VIOLET OAKLANDER DESCOBRINDO CRIANÇAS – A ABORDAGEM GESTALTICA COM CRIANÇAS E ADOLESCENTES.
Do original em língua inglea !INDO!S TO O"R C#ILDREN Co$%rig&' ( )*+, Real -eo$le -re Trau/0o e George S1&l1inger Ca$a e Ke2en R. S3eene% 4Ceia $ela Real -eo$le -re5 Re2i0o 1ien'í6i1a a ei/0o e ire/0o.. a 1ole/0o7 -aulo Elie8er 9erri e Barro -roi:ia a re$rou/0o 'o'al ou $ar1ial e'e li2ro; $or ,+ ?@?)@ S0o -aulo; STele6one 4?))5 )@ e >@** CaiFa -o'al )@.,)
Apresentação da Edição Brasileira Apresentar um livro de terapia infantil de enfoque gestáltico não constitui tarefa muito fácil para alguém que sempre orientou seu trabalho com crianças a partir de uma perspectiva psicanalítica. psicanalítica. É poder olhar o diferente a partir de seu referencial referencial prprio! evitando a tentação de um reducionismo. "aso contrário! corre#se o risco de desconsiderar tudo o que de novo esta perspectiva pode oferecer. Apesar deste risco! foi para mim uma e$peri%ncia bastante gratificante gratificante e enriquecedora poder acompanhar &iolet 'a(lander em sua prática clínica! onde! através de )ogos mais ou menos dirigidos! procura abrir * criança um espaço * e$pressão livre de suas fantasias e sentimentos! para que! quase como uma conseq+%ncia espont,nea! possa emergir o conflito de base. -oder favorecer * criança sair de sua solidão e encontrar no outro um eco aos seus anseios mais escondidos! seria este o pro)eto da autora -arece que sim. /endo por linha mestra seguir o curso da prpria e$peri%ncia infantil infantil!! ela utili0a argila! areia! água! tinta! estrias! gravuras! ferramentas! ferramentas! toda uma gama de materiais l1dicos que lhe permite ver e responder *s pistas dadas pelas crianças! funcionando como 1m continente * eclosão daquele sentimento ou daquela viv%ncia! que! por alguma ra0ão! a criança não se permite e$perimentar. 2em d1vida a prática de &iolet aponta para além disso3 apesar da import,ncia! import,ncia! talve0 e$cessiva! que ela empresta aos sentimentos sentimentos no plano terico! terico! o que nos aparece aparece em seus relatos relatos de caso é a erupção erupção de várias linhas linhas de associação associação de idéias! sempre caminhando! caminhando! no sentido de favorecer * criança a simbolização simbolização do conflito no qual se encontra enredada. ' que nos mostra que! se a fantasia é seu campo de ação e se a e$pressão afetiva é o seu guia terap%utico! terap%utico! a e$peri%ncia de &iolet acaba condu0indo sempre * possibi4idade de a criança exprimir 7
em palavras aquilo que antes era sem nome e sem lugar. E! neste sentido! poder se situar melhor no comple$o de circunst,ncias que a cercam e! por ve0es! a coartam. 5ão espere o leitor leitor encontrar aqui aqui uma elaboração elaboração terica rigorosa3 conforme conforme )á disse! a prática! muitas ve0es! aponta para além da teoria. teoria. Espere Espere encontrar! entretanto! entretanto! uma mulher mulher cheia de vida que tem a coragem de se despir dos esteretipos e preconceitos do adulto! para tentar des-cobrir, em toda sua intensidade! o comple$o maravilhoso e intrincado do universo infantil. Maria Julieta Julieta Nóbrega Nóbrega Naffah Maio de !"# !"# -
$ste livro % dedicado dedicado & memória do meu filho Michael 6
-refácio 7uando li o manuscrito manuscrito deste livro pensei8 9/odo mundo deve estar interessado nele todo mundo que tenha alguma coisa a ver com crianças:. 5ão notei que o meu meu 9todo mundo: tinha tinha dei$ado alguém de fora. 7uando as provas de paqu% estavam sendo lidas em vo0 alta para serem comparadas com o manuscrito! 2ummer! de ; anos! entrou. Ela começou a fa0er desenhos com pastel. 5ão fe0 barulho nem alvoroço3 não perguntou * mãe mãe quando ia para casa. casa. ma parte substancial deste livro são crianças falando de si mesmas! com a honestidade que &iolet 'a(lander lhes possibilita. 7uem mais do que outra criança poderia estar interessado nisto /odavia! quando pensei nas pessoas que se interessariam! interessariam! en$erguei en$erguei apenas adultos8 adultos8 terapeutas! professores! professores! pais. pais. 5ão incluí as pessoas pessoas de quem o livro trata. &iolet mostra que esta é uma causa básica de muitas das dificuldades em que as crianças se envolvem. 5s adultos freq+entemente lhes negamos informação e e$pressão! dei$ando#as confusas. -are um instante e recorde a sua prpria inf,ncia! e as suas lutas para entender o mundo da 9gente grande:... &iolet tem recordaç?es claras! e esta é uma parte importante do seu conhecimento e compreensão das crianças. Ela possui todas as credenciais oficiais! mas as suas e$peri%ncias e$peri%ncias com crianças e as suas memrias de inf,ncia são muito mais importantes. importantes. É nisto que ela se apia na sua compreensão 1nica de 9como foi que elas se perderam:. Alguns adultos nunca chegaram a encontrar a si prprios. -ara eles! este livro pode ser o início de uma auto#descoberta3 auto#descoberta3
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em palavras aquilo que antes era sem nome e sem lugar. E! neste sentido! poder se situar melhor no comple$o de circunst,ncias que a cercam e! por ve0es! a coartam. 5ão espere o leitor leitor encontrar aqui aqui uma elaboração elaboração terica rigorosa3 conforme conforme )á disse! a prática! muitas ve0es! aponta para além da teoria. teoria. Espere Espere encontrar! entretanto! entretanto! uma mulher mulher cheia de vida que tem a coragem de se despir dos esteretipos e preconceitos do adulto! para tentar des-cobrir, em toda sua intensidade! o comple$o maravilhoso e intrincado do universo infantil. Maria Julieta Julieta Nóbrega Nóbrega Naffah Maio de !"# !"# -
$ste livro % dedicado dedicado & memória do meu filho Michael 6
-refácio 7uando li o manuscrito manuscrito deste livro pensei8 9/odo mundo deve estar interessado nele todo mundo que tenha alguma coisa a ver com crianças:. 5ão notei que o meu meu 9todo mundo: tinha tinha dei$ado alguém de fora. 7uando as provas de paqu% estavam sendo lidas em vo0 alta para serem comparadas com o manuscrito! 2ummer! de ; anos! entrou. Ela começou a fa0er desenhos com pastel. 5ão fe0 barulho nem alvoroço3 não perguntou * mãe mãe quando ia para casa. casa. ma parte substancial deste livro são crianças falando de si mesmas! com a honestidade que &iolet 'a(lander lhes possibilita. 7uem mais do que outra criança poderia estar interessado nisto /odavia! quando pensei nas pessoas que se interessariam! interessariam! en$erguei en$erguei apenas adultos8 adultos8 terapeutas! professores! professores! pais. pais. 5ão incluí as pessoas pessoas de quem o livro trata. &iolet mostra que esta é uma causa básica de muitas das dificuldades em que as crianças se envolvem. 5s adultos freq+entemente lhes negamos informação e e$pressão! dei$ando#as confusas. -are um instante e recorde a sua prpria inf,ncia! e as suas lutas para entender o mundo da 9gente grande:... &iolet tem recordaç?es claras! e esta é uma parte importante do seu conhecimento e compreensão das crianças. Ela possui todas as credenciais oficiais! mas as suas e$peri%ncias e$peri%ncias com crianças e as suas memrias de inf,ncia são muito mais importantes. importantes. É nisto que ela se apia na sua compreensão 1nica de 9como foi que elas se perderam:. Alguns adultos nunca chegaram a encontrar a si prprios. -ara eles! este livro pode ser o início de uma auto#descoberta3 auto#descoberta3
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um reencontro com partes suas que foram abandonadas na inf,ncia. &iolet afirma que não criou nenhum dos métodos que emprega. =as a maneira como os emprega é altamente altamente original e criativa! unia gestalt viva e fle$ível8 9Eu vou aonde a minha observação e intuição mandam! sentindo#me livre para mudar de direção a qualquer momento:. /oda a sua gama de sentidos está em ação quando ela se move com as crianças na redescoberta do e$perienciar. e$perienciar. Ela se sente * vontade com seus erros menciona#os de passagem e di08 9Eu acredito que não há comc cometer um erro se voc% tem boa vontade e abstém#se de in terpretaç?es e )ulgamentos:. CA maioria de ns tem boa vontade poucos abstemo#nos de )ulgamentos! )ulgamentos! ou sequer notamos notamos qD estamos interpretando. interpretando. &iolet conversa com as crianças de maneira simples e diret de uma maneira que a maioria de ns gostaria de ouvir tempo todo! mas que raramente temos a possibilidade de e$pe rienciar! até mesmo com nossos amigos mais íntimos. 9Eu disparo numa e$plicação enorme... e finalmente digo FGebbH! na realidade eu não sei bem ao certoI.: 95s conversamos um pouco sobre a sua solidão! e então e contei a ela algo sobre a minha prpria solidão.: Este livro pode ser uma )anela para a criança dentro d voc%! bem como para as crianças com quem voc% está. BarrH 2teven 4unho de J; K
Lndice Apresentação da Edição Brasileira ; 'ref(cio M )ntrodução )ntrodução N . *antasia . *antasia ; O. +esenho O. +esenho e *antasia *antasia MN ' 2eu =undo MN. Gesenhos da
14 $xperi5ncia ensorial M /ato MO. &isão MM. 2om MR. =1sica M;. -aladar KO. 'lfato KO. ntuição KM. 2entimentos KN. Qela$amento KR. =editação K6. =ovimento "orporal NP. ;. 6epresentação 6epresentação NJ 4ogos Gramáticos "riativos NJ. /ato RO. &isão RO. 2om RO. 'lfato RM. -aladar RM. ' "orpo RM. =ímica de 2ituaç?es RK. "aracteri0ação de -ersonagens RN. mprovisaç?es com -alavras RN. 2onhos R6. A "adeira &a0ia ;K. -olaridades 6P.
6. udoterapia udoterapia 6M A =esa de Areia JP. 4ogos JR. /estes -ro)etivos como /écnica /erap%utica JJ. J. 8 'rocesso de 0erapia OPN A "riança entra em /erapia OPN. A -rimeira 2essão OPJ. "omo é =eu "onsultrio OR. ' -rocesso de /erapia OR. Qesist%ncia OOP. /érmino OOM. P. 2omportamentos 'roblem(ticos $spec9ficos OM Agressão OMO. Qaiva OMN. A "riança Uiperativa OK6. A "riança Qetraída ON;. /emores ORN. 2ituaç?es de /ensão ou E$peri%ncias /raumáticas Específicas O;K. 2intomas <ísicos O6P. nsegurança3 Srudar#se *s -essoas3 Agrados E$cessivos O66. ' 2olitário OJO. 2olidão OJR. A "riança que Está Gentro e
ntrodução GebbH CJ anos8 9"omo voc% fa0 as pessoas se sentirem melhor: 9' que voc% quer di0er com isso: C'bviamente estou sendo evasiva. GebbH8 9Bem! quando as pessoas estão com voc%! elas se sentem melhor. ' que voc% fa0 para isso acontecer É muito difícil: 9-arece que voc% se sente melhor.: GebbH8 Cfa0endo que sim com a cabeça! vigorosamente8 92imV Agora eu me sinto melhor. "omo é que pode: Eu disparo numa enorme e$plicação a respeito de fa0er as pessoas falarem sobre seus sentimentos! sentimentos! como faço isso! como fi0 com ela! e finalmente finalmente digo8 9GebbH! na realidade eu não sei bem ao certo:. 2ei que há necessidade de um livro deste tipo porque sempre que entrava numa livraria! eu o procurava. >m dia percebi que estava procurando confirmação de algo que estava dentro da minha prpria cabeça e do meu prprio coração! coração! de como fa0er terapia terapia com crianças3 crianças3 eu queria uma uma afirmação afirmação daquilo que estava di0endo di0endo em aulas e =or>shops4 =eu trabalho com crianças tem sido para mim uma e$peri%ncia de crescimento. /oda ve0 que uma criança abre seu coração para mim e compartilha essa assombrosa assombrosa sabedoria geralmente mantida oculta! eu sinto uma profunda rever%ncia. rever%ncia. As crianças crianças com quem trabalhei trabalhei talve0 não saibam! saibam! mas elas elas me ensinaram ensinaram muita coisa a respeito de mim mesma. 2into#me privilegiada por ter descoberto formas efetivas de a)udar as crianças a atravessar com mais facilidade algumas passagens difíceis de suas vidas. Escrevi este livro para compartilhar as minhas e$peri%ncias! e$peri%ncias! na esperança de que mais adulN tos encontrem meios de dar *s crianças a assist%ncia que estas necessitam para lidar com seu mundo! p1blico e particular. Este livro é escrito para todos voc%s que trabalham e vivem com crianças8 orientadores e terapeutas que buscam novas formas de trabalhar com crianças8 professoras que reconhecem que os sentimentos da criança desempenham um papel importante na sua aprendi0agem8 pais que dese)am encontrar métodos para se apro$imar de seus filhos! e que talve0 este)am curiosos para saber o que passa numa relação terapeuta#criança8 e aqueles que estão no campo da sa1de mental e se afastaram do trabalho com gente )ovem não porque não gostem de crianças! mas porque precisam de mais familiaridade —
com formas de proceder. ' livro é escrito! também! para os adultos que possam querer entrar em contato com suas prprias inf,ncias no sentido de uma melhor compreensão de si prprios ho)e em dia. Espero que o compromisso com o meu trabalho! bem como a minha e$citação com ele! com minhas idéias e com meus )ovens clientes! fiquem claros nestas páginas! saindo delas e indo tocar voc%.
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quando voc% v% um pequeno animal fugindo em disparada! um coelhinho talve0. &oc% está caminhando! e logo começa a perceber que a trilha está subindo! e que voc% está indo montanha acima. Agora voc% sabe que está escalando uma montanha. 7uando voc% chega no topo da montanha! voc% se senta numa rocha enorme para descansar. &oc% olha em volta. ' sol está brilhando3 aves voam em torno de voc%. Bem na sua frente! com um vale no meio! há outra montanha. &oc% pode ver que nessa outra montanha há uma caverna! e fica dese)ando estar lá. &oc% nota que os pássaros voam para lá com facilidade! e gostaria de ser pássaro. Ge repente! pois isto aqui é uma fantasia e tudo pode acontecer! voc% percebe que se transformou num pássaroV &oc% e$perimenta as suas asas! e com toda certe0a pode voar. Então voc% decola e voa facilmente para o outro lado. C-ausa para dar tempo ao voar. 9Go outro lado voc% aterrissa sobre uma rocha! e instantaneamente se transforma em voc% mesmo outra ve0. &oc% trepa nas rochas procurando uma entrada para a caverna! e en$erga uma pequena porta. &oc% se agacha! abre a porta e entra na caverna. @á dentro há espaço de sobra para voc% ficar de pé. &oc% dá uma volta e$aminando as paredes da caverna! e de repente nota uma passagem um corredor. &oc% anda por esse corredor e de repente nota que há filas e filas de portas! cada uma com um nome escrito. Ge repente voc% chega a uma porta onde está escrito o seu nome. &oc% fica parado na frente da sua porta! pensando nela. &oc% sabe que )á! )á vai abri#la e passar para o outro lado da porta. &oc% sabe que esse vai ser o seu lugar. -ode ser um lugar do qual voc% se lembra! um lugar que voc% conhece agora! um lugar cm o qual voc% sonha! um lugar de que voc% talve0 nem goste! um lugar que voc% nunca viu! um lugar dentro ou um lugar fora. &oc% não vai saber enquanto não abrir a porta. =as! qualquer que se)a! este será o seu lugar. —
9Então voc% vira a maçaneta e passa pela porta. 'lhe para o seu lugarV &oc% está surpreso G% uma boa olhada. 2e voc% não v% lugar nenhum! invente um agora. &e)a o que há aí! onde é que ele fica! dentro ou fora. 7uem está aí Uá gente! gente que voc% conhece ou não conhece Uá animais 'u não há ninguém "omo voc% se sente nesse lugar 5ote como! voc% está se sentindo. &oc% se sente bem ou não 'lhe em volta! passeie pelo seu lugar. C-ausa. 97uando tiver acabado! abra os olhos e estará de novo nesta sala. 7uando voc% abrir os olhos! quero que pegue um pouco de papel e lápis de cor! ou lápis de cera ou pastéis! e desenhe o seu lugar. -or favor! não fale enquanto desenha. 2e sentir que precisa di0er alguma coisa! por favor! diga cochichando. 2e voc% não encontrar as cores certas para o seu lugar! sinta#se livre para vir em sil%ncio pegar o que precisa! ou empreste de alguém. Gesenhe o seu lugar o melhor que puder. 2e quiser! pode desenhar os seus sentimentos em relação ao lugar! usando cores! formas e traços. Qesolva se quer se colocar nesse lugar! onde e como como forma! cor ou símbolo. Eu não preciso ficar sabendo tudo sobre o seu lugar s olhando o desenho3 voc% poderá e$plicá#lo para mim. /enha confiança naquilo que voc% viu ao abrir a porta! mesmo que não goste. &oc% terá mais ou menos de0 minutos. 7uando se sentir pronto pode começar.: —
>ma fantasia como esta necessita ser contada em vo0 de fantasia. É contada devagar! com muitas pausas para dar *s crianças oportunidade de 9fa0er: as coisas que eu mando. É muito comum eu fechar os olhos e via)ar eu mesma pela f antasia enquanto conto. /enho feito este tipo de desenho#fantasia com crianças em sess?es individuais bem como em situaç?es de grupo! e com idades que variam desde os ; anos até adultos. Eis alguns e$emplos de 9lugares: de crianças e a forma como trabalho com elas. @inda! M anos! fe0 o desenho de um quarto que incluía uma cama! uma mesa! uma cadeira! tr%s cachorros em pé no chão! e o retrato de um cachorro na parede. A figura era muito clara e tinha muitos espaços va0ios. @inda descreveu seu desenho. "omo estava num grupo! as outras crianças fi0eram perguntas tais como8 9-ara que serve isso: e ela respondeu. -edi a @inda que 's desenhos de crianças que aqui aparecem são os originais. 's traços principais de alguns deles foram realçados com um lápis de cera ou cra?on para possibilitar uma reprodução mais clara.
6 J escolhesse algo no desenho que ela gostaria de ser. Ela escolheu o cachorro do retratro na parede. -edi#lhe que falasse como se fosse esse retrato de cachorro! que dissesse como era e o que estava fa0endo. Ela descreveu a si prpria8 9Eu sou um retrato aqui na parede:. -erguntei#lhe qual era a sensação de estar pendurada na parede. @inda8 Eu me sinto so0inha totalmente s. Eu não gosto de ver aqueles cachorros brincando. "onverse com aqueles cachorros lá embai$o e diga#lhes isso. @inda8 eu não gosto de estar aqui em cima vendo voc%s brincar. Eu gostaria de sair da parede e ficar no meio de voc%s aí no chão. E voc%! @inda! a menina! alguma ve0 se sentiu assim! como o cachorro do desenho @inda8 2imV Esse cachorro na verdade sou eu. Eu estou sempre de fora. Eu gostaria de saber se aqui voc% também se sente assim agora. @inda8 2im! eu também me sinto assim aqui. =as agora talve0 não tanto. ' que voc% está fa0endo aqui para que não se)a tanto! agora @inda Cvo0 muito pensativa8 Bem! eu estou fa0endo alguma coisa. Eu não estou s sentada aqui sem fa0er nada! s olhando! como o cachorro na parede. -edi a @inda que me desse uma frase para escrever no seu desenho! uma frase que melhor o sinteti0asse8 9Eu gostaria de sair da minha parede e participar:.
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/ommH! 6 anos! desenhou uma figura do menino 4esus! =aria e os homens sábios tra0endo presentes. CEstávamos perto do 5atal. Gepois que descreveu o desenho! pedi#lhe que deitasse sobre umas almofadas e fosse o beb%. "om muitos risinhos! ele o fe0. Eu disse que as outras crianças seriam os sábios e eu seria a =ãe. /odos ns representamos uma pequena cena! tra0endo presentes e falando sobre o maravilhoso beb%. A minha prpria encenação
entusiástica serviu de modelo para as outras crianças. /ommH ficou bem quieto. Estendido sobre as almofadas! seu corpo rela$ado e a e$pressão sorridente no seu rosto! evidenciavam que go0ava plenamente o momento. -erguntei#lhe se ele gostava de ser beb%. Ele disse que gostava muito porque recebia tanta atenção. &oc% realmente gosta de receber atenção. /ommH8 2imV &oc% gostaria de receber mais do que recebe. /ommH8 sso mesmoV /ommH pediu#me que escrevesse a sua frase no seu desenho8 9Eu gosto de ser o centro de atenção e ganhar presentes e então fico feli0.: 5as sess?es anteriores! /ommH tivera que escolher entre ficar no grupo ou esperar noutra sala por causa da sua atividade muito perturbadora.
E como voc% se sente @isa8 =uito so0inha. @isa! voc% se sente como essa cobra @isa8 2im! eu sou so0inha. Então @isa perdeu sua postura de durona e começou a chorar. 5s conversamos sobre a sua solidão por algum tempo! e eu lhe contei alguma coisa a respeito da minha prpria solidão. A
r”’ .K nw.4
>m menino de K anos! Slenn! desenhou um grupo de roc( chamado 9/he -eople: As -essoas. A sua frase8 9>ma fantasia que abandonei temporariamente! mais ou menos.: Esta foi a primeira ve0 em várias semanas de terapia que ele se mostrou disposto a admitir que havia uma coisa pela qual se interessava. —
OO OM As suas palavras 9temporariamente! mais ou menos: me disseram que alguma coisa dentro dele estava se abrindo para a possibilidade de que afinal poderia fa0er algo na vida. Anteriormente as nossas sess?es eram envolvidas pelo seu profundo desespero3 agora começamos a e$plorar a sua esperança. "om freq+%ncia as crianças desenharão lugares que se encontram em oposição direta com seus sentimentos em relação ao presente. "enas de fantasia com castelos e princesas! cavaleiros e belas paisagens montanhosas são muito comuns. A)udar as crianças a falar sobre os sentimentos representados por estes desenhos abre a porta para a e$pressão dos seus sentimentos opostos. Xs ve0es peço a uma criança para 9desenhar um lugar de que voc% se recorda! da inf,ncia! que era gostoso! ou um lugar que voc% sabe que é gostoso! pode ser de verdade ou de mentira.: =ais uma ve0! como no e$ercício da caverna fantasiosa! eu lhes peço que fechem os olhos e entrem nos seus espaços! como fi0 ao descrever a primeira fantasia. >m menino de M anos desenhou uma cena de quando tinha ; anos. Escrevi no seu desenho conforme ele ditou8 9sto era assim quando eu tinha sete anos. 5s morávamos em 'hio. =eu pai tinha acabado de voltar do &ietnã. Eu estava feli0. =as então ele começou a me fa0er contar tudo .que eu fa0ia. =inha mãe me dei$ava fa0er tudo quando ele estava fora. Ele me chateia. =eus irmãos estão trepando na árvore. Eu quero que eles caiam e quebrem os braços. Eu gostava de 'hio.: E então! em vo0 bem! bem bai$a ele começou a falar sobre a sua vontade de ser livre 9apenas para as pequenas coisas:. Este menino estava constantemente irrequieto! e era considerado hiperativo. Qealmente não conseguia ficar muito tempo sentado no lugar! e se me$ia ami1de nos encontros de grupo. =as quando acabou de falar! deitou#se e rapidamente adormecu. Em sess?es posteriores olhamos para o seu desenho e suas afirmaç?es que eu havia escrito e$atamente conforme ele dissera e conversamos acerca de alguns de seus sentimentos conforme ele ditara e conversamos acerca de alguns de seus sentimentos ambivalentes! o seu vai#vem entre o antes da sua memria em 'hio e o agora da sua vida presente. A maior parte do que escrevo neste livro envolve o uso da fantasia. -ara alguma pessoa que não este)a convencida do imenso valor da fantasia no crescimento e desenvolvimento das crianças! recomendo um livro muito abrangente a respeito de crianças e fantasia8 0he 2h-ild@s Aorld of Ma>e-3elieve C' =undo de
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mente que crianças capa0es de serem imaginativas possuem 7 mais alto e maior capacidade de enfrentar! e que encora)ar uma criança a ser imaginativa melhora a sua habilidade de enfrentar e aprender. Através da fantasia podemos nos divertir )unto com a criança e também descobrir qual é o processo dela. Seralmente o seu processo de fantasia Ca forma como fa0 as coisas e se move no seu mundo fantasioso é o mesmo que o seu processo de vida. -odemos penetrar nos recantos mais íntimos do ser da criança por meio da fantasia. -odemos tra0er * lu0 aquilo que é mantido oculto ou o que ela evita! e podemos também descobrir o que se passa na vida da criança a partir da perspectiva dela prpria. -or estas ra0?es encora)amos a fantasia e a utili0amos como instrumento terap%utico. 7uando penso no valor da fantasia para as crianças! lembro#me de uma época da minha vida em que a fantasia me serviu enormemente. 7uando tinha cinco anos! sofri queimaduras sérias e tive que ficar hospitali0ada vários meses. >ma ve0 que isso se deu antes dos dias da penicilina! não me foi permitido ter brinquedos de espécie alguma! por medo de uma infecção. CAgora eu sei o porqu%3 naquela época ninguém me contou. Além disso! os horários de visitas eram bastante limitados! e eu passava hora aps hora estendida na cama! sem ter ninguém para conversar e nada para brincar. 2obrevivi a esse padecimento mergulhando no
mundo da fantasia. "ontava a mim mesma estrias intermináveis! muitas ve0es ficando e$tremamente envolvida com os cenários. Alguns pais t%m me pedido para fa0er uma distinção entre fantasia e mentira. 'utros se preocupam porque seus filhos parecem perdidos num mundo de fantasia. =entir é um sintoma de algo que não está certo para a criança. É um padrão de comportamento e não uma fantasia! embora *s ve0es ambos se confundam. As crianças mentem porque t%m medo de assumir uma posição com respeito a si prprias! de encarar a realidade como ela é. ma ve0 que outras pessoas geralmente pão ouvem! não entendem ou não aceitam seus sentimentos! ela tampouco o fa0. Ela não aceita a si prpria. -recisa recorrer * fantasia! e subseq+entemente * mentira. Assim! aqui mais uma ve0 é necessário começar sintoni0ando os sentimentos da criança! e não o seu comportamento3 é preciso começar a conhec%#la! ouvi#a! entend%#la e aceitá#la. 's sentimentos da criança são a sua prpria ess%ncia. Qefletindo# lhe os seus sentimentos! ela também passará a conhec%#los e aceitá#los. 2 então a mentira poderá ser vista realisticamente pelo que ela é8 um comportamento do qual a criança fa0 uso para a sua sobreviv%ncia. As crianças constroem um mundo de fantasia porque )ulgam seu mundo real difícil de viver. 7uando trabalho com uma criança destas! encora)o#a a contar#me! e até mesmo elaborar! suas imagens e noç?es fantasiosas! de modo que eu possa compreender o seu mundo interior. As crianças t%m uma porção de fantasias de coisas que )amais aconteceram realmente. 5o entanto! tais fantasias são muito reais para essas crianças! e ami1de são mantidas dentro! fa0endo com que *s ve0es elas se comportem de maneiras ine$plicáveis. Estas fantasias reais#imaginadas com freq+%ncia despertam sentimentos de medo e ansiedade3 elas precisam ser tra0idas * lu0 para serem lidas e terem fim. E$istem muitos tipos diferentes de material fantasioso. A representação imaginativa das crianças é uma forma de fantasia que pode ser estendida a improvisaç?es dramáticas! no caso de crianças mais velhas. 'utra forma de fantasia é contar estrias em todas as suas formas8 contando verbalmente! escrevendo! por meio de bonecos! do painel de feltro. -oesia é fantasia bem como imagem e simbolismo. Uá fantasias longas dirigidas! e fantasias de final aberto. As fantasias dirigidas habitualmente são feitas com os olhos fechados! mas também e$istem fantasias de olhos abertos. Xs ve0es e$pressamos fantasia através de um desenho ou com argila. Xs ve0es as crianças resistem a fechar os olhos. Algumas se assustam com a falta de controle que sentem com os olhos fechados. 2e protestam! tenho por hábito di0er8 9E$perimente! e sinta#se livre para abrir os olhos sempre que voc% tiver necessidade:. Seralmente as crianças fecham os olhos depois de algum tempo! tendo descoberto! aps tentativas! que nada de terrível acontece. Xs ve0es a)uda pedir#lhes que deitem de barriga para bai$o! enquanto conto a fantasia. Algumas crianças simplesmente não conseguem ou não se dei$am penetrar na fantasia quando são dirigidas. Algumas não se mostram dispostas! outras estão tensas e constritas. Algumas acham de início que as fantasias são bobas. -ara as crianças que t%m dificuldade de 9entrar: numa fantasia! é proveitoso principiar com uma em que os olhos são mantidos abertos. 'ut Bour Mother 8n the 2eiling -onha a 2ua =ãe no /eto de Qichard de =ille! possui algumas fantasias de olhos abertos e$celentes e irresistíveis. -or e$emplo8 Este )ogo se chama
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