tem,os e das mais dLs,ares 9#lt#ras( t#do &os 9om#&i9a o 8ato i&9o&testvel2 a i&dese$ada das +e&tes 9'e+ar ,ara 9ada #m de &Js( ai&da ;#e &o mome&to em ;#e me&os es,erarmos \ ors certa' hora incerta(
se+#&do o ad+io lati&o \( ai&da ;#e &os re9#semos a admitir ;#e 9'e+ar
mais 9edo do ;#e ima+i&amos1 No ltimo mome&to( Iva& Ilit9' a9eito# a realidade da morte( e &ão sJ 9omo #m estJi9o a a9eitaria( sorriso +elado &o rosto( ,e&same&tos ,ro8#&dos &os lbios( mas 9omo #ma ,essoa( ,#ra e sim,lesme&te( da&do K morte #ma raão de ser &a s#a vida( ve&do &a morte #m &ovo 9ami&'o e &ão o 8im de todos os 9ami&'os1 Mais do ;#e assimilar a idéia da morte( Iva& assimilo# #ma realidade( e des9obri# &ovas realidades &essa realidade1 A+ora o silo+ismo se i&verte( e o#tra lJ+i9a se im,He2 e# so# mortal( lo+o( todos somos mortais( e todos( 9omo e#( mere9em 9om,ai@ão( 9om,ree&são1 9om,ree&são1 Por;#e a morte de #ma ,essoa é #m mome&to sa+rado( é o mome&to da +ra&de revelação1 Na 'ora da morte( &Js &os vemos a &Js mesmos( sem me&tiras( sem s#bter8+ios( mome&to em ;#e somos 9'amados a dar os ltimos reto;#es e a assi&ar a obra de &ossa vida1 Esta é a +ra&de ,rova( o +ra&de teste( o +ra&de vestib#lar( o de9isivo 9o&9#rso1 Est#damos ,ara este mome&to E@iste al+#m 9#rso( mesmo ;#e se$a K dist&9ia( 9a,a de me ,re,arar ,ara este e@ame E 9omo ,osso( e# ,ro8essor( i&i9iar me#s al#&os &a re8le@ão sobre o se&tido da vida A 9ertea da morte deve &os dar a #r+<&9ia de viver 9om mais i&te&sidade( e 8aer essa des9oberta2 a morte ,ode ser tra&s8ormada tr a&s8ormada e tra&s8ormadora1 Se a morte( ,ara os a&imais \ disse #ma 9ria&ça( se+#&do Pedro :lo9' \( é o +ato ;#e sai# do +ato e sJ 8i9o# o 9or,o do +ato( a morte '#ma&a é ;#a&do o 9or,o 9omeça a sair de &ossa vida =o# ;#a&do 9omeçam 9omeçamos os a ser e@,# e@,#lsos lsos da &ossa i&stalação i&stalação 9or,Jrea 9or,Jrea?? e a ,essoa( ,essoa( ,or assim dier( e&tra em si mesma( tor&a-se( mais do ;#e &9a( o ;#e 8oi 8 oi 9'amada a ser1 A 9riatividade '#ma&a 9o&siste em tra&s8ormar a morte em vida( tra&s8ormar o dese&la9e 9ertLs 9ertLssim simoo ma ma a8irma a8irmaçã çãoo i&9o&d i&9o&di9i i9io&a o&all da di+&id di+&idade ade '#ma&a '#ma&a(( da liberd liberdad adee '#ma&a '#ma&a(( da 9riatividade '#ma&a( da tra&s9e&d<&9ia tra&s9e&d<&9ia '#ma&a1 Qi&i9i#s de Moraes( &o se# Poema de atal ( retrata 9om realismo ,oéti9o a realidade da &ossa e@ist<&9ia2
Para isso 8omos 8eitos2 Para lembrar e ser lembrados Para 9'orar e 8aer 9'orar
Para e&terrar os &ossos mortos \ Por isso temos braços lo&+os ,ara os ade#ses Mãos ,ara 9ol'er o ;#e 8oi dado Dedos ,ara 9avar a terra ]111^1 Pois ,ara isso 8omos 8eitos2 Para a es,era&ça &o mila+re Para a ,arti9i,ação da ,oesia Para ver a 8a9e da morte \ De re,e&te &9a mais es,eraremos111 es,eraremos111 o$e a &oite é $ovem` da morte( a,e&as Nas9emos( ime&same&te1 ime&same&te1 Iva& Ilit9'( K beira da morte i&evitvel( des,ede-se da 8amLlia( 9o&8orme 9o&ta a es,osa( &o dia do e&terro( a #m dos ami+os do marido ;#e ,er+#&tara se ele( em meio aos torme&tos( ti&'a se ma&tido 9o&s9ie&te até o 8im2 Sim \ m#rm#ro# a viva \( até o ltimo i&sta&te1 Disse-&os ade#s ;#i&e mitos a&tes de morrer( e ai&da ,edi# ;#e levssemos QolJdia ,ara 8ora do ;#arto1 Qo9< ,oder me ,er+#&tar2 mas o ;#e tem toda essa a&lise da &ovela de osltJi a ver 9om a arte de e&si&ar( e e&si&ar 9om 9oer<&9ia U#&+ diia ;#e o 'omem ;#e &ão ,er9ebe o drama de se# ,rJ,rio 8im &ão est &a &ormalidade( mas &a ,atolo+ia( e deveria dei@ar-se 9#rar1 A ,ri&9i,al matéria de est#do ,ara ;#em ;#er ver #m se&tido &o est#do de todas as matérias 9omeça 9om a re8le@ão sobre a &ossa '#ma&a 9o&dição1 %#em so# e# \ esta é o ,rimeiro e mais de9isivo item da eme&ta( é o tema tra&sversal ,or e@9el<&9ia1 Se em &ossas a#las $amais abordamos essa ;#estão( $o+amos 8ora o &osso tem,o( o dos &ossos al#&os( e&+a&amos a todos e a &Js mesmos1 O irreve irrevere& re&te te Calvi Calvi&& =,erso =,erso&a+ &a+em em 9riad 9riadoo ,or :ill :ill Xatterso tterso&? &? o8ere9 o8ere9e-& e-&os os #ma #ma lição lição 8ilosJ8i9a1 A s#a ,ro8essora( ,ro8essora( Do&a erme&+arda( erme&+arda( dese$a estabele9er #m dilo+o mL&imo2 \ Al+#ém mais tem #ma #ma ,er+#&ta ,er+#&ta \ E# te&'o \ Calvi& Calvi& leva&ta o braço1 braço1 \ Fale( Calvi&1
\ %#al o se&tido da da vida \ E# me re8eria a ,er+#&tas ,er+#&tas sobre sobre o tema da a#la1 a#la1 \ O' \ lame&ta-se Calvi&1 \ Fra&9ame&te( Fra&9ame&te( +ostaria de saber essa res,osta a&tes de +astar +astar mi&'as e&er+ias em o#tras 9oisas1 A ,ro8essora( talve imb#Lda ,or al+#mas leit#ras de livros ,eda+J+i9os mais re9e&tes( dese$o# estabele9er estabele9er #m dilo+o mL&imo 9om os al#&os111 9o&ta&to ;#e o al#&o &ão 8#+isse ao tema da a#la ema &em se;#er me&9io&ado111 A te&tativa tra&sversalia&te de Calvi& ,ara dis9#tir #ma ;#estão esse&9ial e mais #r+e&te 8oi ra,idame&te abortada1 S#a de9e,ção( se# ,e&same&to solitrio e mela&9Jli9o são #ma 9rLti9a K 8alta de ,ro8#&didade da ,ro8essora e da es9ola1 Por;#e a ,er+#&ta sobre o se&tido da vida ,ode e deve a,are9er em ;#al;#er mome&to do a,re&diado( mesmo ;#e o#tras 9oisas ,areçam mais &e9essrias1 E todo e ;#al;#er ,ro8essor( este$a em ;#e ,o&to estiver do se# ,ro+rama( deve e&9o&trar e&9o&trar-se -se ,re,arad ,re,aradoo ,ara( ,ara( a,roveita& a,roveita&do do as eve&t#ais eve&t#ais o,ort#&id o,ort#&idades ades de a,ro8#&da a,ro8#&dame& me&to to em o#tros temas( e&9ami&'e as e&er+ias do al#&o e de todos ,ara o ;#e de 8ato i&teressa1 vrios temas a serem abordados em todas as reas( tra&sversalia&do as dis9i,li&as 9o&ve&9io&ais1 9o&ve&9io&ais1 emas emas tra&sversais ;#e 9om,leme&tam os 9o&tedos es9olares \ éti9a( sade( meio ambie&te( orie&tação se@#al( ,l#ralidade 9#lt#ral111 Mas( &a mi&'a ma&eira de ver( é dever &osso ele+er 9omo tema tra&sversal mais im,orta&te a b#s9a do se&tido da vida1 ema #r+e&te1 Pois( re9orre&do #ma ve mais a QiYtor Fra&Yl( a so9iedade do 9o&s#mo e da ab#&d&9ia em ;#e estamos mer+#l'ados mer+#l'ados sJ &ão 9o&se+#e satis8aer #ma &e9essidade2 a &e9essidade de se&tido1 "m ,ro8essor 9ie&te do ;#e é esse&9ial =e 9oere&te 9om essa 9i<&9ia? sabe ;#e este tema tra&sversal s#r+ir &at#ralme&te1 E( &at#ralme&te( ,re9isar se&tir-se a,to a trat-lo 9om a devida ,erti&<&9ia( sem ima+i&ar( ,or e@em,lo( ;#e dever( m dado mome&to( i&terrom,er o ritmo de se# ,la&e$ame&to de a#las( e alterar t#do ,ara abrir es,aço ao tema dos temas1 A vida e a morte são #m sJ ass#&to1 E a morte '#ma&a( radi9alme&te di8ere&te de todas as o#tras mortes( é #m si&al de ;#e estamos abertos K tra&s9e&d<&9ia( a #ma vida mais ,le&a1 Não sJ ,or;#e temos 9o&s9i<&9ia da morte( &ão sJ ,or sabermos ser a morte #ma realidade i&9o&testvel( mas também ,elo 8ato ,arado@al de ;#e a &e+amos( em &ome de #ma sa#dade do 8#t#ro ;#e( &o e&ta&to( &ão ,odemos ,rovar ;#e ser dos mel'ores Re8#tamos a morte e a morte é #m dado i&;#estio&vel O &osso vivo dese$o é relativiar a morte1 %#e estra&'a &e+ação do absol#tame&te i&e+vel1 Nossa 8orça é &ossa &ossa 8ra;#ea1 O 8ato de &os a+arrarmos K idéia da imortalidade deve-se deve-se a #m motivo ;#e mal ,odemos des9rever e ;#e ,or vees &Js mesmos 9o&sideramos il#sJrio( ,res#&çoso
e até arro+a&te2 o de( 9o&tra todas as evid<&9ias( &os se&tirmos imortais1 Se&timo-&os imortais ,or;#e 9o&statamos a &ossa 9a,a9idade de 9riar( de tra&s8ormar o m#&do( de a+ir livreme&te( e 9omo ;#e &os revoltamos 9o&tra a lJ+i9a ilJ+i9a =e i&$#sta? de( se&do 9riadores( se&do livres( ,a+armos o trib#to da morte1 Por o#tro lado( viver de 9ostas ,ara a realidade da morte é viver &o mais lo#9o e&+a&o( &o a#to-e&+a&o( ma alie&ação i&9om,atLvel 9om a &ossa i&teli+<&9ia1 A morte =9om s#a 8atal 9oer<&9ia? a9abar ,or vir( le&ta o# sbita( viole&ta o# i&dolor( mais 9edo o# mais tarde( morrida o# matada( 9omo di o ,ovo( e seremos dese&+a&ados ,elos médi9os( velados e e&terrados ,elos ,are&tes e ami+os( lembrados de modo i&te&so d#ra&te #ma sema&a( lembrados es,oradi9ame&te d#ra&te al+#&s a&os e( al+#mas dé9adas de,ois =o# &em ta&to?( 8i&alme&te es;#e9idos ,or todos os vive&tes( a &ão ser ;#e &os tra&s8ormemos em mitos m#&diais o# 9oisa ,are9ida1 Seremos totalme&te devorados ,ela morte im,la9vel1 O# &ão A+ora( ,e&sa&do bem( a morte &ão dei@a de ser #ma b<&ção1 Na &ovela A desinte%ração da morte(
OrL+e&es !essa 8a este e@er9L9io de ima+i&ação( &o 8i&al dos a&os 5.( a,Js o im,a9to da
G#erra M#&dial2 o ;#e a9o&te9eria se a morte 8osse desi&te+rada O 9ie&tista le,stei& =o &ome s#+ere al+#m ti,o de relação 9om o verbo +re+o klepto( ;#e si+&i8i9a ro#bar( 8#rtar( es9o&der?( i&ve&ta #m ,ro9esso ;#e 9a&9ela a ação da morte1 As 9o&se;V<&9ias são terrLveis ,ara #ma '#ma&idade sem mortes( ma e@ist<&9ia em ;#e( ,orém( a dor e a 8ome &ão 8oram desi&te+radas1 M#ltidHes ,re9isam do,ar-se ,ara dormir( 8eridos e m#tilados em a9ide&tes sobrevivem i&e@,li9avelme&te( 9asais ;#e viveriam #&idos até ;#e a morte os se,arasse se,aram-se $( aos mil'Hes1 Des,o$ado da morte( o m#&do m#da radi9alme&te1 As relaçHes e9o&mi9as se alteram1 As reli+iHes se desestr#t#ram1 A vel'i9e eter&a tor&a-se o mais +rave dos ,roblemas so9iais1 A morte dei@o# de ser o ,ior dos males1 Nas9er é o mal1 Co&t#do( o 9ombate ao amor( a 9rimi&aliação da mater&idade e a e@ti&ção de &as9ime&tos im,ediriam o s#r+ime&to de &ovos braços ,ara o trabal'o1 "m 9ie&tista so9ial s#+ere ;#e os &as9it#ros se$am tratados 9omo ,ro,riedade estatal1 Es9raviadas( as &ovas 9riat#ras serão ,rod#to so9ialivel1 Em l#+ar da 9orrida armame&tista( #ma o#tra ambição ,assa a domi&ar o 9oração dos ,oderosos2 o ree&9o&tro da morte( a l#ta ,elo mo&o,Jlio da morte1 Fi9ção ;#e leva K verti+em( e K re8le@ão1 A morte( a8i&al( testem#&'a a &ossa de 8#&dame&tal( te&'amos o# &ão es,era&ça m 8#t#ro ,Js-t#mba1 N#s( ,era&te a morte( ,re9isamos a,re&der a morrer1 Palavras de Sa&to A+osti&'o2 morremos desde o mome&to em ;#e &as9emos1 Em a,re&der a 9o&viver 9om a morte e a morrer 9om di+&idade reside( se+#&do o mestre SJ9rates( a +ra&de( a ,ri&9i,al( a &i9a ambição do 'omem
sbio1 E se é verdade ;#e todo 9o&'e9ime&to tem ,or base #ma 9o&9e,ção a&tro,olJ+i9a( #ma 9erta ma&eira de 9o&9eber a vida '#ma&a( todo e ;#al;#er 9o&'e9ime&to baseado ma a&tro,olo+ia 9e+a ,ara a morte '#ma&a é( em ltima a&lise( #m 9o&'e9ime&to 9ar9omido ,ela il#são1 De ;#e vale est#dar t#do( se t#do se dissolver em &ada A 8rase de Ed+ar Mori&( m de se#s livros \ ;#em ,oss#i a morte ,oss#i o ,oder \( 8a-me ,e&sar ;#e( sem 8as9i&açHes mJrbidas( de #m lado( o# 8obias( de o#tro( 9o&di 9om o ,a,el do ,ro8essor ,oss#ir #ma sere&a aborda+em da morte( ,ara ;#e a vida &ão ,er9a a s#a +ravidade( a s#a radi9alidade1 Co&ta-se #ma ,iada \ dois +
'era&ças +e&éti9as( esto# e&;#adrado ,elas e@i+<&9ias 8amiliares( ,elas 9obra&ças ,ro8issio&ais( ,elos limites mer9adolJ+i9os( ,reso Ks roti&as 9om,ortame&tais domi&a&tes et91 Mas ,osso( ,or e@em,lo( em virt#de do me# es,Lrito( #ltra,assar o ,aradi+ma i&divid#alista =e o i&divLd#o i&divid#alista é o me&os ,erso&alista111?( se+#&do o ;#al o ser '#ma&o é a;#ele ;#e deve ,re8erir sem,re o ;#e é til( o til de a9ordo 9om a lJ+i9a do homo oeconomicus ( mas &ão da ,essoa '#ma&a em s#a ,ro8#&da di+&idade1 Como ,essoa( ,osso ,re8erir a;#ilo ;#e a m#itos o#tros ,are9e i&til e 9o&tra-,rod#9e&te( mas ;#e 9o&stit#i( K l# de 9ritérios &ão estritame&te ,ra+mti9os( o mais til ,ara a mi&'a realiação ,essoal( ,ara a 9o&trib#ição ;#e ;#ero 8aer aos o#tros( e até mesmo ,ara a mi&'a realiação postmortem1 "m e@em,lo sim,les1 "m ra,a 9ario9a( desde os )0 a&os( ;#eria est#dar astro&omia( mas se# ,ai se o,#&'a2 &i&+#ém vai te ,a+ar ,ra 9o&tar estrelas Esse ra,a se 9'ama Mar9elo Gleiser1 Para satis8aer o ,ai( 9#rso# dois a&os de E&+e&'aria %#Lmi9a( mas mi&'a 9abeça &ão era ,ara e&+e&'aria1 ra&s8eri#-se ,ara o 9#rso de 8Lsi9a e se 8ormo# em )3/)1 Fe mestrado e de,ois( &a I&+laterra( #m bril'a&te do#torado1 o$e é ,ro8essor tit#lar ma das #&iversidades mais 9o&9eit#adas dos E"A1 Di ele2 A9redito ;#e sJ iremos 8aer m#ito bem a;#ilo ;#e realme&te ;#eremos 8aer1 Es9ol'er #ma ,ro8issão vivelf( ;#e &ão se$a realme&te dese$ada( ,ode até dar 9erto( mas é #m 9om,romisso arris9ado 9om a vida1 =Em2 Revista &e1a( edição es,e9ial &k 5( a&o 6( A+osto de ..?1 Sem ,er9eber talve o al9a&9e do ;#e revelo#( o ,ro8essor Mar9elo Gleiser to9o# m tema vital1 Pomos em ris9o a &ossa vida( a &ossa 8eli9idade ,erd#rvel( ;#a&do traLmos o &osso mais ,ro8#&do ;#erer1 Se a s#a vo9ação era 9o&tar estrelas e da&çar 9om o #&iverso( 9olo9aria em ris9o o se# amor K vida se obede9esse a #ma o#tra vo ;#e &ão a;#ela( ,rove&ie&te de se# 9oração( se &ão 8osse 8iel ao 9'amado ;#e as estrelas l'e 8aiam1 S#a vida se tor&aria i&vivel e ,ossivelme&te i&s#,ortvel se desobede9esse K s#a vo&tade de o#vir e 9o&tar estrelas( vo&tade ;#e &ão era s#a a,e&as( mas l'e 8oi 9omo ;#e s#s9itada ,elas ,rJ,rias estrelas A 8amLlia( os ,ro8essores( a es9ola e os meios de 9om#&i9ação 8al'am terrivelme&te em s#a tare8a de &os 8ormar ;#a&do atro,elam #m ,ro9esso de dese&volvime&to da ori+i&alidade ,essoal1 Deveriam estar ,reo9#,ados( ,or 9oer<&9ia 9om a s#a missão ed#9adora( 9om o 9#ltivo das 9a,a9idades reais de 9ada ,essoa e dei@ar em se+#&do ,la&o os eleme&tos e@ter&os e ,assa+eiros( esta &e9essidade de a$#star o i&divLd#o aos ,adrHes so9iais vi+e&tes1 "ma 8ormação '#ma&a ,rimorosa 9om,ree&de ;#e o mel'or a$#stame&to de todos K realidade é a;#ele em ;#e as ,essoas e&9o&tram a s#a real ide&tidade1 "ma ide&tidade valoriada +era mat#ridade( e mat#ridade ,ossibilita K ,essoa dialo+ar 9om os limites im,ostos ,elas 9ir9#&st&9ias 9o&9retas do se# e&tor&o(
9om as ,ressHes so9iais( 9om as ,ressHes do mer9ado de trabal'o( 9om as ,ressHes do ambie&te ,olLti9o et91 Os ,ro8essores =e todos &Js( a8i&al( ,ois 9oer<&9ia &ão 8a mal a &i&+#ém? devem ver &o est#da&te de ;#al;#er idade a ,essoa ;#e ele é1 Ol'ar ,ara ele 9omo #ma ,essoa 9riativa( ,ara ;#em o est#do é #ma 8orma de i&ter,retar a vida e de re9riar a ,rJ,ria morte( esse bi9'o-de-sete-9abeças( esse mo&stro ;#e mostra ;#em &Js somos1 Neste 9o&te@to( a morte dei@a de ser o 8im e se tra&s8orma ma 8ro&teira( dei@a de ser #m m#ro e se tor&a #ma ,assa+em( dei@a de ser #m abismo e se tor&a ,o&te1 Se é evide&te ;#e so8reremos #ma morte biolJ+i9a( &ão é tão evide&te( ,orém( ;#e a ,essoa ;#e e# so# morrer 9om o 9or,o ;#e vai 9air e a,odre9er1 Não( e# &ão morrerei ,ara sem,re1 E todo o me# est#do &ão ter sido em vão1 E todas as mi&'as re8le@Hes &ão terão sido i&teis1 E t#do o ;#e a,re&di &ão ter sido des9artvel1 E t#do o ;#e e# te&tei e&si&ar aos o#tros 8oi( de al+#m modo( ,re,aração ,ara e# ser #ma ,essoa sbia( ;#e &ão se e&9ol'e ,era&te a morte( e( ,orta&to( res,ira a vida 9om mais ale+ria1 A morte 8a ,arte do me# drama ,essoal( da mi&'a bio+ra8ia( dos eleme&tos de ;#e dis,o&'o ,ara 9o&str#ir mi&'a ide&tidade1 Posso assim( m ato de 9riatividade( i&ter,retar a mi&'a morte 9omo #m ,o&to de ,artida = terminus a $uo?( e &ão mais 9omo #m ,o&to de 9'e+ada = terminus ad $uem?1
E&;#a&to Iva& Ilit9' e&9aro# a morte 9omo #m ,o&to de 9'e+ada( 9omo #m 8im absol#to(
ma&teve-se 9ada ve mais te&so( mais i&8eli( e o Jdio ;#e se&tia ,or todos e ,or si mesmo era a reação lJ+i9a de ;#em se e&9o&trava viole&tame&te 8r#strado( viole&tame&te 9astrado( viole&tame&te a+redido em s#a mais ,ro8#&da di+&idade1 !eiamos o des8e9'o da &ovela de osltJi2
Sim( e# esto# atorme&ta&do todo m#&dof( ,e&so#1 Eles t
E( s#bitame&te( ,er9ebe# 9om toda a 9larea ;#e a;#ilo ;#e o atorme&tava e o,rimia 9omeçava a dissi,ar-se( a es9oar ,ara 8ora( ,or ambos os lados( ,or de lados( ,or todos os lados2 Eles me dão ,e&a( é ,re9iso 8aer 9om ;#e &ão so8ram1 Pre9iso libert-los e libertar a mim mesmo desses torme&tos1 Como isto é bom e 9omo é sim,lesf( ,e&so#1 Mas111 e a dor O ;#e 8aer delaf( ,er+#&to# em se# L&timo1 Pois bem( ,ara o&de vo9< 8oi Ei( o&de est vo9<( mi&'a dorf E ,resto# toda a ate&ção1 A'( sim( l est ela1 M#ito bem( ;#e 8i;#e1 E a morte O&de estf Pro9#ro# o se# 'abit#al terror da morte e &ão o e&9o&tro# mais1 O&de ela est %#e mortef U &ão se&tia &e&'#m medo( ,or;#e também a morte desa,are9era1 Em l#+ar da morte( a l#1 E&tão é istof( e@9lamo# de re,e&te( em vo alta1 %#e ale+riaf #do isso( ,ara ele( a9o&te9e# m &i9o i&sta&te( e a si+&i8i9ação desse i&sta&te &ão se altero# mais1 Mas ,ara os ;#e o rodeavam ali( a a+o&ia d#ro# ai&da d#as 'oras1 Al+o l'e borb#l'ava &o ,eito` se# 9or,o des9ar&ado estreme9ia1 De,ois( ,o#9o a ,o#9o( o borb#l'ar e o ro#;#e$ar tor&aram-se mais e mais es,açados1 A9abo#f( disse al+#ém ,or 9ima dele1 Iva& Ilit9' o#vi# essas ,alavras e re,eti#-as em se# es,Lrito2 A9abo# a morte1 Ela &ão e@iste maisf1 As,iro# o ar ,ro8#&dame&te( i&terrom,e# a res,iração &o meio( estiro#-se( e morre#1
Para Uea&-Pa#l Sartre( a morte é sem,re i&o,ort#&a1 Para #ma ,essoa ,re,arada( e ,ara #m ,ro8essor ;#e deve estar ,re,arado ,ara ,re,arar se#s al#&os( a morte é a o,ort#&idade ,or e@9el<&9ia1 Não vai a;#i &e&'#ma morbide( i&sisto1 #ma raão de 8#&do &essa meditação1 Faço
essa meditação ,or;#e ve$o &ela motivos i&dis,e&sveis ,ara a &ossa 9o&str#ção 9omo seres '#ma&os( 9omo ,ro8issio&ais( 9omo seres ,e&sa&tes1 Se e# evitasse essa meditação( ;#e se im,s ;#a&do li a &ovela de olstJi =e ta&tos o#tros a#tores?( estaria evita&do a vida( estaria evita&do e&9ar-la( o# mel'or( estaria 9o&de&ado a e&9ar-la sem,re através de valores 8alsos( e a9abaria se&do est#,idame&te s#r,ree&dido ,ela s#a ,rese&ça1 Esta meditação é( ,ara mim( #m ato de 9oer<&9ia( e me o8ere9e #ma es9ala de sabedoria ,ara avaliar o $#sto valor das 9oisas( se devo o# &ão me ,reo9#,ar 9om isso e a;#ilo( em ;#e devo i&vestir mi&'as es,era&ças e mi&'as mel'ores e&er+ias1 Pe&sar &a morte e( mais ai&da( a&tever( a&teviver a morte( ,ara mais tarde viv<-la( é a o,ort#&idade( 9omo 8oi ,ara Iva& Ilit9'( de ter =o# de rea8irmar? as atit#des de9isivas( a o,ort#&idade &i9a de dier as ,alavras de9isivas e tra&s8ormadoras1 Pera&te a morte( Iva& ,e&so# &a vida( e( mais im,orta&te( ,e&so# &os o#tros Co&se+#i# ol'ar ,ara os o#tros 9om ol'os '#ma&os1 Ga&'o# o ambi9io&ado di,loma de Ser #ma&o Co&se+#i# ,edir ,erdão( ai&da ;#e a ,alavra ,erdão te&'a saLdo de o#tra 8orma dos se#s lbios1 No te@to ori+i&al( ' #m tro9adil'o i&trad#Lvel1 Iva& Ilit9' te&ta dier ,erdoe-me = prosti( em r#sso? K es,osa( mas a9aba ,or dier dei@e-me ,assar = propusti?1 Este lapsus lin%uae a$#da&os a dete9tar #m as,e9to ,ro8#&dame&te '#ma&o da des,edida de Iva&1 O morib#&do( mais ate&to do ;#e &9a K vida( ;#er ,edir ,erdão( mas se# es,Lrito o trai =o# o 9orri+e?( e ele ,ede ,assa+em1 Não te&do 8orças ,ara desdier-se( 8a #m +esto 9om a mão( sabe&do ;#e seria 9om,ree&dido ,or ;#em de direito1 O ;#e de 8ato ele ;#ereria ter dito %#em teria 9o&diçHes de 9om,ree&der essa 8ala( essa 8al'a Al+#ém ;#e visse ser este erro #m isitado a9erto Al+#ém ;#e visse &o ,rJ,rio ,edido de ,erdão #m verdadeiro ,edido de ,assa+em Perdão e@atame&te ,or ;#< Passa+em ,ara o&de Dei@o estas ,er+#&tas &o ar1 Como #m 9o&vite a mais ,ara a &ossa re8le@ão1 "m desa8io a mais ,ara a &ossa 9oer<&9ia1 "ma tare8a ;#e todo ,ro8essor do 8#t#ro( ;#e est#da se# 8#t#ro( +ostar de ass#mir &o ,rese&te1 A tare8a de rede8i&ir a ima+em do 'omem e 8aer da vida #m $o+o a,ai@o&a&te1 Dei@o &o ar também( a tLt#lo de 9o&9l#são deste 9a,Lt#lo( d#as estro8es do ,oema( Ponto de partida( do ,oeta( 9i&easta( ,ia&ista( violo&ista( 9a&tor( ator e
Não te&'o ,ara me# ,é Some&te o r#mo traçado
artista ,lsti9o Sér+io Ri9ardo2
e&'o o im,roviso &o ,asso E 9ami&'o ,ara todo lado
e&'o ,ara mi&'a vida A b#s9a 9omo medida O e&9o&tro 9omo 9'e+ada E 9omo ,o&to de ,artida
PARTE III $ ENSINAR CO% PRA+ER
CAPÍTU"O , O diálogo como principal instrumento didático
O i&9o&ve&ie&te es9ritor Norma& Do#+las de8i&ia ed#9ação 9omo #ma 8abri9adora de e9os1 Na mitolo+ia +re+a( E9o era #ma &i&8a 8ala&te e 9om#&i9ativa ;#e( a ,edido de Be#s( distraLa era( es,osa o8i9ial do se&'or do Olim,o e ,rotetora do 9asame&to =bela iro&ia?( sem,re ;#e este ia traL-la1 No dia em ;#e ,er9ebe# a tramJia( era 9asti+o# E9o1 iro#-l'e o dom do ?o%os( 9o&de&a&do-a a &9a mais ser a ,rimeira a 8alar( 9o&8orme &os 9o&ta o ,oeta OvLdio2 Com essa lL&+#a ;#e 8oi ,ara mim e&+a&osa( &ão te sers dado e@er9er mais ;#e #m 8ra9o ,oder1 # &ão 8ars da 8ala mais ;#e #m breve #so1 Sem i&i9iativa verbal( sJ 9o&se+#iria re,etir os ltimos so&s das ,alavras ;#e l'e diri+issem1 O dramti9o =o 8r#strado? e&9o&tro e&tre E9o e Nar9iso é i&s,irador2 \ O#ço bar#l'os1 %#em est aL \ Est aL111 \ Mas a;#i sJ esto# e# e mais &i&+#ém \ Ni&+#ém111 \ Se al+#ém est aL( a,areça a+ora \ Ora111 \ Não se 8aça de ro+ada( de,ois ,ode ir embora \ Ora111
\ Qe&'a ,ara 8ora \ Ora111 \ erei ;#e es,erar a &oite toda até o &as9ime&to da a#rora \ Ora111 ,essoas ;#e 9o&9ebem o dilo+o 9omo #ma 9ai@a de resso&&9ia de s#as ,rJ,rias idéias e ,alavras1 %#erem o e9o( ,or;#e o e9o &ão tem mais e+o1 O resto é e9o1 O e9o &ão &e+a( &ão bre9a( &ão o8ere9e resist<&9ia1 A ,alavra do e+o é 9e+a( e &ão tem 8le+o1 Dialo+ar 9orretame&te( se+#&do o ,e&same&to de ;#em odeia ser 9o&testado( é ;#a&do o o#tro a,e&as re,ete( sem tirar &em ,r( o ;#e a9abo# de dier a;#ele ;#e &ão ;#er ser 9o&testado1 E@iste #ma 8orma de a8asia em ;#e o ,a9ie&te re,ete me9a&i9ame&te ,alavras o# 8rases ;#e o#ve( e9o( re,ete9o1 Me# al#&o ,re8erido so8re dessa a8asia Nota de ,ara o al#&o-e9o A,rovado 9om lo#vor o al#&o ;#e sJ di o ;#e e# di+o-di+o-di+o111 O ,ro8essor deve esmerar-se 9omo artista do dilo+o1 Os dilo+os de SJ9rates-Platão ,odem servir 9omo e@em,los 8a&tsti9os dessa arte1 Mas ' e@em,los at#ais1 "ma amostra de dilo+o a#t<&ti9o est &as 9artas ;#e "mberto E9o =&ão resisti ao tro9adil'o111? e o 9ardeal Marti&i tro9aram( 9orres,o&d<&9ia trad#ida e ,#bli9ada a;#i &o :rasil ,ela Editora Re9ord1 Dilo+o de alto &Lvel e&tre ,essoas ;#e se res,eitam 9omo i&tele9t#ais e seres '#ma&os1 O ,ri&9i,al tema dessas 9artas é a viabilidade de #ma moral sem 8é m m#&do se9#lariado( K mar+em do do+ma 9ristão( mas ai&da #m m#&do 9are&te de 9o&tedos e e@,ressHes sa+radas1 Carlo Marti&i de8e&de a visão 9atJli9a &a s#a 9lave mais ortodo@a e moder&a( orie&tado ,or #ma re8le@ão sem tradi9io&alismos irrita&tes o# ,ro+ressismos s#,er8i9iais1 tal a s#a liberdade de es,Lrito ;#e 9'e+a a 9itar 8rases do teJlo+o s#Lço a&s V&+( sabidame&te i&imi+o 8i+adal do Qati9a&o1 "mberto E9o( e@tremame&te +e&til 9om o se# i&terlo9#tor( es8orça-se ,or a,rese&tar #ma éti9a ,essoal( i&de,e&de&te da 8é( da do#tri&a 9ristã( #ma éti9a baseada &a er#dição e &a se&sibilidade( mas também sem a;#ela estra&'a &e9essidade ;#e al+#&s t
O 9ardeal( também ,ro8essor( dis9ordar =evide&teme&te? da maioria dos ra9io9L&ios dese&volvidos ,elo il#stre ,ro8essor e es9ritor ate#1 E9o( ,or s#a ve( rebater =obviame&te? a maioria dos ar+#me&tos dese&volvidos ,elo il#stre $es#Lta1 Mas a dis9ord&9ia ma&tém-se m ,atamar de res,eito mt#o( e até 9om traços de mt#a admiração1 A 9erta alt#ra de #ma dessas 9artas( E9o es9reve2
Até a+ora te&'o sido e# =e &ão ,or de9isão mi&'a? a abrir a dis9#ssão( e ;#em 8ala ,rimeiro 8atalme&te i&terro+a( es,era&do ;#e o o#tro res,o&da1 DaL me# embaraço( ao se&tir-me i&;#isitJrio1 E m#ito a,re9iei a de9isão e '#mildade 9om ;#e o se&'or( ,or tr
"ma ,rimeira idéia sobre a arte de dialo+ar2 &ão se 9o&9ebe #m dilo+o 8eito K base de +ritos1 A ,ro,Jsito( as ,essoas ;#e &ão tem &ada a dier +eralme&te 8alam aos +ritos1 O +rito é a mar9a re+istrada do a&tidilo+o1 O ,ro8essor +rital'ão( alis( &em ,re9isa ser o#vido1 Se# +rito di t#do( é #m ,edido de so9orro1 Ele &ão sabe ser ,ro8essor( &ão +osta de ser ,ro8essor( &ão ;#er mais ser ,ro8essor1 Pede so9orro &o se# &a#8r+io1 Pre9isa ;#e al+#ém 8aça a 9aridade de l'e $o+ar #ma bJia( de dier-l'e essa verdade \ me# 9aro( ,ro9#re o#tra ,raia( vo9< &ão &as9e# ,ara ser ,ro8essor1 Al+#ém ,re9isa tir-lo da;#ela sala de a#la o mais r,ido ,ossLvel1 Com,ree&do ;#e( sobret#do em sit#açHes de i&dis9i,li&a( estados de irritação se tor&em tão +ra&des( tão i&9o&trolveis( ;#e o ,ro8essor o# a ,ro8essora te&'am vo&tade de dar #&s berros ,ara 9o&se+#ir #m mL&imo de ate&ção1 Mas sabemos ;#e( mesmo $#sti8i9veis( os +ritos são 9o&traditJrios1 Parem de +ritar \ +rito# o ,ro8essor1 E ele se tor&o# mais #m &o meio da +ritaria1 O#tra 9ara9terLsti9a &e9essria m dilo+o di+&o desse &ome é ;#e saibamos o#vir ;#em est 8ala&do1 E( &esse ,o&to( &osso 9a&saço( &ossa irritação ,era&te as di8i9#ldades da vida( ,era&te os ,roblemas 8amiliares ;#e se a+arram ao &osso ,es9oço e i&vadem &ossas a#las( todos os mais vlidos motivos ,ara 8i9armos e&simesmados( &ada disso ,ode 8alar mais alto do ;#e a ,essoa K &ossa 8re&te( 9#$os lbios se me@em te&ta&do dier al+#ma 9oisa1 Se aos ,ro8essores &os 9abe e&si&ar o ;#a&to é im,orta&te o#vir( o ;#a&to é im,orta&te a,re9iar o sil<&9io e e8etivame&te 8aer sil<&9io i&terior ,ara o#vir os o#tros( #m bom 9ami&'o( se&ão o &i9o( é dar o e@em,lo1 E&si&ar o al#&o a o#vir de,e&de da mi&'a 9a,a9idade de o#vir o
o#tro( de o#vir o al#&o( de,e&de do me# sil<&9io1 Sile&9iar-me é o meio mais se+#ro ,ara evitar a mi&'a s#rde e a do o#tro1 Com o e@em,lo( 8i9ar evide&te ;#e é #m abs#rdo 8i9armos s#rdos dia&te da;#eles ;#e &os ;#erem dier al+#ma 9oisa1 Pl#tar9o( a#tor de #m ,e;#e&o tratado moral sobre as ;#alidades do o#vir( 8ala dessa a#dição 9omo #m ato de ed#9ação e de +e&erosidade1 Mais ai&da( o#vir 9asa-se 9om #ma série de o#tras virt#des 8#&dame&tais( 9omo o a#to9o&trole2
%#em se a9ost#mo# a o#vir 9om a#todomL&io e res,eito( a9ol'e e retém o ;#e é til( dis9er&e e re9o&'e9e mel'or o ;#e é i&til o# 8also mostra&do-se ama&te da verdade e &ão ;#ereloso &em ,re9i,itado e +e&ioso1 Em 9o&se;V<&9ia disto( &ão sem raão( diem al+#&s ;#e é ,re9iso a&tes e@,elir a ,res#&ção e o or+#l'o dos $ove&s 9omo se 8a 9om o ar dos odres( se ;#erem i&8#&dir &eles al+o de bom` do 9o&trrio( 9'eios de a#tos#8i9i<&9ia e vaidade( &ão são 9a,aes de o re9eber1
Faer sil<&9io i&terior ,ara o#vir o o#tro1 Sil<&9io este e@tremame&te til também ,ara o &osso dese&volvime&to i&tele9t#al1 :em sabemos ;#e #ma das va&ta+e&s de ser ,ro8essor é ,odermos =alis( devemos( ,or #ma e@i+<&9ia do o8L9io? #sar ao m@imo a &ossa i&teli+<&9ia1 E@istem &o m#&do mil'Hes de ,essoas ;#e +astam o se# tem,o em tare8as me9&i9as( roti&eiras( ;#e e@i+em a,e&as #m mL&imo de i&i9iativa me&tal1 M#itos re9ebem #m salrio ,ara &ão ,e&sar1 São ,a+os ,ara 9#m,rirem orde&s sem leva&tar obst9#los( sem 8aer 9rLti9as( ,o&to 8i&al1 rabal'ei 9omo trad#tor e revisor ma 9erta editora em ;#e #m dos do&os teve a 9ora+em de me dier ;#e e# estava ,roibido de ter idéias U o ,ro8essor vive ,ara( #sa&do s#a i&teli+<&9ia( s#a ima+i&ação( s#a memJria( estim#lar os o#tros a terem idéias e i&i9iativas1 Mais #m motivo ,ara i&sta#rar-se o dilo+o em sala de a#la No dilo+o( em ;#e o sil<&9io 9#m,re #m ,a,el 8#&dame&tal( somos 9'amados a ,e&sar 9om ra,ide( i&ter,retar o ;#e o#vimos( a9om,a&'ar o ra9io9L&io do o#tro( 8aer ,er+#&tas ,erti&e&tes( res,o&der 9om ,ro,riedade( e&8im( o dilo+o s#r+e 9omo o9asião de i&te&so trabal'o me&tal1 Pro,i9iar o dilo+o i&teli+e&te é estim#lar a i&teli+<&9ia dos dialo+adores1 E é &esse dilo+o ;#e se o,era boa ,arte do e&si&o1 E&si&ar &ão é admi&istrar ,or via e&dove&osa 0.. m+ de i&8ormaçHes1 "m ,ro8essor tem dia&te de si seres livres( elo;Ve&tes( 9om s#as resist<&9ias( s#as im,a9i<&9ias( s#as di8i9#ldades( s#as distraçHes( s#as ,re8er<&9ias( s#as i&de9isHes( s#as
,rioridades( s#as ,assividades111 e some&te &o dilo+o teremos a 9'a&9e verdadeira de atrair as e&er+ias i&tele9t#ais e volitivas dos al#&os ,ara ;#e o#çam o ;#e l'es ;#eremos dier1 O dilo+o i&teressa&te s#s9ita a i&teli+<&9ia dos i&terlo9#tores1 Mas &em todos estão a,tos a dialo+ar1 Nem todos estão 'abit#ados a dialo+ar1 Pode ser e@tremame&te di8L9il 9riar #m 9lima de 9o&versa ,rod#tiva em sala de a#la1 A9eitemos tal resist<&9ia1 ,er8eitame&te &at#ral1 O#vi de #m al#&o #&iversitrio ;#e( em s#a o,i&ião( a #&iversidade era #ma i&stit#ição ;#e ve&dia di,lomas( os al#&os eram 9lie&tes ;#e 9om,ravam esses di,lomas( e os ,ro8essores vi&'am atra,al'ar as &e+o9iaçHes1 Desde ;#e a resist<&9ia &ão de+e&ere em aberta 'ostilidade( 9abe ao ,ro8essor #sar a resist<&9ia 9omo tema do ,rJ,rio dilo+o ;#e se ,rete&de i&sta#rar1 Por ;#e a resist<&9ia Falemos sobre essa resist<&9ia111 Cabe ao ,ro8essor des,e&der as e&er+ias &e9essrias ,ara des,ertar em se#s al#&os a 9o&s9i<&9ia de ;#e vale a ,e&a 9o&versar sobre os +ra&des temas( sobre #m te@to ,ro,osto ,ara leit#ra( sobre ass#&tos ;#e os al#&os estão 9omeça&do a 9o&'e9er1 Como 9riar #m mbito de dilo+o( &ão sJ ma dis9i,li&a ;#e se de&omi&e Com#&i9ação e E@,ressão( o# !eit#ra e Prod#ção de e@to( mas ma a#la de %#Lmi9a Se ,e&sarmos ;#e o ass#&to é sim,les( ;#e basta des,e$ar a tabela ,eriJdi9a m t#bo de e&saio 9'amado al#&o( realme&te( &em ,e&sar em dilo+o1 A &i9a 9oisa ;#e se ,oder es,erar( &estas 9ir9#&st&9ias limita&tes( é ;#e os al#&os 8açam ,er+#&tas sobre a matéria dada e se 9alem ,eriodi9ame&te( o# ,ara todo o sem,re1 :em di8ere&te ser se( ma es9ola em ;#e realme&te se viva a tão elo+iada i&terdis9i,li&aridade( a ,ro8essora( ,or e@em,lo( de Redação( o# de !L&+#a Port#+#esa =o# de !L&+#a :rasileira111?( ao e&9o&trar m te@to ;#e este$a le&do 9om os al#&os a ,alavra 9al( ,er+#&te a eles se sabem o ;#e é 9al e 9omo se 8a ,ara 9aiar #ma ,arede1 Os al#&os &ão sabem( o# mel'or( some&te #m deles sabe1 Se# ,ai é ,edreiro1 Co&versam todos sobre o tema( ,edi&do ao 9ole+a ;#e 8ale #m ,o#9o sobre o trabal'o do se# ,ai1 E ,ara ;#e serve a 9al "ma das al#&as ded# ;#e seria m#ito bom 9aiar #m dos m#ros da es9ola( ,i9'ado de ma&eira a+ressiva( &a sema&a ,assada( 9om si&ais i&i&teli+Lveis1 Idéia imediatame&te 9om#&i9ada K diretora( idéia imediatame&te a,rovada A ,ro8essora de !L&+#a Port#+#esa 9ombi&a 9om a de 9i<&9ias ;#e e&si&e 9omo se 8a 9al1 odos ,ara o laboratJrio( i&9l#sive a ,ro8essora de !L&+#a Port#+#esa1 Pe+a-se 9al vir+em =CaO? e se 9ombi&a 9om +#a = O?( o ;#e ,rod# 'idrJ@ido de 9l9io \ Ca =O? \( o#( 9omo também é 9o&'e9ida( 9al e@ti&ta1 Os al#&os ,er9eberam ;#e( ao 9olo9arem +#a e 9al viva m
8ras9o de vidro( o 8ras9o i&i9ialme&te 8i9o# ;#e&te até ;#e a 9al estivesse ,ro&ta ,ara #sar1 S#9esso E a+ora111 mãos K obra Caiar a ,i9'ação ermi&ado o serviço( voltemos ao te@to1 A ,alavra 9al( devidame&te 9o&te@t#aliada( ,ode a+ora virar ,rota+o&ista de 'istJrias redi+idas o# 9o&tadas ,elos ,rJ,rios al#&os1 istJrias em ;#e ,i9'adores e 9aiadores dialo+#em( 9ada +r#,o de8e&de&do s#a visão de m#ro( ;#ero dier( de m#&do1 E( se bobear( os al#&os vão ,re9isar de &ovas i&vestidas &os livros de %#Lmi9a ,ara e&ri;#e9er a 'istJria1 "ma a#la viva( 9om dilo+os vivos( 9om açHes vivas( 9om ima+i&ação viva( 9om ,ro8essores e al#&os vivos1 O dilo+o é 8o&te de ,raer i&tele9t#al1 Mesmo ,or;#e( ,ara dialo+ar 9om ,ro,riedade sobre o ;#e se$a( o ,ro8essor ,re9isa ir mais lo&+e( ,re9isa i&vestir m o#tro ,raer( &o ,raer do est#do( e assimilar( e elaborar #m 9o&'e9ime&to +ara&tido ,or observação( re8le@ão( leit#ras( re8le@ão( arte( re8le@ão( ,arti9i,ação em sim,Jsios( semi&rios( e mais re8le@ão
Est#dar( estar at#aliado1
Pre9isamos a,roveitar os +a&9'os ;#e a mLdia o8ere9e ,ara a,ro8#&dar 9om &ossos al#&os os temas ,erti&e&tes1 %#a&do 8or div#l+ado o Pr
&a i&ter&et( saber 9omo a$#dar se#s al#&os a se a,ai@o&arem =e( ,or 9o&se+#i&te(
se&tirem ,raer? ,elo idioma ;#e $ teve m#ito mais charme e&tre &Js1 Pre9isa e&9o&trar ar+#me&tos ,ara mostrar ;#e o idioma 8ra&9
odos os ,ro8essores t
orie&tadores de #ma visão mais l9ida e 9rLti9a sobre o desem,e&'o dos 9om#&i9adores ;#e se a,rese&tam &a mLdia im,ressa e eletr&i9a1 Orie&tar se#s al#&os( de ;#al;#er idade( a saberem a8erir se o ;#e se ,ro9lamo# m site( m ,ro+rama de rdio o# m $or&al de +ra&de 9ir9#lação( o# até mesmo o ;#e se le# m livro didti9o o# &as a,ostilas de #m 9#rso bate 9om os est#dos mais re9e&tes( mais ,ro8#&dos( 9om o ,are9er avaliado dos verdadeiros es,e9ialistas &as matérias em ;#estão1 Não( o ,ro8essor &ão é #m mal &e9essrio( ,la+ia&do e 9o&testa&do #ma 8rase terrLvel de Uames Uo[9e( a de ;#e #m ,ai é #m mal &e9essrio1 Pais e ,ro8essores são #m bem &e9essrio( e 9abe aos ,ais serem também artistas do e&si&ar( sem $o+ar sobre os ombros dos ,ro8essores a res,o&sabilidade de i&i9iar se#s 8il'os &a vida 9#lt#ral( ,ro8issio&al( mais ai&da &a vida so9ial( 9#$os re;#erime&tos éti9os se a,re&dem desde o berço1 odos( ,ais e ,ro8essores( são mestres( se obede9erem a #ma e@i+<&9ia 8#&dame&tal2 ;#em e&si&a tem de saber dialo+ar 9om ,raer1 odo +eL&o ,raer =,raer ;#e &ão es9ravia( ,orta&to? é a 9o&se;V<&9ia &at#ral de #ma atividade bem realiada( de #ma ação ;#e ati&+i# #m bem ob$etivo1 A b#s9a e@9essiva do ,raer( a b#s9a do ,raer ,elo ,raer( &a alime&tação( ,or e@em,lo( desvirt#a o ,raer ,rJ,rio de &os alime&tarmos &a medida 9erta( 9om o ;#e de 8ato &os alime&ta1 %#al;#er ,essoa ;#e te&'a l#tado a vida i&teira ,ara alime&tar-se 9orretame&te o# ,ara( a,Js #m ,erLodo de des9#ido( reed#9ar-se &a arte da trição( sabe os es8orços ;#e deve 8aer( o 9om,romisso ;#e deve ass#mir( o trabal'o me&tal ;#e ,re9isa realiar1 O ,raer ;#e e@,erime&tamos de,ois de termos l#tado ,ara 9o&;#istar #m valor( ,ara ati&+ir #ma meta di8L9il mas &e9essria( é #m ,raer ,ro8#&do( ,erma&e&te( ;#e e&volve 9or,o e alma1 Os ,raeres e,idérmi9os( ,ara 9#$a obte&ção m#itas vees somos dis,e&sados de ,e&sar( de es9ol'er( de batal'ar ,elo mel'or( de re&9iar K ,re+#iça( são ,raeres ;#e( ao lo&+o do tem,o( de&9iam s#a 8alta de ess<&9ia e de belea1 Praeres assim são des,raLveis e( a ri+or( des,reLveis1 O#( 9omo 8aia ver( iro&i9ame&te( o me# 9arLssimo C'esterto&2 e&temos e@,erime&tar os ,raeres dos 9o&;#istadores sem os so8rime&tos ;#e eles e@,erime&taram2 deitemo-&os em so8s 9o&8ortveis e seremos #ma raça e&9ar;#il'ada1 O ,raer de e&si&ar( o ,raer ;#e tra 8eli9idade d#rado#ra( s#,He sa9ri8L9io( dedi9ação( a9eitação de ;#e &i&+#ém 8i9ar ri9o se&do ,ro8essor( a9eitação de ;#e a tare8a do ,ro8essor &em sem,re é bem vista =bem re9om,e&sada( ;#ero e# dier? ,or #ma so9iedade ,ra+mti9a ;#e( &o e&ta&to( 9are9e de m#itos e de m#ito bo&s ,ro8essores1 O ,raer de e&si&ar s#,He o es8orço de dialo+ar 9om os al#&os( e esse es8orço &ão é dos me&ores1 E esse es8orço( a bem da verdade( ,or maior ;#e se$a o# te&'a sido( Ks vees &os ,are9e i&til1
Neste ,o&to( ,orém( se$amos otimistas1 "ma das mais estra&'as e ao mesmo tem,o mais verdadeiras realidades do e&si&o é ;#e #ma seme&te +e&erosa( embora la&çada m terre&o i&Js,ito( +ermi&ar al+#m dia( al+#m dia dar se#s 8r#tos1 alve de,ois de #m 9res9ime&to 9o&8#so e atabal'oado( mas ai&da assim &as9erão 8r#tos im,#lsio&ados ,or a;#ele ,rimeiro +esto de 9o&8ia&ça e de es,era&ça1 No e&si&o( temos o dever de 9#ltivar a es,era&ça ,or &Js e ,or &ossos al#&os1 Façamos o es8orço &e9essrio ,ara o9asio&ar #m &e9essrio dilo+o1 Não te&'amos medo de i&sistir( de 9olo9ar-&os K dis,osição( de abrir &ossos o#vidos1 Co&ta-se( a res,eito( #m e,isJdio ;#e e&volve o le&drio maestro italia&o Art#ro os9a&i&i( 9o&'e9ido ,elo se# ,er8e99io&ismo( ,ela 8orma e@a+erada 9omo e@i+ia de si e da or;#estra( e ,elo modo 9omo( em mome&tos de ira( ,odia la&çar a bat#ta( 8eito #ma 8le9'a( 9o&tra #m msi9o ;#e 9o&tiasse desa8i&a&do1 O e,isJdio tem a ver 9om a te&tativa de estabele9er o dilo+o e( &o 8i&al( obter #ma res,osta reveladora1 C'e+ara os9a&i&i a #ma 9idade ,ara( a 9o&vite do ,re8eito lo9al( re+er #ma or;#estra1 Ele &ão a 9o&'e9ia( e( ,ara 9omeçar a des9obrir se#s ,o&tos 8ortes e s#as de8i9i<&9ias( ,ri&9i,io# 9om al+#ma ,eça de 89il e@e9#ção1 Dois mitos de,ois s#a ar+9ia 8e-l'e ver ;#e o ,rimeiro violi&ista estava 9om o rosto #m ta&to 9o&traLdo1 \ Primeiro violi&o( o se&'or est bem \ Esto# bem( se&'or os9a&i&i( m#ito obri+ado1 De 8ato( ao ,arar de to9ar( o ra,a re9#,erara a a,are&te tra&;Vilidade( e s#a 8isio&omia reass#mira o estado &ormal1 O maestro volto# a re+er1 A or;#estra ,rosse+#i#1 E de &ovo o rosto do ,rimeiro violi&ista 9o&trai#-se ma ms9ara de dor1 A testa e&r#+ada( #ma 9erta di8i9#ldade ,ara res,irar1 os9a&i&i i&terrom,e# e ,er+#&to#( 9om #ma 9erta a8lição2 \ Primeiro violi&o( o se&'or est doe&te Não ser mel'or ir ,ara 9asa \ Por 8avor( se&'or maestro( &ão se ,reo9#,e1 Esto# m#ito bem1 \ Mas( me# 9aro( o se&'or ,are9e doe&te( ,re9isa re,o#sar1 \ Não( &ão esto# doe&te \ i&sistia o ,rimeiro violi&o1 \ :em( 9o&tiemos e&tão A or;#estra volto# a a9om,a&'ar os +estos e&ér+i9os do +ra&de os9a&i&i( e o ra,a do violi&o volto# a 8aer 9aretas de dor e a&+stia1 Nova i&terr#,ção( o maestro 8oi i&9isivo2
A materialidade do ,ro8essor materialista se ,er9ebe a ;#ilmetros de dist&9ia1 O ,ro8essor materialista &ão se e&ver+o&'a de estar limitado( de estar 9o&9e&trado( de viver ob9e9ado ,ela &i9a 9oisa ;#e i&teressa1 Se# materialismo e@istia bem a&tes do ,rimeiro ,ro8essor e@istir( essa es,é9ie i&e@ti&+#Lvel1 Ao ,ro8essor materialista &ão 9a#sa es,é9ie ser o +ra&de( o maior de todos os es,e9ialistas( es,e9ialme&te em s#a matéria( ;#e é de&tre todas a mais 9om,le@a( a mais i&teressa&te( a mais di&mi9a1 Por isso( &os 9o&+ressos e sim,Jsios( o ,ro8essor materialista 8i9a s#rdo ao ;#e &ão sabe( e t#do o ;#e $ sabia 9orrobora 9om #m sorriso de tri#&8o1 A matéria-,rima do ,ro8essor materialista ,rima ,or ser matéria d#ra( matéria a ser est#dada 9om todas as 8orças do sem,re 8ra9o est#da&te1 A matéria do ,ro8essor materialista $amais ser matéria em de9om,osição1 Imortalidade é o ;#e ;#er( mesmo sem a9reditar em vida de,ois da ,rova1 Peço #m mito de sil<&9io ,ara o ,ro8essor materialista( ;#e morre# em al+#m l#+ar da es9ola( mas 9#$o 9or,o( &ão e&9o&trado( 9o&tia a tra&sitar e&tre &Js( da&do +ritos( da&do orde&s( re9ita&do tJ,i9os1 A9abo# o mito( voltemos K &ossa 9o&versa1 O ,ro8essor materialista di8i9ilme&te 9o&se+#ir atrair a ate&ção dos se#s al#&os1 Es;#e9e#( o# &ão le#( a observação de AristJteles2 a &i9a i&di9ação de ;#e realme&te sabemos al+#ma 9oisa é ;#a&do ,odemos e&si&-la a al+#ém( e ;#a&do esse al+#ém se se&te realme&te i&dado ,elo tra&sbordame&to1 Pois esta é a s#a missão( ,ro8essor2 e&si&ar 9omo &i&+#ém1 E &i&+#ém mel'or do ;#e o ,ro8essor ,ara a,re&der a e&si&ar1 Pois e&si&ar é des9obrir a &e9essidade de a,re&der t#do de &ovo1 Des9obrir ;#e Ks vees mais im,orta o s#b,rod#to de #ma a#la do ;#e o se# ,rod#to1 Sim( ,odemos e&si&ar 9om maestria todas as meias verdades =,rod#to? da matéria( e o s#b,rod#to da 9#riosidade =a a&timatéria? ser a &ossa maior 9o&trib#ição1 E a;#ilo ;#e #m ,ro8essor &ão sabe é $#stame&te a;#ilo ;#e os al#&os o#vem1 DaL a &e9essidade de am,liarmos ao m@imo a i&satis8ação de &ossos al#&os1 Nossos al#&os ol'am ,ara &Js( e ,e&sam1 Pe&sam Se &ão ,e&sam( se &ão a,re&dem a ,e&sar 9o&os9o( &Js é ;#e ,re9isamos ,e&sar d#as vees a&tes de e&trar o#tra ve ma sala de a#la1 Pois a &ossa missão é o8ere9er a#las belas( a#las vivas( a#las 8ortes( a#las ri9as( a#las a#las( a#las sem ad$etivos( a#las i&es;#e9Lveis( a#las ,ara sem,re1
\ Mas( a8i&al( ,rimeiro violi&o( se o se&'or &ão est doe&te o ;#e a9o&te9e 9om o se&'or Se# ol'ar é terrLvel( a dor ;#e o se# rosto e@,ressa ass#sta ;#al;#er #m1 A8i&al de 9o&tas( o ;#e est a9o&te9e&do 9om o se&'or \ Posso ser si&9ero( se&'or maestro111 \ Sim111 se$a si&9ero \ O ,roblema( se&'or( é ;#e e# odeio msi9a1 odo mestre( 9omo todo maestro( ,re9isa dese&volver a 9a,a9idade de ler o rosto de se#s al#&os e te&tar de9i8rar o ;#e se ,assa1 Nem todos os ;#e estão &a sala de a#la +ostam de ter a#las1 M#itos estão ali obri+ados( a 9o&tra+osto1 Al+#&s se&tem verdadeiro as9o o# &ão me&os verdadeiro Jdio ,or determi&adas dis9i,li&as e temas( e ,re9isam ser 9om,ree&didos e a$#dados1 Assim 9omo e@istem mil'Hes de ,essoas ;#e trabal'am a 9o&tra+osto( de 9ara amarrada( 8ae&do o ;#e &ão +ostariam de 8aer( mil'Hes de al#&os e&tram em sala de a#la sem vo&tade de ali ,erma&e9er ,or mais de 9i&9o mitos1 Ser ,re9iso ;#e o mestre mostre( ;#e o mestre demo&stre aos se#s al#&os( sobret#do aos me&os satis8eitos( ;#e &ão estão ,erde&do tem,o1 M#ito ao 9o&trrio1 %#e a;#elas a#las serão s#mame&te teis ,ara a s#a vida( ,oderão re,rese&tar #ma m#da&ça de estilo de vida( de 9om,ree&são da vida( e até mesmo al+#m ti,o de re9om,e&sa material1 O ,ro8essor de #ma 8a9#ldade 9o&tava-me a 'istJria de #ma al#&a ;#e 8oi ,ro9#r-lo ,ara se ;#ei@ar e 8aer #m ,edido2 \ Pro8essor( e# vim l'e ,edir dis,e&sa de s#as a#las1 \ Mas ,or ;#< \ Por;#e &ão ve$o #tilidade &e&'#ma em est#dar Metodolo+ia Cie&tL8i9a1 E# ve&'o de lo&+e( ,e+o ;#atro &ib#s todos os dias( &ib#s im#&dos( 9'eios de +e&te mal ed#9ada( 8i9o d#as 'oras &esses &ib#s( d#as 'oras ,ara vir( d#as 'oras ,ara voltar( vir Ks se@tas-8eiras K &oite( +astar o di&'eiro de ;#atro ,assa+e&s( &ão( &ão vale a ,e&a vir a;#i sJ ,ara o#vir 8alar em 9oisas abstratas( metodolo+ias( 9o&9eitos de 9i<&9ia111 \ Mas vo9< e&te&de# o &osso ob$etivo A metodolo+ia 9ie&tL8i9a deve levar-&os a 9o&9eber e im,leme&tar #m ,ro$eto111 \ i( ,ro8essor( isso é 9o&versa mole111 \ Não( &ão é1 Qe$a( ,or ;#e vo9< &ão 8a #m ,ro$eto ,ara sol#9io&ar al+#m ,roblema ;#e a i&9omoda e ;#e vo9< viva todos os dias "m ,roblema ;#e &ão se$a #m ,roblema sJ se#( mas da s#a 9om#&idade111
\ Problema %#e ,roblema \ Ora( este ;#e vo9< a9abo# de me&9io&ar( os &ib#s s#$os111 \ Mas &ão tem &ada a ver #ma 9oisa 9om a o#tra \ Pois é $#stame&te o ;#e esto# ;#ere&do l'e dier2 a &ossa matéria tem t#do a ver 9om o se# 9otidia&o A al#&a 8oi orie&tada a 8aer e&trevistas 9om dee&as de ,assa+eiros ;#e 9om ela via$avam todos os dias1 E&trevisto# também os motoristas( os 9obradores( os 8is9ais( o ,essoal da lim,ea( e ,er+#&to#-l'es 9omo viam a sit#ação da 8alta de lim,ea( ;#e s#+estHes ,oderiam dar1 Crio# #m método de ,es;#isa( de avaliação das 9ir9#&st&9ias ;#e levavam K;#ela sit#ação de des9#ido do tra&s,orte 9oletivo1 Fe relatJrios( leva&to# 'i,Jteses( des9obri# al+#mas 9a#sas ,ara o ,roblema( visl#mbro# al+#mas sol#çHes( dis9#ti# em sala de a#la as i&8ormaçHes e o,i&iHes 9oletadas1 E ,e&so# ma 9am,a&'a de 9o&s9ie&tiação ,ara ;#e os #s#rios ,reservassem os &ib#s( se reed#9assem111 Ima+i&o# 8ormas de div#l+ação da idéia( 9artaes( #m slo%an 9o&vi&9e&te1 Em s#ma( s#as lo&+as e so8ridas via+e&s de &ib#s tra&s8ormaram-se ma o,ort#&idade de observar( est#dar( de 9res9er em es,Lrito em,ree&dedor1 A al#&a( ;#e $ &ão ,erdia &e&'#ma das a#las Ks se@tas-8eiras K &oite( e&tre+o# ao ,ro8essor( 9omo trabal'o 8i&al da;#ele semestre( #m ,ro$eto relativame&te bem 8eito1 O mestre( satis8eito 9om o res#ltado( até l'e s#+eri# ;#e o a,rese&tasse K em,resa de &ib#s res,o&svel ,or a;#ela li&'a1 E se es;#e9e# do 9o&sel'o1 De,ois das 8érias( 8eli da vida( a moça veio dier-l'e ;#e levara o se# ,ro$eto ao do&o da viação e ;#e o em,resrio &ão sJ 8i9ara im,ressio&ado 9omo ti&'a de9ido 9om,rar a idéia111 e a ti&'a 9o&tratado ,ara trabal'ar &a em,resa A arte de dialo+ar( #m dos ite&s mais im,orta&tes da arte de e&si&ar1 "ma arte =a de dialo+ar? ;#e detém al+#mas 9ara9terLsti9as1 O dilo+o( ,ara 9omeço de 9o&versa( ,re9isa ser o,ort#&o1 Nada ,ior do ;#e #m dilo+o 8ora de 'ora1 O,ort#&idade si+&i8i9a a;#ilo ;#e &os leva ao ,orto1 Os a&ti+os mari&'eiros 9o&sideravam o,ort#&os os ve&tos ;#e os a$#dassem a 9'e+ar ao lo9al dese$ado1 bem 9erto ;#e #m dilo+o o,ort#&o &ão a9o&te9e ,or a9aso1 "m bom dilo+o é ,re9edido ,or mi&idilo+os( 9ome&trios r,idos( #ma tro9a sim,ti9a de ol'ares( #m bom-dia si&9ero( #mas ,alavras 9o&ve&9io&ais( #sadas 9omo a,eritivo1 O ve&to o,ort#&o 9omeça a so,rar sem ;#e ,rati9ame&te o ,er9ebamos1 #do 9omeça 9om #ma brisa( #m sim,les oi( mas realme&te i&teressado1 "m dilo+o ,ode ser ,re,arado m ,asseio sem 9om,romisso( m 9'#rras9o( m e&9o&tro 8ort#ito &a la&9'o&ete1 Pode 9omeçar &a;#ele dia em ;#e tor9emos $#&tos ,elo mesmo time( o# 9ome&tamos #ma &otL9ia do $or&al $ mil
vees 9ome&tada( o# ;#a&do se 8ala =ass#&to mais 9orri;#eiro im,ossLvel? do sol ;#e est 8orte o# da 9'#va ;#e 9ai# o&tem1 Até ;#e 9'e+a a o,ort#&idade1 Nesta 'ora &ão ,ode 'aver va9ilaçHes1 #ma 'ora mar9ada ,elo desti&o ;#e &Js mesmos ,re,aramos( 9om maior o# me&or 9o&s9i<&9ia1 A 'ora o,ort#&a é a 'ora de #m +ra&de so8rime&to( o# de #ma ale+ria si+&i8i9ativa( o# de #ma di8i9#ldade mais ,reme&te( é a 'ora ,ro,L9ia ,ara se abrirem os 9oraçHes1 E o ve&to so,ra1 Abrimos as velas1 O bar9o da 9om,ree&são( &em sem,re mar9ado ,or imediatos e&te&dime&tos( b#s9a o ,orto1 As o,ort#&idades verdadeiras &ão são merosas1 Por isso( ,re9isamos estar ate&tos( saber ide&ti8i9ar as o9asiHes( e &ão ,erd<-las em 'i,Jtese al+#ma 9oisa1 M#itos +ostam de 9itar a 8rase de S<&e9a( i%noranti' $uem portum petat' nullus suus ventus est ( 9#$a trad#ção ,oder ser al+o assim 9omo2 Ne&'#m ve&to é o,ort#&o ,ara ;#em i+&ora o ,orto ;#e est ,ro9#ra&do1 O dilo+o em sala de a#la ,ode a9o&te9er de mil modos1 N#ma das ta&tas 8a9#ldades em ;#e $ le9io&ei( tive( 8a al+#m tem,o( #m al#&o 9#$a m#de e a,are&te 8alta de i&teresse i&9omodava a maioria dos ,ro8essores1 O al#&o em ;#estão 9'e+ava 9a&sado1 A#las &ot#r&as( ele( motoboy =se# salrio era ,rati9ame&te todo 9o&s#mido ,ela me&salidade da 8a9#ldade?( de,ois de #m dia de 9orrerias( 9'e+ava 9om se# 9a,a9ete debai@o do braço( se&tava-se &o 8#&do da sala( 9r#ava os braços111 e a,a+ava1 De ve em ;#a&do abria #m ol'o ,ara ver se t#do estava em ordem( e voltava a mer+#l'ar &o so&o1 Dormia ,ro8#&dame&te1 Fossem a#las de Filoso8ia o# So9iolo+ia( de Matemti9a o# EstatLsti9a( dormia em ,a1 Os ,ro8essores 9ome&tavam e&tre si o 8e&me&o1 Com,ree&dLamos todos ;#e o al#&o estava &o limite de s#as 8orças 8Lsi9as( mas o ;#e 8aer Os 9ole+as do ra,a( 9r#éis( &ão dei@aram ,or me&os1 Era é,o9a de ra9io&ame&to de e&er+ia elétri9a( tem,os de a,a+ão( e ,or isso &ão de# o#tra1 A,elido es9ol'ido ,ara o dormi&'o9o A,a+ão1 Me# al#&o A,a+ão dormi# d#ra&te todo o semestre em mi&'as a#las de 9om#&i9ação e e@,ressão1 e&tei al+#mas vees e&volv<-lo &as a#las( em,re+a&do as té9&i9as didti9as 9o&ve&9io&ais1 Sem res#ltado1 No 8i&al do ,erLodo letivo( era ,re9iso avaliar o re&dime&to da t#rma1 Pedi ;#e res,o&dessem a 9i&9o ,er+#&tas sobre a im,ort&9ia da leit#ra( sobre al+#mas ,arti9#laridades do idioma( sobre a 9riação de #m estilo ,essoal &a es9rita111 O A,a+ão e&tre+o# o ;#estio&rio sem res,ostas1 No e&ta&to( 'avia #m P1S1 "m posts9ri,t#m di8ere&te( ,or;#e &ão 'avia &ada es9rito a&tes
Preado Pro8essor( +ostaria de dier ;#e +ostei m#ito de s#as a#las1 Nelas e# a,re&di #ma 9oisa m#ito im,orta&te1 E# des9obri ;#e &a mi&'a 9asa &9a teve dilo+o1 Nota de Claro( dias de,ois 8#i 9'amado ,elo Coorde&ador do 9#rso1 %#e me e@,li9o# ter sido o &osso al#&o A,a+ão re,rovado ,or todos os demais ,ro8essores1 Ora( se e# o a,rovara 9om &ota de( das d#as #ma2 o# e# estava 9erto e os o#tros errados( o# todos estavam 9ertos( e@9eto e#1 Ar+#me&tei sobre a de9isiva des9oberta ;#e o al#&o 8iera ao lo&+o do semestre1 O Coorde&ador rel#to#( mas re8ere&do# a &ota de1 Disse-me a,e&as ;#e( ma ,rJ@ima ve( me em,ol+asse me&os 9om revelaçHes se&time&tais1 Evide&teme&te( 8i ;#estão de es;#e9er essa re9ome&dação1 ;#e A,a+ão também me abri# os ol'os( &o dilo+o i&visLvel ;#e travamos1 E&si&o#-me ;#e sem,re ,odemos il#mi&ar a 9o&s9i<&9ia dos &ossos al#&os N#ma o#tra ve( tal 9omo o maestro de ;#e 8alei ' ,o#9o( e# estava da&do a#la e vi o rosto de #ma al#&a 9o&tor9e&do-se de ,reo9#,ação1 Ela &ão 9o&se+#ia ,arti9i,ar da a#la( &ão estava ali1 I&terrom,i t#do e ,er+#&tei o ;#e l'e estava a9o&te9e&do1 E a moça( ;#ase 9'ora&do( 9o&to# ;#e saLra de 9asa a;#ele dia 9om o 9oração &a mão1 S#a 8il'a de #m a&o ti&'a 9aLdo do berço( e ela( mãe de ,rimeira via+em( se se&tia 9#l,ada ,or isso1 A 8il'a 8i9ara 9om a avJ( ,ois ela &ão ,odia mais 8altar em &e&'#ma a#la =9o&dição ,ara 9o&tiar re9ebe&do #ma bolsa de est#dos?( mas 9o&tiava ,e&sa&do &a 9ria&ça o tem,o todo1 O r#mo da a#la m#do# radi9alme&te( e ,ara #m ,orto mel'or1 O dilo+o +e&eralio#-se( e ,assamos a dis9#tir a 9o&dição 8emi&i&a( em ,arti9#lar o tema da mater&idade1 Co&versamos sobre modos de as m#l'eres 9o&9iliarem o ,a,el de mães e o de ,ro8issio&ais( o ;#e &os levo# a dis9#tir alter&ativas de teletrabal'o1 Al+#ém se re8eri# K 9rLti9a 8emi&ista ;#e 9ombate a &at#raliação do se&time&to mater&o1 !embrei-me de #ma tese de Geor+e Stei&er( se+#&do a ;#al a m#l'er se trata 9omo #ma obra de arte( ,i&ta&do-se( es9#l,i&do-se( modela&do-se( ,rod#i&do-se111 E i&di;#eil'es a leit#ra de U#li& MarLas( 8ilJso8o es,a&'ol ;#e disse 9oisas i&teressa&tes sobre a m#l'er1 "ma dessas 9oisas 8a em ,edaços o mito da ,assividade 8emi&i&a2 se+#&do AristJteles( De#s( s#,rema atividade( ato ,#ro( move o m#&do 9omo o ob$eto do amor e do dese$o( move sem ser movido( atividade m@ima( ,ois atrai( 9'ama t#do ,ara si( e assim também a m#l'er( em s#a a,are&te ,assividade( a+e atrai&do o 'omem ,ara si1 E@iste al+o mais ativo "ma se+#&da e im,orta&tLssima 9ara9terLsti9a do dilo+o2 ;#e ele se$a ,essoal1 Dilo+os estereoti,ados( 9om 9o&sel'os de se+#&da o# ter9eira mão( re9'eados de observaçHes ba&ais e
l#+ares-9om#&s( 9om ar+#me&tos ;#e serviriam ,ara ;#al;#er tema( 9om idéias ;#e serviriam ,ara ;#al;#er o#tra 9o&versa( são dilo+os im,restveis1 "m dilo+o im,essoal &ada tem de dialo+al1 "m dilo+o em se# se&tido verdadeiro é i&ter,essoal( ,erso&aliado( ,erso&alLssimo( e( assim se&do( 8a 9om ;#e as ,essoas saiam mais ,essoas de,ois de dialo+arem1 Sem dvida( as ,essoas são di8ere&tes1 A i+#aldade '#ma&a( ,ri&9L,io bsi9o da $#stiça( 9o&siste em distrib#ir desi+#alme&te e&tre desi+#ais visa&do a dimiir o so8rime&to ;#e as desi+#aldades ,odem ,rovo9ar1 Pois &as9emos desi+#ais em vrios se&tidos1 De#s( diia #m ,e&sador 8ra&9
O#tras 9ara9terLsti9as ,ara esse dilo+o baseado &a 'armo&iação de ,essoas ;#e ,e&sam di8ere&teme&te1 Deve ser #m dilo+o tra&;Vilo( sere&o( mar9ado ,ela ,reo9#,ação em te9er #ma relação didti9a ,rod#tiva1 Estão elimi&ados( ,orta&to( a priori( todos os traços de debo9'e( ridi9#lariação( desdém o# a+ressividade1 Por mais i&+<a o# esta,a8rdia ;#e se$a #ma observação do al#&o( mere9e res,eito total1 S#r,ree&de&teme&te( ;#a&do valoriado em s#as idéias e ,alavras( ;#a&do o dilo+o &ada est 9o&tami&ado ,elas 9obra&ças abs#rdas e terroristas ;#e os ,ro8essores sdi9os +ostam de 8aer =ai&da e@istem ,ro8essores sdi9os( a9reditem?( o al#&o ,oder demo&strar 9om mais liberdade o ;#e e&te&de( o ;#e ,e&sa( o ;#e i&t#i1 Qe$amos este dilo+o abai@o em ;#e o ,ro8essor ,er+#&ta2 \ %#a&tos 9oraçHes &Js temos \ Dois( ,ro8essor1 \ Dois \ Sim( o me# e o se# O ,ro8essor( mais ,or i&advert<&9ia do ;#e ,or malL9ia( 8e #ma ,er+#&ta 9a,9iosa1 Per+#&ta&do &o ,l#ral =;#a&tos 9oraçHes?( de# a e&te&der ;#e a res,osta Jbvia =#m 9oração? estaria i&9orreta1 E( de ;#ebra( o al#&o( mais ,or i&advert<&9ia do ;#e 9o&s9ie&teme&te( 8e lembrar ao mestre ;#e #m dilo+o se 8a e&tre dois 9oraçHes1 E &ão resisto K te&tação de re,rod#ir #m o#tro dilo+o-relm,a+o( este 8i9tL9io( em ;#e( &o e&ta&to( a 9riatividade dos al#&os se 8a se&tir2 \ M#ito bem( o ;#e devo 8aer ,ara re,artir )) batatas ,or 4 ,essoas \ P#r< de batata( ,ro8essor Criatividade e se&so ,rti9o ;#e Ks vees &Js( ,ro8essores( &ão ,oss#Lmos1 N#ma 'ora dessas( o mel'or é dar #ma boa risada 9om os al#&os e( sere&ame&te( ,e&sar ;#e as res,ostas i&es,eradas ,odem ser mais i&teressa&tes e verdadeiras do ;#e as res,ostas 9orretas1 %#em disse ;#e as sete ,essoas ;#erem todas 9omer batatas &a mesma ,ro,orção Servi&do-se do ,#r<( ,oderão 8i9ar mais K vo&tade( e ai&da é ,rovvel ;#e al+#ém ale+#e &ão +ostar de ,#r<1 "m bom dilo+o ai&da ,re9isa ser 9o&9<&tri9o e te&der K ,ro8#&didade1 Isto é( as ,alavras dos i&terlo9#tores devem 9o&ver+ir ,ara #m 9e&tro( ,ara #m ,o&to em ;#e &os deslo;#emos dos l#+ares-9om#&s( das res,ostas ,ro&tas( e abramos 9ami&'os &ovos( e a,ortemos &ovas 9o&9l#sHes1 O dilo+o deve abalar( derr#bar as mo&ta&'as de ,assividade me&tal sobre as ;#ais &os e&9o&tramos soterrados1 "ma avala&9'e de trivialidades e 8rivolidades sobre &ossas 9abeças( todos os dias1 Media&te #ma ,ro+ressiva ,e&etração( o ,ro8essor a$#dar os al#&os a ,er9eberem #ma das
8#&çHes mais e&t#siasma&tes da i&teli+<&9ia( ;#e é ,re9isame&te ,e&etrar a realidade( e ati&+ir o se# &9leo( e ,e&etrar &este &9leo ,ara ati&+ir o &9leo do &9leo1 Co&versas ;#e sJ ta&+e&9iam os temas( ;#e resvalam sobre os ass#&tos( ;#e evitam os mome&tos 9rLti9os( são 9o&versas ,ara boi e al#&o dormirem1 !o+o( em,ree&damos #m dilo+o ,e&etra&te( ,rovo9ador1 Provo9ador &o mel'or se&tido( &a medida em ;#e tira ,ro8essor e al#&os de sit#açHes 9modas( e os obri+a a serem 'beis( 9ora$osos( sem le&+ale&+a1 Pois &ão ' m#ito tem,o a ,erder1 em,o &e&'#m1 N#ma a#la( dier o ;#e todo m#&do ,ode o#vir em o#tro l#+ar é tirar da sala de a#la s#a es,e9i8i9idade1 O dilo+o 9omo i&str#me&to didti9o 9o&siste( em s#ma( &a o,ort#&idade ;#e mestre e dis9L,#lo t
CAPÍTU"O O prazer de ensinar
O ,raer de e&si&ar rela9io&a-se 9om o ,raer ;#e se&timos em 9o&viver 9om os al#&os1 Se #ma ,essoa tem di8i9#ldades +ra&des demais em 8i9ar dia&te de #m +r#,o de ,essoas ate&tas( dis,ersas( bril'a&tes( limitadas( es8orçadas( rela@adas( i&teressadas( desi&teressadas( ed#9adas( mal9riadas et91 \ es;#eça a ,ro8issão1 Não ,oss#i vo9ação ,ara e&si&ar1 O ,raer de e&si&ar tem a ver também 9om a ,a9i<&9ia1 Não se m#da #ma ,essoa em d#as a#las1 Em #m semestre1 Em #m a&o de trabal'o1 ,ro+ressos im,revistos( ' evide&tes retro9essos( ' esta+&açHes reais o# a,are&tes1 D#ra&te #&s a&os( dei a#las m 9#rso 8re;Ve&tado ,or adoles9e&tes de 8amLlias ri9as( 9#$os ,ais &ão sabiam mais o ;#e 8aer ,ara motivar os 8il'os1
"m desses $ove&s vi&'a Ks a#las visivelme&te dro+ado1 De,ois de #m semestre( e# estava em ma#s le&çJis2 &ão ti&'a 9o&se+#ido avaliar s#a ,er8orma&9e1 ivemos e&tão #ma ltima 9o&versa( em ;#e ele( 9omo de 'bito( estava sob e8eito de al+#ma dro+a2 \ Ra8ael( vo9< est bem \ ã-'ã111 \ Ra8ael( e# ,re9iso ;#e vo9< 8aça al+#ma atividade ,ara e# l'e dar #ma &ota111 \ %#al &ota \ Não me re8iro K &ota( me re8iro K atividade1 \ ã-'ã111 \ De 8ato( vo9< &ão 9o&se+#i# e&tre+ar &e&'#m dos trabal'os ;#e ,edi( mas temos #ma ltima 9'a&9e1 Pe+#e esse di9io&rio( ,or 8avor1 \ Este \ Isto1 Pro9#re ,ara mim( o# mel'or( ,ara vo9<( a ,alavra liberdade1 No estado em ;#e se a9'ava( o ra,a &ão a9'ava mais &ada( me&os ai&da a liberdade1 Pro9#ro#-a lo&+e demais( ,asso# bem ,erto mas &ão a vi#( 8i&alme&te a de,aro# e le#( tit#bea&te( a de8i&ição1 \ Ra8ael( vo9< a+ora e&9o&tro# a liberdade( ,or 8avor( &ão a ,er9a1 Por 8avor( ve$a aL a s#a liberdade1 Qo# l'e dar #ma &ota ,ara vo9< ,assar( ,ois sei ;#e tem tido m#itos ,roblemas 9om o se# ,ai( mas e# l'e ,eço ;#e 9o&sidere esta &ota #ma &ota ,rovisJria( #m alerta ,ara a &e9essidade de ,e&sar mel'or &a im,ort&9ia ;#e este 9#rso tem ,ara vo9<1 Ele me ol'ava 9om os ol'os dista&tes( 9omo se estivesse o#vi&do #ma o#tra ,essoa 8ala&do o#tras 9oisas m#ito lo&+e dali1 Al+#&s meses de,ois o ree&9o&trei &os 9orredores da;#ele 9#rso1 Pare9e#-me #m ,o#9o mel'or( e mais tarde #ma ,ro8essora 9ome&to# ;#e Ra8ael 9omeçava a rea+ir ,ositivame&te1 Não sei até ;#e ,o&to re9#,ero# a liberdade( mas es,ero ;#e a e@,eri<&9ia do di9io&rio te&'a sido mais do ;#e #ma met8ora1 O ,raer vem mist#rado 9om a dor1 Não é tão 89il +ostar de t#rmas em ;#e =se$amos realistas? vamos e&9o&trar al#&os 9om de8eitos de 9om,ortame&to ;#e se ma&i8estam em atos e ,alavras2 a ,res#&ção( a 9r#eldade 9al9#lada( a ,re+#iça( a a+ressividade1
Não é 89il +ostar de dar a#las ma t#rma em ;#e os al#&os 9ometem ,e;#e&os 8#rtos( de,redam a es9ola( desa8iam a a#toridade dos ,ro8essores( 9oorde&adores e diretores de #ma i&stit#ição de e&si&o ,bli9a o# ,rivada1 Não é 89il +ostar de dar a#las ;#a&do #m al#&o leva ,ara de&tro da sala #ma arma de 8o+o e a 9olo9a em 9ima da 9arteira ,ara i&timidar os 9ole+as111 e o ,ro8essor1 Não é 89il +ostar de dar a#las 9er9ado de ,roblemas1 Re9e&teme&te( assisti a #m 8ilme ;#e mostra #m ,ro8essor 'erJi9o( 9#$os ol'os bril'avam de ale+ria ao dar s#as a#las( &ão obsta&te as i&9rLveis di8i9#ldades ;#e e&8re&tava1 O 8ilme( 8ra&9
8i a mi&'a tão temida ,rova de ;#Lmi9a( m sei se 8#i bem( &a ,arte de &ome&9lat#ra e tal e# 8#i mo' bem mas &a ,arte da 8re&te111 sei l` a tarde vim ,ra 9asa e $a' voltei ,ro ma9Ye&ie ,ra 8aer ,rova s#b de matemti9a1 e# 8#i bem tava 89il tbm &e' de l saL 9orre&do em direção ao i&8er&o( 8i mi&'a ,rovi&'a de #se o8 e&+lis' e 8#i embora 9om #m sorriso ; 9omia a ,o&ti&'a das mi&'as orel'as111 rs111 SO ANO % QEM AGORA m volto l tão 9edo1 vim ,ra 9asa e 8i;#ei a;#i a ,am,af rs111 9'amei a e a +e&te 8e #m bolo e assistimos ,rati9ame&te o DQD de es,e9iais do mo&stros sa i&teiro rs111 d#as idiotas111 bom( mas o bolo 8i9o# mto mto mto bom e a +e&te ai&da 8e #ma 9obert#ra de 9'o9olate =bri+adero? mto boa &em est#dei ,ras ,rovas d '$ o&tem ,; e# si&9erame&te m tava a8im1 a9'# ; ate' 9o&si+o ,assar111 rs111 as ,essoas estao 8ae&do varios ,la&os ,ro 8ds e e# vo# &o e&9errame&to da "PU mas vai ser le+al es,ero &e' domi&+o vo# ER % IR &a i+re$a( e# m tava mto a8im &a#m( bri+#ei 9om o +abriel o tata m ta 8ala&do direito 9omi+o e a+ora o ti i&ve&to# ; e# dei ma&9ada( e# sim,lesme&te m tava a8im d ter ; ver todos os $#&tos &o mesmo l#+ar111 ai sei la'( ;&do e# bri+o 9om as ,essoas d la' me da #ma vo&tade de s#mir &9a mais a,are9er la'111 ;; dia ai&da vo sair d la'111 sei la'111 e' 9om,li9ado1 MAS AS FERIAS ESO CEGANDO E Sh A!EGRIA AGORA rs111 as mi&'as 8érias( ,rometem1
Este tre9'o 8oi desta9ado ao a9aso &a web( mas é 9ada ve me&os raro de,arar 9om esse estilo em redaçHes 8eitas &o m#&do &ão-virt#al( es9ritas ,or al#&os ;#e ,assam 'oras via$a&do 9omo i&ter&a#tas &esse 9om,le@o( maravil'oso e im,revisLvel #&iverso ,aralelo( sem ,or vees saber a,roveit-lo 9omo i&str#me&to de ,es;#isa e est#do1 Irrita&te também( o#( mais ,ro,riame&te 8ala&do( e@as,erador( é ler o#tro ti,o de redação( 8eita ,or al#&os ;#e se e&9o&tram &o lado mais 9are&te da so9iedade 9are&te de leit#ra1 São al#&os sem a9esso 8re;Ve&te K i&ter&et( ,essoas ;#e moram &a ,eri8eria da 9idade( ;#e &as9eram em 8amLlias ,obres( e ;#e desde 9edo se 'abit#aram K l#ta ,ela sobreviv<&9ia( est#da&do em es9olas
9o&sideradas 8ra9as( e( ,or isso( esti+matiadas ,or la9#&as evide&tes1 Eis a redação de #m ra,a de 0 a&os ;#e( a&os de,ois lo&+e da es9ola a,Js 9o&9l#ir o e&si&o médio( ti&'a o so&'o de 8aer 8a9#ldade2
Desde do me# i&i9io &a es9ola &ão me i&de&ti8i;#ei 9om a !L&+#a Port#+#esa1 Não te&'o &e&'#m 9om,l<9ço( ,elo 9o&trario( sem,re ,ro9#rei e&te&de e 9om,ri<&de a s#a ese&9ia e assim e&te&de todos as re+ras e 9o&9ord<9ia1 A mi&'a maior di8i9#ldade e e&te&de toda s#a estr#t#ra verbal( 9olo9ar 9ada verbo &o se# devido l#+ar1 C'ato mesmo e 8aer as i&ter,retaçHes de te@to( ,ro9#ra o s#$eito de8i&ir o ;#e o te@to tem a dier et91 mas 'o$e t#do ;#e se 8assa tem i&ter,retação de te@to( ,or e@em,lo ,restar #ma ,rova de 9#&9#rso ,#bli9o e 8ederal1 Mas &a realidade e# &ão me i&de&ti8i9o m#ito bem 9om ela( ,ois a di8i9#ldade e m#ito +ra&de1 Não e ,ra ta&to ;#e a !L&+#a Port#+#esa e a !L&+#a mais di8i9io do m#&do1
Pare9e i&a9reditvel( mas é a ,#ra realidade1 ra&s9revi a redação ipsis verbis1 E( em l#+ar de ,raer( ,osso +ara&tir ;#e e@,erime&to #ma +ra&de a,ree&são( #m ;#ase deses,ero( ao ler #m te@to assim( 9arre+ado de so8rime&to( de 8r#stração mal dis8arçada( do9#me&to 9r#el( assi&ado ,or #ma vLtima( e&tre mil'Hes( das 9ar<&9ias ed#9a9io&ais e so9iais de &osso ,aLs1 O ,a&o de 8#&do é este1 emos de l#tar( de 9o&tiar #ma l#ta ;#e &ão é de 'o$e( e ;#e tão 9edo termi&ar1 O es9ritor Xal9[r Carras9o( ma 9r&i9a = eus pro.essores( em2 Revista &e1a "P ( de O#t#bro de ..)?( lembrava a dedi9ação de se#s mestres2
Mi&'a ,ro8essora de ,ort#+#
S#8o9o +eral1 %#e dier \ "sem a ima+i&ação1 Gota de 9'#va Dava bra&9o1 Aos ,o#9os( as ima+e&s s#r+iam1 :em( ela ,odia 9air &o 9'a,é# de #m 'omem1 O# &o rabo de #m 9a9'orro1 Mel'or ai&da( &a a de al+#ém e desliar ,or de&tro da 9amisa1 Geladi&'a M#ito ,ai re9lamava2 \ Me# 8il'o ,ode re,etir ,or 9a#sa de #m ,i&+o de 9'#va
A es9ola e@iste ,ara isso1 #ma i&st&9ia em ;#e a ,essoa se se&te e@i+ida ,or #ma 9oisa 9'amada 9#lt#ra( ,or #m 9o&$#&to de 9o&'e9ime&tos &e9essrios( ,or #ma biblio+ra8ia( ,or #ma 9erta dis9i,li&a( ,or #ma 9oisa ;#e é 9o&viver 9om ,essoas di8ere&tes( 9om 9abeças ,e&sa&tes di8ere&tes( e ,or #ma o#tra 9oisa ;#e ,oderLamos de8i&ir 9omo a &e9essidade de ,e&sar( 8alar e a+ir 9om i&de,e&d<&9ia e ,ro8#&didade1 Re,eti&do e 9ome&ta&do #ma 8rase de Neil Postma&( a#tor 9#$a leit#ra re9ome&do( toda ed#9ação é #ma 8orma de ed#9ação da li&+#a+em1 Na es9ola( &a 8a9#ldade( somos i&i9iados ma o#tra li&+#a+em( em o#tras vrias li&+#a+e&s( ma li&+#a+em ;#e &os a$#da a 8alar de ,la&tas e a&imais =:iolo+ia?( ma li&+#a+em ;#e &os a$#da a ,e&sar =Filoso8ia?( ma li&+#a+em ;#e &os a$#da a des9rever e i&ter,retar o ,assado =istJria? et91( et91 O ,ro8essor-artista( volto a lembrar( e&9o&tra &a li&+#a+em( &o dilo+o( &a ,alavra( &a leit#ra( a s#a 8orça maior1 Se# ,a,el( desde os ,rimeiros a&os da es9ola aos 9#rsos mais ava&çados( 9o&siste em e&ri;#e9er o #&iverso li&+VLsti9o dos al#&os( dar-l'es o,ort#&idade ,ara &ão serem ,risio&eiros de ideolo+ias baratas( mas am,liem s#a 9a,a9idade i&tele9t#al( estéti9a( moral( emo9io&al( es,irit#al1 De modo ,arti9#lar( 9abe aos ,ro8essores tor&arem valioso e dese$vel o 'bito ,raeroso de ,e&sar1 Pe&sar é ,raeroso1 Faer ,e&sar também é ,raeroso1 Qer o#tras ,essoas ,e&sa&do ,or 9o&ta ,rJ,ria é ,raeroso1 E( &o e&ta&to( ,are9e ;#e ,e&sar tor&o#-se( &ão mais #m ato s#bversivo( mas #m 9om,ortame&to 8ora de moda( 9omo de&9iava o ,ro8essor Cl#dio o+&olli( ma e&trevista 9o&9edida em .. ao $or&alista !#t'ero Ma[&ard =Revista +nsino "uperior ( em $#l'o de ..?2
Pe&sar viro# si&&imo de ser 9areta1 Os al#&os vi&di9am( em boa ,arte( ;#e de,ois da ;#eda do M#ro de :erlim e o 8im de
#m m#&do bi,olar( em ;#e 9a,italismo e 9om#&ismo dis,#tavam ;#em ia +a&'ar o tro8é# de teoria ,olLti9a 8i&al da 'istJriaf( de &ada adia&taria ,e&sar m#ito1 A ,reo9#,ação bsi9a é a de arr#mar #m em,re+o( de ,re8er<&9ia em #m serviço de i&ter&et( ,ois o resto se 9o&sertaf1
Co&t#do( o em,re+o de &ossa i&teli+<&9ia 9o&stit#i o 9ami&'o mais 9#rto ,ara &os em,re+armos1 al 9o&vi9ção ,re9isamos ter( dese&volver( de8e&der e di8#&dir1 "m dos maiores mestres do o9ide&te( A+osti&'o de i,o&a( era i&9isivo2 e&si&ar( ,ara ele( e ,ara &Js também( é veritas pateat' veritas placeat' veritas moveat ( ;#e ,odemos trad#ir assim \ e&si&ar é tor&ar a verdade ,al,vel( tor&ar a verdade a+radvel( tor&ar a verdade motivadora1 "ma ,essoa motivada ,ela verdade( i&tele9t#alme&te 9#riosa( 9om #m ,e&same&to di&mi9o( saber e&9o&trar &o mer9ado de trabal'o #m l#+ar ,ara e@er9er s#a ori+i&alidade1 Não ,ermitamos ;#e a &e9essidade ,reme&te( e le+Ltima( ;#e os &ossos al#&os( sobret#do &o &Lvel s#,erior( se&tem de 9o&verter( e ra,idame&te( s#as 'oras de&tro da sala de a#la em moeda 9orre&te( em o9asião de 9o&se+#ir #m em,re+o( o# serem ,romovidos &o em,re+o em ;#e $ trabal'am( se tra&s8orme ma obsessão ;#e atra,al'e o ,rJ,rio a,re&diado1 Não ' o,osição e&tre #ma a#la ;#e a$#de a ,e&sar em ,ro8#&didade e a #r+<&9ia #r+e&tLssima de sobreviver ma so9iedade 9om,etitiva1 No 9aso dos al#&os do e&si&o médio( teremos ;#e i&ve&tar 8ormas 9o&vi&9e&tes( ,o&tes e&tre es9ola e vida( ,ara ;#e os est#da&tes 9om,ree&dam a relação e&tre a,re&der tri+o&ometria e o m#&do l 8ora1 Co&sta&teme&te os ,ro8essores são 9obrados ,elos al#&os2 Para ;#e e# ,re9iso est#dar essas 8Jrm#las matemti9as( ,ara ;#e est#dar as !eis de Me&del( ,ara ;#e est#dar as es9alas termométri9as Celsi#s( Fa're&'eit e elvi& Na Alema&'a de itler( os ,eda+o+os mais ava&çados deram #ma res,osta terrLvel a essa reivi&di9ação2 as ;#estHes de Matemti9a ;#e os est#da&tes alemães ti&'am de resolver ,ediam ;#e se 9al9#lasse( ,or e@em,lo( a ;#a&tidade de e@,losivos &e9essria ,ara destr#ir viad#tos111 lo9aliados em o#tros ,aLses( é lJ+i9o1 Caso &ão 9o&si+amos( dis,e&sados os métodos &aistas( res,o&der de #m modo ,rti9o e 9o&vi&9e&te Ks dema&das ,ra+mti9as dos al#&os( eles verão a es9ola 9omo #ma e&+e&'osa ,risão( 9omo #ma +aiola mais o# me&os divertida =esse mais o# me&os vai de,e&der do tama&'o da ;#adra de es,ortes( da variedade de +#loseimas &a la&9'o&ete111?( de&tro da ;#al devem viver até o dia da al8orria =sem,re ,rovisJria111?1
Do ,ro8essor( ,orta&to( es,eramos ;#e 9#m,ra o se# ,a,el2 tor&ar o e&si&o o9asião ,ara 9res9ime&to i&tele9t#al e( ,or 9o&se+#i&te( 9res9ime&to ,ro8issio&al( so9ial et91 E&si&ar é isso2 9o&vo9ar os al#&os ,ara a b#s9a verdadeira de verdades ;#e movam o m#&do e as ,essoas( ;#e te&'am a ver 9om o se# 9otidia&o( 9om s#as ,reo9#,açHes1 E&t#siasmadas( as ,essoas realiarão o bem( o 9erto e o belo1 #ma b#s9a ,raerosa( di8L9il e ,raerosa( 9a&sativa e ,raerosa1 #ma b#s9a ;#e re;#er( &e9essariame&te( es8orço i&tele9t#al de todos( ,ro8essores e al#&os1 Re;#er vo&tade de est#dar #m tema( de ,o&derar sobre ;#estHes &em sem,re a+radveis =9omo a morte111?( 9om,ree&der o verdadeiro se&tido de 9ada vo9b#lo =e &ão a,e&as o se# si+&i8i9ado &o di9io&rio?( disti&+#ir di8ere&tes modos de realidade =o modo de ser das 9oisas é di8ere&te do modo de ser das ,essoas?( ,e&sar e 8alar 9om ,re9isão( s#,erar ,re9o&9eitos ;#e blo;#eiam o a,rimorame&to ,essoal e a vida 9riativa1 A arte de e&si&ar é #ma arte ;#e( baseada &a arte do dilo+o( e&si&a a arte de ,e&sar1 Pe&sar é 9res9er de de&tro ,ara 8ora1 Cres9ime&to or+&i9o( 9om a s#a le&tidão ,rJ,ria( os se#s ,#los( as s#as ,aradas1 Gilles Ed#ar( es9ritor de literat#ra i&8a&til( ima+i&o# #m dilo+o e&tre A ,e;#e&a rvore e o ,oste ;#e il#stra me# ,e&same&to2
\ Poste( 9omo vai a vida \ Firmea1 \ %#e tal a vista l em 9ima \ :elea1 \ A 9res9er vo9< me e&si&a \ Com 9ertea1 \ E&tão me ,#@a1 \ ã( 'ããã( ;#e d#rea \ Caaalma( ,oste( ol'e a 9'a9i&a \ Não do# molea1 \ Esto# ,erde&do mi&'as raLes \ Não estars mais ,resa1 \ Solte-me A sol#ção é assassi&a \ %#e i&deli9adea1
\ Cres9er bem demora111 \ a &at#rea1 \ Co&tra o tem,o &ão ' va9i&a1 \ Nem ,roea1
O ,oste( de alta estat#ra( doador de l#( or+#l'oso de s#a 8irmea( te&do dia&te de si #m belo 'orio&te( ,re9iso# a,re&der de se# dilo+o 9om a al#&a rvore #ma +ra&de lição de vida e de ,eda+o+ia1 Por mais ,roeas metodolJ+i9as ;#e o ,ro8essor i&ve&te( ,re9isa 9o&tar sem,re 9om o dado da &at#rea( 9om as 9ir9#&st&9ias vitais( 9o&9retas( 9om as raLes de 9ada al#&o1 %#eremos ;#e os &ossos al#&os se dese&volvam( mas &ão des,reemos as s#as raLes( os se#s +ostos( as s#as limitaçHes( os se#s tale&tos( o se# ,assado( o +ra# de dese&volvime&to em ;#e se e&9o&tram( os se#s mel'ores dias( os dias em ;#e estão me&os re9e,tivos et91 Ed#9ar é #ma arte ,or;#e( m ,rimeiro mome&to( ,re9isamos des9obrir o est+io de dese&volvime&to 9#lt#ral e as 9ara9terLsti9as i&tele9t#ais de 9ada ,essoa ;#e ;#eremos orie&tar( a 8im de &ão ,re9i,itarmos os a9o&te9ime&tos1 A arte de ,e&sar sJ &ão é mais &obre do ;#e a &obre e deli9ada arte de amar1 Mas111 ,e&sa&do bem( se &ão so#bermos ,e&sar( ,oderemos amar erradame&te Amemos o ,e&same&to( ,ara( ,e&sa&do 9om 9larea( a,re&dermos a amar 9om mais i&te&sidade( 9om mais 9riatividade1 Pe&sar( 8aer 8r#ti8i9ar &ossa i&teli+<&9ia1 Comer 8r#tos saborosos de i&teli+<&9ias l9idas é e@tremame&te ,raeroso1 Saibamos 9o&trib#ir ,ara ;#e #ma me&te 8loresça e 8r#ti8i;#e( ,ara ;#e a,roveite ao m@imo se# ,ote&9ial1 grvores ra;#Lti9as ,oderiam ter o#tro ,er8il( se bem tratadas desde 9edo1 O#( ma 9om,aração me&os r#ral( #tiliada ,or Pas9al Ide( talve &os te&'amos es;#e9ido de ;#e &ossa i&teli+<&9ia é veL9#lo ;#e ,oss#i 9i&9o mar9'as( e vive se arrasta&do em ,rimeira1 Como a,re&di 9om AristJteles( &ão basta sermos i&divLd#os dotados de i&teli+<&9ia( ,re9isamos #s-la( a9eler-la E a;#i se se&te a ,rese&ça de #m a#t<&ti9o ,ro8essor1 Ele &os a$#da a dese&volver velo9idade &a estrada do 9o&'e9ime&to( a 9res9er 9omo seres ,e&sa&tes( ,ara ;#e te&'amos #m re&dime&to i&tele9t#al mel'or( ,ara ;#e saibamos lidar 9om 9o&9eitos abstratos( 8aer ded#çHes 9orretame&te( de8i&ir mel'or as &ossas idéias( e&9o&trar e@em,los ,erti&e&tes ,ara os &ossos ra9io9L&ios( des9obrir as ,remissas ;#e alime&tam os &ossos ra9io9L&ios e os das ,essoas 9om ;#em 9o&versamos( e t#do isso #&ido a #ma am,liação +e&erosa de vo9ab#lrio( ao a,er8eiçoame&to de #ma li&+#a+em 9o&9ate&ada( 9oere&te( ,re9isa( vi+orosa( 8l#ida1
Obviame&te( nemo dat $uod non habet ( o# se$a( &i&+#ém d a;#ilo ;#e &ão tem1 Cada ,ro8essor( 9ada ,ro8essora deveria 8aer de ve em ;#a&do #m ,ro8#&do e@ame de 9o&s9i<&9ia( ,er+#&tar-se ;#al o ob$etivo de s#a vida 9omo ed#9ador=a?( ,or ;#e dese$a e&si&ar( ;#e im,ort&9ia atrib#i ao ;#e sabe &o 9o&te@to da 8ormação +eral das 9ria&ças( dos $ove&s o# dos ad#ltos a ;#em 8ala( ;#ais os 9ritérios ;#e #tilia ,ara avaliar a sit#ação real do se# al#&o real( e 9omo o a$#da a 9res9er de modo e8etivo111 rata-se de ;#estHes e@iste&9iais( vitais( ;#e mere9em ,or ,arte do ,ro8essor a&lise 9ora$osa e re8le@ão detida1 O ,ro8essor( &essa re8le@ão( dever ,er+#&tar-se também se se 9o&sidera ,oss#idor da ,erL9ia &e9essria ,ara mi&istrar a#las i&teressa&tes( e( se &ão a tem( o# se ,re9isa a,er8eiço-la( ;#e de9isHes deve tomar ,ara ati&+ir #m desem,e&'o mel'or( ,ara tor&ar-se #m mel'or ,ro8issio&al1 Dever ,arti9i,ar de sim,Jsios e 9o&+ressos( i&s9rever-se em 9#rsos alter&ativos( tomar #m ba&'o de livraria "ma re8le@ão e #ma a#to9rLti9a( &ão a,e&as 9om relação a essa ,erL9ia1 Mas também ,e&sar se ,oss#i #m bom +ra# de toler&9ia( s#8i9ie&te sim,atia( se&sibilidade ,ara 9a,tar e 9orres,o&der aos me&ores es8orços ;#e os al#&os 8aem( e o 9o&ve&ie&te $o+o de 9i&t#ra ,ara( ,or e@em,lo( 9o&se+#ir ;#e os al#&os mais atilados e&si&em al+o a se#s 9ole+as me&os i&teressados( ;#e os al#&os mais 9riativos tra&smitam e&t#siasmo a se#s 9ole+as me&os ima+i&ativos( ;#e os al#&os 9om al+#m ti,o de 'abilidade a$#dem se#s 9ole+as me&os 'abilidosos1 Este livro se a,ro@ima do 8i&al( e te&'o a im,ressão de ;#e 9o&tiamos &a metade do 9ami&'o1 Ars lon%a' vita brevis111 A vida é 9#rta demais ,ara ;#e ,ossamos a,re&der todos os detal'es da e@te&sa arte de viv<-la1 E a arte de e&si&ar a viv<-la1 emos ta&to a a,re&der e ta&to a e&si&ar emos ta&tos 8atos( a9o&te9ime&tos e des9obertas a a,re&der e a a,re&der a e&si&ar1 emos ta&tos 'bitos a 9#ltivar em &Js ,ara ;#e os al#&os se 9o&ve&çam de ;#e ,odem( ao se# modo( dese&volver esses 'bitos1 emos ta&tas 'abilidades a trei&ar( ta&tas e ta&tas 9a,a9idades o9#ltas a a,rimorar( ,ara( 9om 'abilidade( 'abilitar e 9a,a9itar os &ossos al#&os1 E temos( a me# ver( a res,o&sabilidade 8#&dame&tal de dese&volver &os al#&os o i&teresse ,ela ar;#i9om,et<&9ia da leit#ra( base de todas as o#tras a;#isiçHes( base ,ara o e@er9L9io do ,e&same&to( i&9l#sive1 Façamos #ma e@,eri<&9ia a+ora1 De leit#ra e de re8le@ão1 E de ,raer1
Cativar o i&teresse do al#&o artisti9ame&te é( a ,ri&9L,io( 9o&'e9er as vias de a9esso K s#a se&sibilidade( e de,ois 9'e+ar K s#a i&terioridade1 Co&se+#imos atrair a ate&ção de #m beb< 9om #m mol'o de 9'aves1 Co&se+#imos( se 9o&versamos m ,e;#e&o +r#,o de ami+os( atrair s#a ate&ção 9om #ma ,iada i&teli+e&te e bem 9o&tada1 Dar a#las é atrair a ate&ção do ,bli9o 9om a;#ilo ;#e estim#la s#a ima+i&ação( s#a a#dição( se# ol'ar1 Desde sem,re os +ra&des oradores sabiam ser o es,et9#lo1 A mão dos a&ti+os oradores leva&tava-se( movime&tava-se( or;#estra&do o ol'ar de se#s o#vi&tes1 "m sorriso maroto ,rovo9ava a re8le@ão1 O ol'ar 8i@o &o 9é# i&tri+ava1 A+ora a vo mais alta( a+ora a vo mais bai@a1 "ma ,a#sa re,e&ti&a 9'amava a ate&ção dos distraLdos1 Era e é ,re9iso at#ar sobre os se&tidos do ,bli9o1 Co&t#do( #ma 9oisa é verdadeira( 'o$e e sem,re1 Ne&'#ma miseensc4ne ser e8i9a &o ato de e&si&ar( se o ,ro8essor( a,Js 9a,tar a ate&ção( &ão so#ber estabele9er li+açHes si+&i8i9ativas e ,erti&e&tes 9om o ,assado( o ,rese&te e o 8#t#ro dos al#&os1 A;#i est( a ,ro,Jsito( a rai da em,atia1 Qaloriamos e ;#eremos o#vir ate&tame&te a ,essoa ;#e ol'a 9om bo&s ol'os ,ara o &osso ,assado( ,ara o &osso ,rese&te e ,ara o &osso 8#t#ro1 Não é K toa ;#e m#itos i&+<os se dei@am l#dibriar ,or 9'arlatães =,alavra ;#e tem a ver 9om o verbo es,a&'ol charlar ( &o se&tido de 8alar m#ito e sem s#bst&9ia?( e@9ele&tes ma&i,#ladores ;#e ,rometem a ,a&a9éia ,ara todos os ,roblemas( e ;#e +ara&tem ,redier o &osso 8#t#ro( adivi&'ar o &osso ,assado( dar 9o&sel'os mira9#losos ,ara as &ossas a&+stias1 A ate&ção 9o&tiada &as9e 9om o i&teresse1 8alta absol#ta de didti9a ;#erer ma&ter #m al#&o ate&to sem( a&tes( e&9o&trar a;#ilo ;#e i&teressa a ele1 Por mais ;#e e#( ,ro8essor( este$a i&teressado m tema( ,or mais ;#e e# 9o&'eça o tema de trs ,ara 8re&te( ,or mais ;#e e# te&'a 9om,rado e lido todos os livros re8ere&tes a esse tema( &e&'#m s#9esso al9a&çarei 9omo ,ro8essor( 9aso &ão saiba em ;#e ,o&to a;#ele tema 9o&e9ta-se 9om a vida real do al#&o real ;#e est K mi&'a 8re&te1 Essas idéias 9o&d#em a al+#mas açHes bem 9o&9retas1 O ,ro8essor( &os ,rimeiros mome&tos da a#la( est#dar a 8isio&omia dos al#&os( i&ter,retar se#s movime&tos( e&te&der ;#e ,reo9#,açHes estão 9ir9#la&do &o ar( des9obrir os 8o9os de distração e( sobret#do( os ass#&tos ,ote&9ialme&te i&teressa&tes ,ara a maioria dos ,rese&tes1 Neste se&tido( o ,ro8essor deve ser #ma ,essoa 9a,a de i&teressar-se +ei&ame&te ,elos i&teresses imediatos dos al#&os( a 8im de( 9om isso( se&tir-se K vo&tade ,ara 8#sti+ar a 9#riosidade deles também ,or ass#&tos ;#e &ão este$am &e9essariame&te i&9l#Ldos em s#as e@,e9tativas1 Mel'or ai&da( o ,ro8essor deve e&laçar( 9om $eito( sem viol<&9ia( o i&teresse at#al deles 9om &ovos temas( am,lia&do a 9a,a9idade de 9ada al#&o ,ara i&teressar-se ,or ass#&tos i&es,erados( i&at#ais1
O matemti9o &orte-ameri9a&o Ra[mo&d Sm#ll[a& es9reve# #m te@to i&tit#lado ma re.utação .ilosB.ica universal ( ;#e a;#i trad#o2
Certa ve( #m 8ilJso8o teve o se+#i&te so&'o2 Primeiro s#r+i# AristJteles K s#a 8re&te( e o 8ilJso8o ,edi#-l'e2 Qo9< ,oderia res#mir em ;#i&e mitos toda a s#a 8iloso8iaf Para s#r,resa do 8ilJso8o( AristJteles 8e #ma e@9ele&te sL&tese em a,e&as ;#i&e mitos1 No e&ta&to( o 8ilJso8o leva&to# #ma 9erta ob$eção a ;#e AristJteles &ão so#be res,o&der e( 9o&8#&dido( desa,are9e#1 De,ois s#r+i# Platão1 A9o&te9e# a mesma 9oisa( e o 8ilJso8o 8e a Platão a mesma ob$eção ;#e 8iera a AristJteles1 Platão também &ão 9o&se+#i# res,o&der e desa,are9e#1 Foram a,are9e&do #m ,or #m todos os 8ilJso8os 8amosos da 'istJria( e o &osso 8ilJso8o re8#to# a todos eles 9om a mesma ob$eção1 De,ois do ltimo +ra&de ,e&sador ter desa,are9ido( o &osso 8ilJso8o disse 9om os se#s botHes2 Sei ;#e esto# dormi&do e so&'a&do 9om t#do isso( mas a verdade é ;#e e&9o&trei #ma re8#tação #&iversal ,ara todos os sistemas 8ilosJ8i9os %#a&do a9ordar( ,rovavelme&te &ão vo# 9o&se+#ir lembrar de &ada( e o m#&do ,erder esse teso#rof Fae&do e&tão #m es8orço des9om#&al( o 8ilJso8o obri+o#-se a a9ordar1 Cambalea&te( 8oi K s#a mesa de trabal'o e es9reve# em #m ,a,el a s#a re8#tação #&iversal1 De,ois volto# &ovame&te ,ara a 9ama 9om #m s#s,iro de alLvio1 %#a&do a9ordo# &a ma&'ã se+#i&te( diri+i#-se K s#a mesa ,ara ver o ;#e ti&'a es9rito1 E estava l2 Isso é o ;#e vo9< dif1
Re8#tar bril'a&tes ,e&sadores 9om #ma 8rase ba&al é o 9er&e desse te@to ir&i9o1 O 8ilJso8o &ão se d ao trabal'o de ,e&sar1 Em se# so&'o( so&'a 9om a sol#ção das sol#çHes1 Re9#sa&do em blo9o todo o ,e&same&to de AristJteles( Platão e de ;#em mais vier( o ,e&sador ;#e &ão ,e&sa( ,et#la&te 9omo sJ ele( +a&'a &o +rito( di+amos assim( o# &a 8rase de e8eito1
O desa,are9ime&to dos 8ilJso8os simbolia ;#e o i&ve&tor da re8#tação vai ,erde&do de vista toda a 9o&trib#ição 9#lt#ral( 9ie&tL8i9a( artLsti9a( sa,ie&9ial ;#e al+#&s re,rese&ta&tes da '#ma&idade &os le+aram1 Perde-os de vista ,or;#e( de ma&eira altiva( des,rea e destrata esse le+ado1 Pe&sar( a&tes de t#do( é #m e@er9L9io de '#mildade1 Certa ve( #m ,ro8essor de Filoso8ia de9e,9io&o#-me ,ro8#&dame&te ;#a&do( e@,li9a&do-&os a obra de a&t( 8aia-o de ma&eira des,e9tiva( 9omo se o ,e&sador alemão 8osse #m ,i9areta ;#al;#er1 Ora( mesmo ;#e al+#ém se si&ta 9a,a de re8#tar o sistema Ya&tia&o( #ma 9oisa tem de 8aer em ,rimeiro l#+ar2 tor&ar-se Ya&tia&o Some&te imb#Ldo das idéias de #m ,e&sador de ,rimeira li&'a #m 9rLti9o me&or ,oder ter al+#ma 9'a&9e de s#9esso111 m#ito 89il realiar a re8#tação #&iversal1 NJs mesmos a #tiliamos &o &osso dia-a-dia ;#a&do( sem vo&tade de ,e&sar( diemos ao o#tro( 9om ;#em &ão ;#eremos 9o&9ordar em &e&'#m ,o&to2 #do de,e&de do ,o&to de vista1 Este é o se# ,o&to de vista E# te&'o o#tro ,o&to de vista Po&to 8i&al Na arte de ,e&sar( o ato mais '#milde( e 9ora$oso( é 8aer a ,er+#&ta i&9o&ve&ie&te2 Mas ser ;#e t#do de,e&de mesmo do ,o&to de vista Se t#do de,e&de do ,o&to de vista( e&tão todas as verdades são verdadeiras( todas as ,ro,ostas são i&teressa&tes( todas as teses são de8e&sveis( todas as 9o&9l#sHes são ,rovisJrias( todas as de9isHes &ão são de9isivas1 #do é vlido( amém Adorvel l#+ar-9om#m( ,ode dissolver todos os dilemas( sol#9io&ar todos os ,roblemas( relativiar todos os a@iomas( &ivelar todos os a9ide&tes +eo+r8i9os( arredo&dar todas as ,o&tas( desma&9'ar todas as 8ro&teiras( embra&;#e9er todas as 9ores( a,rovar todas as mi&'as e as &ossas 9e+#eiras1 E 9omo é ,raeroso =e&+a&oso ,raer( 9ertame&te? &ão a,re&der 9om os o#tros( &ão disti&+#ir os maties( e( sobret#do( &ão m#dar de idéias e de 9o&d#ta Essa ma&obra verbal e me&tal( se+#&do a ;#al t#do a9aba se&do vlido( &ão abar9a a 9om,le@idade da vida mas( 9omo é de 89il 9o&s#mo e di8#são( tor&a-se a ideolo+ia do ,se#do,e&sador1 No e&ta&to( se$amos e;#ilibrados em &osso $#l+ame&to1 Os ,o&tos de vista e@istem( sim1 %#em ,oder d#vidar Deles de,e&demos e ,or eles somos 9o&di9io&ados1 Façamos #ma r,ida via+em ao ,assado ,ara ,rese&9iar #m ,e;#e&o e@em,lo dessa verdade1 Qoltemos ao :rasil do i&L9io do sé9#lo ,assado1 Qisitemos artistas ;#e estão ,re,ara&do #ma revol#ção &a arte2 !asar Se+all e@,He em São Pa#lo e Cam,i&as( em )3)` A&ita Mal8atti em São Pa#lo( em )3)4` e Os>ald de A&drade e Mario de A&drade( em )3.( se im,ressio&am 9om a
es9#lt#ra de Qi9tor :re9'eret1 E e&tre os ol'ares ;#e observam este movime&to ' #m ol'ar es,e9ial( o ol'ar de Mo&teiro !obato1 !obato ,#bli9a &o $or&al O +stado de "ão Paulo #m arti+o ;#e a9aba 9om a obra de Mal8atti1 Até 'o$e 9a#sa ,er,le@idade( &este ,o&to( a s#a reação &e+ativa K arte moder&a( os se#s 9o&9eitos 9larame&te rea9io&rios e estreitos1 Como ,oderia ele( #m 'omem visio&rio( tido 9omo #m dos ,re9#rsores do Moder&ismo( es9rever ;#e 8#t#rismo( 9#bismo( im,ressio&ismo e tutti $uanti &ão ,assam de o#tros ta&tos ramos da arte 9ari9at#ral A me&os ;#e #tiliemos a &oção de ,o&to de vista( 9omo 8e &otar Gilberto de Mello #$a>sYi m de se#s arti+os2 a tomada de ,osição de !obato( &esse e,isJdio( ,ode ser i&ter,retada 9omo a reação i&di+&ada de #m literato ,#ro-sa&+#e( 8a9e a 8a9e 9om #m &ovo ti,o de 9riação ,lsti9a destit#Ldo de ;#al;#er re8er<&9ia literria1 O#( em o#tros termos( Mo&teiro !obato( 9omo ;#al;#er o#tro mortal( ,oss#La também os se#s ,o&tos de 9e+#eira E ;#ais são os me#s ,o&tos de 9e+#eira Por;#e ve$o vrios as,e9tos da realidade( mas é verdade ;#e &ão 9o&si+o ver #ma i&8i&idade de o#tros as,e9tos da mesmLssima realidade1 Mi&'a visão de m#&do é i&9om,leta( ,ois limitados somos 9ada #m de &Js1 E# 'abito #m ,o&to de vista( e #m ,o&to é sem,re m#ito ,e;#e&o1 Pre9iso am,liar me# 9am,o de visão1 Com a a$#da de o#tras visHes( 9#ltivar a l#9ide vis#al1 !#9ide vis#al é 9om,ree&der ;#e &em t#do a;#ilo ;#e vemos &esta vida 9o&se+#imos 9om,ree&der 9orretame&te1 E ;#e m#itas vees o ;#e $#l+amos 9om,ree&der bem 9om,ree&demos m#ito mal A l#9ide vis#al re;#er a i&teli+<&9ia a#ditiva de o#vir os o#tros( e ver( ,elos ol'os dos ;#e v
"m verdadeiro 8ilJso8o( ,ro9#ra&do am,liar s#a visão( sabe valoriar e a,roveitar #ma ,remissa de a&t( 9ombi&a&do-a 9om o vitalismo de Niets9'e( 9om #ma 9o&statação de AristJteles( 9om a se&sibilidade de ierYe+aard ,ara o sa+rado( 9om a seriedade éti9a de S,i&oa( sem ,erder de vista o idealismo ,lat&i9o1 Não se trata de 8aer #ma salada r#ssa( i&9l#i&do( &este 9aso( as i&t#içHes de Soloviev( :erda$ev( Rosa&ov( C'estov e :aY#&i&1 rata-se de re9o&'e9er o ;#e +ra&des ,e&sadores sem,re re9o&'e9eram2 as verdades se es,al'am a;#i e ali2 os 9ristãos dos ,rimeiros sé9#los a,roveitaram i&t#içHes +e&iais dos +re+os ,a+ãos( o e@iste&9ialismo de eide++er bebe# &o 9o,o dos ,ré-so9rti9os( 9om,ree&demos mel'or os a8orismos de Ciora& ;#a&do lemos os de !a Ro9'e8o#9a#ld e :laise Pas9al1 A re8#tação #&iversal &e+a ;#e o sistema 9riado de #m 8ilJso8o te&'a al+#ma relação real 9om a vida real1 %#em a8irma ;#e isso é o ;#e vo9< di di ;#e o ;#e vo9< di &ão 9o&di &e9essariame&te 9om a realidade1 E ,or isso 8i9ar o dito ,elo &ão dito111 Como re8#tar a re8#tação #&iversal e se# ,rati9ame&te i&v#l&ervel relativismo rae&do K to&a( talve( #m a&ti+o ,rovérbio ,ort#+#
O tLt#lo em alemão \ 7er &orleser \ em 8ra&9
a e@em,lo dos 8ra&9eses( mas al+o 9omo O leitor apaixonado 1 A 'istJria( ;#e 9omeça &o
8i&al da dé9ada de 0.( 8ala de #m ra,a de )0 a&os ;#e( d#ra&te seis meses( vive #ma relação amorosa 9om #ma m#l'er vi&te a&os mais vel'a1 Nesta relação( ' #m rit#al1 A&tes de se amarem( ele l< ,ara ela tre9'os de #m livro( 9omo Guerra e pa! 1 "m dia( a&&a =assim ela se 9'ama? desa,are9e1 Mi9'ael =assim ele se 9'ama? $amais a es;#e9er1 Uamais es;#e9er ;#e le# ,ara ela( em vo bai@a( a#tores 9lssi9os 9omo S9'iller e Goet'e1 A&os de,ois( ;#ase 8ormado em Direito( Mi9'ael a ree&9o&tra m trib#&al1 No ba&9o dos ré#s( a9#sada ,or 9rimes ;#e teria 9ometido ;#a&do at#o# 9omo +#arda em A#s9'>it1 Se&te&ça2 ,risão ,er,ét#a1 No ,resLdio( re9ebe de Mi9'ael( ;#e &9a a visita( 8itas 9om +ravaçHes de A Odiss)ia( te@tos de
Fra& a8Ya( Ste8a& B>ei+111
a&&a re,rese&ta ,ara o ra,a a i&i9iação se@#al( mas também a i&i9iação dolorosa &o m#&do em ;#e o ,assado 9#l,oso sem,re vem K to&a1 Para a&&a( Mi9'ael re,rese&ta #ma ,ossLvel libertação2 o#vi&do as 8itas 9om os te@tos dos livros ao lado( ela a,re&der soi&'a a ler e es9rever1 "ma ,arbola1 A leit#ra 9omo ato de e&tre+a1 O leitor ama&te( ;#e ,re9isa ler a 'istJria do se# ,ovo e es9rever a s#a 'istJria ,essoal ,ara e&te&der-se1 E a a&al8abeta a,ai@o&ada ,elo leitor( ;#e o8ere9e K amada( em l#+ar de 8lores( a ri;#ea e a belea dos be&s literrios1 Ri;#ea e belea da leit#ra( sobre a ;#al ;#ero 8alar #m ,o#9o mais &as ,rJ@imas ,+i&as1 Por;#e se é &e9essrio 8aermos do al#&o #m leitor a,ai@o&ado( leitores a,ai@o&ados &Js( ,ro8essores( ,re9isamos ser1
CAPÍTU"O . O professor estudioso
O ,raer da leit#ra1 Da leit#ra 9riativa1 O ,raer de ter #m livro e&tre as mãos( de 8ol'e-lo 9om 9alma( o# 9om so8re+#idão( ,ara a,ro8#&dar #m tema o# ,ara des9a&sar111 O ,raer de ler #m livro ;#e &os 8aça livres1 odo o dia deveria ser dia do livro( mas 8oi 9riada #ma data es,e9ial( #m Dia M#&dial do !ivro( de abril1 Não é ai&da #m dia m#ito 9omemorvel &o :rasil1 O livro ai&da é #m bi9'o estra&'o de&tro de m#itas 9asas brasileiras e &a vida de m#itas ,essoas( mesmo da;#elas ;#e admiram esse bi9'o e sabem ;#e ele &ão morde1 "ma ,es;#isa revelava( ,or e@em,lo( ;#e 6.n dos brasileiros ad#ltos al8abetiados t
%#ero ver se me livro da 8alsa liberdade 9om ;#e me im,o&'o dia&te da vida( 9om ;#e me im,o&'o ,era&te os o#tros( 9om a ;#al e# a9'o ;#e esto# 9#m,ri&do 9om a mi&'a ,arte &o &osso belo ;#adro so9ial111 Biraldo 9rio# #ma 8rase ;#e 9ost#mo re,etir em a#las e ,alestras2 !er é mais im,orta&te do ;#e est#dar1 Neste se&tido( ler é o verdadeiro est#do1 Est#dar( am,liar mi&'a visão de m#&do1 "ma ,essoa ;#e l< 9om esta i&te&ção dei@a de ser i&o8e&siva1 E #m ,ro8essor &ão ,ode ser i&o8e&sivo( mo&Jto&o( ,revisLvel( #m i&o9e&te til =o# i&til?1 A realidade se tra&s8orma diariame&te( de 'ora em 'ora( e o ed#9ador deve tra&s8ormar-se ,ara &ão se tor&ar #m 9a#datrio das m#da&ças1 ra&s8ormar-se 9omo ed#9ador si+&i8i9a avaliar as tra&s8ormaçHes ;#e o9orrem e o8ere9er res,ostas mel'ores( i&ter,retaçHes mais ,e&etra&tes( s#+estHes mais a9ertadas( 9ami&'os mais i&teli+e&tes1 Di8i9ilme&te #m bom ,ro8essor dir ;#e do a&o ,assado ,ara este &ada se altero# de&tro de s#as es,e9ialidades1 Os vel'os ,roblemas re9eberam &ovas aborda+e&s1 %#estHes ;#e se $#l+avam resolvidas 8oram reabertas1 Res,ostas 9o&sideradas de8i&itivas 8oram destr#Ldas ,or #ma me&te ori+i&al ;#e es9reve# #m arti+o e o ,#bli9o# ma revista o# a div#l+o# &a i&ter&et1 At#aliar-se( ler( ad;#irir re9#rsos 9o&9eit#ais &ovos1 "m ,ro8essor ;#e ,assasse de a&os die&do o mesmo da mesma 8orma ,oderia ser 9om,arado a #m 9ir#r+ião ;#e ai&da #sasse té9&i9as e i&str#me&tos 9irr+i9os da dé9ada ,assada1 #ma evol#ção( realiam-se des9obertas( e a leit#ra &os a$#da a &ão ,erder o ,asso1 Am,lia&do s#a visão da realidade( o ,ro8essor +a&'a altit#de i&tele9t#al1 O ;#e( se,aradame&te( &os 'orroria( diia Sa&to A+osti&'o( é m#ito a+radvel ;#a&do visto &o 9o&te@to da totalidade1 "m bom leitor tem a9esso a esse 9o&te@to( ;#e se am,lia e tor&a 9om,le@o do dia ,ara a &oite1 "m bom leitor sabe de o&de vli&+ 9o&di9io&am as 9ria&ças a a9eitarem a 8eitiçaria e o sata&ismo1 arr[ Potter ,romoveria a ,rti9a da 8eitiçaria( eta,a imediatame&te a&terior ao a9ol'ime&to do A&ti9risto1 "m ,ro8essor &orte-ameri9a&o es9reve# &o se# site2 arr[ Potter( 9omo #m Fla#tista M+i9o de ameli&( atrai 9ria&ças e $ove&s ,ara o Mal1 Sata&s to9a a msi9a( e &ossos 8il'os e al#&os da&çam atrs dele1
I&9omoda ,ro8#&dame&te a esses 9rLti9os radi9ais o 8ato de arr[ Potter a,rimorar se#s ,oderes ma es9ola de 8eitiçaria1 Essa es9ola seria a ,arJdia da verdadeira i&stit#ição de e&si&o1 Na Es9ola de Ma+ia e :r#@aria de o+>arts( as 9ria&ças br#@as a,ro8#&dam-se em se# 9o&'e9ime&to sobre o o9#ltismo( e( ,elo 8ato de lerem isso( as &ossas 9ria&ças a,re&derão as liçHes bsi9as de 8eitiçaria2 via+e&s astrais( ree&9ar&ação( &e9roma&9ia111 t#do isso 9oroado ,elo desres,eito Ks a#toridades 9o&stit#Ldas1 Felime&te( m#itos o#tros ,ro8essores em o#tras ta&tas es9olas &o m#&do todo viram ;#e o verdadeiro 8eitiço em ;#estão( ,er,etrado ,ela a#tora i&+lesa( é o de es9rever bem( re#&i&do de #m modo &ovo os ar;#éti,os ;#e 'abitam as &arrativas mLti9as tradi9io&ais e moder&as1 Essa 8oi a ma+ia de Ro>li&+2 tor&ar-se re8er<&9ia literria ,ara mil'Hes de leitores1 &as 'istJrias de arr[ Potter 9o&dime&tos( ima+e&s e ali9ia&tes de todos os relatos ;#e tis( C'esterto&( Roald Da'l e S>i8t( ,ara lembrar a,e&as 9i&9o dos a#tores mais 9o&sa+rados da lL&+#a i&+lesa1 Nem mesmo o mel'or marYeti&+ do ,la&eta ,o,#lariaria em tais ,ro,orçHes o br#@o mirim( se &ão 'o#vesse &as ,rJ,rias 'istJrias #m 8eitiço e&9a&tador1 Esse 8eitiço é o bom te@to( o te@to bem es9rito( e é também o ritmo da &arrativa( o s#s,e&se( os estereJti,os bem 9alibrados( a 8a&tasia bem deli&eada( e a sem,re em,ol+a&te l#ta =;#e me ,erdoem os ade,tos do ,ode-t#dismo e do vale-t#dismo? e&tre o bem e o mal1 Sabemos ;#e #m dos maiores ,roblemas da ed#9ação ,ara a leit#ra &o :rasil( 'o$e( est em ;#e a literat#ra i&8a&til de ;#e dis,omos é i&8i&itame&te mel'or do ;#e a $#ve&il1 9om#m o adoles9e&te ,erder o +osto da leit#ra ;#a&do( ,or 8alta de o,ção( os obri+amos a ler a#tores 8a&tsti9os 9omo Ma9'ado de Assis e Uosé de Ale&9ar( a#tores ;#e &ão l'es diem absol#tame&te &ada Para o vestib#lar( +arotos e +arotas devem ler e e&te&der a#tores 9omo Sarama+o( Uoão Cabral de Melo Neto( Go&çalves Dias( G#imarães Rosa( Gra9ilia&o Ramos( a#tores +e&iais ;#e eles &ão sJ &ão e&te&derão 9omo( i&8elime&te( se tor&arão des9#l,a 8a&tsti9a ,ara odiarem a literat#ra em +eral1 E@9eçHes sem,re '1 O ,rodi+ioso me&i&o ;#e 8oi o es9ritor A#tra& Do#rado le# 9om de a&os de idade o di8L9il +urico o presb#tero( do 9lssi9o ,ort#+#
Não 9'e+o ao e@a+ero de dier ;#e se trata de #ma obra-,rima( mas 9o&sidero ;#e se$a #m de+ra# 9a,a de dimiir a dist&9ia e&tre o leitor do e&si&o médio e o leitor #&iversitrio1 Sem 8alar &os m#itos e@-leitores ;#e( 9om mais de . a&os( viram &as ave&t#ras do me&i&o ;#e tra &a testa #ma i&;#ieta&te 9i9atri em 8orma de relm,a+o #ma leit#ra ,raerosa1 Praerosa e i&s,iradora1 No 9a,Lt#lo tri&ta de Harry Potter e o C;lice de -o%o( a,are9e #m ob$eto m+i9o 9'amado Pensieve =em ,ort#+#
O ,ro8essor est#dioso l< e es9reve1 Es9reve ,or;#e l<( sabe&do ;#e ;#em es9reve o ;#e ,e&sa v< mel'or o ;#e ,e&sa1 E ao ler o ;#e ,e&samos movime&tamos ai&da mais o &osso ,e&same&to1 Se ,#sermos &o ,a,el o ;#e se ,assa em &ossa 9abeça d#ra&te &ossas leit#ras( teremos 9o&diçHes de mo&tar o ;#ebra-9abeça da vida111 sem ;#ebrar a &ossa 9abeça1 Nesta li&'a de ar+#me&tação( ,odemos de8e&der a leit#ra 9omo #m e@er9L9io tera,<#ti9o1 era,ia é 9#idado( &o se&tido mais am,lo ,ossLvel da ,alavra2 ate&ção( e&9ami&'ame&to ,ara a 9#ra( b#s9a da sade e da salvação1 Retoma&do as ori+e&s etimolJ+i9as de 9#idar( o verbo lati&o colere e@,ressa
todos os ti,os de 9#ltivo( i&9l#i&do-se o 9#lto reli+ioso1 SJ9rates e&9arava a
8iloso8ia 9omo #ma tera,ia i&tele9t#al( ;#e a#@iliava os 'ome&s a 9#ltivarem a i&teli+<&9ia e a vo&tade( re9#,era&do a se&da do e;#ilLbrio i&terior1 C#idar de #ma ,essoa é #m ato tera,<#ti9o( #m ato sa+rado1 Sade 8Lsi9a( amor K 9#lt#ra( est#do( ,eda+o+ia e salvação estão m#ito ,rJ@imos1 Para 9#idar da sade &ão ,o#9as vees ,re9isamos rever &ossos 'bitos( &ossa 9o&d#ta( &ossa relação 9om a &at#rea( 9om os o#tros seres '#ma&os( 9om os valores ,re+ados o# re$eitados ,ela so9iedade em ;#e vivemos1 tera,<#ti9o reli+ar-se ao sol( Ks +#as ,#ras( é tera,<#ti9o alime&tar-se em 9asa( 9om os 8amiliares( 9om os ami+os( é tera,<#ti9o ler bo&s livros E@istem dee&as( 9e&te&as de tera,ias ortodo@as e alter&ativas( &at#rais e e@Jti9as( s#aves e radi9ais1 odas elas 9om o ob$etivo de 9o&trib#ir ,ara ;#e o ser '#ma&o ati&$a a 8eli9idade( esse im,ossLvel &e9essrio( 9omo di U#li& MarLas1 Mas &os dete&'amos &a bibliotera,ia( #ma 9i<&9ia ;#e &ada tem de &ovo1 tão vel'a ;#a&to o al8abeto e o ,er+ami&'o1 Pois &ão é de 'o$e ;#e m#ita +e&te e&9o&tra &a leit#ra de #m livro a 9'ave ,ara e&te&der se#s ,roblemas e@iste&9iais( ,ara avaliar os desa8ios da vida( ,ara lidar 9om as di8i9#ldades &at#rais da 9o&viv<&9ia1 Não #m livro ;#al;#er( mas #m livro em 9#$as ,+i&as e# ve$a re8letido me# rosto( o#ça me#s dilo+os i&ter&os( e&9o&tre em 9ada ,alavra #ma ,ista( #ma is9a( #m ,etis9o !er #m ,oema de amor ,ode ser a mel'or 8orma de &os a,ai@o&armos1 =Como &ão se a,ai@o&ar de,ois de ler Pablo Ner#da? Devorar #m tratado de 8iloso8ia ,ode ser o mel'or modo de ,re,arar-&os ,ara #ma &ova eta,a de vida1 =Como &ão se se&tir i&ter,elado ,elas re8le@Hes de #m ierYe+aard( de #m Sartre( de #ma Simo&e Xeil? !er é #ma 8orma ,rivile+iada de e&te&der o m#&do( de e&te&der-se #m ,o#9o mel'or1 !eit#ra 9#ra1 !eit#ra e&si&a1 Não são ,o#9os os ;#e re9ome&dam o 'bito do est#do1 E# +ostaria de e&8atiar( ,orém( ;#e esse 'bito &as9e de #ma motivação i&trL&se9a( de #ma idéia-motri1 A dis9i,li&a( o ,la&e$ame&to( a
,ersevera&ça( o otimismo e a 8orça de vo&tade ;#e levam K a;#isição de 'bitos &e9essitam de #ma base 9o&9eit#al( de #ma verdade mobiliadora1 O verbo lati&o habere rela9io&a-se a estimar( saber( ter 9a,a9idade1 A ,essoa 'bil tem a 'abilidade( e é 'abilidosa ,or;#e tem1 em o ;#< Mais do ;#e ter( a ,essoa 'abilidosa é 9omo ;#e ,oss#Lda ,ela 9a,a9idade em ;#estão1 A 9a,a9idade é ;#e tem a ,essoa1 Na ,essoa é ;#e 'abita essa 9a,a9idade1 Essa 9a,a9idade dese&volvida 9o&stit#i o se# 'bito1 odos( em ,ri&9L,io( ,oss#Lmos a 9a,a9idade de &os tor&ar leitores 9riativos( leitores ate&tos =&ão a9redito em leitores ise&tos111? Pre9isamos( ,orém( ,ermitir ;#e essa 9a,a9idade +a&'e es,aço( 8aça em &Js s#a morada de8i&itiva1 Evitemos( ,or isso( toda a;#ela 9ar+a ,esada ;#e se a9#m#lo# sobre a ,alavra 'bito( a idéia de ;#e 'bito é si&&imo de 9om,ortame&tos a#tomti9os( 9ost#mes ad;#iridos sem re8le@ão( a9m#lo de roti&as e re,etiçHes ,e&osas1 A 8orça ori+i&al da &oção de 'bito radi9a-se &o 9om,romisso ;#e e# ass#mo ;#a&do me si&to ,le&ame&te 9o&ve&9ido a a+ir1 Mais do ;#e o ,reço dos livros =se$amos si&9eros?( o ;#e realme&te &os im,ede de ler 9om 8re;V<&9ia é a 8alta de tem,o1 O#( ,elo me&os( a se&sação de &ão termos tem,o ,ara &ada( me&os ai&da ,ara ler1 Não é m#ito do me# 8eitio i&ve&tar de9lo+os( mas 8a al+#m tem,o listei de ma&eiras de e&9o&trar de mitos ,ara ler #m ,o#9o todos os dias1 De s#+estHes ;#e ;#al;#er ,essoa de bom se&so a,rovar2
)1 A9orde #&s de mitos mais 9edo do ;#e o 'abit#al( tome o se# ba&'o( e ;#ebre o $e$#m le&do #m ,o#9o1 1 Q dormir #&s de mitos mais tarde do ;#e o 'abit#al e( &esses de lo&+os mitos( i&vista em se#s so&'os2 leia #m ,o#9o1 1 Saia de 9asa de mitos mais 9edo1 No 9ami&'o do trabal'o( ,are ma livraria d#ra&te de mitos( es9ol'a =&ão ,re9isa 9om,rar? ;#al;#er livro( e leia #m ,o#9o1 51 Se vo9< est &o trabal'o( reserve de mitos do tem,o do almoço e( 9omo sobremesa( leia #m ,o#9o1
01 Pro9#re #sar metr( &ib#s( t@i( trem o# avião1 U ;#e &ão é vo9< ;#em estar diri+i&do( ter de miti&'os ,ara ler #m ,o#9o1 61 Se tem de ir ao ba&9o a,roveite a 8ila( se tem de ir ao de&tista a,roveite a sala de es,era( se tem de a+#ardar al+#ém ;#e &ão é l m#ito ,o&t#al( rela@e e #tilie de mitos =o# mais? ,ara ler #m ,o#9o1 41 Se vo9< est em 9asa( a&tes de 9omeçar a arr#m-la( a&tes de 9o&sertar a 8e9'ad#ra do ,ortão( a&tes de 9oi&'ar( a&tes de 8aer ;#al;#er 9oisa &ão m#ito #r+e&te( se&te-se \ o m#&do &ão vai a9abar 'o$e \( e #se estes de mitos ,ara ler #m ,o#9o1 /1 N#m 8im de sema&a( m 8eriado( &as 8érias( ,ro+rame-se mel'or2 e&tre ,asseios( 9'#rras9os( e&tre 8estas e bate-,a,os( e@er9ite os ol'os le&do #m ,o#9o( ai&da ;#e se$a ,or de mitos1 31 Se vo9< ,re9isa ir ao ba&'eiro( ol'a( ;#em sabe vo9< &ão ter ali de mitos de ,a ,ara ler #m ,o#9o ).1 Qo9< vai li+ar a Q #do bem( mas re8lita1 Por ;#e vo9< &ão a,roveita os 9omer9iais ,ara se distrair 9om al+#m livro Certame&te 9o&se+#ir m#ito mais do ;#e de mitos \ ,ara ler #m ,o#9o1
Al+#&s meses de,ois de estes de ma&dame&tos terem sido ,#bli9ados ma revista desti&ada a ed#9adores( re9ebi em 9asa #m e&velo,e basta&te re9'o&9'#do1 O 9arimbo do 9orreio mostrava ;#e a 9arta 8ora ,ostada m bairro de ,eri8eria da +ra&de São Pa#lo1 Eram 9er9a de tri&ta ,+i&as( ,rove&ie&tes de diversos 9ader&os es9olares( a9om,a&'adas ,or #mas ,alavras do ,ro8essor UPO2
Preado Gabriel( Com a ,rese&te( e&vio-l'e as missivas dos al#&os ;#e estão sob a mi&'a re+<&9ia1
At#o &as séries i&i9iais do E&si&o F#&dame&tal( lida&do 9om 9ria&ças ori#&das( &a s#a maioria( de lares o&de a li&+#a+em es9rita &ão é ,rioriada` ,orta&to( 9om,ete K es9ola s#,rir esta la9#&a( ,ro,i9ia&do o 9o&tato 9om a li&+#a+em es9rita =media&te os diversos ,ortadores de te@tos?( de modo ;#e esta se tor&e i&sti+a&te e as 9ria&ças( ,a#lati&ame&te( se d
;#e a9redito2 o tem,o é #ma ;#estão de ,re8er<&9ia e( 9omo tal( ,odemos #tili-lo de ma&eira a tor&ar a leit#ra( em &osso 9otidia&o( #m 'bito ,raeroso1 Es,era&do ;#e esta e as demais o 8açam re8letir &a abra&+<&9ia da s#a 9r&i9a( des,eço-me( Cordialme&te( UPO
!i as 9arti&'as #ma a #ma1 Desta9o tre9'os de al+#mas delas( ipsis litteris2
O se# arti+o é m#ito i&teressa&te ,ri9i,alme&te ,ara a;#eles ;#e vo9< ;#er eles se eles se i&teressar em ler este arti+o eles vão se i&teressar mais e vão ;#erer ler m#itas 9oisas 9omo +ibis( livros( revistas( $or&ais( 9artases e# sei ler mas e# ;#ero ler m#ito mais1
Oi e# so# a Natalia e# ;#eria te 8alar ;#e e# +ostei do se# &oti9irio Como e&9o&trar ). mitos ,ara ler #m ,o#9of( essa &oti9ia é m#ito boa ,ara as ,essoas ;#e +ostam de ler e ,ara as ,essoas ;#e estão 9om di8i9#ldades ,ara ler1
Me# &ome é ari&a e o me# ,ro8essor ele de# #ma revista e ele 8alo# ,ara ler a ,a+i&a tri&ta e &ove todos abriram e# também e e# vi ;#e vo9< 8alo# ;#e é otimo ler( ,e&sar e es9rever( e# sei
;#e vo9< es9reve# ;#e a,e&as ). mitos vale a,e&a tira ). mitos ,ara ler e# +osto #m ,o#9o de vo9< leia ,or 8avor1
Se&'or Gabriel Perissé e# +ostei m#ito dessa idéia de ler ). mitos ,or dia mas e# a9'o ;#e tem ;#e ser &as 'oras va+as &ão( sabe o ;#e é &a 'ora de arr#mar a 9asa a ,essoa ,ode 8i9ar atrasada e &a 8ila do ba&9o vo9< ,ode se distrair e al+#ém ,assar &a s#a 8re&te e e&tão e# a9'o ;#e o se&'or deveria tirar ). mitos o# mais &as 'oras va+as1
Oi me# &ome é A&derso& ) * %#al é a s#a ,ro8isão * Qo9< mora ao&de FIM
Gabriel e# +ostei m#ito do se# te@to vo9< es9reve m#ito bem e também livros m#ito le+ais1 e# ;#eria saber %#a&tos a&os vo9< tem Qo9< $ +osto# de #ma 8am Qo9< +osta de se# trabal'o e# ;#eria saber se vo9< $a é 9asado e# ;#eria saber se ;#e ,aLs o# estado vo9< trabal'a assi&a2 s#a 8am !idia&e
:oa tarde se&'or Gabriel Perissé ler é m#ito bom ai&da mais vo9< se 9o&9e&tra mas &o trabal'o &ão d ,or ;#e 'ora de trabal'o é 'ora de trabal'ar &ão tem ;#e 8i9ar le&do se&do ;#e é 'ora de trabal'ar1 Me des9#l,e ,or &ão ter 9o&9ordado mas ,e&sa ,rimeiro t1 E também ler é sJ &as 'oras va+as =a,esar ;#e ler é m#ito bom?1 Mas até &a 'ora de ir ao ba&'eiro é demais( vo9< t l 8ae&do s#as &e9essidade vo9< vai ta le&do é mJ r#im ma&o1 alita1
Os ;#e tto&( Niets9'e( ierYe+aard( U#&+( Ei&stei&( G#imarães Rosa et91 E&9ar&a o 9o&'e9ime&to( ob$eto da ,ossLvel =e dese$vel? ,ai@ão do al#&o1 O al#&o ;#er a,la#dir #ma +ra&de a#la ,or;#e dese$a e&t#siasmar-se 9om os &omes da 9i<&9ia( da 8iloso8ia( da literat#ra et91 O ,ro8essor &ão é SJ9rates( AristJteles et91 Isto é im,ossLvel1 Mas &ão i&ima+i&vel111 E o ,bli9o sabe ,er8eitame&te disso1 O ,bli9o ;#er viver a il#são estéti9a de ;#e ali estão( K s#a 8re&te( SJ9rates( AristJteles( A+osti&'o( oms de A;#i&o et91( e&si&a&do-l'e ,essoalme&te as +ra&des verdades1 O ,ro8essor &ão ,re9isa de 8orma al+#ma dese$ar ,oss#ir #ma se&sibilidade i&9om#m ;#e o 8aça emo9io&ar-se ,ro8#&dame&te 9om a a#la ;#e vai mi&istrar de&tro de 9i&9o mitos1 O ,ro8essor-ator i&ter,reta 9om ,ro8issio&alismo( 9om #m e&t#siasmo real( mas sem se&time&talismos111 Se o ,ro8essor-ator de,e&desse de se#s se&time&tos( se de,e&desse de #m dom i&e8vel( viveria da i&s,iração sao&al( e se# trabal'o estaria s#$eito a altos e bai@os( a alt#ras s#blimes e ;#edas &o abismo da medio9ridade1 A at#ação do ,ro8essor-ator reside &este ,arado@o2 e&si&ar é e&tre+ar-se totalme&te 9omo totalme&te #m ator se e&tre+a &a 'ora da i&ter,retação( mas sem ;#e 9aiba a;#i a me&or sombra de a#to-a8irmação \ o e# &ão ,ode i&ter,or-se e&tre o a ,essoa ;#e e@er9e a ,ro8issão de ,ro8essor e o ,ro8essor-ator ;#e i&ter,reta o ,ro8essor1
me# &ome é CL&tia( te&'o 3 a&os1 E# li o se# te@to 9omo e&9o&trar ). mitos ,ara ler #m ,o#9o1 E# a9'ei m#ito le+al( esto# ma&da&do esta 9arta ,ara dar os me#s ,arbe&s 9omo e# &ão 9o&'e9ia o se&'or a9abei 9o&'e9e&do1 Me#s ,arbe&s
O ;#e mais me im,ressio&o# em todas as 9artas A es,o&ta&eidade de 9ada #ma( o estilo de 9ada missivista1 O ,ro8essor UPO 9o&se+#ira #m ,e;#e&o mila+re1 Se#s al#&os estavam es9reve&do 9om total liberdade ,ara #ma ,essoa ;#e 9o&'e9eram a,e&as ,ela leit#ra de #m te@to( e de #m te@to até 9erto ,o&to e@i+e&te ,ara a idade deles1 Es9reveram 9om as s#as ,alavras( 9om os se#s re9#rsos( e em al+#&s 9asos so#beram 9riti9ar( mostra&do ;#e determi&adas s#+estHes l'es ,are9iam e@a+eradas o# i&se&satas1 "m e@er9L9io vivo( 9om o ;#al 9omeçaram a se ver 9omo leitores ativos( 9a,aes de e@ter&ar s#a o,i&ião ,or es9rito1 Ima+i&o ;#e( &o 8#t#ro( essa e@,eri<&9ia ,oder at#ar 9omo i&s,iração( e &ão se se&tirão i&ibidos 9om a idéia de 9orres,o&der-se 9om o arti9#lista de #m +ra&de $or&al( 9om o a#tor de #m livro ,ol
CarLssimo Gabriel Perissé( S#a visita 8oi si&+#lar( mar9a&te` ,rovo9o# #m 8r
Fi;#ei 'o&radLssimo 9om s#a de8er<&9ia( ,or;#e a,esar da vida re,leta de a8aeres ;#e vo9< leva( me#s al#&os e e# tivemos o ,rivilé+io de re9eb<-lo1 Se+#em em a&e@o as missivas dos al#&os( ;#e relatam as im,ressHes dei@adas ,or s#a i&es;#e9Lvel visita1 Certo de ;#e o 9arisma ;#e vo9< irradia 9o&tiar a i&8l#e&9iar a;#eles ;#e o 9er9am( des,eço-me m#ito a+rade9ido( e&via&do-l'e 8orte abraço1 A8et#osame&te( UPO
ambém ,ara mim 8oi i&es;#e9Lvel a;#ela visita1 Qi de ,erto as 9o&diçHes di8L9eis em ;#e trabal'a #m ,ro8essor do e&si&o ,bli9o( tira&do leite das ,edras( dedi9a&do-se a 9ada al#&o( ,ro9#ra&do 8aer 9om ;#e a;#elas 9ria&ças( m ambie&te so9ial adverso( dese&volvam se#s tale&tos ao m@imo1 Qi de ,erto a ,ossibilidade real de se viver o e&si&o de modo artLsti9o( 9om ale+ria( 9om 9oer<&9ia( a,ai@o&adame&te1 Gostaria de tra&s9rever todas as 9artas de a+rade9ime&to( ;#e ai&da 'o$e me 9omovem ;#a&do releio1 Re+istro a,e&as #ma delas( da a#toria de !idia&e2
Gabriel Perissé e# esto# m#ito 8eli ,or vo9< ter vi&do &os visitar1 &Js #samos &ossa 9reatividade e 8iemos m#itos ,rese&tes ,ara vo9<1 es,ero ;#e vo9< +oste dos ,rese&tes ;#e &Js 8iemos1 Es,ero ;#e vo9< ve&'a &os visitar de &ovo1 e ;#e vo9< 9o&tie as s#as ,ro8içHes1 e a s#a 8amLlia se$a m#ito 8eli1 assi&ado2 !idia&e
"m a&o de,ois( ree&9o&trei UPO &o la&çame&to de #m livro1 ! estava ele( sem,re l#ta&do( sem,re ate&to1 Co&versamos sobre literat#ra e o#tros ass#&tos1 Ele estava ,e&sa&do em dar 9o&tiidade aos se#s est#dos( em 8aer #m 9#rso de ,Js-+rad#ação1 Por;#e assim tem de ser1 O ,ro8essor-artista é #m ,ro8essor est#dioso1 E( além dos 9#rsos mL&imos( e dos 9#rsos re+#lares( boa ,arte desse est#do im,li9a ter a9esso aos 9lssi9os( e a #ma
biblio+ra8ia at#aliada` 9o&'e9er a#tores a&ti+os e os ;#e traem &ovos 'orio&tes` e&9o&trar alter&ativas ,ara ler mais e mel'or1 "m ,ro8essor 9o&s9ie&9ioso 9ria o se# ,rJ,rio método( s#as ,rJ,rias o,ort#&idades1 De9ide o ;#e deve ler e assimilar( determi&a tem,o e l#+ares ,ara dedi9ar s#a e&er+ia ao est#do1 Poder( talve( em,re+ar ;#i&e dias de se# ,erLodo de 8érias( o# de re9esso( ,ara ler o ;#e de mais im,orta&te se ,#bli9o# sobre #m ass#&to 9o&9reto &a;#ele ltimo a&o1 O# ,oder( ao lo&+o do a&o( dedi9ar #m dia da sema&a ,ara 8i9ar &a bibliote9a devora&do revistas es,e9ialiadas1 O ,ro8essor est#dioso se&te ,raer em dedi9ar s#as 'oras de laer K leit#ra1 A leit#ra é também #ma arte1 "m bom leitor sabe ;#e al+#&s livros mere9em ser lidos a,e&as em al+#mas de s#as ,artes( ;#e o#tros devem ser relidos 9om 9#idado( mas ;#e e@istem a;#eles( es,e9iais( ;#e serão masti+ados e di+eridos 9om tem,o( 9om 9alma( 9om ate&ção redobrada1 "m leitor e@,erie&te tem ol'os de +#ia( e m#itas vees 9o&se+#e lo9aliar em meio K ,ro8#são de letras( #ma 8rase +e&ial( ;#e valer a ,e&a a&otar1 "m leitor mali9ioso =&o se&tido mais ,#ro da ,alavra? tem 8aro ,ara disti&+#ir a#tores embromadores da;#eles ;#e de 8ato traem 9o&trib#içHes ori+i&ais1 "m leitor l9ido( &o meio de s#as leit#ras( es9rever m 9ader&o se#( o# &o ,rJ,rio livro( se 8or de s#a ,ro,riedade( 9ome&trios el#9idativos( ,er+#&tas ,ara 8#t#ra re8le@ão( i&ter$eiçHes a,rova&do o# re$eita&do idéias ali e@,ostas( e&8im( estabele9er #m dilo+o vivo 9om o te@to1 "m leitor e@er9itado &a arte de ler &as e&treli&'as tem 9o&diçHes de e&trever idéias de ;#e o ,rJ,rio a#tor do livro &ão ti&'a total 9o&s9i<&9ia ;#a&do es9reve#1 "m leitor ate&to saber rela9io&ar o arti+o ;#e o#tro dia le# ma revista 9om a 8rase ;#e s#bli&'o# m livro( e 9om a i&t#ição lida em o#tro livro( ' m#itos a&os( e 9om #ma 9itação +#ardada de memJria111 Dessa 8orma( mo&tar #m sistema de 9o&9eitos ,essoal1 "m leitor 8amiliariado 9om os mel'ores a#tores &ão se dei@ar im,ressio&ar ,elo te@to da;#eles ;#e( dese$a&do ser ;#ali8i9ados 9omo ,e&sadores ,ro8#&dos( ,es;#isadores ar+#tos( ,ro8issio&ais i&s#,erveis( 9o&8#&dem mais do ;#e es9lare9em1 "m bom leitor sabe ;#e é 89il es9rever di8L9il( e ;#e o di8L9il mesmo( e valioso( é es9rever de modo tra&sl9ido1 "m leitor e@i+e&te 9om os te@tos ;#e e&9o&tra em s#as b#s9as ,or livrarias( sebos e bibliote9as( sabe ;#e é sim,les 9om,li9ar( e ;#e 9om,li9ado mesmo é sim,li8i9ar1 De modo ;#e( ao es9ol'er s#as leit#ras( tem 9ritério ,ara des9artar te@tos ;#e vão l'e ro#bar tem,o e ,ara a9ol'er os ;#e vão l'e 8aer +a&'ar tem,o1
"m leitor tarimbado a,re&de# a des9obrir a#tores ,or i&di9ação1 I&di9ação 8eita ,or ami+os( 9o&ta&to ;#e se$am leitores 9o&8iveis( 9omo 9o&8iabilLssimo é o me# ami+o A&t&io Draetta( ;#e me s#+eri# a leit#ra =saborosa? de #m livro do mi&eiro A#tra& Do#rado2 0reve anual de +stilo e 6omance( da Editora "FMG` 9omo 9o&8iabilLssimo também é o me# ami+o Dr1 Weo9'#a Avrit9'ir(
;#e me 8e 9o&'e9er o#tro mi&eiro( Orla&do :astos( 9#$o livro de 9o&tos O
CONC"US!O A ,er+#&ta retor&a #ma ve mais2 a8i&al( o ;#e é e&si&ar Pro9#rei dar #ma res,osta &este livro2 e&si&ar é tra&sbordar artisti9ame&te1 E tra&sbordamos &a medida em ;#e somos ,ro8essores i&sa9iveis1 O ser '#ma&o é ,er8e9tLvel1 Se&te-se 9'amado a a,er8eiçoar-se a&tes( a;#i( a+ora( de,ois( até o ltimo mome&to de s#a vida1 E( ,ara os ;#e se re9#sam a a9reditar &o ,o&to 8i&al da morte( mesmo a,Js a vida1 A morte do ,ro8essor( 9omo de ;#al;#er ,ro8issio&al( seria ,e&sar e a+ir 9omo ;#em $ ati&+i# o a#+e( o 9lLma@( o 9#me1
No e&ta&to( sem,re ' mo&ta&'as mais altas a es9alar1 Sem,re ' ,la&etas mais dista&tes a 9o&'e9er1 Sem,re ' livros ,ara ler e reler1 Sem,re &ovas idéias ,odem s#r+ir da 9ombi&ação i&8i&ita das mesmas a&ti+as idéias1 O ,ro8essor ;#e tem 8ome de a,re&der sabe ;#e &ão a&siamos some&te ,or 9omida1 ambém ;#eremos saborear o 9o&'e9ime&to sal#tar( a i&8ormação re9ém-9ol'ida( as teorias ,rati9veis1 emos 8ome de verdades( de ar+#me&tos i&teli+e&tes( de ra9io9L&ios 9o&vi&9e&tes( de i&d#çHes e ded#çHes lJ+i9as1 %#eremos &os ba&;#etear 9om arro( 8ei$ão( e 9om 9i<&9ia( literat#ra( teatro et91 Por;#e ,ro8essores s#btridos mi&istram a#las a&
Provo9ar o ,ro8essor é des,ertar &ele #m ,rovo9ador so9ial( 9#lt#ral( ed#9a9io&al( #m artista ,rovo9ador1 Na do9<&9ia( 9omo &a arte em +eral( &ão bastam as boas i&te&çHes ,ara realiar #m bom trabal'o1 ,re9iso( 9omo diia a a&tro,Jlo+a &orte-ameri9a&a Mar+aret Mead( ;#e o ,ro8essor( dia&te dos al#&os( evite as res,ostas sim,listas( ,adro&iadas( 'o&estas( e s#s9ite a verdadeira re8le@ão1 O ,ro8essor ,rovo9ação at#a &a sala de a#la 9omo se estivesse &o ,al9o1 E #ltra,assa os métodos ed#9ativos 9o&ve&9io&ais ,ara ati&+ir o mais tradi9io&al =e teatral? dos ob$etivos ,eda+J+i9os2 e&si&ar-&os a ver o m#&do 9om &ovos ol'os1 O ,ro8essor ,rovo9ação &ão obri+a &i&+#ém a l#tar o# dis9#tir( mas &os desa8ia a e&trar &a +ra&de bri+a 9o&tra o 9omodismo emo9io&al( a ,re+#iça me&tal( a i&ér9ia e@iste&9ial1 O ,ro8essor ,rovo9ação &ão i&s#lta( &ão a8ro&ta( &ão o8e&de( mas e&8re&ta e &os a$#da a e&8re&tar todo e ;#al;#er vestL+io de 9ovardia i&tele9t#al( de vaidade verbal( de 9#riosidade 9ari9at#ral1 O ,ro8essor ,rovo9ação &ão adota atit#des ,et#la&tes o# irrevere&tes( mas sJ a s#a ,rese&ça $ 9a#sa reaçHes( estim#la( 8a ,e&sar e viver 9om mais i&te&sidade1 O ,ro8essor ,rovo9ação( 9omo todo artista( &ão &as9e ,ro&to1 Pre9isa dese&volver s#a a,tidão ,ara ,er+#&tar o irres,o&dLvel e res,o&der o im,er+#&tvel1 O ,ro8essor ,rovo9ação &ão ,erde tem,o 9om a 9'amada( s#a a#la arde em 9'amas( ;#eima 9ader&os( 9a&etas( livros( e todos os re9#rsos a#diovis#ais1 O ,ro8essor ,rovo9ação &ão sabe a,li9ar ,rovas( mas( ao ,rovo9ar( re,rova t#do a;#ilo ;#e é medio9ridade( 8alta de ima+i&ação( desi&teresse ,elo ;#e realme&te im,orta1 %#a&do ,e&sei em es9rever este livro( ,e&sei m livro ;#e ,rovo9asse os ,ro8essores1 Para ;#e saiamos da to9a( ,ara ;#e ve&'amos K l#( ,ara ;#e( ,rovo9a&do ,or ,ro8issão( ,ossamos 8aer m#ito mais ,or &Js mesmos( ,elos &ossos al#&os( ,elo &osso ,aLs( e ,elo &osso tem,o1
"I#ROS CONSU"TADOS Al8o&so !J,e %#i&ts( +st)tica de la creatividad N 1ue%o' arte' literatura( Madrid2 Rial,( )33/1 Al8red Nort' X'ite'ead( Os .ins
da educação e outros ensaios (
São Pa#lo2 Cia1 Editora
Na9io&alEd#s,( )3631 :arão de Itararé( ;ximas e #nimas( Rio de Ua&eiro2 Re9ord( )3/01 :er&'ard S9'li&Y( O leitor ( Rio de Ua&eiro2 Nova Fro&teira( )33/1 Co&sta&ti& Sta&islavsYi( A preparação do ator ( 0 ed1( Rio de Ua&eiro2 Civiliação :rasileira( )3/1 ppppppppppppppp( anual do ator ( ed1( São Pa#lo2 Marti&s Fo&tes( )3341
Da&iel !1 S9'a9ter( Os sete pecados da memBria N como a mente es$uece e lembra( Rio de Ua&eiro2 Ro99o( ..1 Earl Q1 P#llias e Uames D1 Wo#&+( A arte do ma%ist)rio( Rio de Ua&eiro2 Ba'ar( )34.1 Ed+ar Mori&( O homem perante a morte ( ed1( !isboa2 P#bli9açHes E#ro,a-Améri9a( sd1 Ed>ard Sa,ir( A lin%ua%em N introdução ao estudo da .ala ( São Pa#lo2 Pers,e9tiva( )3/.1 ri9o Qerissimo( Caminhos cru!ados ( ed1( Porto Ale+re2 Globo( )3651 Er&esto Sbato( Heterodoxia( Cam,i&as2 Pa,ir#s( )331 Fere&9 Mol&r( Os meninos da rua Paulo ( Rio de Ua&eiro2 Edio#ro( )3631 Fer&a&do Sabi&o( O %ato sou eu ( )4 ed1( Rio de Ua&eiro2 Re9ord( )331 Fideli&o Fi+#eiredo( A luta pela expressão( ed1( São Pa#lo2 C#ltri@( )341 Gabriel Perissé( -iloso.ia' )tica e literatura N uma proposta peda%B%ica( São Pa#lo2 Ma&ole( ..1 ppppppppppppppp( O leitor criativo( ed1( São Pa#lo2 qme+a( ..51 ppppppppppppppp( O pro.essor do .uturo( Rio de Ua&eiro2 'e@( ..1 Geor+e Stei&er( Presencias reales( :ar9elo&a2 Desti&o( )3/31 Gilbert i+'et( A arte de ensinar ( 4 ed1( São Pa#lo2 Mel'orame&tos( )3631 Gilbert 1 C'esterto&( +l amor o la .uer!a del sino( Madrid2 Rial,()331 Gilles Ed#ar( 7i;lo%os interessant#ssimos( São Pa#lo2 Cia1 das !etri&'as( ..1 G#stavo Corção( ?iç5es de abismo( Rio de Ua&eiro2 CLr9#lo do !ivro( )3461 erbert Read( O sentido da arte( São Pa#lo2 Ibrasa( )3/41 Israel S9'e88ler( 6eason and @eachin% ( !o&do&2 Ro#tled+e( )341 Uoão G#imarães Rosa( Grande sertão: veredas( )5 ed1( Rio de Ua&eiro2 Uosé Ol[m,io( )3/.1 Uoão Pa#lo II( Carta aos artistas( ed1( São Pa#lo2 Pa#li&as( )3331 Uo'a&& Xol8+a&+ vo& Goet'e( emBrias: poesia e verdade( Porto Ale+re2 Globo( vol#me ( )34)1 Uosé Carlos Ara+ão( 0rincando com a palavra( São Pa#lo2 Pa#li&as( ..1 Uosé Pa#lo Paes( elhores poemas de (os) Paulo Paes =seleção de Davi Arri+#99i Ur1?( São Pa#lo2 Global( )33/1
Uosé Ré+io( Antolo%ia( Rio de Ua&eiro2 Nova Fro&teira( )3/01 Uosé Sarama+o( O homem duplicado ( São Pa#lo2 Cia1 das !etras( ..1 U#li& MarLas( A .elicidade humana( São Pa#lo2 D#as Cidades( )3/31 ppppppppppppppp( ?a mu1er y su sombra( Madrid2 Alia&a()3/4 !eo& olstJi( A morte de *van *litch( Rio de Ua&eiro2 Edio#ro( )3341 M@imo GorYi( CBmo aprend# a escribir ( :#e&os Aires2 Si+lo Qei&te( )3031 Millr Fer&a&des( @rinta anos de mim mesmo ( ed1( Rio de Ua&eiro2 CLr9#lo do !ivro( )3451 M#rilo Me&des ' As etamor.oses( Rio de Ua&eiro2 O9ide&te( )3551 Nat'alie Sarra#te( O uso das palavras ( !isboa2 Di8el( )3/41 Neil Postma&( O .im da educação N rede.inindo o valor da escola ( Rio de Ua&eiro2 Gra,'ia( ..1 O9tavio Pa( ?a otra vo! N poes#a y .in de si%lo( :ar9elo&a2 Sei@ :arral( )33.1 OrL+e&es !essa( A desinte%ração da morte( )3 ed1( São Pa#lo2 Moder&a( )3/1 Pas9al Ide( A arte de pensar ( ed1( São Pa#lo2 Marti&s Fo&tes( ...1 Pedro :lo9'( 7icion;rio de humor in.antil ( Rio de Ua&eiro2 Edio#ro( )3341 Pl#tar9o( Como ouvir ( São Pa#lo2 Marti&s Fo&tes( ..1 %#i&o( @oda a a.alda ( !isboa2 P#bli9açHes Dom %#i@ote( )33.1 Ra[mo&d Sm#ll[a&( K2 aos a2 de C2 y otras .antas#as .ilosB.icas ( Madrid2 Ctedra( )3/31 Silva :élYior( Carmina drummondiana =trad#ção ,ara o latim de ,oemas de Carlos Dr#mmo&d de A&drade?( Rio de Ua&eiro2 Salama&dra( )3/1 Simo&e de :ea#voir( ?a .emme rompue( Paris2 Gallimard()3641 "mberto E9o e Carlo Maria Marti&i( +m $ue crFem os $ue não crFem, ( Rio de Ua&eiro2 Re9ord( ...1 QiYtor Fra&Yl( "ede de sentido( São Pa#lo2 %#adra&te( )3/31 Qilém Fl#sser( -icç5es .ilosB.icas( São Pa#lo2 Ed#s,( )33/1 Qi&i9i#s de Moraes( Poesia completa e prosa( Rio de Ua&eiro2 Nova A+#ilar( )3/61
O de#s Mer9rio( volta&do ao tema de An.itrião( tra&s8orma-se &o es9ravo SJsia( a,ro,ria&do-se &ão some&te da a,ar<&9ia mas até mesmo 9o&8eri&do K;#ele &ome ,rJ,rio a ;#alidade de #m s#bsta&tivo a ser a,li9ado a todo a;#ele ;#e se ,are9e 9om o#tro1 O de#s Mer9rio( de 9erta 8orma( liberta o es9ravo SJsia de s#a 9o&dição de mero 9o&servador =etimolo+i9ame&te sJsia si+&i8i9a a;#ele ;#e 9o&serva?1 D-l'e #ma o#tra idéia de si mesmo1 O de#s Mer9rio( em al+#mas versHes( 9'e+a a dar #ma s#rra em SJsia ,ara ;#e este des,erte da s#a 9o&dição( des9#bra #m de#s em si mesmo( a ,ossibilidade de ser o#tro1 A ,ossibilidade de ,erder-se a si mesmo ,ara salvar-se( virt#de das virt#des1
PARTE II $ ENSINAR CO% COER(NCIA
CAPÍTU"O 4 Autoconhecimento e coerência A sala de a#la 9omo l#+ar ,or e@9el<&9ia do a,re&diado e o l#+ar ,or e@9el<&9ia do a#to9o&'e9ime&to do ,ro8essor1 "m a#to9o&'e9ime&to ;#e s#,o&'a ,ara o ,ro8essor tra&sbordarse( tra&s8ormar-se em o#tro( e( assim( ,rovo9ar o verdadeiro e&si&o( ;#e tra&s8orma o al#&o &a ,essoa ;#e ele est 9'amado a ser1 A &i9a raão ,ara ;#e os al#&os se re&am em tor&o de #m ,ro8essor real( ma sala aba8ada o# are$ada( 9om 9arteiras 9o&8ortveis o# i&9modas( d#ra&te al+#mas 'oras dirias o# sema&ais( est em ;#e o ,ro8essor &ão se$a mais #m ;#e ;#eira &os e&si&ar mais al+#ma 9oisa111 o# 9oisa al+#ma Os al#&os re&em-se =e ,or vees amo&toam-se? &a sala de a#la ,ara verem #m ,ro8essor ;#e se$a 9oere&te( 9oere&te 9om o mel'or do ;#e $ se a,re&de# sobre o ;#e é e&si&ar1 %#erem( esses al#&os( #m ,ro8essor 9a,a de e&si&ar o ;#e sabe e a;#ilo ;#e se es,era ;#e &Js saibamos( mas também o ;#e est ,ro9#ra&do saber1 "m ,ro8essor ;#e e&si&e( dei@a&do a s#a vida i&tele9t#al K mostra( o se# ,e&same&to vivo( as s#as dvidas i&teli+e&tes( os se#s ,ri&9L,ios &orteadores( e assim &os e&si&e a ,er+#&tar( a ter 9erteas( a d#vidar de &ovo( a so8rer( a se&tir a ale+ria de est#dar( de&tro e 8ora da sala de a#la1 Fora da sala de a#la( a ,ro,Jsito( ,odemos a,re&der m#ito1 Na vida real( a,re&demos 9om visl#mbres o9asio&ais( 9om 8rases soltas( 9om sit#açHes i&es,eradas( o# mesmo ;#a&do somos trei&ados ,or ter9eiros( 8amiliares o# &ão( o# ;#a&do temos a9esso Ks i&8ormaçHes ,rovide&9iadas ,elos meios de 9om#&i9ação1
Mas se &a sala de a#la &ão 'o#ver #m es,et9#lo K ,arte( se &ão 'o#ver #ma a,rese&tação i&teli+e&te( i&sti+a&te( estim#la&te( a ;#e val'a a ,e&a assistir( e &a ;#al a;#eles visl#mbres o9asio&ais tor&em-se l# i&te&sa( &a ;#al as 8rases soltas se$am #m dis9#rso 9oere&te( si+&i8i9ativo( e revelador( &a ;#al( e&8im( ,rod#am-se sit#açHes i&es,eradas ;#e 9orres,o&dam a e@,e9tativas 9o&9retas e des9orti&em as,e9tos da realidade até a;#ele mome&to o9#ltos \ se tal &ão a9o&te9er( a ,er+#&ta é #ma sJ2 ,ara ;#e ,ro8essores e salas de a#la A mel'or res,osta( ,are9e-me( é a se+#i&te2 sJ 8a realme&te se&tido( ,ara o al#&o( ir K sala de a#la( se l 'o#ver #m outro ,ro8essor1 Pro9#ro ,or este o#tro ,ro8essor1 O&de ele est Est a;#i( bem ,erto de &Js( mas ,re9isa ser arra&9ado da s#a morte em vida1 "m bom s#sto ,oder 8a<-lo saltar ,ara a vida1 "m verdadeiro s#sto ,oder a9ord-lo da letar+ia1 "m belo s#sto o 8ar 9orrer em direção K realidade1 O a#to9o&'e9ime&to verdadeiro( radi9al( ass#sta( é #ma batal'a i&9a&svel e&tre mim e mim( 9omo es9reve# o ,oeta 9ario9a Fer&a&do P[1 O ,ro8essor ;#e de9ide 9o&'e9er-se em ,ro8#&didade &9a mais ,oder ser o mesmo( ,ois des9obrir ;#e &9a 8oi e@atame&te a;#ele ;#e ,e&sava ser1 Se #ma ,essoa levar a sério a re9ome&dação do ,oeta +re+o PL&daro ;#a&do este diia ;#e devemos &os tor&ar &Js mesmos( em breve essa ,essoa des9obrir ;#e( ,ara vir a ser( de 8ato( o ;#e é( ai&da ,re9isar m#dar m#ito1 Pois a &i9a raão séria( sa#dvel e 'o&esta ,ara m#darmos de idéias( de 9om,ortame&to( de dis9#rso( de atit#des( é a b#s9a da 9oer<&9ia1 Coer<&9ia 9om o ;#< O# 9om ;#em111 Coer<&9ia( em ,ri&9L,io( desi+&a #ma relação lJ+i9a( #ma li+ação i&teli+Lvel e 'arm&i9a e&tre os ,osi9io&ame&tos ass#midos e os 9o&9eitos de8e&didos ,or #ma mesma ,essoa( e&tre os ,ress#,ostos e as 9o&9l#sHes de #ma mesma teoria1 Esto# 8ala&do em 9oer<&9ia i&ter&a de #m sistema de idéias adotado ,or #ma ,essoa o# #ma 9oletividade1 "ma ,essoa ra9ista ser 9oere&te se( além do dis9#rso ra9ista( re9'açar realme&te os seres ;#e 9o&sidera i&8eriores( m#dar de 9alçada ao ver esses seres raste$a&do em s#a direção1 No e&ta&to( a,esar da 9om,atibilidade( da 9oer<&9ia e&tre o ;#e ,e&sa e o ;#e 8a( a ,essoa ra9ista &ão tem raão1 Não basta ser 9oere&te ,ara ser ra9io&al1 %#a&do mi&istrei #ma dis9i,li&a de&omi&ada 9#lt#ra reli+iosa em 9erta 8a9#ldade da;#i de São Pa#lo( 8i &o ,rimeiro dia de a#la #ma so&da+em( ,er+#&ta&do ;#al reli+ião ,ro8essavam os mais de 6. al#&os ,rese&tes &a;#ela 9lasse1 avia #ma boa ;#a&tidade de 9atJli9os( #m &mero si+&i8i9ativo de eva&+éli9os( al+#&s es,Lritas( dois b#distas( #m ra,a l#tera&o( #ma moça a&+li9a&a( ,o#;#Lssimos a+&Jsti9os e ate#s1
Não 9o&te&te 9om o res#ltado i&i9ial( 8orm#lei #ma se+#&da ,er+#&ta2 ;#em ,rati9ava a s#a reli+ião ,ara valer( 8re;Ve&ta&do as i+re$as( os tem,los o# as 9asas e 9e&tros #tiliados ,ara os 9#ltos e e&9o&tros ,rJ,rios( ,arti9i,a&do re+#larme&te das 9erim&ias o# eve&tos 9orres,o&de&tes( 9o&versa&do 8re;Ve&teme&te 9om os ,adres( ,astores( mestres( +#r#s o# lLderes reli+iosos res,e9tivos( 8ae&do a,ostolado o# ,roselitismo( 9o&trib#i&do e9o&omi9ame&te et91 Neste mome&to( mais da metade dos 9atJli9os de9laro#-se &ão-,rati9a&te( embora &ão de todo es;#e9ida de rear diariame&te( sobret#do a&tes de dormir( e ir K missa de ve em ;#a&do( em es,e9ial Ks missas de sétimo dia1 O ra,a l#tera&o e a moça a&+li9a&a re9o&'e9eram( 9om #m 9erto ,esar( estar a8astados das 9re&ças tradi9io&ais da 8amLlia1 Os dois b#distas 8oram reti9e&tes1 A maioria dos eva&+éli9os e dos es,Lritas a8irmo# s#a ,erte&ça ,rti9a K do#tri&a ,ro8essada( e até mesmo a s#a milit&9ia1 Dia&te desta se+#&da ,er+#&ta( #m dos ,o#9os ate#s leva&to# o braço e disse2 ,ro8essor( e# so# ate#( ate# &ão-,rati9a&te O riso 8oi +eral1 E( &o riso( 'avia #m si&al de &ovo e&te&dime&to a res,eito do 8e&me&o reli+ioso1 Dei-me 9o&ta de ;#e as ,essoas t
tirar a lim,o essa disso&&9ia( est#dar mel'or a do#tri&a 9atJli9a e de9idirem em ;#e medida serão 9atJli9os ,rati9a&tes =alis( sJ os ,rati9a&tes 9atJli9os são 9atJli9os111 9omo some&te são b#distas os ;#e ,rati9am o b#dismo et91?( o# se( 9oere&teme&te( devem a8irmar ;#e &ão são 9atJli9os( e ;#e t#do &ão ,asso# de #m e;#Lvo9o( ,ois a+ora( 9om 9o&'e9ime&to de 9a#sa( re,#diam o 9atoli9ismo ,or tais e tais raHes1 Coer<&9ia s#b$etiva( ao 9o&trrio( 9omo $ vimos( é o e;#ilLbrio e&tre ,ri&9L,ios de8e&didos 9om ,alavras e 9om atos ;#e 9o&9retiam a;#elas ,alavras1 Coer<&9ia i&terior é ,o&to de 9o&ver+<&9ia e&tre ,e&same&to e ação( i&terseção e&tre o ;#e dese$o 9om todas as 8orças e o ;#e 8aço todos os dias( 9'ova o# 8aça sol1 Coer<&9ia s#b$etiva é a9reditar ;#e ,ode 9'over a ;#al;#er mome&to e sem,re levar #m +#arda-9'#va a tira9olo1 O ,roblema é ;#e &em sem,re 9'ove111 e a;#i temos o dado e@ter&o a re+#lar &ossas teorias( e a 8aer o +#arda-9'#va ,are9er m#itas vees #m belo trambol'o1 O ate# &ão-,rati9a&te de ve em ;#a&do se 8la+ra ,edi&do a De#s ;#e o a$#de a es9a,ar de #ma e&9re&9a1 Essa i&9oer<&9ia s#b$etiva de&9ia ;#e al+o ,ode 'aver de 9oere&teme&te ob$etivo e&tre a 9re&ça em De#s e a ,ossibilidade real de De#s e@istir1 No 9aso do ,ro8essor( o ;#e ,e&sar sobre s#a 9oer<&9ia didti9a( ,eda+J+i9a( ,ro8issio&al( e@iste&9ial Ima+i&emos #ma ,ro8essora ;#e( &o i&L9io da a#la( di2 M#ito bem( 9ria&ças( 'o$e &Js vamos trabal'ar 9om os a&imais( saber t#do o ;#e 8aem( 9omo vivem( em ;#e l#+ares 'abitam( do ;#e se alime&tam( e 9omo ,odemos &os rela9io&ar 9om eles1 "m me&i&o leva&ta o braço e 8a o se# 9ome&trio2 Fessora E# sei ;#e o lobisomem sJ vive de &oite( ;#e o 9'#,a9abra +osta de 9'#,ar o sa&+#e das +ali&'as( e ;#e a m#la-sem-9abeça +alo,a sem ,arar e ass#sta a +e&te toda se@ta-8eira A ,ro8essora rebate( 9om #m sorriso mei+o( mas #m ,o#9o sem +raça2 Não( &ão1 Est t#do errado Não é &ada disso Qamos 8alar de a&imais ;#e e@istem( do leão( da +ira8a( do ele8a&te1 O leão( ,or e@em,lo( é111 E a ,artir daL 9o&tia a 8alar a&imadame&te t#do o ;#e ti&'a ,e&sado em 8alar sobre os a&imais1 Na 'ora da saLda( a;#ele me&i&o é abordado ,ela orie&tadora( ;#e l'e ,er+#&ta se +osto# da a#la2 \ Adorei( a+ora e# sei #m mo&te de 9oisas sobre os bi9'os1 %#e o lobisomem vive de &oite( ;#e o 9'#,a9abra +osta de 9'#,ar o sa&+#e dos bi9'os( ;#e a m#la-sem-9abeça111
\ Como E o ;#e a ,ro8essora 8alo# sobre os a&imais \ A'( sim \ res,o&de o me&i&o( meio desa&imado \( mas o ;#e ela 8alo# &ão tem &ada a ver( é o#tra 9oisa1 A ,ro8essora 8oi 9oere&te1 Foi 9oere&te 9o&si+o mesma( 9om se# ,la&e$ame&to( 9om s#a ma&eira ,essoal de dar a#la1 Mas &ão so#be ler( &as e&treli&'as do 9ome&trio da;#ele al#&o( #m a,elo K 9riatividade( ao #so ima+i&ativo da li&+#a+em( K b#s9a da verdade ,elos 9ami&'os do realismo ,oéti9o1 %#a&do a ,ro8essora rea+i# ;#ase e@as,erada \ Est t#do errado \ ao 9ome&trio do me&i&o( 8oi i&9oere&te 9om t#do o ;#e a ,eda+o+ia mais se&sata tem dissertado sobre o dilo+o em sala de a#la1 Sob o ,rete@to de mi&istrar #ma a#la realista( #ma a#la 9orreta( 8e9'o# as ,ortas da 9om#&i9ação( ;#ali8i9o# 9omo totalme&te errada #ma série de i&8ormaçHes valiosLssimas sobre a realidade do al#&o( sem l'e dar motivos e sem &ada l'e ,er+#&tar1 Embora &ão des9o&8ie( est se&do i&9oere&te 9om o se# ,a,el de ,ro8essora1 Imb#Lda do dese$o e do dever de dar a matéria ,revista( te&to# esvaiar de se&tido a visão ,essoal da 9ria&ça( de resto basta&te 8e9#&da ,ara a a&lise dos a&imais &o ima+i&rio ,o,#lar1 A ,ro8essora 8oi i&9oere&te 9om o ,er8il de ,ro8essor 9riativo ;#e es,ervamos dela1 Não vive# a virt#de da ,a9i<&9ia( &e9essria ,ara o#vir os verdadeiros i&teresses do al#&o1 Foi i&9oere&te 9om as teorias ,eda+J+i9as ;#e o#trora talve o#vi# &os 9#rsos ;#e 8re;Ve&to#1 Foi 9oere&te 9om s#a visão ,essoal de m#&do( mas ,erde# #ma e@9ele&te o,ort#&idade de am,liar esta visão de m#&do 9omo ed#9adora e 9omo ,essoa( e de estim#lar( e&tre os al#&os( o es,Lrito de ,es;#isa( a 8ab#lação( a 9#riosidade( a ori+i&alidade( a i&t#ição( e&8im( ,erde# a 9'a&9e de ass#mir #ma atit#de verdadeirame&te ed#9ativa1 Como a ,ro8essora ,oderia ter sido 9oere&te 9om as mel'ores idéias da ,eda+o+ia( a9essLveis a ;#al;#er est#dioso No l#+ar de 9al9ar-se m mo&Jlo+o i&8ra9riador( a s#a a#la ,oderia ter s#s9itado #ma atit#de verdadeirame&te ,eda+J+i9a levaria &ossa ,ro8essora a a,roveitar de modo aberto e 9riativo a;#ele i&L9io de dilo+o1 Poderia ter s#+erido ;#e os al#&os dese&'assem 9'#,a9abras( ,or e@em,lo( e mostrado 9omo 9ada versão de 9'#,a9abra tem a s#a belea111 Poderia ter s#+erido ;#e os al#&os es9revessem sobre o medo ;#e se&tem( realismo 8a&tsti9o( tera,ia 8a&tsti9a ,ara ve&9er os medos1 A 8al'a dessa ,ro8essora &ão estava &a 9oer<&9ia i&ter&a1 Coer<&9ia i&ter&a &ão l'e 8altava1 O 8ato é ;#e a ,ro8essora \ 9om #ma boa vo&tade ime&sa( evide&9iada ,ela seriedade 9om ;#e ter ,la&e$ado a s#a a#la sobre o m#&do a&imal \ &ão 9om,ree&de# bem o m#&do '#ma&o( o ,a,el do
ed#9ador( o ;#e é a li&+#a+em( até o&de ,ode ir a ima+i&ação ,o,#lar e a i&8a&til( e al+#&s o#tros 9o&9eitos de9isivos1 Qolto# a a+ir 9omo a;#ele ,ro8essor ;#e se a,rese&ta 9omo #m mero tra&smissor de i&8ormaçHes1 Ora( se o ass#&to era a vida dos a&imais( mel'or teria sido levar talve o 8#&9io&rio de #m oolJ+i9o ,ara 9o&versar 9om as 9ria&ças( o# mostrar #m do9#me&trio em vLdeo sobre a vida dos leHes( das +ira8as et91( o# até mesmo levar al+#&s a&imais ,ara de&tro da sala de a#la( e@9l#i&do leHes( +ira8as e ele8a&tes( &at#ralme&te1 "ma ,rimeira boa idéia ,ara sermos 9oere&tes 9om a ed#9ação ideal =sem,re ,or realiar-se( sem,re dista&te e sem,re em,ol+a&te? é a de ;#e ed#9ar é 8o&te de ale+ria1 Certa ve( #ma ,ro8essora se ,re,arava ,ara e&trar em sala1 Era o ,rimeiro dia de a#la1 E aL veio a diretora 9orre&do e se 9olo9o# &a 8re&te da ,ro8essora2 Qo9< vai e&trar assim A mestra ol'o#-se de alto a bai@o ,ro9#ra&do #m ras+ão &a ro#,a o# 9oisa ,are9ida( e a diretora es9lare9e#2 Qo9< vai e&trar assim( sorri&do O ,ro8essor deve sorrir( ,or;#e o sorriso aberto abre a i&teli+<&9ia dos al#&os1 O ,ro8essor sim,ti9o +era sim,atia e os al#&os &ão ol'am mais ,ara ele 9omo se 8osse #m i&imi+o das trevas( al+#ém ;#e veio do s#bterr&eo ,ara distrib#ir bro&9as( s#s,e&sHes e &otas bai@as1 O ,ro8essor otimista 9ria #m 9lima de sim,atia ;#e 8a9ilita o dilo+o e&tre mestre e est#da&te1 As e@,e9tativas ,ositivas de #m ,ro8essor +eram res#ltados ,ositivos &a vida dos al#&os1 %#a&do #m ,ro8essor abre a ,orta e e&tra em sala de a#la es,era&do o mel'or( o mel'or sem,re a9aba a9o&te9e&do1 Essa é #ma realidade ;#e $ 8oi 9om,rovada até mesmo em laboratJrio1 o 9'amado +.eito 6osenthal 1 Robert Rose&t'al( ,si9Jlo+o alemão ;#e trabal'o# m#itos a&os em arvard( veri8i9o# o se+#i&te2 as 9ria&ças =mesmo as mais limitadas? 9om ,ro8essores ;#e 9o&8iam &elas( ;#e a9reditam ;#e elas t
i&8l#e&9ia&do &e+ativame&te o a,re&diado dos se#s al#&os1 U os ;#e valoriavam a&te9i,adame&te o se# +r#,o de rati&'os 9o&se+#iram( +raças K 9o&8ia&ça de,ositada( des,ertar a 9a,a9idade dos a&imais1 O 9ie&tista a,li9o# o mesmo teste 9om seres '#ma&os1 Dois +r#,os de 9ria&ças 9om o mesmo &Lvel de i&teli+<&9ia2 a t#rma ) e a t#rma 1 E 9'amo# dois ,ro8essores1 Disse ao ,rimeiro ,ro8essor ;#e a t#rma ) era m#ito 8ra9a( 9om al#&os m#ito limitados( mas ;#e ele ti&'a #m m
"ma boa a#la( ,ara a9o&te9er( de,e&de da 8é do ,ro8essor1 O ,ro8essor ,re9isa a9reditar ;#e os al#&os t
res,iro# 8#&do( re#&i# os al#&os( 9o&verso# 9om eles( a&imo#-os( de#-l'es a 9'a&9e de ,e&sar( de de9idir( e( de 8ato( todos de9idiram ,rod#ir #ma ,eça 9om al+#ma sit#ação da é,o9a1 "m velJrio isso aL( #m velJrio E 9omeçaram a ,es;#isar lo#9ame&te1 Como as ,essoas se vestiam Como se a9e&diam as velas O ;#e as ,essoas 8aiam d#ra&te o velJrio des9riçHes literrias dos velJrios da;#ele tem,o E os al#&os &ão sJ t
Mas ;#em é este mestre( 9#$o so&'o est em 8aer 9om ;#e te&'amos &ossos ,rJ,rios so&'os a%ister ( mestre em latim( deriva de ma%is =mais?( em 9o&tra,o&to 9om minister ( de minus =me&os?( ;#e se re8ere a mi&istro1
O mestre tem a maestria \ a;#i reside a s#a 9oer<&9ia ,ro8#&da( o se# 9om,ortame&to sem ,ortas tra&9adas1 O mestre é a;#ele ;#e abre as ,ortas( ;#e sabe mais( ;#e ,ode mais( o9#,a&do( ,or direito( o &Lvel mais alto de&tro do se# +r#,o1 O mestre é ;#em demo&stra ser( e&tre a;#eles ;#e 9#ltivam #m mesmo o8L9io( o# e&tre a;#eles ;#e a9reditam ma mesma do#tri&a( o mais 9a,a9itado( o mais dedi9ado( e é sobre se#s ombros( ,orta&to( ;#e re9ai a res,o&sabilidade de e&si&ar e liderar1 Na A&ti+Vidade( o ma%ister e$uitum era o +e&eral da 9avalaria( o ma%ister morum era ;#em 9#idava da moralidade ,bli9a( o ma%ister navis era o 9oma&da&te do &avio1 U o minister cubiculi( era o servo e&9arre+ado de arr#mar os ;#artos da 9asa e a tare8a do minister vini era( &os ba&;#etes( ma&ter as taças 9'eias de vi&'o1 Os mestres são mais ,or;#e( ;#a&to mais sabem( mais a,re&dem1 O mi&istro é menos ,or;#e( ;#a&to mais 8a( mais ,re9isar a,re&der a 8aer1 Os mestres t
Os mestres sabem servir( 9omo se mi&istros 8ossem1 O mi&istro ,ode tor&ar-se #m mestre( se realme&te o#vir os mestres1 Os mestres sabem o por$uF das 9oisas1 O mi&istro sabe o como das 9oisas1 Os mestres ,re9isam ser re9ebidos 9om 'o&ras de ,rimeiro-mi&istro Assim deveria ser1 Isto seria tratar o ,ro8essor( o mestre( 9om 9oer<&9ia1 Mas ;#a&do o ,ro8essor &os e&si&ar ;#e assim deve ser %#a&do ser ;#e o ,ro8essor( 9o&'e9e&do-se mel'or( des9obrir ;#e é #m mestre( ;#e ,re9isar tor&ar-se #m mestre( e( em tor&a&do mestre( e&si&ar-&os 9omo res,eit-lo mais A#to9o&'e9ime&to e 9oer<&9ia a;#i se e&9o&tram1 Qemos a;#i a &e9essria 9o&ver+<&9ia e&tre 9o&'e9ime&to ,essoal e ,ost#ra ,ro8issio&al 9oere&te( at#ação ,ro8issio&al 9oere&te1 O ,ro8essor 9oere&te 8a #m e@ame de 9o&s9i<&9ia( via$a &os labiri&tos i&teriores ,ara des9obrir se e@iste ali de&tro( e o&de se e&9o&tra( o ,ro8essor i&sa9ivel( o ,ro8essor 9riativo( o ,ro8essor 9#$a 9arreira &ão é ,romissJria( mas realme&te ,romissora1 E&si&ar 9om 9oer<&9ia é e@er9itar-se &a arte re8i&ada de dei@ar os al#&os a,re&derem1 al arte e@i+e se&sibilidade e@trema ,ara ,er9eber as dis,osiçHes de 9ada al#&o( ,ara dete9tar o +ra# de mat#ridade i&tele9t#al e emo9io&al de 9ada al#&o( ,ara ,ermitir ;#e o al#&o mesmo e&tre em 9o&tato 9om a &e9essidade ,essoal de b#s9ar a verdade1 O ,ro8essor ;#e e&te&de as artima&'as desse dei@ar a,re&der $amais ,rete&de domi&ar o al#&o 9om re9om,e&sas e m#ito me&os 9om ,#&içHes o# ameaças1 !imita-se =rom,e&do todos os limites? a a,rese&tar o ;#e e&te&de ser a verdade( mais 9om #ma atit#de de b#s9a do ;#e 9om +ra&des ,ro9lamaçHes de $ ter e&9o&trado o# de8i&ido t#do1 Dei@ar a,re&der é tra&smitir ,elo ar( ,elo ol'ar( o e&t#siasmo irresistLvel de ;#em se 9om,romete# radi9alme&te 9om a realidade1 O mestre e&t#siasmado 8a os al#&os des9obrirem( em 9lima de rever<&9ia =sem e@,#lsar o bom '#mor?( ;#e a,re&der é emo9io&a&te ,or;#e tem a ver 9om o se&tido da vida1 O ,ro8essor ;#e sabe dei@ar a,re&der dis,e&sa a a#lLsti9a( esta 'abilidade ;#e se red# a dar a#las ,i9otadas de sala em sala1 Qive( sim( da 'olLsti9a( essa visão da e@ist<&9ia ;#e &ada dei@a de 8ora1 Não e@iste o 8ora1 odos os as,e9tos da realidade são 9o&9iliveis ma visão +e&erosa2 o s#b$etivo e o ob$etivo( o i&terior e o e@terior( a teoria e a praxis( a liberdade e a obedi<&9ia( a a#to&omia e a 'etero&omia( o et91 e o et91
Dei@ar o o#tro a,re&der é dei@-lo ver as realidades 9o&trasta&tes ;#e se 'armo&iam ma visão abra&+e&te( ma visão 8ilosJ8i9a da realidade1 A realidade é matiada( e também ,re9isamos dei@ar ;#e ela se ma&i8este1 Dei@ar o o#tro a,re&der &ão é dei@ar de dar a#las1 9#ltivar o 9o&'e9ime&to i&te+ral da realidade( atit#de ;#e &ada tem a ver 9om o 9o&'e9ime&to e@a#stivo das 9oisas( 9om a te&tação e,istemolJ+i9a da a&lise avassaladora( 9om o domL&io a&te9i,ado de 9ate+orias Ks ;#ais o real dever a$#star-se( 9#ste o ;#e 9#star1 A arte de e&si&ar( o# se$a( de dei@ar a,re&der( é dei@ar ;#e o 9o&'e9ime&to &asça( ;#e o 9o&'e9edor re&asça a 9ada &ovo 9o&'e9ime&to( é dei@ar ;#e 9ada #m se re9o&'eça &o ato de a,re&der1 O resto é ,eda+o+ia1 E de#-se o 9aso de #ma ,ro8essora es9rever-me a,Js ter lido m arti+o me# essa mesma a8irmação( de ;#e o resto é ,eda+o+ia2
Caro ,ro8essor( tem 9ir9#lado e&tre &Js #m te@to se#( basta&te i&teressa&te( ;#e trata da ;#estão do a,re&der a a,re&der( ;#e sem,re 8oi #ma +ra&de ,reo9#,ação dos ed#9adores 9o&s9ie&tes e res,o&sveis ,or se# trabal'o1 odavia( a,esar do i&teresse e da o,ort#&idade das ,alavras do a#tor( #ma ;#estão 9a#sa estra&'ame&to1 Por ;#e vo9<( a,Js ,alavras tão si+&i8i9ativas e i&sti+adoras( termi&a se# te@to a8irma&do2 O resto é ,eda+o+iaf O ;#e vo9< ;#is dier 9om isso Gostaria ;#e me e@,li9asse mel'or1 ,ossLvel
Res,o&di-l'e die&do ;#e e# me i&s,irara em Pa#l Qerlai&e( ,oeta do sé9#lo I( a#tor de Art po)ti$ue ( litt)rature1
,oema 9#$o ltimo verso sem,re me 9a#so# estra&'ea também2 +t tout le reste est
E o resto é literat#ra111 Ora( se t#do o mais é a,e&as literat#ra( o ;#e ele( ,oeta( estava
8ae&do l Poesia( ,or a9aso( &ão é literat#ra O#tro verso2 O $ui dira les torts de la 6ime \ J( ;#em ,oder des9rever todos os males ;#e a rima tra Mas e&tão ,or ;#e o ,oeta( &esta mesma estro8e( rimo# rime 9om lime %#e 9o&tradição
Mas &em ta&to assim1 Qerlai&e ;#eria dier #ma sJ 9oisa2 o im,orta&te era 8aer ,oesia sem literati9es( sem a,e+o Ks modas1 Poesia ,ara valer1 O resto é literat#ra( o resto é elo;V<&9ia barata( vaidade( ,alavrJrio111 O resto é 8alsa literat#ra( 8alsa ,oesia( estes ,rod#tos =e 9omo ve&dem? ;#e até 'o$e ,are9em mais verdadeiros do ;#e a verdadeira literat#ra e a verdadeira ,oesia1 o#tro verso &o ,oema de Qerlai&e \ Prends lE)lo$uence et tordslui son cou \( #m verso terrLvel2 Pe+#e a elo;V<&9ia e torça-l'e o ,es9oço Com relação ao tema da ed#9ação( e;#ivaleria a dier ;#e ,re9isamos tor9er o ,es9oço do ,eda+o+
odas as dis9i,li&as eram vistas( assim( 9omo 8ormas de estim#lar o a,re&diado do idioma( tema tra&sversal ,or e@9el<&9ia1 #do m#ito sim,les1 Sim,les ,or;#e vai K ess<&9ia do ,roblema 9om,le@o( o8ere9e&do #ma sol#ção 8a9tLvel( embora e@i+e&te1 Sim,les assim2 a leit#ra é determi&a&te1 %#em &ão l<( &ão ,e&sa( e ;#em &ão ,e&sa ser ,ara sem,re #m servo( diia Pa#lo Fra&9is 9om a s#a 8alta de ,a,as &a lL&+#a1 De &ada vale( ,or e@em,lo( #m vestib#la&do ;#erer domi&ar mil e #m tr#;#es ,ara ,assar( se &ão a,re&der a ler e i&ter,retar 9orretame&te o e&9iado das ;#estHes a ;#e dever res,o&der1 Po#9o adia&ta #ma ,essoa 9o&se+#ir i&stalar #m so.tware( se &ão so#ber dis9#tir sobre a im,ort&9ia e as limitaçHes da i&8ormti9a &a vida 9otidia&a1 "m em,resrio ,ode ser m#ito 9riativo( mas s#a 9riatividade morrer 9om ele se &ão so#ber tra&smiti-la1 Em s#ma( #ma ,essoa sem leit#ra( sem i&timidade 9om a li&+#a+em( al'eia K literat#ra do se# ,aLs( sem o 9o&'e9ime&to il#mi&ador do idioma( é #m e# o do es,Lrito( é estéril1 O ,eda+o+
CAPÍTU"O ) A linguagem docente A li&+#a+em do9e&te &ão ,ode ser a,e&as #ma li&+#a+em de9e&te1 Isso $ seria m#ito( mas ai&da é m#ito ,o#9o111 O ,ro8essor-ator se revela ma li&+#a+em artLsti9a1 E &Js a ide&ti8i9amos assim( 9riativa \ mesmo ;#e se trate de e&si&ar Matemti9a( %#Lmi9a( FLsi9a( o# 8alar sobre ;#ais;#er o#tras matérias ;#e os ra9io&alismos red#9io&istas e@9l#em do mbito artLsti9o \( ,or ser #ma li&+#a+em ;#e 9omove( to9a( ,rovo9a( Ks vees 9'o9a( mas sem,re leva o o#vi&te a se i&terioriar( a e@,erime&tar emoçHes 8ortes( de9isivas( talve 9o&traditJrias( 9a,aes de des,ertar-&os i&te+ralme&te ,ara #ma visão mais l9ida da realidade1 A ma+ia i&ere&te K li&+#a+em artLsti9a é 8#+a do 9aos( 9omo diia o ,oeta e e&saLsta erbert Read( e &as9e do es8orço ,raeroso ,ara ;#e se i&sta#re #ma 'armo&ia e&tre &Js e o m#&do1 a li&+#a+em reveladora( a li&+#a+em da des9oberta1 Essa li&+#a+em ;#e &os s#ss#rra( e&i+mti9a( 9omo ma 9a&ção ,resa aos &ossos &e#r&ios2 &ão se ,ert#rbe &em 8i;#e K vo&tade1 "ma li&+#a+em ;#e s#,He l#ta ,ela e@,ressão( tLt#lo 8orte de #m livro de 8iloso8ia da literat#ra ;#e al9a&ço# relativo s#9esso &os a&os 5. do sé9#lo ,assado( da a#toria do ,ro8essor Fideli&o Fi+#eiredo1 !#ta ,ela e@,ressão1 O livro 9om este tLt#lo 8oi es9rito em ,le&a G#erra M#&dial( tem,o de dores( de a&+stias( e re,rese&to# também #ma l#ta do a#tor ,ara es;#e9er os 'orrores e dissabores
da é,o9a( realia&do &o ,a,el #ma 'armo&ia a#se&te &os 8atos 'istJri9os1 Como observo# o#tro ,ro8essor( A&t&io Soares Amora( &o ,re89io K ter9eira edição( &os a&os 4.( o estilo de Fideli&o é 9ativa&te( ,ela 9larea &a e@,osição das idéias e ,ela e@,ressividade das 9om,araçHes e das met8oras1 Pois é este( $#stame&te( o estilo de #ma li&+#a+em artLsti9a2 9ativa&te( e@,ressivo( re,leto de met8oras( de vitalidade( de 9larea1 Cada ,ro8essor ter a s#a e@,ressividade( se# re,ertJrio de met8oras( s#a ma&eira ,essoal de ati&+ir a 9larea( mas estas são ,re9isame&te as 9ara9terLsti9as ;#e es,eramos de #ma li&+#a+em ed#9adora1 O ,e&same&to '#ma&o é verbal( e 9ada ser ,e&sa&te( em ,arti9#lar o ,ro8essor( 9#$o ,a,el( e&tre o#tros( é ,e&sar ao vivo( dia&te da ,latéia dos al#&os( tem o dever de ele+er ,alavras s#as( de 9om,or e@,ressHes ;#e il#mi&em s#as idéias1 As ,re8er<&9ias =o# obsessHes? verbais de #m ,ro8essor são a s#a mar9a re+istrada( o tem,ero de se# 9o&'e9ime&to( ,or mais rida ;#e se$a a matéria a e&si&ar1 %#a&do eide++er 8or$ava #m se&tido ,rJ,rio( e@iste&9ialista( ,ara a ,alavra a#te&ti9idade( im,rimia em se# dis9#rso de ,ro8essor a mar9a de s#a visão ,essoal1 A mesma 9oisa ,odemos dier da e@,ressão E# so# e# e mi&'a 9ir9#&st&9ia( 9riada ,elo 8ilJso8o es,a&'ol Orte+a [ Gasset1 O )lan vital ( o im,#lso vital de ;#e 8alava e&ri :ér+so&( tor&o# ber+so&ia&as essas d#as ,alavras assim #&idas2 im,#lso vital1 E ;#a&do O9tavio Pa se re8eria a #ma ime&sa mi&oria de leitores( 9o&se+#ia( 9om este 8i&o ,arado@o( ve&9er a limitação da li&+#a+em ,rosai9a e 9a,tar #ma s#tilea do m#&do dos livros1 E ;#a&do lemos m 8ra+me&to de er9lito ;#e o 9ami&'o ;#e sobe é o mesmo ;#e des9e( &esta sim,li9idade a,re&demos 9omo a,ree&der e 9omo 8aer ,erd#rar #ma i&t#ição ao mesmo tem,o 9om,le@a e +e&ial( ,ois o a,are&teme&te Jbvio &este s#bir e &este des9er demo&stra o &ão tão Jbvio2 as realidades do m#&do são ,assLveis de &os elevar o# des,e&9ar( de,e&de&do de &osso livre 9ami&'ar &o 9ami&'o1 E&8im( a li&+#a+em( 9om s#a maravil'osa d#9tilidade( 9o&stit#i matéria-,rima ,rimordial do ed#9ador1 Na li&+#a+em( ,odemos +a&'ar o# ,erder1 Ga&'ar( se &os tor&armos ,oetas do ,rosai9o1 Perder( se ab#sarmos da li&+#a+em( se &ela de,ositarmos o amar+or o# o resse&time&to( 9omo &a;#ela 8ala i&8eli ;#e #m ,ro8essor( vLtima da sL&drome das ,érolas-aos-,or9os( solto# em mome&to de raivosa si&9eridade 9om se#s al#&os( ma es9ola de ,eri8eria2 se e#( &a mi&'a é,o9a de est#da&te( tivesse tido #m ,ro8essor 9omo vo9
A ,er+#&ta de 8#&do( m livro sobre a arte de e&si&ar( retor&a #ma ve mais1 O ;#e é( a8i&al( e&si&ar S9'e88ler( sem,re ,reo9#,ado 9om a e@atidão de s#as 8orm#laçHes( es9reve# ;#e o ato de e&si&ar ,ode ser 9ara9teriado 9omo #ma atividade ;#e visa ,romover a a,re&dia+em( de modo a res,eitar a i&te+ridade i&tele9t#al do al#&o e s#a 9a,a9idade ,ara $#l+ar de modo i&de,e&de&te1 Promover a a,re&dia+em o# e8etivame&te al9a&ç-la Se$a 9omo 8or( e&si&ar =eter&a te&tativa( eter&o re9omeço? é res,eitar( orie&tar( a,rese&tar( estim#lar( e &ão ma&i,#lar1 Mi&'a ,alavra de ,ro8essor( ,orta&to( ,re9isa ser a,ai@o&a&te( sim( ,le&a de se&tido( sim( 9arre+ada de 9o&tedo( sim( mas deve sem,re dei@ar ao al#&o es,aço s#8i9ie&te ,ara ;#e ele ,e&se ,or 9o&ta ,rJ,ria( 8ale 9om s#as ,rJ,rias ,alavras( at#e se+#&do s#as ,rJ,rias de9isHes1 Como se 8orma #m ,ro8essor( #m ,ro8essor sem ad$etivos( #m ,ro8essor ,ro8essor1 Mais do ;#e o dete&tor de #m di,loma( do9#me&to ;#e asse+#re ter determi&ada ,essoa ad;#irido determi&adas 'abilidades de ,ro8essor( ,e&so ;#e o ,ro8essor é( de ma&eira es,e9ial( 9om o# sem di,lomas( a;#ele ;#e +osta e sabe 8alar sobre o ;#e sabe( e o 8a de ma&eira i&teressada e i&teressa&te 9om se#s al#&os1 "m ,ro8essor ;#e abre ,ortas( o#( 9omo diia Re&a&( #m mestre 9#$o dese$o( 9#$a ,eda+o+ia 9o&siste em ver se#s al#&os lar+arem a s#a mão o mais r,ido ,ossLvel e em,ree&derem se# 9ami&'o 9om ale+ria1 E&si&ar tem m#ito de 9#rar1 alve( ao ler tal a8irmação( #m es9r#,#loso leitor se si&ta &o dever de alertar ,ara o ,eri+o de 9#ra&deirismo &a ed#9ação( mas o ;#e ,rete&do dier soar bem me&os 'eterodo@o( &ão se ,reo9#,em1 C#rar si+&i8i9a 9#idar( tratar( elar( lim,ar( e &isso 9o&siste #ma li&+#a+em ;#e e&si&a( ;#e( lembra&do a ,alavra es,a&'ola ensear ( demo&stra( a,o&ta ,ara a realidade1 rata-se de 9#idar da ,alavra( elar ,ara ;#e dela saia e( mais ai&da( ,ara ;#e &ela &ão se a9#m#le( a s#$eira do maseio ab#sivo o# a do aba&do&o1 rata-se de 8aer a ,alavra( esse material va,oroso e todavia mais resiste&te ;#e o +ra&ito o# o bro&e( 9omo de8i&ia o $ me&9io&ado Fideli&o Fi+#eiredo( de 8aer da ,alavra ;#e e&si&a #ma ,alavra 8iel ao real( i&es;#e9Lvel( el#9idativa( il#mi&adora1 O mel'or 9ritério ,ara saber se #m tratame&to de sade 8#&9io&a é ver se os doe&tes mel'oram1 De 8orma semel'a&te( ide&ti8i9o #m bom ,ro8essor( #m ,ro8essor 9riativo( &ão ,ela ;#alidade de s#a letra &o ;#adro-&e+ro( &ão ,elo 8ato de ma&ter a dis9i,li&a de&tro de sala( o# ,or #tiliar 9om dese&volt#ra os mais re9e&tes re9#rsos te9&olJ+i9os1 #do isso é lo#vvel e dese$vel( es,eramos ;#e a letra do ,ro8essor se$a le+Lvel( ;#e ele demo&stre ter #ma +eL&a a#toridade em sala( ;#e saiba ,ilotar 9om,#tadores( telHes e o#tras i&ve&çHes( mas o de9isivo é veri8i9ar se os al#&os a,re&deram( isto é( se eles se tor&aram ,essoas 9a,a9itadas ,ara ler 9om +osto( ,e&sar 9om ele+&9ia( 9om ri+or( es9rever 9om ,erso&alidade( 9o&tar =9o&tar 'istJrias e bri&9ar 9om os
&meros111?( o#vir os o#tros 9om ate&ção( 8alar 9om ,ro,riedade( trabal'ar bem &a;#ilo em ;#e realme&te se se&tem 8elies( 9o&viver em so9iedade( e 9o&trib#ir 9om s#a ,erso&alidade e 9om se# 9o&'e9ime&to ,ara #m m#&do mel'or1 O ,ro8essor res,eita a ,alavra ,or;#e res,eita se#s al#&os1 Estes dois as,e9tos do rela9io&ame&to e&tre ,ro8essor e al#&os &ão são a,e&as 9o&9iliveis( mas devem estar &e9essariame&te #&idos1 A'( e res,eitar também a;#ilo ;#e se ,re9isa e&si&ar1 rL,li9e res,eito1 O ,ro8essor( em,re+a&do ,alavras a,ro,riadas( ol'a&do ,ara o al#&o real( ate&to ao al#&o em s#as reais 9o&diçHes( dar a este al#&o a9esso a #ma 9i<&9ia( a #m 9o&$#&to de idéias e de saberes( e ai&da ,or 9ima m 9lima bem-'#morado( ,ois o riso em &ada ,re$#di9a o siso111 O res,eito ,elas ,alavras baseia-se m ,ress#,osto o&tolJ+i9o1 O de ;#e as ,alavras ,odem e&si&ar ,or si mesmas1 Nas ,alavras o saber a9#m#lado dos sé9#los se es9o&de( o# mel'or( 8i9a ali reservado( alo$ado( K es,era de ;#em o ;#eira saborear1 Neste se&tido( ;#al;#er ,essoa ,ode e&si&ar( se re,etir o,ort#&ame&te as ,alavras e&si&a&tes1 Qe$amos o 9aso dos ,rovérbios( 8rases ;#e traem em se# bo$o a&ti+as verdades1 Se o a&al8abeto re,ete #m desses ,rovérbios( e e# o o#ço 9om ate&ção( ,osso a,re&der al+o de9isivo ,ara a mi&'a vida1 S'aYes,eare 9'e+o# a dier ;#e 9#rava s#as a8liçHes 9om ,rovérbios O ,rovérbio italia&o ?a sorte 4 come uno se la .a e&si&a o ;#e a '#ma&idade em m#itos l#+ares e di8ere&tes mome&tos da 'istJria a,re&de# a d#ras ,e&as2 ;#e 9ada ,essoa 9arre+a sobre se#s ombros a res,o&sabilidade de de9idir sobre s#a ,rJ,ria vida( de9isHes ;#e i&8l#e&9iam e determi&am se# desti&o1 O#( 9omo diia o +ra&de e&@adrista 9#ba&o Ca,abla&9a( a %ood player is always lucky(
#m bom $o+ador sem,re tem sorte( ,ois a s#a sorte( o bom desti&o de se# $o+o(
de,e&de de 9ada la&9e bem 8eito &o tab#leiro da vida1 GorYi( relata&do s#a tra$etJria de es9ritor( 8e #m elo+io i&es;#e9Lvel aos ,rovérbios ;#e( 9om e@em,lar ,re9isão( res#mem toda a e@,eri<&9ia vital so9ial e 'istJri9a do ,ovo trabal'ador1 Para #m es9ritor =e este&do essa re9ome&dação aos ,ro8essores?( é im,erativo est#dar este material( ,ois &ele a,re&demos o esse&9ial sobre a e@ist<&9ia1 Não ,re9iso ir K es9ola ,ara o#vir ,rovérbios( ,ara a,re&der 9om a ime&sa sabedoria a9#m#lada em mil'Hes de 8rases e a8orismos1 :astaria ;#e e# &eles meditasse e( me dita&do #ma e o#tra ve o ;#e eles diem( absorvesse os ,ro8#&dos e&si&ame&tos ;#e +e&te sim,les e sbia de,ree&de# do se# 9o&tato 9om a vida vivida1 Mas #m o#tro ,e&same&to também é ,ossLvel1 Se as 8amLlias ,erdem s#as raLes( se o 9o&tato 9om a sabedoria a&ti+a se e&8ra;#e9e( de8i&'a e se e@ti&+#e( 9abe $#stame&te K es9ola e ao ,ro8essor relembrarem essas verdades ;#e a todos ,erte&9em1
Sem sermos os &i9os ,rovedores do saber e do 9o&'e9ime&to &essa terra( &Js( ,ro8essores( vive&do ,ro8issio&alme&te de sermos ,ro8essores( temos( ,or o#tro lado( a res,o&sabilidade i&tra&s8erLvel de i&i9iar e orie&tar as ,essoas &o m#&do do saber( do saber a9#m#lado ,or #ma 9iviliação111 o# ,restes a ser ,erdido ,or #ma 9iviliação i&9a,a de valoriar o basta&te este saber ;#e &os a,er8eiçoa 9omo seres '#ma&os( e ;#e( trabal'a&do 9o&tra si mesma( d ,rioridade ao e&si&ame&to de o#tras 9oisas( 9om a &i9a i&te&ção de tor&ar &ossos al#&os matéria viva ,ara o mer9ado de trabal'o1 Por;#e l#tamos ,ara ser ,ro8issio&ais 9o&s9ie&tes da do9<&9ia( &Js( ,ro8essores( ;#eremos ad;#irir #m +ra# mais e@i+e&te de 9o&'e9ime&tos( e ;#eremos 9res9er 9omo ,ro8issio&ais da ,alavra1 A lL&+#a tem #m ,ote&9ial ime&so ,ara ed#9ar-&os( &a medida também em ;#e ,oss#i versatilidade e 8le@ibilidade ,ara 8aer-&os ver( &o es,el'o das ,alavras( realidades mais o# me&os o9#ltas1 E isso( m#itas vees( 9om 8orte dose de '#mor( +ara&tia( a ,ro,Jsito( de seriedade e se&so 9rLti9o =;#alidades( di+a-se ,assa+em( im,res9i&dLveis ,ara ;#al;#er ,essoa ;#e dese$e i&+ressar e ,erma&e9er ativa &o mer9ado de trabal'o111?1 "m ami+o me#( estvamos m m
t#a :o9a:#s'( ,ois a ,alavra 8ra&9esa ,ara bo9a( bouche( ,ro&9ia-se 9omo o &ome do ,reside&te &orte-ameri9a&o1 "m e@Lmio es9ritor( delira&te ,olLti9o( irrevere&te trabal'ador de ditos e 8rases( modelo i&s,irador( 8oi :arão de Itararé( o# mel'or( o $or&alista e '#morista +a9'o A,arL9io orell[( ;#e se a#to,ro9lamo# :arão em )3.( 9omo ,rotesto K revol#ção +et#lista( e( o#tro e@em,lo de se# es,Lrito bri&9al'ão( de# a se#s ;#atro 8il'os os &omes de Ad[( Ar[( Arl[ e Am[1 s#a a 8amosa 8rase( ;#e ,oderia servir 9omo ei@o de #ma im,la9vel re8le@ão éti9a sobre a ,olLti9a2 Certos ,olLti9os brasileiros 9o&8#&dem a vida ,bli9a 9om a ,rivada1 E estas o#tras( 8#lmi&a&tes2 O 'omem ;#e se ve&de re9ebe sem,re mais do ;#e vale` A 8or9a é o mais desa+radvel dos i&str#me&tos de 9orda( Não é triste m#dar de idéia( triste é &ão ter idéia ,ara m#dar( Os vivos são e serão sem,re( 9ada ve mais( +over&ados ,elos mais vivos( %#em i&ve&to# o trabal'o &ão ti&'a o ;#e 8aer111 Ora( 9omo &ão ver &essa li&+#a+em 9o&9isa( direta( #ma 8orma de a9ertar &o alvo do ,e&same&to( do e&si&ar( ,orta&to rabal'o de malabarista( arris9ado( ,raeroso1 Com &eolo+ismos e met8oras( ambi+Vidades( aliteraçHes e i&versHes( a&tLteses e ,arado@os( ,erL8rases( ,ar8rases e ,aralelismos( si&édo;#es e disso&&9ias( a&8oras e 'i,érboles( o ,ro8essor 9riativo re9ria a lL&+#a( ,ois o idioma &ão é a,e&as a;#ilo ;#e $ 8oi 8eito( mas também a;#ilo ;#e se ,ode 8aer 9om ele` &ão é some&te ,assado e ,rese&te( mas ,oss#i #ma dime&são de 8#t#ro( e esse 8#t#ro tem de ser aberto ,or 8orça de te&tativas verbais( de la&9es 9ora$osos e livres( ;#e ,ress#,Hem es,Lrito a8iado( ima+i&ação ate&ta( i&teli+<&9ia alerta1 O ,ro8essor-,oeta( ,ara ser 9oere&te 9om #ma ,eda+o+ia ate&ta K realidade real( est ate&to K 9o&tLa 9riação de ,alavras( e 9om ela a,re&de a e&ri;#e9er s#as a#las1 Ate&to ao ;#e l< &os $or&ais e o#ve &a televisão( vi# &as9erem a bioda&ça( o 9'o9Jlatra( a si+la PM( a de,r< =de,ressão?( a li,o =li,oas,iração?( o aborres9e&te =adoles9e&te _ aborre9ido?( o ,ãe( o ,ort#&'ol( o e9oterrorismo( o 8ri+obar1 E &ão se se&ti# &em se se&tir s#r,ree&dido 9om essas &ovidades1 O# mel'or( +osta de s#r,ree&der-se 9om o a,are9ime&to de &ovas ,alavras( red#çHes( 9asame&tos es,rios e&tre ,alavras a&tes a#t&omas( &eolo+ismos ;#e ,rete&dem dar 9o&ta de ,er9e,çHes &ovas de realidades a&ti+as o# i&éditas1 As i&8l#<&9ias estra&+eiras( &otadame&te do i&+l
i&9or,oraram ,le&ame&te? K li&+#a+em dos brasileiros( 9omo( de resto( o9orre# ta&tas vees &o ,assado1 Para 9itar #m &i9o e@em,lo( era delito +rave em,re+ar o +ali9ismo e&velo,e( &o 9omeço do sé9#lo ,assado( em l#+ar de sobre9arta o# sobres9rito111 o$e( al+#ém( em sã 9o&s9i<&9ia( se 9o&8essaria desse ,e9ado O ,ro8essor-,oeta o#ve( e&te&de e ,assa a #tiliar ,alavras ;#e re9eberam &ovos se&tidos em 9o&te@tos determi&ados1 "sa o 8ritar tal 9omo se e&te&de &os mbitos ,olLti9o e em,resarial( i&di9a&do-se ;#e al+#ém so8re ,ressão e 9air em des+raça` #sa o ,e,i&o =,roblema?( o tri9otar =9o&versar( 8o8o9ar? et91 E( mais do ;#e a,e&as o#vir e re,rod#ir( deve este ,ro8essor 9riativo( &o me# '#milde e&te&der =9omo 9ost#mava dier-me #m or+#l'oso ,ro8essor111?( a e@em,lo de #m Millr Fer&a&des( mo&tar 8rases 9#riosas 9omo o ,alL&dromo a +rama é amar+a( e 9riar ,alavras isitadas o# isitadas raHes ,ara vel'as ,alavras( 9omo este '#morista tem 8eito ao lo&+o de dé9adas1 Ele i&ve&to# a 9artome&te =adivi&'a ;#e &9a adivi&'a de verdade?( rei&ter,reto# ,residirio 9omo a;#ele i&divLd#o ,reso todos os dias( e ded#i# ori+i&ais ori+e&s etimolJ+i9as2 9omi9'ão( a;#ele ;#e devora terra` 9om,e&etrar( e&trar a ,é` demover( ol'ar o diabo` 9omover( ma&eira de ol'ar111 Foi também Millr Fer&a&des ;#em( m te@to sobre a 9oi&9id<&9ia de ,essoas 8amosas terem os dois &omes 9om #ma mesma letra i&i9ial \ Maril[& Mo&roe( :ri+itte :ardot( Silvio Sa&tos( Gilberto Gil111 \( ,e&so# &a ,ossibilidade de m#dar se# &ome o# ,ara Millr Mer&a&des( o# ,ara Fillr Fer&a&des1 Não se trata de i&ve&tar ,or i&ve&tar( mas de testar a elasti9idade das ,alavras( o +ra# de resist<&9ia do idioma( se# al9a&9e( s#a te@t#ra( s#a 9o&sist<&9ia( s#as ,ro,riedades 8Lsi9as e ;#Lmi9as( ser al;#imista do verbo( 9omo ma&dava e ma&dava ver Rimba#d1 E 9omo ve$o &os ,oetas1 No ,oeta e 9om,ositor C'i9o César( ;#a&do 9a&ta( ir&i9o( deve ser le+al ser &e+ão &o Se&e+al( res,eitem me#s 9abelos( bra&9os1 Como ve$o &os te@tos do &osso ,oeta Ma&oel de :arros( ;#a&do es9reve \ E# ,re9isava de 8i9ar ,re+ado &as 9oisas ve+etalme&te e a9'ar o ;#e &ão ,ro9#rava1 Por;#e assim a9o&te9e realme&te1 A9'amos &a li&+#a+em o ;#e &ão ,ro9#ramos( mas( 9o&dição sine $ua non( temos de 8i9ar de ,la&tão 'oras e 'oras( es9ara8#&9'a&do( e 9abe e@,li9ar a ima+em2 es9ara8#&9'ar vem de #m ,ossLvel termo lati&o medieval( o verbo scariphunculare( ;#e tem a ver 9om scariphus( i&str#me&to 9irr+i9o ,ara es9ari8i9ar
o 9or,o( abrir1
rata-se de #m a&ti+o bist#ri1 Es9ara8#&9'ar é abrir b#ra9os &o 9or,o da +ramti9a( do di9io&rio( bri&9ar ,eri+osame&te 9om as e&tra&'as das ,alavras1 "m $o+o verbal( ,or e@em,lo( m#ito til ,ara matar o tédio m dia de 9'#va em a9am,ame&tos o# ,ara a&imar #ma a#la é o $o+o 9'amado etamor.ose1 A ,artir de #ma ,alavra i&i9ial de 9i&9o letras( 9ada ,arti9i,a&te dever dier o#tra( tro9a&do a,e&as #ma letra da ,alavra
a&terior1 Re+ras bsi9as2 &ão re,etir &e&'#ma ,alavra( e ;#e as ,alavras e@istam &o di9io&rio1 Começamos A ,rimeira ,alavra é111 ,erto Peito Feito Ueito !eito !e&to !e&ta Me&ta Mi&ta Mo&ta Moita Morta Morte Sorte Porte Porto Porta Corta Corra Borra B#rra #rra #rma erma erra
Qamos( 9o&tiemos a es9ara8#&9'ar a terra das ,alavras( 9omo ar;#eJlo+os em b#s9a de relL;#ias i&es,eradas( 9omo ,iratas em b#s9a de teso#ros maravil'osos( 9omo a&imais em b#s9a de alime&to( 9omo lo#9os em b#s9a do o#tro lado da terra( 9omo a+ri9#ltores em b#s9a da 8ertilidade da terra( 9omo de#ses em b#s9a de 9or,os a ress#s9itar1 Co&'e9er os se+redos( os dese$os da terrali&+#a+em1 Cavar e es9avar si+&i8i9a( &a ,rti9a( 8aer esse e o#tros e@er9L9ios de li&+#a+em( em ;#e a mais im,orta&te metamor8ose é a ;#e se o,era em &Js( ,or;#e &os tor&amos mais L&timos da li&+#a+em( tor&amos &osso vo9ab#lrio mais a8iado1 #m ,oeta de&tro de &Js( ,odemos 8aer metamor8oses verbais( a9o,lame&tos vo9ab#lares( 9omo este( de M#rilo Me&des2
Astro&ave Astro&eve Astro&ive Astro&ovo Astrovem Astro&vel
"m o#tro e@er9L9io i&teressa&te é o li,o+rama1 rata-se de #m ti,o a&ti;VLssimo de 9om,osição literria1 re+istros desse $o+o verbal e&tre os ,oetas +re+os1 Cara9teria-se ,ela omissão de determi&ada=s? letra=s? do al8abeto em se# te@to1 O es9ritor ,ort#+#
Em =observem os tLt#los de 9ada #ma das &ovelas? ?os dos soles de @oledo omiti# a letra
a( em ?a carro!a con las damas( &ão #so# a letra e( em ?a perla de Portu%al ( 8e desa,are9er a letra i( em ?a pere%rina eremita( a letra o 8oi ,assear( e em ?a serrana de "intra ;#em s#mi# 8oi a letra #1 o#ve #m '#morista es,a&'ol( E&ri;#e Uardiel Po&9ela( ;#e es9revia se#s li,o+ramas e&tre )36 e )341 Os mais 9o&'e9idos =observem o#tra ve os tLt#los? 8oram n marido sin vocaciBn =sem a letra e? e +l cho.er nuevo =sem a letra a?1 C e&tre &Js( &o :rasil( tivemos &os a&os /. #m se+#idor dessa li&'a de trabal'o( o ,a#lista Odo&e Qo&tobel( ;#e es9reve# #m roma&9e =m#ito 8ra9o ,ela 'istJria( mas 9ora$oso ,elo es8orço
li,o+ramti9o de 9e&to e ta&tas ,+i&as? i&tit#lado 7esilus5es de um sB soluço1 No livro( a letra a &ão a,are9e em &e&'#m l#+ar( &em mesmo &as orel'as1 Eis #m tre9'o 9ol'ido ao a9aso2 Com e@tremo des,reo ,or t#do o ;#e so8re# &os ltimos meses( 9#rvo#-se sobre #m 9r#9i8i@o 9om #m Ues#s Cristo morto e 9o&8esso# se# temor ,elos se#s mome&tos 8#t#ros1 Pedi# ;#e se De#s 8osse o&i,ote&te ;#e es;#e9esse o se# deslie e de &ovo re9o&d#isse o se# desti&o2 e o De#s( o&i,ote&te( demo&stro#-se i&di8ere&te e es;#e9e#-se do se# 9om,romisso 9om os 8iéis1 ster( sem &e&'#m 9o&solo 9o&9reto( teve ;#e re,elir do se# ,eito o +ol,e s#rdo e 'ostil de #m s#r,ree&de&te im,revisto1 O#tro $o+o verbal ,ara &os e@er9itarmos2 o ,a&+rama1 A idéia a;#i é #m ,o#9o di8ere&te1 O ,a&+rama é #ma 8rase em ;#e se #tiliam todas as letras do al8abeto 9om o me&or &mero ,ossLvel de ,alavras( e de ,re8er<&9ia ;#e se$a #ma 8rase ;#e 8aça se&tido1 O mais 9itado e@em,lo de ,a&+rama é a 8rase @he $uick brown .ox 1umps over de la!y do% =A velo ra,osa marrom ,#la ,or 9ima do 9a9'orro ,re+#içoso?1 São &ove ,alavras1 Mas o#tras te&tativas 8oram 8eitas ,or ,essoas deso9#,adas =sa&to J9io 9riativo? ;#e ,assam 'oras ,e&sa&do &isso( 9omo demo&stra esta 8rase( 9om a,e&as sete ,alavras2 "phinx o. black $uart!' 1ud%e my vow =Es8i&+e de ;#arto &e+ro( $#l+#e o me# voto?1 Em ,ort#+#( [( e Y( 9o&sideradas 8ora do &osso al8abeto o8i9ial( li o se+#i&te ,a&+rama( 9om &ove ,alavras2 Gaeta ,#bli9a 'o$e breve &ota de 8a@i&a &a ;#ermesse1 Al+#ém se 9a&didata a+ora a 9o&se+#ir #m ,a&+rama brasileiro mais 9o&9iso Em s#ma( ,oderLamos ,assar o resta&te do livro e da vida bri&9a&do 9om ,alavras e letras( 8aer a9rJsti9os e a9r&imos( re,etir trava-lL&+#as até ;#e as lL&+#as se ;#ebrassem( voltar Ks 9'aradas( i&ve&tar a&a+ramas( 9ole9io&ar tro9adil'os mais o# me&os i&8ames( e sair 9aça&do rimas ,elos 9orredores da 9asa1 O ;#e me ,are9e 8#&dame&tal re9o&'e9er( ,orém( é a im,ort&9ia desses $o+os ,#eris( dessas bri&9adeiras i&8#&dadas( dessa ,erda de tem,o( dessa 9a,a9idade de 8ol'ear di9io&rios o# 9o&s#ltar a memJria em b#s9a de ,alavras ;#e obedeçam a essas re+ri&'as arbitrrias1 O i&dis,e&svel é ter bem 9laro ;#e a idéia o# as idéias ;#e #ma ,alavra e@,rime &ão estão 8ora desta ,alavra1 As ,alavras realme&te diem 9oisas( e o diem( ,or assim dier( em s#a ,rJ,ria ,ele( em 9ar&e viva1 As ,alavras vivas( sa&+ra&tes( 8aem do &osso ,e&same&to #ma 9oisa viva( a&imada( tritiva( #ma 9oisa ,er9e,tLvel1 E o ,ro8essor tem 9omo tare8a ,re9L,#a( i&tra&s8erLvel( tor&ar o 9o&'e9ime&to #ma 9oisa visLvel( ,al,vel( tritiva1 DaL a s#a res,o&sabilidade 9omo arti9#lador de ,alavras( de também viver em 9ar&e viva1 Embora o li&+Vista alemão Ed>ard Sa,ir &os alertasse ,ara o 8ato de ;#e ,odemos ,e&sar e e@,rimir &ossos ,e&same&tos media&te sLmbolos &ão-verbais( 9omo os sLmbolos matemti9os( os
+estos( as &otaçHes m#si9ais( as 9ores( as li&'as et91( a8irmava também ;#e as ,alavras 9o&tiam se&do os sLmbolos mais em,re+ados( os &ossos i&str#me&tos ,re9iosos &a i&ter9om#&i9ação1 E( ,ara lembrar #m verso de Uor+e Ma#t&er ;#e Caeta&o Qeloso 9a&ta( toda a 8a#&a a 8lora +rita de amor( mas até esse +rito( ,ara ;#e ,ossamos o#vi-lo bem( de,e&de das ,alavras de Ma#t&er e Caeta&o1 Com a li&+#a+em e@,ressamos &ossa a8etividade1 Estão aL as mod#laçHes de vo( as variaçHes de ritmos( as e@9lamaçHes( as i&ter$eiçHes O 9or,o( atiçado ,elas ,alavras( +esti9#la( me@e-se( e o me# rosto e@,rime os mais '#ma&os se&time&tos1 O ,#&'o 8e9'a-se &a i&di+&ação =&a $#sta i&di+&ação( &at#ralme&te?( i&9li&o mi&'a 9abeça ,ara i&di9ar tristea real o# 8i9tL9ia111 odo o me# ser tor&a-se elo;Ve&te1 Com a li&+#a+em 8aço me#s al#&os viverem o ldi9o da vida1 U 8alamos basta&te sobre os tro9adil'os( os 9'istes( et91 Qoltamos a se&tir-&os 9omo 9ria&ças ;#e emitem so&s e se o#vem( e a9'am +raça de si mesmas( e os ad#ltos riem1 E os al#&os riem1 E o riso si&alia a i&teli+<&9ia1 o ,raer da li&+#a+em livre1 O i&L9io da ,oesia1 O i&L9io do $o+o teatral1 O i&L9io desse $o+o da vida i&tele9t#al( em ;#e sobre t#do ,er+#&tamos e as res,ostas &em sem,re v
de tão lo&+a 9arreira( e ;#e al+#m di&'eiro tro#@e111 Se é :a[er( é bom(
i&ve&tado ,elo $or&alista( ,oeta( bibliote9rio( 9om,ositor( teatrJlo+o( '#morista( ,#bli9itrio( e e&+e&'eiro :astos i+re( também 9o&'e9ido ,elo ,se#d&imo 8#sti+a&te D1 i;#ote1 Mas( de 8ato( &em sJ de $o+o vive o homo ludens =embora al+#m leitor ve&'a a 9o&siderar o ,rJ@imo 9a,Lt#lo sério demais111?1 Com a li&+#a+em e# so# #m ser ,rti9o1 Mi&'a ação é 8a9ilitada ,ela ,alavra te9&i9ame&te ,re9isa( ,ela 8rase redo&da( sem ambi+Vidades( ,elo ) _ ) i+#al a 1 Os 9'amados( as i&di9açHes( as a,rovaçHes( as 9e&s#ras( a ,alavra m#itas vees tem de vestir a ro#,a da lidera&ça( i&ter,retar &ovos ,a,éis1 A li&+#a+em ,rti9a i&di9a a direção a tomar( o livro a ler( o 'orrio a 9#m,rir1 ,re9iso 9o&tar( mas 9o&temos de,ois( é &e9essrio e@,li9ar( mas a+ora temos #ma #r+<&9ia1 Mais tarde e@,li9aremos1 rata-se a+ora de a+ir de a9ordo 9om as 9ir9#&st&9ias1 Os eleme&tos s#+estivos( e@9ita&tes o# i&ibidores da li&+#a+em são ativados2 vamos E 9om a li&+#a+em re,rese&to o ;#e &ão est ,rese&te1 O ;#e est a#se&te tor&a-se 9o&9reto media&te a ,alavra1 Mi&'as ,alavras traçam li&'as( dão 8ormas e 9ores ao i&visLvel( ao dista&te1 As ,alavras es9#l,em &o ar( i&vo9am ima+e&s1 Ao me# 9'amado( media&te a des9rição bem 8eita( v#l9Hes se tra&s,ortam ,ara de&tro da sala de a#la( ress#s9ito Qas9o da Gama e Ei&stei&( visito a l#a ,ela ,rimeira ve( mais #ma ve( e o#tra ve si&to a ale+ria ;#e os +ra&des i&ve&tores se&tiram ;#a&do tro#@eram ,ara este m#&do mais l# e mais 9o&8orto1
A li&+#a+em '#ma&a é 9om#&i9ação1 E a verdadeira 9om#&i9ação &ão é a mera tra&smissão de 9o&tedos( mesmo ;#a&do é ,re9iso tra&smitir os 9o&tedos1 %#a&do #ma ,essoa se 9om#&i9a( d-se #m a9o&te9ime&to 9riador( ;#e ao mesmo tem,o re9ria e leva K a#to-realiação os seres ;#e se 9om#&i9am1 O 8ilJso8o alemão arl Uas,ers e@,ressava de ma&eira ri+orosa essa relação e&tre li&+#a+em e realiação e@iste&9ial2 As ,alavras 8aem s#r+ir al+o ;#e sJ 9om elas e media&te elas e@iste1 Não &a es9ol'a arbitrria de si+&os( mas &a e@,ressão 9riadora da li&+#a+em est a 9oisa mesma ,rese&te1 Esta 9oisa &ão é #m ob$eto( #m al+o( mas ato do es,Lrito( ação i&terior( e@,eri<&9ia i&teriorme&te realivel( saber do e&volve&te e da tra&s9e&d<&9ia1 A;#i a li&+#a+em e o ,e&same&to se e&trelaçam( &ão ' 9isão e&tre a ,alavra =9omo si+&o? e a 9oisa1 A li&+#a+em i&stala o ser '#ma&o &a realidade( i&stalação &e9essria ,ara se# e;#ilLbrio( s#a realiação( se# amad#re9ime&to 9omo ,essoa1 O 'omem é( &a medida em ;#e at#a( &ão a,e&as homo sapiens ( mas também e
sobret#do homo lo$uens 1 Somos '#ma&os &a medida em ;#e somos
seres de 9arter verbal e( ,ela li&+#a+em( temos a9esso K realidade ,essoal e ao &osso e&tor&o1 Mais ai&da( somos seres '#ma&os &a medida em ;#e ,odemos 8aer relatos bio+r8i9os( dese&'ar &a ,rJ,ria me&te ,alavras ;#e( ,or s#a ve( dese&'am realidades 8#t#ras em direção das ;#ais &os la&çamos em b#s9a da &ossa realiação1 A li&+#a+em( em se#s &Lveis mais e@i+e&tes( 9omo &o 9aso da mel'or ,oesia( 9omo &o 9aso de #ma a#la ,oéti9a =de8e&do( +osto( a9redito &as a#las ,oéti9as?( ,ro,i9ia #m mer+#l'o ,arti9i,ativo &a realidade e 9o&+re+a ao se# redor ,essoas ;#e b#s9am i&tera+ir 9om t#do e 9om todos de modo ,ro8#&do1 Pro,i9ia a tra&s,ar<&9ia( &a medida em ;#e as ,alavras 9riativas il#mi&am( 9lari8i9am( ,romovem o e&9o&tro '#ma&o e&tre '#ma&os e o e&9o&tro '#ma&o 9om o &at#ral e o divi&o1 A li&+#a+em( em s#a ma&i8estação a#t<&ti9a( é sem,re orie&tadora( ,#ri8i9adora( libertadora( 9o&+re+a&te1 !iberta-&os dos limites es,aço-tem,orais( tem o ,oder de &os levar ,ara além da m#lti,li9idade esto&tea&te dos estLm#los( orie&ta-&os em meio Ks soli9itaçHes dese&9o&tradas de #m 9otidia&o m#itas vees 9o&8lita&te( 9ria 8ormas de #&idade e&tre os seres '#ma&os =&ão obsta&te as di8ere&ças tem,erame&tais( ideolJ+i9as et91?( arti9#la de ma&eira e@,ressiva sit#açHes vitais ;#e ,oderiam ser vistas 9omo sim,les 8atos isolados( 8atos destit#Ldos de valor e de se&tido1 O ,e&sador es,a&'ol( ,ro8essor Al8o&so !J,e %#i&ts( 9#$as idéias me i&8l#e&9iaram &a redação destes ltimos ,ar+ra8os e 9#$as i&t#içHes 9o&tio a se+#ir &os ,rJ@imos( re8ere-se 9o&sta&teme&te K li&+#a+em 9omo #m 8e&me&o ,rodi+ioso( ,ois é &ela ;#e se d o e&9o&tro de #m ser '#ma&o 9o&si+o mesmo( 9om as o#tras ,essoas( 9om a realidade1 A li&+#a+em( a li&+#a+em do9e&te( &o &osso 9aso( ,oss#i evide&teme&te #ma dime&são bsi9a( ,rosai9o-si+&itiva( 9omo #m meio =di+a-se de ,assa+em( ,rivile+iado? ,ara tra&smitir
me&sa+e&s e i&str#çHes1 Essas me&sa+e&s e i&str#çHes( re9o&'e9idas ,elo al#&o( a#toriam-&os a $o+ar 8ora o e&velo,e =as ,alavras? #tiliado ,ara a;#ela 8i&alidade restrita1 Não ' a;#i( &e9essariame&te( #ma 9om#&i9ação i&ter,essoal e@,lL9ita1 %#a&do ,re9isamos dar #ma i&str#ção bem 9o&9reta( bem ,rti9a( é 9omo se #m ,assa+eiro &o metr( ao a,ro@imar-se de #ma estação( o#visse #ma vo avisa&do o &ome da ,rJ@ima estação1 O ,assa+eiro se a,ossa da i&8ormação estritame&te &e9essria e dei@a em se+#&do ,la&o t#do o ;#e ,oderia( ,orve&t#ra( tor&ar a;#ela 8rase o 9omeço de #m dilo+o1 Fre;Ve&teme&te( o do&o da vo 8a ;#estão de ass#mir #m tom &e#tro( ,ro8issio&al( im,essoal( a 8im de ;#e a9o&teça o ;#e é im,orta&te &a;#ele mome&to2 tor&ar a i&di9ação o mais 9lara ,ossLvel( 8aer o aviso 9'e+ar ao 9o&'e9ime&to dos #s#rios do metr do modo mais direto1 Este modo si+&itivo( i&str#me&tal( ;#e K ,rimeira vista ,are9e destit#Ldo de 9alor '#ma&o( i&te+ra a 9o&9e,ção +lobal de li&+#a+em( ,ara 9#$a 9om,ree&são( &o e&ta&to( é &e9essrio disti&+#ir e 9ome&tar o#tras d#as dime&sHes2 a ,oéti9a e a estéti9a1 Em o#tras ,alavras( também &a li&+#a+em do9e&te e@iste #m lado 9r#el( demasiadame&te ob$etivo( ,or;#e &em sJ de 8lores e ,oesia vive a vida de #ma es9ola1 Não ,osso &e+ar( ,orém( ;#e é ,ara a li&+#a+em ,oéti9a ;#e volto 9o&sta&teme&te o me# ol'ar de ,ro8essor( ve&do &ela &ão mais #m mero veL9#lo de si+&i8i9ados1 Os si+&i8i9ados ;#e e8etivame&te tra&smite são e&9ar&ados em 9ada ,alavra( re9ebem #m tratame&to 9riativo1 O 9o&tedo se tor&a visLvel &a ,rJ,ria ,alavra( &o ,rJ,rio 8ala&te( &os ,rJ,rios ,arti9i,a&tes do dilo+o e&tre ,ro8essor e al#&os1 "m verso( #m ,oema( #m tre9'o em ,rosa ,oéti9a são realidades irred#tLveis( de modo ;#e o 9omo se di e a;#ilo ;#e se di rela9io&am-se ma #&idade si+&i8i9ativa e i&;#ebra&tvel1 "ma rima( ,or e@em,lo( &ão é mera 9oi&9id<&9ia so&ora( e9o talve i&9modo &a 8orm#lação de #m aviso ,rosai9o( &a 8eit#ra de #m te@to i&8ormativo sem maiores ambiçHes do ;#e a de tra&smitir 9orretame&te( sem ambi+Vidades( tais e tais i&8ormaçHes1 No 9o&te@to ,oéti9o( #ma rima tor&a ,rese&te( ,al,vel( o ;#e o ,oeta ;#eria dier1 O ,oeta :oilea# es9reve# ;#e( +raças ao ,oeta( o mo&stro odieux =odioso? a+rada aos &ossos yeux =ol'os?1 A rima 'armo&ia( é #m mila+re ;#e 9o&9retia o se&tido mesmo da;#ilo ;#e se ;#eria tra&smitir1 !i&+#a+em si+&itiva( li&+#a+em ,oéti9a111 e li&+#a+em estéti9a1 Nessa ter9eira dime&são da li&+#a+em é ;#e se ,ode ree&9o&trar( de modo mais elevado e e8i9a( o ;#e e@,ressam a li&+#a+em ,oéti9a e a li&+#a+em i&8ormativa1 A li&+#a+em ;#e o ,ro8essor adota 9omo artista do e&si&o ,ode 9'amar-se le+itimame&te #ma li&+#a+em estéti9a( li&+#a+em 9riativa1 :oa ,arte dos 8ra9assos ,eda+J+i9os deve-se ao 8ato de
;#e os ed#9adores &ão dese&volvem a devida i&timidade 9om a li&+#a+em1 Re8iro-me K li&+#a+em em s#a ,lasti9idade1 ais ed#9adores( a,esar de toda a boa vo&tade( de toda a ab&e+ação( a9abam ,or restri&+ir-se( em s#as a#las( K dime&são si+&itiva da li&+#a+em1 Co&se;V<&9ias As visLveis e ,revisLveis1 M#itos al#&os 9om,ortam-se 9omo #s#rios da es9ola( &ão se se&tem 9o&vo9ados K ave&t#ra do 9o&'e9ime&to( &ão se e&volvem( &ão e&tram em dilo+o1 A li&+#a+em si+&itiva e@er9e a s#a 8#&ção bsi9a de tra&smissão de dados e de i&8ormaçHes1 O ,ro8essor ;#e se esmera em e@,li9ar de ma&eira 9oere&te e a9ertada #m determi&ado 9o&tedo( 9#m,re o se# ,a,el de tra&smissor( mas 9orre o ris9o de limitar s#a tare8a do9e&te a &Lveis de bai@Lssima 9riatividade( te&ta&do de,ois 9om,e&sar essa di8i9#ldade 9om 9obra&ças( e@i+<&9ias e até ameaças ,ara ;#e os al#&os leiam( ,e&sem( es9revam1 "ma a#la viva( ,or o#tro lado( é #ma a#la elo;Ve&te( #ma a#la i&es;#e9Lvel1 A li&+#a+em em sala de a#la tor&a-se e@,ressiva( de modo diretame&te ,ro,or9io&al K 9a,a9idade 9riadora dos ,rota+o&istas do dilo+o ed#9ativo( ,ro8essor e al#&os( ;#e ao mesmo tem,o se alime&tam do dilo+o ;#e ,rota+o&iam1 A a#la é i&es;#e9Lvel ;#a&do a li&+#a+em( 9omo realidade di&mi9a e e&volve&te( tre os ali ,rese&tes( 9ria&do i&ter-relaçHes i&éditas e delas re9ebe&do l# e se&tido1 A a#la viva tra K l# ,ossibilidades i&éditas de 9o&tato 9om o real( +raças Ks ,ossibilidades da liberdade '#ma&a( a9eitas &o dilo+o( valoriadas &o mt#o o#vir1 %#e si&al +ara&te ;#e( ma sala de a#la( a li&+#a+em em s#a e8i99ia( em s#a belea e sem se# ,oder il#mi&ador est &os be&e8i9ia&do vrios si&ais( mas #m deles ,are9e i&;#estio&vel1 %#a&do &ossas ,alavras ad;#irem se&tidos &ovos e s#r,ree&de&tes ,ara &Js mesmos e ,ara os ;#e &os 9er9am( ;#a&do &os 8la+ramos realia&do des9obertas e te&do insi%hts d#ra&te #ma a#la( e ;#a&do t#do isso &os des,erta a vo&tade de a,re&der mais e ;#ase &ão vemos o tem,o ,assar( ,odemos ter 9ertea de ;#e estamos e@er9ita&do &ossa 9riatividade1 Eis o si&al2 o entusiasmo1 Nesse mome&to( &ossas res,ostas dei@am de ser reaçHes a,ti9as e a#tomti9as a estLm#los roti&eiros1 Estamos imersos m mbito ,eda+J+i9o a#t<&ti9o1 A realidade +a&'a #m 9olorido i&édito1 Os temas do 9#rrL9#lo( as dis9i,li&as( as tare8as e@i+idas aos al#&os( as atividades em +r#,o o# i&divid#ais( os e@er9L9ios a serem 8eitos em 9lasse o# em 9asa( as leit#ras( re9ome&dadas o# s#tilme&te s#+eridas( e até mesmo os testes( os e@ames e as ,rovas +a&'am se&tido ;#a&do il#mi&ados ,ela ,arti9i,ação 9riativa &o $o+o da ed#9ação1 A li&+#a+em( 9omo ,#demos ver ao lo&+o deste 9a,Lt#lo( é #m 8e&me&o i&9rivelme&te 9om,le@o( mas essa 9o&statação &ão se 8a de ma&eira 9om,rometida sem a e@,eri<&9ia ,essoal
9om as ,alavras 9omo #m 8e&me&o ldi9o1 SJ #ma ,essoa ;#e d asas K s#a 9riatividade é 9a,a de ,er9eber( &o ,rJ,rio ato de s#a ação 9riadora( 9omo as ,alavras ,rovo9am essa ação( 9orres,o&dem a essa ação( estim#lam essa ação( i&te&si8i9am-&a e voltam a ,rovo9-la( lembra&dose ;#e tal e@,eri<&9ia é rela9io&al( o# se$a( devemos 9o&tar sem,re 9om o o#tro( 9om o 9arter i&ter,essoal da li&+#a+em1 Qolta&do K ;#estão do #so da li&+#a+em merame&te si+&itiva em sala de a#la( e de 9omo tal #so ,ode red#&dar em a#las mor&as( des,rovidas de ,ai@ão( 9are&tes de e&t#siasmo( de desa8ios( de i&te&sa a,re&dia+em( vale a ,e&a tomar 9o&s9i<&9ia de ;#e &ão se trata de #m 9ami&'o sem volta1 No mome&to em ;#e( ma a#la( mesmo &a mais e@,ositiva( ,ro8essor e al#&os 9riam #m mbito i&ter,essoal( des9obri&do( &as e&treli&'as de #ma sit#ação ;#e ti&'a t#do ,ara ser aborre9ida( 9a&sativa( 9'ata( e&8ado&'a( e&$oada( e&tedia&te( 8astidiosa( irrita&te111 des9obri&do a belea da ,alavra il#mi&adora( ;#e&te( a,ai@o&ada( reabrem-se verte&tes( o mo&Jto&o e o s#,er8i9ial dão l#+ar ao si+&i8i9ativo e ao releva&te1 A de&sidade de se&tido des9oberta e 9riada &as ,alavras de,e&de de ;#e &Js( seres lo;Ve&tes e dialJ+i9os ,or de8i&ição =e ,or vo9ação?( saibamos dar a essas mesmas ,alavras =e delas a,ree&der? todo o se# al9a&9e1 Nesse movime&to o9orre #m salto ,ara de&tro da vida 9riativa ;#e é( a ri+or( ,osse da vida '#ma&a a#t<&ti9a1 Para ta&to( se vo9< e e# ;#eremos ser ,oetas em sala de a#la( se ;#eremos ser radi9alme&te 9oere&tes( se es9ol'emos ser artistas em sala de a#la( e &ão a,e&as 'o&estos ,ro8issio&ais ;#e se limitam a tomar 9o&ta dos al#&os( ,re9isamos &os dedi9ar K leit#ra em +eral e de te@tos literrios =em ,arti9#lar( te@tos de ,oesia ,rimorosa?1 Pre9isamos &os i&s,irar1 Os ,oetas e es9ritores mobiliam re9#rsos estilLsti9os ,ara des,ertar &a li&+#a+em a m@ima e@,ressividade( ;#e se irradia e&tão e il#mi&a a 9o&s9i<&9ia dos leitores ;#e tomarem a i&i9iativa( ;#e e&trarem em 9o&tato vivo 9om essa li&+#a+em esteti9ame&te ativada1 ra+o #m e@em,lo do ,oema "eu metal)xico( em ;#e Uosé Pa#lo Paes 9ria sete &eolo+ismos( i&9l#i&do o tLt#lo( media&te #m ,ro9esso de amal+amação1 Cada verso i&i9ia-se 9om #ma ,alavra ;#e( a&tes de 9o&9l#ir-se( metamor8oseia-se 9om o sbito a9o,lame&to de o#tra ;#e vem desme&tir o si+&i8i9ado =,ositivo sem,re( e@9eto &o ltimo verso? ;#e se dese&'ava &a me&te do leitor2 e9o&omio,ia dese&volvime&tir #to,iada 9o&s#midoidos
,atriotrios s#i9idadãos
Re8orma&do ,alavras( o ,oeta re9ria o lé@i9o( leva-o mais lo&+e =,or isso o #so do ,re8i@o meta(
&o tLt#lo?( ,ara de&9iar o #8a&ismo tolo de ;#em ma&i,#la( e a 9o&iv<&9ia de ;#em é
ma&i,#lado m ,aLs i&$#sto1 Além disso( de9om,He dia&te de &Js a vida ,er8eita( da ;#al ta&tos se or+#l'am( e mostra o ;#e ' de tra+i9mi9o em &ossas 9o&str#çHes so9iais( em &ossas il#sHes s#i9idas1 Se &Js( ,ro8essores( &ão estivermos ,re,arados ,ara 9riar em sala de a#la o ambie&te ,ro,L9io ,ara esse 9o&tato vivo 9om a ,oesia( 9om a li&+#a+em 9riativa( o9orrer o ;#e X'ite'ead a,o&tava 9omo lame&tvel &o 9am,o da ed#9ação2 #ma ed#9ação 9om idéias i&ertes( idéias ;#e são sim,lesme&te re9ebidas ,ela me&te sem ;#e se$am #tiliadas o# testadas o# mer+#l'adas em &ovas 9ombi&açHes1 Pro9#rar e 9#ltivar o 9o&tato ativo 9om a li&+#a+em em estado vivo( é( ,orta&to( 8#&dame&tal ,ara des9obrirmos o 9arter poi)tico da ,rJ,ria li&+#a+em1 A ,oesia late&te em todas as ,alavras =somada ao ,oder i&8ormador da ,alavra( ,oder ;#e &ão ,re9isamos re$eitar? re&ova a 8a9e das 9oisas( a 8a9e dos al#&os( a 8a9e da sala de a#la( ;#a&do também ativamos em &Js os ,oetas ;#e somos1 O ,ro8essor 9riativo e a ,ro8essora revol#9io&ria 9o&8erem Ks ,alavras se# valor esse&9ial( e as em,re+am 9omo se essas ,alavras estivessem &as9e&do a+ora( em s#as mãos( em se#s lbios1 Não são 9oisas ma&i,#lveis 9omo moedas des+astadas ,elo #so1 São ,alavras 9ora$osas( +e&erosas2 o i&diLvel ser dito1 O im,e&svel ser ,e&sado1 O ;#e 8or i&se&sato ser re9o&d#ido K raão =Nat'alie Sarra#te?1 A li&+#a+em do9e&te 9om ;#e e# so&'o é ,oéti9a( mais do ;#e ,oéti9a( é 9riativa e re9reativa111 mais ai&da2 é mais ,oéti9a do ;#e a ,rJ,ria ,oesia o#saria de8i&ir-se1 %#ero vibrar 9om as ,alavras 9omo se voltasse K i&8&9ia e e&9o&trasse 9ada ,alavra ,ela ,rimeira ve1 %#ero 8alar e es9rever 9omo se o 8iesse ,ela ,rimeira ve( dei@a&do-me s#r,ree&der ,ela realidade em s#a radi9aliação( em se# i&editismo( em s#a belea dolorosa( em s#a belea s#,erior a ;#al;#er esteti9ismo1 A ,alavra =sem mais ad$etivos? é de,oime&to vital1 Qiver é de,or( di o ,oeta +a9'o Carlos Ne$ar1 Qiver( este movime&to elo;Ve&te( i&sa9ivel( aberto( rela9io&al( leva a ,ro9lamar mais do ;#e a i&8ormar` leva a testem#&'ar mais do ;#e a des9rever` a 9o&8ide&9iar mais do ;#e re+istrar` a 9riar #ma atmos8era &a ;#al os ,ar9eiros em dilo+o ,ossam res,irar ,ro8#&dame&te o ar da verdade1
A'111 a verdade1 %#e ,alavra em,oeirada1 A ,alavra verdade( 9omo dei@ava e&te&der O9tavio Pa( 9omeça a 9'eirar mal( 9omeça a a,odre9er( &o mome&to em ;#e a ro#bamos do se# 9o&te@to vital e( &o a8ã deses,erado de ,oss#ir a verdade o# de im,-la aos o#tros( a9abamos ,or 9orrom,<-la1 E( 9orrom,e&do-a( 9orrom,emos a &Js ,rJ,rios1 A ,alavra verdade e ta&tas o#tras( s#bmetidas a ma&i,#laçHes de todos os ti,os( ,re9isam ser redes9obertas K l# de #ma li&+#a+em do9e&te me&os do9e =doç#ra ;#e ,ode es9o&der #ma d#rea 9adavéri9a? e mais e8i9ie&te1 O ,a,el do ed#9ador( &o ;#e di res,eito K li&+#a+em( é o de revitaliar as ,alavras( re9orre&do K leit#ra( K re8le@ão( K arte do dilo+o =arte ;#e m#ito tem de o#vir( sile&9iar e meditar?( re&9ia&do ao dese$o sdi9o de 9o&trolar #m vo9ab#lrio sa&9io&ado( #ma termi&olo+ia delimitadora 9om os ;#ais si&ta a =8alsa? se+#ra&ça de domi&ar 9ada ,asso do ,ro9esso de a,re&diado1
CAPÍTU"O * O sentido da vida: tema transversal Se&do basta&te red#9io&istas( ,odemos dier ;#e e@istem tr
Ni&+#ém +osta de ser @i&+ado( mas ,or vees sJ @i&+ado al+#ém e&te&de ;#e erro#1 O# sJ @i&+a&do al+#ém e# dei@o 9laro ;#e esto# i&di+&ado mesmo1 E e@iste o ar+#me&to( 9o&tra o ;#al &ão ' @i&+ame&tos &em lame&tos1 Ar+#me&to( etimolo+i9ame&te( remete a ar%us( em latim( ;#e si+&i8i9a( e&tre o#tras 9oisas( bril'o e l#mi&osidade1 E o mel'or a+ora é 9o&tar #ma 'istJria( ,or;#e 9o&tra 'istJrias &ão ' ar+#me&tos Estvamos &a r#a( e# e tr
O# 9om ,elo me&os #ma boa i&te&ção =sabe&do e# de a&temão ;#e essa e o#tras boas i&te&çHes &ão +ara&tem &ada( ,ois de boas i&te&çHes111?1 A i&te&ção de &os levar a ,e&sar ;#e
&e&'#ma a#la vale a ,e&a se &ão &os 8ier( de al+#m modo( ,elo me&os e&trever o ,roblema do se&tido da vida1 Caro leitor( 9ara leitora( vo9( relato e retrato de #ma vida 8r#strada( im,essoal e sem +raça2
rrrim( bo9e$o( Ro#,ão( 9'i&elos( Gilete( es9ova( g+#a( sabão( Ca8é 9om ,ão( C'a,é#( +ravata( :ei$o( a#tomJvel( Ade#s( ade#s1
Ge&te( tr&sito( Sol( bom-dia( Es9ritJrio( RelatJrio( ele8o&es( Almoço( arroto( Co&tas( des+osto( Ade#s( ade#s1
Cl#be( ve&to( Grama( t<&is( D#9'a( ale&to( :ar( es9&dalos( Pedro( Pa#lo(
M#l'er de Pedro( M#l'er de Pa#lo( Ade#s( ade#s1
!ar( es,osa( Fil'os( ,i$ama( Ua&ta( livin% ( Uor&al( 9ismares( ri9( va+ares( iato( a#s<&9ias( :o9e$o( es9ada( Ade#s( ade#s1
%#arto( 9ama( Gl&d#las( <@tase( Dois em #m( Dois em &ada( Dever 9#m,rido( !# a,a+ada( Ade#s( ade#s1
oras( dias( Meses( a&os( Cãs( e&+a&os( Dese&+a&os( Q9#o( &#sea( I&di8ere&ça( Ci,reste( olvido(
De#s ade#s1
O tLt#lo do ,oema é #ma re8er<&9ia e@,lL9ita a #m dos te@tos mais 9r#éis da literat#ra #&iversal( a &ovela de !eo& olstJi( A morte de *van *litch ( de8i&ida ,or Qladimir NaboYov 9omo a obra mais artLsti9a( mais ,er8eita e de mais so8isti9ada realiação do mesmo a#tor de Guerra e pa!2
Seria i&9oer<&9ia &a vida de #m ,ro8essor 9oere&te &ão saber o# &ão ;#erer 9olo9ar se#s al#&os dia&te do ,eri+oso tema do se&tido da vida1 A &arrativa de olstJi( 9om sim,li9idade e 9o&t#&d<&9ia( 9o&t#&d<&9ia( 8a-&os re8letir a res,eito1 "m 'omem de meia idade( sem +ra&des ;#alidades e sem +ra&des de8eitos( vive #ma e@ist<&9 e@ist<&9ia ia i&til i&til o#111 o#111 ;#ase ;#ase i&til1 i&til1 "m e+oLsta e+oLsta bem-s#9e bem-s#9edido dido(( #m 9idadão 9idadão 9om#m( 9om#m( 9omodist 9omodistaa =embora dedi9ado ao trabal'o?( ate&to Ks o,ort#&idades ,ro8issio&ais1 "m res,eitvel ,ai de 8amLlia( #m 'omem ,ra+mti9o( ;#e 9#ltiva se#s ami+os( a9ale&ta s#as ambiçHes m#&da&as( t#do de&tro da &ormalidade da vida &ormal e medLo9re1 Fi9a doe&te( ;#a&do me&os es,era( &ão obsta&te dev
es,el'o da dor e do deses,ero1 A morte( abismo &e+ro ,ara o ;#al todos 9ami&'amos 9om maior o# me&or 9o&s9i<&9ia( 9om maior o# me&or resi+&ação( abre-se dia&te do ,erso&a+em( ;#e 9omeça a ,er9eber( dia&te do i&e@orvel( a 8#tilidade de s#a e@ist<&9ia( a 8alsidade de s#as 9o&;#istas ,ro8issio&ais( 8i&a&9eiras( so9iais1 Iva& 9omeça a a8#&dar &a areia movediça do so8rime&to1 Começa a a8#&dar-se &o medo( &a a&+stia( &o Jdio( &o ,&i9o( &o deses,ero1 Falta ,o#9o ,ara ,erder-se &o &ada1 Se# ra&9or 9o&tra os o#tros( 9o&tra os 8amiliares( e 9o&tra si mesmo( é ime&so1 Mas( ma 9erta alt#ra da &ovela( este ra&9or desa,are9e1 "ma 'ora a&tes da s#a morte( o morib#&do( até a;#ele mome&to e&volto &a 9o&8#são i&terior( 9o&se+#e 9om,ree&der o so8rime&to dos vivos e e@,erime&ta #ma ,ro8#&da 9om,ai@ão ,ela m#l'er( ,elo 8il'o111
E $#stame&te e&tão Iva& Ilit9' 9ai# &o 8#&do1 Diviso# a ,e;#e&a l# e de#-se 9o&ta de ;#e s#a vida &ão 8ora o ;#e deveria ter sido1 Mas ,er9ebe# também ;#e ai&da era ,ossLvel 9orri+i-la1 Per+#&to# a si mesmo2 O ;#e é a;#ilojjf( e a9almo#-se( ,ro9#ra&do o#vir al+#ma 9oisa1 Foi ;#a&do se&ti# ;#e al+#ém l'e bei$ava a mão1 Abri# os ol'os e vi# o 8il'o1 eve ,e&a dele1 S#a m#l'er a,ro@imo#-se1 Ol'o#-a também1 Pras9Jvia FiJdorov&a Golovi&a 8itava-o 9om deses,ero( a bo9a aberta( l+rimas &ão e&@#+adas sobre o &ari e a 8a9e1 ambém teve ,e&a dela1 Sim( e# esto# atorme&ta&do todo m#&dof( ,e&so#1 Eles t
!eo& olstJi era #m ob9e9ado ,ela morte( e de8e&dia #ma tese m#ito ,e9#liar1 A de ;#e( &o mome&to em ;#e #ma ,essoa a,re&de realme&te a ,e&sar e re8letir( ele+e( ,or ativa o# ,assiva( o tema re9orre&te da morte1 Passa a ,e&sar &a morte diariame&te( mesmo ;#a&do est ,e&sa&do em o#tras 9oisas1 A vida vaia do 'omem esvaiado de ideais +e&erosos( de #ma visão tra&s9e&de&te( se$a ele #m b#ro9rata &a Rssia do sé9#lo I( 9omo Iva&` se$a ele #m o#tro Iva&( #m es9rit#rrio brasileiro em )30/( 9omo &o ,oema de Uosé Pa#lo Paes` se$a ele #m de &Js( &o i&L9io do sé9#lo
I` se$a ele ;#em 8or &o tem,o o# &o es,aço( ,oss#i o vaio de ;#em &ão re8leti# radi9alme&te e( ,or isso( ai&da &ão des9obri# a s#a 9o&dição de ,essoa( realidade ;#e 9o&8ere se&tido K vida e( ,orta&to( K morte1 O 9riador da !o+otera,ia( QiYtor Fra&Yl( relata ;#e 9erta ve 8oi mi&istrar #ma ,alestra m ,resLdio &orte-ameri9a&o( e l so#be ;#e #m 'omem 9'amado Aaro& Mit9'ell( 9o&de&ado K morte( seria e@e9#tado &a 9mara de +s( &a ma&'ã do dia se+#i&te1 Pediram ao Dr1 Fra&Yl( ;#e ,asso# ,or al+o semel'a&te ;#a&do ,risio&eiro em A#s9'>it( o 8avor de diri+ir K;#ele al+#mas ,alavras1 O ,roblema é ;#e sJ ,oderia 9om#&i9ar-se 9om ele ,or i&termédio de #m mi9ro8o&e( de modo ;#e todos os demais ,residirios o o#viriam também2
Ima+i&em a sit#ação e a mi&'a ver+o&'a dia&te desse ,edido1 Mas e# ti&'a de dier al+#ma 9oisa ao 9o&de&ado( e a9abei im,rovisa&do mais o# me&os estas ,alavras \ Sr1 Mit9'ell( de al+#ma 8orma ,e&so ;#e ,osso 9om,ree&der a s#a sit#ação1 A8i&al( também e# vivi al+#&s a&os K sombra da 9mara de +s1 Mas( a9redite em mim( mesmo &a;#ela sit#ação &ão d#videi em mome&to al+#m do se&tido i&9o&di9io&ado da vida1 O# a vida tem #m se&tido( e e&tão ela o retém mesmo ;#e vivamos #m tem,o relativame&te 9#rto` o#( se &ão o tiver( &ão o +a&'aria mesmo ;#e vivamos toda a eter&idade1 Até #ma vida 8al'ada( 9#$o ,assado ,are9e totalme&te destit#Ldo de se&tido( ,ode ai&da ser ,ree&9'ida de 8orma retroativa ,ela ma&eira 9omo tomamos ,osição dia&te de &Js mesmos e &os tra&s9e&demos a &Js ,rJ,rios &essa tomada de ,osição1f A se+#ir( 9o&tei-l'e a 'istJria da morte de Iva& Ilit9'( de olstJi( ;#e tor&a t#do m#ito mais 9laro do ;#e e# ,oderia 8a
Si+&i8i9ativo ;#e a 'istJria da morte de Iva& Ilit9' te&'a tor&ado t#do m#ito mais 9laro ,ara a;#eles 'ome&s ma sit#ação-limite( &o limiar da morte i&evitvel1 ;#e esta &ovela( de,ois de to9ar a br#talidade de #ma vida des,erso&aliada \ ,or mais ,ro8issio&alme&te de9e&te ;#e te&'a sido essa vida( ,or mais ,oliti9ame&te 9orreta ;#e te&'a sido( ,or mais a,rovada ;#e te&'a sido ,elos 9ritérios so9iais \( a,rese&ta também( em 9lave literria( #ma saLda1 E 9omo se il#mi&am &ossas 9o&s9i<&9ias ao des9obrirmos ;#e( embora &ão ,ossamos 8aer #m &ovo 9omeço( #m &ovo
8im re9ria a vida toda1 a des9oberta de ;#e ,odemos 9o&8erir #m se&tido até mesmo K;#ilo ;#e &ão ti&'a se&tido1 O se&tido da vida &ão é #ma dis9i,li&a es9olar es,e9L8i9a1 Não de,e&de de 9a,a9idade i&tele9t#al1 em m#ito mais a ver 9om a abert#ra i&te+ral de &osso ser ,ara a realidade1 al+o mais ,rJ@imo da se&sibilidade éti9a e estéti9a( ;#e ,ode ser obs9#re9ida em me&tes ,rivile+iadas( ;#e dão belas ,alestras sobre éti9a111 O ,rJ,rio Fra&Yl observava ;#e &ão 8oram a,e&as al+#&s mi&istérios de :erlim ;#e i&ve&taram as 9maras de +s de Maida&eY( A#s9'>it( rebli&Ya2 elas 8oram ,re,aradas &os es9ritJrios e salas de a#la de 9ie&tistas e 8ilJso8os &iilistas( e&tre os ;#ais se 9o&tavam e 9o&tam al+#&s ,e&sadores a&+lo-sa@&i9os la#reados 9om o Pr
O médi9o diia ;#e os so8rime&tos 8Lsi9os de Iva& Ilit9' eram terrLveis( e diia a mais ,#ra verdade` mas se#s so8rime&tos morais eram ai&da mais terrLveis ;#e os 8Lsi9os( e eram a;#eles os mais tort#ra&tes1 Os se#s so8rime&tos morais a+#çaram-se ;#a&do( &a;#ela &oite( ao 9o&tem,lar o rosto bom( de maçãs salie&tes( de G#erssim( ;#e 9o9'ilava( assalto#-o a dvida2 E se realme&te toda a mi&'a vida( a mi&'a vida 9o&s9ie&te( &ão 8oi o ;#e deveria ter sido( e se ela 8oi o#tra 9oisajjf Qeio-l'e K me&te ;#e ,oderia ser verdade a;#ilo ;#e l'e ,are9era a&tes #ma im,ossibilidade absol#ta( o# se$a( ;#e a s#a e@ist<&9ia tivesse sido vivida do modo 9o&trrio 9omo deveria
ter sido1 Qeio-l'e K me&te ;#e( e&;#a&to l#tava ,ara 9o&;#istar a;#ilo ;#e as ,essoas mais altame&te 9olo9adas 9o&sideravam bom e 9orreto( as veleidades ;#ase im,er9e,tLveis ;#e se&tia e imediatame&te re,elia talve 8ossem $#stame&te as verdadeiras( e t#do o mais 8osse a,e&as me&tira1 Os se#s deveres ,ro8issio&ais( a s#a vida bem or+a&iada( a s#a 8amLlia( e esses i&teresses da so9iedade( t#do isto talve &ão ,assasse de me&tira1 e&tava ai&da( dia&te de si mesmo( de8e&der t#do o ;#e 8e( mas de re,e&te se&ti# a 8ra+ilidade da;#ilo ;#e de8e&dia1 Não 'avia mais &ada a de8e&der1 Mas se isto é assimf( disse ele 9o&si+o( e se e# dei@o a vida 9om o se&time&to de ter des,erdiçado e destr#Ldo t#do o ;#e me 8oi dado( e se &ão ,osso mais 9orri+i-lo( o ;#e vai ser de mim e&tãof Deito#-se de 9ostas e 9omeço# a e@ami&ar toda a s#a vida de #m ,o&to de vista 9om,letame&te &ovo1 %#a&do vi# de ma&'ã o 9riado( de,ois a m#l'er( de,ois a 8il'a( de,ois o médi9o( 9ada #m dos +estos deles( 9ada #ma das s#as ,alavras 9o&8irmava a 'orrLvel verdade ;#e se revelara a ele &a &oite a&terior1 Revia-se &eles( t#do a;#ilo ;#e ele vivera eles viviam a+ora( e via 9larame&te ;#e &ada da;#ilo deveria ser da;#ela 8orma( ;#e t#do &ão ,assava de #ma des9om#&al me&tira( de #ma ,avorosa me&tira ;#e o9#ltava a vida e a morte1
O 'o$e me&os lido e 9o&'e9ido ,e&sador G#stavo Corção =&as dé9adas de 5. e 0. era #m bestseller (
,elo me&os e&tre os 9atJli9os? tra&s9revia em se# roma&9e( ?iç5es de Abismo( #m
tre9'o desta &ovela de olstJi1 O ,erso&a+em de Corção é #m 'omem 9om#m1 em #m &ome 9om#m( Uosé Maria =E a+ora( Uosé Maria?1 em #ma ,ro8issão res,eitvel( é ,ro8essor1 E( ao des9obrir estar 9om le#9emia( es9reve s#as re8le@Hes m dirio( ao lo&+o dos derradeiros meses de vida1 A ,assa+em es9ol'ida ,or Corção é a se+#i&te2
Iva& Ilit9'( ve&do ;#e ia morrer( deses,erava-se1 No 8#&do da alma sabia( estava 9erto de ;#e ia morrer( mas era i&9a,a de se 'abit#ar K idéia` &ão a 9om,ree&dia se;#er` &ão 9o&se+#ia realme&te assimil-la1 O e@em,lo de silo+ismo ;#e a,re&dera &o maal de iese>eter( todos os 'ome&s são mortais( ora( Caio é 'omem( lo+o Caio é mortalf( ,are9ia-l'e e@ato e&;#a&to se tratasse de Caio( mas &ão ;#a&do se tratasse dele( Iva&1 Caio era 'omem( #m 'omem( 'omem-em-+eral( lo+o era 8orçoso ;#e morresse1 Mas ele( Iva&( &ão era Caio` &em era #m 'omem-em+eral1 Era Iva&( #m ser K ,arte( totalme&te K ,arte dos o#tros seres1 Era o ,e;#e&o Q&ia ,ara a s#a mamãe( ,ara o se# ,ai( ,ara MLtia e ,ara QolJdia1 Era Q&ia também ,ara a ama-se9a e ,ara o 9o9'eiro` e mais tarde ,ara tie&Ya1 Em todas as ale+rias( em todo os so8rime&tos( em todos os e&t#siasmos da i&8&9ia( da adoles9<&9ia e da $#ve&t#de( ele sera sem,re Q&ia1 Co&'e9ia Caio( ,orve&t#ra( o 9'eiro da;#ela bola de 9o#ro 9om ;#e Q&ia bri&9ava :ei$ava Caio( 9omo Q&ia( a mão de s#a mãe O#via a9aso o r#+e-r#+e do vestido de seda ;#a&do ela ,assava Fora ele( ai&da( ;#e leva&tara &a es9ola a ;#estão dos ,astéis A' E amara ele( Caio( 9omo Q&ia ti&'a amado O# 9omo Q&ia( &ão( 9omo Iva& Ilit9'( seria ele 9a,a de ,residir #ma sessão do trib#&al Caio é 9om e8eito mortal( e é $#sto ;#e morra1 Mas e#( Q&ia( Iva& Ilit9'( 9om todos os me#s ,e&same&tos( 9om todos os me#s se&time&tos( so# o#tra 9oisa( 9om,letame&te o#tra( e ,are9e-me im,ossLvel ;#e deva morrer1 Seria 'orrLvel demais1 Se e# tivesse de morrer =9omo Caio?( bem 'avia de saber` #ma vo i&terior diia-mo1 Mas &9a me disse ela tal 9oisa1 E#( e 9ada #m de me#s 9ole+as de lJ+i9a( 9om,ree&demos m#ito bem ;#e 'avia #m abismo e&tre Caio e &Js1 E eis ;#e a+ora111 Não im,ossLvel1 E 9o&t#do assim é1 Mas 9omo Como 9om,ree&der isto
A ARTE ARTE DE ENSINAR
Gabriel Perissé
A ARTE DE ENSINAR
São Paulo 2004
© Gabriel Perissé Reservam-se os direitos desta edição a FRANCISCO DE MONIEI !"NA R#a Ma$or %#edi&'o( ))) * +r#,o )./ CEP .)..-.0. São Pa#lo * SP els12 )) 334 )556 )) )03 .566 E-mail2 l#&a78ra&9is9ol#&a19om1br
IS:N
Ca,a A&a !asevi9i#s E-mail2 a&alasevi7#ol19om1br
"ma boa a#la &e9essita de #m ;#arto de ,re,aração e tri&( es9ritora &orte-ameri9a&a?
ÍNDICE PREFÁCIO INTRODU!O PARTE I * ENSINAR COM ARE
A ,ai@ão de e&si&ar E&si&ar é tra&sbordar As virt#des do ,ro8essor 9riativo PARTE II * ENSINAR COM COERNCIA
A#to9o&'e9ime&to e 9oer<&9ia A li&+#a+em do9e&te O se&tido da vida2 tema tra&sversal PARTE III * ENSINAR COM PRABER
O dilo+o 9omo ,ri&9i,al i&str#me&to didti9o O ,raer de e&si&ar O ,ro8essor est#dioso CONC"US!O "I#ROS CONSU"TADOS
PREFÁCIO Co&'e9i o ,ro8essor Gabriel Perissé &o a&o de ..)( e &esses ltimos tr
todos &Js( ,ais( ,ro8essores( diri+e&tes ,olLti9os( de todos os 9idadãos 9o&s9ie&tes de &ossa res,o&sabilidade ,ara 9om as ,rJ@imas +eraçHes1
Fra&9is9o de Mo&tiei !#&a
INTRODU!O E&si&ar é =ma de8i&ição m#ito sim,les( e 9ertame&te i&9om,leta? 9om#&i9ar e@,eri<&9ias i&s,iradoras1 Por isso( a ,essoa ;#e ,rete&de e&si&ar ,re9isa ter #ma vida variada e ri9a( ,ro8#&da( i&te&sa( i&sti+a&te( #ma vida-arte1 A ,alavra e@,eri<&9ia é mais ,eri+osa do ;#e se ,e&sa1 em em a ver( etimolo+i9ame&te( etimolo+i9ame&te( 9om expertus( isto é( a;#ele ;#e e@,erime&to#( ;#e se e@,s ao ,eri+o de errar =e de a9ertar?( ;#e
8oi
9om,rovar 'i,Jteses( veri8i9ar s#s,eitas( ;#e se la&ço# ao est#do vivo da realidade1 E( &esse ato de ,r-se em ris9o de 9o&'e9er o &ovo( o di8ere&te( o isitado( vive# o periculum( ,alavra lati&a ;#e ,odemos trad#ir 9omo te&tativa( te&tativa e ,eri+o ;#e levarão a vitJrias o# red#&darão em 8ra9assos( mas sem,re( em ltima a&lise( trarão a,re&diado1 a,re&diado1 al9a&ça&do vitJrias e so8re&do 8ra9assos( é &os e@,erime&tos( &as te&tativas e tro,eços ;#e #m ,ro8es ,ro8essor sor a,re&de a,re&de e( ,or a,re&der a,re&der(( se tor&a tor&a #m peritus( a;#ele ;#e ad;#iri# #m saber ,or e@,eri<&9ia( a;#ele ;#e é sbio1 O sbi sbioo sabe sabe o sabo saborr do ;#e ;#e sabo sabore reo# o#(( do ;#e ;#e e&te e&te&d &de# e#(( do ;#e ;#e so8r so8re# e#(( do ;#e ;#e e@,erime&to#( do ;#e ,rovo#2 o amar+o( o do9e( o sal+ado( o aedo( o a+rido9e( e até mesmo o i&sosso da vida1 A im,erL9ia( ,or o#tro lado( res#lta deste &ão ;#erer ,assar ,or &e&'#m ,eri+o( deste ,erma&e9er &a se+#ra i+&or&9ia( &a i&si,i<&9ia de se ater ao mL&imo &e9essrio1 O ,erito sabe dos ,eri+os1 Qiver é ,eri+oso( re,etia Riobaldo atara&a( ,erso&a+em de G#imarães Rosa1 Qiver é ,eri+oso Por ;#< E&si&ar também é ,eri+oso Qiver e e&si&ar( dois ,eri+os m#ito semel'a&tes1 semel'a&tes1 Por;#e o e&si&ar e o viver im,li9am 8aer #ma travessia re,leta de di8i9#ldades1 #ma ,assa+em do 9o&'e9ido ,ara o des9o&'e9ido( do a9abado ,ara o i&a9abado( do asse+#rado ,ara o i&9o&9l#so( do ,erma&e&te ,ara o i&9om,leto1 i &9om,leto1 Sem,re em b#s9a de ,le&it#de1 Riobaldo di2 O se&'or es9#te me# 9oração( ,e+#e &o me# ,#lso1 O se&'or avista me#s 9abelos bra&9os111 Qiver Qiver T &ão é T é m#ito ,eri+oso1 Por;#e ai&da &ão se sabe1 Por;#e a,re&dera-viver é ;#e é o viver( mesmo1 Esta ,assa+em est ;#ase &o 8i&al do livro Grande sertão: veredas( de,ois ;#e o &arrador 9o&to# s#a 'istJria( at#o# 9omo ,ro8essor deste se&'or( deste o#vi&te ;#e somos &Js( se#s leitores( se#s al#&os1
Qiver é ,eri+oso( e é &esse viver ;#e a,re&demos1 E ;#em a,re&de re9ebe a missão de e&si&ar1 Mas e&si&ar 9om arte( 9om 9oer<&9ia( e 9om ,raer1 E@,eri<&9ia de vida( e@,eri<&9ia de leit#ra( e@,eri<&9ia de trabal'o1 E@,eri<&9ia ;#e 8a &as9er 9abelos bra&9os( mesmo ,ara o mestre ;#e ai&da &ão os tem1 O ,ro8essor ,re9isa ser #m ,erito em '#ma&idade( sem &e9essidade de &e&'#m ,eda+o+
PARTE I $ ENSINAR CO% ARTE
CAPÍTU"O & A paixão de ensinar E&si&ar é a,ai@o&a&te1 %#a&do e@,erime&tam essa ,eri+osa ,ai@ão( ,ro8essores e ,ro8essoras a,ai@o&adas ,assam a a9ordar 9edo e dormir tarde( movidos ,ela idéia 8i@a de ;#e ,odem mover o m#&do1 A,ai@o&ados( es;#e9em a 'ora do almoço e do $a&tar2 estão mais ,reo9#,ados em 9ombater as mlti,las 8omes ;#e( de mlti,las 8ormas( debilitam as i&teli+<&9ias1 Os ,ro8essores a,ai@o&ados estão em,ol+ados ,ela arte de e&si&ar( ;#e é a arte de dar 9o&te@to a todos os te@tos1 E &ão ' ,rete@tos ;#e $#sti8i;#em( ,ara esses ,ro8essores( #m +ra# a me&os de ,ai@ão1 Pai@ão( a;#i( &ada tem a ver 9om ma&i8estaçHes de roma&tismo barato1 A,ai@o&ar-se sai 9aro Os ,ro8essores a,ai@o&ados( 9om o# sem 9arro( b#i&am o sil<&9io 9omodista( dão 9aro&a ,ara os al#&os ;#e moram mais lo&+e do 9o&'e9ime&to( saem 9a&ta&do o ,&e# da ale+ria1 Se estão a,ai@o&ados( e 9ertame&te estão( 8aem da sala de a#la #m es,aço de 9&ti9os( de <&8ases( de sL&teses ;#e demo&stram( ,ela via do 9o&traste( o abs#rdo ;#e é viver sem ,ai@ão( e&si&ar sem ,ai@ão1 D ,e&a( d 9om,ai@ão ver o ,ro8essor desa,ai@o&ado( so&'a&do a9ordado 9om a a,ose&tadoria( 9o&ta&do &os dedos os dias ;#e 8altam ,ara as s#as 8érias( 9ata&do &o 9ale&drio os ,rJ@imos 8eriados( $o+a&do se# di&'eiro em loterias ,ara( se De#s ;#iser( ,oderem ,arar de trabal'ar e viver de #m +ol,e de sorte1 Os ,ro8essores a,ai@o&ados sabem m#ito bem das di8i9#ldades( do desres,eito( das i&$#stiças( até mesmo dos 'orrores ;#e ' &a ,ro8issão1 Mas o ,ro8essor a,ai@o&ado &ão dei@a de ,ro8essar( e se# ,rotesto é 9o&tiar ama&do a,ai@o&adame&te1 Co&tiar ama&do é &ão ,erder a 8é( ,alavra ,e;#e&a ;#e &ão se dil#i &o 9a8é ralo( &ão 8o+e ,elo ralo( &ão se a,a+a 9omo #m traço de +i &o ;#adro1 er 8é im,ede ;#e o medo esma+#e o amor( ;#e as alie&açHes a&ti+as e &ovas s#bstit#am a l9ida es,era&ça1 Dar a#las &ão é 9o&tar ,iada( mas ;#em d a#la sem '#mor &ão est 9om &ada( e&si&ar é #ma 8orma de oração1 Não essa oração 9'a9oal'ar de ,alavras sem se&tido( 9om vo melosa o# rLs,ida1 Mera oração s#bordi&ada( e mais &ada1 Os ,ro8essores a,ai@o&ados ;#erem t#do( todas as o,eraçHes1 %#erem m#lti,li9ar o tem,o( somar os es8orços( dividir os ,roblemas ,ara sol#9io&-los1 %#erem a&alisar a ;#Lmi9a da realidade1 %#erem traçar o ma,a de isitados teso#ros1 SJ &ão ;#erem dimiir s#a ,ai@ão1
Os ol'os dos ,ro8essores a,ai@o&ados bril'am ;#a&do( &o meio de #ma e@,li9ação( ,er9ebem o sorriso do al#&o ;#e e&te&de# al+o ;#e eles mesmos( ,ro8essores( &ão es,eravam e@,li9ar1 A ,ai@ão é i&e@,li9vel( mas é também i&dis8arçvel1 O a,ai@o&ado( mesmo ;#e ;#isesse( &ão 9o&se+#iria me 9o&ve&9er de ;#e a;#ele se# bril'o &o ol'ar é 8alta de e&t#siasmo( de ;#e a;#elas ,alavras s#as são e@,ressão de tédio( de ;#e a;#ela s#a vo&tade de dialo+ar é si&al de des&imo1 O e&t#siasmo( si&al i&e;#Lvo9o da ,ai@ão( 8a 9om ;#e a me&te '#ma&a &ão ;#eira ,arar de 9res9er1 O ,ro8essor e&t#siasmado &9a e&$oa de ver-se a si mesmo 9omo #ma ,essoa a des9obrir &ovos i&teresses( res,o&de&do a &ovos estLm#los( dese&volve&do &ovos ra9io9L&ios1 Estar a,ai@o&ado é a,ai@o&a&te1 Os ,ro8essores a,ai@o&ados 8aem os al#&os se&tirem ;#e al+o de &ovo 9omeça a s#r+ir em s#as vidas1 Al+o de &ovo ;#e tra&s8ormar os al#&os em artistas da vida( artistas do est#do( artistas do amor( artistas &o se&tido mais am,lo da ,alavra1 E&si&ar 9om arte re;#er al+#mas 9o&diçHes ;#e iremos de8i&i&do e e@,li9a&do ao mesmo tem,o1 Re;#er( em ,rimeiro l#+ar( ;#e o ,ro8essor 9o&'eça a;#ilo ;#e ,rete&de e&si&ar1 "ma idéia ;#e 9'e+a a ,are9er ba&al1 Al+#ém dir2 Mas é lJ+i9o ;#e o ,ro8essor ,re9isa 9o&'e9er a;#ilo ;#e ,rete&de e&si&ar1 !J+i9o Não ' dvida Mas &em sem,re o lo+i9ame&te lJ+i9o 8a ,arte da lJ+i9a da &ossa realidade ilJ+i9a1 %#a&do e# di+o 9o&'e9er( re8iro-me a vrios +ra#s e ti,os de 9o&'e9ime&to( e devemos sem,re observar a;#ilo ;#e diemos 9o&'e9er( a 8im de veri8i9ar se o 9o&'e9ime&to ;#e ,oss#Lmos da realidade 9o&'e9ida é o &e9essrio ,ara a tare8a de e&si&ar ( ,or e@em,lo( #m +ra# de 9o&'e9ime&to ;#e é o vislumbre1 Qisl#mbrar si+&i8i9a ter #ma idéia im,re9isa( baseada ma evid<&9ia i&9om,leta1 %#em visl#mbra v< 9om di8i9#ldade1 Esto# e&volvido ,or #ma l# 8ra9a( e visl#mbro de lo&+e al+#mas sombras1 Qe$o o ;#e ,osso1 Ora( ter este +ra# de 9o&'e9ime&to 9om relação a #m tema me&or é ter #m +ra# i&s#8i9ie&te de saber1 Se e#( ,ro8essor de +ramti9a( te&'o a,e&as #m visl#mbre sobre as re+ras da 9rase( este visl#mbre &ão me a#toria a 8alar sobre a 9rase1 Por o#tro lado( o visl#mbre 9om relação a temas 9om,le@os tor&a-se altame&te lo#vvel e i&di9a #m &Lvel de 9om,ree&são basta&te 9#idadoso1 Se e# di+o( ,or e@em,lo( ;#e 9omeço a visl#mbrar al+#&s atrib#tos do tem,o absol#to( esse me# visl#mbrar ser 8r#to de #m lo&+o est#do e de #ma ,ossLvel vitJria sobre mi&'as limitaçHes i&tele9t#ais1
O#tro +ra# de 9o&'e9ime&to =talve seria mel'or dier o#tro modo de 9o&'e9ime&to? é a lembra&ça( o# a vislumbrança( &eolo+ismo de G#imarães Rosa m de se#s livros1 !embrar também é 9o&'e9er( &a medida em ;#e é ter #ma 9erta idéia do ,assado( +#ardar #ma me&sa+em do ,assado( ;#e( embora se 9'ame ,assado( 9o&siste &a;#ilo ;#e &ão ,asso#1 !embrar sem de9orebas1 De9oreba( ,alavra ,e$orativa( si+&i8i9a( 9omo todos sabemos =Ks vees ,or ,rati9-la?( reter dados e i&8ormaçHes( em +eral ,ara 8aer ,rovas e ,restar e@ames es9olares( mas sem a &e9essria ,reo9#,ação de e&te&der estes dados e i&8ormaçHes( e rela9io&-los 9om o#tros( e 8aer desses dados e i&8ormaçHes 9ami&'o ,ara a sabedoria1 De9oreba &ada tem a ver 9om assimilação do esse&9ial1 U a ,alavra de9orar( em s#a rai( é +#ardar &o 9oração( cor em latim( o l#+ar da i&teli+<&9ia( se+#&do os a&ti+os1 Em i&+l
De9oramos a;#ilo ;#e e&te&demos e amamos =e e&te&demos ,or;#e amamos?1
Sabemos de 9or( ,or e@em,lo( o &mero do tele8o&e de #m ami+o( amicus( ;#e ,rovém do verbo lati&o amare( amar1 Memoriamos a;#ilo ;#e amamos1 E( ,or o#tro lado( es;#e9emos a;#ilo ;#e sai do &osso 9oração( 9omo me e&si&o# o ,ro8essor Uea& !a#a&d( mostra&do a vera9idade dessa i&t#ição li&+VLsti9a &as e&treletras da ,alavra italia&a #tiliada ,ara es;#e9er2 scordarsi1 O#( ai&da( 9omo e# li m te@to de #ma bril'a&te al#&a de !a#a&d( e bril'a&te ,ro8essora de 9'i&
9o&trovertida ;#e 8oi a;#ele 'omem(
XilYer di ;#e &ão ti&'a i&teresse em 8alar 9omo ele &em em se 8aer ,assar ,or ele1 Não es9o&dia esta s#a o$eria i&i9ial1 "m 8ator determi&a&te é ;#e &ão se se&tia 8isi9ame&te ,are9ido 9om o ,erso&a+em e( de 8ato( &o i&L9io das +ravaçHes( &ão 9o&se+#ia de9orar direito as s#as 8alas1
No e&ta&to( K medida ;#e o 8ilme 8oi se&do rodado( 9omeço# a re9ol'er i&8ormaçHes( a 9o&viver 9om a realidade do 'omem ;#e 9arre+ava sob a 9a,a a s#a l#rdi&'a =#ma metral'adora?( ,asso# a e&te&der mel'or o ;#e a9o&te9era &a;#ela é,o9a =a&os 0.-6.?( &a :ai@ada Fl#mi&e&se( &o Rio de Ua&eiro( e o ,ro9esso de i&ter,retação tor&o#-se i&9o&trolvel1 Não a9redito ;#e o ,erso&a+em bai@o# em mim T disse o ator T( mas a9o&te9e# al+o a ,o&to de 8amiliares dele( os 8il'os em es,e9ial( 9'orarem ao me ver &a tela1 A 8il'a dele me disse ;#e e# era a 9ara do ,ai dela1 Não ;#eiramos de9orar a;#ilo ;#e &ão ;#er e&trar em &osso 9oração1 O#( e&tão( abramos 9om em,e&'o o &osso 9oração e ,assemos a amar a;#ilo ;#e est#damos1 O ,ro8essor ;#e lembra 9om 8a9ilidade a;#ilo ;#e sabe( o ,ro8essor ;#e i&ter,reta 9om ,ai@ão a;#ilo ;#e a,re&de#( ,oder des,ertar &os al#&os #ma ime&sa vo&tade de amar( e de( aL sim( est#dar 9om +osto e saber de 9or e salteado a;#ilo ;#e ,re9isam est#dar1 "m ,ro8essor desmemoriado est desmembrado1 S#a a#la se ,erde &os desvãos do sil<&9io 9o&stra&+edor2 Essa é a raão ,ela ;#al111 a raão ,ela ;#al111 Me# De#s( ;#al era a raão mesmo Com,aremos o ,ro8essor vLtima de am&ésias mome&t&eas ao ,ro8issio&al de #ma ,a,elaria ;#e &ão so#besse em ;#al ,rateleira estaria tal o# tal 9oisa ;#e l'e 8oi ,edida2 E# sei ;#e est a;#i111 Estava a;#i( te&'o 9ertea1 O# ser ;#e e# tirei da;#i111 O# ser ;#e al+#ém tiro# da;#i e &ão me aviso#1 O'( me# De#s111 De#s &ada tem a ver 9om essa 8alta de memJria1 E &ada tem a ver 9om 8alta de memJria o ,ro8essor es;#e9er #ma mi&9ia1 des9#l,vel es;#e9er #ma o# o#tra 9oisa1 Zs vees ,or 9a&saço( Ks vees ,or #ma dessas bri&9adeiras ;#e a memJria &os ,re+a( 8i9amos 9om #ma i&8ormação( 9om #m &ome im,orta&te111 &a ,o&ta da lL&+#a E da ,o&ta &ão ,#la ,ara 8ora da bo9a1 "m est#dioso da memJria '#ma&a( Da&iel S9'a9ter( 9om,ara esta 8al'a da memJria K se&sação ;#e se&timos ;#a&do estamos ,restes a es,irrar111 e o es,irro &ão es,irra Certa ve( e# ,assei ,or #ma sit#ação dessas 9om relação ao &ome da embar9ação ;#e o 8amoso e@,lorador dos mares( o 8ra&9
Se e# ,re9iso e&si&ar o ;#e é eletri9idade( &ada 9omo saber 9om basta&te e@,eri<&9ia o ;#e é #m 9'o;#e elétri9o ,ara ;#e o al#&o &ão saia da sala 9'o9ado 9om a mi&'a 8alta de 9o&'e9ime&to1 Se e# ,re9iso e&si&ar #m idioma( &ada 9omo ter vivido &o ,aLs =o# &os ,aLses? em ;#e se 8ala o idioma em ;#estão( e ter a,re&dido detal'es e a&9es ;#e raros livros( o# ;#e mesmo &e&'#m livro 9o&se+#e tra&smitir1 Se e# ,re9iso e&si&ar ar;#eolo+ia( &ada 9omo ser #m 9açador de ar9as ,erdidas e 9o&tar aos al#&os 9om ;#a&tos metros se 8a #ma es9avação1 Se e# ,re9iso e&si&ar métodos de ve&da( &ada 9omo ter se&tido &a ,ele o sol ;#e os ve&dedores de r#a $ se&tiram( &ada 9omo ser #m ,ro8essor sem &e&'#ma ve&da &os ol'os( #m ,ro8essor ;#e saiba realme&te 9omo ve&der este 9o&'e9ime&to ao al#&o Se e# ,re9iso e&si&ar 9omo es9rever #m livro( &ada 9omo ter a9ordado vrias vees &o meio da &oite( e ter visto a 8#+a das ,alavras( e ter tido re9eio ;#e me ro#bassem #ma met8ora( e ter es,erado a res,osta de #ma editora( e ter revisado o te@to mil'Hes de vees( e ai&da assim( 9om o livro ,#bli9ado( ter e&9o&trado o maldito erro orto+r8i9o ,#l#la&do &a mi&'a 8re&te( 8ae&do ,ir#etas imorais1 Se e# ,re9iso e&si&ar o ;#e 8or( &ada mel'or do ;#e ter vivido &a ,rti9a o ;#e( em +eral( temos de e@,or 9om ,alavras1 Mas ,alavras ;#e devem ser a,ai@o&adas1 ai&da #m ti,o de 9o&'e9ime&to es,e9ial( #ma i&timidade ,ro8#&da 9om a;#ilo ;#e se dese$a e&si&ar( #m 9o&'e9er ;#e é #m 9o-&as9er( te&ta&do-se a;#i trad#ir #m maravil'oso tro9adil'o em 8ra&9
Co&'e9er é 9o-&as9er1 %#em 9o&'e9e ,ro8#&dame&te é ,or;#e 9o&vive a 8#&do 9om a;#ilo ;#e est#da1 Co-&as9er im,li9a #m &Lvel de e&tre+a ;#e #ltra,assa a obri+atoriedade1 Co&'e9er( &este se&tido( é &as9er 9om a;#ilo ;#e se 9o&'e9e( é dei@ar-se ,e&etrar ,elo &ovo 9o&'e9ime&to( mer+#l'ar &o 9o&'e9ime&to( im,re+&ar-se do 9o&'e9ime&to( e&9'ar9ar-se( embeber-se( re&as9er 9o&tiame&te 9om o 9o&'e9ime&to ad;#irido e re&ovado1 viver 5 'oras ,or dia ate&to aos desdobrame&tos da;#ele tema( da;#ele a#tor( da;#ela teoria1 O ,ro8essor( &este 9aso( ,re,ara as s#as a#las 9o&tiame&te( em ;#al;#er l#+ar em ;#e este$a( ,ois volta e meia est ,e&sa&do sobre o ;#e le#( est rele&do o ;#e $ e&te&de#( est veri8i9a&do a;#ilo ;#e o#vi#( est reve&do 9om 9alma a;#ilo ;#e $ atesto#1
"m res#ltado imediato deste 9o&'e9ime&to ;#e se tor&a 9o&at#ral( ;#e sai ,elos ,oros( #m 9o&tLo ,arto =&ão &e9essariame&te doloroso? de idéias( de i&t#içHes( de ar+#me&tos( é ;#e a li&+#a+em do ,ro8essor tor&a-se e@tremame&te 9lara( atrae&te( tra&s,are&te1 A assimilação do 9o&'e9ime&to 8oi tama&'a( ;#e o ,ro8essor 8ala do ;#e sabe 9omo se estivesse 9o&versa&do tra&;Vilame&te sobre #m ass#&to 9orri;#eiro( sem a me&or ,et#l&9ia( sem a me&or sombra de ,res#&ção o# vaidade1 A a#la 8l#i 9om &at#ralidade( 9om belea( 9om ,a( e ao mesmo tem,o abre 'orio&tes isitados ,ara os al#&os1 Co&'e9er a;#ilo ;#e ,rete&do e&si&ar1 Esta é a ,rimeira( esta é a Jbvia e mais im,orta&te 9o&dição ,ara ;#e e# ,ossa me 9o&siderar #m ,ro8essor1 Não é ,ro8essor a;#ele ;#e &ão ,ro8essa1 "m me&sa+eiro sem me&sa+em deve m#dar de ,ro8issão1 "m ,ro8essor ;#e &ão se e&tre+a( ;#e d a#las 9om a ra,ide =e ,or vees 9om a ris,ide111? de ;#em est 9orre&do sobre 9arvão em brasa( lo#9o ,ara sair da sala( #m ,ro8essor assim &ão é ,ro8essor1 ambém &ão é ,ro8essor a;#ele ;#e( ,elo 8ato de saber #m ,o#9o mais do ;#e sabem os se#s al#&os( a9redita ;#e a ;#al;#er mome&to( di+a o ;#e disser( $ estar e&si&a&do m#ito aos ,obres est#da&tes111 "ma se+#&da 9o&dição ,ara ;#e e# se$a #m ,ro8essor a,ai@o&ado ;#e e&si&a 9om arte é 9o&;#istar e 9o&servar o i&teresse dos al#&os1 Dia&te de #m ,ro8essor ;#e sabe realme&te o ;#e sabe( de #m ,ro8essor ;#e sabe al+o realme&te i&teressa&te( os al#&os 8i9arão em sil<&9io( 9#ltivarão o sil<&9io da ate&ção1 Este ,ro8essor( &o e&ta&to( ,re9isa saber ai&da mais1 Saber estar ,rese&te1 Não 9om #ma ,rese&ça ;#al;#er( &ão 9om a sim,les ,rese&ça 8Lsi9a1 Falo da ,rese&ça de #m ,ro8essor se+#ro( elo;Ve&te( 9#$os ol'os ,ro9#ram os ol'os dos al#&os( 9#$as ,alavras ,ro9#ram os o#vidos dos al#&os( #m ,ro8essor i&teressado em atrair o i&teresse de ;#em o o#ve1 Como 9o&;#istar a ate&ção dos al#&os Como 9o&se+#ir ;#e .( .( 5. o# mais al#&os em sala de a#la ol'em ,ara o ,ro8essor( se ,ossLvel sem ,is9ar Como 8aer 9om ;#e os al#&os absorvam &ovos e&si&ame&tos( e a&otem em se#s 9ader&os as 8rases mais bril'a&tes ;#e o ,ro8essor disser( o# as idéias( ai&da mais bril'a&tes( ;#e s#r+irem &a me&te deles( al#&os( ,or 8orça das ,alavras ,ers#asivas do mestre Como derr#bar a ;#arta ,arede( esta ,arede ima+i&ria ;#e 8i9a e&tre o ator e o se# ,bli9o Como demolir essa ;#arta ,arede( assim a de&omi&ava o dramat#r+o :ertolt :re9't( demolir essa il#sJria dist&9ia e&tre ,ro8essor e al#&os e dei@ar tra&s,are9er ;#e essa a#la( em toda a s#a teatralidade( é de 8ato #ma re,rese&tação( e ;#e de 8ato o ,ro8essor é #m artista ;#e sabe ;#e é artista
"ma das mais dolorosas e 9o&sta&tes ;#ei@as dos ,ro8essores é a 8alta de ate&ção da 9lasse1 M#itos ,ro8essores detestam ser ,ro8essores =embora $amais o di+am abertame&te? ,or;#e &ão 9o&se+#em ma&ter os al#&os ate&tos K s#a e@,la&ação( e se se&tem '#mil'ados ,or isso( desres,eitados( 8r#strados1 E( de 8ato( é #m desres,eito &ão dar o#vidos ao ,ro8essor( ;#e veio 9om a i&te&ção =sem se+#&das i&te&çHes? de ser o#vido1 A ri+or( bastaria #m mL&imo de bom se&so e boa ed#9ação ,ara ;#e os al#&os e&trassem em sala 9om a dis,osição =&ão di+o ;#e deva ser a &i9a dis,osição? de o#vir o ,ro8essor1 Co&sidero des&e9essrios +ra&des e elaborados ra9io9L&ios ,ara 9'e+armos K 9o&9l#são de ;#e assim deve ser2 o ,ro8essor( ,elo me&os m ,rimeiro mome&to( 8ala e o al#&o ,resta ate&ção1 Co&t#do( &ão é o ;#e sem,re a9o&te9e1 Em t#rmas de al#&os 9om 4( / a&os o# até 9om . e ta&tos a&os de idade( o ,ro8essor m#itas vees de,ara 9om a a,atia( 9om a a&ar;#ia =em sit#açHes mais +raves?( o# 9om a distração vol#&tria o# i&vol#&tria1 Esta distração( o# esta a&ar;#ia( o# esta a,atia terão mil 9a#sas( mas #ma ,oder ser de9isiva( e ,artir do ,rJ,rio ,ro8essor1 A 9a#sa é o ,ro8essor ser o ;#e e# 9'amo #m ,ro8essor materialista1 A;#ele ;#e rea todos os dias a Pro8issão de Fé &a s#a ;#erida matéria( se$a ela istJria o# Matemti9a( !L&+#a Port#+#esa o# %#Lmi9a1 O ,ro8essor materialista e&tra em sala ,ara dar a s#a matéria 9om toda a alma( e &ela e&9o&tra a rede&ção( mesmo ;#e a maioria dos se#s al#&os se$a e&viada ao i&8er&o da re,rovação( o# ao limbo da i+&or&9ia1 Materialista( o ,ro8essor &ão abre mão da matéria( e a ela se a+arra 9om todas as 8orças de se# es,Lrito1 Pro8essar e@9l#sivame&te #ma matéria é 8e9'ar os ol'os ,ara todas as o#tras( é materialiarse m 9ami&'o sem volta( ma estrada sem 9#rvas( m ,asseio sem atal'os1 O ,ro8essor materialista &ão tem o#tro ass#&to a &ão ser a matéria da ;#al e&te&de( e K ;#al e&tre+o# toda a s#a vida1 O material do ,ro8essor materialista tem #m &i9o 8ormato( #m &i9o 9'eiro( #ma &i9a melodia( #ma &i9a 9or( #m &i9o +osto( #ma &i9a te@t#ra1 %#em se&tir atração ,or essa matéria semimorta Os te@tos do ,ro8essor materialista te9em a mesma ro#,a ;#e ele #sa todos os dias1 O ,ro8essor materialista &ão &os dei@a es9a,ar1 #do tem de estar de&tro da matéria( e o ;#e 8ora est &ão e@iste( &9a e@isti#( $amais e@istir1 O ,ro8essor materialista ol'a 9om 9eti9ismo a i&terdis9i,li&aridade( a tra&sdis9i,li&aridade( a tra&sversalidade( e todas as verdades da ,eda+o+ia1
im,ossLvel errar se &ão sabemos o 9ami&'o1 Por isso é bom a,re&der a errar( errar em &ome da ,ai@ão1 Si&al de ;#e temos #m r#mo1 De ;#e ,odemos retom-lo a ;#al;#er mome&to1 E #m dia 9'e+ar o&de é ,re9iso 9'e+ar1 Mas 9'e+a de ima+i&armos os al#&os ,er8eitos Eles &ão e@istem( e estão ,or aL( aos mil'Hes( de&tro da ima+i&ação dos ,eda+o+os( &a &ossa ima+i&ação1 Os al#&os reais \ os ;#e de 8ato i&teressam \ são a;#eles ;#e ai&da temos ;#e des9obrir em &ossos al#&os1 São al#&os i&visLveis1 Al#&os aos ;#ais devemos e&si&ar a arte de 9ometer erros 9riativos1 A;#eles erros ;#e t#do e&si&am1 A;#eles erros ;#e &os dão as 9erteas ;#e valem a ,e&a1 N#m de se#s roma&9es( Caminhos cru!ados ( ,#bli9ado &a dé9ada de . do sé9#lo ,assado( ri9o Qerissimo mostra-&os #m ,erso&a+em ,ro8essor ;#e e# &ão 'esitaria em ;#ali8i9ar 9omo #m ,ro8essor materialista1 o Pro8essor Clarim#&do Ro@o( 9#$o so&'o se9reto é es9rever #m o,s9#lo ;#e se 9'amar O observador de "#rio( &o ;#al111 bem( dei@emos o ,rJ,rio so&'ador e@,li9ar-&os2 Esto# es9reve&do #m livro111 trata-se d#m 'omem ;#e l de SLrio111 vo9
A a#la est i&;#ieta( m #&#m de 9olméia assa&'ada1 O ar 8res9o da &oite e&tra ,elas $a&elas1 As 9arteiras ra&+em1 N#ma das e@tremidades da sala( #m ra,a 9o9'ila 9om a 9abeça e&9ostada K ,arede1 :em &a 8re&te( &a ,rimeira 8ila de ba&9os( as ,ost#ras são as mais diversas1 "m moço de J9#los e b#ço 9errado es9#ta ate&to( de bo9a aberta1 "m sar+e&to do e@ér9ito lim,a as #&'as 9om o 9a&ivete1 "ma ra,ari+a de boi&a a#l bo9e$a ol'a&do ,ara a estreli&'a ;#e bril'a lo&+e( &o re9orte do 9é# ;#e a $a&ela e&;#adra1 "m 'omem de 9abelos +risal'os es9#ta( de sobra&9el'as alçadas( 9om #ma ate&ção 8orçada e o ar va+ame&te imbe9il de ;#em &ão 9om,ree&de1 De vrios ,o&tos brotam 9o9'i9'os( resm#&+os( estalidos( 9i9ios( bo9e$os aba8ados1 A l# es9orre das lm,adas as é amarela e 9a&sada1 O Pro81 Clarim#&do disserta ]111^1
T Pode-se saber Port#+#
O latim é amar+o1 Não é o mel ;#e as abel'as ,rod#em e 9o&somem1 O ,ro8essor ,re9isa ,rod#ir o mel ;#e alime&ta e d ,raer( ;#e atrai( ;#e ma&tém os al#&os ate&tos1 Dar a#las de latim é ,ossLvel( mas &ão 9om métodos dista&tes( 9om e@i+<&9ias abstratas1 O latim tor&a-se 8as9i&a&te( ,or e@em,lo( ;#a&do os al#&os ,er9ebem &o se# ,rJ,rio 8alar a ,rese&ça viva de #ma lL&+#a ;#e diem estar morta1 Est#dar latim ,ode ser +ostoso e ,raeroso se o est#darmos( ,elo me&os ma ,rimeira i&st&9ia( ,e&sa&do &a ori+em etimolJ+i9a das ,alavras do &osso dia-a-dia1 O est#do etimolJ+i9o s#,He ,es;#isa( tem,o( or+a&iação das 'i,Jteses( es8orço( e( 9omo 8r#to( o ,raer de ter 9om,ree&dido( 9o&8orme &os diia Pro81 Clarim#&do( embora sem o 9o&se+#ir ,rovar( ;#e o !atim a$#da-&os a 9om,ree&der o Port#+#
8o+o ia 9res9e&do ra,idame&te ,ela ,rese&ça do Jleo = ad oleum? derramado sobre o altar( e@ala&do odores a+radveis1 Se$a 9omo 8or( a ,alavra adoles9e&te estaria li+ada( em virt#de de s#a mais a&ti+a rai i&doe#ro,éia =A!( A!( A!D?( ao 9am,o sem&ti9o da trição( do dese&volvime&to( do 9res9ime&to( 9om,artil'ado ,or vo9b#los 9omo alime&to( al#&o( alto( ad#lto e ,role =,ro( adia&te _ Jlo( 9res9er?1 O bo9e$o é #m si&al de desi&teresse1 O# de #m 9a&saço ;#e a ,essoa e@a#sta &ão tem 9omo 9ombater( a &ão ser 9om as armas da 9#riosidade1 :o9e$o ,rovém da ,alavra bo9a( ;#e ,or s#a ve ,rovém do latim bucca( 9#$a ori+em é o&omato,ai9a( isto é( remete a #m som( &o 9aso de bo9a ao som b#1 O al#&o( sem ter o ;#e dier( abre a bo9a ,ara dei@ar ,assar si&ais de so&o( ,ara 9a&tar a 9a&ção do tédio1 A &ão-a#la do Pro81 Clarim#&do ,rosse+#e2
T Diem os ma#s est#da&tes ;#e !atim é lL&+#a di8L9il111 T Clarim#&do ,ro&9ia 9a,ri9'osame&te o s do ,l#ral1 T Mas os se&'ores vão ver ;#e &o 8im de 9o&tas a matéria é d#ma 8a9ilidade absol#ta1 T Clarim#&do 8ala ,a#sadame&te( desta9a&do as sLlabas1 T Co&'eço ]111^ m#ito lati&ista de 8ama ;#e &ão observa a $uantidade111 Se+#ra as bordas da mesa( em,erti+a o 9or,o1 T Ora( a ;#a&tidade deve ser observada T Er+#e a mão direita( 9om a ,o&ta do i&di9ador a to9ar a ,o&ta do ,ole+ar( 8orma&do #m 9Lr9#lo1 A ;#a&tidade de #ma vo+al o# de #ma sLlaba é o tem,o o9#,ado &a s#a ,ro&&9ia1 T E mar9a a 9ad<&9ia das ,alavras ;#e ,ro&9ia 9om #m os9ilar da mão1 T Co&'e9em-se dois +ra#s111 ]111^ A ;#a&tidade lon%a e a ;#a&tidade breve1 Pois ora m#ito bem Es8re+a as mãos1 O sar+e&to s#s,ira1 O al#&o ;#e 9o9'ila a9orda de re,e&te e 8i9a ol'a&do em tor&o 9om os ol'os ,is9os e o ar est,ido1
Ni&+#ém ;#estio&ar a;#i a im,ort&9ia da matéria( &i&+#ém 9olo9ar em @e;#e a &e9essidade de 9o&'e9er as ,e9#liaridades do idioma est#dado( &i&+#ém d#vidar( sobret#do( da seriedade 9om ;#e o ,ro8essor se em,e&'a em e@,li9ar o ;#e 9o&sidera im,res9i&dLvel1 Co&t#do( ;#al;#er al#&o ,oderia e&9o&trar em ;#al;#er +ramti9a lati&a( se assim o ;#isesse( a i&8ormação sobre a ;#a&tidade1 O ;#e sJ o ,ro8essor ,ode 8aer é tra&s8ormar a i&8ormação ma ,o&te l#mi&osa e&tre a realidade do al#&o e a realidade da 9#lt#ra( e&tre o m#&do do al#&o e o m#&do da +ramti9a( e&tre a vida do al#&o e a vida das ,alavras1
Pe+a o +i e ris9a as ,alavras via e nihil 1 T Ate&ção( se&'ores1 "ma vo-+al di-a&-te de o#-tra vo+al o# de #m h é bre-ve1 Não es;#eçam T E re,ete as ,alavras ;#e es9reve#1 T &ia111 nihil 1 Ol'em ;#e isto é m#ito im,orta&te( se&'ores Po#9os 9om,ree&dem a im,ort&9ia da ;#a&tidade1 A ;#a&tidade é #ma das 9oisas mais s#tis da lL&+#a lati&a1 A observ&9ia da ;#a&tidade revela a 8ira do lati&ista111 Os se#s ol'os de a&$o ,asseiam ,or 9ima das 9abeças i&;#ietas1 Não l'e ,are9e ;#e a 9lasse te&'a 9om,ree&dido a +ravidade do ass#&to1 Estes moços de 'o$e &ão levam a sério as 9oisas res,eitveis do saber1
Provavelme&te os al#&os do Pro81 Clarim#&do l'e dariam mais ate&ção e res,eitariam as 9oisas res,eitveis do saber se o ,ro8essor( obede9e&do K missão o9#lta e ma&i8esta em se# &ome( 9lareasse( il#mi&asse o m#&do da;#eles al#&os reais( da;#eles ;#e &ão &as9eram ,ara ser lati&istas( &ão ;#eriam ser lati&istas( &ão ,re9isavam ser lati&istas1 A i&sist<&9ia de Clarim#&do é ,#ra teimosia( ,#ra 9e+#eira didti9a1 eria sido mais se&sato ;#e ele( res,eita&do os al#&os( ,er+#&tasse a eles o ;#e es,eravam da;#elas a#las de !atim1 Co&t#do( ,or #m tri( Clarim#&do ;#ase a9erto#1 Ao es9rever as ,alavras lati&as via e nihil ,oderia ter 8eito asso9iaçHes 9om ,alavras at#ais2 ,révio( Jbvio e trivial( &L;#el( a&i;#ilame&to111 Mas &ão l'e o9orre# esse 9ami&'o1 Não l'e o9orre# &ada de i&teressa&te1 E o 9ami&'o e8etivame&te es9ol'ido a &ada levo#2
PHe o +i &o rebordo do ;#adro-&e+ro e lim,a as mãos 9om o le&ço1 T Pois ora m#ito bem1 Qamos ver111 o se&'or111 =a,o&ta ,ara o est#da&te de J9#los e b#ço 9errado?1 %#e vem a ser a ;#a&tidade O ra,a 9oça a 9abeça( embaraçado( e se#s ol'os 8itam o ;#adro-&e+ro( vaios( i&e@,ressivos( ,arados1 Qi&te se+#&dos de sil<&9io1 O ,ro8essor es,era1 Os ol'os mortos 9o&tiam ol'a&do111 Clarim#&do tor&a a se&tar-se K mesa1 Os se#s J9#los re8letem a lm,ada elétri9a ;#e ,e&de do teto1 S#a 8ra&$a treme de i&di+&ação2 T Sim( se&'or Não sabe #ma 9oisa ;#e a9abo de e@,li9ar1 Pois todos sairão re,rovados se &ão observarem a ;#a&tidade1 As ba&9as são m#ito severas e a ;#a&tidade é #ma 9oisa im,orta&tLssima A&imado( ,He-se a 8alar sobre a im,ort&9ia da ;#a&tidade1 Es,oreado ,elas s#as ,rJ,rias ,alavras( embria+ado ,elos ,rJ,rios ar+#me&tos( Clarim#&do ,are9e &ão ;#erer mais ,arar o dis9#rso1 O ;#e im,orta &esta 'ora é a ;#a&tidade1 A al#&a de boi&a a#l e&tre+o# a s#a vir+i&dade ao &amorado ;#e a+ora re9#sa 9asar 9om ela1 O sar+e&to do e@ér9ito so&'a 9om os +alHes de te&e&te e so8re ,or;#e &ão ,ode 9om,ree&der as e;#açHes de ,rimeiro +ra# &em de9orar as 8Jrm#las de %#Lmi9a1 O se&'or de 9abelos +risal'os s#,orta em sil<&9io a ver+o&'a de ter de 8re;Ve&tar aos ;#are&ta a&os #m 9#rso de ,re,aratJrios ,or;#e ,re9isa d#m di,loma e ,re9isa do di,loma ,or;#e l'e é im,res9i&dLvel ter #ma ,ro8issão liberal a 8im de +a&'ar di&'eiro ,ara s#ste&tar a 8amLlia merosa1 A;#ele ra,a ,lido( ;#e ol'a medroso ,ara o ,ro8essor( trabal'a de 'oras ,or dia e +a&'a #m orde&ado miservel1 Se# 9om,a&'eiro de 9arteira ,e&sa a&sioso &a &amorada ;#e o es,era K $a&ela ,ara a ,rosa de todas as &oites1 N#m dos 9a&tos da sala a+ita-se
i&;#ieto #m ra,aola lo#ro ;#e &ão sabe 9omo ' de ,a+ar a ,e&são &o 8im do m
O Pro81 Clarim#&do( &o e&ta&to( 'abita o#tro #&iverso( est 8ora do &osso m#&do( desse &osso m#&do vivo( so8rido( de al#&os 9'eios de medos e es,era&ças1 Clarim#&do est &o m#&do dista&te do latim1 E em ve de ser a ,o&te( o ,o&tL8i9e =isto é( o 9o&str#tor de ,o&tes?( o i&tér,rete e&tre os dois m#&dos( ,re8ere i&stalar-se &o m#&do do 9o&'e9ime&to ,#ro e( de lo&+e( tra&smitir &otL9ias isoladas ,ara o m#&do im#&do( ;#e ele des9o&'e9e( dos al#&os ;#e l#tam ,ela sobreviv<&9ia1 Os al#&os vivem em b#s9a da vida1 Da sobreviv<&9ia e9o&mi9a e da vida a8etiva1 O amor e o salrio são s#as ,ai@Hes( s#as &e9essidades ,reme&tes( absorve&tes1 Como ,oder o latim( ob$eto de ,ai@ão do 9aro ,ro8essor( tor&ar-se também i&teressa&te ,ara os al#&os( se o mestre &ão se di+&a ol'ar ,ara as ,ai@Hes reais( dolorosas( da;#eles ;#e o o#vem 8alar sobre a im,ort&9ia do latim Como ,ode o latim ser ob$eto de i&teresse de ,essoas ;#e estão ,reo9#,adas 9om di&'eiro( amor( se@o( ,restL+io so9ial( trabal'o( vida O ,ro8essor a8irma =a9reditemos em s#a si&9eridade? ;#e a matéria é im,orta&te( im,orta&tLssima( mas e@i+imos ;#e o demo&stre 9om 8atos1 Não &os basta a si&9eridade1 Pre9isamos 9om,rovar a s#a 9om,et<&9ia1 Este é o se+redo didti9o ,ara ;#e os al#&os se si&tam realme&te i&teressados em est#dar !atim( %#Lmi9a( !iterat#ra( Matemti9a( o ;#e 8or1 O se+redo reside em 9riar #ma relação viva e&tre o latim e a vida dos al#&os( e&tre a ;#a&tidade do latim e as ;#alidades ;#e os al#&os t
Mas ]111^ o ;#e im,orta a+ora ,ara o Pro81 Clarim#&do é a ;#a&tidade1 E ele se e@alta( a9alora e 8ala ,ara l'e de&9iar a +ravidade1 Ar+#me&ta 9om #ma e&er+ia ;#e &ão revela &as 9oisas ,rti9as da vida1 meses ;#e ,e&sa em ,edir #m a#me&to de orde&ado ao diretor do 9#rso( mas l'e 8altam 9ora+em e e&t#siasmo ]111^1 T Pois ora m#ito bem U ;#e &i&+#ém sa111 O ti&ir d#ma 9am,ai&'a l'e 9orta a ,alavra1 A 'ora do !atim ,asso#1 Fiel ao 'orrio( o Pro81 Clarim#&do 9ala-se1 Pro&9iar
#ma ,alavra mais da lição seria ile+al1 O ,ro8essor &ão +osta de i&8ri&+ir as leis1 A 9olméia de &ovo se assa&'a1 Co&versas e@,lodem( livres1 Os ra,aes se leva&tam1
!eva&tam-se ,ara a r#a( ,ara a liberdade( ,ara a vida( ,ara o ;#e de 8ato soli9ita s#a ate&ção( arra&9a s#or e ,rovo9a l+rimas1 Dei@am o ,ro8essor e o latim ,ara trs( ,ara de,ois( ,ara &9a mais1 Ai&da &ão 8oi a+ora ;#e ,#deram rela9io&ar t#do o ;#e ,ro8essor sabia 9om al+#ma &e9essidade 9o&9reta1 E se ,#déssemos a9o&sel'ar o Pro81 Clarim#&do "ma ,ossibilidade seria s#+erir ;#e ele 9omeçasse ,or 8rases lati&as ;#e dessem es,aço ,ara dis9#tirem temas 9omo o trabal'o( a amiade( o amor( a éti9a1 Por e@em,lo( a 8rase Pacta clara' boni amici ( ;#e ,odemos trad#ir2 A9ordos estabele9idos 9om 9larea +ara&tem a amiade e&tre os bo&s ami+os1 Esta 8rase s#s9itaria dis9#ssHes i&teressa&tes( e 9om ela a,re&derLamos a avaliar de9isHes ;#e $ tomamos o# viremos a tomar1 O ,rJ,rio ,ro8essor e&te&deria ;#e( em se#s a9ordos 9om as i&stit#içHes ,ara as ;#ais trabal'e( é &e9essrio dei@ar bem 9laro o ;#e 9ada #m ,ode e ;#er dar em ,rol da 8ormação do al#&o1 O#tra s#+estão ao ,ro8essor de latim( ,elo me&os ;#a&do se tratasse de al#&os 9om al+#m 9o&'e9ime&to da literat#ra brasileira( seria e&9o&trar tre9'os mais ,o,#lares de ,oemas( 9o&tos( 'istJrias( e ver 9omo soariam em latim1 Se e# 8osse ,ro8essor dessa &obre matéria( +ostaria de a,roveitar( ,or e@em,lo( a trad#ção ;#e Silva :élYior 8e de al+#&s ,oemas do &osso ,oeta maior( Carlos Dr#mmo&d de A&drade( do 8amoso ,oema (os)( ,or e@em,lo( o#( mais ,ro,riame&te( *oseph2
+t $uid nunc' *oseph, -estum est .initum' lumen est exstinctum' cuncta evanuit turba' nox est .ri%e.acta' et $uid nunc' *oseph, et $uid nunc' et tu,
/ui nomen non habes' $ui alios derides' $ui versus componis' $ui amas' reclamas, et $uid nunc' *oseph,
alve 8osse o 9aso de( m ,rimeiro mome&to da a#la( ler a estro8e i&i9ial do ,oema em ,ort#+#
E de,ois 9om,arar 9om a trad#ção lati&a1 E( aL sim( se 8osse o 9aso( 8aer as 9o&sideraçHes +ramati9ais1 De,e&de&do do i&teresse real dos al#&os( ,artir ,ara &ovas ave&t#ras1 A&alisar o 8ato de o vo9< ter sido trad#ido ,or tu1 A&alisar a 8#&ção do vo9ativo1 A&alisar a 'istJria da ,alavra ,o,#lar ;#e se ma&teve ;#ase id<&ti9a( .estum e 8esta( e da;#ela ;#e se ma&teve ;#ase id<&ti9a também( mas &ão a #tiliamos &o 9otidia&o( 9omo o verbo deridere =rir( es9ar&e9er( ombar( ,rese&te &o verso $ui alios derides?( ;#e +ero# a ,alavra derrisão1
"ma ter9eira s#+estão =,ara ,ro8essores 9larim#&dos ;#e ,orve&t#ra e@istam 'o$e e dão a#las de latim? seria ler #ma 9r&i9a de Fer&a&do Sabi&o( m#ito divertida( ;#e elo+ia a #tilidade ,rti9a do idioma de Qir+Llio1 C'ama-se 0asta saber latim1 O a#tor-,erso&a+em e&9o&tra-se ,erdido &o i&terior da I#+oslvia( K mer9< de #ma tr#9#le&ta motorista de t@i ;#e &ão 8ala #ma ,alavra se;#er de i&+l
Eis ;#e diviso #m v#lto vi&do de lo&+e( re9ortado ,elo l#ar1 "ma m#l'er Firmei a vista2 era #m ,adre T ,#de disti&+#ir( ;#a&do ele se a,ro@imo# do 9arro` #m vel'o ,adre de bati&a e t#do( 9om a;#ele ar 9leri9al de a&ti+ame&te1 ]111^ Certame&te 8alava 8ra&9
O ,adre e&te&de# t#do2 m i&sta&te e@,li9o# K m#l'er &a lL&+#a deles o me# desti&o( ma&do# ;#e me levasse1 Ela 9'e+o# a sorrir E l 8omos &Js( ela 8ala&do sem,re mas e# ,o#9o estava me i&9omoda&do( or+#l'oso 9om o me# 9o&'e9ime&to de latim1
Essa 'istJria bem il#stra ;#e a dis9i,li&a mais rd#a( o 9o&'e9ime&to ;#e me&os +ostarLamos de ad;#irir( a matéria mais 9'ata +a&'a ,le&o se&tido m 9o&te@to determi&ado( m 9o&te@to de vida( m 9o&te@to de &e9essidade real( e &essas 9ir9#&st&9ias 9o&9retas 9o&vo9a todas as 8orças do i&divLd#o2 memJria( im,rovisação( 9ora+em( 9riatividade111 A ,artir da leit#ra desta 9r&i9a( os al#&os ,oderão( 9om #m di9io&rio de latim( 9riar versHes ma9arr&i9as de te@tos( sem re9eio do ridL9#lo( e( de,ois sim( se ,reo9#,arem em 9orri+ir os erros1 O#tra atividade ldi9a( &o 9aso de se a&alisar o te@to de Sabi&o( é s#+erir ;#e os al#&os des9#bram( ,or e@em,lo( a verdadeira e@,ressão lati&a ,ara ,or 8avor( ;#e 9ertame&te &ão é per .avore1 O ,rimeiro ;#e tro#@esse a e@,ressão sis( ;#e &as9e# do si vis( isto é( do
se ;#iseres(
,oderia ter o direito =$ estamos &o 9am,o da bri&9adeira séria do a,re&der sem medo? de ,er+#&tar a #m o#tro 9ole+a 9omo se es9reveria #ma o#tra e@,ressão ;#al;#er em latim1 "m ,ro8essor( além de 9o&'e9edor de #m tema( além de es,e9ialista m 9am,o do saber( ,re9isa des,ertar a ,ai@ão dos se#s al#&os( mobili-los( e isso sJ ser ,ossLvel se ele( ,ro8essor( a,re&der a tra&sbordar1
CAPÍTU"O 2 Ensinar é transbordar E a+ora( ,ro8essora E a+ora( ,ro8essor O dia &as9e#( os al#&os 9'e+aram( a a#la 9omeço#( os al#&os es,eram al+#ma 9oisa sem saber m#ito bem o ;#e ta&to dese$am( o ;#e ta&to ;#erem1 Os al#&os ;#erem vida( mas &ão o sabem 9larame&te1 E a+ora( ,ro8essores E a+ora( o ;#e 8aer Possivelme&te( &o ,assado( bastava la&çar mão da a#toridade ,ro8essoral1 Os al#&os ;#e &ão ,restassem ate&ção Ks a#las seriam admoestados( 9orri+idos( 9asti+ados e talve re,rovados( ,o&to 8i&al1 A ,rimeira 9e&a do livro Os meninos da rua Paulo ( do es9ritor '&+aro Fere&9 Mol&r( livro trad#ido ,or Pa#lo RJ&ai( é re,rese&tativa desse tem,o e dessa me&talidade2
Na sala de 9i<&9ias &at#rais( ,or 9ima da 9om,rida mesa do ,ro8essor( a,are9e# 8i&alme&te ]111^( #ma 9i&tila&te ris9a verde esmeralda &o meio da 9'ama i&9olor do bi9o de :#&se&( do9#me&ta&do-se( assim( ;#e a 9om,osição ;#Lmi9a desti&ada( se+#&do a8irmativa do ,ro8essor( a 9olorir de verde a 9'ama do blo9o( 9#m,ria o se# dever1
Pois 8oi K #ma 'ora me&os ;#i&e( e@atame&te &a;#ele mome&to de tri#&8o( ;#e &o ;#i&tal da 9asa vii&'a ressoo# #ma ,ia&ola( e isso a9abo# de ve 9om toda a seriedade da a#la1 Era #m dia ;#e&te de março( as $a&elas estavam es9a&9aradas e( &as asas da 8res9a brisa ,rimaveril( a msi9a ,e&etro# &a a#la1 A ,ia&ola to9ava #ma ale+re 9a&ção '&+ara( tra&s8orma&do-a ma es,é9ie de mar9'i&'a( em,resta&do-l'e #m 9arter tão estro&doso( tão vie&e&se( ;#e de# a toda a t#rma #ma vo&tade de sorrir ;#e m#itos &ão so#beram 9o&ter1 A 9'ama verde ;#e os9ilava ale+re &o bi9o de :#&se&( a+ora sJ atraLa os ol'ares de al+#&s me&i&os dos ,rimeiros ba&9os1 Os o#tros ol'avam ,elas $a&elas ,ara o m#&do l de 8ora( o&de se viam os tel'ados dos 9asebres vii&'os( e( ao lo&+e( rebril'a&do K l# do#rada do meio-dia( a torre da i+re$a( em 9#$o mostrador o ,o&teiro +ra&de( re9o&8ortador( se a,ro@imava do II1 Qoltada ,ara a $a&ela( a ate&ção dos me&i&os 9atava( além da msi9a( o#tros so&s ;#e &ada ti&'am ;#e ver 9om a a#la1 Co&d#tores de bo&di&'o de b#rro trombeteavam( e m dos ;#i&tais #ma 9riada 9a&tarolava #ma melodia totalme&te diversa da to9ada ,ela ,ia&ola1
Faltam 9i&9o mitos ,ara a a#la termi&ar( e os al#&os 9omeçam a se me@er( ,e&sa&do &a r#a( &as bri&9adeiras( &o almoço1 "m deles( se&tado &a ltima 9arteira( soltava bo9e$os di+&os de #m 'i,o,Jtamo e&tediado1 odos 9o&tavam os se+#&dos ,ara sair( e@9eto o ,ro8essor( ;#e s#bitame&te ,er+#&ta2
T %#e é ;#e ' Estas ,alavras ,rod#iram #m sil<&9io +eral( #m sil<&9io de morte ]111^1 T %#e é ;#e ' T re,etia o ,ro8essor1 odos se ma&tiveram imJveis( se&tados &as 9arteiras1 E&tão ele 8ito# a $a&ela( ,ela ;#al os a9e&tos da ,ia&ola ,e&etravam m saltitar ale+re 9omo ,ara mostrar a todos ;#e &ão estavam
s#bmetidos K dis9i,li&a es9olar( verbero# a ,ia&ola 9om #m ol'ar severo e disse2 T Cse&+e[( 8e9'e a $a&ela1
Fe9'em-se as $a&elas( eis a ordem do ,ro8essor ;#a&do ti&'a de atrair a ate&ção dos dis,ersos1 Fe9'em os o#vidos ao som ;#e vem de 8ora1 Fe9'em os ol'os ao ;#e ,assa l 8ora1 Fe9'em os se&tidos ,ara o ;#e l'es ,are9e 8aer mais se&tido do ;#e a mi&'a a#la1 E &ão 'avia o ;#e dis9#tir( o ;#e ale+ar1 O ,ro8essor( a#toridade m@ima de&tro de sala( ti&'a o direito e o dever de ,odar( de 8e9'ar( de ;#ebrar se 8osse &e9essrio1 Mas o tem,o ,assa1 C'e+a #ma 'ora em ;#e é ,re9iso e&9errar a a#la2
A 9am,ai&'a elétri9a e&tro# a berrar( e dessa ve até o ,ro8essor tomo# 9o&'e9ime&to do 8im da a#la1 A,a+o# o bi9o de :#&se&( i&di9o# a lição do dia se+#i&te( e volto# ao +abi&ete de 9i<&9ias &at#rais( o&de( a 9ada abrir de ,orta( a&imais em,al'ados e ,assari&'os mortos em,oleirados &as ,rateleiras ,is9avam os est,idos ol'i&'os de vidro( e m 9a&to( sile&9ioso mas 9'eio de di+&idade T mistério dos mistérios( 'orror dos 'orrores T #m amarele9ido es;#eleto '#ma&o estava 8ae&do 'oras1 N#m i&sta&te( a sala se esvaio#1 Começo# #ma 9orreria 8ero ,elas es9adas abai@o( &o meio das 9ol#&as( a ;#al sJ se tra&s8ormava em ,ressa moderada ;#a&do( e&tre a bar#l'e&ta m#ltidão de me&i&os( a,are9ia a sil'#eta ereta de #m ,ro8essor1 E&tão os ;#e 9orriam deti&'am o ,asso( o #&#m se a9almava( mas lo+o ;#e o ,ro8essor desa,are9ia a #ma volta do 9orredor( todos se ,#&'am &ovame&te a ,re9i,itar-se es9ada abai@o1
Corre&do em b#s9a de l#( de sol( de ar( os al#&os mostram 9om se#s 9or,os vivos( ativos( ;#e &ão ;#erem ser al#&os em,al'ados( al#&os semimortos( al#&os-es;#eletos ,resos Ks t#mbas es9olares( se&ti&do &o rosto o ol'ar 8rio do ,ro8essor( te&do 9omo &i9a 8o&te de a;#e9ime&to #m bi9o de :#&se&1
O ,ortão des,e$ava #m ma+ote de me&i&os ;#e se es,al'avam metade K direita( metade K es;#erda( tira&do o 9'a,é# K ,assa+em de #m o# o#tro ,ro8essor1 De,ois se diri+iam ,ara 9asa( 9a&sados e es8aimados( ,ela r#a ba&'ada de sol1 Como o#tros ta&tos es9ravos( libertos de re,e&te( 9ambaleavam &a;#ela ab#&d&9ia de l# e de ar( ao retomar 9o&ta9to 9om a 9idade viva( r#idosa( movime&tada( essa mist#ra 9o&8#sa de 9arros( bo&de de b#rro( r#as e lo$as( ;#e eles deviam atravessar ,ara 9'e+arem em 9asa1
E a+ora( ,ro8essores( 9omo ,odemos 8aer 9om ;#e o 9am,o da 9o&s9i<&9ia de &ossos al#&os se$a alar+ado e( &ão totalme&te o9#,ado =tare8a im,ossLvel até mesmo ,ara De#s o&i,ote&te?( mas 'abitado em boa ,arte( ,ovoado ,elas &ossas ,alavras( visitado ,ela &ossa ,rese&ça( sed#ido ,elos temas em ;#e ,re9isamos to9ar( e ,or &ovos temas ;#e ,re9isam s#r+ir e ser abordados Para 8aer 9om ;#e al+#ém ,reste ate&ção a mim ,re9iso ser #m estLm#lo s#8i9ie&teme&te i&teressa&te1 Para ;#e al+#ém 9o&9e&tre a s#a atividade ,sL;#i9a sobre mim( ,ro8essor( e( o#vi&dome( 9o&si+a 8i@ar-se &as mi&'as ,alavras( &os me#s +estos( 9o&si+a de8i&ir e sele9io&ar ,er9e,çHes( absorver 9o&9eitos( 9o&si+a elaborar se#s ,rJ,rios ,e&same&tos( se&tir a+rado o# desa+rado( des9obrir dvidas( 9o&si+a 8orm#lar ,er+#&tas( reti8i9ar idéias a&ti+as( 8aer asso9iaçHes( 8aer a&otaçHes T ,ara ;#e tal 9o&9e&tração a9o&teça( ,re9iso desdobrar-me1 SJ assim 9o&;#istarei a ate&ção de me#s al#&os( se$a essa ate&ção es,o&t&ea o# vol#&tria( des,erta&do &eles #m ,ro9esso i&tele9tivo( a8etivo e volitivo1 O al#&o ,ode ter s#as limitaçHes( mas é livre1 De,e&demos de s#a es9ol'a1 Ele( some&te ele ,oder es9ol'er a a#la 9omo ob$eto ,rivile+iado de s#a ate&ção( levar esta a#la ao ,rimeiro ,la&o da s#a 9o&s9i<&9ia( sem se dei@ar desviar ,or i&8l#<&9ias e@ter&as =bar#l'os diversos( 9o&versas ,aralelas et91? o# i&ter&as =s#as lembra&ças( s#as obsessHes( s#a ima+i&ação111?1 Mas( 9omo e# dava a e&te&der( e@istem d#as 8ormas de ate&ção1 A ate&ção es,o&t&ea e a vol#&tria1 A ,rimeira é &at#ral( i&sta&t&ea( i&sti&tiva1 Mi&'a atividade ,sL;#i9a orie&ta-se imediatame&te ,ara 8ortes soli9itaçHes se&soriais e se&sitivas1 dia( e de re,e&te o 9é# es9#re9e1 Qo# K $a&ela veri8i9ar o ,or;#< do sbito es9#re9ime&to1 %#ero saber o ;#e est ,ara a9o&te9er( e &ão vo# ar;#itetar +ra&des ,la&os e estraté+ias ,ara b#s9ar #ma res,osta1 O# e&tão esto# em 9asa( soi&'o( e o#ço #m bar#l'o ;#e me ,are9e vir da 9oi&'a1 Mi&'as orel'as 8i9am em ,é1 Mi&'as
&ari&as se dilatam1 alve me#s ,
so9iedade 9o&tem,or&ea 9o&s#mista( a&tro,o8+i9a A ;#e ti,o de realidade at#al ,oderLamos asso9iar a ,eri+osa Med#sa %#em era( ,ara eles( o viole&to Mi&ota#ro O ;#e os mo&stros demo&stravam111 M#itas ,er+#&tas desse ti,o( e o 9o&stra&+ime&to se im,o&do 9ada ve mais1 Até ;#e #m dos ra,aes resolve# ma&i8estar-se1 !eva&to# os ol'os( 8i@o#-os em mim( e disse( 9om #m sorriso desa8iador2 O mo&stro é a ,olL9ia E&+oli em se9o1 SJ de,ois da atividade 8#i i&8ormado( ,or i&termédio de #ma das mo&itoras do SESC( ;#e a;#ele +r#,o era 9om,osto de $ove&s ;#e ti&'am 9ometido ,e;#e&os delitos( 8i9aram detidos ,or #m 9erto tem,o( e estavam a+ora sob liberdade vi+iada1 A i&stit#ição ;#e os 9o&d#ira até ali ti&'a 9omo ,ro,Jsito dar-l'es 9'a&9es de 9o&'e9er &ovas realidades( o#tros ambie&tes( abrirl'es &ovos 'orio&tes( mas se&ti ;#e a;#eles ra,aes e moças ai&da estavam e@tremame&te des9o&8iados de t#do( e ,ro&tos ,ara evitar ;#al;#er si&al de a,ro@imação( ,or mais amistosa ;#e ,are9esse1 Mesmo em sit#açHes 9orri;#eiras( o ,ro8essor ,re9isa lembrar-se de ;#e o al#&o &em sem,re est ,le&ame&te dis,osto a 9olaborar1 Sol#ção O# 8e9'amos todas as $a&elas e i&sta#ramos a lei do sil<&9io obse;#ioso( o# abrimos as 9orti&as ,ara o i&L9io do es,et9#lo1 O e&si&o 9omo es,et9#lo1 Es,et9#lo &o mel'or se&tido da ,alavra( 9omo al+o ;#e se o8ere9e K &ossa vista( e é 9a,a de atrair a &ossa ate&ção( 9omover-&os( levar-&os K re8le@ão( ,r em @e;#e o &osso ,re9o&9eito mais arrai+ado( mobiliar-&os( tra&s8ormar-&os( ,rod#i&do deleite( assombro( dor e o#tros a8etos mais o# me&os vLvidos1 O e&si&o 9omo #m 9olo9ar o 9o&'e9ime&to em 9e&a( a,rese&t-lo 9omo se 8osse( mutatis mutandis( servatis servandis' #ma a,rese&tação ,bli9a de teatro( de da&ça( m ,al9o( ma are&a( o# ma ,raça ,bli9a1 Es,et9#lo ,or;#e atrai a ate&ção ,ela belea( ,ela maestria( ,ela vibração( ,elo e&t#siasmo1 E&si&o 9omo es,et9#lo( ,or;#e &os abre os ol'os dia&te de #m ;#adro( de #m ,a&orama1 Es,et9#lo ,or;#e e@9e,9io&alme&te i&teressa&te( vistoso1 E&si&o e8i9a( e&si&o verdadeiro( de tal modo ;#e #ma ,essoa ,#desse dier2 essa a#la 8oi #m es,et9#lo1 O es,et9#lo é o tra&sbordame&to1 o tra&sbordame&to ;#e move o es,e9tador a sair de s#a ,assividade1 "ma a#la 9riativa( 9om ritmo e 9om s#r,resas( 9om belea e 9om +raça( des,erta a me&te dos al#&os( a9io&a a 9riatividade( soli9ita a essa me&te ;#e des9#bra ali( &a;#ele mome&to( 9oisas im,orta&tes( valiosas e &e9essrias a serem eleitas 9omo ob$eto de ate&ção1 "ma ate&ção ;#e e@i+e al+#m es8orço da ,arte das ,essoas( sem dvida( mas ;#e( &a verdade( é também absorvida ,elo ,oder 9riativo de ;#em ,romove o es,et9#lo1
O e&si&o-es,et9#lo é a+radvel( é doloroso( é ri9o( é vivo1 Provo9a o riso( ,rovo9a i+#alme&te estados de &imo 9omo a raiva 9atrti9a1 Em s#ma2 ,rovo9a1 O e&si&o-es,et9#lo é im,revisLvel( e até ,are9e( ,arado@alme&te( &ada e&si&ar1 São tão i&te&sas as emoçHes e@,erime&tadas ,or ,ro8essor e a,re&di ;#e al+#ém ,oderia dier ;#e &ão ' l#+ar ,ara liçHes1 O ;#e 9o&sidero( de 9erto ,o&to de vista( bem verdadeiro111 Este e&si&o sem liçHes é 8r#to de #m tra&sbordame&to +e&eroso do ,ro8essor1 O ,ro8essor ;#e tra&sborda se tra&s8orma m artista1 A lição se dil#i1 ( em se# l#+ar( #ma li+ação1 E( &essa li+ação( a tra&s8#são do sa&+#e( da vida( das idéias( da ,ai@ão1 Al#&os e ,ro8essor 9ir9#lam de&tro do mesmo 9oração( alime&tam-se ali da vida '#ma&a em s#a ess<&9ia( da vida 9ir9#la&te( ,rotéi9a( a&imadora1 E $ &ão se sabe ;#em é o doador e ;#em é o be&e8i9iado1 O artista tem a 9a,a9idade de dar 8orma material Ks idéias mais abstratas1 Se# trabal'o 9o&siste em tra&s8ormar t#do em matéria de e&si&o( em o9asião de admiração( ;#e( diiam os a&ti+os sbios( é o ,ri&9L,io da sabedoria1 O artista 8a-&os ,erder a &oção de tem,o( ,rod# em &Js i&t#içHes +e&iais( ,rovo9a &ovas i&ter,retaçHes da e@ist<&9ia '#ma&a( ,rovo9a #m a,ro8#&dame&to 9rLti9o sobre a 8amLlia em ;#e &as9emos( sobre a em,resa em ;#e trabal'amos( sobre a so9iedade em ;#e vivemos( sobre a reli+ião ;#e ,ro8essamos( sobre a ideolo+ia ;#e adotamos1 O artista tem a 9a,a9idade de ,rever( ,resse&tir e ,redier1 Mais ai&da2 &Js( ao assistir K ,er8orma&9e do artista( &os se&timos 9o&ta+iados( e 9omeçamos também a ,rever( a ,resse&tir e a ,redier1 O es,aço me&tal do al#&o ,era&te o ,ro8essor-artista am,lia-se( tor&a-se 9a,a de a9ol'er &ovas realidades( &ovos ,e&same&tos( &ovas ima+e&s1 O al#&o ree@,erime&ta as e@,eri<&9ias ;#e &9a vive#( revive 8atos ;#e &9a ,rota+o&io#1 Se# estado me&tal ad;#ire mat#ridade( versatilidade1 S#as atit#des tor&am-se mais 9o&s9ie&tes( mais 9ora$osas( mais '#ma&as( mais se&sLveis ao ;#e é valioso e &obre1 O ,ro8essor( at#a&do artisti9ame&te( tor&a a s#a a#la #m <@ito1 Na A&ti+Vidade +re+a( os al#&os 8i9avam sob #ma rvore m#ito 8ro&dosa( #m ,lta&o =sem $a&elas 8e9'adas( o# mel'or( 9om todas as $a&elas abertas?( e o#viam as 'istJrias ;#e o mestre 9o&tava1 Debai@o desse ,lta&o =eis aL mais #ma 9#riosidade etimolJ+i9a?( os al#&os tor&avam-se ,latéia( ,or;#e se 9riava #m es,aço &ovo( 9riativo( m+i9o( teatral1 Neste es,aço( o ,ro8essor &ão 9om,are9ia ,ara 9#m,rir o mero ,a,el de dis9i,li&ador( o ,a,el da;#ele ;#e estabele9e limites e ,#&e os distraLdos1 O mestre am,liava os 'orio&tes me&tais( tra&s9e&dia e 8aia tra&s9e&der1 A ate&ção dos al#&os estava virt#alme&te +ara&tida ,or;#e 'avia #m i&teresse ob$etivo em $o+o2 eles estavam ali ,ara a,re&der a arte de viver e amar1
Fae&do-l'e ver( ,or e@em,lo( ;#e ,essoas i&teressa&tes são a;#elas ;#e 9o&se+#em i&teressar-se ,or m#itas 9oisas di8ere&tes O bom ,ro8essor &ão 8orça a ate&ção de &i&+#ém( &ão obri+a &i&+#ém a o#vi-lo1 E 9omo sem,re ' i&evitveis mome&tos de 8adi+a ao lo&+o de #ma a#la( o 9orreto( &o 9aso( é es,erar 9om ,a9i<&9ia( mas sem ,assividade( ;#e a ate&ção i&terrom,ida( o# ,erdida( ress#r$a1 Nesse i&tervalo( 9aber( talve( ,ro,or al+o isitado2 #m tema a,are&teme&te des9o&e@o de t#do o ;#e se 8alo# até a;#ele mome&to( #m dilo+o sobre al+#m a9o&te9ime&to &oti9iado &os $or&ais( #ma atividade ldi9a( #m 9ome&trio nonsense( al+o ;#e 8aça rela@ar( restabele9er-se o 8le+o( e( desse modo( ,ro,i9ie a r,ida re9#,eração do i&teresse de todos1 Certa ve( o 9oorde&ador de #m 9#rso ,re9isava 8alar 9om #m ,ro8essor( e 8oi ,ro9#r-lo &a sala em ;#e este( 9omo sem,re( mi&istrava s#a a#la1 A ,orta estava semi-aberta1 Qi# o ;#e vi#( mas de9idi# voltar atrs1 Dei@o# &o es9a&i&'o do do9e&te o se+#i&te bil'ete2
Pro8essor( 8#i até a s#a sala de a#la ,or volta das 'oras` ;#eria 8aer-l'e #ma ,er+#&ta( mas &ão tive 9ora+em de i&terrom,er a atividade1 Fi;#ei observa&do a t#rma e as e@,ressHes das ,essoas1 Estavam tão e&volvidas e i&teressadas ;#e( 9o&8esso( 8i;#ei 9om vo&tade de 8aer ,arte do +r#,o1 No 8#&do( +ostaria também de estar em se# l#+ar( se é ;#e me e&te&de2 &ão mi&istrar a s#a dis9i,li&a( é 9laro( mas me realia&do e&;#a&to ,ro8essor( 9omo ,are9ia( evide&teme&te( ser o se# 9aso &a;#ele mome&to1 A ,er+#&ta 8i9ar ,ara o#tra o,ort#&idade1 E# &ão ,odia era ;#ebrar a;#ele e&9a&tame&to1 "m abraço de111
O ,ro8essor em ;#estão estava em <@tase( 9om os se#s al#&os em i+#al arrebatame&to1 Não era a ,rimeira ve1 Mas o 9oorde&ador( toma&do 9o&'e9ime&to do mila+re( so#be 9om,re&der a ma+ia da;#ele mome&to &i9o( irre,etLvel1 A ,ro,Jsito( &ada ;#e se$a o# ,areça roti&eiro atrair ,or m#ito tem,o a ate&ção dos al#&os1 Roti&a( morme&te em ed#9ação( é si&&imo de doe&ça +rave e morte 9erta1 O bom artista T e ,e&so ,arti9#larme&te &o ator de teatro( ;#e re,rese&ta a mesma ,eça dee&as( 9e&te&as de vees T es9a,a da roti&a ,or;#e &ão ,erde o e&9a&to ;#e se&te ,ela ,ossibilidade sem,re re&ovada de e&9a&tar se#s es,e9tadores1 No 9aso do ,ro8essor-artista( &ão ,ode ser m#ito di8ere&te1 Mas( ,ara ta&to( vale a ,e&a tra&s9rever as ,alavras do +ra&de mestre do teatro( Co&sta&ti& Sta&islavsYi2
"m verdadeiro artista deve levar #ma vida ,le&a( i&teressa&te( diversi8i9ada e estim#la&te1 Deve estar i&8ormado &ão some&te do ;#e se ,assa &as +ra&des 9idades( mas também &as ,e;#e&as( &os vilare$os dista&tes( &as 8bri9as e &os +ra&des 9e&tros 9#lt#rais do m#&do1 Deve est#dar a vida e a ,si9olo+ia do ,ovo em meio ao ;#al vive( bem 9omo de di8ere&tes se+me&tos da ,o,#lação de se# ,aLs e do e@terior1 ]111^ deve ser( também( #m ser '#ma&o ideal( ]111^ 9a,a de avaliar as ;#estHes 8#&dame&tais de s#a é,o9a e de e&te&der o valor re,rese&tado ,ela 9#lt#ra &a vida de se# ,ovo( ]111^ bem 9omo de re8letir as i&;#ietaçHes do es,Lrito de se#s 9o&tem,or&eos1
O ,ro8essor ,re9isa ser #m artista ,ara e@er9er a arte de e&si&ar1 ra&sbordar 9omo artista( 9omo ator( sair de si mesmo( e&trar em si mesmo( viver mais i&te&same&te 9ada se+#&do de vida( observar os +estos das ,essoas( o#vir as ,alavras( o modo de a&dar das ,essoas ;#e v< &a r#a1 O ,ro8essor l< o m#&do 9o&sta&teme&te1 E a leit#ra do ,ro8essor deve ser #ma leit#ra ,le&a( i&ter,retativa( #ma ,re,aração es,e9ial ,ara s#a at#ação em sala de a#la1 O ,ro8essor bem-s#9edido 9om,orta-se e vive 9omo #m ator1 O elo+io ,re8erido do elo+iado ator i&+l
;#e atravesso# sé9#los sem ,erder s#a 8orça e s#a +e&ialidade1 Ao 9o&trrio( ,are9e ;#e os sé9#los l'e deram ai&da mais vitalidade( mais 9o&t#&d<&9ia1 #ma 8rase +e&ial do +e&ial Sa&to A+osti&'o =;#e 8oi #m e@9ele&te ,ro8essor de retJri9a e #m ,si9Jlo+o &ato?2 +t .actus sum mihi ipsi ma%na $uestio1
A+osti&'o a es9reve# &as Con.iss5es =!ivro IQ( 3?1 Com ,o#9as ,alavras ati&+e a e@ata sit#ação i&terior de #ma ,essoa ;#e a,re&de 9om a vida( ;#e est li+ada K vida2 or&ei-me ,ara mim mesmo #ma +ra&de ,er+#&ta( o# #m +ra&de ,roblema1 !i essa 8rase ma trad#ção ,ara o i&+l
O ,ro8essor ;#e se ,re,ara diariame&te ,ara at#ar 9omo ,ro8essor ,re9isa e&9o&trar os mel'ores 9ami&'os( e esses 9ami&'os abrem-se de de&tro ,ara 8ora( K 8orça de ,er+#&tas radi9ais( de +estos 9o&9retos =e arris9ados?( de e@,eri<&9ias reais( de res,ostas ,essoalme&te 9o&;#istadas1 rata-se de #ma ;#estão de método( em ;#e o a#to9o&'e9ime&to e a re8le@ão 8ilosJ8i9a ,romovem a vitJria sobre as 8orças ba&alia&tes do 9otidia&o e( ,or o#tro lado( valoriam e tor&am si&+#larme&te e8i9a o ato de ed#9ar1 O ,a,a Uoão Pa#lo II es9reve# &a s#a Carta aos artistas2 oda 8orma a#t<&ti9a de arte é( a se# modo( #m 9ami&'o de a9esso K realidade mais ,ro8#&da do 'omem e do m#&do1 !o+o( a arte de ser ed#9ador( de i&ter,retar esse ,a,el( é 9ami&'o ,rivile+iado ,ara ati&+irmos os ob$etivos 'istJri9os da ed#9ação1 I&ter,retar si+&i8i9a 9o&str#ir #ma ,o&te e&tre as ,artes1 O ,ro8essor 9#m,rir se# ,a,el se&do ,o&te e&tre os al#&os e o ,atrim&io 9#lt#ral( 9ie&tL8i9o e sa,ie&9ial ;#e l'e 9abe e&9ar&ar1 O ,ro8essor é #m mediador ;#e tor&a visLvel a belea da;#ilo ;#e a,re&de#1 "ma i&ter,retação &ão admite a 8riea da leit#ra mo&Jto&a de #m te@to( ,or mel'or ;#e te&'a sido redi+ido( ,or maior &mero de verdades ;#e 9o&te&'a( ,or maior ;#e te&'a sido o ri+or metodolJ+i9o #tiliado ,ara a s#a 9o&8e9ção1 O ,ro8essor ;#e( ,or e@em,lo( limita-se a 8aer breves 9ome&trios a #ma a,ostila o# a a,rese&tar em tom o8i9ial os tJ,i9os ;#e a,are9em em i&sL,idas tra&s,ar<&9ias e@,ostas ,elo retro,ro$etor( o# a des9rever as ima+e&s de #ma série de slides( #m ,o#9o mais a&imadas ;#a&do se la&ça mão do Powerpoint \ este ,ro8essor( em al+#&s =o# em m#itos? mome&tos( tra&s8ere ,ara esses re9#rsos( moder&os o# me&os moder&os( o ,rota+o&ismo ;#e 9abe a ele ass#mir( o ,oder ;#e ele $ ,oss#i1 O ,ro8essor-ator &ão est es9raviado aos re9#rsos ,eri8éri9os e m#itas vees deles ,res9i&de deliberadame&te( ,ois ele mesmo( sem &e&'#m ti,o de vaidade tola( 9o&sidera-se se# ,ri&9i,al re9#rso( a ,ri&9i,al 8o&te de e8eitos 9a,aes de des,ertar a ate&ção( a 9o&9e&tração e a ,arti9i,ação dos al#&os1 O ,ro8essor-ator ,re8ere es9a,ar aos roteiros rL+idos( +osta de im,rovisar( ,ara ;#e os al#&os si&tam de ma&eira 9lara a vitalidade do 9o&'e9ime&to( a 8orça das verdades late&tes &os livros( a #r+<&9ia do saber ,aralisado &os slides( a tra&s,ar<&9ia do saber ;#e ta&tas vees se tor&a o,a9o &as tra&s,ar<&9ias111 O ,ro8essor-ator ;#er ser #m im,rovisador ori+i&al ,ara ;#e os al#&os se d
SJ ,oder im,rovisar o ator ;#e estiver em si&to&ia 9om o se# ,a,el1 E sJ ,oder im,rovisar =re9riar-se? &o mome&to mesmo da i&ter,retação a;#ele ,ro8essorator ;#e se 9o&sidera e se 9om,orta 9omo o e@e9#ta&te da obra teatral1 Nesta obra( o ,ro8essorator e&+a$a-se ,essoalme&te( ,le&ame&te( te&do em vista a realiação 9<&i9a( a 9o&9retiação do e&9o&tro ed#9ativo1 aver ;#em ar+#me&te ser esta ,ro,osta( a de viver 9omo ,ro8essor-ator( ,ro,osta des9abida e i&vivel( #ma ve ;#e s#,oria #m raro ,e&dor teatral em todos os i&te+ra&tes do ma+istério1 Po#;#Lssimos seriam( e&tão \ se+#&do a tese de ;#e os mel'ores ,ro8essores são os ;#e at#am 9omo atores \( ,o#;#Lssimos seriam os ,ro8essores le+Ltimos1 Como bem sabem os atores( devo( ,ara ser 'o&esto 9omi+o mesmo e 9om os demais( saber ;#e &ão ,oss#o todos os do&s e tale&tos ;#e e# +ostaria de ,oss#ir e111 oste&tar1 O es9ritor Fer&a&do :o&assi( ;#ase sem ;#erer( dei@o# 9air m te@to des9om,romissado =&a 6evista da -olha de "2 Paulo de
de &ovembro de ..? ,alavras 9riteriosas ;#e ,odemos a,li9ar ao 9aso2 Saber
9om,ree&der e lidar 9om im,ossibilidades é tão vital ;#a&to ,er9eber e a,roveitar o,ort#&idades1 assim ;#e se 8a al+#ém de9e&te1 "ma boa vo( ,or e@em,lo( é 8#&dame&tal ,ara ser ,ro8essor1 Mas a ,er+#&ta 9rLti9a seria2 e os ;#e &ão 8oram a+ra9iados &este e em o#tros as,e9tos( estarão 9o&de&ados a dar ,éssimas a#las U 9o&'e9i ,ro8essores e ,ro8essoras 9om voes &ada a+radveis ve&9erem esta limitação 9om #ma ,erso&alidade e@,ressiva ;#e 8alava mais alto e mais 8orte1 A ,re,aração do ,ro8essor( &esses termos( e@tra,ola o mero a9m#lo de i&8ormaçHes( de 9o&9eitos( de re8er<&9ias biblio+r8i9as( e mesmo de teorias ,eda+J+i9as1 E e@tra,ola mais ai&da as té9&i9as ,ostiças( e o #so( 9omedido o# &ão( da a#toridade ,ro8essoral =mesmo ;#e se$a #ma a#toridade liberal111? de a,rovar e re,rovar( ,#&ir e re9om,e&sar1 rata-se de ,e&sar ma ,re,aração ,ro8issio&al em ;#e o ,ro8essor a,re&da a ser ,ro8essor de 9or,o e alma( 9om se#s do&s &at#rais e se#s tale&tos ad;#iridos( 9om s#as 8ra;#eas e 9la#di9açHes ,ara ;#e s#as a#las se tor&em o9asião de des9obertas ,ro8#&das( a#las i&es;#e9Lveis( a#las vivas( '#ma&as( '#ma&istas( '#ma&ia&tes( dialJ+i9as1 "m ,ro8issio&al( ,ara at#ar( ,re9isa ter 9ertea de ;#e est K alt#ra do ;#e l'e é e@i+ido( e( se ;#er al9a&çar a e@9el<&9ia( ,re9isa s#,erar( media&te es8orço e 9riatividade( se#s de8eitos ,essoais( ;#e( somados Ks resist<&9ias e@ter&as( aos eve&t#ais obst9#los e@ter&os( ,are9em i&tra&s,o&Lveis1 No e&ta&to( 9omo ,re,arar esse ,ro8essor mel'or( esse outro ,ro8essor "m ,ro8essor ;#e &ão l#ta ,ara ser #m bom ator( a tLt#lo de 9o&tra-e@em,lo( é a;#ele ;#e a,are9e ma tira de %#i&o( o 9riador da Ma8alda( ;#e vrias vees a&aliso#( 9om im,la9vel iro&ia( os e;#Lvo9os de #ma ed#9ação &ão m#ito i&teli+e&te1
N#ma sala de a#la( em ;#e a,are9em vrios al#&os se&tados( a ,ro8essora =;#e &ão est dese&'ada? ,er+#&ta a Mi+#elito =também 8ora de &ossas vistas?2 Mi+#elito( ;#em são os &ossos a&tL,odas Do 8#&do da sala( Mi+#elito res,o&de2 Os $a,o&ésidos A ,ro8essora( 8#riosa( rebate2 Nota ero ,ara vo9<( se# est,ido E o al#&o 9riativo &ão dei@a ,or me&os2 A&ti,tida Mais do ;#e a ,er+#&ta sobre os $a,o&eses( a +ra&de a&tL,odaa&ti,tidaa&ti,ti9a da +eo+ra8ia desta a#la é a ,ro8essora( ;#e &ão dese$a 9#ltivar a em,atia 9om o est#da&te 9riador de &eolo+ismos1 ostil a im,rovisos e s#r,resas( a ,ro8essora mal-'#morada d &ota ero ,ara Mi+#elito =se é ;#e ero é #ma &ota?( ero ;#e se es,el'a &os rostos ,er,le@os dos o#tros 9i&9o al#&os( os &i9os ,erso&a+e&s ;#e a,are9em &a tira( ero ;#e retor&a 9omo ;#ali8i9ação &e+ativa ,ara a ,rJ,ria ,ro8essora1 Esse a&tidilo+o &ão ,erte&9e K vida do outro ,ro8essor ;#e ;#eremos visl#mbrar1 Mas 9omo des9obrir este outro ,ro8essor Como des9obrir este ,ro8essor 9riativo %#ais são as s#as virt#des Pe&so ter e&9o&trado o ,er8il deste ,ro8essor 9riativo( a ,artir da leit#ra ;#e 8i do livro O homem duplicado ( de Uosé Sarama+o1
CAPÍTU"O ' As virtudes do professor criativo %#em so# e#( e ;#em é o o#tro Esta é a d#,la ,er+#&ta de 8#&do( s#s9itada ,ela leit#ra deste livro do Pr
d#,li9ata( 9om o ator( ;#e ,or s#a ve ,oss#i dois &omes2 o &ome artLsti9o( Da&iel Sa&ta-Clara( e o &ome verdadeiro( A&tJ&io Claro1 O ,a9ato ,ro8essor ert#lia&o é #m bom s#$eito( #m 9idadão 9ordato( mas medLo9re1 Solitrio =divor9io#-se ' mais o# me&os 6 a&os e &ão tem 8il'os?( 9#m,ridor =roti&eiro? dos se#s deveres( 9are9e da ,ai@ão ,ro8issio&al1 U o ator( 9om al+o de 9a&astrão( é vi+oroso e111 ,eri+oso1 !o&+e de ser #m +<&io da i&ter,retação 9i&emato+r8i9a( vem e@,erime&ta&do em s#a 9arreira #m modesto mas 9o&tLo ,ro+resso1 A 8ra;#ea moral de ert#lia&o e as ambiçHes de A&tJ&io re8letem-se &o as,e9to 9or,oral e &a vida ,ro8issio&al de 9ada #m1 Embora A&tJ&io e ert#lia&o se$am 9J,ias #m do o#tro( o ator é 8isi9ame&te mais 8orte( e &ão so8re( 9omo &o 9aso do ,ro8essor( de de,ressão1 ão i+#ais e tão di8ere&tes1 A alteridade id<&ti9a é ambL+#a1 O ator é i+#al e( ao mesmo tem,o( m#ito di8ere&te do se# i+#al( o ,ro8essor( e os dois ,er+#&tam-se2 ;#al deles é o ori+i&al Não se trata( ,orta&to( de #ma i+#aldade s#,er8i9ial1 #ma i+#aldade ,roblemti9a1 A i+#aldade desi+#al dos d#,los1 O d#,lo( 9omo tema literrio( re9ebe# de Uea&-Pa#l Ri9'ter( &o sé9#lo QIII( #ma de8i&ição ,re9isa \ trata-se do 7oppel%8n%er ( o d#,lo 9ami&'a&te( o#( ma trad#ção reb#s9ada =e mais e@ata?( a;#ele ;#e é i+#al a mim( e 9ami&'a ao me# lado1 O me# 7oppel%8n%er so# e# ao me# lado( mas 9om #ma ,arti9#laridade2 é #m d#,lo ;#e me 8as9i&a e atorme&ta( ;#e me re,ele e atrai( é #ma revelação e #ma ameaça( al+#ém ;#e e# amo ,or;#e so# e#( mas também al+#ém ;#e odeio ,or;#e ,rete&de s#bstit#ir-me1 A idéia ,ara o livro de Sarama+o &as9e# a ,artir do tLt#lo( ma 9ir9#&st&9ia s#+estiva1 Eis o de,oime&to do ,rJ,rio a#tor( ,#bli9ado em ) o de &ovembro de ..( &o S#,leme&to *d)ias( do (ornal do 0rasil 2
Como ti&'a a9o&te9ido $ o#tras vees( este tLt#lo também me 9ai# do teto1
Estava a barbear-me( 9om o ,e&same&to va+#ea&do( ;#a&do de re,e&te me a,are9eram estas ,alavras2 o 'omem d#,li9ado1 Se&ti ;#e isto ,oderia vir a dar al+#ma 9oisa1 A ,artir daL 8oi dei@ar ;#e a ima+i&ação 8iesse o se# trabal'o( 9o&str#Lsse ,o#9o a ,o#9o a 'istJria( de8i&isse ,erso&a+e&s e sit#açHes1 Ima+i&ação( e &ada mais1 O tLt#lo &ão veio do 9é# &em do teto( mas da ima+em &o es,el'o ;#e o a#tor ti&'a K s#a 8re&te Estava a barbear-se dia&te do es,el'o( mira&do-se &o alter e%o ;#e o imitava a 8aer a barba1 O es,el'o é sLmbolo do a#to9o&'e9ime&to1 Co&tem,lo-me &o es,el'o( mas o ;#e realme&te ve$o é o#tro ser( e #m o#tro ser ;#e a mim se o,He( 9omo e@,li9a o 8ilJso8o Qilém Fl#sser2 o es,el'o é #m ser em o,osição( e é 9omo tal ;#e
8#&9io&a1 #m ser ;#e ass#mi# #ma ,osição ;#e é o,osição2 #ma ,osição &e+ativa1 #m ser ;#e &e+a1 ,or isto ;#e re8lete1 Não ,ermite ;#e a;#ilo ;#e sobre ele i&9ide ,asse ,or ele1 Re8letir é &e+ar( e isto é a s#a estr#t#ra1 A o,osição do e# ;#e é o#tro me obri+a a re8letir( des,erta mi&'a ima+i&ação( ,rovo9a mi&'a memJria( obri+a-me a ,e&sar em mim mesmo1 Dia&te do es,el'o( e# me tor&o ,ara mim #ma ,reo9#,ação( #m tema a ser a&alisado( #m 9aso a ser e@,lorado( #m ,roblema a ser resolvido1 9omo se e# des9obrisse( s#bitame&te( ;#e so# #m ser 9om d#as 9abeças1 O o#tro é #ma estra&'a ,rese&ça ;#e me leva a sair de mim ,ara ver ;#em e# so#1 No roma&9e de Sarama+o( o ,ro8essor des9obre o se# sJsia( e o se# sJsia é #m ator1 O ,ro8essor v< s#a ide&tidade ,osta em @e;#e1 Se&te-se obri+ado a ,e&sar &o se# e#( &a s#a atividade( &os se#s amores( &a s#a vida1 E e&tre+a-se K ,es;#isa de ;#em é o o#tro 9om #m es8orço e #m i&teresse ;#e talve &9a dedi9o# K s#a es,e9ialidade1 Disse Uosé Sarama+o em se#s de,oime&tos a res,eito deste livro ;#e( sem ter em me&te &e&'#m ,ro$eto literrio es,e9L8i9o( estava ele dedi9ado K tare8a trivial de 8aer a barba( 9om o ,e&same&to va+#ea&do( ;#a&do de re,e&te s#r+iram-l'e estas tr
,eri,é9ias de R#dol,' Rasse&d[ll 9omo o d#,lo do ,rL&9i,e
R#dol,'( 'erdeiro do tro&o de #ma 8i9tL9ia R#rit&ia` e O Homem da ;scara de -erro =ada,tado ,ara o 9i&ema em )33/?( também do sé9#lo I( da a#toria de Ale@a&dre D#mas( em 9#$a 'istJria(
tra&s9orrida &o sé9#lo QII( vemos o 9r#el rei 8ra&9 ( 9omédia re,rese&tada ,ela ,rimeira ve em )33( ;#a&do 9'e+o# o mome&to de também ele es9rever a 'istJria do marido ,er8eito( da es,osa ,er8eita111 e dos de#ses ;#e se tra&s8ormam em seres mortais1 Co&t#do( é 8orçoso re9o&'e9er ;#e o 9lssi9o dos 9lssi9os e&tre a;#eles ;#e ,la+iaram 9riativame&te o 9lssi9o Pla#to 9o&tia a ser o An.itrião de Molicre( também 9itado ,or Sarama+o1 Para t#do res#mir( ,orém( &ada mel'or do ;#e 9itar( do An.itrião de Pla#to( a a8irmação de8i&itiva( &o Ato I( Ce&a I( em ;#e Mer9rio di em tom tri#&8a&te2 +%o sum "osia( 8rase terrLvel( ,ois #s#r,a a ide&tidade do o#tro( 8rase ;#e devemos reter em &ossa memJria ,ara a ar+#me&tação ;#e se se+#ir1 Por a+ora( é im,orta&te ressaltar ;#e as re8er<&9ias lembradas ,or Sarama+o são a,e&as #ma ,e;#e&a amostra da ,rese&ça desse tema &o teatro( &a literat#ra e &o 9i&ema( tema ;#e est K dis,osição de todo a;#ele ;#e ;#eira retom-lo( re,e&s-lo( rea,rese&t-lo1 E esta é #ma lição ;#e ,odemos de,ree&der a;#i sobre a 8ormação do ,ro8essor1 odo ,ro8essor tem =o# deve 8aer t#do ,ara ter?( ao se# al9a&9e( os eleme&tos da 9#lt#ra( e deles retirar( ,ara re9ri-los( ,ara re9ombi&-los( temas e idéias i&sti+a&tes e i&s,iradores Não se
,ode 9riar &ada sem re8er<&9ias( sem ,es;#isa( sem re,ertJrio( &ão se ,ode es,erar #ma a#la i&sti+a&te e i&s,iradora de #m ,ro8essor ;#e &ão est i&s,irado e i&sti+ado ,or #m trabal'o de ,es;#isa ,or ele ,essoalme&te ass#mido 9omo ,rioridade ,ro8issio&al1 "m outro ,ro8essor é a;#ele ;#e dei@a de re,etir-se e( 9omo a#todidata( est i&tele9t#alme&te ativo( a ima+i&ação sem,re a ,ostos( a memJria em ,le&o 8#&9io&ame&to( a vo&tade te&sio&ada ,or #m ,ro$eto1 Esse outro ,ro8essor é ;#em &os o8ere9e #ma outra a#la1 "ma a#la ;#e &os leva a o#tras verdades( media&te a s#r,resa( a e@9itação( os $o+os( a ale+ria( media&te a i&te+ração m+i9a e&tre ,assado e 8#t#ro &o ,rese&te( ,ermiti&do ;#e te&'amos #ma dist&9ia e&tre &Js e a;#ilo ;#e &ormalme&te &os rodeia =9om isso a,re&demos o ;#e as 9oisas são?( e elimi&a&do a dist&9ia e&tre &Js e o ;#e &ormalme&te est lo&+e =9om isso a,re&demos ;#e de 8ato &ão sabLamos111?1 A outra a#la a ;#e e# ;#ero assistir é #m mome&to &i9o e irre,etLvel( &o ;#al #ma ,orta se abre e mi&'a visão se tra&s8orma1 Não satis8eitos em a,e&as a9eitar( o# até mesmo em a,e&as 9o&8erir a;#elas do#tas re8er<&9ias ;#e Sarama+o o8ere9e#( devemos( sem a ,rete&são de es+otar a lista de obras e a#tores rela9io&ados ao tema( lembrar o An.itrione de U#a& de imo&eda =)0/?` lembrar Uea& Rotro#( ;#e em )64 es9reve# #ma 9omédia i&tit#lada ?es "osies ` lembrar o ,oeta i&+l
ei&ri9' vo& leist =)/.4?( e traer #ma re8er<&9ia brasileira2 m deus dormiu l;
de G#il'erme Fi+#eiredo =)353?( mar9o da &ossa dramat#r+ia =8oi &esta 9omédia ;#e
Pa#lo A#tra& e &ia Carrero estrearam ,ro8issio&alme&te?( &a ;#al A&8itrião( 9i#me&to( teme&do ser traLdo ,ela es,osa d#ra&te os ,erLodos em ;#e estivesse +#errea&do lo&+e de 9asa( 9ombi&a 9om SJsia( se# 8iel es9ravo =também des9re&te da 8idelidade de s#a es,osa( essala?( a voltarem do 9am,o de 9ombate ,ara( dis8arçados de de#ses( vi+iarem as es,osas1 Além desses a#tores =,ossivelme&te Sarama+o os ter lido?( é ;#ase 9erto( ,orém( ;#e assisti# ao 8amoso e ,remiado 8ilme A dupla vida de &erBni$ue ( de r[sto8 ieslo>sYi( la&çado em )33)1 d#as m#l'eres2 Xero&iYa( ;#e vive em Cra9Jvia( e Qéro&i;#e( ;#e vive em Paris1 Não se 9o&'e9em( mas ambas( 8isi9ame&te id<&ti9as( t
A ,er+#&ta ;#e 8aemos( &o 9aso de Qéro&i;#e( e &o de todas as 'istJrias de d#,los( é2 ;#al dos dois é o verdadeiro e#( ;#em é a ima+em verdadeira =etimolo+i9ame&te( o &ome Qer&i9a si+&i8i9a o L9o&e verdadeiro( a ima+em verdadeira? Esta é #ma ,er+#&ta ;#e voltar a a,are9er e ;#e( ,ara a &ossa re8le@ão( trad#-se assim2 ;#em é o verdadeiro ,ro8essor O ;#e ' de verdadeirame&te didti9o &o ator ;#e at#a &a sala de a#la O ;#e ,ode o ,ro8essor a,re&der 9om o se# o#tro ai&da #ma o#tra im,orta&te re8er<&9ia 9i&emato+r8i9a ;#e di8i9ilme&te ,assaria des,er9ebida de Sarama+o \ O estudante de Pra%a( 8ilme alemão de )3)( 9o&siderado #&a&imeme&te 9omo #ma ,rod#ção o#sada em s#a é,o9a( e de 9o&'e9ime&to obri+atJrio ,ara ;#em est#da o tema do 8a&tsti9o e do i&sJlito1 A 'istJria se ,assa &o i&L9io do sé9#lo I( em Pra+a1 O ,rota+o&ista( :ald#i&( est#da&te ,obre mas i&teli+e&te e e@Lmio es+rimista( re9ebe estra&'a ,ro,osta de S9a,i&elli( #m vel'o 9om ares me8isto8éli9os ;#e o ,ro9#ra em se+redo( sabe&do estar :ald#i& '#mil'ado ,or &ão se se&tir so9ialme&te di+&o de de9larar se# amor a #ma 9o&dessa1 Pro9#ra-o e l'e ,ro,He #m 9o&trato1 Em tro9a de #ma 8ort#&a em o#ro( o vel'o ,oder levar do se# ;#arto o ;#e bem e&te&der1 :ald#i& 9o&9orda imediatame&te( ri&do de tro9a tão des,ro,or9io&ada( ,ois &ada v< de valioso em se# ;#arto1 Co&trato assi&ado( o vel'o a,o&ta a ima+em de :ald#i& re8letida &o es,el'o1 E é 9om 'orror ;#e este v< o se# o#tro e# des9olar-se do es,el'o e sair ,ela ,orta1 A&tes do e&9o&tro 9om o vel'o( ,orém( ma 9e&a em ;#e( soi&'o( trei&ava movime&tos de es+rima( :ald#i& m#rm#ra ,ara si mesmo2 Me# i&imi+o é mi&'a ima+em &o es,el'o1 Frase ,ro8éti9a1 No dese&rolar do 8ilme( :ald#i& é ,erse+#ido ,or se# d#,lo( ;#e 9o&se+#e im,edir o rela9io&ame&to e&tre o est#da&te e a 9o&dessa1 No 8i&al( :ald#i& ati&+e o d#,lo 9om o tiro de #ma ,istola1 O d#,lo some( e :ald#i&( se&ti&do-se livre( des9obre &o mito se+#i&te ;#e est mortalme&te 8erido ,ela ,rJ,ria bala ;#e mato# o se# d#,lo1 Na ltima 9e&a do 8ilme( a ima+em do d#,lo rea,are9e( ol'a&do ,ara o i&8i&ito =o# ,ara &Js?( e@tti9a( ao lado de #m tm#lo( em 9#$a l,ide est es9rito2 A;#i re,o#sa :ald#i&1 Dia&te da 8orça e da ,rese&ça do tema do d#,lo( ,arti9#larme&te desde o roma&tismo e ao lo&+o do sé9#lo ,assado( &ão ' &ada de tão es,a&toso e i&édito assim em es9rever a 'istJria de #m 'omem d#,li9ado1 Sarama+o o 8e( 9om se# tale&to( 9om se# estilo i&9o&8#&dLvel( mas i&seri&do-se ma tradição re9o&'e9Lvel( &a ;#al toda ,essoa mi&imame&te bem i&8ormada ,ode i&serir-se sem ,roblemas1 Nesta tradição( a visão do d#,lo est asso9iada K imi&<&9ia da morte1 Al+#ém em mim vai morrer( o# e# mesmo ,erdi #ma ,arte de mim e esto# ,restes a s#9#mbir1 O ;#e era roti&a tor&a-se
9aos1 O ;#e era 9o&'e9ido tor&a-se e&i+mti9o1 O ;#e era ,ro+ramado abre-se ,ara o i&es,erado e o i&9o&trolvel1 O ,ro8essor deve morrer O ,ro8essor deve matar esse ator ;#e ;#er des,re&der-se do es,el'o e ter vida ,rJ,ria O# esse ator dese$a matar o ,ro8essor ,ara bril'ar soi&'o Ao des9obrir ;#e é #m ser 9om,le@o( o ,ro8essor ve&9e o medo do d#,lo( i&9or,ora-o K realidade de s#a atividade ,ro8issio&al( a,re&de a lidar 9om essa di8L9il realidade ;#e é e&si&ar realme&te1 O ,ro8essor-ator é a;#ele ,ro8essor ;#e des,erto# se#s dotes artLsti9os ,ara a i&ter,retação e ;#e( da&do es,aço ,ara este ator ;#e &ele e@iste( 9ria a obra de arte1 A obra de arte é a a#la1 Obra de arte re&ovada a 9ada a,rese&tação1 A a#la é o mome&to em ;#e o ,ro8essor se divide( em ;#e ele aparentemente se ala =mas é ;#a&do o ,ro8essor se realia?( é o mome&to em ;#e dele( ,ro8essor( se des,re&de a ima+em do outro( da;#ele ;#e est o9#lto( da;#ele ;#e sem,re tem al+o &ovo a dier1 A#las i&es;#e9Lveis some&te são ,ossLveis se o ,ro8essor estiver imb#Ldo do dese$o e do em,e&'o de ,ere&idade1 Esse dese$o e esse em,e&'o( &at#rais em todo ser '#ma&o( são( &o artista( 9ara9terLsti9as de8i&idoras1 Esse em,e&'o e esse dese$o de sobreviver &a ,rJ,ria obra &ão devem ser 9o&8#&didos 9om o vão a&seio da +lJria( do s#9esso1 O verdadeiro artista sabe ;#e a s#a obra artLsti9a =9omo #ma a#la i&es;#e9Lvel? sJ l'e trar a imortalidade e&tre os mortais se se tra&s8ormar &o ob$etivo de #ma 9o&s9i<&9ia( a 9o&s9i<&9ia dos al#&os1 O ,ro8essor roti&eiro d as s#as a#las e re9ebe o se# ,a+ame&to1 U o ,ro8essor-ator saber re9riar-se( saber materialiar-se 9omo ,erso&a+em ;#e d #ma a#la( ;#e o8ere9e ao se# ,bli9o a belea de #ma a#la1 O medo ;#e o ,ro8essor se&te do ator ;#e e@iste de&tro de si é #m medo le+Ltimo1 o medo( ,or e@em,lo( da 'i,o9risia1 O ,ro8essor teme a morte da;#ele ,ro8essor ordeiro( tra&smissor de i&8ormaçHes( de 9o&'e9ime&tos( da;#ele ,ro8essor ;#e 9o&trib#i 9om a s#a ,ar9ela ,ara a 9o&str#ção de #ma so9iedade mais $#sta( da;#ele ,ro8essor ;#e 9#m,re 9om se#s deveres reli+iosame&te( ;#e 9obra os deveres e tare8as dos al#&os( ;#e ,#&e os rela,sos 9om moderação mas 9om 8irmea( ;#e 9orri+e e a,rova1 Co&t#do( lame&to 9om#&i9ar ;#e este ,ro8essor $ morre#1 O ,ro8essor-ator ass#me a realidade de #m ,erso&a+em ima+i&rio( e( 9o&se;Ve&teme&te( vivo No a&ti+o teatro +re+o( ;#em sabia i&ter,retar bem era 9'amado hypokrit)s1 Não se tratava do ,ati8e( do 8also( do ma# 9arter( mas da;#ele ;#e &ão de,e&dia da se&sibilidade volvel ,ara
i&ter,retar a,ai@o&ada e e8i9ame&te1 Era a;#ele ;#e ,oss#La a ,oderosa ima+i&ação 9a,a de materialiar em se# ,rJ,rio 9or,o as variadas verdades da vida1 O ,ro8essor-ator sabe ;#e a sala de a#la é #m es,aço ldi9o =e l9ido?( i&9l#Ldo &o e@tra9otidia&o( &o ;#al as re+ras são o#tras e o#tros os 9o&9eitos domi&a&tes1 O ,ro8essor-ator &ão me&te $amais( e&;#a&to i&ter,reta1 Nem 8i&+e( e&;#a&to 8i&+e o 9o&'e9ime&to ;#e deveras tem1 %#em assim $#l+a( o# se$a( ;#em ,e&sa ;#e o ,ro8essor-ator me&te e e&+a&a( $amais a,re&de# a assistir a #ma boa a#la( des9o&'e9e a +ramti9a da didti9a 9riativa( e des9o&'e9e a ori+em etimolJ+i9a da ,alavra me&tira1 Assim 9omo o verbo ,artir =se,arar al+o de #m todo o# se,arar-se al+#ém de #m l#+ar? vem do s#bsta&tivo ,arte( o verbo me&tir &as9e# do s#bsta&tivo me&te1 Desde 9ria&ças &os advertem ;#e é 8eio me&tir( mas &ada 8eia é s#a ori+em etimolJ+i9a2 mens(
,alavra lati&a ;#e si+&i8i9a i&teli+<&9ia( es,Lrito( alma( raão( sabedoria( $#Lo(
dis9er&ime&to( ima+i&ação1 Me&tir( ,orta&to( era( sem ma&i;#eLsmos( &o 9omeço dos 9omeços( o ato de #sar a me&te( de realiar #ma o,eração i&tele9t#al( de e@er9itar a raão( de ,r a ima+i&ação ,ara 8#&9io&ar1 Foi $#stame&te =o# i&$#stame&te? ,or 9a#sa da ima+i&ação ;#e me&tir tor&o#-se( 9om o tem,o( si&&imo de i&ve&tar al+o 9om i&t#ito de es9o&der verdades( distor9er 8atos( e&+a&ar os o#tros1 C#rioso ,ro9esso em ;#e #m 9o&9eito do bem se tor&o# #m verbo do mal111 As me&tiras( o# se$a( m#itas o,eraçHes me&tais o# da ima+i&ação ;#e &ão 9orres,o&diam K verdade( obs9#re9eram o ato de me&tar( o ,#ro ato de 8aer a me&te at#ar1 O trabal'o da me&te ;#e #ltra,assava os limites do a9eitvel 8oi disso9iado da 9riação livre e tor&o#-se ,e9ado1 Co&t#do( a me&te( em ,arti9#lar a me&te do artista( 9o&tia a me&tir &a 9lave da verdade e da belea1 Os maiores me&tirosos do m#&do( 9omo S'aYes,eare( 9omo Qa& Go+'( 9omo a8Ya( 9omo :eet'ove&( 9riaram m#&dos irreais ;#e são mais 8iéis K realidade do ;#e a &ossa ,rJ,ria &oção de realidade1 Os se#s ,erso&a+e&s( as s#as ima+e&s( os se#s so&s( 8r#to de ri;#Lssima vida me&tal( revelam verdades ;#e desmas9aram as verdadeiras me&tiras Me&tirosos também são( &este se&tido( os +ra&des matemti9os( 9ie&tistas( i&ve&tores( lLderes ,olLti9os( mLsti9os( 8ilJso8os( 9#$as verdades i&vadem os limites das me&tes limitadas( s#r,ree&dem os 9omodistas( os se+#idores i&ertes das verdades-9om#&s1 ra&slimita&do a realidade( os +e&iais me&tirosos am,liam a 9a,a9idade '#ma&a de tra&s8ormar a vida1 Como dis9er&ir( em &ossa me&te( o ;#e é me&tira me&tirosa da;#ilo ;#e é me&tação tra&s8ormadora( 9omo disti&+#ir o alime&to ,odre do ;#e ser s#ste&to ,ara a '#ma&idade
Ass#mi&do ,essoalme&te o ;#e é do o#tro( ass#mi&do o o#tro =mesmo ;#e se$a e# este o#tro?( 9'e+a-se ao ob$etivo da arte1 %#a&do S'aYes,eare e Molicre i&ter,retavam ,a,éis ,or eles mesmos 9riados( abriam mão do ,a,el de a#tores ,ara( 9omo atores( mer+#l'arem &o mbito da ação teatral( ,ara viverem i&te&same&te os ,erso&a+e&s ;#e l'es 9abiam i&ter,retar( sem a,e+ame&tos( sem ,reo9#,açHes o#tras( sim,lesme&te ate&tos K ação ;#e deviam realiar1 At#a&do 9omo atores( ,#&'am e&tre ,ar<&teses a si mesmos e( ao mesmo tem,o( al9a&çavam a ,le&it#de 9omo 9riadores e artistas ;#e dese$avam ,rovo9ar #m determi&ado e8eito &a 9o&s9i<&9ia do se# ,bli9o1 Em termos ,eda+J+i9os( 9omo ,ro8essor-ator( ,re9iso i&ter,retar #m ,ro8essor ;#e ,rovo9ar( 9om s#as ,alavras( 9om a ms9ara do se# rosto( 9om os se#s +estos si+&i8i9ativos( #m 9erto e8eito sobre os al#&os1 E i&ter,retar o ,ro8essor ;#e e# so# 9o&siste( a&tes de t#do( em s#,erar a at#ação 9a&'estra ;#e &ão d vida ao 9o&'e9ime&to1 Se&do mais e@,lL9ito( #ma a#la mo&Jto&a( sem i&te&sidade( sem 9olorido verbal( sem dilo+os s#r,ree&de&tes( sem ,er8orma&9e( é #ma a#la ,residida ,or al+#ém &e#tro( im,assLvel( al+#ém ;#e est le&do os dilo+os de #ma ,eça teatral 9om o 8ormalismo b#ro9rti9o ;#e mata o amor e a ale+ria1 O ,ro8essor-ator 9o&8ere de&sidade o&tolJ+i9a K;#ilo ;#e é ,re9iso dier1 O ;#e é ,re9iso dier =o 9o&tedo? &ão tem e@ist<&9ia ,rJ,ria1 O ,ri&9L,io da &ão9o&tradição( ,or e@em,lo \ #ma 9oisa &ão ,ode ser e &ão ser ao mesmo tem,o e sob o mesmo as,e9to \( ,re9isa ser i&ter,retada( vivi8i9ada( e@e9#tada( a9io&ada( e8etivada( materialiada( 9or,ori8i9ada1 E a;#i e&tra em 9'eio a ,alavra 9riativa do ,ro8essor-ator1 Para o ,ro8essor-ator( i&ter,retar o ,a,el do ,ro8essor ;#e vai e@,li9ar #m ,ri&9L,io da lJ+i9a 9lssi9a é esse&9ialme&te e&9o&trar e i&ve&tar as ,alavras ;#e ele ,ro&9iar ,ara obter o res#ltado dese$ado2 ;#e o al#&o adira vol#&tria e i&9o&di9io&alme&te( de modo direto e ;#ase sem es8orço( K verdade do ,ri&9L,io da &ão-9o&tradição1 A li&+#a+em do ator é sem,re ação1 Ação 9o&vi&9e&te( atrae&te( irresistLvel1 Não se trata some&te do ;#e se di( mas sobret#do do modo como ) dito o $ue se di! 1 A;#i reside a virt#de ,ro,riame&te teatral do ato de e&si&ar1 E di+o virt#de ,or;#e é a 8orça 9a,a de traer K to&a a vo9ação e@iste&9ial do ato de e&si&ar( de de8la+rar &o al#&o a 9a,a9idade es;#e9ida( o# aba&do&ada( o# &9a a&tes 9o&'e9ida( de ,e&sar 9riativame&te1 O ,ro8essor-ator( i&ter,reta&do o ,a,el de ,ro8essor( deve( ,arado@alme&te( #ltra,assar a e@9essiva ,reo9#,ação em e&si&ar1 Esta é a liberdade do artista ;#e Goet'e de8e&dia( ao de&9iar o vel'o erro moralista de ;#erer atrib#ir K literat#ra #ma 8i&alidade didti9a1 A verdadeira literat#ra(
ao 9o&trrio( &ão a,rova &em 9o&de&a2 dese&volve &o se# e&9adeame&to ,rJ,rio as açHes e os se&time&tos( e é dessa 8orma ;#e es9lare9e e i&str#i1 O ,ro8essor-ator b#s9a realiar( &a s#a 'i,o9risia( #m eleme&to 9e&tral do teatro =e da ed#9ação?2 o dilo+o revelador( este 8alo ,ara ;#e vo9< me ve$a e este 8ale-me ,ara ;#e e# o ve$a1 Mais do ;#e tra&smitir #m 9o&'e9ime&to( é ,re9iso ;#e as ,essoas( &esse es,el'ame&to( se tor&em 9a,aes de 9o&'e9er( o# mel'or( ;#e as ,essoas se reconheçam 9omo ,essoas( 9omo seres abertos ,ara a realidade( 9a,aes de e&9o&trar &o m#&do ,er+#&tas i&s,iradoras e res,ostas si+&i8i9ativas1 O#( ai&da mais radi9alme&te \ ;#e as ,essoas se d
s#r,resas( sem im,asses1 Sabe ;#e eram idealiaçHes 'o&estas( mas ,#ras idealiaçHes1 O ,ro8essor 9riativo vive a virt#de do realismo1 E o realismo re9ome&da-l'e o#tra atit#de1 A o#tra ,eda+o+ia =&ão &e9essariame&te #ma &ova ,eda+o+ia? é dramti9a( est ,reo9#,ada ;#ase ;#e e@9l#sivame&te 9om a ,er8orma&9e &a sala de a#la1 Se a a#la é #ma obra de arte( e se( &as ,alavras do ,oeta O9tavio Pa( los hombres se reconocen en las obras de arte por$ue )stas les o.recen im;%enes de su escondida totalidad
( o mel'or 9ritério de avaliação a ;#e a todos deverão
s#bmeter-se( al#&os e ,ro8essor( es9ola e =eve&t#alme&te? ,ais( ser a;#ele ,elo ;#al ,ossamos a8irmar( ,or e@em,lo( ;#e( 8i&alme&te( 9aLram de &ossos rostos as ms9aras =m#ito mais ,eri+osas do ;#e as da arte?( as ms9aras da 9o&iv<&9ia 9om #ma realidade ed#9a9io&al( 9#$os traços 8re;Ve&tes são o tédio e&tre os al#&os( o estresse e o vitimismo e&tre os ,ro8essores( o relativo des9aso da es9ola e a a#s<&9ia =;#ase sem,re? dos ,ais1 A ,rimeira o#tra vo a ser o#vida tem de ser a do ,ro8essor ;#e( i&ter,reta&do #m o#tro ,ro8essor( ,oder dese&9adear o s#r+ime&to de o#tro al#&o( de o#tra es9ola e de o#tros ,ais1 A a#la i&es;#e9Lvel é a o9asião ,ro,L9ia ,ara se o#vir a o#tra vo1 O#tra vo( ,or;#e é a vo de #m o#tro m#&do( ;#e #ltra,assa esse m#&do do mer9ado de trabal'o ,ara o ;#al os al#&os devem ser ,re,arados( 9omo se a ed#9ação se red#isse a+ora a #ma série de 9#rsos ,ro8issio&alia&tes1 O#tra vo( ,or;#e é a&ti+a( ,or;#e sabe at#aliar os a#tores a&ti+os1 A#tores ,arado@alme&te &ovos 9omo 8aia ver :laise Pas9al( #ma ve ;#e os a&ti+os estão mais ,rJ@imos da ori+em da 'istJria e im#&es Ks 9amadas de ideolo+ia ;#e 8oram se a9#m#la&do ao lo&+o dos sé9#los e e&9obrem &ossa visão1 O#tra vo( ,or;#e é 'odier&a( est i&teressada &o 'o$e( &o ;#e est ao al9a&9e da mão( &os ,roblemas e@iste&9iais ;#e realme&te &os ,reo9#,am e realme&te &os tor&am ,ara &Js mesmos #ma +ra&de ,er+#&ta1 O#tra vo( ,or;#e é mi&'a vo( mas é a de o#tro( é #ma vo de &i&+#ém e é a vo de todos1 "ma vo ;#e ,ode ser de ;#al;#er #m ;#e se dei@e ,oss#ir ,ela verdade1 Qo ;#e 9lama &o deserto( irr#,ção de #ma verdade e&terrada &o mais L&timo de &Js1 O#tra vo( ,or;#e é li&+#a+em viva( e&er+ia( atividade( e &ão tem medo das ambi+Vidades( &ão se il#de 9om #ma 8alsa lJ+i9a1 O ,e&same&to lJ+i9o estreito ter de res,o&der( e&tre m#itas o#tras =esta é a,e&as #ma amostra?( K;#ela ,er+#&ta 'eterodo@a de Er&esto Sbato =es9ritor e 8Lsi9o ;#e 9ombatia a 8alta de
realismo dos +ramti9os ;#e &ão a9eitam a di&ami9idade do idioma? sobre a 8la+ra&te 8alta de lJ+i9a da e@,ressão 8Lsi9o lear \ é a;#ele 8Lsi9o ;#e est ,restes a e@,lodir Se&do bem &iets9'ia&o( o mel'or ,ro8essor ser a;#ele ;#e tiver( e&tre o#tras virt#des( a ver+o&'a de ser #m ,eda+o+o1 A ,eda+o+ia dramti9a do ,ro8essor 9riativo tem 9omo ,ress#,osto 9e&tral a &e9essidade de abrirmos os ol'os( o# mel'or( de rea,re&dermos a ver( 9omo ma 9e&a do ,rimeiro 8ilme @he atrix( em ;#e Neo( s#bmetido ao 9'o;#e 9om a realidade( a9orda e ,er+#&ta ao se# me&tor( ao se# orie&tador( ,or ;#e l'e dJi a vista2 NEO - hy do my eyes hurt MORPE"S * DouEve never used them be.ore2 A verdade é ;#e m#itas vees &ão #samos &ossos ol'os1 E é doloroso rea,re&der a ver1 DaL a im,ort&9ia do ,ro8essor-ator( 9#$a ,rese&ça ,ermite( 9om a 8orça oblL;#a da arte( da i&ter,retação( da ,alavra 9riativa( ;#e esse 9'o;#e se$a o me&os tra#mti9o ,ossLvel( e ao mesmo tem,o o e8eito se$a ati&+ido o mais ,le&ame&te ,ossLvel \ ;#e o al#&o tra&s8orme-se em o#tro al#&o( em o#tra ,essoa( ao ver o o#tro lado da realidade1 "ma a#la i&es;#e9Lvel &ão o9#,a l#+ar ,or;#e é 8eita de ,alavras1 O ,ro8essor-ator #tilia o me&or &mero ,ossLvel de re9#rsos ;#e l'e ro#bem a 9'a&9e de 8alar diretame&te 9om os al#&os( de dese&'ar dia&te deles( #&i9ame&te 9om s#as ,rJ,rias ,alavras( o o#tro lado da realidade( a ter9eira mar+em do rio( as e&treli&'as do te@to da vida1 "ma a#la i&es;#e9Lvel é tão i&te&sa ;#e os al#&os aba&do&am 9a&etas e 9ader&os ,ara &ão ,erderem a ,alavra i&s,irada do ,ro8essor( a i&siação da outra vo1 "ma a#la i&te&sa dis,e&sa a&otaçHes1 O al#&o em <@tase &ão a&ota ,or;#e &ota o mais im,orta&te( e sabe ;#e o ,ro8essor ,re,arado( ;#a&do 8or &e9essrio( o a$#dar a es9rever #m &ome( #ma 8Jrm#la( o ;#e de 8ato tiver de ser a&otado1 Se e# ,osso( de al+#m modo( #sar a;#i a e@,ressão ,ro,osta ,eda+J+i9a ,ara o ;#e ,ro9#ro ver e trad#ir &este livro( o mel'or ser 9'am-la de #ma ,ro,osta a&ti,eda+J+i9a1 Por;#e é #ma ,ro,osta ,oéti9a( #m pr)pos.;cio K arte de e&si&ar( 9omo &o tLt#lo de #m ,oema de Uosé Ré+io2 Poeta so# 9#m,ro o me# Fado( estra&'o Como o d#m sa&to o# #m lo#9o2 SJ ,osso dar demais o# m#ito ,o#9o( %#e é t#do ;#a&to te&'o1
Esta e&tre+a ,oéti9a e teatral est &a rai de #m o#tro ti,o de dedi9ação do ,ro8essor( ;#e &ada tem a ver 9om a dedi9ação ab&e+ada de #m ma+istério so8rido1 O ,ro8essor-ator at#a 9om a ale+ria dramti9a( virt#de ,rJ,ria dos artistas( da&do t#do ;#a&to tem( e até mesmo o ;#e &ão tem1 Z ,rimeira vista( o e&9o&tro do ,ro8essor 9om o o#tro =e&tre o ,ro8essor111 e o mo&stro? ,are9e ass#stador1 E é mesmo1 Retomemos o roma&9e de Uosé Sarama+o 9omo ;#em ,ede #ma la&ter&a ,ara se+#ir &esse 9ami&'o s#bitame&te es9#re9ido ,elo medo( ,ela i&se+#ra&ça( ,ela se&sação de ;#e ser im,ossLvel o# i&s#,ortvel ,rosse+#ir1 O ,ro8essor de istJria( ert#lia&o M@imo A8o&so( est de,rimido1 A de,ressão é( esse&9ialme&te( se&tir-se 9om,rimido ,or #ma sit#ação de vida em ;#e 8altam amor e se&tido2 esteve 9asado e &ão se lembra do ;#e o levo# ao matrimJ&io( divor9io#-se e a+ora &ão ;#er &em lembrar-se dos motivos ,or ;#e se se,aro#1 O ,ro8essor de istJria 8o+e da s#a ,rJ,ria bio+ra8ia1 Não ;#er ter memJria ,ara este 8ra9asso1 No i&L9io do livro( o ,ro8essor( se+#i&do o 9o&sel'o ;#e &ão ,edira ao 9ole+a ;#e le9io&a Matemti9a &a mesma es9ola( al#+a a 8ita de vLdeo em ;#e mais tarde ver o se# d#,lo ,ela ,rimeira ve1 E +#arda a 9assete &a s#a 8ati+ada ,asta de ,ro8essor1 A meto&Lmia &ão ,ode ,assar des,er9ebida1 O ,ro8essor est 9a&sado de e&si&ar( e de e@istir1 Se# dilo+o 9om o ,ro8essor de Matemti9a =ate&ção( leitores( ,ois Sarama+o tem #ma ,o&t#ação bem tL,i9a? 8oi el#9idativo2
U ,er9ebi ,or ;#e é ;#e vo9< se aborre9e( Por ;#<( Por;#e &ão ' &ada ;#e o 9o&te&te( Co&te&tar-me-ia 9om ,o#9o( se o tivesse( Al+o ter ,or aL( #ma 9arreira( #m trabal'o( K ,rimeira vista &ão l'e e&9o&tro motivos ,ara lame&tos( a 9arreira e o trabal'o ;#e me t
de
es,e9ialista(
mas(
trata&do-se
de
#ma
i&9om,atibilidade desse 9alibre( a mi&'a 9i<&9ia sJ serviria ,ara
9om,li9ar-l'e a vida( ,or isso di+o-l'e ;#e se e&trete&'a a ver #&s 8ilmes 9omo ;#em toma tra&;#ilia&tes1
O ,er8il do ,ro8essor resi+&ado e medLo9re em ;#e também ert#lia&o ,ode e&;#adrar-se 9o&di 9om se# elo( ,or e@em,lo( de levar e@er9L9ios dos al#&os ,ara 9orri+ir em 9asa( o ;#e l'e tira tem,o ,ara o#tras atividades2 Re8orça-l'e a 9o&ve&i<&9ia de &ão sair de 9asa o 8a9to de ter traido trabal'o da es9ola( os ltimos e@er9L9ios dos se#s al#&os( ;#e dever ler 9om ate&ção e 9orri+ir sem,re ;#e ate&tem ,eri+osame&te 9o&tra as verdades e&si&adas o# se ,ermitam e@9essivas liberdades de i&ter,retação1 E&si&ar istJria desse modo ta9a&'o e rL+ido( ,ara ert#lia&o \ mestre es9r#,#loso ;#e sem,re se ti&'a ,reado de ser( 9'eio de ,eda+J+i9o amor ,elos se#s al#&os( mas e@i+e&tLssimo &as datas e im,la9vel &os 9o+&omes \( é #ma 8orma ,eda+o+i9ame&te 9orreta de es9a,ar K s#a ,rJ,ria 'istJria ,essoal( 9om t#do o ;#e &a vida é e@i+<&9ia de ,er+#&tar( a&alisar( es9ol'er( de9idir e 9riar1 Para ert#lia&o( a s#a vida =&os mbitos ,ro8issio&al( a8etivo( so9ial et91? resi+&ada é 9omo o ta,ete do modesto a,artame&to em ;#e mora2
D#as das ,aredes estão 8orradas de livros( a maioria deles 9om as r#+as do #so e a m#r9'idão da idade1 No 9'ão #m ta,ete 9om motivos +eométri9os( de 9ores s#rdas( o# talve desbotadas( a$#da a s#ste&tar #m ambie&te de 9o&8orto ;#e &ão ,assa de sim,les media&ia( sem 8i&+ime&tos &em ,rete&sHes a ,are9er mais do ;#e é( o sLtio de viver de #m ,ro8essor do e&si&o se9#&drio ;#e +a&'a ,o#9o( 9omo ,are9e ser obsti&ação 9a,ri9'osa das 9lasses do9e&tes em +eral( o# 9o&de&ação 'istJri9a ;#e ai&da &ão a9abaram de ,#r+ar1
E&si&ar é #ma tare8a i&+rata( #ma tare8a ;#ase i&vivel( dado o desi&teresse dos al#&os( dado o des,restL+io da ,ro8issão( e o mel'or dos modos ,ara e&8re&t-la é( ,ara ert#lia&o( tomar #m bom 9a8é da ma&'ã(
9om,osto( 9omo de 9ost#me( de s#mo de lara&$a( torradas( 9a8é 9om leite( io+#rte( os ,ro8essores ,re9isam de ir bem alime&tados K es9ola ,ara ,oderem arrostar 9om o d#rLssimo
trabal'o de ,la&tar rvores o# sim,les arb#stos da sabedoria em terre&os ;#e( &a maior ,arte dos 9asos( ,#@am mais ,ara o s8aro ;#e ,ara o 8e9#&do1
Mas a ,reo9#,ação alime&tar é i&s#8i9ie&te ,ara resolver o ,roblema ,eda+J+i9o1 De resto( ' as re#&iHes( 9omo a ;#e
'avia sido 9o&vo9ada ,elo dire9tor a 8im de ser a&alisada a ltima ,ro,osta de a9t#aliação ,eda+J+i9a ema&ada do mi&istério( das mil e ta&tas ;#e 8aem da vida dos i&8elies do9e&tes #ma torme&tosa via+em a Marte através de #ma i&termi&vel 9'#va de ameaçadores asterJides ;#e( 9om demasiada 8re;#<&9ia( a9ertam em 9'eio &o alvo1
E a;#i est( em ,o#9as li&'as( o retrato do ,ro8essor1 Mas( e o o#tro %#a&do 8ierem o ,rimeiro 9o&tato( #ma 9o&versa ,elo tele8o&e( o ator A&tJ&io Claro e ert#lia&o 9omeçarão a traçar as semel'a&ças e os 9o&trastes2
Não é sJ &as voes ;#e somos ,are9idos( %#e ;#er dier( %#al;#er ,essoa ;#e &os visse $#&tos seria 9a,a de $#rar ,ela ,rJ,ria vida ;#e somos +émeos( Gémeos( Mais do ;#e +émeos( i+#ais( I+#ais( 9omo( I+#ais( sim,lesme&te i+#ais( Me# 9aro se&'or( e# &ão o 9o&'eço( &em se;#er ,osso estar se+#ro de ;#e o se# &ome se$a realme&te esse e de ;#e a s#a ,ro8issão se$a a de 'istoriador1 Não so# 'istoriador( so# a,e&as ,ro8essor de istJria( ;#a&to ao &ome &9a tive o#tro( &o e&si&o &ão #samos ,se#dJ&imos( mal o# bem e&si&amos de 9ara des9oberta1
A,e&as ,ro8essor de istJria111 aL est o ,rimeiro 8r#to do e&9o&tro1 O ator atrib#i# a ert#lia&o #ma ,ro8issão s#,ostame&te s#,erior( &o 9am,o da ,es;#isa( &o 9am,o da ,rod#ção i&tele9t#al( e ert#lia&o de&9ia a s#a a#to-ima+em2 a,e&as #m ,ro8essor( e ;#e mal o# bem e&si&a sem ms9aras( sem at#ar( 9om essa si&9eridade 9omove&te de ;#em 8a o ;#e ,ode1
O ,ro8essor se se&te i&8erior( a,e&as #m tra&smissor de i&8ormaçHes 'istJri9as( &ada ;#e s#,o&'a s#,o&'a 9riação( 9riação( des9ober des9obertas( tas( s#r,resa( s#r,resa( ave&t#ra i&tele9t#al1 i&tele9t#al1 Mais tarde( tarde( veremos veremos o ,rimeiro ,rimeiro e&9o&tro 8a9e a 8a9e( em ;#e o ator 8ar #ma ,ro,osta o#sada ,ara os ,adrHes de ert#lia&o2 ert#lia&o2
Ai&da temos a 9i9atri do $oel'o ,ara ver( lembro# ert#lia&o M@imo A8o&so( Não 9reio ;#e mereça a ,e&a( a ,rova est mais do ;#e 8eita( mãos( braços( 9aras( voes( t#do em &Js é i+#al( sJ 8altaria ;#e &os des,Lssemos ,or 9om,leto1 ]111^ Seria 9ari9ato( vo9< mesmo a9abo# de dier ;#e a ,rova $ est 8eita( Cari9ato( ,or;#<( da 9i&t#ra ,ara 9ima o# da 9i&t#ra ,ara 9ima e ,ara bai@o( &Js( os a9tores de 9i&ema( 9i&ema( e de teatro também( ;#ase &ão 8aemos mais ;#e des,ir-&os( Não so# a9tor1
De 8ato( ert#lia&o &ão é ator( o# $amais ;#is ser ator( e ,or isso a8asta a idéia de des,ir-se( mesmo dia&te de #m ,bli9o red#ido a #ma ,essoa( ,or si&al 8isi9ame&te id<&ti9a a ele1 O ato de des,ir-se &o ,al9o( e&tre os artistas( est lo&+e de re,rese&tar #m ,roblema( ,ois $ &ão são eles( e&;#a&to ,essoas( ;#e se des,em1 São os ,erso&a+e&s ;#e se des,em( de i&ter,retativa ;#e ,He a o#tros 9or,os( o#tras realidades1 E( 9om #m ,o#9o de e@,eri<&9ia de vida( é 89il admitir ;#e #ma ,essoa ,ode des,ir-se de di8ere&tes 8ormas( mesmo sem tirar as ro#,as1 O ,ro8essor-ator $ ,erde# os 8alsos ,#dores( e sabe des,ir-se( 9om &at#ralidade( de toda a ro#,a+em ;#e &ão 9o&trib#a ,ara o esse&9ial2 a ,er9e,ção da realidade em s#a de mais a1 O assombro ;#e &as9e da visão ;#e os d#,los t
A&tJ&io Claro ,s #ma 9ara de ,e&a e disse( E# &as9i meia 'ora a&tes( o#( ,ara 8alar 9om absol#ta e@a9tidão 9ro&ométri9a( ,#s a 9abeça de 8ora Ks tree 'oras e vi&te e &ove mitos( lame&to-o( me# 9aro( mas e# $ 9 estava ;#a&do vo9< &as9e#( o d#,li9ado é vo9<1
O dilo+o se re,ete1 E# so# vo9< Qo9< é a,e&as #ma 9J,ia mi&'a Mer9rio a8irma( dia&te de SJsia( ;#e é SJsia1 O ator a8irma( dia&te do ,ro8essor( ;#e o ,ro8essor é o d#,li9ado dele1 Isto me s#+ere ;#e o ,ro8essor-ator é( a&tes de t#do e dia&te de todos( #m ator( e ;#e o ator dese$a re,rese&tar o ,ro8essor 9omo bem e&te&de( e obter os e8eitos do a,re&diado 9om mais e8i99ia do ;#e o ,ro8essor ,oderia 8a<-lo1 A 9ara de ,e&a =a ms9ara de ,e&a? 9riada ,or A&tJ&io Claro é a,e&as #m $o+o de 9e&a er sido verdade ;#e ele( o ator( &as9e# realme&te meia 'ora mais 9edo ;#e ert#lia&o A&tes desse e&9o&tro de9isivo( lo+o a,Js o im,a9to e o tra&stor&o +erados ,ela visão do se# rosto &o rosto de #m ator( ert#lia&o e&tro# em ,ro8#&da 9rise \ Ks vees te&'o até a im,ressão de &ão saber e@a9tame&te o ;#e so#( sei ;#em so#( mas &ão o ;#e so#( &ão sei se me 8aço e@,li9ar1 A disti&ção e&tre este o ;#e e o ;#em re,He o ,roblema da ide&tidade em termos mais radi9ais do ;#e ,oderia ,are9er1 O ;#em é ert#lia&o-A&tJ&io( os dois são #m sJ 'omem( d#,li9ado1 O ;#e est &a li&'a da 8#&ção( do ,a,el( do modo 9omo ert#lia&o ,oderia realiar a s#a vida1 E# =o ;#em? so# abert#ra ,ara a realiação de #m ,ro$eto =o ;#e?1 Este ,ro$eto &as9e de #ma de9isão( de #ma es9ol'a 9o&s9ie&te1 Esta es9ol'a ,ede ;#e e# me des,re&da de #ma a#te& a#te&ti9 ti9ida idade de i&to9 i&to9ve vel( l( do me# me# modo modo de ser es,o&t es,o&t&e &eo( o( dos me#s me#s im,#ls im,#lsos( os( das mi&'as mi&'as te&d<&9ias &at#rais( dos me#s traços tem,erame&tais1 tem,erame&tais1 O ,ro8essor ;#e ,re9iso 9o&8i+#rar em mim é mais do ;#e #ma ,essoa 9om boa vo&tade( ;#e +osta de est#dar( ;#e +osta de lidar 9om al#&os( ;#e +osta de 8alar( ;#e +osta de ser o#vida111 e( ,orta&to( tal'ada desde desde toda a eter&idade eter&idade ,ara le9io&ar1 le9io&ar1 Mas le9io&ar &ão é o desti&o =9r#el o# &ão? ;#e so# obri+ado a se+#ir ,elo 8ato de e@,erime&tar #m dese$o irre,rimLvel de dar a#las( dese$o arrai+ado em me# ser( ,rovo9ado ,or mi&'as i&9li&açHes &at#rais1 Ser ,ro8essor &ão é #ma ;#estão de tem,erame&to1 "m ,ro8essor &ão &as9e ,ro&to( 8a-se1
Devo des,re&der-me des,re&der-me de mi&'a alma ,ara( la&ça&do-me de 9or,o( rosto e ,alavra &a tare8a de e&si&ar( 9o&str#ir 9o&str#ir #m o#tro ,ro8essor( ;#e $ est em mim( K es,era de #ma d#,li9ação da ;#al serei( 9#ste o ;#e 9#star( o ,ri&9i,al artL8i9e1 Sem,re 'aver #ma l#ta e&tre mim e o me# d#,lo1 Sem,re 'aver #ma l#ta e&tre o ,ro8essor roti&eiro( 9#m,ridor dos se#s deveres( e o ,ro8essor-ator( ;#e ,He em @e;#e os ,ro9edime&tos 9o&sa+rados( 9o&sa+rados( ;#e im,rovisa e 9ria &ovas re+ras1 E sem,re 'aver o ris9o =o# a &e9essidade? de #m matar o o#tro1 No roma&9e de Sarama+o( A&tJ&io Claro morre m a9ide&te de 9arro( e ert#lia&o( ert#lia&o( ;#e ass#mira tem,orariame&te o ,a,el do ator ,ara dele se vi&+ar( ,assa a at#ar 9omo A&tJ&io Claro e Da&iel Sa&ta-Clara( dei@a&do ert#lia&o ert#lia&o morrer de morte 8i99io&al1 Para sobreviver 9omo ,ro8essor( ert#lia&o abre mão de ert#lia&o( do 'omem vel'o( do &ão-,ro8essor1 &ão-,ro8essor1 Nas9e( assim( #m o#tro e#( #m o#tro ,ro8essor( #m 'omem &ovo( #ma &ova 'istJria( #m ,ro8essor-ator1 O &ovo ,ro8essor( 9o&versa&do 9om a viva de A&tJ&io =;#e l'e ,ede ,ara 8i9ar &o l#+ar deste?( ,er+#&ta-se e ,er+#&ta2
Mas o se# marido devia ter 8amLlia( ,ais( irmãos( 9omo ,osso e# 8ae 8aerr as vee veess dele dele(( A$#da $#darr-te te-e -ei( i( Ele Ele era era a9to a9tor( r( e# so# so# ,ro8essor de istJria( Esses são al+#&s dos 9a9os ;#e ters de re9om,or( mas 9ada 9oisa tem se# tem,o( alve ve&'amos a amar-&os( alve sim1
O ,ro8essor ,assa a i&ter,retar #m &ovo ,ro8essor( #m ,ro8essor 9om 9a,a9idade artLsti9a( e #m ,asso im,orta&te ,ara 9om,or este &ovo ,erso&a+em são os 9a9os1 Para ;#e o ,ro8essor re&asça( al+o ,re9isava ;#ebrar-se e morrer1 E o ;#e se ;#ebro# em 9a9os %#ebro#-se a #&idade idealiada e i&e@iste&te( ;#ebro#-se a 8alsa tra&;Vilidade de #m e&si&o em ;#e bastava o sil<&9io do al#&o e a a#toridade do ,ro8essor1 Os 9a9os( re9o&stit#Ldos( 9riarão #ma &ova realidade1 Foi m#ito bom( a8i&al( ;#e o ,ro8essor ert#lia&o estivesse de,rimido1 Se se se&tisse 9o&te&te 9om o ,o#9o ;#e ti&'a e 8aia( &ão teria des9oberto o se# d#,lo1 E o se# d#,lo o salvo#( ai&da ;#e o te&'a levado K morte 9omo ert#lia&o1 A+ora o ,ro8essor sabe ;#e é ,ro8essor( #m ,ro8essor ;#e ,ro8essa ,ro8essa a arte de e&si&ar1 e&si&ar1
O de#s Mer9rio( volta&do ao tema de An.itrião( tra&s8orma-se &o es9ravo SJsia( a,ro,ria&do-se &ão some&te da a,ar<&9ia mas até mesmo 9o&8eri&do K;#ele &ome ,rJ,rio a ;#alidade de #m s#bsta&tivo a ser a,li9ado a todo a;#ele ;#e se ,are9e 9om o#tro1 O de#s Mer9rio( de 9erta 8orma( liberta o es9ravo SJsia de s#a 9o&dição de mero 9o&servador =etimolo+i9ame&te sJsia si+&i8i9a a;#ele ;#e 9o&serva?1 D-l'e #ma o#tra idéia de si mesmo1 O de#s Mer9rio( em al+#mas versHes( 9'e+a a dar #ma s#rra em SJsia ,ara ;#e este des,erte da s#a 9o&dição( des9#bra #m de#s em si mesmo( a ,ossibilidade de ser o#tro1 A ,ossibilidade de ,erder-se a si mesmo ,ara salvar-se( virt#de das virt#des1
PARTE II $ ENSINAR CO% COER(NCIA