Língua Portuguesa – Técnicas de Escrita
DESIGNAÇÃO Domínio ou UFCD Unidade: Módulo:
LÍNGUA PORTUGUESA – TÉCNICAS DE ESCRITA (50 HORAS)
Formador(a):
CARINA FONSECA
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Língua Portuguesa – Técnicas de Escrita
Objetivo do Documento: Este Manual foi concebido pelo Formador(a) Formador(a) do Módulo referenciado. Pretende-se que seja usado como elemento de Estudo e de apoio ao tema Abordado. O Manual Manual é um Complemento da da Formação e do Módulo, Módulo, não substitui os objetivos das Sessões de Formação mas sim complementa-as.
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Língua Portuguesa – Técnicas de Escrita ÍNDICE
Índice…………………………………………………………………………………………………………………………p.3 Objetivos……………………………………………………………………………………………………….………….p.4 Benefícios e condições de utilização…………………………………………………………………………p.4 Manual: I – Pontuação………………………………………………………………………………………………………….…p.5 II- Ortografia………………………………………………………………………………………………………….…p.5 III – Tipos e formas de frase………………………………………………………………………..………..p.6 IV – O que é a comunicação?.......................................................................p.7 IV- Comunicação ao nível da empresa………………………………………………………….…………p.9 V- Comunicações externas…………………………………………………………………………………….p.12 VI – Tipos de carta………………………………………………………………………………………….…….p.15 VII – Comunicações internas………………………………………………………………………………..p.15 VIII – Textos funcionais………………………………………………………………………………….…….p.18 IX – Acordo Ortográfico………………………………………………………………………………….…….p.22 X – Bibliografia…………………………………………………………………………………………………….…p.26
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Língua Portuguesa – Técnicas de Escrita OBJETIVOS A Língua Portuguesa, devido às suas especificidades, normalmente, apresenta dificuldades quer para estrangeiros quer para falantes nativos. É principalmente na escrita que se encontram as maiores dificuldades. Se por um lado encontramos dúvidas de cariz estrutural, isto é, a pontuação, a ortografia, a articulação das ideias. Por outro lado, defrontamo-nos com a especificidade do vocabulário e do estilo da linguagem da administração que nem sempre contribuem para uma compreensão inequívoca dos textos que se produzem. Esta ação de formação tem como objetivo sensibilizar os formandos para esta temática, bem como orientá-los para a importância da escrita na comunicação.
BENEFÍCIOS E CONDIÇÕES DE UTILIZAÇÃO O manual deve ser utilizado em todas as sessões de formação, uma vez que contém suporte teórico e exercícios para consolidação de conhecimentos. Por outro lado, servirá para consulta futura e esclarecimento de eventuais dúvidas.
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Língua Portuguesa – Técnicas de Escrita I Pontuação - Sinais fundamentais de pontuação: . , ;
:
…
- Sinais auxiliares de pontuação: « » - ( ) - Sinais de entoação: ? ! O Ponto Final
Marca uma pausa prolongada, termina uma frase, delimita uma
ideia. A Vírgula
Equivale a uma pequena pausa, separa elementos de uma enumeração
ou substitui um verbo omitido. O Ponto e Vírgula
Marca uma pausa mais prolongada do que a vírgula, mas não
equivale ao fim da frase. Separa as partes que se ligam ou opõem num mesmo período. Os Dois Pontos Marcam uma pausa prolongada e usam-se, normalmente, antes da enumeração de várias coisas ligadas entre si ou, então, para introduzir a fala de uma personagem no discurso direto. As Reticências Equivalem a uma pausa grande que corta a frase, deixando-a em suspenso. Indicam uma ideia que fica inacabada. Sugerem sentimentos que cabe ao leitor adivinhar. As Aspas
Empregam-se para indicar o início e o fim de citações textuais, para
salientar uma palavra ou expressão na frase ou, ainda, para referir o título de um jornal, de uma revista, de um livro… O Travessão
Serve para indicar a mudança de interlocutor nos diálogos ou,
então, para isolar uma palavra ou expressão no texto. Os Parênteses Marcam uma pequena observação intercalada numa ideia geral. O Ponto de Interrogação Exprime uma interrogação, isto é, indica que há uma pergunta direta. O Ponto de Exclamação
Emprega-se para exprimir admiração, espanto, alegria,
dor. Usa-se ainda para indicar uma ordem ou um desejo forte (frases de tipo imperativo). II Ortografia REGRAS DE ORTOGRAFIA Regra 1. Só entre vogais se escreve -rr- e -ss-. 2. Antes de -p e -b e no fim da palavra escreve-se m.
3. 4. 5. 6.
As palavras terminadas em -ação escrevem-se com ç . As palavras terminadas em -oção escrevem-se com ç . As palavras terminadas em -eição escrevem-se com ç . As terminações -aço e -aça escrevem-se com ç .
Exemplo
Massa, terra, carro… Campo, também, lombo, tempo… Negação, admiração, variação… Comoção, noção, loção… Afeição, refeição, eleição… Palhaço, cabaça, bagaço… 5
Língua Portuguesa – Técnicas de Escrita 7. As terminações -oço escrevem-se com ç . Exceção: fosso, colosso… 8. As palavras terminadas em - unção escrevem-se com ç . 9. As palavras terminadas em -iça e -iço escrevem-se com ç, desde que antes do ç não haja m. 10. As palavras terminadas em -issa e -isso escrevem-se com ss, desde que antes do i haja sempre m, excepto sumiço. 11. As palavras terminadas em -ice escrevem-se com c , sendo nomes próprios e palavras derivadas, exceto Clarisse. 12. Os verbos terminados em -ecer e palavras da mesma família escrevem-se com c . 13. As terminações -ância, -ência escrevem-se com c , mas a palavra ânsia (desejo forte) leva s. 14. Nas palavras em que o som s (forte) se repete, escreve-se primeiro c e depois ss. 15. As palavras começadas pelo som diss- escrevem-se com ss, exceto dicionário, dicéfalo e seus derivados. 16. As terminações ícia e ício escrevem-se com c . 17. O grupo pens escreve-se sempre com s.
Caroço, tremoço, pescoço… Junção, função, presunção… Preguiça, nabiça, maciço… Missa, compromisso, omisso… Burrice, pelintrice, Eunice… Conhecer, esquecer, arrefecer… Distância, ciência, inteligência… Processo, necessário, sucessivo… Dissílabo, dissolver, dissipar…
Malícia, polícia, sacrifício… Pensamento, compensa, pensar… 18. As palavras começadas por des- escrevem-se com s, exceto dezembro Desastre, desordem, deserto… e dez. 19. As terminações oso e osa escrevem-se com s, exceto gozo e goza. Formosa, manhoso, receosa… 20. As palavras começadas pres+vogal escrevem-se com s, exceto prezar Presença, presépio, presente… e seus derivados. 21. As palavras terminadas em -eza escrevem-se com z sendo nomes Beleza, nobreza, riqueza… derivados de adjetivos. 22. Os verbos pôr e querer não têm z. Pus, puseste, pôs, quis, quiseste… 23. As terminações -uzir escrevem-se com z. Conduzir, produzir, reduzir… 24. O som u tónico escreve-se sempre u. Escudo, brancura, formosura… 25. Nos verbos poder, pôr e noutros da mesma família, escrevem-se com Pudesse, puser, puder… u as formas verbais em que o E é aberto. III Tipos e Formas de Frase Frase é um enunciado com sentido completo, constituído por uma palavra ou conjunto de palavras e com uma ordenação determinada. Tipos de Frase: Declarativa - o emissor declara o seu pensamento ou exprime uma ideia: As crianças foram passear no jardim.
Interrogativa – o emissor formula uma pergunta: Quem ganhou esse prémio?
Exclamativa – o emissor exprime um sentimento forte: Que excelente música!
Imperativa – o emissor exprime: uma ordem – Sai já daí! um conselho – Veste um casaco, porque está frio. um pedido – Dá-me um chocolate, por favor.
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Língua Portuguesa – Técnicas de Escrita Formas de Frase Os tipos de frase, vistos anteriormente, podem apresentar diferentes formas: Afirmativa/Negativa:
As crianças possuem imaginação. (Declarativa/Afirmativa)
As crianças não possuem imaginação. (Declarativa/Negativa)
IV – O que é a comunicação? 1- Comunicação é o ato de transmitir e receber mensagens pela utilização de sinais ou de símbolos. 1.1 Elementos intervenientes no processo de comunicação. REFERENTE EMISSOR
MENSAGEM
RECETOR
CANAL
CÓDIGO Emissor: envia a mensagem ao recetor. Recetor: recebe a mensagem do emissor e interpreta-a. Mensagem: é a informação enviada. Canal: é o meio por onde circula a mensagem. Código: conjunto de sinais ou signos convencionais que permitem ao emissor enviar uma mensagem e ao recetor descodificá-la, compreendêla. Contexto: circunstâncias que envolvem a comunicação. 1.2 Alguns tipos de comunicação: A) comunicação unilateral – emissor B) comunicação bilateral – emissor
recetor recetor (diálogo)
C) comunicação multidirecional – comunicação num grupo (por ex.: escola, família) D) comunicação em presença – emissor e recetor no mesmo espaço E) comunicação à distância – emissor e recetor separados por espaços diferentes e/ou afastamento de tempo. 7
Língua Portuguesa – Técnicas de Escrita 1.3 Eficácia na comunicação: para que a comunicação seja perfeita, torna-se necessário afastar todos os obstáculos ou ruídos. 1.4 Ruído – é todo o obstáculo que afeta a transmissão e receção da mensagem. O ruído pode ter origem: a) No canal de comunicação: a altura do som; a intensidade, as interferências numa conversa telefónica, um erro tipográfico( gralha). b) No emissor: a gaguez, tom de voz… c) No recetor: deficiência auditiva, atenção, memória. d) No código: deficiente pontuação, erros ortográficos ou de sintaxe, desconhecimento do significado das palavras. 1.5 OBSTÁCULOS À COMUNICAÇÃO Extravio de informação Esquecimento Fraca capacidade cultural (há quem não saiba analisar o Diário da República) Avaria do telefone, do computador Ideias pré-concebidas Muitos níveis hierárquicos - dificuldade de circulação da informação Poucos níveis hierárquicos - sobrecarga de doc. para o chefe Falta de atenção, distracções Falta de tempo Falta de materiais Boatos e rumores Boato - mecanismo de informação de opinião, mensagem que pode não ser fundamentada em dados verídicos (factos), que circula normalmente através da comunicação oral e à medida que circula vai sofrendo alterações. Rumor - existe um facto que, ao circular, perde ou ganha pormenores. É uma mensagem deturpada. 1.6 AJUDAS PARA SUPERAR OS OBSTÁCULOS: Folhetos informativos, revistas, jornais da própria empresa. Funcionam como reforço da comunicação para informar todos os que se inserem na empresa (sócios, empregados). 2- Linguagem é qualquer sistema de sinais organizado tendo em vista a comunicação, isto é, é aquilo que permite a comunicação entre as pessoas. 2.1 Tipos de linguagem: a) Linguagem verbal (oral ou escrita) – é realizada comunicação por meio de palavras. b) Linguagem não-verbal: utiliza outros meios que não a palavra: - sonora: usa os sons (sirene, toque de campainha, toque militar) - gestual: usa os gestos (continência militar, piscar de olho, sinaleiro, dança, linguagem dos surdos-mudos…) - visual: usa a imagem (semáforos, sinais de trânsito, pintura, desenho) c) Linguagem mista – usa ao mesmo tempo a linguagem verbal e a não verbal (cinema, BD, televisão, ópera…)
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Língua Portuguesa – Técnicas de Escrita 3-Língua é um conjunto de elementos convencionais (signos) articulados que permitem a faculdade da linguagem. 4- Fala é o uso individual da língua. 5 . REGRAS PARA UM BOA COMUNICAÇÃO Directa Objectiva e simples Apresentação Cortesia (as formas de tratamento) Precisão, concisão e clareza (evitar palavras ambíguas) Diversidade de vocabulário 6.Na comunicação oral Tom de voz (simpática); Não utilizar ironia; Despida de todo o tipo de emotividade. 7.Na comunicação escrita Prudência; Escolha criteriosa das palavras; Rigor ortográfico; Construção gramatical correta; Pontuação cuidada. Atender ao assunto, tipo de comunicação, interlocutores e circunstâncias. .Vocabulário
Frases simples e curtas Palavras com significado preciso e não palavras ambíguas.
V- COMUNICAÇÃO AO NÍVEL DA EMPRESA 1 - TIPOS DE COMUNICAÇÕES NA EMPRESA 1. Comunicação vertical descendente 2. Comunicação vertical ascendente com. internas 3. Comunicação horizontal intra-empresa com. externas 4. Comunicação horizontal empresa-exterior 1.1. Comunicação vertical interna Estabelece-se entre níveis hierárquicos diferentes Têm a finalidade de informar, instruir, ordenar, convocar, solicitar informação ou serviço. As comunicações internas valorizam os recursos humanos, motivam as pessoas a atingirem os objetivos da empresa. 1.1.1. Comunicação vertical descendente
o emissor é o chefe, o receptor é o subordinado. Faz-se através de: Memorandos Ordens de Serviço Despachos Reuniões Circulares Manuais de procedimento Relatórios 1.1.2. Comunicação vertical ascendente
O emissor é o subordinado, o recetor é o chefe. Faz-se através de: Relatórios 9
Língua Portuguesa – Técnicas de Escrita Informações Exposições (oralmente) 1.2. Comunicação horizontal intra-empresa Informação que circula entre pessoas com o mesmo nível hierárquico. Ex. entre 2 secretários, entre 2 directores. Faz-se através de: Reuniões Exposições Memorandos Oralmente E ainda:... Comunicação oblíqua Comunicação emitida de um chefe de um departamento para os subordinados de outro departamento. Em termos de organograma a comunicação circula obliquamente. Comunicações informais São conversas espontâneas, comunicações orais, surgem da necessidade de satisfação de algumas informações. 1.3. Comunicação horizontal empresa-exterior também chamadas de comunicações externas. Uma outra classificação mais simples é feita distinguindo comunicações internas de comunicações externas. 1.4. Internas Servem para transmitir diretrizes, ordens, solicitar serviços, fornecer e veicular informações, requisitar material. Memorandos Convocatórias Atas Relatórios .... Circulares: São consideradas internas e externas. Informam sobre: Início de atividade Fim ou suspensão de atividade Modificação ou alteração Iniciativas ocasionais 1.5. Externas Cartas/ Ofícios Circulares Faxes 2 - NOÇÃO DE CORRESPONDÊNCIA Conjunto de documentos internos e externos emitidos e recebidos por uma empresa nas relações com os seus públicos. As comunicações da empresa são importantes pelo facto de: No interior operacionalizam seus serviços; No exterior projetam uma imagem. Empresa Chefias Níveis Médios Subordinados
Exterior: Autarquias Segurança Social Clientes Fornecedores Bancos Seguros Sindicatos
3 - FUNCÕES DA CORRESPONDÊNCIA 3.1.Internamente Transmitir instruções Solicitar serviços Fornecer os transmitir informações Convocar reuniões 10
Língua Portuguesa – Técnicas de Escrita Veicular documentação Requisitar material 3.2. Externamente Pedir / Enviar informações, documentos; Solicitar descontos, pagamentos, reformas; Propor fornecimentos, produtos; Responder a pedidos, propostas; Apresentar orçamentos; propostas; Resolver reclamações... 4 - NORMAS DE REDAÇÃO DA COMUNICAÇÃO ESCRITA Quando escrever, pense no destinatário; Escreva correctamente, com naturalidade e afectação; Nunca repita a mesma palavra ou expressão desnecessária; Forme frases curtas e escolha os termos mais apropriados à situação; Utilize a expressão atenuada, evitando os superlativos, o exagero, as expressões bombásticas; Identifique e ordene convenientemente os trabalhos, sobretudo os longos; Comece habitualmente pela função informativa e passe depois a apelativa; Sempre que necessário explique as razões que originaram a comunicação ou as finalidades com que ela é feita; Estabeleça a sequência lógica ou cronológica entre os períodos e os parágrafos; Encerre a comunicação com a fórmula mais adequada à resposta que pretende obter ou o objetivo a atingir. 4.1. Os acentos - função distintiva
O plural do singular - tem / têm O tempo verbal - chegámos / chegamos O masculino do feminino - avô / avó O verbo da preposição - de / dê O verbo duma conjunção - e/ i O verbo dum adjectivo - originária / originaria O verbo dum substantivo - intérprete / interprete
Para simplificar a redação recorre-se frequentemente à utilização de: Correspondência normalizada; Abreviaturas; Códigos; Formulários. 5 - ELEMENTOS PARA ELABORAR AS COMUNICAÇÕES
1ª Pessoa
3ª Pessoa
do singular: Nas comunicações centradas num responsável (gerente, representante) “venho...”, “agradeço...” do plural: Na correspondência comercial “Somos...”, “Pretendemos...” do singular: Nas comunicações socioprofissionais e administrativas “ A firma vem convidar...” do plural: Nas comunicações emanadas de grupos, empresas, etc. “ As empresas x e y têm o prazer de informar...” 11
Língua Portuguesa – Técnicas de Escrita
Impessoal - se
Impessoal - Voz Passiva
Nos anúncios dos media Nas informações desprovidas de remetente. “Avisa-se...”, “Comunicase...”, Faz-se saber...”, “Pede-se...” Nas comunicações internas Nos ofícios e anúncios de carater administrativo e socioprofissional - actas, comunicações, etc. “Têm sido recebidos...”, “Foram enviados...”
VI - COMUNICAÇÕES EXTERNAS 1- DEFINIÇÃO DE CORRESPONDÊNCIA COMERCIAL Conjunto de cartas e circulares que são relativas à correspondência mantida entre fornecedores e clientes. Para além da relação cliente/fornecedor, pode ser mantida também entre outras entidades. A correspondência comercial tem linguagem e estilo próprios. 1.1. Carta Dirigida de um emissor para um recetor. Diz respeito ao circuito comercial. No entanto, pode ser mantida também entre outras entidades. 1.2. Circulares De um emissor para vários recetores. Comunica um assunto de interesse geral. As circulares podem ser de caráter interno e externo. Interno: memorando, nota de serviço, ordem de serviço, comunicado Externo: carta, cartão-postal, desdobrável, folheto, cartaz, anúncio Uma circular pode encarar várias formas conforme o assunto que trata e a quem se dirige. Aviso de mudança de instalações Promoções, concursos Encerramento temporário Alterações de preços Feiras, exposições... 2 - VANTAGENS DE ENVIAR UMA CARTA Registo permanente e legal (serve de consulta ou prova); Documento pessoal e personalizado. A entidade a que se dirige vem mencionada; Obedece a uma estrutura (demonstra a seriedade, o cuidado e o interesse); Dá tempo ao remetente para se preparar Pode ser lida sempre que for necessário; Promove a imagem institucional da empresa; Mostra que há interesse no relacionamento; Pode ser menos dispendiosa (do que o telefone, por ex.). 3 - RAZÕES PORQUE UMA CARTA NÃO É BEM SUCEDIDA 3.1. Em relação ao remetente Falta de objectivo Falta de confiança Falta de tempo Problema de tom Não saber a quem escrever Deficientemente estruturada 12
Língua Portuguesa – Técnicas de Escrita Como traduzir os pensamentos por palavras? Incapacidade de se restringir ao assunto Frases descontroladas 3.2. Em relação ao Destinatário Endereço errado Palavras complicadas Impessoal Intimadora Disposição deficiente Ausência de ação evidente Ortografia deficiente Erros gramaticais Sem assunto Pontuação deficiente 4 - AS PERGUNTAS BÁSICAS Porquê? | Quem? | Quando? | Onde? | O quê? 4.1. Porquê É o objetivo da carta: Concretizar algo; Confirmar acordos, compromissos, contratos; Prestar informações; Justificar uma atitude; Pedir desculpas... Lembre-se: Qualquer carta deve agir no sentido de nos promovermos a nós e à empresa. Elas constituem anúncios gratuitos 4.2. Quem? Quem é o destinatário? A pessoa certa? Nome? Quem escreve a carta? Função? Conhecimento e autoridade? 4.3. Quando? Prazos Quando escrever 4.4. Onde? O destino da carta: endereço exato; para o estrangeiro, método de despacho. Onde escrever: Local calmo, sem interrupções. 5 - ESTRUTURA DA CARTA Há vários tipos de disposição, vários estilos. A empresa opta por um estilo próprio e deverá seguir sempre o mesmo estilo. 5.1.Cabeçalho ou timbre É centrado ou à esquerda Deverá conter: nome da empresa, nº de contribuinte, nº de registo, capital social, endereço, apartado postal, nº telefone. Fax, e-mail, URL... 5.2. Endereço do destinatário Colocado à esquerda Deve conter: nome da empresa; departamento, secção, a pessoa à atenção de quem vai a carta e o endereço. 5.3. Referências Indicação impressa que permitirá identificar e localizar as cartas mais rapidamente. É o espaço onde vão ser indicadas: as iniciais do remetente, o nº da comunicação (N/ Refª) os mesmos elementos referentes a uma comunicação anterior do n/ destinatário (V/ Refª:) 13
Língua Portuguesa – Técnicas de Escrita 5.4. Data Todas as cartas devem ser datadas. Pode colocar-se do lado direito, por baixo do destinatário; À esquerda a seguir ao cabeçalho e alinhado com o destinatário; Não se usam abreviaturas ou formas numéricas: deve ser, por ex: 5 de Agosto de 2000. Deve também colocar-se o local antes da data: Lisboa, 5 de Agosto de 2000 5.5. Assunto Trata-se de resumir o conteúdo da carta no menor nº de palavras, não deixando contudo, escapar todos os fatores relevantes para a posterior identificação da carta. 5.6. Vocativo É a forma de cortesia com a qual se inicia a carta. Ex.mos Senhores; V. Exª; Ex.ª; Senhor; Caro ... 5.7. Introdução O primeiro parágrafo da carta deve identificar claramente: A receção de qualquer comunicação anterior (com referência à data); Quem é o remetente; A razão porque escreve a carta. 5.8. Corpo da carta Constituído por factos, explicações, opiniões que desenvolvem o assunto ordenados de forma lógica. 5.9. Parágrafo de encerramento É o modo de terminar a carta (fórmulas finais), 5.10. Assinatura Por cima do nome e cargo escritos por extenso. 5.11. P.S. Anotação na margem que podem dizer respeito a qualquer pormenor que, por lapso, não foi incluído no corpo. 5.12. Anexos Espaço reservado para referir os documentos que acompanham a carta. 5.13. Iniciais identificativas De quem redige e de quem datilografou. 6 - REGRAS QUANTO À REDAÇÃO DE UM CARTA 6.1. Escreve-se com maiúsculas Abreviaturas de tratamento: Dr. Drª, Sr.; Nomes coletivos referentes a instituições: Igreja, Senado, Parlamento; Nomes de firmas à exceção dos artigos e preposições; Nomes das avenidas, ruas, praças, alamedas (quando o nome - por ex. avenida - não faz parte de um endereço não é com maiúscula); Nomes dos países, cidades (quando começam por artigos começa o nome é com maiúscula); A 1ª palavra depois do vocativo; A 1ª letra de cada linha de uma morada; Nomes de departamentos, setores e cargos da empresa; Nomes dos meses; Títulos dos livros. 6.2. Escreve-se com minúsculas Os dias da semana; A maior parte das abreviaturas, exceto as de tratamento; Os tratamentos ou formas de tratamento que não estejam abreviados ou não sejam formas divinas ex: senhor; Todas as palavras que não sejam nomes próprios nem estejam submetidas a regras especiais. 6.3. A pontuação Na data não se utiliza nenhum tipo de pontuação; 14
Língua Portuguesa – Técnicas de Escrita A seguir ao vocativo: dois pontos, vírgula ou nada; VII- TIPOS DE CARTA Numa relação comercial podemos considerar 3 fases e nestas fases incluir os vários tipos de comunicação existentes: 1ª FASE: INFORMAÇÃO Carta de envio Acompanha o envio dos documentos. Identificam-se os documentos que serão anexados. Estrutura: 1º: Justificação do envio (ou relacionamento com comunicações anteriores). Refere-se o que se vai enviar; "de acordo com o v/ pedido de ..., vimos por este meio enviar..."
2º: fecho da carta com menção a futuras comunicações. "aguardando a v/
resposta..."
Pedidos de informação Pedido de informação através de uma carta sobre produtos, pessoas, serviços, firmas, mercados. “Agradecemos informação acerca de...” Manifestar o interesse especificando: condições quantidades se fornecimento regular ou constante. No caso de informações sobre pessoas ou firmas, deve-se garantir a confidencialidade. OUTROS TIPOS DE CARTAS Carta de agradecimento (convite, atenção) Cartas de recusa (trabalho, convites...) Carta de felicitações Cartas de rectificação de erros VIII - COMUNICAÇÕES INTERNAS MEMORANDO Documento interno escrito de uma forma informal. Frequente nas grandes e médias empresas e serve para dar corpo a uma ordem, instrução ou informação que deve circular entre os vários departamentos. A mensagem deve ser sempre curta e objectiva. Obedece a uma numeração. Elementos Referências; De e para; Assunto; Data; Assinatura. Usa-se quando: Se quer levar a muitas pessoas a mesma mensagem: informação, mudanças, promoções, regalias, reuniões; acompanhar relatórios; estimular o pensamento ou acções dos indivíduos.
Data: Terça-Feira, 31 de Outubro Para: (Nomes) De (Nomes) Assunto: 15
Língua Portuguesa – Técnicas de Escrita cc (Nomes) com conhecimento
ORDEM DE SERVIÇO Tem uma redacção mais formal e implica uma responsabilização do receptor. Parte de um superior hierárquico para os subordinados. Muitas vezes é emitida em duplicado, devolve-se o duplicado assinado pelo receptor com a indicação da hora e dia em que foi recebida. Obedece a uma numeração Elementos nº; assunto; de e para; data; assinaturas. Ordem de Serviço nº n / ca / 96 Assunto: De: Para: O Conselho de Administração deliberou... Lisboa, 2 de Fevereiro de 1999 O conselho de administração Vogal
Presidente
RELATÓRIOS Comunicação organizada, fundamentada e comentada, sobre um facto ou conjunto de factos ocorridos ou ainda a decorrer. Funciona como elemento de informação, consulta ou prova e tem grande valor na análise e solução de problemas concretos, na transmissão e apresentação de resultados de acções de pesquisa, de inspecção e gestão, bem como no apuramento de responsabilidades. 1.TIPOS DE RELATORIO Formal / Informal Interno / Externo De rotina / acontecimento específico 2.SITUAÇÕES EM QUE SE PODEM APRESENTAR RELATÓRIOS Decorrer normal de um trabalho; Exercício de gestão; Estágios, estudos Infrações, acidentes; Vendas; Inspeções, revisões; Participações em congressos, conferências, seminários; Anomalias, avarias; Estudos de mercado; Peritagem; Relatório de contas. 3.FASES DE UM RELATÓRIO 16
Língua Portuguesa – Técnicas de Escrita 1º - Planear ou seja combinar organizadamente o trabalho e o tempo. Um relatório pressupõe duas fases: a preparação e a redacção. 3.1. Preparação Na preparação prévia devem ser considerados o redactor, o leitor e a matéria. 3.1.1.Redator
Se é a pessoa mais indicada para escrever o relatório e porquê. O redactor deve definir o tema e qual a finalidade do relatório. 3.1.2.Leitor
Cabe ao redactor identificar os leitores e deverá considerá-lo em todas as fases do relatório. 3.1.3.Matéria
O redator enfrenta uma série de questões: Qual o material que dispõe; Onde o encontra? Do que precisa? Como vai dispor saber onde procurar a informação, seleccionar o que for necessário, saber como dispor a informação
O redator deve recolher tudo o que disser respeito ao assunto: contactos, visitas aos locais, consulta de documentos, reuniões, entrevistas, questionários, consulta de relatórios anteriores. Posteriormente há que seleccionar a informação conforme os objetivos do relatório. Finalmente deve estruturar as ideias e fazer um esquema. 3.2. A redação Para a redacção do relatório há ater em atenção três aspetos: Estrutura Linguagem Apresentação 3.2.1. Estrutura
Nos relatórios mais simples introdução, desenvolvimento do tema e conclusão. Nos relatórios mais complexos: 1. Capa ou página de título- título do relatório, nome do autor, nome dos destinatários, data e referência (nalguns casos); 2. Índice - Deve conter todas as secções do relatório com referência às páginas, incluindo capítulos e subcapítulos; 3. Resumo - síntese geral para que o leitor tenha uma ideia geral do que trata o relatório; 4. Introdução - Introduzir o leitor para dentro do relatório. Define-se o objectivo do relatório (para que vai servir, o que deu origem). Explica-se a forma como vai ser desenvolvido e explica-se a o ordenamento dos temas, a metodologia; 5. Corpo de desenvolvimento - Narração dos factos, apresentação de toda a fundamentação para as conclusões e recomendações; o que se viu, o que se soube, o que se fez, o que se encontrou, o que se concluiu. 6. Conclusão - Resumo de todas as ideias apresentadas. Não podem aparecer dados novos. Num relatório muito longo, no fim de cada capítulo deve-se apresentar uma breve conclusão; 7. Recomendações - Sugerir alternativas à matéria tratada. As recomendações devem estar devidamente argumentadas e fundamentadas. 8. Anexos / Apêndice - documentos que podem vir a completar a informação do relatório. Os apêndices funcionam como dados suplementares (essenciais para completar os factos narrados) e como forma de actualizar o relatório. Glossário Pode ser de termos técnicos, uma listagem de abreviaturas. 9. Agradecimentos - No fim. Podem também vir no início a seguir ao índice. 10. Referências - Lista de material não publicado aos quais fomos recolher informação. 11. Bibliografia - Livros ou outras fontes de pesquisa. Apelido, nome do autor, nome do livro, nº de edição; local, editora, ano. 12. Glossário - Quando se trata de um relatório muito técnico deverá conter um glossário de termos. 3.2.2. Linguagem 17
Língua Portuguesa – Técnicas de Escrita A linguagem do relatório depende dos objectivos e do destinatário. Deve ser precisa, exacta - verificar se está a usar a palavra certa no trabalho certo; Breve e concisa. Evitar construções complexas. Quanto mais simples, mais eficaz è a comunicação e maior é o seu alcance; Clareza - não deve deixar lugar a ambiguidades e ideias erradas; Evitar palavras compridas; Usar a voz ativa, deve dar-se a informação pela positiva porque agarra mais a atenção do leitor; Deve ser feito na 1ª pessoa do singular. Quando realizado por várias pessoas na 1ª pessoa do plural; Ser concreto - usar termos práticos, evitar termos indefinidos (um certo, alguns...) Evitar a gíria; Frases curtas. Parágrafos curtos e frequentes. Cada nova ideia um novo parágrafo; O relatório deve ser completo e não deixar espaço a dúvidas; Deve-se ter em conta a pontuação, bem como a ortografia; Quando é criado por um grupo restrito, utilizando palavras muito técnicas, no fim do relatório deve-se criar um glossário. 3.2.3.Apresentação
A apresentação fica mais ou menos ao critério da pessoa. Se tiver de obedecer aos critérios da empresa, no caso de existirem normas, o relatório é mais ou menos pessoal, o que pode diversificar-se é o tipo de letra ou o aspecto. Deve dar-se atenção às margens, não inferiores a 2,5 cm (espaço suficiente para a encardenação); Destacar cabeçalhos, títulos e subtítulos que devem manter sempre o mesmo formato; As entre linhas devem ser de 1,5 cm ou duplas; Páginas numeradas. Numeração com clareza, lógica e coerência. QUESTÕES FINAIS A COLOCAR? O relatório está bem apresentado? É legível, em termos de linguagem, estilo e vocabulário? A matéria está apresentada da forma mais lógica possível? A argumentação é fácil de ser seguida? Conduz persuasivamente às suas conclusões e recomendações? É um documento convincente?
IX - Textos funcionais I REQUERIMENTO (Entidade a quem se dirige o pedido) Ex.mo Sr. Coordenador do CEFOSAP (…) Identificação completa do requerente (Nome) ___________________________________, (estado civil) _____, (Profissão) ___________________, (idade) _____________________, (residente em (Morada) ___________________, contribuinte nº _______________, Portador do Bilhete de Identidade/ Cartão do Cidadão nº _______________________, válido 18
Língua Portuguesa – Técnicas de Escrita até _____________________. (Assunto/ motivo do pedido) Vem requerer a V.ª Ex.ª que se digne a permitir-lhe ….___________________ (Fórmula de Pedido) Pede Deferimento (data/local) Santo Tirso, _____ de _______ de 2011. O Requerente ____________________ (Assinatura) II A CARTA A carta é algo pessoal, íntimo, intransmissível. Tipos de carta: * pessoal Características: correção gramatical, delicadeza, ordem e boa apresentação, manuscritas (preferencialmente), frases e linguagem simples. * comercial ou profissional (negócios, emprego) Características: Clareza: frases curtas, vocabulário cuidado, evitar expressões gastas e repetições; Concisão: evitar expressões inúteis e pormenores sem interesse, ir diretamente ao assunto; Precisão: uso do termo próprio e apropriado, apresentar as explicações necessárias; Tom: deve ser pessoal, cortês, ponderado, positivo; Atenção à ortografia, à sintaxe, à semântica, à pontuação, à acentuação, à translineação, à margem de parágrafos… III Convocatória É um documento usado para convocar, chamar as pessoas para participarem em determinada reunião. Deve conter os seguintes elementos: a) O título deve ser CONVOCATÓRIA b)
Quem é convocado
c)
Para quê
d)
Hora/dia/mês e ano
e)
Local da reunião
f)
Ordem de trabalhos
g)
Data da convocação
h)
Assinatura de quem convoca e carimbo
Exercício: Escreva uma convocatória de reunião de condóminos. 19
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IV A ata A ATA é um resumo do que ocorreu numa reunião, sobretudo das decisões aí tomadas. Como se faz? A ata deve registar: o número de ordem (da ata); o quando e o onde da reunião (data, hora, local); quem presidiu e presenças/ausências; a ordem de trabalhos; a síntese das principais intervenções e as decisões tomadas; a fórmula de encerramento; as assinaturas do presidente e do secretário (ou de todos os presentes).
Notas:
Numa ata, todos os números devem ser escritos por extenso. Os espaços em brancos devem ser trancados. Não deve haver rasuras, nem siglas ou abreviaturas. Em caso de omissão, no final, antes das assinaturas, devem escrever-se as palavras “Em tempo” e, de seguida, a parte omissa.
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Língua Portuguesa – Técnicas de Escrita
Introdução
Desenvolvimento
Acta número ______ Aos _______ dias do mês de __________ de _______(ano) reuniram ______________(local) ___________(quem)______________(presiden te), com a seguinte ordem de trabalhos: Ponto único:_____________________________ ou Ponto um: ______________________________ Ponto dois: _____________________________ …
Encerramento
A reunião abriu ____________________________ ____________________________________ ____________________________________ ________ Nada mais havendo a tratar, foi encerrada a reunião da qual se lavrou a presente acta que, depois de lida e aprovada, vai ser assinada pelo
V Ofício É um documento utilizado pelas empresas, associações, autarquias, etc., para troca de correspondência. Estrutura: a) Destinatário (canto superior direito) b) Número do ofício (à esquerda) c) Referência a cartas e/ou ofícios recebidos (ao centro) d) Data de envio do ofício (à direita) e) ASSUNTO f) Corpo do texto (onde se expõe o assunto) g) Fórmula de despedida (por exemplo: sem outro assunto de momento/ com os melhores cumprimentos)
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Língua Portuguesa – Técnicas de Escrita h) Assinatura do responsável pela empresa/entidade/autarquia/associação
VI Curriculum vitae Este documento resume essencialmente a vida profissional de uma pessoa e serve para concorrer a qualquer emprego, curso, cargo. Exercício: Escreva o seu CV. Cartas de Apresentação
O Curriculum Vitae deve ir acompanhado de uma carta de apresentação. O objetivo fundamental da carta de apresentação é o seguinte: por um lado, pretende despertar o interesse da pessoa que vai receber a candidatura, de forma a que o leia com a devida atenção; por outro lado, sobressair dados específicos do Curriculum Vitae, conferindo um caráter apropriado para o lugar a que se candidata. A carta de apresentação pode cumprir duas funções: responder a uma oferta publicada na imprensa ou apresentar uma candidatura espontânea. Na carta poderá mencionar os seus Objectivos Profissionais: Afirmação clara e concreta do tipo de trabalho que se quer ou a que se candidata; Capacidades e habilitações que se relacionam com o cargo; Objetivos a médio e a longo prazo; Qualquer habilidade que inclua deve ser coerente com o currículo e qualquer objetivo deve ser razoável e aplicado ao cargo a que concorre.
XI – O Acordo Ortográfico Mudanças em função do Acordo Alfabeto Base I • O alfabeto passa a ter 26 letras. Foram introduzidas as letras k, w, y •ABCDEFGHIJ KLMOPQRSTUVWXYZ • Usos: • siglas e símbolos de unidades de medida: W W W (world Wide Web),km , kg, K (potássio)
• palavras estrangeiras e seus derivados: antropónimos (nomes de pessoas e seus derivados) Kafka, kafkiano; topónimos (nomes de lugares e seus derivados) Kosovo, kosovar ; e outras palavras (léxico comum): show; playboy. Letra H Sequência de consoantes Base II • O h inicial: emprega-se quando tem valor etimológico: ( haver, homem, humor …); suprime-se quando a sua supressão está consagrada pelo uso ( erva, ervanário – a par da forma de erudita herbanário) • O h medial não se usa: ( reabilitar, coerdeiro); também não se usa em casos quando a base se aglutina ao prefixo ( lobisomem…). Base III
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Língua Portuguesa – Técnicas de Escrita • Suprimem-se as consoantes que não se pronunciam: estupefação, ação, ata, ator, atual, adjetivo, arquiteto, batizado, coleção, correto, didática, efetuar, espetáculo, injeção, ótimo, redação, subjetivo, subtração, trajeto…coletânea, conceção, exceto, infeção, ótico, receção, retângulo, sintático, vetor, deítico, datilografia, Egito . • Mantêm-se as consoantes que se pronunciam: Estupefacto, adepto, apto, compacto, convicção, corrupto, dicção, ficção, eucalipto, erupção, inepto, pacto, rapto, egípcio.
Acentuação gráfica das paroxítonas Base IX • Não se acentuam graficamente os ditongos representados por oi da sílaba tónica das palavras paroxítonas (acento tónico na penúltima sílaba): claraboia, heroico, paranoico, jiboia (este acento já não existia em comboio, dezoito). • Mas continuam a ser acentuadas as palavras oxítonas (acento tónico na última sílaba) e os monossílabos tónicos terminados em ói(s): herói, dói. • É facultativo o acento no pretérito perfeito do indicativo dos verbos em -ar (nós amámos/nós amamos ), na 1ª pessoa de plural do presente do conjuntivo (nós dêmos/nós demos). Acentuação • Não se coloca o acento circunflexo nas formas verbais (3.ª pessoa do plural do presente do indicativo ou do conjuntivo) terminadas em -eem: creem, deem, leem, veem;
• Não se coloca o acento agudo ou circunflexo em: para (indicativo e imperativo do verbo parar ); polo (poloaquático- desporto , polo celeste, - astronomia) , pelo (nome), pela (v. pelar ) e pela (nome), pera ( em coerência com casos semelhantes já consagrados: acerto – nome , acerto – verbo; acordo – nome, acordo – verbo); • Mas continuam as seguintes acentuações: pôde/pode; pôr/por; têm/tem; mantêm/mantém; convêm/convém; detêm/detém; intervêm/intervém.
Vogal tónica u • É eliminado o acento na vogal tónica u nas terminações verbais gue(s) e gui(s): averiguar_ eu averigue, tu averigues, eles averiguem (pres. do conj.); arguir_ tu arguis, ele argui (pres. do ind.), argui tu (imperativo); • É eliminado o acento na vogal tónica u nas terminações verbais que(s) e qui(s): obliquar_ eu oblique, tu obliques, ele oblique, eles obliquem (pres. do conj.); delinquir_ tu delinquis, ele delinqui (pres. do indic.), delinqui tu (imperativo). • No pretérito perfeito, cuja vogal tónica é i, mantém-se o acento gráfico: arguir_eu arguí . Uso do hífen nos compostos, locuções, encadeamentos Base XV • Emprega-se o hífen nas palavras compostas que não apresentam elementos de ligação: nominais ( ano-luz, decreto-lei ), adjetivais (azul-escuro, luso-brasileiro), numerais ( primeiro-ministro, mas primeira dama, segunda-feira), verbais (guardachuva, contagotas).
• Obs: Não se usa o hífen em certos compostos já aglutinados na língua ( girassol, mandachuva, madressilva, pontapé, paraquedas ). • Emprega-se o hífen em palavras compostas com valor onomatopaico: reco-reco, bla-blá-blá, zum-zum, tico-tico, cri-cri, pingue-pongue, zigue-zague, corre-corre…
Usa-se o hífen nos compostos entre cujos elementos há o emprego de apóstrofos (gota-d´ água, estrela-d´alva, copo-d´ água, pau-d´alho, mãe-d´água ). • Usa-se o hífen nas palavras compostas derivadas de topónimos (são-tomense, porto-riquenho). • Usa-se o hífen nas palavras compostas que designam espécies botânicas ( couveflor, ervilha-de-cheiro) e zoológicas ( cobra-capelo, andorinha-do-mar ) estejam ou 23
Língua Portuguesa – Técnicas de Escrita não ligadas por preposição, ou outros elementos de ligação. • Obs: não se usa o hífen quando estas palavras são empregadas fora do seu sentido original: bico-depapagaio (espécie de planta); bico de papagaio (deformação nas vértebras). Emprega-se o hífen nos topónimos compostos, iniciados pelo adjetivo grã ou grão (Grã-Bretanha, Grão-Pará), por forma verbal ou cujos elementos estejam ligados por artigo (Entre-os-Rios; Trás-os-Montes). • Os outros topónimos compostos escrevem-se separadamente, sem hífen. Exceção: Guiné-Bissau. • Obs: Não se usa hífen nas locuções substantivas ( cão de guarda, pé de vento, dia a dia, fim de semana), adjetivas (cor de vinho, cara de pau, cor de café com leite), adverbiais (à vontade, depois de amanhã ), verbais (leva e traz, diz que diz, sobe que sobe), prepositivas (abaixo de, quanto a), conjuncionais (logo que, por conseguinte). • Obs: Exceções consagradas pelo uso : mais-que-perfeito, ao deusdará, à queima-roupa… Emprega-se o hífen nos compostos com o advérbio bem e mal quando o elemento seguinte começa por vogal ou h (bem-estar, mal-humorado). • Obs: O advérbio bem (ao contrário de mal ) pode não se aglutinar com palavras começadas por consoante (bem-falante/malfalante, bemsoante/malsoante). • Obs: Em muitos compostos, o advérbio bem aparece aglutinado com o segundo elemento (benfazejo, benfeitor). • Emprega-se o hífen nos compostos com os elementos além (além-mar, além-fronteiras), aquém (aquém-fiar, aquém-Pirinéus), recém (recémnascido, recém-chegado), sem (sem-número, sem-vergonha).
• Emprega-se o hífen para ligar encadeamentos vocabulares como uma divisa (Liberdade-Igualdade-Fraternidade), um percurso (Porto-VianaCaminha), relações (Portugal-Angola), um voo (Lisboa-Porto). Base XVI • Nas formações com prefixos (ou falsos prefixos) de origem grega e latina, emprega-se o hífen nos seguintes casos: nas formações em que o segundo elemento começa por h (anti-higiénico, contra-habitual, extra-humano, préhistória, sub-hepático, super-homem, ultra-hiperbólico, neo-helénico, semihistórico). Obs: Não se emprega o hífen nas formações que contêm os prefixos dese in- e nas quais o segundo elemento perdeu o h inicial (desumano, inábil).
• Emprega-se o hífen se o prefixo terminar com a mesma letra com que se inicia a palavra: anti-ibérico, contra-almirante, auto-observação, eletro-ótica, micro-ondas.
• Não se emprega o hífen se o prefixo terminar com letra diferente daquela com que se inicia a palavra: autoavaliação, autoestrada, antiaéreo, autorretrato, semicírculo, superinteressante, aeroespacial, plurianual… • Se o prefixo terminar por vogal e a palavra começar por r ou s, dobram-se essas consoantes: antirracista, biorritmo, contrarregra, minissaia, ultrassom, suprassumo. • Emprega-se o hífen com os prefixos sub- e sob- antes de palavra iniciada por r : sub-região, sub-reitor, sub-regional . • Emprega-se o hífen com os prefixos circum- e pan- antes de palavra iniciada por m , n ou vogal : circum-navegação, pan-americano, pannegritude. • Emprega-se o hífen com os prefixos ex-, pós-, pré-, pró-, sota- vice- antes de palavra iniciada por vogal ou consoante: ex-aluno, ex-diretor, exhospedeira, pós-graduação, pré-história, pró-europeu, sota-mestre, vice-rei. • Emprega-se o hífen quando o prefixo termina em r e a palavra começa com a mesma letra: hiper-requintado, inter-resistente, super-revista. • Emprega-se o hífen com os prefixos ab-, ob- ad- diante de palavra , r : ab-rogar, ob-rogar, ad-digital (por exemplo, em começada por b, d *abrogar – perder-se-ia o valor da base). 24
Língua Portuguesa – Técnicas de Escrita Com o prefixo co- sucedem os seguintes casos: Se a palavra começa por vogal o , o prefixo junta-se à palavra: coobrigação, coorientação, coocorrência; Se a palavra começa por h, desaparece esta consoante: coabitação, coerdeiro; Se a palavra começa pelas consoantes r ou s dobram-se essas consoantes: corresponsável. • Não se emprega o hífen com os prefixos pre- e re- mesmo diante de palavra começada pela vogal e: preexistente, preelaborar, reescrever, reedição. • Emprega-se o hífen na formação de palavras com os advérbios não e quase: Nãoagressão, quase-delito, quase-nada… • Emprega-se o hífen quando a palavra é um estrangeirismo ( antiapartheid ), um nome próprio (anti-Europa), ou uma sigla ( mini- GPS).
Base XVII • Não se usa o hífen nas formas verbais hei de, hás de, há de, hão de . (formas monossilábicas do presente do indicativo do verbo haver). • “de” funciona como mero elemento de ligação ao infinitivo com que se forma a perífrase verbal (hei de ler ). Base XIX • Escreve-se com minúscula: os dias da semana ( segunda-feira) os meses do ano ( janeiro), as estações do ano ( primavera), os pontos cardeais (norte) - mas não as suas abreviaturas ( N ), axiónimos ( senhor Carneiro, cardeal Sousa, doutor Sá ). Opcionalmente (Senhor, Cardeal, Doutor ). • Escreve-se com maiúscula ou minúscula: títulos de obras ( A Máquina de Fazer Espanhóis / A máquina de fazer espanhóis), hagiónimos (santa Teresa / Santa Teresa), nomes de domínios de saberes (Matemática / matemática; Literaturas Modernas / literaturas modernas), indicações de espaços ( Rua de santa Catarina / rua de santa Catarina; igreja do Carmo / Igreja do Carmo). • Com maiúsculas, as siglas ( NATO) e as abreviaturas ( Sr., V.Ex.ª).
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Bibliografia AZEREDO, M. Olga, PINTO, M. Isabel Freitas M., LOPES, M. Carmo Azeredo, 1996. Da Comunicação à Expressão, Lisboa, Lisboa Editora. BORREGANA, António Afonso, 1996 . Gramática Universal da Língua Portuguesa, Lisboa, Texto Editora CUNHA, Celso, CINTRA, Luís Lindley. 2000. Nova Gramática do Português Contemporâneo, 15ª Edição, Lisboa, Edições Sá da Costa REI, J. Esteves. 1995. Curso de Redacção II – O Texto, Porto, Porto Editora. TEIXEIRA, Maria Ascensão, BETTENCOURT, Maria Assunção- Língua Portuguesa 8, http://ensinobasico.com/1o-ciclo/lingua-portuguesa-2o-ano/147-exercicios-de-ortografia-2oano, visitado em 15/09/2011
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