TECENDO LINGUAGENS LÍNGUA PORTUGUESA TANIA AMARAL OLIVEIRA Formada em Letras, Pedagogia e Psicologia pela Universidade de São Paulo (USP). Mestra em Ciências da Comunicação pela Universidade de São Paulo (USP). Formadora de educadores nas áreas de Língua Portuguesa e de Comunicação. Professora do Ensino Fundamental das redes pública e privada de ensino de São Paulo.
ELIZABETH GAVIOLI DE OLIVEIRA SILVA Bacharel e licenciada em Linguística e Língua Portuguesa pela Universidade de São Paulo (USP). Professora do Ensino Fundamental e da Educação de Jovens e Adultos. Autora de livros didáticos de Língua Portuguesa e de Letramento e Alfabetização (Ensino Fundamental e EJA). Professora do Ensino Fundamental da rede particular de ensino de São Paulo.
CÍCERO D E OLIVEIRA SILVA Bacharel em Comunicação Social pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). Graduando em Linguística e Língua Portuguesa pela Universidade de São Paulo (USP). Autor de livros didáticos de Língua Portuguesa e de Letramento e Alfabetização (Ensino Fundamental e EJA). Educador em projetos sociais nas áreas de Comunicação e Educação para a Cidadania.
LUCY APARECIDA MELO ARAÚJO Bacharel e licenciada em Língua Portuguesa e Linguística pela Universidade de São Paulo (USP). Especialista em Língua Portuguesa pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). Mestranda em Língua Portuguesa pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). Professora do Ensino Fundamental da rede particular de ensino de São Paulo.
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o a no
ENSINO FUNDAMENTAL LÍNGUA PORTUGUESA
MANUAL DO PROFESSOR
4a edição São Paulo 2015
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Coleção Tecendo Linguagens Língua Portuguesa – 7o ano © IBEP, 2015
Diretor superintendente Jorge Yunes Diretora editorial Célia de Assis Gerente editorial Maria Rocha Rodrigues Coordenadora editorial Simone Silva Editora Fabiana Panhosi Marsaro Assistente editorial Karina Danza Revisora técnica Márcia Chiréia Coordenadora de revisão Helô Beraldo Revisão Beatriz Hrycylo, Cássio Dias Pelin, Luiz Gustavo Bazana, Salvine Maciel, Sheila Saad Secretaria editorial e Produção gráfica Fredson Sampaio Assistentes de secretaria editorial Carla Marques, Karyna Sacristan, Mayara Silva Assistentes de produção gráfica Ary Lopes, Eliane Monteiro, Elaine Nunes Coordenadora de arte Karina Monteiro Assistentes de arte Aline Benitez, Gustavo Prado Ramos, Marilia Vilela, Thaynara Macário Coordenadora de iconografia Neuza Faccin Assistentes de iconografia Bruna Ishihara, Camila Marques, Thais Milson, Victoria Lopes, Wilson de Castilho Ilustração Jótah e Renato Arlem Processos editoriais e tecnologia Elza Mizue Hata Fujihara, Fernando Cardille Projeto gráfico e capa Departamento de Arte – IBEP Imagens da capa João Prudente Pires/Pulsar Imagens, Goodluz/Shutterstock Diagramação Bertolucci Estúdio Gráfico
Os textos e as imagens reproduzidos nesta coleção têm fins exclusivamente didáticos e não representam qualquer tipo de recomendação de produtos ou empresas por parte do(s) autor(es) ou da editora.
4a edição – São Paulo – 2015 Todos os direitos reservados.
Av. Alexandre Mackenzie, 619 – Jaguaré São Paulo – SP – 05322-0 00 – Brasil – Tel.: (11) 2799-7799 www.ibep-nacional.com.br
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APRESENTAÇÃO Caro aluno e cara aluna, Não sabemos quem vocês são, mas imaginamos que estejam curiosos para saber o que lhes trazem as páginas deste livro. Por isso adiantamos algumas respostas. Esta obra foi escrita especialmente para vocês que gostam de fazer descobertas por meio de trabalhos individuais ou em grupo e de se relacionar com as pessoas ao seu redor. Para vocês que gostam de falar, de trocar ideias, de expor suas opiniões, impressões pessoais, de ler, de criar e escrever, foram preparadas atividades que, certamente, farão com que gostem mais de estudar Língua Portuguesa. Estão duvidando disso? Aguardem os próximos capítulos e verão que estamos certos. Este livro traz algumas ferramentas para tornar as aulas bem movimentadas, cheias de surpresas. Vocês terão oportunidade de ler e interpretar textos dos mais variados gêneros: causos, mitos e lendas do Brasil e de outras regiões do planeta, textos teatrais, poemas, textos retirados de revistas e jornais, textos instrucionais, histórias em quadrinhos e muito mais. Mas não estamos rodeados apenas de textos escritos. Vivemos em um mundo em que a imagem, o som e a palavra falada ou escrita se juntam para construir atos de comunicação. Por isso, precisamos desvendar o sentido de todas essas linguagens que nos rodeiam para melhor interagir com as pessoas e com o mundo em que vivemos. Assim, descobriremos os múltiplos caminhos para nos comunicar. Acreditem: vocês têm uma capacidade infinita e, por isso, a responsabilidade de desenvolvê-la. Pesquisem, expressem suas ideias, sentimentos, sensações; registrem suas vivências; construam e reconstruam suas histórias; sonhem, emocionem-se, divirtam-se, leiam por prazer; lutem por seus ideais e aprendam a defender as suas opiniões, oralmente e por escrito. Não sejam espectadores na sala de aula, mas agentes, alunos atuantes. Assim, darão mais sentido às atividades escolares, melhorarão seu desempenho nessa área e, com certeza, descobrirão a alegria de aprender.
Um abraço!
Os autores
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CONHEÇA SEU LIVRO Para começo de conversa Momento inicial de cada capítulo, que propõe uma discussão prévia sobre o gênero ou o tema a ser estudado.
Prática de leitura
Momento de ler textos verbais e não verbais e desenvolver a competência leitora. ANTES DE LER
Momento de explorar os conhecimentos prévios dos alunos sobre determinado tema ou gênero, levantar hipóteses e fazer inferências. POR DENTRO DO TEXTO
Momento de verificar se o texto e as informações que ele apresenta foram compreendidos e de interpretar também aquilo que não está escrito. TROCANDO IDEIAS
Momento de discutir oralmente sobre os aspectos apresentados pelo texto e de dividir com os colegas o que cada um compreendeu, as hipóteses e as opiniões. CONFRONTANDO TEXTOS
Momento de comparar os textos já lidos ou esses textos e outros apresentados na seção.
TEXTO E CONSTRUÇÃO Momento de organizar a aprendizagem sobre os textos, sua construção, forma, seus conceitos e sua definição.
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TEXTO E CONTEXTO
Momento de ampliar a leitura e estabelecer relações entre texto e contexto.
Momento de ouvir
Momento em que o professor fará a leitura de textos para a turma.
De olho na ortografia Momento de conhecer os aspectos ortográficos da língua e aprender a escrita correta das palavras.
Reflexão sobre o uso da língua Momento de estudar e refletir sobre os aspectos gramaticais da língua escrita e oral.
DE OLHO NO VOCABULÁRIO
Momento de conhecer os aspectos semânticos da língua e de usar o dicionário. APLICANDO CONHECIMENTOS
Momento de colocar em prática aquilo que foi estudado. APRENDER BRINCANDO
Momento de fixar os novos conhecimentos por meio de atividades lúdicas variadas.
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Hora da pesquisa Momento de aprender de maneira mais autônoma por meio de pesquisas orientadas.
Atividade de criação Momento de produzir colagens, ilustrações e pequenos textos.
Na trilha da oralidade
Momento de analisar questões próprias da língua oral.
Produção de texto
\’
Momento de produzir textos orais e escritos.
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Projetos em ação Momento de realizar um conjunto de atividades que resultam na elaboração de um produto final comum à turma ou a um grupo de alunos.
IMPORTANTE SABER Momento de organizar, ampliar e sistematizar os conhecimentos.
PARA VOCÊ QUE É CURIOSO Momento de ler curiosidades e informações interessantes sobre os gêneros ou os temas abordados no capítulo.
Leia mais Momento de conferir sugestões para ampliar as leituras feitas no capítulo.
Preparando-se para o próximo capítulo Momento de realizar atividades que exploram o tema do capítulo seguinte.
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SUMÁRIO UNIDADE 1
13
LIGADO NA ERA DA COMUNICAÇÃO Influência das cores
Capítulo 1 X
COMUNICAÇÃO EM DIFERENTES LINGUAGENS ................................................................... 14 X X
Atividade de deobras criação Exposição de arte
.............................................. 34
X
Para começo de conversa .................................... 14 Prática de leitura .................................................... 15 Texto 1–
Texto 5–
Crônica ....................................................... 15
POR DENTRO DO TEXTO ............................................. 37 X
TEXTO E CONTEXTO ................................................... 18 TEXTO E CONSTRUÇÃO .............................................. 19
X
Reflexão sobre o uso da língua ..........................22
X
APLICANDO CONHECIMENTOS ................................... 23 X
Hora da pesquisa
.................................................. 24
Sinais X
Prática de leitura .................................................... 24 Texto 2–
Crônica ....................................................... 24
X
Leia mais .................................................................. 40 Preparando-se para o próximo capítulo ....... ...40
Capítulo 2 TROCANDO EMOÇÕES E IMPRESSÕES
PESSOAIS X X
........................................................................... 41
Para começo de conversa .................................... 41 Prática de leitura .................................................... 41
(A vaguidão específica , Millôr Fernandes)
Texto 1–
POR DENTRO DO TEXTO ............................................. 25
(Persépolis 2 , Marjane Satrapi)
TEXTO E CONSTRUÇÃO .............................................. 26
POR DENTRO DO TEXTO ............................................. 43
TEXTO E CONTEXTO ...................................................26 X
Produção de texto ..................................................39 Crônica
APRENDER BRINCANDO ..............................................21
Código, língua e linguagem
Na trilha da oralidade ........................................... 37 Chat
X
DE OLHO NO VOCABULÁRIO .......................................20 X
Chat ............................................................ 35
(Meninas na linha www............, Heloisa Prieto e Gilberto Dimenstein)
(Comunicação , Luis Fernando Verissimo)
POR DENTRO DO TEXTO ............................................. 18
Prática de leitura .................................................... 35
Reflexão sobre o uso da língua ..........................26 Discurso, situação de comunicação e interlocutores APLICANDO CONHECIMENTOS ................................... 27 Prática de leitura .................................................... 30 Texto 3– Bilhetes ...................................................... 30 POR DENTRO DO TEXTO ............................................. 31 TEXTO E CONTEXTO ...................................................32 TROCANDO IDEIAS ..................................................... 32
História em quadrinhos ............................ 41
TROCANDO IDEIAS ...................................................... 43 X
Prática de leitura .................................................... 43 Texto 2–
Romance (fragmento) ............................... 43
(A nuvem, Gudrun Pausewang)
POR DENTRO DO TEXTO ............................................. 46 TEXTO E CONSTRUÇÃO .............................................. 47 DE OLHO NO VOCABULÁRIO .......................................48 X
Reflexão sobre o uso da língua ..........................49 Advérbio e locução adverbial
Texto 4
– Tela...................................................................... 32
(O grito, Edvard Munch)
X
7TL.indb 8
X
APLICANDO CONHECIMENTOS ................................... 51
Prática de leitura .................................................... 52
POR DENTRO DO TEXTO ............................................. 33
Texto 3–
TEXTO E CONTEXTO ...................................................33
(Foi! Não foi! Foi!, Luzia Lacerda)
Carta pessoal ............................................. 52
TROCANDO IDEIAS ...................................................... 34
POR DENTRO DO TEXTO ............................................. 53
Hora da pesquisa ................................................... 34
TEXTO E CONSTRUÇÃO .............................................. 54
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X
Na trilha da oralidade ........................................... 56 Marcas da oralidade
X
TEXTO E CONTEXTO ...................................................62 X
Prática de leitura .................................................... 57 Texto 4–
Usos do verbo
Carta pessoal ............................................. 57
(Ana e Pedro: cartas, Vivina de Assis Viana e Ronald Claver)
APLICANDO CONHECIMENTOS ...................................66 X
POR DENTRO DO TEXTO ............................................. 58 TROCANDO IDEIAS ...................................................... 59 X
Prática de leitura .................................................... 60 Texto 5–
Diário ..........................................................60
(O diário de Zlata : a vida de uma menina na guerra, Zlata Filipovic´)
POR DENTRO DO TEXTO ............................................. 61 TEXTO E CONSTRUÇÃO .............................................. 62
Reflexão sobre o uso da língua ..........................63
Produção de texto ..................................................67 Carta
X
Atividade de criação.............................................. 68 Painel com recortes e colagens
X
Projetos em ação ................................................... 69 Campanha pela paz
X X
Leia mais .................................................................. 70 Preparando-se para o próximo capítulo ....... ...70
UNIDADE 2
ENTRETENIMENTO É COISA SÉRIA Capítulo 1 TROCANDO PASSES .....................................................72 X X
Para começo de conversa .................................... 72 Prática de leitura .................................................... 73 Texto 1–
X
X
Notícia ........................................................ 73
POR DENTRO DO TEXTO ............................................. 74 TEXTO E CONTEXTO ................................................... 75
CONFRONTANDO TE XTOS ..........................................90 X
Prática de leitura .................................................... 76 Texto 2–
Notícia ........................................................ 76
(Um exemplo de civilidade : japoneses voltam a recolher seu lixo após partida, Chandy Teixeira e Jocaff Souza)
X
POR DENTRO DO TEXTO ............................................. 77 X
Artigo de opinião .......................................78
X
X
Leia mais .................................................................. 96
Pronome indefinido
X
Preparando-se para o próximo capítulo ....... ...96
APLICANDO CONHECIMENTOS ................................... 82
Capítulo 2 A IMAGINAÇÃO EM CENA ........................................97
Reflexão sobre o uso da língua ..........................81
Prática de leitura .................................................... 83 Texto 4–
Narração de jogo de futebol ..................... 83
(Hoje “um leão morre e o outro vive” em busca do caneco do Brasileirão , Éder Luiz)
7TL.indb 9
Hora da pesquisa ................................................... 96 História de um esporte
TROCANDO IDEIAS ...................................................... 81
X
Produção de texto ..................................................95 Notícia
POR DENTRO DO TEXTO ............................................. 80
X
Modos verbais: indicativo, imperativo e subjuntivo APLICANDO CONHECIMENTOS ...................................93 Prática de leitura .................................................... 94 Texto 6– Poema ........................................................ 94 CONFRONTANDO TE XTOS ..........................................94
X
(Não somos macacos , Breiller Pires)
TEXTO E CONSTRUÇÃO .............................................. 80
Reflexão sobre o uso da língua ..........................91
(Fla-Flu , Max Nunes)
Prática de leitura .................................................... 78 Texto 3–
Narração de jogo de futebol APRENDER BRINCANDO ..........................................85 Prática de leitura .................................................... 87 Texto 5– Conto (fragmento) .....................................87
POR DENTRO DO TEXTO ............................................. 88 TEXTO E CONTEXTO ...................................................88
Curitiba , Ana Ehlert)
X
Na trilha da oralidade ........................................... 84
(Corinthians (2) × Palestra (1), Antônio de Alcântara Machado)
(Troca de figurinhas do álbum da Copa vira febre em
TEXTO E CONSTRUÇÃO .............................................. 75
71
X X
Para começo de conversa .................................... 97 Prática de leitura .................................................... 98
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Texto 1– Texto dramático ......................................... 98
POR DENTRO DO TEXTO ........................................... 112
(A fuga, Maria Clara Machado)
TEXTO E CONTEXTO ................................................. 112
POR DENTRO DO TEXTO ........................................... 101
TEXTO E CONSTRUÇÃO ............................................ 112
TROCANDO IDEIAS .................................................... 101 TEXTO E CONSTRUÇÃO ............................................ 102 X
TROCANDO IDEIAS .................................................... 112 X
Na trilha da oralidade ......................................... 102
Discurso direto e discurso indireto
Marcas de oralidade no texto dramático X
Reflexão sobre o uso da língua
........................104
Preposição
APLICANDO CONHECIMENTOS ................................. 114 X
Momento de ouvir ............................................... 109
X
Prática de leitura .................................................. 109 Texto 2– Trabalho
POR DENTRO DO TEXTO ........................................... 116 TEXTO E CONTEXTO ................................................. 119 X
X
X
Sinopse .....................................................111
(Os saltimbancos , O Imparcial)
Projetos em ação ................................................. 121 “Arte em família”
Prática de leitura ................................................... 111 Texto 3–
Produção de texto ................................................120 Texto dramático
POR DENTRO DO TEXTO ........................................... 110 TEXTO E CONTEXTO ..................................................111
Auto de Natal (fragmento) .......................115
(Fantasma de camarim , Sylvia Orthof)
escolar ....................................... 109
(Os saltimbancos , Clara Sales)
Prática de leitura ...................................................115 Texto 4–
APLICANDO CONHECIMENTOS ................................. 105 X
Reflexão sobre o uso da língua .........................113
X X
Leia mais ................................................................ 122 Preparando-se para o próximo capítulo ........ 122
UNIDADE 3
123
LER É UMA VIAGEM Texto 3–
1 LIVRO EM MINHA VIDA ...........124 O Capítulo LUGAR DO X X
POR DENTRO DO TEXTO ........................................... 135
Para começo de conversa .................................. 124 Prática de leitura .................................................. 125 Texto 1–
TEXTO E CONSTRUÇÃO ............................................ 136 TROCANDO IDEIAS .................................................... 137
Depoimento ............................................. 125
(A troca, Lygia Bojunga Nunes)
TEXTO E CONTEXTO ................................................. 137 X
POR DENTRO DO TEXTO ........................................... 126
X
Capa de livro ............................................ 139
(Os mais belos contos de Perrault , Charles Perrault)
TEXTO E CONTEXTO ................................................. 127
Reflexão sobre o uso da língua ........................127
Prática de leitura .................................................. 139 Texto 4–
TROCANDO IDEIAS .................................................... 126 X
Conto maravilhoso ..................................134
(Os dois pequenos e a bruxa , Consiglieri Pedroso)
POR DENTRO DO TEXTO ........................................... 140 X
Estrutura das palavras APLICANDO CONHECIMENTOS ............................ 129 Prática de leitura .................................................. 129 Texto 2– Fotografias ............................................... 129
Prática de leitura .................................................. 140 Texto 5–
Resenha.................................................... 140
(Resenha: Livro das mil e uma noites – volume 1 – ramo sírio, Juliana Magalhães)
POR DENTRO DO TEXTO ........................................... 141 TROCANDO IDEIAS .................................................... 142
(Fotos 1 e 2) X X
POR DENTRO DO TEXTO ...........................................130
Coesão e coerência X
X
7TL.indb 10
Na da oralidade ......................................... 143 Júritrilha simulado
Reflexão sobre o uso da língua ........................130 X
De olho na ortografia .......................................... 144
Hora da pesquisa ................................................. 132
S
Livro impresso e digital
APRENDER BRINCANDO ............................................144
Prática de leitura .................................................. 134
X
com som de z
Prática de leitura .................................................. 145
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Texto 6–
TROCANDO IDEIAS .................................................... 159
Paródia de conto maravilhoso .......... .....145
TEXTO E CONTEXTO .................................................160
(Senhorita Vermelho, Pedro Bandeira)
POR DENTRO DO TEXTO ........................................... 146 X X
X X
TROCANDO IDEIAS .................................................... 160
TROCANDO IDEIAS .................................................... 147
X
Momento de ouvir ............................................... 147 Produção de texto ................................................147
X
Conto
X
Leia mais ................................................................ 149 Preparando-se para o próximo capítulo ........ 149
X
Mural de verbetes ilustrados
X
Texto 1–
Letra de canção ....................................... 151
POR DENTRO DO TEXTO ........................................... 165 TEXTO E CONSTRUÇÃO ............................................ 165 X
DE OLHO NO VOCABULÁRIO .....................................169 X
Prática de leitura .................................................. 152 Texto 2–
X
X
Produção de texto ................................................172 O 13o trabalho de Hércules
TEXTO E CONSTRUÇÃO ............................................ 154 X
X
Projetos em ação ................................................. 173 Incentivo à leitura
Prática de leitura .................................................. 157 Texto 3–
Lenda ........................................................157 (A história de Chico Rei , Theobaldo Miranda Santos)
X
POR DENTRO DO TEXTO ........................................... 158
X
“Ver e escrever”
Leia mais ................................................................ 174 Preparando-se para o próximo capítulo ..... ...174
UNIDADE 4
175
FICÇÃO E REALIDADE Capítulo 1 HISTÓRIAS PARA FAZER PENSAR E HISTÓRIAS DE ARREPIAR... ............................................................. 176 X X
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Para começo de conversa ................................. 176 Prática de leitura .................................................. 177
informativo .....................................170
(Quais foram os doze trabalhos de Hércules? , Mundo estranho)
(A Guerra de Troia , Ruth Rocha)
TROCANDO IDEIAS .................................................... 157
Prática de leitura .................................................. 170 Texto 5– Texto
Mito .......................................................... 152
POR DENTRO DO TEXTO ........................................... 154
De olho na ortografia .......................................... 169 Acento diferencial
Ilustração de letra de canção X
Reflexão sobre o uso da língua ........................167 Verbos de elocução
POR DENTRO DO TEXTO ........................................... 152
Atividade de criação............................................ 152
Romance (fragmento) ............................. 163
(O leão, a feiticeira e o guarda-roupa , C. S. Lewis)
(João e Maria, Sivuca e Chico Buarque)
X
Prática de leitura .................................................. 163 Texto 4–
GUERREIROS, MITOS E HERÓIS ...........................150
Para começo de conversa .................................. 150 Prática de leitura .................................................. 151
Momento de ouvir ............................................... 161 Reflexão sobre o uso da língua ........................161 Classes gramaticais (revisão)
Capítulo 2 X
Hora da pesquisa ................................................. 160
TEXTO E CONSTRUÇÃO ............................................ 179 X
Reflexão sobre o uso da língua ........................180 Frase e oração APLICANDO CONHECIMENTOS ................................. 181
X
Prática de leitura .................................................. 181
Texto 1–
Narrativa de enigma ............................... 177 (A liga dos cabeças vermelhas , Arthur Conan Doyle)
Texto 2–
POR DENTRO DO TEXTO ........................................... 179
POR DENTRO DO TEXTO ...........................................183
Narrativa de enigma ............................... 181 (O pé do diabo , Arthur Conan Doyle)
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X
TEXTO E CONSTRUÇÃO ............................................ 184
Texto 2–
Atividade de criação............................................ 185
(Fotos 1, 2, 3, 4 e 5 )
TEXTO E CONTEXTO .................................................200
Descrição X
X
Reflexão sobre o uso da língua ........................185
X
Texto 3–
APLICANDO CONHECIMENTOS ................................. 186
(O Globo, 15 fev. 2015)
X
X
TEXTO E CONSTRUÇÃO ............................................ 192 TEXTO E CONTEXTO ................................................. 192
POR DENTRO DO TEXTO ........................................... 206 X
........................193
X
X
APLICANDO CONHECIMENTOS ................................. 194
Produção de texto ................................................ 194
POR DENTRO DO TEXTO ........................................... 209
História em quadrinhos
TEXTO E CONSTRUÇÃO ............................................ 210
Leia mais ................................................................ 196 Preparando-se para o próximo capítulo ..... ...196
TROCANDO IDEIAS .................................................... 211 X
POR DENTRO DO TEXTO ........................................... 198
Prática de leitura .................................................. 199
X X X
7TL.indb 12
De olho na ortografia .......................................... 216 Sons do x APLICANDO CONHECIMENTOS ................................. 216 APRENDER BRINCANDO ............................................ 217
X
Na trilha da oralidade ......................................... 217 Telejornal
X
TROCANDO IDEIAS .................................................... 199 TEXTO E CONTEXTO ................................................. 199
........................211
APLICANDO CONHECIMENTOS ................................. 214 X
Cartaz de campanha................................ 198
(Quem emprega crianças mata a infância , Ministério do Trabalho, RS)
Reflexão sobre o uso da língua Tipos de sujeito
Para começo de conversa ................................. 197 Prática de leitura .................................................. 198 Texto 1–
X
Reportagem .............................................208
(Reduto de difamação na web, Secret faz vítimas em Londrina , Tatiane Salvático)
Capítulo 2 LER PARA INFORMAR-SE ................................... ......197 X
Prática de leitura .................................................. 208 Texto 5–
Uso da vírgula
X
Notícia ...................................................... 206
(MPT faz campanha no Carnaval contra o trabalho infantil , Cristina Indio do Brasil)
POR DENTRO DO TEXTO ........................................... 191
X
Prática de leitura .................................................. 206 Texto 4–
(O gato preto , Edgar Allan Poe)
Reflexão sobre o uso da língua
Atividade de criação............................................ 204 Partes de um jornal
Prática de leitura .................................................. 189 Narrativa de terror ................................... 189
Primeira página de jornal .......................203
TEXTO E CONSTRUÇÃO ............................................204
Na trilha da oralidade ......................................... 187
Texto 3–
X
Prática de leitura .................................................. 203
Sujeito e predicado
Audiolivro X
Fotografias ............................................... 199
Produção de texto ................................................218 Reportagem
X
Projetos em ação ................................................. 220 Jornal escolar
Apêndice ..........................................................................................................................................................221 Glossário ..........................................................................................................................................................250 Indicações de leituras complementares ..................................................................................................252
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UNIDADE
LIGADO NA ERA DA COMUNICAÇÃO
1
Nesta unidade, você vai pensar sobre as diferentes formas de comunicação humana e suas características. Olhe ao seu redor: as cores, os sinais de trânsito, as obras de arte. Tudo isso comunica algo. Imagine-se encontrando um manuscrito de uma civilização perdida ou tendo de transmitir uma mensagem a um amigo. O que você faria? Essa é uma das propostas do Capítulo 1. No Capítulo 2, você vai conhecer outros modos de se comunicar, revelando impressões pessoais a respeito de situações-limite, como a guerra e a pobreza vividas por crianças e adolescentes. Quais são os sentimentos das pessoas que estão em meio a esses conflitos? Você vai ler, dentre diferentes gêneros de texto,O diário de Zlata, uma adolescente que viveu a dor da guerra e nos conta o que é ver seu país destruído por esse tipo de conflito. Ainda no Capítulo 2, você analisará os diferentes usos das formas verbais do pretérito, conhecerá o que são metáforas e expressões adverbiais, a fim de utilizar esses recursos nas suas próprias produções e entender melhor um texto. Prepare-se, pois, nas próximas páginas, você e seus colegas serão convidados a refletir a respeito da violência e a participar de uma campanha em defesa da paz.
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O L U ÍT P A C
1
COMUNICAÇÃO EM DIFERENTES LINGUAGENS
Para começo de conversa 1. Observe a imagem a seguir e responda às questões propostas. ) y r lle a G l e r o C ( G P C
Pintura rupestre no complexo de cavernas de Lascaux, França, datada de c. 17 000 anos atrás.
a) A imagem que você observou representa um touro e foi pintada na Pré-História. Formule sua hipótese: Por que o animal aparece pintado na parede da caverna? Resposta possível: Porque provavelmente era um animal importante para o ser humano pré-histórico. b) O que ela permite supor sobre o modo como os seres humanos pré-históricos se comunicavam? Resposta pessoal. Professor, espera-se que os alunos reconheçam o papel das imagens na comunicação e no registro da vida dos seres humanos pré-históricos.
2. Com o passar do tempo, o ser humano desenvolveu o alfabeto para a comunicação escrita. Será que o alfabeto sempre foi do mesmo jeito que o conhecemos hoje? Formule sua hipótese.
Professor, espera-se que o aluno suponha mudanças. O objetivo desta atividade é levantar os conhecimentos prévios dos alunos com relação aos primórdios da escrita e sua evolução com o passar do tempo.
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Resposta pessoal. Professor, a pesquisa pode ser realizada em duplas ou em pequenos grupos. Oriente os alunos na seleção das fontes de pesquisa. Eles podem
3.
Faça uma pesquisa sobre a história do desenvolvimento do alfabeto. Em seguida, verifique se a encontrar esse tipo de informação em livros de históhipótese que você formulou na questão anterior foi confirmada. ria, almanaques ou na internet. Nesse último caso, é
4.
Não existe apenas um alfabeto no mundo. Você conhece algum dos alfabetos registrados nas imagens a seguir? Qual? Respostas pessoais.
importante que a busca seja realizada em sites confiáveis. Estimule os alunos a compartilhar suas descobertas com os colegas. No Manual do Professor (de agora em diante, referido apenas como Manual), há um quadro com a representação de alguns alfabetos desenvolvidos ao longo da história.
Caracteres do alfabeto japonês (hiragana).
Alfabeto russo (cirílico) minúsculo. kc to rs te t u h i/S r o ib T
kc to rs tte u h /S st e W d il W
Alfabeto grego minúsculo.
Alfabeto coreano caligráfico (hangul). kc o st an /C o d asc e D
kc o ts r e tt u h /S sa d li o K s io rg o e G
5.
Em sua opinião, podemos dizer que o alfabeto contribuiu para a comunicação humana? Por quê?
6.
Conhecer a língua é suficiente para estabelecermos uma boa comunicação? Comente.
Professor, espera-se que o aluno responda que sim, pois o alfabeto permitiu um registro mais aprimorado e econômico dos sons da língua.
Sugestão: Não, pois é preciso também saber usá-la nas diversas situações de comunicação, ade quando-a ao contexto, ao momento.
Prática de leitura
Texto 1 – Crônica ANTES DE LER 1.
Você já se esqueceu de uma palavra importante durante uma conversa? Como você reagiu?
2.
Como você agiria se estivesse no papel do interlocutor de alguém que passa por uma situação como essa? Resposta pessoal.
3.
Como as pessoas costumamagir quando se deparam com umadificuldade na comunicação?
Resposta pessoal.
Resposta possível: Das mais diversas maneiras. Algumas ficam nervosas, outras riem, outras rapid amente solucionam o problema, algumas se sentem constrangidas, outras demoram, pensam, gesticulam etc.
Leia o próximo texto para saber o que aconteceu em uma inesperada situação de comunicação. 15
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Comunicação É importante saber o nome das coisas. Ou pelo menos saber comunicar o que você quer. Imagine-se entrando numa loja para comprar um... um... como é mesmo o nome? “Posso ajudá-lo, cavalheiro?” “Pode. Eu quero um daqueles, daqueles...” “Pois não?” “Um... como é mesmo o nome?” “Sim?” “Pomba! Um... um... Que cabeça a minha. A palavra me escapou por completo. É uma coisa simples, conhecidíssima.” “Sim, senhor.” “O senhor vai dar risada quando souber. ” “Sim, senhor.” “Olha, é pontuda, certo?” “O quê, cavalheiro?” “Isso que eu quero. Tem uma ponta assim, entende? Depois vem assim, assim, faz uma volta, aí vem reto de novo, e na outra ponta tem uma espécie de encaixe, entende? Na ponta tem outra volta, só que esta é mais fechada. E tem um, um... Uma espécie de, como é que se diz? De sulco. Um sulco onde encaixa a outra ponta, a pontuda, de sorte que o, a, o negócio, entende, fica fechado. É isso. Uma coisa pontuda que fecha. Entende?” “Infelizmente, cavalheiro...” “Ora, você sabe do que eu estou falando.” “Estou me esforçando, mas...” “Escuta. Acho que não podia ser mais claro. Pontudo numa ponta, certo?” “Se o senhor diz, cavalheiro.” “Como, se eu digo? Isso já é má vontade. Eu sei que é pontudo numa ponta. Posso não saber o nome da coisa, isso é um detalhe. Mas sei exatamente o que eu quero.” “Sim, senhor. Pontudo numa ponta.” “Isso. Eu sabia que você compreenderia. Tem?” “Bom, eu preciso saber mais sobre o, a, essa coisa. Tente descrevê-la outra vez. Quem sabe o senhor desenha para nós?” “Não. Eu não sei desenhar nem casinha com fumaça saindo da chaminé. Sou uma negação em desenho.” “Sinto muito.” “Não precisa sentir. Sou técnico em contabilidade, estou muito bem de vida. Não sou um débil mental. Não sei desenhar, só isso. E hoje, por acaso, me esqueci do nome desse raio. Mas fora isso, tudo bem. O desenho não me faz falta. Lido com números. Tenho algum problema com os números mais complicados, claro. O oito, por exemplo. Tenho que fazer um rascunho antes. Mas não sou um débil mental, como você está pensando.”
h ta ó J
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h ta ó J
“Eu não estou pensando nada, cavalheiro.” “Chame o gerente.” “Não será preciso, cavalheiro. Tenho certeza de que chegaremos a um acordo. Essa coisa que o senhor quer é feita do quê?” “É de, sei lá. De metal.” “Muito bem. De metal. Ela se move?” “Bem... É mais assim. Presta atenção nas minhas mãos. É assim, assim, dobra aqui e encaixa na ponta, assim.” “Tem mais de uma quase peça? certeza Já vem montado?” “É inteiriço. Tenho de que é inteiriço.” “Francamente...” “Mas é simples! Uma coisa simples. Olha: assim, assim, uma volta aqui, vem vindo, vem vindo, outra volta e clique, encaixa.” “Ah, tem clique. É elétrico.” “Não! Clique, que eu digo, é o barulho de encaixar.” “Já sei!” “Ótimo!” “O senhor quer uma antena externa de televisão.” “Não! Escuta aqui. Vamos tentar de novo...” “Tentemos por outro lado. Para o que serve?” “Serve assim para prender. Entende? Uma coisa pontuda que prende. Você enfia a ponta pontuda por aqui, encaixa a ponta no sulco e prende as duas partes de uma coisa.” “Certo. Esse instrumento que o senhor procura funciona mais como um gigantesco alfinete de segurança e...” “Mas é isso! É isso! Um alfinete de segurança!” “Mas do jeito que o senhor descrevia parecia uma coisa enorme, cavalheiro!” “É que eu sou meio expansivo. Me vê aí um... um... Como é mesmo o nome?” VERISSIMO, Luis Fernando. Amor brasileiro. Rio de Janeiro: José Olympio, 1977.
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POR DENTRO DO TEXTO
1. O texto o surpreendeu? Por quê? Resposta pessoal. 2. Que personagens estão envolvidas na situação de comunicação apresentada no texto? Um vendedor e um comprador.
3. Por que o homem que deseja comprar o objeto tem dificuldades para realizar a compra? Porque ele não se lembra do nome daquilo que quer comprar.
4. Diante da dificuldade em se lembrar da palavra, o comprador tenta uma alternativa para conseguir
transmitir sua mensagem. Indique como ele procede e transcreva um trecho do texto que comcomprador descreve o objeto. Um trecho que comprova essa resposta é: “Isso que eu quero. Tem uma ponta assim, entende? prove sua resposta. ODepois vem assim, assim, faz uma volta, aí vem reto de novo, e na outra ponta tem uma espécie de encaixe, entende?”.
5. Como o vendedor procura ajudar seu interlocutor? O vendedor sugere que o comprador desenhe o que deseja comprar.
6. Por que o comprador não aceita a sugestão? Ele alega não saber desenhar.
7. Nessa situação de comunicação, qual das personagens usa uma linguagem mais informal: o vendedor ou o comprador? Por que você acha que isso acontece?
O comprador. O vendedor, por estar em uma situação profissional, é mais polido e objetivo; já o comprador encontra-se em uma situação de ansiedade e fala de uma maneira espontânea, revelando seu estado emocional.
8. Leia os trechos a seguir, observando as palavras em destaque.
“Um sulco onde encaixa a outra ponta, a pontuda, de sorte que o, a, o negócio, entende, fica fechado. É isso.” “Bom, eu preciso saber mais sobre o, a, essa coisa. Tente descrevê-la outra vez.” •
Responda: Por que nesses trechos são usados tantos artigos ao mesmo tempo?
Porque quem fala não sabe exatamente se a palavra que nomeia o objeto é masculina ou feminina; então, enquanto faz tentativas de acertar o nome do objeto, acaba empregando tanto o artigo masculino quanto o feminino.
9. Encontre no texto e anote no caderno outras palavras que as personagens usaram por não conseguirem nomear o alfinete de segurança. •
As palavras “isso”, “coisa”, “raio”, “negócio” e “instrumento”.
Essas palavras conseguiram definir o objeto? Por quê?
Não, porque têm significado muito amplo, genérico.
TEXTO E CONTEXTO
Leia o trecho a seguir:
“Não. Eu não sei desenhar nem casinha com fumaça saindo da chaminé. Sou uma negação em desenho.” “Sinto muito.”
1. A expressão ”sinto muito”, usada pelo vendedor, pode ter mais de um significado no contexto (ou situação de comunicação) em que foi empregada. Explique os sentidos possíveis.
Espera-se que o aluno perceba que a expressão é ambígua (tem duplo sentido), pois serve tanto para se referir ao fato de o vend edor não conseguir atender ao comprador quanto ao fato de o comprador não saber desenhar.
2. Como o comprador entendeu essa expressão?
Ele entendeu que o vendedor lamentava o fato de ele não saber desenhar.
3. Você considera que o uso dessa expressão pelo vendedor foi adequado? Por quê?
O aluno poderá responder que não, pois o uso da expressão possibilitou ao comprador uma interpretação negativa da fala do vendedor, por isso é que o primeiro fica irritado.
4. Se você fosse o vendedor, o que diria no lugar da expressão “sinto muito” para que ela fosse interpretada sem parecer uma ofensa ao comprador?
Espera-se do aluno uma resposta que não gere ambiguidade. Resposta possível: “Infelizmente, ainda não consegui compreender de que objeto se trata.”.
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TEXTO E CONSTRUÇÃO 1.
Os itens a seguir referem-se a características do gênero crônica. Indique se elas aparecem no texto “Comunicação” e justifique sua resposta, retomando os elementos do texto. a) Trata-se de um texto que narra um fato do cotidiano, do dia a dia. Sim, pois o texto trata de uma situação cotidia na: fazer compras, não se lembrar do nome de alguma coisa, passar por situações em que a comunicação não acontece de maneira desejável, efetiva.
b) Há o uso de linguagem informal.
Sim, tanto o narrador quanto a personagem que quer comprar o objeto usam a linguagem coloquial.
c) O texto tem a intenção de divertir. Sim. O texto provoca humor pelo fato de vendedor e comprador não se entenderem e pelas inúmeras tentativas de descrição do objeto. Além disso, o efeito surpresa no final do texto completa essa intenção do autor: o vendedor descobre o nome do objeto sem querer e o comprador esquece novamente o nome “alfinete”. Professor,
a seus alunos que nem todas as crônicas produzem humor, mas muitas são d) O texto tem a intenção de fazer o leitor refletir. lembre escritas para divertir o leitor. Sim. Ao mesmo tempo em que faz rir, a crônica nos leva a refletir a respeito dos problemas de comunicação vivenciados pelas pessoas no dia a dia.
IMPORTANTE SABER
A crônica é um gênero textual de narrativa breve, geralmente produzida para ser publicada em jornais ou revistas. Refere-se a assuntos do cotidiano, apresenta linguagem coloquial e, às vezes, mistura os níveis de linguagem formal e informal. Muitas crônicas se estruturam em forma de diálogo, total ou parcialmente, o que produz no texto um efeito de atualidade e dinamismo. Uma das características desse gênero textual é levar o leitor a refletir sobre um fato ou situação do cotidiano. Para isso, pode ou não utilizar o humor como recurso expressivo na construção de sentido do texto. Alguns autores consideram a crônica como um gênero que navega entre o literário e o não literário. Outros afirmam que é muito difícil definir crônica, já que ela pode se alterar com o tempo ou conforme as intenções de quem a produz.
2.
Há algumas obras literárias intituladas “crônicas” que apresentam características diferentes daquelas encontradas nos textos breves, publicados em jornais e revistas, que narram assuntos do cotidiano. Observe a capa do livro As crônicas de Nárniae o sumário de uma das crônicas. s te n o F s n tri a M
s e t n o F s n tir a M
Índice da crônica “A viagem do Peregrino da Alvorada”, retirada de: LEWIS, C. S. As crônicas de Nárnia. São Paulo: Martins Fontes, 2004.
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a) Observe a divisão em capítulos apresentada no índice da crônica “A viagem do Peregrino da Alvorada” e responda: Os assuntos destacados no índice estão relacionados a acontecimentos que costumam ser vividos por nós no dia a dia? Justifique seu ponto de vista com base nos Espera-se que os alunos percebam que não. Os títulos dos capítulos servem como exemplo. “O livro exemplos do texto. mágico”, “As aventuras de Eustáquio”, “As maravilhas do Mar Derradeiro” etc. Professor, os títulos dos
capítulos remetem às características do conto maravilhoso (conto de fadas) e às narrativas de aventura.
b) É possível dizer que a crônica “A viagem do Peregrino da Alvorada” é uma narrativa breve? A história é dividida em vários capítulos e tem muitas páginas (mais de 508). Isso pode ser Como você chegou a essa conclusão? Não. comprovado com a leitura do índice, que contém o nome dos capítulos e a indicação da página de início de cada um deles.
3. Leia algumas definições que o Dicionário eletrônico Houaissapresenta para “crônica”. crônica ■
substantivo feminino
1 Rubrica: história.
compilação de fatos históricos apresentados segundo a ordem de sucessão no tempo [Originalmente a crônica limitava-se a relatos verídicos e nobres; a partir do século XIX passou a refletir também a vida social, a política, os costumes, o cotidiano etc.] [...] 5 Rubrica: literatura.
texto literário breve, frequentemente narrativo, de trama quase sempre pouco definida e motivos geralmente extraídos do cotidiano imediato 6 Derivação: por extensão de sentido. Rubrica: literatura.
prosa ficcional, relato com personagens e circunstâncias alentadas, evoluindo com o tempo; romance Instituto Antônio Houaiss. Dicionário eletrônico Houaiss da língua portuguesa. Rio de Janeiro: Objetiva, 2009.
a) Qual das acepções do dicionário corresponde à obra As crônicas de Nárnia? Por quê?
A acepção 6, pois define crônica como uma narrativa em prosa que tem personagens e acontecimentos grandiosos. A palavra “romance”, utilizada para As crônicas definir a crônica, se refere a um texto longo, que geralmente possui divisão em capítulos. Essas são características de de Nárnia.
b) E o texto “Comunicação”, a qual acepção do dicionário corresponde? Por quê? À acepção 5, pois é uma narrativa breve que apresenta um assunto relacionado ao cotidiano.
4. Podemos considerar As crônicas de Nárnia como um exemplo de crônica jornalística? Explique. Não, pois ela não traz assuntos do cotidiano, não foi feita para ser publicada em um jornal e também não é uma narrativa breve. Dicionário Professor, dada a diversidade de possibilidades de estruturar uma crônica, sugerimos que, com base nas definições apresentadas peloHouaiss, você aprofunde com os alunos a discussão sobre esse gênero.
DE OLHO NO VOCABUL RIO
1. Releia o trecho a seguir: “Mas é simples! Uma coisa simples. Olha: assim, assim, uma volta aqui, vem vindo, vem vindo, outra volta e clique, encaixa.” “Ah, tem clique. É elétrico.” a) No caderno, copie do trecho uma palavra que apresenta duplo sentido, ou seja, que pode ser compreendida de duas maneiras diferentes. A palavra é “clique”, que pode se referir ou a um objeto elétrico (representa o som de liga e desliga), ou ao barulho de encaixar.
b) Explique por que escolheu essa palavra e indique a que classe gramatical ela pertence. Na primeira vez que aparece é uma onomatopeia; na segunda, é substantivo.
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2. Releia a afirmação do vendedor, no final do texto: “Mas do jeito que o senhor descrevia parecia uma coisa enorme, cavalheiro!” •
Você concorda com o vendedor? Explique sua resposta.
Professor, não há dados no texto que confirmem isso, mas o aluno pode alegar que, enquanto descrevia o objeto, o comprador fazia gestos muito amplos, pois, ao final, ele concorda com o vendedor: “É que eu sou meio expansivo.”.
3. Procure no dicionário e copie em seu caderno a explicação para o sentido da palavra “sulco”. Sulco: fenda; fresta; depressão deixada na terra pelo arado, marca mais estreita que comprida e mais ou menos profunda em um material, traço profundo ou depressão na pele.
a) Essa palavra lhe parece adequada para descrever o alfinete? Por quê?Espera-se que o aluno perceba que não é adequada, porque se refere a algo de grande profundidade, o que não corresponde à característica de um objeto tão pequeno como um alfinete.
b) Que outra palavra poderia ser usada no lugar de “sulco”? “Orifício”, “pequeno buraco”.
4. Para descrever ou se referir ao objeto, o comprador emprega as palavras a seguir: Grupo 1
fecha encaixa move dobra prende
Grupo 2
ponta encaixe sulco
Grupo 3
simples conhecidíssima pontuda de metal inteiriço
a) A que classe gramatical pertencem as palavras de cada grupo?
Grupo 1: verbos;grupo 2: substantivos; grupo 3: adjetivos e uma locução adjetiva
(de metal).
b) Por que elas foram importantes para a descrição do alfinete de segurança?
Porque elas indicam, na descrição: ações relacionadas às funções do objeto, grupo 1; um elemento que faz parte do objeto (tem um sulco) e aquilo que ele contém (ponta, encaixe), grupo 2; como é o objeto, as suas características; grupo 3.
APRENDER BRINCANDO O texto 1 apresentou uma situação do cotidiano relacionada à comunicação verbal. Mas nós sabemos que podemos nos comunicar não apenas por meio da língua. Para comprovar isso, participe deste jogo: •
•
•
•
Conforme orientação do professor, dez alunos escrevem, em segredo, o nome de uma profissão em um pedaço de papel, dobram o papel e o entregam ao professor. Dois alunos são convidados a escolher um dos papéis e fazer uma mímica referente à profissão indicada. Eles podem compor uma cena e atuar em conjunto, mas não podem falar, escrever nem apontar objetos. Os outros colegas da turma devem tentar adivinhar o significado dos gestos. É importante organizar o jogo de maneira que quem achar que já sabe a resposta levante a mão para falar. Depois de descoberta a profissão representada, uma nova dupla se apresenta. O processo é repetido até que os papéis acabem. Professor, caso queira continuar a brincadeira, solicite aos alunos que
mais papéis contendo temas escolhi dos pela turma para a Com seus colegas e o professor, avaliem a atividade.preparem realização de novas mímicas. Uma outra ideia é a representação por desenho. É interessante falar com os alunos que essa brincadeira envolve algumas Para isso, respondam às questões a seguir: das principais habilidades estudadas em Língua Portuguesa: ler, interpretar,
1. O que você aprendeu com essa atividade?
escrever, falar. Também é importante relacionar a brincadeira com o conteúdo estudado recursos usados para de comunicar, emprego de linguagem neste verbal capítulo: e não verbal, interação, situação comunicação.
Respostas pessoais.
2. Que tipos de recursos foram empregados para transmitir a mensagem aos colegas? 3. Você acha que foi fácil para os alunos descobrir o significado da profissão escolhida pelo grupo? Por quê?
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Reflexão sobre o uso da língua
Código, língua e linguagem 1. Observe as imagens a seguir e identifique o que cada uma quer comunicar:
Resposta pessoal. Espera-se que o aluno identifique que o polegar levantado indica o sinal de positivo; que a caveira no frasco indica substância tóxica, veneno; que a cor vermelha no sinal de trânsito indica “pare”, e que o dedo indicador em frente aos lábios indica um pedido de silêncio. a r e m e H / s e g a Im y tt e G
o t o h p kc o t S i/ s e g a m I y tt e G
t/ s u e c g h tr a o Im Ny tt s e a mG o h T
o th o p k c o t S /i s e g a Im y tt e G
2. Agora, observe esta outra imagem. Você é capaz de responder o que ela significa? k c to rs e tt u h /.S M . O
3. Compare as imagens das atividades 1 e 2. a) Por que foi possível entender as imagens da atividade 1?
Professor, esta imagem faz parte do código de trânsito de diversos países, como Portugal e Tailândia, e significa “Proibido estacionar”.
Só foi possível entender as imagens porque já havia um conhecimento anterior do seu significado. Professor, é importante ressaltar que essas informações só são carregadas de sentido porque são compartilhadas pelo grupo social do qual fazemos parte.
b) O que seria preciso para que a imagem da atividade 2 tivesse sentido para você? Saber que essa imagem faz parte de determinado código e conhecer seu significado.
4. Leia esta tirinha: s le a s n o G o d n a n r e F
GONSALES, Fernando. Níquel Náusea. Folha de S.Paulo, São Paulo, 18 jul. 2005.
a) Nesse caso, por que não foi possível que o garoto lesse a mensagem do bilhete? Porque o rato não compartilhava o mesmo conhecimento, já que não sabia escrever.
b) O que seria preciso para que o rato conseguisse se comunicar com o garoto? Seria preciso que o rato soubesse escrever ou utilizasse um outro modo de se comunicar conhecido pelo garoto.
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IMPORTANTE SABER
Há milhares de anos o ser humano tenta registrar seus pensamentos, sentimentos e aspectos da vida. Inicialmente por meio de imagens, a humanidade, ao longo de sua história, criou outras linguagens gráficas, números, ideogramas, letras, permitindo maior comunicação, ou seja, criou códigos. Para que possamos nos comunicar com alguém, é preciso que os códigos utilizados sejam compartilhados pelos indivíduos que participam dos atos de comunicação. Podemos citar, como exemplo, o código de trânsito, que permite ao motorista e aos pedestres estabelecerem uma comunicação. A língua também é um código, pois é um conhecimento partilhado que permite a comunicação entre os indivíduos de um grupo social. Cada língua se organiza de acordo com hábitos e tradições de determinado grupo, refletindo sua cultura. Podemos dividir as formas de comunicação em dois grandes grupos, de acordo com o código que utilizam: Linguagem verbal– quando o ser humano utilizapalavra a para se comunicar. A palavra, também chamada designo linguístico, pode ser observada em situações de comunicação falada ou escrita. Linguagem não verbal – quando o ser humano se comunica com gestos, expressões fisionômicas, imagens, sinais etc. •
•
APLICANDO CONHECIMENTOS
1. Observe as situações de comunicação a seguir, identifique se a linguagem utilizada é verbal ou não verbal e qual é a mensagem comunicada.
s re o t u a s o d o v r e c A
Ambas fazem uso da linguagem não verbal. As mensagens comunicadas são: proibido pescar e vaga para deficiente físico. to o h p k c to S /i s e g a m I y tt e G
2. O que foi preciso para que você compreendesse as imagens da atividade anterior? Reconhecer e interpretar a linguagem não verbal utilizada.
3. Leia estes quadrinhos: e rt e a L
3. a) Suriá queria que o carro representasse na escrita, ou seja, por meio da linguagem verbal, o que ele expressava por meio dos sons de buzina, uma linguagem não verbal.
a) De acordo com a história, qual era a intenção de Suriá ao ensinar o carro selvagem a escrever? b) Depois de ensinar a linguagem verbal ao carro, Suriá conseguiu se comunicar com ele? Justifique. Não, porque o carro expressou por escrito apenas o som da buzina, escrevendo uma onomatopeia.
LAERTE. Suriá. Folha de S.Paulo, São Paulo, 28 maio 2005.
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Hora da pesquisa
Professor, oriente os alunos a observar, durante o trajeto para a escola, o que as cores, os sinais, as palavras e os gestos comunicam e, se juntos, esses elementos tornam a comunicação mais eficaz. Peça a eles que organizem as informações observadas em duas listas: uma de elementos verbais e outra de elementos não verbais. Organize as apresentações dos alunos conforme seu planejamento.
Sinais Que outras combinações de sinais encontramos em nosso dia a dia? Responda a essa questão rea-lizando a tarefa apresentada a seguir: Hoje, como em outros dias, você saiu de sua casa para vir à escola, provavelmente pelo caminho que já conhece bem. Amanhã, você fará esse mesmo percurso, mas com uma missão especial: observar todos os sinais que indiquem, para você, uma tentativa de comunicação – desde aqueles que se utilizam de signos verbais (palavra) até, por exemplo, os movimentos dos braços de um guarda de trânsito. Ao observar uma ação, pergunte a si mesmo: Ela é um ato de comunicação? Tem a intenção de comunicar algo a alguém? Anote suas conclusões no caderno e prepare-se para apresentá-las nas próximas aulas, conforme orientação do professor. Prática de leitura
Texto 2 – Crônica ANTES DE LER
Leia apenas as oito primeiras linhas do próximo texto e responda a estas questões: 1. Observando a organização visual do texto, o que podemos descobrir a respeito dele? Trata-
-se de poema ou de prosa? Justifique sua resposta.
Trata-se de prosa. O texto é formado por linhas contínuas e está organizado em parágrafos.
2. É possível identificar claramente quem está narrando o texto? Como você concluiu isso? Não é possível, pois todo o texto é formado pelas falas diretas das personagens, indicadas pelo travessão.
3. Identifique a semelhança entre o trecho lido e a crônica “Comunicação” quanto ao uso do
diálogo.
Na crônica “Comunicação”, as falas são marcadas pelas aspas; no texto “A vaguidão específica”, as falas são marcadas pelo travessão.
Agora, leia o texto completo.
A vag uidão e specí fica – Maria, ponha isso lá fora em qualquer parte. – Junto com as outras? – Não ponha junto com as outras, não. Senão pode vir alguém e querer fazer qualquer coisa com elas. Ponha no lugar do outro dia. – Sim, senhora. Olha, o homem está aí. – Aquele de quando choveu?
m le r A to a n e R
– Não, o que a senhora foi l á e fa lou com ele no domingo. – Que é que você di sse a ele? – Eu diss e pra ele continuar. – Ele já começou?
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– Acho que já. Eu disse que podia principiar por onde quisesse. – É bom? – Mais ou menos. O outro parecia mais capaz. – Você trouxe tudo pra ci ma? – Não senhora, só trouxe a s coisas. O resto não trouxe porque a senhora recomendo u pra deixa r até a véspera. – Mas t raga. Na ocasião, nós descemos tudo de novo. É melhor, senão atravanca a entrada e ele reclama como na outra noite. – Está bem, vou ver como. FERNANDES, Millôr. 30 anos de mim mesmo. São Paulo: Círculo do Livro, 1975.
POR DENTRO DO TEXTO
1. Quantas pessoas dialogam nesse texto? Duas pessoas. 2. São personagens masculinas ou femininas? Como você concluiu isso? As duas personagens são femininas. Uma é identificada pelo nome: Maria; a outra, pelas respostas da personagem: “Sim, senhora”.
3. Observe as frases a seguir: – Maria, ponha isso lá fora em qualquer parte. [...] – Sim, senhora. Olha, o homem está aí. a) Qual dessas frases exprime ordem, autoridade? Por quê? A primeira, porque está se dirigindo à personagem usando uma forma imperativa de falar.
b) Qual das falas indica que alguém vai cumprir ordem, executar alguma coisa? Como você percebeu isso? A segunda fala. A expressão ”Sim, senhora” indica que a personagem vai acatar, cumprir uma ordem.
4. Que tipo de relação deve existir entre as duas personagens? Dê um exemplo desse tipo de relação.
Há uma relação de chefe, patroa e subordinada, empregada. Exemplos possíveis: uma empregada doméstica e a sua patroa; uma vendedora e sua chefe ou gerente; uma funcionária de um salão de eventos e sua chefe.
5. Releia o trecho seguinte:
– Maria, ponha isso lá fora em qualquer parte. – Junto com as outras? – Não ponha junto com as outras, não. Senão pode vir alguém e querer fazer qualquer coisa com elas. Ponha no lugar do outro dia. a) As palavras “isso” e “outras” se referem a um único objeto? Não, podem ou não se referir a objetos da mesma espécie.
b) O termo “elas” , na terceira fala, referese a qual das palavras destacadas notrecho: “isso” ou outras”? “ À palavra “outras”.
c) O termo “outras”, também na terceira fala, refere-se a qual das palavras destacadas no trecho? À palavra “outras” que aparece na segunda fala.
d) É possível ao leitor identificar os objetos de que falam as personagens? Por quê? Não, porque não foram discriminados pelas personagens.
e) O que torna possível às duas personagens compreenderem sobre quais objetos ambas estão falando? As duas personagens estão no mesmo ambiente, na mesma situação de comunicação.
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6. Transcreva, no caderno, outro trecho da crônica em que não é possível ao leitor compreender a que objeto as personagens se referem.
“– Você trouxe tudo pra cima? – Não senhora, só trouxe as coisas. O resto não trouxe porque a senhora recomendou pra deixar até a véspera. – Mas traga. Na ocasião, nós descemos tudo de novo.”
7. Levante hipóteses: Qual é a situação em que as personagens estão envolvidas, com base no diálogo que estabelecem?
O texto indica que as personagens participam de uma situação que envolve a arrumação de objetos em um espaço, que pode ser uma casa, um local de trabalho, salão de eventos etc.
TEXTO E CONSTRUÇÃO 1. Explique o que provoca o humor no texto. O fato de comunicar os fatos de forma vaga, imprecisa, sem que se dê nome às personagens e às coisas. Porém, as personagens conseguem se entender, uma à outra.
2. Em sua opinião, qual é a intenção do texto?
Resposta pessoal. O texto procura demonstrar que, apesar da comunicação entre as personagens ser imprecisa, elas conseguem se entender pelo contexto em que estão inseridas.
3. Indique o que o texto consegue comunicar a respeito dos aspectos apontados a seguir: a) A importância de nomear os objetos.
Chamar os objetos pelo nome permite que outras pessoas entendam do que se está falando.
b) A importância de conhecer o contexto comunicativo. O contexto apresenta os elementos para se compreender o que está sendo comunicado.
4. Por que o texto que você acabou de ler pode ser considerado uma crônica? O texto é breve, narra um fato do cotidiano, usa uma linguagem informal e o humor como recurso expressivo.
TEXTO E CONTEXTO
1. Você já viveu uma situação em que as pessoas falavam e você não compreendia sobre o que estavam falando? Por que você acha que isso aconteceu?Resposta pessoal.
2. Você já combinou com alguém um tipo de comunicação que outras pessoas não pudessem entender? Conte para sua turma.
Resposta pessoal.
3. Uma pessoa pode se sentir excluída em uma conversa? Por que isso pode acontecer? Resposta pessoal. cessidade de adequarmos Professor, a fala discuta de modo comaosnos alunos fazermos a possibilidade entender pelas de exclusão pessoaseainclusão quem nosdas dirigimos. pessoas a partir de um código de comunicação. Discuta também a ne-
Reflexão sobre o uso da língua
Discurso, situação de comunicação e interlocutores A crônica “A vaguidão específica” consiste em um diálogo. Sobre ela, responda:
1. Qual é a função dos travessões no texto? Os travessões marcam as falas das personagens. 2. Quem faz a primeira enunciação, ou seja, aquem pertence a primeira mensagem?À patroa ou chefe de Maria. 3. Quem é o interlocutor dessa primeira mensagem? Maria, uma empregada doméstica ou subordinada. que o aluno per4. Por que o conteúdo do diálogo não fica completamente esclarecido para o leitor? Espera-se ceba que há, na crônica,
uma situação de comunicação específica, na qual os interlocutores se entendem por estarem envolvidos no contexto, por terem conhecimento prévio sobre o assunto tratado. Professor, este é um momento propício para conversar com a turma sobre a importância de se considerar o contexto na interpretação de uma enunc iação.
5. Apesar de o leitor não conseguir identificar precisamente sobre o que as personagens conversam, é possível deduzir qual é o contexto, ou seja, qual é a situação de comunicação. Identifique-a e explique qual é ela. É uma conversa entre patroa e empregada ou chefe e subordinada, em que uma recebe orientações da outra.
6. Para nos comunicarmos, usamos diferentes códigos. Na crônica, foi utilizada a linguagem verbal ou não verbal?
Foi usada a linguagem verbal. Professor, explique aos alunos que o autor do texto usou a linguagem verbal escrita. Comente, porém, que a situação de comunicação em que as personagens da crônica estão envolvidas é um diálogo, um gênero oral que utiliza tanto a linguagem verbal quanto a linguagem não verbal (gestos, postura, entonação etc.).
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IMPORTANTE SABER
Para compreender melhor assituações de comunicação, cabem algumas perguntas: •
Que informações são dadas a respeito do assunto de que se fala?
•
Que informações são dadas sobre os interlocutores, ou seja, as pessoas ou personagens envolvidas: Como falam? Qual é o repertório desses falantes (ou seja, que posição social ocupam, que profissão exercem, quais são seus costumes, suas crenças, seus valores, o nível de linguagem de seu grupo social)?
•
Quais são as informações sobre o lugar e a época em que ocorre a situação de comunicação?
•
Quais são as informações sobre a intenção dos interlocutores com seu discurso? Para enunciar um discurso, além dos recursos expressivos, ou seja, do conjunto de signos utilizados, outros elementos devem ser considerados: o locutor e o locutário (interlocutores), a intenção dos interlocutores e o contexto ou situação de comunicação. Professor, segundo Ducrot, em O dizer e o dito enunciaçãoé um acontecimento único, Observe, na representação a seguir, a relação entre esses elementos: (1987), possível graças à produção das frases ditas. Situação de comunicação contexto locutor
locutário enunciação interlocutores
APLICANDO CONHECIMENTOS 1.
Leia esta tira em quadrinhos: s le a s n o G o d n a n r e F
GONSALES, Fernando. Níquel Náusea: com mil demônios. São Paulo: Devir, 2002.
a) Por que as crianças não compreenderam a atitude da avó, apesar de ela dizer que estava fazendo um cachecol? Porque um cachecol, normalmente, não tem um tamanho tão grande. b) O que ocasionou a falta de compreensão da mensagem por parte dos netos? O fato de não saberem que a avó estava fazendo um cachecol para uma girafa.
c) De que maneira o mal-entendido poderia ser desfeito?
A avó poderia explicar para quem ela estava fazendo um cachecol.
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2.
Agora, leia esta história em quadrinhos, que tem Zezo, o menino mais mal-humorado do mundo, como personagem principal:
i a r a g s u rr tu I o ã d A
ITURRUSGARAI, Adão. Zezo.Folha de S.Paulo, São Paulo, 12 jul. 2005.
a) Quem faz a primeira enunciação, ou seja, a quem pertence a primeira mensagem? À mãe do garoto. b) Quem é o interlocutor da pessoa que faz a primeira enunciação? c) Qual é o conteúdo da mensagem do bilhete de Zezo?
“Bfff”, que pode ser uma espécie de onomatopeia.
d) O autor do bilhete utilizou a linguagem verbal ou a não verbal? e) Em que contexto ou situação a comunicação ocorreu?
O pai do menino.
Utilizou a linguagem verbal, escrita.
Zezo não estava se comunicando oralmente com os pais, mas apenas por meio de bilhetinhos.
f) Explique o efeito de humor gerado na história em quadrinhos.
No último quadrinho, o leitor percebe que, apesar de dar um bilhete para os pais, Zezo não está, de fato, se comunicando com eles. Essa quebra de expectativa gera o efeito de humor.
3.
Leia o texto a seguir:
Pedro e Maria encontram um avestruz na rua. A mãe lhes diz: – É melhor levá-lo ao zoológico! – É uma boa! – respondem os filhos. À tarde, a mãe vê de novo as crianças com o avestruz. – Mas vocês não i am levá-lo ao zoológico? – E levamos! Agora vamos levá-lo ao cinema! Alegria & Cia. São Paulo: Ed. Abril, 1990.
a) De quem é a primeira fala? Da mãe.
b) Com quem essa personagem fala? Com seus filhos: Pedro e Maria.
c) Na primeira fala, o que a mãe sugere que Pedro e Maria façam? Ela sugere que levem o avestruz ao zoológico.
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d) Com que intenção a mãe expressa essa mensagem? Sugerir que o avestruz fosse entregue ao zoológico.
e) Por que a mãe não conseguiu transmitir a sua mensagem? Por que as crianças deram uma resconstrução “levar a algum lugar” é muito usada no sentido de “levar para pasposta diferente daquela que ela esperava ouvir? Asear“. As crianças interpretaram dessa forma a sugestão da mãe, como podemos perceber na última frase: “E le vamos! Agora vamos levá-lo ao cinema!” .
f) Determine o contexto em que se realiza o diálogo: onde ele ocorre e quando? Na rua. A primeira parte, provavelmente pela manhã; a segunda, à tarde.
g) Por que esse texto é engraçado? Porque houve um mal-entendido, as crianças não compreenderam a intenção da mãe e fizeram algo diferente do que ela lhes sugeriu.
4.
Leia a charge a seguir, observando atentamente os elementos verbais e não verbais que a compõem: l a r b a C n a v I
CABRAL, Ivan. Charge do dia: É fogo.Sorriso Pensante, 17 set. 2011. Disponível em:
. Acesso em: 31 mar. 2015.
a) Qual é a palavra empregada com duplo sentido na charge? A palavra “fogo”. b) Qual é a intenção da personagem que olha no relógio ao empregar essa palavra? Ela quis dizer que utilizar ônibus em Natal está muito difícil, porque demora.
c) O que podemos deduzir sobre a personagem da esquerda, ao observarmos sua fala e sua atitude?
Espera-se que o aluno perceba que, pela forma como foi caracterizada, a personagem parece estar indo ou voltando do trabalho e está preocupada com o horário, provavelmente porque está atrasada.
d) Em que sentido a fala da personagem que olha no relógio foi interpretada pela personagem da direita? Interpretou no sentido literal: à palavra “fogo” foi atribuído o sentido de combustão, de incêndio.
e) Que elemento não verbal contribui para a interpretação dessa personagem? Um ônibus se aproximando, pegando fogo.
f) Levante uma hipótese: Qual pode ter sido o contexto de publicação dessa charge? Resposta pessoal. 5.
Professor, informe aos alunos que a charge foi publicada em 2011, no período em que houve a tentativa de incêndio, por criminosos, de pelo menos seis ônibus em site odo qual foi retirada. Natal e Parnamirim, no Rio Grande do Norte, como informa
Leia este bilhete:
Oi, Mariana! Você assistiu ao último capítulo da novela? Foi maravilhoso! Bia •
Que informação poderia ser acrescentada ao bilhete para que a mensagem ficasse mais clara? Identificar a novela a que Bia estava se referindo. Professor, discuta com os alunos o quanto pode haver de implícito no bilhete: dependendo do relacionamento entre as meninas, da frequência com que se falam e do assunto sobre o qual conversam, Mariana pode saber a que novela Bia está se referindo. A discussão pode ajudar a aprofundar a compreensão do papel que cumprem os agentes do discurso em um ato de comunicação.
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Prática de leitura
Texto 3 – Bilhetes Em diferentes situações do cotidiano, as pessoas usam a comunicação escrita para deixar recados, avisar alguém sobre algo, marcar um encontro, revelar seus sentimentos etc. Fazem isso por meio de um gênero de texto muito conhecido: o bilhete. Conheça alguns exemplos de situações comunicativas estabelecidas por meio desse gênero. Bilhete 1
A personagem Júlia, do livro Foi! Não foi! Foi!, escreve um bilhete a seu amigo Deusinho:
Deusinho, Você sabe onde moro. Sabe o terreno do lado? Lá tem uma cabana abandonada. É fácil pular o muro. Sobe no ipê-amarelo, so be no muro e pula. É baixo. Espero você lá, segunda-feira, às 3 da tarde. Júlia LACERDA, Luzia. Foi! Não foi! Foi. Rio de Janeiro: Record, 2004.
Bilhete 2
O bilhete a seguir foi escrito por Oswald de Andrade e dirigido a Clarice Lispector, dois grandes nomes da literatura brasileira:
Clarice, Você quer perguntar? Pergunte. E converse também comigo e com minha mulher, Maria Antonieta d’Alkmin e com minha filhinha de 4 meses, Antonieta Marília de Oswald de Andrade. Responda de Berna ou do alto-mar que se parece com você. Devotadamente, o Oswald R. Mons. Passalagna, 142. SOUSA, Carlos M. Clarice Lispector e a literatura brasileira. Disponível em: . Acesso em: 13 jan. 2015.
Bilhete 3
Antes de viajar para a Itália, em 1952, o cantor Chico Buarque, então com 8 anos, escreveu algumas palavras para a avó:
Se quando eu chegar aqui e você já estiver no céu, lá mesmo veja que eu serei um cantor de rádio. MEMÓRIAS. Revista E, Sesc, 2005. Disponível em: . Acesso em: 12 jan. 2015.
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Bilhete 4
Sofia Amundsen, personagem da obra O mundo de Sofia, começa a receber estranhas correspondências. A menina recebe uma mensagem neste bilhete anônimo:
Quem é você? GAARDER, Jostein. O mundo de Sofia. São Paulo: Companhia das Letras, 1995.
POR DENTRO DO TEXTO
1. Identifique nos bilhetes 1 e 2 os seguintes elementos: a) O nome de quem o escreveu (emissor/locutor). Bilhete 1: Júlia; bilhete 2: Oswald.
b) A quem o bilhete se dirige (destinatário/locutário). Bilhete 1: Deusinho; bilhete 2: Clarice Lispector.
c) As intenções de quem escreve a mensagem. Bilhete 1: marcar um encontro e indicar o lugar e como fazer para chegar até ele; bilhete 2: declarar a Clarice que ela poderá fazer a pergunta que quiser e contar com ele e com sua família para conversar.
2. Em qual desses bilhetes é possível conhecer melhor o contexto comunicativo a que se refere o assunto tratado no texto? Explique sua resposta.
O bilhete 1 traz informações mais explícitas sobre o contexto: a menina marca um encontro com o menino e dá as informações necessárias para isso acontecer. O bilhete 2 não revela o que, de fato, Clarice gostaria de perguntar a Oswald. Trata-se de um assunto do conhecimento apenas do emissor/locutor e destinatário/locutário do bilhete.
3. Estabeleça uma comparação entre os bilhetes 2 e 3 quanto aos elementos que os constituem.
O bilhete 2 apresenta o nome do destinatário, o corpo do bilhete (mensagem), a despedida (devotadamente) e a assinatura do emissor (Oswald). Já o bilhete 3 apresenta apenas o corpo do texto.
4. Copie em seu caderno o bilhete 3, acrescentando a ele os elementos que faltam para torná-lo semelhante ao bilhete 1. Espera-se que o aluno inclua o nome do emissor e do destinatário.
5. Releia o bilhete 4 e responda: a) ÉSim,possível esse bilhete uma comunicação misteriosa? Por quê? porque não considerar há informações sobre quem o envia e como com que intenção faz isso. b) Há uma intenção do emissor do bilhete 4 ao omitir sua identificação (assinatura)? Explique. Sim, se ele envia mensagens anônimas, não quer ser identificado.
c) É possível considerar semelhantes as intenções de quem omitiu as assinaturas nos bilhetes 3 e Chico escreve para a avó e deseja que ela saiba quem escreve, mesmo não assinando o bilhete. Já o emissor do bilhete 4 não 4? Por quê? Não, tem intenção de se identificar, como foi possível perceber pelo contexto dado pela in formação que o antecede. d) Em sua opinião, qual(ais) dos quatro bilhetes mais se aproxima(m) do modelo geralmente usado no dia a dia? Justifique. Espera-se que os alunos reconheçam os bilhetes 1 e 2 como mais próximos dos modelos mais adotados no dia a dia. Eles apresentam emissor, corpo do bilhete e destinatário. É o modelo mais comum de bilhete, usado na maioria dos contextos que envolvem esse gênero de texto.
6. Compare o conteúdo dos bilhetes, copiando o quadro a seguir em seu caderno e completando-o com as informações que faltam.
Bilhete 2
Bilhete 3
Emissor e destinatário
De Júlia para Deusinho
Bilhete 1
De Oswald para Clarice
De Chico Buarque para a avó
De um anônimo para Sofia
Texto breve
Sim
Sim
Sim
Sim
É possível compreender o bilhete sem texto complementar
Sim
S im
Nã o
Nã o
Trata de assuntos pessoais
Sim
S im
S im
S im
Apresenta a estrutura formal de um bilhete
Sim
Sim
Não
Bilhete 4
Não
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TEXTO E CONTEXTO
Os bilhetes 2 e 3 tratam de correspondências que envolvem personalidades conhecidas, como os escritores Oswald de Andrade, Clarice Lispector e o compositor e escritor Chico Buarque. O que os bilhetes e as informações dadas nesses textos revelam de novo sobre a vida das três personalidades?
No caso do bilhete 2, o nome da esposa e da filha de Oswald de Andrade, a sua relação de amizade com Clarice Lispector e o lugar para onde a escritora viajou (Berna/Suíça). No caso do bilhete 3, a viagem que Chico fez para a Itália aos 8 anos, a afetividade pela avó que poderia falecer enquanto ele não estivesse e o desejo que tinha de ser cantor de rádio.
TROCANDO IDEIAS
O Sesc Pinheiros, que fica na cidade de São Paulo (SP), promoveu uma exposição com as correspondências de artistas conhecidos, que incluiu o bilhete escrito por Chico Buarque à avó (bilhete 3). Em sua opinião, é importante conhecer os aspectos pessoais dessas personalidades? Por quê?
Resposta pessoal. Professor, se julgar interessante, leia para os alunos a declaração do presidente da Biblioteca Nacional (RJ), Pedro Corrêa do Lago, sobre o valor desse tipo de correspondência: “Em muitos casos, esses documentos apresentam novos dados sobre o pensamento e a vida de personagens da história, servi ndo como uma espécie nova peçaà em um quebra-cabeça vezes, temas revelam facetas surpreendentes inesperadas, exatamente se tratar de documentos nãodedestinados divulgação pública, nosbiográfico. quais s autores seuOutras abordam e questões íntimas, quase esempre ausentes em suas por obras”. O bilhete de Chico Buarque, assim como outras correspondências manuscritas, revela muito sobre quem os produz e sobre seus interlocutores.
Prática de leitura
Texto 4 – Tela ANTES DE LER
T Y N : to o F . a g e u r o N a d l a n io c a N u e s u M
As cores podem representar sentimentos. Em nosso país, a tristeza da morte é representada pelo preto ou roxo e, em outros países, pelas cores azul ou branco. As cores também expressam convenções, como o uso da cor branca para simbolizar a paz. Você saberia dar outros exemplos do que as cores podem representar? Resposta pessoal.
(1893), de Edvard Munch. Óleo e pastel sobre cartão, 91 cm × 73,5 cm. O grito
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POR DENTRO DO TEXTO
1. Observe o quadro de Munch. Que cores predominam na tela? As cores vermelha e amarela.
2. Que sentimentos as cores utilizadas nessa tela transmitem a você?
Resposta pessoal. Espera-se que os alunos reconheçam que na tela elas representam inquietação, angústia, aflição, certo desespero.
3. Que sentimento a pessoa representada em primeiro plano parece estar expressando? É possível afirmar que as cores da tela confirmam as sensações do ser em destaque na obra? Angústia, dor, aflição. Sim, as cores contribuem para transmitir essas sensações.
4. A tela representa uma pessoa de modo deformado. Em sua opinião, que efeito o uso desse recurso provoca? Justifique sua resposta.
O recurso parece acentuar o sofrimento da pessoa retratada. Professor, avalie outras respostas dos alunos e a argumentação que apresentarem.
representação da paisagem, há aa preocupação 5. Na O fundo não foi pintado com detalhes; o que mais chama atenção são as cores.com detalhes? Explique o que você observou. 6. A paisagem, os objetos e as pessoas est ão nitidamente separados ou são elementos que se misturam? São elementos que se misturam e se diluem nas cores e tintas da tela.
TEXTO E CONTEXTO
1. Leia algumas informações sobre o contexto de produção dessa obra de arte: s to o h P k c o t /S G K A
O pintor e artista gráfico Edvard Munch, em sua casa. Oslo, Noruega, 1944.
Edvard Munch nasceu em Oslo, na Noruega, em 1863. Ele foi um dos maiores artistas do Expressionismo, um fenômeno cultural que surgiu na Alemanha, presente nas artes gráficas, na pintura, na escultura, no teatro, na música, na dança e no cinema, caracterizado pela apresentação exagerada de formas, pessoas e objetos.
expressionistas costumavam distorcerOs formas e cores em busca da representação exacerbada dos sentimentos. Para fazer essa obra, Munch afirma, em seu diário, que se inspirou em uma cena que presenciou durante uma caminhada nas imediações de Oslo. A obra O grito foi repintada pelo artista muitas vezes até ele ficar satisfeito.
a) Para você, por que essa tela se chama O grito? Espera-se que o aluno relacione o que já respondeu nas questões anteriores com a imagem da tela.
b) Podemos dizer que as cores da obra são importantes na construção da mensagem que ela visa transmitir? Por quê? Sim, uma vez que o destaque dado às cores revela a intenção do pintor de representar, por meio delas, os sentimentos humanos.
2. Que cores transmitem a você os sentimentos e as sensações a seguir? Respostas pessoais. a) alegria
e) frescor
b) tristeza
f) angústia
c) dor
g) vergonha
d) tranquilidade
h) medo
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TROCANDO IDEIAS
1. Lembre-se de alguma situação de tristeza. Se você pudesse traduzir essa situação utilizando cores, qual delas escolheria? Resposta pessoal.
2. Muitas vezes, para comunicarmos algumas sensações ou sentimentos, valemo-nos das cores. Em seu caderno, copie as frases da segunda coluna associando cada uma delas às situações apresent adas na primeira coluna. Sob a orientação do professor, compartilhe suas respostas com os colegas. Professor, é possível também fazer a atividade oralmente.
a) Esquecer algo de que se fala.
1) Está tudo azul.
b) Estar com muita raiva.
2) Ficou roxo de ódio!
c) Quando estamos de bem com a vida. d) Quando alguém fica com medo e desiste de enfrentar uma nova situação.
3) Vê o mundo cor-de-rosa. 4) Ele ainda é verde.
e) Um jovem que ainda não está preparado para enfrentar a vida.
5) Amarelou!
f) Ter uma visão romântica da vida.
6) Deu branco! a-6; b-2; c-1; d-5; e-4; f-3.
Hora da pesquisa
Professor, caso o aluno tenha dificuldade em encontrar as informações pedidas, no Manual há um texto sobre o significado das cores. Leia-o para a turma. Se achar interessante, amplie a atividade, solicitando aos alunos que pesquisem a influência das cores e a importância delas para a interpretação de obras de arte como as pinturas impressionistas.
Influência das cores Você sabia que existem muitos estudos sobre a influência das cores em nossa vida, no nosso comportamento, em nossas avaliações sobre os lugares e as pessoas? Você conhece alguém que não usa determinada cor por alguma razão? Pesquise sobre esse assunto raga e t os resultados para discut ir em sala de aula.
Atividade de criação
Exposição de obras de arte Você já experimentou expressar seus sentimentos e sensações por meio de cores? Que tal participar de uma exposição com trabalhos artísticos produzidos por você e sua turma?
ORIENTAÇ ES •
•
•
•
•
Professor, se quiser sensibilizar os alunos para esta atividade, traga para a sala de aula músicas instrumentais de diferentes tipos. Uma sugestão é ir alterando diferentes obras musicais para des pertar nos alunos diversas impressões e emoções.
Com o professor e com seus colegas, faça uma lista estabelecendo sentimentos e sensações – como alegria, raiva, amor – a serem representados por meio das cores. Escolha uma técnica de arte com a qual se identifique: pintura, escultura, colagem, desenho, ou outra. Crie uma imagem que represente uma sensação, um sentimento, ou, ainda, uma mistura de ambos. Procure representá-los por meio de cores que, para você, relacionam-se com esse importante que esse trabalho contasse com a participação do professor de Arte, que poderá combinar sentimento ou sensação. Seria com os alunos algumas técnicas para a produção que já tenham sido trabalhadas nas aulas. Escolham um espaço para expor os trabalhos. A turma deve procurar organizá-los de maneira a valorizar as obras expostas. Caso a turma ache interessante, pode criar uma pequena placa com o título da obra para ser colocada embaixo de cada imagem produzida. Por exemplo: O medo, Alegria de viver etc. A placa pode ser confeccionada com cartolina, papel-cartão ou outro papel firme.
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•
•
•
A turma pode elaborar alguns cartazes explicativos sobre a influência ou o significado das cores e afixá-los no mesmo espaço das obras. As informações para a elaboração dos cartazes podem ser obtidas na pesquisa sobre as cores. A turma deve dar um nome para a exposição e, com o professor, criar um texto coletivo para apresentá-la. Os trabalhos poderão ser oferecidos de presente a alguém após o término da exposição. Portanto, capriche em sua obra de arte!
Prática de leitura
Texto 5 – Chat ANTES DE LER
1. Observe o próximo texto. É possível identificar em que meio de comunicação aparecem conversas são comuns em meios relacionados à internet. Professor, peça aos alunos que deem exemplos de textos como esse? Essas sites ou aplicativos. Fala dialogada, frases curtas, 2. Que elementos do texto lhe permitiram fazer essa identificação? Sugestões: palavras abreviadas e texto dinâmico.
3. Você se comunica pela internet? Se sim, com que frequência? Leia o texto a seguir e obser-
ve algumas características da linguagem utilizada nesse meio de comunicação. Resposta pessoal.
Meninas na linha www............ CHATTER MANO
CHATTER MANO CHATTER MANO CHATTER MANO CHATTER MANO CHATTER MANO CHATTER MANO CHATTER MANO
Oi! E aí? Tá em casa em pleno sábado à noite? Eu tinha uma festa, mas fiquei com preguiça de sair. Tá frio pra caramba . Melhor navegar. Eu não tinha nada pra fazer. Entrei num site idiota. Só tinha foto de mulher pelada. [...] Aqui também tem foto? Foto? Acho que não. Tudo bem. Me conta tudo, vc já ficou? Já. Muitas vezes? Quantos anos vc tem? 13 anos. Já fiquei 2x. A primeira foi patética, a segunda foi legal. E vc? Eu só fiquei 1x. Também tenho 13 anos. E daí? Foi legal pra caramba. Vc acha que sexo é = amor? Não. Por quê? Cara, meu irmão ficou com uma garota linda. Chegou em casa apaixonado. No dia seguinte ela veio aqui. Era a garota + chata do mundo. Uma toupeira, coitada. Meu irmão desencanou. Disse que só dá pra ficar. Namorar, nem pensar.
m e rl A o t a n e R
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CHATTER MANO CHATTER MANO CHATTER MANO
CHATTER MANO CHATTER MANO CHATTER MANO CHATTER SÍLVIA MANO CHATTER SÍLVIA CHATTER SÍLVIA MANO CHATTER SÍLVIA
MANO CHATTER MANO CHATTER MANO SÍLVIA
Coitada da garota. Coitada nada, ela grudou. A gente tinha que tirar o telefone do gancho. Mandava e-mail o tempo todo. Primeiro era filme de amor, depois virou de terror. Eu adoro filme de terror. Mas terror mesmo é ficar com a garota que a gente gosta. Cara, dá um branco, já me aconteceu. Como foi? Era uma garota da minha escola, ela já foi embora, mudou de cidade. Eu ficava mudo, derrubava tudo, ou então falava sem parar. É engraçado. Você é tímido. Eu não, é que eu gostava dela. Meu irmão disse que é assim mesmo. Gostou, travou. Tipo terrir. O quê? Filme terrir, trash, terror do mais ridículo que existe. Então eu acho legal, é divertido ver terror pra rir. Eu também. A gente compra os vídeos, aqui em casa. Me dá seu endereço. Oi. Oi. Oi. Vcs querem conversar comigo? Sobre o quê? Sobre a beleza do amor juvenil, o primeiro beijo, tão inesquecível, a delícia da primeira carícia. Me contem, meus jovens, me contem como foi... Tô fora! Tô fora também! Mas não foi por isso que vocês entraram nesse chat ? Para abrir-se por inteiro? Este é um espaço para confidências femininas! O cantinho certo pra descobrir tudo que se esconde no fundo do coração! Dona, me desculpe, pensei que Meninas na linha www... era tipo revista Playboy , sabe como é... Ei, Mano, é roubada, vamos embora, mas me dá seu endereço, me conte dos filmes... Cara, tá certo, meu endereço é [email protected] e o seu? Vou escrever mandando meu endereço. Vou esperar. Esperem, meus jovens, a confidência faz parte do amor...
MANO CHATTER MANO
Bye, bye, tia. Obrigado e me desculpe... Mano, espere, eu vou mandar o e-mail . Vou lá ver. PRIETO, Heloisa; DIMENSTEIN, Gilberto. Mano descobre o @mor. São Paulo: Ática, 2011.
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POR DENTRO DO TEXTO
1. Esse texto reproduz uma conversa feita por meio da internet. A linguagem utilizada está de acordo com a usada em conversas virtuais por você e seus amigos? Justifique.
Professor, espera-se que o aluno responda que não. A linguagem da internet é ainda mais veloz. O modo de escrever é mais econômico (algumas vezes, com um linguajar próprio cheio de abreviaturas e reduções) do que aquele apresentado no texto lido, ainda que o texto traga alguns exemplos desse linguajar: “vc”, “2x”, “sexo é = amor” etc.
2. O vocabulário e as regras gramaticais, na maioria das vezes, não são seguidos em conversas on-line. A que você atribui esse fato?
Resposta pessoal. Professor, comente com os alunos que a mesma velocidade que exige economia na escrita acaba fazendo com que essa nova linguagem não se apegue às regras da gramática em muitos aspectos (como a pontuação, por exemplo).
3. Em seu caderno, descreva cada uma das personagens. Divida a resposta em duas colunas: o que o texto diz e o que o texto não diz sobre as personagens, mas você consegue deduzir com base na conversa entre elas.
O que o texto diz das personagens
O que a conversa das personagens permite deduzir
São dois jovens (dois meninos, ouum menino e uma menina) de 13anos que adoram Possibilidades: naMano é bastante tímido e tem medo de enfrentar o primeiro amor. vegar na internet e conversar em salas de bate-papo, inexperientes com o sexoDetesta oposto meninas que ficam “dando em cima dos garotos”. Chatter é menos e gostam de filme de terror. Ambos já “ficaram”. Sílvia, adulta, quer conversar tímido(a), com osadora filmes de terror, como todos em sua casa. Sem experiência amomeninos sobre o amor. rosa, quer mesmo é conversar.
4. Dê exemplos de gírias empregadas pelas personagens e explique o significado de cada uma.
“Desencanou”: desvinculou-se de determinada situação ou pessoa que incomodava; “travou”: ficou paralisado; “roubada”: situação da qual não vale a pena participar, não é legal.
5. Em sua região, vocês usam essas gírias? Resposta pessoal.
6. De que outra forma você transmitiria a mesma ideia expressa pelas gírias destacadas na atividade 4? Resposta pessoal.
Na trilha da oralidade Chat
1. “Mano” O texto eestá organizado empersonagens forma de diálogo, identificando quem conversa “Chatter”. Essas não estão conversando frente a frente.pelos Comonomes é possí-
de o próprio texto referir-sechat a (“Mas não foi por isso que vocês entraram nesse chat?”), vários sinais do texto indicam vel perceber isso? Além tratar-se desse ambiente de interlocução: ab reviações e sinais dive rsos, além do cumprimento de cada personagem à entrada de e-mails. Sílvia. Além disso, ao saírem, trocam endereços eletrônicos,
2. Que característica do diálogo está presente nesse texto? A troca, alternância de falas entre as pessoas. 3. A linguagem empregada pelas personagens é formal ou informal? Por quê?
O diálogo emprega predominantemente uma linguagem informal, pois utiliza um “falar” típico das conversas espontâneas. •
O uso dessa linguagem nesse contexto é adequado? Por quê? Sim, pois se trata de uma situação informal de conversa entre dois jovens.
4. Há um momento do texto em que a conversa entre Mano e Chatter é interrompida. Releia: CHATTER MANO CHATTER SÍLVIA MANO CHATTER SÍLVIA
Então eu acho legal, é divertido ver terror pra rir. Eu também. A gente compra os vídeos, aqui em casa. Me dá seu endereço. Oi. Oi. Oi. Vcs querem conversar comigo?
a) Por que Sílvia surge, de repente, no meio do diálogo entre Chatter e Mano? Em chats, as pessoas podem entrar a qualquer momento para participar da conversa. b) Chatter e Mano não são os nomes legítimos das personagens que conversam no chat. Por emchats, algumas pessoas preferem esconder suas que eles deixam de usar seus nomes convencionais?Porque, verdadeiras identidades, utilizando-se de apelidos ou pseudônimos. Assim, as pessoas não têm receio de falar o que querem, sentem-se livres para isso.
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5. Releia um trecho da conversa entre Mano e Chatter: MANO CHATTER MANO CHATTER
Tudo bem. Me conta tudo, vc já ficou? Já. Muitas vezes? Quantos anos vc tem? 13 anos. Já fiquei 2x. A primeira foi patética, a segunda foi legal. E vc?
a) Essas falas poderiam fazer parte de um bate-papo oral do dia a dia? Sim. b) Nos trechos acima, que marcas textuais não fazem parte da língua falada, podendo ser usadas apenas na escrita? “vc”, “2x”.
6. Transcreva do texto 5 o trecho que apresenta indicação de endereço eletrônico para comunicação na internet.
[email protected]
IMPORTANTE SABER
Para entrar em um chat ou sala de bate-papo, as pessoas precisam se identificar apresentando o nome, um apelido ou pseudônimo. As salas de conversação são separadas por temas de interesse, que são bem variados. Ao entrar em um chat, as pessoas podem participar da conversação ou ficar só acompanhando como observador. A comunicação no chat se dá pelo envio de mensagens escritas, que são trocadas entre os interlocutores e só depois de enviadas são disponibilizadas aos outros interlocutores que estão na mesma sala. Essa interação é chamada de comunicação em tempo real. Na conversação, há uma alternância de falas entre os interlocutores. Cada interlocutor recebe a mensagem e envia rapidamente a sua resposta. A linguagem, o jeito de se expressar, anas elaboração fala são muito próximos do bate-papo da nalinguagem presença dos amigos.. Assim como conversasda cotidianas, em chats há predominância informal 7. Imagine que você esteja se comunicando com um amigo por meio de um bilhete. Releia as frases a seguir e observe os elementos destacados:
[...] “Me conta tudo, vc já ficou?” [...] “Vc acha que sexo é = amor?” [...] “Já fiquei 2x.” [...] “Era a garota + chata do mundo” •
Você costuma usar abreviações e sinais gráficos como esses em seus bilhetes? Resposta pessoal.
8. Por que você imagina que as personagens usam abreviações e sinais gráficos como esses em suas conversas no chat? Espera-se que o aluno entenda que o recurso procura agilizar a comunicação.
9. No
chat, os interlocutores procuram enviar rapidamente a resposta, a mensagem. Você acha que as pessoas fazem um planejamento do que vão escrever? Nesse gênero de texto, as pessoas costumam fazer pouco ou nenhum planejamento prévio do que vão dizer. 10. Você acha que poderia usar as abreviações e o tipo de linguagem apresentado no texto em qualquer situação? Explique sua resposta. Não, o emprego dessa linguagem pede uma situação de informalidade.
11. Qual é a relação entre o apelido da personagem Chatter e o gênero textual queacabamos de ler? A relação é que o apelido da personagem Chatter é bastante semelhante à palavra chat, o que parece ser intencional.
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Produção de texto
Crônica Agora, você vai escrever uma crônica. Em seguida, que tal fazer uma roda para ler as crônicas da turma? Nesse dia, os alunos poderão apresentar suas produções e se divertir com as histórias dos colegas. Antes de escrever o texto, recorde as características da crônica “Comunicação”, de Luis Fernando Verissimo. •
O narrador pouco aparece durante a história, pois o texto apresenta um diálogo em que é
•
possível perceber alternância de falas sem a interferência do narrador. Representa uma situação que poderia acontecer na vida real.
•
Está escrito em linguagem coloquial.
•
Há presença de humor como recurso expressivo.
•
Leva o leitor a refletir sobre o assunto principal do texto: a questão da comunicação. PLANEJE SEU TEXTO
Copie no caderno os itens do quadro a seguir e responda a cada um deles. Amplie o número de itens se precisar. Verifique se cumpriu o planejado na hora de avaliar o texto.
Para escrever a crônica 1. Qual é o público leitor do texto?
Os colegas da turma.
2. Que linguagem vou empregar?
O nível de linguagem de uma crônica como a que serviu de referência é mais próximo da informalidade, mas oriente os alunos a adequarem a linguagem das personagens ao perfil que elas têm.
3. Qual é a estrutura que o texto vai ter?
Caso o aluno opte pela sugestão dada, a estrutura que predomina no texto é a organização das falas das personagens na forma de diálogo, em parágrafos.
4. Onde o texto vai circular?
Em uma roda de leitura.
OR IENTAÇ ES PARA A PRODUÇÃO 1. Faça uma lista de situações cotidianas em que poderia haver problemas de comunicação ou desencontro de informação.
2. Escolha uma das situações sugeridas e produza sua crônica dialogada. Você pode seguir a mesma estrutura do texto “Comunicação”, de Luis Fernando Verissimo, visto no início deste capítulo.
3. Caso opte por escrever um texto que consistirá no diálogo entre duas personagens, use a estrutura do discurso direto, iniciando cada fala com travessão ou colocando-as entre aspas. Se, além do diálogo entre personagens, a crônica tiver narrador, estruture o texto em parágrafos e empregue a pontuação do discurso direto quando o texto assim o exigir. 4. Lembre-se de que a crônica de Luis Fernando Verissimo apresentou um diálogo. Verifique o perfil das personagens que participarão do diálogo no texto e faça a adequação do nível de linguagem delas. 5. Se quiser imprimir um dinamismo maior ao texto, evite alongar as falas nos diálogos. 6. Procure decidir como o diálogo terminará: se será um final surpreendente para o leitor, se as falas finais vão propor uma reflexão (mesmo que para isso se empregue o humor).
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AVALIAÇÃO E REESCRITA Após a escrita do texto:
1. Confira se cumpriu todos os itens do quadro de planejamento. 2. Verifique se o diálogo entre as personagens contém elementos suficientes para demonstrar qual é o problema de comunicação que se estabelece no contexto comunicativo. Caso perceba que as falas não foram suficientes para que o leitor compreenda o texto, altere-as ou acrescente falas intermediárias.
3. Faça uma leitura da crônica, observe se o diálogo flui ou se há repetições e truncamentos no texto tornam as falas artificiais, forçadas. precisaque parecer o mais natural possível ao leitor.Para reescrever, tenha em conta que o diálogo
4. Sublinhe os problemas ortográficos e retire ou acrescente sinais de pontuação quando for necessário. Por fim, passe o texto a limpo.
Leia mais Vá à biblioteca da escola e pesquise outros livros com crônicas. Descubra novos autores e indique essas leituras para seus colegas. Sob a orientação do professor, a sala de aula de sua turma poderá ter um mural permanente com sugestões de leitura que vão sendo trocadas ou ampliadas a cada capítulo do livro. Para isso, não é preciso pesquisar apenas títulos relacionados ao gênero textual produzido, mas também outros que foram lidos durante o capítulo. Criem um modelo de tarja de cartolina ou outro tipo de papel firme com tamanho específico para anotar o nome da sugestão de leitura. Veja um exemplo de como fazer a sugestão:Professor, sugerimos que avalie as indicações antes de publicá-las no mural. Minha indicação:
Mano descobre o @mor,
de Heloísa Prieto e Gilberto Dimenstein. São Paulo: Ática, 2011. Nome do aluno que indicou o livro.
Preparando-se para o próximo capítulo Prepare-se para o próximo capítulo analisando a imagem ao lado. O que ela representa? Resposta pessoal. Professor, a foto chama a atenção pelo contraste que representa, pois, embora tenha sido produzida em um contexto de guerra, ela registra uma cena de carinho e afeto. A partir da leitura da imagem, espera-se que os alunos se sintam motivados a iniciar o próximo capítulo, que tem, entre seus propósitos, os objetivos de desenvolver nos alunos uma postura mais questionadora, autônoma e solidária e de promover atitudes que visem à busca pela paz.
i w a ra z a M lil a h /K to o h P P F A
Soldado jordaniano ajuda refugiada síria com seu bebê após centenas de pessoas cruzarem a fronteira da Síria para a Jordânia devido à violência, em 2012.
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O L U ÍT P A C
2
TROCANDO EMOÇÕES E IMPRESSÕES PESSOAIS
Para começo de conversa
Professor, as atividades a seguir podem mobilizar vários conhecimentos históricos e geográficos. Sugerimos dividir a turma em grupos menores e solicitar uma pesquisa sobre as causas e consequências dos conflitos que estejam em curso atualmente. Seria interessante que os grupos compartilhassem as informações e montassem murais com imagens e outros dados sobre esses conflitos.
da guerra é uma escolha pessoal? O que leva uma pessoa a arriscar a vida em uma 1. Participar guerra? Explique. Resposta pessoal.
2. Em sua opinião, por que as guerras existem?
Resposta pessoal. Professor, é interessante ouvir dos alunos como eles compreendem esta questão. Você poderá falar com eles a respeito das motivações políticas, sociais, econômicas e religiosas que envolvem esse tipo de conflito.
3. De que guerras você já ouviu falar?Resposta pessoal. 4. No momento em que você lê estas páginas, há alguma guerra em curso? Resposta pessoal. Prática de leitura
Texto 1 – História em quadrinhos Leia a seguir um trecho do livro Persépolis 2, uma narrativa autobiográfica em quadrinhos que tem como personagem principal uma menina iraniana. Como muitas crianças de várias partes do mundo, ela vive situações desencadeadas pela guerra. s a tr e L s a d ia h n a p m o C
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s ra t e L s a d a i h n a p m o C
SATRAPI, Marjane. Persépolis 2. São Paulo: Companhia das Letras, 2005.
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POR DENTRO DO TEXTO
1. O país onde se passa essa história é o Irã. Você sabe onde se localiza esse país? Pesquise em um atlas e informe a que continente ele pertence.
O Irã fica no continente asiático. Dizemos que ele se localiza precisamente no Oriente Médio. •
A que guerra a personagem está se referindo?
À guerra entre o Irã e o Iraque. Professor, seria interessante que os alunos pesquisassem o contexto em que essa guerra aconteceu.
2. O narrador é também personagem da história. Como é possível perceber isso?
No texto, há legendas em que o narrador comenta, faz referências a si mesmo, a suas atitudes na história. Nessa HQ, temos um narrador-personagem.
3. Em que ambientes aparece a personagem principal? Em casa e na escola.
4. Também na escola, há preocupação com a guerra. Como é possível perceber isso no texto? A professora pede às alunas que produzam um texto cuja temática seja a guerra.
5. É possível afirmar que a redação escrita por Pardis contém um relato pessoal? Sim. Pardis conta sua própria história na redação.
6. No penúltimo quadrinho, o narrador-personagem tenta consolar a amiga. Qual é o consolo que ela oferece a Pardis? O fato de o pai ser motivo de orgulho por parte de Pardis, pois ele agiu como um herói. •
O narrador-personagem foi srcinal ao dar esse consolo à amiga? Não, pois essa fala é sempre usada quando se justifica a morte de alguém em uma guerra.
7. Releia a última fala de Pardis. É possível, por essa fala, entender o que Pardis pensa da guerra. Qual
ela, a guerra não tem justificativa. “Eu preferia meu pai vivo na prisão”, diz ela, acrescentando que o título de herói não justifica a é a opinião dela? Para morte do pai. Pode-se entender por essa afirmativa que ela acha que o pai não deveria participar da guerra (nem seu pai, nem ninguém, por extensão), mesmo que isso significasse ir para a prisão. Professor, converse com os professores das disciplinas de História e Geografia para que sugiram temas de pesquisa sobre
TROCANDO IDEIAS conflitos atuais no Oriente Médio. Seria interessante desenvolver um trabalho conjunto entre as áreas de Linguagens e Ciências Humanas.
No último quadrinho, Pardis se mostra muito triste e afirma que preferiria ter o pai vivo em uma prisão a um pai morto e visto como herói.
1. Você concorda com a personagem? Por quê?Respostas pessoais. 2. Para você, o que é ser um herói de guerra? 3. Qual é a sua opinião sobre a guerra? 4. A seu ver, uma guerra pode ter algum aspecto positivo? Por quê?
Professor, é importante que a discussão seja feita de forma contextualizada, estimulando a postura crítica nos alunos.
Prática de leitura
Texto 2 – Romance (fragmento) ANTES DE LER
1. Como você acha que as pessoas de sua cidade agiriam se um aviso de emergência pedisse
a todos que abandonassem suas casas e fossem para o mais longe possível, por causa de uma catástrofe nuclear? Respostas pessoais. 2. O que você faria se estivesse sem seus pais e tivesse de abandonar sua casa e sua cidade
para fugir de uma nuvem de radiação, que causaria muitas doenças e destruição? O fragmento a seguir faz parte do romance A nuvem, da alemã Gudrun Pausewang, e é baseado no desastre nuclear da usina de Chernobyl, ocorrido em 1986, na Ucrânia. A narrativa aborda um acidente fictício na usina atômica de Grafenrheinfeld, na Alemanha, e centra-se na luta da adolescente Janna-Berta para sobreviver ao desastre.
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No trecho que você vai ler, Janna-Berta e o irmão, Uli, estão sozinhos em casa, quando soa o aviso do acidente. Em meio ao caos que se instala na região,les e tentam fugir da nuvem de radiação e chegar a uma cidade vizinha, onde estão seus pais, para juntos seguirem de trem para longe dali. Leia o texto para descobrir se eles conseguiram. A nuvem
[…] – Vamos embora sozinhos! – disse Janna-Berta com determinação . – De bicicleta. Um sorriso iluminou o rosto de Uli. Adorava andar de bicicleta. Janna-Berta ordenou que ele buscasse a sacola de plástico com as roupas no porão e vestisse sua jaqueta. […] Já conformada com a ideia de que Uli não sairia de casa sem ele, autorizou o urso de pelúcia que ele segurava decididamente nos braços. Fechou rapidamente a porta do terraço, pegou sua jaqueta e saiu de cas a com Uli. Pediu que ele se apressasse. Desceram correndo a escada e tiraram suas bicicletas da garagem. Janna-Berta prendeu a sacola de plástico, o urso e a jaqueta na garupa de Uli . Na dela, colocou a mochila e em segu ida parti ram. […] Passando as últimas cas as, chegaram a uma li nha férrea que se encontrava n um elevado paralelo à estrada nacional para Bad Hersfeld. Uma trilha estreita margeava o elevado. Janna-Berta decidiu tomar aquele caminho. Já que ele era estreito demais para os car ros, eles o tinham todo para si. […] O cami nho ficava cada vez mais es treito. Dos dois lados a vegetação quase se fechava, batendo no rosto de Uli. Os últimos rastros do caminho perdiam-se num pasto . Uli chorava e Janna-Berta também sentia dificuldades em segurar as lágrimas. Desceram das bicicletas, deixando-as cair no chão. Janna-Berta arrependia-se por não terem ido com os Jordan. Uli agarrou-se a ela e Jan na-Berta o abraçou. E agora ? Voltar à aldeia e procurar um outro camin ho para o norte? Já eram quase três horas. De repente escutaram motores vindo de trás do elevado. Levantaram as bicicletas e arrastaram-nas para cima do elevado. Janna-Berta tropeçou e caiu escorregando para baixo. Uli foi o primeiro a chegar ao topo. – Janna-Berta – gritouagitado –, lá embaixo tem um caminho ótimo, tão bom quanto uma estrada! Ela empurrou a bicicleta para ci ma do elevado. Viu Uli do outro lado, subindo no selim, e percebeu o ruído de um ca rro passando logo abaixo. Enquanto carregava sua bicicleta por sobre os tri lhos, notou o imenso campo de colza em flor, antes escondido de sua vista. Como bri lhava! Depois , viu ainda como Uli, triunfante, levantava os braços antes de largar-se declive abaixo, montando em sua bicicleta. – Cuidado! – gritou ela. – Você não pode… pelo cascalho… Nesse momento, Uli já voava por cima do guidão e caia sobre o caminho largo, onde um carro se aproximava em alta velocidade. A bicicleta tinha virado. O urso de pelúcia foi arremessado da garupa e parou no sopé do declive. – Uli! – gritou Janna-Berta. O motorista do carro não freou. Ouviu-se um baque surdo, e o carro continuou disparado, deixando atrás uma nuvem de poeira. Petrificada de espanto, Janna-Berta permaneceu no elevado. A nuvem de poeira dissipou-se e lá embaixo estava Uli estendido no chão. Não muito longe dele, o ursinho de pelúcia e a bicicleta. Apenas o guidão estava amassado. A roda dianteira ainda rodava. A cabeça de Uli, coberta pelo capuz, parecia est ranhamente achatada sobre uma poça de sang ue que aumentava a cada momento .
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k c to s r e tt u h /S v e u r B a h is r G
Interior de escola abandonada em Pripyat, após o desastre nuclear de Chernobyl.
Janna-Berta jogou a bicicleta no chão, desceu correndo pelo declive e ajoelhou-se ao lado de Uli. Acariciou sua mão, que ainda estava quente. Ela não se importava com a fila de carros vinda atrás de si. Ali estava Uli. Por ali ninguém podia passar. Ela permanecia agachada no meio do caminho. O primeiro carro freou. Um homem de barba e uma mulher ruiva desceram. Atrás deles, as buzinas di sparavam fur iosamente. O barul ho aumentava cada vez mais. A ruiva levantou J anna-Berta: – Vocês também queriam i r à estação de Bad Hersfeld, não é? – Entre! – disse o barbudo. – Vamos levar você. As c rianças s e apertam u m pouco. – Uli tem de vir também – disse Janna-Berta. – Uli? – perguntou a mu lher. – Você quer di zer… Janna-Berta jogou a cabeça para trás e enfrentou a mulher com um olhar furioso. – Ele é meu irmão! – gr itou. – Você não pode mais ajudá-lo agora – sussu rrou o barbudo. […] Ele jogou a bicicleta de Uli na s moitas, levantou Uli do chão, entrou algu ns passos no campo de colza e o deitou ali. Quando voltou, sua camisa estava cheia de sang ue. – Não! – gr itou Janna-Berta. – Não! Ela tentou correr para o campo de colza, mas a mulher a seg urou. Janna-Berta quis se soltar batendo para todos os lados, até que o barbudo deu-lhe u ma sonora bofetada. Aí ela desmoronou e se deixou levar para o carro, sem resistência. Assustadas, as três meninas espremeram-se no banco de trás. – Rápido! – gritou a ru iva. – Senão eles vêm para ci ma da gente. O homem e a mulher pularam em seus assentos, bateram a porta e partiram, seguidos pela fila de carros. A parada não consumiu mais que três minutos. Os dois adultos ficaram em silêncio. As crianças ta mbém. Janna-Berta não registrava mais nada. Apenas levantou a cabeça quando pararam num gramado ao lado do rio Fulda e a mulher tirou as meninas do carro. Por perto havia algumas casas. Isso deveria ser Bad Hersfeld. Ouv iam-se trovões. […] PAUSEWANG, Gudrun. A nuvem. São Paulo: Global, 2002.
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POR DENTRO DO TEXTO
1. Que sentimentos esse texto despertou em você?Resposta pessoal. 2. Releia os três primeiros parágrafos para responder às questões a seguir: a) Nesse trecho inicial da história, são narradas várias e sucessivas ações das personagens de forma bastante breve. Que efeito isso produz, considerando o contexto vivido por Janna-Berta e que o aluno perceba que as ações narradas dessa forma transmitem a seu irmão? Espera-se pressa, a ansiedade e o desespero dos irmãos ao tentar sair logo de casa. b) Uli sorri ao saber que ele e a irmã fugirão de bicicleta e insiste em levar seu ursinho de pelúcia. ele ainda é uma criança pequena, bastante inocente, e que O que esses fatos revelam sobre ele?Que não tem noção do risco que ele e a irmã estão correndo.
3. Onde Janna-Berta e Uli pretendiam chegar? A uma estação de trem de Bad Hersfeld. 4. Releia: Passando as últimas casas, chegaram a uma linha férrea que se encontrava num elevado paralelo à estrada nacional para B ad Hersfeld. Uma trilha estreita margeava o elevado. Janna-Berta decidiu tomar aquele caminho. Já que ele era estreito demais para os carros, eles o tinham todo para si. […] O caminho ficava cada vez mais estreito. Dos dois lados a vegetação quase se fechava, batendo no rosto de Uli. Os últ imos rastros do cami nho perdiam-se num pasto. a) Por que Janna-Berta decidiu não ir pela estrada e sim por uma trilha paralela? Porque imaginou que os carros não conseguiriam passar por ali, deixando o caminho só para ela e Uli, que seguiam de bicicleta.
b) O que foi acontecendo com a trilha, conforme os dois irmãos seguiram por ela? A trilha foi se estreitando, diminuindo, perdendo-se em meio ao pasto e terminando em um morro.
5. Na sequência do texto, o que fez Janna-Berta e Uli sentirem vontade de chorar? O fato de perceberem que o caminho em que seguiam havia acabado em um morro, deixando-os amedrontados.
6. Ao ouvirem barulho de motores, o que os dois irmãos concluíram sobre o que havia do outro lado do elevado? Concluíram que havia uma estrada, já que carros estavam passan
do por ali.
7. Releia este trecho: – Janna-Berta – gritou agitado –, lá embaixo tem um caminho ótimo, tão bom quanto uma estrada! •
Considerando o contexto, conclui-se que a agitação de Uli era positiva ou negativa? Era positiva, pois ele viu que havia um caminho por onde poderiam prosseguir.
Uli decidiu descer o declive de bicicleta, mas o morro estava coberto de cascalho. Ele escor8. Explique como foi a morte de Uli. Sugestão: regou da bicicleta e caiu na estrada, onde um carro passou por cima de sua cabeça.
9. Ao assistir ao que aconteceu aoirmão, Janna-Berta ficou “petrificada de espanto” . O que isso significa? Significa que ela ficou sem reação, paralisada.
10. Ao aproximar-se do irmão morto, Janna-Berta ficou agachada ao seu lado, no meio da estrada. •
Por que as pessoas buzinavam furiosamente, ignorando o fato ? Porque Janna-Berta estava impedindo o caminho.
11. Por que o homem barbudo deu uma bofetada em Janna-Berta?
Porque ela estava agitada com a morte do irmão e era preciso controlá-la para todos saírem dali com urgência. • Qual é a sua opinião sobre essa atitude do homem? Resposta pessoal.
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TEXTO E CONSTRUÇÃO 1. Leia as frases a seguir, baseadas no texto lido: I. Os campos de colza vistos por Janna-Berta brilhavam como o Sol. II. Janna-Berta ficou paralisada tal qual uma pedra ao ver o irmão morto. a) Nas duas frases foram feitas comparações entre elementos diferentes. Que elementos foram comparados em cada uma delas?Na primeira, comparou-se campos de colza com o Sol e, na segunda, Janna-Berta com uma pedra. b) Transcreva as expressões utilizadas para estabelecer a comparação entre os elementos em cada uma das frases. “Como” e “tal qual”.
2. Leia estas outras duas frases, baseadas na cena da morte de Uli: I. A morte de Uli foi como um filme que parou de repente. II. A morte de Uli foi um filme que parou de repente. a) É possível afirmar que a morte de Uli é comparada a um filme em ambas as frases? Sim. primeira frase, foi usado um elemento comb) Qual é a diferença entre as maneiras de se fazer essa comparação?Na parativo, a palavra “como”; na segunda, não.
c) Copie em seu caderno as expressões que poderiam substituir a palavra “como”, na frase I. “Semelhante a”, “que nem”, “igual a”, “tal qual”.
semelhante a
tanto
tal qual
que nem
igual a
muito mais
IMPORTANTE SABER
Quando aproximamos seres, ideias e acontecimentos que têm uma característica comum, empregando elementos comparativos (como, tal qual, feito, parece, tanto quanto), estamos criando uma figura de linguagem chamada comparação. Quando não aparece o elemento comparativo, a aproximação entre os seres comparados é direta. A essa figura de linguagem dá-se o nome de metáfora. Veja os exemplos: O barulho das buzinas na estrada era como um triste concerto. O barulho das buzinas na estrada era um triste concerto. Comparação
barulho barulho bbaarruullho das ddas as bbuzinas buzinas uzinnaass
como
comparação metáfora Metáfora
ttriste rtriste tisrsitsetecoconcerto concerto cnocnecretroto
barulho ba barulho bbaaru rruulh llhooda das das dass bu buzinas b buzinas uzi ziinnaas ass
ttriste ttriste rtriste riissttee cconcerto cconcerto oconcerto onncceerrttoo
elemento comparativo
aproximação direta, sem elemento comparativo
produzem som
produzem som 47
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3. Em seu caderno, complete cada frase a seguir com uma palavra ou expressão que estabeleça relação de comparação com o termo destacado em negrito. Veja o exemplo a seguir: Ao ter de deixar o irmão, Janna-Berta ficou feito fera. a) A bicicleta de Uli voou como ▲.
Respostas pessoais. Professor, aproveite a atividade para discutir com os alunos a variedade de conectivos que podem ser utilizados nas comparações.
b) Os dois irmãos fugiram feito ▲. c) O amor de Janna-Berta pelo irmão era suave como ▲. d) A morte do irmão de Janna-Berta a feriu tal qual ▲.
4. Leia as frases a seguir: Em terra de cego, quem tem um olho é rei. Quem semeia vento colhe tempestade. O que os olhos não veem, o coração não sente. Água mole em pedra dura tanto bate até que fura. a) Por que podemos afirmar que as frases lidas são metáforas?
As frases comparam elementos diferentes de modo direto, sem um elemento comparativo. Elas usam termos com sentido figurado. “Em terra de cego, quem tem um olho é rei”: quem tem algo que outros não têm
b) Explique o significado de cada uma das frases. está em posição melhor (e pode tirar proveito disso); “Quem semeia vento colhe
IMPORTANTE SABER
tempestade”: quem inicia ou incentiva um pequeno conflito pode gerar um conflito grande cujas consequências atinjam inclusive a ele; “O que os olhos não veem, o coração não sente”: não é possível sentir algo a respeito daquilo que não se conhece; “Água em pedra dura tanto que fura”: a constância a insistência) faz mole com que consigamos aquilobate que até desejamos. É preciso persistir.(ou
As metáforas devem ser interpretadas de acordo com seu contexto de uso. Mas algumas metáforas são tão usadas, tão comuns, tão habituais, que não há mais a necessidade de interpretá-las. A compreensão se tornou imediata. É o caso dos exemplos a seguir: Você está fazendo tempestade em um copo d’água. Ele ficou em uma saia justa. Veja que, no segundo exemplo, o sentido da metáfora é tão comum que é usada também para o masculino, mesmo que a saia seja, geralmente, uma vestimenta feminina. DE OLHO NO VOCABUL RIO
Procure nos textos lidos até aqui as palavras cujo sentido você não compreendeu. Tente descobrir o significado delas pelo contexto. Por exemplo: se você não conhecesse o significado da palavra “vocábulo”, precisaria perceber a relação que ela estabelece com as outras palavras no texto. Provavelmente, você compreendeu que “vocábulo” é sinônimo de “palavra”, pois se encontra em uma frase semelhante àquela em que se utiliza o termo “palavra”. A essa ação chamamosanálise do contexto. Mas lembre-se de que, muitas vezes, é necessário recorrer ao dicionário. Quando fazer isso? A prática, a complexidade das palavras e do contexto lhe indicarão os momentos de consultá-lo. Escreva em seu caderno alguns dos vocábulos cujo sentido você não conseguiu entender pelo contexto. Consulte no dicionário o sentido mais adequado para eles. Registre-os no caderno. Professor, estimule o uso do dicionário como prática corriqueira entre os alunos. Em atividades como esta, sugerimos também selecionar alguns vocábulos do tex to e pedir à turma que faça um glossário no caderno, atribuindo significados aos termos escolhidos de acordo com o contexto, quando possível, ou pelo uso do dicionário.
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Reflexão sobre o uso da língua
Advérbio e locução adverbial 1. Releia o fragmento do romance A nuvem e localize as palavras ou expressões destacadas. Copie-as em seu caderno, agrupando-as conforme a circunstância que expressam. a) Circunstância que localiza os fatos no tempo, que indica quando. “De repente”, “depois”, “nesse momento”, “agora”. b) Circunstância que localiza os fatos no espaço, que indica lugar, onde. “No porão”, “na garupa de Uli”, “num pasto”, “no sopé do declive”.
c) Circunstância que mostra de que maneira a ação foi realizada, que indica como. “Com determinação”, “decididamente”, “rapidamente”, “agitado”.
2. O sentido da narrativa seria prejudicado se essas palavras e expressões não tivessem sido usadas? Explique.
Sim, a narrativa perderia informações importantes, pois deixaria de indicar circunstâncias de tempo, de espaço, maneiras de agir e sentir, bem como a intensidade das emoções etc.
3. No trecho a seguir, retirado do texto, substitua as palavras e expressões destacadas por outras com significado semelhante, de maneira que o sentido não seja alterado. Petrificada de espanto , Janna-Berta permaneceu no elevado. A nuvem de poeira di ssipou-se e lá embaixo estava Uli estendido no chão . Não muito longe dele , o ursi nho de pelúcia e a bicicleta. Apenas o guidão estava amassado. A roda dianteira ainda rodava. A cabeça de Uli, coberta pelo capuz, parecia estranhamente achatada sobre uma poça de sangue que aumenSugestão:Paralisada, Janna-Berta permaneceu no morro. A nuvem de poeira dissipou-se e lá embaixo estava Uli estendido tava a cada momento. no caminho. Não muito longe dele, o ursinho de pelúcia e a bicicleta. Apenas o guidão estava amassado. A roda dianteira inexplicavelmenteachatada sobre uma poça de sangue que aumentava a todo instante ainda rodava. A cabeça de Uli, coberta pelo capuz, parecia .
4. Reescreva as frases a seguir, deslocando as palavras e expressões destacadas para outras posições. Lembre-se de que as frases têm de continuar fazendo sentido. a) Ela empurrou a bicicleta para cima do elevado. Viu Uli do outro lado, subindo no selim, e Para cima do elevado ela empurrou a bicicleta. Viu, do outro percebeu o ruído de um carro passando logo abaixo. Sugestão: lado, Uli no selim subindo e percebeu o ruído de um carro passando logo abaixo.
b) Ele jogou a bicicleta de Uli nas moitas, levantou Uli do chão, entrou alguns passos no campo de colza e o deitou ali. Sugestão: Ele jogou, nas moitas, a bicicleta de Uli; do chão levanto u Uli; no campo de colza entrou alguns passos e ali o deitou. c) Aí ela desmoronou e se deixou levar para o carro, sem resistência. •
Sugestão: Aí ela desmoronou e, sem resistência, se deixou para o carro levar.
espera-se que o aluno responda que sim e perceba que o sentido das Foi possível manter o sentido detodas as frases? Professor, frases se mantém, independentemente da posição das palavras e expressões destacadas.
IMPORTANTE SABER
O fragmento do romance A nuvem ofereceu informações ao leitor sobre o tempo, sobre o lugar onde se desenvolve a trama e sobre a maneira como os fatos ocorreram. Essas informações foram transmitidas por uma ou mais palavras. Veja: – Você não pode mais ajudá-lo agora – sussurrou o barbudo. uma palavra que indica tempo
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Nesse momento, Uli já voava por cima do guidão [...]. conjunto de palavras que indica tempo
Chamamos de advérbio a palavra que altera o sentido do verbo, do adjetivo ou de outro advérbio, indicando circunstâncias de tempo, lugar, modo, intensidade etc. Chamamos de locução adverbial o conjunto de palavras com valor de advérbio. Há vários tipos de advérbio e locuções adverbiais. Observe: Tempo: Depois, viu ainda como Uli, triunfante, levantava os braços antes de largar-se declive abaixo, montando em sua bicicleta. Lugar: Os últimos rastros do caminho perdiam-se num pasto. Causa: Janna-Berta quase morreu de tristeza com a perda de seu irmão. Modo: Os dois adultos ficaram em silêncio. Intensidade: Uli ficou muito agitado ao ver o caminho atrás do elevado. Companhia:Janna-Berta estava apenas com o irmãoquando foi dado o toque para esvaziar a cidade. Negação: A cena da morte do irmão jamais sairia da cabeça da menina. Dúvida: Talvez Janna-Berta consiga superar a morte do irmão, mas será difícil. Afirmação: Certamente o casal que ajudou Janna-Berta foi importante para a menina. Instrumento: As pessoas, desesperadas, apressavam o casal com suas buzinas furiosas. Finalidade: Os dois irmãos saíram desesperados para tentar fugir da nuvem radioativa.
Leia um exemplo de locução adverbial que altera o sentido de um verbo. Após um momento, ouviu-se um baque surdo e Janna-Berta viu Uli caído. locução adverbial
verbo
Agora, leia um exemplo de advérbio que altera o sentido de um adjetivo. Janna-Berta é uma adolescente tão especial. advérbio
adjetivo
Observe um exemplo de advérbio que altera o sentido de outro advérbio. Ela ficou muito mal com a história. advérbio advérbio
Esses são apenas alguns exemplos de advérbios e locuções adverbiais. Há muitos outros que você poderá descobrir consultando uma gramática ou observando que função essas palavras desempenham em cada contexto de comunicação. Leia mais exemplos de advérbios e locuções adverbiais no Apêndice. 5. A troca de um advérbio ou de uma locução adverbial por outro advérbio ou locução pode alterar o
pois há diferentes tipos de advérbio ou de locuções adv erbiais, além de haver inúmeras palavras e expressões sentido de um texto? Explique.Sim, adverbiais indicando o mesmo tipo de circun stância. Por exemplo: Às quatro, “ o pai aparecia com um carregamen-
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to de lenha nas costas.” / “Às vezes, o pai aparecia com um carregamento de lenha nas costas.” As duas expressões grifadas são locuções adverbiais de tempo, mas a troca da primeira pela segunda alterou o sentido da frase.
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APLICANDO CONHECIMENTOS 1.
Leia a tirinha a seguir: s s e r Ip / te a ic d n y S s re tu a e F g n i K 5 1 0 2 ©
BROWNE, Dik. Hagar, o Terrível.Folha de S.Paulo, 8 fev. 2015. Disponível em: . Acesso em: 8 fev. 2015.
a) No primeiro quadrinho, qual é o sentido das palavras “pacientemente” e “honestamente”, empregadas pela personagem Hagar?Significam, respecti vamente, “com paciência” e “com honestidade”. b) A que classe gramatical elas pertencem?São advérbios de modo. c) Ao empregar a palavra “honestamente”, o que Hagar quis dizer a Spike? Ele quis dizer que era para Spike ser honesto ao responder à sua pergunta.
d) Spike foi honesto ao responder à pergunta de Hagar? Por quê? Sim, porque lhe contou o motivo de ser paciente ao ouvir os fregueses.
e) Qual é o motivo de Spike ser tão paciente com os fregueses? Ele recebe dinheiro das esposas dos clientes em troca de revelar a elas as informações que ouve dos fregue ses.
f) Transcreva um advérbio lizado uti no segundo quadrinho e explique a importância dele na fala de e. Spik O advérbio “bem” intensifica o verbo “pagar”, evidenciando que as mulheres pagam um valor considerável pelas informações dadas por Spike, ao contrário de seus maridos, que dão apenas gorjetas.
2.
A nuvem
O texto a seguir adverbiais é uma sinopse da obra Depois, . Em caderno, substitua símbolos bios e locuções dos quadros. leiaseu o texto completo paraos saber mais pelos sobre advéra obra. em busca de sua família
imediatamente
Quando se trata de pura sobrevivência
de ponta-cabeça
em Schlitz
na usina atômica de Grafenrheinfeld
na Alemanha
na escola
Nesta obra dramática e envolvente
em Schlitz
Janna-Berta, uma adolescente alemã que morava ▲, uma pacata aldeia, viu seu mundo virar n ae sc o l a n au sin a t ô mic ad e G r a f e n r h e in f e l d ▲ a partir do momento em que soou ▲ o alarme de ataque atômico. Um grave acidente ▲ , Anlae ma n h a im e d ia t a m e n t e um SuperGAU, como é chamado ▲, obrigava a população da reg ião atingida a sair do local ▲. Quando se trata de pura sobrevivência “… Manter a Calma é o Supremo Dever Cívico”. Entretanto, “… ▲, as fachadas da civ ilização desabam…”. Sem o apoio do governo, mais preocupado em manter a aparência de normali-
de pon t a-c abe ç a
dade e controle, a massa humana desencadeia pânico e desordem. Somando-se aos efeitos arrasadores da ir radiação atômica, as mais trág icas situações se sucedem. Janna-Berta luta pela sobrevivência ▲. ▲, Gudrun Pausewang aborda a responsabilidade governamenta l e civ il Nesta obra dramática e envolvente pela preservação do planeta e questiona valores como o amor à fam ília e a solidar iedade.
em busca de sua família
Disponível em: . Acesso em: 19 fev. 2015.
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Prática de leitura
Texto 3 – Carta pessoal O texto a seguir revela as ações de uma menina que busca resolver o problema de seu amigo comunicando-se com seu avô por meio de uma carta pessoal. Leia-o. d r o c e R
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d r o c e R
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LACERDA, Luzia.Foi! Não foi! Foi!Rio de Janeiro: Record, 2004.
POR DENTRO DO TEXTO
Branca é uma dotada de erecursos materiais 1. Júlia descreve a vida do criança amigo Deusinho da família dele? suficientes para seu bem-estar. Como ela A menina diz que o amigo é muito pobre e não está na escola. Ele e a família às vezes passam fome e frio, os pais procuram emprego, mas não conseguem encontrar.
2. Transcreva do texto um trecho em que a menina demonstra reconhecer uma qualidade da avó. A menina reconhece a avó como boa cozinheira: “E a vovó Branca, vai bem? Ela tem feito muita comida deliciosa?”.
3. Ao contar ao avô um fato que considera ser um segredo, Júlia Branca diz que o assunto exige “aquele código secreto”. Por que a menina diz: “Você me entende, não é vovô”?
Porque o avô compartilha desse código com a menina. Quando ela diz ”aquele código secreto”, se refere a um código de domínio restrito, um segredo entre ela e o avô.
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4. Os parágrafos do texto foram numerados. Localize e indique, em seu caderno, os números dos parágrafos correspondentes às descrições a seguir.
a) A menina começa a expor o problema do garoto ao avô. Parágrafo 6.
b) A menina propõe uma solução para o problema do garoto. Parágrafos 9 e 10.
5. Por que Júlia Branca interrompe uma frase do 6o parágrafo com reticências?
Porque quer ir direto ao assunto que precisa resolver; contar como ela e o amigo se conheceram não interessava naquele momento.
6. A linguagem que Júlia usa para se corresponder com o avô é bastante afetiva. Copie do texto al“Querido vovô Antônio”, “Vovô querido”, guns exemplos que comprovem essa afirmação. Sugestões: “meu vovozinho”, “Adoro você, vovô do coração”.
7. Pesquise o significado da palavra “soslaio” e explique a frase a seguir: Espero uma resposta sua e a sua ajuda para esse nosso assu nto “soslaio”. “Soslaio” é o mesmo que “de lado”, “de esguelha”. A menina não usa a palavra em seu sentido próprio, tanto que a coloca entre aspas. Ela quer falar sobre um assunto à parte, que está de lado, separado dos outros assuntos, portanto, é um assunto só deles (um segredo).
TEXTO E CONSTRUÇÃO 1. Observe o envelope a seguir: d r o c e R
LACERDA, Luzia.Foi! Não foi! Foi! Rio de Janeiro: Record, 2004.
a) Localize no envelope e transcreva, no caderno: •
o nome completo do remetente; Júlia Branca de Mattos Barretto Benichio.
•
o nome completo do destinatário; Sr. Antônio de Mattos Barretto. Perdizes.
•
o nome do bairro do remetente. b) Agora, volte à carta, localize e transcreva, no caderno: •
a saudação inicial; “Querido vovô Antônio.”
•
a despedida; “Um beijo da sua neta.”
•
a assinatura. “Júlia Branca.”
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2. Quantos parágrafos foram desenvolvidos no corpo da carta, isto é, da saudação inicial até antes da despedida? 11 parágrafos.
3. Se você tivesse de escrever uma carta pessoal para uma pessoa muito íntima, adotaria o tipo de linguagem usado por Júlia? Por quê?
Espera-se que o aluno responda que sim e conclua que uma correspondência íntima pode ser escrita em uma linguagem mais informal.
4. Leia agora outro tipo de correspondência, enviada por Júlia Branca à mãe. rd o c e R
De:
juliabranca
Para:
aureamaria
Data: Assunto: 26/05/02 Bienal
18:25
Anexo(s): LACERDA, Luzia.Foi! Não foi! Foi!Rio de Janeiro: Record, 2004.
•
Indique as semelhanças entre essa correspondência eletrônica e a carta pessoal quanto aos aspectos a seguir:
têm como foco a preocupação da menina com o amigo Deusinho. Na primeira, ela pede ao avô para ajudar a resolver os problemas familiares a) Assunto. Ambos do menino; na segunda, fala com a mãe sobre a possibilidade de ela conseguir ingressos para eles irem juntos à Bienal.
b) Organização do texto (local em que aparecem e como se organizam nomes do remetente e inicia o texto com cabeçalho, organização do corpo da correspondência em parádestinatário; data; despedida e assinatura). Carta: grafos, despedida e assinatura. E-mail:
c) Tipo de linguagem empregada. A menina usa uma linguagem informal e afetiva tanto na carta como no e-mail.
a identificação do remetente e do destinatário aparece logo no início, depois das palavras De:/Para: (padrão desse tipo de correspondência eletrônica); a data n ão aparece por extenso, não há referência ao nome da cidade, mas há uma informação sobre a hora em que a mensagem foi enviada. Os parágrafos não estão bem demarcados.
5. Por que os nomes “juliabranca” e “aureamaria” aparecem emendados? Porque se trata de uma convenção nesse tipo de correspondência eletrônica.
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6. O que significa a palavra “Anexo(s):” no final da página? Significa a possibilidade de anexar arquivos eletrônicos para serem enviados. Quando anexamos algo, o nome do arquivo (documento) aparece discriminado.
7. Que outros meios eletrônicos e virtuais você conhece para enviar mensagens? Resposta pessoal. Os alunos podem citar torpedos, aplicativos e redes sociais.
8. Quais são as vantagens de enviar uma mensagem virtual?
Uma mensagem virtual é recebida e pode ser respondida com muito mais rapidez. Além disso, é possível enviar a mesma mensagem para diversas pessoas simultaneamente. Professor, avalie outras possibilidades.
IMPORTANTE SABER
Para receber e enviar mensagens, podemos contar com vários recursos que não existiam no tempo de nossos avós e que vieram a facilitar a comunicação, diminuindo as distâncias e o tempo exigido para se receber e responder a uma mensagem. O e-mail é hoje pelo praticamente o substituto antigas cartas seladas, que enviávamos r para correio que demoravam menos dois dias para das chegar ao seu destino. A linguagem utilizadapo se eescrever um e-mail varia de acordo com a intenção do locutor, como nível de formalidade que a mensagem exige e com a proximidade e intimidade entre a pessoa que envia e a que recebe a mensagem . O SMS (do inglês short messages service, ou seja, serviço de mensagens curtas) é mais conhecido no Brasil como torpedo e possibilita o envio de mensagens por meio do celular. Além disso, se você estiver utilizando um aparelho conectado à internet, pode contar com várias plataformas que oferecem a possibilidade de conversa, inclusive em tempo real, como as de redes sociais. Com elas, você pode deixar uma mensagem, que a pessoa lerá assim que estiver conectada, ou manter uma conversa virtual, caso ambos estejam conectados ao mesmo tempo.
Na trilha da oralidade
Marcas da oralidade 1. A seguir, releia um trecho da carta escrita por Júlia Branca: Estou com muita saudade de vocês dois, do burro Jasão e de todos os meus amigos. Não posso perguntar de todos os meus amigos nem de todos os animais porque tenho um assunto muito importante pa ra tratar com você, vovô. É segredo o que eu vou contar, por isso esse assunto exige aquele código secreto. Você me entende, não é vovô? É o segui nte: esse amigo que vai comigo na Bienal (não está tudo certo, vou pedir para mamãe comprar um ingresso para ele também) é o Deusinho. Ninguém conhece ele ainda. Eu conheci na... Deixa pra lá. A história é longa longa longa. Depois eu conto. Trecho 1: “[...] Não é vovô?” É comum, na língua oral, expressões como essa, que buscam interação com o interlocutor. Elas podem servir para verificar se ele concorda com o que dissemos, se está atento ao que falamos etc. Trecho 2: “Eu conheci na... Deixa pra lá.”
a) Em seu caderno, copie do texto trechos que se assemelham ao modo como usamos a língua No trecho, assim como acontece muitas vezes na fala, a menina interrompe o que ia dizer e não completa a frase. na sua modalidade oral. A razão desse tipo de interrupção variam conforme o contexto comunicativo. Trecho 3: “A história é longa longa longa.” A repetição empregada no texto escrito também costuma ser usada na fala em situações em que se quer enfatizar algo. b) Transcreva, no caderno, a frase em que a menina interrompe sua narrativa, muda de assunto e“É depois à narrativa o seguinte: volta esse amigo que vai comigoanterior. na Bienal (não está tudo certo, vou pedir para mamãe comprar um ingresso para ele também) é o Deusinho.”
2. Releia o e-mail escrito por por Júlia Branca para a mãe e depois faça o que seSugestões: pede. “Mãe não esquece
são dois ingressos, tá”, “TE a) Em seu caderno, copie do texto alguns exemplos de marcas de oralidade. que AMO MUITO MUITO MUITO”, “Sua filinha, Júlia”. Professor, chame a atenção dos alunos para a maneira como Júlia se despede da mãe, empregando a forma “filinha” no lugar de “filhinha”. b) Observe os sinais de pontuação do texto. Eles foram empregados da forma convencional? Espera-se que o aluno perceba que não. A menina deixa de empregar vários sinais de pontuação, ou seja, o texto transcorre sem muitas pausas.
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3. A partir do que você observou nas atividades anteriores, é possível afirmar que há gêneros em
Sim. Certos gêneros apresentam mais marcas de oralidade porque pressupõem alguma informalidade, como o diário, o bilhete, a carta, e-mail o , a conversa emchat etc. Em outros, essas marcas são mais frequentes , pois eles buscam reproduzir as conversas do modo como ocorrem, de forma coloquial. Um exemplo são as tiras e as histórias em quadrinhos.
que as marcas de oralidade são mais frequentes? Por quê?
4. Agora, sua tarefa será reescrever o
e-mail de Júlia Branca, transpondo-o para o gênero carta pessoal informal. Para isso, será preciso fazer algumas alterações na estrutura do texto e eliminar as marcas de oralidade. Siga as orientações: a) Para reelaborar o texto: •
•
•
•
Organize-o em parágrafos. Ele precisa apresentar a organização básica de uma carta: local e data, nome do destinatário, corpo da carta, despedida e assinatura. A pontuação deve ser inserida no decorrer dos parágrafos. Caso haja necessidade, acrescente vírgulas, ponto-final, de exclamação ou interrogação, assim como palavras de ligação. Elimine as marcas de oralidade, como expressões que buscam interação com o interlocutor, interrupções, repetições etc.
b) Depois de reelaborar o texto: •
•
•
•
•
Todos os alunos devem escrever seus nomes em um papel e entregá-lo ao professor. Em seguida, ele irá circular pela sala de aula com os papéis, para que cada aluno sorteie o nome de um colega. Preencha um envelope de carta com o nome que você sorteou. O envelope deve conter o nome do remetente e do destinatário. Dentro do envelope, coloque o texto reescrito por você. A carta deverá ir para uma caixinha coletiva para posterior distribuição. Seguindo a orientação do professor , cada aluno corrigirá a carta reescrita que recebeu do colega.
c) Antes de enviar o texto ao colega, revise-o, observando os aspectos a seguir: •
•
•
Faça uma leitura com a nova pontuação, para verificar se ela foi colocada nos trechos que você desejava. Verifique se cada parágrafo corresponde a um assunto. Observe se você deixou de lado alguma informação do texto srcinal.
Professor, esta produção é uma preparação para a seção Produção de texto , em que os alunos escreverão cartas para os colegas de outras turmas.
Prática de leitura
Texto 4 – Carta pessoal ANTES DE LER
O texto que você vai ler faz parte de um livro em que duas personagens se tornam amigas e passam a trocar correspondências. Observe a maneira como ele foi estruturado e responda às questões a seguir: 1. O que falta para identificar quem escreve para Ana? A assinatura de quem escreve (o remetente).
2. O que falta para localizar no tempo e no espaço o momento em que o texto foi produzido? Cabeçalho com local e data.
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Querida Ana, A gente nunca imagina que as “nossas” pessoas um dia morrem. A morte é tão natural para os outros, mas é terrivel mente dolorosa para com amigos e parentes. Morrer é inev itável. É palavra que se ev ita, mas não h á meio de ignorá-la. Melhor pensar que somos adubos, sementes, fo lhas, ra ízes e futura s ár vores. E que depois do inverno vem a prim avera e a promessa de festa no coração . Seu pai era a própria natureza e deve estar agora cumprindo seu ofício de pássaro. Seu amigo, meu avô e ele devem estar passea ndo no azul das nuvens, tenho certeza. Esses dias andei lendo um autor de faroeste (leio tudo que me cai nas mãos). O livro se chama A montanha do tesouro; é de Louis L’Amour. E lá achei essa justificativa para a ausência de seu pai: “Quando um homem vive de acordo com a natureza passa a encarar a morte como parte da vida, vê as folhas caírem e apodrecerem para preparar o solo para outras árvores e plantas nascerem. As fom e rl lhas captam a energia do sol e da chuva, vi vem dela, e depois A to a devolvem-na ao solo quando morrem. Sua v ida é apenas ton e R mada emprestada das outras coisas; usam pequenas parcelas de sol, terra e chuva por algum tempo e as devolvem com a chegada da morte. E o ciclo recomeça, infinitamente”. [...] VIANA, Vivina de Assis; CLAVER, Ronald. Ana e Pedro: cartas. São Paulo: Atual, 1990.
POR DENTRO DO TEXTO
1. O remetente da carta chama-se Pedro. Qual foi a intenção dele ao escrevê-la? Consolar a amiga Ana, que perdera o pai.
2. O que o autor do livro A montanha do tesouro quis dizer ao escrever: “Quando um homem vive de acordo com a natureza encarar morte como daseuvida”? Quis dizer que as pessoas que vivem passa de acordoacom a naturezaasabem que tudo o queparte é vivo tem ciclo: nasce, cresce, desenvolve-se, envelhece e morre.
3. Releia o trecho a seguir e observe como as ideias foram organizadas: A gente nunca imagina que as “nossas” pessoas um dia morrem. A morte é tão natural para os outros, mas é terrivelmente dolorosa para com amigos e parentes. Morrer é inevitável. É palavra que se evita, mas não há meio de ignorá-la. Melhor pensar que somos adubos, sementes, folhas, raízes e futuras árvores. E que depois do inverno vem a primavera e a promessa de festa no co ração. •
No trecho apresentado, Pedro expõe ideiassobre a morte e declara que elaé dolorosa e inevitável. No restante da carta, ele continua a expor suas ideias, mas também argumenta. Como ele argumenta? Que palavra ou expressão indica ao leitor quehá uma mudança na intenção do texto? Ele compara a vida humana à vida de uma árvore, na tentativa de convencer a amiga de que a morte faz parte do ciclo da natureza; ela é, portanto, natural e, de alguma forma, estaremos sempre por aqui sob a forma de energia, adubando a terra, participando da vida. A palavra “mas”, presente no texto, indica a argumentação de Pedro.
4. Releia outro trecho do texto:
O livro se chama A montanha do tesouro; é de Louis L’Amour. E lá achei essa justificativa para a ausência de da seuvida, pai: “Quando umcaírem homem vive de acordopara compreparar a natureza passa a encarar morte como parte vê as folhas e apodrecerem o solo para outras aárvores e plantas nascerem.” •
Por que Pedro diz que o livro é uma justificativa para a ausência do pai de Ana? Se não souber , neste caso, é o mesmo que explicação. o que significa a palavra “justificativa”, pesquise no dicionário.Justificativa Pedro quis dizer que o livro apresenta um “porquê”
para os fatos relacionados à morte e esse trecho do livro se aplica à situação de perda que Ana vive.
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5. Observe a construção da frase a seguir: Melhor pensar que somos adubos, semen tes, folhas, raízes e futura s ár vores. a) Quem está sendo identificado como adubo?
Nós, seres humanos.
b) Podemos dizer que o trecho apresenta uma metáfora. Por quê?
O texto identifica as pessoas com adubos, sementes, folhas, raízes e futuras árvores. Professor, se julgar adequado, discuta o sentido da metáfora com os alunos oralmente. A imagem dá ideia de transformação: segundo o texto, nós nos transformamos nesses elementos; nossa energia permanece na natureza sob outras formas.
6. Transcreva outro exemplo de metáfora presente no texto. “Seu pai era a própria natureza [...].”
7. Crie uma continuação para a frase a seguir, construindo uma comparação:Resposta pessoal. E o ciclo recomeça, infinitamente, assim como...
8. Leia os versos seguintes de um poema de Mário Quintana: Da vez primeira em que me assassinaram Perdi um jeito de sorrir que eu tin ha... Depois, de cada vez que me mataram, Foram levando qualquer coisa min ha... QUINTANA, Mário. Da vez primeira... Antologia poética. São Paulo: Ediouro, 1997.
a) O que as expressões “da vez primeira” e “de cada vez” sugerem em relação à frequência de determinada ação? Sugerem que essa determinada ação aconteceu mais de uma vez. b) No poema, as formas verbais “mataram” foram usadas em qual sentido? Elas não foram usadas em seu sentido habitual,“assassinaram” mas em sentido figurado, e como sinônimo de “entristecer-se”, “desiludir-se”, “decepcionar-se”. c) Qual é o nome da figura de linguagem que explica o modo como essas formas verbais oram f usadas? Metáfora.
TROCANDO IDEIAS
1. Em sua opinião, o texto 4 apresentou uma linguagem poética capaz de nos emocionar?
Resposta pessoal. Professor, espera-se, neste momento, apenas um levantamento prévio dos conhecimentos sobre o que é linguagem poética. A leitura do quadro a seguir permitirá que os alunos confirmem ou não suas hipóteses.
IMPORTANTE SABER
A linguagem poética, como o próprio nome diz, é aquela que tem poesia. Esse termo vem da palavra grega poíesis, que significa “inventar, fazer”. Fazer, expressando emoções, sensações, sentimentos vividos, sentidos, provocados. Para o poeta José Paulo Paes, “a poesia não é mais do que uma brincadeira com as palavras. Nessa brincadeira, cada palavra pode e deve significar mais de uma coisa ao mesmo tempo. Isso aí é também isso ali. Toda poesia tem que ter surpresa. Se não tiver, não é poesia; é papo-furado”. (PAES, Joséquando Paulo. Énão issoestamos ali, 2005.) Portanto, utilizando a palavra em seu sentidomum, co mas no sentidofigurado, explorando seus sons e sentidos para despertar emoções, estamos fazendo uso da linguagem poética. 2. Um texto escrito em parágrafos pode apresentar linguagem poética ou só há poesia quando há rimas e o texto está escrito em versos? Justifique sua resposta.
Pode haver poesia sem rimas. Não é necessário que o texto seja escrito em versos para ser poético, mas sim que desperte a emoção do leitor e o surpreenda por meio da exploração do sentido figurado das palavras que o compõem.
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Prática de leitura
Texto 5 – Diário ANTES DE LER
A maioria dos textos lidos até aqui tratou da morte como um acontecimento que traz dor e tristeza, mas que é inevitável, faz parte da vida. A morte do pai de Ana foi natural. Já a morte deUli foi decorrente de um acidente, ocorrido emmeio à fuga de um desastre nuclear. Em sua opinião, mortes como a do irmão de Janna-Berta são mais fáceis ou maisdifíceis de aceitar? Por quê? Resposta pessoal.
Leia agora alguns trechos do diário de uma garota chamada Zlata: Trecho 1
Segunda-feira, 20 de abril de 1992. Dear Mim my, A guerra parece tudo, menos uma brincadeira. Ela destrói, mata, incendeia, separa, traz a infelicidade. Hoje uma chuva de granadas caiu sobre a Basca rsija, o centro antigo de Sarajevo. Explosões aterrorizantes. Descemos para o porão – estava frio, tudo escuro, é deprimente. Será que aquele é mesmo nosso porão? Não tenho tanta certeza. Ficamos nós três, papai, ma mãe e eu, encolhidos num canto onde tínhamos a sens ação de estar em segurança. No escu ro, ao lado de papai e mamãe e no calor dos corpos deles, pensei em ir embora de Sarajevo. (Com o todo mundo.) Mas ir embora sozinha, deixar papai e mamãe, vovô e vovó, eu não ia conseguir aguentar. E ir embora só com mamãe também não ia dar cer to. O melhor seria irmos embora os três. Mas papai com certeza não poderia. Aí resolvi que íamos ficar juntos. Amanhã vou dizer a Keka que é preciso ter coragem, que é preciso ficar com as pessoas que a gente ama e que nos amam. Não quero sair de per to de papai e mamãe e, por outro lado, deixar papai sozinho aqui também não me agrada. Sua Zlata
Trecho 2
Quinta-feira, 2 de jul ho de 1992. Dear Mi mmy, Hoje tive uma pequeni na alegr ia. Uma coisa gostosa que nos oferecemos. Colhemos as cerejas de nosso pátio interno. Que pratada! Estáva mos acompanhando todo o processo de amadureci mento: os brotos, o surgimento das florezinhas, depois as minúsculas frutas verdes que pouco a pouco foram ficando vermelhas. Esperamos que elas ficassem no ponto. .. E NHA M!, elas estavam deliciosas! A ameixeira não deu nada, não vamos poder comer ameixas. É impressionante a vontade de comer frutas que eu sinto. Aqui em Sarajevo, nestes dias de g uerra, durante esta g uerra, não só não temos os ali mentos básicos e tudo aquilo de que se tem necessidad e para viver, como não há nenhum tipo de fruta. Mas agora posso di zer que enchi a barriga de cerejas. Braco, o irmão de mamãe, está se recuperando. Já está melhor. Consegue dar alg uns passos. Zlata
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Trecho 3 s e g a m I y tt e /G tr a d d to S m o T
Sexta-feira, 7 de agosto de 1992. Dear Mimmy, Hoje trovejou em nosso bairro inteiro. Não sei nem dizer o número de granadas que caíram pertinho da nossa casa. Papai havia ido com Samra para o local onde estão fazendo distribuições da Ajuda Humanitária. Tudo estava calmo, mas de repente se ouviram tiros de canhão. Explosões. Trovões impressionantes. Emina estava emviolenta nossa casa. Num determinado momento houve uma detonação. Vidros voavam em estilhaços; telhas despencavam, havia uma nuvem de poeira. Não sabíamos mais para onde ir. [...] Menina olha silenciosamente por uma janela quebrada enquanto um comboio de ajuda humanitária das Nações Unidas chega ao subúrbio de Sarajevo, em 1992. Trecho 4
v e fi ta s v E l e a h c i /M o t o h P P F A
Domingo, 6 de dezembro de 1992. Dear Mimmy, Uma notícia triste, triste. Otes inteira é uma ruína, tudo foi destruído pelas chamas. Queimou tudo. As pessoas morreram, fugiram, morreram quando estavam fugindo ou ficaram soterradas pelos escombros sem que ning uém pudesse ajudar. Houve pais que perderam os fil hos, filhos que perderam os pais. É o horror. Mais uma vez o horror, o pavoroso. [...] Quanto tempo ainda isso vai durar? Sua Zlata FILIPOVIC´, Zlata. O diário de Zlata: a vida de uma menina na guerra. Tradução de Antônio Machado Soares e Heloísa Jahn. São Paulo: Companhia das Letras, 1994.
Visão do antigo edifício do Parlamento de Sarajevo queimando após ser atingido por um tanque sérvio em 19 de setembro de 1992. POR DENTRO DO TEXTO
1.
Diário é um relato pessoal que narra acontecimentos do nosso diadia a e as emoções, os sentimentos,
os desejos e os segredos que vêm com eles. Releia os trechos do diário de Zlata e responda: a) Que sentimentos foram revelados em cada um deles? Sentimentos de infelicidade, medo, terror, incerteza, fuga, fraqueza, amor, coragem, tristeza e alegria.
b) Qual é a opinião de Zlata sobre a guerra? Responda com suas palavras. Resposta possível: Guerra é destruição, matança, tristeza.
c) Como viviam Zlata e sua família nesse período de guerra? Quais eram os grandes problemas que enfrentavam? Viviam dominadas pelo medo. Problemas: os bombardeios, a fome etc.
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2. Releia o trecho a seguir: [...] O melhor seri a irmos embora os t rês. Mas papai com certeza não poderia. A í resolvi que íamos ficar juntos. Aman hã vou dizer a Keka que é precis o ter coragem, que é pre ciso ficar com as pessoas que a gente ama e que nos amam. •
Depois de reler esse trecho, que adjetiv os você usaria para descrev er Zlata?
Respostas possíveis: “amorosa”, “corajosa”, “sensível”, “sábia”, entre outros. Ambos os textos têm como temática a guerra e suas consequências para a população civil. Já a maneira de estruturar cada texto é diferente. O texto 1 é uma história em quadrinhos. O texto 5 é um diário, organizado em parágrafos; contém o relato da menina Zlata. Ela se dirige a Mimmy, o próprio diário. Professor, oriente os alunos para a construção da resposta comparativa. Caso sej a necessário, coloque no quadro de giz mais de um modelo para que eles conheçam diferentes possibilidades de construção de resposta. Por exemplo: Modelo 1: As semelhanças entre os textos são... Eles diferem quanto ao... Modelo 2: O texto 1 está organizado...; já o texto 5... Modelo 3: Os dois textos se organizam em parágrafos, ambos... As diferenças entre ambos dizem respeito ao...
TEXTO E CONSTRUÇÃO
Compare os textos 1 e 5 quanto ao conteúdo e à maneira como foram organizados. TEXTO E CONTEXTO
1. Quem você imagina que seja Keka? Uma amiga ou parente de Zlata.
2. Que importância você acredita que tinha a atividade de escrever um diário na vida de Zlata? Por quê?
Resposta possível: Ao escrever o diário, Zlata podia desabafar, expressar suas ideias e registrar seus sentimentos sobre as situações pessoais e coletivas relacionadas à guerra.
PARA VOCÊ QUE É CURIOSO e t n i u g e S
Capa do livro O diário de Zlata.
O diário de Zlata é um relato verídico. Zlata e sua família moravam em Sarajevo, a capital da Bósnia-Herzegovina. Em 1992, quando teve início a Guerra da Bósnia, a menina passou a registrar em seu diário os horrores que presenciou. (Fundo paraOaUnicef Infância) pediudas às Nações criançasUnidas que mantiveram seus diários atualizados durante a guerra que apresentassem seu trabalho. Foi dessa forma que o diário de Zlata pôde ser descoberto e publicado em julho de 1993, antes mesmo do término da guerra, fato que se deu apenas em 1995. Zlata e sua família refugiaram-se em Paris, em dezembro de 1993. Em decorrência da enorme aceitação dos leitores, Zlata tornou-se conhecida como a “Anne Frank de Sarajevo”. Anne Frank também foi uma adolescente que vivenciou os horrores de uma guerra: a Segunda Guerra Mundial. Porém, diferentemente de Zlata, Anne não teve a sorte de sobreviver. Seu diário foi encontrado após sua morte e publicado por seu pai, único sobrevivente de sua família, e tornou-se mundialmente famoso.
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Reflexão sobre o uso da língua
Usos do verbo
Professor, trataremos a seguir do uso dos verbos. Como o assunto traz alguma complexidade, será necessário apresentá-lo adequadamente, considerando o conhecimento prévio dos alunos, que pressupõe noções básicas sobre verbos. Caso os alunos não tenham estudado esse assunto no ano anterior, antes de iniciar esse tópico, trabalhe com eles a noção de verbo para que possam ao menos reconhecer essa classe gramatical.
1. Releia parte do trecho 3 de
O diário de Zlata, observando com atenção o emprego dos verbos. Você será desafiado a compreender por que cada um deles foi usado e, assim, aprenderá a utilizá-los adequadamente nos próprios textos.
Hoje trovejou em nosso bairro inteiro. Não sei nem dizer o número de granadas que caíram pertinho da nossa casa. PapaiTudo haviaestava ido com Samra local onde estão fazendo ções da Ajuda Humanitária. calmo, maspara de orepente se ouviram tiros dedistribuicanhão. Explosões. Trovões impressionantes. Emina estava em nossa casa. Num determi nado momento houve uma violenta detonação. Vidros voavam em estilhaços; telhas despencavam, havia uma nuvem de poeira. Não sabíamos mais para onde ir. [...] a) As duas primeiras frases do trecho informam sobre o fato ocorrido. Quais verbos foram empregados para indicar o que ocorreu? “Trovejou” e “caíram”. b) Em que tempo os verbos foram usados nessas duas primeiras frases? Como você chegou a essa resposta? No tempo passado (pretérito perfeito do indicativo). Porque os verbos indicam ações concluídas, terminadas.
2. Na terceira frase, o texto indica uma ação concluída no passado, antes de começar a trovejar, ação esta também passada.
a) Que ação é essa? Ação de ir (havia ido). b) Por A ação foi indicada por meio de um ou mais verbos? meio de uma locução verbal: verbo “haver” + verbo “ir”: “havia ido”.
3. A quarta frase descreve como estava o local antes do bombardeio. a) Que verbo foi empregado, indicando estado? “Estava”. b) Em que tempo ele está? Tempo passado (pretérito imperfeito do indicativo).
4. Na quarta frase, um estado de calmaria foi interrompido pelos tiros de canhão. A palavra “mas”, que dá ideia de oposição, e a expressão “de repente” marcam essa passagem. a) Que verbo indicou essa transformação do ambiente?
“Ouviram”.
b) Em que tempo o verbo foi empregado? Tempo passado (pretérito perfeito do indicativo).
5. O final do primeiro parágrafo descreve uma violenta detonação de uma maneira que nos faz imaginar a cena como se a testemunhássemos.
a) Para descrever a cena e nos causar essa sensação, foram empregados o mesmo modo e tempo Não. Agora quem escreve o diário usou os verbos no pretérito imperfeito do indicativo para nos dar a
dos verbos anteriores? Explique. noção de continuidade dos acontecimentos (ação inacabada). b) Explique que diferença existiria se as duas últimas frases fossem escritas da seguinte forma: Vidros voaram em estilhaços; telhas despencaram, houve uma nuvem de poeira. Não soubemos mais para onde ir. Se os verbos fossem empregados nesse tempo (pretérito perfeito do indicativo), os acontecimentos perderiam a duração que o imperfeito expressa. A duração imprime maior dramaticidade aos acontecimentos: eles não são apresentados como se tivessem acontecido e terminado, mas como eventos que duraram no tempo, assim como o sofrimento que provocaram.
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IMPORTANTE SABER
As formas verbais “trovejou”, “voavam” e “havia ido” estão no passado, ou seja, no pretérito. Mas há diferenças fundamentais entre o emprego desses verbos. Por existirem essas diferenças, os verbos no pretérito recebem denominações diferentes e são flexionados de formas diversas. Vamos rever um exemplo de conjugação verbal no modo indicativo. 1a conjugação: Louv-ar
2a conjugação: Vend-er
3a conjugação: Part-ir
Verbo irregular: Pôr
Professor, chame a atenção dos alunos para a irregularidade do verbo “pôr”.
Presente Eu louv-o
vend-o
part-o
p-onho
Tulouv-as
vend-es
part-es
p-ões
Elelouv-a
vend-e
part-e
p-õe
Nóslouv-amos
vend-emos
part-imos
p-omos
Vóslouv-ais
vend-eis
part-is
p-ondes
Eleslouv-am
vend-em
part-em
p-õem
Pretérito imperfeito Eu louv-ava
vend-ia
part-ia
p-unha
Tu louv-avas
vend-ias
part-ias
p-unhas
Ele louv-ava
vend-ia
part-ia
p-unha
Nós louv-ávamos
vend-íamos
part-íamos
p-únhamos
Vós louv-áveis
vend-íeis
part-íeis
p-únheis
Eles louv-avam
vend-iam
part-iam
p-unham
Eu louv-ei
vend-i
part-i
p-us
Tu louv-aste
vend-este
part-iste
p-useste
Ele louv-ou
vend-eu
part-iu
p-ôs p-usemos
Pretérito perfeito
Nós louv-amos
vend-emos
part-imos
Vós louv-astes
vend-estes
part-istes
p-usestes
Eles louv-aram
vend-eram
part-iram
p-useram
Eu louv-ara
vend-era
part-ira
p-usera
Tu louv-aras
vend-eras
part-iras
p-useras
Ele louv-ara
vend-era
part-ira
p-usera
Nós louv-áramos
vend-êramos
part-íramos
p-uséramos
Vós louv-áreis
vend-êreis
part-íreis
p-uséreis
Eles louv-aram
vend-eram
part-iram
p-useram
Pretérito mais-que-perfeito
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Futuro do presente Eu louv-arei
vend-erei
part-irei
p-orei
Tu louv-arás
vend-erás
part-irás
p-orás
Ele louv-ará
vend-erá
part-irá
p-orá
Nós louv-aremos
vend-eremos
part-iremos
p-oremos
Vós louv-areis
vend-ereis
part-ireis
p-oreis
Eles louv-arão
vend-erão
part-irão
p-orão
Eu louv-aria
vend-eria
Futuro do pretérito Tu louv-arias Ele louv-aria
part-iria
vend-erias vend-eria
part-irias part-iria
p-oria p-orias p-oria
Nós louv-aríamos
vend-eríamos
part-iríamos
p-oríamos
Vós louv-aríeis
vend-eríeis
part-iríeis
p-oríeis
Eles louv-ariam
vend-eriam
part-iriam
p-oriam
Professor, reveja com os alunos a forma de conjugação dos verbos no modo indicativo, especialmente os pretéritos perfeito e imperfeito. Mas, se os estudantes não dominam as normas urbanas de prestígio, é interessante fazer um trabalho de comparação entre essas normas e a maneira como eles empregam os verbos cotidianamente. Há atividades complementares sobre o uso do verbo no Manual.
6. Depois de rever as conjugações, responda: O que representa o pretérito imperfeito?
Como o próprio nome diz, o pretérito imperfeito expressa uma ideia de continuidade, de algo não concluído ou habitual. Isso é o que acontece com as formas “voavam”, “despencavam”.
7. Encontre, nos trechos deO diário de Zlata, outros exemplos de emprego do pretérito imperfeito.
“Estava frio, tudo escuro”; “tínhamos a sensação de estar em segurança”; “Estávamos acompanhando todo o processo de amadurecimento: os brotos, o surgimento das florezinhas, depois as minúsculas frutas verdes que pouco a pouco foram ficando vermelhas.”
8. O que representa o pretérito perfeito?
O pretérito perfeito transmite a ideia de uma ação inteiramente concluída. Esse é o caso do uso dos verbos “trovejar” e “cair” no trecho 3.
IMPORTANTE SABER
Podemos construir o pretérito mais-que-perfeito de duas formas: usando o tempo simples ou o tempo composto. O tempo simples é formado pelo emprego de um único verbo. Observe o exemplo: O alarme de ataque atômico soara. O tempo composto é formado com o verbo auxiliar “ter” (ou “haver”) que é flexionado no pretérito imperfeito acompanhado do particípio do verbo principal (aquele que transmite a ideia essencial). Observe o exemplo: O alarme de ataque atômico tinha soado. Observe, agora, um modelo de conjugação das formas simples e composta dopretérito mais-que-perfeito: Pretérito mais-que-perfeito Eu invent-ara
Eu tinha inventado
Tu invent-aras
Tu tinhas inventado
Ele invent-ara
Ele tinha inventado
Nós invent-áramos
Nós tínhamos inventado
Vós invent-áreis
Vós tínheis inventado
Eles invent-aram
Eles tinham inventado
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9. A turma lerá em voz alta a forma composta do pretérito mais-que-perfeito do indicativo em todas as pessoas do discurso (singular e plural).
a) O verbo principal sofre alguma alteração na forma composta? Não, sempre aparece no particípio. b) Em que forma verbal se encontra o verbo principal? No particípio passado.
10. Que noção expressa o pretérito mais-que-perfeito? Identifique um exemplo no trecho 3 do diário escrito por Zatla.
O pretérito mais-que-perfeito expressa a noção de uma ação inteiramente concluída, mas anterior a outra ação também passada. Pode-se observar isso no seguinte trecho: “Papai havia ido com Samra [...]”.
11. Reescreva a frase a seguir, usando o tempo simples do pretérito mais-que-perfeito: Papai fora com Samra.
Papai havia ido com Samra.
Professor, com os alunos sobre o emprego do pretéritodiscuta mais-que-perfeito, contrastando a forma simples com a composta.
APLICANDO CONHECIMENTOS
1. Releia o trecho 1 de O diário de Zlata para responder às questões a seguir: a) Transcreva os verbos que aparecem nas duas primeiras frases e indique o tempo verbal em que foram empregados. “Parece”, “destrói”, “mata”, “incendeia”, “separa”, “traz”. Todos estão no tempo presente. b) Como você justifica o uso desse tempo verbal nessas duas frases iniciais?
Espera-se que o aluno perceba que, por se tratar de um diário, são usados verbos no tempo presente, pois refletem o momento que está sendo relatado pela personagem. A realidade naquele momento era a guerra, que estava acontecendo enquanto o diário era escrito.
c) Copie do trecho dois verbos no futuro de pretérito. Sugestões: “poderia”, “seria”. d) Releia a frase a seguir:
E ir embora só com mamãe também não ia dar certo. •
Reescreva a frase, substituindo a locução verbal por um único verbo, sem alterar a ideia de tempo expressada. E ir embora só com mamãe também não daria certo.
2. Agora, releia o trecho 2 de O diário de Zlata e transcreva o que se pede. a) Três verbos no presente do indicativo.Sugestões: “sinto”, “temos”, “posso”. b) Três verbos no pretérito perfeito do indicativo. Sugestões: “tive”, “estavam”, “deu”. c) Um verbo no pretérito imperfeito do indicativo. “Estávamos”.
3. Reescreva as frases a seguir empregando aa 1pessoa do plural. Mantenha o tempo verbal utilizado. a) “Não quero sair de perto de papai” [...]Não queremos sair de perto de papai [...] b) “[…] deixar papai sozinho aqui também não me agrada”.[…] deixar papai sozinho aqui também não nos agrada. c) “Hoje tive uma pequena alegria”.Hoje tivemos uma pequena alegria. d) “[…] agora posso dizer que enchi a barriga de cerejas”.[…] agora podemos dizer que enchemos a barriga de cerejas.
4. Como ficariam as frases da atividade anterior se fossem produzidas por um narrador-observador
que relata o que aconteceu à Zlata no passado? Em seu caderno, reescreva-as em 3 a pessoa, fanão queria sair de perto de seu pai. zendo as adaptações necessárias. a)b) Zlata Deixar o pai sozinho lá também não agradava Zlata.
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Professor, observe se os alunos empregaram os verbos no passado.
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c) Naquele dia, Zlata teve uma pequena alegria. d) Naquela hora Zlata poderia dizer que havia enchido a barriga de cerejas.
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5. Releia o trecho 3 de O diário de Zlatae identifique a frase em que foi empregada a forma composta do pretérito mais-que-perfeito. Depois, transcreva-a.
“Papai havia ido com Samra para o local onde estão fazendo distribuições da Ajuda Humanitária.” •
Agora, reescreva a frase, empregando a forma simples desse verbo. “Papai fora com Samra para o local onde estão fazendo distribuições da Ajuda Humanitária.”
6. Leia a tira a seguir e responda às questões: o in u Q
QUINO. Toda Mafalda. São Paulo: Martins Fontes, 1995.
a) Explique a resposta de Mafalda a Susanita, esclarecendo o que ela quis dizer com sua comparação. Os adultos, por terem nascido antes, sabem mais que as crianças, por isso fica difícil para elas compreendê-los.
b) Identifique a forma composta do pretérito mais-que-perfeito empregada em um dos quadrinhos da tira e reescreva-a, no caderno, substituindo-a pela forma simples. “Quando nós chegamos, eles já tinham começado”; “Quando nós chegamos, eles já começaram.”
Produção de texto
Carta Agora, você e seus colegas deverão se organizar em grupos para produzir uma carta que fale um pouco sobre o que os integrantes pensam a respeito das guerras no mundo e das situações de violência em nosso país. O destinatário da carta será um grupo de outra turma de 7 o ano. PLANEJE SEU TEXTO
Copie no caderno os itens do quadro e responda a cada um deles como modo de planejamento. Amplie o número de itens se precisar. Verifique se cumpriu o planejado na hora de avaliar o texto.
Para escrever a carta 1. Qual é o público leitor do texto?
Os colegas de outra turma deo ano. 7
2. Que linguagem vou empregar?
Linguagem informal.
3. Qual é a estrutura que o texto vai ter?
Estrutura padrão de uma carta, estudada no capítulo.
4. Onde o texto vai circular?
Em uma turma de o7ano.
OR IENTAÇ ES PARA A PRODUÇÃO Formem dez grupos em sua sala, conforme a orientação do professor.
1. 2. Procurem aprofundar seu conhecimento sobre o tema: pesquisem, leiam e conversem com outros professores sobre o assunto.
3. Apliquem ao texto os itens presentes no gênero carta estudados neste capítulo. 4. Empreguem a linguagem adequada às pessoas para as quais estão escrevendo.
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5. Não se esqueçam de providenciar ou de produzir o envelope. O destinatário da carta será um dos grupos de outra turma. Vejam um exemplo de preenchimento do envelope: Ao grupo 3 do 7o ano C. Remetente: Grupo 8 do 7o ano A.
6. Um dos colegas da turma poderá ser o carteiro e levar pessoalmente a correspondência.
AVALIAÇÃO E REESCRITA Antes do envio, avalie com seu grupo os seguintes itens: • • • • •
A organização em parágrafos. O uso de pontuação. A ortografia (recorra ao professor ou consulte um dicionário). Os elementos principais desse gênero de texto. O sentido que o texto produziu.
Agora, passem a carta a limpo e... aguardem a resposta!
Atividade de criação
Painel com recortes e colagens Em pequenos grupos, utilizando materiais como revistas, jornais, cola e tesoura, a turma criará um painel com recortes e colagens. Para isso, leiam o texto a seguir. Depois, você e seus colegas devem representar a maneira como o texto meio dessa técnica de recortar e colaro criativamente figuras e palavras. Porentenderam último, deem um por título à produção artística e exponham trabalho realizado em um mural para a turma ou os colegas da escola apreciarem. de criação Professor, no Manual há mais uma sugestãoAtividade de .
A paz é como Aquele suspiro, Leve e inocente, Que a gente Dá durante o sono. Tem a leveza De uma folha De outono. E a del icadeza De uma bolha De sabão. É a gostosa Sensação De quem
Termi na a l ição. Ou encontra Um bichinho Perdido. Ou vi sita Um amigo Querido.
m e rl A to a n e R
Onde tem paz, Não tem criança Pedindo esmola Na rua. Não tem poluição Escondendo A lua.
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Paz é Futebol sem briga. Pic-nic Sem formiga. Cidade Sem ladrão. Não ter medo De injeção. Vampiro
Paz é Colo de mãe E abraço De pai.
Sem dente. O tri stonho, Contente.
O que eu pensei: A paz é Tão boa, Mas Tão boa, Que devia Ser lei.
Paz é Andar Descalço, Onde tudo É verdadeiro E nada é falso.
m lre A to a n e R
Outro dia, Quietinho Num canto, Olha só
LALAU. Paz.O Estado de S. Paulo, São Paulo, s.d. Estadinho.
Projetos em ação
Campanha pela paz A violência está presente de alguma forma em seu cotidiano? Existe algum tipo de violência em sua casa, na escola, no bairro, na sua cidade ou região? Que ações poderiam ser desenvolvidas coletivamente para minimizar ou eliminar esses problemas, suas causas e consequências? Que tal se engajar em uma campanha incentivando a cultura da paz no contexto em que você vive? Escolha, com seu professor e os colegas, qual é a melhor proposta para ser desenvolvida pelo grupo, tomando como referência a realidade de vocês. Para alcançar melhores resultados, envolvam os famié muito importante que a proposta escolhida esteja atrelada à realidade dos alunos, da escola e da liares e toda a comunidade no projeto. Professor, comunidade. Consulte outros objetivos desta atividade no Manual. Proposta 1
Debate Identifiquem uma ou mais situações de violência presentes na realidade de vocês. Promovam um debate sobre o tema, convidando especialistas, familiares e representantes da comunidade para participarem. Todos devem refletir sobre as seguintes questões:
1. Quais são os fatores geradores de violência em nosso contexto? 2. Quais são as consequências desses problemas para a nossa vida em comunidade? 3. O que é preciso fazer para que as pessoas se conscientizem sobre a necessidade de se engajarem no combate a essa situação?
4. De que forma podemos tentar transformar essa realidade?
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Proposta 2
Carta Escrevam cartas para seus pais, vizinhos ou a comunidade em geral, explicando sobre a importância de promover a cultura da paz. Chamem a atenção para as causas e as consequências da violência existente em sua escola, cidade ou região. Façam-nos ver como é fundamental transmitir paz para viver em paz e proponham ações concretas para modificar a situação atual. Proposta 3
Dramatização Escrevam um texto sobre o tema da violência para ser dramatizado. No dia da apresentação, a turma pode convidar os pais e colegas do bairro para assistir ao espetáculo. Procurem sensibilizar o público para a questão e engajá-los na busca por melhorias. Elaborem convites para chamar as pessoas para o evento e divulguem as ideias importantes transmitidas pela peça por meio de cartazes afixados próximos ao local de sua encenação.
Leia mais Neste capítulo, você leu correspondências. Converse com seus familiares ou amigos que viveram em uma época em que não havia e-mail e em que a troca de cartas enviadas pelo correio era o modo mais comum de obter notícias de pessoas queridas. Pergunte a eles se ainda possuem algumas correspondências daquela época que possam ser lidas por você e partilhadas com sua turma. Leia as correspondências, observem o modo como foram escritas, o tipo de linguagem usada no texto, a extensão das cartas, as imagens dos cartões e postais. Se for possível, leve essas correspondências para a sala de aula e partilhe essa leitura com seus colegas. Caso essas correspondências sejam muito antigas, aumente o cuidado ao manuseá-las. Depois, conte familiares descobertas fez nessa conversa com a turma e aproveite para falar um para poucoseus sobre os textosasque leu nestaque unidade.
Preparando-se para o próximo capítulo Pesquise sobre a vida de um esportista que você aprendeu a admirar. Organize dados biográficos, fotos e reportagens sobre ele em um cartaz e prepare uma apresentação oral dessa pesquisa para as próximas aulas, de acordo com a orientação do professor. is n n e D n ira d /A to o h P P F A
A brasileira Sarah Menezes nas Olimpíadas de Londres de 2012, na qual ganhou a medalha de ouro no judô.
k c o t s r e tt u h S / if g A
o r e rr e u G r o t c e H / to o h P P F A
O atleta paraolímpico brasileiro Thiago Souza, ao centro, liderando a corrida de 100 metros em cadeira de rodas nos Jogos Pan-Americanos de Guadalajara de 2011.
Neymar comemorando um gol durante partida entre Brasil e Croácia na Copa do Mundo de 2014. Arena Corinthians, São Paulo, 2014.
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UNIDADE
ENTRETENIMENTO É COISA SÉRIA
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Futebol! Esse é o tema do Capítulo 1, assunto que está na cabeça e nos pés dos brasileiros. Neste capítulo, você vai ler notícia, artigo de opinião, narração de um jogo, reportagem com histórias sobre o futebol... Vai ainda jogar com seus colegas e produzir uma notícia, utilizando o que aprendeu sobre esse gênero. Você também refletirá a respeito da importância do pronome indefinido e dos modos verbais na construção dos textos. No Capítulo 2, entra em cena o teatro, arte que nos diverte, emociona, faz-nos refletir. Você também vai pensar sobre a função que a preposição exerce nos textos. E, por fim, vai se divertir sendo autor de uma peça de teatro! Deu frio na barriga? Inspire... e expire... Com todas essas atividades, certamente você se tornará um craque, um artista na arte de ler, elaborar e interpretar textos. Entre nessa com seu espírito esportivo e bola para a frente!
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O L U ÍT P A C
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TROCANDO PASSES
Para começo de conversa
1. Você gosta de esporte? Qual é o seu favorito?Respostas pessoais. 2. Pratica algum esporte? Comente. 3. Você admira algum esportista? O que sabe sobre ele? 4. Observe atentamente a tela a seguir. O que você vê nela?
Um grupo de meninos que aparentemente irão jogar ou jogaram bola na rua. O local e os meninos parecem ser de classe menos abastada. lo u a P o ã S e d a v ti a l is g e L a i le b m e s s A , o h l u J e d 9 io c á l a P
Seleção brasileira (1999), de José Cláudio Canato. Óleo
100 cm × 120 cm.
sobre tela,
5. Há uma mistura de claro eescuro na obra de Canato. Em que elementos você observa esse co ntraste? No tom de pele dos meninos retratados, nos objetos que eles seguram, na cor das camisetas e dos tecidos pendurados no varal.
6. Na tela, alguns elementos estão relacionados a um esporte popular no Brasil. Quais são esses elementos? Qual é o esporte?
A bola, a rede e as vestimentas dos meninos. O esporte é o futebol.
7. Em que ambiente os garotos estão? Na rua, provavelmente na comunidade onde moram.
8. Quais objetos, na tela, têm relação com o título da obra?
A camiseta da Seleção Brasileira de Futebol vestida por um dos meninos, uma rede e a bola que o garoto segura.
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9. O que os meninos estão fazendo lhes dá satisfação, alegria? Como podemos perceber? Sim, a expressão do rosto de cada um deles transmite alegria, satisfação.
10. Em sua opinião, por que no quadro só há meninos?Em geral, o futebol ainda é considerado um esporte masculino, porém, vem se
tornando cada vez mais comum entre as mulheres. Prova disso são as con quistas recentes da Seleção Brasileira de Futebol Fe minino, que ganhou medalha de prata nas Olimpíadas de 2008, na China, e também nos Jogos Pan-Americanos de 2011, em Guadalajara.
11. Podemos dizer que a tela retrata como começaram grandes jogadores do Brasil e da Seleção Brasileira de Futebol? Explique.
Professor, caso os alunos não tenham dados, sugira que façam uma pesquisa sobre a vida de grandes craques, como Pelé, Romário, Zico, Ronaldinho ou Marta. Todos eles tiveram infância pobre e pais que enfrentaram muitas dificuldades para sobreviver.
12. A tela Seleção
brasileira, de José Cláudio Canato, faz parte de uma série intitulada “Pessoas à margem”. Por que você acha que a obra pode ter sido incluída em uma série com esse nome?
Resposta pessoal. Professor, de acordo com o artista, emsite seu, a série “Pessoas à margem” aborda temas de caráter social, relacionados, principalmente, a crianças. As obras dessa série procuram chamar a atenção para fatos do dia a dia que, geralmente, fazemos questão de ignorar. Discuta com os alunos o fato de o futebol ser visto, muitas vezes, como uma das únicas oportunidades de ascensão social para crianças e jovens oriundos de famílias de baixa renda, como os representados na tela.
Prática de leitura
Texto 1 – Notícia Troca de figurinhas do álbum da Copa vira febre em Curitiba A menos de trinta d ias do início do mundial, multiplicam-se os pontos onde os colecionad ores se encontram pa ra o escambo 13/05/14 às 22h47 – Atualizado às 22h54 Por Ana Ehlert
A febre da troca de figurinhas do álbum da Copa do Mundo de 2014 está chegando ao ápice. A trinta dias do começo da maior competição de futebol mundial, quem coleciona as figurinhas se organiza para completar o álbum em pontos de troca espalhados por vários pontos da cidade e também pelas redes socia is. “Quanto mais cedo completar o álbu m, melhor”, afir ma Letícia Taborda Ribas, estudante de administração da Universidade Federal do Paraná (UFPR). Ela é uma das colecionadoras que aproveitou o ponto montado pela Livraria Cultura, no Shopping Curitiba, na tarde desta terça-feira (13). Faltando sete figurinhas para completar o álbum, que no total tem 649, Letícia conta que até agora conseguia fazer a troca na universidade. “Mas agora está ficando cada vez mais difícil e, por isso, estou começando a frequentar os grupos de troca”, revela. Ela estava acompanhada do amigo Leonardo Koppe Malanski, 17 anos. “Para mim faltam quinze figurinhas”, diz. Malanski também frequenta o grupo de troca da Praça da Ucrânia, no Bigorrilho. Lá o pessoal se reúne aos sábados e domingos, a parti r das 10 horas, para tentar completar o álbum. Guilherme Luis Nascimento, de 17 anos, também estudante, conta que já fez vários álbuns. “Eu gosto de acompanhar o esporte com os álbuns. Já fiz vários do brasileirão (Campeonato Brasileiro de Futebol)”, conta. Faltando setenta figurinhas para completar o álbum da Copa, Guilherme recorre também às redes sociais. No Facebook há um perfil criado especialmente para os grupos de colecionadores de figurin has da Copa do Mundo. Em uma análise geral, fica claro que as escolas, praças, faculdades, universidades, shoppings e até mesmos estações-tu- A febre de troca de figurinhas do álbum da Copa do Mundo de 2014 foi nacional: na imagem, bo do transporte coletivo viraram pontos de
a id e m l A n o ls e /N to o h P P F A
colecionadores em shopping center de São Paulo.
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encontro de colecionadores de figurinhas do álbum da Copa do Mundo de 2014. Um dos pontos bastante citados é a estação-tubo do Detran. No grupo Troca de Figur inha s Álbum da Copa do Mund o 2014 – Curitiba, os integrantes “negociam” as figurinhas repetidas e marcam os locais para a troca. Alguns apenas relacionam o número das que têm repetidas e daquelas que estão precisa ndo. Outros fizeram uma espécie de espel ho do álbum e, por um sistema de cores, identificam aquelas que estão faltando e a s que têm repetidas. Fonte: EHLERT, Ana. Troca de figurinhas do álbum da Copa vira febre em Curitiba. Disponível em: . Acesso em: 6 abr. 2015.
POR DENTRO DO TEXTO
1. Releia o título da notícia: Troca de figurinhas do álbum da Copa vira febre em Curitiba a) Qual é o significado da palavra “febre”, nesse contexto? No título da notícia, “febre” significa algo que virou moda, que se popularizou.
b) Pelo título é possível identificar o assunto que será tratado no texto. Que assunto é esse? A troca de figurinhas do álbum da Copa.
c) Por que foi empregada letra inicial maiúscula na palavra “Copa”? Porque “Copa” é um substantivo próprio, que nomeia o campeonato mundial de futebol.
2. Agora, releia o subtítulo da notícia: A menos de trinta di as do início do mundial, multiplicam-se os pontos onde os colecionad ores se encontram pa ra o escambo
a) Uma palavra usada no subtítulo da notícia confirma que a troca de figurinhas virou febre em Curitiba. Qual é ela?“Multiplicam-se”. b) É possível depreender o significado da palavra “escambo” por meio do contexto, relacionando o subtítulo ao título da notícia. Qual é o significado dessa palavra?
Troca de mercadorias ou serviços sem fazer uso de moeda; permuta, câmbio. Professor, se necessário, peça aos alunos que consultem o significado da palavra “escambo” no dicionário. Oriente a turma a sempre relacionar as ideias e a analisar o contexto para depreender o significado das palavras.
c) Considerando as informações do subtítulo, justifique a multiplicação dos pontos de troca de linha-fina, é possível ler a informação “A menos de trinta dias do início do mundial”. Espera-se que o aluno perceba que a busca pelas figurinhas. Na figurinhas intensificou-se com a proximidade do evento.
3. Ao longo da notícia, a jornalista utilizou outras duas expressões para se referir ao termo “Copa do Mundo”.
a) Que expressões são essas?“Mundial” e “maior competição de futebol mundial”. b) Por que essas duas expressões foram usadas no lugar do termo “Copa do Mundo”? Para evitar repetições.
4. Releia o trecho a seguir: Faltando sete figuri nhas para completar o álbum , que no total tem 649 , Letícia conta que até agora conseguia fazer a troca na universidade. “Mas agora está ficando cada vez mais difícil e, por isso, estou começando a frequentar os grupos de troca”, revela. 74 7TL.indb 74
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a) A palavra “agora” aparece duas vezes no trecho. Na primeira vez que aparece, ela se refere a primeira vez em que é usada, a palavra “agora” se refere ao momento presente de Letícia, revelando que ficou mais difícil realizar as qual momento? Na trocas no momento em que ela chegou perto de completar o álbum. b) Por que, provavelmente, a troca de figurinhas foi ficando mais difícil? Levante uma hipótese.
Espera-se que o aluno perceba que a proximidade do evento gerou uma busca maior pelas figurinhas. Além disso, há figurinhas com número limitado, que se tornam raras conforme as pessoas vão completando os álbuns.
5. Releia estes trechos:
[...] “Para m im fa ltam qui nze fig urinhas”, diz. [...]
No grupo Troca de Figur inhas Álbum da Copa do Mundo 2014 – Cur itiba, os integrantes “negociam” as figuri nhas repetidas e marcam os locais para a troca. Não. No primeiro trecho, as aspas marcam o discurso direto.
•
segundo, foram usadas porque o termo “negociam” foi As aspas têm a mesma função nos dois trechos? Explique. No empregado em um sentido que não é o dele, já que não se trata de uma negociação propriamente dita.
TEXTO E CONTEXTO
1. Geralmente, as figurinhas de um álbum de Copa do Mundo trazem as imagens de alguns jogadores de diferentes seleções. a) Sabemos que algumas figurinhas de um álbum da Copa são produzidas em menor número. As figurinhas produzidas em menor quantidade, geralmente, tornam-se itens de desejo. Espera-se que o aluno Como você explica esse fato? perceba que essa é uma estratégia marketing de , pois a ideia é que os consumidores precisem comprar mais pacotes de figurinhas para encontrar aquelas que são mais disputadas.
b) Provavelmente, quais são os jogadores estampados nas figurinhas mais disputadas? Por quê? Provavelmente, são os jogadores mais famosos. Essa é outra estratégia utilizada para levar o consumidor a comprar mais pacotes de figurinhas.
2. Em sua opinião, qual foi a importância das redes sociais na troca de figurinhas durante a Copa do Mundo de 2014?
Espera-se que o aluno perceba que elas facilitaram o processo de troca, uma vez que possibilitaram a formação de grupos de pessoas reunidas em torno desse objetivo comum. marketing Professor, seria interessante realizar um debate com a turma para discutir os vários e diferentes recursos utilizados peloe pela mídia para estimular o consumo de bens e serviços.
3. A notícia que você leu foi publicada em 2014, às vésperas do início da Copa do Mundo no Brasil. •
Em sua opinião, quais foramos principais impactos da realização do evento para opaís?
•
Converse com os colegas e, senecessário, façam uma pesquisa sobre o assunto.
Resposta pessoal. Professor, é importante que os alunos realizem a pesquisa em fontes confiáveis e variadas, buscando reunir informações interessantes sobre os impactos políticos, econômicos e sociais, entre outros, da realização da Copa do Mundo no Brasil. Os dados coletados podem ser analisados coletivamente.
TEXTO E CONSTRUÇÃO 1. Releia o primeiro parágrafo da notícia e, em seu caderno, responda às questões do quadro a seguir: O que está chegando ao ápice?
A febre da troca de figurinhas do álbum da Copa do Mundo de 2014.
Quem se organiza para completar o álbum?
Os colecionadores de figurinhas.
Onde se organizam?
Em pontos de troca espalhados por vários pontos da cidade e também pelas redes sociais.
Quando se organizam?
A trinta dias do começo da Copa.
2. Agora, releia o restante da notícia e observe alguns depoimentos que aparecem no texto. a) Quem são Letícia, Leonardo e Guilherme?São colecionadores de figurinhas. b) Em sua opinião, qual é a importância de inserir depoimentos em uma notícia? Espera-se que o aluno perceba que os depoimentos são importantes para dar credibilidade ao fato noticiado.
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Professor, a imparcialidade do gênero notícia é relativa. Ao selecionar um fato para ser noticiado e fazer um recorte de depoimentos, podemos dizer que a opinião do autor é impressa na notícia, mesmo que ela não apresente nenhuma marca de parcialidade. Seria interessante discutir essa questão com os alunos.
IMPORTANTE SABER
A notícia é um gênero cuja função principal é anunciar um fato, procurando não expressar uma opinião sobre ele. No parágrafo inicial de muitas notícias, denominado lide, costuma-se responder a algumas questões básicas relacionadas ao fato noticiado. São elas: Quem ou o quê? Onde? Por quê? •
•
•
Quando? Como? Essa estrutura, no entanto, pode variar de acordo com os propósitos comunicativos de cada texto. •
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Prática de leitura
Texto 2 – Notícia 19/06/2014 22h39 – Atualizado em 19/06/2014 23h59
Um exemp lo de c ivilidad e: japon eses volt am a recolher seu lixo após partida Sacos foram usados também para fazer festa durante empate sem gols com a Grécia, em Natal. Depois do jogo, serviram na limpeza na Arena das Dunas Por Chandy Teixeira e Jocaff Souza Natal (RN)
A Copa do Mundo é realmente uma oportunidade única de aprender com outras culturas. A exemplo do que aconteceu na Arena Pernambuco, na derrota da sua seleção para a Costa do Mar fim, os torcedores japoneses voltaram a recolher o lixo produzido durante o empate sem gols com a Grécia, na Arena das Dunas, em Natal. Munidos de sacos de lixo, eles deram nova lição de civilidade e educação após o fim da partida – curiosamente, os mesmos sacos foram enchidos de ar e serviram para ajudar na bonita festa nas arquibancadas. O estádio recebeu 39 485 pessoas. i O que é uma surpresa para a n a H o povo brasileiro, para os japou r o T neses não passa de rotina. O ato / rs te de recolher o lixo chamou tanto u e R a atenção quanto o jogo – fraco tecnicamente, diga-se de passagem. Contagiados, os demais torcedores passaram a ajudar na limpeza.
Torcedores japoneses recolhem lixo após partida entre Japão e Grécia na Copa do Mundo de 2014. Arena das Dunas, Natal, 2014.
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“Isso é fantástico. Um exemplo enorme para nós, brasileiros. Temos mais é que ajudá-los. A Copa do Mundo tem isso de bonito. Tr ouxe meus dois fil hos, e o exemplo está garantido” – disse o engenheiro Ney Wagner Dutra. Antes mesmo do fim do jogo, já era possível perceber os japoneses recolhendo o lixo. Inclusive, indo a outros setores para limpar a sujeira dei xada por outras pessoas. Resultado: lances e mais lances de arquiba ncadas sem l ixo no setor onde a torcida do Japão ficou concen trada. “Nós sempre fazemos isso, e é bacana que os brasilei ros tenham nos ajudado. Não sabíamos que seria assim tão comentado. Estão tirando fotos nossas” – disse um dos japoneses, surpreso com a atenção dada a algo que, para eles, é tão comum. Dentro de campo, o Japão não mostrou um futebol à altura da civ ilidade mostrada pelos seus torcedores. Lutou o tempo todo, mas ficou no 0 a 0 com a Grécia e agora decide a sua v ida na próxima terça-feira, dia 24, às 17h m (denão Brasília). Azuis enfrentam a Colômbia na Arena Pantacafetera nal, em Cuiabá, e precisa apenasOs da Samurais vitória sobre a líder e já classificada seleção . Torce para que a Costa do Marfi m não vença a Grécia. A combinação faz com a segunda vaga seja decidida nos critérios de desempate, pois terminar ia com quatro pontos ao lado de marfinenses ou g regos. Fonte: TEIXEIRA, C.; SOUZA, J. Um exemplo de civilidade: japoneses voltam a recolher seu lixo após partida. Disponível em: . Acesso em: 6 abr. 2015.
POR DENTRO DO TEXTO fato de os torcedores japoneses recolherem o próprio lixo no estádio, durante a Copa, colocando-o nos mesmos 1. Que fato srcinou essa notícia? Osacos que foram usados para fazer a festa durante a partida.
2. Releia o título da notícia: Um exem plo de c ivilidad e: japo neses volt am a recolher seu lixo após partida a) Qual foi o tempo verbal empregado nesse título?O tempo presente. b) Que intenção comunicativa pode ser atribuída à escolha desse tempo verbal? O uso do verbo no presente mostra que o fato noticiado é atual, apesar de já ter ocorrido, o que é importante quando se trata de uma notícia.
3. Observe a fala de um torcedor japonês: “[...] Não sabíamos que seria assim tão comentado. Estão tirando fotos nossas [...]”. Explique por que esse torcedor demonstrou surpresa.
Porque, como é mencionado no texto, para o torcedor japonês, a atitude deles não passou de um fato normal, rotineiro e que, por isso, não deveria chamar a atenção.
4. De acordo com o texto, por que a atitude dos torcedores japoneses chamou tanto a atenção dos
esse tipo de atitude não faz parte da rotina do brasileiro. Professor, o texto deixa implícito que os brasileiros não têm o mesmo grau de civilidade brasileiros? Porque dos japoneses. Problematize essa questão com a turma, discutindo se, de fato, o brasileiro está acostumado a deixar seu lixo para outros recolherem.
5. Releia o trecho a seguir: [...] Munidos de sacos de lixo, eles deram nova lição de c ivil idade e educação após o fim da par tida – curiosamente, os mesmos sac os foram enchidos de ar e serv iram para ajudar na bonita festa nas arquibancadas. O estádio recebeu 39 485 pessoas. a) A quem se refere o pronome “eles”?Aos torcedores japoneses. b) Que ideia fica subentendida com o uso da palavra “nova”, destacada no trecho? A ideia de que outras boas atitudes já foram tomadas pelos japoneses.
c) A palavra “nova” está relacionada a qual termo utilizado no título da notícia? Por quê? À forma verbal “voltam”, porque os dois termos transmitem a ideia de que o acontecimento está se repetindo.
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6. Observe os pronomes destacados no trecho a seguir. Em seguida, aponte a que ideia cada um
refere-se ao fato de os torcedores japoneses se organizarem para recolher o lixo no deles se refere, considerando o contexto. “Isso” estádio; “los” refere-se aos torcedores japoneses; e “isso” refere-se às atitudes de civilidade e ao aprendizado com outras culturas.
“Isso é fa ntástico. Um exemplo eno rme para nós, brasi leiros. Temos mais é que ajudá-los. A Copa do Mundo tem isso de bonito. Trouxe meus dois filhos, e o exemplo está garantido” – disse o engen heiro Ney Wagner Dutra.
7. Releia este trecho para responder às questões. Se necessário, pesquise sobre os termos desconhecidos.
[...] Os Samura is Azu is enf rentam a Colômbia na Arena Pantanal, em Cuiabá, e precisam não apenas da vitória sobre a líder e já classi ficada seleção cafetera . a) Quem são os “Samurais Azuis”?
A expressão é uma das formas pelas quais a seleção japonesa é conhecida. Faz referência aos guerreiros tradicionais do Japão e à cor do uniforme dessa seleç ão.
termo, em espanhol, é equivalente ao adjetivo “cafeeira” e sigb) Por que a seleção da Colômbia é chamada de cafetera? Onifica “relativo a café”. Espera-se que os alunos percebam que a
produção e exportação desse grão são tão importantes para o país que o café passou a fazer parte da identidade nacional colombiana, chegando até mesmo à seleção de futebol. Professor, se houver interesse, amplie a atividade e solicite aos alunos que pesquisem sobre as alcunhas de outras seleções de futebol.
8. A linguagem empregada na notícia possui quais das características a seguir? Transcreva a alternativa correta em seu caderno.
a) Objetiva, clara e acessível a qualquer leitor.Alternativa “a”. b) Objetiva e clara, mas acessível apenas aos leitores que acompanharam a Copa do Mundo em 2014. c) Subjetiva e acessível apenas aos leitores que acompanharam a Copa do Mundo em 2014. d) Sofisticada e cheia de palavras próprias do universo esportivo.
IMPORTANTE SABER O título da notícia tem a intenção de chamar a atenção do leitor, a fim de que ele leia o texto. Em geral, o título é estruturado com verbos no tempo presente, para causar um efeito de atualidade.
Prática de leitura
Texto 3 – Artigo de opinião O texto a seguir foi publicado no site de uma revista esportiva, no momento em que alguns episódios de racismo no futebol estavam em destaque na mídia. Em um deles, o jogador Daniel Alves, do Barcelona, foi alvo de ofensas por parte da torcida adversária, durante uma partida do Campeonato Espanhol. Alguns torcedores jogaram bananas em direção ao jogador, que respondeu à agressão de maneira inusitada: ao se preparar para cobrar um escanteio, ele se abaixou, pegou uma das bananas e comeu. Logo após o episódio, em apoio ao colega de profissão, o jogador Neymar lançou nas redes sociais a campanha “#SomosTodosMacacos”. Leia a opinião do articulista sobre o caso. 78 7TL.indb 78
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Não somos macacos Por Breiller Pires 28/04/2014 às 14h27 r a c la P
Sagaz atambém atitude de DanieldeAseu lvescompanheiro ao comer a banana ati rada por torcedores racistas na E spanha. Admirável o apoio Neymar. Dois jogadores da expressão de Dan iel Alves e Ney mar, admirados tanto na seleção quanto no Barcelona, mani festando-se publicamente con tra o racismo, têm um peso enorme. Outros devem se manifestar também. O Brasil e o esporte carecem de um ídolo negro que tome partido, que não seja apenas espectador da realidade que o cerca e o oprime por causa de sua cor. Mas há uma distorção na campanha lançada por Neymar, com fotos e vídeo nas redes sociais: #SomosTodosMacacos. O mote é não levar atos de racismo tão a sério, brinca r com o preconceit o até que o agressor se canse das ofensas. Não se deve, em nenhuma hipótese, banalizar a discriminação racial. O troco de Daniel Alves foi sanguí neo, sarcástico, mas precisa de um discu rso forte e incisivo para complementá -lo. Eu não sou macaco. Nós não somos macacos. Ninguém merece ser chamado de macaco sob o estigma da seg regação racial. Isso é grave e nunca pode ser relativizado. Será que Tinga, do Cruzeiro, deveria ter dado de ombros aos grunhidos racistas que seguiram seus passos no não Peruteria e deixado pra lá? que o árbitro Márciodepois Chagas, vítima de? racismo no Rio Grande do Sul, sido radical aoOu abandonar a carreira do episódio No mundo ideal, quanto menos falarmos sobre racismo, mais teríamos avançado como sociedade. Porém, definitiv amente, estamos muito longe desse mundo ideal. Enquanto isso, temos de protestar, sim, contra o racismo, a segregação, a discriminação racial. Gritar com todas a s vozes e in stru mentos diante de atos asquerosos como os sofridos recentemente por Neymar, Daniel Alves, Tinga, Arouca e Márcio Chagas. Só tiraremos “o peso” do racismo quando o combatermos com vigor, quando admitirmos que não alcançamos a era da democracia racial e, principalmente, cobrarmos sanções severas a quem enxerga o negro como um est ranho, um bicho, não como ser humano. Entendo a ironia, mas a luta contra mais de u m século de menosprezo vai muito além. Ignorar o preconceito ou debochar da estupidez do torcedo r que atira uma bana na ao g ramado é dar a s costas ao nosso passado de escravidão, que ainda se reflete em cores v ivas no f utebol, nas escolas, na s ruas, em nosso presente. Neymar disse, em começo de carreira, que não se enxerga como negro. Talvez por isso a discriminação que sofre em alguns campos da Europa o faça preferir tratar o assunto com desdém ao agressor, em vez de assumir seu ição papel como craque, adotar postura combativa – de fato – ao racismo e reiv indicar pun àssocial autoridades do futebo l. uma Desculpa aí, Ney mar, mas não somos macacos. PIRES, Breiller. Não somos macacos. Placar, 28 abr. 2014. Disponível em: . Acesso em: 6 abr. 2015. BREILLER PIRES/PLACAR.COM/ABRIL COMUNICAÇÕES S/A
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POR DENTRO DO TEXTO
1. Que fato motivou o autor do artigo a expressar sua opinião?O fato de Neymar ter lançado a campanha “#SomosTodosMacacos.” 2. Qual foi a intenção de Neymar ao lançar a campanha “#SomosTodosMacacos”? Ele quis apoiar a atitude de Daniel Alves contra o racismo e optou por fazê-lo por meio da ironia, da brincadeira.
3. Considerando a ideia geral do texto, podemos concluir que Breiller Pires se posiciona a favor ou
contra. Professor, espera-se que o aluno perceba que, para o autor, a campanha contra a campanha de Neymar? Por quê?Posiciona-se banaliza a discriminação racial e não é forte e incisiva o bastante, não dá a devida dimensão ao problema.
4. Releia o trecho a seguir: se Alves deve, foi emsanguíneo, nenhuma sarcástico, hipótese, banalizar a discriminação racial. de Não Daniel mas precisa de um discurso forteOetroco incisivo para complementá-lo. a) Nesse parágrafo, é possível perceber a opinião de Breiller Pires sobre a campanha de Neymar. Qual é a principal crítica do autor a ela?Segundo o autor, a campanha banaliza a discri minação racial. b) Considerando o contexto em que Daniel Alves comeu a banana, explique o uso do termo “sanguíneo” nesse trecho.O uso do termo indica que a atitude do jogador foi tomada no calor do momento, de forma impetuosa.
5. O autor deixa claro que é necessário “um discurso mais incisivo e forte” para combater o preconceito racial. Na sequência do texto, ele apresenta uma solução que, na opinião dele, amenizaria o problema. Que medida seria essa?Reivindicarmos punições mais severas para os que praticam atos racistas.
6. Releia este trecho: Entendo a ironia, mas a luta contra mais de um século de menosprezo vai muito além. Ignorar o preconceito ou debochar da estupidez do torcedor que atira uma banana ao gramado é dar as costas ao nosso passado de escravidão, que ainda se reflete em cores vivas no f utebol, nas es colas, nas ruas, em nosso presente. a) A que ironia o autor se refere?Ele se refere à ironia contida na campanha de Neymar, que tenta satirizar ati
tudes racistas.
b) De acordo com esse trecho, o que a atitude de Neymar significou em relação ao preconceito no Brasil?
A atitude do jogador significou virar as costas ao passado de escravidão de nosso país, que ainda tem reflexo nos dias de hoje, isto é, os negros ainda são tratados como inferiores em vários âmbitos sociais.
7. Por que, segundo o autor, Neymar prefere tratar discriminação racial com desdém?
Professor, espera-se que o aluno perceba que o autor insinua que, por não se considerar negro, Neymar não se sentiria ofendido com esse tipo de atitude.
TEXTO E CONSTRUÇÃO 1. O símbolo que acompanha o título da campanha lançada por Neymar é próprio da linguagem de hashtag), próprio das redes sociais. qual meio? O símbolo é o # (jogo da velha ou
2. Observe novamente a imagem que acompanha o artigo de opinião: r a c a l P
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a) Na imagem, um ponto de interrogação foi inserido ao final do título da campanha. Que efeito de sentido essa inserção produz?A inserção do ponto de interrogação questi ona a ideia de Neymar, coloca-a em dúvida. b) Por que, provavelmente, essa imagem foi escolhida para compor o artigo de opinião? Provavelmente, porque, assim como a imagem, o autor do artigo também está questionando a forma de Neymar responder ao racismo.
c) Que relação pode ser estabelecida entre essa imagem e o título do artigo? Já no título “Não somos macacos”, o autor, de certa forma, responde à pergunta feita na imagem e revela sua oposição à campanha lançada por Neymar.
3. Releia o seguinte parágrafo do texto: Será que Tinga, do Cru zeiro, deveria ter dado de ombro s aos gr unhidos racistas que segui ram seus passos no Peru e deixado pra lá? Ou que o árbitro Márcio Chagas, vít ima de racismo no Rio Grande do Sul, não teria sido radical ao abandonar a carreira depois do episódio? a) Qual pode ter sido a intenção do autor ao fazer essas perguntas no meio do texto? Provavelmente ele quis levar o leitor a refletir.
b) Embora as perguntas não sejam diretamente respondidas, pelo contexto é possível deduzir qual seria a resposta do autor a elas. Como você acha que ele as responderia?
Espera-se que o aluno perceba que o autor se opõe ao fato de Tinga não ter agido e de o árbitro ter abandonado a carreira. Provavelmente, o autor responderia que, diante de situações racistas como essas, é preciso reagir legalmente.
4. Você leu duas notícias e um artigo de opinião relacionados a episódios ligados ao futebol. Quais
são as diferenças entre esses gêneros textuais no que se refere ao objetivo do texto e à pessoa do As notícias têm como principal objetivo informar sobre um determinado fato, usando pessoa a 3 do discurso. Já o artigo de opinião tem como foco discurso? defender um ponto de vista sobre um determinado fato, podendo fazer usopessoa da 1 do discurso. a
a
IMPORTANTE S ABER Diferentemente da notícia, no artigo de opinião o autor defende um ponto de vista, expondo suas opiniões a respeito de um fato. TROCANDO IDEIAS
1. Você gostaria de ser jogador de futebol? Por quê? Em que posição você gostaria de jogar? Respostas pessoais.
2. Se você é daqueles(as) que não jogamfutebol, diga se gosta ou nãode assistir a partidas desse esporte. 3. Você concorda com as regras do futebol ou gostaria de mudar alguma delas? 4. Em sua cidade, em seu bairro, há espaço para a prática de esportes? Que lugares são esses? Onde eles estão localizados?
Reflexão sobre o uso da língua
Pronome indefinido 1. Observe este trecho do artigo de opinião: Dois jogadores da expressão de Daniel Alves e Neymar, admirados tanto na seleção quanto no Barcelona, manifest ando-se publicamente con tra o racismo, têm um peso enorme. Outros devem se manifestar também. 81 7TL.indb 81
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Ao lermos esse trecho, é possível saber exatamente quem são os “outros” a quem o autor se refere? Por quê? Não. A palavra “outros” não se refere especificament e a alguém, dá apenas uma ideia genérica, sem definir a quem se refere.
2. Releia mais um trecho do artigo: Eu não sou macaco. Nós não somos macacos.Ninguém merece ser chamado de macaco sob o estigma da segregação racial. Isso é grave e nunca pode ser relativizado. •
É possível afirmar que a palavra destacada no trecho possui sentido vago e impreciso? Explique. Sim, pois o termo “ninguém” não esclarece quem não merece ser chamado de macaco, apenas generaliza.
IMPORTANTE S ABER As palavras “outros” e “ninguém” fazem parte de um grupo de palavras que recebe o nome de
pronome indefinido.
Veja outros exemplos de pronomes indefinidos: Alguém poderia me ensinar a jogar futebol?
Algumas pessoas no Brasil não gostam de futebol. Muitos jogadores brasileiros foram contratados por times estrangeiros. Nada a declarar. Observe que os pronomes indefinidos se referem à 3a pessoa do discurso e fazem isso de modo vago e impreciso. Veja mais exemplos de pronomes indefinidos no Apêndice.
APLICANDO CONHECIMENTOS
1. A história a seguir envolve quatro personagens: Todo Mundo, Alguém, Qualquer Um e Ninguém. Leia: Havia um importante serviço a ser feito e Todo Mundo estava certo de que Alguém o faria. Qualquer Um poderia tê-lo feito, mas Ning uém pensou nessa hipótese. Alguém reclamou porque o serviço era de Todo Mundo, mas Todo Mundo estava certo de que Qualquer Um o faria. Só que Ning uém poderia imagina r que Todo Mundo iria tirar o corpo fora. Por fim, Todo Mundo terminou culpando Alguém, porque Ninguém fez o que Qualquer Um poderia ter feito. Domínio público.
a) Você gostou do texto? Por quê? Resposta pessoal.
b) Quem são são asTodo personagens texto? QuemTodas deixou de fazer um importante serviço? As personagens Mundo, Alguém, do Qualque r Um e Ninguém. as personagens deixaram de fazer um serviço importante. c) Identifique os pronomes indefinidos do texto. “Todo”, “alguém”, “qualquer”, “ninguém”.
d) Que relação existe entre as personagens do texto e a classe dos pronomes indefinidos? Todas as personagens do texto são pronomes indefinidos.
e) Que efeito provocou no texto o emprego desses pronomes indefinidos?
Como todas as personagens são nomeadas por pronomes indefinidos, o serviço deixou de ser feito, pois não foi possível precisar ou definir quem deveria fazê-lo. Professor, é importante ressaltar que o sentido atribuído aos pronomes indefinidos varia de acordo com a intenção comunicativa e o contexto.
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2. Leia esta tirinha de Calvin: .t n is ito /D ac n i d so r n y te S at tic Wn a 6 l 0 tA 0 2 y ©b n so r e t at W il B
a) Explique a afirmação de Calvin: “Se elas estiverem me entendendo, nunca mais teremos probleacredita que os formigueiros serão destruídos se as formigas optarem pelo individualismo e deixarem de cooperar para o mas com formigas”. Calvin crescimento do formigueiro. b) No terceiro quadrinho da tira, encontramos três pronomes indefinidos. Identifique-os. “Nada”, “ninguém” e “outras”.
c) Observe o pronome indefinido da frase “Deixe as outras formigas procurarem comida pra elas próprias!”. Se retirarmos o pronome “outras”, a frase mantém o sentido srcinal? Explique. Não. O pronome “outras” marca a diferença entre a formiga com a qual Calvin fala e outras formigas. As outras, aqui, se referem às demais formigas com quem a interlocutora de Calvin convive e que, segundo o menino, devem cuidar de si mesmas.
Prática de leitura
Texto 4 – Narração de jogo de futebol O texto a seguir é a transcrição da narração de um jogo de futebol por um locutor de rádio. Você sentirá uma vontade enorme de lê-lo em voz alta, pois ele não foi elaborado para ser lido, mas para ser ouvido. Conforme a orientação do professor, prepare-se para fazer uma leitura oral com toda a expressividade característica desse tipo de texto.
Hoje “um leão morre e o outro vive” em busca do caneco do Brasileirão [...] Apita o árbitro, bola rolando no “tapete verde” do Pacaembu. Bola na “meia-esquerda” com Silvinho, que rola com carinho pra Vampeta, que serve Edil son, o “capetinha” passa por um, passa por dois, “tá liso como quiabo” o garotinho, grande toque pra Marcelinho, o “cracão da 36”, balançou prum lado, balançou pro outro, chutou pra fora do gol. Bola com Marcelinho, que domina pela “meia-direita”, deu no “vazio” pra Rincón, vai levando o colombiano pela “peça ofensiva”, viu Índio entrar, tocou pra ele que cruzou na cabeça de Didi... defendeu Danrlei. “Bota” pra escanteio o goleiro “gremista”. O jogador Marcelinho Carioca, à direita, Vai “cobrar” Marcelinho. Levantou na área, pas- e Walmir, à esquerda, durante partida Corinthians e Grêmio nas quartas sou por todo mundo, entrou Edilson de cabeça, é gol, entre de final do Campeonato Brasileiro gooooooooooooooooooooooooool do Corinthians! de 1998. Estádio Paulo Machado de
ss e r P at ze a /G vro e c A
Carvalho (Pacaembu), São Paulo, 1998.
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Recomeça o jogo, lá vem o Grêmio, “mordido, ferido”, vai tentar dar o troco no “Timão” , bola nos pés de Robert vai “descendo, fugindo” pelo setor esquerdo com capricho, “rola macio” pra Fabinho, que bate por cima do gol de Nei. Vai terminar o jogo, o árbitro já olha pro seu relógio, vai apitar o final da partida, “desce a ladeira o Timão” com Gil mar que toca pra Marcelin ho, vai tentar do “meio da avenida” , bate na trave, a bola “beija o poste” e vai pra fora. “Ti ro de meta” pra Danrlei. Faz a festa a “galera do Timão” no Pacaembu, que venha o “Peixe” . Apita o árbitro, termina o jogo, Corinthians classificado pras quartas de final do Brasileirão. Corinthians 1 × Grêmio 0! Transcrição parcial do jogo Corinthians × Grêmio. Semifinal do Campeonato Brasileiro de Futebol de 1998. Rádio Band FM. Locutor: Éder Luiz. São Paulo, 25 nov. 1998.
Na trilha da oralidade
1. Resposta pessoal. É importante que os alunos percebam a relação entre o pouco uso de pontos-finais nas frases e a necessidade de uma linguagem mais dinâmica, ágil, bem representativa da linguagem oral dos narradores esportivos. Como esse tipo de narração é bastante conhecido, é possível perceber o ritmo e a entonação que geralmente são usados.
Narração de jogo de futebol 1. Ao ler o texto, você consegue imaginar qual é o ritmo e a entonação dessa narração? Sim, porque o narrador conta com detalhes as sequências dos lances do jogo.
2. Em uma narração de rádio, é possível compreender as ações que os jogadores estão realizando, mesmo sem ver as imagens? Por quê?
3. O ritmo da narração de um jogo de futebol pela TV é diferente do ritmo da narração pelo rádio? Explique sua resposta.
Sim, o do rádio é muito mais rápido do que o da TV. No rádio, os ouvintes não têm as imagens, e o locutor procura apresentar o máximo de informações em pouco tempo.
4. Releia este trecho do texto: Bola na “meia-esqu erda” com ho, que rola caritá nho Vampeta, serve Edilson, o “capetinha” passaSilvin por um, passa porcom dois, “lisopra como quiabo”que o garoti nho, grande toque pra Marcelin ho, o “cracão da 36”, balançou pr um lado, balançou pro outro, chutou pra fora do gol. a) Identifique a quem se referem as seguintes expressões. •
o “capetinha”;
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o garotinho; Edilson.
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o “cracão da 36”. Marcelinho.
Edilson.
b) O trecho “[...] passa por um, passa por dois, tá ‘liso como quiabo’ o garotinho [...]” se refere a uma ação de um jogador. Levando em conta o contexto de uma partida de futebol, explique o que o jogador realmente está fazendo. Está driblando outro jogador. c) Que expressões ou frases desse trecho revelam a integração, o espírito de equipe entre os jogadores? Transcreva-os.“[...] que rola com carinho pra Vampeta, que serve Edilson [...] grande toque pra Marcelinho [...]” . 5. Transcreva do texto os trechos que indicam como o narrador anuncia o início e o término do jogo
Início: “Apita o árbitro, bola rolando no ‘tapete verde’ do Pacaembu”. Término: “Apita o árbitro, termina o jogo, Corinthians classificado pras quartas de final do Brasileirão. Corinthians 1 × Grêmio 0!”.
6. Agora é a sua vez de entrar em campo! Reúna-se com seus colegas para participar da narração de um jogo de futebol. Veja como realizá-la seguindo as orientações. Professor, seria interessante observar com os alunos que, após anunciar o término do jogo, o narrador esportivo também anuncia o resultado e qual será a próxima etapa do campeonato. Para falar do início do jogo, o narrador não usa o verbo “começar” ou “iniciar”, mas a expressão: “Apita o árbitro, bola rolando!”.
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ORIENTAÇ ES •
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Organizem-se em grupos e escolham um time ou uma seleção de futebol. Façam a escalação do time. Depois, imaginem uma partida bem disputada entre o seu time ou seleção e uma equipe adversária. Selecionem alguns lances dessa partida para narrar. Pode ser um gol de placa ou uma defesa espetacular, por exemplo. Narrem oralmente a jogada, seguindo o ritmo e a entonação característicos das narrações de futebol pelo rádio. Registrem a narração por escrito, para não se esquecerem de nenhum lance. Usem o texto 4 como modelo. Depois, escolham um dos integrantes do grupo para fazer a narração oral para o restante da turma. Os outros membros podem participar, simulando as torcidas que acompanham e vibram a cada lance. Seguindo as orientações do professor, realizem a apresentação das narrações.
AVALIAÇÃO •
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Professor, a divisão dos grupos e a programação das apresentações podem ser realizadas conforme seu planejamento. Se for possível e houver recursos disponíveis, seria interessante reproduzir para os alunos alguns áudios de narrações de jogos de futebol transmitidos pelo rádio. Outra possibilidade seria reproduzir, na sequência, trechos de um jogo de futebol televisionado e comparar a narração das duas transmissões. Em vez de imaginarem os lances, os alunos também podem narrar parte de um jogo que já ocorreu. Você poderia, por exemplo, reproduzir o vídeo de uma jogada sem o áudio e, depois, pedir a cada grupo que elabore uma narração para o mesmo lance.
Fique atento durante as apresentações dos grupos e anote os aspectos que julgar interessante em cada narração.
Se for possível e houver recursos disponíveis, vocês podem gravar as apresentações em áudio ou vídeo, para assisti-las novamente. Juntos, procurem avaliar as narrações, de acordo com alguns critérios estabelecidos por toda a turma. Algumas sugestões: Os lances foram narrados de forma rápida e dinâmica? O ritmo e a entonação utilizados foram característicos de narrações de futebol no rádio? A narração empregou gírias e jargões típicos dessa situação comunicativa? O narrador descreveu com detalhes as sequências de lances da jogada? etc.
Professor, os alunos poderão jogar em trios com um quarto aluno exercendo a função de juiz. O juiz permanecerá com as respostas das questões do tabuleiro, que você disponibilizará apenas para os alunos-juízes. Eles poderão ler as respostas para os colegas depois de estes tentarem responder a cada questão proposta. Caso outro aluno caia na APRENDER BRINCANDO casa em que a questão já tenha sido respondida por alguém, ele não avançará nem retrocederá, apenas aguardará sua próxima vez de jogar. k
c o Que tal jogar Bola na rede? t rs e Por meio dessa brincadeira, você tt u h S / poderá pensar sobre as caracteríss e d r ticas da linguagem empregada na a n r e narração de um jogo de futebol. B n o rs Tente descobrir o significafe f e J do dos jargões usados no futebol, conheça o que representa a pontuação empregada nessa transcrição, observe o ritmo usado para narrar o jogo... Para jogar, use o tabuleiro desenhado no livro, providencie ou confeccione um dado e dois peões (peças de jogo) de cores Seleção Brasileira durante jogo contra Camarões, na Copa do Mundo de diferentes. E boa sorte! 2014. Estádio Nacional Mané Garrincha, Brasília,2014.
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2. Não, é um dos nomes pelos quais o gramado do campo de futebol é conhecido. 6. A palavra “gol”. Sim, porque a repetição de letras no interior da palavra é uma forma de marcar a duração da entonação na escrita. 11. Não, é uma forma de nomear o troféu de um campeonato. 13 e 14. Resposta pessoal. 19. O tiro de meta é uma forma de reiniciar o jogo e é cobrado depois que a bola sai do campo pela linha de fundo do time adversário. O escanteio é uma cobrança de falta em que o jogador se posiciona junto à bandeira corner do . 23. É informal, com uso de gírias, jargões e marcas de oralidade. 24. Porque a linguagem do texto é dinâmica, ágil, sem muitas pausas.
1 2 Responda: “Tapete verde” é um tapete ecológico? Se acertar, avance duas casas.
Início!
4
3
Cometeu falta; volte duas casas.
8
5
Chutou pra fora; volte duas casas.
Belo passe! Avance duas casas.
Responda: Qual é a palavra do texto que apresenta um prolongamento de vogal? O uso 6 dessa palavra é uma marca de oralidade? Por quê? Se acertar, avance duas casas.
7 Bola nos pés do atacante. Valeu! Avance uma casa.
10 9
14
Responda: Caneco é para tomar água? Se acertar, avance duas casas.
1 Escolha um dos jargões 3 do futebol destacados no texto e explique o que ele quer dizer. Seacertar, avance duas casas.
Localize no texto duas palavras ou expressões usadas pelos profissionais ligados ao futebol. Se acertar, avance duas casas. 15
Cartão amarelo; volte duas casas.
20
11
45 minutos do segundo tempo e você está catimbando. Fique uma rodada sem jogar.
16 Cobrança de escanteio, cabeceia o atacante, na trave!!! Permaneça na mesma casa.
19 Você é bom nas regras do futebol? Explique o que é tiro de meta e escanteio. Se acertar, avance duascasas.
21 O goleiro adversário defendeu sua bola. Permaneça onde está.
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Pênalti! Volte para o início do jogo!
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22 Você driblou todo mundo, esbanjou talento; avance duas casas.
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Vencedor!
17 Pega na bola, dribla o goleiro e é gol. Goooooooooooool! Avance cinco casas.
23 Responda: A linguagem do texto é formal ou informal? Dê exemplos.
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Responda: Por que o texto apresenta tantas vírgulas e poucos pontos-finais? Seacertar, você é o campeão!
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Prática de leitura
Texto 5 – Conto (fragmento) Você lerá um trecho de uma obra importante de nossa literatura: Brás, Bexiga e Barra Funda, um livro de contos que, como disse o autor Antônio de Alcântara Machado, nasceram de notícias. O livro relata o cotidiano dos imigrantes italianos na cidade de São Paulo, no começo do século XX. O trecho escolhido trata de uma das grandes paixões desse povo: o futebol. Será que o trecho a seguir tem alguma semelhança com o texto lido anteriormente? Leia-o e descubra a resposta.
Corinthians (2) × Palestra (1) PRRRRII!! – Aí, Heitor! A bola foi parar na extrema-esquerda. Melle desembestou com ela. A arquibancada pôs-se em pé. Conteve a respiração. Suspirou. – Aaaah! Miquelina cravava a s unha s no braço gordo da Iolanda. Em torno do trapézio verde a ânsia de vinte mil pessoas. De olhos ávidos. De nervos elétr icos. De preto. De branco. De azul. De vermelho. Delírio futebolístico no Parque Antártica. h Camisas verdes e calções negros corriam, a t ó pulavam, chocavam-se, embaralhavam-se, J caíam, contorcionavam-se, esfalfavam-se, brigavam. Por causa da bola de couro amarelo que não parava, que não parava um m inuto, um segu ndo. Não parava. – Neco! Neco! Parecia um louco. Driblou. Escorregou. Driblou. Correu. Parou. C hutou. – Gooool! Gooool! Miquelina ficou abobada, com o olhar parado. Arquejando. Achando aquilo um desaforo, um absurdo. – Aleguá-guá-guá! Aleguá-guá-guá! Hurra! Hurra! Corinthians! Palhetas subiram no ar. Com os gritos. Entusiasmos rugiam. Pulavam. Dançavam. E as mãos batendo nas bocas: – Go-o-o-o-o-o-o-o-ol! Miquelina fechou os olhos de ódio. – Corinthians! Corinthians! Tapou os ouvidos. [...] MACHADO, Antônio de Alcântara. Brás, Bexiga e Barra Funda. São Paulo: Nova Alexandria, 1995.
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POR DENTRO DO TEXTO
1. Que emoções o texto lhe transmitiu?Resposta pessoal. 2. No conto, o narrador ora focaliza o jogo como um narrador esportivo, ora focaliza as personagens e suas emoções durante a partida.
“A bola foi parar na extrea) Identifique os trechos em que o narrador se refere à partida de futebol. “PRRRRII!!”; ma-esquerda. Melle desembestou com
ela”; “Delírio futebolístico no Parque Antártica”; “– Neco! Neco! Parecia um louco. Driblou. Escorregou. Driblou. Correu. Parou. Chutou.”; “– Gooool! Gooool!”
b) Destaque dois trechos em que a emoção das personagens seja enfocada pelo narrador.
3.
“Miquelina ficou abobada, com o olhar parado. Arquejando. Achando aquilo um desaforo, um absurdo.”; “– Aleguá-guá-guá! Aleguá-guá-guá! Hurra! Hurra! Corinthians!”; “– Palhetas subiram no ar. Com os gritos. Entusiasmos rugiam. Pulavam. Dançavam.”; “E as mãos batendo nas bocas: – Go-o-o-o-o-o-o-o-ol!”; fechou os olhos de ódio”; “– CorinCopie em seu caderno a alternativa que melhor explica o texto lido. “Miquelina thians! Corinthians!”; “Tapou os ouvidos.”
a) O conto provoca emoções no leitor pelo uso de onomatopeias, de frases curtas que revelam os movimentos dos jogadores e a reação da plateia, e de uma seleção de palavras e imagens que ajudam o leitor a imaginar tais reações. Alternativa “a”. b) O conto provoca emoções no leitor pelo emprego de linguagem informal que favorece o leitor a imaginar exatamente o que se passava com a plateia e os jogadores no momento da partida. c) O conto provoca emoções no leitor pelo emprego de frases curtas, em algumas só há o verbo, e por descrever os sentimentos da personagem Miquelina.
4. Como o gramado do estádio de futebol é chamado no texto 4 e no texto 5? No texto 4, o gramado é chamado de “tapete verde”; no texto 5, de “trapézio verde”.
5. Explique por que as palavras “tapete” e “trapézio” foram usadas, nos textos 4 e 5, para substituir a palavra “gramado”.
O termo “trapézio” é usado por causa do formato retangular do campo de futebol; o termo “tapete” é usado por causa da aparência, altura e textura do gramado que cobre o chão.
6. Nos trechos a seguir, foi empregada linguagem figurada. Explique o significado das expressões destacadas em cada trecho.
A palavra “entusiasmos” refere-se Pulavam. aos torcedores.Dançavam. a) Entusiasmos rugiam. b) Camisas verdes e calções negros corriam, pulavam, chocavam-se, embaralhavam-se, caíam, contorcionavam-se, esfalfavam-se, brigavam. “Camisas verdes e calções negros” representam os jogadores do Palestra em campo.
7. Pesquise o significado da palavra “esfalfar” e explique o que ela quer dizer no texto. Cansar-se, fatigar-se em virtude de esforço excessivo.
TEXTO E CONTEXTO
1. Destaque dois trechos do conto lido que, por sua plasticidade, isto é, devido à descrição minuciosa, Exemplos: “A arquibancada pôs-se em pé. Conteve a respiração. Suspirou.”; “Miquelina
permitem ao leitor visualizar a cena descrita. cravava as unhas no braço gordo da Iolanda.”; “Camisas verdes e calções negros corriam,
pulavam, chocavam-se, embaralhavam-se, caíam, contorcionavam-se, esfalfavam-se, brigavam.”; “Parecia um louco. Driblou. Escorregou. Driblou. Correu. Parou. Chutou.”; “Palhetas subiram no ar. Com os gritos. Entusiasmos rugiam. Pulavam. Dançavam. E as mãos batendo nas bocas.”
2. Leia as alternativas a seguir e, depois, transcreva em seu caderno aquela que melhor descreve os recursos empregados pelo narrador para tornar seu texto tão visual. a) O narrador, para retratar a cena com fidelidade, emprega frases curtas, caracteriza as personagens e suas atitudes e encadeia as ações. b) O narrador retrata a cena com vivacidade para o leitor por meio de expressões próprias da linguagem futebolística e da caracterização das personagens. c) O leitor é capaz de visualizar a cena narrada em virtude do emprego de adjetivações, frases curtas que registram em sequência a ação das personagens e de expressões, como: “camisas verdes e calções negros corriam”, chamando a atenção simultaneamente para o aspecto visual e dinâmico do que ocorria em campo. Alternativa “c”. 88 7TL.indb 88
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3. Você deve ter percebido que, no trecho selecionado do livro Brás, Bexiga e Barra Funda, duas mulheres se destacam dentre os que assistiam ao jogo. a) Como elas se chamam? Miquelina e Iolanda. b) Para que time elas torcem? Elas torcem para o Palestra (Palmeiras).
pelo título do conto “Corinthians (2) × Palestra (1)” e, em seguida, fica claro que elas c) Como você chegou à resposta anterior? Primeiro torcem pelo Palestra (Palmeiras), pois Miquelina acha um desaforo, um absurdo o gol do Corinthians. (Professor, veja complementação de resposta no Manual).
4. Você acha que a presença dessas duas mulheres no estádio na primeira metade do século XX era comum? Justifique sua resposta.
Não. O futebol, nessa época, era um esporte tipicamente masculino; ainda hoje a presença masculina nos estádios é muito superior à feminina.
5. Atualmente, as mulheres costumam ir mais aos estádios assistir às partidas de futebol. Por que será que houve essa mudança?
Porque as mulheres ganharam mais espaço na sociedade, têm mais liberdade de fazer suas escolhas, muitas inclusive jogam futebol.
6. Você concorda com a afirmativa de algumas pessoas que dizem ser o futebol um esporte inadequado para as mulheres? Justifique sua resposta.
Resposta pessoal. Um dado importante é que, hoje, o futebol feminino está crescendo muito no Brasil e no mundo. Vale lembrar, também, o caso da futebolista Marta, que já foi eleita pela Fifa como melhor do mundo, um recorde até entre homens.
7. Como você imagina que os imigrantes italianos falavam o português? Para saber mais sobre esse assunto, leia o texto a seguir:
Português macarrônico [...] O Brasil de 1910 tinha 24 mi lhões de habitantes, dos quais dez por cento eram imigrantes . A indústria paulista contava com o empenho de produtores r urais e imigrantes italianos. Famílias como os Prado e Pentea do nela investiram os lucros do café. Italianos, como os Crepi e os Matarazzo, chegaram com algum dinheiro e corajosamente instalaram suas fábricas. A relação do imigrante com a cidade se intensificava. Não tinha mais jeito, eles precisavam se integrar ao novo mundo. T ornaram-se os ar tistas, sapateiros, jornaleiros, ti ntureiros, al faiates... Agruparam-se em bairros e vi las operárias e reproduziam mani festações culturais de seu povo para matar a saudade e preservar as tradições. Eu, sabendo que vinha de um país estrangeiro, tinha de saber esta língua. Então antes de sair, parece incrível, eu comecei a estudar o português. Mesmo assim, como dizem meus filhos, eu falo um português macarrônico. Depoimento de Victoria. o l u a P o ã S , o tl a S e d e d a id C a d u e s u M
Operárias italianas trabalhando na embalagem demalhas na fábrica de algodão Brasital,Salto (SP), 1930.
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Nos bondes, ruas, comér cio e indústr ias, dia letos italianos eram tão ouvidos quanto o próprio portug uês. São Paulo era Zan Paolo. Queijo tornou-se formaggio. E trabalho era lavoro. Houve um jornalista brasileiro, Alexandre Marcondes Machado, com nome tradicional, que criou um personagem, Juó Bananere. Ele era um ítalo-brasileiro que escrevia nos jornais uma fala ítalo-brasileira. Alguns romancistas, o mais conhecido Alcântara Machado, introduziram – inspirados nos bairros do Brás, Bexiga e da Barra Funda – a figura do italianinho, o imigrante falando o que se considerava o português macarrônico. Depoimento de Bóris Fausto. Filhas da mãe. Década de 1910: o imigrante e o trabalho. Maio 2008. Disponível em: . Acesso em: 6 abr. 2015.
a) Por que o texto afirma que “São Paulo era Zan Paolo. Queijo tornou-se formaggio. E trabalho os imigrantes trouxeram consigo sua cultura, sua língua e, ao integrar-se à cidade de São Paulo, deixaram marcas da sua srcem; no era lavoro”? Porque caso da língua, transportavam seu sotaque Zan( Paolo) e muitas palavras italianas formaggio ( = queijo;lavoro = trabalho). b) Se você observar a culinária, a música, a agricultura e atividades de lazer brasileiras, verá que outras marcas da imigração italiana ainda persistem no dia a dia. Pesquise, em livros de História, na internet ou com os adultos que convivem com você, algumas contribuições da imigração italiana culinária: massas, sorvetes, pães; na música: ópera, música típica, como a tarantela; na agricultura: uva, figo, café; nas atividades para nossa cultura. Na de lazer: bocha, cartas (truco), bingo (antes chamado de tômbola). c) A cidade ou região em que você vive recebeu imigrantes italianos em algum período? Resposta pessoal. d) Você percebe marcas de imigrantes de outras nacionalidades em seu cotidiano? Quais?
Resposta pessoal.
CONFRONTANDO TEXTOS
Compare os textos 4 e 5 considerando os itens a seguir: No texto 4:cada “Apita otexto árbitro, anuncia bola rolando no ‘tapete verde’ do Pacaembu.” o autor não usa a palavra “começo”, “início”, mas indica o apito do árbitro dando início a) Como o início da partida de Aqui futebol? à partida. No texto 5: “PRRRRII!!”. O autor usa a onomatopeia do apito para indicar o começo do jogo. b) Como se referem às manifestações da torcida? No texto 4, não há a representação das falas das personagens. No texto 5, o autor representa as manifestações da torcida, como em “– Aaaah!”, “– Neco! Neco!”.
c) Como representam os dribles dos jogadores?
No texto 4: “Edilson, o ‘capetinha’ passa por um, passa por dois, ‘tá liso como quiabo’nho, o garoti grande toque pra Marcelinho, o ‘cracão da 36’, balançou prum lado, balançou pro outro, chutou pra fora do gol.”. No texto 5, o narrador anuncia: “Driblou”.
d) Como pode ser caracterizada a linguagem de cada texto? Informal.
PARA VOCÊ QUE É CURIOSO Fique por dentro das gírias do futebol! Catimba – emprego de recursos pouco esportivos para enervar o adversário e tumultuar o jogo. Açougueiro – jogador violento. Armandinho – atacante que só joga fora da Chapéu – drible em que a bola é passada por ciárea adversária.
ma do adversário e recuperada logo adiante.
Artilheiro – jogador que marca muitos gols. Embaixada – série de toques curtos na bola, sem que ela nem o pé toquem no chão. Baile – jogo em que uma equipe domina a outra, à vontade. Melancia – passe malfeito. – chute alto, sem direção. – jogador que evita os lances mais Balão Pipoqueiro Banheira – impedimento. duros para não se machucar. Bicho – gratificação paga aos jogadores por umre- Retranca – sistema de jogo em que o time se sultado favorável em um jogo ou torneio.
Cabeça de bagre – mau jogador. Carimbar – atingir violentamente com a bola.
fecha na defesa. Fonte: Manual do escoteiro mirim Disney. São Paulo: Nova Cultural, 1985.
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Reflexão sobre o uso da língua
Modos verbais: indicativo, imperativo e subjuntivo Discuta com seus colegas: O esporte pode contribuir para transformar a sociedade? De que forma? Leia atentamente a notícia a seguir:
Neymar inaugura instituto para famílias carentes da Praia G rande Atacante do Barcelona e da seleção brasileira vai ajudar cerca de dez mil pes soas com esporte, educação e assistência médica em estrut ura de 8 400 met ros quadrados
Neymar inaugurou nesta terça-feira, em Praia Grande, litoral de São Paulo, o Instituto Projeto Neymar Jr. Em uma área de 8 400 metros quadrados, no bair ro Jardim Glória, o craque do Barcelona construiu o local onde serão atendidas crianças e famí lias ca rentes da região. N o total, cerca de dez mil pessoas serão beneficiadas. No terreno, cedido pela prefeitura da cidade por trinta a nos, renováveis por mais tri nta, o atacante da seleção brasileira monto u um complexo esportivo e ta mbém salas para a lfabetização em inglês e espanhol, salas de leitura, cinema, informática e de cursos profissionalizantes, além de espaço médico e odontológico. – Eu só tenho a agradecer, como falei com minha família hoje de manhã. Cada coisa que Deus vem fazendo na nossa vida que nem sei como agradecer. Estou realizando mais um sonho – disse o atacante, ao chegar para a solenidade de inauguração. – Eu morei a duas quadras daqui e sei o quanto isso foi minha infância. Isso aqui é uma porta gigante para que possamos dar oport unidades a pessoas daqui – completou N eymar. Pouco antes da estrela do B arcelona, o pai dele, que será vice-presiden te do ins tituto, falou com a imprensa. – Este é um projeto familiar. Era um sonho de família fazer algo assim. O Neymar saiu deste ambiente. Morávamos aqui perto. Sabíamos da dificuldade que tínhamos para que nossos filhos tivessem qualidade de vida, que pudessem se divertir, brincar, com direito ao esporte, lazer. É uma oportunidade para fazermos um pouco do que não tínhamos e entregar para a comunidade – afirmou o Neymar d a Silva Santos, pai do jogador. O evento de inaug uração contou com a presença de convidados ilustres, como o técn ico Bernardinho, do vôlei, e o nadador Cesar Cielo. Astros da música também passaram pelo local e Neymar aproveitou a apresentação da banda Os Travessos para dar uma pa linha. É necessário cumprir alguns critérios para usufruir do instituto, como residir nas microrregiões próximas ao prédio (Aeroclube, Aprazível, Guaramar, Guilhermina, Marília, São Sebastião, Sítio do Campo, Vila Sônia e Jard im Glória). As crianças (de 7 a 14 anos) pr ecisam esta r matricul adas na escola e ter ao menos 90% de f requência. – É um projeto audacioso como o Neymar, ousado como ele. E não poderia ser diferente. Pensamos, sim, e era um desejo dele criar algo que pudesse ajudar essas crianças. Foi difícil no começo, mas acho que conseguimos trabalhar com êxito, com a ajuda dos parceiros que tivemos – completou o pai do atleta. Além disso, a família deve ter, no máximo, renda per capita de até R$ 140 e estar cadastrada no programa Bolsa Família, do Governo Federal. Neymar e sua família escolheram o Jardim Glória, em Praia Grande, como sede para o instituto por ter sido um local que fez parte da história deles. Como lemas, o atacante do Barcelona e da seleção brasileira tem “assegurar o di reito de brincar, jogar e praticar” e “o direito de estudar e ter acesso a toda in formação segura”. Fonte: Globo Esporte. Neymar inaugura instituto para famílias carentes da Praia Grande. Disponível em: . Acesso em: 6 abr. 2015.
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1. Em que veículo ou suporte a notícia foi publicada?Em um site de conteúdo esportivo. 2. O principal fato anunciado pela notícia é a inauguração de um instituto para famílias carentes. O que faz com que ela ganhe destaque?
Espera-se que o aluno perceba que o fato de o instituto ter sido inaugurado por Neymar, um jogador de futebol famoso, fez com que a notícia ganhasse destaque.
3. O que o instituto criado por Neymar oferecerá?
Um complexo esportivo, salas para alfabetização em inglês e espanhol, salas de leitura, cinema, informática e de cursos profissionalizantes, além de espaço médico e odontológico.
4. Quais são as exigências para participar das atividades oferecidas pelo instituto?
É necessário residir nas microrregiões próximas ao prédio, ter de 7 a 14 anos, estar matriculado na escola e ter ao menos 90% de frequência. Além disso, a família deve ter rendaper capita de até R$ 140,00 e estar cadastrada no programa Bolsa Família, do Governo Federal.
5. O nome “Neymar” é substituído por outras expressões no decorrer da notícia. a) Releia o texto e, no caderno, transcreva algumas dessas expressões.
“Atacante do Barcelona e da seleção brasileira”, “craque do Barcelona”, “o atacante da seleçãobrasileira”, “o atacante”, “estrela do Barcelona”, “jogador”, “atleta”, “dele(s)”.
b) Por que essas substituições foram feitas? Para evitar que o texto ficasse repetitivo.
6. O que justifica a escolha do local de construção do instituto por Neymar? O fato de o local ser próximo do lugar onde ele passou sua infância.
7. Releia o fragmento a seguir: – Eu só tenho a agradecer, como falei com minha família hoje de manhã. Cada coisa que Deus vem fazendo na nossa vida que nem sei como agradecer. Estou realizando mais um sonho – disse o atacante, ao chegar para a solenidade de inauguração. •
Observando o termo destacado, o que podemos deduzir sobre os sonhos de Neymar? É possível deduzir que outros sonhos de Neymar já foram realizados, não sendo a inauguração do instituto o único deles.
8. Observe a expressão destacada a seguir: O evento de inauguração contou com a presença de convidados ilustres, como o técnico Bernardi nho, do vôlei, e o nadador Cesar Cielo. Astros da música também passa ram pelo local e Ney mar aproveitou a apresen tação da banda Os Travessos para dar uma palinha . •
Ao empregá-la, que informação o jornalista dá ao leitor? A informação de que Neymar cantou com a banda Os Travessos. A expressão “dar uma palinha” significa “dar uma amostra”, “revelar um pouco”.
9. Releia este trecho:
É necessário cumprir alguns critérios para usufruir do instituto […]. a) O fato destacado depende de uma ação anterior para acontecer. Que ação é essa? “É necessário cumprir alguns critérios”.
b) De acordo com sua resposta anterior, o fato destacado indica uma certeza ou uma possibilidade?
Uma possibilidade. Professor, discuta com a turma a correlação dos tempos verbais. Mostre a importância do indicativo na frase, a certeza mostrada pelo uso desse modo. Sugerimos escrever a frase no quadro de giz e, por meio dela, mostrar a correlação dos tempos verbais e a ideia dada pelo subjuntivo.
10. Releia o seguinte trecho do artigo de opinião “Não somos macacos”:
Só tiraremos “o peso” do racismo quando o combatermos com vigor [...]. a) O trecho apresenta uma certeza ou uma possibilidade de diminuição do racismo? Justifique. O trecho apresenta uma possibilidade, já que a diminuição do racismo depende de o combatermos com vigor.
b) Explique se haveria mudança de sentido se o trecho estivesse escrito da seguinte forma: “Só Espera-se que o aluno perceba que sim, já que o “se” retiraremos o ‘peso’ do racismose o combatermos com vigor”. força a ideia de a diminuição do racismo ser apenas uma 92 7TL.indb 92
possibilidade, pois mostra que há uma condição para que o fato ocorra.
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IMPORTANTE S ABER O modo verbal está relacionado ao tempo verbal e tem como função atribuir expressão ao nosso discurso. Há três modos verbais: indicativo, subjuntivo e imperativo. Indicativo: designa certeza de realização. Exemplos: •
Neymar inaugurou nesta terça-feira, em Praia Grande, litoral de São Paulo, o Instituto Projeto Neymar Jr. No total, cerca de dez mil pessoas serão beneficiadas. É um projeto audacioso como Neymar. •
Subjuntivo: designa possibilidade, hipótese. Exemplos: Quando a sociedade cobrar punições mais severas contra o preconceito racial, os racistas ficarão intimidados. O jornalista acha que, se todos exigirem atitudes severas contra o racismo, diminuiremos seu peso. Talvez o racismo seja amenizado.
•
Imperativo: designa ordem, pedido, conselho, orientação, súplica. Exemplos:
Lute contra o racismo! Aja legalmente em casos de discriminação. Não deixe de se inscrever no programa. Veja mais exemplos sobre esse assunto no Apêndice.
APLICANDO CONHECIMENTOS
1. Em seu caderno, copie as alternativas em que não existe certeza sobre a realização das ações. a) Se os principais jogadores da seleção não se sentissem estrelas, teriam mais foco nos treinos. b) Muitos jogadores, após a fama, envolvem-se em escândalos. c) Talvez Neymar inaugure mais um instituto. d) Neymar poderá inaugurar mais um instituto. Alternat ivas “a”, “c” e “d”.
2. Leia a frase a seguir e reescreva-a no caderno, alterando o tempo verbal para o pretérito do subjuntivo. Quando todos os alunos estuda rem, teremos resultados melhores. Se todos os alunos estudassem, teríamos resultados melhores.
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3. Imagine o que você fará quando tiver 18 anos. No caderno, escreva um pequeno parágrafo falando de seus desejos: •
Inicie seu texto do seguinte modo: Quando eu...
•
Continue o texto com a expressão: Se eu tiver...
•
Finalize o texto falando de suascertezas: Com certeza eu...
Troque os textos com um colega e verifique que modos verbais foram empregados em cada um deles. Prática de leitura
Texto 6 – Poema Fla-Flu Agonizava. Mas com o radin ho. Junto à orelha O jogo do seu time ele esc utava. Esperando E agoniza ndo, Ele torcia E não morria. Mas qua ndo aconteceu o g ol, Ele morreu feliz, Feliz morreu.
h a t ó J
E nem ficou sabendo Que o gol que ele esperava Não valeu. NUNES, Max. O pescoço da girafa: pílulas de humor por Max Nunes. São Paulo: Companhia das Letras, 1997.
CONFRONTANDO TEXTOS
1. De que maneira a pessoa mencionada no poema “Fla-Flu” acompanhava o jogo? Pelo rádio, agonizando, esperando, torcendo.
2. Que fato descrito no texto demonstra a paixão dessa pessoa por futebol? Ele morreu feliz quando ouviu o gol de seu time.
é a relação entre o título e o corpo do poema? 3. Qual O poema conta o que aconteceu com um torcedor durante uma disputa de futebol, em que dois grandes times cariocas se enfrentavam, segundo o título, Fla-Flu, isto é, Flamengo e Fluminense.
textoscarentes “Não somos macacos”, 4. Releia to paraos famílias da Praia Grande”“Corinthians e “Fla-Flu”.(2) × Palestra (1)”, “Neymar inaugura institua) Aponte as principais semelhanças e diferenças entre os quatro textos.
Embora todos abordem, de alguma forma, o tema futebol, eles apresentam algumas diferenças: cada um focaliza um aspecto do esporte; eles pertencem a gêneros textuais diversos e empregam linguagem específica do gênero que d esenvolvem.
b) Escreva qual aspecto do futebol cada um dos textos enfocou.
“Não somos macacos” aborda a questão do racismo no futebol; “Corinthians (2) × Palestra (1)” e “Fla-Flu”, a emoção de torcedores durante uma partida decisiva com seu time; e “Neymar inaugura instituto para famílias carentes da Praia Grande”, o envolvimento de um jogador de futebol famoso em ações sociais.
c) Indique o gênero de cada texto. 94 7TL.indb 94
“Não somos macacos” é um artigo de opinião; “Corinthians (2) × Palestra (1)” é um conto; “Neymar inaugura instituto para famílias carentes da Praia Grande” é uma notícia e “Fla-Flu” é um poema.
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Produção de texto
Notícia Agora, é a sua vez de produzir uma notícia. Os textos escritos por você e por seus colegas resultarão em um jornal-mural disponível para toda a escola. Por essa razão, a atividade se divide em duas etapas. Para realizá-las, siga os passos propostos a seguir: PLANEJE SEU TEXTO
Antes de produzir a notícia, responda às questões do quadro de planejamento em seu caderno. O quadro pode ser considerado tanto para as orientações dadas na primeira quanto na segunda etapa.
Para escrever a notícia 1. Qual é o público leitor do texto?
Colegas de turma, professores e funcionários da escola.
2. Que linguagem vou empregar?
Professor, oriente os alunos na adequação da linguagem da notícia ao público leitor. No caso dos leitores indicados, a linguagem do texto pode tender à informalidade, mas sem exageros.
3. Qual é a estrutura que o texto vai ter?
Título e organização do corpo da notícia em parágrafos.
4. Onde o texto vai circular?
Em um jornal-mural.
ORIENTAÇÕES PARA A PRODUÇÃO Etapa 1
Produzindo uma notícia •
•
Anote no caderno as informações necessárias para sua produção. Reveja, também, as principais características do gênero notícia para aplicá-las a seu texto: a notícia deve apresentar um fato, conter um título chamativo e localizar o leitor em relação ao fato apresentado. Identifique, portanto, no texto anterior, qual é o fato a ser noticiado.
•
Imagine qual será o público que deseja atin gir, pois a linguagem deve ser adequada ao público leitor.
•
Lembre-se de que o texto precisa responder às perguntas básicas no lide.
•
Escreva o texto de maneira que o leitor perceba que a notícia é atual. Para isso, faça uso adequado dos verbos, tanto no título (que geralmente apresenta o verbo no presente) quanto no corpo da notícia (que geralmente apresenta o verbo no passado).
•
Use parágrafos para organizar o texto.
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O título da notícia deve ser breve e chamar a atenção do leitor.
Etapa 2
Agora repórter Nesta você etapa, éo o professor formará grupos e você e seus colegas se transformarão em repórteres. Vocês sairão em busca de notícias da escola, do bairro ou da comunidade. •
Cada grupo deve coletar fatos que possam se transformar em uma boa notícia. Se possível, entrevistem pessoas para obter as informações necessárias ao que deseja noticiar.
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• •
Registrem os dados coletados, anotando-os de maneira organizada e com os detalhes que julgar relevantes. É chegada a hora de produzir a notícia, observando as características principais desse gênero textual, revendo as orientações dadas na primeira etapa. Depois disso, todos os grupos devem reunir as notícias produzidas, em um jornal-mural, com todas as novidades da escola e do bairro. Escolham um título para o jornal. Esse nome precisa ficar bem visível. Divulguem a data da publicação entre todos que participam da comunidade escolar.
AVALIAÇÃO E REESCRITA Após terminar a produção, avalie se os itens básicos estão contemplados no texto e se os itens do quadro de planejamento foram cumpridos. Verifique a ortografia e a pontuação. Observe se as informações acerca do fato noticiado estão presentes no lide. Leia o texto completo e verifique se a sequência de informações está exposta de forma clara para o leitor. Passe o texto a limpo e leia-o em voz alta na sala de aula.
Hora da pesquisa
História de um esporte
Professor, antes de iniciar a atividade, explique-a aos alunos e divida-os em grupos. Depois, peça que deem sugestões de esportes cuja história eles gostariam de conhecer. Seria interessante distribuir uma modalidade para cada grupo.
Que tal pesquisar sobre a história de um esporte? Descubra quem o inventou, em que época isso ocorreu, em que países ele é mais praticado, quem são os maiores esportistas dessa modalidade etc. Monte um dossiê com esses materiais, ou seja, uma coleção de documentos sobre o esporte e a vida das personalidades que você escolheu. Combine com o professor como o trabalho pode ser divulgado. A turma pode expor os documentos em um mural, na biblioteca, na sala de leitura, na sala ambiente de alguma disciplina relacionada ao tema desse trabalho ou em outro espaço que os colegas e o professor julgarem adequado.
Leia mais Neste capítulo, você leu textos publicados em jornais. Há jornais de grande circulação e jornais locais. Que tal conhecer um pouco mais dos jornais de sua região, aqueles que trazem notícias do seu estado, de sua cidade ou até mesmo do seu bairro? Pesquise alguns exemplares desses jornais, leve-os para a sala de aula e, sob a orientação de seu professor, reservem um momento para realizar a troca desses materiais. Aproveite para se atualizar sobre os fatos que cercam o cotidiano das pessoas que vivem mais perto de você. Professor, caso o aluno não tenha possibili-
de realizar essa sugestão, solicite a ele Preparando-se para o próximo capítulo dade que conte sobre um espetáculo a que já tenha assistido. Verifique também a possibilidade de levar os alunos ao teatro.
Você já parou para pensar no que há por trás das belas histórias que são encenadas em tantos lugares e por tanta gente por aí? Em sua opinião, o teatro é um trabalho individual ou coletivo? Você já se imaginou em cima de um palco? Você toparia esse desafio? Para entrar em cena no próximo capítulo, seria interessante assistir a uma peça de teatro. Procure realizar essa atividade e, depois, conte sua experiência para seus colegas. 96 7TL.indb 96
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O L U ÍT P A C
2
A IMAGINAÇÃO EM CENA
Professor, neste capítulo, os alunos terão a oportunidade de ler textos dramáticos e sistematizar esse gêne ro de texto. A segunda parte, que tem início com outra sequência Prática de de leitura , apresenta um trabalho de leitura e compreensão de enunciados, com base no gênero trabalho escolare no gêneroresposta. Caso julgue conveniente , trabalhe simultaneamente as duas práticas de leitura, pois a segunda etapa deste capítulo prioriza o trabalho com as habilidades de leitura e construção de respostas, especialmente aquelas que envolvem comparação/relação.
Para começo de conversa Resposta pessoal.
1. O que você vê nesta fotografia? k c o t s n it a L / is rb o /C a g a R te s u F é s o J
Teatro de Epidaurus, patrimônio mundial da Unesco. Argólida, Grécia.
2. Imagine: O que significa o lugar retratado na foto? Para que ele serve? Professor, depois de ouvir as hipóteses ou os conhecimentos dos alunos sobre a fotografia apresentada, informe-os de que se trata do Teatro Epidaurus, conhecido por sua excelente acústica. Era usado, na Grécia Antiga, para realizar rituais cênicos em adoração aos deuses. O teatro de arena atual remonta a esse modelo. O texto a seguir trata desse assunto.
3. Leia o texto a seguir para descobrir mais informações sobre o local retratado. Tragédias e comédias
As peças de teatro na Grécia antiga contavam histórias dos mitos gregos, nas quais os deuses eram muito importantes. Elas pass aram a ser representadas em espaços especiais, que são parecidos com os teatros de hoje. Eram constr uções em forma de meia-lua, cavadas no chão, com bancos parecidos com arquibancadas, chamados teatros de arena. Um dos mais famosos está em pé até hoje, em Atenas, na Grécia, e se chama Epidaurus. Uma coisa curiosa n as encenações é que só os homens podiam atua r, já que as mulheres não eram consideradas cidadãs. Po r isso, as peças gregas eram encenadas com grandes máscaras! Existiam dois tipos de peças: as tragédias e as comédias. As tragédias eram histórias dramáticas, e mostravam homens que, por não aceitarem a vontade divina, acabavam em maus bocados. Os autores de tragédia g rega mais famosos foram Ésqu ilo, Sófocles e Eurípides. As comédias eram histórias engraçadas chamadas sátiras, que são gozações da vida. Um grande autor de comédia grega foi Aris tófanes. Todos esses autores influenciaram muito o teatro que veio depois, e suas peças são encenadas até hoje. Canal Kids. História do teatro. Disponível em: . Acesso em: 6 abr. 2015.
4. E você, já foi ao teatro? Em caso afirmativo, conte a experiência para seus colegas.Resposta pessoal. 97 7TL.indb 97
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Prática de leitura
Texto 1 – Texto dramático ANTES DE LER
1. Leia as informações do quadro que inicia o texto a seguir. Observe suas características e
responda: Qual é a finalidade do texto “A fuga”?É um texto teatral, para ser representado. 2. No texto, algumas palavras foram substituídas pelo símbolo ▲. As palavras que faltam estão
no quadro a seguir. Copie-as no caderno na ordem em que devem aparecer no texto. para, na, da, em, na, desde, pelos, com.
pelos
da
com (2x)
para
na (2x)
em
desde
A fuga MARIA LÚCIA (lugar-tenente) HELENA (chefe) JORGE (chefe) GABI (medrosa) LÚCIA (medrosa) JOANA (quieta) MARIA NA (brigona)
m e rl A to a n e R
RENATA JULIANA PAULO (Uma casa vazia só com um telefone. O bando chega, menos Paulo e Juliana.) HELENA GABI JORGE JOANA HELENA GABI JORGE RENATA MARIA LÚCIA JOANA HELENA JOANA JORGE GABI
É aqui? De quem é essa casa? É do meu pai. Está desalugada. E se descobrem? Como vão descobrir? E se chamam a polícia? Claro que vão chamar a polícia, mas nunca vão pensar que viemos▲ uma casa vazia. E quando é que a gente vai viajar? Calma, Renata. Primeiro a gente se instala aqui. Minha mãe vai ficar muito nervosa. E não é isso que a gente quer? Quando eles ficarem bem velhos a gente telefona e exige respeito. Vou telefonar agora. Vai coisa nenhuma. Primeiro o susto. Depois a gente apresenta nossas reivindicações. Não quero, não.
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RENATA Nem eu. Quero a minha mãe. HELENA Olha aqui, menina covarde, se você pegar neste telefone vai se ver comigo. JOANA Cadê Juliana e o Paulo? HELENA Devem estar chegando. Olha▲ janela, anda Gabi. (Gabi volta.) GABI Lá vêm eles. (Entram Juliana e Paulo cheios de compras de supermercado.) JULIANA Legal esta casa. PAULO Compramos tudo. MARIANA Trouxe o meu Toddy? PAULO Não. Nescau. MARIANA Mas eu pedi Toddy. PAULO E daí? MARIANA Você é um chato. PAULO Leite, Nescau, pão, chocolate. MARIANA Me dá um. HELENA Agora não. Temos que economizar. GABI (Gorda.) Quando é o almoço? HELENA Calma, Gabi. Primeiro vamos nos instalar. Vamos ver a casa. GABI Tô com uma fome! (Saem Helena, Jorge, Maria Lúcia, Mariana, Juliana e Paulo.) LÚCIA Não sei o que estou fazendo aqui. GABI Nem eu. RENATA Vamos fugir? LÚCIA Helena me mata. GABI LÚCIA RENATA GABI LÚCIA RENATA GABI RENATA GABI RENATA GABI LÚCIA RENATA LÚCIA
m e rl A to a n e R
Será que isto vai dar certo? Se os pais ▲ gente caírem, dá. Meu pai não vai cair e ainda vai me dar uma surra. O que é que vocês vão pedir? Vou exigir que papai se case de novo com mamãe. Mas isto não vale, nós combinamos. Isto é assunto deles. A gente não pode se meter. Eu vou exigir da minha mãe que ela fique mais ▲ casa. Mas por que é que ela tanto sai? Cabelo, unha, jogo, amigas. Mas ela não está separada do teu pai, está? Não, isto não. Mas é pior. Está separada da gente. Vive▲ rua. À minha, vou exigir que pare de me pôr de castigo quando não estudo. Afinal, não sou mais uma criancinha. Ao meu pai, que pare de tanto viajar e depois pare também de fingir que é um pai bom. O que ele faz?
ENATA
R LÚCIA RENATA
Quando acima dechega tudo. de viagem começa a beber, a ler jornal e ainda diz que ama a família E vocês, que fazem? A gente vê logo que é bafo porque ele só pensa em ganhar dinheiro. Bebe, bebe, bebe e dorme. Mamãe diz que ele está cansado e assim ele nunca conversou com a gente. Ignora nossa existência. E compra a gente com dinheiro. Por isso é que pude dar mais para o bolo.
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LÚCIA
Valeu!... O meu, para dizer a verdade, prefere ler jornal a conversar com a gente. (Voltam os outros.) HELENA A casa está toda depredada. JORGE O único lugar bom é este aqui. MARIA LÚCIA Acho melhor a gente se arrumar aqui mesmo. MARIA NA Cadê o rádio, Jorge? JORGE Tá aqui na mochila. Será que dizem alguma MARIA NA Liga. Tácoisa? na hora das notícias. m e rl (Ouve-se música, depois a voz do repórter.) A o t a n REPÓRTER (Alto-falante.) E de novo o caso do desae R parecimento de 10 crianças de um dos bairros mais elegantes da cidade. Depois dos comerciais. “Se você se sente presa, incomodada, use Sempre Livre.” E agora ouviremos o apelo de Dona Lúcia, mãe de uma das crianças. MARIA NA É mamãe! VOZ Estou desesperada. Minha filhinha querida sumiu de casa ▲ ontem. Não aguento mais. Minha filhinha adorada foi raptada, garanto! MARIA NA Agora sou filhinha adorada! Nunca deu a menor bola para mim. Vivia na rua. Seus clientes eram muito mais importantes. TODOS Psiu!!! REPÓRTER Vai falar o Dr. Souza Aguiar, pai da menina Helena. PAI Se é dinheiro que querem estes raptores, pago o que quiserem. Quero minha filhinha de volta. HELENA Ué, hoje não é dia de jogo? O que é que ele está fazendo no rádio? JORGE Desliga isto. (Desligam.) JULIANA E agora, gente? PAULO Deixa eles sofrerem um pouco. JOANA Minha mãe, garanto que ainda nem reparou. Est á ocupada demais com o novo namorado. M ARI ANA Os meus vão ter que ver comigo. Me prendem tanto em casa que não vou a uma festa! JULIANA A minha mãe vai largar meu pai, não é? Pois então vou largar ele também. MARIA LÚCIA Tô com fome. HELENA Vamos comer. (Aparece um aluno com uma tabuleta ou o alto-falante anuncia: três dias depois, todos estão caídos ▲ cantos, meio desgrenhados.) MARIA LÚCIA Tô com fome. RENATA Eu também. HELENA Para de ter fome, Maria Lúcia. GABI ir para casa! RENATA Quero minha mãe. HELENA Covardes! JORGE É preciso aguentar mais um pouco. MARIA NA E você vai arrumar mais comida, vai?
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JORGE MARIANA HELENA JULIANA GABI JOANA PAULO JOANA HELENA
Claro que vou. Com que dinheiro? Acabou tudo. Também, vocês comem demais. E você, não? Não quero mais fugir não. Quero meu pai! Estou me sentindo mal. Tô com dor de barriga. Essa casa é uma droga. Não sei quem teve essa ideia! Quero voltar para minha casa. Quero meu pai, quero minha mãe. Mas sua mãe não é uma chata?
JOANA É chata, sim, mas eu quero ela! GABI Estou toda torta. Não aguento mais dormir neste chão. Quero minha cama. MARIA LÚCIA Tô ▲ fome. JOANA Droga! Droga! Droga! JORGE Então vamos telefonar para nossos pais e fazer as reivindicações. JULIANA Não quero reivindicação nada, quero minha mãe! HELENA Vou ligar o rádio. (Toca alguma música da moda.) JORGE Vamos dançar. (Os dois tentam dançar.) MARIANA Dançar coisa nenhuma! Quero minha mãe. (Todos gritam em cima da música.) TODOS Quero minha mãe!! Quero meu pai! Quero minha casa! MACHADO, Maria Clara. Exercícios de palco. 2. ed. Rio de Janeiro: Agir, 1996.
POR DENTRO DO TEXTO
1. Por que as crianças fugiram de casa? O que reivindicavam? Reivindicavam mais atenção dos pais, possibilidade de convivência com eles e mais liberdade.
2. É possível supor a idade das personagens? Como você chegou a essa conclusão?
As personagens devem ter uma idade aproximada de 9 a 11 anos. A rádio anuncia o desaparecimento de crianças. O teor da conversa durante a peça auxilia na formação de uma ideia a respeito disso.
3. É possível afirmar que todas as personagens que falam no texto encontram-se no mesmo espaço físico? Explique sua resposta.
Não, as crianças estão em uma casa vazia, desalugada, mas, no texto, ainda aparecem falas do repórter e dos pais das crianças desa parecidas, que estão em outro lugar, no estúdio de uma estação de rádio.
4. Em determinado momento da narrativa, há uma mudança de direção na história. Que mudança é essa? Localize no texto a frase que introduz esse momento.
Com o tempo, as crianças começam a se cansar da situação e sentem fome e saudade da família. A frase que inicia essa mudança Apareceé:um “( aluno com uma tabuleta ou o alto-falante anuncia: três dias depois, todos estão caídos pelos cantos, meio desgrenhados.)”
5. Depois dos acontecimentos descritos na história, a que conclusão as crianças chegaram a respeito
da vida que levavam com os pais? Chegaram à conclusão de que, apesar de tudo, era melhor a vida em casa com os pais do que a aventura. TROCANDO IDEIAS
1. Em sua opinião, a saída das crianças de casa poderia provocar uma mudança de atitude dos pais e dos filhos? Por quê? Resposta pessoal.
2. Se você vivesse problemas parecidos com os das personagens, o que faria para tentar resolvê-los? Resposta pessoal.
3. Em sua opinião, a que público se dirige essa peça? Por quê?
Resposta possível: A peça se dirige ao público em geral, inclusive aos jovens. Ela tanto interessa aos filhos como aos pais, pois enfoca problemas comuns nas famílias.
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TEXTO E CONSTRUÇÃO 1. Em quanto tempo se passa a história? Que recurso a autora utilizou para indicar esse tempo? Três dias. Um aluno entraria no palco com uma tabuleta para anunciar esse tempo ou ele seria informado por um alto-falante.
2. Nesse texto, é possível identificar claramente algum narrador? Não, no texto não há o registro claro de alguém que conta a história.
3. No texto dramático, para que servem as expressões entre parênteses?
Elas servem para indicar características, gestos ou ações das personagens, além de detalhes sobre cenário, sonoplastia etc.
IMPORTANTE SABER
Em textos dramáticos ou teatrais, geralmente são encontrados os seguintes elementos: •
um conflito ou problema que desencadeia a ação; personagens que realizam as ações;
•
um lugar onde ocorrem as ações;
•
um tempo em que transcorrem os acontecimentos. Lembrando que há o tempo real (duração da peça) e o tempo imaginário (aquele que o autor nos faz supor ser o de duração da ação dramática);
•
um enredo com três partes: apresentação, desenvolvimento e desfecho;
•
uma ideia central. Nos textos dramáticos, as informações entre parênteses servem para indicar o que fazem as personagens, detalhes sobre cenário, iluminação, sonoplastia, ações dos contrarregras etc. Essas informações que se encontram entre parênteses são chamadas de rubricas. As rubricas são muito importantes na leitura de um texto teatral, já que as peças não costumam ter um narrador identificado e a composição do espetáculo se dá por meio desse conjunto de recursos e ações. •
Na trilha da oralidade
Marcas de oralidade no texto dramático
Professor, esta seção faz um estudo sobre as marcas de oralidade no texto dramático o ral e escrito. Para real izar as atividades propostas a seguir, consulte o Manual. Caso não haja condições para gravar o texto, é possível realizar a análise atribuindo a cada grupo, dupla ou trio de alunos uma função específica de observação e anotação. Converse previamente com eles sobre o que irá acontecer, o que vão observar sobre a atuação dos colegas etc.
No primeiro momento desta seção, o estudo da língua será feito com cenas do texto dramático “A fuga”, que serão encenadas por alguns alunos de sua turma. Os outros alunos cuidarão da análise da oralidade, sob a orientação do professor. As próximas atividades podem ser feitas de duas maneiras diferentes. Proposta 1
A turma vai comparar a realização do texto oral, encenado pelos alunos, com o texto srcinal escrito, por meio da análise da gravação em áudio ou vídeo. Para isso, são previstas as seguintes etapas: •
O professor grava a apresentação dos alunos e forma grupos para ouvir ou ver o vídeo da gravação e analisá-la.
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•
•
Sob a orientação do professor, cada grupo analisará diferentes aspectos da realização do texto oral. Após o término das análises, os grupos devem partilhar os resultados e responder oralmente às próximas questões.
Proposta 2
A turma vai comparar a realização do texto oral, encenado pelos alunos, com o texto srcinal escrito. A turma será dividida em grupos de observação, cada um com uma tarefa específica. Para isso, são previstas as seguintes etapas: O professor forma grupos de alunos e atribui a cada um deles a tarefa de observar um dos aspectos do discurso oral nas representações de teatro. •
•
Após o término das análises, os grupos devem partilhar os resultados e responder oralmente às questões seguintes.
1. Há alguma diferença entre o texto que você ouviu e otexto escrito? Na gravação que você ouviu há palavras, expressões ou frases diferentes do texto srcinal? Vamos pensar mais sobre isso?
Professor, um exercício eficaz de análise da língua é comparar como se dá a atualização oral de um texto escrito. Uma boa oportunidade para desenvolver este trabalho é gravar a dramatização e depois analisar. Veja orientações no Manual.
2. As palavras, expressões ou frases diferentes, acrescentadas ou modificadas pelos alunos,
que não, que os alunos-atores tenham respeitado a ideia principal do texto srcinal. Se alteraram o conteúdo geral do texto? Espera-se for necessário, repita a gravação até que os alunos consigam anotar os dados para a realização da reflexão coletiva posterior.
3. Alguém falou ao mesmo tempo que outro colega? Comente o que você observou.
Resposta pessoal.
4. Você conseguiu entender todas as frases pronunciadas na dramatização? Por que você acha que isso aconteceu? Resposta pessoal.
5. As mudanças, que apareceram no texto dramatizado, prejudicaram o entendimento da história? um dos objetivos desta atividade é fazer com que o aluno perceba as diferenças entre as realizações das modalidades oral e escrita da língua. Por quê? Professor, Contudo, como há casos em que o texto escrito também acomoda marcas de oralidade, é preciso oferecer a eles a oportunidade de contrapor as duas situações. Essa etapa do trabalho será contemplada nas próximas atividades.
6. Releia o trecho a seguir, retirado do texto “A fuga”: HELENA JORGE MARIA LÚCIA MARIA NA JORGE MARIA NA
A casa está toda depredada. O único lugar bom é este aqui. Acho melhor a gente se arrumar aqui mesmo. Cadê o rádio, Jorge? Tá aqui na mochila. Será que dizem alguma coisa? Liga. Tá na hora das notícias.
a) Pense na maneira como as pessoas costumam conversar. Você acha que o modo de falar representado no trecho é parecido com a maneira como as pessoas conversam espontaneaideia de que a escrita é sempre formal e a fala sempre informal. A formalidade e a informalidade são usos Professor, da língua, evite e nãoacaracterísticas das modalidades oral e escrita. mente? Por quê? Sim. b) Localize no texto 1 palavras e expressões que você acha que se parecem com o jeito espontâneo, mais livre de falar. Exemplos possíveis:M“ Me dá um.”; L“ Valeu!...”; M“ L Tô com fome.”. c) Em sua opinião, por que o texto procura representar a fala das personagens dessa maneira? ARIANA
ÚCIA
ARIA ÚCIA
Resposta possível: Para tornar as personagens mais verossímeis, mais próximas à realidade.
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Reflexão sobre o uso da língua
Preposição 1. Na atividade da seção Antes de ler, você completou o texto com algumas palavras dadas. Veja agora dois exemplos:
Se os pais da gente caírem, dá. Está separada da gente. Vive na rua. a) Leia as frases sem as palavras destacadas. Que efeito a ausência delas provoca no sentido das frases? Espera-se que os alunos percebam que elas ficam incompletas, com o sentido comprometido.
b) Leia outra frase do texto e substitua a palavra “com” pela palavra “sem”: Tô sem fome.
Tô com fome. c) Se essa troca de palavras fosse feita no texto, o sentido se alteraria? Explique. Sim, a frase perderia o propósito no texto, pois as personagens demonstram indignação por estarem sofrendo privações.
2. No texto a seguir faltam palavras que estabeleçam relação de sentido entre alguns termos. Reescreva-o, em seu caderno, substituindo os símbolos porelementos responsáveis por relacionar um termo a outro. pro, de, de, de, de, na, de, em, na.
Avião Cena curta na ponte aérea. Passageiro procurando puxar conversa: Vai ▲ Rio? Passageiro que não quer conversa: Vou. Meu nome é Alfredo, tenho cinquenta e oito anos, trabalho numa companhia ▲ seguros, sou casado, pai ▲ dois filhos, um ▲ dez, outro ▲ doze, minha mulher se chama Helena, moro ▲ Gávea, sou Flamengo e não abro, tenho um irmão advogado, não f umo, não bebo, o c usto ▲ vida está uma desgraça e ainda não sei ▲ quem vou votar ▲ próxima eleição. Ah! Ia me esquecendo: já fui operado da próstata e agora com licença que eu quero ler o jornal. NUNES, Max. O pescoço da girafa: pílulas de humor. São Paulo: Companhia das Letras, 1997.
IMPORTANTE SABER
Chama-se preposição a palavra invariável que tem a função de ligar dois termos e estabelecer relações entre eles. Nas relações estabelecidas pela preposição, o segundo termo explica ou completa o primeiro. Observe: da Os pais gente. termo 1
preposição
termo 2
Vive
na
rua.
termo 1
preposição
termo 2
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Clara e Joana
conversaram termo 1
sobre
a prova.
preposição
termo 2
Observe algumas preposições: a, ante, após, até, com, contra, de, desde, em, entre, para, por, sem, trás, sob, sobre. Quando duas ou mais palavras se juntam com valor de preposição, temos uma locução prepositiva. Exemplo: Professor, os alunos poderão conhecer outras locuções prepositivas Apêndice no . Eram construções em forma de meia-lua, cavadas no chão, com bancos parecidos com arquibancadas. Às vezes, a(apreposição outra palavra. + o) ao se une a uma palavra, resultando em(de + esta) destaObserve: (a + os) aos (em + o) no (a + onde) aonde (em + um) num (de + o) do (em + isso) nisso Nesses casos, dizemos que houve uma contração da preposição com palavras de outras classes gramaticais. Veja mais exemplos de preposições no Apêndice. •
Que função têm as palavras que vocêencaixou no texto 1 ena atividade 2? A função de relacionar dois termos, estabelecendo uma ligação entre as palavras do texto.
Professor, a charge foi publicada em junhode 2013, no contexto das manifestações populares que mobilizaram
APLICANDO CONHECIMENTOS o país. Seria interessante solicitar aos alunos que façam uma pesquisa ou fornecer a eles informações que pudessem contextualizar de que forma ocorreram os protestos e oteor da crítica feita pela charge.
1. Leia a charge a seguir, publicada após alguns episódios de confrontos entre policiais e civis em manifestações populares:
e k u D
Portal do torcedor. Charge do Duke! Segue o jogo. Disponível em: . Acesso em: 10 fev. 2015.
105 7TL.indb 105
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a) A linguagem utilizada no texto é própria de qual área?Do futebol. b) Ao relacionarmos o texto às imagens, observamos que há ambiguidade, ou seja, as palavras são usadas com duplo sentido. Copie o quadro a seguir em seu caderno e explique o significado das palavras em cada contexto. Observe o exemplo:
No contexto do confronto mostrado na charge
No contexto do futebol Bomba
Umgrandechute.
Barreira
Jogadores posicionados em frente ao gol para defender um chute.
Bombadegás.
Ataque
Jo gad or es a ta can te s pa rt em c om a b ol a em d ir eçã o ao g ol.
Defesa
Jogadores que ficam próximos ao gol para impedir gols do adversário.
Pessoas que estão à frente nas manifestações. Po lic ia is a ta ca m os m an if estan te s. Pessoas que defendem ideias em uma manifestação.
c) Transcreva as contrações prepositivas usadas na charge.Da (de + a), na (em + a), no (em + o). d) Transcreva as demais preposições usadas na charge.“De”, “sobre”, “por” e “contra”. e) Qual é a importância das preposições na construção das frases que compõem a charge? Espera-se que o aluno perceba que as preposições ligam as palavras, estabelecendo uma relação de sentido entre elas.
2. Observe a reprodução do cartaz de campanha a seguir e responda ao que se pede: n a tr a n e /D e d ú a S a d
a) Como podemos interpretar a imagem O cartaz mostra uma moça, caracterizada como do cartaz? Branca de Neve, personagem do universo infantil, apresentando uma mensagem p ara a segurança no transporte de crianças no trânsito.
b) Qual é a finalidade desse cartaz?
o ri é t is n i M
c) Releia este trecho do cartaz: “Todos os anos, mais de mil crianças morrem em acidentes [...]”. Que preposições aparecem nessa frase? “de”, “em”. d) Chamamos de contração a junção da preposição com palavras de outras classes gramaticais. Retire da chamada, ou seja, do título do cartaz, três contrações e explique como foram em (preposição) + o (artigo); formadas. No: da: de (preposição) + a (artigo); dos: de (preposição) + os (artigo).
Todos os anos, mais de mil crianças morrem em acidentes no trânsito. Precisamos fazer alguma coisa. No carro, crianças até sete anos têm que estar em uma cadeirinha especial e as de sete a dez anos, no banco de trás e com cinto. Ao atravessar a rua, olhe para os dois lados, respeite a sinalização e segure a criança pelo pulso. Além disso, não deixe as crianças brincarem perto de ruas. Os lugares seguros são parques, praças e quadras fechadas, sempre com a presença de um adulto. Com a ajuda de todos, um grande problema pode ter uma simples solução.
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Denatran. Campanha “Ajude a salvar nossas crianças. Cuide delas no trânsito”. Out. 2008. b) Conscientizar os adultos sobre a necessidade de não transportar crianças com menos de dez anos no banco da frente dos automóveis, e também não transportar crianças com mais de dez anos no banco da frente sem cinto de segurança. Essas e outras obrigatoriedades estão previstas na Leion9.503/97, que institui o Código de Trânsito Brasileiro.
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3. Agora, observe a capa de livro reproduzida a seguir: s a tr e L s a d ia h n a p m o C
AMADO, Jorge. Capitães da Areia. São Paulo: Companhia das Letras, 2008. •
Essa é a capa de um livro muito famoso de Jorge Amado, que retrata a vida de um grupo de menores em situação de rua que se escondem em um velho armazém em uma das praias da Bahia.
a) No título do livro, o termo “da” é uma preposição ou contração? Justifique sua resposta. O termo é uma contração, formada pela preposição “de” mais o artigo “a”.
b) Com base na pequena explicação sobre o enredo do livro, levante uma hipótese: Por que o título é “Capitães da Areia”, em vez de “Capitãesde Areia”?
Resposta pessoal. Sugestão de resposta: ao usar “da” no lugar de “de”, a ideia que fica é a de que os meninos capitaneiam as areias, são responsáveis por essas, vivem nelas. Se fosse usado “de”, a ideia seria outra: a de que são feitos de areia.
4. Uma preposição estabelece uma relação de sentido entre dois termos de uma frase. Observe as relações que a preposição “de” pode estabelecer na coluna da esquerda e, em seu caderno, associe-as a um exemplo adequado na coluna da direita. 1-d; 2-c; 3-g; 4-b; 5-a; 6-e; 7-f.
Relação
Exemplo
1–origem
a –ViajamosdecarroparaRecife.
2–conteúdo
b–Derrubouumcopodevidro.
3–posse
c–Derrubouumcopodevinho.
matéria –4
Eu d –venho
meio –5
Morreu e– de fome.
6–causa 7–autoria
de família humilde.
f– AdoroouvirmúsicasdeChicoBuarque. g–EsteéocarrodeJoão.
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Professor, embora este texto complemente a sistematização do assunto tratado neste capítulo, ele será retomado após o texto dramático de Sylvia Orthof na seção Por dentro do texto . Desse modo, é importante fazer com os alunos uma leitura coletiva, comentando cada item do glossário e estabelecendo uma relação entre o que os alunos já sabem sobre a estrutura da narrativa e as explicações de algumas palavras do glossário.
PARA VOCÊ QUE É CURIOSO
Pequeno glossário sobre teatro Ação
Clímax
Tudo o que acontece em uma peça de teatro, Ponto máximo do conflito dramático, que evolui tudo o que fazem as personagens. gradualmente no decorrer da peça. Primeiro se Exemplo: “Boca pequena fica um tempo coçando esboça, vai se acentuando, até chegar ao apoa cabeça; depois de hesitar um pouco, aperta a geu, denominado clímax. mão de Egeu e parte para o botequim; mestre Egeu retoma seu trabalho, consertando o rádio. Conflito dramático Corina está chegando”. Como disse Ezra Pound: “O modo de expressão, nodrama. É a marca da açãotoda e das opostas Há conflito vezforças que duas ou vá-do teatro, não consiste em palavras, mas em pessoasrias personagens têm atitudes, ideias ou visão que se movimentam na cenaempregando palavr as”. opostas do mundo: amor/ódio, opressor/oprimido etc. Ação exterior Pose ou gesto do ator, visível para o espectador. Ação interior
O pensamento precede o movimento e a fala do ator em cena. Primeiro o ator sente, depois expressa o sentimento pelo gesto e pela palavra. O ato de sentir é uma ação interior. Antagonistas
Personagens da peça que estão em oposição ou em conflito. Ato
Divisão da peça teatral em partes.
Figurino
Conjunto de vestimentas e acessórios, usados pelos atores em cena. Iluminação
A iluminação no teatro deve ser adequada às exigências do texto dramático. Possui três funções: a) iluminar as personagens em ação; b) iluminar os ambientes criados pela cenografia; c) criar efeitos luminosos em geral.
Na escola, raramente se trabalha com iluminação, em virtude da falta de material adequado. Pessoa que possui uma faculdade natural de imi- No entanto, podem-se usar lanternas, velas etc. tação, de expressão e de identificação com a per- Utiliza-se papel-celofane para conseguir a variasonagem que representa em uma peça teatral. ção de cores. Ator
Cena
No decurso da história do teatro, esse termo vem sendo empregado para designar diversos aspectos dramáticos do cenário, do espaço cênico e do palco: divisão do ato da peça teatral, momento de uma peça. Nas atividades de expressão desenvolvidas em sala de aula, cena é um conjuntode ações sucessivas em torno de um tema. Cenário
Marcação ou rubrica
Movimentação dos atores em cena, dependendo do texto da peça teat ral: entradas, saídas, posturas. A marcação ou rubrica pode ser representada por anotações gráficas ou maquetes. Protagonista
personagem da peça dramática. Conjunto de elementos organizados no espaço Principal Pessoa que ocupa lugar de destaque em um cênico; compõe o lugar, ou lugares, onde acontecem as ações dramáticas interpretadas pelo ator. acontecimento. Clima
Sonoplastia
Atmosfera resultante da expressão de sentimen- Conjunto de sons vocais ou instrumentais criato (angústia, revolta, amor etc.) no decorrer de dos para sublinhar ações de uma cena, em texto uma apresentação teatral. dramático ou não dramático. 108 7TL.indb 108
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Momento de ouvir
Professor, o texto “Teatro vivo na escola” (fragmento) está no Manual.
Que tal conhecer mais uma peça de teatro? Preste atenção à história que seu professor vai ler.
Prática de leitura
Texto 2 – Trabalho escolar
Professor, as próximas atividades visam trabalhar o gênero resposta, desenvolvendo algumas habilidades, como interpretação de enunciados diversos, seleção e localização de informações, inferência, comparação/relação e síntese. Esse trabalho não pretende esgotar essas questões; essas habilidades precisam ser retomadas em diferentes situações de leitura.
Colégio Aldeia da Serra Nome do aluno: Clara Sales No: 3 Ano: 7o B o Trabalho de Língua Portuguesa – 2 bimestre – Data de entrega: segunda-feira, 22/04
Leia o texto a seg uir e responda às questões propostas:
Os saltimbancos Na Idade Média, lá por volta do século XII, apareceram na Europa companhias de teatro que iam de cidade em cidade. Este teatro já não tinha nada de religioso, e seus atores e atrizes, chamados de saltimbancos, literalmente carregavam a casa nas costas. E não só a casa: os cenários das peças, seus figurinos (as roupas usadas), maquiagem etc. Eles andavam em carroças, sempre em bandos, chamados trupes, e não tinham morada certa. Eles também representavam peças engraçadas ou dramáticas, como os gregos. Hoje, esse teatro itinerante também é conhecido como teatro mambembe. Mas não pense que ficar “ de galho em ga lho” era o sonho da vida dos salt imbancos! É que na época em que eles viv iam, a Ig reja era muito poder osa e implicante, e escolhia o que as pessoas podiam representar, de preferência textos cristãos. E os salti mbancos não queriam saber dessa prisão, pois o negócio del es era usar a cr iatividade e representar o que bem quisessem. Perseguidos pela Igreja e sendo tratados como foras da lei, os saltimbancos começaram a usar máscaras, para não serem reconhecidos. Uma tradição que descende diretamente dos saltimbancos é o circo, que até hoje anda de cidade em cidade apresentando seus números. Canal Kids. História do teatro. Disponível em: . Acesso em: 6 abr. 2015.
1. Qual é o objetivo do texto? 2. Imagine que as informações sobre “Os saltimbancos” tivessem de compor uma revista, mas o
espaço para a publicação fosse muito pequeno. Para resolver esse problema, escreva um resumo do texto. 3. O que é teatro mambembe? Você o considera interessante? Por quê? 4. Faça uma pesquisa sobre as semelhanças e diferenças entre o teatro grego e o teatro mambembe.
Em seguida, escreva um parágrafo comparando-os. 5. O que você pensa sobre o estilo de vida de um saltimbanco?
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POR DENTRO DO TEXTO
1. Você acabou de ler o trabalho de Língua Portuguesa que Clara, uma aluna do 7o ano, deverá fazer. Você teria dúvidas se tivesse de resolver as questões propostas nesse trabalho? Quais? Respostas pessoais.
2. Ao ler o trabalho, Clara teve dúvidas e escreveu ume-mail para a professora a fim de esclarecê-las. Leia-o a seguir:
Oi, professora Ana, como vai? Estou escrevendo porqu e tive a lguma s dúvidas sobre o t rabalho. Como quer o ir muito bem, gostaria de escl arecê-las. Por isso, aí vão min has perguntas: I. Como eu posso identificar o objetivo de um texto? II. O que é um resumo? Como devo fazê-lo? III. Como devo formular uma resposta que pede para eu explicar algo e pede também minha opinião? IV. O que devo escrever em um parágrafo comparativo? Espero que a sen hora me responda. Um beijinho, Clara
•
Em seu caderno, tente responder às questões que Clara fe z à professora. Resposta pessoal.
3. Agora, leia a resposta dada pela professora ao e-mail de Clara: Oi, Cl ara, tudo bem? Fico muit o feliz em s aber que você está se esforçando e deseja ir bem. Tentarei esclarecer suas dúvidas. Vamos lá. I. O objetivo de u m texto é mostrar a intenção principal do autor ao produzi- lo. Você deve pensar: Para que esse texto foi esc rito? II. Resumir é o ato de l er, analisa r e traçar em poucas linha s o que de fato é essencial e mais importante para o leitor. Dicas para fazer u m bom resumo: • Faça uma primeira leitura atenciosa do t exto, a m de saber o assunto geral dele . • Depois, leia o texto por parágrafos, sublin hando as palavras-chave para ser em a
base do resumo. • Logo após, faça o resumo dos parágrafos, baseando-se nas p alavras-chave já d esta -
cadas a nteriormente. • Releia seu texto à medida que for escrevendo para vericar se as ideias estã o claras e
sequenciais, ou seja, bem formuladas e conectadas.
• Ao nal, faça um resumo geral deste primeiro resumo dos parágrafos e verique se
não está faltando nenhuma inform ação ou sobrando alguma. • Por m, analise se os conceitos apresen tados estão de acordo com os do autor, por -
que não cabem comen tários pessoa is no resumo.
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III. Clara, nem sempre achamos a resposta prontinha no texto. Precisamos ler com atenção, entender e explicar com nossas palavras o que é pedido. Depois, para dar nossa opinião , devemos escrever o que pensamos sobre o assunto. É importa nte esclarecermos bem o que pensamos, dando justificativas. IV. Um parágrafo comparativo deve mostrar semelhanças e diferenças entre o que é comparado. Você pode usar expressões como: “As semelhanças entr e X e Y são... Já as diferenças...” ou “Em X, observamos que... Enquanto que em Y...” . Espero tê-la ajudado. Até segunda, Professora Ana TEXTO E CONTEXTO
Agora que você leu as explicações da professora de Clara, responda às cinco questões propostas no trabalho escolar que a menina deve realizar.Professor, as respostas às questões propostas no trabalho escolar estão no Manual. Prática de leitura
Texto 3 – Sinopse Os saltimbancos “Os músicos da cidade de Bremen”, famoso conto dos Irmãos Grimm, ficou mais conhecido no Brasil depois de adaptado para o teatro. Com músicas de Enrique Marti nez e letras de Chico Buar que, o texto alemão passou a ser definisaltimbancos Em resumo, quatro animais muito diferentes entivamente “nosso” o nome de Os tre si buscam u m sósob ideal para suas v idas: escapar .da opressão de seus do nos. O jumento, a gali nha, o gato e o cão representam, poeticamente, cada qual com sua persona lidade, o sonho comum a todo ser humano: derrotar toda forma de tirani a. Na trama, o jumento – cansado de tanto trabalhar sem recompensa alg uma – decide fugi r para a cidade, almejando um emprego como músico. No cami nho, encontra um cachorro, na verdade mai s um animal desiludido com seu antigo dono, pois sempre estava atrelado às suas ordens e nunca tinh a nenhum t ipo de reconhecimento. O jumento , sensibil izado pela hi stória do seu “quase igual” , convida o novo companheiro para seg ui-lo em direção à cidade. Pouco depois, no mesmo camin ho, os dois encontram uma galinha, que também tinha fugido de um malvado dono. Rapidamente, ela se junta à dupla sonhadora. Adiante, enco ntram uma gata que não suportava mais v iver presa, porque, segundo ela, os gatos já nascem l ivres. Por isso, também passou a acompanha r o trio. Os quatro amigos, depois de muito caminhar, chegam à Pousada do Bom Barão, onde imaginavam poder descansar. Ledo engano! Uma placa sinalizava que a entrada de animais era proibida. Resolvem, então, olhar pela janela e, pasmos, veem no i nterior do local... os seus patrões. A pri meira reação do grupo foi fugir para o mato. Em segu ida, os bichos mudaram de ideia. Decidiram, juntos, enfrentar seus ex-donos. Para surpresa de todos, os patrões é que fogem. Como diz a letra da canção: “O anima l é tão bacana, mas também não é nenhum bana na”. [...] Turma do Saltimbancos se apresenta em São Luís. O Imparcial, São Luís, 8 nov. 2013. Disponível em: . Acesso em: 6 abr. 2015.
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POR DENTRO DO TEXTO
1. A que gênero textual esse texto está se referindo? Ele se refere a uma peça de teatro (ou texto dramático).
2. Quais são as personagens de Os saltimbancos? O que se pode dizer sobre cada uma delas?
Jumento: cansado do trabalho escravo, deseja trabalhar como músico; cachorro: desiludido com a falta de reconhecimento de seu dono; galinha: fugiu de seu malvado dono; gata: não suportava mais viver presa, pois tem uma natureza livre.
3. Quando chegam à pousada do Barão, os animais são bem recebidos? Por quê?
Não. Na pousada, há uma placa que proíbe a entrada de animais e, quando veem que seus antigos patrões estão no interior do local, os animais se refugiam no mato.
4. O que acontece quando eles resolvem enfrentar juntos seus ex-donos? A atitude dos bichos, que mostra que eles não são tolos, surpreende a todos e os patrões acabam fugindo.
5. Qual era o sonho comum entre os animais? Derrotar toda forma de tirania, exercer a liberdade.
Os saltimbancos e seus conflitos representam os seres Podemos edizer queproblemas as personagens deda 6. humanos alguns próprios natureza humana? Comente sua resposta. Sim. Como nas fábulas, os animais representam os seres humanos. O sonho comum dos animais simboliza nosso sonho comum de liberdade. No próprio texto é mencionado que os animais representam poeticamenteo sonho comum a todo ser humano.
TEXTO E CONTEXTO
1. Explique a srcem da história de
Os saltimbancos, de
acordo com as informações dadas no texto.
Origina-se do conto “Os músicos da cidade de Bremen”, texto dos Irmãos Grimm, escritores alemães.
2. Identifique em que trecho do texto o autor apresenta dados sobre o contexto histórico da obra. Nas quatro primeiras linhas.
3. Identifique em que trecho o autor começa efetivamente a resumir a história. Na segunda linha do segundo parágrafo, com a expressão “Em resumo, [...]”.
TEXTO E CONSTRUÇÃO 1. Releia os dois primeiros parágrafos do texto e responda às questões a seguir: a) Qual é a finalidade dessas informações iniciais?
Informar ao leitor o contexto da obra: onde se passa, quem a escreveu, em que gênero textual ela está disponível etc.
Divulgaréuma isto é, dardesse informações gerais sobre ela e provocar o interesse, no leitor, de conhecer além do que ali está exposto. b) Qual a obra, intenção texto?
2. É possível afirmar que o texto resume a peça Os saltimbancos? Explique. Sim, pois o texto reconta a história com vocabulário e redação próprios e obedece à sequência da história.
TROCANDO IDEIAS
1. A leitura da sinopse despertou seu interesse com relação à peça?Respostas pessoais. 2. Você gostaria de assistir a uma montagem de
Os saltimbancos?
IMPORTANTE SABER
O resumo é um gênero que circula no meio social em diferentes situações. Ele pode ser menor ou maior, mais ou menos enxuto, conforme as intenções de quem o produz. Essa sinopse, por exemplo, resume o enredo de uma peça teatral com a finalidade de informar o leitor sobre o teor da montagem que ele poderá assistir. Há situações em que um texto apresenta mais do que um resumo, ou seja, mais do que uma simples apresentação concisa dos conteúdos. Nesse caso, trata-se de uma resenha, gênero em que o resumo está presente, mas que também registra informações sobre o contexto de produção da obra, dados sobre sua divulgação e, algumas vezes, o julgamento, a avaliação do autor da resenha. Assim, o resumo pode ser autônomo ou pode integrar outro gênero de texto. 112 7TL.indb 112
Professor, seria interessante trazer para a sala de aula sinopses de filmes, quartas capas ou orelhas de livros, resenhas com avaliação de programação de cinema ou peças teatrais e localizar nesses gêneros a presença do resumo. Depois, escolher um texto que seja apenas o resumo de outro texto, para mostrar aos alunos a possibilidade de o resumo também aparecer de maneira autônoma, mas com função social.
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Reflexão sobre o uso da língua
Discurso direto e discurso indireto 1. Releia este trecho do diálogo entre as personagens do texto “A fuga”. MARIA LÚCIA JOANA HELENA
Calma, Renata. Primeiro a gente se instala aqui. Minha mãe vai ficar muito nervosa. E não é isso que a gente quer? Quando eles ficarem bem velhos a gente
JOANA JORGE
telefona e exige respeito. Vou telefonar agora.
Vai coisa nenhuma. Primeiro o susto. Depois a gente apresenta nossas reivindicações. Não quero, não. Nem eu. Quero a minha mãe. Olha aqui, menina covarde. Se você pegar neste telefone vai se ver comigo. Cadê Juliana e o Paulo? Devem estar chegando. Olha na janela, anda Gabi.
GABI RENATA HELENA JOANA HELENA (Gabi volta.) GABI Lá vêm eles. (Entram Juliana e Paulo cheios de compras de supermercado.)
a) É possível identificar facilmente quem está falando no texto? Por quê? Sim, porque há o nome da personagem antes de cada fala.
b) Há algum narrador intermediando o diálogo entre as personagens?
Não.
c) As falas são ditas diretamente pelas personagens ou tem alguém falando por elas? Como podeditas diretamente pelas personagens. Identificamos isso pelo fato de o nome da personagem antemos identificar isso no texto? São ceder o registro escrito que corresponde à sua fala.
2. Compare o trecho a seguir com a parte do texto destacada na atividade 1: Maria Lúcia pediu calma a Renata. Disse que primeiro elas iam se instalar ali. Joana falou que a mãe dela iria ficar muito nervosa e Helena perguntou se não era isso que elas queriam. Em seguida, disse que só quando os pais deles ficassem bem velhos é que eles iriam telefonar e exigir respeito. Joana disse que ia telefonar naquele momento. a) O texto expressa essencialmente a mesma mensagem que o trecho destacado na atividade 1? Sim.
b) Há personagens falando diretamente para o leitor? Explique. Não, há apenas o narrador, que conta sobre o conteúdo da conversa entre as personagens.
3. Veja as duas formas de apresentar uma das falas da personagem Helena. I. Fala direta da personagem
HELENA Devem estar chegando. Olha na janela, anda Gabi.
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II. Fala indireta da personagem
Helena falou que eles deviam estar chegando e disse para Gabi olhar na janela. a) Em qual das duas formas podemos perceber melhor o jeito com que Helena falou ou tratou forma I, porque consegue revelar impaciência e irritação na fala da personagem quando ela se dirige a Gabi. Gabi? Por quê? AProfessor, a construção “anda Gabi”, depois da vírgula, nos revela um modo de expressão oral que se costuma usar quando se está impaciente, irritado e que cabe nesse contexto.
b) Copie no caderno o texto do quadro que melhor identifica as diferenças entre as duas formas de registrar a fala da personagem. Em seguida, sob a orientação do professor, converse com seus colegas sobre sua escolha. Resposta 2.
1
As duas formas revelam a mesma coisa.
2
A exposição direta da fala revela mais da personagem, torna mais expressiva sua fala e dá mais informações.
IMPORTANTE SABER
Quando o narrador representa a fala da personagem (real ou fictícia), transferindo-a diretamente para o texto, temos o discurso direto. A fala da personagem no discurso direto é usualmente introduzida por travessão. a fala da personagem a transmite com suas indireto doQuando somenteo anarrador essênciaincorpora de seu pensamento, ele utiliza oe discurso . palavras, expressan1. Sugestão: Jorge diz a Joana que ela não vai ligar coisa nenhuma, que primeiro darão um susto nos pais e depois apresentarão suas reivindicações. Gabi não concorda, nem Renata, que chama pela mãe. Helena reage e chama Renata de covarde, avisando-a que, se a menina pegar naquele telefone, se ver com ela. Joana pergunta sobre Juliana e Paulo. E Helena responde que eles devem estar APLICANDO CONHECIMENTOSvai chegando; em seguida, pede a Gabi que veja na janela rapidamente se eles estão próximos. Gabi informa que eles estão vindo.
1. Suponha que você tenha presenciado o diálogo entre as personagens de “A fuga” e vai contar a história para quem não estava lá. Reconte parte do trecho que você releu na atividade 1 da seção Reflexão sobre o uso da língua (da fala de Jorge até a última fala de Gabi).
2. O texto que você vai ler é uma anedota, uma piada, que foi alterada para o discurso indireto. Certamente, parte de sua graça está na estrutura de um texto com diálogo. Então, para perceber o humor deste texto, passe-o para o discurso direto.
A professora dizia que, para termos uma vida saudável, devíamos nos alimentar de forma correta e, por isso, era importante sabermos o valor nutritivo dos alimentos. E pediu a Paulin ha que desse um e xemplo de ali mento que engorda. Paulinha respondeu à professora que é o pão. A professora concordou e enfatizou que o pão é um dos alimentos que mais engorda. Zezinho, lá do fundo, gritou que estava errado, que o pão não engorda, e sim quem Para termos uma vida saudável, devemos nos alimentar de forma correta – dizia a professora. – Por isso, é importante o come! –sabermos o valor nutritivo dos alimentos. Paulinha, dê um exemplo de alimento que engorda! – Pão, professora! – respondeu Paulinha. – Exatamente! – enfatizou a professora. – Pão é um dos alimentos que mais engorda. – Errado, professora – gritou Zezinho lá do fundo –, o pão não engorda, e sim quem o come!
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s re u t ic P y n o /S ia b m lu o C
Prática de leitura
Texto 4 – Auto de Natal (fragmento) ANTES DE LER
1. Leia apenas as oito primeiras linhas do texto a seguir e
procure identificar seu gênero textual. Trata-se de um texto dramático, teatral.
2. Observe a capa de DVD ao lado. •
Você sabe o que é um auto? Converse com seu professor e colegas sobre o assunto ou pesquise o significado dessa palavra no dicionário. Capa do DVD do filme brasileiro O auto da compadecida (2000), do diretor Guel Arraes.
Auto é
um tipo de representação dramática breve, srcinário da Idade Média, com temática predominantemente religiosa, que inclui cantos e danças. Os autos de Gil Vicente, autor medieval português, são exemplos conhecidos.
Fantasma de camarim [...] (Entra um ator, imitando um carro. Não usa qualquer elemento cênico, além da expressão corporal.) TÁX I Olha o táxi ( Meio cafajeste.) Faço lotação pra Copacabana via Cericecó! Cadê o freguês? 1 Pode me levar pra Cascadura? TÁX I Só levo pra Casca Mole... senão fura meu pneu! Quem vai pra Copacabana? 2 Pra Tijuca, pode me levar? T3 ÁX I TÁX I
Cruz buraco de metrô? E se eu cair no buraco e virar tatu? E pracredo! SantaTijuca? Teresa,Cheio pode de ser? Pra Santa Teresa? Deus me livre! Eu não sou avião pra subir pro alto morro, não, ouviu? Eu sou tá xi, sou lotação pra Copaca bana! Fon-fon! Fon-fon! Olha o táxi-lotação! [...] DAS GRAÇAS Zé... como é que vai ser? Nosso filho vai nascer assim, no meio da estrada, aqui? ZÉ Calma, Das Graças! Calm a! Estou vendo um avião! Seu Avião! Seu Aeroplano! Quer dar um pu linho aqui, que é coisa de precisão ? (Aparece um ator, de braços abertos, fazendo o avião; entra num pulo. É um avião com sotaque de norte-americano.) AVI ÃO O que é? ZÉ Seu Avião, o senhor pode levar a gente pra nossa casa, na Serrinha de Cericecó? AVI ÃO Eu só levo tur istas americanos, entende? Vocês são americanos? DAS GRAÇAS Somos americanos do sul, serve? AVIÃO (Fazendo cara de nojo.) Do sul? Latin America? Não serve absolutamentenot! Só sirvo turistas norte-americaSai sapateando nos! Time is money... tempo é dinheiro... adoro dólar... detesto cruzeiro! ( .) ZÉ Calma, Das Graças! Estou vendo num rio, bem aqui... e vem vindo um barco-navio, muié! Calma! (Aparece um navio, feito por um ator, apenas com expressão corporal. É uma espécie de navio-pirata. O ator, como única caracterização, usa um tapa-olho preto.)
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ZÉ NAVIO DAS GRAÇAS ZÉ
NAVIO
Seu Barquin ho! Seu Barquin ho! Dona Canoa! Dona Jangada! Isso é comigo, camarada? Mais respeito! Eu sou um navio-pirata! Pirata? É Pirata, Zé? Estou com medo! Calma, Das Graças! Calma! Seu Navio-Pirata, o senhor pode levar a gente pra nossa casa? É urgente! Minha muié está pra ter u m bebê! (Música de “A barquinha virou”.): Este barco chegou e só sabe roubar
h ta ó J
dinheiro é meu rumo é meu navegar! Pois meu barco virou barcaça e canhão que o mar deste barco se chama inflação! ZÉ A resposta, seu Navio-Pirata, qual é? NAVIO É “não”! (Sai o Navio, navegando.) ORTHOF, Sylvia.Fantasma de camarim. Belo Horizonte: Formato, 1995.
POR DENTRO DO TEXTO
1. Releia o glossário sobre teatro na seção Para você que é curioso e identifique no auto de Sylvia Orthof os seguintes elementos: a) O conflito dramático ou situação-problema. b) As personagens antagonistas.
As personagens Zé e Das Graças procuram acolhimento, pois Das Graças vai dar à luz.
O táxi, o avião, o barco e o navio.
c) Rubricas com informações sobre: •
•
•
expressões e emoções das personagens;
“(Meio cafajeste.)”; “(Fazendo cara de nojo.)”; “(com sotaque americano.)”.
marcação cênica;
“(Entra um ator, imitando um carro.)”; “(Sai o Navio, navegando.)”; “(Entram Das Graças e Zé.)”; “(Sai sapateando.)”.
figurinos.
“(Aparece um navio, feito por um ator, apenas com expressão corporal. É uma espécie de navio-pirata. O ator, como única caracterização, usa um tapa-olho preto.)”.
2. Releia o trecho a seguir: AVI ÃO DAS GRAÇAS AVI ÃO
Eu só levo turi stas americanos, entende? Vocês são americanos? Somos americanos do sul, serve? (Fazendo cara de nojo.)
Latin America not! adoro Do sul? norte-americanos! ? Não serve... absolutamente Só sirvo turistas Time is money tempo é dinheiro... dólar... detesto cruzeiro! ( Sai sapateando.)
a) Qual é a crítica social presente nesse trecho do texto? A crítica diz respeito à ganância e à ambição que, no caso da cena, foram responsáveis pela falta de solidariedade da personagem Avião com o casal Zé e Das Graças.
b) Em sua opinião, ela ainda pode ser considerada atual?
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Espera-se que o aluno reconheça que, embora escrita há mais de vinte anos, a crítica social continua atual. Professor, observe com os alunos que a moeda da época em que o texto foi escrito era o cruzeiro.
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3. Releia o trecho cantado pela personagem Navio. Qual é a relação entre as ideias do Navio e as do Avião?
Tanto a personagem Navio como a personagem Avião de monstram preocupação em lucrar, ganhar dinheiro.
4. Você conhece alguma outra história em que uma mulher tenta dar à luz e não consegue ser acolhida? Conte-a para a turma.
Professor, os alunos poderão citar qualquer outra história que se assemelhe ao texto lido. A de lembrança mais provável é a do nascimento do menino Jesus.
5. Com base na leitura desse primeiro trecho do texto, como você deduz que essa história irá terminar? Confira suas hipóteses lendo mais este trecho da história:Resposta pessoal.
(Mudança de luz, tudo vai ficando azulado, poético.) DAS GRAÇAS Zé! Meu filho está chegando. O nosso bebê vai nascer agora! ZÉ
Das Graças, fique calma... parece que tudo está mudando! Vamos ajudar o menino a nascer, Das Graças! (Zé deita Das Graças numa rede do cenário. A rede é furada, de modo que os bonecos ficam à vista do público, manipuladores, semiescondidos, atrás. Foco de luz cresce sobre Das Graças. Começa a acontecer, suavemente, o parto. A boneca, deitada. De dentro de suas roupas, ajudada por Zé, que serve de parteiro, aparece, pouco a pouco, o bebê.) ZÉ DAS GRAÇAS
(Falando com suavidade.) Calma, Das Graças... nosso bebê já está nascendo... Eu estou calma, Zé... eu estou muito feliz! ( Vai crescendo um luar pela esquerda: aparece Lampião.)
(Enquanto acontece a cena do nascimento, entra Lampião, cantando suavemente uma ciranda.) LAMPIÃO (Música de “Cirandeiro, ó Cirandeiro ó”.): Nesta ciranda feita de rede tecida
É numa rede numa fome
vem trançada toda a vida que uma estrada caminhou. É muita rede muita fome muita sede céu aberto sem parede muita seca passou.
numa sede que a ciranda se acende no brilho de um lampião. Novo caminho nova estrela novo ninho milagre pariu um filho na rede do meu sertão!
(A criança acaba de nascer.) ZÉ Nasceu! Nasceu! LAMPIÃO Nasceu! ZÉ É uma menina! LAMPIÃO É uma menina! É uma menina! Vou anunciar pro sertão! Nasceu uma menina! Quem ilumi nou o parto foi a luz do Lampião! ( Sai.) (Os fantoches continuam nas redes. Ficam em destaque, não são mais ligados aos manipuladores. Das Graças, Zé e a menina, sob um fogo de luz, parecendo uma lapinha dentro de uma rede .)
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CORO
(Irrompe.) Vem, meu boi bonito vem, chegou a hora já deu meia-noite já rompeu a aurora!
(Vão entrando os três bois, como reis magos. Param em frente da criança.) É uma menin a! Que o nome dela le mbre a minha cor! Podia ter o nome d e... Rosa! Que tal Rosa? É um bonito nome! Vem, meu boi bonito etc.
BOI VERMELHO
CORO BOI A MARELO
É uma menina! O nome dela podia lembrar a minha cor... o miolo da margar ida é amareli nho... Que tal Ma rgarida? É um bonito nome ! Vem, meu boi bonito... etc.
CORO BOI BRANCO
É uma menina? Nem Rosa, nem Margarida nem branco, que suja tanto! O nome desta menina deve ser verde assim igual ao verde perfeito deste pé de alecrim! ( Reaparece o Alecrim.) O nome desta criança deve ser verde-verdura coisa nova muito pura: o nome? É ESPERANÇA
1
2
Esperança de que toda criança possa ter uma rede pra dormir uma casa pra morar e roupa pra vestir! Rapadura pra comer e leite pra tomar caderno pra escrever escola pra estudar!
3
Muita folia de bois! Que o a mor se planta “antes” Pra nascer o “depois”! (Música cresce em folia ritmada, folguedo total .)
9 9 / A
B – jo n a c r A l e ir b a G
A música ficará a critério da direção. ORTHOF, Sylvia.Fantasma de camarim. Belo Horizonte: Formato, 1995.
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6. As hipóteses que você levantou na atividade 5 se confirmaram? Comente sua resposta. Resposta pessoal. Professor, os alunos deverão se recordar de suas hipóteses a respeito de como terminaria a história de Zé e Das Graças.
7. O que faz com que os acontecimentos do texto sejam compreendidos se o auto não apresenta um narrador?
O encadeamento das falas e ações das personagens, que contribuem para construir o sentido do texto.
8. Que relação há entre o nome da personagem Lampião e os recursos de iluminação indicados nas
como uma espécie de anjo, entoa um canto de esperança, anuncia e ilumina a criança recémrubricas para o parto de Das Graças? Lampião, -nascida; o mesmo movimento se dá nas rubricas que solicitam jogos de luz para criar uma imagem
poética e iluminada do nascimento. Professor, se os alunos não conhecerem a personagem, solicite que façam uma pesquisa s obre quem foi Lampião, orientando a tu rma a estabelecer uma relação entre o contexto e as atitudes do cangaceiro.
9. Qual é a opinião dos bois Vermelho, Amarelo e Branco a respeito da escolha do nome da menina recém-nascida?
Os bois sugerem diferentes nomes para a criança: o Vermelho e o Amarelo sugerem, respectivamente, Rosa e Margarida, flores cujas cores os bois relacionam à cor de cada um; mas o boi Branco discorda: ele quer que a menina se chame Esperança.
10. O que o nome escolhido representa em relação ao problema apresentado no texto?
Ele representa a esperança de dias melhores para aquelas pessoas que pertencem à mesma classe social de Zé e Das Graças e, portanto, passam por situações semelhantes às das personagens.
11. Leia este trecho de uma canção popular:
Os três Reis Magos vão vi ajar Vão correr sua ribeira E o senhor dono da casa Faça a entrega da bandeira [...] Jangada Brasil. Seleção de canções natalinas: Folia de Reis. Disponível em: . Acesso em: 6 abr. 2015. •
Que relação é possível estabelecer entr e o texto dramático de Sylvia Orthof e a letra dessa canção ?
Tanto a canção como o texto de Sylvia Orthof abordam a Folia de Reis ou Reisado, festa popular que celebra o Natal e está presente até hoje em vários estados brasileiros. A Folia de Reis comemora a visita dos três reis magos ao menino Jesus. No auto de Natal de Sylvia Orthof, os Reis Magos estão representados pelos três bois que visitam e dão nome de Esperança à filha de Das Graças.
TEXTO E CONTEXTO
1. Leia agora um texto escrito por Sylvia Orthof em que ela orienta a preparação do auto de Natal: Este espetáculo é feito de cantoria e dança, espécie de oratório de bois-bumbás. Não obedece ao esquema verdadeiro das festas nordestinas, mas deve transmitir um clima de reisado, misturado com infância. Os atores devem dançar e cantar, pés descalços, verdadeiros e simples. Nada de pose de balé, ou voz colocada à moda erudita. A voz deve vir anasalada, o pé deve pisar xaxando, o corpo deve transmitir sertão. As músicas são folclóricas. As letras, adaptadas ao texto. Sendo um auto de Natal, a criança que virá não é Cristo; por isso, o espetáculo pode ser tudo, menos religioso, no sentido exato da palavra. A presença do milagre existe, mesmo assim, dando um aspecto místico ao folguedo. [...] Atenção: este texto deve ser ensaiado com criatividade total, fugindo ao “bonitin ho”. Cada ensa io deve trazer modificações, sobretudo de interpretação. ORTHOF, Sylvia.Fantasma de camarim. Belo Horizonte: Formato, 1995.
2. Que elementos da cultura popular podem ser relacionados a esse texto? Auto de Natal e Reisado, Folia de Reis, Folia de Bois, auto pastoril.
3. O que você compreendeu do trecho: “Os atores devem dançar e cantar, pés descalços, verdadeiros e simples. Nada de pose de balé, ou voz colocada à moda erudita”?
Professor, espera-se que os alunos mencionem que nesse espetáculo deve-se priorizar aquilo que é mais natural, mais verdadeiro, próprio das manifestações populares.
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Produção de texto
Texto dramático Com base na sinopse que você leu da peça Os saltimbancos, você e seus colegas farão uma dramatização de um trecho da história, ou uma esquete teatral (encenação rápida). Nesta seção, vocês produzirão o texto que será dramatizado. A apresentação poderá ocorrer durante a realização do projeto teatral “Arte em família”, proposto na seção Projetos em ação, a seguir. PLANEJE SEU TEXTO
Copieo no caderno itens quadro Verifique e responda cada umodeles comona modo Amplie número deos itens sedo precisar. seacumpriu planejado horadedeplanejamento. avaliar o texto.
Para escrever o texto dramático 1. Qual é o público leitor do texto?
Alunos, professores e convidados dos alunos para o evento.
2. Que linguagem vou empregar?
Linguagem informal.
3. Qual é a estrutura que o texto vai ter?
Estrutura padrão de um texto dramático, conforme o estudo feito no capítulo.
4. Onde o texto vai circular?
Nos ensaios e no evento “Arte em família”.
ORIENTAÇÕES PARA A PRODUÇÃO 1. Releiam o texto para colher todas as informações sobre as personagens: O que elas pensavam, em que situação estavam, como se encontraram, seus conflitos e sonhos, o que sentiam e tudo por que passaram na história. Além do resumo do texto, pesquise mais sobre essas personagens em outras fontes.
2. Identifiquem o conflito que desencadeia a ação para desenvolver a trama. 3. Deem nomes aos animais e atribuam características a cada um deles, conforme vimos na peça de Maria Clara Machado: Joana (quieta) / Mariana (brigona). Façam a apresentação das personagens no começo do texto. Exemplo: Personagem – nome (característica) O jumento – Zumbi (corajoso)
4. Localizem o lugar onde ocorrem as ações. 5. Criem os diálogos, identificando as falas das personagens. 6. Utilizem o recurso da rubrica para enriquecer a produção. Vejam os exemplos do auto de Natal de Sylvia Orthof:
[...] E ( ntra um ator, imitando um carro. Não usa qualquer elemento cênico, além da expressão .)corporal TÁXI Olha o táxi (Meio cafajeste.) Faço lotação pra Copacabana via Cericecó! Cadê o freguês? [...] ZÉ (Falando com suavidade.) Calma, Das Graças... nosso bebê já está nascendo...
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7. Não se esqueçam de dar voz a todas as personagens e variem as falas empregando uma linguagem que combine com as características de cada uma delas.
8. Como não haverá narrador, as falas das personagens precisam dar todas as informações importantes da história, para que o expectador não fique perdido, sem entender o enredo, a apresentação.
9. Releiam, neste capítulo, o quadroImportante saber, que trata de textos dramáticos.
AVALIAÇÃO E REESCRITA Depois do texto escrito, façam uma leitura atenta e alterem tudo o que acharem necessário na fala das personagens. Analisem se as rubricas orientam suficientemente o curso da dramatização. Essa avaliação deve ser realizada por todo o grupo. Em seguida, passem o texto a limpo e preparem uma cópia para cada aluno que irá encenar.Professor, as orientações para a dramatização estão na seção Projetos em ação .
Projetos em ação
“Arte em família” Que tal participar do projeto teatral “Arte em família”? Depois de estudar as características de uma peça de teatro, reúna-se em grupo, conforme orientação do professor, e escolha uma das atividades propostas. Etapa 1
Professor, veja os objetivos desta atividade no Manual.
Decidir o texto que será representado. Para isso, escolher uma das propostas a seguir: •
•
•
Encenar a peça “A fuga“, de Maria Clara Machado, para os professores, os pais e a comunidade em geral. Se houver possibilidade, o grupo poderá escolher os pais de um dos alunos para encenar a parte que faz referência a eles. Apresentar a dramatização ou a esquete teatral baseada na peça Os saltimbancos, a partir do texto dramático produzido na seção Produção de texto. Escrever coletivamente uma peça de teatro baseada no tema “família”, dando destaque para um conflito familiar comum.
Etapa 2
Dividir as tarefas necessárias à realização da atividade: •
Quem serão os atores?
•
Quem será o diretor?
•
Quem cuidará da iluminação? Quem cuidará do som?
•
Quem será responsável por criar o cenário?
• •
Quem escolherá o figurino? Quem ficará responsável pelo local para a apresentação da peça?
•
Quem fará a divulgação?
Seu professor orientará você e sua turma sobre como preparar a dramatização para o evento: detalhamento das tarefas, reuniões em grupo, ensaios etc. Professor, no Manual há um roteiro de trabalho para a preparação da dramatização. Sugerimos que consulte-o antes de os alunos iniciarem os trabalhos.
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Etapa 3
Criar um convite para ser distribuído aos convidados do evento. Vejam um exemplo: o ll e ir a C o i v á t c O
1. Qual é o nome da peça?
“A história de Lampião Jr. e Maria Bonitinha”.
2. Que dados sobre a peça estão expressos no convite?
O título da peça, o nome do teatro onde a peça será encenada, o preço do espetáculo e os dados sobre a promoção.
3. Que dados importantes faltam no convite?
Estão faltando os dias e horários de apresentação do espetáculo, além do endereço do teatro e o telefone de contato.
4. Há diferença no tamanho das letras que compõem o texto do convite? Identifique e explique essa intenção comunicativa.
Sim. O que está em maior destaque é o título da peça. O nome “Lampião Jr.” é o que está escrito com letra de maior tamanho, em uma cor que se destaca, chamando a atenção do leitor para a personagem principal do espetáculo.
Agora, em grupos,doa melhor turma criará um para convite o evento. Conforme orientação do professor, serápequenos feita a escolha trabalho, ser para reproduzido e distribuído aos convidados. aproveite a oportunidade para trabalhar com outros professores, como os de Arte Caprichem! Divirtam-se, revelando seus talentos! Professor, ou os de Teatro, se houver especialistas na escola. Pode-se pedir aos alunos que participem
de uma campanha de incentivo de ida ao teatro, elaborando, para isso, cartazes criativos. O importante nessa atividade é envolver todos os alunos e os pais, de maneira geral, para o sucesso do evento. Se a turma mostrar certa resistência em criar um texto ou encenar uma peça longa como “A fuga”, sugira que façam pequenas encenações de textos humorísticos: piadas, pequenas crônicas, enfim, textos que envolvam cenas familiares.
Leia mais Você costuma ir ao teatro? Sabe de que modo pode informar-se sobre as peças que estão em cartaz? Os jornais, revistas impressas e eletrônicas, ossites especializados costumam trazer resumos de espetáculos e resenhas críticas sobre eles. Nesses locais de circulação, em geral, você também encontra informações sobre data, local e horáriodos espetáculos. Procure esses textos, verifique osespetáculos que estão em cartaz: alguns deles são gratuitos, outros não, mas sempre vale a pena investir naquilo que nos alimenta culturalmente, não é mesmo? Então, pesquise, descubra o novo e divirta-se.
Preparando-se para o próximo capítulo Escolha, dentre os livros que você leu até hoje, aquele que lhe deixou as melhores recor dações. Leve-o para a sala de aula com uma breve pesquisa sobre seu autor. Orientado pelo professor, indique o livro para os colegas e justifique sua seleção.
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UNIDADE
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LER É UMA VIAGEM
Nesta unidade, você vai viajar por locais distantes, mas sempre tão perto de nós: o mundo das histórias maravilhosas, um universo fantástico de lugares e personagens incomuns. Que importância tem o livro em sua vida? Esse é o tema central do Capítulo 1. Você lerá textos encantadores e descobrirá o prazer de ler e de escrever. Vai observar as capas dos livros, analisar suas características e levantar hipóteses sobre seu conteúdo; discutir sobre o valor da leitura nos dias de hoje; participar de um júri simulado, da criação de um livro e muito mais. Vai estudar a formação das palavras e entender como se constroem a coesão e a coerência textuais. Também vai trabalhar a ortografia. Todas essas atividades vão lhe ajudar a entender melhor os textos e aprimorar a escrita. No Capítulo 2, você vai ler, escrever e refletir sobre os mitos, a figura do herói, dos guerreiros e conhecer a relação que têm com a tradição oral. Vai ainda aprender a identificar os advérbios e as expressões adverbiais e fazer uma revisão das principais classes gramaticais. Além disso, pesquisará outras figuras mitológicas e terá a oportunidade de criar personagens. Ao realizar as atividades de compreensão de texto, produção e reflexão sobre a língua, desenvolverá suas habilidades de leitura e poderá perceber de que maneira são construídos os efeitos presentes em cada texto. Enfim, dessa viagem, você trará coisas novas que ampliarão seu conhecimento e mudarão sua realidade...
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O L U ÍT P A C
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O LUGAR DO LIVRO EM MINHA VIDA
Para começo de conversa
Para iniciar este bate-papo, leia as próximas frases:
O livro traz a vantagem de a gente poder estar só e ao mesmo tempo acompanhado. Mário Quintana.
É preciso haver maneiras e meios de proteger a língua de modo que ela não vire um museu, mas permaneça viva. A função do escritor é essa. José Saramago, ao saber que ganhara o Nobel.
1. Você gosta de ler? Por quê? Qual é o seu tipo favorito de leitura? Resposta pessoal.
2. Qual foi o último livro que você leu? O que aprendeu com a leitura? Resposta pessoal.
3. Observe a imagem a seguir: r la cu tir a P o çã e l o C
My heads (2004), de Antonio Peticov. Acrílica sobre tela, 140 cm × 150 cm.
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•
Você gostou da tela? Que sensações e sentimentos elalhe sugere? Resposta pessoal.
4. Que cores predominam no quadro: cores quentes (vermelho, amarelo, laranja) ou frias (azul, roxo, verde)?
Cores frias: verde e azul.
5. O que sugere o azul pintado no fundo da tela? Possibilidade: A cor azul, clareada pela luz, faz o fundo parecer um céu com nuvens.
6. O que mostra a imagem na parte superior e na parte inferior?
Na parte inferior, a imagem mostra uma fileira de livros organizada como se estivessem numa estante; na parte superior, há várias imagens com seres, objetos e formas que se misturam sem uma ordem, como se estivessem flutuando.
7. De que lugar da tela parece sair a luz e para onde ela se dirige?
A luz parece sair da parte inferior, dos livros, e se dirige para o alto, onde estão os seres e objetos que parecem flutuar.
8. Os elementos que estão na parte superior do quadro são comuns, reais ou são fora do comum, Resposta possível: São fora do comum, frutos da imaginação. As imagens sugerem que os livros iluminam, alimentam imaginação, levando-nos a um mundo onde muitas frutos da imaginação? Que relação você faz entre esses elementos e os alivros? coisas são possíveis.
Prática de leitura
Texto 1 – Depoimento ANTES DE LER
1. Leia o título do texto a seguir. Que ideia sugere a palavra “troca”? Troca é permuta, intercâmbio, mudança, optar por alguma c oisa em vez de outra.
2. Pense em seus pais e amigos. O que você costuma trocar com eles?
2. Professor, estimule os alunos a pensar em todas as formas de trocas possíveis, não citando apenas trocas materiais, como figurinhas, brinquedos etc. Ajude-os a pensar nas trocas simbólicas: sentimentos, ideias etc.
3. Observe as palavras em destaque no interior do texto. Elas são hamadas c de palavras-chave
porque se referem às ideias principais, as que exprimem o sentido global do texto. Por meio delas, podemos tirar algumas conclusões gerais sobre o que lemos ou o que iremos ler. Tente fazer isso com o texto “A troca”. Leia somente as palavras destacadas e descubra o assunto do texto. Professor, os alunos falarão de suas hipóteses de leitura prévia.
A troca Para mim, livro é vida ; desde que eu era muito pequena os livros me deram casa e comida . Foi assim: eu brincava de construtora , livro era tijolo ; em pé, fazia parede; deitado, fazia degrau de escada; inclinado, encostava num outro e fazia telhado. E quando a casinha ficava pronta eu me espremia lá dentro pra brincar de morar em livro. De casa em casa eu fui descobrindo omundo (de tanto olhar pras paredes). Primeiro, olhandodesenhos; depois, decifrando palavras. Fui crescendo; e derrubei telhados com a cabeça. Mas fui pegando intimidade com as palavras. E quanto mais íntimas a gente ficava, menos eu ia me lembrando de consertar o telhado ou de construir novas casas. Só por causa de uma razão: o livro agora alimentava a minha imaginação. Todo dia a minhaimaginação comia, comia e comia; e de barriga Bojunga em sua casa, assim toda cheia, me levava pra morar no mundo inteiro: iglu, caba- Lygia no Rio de Janeiro, em na, palácio, arranha-céu, era só escolhere pronto, o livro me dava. foto de 2004.
la r st u A / e l g n E als g u o D
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Foi assim que, devagarinho, me habituei com essa troca tão gostosa que – no meu jeito de ver as coisas – é a troca da própria vida; quanto mais eu buscava no livro, mais ele me dava. Mas como a gente tem mania de sempre querer mais, eu cismei um dia de alargar a troca: comecei a fabricar tijolo pra – em algum lugar – uma criança juntar com outros, e levantar a casa onde ela vai morar. BOJUNGA, Lygia. Livro: um encontro com Lygia Bojunga. 2. ed. Rio de Janeiro: Agir, 1998.
POR DENTRO DO TEXTO
1. Em seu depoimento, o que a autora pretende comunicar quando diz que livro é vida e que os livros deram a ela casa e comida?
A autora apresenta o livro (a leitura) como algo muito importante na vida dela e das outras pessoas. Os livros, para ela, foram brinquedos na infância (fazia casinha com eles), alimentaram sua imaginação e seu conhecimento na adolescência e foram o seu sustento na vida adulta, profissionalmente.
2. Depois de definir “livro”, o depoimento apresenta, em cadaparágrafo, uma ideia diferente a respeito
da importância do livro na vida da autora. Em seu caderno, identifique a que parágrafo corresponde cada item a seguir: a) 1o período da infância – brincando de casinha: livro era tijolo; No segundo parágrafo.
b) 2o período da infância – descobrindo o significado dos desenhos e das palavras; No terceiro parágrafo.
c) pré-adolescência/adolescência – pegando intimidade com as palavras, alimentando a imaginação; No quarto parágrafo.
d) jovem, adulto – fabricando livros. Jovem: penúltimo parágrafo. Adulto: último parágrafo.
3. Por que o depoimento recebeu o nome de “A troca”?
A palavra “troca” foi empregada com o sentido de retribuição. A autora retribui, devolve o que os livros lhe deram, escrevendo outros livros, para outros leitores.
4. No texto, estão destacados os substantivos que melhor exprimem a ideia central do texto. •
Em seu caderno, anote os verbos que fazem referência às ações principais apresentadas. Coloque os verbos no infinitivo, ou seja, na forma como aparecem no dicionário. Verbos relacionados com as palavras-chave e ideias principais do texto: “dar” (casa e comida), “brincar” (de construtora),
(descobrindo o mundo), “olhar” (desenhos), “decifrar” (palavras), “derrubar” (telhados), “pegar” (intimidade), “coVeja estes exemplos: “descobrir” mer” (o conteúdo dos livros), “habituar-se” (à troca), “alargar” (a troca), “juntar” (tijolo), “levantar” (a casa).
dar (os livros me deram casa e comida)
brincar (eu brincava de construtora)
5. Sente-se com um colega e, juntos, escolham um dos verbos destacados na atividade anterior e escrevam uma frase sobre o tema “leitura”. Depois, um dos dois lê em voz alta para a turma. Resposta pessoal.
6. A expressão “fabricar tijolo” está empregada em sentido figurado. a) Qual é o significado dessa expressão? Escrever livros.
b) Em sua opinião, por que Lygia resolveu “fabricar tijolos”?
Para a autora, estava na hora de outras crianças serem beneficiadas pelo contato com a leitura; dessa fo rma, ela resolveu também escrever e ampliar a possibilidade de troca entre escritor e leitor.
TROCANDO IDEIAS
Esse depoimento lhe comunicou algo de importante? Explique sua resposta. Resposta pessoal.
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TEXTO E CONTEXTO
1. Leia a tira em quadrinhos:
Resposta pessoal. o ld a ir Z
ZIRALDO. O Menino Maluquinho: as melhores tiras, 1. Porto Alegre: L&PM, 1995.
a) Que emoção expressa a fala da personagem do primeiro quadrinho? Expressa surpresa, admiração.
b) Por que ela teve essa reação? Que ideia a personagem tem sobre o valor que as crianças dão à acha que as crianças dão pouco valor à leitura e por isso fica surpresa ao ver os estudantes lendo livros nas férias. A interlocutora diz que leitura? Aumpersonagem garoto está na biblioteca porque é japonês, isto é, alguém que é considerado estudioso, que leva os estudos a sério; outro está na biblioteca porque é maluco; e um terceiro garoto vai à biblioteca para ter uma atitude diferente de outros de sua idade, porque é “do contra”.
2. Você acha que os alunos leem só por obrigação? É possível associar prazer ao ato de ler? Justifique
pessoal. Professor, aproveite este momento para dialogar com os alunos a respeito da relação que eles têm sua opinião. Dê exemplos. Resposta com a leitura.
3. O humor da tira está na resposta da bibliotecária. Entretanto, essa fala expressa ao menos dois
tipos de preconceito. Identifique-os.
Professor, chame a atenção para os preconceitos revelados na fala da bibliotecária. Popularmente se diz que todo japonês é bom aluno. Questione essa afirmação. Levante outros exemplos de visões estereotipadas. Outra fala preconceituosa é a referência de que o último menino está lá porque é “maluco, mesmo”, como se crianças normais não fossem a uma biblioteca nas férias.
4. Agora, imagine que a personagem que entrou na biblioteca seja a autora do texto “A troca”. O que
ela falaria, na sua opinião, ao ver os garotos lendo em plenas férias?
Provavelmente, ela elogiaria os leitores, incentivaria, porque dá muita importância à leitura. Professor, outras respostas são possíveis. Avalie a coerência delas em relação ao perfil da autora do texto 1.
A resposta da bibliotecária e a fisionomia garotos. 5. Que recursos tornam a tiradosengraçada?
Reflexão sobre o uso da língua Estrutura das palavras 1. Leia as frases a seguir, observando os verbos destacados. Frase I
O livro alimentava a minha imaginação. Frase II
A autora do livro alimentava-se muito bem. •
Na frase I, em que sentido a palavra “alimentava ” foi usada? No sentido próprio ou figurado? E na frase II? Na frase I, em sentido figurado, no sentido de se enriquecer de conhecimentos. Na frase II, n o sentido real, comum: comer.
2. Construa uma frase com o vocábulo “alimentava” no sentido figurado. Resposta pessoal. Exemplo possível: A alegria alimentava a vida.
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3. Em que sentido a palavra “comia” foi usada no quinto parágrafo do texto “A troca“? Foi usada em sentido figurado de aumento dos conhecimentos, de ampliação do universo imaginário.
4. Retire do texto “A troca“ outros exemplos de vocábulos ou expressões figuradas. “[...] minha imaginação me levava pra morar no mundo inteiro”; “fabricar tijolo” (livro).
5. Reescreva o quinto parágrafo do texto 1, usando apenas palavras no sentido próprio, literal, sem “Todo dia minha imaginação aumentava, e me trazia informações sobre os alterar o sentido da frase. Possibilidade: tipos de casas do mundo: iglu, cabana...”. •
Agora, compare as duas formas. Houve mudança de sentido na reescrita? Professor, espera-se que o aluno perceba que o texto perdeu o efeito poético.
6. Observe o emprego das palavras em destaque a seguir: [...] Mas fui pegando intimidade com as palavras. E quanto mais íntimas a gente ficava, menos eu ia me lembrando de consertar o telhado [...]. Professor, observe não só a diferença de classe gramatical (substantivo e adjetivo), mas também a formação da palavra. Aproveite essa atividade para
mais uma vez a respeito dos efeitos de sentido provocados pelas a) O que existe de semelhante entre essas palavras? refletir expressões e figuras; questione sobre o que mais desperta emoções no tre-
Elas são da mesma família, uma deriva da outra cho, indagando as razões disso. Chame a atenção dos alunos para o significado de cada morfema. Conhecendo o (palavra primitiva e palavra derivada).
dos afixos, é possível deduzir o sentido das palavras com maior facilidade. Peça-lhes que deem exemb) Que diferença há entre elas? significado plos de outras palavras formadas pelos afixos destacados anteriormente. Brinque com essas palavras por meio do
IMPORTANTE SABER
jogo da forca: chame um aluno no quadro de giz para que a turma tente descobrir a palavra que ele formou com um desses morfemas. Esse assunto será aprofundado em outro ano. Nesse momento, o mais importante é ajudar os estudantes a perceberem que uma só palavra, muitas vezes, carrega em si várias unidades significativas e que, por meio delas, é possível inferir o significado de um termo, o que ajuda bastante o aluno a ler, a enriquecer o seu vocabulário, a conhecer a riqueza de nossa língua e, consequentemente, a querer saber mais sobre ela.
As palavras de nossa língua são formadas pela união de pequenas partes que carregam em si um significado. Essas partes chamam-se morfemas. A parte da palavra que nos informa sobre o seu sentido básico chama-se radical. Os outros elementos são os afixos e as desinências – que ou modificam o significado da palavra ou apenas indicam alguma flexão (gênero, número, tempo e pessoa verbal, por exemplo). Observe: radical íntim
morfemas (afixos e desinências) a – indica o gênero da palavra – desinência ão – forma do aumentativo – afixo
livr
inho – forma do diminutivo – afixo eto – forma do diminutivo – afixo aria – indica atividade, ramo de negócio – afixo eiro – indica ocupação, profissão – afixo
Quando as pequenas unidades, os afixos, são colocadas antes do radical, recebem o nome de prefixos. Se estiverem depois do radical, serão chamadas de sufixos. Observe outros exemplos: telh radical
+
ado – telhado sufixo
des prefixo
+
cobrir – descobrir radical
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APLICANDO CONHECIMENTOS
1. Explique como foram formadas as palavras “intimidade” e “íntimas”. Dê exemplos de outras palavras que foram formadas pelos mesmos processos.
“Intimidade” é uma palavra derivada, formada com o acréscimo, ao radical, do-dade sufixo . Já a palavra “íntimas” foi formada pelo mesmo radical mais as desinências de gênero e número. Outras palavras que apresentam a mesma formação: “digno”/ “dignidade”; “pontual”/ “pontualidade”; “fiel”/ “fidelidade”; “feliz”/ “felicidade”, por exemplo.
2. Releia, na atividade 6 (Reflexão sobre o uso da língua), o trecho em que foram empregadas as palavras “íntimas” e “intimidade”. Agora, leia outra forma de organizar a mesma mensagem: Mas fui pegando intimidade com as palavras. E quanto mais intimidade eu pegava, menos eu ia me lembrando de consertar o telhado.
a) Que mudança você percebeu na frase? A palavra “intimidade” foi repetida. b) Qual das formas você considerou mais adequada, a srcinal ou a nova?
Resposta pessoal.
3. Em seu caderno, explique como foram formadas as seguintes palavras retiradas do depoimento: a) devagarinho; b) imaginação; c) construtora.
Espera-se que o aluno perceba que a nova forma altera o estilo do texto, torna a frase repetitiva. Professor, discuta com os alunos a respeito do problema de repetição de palavras. Esse pode ser um recurso dos escritores quando querem chamar a atenção para a ideia expressa pelo termo que se repete. Mas, geralmente, isso não acontece. A repetição demonstra, muitas vezes, pobreza de vocabulário. Deve ser, portanto, evitada. Mas, como fazer com que haja a recorrência das ideias essenciais do texto, a fim de garantir a unidade de sentido da obra? Em outras palavras, como recorrer à mesma ideia sem repetir palavras? Coloque essa questão para os alunos a fim de que descubram as respostas possíveis: emprego de sinônimos, hipônimos – termos genéricos no lugar do específico ou o contrário. Ex.: “roupa” (termo genérico) usado no lugar de “vestido” (termo específico). Também é possível retomar ideias com o uso de palavras da mesma família, como no depoimento de Lygia Bojunga: “íntimas”, “intimidade”, “intimamente” etc.
Foram formadas por sufixos: -inho, -ção, -tor(a).
Prática de leitura
Texto 2 – Fotografias
Foto 2 ck to sr e tt u h S s/ o t o h P t o h s p a n S
Foto 1
ck to sr e tt u h S / d ri b lya W
Homem livro infantil paraé duas crianças: o incentivo à leitura porlê parte da família fundamental. Crescem as vendas de livros digitais no Brasil. Na imagem, menino lê em um tablet.
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POR DENTRO DO TEXTO
1. As duas fotos abordam o mesmo tema? Explique.
Sim. As duas fotos mostram pessoas lendo, ainda que em suportes diferentes (na foto 1,tablet em um ; na foto 2, em um livro impresso).
2. Quais são as diferenças e semelhanças entre as imagens? Descreva-as brevemente. Nas duas imagens há pessoas lendo e demonstrando interesse pela leitura. Na primeira, há um menino lendo emsozinho. um Na segunda, há um homem lendo tablet
um livro impresso para duas crianças, possivelmente seus filhos ou sobrinhos.
3. Observe as imagens e leia as legendas que as acompanham. As legendas são importantes para a compreensão das fotos? Por quê?
Espera-se que o aluno perceba que as legendas fornecem informações que vão além da cena retratada, ajudando a contextualizar a foto e seus objetivos.
4. Na foto 2, observa-se um homem muito próximo de duas crianças. O que podemos perceber em relação ao sentimento existente entre essas pessoas?
É possível perceber que o homem e as crianças são próximos e sentem carinho uns pelos outros.
relação pode ser estabelecida entre essas fotos e o texto “A troca”? 5. Que A autora do texto “A troca”, assim como as pessoas nas fotos, interessava-se muito por livros e pela leitura. Dessa forma, tanto no texto quanto nas fotos revela-se a importânciados livros e da leitura na formação e na vida das pessoas.
Reflexão sobre o uso da língua
Coesão e coerência 1. Leia o trecho a seguir: Eu era muito pequena. Os livros me deram casa. Eu brincava de construtora. Os livros eram os tijolos. A casinha ficava pronta. Eu me espremia dentro da casinha. Descobrindo o mundo. Decifrando palavras. a) Qual é a sua opinião sobre a formulação desse trecho que acabou de ler? Explique. Resposta pessoal. Sugestão de resposta: É um trecho feito de frases curtas e com sentido.
b) Podemos dizer que esse trecho é um texto?
Sim. O trecho tem sentido e apresenta uma evolução de ações: as frases estão colocadas em uma ordem lógica, contando um fato.
2. Em seu caderno, copie o trecho a seguir, completando-o comas palavras e expressões dos quadros: desde que; foi assim; quando; pra; de casa em casa; primeiro; depois
quando
de casa em casa
foi assim
pra
primeiro
depois
desde que
Para mim, livro é vida; ▲ eu era muito pequena os livros me deram casa e comida. ▲: eu brincava de construtora, livro era tijolo; em pé, fazia parede; deitado, fazia degrau de escada; inclinado, encostava num outro e fazia telhado. E ▲ a casinha ficava pronta eu me espremia lá dentro ▲ brincar de morar em livro. ▲ eu fui descobrindo o mundo (de tanto olhar pras paredes). ▲, olhando desenhos; ▲ , decifrando palavras. Fui crescendo; e derrubei telhados coma cabeça. Mas fui pegando intimidade com as palavras. [...] a) E desta vez, pode-se dizer que há um texto? Por quê? Sim, pois as frases estão bem amarradas, relacionadas entre si, construindo um sentido para o texto.
b) Qual é a importância das palavras que foram encaixadas no trecho anterior? Elas ligam, amarram, relacionam outros termos, ajudando a construir sentido.
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3. Veja outras situações: Situação I
Falante 1: – O telefone está tocando. Falante 2: – Não estou. Falante 1: – Deixe comigo. Situação II
Falante 1: – Feche a porta. Falante 1: 2: –– É Certo... está com frio? Falante melhorAinda fechar também a janela. a) Interprete as duas situações explicando o que acontece em cada uma.
Na situação I, alguém diz que o telefone está tocando, mas a outra pessoa não quer atender e dá uma desculpa. Na situ ação II, alguém está com frio e pede que a porta seja fechada. A outra pessoa fech a e pergunta a quem solicitou se ainda está com frio. Para responder que s im, o primeiro interlocutor pede que a janela seja fechada.
b) Com base em que conhecimento ou em quais pistas foi possível interpretar as situações I e II?
A primeira situação tem o seu sentido completado pela experiência, conhecimento de situação semelhante. Na segunda situação, o próprio diálogo dá pistas que levam o leitor à interpretação.
4. Na língua, existem palavras que servem para encadear as ideias, organizar com clareza o pensamento. Também há palavras que retomam elementos anteriores do texto. Releia o próximo trecho:
Fui crescendo; e derrubei telhados com a cabeça. Mas fui pegando intimidade com as palavras. E quanto mais íntimas a gente ficava, menos eu ia me lembrando de consertar o telhado ou de construir novas casas. [...] a) A expressão “a gente” se refere a que elementos do texto já conhecidos do leitor? Ela se refere à autora e às palavras.
b) Qual é a função da expressão “a gente” nesse parágrafo?
A de retomar e substituir, em um só termo, os elementos citados: a autora (eu) e as palavras.
5. Releia outro parágrafo do texto: Foi assim: eu brincava de construtora, livro era tijolo; em pé, fazia parede; deitado, fazia degrau de escada; inclinado, encostava num outro e fazia telhado. E quando a casinha ficava pronta eu me espremia lá dentro pra brincar de morar em livro. a) Nesse parágrafo, foi preciso usarpronomes para retomar a palavra “livro”? Explique sua resposta. Não, porque, depois de usar a palavra “livro”, há uma sequência de usos que se fazia com o livro, que se pode compreender, não havendo necessidade de retomar o texto.
b) Agora, leia a reescrita do trecho acima: Foi assim eu brincava de construtora livro era tijolo em pé fazia parede deitado fazia degrau de escada inclinado encostava num outro e fazia telhado. c) O texto continua fazendo sentido? Por quê?
Não, pois não há sinais de pontuação para organizar as ideias e isso faz com que o texto não fique claro.
d) Que sinais de pontuação organizaram o primeiro trecho apresentado, contribuindo para garantir a sequência das ideias? Dois-pontos, vírgula, ponto e vírgula, e ponto.
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IMPORTANTE SABER
Na atividade 2, você organizou os parágrafos inserindo palavras e expressões que serviram para ligar palavras e ideias dentro das frases e as frases dentro do parágrafo. Você também já estudou que a língua possui mecanismos de repetição que contribuem para o desenvolvimento progressivo do texto. Por exemplo: há palavras que retomam outras já mencionadas no texto, como ocorreu na atividade 4. Outro aspecto da língua que exerce o papel de ligar e organizar a sequência de um texto é a pontuação, como vimos na atividade 5. Desse modo, há uma série de elementos da língua que garantem a organização das palavras nas frases e nos parágrafos. À relação entre esses elementos, que são marcados no texto, damos o nome de coesão. A coesão está voltada para as relações internas do texto. Coerência é o que faz com que o texto faça sentido para as pessoas, tornando-o uma unidade global de sentido. A coerência está ligada ao contexto, ao que está além do texto. Em resumo: a coesão faz a ligação, a amarração interna dos elementos do texto: as palavras, as frases, os parágrafos; a coerência é o que faz com que o texto faça sentido para o leitor, conectando as ideias explícitas e implícitas do discurso. •
•
Hora da pesquisa
Livro impresso e digital Faça as perguntas a seguir a algumas pessoas de sua escola, de sua casa ou de sua comunidade e traga o resultado para apresentá-lo aos colegas: • • •
Você acha importante ler? Por quê? Você acha que o livro digital vai substituir o livro impresso? Por quê? Você acha que o livro digital pode estimular a prática de leitura? Por quê?
OR IENTAÇ ES • •
•
•
• •
•
•
Escolha as pessoas que vai entrevistar e deixe-as a par dos objetivos de seu trabalho. Verifique se elas aceitam responder à pesquisa, informando-as de que as respostas que derem serão divulgadas em sua escola. Procure anotar as respostas dadas para, depois, organizá-las em seu caderno. Caso possua um gravador, você também poderá gravar as entrevistas. Observe que, no discurso dos entrevistados, as marcas da fala espontânea estarão presentes. Ao escrever as respostas definitivas em seu caderno, você poderá eliminar as marcas de oralidade, sempre tomando o cuidado de preservar o conteúdo do que a pessoa respondeu. Leia as respostas de seus entrevistados na sala e ouça as que os seus colegas trouxeram. Sob a orientação do professor, selecione algumas falas de entrevistados e, com sua turma, monte um painel com essas respostas, ilustrando-o com imagens relacionadas ao tema deste capítulo. No painel, as respostas dos entrevistados poderão ser identificadas pelo nome deles e o do bairro onde moram. Se possível, convidem os entrevistados para visitar a exposição.
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PARA VOCÊ QUE É CURIOSO A história do livro
O livro tem aproximadamente seis mil anos de história para ser contada. O homem utilizou os mais diferentes tipos de materiais para registrar a sua passagem pelo planeta e difundir seus conhecimentos e experiências. Os sumérios guardavam suas informações em tijolo de barro. Os indianos faziam seus livros em folhas de palmeiras. Os maias e os astecas, antes do descobrimento das Américas, escreviam os livros em um material macio existente entre a casca das árvores e a madeira. Os romanos escreviam em tábuas de madeira cobertas com cera. Os egípcios desenvolveram a tecnoda prensa de Gutenberg, no Museu Gutenberg, logia do papiro, uma planta encon- Reconstituição em Mainz, na Alemanha. trada às margens do rio Nilo. Suas fibras unidas em tiras serviam como superfície resistente para a escrita hieróglifa. Os rolos com os manuscritos chegavam a 20 metros de comprimento. O desenvolvimento do papiro deu-se em 2200 a.C. e a palavrapapiryrus, em latim, deu srcem à palavra “papel”. Nesse processo de evolução surgiu o pergaminho, feito geralmente da pele de carneiro, os manuscritos enormes, e para cada livroque eratornava necessária a morte de vários animais. [...] O papel como conhecemos surgiu na China, no início do século II, através de um oficial da corte chinesa, a partir do córtex de plantas, tecidos velhos e fragmentos de rede de pesca. No final da Idade Média, a importância do papel cresceu com a expansão do comércio europeu e este tornou-se produto essencial para a administração pública e para a divulgação literária. Johann Gutenberg inventou o processo de impressão com caracteres móveis – a tipografia. Nascido em 1397, da cidade de Mogúncia, Alemanha, trabalhava na Casa da Moeda, onde aprendeu a arte de trabalhos em metal. Em 1428, Gutenberg parte para Estrasburgo, onde fez as primeiras tentativas de impressão. Segundo dados históricos, em 1442, foi impresso o primeiro exemplar em uma prensa. [...] A partir daí o mundo não seria mais o mesmo. [...]
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a r o ti d e a d
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Retrato de Johann Gutenberg. Desenho a grafite de Darla Dixon, 2005.
CALDEIRA, Cinderela. História do livro.Espaço aberto, n. 24, out. 2002. Disponível em: . Acesso em: 5 mar. 2015.
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Prática de leitura 2. Professor, discuta com os alunos o fato de as bruxas serem personagens que pertencem ao universo da fantasia, costumeiramente retratadas como seres com poderes especiais, capazes de feitos inacessíveis a pessoas
Por essa razão, elas são, muitas vezes, personagens aterrorizantes. Nos contos de fadas, as crianças menores encontram respostas simbólicas para seus medos e angústias. A bruxa má, o lobo mau e outros vilões Texto 3 – Conto maravilhoso comuns. das histórias infantis simbolizam coisas, pessoas e situações que as apavoram ou com as quais não sabem lidar.
ANTES DE LER
1. Cite algumas histórias infantis que você conhece e que têm bruxas em seu enredo.
Resposta pessoal. Sugestões: “Rapunzel”, “A bela adormecida”, “Branca de Neve e os sete anões”, “João e Maria”, “A pequena sereia” etc.
2. Em sua opinião, por que as bruxas são personagens frequentes em histórias infantis? Resposta pessoal. 3. Leia apenas o título e os três primeiros parágrafos do texto a seguir e responda:
a) ÉProvavelmente possívelsão deduzir quem são os dois pequenos no título? Explique. os dois irmãos citados no primeiro parágrafo: um meninomencionados e uma menina. b) A partir da leitura do título e dos parágrafos iniciais, o que você imagina que acontecerá no pessoal. Espera-se que o aluno suponha que, de alguma forma, restante da história? Resposta as crianças se perderão e se encontrarão com uma bruxa.
Os dois pequenos e a bruxa Era uma vez uma mulher que tinha um filho e uma filha. Um dia a mãe mandou o filho buscar cinco réis de tremoços e depois disse para os dois: – Meus dois filhinhos, até onde acharem as casquinhas de tremoços, vão andando pelo caminho afora, e em chegando ao mato lá me hão de encontrar apanhando lenha. Os pequenos assim fizeram. Depois de a mãe sair, foram andando pelas castanhas de tremoços que ela ia deitando para o chão, mas não a encontraram. Como já era noite, viram ao longe uma luz acesa. Foram caminhando para lá e viram uma velha a frigir bolos. A velha era cega de um olho, e o pequeno foi pela banda do olho cego e furtou-lhe um bolo, porque estava com muita fome. Ela, julgando que era o gato, disse: – Sape, gato! Bula que não bula, que te importa a ti? O pequeno disse para a irmã: – Agora vai lá tu! A pequena respondeu: – Não vou lá que eu pego-me a rir! O pequeno disse que ela havia de ir, e a irmã não teve mais remédio, e foi. Foi pelo lado do olho cego e tirou outro bolo. A velha, que julgava outra vez que era o gato, disse: – Sape, gato! Bula que não bula, que te importa a ti?
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A largou-seviu a rir. A pequena velha voltou-se, os dois pequenos e disse para eles: – Ai, sois vós, meus netinhos! Comei, comei para engordar.
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Depois agarrou neles e meteu-os num caixão cheio de castanhas. No outro dia chegou ao caixão e disse para eles: – Deitai os vossos dedinhos, meus netinhos, que é para ver se estais gordinhos. Os pequenos deitaram o rabo de um gato, que acharam dentro do caixão. A velha disse então: – Saí, meus netinhos, que já estão gordinhos. Tirou-os para fora do caixão e disse-lhes para irem à linha com lenha. Os pequenos foram para o mato por uma banda, e a velha foi por outra. Quando chegar am a um certo lugar, encontraram uma fada. A fada disse-lhes: – Andais à lenha, meninos, para aquecer o forno, mas a velha quer assar-vos nele! Depois contou que a velha havia de dizer para eles: Sentai-vos, meus netinhos, nesta pazinha, para vos ver balhar dentro do forno! E que eles lhe haviam de dizer que se sentasse ela primeiro, para eles verem como era. A fada foi-se embora. Daí a pouco encontraram-se os pequenos com a velha do mato. Apanharam a lenha toda que tinham cortado e foram para casa acender o forno. Depois de acenderem o forno, a velha varreu-o muito bem varrido e depois disse para eles: – Sentai-vos, meus netinhos, nesta pazinha, para vos ver balhar dentro do forno! Os pequenos responderam como a fada os tinha ensinado: – Sentai-vos aqui primeiro, avozinha, nesta pazinha, para nós vos vermos balhar dentro do forno! A velha, como queria assá-los, sentou-se na pá, e eles mal a viram sentada, empurraram a pá para dentro do forno. A bruxa deu um grande estouro e morreu queimada, e os pequenos ficaram senhores da casa e de tudo quanto ela tinha. PEDROSO, Consiglieri. Contos portugueses Sãopopulares Paulo: Landy, 2001..
POR DENTRO DO TEXTO
1. Na introdução do texto, a mãe das crianças lhes dá uma orientação: percorrer um caminho em que
ela ia deixando cascas de tremoços como pista para que eles a encontrassem. É possível afirmar que essa orientação gerou a situação-problema da história? Explique como você percebeu isso. Sim, pois seguiram a pista e, em determinado momento, perceberam que não iam encontrá-la, conforme tinham combinado. Desse modo, ficaram perdidos no mato.
2. Que solução as crianças encontraram para se abrigar? Elas avistaram a luz acesa de uma casa e se encaminharam para esse local.
3. Releia a fala da bruxa: – Ai, sois vós, meus netinhos! Comei, comei para engordar. •
Qual era a intenção da bruxa aoe comê-los. querer que as crianças engordassem? Resposta possível: Ela queria assá-los no forno
4. Os acontecimentos narrados no conto “Os dois pequenos e a bruxa” lembram outro conto conhecido. Você sabe que conto é esse? Escreva o título em seu caderno. Professor, provavelmente os alunos vão se lembrar do conto “João e Maria”.
5. O desfecho da história de que você se lembrou tem alguma semelhança com o final da que acabou de ler? Identifique-a.
No final de “João e Maria”, as personagens também conseguem enganar a bruxa e matá-la.
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TEXTO E CONSTRUÇÃO 1. Releia o início da história: Era uma vez uma mulher que tinha um filho e uma filha. [...]
a) Que gênero textual costuma ter início com a expressão “Era uma vez”? Os contos de fadas ou contos maravilhosos.
b) Imagine que essa história tivesse início com o uso do verbo no pretérito perfeito: “Foi uma vez uma mulher que tinha um filho e uma filha”. O emprego desse tempo verbal seria adequado? Por quê? Não, pois a história não se refere a um passado próximo, mas a acontecimentos que ocorreram há muito tempo.
c) Por que os contos desse tipo costumam utilizar o pretérito imperfeito? Porque se referem a épocas distantes, combinam com um tempo em que viviam reis, rainhas e seres fantásticos.
2. Lembre-se de outras histórias que tenham como personagens príncipes, princesas, reis, rainhas, gigantes, bruxas e fadas e escreva o nome delas em seu caderno.
Respostas possíveis: “Branca de Neve e os sete anões”, “João e o pé de feijão”, “Pinóquio”, “A gata borralheira (Cinderela)”, “A bela adormecida” etc.
3. Que ensinamento podemos tirar do conto “Os dois pequenos e a bruxa”?
Quem usa de esperteza consegue se safar dos problemas. Professor, o ensinamento se refere à habilidade das crianças em conseguir criar situações para lidar com a bruxa e sair ilesas. Mas os alunos podem relacionar o conto a outros ensinamentos. Avalie a coerência de outras eventuais respostas.
4. Leia a seguir o significado da palavra “maravilhoso”.
maravilhoso: magnífico; fora do comum; extraordinário; prodigioso. CEGALLA, Domingos Paschoal. Dicionário escolar da língua portuguesa. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 2013.
a) Os seres citados na atividade 2 – gigantes, bruxas, fadas etc. – fazem parte de histórias reais? Explique. Não, eles fazem parte de narrativas que pertencem ao universo do maravilhoso.
b) “Os E odois conto “Os dois também pequenos a bruxa”? uma história pequenos e a bruxa” não contaeuma história real;Conta tanto os acontecimentos comoreal? as personagens pertencem a um mundo fantástico.
IMPORTANTE SABER
O texto “Os dois pequenos e a bruxa” é um conto maravilhoso, também conhecido como conto
de fadas ou conto de encantamento.
Essas histórias se estruturam utilizando-se dos elementos básicos da narrativa: 1) introdução – apresentação das personagens, ambiente, tempo; 2) conflito – situação-problema da história; 3) clímax – ponto alto da trama narrativa. Costuma aparecer antes de o conflito se encaminhar para a solução; 4) solução – desencadeia o desfecho da história. Os contos maravilhosos costumam apresentar um protagonista – a personagem principal da história – e um vilão ou antagonista – personagem que faz oposição ao protagonista. No conto maravilhoso, o narrador relata acontecimentos que vão se alterando no decorrer da história, de modo que há elementos linguísticos fundamentais de marcação do tempo e de mudanças doUma enredo, como é o caso dos verbos advérbios. característica importante dessese dos contos é a presença do elemento mágico, sobrenatural. Além disso, costumam ter a intenção de ensinar algo sobre o comportamento humano. O conto maravilhoso, há séculos, permite que o leitor mergulhe na fantasia. Deforma bem imaginativa, oferece sonhos importantes para o desenvolvimento humanoao propor histórias que partem da realidade do dia a dia, passam pelas situações fantásticas e, por fim,devolvem o leitor à realidade. 136 7TL.indb 136
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ra o it d E y d n a L
TROCANDO IDEIAS
1. Você considera que as crianças do conto foram esper-
tas? Essa esperteza foi importante para o desfecho da pessoal. Professor, espera-se que os alunos percebam que, graças narrativa? Resposta à esperteza, as crianças conseguiram enganar a bruxa e ganhar liberdade.
2. Você já ouviu alguém dizer a frase: “O mundo é dos
espertos.”? Em sua opinião, essa frase se aplica a qualquer situação?
Resposta pessoal. Professor, espera-se que o aluno perceba que essa frase se aplica não só a situações em que as pessoas agem com sagacidade, são rápidas ao agir, mas também a momentos em que são particularmente espertalhonas, tiram vantagem de outras, não necessariamente por estarem em perigo.
TEXTO E CONTEXTO
1. Observe a capa ao lado, do livro do qual a história “Os dois pequenos e a bruxa” foi retirada. •
Levante uma hipótese: Por que no título do livro encontramos a expressão “contos populares”?
Professor, espera-se que os alunos respondam que os contos do livro fazem parte da tradição, são de conhecimento do povo português .
PEDROSO, Consiglieri. Contos populares portugueses. São Paulo: Landy, 2001.
2. Agora, leia a quarta capa e a capa de um livro de contos dos Irmãos Grimm: t e k c o P M P & L : s n e g a m I
GRIMM, Jacob; GRIMM, Wilhelm. O príncipe sapo e outras histórias. Tradução de Zaida Maldonado. Porto Alegre: L&PM Pocket, 2002. •
Como nasceram os contos registrados emlivro pelos Irmãos Grimm? Nasceram da imaginação popular, são relatos colhidos entre os camponeses.
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3. Releia um trecho do último parágrafo do texto da quarta capa, prestando atenção à expressão destacada:
[...] “A Bela Adormecida”, “O Príncipe Sapo”, “A Gata Borralheira” e “Branca de Neve” são algumas das histórias recolhidas pelos irmãos Grimm e publicadas no livro Kinder-und Hausmärchen (Contos Infantis e do Lar, 1812), que, ainda hoje, é a mais conhecida coletânea de contos populares no mundo. •
Agora, releia sua hipótese dada como resposta à atividade 1 e responda: Por que os dois livros as histórias nasceram da tradição oral popular, eram contadas estão relacionados à expressão “contos populares”? Porque pelas pessoas e transmitidas oralmente de geração em geração, tanto em Portugal como na Alemanha.
IMPORTANTE SABER
Há muitas e variadas versões de contos maravilhosos espalhadas pelo mundo. A história “Os pequenos e a bruxa” foi recolhida em Portugal. O conto equivalente recolhido na Alemanha chama-se “Hansel e Gretel”; no Brasil é “João e Maria”. Isso também acontece com outras histórias e não se sabe ao certo a srcem de cada uma delas. Cada conto traz elementos da cultura de seu povo manifestados no vocabulário, no ambiente, nas personagens e na maneira de contar a história, pois quem conta um conto costuma mesmo aumentar um ponto. 4. Embora existam diferentes versões de um mesmo conto, é possível identificá-lo por meio dos
elementos comuns às variações. Que elementos da história “Os dois pequenos e a bruxa” correspersonagens (um menino e uma menina que eram irmãos), a velha bruxa, o fato de as crianças terem pondem ao conto “João e Maria”? As ficado sem os pais, a prisão na casa da bruxa, o desejo da vilã de matá-los no forno, o fato de a bruxa ser morta pelos meninos no final.
5. Não é possível determinar a autoria de “Hansel e Gretel”, já que a narrativa pertence à tradição oral, tem srcem popular. Entretanto, esse conto e várias outras histórias do mesmo gênero chegaram até nossos dias porque alguém as registrou. A quem coube essa tarefa? Aos Irmãos Grimm. Professor, é possível aqui lembrar aos alunos que a história registrada pelos Irmãos Grimm teve diversas versões em diferentes países.
6. O narrador participa da história “Os dois pequenos e a bruxa”? Não, ele a conta como observador.
7. Releia este trecho do texto: A velha era cega de um olho, e o pequeno foi pela banda do olho cego e furtou-lhe um bolo, porque estava com muita fome. Ela, julgando que era o gato, disse: – Sape, gato! Bula que não bula, que te importa a ti? O pequeno disse para a irmã: – Agora vai lá tu! a) Esse trecho mostra que a história foi escrita em português de Portugal. Que marcas textuais comprovam essa afirmação? O vocabulário empregado no trecho e a ordem das palavras na frase “Agora vai lá tu!”. b) Leia o significado de algumas palavras usadas nesse trecho: bulir: verbo. 1 mover(-se) ou agitar(-se) de leve; mexer(-se), deslocar(-se). sape: interjeição. 1 us. para enxotar gatos. Instituto Antônio Houaiss. Dicionário eletrônico Houaiss da língua portuguesa. Rio de Janeiro: Objetiva, 2001.
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•
Com base nessas informações, como você interpreta a frase “Sape, gato!” , dita pela bruxa? Sai daqui, gato.
8. Releia o restante da frase: “Bula que não bula, que te importa a ti?”. Responda: Você teve dificuldade para compreender a frase? Por que acha que isso aconteceu?
Provavelmente, os alunos terão dificuldade de compreendê-la, pois está inserida no contexto de uma cultura própria, a cultura portuguesa, da qual a história foi recolhida.
9. Que relação é possível estabelecer entre o título do folheto de cordel a seguir e o conto de srcem europeia que você acabou de ler? Tanto a capa do folheto como a história lida anteriormente trazem elementos de um conto maravilhoso. Mesmo que o cordel corresponda a um poema, o título que está na capa do folheto faz menção a personagens que costumam aparecer com frequência nessas histórias: a Princesinha e o Cavaleiro. Professor, se necessário, explique aos alunos que o de tradição poema de cordel oral muito é um presente tipo de literatura no Nordeste brasileiro.
s o rs e V e d s o p am C iar at e lh o F
CAMPOS, Abdias. O romance da princesinha dos olhos de raio com o cavaleiro dos trovões de abril. 3. ed. Recife.
Prática de leitura
Texto 4 – Capa de livro o çãa zli i iv C
PERRAULT, Charles. Os mais belos contos de Perrault. Porto: Civilização, 1993.
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POR DENTRO DO TEXTO
1. O que mais chamou a sua atenção na capa desse livro? Por quê?Resposta pessoal. 2. O que a capa sugere sobre o assunto do livro? É possível que os alunos apontem as personagens dos contos de fadas, como o Gato de Botas, no centro, ou mencionem os cenários em que os enredos se desenvolvem.
3. Que informações uma capa de livro costuma trazer? Costuma trazer o nome do livro, do autor, do ilustrador e da editora que o publicou.
4. O título desse livro é Os mais belos contos de Perrault. Pesquise na internet ou em enciclopédias quem foi Perrault. Em seguida, escreva o resultado de sua pesquisa em seu caderno. Professor, no Manual há informações sobre Perrault.
5. Em sua opinião, a ilustração da capa é adequada ao texto que o livro traz? Justifique sua opinião.
Espera-se que o aluno responda sim, uma vez que, na parte central e em maior destaque, está a figura de um gato calçando botas e usando chapéu humano, o que já mostra que se trata de um livro em que o maravilh oso estará presente. A figura refere-se ao conto “O gato de botas”, que provavelmente está incluído na seleção dos mais belos contos de Perrault. Há também várias ilustrações nas laterais e na parte superior da capa que lembram ao leitor outros contos de fadas. Michael Fiodorov.
6. Quem é o ilustrador desse livro?
Prática de leitura
Texto 5 – Resenha Terça-feira, 10 de junho de 2014
Resenha: l zu A ca e t lio b i B
Livro das mil e uma noites
– volume 1 – ramo sírio
Autor: Anônimo Tradutor: Mamede Mustafa Jarouche ISBN: 9788525039682 Edição: 3 a Editora: Biblioteca Azul Ano: 2006 Páginas: 424
Um professor de História meu recomendou esse livro no meu terceiro ano e desde então ele entrou para minha lista, mas só encontrava as edições resumidas e adaptadas, até que encontrei essa edição da Biblioteca Azul com um preço salgadinho... Livro das mil e uma noites faz parte de uma coletânea de contos populares do Oriente Médio e da Ásia, organizada em árabe, em dois ramos, o sírio e o egípcio. Não há uma versão definitiva da obra, de forma que os contos reunidos diferem nas edições. O certo na obra é que o rei da Pérsia, Shahriyar, após ser traído pela esposa, decide desposar uma mulher a cada noite, matando-a no dia seguinte. Após três anos presenciando esse massacre, Sahrazad, filha do vizir (equivalente a um ministro), pede ao seu pai que a case com o rei Shahriyar, para conseguir pôrpara fimsobreviver, ao massacre das mulheres. “conhecedora coisas, e cultivada”, a cada noite contaSahrazad, uma história para a suadas irmã mais inteligente, nova e parasábia o rei, que não a mata para ouvir o resto da história. Estruturalmente, a premissa da história não é bem montada, porque tem noites em que Sahrazad inicia uma nova história, quebrando a continuidade da história noite após noite (terminando a história, não haveria por que o rei preservá-la).
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O grande mérito do Livro das mil e uma noites são os contos, que formam um repertório impressionante sobre uma cultu ra pouco conhecida no Ocidente . São histórias fantásticas de terror, piedade, amor e ódio, recheadas de rel igiosidade. Falando da formatação da obra: os contos duram mais de uma noite, até a metade do livro são “curtos”, mas depois há u ma mudança, com histórias mais longas, com hi stórias dentro de história s, virando algo do tipo ‘alguém disse, outro alguém me contou’. A introdução da história e a finalização das histórias se tornam um pouco repetitivas, quase sempre com a mesma sentença. Algo no estilo de: “E a aurora alcançou Sah razad, que parou de falar. Dina rzad lhe disse: – Como é ag radável e espantosa a sua história, m anin ha, e ela respondeu: ‘Isso não é nada perto do que irei contar- lhes na próxima noite, se eu viver e o rei me preser var’.”. Ao ler o livro, a cada noite da história, me comportava como o rei Shahriyar, meio que “só vou largar o livro ao saber o final de determinada história”. São contos que encantam e/ou causam um estranhamento de uma cultura (que, convenhamos, não tem grande estima pelas mulheres, geralmente elas são mortas, ou castigadas, ou escravi zadas, ou ama ldiçoadas, ou causadoras de d iscórdia). Sobre a edição da Biblioteca Azul: é de um preço elevado, mas que se paga pela qualidade da edição, capa dura, papel nobre, mas principal mente pela tradução (não que eu fale á rabe, mas não se percebe aquelas sentenças sem sentido que algu ns liv ros trazem), revisão e notas de rodapé. O fato de o livro ser traduzido diretamente do árabe também é importante, pois a cada tradução de uma tradução perde-se um pouco da hi stória e beleza do texto, ainda ma is tendo em vi sta que os contos carregam consigo muita poesia, fig urada e literalmente. Leiam o Livro das mil e uma noites e se encantem com as histórias e o folclore apresentado. A obra realmente paga o seu valor, mas é sempre válido esperar a queda do preço e promoções. Me encontro no aguardo de promoções para completar a coleção (são quatro volumes nessa edição), até porque vida de estudante não é fácil, ainda ma is de Direito. P.S.: Palmas para a diagramação da obra, que traz as notas explicativas ao lado e não embaixo (sério, dá uma agonia ler um livro que a metade da página é nota de rodapé, em livro de Direito é o que mais tem e, segundo Soraya, a Bibliotecária Escandalosa, maioria errada, segundo as normas da ABNT). P.S. 2: Não ficou bem uma resenha do pr imeiro volume, mas tem de se leva r em consideração a quantidade de contos que a obra possui. Postado por Juliana Magalhães às 19:19. 10 jun. 2014. Marcadores: Biblioteca Azul, Livro das mil e uma noites, Resenha Fonte: MAGALHÃES, Juliana. Resenha: Livro das mil e uma noites – volume 1 – ramo sírio. Hiperatividade literária [blogue]. . Acesso em: 16 fev. 2015.
POR DENTRO DO TEXTO
1. O texto reproduzido é uma resenha. Nesse gênero textual, é comum encontrarmos, além de uma crítica, um resumo da obra analisada.
a) Essa resenha é a crítica literária de que obra? Livro das mil e uma noites – volume 1 – ramo sírio. b) Que trecho do livro é resumido na resenha?
A história do rei da Pérsia, Shahriyar, e de Sahrazad. Professor, o tradutor do livro, Mamede Mustafa Jarouche, optou pela forma “Sahrazad” em vez de “Sherazade”, que é a mais comum no Brasil.
c) Onde esse texto foi publicado? Em um blogue sobre literatura chamado “Hiperatividade literária”. d) Qual é a intenção do texto?
Apresentar a outros leitores as impressões da autora da resenha sobre aLivro obradas mil e uma noites – volume 1 – ramo sírio.
2. Que tempo verbal é predominante na resenha? Por quê?
O presente do indicativo, porque o texto apresenta as impressões da autora logo após ler o livro.
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3. Quem escreveu a resenha foi o autor da obraLivro das mil e uma noites– volume 1 – ramo sírio? Explique. Não, quem escreveu a resenha foi a blogueira Juliana Magalhães, em seu blogue de críticas literárias.
4. Como a autora da resenha inicia o texto?
Explicando que o livro entrou para sua lista por indicação de um professor, quando ela estava no terceiro ano. Ela diz que, até então, só conhecia adaptações e versões resumidas, mas a obra resenhada foge desse padrão.
5. Em sua opinião, o que a autora quis dizer com o uso da expressão “um preço salgadinho”? Esse é um ponto positivo ou negativo da obra?Que o livro é caro, o que denota um aspecto negativ
o da obra.
6. Qual dos esquemas a seguir melhor representa a história de Sahrazad? Em seu caderno, justifique 1, que representa uma história dentro de outra, ou seja, os motivos de sua escolha. Oasesquema histórias que Sahrazad contava dentro de sua própria história.
1
2
História de Sahrazad Outras histórias que Sahrazad contava
História de Sahrazad
Outras histórias que Sahrazad contava
7. Em determinado momento da resenha, a autora compara seu comportamento ao ler o livro com o do rei Shahriyar ao ouvir as histórias contadas por Sahrazad. O que essa comparação expressa?
Que, assim como o rei Shahriyar, a autora da resenha também não queria deixar de conhecer as próximas histórias. Isso indica que ela se prendeu ao livro tanto quanto o rei às narrativas de Sahrazad.
8. Na opinião da autora, qual é a importância da obra para a cultura do Oriente Médio e da Ásia? Segundo a autora, essa obra contribui para divulgar essas culturas pouco conhecidas no Ocidente.
9. A autora aponta como aspecto negativo o valor elevado da obra. Porém, ela esclarece que esse
ela entende que a qualidade da edição, de capa dura e papel nobre e, princivalor “se paga”. Por que ela faz essa afirmação?Porque palmente, da tradução, compensa o valor pago.
10. Para a autora, por que é importante que o livro tenha sido traduzido diretamente do árabe? Porque, de acordo com ela, a tradução direta ajuda a manter a beleza do texto.
TROCANDO IDEIAS
1. Suponha que, em vez de contar histórias, Sahrazad defendesse suas ideias a respeito das atitudes
do rei e pedisse a ele que não a matasse. Você acha que essa estratégia teria sido eficaz? Por quê?
Resposta pessoal. Espera-se que o aluno reconheça que só pelo fato de ser mulher já não tinha a confiança do rei, que também já devia ter ouvido esses argumentos de muitas pessoas.
2. Existem outras situações em que argumentar oralmente sobre um ponto de vista pode não ser a melhor escolha? Explique.Resposta pessoal.
3. Que meios podem ser empregados para quem quer expor suas ideias e defendê-las?
Resposta pessoal. Espera-se que os alunos enumerem possibilidades, como: expressar-se oralmente, expondo seu ponto de vista e as razões que o levam a defendê-lo, ou manifestar-se por escrito.
4. Leia este trecho de outra resenha sobre a obra Livro das mil e uma noites –volume 1 – ramo sírio. Ao fim de tantas histórias, Sherazade vence seu algoz. Uma vitória conseguida ao longo de mais de 1 200 noites, e vai muito simbolismo nisso, exclusivamente pela força da palavra. Culta e inteligente, ela anuncia o que Gandhi faria no século XX, lutando contra seu opressor sem usar a violência. Simplesmente contando histórias que atravessam os séculos. MENGOZZI, Federico. Histórias para mil e uma noites. Época [s.d.]. Disponível em: . Acesso em: 5 mar. 2015.
a) Você concorda com a opinião do resenhista? Resposta pessoal. Professor, seria interessante propor aos alunos uma pesquisa sobre quem foi Gandhi, caso eles não conheçam a história do líder pacifista indiano.
b) Explique a relação que o trecho estabelece entre Gandhi e a personagem Sherazade.
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No trecho, tanto Gandhi quanto Sherazade são apresentados de forma a exemplificar que é p ossível lutar contra a opressão sem o uso da violênci a, recorrendo apenas ao poder das palavras.
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Na trilha da oralidade
Júri simulado A princesa Sherazade, personagem de As mil e uma noites , conseguiu salvar sua vida (e a de outras moças) por meio da arte de contar histórias. Essa história se tornou célebre e, hoje, os contos árabes As mil e uma noites são uma das obras mais conhecidas do mundo. Será que todas as pessoas dão valor aos tesouros da literatura e da leitura? Participe de um júri simulado e descubra novas ideias e opiniões sobre o tema deste capítulo. Conforme orientação do professor, prepare, com seus colegas, um julgamento para defender ou acusar a leitura de e-books. Professor, os alunos podem ser divididos em equipes por meio de sorteio. Sugerimos que o juiz seja escolhido em uma
ORIENTAÇÕES •
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votação.que O tema desse debate pode ser alterado conforme a realidade de alterações, sua turma, oascontexto atualpara ou sugestão dos alunos, podem propor outros temas relacionados à leitura. Caso haja orientações o júri simulado podem ser adaptadas coletivamente. Oriente os grupos a selecionar argumentos consistentes por meio da pesquisa e consulta a diferentes materiais, como textos e depoimentos. Reforce a importância de saber os momentos de falar e de ouvir, assim como da escuta atenta do discurso do outro para poder rebater.
Os alunos serão divididos em equipes. Uma delas representará a acusação e outra, a defesa. Alguns alunos farão o papel dos jurados e um aluno ficará com o papel de juiz. Há ainda as testemunhas, que poderão fazer parte da encenação, dependendo apenas do interesse e da criatividade dos membros das equipes. O grupo de defesa da leitura dee-books apresentará argumentos para defender a seguinte ideia: “Ler e-books pode atrair novos leitores e motivar a garot ada a ler mais, inclusive livrosimpressos.” O grupo de acusação apresentará argumentos para defender a seguinte ideia: “Ler e-books pode afastar a garotada da leitura em suporte impresso e prejudicar o estudo de importantes obras impressas”. Lembre-se de que você terá de assumir um dos papéis, acusar ou defender, independentemente de sua opinião pessoal. Portanto, trabalhe com argumentos que favoreçam os objetivos relacionados ao papel que terá de desempenhar. Os argumentos usados pelas pessoas que farão o contraponto de suas ideias poderão ajudá-lo a elaborar sua argumentação. Por isso, preste atenção neles. Valem as regras básicas: saber ouvir e aguardar a sua vez de falar, respeitando o papel do juiz, que lhe dará a palavra. Lembre-se de que o júri simulado é uma apresentação pública formal. Desse modo, a linguagem deve estar adequada a essa situação de comunicação: precisa também ser formal. Liste algumas ideias no papel com a finalidade de se preparar para esse momento. Sua fala precisa estar parcialmente planejada, para que no momento do júri você não corra o risco de não ter o que dizer. Estude a maneira como irá expor suas ideias. Você poderá até mesmo fazer alguns ensaios em casa e pedir que alguém o observe e dê algumas sugestões.
AVALIAÇÃO Depois da realização do júri simulado, avalie a atividade com seus colegas e com o professor respondendo às seguintes questões: •
Que ideias foram predominantes nos argumentos de defesa? E nos de acusação?
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Houve organização nas falas de cada participante?
•
Houve respeito à opinião do outro?
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As ideias expostas foram claras e objetivas ou houve falas desnecessárias, distantes do assunto em pauta?
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A linguagem empregada foi adequada à situação de comunicação? A respeito do planejamento de sua fala para a apresentação, responda: O que você conseguiu dizer? O que não conseguiu expor oralmente? O juiz assumiu o papel de mediador? Como foi a atuação dele ao organizar a ordem das falas e consultar o júri? O júri demonstrou ter compreendido os argumentos? Teve elementos suficientes para julgar e se posicionar a respeito do assunto?
•
A atividade atingiu plenamente seus objetivos?
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O que você achou de ter participado de um júri simulado?
De olho na ortografia
S com som de z 1. Leia as palavras a seguir: casa
rosa
princesa
aviso
quiser
pesquisa
análise
a) O que essas palavras têm em comum em relação à escrita e à sonoridade? Elas são escritas com “s”, mas possuem o som /z/.
b) Escreva outras cinco palavras que apresentem a mesma característica que você observou. Resposta pessoal. Sugestão: “perigoso”, “ousar”, “coisa”, “usar”, “peso”, “liso”, “inusitado”.
2. Em seu caderno, com base nos itens a seguir, escreva substantivos grafados com “s”, mas que tenham o som de /z/. Veja o exemplo: Homem que preside. Presidente. a) O que surpreende. Surpresa.
b) O tempo atual. Presente.
c) Lugar que contém muitas obras de arte dos séculos anteriores. Museu.
d) Mulher que escreve poesias. Poetisa.
e) Feminino de português. Portuguesa.
APRENDER BRINCANDO
Em pequenos grupos, você e seus colegas vão inventar um jogo que empregue as palavras anotadas em seu caderno nas atividades 1 e 2. Veja algumas sugestões: jogo de adivinha (o que é, o que é?); bingo; •
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palavras cruzadas;
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forca;
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jogo da velha;
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diagrama.
Professor, estimule os alunos a fazer para um inventário sas palavras, chamando a atenção aquelas desque costumam provocar dúvidas quanto à grafia. Oriente-os a montar jogos que divertem e ao mesmo tempo ajudam a fixar os vocábulos. Use essa mesma estratégia para trabalhar outras dificuldades ortográficas: “x” com som /z/, dúvida entre “x” e “ch” etc. De preferência, trabalhe com as dificuldades ortográficas que aparecem nas produções de texto dos alunos. Os exercícios farão muito mais sentido para eles.
Depois de inventado o jogo, é hora de trocá-lo com outra equipe e brincar com o recebido. Divirtam-se!
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Prática de leitura
Texto 6 – Paródia de conto maravilhoso Senhorita Vermelho Chapeuzinho Vermelho era a mais solteira das amigas de Dona Branca e uma das poucas que não era princesa. A história dela tinha terminado dizendo que ela ia viver feliz para sempre ao lado da Vovozinha, mas não falava em nenhum príncipe encantado. Por isso, Chapeuzinho ficou solteirona e encalhada ao lado de uma velha cada vez mais caduca. Com a cestinha pendurada no braço e com o capuz vermelho na cabeça, Dona Chapeuzinho entrou com o lacaio atrás. Dona Branca correu para abraçar a amiga. – Querida! Há quanto tempo! Como vai a Vovozinha? – Branca! As duas deram-se três beijinhos, um numa face e dois na outra, porque o terceiro era para ver se a Chapeuzinho desencalhava. – Minha amiga Branca! Por que você tem esses olhos tão grandes? – Ora, deixa de besteira, Chapéu! – Ahn... quer dizer... desculpe, Branca. É que eu sempre me distraio... – atrapalhou-se toda a Chapeuzinho. – Sabe? É que eu estou sempre pensando na minha história. Ela é tão linda, com o Lobo Mau, tão terrível, e o Caçador, tão valente... – Até que a sua história é passável, Chapéu – comentou Dona Branca, meio despeitada. – Mas linda mesmo é a minha, que tem espelho mágico, maçã envenenada, bruxa malvada, anõezinhos e até caçador generoso. – Questão de gosto, querida... Dona Chapeuzinho sentou-se confortavelmente, colocou a cestinha ao lado (ela não largava aquela bendita cestinha!), tirou um sanduíche de mortadela e pôs-se a comer (aliás, Dona Chapeuzinho tinha engordado muito desde aquela aventura com o Lobo Mau). – Aceita um brioche? – ofereceu a comilona de boca cheia. – Não, obrigada. – Quer uma maçã? – Não! Eu detesto maçã. [...] Dona Branca jogou para trás os cabelos cor de ébano e tomou uma decisão: – Vou convocar uma reunião de todas nós! – Boa ideia! Chame os príncipes também! – Os príncipes não adianta chamar. Estão todos gordos e passam a vida caçando. Além disso, príncipe de história de fada não serve para nada. A gente tem de se virar sozinha a história inteira, passar por mil perigos, enquanto eles só aparecem no final para o casamento. Chapeuzinho concordou: – É... Os únicos decididos são os caçadores. Eu devia ter casado com o caçador que matou o Lobo... Dona Branca tocou a campainha de ouro. Imediatamente, Caio, o lacaio, estava à sua frente. – Às ordens, princesa! – Caio, monte o nosso melhor cavalo. Corra, vo e e chame todas as minhas cunhadas de todos os reinos encantados para uma reunião aqui no castelo. Depressa! [...]
BANDEIRA, Pedro. O fantástico mistério de Feiurinha. São Paulo: FTD, 1987.
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POR DENTRO DO TEXTO
1. Que personagens de histórias conhecidas estão presentes no texto? Chapeuzinho Vermelho e Branca de Neve.
2. Transcreva do texto as características dadas a Chapeuzinho e responda: Qual é a visão do narrador sobre a personagem?
Solteirona, comilona, distraída, enfim, o narrador tem uma visão pejorativa, que ridiculariza e deforma a personagem.
3. Que fala da personagem Chapeuzinho revela um apego ao passado?
A fala: “[...] É que eu estou sempre pensando na minha história. Ela é tão linda, com o Lobo Mau, tão terrível, e o Caçador, tão valente...”.
4. O diálogo entre Branca e Chapeuzinho revela um jeito de se expressar mais moderno ou mais antigo? Transcreva do texto uma frase que confirme sua resposta.
Mais moderno. Alguns exemplos possíveis são: “– Ora, deixa de besteira, Chapéu!”; “– Até que a sua história é passável, Chapéu [...]”.
depersonagem depreciar a Branca, personagem do conto “Chapeuzinho o narrador, pelas 5. Além falas da ridiculariza outrassrcinal, personagens comunsVermelho”, aos contos de fadas. Identifique essas personagens e enumere suas características negativas, de acordo com Branca.
As personagens ridicularizadas são os príncipes das histórias. Segundo Branca, eles só aparecem no final dos contos, deixam as princesas desamparadas diante dos obstáculos, passam a vida caçando e, após o casamento, ficam todos gordos.
6. Como você ilustraria as personagens dessa história? Faça a apresentação delas e compare com as ilustrações de seus colegas. Depois, exponha o material em um painel da turma. Resposta pessoal.
7. Em seu caderno, reproduza o quadro a seguir e complete-o com as informações que estão faltando. Veja o modelo:
Frase marcante da personagem Chapeuzinho
História srcinal: Pergunta de Chapeuzinho para a avó (na verdade, o lobo disfarçado): “– Por que esses olhos tão grandes?”. Nova história: Pergunta de Dona Chapeuzinho para Dona Branca: “– Minha amiga Branca! Por que você tem esses olhos tão grandes?”. História srcinal: Não apresenta humor.
Humor no texto Nova história:
Características de Chapeuzinho
Desfecho da história
Ée uma efeito deentre humor gerado pela caracterização das personagens pelo paródia, conteúdocom do diálogo elas.
História srcinal: Uma menina comum que leva um lanche para a avó doente. Nova história:
Uma mulher solteira, comilona, que faz comentários inapropriados e vive se apegando às lembranças do passado.
História srcinal: Todos vivem felizes para sempre. Nova história:
Dona Branca e Dona Chapeuzinho decidem fazer uma reunião com todas as princesas.
8. Podemos afirmar que o texto “Senhorita Vermelho” é uma recriação humorística baseada em ou-
porque o texto parte do contexto dos contos “Branca de Neve e os sete anões” e “Chapeuzitras duas histórias conhecidas? Por quê?Sim, nho Vermelho”, alterando características das personagens nas histórias srcinais. Resposta pessoal. Espera-se que o aluno perceba que o efeito de
é gerado porque o texto transforma as características das 9. Em sua opinião, por que o texto lido tem efeito de humor?humor personagens dos contos srcinais e conta o que poderia ter acontecido com elas depois do “Viveram felizes para sempre”.
10. Pesquise o significado do termo “paródia”. Em seguida, explique se o texto lido é ou não uma paródia.
Paródia é a recriação de um texto, geralmente conhecido, e frequentemente utiliza ironia e deboche. Ela geralmente tem muitas características da obra de srcem, mas quase sempre tem sentidos diferentes desta. O texto lido é uma paródia porque recria dois textos conhecidos, mas com efeito de humor, distorcendo os enredos srcinais.
11. Seria possível reconhecer os efeitos de humor no texto de Pedro Bandeira sem conhecer os contos “Chapeuzinho Vermelho” e “Branca de Neve e os sete anões”? Por quê?
Não, pois é o confronto entre os textos srcinais e o novo que garante o humor da nova versão, já que, na nova história, as personagens são retratadas de uma maneira grotesca, caricata, que provoca o riso.
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IMPORTANTE SABER
Quando um texto tem outro texto como ponto de partida, confirmando suas ideias ou confrontando-as, observamos a intertextualidade. O conto “Senhorita Vermelho” apresenta semelhanças e diferenças com relação ao texto “Chapeuzinho Vermelho”, portanto é possível identificar entre eles uma intertextualidade. Neste caso, os elementos do texto de Pedro Bandeira reescrevem os elementos da versão srcinal, provocando humor. A paródia estabelece intertextualidade, pois é um texto que se confronta com as ideias de outro, e sua intenção é provocar efeitos de humor ou crítica. TROCANDO IDEIAS
Como vimos, na paródia “Senhorita Vermelho” as características das personagens são distorcidas para produzir humor. No primeiro parágrafo dotexto, Chapeuzinho é descrita como“solteirona e encalhada”.
1. Podemos dizer que o fato de Chapeuzinho ser solteira foi encarado como um aspecto negativo na descrição da personagem?Sim, o fato de ser “solteirona” e “encalhada” é utilizado para compor a visão caricata e pejorativa da personagem na paródia.
2. Que visão é revelada pelo modo como a personagem foi descrita? Ela ainda está presente em
Professor, espera-se que o aluno perceba que, ainda hoje, o fato de uma mulher ser solteira depois de certa idade não é visto com naturalidade. A pressão social no que diz respeito aos relacionamentos ainda é diferente para homens e mulheres, revelando que o machismo ainda é bastante presente em nossa sociedade. Basta observar que é bem mais comum uma mulher ser descrita como “solteirona” do que um homem como “solteirão”. É importante abrir a discussão para a turma e ampliá-la, considerando outras questões de gênero que sejam significativas para a realidade dos alunos.
nossa sociedade? Explique.
Momento de ouvir
Conheça mais uma história de umamenina que usa chapéu. Só que, destavez, ele é amarelo. Por que será? Ouça o que seu professor irá ler. Depois da leitura dotexto, responda às próximas questões: Professor, o texto encontra-se no Manual, mas seria interessante ter um exemplar do livro para mostrar aos alunos o trabalho poético de suas ilustrações.
a) De qual gênero é o texto que seu professor acabou de ler? É um texto com estrutura de um poema de cordel, com elementos da poesia visual e, no conteúdo, apresenta elementos de um conto maravilhoso.
b) O texto que você ouviu mantém uma relação de intertextualidade com outra história. Qual? Explique como se dá essa intertextualidade. Trata-se de um poema que reconta a história “Chapeuzinho Vermelho”. Professor, seria interessante pesquisar com os alunos, coletivamente, os elementos que se entrelaçam nas duas histórias.
Produção de texto
Conto Que tal produzir um conto que fará parte de um livro da turma? Reconte a história de um conto maravilhoso que você conhece,fazendo alguma modificação: você podede alterar desfecho, as participar características alguma etc. personagem eseu destino,Abuse trazerda uma personagem outrao história para dessadenarrativa Use sua imaginação. criatividade! Recrie a história ou trechos interessantes da obra. Procure atrair a atenção do leitor para o seu texto. Para isso, procure criar suspense, isto é, oculte algum dado para só apresentá-lo no final do relato. Ao final da produção, seu texto será reunido aos de outros colegas para formar um livro da turma.
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PLANEJE SEU TEXTO
Copie no caderno os itens do quadro e responda a cada um deles como modo de planejamento. Amplie o número de itens se precisar. Verifique se cumpriu o planejado na hora de avaliar o texto.
Para escrever o conto 1. Qual é o público leitor do texto?
Leitores de livro de modo geral.
2. Que linguagem vou empregar?
O nível de linguagem usado em um reconto pode estar mais próximo da informalidade. Textos que buscam divertir o leitor, em geral, acomodam uma linguagem informal, o que também vale para a fala das personagens quando o perfil delas tem a ver com esse tipo de linguagem.
3. Qual é a estrutura que o texto vai ter?
Caso o aluno opte pela sugestão dada, a estrutura que predomina no texto é a organização em parágrafos e discurso direto.
4. Onde o texto vai circular?
Em um livro que poderá ser reproduzido e levado para outros espaços além da escola.
OR IENTAÇ ES PARA A PRODUÇÃO 1. Seu conto poderá apresentar uma cena em que as personagens se encontram e dialogam sobre assuntos que apresentam relação com a época atual, como em “Senhorita Vermelho”. Você pode introduzir no conto um elemento novo que tenha alguma relação com a história srcinal.
2. Observe se o uso do tempo verbal em sua história ficou coerente com o que pretendia comunicar em cada momento do texto.
3. Utilize a descrição quando houver necessidade de retratar o ambiente, as características das personagens etc. Esse recurso poderá enriquecer seu texto.
4. Localize o leitor no tempo e no espaço, empregando verbos, advérbios e locuções adverbiais sempre que houver necessidade.
5. Caracterize: personagens, ambiente e indique o contexto em que esses elementos aparecem. 6. Verifique se as partes da história estão bem encadeadas, tanto no que diz respeito às ideias do texto como ao uso dos elementos linguísticos que ligam as partes.
AVALIAÇÃO E REESCRITA 1. 2. 3. 4. 5. 6.
Você caracterizou personagens, tempo e espaço? Fez uso adequado dos tempos verbais? Empregou no texto os elementos de coesão estudados neste capítulo? O texto ficou coerente? Leia-o e responda: Você acredita que o leitor vai compreendê-lo? Você organizou o texto em parágrafos? Criou diálogos?
7. Caso tenha usado o discurso direto: Empregou travessão? Usou verbos para anunciar fala das personagens? Empregou dois-pontos quando houve necessidade? Separou a fala da apersonagem da voz do narrador?
8. O desenvolvimento da história é coerente com a situação-problema (conflito) e com as características das personagens?
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PREPARAÇÃO DO LIVRO E CIRCULAÇÃO DO TEXTO 1. Escreva uma apresentação sobre você e, nela, explique por que escolheu recontar essa história. Esse texto será incluído logo após o seu reconto, sob o título “Sobre o autor”.
2. Crie uma opção de capa para o livro, utilizando diferentes técnicas e materiais. Por meio de
se necessário, explique aos alunos que sinopse votação, você e seus colegas devem escolher a capa definitiva. Professor, é um texto que traz breves informações sobre uma obra e um breve comentário. Você pode voltar a ler com eles o que está na quarta capa do livro O príncipe Sapo 3. Coletivamente, redijam a sinopse que aparecerá na quarta capa. etexto outras histórias , sobre os Irmãos Grimm, por exemplo. 4. É hora de fazer os convites para seus amigos, familiares e autoridades ligadas à escola para o lançamento do livro. Antes de confeccionar os convites, compare os exemplos a seguir e observe a linguagem empregada e a quem se dirige cada um deles:
Exemplo A
E aí, galera! No dia 24 deste mês, às 8 da noite, vai rolar o maior agito na Escola Pereira de Barros. Eu e o pessoal da minha sala vamos autografar um livro de contos da hora. Contamos com toda a galera sangue-bom do pedaço. Valeu! Exemplo B
Prezados senhores: No dia 24 deste mês, às 20 horas, os alunos dos sétimos anos do noturno irão autografar um livro de contos elaborado durante o ano. Contamos com sua presença. Texto A: linguagem informal, com uso de gírias. Texto B: linguagem formal. O convite A dirige-se aos colegas e amigos. O convite B dirige-se aos pais, Atenciosamente. familiares e comunidade. Agora, forme pequenos grupos e elabore um convite para o evento, usando a linguagem de acordo com o público que o receberá. Sob a orientação do professor, cheguem, coletivamente, a uma versão final do texto. O texto definitivo do convite será escolhido como o oficial da turma e deverá ser reproduzido e distribuído com antecedência, para que vocês possam contar com a presença de todos os convidados no evento. Caprichem também no visual!
Leia mais Vá à biblioteca da escola e pesquise outros livros de contos. Você vai descobrir que existem contos populares de vários países, que pode apreciar muitos modos diferentes e incríveis de contar histórias. Também vai conhecer o jeito como as diferentes culturas expressam diversas visões de mundo. Indique as histórias lidas para outros alunos da turma e aproveite para atualizar o mural de sugestões de leitura. Professor, oriente os alunos a pesquisar o sentido dos termos. Herói: aquele que arrisca a própria vida, ou morre por um ato nobre. Ídolo: personalidade que se torna, ou pela aclamação popular espontânea ou pela atuação direta da própria mídia, alguém a ser seguido e admirado.
Preparando-se para o próximo capítulo Converse com seus colegas, orientado pelo professor: Qual é a diferença entre ser um “herói” e ser um “ídolo”? Faça uma pesquisa sobre o significado dessas palavras, anote os resultados em seu caderno e leia-os para a turma na data marcada pelo professor.
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O L U ÍT P A C
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GUERREIROS, MITOS E HERÓIS
Professor, julgamos que, neste capítulo, mais importante do que estabelecer a diferença entre lenda e mito, é permitir que os alunos percebam as características dessas narrativas de tradição oral. Essa abordagem se deve ao fato de que, embora muitos teóricos tenham escrito sobre o mito e a lenda, não há consenso sobre as definições e diferenciações entre esses gêneros textuais, como assevera Helena Nagamine Brandão, na Gêneros obra do discurso na escola. Caso queira aprofundar o tema, há um texto da autora no Manual. Este capítulo trará um trecho da narrativa “O leão, a feiticeira e o guarda-roupa”, retirado do livro As crônicas de Nárnia. Logo após, há sugestões para um trabalho so bre o percurso do herói, proposto pelo teórico Joseph Campbell. Sugerimos que os alunos assistam ao filme As crônicas de Nárnia: o leão, a feiticeira e o guarda-roupa, para que possam realizar o trabalho no final do capítulo.
Para começo de conversa
Observe as imagens a seguir e depois responda às questões. sc i m o C C D / e e L m iJ
Batman.
s ic m o C C D
Mulher-Maravilha. csi m o lC ve ar /M n w o e K e la D
Homem-Aranha.
sc i m o lC ve ar M
Tempestade, personagem dos X-Men.
1. Você sabe quem são as personagens representadas nas imagens?Respostas pessoais. 2. Você reconhece essas personagens como heróis? 3. Para você, o que significa ser um herói? 4. Você tem algum herói predileto? Por que o admira? O que ele tem de extraordinário? 5. Você já se imaginou como um herói? Como você seria? Quais seriam os seus poderes? Que problemas gostaria de resolver?
6. Em sua opinião, os heróis pertencem ao universo da imaginação ou podemos dizer que existem heróis no mundo real?
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Prática de leitura
Texto 1 – Letra de canção Leia o texto a seguir e descubra que tipos de heróis o eu poético fantasia ser.
João e Maria Agora eu era o herói E o meu cavalo só falava inglês A noiva do cowboy Era você Além das outras três Eu enfrentava os batalhões Os alemães e seus canhões Guardava o meu bodoque E ensaiava um rock Para as matinês
h ta Jó
Agora eu era o rei Era o bedel e era também juiz E pela minha lei A gente era obrigado a ser feliz E você era a princesa Que eu fiz coroar E era tão linda de se admirar Que andava nua pelo meu país Não, não fuja não Finja que agora eu era o seu bri nquedo Eu era o seu pião O seu bicho preferido Vem, me dê a mão A gente agora já não tinha medo No tempo da maldade Acho que a gente nem tinha nascido Agora era fatal Que o faz de conta terminasse assim Pra lá deste quintal Era uma noite que não tem mais fim Pois sumiu no mundo Sem você me avisar E agora eu era um louco a pergu ntar O que é que a vida vai fa zer de mim SIVUCA; BUARQUE, Chico. Chico ao vivo. BMG/Ariola, 1999. © by Cara Nova Editora Musical Ltda. CD.
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POR DENTRO DO TEXTO
1. Na letra da canção, as cenas descritas não são reais; aconteceram somente na fantasia do eu poético. Para confirmar essa ideia, identifique no texto as seguintes palavras ou expressões: a) Que se referem à diversidade do tempo na canção. “Agora eu era o herói”; “No tempo da maldade/ Acho que a gente nem tinha nascido.“.
b) Que se referem às várias identidades do eu poético e de sua amada. O eu poético: “herói”,cowboy” “ , “rei”, “bedel”, “juiz”, “brinquedo”, “pião”, “bicho preferido”, “louco”. A amada: “noiva cowboy do”, “princesa”.
c) Que indicam as ações do eu poético.
“Eu enfrentavaos batalhões”; Guardava “ o meu bodoque / Eensaiavaum rock / Para as matinês” / “a princesa que fiz eu coroar”; “E agora eu era um louco a perguntar[...]”.
2. Na letra, o eu poético expressa sua fantasia de maneira infantil. Que versos exemplificam essa ideia? “Agora eu era o herói” / “Agora eu era o rei” / “era o bedel e era também juiz”. / [...] “E você era a princesa que eu fiz coroar.”
3. Que elementos do texto fazem parte do universo do conto maravilhoso? Herói, animal agindo como ser humano (cavalo falante), rei, princesa, faz de conta.
4. Para demarcar o limite entre o mundo real e o imaginário, o eu poético faz uso da linguagem figurada e cria uma metáfora. •
Transcreva os versos que expressam essa metáfora. “Pra lá deste quintal / Era uma noite que não tem mais fim”.
5. A que sofrimento do eu poético se refere a expressão “Era uma noite que não tem mais fim”? Ao sofrimento provocado pelo desaparecimento da amada, que sumiu no mundo sem o avisar.
6. Que tempo verbal empregado na canção se relaciona à expressão “Era uma vez”? O que ele indica? O pretérito imperfeito, que aparece no decorrer da canção, é o mesmo empregado na expressão “Era uma vez”. Ele indica fatos que aconteceram em um tempo indeterminado, que a expressão sugere muito anterior à situação de que fala o texto.
7. Que advérbio do texto remete ao tempo presente?“Agora”.
8. Transcreva em seu caderno a alternativa que melhor expressa a relação temporal do poema esta-
belecida pelo advérbio “agora”. a) Esse advérbio se opõe à expressão “Era uma vez”, embora os fatos narrados não pertençam ao mundo da realidade. b) “Agora” se opõe a “Era uma vez”, pois ao empregar tal advérbio o eu poético refere-se à realidade. c) O advérbio “agora” e a expressão “Era uma vez”, própria do universo infantil, indicam o mundo de fantasia em que está imerso o eu poético. Alternativa “c”.
9. Essa história apresenta um final feliz? Transcreva do texto, em seu caderno, os versos que se referem ao desfecho. Não. Todos os versos da última estrofe se referem ao desfecho triste da história.
Atividade de criação
Ilustração de letra de canção Que tal ilustrar o conteúdo da letra da canção, revelando as cenas relatadas pelo eu poético, os lugares em que elas acontecem, os diferentes momentos retratados? Observe que o autor cria uma série de imagens. Tente representá-las por meio de ilustração, pintura, colagem ou outras técnicas.
Prática de leitura
Texto 2 – Mito Ao longo da História, a humanidade inventou personagens extraordinárias que, em razão de determinadas virtudes e habilidades, realizaram grandes façanhas, alcançando êxito e fama.
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Cada época, cada cultura cria seus próprios heróis e os adorna com características que considera dignas de admiração. O próximo texto conta a respeito de uma guerra que começou por causa do rapto de Helena, a mulher mais bela da Terra, rainha de Esparta e esposa do rei Menelau. Ajudado por Afrodite, Páris rapta Helena e a leva para Troia. Que herói poderia resgatá-la? Descubra lendo o próximo texto. Professor, no Manual há informações sobre a classificação de mito como gênero textual.
A Guerra d e Troia [...] Quando Helena foi raptada, Menelau apelou a todos os reis da Grécia para que o ajudassem a resgatá-la. Formou-se então um enorme exército, pois cada rei levou seus soldados. E todos, chefiados por Agamenon, que era irmão de Menelau, dirigiram-se a Troia para buscar Helena de volta. Cercaram a cidade e t ravaram inúmeros combates, mas a guerra levou dez anos pa ra se resolver, porque os deuses ora ajudavam os gregos, ora ajudavam os troianos. Entre os reis gregos que sitiaram Troia estava Ulisses, o mais astuto de todos eles. Ele inventou uma artimanha espertíssima, para que finalmente os gregos vencessem os troianos. Fez com que os gregos construíssem um enorme cavalo de madeira e no interior dele acomodaram os guerreiros mais valentes, inclusive Ulisses. Puseram o cava lo em frente aos portões de Troia, como se fosse um presente. Depois, começaram a se ret irar, embarcando inclusive nos seus navios. Os troianos, vendo aquilo, acreditaram que os gregos tivessem desistido da guerra e que o presente fosse uma prova dis so. O cavalo era tão grande, que não passava pelos portões da cidade. Então, embriagados com a ideia de que a guerra tinha finalmente acabado, alguns troianos resolveram derrubar uma parte da muralha pa ra poder levar o cavalo pa ra dentro da cidade. Todos os troianos ficaram muito alegres. Empurra ram o cavalo para dentro das muralha s, fizeram grandes festas, tomaram muito vinho, dançaram pelas ruas até que escureceu, todos ficaram muito cansados e foram dormir. Quando tudo se acalmou, a barr iga do cavalo abriu-se e os gregos foram saindo lá de dentro. Enquanto isso, os soldado s que haviam se retirado vi nham voltando e entraram pela brecha que os próprios troianos tinham feito na muralha. Num instante, os gregos já ti nham se espalhado pela cidade, já tinham matado os soldados troianos que encontraram e, até que os habitantes da cidade se dessem conta do que estava acontecendo , eles já estavam no palácio real e já tin ham aprisionado o rei, a rainha , os príncipes e as pri ncesas. Helena foi levada de volta a Esparta e cada um dos combatentes gregos voltou para sua terra. [...] ROCHA, Ruth. Ruth Rocha conta a Odisseia. São Paulo: Salamandra, 2011.
s re d n o L ,y r e al G la n ito a N e h T
Procissão do cavalo de Troia (1760), de Giovanni
Domenico Tiepolo. Óleo sobre tela, 38,8 cm × 66,7 cm.
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POR DENTRO DO TEXTO
1. Os
mitos são histórias em que seres com poderes extraordinários, como as divindades ou os deuses, interferem no destino do universo e da humanidade. A história que você acabou de ler apresenta essa característica? Explique sua resposta. Sim, há os seres divinos, os deuses que ora ajudaram os mortais (Menelau, Agamenon, Helena, Ulisses), ora os atrapalharam.
2. Qual é a consequência dessa interferência divina? A duração da Guerra de Troia, que se estendeu por mais de dez anos.
3. Quem é o herói da história? O herói é Ulisses. •
Que características esse herói apresenta para derrotar o inimigo? Identifique-as dentre as relacionadas a seguir e justifique sua escolha de acordo com a história que você leu. De acordo com o texto, é possível identipois tem ficar Ulisses a ideia principalmente de enganarcomo os troianos astuto, com o falso presente, e como líder, pois é obedecido e seguido por seu exército e o de outros reis gregos.
astúcia
frieza
egoísmo
liderança
4. Quem tem maior destaque: o herói Ulisses ou os deuses? Por que você acha que isso acontece?
Apesar de os deuses serem mais poderosos que os mortais e intervirem nos acontecimentos, eles não são as personagens principais, pois cabem aos heróis as atitudes de coragem que os diferenciam dos outros homens.
TEXTO E CONSTRUÇÃO 1. Leia esta explicação, retirada do livro de Ruth Rocha, e responda às questões que seguem: A Odisseia é a história da volta de Ulisses, o mais astuto de todos os gregos, para sua Ilha de Ítaca, onde era rei. Ulis ses é o nome romano do nosso heró i. Na Grécia ele é chamado de Odisseu. Por isso essa história é ch amada de Odisseia . ROCHA, Ruth. Ruth Rocha conta a Odisseia. São Paulo: Salamandra, 2011.
•
A história que você leutem uma continuação. Leia um trecho:
Dez anos se passa ram depois que a Guerra de Troia terminou. Todos os reis, generais e comandantes que tinham tomado parte nela já tinha m voltado para suas casa s. Mas Ulisses, o mais esperto dos gregos, não conseguia chegar à Ilha de Ítaca, da qual era rei e onde estavam esperando por ele sua mulher, Penélope, e seu filho Telêmaco , que já tin ha quase v inte anos. Na verdade, havia dois deuses que faziam de tudo para complicar a viagem de Ulisses: Hélio, o Sol, e Poseidon, deus das águas... ROCHA, Ruth. Ruth Rocha conta a Odisseia. São Paulo: Salamandra, 2011.
a) Pela leitura do texto anterior e pela explicação da autora, é possível afirmar que Ulisses vive a maior dee seu suas lugar dedezsrcem? Explique. Sim, pois parte sua mulher filhoaventuras estão esperandofora por eledo há seu quase vinte anos: na Guerra de Troia e o restante no caminho de sua casa, a Ilha de Ítaca. b) Essa história continua sendo uma narrativa mitológica? Sim, pois conta as dificuldades de um herói, com características que o distinguem dos demais, ao enfrentar a fúria das divindades.
c) Ao tentar voltar para casa, muitos são os perigos enfrentados por Ulisses: os ciclopes (monstros de um só olho); a feiticeira Circe; Hade (deus dos mortos); as sereias, entre outros. Mas, no final, assim como em Troia, Ulisses é vencedor. Por que ele consegue derrotar seus adversários? Ele é o mais astuto dos gregos e, embora os deuses teimem em atrapalhá-lo, ele supera a todos.
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2. Se um herói é uma personagem ornada com as qualidades valorizadas por um povo em determinada época, que características humanas você supõe que eram importantes na Grécia Antiga? A coragem, a determinação, a inteligência.
3. Foi Ulisses quem imaginou a estratégia de usar o cavalo de Troia para invadir a cidade e com isso
derrotou os troianos e libertou a esposa de Menelau. Depois vagou dez anos no mar, enfrentou perigos diversos, mas conseguiu vencer e voltou a Ítaca. Transcreva em seu caderno a alternativa que justifica de modo mais completo o fato de Ulisses ter-se tornado um mito. a) Ao cantar os feitos desse herói, o povo grego está cantando sua própria glória. b) Os gregos criaram o mito do herói Ulisses para ensinar às crianças os valores de seu povo. c) Ulisses representa as glórias de todo o povo grego, sua astúcia, coragem, liderança e ideal de justiça. Alternativa “c”.
4. Observe a ilustração a seguir, retirada do livroRuth Rocha conta a Odisseia: a h c o R o d ar u d E
•
No caderno, copie os fatos listados a seguir. Depois, relacione cada fato ao nome de um dos de Helena (Esparta). locais da ilustração.Rapto Local da guerra (Troia). Lugar de srcem de Ulisses (Ilha de Ítaca).
Rapto de Helena.
Local da guerra.
Lugar de srcem de Ulisses.
5. Leia o significado das palavras a seguir: glória: substantivo feminino. 1 fama que uma pessoa obtém por feitos heroicos, grandes obras ou por suas ex traordinárias qualidades. feminino. que leva junto alguém a ter uma conduta proba, virtuosa, honra: substantivo 1 princípio corajosa, e que lhe perm ite gozar de bom conceito à sociedade. Instituto Antônio Houaiss. Dicionário eletrônico Houaiss da língua portuguesa. Rio de Janeiro: Objetiva, 2009. •
De acordo com o texto, é possível supor que Ulisses conquistou a glória e a honra por suas reaUlisses realizou um grande feito: preparar uma estratégia para vencer lizações na Guerra de Troia? Explique sua resposta.Sim, a guerra que já durava mais de dez anos. O texto também menciona suas qualidades pessoais: era o mais astuto de todos os guerreiros. Por causa de seus feitos, de sua coragem, é possível deduzir que Ulisses é reconhecido pela sua honra e obtém a glória diante de seu povo.
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6.
Observe estas imagens, que representam Ulisses, Helena de Troia e os deuses Apolo e Afrodite. Apolo
Ulisses s e g a Im y tt e G : o t o F . o n a ic t a V o d
s n e g a I-m G K A : o t o F .) o n a ic t a (V o n ti n e m le C o i P u e s u M
u e s u M
Escultura grega da Antiguidade Clássica retratando Ulisses (Odisseu).
Apolo Belvedere, de Leocarés (300 a.C.). Mármore, 2,24 m.
Helena de Troia
Afrodite
i in d l a B o n a f e t S / e n to s y e K to o F .t r e lb A e ia r o t c i V u e s u M
Helena de Troia
s e g a m -I G K A : to o F . o n a ic t a V o d u e s u M
(1812), de Antonio Canova. Mármore, 64 cm.
Afrodite de Cnidos (c. 350 a.C.), de Praxísteles. Mármore, 2,16 m.
Sim, os aspectos físicos de Afrodite e Apolo são humanos, equivalentes aos das personagens mortais Ulisses e Helena. Professor, é interessante solicitar aos alunos que pesquisem sobre alguns mitos gregos para que percebam que não é apenas na aparência exterior q ue os deuses se assemelham aos humanos, mas também nos sentimentos e nas ações. A pesquisa solicitada neste capítulo poderá ser uma boa oportunidade para essa verificação. •
•
Existe semelhança entre deuses ehumanos nas imagens exibidas? Que relação existe entre a técnica utilizada nas obras mostradas nas imagens eas personagens Espera-se que o aluno perceba que tanto a técnica da escultura como as personagens mitológicas representadas são elementos que representam? importantes da cultura grega. Mesmo a escultura do busto de Helena de Troia, produzida em um período bastante posterior à Anti-
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guidade Clássica, faz referência à tradição escultórica grega. Professor, seria interessante solicitar aos alunos que fizessem uma pesquisa sobre a presença dessa técnica artística na história da Grécia.
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PARA VOCÊ QUE É CURIOSO
O trecho a seguir faz parte da tradução do texto srcinal da Odisseia. É uma fala emocionada de Ulisses a seu filho. Professor, se necessário, explique aos alunos o sentido de "vitupérios": palavra, atitude ou gesto que ofende a honra de alguém; insulto.
Não sou deus, a imortais não me equipares; Sou teu pai, sou quem choras, quem suspiras, Por quem padeces vitupérios tantos. Nisto a seu filho beija, e à terra a pares, Não mais contidas, lágrimas borbulham. HOMERO. Odisseia. Tradução de Manuel Odorico Mendes. São Paulo: Ars Poética/Edusp, 1996.
Como você pôde observar, o texto srcinal da Odisseia foi escrito em forma de poema. Embora o registro do texto tenha sido atribuído a Homero, não se sabe verdadeiramente se esse autor existiu. Assim como o conto maravilhoso, a história de Ulisses tem raízes na tradição oral, nas narrativas populares. São histórias que atravessaram gerações e foram registradas e divulgadas pelo mundo, tornando-se célebres e revelando o imaginário coletivo. TROCANDO IDEIAS
Você já ouviu a expressão popular “presente de grego”? Que relação é possível estabelecer entre essa expressão e a Guerra de Troia? Explique.
Ela se refere ao cavalo de Troia, que, na guerra, pareceu aos troianos um presente, mas não era. Receber um presente de grego significa receber algo que causa aborrecimento, que não é conveniente ganhar. Dar um presente de grego é oferecer algo que traz prejuízo a quem recebe. Professor, ouça a explicação de quem já conhece a expressão.
Prática de leitura
Texto 3 – Lenda ANTES DE LER
1. Que lendas você conhece?Resposta pessoal. Sugestões: Lenda do guaraná, lenda de Foz do Iguaçu, lenda da mandioca, lenda da vitória-régia. 2. Em sua opinião, as lendas são sempre histórias fictícias ou também podem ser reais? Explique. Resposta pessoal. Professor, geralmente, as lendas combinam fatos reais e históricos a elementos fictícios, srcinados da imaginação humana.
A histór ia de Ch ico Rei Um rei negro da África foi derrotado em combate e feito prisioneiro. O vencedor destruiu as aldeias, as plantações e os rebanhos do vencido. Depois, reuniu o rei, a rainha, os príncipes e os chefes guerrei ros da nação derrotada, e os vendeu a todos, como escravos , para o Brasi l. Chegando ao Novo Mundo, o rei negro foi comprado, com sua mulher, filhos e alguns vassalos, por um proprietário de minas de ouro. Marcharam a pé para Mi nas Gerais. O rei, de calças de algodão, o busto nu, cami nhava à f rente dos escravos, d e cabeça erguida, como se fosse ai nda o soberano daquela gente. Ficaram todos em Vila Rica. O rei negro foi bati zado com o nome de Francisco. Mas os outros escravos, que o respeitavam e admiravam, chamavam-no Chico Rei. Perseverante e obstinado , o negro trabalhava nas minas, sem pausa nem descanso. A bateia, em suas mãos duras e fortes, agitava-se,
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sem cessar, como se fosse uma máquina. Os outros escravos, seus antigos guerreiros, seguiam o exemplo do rei. De modo que torrentes de pepitas de ouro jorravam das mãos daqueles trabalhadores incansáveis, enr iquecendo, cada vez mais, o seu senhor. Anos e anos de trabalho e privações permitiram a Chico Rei juntar o dinheiro necessário para sua alforria e a de sua mulher. Continuando a economizar, Chico Rei libertou seus filhos e, em seguida, os va ssalos que o havia m acompanhado na escravidão. Mais ta rde, conseguiu comprar um pedaço de terra na Encard ideira. Quando foi revolvê-lo para a plantação, descobriu uma mina de ouro. E Chico Rei ficou rico, aumentando o grupo de escravos libertados que o seguiam e veneravam. Usando manto de veludo e coroa de ouro, Chico Rei à frente de cortejo de africanos Chico Rei era aclamado nas festas de Nossa escravizados, em ilustração de Rodrigo Rosa (2004). Senhora do Rosário, como um verdadeiro soberano. Em sua volta, dançavam, cantavam negros e negras, entusiasmados com o garbo e o luxo de seu chefe. No dia 6 de ja neiro de cada ano, saía d a Encardideira u m cortejo monumental de negros, trajados de seda e enfeitados de ouro, c omo se fosse um Reino da Áf rica, baila ndo nas ruas de Vi la Rica, em louvor da Padroeira dos Escravos. À frente , vin ham Ch ico Rei, a rainha, suas fil has e damas de honra, todas com as carapinhas empoadas de ouro.
a s o R o ig r d o R
Quando terminava a festa, a rai nha e suas vassa las banhavam a cabeça na pia de pedra que há no Alto da Cruz. No fundo da pia, ficava, brilhando, todo o ouro que enfeitara os penteados das negras. Esse ouro era utili zado para libertar outros escravos. Por isso, em Minas Gerais, ninguém esquece Chico Rei, o negro soberano, generoso e heroico, que venceu o destino, conquistou a liberdade e concorreu, com o melhor do seu esforço, para a g randeza e a prosperidade da boa terra que o acolheu. SANTOS, Theobaldo Miranda. Lendas e mitos do Brasil. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 2004.
POR DENTRO DO TEXTO 1.
Qual é a srcem das personagens que foram vendidas como pessoas a serem escravizadas para o Brasil?
As personagens são africanas.
2.
Como era a vida de Chico em seu país de srcem? Na África, Chico era rei, vivia com sua mulher e filhos e tinha vários vassalos.
3.
Mesmo sem liberdade, qual era a postura de Chico Rei ao marchar a pé para Minas Gerais?
Caminhava à frente dos africanos escravizados de cabeça erguida, como se fosse ainda o soberano daquela gente.
4.
Qual foi a atitude de Chico Rei para conquistar sua liberdade?
5.
Podemos dizer que Chico Rei só se preocupou consigo mesmo? Comprove sua resposta transcrevendo trechos do texto.Não. Ele se preocupou com sua família e com os outros escravos. Os trechos que confirmam a resposta são: “[...] Conti-
Durante anos e anos Chico trabalhou sem descanso, juntando dinheiro para comprar sua carta de alforria.
nuando a economizar, Chico Rei libertou seus filhos e, em seguida, os vass alos que o haviam acompanhado na escravidão”; “[...] E Chico Rei ficou rico, aumentando o grupo de escravos libertados que o seguiam e veneravam”.
6.
Qual foi a fama que Chico Rei conquistou em Minas Gerais? Por quê? A fama de um herói generoso e soberano, que conquistou a liberdade e contribuiu para a grandeza e prosperidade da terra que o acolheu.
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IMPORTANTE SA BER
Chico Rei é uma personagem lendária. Personagens lendárias ou mitológicas são aquelas cujos feitos são engrandecidos e enaltecem a comunidade à qual pertencem. Entre as personagens mitológicas mais conhecidas estão Hércules; Sansão; Rei Artur; Alexandre, o Grande; Joana d’Arc; Robin Hood; Ivanhoé, entre outras. TROCANDO IDEIAS
1. Em sua opinião, qual é a importância das personagens lendárias para a sociedade?
Resposta pessoal. Sugestão: As personagens lendárias costumam ser tomadas como exemplo e suas histórias transmitem ensinamentos para a sociedade.
2. Que tipo de mensagem ou ensinamento a lenda de Chico Rei pode nos transmitir?
Resposta pessoal. Sugestão: Chico Rei representa a resistência histórica do povo negro brasileiro e mostra quão importante é ter dignidade e se manter firme diante dos desafios. Professor, o congado pode ser considerado uma forma de sociabilidade que dá sentido à vida dos congadeiros, dinamiza e fortalece os laços de união com outros grupos e cria, para o descendente de escravizados, um novo espaço de poder e visibilidade que lhe garante dignidade e cidadania.
PARA VOCÊ QUE É CURIOSO
Chico Rei e o congado no Brasil
A Festa do Congado é uma manifestação afro-brasileira que mistura música, dança e fé. Seja lenda ou história, a luta de Chico Rei está na alma dos congados no Brasil. Os primeiros registros desse folguedo no país datam de 1545, com a vinda dos primeiros africanos escravizados que, nas senzalas, lançavam mão de cantos e danças para aplacar a dor e a saudade de casa. Apesar da presença de grupos de congadas em todo o Brasil, é na região Sudeste que se concentra o maior número deles, especialmente em Minas Gerais, onde eles são aproximadamente quatro mil. Na memória dos congadeiros dos mais diversos grupos do estado, a tradição do congado chegou a Minas Gerais por meio de Chico Rei. Em 1747, o rei escravizado, grande devoto de Nossa Senhora do Rosário, organizou a primeira festa em homenagem à santa que o ajudou a concretizar seu sonho de liberdade, com riquíssimo cortejo e farta mesa. Sua forma de agradecimento contagiou outros africanos escravizados e acompanha seus descendentes até hoje.
Fonte: OLIVEIRA, Rosângela Paulino de. Diversidade cultural religiosa no congado mineiro – o corpo como mensageiro do sagrado. Anais do Simpósio da ABHR, v. 13, 2012. Disponível em: . Acesso em: 6 mar. 2015.
G M , e t e ia fa L rio e lh e s n o C e d ra tu l u C e d la p cii n u M iar at e cr e S
Festival reúne grupos de congado em Lafaiete, Minas Gerais, 2014.
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TEXTO E CONTEXTO
1. Leia o texto a seguir, retirado de uma revista: El Cid foi o apelido do cavaleiro espanhol Rodrigo (ou Ruy) Díaz de Vivar, que viveu no século XI durante a guerra de reconquista das terras espanholas invadidas pelos mu çulmanos. Apesar de ter nascido de uma família nobre, El Cid foi injustamente exilado pelo rei de Castela por causa de uma intriga na corte. Teve suas terras confiscadas e sua mulher e filhas foram aprisionadas. Mesmo assim, El Cid permaneceu fiel ao
s e ag Im G K A : o t o F . ri d a M e lad n io ca N
rei mouros espanhol e passou a maior de sua vida lutando os . Nunca perdeu umaparte batalha e sua bravura eracontra tanta que seus inimigos lhe deram o apelido honorífico de Sidi, o mesmo que o Sir inglês ou o Dom espanhol. No final de sua vida, sua fidelidade foi reconhecida e El Cid teve de volta títulos e terra. Sua altivez, fidelidade e nobre orgulho são exaltados como exemplo pelos espanhóis ainda hoje.
ca te io l ib B
Terra, São Paulo, Ed. Abril, 2004.
Retrato de Rodrigo Díaz de Vivar, El Cid. Desenho de José López Enguídanos, gravado por Vicente López Enguídanos, 1791.
a) A personagem El Cid pode também ser considerada lendária? Por quê?
Sim. El Cid, apesar de humilhado, não se deixa abater e conserva características próprias de herói, como valentia, coragem – ao combater os mouros – e honra, pois, embora o rei o tenha expulsado, manteve-se fiel a ele.
b) Compare a história de El Cid com a de Chico Rei, indicando os traços comuns e os que as difeEl Cid e Chico Rei eram nobres que tiveram de deixar suas terras e famílias. Ambos permaneceram orgulhosos e lutaram contra seus inimigos, eram renciam. valentes, honrados. Chico Rei, com seus atos de bravura, salvou a si e a muitos de sua etnia, enfrentou adversidades por um ideal comum. Já El Cid,
embora tenha lutado para preservar as terras espanholas dos muçulmanos, teve como grande objetivo reaver suas terras, a mulher e as filhas, não apresentando a visão do herói que luta apenas por um ideal comum; sua luta tem um caráter individual.
história de certos heróis nacionais é uma referência importante para a vida epodem a cultura um 2. A povo. Considerando os textos que você leu neste capítulo, quais personagens serde consideradas heróis nacionais?
Ulisses é herói do povo grego; Chico Rei é herói da nação africana, isto é, de todos os africanos escravizados que, aqui subjugados, viam nele a expressão da coragem e da fraternidade; El Cid é herói da Espanha, pois protegeu as terras espanholas da invasão dos muçulmanos.
IMPORTANTE S ABER
O feito heroico, em geral, tem caráter coletivo. O herói vence obstáculos difíceis e realiza grandes feitos que podem mudar o destino de um povo e trazer-lhe orgulho. TROCANDO IDEIAS
1. Você conhece outras personagens de histórias que consideraria heróis? Por quê? Resposta pessoal. Professor, espera-se que os alunos deem respostas coerentes com as reflexões anteriores.
2. Ao tentar lidar com um problema, que meios você costuma usar para resolvê-lo? Pensa em estratégias, como Ulisses, ou desiste no meio do caminho?Resposta pessoal.
Hora da pesquisa
Professor, se achar necessário, divida a turma em grupos e distribua diferentes temas de pesquisa entre eles: planetas, meses do ano, marcas comerciais, games, produtos. Peça aque cada grupoo título que elabore uma opção de título para o mural e, por meio de votação, deixe elejam definitivo.
Mural de verbetes ilustrados Atualmente, muitos termos utilizados para nomear marcas, produtos, instituições, entre outros, têm srcem em personagens da mitologia grega. Sua tarefa será pesquisar alguns exemplos desse tipo que estejam presentes em seu cotidiano.
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Ájax, por exemplo, era considerado um dos mais habilidosos guerreiros gregos, depois de Aquiles e de Apolo. Hoje, o nome dessa personagem, sem o acento, também é o de uma marca de produtos de limpeza. Em sua busca, observe se o uso dos termos pesquisados procura atribuir características das personagens mitológicas aos elementos nomeados. No caso da marca de produtos de limpeza, por exemplo, provavelmente a escolha do nome foi uma tentativa de sugerir que os produtos seriam tão fortes e poderosos quanto o guerreiro grego. Com os dados recolhidos, sob a orientação do professor, monte com sua turma um mural de verbetes ilustrados. O material que comporá o mural pode incluir textos publicitários, rótulos de embalagem, fotos etc. Exponham o trabalho no corredor ou em outro espaço que possibilite a visita.
ORIENTAÇÕES •
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Os verbetes podem ser escritos em folhas avulsas, de diferentes cores. As folhas conterão um verbete com o nome da personagem mitológica, um breve resumo da história, as características da personagem e uma ilustração relacionada à presença do mito no cotidiano.
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No painel, as folhas serão dispostas em ordem alfabética, com base na letra inicial de cada verbete.
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Não se esqueça de colocar a fonte da qual o material foi retirado ou na qual foi pesquisado.
Momento de ouvir
Professor, leia o trecho de Dom Quixote, o cavaleiro da triste figura, que está no Manual.
Agora, você vai ouvir a história de uma personagem que gostava tanto das aventuras de nobres cavaleiros, das novelas de cavalaria, que acabou penetrando nesse mundo maravilhoso.
Reflexão sobre o uso da língua
Classes gramaticais (revisão) 1. No capítulo anterior, você refletiu a respeito de palavras que servem para encadear as ideias, organizar com clareza os pensamentos. Sem elas, as frases ficam soltas, não constituindo, portanto, um texto. A proposta agora é que você reconstrua o sentido do próximo texto, organizando os parágrafos, que estão desordenados. Em seguida, escreva o texto em seu caderno. Ordem dos parágrafos: 7, 5, 6, 8, 4, 2, 3 e 1.
O Rei Artur 1 Artur teve de repetir a prova vá rias vezes, até que todos se renderam às evidências: aquele jovem desconhecido seria o novo rei! Armado cavaleiro, Artur foi coroado no dia de Pentecostes, tendo sempre consigo a resplandecente espada mágica E xcalibur, concebida no Outro Mundo. [...] 2
–Sem Pornenhuma que ir tãodificuldade, longe? Temos aqui uma espada – pensou belada retirou a espada bigorna e logo osejovem. viu cercado de barões. O nobre Antor também fora a Londres, acompanhado de seu filho Keu e de Artur, nessa altura um adolescente. Keu resolveu participar do torneio e pediu a A rtur que fosse buscar sua espada na hospedaria . Ao passar diante da bigorna, A rtur voltou-se para a espada misteriosa. 3 4
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Uther Pendragon e Igra ine não ti veram outro filho, de modo que, quando o rei morreu, não havi a sucessor. Consultado, Merlin profetizou que um misterioso rei ir ia “escolher a si mesmo no próximo Natal”. Perplexos, os súditos espera ram a data com impaciência. 6 No dia de Natal , todos os barões estavam reunidos em Londres – cada qual se julgando o escolhido – quando se descobriu que no adro da catedral aparecera misteriosamente durante a noite uma bigorna. Nela estava cravada uma espada, em cuja lâmina reluzia a inscrição: “Aquele que me tirar desta bigorna será o novo rei”. 7 Ao ficar viúva, Igraine casou-se com Uther Pendragon, mas o nascimento de seu filho Artur continuava em segredo: a criança fora concebida antes do casamento, quando Uther Pendragon assumi ra a aparência do duqu e de Tintagel. O recém-nascido fora entregue a Merlin , que o confiou 5
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nobre esposa. mas, como todos fracassassem, a prova foi transferida para o anoForamAntor muitose aossua candidatos, -novo. Nesse meio-tempo, organizou-se um torneio para acalmar os ânimos. RAGACHI, Claude-Catherine. A cavalaria: mitos e lendas. São Paulo: Ática, 1995.
-as. 2. Depois de organizar o texto, em dupla, escreva duas perguntas sobre ele. Em seguida, responda Resposta pessoal.
3. Copie novamente as perguntas em um pedaço de papel sem as respostas e entregue-as ao
professor. Ele recolherá as questões de todos os alunos e realizará uma seção de perguntas e respostas em que cada dupla sorteará duas questões para responder oralmente.
4. Agora, você e seu colega de dupla lerão as respostas dadas pelos colegas que sortearam suas
questões. Verifiquem se elas são semelhantes às sugestões de resposta que vocês elaboraram. Acompanhem a correção da atividade que será feita pelo professor.
Professor, aproveite a atividade para retomar com os alunos o uso e a função dessas classes gramaticais, mostrando a importância do papel de cada uma no texto. De novo, vale a pena dizer que a função delas só pode ser determinada pelo contexto.
5. Ao término da atividade, volte ao texto e observe as palavras e expressões destacadas. Faça um quadro no caderno conforme o exemplo a seguir.
Classe gramatical
Substantivo
Uso e função no texto
Dar nome a pessoas e ações: “rei”, “nascimento”.
Trecho do texto que exemplifica sua afirmação “Artur teve de repetir a prova várias vezes [...]”; “Merlin profetizou que um misterioso rei iria ‘escolher a si mesmo [...]’”; “Ao ficar viúva, Igraine casou-se com Uther Pendragon, mas o nascimento de seu filho Artur continuava em segredo.”
os pediu a Artur que fosse buscar sua espada Advérbio e locução Locuções adverbiais: “na hospedaria”, que localiza“[…] na hospedaria .”; fatos no espaço; e “No dia de Natal”, que localiza os“No dia de Natal , todos os barões estavam reunidos em Londres […].”. fatos no tempo. adverbial
Adjetivo e locução adjetiva
Adjetivo – “bela”, “misterioso”: dar uma característica “Temos aqui umabela espada.”; “Merlin profetizou que um misterioso às palavras “espada” e “rei”, respectivamente. Locua si mesmo no próximo Natal’.”; “[...] Uther Pendragon ção adjetiva – “de Tintagel”: caracteriza indicando rei a iria ‘escolher assumira a aparência do duque de Tintagel.”. srcem do duque.
Verbo
O verbo “retirou” indica a ação da personagem. “[...] retiroua espada da bigorna [...]”; “Aquele que me tirar desta bigorna O verbo “será” indica a mudança de estado no futuro será o novo rei”. daquele que tirar a espada cravada na bigorna. O uso do artigo “um” indica que o rei que iria esco lher
Artigo Pronome Preposição
um misterioso aO siartigo mesmo é desconhecido dejátodos. “[...] Merlin profetizou que iria ‘escolher a si mesmo no “o”ainda é usado porque o leitor conhece a quem próximo Natal’.”; O“ recém-nascido fora rei entregue a Merlin”. se refere a expressão “recém-nascido”. O pronome pessoal do caso oblíquo “consigo” indica “[...] Artur foi coroado no dia de Pentecostes, tendo sempre consigoa rescom quem a espada mágica ficava: com a própria perespada mágica Excalibur [...]”; “[...] Keu resolveu participar sonagem, Artur. O pronome possessivo “sua” indicaplandecente doa torneio e pediu a Artur que fosse buscar sua espada na hospedaria.” quem a espada pertencia.
A preposição “para” indica a finalidade do torneio.
“[...] organizou-se um torneio para acalmar os ânimos.”.
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Prática de leitura
Texto 4 – Romance (fragmento) ANTES DE LER
Resposta pessoal. Espera-se que o aluno responda que sim e que relacione as palavras-chave do texto às histórias de mitos, guerreiros e heróis que foram lidas até aqui.
1. Leia as palavras-c have destacadas no texto responda: e O assunto da próxima narrativa está rela-
cionado às histórias que lemos até aqui e ao título deste capítulo? Como você percebeu isso?
Esta rei história se passa em Nárnia, terra feiticeira. fantástica. Os heróis são cavaleiros que, com o leão Aslam, de Nárnia, combatem umauma poderosa
O leão, a feiticeira e o guarda-roupa [...] Aslam bateu as patas e pediu silêncio. – A nossa tarefa do dia ai nda não acabou. Se q uisermos derrotar pa ra sempre a feiticeira antes de anoitecer, teremos de encontrar já, já, o campo da batalha . – E espero poder t ravá-la, senhor! – falou o centauro-maior. – Evidente! – concordou Aslam. – Avante! Os que não podem acompanhar a marcha (crianças, anões e bichos menores) vão às costas dos outros (leões, centauros , unicórnios , cavalos , gigantes e águias ). Nós, os leões, vamos na vanguarda, e os que têm o faro apurado vão conosco, ajudando a locali zar o ca mpo de batalha. Depressa, todos a postos! [. ..] Quando estavam todos prontos (foi um grande cão de guarda que ajudou o Rei a colocá-los em forma), saíram pela abertura feita na muralha. A princípio, oseleões iamNã farejando em todas as direções, quelobos de repente cão encontrou um rasto soltoue os umcães latido. o perderam mais tempo. Cães, até leões, e outrosum anima is partiram a toda a velocidade, de nariz no chão, enquanto os outros, coitados, em fila quilométrica, iam seguindo como podiam. O barulho lembrava uma caça à raposa, só que era muito maior. Rugia o leão e, mais aterrador, rugia Aslam. A velocidade aumentava à medida que o rasto se acentuava. Ao chegarem à última curva, num vale estreito e sinuoso, Lúcia ouviu um ruído que dominava todos os outros: um ruído que a fez estremecer por dentro. Eram gr itos e uivos e o choque de metal contra metal. Ao saírem do vale, viu logo do que se tratava. Pedro, Edmundo e todo o resto do exército de Aslam lutavam desesperadamente contra uma i mundície de gente, seres hediondos como os da véspera. À luz do dia, eram ainda mais estranhos, mais malignos e monstruosos. E pareciam mais numerosos. O exército de Pedro – de costas para ela – parecia uma brincadeira. E havia estátuas espalhadas por todo o campo de b atalha: a feiticeira certa mente usara sua vari nha [que transformara a s pessoas em estátuas de pedra]. Mas agora ela lutava com o grande facão de pedra. E era com Pedro que lutava, os dois com tal fúria que Lúcia mal conseguia ver o que se passava. Só via o facão e a espada cruzarem-se com grande rapidez como se fossem três facões e três espadas. Os dois estavam no meio exato do campo de batalha. De um lado e outro, as fileiras dos combatentes. Não havia lugar onde os olhos não vissem coisas de arrepiar. – Desçam do “cavalo”, menina s! – g ritou Aslam. Com um rugido que fez tremer a terra de Nárnia, do lampião às praias do Mar Oriental, o gigantesco bicho atirou-se à feiticeira. Lúcia viu, por um i nstante, a feiticeira fitando o Leão, cheia de medo. E logo a segui r os dois rolaram pelo chão. Ao mesmo t empo, os animais guerreiros (libertados
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por Aslam) caíram como loucos soia d e bre o inim igo. Os anões lutavam com M n e machados; os cães, com os dentes; lad W Rumbacatamau, com o seu enorme s/ re tu cajado (sem falar nos pés, que esmaic P y gavam dezenas de inimigos); os unie n is D córnios, com os chif res; os centauros, lta W com as espadas e os cascos. O exausto exército de Pedro exultou com o reforço. Os inimigos guincharam . E foi um estrépito no bosque. [...] Alguns minutos depois, a batalha terminava. A maior parte do inimigo fora destroçada por Aslam e seus companheiros. Os outros, vendo a feiticeira morta, renderam-se ou fugiram em debandada. Lúcia viu, então, Pedro e Aslam apertarem-se as mãos. Inacreditável o ar que Pedro tinha agora: face pálida e grave, um ar muito mais velho. Cena do filme As crônicas de Nárnia: príncipe Caspian (2008), – Foi tudo obra de Edmundo, As- de Andrew Adamson, o segundo da trilogia. lam! – disse Pedro. Se não fosse ele, estávamos derrotados. A feiticeira ia petrificando as nossa s tropas. Nada hav ia que a det ivesse. [...] Ele teve o bom senso de arrebentar a vara mágica com a espada, em vez de atacar diretamente a feiticeira [...]. Edmundo está muito ferido. Vamos procurá-lo. Edmundo num lugar um pouco afastado da lienha de combate, dosEncontraram da Sra. Castor. Estava coberto de sangue, de boca aberta, verde, verde. entregue aos cuida– Depressa, Lúcia! – gritou Aslam. Só então, pela primei ra vez, Lúcia se lembrou do licor precioso que recebera de presente de Natal. Suas mãos tremiam tanto que mal conseguiu abrir o vid rinho. Tirou a rolha e deixou cair umas gotas nos lábios do ir mão. – Há outros feridos – disse A slam, enquanto ela continuava com os olhos ansiosamente cravados no rosto pálido de Edmundo, muito desconfiada do efeito do licor. – Sei dis so – respondeu Lúcia, impaciente . – Daqui a um pouquinho eu vou. – Filha de Eva – disse Aslam, a voz mais severa. – Tem gente morrendo. Quer que morram por causa de Edmundo?! – Desculpe, Aslam. Durante meia hora, os dois não tiveram mãos a medir; ela tratava dos feridos, el e restituía a v ida aos mortos, isto é, às estátuas. Edmundo, quando Lúcia pôde voltar até ele, estava de pé, não só curado dos feri mentos, mas com uma aparência muito melhor do que a ntes. Com uma aparência mel hor até do que no tempo em que entrou paraisso a escola e começo u a segu ir pelo em mau pleno cami nho. Agora, não. J á podia olhar as pessoas de frente. Por mesmo, foi armado cavaleiro, campo de batalha. [...] LEWIS, C. S. O leão, a feiticeira e o guarda-roupa.
As crônicas de Nárnia. São Paulo: Martins Fontes, 2005.
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POR DENTRO DO TEXTO
1. Qual era o desafio que o grupo de Aslam deveria enfrentar? Derrotar a feiticeira para sempre.
2. Para conseguir esse objetivo, era necessário antes de tudo vencer um primeiro obstáculo. Qual era ele? E por que ele era tão importante? O que era imediatamente necessário para que se conseguisse isso? Encontrar o campo onde se travava a batalha entre o exérci to de Aslam e a feiticeira e destruir sua varinha .
3. Releia o trecho a seguir, prestando atenção às expressões em destaque: Aslam bateu as patas e pediu silêncio. – A nossa tarefa não acabou. Se quisermos dia ainda para sempre a feiticeira antes dedo anoitecer , teremos de encontrar já, já, derrotar o campo da batalha. •
Observe a presença de alguns marcadores temporais no texto. Qual é a importância deles na fala de Aslam e para a continuidade dos acontecimentos da história?
Eles servem para dar a ideia de urgência ao que Aslam quer comunicar. Além disso, indicam que a narrativa continua, pois, para derrotar definitivamente a feiticeira, é preciso encontrar rapidamente e no mesmo dia o campo de batalha, o que indica para o leitor que as personagens praticarão outras ações, em sequência.
4. Qual foi a primeira imagem que Lúcia viu no campo de batalha?
Pedro, Edmundo e todo o resto do exército de Aslam, que lutavam desesperadamente contra uma imundície de gente, seres hediondos, como os da véspera.
5. Qual era a situação do exército antes da chegada de Aslam? Estava em desvantagem, com vários combatentes petrificados, e exausto de tanto lutar.
6. O que significou a chegada de Aslam e do grupo que o acompanhava para seu exército? O reforço de que eles precisavam para vencer a batalha.
7. Qual era a arma mais importante do exército inimigo? Reescreva em seu caderno um trecho do texto que comprove sua resposta.
A vara mágica da feiticeira. “A feiticeira ia petrificando as nossas tropas. Nada havia que a detivesse. [...] Ele teve o bom senso de arrebentar a vara mágica [...]”.
8. Quem foi astuto e perspicazpara neutralizar a principal vantagem do inimigo? De que formafez isso? Edmundo. Ele quebrou a vara mágica em vez de atacar a feiticeira diretamente como faziam os outros, inutilmente.
Edmundo conseguiu um feito característico de um herói? Por quê? Porque conseguiu, com bom senso e astúcia, o que ninguém conseguira: destruir a arma que dava imensa vantagem ao inimigo, dando chance aos seus companhei9. Sim. ros de ganhar a batalha. Edmundo salvou seu exército de uma inevitável derrota. 10. Em seu caderno, transcreva do texto o trecho em que Edmundo é premiado pelo feito heroico. “Por isso mesmo, foi armado cavaleiro, em pleno campo de batalha.”
11. No texto, há a presença de dois elementos mágicos. Identifique-os e comente sua importância para o desfecho da história.
A vara mágica era o elemento mágico que tornava a feiticeira invulnerável e sua destruição significou a derrota do mal; já o licor precioso que Lúcia recebera de presente de Natal é o elemento mágico do bem, pois salvou a vida de Edmundo.
TEXTO E CONSTRUÇÃO 1. O narrador descreve o clima de suspense e pavor em que se encontra Lúcia quando está prestes a
ver o campo de batalha. Identifique no texto o momento em que isso ocorre e os recursos usados No momento em que descreve a chegada do grupo à última curva antes de avistar o campo de batalha. O clima de suspara conseguir esse efeito.pense e pavor é criado no trecho “[...] Lúcia ouviu um ruído que dominava todos os outros: um ruído que a fez estremecer
por dentro [...]” devido à seleção lexical (“ruído que dominava todos os outros”, “estremecer”), ao emprego do artigo indefinido e da repetição da palavra “ruído”. Em seguida, o trecho “[...] Eram gritos e uivos e o choque de metal contra metal” traduz para o leitor a impressão auditiva que afligira a personagem.
2. Há uma frase, no texto, que resume todo o clima de horror da batalha. Qual é ela? “Não havia lugar onde os olhos não vissem coisas de arrepiar.”
3. O texto “O leão, a feiticeira e o guarda-roupa” faz parte de um livro chamado
As crônicas de Nárnia. Você já estudou as características principais do gênero crônica. O texto lido trata de fatos
do nosso cotidiano, fazendo crítica decotidiano, humor, uma de ficção? O texto uma não narra fatos doreflexiva mundo real, doou nosso masou fatosnarra ocorridos em umhistória mundo fantástico, semelhantes aos que Justifique sua resposta. são narrados nos contos maravilhosos.
4. O texto é parte de uma história longa ou é um texto muito breve retirado de um jornal?
O texto faz parte de um livro que traz uma história longa. A história completa não caberia em um pequeno espaço dentro de uma página de jornal ou revista. Professor, para que o aluno observe a estrutura da obra As crônicas de Nárnia, sugerimos que volte ao Capítulo 1 da Unidade 1 e analise com eles novamente o índice do livro, que apresenta a divisão em capítulos da crônica “A viagem do peregrino da Alvorada” e o número de páginas de cada capítulo. Essa observação deixa claro que o livro, por sua organização, assemelha-se a um romance, e não a um livro de crônicas tal como costumamos conceber esse gênero textual.
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IMPORTANTE SABER
O livro As crônicas de Nárnia não trata de fatos presentes em nosso cotidiano, acontecimentos do mundo real, mas do cotidiano de um mundo fictício, repleto de personagens fantásticas, apresentando elementos do conto maravilhoso, como guerreiros, heróis, bata lhas, varinhas e poções mágicas. As diversas crônicas de Nárnia, escritas por C. S. Lewis, são histórias longas, divididas em capítulos, com estrutura semelhante à de um romance, que em nada lembra a crônica jornalística. 5. Quais são os elementos do conto maravilhoso e das narrativas mitológicas presentes no texto?
Animais falantes, seres fantásticos (unicórnio, centauro, gigante, feiticeira), poção e varinha mágicas, encantamento (ressuscitar mortos, transformar em pedra, estátua), a presença de um rei que é um animal (Aslam) e dos guerreiros (humanos que combateram com os habitantes de Nárnia).
de mil faces, apresenta 12 passos do herói que 6. O teórico Joseph Campbell, em seu livro O heróiProfessor, considerando o estudo de Campbell, seria interessante pedir aos alunos
costumam aparecer nas narrativas. Conheça-os. que identifiquem os passos do herói que aparecem na história de Ulisses, texto 2, e também na de Chico Rei, texto 3.
1. O herói é apresentado em seu dia a di a, em seu mundo comum. 2. O herói é chamado à aventura, ou seja, sua rotina é a lterada por um acon tecimento inesperado, incomum. 3. O herói reluta em se envolver no problema. 4. O herói encontra um mentor ou se depara com u ma situação que o force a tomar a decisão de atuar. 5. Travessia do umbral – o herói ingressa em um mundo novo. 6. O herói passa por provações, testes, rec ebe ajuda e confronta ini migos. 7. O herói se aproxima de seu objetivo, o nível da tensão da nar rativa aumenta e ainda não há uma definição do problema enfrentado por ele. 8. O herói enfrenta a provação mais difícil. 9. O herói conquista a recompensa. 10. O herói retorna ao mundo de srcem. 11. O herói enfrenta uma nova trama, que não foi resolvida anteriormente. 12. Desfecho da narrativa. O herói não é mais o mesmo – volta transformado ao seu mundo. Atenção! Nem sempre esses passos aparecem todos em uma única história. É comum aparecerem apenas alguns deles. Fonte: CAMPBELL, Joseph. O herói de mil faces. São Paulo: Pensamento, 1995. a) Passo 12 – Desfecho da narrativa. O herói não é mais o mesmo: os heróis Pedro e Edmundo sofrem uma transformação, não são mais o que eram antes da batalha que travaram em Nárnia. Alguns trechos do texto confirmam essa ideia: “Inacreditável o ar que Pedro tinha agora: face pálida e grave, um ar muito mais velho”;
a) Identifique no texto os acontecimentos relacionados ao passo número 12 e transcreva-os em “Edmundo, quando Lúcia pôde voltar até ele, estava de pé, não só curado dos ferimentos, mas com uma aparência muito melhor do que antes. seu caderno. Com uma aparência melhor até do que no tempo em que entrou para a escola e começou a seguir pelo mau caminho. Agora não, já podia olhar as pessoas de frente. Por isso mesmo, foi armado cavaleiro, em pleno campo de batalha”. b) Os passos 6, 7, 8 . Professor, seria interessante que os alunos, oralmente, localizassem esses passos na narrativa. te é um bo Esm momento para retomar os ele-
do filmeAs crônicas de Nárnia e leb) Que outros passos propostos por Campbell aparecem no texto lido? mentos vantar com os alunos os itens apresentados
por Campbell, já que o filme os apresenta. Um paralelo entre os elementos do texto escrito e do filme também seria interessante. Por exemplo, verificar que recursos são utili zados no texto es crito e no cinema para causar os efeitos de surpresa, horror, velocidade e dinamismo, caracterização do ambiente e das personagens, mudança no rumo da narrativa, alteração de cenas, de tempo e espaço etc. Além dessa verificação, há
7. Releia o diálogo entre Aslam e Lúcia:
sugestões para a análise de outros aspectos presentes na linguagem cinematográfica no Manual.
– Há outros feridos – disse Aslam, enquanto ela continuava com os olhos ansiosamente cravados no rosto pálido de Edmundo, muito desconfiada do efeito do licor. – Sei disso – respondeu Lúcia, impaciente . – Daqui a u m pouquinho eu vou.
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– Filha de Eva – di sse Aslam , a voz mais severa. – Tem gente morrendo . Quer que morram por causa de Edmundo?! – Desculpe, Aslam. Durante meia hora, os dois não tiveram mãos a medir; ela tratava dos feridos, ele restituía a vida aos mortos, isto é, às estátuas. a) O que Aslam exige de Lúcia é uma atitude heroica. Explique por quê.
Um herói age em benefício da coletividade, e não movido por interesses individuais. No caso da história, Aslam chama a atenção de Lúcia para esse aspecto, o que resulta na atitude dela de deixar um pouco o irmão e sair com Aslam para curar e ressuscitar os habitantes de Nárnia.
b) A frase a seguir, retirada do texto, pode ser compreendida de maneira literal, isto é, em seu sentido próprio, ou está empregada em sentido figurado? Justifique sua resposta, explicando como você a compreendeu.
Durante meia hora, os dois não tiveram mãos a medi r [...] Está empregada em sentido figurado. Quer dizer que Aslam e Lúcia não mediram esforços em curar e ressuscitar os companheiros. As mãos representam o ato de fazer, as ações realizadas pelas personagens em prol das outras pessoas.
Reflexão sobre o uso da língua
Verbos de elocução No texto “O leão, a feiticeira e o guarda-roupa”, a voz do narrador ocupa várias posições. Veja uma delas:
– Há outros fer idos – dis se Asla m [...]
A do narrador se encontra nonarrador final da comunicação. Jávoz no exemplo a seguir, a voz do vem antes. Observe:
Aslam bateu as patas e pediu silêncio. – A nossa ta refa do dia ainda n ão acabou. [...] Observe uma terceira posição do narrador. Desta vez, sua fala intercala a fala da personagem:
– Filha de Eva – disse Aslam, a voz mais severa. – Tem gente morrendo.
1. Agora, observe estas falas: – Desçam do “cavalo”, meninas! – cochichou Aslam. – Depressa, Lúcia! – gritou Aslam. a) Que verbos usados pelo narrador estão se referindo à maneira como falam as personagens? Os verbos “cochichou” e “gritou”.
b) Se você substituísse esses verbos por “disse” ou “falou”, haveria alteração no sentido das frapois eles não corresponderiam à maneira como Aslam se dirigiu às personagens, não representariam suas ses? Explique sua resposta. Sim, emoções, seu tom de voz.
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IMPORTANTE S ABER
Os verbos usados pelo narrador para expressar a maneira como as personagens falam são chamados de verbos de elocução ou verbos dicendi. Ao escrever um diálogo, procure variar o emprego desses verbos a fim de dar maior precisão à ideia que deseja transmitir, ou seja, para ser o mais fiel possível ao que desejou expressar. Veja mais alguns exemplos de verbos de elocução: dizer perguntar ordenar completar confirmar
falar aconselhar retrucar atalhar acrescentar
observar notar interferir interromper murmurar
esclarecer recomendar emendar interpelar sussurrar
indagar afirmar gritar explicar resmungar
2. Leia com atenção o trecho do mito grego “Eco e Narciso”, reproduzido a seguir. Depois, escreva no caderno os verbos do quadro que substituem adequadamente o símbolo ▲. É possível empregar o mesmo verbo mais de uma vez. Eles estão no infinitivo; cabe a você flexioná-los, se necessário. repetir
chamar
perguntar
gritar
desistir
responder
chamar, respondeu, chamou, repetiu, perguntou, desistiu, repetindo, gritando, repetir
[...] Um dia, o belo Narciso estava pas seando no bosque com uns a migos, mas s e perdeu do grupo e não conseguiu encontrá-los. Começou a ▲: – Tem alguém aqui? Era a chance da ni nfa! E ela logo ▲, ainda escondida: – Aqui! Aqui! Espantado, Narciso olhou em volta e não viu ni nguém. ▲: – Vem cá! Ela ▲: – Vem cá! Vem cá! Não vendo ning uém, ele ▲: – Por que você me evita? – Por que você me evita? – foi a única resposta que ouviu. O rapaz não ▲: – Vamos nos encontrar... Toda feli z, Eco saiu do meio das ár vores e correu para abraçá-lo, ▲: – Vamos nos encontrar... Mas ele fugiu dela, ▲: – Pare com isso! Prefiro morrer a dei xar que você me toque! A pobre Eco só podia ▲: – Que você me toque... que você me toque... E saiu correndo, triste e envergonhada, para se es conder no fundo de uma caverna. Sofreu tanto com essa dor de amor que foi emagrecendo, definhando, até perder o corpo, desaparecer por completo e ficar reduzida apenas a uma voz, repetindo as palavras dos outros – isso que nós chamamos de eco. [...] MACHADO, Ana Maria (Org.). O tesouro das virtudes para crianças 2 . Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2000.
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3. O diálogo a seguir mostra o momento em que Ulisses desafia o Ciclope após ter furado seu único olho. Reescreva os diálogos, substituindo o símbolo▲ por uma possível fala do narrador.
Professor, o livro apresenta as seguintes falas: “gritou ainda Ulisses”; “respondeu, fingindo-se de arrependido o gigante”. Avalie as alternativas apresentadas pelos alunos.
[...] Só que Ulisses ainda não estava contente. Queria que o Ciclope soubesse quem é que o ti nha ferido. Embora os homens tentassem dissuadi-lo de fazer isso, ele ai nda gr itou: – Ciclope – ▲ –, se alguém perguntar a causa de sua cegueira, diga que o culpado foi Ulisses, o saqueador de cidades! Ulisses, fi lho de Laertes, querem sua casa em Ítaca. O gigante respondeu, fingi ndo-se de arrependido : – Pobre de mi m! – ▲. – Cumpriu-se a antiga profecia segundo a qual eu perderia a visão por culpa de Ulisses. Mas volte, Ulisses, que eu lhe darei muitos presentes e recomendarei a Poseidon, meu pai, que o reconduza à sua terra. ROCHA, Ruth. Ruth Rocha conta a Odisseia. São Paulo: Salamandra, 2011.
DE OLHO NO VOCABUL RIO
Veja o exemplo retirado do texto ”O leão, o guard a-roupa e a feiticeira” e responda às próximas questões:
A princípio, os leões e os cães iam farejando em todas as direções, até que de repente um cão encontrou um rasto e soltou um latido. [...]
1. Reescreva a frase do quadro substituindo a locução adverbial por um advérbio sem alterar o sentido. Repentinamente, subitamente.
expressão, frase manterá o mesmo sentido do texto? Explique. 2. Sem Não, poisessa ele deixará de informar a a maneira como a ação aconteceu. 3. Que efeito a locução adverbial “de repente” provocou na cena descrita? O efeito de surpresa.
De olho na ortografia
Acento diferencial 1. Copie o trecho a seguir em seu caderno e substitua o símbolo ▲ por uma das seguintes formas do verbo: “poder”, “pode” ou “pôde”. Justifique sua escolha.
Edmundo, quando Lúcia ▲ voltar até ele, estava de pé, não só cu rado dos ferimentos, mas com uma aparência muito melhor do que antes. [...] A forma “pôde”, porque indica que a ação ocorreu no passado.
Agora, leia outro trecho:
2. [...] Nós, os leões, vamos na vanguarda, e os que têm o faro apurado vão conosco, ajudando a localizar o campo de batalha. [...] •
Por que há o uso do acento circunflexo na palavra “têm ”? O acento circunflexo serve para diferenciar a forma plural do verbo (eles têm) da forma singular “tem” (ele tem).
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IMPORTANTE SABER
Na língua portuguesa, há um acento diferencial de timbre, o circunflexo, que foi empregado na palavra “pôde” e serviu para indicar o tempo verbal. Veja a diferença: Lúcia pode voltar até ele. (presente) Lúcia pôde voltar até ele. (passado) O acento circunflexo também serve para diferenciar a forma plural da forma singular dos verbos “ter” e “vir”: Ele tem – Eles têm. Ele vem – Eles vêm. Veja alguns verbos com os quais isso acontece: Verbo manter: Ele mantém – Eles mantêm. Verbo convir: Ele convém – Eles convêm. Verbo deter: Ele detém – Eles detêm. Verbo intervir: Ele intervém – Eles intervêm. Prática de leitura
Texto 5 – Texto informativo Você conhece a história de Hércules? Já ouviu falar sobre os doze trabalhos que esse herói da mitologia teve de realizar? Leia o texto a seguir para saber mais.
Quais foram os doze trabalhos de Hércules? Foram tarefas que só podiam ser realizadas por alguém com força sobre-humana, como enfrentar uma serpente de várias cabeças. Na mitologia greco-romana, Hércules era filho de uma mortal com Zeus, o chefe dos deuses. Seu nascimento provocou a ira de Hera, a esposa oficial de Zeus, que mandou duas serpentes matarem o recém-nascido. Este, porém, sem grande esforço, estrangulou as cobras, mostrando desde cedo possuir uma força descomunal. Hércules cresceu, mas Hera continuou a persegui-lo e usou seus poderes para provocar um acesso de loucura no herói, que acabou matando a próp ria esposa e os filhos. Quando Hércules recuperou a razão, procurou o Oráculo de Delfos – o mais famoso templo de consulta às divindades gregas – para buscar orientação sobre como enfrentar a tragédia. O Oráculo mandou-o se entregar em servidão a Euristeus, rei da cidade de Micenas, que ordenou a realização das doze famosas tarefas. “Os doze trabalhos foram realizados para que Hércules se redimisse das mortes que cometeu e, também, para elevá-lo à condição divina ao fim de sua jornada”, diz a historiadora Renata Beleboni, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Após o último trabalho, Hércules se casou com uma mulher chamada Dejanira. Numa viagem, o centauro Néssus tentou violentá-la e o herói o matou. Entretanto, antes de morrer e disposto a se vingar, Néssus disse a Dejanira que seu sangue era um elixir do amor e a aconselhou a guardar um pouco caso o marido deixasse decom amá-la. dede fato Hércules apaixonou porsentiu outraomulher, mandou-lhe um manto gotasQuando do sangue Néssus. Ao se vesti-lo, o herói veneno Dejanira e percebeu que ia morrer. Segundo a mitologia, seu corpo humano foi queimado numa pira, mas sua essência ascendeu ao Olimpo – a morada dos deuses. Apesar de tudo ser um mito, alguns historiadores suspeitam que a história de Hércules possa ter sido inspirada num homem real, que seria um poderoso líder escravizado por algum reino grego.
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Tarefas colossais Herói enfrentou vários monstros e teve de limpar um gigantesco estábulo 1 – Leão de Nemeia Um leão gigantesco, quase invulnerável, devastava a região de Nemeia, próxima à cidade de Micenas. Hércules tentou matá-lo com sua clava e com seu arco, sem sucesso. Então, encurralou o animal e o estrangulou até a morte. Realizado o primeiro trabalho, o herói tirou a pele do leão e passou a usá-la como manto. 2 – Hidra de Lerna Na cidade de Lerna vivia uma enorme serath Jó pente com nove cabeças, uma delas imortal. Hércules decepou oito cabeças e Iolau, sobrinho, queimou as feridas para elas não seu nascerem mais. A cabeça imortal foi enterrada num buraco fundo. Ao molhar suas flechas no sangue da Hidra, o herói as tornou venenosas. 3 – Javali de Erimanto Um javali aterrorizava as vizinhanças do monte Erimanto, no noroeste da Arcádia. Enorme e feroz, ele matava quem cruzasse seu caminho. A tarefa era capturá-lo vivo. O animal foi cercado e, quando se cansou, foi dominado por Hércules. 4 – Corça cerineia No monte Cerineu – também próximo da região da Arcádia – havia uma corça com chifres de ouro e pés de bronze. Ela era muito veloz e tinha de ser capturada viva. Hércules a perseguiu por um ano até os confins do mundo conhecido. Finalmente a capturou durante a travessia de um rio. 5 – Aves do Estínfale Num as bosque às margens dotambém lago Estínfale, no os norte da Arcádia, escondiam-se avesprimeiro que, além de devorar colheitas da região, atacavam homens. Para matá-las, Hércules usou um címbalo (antigo instrumento de cordas) para atraí-las. Assim que as aves saíram do bosque, o herói pôde atingi-las com suas flechas venenosas. 6 – Cavalariças de Áugias Áugias, rei da Élida, região a oeste da Arcádia, tinha grandes rebanhos de cavalos (ou gado, conforme a versão), mas não cuidava de seus estábulos, que acumularam uma colossal quantidade de estrume ao longo dos anos. Hércules conseguiu lavá-los num só dia, usando a água de dois rios, cujos cursos desviou com sua força. 7 – Touro de Creta Por vingança, Poseidon, deus do mar, havia deixado louco um lindo touro pertencente ao rei de Creta, uma ilha grega. O animal devastava os campos da região e Hércules foi até lá para dominá-lo. Após controlar o touro, o herói precisou nadar de Creta até o continente levando a fera consigo. 8 – Éguas de Diomedes Diomedes – filho de Ares, deus da guerra – vivia na Trácia (região hoje pertencente à Turquia e à Bulgária). Ele tinha quatro éguas ferozes e carnívoras, que alimentava com os estrangeiros que apareciam em suas terras. Hércules capturou as éguas e, notando que elas estavam famintas, serviu-lhes Diomedes como refeição. 9 – Cinto de Hipólita Hipólita era rainha das amazonas, tribo de mulheres guerreiras que viviam perto do mar Negro. Ela tinha um belo cinto, desejado pela filha de Euristeus. A mando do rei, Hércules convenceu Hipólita a lhe entregar o objeto, mas Hera incitou as amazonas à guerra e o herói teve de matar a rainha.
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10 – Bois de Gérion Gérion, um gigante de três cabeças, vivia na ilha de Erítia (possivelmente perto de Cádiz, no sul da Espanha) e possuía um numeroso rebanho de bois. Os animais eram guardados por um pastor monstruoso, Eurítion, e seu cão, ambos com diversas cabeças. Após matar a dupla, Hércules acabou com Gérion, usando sua clava, e entregou os bois a Euristeus. 11 – Pomos de ouro As maçãs de ouro ficavam num jardim desconhecido e Hércules vagou o mundo atrás delas. Segundo alguns textos mitológicos, quem finalmente encontrou os pomos para o herói foi Atlas – que havia recebido de Zeus o castigo de car regar o mundo nas costas. Enquanto Atlas foi atrás das maçãs, Hércules sustentou o mundo em seu lugar. 12 – Guardião do Hades Cérbero, um cão de três cabeças e cauda em forma de serpente, guardava a entrada do Hades, o mundo subterrâneo, permitindo a entrada de todos, mas não deixando ninguém sair. Hércules o capturou e, após mostrar Cérbero a Euristeus, devolveu o cão guardião ao infer no. Quais foram os doze trabalhos de Hércules? Mundo estranho ( on-line). Disponível em: . Acesso em: 19 fev. 2015. MUNDO ESTRANHO/ABRIL COMUNICAÇÕES
Produção de texto
O 13o trabalho de Hércules Agora, você será o escritor. Imagine qual poderia ser o 13o trabalho de Hércules e, com base nessa proposta, elabore um texto que fará parte de um livro da turma. Cada aluno inventará qual será a nova situação-problema do herói e como ele fará para resolvê-la. O título do livro poderá ser, por exemplo, O 13 o trabalho de Hércules segundo os autores do 7o ano. PLANEJE SEU TEXTO
Copie no caderno os itens do quadro e responda a cada um deles como modo de planejamento. Amplie o número de itens se precisar. Verifique se cumpriu o planejado na hora de avaliar o texto.
Para escrever o texto “O 13o trabalho de Hércules” 1. Qual é o público leitor do texto?
Leitores do livro de modo geral.
2. Que linguagem vou empregar?
O nível de linguagem semelhante ao que já foi empregado nos textos lidos no capítulo.
3. Qual é a estrutura que o texto vai ter?
Caso o aluno opte pela sugestão dada, a estrutura que predomina no texto é a organização em parágrafos e discurso direto.
4. Onde o texto vai circular?
Em um livro que poderá circulará entre as turmas.
ORIENTAÇÕES PARA A PRODUÇÃO 1. Pense na situação-problema (conflito) da história: um trabalho difícil que Hércules teria de realizar. Seu texto deve responder às seguintes questões: Que trabalho é esse? Quem o encomendou? O que Hércules ganhará cumprindo essa tarefa? • • •
2. Para escrever seu texto, retome os 12 passos do herói identificados por Joseph Campbell, apresentados neste capítulo.
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3. Descreva o ambiente em que ocorrem os fatos, as reações e sentimentos das personagens, não se restringindo a narrar somente o que aconteceu.
4. Invente outros fatos, acrescente novas personagens, crie situações em que Hércules demonstre ousadia e coragem, em que os deuses e seus companheiros interfiram no conflito.
5. Crie momentos de tensão na história, construindo frases curtas, empregando reticências e muitos verbos de ação.
6. Por meio de diálogos ou pela narração de acontecimentos, caracterize Hércules como um guerreiro, referindo-se à honra e à glória da personagem.
AVALIAÇÃO E REESCRITA
Professor, converse com os alunos os seguintes aspectos: tipo de papel comporáe criação o livro edea capa, escolha da capa (definição da sobre ilustração e materiais empregados para sua que confecção) uma contracapa contendo a apresentação do livro (texto coletivo).
Leia o texto produzido e verifique:
1. O texto apresentou as características das personagens? Descreveu traços físicos (cor, cabelos, rosto, altura) e psicológicos, considerando o caráter ou a característica destacada inicialmente?
2. Apresentou acontecimentos inusitados, fora do comum, capazes de chamar a atenção do leitor? 3. A produção apresentou os elementos que garantem a coesão e a coerência textuais? 4. Caso tenha criado diálogos entre as personagens, verifique: Você variou o uso dos verbos de elocução ou empregou apenas as formas mais comuns, como “disse” e “falou”?
5. O texto apresentou alguns dos passos do herói sugeridos por Joseph Campbell? Após revisar o texto, decida com a turma e o professor os procedimentos para o texto ser passado a limpo. Combinem também como o material circulará entre os leitores. Uma sugestão é que os sétimos anos troquem os livros entre as turmas e que as histórias sejam lidas por todos.
Projetos em ação Proposta 1
Incentivo à leitura Que tal montar uma minibiblioteca na sala de aula? Para isso, todos precisam colaborar, trazendo um ou mais livros para permanecerem na sala de aula até o final do ano. Também é preciso elaborar regras de conduta. Sugerimos que a turma discuta as seguintes questões: •
Só poderei ler os livros na sala de aula ou poderei pegá-los emprestado?
•
Quantos dias posso ficar com o livro?
• •
Caso ultrapasse a data marcada, o que ocorrerá? Caso o livro seja extraviado ou danificado, que medidas devem ser tomadas?
•
Se um colega estiver lendo o mesmo livro que eu quero ler, poderei ficar na fila de reserva?
•
Quem ficará responsável pelo empréstimo do livro? Por quanto tempo?
•
Que cuidados preciso ter para conservar melhor um livro?
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Depois de prontas as regras, só resta trazer um ou mais livros (de acordo com a orientação do professor) e, em seguida, organizá-los para que sejam encontrados sem grandes dificuldades. Para organizar os livros, é importante numerá-los e criar, para cada volume, uma ficha individual para empréstimos em que constem: o nome do aluno, a data em que pegou o livro emprestado e a data prevista para devolução. Após a organização da minibiblioteca, é hora de escolher um livro interessante para ler. Você certamente vai descobrir o livro ideal e desenvolver ainda mais o gosto pela leitura. Boa sorte! Proposta 2
"Ver e escrever"
Professor, oriente os alunos a formar trios. A escolha do filme pode ser feita por meio de votação, a partir de sugestões de toda a turma. É importante verificar a classificação indicativa do filme selecionado e, preferencialmente, assisti-lo antes da reprodução para os alunos. Depois da exibição, discuta o enredo do filme assistido, levantando informações sobre personagens, conflitos e cenas relevantes, e buscando estabelecer relações com os temas desenvolvidos ao longo do Capítulo 2. No Manual há orientações para o trabalho com a linguagem audiovisual.
Em grupo, produza um texto baseado no enredo de um filme cuja temática envolva mitos ou lendas.
ORIENTAÇÕES •
A turma deve escolher um filme que será exibido para toda a sala (de preferência de curta duração, para que possa ser mais bem analisado pelo grupo).
•
Depois, sob a orientação do professor, você e seus colegas irão discutir o conteúdo e a forma do film e.
•
Em seguida, a turma será dividida em grupos. Cada grupo vai criar uma história baseada no filme.
•
Cada um deve se colocar no lugar de uma das personagens do filme.
•
A história deve ser escrita em primeira pessoa.
•
Vocês deverão imaginar as aventuras que envolvem determinada personagem e narrar esses acontecimentos de forma a despertar a curiosidade do leitor.
Leia mais
Professor, comente com os alunos sobre os mitos de srcem: narrativas em que se busca explicar figurativamente a srcem de um fenômeno, um ser, um alimento, um sentimento ou comportamento humano, um elemento da natureza etc.
Vá à biblioteca da escola ou a outra biblioteca de sua cidade e procure mais livros sobre mitologia grega, nórdica, africana etc. Leia outras histórias de heróis da mitologia e descubra de que maneira os deuses são descritos e como suas histórias são narradas nas várias culturas.
ck sto k n i h /T n o is i V atl i ig D
Garota sentada no chão de uma biblioteca, lendo um livro.
Preparando-se para o próximo capítulo Converse com seus familiare s e pergunte a eles se conhecem histórias de mistério, de assombração ou de terror. Partilhe essas informações com a turma no momento orient ado por seu professor.
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UNIDADE
FICÇÃO E REALIDADE
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No Capítulo 1, você lerá narrativas de enigmas e mistérios e conhecerá uma personagem muito perspicaz na arte de desvendar situações enigmáticas. Com olhar de detetive, investigará segredos, revelará mistérios. São leituras de arrepiar! E nada mais próprio dessas narrativas do que descobrir quem é o sujeito... Nos estudos da língua, você também estudará o papel do sujeito e do predicado nos diferentes textos lidos. No Capítulo 2, você refletirá sobre a exploração do trabalho infantil. Mas também verá como a atuação do jovem pode ser uma lição de cidadania. Analisará algumas fotos jornalísticas para desenvolver sua habilidade de leitura, por meio de notícias e reportagens. E tem mais! Produzirá uma notícia e aprenderá sobre a estrutura de um jornal e as características da linguagem jornalística. Por fim, você aprofundará os estudos gramaticais a respeito dos conteúdos que construiu no primeiro capítulo. Você pensa que acabou? Nas propostas de projetos, será convidado a participar da construção de um jornal, redigindo notícias, reportagens e outros textos.
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O L U ÍT P A C
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HISTÓRIAS PARA FAZER PENSAR E HISTÓRIAS DE ARREPIAR... a ic t Á
Para começo de conversa 1. Procure se lembrar de filmes de detetive a que você já as-
sistiu. Fale resumidamente aos seus colegas sobre um filme desse tipo que considera marcante. Resposta pessoal.
2. Em sua opinião, que assuntos podem ser tratados em filmes de detetive?
Respostas possíveis: assassinato, roubo, desaparecimento de alguém ou de algo.
3. Do seu ponto de vista, o que torna um filme de detetive interessante? Resposta pessoal.
4. Você já leu algum livro cuja narrativa envolvesse bastante mistério e suspense? Qual? O que mais lhe despertou atenção na leitura desse livro?Resposta pessoal.
5. Observe as capas dos livros desta página. Compare-as e ex-
plique as semelhanças que elas apresentam em relação ao POE, Edgar Allan. Histórias de crime e mistério. São Paulo: Ática,1998. assunto, ao título e às ilustrações. Resposta pessoal. Professor, é importante que os alunos percebam que as imagens e os títulos remetem aos gêneros que serão trabalhados neste capítulo: as narrativas de enigma e as narrativas de terror, que trazem, como assunto, assassinatos, roubos e fatos misteriosos e assustadores. to a m r o F
NEVES, Antonio Carlos. Os vampiros estão chegando. Belo Horizonte: Formato, 2000.
a c ti Á
REY, Marcos. Um cadáver ouve rádio. São Paulo: Ática, 1998.
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Prática de leitura
Texto 1 – Narrativa de enigma ANTES DE LER
1. Resposta pessoal. Professor, é comum que os alunos saibam que Sherlock Holmes é um detetive que usa o raciocínio lógico para desvendar crimes. Pode-se acrescentar que é uma personagem de ficção da literatura inglesa, criada sir Arthur por Conan Doyle, que ficou famoso por usar a lógica e o método científico na resolução de casos misteriosos.
1.
Muitos detetives de narrativas de ficção ficaram famosos por suas histórias, como Sherlock Holmes, por exemplo. O que você já ouviu falar dele? Conte o que sabe para seus colegas.
2.
Você já teve a oportunidade de ler alguma aventura de Sherlock Holmes? Qual? O que achou do texto? Resposta pessoal.
A liga d os cabeça s vermel has Um dia, no outono do ano passado, ao fazer uma visita a meu amigo Mr. Sherlock Holmes, encontrei-o entretido numa conversa com um cavalheiro de certa idade, muito gordo, rosto vermelho e uma cabeleira cor de fogo. Pedindo desculpas pela introm issão, já me retirava quando Holmes me puxou abruptamente para a sala e fechou a porta atrás de mim. “Não poderia ter chegado em melhor hora, meu caro Watson”, diss e cordial mente. “Receei que est ivesse ocupado.” “De fato, estou. E muito.” “Nesse caso, posso esperar na outra sala.” “De maneira alguma. Mr. Wilson, este cavalheiro tem sido meu assistente e colaborador em muitos dos meus casos mais bem-sucedidos, não tenho dúvidas de que me será de grande val ia também no seu.” O gordo cavalheiro soergueu-se ligeiramente e fez-me um cumprimento de cabeça, lançando-me uma olhadela inquisitiva com seus olhinhos empapuçados. “Acomode-se no canapé”, disse-me Holmes, voltando a refestelar-se em sua poltrona e unindo as pontas dos dedos, como era seu cost ume quando i merso em reflexão. “Sei, meu caro Watson, que você part ilha do meu gosto por tudo que é extravagante, que escapa das convenções e da pasmaceira do dia a dia. Mostrou seu go sto por essas coisas com o entusia smo com que se dispôs a relatar, e, se me permite dizê-lo, a embelezar um pouco, tantas de minhas pequenas aventuras.” “Seus casos realmente foram do maior interesse para mi m.” “Talvez lembre que comentei outro dia, pouco antes de enfrentarmos aquele problema muito simples apresentado por Miss Mar y Sutherland, que, se quisermos encontrar efeitos estranhos e combinações extraordinárias, devemos procurar na própria vida, que vai sempre muito mais longe do que qualquer esforço da imaginação.” “Uma posição que tomei a liberdade de pôr em dúv ida.” “De fato, doutor, mas terá de concordar comigo, pois do contrário continuarei lhe impingindo fato sobre fato, até que sua razão desabe sob to o h p o peso deles e reconheça que estou certo. Pois bem, Mr. Jabez Wilson, aqui, k c o t teve a bondade de recorrer a mim esta manhã e iniciar uma narrativa que proS /i mete ser das mais singulares que ouço nos últimos tempos. Você já me ouviu observa r que as coisas mais estranha s e insólitas estão muitas vezes associadas não aos maiores, mas aos menores cri mes, e às vezes mesmo a casos em q ue há margem para se duvidar se algum crime propriamente dito foi cometido. Pelo que ouvi até agora não me é possível dizer se o presente caso configura ou não um
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crime, mas o curso dos acontecimentos está sem dúvida entre os mais incomuns de que já tive notícia. Talvez pudesse fazer a grande gentileza, Mr. Wilson, de recomeçar sua narrativa. Peço-o não apenas porque meu amigo, o Dr. Watson, não ouviu o início, mas também porque a natureza peculiar da história deixa-me ansioso por ouvir dos seus lábios todos os detalhes possíveis. Em regra, depois de ouvir um a ligeira i ndicação do curso dos eventos, sou cap az de me orientar com base nos milhares de outros casos semelhantes que me acorrem à memória. Na presente situação, po rém, sou obrigado a admitir, em sã consciência, que os fatos parecem inauditos .” O corpulento cliente estufou o peito, revelando uma ponta de orgulho, e puxou do bolso interno do paletó um jornal sujo e amassado. Enquanto ele passava os olhos pela coluna de anúncios, a cabeça espichada e o jornal alisado sobre os joelhos, dei-lhe uma boa espiada, esforçando-me por detectar, ao estilo de meu companheiro, os indícios que seu t raje ou sua aparência poderiam conter. Mas minha inspeção não me revelou grande coisa. Nosso visitante tinha todas as características do comerciante britânico banal e mediano; era gordo, presunço so e bronco. Usava calças bem largas de lã cinza quadriculada, um a sobrecasaca preta cuja limpeza deixava a desejar, desaboto ada, e um colete pardacento sobre o qual brilhava uma grossa corrente Albert de latão, de que pendia, como um berloque, uma peça de metal quadrada e furada. Em cima de uma cadeira, a seu lado, via-se um desbotado sobretudo marrom, a gola de veludo amassada. No conjunto, por mais que eu olhasse, nada havia de notável no homem, exceto seu cabelo de um ruivo chamejante e uma expressão de extrema consternação e contrar iedade estampada no rosto. O olhar arguto de Sherlock Holmes percebeu rapidamente do que eu me ocupava, e, sacudindo a cabeça com um sorriso ao notar meu exame atento, comentou: “Além das evidências de que ele trabalhou como operário em alguma época, cheira rapé, é maçom , esteve na China e tem escrito muito ultima mente, não consigo deduzi r mais nada”. Mr. Jabez Wilson teve um sobressalto na sua cadeira; seu dedo indicador estava no jornal, mas os olhos no meu companheiro. “Céus! Como ficou sabendo de tudo isso, Mr. Holmes?”, perguntou. “Como soube, por exemplo, que fui um trabal hador braçal? É a ma is perfeita verdade, comece i como carpinteiro de nav io.” “Suas mãos, meu caro senhor. A direita é bem maior que a esquerda. Trabalhou com ela e os músculos são ma is desenvolvidos.” “Mas e o rapé? E a maçonaria ?” “Não insultarei sua inteligência dizendo-lhe como adivinhei isso, especialmente porque, e na verdade contrariando as severas regras de sua ordem, o senhor usa um alfinete de gravata com arco e compasso.” “Ah, claro, esqueci-me disso. Mas e a escrita?” “Que outra coisa poderia indicar esse seu pun ho direito com uns doze centímetros tão lustrosos e a ma nga esquerda puída per to do cotovelo, onde a esfrega n a mesa?” “Bem, e a China?” “O peixe que tem tatuado logo acima do punho direito só poderia ter sido feito na China. Fiz um pequeno estudo das tatuagens e cheguei mesmo a contribuir para a literatura sobre o assunto. Essa habilidade de pintar escamas de peixe de um cor-de-rosa delicado é inteiramente peculiar à China. Quando, além disso, vejo uma moeda chinesa pendurada na corrente do seu relógio, a questão se torna ainda mais simples.” Mr. Jabez Wilson deu uma gargalhada: “Vejam só! A princípio pensei que o senhor hav ia feito algo de ext raordinário, mas vejo que, afinal, não foi nada de mais.” “Começo a achar, Watson”, disse Holmes, “que cometo um erro ao explicar. ‘Omne ignotum pro magnifico’, você sabe, e minha reputação, já modesta, ficará arruinada se eu continuar sendo tão franco. [...]” DOYLE, Arthur Conan. A liga dos cabeças vermelhas.As aventuras de Sherlock Holmes. Tradução de Maria Luiza X. de A. Borges. Rio de Janeiro: Zahar, 2010.
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1.
4. As mãos: a direita era mais desenvolvida que a esquerda, o que lhe permitiu concluir que o cliente trabalhara em serviço pesado utilizando as mãos. Ser maçom: o cliente usava um prendedor de gravata com esquadro e compasso, símbolos da maçonaria. Escrever muito nos últimos tempos: o homem apresentava uma marca lustrosa no punho direito da camisa e outra, puída, no cotovelo esqu erdo, demonstrando que se apoiava em uma escrivaninha. Ter estado POR DENTRO DO TEXTO na China: a tatuagem de peixe no punho, com as escamas coloridas de rosa próprias daquela região, e a confirmação com o uso da moeda chinesa pendurada à corrente. Cheirar rapé: o cheiro que ele exalava. Quais são as personagens que aparecem no texto?Sherlock Holmes, Watson e Jabez Wilson.
2. Transcreva um trecho do texto que nos permite imaginar que Sherlock Holmes é um detetive.
”Mr. Wilson, este cavalheiro tem sido meu assistente e colaborador em muitos dos meus casos mais bem-sucedidos, não tenho dúvidas de que me será de grande valia também no seu.” Ou: “Pois bem, Mr. Jabezilson, W aqui, teve a bondade de recorrer a mim esta manhã e iniciar uma narrativa que promete ser das mais singulares que ouço nos últimos tempos. Você já me ouviu observar que as coisas mais estranhas e insólitas estão muitas vezes associadas não aos maiores, mas aos menores crimes, e às vezes mesmo a casos em que há margem para se duvidar se algum crime propriamente dito foi cometido.”
3. Releia o trecho a seguir:
O olhar arguto de Sherlock Holmes percebeu rapidamente do que eu me ocupava, e, sacudindo a cabeça com u m sorri so ao notar meu exa me atento, comentou: “Além das evidências de que ele trabal hou como operário em a lguma época, cheira rapé, é maçom, esteve na China e tem escrito muito ultima mente, não consigo deduzir mais nada”. •
Qual era a possível intenção de Sherlock Holmes ao fazer uma análise minuciosa da figura de Sherlock quis provar a Wilson que era um bom investigador e, portanto, capaz de desvendar o crime que ele seu cliente, Jabez Wilson? Sugestão: havia lhe contado. Além disso, quis mostrar a Watson que conseguia, sem esforço de imaginação, encontrar evidências sobre a história de vida de seu cliente.
4. Identifique cada detalhe que Sherlock observou para descobrir os aspectos da vida de seu cliente. Em seguida, indique o que cada detalhe lhe revelou.
5. Além de excelente observador, Sherlock possui outras características que o ajudam a tirar suas
de observador, Sherlock é uma pessoa vivida, que tem experiências: já escreveu um tratado sobre as tatuagens conclusões. Quais são elas? Além chinesas, conhece os símbolos da ordem da maçonaria etc. Seus conhecimentos lhe permitem estabelecer relações
e tirar conclusões. Ele também domina o método dedutivo, essencial para relacionar os detalhes que observa ao repertório que acumulou.
6. A expressão latina “Omne ignotum pro magnifico” pode ser traduzida da seguinte forma: “tudo que
é ignorado é tido como magnífico”. Baseando-se nessa informação, responda: Por que Sherlock afirma que sua reputação ficará arruinada se ele continuar sendo tão franco? Sherlock sabe que, se continuar
mostrando para as pessoas como chega às suas conclusões, elas perceberão que seu método não é sobrenatural, mas simples, pois trabalha com a lógica e as evidências.
TEXTO E CONSTRUÇÃO 1. Releia o primeiro parágrafo do texto e responda: Que marcas textuais nos permitem afirmar que o narrador da história é uma personagem que participa da trama?
O uso do verbo e dos pronomes pessoais na primeira pessoa do singular: “encontrei-o”, “já me retirava quando Holmes me puxou abruptamente para a sala e fechou a porta atrás de mim”.
2. Que personagem nos conta a história? Identifique-a e copie o trecho do texto em que o detetive demonstra ter consciência de que essa personagem é a divulgadora de suas aventuras.
Watson é o narrador das histórias de Sherlock. “Sei, meu caro Watson, que você partilha do meu gosto por tudo que é extravagante, que escapa das convenções e da pasmaceira do dia a dia. Mostrou seu gosto por essas coisas com o entusiasmo com que se dispôs a relatar, e, se me permite dizê-lo, a embelezar um pouco, tantas de minhas pequenas aventuras.”
IMPORTANTE S ABER
As palavras “narrador” e “escritor” não são sinônimas. Enquanto o escritor é o autor de um texto, o narrador é a figura criada pelo escritor para narrar sua história. Ao escrever o texto, o escritor determina se o narrador participará dos fatos que vai narrar ou se assumirá a posição de observador dos fatos, contando-os à distância, sem participar deles. Nesses dois casos, os narradores contam os acontecimentos de acordo com seu modo de ser, com seu ponto de vista sobre o que narram, ou seja, aproximam-se, de certa forma, dos fatos narrados. A essa posição do narrador quanto aos fatos narrados damos o nome de foco narrativo. a Quando o narrador participa da narrativo história que narrador-personagem pessoa. dizemos que se trata de um e que o foco estáestá em 1contando,
Quando o narrador não participa da história que está contando, dizemos que se trata de um
narrador-observador e que o foco narrativo está em 3a pessoa.
3. Em sua opinião, qual pode ser a intenção de um escritor ao optar pelo foco narrativo ema 1pessoa?
Se o foco narrativo está ema pessoa, 1 o leitor lê os fatos narrados como verdadeiros, pois eles foram testemunhados por uma personagem que os vivenciou. Nesse caso, portanto, o modo de ver os fatos restringe-se à visão de uma personagem, que pode ou não contar a verdade dos fatos ao leitor.
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Reflexão sobre o uso da língua
Frase e oração 1. Leia estes trechos do texto 1: I. “Um dia, no outono do ano passado, ao fazer uma [...]”
•
II. “De fato, estou. [...]”
III. “[...] Peço-o não apenas [...]”
IV. “Bem, e a China?”
V. “Suas mãos, meu caro senhor.”
Quando lemos esses trechos isoladamente, sem nos esquecermos de que foram retirados de um texto, quais deles não podem ser compreendidos? Por quê? O primeiro e o terceiro enunciados, pois não apresentam uma ideia completa, não têm sentido completo.
2. Agora, leia estes outros enunciados: I. “Vejam só!”
II. “Mas e a esc rita?”
a) Eles apresentam sentido completo? Sim, ambos têm sentido completo. b) Observe sua estrutura e indique em que se diferenciam. O enunciado I possui verbo e o II, não.
IMPORTANTE SABER
Damos o nome de frase aos enunciados que, em uma situação comunicativa, apresentam sen-
tido completo.
As frases podem ser constituídas por uma ou mais palavras. Há frases constituídas por uma só palavra, que pode ou não ser um verbo. “Céus!” “Estou.” Há frases constituídas de várias palavras, dentre as quais se incluem ou não os verbos. “E muito.” “Suas mãos, meu caro senhor.” “Mr. Jabez Wilson teve um sobressalto na sua cadeira.” Quando o enunciado é constituído por um verbo, damos a ele o nome de oração. Observe: “Mas e o rapé?” – É uma frase, pois tem sentido completo, mas não é uma oração, porque não possui um verbo. “Ah, claro, esqueci-me disso.” – É uma frase e é uma oração, pois tem sentido completo e é formada por um verbo. Cada oração é composta de um único verbo ou locução verbal. Dessa forma, para cada verbo ou locução verbal contamos uma oração. Observe: “O corpulento cliente estufou o peito, revelando uma ponta de orgulho, e puxou do bolso interno do paletó um jornal sujo e amassado.” O exemplo é uma frase de três orações, já que possui três verbos. •
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APLICANDO CONHECIMENTOS
1. Procure imaginar em que situações comunicativas os seguintes enunciados poderiam ser consi-
derados frases, ou seja, apresentariam um sentido completo. Em seu caderno, faça uma ilustração para cada uma delas. a) – Já!
Uma competição.
b) – Não.
Alguém está respondendo a uma pergunta negativamente, por exemplo.
c) – Tomara...
Alguém que está na esperança de que algo mencionado aconteça.
Considere todas as frases que compõem a anedota a seguir:
2. Sherlock Holmes e o doutor Watson vão acampar. Após um bom jantar e uma garrafa de vinho, entram em sua barraca e caem no sono. Algumas horas depois, Holmes acorda e sacode o amigo: – Watson, olhe para o céu estrelado. O que você deduz di sso? Depois de ponderar u m pouco, Watson diz: – Bem, astronomicament e, estimo que existam m ilhões de galá xias e potencialmente bilhões de planetas. Astrologicamente posso dizer que Saturno está em Câncer. Também dá para supor, pela posição das estrelas, que são cerca de 3h15 da madrugada… E você, Holmes? O que me diz? Sherlock responde: – Watson, seu idiota! A lguém roubou nossa barraca! Disponível em: . Acesso em: 27 jan. 2015.
a) O que provoca humor nessa anedota?
Sherlock Holmes e Dr. Watson são conhecidos por desvendar mistérios por deduções lógicas. Nessa situação, Dr. Watson faz várias deduções complexas, mas a resposta esperada por Sherlock era muito mais simples.
b) Transcreva em seu caderno as duas únicas frases do texto que não são orações. Justifique sua resposta. “– E você, Holmes?” e “– Watson, seu idiota!”, pois não possuem verbo. c) Transcreva duas frases que possuem mais de uma oração. “Após um bom jantar e uma garrafa de vinho , entram em sua barraca e caem no sono.”; “Algumas horas depois, Holmes acorda e sacode o amigo.”; “Depois de ponderar um pouco, Watson diz”; “– Bem, astronomicamente, estimo que existam milhões de galáxias e potencialmente bilhões de planetas.”; “Também dá para supor, pela posição das est relas, que são cerca de 3h15 da madrugada…”
Prática de leitura
Texto 2 – Narrativa de enigma Leia, a seguir, um trecho de outra história protagonizada por Sherlock Holmes e observe como o escritor britânico sir Arthur Conan Doyle nos envolve em um clima de suspense e terror.
O pé do diabo [...] Foi na primavera de 1897 que a constituição férrea de Holmes mostrou alguns sintomas de esgotamento em face do trabalho árduo e constante de um tipo extremamente opressivo, agravado, talvez, por imprudências ocasionais dele próprio. Em março daquele ano, o Dr. Moore Agar, de Harley Street, cuja dramática apresentação a Holmes posso contar algum dia, ordenou expressamente que o famoso agente particular abandonasse todos os seus casos e se entregasse a um completo repouso
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se desejasse evitar um colapso total. O estado de sua saúde não era um assunto que despertasse nele próprio o mais leve interesse, pois seu alheamento mental era absoluto, mas finalmente ele foi induzido, sob a ameaça de ficar permanentemente incapacitado para o trabalho, a se proporcionar uma mudança completa de cenário e ares. Foi assim que, no início da primavera daquele ano, encontramo-nos juntos num pequeno chalé perto de Poldhu Bay, na extremidade da península córnica . Era um local singular e peculiarmente adequado ao humor soturno de meu paciente. Das janelas de nossa casinha caiada, no alto de um promontório relvado, contemp lávamos todo o si nist ro semicírculo da Mounts Bay, aquela antiga armadilha mortal para veleiros, com sua orla de penhascos negros e recifes traiçoeiros, em que muitos homens do mar haviam perdido a vida. Sob uma brisa norte, a baía parecia plácida e abrigada, convidando a embarcação sacudida pela tempestade a entrar em busca de descanso e proteção. Começa então o súbito redemoinho do vento, o vendaval furioso do sudoeste, a âncora pesada, a praia ao abrigo do vento e a última batalha nos vagalhões espumantes. O marinheiro sensato permanece longe desse lugar funesto. [...] O encanto e o mistério do lugar, com sua atmosfera sinist ra de nações esquecidas, falava m à imagi nação do meu amigo, e el e passava grande parte de seu tempo na charneca , em longas caminhadas e solitárias meditações [...], quando de repente, para meu pesar e seu genuíno deleite, encontramo-nos, mesmo naquela terra de sonhos e em nossa própria porta, mergul hados em um problema que parecia mais intenso, mais absorvente e infi nitamente mais mi sterioso que qualquer um dos que nos haviam a fastado de Londres. Nossa vida simples, nossa rotina pacata e saudável foram violentamente interrompidas e vimo-nos lançados no meio de uma série de eventos que causaram a mais extrema comoção não apenas na Cornualha, mas em todo o oeste da Inglaterra. Muitos de meus leitores talvez g uardem alg uma lembrança do que foi cha mado na época de “o horror córnico” , embora só um relato extremamente imperfeito do assunto tenha chegado à imprensa de Londres. Agora, passados treze anos, darei ao público os verdadeiros detalhes desse caso inconcebível. Como eu disse, as torres espalhadas assinalavam as aldeias que pontilhavam essa parte da Cornualha. A mais próxima delas era o pequeno povoado de Tredannick Wartha, onde as cabanas de uns duzentos habitantes se agrupavam em torno de uma ig reja antiga, coberta de musgo. O vigário da paróquia, Mr.homem Roundhay, era uma espécie de arqueólogo e porgisso Holmes trava ra conhecimento com ele. Era um de meia-idade, corpulento e afável, com rande conhecimento das tradições e crenças populares do lugar. A seu convite, havíamos tomado chá no presbitério e conhecêramos também Mr. Mortimer Tregennis, um cavalheiro independente que aumentava os parcos recursos do sacerdote alugando aposentos em sua casa ampla e espalhada. O vigário, sendo um solteirão, apreciava muito esse marmanjo, embora tivesse pouco em comum com seu inquilino, um homem magro, moreno e de óculos, tão encurvado que parecia ter uma deformidade física real. Lembro-me de que, durante nossa curta v isita, o vigá rio nos pareceu loquaz , mas seu inquilino mostrou-se estranhamente reticente, um homem tristonho, introspectivo, que mantinha os olhos desviados de nós, aparentemente rum inando seus próprios negócios. Estes foram os dois homens que entraram abruptamente em nossa sal inha de esta r na terça-feira, 16 de março, pouco depois de tomarmos o desjejum, quando fumávamos juntos, preparando-nos para nossa excursão diária pela charneca. “Mr. Holmes”, disse o vigá rio, alvoroçado, “o fato mais extraordiná rio e t rágico aconteceu durante a noite. É uma hi stória das mais i nauditas. Só podemos c onsiderar uma Providência especial que o senhor esteja por acaso aqui neste momento, pois é em toda a Inglaterra o único homem de que precisa mos.” Fuzilei o importuno vigário com os olhos; Holmes, porém, tirou os cachimbos dos lábios e empertigou-se em sua cadeira como um velho cão de caça que ouve as trombetas. Indicou-lhe o sofá com um gesto, e nosso trêmulo visitante e seu agitado companheiro sentaram-se nele, lado a lado. Mr. Mortimer Tregennis estava mais controlado que o clérigo , mas as contrações de suas mãos e o brilho de seus olhos escuros mostravam que os dois partilhavam a mesma emoção.
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“Quem fala, eu ou o senhor?”, perguntou ele ao v igário. “Bem, como o senhor parece ter feito a descoberta, seja ela qual for, e o vigá rio teve conhecimento dela em seg unda mão, talvez seja melhor que fale” , disse Holmes. Dei uma olhadela no clérigo vestido às pressas, com o inquilino formalmente vestido sentado a seu lado, e diverti-me com a surpresa que a dedução simples de Holmes produziu em seus semblantes. “Talvez seja melhor eu dizer a lgumas palavras pri meiro”, disse o vigá rio, “depois o senhor poderá decidir se ouvirá os detalhes de Mr. Tregennis, ou se não deveríamos ir depressa, imediatamente, para o cenário desse misterioso acontecimento. Posso explicar, então, que nosso amigo aqui passou o serão, ontem à noite, na companhia de seus dois irmãos, Owen e George, e de sua irmã Brenda, em Tredannick Wartha, a casa deles, que fica perto da velha cruz de pedra na charneca. Ele os deixou, pouco depois das cedo, dez horas, em volta da mesa de antes jantar,doemdesjejum excelente saúde e humor. Costuma acordar e estajogando manhã cartas caminhou naquela direção e foi alcançado pela carruagem do Dr. Richards, que lhe explicou que acabara de receber um chamado de extrema urgência de Tredannick Wartha. Ao chegar à casa, ele encontro u um estado de coisas extraordinário. Seus dois irmãos e a irmã estavam sentados em volt a da mesa, exatamente como os deixara, as ca rtas ainda espalhadas diante deles e as velas queimadas até os bocais. A irmã estava reclinada em sua cadeira, morta, enquant o os dois i rmãos, sentados um de cada lado dela, riam, gritavam e cantavam, inteiramente fora de si. Todos três, a mulher morta e os dois dementes, conservavam no rosto uma expressão do mais intenso horror – uma convulsão de terror que era horrível de se ver. Não havia sinal da presença de ni nguém na casa, exceto Mrs. Porter, a velha cozinheira e governanta, que declarou que havia dormido profundamente e não ouvira nenhum som durante a noite. Nada fora roubado ou desarrumado, e não há absolutamente nenhuma explicação de qual pode ter sido o horror que matou uma mulher de susto e tirou dois homens fortes de seu juízo. Esta, em resumo, é a situação, Mr. Holmes, e se puder nos auxiliar a elucidá-la terá feito um grande trabalho”. [...] Professor, se possível, após a realização das atividades, seria interessante disponibilizar aos alunos o texto integral, para que eles conheçam o desfecho da his tória.
DOYLE, Arthur Conan. O pé do diabo. O último adeus de Sherlock Holmes. Tradução de Maria Luiza X. de A. Borges. Rio de Janeiro: Zahar, 2011.
POR DENTRO DO TEXTO
1. Como você já sabe, quem narra as aventuras de Sherlock Holmes é seu fiel amigo, Watson, tam-
bém personagem da história. Trata-se, portanto, de um narrador-personagem . Copie em seu caderno o único trecho que não apresenta as marcas textuais que comprovam a existência de um narrador-personagem. a) “Foi na primavera de 1897 que a constituição férrea de Holmes mostrou alguns sintomas de esgotamento em face do trabalho árduo e constante de um tipo extremamente opressivo, agravado, talvez, por imprudências ocasionais dele próprio.”Alternativa “a”. b) “Foi assim que, no início da primavera daquele ano, encontramo-nos juntos num pequeno chalé perto de Poldhu Bay, na extremidade da península córnica.” c) “Era um local singular e peculiarmente adequado ao humor soturno de meu paciente. Das janelas de nossa casinha caiada, no alto de um promontório relvado, contemplávamos todo o sinistro semicírculo da Mounts Bay [...]”. d) “Como eu disse, as torres espalhadas assinalavam as aldeias que pontilhavam essa parte da Cornualha.”
2. Por que Holmes saiu de Londres e se mudou temporariamente para um vilarejo distante?
Porque começou a mostrar sinais de esgotamento diante do trabalho árduo e constante, e seu médico, o Dr. Moore Agar, recomendou-lhe repouso completo para evitar um colapso.
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3. Releia o trecho a seguir e observe a expressão destacada: [...] O encanto e o mistério do lugar, com sua atmosfera sinistra de nações esquecidas, falavam à imaginação do meu amigo, e ele passava grande parte de seu tempo na charneca, em longas caminhadas e solitárias meditações [...], quando de repente, para meu pesar e seu genuíno deleite, encontramo-nos, mesmo naquela terra de sonhos e em nossa própria porta, mergulhados em um problema que parecia mais intenso, mais absorvente e infinitamente mais misterioso que qualquer um dos que nos haviam a fastado de Londres. •
Por que Watson ficou aborrecido ao perceber queestavam diante de uma situação tão intrigante? Watson sabia que Holmes, contrariando as ordens médicas, não resistiria ao desafio de desvendar o mistério.
4. Explique resumidamente qual é o mistério a ser desvendado nessa narrativa de enigma. Desvendar o que pode ter provocado a morte da irmã de Mr. Tregennis e horrorizado tanto seus irmãos a ponto de deixá-los fora de si.
TEXTO E CONSTRUÇÃO 1. Releia este trecho descritivo do texto: Era um local singular e peculiarmente adequado ao humor soturno de meu paciente. Das janelas de nossa casinha caiada, no alto de um promontório relvado, contemplávamos todo o sin istro semicírculo da Mounts Bay , aquela antiga armadilha mortal para veleiros, com sua orla de penhascos negros e recifes traiçoeiros, em que muitos home ns do mar hav iam perdido a vida. Sob uma brisa norte, a baía parecia plácida e abrigada, convidando a embarcação sacudida pela tempestade a entrar em busca de descanso e proteção. Começa então o súbito redemoinho do vento , o vendaval furioso do sudoeste, a âncora pesada, a praia ao abrigo do vento e a última batalha nos vagalhões espumantes. O marinheiro sensato permanece longe desse lugar funesto. •
Em seu caderno, transcreva as palavras ouexpressões utilizadas para caracterizar os seguintes elementos destacados no trecho: aarmadilha
a casinha “caiada”
o promontório “relvado”
o semicírculo da baía Mounts Bay
“antiga” e “mortal para veleiros”
aâncora “pesada”
ospenhascos “negros”
olugar “funesto”
os recifes “traiçoeiros”
“sinistro”
o redemoinho de vento “súbito”
o vendaval “furioso”
2. A que classe gramatical pertencem as palavras e expressões que você transcreveu? À classe dos adjetivos e das locuções adjetivas.
3. Em sua opinião, qual pode ter sido a intenção do autor ao usar essas palavras e expressões para
pessoal. Espera-se que o aluno perceba que a escolha dos adjetivos caracterizar os elementos que compõem a cena?Resposta e das locuções adjetivas contribui para o envolvimento do leitor em um clima de
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mistério, confirmando o fato de o caso ser “infinitamente misterioso” e, assim, despertando sua curiosidade.
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Atividade de criação
Descrição Crie um ambiente propício para uma história de suspense. Para isso, escreva um trecho descritivo selecionando cuidadosamente os adjetivos que caracterizarão o local.
ORIENTAÇÕES •
Primeiro, decida que ambiente é esse: Uma sala de aula? Um corredor de hospital? Um quarto?
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Depois, imagine algumas características do local que poderiam torná-lo assustador: É escu-
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ro? Em desordem? Vazio? Abandonado? Qual é o cheiro do lugar? Faça uma lista de objetos que tornariam a cena mais propícia para um crime: Compassos? Bisturis? Um troféu? Que adjetivos tornariam esses objetos mais assustadores e envolveriam o leitor no clima de suspense de seu texto?
Reflexão sobre o uso da língua
Sujeito e predicado 1. Observe alguns fatos relatados no texto 2: Mr. Tregennis acompanhou Dr. Richards até Tredannick Wartha.
acompanhou
Os dois irmãos e a irmã de Mr. Tregennis estavam sentados à mesa. A irmã jazia rígida, morta na cadeira.
estavam
jazia
A morta e os dois dementes tinham estampada nas fisionomias a expressão do mais intenso horror. tinham
a) Em seu caderno, copie cada uma das orações acima e circule os verbos. b) Para cada um dos verbos que encontrou, localize a quem se refere a informação expressa por ele. Crie duas colunas em seu caderno, de acordo com o exemplo a seguir.
Sobrequemseinformaalgo Mr.Tregennis O sd o isir mã o seair mãd eMr.Tr e g e n n i s A irmã A mo r t a e o sd o isd e m e n t e s
Oqueseinforma acompanhouDr.RichardsatéTredannickWartha. e s t a va mse n t a d o sàme sa . jazia rígida, morta na cadeira. t in h a me st a mp a d a n a sfi s io n o mia sa e xp r e ss ã od o ma isin t e n so h o r ro r.
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IMPORTANTE SABER
Para que tenha sentido, toda frase expressa uma informação dentro de uma situação comunicativa. Como vimos, uma frase pode ser composta de uma ou mais orações. Vamos estudar as frases compostas por uma única oração, ou seja, formadas por meio de um só verbo. Essas orações geralmente apresentam: •
uma informação que se dá a respeito de alguém ou de algo
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alguém ou algo a quem o predicado se refere
o predicado;
o sujeito.
Nem todas as orações se encaixam nessa divisão gramatical, pois há casos em que a informação dada pelo predicado não se refere a nenhum sujeito. Observe: Chovia torrencialmente naquela manhã. Nesse caso, não há sujeito, pois não há um ser que realiza a ação de chover. Dizemos que se trata de uma oração sem sujeito. Uma das mais importantes razões para distinguir o sujeito e o predicado em uma oração é observar se a concordância verbal da oração está adequada, ou seja, se o verbo do predicado está flexionado adequadamente de acordo com o sujeito. Por exemplo: A irmã / jazia rígida, morta na cadeira. sujeito
predicado
O verbo “jazia” está no singular porque concorda com o sujeito, que também está no singular. Os dois irmãos e a irmã de Mr. Iregennis / estavam sentados à mesa. sujeito
predicado
O verbo “estavam”, no plural, concorda com o sujeito, também no plural.
APLICANDO CONHECIMENTOS
Leia o texto a seguir para responder às questões:
Arthur Conan Doyle (1859-1930) foi médico e escritor. Sua obra contempla gêneros tão diversos quanto a ficção científica, as novelas históricas, a poesia e a não ficção. Sem dúvida, porém, seu maior reconhecimento vem dos contos e romances do detetive Sherlock Holmes e seu fiel parceiro e amigo, o Dr. Watson. Os contos nunca deixaram de ser reimpressos desde que o primeiro deles foi publicado, em 1891, e os romances foram traduzidos para quase todos os idiomas. Centenas de atores encarnaram a dupla nos palcos, no rádio e nas telas; revista s e livros sobre o detetive são lançados todo ano; fã-clubes reúnem-se com regular idade. Infinitamente imitado, parodiado e citado, Holmes
T Y /N e th n e G d l o rn A
Sir Arthur Conan Doyle,
em foto de 1914.
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já foi identificado como uma das três personalidades mais conhecidas do mundo ocidental, ao lado de Mickey Mouse e do Papai Noel. Anal isando os recur sos literários de Cona n Doyle, temos uma narrativa que casa perfeitamente diálogo, descrição, caracterização e timing . A modéstia aparente de sua linguagem ocu lta um profundo reconhecimento da com plexidade humana. Disponível em: . Acesso em: 15 jan. 2015.
1. Identifique o sujeito das orações a seguir: a) “Arthur Conan Doyle (1859-1930) foi médico e escritor.”Arthur Conan Doyle b) “Sem dúvida, porém, seu maior reconhecimento vem dos contos e romances do detetive Sherlock Holmes e seu fiel parceiro e amigo, o Dr. Watson.”seu maior reconhecimento c) “Centenas de atores encarnaram a dupla nos palcos, no rádio e nas telas. [...]” Centenas de atores d) “[...] fã-clubes reúnem-se com regularidade.”fã-clubes
2. Observe a mesma oração escrita de diferentes maneiras: I. Holmes já foi identificado como uma das três personalidades mais conhecidas do mundo ocidental. II. Do mundo ocidental, Holmes já foi identificado como uma das três personalidades mais conhecidas. III. Como uma das três personalidades mais conhecidas do mundo ocidental, Holmes já foi identificado. •
Com a mudança na posição das palavras, o termo que cumpre o papel de sujeito da oração foi em todas as frases, independentemente da posição das palavras, o termo “Holmes” continua cumprindo o papel de sujeito alterado? Explique. Não, da oração.
3. Reescreva a frase a seguir de outras duas formas, alterando a posição do sujeito. Revistas e livros sobre o detetive são lançados todo ano.
Todo ano são lançados revistas e livros sobre o detetive. Sobre o detetive, todo ano, são lançados revistas e livros.
Professor, analise a pertinência de outras possibilidades de respostas que possam ser apresentadas pelos alunos.
4. Como ficaria a oração a seguir se o sujeito estivesse no singular? Reescreva-a em seu caderno. O conto nunca deixou de ser reimpresso.
Os contos nunca deixaram de ser reimpressos. Na trilha da oralidade
Audiolivro No texto da seção Aplicando conhecimentos, você leu que as personagens Sherlock Holmes e Dr. Watson já saíram dos livros para ganhar vida nos palcos, nas telas e também no rádio. Leia o texto a seguir.
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Quando chega em casa do trabalho, após um bom tempo no trânsito, o médico Claudio Wulkan estaciona na garagem, mas não sai de dentro do carro. Mergulhado no mundo de Sherlock Holmes, personagem de Arthur Conan Doyle, Cláudio não quer perder nem um minuto da história que está ouv indo no som do carro. Como antes do surgimento da televisão, quando eram populares as novelas de rádio, os livros de ouvir, ou audiolivros, transmitem textos de obras em CDs ou arquivos mp3. Musicados, com efeitos sonoros ou simples narrativas, eles conquistam cada vez mais ouvintes, principalmente entre motoristas de grandes cidades. Disponível em: . Acesso em: 9 mar. 2015.
opinião sobre esse formato de livro?Resposta pessoal. 1. Você já tinha ouvido falar de audiolivros? Qual é sua 2. Em sua opinião, que recursos um audiolivro deve ter para prender a atenção do ouvinte?Resposta pessoal. •
Imagine que você e seus colegas trabalhem em um estúdio que produz livros de ouvir. Que tal participar da gravação de trechos selecionados dos textos 1 e 2? Sigam as orientações a seguir.
ORIENTAÇ ES
Professor, as propostas podem ser adaptadas de acordo com seu planejamento e a realidade de sua turma. Se não houver equipamentos de gravação disponíveis, realizem apenas as etapas de planejamento e ensaio. Atualmente, computadores portáteis e celulares costumam ter gravadores embutidos.
1. O professor dividirá a turma em pequenos grupos. 2. Cada grupo deve selecionar alguns trechos do texto 1 ou do texto 2 para gravar. Se desejarem, vocês podem selecionar fragmentos de outras narrativas de enigma.
3. Elaborem o roteiro da gravação. Ou seja, registrem no papel quais serão os trechos lidos e façam
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indicações que possam ajudá-los na leitura. Anotem, por exemplo, quais partes serão lidas por cada integrante do grupo. Definam também se vocês utilizarão recursos sonoros e indiquem, no roteiro, os momentos em que eles deverão ser inseridos. Com o roteiro pronto, é hora de trabalhar. Ensaiem a leitura várias vezes e treinem com os colegas do grupo até se sentirem seguros para gravar. Procurem ajustar a forma de ler à proposta de um audiolivro. A leitura precisa ter emoção, mas não chega a ser uma dramatização, como em uma peça de teatro. O ritmo não pode ser muito lento, mas é preciso tomar cuidado para não fazer uma leitura ansiosa. Se houver recursos disponíveis, façam um teste gravando trechos do roteiro. Após a gravação, ouçam o material com o auxílio de fones de ouvido, prestando atenção ao que pode ser melhorado. Se não for possível gravar um teste, ensaiem antes, fazendo a leitura para os colegas do grupo e pedindo a opinião deles quanto à respiração, altura, clareza e tom da voz. Se puderem realizar a gravação definitiva, encontrem um local apropriado para isso. O ambiente deve deixar o grupo confortável e não pode ter interferência de sons externos, que possam tirar a concentração de vocês e atrapalhar o áudio. Durante a gravação, mantenham a postura. Realizar a narração em pé facilita a respiração e ajuda a tornar a locução mais clara. Após a gravação, escutem o material produzido e avaliem quais aspectos poderiam ser melhorados. Se for possível, reproduzam a gravação em CDs ou arquivos mp3 e distribuam para amigos
e familiares. Expliquem a eles o conceito de audiolivro e peçam opiniões sobre a produção do grupo. Vocês podem perguntar, por exemplo, se a gravação prendeu a atenção do ouvinte, se ele ficou interessado na trama, se gostaria de continuar a ouvi-la etc. 10. Se não houver possibilidade de realizar gravações as definitivas, soborient a ação doprofessor, organizem uma rodada de escuta dos roteiros, apresentando para a turma os resultadosensaios dos dos grupos.
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Prática de leitura
Texto 3 – Narrativa de terror Agora, você vai ler um texto que se assemelha muito às narrativas de enigma: a narrativa de terror.
O gato preto Não espero nem peço que se dê crédito à história sumamente extraordinária e, no entanto, bastante doméstica que vou narrar. Louco seria eu se esperasse tal coisa, tratando-se de um caso que os meus próprios sentidos se negam a aceitar. Não obstante, não estou louco e, com toda a certeza, não sonho. Mas amanhã posso morrer e, por isso, gostaria, hoje, de aliviar o meu espírito. [...] Desde a infância, tornaram-se patentes a docilidade e o sentido humano de meu caráter. A ternura de meu coração era tão evidente, que me tornava alvo dos gracejos de meus companheiros. Gostava, especialmente, de animais, e meus pais me permitiam possuir grande variedade deles. [...] Casei cedo, e tive a sorte de encontrar em minha mulher disposição semelhante à minha. Notando o meu amor pelos animais domésticos, não perdia a oportunidade de arranjar as espécies mais agradáveis de bichos. Tínhamos pássaros, peixes-dourados, um cão, coelhos, um macaquinho e um gato. Este último era um animal extraordinariamente grande e belo, todo negro e de espantosa sagacidade. Ao referir-se à sua inteligência, minha mulher, que, no íntimo de seu coração, era um tanto supersticiosa, fazia frequentes alusões à antiga crença popular de que todos os gatos pretos são feiticeiras disfarçadas. [...]. Pluto – assim se chamava o gato – era o meu preferido, com o qual eu mais me distraía. [...] Nossa amizade durou, desse modo, vários anos, durante os quais não só o meu caráter como o meu temperamento – enrubesço ao confessá-lo – sofreram, devido ao demônio da intemperança, uma modificação radical para pior. Tornava-me, dia a dia, mais taciturno, mais irritadiço, mais indiferente aos sentimentos dos outros. Sofria ao empregar linguagem desabrida ao dirigir-me à minha mulher. No fim,meu cheguei mesmo a tratá-la Meusalguma, animais, certamente, a mudança em caráter. Não apenas nãocom lhesviolência. dava atenção como, ainda, ossentiam maltratava. Quantooperada a Pluto, porém, ainda despertava em mim consideração suficiente que me impedia de maltratá-lo [...]. Meu mal, porém, ia tomando conta de mim – que outro mal pode se comparar ao álcool? – e, no fim, até Pluto, que começava agora a envelhecer e, por conseguinte, se tornara um tanto rabugento, até mesmo Pluto começou a sentir os efeitos de meu mau humor. Certa noite, ao voltar a casa, muito embriagado, de uma de minhas andanças pela cidade, tive a impressão de que o gato evitava a minha presença. Apanhei-o, e ele, assustado ante a minha violência, me feriu a mão, levemente, com os dentes. Uma fúria demoníaca apoderou-se, instantaneamente, de mim. Já não sabia mais o que estava fazendo. [...] Tirei do bolso um canivete, abri-o, agarrei o pobre animal pela garganta e, friamente, arranquei de sua órbita um dos olhos! [...] Entrementes, o gato se restabeleceu, lentamente. A órbita do olho perdido apresentava, é certo, um aspecto horrendo, mas não parecia mais sofrer qualquer dor. Passeava pela casa como de costume, mas, como bem se poderia esperar, fugia, tomado de extremo terror, à minha aproximação. Restava-me ainda o bastante de meu antigo coração para que, a princípio, sofresse com aquela evidente aversão por parte de um animal que, antes, me amara tanto. Mas esse sentimento logonósecorredio transformou em irritação. [...] Uma manhã, a sangue-frio, meti-lhe um em torno do pescoço e enforquei-o no galho de uma árvore. Fi-lo com os olhos cheios de lágrimas, com o coração transbordante do mais amargo remorso. Enforquei-o porque sabia que ele me amara, e porque reconhecia que não me dera motivo algum para que me voltasse contra ele. [...]
k c o t s k in h T / a r e m e H
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Na noite do dia em que foi cometida essa ação tão cruel, fui despertado pelo grito de “fogo!”. As cortinas de minha cama estavam em chamas. Toda a casa ardia. Foi com grande dificuldade que minha mulher, uma criada e eu conseguimos escapar do incêndio. [...] [...] No dia seguinte ao do incêndio, visitei as ruínas. As paredes, com exceção de uma apenas, tinham desmoronado. [...] Aproximei-me e vi, como se gravada em baixo-relevo sobre a superfície branca, a figura de um gato gigantesco. A imagem era de uma exatidão verdadeiramente maravilhosa. Havia uma corda em torno do pescoço do animal. [...] Uma noite, em que me achava sentado, meio aturdido, num antro mais do que infame, tive a atenção despertada, subitamente, por um objeto negro que jazia no alto de um dos enormes barris, de genebra ou rum, que constituíam quase que o único mobiliário do recinto. Fazia já alguns minutos que olhava fixamente o alto do barril, e o quecom então me surpreendeu foi nãoenorme ter visto antes o que haviaPluto sobre– oe mesmo. Aproximei-me e toquei-o a mão. Era um gato preto, – tão grande quanto que, sob todos os aspectos, salvo um, se assemelhava a ele. Pluto não tinha um único pelo branco em todo o corpo – e o bichano que ali estava possuía uma mancha larga e branca, embora de forma indefinida, a cobrir-lhe quase toda a região do peito. Ao acariciar-lhe o dorso, ergueu-se imediatamente, ronronando com força e esfregando-se em minha mão, como se a minha atenção lhe causasse prazer. [...] Continuei a acariciá-lo e, quando me dispunha a voltar para casa, o animal demonstrou disposição de acompanhar-me. Permiti que o fizesse – detendo-me, de vez em quando, no caminho, para acariciá-lo. Ao chegar, sentiu-se imediatamente à vontade, como se pertencesse à casa, tornando-se, logo, um dos bichanos preferidos de minha mulher. De minha parte, passei a sentir logo aversão por ele. Acontecia, pois, justamente o contrário do que eu esperava. Mas a verdade é que – não sei como nem por quê – seu evidente amor por mim me desgostava e aborrecia. Lentamente, tais sentimentos de desgosto e fastio se converteram no mais amargo ódio. Evitava o animal. [...] Sem dúvida, o que aumentou o meu horror pelo animal foi a descoberta, na manhã do dia seguinte ao que o levei para casa, que, como Pluto, também havia sido privado de um dos olhos. [...] Sob a se pressão de tais tormentos, sucumbiu poucoe que em mim de bom. [...] Minhaeu, rabugice habitual transformou em ódio por todas asocoisas por restava toda a humanidade – e enquanto agora, me entregava cegamente a súbitos, frequentes e irreprimíveis acessos de cólera, minha mulher – pobre dela! – não se queixava nunca, convertendo-se na mais paciente e sofredora das vítimas. Um dia, acompanhou-me, para ajudar-me numa das tarefas domésticas, até o porão do velho edifício em que nossa pobreza nos obrigava a morar, o gato seguiu-nos e, quase fazendo-me rolar escada abaixo, me exasperou a ponto de perder o juízo. Apanhando uma machadinha e esquecendo o terror pueril que até então contivera minha mão, dirigi ao animal um golpe que teria sido mortal, se atingisse o alvo. Mas minha mulher segurou-me o braço, detendo o golpe. Tomado, então, de fúria demoníaca, livrei o braço do obstáculo que o detinha e cravei-lhe a machadinha no cérebro. Minha mulher caiu morta instantaneamente, sem lançar um gemido. Realizado o terrível assassínio, procurei, movido por súbita resolução, esconder o corpo. Sabia que não poderia retirá-lo da casa, nem de dia nem de noite, sem correr o risco de ser visto pelos vizinhos. [...] Finalmente, tive uma ideia que me pareceu muito mais prática: resolvi emparedá-lo na adega, como faziam os monges da Idade Média com as suas vítimas. [...] O passo seguinte foi procurar o animal que havia sido a causa de tão grande desgraça, pois resolvera, finalmente, matá-lo. Se, naquele momento, tivesse podido encontrá-lo, não haveria dúvida quanto à sua sorte: mas parece que o esperto animal se alarmara ante a violência de minha cólera, e procurava não aparecer diante de mim enquanto me encontrasse naquele estado de espírito. Impossível descrever ou imaginar o profundo e abençoado alívio que me causava a ausência de tão detestável felino. [...] Transcorreram o segundo e o terceiro dia – e o meu algoz não apareceu. Pude respirar, novamente, como homem livre. O monstro fugira para sempre de casa.
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Foram feitas algumas investigações, mas respondi prontamente a todas as perguntas. Procedeu-se, também, a uma vistoria em minha casa, mas, naturalmente, nada podia ser descoberto. Eu considerava já como coisa certa a minha felicidade futura. No quarto dia após o assassinato, uma caravana policial chegou, inesperadamente, a casa, e realizou, de novo, rigorosa investigação. Seguro, no entanto, de que ninguém descobriria jamais o lugar em que eu ocultara o cadáver, não experimentei a menor perturbação. [...] – Senhores – disse, por fim, quando os policiais já subiam a escada – é para mim motivo de grande satisfação haver desfeito qualquer suspeita. Desejo a todos os senhores ótima saúde e um pouco mais de cortesia. Diga-se de passagem, senhores, que esta é uma casa muito bem construída... (Quase não sabia o que dizia, em meu insopitável desejo de falar com naturalidade.) Poderia, mesmo, dizer que é uma casa excelentemente construída. Estas paredes – os senhores já se vão? –, estas paredes são de grande solidez. Nessa altura, movido por pura e frenética fanfarronada, bati com força, com a bengala que tinha na mão, justamente na parte da parede atrás da qual se achava o corpo da esposa de meu coração. Que Deus me guarde e livre das garras de Satanás! Mal o eco das batidas mergulhou no silêncio, uma voz me respondeu do fundo da tumba, primeiro com um choro entrecortado e abafado, como os soluços de uma criança; depois, de repente, com um grito prolongado, estridente, contínuo, completamente anormal e inumano. Um uivo, um grito agudo, metade de horror, metade de triunfo, como somente poderia ter surgido do inferno, da garganta dos condenados, em sua agonia, e dos demônios exultantes com a sua condenação. Quanto aos meus pensamentos, é loucura falar. Sentindo-me desfalecer, cambaleei até à parede oposta. Durante um instante, o grupo de policiais deteve-se na escada, imobilizado pelo terror. Decorrido um momento, doze braços vigorosos atacaram a parede, que caiu por terra. O cadáver, já em adiantado estado de decomposição, e coberto de sangue coagulado, apareceu, ereto, aos olhos dos presentes. Sobre sua cabeça, com a boca vermelha dilatada e o único olho chamejante, achava-se pousado o animal odioso, cuja astúcia me levou ao assassínio e cuja voz reveladora me entregava ao carrasco. Eu havia emparedado o monstro dentro da tumba! POE, Edgar Allan. Histórias extraordinárias. São Paulo: Martin Claret, 2000.
Professor, o texto integral do conto "O gato preto" encontra-se no Manual.
POR DENTRO DO TEXTO
1. O narrador-personagem anuncia que vai contar uma história “sumamenteextraordinária e, no en-
tanto, bastante doméstica”. Que expectativa é criada no leitor devido ao uso desses dois adjetivos ? O leitor espera que a história seja um acontecimento inesperado entre a rotina e os elementos cotidianos.
2. Releia o primeiro parágrafo e responda: Por que razão ele decidiu tornar pública sua história? Porque pode morrer em breve e quer desabafar, aliviar o espírito.
3. A partir do segundo parágrafo, o narrador-personagem conta um pouco de sua infância e do início do
seu casamento. Que mudança podemos perceber em sua personalidade no decorrer da história? Na infância, a personagem era dócil e de bom caráter. Aos poucos, foi se tornando uma pessoa cada vez mais irritadiça e violenta. Primeiro, maltratava apenas os animais, com exceção do gato preto. Depois, passou a agredir o gato a ponto de matá-lo. Por fim, acabou assassinando a esposa.
4. Por duas vezes, a personagem maltrata o gato preto. Releia os trechos que relatam esses dois episódios. De que maneira esses relatos contribuem para o clima de tensão da narrativa? Os trechos mostram a mudança no caráter do narrador e acentuam o caráter de terror do conto.
5. O conto sugere que o gato encontrado pela personagem, em uma de suas saídas à noite, “num
antro mais do que infame”, era o mesmo gato que havia sido enforcado. Que semelhanças entre eram pretos, enormes, não tinham um olho e eram afeiçoa dos ao casal. Acima disso, contudo , há o relato do narrador: ambos foram apontadas? Ambos “[...] tão grande quanto Pluto – e que, sob todos os aspectos, salvo um, se assemelhava a ele”. 6. Ao gato preto: “seu evidente amor por mim me desgostava e aborrecia. Lentamente, tais sentimentos de desgosto e fastio se converteram no mais amargo ódio. Evitava o animal.
6. A quem, principalmente, o narrador atribui a culpa por sua mudança de caráter, incluindo o assas-
Sob a pressão de tais tormentos, sucumbiu o pouco que restava em mim sinato de sua esposa? Justifique com trechos do texto.[...] de bom.”; “O gato seguiu-nos e, quase fazendo-me rolar escada abaixo, me
exasperou a ponto de perder o juízo.”; “O passo seguinte foi procurar o animal que havia sido a causa de tão grande desgraça, pois resolvera, finalmen te, matá-lo.”; “Transcorreram o segundo e o terceiro dia – e o meu algoz não apareceu.”;“[...] achava-se pousado o animal odioso, cuja astúcia me levou ao assassín io e cuja voz reveladora me entregava ao carrasco.”
7. A que outro fator poderíamos atribuir a mudança de caráter do narrador? Justifique com um trecho do texto.
À bebida: “Nossa amizade durou, desse modo, vários anos, durante os quais não só o meu caráter como o meu temperamento – enrubesço ao confessá-lo – sofreram, devido ao demônio da intemperança, uma modificação radical para pior.”; “Meu mal, porém, ia tomando conta de mim – que outro mal pode se comparar ao álcool?”.
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8. Copie no caderno a alternativa que melhor justifica a presença do foco narrativo em primeira pessoa nesse conto:
a) O narrador -personagem tem conhecimento dos fatos e os narra com total isenção de envolvimento, deixando claro ao leitor sua culpa no crime que praticou. b) O narrador - personagem, devido à sua aproximação com os fatos narrados, seleciona situações para convencer o leitor de que uma força sobrenatural o obrigou a praticar os atos de violência. Alternativa “b“.
TEXTO E CONSTRUÇÃO 1. Que recurso o narrador utiliza para tentar convencer o leitor de que a história de fato aconteceu?
No primeiro parágrafo, o narrador conversa com os leitores e afirma que não espera que acreditem em sua história, já que até mesmo seus sentidos se negam a acreditar, mas que vai contá-la mesmo assim.
pessoal. Muitos dos substantivos e adjetivos texto clima procuramde descrever o ambiente e os seres, além De que maneiraretirados os substantivos os adjetivos contribuem para criardo um terror e mistério? 2. Cite exemplos do texto.eResposta de narrar os fatos de uma forma que provoque medo nos leitores. Podemos tomar como exemplo os dois últimos parágrafos do texto: “Sobre sua cabeça, com a boca vermelha dilatada e o único olho chamejante, achava-se pousado o animal odioso, cuja astúcia me levou ao assassínio e cuja voz reveladora me entregava ao carrasco.
3. Que diferenças poderíamos apontar entre uma narrativa de enigma e uma narrativa de terror?
3. A narrativa de enigma trabalha com um mistério a ser desvendado,Eu havia emparedado o monstro dentro da tumba!” Professor, é interessante que os alunos retomem enquanto a narrativa de terror trabalha com um fato sobrenatural. todo o texto e observem a importância da seleção lexica l na composição de personagens e de cenas. Oralmente, eles podem ler os seus exemplos para a classe, de modo que todos compartilhem das descobertas uns dos outros.
IMPORTANTE SABER
Do mesmo modo que as narrativas de enigma, as narrativas de terror procuram envolver o leitor em um clima de mistério e suspense. Para isso, fazem uso de substantivos e adjetivos que, descrevendo o cenário e as personagens, permitem que o leitor crie, em sua imaginação, o ambiente e as condições propícias para que algo aterrorizante aconteça. Edgar Allan Poe, escritor norte-ameri cano que viveu no século XIX, ficoufamoso pelas suas histórias de raciocínio e dedução. Foi dele primeira a narrativa policial modern a – “Os crimes da Rua Morgue”. Porém, como a morte e o medo sempre foram seus temas prediletos, especia lizou-se também em contos deterror. TEXTO E CONTEXTO
A figura do gato preto, muitas vezes, está associada a crendices e superstições típicas de várias culturas. Na Europa, por exemplo, durante a Idade Média, os gatos eram considerados seres demoníacos, associados à imagem da bruxa. Procure se lembrar de outras superstições, na tradição brasileira, que tam bém envolvam esseanimal. Há os que acreditam que o gato possa provocar asma nas pessoas. Além disso, é muito comum que as pessoas acreditem que gato preto dá azar ao cruzar o caminho de alguém. A associação do gato preto à sexta-feira 13 também é sinal de problemas à vista.
PARA VOCÊ QUE É CURIOSO Gato preto: vencendo o preconceito
Quem foi que disse que gato preto dá azar? Não deixe que superstições, como as relacionadas à sexta-feira 13, possam influenciar o seu modo de pensar. O mito do gato preto surgiu de uma crença muito antiga, que vem da época da Inquisição. Como muitos sabem, os gatos ficam mais ativos à noite e, como nesse período não existia iluminação nas ruas, todos os gatos vistos à noite eram considerados da cor preta. “Nessa época, as mulheres que eram consideradas bruxas e, portanto, perseguidas pela Inquisição, acabavam saindo de suas casas tambémdurante a noite, quando a probabilidade de serem capturadas era menor. Sendo assim, os gatos passaram a ser associados com essas pessoas e a ligação deles com o azar pode ter surgido desse mito”, explica Laraue Motta, adestradora da equipe CãoCidadão.
k c o t s r e tt u h /S v le e n i S
Disponível em: . Acesso em: 15 fev. 2015.
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Reflexão sobre o uso da língua
Uso da vírgula 1. Copie as frases a seguir em seu caderno e separe o sujeito de seu predicado. Para facilitar sua tarefa, localize o verbo e observe a quem ele se refere. Sujeito: “os senhores” / Predicado: “já se vão?”.
Os senhores já se vão?
Sujeito: “estas paredes” / Predicado: “são de grande solidez.”
Estas paredes, senhores, são de g rande solidez.
Emsegunda relação àoração, palavraela “senhores”, perceba que ela pois exerce dentrosnem dasdo orações. 2. Na vem separada por vírgulas, nãofunções faz partediferentes nem do sujeito predicado. Que função esse termo está exercendo nessa oração?
Tem a função de interpelar (falar com alguém) as pessoas a quem o locutor se dirige. Professor, ainda não é preciso que o aluno reconheça o termo como um vocativo, mas sim que perceba a distinção entre ele e o sujeito da oração.
3. Releia estas frases do texto:
I. Minha mulher segurou-me o braço, detendo o golpe. II. O monstro fugi ra para sempre de casa. III. Eu considerava já como coisa certa a minha felicidade futura. a) Em seu caderno, transcreva o sujeito de cada uma delas. I. Minha mulher; II. O monstro; III. Eu. b) Em alguma das frases, a vírgula foi utilizada parar separar o sujeito do predicado? Não. c) Qual é a sua conclusão sobre o uso da vírgula entre sujeito e predicado? Não se usa vírgula para separar o sujeito do predicado.
IMPORTANTE S ABER
Apesar de associarmos a ideia de que a vírgula é a representação gráfica de uma pausa na fala, de acordo com as normas gramaticais, não se separa o sujeito de seu predicado com vírgula. Vejamos alguns casos em que se aplica o uso da vírgula, quando a frase possui apenas uma oração. Para separar termos que exercem a mesma função dentro da oração. Exemplo: “[...] uma voz me respondeu do fundo da tumba [...] com um grito prolongado, estridente, contínuo, completamente anormal e inumano.” Nesse caso, o último termo é acompanhado da partícula “e” e dispensa o uso da vírgula. Para separar o lugar de onde se escreve da data em cabeçalhos. Exemplo: São Paulo, 27 de fevereiro de 2017. Para separar expressões corretivas ou explicativas, como: “isto é”, “ou seja”, “ou melhor”, “por exemplo”, “quer dizer”. Exemplo: Espera-se que eles voltem logo, ou melhor, o mais breve possível. Para separar o termo que interpela o ouvinte/leitor. Exemplo: •
•
•
•
caro amigo, preste atenção ao que lhe digo. Para separar termosMeu deslocados na oração. Exemplo: Eles não se encontraram naquela noite. Naquela noite, eles não se encontraram. Observe que, quando o termo “naquela noite” aparece no início da oração, vem separado por vírgula. •
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APLICANDO CONHECIMENTOS
1. Copie em seu caderno as alternativas em que a vírgula foi utilizada para separar termos deslocados na oração. Alternativas “a“, “b“ e “d“.
a) “Desde a infância, tornaram-se patentes a docilidade e o sentido humano de meu caráter.” b) “Sobre sua cabeça, com a boca vermelha dilatada e o único olho chamejante, achava-se pousado o animal odioso [...].” c) “Tínhamos pássaros, peixes-dourados, um cão, coelhos, um macaquinho e um gato.” d) “Durante um instante, o grupo de policiais deteve-se na escada, imobilizado pelo terror.”
2. Em apenas uma das frases da atividade anterior a vírgula é usada por outra razão. Qual é a frase? Justifique o emprego da vírgula nesse caso.
“Tínhamos pássaros, peixes-dourados, um cão, coelhos, um macaquinho e um gato.” Nesse caso, a vírgula foi utilizada para separar termos que exercem a mesma função dentro da oração.
Produção de texto
História em quadrinhos Neste capítulo, você leu trechos de narrativas de enigma e de terror. Com as produções de texto que você e seus colegas vão realizar agora, sua turma vai montar uma mostra de histórias de terror adaptadas para outro gênero que você já estudou: a história em quadrinhos. Para produzi-la, forme uma dupla, escolha uma das sugestões abaixo e, depois de terminar o trabalho, organize a mostra seguindo as orientações do professor.
io r rá te i L l ro a F : s n e g a Im
Capas da coleção de histórias em quadrinhos baseadas em contos de Sherlock Holmes, da editora Farol Literário.
Proposta 1
Criem uma história em quadrinhos com base na leitura do texto “O gato preto”, de Edgar Allan Poe.
Proposta 2
Leiam contos de terror e separem alguns que poderiam adaptar. Escolha um conto de terror de que tenham gostado bastante para criar a HQ. Lembrem-se de que, para escrever o texto e criar as imagens, é importante considerar o público que vocês desejam atingir. Nesse caso, considerem que a exposição tem como leitor o público adolescente.
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PLANEJE SEU TEXTO
Copiem no caderno os itens do quadro e respondam a cada um deles como modo de planejamento. Ampliem o número de itens se for preciso. Verifiquem se cumpriram o planejado na hora de avaliar o texto.
Para escrever a história em quadrinhos 1. Qual é o público leitor do texto?
Leitores adolescentes.
2. Que linguagem vou empregar?
Linguagem informal.
3. Qual é a estrutura que o texto vai ter?
Organização sequencial adotada nas narrativas em quadrinhos.
4. Onde o texto vai circular?
Em uma mostra.
ORIENTAÇÕES PARA A PRODUÇÃO 1. Elaborem um roteiro com anotações sobre as partes importantes que compõem a sequência narrativa. Procure eleger aquelas que garantem a completude da história e o que consideraram ser mais importante para contá-la. 2. De posse dessas partes que comporão a sequência, façam um esboço da história, de acordo com o roteiro aprovado e revisado pelo grupo. 3. O esboço deve ser feito quadro a quadro. Ao realizá-lo, vocês já podem ir pensando em esboçar também algumas ideias para as falas das personagens em alguns quadrinhos e a inclusão de onomatopeias e interjeições que garantam à história em quadrinhos efeitos de terror e suspense, entre outros. 4. Façam a revisão ortográfica do texto antes de passá-lo a limpo nas páginas definitivas.
5. do Umcom dos componentes do grupo deve fazer do a diagramação dasfor páginas e os desenhos, de acoro esboço aprovado. O integrante grupo que não desenhar poderá escrever o texto nos balões de fala ou pensamento, incluindo todos os outros elementos verbais que vão compor os quadrinhos. 6. Lembrem-se de que a organização dos quadrinhos deve permitir uma leitura fluente, portanto, não deixe que o leitor fique na dúvida sobre qual quadrinho completa o sentido do anterior.
AVALIAÇÃO E REESCRITA Após a produção, verifiquem: •
•
Fizeram a revisão do texto após a arte-final? Observem se restou algo a ser alterado: ortografia, pontuação. Principalmente, verifiquem a coerência e a coesão do texto. As linguagens verbal e não verbal estão entrosadas? Lembrem-se de que, em uma história em quadrinhos, uma completa o sentido da outra.
•
A organização dos quadrinhos permite uma leitura fluente do leitor sem que ele fique na dú-
•
vida sobre qual quadrinho completa o sentido do anterior? Houve uma preocupação com o público-alvo?
Houve uma preocupação com a qualidade da arte-final do trabalho? Agora, mãos à obra! Com o professor e as outras duplas de colegas, organizem a exposição para os alunos de sua escola! •
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Leia mais
Professor, no Manual há orientações sobre como realizar a análise de filmes. Consulte a proposta caso decida realizar a atividade atrelada à sugestão indicada Leia no mais.
Conheça mais narrativas de enigma e filmes ou séries baseados nos livros com essas histórias. Faça o seguinte: procure livros com narrativas de enigma e mistério na biblioteca. Leia a quarta capa dessas obras e escolha algumas para ler. Anote também o título dos livros que não foram escolhidos imediatamente e o nome de seu(s) autor(es). Para conhecer um pouco sobre o conteúdo dessas obras, pesquise resenhas delas na internet. Por fim, faça uma pesquisa para descobrir qual dessas histórias foi parar no cinema ou na televisão. Anote o resultado da pesquisa e leve para a sala de aula. Converse com a turma e descubra qual foi o resultado da pesquisa dos colegas. Com a ajuda do professor, escolham um dos filmes ou episódios para assistir, depois de terem feito a leitura do livro ou da resenha da obra impressa.
Preparando-se para o próximo capítulo O que você sabe sobre trabalho infantil? O tema lhe é familiar? Pois, acredite, esta realidade está muito mais próxima de nós do que você imagina. Procure saber, com seus pais e sua comunidade, se há registro desse tipo de problema na região em que você mora. Traga essas informações para discutir com sua turma no decorrer do próximo capítulo. s s e r P A . /D p m i /O a ri e r o M n o s id e N
q in r b A o ã ç a d n u F
Crianças vendem antimofo em estacionamento de shopping center, em São Luís (MA), 2012.
Cartaz da campanha “Verdades Infantis”, da Fundação Abrinq, 2009.
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O L U ÍT P A C
2
LER PARA INFORMAR-SE
Para começo de conversa
Professor, antes de iniciar a seção Prática de leitura , é interessante que os alunos apresentem o resultado da atividade sugerida no final do capítulo anterior. Prepare dois exemplares de jornal para realizar algumas atividades sugeridas neste capítulo.
Neste capítulo, vamos refletir sobre a vida de crianças trabalhadoras. Certamente, todos vocês são trabalhadores, pois devem arrumar suas camas, seus brinquedos, seus jogos, organizar seu material escolar e estudar muito, não é verdade? No entanto, não é sobre esse tipo de trabalho que vamos discutir. Abordaremos outro tipo de ocupação: tarefas muito difíceis e pesadas que muitas crianças do mundo inteiro são obrigadas a cumprir. Observe a foto a seguir e converse com sua turma sobre as próximas questões. s s e r p a lh o F / a v i a P o ig r d o R
Na foto, o catador Gideão dos Santos, 10 anos, separa materiais recicláveis às margens da represa Atibainha. Atibaia (SP), 2010.
1.
Onde você imagina que esteja a criança da foto? O que ela está fazendo?
2.
Como você imagina que essa criança se sente nesse lugar?
3.
Você conhece outros casos de crianças que precisam trabalhar? Conte para a sua turma.
Espera-se que os alunos deduzam que a criança está separando materiais recicláveis. Resposta pessoal. Resposta pessoal.
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Prática de leitura
Texto 1 – Cartaz de campanha S R , o lh a b ra T o d o i lc b ú P o ir é t is
in M
POR DENTRO DO TEXTO
1.
Qual é o objetivo desse texto?
2.
Sobre as imagens que compõem o cartaz, responda:
Manifestar-se contra o trabalho infantil, envolvendo o leitor nessa causa.
a) Que ambiente é usado como cenário do cartaz? Uma cozinha. b) Que detalhes da imagem confirmam sua resposta anterior? Ao fundo observam-se armários e, em primeiro plano, há uma torneira, indicando uma pia de cozinha, cheia de louças a serem lavadas.
c) Que elementos da imagem estão diretamente associados à infância? Um ursinho de pelúcia e alguns utensílios domésticos de brinquedo, como xícaras, panelinhas e pratinhos.
d) Qual pode ter sido a intenção de associar elementos que remetem à infância ao ambiente usado como cenário do cartaz? Espera-se que o aluno perceba que a intenção é mostrar que o trabalho domést ico prejudica a infância. e) Em sua opinião, por que o ursinho de pelúcia está com os olhos tapados por esparadrapos? Resposta pessoal. Espera-se que o aluno perceba que foi uma forma de representar a privação da infância provocada pelo trabalho infantil.
3.
Releia o texto que aparece no cartaz:
Quem emprega crianças mata a infância.
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a) Em que sentido a forma verbal “mata” foi empregada no texto? No sentido de retirar, de privar, de não permitir que a criança viva a sua infância plenamente.
A frase colabora para que o objetivo do cartaz seja alcançado, ela esclarece o que está sendo representado na imagem. 2. Resposta pessoal. Professor, discuta com os alunos o fato de que o trabalho infantil p rejudica o desenvolvimento psicológico, físico, emocional, intelectual e social da criança e do adolescente. Além da perda de direitos básicos, como educação e lazer, as crianças e adolescentes que trabalham costumam ter outros problemas, como fadiga excessiva, distúrbios do sono, irTROCANDO IDEIAS ritabilidade, alergias e problemas respiratórios. Trabalhos que exigem esforço físico extremo podem prejudicar o crescimento, ocasionar lesões na coluna e produzir deformidades. Além disso, os impactos psicológicos também são consideráveis, especialmente na capacidade de aprendizagem, no relacionamento interpessoal e na autoestima.
b) Qual é a importância da frase para a compreensão da imagem?
1.
Você acha que as imagens utilizadas no cartaz contribuíram para que a campanha alcançasse seu pessoal. Espera-se que o aluno responda que sim e perceba que as imagens causam impacto, têm caráter apelativo e sugerem que infância objetivo? Resposta e trabalhos domésticos não devem se misturar.
2.
Em sua opinião, que prejuízos o trabalho infantil traz às crianças e adolescentes que o praticam?
3.
O texto mostra que dar emprego a uma criança é uma forma de matar a infância. Em sua opinião, de que outras formas a infância destruída? Infelizmente, as crianças e adolescentes ainda sãopode vítimasser dos mais diversos abusos, sejam eles físicos, sexuais ou emocionais. Entre as formas de agressão à criança
4.
e ao adolescente estão a exploração sexual, o tráfico humano, o recrutamento para o crime, o abandono etc.
Que consequências a destruição da infância pode acarretar para a sociedade?
Resposta pessoal. Professor, discuta com os alunos algumas das consequências políticas, econômicas e sociais do trabalho infantil. As crianças e adolescentes que trabalham tendem a abandonar a escola ou apresentam desempenho abaixo do esperado, o que gera cidadãos menos conscientes e preparados para ingressar no mercado de trabalho e fazer parte da vida em sociedade, alimentando o ciclo da pobreza e da desigualdade.
TEXTO E CONTEXTO
No Brasil, as crianças e adolescentes são protegidos de abusos como o trabalho infantil por um conjunto de leis específico. ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente). Professor, seria interessante discutir com os alunos algumas características desse conjunto de leis enquanto gênero textual.
1.
Por qual nome é conhecido esse conjunto de leis?
2.
Faça uma pesquisa e identifique quais artigos desse conjunto de leis proíbem o trabalho infantil.
3.
Podemos dizer que esse conjunto de leis é totalmente respeitado em nosso país? Por quê?
O artigo 60 do capítulo V, que afirma que “É proibido qualquer trabalho a menores de quatorze anos de idade, salvo na condição de aprendiz”. Professor, leia com os alunos também os artigos 61 a 69, que se referem ao direito à profissionalização e à proteção no trabalho. Espera-se que os alunos percebam que não, pois ainda há muitas crianças e adolescentes que não contam com a proteção integral que deveria ser assegurada pelo ECA.
Prática de leitura
Texto 2 – Fotografias Foto 1 L A , T P M – m o c s A
Ministério do TrabalhoPúblico flagra crianças e adolescentes trabalhando em feira livre, em Capela, Alagoas, 2014.
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Foto 2 li s ra B ia c n ê g /A to a n a p m a C r e tl a V
Lavar carros nas ruas é uma das atividades mais comuns entre os meninos negros, que são as principais vítimas do trabalho infantil, segundo pesquisa do Sistema Nacional de Indicadores em Direitos Humanos.
TEXTO E CONTEXTO
1.
Que fatos foram registrados pela câmera fotográfica em cada uma das fotos?
2.
Como você imagina que é o dia a dia das crianças retratadas em cada uma das imagens?Resposta pessoal.
3.
Qual das duas situações retratadas nas fotos pode ser considerada mais arriscada para as crianças? Por quê?A situação vivida pelo menino da foto 2, que, por estar no meio dos carros, corre o risco de ser atropelado.
4.
Geralmente as notícias vêm acompanhadas por fotos com legendas. Por que você acha que isso acontece? Resposta pessoal. Sugestão: A legenda esclarece e complementa aquilo que é mostrado na imagem.
5.
Observe estas outras fotos jornalísticas. Elas foram separadas dos títulos e legendas que as acompanhavam.
Crianças trabalhando. Na foto 1, meninos foram flagrados trabalhando em uma feira livre e, na foto 2, um menino lava o para-brisas de um carro.
Foto 3
Líderes mundiais desfilam ao lado do presidente francês François Hollande durante a marcha republicana em homenagem às vítimas do terrorismo. Foto de janeiro de 2015.
k c to rs e tt u h /S o e m o C / d n a r g e L c ri e d e r F
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Foto 4
Pelas previsões, a primeira cota do volume morto do Sistema Cantareira chega ao fim em novembro de 2014. Foto de outubro de 2014.
o d ú te n o C o ã d a t s /E ra u o M is u L
Foto 5
Janaina Almeida e Gilmar Maia buscam a filha Jenifer mais cedo na es cola; sem merenda, aluna reclama de dor de cabeça. Foto de fevereiro de 2015.
s s e r p a lh o /F y k n e li B is a h T
•
Em seu caderno, relacione cada uma das fotos com um dos títulos a seguir:
a) Escolas reduzem merenda para evitar desperdício e obesidade. Foto 5 b) Marcha contra atentados toma as ruas de Paris. Foto 3 c) Racionamento de água chega a 2,8 milhões de pessoas no estado de São Paulo. Foto 4
6.
Agora, relacione cada uma das fotos às legendas a seguir: a) Pelas previsões, a primeira cota do volume morto do Sistema Cantareira chega em fim em novembro de 2014. Foto 4 b) Janaina Almeida e Gilmar Maia buscam a filha Jenifer mais cedo na escola; sem merenda, aluna reclama de dor de cabeça. Foto 5 c) Líderes mundiais desfilam ao lado do presidente francês François Hollande durante a marcha republicana de homenagem às vítimas do terrorismo.F oto 3
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IMPORTANTE SABER
Em jornais e revistas, os textos que acompanham as fotos são chamados legenda. Leia o que explica o Novo Manual da Redação da Folha de S.Paulo: “A legenda não é colocada sob a foto apenas para descrevê-la, embora não possa deixar de cumprir essa função. Por ser um dos primeiros elementos da página que atrai o leitor, merece tanto cuidado quanto os títulos. Deve ser atraente e conquistar a atenção. A boa legenda também esclarece qualquer dúvida que a foto possa suscitar. [...] Não deve simplesmente descrever aquilo que qualquer leitor pode ver por si só. A legenda fotográfica deve atender à curiosidade do leitor, que deseja saber o que ou quem aparecepresente (o na foto,doo momento que está fazendo, em que aonde foto foi está.tirada)”. Sempre que for cabível, deve usar verbo no presente Disponível em: . Acesso em: 10 mar. 2015.
7.
As legendas das fotos 3, 4 e 5, vistas na atividade 6, esclarecem as imagens que correspondem a as legendas esclarecem e especificam o contexto em que as fotos foram feitas. Se não houvesse as legendas, não poderíamos saber com elas? Explique. Sim, exatidão sobre o que tratam as imagens. A foto 3 poderia estar retratando o funeral de alguma personalidade, a foto 4 poderia ser de qualquer
8.
Observe a reprodução da primeira página de um jornal:
reservatório de qualquer cidade e a foto 5 poderia estar retratando o primeiro dia de aula da menina, por exemplo, e não a falta de merenda.
lo u a P . S e d a lh o F
VIADUTO DO SAMBA Foliões do Ilú Obá De Min desfilam no viaduto do Chá, em frente à prefeitura, no centro de SP, que vai concentrar quase a metade dos 90 blocos deste fim de semana na cidade; veja mais Carnaval de rua no país C4 a C7
Folha de S.Paulo, 14 fev. 2015.
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a) Qual é a imagem quetem maior destaque na primeira página?
PARA VOCÊ QUE É CURIOSO
A imagem de foliões desfilando em um bloco de rua.
O bloco afro Ilú Oba De Min é composto exclusivamente por mulheres e sai às ruas de São A legenda fala sobre os blocos que desfilarão no Carnaval de rua de São Paulo e expliPaulo desde 2005, celebrando a cultura afroca que um deles é o Ilú Obá De Min, cuja foto do desfile foi utilizada para ilustrar o fato. c) No boxe Importante saber, você leu -brasileira e destacando a participação das mua definição de legenda dada pelo Novo lheres no mundo. [...] Manual da Redação da Folha de S.Paulo. Os desfiles do bloco são uma intervenção cultuA legenda da imagem de maior destaque ral, que busca promover a cultura popular e a parnessa primeira página está em conformiticipação ativa da mulher na sociedade por meio da arte. Eles também trazem para a região urbana dade com a definição dada? Sim, a legenda descreve foto, mas explicadoquem nela,no o que estáa dança e os cantos dos terreiros do Candomblé e fazendo e onde não está.sóAlém disso, achama a atenção leitor aparece e usa verbos presente. d) Considerando a época em que o jornal foi de diversas manifestações da cultura negra, como publicado e seu local de srcem, justifique o maracatu, batuque, coco, jongo, entre outras. b) Que relação há entre a imagem de maior destaque e a legenda que a acompanha?
a escolha da imagem de maior destaque
Espera-se que o aluno perceba que é um na primeira página.jornal do estado de São Paulo, publicado na época do Carnaval (14 de fevereiro de 2015). A escolha da imagem de maior destaque, provavelmente, deve-se ao fato de que os leitores da publicação se interessariam pela divulgação de informações sobre os blocos de rua que desfilariam naquele fim de semana.
Fonte: . Acesso em: 10 mar. 2015.
Prática de leitura
Texto 3 – Primeira página de jornal o b o l G O
Levantamento de quase 4 mil notas dos júris de Carnaval desde 2004 revela que o quesito alegorias, um dos mais caros para as escolas, é o que leva a vitórias
Nada influencia tanto o resultado do Carnaval carioca quanto as alegorias e os adereços, um dos custos mais altos das escolas. Levantamento inédito do Núcleo de Jornalismo de Dados do GLOBO mostra que, nos últimos 11 anos, venceram as escolas que tiveram as melhores notas nesse quesito, informam Fábio Vasconcellos e Rafael Galdo. A Unidos da Tijuca, atual campeã, lidera o ranking com 97% dos pontos possíveis. Página 10 O Globo, 15 fev. 2015.
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TEXTO E CONSTRUÇÃO 1.
Em sua opinião, o que mais chama a atenção nessa primeira página de jornal: o texto ou as imagens? Por quê? Resposta pessoal.
2.
Qual é o objetivo de uma primeira página de jornal?Apresentar as principais notícias que serão abordadas naquela edição da publicação.
3.
Por que são usadas letras maiores em alguns títulos?
4.
Identifique os elementos a seguir na primeira página de jornal:
Para dar destaque aos assuntos dessas notícias.
a) O título da notícia com maior destaque na página. “Força do di nheiro é que faz a campeã do Sambódromo”. b) O assunto retratado nas fotos com maior destaque na página. O assunto retrat
ado nas imagens é o Carnaval.
5.
A manchete, isto é, o título de maior destaque na página, é seguida por um subtítulo chamado linha-fina. Leia-o e explique a sua função. A linha-fina completa o sentido do título e dá outras informações sobre ele.
6.
Após a linha-fina, aparece um pequeno parágrafo, o lide. Explique quais informações aparecem nesse texto. O lide faz um resumo, uma síntese da notícia, fornecendo ao leitor as principais informações sobre ela. Normalmente, quando aparece na primeira página, o lide indica também a página do jornal em que a respectiva notícia pode ser lida na íntegra.
IMPORTANTE SABER
O lide é a abertura da notícia. Geralmente, consiste em um parágrafo que apresenta o essencial da notícia ou reportagem: o assunto, quem estava envolvido, onde, quando e por que aconteceu. Ele tem a função de provocar o interesse do leitor; é uma espécie de convite para que ele leia o texto completo. Por isso, depois do lide costuma vir a indicação da página da notícia ou reportagem. O lide completa as informações dadas na manchete, que é o nome dado aos títulos de maior destaque em uma página de jornal. As manchetes, geralmente, são escritas com letras maiores do que os outros títulos de notícias. A linha-fina é aseu frase ou período, na maioria das vezes sem ponto-final, quecomo aparece abaixo do título e completa sentido ou dá outras informações. A linha-fina funciona subtítulo e usa letras menores que as do título e maiores que as do texto. Professor, seria interessante solicitar aos alunos que fizessem uma pesquisa prévia sobre a história do Carnav al no Brasil e sobre a diversidade de ritmos e manifestações culturais presentes nessa festa. Peça a eles que selecionem previamente imagens e informações para serem trazidas para a sala de aula. Em sala, divida a turma em pequenos grupos e oriente-os na elaboração de cartazes com as informações e imagens escolhidas. Estimule uma discussão sobre a importância do Carnaval para a cultura e a economia brasileiras.
7.
Compare a primeira página do jornal Folha de S.Paulo com a do jornal O Globo. a) Que semelhança existe entre os principais destaques de cada primeira página? Professor, espera-se que os alunos percebam que o Carnaval é o tema de maior destaque nas duas primeiras páginas.
b) Como você explica essa semelhança? As duas edições foram publicadas na época do Carnaval, que é uma festa com grande peso na cultura e na economia brasileiras.
Atividade de criação
Partes de um jornal Vamos conhecer melhor as partes que compõem um jornal. Para esta atividade, seu professor formará grupos de quatro ou cinco alunos.
Etapa 1 •
Cada grupo de alunos receberá um caderno de jornal: esporte, entretenimento, ciência, mundo, economia, classificados, entre outros.
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•
O grupo recortará as notícias e as reportagens do caderno que recebeu e as entregará em um envelope para o professor, sem identificar qual é o caderno. Atenção: não se esqueça de que a notícia ou a reportagem tem sempre um título. Deixe o título com a reportagem.
Etapa 2 •
•
Cada grupo vai receber um dos envelopes que foi preparado por outro grupo. Ao receber o envelope, o grupo deve colar três folhas de sulfite, unindo-as para formar uma folha maior (figura 1) e dobrá-la ao meio, como se fosse uma página deum caderno de jornal (figura 2).
1
Colar
Colar
2
Dobrar ao meio •
•
•
•
Com seus colegas, leia as notícias que estão no envelope recebido e procure descobrir qual é o assunto do caderno do qual elas foram retiradas. O caderno é sobre ciência? Esporte? Saúde? Notícias do mundo? Notícias da cidade? Economia? Lazer e entretenimento? Remonte o caderno com seu grupo, colando as notícias e os títulos correspondentes a elas como se estivesse organizando as páginas de um caderno de jornal. Discuta com os colegas de grupo que nome dar para o caderno. Depois de escolhido, o nome deve ser escrito no alto da página. Ele não precisa corresponder exatamente ao do jornal srcinal, mas deve estar relacionado ao assunto das notícias. Por exemplo: para um caderno que noticia fatos que acontecem no mundo, os nomes poderiam ser: “Mundo”, “Global”, “Exterior”, “Acontece no mundo” etc. Em seguida, cada grupo deve apresentar o caderno para o restante da turma; o grupo que preparou o envelope avalia se o caderno construído pelo grupo receptor corresponde ao assunto do jornal srcinal.
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Prática de leitura
Texto 4 – Notícia MPT faz campanha no Carnaval contra o trabalho infantil 12/02/2015 20h33 Rio de Janeiro Cristina Indio do Brasil – Repórter da Agência Brasil Edição: Aécio Amado
Com o slogan “Trabalho infantil não é legal”, o Ministério Público do Trabalho (MPT) fará campanha no Rio de Janeiro, na Bahia, em Pernambuco e São Paulo, estados com grande presença de foliões no Carnaval, para combater o trabalho infantil. A campanha, que será feita até o dia 28 de fevereiro, chama a atenção da sociedade para a responsabil idade de cada um na luta contra a exploração de crianças e adolescentes, e , ainda, para os males causados pelo trabalho infa ntil, prática que, de acordo com o MP T, é cada vez mais recorrente em gra ndes eventos. As peças de propaganda mostrarão crianças em atividades do dia a dia, como engraxate, limpador de para-brisas ou vendedor de doces, e terão como destaque a expressão “Não compro”. A intenção do MPT é alerta r as pessoas que adquirir esses ser viços contribui para incentivar a v iolação dos direitos de cria nças e adolescente s. Para a procuradora do trabalho Sueli Teixeira Bessa, a ideia é usa r a in formação para mudar a cultura da sociedade em relação à aceitação da prática. “ [Queremos] alerta r sobre a importâ ncia de cada cidadão, e não apenas das autoridades, para er radicação desse tipo de v iolação, inclusive por ocasião de grandes eventos, como o Carnaval”, disse a procuradora que é representante da Coordenadoria de Combate à Exploração do T rabalho de Cria nças e Adolescentes do MPT no Rio de Janeiro. Na capital fluminense, locai s de gra nde circulação, como o Aeroporto Santo s Dumont, a Central do Brasil, totens , paradas de ônibus e bancas de jornais do centro da cidade, receberão painéis da campanha, que va i usar ainda i nserções em rádio [.. .]. Os recursos para isso saíram de multas aplicadas a empresas por descumprimento de termo de ajuste de conduta firmado com o MPT e em ação civil pública proposta pelo órgão. A Constituição Federal proíbe qualquer tipo de trabalho para menores de 16 anos, salvo na condição de aprendiz, a partir de 14 anos. Também é vedado o trabalho noturno, perigoso ou insalubre a menores de 18 anos. O MPT citou que a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad) de 2013 indicou que, apesar da queda de 12,3% registrada em relação ao ano anterior, ainda existia m 3,1 milhões de crianças e jovens entre 5 anos e 17 anos trabalhando no Brasil. Do total, 486 mil tinham menos de 13 anos. Já os dados da Organização Internacional do Trabalho (OIT) apontaram 168 milhões de crianças no mundo em alguma atividade de trabalho. O número corresponde a 11% da população infantil. BRASIL, Cristina Indio do. MPT faz campanha no Carnaval contra o trabalho infantil. Agência Brasil on-line, 12 fev. 2015. Disponível em: . Acesso em: 15 fev. 2015. POR DENTRO DO TEXTO
1.
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Observe atentamente o texto, sua forma de apresentação e a indicação de fonte e responda: Em qual veículo ou suporte essa notícia foi publicada srcinalmente? Como você concluiu isso?
Originalmente, a notícia foi publicadasite no de notíciasAgência Brasil. O texto não é muito longo, os parágrafos são curtos e separados por um espaçamento. Não há colunas como em um jornal impresso. Logo abaixo do título, há a data, o horário e o local da publicação.
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2.
Identifique na notícia as informações que respondem às perguntas a seguir e anote-as em seu caderno: a) Quem? O Ministério Público do Trabalho (MPT). b) O quê? Fará campanha contra o trabalho infantil. c) Quando? No Carnaval. d) Onde? Bahia, Pernambuco, Rio de Janeiro e São Paulo. e) Por que ou para quê?
Para chamar a atenção da sociedade para a responsabilidade de cada um na luta contra a exploração de crianças e adolescentes e para os males causados pelo trabalho infantil.
3.
Elabore uma linha-fina para essa notícia.
4.
Compare a publicação de uma edição do jornal Diário do Nordeste nos dois suportes a seguir:
Resposta pessoal.
Professor, se necessário, explique que suporte é o meio que divulga um texto. Cada gênero textual tem um sup orte ou suportes próprios. Assim, o da notícia pode ser o jornal, o rádio e a TV (na modalidade oral), site o de notícia e a revista.
e t s e d r o N o d io r iá
D : s n e g a Im
Diário do Nordeste on-line, Ceará, 5 maio. 2015. Disponível em: . Acesso em: 5 maio. 2015.
Diário do Nordeste, Ceará, 5 maio. 2015.
a) Qual é a principal diferença entre os dois suportes?Um é on-line , um site , e o outro é impresso. b) Em qual dos suportes é possível virar as páginas do jornal em sequência? No jornal impresso. c) Qual dos suportes permite abrir várias janelas ao mesmo tempo? O site. d) Em qual dos suportes o leitor acessa a notícia clicando em elementos da página? No site. e) ro Emda qual dos suportes o leitor encontra página feita no lide? No jornal impresso. o texto integral da notícia seguindo a indicação de númef) Observe a manchete e os títulos em cada umdos suportes e levante uma hipótese: Por que eles pessoal. Espera-se que o aluno perceba que o público leitor do jornal é diferente do público leitor do jornal impresso e site do são diferentes? Resposta que, por isso, as notícias destacadas são diferentes em cada suporte. g) Você costuma ler notícias em algum desses suportes? Qual deles você prefere? Resposta
pessoal.
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Prática de leitura
Texto 5 – Reportagem ANTES DE LER
Sem fazer a leitura integral do texto a seguir, observe suas características e responda: Em que meio de comunicação impresso você imagina que ele foi publicado? O que fez com que você percebesse isso? É possível concluir que o texto foi publicado em um jornal pela maneira como ele se organiza na página.
Reduto de difamação na
web,
Secret faz vítimas em Londrina
Apesar de não ter recebido denúncias formais, Polícia Civil afir ma que adolescentes são o principal alvo do aplicativo. Diante da situação, escolas discutem e orienta m sobre uso do app com alunos
Disponível no Brasil desde maio deste ano, o aplicativo Secret começa a fazer as primeiras vítimas em Londrina. De acordo com os usuários ouvidos pelo jornal, as difamações ganharam força em agosto, especial mente entre adolescentes da cidade. Até a tarde desta terça-feira (12), a Polícia Civil não havia registrado denúncias formais que envolvam o aplicativo na cidade. “Mas alguns colégios particulares já nos procuraram para receber orientações e repassar aos alunos”, conta o investigador-chefe da 10 a Subdivisão de Polícia Civi l, Márcio Ilkiu. Diante da popularidade do app, algumas escolas e professores já se adiantaram e levaram a discussão sobre o uso do aplicativo para a sala de aula. O professor Nilson Casti lho, do Colégio Marist a de Londrina, conta que discute em meio à disciplina de Língua Portuguesa a tecnologia disponível do dia a dia dos alunos. “Quando comecei a receber relatos sobre o Secret, preparei uma aul a para a gente debater o aplicativo. O ponto principal foi reforçar para os alunos que, por mais que o aplicativo assegure o anonimato, não existe identidade preservada na internet. A partir do momento que você se cadastra, oferece seus dados para o administrador”, lembra o professor. A estudante Camilla Carine, de 15 anos, conta que é usuária do Secret, mas que, até agora, não foi citada no aplicativo. No entanto , Cam illa afirma que algumas de suas amigas já foram ví-
timas dos comentários que circulam pela internet. “Conheço pessoas vítimas de cyberbullyings diferentes. Tem desde vítimas de mentiras até amigas que tiveram fotos nuas divulgadas no aplicativo.” Márcio Ilkiu pontua que, assim como em situações anteriores, os adolescentes são as principais vítimas da difamação on-line . “No começo do ano aquele problema das selfies agora essetivemos Secret. Não temos estatísticas sobre e isso, mas novamente observamos que esta faixa etária é a mais afetada.” A professora e coordenadora Márcia Chireia defende que apesar de, aparentemente, as meninas serem as mais afetadas pela difamação na internet, a questão atinge a todos. “Existem casos que focam na sexualidade ou na aparência desses adolescentes. De qualquer forma, ofende e muito.” Márcia pontua que a escola e os pais devem manter o trabalho contínuo de conscientização dos riscos oferecidos na rede. “Por mais que esses adolescentes vivam conectados, parece que eles ainda não entenderam a proporção da internet, que é uma rede mundial. Fazer uma foto sensual não é uma questão que vai ficar entre quatro paredes, mas algo que pode ser incansavelmente divulgado.” Para o professor Castilho, o acesso fácil e abundante dos adolescentes aos aplicativos é
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o principal motivo para que eles sejam vítimas frequentes da difamação on-line . Ele defende que além da própria escola, os pais devem estar atentos aos ap licativos util izados pelos filhos. “Os pais têm de se informar sobre o conteúdo dos aplicativos para poder instruir os filhos sobre o uso dessa tecnologia. Se o pai desconhece a finalidade dos aplicativos, não consegue estabelecer uma política clara de uso pa ra os adolescentes”, opina.
“O cyberbullying é bullying ‘real’ porque
Cyberbullying pode ser pior que o bullying “real”, di z psicóloga
Filosofia Betover Santos costuma debateraproveios riscos da superexposição. Recentemente, tou conceitos previstos no plano de aula da disciplina, como ética e mor al, para orientar tur mas de Ensi no Médio sobre o comportamento on-line . “Quais as consequências daquilo que torno público? Tudo no mundo virtual, mesmo que anônimo, possui implicações morais e éticas. As redes exigem uma relação de zelo, cuidado, reciprocidade. Posso postar qualquer coisa, mas isso está passível de inúmeras interpretações. Qual o limite do que posso tornar público? O que aindaprecisa permanecer no privado? Quanto mais idôneo, consciente, racional eu for, melhor será o uso da internet na minha vida”, analisa o professor de Filosofia.
Mariana*, de 16 anos, de Porto Alegre, ficou sabendo por intermédio de amigos que o tamanho do seu nariz ti nha vi rado assunto no aplicativo Secret. “Fiquei chocada. Me senti mal. Minha autoestima já é baixa. É uma covardia, uma agressão”, relata a adolescente. Psicóloga do Grupo de Estudos Sobre Adições Tecnológicas e do Centro de Est udos, Atendimento e Pesquisa da Infância e Adolescência, Aline Restano destaca que essa fase do desenvolvimento é marcada pela impulsividade. Ainda em formação, muitas vezes o jovem age sem pensar, o que na internet pode ter consequências imprevisíveis.
considerado pior do que o as vítimas têm a sensação de que todo mundo sabe, não adianta mudar de escola ou cidade para ter uma nova chance. O impacto é muito maior. Algumas se i solam, têm depressão ou até se suicida m”, alerta Ali ne. Superexposição
Entusiasta das redes sociais por fortalecerem os laços entre famílias e escola, o professor de
*Nome fictício. web SALVÁTICO, Reduto de difamação na, Secret faz vítimasTatiane. em Londrina. Gazeta do Povo, 19 ago. 2014.
Professor, há uma sugestão de atividade complementar sobre bullying e cyberbullying no Manual.
POR DENTRO DO TEXTO
1.
Uma reportagem ou matéria jornalística deve ser importante para o público a que se destina, envolvendo-o, informando-o e, muitas vezes, convencendo-o de algo. Para isso, apresenta exemplos ou depoimentos que podem dar credibilidade ao que é informado. a) Qual é o tema da reportagem lida?
O uso do aplicativo Secret.
b) O tema da reportagem relaciona-se ao público adolescente. A linguagem utilizada no texto tamEspera-se que o aluno perceba que, apesar de o tema da reportagem relacionar-se bém é destinada a esse público? Explique. Não. ao público adolescente, a linguagem do texto é voltada ao público adulto. c) De modo geral, qual é o objetivo dessa reportagem?
Convencer o leitor de que o aplicativo Secret é uma ferramenta de difamação.
d) Na reportagem, aparecem depoimentos de um policial, de uma psicóloga e de alguns profesforam usados paracredibilidade embasar ou àdar validade ao que é sores. Com que intenção o discurso deles foi usado? Os ditodepoimentos sobre o aplicativo, conferindo matéria.
2.
O título da reportagem afirma que o aplicativo Secret fez vítimas em Londrina. Essa afirmação é Ela não é confirmada. Ao contrário, no primeiro parágrafo afirma-se que confirmada no primeiro parágrafo do texto? Explique. a Polícia Civil não havia registrado denúncias formais na cidade que en-
3.
Segundo o texto, o que levou as escolas a discutirem e orien tarem os alunos sobre o uso d o aplicativo?
volvessem o aplicativo.
O fato de os adolescentes serem o principal alvo de difamação.
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4.
De acordo com o professor Nilson Castilho, por que os adolescentes são as principais vítimas de acordo com o professor, os adolescentes têm acesso abundante aos aplicativos e isso os torna mais passíveis de serem vítimas de difamação on-line? De tais difamações.
5.
Em uma reportagem, é muito comum haver entretítulos, ou seja, títulos que separam as informações e ajudam o leitor a organizar sua leitura. Releia o texto que acompanha o entretítulo “Cyberbullying pode ser pior que o bullying ‘real’, diz psicóloga”. De que forma o texto justifica a O texto mostra que cyberbullying o é pior que obullying real porque a vítima tem a sensação de que todo informação trazida pelo entretítulo? mundo sabe sobre seu problema, o que faz com que se sinta ainda mais humilhada.
6.
Releia o trecho a seguir:
Márcia pontua que a escola e os pais devem manter o trabalho contínuo de conscientização dosparece riscosque oferecidos nanão rede. “Por mais aque esses adolescentes vivam conectados, eles ainda entenderam proporção da internet, que é uma rede mundial. Fazer uma foto sensual não é uma questão que vai ficar entre quatro paredes, mas algo que pode ser incansavelmente divulgado.” a) De acordo com o trecho, por que a escola e os pais devem conscientizar os adolescentes sobre os adolescentes parecem não ter consciência da proporção da internet, eles parecem desconhecer os riscos oferecidos pela rede?Porque os riscos da exposição. b) A opinião de Márcia confirma ou contradiz o que é exposto no texto que acompanha o entretítulo Essa opinião confirma o que é dito no texto que acompanha o entretítulo “Superexposição”, porque ambos “Superexposição”? Explique. deixam claro o perigo de se expor demais.
7.
O que é cyberbullying?
8.
Releia as perguntas feitas pelo professor Betover Santos:
É o bullying, um crime, que envolve a internet.
“Quais as consequências daquilo que torno público? [...]” “Qual limitepreci do que posso necer tornarnopúblico? [...]” “O queoainda sa perma privado? ” •
Como você as responderia?
Respostas pessoais. Professor, seria interessante que as respostas dos alunos fossem compartilhadas com toda a turma e que a discussão fosse ampliada, feita cole tivamente.
TEXTO E CONSTRUÇÃO Compare o texto 4 (notícia) e o texto 5 (reportagem):
1.
Discuta com a turma sobre as semelhanças e as diferenças entre os textos. Considere o tamanho, a linguagem utilizada, a presença de depoimentos, o tratamento dado ao tema abordado e o objetivo do texto. Professor, sugerimos que a discussão seja coletiva e que sejam listadas as principais características de cada texto.
2.
Escreva um parágrafo comparativo usando as observações feitas pela turma.
Sugestão: A notícia é um texto que visa informar sobre algum fato ou acontecimento. É mais curta que a reportagem, a qual, por sua vez, tem entretítulos e é mais detalhada, sendo, inclusive, mais parcial. Os dois textos usam depoimentos para conferir mais veracidade ao que está sendo dito.
IMPORTANTE SABER Notícia é o registro de um ou mais fatos. Para produzi-la, o jornalista pesquisa, apura os fatos e a escreve, selecionando aquilo que considera essencial. Um texto do gênero notícia costuma responder às perguntas básicas: O que ou quem? Onde? Quando? Como? Por quê?
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Reportagem é o relato de um acontecimento importante, feito pelo jornalista que tenha estado no local em que este ocorreu ou tenha apurado as informações relativas a ele. O repórter deve se informar sobre o assunto para escrever sobre o fato do modo mais exato possível. Para isso, deve ouvir diversas pessoas com diferentes pontos de vista sobre o acontecido, registrar detalhes do ambiente e das personagens. A apresentação da reportagem pode ocorrer de maneira mais livre e costuma ter mais elementos do que a notícia. Uma reportagem especial requer extenso e minucioso levantamento de informações. Pode aprofundar um fato recém-noticiado ou revelar um fato inédito com ampla documentação e riqueza de detalhes.
TROCANDO IDEIAS
1.
Quando você ri de uma pessoa vítima de bullying ou de cyberbullying, indiretamente, você também é um agressor? Justifique.
2.
Qual seria a melhor maneira de combater o bullying?
3.
Você já esteve envolvido ou já presenciou alguma situação de bullying? Se já, fale sobre seu comportamento.
4.
Imagine que você fosse “plateia” em uma cena de bullying. Qual seria sua reação?
5.
Quais são as melhores maneiras de evitar o cyberbullying? Por quê?
Resposta pessoal. Resposta pessoal.
Resposta pessoal. Resposta pessoal. Não aceitar como amigos pessoas que não conhece, não conversarwebcam por a não ser com amigos próximos, evitar postar fotos de biquíni, não deixar senhas registradas em computadores que não o do próprio usuário. Desse modo, evita-se tanto o contato com possíveis agressores quanto fornecer informações pessoais que possam servir para umbullying.
Reflexão sobre o uso da língua
Tipos de sujeito 1.
Observe esta frase:
A vítima de bullying sente-se humilhada. a) Identifique o sujeito e o predicado da oração. Sujeito: “A vítima debullying ”; predicado: “sente-se humilhada”. b) Qual é a palavra principal do sujeito, isto é, aquela que possui a ideia central e que, portanto, não pode ser retirada? “vítima”.
2.
Agora, observe esta outra frase:
Sites e aplicativos não deveriam ser usados para agredir. a) Em seu caderno, transcreva o sujeitoda frase. “Sites e aplicativos”. b) Depois, transcreva o predicado. “não deveriam ser usados para agredir”. c) Alguma das palavras usadas no sujeito poderia ser dispensada? Por quê ? Não, pois todas as palavras fazem parte da ideia central do sujeito.
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IMPORTANTE SABER
Na frase da atividade 1, a palavra “vítima” corresponde à essência do sujeito, ou seja, é a palavra mais importante dele. Chamamos esse termo de núcleo do sujeito. Na frase da atividade 2, há dois termos importantes dentro do sujeito, que sites são e aplicativos. Nenhuma dessas duas palavras pode ser dispensada; portanto, o sujeito possui dois núcleos. Chamamos de sujeito simples aquele que apresenta apenas um núcleo e de sujeito composto o que apresenta dois ou mais núcleos. 3.
Releia dois trechos da reportagem:
Trecho I
Diante da popular idade do app, algumas escolas e professores já se adiantaram e levaram a discus são sobre o uso do aplicativo para a sala de aula. [...] Trecho II
A estudante Camilla Carine, de 15 anos, conta que é usuária do Secret, mas que, até agora, não foi citada no aplicativo. [...] “Conheço pessoas vítimas de cyberbullyings diferentes. Tem desde vítimas de mentiras até amigas que tiveram fotos nuas div ulgadas no aplicativo.” a) A quem se referem os verbos destacados em cada um dos trechos?
No trecho I, “levaram” se refere a “algumas escolas e professores”; no trecho II, “foi” se refere à “estudante Camilla Carine”, “conheço” se refere à pessoa que fala e “tiveram” se refere a “amigas”.
b) Como foi possível identificar o sujeito desses verbos?
Espera-se que o aluno perceba que o contexto e a terminação dos verbos colaboram com essa identificação.
c) Se substituirmos a forma verbal “levaram” por “levamos”, que pronome estaria implícito na desinência do verbo? Nós. d) Por que deixar o sujeito desses verbos implícito é importante para a construção do texto? Para evitar repetições desnecessárias, principalmente no caso do trecho II. Professor, comente com os alunos a importância do sujeito desinencial como recurso de coesão.
IMPORTANTE SABER
Às vezes, o sujeito não aparece na oração, mas é possível identificá-lo pela terminação do verbo (desinência) ou por alguma informação do contexto que contribui para sua identificação. A esse tipo de sujeito dá-se o nome de sujeito desinencial. 4.
Leia o poema a seguir, escrito por Roseana Murray.
Precisa-se de uma bola de cristal que mostre um futuro grávido de paz: que a paz brilhe no escu ro com o brilho especial que algumas
h ta ó J
palavras possuem mas que seja mais do que palav ra, mais do que promessa: seja como a chuva que sacia a sede da ter ra. MURRAY, Roseana.Classificados poéticos. Belo Horizonte: Miguilim, 2002.
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a) Que modo verbal predomina no poema? O que ele indica a respeito dos acontecimentos mencionados pelo eu poético? O modo subjuntivo. Ele indica algo que ainda não ocorreu, que está na esfera do desejo.
b) O poema descreve uma situação de busca, de procura. É possível afirmar que essa procura expressa um desejo. Explique essa afirmação. Espera-se que o aluno reconheça que o poema expressa o desejo de um mundo cheio de paz, em que as pessoas se mobilizem para que essa paz se efetive.
c) Identifique as expressões metafóricas nos versos a seguir e interprete-as: Precisa-se de uma bola de cristal que mostre um futuro grávido de paz: “um futuro grávido de paz”. Interpretação possível: um futuro cheio, repleto de paz. O mundo totalmente em paz.
d) O que os versos a seguir revelam sobre o pensamento do eu poético? mas que seja mais do que palavra, mais do q ue promessa: Revelam que o eu poético está descrente das promessas dos homens, está cansado de discursos, de palavras vãs.
e) Interprete esta comparação: seja como a chuva que sacia a sede da terra. Interpretação possível: que a paz inunde o mundo que está carente dela.
f) Considere a expressão “precisa-se”, empregada no início do poema. •
O sujeito está determinado na oração? Não.
•
O uso desse tipo de sujeito foi intencional? Sim.
•
Que efeito de sentido esse uso provocou no poema? No poema, a indeterminação do sujeito generalizou a ação de precisar. Essa ação pode ser atribuída a qualquer pessoa.
g) Se no lugar da expressão “precisa-se” fosse usada a forma “eu preciso”, o que mudaria no sentido do poema? O uso do pronome “eu” particularizaria a ação de precisar, que passaria a ser atribuída ao eu poético, determinando o sujeito da ação. IMPORTANTE SABER
Às vezes, quem produz um texto, oral ou escrito, não tem a intenção de explicitar quem praticou determinada ação, como vimos no poema anterior. Outras vezes, essa determinação simplesmente não é relevante. Veja o anúncio ao lado. Nesse caso, a ênfase da mensagem está na necessidade de contratar alguém que tenha conhecimentos sobre sistemas, experiência nessa área. Esses requisitos são o mais importante nesse contexto, não sendo necessário explicitar o sujeito, isto é, dizer quem precisa contratar um analista. Veja outro exemplo: Roubaram minha caneta. No caso mencionado, a desinência do verbo indica que ele se refere ao pronome “eles”, mas esse pronome não se refere a pessoas identificadas anteriormente. Quando isso acontece, classifica-se o sujeito como indeterminado. O sujeito indeterminado é aquele que não pode ser identificado na oração nem pelo contexto. Assim, no verso “Precisa-se de uma bola de cristal”, temos um sujeito indeterminado, pois não foi possível identificá-lo no texto.
e rt A e d a ri tio d E
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APLICANDO CONHECIMENTOS 1.
Leia a charge a seguir: l a r b a C n a v I
a) Considerando o contexto, que significado tem a palavra “sujeito” na fala da professora? Na fala da professora, “sujeito” é o termo sobre o qual se informa algo na oração e a que se liga o verbo, mantendo com ele concordância.
b) Considerando a resposta do menino, observa-se que a palavra “sujeito” ganhou outro sentido. Que sentido é esse?Na fala do menino, o termo “sujeito” refere-se a uma pessoa que confia na honestidade dos políticos. c) Qual é a resposta esperada pela professora?“O eleitor”. d) Quem é o sujeito da frase que compõe a fala do menino? Classifique-o. 2.
O sujeito é “o sujeito” e é desinencial.
Releia os títulos a seguir:
I. II. III. IV. V.
Escolas reduzem merenda p ara evita r desperdício e obesidad e Marcha contra ate ntados toma as ruas de Paris Racionamento de água chega a 2,8 milhões de pessoas no estado d e São Paulo MPT faz campanha no Carnava l contra o trabalho infa ntil Reduto de difam ação na web, Secret faz vítimas em Lond rina
a) Transcreva o sujeito de cada um dos títulos e classifique-o.
Os sujeitos são, respectivamente, “Escolas”, “Marcha contra atentados”, “Racionamento de água”, “MPT” e “Secret”. Todos são sujeitos simples.
b) Considerando que os títulos foram usados em textos jornalísticos, por que é importante usar esse tipo de sujeito? O uso do sujeito simples é impor tante no tex to jornalístico para que fique claro o assunt o que será abordado. c) Ao observar os títulos, o que você conclui sobre a posição do sujeito em relação ao verbo nesse tipo de construção?Professor, espera-se que o aluno perceba que, nos títulos jornalísticos, o sujeito vem antes do verbo, geralmente iniciando a frase. d) Por que é importante deixar o sujeito explícito nos títulos de textos jornalísticos? Professor, espera-se que o aluno perceba que o sujeito deve ser explicitado a fim de deixar claro o assunto abordado pelo texto.
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3. Observe esta placa: te r A e d a ir o it d E
a) Identifique o sujeito da frase que compõe a placa. “BCJ”. b) Nessa placa, o sujeito da ação de vender está explícito. Em sua opinião, qual pode ter sido a Tornar conhecido ao leitor quem é responsável pela venda do terreno. Esse procedimento torna conhecido o intenção ao explicitar o sujeito? nome da imobiliária e divulga seus serviços, de forma que a placa funciona como uma propaganda.
IMPORTANTE SABER
O sujeito de uma oração pode ser determinado ou indeterminado. 1. O sujeito determinado pode ser identificado nos seguintes casos: a) Quando está explícito na oração. É o caso do sujeito simples o que sacia é constituído porterra. um só núcleo. Exemplo: A ,chuva a sede da núcleo do sujeito
E do
sujeito composto, o que é formado por mais de um núcleo. Exemplo:
A escola e a família devem apoiar campanhas contra o bullying. núcleo do núcleo do sujeito sujeito
b) Quando não está explícito na oração. É o caso do sujeito oculto, implícito ou desinencial: quando o sujeito não aparece na oração, mas é possível identificá-lo pela terminação do verbo ou pelo contexto. Exemplos: (nós) Criamos um grêmio em nossa escola. (eu) Tenho certeza de que esses adolescentes serão adultos melhores e mais éticos, pois (eles) estão aprendendo conviver com as diferenças e aceitá-las desde acedo. 2. O sujeito indeterminadoé aquele que não pode ser identificado nem na oração nem pelo contexto. Exemplo: Entraram na sala de aula e bagunçaram o meu material. 215 7TL.indb 215
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De olho na ortografia
Sons do x 1.
Releia o trecho a seguir, observando a grafia das palavras destacadas:
[...] “No começo do ano tivemos aquele problema das selfies e agora esse Secret. Não temos estatísticas sobre isso, mas novamente observamos que esta faixa etária é a mais a fetada.” A professora e coordenadora Márcia Chireia defende que apesar de, aparentemente, as meninas serem as mais afetadas pela difamação na internet, a questão atinge a todos. “ Existem casos que focam na sexualidade ou n a aparência desses adolescentes. De qualquer forma, ofende e muito.” •
2.
O som do x é o mesmo nas palavras destacadas? Não.
Agora, observe as palavras dos grupos I e II.
GrupIo
GrupIo I
caixa
enxame
baixa
enchente
feixe
enxergar
eixo
próximo
faixa
exploração
encaixe
enxurrada
a) Copie do grupo II as palavras em que o x apresenta som semelhante. “Enxame”, “enchente”, “enxergar”, “enxurrada”.
b) Qual das palavras do grupo II tem grafia diferente das dadas como respostas do item “a”, mas tem som semelhante? “Enchente”.
3.
Que regra você poderia construir depois de observar as palavras do grupo I?
4.
Escreva uma regra e indique a exceção à regra depois de observar a lista de palavras do grupo II. Caso seja necessário, use uma gramática para confirmar as hipóteses que fez.
Professor, sugerimos que as atividades 3 e 4 sejam feitas coletivamente. Peça aos alunos que compartilhem suas observações com a turma, fazendo as intervenções necessárias para que a regra seja elaborada.
Empregamos ox depois de ditongo.
Usa-se ox, geralmente, depois de en. A exceção à regra é a palavra “encher” e as que dela derivam: “enchente”, “enchimento” etc.
APLICANDO CONHECIMENTOS
1.
Copie as palavras a seguir em seu caderno, substituindo os símbolos por x ou ch. Observe se esses termos seguem as regras já estudadas. a) cai▲eiro
d)
g) en▲ame
j) quei▲o
b) trou▲a
e) co▲a
▲ aveiro
h) in▲aço
k) cai▲a
c) en▲aguada
f)
i) en▲ada
l) bai▲o
▲u▲u
caixeiro, trouxa, enxaguada, chaveiro, coxa, chuchu, enxame, inchaço, enxada, queixo, caixa, baixo.
2.
Agora, com a ajuda de um dicionário, confira a grafia das palavras que você completou.
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APRENDER BRINCANDO •
•
•
•
•
•
Sente-se ao lado de um colega, conforme orientação do professor. Você deverá perguntar ao seu companheiro quatro palavras das quais ele tem dúvida se são escritas com x ou com ch. Depois, encontre-as no dicionário, anote-as em uma folha avulsa e entregue a folha ao seu colega. Em seguida, seu companheiro fará o mesmo: para isso, você deverá apresentar a ele a mesma quantidade de palavras. Então troque de parceiro. Agora, você brincará com seu colega de “jogo da forca”, utilizando, para isso, as palavras que você recebeu de seu companheiro anterior.
Na trilha da oralidade
Telejornal Neste capítulo, você estudou alguns textos jornalísticos e aprendeu vários recursos utilizados em sua construção. O foco foram notícias e reportagens publicadas em suportes impressos e on-line, mas sabemos que esses gêneros também circulam oralmente, no rádio e na televisão. Você tem o hábito de buscar informações nesses meios? A quais programas jornalísticos você a proposta deve ser realizada e, se necessário, adaptada, de costuma assistir ou ouvir? Siga as orientações a seguir. Professor, acordo com seu planejamento e a realidade de turma. No Manual, há orientações para a análise de materiais audiovisuais.
•
Em casa, assista a alguns telejornais transmitidos na televisão aberta e ouça programas de notícias veiculados em emissoras de rádio. Procure assistir e ouvir a pelo menos três programas de emissoras diferentes, observando o roteiro a seguir. Leia os itens com atenção antes de assistir e ouvir os jornais, para que você saiba quais aspectos deve observar: - Formato: Em qual horário o jornal é trans mitido? Qual é o tempo de duração? Qual é o número de intervalos comerciais? A que público o jornal se destina? - Estrutura: Como é a abertura do jorna l? De que forma ele é iniciado? Como as reportagens são introduzidas? Quais assuntos são abordados: esporte, entretenimento, economia etc.? Algum deles recebe maior destaque? Como o jornal é encerrado? No caso dos jornais transmitidos pela televisão: Como é o cenário? Como é o logotipo? No caso dos jornais transmitidos no rádio: Como são as vinhetas? Que recursos sonoros são utilizados? - Apresentação: Há quantos apresentadores? Qual é o perfil de les? Qual é a entonação da voz? No caso dos jornais transmitidos pela televisão: Que tipo de roupa eles usam? Quais são suas expressões faciais? Que gestos utilizam? - Linguagem: Qual é o vocabulário utilizado? Qual é o grau de formalidade? Há uso de gírias? Qual é a estrutura dos textos narrados? etc. - Abordagem: Quais jornais parecem buscar maior neutralidade? Algum deles pode ser considerado mais sensacionalista? Quais são intermediários?
•
•
Em seu caderno, anote as respostas das perguntas feitas no roteiroe outras observações ou aspectos que tenham lhe chamado a atenção. Organize o material para levá-l o para a sala de aula. Depois, em sala de aula, compartilhe suas respostas com os colegas e converse com eles sobre os aspectos que observou.
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•
•
Se possível, reúna-se com alguns colegas que tenham assistido ou ouvido aos mesmos jornais que você e comparem suas observações. Juntos, procurem responder às questões a seguir:
1.
Quais são as principais diferenças e semelhanças entre os jornais assistidos ou ouvidos?
2.
Quais são as principais diferenças e semelhanças entre os jornais transmitidos na televisão e no rádio?
3.
Para quem cada um deles é dirigido?
4. 5.
Quais são os assuntos enfatizados em cada um?
6.
Como é o comportamento dos apresentadores?
7.
De que forma a linguagem é utilizada?
8.
Há diferenças entre a forma como a linguagem utilizada é na televisão e no rádio? Quais?or P quê?
9.
Que recursos utilizados nos telejornais não existem nos jornais transmitidos pelo rádio?
10.
Que recursos utilizados nos jornais transmitidos pelo rádio não existem nos telejornais?
11.
Que jornal mais lhes agradou? Por quê?
12.
De qual deles vocês não gostaram tanto? Por quê?
•
m e rl A o t a n e R
Quais aspectos das notícias recebem destaque?
Em seguida, compartilhem suas descobertas com
Professor, procure ampliar a discussão para toda a turma, discutindo não só a linguagem utilizada em cada um dos jornais, mas também os recursos e características de cada meio. Atualmente, muitas emissoras de rádio e televisão disponibilizam sua programação também na internet. Se houver recursos disponíveis, outra possibilidade é reproduzir para os alunos gravações de alguns trechos jornalísticos de rádio e de televisão, os quais devem ser previame nte selecionados. Seria interessante, por exemplo, analisar de que forma uma mesma notícia é transos colegas. mitida, no mesmo dia, por jornais de várias emissoras em diferentes meios.
Produção de texto
Reportagem Você e seus colegas vão montar um jornal escolar com reportagens produzidas pelos alunos de sua turma. Para isso, vocês vão formar duplas e coletar informações para escrever a reportagem. O texto pode partir de um tema atual, que julguem interessante ao público de sua escola, ou pode estar relacionado ao tema da reportagem lida: “bullying e cyberbullying”. Com as reportagens reunidas, sob as orientações do professor, montem um jornal escolar da turma. Para isso, leiam e desenvolvam as etapas da atividade na seção Projetos em ação. O jornal pode circular entre turmas para ser lido por outros alunos do 7 o ano. Depois que essa troca de jornais entre turmas terminar, eles podem ser deixados na sala dos professores por uma semana e, por fim, os exemplares poderão ser levados à biblioteca para leitura de outros alunos. PLANEJE SEU TEXTO
Copie no caderno os itens do quadro e responda a cada um deles como modo de planejamento. Amplie o número de itens se precisar. Verifique se cumpriu o planejado na hora de avaliar o texto.
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Para escrever a reportagem 1. Qual é o público leitor do texto?
Leitores do jornal: alunos e professores.
2. Que linguagem vou empregar?
Linguagem semelhante à da reportagem lida neste capítulo.
3. Qual é a estrutura que o texto vai ter?
Caso o aluno siga o modelo sugerido, a estrutura que predomina no texto é a organização em parágrafos e as falas de entrevistados entre aspas.
4. Onde o texto vai circular?
Entre turmas, na sala dos professores e na biblioteca da escola (ou do bairro, cidade).
ORIENTAÇÕES PARA A PRODUÇÃO 1. 2.
Em dupla, decidam qual será o tema da reportagem.
3.
Lembrem-se de que a reportagem é mais detalhada do que a notícia, portanto, é preciso que se faça uma pesquisa mais aprofundada antes de escrevê-la.
4.
Escrevam o texto em parágrafos e coloquem as falas dos entrevistados entre aspas, indicando seus nomes ou iniciais (caso eles não queiram ser identificados) antes ou depois de suas falas.
5.
Caso o tema da pesquisa seja um problema social, procurem saber se houve algum tipo de providência tomada para buscar resolvê-lo. Incluam essa informação no texto.
6.
As reportagens, assim como as notícias, também são textos em que é importante informar as circunstâncias em que os fatos ocorreram. Assim, as reportagens podem, por exemplo, divulgar um fato novo, mas isso não basta. Elas devem trazer ao leitor um conjunto de informações que o envolvem.
7. 8.
Por fim, deem ao texto um título que chame a atenção do público para o conteúdo da e r portagem.
Façam uma pesquisa sobre o assunto e procurem entrevistar algumas pessoas que poderão falar sobre o tema. Por exemplo, se o tema for bullying, vocês podem entrevistar um especialista (psicólogo, sociólogo), professores, alunos e familiares de alunos que, de algum modo, viveram o problema ou souberam de algum caso relacionado a esse tipo de violência.
Após a avaliação e reescrita do texto, sigam os passos que estão na seção Projetos em ação para montar o jornal.
AVALIAÇÃO E REESCRITA Avaliem a reportagem:
1.
No texto, as informações que envolvem o tema são suficientes? O texto contempla o tema escolhido com a profundidade necessária?
2.
Todas as falas de entrevistados estão entre aspas? Há identificação de quem contribuiu com o tema por meio de entrevista? O uso de iniciais para indicar os entrevistados que não desejam ser identificados foi respeitado?
3.
Os elementos que dão coesão e coerência ao texto foram observados? (Sequência de ideias, uso de palavras de ligação, ausência de repetições desnecessárias, pontuações, parágrafos com novas informações etc.).
4. 5. 6.
A revisão ortográfica foi feita antes de passar o texto a limpo? No texto, há concordância entre sujeito e predicado? O título cumpriu sua função?
Depois da avaliação, combinem com o professor e a turma quando e como darão prosseguimento Projetos em ação. à produção do jornal. Para isso, leiam juntos as orientações que estão na seção
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Projetos em ação Jornal escolar
Que tal criar um jornal escolar? Para isso, você precisará formar uma equipe. Cada pessoa da equipe terá uma função específica a fim de organizar e facilitar o trabalho de composição do jornal. Os grupos deverão conter três ou quatro duplas de alunos. Desse modo, cada jornal produzido poderá contar com três ou quatro reportagens, pois elas já foram escritas pela dupla formada para realizar a Produção de texto deste capítulo. Veja alguns passos para a realização da atividade:
ORIENTAÇÕES 1.
Quais serão as responsabilidades de cada aluno? Dividam as tarefas: •
a) uma das duplas poderá ficar responsável por recolher as reportagens escritas, anotar o tema delas e propor a ordem em que elas vão aparecer no jornal; b) outra dupla poderá pensar na estrutura que o jornal vai ter (número de páginas, proposta de criação de outras seções para enriquecer o jornal, capa); c) uma das duplas poderá cuidar da arte-final, ficando responsável pelo visual do jornal (captação de imagens, acomodação dos textos e imagens nas páginas, tamanho das fontes a serem usadas na capa, nas manchetes, nas legendas, títulos das reportagens, decisões ligadas à digitação ou transcrição dos textos nas folhas etc.). Ainda que cada dupla tenha uma preocupação diferente, é preciso que todos colaborem nas tarefas, pois além da escrita dos textos, a confecção do jornal exigirá a preparação de novos textos para construí-lo. Assim, a equipe poderá preparar um caderno de jogos, um com resenhas de livros e filmes, entre outros, coletados em outros jornais ou escritos pelos próprios alunos etc. 2. Qual é o público-alvo do meu jornal? Como as reportagens foram escritas tendo em vista determinado público leitor, procurem manter no jornal o mesmo tipo de orientação para uso da linguagem e dos temas de interesse. Desse á modo, é preciso adequar o formato, a linguagem, os destaques r a e C dados, os temas acrescentados às características do público leio d o tor e ao contexto em que ocorre a comunicação. ã ç •
3.
Que seções haverá no jornal? Para decidir, em grupo, sobre as seções que vão compor o jornal, pesquisem em vários jornais de grande ou pequena circulação que seções costumam fazer parte dessesuporte impresso. •
4.
Que critérios seguir para a seleção de informações? Além das reportagens escritas pela dupla, o jornal poderá trazer mais uma ou duas coletadas em jornais impressos ou na internet. Para fazer essa seleção, escolham informações que possam interessar ao público-alvo. Verifiquem qual é a importância do as-
a c u d E e d l a p i c i n u M ia r a t re c e S
•
sunto. O grupo poderá escolher assuntos relacionados aos temas que foram discutidos pela turma durante este ano escolar. 5.
Circulação do jornal: Sob a orientação do professor, retomem o que foi combinado a Primeira página de jornal respeito de onde o jornal vai circular. Algumas sugestões foram produzida por alunos de escola dadas no início da seção Produção de texto. estadual de Russas (CE), 2011. •
Professor, há mais uma sugestão de atividade em grupo no Manual.
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APÊNDICE I. SUBSTANTIVO Classificação Substantivo próprio O Menino Maluquinho tem seu próprio estilo. São Paulo localiza-se na Região Sudeste.
O Rio de Janeiro é uma das cidades mais visitadas do Brasil. A Bienal Internacional do Livro reúne importantes escritores.
Substantivo comum A mãe do Menino Maluquinho comprou flores. Precisamos comer peixe. Você me emprestaria seu lápis? A novela ontem foi interessante. O perfume era muito caro.
Substantivo primitivo Os garotos estão agitados. A porta fechou sozinha. O pão está quentinho. Não fiz a barba hoje. O amor modifica as pessoas.
Substantivo derivado A garotada está agitada. O porteiro não estava na portaria do prédio. O padeiro não abriu a padaria hoje. O barbeiro conversava com seu amigo nabarbearia. Meu amorzinho viajou.
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Substantivo simples Quebrei meu pé. Minha flor favorita é a margarida. O mapa está no armário. A feira estava cara hoje. Não sinto mais dor no braço.
Substantivo composto Plantei um amor-perfeito . O beija-flor é um lindo pássaro. Não encontrei meu mapa-múndi. Quarta-feira tem jogo do Brasil.
Valdemar perdeu o guarda-chuva.
Substantivo coletivo O álbum do casamento ficou pronto. Usaremos a baixela de prata. O júri decidirá hoje a sentença do réu. Houve um incêndio na floresta . Recebemos um lindo buquê.
Principais substantivos coletivos álbum: de fotografias alcateia: de lobos arquipélago: de ilhas assembleia: de deputados, senadores, professores batalhão: de soldados biblioteca: de livros boiada: de bois bosque, mata, floresta:de árvores cacho: de bananas, cabelos cáfila: de camelos canteiro: de verduras, flores caravana: de viajantes catálogo: de livros, revistas cavalaria: de cavalos clero: de padres código: de leis constelação: de estrelas cordilheira, serra:de montanhas coro: de vozes década: período de dez anos discoteca: de discos elenco: de atores, artistas enxame: de abelhas
esquadrilha: de aviões fauna: de animais de uma região flora: de plantas de uma região gado: de bois, vacas júri: de jurados manada: de elefantes, bois, porcos matilha: de cães milênio: período de mil anos molho: de chaves multidão: de pessoas ninhada: de ovos, pintos, filhotes orquestra: de músicos pelotão, batalhão, tropa: de soldados penca: de frutas, flores ramalhete: de flores rebanho: de ovelhas, carneiros, bois réstia: de alhos, cebolas século: período de cem anos time: de jogadores turma: de alunos, trabalhadores vara: de porcos vocabulário: de palavras
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Flexão dos substantivos Os substantivos se flexionam em gênero, número e grau.
I. Gênero São dois: masculino e feminino. Masculino – quando usamos antes do substantivo os artigos: o/os, um/uns. O lápis caiu.
Chegaram os livros. Um dia irei à Europa.
Ganhei uns cadernos. Portanto, os substantivos “lápis”, “livros”, “dia” e “cadernos”são masculinos. Feminino – quando usamos antes do substantivo os artigos: a/as, uma/umas. A borracha é minha.
Trouxeram as redações? Uma garota ligou para você hoje.
Preciso de umas folhas em branco para o trabalho. Portanto, os substantivos “borracha”, “redações”, “garota” e “folhas” sãofemininos.
Casos especiais de gênero 1. Comum de dois: sabe-se o gênero pela mudança do artigo. o estudante/a estudante o chefe/a chefe o jovem/a jovem o repórter/a repórter o fã/a fã
2. Sobrecomum: mesma palavra para o feminino e o masculino. a criança (mulher ou homem)
o boia-fria (mulher ou homem)
a vítima
o gênio
a testemunha
o ídolo
3. Epiceno: usam-se as palavras “macho” e “fêmea” para saber o sexo do animal. a barata macho/a barata fêmea a cobra macho/a cobra fêmea a coruja macho/a coruja fêmea o canguru macho/o canguru fêmea o gavião macho/o gavião fêmea o tigre macho/o tigre fêmea 223
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Formação do feminino Normalmente, forma-se o feminino trocando o o pelo a. aluno/aluna, búfalo/búfala, carteiro/carteira, lobo/loba, prefeito/prefeita Outras terminações para o feminino -e
-a
parente/parenta, comediante/comedianta, elefante/elefanta, presidente/presidenta -or
-ora / -triz
doutor/doutora, pastor/pastora, professor/professora, pintor/pintora, embaixador/embaixatriz (esposa), ator/atriz, imperador/imperatriz -ão
- ã / -ona / -oa
anão/anã, cidadão/cidadã, campeão/campeã, órf ão/órfã, folião/foliona, solteirão/solteirona, sabichão/sabichona, glutão/glutona, leão/leoa, pavão/pavoa, patrão/patroa, leitão/leitoa / -e-es
-esa
camponês/camponesa, marquês /marquesa, príncipe/princesa, duque/duquesa -a / -e
-isa
poeta/poetisa, profeta /profetisa, sacerdote/sacerdotisa -eu
-eia
ateu /ateia, plebeu /plebeia, pigmeu /pigmeia
Mudam completamente do masculino para o feminino
pai/mãe
genro/nora
padrinho/madrinha
padre/madre
cavalo/égua
frade/freira
cavalheiro/dama
marajá/marani
cavaleiro/amazona
rinoceronte/abada
Palavras só usadas no feminino
a alface
a cal
a preá
a dinamite
a ferrugem
a hélice
a musse
a sentinela
a mascote
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Palavras só usadas no masculino
o açúcar
o alpiste
o boia-fria
o champanhe
o dó
o espécime
o milhar
o sósia
o guaraná
Palavras que mudam de sentido do masculino para o feminino
o cabeça – chefe
a cabeça – parte do corpo humano
o caixa – funcionário
a caixa – objeto
o capital – dinheiro o grama – medida de massa
a capital – cidade a grama – relva
o moral – ânimo
a moral – caráter
o rádio – aparelho
a rádio – emissora
II. Número São dois: singular e plural. Singular: indica um substantivo apenas.
amor, cadeira, arroz, cão, mulher, criança, pastel Plural: indica mais de um substantivo.
amores, cadeiras, arrozes, cães, mulheres, crianças, pastéis
Formação do plural Normalmente, acrescenta-se a letra s ao final da palavra. blusa/blusas, garoto/garotos, ponte/pontes, degrau/degraus, chapéu/chapéus Outras terminações para o plural -al / -el / -il (oxítona) / -ol / -ul
-is
canal /canais, laranjal /laranjais, sinal /sinais, papel /papéis, pastel /pastéis, anel/anéis, barril/barr is, cantil/cantis, funil/funis, lençol/lençóis, álcool/álcoois, sol/sóis, azul/azuis, paul/pauis (pântano/pântanos) Observação
Paroxítona terminada em-il forma o plural em -eis. projétil/projéteis, réptil /répteis
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Substantivos terminados em -m
-ns
jovem/jovens, jardim/jardins, batom/batons, atum/atuns Substantivos terminados em-r, -s-z,
-es
colher/colheres, dólar/dólares, amor/amores, mulher/mulheres, ás/ases, mês/meses, gás/gases, adeus/adeuses, rapaz /rapazes, raiz /raízes, gravidez/gravidezes, arroz/arrozes Observação
Paroxítona ou proparoxítona terminada em-s não varia. o ônibus/os ônibus, o pires/os pires, o tênis/os tênis, o vírus/os vírus Substantivos terminados em -ão
-s
/ -ões / -ães
mão/mãos, cidadão/cidadãos, grão/grãos, cristão/cristãos, limão/limões, anfitrião/anfitriões, canhão/canhões, coração/corações, pão/pães, cão/cães, capitão/capitães, tabelião/tabeliães Observação
Substantivos em -ão que admitem mais de uma forma para o plural. aldeão – aldeãos/aldeões/aldeães
cirurgião – cirurgiões/cirurgiães
ancião – anciãos/anciões/anciães
corrimão – corrimãos/corrimões
vilão – vilãos/vilões/vilães vulcão – vulcãos/vulcões/vulcães
peão – peões/peães refrão – refrãos/refrães
charlatão – charlatões/charlatães
verão – verãos/verões
Plural dos substantivos compostos 1. As duas palavras irão para o plural. •
substantivo + substantivo:
redator-chefe/redatores -chefes, couve-flor/couves -flores •
substantivo + adjetivo:
amor-perfeito/amores -perfeitos, cachorro-quente/cachorros -quentes •
adjetivo + substantivo: puro-sangue/puros-sangues, pequeno-burguês/pequenos -burgueses
•
numeral + substantivo:
quinta-feira/quintas -feiras, primeiro-ministro/primeiros -ministros
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2. Apenas a primeira palavra irá para o plural. •
substantivo + preposição + substantivo.
pé de moleque/pés de moleque, arco-da-velha/arco s -da-velha •
a segunda palavra especifica a primeira.
laranja-lima/laranjas -lima, banana-maçã/bananas -maçã Observação
A tendência moderna é pluralizar os dois elementos: laranja -lima , banana -maçã s
s
3. Palavras invariáveis
s
s
apenas a última palavra irá para o plural.
beija-flor/beija-flores (verbo + substantivo) alto-falante/alto-falantes (advérbio + adjetivo) contra-ataque/contra-ataques (prefixo + substantivo) micro-onda/micro-onda s (prefixo + substantivo)
4. Diminutivo plural
faz-se o plural da palavra primitiva, colocando-se o s no final.
animalzinho – animaizinhos (animai(s) + -zinho florzinha – florezinhas (flore(s) + -zinha limãozinho – limõezinhos (limõe(s) + -zinho
Palavras só usadas no plural as algemas os Alpes os Andes os arredores as bodas as condolências
s no final)
s no final) s no final)
os Estados Unidos as núpcias os óculos as olheiras os parabéns os pêsames
III. Grau São dois: aumentativo e diminutivo. Aumentativo: normalmente formado pelo acréscimo das terminações -ão, -ona.
amigo – amigão gato – gatão carro – carrão mulher – mulherona pedra – pedrona casa – casona 227
7TL.indb 227
AM 5/18/15 8:42
Observação
Também se forma o grau aumentativo com o auxílio das palavras “grande”, “enorme”, “imenso” etc. pé – pé grande piscina – piscina enorme casa – casa imensa
Aumentativos com outras terminações
boca – bocarra cabeça – cabeçorra
homem – homenzarrão mão – manzorra
copo – copázio
nariz – narigão
cão – canzarrão
navio – naviarra
corpo – corpanzil
prato – pratarraz
faca – facalhão
rico – ricaço
forno – fornalha
voz – vozeirão
Diminutivo: normalmente, é formado pelo acréscimo das terminações -inho, -zinho etc.
livro – livrinho
pé – pezinho
casa – casinha
homem – homenzinho
pedra – pedrinha
flor – florzinha
Observação
Também se forma o grau diminutivo com o auxílio das palavras “pequeno”, “minúsculo”, “insignificante” etc. nariz – nariz pequeno lápis – lápis minúsculo prejuízo – prejuízo insignificante
Diminutivos com outras terminações
árvore – arvoreta beijo – beijote caminhão – caminhonete
ilha – ilhota nó – nódulo ovo – óvulo
casa – casebre corpo – corpúsculo estátua – estatueta folha – folícula gota – gotícula
parte – partícula pele – película questão – questiúncula rio – riacho rua – ruela
228
7TL.indb 228
AM 5/18/15 8:42
Observação
Às vezes, o aumentativo e o diminutivo não exprimem o tamanho dos seres, mas apenas carinho ou desprezo. Carinho: pai – paizão / amigo – amigão amor – amorzinho / filho – filhinho Desprezo: gente – gentalha / dente – dentuça livro – livreco / lugar – lugarejo
II. ARTIGO Definidos: o, a, os, as.
Indefinidos: um, uma, uns, umas.
III. ADJETIVO Adjetivos pátrios Indicam nacionalidade, naturalidade, srcem. a) Quem nasce em Salvador é soteropolitano. b) O natural do Rio Grande do Norte é potiguar. c) Quem nasce na Etiópia é etíope.
Alguns adjetivos pátrios Afeganistão – afegão ou afegane Bélgica – belga Brasil – brasileiro Buenos Aires – portenho ou bonairense Ceará – cearense Espírito Santo – capixaba ou espírito-santense Estados Unidos – norte-americano ou estadunidense França – francês Goiânia – goianiense Holanda – holandês João Pessoa – pessoense Madri – madrilenho ou madrilense Manaus – manauense Rio de Janeiro – fluminense (estado) e carioca (cidade) Rio Grande do Sul – gaúcho ou rio-grandense-do-sul ou rio-grandense Santa Catarina – catarinense ou catarineta ou barriga-verde São Paulo – paulista (estado) e paulistano (cidade) 229
7TL.indb 229
AM 5/18/15 8:42
Algumas locuções adjetivas e seus adjetivos correspondentes de açúcar – sacarino
de leite – lácteo
de aluno – discente
de mãe – materno/maternal
de anjo – angelical
de mês – mensal
de astros – sideral
de olho – ocular
de boi – bovino
de orelha – auricular
de cabelo – capilar
de ouvido – auditivo
de cavalo – equino
de pai – paterno/paternal
de chuvas – pluvial
de porco – suíno
de cidade – urbano
de professor – docente
de criança – infantil/pueril
de rio – fluvial
de dedo – digital
de sentido – semântico
de estômago – estomacal/gástrico
de tio/tia – avuncular
de fígado – hepático
de veia – venoso
de floresta – florestal
de vento – eólico
de garganta – gutural
de verão – estival
de guerra – bélico
sem barba – imberbe
de idade – etário
sem cheiro – inodoro
de ilha – insular
sem sal – insípido/insosso
de irmão – fraterno/fraternal
sem sono – insone
de lago – lacustre
Flexão dos adjetivos Os adjetivos se flexionam em gênero, número e grau.
I. Gênero Obedecem às mesmas regras do substantivo, quando adjetivos simples. lindo/linda, precioso/preciosa, alto/alta, simpático/simpática, velho/velha, alemão/alemã, glutão/glutona, português/portuguesa, ateu /ateia, judeu /judia
II. Número Obedecem às mesmas regras do substantivo, quando adjetivos simples. maravilhoso/maravilhosos, pequeno/pequenos, baixo/baixos, novo/novos, bom/bo ns, lilás/lilases, amável/amáveis 230
7TL.indb 230
AM 5/18/15 8:42
Flexão dos adjetivos compostos •
Apenas o último se flexiona em gênero e número.
cabelo castanho-claro/cabelos castanho-claros blusa amarelo-escura/blusas amarelo-escuras Exceções: surdo-mudo/surdos-mudos
surda-muda/surdas-mudas saia azul-marinho/saias azul-marinho blusa azul-celeste/blusas azul-celeste Observação
Caso a última palavra seja um substantivo, fica invariável. saia vermelho-sangue/saias vermelho-sangue sapato verde-garrafa/sapatos verde-garrafa
III. Grau São dois: comparativo e superlativo.
Comparativo De igualdade: O sabonete é tão perfumado quanto o talco. De superioridade: A água está mais quente (do) que o refrigerante. De inferioridade: Você ficou menos bronzeado (do) que seu irmão. Observação
Comparativos irregulares: “mais grande” “mais bom”
maior melhor
“mais pequeno” “mais mau”
menor pior
Superlativo a) Absoluto •
sintético: -íssimo/-ílimo/-érrimo
Seu pai é inteligentíssimo. O exercício é facílimo. Você está macérrima. •
analítico: muito/extremamente/bastante
Seu pai é muito inteligente. O exercício é extremamente fácil. Você está bastante magra. 231
7TL.indb 231
AM 5/18/15 8:42
b) Relativo •
de superioridade (o/a mais): Ele é o mais simpático da turma.
•
de inferioridade (o/a menos): Você é o menos jovem da turma.
Alguns adjetivos superlativos absolutos sintéticos
ágil – agílimo
grande – grandíssimo, máximo
agradável – agradabilíssimo
hábil – habilíssimo
amargo – amarguíssimo, amaríssimo
horrível – horribilíssimo
amável – amabilíssimo
inimigo – inimicíssimo
amigo – amicíssimo, amiguíssimo
magro – magríssimo, macérrimo, magérrimo
antigo – antiguíssimo, antiquíssimo
mau – malíssimo, péssimo
áspero – aspérrimo, asperíssimo
mísero – misérrimo
bom – boníssimo, ótimo
miserável – miserabilíssimo
célebre – celebérrimo, celebríssimo
negro – nigérrimo
confortável – confortabilíssimo
notável – notabilíssimo
cruel – crudelíssimo, cruelíssimo
pequeno – pequeníssimo, mínimo
difícil – dificílimo
pobre – paupérrimo, pobríssimo
digno – digníssimo
popular – popularíssimo
doce – dulcíssimo
provável – probabilíssimo
fácil – facílimo
sábio – sapientíssimo
feliz – felicíssimo
sagrado – sacratíssimo
feroz – ferocíssimo
sensível – sensibilíssimo
fiel – fidelíssimo, fielíssimo
simples – simplicíssimo
frágil – fragílimo, fragilíssimo
terrível – terribilíssimo
frio – frigidíssimo, friíssimo
veloz – velocíssimo
Substantivo ou adjetivo? A mesma palavra pode assumir mais de uma classificação, dependendo da frase (o contexto). Assim, por exemplo, uma palavra pode ser substantivo, se estiver dando nome a um ser; ou adjetivo, se estiver caracterizando o substantivo. Observe: a) O escuro amedronta as crianças. (substantivo) b) Um dia escuro traz tristeza. (adjetivo) 232
7TL.indb 232
AM 5/18/15 8:42
IV. NUMERAL Arábicos
Romanos
Cardinais
Ordinais
1
I
um
primeiro
2
II
dois
segundo
3
III
três
terceiro
4
IV
quatro
quarto
5
V
cinco
quinto
6 7
VI VII
seis sete
sexto sétimo
8
VIII
oito
oitavo
9
IX
nove
nono
10
X
dez
décimo
11
XI
onze
décimoprimeiroouundécimo
12
XII
doze
décimosegundoouduodécimo
13
XIII
treze
14
XIV
catorze(ouquatorze)
15
XV
quinze
décimo quinto
16
XVI
dezesseis
décimo sexto
17
XVII
dezessete
décimosétimo
18
XVIII
dezoito
décimo oitavo
19
XIX
dezenove
décimo nono
20
XX
vinte
vigésimo
30
XXX
trinta
trigésimo
40
XL
quarenta
quadragésimo
50
L
cinquenta
quinquagésimo
60
LX
sessenta
sexagésimo
70
LXX
setenta
septuagésimo
80
LXXX
oitenta
octogésimo
90
XC
noventa
nonagésimo
100
C
cem
centésimo
200
CC
duzentos
ducentésimo
300
CCC
trezentos
trecentésimo
400
CD
quatrocentos
quadringentésimo
500
D
quinhentos
quingentésimo
600 700
DC DCC
seiscentos setecentos
seiscentésimo(ousexcentésimo) septingentésimo
800
DCCC
oitocentos
octingentésimo
900
CM
novecentos
000 1
M
mil
décimo terceiro décimoquarto
noningentésimo(ounongentésimo) milésimo 233
7TL.indb 233
AM 5/18/15 8:42
Observações
1. Fazem parte dos numerais: a) dezena, dúzia, centena, milhar. b) numerais coletivos: biênio, triênio, quadriênio, lustroou quinquênio, década, centenário, sesquicentenário, milênio. c) ambos, ambas.
2. Leitura e escrita dos numerais. 3 523 984: três milhões, quinhentos evinte e três mil, novecentos e oitenta e quatro.
3. Séculos, reis, papas: ordinais até o número dez; cardinais do número onze em diante. 4. Numeral antes de capítulos, páginas, folhas ordinal (primeiro capítulo)/(terceira folha). Numeral depois de capítulos, páginas, folhas
cardinal (capítulo um)/(folha três ).
5. Usa-se ordinal, preferencialmente , para o primeiro dia do mês, se bem que o emprego do cardinal também está correto (primeiro de setembro ou um de setembro).
V. PRONOME Pronome adjetivo: acompanha o nome. Meu carro.
Aquela bicicleta.
Alguns vasos.
Pronome substantivo: substitui o nome. Isto é meu. Elas já chegaram.
Tudo acabou bem.
Classificação dos pronomes Há vários tipos de pronome.
Pronomes pessoais Casroeto p1
a
p2
a
es. sing.: eu es. sing.: tu
Casoblíquo 1
a
pes. sing.: me, mim, comigo
2
a
pes. sing.: te, ti, contigo
a
3p
a
es. sing.: ele/ela
3
pes. sing.: se, si, consigo, o, a, lhe
1 pa
es. plural: nós
1
a
pes. plural: nos, conosco
2pa
es. plural: vós
2
a
pes. plural: vos, convosco
a
pes. plural: se, si, consigo, os, as, lhes
3ap
es.plural:eles/elas
3
234
7TL.indb 234
AM 5/18/15 8:42
Observações
1. Os pronomes oblíquos o, a, os, as, quando vêm ligados a uma forma verbal terminada por r, s, z, assumem as formas lo, la, los, las. Não posso levar- o.
Não posso levá-lo.
Levamos- as.
Levamo- las.
Fiz-a.
Fi- la.
2. Quando a forma verbal termina em -m, -ão, -õe, recebe as formas pronominais -no, -na, -nos, -nas.
Pegaram- o. Contarão - os.
Pegaram- no. Contar- nos-ão.
Supõe - a.
Supõe - na.
Pronomes de tratamento Emprego reiseimperadores
Pronome VossaMajestade
Abreviatura V.M.(plural:VV.MM.)
príncipes
VossaAlteza
papa
Vossa Santidade
V.S.
cardeais
VossaEminência
V.Em
VossaExcelência
V.Ex
VossaSenhoria
V.S
altas autoridades: ministros, prefeitos, governado res e tc. autoridades menores e pessoas de respeito etc
V.A.(plural:VV.AA.)
a
a
a
(plural: V V.Emas)
(plural: V.Exas)
(plural: V.Sas)
juízes
Meritíssimo
MM. ou Mmo
sacerdotes e religiosos em geral
Reverendíssimo
Revmo (plural: Revmos)
tratamento de respeito para as pessoas em geral
senhor senhora/senhorita
sr. (plural: srs.) sra (plural: sras)/ sr ta (plural: sr tas)
pessoas com quem temos mais proximidade/ familiaridade
você
v.
Pronomes possessivos
1a p es. sing.: meu, minha, meus, minhas a
1
a
pes. plural: nosso, nossa, nossos, nossas pes. plural: vosso, vossa, vossos, vossas pes. plural: seu, sua, seus, suas
2 p es.sing.:teu,tua,teus,tuas
2
a
3ap es.sing.:seu,sua,seus,suas
3
a
235
7TL.indb 235
AM 5/18/15 8:42
Pronomes demonstrativos este, esta, estes, estas, isto esse, essa, esses, essas, isso aquele, aquela, aqueles, aquelas, aquilo
Pronomes indefinidos algum, alguma, alguns, algumas, alguém
muito, muita, muitos, muitas, nada
nenhum, nenhuma, nenhuns, nenhumas, ninguém
pouco, pouca, poucos, poucas, algo
todo, toda, todos, todas, tudo
certo, certa, certos, certas, cada
outro, outra, outros, outras, outrem
Pronomes interrogativos que, quem, qual, quais, quanto, quanta, quantos, quantas
Pronomes relativos o qual, a qual, os quais, as quais, que, quem cujo, cuja, cujos, cujas onde
VI. VERBO Modelo de conjugação dos verbos regulares e do verbo irregular “pôr” 1a conjugação: louv-ar 2a conjugação: vend-er 3a conjugação: part-ir
I. Indicativo Presente Eu
louv-o
vend-o
part-o
p-onho
Tu
louv-as
vend-es
part-es
p-ões
Ele
louv-a
vend-e
part-e
p-õe
Nós
louv-amos
vend-emos
part-imos
p-omos
Vós
louv-ais
vend-eis
part-is
p-ondes
Eles
louv-am
vend-em
part-em
p-õem
236
7TL.indb 236
AM 5/18/15 8:42
Pretérito imperfeito Eu
louv-ava
vend-ia
part-ia
p-unha
Tu
louv-avas
vend-ias
part-ias
p-unhas
Ele
louv-ava
vend-ia
part-ia
p-unha
Nós
louv-ávamos
vend-íamos
part-íamos
p-únhamos
Vós
louv-áveis
vend-íeis
part-íeis
p-únheis
Eles
louv-avam
vend-iam
part-iam
p-unham
Pretérito perfeito Eu
louv-ei
vend-i
part-i
p-us
Tu
louv-aste
vend-este
part-iste
p-useste
Ele
louv-ou
vend-eu
part-iu
p-ôs
Nós
louv-amos
vend-emos
part-imos
p-usemos
Vós
louv-astes
vend-estes
part-istes
p-usestes
Eles
louv-aram
vend-eram
part-iram
p-useram
Pretérito mais-que-perfeito Eu
louv-ara
vend-era
part-ira
p-usera
Tu
louv-aras
vend-eras
part-iras
p-useras
Ele
louv-ara
vend-era
part-ira
p-usera
Nós
louv-áramos
vend-êramos
part-íramos
p-uséramos
Vós
louv-áreis
vend-êreis
part-íreis
p-uséreis
Eles
louv-aram
vend-eram
part-iram
p-useram
Futuro do presente Eu
louv-arei
vend-erei
part-irei
p-orei
Tu
louv-arás
vend-erás
part-irás
p-orás
Ele
louv-ará
vend-erá
part-irá
p-orá
Nós
louv-aremos
vend-eremos
part-iremos
p-oremos
Vós
louv-areis
vend-ereis
part-ireis
p-oreis
Eles
louv-arão
vend-erão
part-irão
p-orão 237
7TL.indb 237
AM 5/18/15 8:42
Futuro do pretérito Eu
louv-aria
vend-eria
part-iria
p-oria
Tu
louv-arias
vend-erias
part-irias
p-orias
Ele
louv-aria
vend-eria
part-iria
p-oria
Nós
louv-aríamos
vend-eríamos
part-iríamos
p-oríamos
Vós
louv-aríeis
vend-eríeis
part-iríeis
p-oríeis
Eles
louv-ariam
vend-eriam
part-iriam
p-oriam
II. Subjuntivo Presente Que... Eu
louv-e
vend-a
part-a
p-onha
Tu
louv-es
vend-as
part-as
p-onhas
Ele
louv-e
vend-a
part-a
p-onha
Nós
louv-emos
vend-amos
part-amos
p-onhamos
Vós
louv-eis
vend-ais
part-ais
p-onhais
Eles
louv-em
vend-am
part-am
p-onham
Pretérito imperfeito Se... Eu
louv-asse
vend-esse
part-isse
p-usesse
Tu
louv-asses
vend-esses
part-isses
p-usesses
Ele
louv-asse
vend-esse
part-isse
p-usesse
Nós
louv-ássemos
vend-êssemos
part-íssemos
p-uséssemos
Vós
louv-ásseis
vend-êsseis
part-ísseis
p-usésseis
Eles
louv-assem
vend-essem
part-issem
p-usessem
Futuro Quando... Eu
louv-ar
vend-er
part-ir
p-user
Tu
louv-ares
vend-eres
part-ires
p-useres
Ele
louv-ar
vend-er
part-ir
p-user
Nós
louv-armos
vend-ermos
part-irmos
p-usermos
Vós
louv-ardes
vend-erdes
part-irdes
p-userdes
Eles
louv-arem
vend-erem
part-irem
p-userem
238
7TL.indb 238
AM 5/18/15 8:42
III. Formas nominais Infinitivo impessoal louv-ar
vend-er
part-ir
p-ôr
Infinitivo pessoal louv-areu
vend-ereu
part-ireu
p-ôreu
louv-arestu
vend-erestu
part-irestu
p-orestu
louv-arele
vend-erele
part-irele
p-ôrele
louv-armos nós
vend-ermos nós
part-irmos nós
p-ormos nós
louv-ardes vós
vend-erdes vós
part-irdes vós
p-ordes vós
louv-arem eles
vend-erem eles
part-irem eles
p-orem eles
Gerúndio louv-ando
vend-endo
part-indo
p-ondo
vend-ido
part-ido
p-osto
Particípio louv-ado
Conjugação de alguns verbos irregulares I. Indicativo Presente
Da r
Caber
Dizer
Fazer
Poder
Querer
Eu
dou
caibo
digo
faço
posso
quero
Tu
dás
cabes
dizes
fazes
podes
queres
Ele
dá
cabe
diz
faz
pode
quer
Nós
damos
cabemos
dizemos
fazemos
podemos
queremos
Vós
dais
cabeis
dizeis
fazeis
podeis
quereis
Eles
dão
cabem
dizem
fazem
podem
querem 239
7TL.indb 239
AM 5/18/15 8:42
Presente
Saber
Trazer
Ver
Ir
Vir
Eu
sei
trago
vejo
vou
venho
Tu
sabes
trazes
vês
vais
vens
Eles
traz
vê
vai
vem
Nós
sabemos
trazemos
vemos
vamos
vimos
Vós
sabeis
trazeis
vedes
ides
vindes
abem
trazem
veem
vão
vêm
Eless
abe
Pretérito imperfeito
Dar
Caber
Di z e r
Fazer
Poder
Querer
Eu
dava
cabia
dizia
fazia
podia
queria
Tu
davas
cabias
dizias
fazias
podias
querias
Ele
dava
cabia
dizia
fazia
podia
queria
Nós
dávamos
cabíamos
dizíamos
fazíamos
podíamos
queríamos
Vós
dáveis
cabíeis
dizíeis
fazíeis
podíeis
queríeis
Eles
davam
cabiam
diziam
faziam
podiam
queriam
Eu
sabia
trazia
via
ia
vinha
Tu
sabias
trazias
vias
ias
vinhas
Ele
sabia
trazia
via
ia
vinha
Nós
sabíamos
trazíamos
víamos
íamos
vínhamos
Vós
sabíeis
trazíeis
víeis
íeis
vínheis
Eles
sabiam
traziam
viam
iam
vinham
Saber
Trazer
Ver
Ir
Vir
Pretérito perfeito
Dar
Caber
Di z e r
Fazer
Poder
Querer
Eu
dei
coube
disse
fiz
pude
quis
Tu
deste
coubeste
disseste
fizeste
pudeste
quiseste
Ele
deu
coube
disse
fez
pôde
quis
Nós
demos
coubemos
dissemos
fizemos
pudemos
quisemos
Vós
destes
coubestes
dissestes
fizestes
pudestes
quisestes
Eles
deram
couberam
disseram
fizeram
puderam
quiseram
240
7TL.indb 240
AM 5/18/15 8:42
Saber
Trazer
Ver
Ir
Vir
Eu
soube
trouxe
vi
fui
vim
Tu
soubeste
trouxeste
viste
foste
vieste
Ele
soube
trouxe
viu
foi
veio
Nós
soubemos
trouxemos
vimos
fomos
viemos
Vós
soubestes
trouxestes
vistes
fostes
viestes
Eles
souberam
trouxeram
viram
foram
vieram
Pretérito mais-que-perfeito
Da r
Caber
Dizer
Fazer
Poder
Querer
Eu
dera
coubera
dissera
fizera
pudera
quisera
Tu
deras
couberas
disseras
fizeras
puderas
quiseras
Ele
dera
coubera
dissera
fizera
pudera
quisera
Nós
déramos
coubéramos
disséramos
fizéramos
pudéramos
quiséramos
Vós
déreis
coubéreis
disséreis
fizéreis
pudéreis
quiséreis
Eles
deram
couberam
disseram
fizeram
puderam
quiseram
Saber
Trazer
Ver
Ir
Vir
Eu
soubera
trouxera
vira
fora
viera
Tu
souberas
trouxeras
viras
foras
vieras
Ele
soubera
trouxera
vira
fora
viera
Nós
soubéramos
trouxéramos
víramos
fôramos
viéramos
Vós
soubéreis
trouxéreis
víreis
fôreis
viéreis
Eles
souberam
trouxeram
viram
foram
vieram
Futuro do presente
Da r
Caber
Dizer
Fazer
Poder
Querer
Eu
darei
caberei
direi
farei
poderei
quererei
Tu
darás
caberás
dirás
farás
poderás
quererás
Ele
dará
caberá
dirá
fará
poderá
quererá
Nós
daremos
caberemos
diremos
faremos
poderemos
quereremos
Vós
dareis
cabereis
direis
fareis
podereis
querereis
Eles
darão
caberão
dirão
farão
poderão
quererão 241
7TL.indb 241
AM 5/18/15 8:42
Saber
Trazer
Ver
Ir
Vir
Eu
saberei
trarei
verei
irei
virei
Tu
saberás
trarás
verás
irás
virás
Ele
saberá
trará
verá
irá
virá
Nós
saberemos
traremos
veremos
iremos
viremos
Vós
sabereis
trareis
vereis
ireis
vireis
Eles
saberão
trarão
verão
irão
virão
Futuro do pretérito
Da r
Caber
Dizer
Fazer
Poder
Querer
Eu
daria
caberia
diria
faria
poderia
quereria
Tu
darias
caberias
dirias
farias
poderias
quererias
Ele
daria
caberia
diria
faria
poderia
quereria
Nós
daríamos
caberíamos
diríamos
faríamos
poderíamos
quereríamos
Vós
daríeis
caberíeis
diríeis
faríeis
poderíeis
quereríeis
Eles
dariam
caberiam
diriam
fariam
poderiam
quereriam
Saber
Trazer
Ver
Ir
Vir
Eu
saberia
traria
veria
iria
viria
Tu Ele
saberias saberia
trarias traria
verias veria
irias iria
virias viria
Nós
saberíamos
traríamos
veríamos
iríamos
viríamos
Vós
saberíeis
traríeis
veríeis
iríeis
viríeis
Eles
saberiam
trariam
veriam
iriam
viriam
II. Subjuntivo Presente Que...
Da r
Caber
Dizer
Fazer
Poder
Querer
Eu
dê
caiba
diga
faça
possa
queira
Tu
dês
caibas
digas
faças
possas
queiras
Ele
dê
caiba
diga
faça
possa
queira
Nós
demos
caibamos
digamos
façamos
possamos
queiramos
Vós
deis
caibais
digais
façais
possais
queirais
Eles
deem
caibam
digam
façam
possam
queiram
242
7TL.indb 242
AM 5/18/15 8:42
Saber
Trazer
Ver
Ir
Vir
Eu
saiba
traga
veja
vá
venha
Tu
saibas
tragas
vejas
vás
venhas
Ele
saiba
traga
veja
vá
venha
Nós
saibamos
tragamos
vejamos
vamos
venhamos
Vós
saibais
tragais
vejais
vades
venhais
Eles
saibam
tragam
vejam
vão
venham
Pretérito imperfeito Se...
Da r
Caber
Dizer
Fazer
Poder
Querer
Eu
desse
coubesse
dissesse
fizesse
pudesse
quisesse
Tu
desses
coubesses
dissesses
fizesses
pudesses
quisesses
Ele
desse
coubesse
dissesse
fizesse
pudesse
quisesse
Nós
déssemos
coubéssemos
disséssemos
fizéssemos
pudéssemos
quiséssemos
Vós
désseis
coubésseis
dissésseis
fizésseis
pudésseis
quisésseis
Eles
dessem
coubessem
dissessem
fizessem
pudessem
quisessem
Saber
Trazer
Ver
Ir
Vir
Eu Tu
soubesse soubesses
trouxesse trouxesses
visse visses
fosse fosses
viesse viesses
Ele
soubesse
trouxesse
visse
fosse
viesse
Nós
soubéssemos
trouxéssemos
víssemos
fôssemos
viéssemos
Vós
soubésseis
trouxésseis
vísseis
fôsseis
viésseis
Eles
soubessem
trouxessem
vissem
fossem
viessem
Futuro Quando...
Da r
Caber
Dizer
Fazer
Poder
Querer
Eu
der
couber
disser
fizer
puder
quiser
Tu
deres
couberes
disseres
fizerdes
puderes
quiseres
Ele
der
couber
disser
fizer
puder
quiser
Nós
dermos
coubermos
dissermos
fizermos
pudermos
quisermos
Vós
derdes
couberdes
disserdes
fizerdes
puderdes
quiserdes
Eles
derem
couberem
disserem
fizerem
puderem
quiserem 243
7TL.indb 243
AM 5/18/15 8:42
Saber
Trazer
Ver
Ir
Vir
Eu
souber
trouxer
vir
for
vier
Tu
souberes
trouxeres
vires
fores
vieres
Ele
souber
trouxer
vir
for
vier
Nós
soubermos
trouxermos
virmos
formos
viermos
Vós
souberdes
trouxerdes
virdes
fordes
vierdes
Eles
souberem
trouxerem
virem
forem
vierem
III. Imperativo Afirmativo
Dar
Caber
dátu
(nãohá)
dêvocê
(nãohá)
demosnós
(nãohá)
daivós
(nãohá)
deem vocês
(não há)
sabe tu
Saber
traze tu
Dizer dizetu
Fazer fazetu
digavocê digamosnós dizeivós digamvocês
Trazer
saibavocê
tragavocê
saibamosnós
tragamosnós
façamosnós
trazeivós
saibamvocês
tragamvocês
queiravocê
(nãohá)
quereivós
(não há)
Ir
vai tu
queiramvocês
venhavocê
vamosnós
venhamosnós
idevós
vejamvocês
Vir
vem tu
vávocê
vejamosnós vedevós
(nãohá)
(nãohá)
façamvocês
Querer
(nãohá)
(nãohá)
fazeivós
vejavocê
sabeivós
(nãohá)
façavocê
Ver
vê tu
Poder
vindevós
vãovocês
venhamvocês
Negativo
Dar
Caber
Di z e r
Fazer nãofaçastu
Poder
nãodêstu
(nãohá)
nãodigastu
não dê você não demos nós
(não há) (não há)
não diga você não faça você (não há) não queira você não digamos nós não façamos nós (não há) não queiramos nós
não deis vós
(não há)
não digais vós
não deem vocês
(não há)
não digam vocês
não façais vós não façam vocês
(nãohá)
Querer
(não há) (não há)
nãoqueirastu
não queirais vós não queiram vocês
244
7TL.indb 244
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Saber
Trazer
Ver
nãosaibastu
nãotragastu
nãovejastu
não saiba você
não traga você
não saibamos nós
não tragamos nós
não vejamos nós
não saibais vós
não tragais vós
não vejais vós
não saibam vocês
não tragam vocês
não vejam vocês
Ir nãovástu
não veja você
não vá você
Vir nãovenhastu não venha você
não vamos nós não vades vós não vão vocês
não venhamos nós não venhais vós não venham vocês
Observações
1. Os verbos do quadro anterior não são totalmente irregulares. Há tempos e modos que seguem a flexão dos verbos regulares.
2. Acrescentamos, no subjuntivo, as conjunções:que imperfeito e quando
presente, se
pretérito
futuro.
VII. ADVÉRBIO Principais advérbios e locuções adverbiais lugar: aqui, ali, lá, cá, além, dentro, fora, perto, longe, atrás, adiante, diante, acima, abaixo, 1. de onde, por fora, por trás etc.
2. de tempo: ontem, hoje, amanhã, logo, cedo, tarde, breve, nunca, jamais, sempre, agora, antes, depois, brevemente, presentemente, imediatamente, atualmente, à noite, às vezes, de repente, de vez em quando etc.
3. de modo: bem, mal, assim, melhor, pior, depressa, devagar, calmamente, duramente, bravamente, severamente e quase todos os advérbios terminados em-mente, às pressas, à toa, às claras, às cegas, às escondidas etc.
4. de intensidade: muito, pouco, m ais, menos, bastante, tão, demasiado, meio, completamente, ligeiramente, excessivamente, demais, quanto, demasiado, assaz etc.
5. de afirmação: sim, certamente, efetivamente, realmente, incontestavelmente, com certeza, sem dúvida etc.
6. de negação: não, tampouco, absolutamente, de modo algum etc. 7.
de dúvida: talvez, provavelmente, porventura, acaso, decerto etc.
8. interrogativos: onde, aonde, quando, quanto, por que etc.
245
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Observações
1. Na linguagem familiar, costumamos empregar alguns advérbios na forma diminutiva com valor de superlativo: cedinho, pertinho, agorinha, devagarinho etc.
2. Com frequência empregamos o adjetivo com valor de advérbio. Você escreve difícil .
Ele fala confuso.
VIII. PREPOSIÇÃO Principais preposições a
de
perante
ante
desde
por
após
em
sem
até
entre
sobre
com
para
sob
contra
per
trás
de+ele=dele
em+as=nas
Contração a+a=à a+as=às
de+elas=delas
em+os=nos
a+aquele=àquele
de+eles=deles
em+um=num
a+aquela=àquela
de+esta=desta
em+uns=nuns
a+aqueles=àqueles
de+este=deste
a + aquelas = àquelas
em +uma=numa
de + estas = destas
de+a=da
de+estes=destes
de+o=do
de+aquele=daquele
de+as=das
de+aqueles=daqueles
de+os=dos
de+aquela=daquela
de+um=dum de+uns=duns
de+aquelas=daquelas de+aqui=daqui
de+uma=duma
em+a=na
de+umas=dumas de + ela = dela
em+o=no
em + umas = numas em+esta=nesta em+este=neste em +estas=nestas em+estes=nestes per+a=pela per+o=pelo per+as=pelas per+os=pelos
Combinação a + o = ao
a + os = aos
a + onde = aonde
246
7TL.indb 246
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Significado das preposições Lugar: Vivo em São Paulo. Tempo: Choveu por dias. Matéria: Pegue o copo de plástico. Posse: A blusa de Juliana é linda. Companhia: Sairei com minha turma. Meio: Não ando de táxi. Origem: A excursão veio de Brasília. Oposição: O Corinthians jogará contra o Palmeiras sábado. Finalidade: A rua foi enfeitada para a Copa do Mundo. Causa: Muitos morreram de frio na Europa. Assunto: O professor falou sobre ética. Instrumento: Abriu a carta com uma faca. Algumas locuções prepositivas
acima de
além de
dentro de
diante de
em virtude de longe de
abaixo de
antes de
depois de
embaixo de
fora de
perto de
a fim de
atrás de
devido a
em frente de
junto a/de
por causa de
IX. PALAVRAS QUE MERECEM ATENÇÃO Parônimos acender: pôr fogo
ascender: subir, elevar-se
acento: sinal gráfico
assento: lugar para sentar-se
arrear: pôr arreios
arriar: abaixar
assoar: limpar o nariz
assuar: vaiar
bem-vindo: bem recebido ao chegar
benvindo: nome de pessoa
amoral: indiferente à moral
imoral: contra a moral, libertino
caçar: apanhar animais ou aves
cassar: anular
cavaleiro: homem que anda a cavalo
cavalheiro: homem educado, gentil
cela: pequeno quarto
sela: arreio
cheque: papel com ordem de pagamento
xeque: lance de jogo de xadrez, chefe de tribo
censo: recenseamento
senso: raciocínio, juízo
cerrar: fechar
serrar: cortar
seção: parte, repartição
sessão: reunião, duração de um programa
comprimento: extensão
cumprimento: ato de cumprir, saudação 247
7TL.indb 247
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concerto: espetáculo musical, acordo
conserto: ato de consertar, arrumar
coser: costurar
cozer: cozinhar
decente: elegante
descente: que desce
discente: aluno
docente: professor
descargo: alívio
desencargo: desobrigação de um cargo
descrição: ato de descrever, expor
discrição: reserva
despensa: lugar de guardar alimentos
dispensa: licença, liberação
emergir: vir à tona
imergir: afundar, mergulhar
estada: permanecer em algum lugar
estadia: permanência por tempo limitado
espectador: testemunha, o que assiste
expectador: que está na expectativa, espera algo
flagrante: evidente, incontestável
fragrante: perfumado
fusível: dispositivo de instalação elétrica
fuzil: arma de fogo
hora: espaço de tempo de 60 minutos
ora: conjunção, interjeição
mal: oposto de bem
mau: oposto de bom
laço: nó
lasso: cansado, frouxo
ouve: escuta
houve: existiu
peão: pedestre, trabalhador do campo
pião: brinquedo
ratificar: confirmar
retificar: corrigir
soar: emitir som
suar: transpirar
sortir: variar tacha: pequeno prego
surtir: resultar taxa: imposto, percentagem
tráfego: movimento, trânsito
tráfico: comércio lícito ou não, negociação
Acento muda o sentido ai / aí baba / babá bebe / bebê cai / caí camelo / camelô
coco / cocô de / dê esta / está exercito / exército maio / maiô
mas / más pais / país para / pará pode / pôde por / pôr
publico / público revolver / revólver sai / saí saia / saía secretaria / secretária
Formas variantes aluguel / aluguer
chipanzé / chimpanzé
loiro / louro
assoalho / soalho assobiar / assoviar cãibra / câimbra catorze / quatorze catucar / cutucar
cociente / quociente enfarte / infarto enumerar / numerar flauta / frauta flecha / frecha
maquiagem / maquilagem piaçava / piaçaba vassoura / bassoura
248
7TL.indb 248
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X. PALAVRAS E EXPRESSÕES QUE CAUSAM DÚVIDAS a / há / ah a: futuro / lugar.
Daqui a dois dias viajarei. Ontem fui a Brasília. há: passado (faz) / sinônimo de existir. Há (faz) dias não o vejo. Há (existem) muitas oportunidades aqui. ah: surpresa / espanto / admiração. Ah, era você que estava assustando as crianças! Ah, quanta alegria ao vê-lo!
por que / porque por que: perguntas em início de frase / ou quando indicar motivo, razão pelo(a) qual. Por que você faltou à aula ontem?
Não sabemos por que (motivo) agiu dessa forma. A estrada por que (pela qual) p assamos não era asfaltada. porque: resposta.
Não irei à festa porque terei de trabalhar.
mas / más / mais mas: contrário / sinônimo de porém, entretanto, todavia, contudo.
O time jogou muito bem, mas perdeu. más: oposto de boas.
São garotas más. mais: oposto de menos.
Se quiser mais informações, telefone-me.
ao encontro / de encontro ao encontro: aproximar-se, concordar.
Fui ao encontro de meus amigos. Suas ideias vão ao encontro do que acredito. de encontro: ir contra, chocar-se.
Suas ideias vão de encontro ao que acredito. O carro foi de encontro ao poste. 249
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GLOSSÁRIO Professor, o Glossário a seguir esclarece alguns termos encontrados nos textos e atividades deste volume. Para facilitar a consulta, as palavras foram dispostas em ordem alfabética, não necessariamente seguindo a sequência em que aparecem nos capítulos e unidades deste livro.
Alheamento: alienação, distração. Arguto: capaz de perceber rapidamente as coisas mais sutis; de espírito sagaz, penetrante. Baía: recôncavo no qual se pode aportar em um trecho do litoral. Bateia: recipiente de fundo cônico, usado em garimpo. Berloque: pingente, penduricalho, enfeite. Cajado: vara, pedaço de pau que serve de apoio para se caminhar. Carapinha: cabelo muito crespo. Centauro: ente fantástico, com rosto, torso e braços de homem, garupa e pernas de cavalo. Charneca: pântano, lodaçal. Ciclope: gigante com um olho único e redondo, na testa, que se caracteriza pela força
prodigiosa e por ser trabalhador e esforçado. Clérigo: sacerdote, membro do clero. Colza: planta resultante do cruzamento da couve e do nabo. Suas flores são amareladas e de
suas sementes se extrai o azeite de colza, utilizado na produção de biodiesel. Concebido: gerado, feito. Consternação: grande tristeza, dor, desolação. Córnico: relativo à Cornualha, condado no sudoeste da Inglaterra, Reino Unido. Destroçado: destruído. Empertigar-se: endireitar-se. Estrépito: rumor, algazarra, barulho. Exausto: cansado, esgotado. Exultar: exprimir grande alegria. Garbo: elegância, distinção.
250
7TL.indb 250
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Guinchar: soltar gritos como alguns animais. Imigrante: pessoa que se estabelece em um país estrangeiro. Impingir: constranger, obrigar alguém a ouvir algo. Inaudito: de que nunca se escutou falar, novo, desconhecido. Inquisição: tribunal eclesiástico instituído pela Igreja Católica no começo do século XIII com o
propósito de investigar e julgar pretensos hereges e feiticeiros, acusados de crimes contra a fé católica. Os condenados eram enviados ao Estado, para serem sentenciados. Insólito: incomum, anormal. Loquaz: falador, que fala muito, que demonstra prazer em falar. Maçom: que é membro da maçonaria. Maçonaria: associação universal – filosófica, filantrópica e educativa –, cujos membros
cultivam a filantropia, a justiça social, a humanidade, os princípios da liberdade, democracia e igualdade, o aperfeiçoamento intelectual e a fraternidade. Mouro: indivíduo do povo árabe (norte da África) que conquistou a Península Ibérica. Obstinado: firme, persistente, tenaz, inflexível. Pardacento: que tem a cor semelhante ao pardo. Perseverante: persistente, constante, firme, que permanece. Petrificar: transformar em pedra. Profecia: previsão do futuro, adivinhação. Promontório: elevação, saliência. Rapé: pó feito de folhas de tabaco, usado para inalação e que provoca espirros. Soturno: melancólico, tristonho, taciturno. Timing:
sincronismo, ajuste perfeito do tempo.
Unicórnio: animal fantástico, representado com o corpo de cavalo, chifre único no meio da
testa, barba de bode e cascos divididos.
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INDICAÇÕES DE LEITURAS COMPLEMENTARES UNIDADE 1 X
Capítulo 1
a iv t je b O
Em algum lugar do paraíso. Luis Fernando Verissimo.
Rio de Janeiro: Objetiva, 2011.
Este livro reúne 41 crônicas de Luis Fernando Verissimo. Com seu senso de humor refinado e olhar peculiar sobre coisas aparentemente banais do cotidiano, o autor mostra nesta coletânea as melhores qualidades do gênero crônica.
História dos nossos gestos. Luís da Câmara Cascudo. São Paulo: Global, 2003. O livro dos gestos e dos símbolos. 4. ed. Ruth Rocha e Otávio Roth. São Paulo:
Melhoramentos, 1992. Tem um E.T. na minha TV. Antonio Carlos Neves. Belo Horizonte: Formato, 2004.
X
Capítulo 2
O diário de Anne Frank . 38. ed. Anne Frank. Organização de Otho H. Frank. Tradução de Alves
Calado. Rio de Janeiro: Record, 2013. A internet em pequenos passos. Michele Mira Pons. São Paulo: Companhia Editora Nacional,
2005. (Coleção Pequenos Passos). Persépolis . Marjane Satrapi. São Paulo: Companhia das
Letras, 2007.
s a tr e L s a d ia h n a p m o C
A autobiografia em quadrinhos da iraniana Marjane Satrapi é publicada em volume único nesta edição, que reúne as quatro da história emocionou leitores Iraniana de todo oem mundo.partes Ela conta como oque advento da Revolução 1979 mudou sua vida de menina. EmPersépolis, o Oriente encontra o Ocidente e o Irã parece muito mais próximo do que poderíamos suspeitar.
252
7TL.indb 252
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A vida é pra valer: o diário de Fabiana. 6. ed. Antonio Carlos Vilela. São Paulo: Melhoramentos,
2008.
Filme Persépolis . Direção: Vicent Parronaut e Marjane Satrapi. França/EUA, 2007. Site
Sou da Paz: . Acesso em: 14 jan. 2015.
UNIDADE 2 X
Capítulo 1
Aquele tombo que eu levei . 3. ed. Toni Brandão. Ilustra ções de Orlando. São Paulo: Global, 2013. Bola no pé. Maria Alice Barroso. São Paulo: Global, 1996. O caneco de prata. 17. ed. João Carlos Marinho. São Paulo: Global, 2008. Uma história do futebol. 2. ed. José Roberto Torero. Rio de Janeiro: Objetiva, 2014.
X
Capítulo 2
Animália. Gianfrancesco Guarnieri. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 2005. Exercícios de palco . 2. ed. Maria Clara Machado. Rio de Janeiro: Agir, 1996. Hoje é dia de Maria. Luís Alberto de Abreu e Luiz Fernando Carvalho. São Paulo : Globo, 2006. Pluft, o fantasminha/O dragão verde . Maria Clara Machado. São Paulo: Companhia das Letrinhas, 2009. Teatro para a juventude. Tatiana Belink. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 2005.
Filmes re iv L m o S
Hoje é dia de Maria. Direção: Luiz Fernando Carvalho.
Elenco: Carolina Oliveira, Rodrigo Santoro, Letícia Sabatella, Osmar Prado, Fernanda Montenegro, Stênio Garcia, Laura Cardoso. Brasil, 2006. DVD, Som Livre. Classificação: 12 anos.
Minissérie de TV lançada em DVD, Hoje é dia de Maria conta as peripécias de uma menina em tom de fábula e de sonho. As histórias são inspiradas em narrativas populares, muitas delas presentes também na literatura de cordel.
253
7TL.indb 253
AM 5/18/15 8:42
O auto da compadecida. Direção: Guel Arraes. Brasil, 2001.
CD Os saltimbancos. Chico Buarque. Brasil, 1977. CD, Universal Music/Sonopress.
UNIDADE 3 X
Capítulo 1
As crônicas de Nárnia. Clives Stapes Lewis. São Paulo: Martins Fontes, 2005. Contos de fadas. Charles Perrault. Tradução de Monteiro Lobato. São Paulo: Companhia
Editora Nacional, 2002. (Coleção Clássicos Nacional). Contos de Grimm. Irmãos Grimm. Tradução de Monteiro Lobato. São Paulo: IBEP, 2012.
(Coleção IBEP Jovem). Mitos e lendas do Brasil em cordel. Nireuda Longobardi. São Paulo: Paulus, 2009. s lu u a P
Este livro busca resgatar a riqueza das personagens e lendas do Brasil. As histórias falam de guardiões da nossa fauna e flora, como o Saci, o Boto, a Iara, o Lobisomem, o Curupira, a Mula sem Cabeça, entre muitos outros. Histórias que fazem parte do patrimônio cultural do país epor que,versos por meio da literatura de cordel caracterizada rimados, são mais fáceis de serem memorizadas pelos jovens leitores.
Nós três. Lygia Bojunga. Rio de Janeiro: Casa Lygia Bojunga, 2005. O mistério da fábrica de livros. Pedro Bandeira. São Paulo: Moderna, 2010. Os príncipes do destino: história da mitologia afro-brasileira. Reginaldo Prandi. São Paulo:
Cosac & Naif, 2002. X
Capítulo 2
As mais belas histórias da Antiguidade Clássica . Gustav Schwab. São Paulo: Paz e Terra, 1996. v. 2. Divinas aventuras: história da mitologia grega. Heloísa Prieto. São Paulo: Companhia das
Letrinhas, 2000. Entre deuses e monstros. 2. ed. Lia Neiva. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2007. Ruth Rocha conta a Odisseia. Ruth Rocha. São Paulo: Salamandra, 2011. Vida, paixão e morte do herói. Autran Dourado. São Paulo: Global, 1997. 254
7TL.indb 254
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Filmes As crônicas de Nárnia: o leão, a feiticeira e o guarda-roupa. Direção: Andrew Adamson. EUA,
2005. Os Irmãos Grimm. Direção: Terry Giliam. Elenco: Matt Damon,
s e m il F a p o r u E
Monica Bellucci, Heath Ledger. EUA, 2006. DVD, Europa Filmes. Dublado. Classificação: livre.
Mistura de suspense e contos de fadas, neste filme as personagens são os Irmãos Grimm, os célebres autores de contos de fadas. Perseguidos pelas autoridades francesas, eles têm de enfrentar monstros de verdade e descobrir o segredo da Floresta Encantada. Bem ao gosto do diretor Terry Giliam, o filme é cheio de incríveis efeitos especiais.
UNIDADE 4 X
Capítulo 1
Assassinato na literatura infantil. João Carlos Marinho. São Paulo: Global, 2005. Histórias de crime e mistério. Edgar Allan Poe. São Paulo: Ática, 2000. Histórias de detetive. Vários autores. São Paulo: Ática, 1998. O escaravelho do diabo. 27. ed. Lúcia Machado de Almeida. São Paulo: Ática, 2011. O gênio do crime. 60. ed. João Carlos Marinho. São Paulo: Global, 2009. Os criminosos vieram para o chá. Stella Carr. São Paulo: FTD, 2001. Sherlock Holmes: o mistério do Vale Boscombe e outras aventuras. Arthur Conan Doyle. São
Paulo: Melhoramentos, 2000. Um cadáver ouve rádio. 15. ed. Marcos Rey. São Paulo: Global, 2014.
Filmes A família Addams. Direção: Barry Sonnenfeld. EUA, 1991. Direção: Raja Gosnell. EUA, 2002. Desventuras em série. Direção: Brad Silberling. EUA, 2004. Harry Potter e a câmara secreta. Direção: Chris Columbus. EUA, 2002. Harry Potter e a Ordem da Fênix. Direção: David Yates. EUA, 2007. Harry Potter e a pedra filosofal. Direção: Chris Columbus. EUA, 2001. Harry Potter e o cálice de fogo . Direção: Mike Newell. EUA, 2006. Harry Potter e o prisioneiro de Azkaban. Direção: Alfonso Cuarón. EUA, 2004. 255
7TL.indb 255
AM 5/18/15 8:42
O cão dos Baskervilles. Direção: Terence Fisher. Inglaterra, 1959. O enigma da pirâmide. Direção: Barry Leninson. EUA, 1985. O ratinho detetive. Animação Disney. EUA, 1986. O sexto sentido. Direção: M. Night Shyamalan. EUA, 1999. Percy Jackson e o Ladrão de Raios. Direção: Chris Columbus. Canadá/EUA, 2010. m il F x o F
O garoto-problema Percy Jackson tem experiências estranhas em que deuses e monstros mitológicos parecem saltar das páginas dos livros direto para a sua vida. Pior que isso: algumas dessas criaturas estão bastante irritadas. Um artefato precioso foi roubado do Monte Olimpo e Percy é o principal suspeito. Para restaurar a paz, ele e seus amigos – jovens heróis – terão de fazer mais do que capturar o verdadeiro ladrão: precisam elucidar uma traição mais ameaçadora que a fúria dos deuses.
X
Capítulo 2
A fórmula da esperança. Roberto Freire. São Paulo: Moderna, 2000. (Coleção Veredas). A revolta dos meninos. Roberto Freire. São Paulo: Moderna, 2002. (Coleção Veredas). Cajueiro sem sombra. Caio Porfírio Carneiro. São Paulo: Saraiva, 1997. (Coleção Jabuti). Furo de reportagem. Roberto Jenkins de Lemos. São Paulo: Saraiva, 2009. a iv ra a S
Nesta obra, uma turma de garotos investiga o sumiço de uma velhinha. A ideia era entrevistar alguns vizinhos da escola para o jornal dos alunos. Foi aí que o pessoal deu pelo sumiço de Dona Margô. Pior: aquelas pessoas esquisitas na casa da velhinha eram muito suspeitas. A investigação começou assim meio na brincadeira. Mas o que Chicão e sua turma iam descobrindo era muito absurdo. Ali tinha coisa. E das grandes!
Moleques de rua. 2. ed. Roberto Freire. São Paulo: Moderna, 2003. (Coleção Veredas). O empinador de estrelas. 3. ed. Lourenço Diaféria. São Paulo: Moderna, 2013. O praça quinze. Paula Saldanha. Rio de Janeiro: José Olympio, 1981. Sonhar é possível?26. ed. Giselda Laporta Nicolelis. São Paulo: Atual, 2006. (Coleção Entrelinhas). 256
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