Mágica por Thomas Vaughan - 1910). - "Um Apocalipse Hermético" (no Occult Review, Vol. 17, 1913). - "Alquimia Cabalística" (no Journal of the Alchemical Society, Vol. 2, 1914). Todos esses artigos foram editados novamente por R. A. Gilbert em seu livro "Escritos Herméticos de A. E. Waite, os escritos desconhecidos de um místico moderno" (Roots of the Golden Dawn Series, Aquarian Press 1987). Mais que nada, Waite escreveu vários estudos interessantes sobre alquimia, tais como: - Vidas de Filósofos Alquimistas (1888). - A Tradição Secreta na Alquimia (1926). - Raymond Lola (1922).
Waite editou e traduziu também vários tratados alquímicos clássicos: - Os Escritos Mágicos de Thomas Vaughan (1888). - Um Léxico de Alquimia ou Dicionário Alquímico por Martinus Rulandus. - O Museu Hermético Restaurado e Aumentado (1893) - Um Dourado e Bendito Cofre de Maravilhas da Natureza por Benedictus Figulus. - O Carro Triunfal do Antimônio por Basilio Valentinus (1893) - Collectanea Chemica (1893) - Os Escritos Alquímicos de Edward Kelly (1893) - Os Escritos Herméticos e Alquímicos de Paracelsus (1894) - Turba Philosophorum, ou Assembléia dos Sábios (1896) - As Obras de Thomas Vaughan (1919) Entre os membros da Golden Dawn, Westcott e Waite não eram os únicos interessados na Alquimia: também estavam Mathers, Florence Farr, William Alexander Ayton, Frederick Leigh Gardner, Dr. Felkin, Dr. Bullock, Allan Bennett e Julian Baker. Entre eles, sabemos que Westcott, Ayton, Felkin, Bennett e Baker podiam praticar a alquimia porque possuíam o conhecimento necessário da química devido as suas profissões (eram químicos ou médicos).
A TRADIÇÃO ALQUÍMICA SECRETA DA GOLDEN DAWN Houve realmente uma tradição alquímica secreta dentro da Golden Dawn e esta tradição sobrevive secreta na atualidade? Posso testificar que essa tradição alquímica Golden Dawn existiu e ainda está viva, porque tive o privilégio de recebê-la como Imperator do Templo Ahathöor. Explicarei logo como foi transmitida na França, de onde possuímos uma forte tradição alquímica, mas antes, é útil explicar as origens da Alquimia Golden Dawn.
AS RAÍZES DA TRADIÇÃO ALQUÍMICA DA GOLDEN DAWN Qual é a origem da tradição alquímica da Golden Dawn? Curiosamente, a resposta a esta pergunta está relacionada com os mistérios das origens da Ordem. Ademais, a parte principal da tradição alquímica da Golden Dawn vem do assim chamado "Templo Hermanubis No. 2" fundado por Kenneth MacKenzie e Frederick Hockley. De acordo com a investigação de A. E. Waite, MacKenzie e Hockley foram os autores dos famosos Manuscritos Cifrados; esta tese parece ser confirmada por vários acadêmicos modernos e membros atuais da Golden Dawn, como R. A. Gilbert. Minha própria investigação histórica deste tema valida suas conclusões; apesar dos reclamos de Westcott sobre a assim chamada transmissão de Woodford dos Manuscritos Cifrados, ele provavelmente recebeu os manuscritos da Sra. Alexandrina MacKenzie logo após a morte de seu marido (a Sra. MacKenzie estava entre os primeiros iniciados recebidos na Golden Dawn sob o significativo mote Cryptonyma). Frederick Hockley parece haver sido a fonte principal de conhecimento alquímico transmitido aos primeiros membros da Golden Dawn. Entre os milhares de livros que possuía em sua biblioteca privada, havia muitos tratados alquímicos antigos; porém seu conhecimento prático sobre alquimia certamente veio de Segismundo Bacstrom. É sabido que Hockley possuía o diário alquímico e o certificado de admissão do Dr.
Segismundo Bacstrom à Sociedade Rosae+Crucis pelo Conde Louis de Chazal na Ilha de Mauritius em 12 de Setembro de 1794. Hockley fez varias cópias deste documento sob o título Um Diário de um Filósofo Rosacruz, que publicou na editora da SRIA, O Rosacruz (Hockley pertencia a SRIA). O Dr. Percy Bullock (que foi um dos primeiros membros da Golden Dawn) comprou uma cópia deste documento depois da morte de Hockley e o mostrou a A. E. Waite. É altamente significativo que Bullock estava mais interessado no processo alquímico da Pedra dos Filosofos descrito no diário de Bacstrom, que por seu Certificado Rosacruz; porém Waite estava mais interessado, como historiador, no certificado. Ademais, este certificado prova que uma genuína transmissão Rosacruz ainda existia ao final do século XVIII em um domínio francês (na ilha de Mauritius). Em uma carta escrita a Alexander Tilloch, em 16 de Março de 1804, Bacstrom explica que Louis de Chazal foi iniciado em uma Loja Rosacruz em Paris em 1740, possivelmente pelo famoso Conde de SaintGermain em pessoa. De acordo com as regras tradicionais da Rosa+Cruz, o Conde de Chazal deu instruções completas sobre a Grande Obra a Segismundo Bacstrom porque era sua tarefa formar ao menos um aprendiz antes do fim de sua vida (teria 97 anos quando fez isso). É interessante notar que o Dr. Bacstrom também teve vários alunos (por exemplo, um certo Dr. Ford) quando estava vivendo no distrito londrino de Mary-le-Bone desde 1805. Curiosamente, foi também em Mary-le-Bone que Francis Barrett estava vivendo nesse mesmo tempo. Barrett escreveu um famoso livro sobre Magia intitulado O Mago ou A Inteligência Celeste e reclamou ser um Frater Rosae Crucis também. Durante 1801, fundou uma Academia de Magia em Mary-le-Bone composta de não mais de 12 alunos. Hockley conhecia Barrett através de seu amigo, John Denley que era um livreiro especializado em livros de ocultismo (Hockley trabalhou para Denley e estava implicado na cópia de vários manuscritos ocultistas para a venda); de acordo com Hockley, Denley forneceu muita informação a Barrett para seu livro, O Mago. É interessante também ressaltar que foi na localidade de Denley que Lord BulwerLytton reclamou haver conhecido o misterioso Irmão da Rosa+Cruz que lhe deu os manuscritos cifrados que usou para escrever sua famosa novela Zanoni. A novela rosacruz de Lytton é bastante autobiográfica; por exemplo, quando Glyndon pergunta a Zanoni (seu Mestre Rosacruz) porque queria ensinar-lhe os mistérios da Alquimia, Zanoni respondeu que ele sabia que um dos ancestrais de Glyndon pertenceu a Fraternidade e, por fim, de acordo com as regras da irmandade, era sua tarefa instruirlhe. Ademais, esta historia é a de Bulwer-Lytton mesmo, porque um de seus ancestrais, John Bulwer, foi um alquimista no século XVI e supostamente pertenceu Irmandade da Rosa Cruz... Agora, para retornar ao Dr. Bacstrom, somos informados em uma carta dirigida por Hockley a Irwin, que Bacstrom perseguiu a Grande Obra até o fim de sua vida, porém morreu muito pobre. Temos que, provavelmente, não teve exito em fazer a Pedra dos Filósofos de acordo com as instruções que recebeu do Conde Louis de Chazal e que transcreveu em seu Ensaio sobre Alquimia (reimpresso sob o título de a Antologia Alquímica de Bacstrom, pela Kessinger Publishing Company). Também deve notar-se que a via alquímica seguida por Chazal e Bacstrom foi uma Via de Antimônio. Uma informação bastante valiosa sobre o processo de Bacstrom é dada pelo famoso alquimista francês Fulcanelli em seu livro Les Demeures Philosophales. Fulcanelli escreveu que este processo não era realmente Alquimia senão "Arquimia", isto é, um tipo de processo particular obtido da exaltação do ouro. Fulcanelli deu uma
informação estranha sobre Bacstrom e Hockley: escreveu que "Entre os arquimistas que usaram ou exaltaram o ouro, com a ajuda de êxitosas fórmulas, citaremos (...) Yardley, um inventor inglês de um processo transmitido ao Sr. Garden, um portador Londrino, em 1716, logo comunicado pelo Sr. F. Hockley ao Dr. Sigismundo Bacstrom (que estava afiliado à sociedade hermética fundada pelo Adepto de Chazal, que estava vivendo na ilha Mauritania no oceano Indico, durante a Revolução Francesa). Este processo foi o objeto de uma carta de Bacstrom ao Sr. L. Sand, em 1804". Eis que, se a informação de Fulcanelli é correta, Hockley a transmitiu também em um processo alquímico a Bacstrom. Então não é impossível que Hockley fosse também um alquimista praticante. De qualquer modo, se Bacstrom morreu muito pobre, este não foi o caso de Hockley. Quando morreu, deixou uma grande fortuna: mais de 3500 libras (era uma quantidade bastante substancial em 1885). Por suposição, Hockley era um contador e bastante rico, mas não é impossível que obtivesse uma parte de sua fortuna mediante seus trabalhos alquímicos. Se não obteve a verdadeira Pedra dos Filósofos (morreu muito enfermo). Ele pode ter tido êxito em fazer ouro por um processo Arquímico particular. Parece que Bacstrom recebeu somente a comunicação de um processo alquímico particular do Conde de Chazal, mas não a verdadeira Pedra dos Filósofos. De acordo com uma carta que Bacstrom escreveu a Alexander Tilloch, sabemos que o Conde de Chazal "havia obtido a Lapis Philosophorum e a Pierre Animale (Pedra Animal). Pela primeira adquiriu o que possuía e pela segunda, havia preservado sua idade até a idade de 97". Esta informação é muito valiosa e prova que o Conde de Chazal estava realmente iniciado na genuína irmandade da Rosa+Cruz porque havia somente poucas pessoas que sabiam o que é a Pedra Animal. Ademais, a comunicação do segredo da Pedra Animal somente é dada aos membros pertencentes ao Colégio Interno (ou Ordem Interna) da genuína e antiga Fraternitas Aureae Rosae+Crucis e que constitui o principal segredo da "alquimia interior". De acordo com os documentos que estão em minha posse, esta fraternidade foi fundada em 1580 na Alemanha e foi reorganizada em 1666 e 1777 sob o nome de Ordem Maçônica da Gold und Rosenkreutz Orden. É interessante notar que o processo de haver a Pedra Animal descrita no corpus operativo alquímico da inglesa Societas Rosae+Crucis do Dr. Bacstrom é muito similar ao da alemã Fraternitas Aureae+Crucis. Ademais, o Dr. Bacstrom estava em contato com irmãos alemães das lojas Douradas Rosacruzes e traduzidos em inglês vários documentos secretos escritos por irmãos e irmãs alemães, tais como Mathadanus, Anton Kircheweger, Dorothea Wallachin, etc. Na França, uma loja Rosacruz da Aureae Crucis Fraternitatis foi fundada em 1624. A Tradição Hermética sobreviveu principalmente mediante as Lojas Iluministas Maçônicas Francesas durante o século XVIII e durante a "Franco-Maçonaria Egípcia" durante o século XIX. Ademais, a Franco Maçonaria Egípcia (fundada por Cagliostro) foi proeminente nos avanços da Alquimia no século XIX. Por exemplo, sabemos que Fulcanelli esteve relacionado com a família De Lesseps implicada na construção do Canal de Suez no Egito. Ferdinand de Lesseps pertenceu aos altos graus da Franco Maçonaria Egípcia e também a uma mui secreta Sociedade Egípcia. Mais que nada, sabemos que Fulcanelli era amigo próximo de Dujols, um livreiro parisiense que estava profundamente envolvido com o estudo da Alquimia e Hermetismo. Dujols estava associado com Alberic Thomas que era um astrólogo e chefe de uma Loja Maçônica Egípcia de Paris denominada O Arco Íris. De acordo com
Volguine (um astrólogo francês que escreveu durante vários anos um artigo extremadamente interessante sobre "Astrologia e Sociedades Secretas"), Alberic Thomas estava em contato com certos membros do Templo Ahathoör Nr. 7 (fundado por MacGregor Mathers em Paris em 1894); Alberic Thomas era efetivamente um amigo próximo do Frater Ely Star (Eugene Jacob), um famoso astrólogo francês e também Hierofante do Templo Ahathoör... É também importante sublinhar que certos rituais dos altos graus do Rito Maçônico Egípcio de Memphis são muito similares aos da Aurora Dourada (por exemplo, os nomes dos oficiantes são os mesmos). Porém esses rituais são mais antigos que os da Aurora Dourada! Assim, eles podem ser a principal fonte dos rituais cifrados da Aurora Dourada. De qualquer modo, poderia explicar porque Hockley e MacKenzie estavam tão fascinados por Cagliostro, fundador da Maçonaria Egípcia, e porque o consideravam como seu chefe Espiritual na Irmandade de Fratres Lucis que fundaram juntos na Inglaterra. De acordo com os reclamos de MacKenzie e Hockley, eles foram iniciados pelos Fratres Lucis na Francia, em Paris, possivelmente por Eliphas Levi que se presume ter sido membro desta Irmandade. Ademais, os Fratres Lucis originais, ou "Irmandade da Luz" foram fundados na Alemanha pelo barão Ecker Von Eckhoffen, um ex-membro da Rosa+Cruz Dourada e também fundador da Irmandade Asiática. Todas essas fraternidades alemãs estavam profundamente introduzidas na prática da alquimia. Minhas investigações históricas destes temas provaram que vários membros pertencentes à Irmandade Asiática ou aos Fratres Lucis foram membros de uma loja maçônica alemã chamada L'Aurore Naissante ("A Aurora Nascente") fundada em Frankfurt-on-Main em 1807. Westcott escreveu que esta loja era uma "mui antiga Loja Rosacruz de Frankfurt-on-Main, onde Lord Bulwer Lytton foi aceito no Adeptado". É verdade que Bulwer Lytton foi a Alemanha por uma longa visita durante os anos 18411843 (sua novela "Zanoni" foi inicialmente publicada em 1842), assim que pôde ter sido iniciado na loja da Aurora Nascente, que já existia nesse momento. Porém antes deste evento, Lytton também esteve na Itália, em Nápoles, durante os anos 1833-1834, onde recebeu algumas instruções de ocultismo provavelmente do príncipe San Severo, que era membro da Rosa+Cruz Dourada. Tanto Bulwer Lytton como Kenneth MacKenzie conheciam bastante bem o mago francês Eliphas Lévi que era um alquimista prático. Justo antes de sua segunda visita a Inglaterra em 1861, Eliphas Lévi realizou alguns experimentos alquímicos com um de seus discípulos, Dr. Fernand Rozier (1839-1922), que logo se tornou amigo do famoso Papus. Ademais, um dos amigos próximos de Eliphas Lévi era Louis Lucas, um alquimista importante e autor de uma novela intitulada Roman Alchimique. Eliphas Lévi afirmava conhecer o segredo da transmutação. "Eu possuo", afirma em uma carta, "alguns manuscritos muito curiosos sobre a arte hermética, e tenho um conhecimento profundo dos mistérios dessa ciência. Eu tenho visto a produção do fogo secreto, e visto como os espermas metálicos são formados, o branco que se assemelha ao mercúrio, e o roxo que é um azeite viscoso semelhante ao sulfúrico derretido. Eu sei o que pode fazer-se com o ouro, porém creiam-me quando digo que nunca o farei". Entre os curiosos manuscritos sobre a arte hermética a que Lévi se referia, o mais importante parece haver sido o Aesch Mezareph publicado em 1861 como um apêndice a seu livro "A Chave dos Grandes Mistérios" ("The Key of Great Mysteries" que foi logo traduzido por A. E. Waite). O Dr. Westcott também publicou o Aesch Mezareph de
acordo com uma antiga tradução inglesa (1714) da versão latina de Rosenroth. Assim não é impossível que Eliphas Lévi conhecesse o Aesch Mezareph dos Adeptos Ingleses, porém escreveu que descobriu este texto oculto em uma igreja. Deve sublinhar-se também que Eliphas Lévi visitou Londres novamente em 1861, justo depois de sua iniciação na Franco Maçonaria, em companhia de seu pupilo e protetor, o Conde Alexander Braszynsky, um alquimista praticante que teria um castelo de Beauregard em Villeneuve-Saint-Georges, o lugar de Mme de Balzac. O Conde Braszynsky era, como Lévi, amigo de Lord Bulwer Lytton, e os dois homens foram a seu castelo, Knebworth, em Hertfordshire. Foi também o mesmo ano (1861) em que Kenneth MacKenzie visitou a Eliphas Lévi em Paris. Alexander Ayton, o alquimista da Golden Dawn, disse a W. B. Yeats que tinha um elixir da vida que mostrou a "um alquimista francês", provavelmente o mesmo Eliphas Lévi quando visitou a Inglaterra em 1861. Agora, a relação entre todos esses homens se aclara sabendo que pertenciam ao Colégio Interno da Rosa+Cruz, que sempre esteve dedicado ao estudo e prática da alquimia, a ciência mais oculta. De fato, de acordo com a tradição da F.A.R+C (Frères Ainés de la Rose+Croix, ou Antiga Irmandade da Rosacruz), uma muito secreta Ordem ainda existente na França, Lord Bulwer Lytton foi eleito em 1849 como 51° Imperator de sua Ordem, até 1865; o 52° foi Alphonse Louis Constant (Eliphas Lévi) desde 1865 até 1874; o 53° Imperator foi William Wynn Westcott (1874-1892), o 54° Imperator foi Samuel Liddell MacGregor Mathers (1892-1898), a seguir Rudolf Steiner (1898-1900). Um documento interno sobre a historia da Ordem, Legenda of F.A.R+C, poderia explicar a relação entre os Adeptos Ingleses e Franceses. De fato, a fraternidade foi criada em 1316 a partir da perseguição dos Cavaleiros Templários por Felipe, o Formoso, rei da França. Vários cavaleiros Templários escaparam para a Inglaterra, depois para a Escócia. Um deles, o barão Guido de Montanor, que havia sido iniciado no Oriente Médio nos mistérios da Alquimia, instruiu a Gaston de la Pierre Phoebus nesta Arte. Ambos decidiram fundar uma nova Ordem, a Irmandade Antiga da Rosacruz, e regressar a França com outros 25 cavaleiros Templários, sob a proteção secreta do Papa João XXII, que nesse momento estava residindo no sul da França, em Avignon. Assim, se Westcott e Mathers foram realmente eleitos Imperatores de F.A.R+C, podemos compreender melhor porque MacGregor Mathers considerava que seus "Mestres Secretos" estavam vivendo em Paris; se deve ressaltar que o misterioso alquimista francês Fulcanelli estava vivendo ali durante esse tempo e teve vários conhecidos entre os ocultistas franceses próximos a Papus (Dr. Gerard Encausse) que também foi iniciado no Templo Ahathöor no sábado de 23 de Março de 1895. De qualquer maneira, Mathers não pôde esquecer que era de linhagem escocesa e que o clã MacGregor se originou no Condado Argylle, justo próximo da ilha de Mull de onde os Cavaleiros Templários Franceses se refugiaram. De acordo com as afirmações de Mathers, um de seus mestres era um Adepto Escocês vivendo em Paris, Frater Ex Lux Septentriones.
A SOBREVIVÊNCIA DA TRADIÇÃO ALQUÍMICA DA GOLDEN DAWN Logo depois do cisma de 1903, parece que uma grande parte da tradição alquímica da Golden Dawn sobreviveu tanto na Stella Matutina como em Alpha Omega.
ALQUIMIA DA STELLA MATUTINA Os contatos do Dr. Felkin com o ocultista alemão Rudolf Steiner, que estava conectado
com um antigo ramo da Rosa+Cruz Alemã (os Illuminatis) e Imperator de F.A.R+C, foram muito frutíferos. Parece que Steiner ensinou a Felkin várias práticas alquímicas espirituais (por exemplo, o desenvolvimento do Ritual do Pilar do Meio e a introdução ao Ritual da Rosa Cruz, que eram práticas da Stella Matutina). O famoso documento Z.2 sobre Alquimia foi, por certo, escrito por Felkin, e não por Mathers. De resto, deve remarcar-se que os Rituais da R.R. e A.C. não foram criados inteiramente por MacGregor Mathers, mas que foi inspirado pela Rosa+Cruz Alemã, o que estou bastante seguro que recebeu por transmissão regular. De fato, tenho a prova: os donos dos cetros da Golden Dawn foram inspirados pelo Cetro de Moisés descrito em um muito antigo e secreto documento alemão da Rosa Cruz Dourada (1514), uma cópia do qual está em meu poder e que o recebi do colégio Interno desta Ordem. É bastante interessante notar que este documento contém fortes influências cabalísticas judias polacas, e especialmente aqueles provenientes da escola de Shabbathai Zévi, que proclamou a si mesmo de o Messias esperado por todos os judeus em 1666. Este fato (1666) é muito interessante, porque está de acordo com o ciclo solar de 111 anos. De fato, a Rosa+Cruz Alemão estava relacionada com este ciclo de 111 anos; por exemplo, foi em 1777 que esta Ordem foi reformada com uma nova escala de graus, que também foi adotada afinal pela S.R.I.A. e a Golden Dawn sendo fundada 111 anos depois (em 1888). Agora, o documento da Rosa+Cruz Dourada a que me referi antes contém também vários rituais que encontramos novamente na Golden Dawn (por exemplo varias versões em latim e em hebreu do Ritual da Cruz Cabalística e o Ritual do Pilar do Meio). Assim, este documento constitui a prova de que os rituais mágicos da Golden Dawn são de fato os desdobramentos daqueles da Rosa Cruz Dourada Alemã; porém como esses rituais ainda são muito secretos, é também a prova de que a Golden Dawn recebeu uma transmissão Rosacruz alemã genuína. Voltando agora à tradição alquímica da Stella Matutina, parece estar bem preservada na Nova Zelândia, onde Felkin foi viver. Pat Zalewski, chefe do Templo Thoth-Hermes em Wellington, me escreveu e me deu informações muito interessantes sobre seu trabalho alquímico; ressaltou em seu escrito que considerava necessária a prática da alquimia na R.R. e A.C.. Não obstante, escreveu que a real prática da alquimia era revelada somente a avançados membros da Ordem Interna. Também foi o caso na Ordem Rosacruz da Alpha Omega de onde a prática da alquimia era revelada somente aos Adepti Exempti.
ALQUIMIA DA ALPHA OMEGA Na Inglaterra, a tradição alquímica da Golden Dawn estava bem preservada na Ordem Rosacruz de Alpha Omega, especialmente através da ação do Frater Animo Et Fide (Edward Langford Garstin), Cancellarius do Templo AO de Londres. Garstin recebeu de Moina Mathers vários tratados alquímicos valiosos que seu marido valorizava muito, especialmente o Mysterium Magnum de Jacob Boehme e a Aurea Catena Homeri (1722) de Kirchweger. MacGregor Mathers também valorizava muito o Splendor Solis de Salomon Trismosin porque este tratado incluía 22 placas coloridas que Mathers correlacionava com os 22 Caminhos da Árvore da Vida. Porém havia outro tratado alquímico deste tipo que Garstin conhecia muito bem: Le Livre des 22 Feuillets Hermétiques (O Livro das 22 Lâminas Herméticas) de Kerdanek de Pornic que descreve 22 arcanos herméticos, um número recordando os 22 arcanos maiores do Tarot. É possível que tenha sido MacGregor Mathers quem descobriu este bastante estranho livreto francês na França que Garstin recebeu de Moina. Este pequeno livro, que está em minha posse, é muito valioso porque é uma muito clara
descrição dos 22 passos da Grande Obra incluindo vários desenhos de laboratório. Estranhamente, a via alquímica descrita no Livro das 22 Lâminas Herméticas é uma Via Antimonial muito similar a de Bacstrom. Langford Garstin escreveu dois ensaios não publicados sobre alquimia: Alquimia e Astrologia e Um Glossário de Termos Alquímicos . Também publicou outros dois livros: Teúrgia (1930) e Fogo Secreto (1932) . Como inglês, Garstin estava naturalmente mais interessado nos trabalhos de alquimistas anteriores da Grã Bretanha, como Vaughan, Philalethes, Norton, Ripley, John Dee e Kelley. De fato, Garstin não estava realmente relacionado com a alquimia operativa, mas praticava "alquimia espiritual" (creio que grande parte desta alquimia espiritual foi dada ao B.O.T.A. mediante os templos americanos de Alpha Omega). Edward Garstin foi também secretário da Quest Society, à qual também pertenceu Gerard Heym, um de seus melhores amigos. Gerard Heym era um alquimista francês que as vezes residia em Londres. Era amigo próximo de S. L. MacGregor Mathers e Moïna Bergson-Mathers. Contudo, nunca foi iniciado no Templo Ahathöor porque seu nome não aparece no antigo Livro de Minutas de nosso Templo, porém Gerard Heym foi um membro fundador da Sociedade para o Estudo da Alquimia e da Química Prematura e de sua famosa publicação, Ambix. Também foi membro da sociedade literária francesa denominada Les Amants de la Licorne (Os Amantes do Unicórnio) que estava profundamente trabalhando com o estudo do simbolismo alquímico. Esta sociedade foi fundada por Claude d'Ygé que publicou uma Anthologie de la Poésie Hermétique. Esta sociedade literária francesa ainda sobrevive, hoje em Paris, sob o nome de L'Orbe de la Licorne, da qual sou membro. Em sua introdução à tradução francesa da novela de Gustav Meyrinck, Le Dominicain Blanc, Gerard Heym mostra seu conhecimento da teoria da Alquimia Taoísta. É possível que pertencesse à F.A.R+C., porque sua Irmandade Rosacruz francesa era a única na Europa relacionada com a sobrevivência da Alquimia Chinesa e da prática do Caminho do "Dragão Vermelho".
Tanto Gerard Heym como Langford Garstin eram amigos de Archibald Cockren, que foi o maior alquimista britânico deste século. Cockren foi um genuíno adepto que viveu em Londres nos anos 30 e parece ter sido um
membro da Alpha Omega. Escreveu Alquimia Redescoberta e Restaurada (1940) . Ithell Colqhoun escreveu que quando Garstin visitou seu assombroso laboratório, Cockren lhe mostrou "o Ovo dos Filósofos, um frasco de vidro que continha camada sobre camada nas cores tradicionais de negro, cinza, branco e amarelo. Encima havia florescido um protetor de forma similar a uma flor, um protetor disposto como pétalas ao redor de um centro, todo de um laranja-escarlate. Mantendo sua matéria base durante um longo tempo sob um constante calor suave, Cockren havia logrado que crescesse; teria ramos como uma árvore." É notável que a descrição de Garstin desta flor filosofal é bastante similar a da Flor Vermelha descrita no Livro das 22 Lâminas Herméticas; de fato, Cockren seguiu a via do "Chumbo dos Sábios". Seguiu instruções que também encontrou nos escritos de Sir George Ripley provavelmente no Bosom Book - que oferece um método de preparação da pedra dos filósofos. De acordo com Garstin, Cockren sempre usou um "Pentagrama aberto" durante seus experimentos alquímicos, o que é a prova de que seguiu as instruções dadas nos Rituais Alquímicos Z.2 da Golden Dawn. Archibald Cockren preparou azeites extraídos de metais, e especialmente azeite de ouro, o mais poderoso para curar enfermidades. Curou a Sra. Maiya Tranchell-Hayes (Soror Ex Fide Fortis, Imperatrix de um Templo Alpha Omega) de uma desestabilização nervosa ministrando-lhe três gotas de azeite de prata. Cockren também salvou a vida de Gerard Heym no começo da Segunda Guerra Mundial, aplicando-lhe um bálsamo quando este foi ferido no Serviço de Incêndios. Durante o ano 1965, Gerard Heym disse a Sra. Colqhoun que um de seus amigos, de 95 anos de idade, havia bebido ouro potável dado por Cockren obtendo grande beneficio; seu efeito foi prolongar sua vida e sua juventude. De acordo com a Sra. Colqhoun, Archibald Cockren foi morto durante a Segunda Guerra Mundial quando uma bomba destruiu seu laboratório; porém de acordo com C. R. Cammell, Cockren sobreviveu ao 'impacto' da guerra em seu laboratório que estava protegido. Cammell disse que "quando seu laboratório foi arruinado por uma explosão próxima de uma bomba, as retortas, contendo os elixires, em todos os estados de transmutação, não foram danificadas - o que parecia ser um milagre, e de fato o era". De acordo com Cammell, Cockren se mudou para Brighton "onde, no umbral de um triunfo final (descobrir a Pedra Filosofal), morreu fazem alguns anos - por volta de 1950". Cammell afirma que "Cockren lhe deu em vários momentos dois pequenos frascos de um elixir de ouro, sendo a dose umas poucas gotas tomadas com vinho". Cammell disse: "O beneficio para mim foi incrível. No período mais terrivel do ataque aéreo alemão em 1940, quando estava constantemente ocupado no trabalho de Precaução de Ataque Aéreo, este elixir me exaltou tanto que, quando o tomava, experimentava pouca fatiga ou depressão nervosa, necessitava pouco sono ou comida, e sentia e me via saudável e vigoroso". Esta descrição sobre os efeitos da tintura de ouro é bastante exata, como posso testificar por minha própria experiência após tomar umas gotas de ouro potável dadas a mim pelo irmão que me iniciou na F.A.R+C. Porém a parte principal da tradição alquímica de Alpha Omega está preservada nos arquivos de nosso Templo Ahathöor que contém papéis muito valiosos e únicos, especialmente o famoso Antigua Obra Alquimica de Abraham Eleazar, cujo verdadeiro nome é Sepher Ha-Iorah (em hebraico), publicado em alemão em 1735 e traduzido para o inglês pelo Frater In Cornu Salutem Spero (William Sutherland Hunter) e em francês pela Soror Semper Ascendere (Mme Voronof), Praemonstratrix do Templo Ahathöor em 1925. O processo alquímico descrito no Sepher Ha-Iorah é similar ao descrito no
Segundo Livro do Thesaurus Thesaurorum, um Testamento Fraternitate Rosae et Aureae Crucis, e também no Sigillum Secretorum ou Magnalia Dei Optimi Maximi traduzido do Latim para o inglês por Frater Deo Duce Comite Ferro (S. L. MacGregor Mathers), e que também está guardado em nossos arquivos. Teve a boa sorte de descobrir outra muito estranha: a bela cópia francesa do Sepher HaIorah copiada e ilustrada em cores pela mão mestra de Eliphas Levi mesmo. De acordo com uma nota de Eliphas Levi, sua cópia do livro foi feito do original (suposto original de Abraham, o Judeu que descobriu Nicolas Flamel!). Eliphas Levi escreveu que o livro original pertenceu no passado ao famoso alquimista francês Duchanteau (um membro da Rosa+Cruz Dourada). O original parece ter sido escrito em hebraico; de qualquer modo a cópia de Eliphas Levi está plena de palavras hebraicas... Eliphas Levi ofereceu e dedicou esta cópia a seu protetor, o Conde de Mniszech, que também era um alquimista e amigo de Lord Bulwer Lytton. Atualmente esta maravilhosa cópia de Eliphas Levi pertence a um colecionador privado que também é membro de uma muito secreta Sociedade Hermética de Paris. Entre os outros papéis valiosos preservados nos arquivos do Templo Ahathöor, devo também citar: - "A Idade Dourada Revivida de Mathadanus" (Conde Adrian Mynsicht - 1621) um manuscrito traduzido e escrito pela mão de Frater DDCF. Mathers adicionou ao final de sua tradução a seguinte nota significativa: "Este trabalho tardio está reproduzido em parte do Livro manuscrito dado pelos Chefes Secretos do Círculo Interno dos Rosacruzes ao Magus Supremo da Ordem da Rosa e da Cruz Dourada Externa, e de novo em bom cuidado. Os Rosacruzes dos mais altos graus Externos sabem a que livro me refiro e é somente por seu beneficio que faço esta alusão" .
- "Le Tresor des Tresors ou comment on peut ramener les corps a leur matiere premiere dans le but d'obtenir leur generation ou leur multiplication". Este manuscrito havia sido acreditado a Francois Borri, um alquimista italiano que foi o mestre da Rainha Cristina da Suécia. Este manuscrito foi traduzido e transcrito pela Soror Semper Ascendere em 20 de julho de 1926. De acordo com uma nota escrita pela Rainha Cristina no final do manuscrito, ela teve êxito na Grande Obra. A via praticada é similar a de Synesius. UMA ANÁLISE DO MANUSCRITO Z.2 SOBRE ALQUIMIA
AGORA, tratarei de analisar este documento Z.2 bastante notável porque é um dos poucos escritos de Alquimia que explicam a partir de um ponto de vista prático a relação entre a Magia, Alquimia e Astrologia. O processo alquímico operativo explicado neste manuscrito Z.2 é bastante teórico. De fato, na alquimia prática real a eleição da Matéria Prima frequentemente determina o tipo de via a ser seguida: seca ou úmida. Por exemplo, os metais muito duros como o ferro não podem ser tratados do mesmo modo que os muito brandos, tais como o mercúrio: é só uma questão concernente ao ponto de fusão dos metais. Assim, as operações técnicas da via seca possuem alguma analogia com a metalurgia; aquelas da via úmida usam frascos de vidro como na química. Ademais, há vários processos diferentes na via seca e na via úmida, não só de acordo com o tipo de Matéria Prima eleita, mas também quando se usa uma matéria específica. Por exemplo, na "Via Antimonial" (que é uma via seca) existe um monte de
processos variados. Inclusive a mais complicada é a "Via Magnésia", geralmente uma via úmida, porém com a qual é possível trabalhar também de acordo com o processo da via seca! É interessante saber que o processo alquímico descrito no famoso documento Z.2 pertence essencialmente à via úmida. Esta via é mais larga que a seca, porém mais fácil e mais segura de praticar: a via seca é muito curta, porém bastante perigosa. A via úmida usa destilações e sublimações em uma cucúrbita de substâncias líquidas a baixas temperaturas; a via seca usa crisóis, substâncias secas e altas temperaturas. Contudo, o documento Z.2 começa com a via úmida, e termina com a via seca. É notável que o processo de Bacstrom é precisamente o oposto: começa com a via seca (com o crisol) e termina com uma cocção fechando com a via úmida (em um frasco de vidro). De fato, há as vezes uma ponte entre as duas vias, que é uma das principais dificuldades para quem quer estudar alquimia. O exame dos diferentes passos alquímicos descritos no Z.2 mostra certos erros, especialmente referentes ao "Regime dos Planetas", o que não é correto; de fato, a ordem descrita no manuscrito é a seguinte: Saturno - Lua - Sol - Marte - Mercúrio - Júpiter - Vênus. A sucessão planetária tradicional descrita em todos os tratados alquímicos é: Mercúrio - Saturno - Júpiter - Lua - Vênus - Marte - Sol . De fato, esta é a ordem da sucessão de cores durante a cocção, que é sempre o ponto final da Grande Obra. Os Antigos descreviam as cores cambiantes da Matéria de acordo com as antigas atribuições astrológicas de cores dos planetas. Assim, Mercúrio é simbolizado por várias cores; Saturno, negro; Júpiter, cinza; Lua, branco; Vênus, verde; Marte, vermelho; e o Sol, dourado. Porém não devemos esquecer que a escala planetária de cores da Golden Dawn, a "Escala do Arco Íris", é diferente; assim, se tomamos a ordem planetária descrita no documento Z.2, obteremos a seguinte sucessão de cores: índigo - azul - laranja - vermelho - amarelo - violeta - verde. Esta não é em absoluto a sucessão usual de cores da grande cocção. Outra discrepância do documento Z.2 com outras obras alquímicas operativas secretas se refere a exposição da matéria com a luz do sol e da lua, as sequências não são corretas. Portanto, o mero fato de que este processo é dado prova que o autor do documento Z.2 estava realmente bem instruído nos mistérios da alquimia, porque esta indicação nunca foi revelada em textos publicados (ainda que estivesse frequentemente mostrada em vários gravuras). De fato, a ação da luz sobre a matéria, e sobretudo, como e quando deve ser aplicada, é um dos segredos principais que os Filósofos revelam somente a seus alunos depois da devida iniciação e sob juramento. Fulcanelli deu uma muito boa definição da alquimia como "a arte da transmutação da matéria pelo poder da luz". Finalmente, podemos observar que neste processo descrito no documento Z.2, o alquimista finalmente obtém um pó e um azeite; porém na Grande Obra, azeite e pó estão sempre unidos mediante um longo processo até que se obtenha um pó vermelho ou tintura ("o Leão Vermelho"). Assim, concluímos que o processo descrito no Z.2 não se refere a criação da Pedra dos
Filósofos, senão que é mais um "processo particular", por exemplo tal como a extração do sal e do azeite (ou "enxofre") de um metal ou planta. Uma das características mais interessantes do Z.2 sobre alquimia é que os rituais mágicos estão relacionados com o processo alquímico. alquímico. De fato, este tipo de informação está está sempre faltante nos nos textos alquímicos clássicos. Portanto, uma das únicas instruções mágicas concernentes a alquimia que pude encontrar (exceto o manuscrito Z.2) está em um texto muito secreto comunicado a mim pelo Colégio Interno da Fraternidade da Rosa+Cruz, intitulado: "Testamenti Fraternitatis Rosae et Aureae Crucis - Liber II: De Magia Divina et Naturali, cum ChymicoChymico- Magicae Secretorum". Secretorum". O processo descrito neste documento é uma prática alquímica interna i nterna usando "Ouro Potável" relacionado com a evocação das sete Inteligências Planetárias e do Anjo Guardião do Artista. Deve ressaltar-se que todas essas práticas mágicas, ou melhor dito teúrgicas, foram sempre possíveis logo na conquista da Pedra dos Filósofos, que era usada como um tipo de "imã astral" para atrair entidades espirituais. Os Adeptos que me deram essas instruções secretas enfatizaram o fato de que ninguém podia realmente realmente praticar Magia segura segura sem haver obtido antes antes a Pedra dos Filósofos e haver sido regenerado por seus poderes. De fato, um Adepto Inglês me disse que de acordo com seus próprios experimentos, a Pedra dos Filósofos podia despertar em grande medida as faculdades de pré-cognição, as que podiam ser muito úteis para comunicar-se com seres espirituais durante uma evocação mágica. Deve saber-se que a ingestão da Pedra dos Filósofos ou do Ouro Potável pode ser perigosa para pessoas não preparadas, preparadas, porque porque essas substâncias substâncias despertam despertam o que os antigos Adeptos Rosacruzes chamaram chamaram de "os fogos sutis do corpo" (a ( a kundalini), e causam um grande aumento do poder sexual que é muito difícil de controlar. Se o aluno não está corretamente preparado, o elixir poderia causar todo tipo t ipo de moléstias em sua vida privada: poderia ser escravizado por suas paixões e incapaz de controlar e manejar esta nova energia. Se não sabe como sublimar o poder do "fogo secreto" de sua kundalini, esta energia será gasta em atividades ou pensamentos puramente puramente sexuais. Em outros casos, este "fogo" poderia subir até o cérebro e causar varias alucinações. Se a mente do aluno não está suficientemente purificada, poderia poderia ver monstros como Glyndon em Zanoni, Zanoni, a famosa novela novela de Bulwer Lytton. Geralmente, o elixir causa uma grande eliminação "kármica", especialmente especialmente referente a a vida amorosa do aluno. Esta é a razão pela qual os Adeptos nunca dão o Elixir, ou Ouro Potável, a alunos não preparados e a pessoas jovens, mas somente somente a alunos experimentados, experimentados, de ao menos 40 anos de idade e só depois de 7 anos de treinamento. Este treinamento se refere em certo modo a algumas práticas "tantricas" (distante da assim chamada "magia sexual" de Aleister Crowley!). De fato, o Colégio Interno da Rosa+Cruz Dourada conhecia este tipo de práticas, porém sempre foram mantidas em secreto e estrito porque os Adeptos temiam que pudessem ser mal usadas. Outra parte deste treinamento mágico é um tipo de "yoga" que implica meditação na luz do sol e da lua com espelhos mágicos. Por pressuposto, MacGregor Mathers sabia algo sobre estas práticas secretas secretas (as que só são são desveladas desveladas no grau de Exempti) porque recebeu recebeu o corpus
operativo da Rosa +Cruz Dourada e especialmente os comentários secretos sobre as Clavículas Mágicas Salomônicas e Mosaicas.
A Luz Da Tradição Rosacruz
Um dos mais importantes papéis da Antiga e Mística Ordem Rosae Crucis (AMORC) dentro do moderno Rosacrucianismo - período que se estende do início da Era Industrial até os dias de hoje - tem sido o de preservar a autêntica Tradição Rosacruz, Rosacruz, através da constituição de um acervo histórico que compreende documentos iniciáticos e livros raros. Esse trabalho, persistente e minucioso, vem sendo feito com extrema seriedade, por homens e mulheres abnegados. abnegados. Sozinhos ou ou em equipes, equipes, eles vem coletando, coletando, desde a época do Dr. Spencer Lewis, cartas, manifestos, declarações, declarações, artigos, ensaios, discursos, exposições, livros, mapas, desenhos, diagramas, pinturas, esculturas e toda uma extensa gama de documentos, objetos e peças de artes plásticas que compõem a História Rosacruz. A importância da formação deste acervo místico-histórico não é apenas documental e cultural. Transcende em muito esses parâmetros e se constitui na Luz da Tradição Rosacruz, um conceito de iluminismo que só pode ser perfeitamente compreendido pelos iniciados nos nos Graus Superiores Superiores da Ordem. Em linhas linhas gerais e para para uma compreensão mais fácil por parte dos interessados que visitam as páginas disponíveis na Internet à procura de esclarecimentos, pode-se dizer que o conjunto desses tratados, documentos, símbolos e peças de arte Rosacruz constitui no plano físico a tessitura material de um todo imaterial, um Símbolo Maior, que de tempos em tempos se manifesta, ciclicamente, gerando os eventos que resultam r esultam nessas produções. Nos dias de hoje, quando o homem acaba de passar de um milênio para outro outro dentro da Era Cristã, vergado ao peso da imensa carga de culpa que a Igreja lhe impôs, lado-a-
lado com um tremendo desejo de libertação l ibertação das amarras da ignorância, do medo da morte e da superstição, sobressai ainda mais a importância do acervo Rosacruz preservado pela pela AMORC. Cultura, arte, arte, história e misticismo se misturam misturam no cadinho cadinho de Chronos, formando a Pedra Filosofal tão t ão buscada pelos Alquimistas. Muito embora o Movimento Rosacruz, em seu cerne, seja tipicamente cristão-ocidental, vê-se a todo momento provas de sua transcendência, tanto assim que organizações que nada têm a ver com a Cristandade avocam o nome Rosacruz para ser seu rótulo, ou por afinidade de posições ou por enquadramento dentro de certas Leis comuns a todas as instituições que pretendem levar algum tipo de Luz aos mais sombrios recônditos da criatura humana. Se a AMORC fosse apenas uma instituição instit uição educativa, assim mesmo estaria exercendo um grande papel dentro da obra de formação do ser humano superior, pela notável abrangência dos ensinamentos que disponibiliza em seus estudos. Aquele que tiver estudado com seriedade, ao longo dos anos, todo o material que a AMORC fornece aos seus membros de Sanctum, na forma de monografias, discursos, fori e uma infinidade de livretos, certamente há de chegar, ao final de pouco mais de duas décadas, a um ponto que dificilmente dificilmente alguém atingiria com com apenas um curso curso universitário e suas suas extensões de mestrado e doutorado. Esse trabalho cultural e educativo, ao par da d a iniciação mística autêntica, tem contribuído para que um um grande número de de pessoas se se tornasse capaz capaz de compreender compreender melhor os mistérios do Universo, que são são os mistérios de sua própria existência, existência, colocando esse esse conhecimento conhecimento a serviço da humanidade, para que possa haver melhor qualidade de vida para todos. A persistência nos estudos, que abre caminho para a Iluminação, só é possível quando o estudante acredita com sinceridade que está na trilha certa. Essa certeza vem não apenas da fé cega nos ensinamentos de uma organização, organização, o que a caracterizaria como religião o que não é o caso das Ordens e Fraternidades do Rosacrucianismo -, mas também das provas documentais documentais e demais evidências evidências da autenticidade. autenticidade. É justamente justamente aí que entra entra a suma importância do acervo preservado e continuamente enriquecido pela AMORC. Na sua carta anual anual aos membros membros da AMORC, datada datada de fevereiro de de 2001, o Imperator Imperator Christian Bernard informa que mais documentos foram incorporados ao acervo da Ordem. Entre eles, documentos relativos ao início da AMORC na Suiça, sob a liderança de Edouard Bertholet (1883-1965), cujo mandato foi conferido pelo Dr. D r. Spencer Lewis. E também uma importante coleção de correspondências de Stanislas de Guaita (18611897), que com Joséphin Péladan, foi criador da Ordem Cabalística da Rosacruz, em 1887. Esse vasto acervo vem permitindo que a AMORC funcione como uma espécie de farol no emaranhado de ordens e fraternidades que se multiplicam mult iplicam dia-a-dia, apontando aos estudantes sinceros a direção certa em meio à neblina. Esse trabalho vem sendo realizado em âmbito mundial, contribuindo para a elevação do nível de consciência a um plano tal que permita uma mais clara compreensão das respostas à antiga tríplice pergunta: "Quem sou? De onde vim? Para onde estou indo?".
AS HIERARQUIAS CRIADORAS - FRATERNIDADE ROSACRUZ
Além das cinco Hierarquias Criadoras que voluntariamente nos ajudaram em nossa evolução, há outras sete que, pertencentes à nossa evolução, cooperaram com Deus na formação do Universo. No primeiro capítulo do Gênese essas Hierarquias são chamadas "Elohim". Esse nome significa uma hoste de Seres duplos ou bissexuais. A primeira parte do nome é Eloh, um nome feminino, em que a letra "h" indica o gênero. Se houvesse intenção de indicar um ser feminino ter-se-ia empregado a palavra Eloh. O feminino do plural é formado com o sufixo "oth". Portanto, se houvesse intenção de indicar certo número de Deuses do gênero feminino, a palavra correta teria sido "Elooth". Todavia, em vez de qualquer destas duas formas, encontramos o plural masculino terminado em "im", acrescentado ao nome feminino "Eloh", o que indica uma hoste de Seres bissexuais, masculino-femininos, expressões da energia criadora dual, positiva-negativa. Na última parte do capítulo alude-se novamente à pluralidade de Criadores, quando se atribuem as seguintes palavras aos Elohim: "Façamos o homem à nossa imagem", depois do que é inconsistentemente acrescentado: "Ele os fez macho e fêmea". Os tradutores traduziram a embaraçante palavra "Elohim" (como vimos não só uma palavra plural mas também um nome masculino-feminino) fazendo-a equivaler à palavra no singular, neutra, "Deus". Podiam ter traduzido de outra forma, mesmo que soubessem? Era-lhes proibido perturbar as idéias já existentes e o Rei Jaime não desejava a verdade a todo preço, mas a paz por qualquer preço. Seu único desejo era evitar toda controvérsia que lhe pudesse criar perturbações no reino. O plural "eles" também é usado quando se menciona a criação do homem, indicando claramente que a referência diz respeito à criação de ADM, a espécie humana, e não à de Adão o indivíduo. Como já assinalamos, seis Hierarquias Criadoras (além dos Senhores da Chama, dos Querubins, dos Serafins e das duas Hierarquias sem nome que passaram à libertação)
estavam em atividade ajudando os espíritos virginais. Estes, em si mesmos, formam uma sétima Hierarquia. Os Querubins e os Serafins nada têm a ver com a criação da Forma; por isso, não são mencionados no capítulo que estamos considerando, que trata especialmente do aspecto Forma da Criação. São mencionadas somente as sete Hierarquias Criadoras que, em efetivo trabalho, levaram o homem até onde pudesse adquirir uma forma física densa para, por seu intermédio, poder trabalhar o espírito interno. Após descrever cada parte do trabalho da Criação, disse-se: "e Elohim viu que era bom". Isto se diz sete vezes, a última vez no sexto dia, quando foi criada a forma humana. Depois, indica-se que, "no sétimo dia, Elohim descansou". Isto concorda perfeitamente com os ensinamentos ocultos sobre a parte de cada Hierarquia no trabalho da evolução até o Período atual. Também se diz que, na época atual, os Deuses e as Hierarquias Criadoras retiraram-se da participação ativa no trabalho de salvação do homem para que ele a faça por si, sob a necessária orientação dos "Irmãos Maiores", atualmente os mediadores entre o homem e os Deuses.
O PERÍODO DE SATURNO Como vimos, o princípio de nosso sistema e o trabalho das Hierarquias Criadoras descrito pela ciência oculta harmoniza-se com os ensinamentos da Bíblia. Examinando, doravante, os ensinamentos da Bíblia relativos aos diferentes "Dias da Criação", veremos sua concordância com os ensinamentos ocultos relativos aos Períodos de Saturno, Solar e Lunar, às três e meia revoluções do Período Terrestre e às épocas Polar, Hiperbórea, Lemúrica e Atlante, anteriores à presente época Ária. Não é possível dar uma descrição detalhada em poucas linhas, todavia, os pontos principais estão ali em ordem sucessiva muito semelhante a uma fórmula algébrica da criação. O segundo versículo do Gênese diz: A Terra era agreste e desabitada, e a obscuridade pairava sobre a face do abismo e os Espíritos dos Elohim flutuavam sobre o abismo". Ao princípio da manifestação, o que atualmente é Terra estava no Período de Saturno, exatamente na condição descrita, como se pode ver na descrição feita sobre o Período. Não era "vazia e informe", como diz a versão do Rei Jaime. Era quente, portanto, bem definida e separada do frio abismo do espaço. É certo que era obscura e ao mesmo tempo quente, porque o calor "obscuro" precede necessariamente o calor brilhante visível. Sobre esse globo obscuro do Período de Saturno pairavam as Hierarquias Criadora. Agiram sobre o globo de fora e moldaram-no. A Bíblia referindo-se a Elas, chama-lhes "Espíritos dos Elohim".
O PERÍODO SOLAR O Período Solar está bem descrito também no terceiro versículo, que diz: "E os Elohim disseram: - Faça-se a luz, e a luz foi feita". Esta passagem tem-se prestado a muitos gracejos, os mais ridículos e absurdos. Tem-se feito a seguinte pergunta: Como pôde haver luz na Terra se o Sol não foi criado senão no quarto dia? O narrador da Bíblia não fala somente da Terra, mas da massa ígnea central, da qual se formaram os planetas do nosso sistema, inclusive a Terra. Quando a nebulosa alcançou o estado de fogo brilhante e luminoso, no Período Solar não havia a menor necessidade de iluminação externa: a Luz estava dentro. No quarto versículo se lê: "Os Elohim separaram a luz das trevas",
isto porque o espaço exterior era obscuro, distinguindo-se da brilhantíssima nebulosa que existiu no Período Solar.
O PERÍODO LUNAR O Período Lunar é descrito no sexto versículo, como segue: "e os Elohim disseram: haja uma expansão (traduzido como "Firmamento" em outras versões) nas águas, para que a água se separe da água". Isto descreve exatamente as condições do Período Lunar, quando o calor da massa ígnea brilhante e o frio do espaço exterior formaram uma coberta de água em torno do centro ígneo. O contato do fogo com a água gerou o vapor, que é água em expansão, conforme descreve o versículo. Era diferente da água relativamente fria que constantemente gravitava para o centro ígneo, ardente, para substituir o vapor que surgia. Desta sorte, havia uma circulação constante da água em suspensão e também uma expansão, porque o vapor, arremessado do centro ígneo formava uma atmosfera de neblina ardente que se condensava ao pôr-se em contato com o espaço externo, volvendo novamente ao centro para tornar a esquentar-se e realizar outro ciclo. Assim, havia duas classes de água e uma divisão entre elas, como se descreve na Bíblia. A água mais densa estava mais próxima do centro incandescente; a água em expansão ou vapor, estava fora. Isto também concorda com a teoria científica dos tempos modernos: primeiramente calor obscuro; depois nebulosa brilhantíssima; por último umidade externa e calor interno, e finalmente solidificação.
O PERÍODO TERRESTRE O Período Terrestre é descrito a seguir. Antes de fazer essa descrição tratemos das recapitulações. Os versículos citados, assim como as descrições feitas, também correspondem aos Períodos que recapitulam. O que se diz do Período de Saturno descreve também as condições do Sistema quando emerge de qualquer dos Períodos de Repouso. As descrições dos Períodos de Saturno, Solar e Lunar corresponderiam, portanto, às três primeiras Revoluções de nosso presente Período Terrestre, e o seguinte corresponderia às condições da Terra na presente Revolução. No versículo nono, lemos: "E Elohim disse: que as águas se separem da terra seca... e Elohim chamou à terra seca, Terra". Isto se refere à primeira solidificação. O calor e a umidade tinham formado o corpo sólido de nosso atual globo. A Época Polar: o versículo nono, que descreve o Período Terrestre, a quarta Revolução (em que começou o verdadeiro trabalho do Período Terrestre), também descreve a formação do reino mineral e a recapitulação do homem, em estado mineral, na Época Polar. Cada Época é também uma recapitulação do estado anterior. Assim como há recapitulações de globos, revoluções e períodos, assim há também em cada globo recapitulações do anteriormente feito. Estas recapitulações são infindas. Há sempre espirais dentro de espirais: no átomo, no Globo em todas as outras fases da evolução. Por mais complicado e confuso que isso possa parecer, não é difícil de compreender. Há um método ordenado que tudo rege. Em devido tempo seremos capazes de o perceber e de acompanhar a obra desse método, como um fio que conduz através do labirinto. A analogia é um dos melhores auxiliares para compreender a evolução. A Época Hiperbórea é descrita nos versículos 11 a 19, como trabalho efetuado no quarto dia. Diz-se ali que Elohim criou o reino vegetal, o Sol, a Lua e as estrelas.
A Bíblia concorda com a ciência moderna ao dizer que as plantas vieram depois dos minerais. A diferença entre os dois ensinamentos refere-se ao tempo em que a Terra foi expelida da massa central. A ciência afirma que foi expelida antes da formação da crosta sólida que pudesse chamar-se de mineral ou vegetal. Se queremos designar por tais minerais ou vegetais os que atualmente conhecemos, essa afirmação é verdadeira. Não havia substância material densa, todavia, a primeira incrustação ou solidificação que teve lugar no globo era mineral. O narrador da Bíblia indica somente os incidentes principais. Não se diz que a crosta sólida fundiu-se quando foi expelida da massa central, como um anel que se quebrou, reunindo-se depois os pedaços. Num corpo tão pequeno como a Terra, o tempo preciso para a cristalização foi comparativamente curto. Por isso, o historiador não o menciona, assim como não relata o desmembramento que se produziu novamente quando a Lua foi expelida da Terra. Procedeu assim, provavelmente, pensando que todo o capacitado para os ensinamentos ocultos deve estar familiarizado com os detalhes menores. Na condensação da massa ígnea central, as plantas, por serem etéreas, não foram destruídas pelo processo de fusão. Assim como as linhas de força que orientam a cristalização do gelo, estão presentes na água, assim também, quando a Terra se cristalizou, as plantas etéreas estavam presentes. Eram os moldes que agruparam a matéria necessária para formar os corpos vegetais da atualidade, e os do passado, enterrados nos estratos geológicos do Globo Terrestre. A formação destas formas vegetais etéreas foi auxiliada pelo calor externo, depois da Terra separar-se do Sol e da Lua. Esse calor proporcionou-lhes a força vital para agrupar em sua volta uma substância mais densa. A Época Lemúrica é descrita no trabalho do quinto dia. Como esta Época é a terceira, em certo sentido é uma recapitulação do Período Lunar. Na narração bíblica estão descritas as condições existentes no Período Lunar: água, neblina ardente e as primeiras tentativas de vida com movimento e respiração. Os versículos 20 e 21 descrevem que os "Elohim disseram: que as águas tenham coisas que respirem vida... e aves... e os Elohim formaram os grandes anfíbios e todas as coisas viventes de acordo com as suas espécies e todas as aves com asas". Isto também concorda com os ensinamento da ciência material que diz: que os anfíbios precederam as aves. Convidamos o estudante a notar particularmente que as coisas formadas não eram Vivas. Não se diz que se criou a Vida, mas "coisas" que respiravam e inalavam vida... A palavra hebraica para a substância que se inala é nephesh, e deve-se notar cuidadosamente isto, porque a encontraremos mais tarde sob uma nova roupagem. A Época Atlante refere-se ao trabalho do sexto dia. No versículo 24 é mencionada a criação dos mamíferos e a palavra nephesh aparece outra vez explicando que os mamíferos "inalavam vida". Os Elohim disseram: "Que a Terra produza coisas que respirem vida... mamíferos..." e no versículo 27 os Elohim formaram o Homem à sua semelhança, isto é, fizeram-nos macho e fêmea como Eles (os Elohim). O historiador bíblico omitiu o estado humano assexual e hermafrodita e chega aos sexos separados tal como os conhecemos atualmente. Não podia ser de outra maneira porque está descrevendo aqui a Época Atlante, e no tempo desta época que se alcançou esse estado de evolução já não havia homens assexuais nem hermafroditas. A diferenciação dos sexos ocorrera antes, na Época Lemúrica. Nos seus primeiros graus de desenvolvimento, o que depois se converteu em homem, mal se podia considerar como tal, diferia muito pouco dos
animais. Portanto, a Bíblia não contradiz os fatos, quando afirma que o homem foi formado na Época Atlante. No versículo 28 (de todas as versões) encontramos um pequeno prefixo de uma muito grande significação: "Os Elohim disseram: frutificai e RE-povoai a Terra". Isto mostra claramente que o escritor conhecia perfeitamente os ensinamentos ocultos de que a onda de vida tinha evolucionado no Globo D, o do Período Terrestre, nas Revoluções anteriores. A Época Ária corresponde ao sétimo dia da Criação, quando os Elohim, como Criadores e Guias, descansaram do seu trabalho e a humanidade foi deixada ao próprio cuidado. Assim termina a história no que respeita à manifestação das formas. No capítulo seguinte conta-se a história sob ponto de vista relativo especialmente ao aspecto Vida da Criação.
JEOVÁ E SUA MISSÃO Tem havido muitas discussões eruditas a respeito da autoria e principalmente da discrepância entre a história da criação dada no primeiro capítulo e o que se diz no quarto versículo do segundo capítulo. Afirma-se que as duas descrições foram escritas por diferentes pessoas, porque o Ser ou Seres aos quais os tradutores deram o nome de "Deus", no primeiro e segundo capítulos da versão inglesa denomina-se, Elohim no primeiro capítulo e "Jeová" no segundo capítulo do texto hebraico. Argumenta-se, a esse respeito, que o mesmo narrador não teria nomeado Deus de duas maneiras diferentes. Realmente, se quisesse referir-se ao mesmo Deus em ambos os casos, não o teria feito, mas o autor não era monoteista. Sabia alguma coisa mais para pensar em Deus como um simples Homem "superior" que tivesse o céu como trono e a terra como escabelo. Quando escreveu de Jeová reportava-se ao Líder a quem estava a cargo esse trabalho particular da Criação que se descreve. Jeová era e é um dos Elohim. É o Líder dos Anjos, a humanidade do Período Lunar e é o regente da Lua atual. Remetemos o leitor ao diagrama 14: http://www.fraternidaderosacruz.org/dia14.htm para compreender facilmente a posição e natureza de Jeová.
Dirige os Anjos e, como Regente da Lua, Ele tem a seu cargo os seres degenerados e malignos que nela existem. Com Ele estão também alguns Arcanjos, que constituíram a humanidade do Período Solar. Estes são chamados "Espíritos de Raça". O trabalho a cargo de Jeová é a construção de corpos ou formas concretas, por meio das forças lunares cristalizantes e endurecentes. Portanto, Ele é o doador de crianças, e os Anjos são seus mensageiros nesta obra. Os fisiólogos sabem muito bem que a Lua está relacionada com a gestação. Observam que dirige e governa os períodos de vida intra-uterina e outras funções fisiológicas. Sabe-se que os Arcanjos, como Espíritos e Guias de uma Raça, lutam a favor ou contra algum povo, conforme as exigências da evolução dessa raça requererem. No livro de Daniel, 10-20, um Arcanjo falando com Daniel, diz: "Agora, voltarei a lutar com o príncipe da Pérsia; e quando eu for, vede que o príncipe da Grécia virá". O Arcanjo Miguel é o Espírito da Raça Judia (Daniel 12-1) e Jeová não é o Deus dos Judeus somente, é também o Autor de todas as religiões de Raça, que conduzem ao Cristianismo. É certo que tomou um interesse especial pelos progenitores dos atuais judeus degenerados, os Semitas originais, a "semente de raça" para as sete raças da Época Ária. Jeová cuida especialmente de qualquer "semente de raça", na qual inculca as faculdades embrionárias da humanidade de uma nova época. Por essa razão, esteve muito relacionado com os Semitas originais, seu "povo eleito", o escolhido para ser a semente de uma nova raça, a que devia herdar a "terra prometida", não a simples e insignificante Palestina mas sim toda a Terra, tal como é atualmente. Ele não os guiou fora do Egito. Essa história, que posteriormente se originou entre os descendentes dos "semitas originais", é um relato confuso da jornada para Leste, através das inundações e desastres que acabaram com a submergida Atlântida, até chegarem ao Deserto (de Góbi, na Ásia Central). Ali, esperaram os cabalísticos quarenta anos, antes de entrar na Terra Prometida. Há duplo e peculiar significado nessa palavra "prometida". Chamou-se "terra prometida" porque, não existindo naquele tempo terra apropriada para ser ocupada pelos homens, o povo eleito foi levado ao Deserto. Como parte da Terra estava submergida pelas inundações e outras partes deslocadas e modificadas pelas erupções vulcânicas, foi necessário esperar um período de tempo até que a nova Terra estivesse em condições de converter-se em possessão da raça Ária. Os semitas originais foram isolados e proibidos de casarem com outras tribos ou povos mas, como povo teimoso e obstinado que se guiava quase exclusivamente pelo desejo e pela astúcia, desobedeceu à ordem. Sua Bíblia fala que os filhos de Deus casaram com as filhas dos homens, os compatriotas de grau inferior da Atlântida. Porque frustaram os desígnios de Jeová, foram expulsos, e o fruto de tais cruzamentos tornado inútil como semente de nova raça. Os nascidos desses cruzamentos, que agora falam de "tribos perdidas", foram os progenitores dos Judeus dos tempos atuais. Sabem que alguns dos componentes do núcleo original os abandonaram e foram para outra parte, mas desconhecem que foram esses precisamente, os que ficaram fiéis. A história das dez tribos perdidas é uma fábula. A maioria delas pereceu, mas os fiéis sobreviveram. Desse remanescente fiel descendem as atuais raças árias. A ciência oculta concorda com a opinião que diz ser isso mera mutilação das escrituras originais da Bíblia. Assevera-se que muitas partes dela são completas invenções mas não se faz a menor tentativa de provar como conjunto, a autenticidade do livro sagrado,
na forma em que atualmente o possuímos. Nosso esforço atual é uma simples tentativa para exumar alguns pedaços da verdade oculta, e extraí-los dessa massa de malentendidos e interpretações incorretas em que foram enterrados pelos diversos tradutores e revisores.
INVOLUÇÃO, EVOLUÇÃO E EPIGÊNESE Desemaranhadas, nos parágrafos anteriores, dentre a confusão geral, a identidade e a missão de Jeová, procuremos agora harmonizar os dois relatos aparentemente contraditórios sobre a criação do homem, segundo se narra no primeiro e segundo capítulos do Gênese. No primeiro diz-se que ele foi o último a ser criado, enquanto no segundo se afirma que foi criado antes de todas as demais coisas viventes. Conforme notamos, o primeiro capítulo trata unicamente da criação da forma, o segundo capítulo é dedicado ao exame da Vida, enquanto o quinto trata da Consciência. A chave para compreender isto, está em saber distinguir a Forma Física, da Vida que constrói essa forma para sua expressão. Ainda que o relato da sequência da criação dos outros reinos não esteja tão correto no segundo capítulo como no primeiro, é muito certo que o homem, considerado do ponto de vista da Vida, foi criado em primeiro lugar. Mas se o considerarmos do ponto de vista da Forma, como acontece no primeiro capítulo, foi criado por último. Em todo o transcurso da evolução, através dos períodos, globos, revoluções e raças, aqueles que não melhoram, por não formarem novas características, ficam para trás e começam imediatamente a degenerar. Só os que permanecem plásticos, flexíveis e adaptáveis podem modelar novas formas, apropriadas à expressão da consciência que se expande. Só a vida capaz de cultivar as possibilidades de aperfeiçoamento, inerentes na forma que anima, pode evolucionar com os adiantados de qualquer onda de vida. Todos os outros ficam atrasados. É esta a medula do ocultismo. O progresso não é um simples desenvolvimento nem, tampouco, Involução e Evolução. Além da Involução e da Evolução, há um terceiro fator, a Epigênese, que completa a tríade. As primeiras duas palavras são familiares a todos os que estudaram a Vida e a Forma. Admite-se, geralmente, que a involução do espírito na matéria tem o objetivo de construir a forma, mas não se reconhece tão comumente que a Involução do Espírito corre paralela à Evolução da Forma. Desde o princípio do Período de Saturno até a Época Atlante, quando "os olhos do homem foram abertos" pelos espíritos Lucíferos, as atividades do homem (ou força-vital que se converteu em homem) eram dirigidas principalmente para dentro. Essa mesma força que o homem agora emprega ou irradia para construir estradas de ferro e vapores, empregava-se internamente para construir um veículo através do qual pudesse manifestar-se. Este veículo é tríplice, analogamente ao espírito que o construiu. A forma evolui, construída pelo espírito. Durante essa construção, o espírito involuiu até que, nela penetrando, partiu para a própria evolução. Os melhoramentos ou aperfeiçoamentos da forma são resultado da Epigênese. Logo, o poder que o homem agora emprega para melhorar as condições externas foi empregado durante a Involução com propósitos de crescimento interno. Há forte tendência em considerar tudo o que existe como resultado de algo que foi. Olha-se a Evolução como simples desenvolvimento de perfectibilidades germinais. Tal concepção exclui a Epigênese do esquema das coisas, não sucede possibilidade alguma
de construir-se algo novo, nenhuma margem para a originalidade. O ocultista crê que o propósito da evolução é o desenvolvimento do homem desde um Deus estático a um Deus dinâmico, um Criador. Se o desenvolvimento que atualmente efetua constituísse a sua educação, e se o seu progresso representasse simplesmente a expansão de qualidades latentes, onde aprenderia a criar? Se o desenvolvimento do homem consistisse unicamente em aprender a construir formas cada vez melhores, de acordo com os modelos já existentes na mente do seu Criador, na melhor hipótese poderia converter-se num bom imitador mas nunca num criador. Para tornar-se um criador original e independente é necessário, no seu exercitamento, que tenha suficiente margem de emprego de sua originalidade individual. É isso que distingue a criação da imitação. Conservam-se certas características da forma antiga necessária ao progresso mas, em cada novo renascimento, a Vida Evolucionante acrescenta tantos aperfeiçoamentos originais quantos sejam necessários para sua expressão ulterior. A vanguarda da ciência encontra-se a cada momento frente à Epigênese, como um fato real em qualquer domínio da Natureza. Em 1759 Gaspar Wolff publicou sua "Theoria Generationis", onde já demonstrava que no óvulo humano não há o menor traço do organismo em perspectiva, que sua evolução se traduz na adição de novas formações, enfim, na construção de algo que não está latente no óvulo. Haekel, grande e valoroso estudante da Natureza, e que esteve muito próximo do conhecimento da verdade completa sobre a evolução, diz da "Theoriae Generationis": "Apesar do seu pequeno alcance e da difícil terminologia, é uma das mais valiosas obras da literatura biológica". Disse Haekel em seu livro "Antropogênese": "Em nossos dias é plenamente injustificado chamar-se à Epigênese uma hipótese; estamos plenamente convencidos de que é um fato, e podemos demonstrá-lo, a qualquer momento, com auxílio do microscópio". Um construtor seria um pobre expoente de sua habilidade se construísse casas limitando-se a seguir um determinado modelo aprendido do seu mestre, e não pudesse alterá-lo para satisfazer novas exigências. Para alcançar êxito, deve poder desenhar casas novas e melhores, aperfeiçoando o que a experiência mostre como inútil nos edifícios anteriormente construídos. A força que o construtor dirige agora para fora, para construir casas cada vez mais adaptadas às novas condições e exigências, nos Períodos passados, foi empregada na construção de veículos novos e melhores para evolução do Ego. Partindo do mais simples organismo, a Vida que é agora Homem construiu as Formas apropriadas às suas necessidades. Em devido tempo, à medida que as entidades progrediam, tornou-se evidente que novos aperfeiçoamentos deveriam ser acrescentados às formas. Estes melhoramentos tornaram-se incompatíveis com as linhas de construção anteriormente seguidas. Deveria ser iniciada a construção de novas formas, que não contivessem nenhum dos enganos anteriores. Conforme a experiência ensinou, tais enganos impediram o desenvolvimento posterior. Dessa maneira, a vida evolucionante ficou apta a obter progressos posteriores em novas formas e por graus sucessivos vai aperfeiçoando seus veículos. Esse aprimoramento continua sem cessar, sempre adiante. Para estar na vanguarda do progresso, o homem construiu seus corpos a partir de algo semelhante à ameba, daí até à forma humana do selvagem e, daí, através de sucessivos graus, até às raças mais avançadas, as que estão usando atualmente os corpos altamente organizados na Terra. Entre as mortes e nascimentos estamos constantemente construindo corpos para funcionar em nossas
vidas. Alcançarão um grau de eficiência maior do que o que tem atualmente. Se cometemos erros de construção, durante os nascimentos, far-se-ão evidentes quando empreguemos o corpo na próxima vida terrestre. É de suma importância perceber e compreender nossos erros, para evitá-los vida após vida. Assim como o construtor de casas fracassaria comercialmente se não melhorasse continuamente seus métodos para corresponder às exigências do seu negócio, assim também os que aderem persistentemente às formas antigas fracassam, não podem elevar-se com a onda de vida e ficam "atrasados". Ocupam as formas abandonadas pelos pioneiros, como já se explicou, e formam as raças inferiores ou, também, as espécies inferiores do reino em que estejam evolucionando. A vida passou através de estados semelhantes ao mineral, vegetal e animal e através das raças humanas inferiores, até chegar ao homem adiantado de hoje. Os que fracassaram ao longo do caminho foram-se atrasando e não puderam alcançar o tipo necessário para conservarem-se na vanguarda da evolução. Tomaram as formas abandonadas pelos adiantados e, usando-as como graus intermediários, procuraram alcançar os primeiros, mas as formas não estavam mais no mesmo grau. Na Evolução não há lugares de espera. Na vida que evoluciona, tal como no comércio, nada há que seja simplesmente "conservar o seu". Progredir ou retroceder é a Lei. A forma que não é capaz de aperfeiçoar deve degenerar. Portanto, há uma linha de formas que se aperfeiçoam, animadas pelos pioneiros da vida evolucionante, e outra, a das formas em degeneração, abandonadas pelos pioneiros, mas animadas pelos atrasados. Estes são os que permaneceram na onda de vida particular a que pertenceram originalmente essas formas. Quando não há mais atrasados, a espécie morre gradualmente. As formas cristalizam porque os possuidores, cada vez de menor capacidade, não têm possibilidade de melhorá-las. Portanto, voltam ao reino mineral, são fossilizadas, e amalgamam-se aos diferentes estratos da crosta terrestre. A afirmação da ciência materialista que diz ter o homem subido gradualmente, através dos diferentes reinos vegetal e animal, até chegar aos antropóides e depois ao homem, não é perfeitamente correta. O homem nunca habitou formas idênticas às dos animais atuais, nem às dos antropóides de hoje, mas habitou em formas que, sendo semelhantes, eram superiores às dos nossos presentes antropóides. O homem de ciência observa que há semelhança anatômica entre o homem e o mono e, como o processo evolutivo sempre trabalha pela perfeição, deduz que o homem deve descender do mono. Porém, os esforços para encontrar "o elo perdido" entre ambos são baldados. Os pioneiros da nossa onda de vida (as raças árias) progrediram desde que ocuparam formas parecidas com as dos nossos monos antropóides até o presente estado de desenvolvimento, enquanto as Formas (que eram "o elo perdido") degeneraram e estão agora animadas pelos últimos atrasados do Período de Saturno. Os monos não são os progenitores das espécies superiores, são atrasados que ocupam os exemplares mais degenerados daquilo que foi antes forma humana. Não foi o homem que ascendeu dos antropóides; aconteceu o contrário: os antropóides são uma degeneração do homem. A ciência materialista, que trata só da forma, equivocou-se e tirou conclusões errôneas sobre o assunto. As mesmas condições, relativamente, se encontram no reino animal. Os pioneiros da onda de vida que começou a evolução no Período Solar são os mamíferos atuais. Seus diferentes graus correspondem aos passos dados pelo homem, devendo notar-se que todas as formas, utilizadas pelos atrasados, estão degenerando. Semelhantemente, os pioneiros da onda de vida que entrou em evolução no Período Lunar encontram-se entre
as árvores frutíferas, enquanto os atrasados dessa onda de vida animam todas as outras formas vegetais. Cada onda de vida permanece definidamente confinada dentro de seus próprios limites. Os antropóides podem alcançar-nos e converterem-se em seres humanos. Dos outros animais nenhum poderá alcançar nosso estado de desenvolvimento particular. Alcançarão um estado análogo, sob condições diferentes, no Período de Júpiter. Os vegetais atuais serão a humanidade do Período de Vênus, sob condições ainda mais diferentes, e os minerais alcançarão o estado humano no Período de Vulcano. Notar-se-á que a moderna teoria da evolução, especialmente a de Haekel, se fosse completamente invertida, seria quase perfeita e estaria de acordo com os conhecimentos da ciência oculta. O mono é um homem degenerado. Os pólipos são a última degeneração deixada pelos mamíferos. Os musgos são as últimas degenerações do reino vegetal. O reino mineral é a meta final das formas de todos os reinos quando alcançam o máximo de degeneração. O carvão de pedra exemplifica isto: resulta de madeira petrificada ou, de restos fossilizados de várias formas animais. O próprio granito, coisa que nenhum homem de ciência admitirá, é originalmente tão vegetal como o próprio carvão. O mineralogista erudito explicará que está composto de blenda, feldspato e mica, porém o clarividente desenvolvido, que pode ler a Memória da Natureza milhões de anos atrás, poderá completar esta afirmação dizendo: "Sim, e o que chamais de blenda e feldspato não são mais do que as folhas e pedúnculos de flores pré-históricas, e a mica é tudo quanto resta de suas pétalas". Os ensinamentos ocultos sobre a evolução, estão corroborados pela ciência embriológica, que mostra a vida pré-natal como uma recapitulação de todos os estados passados de desenvolvimento. Não é possível distinguir a diferença entre o óvulo de um ser humano, o de alguns mamíferos superiores e, até, o dos vegetais mais elevados, nem mesmo ao microscópio. Não se pode dizer se o óvulo examinado é animal ou humano. Mesmo depois de se desenvolverem algumas fases iniciais do crescimento embrionário os especialistas não podem indicar a diferença entre um embrião animal e humano. Estudando o óvulo do animal durante todo o período de gestação, observa-se que somente passa através dos estados mineral e vegetal e nasce quando chega ao estado animal. A Vida que anima esse óvulo passou através da evolução mineral do Período Solar, da vida vegetal no Período Lunar e, agora, vê-se forçada a deter-se no grau animal do Período Terrestre. Quanto à Vida que emprega o óvulo humano, teve existência mineral no Período de Saturno, vegetal no Período Solar e passou pelo estado animal no Período Lunar. Como tem alguma margem para exercer a Epigênese, alcançado o estado animal segue adiante até chegar ao estado humano. O pai e a mãe dão, de seus corpos, a substância de que se constrói o corpo da criança mas, especialmente nas raças superiores, a Epigênese permite agregar algo, o que torna a criança diferente de seus pais. Quando a Epigênese não atua, ou se torna inativa no indivíduo, na família, nação ou raça, cessa a evolução e começa a degeneração.
RATO
HOMEM
A ALQUIMIA ESPIRITUAL DOS ROSACRUZES: TRANSMUTAÇÃO MENTAL, TRANSMUTAÇÃO CORDIAL E A THEMIS AUREA - POR ANTÓNIO DE MACEDO Quando, pela Alquimia Espiritual, nos tornarmos como Cristo, o Senhor da Vida, seremos imortais, libertar-nos-emos do nosso pai Samael e da nossa mãe Eva e a morte não mais terá poder sobre nós."
Max Heindel, Freemasonry and Catholicism, 1919
Em 1614, 1615 e 1616 foram publicados na Alemanha, por esta ordem, três tratados ou manifestos que desencadearam o movimento Rosacruciano — ou o Iluminismo Rosacruz, como também tem sido chamado: Fama Fraternitatis («Ecos da Fraternidade, ou da Confraria»), Confessio Fraternitatis («Confissão da Fraternidade») e Chymische Hochzeit Christiani Rosencreuz Anno 1459 («Núpcias Químicas de Christian Rosenkreuz no ano de 1459»). Publicados anonimamente na Alemanha, os dois primeiros em Kassel e o último em Estrasburgo, a sua autoria tem sido atribuida a Johann Valentin Andreae (1586-1654), pastor protestante originário da Suábia e influente figura da ortodoxia luterana dos princípios do século XVII, e um dos homems mais sábios do seu tempo. No frontispício do primeiro lê-se a seguinte dedicatória: «Nós, Irmãos da Fraternidade da Rosacruz, oferecemos a nossa saudação, o nosso amor e as nossas orações a todos os que lerem a nossa Fama com inspiração cristã».
Nele se conta a história do Fr. R. C. — Frater Rosencreuz[1], ou Irmão Rosacruz —, um «homem iluminado»
que viajou por muitos países, incluso no Oriente, onde aprendeu a Magia e a Cabala com os Mestres. Ao regressar à Alemanha decidiu empreender a reforma que haveria de corrigir as imperfeições do mundo, e fundou a misteriosa Ordem Rosacruz juntamente com alguns outros Irmãos. O segundo, Confessio, é um breviário em catorze capítulos contendo «a mais Secreta Filosofia» ; completa o anterior e de certa maneira vem justificá-lo, defendendo-o das vozes e acusações de que os misteriosos Irmãos da Rosacruz já começavam a ser alvo, pois não faltava quem os suspeitasse «de heresia, de ardis e de culposas maquinações
(cap. I). Aqui se esclarece que Christian Rosenkreuz nasceu em 1378 e viveu 106 anos (cap. VI), e que as suas investigações e pesquisas «suplantam contra a autoridade civil»
tudo o que, desde os primeiros dias do mundo, a inteligência humana inventou, produziu, melhorou, propagou e perpetuou até à época atual, tanto por intermédio da revelação e da iluminação divinas quanto graças aos ofícios dos anjos e dos espíritos»
(cap. IV); já o papa, em contrapartida, é considerado, pelo luterano autor do texto, um «sedutor romano que transborda de blasfêmias contra Deus e contra o Cristo» (cap. XI). Finalmente o terceiro, Núpcias Químicas, é um fantástico romance alegórico, dividido em sete Dias, ou sete Jornadas, tal como o Gênesis, e conta o modo como Christian Rosenkreuz foi convidado a ir a um maravilhoso castelo, ou palácio, repleto de prodígios para assistir ao Casamento Alquímico do rei e da rainha, ou melhor, do Noivo e da Noiva, interessando-nos este terceiro livro, particularmente, pelas óbvias conotações herméticas que comporta. Estes três manifestos obtiveram um sucesso considerável e deram origem a inúmeras controvérsias e a imensas obras de inspiração rosacruciana, de que se destacam autores tão marcantes como Michael Maier na Alemanha ou Robert Fludd e Elias Ashmole na Inglaterra, além de Theophilus Schweighardt, Gotthardus Arthusius, Julius Sperber, Henricus Madathanus, Gabriel Naudé, Thomas Vaughan, etc. Sobre o primeiro destes autores atrás citados, Michael Maier, me irei deter um pouco mais, chamando entretanto a atenção para a importância de certos precursores, como o misterioso filósofo e alquimista isabelino John Dee, autor da não menos misteriosa Monas Hieroglyphica (1564), que influenciou o conceituado filósofo hermético Heinrich Khunrath, de Hamburgo, autor do Amphitheatrum Sapientiae Aeternae (1609), que por sua vez terá influenciado, e não pouco, o primeiro manifesto rosacrucisno, a Fama Fraternitatis. A filosofia alquímica está sempre presente em todos estes autores; com efeito, o surto rosacruciano deu-se em plena florescência hermética do Renascimento e do Barroco, portanto não é de surpreender o pendor alquímico das principais obras rosacrucianas; ou melhor: uma das mais elevadas aspirações dos Irmãos da Rosacruz seria o renovo da Arte alquímica, já então degradada pelos «assopradores» , como claramente se diz num dos parágrafos iniciais da Fama, em referência à «época feliz em que vivemos» (início do século XVII): «Deus […] favoreceu o nascimento de espíritos altamente esclarecidos que tiveram por missão restabelecer nos seus direitos a Arte, em parte maculada e imperfeita». Este permanente renovo da «Arte» (alquímica, entenda-se), e o seu desenvolvimento,
sobretudo espiritual e simbólico, foram uma constante dentro do Rosacrucianismo, desde então até aos nossos dias. O próprio Isaac Newton (1642-1727), não foi insensível ao fascínio da Alquimia, como é sabido; além de possuir exemplares dos mais notórios tratados alquímicos, tanto do seu tempo como anteriores, que hoje fazem parte do espólio existente na Biblioteca da Universidade de Yale, deu-se ao trabalho de fazer muitas cópias manuscritas de obras alquimistas. Uma dessas obras, que ele possuía na sua colecção, era precisamente a Themis Aurea de Michael Maier, à qual faz referências e tece comentários numa das suas muitas notas manuscritas sobre a filosofia hermética, conservadas na dita Biblioteca.
Michael Maier (1568-1622), um dos grandes eruditos da sua época, nasceu em Rindsberg, Holstein, e foi doutor em medicina, filósofo e alquimista. Embora nunca tivesse afirmado pertencer à misteriosa Fraternidade Rosacruciana, foi um dos seus mais acérrimos apologetas, possuindo informações sobre os Irmãos da Rosacruz — claramente transmitidas nos seus livros — que deixam supor um conhecimento direto do «círculo interno» da Ordem. Viveu alguns anos em Praga, onde foi médico do imperador Rudolfo II que lhe concedeu o título nobiliárquico de Pfalzgraf — Conde palatino — e o nomeou Secretário Privado Real. Os estudiosos de Maier, após exame atento dos seus escritos, observam que ele nunca afirmou objetivamente ter fabricado ouro; tão-pouco o afirmaram, de si próprios, Heinrich Khunrath e outros Rosacrucianos. Os tratados destes autores apontam para uma Alquimia altamente simbólica e espiritual, sem dúvida, mais do que para uma Espagíria operativa. Neles detectamos, velada ou desveladamente, quer os nove estágios da transmutação involutiva-evolutiva do tríplice corpo do ser humano, da tríplice alma e do tríplice espírito, quer os nove passos ou nove graus da Iniciação dos Mistérios menores da Escola de Mistérios Rosacruzes, equipolentes aos nove passos fulcrais do ministério de três anos de Cristo Jesus na Terra: 1. Batismo; 2. Tentação; 3. Transfiguração; 4. Última Ceia e Lavapés; 5. Agonia no Horto; 6. Flagelação e Coroa de Espinhos; 7. Crucificação e Estigmas; 8. Morte e Ressurreição; 9. Ascensão. A principal obra alquímica de Maier é o famoso tratado Atalanta Fugiens, hoc est Emblemata Nova de Secretis Naturae Chymica (1617), que é… um livro de emblemas e notáveis gravuras, com comentários filosóficos. Atalanta[2], logo no frontispício, é submetida à tentação de abandonar a corrida em busca da verdade espiritual, moral e científica, dando uma lição de perseverança e de pureza de intenções ao alquimista espiritual. Maier ensina sutilmente uma filosofia mística, religiosa e alquímica, por meio dos símbolos e dos emblemas do seu livro, cada um dos quais apresenta um modo de expressão poético, pictórico e musical (Frances A. Yates, The Rosicrucian Enlightenment, Londres 1972). Nesse livro se desvenda o significado de vários mitos da Antiguidade clássica, mitos esses que, segundo Maier e outros alquimistas rosacrucianos, teriam um fundo químico oculto: por exemplo, o conhecido enigma de Édipo — qual é o animal com quatro pernas de manhã, duas ao meio-dia e três ao fim da tarde, e uma só voz —, não tem como resposta «o homem», mas sim a «pedra filosofal» . Numa das gravuras da Atatlanta Fugiens vê-se em primeiro plano um grupo de três seres: um bebé gatinhando com um retângulo na testa, ou seja, o princípio da força quadrática fundamental da «pedra» (nigredo), um adulto com uma meia-lua, também na testa, formada por duas linhas com duas pontas, figurando a pedra lunar branca (albedo), e um velho encurvado com um triângulo na testa e apoiando-se a uma bengala — o triângulo do corpo-almaespírito, ou seja, a pedra filosofal solar, dotada do poder de tingir e curar (rubedo).
Fundamentalmente, tal como já enunciava Paracelso, os hermetistas rosacrucianos defendiam a tese de que a Alquimia, mais do que tentar a transmutação dos metais, deveria antes contribuir para a erradicação das doenças e a mitigação das dores físicas (panaceia universal). Synesius, um alquimista bizantino do século IV, foi um verdadeiro precursor: já definia a Alquimia como uma operação mental, independente da ciência da matéria, cujo objetivo deveria ser a transmutação espiritual e a salvação do ser humano, afirmando, em consequência, que a constituição do elixir (xêrion, «o pó») é menos importante do que as incantações que acompanham a sua produção. Esta teoria deu origem a uma nova escola que minimizou a pesquisa experimental, passando a buscar, no interior do ser humano, os segredos e os fins últimos da filosofia alquímica. Assim, o Fogo alquímico, ou melhor, o Fogo Solar, sendo um princípio cósmico e um elemento básico da Criação, é na verdade um princípio espiritual, e portanto um dos princípios herméticos fundamentais do Rosacrucianismo. O teósofo e investigador Franz Hartmann (1838-1912) define o Fogo alquímico rosacruciano da seguinte maneira: O Fogo é uma atividade interna cujas manifestações externas são calor e luz. Esta atividade difere em carácter consoante o plano em que se manifesta. No plano espiritual representa o Amor ou o Ódio; no plano astral, o Desejo e a Paixão; no plano físico, a Combustão. O Fogo é o elemento purificador, que no limite se identifica com a essência da Vida. É porém no livro Themis Aurea, hoc est de legibus Fraternitatis R. C., publicado em Frankfurt, em latim, em 1618[3] — apenas dois anos após a publicação das Núpcias Químicas de Christian Rosenkreuz — que Michael Maier investiga sobretudo as grandes leis[4] que regem a transmutação espiritual, enunciadas sob a forma de seis sinais de adesão, ou «compromissos», a que se obrigavam as Irmãos da Rosacruz. «Antes de mais nada — observa Maier na Themis — é mais do que razoável supor que qualquer sociedade, para ser boa, deverá ser governada por leis boas […] Por outro lado, é importante que alguma coisa se diga acerca do seu número, seis, que muito de perfeição contém em si» (Cap. II). Com efeito, o número seis associa-se de imediato ao
hexahemeron bíblico, os seis dias da criação, o número mediador entre o Princípio e a sua Manifestação, além de simbolizar, em quanto hexagrama, a misteriosa síntese do fogo [∆] e da água
[Ñ]. Estes dois triângulos, entrecruzados, formam o conhecido signo — ou selo — de Salomão, uma estrela de seis pontas que inclui, além do fogo e da água, o ar (triângulo do fogo ∆ truncado pela base do triân gulo da água), e a terra (triângulo da água Ñ truncado pela base do triângulo do fogo). O todo é uma verdadeira suma do pensamento hermético, representando o conjunto dos elementos do Universo. Maier reproduz textualmente aquelas seis leis, tal como vêm listadas no primeiro manifesto Rosacruz de 1614, a Fama Fraternitatis: 1. Curar os doentes ou cuidar deles gratuitamente; 2. Não usar hábito próprio à Fraternidade, mas sim e apenas os trajes locais; 3. Apresentar-se todos os anos no dia C. na morada do Sanctus Spiritus, ou comunicar o motivo da ausência; 4. Designar um digno sucessor em previsão de morte; 5. As letras R. C. serão o seu selo, insígnia e sigla; 6. A Fraternidade deve permanecer oculta durante um século.
É interessante notar que a primeira, ou seja, a cura dos enfermos gratuitamente ( «De graça recebestes, de graça dai» — Mateus 10, 8) adquire tanto relevo no espírito de Maier, que este lhe dedica nada menos de nove capítulos de comentários na Themis Aurea (capítulos IV a XII), ao passo que as restantes merecem apenas um capítulo cada uma. Assim como os Dez Mandamentos da Antiga Aliança foram sumarizados em dois pelo Cristo do Novo Testamento ( «Amarás ao teu Deus com todo o teu coração, alma e mente […], e amarás ao teu próximo como a ti mesmo» — Mateus 22, 37-39), também aquelas seis antigas leis foram sumarizadas em duas pela Nova Escola de Mistérios Rosacruzes: «Curar os enfermos e pregar o Reino de Deus» , tal como Cristo ordenou aos Seus apóstolos. O alquimista rosacruciano dispõe do Oratório e do Laboratório, no seu Templo do Espírito, para levar a cabo as operações de transmutação. Por isso se diz, na lei n.º 3, que deve apresentar-se todos os anos no dia C. na morada do Sanctus Spiritus; ou seja: no dia do seu Cristo interno, ou do seu íntimo Natal [5], deve estar perfeitamente consciente do seu verdadeiro estar no templo do Espírito Santo, que é o seu próprio corpo mortificado, acrisolado, e por fim purificado e transfigurado ( «Não sabeis que o vosso corpo é o templo do Espírito Santo, que está em vós?» — 1 Coríntios 6, 19). Do lado do Oratório deve ter a biblioteca, isto é, a teoria e o alimento mental, a oração oculta, ou a palavra de razão: — o noûs e o logos; do lado do Laboratório deve ter os instrumentos da prática, o alambique, as retortas, os cadinhos, que é como quem diz, as obras do coração e do serviço desinteressado, inegoísta e amoroso, ou cordial. E é nesta dupla vertente, mental e cordial, que a transmutação alquímica do ser humano, no seu todo, se deve processar. Como referi há pouco, essa transmutação abrange os nove estágios do percurso involutivo-evolutivo do tríplice corpo do ser humano, da tríplice alma e do tríplice espírito. No mundo moderno, cava-se uma distância abissal entre a mente e o coração: a mente prepondera, altamente evoluída pela ciência, e só se satisfaz com explicações materialmente demonstráveis, ao passo que o coração nem sempre encontra meios para manifestar o seu poder: as suas intuições são muitas vezes inseguras e erram ao aventurar-se nos mistérios do ser, que a mente esquadrinha de forma tão redutora quão aparentemente sólida e exata. Tanto vale dizer que a «pedra filosofal» do Conhecimento e da Verdade será alcançada quando a mente e o coração se unirem harmoniosamente, aperfeiçoando-se e cooperando mutuamente até que o ser humano atinja a mais elevada Gnosis e a mais elevada Sophia, isto é, até que esteja em condições de viver a Vida Religiosa em plenitude. Esta operação é descrita pelo rosacruciano Max Heindel (1865-1919) no seu livro clássico The Rosicrucian Cosmo-Conception [6], e a ênfase que Michael Maier coloca, na Themis Aurea, na eficácia alquímica das energias «curativas» trabalhadas discreta mas sabiamente «no oculto»[7], ensina-nos que a «panaceia» [8], mais do que um bálsamo físico, ainda que envolto numa teia de simbolismos, é um Mistério sagrado que o Adepto deverá saber buscar no mais completo despojamento de si: Embora os Irmãos [da Rosacruz] possuam as medicinas mais eficazes do mundo, não se vangloriam disso, antes o escondem; talvez os seus pós contenham cinábrio ou alguma outra matéria ligeirísima, mas produzem seguramente mais efeito do que se pode imaginar. Possuem a Phalaia bem como a Asa de Basílio, o Nepenthes que afasta as
mágoas e pesares de Homero e do Trimegisto, o unguento de ouro, a fonte de Júpiter Hammon, que é quente de noite, fria ao meio-dia, e tépida ao nascer e ao pôr do Sol. Desdenham lucros e proveitos e não são seduzidos por altos cargos nem por honrarias; nem desejam de nenhum modo evidenciar-se […]; submetem-se tranquilamente à proteção divina, não se exibem nem se escondem, mas exercem a sua atividade em silêncio (Michael Maier, Themis Aurea, cap. VI). Com efeito, é pela Alquimia Espiritual que construiremos o templo do Espírito e conquistaremos o pó donde viemos, qualificando-nos como verdadeiros Mestres Maçons preparados para trabalhar em esferas mais elevadas (Max Heindel, Occult Principles of Health and Healing, Oceanside 1938). Em suma, há de ser dentro de nós próprios que teremos de descobrir, desbravar e percorrer o Caminho da Salvação, e não apenas nesta ou naquela prática, neste ou naquele ritual, neste ou naquele livro por muito sublime e englobante que seja, ainda que se trate do livro dos livros, porque a letra só brilha para quem já preparou os olhos capazes de suportar o brilho da Luz «que já existe e que é tão bela» . Como dizia Florentinus de Valentia: «O livro que contém todos os outros está em ti, e em todos os homens» .
NOTAS: [1] A grafia atual é «Rosenkreuz», com k e não com c. [2] Segundo a lenda, a virgem Atalanta era muito veloz a correr e, por fidelidade à deusa Ártemis, decidira casar-se apenas com o homem que conseguisse vencê-la na corrida, jurando que mataria os pretendentes a quem vencesse, o que foi o caso de muitos. Graças ao ardil de lhe ir lançando à frente uns frutos de ouro que trouxera do Jardim das Hespérides, Hipómenes venceu-a porque ela se atrasava a apanhálos. Atalanta submeteu-se ao prometido, e aceitou casar com Hipómenes. [3] Existe uma edição moderna da Philosophical Research Society, Los Angeles 1976 que reproduz, em fac-simile integral, a primeira tradução editada em língua inglesa: Michael Maier, Themis Aurea — Laws of the Fraternity of the Rosie Crosse, N. Brooke, Cornhill 1656 (tradutor anônimo). [4] Segundo Hesíodo (Teogonia, v. 135 e vv. 901-906), Témis, filha de Urano e de Gaia, é a deusa das Leis Eternas, sendo, por sua vez, mãe das Horas, da Boa-Lei (Eunomia), da Justiça, da Paz e das três Moiras. [5] O «nascimento do Cristo interno» é a aspiração maior do cristão místico. Os primitivos cristãos saudavam-se: «Que o Cristo nasça em ti!» . É o equivalente, de certo modo, ao samâdhi do Hinduísmo ou o satori do Budismo Zen. [6] Cf. Max Heindel, The Rosicrucian Cosmo-Conception (1909), The Rosicrucian Fellowship, 28ª edição Oceanside 1977: «Alchemy and Soul-Growth» , pp. 421-425. [7] «Tu porém quando rezares, entra no teu quarto, e, de porta fechada, reza a teu Pai que está no oculto; e o teu Pai, que vê no oculto, te corresponderá» (Mateus 6, 6). [8] Este termo deriva do nome da deusa da cura universal por meio de plantas, Panaceia, filha de Asclépios, o deus da Medicina. Parte 1: Akhenaton e o Logos Solar (A Obra do Primeiro Monoteísta) por Alexandre David de O. Passos (*)
Probacionista da Fraternidade Rosacruz Max Heindel Editor da Seção Documentos do Nosso Tempo da OS+B "Pensa, Cria, Colhe"
"Entrando no seu Sanctum o Faraó meditou profundamente no Logos Solar e inspirou-o, pronunciando as três palavras que o Senhor Ptah, o Vizir, vinha confiando ao Deus Vivo. Ele disse:........., e imediatamente fundiu-se na Alma de Ra, elevando os braços e sendo erguido ao Cósmico, com toda a sua Escola, de onde hoje nos orienta e ensina." (Do "Livro Secreto de Ausar" - A Ordem de Maat) O maior dos grandes Místicos da Antiguidade foi Akhenaton, que assim é descrito: viveu em Maat, por Maat e para Maat -entendendo-se Maat como uma abstração da Ética Divina, com seus atributos de Justiça, Paz, Liberdade e Equilíbrio. A Oitava Dinastia culminou na História Egípcia como um mundo poderoso. Sob o brilhante Faraó Amenophis III a dominação egípcia se estendia à Síria e Mesopotâmia. Tributos provenientes de cidades costeiras do Mediterrâneo enchiam rapidamente os cofres e a riqueza facilmente adquirida corrompia tudo que tocava. Akhenaton não é lembrado pela riqueza, nem pelo poderio militar egípcio. Não valorizava nada disto, nem mesmo se contentava em predicar os cânones consagrados como verdade pela casta sacerdotal dominante. Viveu a vida de um sábio enquanto ocupava o trono como um justo. A história das religiões nos mostra que sempre quando uma nação atinge seu Zenith em prestígio e poder mundanos, a religião dominante do referido período se cristaliza em formas convencionais quase totalmente desprovidas de iluminação espiritual; e sempre um mensageiro é enviado pela Hierarquia Invisível para desobstruir o caminho. Segundo Corinne Heline tal condição prevalecia naquele período, vindo Akhenaton promover uma nova era de pensamento espiritual. Os primeiros Reis Egípcios foram Iniciados pelos Mestres Atlantes que oficiavam os vários graus de Iniciação no Templo de Mistérios da Grande Pirâmide. Posteriormente um elaborado cerimonialismo foi desenvolvido e transmitido em benefício das massas, mas o verdadeiro trabalho iniciático estava reservado à linhagem sacerdotal e à Casa Real, sendo tais privilégios transmitidos hereditariamente. Os faraós primitivos eram portadores da luz espiritual, sendo chamados de "Filho do Sol", que designa Horus encarnado, como atributo direto de Ra. O Templo de Heliópolis era o centro focal desta antiga Escola Iniciática, cujas raízes procedem do período primordial do Egito. Segundo a Escola de Heliópolis, "Aton ou o Sol é o corpo físico do Logos diretor de nosso Sistema Solar emanado do Logos Universal. O disco (globo) solar, fonte de luz, calor e vida, é o transmutador prodigioso que recolhe as vibrações transcendentes da Divina Fonte, criadora de mundos, e as tranforma em forças mentais, vibrações construtoras do Cosmos e energias vitais, que verte sobre os astros opacos que a ele estão subordinados. Assim fecunda nossa Terra, virgem e mãe, sem tocá-la nem manchá-la. O Sol é a imagem viva da Divindade. Resplandece com a ofuscante luz da Verdade Absoluta. É o Senhor da Natureza". Tais verdades sagradas, esquecidas pela grande maioria, foram preservadas por
muito poucos na época da Oitava Dinastia. Um sacerdócio rival, que colocava a política acima da espiritualidade e praticava grotescas formas de magia e feitiçaria derivadas de antigos cultos remanescentes, usurpara o prestígio e o poder que formalmente detinha o Templo de Heliópolis. As injustiças e crueldades impostas ao povo estão reportadas no Livro do Exodus. O principal Templo consagrado ao Deus Amon localizava-se em Thebas. O culto ganhou ascendência com Amenhotep III, refém político do sacerdócio de Amon, que restaurou o Templo de Luxor e construiu muitos outros templos consagrados a Amon. O Templo de Karnac, o grande Centro Esotérico, que perpetuava a tradição oculta do período Atlante, se tornaria a mais magnífica ruína do mundo. O sacerdócio de Amon gradualmente conferiu a si mesmo o título de Deus de Heliópolis e, como Amon-Ra, ascendeu à supremacia como o Culto do Estado. O alto-sacerdote de Amon-Ra era geralmente o Grande Vizir (Primeiro-Ministro) do Egito e frequentemente ultrapassava o próprio rei em poder e prestígio. Sua corte comportava hierarquias de sacerdotes a ele subordinadas, que recebiam extraordinários privilégios. Foi no meio deste cenário decadente que, Akhenaton, um dos Irmãos Maiores foi enviado para reacender a tocha espiritual que havia sido apagada pela idolatria, pelo luxo e pelo abuso de poder tanto da Igreja quanto do Estado. PERGUNTA Nº 2: Se "Deus fez o homem um pouco inferior aos Anjos", como é possível, que ele se torne, no final, superior a eles no Mundo Espiritual? Esta pergunta revela um equívoco. Isto nunca foi declarado nos Ensinamentos Rosacruzes, mas foi dito algo que pode ter gerado uma interpretação errada. A evolução move-se numa espiral, e nunca se repete na mesma condição. Os Anjos representam uma corrente evolutiva mais antiga; eram humanos num período anterior da Terra, chamado Período Lunar entre os Rosacruzes. Os Arcanjos eram a humanidade do Período Solar, e os Senhores da Mente, chamados por Paulo os "Poderes das Trevas", eram a humanidade do sombrio Período de Saturno. Nós somos a humanidade do quarto período do presente esquema de manifestação, o Período Terrestre. Como todos os seres do universo estão evoluindo, a humanidade dos períodos anteriores também evoluiu, de forma que hoje encontram-se num estágio mais elevado daquele em que estavam quando eram humanos - eles são sobre-humanos. Portanto, é verídico que Deus fez o homem um pouco inferior aos Anjos. Mas, como tudo está num estado de progressão espiralar, também é verdade que a nossa atual humanidade é superior e mais evoluída do que os Anjos o foram; e que os Anjos foram uma categoria mais elevada da humanidade do que os Arcanjos quando eram humanos. Na próxima etapa atingiremos algo semelhante ao atual estágio dos Anjos, mas seremos superiores ao que eles são agora. PERGUNTA Nº 3: Por que é necessária a nossa passagem por esta existência física? Não poderíamos aprender as mesmas lições sem estarmos aprisionados e limitados pelas densas condições do mundo material? O Novo Testamento foi escrito originalmente em grego, e a palavra Logos significa tanto o verbo quanto o pensamento que precede o verbo, de maneira que quando João nos diz, no primeiro capítulo do seu Evangelho: "No princípio era o Verbo, e
o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus", podemos também traduzir aquele versículo como: No princípio era o pensamento, e o verbo estava com Deus, e Deus era o verbo. Tudo existe em virtude daquele fato (o verbo). Naquilo está a "vida". Tudo que existe no universo foi primeiro um pensamento. Então, aquele pensamento manifestou-se através de uma palavra, um som, que construiu todas as formas, sendo ele próprio a manifestação da vida dentro daquelas formas. Esse é o processo da criação, e o homem, que foi feito à imagem de Deus, cria, até certo ponto, da mesma forma. Ele tem a capacidade de pensar; ele pode exprimir seus pensamentos e, assim, quando não for capaz de executar sozinho suas idéias, pode conseguir o auxílio de outros para realizá-las. Mas, aproxima-se o tempo em que criará diretamente através da palavra emitida pela sua própria boca. Atualmente, ele está aprendendo a criar por outros meios, mas quando estiver capacitado a usar sua palavra para criar diretamente, ele saberá como fazê-lo. Este treino é absolutamente necessário. No momento presente ele cometeria muitos erros. Além disso, ainda não é suficientemente bom - poderia dar forma à criações demoníacas. Nos primórdios, quando o homem esboçava os seus primeiros esforços, ele usou os sólidos; a força muscular era o único meio do qual dispunha para executar seu trabalho. Com ossos e pedras colhidos no solo, produziu os primeiros instrumentos grosseiros com os quais manipulou objetos. Em seguida, numa rude canoa feita de um tronco de árvore, aventurou-se às águas, um líquido, e a roda d'água foi o seu primeiro maquinário. O líquido é bem mais poderoso que o sólido. Uma onda destruirá completamente o convés de um navio, arrancará os mastros e torcerá as mais sólidas barras de ferro como se fossem um fino arame; mas a potência da água é uma força estacionária, portanto, restrita a trabalhar em sua adjacência Imediata. Quando o homem aprendeu a usar a força ainda mais sutil que chamamos ar, conseguiu erigir moinhos de vento para trabalhar por ele em qualquer lugar, e embarcações à vela estabeleceram a comunicação pelo mundo afora. Portanto, o passo seguinte do homem em seu desenvolvimento foi realizado pelo uso de uma força ainda mais sutil que a água e mais universalmente aplicável do que aquele elemento. O vento era inconstante e não se podia depender unicamente dele. Em consequência, o avanço realizado, até então, pela civilização humana tornou-se insignificante quando o homem descobriu como utilizar um gás ainda mais sutil chamado vapor; o qual pode ser produzido em qualquer e em todos os lugares, e o progresso do mundo tem sido considerável desde esse advento. O seu emprego, no entanto, requer um maquinário de transmissão de força, o que representa uma desvantagem. Mas esta foi praticamente eliminada pelo uso de uma força ainda mais sutil, mais facilmente transmissível, a eletricidade, que é, ao mesmo tempo, invisível e intangível. Vemos que o progresso do homem no passado dependeu da utilização de forças de sutileza crescente, cada força conseguindo maior capacidade de transmissão que as outras antes disponíveis. Assim, podemos perceber facilmente que um progresso futuro dependerá da descoberta de forças ainda mais refinadas e mais facilmente transmissíveis. Sabemos que a telegrafia é realizada até sem o uso de fios. Mas,
mesmo esse sistema não é o ideal, pois depende da energia gerada numa usina central, que é estacionária. Envolve o emprego de um maquinário de custo elevado e está, portanto, fora do alcance da maioria. A força ideal seria uma força gerada vinda do próprio homem no momento que desejasse e sem maquinário. Algumas décadas atrás, Julio Verne fez-nos vibrar ao fazer aparecer magicamente o submarino, a viagem ao redor da Terra em oitenta dias etc., estimulando, assim, a nossa imaginação. Hoje, todas as idéias concebidas por ele concretizaram-se, superando até a sua imaginação. Chegará o dia em que teremos à nossa disposição uma fonte de força igual àquela sobre a qual falamos acima. Bulwer Lytton, no seu "Raça do Futuro" (Coming Race), descreveu-nos uma força chamada "Vril", que certos seres imaginários possuem e podem usar para locomover-se sobre a terra, através do ar e de outras várias maneiras. Tal força está latente em cada um de nós e, por vezes, referimo-nos a ela como emoção. Sentimos seu poder de longo alcance como temperamento quando desencadeado, e dizemos: "aquele homem perdeu o auto-controle". Nenhum trabalho, por mais cansativo que seja, pode esgotar o corpo físico e prejudicá-lo tão seriamente quanto a enorme energia do corpo de desejos quando está solta num acesso de raiva. Atualmente, esta força enorme está, em geral, adormecida, e é bom que continue assim até que tenhamos aprendido a usá-la por meio do pensamento, que é uma força ainda mais sutil. Este mundo é uma escola que nos ensina a pensar e sentir corretamente, e assim tornar-nos aptos à usar estas duas forças sutis - o poder do pensamento e o poder da emoção. Uma ilustração tornará claro como este mundo serve àquele propósito. Um inventor tem uma idéia. A idéia não é ainda um pensamento. É quase como um lampejo que ainda não tomou forma. Mas, gradualmente, ele a visualiza dentro da sua mente. Ele concebe em seu pensamento uma máquina, e diante da sua visão mental aparece aquela máquina com as rodas girando, conforme a necessidade requerida para a realização do trabalho. Em seguida, começa a esboçar o projeto da máquina, e mesmo no estágio de concretização surgirá certamente a necessidade de fazer modificações. Deste modo, vemos que as condições físicas mostrarão ao inventor em que ponto o seu pensamento não estava correto. Ao construir a máquina com material apropriado para a realização do trabalho, geralmente mais modificações serão necessárias. Ele poderá ver-se obrigado a inutilizar a primeira máquina, reformular inteiramente seu conceito e construir uma nova máquina. Deste modo, as condições físicas concretas permitirão detectar a falha do seu raciocínio; elas o forçarão a fazer primeiramente as modificações necessárias em seu pensamento original para concluir a máquina requerida. Se existisse apenas o Mundo do Pensamento, ele não chegaria a saber que havia cometido um engano, mas as condições físicas concretas mostram-lhe onde o seu pensamento estava errado. O Mundo Físico ensina o inventor a pensar corretamente, e suas bem sucedidas máquinas são a corporificação do pensamento correto. Nos empreendimentos comerciais, sociais ou filantrópicos, confirma-se o mesmo princípio. Se as nossas idéias concernentes aos vários assuntos da vida são errôneas, elas são corrigidas quando aplicadas nas chamadas experiências empíricas.
Consequentemente, este mundo é uma necessidade absoluta para ensinar-nos como manipular o poder do pensamento e do desejo, sendo atualmente estas forças controladas, em grande parte, pelas nossas condições materiais. Mas, com o passar do tempo, e à medida que aprendermos a pensar corretamente iremos adquirindo um tal poder mental que seremos capazes de emitir o pensamento correto imediatamente, em todos os casos, sem ter que passar pela experiência, e seremos também capazes de expressar o nosso pensamento através de uma manifestação real, como uma ação. Houve um tempo, num passado bem longínquo, em que o homem era ainda um ser espiritual e as condições da Terra mais moldáveis. Então, ele foi ensinado diretamente pelos Deuses a usar a palavra como meio de criação, e assim trabalhava formativamente sobre os animais e as plantas. A Bíblia diz-nos que Deus trouxe os animais para o homem e este os nomeou. Esta designação não se limitava simplesmente a chamar um leão de leão, mas era um processo formativo que conferia ao homem um poder sobre aquilo que ele nomeava, e foi só quando o egoísmo, a crueldade e o ódio desenfreado tornaram-no incapaz de exercer o domínio correto, que a palavra do poder, sobre a qual falam os maçons, perdeu-se. Quando a santidade tomar novamente o lugar da profanação, a palavra será reencontrada e tornar-se-á o poder criativo do homem divino numa era futura. Parte 3: Akhenaton e o Logos Solar O intervalo compreendido entre os 13 e 14, é sempre um tempo marcante na vida de um Grande Mestre, sinalizando a direção que irá escolher em seu caminho. Este significante período em sua vida brindou o casamento de Akhenaton com Nefertiti e sua ascensão ao trono. Nefertiti significa a personificação da beleza. Esta bela e bondosa rainha foi uma alma madura e devota colaboradora no esplendido trabalho de Akhenaton pelo povo egípcio. Foi muito admirada tanto por seu nobre caráter quanto por sua rara beleza. Ela compartilhou toda a gloriosa carreira espiritual de seu marido e sua existência foi marcada tanto pela inteligência como pela bondade e devoção. Akhenaton não desperdiçou nenhum tempo no exercício de sua missão. Como o Mestre Jesus, mediador do Logos Solar, se ocupou desde cedo nos "negócios do Pai". Instituiu reformas baseadas nos princípios fundamentais do Culto Solar de Heliópolis, porém numa oitava acima ou numa nova espiral. No quinto ano de seu reinado, com apenas 16 anos, eliminou o antropomorfismo, destruindo as estelas erigidas em homenagem a Amon, sacrificando até as obras realizadas por seu pai. O Sol foi saudado como o símbolo de um Deus que amava todas as nações, que desejava a paz em vez de guerras, a irmandade entre as nações em vez de uma nação conquistar a outra. Seus hinos declaram que Deus é um Ser invisível que não pode ser representado por imagens; que Ele é o Deus de todas as nações; que Ele ama todos os homens em igual proporção; que Ele é o criador, Preservador e misericordioso Pai da humanidade e de todas as criaturas viventes. "Quão múltiplas são as tuas obras! Elas estão ocultas aos homens, Ó Deus único, a quem nenhum outro se compara. Criaste a Terra segundo o teu coração." (Estrofe do Hino à Glória de Ra, Akhenaton) Sua implicação com a Verdade está registrada num de seus decretos: " Este é o juramento que desejo proclamar, conforme a Verdade, e do qual, por toda a
eternidade, jamais direi que é falso." Apesar de sua juventude, Akhenaton era sábio na sabedoria do espírito. Seu corpo era delgado e frágil, sua natureza era serena e gentil, seu temperamento era pensativo e estudioso. Adorava contemplar as belezas da natureza, e sua face se transfigurava em êxtase espiritual. Era reverenciado e adorado por seu povo, sendo chamado carinhosamente de "Senhor do Sopro da Doçura". De 17 aos 19 anos, devotou-se completamente à nova religião. Rompeu com o sacerdócio de Amon-Ra e decidiu mudar a Corte para um lugar virgem a beira do deserto, "que não pertencesse a algum deus ou deusa, príncipe ou princesa, e do qual ninguém pudesse reclamar a propriedade. Em 1370 a.C., assessorado pelo arquiteto Bek, construiu a nova capital em El Amarna, na planície de Hermópolis a uns 300 quilômetros ao sul de Heliópolis, rompendo com a tradição religiosa de Tebas. Reportando-se aos registros akásicos, Corinne Heline relata que "nenhuma utopia visualizada em nossa presente época poderia exceder em beleza a adorável cidade construída pelo jovem Rei e chamada Akhetaton Horizonte do Sol, atualmente Tell-el-Amarna. Ela foi dedicada à Luz e a reverente comunhão com a natureza era essencial ao trabalho espiritual" Ao inaugurar a nova cidade, o jovem Faraó declarou: "Aton meu Pai que concebeu esta cidade; nenhum nobre me conduziu à ela; nenhum homem em toda a face da terra me guiou ; Aton, meu Pai, mandou-me contruí-la. A Cidade do Horizonte, como o Sol no céu será eterna. Aos 21 anos sua residência foi fixada em Akhetaton. Mudou seu nome para Akhenaton (Aquele a quem Aton se satisfaz ou glória de Aton) e acrescentou um título usado até a sua morte: " Vivendo na Verdade". Por cerca de quatro anos prosperou o novo regime. Na beleza e na paz de sua santa cidade, Akhenaton concentrou sua energia na causa de Aton, porem, impaciente com a lenta conversão de seu povo, usou seu poder como Faraó para forçar a devoção a Aton em todo o Egito, o que provocou o antagonismo dos cultos rivais, principalmente a conspiração do sacerdócio de Amon, que fora hegemônico. Akhenaton foi um Iniciado nos Mistérios Solares. Tal Iniciação era uma prerrogativa dos Faraós, apesar de que nem todos eles atingissem a mesma expansão de consciência. Alguns instrumentavam os poderes conquistados para manter sua autoridade sobre a nação e adquirir cada vez mais fortuna. Akhenaton foi totalmente na direção oposta. Ele só desejava estabelecer a beleza, a paz e a fraternidade sobre a terra. Fez do Sol Alado o símbolo da manifestação do Verbo, exaltou o valor da Verdade e exigiu uma moral mais humanitária. Parte 4: Akhenaton e o Logos Solar "As asas estendidas do astro mítico, da fênix - diz Schuré - se abrem horizontalmente. Duas serpentes entrelaçadas e enroladas ao disco se erguem ladeando-o com suas cabeças vigilantes. Este é o signo de Horus, o Verbo Solar, o Deus manifestado, o Apolo egípcio, símbolo capital e central desta religião que evoca o Deus que vive através do homem e da natureza. Seu curso ilustra as viagens da alma e a evolução do Universo. As duas serpentes, cujas cabeças se lançam fora do circulo do Infinito e que se encontram no caduceu do Hermes grego, personificam os dois movimentos do Espírito Eterno: sua aspiração e sua expiração. Uma insufla sua vida a todas as formas da matéria; outra, absorve às almas que retornam ao Sol divino. O Sol alado de Horus só tem um significado. Sua voz viril ressoa com a língua universal dos símbolos e
domina aos demais como acorde perfeito que sintetiza todas as harmonias, e diz: O Espírito é Um; a Alma, que anima a carne, é imortal, e sua vida através dos mundos se denomina Ressurreição". Akhenaton proibiu que Aton fosse idolatrado através de imagens. Simbolizou-o como um disco solar irradiando raios de luz. Dirigiu a atenção do povo ao "Calor que está no Sol", que representa o Cristo Cósmico, o Espírito Invisível e interno do Sol, que existe atrás do esplendor externo do Sol. Ao Círculo Interno Akhenaton se refere ao Sol Espiritual, não como "Aton", mas como o "Mestre de Aton". Mais tarde substitui a palavra Calor por Resplendor Akhenaton era tanto poeta quanto místico. Seus hinos podem ser comparados com os Salmos de David, no Antigo Testamento. No Salmo XXIII, David canta: "O Senhor é meu pastor; nada me faltará". Muito antes Akhenaton cantara: "Não há pobreza para quem descansa no coração do Senhor". "Aton vivo ao lado do qual não há nenhum outro". "Os antigos Templos Egípcios eram lugares fechados com muitas câmaras subterrâneas. Akhenaton concebe o culto a Aton como uma religião de luz e seus Templos se tornam emblemáticos deste fato. Delicados e graciosos em estrutura, abertos em todos os lados à luz solar e irradiando cor e fragrância, tais estruturas exemplificaram o espírito do Faraó ensinando que o homem está mais próximo de Deus quando mais próximo da natureza. Na vasta área externa do Templo de Aton, decorada com os sete tons da escala cromática, eram observados os cerimoniais da aurora e do místico por do sol, oficiando o próprio Faraó o ritual. Na parte menor e mais interna do Templo eram oficiados os ritos mais esotéricos de consagração, oficiados pela Rainha Nefertiti", relata Corinne Heline. Os modernos ocultistas atentos aos ritmos da natureza sabem que a polaridade das forças liberadas na aurora do Sol é positiva ou masculina enquanto aquelas relativas ao por do sol são negativas ou femininas. Da mais antiga dinastia procede ao eco de um cerimonial solar: " Ó Senhor, Que é coroado o Rei dos Deuses, faça o espírito de minha alma glorioso; faça Senhor o espírito de meu coração divino." "No impressionante Ritual da Litania Solar ", escreve Corinne Heline, " que se refere ao trabalho dos nove graus dos Mistérios Menores, o alto-sacerdote, conduzindo uma estrela luminosa em cada mão, é seguido pelos aspirantes em uma procissão, cantando eles nove vezes em uníssono: " Abra-me o Caminho da Paz, da Verdade e da Justiça ". O Hino do Sol Poente era cantado em tonalidade menor, enquanto que o Hino do Sol Nascente era cantado em tonalidade maior. O Coral Aleluia, de "O Messias" de G.F. Haendel, foi inspirado nestes majestosos e exultantes cantos que ecoam através dos séculos do Antigo Egito. Com Akhenaton floresceram as artes e as ciências. Seu amor à natureza é comparado ao de São Francisco e seu sacerdócio inspirou a original Ordem fundada por São Francisco de Assis, que também pretendia restaurar a devoção ao Logos Solar, eclipsada pela opulência da Igreja Católica. A universalidade de sua religião e a proibição da idolatria acabaram provocando rebeliões internas, comandadas pelos sacerdotes tebanos e invasões externas, reduzindo o império a uma pequena faixa. "Se algum homem deseja me seguir, que pegue a sua cruz e me siga", disse Cristo a seus Doze Discípulos; porém tais palavras pertencem a todos os Grandes Mestres que foram enviados como portadores de Luz. Akhenaton também vivenciou a Agonia do Jardim do Gethsemane quando viu a bela e pacífica capital de Império, a cidade idealizada como a capital de um mundo governado e regulado pelo amor e sabedoria divina - cercada por forças malignas. O Egito não estava preparado para realizar seu sonho, amigos íntimos desertaram a cidade de amor e paz, muitos de seus soldados se
juntaram aos exércitos inimigos e seus mais íntimos discípulos também dormiam, quando o Iluminado Mestre vivenciava sozinho seu Gethsemane. Com o colapso do Império seu ardente coração cessou de bater, e sua missão terrestre como Mensageiro do Logos Solar, o Cristo Cósmico chegava ao fim.
A Magia dos Espelhos Os espelhos são, em si mesmos, objetos mágicos por uma vocação que emerge de sua própria natureza física. Espelhos refletem luz! E a luz tem muitas dimensões e significados. O espelho que fala desperta na rainha de vaidade maldosa, primeiro a inveja, depois o desejo de vingança contra a bela Branca. É transpondo o espelho, portal entre dois mundos, que Alice vai conhecer outro estranho país de maravilhas. A perdição de Narciso foi um espelho d'água. A curiosa fascinação causada pela reflexão da imagem no espelho seduziu os povos desde a mais remota antiguidade. Egípcios, gregos e romanos confeccionaram espelhos de latão, prata e zinco. Na Itália medieval, as damas, já usavam, presos aos cintos, espelhos práticos, pequenos e redondos, em geral, também feitos de ouro ou prata. Foi no século XIV, nos anos 1300, que artífices venezianos começaram a produzir espelhos de vidro revestido com fina camada de uma liga de mercúrio e estanho. Em 1833 o revestimento passou a ser feito em prata, tal como conhecemos hoje. ESPELHO DE MAGO Para magos e feiticeiras, o reconhecimento de um objeto como espelho depende apenas do poder de reflexão da luz que esse objeto possui. Mais de acordo com o entendimento dos antigos, para os ocultistas, espelho é qualquer superfície polida capaz de refletir luminosidade com maior ou menor intensidade. O Iniciado utiliza o espelho mágico para fins diversos. O primeiro deles é o desenvolvimento da vontade por meio do adestramento do olhar como recurso de expressão. Isso porque o controle da vontade se alcança justamente por meio do adestramento dos recursos de expressão do homem, a saber: • • • •
OLHAR PALAVRA GESTOS (movimento de braços e mãos) AÇÃO (postura, todo movimento, todos os fazeres que implicam em trabalho físico e que dependem de uma disposição firme da vontade)
Os espelhos mágicos servem, então, a dois propósitos: 1. A educação do olhar; 2. com o olhar educado, o olhar orientado produz o fenômeno chamado FASCINAÇÃO, ou seja, submissão de alguém decorrente de impressão causada pela luz concentrada emitida pelo espelho ou ainda, emitida pelo olhar do próprio mago, pois que a iris do mago, a superfície do olho, tal como um espelho, também é refletor de luz. A diferença, no caso da fascinação pelo olhar é que o olho, não somente reflete a luz condensada como também, pode o mago, emitir sua própria luz (energia) através do olhar. O ocultista Papus esclarece:
"Os espelhos mágicos são essencialmente órgãos [instrumentos, veículos] de condensação da luz astral; por isso, o carvão, o cristal, o vidro e os metais poderão ser empregados em sua construção (...) ... o mais simples dos espelhos mágicos é um copo de cristal cheio de água pura. Ele deve ser colocado sobre um guardanapo branco com uma luz colocada por detrás."
TECNOLOGIA DO ESPELHO Torna-se evidente que o princípio de funcionamento do espelho mágico é a sua propriedade de refletir a luz. O segredo do espelho é produzir uma luminosidade atrativa para o olhar e que favorece à concentração do observador num processo que almeja uma transição de estado de consciência – que alguns descreveram como entrar em alfa. Papus conclui que "...todos estes espelhos tem por único efeito concentrar em um ponto uma parcela da luz astral e de por a vida individualizada de cada um de nós em relação direta com a vida universal conservadora das formas."
Note-se que Papus refere-se sempre à luz astral. Infere-se daí, e não há motivo para pensar o contrário, que os espelhos refletem todos os espectros de luz, os visíveis e os invisíveis ao olho físico do humano em estado de consciência normal, ou seja, a vigília. Em ocultismo, recorre-se às virtudes do espelho para o desenvolvimento e exercício de uma faculdade chamada vidência, para ver o que está distante, seja no espaço, seja no tempo. Compreendemos então o sentido do uso da famosa bola de cristal: a bola que reflete a luz é um espelho mágico. O espelho reflete luz astral assim como reflete a luz solar. Se considerarmos os ensinamentos da tradição esotérica, admitindo que a luz astral possui uma espécie de memória universal, registro de todas as coisas presentes, passadas e futuras, resulta que o mago, fixando o olhar no reflexo do espelho ou partindo de concentração num ponto de luz comum, torna-se capaz de perceber a luz astral e nela distinguir ou acessar as informações que deseja obter. Os budhistas e teósofos denominam esse fluido cósmico e onipresente de Akasha. Papus descreve o exercício do Iniciado com o espelho mágico: "Quando se olha fixamente, durante alguns instantes, o centro do espelho, sente-se umas picadas características nos olhos, obrigando, muitas vezes, a fechar momentaneamente as pálpebras e, por conseguinte, a anular todos os esforços feitos até então. O pestanejamento é devido ao ser impulsivo [o animal, no homem] e é puramente reflexo; é preciso por isso combatê-lo pela vontade, o que é questão de pouco tempo, fazendo diariamente um exercício de vinte minutos no máximo. No momento em que se sentem as picadas características dos olhos, é preciso desenvolver uma tensão de vontade para impedir que as pálpebras se fechem, o que se conseguirá sem muito esforço. Obtido este primeiro resultado, ver-se-á logo o espelho tomar uma coloração diferente da que ele apresenta habitualmente: eflúvios vermelhos, depois azulados e semelhantes aos eflúvios elétricos; e só então é que as formas aparecerão."
Este exercício, que deve produzir uma experiência de vidência, contém em seus procedimentos os requisitos necessários para o treinamento do controle e da projeção da vontade – como poder - através do olhar. Em seus laboratórios, os magistas utilizam como espelho uma placa de aço brilhante, polida, ligeiramente côncava. Em quatro pontos opostos entre si, no espelho, são gravados quatro nomes sagrados: Jehovah, Metatron, Elohim, Adonai. Em ritual, o espelho é consagrado ao anjo Anael. A Egrégora Por Michèle Séguret Já aconteceu com você de sentir-se particularmente feliz num lugar qualquer, particularmente à vontade, sem razão aparente? Na floresta povoada de claros-escuros cintilantes, sentiu como o Conde de Gabalis, o roçar sutil dos gnomos, dos silfos e das salamandras, hóspedes espirituais desses locais? Após uma reconfortante reunião, você saiu satisfeito, sentindo-se em união perfeita com todos? Quanto a mim, lembro-me de um concerto de danças caucasianas, onde a sala inteira encontrava-se unida como um só ser. Lembro-me de um extraordinário solo de Heifetz no silêncio religioso de quinhentas respirações suspensas ao som cristalino do violino, silêncio que permaneceu por alguns segundos após a última nota do virtuose, antes da explosão das aclamações. Por outro lado, aconteceu com você de sentir-me oprimido ao pisar nos restos dos campos de concentração, nos campos de batalha de Oradour-sur-Glane? Diz-se que o sangue dos mártires de todas as ideologias clama ao céu sua dor e que a imagem dos acidentes impregna os cruzamentos onde se produziram. No metrô parisiense, que transporta tantos espíritos heteróclitos e libera uma infinita tristeza, quantos têm o coração apertado pela atmosfera que lá impera e pela morosidade dos viajantes que nos cercam; privados também da "bolha de ar" necessária ao bem-estar de nossa aura, sufocamos. Esses estados de espírito podem vir de nossa percepção da egrégora do lugar. Que é uma egrégora? Ao se reunirem, os seres formam, pela união de suas vontades, um ser coletivo novo chamado
Egrégora. La Voix Solaire (A Voz Solar) em seu número de março de 1961 dava-nos a seguinte definição: "Egrégora: reunião de entidades terrestres e supra-terrestres constituindo uma unidade hierarquizada, movidas por uma idéia-força". Esta palavra poderia originar-se no grego "egregoren", que significa "velar". No Livro de Enoch está escrito que os anjos que tinham jurado velar sobre o Monte Hermon teriam se apaixonado pelas filhas dos homens, ligando-se "por mútuas execrações". Papus, em seu Tratado elementar de Ciência Oculta introduz uma nova noção: as egrégoras são "imagens astrais geradas por uma coletividade" (pág. 561). Em A Via iniciática, Serge Marcotoune constata que a energia nervosa se manifesta por raios no plano astral: "O astral está cheio de miríades de centelhas, flechas de cores das idéiasforça. Sabemos que cada pensamento, cada intenção a que se mistura um elemento passional de desejo, se transmite em idéia-movimento dinâmica, completamente separada do ser que a forma e a envia, mas seguindo sempre a direção dada. As idéias-forças são os elementos mais elementares do plano astral; elas seguem a curva traçada pelo desejo do remetente". (pág. 195) É por isso que precisamos controlar nossos desejos a fim de que eles não pesem sobre nós, acorrentando-nos, imprimindo à nossa aura cores diferentes. A meditação e a prece do iniciado regeneram-no, permitindo-lhe emitir idéias sadias e tranqüilizantes. No astral, os "spiritus directores", os espíritos-guias, canalizam as idéias-força para zonas determinadas. Em A Chave da Magia Negra, Stanislas de Guaita analisa a história da Convenção, desmascarando as entidades homicidas coletivas e os atos sanguinolentos delas decorrentes (pág. 324). De fato, no mundo astral as coisas semelhantes aglutinam-se para criar um coletivo, graças às suas idênticas vibrações. A egrégora, ser astral, possui seu centro e seu eixo nesse plano e busca um ponto de apoio terrestre para assegurar-se das formas estáveis. O iniciado aproxima-se assim dos seres superiores e elevados. No astral nascem os germes das grandes associações, das grandes amizades, das proteções. Em constante modificação, em evolução,
as formas das egrégoras são, na maior parte do tempo, efêmeras. As egrégoras não possuem ponto de apoio. Elas podem obstruir nosso caminho ou ser utilizadas por um operador. Marcotoune escreve: "As egrégoras que podemos considerar como prontas formam uma classe à parte. São as egrégoras da cadeia iniciática ou das grandes religiões. Elas servem à obra sacrifical de expiação do Filho de Deus para salvar a humanidade. São dirigidas diretamente pelos seres reintegrados e pela Vontade Divina. Situadas no cume do plano astral, perdem-se na fusão com os planos espiritual e divino". (pág. 206) Elas realizam o destino cósmico de todo o universo. Os antigos...
Basta que o mundo invisível seja um poderoso auxiliar para os seres humanos, para convencê-los de ler os textos antigos. Se os homens criaram mitos, foi porque se viram confrontados com forças imensas, incompreensíveis, dissimuladas nas profundezas ocultas da Natureza. Sabiam que cotidianamente eram travados combates na terra e no céu. Zeus luta contra os Titãs; Rama combate os demônios gigantescos do Ramayana; Krishna ajuda o guerreiro Arjuna em seus embates com a Vida, os exércitos vindos do invisível são confrontados com os do manifesto. No Regulamento da Guerra dos Essênios, vê-se o mundo angélico inteiro empenhado na batalha terrestre. Na China, o Culto dos Ancestrais estabelecia um equilíbrio ente a Terra e o Céu por meio da Egrégora familiar astral. Papus cita Ovídio no Tratado Elementar de Ciência Oculta: "Quatro coisas devem ser consideradas no homem: os manes, a carne, o espírito e a sombra. Estas quatro coisas são colocadas cada uma em seu lugar: a terra cobre a carne; a sombra flutua em redor da tumba, os manes estão no inferno e o espírito voa para o céu" (pág. 404). Os egípcios pensavam que não só o ser humano possui um duplo (Kha), mas também todos os animais e todas as coisas em que a vida se faz sentir: as cidades, as províncias, as nações. Henri Duville o observa na sua Ciência Secreta: E nós...
Estamos convencidos, como Beaudelaire que: "A Natureza é um templo onde viventes pilares Deixam às vezes escapar confusas palavras, O homem nela passa através de florestas de símbolos Que o observam com olhares familiares..."
Somos convidados com insistência a decifrar o que está oculto (ocultismo), a descobrir o que está fora das coisas (esoterismo), a aprofundar o que nos espanta porque, diz Aristóteles, "do espanto vem a Sabedoria". A noção de Egrégora nos libera dos grilhões religiosos. Na verdade somente o Amor ao Bem e à Verdade, somente nossa ação e nosso Coração nos conduzirão à família espiritual que nos corresponde, segundo a densidade de nosso espírito. Como Swedenborg, viajaremos em grupos unidos, sendo ensinados pelos diversos grupos de anjos que formam sociedades à parte, elas próprias reagrupadas em um grande corpo porque, diz ele, "o céu é um grande homem". Paulo, na Epístola aos Romanos (12) e em 1 Coríntios 12, escreve: "Formamos um único corpo com o Messias"... "Sim, o corpo é um, mas há vários membros e todos os membros do corpo, que são numerosos, formam um único corpo". Tal é a comunhão dos Santos.
Jesus dissera: "Onde dois ou três estiverem reunidos em meu nome, estarei entre eles". No Apocalipse, João faz os Anjos responsáveis pelas Nações intervirem, porque somos responsáveis pelos erros coletivos cometidos. Ninguém pode lavar as mãos, como fez Pilatos: guerras, fomes, massacres diminuem nossa liberdade, porque participamos da egrégora da terra; da mesma forma que os genes de nossa hereditariedade marcam a história de nosso corpo. Segundo a Bíblia, cidades inteiras foram punidas por causa de sua egrégora envenenada. Phaneg escreveu: "Todo coletivo constitui na verdade uma família no espiritual e tem seu chefe. É a este chefe que o Espírito fala..." Compreende-se, nessa ordem de idéias, que jamais se deve responder ao ódio como ódio, porque então as duas egrégoras selariam uma aliança estreita para nossa maior danação. Devemos estar convencidos que nenhuma de nossas aspirações para o Bem se perde e que nossa vida deve produzir Idéias-força poderosas. É o segredo da prece dos "fracos". Se utilizamos ritos é porque eles constituem um apelo às forças elevadas. Se realizamos uma Cadeia de União, é para ligar o visível ao invisível num campo magnético fechado onde as forças perpendiculares se projetarão. Ela é ao mesmo tempo criadora e receptora; escudo protetor e receptor de influências astrais e espirituais. As egrégoras são dinamização das auras num objetivo preciso. Todo o esforço da vida iniciática tem por meta utilizar, da melhor maneira possível, nossa vida, nossos ímpetos, nosso amor, para equilibrá-los e fazer deles uma base sólida num esforço de continuidade e de ascensão.
"Metamorfoseemo-nos pela mutação de nosso pensamento"— é o convite de Paulo na Epístola aos Romanos. Metamorfoseemo-nos pela mutação de nosso coração; é a via cardíaca martinista.
Parte 3: Monografia Pública: Universos Parallellos Depois, quando escrevi o ensaio Simbolismo Numérico Rosacruz, voltei a especular: Talvez a Humanidade tenha que aguardar o ano de 2034 (dois mil e trinta e quatro) para poder começar a vislumbrar algum tipo
de mudança efetiva, que contemple, realmente, a trilogia propugnada depois da queda do Ancien Régime. Não a fraternidade romântica dos que não sabem o que falam. Não a igualdade ideológica, pois essa é impossível de ser realizada por ser absolutamente desigual. Não a liberdade quimérica de executar o que determina o corpo astral, pois essa liberdade é uma prisão anestesiante. Não há, contudo, por enquanto, as condições necessárias e adequadas em virtude da decadente espiritualidade própria das transições cíclico-planetárias para uma ampla, geral e irrestrita divulgação pública do conhecimento hermético. A bem da mais cristalina verdade, acredito que nunca será divulgado tudo. Até porque certas conquistas são pessoais e intransferíveis. Mas uma ampliação e um aprofundamento substantivo desse Sagrado Saber já estão acontecendo. [A Ordo Svmmvm Bonvm é um exemplo]. Se um alto dignitário da Igreja Católica, Angelo Roncalli (1881-1963), estiver correto, só por volta de 2030 (dois mil e trinta) este Planeta começará a vislumbrar, tenuemente, a luz que se transformará em LUZ da LLUZ, e que iluminará, efetivamente, os caminhos dessa nova sociedade que povoará a Terra. A Raça que nos sucederá. Até lá, cabe a quem pode, alertar e fazer enxergar os que já conseguem perceber os equívocos tenebrosos destes tempos, e as infinitas possibilidades daqueles que estão a chegar. Interessantíssimo o número 2030. Se o dividirmos por 7 (sete) o resultado será 290 (duzentos e noventa), ou seja, 290 ciclos de 7 anos. A partir de então terá início o ducentésimo nonagésimo primeiro ciclo de sete anos d. C. Isto considerando o calendário atual. Sete é o número que simboliza o fim de um ciclo e o começo de outro. Cada ano pode, inclusive, ser dividido em 7 ciclos de aproximadamente 52(cinquenta e dois) dias. E o dia em 7 ciclos de 3 horas, 25 minutos e, aproximadamente, 43 segundos. A biologia contemporânea conhece profundamente o significado e o valor deste número. Assim, Sete, mais do que simboliza, representa a morte de um ciclo. Sete é a foice. Sete é o fim. Mas não pode ser esquecido o Oito! E o Nove! E há o número 72. E há outros números... Pi (3,1415), por exemplo. ALHIM. Nesse sentido, observa-se que todas essas operações numéricas indicam que, especulativamente, próximo a 2030 um momento cósmico agonizará e outro começará a se manifestar. Inclusive o ducentésimo nonagésimo primeiro ciclo de 7 anos por adição é igual a 12 (doze), número profundamente significativo em KaBaLa [e em Misticismo], e que, por sua vez, por adição de seus algarismos, é igual à Trindade. Entende-se, todavia, que esta compreensão (pensa-se que consciente em Roncalli) esteja vinculada ao término da Era Pisciana e ao início da Era de Aquarius (A Era Mental). As datas, contudo, entre os estudiosos, não são coincidentes para indicar o ocaso de um período e começo do outro. De qualquer forma, creio que o próprio Ciclo Aquariano já teve seu início. E tudo o que se especular a respeito de números, além de estar dependente de um conhecimento real e hermético a respeito da periodicidade dos ciclos cósmicos? que são diversos? quanto aos acontecimentos, estes sofrem influência direta tanto do ser
individualmente, como da Humanidade como um todo como massa pensante, atuante e interatuante. Minimamente. Predeterminismo absoluto não há. Isto não posso aceitar. Há sim, possibilidade de que algo ocorra em determinada época, em função de certos fatos? que geram compensações obrigatórias? e da trajetória e dos procedimentos em curso. Mudanças, entretanto, podem ocorrer [e somos livres para promovê-las]. Entrementes, é preciso deixar registrado que a Ordem de Aquarius, na pessoa de seu Presidente, Serge Raynaud de la Ferrière (18 de janeiro de 1916 17 de dezembro de 1962), entende que o novo Ciclo Cósmico teria tido início em 1948 (mil novecentos e quarenta e oito). Já Raymond Bernard afirmou que a passagem da Era de Pisces para a de Aquarius teria acontecido em 5 de fevereiro de 1962, quando todos os Planetas dos antigos encontravam-se reunidos no Signo de Aquarius. Acredita-se que esta data é mais concernente com a Tradição, desde sempre idêntica a si mesma. Todavia, não compreendo que seja pelo imediato fim de um ciclo astrológico que outro comece prontamente a se manifestar. Principalmente na esfera daquilo que comumente é denominado de plano mental do ser humano. A entropia (humana e universal) não se transforma em negentropia assim sem mais nem menos. [E vice-versa]. Isto é simplesmente impossível. Vencer crendices é difícil. Anular a reconstrução idem. Há, em realidade, uma interface de duração variável.
A Rosa Cruz Hermética - Marcelo Rossi (Lectorum Rosicrucianum)
Correntemente se chama a Rosa Cruz Hermética e Alquímica, e é um símbolo Rosa Cruz muito antigo e místico, nos quatro extremos da Cruz tem três símbolos alquímicos:
Mercúrio, Enxofre e Sal. Também nos braços da cruz e um pouco para dentro tem quatro pentagramas, o circulo na parte superior do pentagrama representa o espírito, o primeiro triângulo a esquerda com o vertice para baixo e uma linha paralela na base, representa a terra, no outro triângulo com uma linha paralela na base, porém com o vértice para cima também a esquerda, representa o ar, o triângulo a direita do pentagrama, com o vértice para baixo, representa a água e o outro triângulo a direita com o vertice para cima representa o fogo. O pentagrama tem um significado místico muito profundo, é uma representação simbólica da própria rosa cruz, a parte inferior da rama descendente da cruz, está dividido em quatro seções. Cada seção leva uma das cores de Malkut, da Kabalistica Árvore da vida. Essas cores são amarelo limão, oliva, rosa e negro. Por cima dessas quatro seções da rama inferior se encontra uma estrela de seis pontas, (o hexagrama), que tem seis planetas nos seus vértices, abaixo a lua, à direita vênus; jupiter; saturno; marte e mercúrio, e o sol no centro. O hexagrama foi considerado numa época como o mais poderoso de todos os símbolos, os planetas estão colocados na ordem de certos rituais Kabalisticos que eles representam. Os quatro raios longos que se estendem por detrás da cruz simbolizam os raios da luz divina ou cósmica. Estes raios tem as letras I N R I, que de acordo com o frater Wittemans, são as iniciais de palavras latinas, "A Natureza é renovada completamente pelo fogo". As letras dos raios menores representam as primeiras letras dos nomes resonantes usados pelos gregos e egipcios nas suas antigas escolas de místerios. As pétalas da grande rosa sobre a cruz, que somam 22, representam as 22 letras do alfabeto Kabalistico Hebreu, as 12 letras exteriores, representam os signos do zodiaco, as 7 petalas, ou letras mais adentro representam os 7 planetas e as 7 letras duplas do alfabeto kabalistico, enquanto que as três petalas interiores, ou três letras mães, representam o ar, o fogo, e a água. As quatro projeções por detrás da pequena rosa cruz são as pontas da cruz de Malta. Esta também é muito rica no significado simbólico. Logo, como é natural, a rosa cruz com suas cinco pétalas em todo o centro da grande cruz. Esta grande e magnifica rosa cruz simboliza toda majestade, poder, beleza e proteção que oferece a ordem rosa cruz. A Rosa-Cruz é um importante símbolo oculto. Ela representa a Grande Obra do Adepto. Ela é chamada de "A Chave dos Sigilos e Rituais". A Rosa na Cruz tem 22 pétalas em três anéis, com um outro símbolo de urna Rosa-Cruz em seu centro. A Rosa-Cruz central tem uma Cruz Dourada feita de seis quadrados, com uma Rosa Vermelha de cinco pétalas em seu centro. As três pétalas centrais da Rosa de 22 pétalas correspondem aos elementos mágicos do fogo, água e ar, e estão escritas nelas as Letras Hebraicas que correspondem a estes elementos. A segunda carreira de pétalas corresponde aos Sete Planetas e nelas estão escritas as Letras Hebraicas que correspondem a eles. A carreira exterior de pétalas corresponde aos Doze Signos Zodiacais e nelas estão escritas as Letras Hebraicas que correspondem a eles. As pétalas tem a cor da Escala do Rei, que é atribuída aos vinte e dois Caminhos da Árvore Qabalística da Vida. A Rosa no centro da Cruz representa Tiphereth, a sexta Sephira na Árvore da Vida. que é o receptáculo das forças Sephiróticas da Árvore.
A Luz Da Tradição Rosacruz
Um dos mais importantes papéis da Antiga e Mística Ordem Rosae Crucis (AMORC) dentro do moderno Rosacrucianismo - período que se estende do início da Era Industrial até os dias de hoje - tem sido o de preservar a autêntica Tradição Rosacruz, através da constituição de um acervo histórico que compreende documentos iniciáticos e livros raros. Esse trabalho, persistente e minucioso, vem sendo feito com extrema seriedade, por homens e mulheres abnegados. Sozinhos ou em equipes, eles vem coletando, desde a época do Dr. Spencer Lewis, cartas, manifestos, declarações, artigos, ensaios, discursos, exposições, livros, mapas, desenhos, diagramas, pinturas, esculturas e toda uma extensa gama de documentos, objetos e peças de artes plásticas que compõem a História Rosacruz. A importância da formação deste acervo místico-histórico não é apenas documental e cultural. Transcende em muito esses parâmetros e se constitui na Luz da Tradição Rosacruz, um conceito de iluminismo que só pode ser perfeitamente compreendido pelos iniciados nos Graus Superiores da Ordem. Em linhas gerais e para uma compreensão mais fácil por parte dos interessados que visitam as páginas disponíveis na Internet à procura de esclarecimentos, pode-se dizer que o conjunto desses tratados, documentos, símbolos e peças de arte Rosacruz constitui no plano físico a tessitura material de um todo imaterial, um Símbolo Maior, que de tempos em tempos se manifesta, ciclicamente, gerando os eventos que resultam nessas produções. Nos dias de hoje, quando o homem acaba de passar de um milênio para outro dentro da Era Cristã, vergado ao peso da imensa carga de culpa que a Igreja lhe impôs, lado-alado com um tremendo desejo de libertação das amarras da ignorância, do medo da morte e da superstição, sobressai ainda mais a importância do acervo Rosacruz
preservado pela AMORC. Cultura, arte, história e misticismo se misturam no cadinho de Chronos, formando a Pedra Filosofal tão buscada pelos Alquimistas. Muito embora o Movimento Rosacruz, em seu cerne, seja tipicamente cristão-ocidental, vê-se a todo momento provas de sua transcendência, tanto assim que organizações que nada têm a ver com a Cristandade avocam o nome Rosacruz para ser seu rótulo, ou por afinidade de posições ou por enquadramento dentro de certas Leis comuns a todas as instituições que pretendem levar algum tipo de Luz aos mais sombrios recônditos da criatura humana. Se a AMORC fosse apenas uma instituição educativa, assim mesmo estaria exercendo um grande papel dentro da obra de formação do ser humano superior, pela notável abrangência dos ensinamentos que disponibiliza em seus estudos. Aquele que tiver estudado com seriedade, ao longo dos anos, todo o material que a AMORC fornece aos seus membros de Sanctum, na forma de monografias, discursos, fori e uma infinidade de livretos, certamente há de chegar, ao final de pouco mais de duas décadas, a um ponto que dificilmente alguém atingiria com apenas um curso universitário e suas extensões de mestrado e doutorado. Esse trabalho cultural e educativo, ao par da iniciação mística autêntica, tem contribuído para que um grande número de pessoas se tornasse capaz de compreender melhor os mistérios do Universo, que são os mistérios de sua própria existência, colocando esse conhecimento a serviço da humanidade, para que possa haver melhor qualidade de vida para todos. A persistência nos estudos, que abre caminho para a Iluminação, só é possível quando o estudante acredita com sinceridade que está na trilha certa. Essa certeza vem não apenas da fé cega nos ensinamentos de uma organização, o que a caracterizaria como religião o que não é o caso das Ordens e Fraternidades do Rosacrucianismo -, mas também das provas documentais e demais evidências da autenticidade. É justamente aí que entra a suma importância do acervo preservado e continuamente enriquecido pela AMORC. Na sua carta anual aos membros da AMORC, datada de fevereiro de 2001, o Imperator Christian Bernard informa que mais documentos foram incorporados ao acervo da Ordem. Entre eles, documentos relativos ao início da AMORC na Suiça, sob a liderança de Edouard Bertholet (1883-1965), cujo mandato foi conferido pelo Dr. Spencer Lewis. E também uma importante coleção de correspondências de Stanislas de Guaita (18611897), que com Joséphin Péladan, foi criador da Ordem Cabalística da Rosacruz, em 1887. Esse vasto acervo vem permitindo que a AMORC funcione como uma espécie de farol no emaranhado de ordens e fraternidades que se multiplicam dia-a-dia, apontando aos estudantes sinceros a direção certa em meio à neblina. Esse trabalho vem sendo realizado em âmbito mundial, contribuindo para a elevação do nível de consciência a um plano tal que permita uma mais clara compreensão das respostas à antiga tríplice pergunta: "Quem sou? De onde vim? Para onde estou indo?".
A Câmara de Reflexões Na Maçonaria, mais precisamente, no Rito Escocês Antigo e Aceito, a iniciação de um neófito é feita num compartimento da loja, chamado de câmara de reflexões, onde o candidato deverá passar por uma morte simbólica de sua vida profana, para renascer um novo homem, livre de pré-conceitos e paixões mundanas, disposto à lapidação de sua pedra bruta, para que um dia, possa vir a fazer parte do templo de Salomão. A câmara de reflexões, é geralmente um quarto ou porão, cujas paredes negras revelam fórmulas e dizeres alquímicos, bem como os elementos que compõe a mesa. Normalmente vemos estampada nas paredes, o V.I.T.R.I.O.L. (Visita interiore terrae, retificandoque invenies ocultum lapiden), que quer dizer: “Visita o interior da terra, e retificando-te, encontrarás a pedra oculta”, que é justamente o que esta iniciação propõe: Introspecção e reflexão, assim como sugere a frase gravada na entrada do oráculo de Delphos: Nosce Te Ipsum (Conhece-te a ti mesmo).
Interior de uma câmara de reflexões Há também, as seguintes inscrições: Se o que aqui te conduz é a curiosidade, retira-te. Se queres empregar bem a tua vida, pensa na morte. Se teme que descubram teus defeitos, não estarás bem entre nós. Se tens apego pelas paixões e distrações mundanas, retira-te, pois aqui, não as conhecemos. Se fores dissimulado, aqui serás descoberto. Se tens medo, não vá adiante. A câmara, é cercada de símbolos de morte, variando os elementos, de acordo com o rito em questão, na maioria há um cranio ou esqueleto completo, ou até caixões.Tudo para lembrar o candidato, o quanto a matéria é perecível, e o espírito, eterno; toda a matéria se reduzirá ao pó, todos os homens, embora fazem distinções entre si, se reduzirão a um empilhado de ossos. Como esta iniciação é uma prova da terra, na mesa, geralmente encontramos um pão, ou sementes de trigo in natura, que além de nos apontar para os mistérios de Eleusis, simboliza a fertilidade da terra que nos nutre enquanto matéria, bem como uma ânfora d’água, que além de nos saciar a sede, limpa e purifica.Há sobre a mesa, uma ampulheta, que ao marcar pequenos espaços de tempo, nos mostra como a vida é curta e transitória, e que devemos percorrer tal caminho com sabedoria e retidão, uma vez que se visa a concretização da Grande Obra.É costume de algumas lojas também, expor a imagem de um galo em posição de canto, o qual desperta o candidato para a aurora de um novo tempo, de uma nova vida, seguido das palavras Vigilância e Perseverança.
Temos também dois cálices, um contendo uma bebida doce, e o outro, uma bebida amarga, nos fazendo refletir sobre a dualidade presente em tudo, sobre os altos e baixos que a vida nos guarda. Há também na superfície desta mesa, sal, enxofre e mercúrio, elementos necessários à transmutação alquímica, que o candidato deverá entender dentro do contexto simbólico. O candidato deverá então meditar e redigir seu testamento filosófico, e após este período, mediante ao cumprimento e entendimento destas questões, o então iniciado é levado a “ver” a luz, simbolizada pelo Sol no Oriente.
O Sêlo de Salomão
A estrela de seis pontas é um símbolo muito conhecido, usado como talismã, amuleto atrativo de energias positivas recomendado contra qualquer tipo de adversidade, natural ou "sobrenatural". É confecionada como figura ou objeto e atualmente pode ser encontrada ornamentando ambientes, roupas, publicações e objetos como medalhas, pingentes e anéis. Nos livros de todos os bons mestres ocultistas do Ocidente existem comentários a este símbolo, também conhecido como Estrela de Davi e Sêlo de Salomão, denominações que indicam sua antiguidade. De fato, a estrela com seis pontas remonta às eras pré-cristãs, época veramente nebulosas, e não é uma exclusividade da cultura judaica; ao contrário, pertence ao acervo de signos mágicos de diferentes povos em diferentes épocas. A estrela é um legado que os patriarcas de Israel receberam no contexto do sincretismo religioso resultante do encontro das culturas hindu-arianas (Índia) e semitas da Mesopotâmia (atual Iraque). Desde Abraão, a estrela atravessou séculos até chegar ao Rei Salomão, filho do Rei Davi. Os segredos da estrela foram revelados a Salomão como parte de sua iniciação nos Mistérios de Deus. Salomão, ícone representativo de sabedoria, foi, realmente, um Mago, ou seja, um conhecedor de forças metafísicas. A "lenda histórica" conta que Salomão obteve a revelação das Ciências Ocultas de fonte divina, Ciência esta que consiste na Cabala Judaica, "magia" das relações de poder entre números e palavras. A Cabala trata do controle da energia mental (ou pensamento) através de um sistema de
rituais (ações repetidas) onde se destaca a utilização de símbolos acompanhados de invocações (falas, chamados, fórmulas verbais, versos, orações). A estrela de seis pontas é considerada o mais poderoso dos símbolos mágicos cabalísticos, usado como objeto de meditação sempre que se deseja uma conexão com Deus. Tal meditação pretende alcançar um estado de consciência, que não é sono nem vigília, caracterizado pela experiência de esquecimento ou abstração do Ego pessoal (a personalidade condicionada pelo mundo) e consequente sentimento de identificação com o Eu Real, o Eu superior que é Uno ou indissociável do Criador de Todas as Coisas. Esta unidade do homem com Deus é a razão pela qual todas as religões do mundo afirmam que "Deus está dentro de cada um de nós". O "Namastê", cumprimento dos japoneses, significa "O Deus que habita em mim saúda o Deus que habita em Você".
O Esoterismo
O esoterismo se caracteriza igualmente por três manifestações: o Sigilo, a transmissão de uma Tradição Primordial e a Iniciação. O Sigilo pode ser abordado de muitas maneiras diferentes. Em primeiro lugar, o Sigilo mostra-se necessário para garantir a proteção dos ensinamentos e rituais. Pode-se falar, então, mais exatamente, de confidencialidade. Ele visa preservar a integridade e a eficácia dos ensinamentos, a fim de reservar seu acesso não só aos que o procuram, mas também aos que o merecem. O Sigilo se refere também aos textos e rituais que exigem interpretações simbólicas e meditações no oratório. Assim, todo esoterismo verdadeiro remete a um mito original que o Iniciado deve decodificar, para dar um sentido à sua vida. Para o Iniciado Martinista, esse mito denomina-se Gênese, cujo sentido hierático ele deve penetrar à luz do Evangelho de João, que ele tem ao seu lado no altar, da Cabala e dos escritos de nossos Mestres Jacob Boehme, Martinès de Pasqually e Louis- Claude de Saint-Martin. O sigilo é, em suma, o interior oculto das coisas, que o ser humano, em sua busca de unidade, deve buscar e descobrir por si mesmo. Segunda manifestação do esoterismo: a transmissão da Tradição Primordial. Desde sua primeira Iniciação, o candidato se vê ligado à Tradição, à Luz original, fonte de todas as outras luzes. A essa Tradição imemorial, única e transcendente, transmitida de Mestre a discípulo, através das eras, o
Martinismo chama de "Luz Eterna da Sabedoria Divina".Trata-se de um conhecimento não-racional, intuitivo, presente em todo ser humano, mas que deve ser despertado pela filiação espiritual e pela iniciação. E uma herança cósmica que as ordens Iniciáticas autênticas receberam e têm a missão de transmitir. Essas ordens autênticas estão em seu centro invisível, fora do tempo e unidas ao princípio original que lhes dá força, vida e perenidade. Ultima manifestação de todo esoterismo: a INICIAÇÃO. Na verdade, é a Iniciação que assegura a transmissão da Tradição. O verdadeiro buscador saberá então reconhecer onde encontrar a fonte, estará de mãos vazias, e o coração aberto. "Se eu desejo falar a DEUS, devo então aceitar a Paz". A nossa busca pelos conhecimentos superiores está pautada em três atitudes básicas: a ética, a científica e a místico-filosófica. O seu primeiro compromisso é consigo mesmo.
Teoria da Magicka
Fundamental para magicka é a crença que o mundo fenomenal dos cinco sentidos é incompleto. Magickos acreditam que vivemos em um mundo completamente diferente do que nossos cinco sentidos nos mostram - eles acreditam que todas as coisas vivas possuem, porque são vivas, certas energias que nós como indivíduos podemos sentir e “ver”, se nós nos tornamos receptivos a elas. Essa receptividade é uma das metas da magicka ou iniciação oculta – e pode ser dito que envolve o individuo em tornar-se ciente da essência das coisas que estão escondidas pela aparência exterior delas (e isto se aplica a outros indivíduos, tão bem quanto “coisas”).
De acordo com a tradição Septenaria, estas “energias magickas” possuídas pelas coisas e “vida” derivam do que é conveniente descrever como acausal – isto é, toda entidade viva é um ponto ou região onde as energias acausais manifestam em nosso universo causal, fenomenal, a soma e tipo dessa energia sendo dependente do tipo de entidade. Estas energias acausais (a qual a ciência no presente por tratar somente de entidades e energias causais, não pode descrever) podem ser ditas derivar de um universo acausal paralelo o qual entrecorta nosso universo causal em certos lugares. Nós como indivíduos, porque nós possuímos a faculdade da consciência, somos portais para este universo acausal. Nós possuímos (a mais latente) habilidade para “abrir o portal” para o acausal que existe dentro de nossa própria psique para atrair do acausal certas energias, e estas energias podem e fazem alterar de algum jeito tanto nossa própria consciência ou outras entidades/energias que existem no causal. Esta “atração de energias”, e seu uso é magicka. Magicka Externa é o uso de tais energias, direcionadas pelo desejo individual, para trazer mudanças no causal; Magicka Interna é o uso dessas energias para trazer mudança interna, psíquica. Para atrair tais energias é usualmente necessário para o individuo usar algumas formas de estrutura de trabalho ou simbolismo, e técnicas de magicka externa usam tal simbolismo para trazer compreensão das energias e o seu controle. Vários sistemas de simbolismo existem – a maior parte indicando tipos de energias por deuses, deusas, espíritos ou demônios. Na realidade, os atuais símbolos são somente de importância secundaria, e um Magicko que está seguindo o caminho para Adeptidade logo descartará tais símbolos/nomes/descrições (e assim a própria magicka externa) em favor da compreensão de tais energias como essas energias são. Na tradição Septenaria isto é feito primeiro pela “Arvore de Wyrd” (as sete esferas e os caminhos que as conectam - ver Apêndice I) e então através do “Jogo Estelar”. A Arvore de Wyrd pode ser vista como um mapa da consciência: individual (da psique) e daquelas regiões diferentes das individuais onde o acausal e causal se encontram. O simbolismo das esferas e os caminhos (as cartas do Tarot, planetas, incensos, ‘deus-formas’ e outros) são o primeiro ou estágio de Iniciado de compreensão do Jogo Estelar. Magicka Externa é dividida em duas formas ou tipos: hermética e cerimonial. Magicka hermética é basicamente aquela envolvendo somente um ou dois indivíduos, enquanto que magicka cerimonial envolve mais e pode dito ser magicka “formal” envolvendo rituais
ou ritos específicos (usualmente escrito e seguido exatamente) e um Templo/coven/grupo organizado (a Parte Dois do presente trabalho trata somente com magicka hermética da tradição Septenaria - o lado cerimonial é coberto em trabalhos semelhantes como “O Livro Negro”). Magicka Interna é sempre individual.
PROJEÇÃO ASTRAL Projeção da Consciência é a capacidade que todo ser humano tem de projetar a sua consciência para fora do corpo físico. Essa experiência tem recebido diversas nomenclaturas, dependendo da doutrina ou corrente de pensamento que a mencione: Viagem Astral (Esoterismo), Projeção Astral (Teosofia), Experiência Fora do Corpo (Parapsicologia), Desdobramento, Desprendimento Espiritual ou Emancipação da Alma (Espiritismo), Viagem da Alma (Eckancar), Projeção do Corpo Psíquico ou Emocional (Rosacruz), Projeção da Consciência (Projeciologia), etc. É sabido, desde a mais remota antigüidade, que a "Experiência Fora do Corpo" é um fato, envolvendo técnicas nítidas de cunho científico. Porém, devido ao desconhecimento sobre o assunto, grupos desinformados geraram fantasias sobre os "perigos" que envolveriam o processo, aliás inexistentes. Desse desconhecimento advieram reservas e idéias errôneas, ficando o assunto restrito à uma minoria com pseudo controle e domínio de suas técnicas e conseqüências. Hoje, a "Projeciologia" insere-se na Parapsicologia como ciência adstrita, digna do maior crédito, contando com pesquisadores de vulto como Wagner Borges, Waldo Vieira, Sylvan Muldoon, Hereward Carington, Robert A. Monroe, entre tantos outros nacionais e internacionais, em vasta bibliografia.
PSICOSSOMA O Psicossoma pode ser definido como contraparte extrafísica do corpo físico, ao qual se assemelha e com o qual coincide minuciosamente, parte por parte. É uma réplica exata do corpo físico em toda a sua estrutura. O psicossoma é constituído de matéria astral, que vibra numa freqüência mais sutil e é infinitamente mais refinada do que a matéria física que constitui o corpo físico. É normalmente invisível e intangível ao olhar e toque físicos. O psicossoma coincide com o corpo físico durante as horas em que a consciência está totalmente desperta. Mas, no sono, os laços que mantêm os veículos de manifestação unidos se afrouxam e o psicossoma se destaca do corpo físico. Essa separação é que constitui o fenômeno da projeção astral. Normalmente, o psicossoma, quando projetado além do físico, mantém a forma daquele corpo, de modo que o projetor é facilmente reconhecido por aqueles que o conhecem fisicamente. Ele também é denominado de corpo astral, perispírito, duplo astral, corpo fluídico, etc. O psicossoma é ligado ao corpo físico por um apêndice energético conhecido como cordão de prata.
CORDÃO DE PRATA O psicossoma é ligado ao corpo físico por um apêndice energético conhecido como cordão de prata, através do qual é transmitida a energia vital para o corpo físico, abandonado durante a projeção. Em contrapartida, o cordão de prata também conduz energia do corpo físico para o psicossoma, criando um circuito energético de ida-e-volta. Esse interfluxo energético mantém os dois veículos de manifestação em relação direta, independentemente da distância em que o psicossoma estiver projetado. Enquanto os dois corpos estão próximos, o cordão é como um cabo grosso. À medida que o psicossoma se afasta das imediações do corpo físico, o cordão torna-se cada vez mais fino e sutil. O cordão de prata também tem recebido diversas denominações: cordão astral, cordão fluídico, fio de prata, teia de prata, cordão luminoso, cordão vital, cordão energético, etc.
Um dos medos básicos do iniciante é o de que o cordão energético venha a se partir durante a projeção, acarretando, assim, a morte do corpo físico. Tal medo é infundado, pois isso não acontece. Por mais longe que o projetor estiver, o cordão de prata sempre o trará de volta para dentro do corpo físico. Também é impossível o projetor se perder fora do corpo ou não querer voltar ao físico. Para voltar, basta pensar firmemente no seu corpo físico e o retorno se dará automaticamente. É nesse instante que muitos projetores têm a sensação de queda e acordam assustados no corpo físico. O cordão de prata é um feixe de energias, um emaranhado de filamentos energéticos interligados. Quando ocorre a projeção, esses filamentos energéticos, que estavam embutidos em toda a extensão do corpo físico, projetam-se simultaneamente de todas as partes dele e se reúnem, formando o cordão de prata. Os principais filamentos energéticos são aqueles que partem da área da cabeça.
COMO ACONTECE:
A PROJEÇÃO PODE SER VOLUNTÁRIA OU INVOLUNTÁRIA Na projeção involuntária, a pessoa sai do corpo sem querer e não entende como isso aconteceu. Geralmente, a pessoa se deita e adormece normalmente. Quando desperta, descobre que está flutuando fora do corpo físico na proximidade deste ou à distância, em locais conhecidos ou desconhecidos. Em alguns casos, a projeção ocorre antes mesmo da pessoa adormecer. Na maioria das projeções involuntárias, a pessoa projetada observa seu corpo físico
deitado na cama e fica assustada, imaginando que está desencarnada. Alguns projetores ficam tão desesperados que mergulham no corpo físico violentamente na ânsia de escapar daquela situação estranha. Outros pensam que estão vivendo um pesadelo e procuram desesperadamente acordar seu corpo físico. Entretanto, outras pessoas que se projetam involuntariamente se sentem tão bem nessa situação que nem se questionam sobre que fato é aquele, como ocorreu e por quê. A sensação de liberdade e flutuação é tão boa que nada mais importa para elas. Ao despertar no corpo físico, algumas imaginam que aquela vivência era um sonho bom. Muitos sonhos de vôo e de queda estão relacionados diretamente com a movimentação do psicossoma durante a projeção. Existem as projeções voluntárias, nas quais a pessoa tenta sair do corpo pela vontade e consegue. Nesse caso, o projetor comanda o desenvolvimento da experiência e está totalmente consciente fora do corpo; pode observar seu corpo físico com tranqüilidade; viajar à vontade para lugares diferentes no plano físico ou extrafísico; encontrar com outros projetores ou com entidades desencarnadas. Pode voar e atravessar objetos físicos, entrando no corpo físico à hora que desejar. Na projeção voluntária, a pessoa tem pleno conhecimento do que ocorre e procura desenvolver o processo à sua vontade. Na projeção involuntária, a pessoa não tem conhecimento do que ocorre e, por isso, tem medo da experiência. Esse medo está na razão direta da falta de conhecimento das pessoas sobre o fato em questão.
SINTOMAS Ocasionalmente, o projetor pode sentir uma paralisia dos seus veículos de manifestação, principalmente dentro da faixa de atividade do cordão de prata. Essa paralisia é chamada de catalepsia projetiva ou astral. Não deve ser confundida com a catalepsia patológica, que é uma doença rara. Catalepsia projetiva pode ocorrer tanto antes quanto após a projeção. Geralmente, ela acontece da seguinte maneira: a pessoa desperta durante a noite e descobre que não pode se mover. Parece que uma força invisível lhe tolhe os movimentos. Desesperada, ela tenta
gritar, mas não consegue. Tenta abrir os olhos, mas também não obtém resultado. Alguns criam fantasias subconscientes imaginando que um espírito lhe dominou e tolheu seus movimentos. Essa catalepsia é benigna e pode produzir a projeção se a pessoa ficar calma e pensar em flutuar acima do corpo físico. Ela não apresenta nenhum risco, pelo contrário, é totalmente inofensiva. Portanto, se você se encontrar nessa situação em uma noite qualquer, não tente se mover. Fique calmo e pense firmemente em sair do corpo e flutuar acima dele. Não tenha medo nem ansiedade e a projeção se realizará. Caso não pretenda se arriscar e deseje recuperar o controle de seu corpo físico, basta tentar com muita calma mover um dedo da mão ou uma pálpebra, que imediatamente, readquirirá o movimento. Além da catalepsia projetiva, podem ocorrer pequenas repercussões físicas no início da projeção, principalmente nos membros. Muitas pessoas, quando estão começando a adormecer, têm a sensação de estar "escorregando" ou caindo por um buraco e despertam sobressaltadas. Isso acontece devido a uma pequena movimentação do psicossoma no interior do corpo físico. ESTADO VIBRACIONAL - São vibrações intensas que percorrem o psicossoma e o corpo físico antes da projeção. Algumas vezes, essas vibrações se intensificam e formam anéis energéticos que envolvem os dois corpos. Ocasionalmente, o estado vibracional pode produzir uma espécie de zumbido ou ruído estridente que incomoda o projetor. Na verdade, essas vibrações são causadas pela aceleração das partículas energéticas do psicossoma, criando assim um circuito fechado de energias. Essas energias são totalmente inofensivas e têm como finalidade a separação dos dois corpos.
TIPOS DE PROJEÇÃO PROJEÇÃO CONSCIENTE - É aquela na qual o projetor sai do corpo e mantém a sua consciência lúcida durante todo o transcurso da experiência extracorpórea. PROJEÇÃO SEMICONSCIENTE - É aquela na qual a lucidez da consciência é irregular e o projetor fica sonhando fora do corpo, totalmente iludido pelas idéias oníricas.
PROJEÇÃO INCONSCIENTE - É aquela na qual o projetor sai do corpo totalmente inconsciente. É um sonâmbulo extrafísico. Infelizmente, a maioria dos encarnados está nessa situação. Em toda a projeção, os amparadores estão presentes assistindo e orientando o projetor, mesmo que ele não os perceba. Na maioria das vezes, eles ficam invisíveis e intangíveis ao projetor. A projeção em que o amparador ajuda o projetor a sair do corpo é denominada de Projeção Assistida.
PROJEÇÃO E SONHO Muitas pessoas confundem projeção com sonho. Outras confundem sonho com projeção. As diferenças entre sonho e projeção são bem óbvias: · No sonho, a consciência não tem domínio sobre aquilo que está vivenciando. É totalmente dominada pelo onirismo. · Na projeção, a consciência tem pleno domínio sobre si mesma. · No sonho, não há coerência. · Na projeção, a consciência mantém o seu padrão normal de coerência, ou até mais ampliado. · No sonho, a capacidade mental é reduzida. · Na projeção, a capacidade mental é ampliada.
BENEFÍCIOS DA PROJEÇÃO · O projetor, fora do corpo, observa eventos físicos e extrafísicos, independentemente do concurso dos seus sentidos físicos. · Nas horas em que o seu corpo físico está adormecido, o projetor observa, trabalha, participa e aprende fora do corpo. · O projetor constata, através da experiência pessoal, a realidade do mundo espiritual. · Pode encontrar com espíritos desencarnados, comprovando assim, para si mesmo, "in loco", a sobrevivência da consciência além da morte. · Pode substituir a crença pelo conhecimento direto, através da experiência pessoal. · Pode ter a retrocognição extrafísica, isto é, lembrando de suas vidas anteriores e comprovando, realmente, por si mesmo, a existência da reencarnação. · Pode prestar assistência extrafísica através de exteriorização de energias fora do corpo, para doentes desencarnados e encarnados. · Pode fazer a desobsessão extrafísica. · Pode encontrar com pessoas amadas fora do corpo. · Pode adquirir conhecimentos, diretamente, com amparadores fora do corpo.
Liber Β
- Práticas de Urgência
I- Prática de intercessão nas Forças da Lei Sagrada. Pedido de Dharma. Esta prática reveste-se da maior importância para aquelas pessoas que necessitam de apoio por parte das forças que controlam as leis sagradas. Este poderoso exercício é da maior responsabilidade e só deve ser usado quando o praticante se certifica que os fatos nefastos que influenciam a sua vida não podem ser resolvidos senão por uma intervenção das forças sagradas que condicionam a lei nas variadas encarnações humanas. Antes de prosseguir com esta prática é necessária uma compreensão profunda sobre o mecanismo das leis superiores conhecido pelo sânscrito de Karma. Nesta operação, combina-se o poder do Deus arquetípico Anubis, o sagrado Deus Chacal do antigo Egipto, Senhor da Lei, e do templo de Maat, com o poder do sagrado Senhor, a Emanação de Deus, feita Homem, Redentor da Humanidade, Jesus Cristo. Assim se realiza a prática: O operador deve preparar uma sala da seguinte maneira (se
não possuír uma sala, um lugar na natureza servirá): Deve ter um altar coberto com linho branco, onde figurarão três figuras em triângulo. O vértice deste triângulo equilátero deve estar apontado para o operador e ter lá uma balança ou uma representação do desenho da mesma.
Na base do triângulo devem figurar as figuras de Cristo e Anubis, estando a de Anubis no lado esquerdo, e a de Cristo, no lado direito. Deve estar desenhado um círculo no chão, cujo centro seja o altar. Em frente ao altar deverá estar uma almofada onde o praticante se possa sentar e meditar. O altar deve estar voltado para Este. Nos quatro pontos cardeais dever-se-ão encontrar escritos sobre papel branco e novo à tinta consagrada os seguintes nomes divinos: - Este – IOD HE VAU HE - Sul – EHEIEH - Oeste – ADONAI - Norte – AGLA Deverão arder 4 velas, uma em cada ponto cardeal sendo todas brancas. Deverá existir um fogareiro em frente ao altar onde se queimarão perfumes solares tais como o incenso. O praticante aproxima-se do recinto e traça um círculo mágico com todo o respeito. Senta-se na almofada em frente ao altar e medita sobre Anubis pedindo ao seu Pai que está em segredo, que entre em contato com este Deus e que realize a prática lá em cima assim como o filho a realiza cá em baixo. O praticante medita sobre a importância da prática e suas consequências. Levanta-se e faz o sinal da cruz cabalístico. Este sinal deve ser feito com o máximo respeito, em seguida é dirigida uma oração ao Centro de toda a Criação de forma a que Ele permita e apoie esta operação. Esta oração deve ser fervorosa e suplicativa. Em seguida o praticante realiza de novo o sinal da cruz cabalístico e pede proteção aos 4 Anjos Guardiães dos Cardeais com a invocação dos Seus Nomes segundo o ritual habitual. Em seguida far-se-á o Ritual de Invocação do Pentagrama. Após o seu término, o operador levanta os olhos em direção aos céus e dirige uma invocação a Anubis, Deus Chacal da Lei: “Pelo Poder de Osíris, Ísis e Hórus, eu Vos Invoco, Senhor Anubis Poderoso Chacal e Arconte da Lei. Em nome de Amon-Rá eu invoco o Teu Poder. Digna-te a conceder um pedido a este mortal. Vinde até mim, pelos Nomes Sagrados entoados nos Templos Universais, eu Vos Invoco humildemente pelo Poder Omnipotente do Deus
que tudo criou, Vinde e daí-nos um sinal da Vossa Presença.”
O operador visualiza a figura imponente de Anubis à sua frente. Humildemente aguarda pelo sinal. À medida que o faz, abre os braços em forma de balança, fazendo essa posição, e suplicando humildemente a Anubis que se manifeste. Tem que haver fé, força e poder pela parte do operador e muita convicção naquilo que está a fazer. Após ter obtido o sinal, ou tendo esperado uns minutos, o operador deverá dizer: “Ó Sagrado Anubis, Poderoso Senhor da Lei, em Nome de Osíris, o Krestos do Egito, eu (nome do operador), Vos peço com muita humildade e comprometendo-me a pagálo, um crédito cósmico proveniente do Templo da Lei, de forma a que possa realizar (o que se quer). Vos peço, que me informeis através de um sonho, ou de uma experiência astral se me foi concedido o pedido. Bendito Sejais para sempre. Que Assim Seja em Nome de Osíris!”
Em seguida, o operador deverá pegar num papel virgem que tenha previamente incensado e endossar uma carta ao próprio Cristo. Esta carta deverá ser precedida de meditação e oração ao Redentor do Mundo, de forma a que Ele permita esta operação e que incentive a sua realização. A carta deverá ser escrita em termos corretos e o operador deverá assiná-la no seu canto inferior direito com o próprio sangue que será extraído na altura através de um corte efetuado na mão esquerda com uma lâmina afiada e consagrada para o efeito. As gotas de sangue simbolizam o Pacto de Sangue que Cristo celebrou com a Humanidade. A carta deverá ser incensada em cruz e magnetizada com a energia e vontade do operador. Em seguida será incensada em cruz e queimada em chama de uma vela nova. A pena usada para a assinatura do nome deverá ser de uma pomba branca. Para terminar o ritual, o operador agradecerá a todas as Forças Invocadas e irá realizar uma operação de banimento com a qual esteja familiarizado, espalhará as cinzas ao vento, ou deitá-las-á ao rio ou ao mar. Não deixará quaisquer vestígios da prática que realizou e não a comentará com ninguém.