TECENDO LINGUAGENS LÍNGUA PORTUGUESA TANIA AMARAL OLIVEIRA Formada em Letras, Pedagogia e Psicologia pela Universidade de São Paulo (USP). Mestra em Ciências da Comunicação pela Universidade de São Paulo (USP). Formadora de educadores nas áreas de Língua Portuguesa e de Comunicação. Professora do Ensino Fundamental das redes pública e privada de ensino de São Paulo.
ELIZABETH GAVIOLI DE OLIVEIRA SIL SILVA VA Bacharel e licenciada em Linguística e Língua Portuguesa pela Universidade de São Paulo (USP). Professora do Ensino Fundamental e da Educação de Jovens e Adultos. Autora de livros didáticos de Língua Portuguesa e de Letramento e Alfabetização (Ensino Fundamental e EJA). Professora do Ensino Fundamental da rede particular de ensino de São Paulo.
CÍCERO DE D E OLIVEIRA SIL SILVA VA Bacharel em Comunicação Social pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). Graduando em Linguística e Língua Portuguesa pela Universidade de São Paulo (USP). Autor de livros didáticos de Língua Portuguesa e de Letramento e Alfabetização (Ensino Fundamental e EJA). Educador em projetos sociais nas áreas de Comunicação e Educação para a Cidadania.
LUCY APARECIDA MELO ARAÚJO Bacharel e licenciada em Língua Portuguesa e Linguística pela Universidade de São Paulo (USP). Especialista em Língua Portuguesa pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). Mestranda em Língua Portuguesa pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). Professora do Ensino Fundamental da rede particular de ensino de São Paulo.
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ENSINO FUNDAMENTAL LÍNGUA PORTUGUESA
MANUAL DO PROFESSOR
4a edição São Paulo 2015
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Coleção Tecendo Linguagens Língua Portuguesa – 6 o ano © IBEP IB EP, 2015
Diretor superintendente Diretora adjunta editorial Gerente editorial Coordenadora editorial Editora Assistente editorial Revisora técnica Coordenadora de revisão Revisores Secretaria editorial Assistentes de secretaria editorial Coordenadora de arte Assistentes de arte Coordenadora de iconografia Assistentes de iconografia Ilustradores Produção gráfica Assistentes de produção gráfica Processos editoriais e tecnologia Projeto gráfico e capa Imagens da capa Diagramação
Jorge Yunes Célia de Assis Maria Rocha Simone Silva Fabiana Panhosi Marsaro Karina Danza Márcia Chiréia Helô Beraldo Beatriz Hrycylo, Cássio Dias Pelin, Luiz Gustavo Bazana, Salvine Maciel, Sh eila Saad, Thiago Dias Fredson Sampaio Carla Marques, Karyna Sacristan, Mayara Silva Karina Monteiro Aline Martins, Gustavo Prado Ramos, Marilia Vilela, Thaynara Macário Neuza Faccin Bruna Ishihara, Camila Marques Victoria Lopes, Wilson de Castilho Jótah e Renato Arlem Ary Lopes Elaine Souza, Eliane M. M. Ferreira Elza Mizue Hata Fujihara Departamento de Arte – IBEP Fabio Colombini, Lisa F. Young/Shutterstock Young/Shutterstock Bertolucci Estúdio Gráfico
Os textos e as imagens reproduzidos nesta coleção têm fins exclusivamente didáticos e não representam qualquer tipo de recomendação de produtos ou empresas por parte do(s) autor(es) ou da editora.
4a edição – São Paulo – 2015 Todos os direitos reservados.
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APRESENTAÇÃO Caro aluno e cara aluna, Não sabemos quem vocês são, mas imaginamos que estejam curiosos para saber o que lhes trazem as páginas deste livro. Por isso adiantamos algumas respostas. Esta obra foi escrita especialmente para vocês que gostam de fazer descobertas por meio de trabalhos individuais ou em grupo e de se relacionar com as pessoas ao seu redor. Para vocês que gostam de falar, de trocar ideias, de expor suas opiniões, impressões pessoais, de ler, de criar e escrever, escrever, foram preparadas atividades que, certamente, farão com que gostem mais de estudar Língua Portuguesa. Estão duvidando disso? Aguardem os próximos capítulos e verão que estamos certos. Este livro traz algumas ferramentas para tornar as aulas bem movimentadas, cheias de surpresas. Vocês Vocês terão oportunidade opor tunidade de ler e interpretar textos dos mais variados gêneros: causos, mitos e lendas do Brasil e de outras regiões do planeta, textos teatrais, poemas, textos retirados de revistas e jornais, textos instrucionais, histórias em quadrinhos e muito mais. Mas não estamos rodeados apenas de textos escritos. Vivemos em um mundo em que a imagem, o som e a palavra falada ou escrita se juntam para construir atos de comunicação. Por isso, precisamos desvendar o sentido de todas essas linguagens que nos rodeiam para melhor interagir com as pessoas e com o mundo em que vivemos. Assim, descobriremos os múltiplos caminhos para nos comunicar. Acreditem: vocês têm uma capacidade infinita e, por isso, a responsabilidade de desenvolvê-la. desenvolvê-la. Pesquisem, expressem suas ideias, sentimentos, sensações; registrem suas vivências; construam e reconstruam suas histórias; sonhem, emocionem-se, divirtam-se, leiam por prazer; lutem por seus ideais e aprendam a defender as suas opiniões, oralmente e por escrito. Não sejam espectadores na sala de aula, mas agentes, alunos atuantes. Assim, darão mais sentido às atividades escolares, melhorarão seu desempenho nessa área e, com certeza, descobrirão a alegria de aprender. aprender.
Um abraço!
Os autores
CONHEÇA SEU LIVRO Paraa começo de conversa Par Momento inicial de cada capítulo, que propõe uma discussão prévia sobre o gênero ou o tema a ser estudado.
Prática de leitura
Momento de ler textos verbais e não verbais e desenvolver desenvolver a competência leitora. ANTES DE LER
Momento de explorar os conhecimentos prévios dos alunos sobre determinado tema ou gênero, levantar hipóteses e fazer inferências. POR DENTRO DO TEXTO
Momento de verificar se o texto e as informações que ele apresenta foram compreendidos e de interpretar também aquilo que não está escrito. TROCANDO IDEIAS
Momento de discutir oralmente sobre os aspectos apresentados pelo texto e de dividir com os colegas o que cada um compreendeu, as hipóteses e as opiniões. CONFRONTANDO TEXTOS
Momento de comparar os textos já lidos ou esses textos e outros apresentados na seção.
TEXTO E CONSTRUÇÃO Momento de organizar a aprendizagem sobre os textos, sua construção, forma, seus conceitos e sua definição.
TEXTO E CONTEXTO
Momento de ampliar a leitura e estabelecer est abelecer relações entre texto e contexto.
Momento de ouvir
Momento em que o professor pr ofessor fará a leitura de textos para a turma.
De olho na ortografia Momento de conhecer os aspectos ortográficos da língua e aprender a escrita correta das palavras.
Reflexão sobre o uso da língua Momento de estudar e refletir sobre os aspectos gramaticais da língua escrita e oral.
DE OLHO NO VOCABULÁRIO
Momento de conhecer os aspectos semânticos da língua e de usar o dicionário. APLICANDO CONHECIMENTOS
Momento de colocar em prática aquilo que foi estudado. APRENDER BRINCANDO
Momento de fixar os novos conhecimentos por meio de atividades lúdicas variadas. variadas.
Hora da pesquisa Momento de aprender de maneira mais autônoma por meio de pesquisas orientadas.
Atividade de criação Momento de produzir colagens, ilustrações e pequenos textos.
Na trilha da oralidade
Momento de analisar questões próprias da língua oral.
Produção de texto
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Momento de produzir textos orais e escritos.
Projetos em ação Momento de realizar um conjunto de atividades que resultam na elaboração de um produto final comum à turma ou a um grupo de alunos.
IMPORTANTE SABER Momento de organizar, ampliar e sistematizar os conhecimentos.
PARA VOCÊ QUE É CURIOSO Momento de ler curiosidades e informações interessantes sobre os gêneros ou os temas abordados no capítulo.
Leia mais Momento de conferir sugestões para ampliar as leituras feitas no capítulo.
Preparando-se para o próximo capítulo Momento de realizar atividades que exploram o tema do capítulo seguinte.
SUMÁRIO UNIDADE 1
13
SER E DESCOBRIR-SE Capítulo 2
Capítulo 1 QUEM É VOCÊ? ...............................................................14 X Para começo de conversa ................................... 14 TROCANDO IDEIAS ..................................................... 15 X
POETA APRENDIZ .........................................................37 X Para começo de conversa ................................... 37 X Prática de leitura ....................................................38 Texto 1 –
Conto .........................................................38 (A incapacidade de ser verdadeiro , Carlos Drummond de Andrade) POR DENTRO DO TEXTO .............................................39 TEXTO E CONSTRUÇÃO ..............................................39 DE OLHO NO VOCABULÁRIO .......................................39
Prática de leitura.................................................... 15 Texto 1 –
Tela ............................................................15 (Velázquez , 2000 , Rodrigo Cunha) POR DENTRO DO TEXTO ............................................. 15 X
Prática de leitura.................................................... 17 Texto 2 –
Romance (fragmento).............................. 17 (O menino no espelho, Fernando Sabino) POR DENTRO DO TEXTO ............................................. 18 MOMENTO DE OUVIR .................................................19 X
Reflexão sobre o uso da língua
........................ 20
X
Texto 2 –
Poema ....................................................... 41 (Ouriço , Ulisses Tavares) POR DENTRO DO TEXTO ............................................ 41 X
Substantivo Substantivos próprio e comum
Atividade de criação
TROCANDO IDEIAS......................................................43 POR DENTRO DO TEXTO .............................................43 TEXTO E CONTEXTO ...................................................44 TEXTO E CONSTRUÇÃO .............................................45 APLICANDO CONHECIMENTOS ...................................45
............................................23
Meu nome X
Prática de leitura ...................................................23 Texto 3 –
Crônica .....................................................23
(De quem são os meninos de rua? , Marina Colasanti) TROCANDO IDEIAS .....................................................25 POR DENTRO DO TEXTO ............................................25 TEXTO E CONSTRUÇÃO .............................................25 CONFRONTANDO TE XTOS .........................................26 X
X
Reflexão sobre o uso da língua ........................ 27 Substantivos simples e composto, primitivo e derivado, concreto e abstrato DE OLHO NO VOCABULÁRIO ...................................... 30 APRENDER BRINCANDO..............................................31 Prática de leitura....................................................31 Texto 4 – Retrato falado .......................................... 31
X
X
X
X
X
X
Produção de texto
X
Poema ......................................................50
POR DENTRO DO TEXTO .............................................50 TEXTO E CONSTRUÇÃO ............................................. 51
Reflexão sobre o uso da língua ........................ 53 Locução adjetiva APLICANDO CONHECIMENTOS ...................................55
Na trilha da oralidade ......................................... 57 Entonação
X
Prática de leitura ....................................................59 Texto 5 –
................................................35
Leia mais .................................................................36 Preparando-se para o próximo capítulo ........36
Prática de leitura ....................................................50 (O poeta aprendiz , Vinicius de Moraes)
Retrato falado X
47
Atividade de criação .............................................49 Texto 4 –
........................ 34
Flexão do substantivo (gênero, número e grau)
.......................
Poema ilustrado
X
Reflexão sobre o uso da língua
Reflexão sobre o uso da língua
APLICANDO CONHECIMENTOS ...................................48 APRENDER BRINCANDO ............................................. 48
..........................................33
Entrevista
................................................46
Adjetivo
POR DENTRO DO TEXTO ............................................32
Na trilha da oralidade
Produção de texto Poema
X
(Projeto UpDown ) X
Prática de leitura....................................................42 Texto 3 – Poema .................................................. 42 (Identidade , Pedro Bandeira)
APLICANDO CONHECIMENTOS ..................................22 APRENDER BRINCANDO .............................................23 X
Prática de leitura.................................................... 41
X
Trovas populares .....................................59 (“Fui ao mato...” , Vera Aguiar) TEXTO E CONSTRUÇÃO .............................................59 Produção de texto .................................................60 Livros de poemas da turma
CONFRONTANDO TE XTOS ..........................................63
Trova X
Prática de leitura....................................................62 Poema visual ............................................62 (Xadrez , Sérgio Capparelli e Ana Gruszynski) POR DENTRO DO TEXTO .............................................62
X
Texto 6 –
Projetos em ação .................................................. 63 Dia da poesia
X X
Leia mais ..................................................................64 Preparando-se para o próximo capítulo .........64
UNIDADE 2
65
SER E CONVIVER
POR DENTRO DO TEXTO .............................................91 TEXTO E CONTEXTO ...................................................92 CONFRONTANDO T EXTOS .........................................93
Capítulo 1 DA ESCOLA QUE TEMOS À ESCOLA QUE QUEREMOS ............................................................66 X Para começo de conversa ................................... 66 POR DENTRO DO TEXTO .............................................67 X
X
Relato de memórias X
Prática de leitura ....................................................67 Texto 1 –
(Na escola, Carlos Drummond de Andrade)
X
Reflexão sobre o uso da língua
.......................
74
X
X X
Variedade linguística Níveis de linguagem: formal e informal X
De olho na ortografia
..........................................76
Por que, porque, por quê, porquê APLICANDO CONHECIMENTOS ...................................77 X
Prática de leitura....................................................78 Texto 2 –
NOSSOS RELACIONAMENTOS ............................103 X Para começo de conversa ................................. 103 X Prática de leitura ..................................................104 Texto 1 –
Charge ....................................................104 (Rede social , Ivan Cabral) POR DENTRO DO TEXTO ...........................................104 CONFRONTANDO T EXTOS .......................................105
(Infância, Graciliano Ramos)
X
Prática de leitura ....................................................79
X
Texto 3 –
X
X X
X
X
Romance (fragmento II)........................... 79 (Infância, Graciliano Ramos) POR DENTRO DO TEXTO ............................................81 APLICANDO CONHECIMENTOS ..................................83 Reflexão sobre o uso da língua ........................ 83 Artigo APLICANDO CONHECIMENTOS ...................................84 Momento de ouvir ................................................86 Prática de leitura ....................................................86 Texto 4 – Romance (fragmento)........................... 86 (Gabriel Ternura, Edson Gabriel Garcia) POR DENTRO DO TEXTO ............................................88 CONFRONTANDO T EXTOS .........................................88 TEXTO E CONSTRUÇÃO .............................................88 Atividade de criação ............................................89 Descrição Prática de leitura ....................................................90 Texto 5 – Relato de memórias ................................90 (Sua presença em minha vida foi fundamental , Ziraldo)
Romance (fragmento) ..............................95 (A bolsa amarela, Lygia Bojunga) POR DENTRO DO TEXTO .............................................96 Reflexão sobre o uso da língua ........................ 97 Numeral APLICANDO CONHECIMENTOS ..................................99 APRENDER BRINCANDO ............................................ 101 Leia mais ...............................................................101 Preparando-se para o próximo capítulo ....... 102
Capítulo 2
Romance (fragmento I)............................ 78
POR DENTRO DO TEXTO .............................................79 TROCANDO IDEIAS......................................................79
Prática de leitura ....................................................95 Texto 6 –
Crônica ......................................................67
POR DENTRO DO TEXTO .............................................70 TEXTO E CONSTRUÇÃO .............................................70 TEXTO E CONTEXTO ...................................................72 CONFRONTANDO TE XTOS ..........................................72 TROCANDO IDEIAS......................................................73 DE OLHO NO VOCABULÁRIO .......................................73
Produção de texto .................................................93
Prática de leitura..................................................107 Texto 2 – Letra de canção .................................. 107 (Loadeando , Marcelo D2)
POR DENTRO DO TEXTO ...........................................108 TROCANDO IDEIAS.................................................... 110 X
Na trilha da oralidade ..........................................111 Marcas de conversação DE OLHO NO VOCABULÁRIO .................................... 112
X
Prática de leitura.................................................. 112 Texto 3 – Classificado poético .......................... 112 (Agenda poética, Telma Guimarães)
POR DENTRO DO TEXTO ........................................... 113 X
Prática de leitura.................................................. 114 Texto 4 –
Classificado de imóvel .......................... 114 (Apartamento amplo e reformado ) CONFRONTANDO TE XTOS ........................................ 114 X
Atividade de criação ........................................... 115 Classificado poético
X
Prática de leitura.................................................. 115 Texto 5 –
Página de agenda .................................. 115 (A agenda de Carol, Inês Stanisiere)
X
POR DENTRO DO TEXTO ........................................... 117 TROCANDO IDEIAS.................................................... 117 TEXTO E CONSTRUÇÃO ............................................ 117 Reflexão sobre o uso da língua ....................... 119
X
Verbo (I) APLICANDO CONHECIMENTOS ................................. 143 X
Pronomes pessoal e possessivo X
(Bilhete ao pai adotivo , Haydée S. Hostin Lima)
X
X
Diário íntimo X
Prática de leitura .................................................. 127 Texto 7 –
X
X
X
X
X
Romance (fragmento) ............................ 127 (O pequeno príncipe , Antoine De Saint-Exupéry) POR DENTRO DO TEXTO ........................................... 130 TEXTO E CONTEXTO ................................................. 131 TROCANDO IDEIAS ................................................... 132 TEXTO E CONSTRUÇÃO ............................................ 132 Atividade de criação ........................................... 133 Diálogo Reflexão sobre o uso da língua ....................... 134 Pronomes pessoal do caso reto e de tratamento (revisão) APLICANDO CONHECIMENTOS ................................. 135 Reflexão sobre o uso da língua ...................... 137 Formação de palavras – sufixo De olho na ortografia ........................................ 138 Palavras terminadas em -oso/-osa ...................... 138 Prática de leitura .................................................. 139 Texto 8 – Conto ...................................................... 139 (Uma lição inesperada, João Anzanello Carrascoza) POR DENTRO DO TEXTO ........................................... 141 TROCANDO IDEIAS ................................................... 141
Prática de leitura .................................................. 144 Texto 9 –
APLICANDO CONHECIMENTOS ................................. 123 Prática de leitura .................................................. 125 Texto 6 – Poema .................................................... 125 POR DENTRO DO TEXTO ........................................... 125 TROCANDO IDEIAS.................................................... 126 CONFRONTANDO TE XTOS ........................................ 126 Atividade de criação ........................................... 126
Reflexão sobre o uso da língua ....................... 141
X
Verbete ................................................... 144 (Taj Mahal, um palácio oriental ) POR DENTRO DO TEXTO ........................................... 145 TEXTO E CONSTRUÇÃO ............................................ 146 TEXTO E CONTEXTO ................................................. 147 Prática de leitura .................................................. 147 Texto 10 – Capa de revista .................................... 147 (Revista Toda Teen ) POR DENTRO DO TEXTO ........................................... 147 TEXTO E CONTEXTO ................................................ 147 TROCANDO IDEIAS.................................................... 148 Prática de leitura .................................................. 148 Texto 11 – Depoimento ..................................... 148 (Garotos contam: quando o virtual se torna real? , Capricho) POR DENTRO DO TEXTO ........................................... 149 TEXTO E CONSTRUÇÃO ............................................ 149
X
Reflexão sobre o uso da língua ....................... 150 Pontuação
X
Atividade de criação ........................................... 151 Depoimento pessoal
X
Prática de leitura .................................................. 151 Texto 12 –
X
X
X X
Texto didático-científico ...................... 151 (O primeiro amor é vivido em fantasia, Flávio Gikovate) POR DENTRO DO TEXTO ........................................... 152 TEXTO E CONTEXTO ................................................. 153 Atividade de criação ........................................... 155 Poema Projetos em ação ................................................. 155 Exposição sobre a história do bairro Leia mais ................................................................ 156 Preparando-se para o próximo capítulo ....... 156
UNIDADE 3
APRENDENDO COM A SABEDORIA POPULAR Capítulo 1
HISTÓRIAS QUE O POVO CONTA......................158 X Para começo de conversa ................................. 158 X Prática de leitura .................................................. 159 Texto 1 –
Causo ............................................................ 159 (Num rancho às margens do Rio Pardo , equipe
X X
Xico da Kafua)
X
POR DENTRO DO TEXTO ........................................... 160 DE OLHO NO VOCABULÁRIO ..................................... 160 Na trilha da oralidade ......................................... 161
Linguagem oral e escrita X
Reflexão sobre o uso da língua ....................... 163 Verbo (II) APLICANDO CONHECIMENTOS ................................. 164
Momento de ouvir............................................... 166 Prática de leitura .................................................. 167 Texto 2 –
X
X
157
Causo...................................................... 167 (O defunto vivo , Revista Dr Eco e Companhia) CONFRONTANDO TE XTOS ........................................ 167 Reflexão sobre o uso da língua ....................... 168 Verbo (III) APLICANDO CONHECIMENTOS ................................. 169 Prática de leitura .................................................. 169 Texto 3 – Causo. ..................................................... 169 (Aquele animal estranho , Mário Quintana) POR DENTRO DO TEXTO ........................................... 171 TEXTO E CONTEXTO ................................................. 171 DE OLHO NO VOCABULÁRIO .................................... 171
X
Na trilha da oralidade ......................................... 171
X
Versão para o final de uma fábula
Contação de causo X
Produção de texto ............................................... 172
X
X
Leia mais ................................................................173 Preparando-se para o próximo capítulo ....... 173
Capítulo 2
X
Fábula ..................................................... 181 (Quem tem razão? A lebre ou o leão? , Estadinho) POR DENTRO DO TEXTO ...........................................183 Na trilha da oralidade .........................................186 Debate regrado Reflexão sobre o uso da língua ...................... 187 Verbo (V) APLICANDO CONHECIMENTOS ................................. 188 De olho na ortografia .........................................189 Acentuação das oxítonas, paroxítonas e proparoxítonas APLICANDO CONHECIMENTOS ................................. 190 APRENDER BRINCANDO ............................................ 191 Momento de ouvir............................................... 191 Produção de texto ............................................... 191 Fábula Projetos em ação .................................................193
X
Coletânea de histórias que o povo conta
X
X
HISTÓRIAS QUE ENSINAM ............................... .....174 X Para começo de conversa ................................. 174 X Prática de leitura .................................................. 174
X
Texto 1 –
X
X
Fábula ...................................................... 174 (A cigarra e as formigas , Esopo) POR DENTRO DO TEXTO ........................................... 175 TEXTO E CONTEXTO ................................................. 175 TROCANDO IDEIAS.................................................... 176 Prática de leitura..................................................177 Texto 2 – Cordel ..................................................... 177 (A cigarra e a formiga, Severino José) CONFRONTANDO TE XTOS ........................................ 177 Reflexão sobre o uso da língua ....................... 179 Verbo (IV) APLICANDO CONHECIMENTOS ................................. 180
Prática de leitura.................................................. 181 Texto 3 –
Causo X
Atividade de criação ........................................... 181
X X
Sarau literário X X
Leia mais ................................................................194 Preparando-se para o próximo capítulo ....... 194
UNIDADE 4
NATUREZA E CULTURA EM CANTOS E IMAGENS Capítulo 1
Texto 1 –
Tira em quadrinhos................................ 197 (Tem alguma coisa babando embaixo da cama, Bill Watterson) POR DENTRO DO TEXTO ......................................... 198
X
X
Reflexão sobre o uso da língua ...................... 198
(Papa-Capim e Chico Bento , Mauricio de Sousa) POR DENTRO DO TEXTO ...........................................209 TEXTO E CONSTRUÇÃO ............................................209
Interjeição APRENDER BRINCANDO .......................................... 199 X
Prática de leitura ..................................................200 Texto 2
– História em quadrinhos ........................200
X
(Yukon Ho! , Bill Watterson)
POR DENTRO DO TEXTO ......................................... 200 TEXTO E CONSTRUÇÃO ............................................201 TROCANDO IDEIAS ...................................................201 X
Reflexão sobre o uso da língua
.....................
202
Verbo (VI) APLICANDO CONHECIMENTOS .................................203 X
– História em quadrinhos ........................204 (Ecologia em quadrinhos , Luca Novelli) POR DENTRO DO TEXTO ..........................................205 TEXTO E CONSTRUÇÃO ............................................206 TROCANDO IDEIAS ...................................................207 Na trilha da oralidade .........................................207 Exposição oral Prática de leitura ..................................................209 Texto 4 – Tiras em quadrinhos .............................209 Texto 3
CONSTRUINDO UM MUNDO LEGAL ..............196 X Para começo de conversa ................................. 196 X Prática de leitura .................................................. 197
X
195
Prática de leitura ..................................................204
Prática de leitura.................................................. 210 Texto 5 –
X
Tira em quadrinhos ............................... 210 (Toda Mafalda, Quino) POR DENTRO DO TEXTO ........................................... 211 Prática de leitura.................................................. 211 Texto 6 – Charge .................................................... 211 (Ipad? Ai fome!, Erasmo) POR DENTRO DO TEXTO ......................................... 212 CONFRONTANDO TE XTOS ........................................ 212
X
Produção de texto ............................................... 214 História em quadrinhos (HQ)
X X
Leia mais ................................................................216 Preparando-se para o próximo capítulo ....... 216
POR DENTRO DO TEXTO ......................................... 227 X
Hora da pesquisa .................................................228 Músicas preferidas da turma
X
Prática de leitura ..................................................229 Texto 5 –
Capítulo 2 O POVO CANTA A ARTE E A CULTURA ......... 217 X Para começo de conversa ................................. 217 X Prática de leitura .................................................. 219 Texto 1 –
X
X
X
X
X
X
Letra de canção ...................................... 219 (Avião avuadô , Carlos Farias e Coral das L avadeiras) POR DENTRO DO TEXTO ......................................... 220 Na trilha da oralidade .........................................220 Marcas de oralidade Prática de leitura..................................................221 Texto 2 – Letra de canção ..................................... 221 (Sabiá de Melão, Vavá Machado e Marc olino) POR DENTRO DO TEXTO ......................................... 221 Na trilha da oralidade .........................................222 Variação linguística Prática de leitura ..................................................222 Texto 3 – Partitura .................................................222 (Princípio da Marcha Turca ( opus n. 11) , Mozart) TEXTO E CONSTRUÇÃO .......................................... 223 De olho na ortografia .........................................224 Acentuação das oxítonas APLICANDO CONHECIMENTOS ............................... 225 Prática de leitura ..................................................226 Texto 4 – Letra de canção ......................................226 (Reisado , Teddy Vieira)
X
X X X
X
X
X
X
X
Letra de canção ......................................229 (Manguetown , Chico Science, Lúcio e D engue) POR DENTRO DO TEXTO ......................................... 230 DE OLHO NO VOCABULÁRIO ................................... 230 Reflexão sobre o uso da língua ....................... 231 Pronome demonstrativo APLICANDO CONHECIMENTOS ............................... 232 Prática de leitura ..................................................233 Texto 6 – Letra de canção ......................................233 (Rapaz caipira, Renato Teixeira) POR DENTRO DO TEXTO ......................................... 233 TEXTO E CONSTRUÇÃO .......................................... 234 Reflexão sobre o uso da língua .......................234 Frase APLICANDO CONHECIMENTOS ............................... 235 Prática de leitura ..................................................236 Texto 7 – Letra de canção ......................................236 (Três cirandas de Pernambuco , Domínio público) POR DENTRO DO TEXTO ......................................... 236 CONFRONTANDO TE XTOS ........................................237 Produção de texto ...............................................238 Verbete Projetos em ação .................................................239 HQ sobre o meio ambiente Campanha informativa “A natureza é da gente” Quem conhece um ar tista popular?
Apêndice ..........................................................................................................................................................241 Glossário ..........................................................................................................................................................267 Indicações de leituras complementares ..................................................................................................269
UNIDADE
SER E DESCOBRIR-SE
1
Às vezes, você se sente corajoso(a), às vezes, um(a) grande medroso(a)? Pois saiba que é assim com todo mundo. Nas próximas páginas, você vai pensar e discutir sobre isso com seus colegas. Poderá se apresentar, falar sobre seus desejos, seus sentimentos. Você ainda terá a oportunidade de conhecer um pouco mais sobre seus colegas e, assim, quem sabe, fazer novas amizades. Você gosta de desvendar charadas? E de participar de jogos? Então prepare-se para fazer tudo isso. Depois da leitura dos textos desta unidade, você vai refletir sobre vários aspectos do funcionamento da língua. E que tal conhecer melhor as características de um texto poético? Lendo muitos poemas, observando o ritmo, o trabalho especial com as palavras, os sons, você ficará com uma ideia mais clara do que sejam os poemas, aprenderá a apreciá-los e poderá até mesmo escrever alguns. Existe ainda um estudo sobre trovas populares, poesias cantadas pelo povo Brasil afora. Prepare-se para se emocionar e, quem sabe, descobrir que você também é um poeta. Que a alegria de aprender seja a sua companheira! Bom trabalho!
13
O L U T Í P A C
1
QUEM É VOCÊ?
Para começo de conversa
Você já ouviu falar no Menino Maluquinho? O que
Resposta pessoal. Professor, se necessário, informe aos alunos que o Menino Maluquinho é uma personagem criada pelo escritor e cartunista Ziraldo Alves Pinto, em 1980, e protagoniza um livro com seu nome. A obra apresenta histórias de um menino alegre e sapeca que caiu no gosto dos brasileiros, e serviu de inspiração para uma peça teatral, filmes, histórias em quadrinhos e uma série de TV. Uma das principais características dessa personagem é usar uma panela chapéu. Veja mais informações sobre Ziraldo no sabe sobre ele? como Manual do Professor (de agora em diante, referido apenas como Manual).
Leia a seguinte história em quadrinhos e divirta-se com as invenções da personagem.
o d l a r i Z
ZIRALDO. As melhores tiradas do Menino Maluquinho . São Paulo: Melhoramentos, 2000. Professor, sugerimos que as atividades a seguir sejam respondidas pelos alunos organizados em duplas ou em pequenos grupos.
1. A personagem principal dessa história vive um conflito. Qual é ele? Tem dificuldade para escolher um visual para sair.
2. O Menino Maluquinho, ao escolher o boné, acaba optando por um visual mais antigo ou mais moderno? Por que você acha que ele fez essa opção?
Resposta possível: Ele opta por um visual mais moderno. Provavelmente, porque bonés são muito usados pelos garotos de sua geração.
3. Ao usar o boné por cima da panela, o que a personagem mostra? Resposta possível: Mostra que, mesmo usando um visual novo, ele não deixa de ser quem é, ou seja, afirma sua identidade.
4. No texto, a mãe do Menino Maluquinho emite uma opinião sobre as escolhas do filho. a) Transcreva do texto o(s) trecho(s) em que a mãe dá sua opinião. “Graças a Deus ele vai deixar de andar por aí feito um maluco!”
b) De acordo com o que você entendeu do texto, o Menino Maluquinho se deixou influenciar pela opinião da mãe? Como você concluiu isso? Não, porque, mesmo a mãe demonstrando um incômodo com a maneira diferente de ser do menino, Maluquinho mantém o seu comportamento e gosto pessoal.
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5. Em sua opinião, Maluquinho gosta de ser quem é? Por quê?
Resposta possível: Sim, pois, apesar de querer inovar um pouco o visual, não deixou de lado aquilo que já é sua marca, que já faz parte de sua identidade, aquilo que também o torna o Menino Maluquinho.
6. Observe com atenção os gestos e as expressões faciais de Maluquinho nos seis primeiros quadrinhos. O movimento dos braços se altera? O que a posição dos braços e das mãos sugere sobre a a cada quadrinho os braços e as mãos se encontram em uma posição diferente. personagem? Explique. Sim, As diferentes posições sugerem que a personagem está em dúvida sobre alguma coisa.
7. As expressões faciais do garoto combinam com o que ele está dizendo? Explique sua resposta com base no que acontece em um dos quadrinhos.
Sim. Uma das mãos na boca (2o e 3 o quadrinhos) significa que a personagem está refletindo sobre o seu visual, Maluquinho observa atentamente o que vê no espelho.
8. Para construir esse texto, o autor usou imagens e palavras. Em sua opinião, se as imagens fossem retiradas, o texto transmitiria as mesmas ideias? Por quê?
Não. Apenas as falas das personagens não alcançariam o sentido que a história completa transmite. Por exemplo, quando Maluquinho se refere ao visual, dizendo que não está bom, não seria possível saber a que visual ou mesmo a que personagem a história se refere.
9. Um leitor que ainda não conhece o Menino Maluquinho consegue identificar, pelo texto, o nome da personagem? Por quê?
Sim, pois o nome da personagem aparece como uma espécie de título, do lado esquerdo dos quadrinhos.
TROCANDO IDEIAS
1. Às vezes você também se sente como o Menino Maluquinho? Por quê? 2. Como os adultos costumam tratá-lo? 3. Como você reage ao receber esse tratamento dos adultos? 4. Observando a si mesmo e aos colegas, que conflitos você considera comuns na sua faixa etária? Respostas pessoais. Professor, estimule a turma a compartilhar suas vivências. Aproveite esse momento para conversar com os alunos sobre questões relacionadas à transição da infância para a adolescência e sobre a passagem do 5o para o 6o ano, que costuma ser uma fase bastante delicada para alguns deles.
Prática de leitura
Texto 1 – Tela
Professor, os alunos terão mais elementos para fazer a dedução se antes forem levantadas, com eles, outras palavras que comecem com o prefixo auto. Sugerimos que esse levantamento seja feito oralmente em sala de aula antes que respondam à questão 2.
r a l u c i t r a P o ã ç e l o C
ANTES DE LER
1. Para você, o que é uma obra artística? Dê
exemplos de uma obra de arte que você conhece. Resposta pessoal.
2. Você sabe o que é um autorretrato? Sabe
o que significa essa palavra? Resposta pessoal.
1. Resposta possível: A imagem de um rapaz refletida no espelho e a parte inferior do seu corpo, com uma das mãos segurando uma caixa com tintas; há outros elementos que compõem a cena, como latas de tinta embaixo do espelho, um copo de água e um livro do pintor Velázquez sobre um móvel, o chão de ma POR DENTRO DO TEXTO deira. Professor, incentive os alunos a observar os detalhes da tela, pois são importantes para compreender o sentido da imagem.
1. O que você vê na imagem da tela? 2. É possível saber como é a pessoa que está
com o suporte de tintas na mão? O que você acha que ela está fazendo? Sim, pois a sua imagem está refletida no espelho. Ela está pintando a si própria.
3. Para você, o que representa a imagem na tela? Expresse sua opinião e procure saber o que pensam seus colegas de turma. Resposta possível: Esse quadro poderia ser uma tela em um cavalete no qual o artista pinta seu autorretrato ou um espelho.
Velázquez, 2000 (1976), de Rodrigo Cunha.
Acrílica sobre tela, 202 cm × 143 cm.
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IMPORTANTE SABER
Autorretrato é o retrato que uma pessoa faz de si mesma em forma de desenho, pintura, gravura ou descrição escrita ou oral. Como o autorretrato é a representação que o artista faz de si mesmo, ele registra a seu modo como se vê ou como gostaria de ser visto.
4. É possível afirmar que essa tela é um autorretrato? Por quê? Sim. Porque revela a imagem de um artista pintando a si próprio.
5. Pela imagem, podemos deduzir se o artista está sério ou bem à vontade, se é jovem, triste, calmo etc.? Que expressões ele transmite?
Resposta possível: Sim, a imagem revela um artista jovem, que demonstra estar calmo e à vontade, pintando seu autorretrato. A tela não revela sentimentos de tristeza ou alegria.
6. Na imagem, há elementos estáticos, parados, e elementos que revelam movimento, atividade. Quais são?
Resposta possível: Há elementos estáticos (os que estão ao redor do espelho), que contrastam com a atividade, o movimento do artista pintando a tela.
7. Que impressões ou sensações sugerem a você as cores escolhidas pelo artista?
Resposta pessoal.
8. O artista se preocupou em apenas retratar a sua imagem na tela? Ou ele quis mostrar o ambiente em que se encontra?
Ele quis mostrar também o ambiente de trabalho dele, a sua própria atividade e como ele a realiza.
9. Na tela aparece parcialmente o nome de outro pintor: Velázquez. Identifique o objeto presente no ambiente da tela que faz referência a esse pintor. O livro, que está sobre um móvel e tem o título Velázquez .
10. Você sabe quem foi Velázquez? Leia o próximo texto. a i c n e l a V e d s o l r a C n a S e d s e t r A s a l l e B e d a i m e d a c A l a e R
Diego Rodríguez de Silva Velázquez (1599-1660) Pintor barroco, nascido em Sevilha, Espanha, manifestou desde muito cedo seu talento para a pintura. Velázquez é considerado um pintor de grande maestria técnica. Ele ganhou prestígio como um mestre pintor de retratos e influenciou outros pintores que vieram depois dele. As meninas é considerada sua obra mais importante. Autorretrato (1640), de Diego
Velázquez. Óleo sobre tela, 45 cm × 38 cm.
11. Para responder às questões seguintes, releia as informações apresentadas na legenda e no crédito da tela do texto 1.
a) O segundo nome que aparece refere-se ao pintor da tela. Copie-o no caderno.
Rodrigo Cunha.
b) A expressão “acrílica sobre tela” traz uma informação sobre a pintura. Qual? A expressão refere-se à técnica usada na pintura: a tinta acrílica sobre tela.
c) Você sabe em que lugares costumam ser expostas as telas dos pintores? Em museus ou galerias de arte.
d) Pelas informações, a tela está exposta em algum desses lugares? A quem pertence essa obra? Pelas informações do texto, a tela não está exposta nesses lugares, é de coleção particular, mas não se revela o nome do proprietário.
12. E você, já observou a sua imagem no espelho durante algum tempo? Por que você acha que muitos jovens se preocupam em fazer isso?
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Resposta pessoal.
13. Você se vê da mesma forma que as pessoas o enxergam? Por quê?
Resposta pessoal.
IMPORTANTE SABER
Você observou que o texto “O Menino Maluquinho” e o texto 1 foram nomeados, respectivamente, de história em quadrinhos e tela? “O Menino Maluquinho” apresenta imagens e palavras. Já o texto 1 não apresenta palavras, só imagem. Embora eles sejam diferentes, foi possível interpretar o que cada um deles quis transmitir. Por esse motivo, podemos dizer que fizemos uma leitura da história em quadrinhos e também da tela. Quando um texto possui imagens e não possui palavras, dizemos que ele é um texto não verbal ou visual. Quando possui apenas palavras, é chamado texto verbal. O texto composto de imagens e palavras ao mesmo tempo é chamado verbal e não verbal ou icônico-verbal.
14. Responda: a) Que texto lido anteriormente é apenas visual?
A tela.
b) Qual é o texto verbal e não verbal lido até agora?
A história em quadrinhos.
Prática de leitura
Texto 2 – Romance (fragmento) ANTES DE LER
1. Observe as características do próximo texto. Ele é um texto verbal, visual ou ambos?
Explique.
Ele apresenta apenas palavras; então, é um texto verbal.
2. Leia apenas o título do próximo texto e faça sua hipótese: De que assunto a história vai tratar?
Que personagens você supõe que ela irá apresentar?
Resposta pessoal. Professor, neste momento o objetivo é apenas fazer o levantamento de hipóteses dos alunos. Elas serão retomadas durante a leitura.
O menino no espelho Levantava a perna, e ele levantava também, ao mesmo tempo. Abria os braços e ele fazia o mesmo. Coçava a orelha, e ele também. Mas o que mais me intrigava era a única diferença entre nós dois. Sim, porque um dia descobri, com pasmo, que, enquanto eu levantava a perna esquerda, ele levantava a direita; enquanto eu coçava a orelha direita, ele coçava a esquerda. Reparando bem, descobria outras diferenças. O escudo da escola, por exemplo, que eu trazia colado no bolsinho esquerdo do uniforme, na blusa dele era no direito. Para testar, coloco a mão direita espalmada sobre o espelho. Como era de se esperar, ele ao mesmo tempo vem com a sua mão esquerda, encostando-a na minha. Sorrio para ele e ele para mim. Mais do que nunca me vem a sensação de que é alguém idêntico a mi m que está ali dentro do 17
m e l r A o t a n e R
espelho, se divertindo em me imitar. Chego a ter a impressão de sentir o calor da palma da mão dele contra a minha. Fico sério, a imaginar o que aconteceria se isso fosse verdade. Quando volto a olhá-lo no rosto, vejo assombrado que ele continua a sorrir. Como, se agora estou absolutamente sério? Um calafrio me corre pela espinha, arrepiando a pele: há alguém v ivo dentro do espelho! Um outro eu, o meu duplo, realmente existe! Não é imaginação, pois ele ainda está sorrindo, e sinto o contato de sua mão na minha, seus dedos aos poucos entrelaçarem os meus. Puxo a mão com cuidado, descolando-a do espelho. Em vez da outra mão se afastar, ela vem para fora, presa à minha. Afasto-me um passo, sempre a puxar a figura do espelho, até que ela se destaque de todo, já dentro do meu quarto, e fique à minha frente, palpável, de carne e osso, como outro menino exatamente igual a mim. – Você também se chama Fernando? – pergunto, mal conseguindo acreditar nos meus olhos. – Odnanref – responde ele, e era como se eu próprio tivesse falado: sua voz era igual à minha. – Odnanref? – Sim, Odnanref. Fernando de trás para diante. […] SABINO, Fernando. O menino no espelho. 44. ed. Rio de Janeiro: Record, 2004. Professor, dados biográficos sobre Fernando Sabino podem ser encontrados no Manual.
POR DENTRO DO TEXTO
1. O que o menino vê no espelho? Vê a sua imagem, o seu reflexo.
2. É normal que um espelho reflita imagens invertidas? Sim.
3. Um dos parágrafos do texto revela que o espelho reflete a imagem de maneira invertida. Localize esse parágrafo e transcreva no caderno um trecho que comprove essa afirmação.
“[...] um dia descobri, com pasmo, que, enquanto eu levantava a perna esquerda, ele levantava a direita; enquanto eu coçava a orelha direita, ele coçava a esquerda. Reparando bem, descobria outras diferenças. O escudo da escola, por exemplo, que eu trazia colado no bolsinho esquerdo do uniforme, na blusa dele era no direito.”.
4. Releia o trecho a seguir:
[...] Quando volto a olhá-lo no rosto, vejo assombrado que ele continua a sorrir. Como, se agora estou absolutamente sério? 18
a) O que foi narrado no trecho anterior acontece normalmente? Ou seja, quando alguém está sério diante do espelho o reflexo o mostra sorrindo? Não. b) Esse fato surpreende o menino? Por quê?
Sim, porque não se trata de algo que acontece normalmente, as imagens do menino que ele vê refletido não acompanham os movimentos que ele faz diante do espelho.
c) Transcreva do texto um trecho que mostre o estranhamento do menino diante do outro que está dentro do espelho. “Como, se agora estou absolutamente sério?”.
5. No texto, o fato de a imagem do espelho ser a sua própria, mas agir de outra maneira, possibilita uma relação entre o menino e o outro que está dentro do espelho? Sim, conforme o que é narrado no final do texto, ele e a imagem do espelho conversam.
6. Mesmo agindo de maneira diferente, o outro que está dentro do espelho é o próprio menino. Na
vida real, não é possível conversarmos conosco da maneira como o texto propõe. Nessa história, porém, o menino pode fazer isso. a) O texto narra um fato que pode acontecer na realidade ou é uma ficção, criada pela imaginação do autor? É uma ficção, pois, na realidade, é impossível que uma imagem do espelho converse com alguém. b) Em sua opinião, o fato de o menino poder conversar consigo próprio no espelho, como se estivesse conversando com outra pessoa, fez com que ele pudesse se ver de uma maneira diferente? Por quê? Resposta pessoal. c) O que você achou da ideia de uma personagem conversar com a sua imagem refletida no espelho? Você já conhecia uma história assim? Resposta pessoal.
7. Copie em seu caderno a afirmativa que responde à seguinte questão: Qual foi a intenção do texto ao dar à personagem uma possibilidade que não existe na vida real?
Alternativa “b”.
a) Mostrar que todos podem conversar consigo mesmo no espelho. b) Mostrar que é possível alguém se ver de uma maneira diferente. c) Revelar que as coisas são vistas sempre do mesmo jeito.
8. Releia este diálogo do texto: – Você também se chama Fernando? – pergunto, mal consegui ndo acreditar nos meus olhos. – Odnanref – responde ele, e era como se eu próprio tivesse falado: sua voz era igual à minha. – Odnanref? – Sim, Odnanref. Fernando de trás para diante. •
Ao ver sua imagem no espelho, o menino percebe que ela conversa com ele. Embora os diálogos aconteçam entre pessoas diferentes, o menino se reconhece no outro que está no espelho. Que trecho do diálogo confirma isso? “[...] e era como se eu próprio tivesse falado: sua voz era igual à minha.” Momento de ouvir
Professor, você encontra no final do Manual uma coletânea de textos, separados por unidades e capítulos. Leia ou conte essas histórias para os alunos, ou escolha outros textos para desenvolve r essa prática. Crie ou recrie esse costume de ouvir histórias , tão apreciado pelos alunos. Depois de ler a continuação de “O menino no espelho”que está no Manual, faça perguntas aos alunos, estimulando manifestações espontâneas. Por fim, é interessante incentivar os alunos a ler o livro completo de Fernando Sabino.
Você quer conhecer um pouco mais sobre Fernando, o menino que se vê no espelho? Seu professor vai ler a continuação da história. Preste bastante atenção à leitura. Aproveite a oportunidade para desenvolver a sua habilidade de ouvir. 19
Reflexão sobre o uso da língua
Substantivo 1. Leia o trecho a seguir, extraído do texto: Levantava a perna, e ele levantava também, ao mesmo tempo. Abria os braços e ele fazia o mesmo. Coçava a orelha, e ele também. Mas o que mais me intrigava era a única diferença entre nós dois. Sim, porque um dia descobri, com pasmo, que, enquanto eu levantava a perna esquerda, ele levantava a direita; enquanto eu coçava a orelha direita, ele coçava a esquerda. a) Localize e copie do trecho acima o que o menino faz diante do espelho.
“Levantava e perna, e ele levantava também, ao mesmo tempo. Abria os braços e ele fazia o mesmo. Coçava a orelha, e ele também.”.
b) Que partes do corpo dele são citadas nesses parágrafos?
Pernas, braços e orelhas.
c) As palavras que você citou no item “b” são nomes ou ações?
São nomes.
2. Releia o mesmo parágrafo sem algumas palavras: Levantava a ▲ , e ele levantava também, ao mesmo tempo. Abria os ▲ e ele fazia o mesmo. Coçava a ▲ , e ele também. Mas o que mais me intrigava era a única diferença entre nós dois. Sim, porque um dia descobri, com pasmo, que, enquanto eu levantava a ▲ esquerda, ele levantava a direita; enquanto eu coçava a ▲ direita, ele coçava a esquerda. a) E agora, é possível saber por completo o que o menino faz? Por quê? Não, porque não é possível saber o que ele levantava, abria e coçava.
b) As palavras que faltam são importantes para construir o sentido do texto? Por quê? Sim, porque trazem informações essenciais ao leitor. A falta dessas informações prejudica a compreensão e trunca o sentido do texto.
3. Localize no texto e anote em seu caderno: a) As palavras e expressões que dão nome aos elementos do corpo do menino. “Perna”, “braços”, “orelha”, “mão”, “palma da mão”, “espinha”, “pele”, “dedos”, “carne”, “osso”, “olhos”.
b) A palavra que dá nome ao menino que está diante do espelho. “Fernando” (ou Odnanref, nome escrito de trás para frente).
c) As palavras que dão nome ao que faz parte da blusa do menino. “Escudo”, “bolsinho”.
d) A palavra que dá nome ao local da casa em que o menino está. “Quarto”.
e) Seria possível compreender o texto sem as palavras que você anotou em seu caderno? Por quê? Não, porque elas identificam tudo aquilo que é citado no texto, inclusive o nome da personagem principal, que tem uma relação fundamental com o que a história conta.
f) Você sabe como são chamadas as palavras que dão nome a esses elementos? Resposta pessoal.
IMPORTANTE SABER
A palavra que dá nome a algo ou a alguém é chamada substantivo. O substantivo nomeia pessoas, animais, ações, sensações, sentimentos, ideias, desejos etc. 20
Substantivos próprio e comum Há substantivos que dão nome a seres ou coisas que são identificados por traços de semelhança. Por exemplo, quando dizemos “gato”, estamos nos referindo a um animal mamífero, que tem pelos, bigode, rabo, quatro patas, além de outros traços que o diferenciam de outro animal. Todos os gatos poderão ser identificados por essa palavra. Mas, se alguém quiser diferenciar o seu gato de outro gato, dará a ele um nome próprio. Veja como a mãe de Franjinha se refere a ele e ao seu cachorro, Bidu. s e õ ç u d o r P a s u o S e d o i c i r u a M
Nesse caso, a mãe do menino se referiu a ele pelo nome próprio: Franjinha. Mas, ao se referir a Bidu, usou o nome comum: cachorro. Veja, na tira a seguir, os nomes “Bidu” e “Floquinho”. s e õ ç u d o r P a s u o S e d o i c i r u a M
Professor, se for necessário, explique o que é tira: história em quadrinhos (ou fragmento dela), com dois ou mais quadros, apresentada em jornais ou revistas em uma só faixa horizontal.
Nessa tira, foram usados os nomes próprios “Bidu” e “Floquinho” para identificar os dois cachorros e diferenciá-los de outros cachorros. Da mesma forma, na tira anterior, foi usado o nome “Franjinha” para identificar um menino entre outros meninos. IMPORTANTE SABER
As palavras “Bidu”, “Floquinho” e “Franjinha” são substantivos próprios. As palavras “cachorro” e “menino” são substantivos comuns. Para escrever nomes próprios, como “Bidu”, “Floquinho” e “Franjinha”, usamos letra maiúscula no início das palavras. Veja mais exemplos sobre esse assunto consultando o Apêndice.
4. Volte ao texto O menino no espelho e responda: a) Que nomes retirados do texto e copiados em seu caderno foram escritos com letra inicial maiúscula? “Fernando” e “Odnanref”.
b) Explique por que essas palavras foram escritas com letra inicial maiúscula. Porque são nomes próprios, nomes de pessoas.
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APLICANDO CONHECIMENTOS
1. Observe o trecho a seguir: – Você também se chama Fernando? – pergunto, mal conseguindo acreditar nos meus olhos.
•
A palavra em destaque é um nome de pessoa. Como você já sabe, ela faz parte de um grupo de palavras que recebe o nome de substantivo. Observe mais um trecho:
Um calafrio me corre pela espinha, arrepiando a pele: há alguém vivo dentro do espelho! Um outro eu, o meu duplo, realmente existe! Não é imaginação , pois ele ainda está sorrindo, e sinto o contato de sua mão na minha, seus dedos aos poucos entrelaçarem os meus. a) As palavras em destaque no trecho anterior também são substantivos? Por quê? Sim, elas são substantivos porque dão nome a uma sensação (calafrio) e ao ato de imaginar (imaginação).
b) Qual é a diferença entre as palavras destacadas no primeiro e no segundo trecho? A palavra “Fernando”, do primeiro trecho, é um substantivo próprio. Já as palavras “calafrio” e “i maginação”, do segundo trecho, são substantivos comuns.
2. Leia a seguinte tira de Angeli: i l e g n A
ANGELI. Chiclete com banana. Folha de S.Paulo , São Paulo, 22 jul. 2005.
a) Copie da tira todos os substantivos próprios. “Alancastro”, “Belnário”, “Dedé Zambini”, “Corriola”.
b) Copie todos os substantivos comuns. “Artes”, “advogado”, “curso”, “paisagismo”, “flanelinha”.
c) Por que os substantivos próprios são importantes nesse texto? Porque identificam, dão nome às pessoas.
d) E os comuns, por que são importantes?
Porque são nomes que identificam a área profissional em que as três primeiras personagens estão se formando. No caso da quarta personagem, o substantivo “flanelinha” indica a atividade profissional em que ela atua.
e) Com letras maiúsculas: “Alancastro”, “Belnário”, “Dedé Zambini”, “Corriola”. Com letras minúsculas: “artes”, “advogado”, “curso”, “paisagismo”, “flanelinha”. Professor, é possível que os alunos tenham copiado um dos substantivos comuns com maiúscula por se tratar da primeira palavra que aparece no início da resposta: nesse caso, vale a pena esclarecer aos alunos que eles foram escritos dessa maneira por causa da sua posição na frase.
e) Que substantivos da tira você copiou com letra maiúscula no início? E com letra minúscula? Justifique por que você usou letra maiúscula ou minúscula para escrever esses substantivos.
3. Em seu caderno, escreva o nome e a profissão de cinco pessoas que você conhece. Depois, gri-
fe os substantivos próprios e circule os substantivos comuns. Em seguida, confira se usou letra maiúscula ou minúscula de maneira adequada. Resposta pessoal.
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APRENDER BRINCANDO
Forme um grupo com mais dois colegas para fazer uma leitura dramatizada. Enquanto um aluno lê o texto “O menino no espelho”, os outros interpretam a leitura por meio de gestos e expressões faciais. Em seguida, façam uma avaliação da atividade. • •
A leitura dramatizada tornou mais claro o sentido do texto? Por quê? Que sensações e ideias o texto despertou em vocês? Respostas pessoais.
Atividade de criação
Meu nome Professor, sugerimos que as atividades 1 e 2 sejam respondidas oralmente. 1. Você gosta do seu nome? Sabe o que ele significa? 2. Você sabe quem lhe deu esse nome? 3. Apresente-se à turma, ilustrando e colorindo seu nome em uma folha em branco. Procure criar ilustrações com as letras que o compõem. Utilize cores e formas que possam expressar um pouco do seu mundo, sem que, para isso, você necessite utilizar palavras. Se preferir, brinque com o seu nome, escrevendo-o de trás para a frente, como o menino do espelho. Depois de apresentar seu trabalho à turma, divulgue-o no mural da sala ou da escola, de acordo com a orientação do professor.
Prática de leitura
Texto 3 – Crônica
Professor, o gênero crônica será explorado em profundidade em outro momento. A escolha do texto teve como finalidade principal a exploração do tema.
ANTES DE LER
Não são apenas os gostos pessoais que revelam a identidade de uma pessoa, mas também a condição social, a maneira como vive, aquilo que aprende, as opiniões e decisões. Na sequência de atividades a seguir, você lerá dois textos que têm em comum a infância como temática. Leia os títulos destes textos:
“De quem são os Meninos de Rua?” “Esta é a minha vida” Agora que você leu os títulos, escreva em seu caderno o que você espera encontrar em cada um dos textos. Resposta pessoal. Profes sor, se preferir, realize a atividade oralmente.
De quem são os Meninos de Rua? Eu, na rua, com pressa, e o menino segurou no meu braço, falou qualquer coisa que não entendi. Fui logo dizendo que não tinha, certa de que ele estava pedindo dinheiro. Não estava. Queria saber a hora. Talvez não fosse um Menino de Família, mas também não era um Menino de Rua. É assim que a gente divide. Menino de Família é aquele bem-vestido com tênis da moda e camiseta de marca, que usa relógio e a mãe dá outro se o dele for roubado por um Menino de Rua. Menino de Rua é aquele que quando a gente passa perto segura a bolsa com força porque pensa que ele é pivete, trombadinha, ladrão. 23
Ouvindo essas expressões tem-se a impressão de que as coisas se passam muito naturalmente, uns nascendo De Família, outros nascendo De Rua. Como se a rua, e não uma família, não um pai e uma mãe, ou mesmo apenas uma mãe, os tivesse gerado, sendo eles filhos diretos dos paralelepípedos e das calçadas, diferentes, portanto, das outras crianças, e excluídos das preocupações que temos com elas. É por isso, talvez, que, se vemos uma criança bem-vestida chorando sozinha num shopping center ou num supermercado, logo nos acercamos protetores, perguntando se está perdida ou precisando de alguma coisa. Mas se vemos uma criança maltrapilha chorando num sinal com uma caixa de chicletes na mão, engrenamos a primeira no carro e nos afastamos pensando vagamente no seu abandono. Na verdade, não existem Meninos de Rua. Existem meninos NA rua. E toda vez que um menino está NA rua é porque alguém o botou lá. Os meninos não vão sozin hos aos lugares. Assim como são postos no mundo, durante muitos anos também são postos onde quer que estejam. Resta ver quem os põe na rua. E por quê. No Brasil temos 36 milhões de crianças carentes. Na China ex istem 35 milhões de crianças superprotegidas. São filhos únicos resultantes da campanha “Cada Casal um Filho”, criada pelo governo em 1979 para evitar o crescimento populacional. O filho único, por receber afeto “em demasia”, torna-se egoísta, preguiçoso, dependente, e seu rendimento é inferior ao de uma criança com irmãos. Para contornar o problema, já existem na Ch ina 30 mil escolas especiais. Mas os educadores admitem que “ainda não foram desenvolvidos métodos eficazes para eliminar as deficiências dos filhos únicos”. O Brasil está mais adiantado. Nossos educadores sabem perfeitamente o que seria necessário para eliminar as deficiências das crianças carentes. Mas aqui também os “métodos ainda não foram desenvolvidos”. Quando eu era criança, ouvi contar muitas vezes a história de João e Maria, dois irmãos, filhos de pobres lenhadores, em cuja casa a fome chegou a um ponto em que, não havendo mais comida nenhuma, foram levados pelo pai ao bosque, e ali abandonados. Não creio que os 7 milhões de crianças brasileiras abandonadas conheçam a história de João e Maria. Se conhecessem, talvez nem vissem a semelhança. Pois João e Maria tinham uma casa de verdade, um casal de pais, roupas e sapatos. João e Maria tinham começado a vida como Meninos de Família, e pelas mãos do pai foram levados ao abandono. Quem leva nossas crianças ao abandono? Quando dizemos “crianças abandonadas” subentendemos que foram abandonadas pela família, pelos pais. E, embora penalizados, circunscrevemos o problema ao âmbito familiar, de uma família gigantesca e generalizada, à qual não pertencemos e com a qual não queremos nos meter. Apaziguamos assim nossa consciência enquanto tratamos, isso sim, de cuidar amorosamente de nossos próprios filhos, aqueles que “nos pertencem”. Mas, embora uma criança possa ser abandonada pelos pais, ou duas ou dez crianças possa m ser abandonadas pela família, 7 milhões de crianças só podem ser abandonadas pela coletividade. Até recentemente, tínhamos o direito de atribuir esse abandono ao governo, e responsabilizá-lo. Mas, em tempos de Nova República, quan k c o t do queremos que os cidadãos sejam o s r e t t u governo, já não podemos apenas pas h S / R sar adiante a responsabilidade. A hora N F A chegou, portanto, de irmos ao bosque, buscar as crianças brasileiras que ali foram deixadas. COLASANTI, Marina. A casa das palavras. São Paulo: Ática, 2002.
“Na verdade, não existem Meninos de Rua. Existem meninos NA rua.”.
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TROCANDO IDEIAS
1. Que sentimentos esse texto despertou em você? Respostas pessoais. 2. Você gostou do texto? Por quê? 3. Após terminar a leitura, suas hipóteses sobre o texto se confirmaram? Explique. POR DENTRO DO TEXTO
1. Que fato narrado no primeiro parágrafo desencadeou a reflexão desenvolvida ao longo do texto? O fato de o narrador-personagem ter sido abordado por um menino na rua. Inicialmente, ele nem o ouviu direito e achou que o menino pedia algo. No entanto, o garoto só queria saber as horas.
2. No texto, a categoria “meninos” é dividida em dois grandes grupos. a) Quais são esses grupos?
“Menino de Família” e “Menino de Rua”.
b) Como eles são diferenciados no texto?
O “Menino de Família” é bem-vestido, tem mãe. O “Menino de Rua” geralmente rouba o relógio do “Menino de Família” e é visto como uma ameaça; é um trombadinha, pivete, ladrão.
c) Em sua opinião, o texto pode ser considerado preconceituoso por estabelecer essa divisão?
Resposta pessoal. Professor, espera-se que o aluno p erceba que o texto não tem caráter preconc eituoso. Na verdade, ele propõe uma reflex ão pela qual a autora transmite uma visão da sociedade que, por sua vez, pode s er considerada preconceituosa.
d) O menino a quem o narrador se refere no início da crônica se encaixa em qual dos dois grupos? Justifique sua resposta transcrevendo um trecho do texto. Não se encaixa em nenhum, como pode ser confirmado no trecho “Talvez não fosse um Menino de Família, mas também não era um Menino de Rua.”.
3. A crônica descreve a diferença no comportamento das pessoas diante de uma criança bem-vestida chorando e de uma criança maltrapilha fazendo o mesmo.
a) Qual é essa diferença? Uma criança bem-vestida chorando recebe atenção, proteção, enquan to uma maltrapilha é ignorada. b) Em sua opinião, por que acontece essa diferença de comportamento? Resposta pessoal. c) O que, provavelmente, a autora quis dizer ao usar a expressão “filhos diretos dos paralelepípeela quis dizer que as crianças são considerada s filhas da rua, dos e das calçadas”? Provavelmente, como se ninguém as tivesse gerado, como se não tivessem família.
4. O texto estabelece um paralelo entre as 36 milhões de crianças carentes do Brasil e as 35 milhões
de crianças superprotegidas da China, associando alguns problemas a cada uma dessas realidades. a) O que gerou, na China, 35 milhões de crianças superprotegidas?
A política do filho único, implantada na China na década de 1970, como forma de controlar o crescimento populacional. Professor, se julgar necessário, solicite aos alunos uma pesquisa que ajude a contextualizar historicamente a política de natalidade chinesa.
b) Quais problemas são associados aos filhos únicos da China? O filho único, por receber afeto “em demasia”, torna-se egoísta, preguiçoso, dependente, e seu rendimento é inferior ao de uma criança com irmãos.
c) Levante uma hipótese: O que pode ter gerado, no Brasil, 36 milhões de crianças carentes? Resposta pessoal. Professor, discuta com os alunos as muitas causas do problema: Má distribuição de renda, desigualdade social, pouco investimento em saúde e educação, entre outros.
d) Aponte um problema do Brasil que, em sua opinião, pode ser associado ao grande número de crianças carentes. Resposta pessoal. Sugestões: Violência, mortalidade infantil, defasagem na educação, falta de profissionais capacitados, entre outros.
5. Releia o último parágrafo do texto e conclua: A culpa do abandono das crianças brasileiras é atribuíNão. O texto aponta toda a sociedade como responsável, pois vivemos em uma democracia e temos participação nas escolhas que geram esse tipo de problema. Professor, se houver interesse da turma, a reflexão sobre a crônica pode dar origem a um trabalho interdisciplinar com História. Sugira aos alunos que pesquisem o que vem a ser a “Nova República” (período da História do Brasil que se seguiu ao fim da ditadura militar, caracterizado pela democratização política do Brasil e sua estabilização econômica) e qual a relação entre democracia e o fato de a população também ser responsabilizada pelo abandono das crianças que estão na rua. Com base nessa pesquisa, discuta com a turma a importância da responsabilidade social, do direito ao voto, entre outros temas.
da apenas ao governo? Por quê?
TEXTO E CONSTRUÇÃO
1. Em sua opinião, por que foi utilizada a letra inicial maiúscula nos termos destacados no trecho a seguir? Professor, espera-se que o aluno perceba que “Menino de Família” e “Menino de Rua” são substantivos próprios que nomeiam dois grupos específicos de meninos.
Talvez não fosse um Menino de Família , mas também não era um Menino de Rua. 25
2. Releia: Na verdade, não existem Meninos de Rua. Existem meninos NA rua. E toda vez que um menino está NA rua é porque alguém o botou lá. [...] •
Qual é a diferença de sentido entre os termos destacados? Qual é o efeito de sentido gerado “de Rua” caracteriza “meninos”, “NA rua” dá a ideia de um estado momentâneo. O uso pelo uso desses termos no trecho? Enquanto desses termos permite dizer que estar na rua não é a condição dos meninos, pelo contrário, é como se eles tivessem sido colocados lá.
3. Para abordar o tema das crianças abandonadas, o texto estabelece uma comparação com um conhecido conto de fadas.
a) Que conto é esse? “João e Maria”, conhecido pela versão dos Irmãos Grimm. Porque se trata de uma história em que duas crianças são abandonadas pelos pais, pois eles não b) Por que essa história foi escolhida? tinham condições de criá-las.
4. No penúltimo parágrafo, há uma pergunta que leva o leitor a refletir. Releia: Quem leva nossas crianças ao abandono? a) Qual é a resposta sugerida para essa pergunta no restante do texto? Que todos nós, enquanto coletividade, somos responsáveis pelo abandono dessas crianças.
b) Você concorda com esse posicionamento?
Resposta pessoal.
5. Releia a última frase do texto: [...] A hora chegou, portanto, de irmos ao bosque, buscar as cr ianças brasileiras que ali foram deixadas. •
Que chamado ela faz ao leitor e à sociedade, de forma geral?
A última frase do texto convoca o leitor e toda a sociedade a assumir a responsabilidade pelas crianças abandonadas e a resgatá-las da situação em que estão.
CONFRONTANDO TEXTOS
Leia agora o breve relato de um aluno do 6 o ano:
Esta é a minha vida Meu nome é Gleyson. Eu tenho 13 anos e estou no 6 o ano. Faço muitas coisas que qualquer um não pode fazer: montar a cavalo, jogar bola, soltar pipa, jogar boli nha de gude. Nasci no Nordeste, no Piauí, por isso tenho este apelido – Piauí – entre meus colegas. Eu não tinha condições de morar lá, por causa da seca. Então, o meu pai pensou em v ir para São Paulo e aqui ele conseguiu um emprego. Agora, nós não estamos passando mais aquele mesmo sufoco que passávamos lá. Eu me divirto como qualquer outra criança. Brinco e faço coisas como as outras. Leio gibis, a Bíblia e as lendas do folclore. Esse sou eu... SOARES, Gleyson Willians da Silva. 6 o B. EMEF Antenor Nascentes, São Paulo/SP.
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1. Anteriormente, você havia lido apenas o título desse texto. Após a leitura integral do relato, as expectativas que você tinha sobre ele foram confirmadas? Por quê?
Resposta pessoal.
2. Gleyson, autor do relato, pode ser enquadrado no grupo dos “Meninos de Família” ou no dos “Meninos de Rua”, propostos no texto “De quem são os Meninos de Rua?”? Por quê? Ele se enquadra no grupo dos “Meninos de Família”, porque, apesar de enfrentar algumas dificuldades, vive com uma família, tem uma casa, frequenta uma escola, tem uma rotina considerada normal para uma criança.
3. Por que o menino Gleyson diz que faz muitas coisas que qualquer um não pode fazer? Porque ele diz que sabe montar a cavalo, jogar bola, soltar pipa, jogar bolinha de gude.
4. Você acha que o relato do menino Gleyson seria o mesmo se ele estivesse na situação de um “Menino de Rua”? Por quê?
Resposta pessoal. Professor, espera-se que o aluno perceba que o relato de Gley son seria comple tamente diferente se ele estivesse na rua, pois sua rotina não seria a esperada para uma criança.
5. Assim como no texto “De quem são os Meninos de Rua?”, é possível estabelecer algumas comparações entre o relato de Gleyson e o conto de fadas “João e Maria”. a) Aponte a principal semelhança entre o relato e o conto de fadas. Assim como João e Maria, Gleyson passou muitas dificuldades com seus pais.
b) Aponte a principal diferença entre os dois textos. Mesmo enfrentando dificuldades, Gleyson não foi abandonado pelos pais. A família buscou uma solução para o problema e acabou mudando de cidade, à procura de melhores oportunidades.
Reflexão sobre o uso da língua
Substantivos simples e composto; primitivo e derivado; concreto e abstrato 1. Leia a tira em quadrinhos a seguir: s e l a s n o G o d n a n r e F
a) O que é um “vira-latas”? É um cão ou gato sem raça definida . b) O que significa o termo “dedo-duro”? O termo é usado para fazer referência àquele que denuncia alguém, que trai a confiança de alguém. c) No último quadrinho, quem seria o “dedo-duro” a que se refere o cachorro? O perdigueiro, que dedurou os colegas para o cão policial.
d) Quantas palavras formam os termos “vira-latas” e “dedo -duro”? Duas. e) Leia esta frase: Se estiver com fome, meu cachorro vira latas de lixo em busca de alimento. •
“Vira latas”, na frase, tem o mesmo significado de “vira-latas”, na tirinha? Explique. Não. Na tirinha, “vira-latas” é o termo que faz referência a cachorros sem raça definida. Na frase, a expressão “vira latas” refere-se à ação de tombar latas, de derrubá-las.
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IMPORTANTE SABER
Substantivo simples é aquele formado de apenas uma palavra. “Cão” e “polícia” são substantivos simples. Substantivo composto é aquele formado de duas ou mais palavras. “Vira-latas” e “dedo-duro” são substantivos compostos. Veja mais exemplos sobre esse assunto consultando o Apêndice.
2. Leia esta outra tira: s e õ ç u d o r P a s u o S e d o i c i r u a M
a) Qual foi a intenção de Magali ao assustar Mônica?
Magali queria que Mônica, ao se assustar, saltasse para cima da macieira, de onde poderia lhe jogar maçãs.
b) Leia esta frase, baseada na narrativa da tirinha:
Mônica estava lendo um livro quando Magali a assustou.
•
Quais substantivos foram usados na frase? “Mônica”, “livro” e “Magali”.
c) Formule outra frase baseada na narrativa da tirinha, desta vez usando um substantivo derivado da palavra “maçã”. Resposta pessoal.
3. Em seu caderno, separe as palavras a seguir em dois grupos observando as semelhanças e as diferenças entre elas.
Professor, espera-se que os alunos formem os seguinte grupos: 1 – cientista, científico, ciência; 2 – lixeiro, lixo, lixeira. Professor, é importante garantir que os alunos percebam o agrupamento de acordo com o radical das palavras para que possam prosseguir na reflexão propostas nas atividades seguintes.
cientista
lixo
ciência
lixeiro
científico
lixeira
a) Explique por que você separou as palavras dessa maneira. O que fez com que você percebesse espera-se que os alunos tenham agrupado as palavras pelo radical (ou parte) comum (ou igual) e pelos que elas são semelhantes? Professor, significadores semelhantes. b) Em cada grupo, é possível separar uma parte da palavra que aparece em todas as palavras que você agrupou. Qual é essa parte em cada grupo? É possível separar lix- e cien-. c) No grupo 1, qual palavra você supõe que tenha dado origem às outras? E no grupo 2? No grupo 1 a palavra “ciência” e no grupo 2 a palavra “lixo” deu origem às outras.
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Professor, caso julgue necessário aprofundar este estudo, no Apêndice você encontrará mais exemplos dos tipos de substantivos.
IMPORTANTE SABER
Substantivo primitivo é a palavra que dá origem a outra(s) palavra(s). Substantivo derivado é aquele formado de outra palavra. Ele deriva da palavra primitiva. Veja um exemplo: cavalo
cavaleiro
substantivo primitivo
substantivo derivado
Veja mais exemplos sobre esse assunto consultando o Apêndice.
4. Releia este trecho do texto: João e Maria tinham começado a vida como Meninos de Família, e pelas mãos do pai foram levados ao abandono. a) A que situação João e Maria foram levados? b) Que palavra dá nome a essa situação?
Ao abandono.
“Abandono”.
c) Quem levou João e Maria a essa situação?
O pai.
d) Sem essa pessoa, João e Maria poderiam estar nessa situação? Ou seja, ela poderia existir por si só, independentemente de quem a realiza? Não.
5. As palavras a seguir foram retiradas do texto. Transcreva no caderno aquelas que, como “abandono”, também expressam algo que depende de um ser para existir. rua
afeto
relógio
“Afeto”, “preocupações”.
preocupações
casa
6. Releia esta frase retirada do texto, observando a palavra em destaque: Pois João e Maria tinham uma casa de verdade, um casal de pais, roupas e sapatos. •
O substantivo “casa” depende de outras pessoas para existir?
IMPORTANTE SABER
Não.
Professor, em razão do nível de abstração que envolve a compreensão do que é substantivo concreto e abstrato, julgamos que este não é o momento de aprofundar esse conteúdo, pois os alunos terão a oportunidade de estudá-lo, na prática, quando aparecer em textos posteriores.
Substantivo concreto é aquele que indica um ser que não depende de outro para existir. Por exemplo: casa, roupas, sapatos. Substantivo abstrato é a palavra que dá nome a qualidades, ações e sentimentos que precisam de outro ser para existir. Por exemplo: abandono, amizade, confiança. Veja mais exemplos sobre esse assunto consultando o Apêndice. 29
DE OLHO NO VOCABULÁRIO
1. Leia o trecho a seguir, prestando atenção à palavra em destaque. Que sentido você atribui a ela nesse contexto?
Resposta pessoal.
Até recentemente, tínhamos o direito de atribuir esse abandono ao governo, e responsabilizá-lo. Mas, em tempos de Nova República, quando queremos que os cidadãos sejam o governo, já não podemos apenas passar adia nte a responsabilidade. A hora chegou, portanto, de irmos ao bosque, buscar as crianças brasileiras que ali foram deixadas.
2. Você sabe o que é um verbete? Leia esta definição: Verbete é a palavra de entrada em um dicionário, glossário ou enciclopédia
seguida das informações e explicações que se referem a ela. •
Leia a seguir os significados da palavra “buscar”, de acordo com o verbete de dicionário. buscar (bus. car ) v. 1 Fazer diligência para achar ou encontrar alguém ou alguma coisa; diligenciar. 2 Recorrer a; procurar. 3 Tratar de trazer ou levar alguém ou alguma coisa. 4 Ir ter a alguma parte; dirigir-se para. 5 Revistar; esquadrinhar. 6 Examinar; investigar; pesquisar. 7 Empenhar-se em; esforçar-se por; procurar. 8 Imaginar; idear; inventar. Fonte: ACADEMIA Brasileira de Letras. Dicionário escolar da língua portuguesa. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 2008.
a) Em que sentido essa palavra foi usada no trecho transcrito na atividade 1? No sentido 3: tratar de trazer ou levar alguém ou alguma coisa.
b) Apenas uma das frases a seguir usa a palavra “buscar” com o mesmo sentido empregado no texto. Identifique-a e transcreva-a no caderno. •
É preciso sempre buscar as causas das controvérsias.
Foi buscar a filha no aeroporto.
•
•
Ela vivia a buscar desculpas.
•
Saía cedo todos os dias para buscar trabalho.
A segunda frase: “Foi buscar a filha no aeroport o.”.
3. Você sabe como encontrar uma palavra no dicionário? A ordem em que as palavras aparecem nesse tipo de obra obedece a uma regra simples. Para testar seus conhecimentos sobre o as sunto, faça as atividades a seguir. a) Leia estes verbetes: buscador bus.ca.dor adj ( buscar+dor ) Que busca. sm. 1 Aquele ou aquilo que busca. 2 Seletor telegráfico. buscante bus.can.te adj m+ f (de buscar ) Que busca. MICHAELIS moderno dicionário da língua portuguesa. São Paulo: Melhoramentos, 2009.
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b) Sem consultar o dicionário, responda: •
Os verbetes que você leu aparecem no dicionário antes ou depois do verbete “buscar”? Aparecem antes.
•
O verbete “busca” aparece no dicionário antes ou depois desses verbetes?
Aparece antes.
c) Por que não foi preciso consutar o dicionário para responder às questões anteriores? Porque bastou seguir a ordem alfabética
d) Com base no que você observou, conclua a regra de organização das palavras no dicionário.
As palavras estão organizadas no dicionário em ordem alfabética. Quando duas palavras iniciam-se com a mesma letra, deve-se observar a ordem alfabética nas letras seguintes, uma após a outra, até que elas se diferenciem.
e) Agora, use essa regra para organizar as palavras a seguir na ordem em que aparecem no dicionário. Trabalhador, trancado, transtornado, trepadeira, tribuna, tripulação.
trabalhador
trepadeira
APRENDER BRINCANDO
trancado
tribuna
tripulação
transtornado
Professor, o objetivo dessa atividade é retomar os procedimentos de uso do dicionário utilizando a ordem alfabé tica. O jogo propos to possibili ta que os alu nos troquem conhecimentos s obre o assunto de forma lúdica. Sugira palavras iniciadas pelas mesmas letras ou que tenham várias letras repetidas em seu interior, para que os alunos exercitem a observação da ordem alfabética no interior das palavras.
Organizem-se em duplas, cada uma com seu dicionário, e preparem-se para um jogo! O desafio é encontrar no dicionário todas as palavras sugeridas pelo professor. A dupla vencedora será aquela que encontrar as palavras no menor tempo possível. Quando encontrarem uma palavra, você e seu colega devem levantar as mãos e ler o significado para o restante da turma. Vocês podem pensar em um prêmio para a dupla vencedora. Combinem tudo com o professor. Prática de leitura
Professor, este gênero de texto costuma ser nomeado de ficha-retrato ou retrato falado em diferentes mídias: tevê, jornal, revista, site etc. Mas também pode receber outras denominações, outros nomes, como “bate-bola”, “jogo rápido”, “pingue-pongue”. Consideramos o nome “retrato falado” mais adequado à abordagem que vínhamos fazendo no capítulo, que faz referência a outras formas de retrato.
Texto 4 – Retrato falado Ao longo desta unidade, você leu textos com características muito diferentes, mas com algo em comum: todos traçavam o retrato de alguém. Veja mais uma maneira de fazer isso, lendo o texto que faz parte da apresentação do elenco de uma webnovela produzida pelos alunos da Escola Municipal de Ensino Fundamental Santos Dumont, localizada em Campo Bom, Rio Grande do Sul. Textos como esse são conhecidos como retratos falados e são comuns em sites , blogs , revistas, jornais etc.
Projeto UpDown k c o t s r e t t u h S / y h p a r g o t o h P s e g r o B l e u m a S
Nome: Gabriela Boiaski – no papel de Clara Data de nascimento: 27/7/1999 Local: Campo Bom (RS) Signo: Leão Animal de estimação: Cachorro Ator: Taylor Lautner Atriz: Thaís Melchior Cantor: David Guetta Cantora: Rihanna Banda: NX Zero Cor: Vermelho
Prato preferido: Lasanha Fruta: Uva Filme: Onde está a felicidade? Hobb y: Navegar na internet Um lugar: Praia Time: Internacional Mania: Ficar conectada Qualidade: Humilde Defeito: Tagarela Roupas: Batas, jeans, All Star Futuro: Ser atriz profissional
Disponível em:
. Acesso em: 29 jan. 2015.
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POR DENTRO DO TEXTO
1. Identifique e transcreva o nome e a data de nascimento da menina do retrato falado. Gabriela Boiaski; 27/7/1999.
2. Esse texto apresenta linguagem visual e verbal. Explique por quê. O texto apresenta uma foto (linguagem visual) e é composto por palavras (linguagem verbal).
3. As respostas da menina são dadas a partir de alguns temas. Identifique e transcreva cinco desses temas. Os temas das perguntas revelam preferências da menina. Sugestão de respo sta: Animal de esti mação, ator, time, prato, fruta.
4. A maioria das preferências da menina reflete as experiências vividas por ela no passado. Por quê? Porque foi por causa das experiências vividas que ela construiu uma opinião sobre cada tema.
5. O tema de um dos itens do retrato falado relaciona-se a um sonho da menina. Transcreva esse item. “Futuro: Ser atriz profissional.”.
6. Leia este outro retrato falado: Sobre o cantor Luan Santana (Gurizinho): s s e r p a h l o F / s e u g i r d o R o t s e n r E
Nome: Luan Rafael Domingos Santana Data de nascimento: 13/3/1991 Local: Campo Grande (MS) Signo: Peixes Altura: 1,75 m Peso: 66 kg Animal de estimação: Cachorro Ator: Wagner Moura Atriz: Camila Pitanga Cantor: Zezé di Camargo Cantora: Ivete Sangalo Dupla: Zezé di Camargo e Luciano
Cor: Vermelho Prato preferido: Bife acebolado Fruta: Melancia Filme: Matrix Sapato: 40 Manequim: 40 Hobb y: Jogar futebol Um lugar: Pantanal Time: Corinthians Pais: Amarildo Aparecido de Santana e
Marizete Cristina Domingos Santana Irmã: Bruna Domingos Santana Mania: Passar a mão nos cabelos Qualidade: Sinceridade Defeito: Muito quieto Perfume: Hugo Boss Roupas: Calça jeans, camiseta e tênis Frase: “Tentar algo e fracassar é, pelo menos, aprender. Não fazer a tentativa é sofrer a inestimável perda do que poderia ter sido” (Geraldo Eustáquio). Futuro: Dar o melhor de mim para crescer cada vez mais... Disponível em:
. Acesso em: 3 jan. 2015.
•
Identifique as semelhanças e as diferenças entre o retrato falado de Luan Santana e o da menina Gabriela Boiaski quanto aos seguintes aspectos:
a) O público a que o texto se dirige. b) O formato do texto.
O retrato falado de Gabriela Boiaski dirige-se principalmente ao público da escola e às pessoas que se identificam com o projeto da webnovela . O retrato falado de Luan Santana dirige-se aos fãs do cantor, um público predominantemente infantojuvenil.
Os dois textos têm o mesmo formato: são organizados em itens e apresentam temas e respostas relacionados às características e gostos de cada pessoa retratada.
c) A faixa etária da pessoa retratada. A faixa etária é diferent e. Gabriela é pré-adolescente e Luan Sant ana é um jovem adulto. 32
d) O suporte do qual o texto foi retirado.
O retrato falado de Gabriela Boiaski foi retirado de um blog () e o retrato falado de Luan Santana foi retirado de um site ().
O retrato falado de Gabriela Boiaski tem como principal finalidade apresentar a menina, estudante que faz parte da
e) A finalidade de cada texto. webnovela UpDown , no papel da personagem Clara. O retrato falado de Luan Santana, além de apresentar o cantor, tem a finalidade de atrair seus fãs e divulgar o site em que o texto foi publicado.
7. Qual item revela um gosto que Gabriela Boiaski e Luan Santana têm em comum? A cor. Os dois gostam de vermelho.
8. Em um dos itens, Gabriela e Luan têm opiniões diferentes no que se refere a uma falha na personalidade. Aponte essa diferença.
Como defeito Gabriela indica o fato de ser tagarela, enquanto Luan Santana considera-se muito quieto. As duas características se opõem.
9. Que função tem a foto que acompanha o retrato falado? Ilustrar o texto e mostrar para o leitor a imagem da pessoa retratada. Na trilha da oralidade
Entrevista
6. d) Professor, sugerimos esclarecer aos alunos a diferença entre blog e site , que está mais na programação do que no conteúdo. Um blog , quase sempre, tem caráter mais pessoal, pode ser organizado cronologicamente ou por assunto e preza pela interatividade com os leitores. Qualquer pessoa pode facilmente criar e manter um blog , geralmente de forma gratuita. Já os sites têm caráter mais insti tucional, são organizados por páginas de conteúdo e precisam de um profission al para montá-lo e alimentá-lo, que pode ser um programador ou webdesigner .
Professor, a atividade proposta ajuda a promover a integração entre os alunos.
Vamos fazer uma entrevista? Elabore algumas perguntas para fazer a um colega de sua turma a fim de conhecê-lo melhor. Sente-se com o escolhido e, conforme a orientação do professor, faça a entrevista. Depois, será a vez de o colega fazer perguntas a você.
ORIENTAÇÕES •
•
•
Para ser um bom entrevistador, você precisa fazer uma pergunta de cada vez e prestar muita atenção na resposta do entrevistado. Se desejar, pode fazer perguntas que não estejam no roteiro de questões que você montou desde que consiga, com elas, alcançar o objetivo maior dessa tarefa, que é conhecer melhor o seu colega. Quando for transcrever uma pergunta ou uma resposta, coloque o nome do entrevistado e o do entrevistador antes da fala. Assim, o leitor de seu texto saberá facilmente quem está falando em cada momento. Depois de anotar as respostas de seu colega, você irá apresentá-lo para a turma, orientando-se pelas respostas dadas na entrevista.
SUGESTÃO DE ROTEIRO 1. Qual é o seu nome? 2. Em que estado você nasceu?
3. Quem nasce nesse estado, como é chamado? 4. Você tem parentes que vieram de outras regiões do Brasil ou do mundo? Quem são eles? De 5. 6. 7. 8. 9.
10. 11. 12.
onde vieram? Você estuda há quanto tempo nesta escola? Qual é a matéria que você gosta mais de estudar? Por quê? Qual é a hora do dia que lhe agrada mais? Que manias você tem? O que lhe dá mais medo na vida? O que o deixa irritado? O que o deixa emocionado? Cite o nome de um grande amigo. 33
Reflexão sobre o uso da língua
Flexão do substantivo (gênero, número e grau) Releia um trecho do retrato falado de Luan Santana:
Sobre o cantor Luan Santana (Gurizinho): [...] Mania: Passar a mão nos cabelos Qualidade: Sinceridade Defeito: Muito quieto
Perfume: Hugo Boss Roupas: Calça jeans, camiseta e tênis Frase: “Tentar algo e fracassar é, pelo menos, aprender. Não fazer a tentativa é sofrer a inestimável perda do que poderia ter sido” (Geraldo Eustáquio).
1. No trecho, foram destacados alguns substantivos. Em seu caderno, transcreva: a) Os substantivos destacados que podem ser precedidos apenas por “o”.
“Gurizinho”, “defeito”, “tênis”.
b) Os substantivos destacados que podem ser precedidos apenas por “a”.
“Sinceridade”, “mania”.
c) O substantivo destacado que dá a ideia de plural (mais de um ou de uma).
“Cabelos”.
d) O substantivo destacado que pode ser precedido tanto por “o” quanto por “os”.
“Tênis”. Professor, explique que, apesar da terminação em “s”, a palavra “tênis” é invariável. O que define se uma palavra é singular ou plural são os termos que a acompanham.
IMPORTANTE SABER •
Os substantivos variam em gênero: podem ser masculinos ou femininos. O defeito
A mania
substantivo masculino •
substantivo feminino
Os substantivos variam em número: podem aparecer no singular ou no plural. Passar a mão nos cabelos.
Passar a mão no cabelo.
substantivo no plural
substantivo no singular
2. Luan Santana é chamado de “Gurizinho” no título do retrato falado. O termo é muito utilizado no sul do Brasil para se referir a “menino”.
Professor, se achar pertinente explique que “Gurizinho” é o apelido do cantor. Gurizinho também é o nome dado ao primeiro álbum de Luan Santana, de produção independente, lançado em 2008.
a) O fato de o cantor ter sido chamado de “Gurizinho” significa que o autor do retrato falado o considera um menino pequeno? Provavelmente, não. É apenas uma forma carinhosa de se referi r ao cantor. 34
b) Agora, observe o uso desse substantivo em outros dois contextos: Cássio é um gurizinho insuportável. O bebê de minha prima é um gurizinho com menos de dois quilos, por isso está na incubadora. •
O emprego do substantivo “gurizinho” produz o mesmo efeito nos dois exemplos? Explique. Não. No primeiro caso, expressa desprezo. No segundo, tamanho. IMPORTANTE SABER
•
Professor, caso queira aprofundar esse trabalho, há mais detalhes desse conteúdo noApêndice.
Os substantivos variam em grau: podem aparecer no diminutivo ou no aumentativo. Luan Santana era um gurizinho quando começou a cantar. grau diminutivo do substantivo
Vi um gurizão brincando no parque. grau aumentativo do substantivo
3. O fato de os substantivos terem aparecido de maneiras variadas no retrato falado contribuiu para que Luan Santana conseguisse transmitir suas ideias no texto? Por quê? Professor, espera-se que o aluno reconheça a importância de flexionar adequadamente os substantivos para criar relações coerentes dentro dos enunciados e construir o sentido dos textos. Oriente os alunos sobre esse papel da flexão.
Sim. No retrato falado apresentado, o en trevistado precisou expressar ideias de gênero, número e grau.
4. Experimente ler os itens a seguir de outra maneira:
Qualidades: Sinceridade Defeitos: Muito quieto a) Com essa flexão dos substantivos, a resposta de Luan Santana ficou adequada? Não. b) Se os substantivos “qualidades” e “defeitos” fossem mantidos no plural, que resposta seria deveria ter citado mais de um exemplo de qualidade e de defeito. esperada do entrevistado? Dê um exemplo. OPorentrevistado exemplo: Sinceridade e carisma; muito quieto e desajeitado.
5. Se você estivesse no lugar de Luan Santana, como responderia aos itens apresentados na questão anterior? Resposta pessoal.
Produção de texto
Retrato falado Que tal preparar o seu retrato falado para colocar em um mural na sala de aula? Desse modo, você e seus colegas poderão se apresentar melhor para a turma. Para produzi-lo, você poderá criar mais itens, diferentes dos que apareceram no texto 4. Com seus colegas, decida se cada aluno irá ou não colocar a sua foto. Se preferir, ilustre o texto conforme seu gosto. PLANEJE SEU TEXTO
Copie no caderno os itens do quadro e responda a cada um deles como modo de planejamento. Amplie o número de itens, se precisar. Verifique se cumpriu o planejado na hora de avaliar o texto. 35
Para escrever o retrato falado 1. Qual é o público leitor do texto?
Meus colegas de turma.
2. Que linguagem vou empregar?
Nível informal.
3. Qual é a estrutura que o texto vai ter?
O formato é um conjunto de tópicos que servem de dicas para as respostas, acompanhados das respostas da pessoa indicada no título. Cada tópico deverá estar em uma linha diferente para melhor organização desses itens.
4. Onde o texto vai circular?
Em um mural, na sala de aula.
ORIENTAÇÕES PARA A PRODUÇÃO 1. Verifique que tópicos (assuntos que servem como perguntas) vão compor o seu texto. Você pode se basear nos que estão nos textos lidos, pesquisar outros lendo novos textos desse gênero e ampliar a lista. 2. As respostas de um retrato falado são breves, portanto, escreva respostas objetivas. 3. Como os leitores de seu texto são seus colegas de turma e o retrato falado será um meio para que eles a conheçam melhor, escolha itens que possam cumprir essa finalidade. 4. Combinem com o professor o tamanho da folha em que o texto será passado a limpo, pois é preciso que você planeje a organização do texto e, se for o caso, da imagem. 5. Se você decidir colocar uma imagem em seu retrato falado, providencie uma foto sua que tenha um tamanho adequado.
AVALIAÇÃO E REESCRITA 1. Verifique se as respostas atendem objetivamente aos tópicos apresentados, se estão interessantes ao público leitor. 2. As respostas são breves e objetivas? 3. Antes de passar o texto a limpo na folha definitiva, faça uma correção ortográfica, consultando o dicionário quando for necessário. 4. Passe o texto a limpo, cuidando de ocupar a página distribuindo o conteúdo de modo a garantir harmonia entre texto e imagem. Por fim, combinem com o professor de que modo você e sua turma montarão o mural.
Leia mais
Na internet e em revistas impressas, você encontrará outros textos semelhantes na estrutura ou com a mesma finalidade do retrato falado. Busque informações sobre pessoas conhecidas que você admira ou sobre as quais quer conhecer um pouco mais e leia novos textos desse gênero.
Preparando-se para o próximo capítulo
Professor, determine a data de apresentação conforme seu planejamento e oriente os alunos a lerem com expressividade.
Pesquise em livros e revistas ou tente se lembrar de poemas que você considera bonitos, agradáveis de ler, capazes de emocioná-lo. Prepare a leitura de um desses textos, que será apresentado na data solicitada pelo professor. Treine sua expressão oral de modo a transmitir a emoção que o poema escolhido provoca em você. 36
O L U T Í P A C
2
POETA APRENDIZ
Para começo de conversa
Professor, depois da leitura dos próximos poemas será proposta uma atividade de declamação dos textos que os alunos pesquisaram no final do Capí tulo 1 des ta unidade. Para introduzir o estudo da linguagem poética, o aluno lerá dois tex tos que falam sobre a figura do poeta. Depois, será proposta a leitura de vários poemas, escritos em variedades linguísticas diversas e que utilizam diferentes recursos poéticos, que apoiarão a construção de conceitos básicos relativos ao estudo da linguagem poética e do poema. Se julgar adequado, antecipe essas informações a seus alunos.
1. Você conhece alguns poemas? Quais? Você gosta de poemas? Por quê? Respostas pessoais.
2. Já sentiu vontade de se colocar no lugar de um poeta e escrever palavras no papel para expressar o que sentia em determinado momento de sua vida?
•
A respeito de ser poeta, veja o que nos conta Manoel de Barros.
Hoje eu completei oitenta e cinco anos. O poeta nasceu de treze. Naquela ocasião escrevi uma carta aos meus pais, que moravam na fazenda, contando que eu já decidira o que queria ser no meu futuro. Que eu não queria ser doutor. Nem doutor de curar nem doutor de fazer casa nem doutor de medir terras. Que eu queria era ser fraseador. Meu pai ficou meio vago, depois de ler a carta. Minha mãe inclinou a cabeça. Eu queria ser fraseador e não doutor. Então, o meu irmão mais velho perguntou: Mas esse tal de fraseador bota mantimento em casa? Eu não queria ser doutor, eu só queria ser fraseador. Meu irmão insistiu: Mas se fraseador não bota mantimento em casa, nós temos que botar uma enxada na mão desse menino pra ele deixar de variar. A mãe baixou a cabeça um pouco mais. O pai continuou meio vago. Mas não botou enxada.
m e l r A o t a n e R
BARROS, Manoel de. Memórias inventadas: a infância. São Paulo: Planeta do Brasil, 2003.
3. O poeta Manoel de Barros diz que, desde cedo, já queria ser fraseador. O que ele quis dizer com essa afirmação?
Ele quis dizer que desde menino já queria ser poeta.
4. Que frase do texto confirma que Manoel de Barros descobriu-se poeta quando era adolescente? “O poeta nasceu de treze.”.
5. Ao receberem a carta, pai, mãe e irmão tiveram reações diferentes. Identifique a reação de cada um.
O pai ficou meio vago, a mãe abaixou a cabeça e o irmão questionou a possibilidade de se ganhar a vida como poeta. Professor, é importante verificar se os alunos compreenderam o que quer dizer “ficar meio vago” e também a atitude da mãe de baixar a cabeça: o pai fica confuso, meio desconcertado com a notícia e a mãe não apoia nem reprova a decisão do filho. O texto dá a entender que a mãe fica resignada, pensativa, decepcionada.
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6. Releia esta pergunta do irmão do poeta: “Mas esse tal de fraseador bota mantimento em casa?”. a) Ao fazer essa pergunta, que tipo de preocupação o irmão manifesta? Manifesta preocupação com a remuneração do trabalho e como essa remuneração pode garantir a sobrevivência.
b) Ao manifestar essa preocupação, o irmão de Manoel também revela o modo como considera o trabalho dele. O que provavelmente pensa o irmão sobre o trabalho dos poetas?
Provavelmente considera que esse trabalho não remunera ou não remunera o suficiente para garantir a sobrevivência de quem o pratica e dos que dele eventualmen te dependem. Pode até considerar como um não trabalho. Professor, a atividade a seguir aprofunda a discuss ão que a atividade 6 – b introduz.
7. Na sociedade em que vivemos, há quem considere o poeta um artista, uma pessoa de grande
sensibilidade, alguém que lida bem com as palavras, mas há também aqueles que o consideram sonhador, alguém que não tem os pés no chão, ou até mesmo julgam sua atividade irrelevante. O pessoal. Professor, a leitura da fábula “A cigarra e a formiga”, versão de Monteiro Lobato que você pensa sobre esse assunto? Resposta para a história de La Fontaine, pode ampliar a discussão sobre esse assunto, permitindo que se trate
da função social da arte. Na fábula, o assunto é a música e seu possível papel na vida das pessoas. Ver em Fábulas . 51. ed. São Paulo: Brasiliense, 1995.
8. O pai seguiu o conselho do irmão do poeta? O que representou a atitude do pai? Não. Com essa atitude, o pai demonstrou respeitar a decisão do filho.
Prática de leitura
Texto 1 – Conto ANTES DE LER
O próximo texto nos fala sobre a descoberta de outro menino poeta: Carlos Drummond de Andrade, um grande poeta da nossa língua. Observe apenas o título e responda: O que você compreende da expressão “A incapacidade Resposta pessoal. Professor, provavelmente, sem a leitura do texto, os alunos dirão de ser verdadeiro”? que a expressão compreende a ideia de alguém não ser capaz de dizer a verdade.
A incapacidade de ser verdadeiro Paulo tinha fama de mentiroso. Um dia chegou em casa dizendo que vira no campo dois dragões da independência cuspindo fogo e lendo fotonovelas. A mãe botou-o de castigo, mas na semana seguinte ele veio contando que caíra no pátio da escola um pedaço de lua, todo cheio de buraquinhos, feito queijo, e ele provou e tinha gosto de queijo. Desta vez Paulo não só ficou sem sobremesa como foi proibido de jogar futebol durante quinze dias. Quando o menino voltou falando que todas as borboletas da Terra passaram pela chácara de Siá Elpídia e queriam formar um tapete voador para transportá-lo ao sétimo céu, a mãe decidiu levá-lo ao médico. Após o exame, o Dr. Epaminondas abanou a cabeça: – Não há nada a fazer, Dona Coló. Esse menino é mesmo um caso de poesia. ANDRADE, Carlos Drummond de. Contos plausíveis. 7. ed. Rio de Janeiro: Record, 2006.
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h a t ó J
POR DENTRO DO TEXTO
1. Que motivos conduziram as pessoas a achar que Paulo era mentiroso?
Ele chegava em casa relatando que viu seres imaginários, falando coisas improváveis, mencionando acontecimentos fantástic os – considerando-se a realidade concreta, ele falava coisas improcedentes.
2. Apesar de ser castigado, Paulo continua relatando à mãe situações fantasiosas. Por que você acha que isso ocorre?
Professor, espera-se que o aluno reconheça que Paulo tem uma imaginação fértil e que, possivelmente, como escritor, gosta de imaginar situações, inventar histórias.
3. Releia o diagnóstico do médico: – Não há nada a fazer, Dona Coló. Esse menino é mesmo um caso de poesia. •
A afirmação do médico confirma a ideia de que Paulo é mentiroso? Explique sua resposta. Não, o médico acha normal a imaginação criadora do menino e diz que ele tem dons poéticos.
4. Depois de ler o texto, explique por que Paulo é incapaz de ser verdadeiro.
O menino é incapaz de ser verdadeiro conforme o que a mãe julgava correto. Ele criava outra realidade, a “realidade” da fantasia, do sonho, da imaginação. Professor, o título revela a capacidade da personagem de ir além de uma visã o comum das coisas. O poeta é alguém que dá outro significado às palavras e à forma de ver o mundo.
5. Que outro título poderia ter o texto? Um título possível seria: “Poeta por natureza”.
6. Você costuma escrever textos poéticos? Já mostrou para alguém? Por quê?
Resposta pessoal.
TEXTO E CONSTRUÇÃO 1. Ao escrever a expressão “caso de poesia”, o autor fez referência a outra expressão muito usada pelas pessoas no dia a dia. Ele reescreveu uma expressão conhecida, dando-lhe um novo sentido de acordo com as ideias do texto. Você sabe que expressão é essa? Escreva-a. “Caso de polícia”.
2. Assim como acontece no texto de Drummond, muitas outras expressões são recriadas no dia a dia. Leia algumas e, em seguida, escreva no caderno as frases que lhes deram origem.
a) Água mole em pedra dura tanto bate até que molha tudo. Água mole em pedra dura tanto bate até que fura. b) Devo, não pago. Nego enquanto puder. Devo, não nego. Pago quando puder. c) Depois da tempestade, o trânsito para! Depois da tempestade, a bonança! d) Devagar... nunca se chega. Devagar se vai ao longe. e) Os últimos serão desclassificados.
Os últimos serão os primeiros.
f) Em terra de cego quem tem olho é caolho. Em terra de cego quem tem olho é rei . DE OLHO NO VOCABULÁRIO
1. Como você já sabe, às vezes, uma mesma palavra pode ter vários significados. O sentido só pode ser determinado pelo contexto, isto é, de acordo com a situação em que a palavra foi usada. •
Observe a definição da palavra “fama” no dicionário: fa.ma s.f. 1 renome; notoriedade: O cantor alcançou a fama rapidamente . 2 reputação; conceito: Meu avô tem fama de ranzinza . CEGALLA, Domingos Paschoal. Dicionário escolar da língua portuguesa. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 2013.
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•
Em que sentido foi usada a palavra “fama” no texto 1, de Carlos Drummond de Andrade? O que , no contexto, significa voz geral, voz pública, reputação, conceito. significa dizer que alguém “tem fama de mentiroso”? “Fama” Quando alguém tem fama de mentiroso, isso quer dizer que é voz geral, é sabido de todos que é mentiroso. Portanto, a definição 2.
2. Releia a fala do médico no texto “A incapacidade de ser verdadeiro” e responda: O que você entendeu por “poesia”?
Resposta pessoal.
3. Procure no dicionário o significado da palavra “poesia”. Transcreva para o seu caderno e compare com a sua resposta. Que semelhanças e diferenças há entre as duas definições? Professor, é importante acompanhar esse trabalho e explicar aos alunos que as definições encontradas no verbete não se referem apenas ao poema, mas ampliam essa noção. Uma delas refere-se ao belo, ao que comove, emociona.
4. Reescreva no caderno os trechos abaixo, dando um sentido contrário às palavras destacadas. a) “Paulo tinha fama de mentiroso.” Sincero, verdadeiro. b) “A incapacidade de ser verdadeiro.”
Capacidade.
5. Observe o uso do prefixo in- ou de sua variação i- nas palavras a seguir: i + legal = ilegal
in + adequado = inadequado
a) O que aconteceu com o sentido das palavras ao receberem esse prefixo e sua variação? As palavras passaram a ter um sentido contrário. Professor, comente com os alunos que o prefixo in- e sua variação i- têm sentido próprio de negação.
b) Utilizando o prefixo in- ou sua variação i-, forme outras palavras com sentido oposto às dos quadros a seguir: Intolerante, impossível, indelicado, irreal, inafiançável, impaciente, indiscreto, irregular, impróprio, irresponsável. tolerante discreto
paciente delicado
próprio
possível regular
afiançável
real responsável
c) Em quais das palavras formadas o prefixo in- sofreu alteração para im-? Por que houve essa palavras “impossível”, “impaciente” e “impróprio”. A alteração foi por causa da alteração? Nas consoante “p”, porque na língua portuguesa usa-se sempre “m” antes de “p” e “b”. d) Em quais das palavras formadas o prefixo in- sofreu alteração para ir-? Explique essa alteração. Nas palavras “irreal”, “irregular” e “irresponsável”. A alteração ocorreu por causa da consoante “r”, que é duplicada entre vogais para notar o som “forte”. IMPORTANTE SABER
As palavras e expressões com sentidos opostos, contrários entre si, são chamadas antônimos. “Possível” e “impossível” são antônimos. 6. Pesquise outras cinco palavras iniciadas com o prefixo
in- ou uma de suas variações e forme uma
frase com cada uma delas. Resposta pessoal. Sugestões: Infeliz, inadmissível, incapaz, imbatível, inflexível, indesejável, indiscreto, imprevisto.
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Professor, um dos objetivos do trabalho com o poema a seguir é fazer a construção do conceito de eu poético. As atividades de compreensão do texto procuram oferecer pistas para o aluno chegar a esse conceito, que será sistematizado depois da última atividade. Essa definição é importante para a realização de outras leituras, como a do poema “Identidade”, de Pedro Bandeira, que virá na sequência. Caso julgue necessário, apresente outros exemplos aos alunos.
Prática de leitura
Texto 2 – Poema k c o t s r e t t u h S / r u m i T v o m a r b A
Ouriço sei não, do jeito que me dão conselho dá pra desconfiar à beça, ou estou sempre errado ou eles não entendem nada de conversa. TAVARES, Ulisses. Caindo na real: poemas. São Paulo: Moderna, 2004.
O ouriço é um animal que arrepia seus espinhos quando se sente ameaçado.
POR DENTRO DO TEXTO
1. Qual é o problema de quem fala, no poema?
Quem fala no texto se incomoda com o excesso de conselhos dados por outras pessoas e não sabe como agir.
2. Quem fala, no poema, desconfia do fato de muitas pessoas darem conselhos a ele. Transcreva os versos que expressam essa desconfiança.
“sei não, / do jeito que me dão conselho / dá pra desconfiar à beça [...]”.
3. Que expressão indica essa cisma, essa desconfiança?
A expressão “sei não”.
4. Em sua opinião, quem são “eles” a que se faz referência no poema? Como você chegou a essa conclusão?
Professor, espera-se que o aluno reconheça que o “eles” se refere aos adultos, que sempre vivem aconselhando, pois acreditam que sabem mais da vida.
5. O ouriço é um tipo de animal cheio de espinhos que, para se proteger quando se sente ameaçado por predadores, arrepia seus espinhos e prepara-se para soltá-los na direção da ameaça. Com base nessa informação, explique por que o título do texto é “Ouriço”. As pessoas geralmente têm uma reação semelhante à de um ouriço quando se sentem pressionadas ou incomodadas com a opinião alheia.
6. O tipo de desconfiança, de reclamação apresentado no texto combina mais com a fala de um jovem ou de um adulto? Por quê?
Combina mais com a fala de um jovem reclamando dos adultos. Esse fato é bastante comum na vida do jovem, assim como o comportamento dele em se proteger (ou se isolar) quando se sente incomodado (assim como ocorre com o ouriço).
7. Você já se sentiu incomodado como quem fala no poema? Explique sua resposta. Resposta pessoal. 8. Leia a fonte que indica o livro do qual esse poema foi retirado e responda às questões a seguir. a) De que livro esse poema foi retirado?
Do livro Caindo na real : poemas.
b) Qual é o nome do autor do poema? Ulisses Tavares.
9. Ulisses Tavares é um autor adulto. Mas a voz que fala no poema não é a de um adulto. Considerando essa afirmação, responda: A quem podemos atribuir a fala do texto? A voz que fala no poema é a de um adolescente, um jovem.
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IMPORTANTE SABER
Damos o nome de eu poético à voz que fala no poema . Há poetas adultos que escrevem como se estivessem no lugar de uma criança ou de um adolescente; de um homem ou de uma mulher. Para fazer isso, o poeta imagina o que esse outro sente, pensa e expressa de acordo com as características que atribui a ele. No poema a fala também pode ser de um animal, uma planta e até de um objeto. Os poetas também podem assumir uma profissão, um gosto, um hábito ou uma história que não tem relação com a sua vida pessoal. Por isso, atenção: é importante não confundir o autor do texto – quem escreveu o poema – com o eu poético – a voz que fala no poema.
Prática de leitura
Texto 3 – Poema
Professor, essa é uma sugestão para a primeira leitura do poema, que focaliza o conflito de quem fala no texto. Os alunos poderão ler em voz alta o texto completo para tirar dele apenas uma ideia global sobre esse assunto. A questão do conflito será retomada aos poucos durante as atividades de compreensão, enquanto se reconstrói o sentido do texto por meio do estudo de suas metáforas, jogo de oposição de ideias, organização do texto etc. Portanto, neste momento, não será preciso aprofundar esse tema; basta apenas levantar essa questão de leitura prévia.
ANTES DE LER
Conflito pode significar choque de opiniões, de sentimentos, de interesses etc. O conflito pode acontecer entre duas pessoas ou até consigo mesmo, referindo-se a assuntos ou emoções diversas. Observe os dois primeiros versos do poema e responda: Que conflito você acha que o se comparar a Sansão e Hércules, o menino, às vezes, se considera forte como eu poético está vivendo? Ao um herói e, ao se comparar com uma pulga, sente-se fraco e pequenino. Professor, as palavras foram destacadas porque os alunos deverão prestar atenção a elas em atividade proposta adiante. O original do poema não apresenta nenhuma palavra destacada. Se julgar adequado, comente isso com os alunos.
Identidade 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19
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Às vezes nem eu mesmo sei quem sou. Às vezes sou “o meu queridinho”, às vezes sou “moleque malcriado”. Para mim tem vezes que eu sou rei, herói voador , caubói lutador , jogador campeão. Às vezes sou pulga, sou mosca também, que voa e se esconde de medo e de vergonha. Às vezes eu sou Hércules, Sansão vencedor , peito de aço, goleador.
20 21 22 23 24 25
Mas o que importa o que pensam de mim? Eu sou quem sou, eu sou eu, sou assim, Professor, dados biográficos sobre Pedro sou menino. Bandeira podem ser encontrados no Manual. BANDEIRA, Pedro. Cavalgando o arco-íris. 3. ed. São Paulo: Moderna, 2002. h a t ó J
Professor, as atividades a seguir têm como objetivo, entre outros aspectos, reconstruir o sentido do poema a partir da sua organização, que não é gratuita. Essa proposta permite que o aluno perceba melhor os recursos de construção do texto e como cada parte contribui para a elaboração do sentido geral do poema. No primeiro momento, o eu poético lança o conflito, depois mostra como os adultos o veem, em seguida como ele se vê (suas identificações por meio de comparaTROCANDO IDEIAS ções), retoma a tensão do conflito nos versos 20 e 21 e, por fim, nos quatro últimos versos, afirma sua identidade. É importante que o aluno perceba esse percurso de uma maneira mais simples, expressando com as próprias palavras o que compreendeu, sem que seja necessário o uso de termos muito complexos.
1. Que sentimentos esse texto despertou em você? Respostas pessoais.
2. Você gostou do texto? Por quê? m e l r A o t a n e R
POR DENTRO DO TEXTO
1. Copie o poema no caderno. 2. Identifique e grife, no poema que copiou, o trecho que indica que o menino não sabe quem é. “Às vezes nem eu mesmo / sei quem sou.”.
3. Leia as seguintes expressões retiradas do poema. “o meu queridinho”
“moleque malcriado”
•
Essas expressões apresentam uma opinião sobre o menino. Quem as poderia ter dito? Provavelmente, seus familiares ou conhecidos. E muito provavelmente adultos. Professor, é importante destacar que as aspas presentes no texto introduzem a fala de alguém diferente do eu poético.
4. No caderno, copie as frases a seguir ao lado da parte do poema a que cada uma delas corresponde. Como os outros veem o menino. Corresponde ao trecho que vai do verso 3 ao 6.
Como o menino se vê.
Corresponde ao trecho que vai do verso 7 ao 19.
O menino rejeita a opinião dos outros a seu respeito.
Corresponde ao 20o e 21o versos.
O menino se aceita como é.
Corresponde aos quatro últimos versos.
5. No poema copiado em seu caderno, circule a expressão que indica que o menino vai falar sobre como ele se vê.
O aluno deverá circular a expressão “Para mim”.
6. O menino fala que é “rei”, “herói”, “caubói”, “mosca”. a) Essas identidades fazem parte da imaginação ou da realidade do menino? Por quê? Elas povoam a imaginação dele, pois são identidades irreais.
b) Podemos dizer que essas palavras estão relacionadas à identidade dele? Por quê? Sim, pois o eu poético revela que se vê dessa maneira: como rei, herói, caubói, mosca.
c) Você atribuiria alguma dessas identidades a si mesmo? Explique.
Resposta pessoal.
43
7. Você sabe quem foram Hércules e Sansão? Conhecer essas personagens é importante para com-
se possível e se houver interesse da turma, amplie a atividade, solicitando preender melhor o texto. Leia um pouco sobre eles: Professor, aos alunos que pesquisem outras esculturas ou pinturas que tenham Hércules e
Sansão como tema. Procure contextualizar as obras que os alunos pesquisarem, fornecendo informações sobre o artista e/ou sobre o movimento artístico do qual fazem parte. Procure chamar a atenção da turma para as variadas possibilidades de significação em diferentes linguagens e para a intertextualidade existente entre o poema lido e as obras artísticas analisadas.
s o t o h P k c o t S / G K A
Hércules (cópia
de uma estátua perdida atribuída à Greek Lysippus e descoberta em 1546). Estátua exposta no Museu Arqueológico Nacional de Nápoles, na Itália. Na mitologia grega, Hércules é filho de Zeus (o maior dos deuses). Teria nascido em Tebas, era invencível e o mais valente herói de seu tempo.
•
a h n a m e l A , r a m i e W e d e t r a e d s e õ ç e l o C
Sansão e o leão
(1525), de Lucas Cranach, o Velho. Óleo sobre painel. A história de Sansão é narrada no Antigo Testamento da Bíblia, no livro Juízes . Sansão era um homem de extraordinária força, que lhe foi dada por Deus. Ele tinha um segredo: essa força estava nos seus cabelos.
Agora, responda: Por que o menino se compara a Hércules e Sansão? Ao se comparar a Hércules e Sansão, o menino, às vezes, se considera forte como um herói.
8. Explique o que o menino quis dizer com os versos a seguir: a)
b)
Às vezes sou pulga, [...] Às vezes eu sou Hércules, Nem sempre ele se sente um grande herói, como foi Hércules; há momentos em que ele se julga pequeno como uma pulga.
eu sou eu, sou assim, sou menino. Em meio a tantas dúvidas, ele acaba por se reconhecer como um menino de sua idade, que vive conflitos próprios de quem está crescendo.
9. Se o título do poema fosse “O menino sem dúvidas”, ele estaria de acordo com o texto? Por quê? Não, pois o menino sobre o qual o poema fala mostra-se de diferentes maneiras, vivendo um conflito típico da fase da pré-adolescência, que é cheia de dúvidas e descobertas.
10. Por que o poema tem o título “Identidade”?
Porque, por meio dele, o eu poético descreve seus sentimentos, como se percebe no mundo.
TEXTO E CONTEXTO
1. Qual é o sexo e a idade aproximada do eu poético? Justifique sua resposta.
Resposta possível: Um pré-adolescente. O poema fala de alguém que, em alguns momentos, ainda se vê como criança, mas em outros se sente forte, pronto para enfrentar situações difíceis. Para dar essa ideia, o autor do poema cria um texto em que o menino se compara a diferentes personagens.
2. Releia este trecho do texto:
Às vezes sou pulga, sou mosca também, que voa e se esconde de medo e de vergonha. •
Medo e vergonha são sentimentos comuns às pessoas dessa idade? Por quê?
Resposta pessoal.
3. O eu poético vive um conflito de identidade, ou seja, às vezes não sabe quem é. Em sua opinião, é comum esse tipo de dúvida na idade do eu poético? Por quê? Resposta pessoal.
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TEXTO E CONSTRUÇÃO 1. Quantas linhas tem o poema “Identidade”?
Vinte e cinco linhas.
2. Essas linhas encontram-se agrupadas ou separadas por espaços em branco? Encontram-se agrupadas.
IMPORTANTE SABER
Um texto pode ser escrito em prosa ou em verso. O texto em prosa se caracteriza por ocupar toda a extensão da linha. Cada conjunto de linhas escritas é chamado parágrafo. Geralmente, no início de cada parágrafo, deve-se fazer uma margem, ou seja, deve-se deixar um espaço em branco. Já o poema é escrito em versos. Cada verso corresponde a uma linha do poema. Cada conjunto de versos é chamado estrofe. 3. Quantos versos formam o poema “Identidade”? E quantas estrofes? O poema é formado por 25 versos e uma estro fe. 4. No poema, o menino diz: “Às vezes nem eu mesmo / sei quem sou”. a) Por que ele diz isso?
A instabilidade própria da idade traz sensações de incerteza, de confusão, de abandono, de vazio.
b) Ao descrever-se, você já viu que o eu poético expõe opiniões contraditórias sobre si mesmo, sejam elas visões que os outros têm dele ou que ele tem de si mesmo. Identifique no poema esses versos. Expressões de sentidos contrários: “O meu queridinho” × “moleque malcriado” e “sou rei, herói voador” × “sou pulga, sou mosca também”.
5. Por que o menino fala sobre si de maneiras tão diferentes?
Porque se sente em conflit o, o que é próprio da idade.
APLICANDO CONHECIMENTOS
1. No poema “Identidade”, o eu poético usa algumas palavras para se descrever. No texto, essas palavras são usadas com sentido diferente daquele que apresentam normalmente. Observe:
tem vezes que eu sou rei
sou mosca também
a) O que, provavelmente, o eu poético quis expressar com o uso da palavra “rei”? Provavelmente, quis mostrar que há momentos em que se sente poderoso, grandioso, importante.
b) Transcreva em seu caderno, do quadro a seguir, a palavra que melhor expressa o significado que “mosca” tem no poema. “Insignificante”. perigoso
insignificante
necessário
ameaçador
IMPORTANTE SABER
As palavras podem ser usadas no sentido figurado, que é diferente do sentido próprio, literal. Para compreender o significado de uma palavra usada em sentido figurado, ela não deve ser tomada “ao pé da letra”, mas em relação ao contexto. Observe o exemplo: A festa de aniversário da Ana foi um sonho! Todos adoraram! A palavra “sonho”, nesse caso, foi empregada fora do seu sentido próprio, literal. Nesse contexto, o uso da palavra “sonho” dá a entender que o aniversário de Ana foi maravilhoso, fantástico, tão bom ou bonito quanto um sonho. 45
2. Leia a tira a seguir: k c e B e r d n a x e l A
a) A palavra “nata” aparece no segundo e no terceiro quadrinhos. Em qual deles ela foi usada em sentido figurado? Por quê? No segundo quadrinho, porque nele “nata” refere- se à elite, à camada de maior prestígio em um grupo social. b) Podemos afirmar que ao usar a palavra “nata”, no terceiro quadrinho, o menino mostra ter enPorque ele se refere à nata como a parte tendido o que a menina quis dizer no quadrinho anterior? Explique. Não. gordurosa do leite, em um sentido diferente daquele utilizado pela menina.
3. Forme frases com as palavras a seguir, usando-as no sentido próprio e no sentido figurado. a) fogo
b) crânio
Sugestões: c) ouro a) A floresta pegou fogo. / Minha irmã é fogo! b) Ele fraturou o crânio no acidente. / Heitor é o crânio de nossa sala. c) Ganhei um colar de ouro. / Meu filho vale ouro.
Produção de texto
Poema Reescreva o poema “Identidade”, de Pedro Bandeira, substituindo o símbolo mais palavras dos quadros, considerando o sentido e o ritmo dos versos.
▲ por
uma ou
extrovertido – tímido
calmo – agitado
corajoso – medroso
conciliador – briguento
organizado – desorganizado
adolescente – criança
Identidade
Sugestão de resposta:
Às vezes nem eu mesmo sei quem sou. Às vezes sou ▲ organizado
às vezes sou ▲. desorganizado Para mim tem vezes que eu sou ▲ , extrovertido herói ▲ , corajoso caubói ▲ , conciliador jogador ▲. calmo Às vezes sou ▲ , agitado
sou mosca também, que voa e se esconde de medo e de vergonha. Às vezes eu sou Hércules, Sansão vencedor, peito de aço, goleador. Mas o que importa o que pensam de mim? Eu sou quem sou, eu sou eu, sou assim, sou ▲. adolescente
BANDEIRA, Pedro. Cavalgando o arco-íris. 3. ed. São Paulo: Moderna, 2002.
46
Reflexão sobre o uso da língua
Adjetivo 1. Releia o poema “Identidade” e responda às próximas questões. a) Escreva as palavras do poema a que os termos a seguir se referem. voador
vencedor
“Herói”, “Sansão”, “moleque”.
malcriado
b) Por que os substantivos “Sansão”, “Hércules”, “herói”, “caubói”, “pulga” e “mosca” são imporpossível: Porque são palavras que contêm informações importantes tantes para construir o sentido do poema? Resposta para definir como o menino é ou como se sente em diferentes momentos. c) Que palavras do poema dão características aos termos “caubói” e “jogador”? As palavras “lutador” e “campeão”. IMPORTANTE SABER
Como vimos no poema “Identidade”, palavras como “lutador” e “malcriado” alteram o sentido do texto, caracterizando o “caubói” e o “moleque”. Não está se falando de qualquer caubói, nem de qualquer moleque. Essas palavras são chamadas adjetivos. Os adjetivos são palavras que modificam outras palavras, atribuindo-lhes características. Veja: “Às vezes sou moleque malcriado”. adjetivo
No poema, o adjetivo “malcriado” foi usado para falar sobre o moleque. Ele atribuiu uma característica à palavra “moleque”. Assim como acontece com o substantivo, o adjetivo também é uma palavra variável. •
O adjetivo varia em gênero. herói voador
mosca voadora
adjetivo masculino
adjetivo feminino
Há adjetivos que apresentam uma só forma. Esse tipo de adjetivo serve tanto para caracterizar palavras femininas quanto masculinas. Veja: Era um menino valente. Era uma menina valente. Ele é feliz. Ela é feliz. •
O adjetivo varia em número de acordo com a palavra que caracteriza. heróis voadores moleques malcriados plural do adjetivo
•
plural do adjetivo
O adjetivo varia em grau. menino queridíssimo grau aumentativo do adjetivo
Saiba mais sobre esse assunto consultando o Apêndice. 47
2. Volte ao poema e leia as palavras em destaque. Observe a função dessas palavras nos versos. Leia
o poema sem esses termos e, em seguida, responda: Qual é a importância dessas palavras para a espera-se que os alunos percebam que essas palavras são fundamentais para dar sentido ao poema, pois, sem construção do poema? Professor, elas, saberíamos apenas que o menino se vê como um caubói, mas não como um caubói lutador, que o menino é definido pelos •
outros como um moleque, mas não saberíamos que ele é visto como como um moleque malcriado. Ao empregar os termos destacados, o eu poético imprime um sentido mais preciso ao texto, que ganha, por isso, um efeito de sentido diferente daquele que teria se não fossem usadas essas palavras.
Você sabe como são chamadas essas palavras? Adjetivos.
3. Você conseguiu perceber para que servem as palavras destacadas no texto? Escreva sua conclusão. Espera-se que o aluno escreva que as palavras destacadas no texto servem para caracterizar, imprimir precisão, o que contribui para compor o sentido do texto.
4. Preste atenção aos versos a seguir: às vezes sou “moleque malcriado”. Para mim tem vezes que eu sou rei, herói voador, caubói lutador, jogador campeão. •
Que palavras ou expressões podem substituir os termos em destaque sem mudar o sentido do texto? Malcriado: “mal-educado”, “impertinente”; “campeão”: “vencedor”.
APLICANDO CONHECIMENTOS
A seguir, releia o título e o início do texto 1:
A incapacidade de ser verdadeiro Paulo tinha fama de mentiroso. [...]
1. Qual é o adjetivo usado para caracterizar a personagem na primeira frase do texto? 2. Nessa frase, o sentido desse adjetivo é positivo ou negativo? Explique. É negativo. O menino tinha fama de contar mentiras, por isso a família não o considerou normal e o levou ao médico.
“Mentiroso”.
Professor, podemos dizer também que o adjetivo “mentiroso”, nesse contexto, é pejorativo, depreciativo, ou seja, o con trário de “elogioso”, “apreciativo”.
3. Qual adjetivo presente no título é antônimo de “mentiroso”? “Verdadeiro”. 4. Considerando todo o texto, quando o título afirma que Paulo era incapaz de ser verdadeiro, quis dizer que ele era de fato mentiroso? Explique sua resposta.
Não. De acordo com o contexto, o título quis se referir ao fato de o menino ser imaginativo, sonhador, um aprendiz de poeta, e não alguém que inventa mentiras.
APRENDER BRINCANDO
Atividade 1 •
Pense em uma pessoa, em um objeto ou em um animal que todos os colegas conheçam.
•
Escreva, no caderno, três adjetivos que caracterizem o elemento que você escolheu.
•
•
48
Professor, escolha alguns alunos para participarem da atividade. Se preferir, ela pode ser realizada em grupos, assim todos terão chance de participar.
De acordo com a orientação do professor, você poderá ser escolhido para ir à frente da sala e representar na forma de mímica o que escolheu. As únicas palavras que poderá pronunciar serão os adjetivos escritos no caderno. A turma tentará adivinhar o significado de seus gestos e o nome daquilo ou de quem está sendo caracterizado pelos adjetivos apresentados.
Atividade 2 •
Leia e decifre esta adivinha em versos:
O que é, o que é? Redonda como um biscoito, rasa como um prato, nem todos os rios do mundo poderiam enchê-la de fato. A peneira.
•
e t r A e d a i r o t i d E
Domínio público.
Agora é a sua vez de criar uma charada, baseando-se na adivinha em versos que acabou de decifrar. Siga as orientações a seguir:
a) Escolha um objeto e elabore alguns versos, descrevendo-o. b) Nos versos, dê algumas dicas sobre o objeto, mas sem revelar qual é. c) Mantenha a estrutura da adivinha lida: Seu texto deve ter cinco versos e a última palavra do terceiro e do quinto versos devem rimar. d) Depois de elaborar sua adivinha, apresente-a oralmente para que seus colegas tentem descobrir qual foi o objeto escolhido por você. Combinem tudo com o professor.
Atividade de criação
Professor, na seção Preparando-se para o próximo capítulo , no final do Capítulo 1, há uma sugestão de pesquisa de poemas. Seria interessante retomá-la nesta atividade.
Poema ilustrado Vamos fazer um varal de poemas ilustrados? Siga as orientações. •
Escolha um poema de que você goste muito, dentre os que pesquisou no fim do capítulo anterior.
•
Copie-o em uma folha, deixando espaço para ilustrá-lo.
•
•
•
Você mesmo cuidará da ilustração. Essa ilustração pode ser feita por meio de colagem de materiais diversos, desenho, pintura ou qualquer outro recurso que você queira utilizar. Depois de terminar o trabalho, organize com o professor uma roda de leitura de poemas. Prepare com antecedência a leitura do texto que você escolheu. Antes de apresentá-lo, leia-o várias vezes em voz alta. Com sua turma, monte o varal com os poemas ilustrados. Pendure-o num local em que outras pessoas possam apreciar os poemas e as ilustrações.
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Prática de leitura
Texto 4 – Poema O poeta aprendiz Ele era um menino Valente e caprino Um pequeno infante Sadio e grimpante Anos tinha dez E asas nos pés Com chumbo e bodoque Era plic e ploc O olhar verde-gaio Parecia um raio Para tangerina Pião ou menina Seu corpo moreno Vivia correndo Pulava no escuro Não importa que muro Saltava de anjo Melhor que marmanjo E dava o mergulho Sem fazer barulho
Em bola de meia Jogando de meia-direita ou de ponta Passava da conta De tanto driblar [...] MORAES, Vinicius de. Livro de letras. São Paulo: Companhia das Letras, 2005. k c o t s r e t t u h S / m u k a d n i J K e e t a N
“Passava da conta / De tanto driblar [...]”.
POR DENTRO DO TEXTO
1. Leia os versos a seguir e preste atenção na palavra “caprino”: Ele era um menino Valente e caprino. a) Leia agora a definição do dicionário para “caprino”: ca.pri.no s.m.pl. 1 nome genérico para cabras e bodes, ovelhas e carneiros, considerados como espécie; ovinos: É criador de caprinos. adj. 2 relativo a cabra ou bode: carne caprina. CEGALLA, Domingos Paschoal. Dicionário escolar da língua portuguesa. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 2013.
b) O que fazia o menino para ser qualificado como “caprino”? O menino vivia saltitando, pulando por todos os lados, brincando e correndo “sem parar”.
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2. Que outras características, além de caprino, são dadas ao menino no poema? O menino era valente, sadio e grimpante, tinha dez anos, parecia um raio, era moreno, vivia correndo e pulando.
3. As expressões “asas nos pés” e “saltava de anjo” ressaltam que característica do menino? Sua agilidade.
4. A descrição feita no poema leva o leitor a formar uma imagem do menino. Qual é ela? A maior parte das características expostas no texto traça o perfil de uma criança esperta, ativa.
5. Releia: O olhar verde-gaio Parecia um raio Para tangerina Pião ou menina •
Explique a comparação entre “olhar” e “raio” feita no poema.
A comparação sugere que o olhar do menino tem o mesmo brilho, a mesma força, a mesma “rapidez” que um raio. O termo “verde-gaio” caracteriza o olhar do garoto como esperto, alegre e, neste caso, representa o próprio menino.
6. Localize no poema as palavras que correspondem aos brinquedos e às brincadeiras do menino e transcreva-as. As palavras e expressões são: ”bodoque”, “plic e ploc”, “pião”, “correndo”, “saltava”, “bola de meia”, “jogando” e “driblar”. •
Que versos destacam a habilidade do menino com brinquedos? “Era plic e ploc” / “E dava o mergulho / Sem fazer barulho / Em bola de meia / Jogando de meia-direita ou de ponta”.
7. Copie o trecho do poema de que você mais gostou. Justifique sua escolha. Resposta pessoal. 8. Escreva no caderno uma justificativa para o título do poema.
Resposta possível: Para o garoto, a vida era poesia. Como um poeta se expressa das mais variadas maneiras com palavras e gosta do que faz, o menino também extravasa de mil maneiras o que ele curte.
TEXTO E CONSTRUÇÃO 1. Observe as duplas de palavras a seguir: dez – pés
pião – corpo verde – olhar
escuro – muro tangerina – menina
a) Copie em seu caderno os pares de palavras que apresentam sons parecidos no final. dez – pés; escuro – muro; tangerina – menina. IMPORTANTE SABER
A rima ocorre quando, no fim ou no meio de versos de um poema, há palavras que terminam com sons iguais ou semelhantes. As rimas podem ocorrer em versos diferentes ou dentro de um mesmo verso. b) Além das duplas de palavras citadas, o poema apresenta outras rimas. Transcreva duas em seu quase todo o poema, os versos rimam dois a dois: menino – caprino; infante – grimpante; caderno. Em bodoque – plic e ploc; gaio – raio; moreno – correndo; anjo – marmanjo; ponta – conta.
2. Observe a ordem das palavras no seguinte verso: Anos tinha dez.
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•
As palavras estão na ordem que costumamos usar? Explique sua resposta. Não, as palavras estão na ordem inversa. Comumente não falamos ou escrevemos assim.
3. Reescreva o verso destacado na atividade anterior, ordenando-o de outra forma. Depois, localize o trecho em que se encontra esse verso e releia-o de acordo com a sua versão. Observe o que mudou com essa reconstrução. “Tinha dez anos”. Nessa ordem, a ordem direta, a rima fica deslocada para o meio do verso e não dá o efeito desejado.
4. Com base no que observou na atividade 3, responda: a) O que mudou no poema com a reescrita do verso? O efeito sonoro é o mesmo? Por quê? O ritmo ficou diferente e a rima ficou deslocada. O efeito sonoro não é o mesmo. O poema perde a musicalidade, o ritmo.
b) Com que intenção o autor do poema usou essa ordem das palavras na elaboração do verso? Ele procurou construir rimas.
5. Leia os próximos versos do poema e experimente ler com mais força a parte que está em destaque em cada palavra.
Seu corpo moreno Vivia correndo Pula va no es curo Não impor ta que muro Salta va de an jo Melhor que marman jo •
Ao ler o poema dessa maneira, é possível dizer que as palavras parecem pular como o menino. além das rimas, chame a atenção do aluno para o ritmo dos versos, criado a partir da disposição das sílabas fracas e Explique por quê. Professor, fortes em cada verso. Ele poderá perceber como as palavras, nesse poema, parecem pular tanto quanto “o poeta aprendiz”. Nas próximas atividades, esse aspecto será acentuado.
6. Observe que em um verso do poema as palavras reproduzem o som de um objeto. a) Identifique essas palavras. “Plic” e “ploc”. b) O que esse som representa?
Representa o barulho do bodoque.
7. É possível afirmar que esse poema foi escrito com a intenção de emocionar, tocar a sensibilidade do leitor? Explique por quê.
Resposta possível: O texto foi escrito com intenção de emocionar, tocar a sensibilidade do leitor. A linguagem escolhida por quem o escreveu é, ao mesmo tempo, simples e poética. O autor combinou as palavras construindo rimas, o que causa um efeito sonoro agradável.
IMPORTANTE SABER
O poema é um gênero textual estruturado em versos, podendo ou não ter rimas. Como vimos, cada linha do poema corresponde a um verso. Ao conjunto de versos damos o nome de estrofe. As palavras ou expressões utilizadas nos poemas podem ter vários significados, ou seja, em geral empregam uma linguagem figurada, sendo necessária a interpretação do que querem expressar. A intenção de um poema pode ser a de emocionar o leitor, propor uma reflexão, apresentar os sentimentos, as ideias e as emoções do poeta diante das situações da vida. Poeta é o autor que escreve poemas. O poeta é diferente do eu poético, a voz que fala no poema. E por que não considerar que um poema pode trazer em seus versos as coisas “desimportantes”, como costuma dizer o poeta Manoel de Barros? Ao ler poemas, você poderá perceber o quanto as coisas do cotidiano parecem novas e originais nos versos dos poetas... 52
8. Que tal voltar a alguns textos lidos até aqui e observar suas características e o que eles têm de
semelhante e de diferente? Em seu caderno, copie o quadro a seguir com as características de
cada texto, completando-o.
“A incapacidade de ser verdadeiro” Estrutura Foi escrito em versos ou em parágrafos?
“O poeta aprendiz”
“Identidade”
Em parágrafos.
Em versos.
Em versos.
Assunto Sobre o que o texto está falando?
Resposta possível: Sobre um menino muito imaginativo que é mal compreendido pelas pessoas.
Sobre a identidade do menino que fala no poema e sobre o conflito que vive o eu poético.
Resposta possível: Sobre um jovem que descobre sua identidade de poe ta. Sobre um jovem que curte a vida da mesma maneira que um poeta curte seus poemas e as palavras.
Gênero do texto Que texto é esse?
Conto.
Poema.
Poema.
Reflexão sobre o uso da língua
Locução adjetiva 1. Releia estes versos do poema: E dava o mergulho / Sem fazer barulho / Em bola de meia a) A bola mencionada nos versos é uma bola específica. Explique essa afirmação. O verso faz referência a uma bola feita de meia.
b) Que outros tipos de bola você conhece?
Resposta pessoal. O aluno poderá citar: bola de gude, bola de capotão, bola de futebol, bola de boliche etc.
c) Que expressão do poema, formada por mais de uma palavra, caracteriza o tipo de bola usada pelo menino? A expressão “de meia”. d) Ao informar que a bola é “de meia”, o poema nos permite tirar outras conclusões sobre o menipoema nos dá mais informações sobre o menino, já que as bolas de meia não costumam ser compradas em loja. Isso significa que, provano. Quais? Ovelmente, o menino ou alguém de seu convívio confeccionou a bola, o que nos permite concluir que as condições financeiras do menino não eram boas. Ele devia levar uma vida simples.
2. Leia a tira a seguir: i a r a g s u r r u t I o ã d A
ITURRUSGARAI, Adão. Folha de S.Paulo , São Paulo, 15 jun. 2005.
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a) Quem a personagem disse que sorriu para ela? A vida. b) Ao dizer isso, ela usou uma linguagem figurada? Por quê? Usou uma linguagem figurada, pois a vida não é um ser animado que tem dentes.
c) A personagem se refere ao sorriso destacando a falta de dois dentes. Que dentes são esses? Os dentes da frente.
d) O que a personagem quis dizer com essas falas?
Resposta possível: Quis dizer que, para ela, a vida não está completa, que está faltando alguma coisa. A tira revela os sentimentos da personagem diante da vida.
e) Qual é a expressão que especifica, caracteriza o tipo de dente? A expressão “da frente”.
f) Transcreva a expressão que, no quadrinho, pode substituir “da frente”.
Frontais. Professor, se os alunos tiverem dificuldade quanto ao significado das palavras “lateral”, “frontal” ou “superior”, oriente-os a consultar o dicionário.
laterais
frontais
superiores
g) A palavra escolhida por você para substituir a expressão “da frente” serve para caracterizar o substantivo “dentes”. Essa palavra é um adjetivo ou um substantivo? É um adjetivo. Professor, é interessante que
os alunos percebam que há locuções adjetiva s que têm um adjetivo correspondente (com o mesmo significado). A expressão “da frente”, no exemplo que demos, pode ser substituída pelo adjetivo “frontal”. Já no caso de “bola de meia”, não há adjetivo que corresponda à expressão “de meia”. IMPORTANTE SABER
Como vimos, os adjetivos qualificam, caracterizam, especificam outras palavras. Por exemplo: Ele era um menino valente e caprino. substantivo adjetivo adjetivo
Há também expressões que equivalem a um adjetivo, caracterizando, qualificando outras palavras. Veja: Bola de meia Dentes da frente A expressão “de meia” tem a função de caracterizar o tipo de bola que o menino usa para jogar. E a expressão “da frente” tem a função de especificar a que dentes a personagem dos quadrinhos está se referindo. A expressão formada por duas ou mais palavras que equivale a um adjetivo é chamada locução adjetiva. “De meia” e “da frente” são exemplos de locuções adjetivas. Substantivo ou adjetivo?
A mesma palavra pode assumir mais de uma classificação, dependendo da frase (o contexto). Assim, por exemplo, uma palavra pode ser substantivo, se estiver dando nome a um ser; ou adjetivo, se estiver caracterizando o substantivo. Observe: a) O escuro amedronta as crianças. (substantivo) b) Um dia escuro traz tristeza. (adjetivo) 54
i a r a g s u r r u t I o ã d A
APLICANDO CONHECIMENTOS
Leia o texto a seguir:
Longa história curta Numa estrada estreita e escura, havia uma casa de porta larga e clara. Ali morava uma velha magra e pálida, com sua filha bonita e corada. Um dia, a velha magra e pálida e a filha bonita e corada atrelaram seu burro preto e velho numa carroça branca e nova, fecharam a porta larga e clara, pegaram a estrada estreita e escura e foram para uma cidade grande e sossegada, onde havia uma feira pequena, mas movimentada. Ali chegando, a velha magra e pálida e sua filha bonita e corada desceram da carroça branca e nova e amarraram o burro preto e velho num poste fino e comprido com uma corda grossa e curta. Depois, a velha magra e pálida e sua filha bonita e corada foram comprar frutas belas e cheirosas de um feirante feio e fedido. Pegaram sua sacola grande e cheia, porém a carteira, pequena, estava vazia. Então a velha magra e pálida e sua filha bonita e corada puseram às costas o saco com as frutas belas e cheirosas e fugiram do feirante feio e fedido. Mas, quando a velha magra e pálida e sua filha bonita e corada chegaram à carroça branca e nova, viram que o burro preto e velho, mal amarrado ao poste fino e comprido com a corda grossa e curta, havia escapulido. Então correram todos: o fedido e feio feirante atrás das cheirosas e belas frutas, atrás da pálida e magra velha e da corada e bonita filha, atrás da nova e branca carroça, atrás do velho e preto burro até chegarem à larga e clara porta da casa da escura e estreita estrada para acabar esta longa história curta. PAMPLONA, Rosane. Contos de enrolar. São Paulo: Elementar, 2010.
1. Por que, provavelmente, o texto recebeu o título “Longa história curta”? Provavelmente, porque a história poderia ser curta, mas a repetição de tantos substantivos e adjetivos acabou transformando-a em uma história longa.
2. Vários substantivos e adjetivos foram repetidos ao longo do texto. a) Você acha que essas repetições foram propositais ou não? Por quê?
Professor, espera-se que o aluno perceba que foram propositais, pois contribuem para a cons trução do tex to. Além disso, elas podem s er explicadas pelo título.
b) Releia o primeiro e o segundo parágrafos e transcreva os substantivos que se repetem ao longo do texto. Estrada, casa, velha, filha, burro, carroça, porta, estrada, cidade, feira. c) Agora, releia o último parágrafo e transcreva os adjetivos que acompanham os substantivos feio, cheirosas, belas, pálida, magra, corada, bonita, nova, usados nessa parte do texto. Fedido, branca, velho, preto, larga, clara, escura, estreita, longa e curta.
3. Observe, ao longo dos parágrafos do texto, a posição dos adjetivos em relação aos substantivos que acompanham.
a) No último parágrafo do texto, pode ser observada uma alteração no posicionamento dos adjeúltimo parágrafo, ao contrário dos anteriores, os adjetivos antecedem os substantivos. Além disso, cada dupla de adjetivos aparece tivos. Qual é ela? No em ordem diferente no último parágrafo: “velha magra e pálida” / “pálida e magra velha”. O primeiro substantivo usado no início do texto é um dos últimos a serem repetidos no último parágrafo.
b) Levante uma hipótese: Qual pode ter sido a intenção da autora ao fazer essa alteração?
Professor, espera-se que o aluno perceba que, com a inversão no posicionamento dos adjetivos e substantivos, a autora parece querer mostrar a ida e a volta das personagens na história.
4. Por que o uso dos adjetivos e o seu posicionamento são importantes para a construção do texto? Professor, se necessário, por meio de sua mediação, leve os alunos a concluírem que os adjetivos contribuíram para a construção do sentido do texto. Eles foram responsáveis por tornar longa uma história que po deria ser curta e ajudaram a construir a ideia de ida e vinda das personagens.
5. O que poderíamos esperar do texto se o título fosse “Curta história longa”? Resposta pessoal. Sugestão: Provavelmente, seria uma história com muitos acontecimentos contados de forma resumida ou uma história em que fatos ocorridos ao longo de muitos anos seriam contados de forma rápida, em poucas linhas.
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IMPORTANTE SABER
Vimos que a mesma palavra pode assumir o papel de adjetivo ou de substantivo, dependendo do contexto. Além disso, é importante perceber que a posição dos adjetivos e substantivos também pode alterar seu sentido. Alguns adjetivos podem ser deslocados de sua posição em relação ao substantivo, ora ficando antes, ora depois dele. Esse deslocamento pode alterar ou não o sentido do adjetivo. Observe os pares de frases. A personagem da história é uma mulher pobre. A personagem da história é uma pobre mulher. A mulher roubou frutas deliciosas. A mulher roubou deliciosas frutas. No primeiro par de frases, há alteração no sentido do adjetivo “pobre” quando ele é usado antes ou depois do substantivo “mulher”. Na primeira frase, “pobre” significa “sem recursos financeiros”; na segunda, “pobre” significa “infeliz”. No segundo par de frases, a troca de posição do adjetivo “deliciosas” não gerou alteração de sentido. 6. Leia o par de frases a seguir: O presidente da empresa é um grande homem. O presidente da empresa é um homem grande. •
Explique: A troca na posição dos adjetivos gerou alteração de sentido? Houve alteração de sentido. No primeiro caso, o adjetivo “grande” expressa o sentido de notável, importante, admirável. No segundo, refere-se à altura.
7. Leia as frases a seguir:
I. Antônio é um professor simples. II. Minha mãe é uma delicada mulher. III. Adoro ler histórias divertidas. a) Indique em qual das frases a troca na posição do adjetivo em relação ao substantivo acarretaria Professor, questione os alunos sobre novos exemplos. Se achar necessário, peça mudança de sentido. Na frase I. que anotem no caderno outras frases, esclarecendo as diferentes possibilidades de significação do adjetivo, de acordo com a sua posição em relação ao substantivo.
b) Explique os dois sentidos possíveis para o adjetivo na frase indicada. “Professor simples” expressa o sentido de modesto. “Simples professor” transmite a ideia de “um professor qualquer”.
8. Em seu caderno, determine se as palavras destacadas nas frases a seguir são adjetivos ou substantivos. a) “Ali morava uma velha magra e pálida.” Substantivo. b) “[...] amarraram o burro preto e velho num poste [...]” Adjetivo. c) A mulher velha tinha uma filha bonita. Adjetivo. d) O velho era dono do burro. Substantivo. e) “[...] fugiram do feirante feio e fedido [...]” Substantivo. f) Ela tem um marido feirante. Adjetivo.
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9. Em seu caderno, reescreva o texto a seguir, substituindo os ▲ por adjetivos que contribuam para a construção de uma nova versão do texto “Uma longa história curta”. Respostas pessoais. Professor, é necessário observar a coerência na escolha dos termos.
Numa escola ▲ e ▲, havia uma sala ▲ e ▲. Ali dava aula uma professora ▲ e ▲ a seus alunos ▲ e ▲. Um dia, a professora ▲ e ▲ e os alunos ▲ e ▲ saíram em uma excursão ▲ e ▲ num ônibus ▲ e ▲. Pegaram uma estrada ▲ e ▲ e foram para um sítio ▲ e ▲. Lá chegando, a professora ▲ e ▲ e seus alunos ▲ e ▲ foram comer as frutas ▲ e ▲ no pomar ▲ e ▲. Mas, quando iam apanhar as frutas, viram que um enxame de abelhas ▲ e ▲ voava em direção a eles. Então, todos saíram correndo sem experimentar as frutas ▲ e ▲, que tinham ficado no pomar ▲ e ▲. Então se agitaram todos: as abelhas ▲ e ▲, atrás da professora ▲ e ▲, que seguia os alunos ▲ e ▲. Ao alcançarem o ônibus ▲ e ▲, entraram correndo e fecharam bem a porta e as janelas para acabar esta longa história curta. Na trilha da oralidade
Entonação Antes de conversar com toda a turma sobre as atividades propostas a seguir, sente-se com um colega e procure responder às questões com base na leitura da tira do Menino Maluquinho. Depois, com a orientação do professor, partilhem as respostas com os outros colegas. o d l a r i Z
ZIRALDO. As melhores tiradas do Menino Maluquinho . São Paulo: Melhoramentos, 2000.
1. As palavras de Maluquinho se dirigiam à menina? Como você percebeu isso? Não. Porque ele passa direto por ela e se dirige às flores.
2. Então, o que fez a menina se enganar?
A maneira como ele fala e as palavras que usa, além do fato de passar muito perto dela, esticando os braços na direção da garota.
3. A fala de Maluquinho faz você se lembrar de que tipo de declaração? Uma declaração de amor.
4. Além da fala, que outros elementos levam o leitor a concluir que se trata de uma declaração do tipo que você identificou na atividade 3? As palavras e a expressão física: gestos, maneira de andar e olhar, a emoção representada pelas palavras em destaque nos quadrinhos, o ponto de exclamação etc.
5. Leia em voz alta o primeiro quadrinho. Como foi que a maioria dos seus colegas leu a frase? 6.
Professor, seria importante que vários alunos lessem a frase, cada um a seu tempo. Seria importante também que todos os alunos se ouvissem e prestassem atenção ao modo como a maioria leu a fala do quadrinho. Supõe-se que os alunos lerão em tom quase declama tório, em voz mais alta que a normal. O objetivo da ativ idade levar os alunos a perceberem que a entonação, o modo de Leia novamente a primeira fala de Maluquinho modificada: édizer algo também constrói seu significado.
Amor? Amor? a) Nesse caso, você acha que a menina continuaria a entender da mesma maneira o que o meProfessor, espera-se que o aluno reconheça que não. Ao usar essas palavras em tom de interrogação, a menina não poderia nino diz? Por quê? tomá-las como uma declaração de amor. b) O que faz com que possamos compreender o que os outros querem dizer são somente as Não são apenas as palavras, mas como elas são ditas, por exemplo, a entopalavras? Explique sua resposta. nação, a combinação delas, a expressão facial e corporal de quem falou e até mesmo a situação de comunicação em que foram usadas.
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IMPORTANTE SABER
Professor, comente com os alunos sobre outros recursos expressivos utilizados para marcar a entonação na escrita, como o uso de letras maiúsculas “Estou MUITO brava com você!” ou a repetição de letras no interior das palavras “Estou muuuuuuuuuuito brava com você!”. Questione os alunos sobre outros exemplos que conheçam e sobre os contextos em que são utilizados.
A entonação é a mudança no tom de voz que indica se o que falamos é uma afirmação, uma pergunta, um pedido, uma ordem. A entonação também pode indicar se a pessoa que fala está contente, triste, brava, surpresa, apaixonada etc. Na escrita, geralmente, a entonação é representada por meio dos sinais de pontuação. Vamos aplicar esses conhecimentos sobre entonação? Para isso, você conhecerá e declamará outros poemas. Prepara-se para se emocionar! Seguindo a orientação do professor, cada aluno declamará para a turma um dos poemas do varal literário. Lembre-se de que não lemos um texto poético da mesma maneira que lemos uma notícia de jornal ou qualquer texto na forma de prosa. Capriche na entonação das palavras, de acordo com o ritmo dos versos. Seu professor irá montar algumas equipes de observação para anotar alguns itens da apresentação dos seus colegas.
ORIENTAÇÕES Enquanto um grupo se apresenta, os outros grupos receberão a tarefa de observar os amigos apresentando seus poemas. Para responder às próximas questões, será preciso observar bem como falam os seus colegas enquanto declamam os versos. Seu professor vai orientá-los sobre o que cada grupo vai observar. Fique bem atento! O professor vai organizar a ordem das apresentações e atribuir um número a cada grupo. Cada grupo prestará atenção e observará apenas aquilo que foi determinado para o seu grupo. Grupo 1: •
Quais foram as expressões faciais de seus amigos enquanto declamavam?
•
Elas acompanharam o sentido do texto?
•
Mudaram constantemente ou seu colega permaneceu sempre com a mesma expressão?
Grupo 2: •
Ao se apresentarem, seus colegas fizeram gestos? Quais?
Grupo 3: •
Seus amigos declamaram os poemas com uma entonação adequada? Por quê?
Grupo 4: •
As pessoas memorizaram os poemas ou usaram material escrito? Quem usou papel ficou à vontade? E quem memorizou o poema?
AVALIAÇÃO
Professor, cada grupo observará sempre a mesma coisa em todas as apresentações, ou seja, o grupo 1 observará as expressões faciais em todos os grupos de colegas; o grupo 2, se quem declamou fez gestos e se estavam adequados, e assim sucessivamente. A cada apresentação, os grupos partilham com a turma o que acabaram de observar. Assim poderão refletir coletivamente sobre os resultados obtidos por outros grupos. Para que essa atividade possa ser concluída, procure reservar um tempo mais longo da aula, de modo que os comentários a respeito de todos os grupos possam ser feitos.
1. De qual dos poemas apresentados você gostou mais? Resposta pessoal. 2. O que achou da atividade? Por quê? Resposta pessoal.
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Prática de leitura
Texto 5 – Trovas populares Você sabe o que é uma trova popular? São quadras, isto é, estrofes formadas por quatro versos que tratam de temas populares. Observe o ritmo e a musicalidade desse tipo de composição.
Fui ao mato cortar lenha O capim cortou meu pé, Amarrei com fita verde Cabelinho de José.
Fui à feira comprar uva, Encontrei uma coruja: Eu pisei na cauda dela, Me chamou de cara suja. AGUIAR, Vera (Coord.); ASSUMPÇÃO, Simone; JACOBY, Sissa. Poesia fora da estante. Porto Alegre: Ed. Projeto/CPL-PUCRS, 1999.
TEXTO E CONSTRUÇÃO
Professor, sugerimos que esta atividade seja oral, coletiva e mediada por você.
1. Quantas quadras aparecem no texto 5?
Duas quadras.
2. Nas quadras existem rimas. Quais são?
As rimas são: quadra 1: pé – José; quadra 2: coruja – suja.
3. Experimente ler esta quadra em voz alta, enfatizando na leitura as sílabas destacadas. Depois, leia novamente e, batendo as mãos, tente imitar o ritmo dos versos. Bata mais forte nas partes dos versos que estão em destaque.
Fui ao mato cortar lenha O ca pim cortou meu pé , Amarrei com fita verde Cabelinho de José. Professor, espera-se que o aluno perceba a alternância de trechos fortes e fracos nos versos. É
•
que os alunos expliquem como perceberam isso a partir da experiência deles. É importante Agora, responda às questões seguintes: possível incentivá-los a escreverem o conceito da maneira como entenderam e acolher suas respostas, pois a seguir eles poderão lê-las e compará-las com a definição do quadro Importante saber .
a) Ao ler o texto, você observou o ritmo dessa quadra? Para você, o que é ritmo? IMPORTANTE SABER
O ritmo de um poema é formado pela alternância entre sílabas fortes e fracas nos versos, criando uma cadência. Quando os versos apresentam um ritmo constante, que se repete, dizemos que o poema tem uma cadência regular. b) Para obedecer a uma cadência regular, os versos podem ter muita diferença no seu tamanho? Por quê? Não, porque se forem muito diferentes não construirão movimentos parecidos (que se repetem). c) Em sua opinião, o que produz ritmo e musicalidade nesses versos? O ritmo e a musicalidade são criados por meio de rimas e pelas palavras escolhidas e sua combinação nos versos. Também pela cadência regular nos versos.
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Produção de texto Proposta 1
Livro de poemas da turma Para construir um livro de poemas da turma, cada aluno produzirá o próprio poema sobre a tela a seguir: o r i e n a J e d o i R / s e t r A s a l e B e d l a n o i c a N u e s u M
Professor, se o aluno optar por escrever sobre outra pintura
O circo (1955), de Djanira. Guache sobre papel, 33 cm × 47 cm. ou fotografia, oriente-o a indicar a obra escolhida em sua
produção, prestando atenção às referências da imagem: Título, ano, autor, técnica, dimensão etc. Se for possível e houver interesse, solicite que os alunos pesquisem o autor e/ou o movimento artístico do qual a obra faz parte e produzam pequenos textos informativos, que poderão ser selecionados para compor a introdução do livro de poemas, em uma seção intitulada “Sobre as obras escolhidas para as produções”.
Você também pode basear seu poema em outra pintura ou em uma fotografia. Caso decida por essa opção, peça orientação ao professor. Proposta 2
Trova Reescreva uma trova em seu caderno, modificando versos e palavras, sem alterar o compasso. Não deixe de fazer rimas. Veja no exemplo a seguir como o ritmo foi criado:
Você diz que sabe muito Papagaio sabe mais: Papagaio fala versos Coisa que você não faz.
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As trovas também poderão fazer parte do livro de poemas da turma. Vocês poderão optar por fazer um livro somente com as trovas produzidas. PLANEJE SEU TEXTO
Copie no caderno os itens do quadro e responda a cada um deles como modo de planejamento. Amplie o número de itens, se precisar. Verifique se cumpriu o planejado na hora de avaliar o texto.
Para escrever o poema ou a trova 1. Qual é o público leitor do texto?
Meus colegas de turma, familiares e amigos.
2. Que linguagem vou empregar?
Professor, no caso do poema, é frequente o uso de linguagem figurada. Quanto ao grau de formalidade, oriente os alunos a empregarem a linguagem de acordo com os propósitos comunicativos do texto que vai produzir.
3. Qual é a estrutura que o texto vai ter?
Organização em versos.
4. Onde o texto vai circular?
Os textos produzidos vão compor um livro que circulará entre colegas, familiares e amigos, portanto, dentro e fora da escola.
ORIENTAÇÕES PARA A PRODUÇÃO 1. Para a primeira proposta, tome a imagem como ponto de partida para a escrita do poema. 2. Experimente as sensações e ideias que a imagem lhe sugere e, com essa experiência, escreva alguns versos, buscando perceber a seleção e combinação dos sons e das palavras.
3. Depois, organize os versos e verifique se eles produzem os efeitos que deseja quanto ao sentido, à sonoridade e ao ritmo do poema. Utilize os recursos estudados neste capítulo e lembre-se de que um poema não precisa necessariamente ter rimas.
4. Organize a escrita do texto no espaço da folha: você já sabe que a forma usada para escrever um poema não obedece à organização em parágrafos, mas à organização em versos.
5. A linguagem figurada é muito empregada nesse gênero de texto. Reveja alguns exemplos estudados e lance mão desse recurso para construir os versos.
6. Para a segunda proposta, lembre-se de pesquisar várias trovas e escolher algumas para fazer a reescrita, modificando palavras que resultem em um texto com sentido geral semelhante ou em um texto que traga o mesmo tema, mas que resulte em sentido totalmente diverso. Por exemplo: se a trova fala sobre “amizade”, você poderá ler o que ela quer comunicar e reescrevê-la para dizer a mesma coisa, só que usando novas palavras. Outra opção é criar uma trova nova que expresse as suas ideias sobre esse mesmo tema.
7. Combine com seus colegas de turma e com o professor como será composto o livro: páginas, capa, se haverá ilustrações, dedicatória, como aparecerá o nome dos autores, se cada aluno-autor assinará o livro, que materiais usarão para confeccionar a capa, qual o tipo e tamanho de letra a ser usado.
8. Decidam coletivamente qual será a melhor maneira de divulgar o livro. Seria interessante que os familiares dos alunos pudessem ler as produções.
9. O livro de poemas poderá ser levado para casa a fim de que seus familiares e amigos possam lê-lo. Para isso, o livro pode ser reproduzido para que cada aluno tenha um exemplar ou, se isso não for possível, o professor combinará com a turma uma dinâmica que permita a todos os alunos levar o livro para casa.
10. Por fim, caso julguem interessante, o livro poderá ser doado para a biblioteca da escola para que outras pessoas possam ter acesso aos belos poemas produzidos por sua turma.
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AVALIAÇÃO E REESCRITA 1. Faça uma leitura do poema em voz alta e verifique se quer retomá-lo, alterar as palavras e a combinação delas, acrescentar ou retirar versos, continuar o texto.
2. Verifique se o ritmo do poema ficou agradável. No caso da trova, veja se a rima produziu o efeito sonoro desejado.
3. Proceda com as modificações até concluir seus objetivos. 4. Faça uma revisão em seu texto, observando e, se necessário, corrigindo ortografia, acentuação, pontuação, repetições de palavras ou ideias.
5. Passe o texto a limpo e o entregue ao professor antes de a turma iniciar a confecção do livro. Se você optou por realizar a primeira sugestão, entregue ao professor a reprodução da imagem da qual você partiu para produzir o poema.
Prática de leitura
Texto 6 – Poema visual Até agora, nós lemos e apreciamos vários poemas que nos levaram às mais diversas emoções, sensações, reflexões... Mas você já ouviu dizer que há poemas que também são para serem vistos? Vamos ver?
Xadrez
l a b o l G
CAPPARELLI, Sérgio; GRUSZYNSKI, Ana Cláudia. Poesia visual . São Paulo: Global, 2002.
POR DENTRO DO TEXTO
1. A imagem do poema sugere determinado objeto. Qual? Para que ele é usado? Resposta possível: Há algo semelhante a um tabuleiro de xadrez ou damas.
2. O que esperamos encontrar nesse objeto?
No tabuleiro, normalmente, são colocadas peças (peões) para jogar. Nesse poema visual encontramos palavras.
3. O fato de a palavra “amor” estar sobre o tabuleiro de jogo tem algum significado? Por quê? Sim. Colocar a palavra “amor” sobre o tabuleiro é como colocar as peças para jogar. Então, em linguagem figurada, significa dizer que o “amor” faz parte de um jogo de estratégias, de sorte, azar, em que o resultado é imprevisível.
contexto, o do jogo, que relação as palavras “ardor” e “dor” estabelecem com “amor”? 4. Nesse “Ardor” e “dor” rimam com “amor”, o que cria uma relação do amor com essas palavras. Ou o amor pressupõe sentir ardor e dor. Assim como as peças, as sílabas das pal avras se movem no poema e constroem o jogo do a mor.
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5. A borda vermelha do tabuleiro tem também alguma relação com a palavra “amor”? Geralmente, o amor é representado na cor vermelha.
6. Se tirássemos o tabuleiro e deixássemos só as palavras, entenderíamos o poema do mesmo jeito? Justifique. Não, pois é o conjunto, a relação entre as palavras e os elementos visuais que forma o significado do poema.
CONFRONTANDO TEXTOS
1. A imagem do poema despertou sensações, sentimentos e emoções em você? Resposta pessoal. 2. Observe o poema a seguir, escrito por um aluno. é c i u Q é r d n A
ALMEIDA, Flávio P. Arte, magia e sonhos II . Brasília: André Quicé, 1977. O poema constrói sentido (um veleiro navegando) não só por meio das palavras, mas por meio da imagem criada com essas mesmas palavras, que desenham o contorno de um veleiro. O poema também usou um outro recurso bastante empregado nesse tipo de texto: a repetição de palavras e de sons, que reforçam a mensagem, tornam-no mais expressivo, mais ritmado.
a) Qual é a intenção desse poema?
b) Existe alguma semelhança entre o poema desse aluno e o poema “Xadrez”? Explique sua resposta. Sim, os dois poemas usaram as palavras para construir uma imagem significativa relacionada ao sentido que cada texto constrói. Ambos lançaram mão de recursos expressivos, como ritmo, rima e linguagem visual.
Projetos em ação
Professor, veja os objetivos das atividades no Manual.
Dia da poesia Neste capítulo foi analisada uma série de recursos da linguagem poética. Que tal colocá-los em prática, construindo os próprios poemas, organizando uma apresentação das criações da turma e de outros poemas de que os alunos tenham gostado? Quem sabe possam também incluí-los no livro da turma. Escolha uma das propostas a seguir. Proposta 1
Poema visual •
•
•
•
•
•
Escolha o tema de que vai tratar e crie uma maneira de representá-lo visualmente, combinando imagem e palavra de modo a produzir sentido. Se desejar, para construir o texto ou para complementar o que ele quer expressar, forme imagens com as palavras. Verifique se o poema está conseguindo atingir o objetivo pretendido: observe se o texto está disposto na folha de uma maneira significativa. A ocupação da folha é livre, mas não é ocasional: em um poema desse tipo, a distribuição das palavras no espaço em branco do papel busca provocar efeitos de sentido. Caso julgue necessário, você poderá colorir o poema e usar outros recursos artísticos em sua composição. Monte com seus colegas um varal de poemas visuais fora do espaço da sala de aula. Combine com seu professor um local possível para essa montagem. Seu professor vai ajudá-los a escrever um texto coletivo que descreva o processo de composição dos poemas e dê informações teóricas sobre o assunto. Esse texto também vai compor a exposição e servirá de orientação para as pessoas que ainda não conhecem esse tipo de poema. Para fazer essa apresentação geral, use seus conhecimentos a respeito de poema visual.
63
•
Passem a limpo o texto de apresentação do varal em uma cartolina ou outro tipo de papel grande, de forma que ele fique bem visível. Convidem as pessoas a visitar os trabalhos e observem as reações que um poema visual pode despertar.
Proposta 2
Poema tradicional Escolha cinco substantivos e cinco adjetivos que, para você, estejam relacionados a um dos temas a seguir: “família”, “amizade”, “escola” e “medo”. Se preferir, escolha outro tema com o qual você se identifique mais. •
• • •
Usando o tema e as palavras escolhidas, escreva um poema em que o eu poético expresse suas emoções. Seu poema deverá ser estruturado em versos e estrofes. Crie associações entre ideias e imagens e use a linguagem figurada para construir o sentido do texto. Se quiser, utilize rimas.
Proposta 3
Poema narrativo Os poemas são textos que, além de expressar sentimentos, também podem contar histórias ou descrever pessoas. Um exemplo é o texto “O poeta aprendiz”, do qual lemos um trecho nesta unidade. • • •
Escolha uma história conhecida ou, se preferir, invente uma. Usando versos e rimas, narre essa história. Se optar por uma história que já existe, você pode manter as ideias principais ou transformá-las, para criar novos sentidos, efeitos de humor etc. Por exemplo: Em um poema narrativo baseado no conto “Chapeuzinho Vermelho”, a personagem principal pode ser caracterizada como uma adolescente que se apaixona pelo Lobo Mau.
APRESENTAÇÃO DOS POEMAS Depois de comporem seus poemas, que tal organizarem um evento que poderia receber o nome de “O Dia da poesia”? Nesse dia, vocês poderão apresentar um recital de poesias, declamando poemas de autores consagrados e de sua região, bem como os próprios textos poéticos. Além disso, poderão montar varais de poesias, divulgando suas criações artísticas e os poemas que mais gostaram de ler, de modo que todos os convidados possam lê-los. Leia mais
Não são poucos os suportes em que podemos encontrar poemas. Na modalidade escrita ou oral, eles estão por toda a parte. Seja você também um leitor de poemas, procure-os por toda a parte e divulgue aos seus colegas aqueles de que mais gostar.
Preparando-se para o próximo capítulo
Professor, é interessante programar a exposição desses materiais para o início do próximo capítulo.
Converse com alguém de sua família ou algum vizinho com mais de 50 anos a respeito da situação das escolas de trinta anos atrás. Anote o que eles disserem em folhas avulsas e, se possível, consiga fotos que retratem essas escolas. Traga esses materiais para a aula, conforme a orientação do professor.
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UNIDADE
SER E CONVIVER
2
Nesta unidade, a palavra é “conviver”. O Capítulo 1 trata da escola como um espaço de convivência e aprendizagem. Professores, alunos, pais e funcionários “vivem em conjunto” – esse é o significado de “conviver”. Mas como será que era a escola há algumas décadas? Você já pensou sobre isso? E como será no futuro? É possível melhorar o espaço escolar, deixá-lo mais agradável? O Capítulo 2 trata de relacionamentos. Você lerá a letra de uma canção que fala sobre pai e filho e um classificado poético muito engraçado, que põe os pais à venda. Você ainda analisará uma charge, uma foto e a agenda de uma adolescente. Também lerá textos que falam de amor e amizade. Nesse capítulo, você poderá perceber a importância da descrição, da narração e da argumentação em diferentes gêneros de texto. Dizem que, ao participarmos de atividades coletivas, sentimo-nos mais responsáveis e nossas ações fazem mais sentido para nós. Será que isso é verdade? Você poderá testar essa afirmativa, pois, ao final da unidade, terá a oportunidade de pensar sobre isso. Fique ligado(a)!
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O L U T Í P A C
1
DA ESCOLA QUE TEMOS À ESCOLA QUE QUEREMOS
Professor, um dos objetivos deste capítulo é apresentar ao aluno os tipos textuais narração, argumentação e descrição, levando em conta que eles podem estar presentes, simultaneamente, nos mais diversos gêneros de texto. Fazemos na obra uma distinção entre os tipos de texto e os gêneros de texto , conforme teoria exposta no Manual. Julgamos que essa diferenciação é importante para que os alunos possam perceber de que maneiras e com que recursos os textos de diferentes gêneros são construídos. Contudo, a nomenclatura “tipos textuais” caberá apenas ao professor. Nesse momento, a estrutura da narrativa foi apresentada de maneira mais detalhada. Já o tipo argumentativo foi apresentado e sistematizado, mas deverá ser aprofundado no decorrer da obra, assim como o que ocorre com a descrição. Professor, no final da Unidade 1 foi feita uma sugestão de pesquisa. Seria interessante solicitar aos alunos que compartilhem os resultados neste momento.
Para começo de conversa 1. O texto a seguir é formado por gráficos. Qual é a finalidade desse tipo de texto?
Os gráficos são uma forma de apresentar um conjunto de informações ou dados por meio de representação visual, de modo que estes possam ser comparados e mais rapidamente compreendidos.
2. Quando e em qual veículo de comunicação esses gráficos foram divulgados? Em 26 de setembro de 2014, no site do jornal Folha de S. Paulo .
3. Esses gráficos tratam de qual assunto?
Tratam do nível de aprendizagem dos alunos dos anos iniciais em relação à leitura, escrita e matemática em todos os estados brasileiros.
4. Qual é a importância dos títulos e subtítulos para a leitura dos gráficos? Os títulos e subtítulos permitem identificar o assunto tratado pelo gráfico e as informações que ele apresenta.
s s e r p a h l o F
FOREQUE, Flávia. Nível de leitura de alunos de 8 anos é considerado baixo em 22 estados. Folha de S.Paulo , 26 set. 2014. Disponível em: . Acesso em: 2 fev. 2015.
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POR DENTRO DO TEXTO
Gráficos são textos que representam informações visualmente de modo que sua compreensão possa ser feita de modo rápido. São usados em diferentes gêneros de textos e em meios variados. Os gráficos que você acabou de ler foram criados para complementar informações veiculadas em um jornal. Faça uma leitura mais detalhada desses gráficos e depois responda às questões a seguir.
1. O que as barras coloridas representam? O percentual de alunos nos níveis mais baixos de aprendizagem de leitura, escrit a e matemática. 2. O que os números ao lado de cada barra colorida indicam?
Eles indicam, numericamente, o percentual de alunos com desempenho ruim em cada uma das habilidades.
3. Copie a tabela a seguir em seu caderno e complete-a com informações dos gráficos. Leitura
Matemática
Estado
Percentual
Estado
Alagoas
81,56%
Maranhão
61,13%
Maranhão
83,11%
Maranhão
80,89%
Paraíba
60,2%
Amapá
82,8%
Sergipe
80,65%
Sergipe
59,54%
Alagoas
81,27%
Minas Gerais
38,66%
Santa Catarina
21,57%
Santa Catarina
37,99%
Santa Catarina
39,43%
Paraná
26,08%
Minas Gerais
40,55%
São Paulo
42,53%
São Paulo
28,05%
São Paulo
40,95%
Três piores desempenhos Três melhores desempenhos
Escrita Percentual
Estado
Percentual
4. Considerando os percentuais apresentados nos gráficos, qual das três habilidades avaliadas teve o pior resultado? Matemática.
5. Nos gráficos, os resultados de um estado aparecem destacados.
Professor, é possível ampliar essa atividade, mobilizando conhecimentos das disciplinas de História e Geografia. Por meio de pesquisas e discussões, estimule a turma a observar as características dos estados e regiões brasileiros, levantando as possíveis causas para as diferenças no desempenho dos alunos do país.
a) Que estado é esse? São Paulo. b) Que recurso visual é utilizado para destacar os resultados desse estado no gráfico? As cores das barras com os percentuais desse estado são mais escuras.
c) Por que os resultados desse estado foram destacados? Provavelmente porque o jornal que publicou os gráficos é do estado de São Paulo.
Prática de leitura
Texto 1 – Crônica ANTES DE LER
1. Você sabe o que significa a palavra “democrata”? Escreva o que você sabe sobre ela. Resposta pessoal. 2. Será que as pessoas que convivem com você sabem o significado dessa palavra? Realize
uma pesquisa. Faça a várias pessoas próximas a você (familiares, vizinhos, professores etc.) as seguintes questões: a) O que significa ser democrata? b) Você se considera democrata? Por quê?
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Na escola Democrata é Dona Amarílis, professora na escola pública de uma rua que não vou contar, e mesmo o nome de Dona Amarílis é inventado, mas o caso aconteceu. Ela se virou para os alunos, no começo da aula, e falou assim: – Hoje eu preciso que vocês resolvam uma coisa muito importante. Pode ser? – Pode – a garotada respondeu em coro. – Muito bem. Será uma espécie de plebiscito. A palavra é complicada, mas a coisa é simples. Cada um dá sua opinião, a gente soma as opiniões e a maioria é que decide. Na hora de dar opinião, não falem todos de uma vez só, porque senão vai ser muito difícil eu saber o que é que cada um pensa. Está bem? – Está – respondeu o coro, interessadíssimo. – Ótimo. Então, vamos ao assunto. Surgiu um movimento para as professoras poderem usar calça comprida nas escolas. O governo disse que deixa, a diretora também, mas no meu caso eu não quero decidir por mim. O que se faz na sala de aula deve ser de acordo com os alunos. Para todos ficarem satisfeitos e um não dizer que não gostou. Assim não tem problema. Bem, vou começar pelo Renato Carlos. Renato Carlos, você acha que sua professora deve ou não deve usar calça comprida na escola? – Acho que não deve – respondeu, baixando os olhos. – Por quê? – Porque é melhor não usar. – E por que é melhor não usar? – Porque minissaia é muito mais bacana. – Perfeito. Um voto contra. Marilena, me faz um favor, anote aí no seu caderno os votos contra. E você, Leonardo, por obséquio, anote os votos a favor, se houver. Agora quem vai responder é Inesita. – Claro que deve, professora. Lá fora a senhora usa, por que vai deixar de usar aqui dentro? – Mas aqui dentro é outro lugar. – É a mesma coisa. A senhora tem uma roxo-cardeal que eu vi outro dia n a rua, aquela é bárbara. – Um a favor. E você, Aparecida? – Posso ser sincera, professora? – Pode, não. Deve. – Eu, se fosse a senhora, não usava. – Por quê? – O quadril, sabe? Fica meio saliente... – Obrigada, Aparecida. Você anotou, Marilena? Agora você, Edmundo. – Eu acho que Aparecida não tem razão, professora. A senhora deve ficar muito bacana de calça comprida. O seu quadril é certinho. – Meu quadril não está em votação, Edmundo. A calça, sim. Você é contra ou a favor da calça? – A favor 100%. – Você, Peter? – Pra mim tanto faz. – Não tem preferência? – Sei lá. Negócio de mulher eu não me meto, professora. – Uma abstenção. Mônica, você fica encarregada de tomar nota dos votos iguais ao de Peter: nem contra nem a favor, antes pelo contrário. Assim iam todos votando, como se escolhessem o Presidente da República, tarefa que talvez, quem sabe? no futuro sejam chamados a desempenhar. Com a maior circunspeção. A vez de Rinalda: – Ah, cada um na sua.
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– Na sua, como? – Eu na minha, a senhora na sua, cada um na dele, entende? – Explique melhor. – Negócio seguinte. Se a senhora quer vir de pantalona, venha. Eu quero vir de midi, de máxi, de short, venho. Uniforme é papo-furado. – Você foi além da pergunta, Rinalda. Então é a favor? – Evidente. Cada um curtindo à vontade. – Legal! – exclamou Jorgito. – Uniforme está superado, professora. A senhora vem de calça comprida, e a gente aparecemos de qualquer jeito. – Não pode – refutou Gilberto. – Vira bagunça. Lá em casa ninguém anda de pi jama ou de camisa aberta na sala. A gente tem de respeitar o uniforme. Respeita, não respeita, a discussão esquentou, Dona Amarílis pedia ordem, ordem, assim não é possível, mas os grupos se haviam extremado, falavam todos ao mesmo tempo, ninguém se fazia ouvir, pelo que, com quatro votos a favor de calça comprida, dois contra, e um tanto-faz, e antes que fosse decretada por maioria absoluta a abolição do uniforme escolar, a professora achou prudente declarar encerrado o plebiscito, e passou à lição de História do Brasil.
h a t ó J
ANDRADE, Carlos Drummond de. Na escola. Crônicas. 14. ed. São Paulo: Ática, 1995. (Para gostar de ler v. 2. – Crônicas).
PARA VOCÊ QUE É CURIOSO
Carlos Drummond de Andrade, um dos maiores escritores brasileiros, nasceu em Itabira (MG), em 1902, e morreu no Rio de Janeiro, em 1987. Em 1918, mudou-se para Nova Friburgo (RJ) e passou a estudar no internato do Colégio Anchieta. Um ano depois, foi expulso após um incidente com o professor de Língua Portuguesa. Drummond formou-se em Farmácia por exigência da família, mas nunca exerceu essa profissão: lecionava História e Geografia. Em 1934, assumiu um cargo público no governo de Getúlio Vargas e aposentou-se em 1962. Além de cronista, foi autor de contos e de livros infantis. Mas é como poeta que ele se destacou. Algumas de suas obras: Alguma poesia; Sentimento do mundo; A rosa do povo; Fazendeiro do ar e Poesia até agora; Antologia poética; A bolsa e a vida ; Amor , amores ; entre muitas outras. 69
POR DENTRO DO TEXTO
1. Você gostou do texto “Na escola”? O que mais chamou a sua atenção nessa leitura?
Resposta pessoal.
2. O texto que você acabou de ler conta uma história. a) Quem são as personagens?
A professora e os alunos.
b) No geral, o que as personagens estão fazendo?
As personagens estão discutindo (tomando partido) sobre um assunto proposto.
c) Onde ocorrem os fatos? Os fatos ocorrem na sala de aula, apesar de haver alusões à rua, à casa.
3. Que fatos ocorridos no texto podem acontecer no dia a dia de uma sala de aula? Muitos deles: um debate sobre um tema polêmico, a diferença de opiniões, a votação etc.
4. Você entendeu a explicação de Dona Amarílis sobre plebiscito? Explique, então, do que se trata. É a participação popular (democrática) numa decisão ou escolha.
5. Em seu caderno, caracterize, com as palavras ou expressões a seguir, cada um dos alunos, com base na opinião manifestada no plebiscito.
No geral, as respostas giram em torno de conservadorismo, inovação, liberdade, estética.
avançado(a) Renato – avançado; Inesita – inovadora; Aparecida – preocupada com o lado estético; Edmundo – preocupado com o lado esté tico; Peter – indiferente; Rinalda – avançada; Jorgito – avançado; Gilberto – conservador.
inovador(a) preocupado(a) com o lado estético
indiferente
conservador(a)
6. Explique o que a professora quis dizer com as seguintes palavras: “Você foi além da pergunta, Rinalda”. Quis dizer que Rinalda emitiu opinião sobre algo que não estava em votação, ou seja, que não lhe foi perguntado.
TEXTO E CONSTRUÇÃO 1. Releia a opinião de Inesita e responda às questões. a) Ela foi a favor ou contra o uso de calça comprida pela professora?
A favor.
b) Que argumento, ou seja, que justificativa ela usou para defender sua opinião? O argumento de que, se a professora usa calça comprida fora da escola, também pode usar dentro dela.
2. Renato Carlos e Aparecida votaram contra o uso de calça comprida. Que argumento cada um deles usou para justificar sua opinião?
Renato Carlos acha que minissaia é mais bacana. Já Aparecida acha que a calça deixa os quadris salientes.
IMPORTANTE SABER
Argumento é o recurso que utilizamos para justificar uma afirmação ou para convencer alguém a
mudar de opinião ou de comportamento. Fatos, ideias, razões ou provas são exemplos de argumentos. A argumentação pode aparecer em diferentes gêneros orais ou escritos. Por exemplo, as pessoas podem defender ideias em um debate, em um artigo de opinião ou até mesmo em uma conversação espontânea. Por isso, é importante saber que, para argumentar, é preciso conhecer bem o assunto sobre o qual estamos falando ou escrevendo. Desse modo, ficará mais fácil organizar as ideias e elaborar argumentos adequados e eficientes. 70
3. Releia a opinião de Rinalda: [...] A vez de Rinalda: – Ah, cada um na sua. – Na sua, como? – Eu na minha, a senhora na sua, cada um na dele, entende? – Explique melhor. – Negócio seguinte. Se a senhora quer vir de pantalona, venha. Eu quero vir de midi, de máxi, de short, venho. Uniforme é papo-furado. – Você foi além da pergunta, Rinalda. Então é a favor? – Evidente. Cada um curtindo à vontade. a) Em seu caderno, transcreva a afirmativa correta sobre Rinalda: I. Ela desviou do assunto que estava em votação. II. Ela não foi sincera com a professora. III. Ela não quis participar da votação.
Alternativa “I”.
b) As falas de Rinalda dão a entender que ela é a favor ou contra o uso de calça comprida pelas professoras? Explique. As falas de Rinalda dão a entender que ela é a favor, já que, de acordo com a aluna, cada um deve usar o que tiver vontade. c) Qual foi o novo assunto colocado em discussão por Rinalda?
O uso de uniforme na escola.
d) Qual é a sua opinião sobre esse assunto? Justifique sua resposta com um argumento. Resposta pessoal. Espera-se que o aluno se posicione sobre o uso de uniforme na escola, apresentando um argumento consistente para sustentar sua opinião.
4. Releia os diferentes argumentos apresentados pelos alunos de Dona Amarílis. Depois, escolha aquele que, em sua opinião, foi o mais coerente. Justifique sua escolha.
Resposta pessoal.
5. Até aqui, você já teve a oportunidade de ler textos bastante diferentes. Provavelmente, você percebeu
que cada texto abordou determinado conteúdo, organizou-se de um jeito próprio e apresentou diferentes intenções e linguagens específicas. O texto “Na escola” é uma crônica. Em seu caderno, transcreva a alternativa que melhor revela a característica predominante na construção desse texto. Alternativa “b“. a) O texto teve como predominância a descrição de diferentes comportamentos diante de um mesmo fato. b) O texto teve como predominância a narração de fatos ocorridos em uma situação cotidiana. c) O texto teve como predominância argumentos contrários ao uso de uniforme escolar. IMPORTANTE SABER
Pelo conteúdo, pela organização, linguagem e pelas intenções de um texto, é possível reconhecer o que é uma carta e perceber a diferença entre uma carta, um bilhete, um poema. Ao conjunto de textos orais e escritos, com características específicas, damos o nome de gêneros. Ao se produzir um texto, em determinado gênero, devemos nos perguntar: por que e para que escrevemos (intenção comunicativa); a quem o texto se destina (interlocutor); como o texto deve estar organizado; quais são os tipos de linguagem utilizados: verbal, não verbal e mista; como adequar vocabulário, combinação de palavras, pontuação etc. às intenções do texto; em que suporte o texto circulará. Sendo assim, é importante considerar os itens acima quando for construir o seu texto. • • • • •
71
TEXTO E CONTEXTO
1. Basicamente, a crônica traz duas discussões: uma em torno do uso de calça comprida por professoras e outra sobre o uso ou não de uniforme. a) Qual delas gerou mais polêmica? Por quê?
O uso do uniforme gerou mais polêmica, provavelmente porque envolvia o contexto dos alunos, que passaram a discutir algo relacionado à sua vivência.
b) Em sua opinião, hoje essas discussões ainda poderiam gerar polêmica na escola? Por quê? Espera-se que o aluno perceba que apenas a discussão sobre o uso do uniforme poderia gerar polêmica atualmente, já que ainda é uma questão presente. O uso de calça comprida por professoras no contexto escolar é muito comum nos dias atuais.
c) Como você imagina que as mulheres se vestiam na época retratada no texto?
2.
Resposta pessoal. Professor, embora o texto não informe a data em que se passa a crônica, pode-se supor que, na época retratada, não era comum o uso de calça comprida pelas mulheres. No Brasil, o uso de calças popularizou-se a partir da década de 1960 entre a população feminina. Aproveite a oportunidade para discutir com os alunos sobre a simbologia do uso calças compridas na luta pela emancipação feminina. Se houver interesse, amplie a discussão para as questões de igualdade entre Releia o início da crônica: de gêneros. Você também pode solicitar uma pesquisa sobre o tema aos alunos.
Democrata é Dona Amarílis, professora na escola pública de uma rua que não vou contar, e mesmo o nome de Dona Amarílis é inventado, mas o caso aconteceu. a) Qual foi a atitude de Dona Amarílis quando os alunos começaram a discutir um assunto do interesse deles? Ela tratou de mudar de assunto, encerrando a votação para que a discussão não se estendesse. b) A professora agiu de forma democrática ao declarar o plebiscito encerrado? Explique. Espera-se que os alunos percebam que a atitude da professora não foi democrática, já que ela encerrou uma discussão do interesse dos al unos. Ela impôs sua decisão de forma intransige nte.
c) Ironia é expressar o contrário do que se quer dar a entender. Com base nessa informação, podemos dizer que o narrador foi irônico ao caracterizar Dona Amarílis como democrata, logo no Espera-se que os alunos percebam que o narrador foi irônico, já que a professora só deu início da crônica? Sim. oportunidade para os alunos discutirem e opinarem sobre um assunto que interessava apena s a ela. CONFRONTANDO TEXTOS
Leia o texto a seguir:
Roupa ou uniforme: vantagens e desvantagens Conheça argumentos contrários e favoráveis ao uso do uniforme escolar e se posicione sobre esse tema polêmico 20/01/2015 11:50 Texto Lígia Menezes
[...] Alguns argumentos favoráveis ao uso do uniforme
1. É prático 2. Preserva a infância 3. Inibe o consumismo 4. Minimiza a vaidade 5. É econômico 6. Diminui o risco de bullying 7. Proporciona segurança na hora de brincar 8. Impõe disciplina 9. Equilibra as diferenças sociais 10. Confere responsabilidade
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Alguns argumentos contrários ao uso do uniforme
1. Tira a individualidade 2. Não passa noções de como se vestir 3. Dificulta a formação de grupos 4. Padroniza a diferença 5. Dificulta a busca da identidade MENEZES, Lígia. Roupa ou uniforme: vantagens e desvantagens. Educar para crescer, 21 jan. 2014. Disponível em: . Acesso em: 9 jan. 2015.
1. Qual é a relação entre o assunto tratado nesse texto e a crônica “Na escola”?
Ambos tratam de temas relacionados ao ambiente escolar. O texto lido mostra argumentos a favor e contra o uso do uniforme, assunto que também foi abordado na crônica.
2. Em sua opinião, qual dos argumentos contrários apresentados no texto “Roupa ou uniforme: vantagens e desvantagens” está de acordo com a opinião de Rinalda, na crônica “Na escola”? Explique.
3.
Espera-se que o aluno perceba que os argumentos apresentados nos itens 1 e 5 (“Tira a individualidade” e “Dificulta a busca da identidade”, respectivamente) são coerentes com a opinião de Rinalda. A menina considera que cada um deve vestir-se como quer e os argumentos apresentados nos itens mencionados referem-se à individualidade. Qual das personagens da crônica “Na escola” é favorável ao uso do uniforme? Gilberto.
4. A explicação dada por essa personagem para justific ar sua opinião aproxima-se de algum dos ar-
gumentos favoráveis apresentados no texto “Roupa ou uniforme: vantagens e desvantagens”? do argumento apresentado no item 8 (“Impõe disciplina”). Na crônica, Gilberto afirma que sem uniforme “vira Qual? Justifique. Aproxima-se bagunça” e por isso ele deve ser respeitado. A explicação do menino relaciona-se à disciplina imposta pelo uso do uniforme. TROCANDO IDEIAS
1. Em sua opinião, o problema da professora era caso para um plebiscito? Justifique.
Resposta pessoal.
2. Você já participou de um plebiscito? Em caso afirmativo, explique como foi a experiência. 3. É comum haver plebiscito nas escolas? Por quê?
Resposta pessoal.
Resposta pessoal.
4. Que plebiscito você gostaria que ocorresse na sua escola? E na sua sala de aula?
Resposta pessoal. Professor, seria interessante, nesse momento, que se abrisse um plebiscito na sala de aula para discussão e votação, com base em um dos temas propostos pelos alunos. Solicite-lhes que levantem e listem as características desse gênero oral com base na leitura do texto. São as seguintes: saber ouvir, falar um de cada vez, respeitar as opiniões dos colegas, construir argumentos para justificar as opiniões e a opção do voto.
DE OLHO NO VOCABULÁRIO
1. Leia a seguir o verbete “abster”, tal como aparece em um dicionário. Preste atenção nas informações que ele nos traz.
abster [Do lat. abstenere , por abstinere.] V. t. d. e i. 1 Privar; impedir: A doença abstém-na de andar . P. 2 Conter-se, refrear-se: “Considerando o formulário para declaração de imposto de renda
algo assimilável aos textos em caracteres cuneiformes, sempre me abstive religiosamente de preenchê-lo”. (Carlos Drummond de Andrade, Cadeira de balanço , p. 35.) 3 Deixar de intervir. 4 Privar-se (de alimento, álcool, tabaco etc.); fazer abstinência. [Irreg. Conjug.: v. conter .] HOLANDA, Aurélio Buarque de. Novo dicionário da língua portuguesa. 2. ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1986.
a) Encontre no verbete a origem da palavra “abster”. “Abster” vem do latim: abstenere , abstinere . b) Encontre o significado para a expressão “abster-se de votar”. O terceiro sentido do verbete atende ao sentido usado no texto.
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Reflexão sobre o uso da língua
Variedade linguística 1. Observe a maneira como um personagem do texto expôs sua opinião e responda às próximas
ainda nesta sequência, haverá uma sistematização a respeito da variedade da língua mais prestigiada e das menos prestigiadas socialmente. questões. Professor, Assim, os alunos compreenderão que a língua tem variedades. O texto do quadro Importante saber oferece explicações sobre esse assunto.
A senhora vem de calça comprida, e a gente aparecemos de qualquer jeito. As normas urbanas de prestígio desfrutam de maior prestígio político, social e cultural, mas é fundamental que os alunos comecem a perceber que essa discussão não pode se dar em torno do que é certo ou errado.
a) A construção destacada no trecho está de acordo com as regras gramaticais? Por quê? Não, pois não há concordância verbal entre o sujeito (“a gente”) e o verbo (“aparecemos”).
b) Construções como essa em destaque podem aparecer na fala das pessoas quando elas se coProfessor, acolha as hipóteses dos alunos. Explique a eles que há pessoas municam? Por que você acha que isso acontece? que usam uma variedade da língua em que há regras de concordância convencionadas de acordo com a norma-padrão. Mas que há também pessoas que usam uma variedade da língua que nem sempre segue as regras da norma-padrão. E que, na fala, as pessoas podem, eventualmente, usar a língua sem as concordâncias previstas na norma-padrão. IMPORTANTE SABER
Em nossa sociedade, há falares mais prestigiados e outros menos. Os falares urbanos que desfrutam de maior prestígio político, social e cultural são conhecidos como normas urbanas de prestígio. As normas urbanas de prestígio correspondem aos usos da língua mais associados à escrita, à tradição literária e a instituições como o Estado, a escola, as igrejas e a imprensa. Mas a língua pode se manifestar em outras variedades, ou seja, em outras maneiras de falar e escrever tão legítimas quanto as normas urbanas de prestígio. Por ser dinâmica, a língua passa por processos naturais de mudança e seu uso se modifica de acordo com a situação, variando conforme o tempo em que se vive, o lugar onde se mora, a idade, a circunstância em que a produzimos etc. A essas diferentes maneiras de falar e escrever chamamos variedades linguísticas. Já a norma-padrão é um modelo idealizado de língua correspondente a um conjunto de regras ditadas pela gramática normativa. Ela serve de referência geral para os usuários da língua e é estudada na escola para que as pessoas possam usá-la de acordo com a sua n ecessidade e interesse.
Níveis de linguagem: formal e informal 2. Vamos continuar a reflexão: Assim como ocorre com a maneira de se vestir, você acha que é possível perceber quando o jeito de falar de alguém é formal ou informal? Como?
Sim, a linguagem formal é mais cuidada, mais séria. Já a linguagem informal é mais espontânea, mais descontraída. Professor, sugerimos que as próximas questões sejam feitas oralmente.
3. No texto “Na escola”, encontramos palavras e expressões que costumam ser usadas em situações informais de comunicação. Veja:
[...] Uniforme é papo-furado. [...] – Porque minissaia é muito mais bacana. [...] – Ah, cada um na sua. •
Agora, reflita e responda:
a) Você acha que as expressões em destaque foram empregadas adequadamente pelas personagens na situação de comunicação? Por quê? Espera-se que o aluno reconheça que sim, pois as personagens (alunos jovens) estão
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em situação informal em sala de aula. Nesse contexto, os estudantes se expressam na linguagem que costumam usar espontaneamente no dia a dia.
b) Se você estivesse apresentando um trabalho sobre o uso do uniforme em um seminário organizado por várias escolas, seria adequado dizer “uniforme é papo-furado”? Por quê? Não. A linguagem deve ser adequada aos interlocutores e à situação de comunicação em que é empregada. O seminário organizado entre várias escolas pressupõe um grau de formalidade em que o uso de gírias seria inadequado.
c) Em que situações de comunicação não é adequado usar a expressão “papo-furado”? Em seu “I” e “IV”. Não é adequado usar a expressão caderno, anote e justifique as suas respostas. Respostas “papo-furado” em situações de maior formalidade. I. Audiência com um juiz. II. Bate-papo com os amigos. III. Entrevista em programa de TV destinado ao público jovem. IV. Entrevista de emprego. d) E se você tivesse de reescrever as frases do quadro em uma linguagem mais formal, como ficariam?
Respostas possíveis: “Uniforme está fora de moda, não se usa mais.”; “Porque minissaia é muito mais bonita.”; “Cada um com suas opiniões.”; “Cada um com suas preferências.”. IMPORTANTE SABER
De acordo com a situação e a circunstância em que nos encontramos, falamos ou escrevemos de formas diferentes. Para adequar nossa linguagem à situação de comunicação, devemos considerar: o assunto que está sendo tratado, o estado emocional de quem se comunica, o grau de intimidade e o tipo de relação entre as pessoas (falante/ouvinte – escritor/leitor), o lugar em que se encontram etc. Dependendo da situação de comunicação, usamos: Linguagem formal – presente em situações mais sérias, de maior formalidade. É elaborada; apresenta, geralmente, um conteúdo mais complexo e vocabulário técnico. Na linguagem formal, há maior preocupação com a norma-padrão. Linguagem informal – é adequada para a fala imediata, do dia a dia. A linguagem informal é simples, espontânea. É bastante usada com familiares e pessoas íntimas. 4. Leia um trecho da letra da canção “Mina do condomínio”: Mina do condomínio Tô namorando aquela mina Mas não sei se ela me namora Mina maneira do condomínio Lá do bairro onde eu moro [...] MOURA, Gabriel; SEU JORGE. Mina do condomínio. Vagalume. Disponível em: . Acesso em: 7 jan. 2015.
a) Na canção “Mina do condomínio”, há um “eu” que diz que namora uma “mina”. O que ele quis dizer com a palavra “mina”? Professor, espera-se que o aluno identifique que “mina”, nesse contexto, significa menina, garota, guria etc. b) Você conhece alguém que fala de um jeito parecido com o do eu poético? Comente com a turma. Resposta pessoal.
c) A linguagem empregada na canção é formal ou informal? Informal.
5. Na canção “Mina do condomínio”, você achou adequada a maneira como o compositor usou a língua? Por quê?
Resposta pessoal. Professor, explique para os alunos que a linguagem é múltipla e variada, e deve ser adequada ao contexto em que é empregada – na canção de Seu Jorge, a informalidade é proposital e usada para caracterizar um determinado contexto.
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6. Leia esta charge e, em seguida, responda às questões propostas. l l o r K o t r e b o R
Disponível em: . Acesso em: 3 fev. 2015. •
Tanto o texto não verbal (a imagem) quanto o texto verbal (a fala da personagem) causam estranhamento por não estarem, de alguma forma, adequados ao contexto.
a) Onde estão as personagens? Em uma praia. b) O que as personagens provavelmente farão?
Provavelmente irão surfar.
c) Qual das duas personagens está vestida de forma inadequada para o local? Por quê? O homem de terno e gravata está vestido inadequadamente, uma vez que não está com roupas apropriadas para a praia, muito menos para surfar.
d) Por que a fala do homem de terno e gravata causou estranhamento no surfista? Porque sua fala não estava adequada àquela situação de comunicação. Ele usou uma fala muito formal em um momento informal, descontraído.
e) Você considera adequada a maneira como o homem de terno e gravata usou a língua? Por quê?
Resposta pessoal. Espera-se que o aluno perceba a inadequação da fala da personagem diante do contexto, apesar de a construção não apresentar nenhuma incorreção do ponto de vista gramatical. Professor, aproveite o momento para discutir com os alunos a importância de adequar a linguagem ao interlocutor e ao contexto.
De olho na ortografia
Por que, porque, por quê, porquê Observe como os diferentes porquês foram empregados neste trecho do diálogo entre Dona Amarílis e um dos seus alunos no texto “Na escola”.
– Acho que não deve – respondeu, baixando os olhos. – Por quê? – Porque é melhor não usar. – E por que é melhor não usar? – Porque minissaia é muito mais bacana. A professora empregou as formas por que e por quê para fazer perguntas. O aluno empregou
porque para dar respostas.
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Agora, leia estas frases.
– As crianças não fazem perguntas nem precisam saber os porquês? O porquê (junto e com acento) aparece como sinônimo de motivo, razão; normalmente acompanhado de artigo.
– [...] Por que a professora não conversa? Quem manda? Onde? Por quê? Como? Emprega-se por quê (separado e com acento) no final da frase. Vivemos querendo saber “os porquês”, o que é muito importante. Mas precisamos também saber grafá-los corretamente.
APLICANDO CONHECIMENTOS
1. Depois de ter observado os exemplos e as explicações do uso dos porquês, copie, em seu caderno, as afirmativas abaixo, e complete-as com a forma adequada.
a) Usamos ▲ quando a expressão aparece no início de uma frase interrogativa. b) Usamos ▲ em respostas, quando damos uma explicação. c) Usamos ▲ em perguntas, quando vier isolado no final da frase. por que – porque – por quê
2. Copie, em seu caderno, as frases a seguir, empregando adequadamente por quê, porquê.
por que, porque,
a) ▲ você sorri azul? b) A professora não respondeu à pergunta de Gabriel. Não ▲ não queria, mas ▲ não sabia. c) ▲ eu estou sentado aqui? d) Eu queria saber o ▲ de eu estar sentado aqui. e) Eu estou sentado aqui, ▲? f)
▲ é
você quem manda?
g) As crianças fazem muitas perguntas. ▲? h) Você não precisa saber o
▲.
a) “Por que”; b) “porque”, “porque”; c) “Por que”; d) “porquê”; e) “por quê”; f) “Por que”; g) “Por quê”; h) “porquê”.
3. Escreva, em seu caderno, duas perguntas para as quais você gostaria de ter respostas, utilizando a expressão “por que”. Peça a um colega que as responda.
Resposta pessoal.
4. Elabore, em uma folha avulsa, duas perguntas para um adulto em que a expressão “por que” inicie
a questão. Peça a alguém que as responda. Verifique se a pessoa questionada argumentou sua resposta. Observe que o emprego do “porque” indica que o locutor da resposta está apresentando Professor, você poderá pedir aos alunos que leiam as perguntas e resposseus argumentos sobre determinado assunto. tas anotadas caso perceba que não haverá c onstrangimento na apresen-
tação dessa atividade. Ou, dependendo do tipo de questão que o aluno tenha elaborado (o que poderá pesquisar durante o trabalho em sal a de aula), talvez seja melhor escolher algumas dessas perguntas e apresentá-las oralmente para a turma sem revelar quem as escreveu. Talvez se eles souberem que não precisarão revelar a identidade, possam fazer perguntas importantes para conhecer melhor quem são esses alunos, que angústia os atormenta ou que curiosidades têm etc.
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Prática de leitura
Texto 2 – Romance (fragmento – I) Agora, você vai ler a história de um menino que conta como foi a sua experiência nos primeiros anos de escola. A escola onde ele esperava aprender a ler. Ele nos conta como era essa escola, a sua professora e o ensino. Mas o que será que aconteceu com ele naquele lugar? Foi lá que ele aprendeu a ler?
[...] Aos nove anos, eu era quase analfabeto. E achava-me inferior aos Mota Lima, nossos vizinhos, muito inferior, construído de maneira diversa. Esses ga rotos felizes, para mim eram perfeitos: andavam limpos, riam alto, frequentavam escola decente e possuíam máquinas que rodavam na calçada como trens. Eu vestia roupas ordinárias, usava tamancos, enlameava-me no quintal, engenhando bonecos de barro, falava pouco. Na minha escola de ponta de rua, alguns desgraçadinhos cochilavam em bancos estreitos e sem encosto, que às vezes se raspavam e lavavam. Nesses dias nós nos sentávamos na madeira molhada. A professora tinha mãe e filha. A mãe, caduca, fazia renda, batendo os bilros , com a almofada entre as pernas. A filha mulata, sarará, enjoada e enxerida, nos ensinava as lições, mas ensinava de tal forma que percebemos nela tanta ignorância como em nós. Perto da mesa havia uma esteira, onde as mulheres se agachavam, cortavam panos e cosiam. [...] O lugar de estudo era isso. Os alunos se imobilizavam nos bancos: cinco horas de suplício , uma crucificação. Certo dia v i moscas na cara de um, roendo o canto de olho, entrando no olho. E o olho sem mexer, como se o menino estivesse morto. Não há prisão pior que uma escola primária do interior. A imobilidade e a insensibilidade me aterraram. Abandonei os cadernos e as auréolas, não deixei que as moscas me comessem. Assi m, aos nove anos ainda não sabia ler. Ora, uma noite, depois do café, meu pai me mandou buscar um livro que deixara na cabeceira da cama. Novidade: meu velho nunca se dirigia a mim. E eu, engolido o café, beijava-lhe a mão, porque isto era praxe, mergulhava na rede e adormecia. Espantado, entrei no quarto, peguei com repugnância o antipático objeto e voltei à sala de jantar. Aí recebi ordem para me sentar e abrir o volume. m e l r Obedeci, engulhando, com a vaga esperança de que uma visita me A o t a interrompesse. Ninguém nos visitou naquela noite extraordinária. n e R Meu pai determinou que eu principiasse a leitura. Principiei. Mastigando as palavras, gaguejando, gemendo uma cantilena medonha, indiferente à pontuação, saltando linhas e repisando linhas, alcancei o fim da página, sem ouvir gritos. Parei surpreendido, virei a folha, continuei a arrastar-me na gemedeira, como um carro em estrada cheia de buracos. Com certeza o negociante recebera alguma dívida perdida: no meio do capítulo pôs-se a conversar comigo, perguntou-me se eu estava compreendendo o que lia. Explicou-me que se tratava de uma história, um romance , exigiu atenção e resumiu a parte já lida. Um casal com filhos andava numa floresta, em noite de inverno, perseguidos por lobos, cachorros selvagens. Depois de muito correr, essas criaturas chegavam à cabana de um lenhador. Era eu ou não era? Traduziu-me em linguagem de cozinha diversas expressões literárias. Animei-me a parolar. Sim, realmente havia alguma coisa no livro, mas era difícil conhecer tudo. [...] RAMOS, Graciliano. Infância. Rio de Janeiro: Record, 2006.
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POR DENTRO DO TEXTO
1. Por que o menino se achava inferior aos Mota Lima? 2. Como era a escola em que ele estudava?
Porque, para o menino, os Mota Lima eram garotos felizes, perfeitos: “andavam limpos, riam alto, frequentavam escola decente e possuíam máquinas que rodavam na calçada como trens” [brinquedos]. Já o menino “vestia roupas ordinárias, usava tamancos, enlameava[-se] no quintal, engenhando bonecos de barro, falava pouco”.
A escola tinha bancos estreitos e sem encosto, que às vezes eram raspados e lavados. Os alunos se sentavam na madeira molhada. A professora era malpreparada. Os alunos não se mexiam nos bancos e havia até moscas no rosto deles.
3. No começo do primeiro parágrafo e no final do terceiro, o menino fala sobre um problema que o incomoda. Qual é esse problema? Ele não sabia ler.
4. Quem é o narrador do texto, ou seja, quem conta a história? O menino. 5. Você acha que o texto já terminou? Como chegou a essa conclusão? Professor, espera-se que os alunos respondam que não, pois o problema a ser resolvido ainda não foi solucionado. Além disso, no final do texto há o uso de uma marca de supressão: [...].
6. Releia o texto. Em seguida, copie o trecho em que uma história aparece interferindo na narrativa do menino.
“Um casal com filhos andava numa floresta, em noite de inverno, perseguidos por lobos, cach orros selvagens. Depois de muito correr, essas criaturas chegavam à cabana de um lenhador.”.
TROCANDO IDEIAS
1. O que você pensa a respeito da escola em que o menino estudava?
Resposta pessoal.
2. Você acha que existem escolas como aquela em que o garoto do texto estudava? Converse com a turma e com seu professor sobre esse assunto.
Professor, espera-se que os alunos conversem coletivamente a respeito dos problemas relacionados à realidade das escolas do nosso país. Eles podem falar de experiências vividas por eles ou pelas pessoas com quem convivem; também podem falar sobre alguma reportagem que leram ou a que assistiram. O importante é acolher suas ide ias e aproveitar o momento para discuti-las de maneira crítica. Se for viável, seria interessante envolver professores de História e Geografia nessa discussão. Se puderem, organizem uma atividade de pesquisa e debate sobre as condições das escolas na região em que vivem.
Prática de leitura
Texto 3 – Romance (fragmento – II) ANTES DE LER
Você sabe o que é uma narrativa? Professor, a intenção aqui é levantar os conhecimentos prévios dos alunos a respeito da narrativa. Leia agora mais um fragmento do romance Infância , de Graciliano Ramos, para descobrir o que aconteceu com o menino que queria tanto aprender a ler.
[...] Recolhi-me preocupado: os fugitivos, os lobos e o lenhador agitaram-me o sono. Dormi com eles, acordei com eles. As horas voaram. Alheio à escola, aos brinquedos de minhas irmãs, à tagarelice dos moleques, vivi com essas criaturas de sonho, incompletas e misteriosas. À noite meu pai me pediu novamente o volume, e a cena da véspera se reproduziu: leit ura emperrada, mal-entendidos, explicações. Na terceira noite fui buscar o livro espontaneamente, mas o velho estava sombrio e silencioso. E no dia seguinte, quando me preparei para moer a nar rativa, afastou-me com um gesto, carrancudo. Nunca experimentei decepção tão grande. Era como se tivesse descoberto uma coisa muito preciosa e de repente a maravilha se quebrasse. E o homem que a reduziu a cacos, depois de me haver ajudado a encontrá-la, não imaginou a minha desgraça. A princípio foi desespero, sensação de perda e ruína, em seguida uma longa covardia, a certeza de que as horas de encanto eram boas demais para mim e não podiam durar.
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Findas , porém, as manifestações secretas de mágoa, refleti, achei que o mal tinha remédio e
expliquei o negócio a Emília, minha excelente prima. O rosto sereno, largos olhos pretos, um ar de seriedade – linda moça. [...] Confessei, pois, a Emília o meu desgosto e propus-lhe que me dirigisse a leitura. Esforcei-me por interessá-la contando-lhe a escuridão na mata, os lobos, os meninos apavorados, a conversa em casa do lenhador, o aparecimento de uma sujeita que se chamava Ág ueda. [...] Assim, era necessário que a priminha lesse comigo o romance e me auxiliasse na decifração dele. Emília respondeu com uma pergunta que me espantou. Por que não me arriscava a tentar a leitura sozinho? Longamente lhe expus a minha fraqueza mental, a impossibilidade de compreender as palavras difíceis, sobretudo na ordem terrível em que se juntavam. Se eu fosse como os outros, bem; mas era bruto em demasia, todos me achavam bruto em demasia. Emília combateu a minha convicção, falou-me dos astrônomos , indivíduos que liam o céu, percebiam tudo quanto há no céu. Não no céu onde moram Deus Nosso Senhor e a Virgem Maria. Esse ninguém tinha visto. Mas o outro, o que fica por baixo, o do sol, da lua, das estrelas, os ast rônomos conheciam perfeitamente. Ora, se eles enxergavam coisas tão distantes, por que não conseguiri a eu adivinhar a página aberta diante dos meus olhos? Não distinguia as letras? Não sabia reuni-las e formar palavras? Matutei na lembrança de Emília. Eu, os astrônomos, que doidice! Ler as coisas do céu, quem havia de supor? E tomei coragem, fui esconder-me no quintal, com os lobos, o homem, a mulher, os pequenos, a tempestade na floresta, a cabana do lenhador. Reli as folhas já percorridas. E as partes que se esclareciam derramavam escassa luz sobre os pontos obscuros. Personagens diminutas cresciam, vagarosamente me penetravam a inteligência espessa. Vagarosamente. Os astrônomos eram formidáveis. Eu, pobre de mim, não desvendar ia os segredos do céu. Preso à terra, sensibilizar-me-ia com histórias tristes em que há homens perseguidos, mulheres e crianças abandonadas, escuridão e animais ferozes. RAMOS, Graciliano. Infância. Rio de Janeiro: Record, 2006. y r o t a v r e s b O y e n d i S
Constelação do Cruzeiro do Sul, cuja formação se assemelha a uma cruz: uma das mais conhecidas no Brasil.
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POR DENTRO DO TEXTO No início, o pai é dedicado e o menino fica encantado com a leitura, mas depois o pai age de maneira rude, o que afasta e desencanta o garoto, impedindo-o de con tinuar aprendendo.
1. O que acontece quando o pai do menino tenta ensiná-lo a ler?
2. Apesar de sua decepção com o pai, o menino continua buscando uma solução para o seu problema. Como? Ele procura a ajuda de sua prima Emília e pede a ela que continue ensinando-o.
3. Releia este trecho do texto: [...] Recolhi-me preocupado: os fugitivos, os lobos e o lenhador agitaram-me o sono. Dormi com eles, acordei com eles. As horas voaram. Alheio à escola, aos brinquedos de minha s irmãs, à tagarelice dos moleques, vivi com essas criaturas de sonho, incompletas e misteriosas. a) O texto fala sobre os fugitivos, os lobos e o lenhador. Você acha que eles são personagens reais não são personagens reais. Os fugitivos, os lobos e o que conviviam com o menino? Como você percebeu isso? Eles lenhador são personagens da história que o menino está começando a ler. Como o menino não estava compreendendo direito a história, não sabia se ele mesmo estava envolvido nela.
b) Por que o menino diz que dormia e acordava com os fugitivos, os lobos e o lenhador?
Resposta possível: Porque não conseguia se desligar da história, estava encantado com a nova experiência, então continuava a pensar sobre as personagens até mesmo na hora de dormir.
c) O que faz com que o menino deixe de lado os brinquedos e a tagarelice dos moleques? O seu interesse pela descoberta da leitura.
4. O menino desabafa com a prima a respeito de sua dificuldade para ler, mas ela conta a ele sobre os astrônomos. Veja como o menino reflete sobre eles:
[...] Ora, se eles enxergavam coisas tão distantes, por que não conseguiria eu adivinhar a página aberta diante dos meus olhos? Não distinguia as letras? Não sabia reuni-las e formar palavras? Matutei na lembrança de Emí lia. Eu, os astrônomos, que doidice! Ler as coisas do céu, quem havia de supor? E tomei coragem, fui esconder-me no quintal, com os lobos, o homem, a mulher, os pequenos, a tempestade na floresta, a cabana do lenhador. [...] a) Você também acha que os astrônomos leem o céu? Por quê?
Resposta pessoal.
b) O que estimulou o menino a enfrentar sua dificuldade de ler?
A prima lhe mostra que, se os astrônomos leem o céu, que está tão distante e nunca foi visto por ninguém, logo ele poderia ler o que está bem próximo a ele.
c) O que o narrador quis dizer com a frase: “E tomei coragem, fui esconder-me no quintal, com os lobos, o homem, a mulher, os pequenos, a tempestade na floresta, a cabana do lenhador.”? O narrador está querendo dizer que se retirou, se isolou para tentar ler sozinho, para mergulhar na história que desejava compreender.
5. Releia mais um trecho da história: [...] Reli as folhas já percorridas. E as partes que se esclareciam derramavam escassa luz sobre os pontos obscuros. Personagens diminutas cresciam, vagarosamente me penetravam a inteligência espessa. Vagarosamente. •
Após a leitura do trecho, descreva como o menino aprendeu a ler. Copie do texto a palavra que melhor confirma sua resposta. Ele aprende aos poucos. A palavra que confirma essa ideia é “vagarosamente” .
6. Qual é, em sua opinião, a personagem principal dessa história?
O menino que narra a história.
7. Desde a primeira parte do texto aparecem várias personagens. Algumas delas convivem com o menino, outras fazem parte do livro que ele lê. Identifique-as, separando-as em dois grupos.
As personagens que convivem com o menino são: os Mota Lima, a professora, o pai e a prima Emília. As personagens do livro que ele lê são: homem, mulher, meninos pequenos, lenhador e uma sujeita que se chamava Águeda.
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8. Reproduza com vocabulário próprio a cena que mostra o menino livre do problema que o incomodava. Resposta pessoal. Professor, para criar a resposta, o aluno poderá se basear nos dois últimos parágrafos do texto. IMPORTANTE SABER
Narrar é contar uma história.
Em geral, nas histórias há um narrador que relata fatos que envolvem personagens que agem e dialogam em um espaço e durante um tempo. Damos o nome de espaço ao ambiente onde os fatos acontecem. A história pode ser contada na ordem dos acontecimentos ou não, dependendo da escolha de quem a narra. Quanto ao narrador, ele pode contar a história em primeira pessoa (eu) ou na terceira pessoa (ele/ela). Se ele participa da história, ou seja, se ele também é personagem, narrará em primeira pessoa (eu); mas, se ele for apenas observador, ou estiver contando algo em que não está envolvido, narrará em terceira pessoa (ele/ela). Ao conjunto de episódios que compõem a narrativa damos o nome de enredo. As personagens das histórias podem ser reais ou imaginárias (inventadas). O que faz com que as narrativas comecem é o conflito, também chamado de situação-problema. O conflito não é a mesma coisa que uma briga ou uma discussão, mas uma situação dentro da história que gera outros fatos e que faz com que a história caminhe para uma solução. A solução também não precisa ser sempre positiva; há muitas histórias que têm um desfecho trágico ou inesperado. O desfecho é o final da história. Esses são os elementos principais de uma narrativa. Eles aparecem em muitos contos, histórias em quadrinhos, textos teatrais, lendas, fábulas, mitos, entre outros. Experimente observar como esses elementos estão presentes nesses diferentes gêneros. 9. Veja um quadro-resumo com os elementos principais da narrativa (fragmentos I e II). Copie-o em seu caderno e complete-o com as informações que estão faltando.
a) Personagem principal
O narrador – menino que conta sua história de vida.
b) Outras personagens
Os Mota Lima, o pai, a professora, sua mãe e filha, e Emília, a prima.
c) Espaço
Locais onde acontecem os fatos: escola, casa e quintal da casa.
d) Tempo
Infância do narrador, aos nove anos.
e) Conflito ou situação-problema
O menino sente-se inferiorizado e deseja aprender a ler.
f) Solução g) Desfecho
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Emília o ajuda depois da decepção que ele tem com o pai. Ela lhe fala sobre os astrônomos e propõe que ele tente ler sozinho.
O menino consegue resolver o seu problema: acaba finalmente aprendendo a ler.
APLICANDO CONHECIMENTOS
Conforme a orientação de seu professor, você e um grupo de colegas vão fazer a análise completa a próxima atividade, além de favorecer o contato dos alu nos com várias histórias, tem como objetivo a aplicação dos conteúdos es tudados de uma história. Professor, a respeito da estrutura da narrativa. A seleção dos textos para esse momento pode ser feita tanto pelos alunos quanto pelo professor. Caso os alunos encontrem dificuldade para fazer a seleção, oriente a pesquisa sugerindo obras que apresentem os gêneros mencionados na atividade.
•
Escolham uma história para ler em grupo. Pode ser uma fábula, um conto, uma história em quadrinhos, uma lenda etc.
•
Depois da leitura, identifiquem as personagens, o ambiente, a situação-problema.
•
Verifiquem como o conflito da história foi resolvido e o que acontece no final.
•
Para organizar essas observações, vocês poderão fazer um quadro semelhante ao que foi apresentado na atividade 9. Veja o modelo:
a) Personagem principal b) Outras personagens
Respostas pessoais.
c) Espaço d) Tempo e) Conflito ou situação-problema f) Solução g) Desfecho •
•
Por último, leiam a história para a turma e partilhem com seus colegas o quadro que fizeram. Verifique se seus colegas concordam com as informações que vocês anotaram. Confiram as respostas com o professor e aproveitem para tirar as dúvidas sobre esse assunto.
Reflexão sobre o uso da língua
Artigo
Professor, o trabalho com a classe gramatical “artigo”, que vem a seguir, propõe aos alunos uma reflexão mais complexa. Seria interessante que eles fizessem em dupla as atividades 1 e 2 desta seção. Enquanto resolvem cada atividade, você pode fazer interferências nas respostas partilhadas oralmente. Primeiro, eles escrevem a resposta em dupla; depois, respondem em voz alta para confirmar as hipóteses. Dessa maneira, a construção do conceito pode ser feita e partilhada no grupo, passo a passo.
Releia o trecho a seguir para responder às questões.
[...] Aí recebi ordem para me sentar e abrir o volume. Obedeci, engulhando, com a vaga esperança de que uma visita me interrompesse. Ninguém nos visitou naquela noite extraordinária.
1. O narrador tinha esperança de ser interrompido por uma visita. Você acha que ele estava se referindo a qualquer visita, não importasse quem fosse, ou à visita de alguém que ele já sabia que iria chegar? Espera-se que o aluno perceba que a presença do artigo indefinido demonstra que o narrador tinha esperança de que qualquer visita interrompesse a atividade.
2. Observe a transformação ocorrida na frase.
Obedeci, engulhando, com a vaga esperança de que a visita me interrompesse. •
Que efeito de sentido a mudança provocou na frase? O artigo “a” expressa a ideia de que o narrador já sabia quem iria visitá-los naquela noite.
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IMPORTANTE SABER
As palavras “o”, “a”, “os”, “as”, “um”, “uma”, “uns”, “umas”, que acompanham substantivos, no singular ou plural, no masculino ou feminino, são chamadas artigos. Os artigos podem particularizar ou generalizar um ser de determinado grupo. Os artigos que particularizam são chamados definidos. São artigos definidos: o, a, os, as. Os artigos que generalizam são chamados indefinidos. São artigos indefinidos: um, uma, uns, umas. Os artigos definidos podem particularizar um ser dentro de determinado grupo ou referir-se a um ser já conhecido. Veja: A professora tinha mãe e filha. A mãe, caduca, fazia renda, batendo os bilros [...].
Neste caso, há a informação de que se trata de uma professora em particular dentre tantos professores que existem: a professora do menino.
Aqui, o artigo “a” indica a mãe da professora, que é um ser conhecido, pois já foi mencionado anteriormente.
Ora, uma noite, depois do café, meu pai me mandou buscar um livro que deixara na cabeceira da cama. O artigo indica uma noite qualquer entre várias noites.
Aqui, o artigo refere-se a um livro que não é citado anteriormente.
Os artigos variam em gênero e número, de acordo com os substantivos que eles acompanham: o livro os livros o professor a professora Saiba mais sobre esse assunto consultando o Apêndice.
APLICANDO CONHECIMENTOS
1. Reescreva o texto no caderno, substituindo os ▲ por um artigo. Woo Sing e o espelho (uma lenda chinesa) Recontada por Mary Davis e Cheow-Leung.
dia, o pai de Woo Sing chegou em casa com ▲ espelho trazido da cidade grande. Woo Sing nunca tinha visto ▲ espelho na vida. Dependuraram-no na sala enquanto ele estava brincando lá fora; quando voltou não compreendeu o que era aquilo, pensando esta r na presença de ▲ outro menino. Ficou muito alegre achando que ▲ menino viera brincar com ele. Ele falou muito amigavelmente com ▲ desconhecido, mas não teve resposta. Riu e acenou para ▲ menino no vidro, que fazia ▲ mesma coisa, exatamente da mesma maneira. Então, Woo Sing pensou: “Vou chegar mais perto. Pode ser que ele não esteja me escutando”. Mas, quando começou a andar, o outro menino logo o imitou. ▲
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Woo Sing estacou e ficou pensando naquele estranho comportamento. E disse para si mesmo: “Esse menino está zombando de mim, fa z tudo o que eu faço!” E quanto mais pensava, mais zangado ficava. E logo reparou que ▲ menino estava zangado também. Isso acabou de exasperar Woo Sing! Deu ▲ tapa no menino, mas só conseguiu machucar ▲ mão e foi chorando até seu pai. Este lhe disse: – ▲ menino que você viu era ▲ sua própria imagem. Isso deve ensinar a você uma importante lição, meu filho. Tente não perder ▲ cabeça com ▲ outras pessoas. Você bateu no menino no vidro e só conseguiu machucar a si mesmo. Por isso, lembre-se: na vida real, quando se agride sem motivo, ▲ mais magoado é você mesmo. Um, um, um, um, o, o, o, a, o, um, a, O, a, a, as, o. Professor, aproveite o texto da atividade e aborde valores como: julgamento precipitado, tolerância, não violência e outras questões que os alunos levantarem.
Disponível em: . Acesso em: 27 jan. 2015.
Professor, as atividades a seguir abordam outras funções dos artigos, diferentes daquelas estudadas até aqui (a ideia é ampliar a visão dos alunos sobre os usos e as funções dessa classe gramatical). Se achar necessário, explicite esse fato aos alunos.
o b o l G
2. Observe a capa desta revista:
a) Nas frases que compõem a chamada principal da capa, foram usados artigos definidos ou indefinidos? Transcreva-os em seu caderno. Foram usados artigos definidos: “O segredo”, “Os pais”.
b) Quais substantivos foram acompanhados por esses artigos? “Segredo” e “pais”. 2. c) Em “O segredo”, o artigo particulariza o substantivo, dando a entender que se
c) Esses artigos generalizam ou particularizam os substantivos que os acompanham? Por quê?
trata de um segredo determinado, que só há um. Já em “Os pais”, o artigo generaliza o substantivo, mostrando que todos os pais atrapalham.
d) Você concorda com a ideia de que todos os pais atrapalham os filhos adolescentes em seu processo de crescimento? Resposta pessoal. e) Em sua opinião, o que explica a forma como essa frase foi construída?
f) Se no lugar de “Os pais atrapalham” fosse usada a expressão “Uns pais atrapalham”, o sentido da chamada seria o mesmo? Explique sua resposta. Época , São Paulo, Globo, ed. 862, 6 dez. 2014.
g) Releia as três chamadas que aparecem na parte superior da capa. Em seu caderno, transcreva aquela em que foi usado um artigo indefinido.
2. f) Não. Ocorreria alteração de sentido, pois, com a mudança do artigo definido para indefinido, a chamada passaria a expressar que apenas alguns pais atrapalham. O uso de “uns”, nesse caso, não estaria generalizando, mas indeterminando a quais pais o título se refere. Além disso, a frase perderia muito de seu impacto.
“Segurança: ‘Haverá um banho de sangue se a UPP acabar’, afirma o secretário de Segurança do Rio, Beltrame”.
h) O artigo indefinido usado na chamada que você transcreveu poderia ser substituído por um artigo definido? Por quê? Não, porque o banho de sangue ao qual o texto se refere não foi definido.
2. e) Resposta pessoal. Professor, comente com os alunos que o uso de frases curtas e diretas nas capas de revista tem a intenção de tornar a leitura mais rápida, além de chamar a atenção do leitor. Isso explica a construção não usual dessa frase. É importante que os alunos percebam que esse tipo de construção muitas vezes acarreta generalização.
3. Leia a frase a seguir:
Este homem fez um grande governo. a) O artigo “um” está se referindo a que palavra? “Governo”. b) A que classe gramatical ela pertence?
Substantivo.
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c) Mesmo estando ao lado da palavra “grande”, o artigo “um” também se refere à palavra “goveré o adjetivo que caracteriza o substantivo “governo”; sem a palavra “grande” o artigo no”. Como é possível perceber isso? “Grande” “um” continua existindo, pois está relacionado ao substantivo “governo”. d) Nesse caso, o artigo “um” é usado para fazer referência a um governo qualquer ou a um governo em particular? O artigo é usado para fazer referência a um governo em particular.
4. Observe as frases a seguir: Meu pai é um grande homem. Meu pai é um homem grande. a) Qual é a diferença entre as duas frases?
Na primeira, “grande” antecede o substantivo “homem”. Na segunda, “grande” aparece depois do substantivo “homem”.
b) Explique se há mudança de sentido entre elas. Sim. Na primeira, “grande” refere-se a como o homem é considerado. Na segunda, ao seu tamanho.
c) Como você organizaria as palavras a seguir para expressar que a turma de Marcos o considera um herói? Resposta: Marcos é o grande herói da turma. Professor, convide os alunos a experimen tar outras organizações das palavras para verificarem que, se o artigo acompanhar a herói Marcos turma palavra “herói” e a palavra “grande” for colocada depois, o sentido da frase mudará. Estaremos falando do tamanho de Marcos e não de como a turma o considera. Veja: Marcos é o herói grande da turma.
é o grande da
5. Explique no caderno, com suas palavras, o que é artigo definido e artigo indefinido. Utilize, para cada caso, uma frase que sirva de exemplo, para deixar sua explicação ainda mais clara. Resposta pessoal.
Momento de ouvir
Professor, este texto encontra-se no Manual.
O texto que seu professor vai ler conta a história de vida de uma professora. Ela faz um relato de sua trajetória por meio de uma carta a um aluno. Vamos conhecer essa história?
Prática de leitura
Texto 4 – Romance (fragmento) Gabriel Ternura Gabriel, Rafa e os filhos do homem que trabalhava no computador entraram para a escola. O prédio era feio, velho, sujo e malcuidado. Em nenhum lugar poder-se-ia encontrar maior desmazelo. As paredes haviam perdido a cor; o reboco, em algumas partes caído, deixava à vista os tijolos desanimados pelo peso das telhas. Os móveis jaziam sem vontade de receber as crianças. Mesmo a professora, ranzinza e doente dos pulmões, dava a impressão de total desarranjo e desinteresse pelo trabalho. Nenhum cartaz ou mural quebrava o pesado ar de decadência da escola. Apesar da aparência, eles quiseram frequentar essa escola. Logo nos primeiros instantes de participação na escola, Gabriel estranhou que a professora não con versava nem olhava para as crianças. Todas estavam quietas, mudas, sem interesse por tudo que rodeava o
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ambiente. Tampouco as crianças pergun h a t ó tavam alguma coisa para a professora. Ele J quis saber o motivo e perguntou à mestra: – As crianças não fazem perguntas nem precisam saber os porquês? – Os adultos sabem por elas e seus manuais trazem tudo pronto e respondido. A elas cabe apenas a tarefa de conviver uma com a outra. – Conviver?! A senhora chama isto de conviver?? Como?? Alguém aqui sabe quem é o colega do lado e o que ele faz aqui? A professora não respondeu ao comentário-pergunta de Gabriel. Não porque não queria, mas porque não sabia. Cansada pelo esforço que seu fraco pulmão fizera para responder à pergunta, nem levantou os olhos para Gabriel. Gabriel pegou a aquarela e com o pincel desenhou sobre a mesa um lindo ramalhete de margaridas que ofereceu à desconfiada professora. Ela o pegou e agradeceu. Olhou admirada e com desconfiança para aquelas flores brancas e simpaticamente bonitas. No instante seguinte, Gabriel deu vida amarela e azul ao velho prédio da escola. Pintou trepadeiras nas paredes e um abacateiro carregadinho de frutas na porta de entrada. As plantas davam novo alento ao ambiente. O ventinho leve do balanço das folhas trazia pequenas doses de satisfação à criançada ali presente. O verde da trepadeira esparramava-se nos buracos da parede cobrindo o desânimo dos tijolos. Mas faltava ainda alguma coisa. – Os risos, Rafa! – lembrou Gabriel. Rafa saiu um instante e voltou com os alegres companheiros do Depósito de Risos: ali estavam, para voltar aos lábios das crianças, os sorrisos, os risos, as risadas e as gargalhadas. A professora nada entendia, acostumada que era com o passar monótono e pacato dos dias. Menos ainda entendeu quando seus discípulos começaram a sorrir à boca aberta e a sala coloriu-se de um azul suave vindo do rosto de Rafa. Entusiasmada, esquecida dos pulmões doentes, gritou: – Oba! Como você fez isto? – Com amor, professora – respondeu Gabriel. – Ah! – fez ela, coçando o birote dos cabelos, continuando a não entender coisa alguma. E em meio a toda aquela algazarra de alegria e colorido, Gabriel abriu o gargalo da garrafa e deixou as bocas voltarem aos seus donos. – Por que você sorri azul? Quem é você? – Por que eu estou sentado aqui? Como vim parar aqui? Que livro é este? Por que esta cor? – Por que a professora não conversa? – Quem manda? Onde? Por quê? Como? E a escola voltou a sorrir e a responder às perguntas das crianças. “Isso é muito bom” – pensou Gabriel. É a escola que começa a responder às primeiras inquietações espirituais dos futuros homens e criar outras perguntas que a própria vida responderá. GARCIA, Edson Gabriel. Gabriel Ternura. São Paulo: Loyola, 1982.
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POR DENTRO DO TEXTO •
Faça uma ilustração que, para você, represente as ideias principais do texto e o que você sentiu mais adiante, haverá um estudo mais sistemático sobre o que é ideia central. Neste momento, a intenção é que o aluno e pensou ao lê-lo. Professor, manifeste sua percepção por meio de imagens. Essas imagens poderão ser retomadas no momento do estudo desse conteúdo para que eles verifiquem se de fato ilustraram a ideia principal.
CONFRONTANDO TEXTOS
1. Compare o texto “Gabriel Ternura” com “Na escola”.
1. a) A professora do texto “Na escola” tem uma relação mais afetiva com seus alunos e permite que estes se relacionem entre si. Entretanto, a professora do texto “Gabriel Ternura” não tem interesse nos problemas que afligem as crianças e não dá sequer oportunidade para elas se relacionarem.
a) O que há de semelhante e de diferente entre as ações das duas professoras? b) A linguagem formal predomina em qual dos textos? Como você chegou a essa conclusão?
2.
No texto “Na escola” há registro de linguagem coloquial, do dia a dia dos alunos, inclusive com o uso de gírias e construções frasais que contrariam a norma-padrão. O texto “Gabriel Ternura” está escrito em uma linguagem formal, sem o tom coloquial, sem gírias e apresenta um vocabulário bem-cuidado. De que texto você gostou mais? Por quê? Resposta pessoal.
TEXTO E CONSTRUÇÃO 1. Releia o seguinte parágrafo, em que se apresentam as descrições da escola e da professora: O prédio era feio, velho, sujo e malcuidado. Em nenhum lugar poder-se-ia encontrar maior desmazelo. As paredes haviam perdido a cor; o reboco, em algumas partes caído, deixava à vista os tijolos desanimados pelo peso das telhas. Os móveis jaziam sem vontade de receber as crianças. Mesmo a professora, ranzinza e doente dos pulmões, dava a impressão de total desarranjo e desinteresse pelo trabalho. Nenhum cartaz ou mural quebrava o pesado ar de decadência da escola. a) No texto há, várias expressões usadas no sentido figurado. Identifique-as. “Tijolos desanimados”; “móveis sem vontade”; “pesado ar”.
b) Por que podemos dizer que essas expressões estão em sentido figurado? Porque as palavras “desanimados”, “vontade” e “pesado” foram usadas em sentido que vai além do usual, comum, direto.
c) Que efeitos de sentido essas expressões figuradas provocaram no texto? Essas expressões humanizam a escola, pejorativamente. Os seres inanimados parecem participar da história e do cenário como se fossem pessoas tristes, sem vida, desanimadas.
d) A que classe gramatical pertencem as palavras “feio”, “velho”, “sujo” e “malcuidado”, usadas na primeira frase desse parágrafo? Para que servem as palavras dessa classe gramatical? São adjetivos. Os adjetivos conferem características aos substantivos.
2. Esse parágrafo foi construído para que o leitor visualizasse a escola e a professora. Que tipos de palavras mais colaboraram para que esse objetivo fosse atingido? Dê exemplos.
As palavras que caracterizam ou descrevem o ambiente e as pessoas: “feio”, “velho”, “sujo”, “malcuidado”, “desanimados”, “ranzinza”, “doente”, “pesado”.
•
O trecho do texto em destaque é predominantemente descritivo ou narrativo? Justifique sua resposta. Ele é descritivo, já que o objetivo é levar o leitor a imaginar o espaço e a personagem.
3. Copie o esquema a seguir em seu caderno, aumentando os espaços para escrever as informações retiradas do trecho que você releu na atividade 1.
Professor, é importante explicar aos alunos que o esquema é uma maneira de mostrar a organização das ideias de um texto, a maneira como o texto foi construído, de modo que isso fique bem visível no papel. Existem muitas maneiras de esquematizar as próprias ideias ou as ideias de um texto. Podemos fazer isso por meio de quadros, listas ou por diferentes tipos de esquema.
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feio
C O M O E R A M
o prédio
velho sujo malcuidado
as paredes
Haviam perdido a cor. Tinha algumas partes do reboco caído, com tijolos à vista.
os móveis
Jaziam sem vontade de receber as crianças.
a professora
Era ranzinza, doente dos pulmões e dava a impressão de total desarranjo e desinteresse pelo trabalho.
IMPORTANTE SABER
As descrições são importantes em vários gêneros de texto. Em um conto, por exemplo, por meio da descrição, o autor apresenta as características do lugar, das personagens, de tudo o que é importante para a criação do clima da narrativa: imagens, sentimentos etc. Assim ele cria expectativas, “prende” o leitor à história, envolvendo-o na trama. Um texto pode ser mais descritivo ou mais narrativo. O tipo de texto dependerá da intenção de seu autor. Observe o esquema da atividade anterior a respeito do texto “Gabriel Ternura”. Em primeiro lugar, o texto expressa uma ideia geral do ambiente (feio, velho e sujo). Em seguida, o texto começa a descrever cada parte desse mesmo ambiente a fim de que o leitor tenha uma imagem mais clara do lugar. Ele parte do mais geral (prédio) para os aspectos mais particulares (paredes, móveis). Depois descreve a personagem que está nesse ambiente, compondo o mesmo quadro de abandono do lugar. Como conclusão, retoma a ideia geral apresentada no início do parágrafo, chamando a atenção para o estado de decadência da escola. Portanto, nem sempre basta dizer que “um ambiente é feio ou bonito”; ao se fazer uma descrição, é preciso dar detalhes do lugar, para que o leitor consiga imaginá-lo. E, para que você não se perca na hora de escrever, faça um plano, um pequeno esquema. Quando estiver sem ideias, escreva tudo que vier ao pensamento. Depois selecione o que você achou mais interessante. Em seguida coloque as frases em ordem e desenvolva em um parágrafo cada uma das ideias selecionadas. 4. O trecho organizado no esquema que você completou é mais descritivo ou narrativo? Explique por quê. O trecho é mais descritivo, pois apresenta dados a respeito de como eram as paredes, o prédio, os móveis e a professora.
Atividade de criação
Descrição A observação é uma das habilidades essenciais para se elaborar uma boa descrição. Exercite-a, fazendo a próxima tarefa.
ORIENTAÇ ES •
•
•
•
•
Observe a imagem a seguir em todos os seus detalhes – cor, ambiente, personagens – e reproduza-a por meio de palavras. Enumere o máximo de características possíveis e, depois, organize essas características de tal maneira que qualquer leitor seja capaz de recriar a imagem na tela do pensamento. Faça uso da linguagem figurada. Lembre-se também de expressar as sensações provocadas pelos órgãos dos sentidos (visão, olfato, audição, tato e paladar). Depois, sob a orientação do professor, leia seu texto para a turma. Será interessante divulgar o que cada um priorizou na imagem. Em seguida, se você achar necessário, reescreva seu texto, e depois o entregue ao professor. Brincando (2007), de Barbara Rochlitz. Óleo sobre tela, 30 cm × 50 cm.
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o l u a P o ã S / s e i d r A s e u q c a J a i r e l a G
Prática de leitura
Texto 5 – Relato de memórias ANTES DE LER
Resposta pessoal. Professor, converse com os alunos sobre relato de memórias, explique que é um depoimento pessoal sobre a vida ou determinada parte da vida de uma pessoa.
Você sabe o que é um relato de memórias? Converse com seus colegas e professor para levantar algumas ideias. Agora, leia um relato de memórias do escritor e desenhista Ziraldo, conhecido pela criação de personagens famosos, como o Menino Maluquinho.
Sua presença em minha vida foi fundamental l a o s s e p o v r e c A
Engraçado, eu não tenho um professor inesquecível. Tenho muitos professores inesquecíveis. A primeira professora que minha memória grava não tinha carinho comigo. Botava todos os meninos branquinhos no colo, mas a mim, não. Um dia, sentei no colo dela por minha conta e ela me botou no chão. (Deve ser por isso que até hoje sou maluco por colo feminino...) Era uma escola particular, papai não tinha como pagar as mensalidades, era o patrão dele quem pagava. Vai ver, daí vinha minha falta de prestígio com a professora. Devia ter esquecido o nome dela, mas não esqueci. Ela se chamava Dulce, mas não era nada doce. Felizmente, não fiquei muito tempo nessa escola, mas, por causa dela, vim vindo pela vida curtindo uma enorme carência afetiva. Que O escritor e desenhista consegui transformar em desenhos, livros, peças de teatro, logotipos, Ziraldo, criador do Menino Maluquinho. cartazes e ilustrações – tudo a preços módicos. (Pelo menos no início. Agora, depois da fama, a preços mais condizentes. Com a fama...) Minha segunda professora marcante foi dona Glorinha d’Ávila, mãe do poeta e escritor mineiro João Ettiene Filho. Ela era discípula de Helena Antipoff, que revolucionou o ensino básico de Minas na década de 40. Dona Helena percebeu logo que não dava pra mudar a cabeça das professoras mineiras, que tinham ainda penduradas na parede da sala de aula as assustadoras palmatórias. Então, formou 150 jovens idealistas e as espalhou por Minas Gerais, com a missão de mudar a escola por dentro. Uma dessas jovens era a dona Glorinha, que, entre outras coisas e contra a vontade das velhas professoras do Grupo Escolar e de sua rabugenta diretora, retirou a palmatória furadinha da parede de minha classe. Só mais tarde foi que percebi a luta de dona Glorinha. Que ela venceu. Descobrindo – bem mais tarde – que sua presença em minha vida tinha sido fundamental para que não a perdesse por aí. A vida, digo. Um domingo, fiz a primeira comunhão e não ganhei santinho. Na segunda-feira, ela mandou me chamar na secretaria. “Você fez primeira comunhão ontem, não fez?” Como é, meu Deus, que uma pessoa adulta, tão importante, pôde prestar atenção num menininho pardo fazendo primeira comunhão naquela catedral tão grande? (Pois minha cidadezinha tinha catedral...) Ela aí perguntou: “Você ganhou um santinho de recordação?” Não havia ganho, não. Aí, ela abriu a gaveta, tirou um santinho lindo e escreveu uma dedicatória onde li as palavras “brilhante” e “futuro” que, na hora, não fizeram o menor sentido para mim. Somente um pouco mais tarde descobri que ela sabia tudo da minha vida, vinha me observando no meio de centenas de alunos do velho Grupo e até já havia mandado chamar meu pai pra conversar... Engraçado, agora, remoendo essas lembranças, descubro que tive uma professora maluquinha, sim. Foi a dona Glorinha d’Ávila, tão pequeninha, tão frágil, tão bonitinha... Nova Escola, São Paulo, Ed. Abril, set. 1998.
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POR DENTRO DO TEXTO
1. Como você deve ter percebido, o relato foi organizado em ordem linear, ou seja, Ziraldo relatou os fatos
na mesma ordem em que aconteceram. Em seu caderno, numere os itens a seguir, que resumem o relato do escritor, ordenando-os de acordo com a sequência em que são mencionados no texto. a) O desenhista informa que ficou pouco tempo na escola em que trabalhava a professora Dulce, porém deve ao lugar uma enorme carência afetiva, que foi positivamente transformada em obras. b) Dona Glória foi responsável por tirar a palmatória furadinha da sala de aula do escritor. c) Ziraldo relata que a primeira professora de quem se lembra foi negativamente marcante. Ele achava não ter muito prestígio com ela, provavelmente porque era o patrão de seu pai quem pagava a mensalidade da escola. d) Ao remoer as lembranças, o desenhista afirma ter descoberto que Dona Glorinha foi sua professora maluquinha. e) Ziraldo conta que, na igreja, após sua primeira comunhão, ao contrário dos outros meninos, ele não recebeu um santinho como recordação. f) A segunda professora marcante na vida do escritor foi discípula de Helena Antipoff, que revolucionou o ensino básico mineiro por se opor às palmatórias. g) Em seu relato, Ziraldo diz ter descoberto que a presença de dona Glorinha em sua vida foi fundamental. h) Dona Glorinha viu o descaso com Ziraldo na igreja e, no outro dia, deu-lhe um lindo santinho com uma dedicatória. 1-c; 2-a; 3-f; 4-b; 5-g; 6-e; 7-h; 8-d.
2. Por que a primeira professora do narrador é inesquecível para ele? Porque ela deixou marcas negativas (impressões negativas) na vida dele.
3. A professora Helena Antipoff revolucionou o ensino básico de Minas na década de 1940. a) Com que objetivo ela provocou essa revolução?
Helena queria mudar a forma do ensino em Minas, que ainda estava no tempo da palmatória. Professor, você poderá pedir aos alunos que façam uma pes quisa na internet sobre Helena Wladimirna Antipoff (Grodno, 1892 - Ibirité, 1974), psicóloga e pedagoga russa que se fixou no Brasil em 1929.
b) Como ela conseguiu atingir seu objetivo?
Ela percebeu que não podia mudar nem a mentalidade nem o modo de ação dos educadores com experiência, então formou 150 jovens idealistas, que ficariam encarregadas de mudar as escolas mineiras por dentro.
4. Além dos adjetivos “maluquinha”, “pequeninha”, “frágil” e “bonitinha” apresentados por Ziraldo no último parágrafo de seu texto, podemos perceber por meio do contexto outras características de dona Glorinha. Releia o relato de Ziraldo e escreva outros dois adjetivos que possam descrever dona Glorinha. Justifique suas escolhas.
Resposta pessoal. Respostas possíveis: dona Glorinha pode ser considerada uma pessoa generosa, interessada em seus alunos (dedicada) e atenta a suas necessidades (atenciosa) – percebeu que Ziraldo não havia ganhado um santinho de primeira comunhão e deu um a ele.
5. Observe a frase abaixo, em que Ziraldo se refere a dona Glorinha.
[...] Só mais tarde foi que percebi a luta de dona Glorinha. Que ela venceu. Descobrindo – bem mais tarde – que sua presença em minha vida tinha sido fundamental para que não a perdesse por aí. A vida, digo. [...] a) Por que o narrador afirma que dona Glorinha venceu?
Ziraldo se refere ao fato de dona Glorinha ter sido responsável por profundas transformações na escola, especialmente à atitude da professora de ter eliminado a palmatória de sua sala de aula.
b) Que atitudes dessa professora fizeram com que ela fosse fundamental na vida dele?
Ter-se preocupado com ele na ocasião de sua primeira comunhão. Ela o notou na catedral, sabia que não havia ganho um santinho como todos os outros, então o presenteou com um e escreveu uma dedicatória em que profetizava as glórias do narrador.
c) No trecho acima, quando o narrador diz: “para que não a perdesse por aí”, ele se refere à professora ou à vida? Explique sua resposta com um trecho do texto.
Ele se refere à vida. No texto, após a frase, há a ex pressão: “A vida, digo”, para esclarecer que, no momento, o narrador fala da p rópria vida e não da vida da professora.
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Em que aspectos se diferenciam as professoras Dulce e Glorinha? 6. Compare: Dulce, como o próprio narrador diz, não era nada doce. O texto relata fatos que permitem percebê-la como uma pessoa preconceituosa e pouco atenciosa com ele. Já Glorinha é descrita como uma pessoa inovadora, atenciosa, sensível e afetiva.
7. O narrador, ao contar com detalhes os fatos relacionados às professoras Dulce e Glorinha, também as descreve? Justifique sua resposta.
8. Releia outro trecho do texto:
Sim, por meio da narração dos fatos, Ziraldo acaba caracterizando as professoras: a primeira não tinha carinho com ele, era preconceituosa, pois preferia os alunos branquinhos, e colocou no chão o menino pardo (Ziraldo) no momento em que ele buscou o seu colo. A segunda era mãe de um poeta, recebeu formação profissional na equipe de Helena Antipoff, deu atenção a Ziraldo e percebeu os seus talentos, o que nos permite caracterizá-la como inovadora, afetiva e sensível à realidade dos alunos. Portanto, ao narrar os fatos, o narrador revela, descreve como eram as professoras.
[...] Somente um pouco mais tarde descobri que ela sabia tudo da minha vida, vinha me observando no meio de centenas de alunos do velho Grupo e até já havia mandado chamar meu pai pra conversar... •
Que ação da professora, além da descrita acima, confirma que ela já intuíra que o narrador teria escrito as palavras “futuro” e “brilhante” no santinho que ofereceu ao menino. Essas palavras estão relacionadas ao um futuro promissor? Ter futuro brilhante que ele veio a ter. Ao usar essas palavras, de certo modo, a professora antecipou algo que ainda ia acontecer, demonstrando acreditar em seu potencial criativo.
9. Embora o texto seja um relato das experiências escolares do narrador, a descrição das professoras foi importante. •
Ao descrever as professoras, o narrador pôde expressar melhor o que elas representaram em sua vida. As descrições caracterizam quem são as professoras inesquecíveis, citadas logo no início do texto. Professor, é importante dizer que o texto se estrutura dessa maneira porque não haveria sentido ele apenas dizer que teve duas professoras inesquecíveis e não continuar o relato descrevendo-as.
Qual é a contribuição dos trechos descritivos ao relato?
A intenção da revista Nova Escola foi a de publicar um relato em que Ziraldo revelasse se teve um professor inesquecível. O início do texto comprova isso, pois ele começa dizendo “[...] eu não tenho um professor inesquecível. Tenho muitos professores inesquecíveis.”
10. No texto, o narrador dá sua opinião sobre as professoras. Localize esses trechos e transcreva-os em seu caderno.
Enquanto narra e descreve sua vida escolar e as professoras, o narrador vai emitindo suas opiniões. Algumas respostas possíveis são: “Ela se chamava Dulce, mas não era nada doce.”; “[...] por causa dela, vim vindo pela vida curtindo uma enorme carência afetiva.”; “[...] descubro que tive uma professora maluquinha, sim. Foi a dona Glorinha D’Ávila, tão pequeninha, tão frágil, tão bonitinha...”.
11. Retire do texto as palavras ou expressões que indicam que o narrador conta fatos que aconteceram no passado.
“Um dia”, “Era uma escola”, “papai não tinha como pagar as mensalidades”, “devia ter esquecido o nome dela, mas não esqueci.” Professor, sugerimos localizar com os alunos os verbos que estão no passado, as expressões que indicam tempo, as palavras que fazem referência às memórias do narrador, mesmo sem ainda nomear verbos e advérbios.
12. O narrador, no desenvolvimento do texto, lança mão de um recurso de pontuação pouco frequente: colocar algumas frases entre parênteses. Observe:
(Deve ser por isso que até hoje sou maluco por colo feminino...)
(Pois minha cidadezinha tinha catedral...) (Pelo menos no início. Agora, depois da fama, a preços mais condizentes. Com a fama...) •
Em sua opinião, qual é o objetivo do narrador ao empregar esse recurso?
O narrador aproveita esse expediente para se dirigir ao leitor, mostrar a ele que está presente na obra, além de dar um tom humorístico ao texto. Por tudo isso, ele interrompe o que está dizendo, faz um comentário paralelo e retoma o assunto novamente.
TEXTO E CONTEXTO
1. Em sua opinião, por que as pessoas costumam produzir relatos orais ou escritos?
Para contar fatos ou acontecimentos ocorridos consigo e/ou com outras pessoas. Professor, os relatos servem para colocar em destaque algum assunto ou acontecimento específico.
2. Que tipos de preconceitos podemos identificar no texto? Faça um comentário sobre isso.
Preconceito racial (dona Dulce só colocava no colo os alunos branquinhos) e econômico (o narrador achava que não tinha prestígio com a professora porque seu pai não podia pagar a escola).
3. Em sua opinião, que características possui um professor que o tornam inesquecível? Por quê? Resposta pessoal.
4. Além dos conteúdos de sua área de conhecimento, o que mais um professor pode nos ensinar de importante? Resposta pessoal.
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CONFRONTANDO TEXTOS
Observe a capa do livro a seguir: s o t n e m a r o h l e M
ZIRALDO. Uma professora muito maluquinha . 12. ed. São Paulo: Melhoramentos,1995.
1. Que detalhes na figura da professora nos levam a concluir que ela era mesmo maluquinha? O chapéu, o lápis no cabelo, a piscada de olho e a língua de fora, a pose que faz imitando o imperador francês Napoleão Bonaparte.
2. O que o título do livro faz você lembrar? Resposta possível: Uma professora descontraída e alegre. O diminutivo “maluquinha” é carinhoso e denota simplicidade.
3. Quem é o autor do livro? Ziraldo. 4. No texto 5, Ziraldo faz uma alusão ao título desse livro. Identifique o trecho em que isso acontece e explique por que ele faz essa referência.
O trecho é: “Engraçado, agora, remoendo essas lembranças, descubro que tive uma professora maluquinha, sim. Foi a dona Glorinha d’Ávila, tão pequeninha, tão frágil, tão bonitinha...”. A professora Glorinha é a que se ap roxima do que Ziraldo considera uma professora maluquinha: ela é diferente e inovadora.
Produção de texto
Relato de memórias Ziraldo fez um relato sobre seus mestres inesquecíveis. E você, de que professores se lembra até hoje? Qual foi a importância dele(s) na sua vida? Faça você também um relato de memórias. Fale sobre o momento que você vivia na escola e descreva seu professor, indicando as suas características, o seu jeito de ser e como eram as suas aulas. Além de descrevê-lo, procure também relatar uma experiência significativa com esse professor. Os relatos produzidos podem ser lidos em uma roda de leitura e, depois, reunidos em uma pasta. Uma ideia interessante é que essa pasta circule na sala dos professores no mês de outubro, em que se comemora o Dia do Professor. Um dos relatos pode ser escolhido pelos professores para ser enviado a uma revista especializada em educação. PLANEJE SEU TEXTO
Copie no caderno os itens do quadro e responda a cada um deles como modo de planejamento. Amplie o número de itens se precisar. Verifique se cumpriu o planejado na hora de avaliar o texto.
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Para escrever o relato de memórias 1. Qual é o público leitor do texto? 2. Que linguagem vou empregar?
Colegas de turma, professores, leitores de revista (caso o texto seja enviado a uma revista especializada e publicado). A linguagem empregada pode tender à informalidade. Professor, oriente os alunos a empregar a linguagem de acordo com os propósitos comunicativos do texto, lembrando que o público leitor não é apenas o adolescente.
3. Qual é a estrutura que o texto vai ter?
Organização em parágrafos.
4. Onde o texto vai circular?
Roda de leitura, sala dos professores e, se for enviado e publicado, em uma revista especializada em educação.
ORIENTAÇÕES PARA A PRODUÇÃO 1. Ao elaborar seu texto, você vai escrever de acordo com as características do gênero que vai produzir. Nesse caso, você produzirá um relato de memórias.
2. É importante fazer sempre um planejamento, ou seja, organizar as ideias no papel. Da mesma forma que um engenheiro precisa de uma planta para construir um prédio, você precisa de um plano de trabalho para construir o próprio texto. Assim, anote em uma folha os fatos que achar importante relatar. Decida em que ordem pretende contá-los.
3. Verifique que elementos precisam de uma descrição mais detalhada para que o leitor possa compreender o que você quer transmitir. Às vezes, são as personagens que participam da narrativa, outras são os espaços que precisam ser destacados, como a escola, como vimos no texto “Gabriel Ternura”. Também podem ser situações interessantes: comoventes, inusitadas, engraçadas etc.
4. Escreva o texto em primeira pessoa (eu). Procure expressar seus sentimentos e suas opiniões em relação ao que relata.
5. Observe se está localizando os fatos no tempo e no espaço, quando isso for importante.
AVALIAÇÃO E REESCRITA 1. Vá fazendo uma avaliação do texto no decorrer de sua produção e confira: a) Seu texto está sendo produzido com base nos itens do quadro de planejamento? Foi escrito em primeira pessoa? b) A ordem em que os fatos estão sendo apresentados, no tempo e no espaço, torna-o um texto coerente? c) Verifique se detalhou alguns fatos ou pessoas que merecem destaque no relato. d) Há algum fato importante que você tenha esquecido de relatar? Caso isso tenha ocorrido, faça mudanças no texto que possibilitem essa inclusão.
2. Não se esqueça: o seu texto tem o objetivo de comunicar algo. Verifique se está conseguindo cumprir o que planejou.
3. Faça uma revisão ortográfica usando o dicionário para conferir a grafia das palavras. 4. Orientado pelo professor, verifique se organizou o texto em parágrafos, revise a pontuação. 5. Depois, passe a limpo a sua produção, leia-a e divulgue-a, conforme o meio de circulação combinado com o professor.
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Prática de leitura
Texto 6 – Romance (fragmento) No próximo texto, a personagem fala sobre certa bolsa amarela e conta com detalhes como ela era. Vamos ler o texto?
A bolsa por fora Era amarela. Achei isso genial: pra mim o amarelo é a cor mais bonita que existe. Mas não era um amarelo sempre igual: às vezes era forte, mas depois ficava fraco: não sei se porque ele já tinha desbotado um pouco ou porque já nasceu assim mesmo, resolvendo que ser sempre igual é muito chato. Ela era grande: tinha até mais tamanho de sacola do que de bolsa. Mas vai ver ela era que nem eu: achava que ser pequena não dá pé. A bolsa não era sozinha: tinha uma alça também. Foi só pendurar a alça no ombro que a bolsa arrastou no chão. Resolveu o problema. E ficou com mais bossa também. Não sei o nome da fazenda que fez a bolsa amarela. Mas era uma fazenda grossa, e se a gente passava a mão arraVeja como a narradora desnhava um pouco. Olhei bem de perto e vi os fios da fazenda creve, ou seja, diz como era passando um por cima do outro: mas direitinho; sem fazer a fazenda, o tecido da bolsa bagunça nem nada. Achei legal. Mas o que eu achei mais leamarela... Neste trecho há uma gal foi ver que a fazenda esticava: “vai dar pra guardar um descrição da bolsa. bocado de coisa aí dentro”.
A bolsa por dentro Abri devagarinho. Com um medo danado de ser tudo vazio. Espiei. Nem acreditei. Espiei melhor. – Mas que curtição! – berrei. E ainda bem que só berrei pensando: ning uém encostou nem olhou. A bolsa tinha sete filhos! Eu sempre achei que bolso de bolsa é filho da bolsa. E os sete moravam assim: Aqui a narradora conta sobre a sua descoberta dos bolsos e Em cima, um grandão de cada lado, os dois com zíper: também o que fez quando viu abri-fechei, abri-fechei, abri-fechei, os dois funcionando que o zíper. Ela está contando, narsó vendo. Logo embaixo tinha mais dois bolsos menores que rando a história. fechavam com botão. Num dos lados tinha um outro – tão h amargo e tão comprido que eu fiquei pensando o que é que eu a t ó J podia guardar ali dentro (um guarda-chuva? um martelo? um cabide de pé?). No outro lado tinha um bolso pequeno, feito de fazenda franzidinha, que esticou todo quando eu botei a mão dentro dele; botei duas mãos, esticou ainda mais: era um bolso com mania de sanfona. Como eu ia dar coisa pra ele guardar! E por último tinha um bem pequenininho, que eu logo achei que era o bebê da bolsa. Comecei a pensar em tudo o que eu ia esconder na bolsa amarela. Puxa vida, tava até parecendo o quintal da minha casa, com tanto esconderijo bom, que fecha, que estica, que é pequeno, que é grande. E tinha uma vantagem: a bolsa eu podia levar sempre a tiracolo, o quintal não.
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O fecho A bolsa amarela não tinha fecho. Já pensou? Resolvi que naquele dia mesmo eu ia arranjar um fecho pra ela. Peguei um dinheiro que eu vinha economizando e fui numa casa que conserta e reforma bolsas. Falei que queria um fecho e o vendedor me mostrou um, dizendo que era o melhor que ele tinha. Custava muito caro, meu dinheiro não dava. – E aquele? – apontei. Era um fecho meio pobre, mas briObserve a narradora argulhando que só vendo. mentando, dando sua opinião. O homem fez cara de pouco caso, disse que não era bom. Experimentei. – Mas ele abre e fecha bem. O homem disse que o fecho era muito barato: ia enguiçar. Vibrei! Era isso mesmo que eu estava querendo: um fecho com vontade de enguiçar. Pedi pro vendedor atender outro freguês enquanto eu pensava um pouco. Virei pro fecho e passei uma cantada nele: – Escuta aqui, fecho, eu quero guardar umas coisas bem guardadas aqui dentro dessa bolsa. Mas você sabe como é que é, não é? Às vezes vão abrindo a bolsa da gente assim sem mais nem menos; se isso acontecer, você precisa enguiçar, viu? Você enguiça quando eu pensar “enguiça!”, enguiça? – O fecho ficou olhando pra minha cara. Não disse que sim nem que não. Eu vi que ele tava querendo uma coisa em troca. – Olha, eu já vi que você tem mania de bri lhar. Se você enguiçar na hora que precisa, eu prometo viver polindo você pra te deixar com essa pinta de espelho. Certo? O fecho falou um clique bem baixinho com todo o jeito de “certo”. Chamei o vendedor e pedi pra ele botar o fecho na bolsa. Cheguei em casa e ar rumei tudo o que eu queria na bolsa amarela. Peguei os nomes que eu vinha juntando e botei no bolso sanfona. O bolso comprido eu deixei vazio, esperando uma coisa bem magra pra esconder lá dentro. No bolso bebê eu guardei um alfinete de fralda que eu tinha achado na rua, e no bolso de botão escondi os retratos do quintal da minha casa, uns desenhos que eu tinha feito, e umas coisas que eu andava pensando. Abri um zíper; escondi fundo minha vontade de escrever; fechei. No outro fundo de botão espremi a vontade de ter nascido garoto (ela andava muito grande, foi um custo pro botão fechar). Pronto! A arrumação tinha ficado legal. Minhas vontades tavam presas na bolsa amarela, ninguém mais ia ver a cara delas. BOJUNGA, Lygia. A bolsa amarela. Rio de Janeiro: Casa Lygia Bojunga, 2003.
POR DENTRO DO TEXTO
1. Qual é o assunto sobre o qual a narradora fala na primeira parte do texto? A narradora fala sobre como era a bolsa amarela por fora.
2. Quantos parágrafos existem nessa primeira parte? Quatro parágrafos.
3. Como você justificaria a divisão dos parágrafos do texto?
Resposta possível: Os parágrafos estão divididos para organizar melhor as ideias do texto. Cada parágrafo corresponde a um assunto diferente. Professor, esse texto oferece a oportunidade de visualização dos tópicos de cada parágrafo. É interessante chamar a atenção do aluno para essa informação e retomar com eles o conceito de parágrafo.
4. Identifique o assunto tratado em cada parágrafo dessa parte.
1a parte – A bolsa por fora. Parágrafo 1: a cor da bolsa. Parágrafo 2: o tamanho da bolsa amarela. Parágrafo 3: a alça da bolsa. Parágrafo 4: sobre o tecido (fazenda com que a bolsa é confeccionada).
5. Estudando a organização em parágrafos, você já pôde notar como esse texto se organiza na página e por que isso acontece. Que tal agora estudar qual é o papel da narração, da descrição e da argumentação dentro dele? Sente-se com um colega para fazer essa atividade.
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•
Leiam nos quadros ao lado do texto a indicação dos três tipos textuais presentes no trecho que você leu: a narração, a descrição e a argumentação. Depois, conversem e anotem as dúvidas a respeito do que vocês não compreenderam. Conforme a orientação do professor, partilhem suas conclusões com os colegas.
6. Considere que o texto de Lygia Bojunga é parte de uma história. Procure nele os trechos que exemplifiquem os três tipos textuais.
a) narração (alguém contando a história);
“A bolsa amarela não tinha fecho. Já pensou? Resolvi que naquele dia mesmo eu ia arranjar um fecho pra ela. Peguei um dinheiro que eu vinha economizando e fui numa casa que conserta e reforma bolsas.”
“Logo embaixo tinha mais dois bolsos menores que fechavam com botão. Num dos lados tinha um outro – tão
e tão comprido que eu fiquei pensando o que é que eu podia guardar ali dentro (um guarda-chuva? um b) descrição (como era a bolsa?); amargo martelo? um cabide de pé?). No outro lado tinha um bolso pequeno, feito de fazenda franzidinha, que es ticou todo quando eu botei a mão dentro dele; botei duas mãos, esticou ainda mais: era um bolso com mania de sanfona.”
c) argumentação (a opinião da personagem, a defesa de uma ideia). “O homem disse que o fecho era muito barato: ia enguiçar.” Professor, essas são apenas respostas possíveis; o aluno poderá escolher outras que encontrar.
7. Você já tinha percebido que, em um mesmo texto, é possível Comente sua resposta.
narrar, descrever e dar opinião?
Resposta pessoal. Professor, seria interessante voltar à crônica “Na escola” e mostrar aos alunos que o texto apresenta os três tipos textuais (modos do discurso, tramas textuais). Caso julgue importante, retome com eles um dos poemas da unidade anterior para mostrar como esses tipos textuais podem aparecer em um mesmo texto. Essas estratégias podem facilitar a produção de texto dos alunos, em diferentes gêneros, inclusive com a utilização dos diferentes tipos textuais.
Reflexão sobre o uso da língua
Numeral 1. Releia o próximo trecho, retirado do texto de Lygia Bojunga: A bolsa tinha sete filhos! Eu sempre achei que bolso de bolsa é filho da bolsa. E os sete moravam assim: Em cima, um grandão de cada lado, os dois com zíper: abri-fechei, abri-fechei, abri-fechei, os dois funcionando que só vendo. Logo embaixo tinha mais dois bolsos menores que fecha vam com botão. [...] a) Copie em seu caderno as palavras do trecho acima que indicam as seguintes quantidades: •
quantos filhos (bolsos) a bolsa tinha;
•
quantos bolsos com zíper havia;
•
quantos bolsos menores com botão ficavam logo embaixo.
Sete.
Dois. Dois.
b) No texto, essas palavras apresentam que informação sobre a bolsa amarela? Elas servem para indicar a quantidade de bolsos que havia na bolsa amarela.
2. As palavras que você usou como resposta ao item “a” da atividade anterior acrescentam detalhes importantes à bolsa? Por quê?
Sim, porque esse trecho do texto focaliza os bolsos e sua utilidade para o narrador – guardar suas vontades; a cada bolso, de acordo com sua característica, coube um desejo.
3. Releia estas frases retiradas do relato de Ziraldo: [...] A primeira professora que minha memória grava não tinha carinho comigo. [...] Minha segunda professora marcante foi dona Glorinha d’Ávila, mãe do poeta e escritor mineiro João Ettiene Filho. •
As palavras destacadas indicam o quê? A ordem em que as professoras apareceram na vida de Ziraldo.
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4. Ao estudar matemática, você já deve ter se deparado com situações-problema parecidas com a apresentada a seguir:
Paula ganha o triplo do que ganha Janete. Carlos, no entanto, ganha o dobro de Paula. Quanto ganha Carlos em relação a Janete? Superinteressante, São Paulo, Ed. Abril, out. 1991.
a) Que palavras do problema de matemática indicam multiplicação?
As palavras “triplo” e “dobro”.
b) Responda à questão proposta no problema. Carlos ganha seis vezes mais que Janete. IMPORTANTE SABER
As palavras que indicam número pertencem à classe gramatical dos numerais. Ao indicar quantidade, são chamadas de numerais cardinais. Por exemplo: A bolsa tinha sete filhos. Há casos em que o numeral indica ordem. São os numerais ordinais. Veja um exemplo: Na terceira noite fui buscar o livro espontaneamente, mas o velho estava sombrio e silencioso. Os numerais também podem indicar multiplicação. São chamados numerais multiplicativos. Exemplo: Paula ganha o triplo do que ganha Janete. E fração, quando indicam parte de um todo. São os numerais fracionários: Paula ganha metade do que ganha Carlos. Janete ganha um terço do que Paula ganha. Portanto, os numerais podem ser cardinais, ordinais, multiplicativos e fracionários. Saiba mais sobre esse assunto consultando o Apêndice. •
•
•
•
5. Observe as palavras em destaque ao ler as próximas frases. Frase I
No bolso bebê eu guardei um alfinete de fralda que eu tinha achado na rua [...] Frase II
A bolsa tinha apenas um zíper. •
Em qual das duas frases a palavra “um” indica quantidade? Como você chegou a essa conclusão? A palavra “um” indica quantidade na frase II. A palavra “apenas”, que aparece na frase II, oferece a pista de que a narradora está quantificando. Professor, é importante explicar aos alunos que, na primeira frase, a palavra “um” está determinando uma espécie de objeto. IMPORTANTE SABER
A palavra “um” nem sempre é um artigo indefinido. Essa palavra também pode ser um numeral quando servir para indicar quantidade, como vimos na frase II. 98
6. Releia estes trechos retirados do relato de Ziraldo: Ela era discípula de Helena Antipoff, que revolucionou o ensino básico de Minas na década de 40. Na segunda-feira, ela mandou me chamar na secretaria. “Você fez primeira comunhão ontem, não fez?” a) A que o narrador se refere quando usa a expressão “década de 40”? Aos dez anos que correspondem ao período de 1940 a 1949.
b) Transcreva do segundo trecho as palavras que indicam posição em uma sequência. c) Como se classifica o numeral encontrado no segundo trecho?
“Primeira” e “segunda“.
Numeral ordinal.
APLICANDO CONHECIMENTOS
Sente-se com um colega para resolver as próximas atividades. Depois de realizá-las, troque o caderno com um colega de outra dupla e verifique se as respostas dele são parecidas com as suas; pegue de volta o seu caderno. Depois da comparação, reveja com seu colega de dupla a atividade, faça as modificações que julgarem necessárias e confira as respostas com o professor.
1. Observe a folha de cheque a seguir, verificando para que servem os numerais e as informações que aparecem nele.
e t r A e d a i r o t i d E
•
Em seu caderno, elabore uma folha de cheque tomando como modelo a da figura. Crie nome e endereço para o banco e os números que aparecem no alto do cheque. Mas você tem alguns desafios para cumprir: a) O número do cheque deve corresponder (seguindo a ordem) ao número seguinte daquele apresentado na folha-modelo. b) O CPF deve conter a mesma quantidade de números. c) O cheque deve ser preenchido com o dobro do valor indicado na folha-modelo.
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d) A data deve ser o décimo dia do segundo mês do ano 13 do século X XI. e) Os números da agência e da conta devem ser menores do que os apresentados na folha-modelo. f) Desenhe a parte do canhoto e preencha-o.
Professor, é interessante chamar a atenção dos alunos para o algarismo romano que aparece no item “d”, perguntando a eles em que situações costumamos encontrá-lo. Há mais informações sobre os algarismos romanos e outros tipos de numerais no Apêndice.
2. Você ainda não pode usar cheques, mas se tivesse de preencher algumas folhas deles, como escreveria por extenso os próximos valores? Faça essa atividade em seu caderno. R$ 100,10
R$ 314,65
R$ 1.650,25
R$ 99,19
Cem reais e dez centavos. Trezentos e catorze reais e sessenta e cinco centavos. Mil seiscentos e cinquenta reais e vinte e cinco centavos. Noventa e nove reais e dezenove centavos.
3. Observe os gráficos a seguir, publicados três anos antes dos gráficos que você leu anteriormente,
na seção Para começo de conversa, e que também divulgam dados sobre o nível dos alunos brasileiros nas habilidades de leitura, escrita e matemática.
o d ú e t n o C o ã d a t s E / e t r A
Professor, procure contextualizar os dados apresentados nos gráficos lidos, mobilizando conhecimentos históricos e geográficos que permitam explicar os resultados e seus impactos do ponto de vista político, econômico, social etc.
MANDELLI, Mariana. Avaliação mostra que metade dos alunos de 8 anos não aprende o mínimo. O Estado de S. Paulo , 26 ago. 2011. Disponível em: . Acesso em: 12 jan. 2015.
a) O que os números nas bases dos gráficos indicam em relação aos alunos de 3 o ano? Indicam a porcentagem de alunos que aprendeu o esperado para o 3o ano.
b) Qual região apresenta maiores problemas relacionados à leitura e à escrita? A Região Nordeste.
c) Qual região apresenta maiores dificuldades em relação à matemática?
A Região Norte. Professor, proponha aos alunos que façam uma pesquisa sobre possíveis mudanças nesse quadro geral e que avaliem que ações têm sido tomadas de modo mais particular, pelas escolas, para alterar as situações dessas regiões.
d) Compare os dados dos gráficos lidos com os apresentados anteriormente, na seção Para começo de conversa, e responda: Houve mudanças significativas nos dados apresentados? Explique. Espera-se que o aluno observe que os estados do Norte e do Nordeste continuam com resultados inferiores em relação aos demais estados do país.
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4. Você observou quantos textos deste capítulo trazem numerais? Releia o final da crônica “Na escola” e continue refletindo sobre o papel que essa classe de palavras pode ter em um texto.
Respeita, não respeita, a discussão esquentou, Dona Amarí lis pedia ordem, ordem, assim não é possível, mas os grupos se haviam extremado, falavam todos ao mesmo tempo, ninguém se fazia ouvir, pelo que, com quatro votos a favor de calça comprida, dois contra, e um tanto-faz, e antes que fosse decretada por maioria absoluta a abolição do uniforme escolar, a professora achou prudente declarar encerrado o plebiscito, e passou à lição de História do Brasil. a) Quando Dona Amarílis pede “Ordem, ordem!”, está se referindo à falta de organização dos alunos para falar. Que tipo de ordem poderia ser sugerida para o plebiscito? Falar um aluno de cada vez. b) Que numerais poderiam servir para que a professora indicasse quem deveria começar a falar e quem continuaria na sequência? Resposta possível: o primeiro que vai falar é X. O segundo é Y, e assim por diante. c) Que numerais serviram para indicar o resultado da votação do plebiscito? De que tipo eles são?
Os numerais cardinais quatro, dois e um, no trecho: “[...] com quatro votos a favor de calça comprida, dois contra, e um tanto-faz, e antes que fosse decretada por maioria absoluta a abolição do uniforme escolar, a professora achou prudente declarar encerrado o plebiscito [...]”. l i r b A . d E
APRENDER BRINCANDO
Forme dupla com um colega e leiam o problema ao lado. Agora, em seu caderno, copie do texto os seguintes numerais:
•
a) Dois numerais cardinais. Quatro, três.
b) Um numeral multiplicativo. Dobro.
Superinteressante , São Paulo, Ed. Abril, ano 12, n. 8, ago. 1998.
Depois de localizar e transcrever os numerais, tente resolver o problema com seu colega de turma. Em seguida, confira o resultado com o professor. Professor, a resposta está no Manual.
•
Leia mais
Neste capítulo, você leu um texto da autora Lygia Bojunga. Trata-se de uma autora renomada, com trabalho reconhecido no Brasil e no exterior. É uma escritora que se destaca pela singularidade com que usa a palavra e encanta o leitor. Pesquise outros livros dessa autora. Vale a pena ler mais obras dela. O mesmo vale para a obra de Ziraldo e, no contexto da temática do capítulo, experimente conhecer mais sobre a “Professora Maluquinha”, uma das personagens criada por esse cartunista cheio de ideias. Por fim, se você gostou de ler relatos de memória, procure ler biografias e autobiografias. Há muitas, sobre pessoas que fizeram a diferença no mundo da ciência, da educação, na área de direitos humanos, no mundo das artes. Converse com seus colegas sobre as leituras que eles estão fazendo para obter mais informações de livros e textos interessantes. 101
Preparando-se para o próximo capítulo Você gosta de ver fotografias? Então, divirta-se e emocione-se com a próxima tarefa. Escolha, dentre os álbuns de fotografias de sua família, duas fotos que retratem um encontro familiar (aniversários, casamentos etc.). Escolha uma foto bem antiga (antes do seu nascimento) e outra mais atual, em que você esteja presente. Pergunte a seus pais ou avós a respeito das fotos, principalmente sobre a mais antiga. Peça-lhes também para contar a história dessas fotos e anote o relato em seu caderno, colocando como título “Álbum de família”. Aproveite a oportunidade para ouvir histórias vividas por sua família. Faça perguntas a eles sobre o ano de nascimento deles e sobre o lugar onde nasceram, como foi a infância deles, como e quando seus pais ou avós se conheceram. Peça-lhes que contem um fato marcante na vida deles e um grande sonho que ainda gostariam de realizar. Coloque toda a sua curiosidade em ação... e divirta-se com as histórias familiares! k c o t s r e t t u h S / C i d r o J
é p u k e J o i v í l O e d l a o s s e p o v r e c A
Escritor indígena Olívio Jekupé e família, Aldeia Krukutu, Parelheiros, São Paulo, 2012.
Família nigeriana posando para foto usando suas roupas tradicionais. Ondo, Nigéria, 2012. S E o c i l b ú P o v i u q r A / r e t r E . B a r a s s u J o v r e c A
Família de imigrantes italianos no Espírito Santo, 1888.
102
O L U T Í P A C
2
NOSSOS RELACIONAMENTOS
Professor, neste capítulo, abordamos o tema dos relacionamentos interpessoais, que abrange as relações familiares, de amizade e amorosas. Antes de iniciar este capítulo, peça aos alunos que tragam as fotos solicitadas no final do Capítulo 1 desta unidade. Se o aluno não possuir fotos antigas ou não conviver com os pais, peça que traga alguma foto das pessoas que considera próximas.
Para começo de conversa
k c o t s r e t t u h S : s n e g a m I
Júlio
Brasília
Célio
Edmundo
Ana Paula
Edna
Vítor
1. Com quem você mora? Quem são as pessoas que você considera como parte de sua família? Resposta pessoal.
2. Em seu caderno, descreva um de seus familiares ou uma das pessoas que cuidam de você. Podem ser seus pais ou avós, se você os conhece e convive com eles, ou outras pessoas que considera próximas.
Resposta pessoal. Professor, caso o aluno não tenha conhecido os pais ou não conviva com um deles ou com ambos, sugerimos pedir-lhe que descreva o adulto que ele considera mais próximo.
3. Observando a imagem, é possível saber quem são os avós maternos e paternos de Vítor? Como você percebeu isso?
Sim, pois suas fotos e nomes aparecem em uma posição que nos permite relacioná-los ao pai (lado esquerdo) e à mãe (lado direito).
4. Quem são os avós maternos e paternos da criança? Os maternos são Célio e Ana Paula e os paternos, Júlio e Brasília.
5. É possível afirmar que esse texto estabelece uma relação entre o passado e o presente? Explique. Sim, pois ele retrata pessoas da mesma família de gerações diferentes.
6. Alguém já lhe falou sobre os costumes das famílias de antigamente? Conte o que você sabe sobre isso. Resposta pessoal.
7. Você acha que os hábitos das famílias mudam com o tempo? Por quê?
Resposta pessoal.
8. Você sabe qual é o significado da palavra “genealogia”? Pesquise o significado dessa palavra e depois escreva o que entendeu por árvore genealógica.
Genealogia é o estudo de ascendência e de relações familiares. É também o estudo das origens e da evolução. D ( icionário escolar , Domingos P. Cegalla). Professor, caso julgue interessante, sugerimos solicitar aos alunos que façam a sua árvore genealógica.
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Prática de leitura
Texto 1 – Charge O próximo texto que você lerá é uma charge do cartunista Ivan Cabral. Charge é um “desenho humorístico, com ou sem legenda ou balão, geralmente veiculado pela imprensa e tendo por tema algum acontecimento atual, que comporta crítica e focaliza, por meio de caricaturas, uma ou mais personagens envolvidas” ( Dicionário Houaiss da língua portuguesa . Rio de Janeiro: Objetiva, 2001). l a r b a C n a v I
Ivan Cabral, 1 jun. 2011.
Agora, com um colega de turma, conversem sobre as próximas questões e anotem as respostas no caderno. Depois que fizerem isso, partilhem com a turma as conclusões a que chegaram. Professor, é importante que a partilha das respostas seja oral e dirigida. Algumas atividades desta obra têm esse tipo de sugestão para que todos os alunos possam efetivamente participar da reflexão e da partilha de conhecimentos. Se a atividade tiver apenas o momento coletivo, é possível que alguns alunos mais calados deixem de participar. Desse modo, sugerimos esse encaminhamento didático.
POR DENTRO DO TEXTO
1. Descreva o que você vê na charge, considerando as seguintes questões: a) Quantas pessoas aparecem na imagem?
Dez pessoas.
b) O que elas estão fazendo? Estão descansando em uma rede. c) Que tipo de relacionamento essas pessoas parecem ter? d) Em que lugar se encontram? Descreva-o.
Parecem ser pais e filhos.
Provavelmente na casa em que moram (“aqui em casa“). A rede contém remendos e um furo; a parede está rachada e parece ter a pintura descascada em alguns lugares.
2. Converse com seus colegas e com seu professor sobre os dois diferentes sentidos do termo “rede social” em que nos faz pensar a charge.
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Professor, converse com os alunos sobre a ironia da charge, que brinca com o duplo sentido de “rede so cial”: meio de comunicação entre usuários da internet e uma rede física, de tecido, que é dividida pelos diversos membros de uma família – o “social” do termo.
CONFRONTANDO TEXTOS
1. Observe esta foto: o l u a P o ã S , z e ñ o d r O a i l í m a f a d o v i u q r A
Fotografia do álbum da família Ordoñez, São Paulo, 1913.
a) Quais são as diferenças que se pode perceber entre a família retratada na charge e na fotografia? A família retratada na charge parece ser contemporânea, enquanto a família da fotografia é antiga. A família da charge parece ser pobre e a família da fotografia,
não. Na charge, os pais e mais oito filhos dividem uma única rede, toda remendada. A família da foto, por outro lado, parece usar roupas de uma classe social mais rica, embora não se possa afirmar isso com certeza.
b) Sim. Quanto ao número de filhos, há alguma diferença entre os casais representados? Explique. O casal da charge tem oito filhos na rede, enquanto o casal da fotografia está acompanhado de quatro crianças.
2. Leia com atenção as informações da notícia a seguir: 18/09/2014 10h00 – Atualizado em 18/09/2014 11h08
Idosos já são 13% da população e país tem menos crianças, diz Pnad A pesquisa de 2013 mostra tendência de envelhecimento da população. Mulheres chegam a 51,5% da população e são maioria entre mais velhos Do G1, em São Paulo
A população brasileira, estimada em 201,5 milhões de pessoas, está vendo diminuir o número de crianças e aumentar o de idosos. A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) de 2013, que foi divulgada nesta quinta-feira (18) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostra a tendência de envelhecimento do país.
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s s e r p a h l o F / s e l a r o M o b a G
Casal de idosos dança em baile da terceira idade no Instituto da Melhor Idade Estação Vida. Parque da Água Branca, São Paulo, 2012.
O estudo do IBGE investiga dados sobre população, migração, educação, trabalho, famílias, domicílios e rendimento. Foram ouvidas 362 555 pessoas em 1 100 municípios. Uma das comparações foi feita no espaço de 12 anos: a proporção de crianças de 0 a 9 anos caiu de 18,7% do total de habitantes, em 2001, para 13,9% em 2013. Essa faixa etária somou 28,3 milhões de brasileiros no ano passado. Também caiu a proporção de crianças e adolescentes de 10 a 19 anos de idade, também na comparação entre 2001 e 2013: desceu de 15,9% para 13,4% do total dos brasileiros. O número de pessoas no Brasil acima de 60 anos (definição de “idosos” dentro da pesquisa) continua crescendo: de 12,6% da população, em 2012, passou para 13% no ano passado. Já são 26,1 milhões de idosos no país. E aumentou a população dos que tem mais de 40 anos: esta faixa registrou na pesquisa 75,7 milhões de pessoas contra as 62,3 milhões de crianças e adolescentes (faixa de 0 a 19 anos). A região com mais idosos ainda é a Sul, onde eles chegaram a 14,4% do total. O Norte tem menos, com 8,8% de idosos. Disponível em: . Acesso em: 17 jan. 2015.
a) Qual é a principal informação trazida por essa notícia? Que o número de crianças e de adolescentes brasileiros está diminuindo e o de idosos, aumentando.
b) Quais podem ser as causas para os dados apresentados na notícia? E as consequências? A diminuição das taxas de natalidade e o aumento na expectativa de vida que vêm sendo observados no Brasil há algum tempo. Entre as consequências, estão o surgimento de um novo quadro social e, de forma mais geral, a diminuição da população mundial.
c) Considerando a leitura da notícia e sua resposta ao item anterior, por que a família representada na foto da seção Confrontando textos não pode ser considerada moderna?
Porque a família da foto tem várias crianças, dois adultos e nenhum idoso. Considerando-se a notícia, é possível observar que esse não é mais o perfil das famílias brasileiras, já que a população do país é composta, em sua maioria, por pessoas acima de 40 anos.
d) A família representada na charge lida no início da seção Prática de leitura parece moderna ou moderna. Isso pode ser percebido pelas roupas e pelo antiga? O que o levou a essa conclusão? Éusoumadafamília expressão “redes sociais”, comum nos tempos atuais. e) A família representada na charge está de acordo com os dados divulgados na notícia? Por quê?
Não está de acordo. Apesar de ser moderna, a família representada na charge tem muitos filhos. Ao contrário, os dados divulgados na notícia mostram que o número de crianças brasileiras está diminuindo, o que indica que as famílias estão tendo menos filhos.
3. E você, tem irmãos? Quantos? Resposta pessoal.
4. Compare a foto da página anterior com um dos retratos de sua família. Indique as semelhanças e as diferenças entre eles.
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Resposta pessoal. Professor, esse é o momento em que os alunos poderão falar das fotos que trouxeram. É importante propiciar um ambiente favorável a essa partilha. 2. b) Professor, a mudança do quadro populacional brasileiro cria a necessidade de compreensão do processo de envelhecimento e de estímulo ao respeito e à valorização do idoso. Chame a atenção dos alunos para o fato de que nosso país tem um conjunto de leis específico para assegurar os direitos dos idosos, o chamado Estatuto do Idoso, em vigor desde 1o de janeiro de 2004.
Prática de leitura
Texto 2 – Letra de canção ANTES DE LER
2. Respostas pessoais. Sim, é possível afirmar que a letra de canção se estrutura em forma de diálogo, pois há dois interlocutores “conversando”, um se dirigindo ao outro. No trecho apresentado, uma pista é o uso de travessão no início de cada fala. No restante da letra, pai e filho utilizam diferentes vocativos para dirigirem-se um ao outro: “E aí, pai, beleza?”; “Beleza, filho.”
1. Leia os versos a seguir, que foram retirados de uma letra de canção:
– É! Tu sabe que a vida não tá mole pra toda família, que segue firme e forte na correria. – Me lembro! É só olhar pra trás. Mas pra vida melhorar, como é que faz? – Não fico parado, esperando a ajuda da Unesco. Na minha vida ando pra frente, sempre em passo gigantesco. a) Que relação esses versos têm com o assunto que estamos discutindo neste capítulo? b)
Os versos tematizam a família, que é o assunto dos textos analisados até o momento. Professor, como já foi mencionado, a charge, a foto e o gráfico do primeiro capítulo são considerados textos. Há alguma informação neles que se relaciona com a vida da sua família? Resposta pessoal.
c) O eu poético emite uma opinião sobre a vida em família. Transcreva o verso que comprova essa afirmação. “É! Tu sabe que a vida não tá mole pra toda família, que segue firme e forte na correria.” 2. Pelo trecho que você leu, é possível afirmar que essa letra de canção tem a estrutura de um
diálogo? O trecho apresenta alguma pista para que você perceba isso? Se sim, explique.
Como você já deve ter percebido, essa letra de canção é diferente. Ela pertence a um gênero chamado rap . Esse estilo musical usa uma batida sobre a qual o rapper cria seus versos, misturando partes faladas e cantadas. Leia todo o texto a seguir, para fazer outras descobertas.
Loadeando – E aí , pai, beleza? – Beleza, filho. E tu? Tudo certo? – Certo. E você? À procura da batida perfeita? – Sempre, rapaz. E aí ? Como é que tá o colégio? – Ah! O colégio tá bem! Eu que... você sabe como é que é, né? – O jogo começou, aperta o start , na vida você ganha, cê perde, meu filho. Faz parte. – Ih! É ruim, eu não gosto de perder. Nem me lembro há quanto tempo que eu não perco pra você. – Calma, filho, cê ainda tem que crescer. O jogo apenas começou e cê tem muito pra aprender. – É! Eu sei. Tava só zoando. Você que loadeou e eu tô jogando. Eu me desenvolvo e evoluo com meu filho. Eu me desenvolvo e evoluo com meu pai. (BIS)
s s e r p a h l o F / s o r e v i R o r a v l Á
Marcelo D2 e seu filho Stephan Peixoto durante festa no Posto 6, Copacabana, Rio de Janeiro, 2011.
107
– Se o papo for futebol? – Ah! Isso é comigo. – E se o assunto é Playstation? – Tudo bem, contigo. A evolução aqui é de pai pra filho. – A família é Peixoto e representa o Rio. Eu me desenvolvo e evoluo com meu pai. Mas aquele passeio à Disney, quando a gente vai, hein? – Ih! Sabia. Tava demorando. Deixa o dólar dá uma baixada e nós vamos, certo? – Ih! Beleza. A comida tá na mesa. Mas pro dólar dá uma baix ada é uma tristeza. – É! Tu sabe que a vida não tá mole pra toda família, que segue firme e forte na correria. – Me lembro! É só olhar pra trás. Mas pra vida melhorar, como é que faz? – Não fico parado, esperando a ajuda da Unesco. Na minh a vida ando pra frente, sempre em passo gigantesco. Eu me desenvolvo e evoluo com meu filho. Eu me desenvolvo e evoluo com meu pai. (BIS) – O pensamento é rápido. Não enrola. Três pra frente, “x”, diagonal pra cima e bola. – É! Já vi que tu tem o poder. O controle tá na tua mão e o jogo é pra você. Mas a persistência é o que leva à perfeição. Eu que loadiei, você joga e é exemplo pro teu irmão. – Você é o reflexo do espelho do seu pai. Eu também. Uma coisa eu aprendi, planto o a mor pra colher o bem. – Ah, moleque! Assim que é meu filho. Assim você me deixa orgulhoso. Uma coisa que a gente tem que ter muito no coração é amor. E é por essas e outras que... Eu me desenvolvo e evoluo com meu filho. Eu me desenvolvo e evoluo com meu pai. (4x)
Professor, se possível, providencie para que seus alunos ouçam a música e, assim, possam se familiarizar com o gênero rap e responder às questões de forma mais contextualizada. Se houver possibilidade, é interessante que assistam ao clipe (Disponível em: . Acesso em: 4 fev. 2015).
– É assim que tem que ser rapaziada: amor... No final o bem vai vencer, no final o bem vai vencer, é assim que tem que ser, é assim que é... Já é, já é... D2, Marcelo. À procura da batida perfeita. São Paulo: Sony Music, 2005.
POR DENTRO DO TEXTO
1. A letra da canção que você leu é um diálogo entre duas pessoas. Qual é a relação de parentesco entre elas?
Relação de pai e filho. Professor, informe aos alunos que “Loadeando” é interpretada pelorapper Marcelo D2 e por seu filho, Stephan.
2. Como se organiza a conversa das pessoas que falam na canção? Há um revezamento das falas; cada um tem a sua vez de falar.
•
Esse tipo de revezamento também pode ocorrer em um jogo de videogame ? Explique. Sim. Há jogos de videogame que podem ser jogados em dupla, nos quais cada um tem a sua vez de jogar.
3. Agora observe este trecho do diálogo entre o pai e o filho:
– O jogo começou, aperta o start , na vida você ganha, cê perde, meu filho. Faz parte. – Ih! É ruim, eu não gosto de perder. Nem me lembro há quanto tempo que eu não perco pra você. 108
a) No texto, há uma comparação. Identifique os elementos que são comparados.
Vida e jogo.
b) Explique por que é possível essa comparação. É possível porque, como no jogo, na vida ora você ganha, ora você perde; para tudo há a alternância.
c) Em sua opinião, a estrutura do texto em diálogo também confirma a ideia de que cada um tem sua vez (ganhar ou perder) na vida e no jogo? Justifique sua resposta. Resposta pessoal. Espera-se que o aluno entenda a ideia de alternância que permeia todo o texto, inclusive sua estrutura.
4. Leia no Glossário o significado de “loadeou ”, e copie em seu caderno a alternativa que melhor justifica a escolha do título da canção.
a) Pai e filho, por meio da conversa, vão se conhecendo mutuamente, um aprendendo com o outro. b) O pai ensina ao filho que a vida é um jogo: quem participa tem a oportunidade de marcar pontos, ter sucesso. c) O filho ensina ao pai que ele é de outra época, e para poderem conversar o pai precisa se adaptar às mudanças. d) O pai trouxe o filho ao mundo, mas a vida é do garoto, seu sucesso está em suas mãos, é o filho quem joga. Alternativa “d”.
5. Por que, em sua opinião, o pai escolheu justamente o jogo de
videogame para
falar sobre a vida
com o filho? Porque é o jogo que interessa ao filho.
Se fosse com você, que jogo seria mais interessante para conversar sobre a vida?
•
Resposta pessoal.
6. De acordo com o texto, quem se dá melhor no futebol, pai ou filho? E no videogame ? No futebol, o pai, e no videogame , o filho.
7. Destaque trechos do texto que confirmem que, apesar das diferenças, pai e filho aprendem um com o outro.
Respostas possíveis: “A evolução aqui é de pai pra filho” e “Eu me desenvolvo e evoluo com meu filho. Eu me desenvolvo e evoluo com meu pai”.
8. Releia este trecho do diálogo entre pai e filho:
8. b) Espera-se que o aluno perceba que, assim como em um jogo, na vida também devemos ser persistentes, já que somos responsáveis por nossas ações. Devemos lutar para alcançar a vitória. Professor, considere outras possibilidades de resposta, desde que sejam coerentes.
– O pensamento é rápido. Não enrola. Três pra frente, “x”, diagonal pra cima e bola. – É! Já vi que tu tem o poder. O controle tá na tua mão e o jogo é pra você. Mas a persistência é o que leva à perfeição. Eu que loadiei, você joga e é exemplo pro teu irmão. – Você é o reflexo do espelho do seu pai. Eu também. Uma coisa eu aprendi, planto o amor pra colher o bem. – Ah, moleque! Assim que é meu filho. Assim você me deixa orgulhoso. Uma coisa que a gente tem que ter muito no coração é amor. E é por essas e outras que... a) A primeira fala desse fragmento é de Stephan, o filho de Marcelo D2. Nesse trecho, o menino ações descritas pelo menino referem-se a comandos descreve algumas ações. A que elas se referem? As do controle do videogame . b) Em resposta ao filho, na segunda fala do trecho, Marcelo D2 estabelece uma comparação entre o jogo e a vida, dando um ensinamento. Que ensinamento poderia ser esse? c) Na frase “O controle tá na tua mão [...]”, é possível dizer que a palavra “controle” tem dois significados. Explique-os. Um refere-se ao controle do videogame e o outro, ao controle da própria vida . d) “Você é o reflexo do espelho do seu pai.“ O que você entende por essa afirmação? Que o pai aprendeu com o exemplo do avô.
109
e) Copie em seu caderno os provérbios que combinam com a fala do garoto. “Filho de peixe, peixinho é” e “Tal pai, tal filho”.
Quem não tem cão caça com gato. Tal pai, tal filho. Filho de peixe, peixinho é. Pau que nasce torto morre torto.
9. Retire do texto um trecho que confirme que o filho também aprendeu com o exemplo do pai. “Você é o reflexo do espelho do seu pai. Eu também. Uma coisa eu aprendi, planto o amor pra colher o bem”.
TROCANDO IDEIAS
1. Você também compararia a vida a um jogo? Por quê? Respostas pessoais. 2. Você concorda que os filhos são sempre o reflexo, o espelho dos pais? 3. Identifique o refrão da canção e comente-o: Você concorda que é possível evoluir com as pessoas de sua família? Por quê?
IMPORTANTE SABER
Refrão é o trecho que se repete no decorrer de uma letra de canção ou de um poema.
4. Em sua opinião, o que de mais importante um filho pode aprender com a família? PARA VOCÊ QUE É CURIOSO
A palavra rap vem da expressão “Rhythm And Poetry” (“ritmo e poesia”, em inglês) e nomeia um gênero musical que faz parte do movimento hip-hop. A junção da batida mixada pelo DJ (disco-jóquei) à fala ritmada e poética do MC (mestre de cerimônias) surge na Jamaica, na década de 1960. O estilo foi levado para os Estados Unidos nessa mesma época, quando grandes líderes populares, como Martin Luther King e Malcom X, lutavam por uma sociedade mais justa e igualitária. Com o break, dança criada pelos porto-riquenhos para manifestar sua crítica à Guerra do Vietnã, e o grafite, forma de expressão plástica, o rap passou a ter um importante papel na expressão de grupos marginalizados e desfavorecidos e também na conscientização sociopolítica. O movimento hip-hop e, consequentemente, o rap, chegam ao Brasil na década de 1980, na cidade de São Paulo. Somente na década de 1990 o gênero ganha visibilidade e começa a ser tocado nas rádios, fazendo sucesso entre o público das grandes cidades. O rap tem uma batida rápida e acelerada. As letras (mais faladas do que cantadas) denunciam as dificuldades e injustiças enfrentadas pela população mais desassistida em relação à informação, cultura e benefícios. Os versos, muitas vezes, são acrescidos de improvisos e trazem gírias comuns entre aqueles que os compõem e interpretam. Os cantores de rap também podem ser chamados de rappers . 110
Na trilha da oralidade
Marcas de conversação 1. Releia este trecho do texto e responda à próxima questão: – E aí , pai, beleza? – Beleza, filho. E tu? Tudo certo? – Certo. E você? À procura da batida perfeita? – Sempre, rapaz. E aí ? Como é que tá o colégio? – Ah! O colégio tá bem! Eu que... você sabe como é que é, né? •
Esse trecho se refere ao início, ao meio ou ao final do diálogo entre pai e filho? Como você concluiu isso? Ao início, porque primeiro eles se cumprimentam para depois continuar a conversa.
2. Nessa canção, há o emprego de uma linguagem formal ou informal?
Uma linguagem informal, pois é o retrato de um diálogo entre um pai, compositor de rap , e seu filho. O contexto é de total informalidade.
3. Há no diálogo uma frase que o filho não terminou de dizer. Identifique-a. “Eu que... você sabe como é que é, né?” •
Complete a frase, levando em conta quem a produziu e o contexto de produção. Possivelmente, a frase seria completada com algum insucesso na escola, alguma tarefa não cumprida etc.
4. Quando dialogamos com alguém, é normal deixarmos uma frase ou uma palavra incompleta.
O aluno pode supor que essas suspensões ou interrupções se dão por varia-
a) Formule uma hipótese: dificuldade Por que isso acontece? dos motivos: porque quem fala não sabe o que dizer ou como continuar, tem de tratar do assunto da conversa, pressupõe que o outro entendeu o que ele queria dizer etc. b) Você se lembra de ter feito isso alguma vez? Viu alguém que já interrompeu uma frase no meio? Resposta pessoal.
5. Observe as expressões em destaque no trecho da canção reproduzido na atividade 1 e reescre-
caso julgue necessário, reveja o trabalho com a retextualização va-o, retirando todas elas. Professor, das marcas da oralidade no Manual. a) O texto continua fazendo sentido sem essas expressões? Sim. b) Encontre em outro trecho do texto uma marca de oralidade frequente em conversações. Copie-o em seu caderno. Resposta possível: “Ih! Sabia. Tava demorando. Deixa o dólar dá uma baixada e nós vamos, certo?” IMPORTANTE SABER
Professor, sugerimos reler a canção, observando com os alunos como as palavras destacadas constroem as marcas de oralidade da linguagem.
As palavras em destaque no texto são muito empregadas quando estamos conversando. Elas são marcas típicas da língua falada. Você já percebeu que, quando dialogamos, costumamos usar expressões como: “né”?, “viu?”, “então”, “eu acho que”, “entendeu?”, “daí”, “percebe?”, “sabe?”. Essas marcas da conversação ajudam a construir o texto falado, estabelecendo a ligação entre as palavras e as ideias que nele aparecem. Servem também para marcar a comunicação entre as pessoas que participam da conversa. Note que, quando você quer saber se a pessoa com quem conversa entendeu o que falou ou se está prestando atenção ao que está dizendo, costuma empregar expressões como: “né?”, “viu?”, “entende?”, “compreende?”. Há autores que as empregam também nos textos escritos, em diferentes situações, para tornar as conversações literárias mais parecidas com as reais. 6. Em duplas, reescrevam o trecho do diálogo apresentado no início da seção, adaptando-o para a
Sugestão: Olá, pai, como está? / Esto u bem, filho. E você, como vai? / Também estou bem. O senhor linguagem formal. ainda está à procura da melhor melodia? / Obviamente, rapaz. Como está o colégio? / O colégio está bem! Eu é que... Certamente o senhor me entende, não é mesmo? a) Agora, leia o diálogo produzido, alternando as falas com a sua dupla. b) Qual dos dois diálogos você considera mais adequado? O criado pelo rapper ou o elaborado que o aluno perceba que o diálogo dorapper está mais adequado para por você e sua dupla? Por quê? Espera-se uma conversa entre pai e filho, em que geralmente não há tanta formalidade.
7. Como você viu, o rap apresenta uma característica particular: muitos trechos são falados, não cantados. Por que você acha que essa é uma das características desse gênero musical?
Professor, abra a discussão para toda a turma. No rap , a melodia não é o mais importante, mas sim as batidas e as rimas que dão origem aos versos criados pelos rappers . As letras são fundamentais no rap , pois são instrumento de crítica e denúncia. Além disso, muitas vezes, orapper cria os versos de improviso, acompanhando a base do rap , de responsabilidade do DJ. O fato de a letra ser falada em vez de cantada facilita essa improvisação.
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DE OLHO NO VOCABULÁRIO
1. A palavra “loadeando” foi criada com base no verbo
to load (em
inglês, “carregar”, “baixar”). É possível saber em que tempo verbal foi empregada a palavra “loadeou”? Como você chegou a essa conclusão? Sim. Ela foi empregada no passado. É possível perceber isso porque ela termina em “ou”.
2. Que outras palavras em inglês foram usadas no texto? Copie-as em seu caderno e grife aquelas que você já conhecia.
Start , Playstation e Disney.
3. Playstation é uma marca de inglês: play (jogar, jogo) +
videogame . Esse station (estação).
termo é formado pela união de duas palavras em
a) Sabendo disso, responda: Qual é o significado dessa palavra traduzida para o português?
Estação de jogos.
b) Você acha que é preciso saber o que a palavra playstation significa em inglês para compreender pessoal. Professor, espera-se que o aluno perceba que, por meio de outras o que ela quer dizer na canção? Por quê? Resposta informações presentes na canção (ou seja, o contexto), acabam sendo oferecidas pistas Prática de leitura
para o esclarecimento do significado dessa palavra. Muitas pessoas acabam sabendo o significado dessa palavra pelo uso que ela tem no cotidiano, mas podem não saber o que ela significa na língua inglesa. Após a correção da atividade, você poderá dizer aos alunos que a palavra inglesa Playstation pode ser traduzida como “estação do jogo”.
Texto 3 – Classificado poético No livro Agenda poética , a personagem Cecília encontrou uma forma curiosa de descrever seus pais. Leia e descubra esse jeito todo especial nos textos A e B.
Qualquer coisa 22 Quarta Wednesday
Maio May
A Vende-se, Aluga-se, Troca-se Pai usado, em estado de novo, pouco cabelo branco, sem vícios, movido a gasolina (álcool de jeito nenhum), pega na primeira partida, não para nunca, está sempre de boa vontade, cara legal, nunca te deixa na mão, engata na primeira, segunda, terceira, quarta, quinta e até na sexta se você topar. Nunca falha aos domingos. Dá marcha à ré sempre que for preciso, deixa bater o maior vento em você, liberdade total. Faço doação no caso de nenhum interessado.
m e l r A o t a n e R
B Vende-se, Aluga-se, Troca-se Mãe usada, em estado de nova, cabelos pintados recentemente, sem vícios, movida a diesel, pega na subida e na descida, topa tudo sem reclamar, te deixa folgar legal. Se te deixar na mão é porque você esqueceu da ág ua, de dar uma passada no posto, de conferir esses detalhes comuns. Tem um belo estofamento, freios perfeitos, breque em cima, direção de piloto de fórmula um. Faço doação no caso de nenhum interessado. ANDRADE, Telma Guimarães Castro. Agenda poética. São Paulo: Scipione, 1997.
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POR DENTRO DO TEXTO Professor, sugerimos que as questões de 1 a 6 sejam respondidas oralmente.
1. A primeira frase, nas duas partes do texto “Qualquer coisa”, é: “Vende-se, Aluga-se, Troca-se”. •
Transcreva no caderno a alternativa que indica a intenção com que essas expressões são usadas normalmente. Alternativa “c“.
a) convidar b) contar uma história c) anunciar algo
2. Aparentemente, qual é o objetivo do texto? Vender, alugar ou trocar o pai e/ou a mãe do eu poético.
3. No texto, lemos as expressões “em estado de novo”, “movido a gasolina”, “pega na primeira partida”, “Dá marcha à ré”, “freios perfeitos”, “breque em cima”, “direção de piloto de fórmula um”. a) A que geralmente essas expressões se referem? Geralmente se referem a automóveis, veículos automotores.
b) A quem as expressões estão se referindo no texto A e no texto B? No texto A, referem-se ao pai da anunciante. No texto B, à mãe.
c) Faça, em seu caderno, uma lista com as expressões do texto que são comuns em anúncios expressões comuns: “em estado de novo”, “movido a gasolina”. Não são classificados e outra com as que não são comuns. As comuns as expressões: “pega na primeira partida”, “Dá marcha à ré”, “freios perfeitos”, “breque em cima”, “direção de piloto de fórmula um”.
4. A partir da descrição realizada no classificado, podemos dizer que os pais apresentam mais defeitos ou qualidades?
Mais qualidades.
5. Releia a frase a seguir. Dá marcha à ré sempre que for preciso [...]. •
O que essa frase diz sobre o pai?
Ela informa que o pai é capaz de voltar atrás quando necessário.
6. Esta frase se refere à mãe. Tem [...] freios f reios perfeitos, breque em cima, direção de piloto pil oto de fórmula um. •
Que característica(s) dessa personagem personag em ela ressalta?
A mãe sabe o momento em que deve colocar limites. Ela dirige as coisas de maneira muito precisa, certeira.
7. Como você pôde perceber, o texto emprega a linguagem figurada. Esse tipo de linguagem é comum em classificados? classificados? Explique. E xplique.
Não. Em classificados costuma-se encontrar a l inguagem literal, que apresenta um produto real como ele é de fato. A linguagem figurada é usada principalmente em gêneros literários.
8. Como se trata de um classificado poético, a linguagem figurada é adequada? Justifique sua resposta. Sim, porque, como o nome diz, trata-se de um poema, e não de um classificado comum.
9. Observe a descrição dos pais anunciados no texto. Levante uma hipótese: Por que o eu poético teria a intenção de se desfazer deles?
Resposta pessoal. Resposta possível: Porque o que o eu poético quer anunciar, de fato, não é a venda dos pais, mas a boa relação que tem com eles.
10. Em que veículos de comunicação os classificados costumam aparecer? Em jornais, sites e e revistas, especialmente as especializadas.
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Prática de leitura
Texto 4 – Classificado de imóvel Apartamento Apartame nto amplo ampl o e reformado reform ado Apartamento Apar tamento à venda – Barra Ba rra Funda, F unda, São Paulo
Destaque Quartos: 3 220 m² de área total
Banheiros: 1 157,7 157,7 m² de área útil
Condições Condições comerciais Aceita financ fi nanciamento iamento
•
•
Vaga Vaga de garagem Condomínio: R$ 900,00
Entrada facilitada
Descrição Sala ampla e bem iluminada; ilumi nada; reformado; reformado; três dormitórios, dormitórios, sendo uma suíte su íte enorme com armários armár ios embutidos, quarto/escritório quarto/escritório com estante e armário embutido, quarto com armários armá rios embutidos, quarto quar to de empregada empregada ou closet da suíte; cozinha, área de serviço, ser viço, banheiro de empregada empregada e banheiro ban heiro social com armários. armá rios. Corredor com com amplos armários, 2 por andar, uma vaga na garagem, perto metrô e várias linhas de ônibus, prédio tranquilo.
k c o t s r e t t u h S / r e t n i P v a l s i m o T
Fonte: . Acesso em: 17 jan. 2015.
1.
3. As linguagens dos dois textos são parecidas, com uso acentuado de adjetivos (ainda que o texto “Qualquer coisa” utilize algumas expressões que não costumam aparecer em anúncios). Resposta pessoal. Professor, mostre os alunos que essa similaridade é intencional por parte da autora de “Qualquer coisa”, que quis fazer uma CONFRONTANDO TEXTOS para brincadeira ao escrever um poema num formato inusitado, usando a estrutura de um gênero bastante conhecido e diferente da poesia: o classificado. Em que veículo de comunicação foi publicado o classificado de imóveis? Em um site de de anúncios da internet.
2. Quanto à intenção de produção, que diferenças se podem observar entre o texto “Qualquer coisa” e esse classificado de imóvel?
O classificado de imóvel tem uma intenção real de venda de alguma coisa, é literal. O texto “Qualquer coisa” adota a forma de um anúncio classificado para passar uma mensagem poética.
3. Compare a linguagem dos dois textos. Elas são parecidas ou diferentes? Por que você acha que isso acontece?
4. Releia o texto 4 observando o emprego de adjetivos. a) Localize e copie pelo menos cinco adjetivos desse texto. b) Qual é a intenção do anunciante ao usar tantos adjetivos?
Respostas possíveis: Útil, facilitada, iluminada, reformado, enorme, embutidos, social, amplos, tranquilo. Professor, há algumas locuções adjetivas (de cozinha, de empregada, de serviço) que devem ser consideradas.
Enaltecer as qualidades do objeto (no caso, o apartamento) que procura vender.
5. Leia o texto a seguir: BELA VISTA 100 m� AU – 2 suítes – 1 vaga.
Lindo, reformado, living , terraço, dep. empr., seg. 24 horas, próx. ao metrô e comércio, lazer laze r completo. F: (11) (11) 1111.11 1111.1111. 11. a) Geralmente, onde textos como esses são encontrados? Em jornais impressos, na seção de classificados. b) Se ele for comparado ao anúncio anterior, podemos perceber que se trata de um texto mais Resposta pessoal. Professor, comente com os alunos que os veículos impressos coscurto. Por que você acha que isso acontece? tumam cobrar pelo espaço de publicação, inclusive para os classificados, o que leva o anunciante a ser conciso na informação.
6. Qual dos dois classificados mais se assemelha ao texto “Qualquer coisa”? Justifique sua resposta. O texto 4, com mais adjetivos e uma descrição mais detalhada do objeto que está sendo anunciado, como no texto “Qualquer coisa”.
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Atividade de criação
Classificado poético Crie um classificado poético, parecido com o texto “Qualquer coisa”, anunciando alguém de sua família ou que conviva com você. Depois de pronto, você vai passá-lo a limpo e expô-lo em um mural. Professor, incentive os alunos a escreverem também uma cópia do texto para presentear a pessoa de quem eles estão falando.
OR O RIENTAÇ ES •
Inicie o texto com os termos: “vende-se”, “compra-se”, “troca-se”. Mas atenção: a continuação desse classificado vai ser diferente daqueles que aparecem nos jornais todos os dias.
•
Procure fazer comparações, usar a linguagem figurada.
•
Procure também brincar com as palavras como fez a autora, Telma Guimarães.
•
Para compreender bem como isso pode acontecer, releia o texto “Qualquer coisa”. Depois, solte as palavras!
AVALIAÇÃO •
Que tipo de recurso(s) você usou para tornar o seu texto interessante ao leitor? Empregou linguagem figurada? Há humor em seu texto? Efeito de surpresa? Palavras com duplo sentido? Grife as partes em que usou os recursos de linguagem.
•
Você sentiu dificuldades para fazer comparações?
•
Você gostou de brincar com as palavras, dando novos significados a elas?
APRESENTAÇÃO Passe a limpo o seu texto ou digite-o. Se puder, imite a diagramação de um classificado de jornal. Exponha seu classificado poético em um mural, com os textos de seus colegas, para que sugerimos que a montagem do mural seja feita após a reescrita do texto. No Manual, há consioutras pessoas possam apreciá-lo. Professor, derações sobre a refacção textual.
Prática de leitura
Texto 5 – Página de agenda ANTES DE LER
1. Observe os detalhes da página do texto. Você Você conhece esse tipo de página? De qual suporte
você acha que ela foi retirada?
Resposta pessoal. Professor, espera-se que o aluno reconheça a página de uma agenda, na qual a autora escreve um texto semelhante ao de um diário.
2. Há algum lugar onde você escreve os seus segredos? segredos? O que acha do hábito de escrever escrever em
um lugar só seu, a que ninguém mais tem acesso? Resposta pessoal.
falar de seus sentimentos? Em caso afirmativo, de que senti3. Você já escreveu textos para falar mentos costuma falar? Resposta pessoal.
Na leitura que você fará agora, a personagem principal chama-se Carol. Ela é uma adolescente adolescente muito inquieta e esperta. Com certeza, você gostará de conhecê-la. Quem sabe não vai se identificar com ela.
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a r u t i e L
STANISIERE, STANISIERE, Inês. A agenda de Carol . Belo Horizonte: Leitura, 2007.
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POR DENTRO DO TEXTO
1. Em seu caderno, descreva como você imagina Carol fisicamente. Resposta pessoal. 2. Como se sentia Carol, nessa segunda-feira, ao escrever? Explique.
Quando ela escreveu, na segunda-feira, estava aliviada, porque sua mãe já tinha escrito uma carta para fazer as pazes com a filha. A mãe havia entrado no quarto de Carol, mexido em seus objetos e encontrado a sua agenda pessoal, onde a menina escrevia seus segredos.
3. De acordo com a carta da mãe de Carol, a menina teve os seus segredos descobertos? Por quê? Não, na carta, a mãe afirma que não leu nada que estava escrito na agenda.
4. Observe esta capa de livro: o t e t n i u Q
ANDRADE, Telma Telma Guimarães Castro. Segredos de agenda . São Paulo: Quinteto, 2003.
a) A ilustração dessa capa forma um sinal de pontuação. Que sinal é esse?
O ponto de interrogação.
b) Qual é a relação desse sinal de pontuação com o título do livro?
Resposta possível: A interrogação representa o desconhecido, no caso, os segredos da agenda da personagem que a escreveu ou as dúvidas comuns a toda adolescente.
c) O título desse livro tem alguma relação com os fatos ocorridos com Carol, principalmente com possível: Sim, a briga de Carol com a mãe aconteceu porque ela não queria que a mãe lesse a raiva que sentiu da mãe? Por quê? Resposta sua agenda e descobrisse os segredos que estavam guardados nela. Carol sentiu-se desconfortável com a possibilidade de a mãe ter descoberto sua intimidade.
TROCANDO IDEIAS
sua opinião, a adolescente tinha razão? Por quê? 1. Em Resposta pessoal. Professor, provavelmente, os alunos responderão que sim, pois normalmente o adolescente tem vergonha de falar dos seus sentimentos, de se expor. Escrevendo, sente-se seguro e fica ofendido se alguém descobre “seus segredos”.
2. Você já vivenciou alguma situação semelhante ao que aconteceu com Carol? Se desejar, conte para a sua turma. Resposta pessoal.
TEXTO E CONSTRUÇÃO 1. Que elementos aparecem na página da agenda, além do texto escrito? Uma embalagem de bombom e a carta de sua mãe, ambos presos por um clipe.
presentes na página da agenda de Carol? Em sua opinião, o pinião, por que Carol afixou 2. Por que eles estão presentes a carta da mãe na agenda?
Respostas possíveis: Porque os adolescentes costumam anexar elementos a suas agendas, principalmente os relacionados às situações do cotidiano. A carta da mãe foi colada porque era importante para Carol. Professor, pergunte aos alunos se possuem agenda e o que costumam anexar a elas.
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3. Em uma agenda, costuma-se registrar os compromissos do dia a dia. É isso o que está anotado na agenda de Carol? Por quê? •
Não. Mais que compromissos ou lembretes do dia a dia, ali estão regis trados sentimentos e episódios importantes da vida da menina.
Como você chamaria esse texto?
Espera-se que o aluno reconheça que Carol escreve um diário na agenda.
4. Ao escrever, Carol usou parágrafos ou versos? Por quê? 5. E o texto da mãe dela, como está organizado?
Parágrafos. Porque não pretende escrever um poema.
Também está organizado em parágrafos.
6. Ao escrever, Carol se dirige a alguém? Copie do texto o trecho que confirma a sua resposta.
Carol não fala propriamente com uma pessoa. Ela está se dirigindo ao seu diário: “Viu só, diário, que maneiro?” ou “Bom, agora, você me dá licença, diário, que eu vou atacar esses bombons”.
7. Os textos de Carol e os da mãe foram escritos com o mesmo objetivo, ou seja, com a mesma intenção? Explique sua resposta.
Não, o texto de Carol foi escrito como relato íntimo; a menina não tinha intenção de enviá-lo a alguém. Já a mãe escreveu o texto para enviar à filha.
8. A linguagem utilizada na agenda é formal ou informal? Copie exemplos que justifiquem sua resposta. A linguagem é informal. Exemplos de trechos que confirmam a resposta: “[...] um monte de bombons da loja de que eu mais gosto. / [...] Viu só, diário, que maneiro?”.
IMPORTANTE SABER
O diário íntimo é um gênero de texto no qual quem escreve conta os acontecimentos do seu dia a dia. Recebe esse nome justamente por isso. Hoje em dia, os adolescentes costumam escrever textos desse tipo em suas agendas. No texto apresentado, Carol usa a página da agenda para contar sobre os sentimentos, as emoções e a razão de seu desentendimento com a mãe no dia anterior. Seu texto foi organizado em parágrafos e a data não foi colocada por quem escreveu porque já aparece na agenda. O diário costuma ser escrito na linguagem informal. Professor, você poderá solicitar aos alunos que tiverem diário ou agenda que falem um pouco sobre o que costumam escrever neles. Há pessoas que escrevem sobre o seu dia, anotam frases, poemas e canções, colam fotos e embalagens de bombom ou bala, figurinhas, ingressos de parque, cinema e teatro e até ilustram os textos produzidos. O diário é íntimo e não costuma ser partilhado, mas, caso alguém queira mostrar o seu, é importante acolher e valorizar a produção do aluno. De qualquer forma, há mais um texto como esse no Manual.
9. Em seu caderno, transcreva do texto de Carol trechos que expressam as emoções e os sentimentos solicitados a seguir: a) alegria;
“Viu só, diário, que maneiro?/A mamãe comprou todos os meus favoritos!!!”
b) descontentamento;
“E da minha agenda, ela não podia nem ter chegado perto! Foi a maior invasão do mundo!! Achei péssimo!”
c) alívio. “Eu confesso que também estava triste, não gosto de ficar brigada com a minha mãe.”
10. Ao transcrever os trechos, você usou aspas? Por quê?
Professor, aproveite esta atividade para chamar a atenção dos alunos a respeito do uso das aspas para transcrição de trechos de textos de autoria de terceiros.
11. Copie, da carta da mãe, os seguintes elementos: a) a saudação inicial;
c) o pedido de desculpas;
b) a assinatura;
d) a despedida.
“Minha filhota querida [...].” “Eugênia”.
“Pensei no que aconteceu e queria lhe pedir desculpas.”
“De sua mãe que muito adora você, [...]”
IMPORTANTE SABER
Argumentar é justificar uma afirmação para convencer alguém a mudar de opinião ou compor-
tamento. Fatos, ideias, razões ou provas são exemplos de argumentos. •
118
Na carta que a mãe fez para a menina, existe argumentação? Explique sua resposta e retire do texto um trecho que a comprove. Sim, pois a mãe explica as razões de ter tomado a atitude que deixou a filha triste, com raiva. “Mas você
tem razão, Carol, o seu quarto é o seu e spaço e deve ser do jeito que você quer. Só queria que você não deixasse bagunçado demais porque incomoda. Foi só uma curiosidade, de mãe que se preocupa com a filha. Não sabia que você ia ficar com tanta raiva.”
Reflexão sobre o uso da língua
Pronomes pessoal e possessivo 1. Observe as palavras destacadas na carta da mãe de Carol. Essas palavras estão se referindo a nomes. Mas a que nomes? Para responder, leia as perguntas a seguir:
a) De quem era a briga?
c) A palavra “comigo” se re fere à mãe ou a Carol?
b) No texto, “você” está no lugar de que palavra?
d) Pedir desculpas a quem?
a r u t i e L
e) Incomoda a quem? f) Quem promete?
STANISIERE, Inês. A agenda de Carol . Belo Horizonte: Leitura, 2007.
g) De quem era o quarto?
h) Mãe de quem?
i) Adora a quem? a) A palavra “nossa” se refere a Carol e à mãe; b) a Carol; c) à mãe; d) a Carol; e) à mãe; f) a mãe; g) de Carol; h) de Carol; i) a Carol.
2. As palavras em destaque na carta são chamadas de pronomes. De acordo com o que você pôde perceber, por que elas são importantes?
Resposta pessoal. Espera-se que os alunos levantem suas hipóteses, que serão retomadas logo a seguir.
3. Leia a tirinha a seguir: s e l a s n o G o d n a n r e F
119
a) A leitura do primeiro quadrinho gera uma expectativa sobre o que vai acontecer no restante da tira. Pela lógica, o que provavelmente deveria aparecer no quadrinho seguinte? A partir da expectativa gerada no primeiro quadrinho, o mais esperado seria que o segundo quadrinho ilustrasse uma jiboia dormindo após se alimentar.
b) A expectativa gerada no primeiro quadrinho é quebrada no segundo, o que gera um efeito de humor na tira. Explique como esse efeito é construído. No segundo quadrinho, não há uma jiboia dormindo, mas sim uma jiboia insone. Ela está com olheiras e, pelos espinhos em sua barriga, podemos supor que engoliu um porco-espinho. A fala do animal confirma essa hipótese.
c) A quem se referem os pronomes “ela” e “me”, usados nos quadrinhos? Referem-se à jiboia. d) O pronome “ela”, usado no primeiro quadrinho, refere-se à pessoa que fala ou à pessoa de quem se fala? Refere-se à pessoa de quem se fala. e) Por que, no segundo quadrinho, a personagem usou o pronome “me”?
Porque ela se referiu a si mesma.
IMPORTANTE SABER
As palavras que servem para se referir a nomes, para representá-los ou substituí-los são chamadas de pronomes. São pronomes pessoais do caso reto: Eu – 1a pessoa do singular Tu – 2a pessoa do singular Ele – 3a pessoa do singular
Nós – 1a pessoa do plural Vós – 2a pessoa do plural Eles – 3a pessoa do plural
Nas situações de comunicação, os pronomes servem para indicar a(s) pessoa(s) que fala(m) (1a pessoa do singular e do plural), a(s) pessoa(s) com quem se fala (2 a pessoa do singular e do plural) e de quem ou de que se fala (3 a pessoa do singular e do plural). Veja:
Eu gosto muito dela. No fundo, ela é bem legal. Pessoa que fala.
Pessoa de quem se fala.
Veja alguns exemplos retirados da canção “Loadeando”: – E aí, pai, beleza? – Beleza, filho. E tu? Tudo certo?
Pessoa com quem se fala.
São pronomes pessoais do caso oblíquo: Me, mim, comigo – 1a pessoa do singular Te, ti, contigo – 2a pessoa do singular Se, si, consigo, o, a, lhe – 3a pessoa do singular Nos, conosco – 1a pessoa do plural Vos, convosco – 2a pessoa do plural Se, si, consigo, os, as, lhes – 3a pessoa do plural – Se o papo for futebol? – Ah! Isso é comigo. – E se o assunto é Playstation? – Tudo bem, contigo. A evolução aqui é de pai pra filho.
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Pronome pessoal do caso oblíquo – 1a pessoa do singular Pronome pessoal do caso oblíquo – 2 a pessoa do singular
1. Os pronomes oblíquos o, a, os, as, quando vêm ligados a uma forma verbal terminada por -r, -s ou -z, assumem as formas lo, la, los, las. Não posso levar-o. Não posso levá-lo. Levamos-as. Levamo-la. Fiz-a. Fi-la. 2. Quando a forma verbal termina em -m, -ão, -õe, recebe as formas pronominais no, na, nos, nas. Pegaram-o. Pegaram-no. Contarão-os. Contar-nos-ão. Supõe-a. Supõe-na. 4. Releia este trecho da página da agenda de Carol: [...] Pensei no que aconteceu e queria lhe pedir desculpas. [...] seu quarto é o seu espaço e deve ser do jeito que você quer. a) Quem é o locutor, ou seja, quem produz essa mensagem?
Provavelmente, a mãe de Carol.
b) Os pronomes destacados referem-se a qual das personagens? Referem-se à Carol. c) Por que foram usados pronomes em vez do nome da personagem ao qual se referem? Para evitar repetições, deixando o texto mais fluido.
5. Como você pôde perceber, os pronomes pessoais substituem os nomes a fim de evitar que o
texto fique repetitivo. Reescreva as frases, substituindo os termos destacados por pronomes retos ou oblíquos de maneira coerente. a) Encontrei a garota quando cheguei à escola. Encontrei-a quando cheguei à escola.
b) Não quero que a garota descubra o meu segredo. Não quero que ela descubra-o.
c) O filho confessou sua dificuldade ao pai. Ele confessou sua dificuldade ao pai.
d) O filho confessou sua dificuldade ao pai. O filho confessou-a ao pai.
e) O filho confessou ao pai sua dificuldade. O filho confessou-lhe sua dificuldade.
6. Leia atentamente o parágrafo a seguir e indique quais termos foram substituídos pelos pronomes pessoais em destaque.
Todos os garotos estavam preocupados com a prova que seria realizada no dia seguinte. A professora havia avisado que ela seria bem extensa e trabalhosa. Eles , então, decidiram que iriam estudar em grupo. Ela: a prova. Eles: os garotos. IMPORTANTE SABER
Como você observou nas atividades anteriores, para evitar repetições de palavras ou expressões desnecessárias em um texto, os pronomes podem substituí-las ou se referir àquelas que já foram usadas. Leia sempre os textos que produzir, veja se repetiu alguma palavra ou expressão sem necessidade e troque-a por outra que comunique o que você quer. 121
7. Releia este outro trecho do texto “A agenda de Carol”: Cheguei do vôlei e tinha uma surpresa na minha cama. •
Qual é a função da palavra em destaque na frase? A palavra indica que a cama pertence à menina.
8. Identifique no texto escrito por Carol outras palavras com a mesma função da palavra “minha”. Depois, copie-as em seu caderno.
Meu quarto, minha agenda, minha mãe, espaço que é só meu, minhas coisas íntimas, meus favoritos.
9. A mãe de Carol chama a filha de “Minha filhota querida”. Essa frase quer expressar a afetividade
da mãe em relação à filha. Você conhece outros exemplos de expressões, semelhantes a essa, usadas para indicar afeto por algo ou alguém? Escreva-as em seu caderno. Resposta pessoal.
IMPORTANTE SABER
Os pronomes possessivos estão relacionados às pessoas do discurso e servem para indicar a ideia de posse. Observe: Fiquei muito chateada com a nossa briga. indica de quem foi a briga
Os pronomes possessivos também servem para indicar afetividade, respeito, frequência de um acontecimento. Veja alguns exemplos. Um beijo e um abraço, Da sua Carol. (afetividade) Minha escola fica longe daqui. (lugar que se frequenta com assiduidade) Meu senhor, sente-se por favor. (respeito)
Os pronomes pessoais podem acompanhar ou substituir um substantivo. Veja: Você fica com os seus amigos e eu fico com os meus. acompanha o substantivo
substitui o substantivo
Pronomes pessoais do caso reto
Pronomes possessivos
Eu Tu Ele Nós Vós Eles
meu, minha, meus, minhas teu, tua, teus, tuas seu, sua, seus, suas nosso, nossa, nossos, nossas vosso, vossa, vossos, vossas seu, sua, seus, suas
– – – – – –
1 pessoa do singular 2a pessoa do singular 3a pessoa do singular 1a pessoa do plural 2a pessoa do plural 3a pessoa do plural a
10. Em seu caderno, conte o que aconteceu com Carol. Para isso, copie o texto, substituindo os pronomes que estão na primeira pessoa por pronomes em terceira pessoa. Veja como você deve iniciar o texto: “Carol chegou do vôlei e tinha uma surpresa em sua cama.” Professor, embora as palavras “dele”, “dela”, “deles”, “delas“ não sejam pronomes, elas podem ser empregadas com essa função na reescrita desse texto.
122
APLICANDO CONHECIMENTOS
1. Releia esta frase retirada da canção “Loadeando”:
– Eu me desenvolvo e evoluo com meu filho. •
Veja como ficaria se Marcelo estivesse falando de outra pessoa.
Frase I Ele se desenvolve e evolui com o seu filho.
Frase II Ele se desenvolve e evolui com o filho dele. •
Em qual das duas frases a palavra em destaque pode causar dúvida a respeito de quem é o filho? Explique sua resposta. Na frase I, porque não se sabe se o filho é da pessoa de quem ele fala ou da pessoa com quem ele fala.
2. Leia o cartaz a seguir: e d ú a S a d o i r é t s i n i M
FIQUE ATENTO AOS LOCAIS QUE PODEM ACUMULAR ÁGUA E MANTENHA-OS SEMPRE LIMPOS E FECHADOS. Combater a dengue é simples. Evite que locais e utensílios sirvam como foco do mosquito. Junte a família e os amigos e monte um time para afastar essa doença de sua casa e vizinhança. E se sentir febre com dor de cabeça, dor atrás dos olhos, no corpo e nas juntas, procure imediatamente uma unidade de saúde. Pode ser dengue. Disponível em: . Acesso em: 3 fev. 2015.
a) Qual é o objetivo desse texto? Mobilizar a população no combate à dengue . b) Na imagem do cartaz, aparece uma pessoa famosa. Quem é ela? Cafu, o ex-jogador de futebol. Professor, Cafu está de pé, ao lado do rapaz de boné.
c) Por que você acha que essa personalidade aparece no cartaz?
Provavelmente porque as personalidades costumam ter apelo junto ao público, o que pode aumentar a eficácia da mensagem do cartaz.
d) Que relações o texto e a imagem do cartaz estabelecem com a personalidade que aparece nele? O texto do cartaz compara a mobilização popular no combate à dengue à formação de um time. Na imagem, Cafu e as outras personagens aparecem posicionados como os jogadores costumam posar antes do início de uma partida de futebol. Assim, fazendo associações com elementos do futebol, o cartaz procura mobilizar o leitor no combate à doença, o que justifica a escolha de um conhecido ex-jogador desse esporte para fazer parte da campanha. Professor, lembre os alunos de que 2014 foi o ano da realização da Copa do Mundo no Brasil, o que pode ter motivado a escolha desse tema para a campanha.
123
e) Releia a frase: “Fique atento aos locais que podem acumular água e mantenha-os sempre limpos e fechados”. •
Que pronome foi empregado nessa frase? O pronome “os”.
•
A qual termo esse pronome se refere? Refere-se ao t ermo “locais (que podem acumular água)”.
•
Por que o uso desse pronome foi importante para a construção da frase?
Porque, com o uso do pronome, evitou-se a repetição de termos na frase. Professor, enfatize a importância dos pronomes na construção da coesão textual.
•
Se, na frase, em vez de “locais” fosse usado o termo “localidades”, o pronome também teria se o substantivo masculino fosse substituído por outro feminino, o que ser alterado? Por quê? Sim, pronome utilizado deveria ser “as” em vez de “os”: “mantenha-as”.
f) Releia esta outra frase: “Junte a família e os amigos e monte um time para afastar essa doença de sua vizinhança”. Agora, responda: •
Que pronome possessivo foi usado na frase?
•
A quem se refere esse pronome?
•
O pronome “sua”.
Refere-se ao leitor.
Professor, comente a importância da proximidade com o leitor na construção da linguagem persuasiva característica dos textos da esfera publicitária.
Imagine que o interlocutor quisesse se incluir na mensagem. Nesse caso, que pronome deveria ser usado na frase? O pronome “nossa”: “Junte a família e os amigos e monte um time para afastar essa doença de nossa vizinhança”.
3. Identifique os pronomes possessivos nas tiras a seguir e indique a ideia que eles expressam. Justifique cada uma de suas respostas. a)
s e l a s n o G o d n a n r e F
“Minha” (bolacha), “meu” (caramelo), “meu” (carro). Ideia de posse.
Fernando Gonsales, 10 jan. 2012.
b)
s e l a s n o G o d n a n r e F
“Meu” (ovo), “minha” (aula de tai-chi). O primeiro indica posse, o segundo indica uma Fernando Gonsales, 13 jan. 2012. aula/lugar que se frequenta assiduamente.
4. Passe para o plural os pronomes em destaque nas frases. Faça as concordâncias necessárias. a) Eu quero me sentar perto de você. Nós queremos nos sentar perto de você.
b) Ele quer viajar comigo ainda hoje. Eles querem viajar conosco ainda hoje.
c) Você vai levá- la consigo? Vocês vão levá-las consigo?
d) Eu não a convidei para a festa e ela ficou chateada. Nós não as convidamos para a festa e elas ficaram chateadas.
e) Eu vou levá- la comigo para Santos. Nós vamos levá-las conosco para Santos.
5. Por que os pronomes são importantes em um texto? A que conclusão você chegou a respeito disso? Professor, espera-se que os alunos tenham compreendido o que foi explicado anteriormente.
124
Prática de leitura
Texto 6 – Poema Bilhete ao pai adotivo
k c to rs e t t u h S : s n e g a mI
Eu não estava no porta-retratos de ninguém vagava desnudo nos corredores da solidão. Um dia teus braços amarrados soltaram-se e acolheram-me. Surpreso, fui ao teu encontro, vacilante criança, sonegada de amor. Alimentado pelo teu colo bebi tua água mastiguei teu pão. Teu amor de pai me fez corado, tranquilo feliz e menino. Hoje sou o teu retrato.
“Hoje sou / o teu retrato.” LIMA, Haydée S. Hostin. Disponível em: . Acesso em: 19 jan. 2015.
POR DENTRO DO TEXTO
1. Que características do texto aproximam-no de um bilhete e justificam seu título?
O eu poético refere-se ao pai, seu interlocutor, como se estivesse se comunicando diretamente com ele, em uma mensagem relativamente curta.
2. Em seu caderno, transcreva qual dos substantivos a seguir melhor resume o sentimento expresso pelo eu poético em relação ao pai adotivo. Lembre-se de que o eu poético é a voz que fala no poema. gratidão
revolta
gratidão
rejeição
felicidade
3. Releia estes versos: “Eu não estava / no porta-retratos / de ninguém”. Que sentimento, provavelmente, o eu poético pretendeu expressar?
Espera-se que o aluno perceba o sentimento de solidão, de abandono, do fato de não ter família expresso pelos versos.
4. O poema nos leva a perceber que o eu poético se sentiu temeroso nos primeiros momentos com o pai adotivo, apesar de acolhê-lo posteriormente. Encontre e transcreva o verso que comprova essa afirmação. “vacilante criança,”
125
5. Releia estes outros versos: “Alimentado pelo teu colo / bebi tua água / mastiguei teu pão”. a) O que o eu poético expressa nesses versos?
Espera-se que o aluno perceba que, além de receber alimento, o eu poético sentiu-se amado pelo pai adotivo.
b) Você concorda que podemos nos alimentar também de sentimentos? Explique. Resposta pessoal.
6. O poema nos conta uma história. Você concorda com essa afirmação? Explique. Espera-se que o aluno reconheça que, apesar de estar escrito em versos, o poema apresenta elementos próprios de um texto narrativo, que são: personagem, tempo, enredo, conflito, solução do conflito e desfecho.
7. Você gostou do poema? Justifique sua opinião.
Resposta pessoal.
TROCANDO IDEIAS
1. Em sua opinião, um pai adotivo pode ser tão “legal” quanto um pai biológico? Explique. Resposta pessoal.
2. Alguma situação que envolve pai adotivo lhe causou admiração, surpresa? Conte qual foi ela e explique sua reação. Resposta pessoal.
3. Escreva um parágrafo ou uma frase falando sobre o que é ser pai. Resposta pessoal. Professor, se julgar pertinente, amplie a discussão, conversando com a turma sobre os diferentes arranjos familiares que podem ser observados, atualmente, na sociedade brasileira. Estimule o compartilhamento da vivência dos alunos de forma ética e respeitosa.
CONFRONTANDO TEXTOS
Escreva em seu caderno as semelhanças e diferenças entre os textos “A agenda de Carol” e “Bilhete ao pai adotivo”, segundo os seguintes critérios. a) Forma de apresentação: verso ou prosa. b) Gênero do texto: diário, carta, bilhete, poema, classificado, crônica etc. c) Assunto. d) Linguagem: formal ou informal. Sugerimos que você faça essa comparação em um quadro. Dessa maneira, você organizará melhor suas ideias. Veja o modelo que apresentamos a seguir e que você poderá copiar no caderno:
“A agenda de Carol”
“Bilhete ao pai adotivo”
Apresentação
Em prosa
Em versos
Gênero
Diário íntimo
Poema
Assunto
Desentendimento com a mãe
Reconhecimento ao pai adotivo
Linguagem
Informal
Formal
Atividade de criação
Diário íntimo Neste capítulo, você conheceu as ideias e os sentimentos da personagem Carol por meio de um gênero textual chamado diário íntimo. Agora, é você quem vai preencher uma folha em branco com suas ideias e emoções, registrando um fato marcante do seu dia a dia. Para isso, use como suporte uma folha de agenda. Caso não tenha uma agenda, ilustre uma folha de seu caderno, como se fosse essa página.
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ORIENTAÇ ES •
•
•
•
•
O gênero diário íntimo, como o nome diz, é pessoal, portanto os acontecimentos devem ser narrados em primeira pessoa. O diário deve registrar a data em que o texto foi escrito. Ao narrar, você deverá situar o leitor a respeito do tempo (quando) e do espaço (onde) em que os fatos ocorreram. Em textos desse gênero, o autor costuma se dirigir ao próprio diário, como se estivesse conversando com ele, usando expressões como “querido diário”, “meu diário”, “amigo diário”... Caso queira, você poderá lançar mão desse recurso. O diário é seu! Crie à vontade, fazendo colagens, elaborando ilustrações, poemas, frases etc.
AVALIAÇÃO Você já sabe que, para evitar repetições, pode usar os pronomes para substituir ou se referir a outras palavras do texto. Observe atentamente o seu texto, verificando se utilizou adequadamente esse recurso da língua. Caso deseje compartilhar o seu diário com um amigo, revise-o antes. Se necessário, peça orientação ao seu professor. Depois, verifique outros aspectos do texto, como pontuação, ortografia, uso de parágrafos, letra maiúscula para escrever nomes próprios e fique atento(a) a todas as orientações para a produção.
Prática de leitura
Texto 7 – Romance (fragmento)
Professor, a leitura do fragmento do romance O pequeno príncipe introduz o tema das relações de amizade. No Manual, há uma atividade complementar sobre o mesmo tema, que pode ser fotocopiada para os alunos.
O próximo texto conta a história de um principezinho que habitava um planeta (o asteroide B 612), pouco maior que ele. Um dia, resolveu sair da sua terra natal em busca de amigos. Para isso, visitou vários planetas, inclusive a Terra, onde encontrou um animal que lhe deu uma grande lição sobre a amizade.
O pequeno príncipe [...] – Bom dia – disse a raposa. – Bom dia – respondeu polidamente o principezinho, que se voltou, mas não viu nada. – Eu estou aqui – disse a voz –, debaixo da macieira... – Quem és tu? – perguntou o principezinho. – Tu és bem bonita... – Sou uma raposa – disse a raposa. – Vem brincar comigo – propôs o principezinho. – Estou tão triste... – Eu não posso brincar contigo – disse a raposa. – Não me cativaram ai nda. – Ah! desculpa – disse o principezinho. Após uma reflexão, acrescentou: – Que quer dizer “cativar”?
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y r é p u x E t n i a S e d e n i o t n A
Ilustração do livro O pequeno príncipe , de Antoine de Saint-Exupéry.
– Tu não és daqui – disse a raposa. – Que procuras? – Procuro os homens – disse o principezinho. – Que quer dizer “cativar”? – Os homens – disse a raposa – têm fuzis e caçam. É bem incômodo! Criam galinhas também. É a única coisa interessante que eles fazem. Tu procuras gal inhas? – Não – disse o principezinho. – Eu procuro amigos. Que quer dizer “cativar”? – É uma coisa muito esquecida – disse a raposa. – Signi fica “criar laços”... – Criar laços? – Exatamente – disse a raposa. – Tu não és ainda para mim senão um garoto inteiramente igual a cem mil outros garotos. E eu não tenho necessidade de ti. E tu não tens também necessidade de mim. Não passo, a teus olhos, de uma raposa igual a cem mil outras raposas. Mas, se tu me cativas, nós teremos necessidade um do outro. Serás para mim único no mundo. E eu serei para ti única no mundo... – Começo a compreender – disse o principezinho. – Existe uma flor... eu creio que ela me cativou... – É possível – disse a raposa. – Vê-se tanta coisa na Terra... – Oh! não foi na Terra – disse o principezinho. A raposa pareceu intrigada: – Num outro planeta? – Sim. – Há caçadores nesse planeta? – Não. – Que bom! E galinhas? – Também não. – Nada é perfeito – suspirou a raposa. Mas a raposa voltou à sua ideia. – Minha vida é monótona. Eu caço as galinhas e os homens me caçam. Todas as galinhas se parecem e todos os homens se parecem também. E por isso eu me aborreço um pouco. Mas se me
128
cativares, minha vida será como que cheia de sol. Conhecerei um barulho de passos que será diferente dos outros. Os outros passos me fazem entrar debaixo da terra. O teu me chamará para fora da toca, como se fosse música. E depois, olha! Vês, lá longe, os campos de trigo? Eu não como pão. O trigo para mim é inútil. Os campos de trigo não me lembram coisa alguma. E isso é triste! Mas tu tens cabelos cor de ouro. Então será maravilhoso quando me t iveres cativado. O trigo, que é dourado, fará lembrar-me de ti. E eu amarei o barulho do vento no trigo... A raposa calou-se e considerou por muito tempo o príncipe: – Por favor... cativa-me! – disse ela. – Bem quisera – disse o principezinho –, mas eu não tenho muito tempo. Tenho amigos a descobrir e muitas coisas a conhecer. – A gente só conhece bem as coisas que cativou – disse a raposa. – Os homens não têm mais tempo de conhecer coisa alguma. Compram tudo prontinho nas lojas. Mas como não existem lojas de am igos, os homens não têm mais amigos. Se tu queres um amigo, cativa-me! – Que é preciso fazer? – perguntou o principezinho. – É preciso ser paciente – respondeu a raposa. – Tu te sentarás primeiro um pouco longe de mim, assim, na relva. Eu te olharei com o canto do olho e tu não dirás nada. A linguagem é uma fonte de mal-entendidos. Mas, a cada dia, te sentarás mais perto... No dia seguinte o principezinho voltou. – Teria sido melhor voltares à mesma hora – disse a raposa. – Se tu vens, por exemplo, às quatro da tarde, desde as três eu começarei a ser feliz. Quanto mais a hora for che y r é p gando, mais eu me sentirei feliz. u x E t Às quatro horas, então, esta n i a S e rei inquieta e agitada: descobrirei d e n i o preço da felicidade! Mas, se tu o t n A vens a qualquer momento, nunca saberei a hora de preparar o coração... É preciso ritos. – Que é um rito? – perguntou o principezinho. – É uma coisa muito esquecida também – disse a raposa. – É o que faz com que um dia seja diferente dos outros dias; uma hora, das outras horas. Os meus caçadores, por exemplo, possuem um rito. Dançam na quinta-feira com as moças da aldeia. A quinta-feira então é o dia maravilhoso! Vou passear até a vinha. Se os caçadores dançassem qualquer dia, os dias seriam todos iguais, e eu não teria férias! Assim o principezinho catiIlustração do livro O pequeno príncipe , de Antoine de Saint-Exupéry. vou a raposa. [...] SAINT-EXUPÉRY, Antoine de. O pequeno príncipe. Tradução de Dom Marcos Barbosa. 41. ed. Rio de Janeiro: Agir, 1994. Professor, dados biográficos sobre Antoine de Saint-Exupéry podem ser encontrados no Manual.
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POR DENTRO DO TEXTO
1. Quais são as personagens da história? As personagens da narrativa são o principezinho e a raposa.
2. O narrador da história é também uma personagem? Como você chegou a essa conclusão? O narrador não é personagem. Ele não participa da história, que está narrada em terceira pessoa.
3. Na história do pequeno príncipe, a raposa é um animal personificado: sente, pensa e fala como ser humano. Você já havia lido algum texto cujas personagens também eram personificadas? Conte fábulas geralmente têm, como personagens, animais que pensam e agem como seres humanos. Professor, lembre aos alunos que para a sua turma. As esse tipo de texto procura transmitir algum ensinamento moral. Como um entendimento mútuo, amigo é aquele que desperta no outro a necessidade de sua presença. Os amigos se cativam uns aos outros. Cativar – ganhar a s impatia, a estima; seduzir, atrair. Rito – regras que se devem observar numa cerimônia Qualquer cerimônia ou prática que segue as palavras “cativar” e “rito”. religiosa. normas preestabelecidas. No texto, os ritos se referem aos comportamentos, às ações que se repetem.
4. Como a raposa definia a amizade? 5. Releia o trecho em que aparecem
a) Escreva no caderno o significado que essas palavras têm no texto. b) Procure as palavras no dicionário e confira a sua resposta.
6. Segundo a raposa, o que é preciso para cativar um amigo?
Para cativar um amigo, é preciso ser paciente e estar com o amigo com certa frequência, passar a fazer parte de sua vida, aos poucos, inicialmente sem nada dizer.
7. A raposa valoriza o silêncio nos primeiros encontros entre os amigos. E justifica seu ponto de vista com a afirmação: “A linguagem é fonte de mal-entendidos”. •
O que você entendeu dessa afirmação da raposa?
Muitas vezes, os interlocutores não se compreendem bem, gerando situações de conflitos e desentendimentos entre eles.
8. Em outro momento, a mesma personagem afirma: “descobrirei o preço da felicidade”. Sabemos que a palavra “preço” em seu sentido próprio significa “valor, custo de algo que se vende”. No contexto em que ocorre a fala da raposa, qual é o significado da palavra “preço”? Preço, nesse contexto, significa: sacrifício em troca de recompensa.
9. Como o príncipe reagiu diante das explicações e dos ensinamentos da raposa? O principezinho reagiu com curiosidade, mostrando interesse em compreender o que ela dizia, fazendo perguntas para entender melhor as ideias da raposa.
10. Releia um trecho da narrativa em que a raposa está explicando ao príncipe o que é cativar. Lembre-se do que estudou a respeito da função dos artigos nos textos e responda às questões a seguir.
[...] – Tu não és ainda para mim senão um garoto inteiramente igual a cem mil outros garotos. E eu não tenho necessidade de ti. E t u não tens também necessidade de mim. Não passo, a teus olhos, de uma raposa igual a cem mil outras raposas. [...] a) Que artigos foram usados para indicar que a raposa e o garoto ainda não se diferenciavam de outros seres de sua espécie (raposa e garoto)? Os artigos indefinidos “um” e “uma”. b) Por que, nesse momento da narrativa, tanto o menino quanto a raposa ainda não se diferenciaainda não havia uma relação de amizade entre as personagens que as diferenciassem, que as tornassem especiais. vam um para o outro? Porque Professor, se achar adequado, observe com os alunos como nessa fala da raposa o artigo indefinido contribui para ressaltar a indiferença da relação entre ela e o príncipe.
c) Releia a continuação da fala da raposa:
[...] Mas, se tu me cativas, nós teremos necessidade um do outro. Serás para mim único no mundo. E eu serei para ti única no mundo... •
Esse trecho confirma as respostas que você deu anteriormente? De que maneira? Sim, agora a raposa diz que, com a amizade entre os dois, eles passam a se diferenciar entre os outros seres.
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11. Veja como a raposa conclui a sua explicação sobre o que é cativar: Mas a raposa voltou à sua ideia. – Minha vida é monótona. Eu caço as galinhas e os homens me caçam. Todas as galinhas se parecem e todos os homens se parecem também. E por isso eu me aborreço um pouco. Mas, se me cativares, minha vida será como que cheia de sol. Conhecerei um barulho de passos que será diferente dos outros. Os outros passos me fazem entrar debaixo da terra. O teu me chamará para fora da toca, como se fosse música. E depois, olha! Vês, lá longe, os campos de trigo? Eu não como pão. O trigo para mim é inútil. Os campos de trigo não me lembram coisa alguma. E isso é triste! Mas tu tens cabelos cor de ouro. Então será maravilhoso quando me tiveres cati vado. O trigo, que é dourado, fará lembrar-me de ti. E eu amarei o barulho do vento no trigo... a) A raposa explica ao principezinho como a amizade entre eles transformará o ponto de vista dela em relação a tudo o que está à sua volta. Em seu caderno, construa uma tabela, observando as possíveis mudanças, no mundo da raposa, ao ser cativada pelo pequeno príncipe. Veja o modelo:
O mundo da raposa antes de ser cativada
O mundo da raposa depois de ser cativada pelo príncipe
Vida monótona.
A vida torna-se cheia de sol.
Ao ouvir passos, entra debaixo da terra.
Os sons dos passos se tornarão música para ela.
Considera o trigo inútil e triste.
O trigo trará lembranças alegres.
b) O que a raposa quis dizer com a expressão “minha vida será como que cheia de sol”? Quis dizer que um amigo dará à vida dela mais brilho, alegria, calor.
c) Ao falar com o príncipe, a raposa usa palavras e expressões como: “sol”, “trigo”, “cor de ouro” e “dourado”. O que elas têm em comum? O que elas têm em comum é a cor; todas estão relacionadas à cor amarela.
d) Compare a característica do trigo com as do principezinho. Que relação há entre elas? Os cabelos da personagem são da mesma cor do trigo. A raposa se lembraria do príncipe ao olhar para os campos de trigo.
e) O que faria o trigo deixar de ser inútil para a raposa?
O príncipe resolver criar laços afetivos com ela. A amizade lhe daria um novo significado, por causa da semelhança entre os cabelos cor de ouro do príncipe e o dourado dos campos de trigo.
f) O uso dessa comparação no texto produz efeito poético. Por quê?
Porque, para comparar, além da maneira de combinar as palavras, associando-as pela cor, o leitor pode imaginar o que é descrito pela raposa. Além disso, no texto usa-se o sentido figurado para se referir aos sentimentos que a raposa passaria a ter pelo príncipe caso ele a cativasse.
12. A amizade, segundo a raposa, aguça os órgãos dos sentidos (visão, olfato, tato, audição e paladar) dos que estão cativos.
a) Quais desses órgãos serão estimulados se ela e o príncipe se tornarem amigos?
A audição e a visão.
b) Transcreva os trechos que confirmem sua resposta anterior. “E eu amarei o barulho do vento no trigo” (audição) e “O trigo, que é dourado, fará lembrar-me de ti” (visão).
13. O que você entendeu a respeito da palavra “rito”? Por que a raposa considerava importante ter rito? Resposta possível: Porque o rito dava um significado mais importante ao seu dia.
14. Que título você daria a esse trecho do livro de Saint-Exupéry?
Resposta pessoal. Professor, neste capítulo, a compreensão da ideia central como habilidade de leitura será trabalhada e sistematizada. Esse tipo de atividade, além de outras que vão aparecer, requer do aluno a síntese do que foi lido. A atividade de compreensão de texto, de reconstrução do seu sentido, contribui para o desenvolvimento dessa habilidade.
TEXTO E CONTEXTO
1. A raposa diz que “cativar é uma coisa muito esquecida“. Considere suas relações, sua experiência pessoal e responda: Você concorda com essa afirmação? Por quê?
Resposta pessoal.
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2. Releia o trecho a seguir: [...] Eu te olharei com o canto do olho e tu não dirás nada. A linguagem é uma fonte de mal-entendidos. [...] •
Para a raposa, quando se trata de conquista, o que é mais importante, o olhar ou a palavra? A raposa acha que o olhar vale mais que a palavra, que pode levar a mal-entendidos, isto é, ser mal interpretada.
3. E você, acha que o olhar é mais fácil de interpretar do que a palavra?
Resposta pessoal.
TROCANDO IDEIAS
1. Você acha difícil conquistar um amigo? Por quê?
Respostas pessoais.
2. Em sua opinião, é mais difícil conquistar ou conservar uma amizade? Por quê? 3. Relate uma situação em que você fez um novo amigo. Como se desenvolveram os laços afetivos entre vocês?
TEXTO E CONSTRUÇÃO
Professor, sugerimos que esta atividade seja feita oralmente, com sua mediação.
O pequeno príncipe apresenta alguns trechos construídos com diálogos. Observe como
esses diá-
logos foram organizados. •
Nesta primeira forma, aparece primeiro a fala do narrador e depois a da personagem. Observe: Os dois-pontos indicam que, logo após o verbo “acrescentou”, aparecerá a fala da personagem.
Neste exemplo, o narrador anuncia a fala da personagem, empregando um verbo: “acrescentou”.
Após uma reflexão, acrescentou: – Que quer dizer “cativar”? O travessão introduz a fala do príncipe. •
Nesta segunda forma, a fala do narrador aparece no meio da fala da personagem.
– Os homens – disse a raposa – têm fuzis e caçam. Aqui, a fala do narrador aparece no meio da fala da personagem, separada por dois travessões. •
Nesta terceira forma, aparece primeiro a fala da personagem e depois a do narrador. Veja:
– Ah! desculpa – disse o principezinho. Fala da personagem
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Fala do narrador
Como você pôde observar, há diferentes formas de organizar as falas das personagens.
1. Agora, registre no caderno: Quais são as três formas de o narrador indicar a fala das personagens? Dê outros exemplos.
Primeira forma: o narrador aparece antes da fala da personagem, anunciando-a. Segunda forma: o narrador interrompe a fala da personagem para explicar quem está falando. Terceira forma: a personagem fala e o narrador aparece em seguida, explicando quem falou.
Em todas as formas, há a presença de um verbo que mostra ao leitor exatamente como a personagem produziu sua fala. Esses verbos se chamam verbos dicendi . Observe outros exemplos de verbos dicendi retirados do texto:
– Nada é perfeito – suspirou a raposa. [...] – Que é um rito? – perguntou o principezinho.
2. Com seu professor e com seus colegas, crie uma lista de verbos dicendi . Resposta pessoal. Sugestões: Dizer, afirmar, declarar, perguntar, indagar, interrogar, contestar, negar, objetar, exortar, concordar, assentir, anuir, exclamar, gritar, brada r, pedir, solicitar, rogar, animar, aconselhar, ordenar, mandar, determinar.
Atividade de criação
Diálogo Sua tarefa agora será elaborar um texto empregando aquilo que você aprendeu sobre a construção de diálogos. Siga as orientações a seguir.
ORIENTAÇÕES • •
• •
•
•
• •
Conforme orientação do professor, você e seus colegas vão se organizar em duplas. Conversem sobre seus amigos, seus familiares, suas preferências (time de futebol, jogos e brincadeiras etc.) durante cinco minutos. Para isso, façam perguntas um ao outro. No caderno, anotem as questões e as respostas. Em seguida, a partir dessa conversa, elaborem um diálogo fictício, baseado nos temas sobre os quais vocês conversaram. Criem personagens e empreguem, se desejarem, a voz do narrador como forma de introduzir as falas. Fiquem atentos ao emprego dos sinais de pontuação e aos verbos dicendi adequados ao contexto. Procurem evitar a repetição de palavras, usando os pronomes estudados. Com os colegas, colabore com o professor na tarefa de reescrever, no quadro, os diálogos produzidos por uma dupla.
AVALIAÇÃO Depois de ampliar seus conhecimentos sobre a forma de estruturar um diálogo, avalie sua produção anterior com o colega que trabalhou com você. Observe se vocês usaram o travessão para introduzir a fala de cada um e se organizaram os parágrafos adequadamente. Depois, respondam às questões a seguir:
1. O que você aprendeu com a atividade anterior? Respostas pessoais. 2. Que dificuldades encontrou ao reproduzir o diálogo por escrito? 3. Que sinais de pontuação você usou para escrever esse texto?
Professor, depois de ter reescrito um diálogo, a turma, com sua orientação, já sabe que aspectos devem ser observados. Seria interessante propor que cada aluno retomasse seu diálogo e, com seu companheiro, reescrevesse o texto.
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Reflexão sobre o uso da língua
Pronomes pessoal do caso reto e de tratamento (revisão) 1. Releia os trechos a seguir: – Eu estou aqui – disse a voz –, debaixo da macieira... [...] – Tu não és daqui – disse a raposa. – Que procuras? [...] – Começo a compreender – disse o principezinho. – Existe uma flor... eu creio que ela me cativou... a) A quem se referem as palavras “eu”, “tu” e “ela” destacadas nesses trechos? “Eu”: à raposa; “tu”: ao principezinho; “ela”: à flor.
b) Veja como ficaria uma das falas se a personagem não tivesse utilizado o pronome “ela”: A palavra “ela” substitui, retoma o substantivo “flor”, evitando repetição. Trata-se de um pronome que – Existe uma flor... eu creio que a flor me cativou... está substituindo o nome a que a personagem já havia se referido. Por isso, chamamos esses pronomes (eu, tu, ele, nós, vós, eles) de palavras de referência: elas se referem a termos anteriores do texto. Ao empregarmos os pronomes pessoais, evitamos a repetição de palavras sem prejudicar a unidade de conteúdo do texto.
•
Que função tem o pronome “ela”, empregado no texto original?
2. Releia outro trecho do texto: – Os homens [...] têm fuzis e caçam. [...] Criam galinhas também. É a única coisa interessante que eles fazem [...] a) A quem a raposa se refere nesse trecho?
Aos homens.
b) A expressão “os homens” ou a palavra “eles” poderia aparecer antes da palavra “criam”. Por que nenhuma delas foi empregada nesse trecho? O autor preferiu usar o pronome “eles” no trecho seguinte para se referir à expressão “os homens”. Deixou de usar antes da palavra “criam” para evitar repetição desnecessária, uma vez que o contexto permite ao leitor identificar a quem o verbo se refere.
3. Você deve ter observado na história que a raposa se dirige ao seu interlocutor (o príncipe) empregando a 2a pessoa do discurso – “tu”.
a) Que outro pronome a raposa poderia usar sem alterar o sentido da sua fala? Você. b, c, d, e: respostas pessoais.
b) O uso do pronome “tu” é comum em sua região? c) Na fala do dia a dia, as pessoas do lugar onde você vive empregam o pronome “tu”, o pronome “você” ou ambos? d) Será que existe diferença de uso para os pronomes “tu” e “você” em sua região? e) Há um pronome mais usado em situações formais ou informais, de intimidade? Explique. IMPORTANTE SABER
Em muitas regiões do Brasil, a palavra “você” é usada em situações informais. Mas há falantes de algumas regiões do país que empregam o “tu” para situações de intimidade. Já em Portugal, é a forma “tu”, e não a forma “você”, que é empregada em situações familiares e profissionais de intimidade. 134
Origem do pronome “você”
O pronome “você” sofreu algumas transformações no decorrer do tempo. O pronome de tratamento que deu origem a ele é “Vossa Mercê”, que foi se transformando com o tempo e chegou à forma “você”. 4. Você conhece os pronomes de tratamento? Pesquise-os em uma gramática ou no Apêndice no final do livro e descubra o pronome que é empregado para se dirigir às pessoas relacionadas. a) uma autoridade do governo; b) um príncipe; c) uma pessoa mais velha; d) um rei;
Professor, caso julgue necessário, você poderá aprofundar o estudo dos pronomes de tratamento ou recorrer à tabela do final do livro sempre que eles surgirem nos textos lidos no decorrer da obra. Esses pronomes serão retomados durante o estudo de outros gêneros de texto.
a) Excelentíssimo (Exmo); b) Vossa Alteza (V.A.); c) Senhor, Senhora (Sr./Sra); d) Vossa Majestade (V.M.); e) Vossa Senhoria (V.Sa), Ilustríssimo (Ilmo); f) Você; g) Vossa Santidade (V.S.). O uso de “você” torna a relação leitor-autor mais próxima, mais íntima. Profes sor, há exemplos do uso do pronome “você” aproximando e revelando o grau de intimidade dos interlocutores no texto “Qualquer coisa”. Se quiser, poderá retomá-lo para dar exemplo de uso desse tipo de situação comunicativa.
e) um diretor de uma empresa; f) um amigo; g) o papa.
5. Observe com atenção o emprego dos pronomes de tratamento nas diferentes situações: Situação I O secretário abre a porta do gabinete do governador do Estado e pergunta: – Vossa Excelência aceita um café?
Situação II O secretário do governador comunica à copeira: – Sua Excelência quer um café. •
Por que, na situação I, o secretário emprega “Vossa Excelência” e, na situação II, “Sua Excelência”? Porque na primeira situação o secretário se dirige ao governador diretamente e, na segunda situação, o secretário fala com a copeira sobre o desejo do governador.
APLICANDO CONHECIMENTOS
1. Reescreva o trecho a seguir, utilizando outro pronome de tratamento no lugar das palavras em destaque. Faça as alterações necessárias na frase.
Você não é... – necessidade de você – E você não tem...
[...] – Tu não és ainda para mim senão um garoto inteiramente igual a cem mil outros garotos. E eu não tenho necessidade de ti. E tu não tens também necessidade de mim.
2. Imagine que as frases abaixo fossem produzidas por mais de uma raposa e dirigidas a mais de um principezinho. Como elas ficariam? Faça as alterações necessárias. a) “E eu serei para ti única no mundo.” E nós seremos para vós únicas no mundo.
Professor, se os alunos, em sua maioria, apresentarem dificuldades quanto ao uso do plural, é conveniente retomar esse assunto e solicitar mais atividades. Há mais uma sugestão de atividade no Manual.
b) “Eu não como pão. O trigo para mim é inútil.” Nós não comemos pão. O trigo para nós é inútil.
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3. Leia o seguinte cartaz:
3. e) As imagens do Zé Gotinha, caracterizado como pirata, e de um navio estabelecem relação com o termo “tesouro”. No imaginário popular, os piratas são identificados como pessoas que se aventuravam nos mares em busca de riquezas, pilhando outros navios. Ao fazer essas associações, o cartaz procura mostrar que os filhos são muito valiosos para os pais e estes que devem protegê-los com a vacinação.
a) O que está sendo divulgado no cartaz?
e d ú a S a d o i r é t s i n i M
A campanha de vacinação contra a poliomielite e tríplice viral.
b) A quem se dirige o cartaz?
Aos pais de crianças entre 6 meses e 5 anos de idade.
c) A qual tesouro o cartaz se refere? Aos filhos, que devem ser vacinados.
d) Quem é a personagem que aparece caracterizada como um pirata no cartaz? A personagem é o Zé Gotinha.
e) Qual é a relação entre as imagens e o texto principal desse cartaz? f) Na frase principal do cartaz, há um pronome de tratamento implícito. Qual é esse pronome? “Você”.
3. d) Professor, se achar necessário, informe aos alunos de que essa personagem foi criada em 1986 pelo artista plástico Darlan Rosa, para a campanha de vacinação contra o vírus da poliomielite (paralisia infan til), realizada pelo Ministério da Saúde.
g) Provavelmente, com qual intenção esse pronome foi utilizado, mesmo que implicitamente?
Provavelmente, com a intenção de estabelecer uma relação informal com os interlocutores, gerando certa proximidade, que é importante para a função apelativa do cartaz.
4. Reescreva os trechos a seguir, utilizando uma outra forma para indicar a fala das personagens. Se necessário, consulte o que você estudou sobre esse assunto neste capítulo. a) “– Que é preciso fazer? – perguntou o principezinho.” O principezinho perguntou: – Que é preciso fazer?
b) “– Que é um rito? – perguntou o principezinho.” O principezinho perguntou: – Que é um rito?
c) A raposa disse: – Os homens têm fuzis e caçam. – Os homens têm fuzis e caçam – disse a raposa.
d) O principezinho propôs: – Vem brincar comigo. Estou tão triste... – Vem brincar comigo. Estou tão triste... – propôs o principezinho.
5. Leia a próxima tira e escreva, em seu caderno, o diálogo apresentado nos balões, empregando as
formas de pontuação estudadas. Se necessário, introduza a voz do narrador ou use outras expressões para dar sentido ao texto. Sugestão de resposta: Hamlet estava lendo quando a garota que estava ao seu lado perguntou: / “– Hamlet, o que é amor? / Ele respondeu: / – ‘Amor’ é um substantivo. – e acrescentou: / – Simples, masculino, abstrato. / Entusiasmada, a garota declarou: / – Você é tão romântico!” e n w o r B k i D
BROWNE, Dik. O melhor de Hagar, o Horrível . Porto Alegre: L&PM, 1997. •
O humor da tira está na reação da personagem no último quadrinho. Explique por que motivo a fala “Você é tão romântico!” produz humor. O humor está no fato de Hamlet dar uma definição gramatical de amor, algo nada romântico.
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Reflexão sobre o uso da língua
Formação de palavras – sufixo 1. Leia esta tirinha: r e m h a D é r d n A
Folha de S.Paulo ,
15 jan. 2015. Disponível em: . Acesso em: 25 jan. 2015.
a) Qual é a diferença entre o mundo ser “perigoso” e ser “perigosíssimo”? Ser perigosíssimo é pior que ser perigoso, pois quer dizer que é mais perigoso.
b) A terminação -íssimo interferiu no significado da palavra “perigoso”. Que ideia essa terminação atribuiu à palavra? A ideia de “muito”. c) De acordo com a personagem, por qual motivo o mundo ficou ainda mais perigoso? Por causa do advento da tecnologia.
d) Você concorda com a personagem? Explique. Resposta pessoal.
2. Observe as palavras a seguir: lindo
gostoso
a) A qual classe gramatical pertencem essas palavras?
delicado À classe dos adjetivos.
b) Acrescente às palavras do quadro a terminação -íssimo, fazendo as adaptações necessárias. Depois, indique se houve alteração de sentido e de classe gramatical. Lindíssimo, gostosíssimo, delicadíssimo. Houve alteração de sentido, pois, com o acréscimo da terminação -íssimo, as palavras tiveram seu sentido intensificado (mais lindo, mais gostoso, mais delicado). Não houve, porém, alteração na classe gramatical, pois elas continuam sendo adjetivos.
3. Releia estes trechos de O pequeno príncipe e substitua as palavras destacadas por outras palavras ou expressões com sentido semelhante.
Exatamente: isso mesmo, precisamente certo; inteiramente: totalmente, por inteiro, completamente.
– Exatamente – disse a raposa. – Tu não és ainda para mim senão um ga roto inteiramente igual [...] Polidamente: de modo educado, de modo polido, educadamente.
– Bom dia – respondeu polidamente [...] a) Observe a escrita das palavras destacadas. O que há em comum entre elas? Que parte das palavras é semelhante? Todas terminam em -mente.
137
IMPORTANTE SABER
Tanto -íssimo quanto -mente são exemplos de partículas que se unem ao final de uma palavra, alterando o seu significado e podendo alterar também sua classe gramatical. Essas partículas acrescentadas ao final das palavras são chamadas de sufixos. b) A que palavras a terminação -mente se uniu na atividade anterior? À forma feminina das palavras “exato”, “in teiro” e “polido”. c) A que classe gramatical essas palavras pertencem? À classe dos adjetivos. d) As palavras “exatamente”, “inteiramente” e “polidamente” pertencem à mesma classe gramatical que as palavras “exato”, “inteiro” e “polido”? Se necessário, faça uma pesquisa em gramáticas e dicionários e anote suas conclusões no caderno.
Não. Professor, ainda que não reconheçam as palavras “exatamente”, “inteiramente” e “polidamente” como advérbios, espera-se que os alunos percebam que elas não são adjetivos como as palavras “exato”, “inteiro” e “polido”.
e) Que ideia a terminação -mente acrescentou às palavras destacadas? Nessas palavras, a terminação -mente deu uma ideia de modo, da maneira como as ações foram realizadas.
f) Você conhece outras palavras formadas pela terminação -mente? Anote algumas delas no caderno e escreva seu significado. Se necessário, consulte um dicionário. Resposta pessoal. Sugestões: Rapidamente: de modo rápido; calmamente: de forma calma; interessantemente: de maneira interessante.
4. Leia esta outra tirinha. s e l a s n o G o d n a n r e F
a) Uma das palavras da tira é formada por um sufixo que indica diminuição. Transcreva-a.
“Pintinho”.
b) O acréscimo do sufixo alterou a classe gramatical da palavra que você transcreveu? Explique. Não, o acréscimo do sufixo -inho à palavra “pinto” não alterou sua classe gramatical. “Pintinho” continuou a ser um substantivo.
c) A palavra “cantoria” deriva de “cantar”. Nesse caso, o acréscimo do sufixo alterou a classe gramatical da palavra? Explique. Sim, pois “cantar” é verbo e “cantoria”, substantivo. d) Que sentido foi atribuído pelo sufixo -ria ao verbo “cantar”? O sentido de muita canção, de coro de vozes. e) Nas palavras “padaria”, “sorveteria” e “peixaria”, o sufixo -ria expressa o mesmo sentido que em “cantoria”? Explique. Não. Nessas palavras, o sufixo at ribui o sentido de lugar em que se comercializa algo.
De olho na ortografia
Palavras terminadas em -oso/-osa 1. Observe as palavras a seguir: bondoso – bondosa •
Lembre-se de outras palavras que terminam em -oso / -osa e escreva-as no caderno. Alguns exemplos: “saborosa”, “cheirosa”, “horroroso”, “trabalhoso” etc.
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2. Leia este diálogo: Por quê? Ó Lobo Mau, você é tão carinhoso, gracioso, cheiroso, bondoso, maravilhoso!
Suas palavras são tão fabulosas, Chapeuzinho mentirosa!
m e l r A o t a n e R : s e õ ç a r t s u l I
a) Copie do texto as palavras com -oso e -osa(s). “Carinhoso”, “gracioso”, “cheiroso”, “bondoso”, “maravilhoso”, “fabulosas” e “mentirosa”.
b) A palavra “maravilhoso” foi formada a partir da palavra “maravilha”. A partir de quais palavras as outras foram formadas? A partir das palavras “carinho”, “graça”, “cheiro”, “bondade”, “fábula” e “mentira”. c) Qual é a função dessas palavras nas frases dos balões?
No primeiro balão, elas dão características ao Lobo Mau e, no segundo, “fabulosas” caracteriza o que Chapeuzinho falou. A palavra “mentirosa” caracteriza a própria Chapeuzinho. São adjetivos.
d) As partículas -oso e -osa podem ser consideradas sufixos? Por quê? Sim, são sufixos porque são terminações acrescidas ao final das palavras, modificando-as. Professor, embora as atividades mencionem a definição do sufixo, o importante é que os alunos percebam a mudança semântica das palavras que são por ele modificadas.
Prática de leitura
Texto 8 – Conto ANTES DE LER
1. Em seu caderno, transcreva a alternativa que combina com você quando vê alguém pela
primeira vez.
a) Deixa-se levar pela primeira impressão, seja boa ou ruim. b) Desconfia logo à primeira vista e prefere aguardar a convivência para descobrir com quem está lidando. c) Costuma simpatizar com qualquer pessoa à primeira vista. d) Tem receio de se relacionar com desconhecidos. Resposta pessoal.
2. Você já chegou a um lugar onde não conhecia ninguém? O que sentiu e fez nessa situação? Resposta pessoal.
3. Leia apenas o título do texto a seguir e observe a ilustração que o acompanha.
a) Em que ambiente você imagina que a próxima história se passa? b) A que tipo de lição o título do texto pode estar se referindo?
Respostas pessoais. Professor, essas são questões de antecipação do texto por meio de dedução de alguns de seus aspectos composicionais. Os alunos farão a confirmação das hipóteses durante a seção Por dentro do texto .
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Uma lição inesperada No último dia de férias, Lilico nem dormiu direito. Não via a hora de voltar à escola e rever os amigos. Acordou feliz da vida, tomou o café da manhã às pressas, pegou sua mochila e foi ao encontro deles. Abraçou-os à entrada da escola, mostrou o relógio que ganhara de Natal, contou sobre sua viagem ao litoral. Depois ouviu as histórias dos amigos e divertiu-se com eles, o coração latejando de alegria. Aos poucos, foi matando a saudade das descobertas que fazia ali, da s meninas ruidosas, do azul e branco dos uniformes, daquele burburinho à beira do portão. Sentia-se como um peixe de volta ao mar. Mas, quando o sino anunciou o início das aulas, Lilico descobriu que caíra numa classe onde não havia nenhum de seus amigos. Encontrou lá só gente estranha, que o obser vava dos pés à cabeça, em silêncio. Viu-se perdido e o sorriso que iluminava seu rosto se apagou. Antes de começar, a professora pediu que cada aluno se apresentasse. Aborrecido, Lilico estudava seus novos companheiros. Tinha um japonês de cabelos espetados com jeito de nerd. Uma garota de olhos azuis, v inda do Sul, pareceu-lhe fria e arrogante. Um menino alto, que quase bateu no teto quando se ergueu, dava toda a pinta de ser um bobo. E a menina que morava no sítio? A coitada comia palavras, olhava-os assustada, igual um bicho do mato. O mulato, filho de pescador, falava arrastado, estalando a língua, com sotaque de malandro. E havia uns garotos com tatuagens, umas meninas usando óculos de lentes grossas, todos esquisitos aos olhos de Lilico. A professora? Tão diferente das que ele conhecera... Logo que soou o sinal para o recreio, Lilico saiu a mi l por hora, à procura de seus antigos colegas. Surpreendeu-se ao vê-los em roda, animados, junto aos estudantes que haviam conhecido horas antes. De volta à sala de aula, a professora passou uma tarefa em grupo. Lilico caiu com o japonês, a menina gaúcha, o mulato e o grandalhão. Começaram a conversar cheios de cautela, mas paulatinamente foram se soltando, a ponto de, ao fim do exercício, parecer que se conheciam há anos. Lilico descobriu que o japonês não era nerd , não: era ótimo em Matemática, mas tinha dificuldade em Português. A gaúcha, que lhe parecera tão metida, era gentil e o mirava ternamente com seus lindos olhos azuis. O mulato era um caiçara responsável, ajudava o pai desde criança e prometeu ensinar a todos os segredos de uma boa pescaria. O grandalhão não tinha nada de bobo. Raciocinava rapidamente e, com aquele tamanho, seria legal jogar basquete no time dele. Lilico descobriu mais. Inclusive que o haviam achado mal-humorado h a quando ele se apresentara, mas já não t ó J pensavam assim. Então, mirou a menina do sítio e pensou no quanto seria bom conhecê-la. Devia saber tudo de passarinhos. Sim, justamente porque eram diferentes havia encanto nas pessoas. Se ele descobrira aquilo no primeiro dia de aula, quantas descobertas não haveria de fazer no ano inteiro? E, como um lápis deslizando numa folha de papel, um sorriso se desenhou novamente no rosto de Lilico. CARRASCOZA, João Anzanello. Nova Escola, São Paulo, Ed. Abril, dez. 2000.
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POR DENTRO DO TEXTO
1. Anote todos os sentimentos e emoções vividos pela personagem Lilico. Resposta possível: Parágrafo 1: ansiedade, felicidade, animação, desorientação, decepção, aborrecimento, desconfiança (cautela), conforto (sentiu-se à vontade), surpresa, admiração. Parágrafo 2: curiosidade, animação.
2. O narrador conta que Lilico chega alegre à escola. O que o fez sentir-se diferente? Ele fica decepcionado pelo fato de não ter caído na classe dos colegas conhecidos.
3. Releia este trecho que revela os primeiros pensamentos de Lilico sobre os novos colegas: [...] Aborrecido, Lilico estudava seus novos companheiros. Tinha um japonês de cabelos espetados com jeito de nerd. Uma garota de olhos azuis, vinda do Sul, pareceu-lhe fria e arrogante. Um menino alto, que quase bateu no teto quando se ergueu, dava toda a pinta de ser um bobo. E a menina que morava no sítio? A coitada comia palavras, olhava-os assustada, igual um bicho do mato. O mulato, filho de pescador, falava arrastado, estalando a língua, com sotaque de malandro. E havia uns garotos com tatuagens, umas meninas usando óculos de lentes grossas, todos esquisitos aos olhos de Lilico. [...] •
O trecho acima revela alguns tipos de preconceitos. Quais são eles?
Lilico julga as pessoas pela aparênc ia (características físicas) e pelo comportamento delas. O menino revela preconceito contra quem parece ser “bobo” ou “bitolado”, “nerd ” (estudioso demais). Preconceito linguístico, social e preconceito quanto à maneira de as pessoas se apresentarem (uso de: roupas, acessórios, tatuagens).
4. Qual foi a oportunidade que Lilico teve para mudar sua visão a respeito dos novos colegas? O trabalho em grupo sugerido pela professora.
5. Lilico descobriu que seus novos colegas tinham características positivas e, portanto, cada um tinha uma contribuição importante para o grupo.
a) O que a menina que morava no sítio tinha a oferecer para a turma? b) E o colega alto?
Ela devia conhecer tudo sobre passarinhos.
Seria um bom jogador de basquete.
c) E o filho de pescadores? O que poderia ensinar aos meninos da turma?
Resposta pessoal. Espera-se que os alunos percebam que esse menino, por já trabalh ar, era mais amadurecido que os demais. Também conhecia tudo sobre pescaria.
d) O que o surpreendeu na garota gaúcha? Ela era gentil e não “metida”.
6. Qual é a relação entre o desfecho da história e o título do texto? O desfecho da história revela que Lilico, preconceituoso no início, acaba aprendendo uma lição, não uma lição como estava acostumado na escola: de Matemática ou História ou de outra matéria, mas uma lição de vida – não julgar pelas aparências. Lilico foi surpreendido com essa lição, por isso o título “Uma lição inesperada”.
TROCANDO IDEIAS
1. A reação de Lilico ao voltar para a escola no primeiro dia de aula após as férias é comum? Por quê? Respostas pessoais.
2. Você acha que poderia ter a mesma reação de Lilico se, após as férias, ao voltar para a escola, fosse para uma turma diferente? Por quê?
3. Você já teve sentimentos ou atitudes semelhantes aos de Lilico? Conte-os para sua turma.
Reflexão sobre o uso da língua
Verbo (I) 1. Releia o trecho abaixo, retirado do texto “Uma lição inesperada”, para responder às questões a seguir. [...] Acordou feliz da vida, tomou o café da manhã às pressas, pegou sua mochila e foi ao encontro deles. Abraçou-os à entrada da escola, mostrou o relógio que ganhara de Natal, contou sobre sua viagem ao litoral. Depois ouviu as histórias dos amigos e divertiu-se com eles [...].
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Como aprendemos na unidade anterior, nas histórias há um narrador que relata fatos, envolvendo personagens que agem e dialogam em um espaço e durante um período de tempo. a) Quais são as palavras que expressam as ações da personagem no trecho extraído? “Acordou”, “tomou”, “pegou”, “foi”, “abraçou”, “mostrou”, “ganhara”, “contou”, “ouviu”, “divertiu-se”.
b) É possível perceber se as ações acontecem no presente, no passado ou no futuro? Justifique sua resposta. Pela terminação dos verbos, podemos perceber que as ações ocorrem no passado. c) Se as ações de Lilico ainda não tivessem acontecido e o narrador fosse nos contar suas ações futuras, como ficaria a frase abaixo? Reescreva-a em seu caderno, fazendo as alterações necessárias.
[...] Acordou feliz da vida, tomou o café da manhã às pressas, pegou sua mochila e foi ao encontro deles. [...] Acordará feliz da vida, tomará o café da manhã às pressas, pegará sua mochila e irá ao encontro deles. Professor, caso os alunos respondam utilizando a forma composta do tempo futuro – vai acordar, vai tomar, vai pegar –, é interessante enfatizar que elas são bastante comuns na linguagem informal, e as citadas como respostas, em situações formais.
Com essas atividades, você pôde perceber que as palavras que expressaram as ações das personagens – “acordou”, “tomou”, “pegou”, “foi”, “abraçou”, “mostrou”, “ganhara”, “contou”, “ouviu”, “divertiu-se” – sofreram alterações na forma quando quisemos mudar o tempo do passado para o futuro.
2. Releia este outro trecho do texto, do qual foram omitidas algumas palavras: [...] Aos poucos, a saudade das descobertas que ali, das meninas ruidosas, do azul e branco dos uniformes, daquele burburinho à beira do portão. Como um peixe de volta ao mar. Mas, quando o sino o início das aulas, Lilico que numa classe onde não nenhum de seus amigos. [...] a) A omissão das palavras possibilitou a compreensão adequada e total desse trecho? Por quê? Não, pois o sentido do texto ficou prejudicado.
b) As palavras que permaneceram no texto indicam alguma ação das personagens, sugerindo também o tempo em que ocorreram? Não. c) Em sua opinião, por que as palavras omitidas prejudicam o sentido do texto? Resposta pessoal. Espera-se que o aluno perceba a função dos verbos no trecho. Sua omissão prejudica a construção de sentido, pois impede a identificação das ações realizadas pelas personagens e do tempo em que ocorreram. IMPORTANTE SABER
As palavras que exprimem ações que acontecem em determinado tempo fazem parte de uma classe gramatical chamada verbo. 3. Agora, observe novamente este trecho: [...] Acordou feliz da vida, tomou o café da manhã às pressas, pegou sua mochila e foi ao encontro deles. [...] a) Se quiséssemos acrescentar um pronome pessoal do caso reto no início desse trecho, que pronome utilizaríamos? O pronome “ele”. b) A que pessoa do discurso esse pronome se refere? Refere-se à 3 pessoa do singular. a
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4. Se a história fosse contada por Lilico, ou seja, se fosse contada por um narrador-personagem, como ficaria o trecho abaixo? Reescreva-o em seu caderno, fazendo as alterações necessárias.
Abracei -os à entrada da escola, mostrei o relógio que ganhara de Natal, contei sobre minha viagem ao litoral. Depois ouvi as histórias dos amigos e diverti-me com eles [...].
[...] Abraçou-os à entrada da escola, mostrou o relógio que ganhara de Natal, contou sobre sua viagem ao litoral. Depois ouviu as histórias dos amigos e divertiu-se com eles [...] Professor, é importante salientar aos alunos que, além da a lteração sofrida pelos verbos, por causa da mudança da 3a pessoa para a 1a pessoa do singular, houve também a alteração dos pronomes possessivo (minha) e pessoal do caso oblíquo (me). IMPORTANTE SABER
Professor, se achar necessário, aprofunde esse assunto com o auxílio doApêndice .
Os verbos sofrem variações de acordo com o tempo em que as ações acontecem (passado, presente, futuro). Observe os exemplos: Lilico acordou feliz da vida naquele dia. Lilico acorda feliz da vida todos os dias. Lilico acordará feliz da vida amanhã. Os verbos sofrem variações de acordo com as pessoas do discurso às quais estão relacionados. 1a pessoa do singular: eu tomei o café da manhã às pressas. 2a pessoa do singular: tu tomaste o café da manhã às pressas. 3a pessoa do singular: ele tomou o café da manhã às pressas. 1a pessoa do plural: nós tomamos o café da manhã às pressas. 2a pessoa do plural: vós tomastes o café da manhã às pressas. 3a pessoa do plural: eles tomaram o café da manhã às pressas. APLICANDO CONHECIMENTOS
1. Escreva um pequeno parágrafo contando como é o seu dia a dia. Comece com a expressão “Todos os dias eu...”. •
Depois de elaborar o texto, responda oralmente: Que tempo verbal você usou para construir o que o aluno use o tempo presente. A expressã o “todos os dias”, acompanhada parágrafo? Por quê? Supõe-se do verbo no presente, indica hábito, frequência das atividades descritas.
2. Copie a história a seguir em seu caderno, substituindo os símbolos pelos verbos do quadro. retrucou
secou
viviam
chegaram
foram
disse
As rãs e o sapo viviam
secou
foram
Duas rãs ▲ num pântano. Mas no verão o pântano ▲ e elas ▲ procurar outro lugar para Chegaram disse morar. ▲ perto de um poço. Uma ▲: “Parece um lugar gostoso e úmido. Vamos pular e fazer retrucou a nossa casa.” Mas a outra ▲ : “Vamos com calma, amiga. Se este poço secar, como vamos sair e pular?” [...] BENNETT, William J. O livro das virtudes I . Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1996.
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3. Em seu caderno, reescreva o trecho a seguir, colocando os verbos no tempo presente: Duas rãs vivem num pântano. Mas no verão o pântano seca [...]
Duas rãs viviam num pântano. Mas no verão o pântano secou [...] •
A mudança do tempo dos verbos modificou o sentido do texto. Explique qual foi a mudança. A ideia de que o pântano sempre seca no verão, ou seja, que isso costuma acontecer com frequência nessa estação do ano.
4. Releia o seguinte trecho do texto “Uma lição inesperada”: [...] Lilico estudava seus novos companheiros. Ti nha um japonês de cabelos espetados com jeito de nerd. Uma garota de olhos azuis, vinda do Sul, pareceu-lhe fria e arrogante. a) Nesse trecho, aparecem quatro verbos. Encontre-os e transcreva-os. “Estudav a”, “tinha”, “vinda”, “pareceu”. b) Como vimos, a maioria dos verbos indica ação. Porém, há aqueles que também podem indicar um estado. Nesse fragmento, qual dos verbos indica estado? “Pareceu”. c) A qual personagem esse verbo se refere?
Refere-se à garota de olhos azuis.
d) Com qual finalidade esse verbo foi utilizado? Espera-se que o aluno perceba que o verbo foi utilizado para caracterizar a per sonagem. e) Na frase “Lilico estudava seus novos companheiros”, o verbo destacado teria outro sentido se estivesse acompanhado da palavra “com”? Explique.
Sim. Sem a palavra, no sentido em que está sendo usado, o verbo “estudar” significa “analisar”; acompanhado da palavra “com” (estudar com), passaria a significar que a personagem tinha a companhia dos colegas para estudar.
Prática de leitura
Texto 9 – Verbete ANTES DE LER
1. Leia apenas o trecho em azul no texto e compare as informações dessa parte com a imagem.
A qual elemento da imagem elas se referem? Elas se referem à imagem do palácio.
2. Pela imagem, o que é possível deduzir do assunto do texto?
Espera-se que os alunos percebam que o texto traz informações sobre um palácio chamado Taj Mahal e sua construção.
Taj Mahal, um palácio oriental Um comprido espelho-d’água no centro de um pátio reflete a imagem dos visitantes que se aproximam. Quatro torres laterais protegem a construção. Ao centro, o grande palácio de mármore branco. O Taj Mahal, uma das construções mais belas do mundo, é um palácio de estilo oriental. Sua maior cúpula, no centro do palácio, é arredondada e tem a forma de um balão, como se alguém tivesse assoprado seu interior. Duas cúpulas pequenas ficam ao lado dessa principal. As duas pequenas lembram grandes turbantes árabes. O enorme Taj Mahal, na cidade de Agra, na Índia, parece que vai se desprender da terra e sair voando como um tapete mágico. A construção do palácio começou no fim de uma linda história de amor. O príncipe persa Shah Jahan era muito poderoso e namoradeiro. Ele tinha um harém: eram mais de trezentas moças à disposição do príncipe! A cada noite ele escolhia uma mulher diferente para namorar.
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Certo dia, quando estava com 21 anos, Shah Jahan se apaixonou por uma dessas namoradas, chamada Arjumand Begum. De uma hora para outra, nenhuma de suas trezentas namoradas o fazia feliz. O príncipe não queria saber de mais ninguém. Shah Jahan e a bela Arjumand casaram-se e tiveram 13 filhos! Mas um acontecimento trágico pôs fim a essa história de amor, e deu origem a um dos mais lindos palácios do mundo... [...] Quando o 14o filho de Shah Jahan e Arjumand estava nascendo, ela não suportou as dores do parto e morreu. O príncipe se desesperou e quase morreu também, de tristeza e desgosto. Para abrigar o corpo de sua amada, ele decidiu construir um palácio. Shah Jahan convidou os maiores artistas e arquitetos dos impérios persa e mongol, k c o t mandou comprar os melhores mármores, s r e t t u encomendou rubis e jades para decorar o h S / 2 1 mais belo túmulo que alguém poderia ter. m n a O Taj Mahal demorou 22 anos para ser D construído e ficou pronto em 1653. Shah Jahan resolveu então construir um novo palácio, onde ele próprio seria enterrado. Mas seus filhos não deixaram o príncipe cometer mais essa loucura e o prenderam em uma fortaleza. Quando ele morreu, também foi enterrado no Taj Mahal, ao lado do seu amor. Shah Jahan e A rjumand Begum dormem juntos para sempre no mais lindo palácio do mundo. Disponível em: . Acesso em: 29 jan. 2015.
Fachada do Taj Mahal, palácio monumental situado em Agra, na Índia.
POR DENTRO DO TEXTO
1. O texto foi dividido em cinco partes, representadas por diferentes cores. Em seu caderno, relacio-
ne cada quadro a seguir com os trechos do texto correspondentes ao assunto tratado. Identifique-os pelo nome das cores. Respostas: I-verde, II-vermelho, III-azul, IV-cinza, V-marrom. I. História que motivou a construção do palácio indiano. II. Tempo de duração da construção. III. Descrição do palácio. IV. Acontecimentos ocorridos depois da construção do Taj Mahal. V. Localização do Taj Mahal no espaço e no tempo.
2. Identifique no texto as informações a que se referem os trechos a seguir e anote as respostas em seu caderno.
a) “A construção do palácio começou no fim de uma linda história de amor.”
O trecho se refere à história de amor entre Shah Jahan e Arjumand Begum. Após a morte da amada, Shah mandou construir um palácio em sua homenagem.
b) “Um comprido espelho-d’água no centro de um pátio reflete a imagem dos visitantes que se faz parte do cenário do Taj Mahal, o palácio descrito com detalhes no texto. Ele fica no pátio do palácio e reflete a imagem aproximam.” Odasespelho-d’água pessoas que visitam esse lugar. c) “Shah Jahan e Arjumand Begum dormem juntos para sempre no mais lindo palácio do mundo.” Após sua morte, Shah também foi enterrado no Taj Mahal, ao lado de sua esposa Arjumand.
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TEXTO E CONSTRUÇÃO 1. Todo texto é produzido com uma intenção. Leia os quadros a seguir e identifique a intenção do texto 9. Transcreva-a em seu caderno.
Expor informações, transmitir conhecimentos sobre determinado assunto.
Debater sobre um problema social.
Instruir alguém para realizar uma ação. Expor informações, transmitir conhecimentos sobre determinado assunto. Vender um produto.
2. Para apresentar o assunto do texto, foi necessária a construção de trechos descritivos. Em seu caderno, transcreva do texto um trecho que comprove essa afirmação.
“Sua maior cúpula, no centro do palácio, é arredondada e tem a forma de um balão, como se alguém tivesse assoprado seu interior. Duas cúpulas pequenas ficam ao lado dessa principal. As duas pequenas lembram grandes turbantes árabes.”
3. Além de trechos descritivos, o texto apresenta também trechos narrativos. •
Que informações a narrativa da história de Shah e Arjumand acrescentam ao leitor sobre o asconhecer a história, não é possível compreender sunto exposto? Explique sua resposta. Sem por que um palácio tão majestoso foi construído.
4. O trecho reproduzido a seguir é a parte verde do texto 9, sobre o Taj Mahal. Observe que esse trecho narra o início da história de amor entre Shah Jahan e Arjumand Begun. Releia-o:
O príncipe persa Shah Jahan era muito poderoso e namoradeiro. Ele tinha um harém: eram mais de trezentas moças à disposição do príncipe! A cada noite ele escolhia uma mulher diferente para namorar. Certo dia, quando estava com 21 anos, Shah Jahan se apaixonou por uma dessas namoradas, chamada Arjumand Begum. De uma hora para outra, nenhuma de suas trezentas namoradas o fazia feliz. O príncipe não queria saber de mais ninguém. Shah Jahan e a bela Arjumand casaram-se e tiveram 13 filhos! Mas um acontecimento trágico pôs fim a essa história de amor e deu origem a um dos mais lindos palácios do mundo... [...] Quando o 14o filho de Shah Jahan e Arjumand estava nascendo, ela não suportou as dores do parto e morreu. O príncipe se desesperou e quase morreu também, de tri steza e desgosto. Para abrigar o corpo de sua amada, ele decidiu construir um palácio. Shah Jahan convidou os maiores artistas e arquitetos dos impérios persa e mongol, mandou comprar os melhores mármores, encomendou rubis e jades para decorar o mais belo túmulo que alguém poderia ter. Sugestão para a continuidade do texto: A construção do palácio começou no fim desta linda história de amor. O enorme Taj Mahal, na cidade de Agra, na Índia, parece que vai se desprender da terra e sair voando como um tapete mágico. Um comprido espelho-d’água no centro de um pátio reflete a imagem dos visitantes que se aproximam. Quatro torres laterais protegem a construção. Ao centro, o grande palácio de mármore branco. O Taj Mahal, uma das construções mais belas do mundo, é um palácio de estilo
Agora, em seu caderno, escreva uma continuação para o trecho, reorganizando as informações do Sua maior cúpula, no centro do palácio, é arredondada e tem a forma de um balão, como se texto 9 em uma nova ordem. Para isso, oriental. alguém tivesse assoprado seu interior. Duas cúpulas pequenas ficam ao lado dessa principal. As duas pequenas lembram grandes turbantes árabes. O Taj Mahal demorou 22 anos para ser construído e ficou
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•
em 1653. Shah Jahan resolveu então construir um releia as outras partes do texto, que estão em cores diferentes; pronto novo palácio, onde ele próprio seria enterrado. Mas seus
•
reorganize essas partes, dando sequência ao início da história;
•
mantenha a coerência do novo texto, fazendo adaptações
filhos não deixaram o príncipe cometer mais essa loucura e o prenderam em uma fortaleza. Quando ele morreu, também foi enterrado no Taj Mahal, ao lado do seu amor. Jahan e Arjumand Begum quando necessário. Shah dormem juntos para sempre no mais lindo palácio do mundo.
TEXTO E CONTEXTO
1. Você conhece outra história de amor parecida com a de Shah e Arjumand? Qual? Respostas pessoais. 2. Conhece alguma grande obra produzida em homenagem a alguém? Caso não conheça, pesquise sobre o assunto, anote o que descobriu em seu caderno e partilhe com a sua turma.
Prática de leitura
Texto 10 – Capa de revista l a r t s A o t l A
Todateen, São Paulo, Alto Astral, ano 19, n. 227, out. 2014.
POR DENTRO DO TEXTO
1. Os assuntos tratados na capa da revista nos permitem reconhecer especificamente qual é seu público-alvo. Qual é esse público? O público feminino jovem (pré-adolescentes e adolescentes, principalmente).
2. A linguagem usada nas frases dessa capa é formal ou informal? Justifique com palavras ou ex-
pressões retiradas do texto. Informal, o que pode ser percebido pelo uso de palavras e expressões como “mandar bem”, “BV”, “pra”, “sua”, “você”, “PFVR”.
TEXTO E CONTEXTO
1. A partir da leitura da capa, é possível sabermos qual é o destaque da edição de uma revista. No caso dessa capa, qual é o destaque dessa edição? Como você chegou a essa conclusão? A matéria “Guia do beijo” é o destaque. A chamada para essa matéria recebe destaque tipográfico e está disposta de modo a chamar mais a atenção do leitor que as outras. Além disso, a quantidade de subtópicos mostra que esse assunto será aprofundado na edição.
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2. A moça que aparece na capa é a cantora, atriz e compositora norte-americana Demi Lovato, muito conhecida pelo público infantojuvenil.
a) Demi é considerada uma pessoa famosa. Identifique e transcreva no caderno a manchete da pra copiar: looks e makes para virar diva.” Professor, o uso do termo capa que nos permite confirmar essa informação. “Demi “diva” para se referir à cantora indica que ela é uma pessoa famosa. b) Um dos adjetivos que aparecem na manchete que você transcreveu nos mostra como a atriz e cantora é vista por seus fãs. Que adjetivo é esse? Qual é o significado dele? O adjetivo é “diva”, que significa “deusa”, “ídolo”.
c) Levante uma hipótese: Por que razão essa cantora e atriz foi escolhida para ilustrar a capa da pessoal. Espera-se que o aluno perceba que é comum que fotos de artistas ou pessoas famosas sejam usadas para ilustrar capas de revistas, revista? Resposta de modo a atrair um possível leitor que se interesse por informações sobre aquela pessoa. TROCANDO IDEIAS
1. Releia a manchete a seguir: Menos timidez PFVR! Como ter mais atitude a) O que significa “PFVR”? Significa “por favor”. b) Em que situação de comunicação o uso desse tipo de linguagem é mais comum? Geralmente em conversas informais na internet, sobretudo em redes sociais e mensagens de texto.
c) Qual é a sua opinião sobre o uso desse tipo de linguagem?
Resposta pessoal. Professor, essa é uma boa oportunidade para comentar com os alunos sobre a importância da adequação da linguagem aos diferentes contextos e interlocutores.
d) A que atitude a manchete está provavelmente se referindo?
Provavelmente, a manchete faz referência ao fato de as meninas tomarem a frente nas conquistas amorosas, não esperando pelos meninos.
e) Você concorda com a sugestão feita na manchete? Justifique.
Resposta pessoal. Professor, é possível ampliar a discussão sobre o item “e”, abordando questões de gênero. Questione os alunos sobre o papel geralmente submisso atribuído às mulheres em relação aos homens durante a conquista amorosa e sobre os estereótipos e preconceitos que esse posicionamento implica.
2. Leia novamente esta manchete: l a r t s A o t l A
a) Qual recurso visual ajuda a compor a palavra “beijo” nessa manchete? Por que você acha que ele foi utilizado? No subtítulo, a letra “o” da palavra “beijo” foi substituída pela silhueta de um beijo de batom. Provavelmente, esse recurso foi util izado para chamar a atenção do leitor.
b) O que significa “BV”?
“BV” é a sigla para “boca virgem”, usada para fazer referência a alguém que nunca beijou.
c) Você acha que uma pessoa “aprende” a beijar com as dicas de um guia? Resposta pessoal. Professor, no Manual você encontra mais sugestões para a análise crítica de revistas para adolescentes. Consulte-as com antecedência, caso deseje realizar esse trabalho complementar com os alunos.
Prática de leitura
Texto 11 – Depoimento ANTES DE LER
1. Você acredita que um namoro virtual possa se tornar real? Por quê? Respostas pessoais. 2. Em sua opinião, por que muitas pessoas mantêm relacionamentos virtuais?
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Garotos contam: quando o virtual se torna real? Você não consegue desgrudar do computador só para não perder a oportunidade de passar horas conversando com ele? A gente entende! Mas, quando será que eles sentem vontade de transformar o virtual em real? @NateRodrigues – 17 anos, Imbituba (SC) “Dá para saber que está na hora de conhecer a garota quando tudo o que você quer é conversar com ela! Isso sem falar que, na real, a coisa precisa acontecer naturalmente. Primeiro internet, depois SMS, telefone...” @fellipegoulartt – 18 anos, Porto Alegre (RS) “Se torna real para o cara quando checar as redes sociais da menina é a primeira coisa que ele faz quando acorda, só para ver se ela postou algo novo.” @mateusmcosta – 16 anos, Campina Grande (PB) “Sabe quando você passa o tempo todo pensando naquela pessoa e sente que conversar com ela só pela internet não é mais o bastante? Eu já passei por isso. Durante 6 meses fiquei teclando com k c o uma menina e acabei me apaixonando por ela.” t s m o @lluuqq – 17 anos, São Paulo (SP) “É simples: suge C / s e g rimos a saída a partir do momento em que ela é a única a m I coisa que vem na cabeça quando deitamos!” y t t e G @FeCostaScoolta – 16 anos, São Paulo (SP) “Mesmo que o lance role através de uma tela de computador, os sentimentos são reais. Acho que o ciúme é um grande sinal: quando ele aparecer, é hora de dar um bom abraço na menina!” “Sabe quando você passa o tempo todo pensando naquela pessoa [...]?”.
POLO, Rafaela. Garotos contam: quando o virtual se torna real? Capricho, São Paulo, Ed. Abril, 13 jan. 2012. Disponível em: . Acesso em: 8 jan. 2015.
POR DENTRO DO TEXTO
Sente-se com um colega para conversar sobre as próximas atividades. Depois, escrevam as respostas em seus cadernos. De acordo com as orientações do professor, compartilhem as ideias com a turma.
1. Qual dos depoimentos você achou mais convincente? Resposta pessoal.
2. Para você, quando um relacionamento virtual pode se tornar real? Resposta pessoal.
3. Quais são suas maiores dúvidas sobre relacionamentos virtuais? Resposta pessoal.
4. Você conhece alguma história de namoro que começou pela internet? Resposta pessoal.
5. Pode haver algum perigo nesse tipo de contato? Discuta com seus colegas e professor. Resposta pessoal. Professor, discuta com os alunos sobre o perigo de contato com pessoas desconhecidas.
TEXTO E CONSTRUÇÃO 1. Observe a maneira como o texto foi organizado e responda: a) Como o texto está dividido? Em parágrafos, cada um com um comentário de um rapaz diferente.
b) O que indica o símbolo @ no início dos parágrafos? O símbolo da arroba (@) indica que as respostas foram dadas na internet.
c) Por que há nomes de pessoas em destaque após o símbolo @? Os nomes após o símbolo @ são a identificação do usuário que escreve, seu nickname.
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2. Qual é a intenção do texto?
A intenção do texto é verificar as opiniões de adolescentes do sexo masculino sobre determinado assunto.
3. A linguagem usada nesse texto é mais formal ou mais informal, espontânea, coloquial? Por que você acha que foi usado esse tipo de linguagem?
A linguagem é mais informal. Resposta pessoal. Professor, aponte para os alunos que o tipo de publicação permite essa informalidade, que é característica tanto do leitor quanto dos próprios autores dos trechos. Esse uso informal aproxima e cria familiaridade, portanto, entre leitor e revista.
4. Como você pôde perceber, o texto apresenta a opinião de diferentes garotos sobre o momento de conhecer pessoalmente uma garota. a) Em que situações de fala ou escrita podemos observar opiniões diferentes sobre um mesmo assunto? Em debates, discussões, conversas em grupo, reportagens, entrevistas, artigos de opinião, relatos etc.
b) Você acha importante ler textos em que são expressas opiniões diferentes?
Resposta pessoal. Professor, aproveite a oportunidade para incentivar a leitura entre os alunos. Ler diferentes opiniões sobre um mesmo tema nos torna mais aptos a julgar uma situação, permitindo que nos posicionemos de modo mais crítico perante os acontecimentos do mundo. IMPORTANTE SABER
Damos o nome de depoimento às declarações feitas pelas pessoas com base nas experiências que viveram. Os textos de depoimento podem conter narrações de fatos, opiniões, aconselhamentos, explicações. Os depoimentos são textos individuais, mas, ao mesmo tempo, revelam um retrato social e cultural. Por esse motivo, alguns depoimentos servem, muitas vezes, para documentar fatos históricos, além de revelarem o momento presente vivido por quem os produziu. Professor, no decorrer desta obra apresentaremos outras espécies de depoimentos, para ampliar as informações sobre esse gênero de texto. Converse com os alunos sobre a importância de depoimentos como fontes históricas, por meio dos quais são registradas muitas informações importantes e significativas para a compreensão da sociedade. É importante lembrar que depoimentos partem da linguagem oral. Assim, o entrevistado demonstra com maior clareza suas representações sociais, deixando registradas as marcas de uma época.
Reflexão sobre o uso da língua Pontuação 1. Leia a história em quadrinhos: e t r e a L
LAERTE. Suriá, a garota do circo . São Paulo: Devir/Jacarandá, 2000.
a) As personagens dessa história em quadrinhos sabem, de fato, o que significa namorar? Por quê? Não sabem. Isso se confirma pelo fato de elas precisarem observar os adultos para entenderem o significado de um namoro.
b) As perguntas que aparecem nas falas das personagens confirmam sua resposta anterior? Confirmam, pois as perguntas indicam dúvidas sobre o que é namorar.
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c) No terceiro quadrinho, as personagens observam um casal de namorados em um carro. Ao optar por essa ilustração, em sua opinião, o autor do texto expressa o verdadeiro sentido de um pessoal. Espera-se que o aluno perceba que o namoro vai muito além do contato físico. A namoro? Explique. Resposta convivência sadia e o crescimento pessoal também são importantes para os relacionamentos. d) Quantas perguntas há no texto? Quantas respostas?
Duas perguntas e duas respostas.
2. Observe a pontuação das frases da história em quadrinhos e responda: a) Quando o autor deseja expressar uma grande emoção, qual sinal de pontuação costuma usar? O ponto de exclamação.
b) Quando se tem dúvida e se deseja fazer uma pergunta, que tipo de pontuação é usada? Pode-se usar o ponto de interrogação (às vezes, as reticências).
c) Se no segundo quadrinho as falas das personagens expressassem uma certeza sobre o fato que comentam, que pontuação deveria ter sido usada? O ponto-final. d) Justifique a pontuação usada nos dois últimos quadrinhos da história. No penúltimo quadrinho, a personagem mostra que encontrou o que procurava e, por isso, aparece o ponto-final no final da fala. No último quadrinho, a menina faz uma pergunta, portanto aparece o ponto de interrogação; e o menino faz uma constatação, o que justifica o ponto de exclamação.
Atividade de criação
Depoimento pessoal Você e sua turma vão colher depoimentos de adolescentes a respeito do tema “Qual é a hora certa para deixar de ser BV?”, para montar um painel que apresente aos alunos da escola diferentes opiniões sobre o assunto.
ORIENTAÇ ES •
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Escreva um depoimento pessoal a respeito do tema proposto. O objetivo do depoimento é expor a sua opinião sobre esse assunto. Combine com o professor e a turma se os alunos se identificarão no depoimento. Em caso afirmativo, não se esqueça de colocar nome e idade no final do texto. Orientado por seu professor, forme um grupo com, mais ou menos, cinco colegas. Em grupo, selecione os depoimentos mais interessantes. Procure eliminar as opiniões que se repetem. Depois da seleção de todos os grupos da turma, organize, com o professor, um mural com os depoimentos. Eles podem ser escritos em uma folha colorida criada por vocês. Essa página deverá ser atraente ao público jovem. Não se esqueça de colocar um título bem criativo para esse mural. O mural deve ser exposto em um lugar em que outros alunos da escola possam ler. Mãos à obra!
Professor, incentive os alunos a incluírem, em seus depoimentos, argumentos que justifiquem sua própria opinião. Os depoimentos podem ser selecionados para exposição, tendo como critério a boa argumentação. Se achar interessante, proponha um debate sobre o assunto. Esse gênero oral será abordado de forma sistematizada na Unidade 3.
Prática de leitura
Texto 12 – Texto didático-científico ANTES DE LER
Leia apenas as palavras em destaque no próximo texto e elabore sua hipótese: De que assunto esse texto vai tratar? Resposta pessoal. Espera-se que os alunos percebam que se trata de “estar apaixonado”.
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O primeiro amor é vivido em fantasia k c
o t Como regra geral, nosso primeiro grande S i / s n amor é uma espécie de sonho. A pessoa que des a r f o d i perta em nós todo o sentimento, toda a vontade R de agradar e de se dedicar nos míni mos detalhes, toda a vontade de aconchegar e ser aconchegado , na maior parte das vezes nem sabe do nosso amor por ela. Não temos coragem de contar, pois morremos de medo da rejeição. Não queremos também, contudo, a aceitação, pois isso nos le varia a um relacionamento real para o qual não estamos preparados. Ou seja, não contar interessa nos dois casos. Se algum amigo superíntimo “O amor é o prazer da companhia [...]”. fica sabendo e faz alguma brincadeira a respeito, ficamos com o rosto vermelho, negamos tudo e rino: uns preferem a montanha, outros a praia. fingimos indignação. A outra pessoa, a amada, Uns preferem saias rodadas, outros as calças fica sem saber se é gozação ou se é de verdade. jeans. O amor é o prazer da companhia, os eloMelhor assim. Tudo se passará apenas na cabeça gios que esse prazer costuma trazer para nossos da gente, longe dos riscos da vida real. lábios, e também a insegurança – o medo de perNo sonho é claro que somos correspondidos. der a pessoa que nos traz toda a felicidade. Assi m Beijamos e somos beijados. Beijos de ternura. sendo, uma parte do discurso é de reasseguraO sexo, na maioria dos casos, está em segundo mento: “Vou amar você para sempre. Vou dizer plano. Passeamos, de mãos dadas, por jardins toda hora que amo você. Se você me largar, eu floridos. Sentamos na grama e nos olhamos com morro” etc. Sempre que vivemos o amor, o fazeolhar de enlevo próprio do encantamento amo- mos como se estivéssemos vivendo uma h istória roso. Dizemos coisas bonitas para o outro, fa- extraordinária. A verdade, no entanto, é que é lamos das virtudes do outro. Não cansamos de uma “história extraordinária” exatamente igual elogiar a pessoa amada. a todas as outras histórias de amor! E isso não faz [...] Se pensarmos bem, o sonho romântico mal algum, porque é bom do mesmo jeito! não é muito criativo. Quase sempre é a mesma GIKOVATE, Flávio. Namoro: relação de amor e sexo . história. As variações são mais de cenário e figuSão Paulo: Moderna, 1993.
POR DENTRO DO TEXTO
1. Esse texto o ajudou a pensar melhor sobre os sentimentos do adolescente? De que maneira? Resposta pessoal.
2. Segundo o texto, como é vivido o primeiro amor?
De acordo com o texto, o nosso primeiro grande amor é vivido em fantasia, é uma espécie de sonho.
a) Por que, quando ocorre o primeiro amor, muitos de nós não têm coragem de contar? Por medo de serem rejeitados e terem que despertar do sonho.
b) Resposta Comopossível: o texto descreve o sonho fantasioso da pessoa que ama pela primeira vez? No sonho, somos correspondidos pela pessoa amada: beijamos e somos beijados, passeamos de mãos dadas por diferentes cenários, ao
gosto do sonhador. Para a pessoa amada, fazemos elogios, dizemos coisas bonitas e não cansamos de dizer que estamos apaixonados. Professor, o texto traz muitas informações sobre essa questão; o aluno poderá formular essa res posta de muitas maneiras diferentes.
3. De acordo com o texto, quando o amor é vivido em fantasia, o discurso de quem ama pela primeira vez é o seguinte:
[...] Vou amar você para sempre. Vou dizer toda hora que amo você. [...] •
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Segundo o texto, qual é a justificativa desse discurso próprio de quem ama pela primeira vez? Esse discurso dá segurança a quem ama. É como se, pela insistência, pelo reforço das expressões, as pessoas sentissem que nunca vão perder o ser amado e o próprio sentimento do amor.
4. Releia o trecho a seguir: [...] Sempre que vivemos o amor, o fazemos como se estivéssemos vivendo uma história extraordinária. A verdade, no entanto, é que é uma “história extraordiná ria” exatamente igual a todas as outras histórias de amor! E isso não faz mal algum, porque é bom do mesmo jeito! a) Procure no dicionário o significado da palavra “extraordinária” e escreva-o em seu caderno. Professor, o verbete encontra-se no Manual.
b) Segundo o texto, é possível existir uma história de amor extraordinária? Explique. Não, pois o comportamento do ser humano se repete quando o assunto é o amor.
c) Que expressão do trecho confirma sua resposta anterior? “exatamente igual”
5. Leia outro trecho do livro de Flávio Gikovate: [...] toda a vivência do amor em fantasia, do amor não correspondido, pode ser entendida como um treino. Através da fantasia romântica, estão se preparando para refazer a l igação forte com outra pessoa sem perder totalmente a individualidade. a) Conforme esse trecho, por que é importante viver a fase da fantasia romântica? Porque ela é um momento de preparação para as relações que serão vividas depois, sem que se perca a individualidade.
b) E você, acha importante passar por essa experiência? Resposta pessoal.
6. Você já viveu ou conhece alguém que tenha vivido uma “dor de amor”? Conte como foi. Resposta pessoal. TEXTO E CONTEXTO
1. Com que intenção esse texto foi escrito?
Esse texto foi escrito com a intenção de informar, esclarecer as pessoas sobre os assuntos referentes aos relacionamentos humanos. Ele trata especificamente do momento em que o adolescente vive a experiência do primeiro amor.
2. É possível afirmar que esse é um texto que expõe ideias? Por quê?
Sim. Os esclarecimentos e as explicações são feitos por meio da exposição de ideias.
3. Reproduzimos a seguir a folha de rosto do livro do qual esse texto foi retirado. Folha de rosto é a primeira página que aparece assim que abrimos a capa. Leia-a:
a n r e d o M
153
a) Qual é o título do livro? b) Quem é o autor?
Namoro : relação de amor e sexo.
Flávio Gikovate.
c) É possível saber qual é a área profissional do autor?
Sim, psiquiatria e psicoterapia.
4. Copie do texto um trecho em que o autor faz uma explicação. Resposta possível: “O amor é o prazer da companhia, os elogios que esse prazer costuma trazer para nossos lábios, e também a insegurança – o medo de perder a pessoa que nos traz toda a felicidade”.
5. Esse texto apresenta um conjunto de conhecimentos que foi construído com o tempo. •
Por que é possível afirmar isso?
Espera-se que o aluno perceba que é preciso anos de estudo e formação científica para que um autor escreva um texto como esse, ou seja, ele não inventou esse conteúdo instantaneamente; esses conhecimentos são fruto de muita pesquisa e vivência profissional.
6. Em seu caderno, copie o primeiro parágrafo do texto. a) Com lápis azul, grife as informações que considera mais importantes nesse parágrafo. Espera-se que o aluno grife o trecho “Como regra geral, nosso primeiro grande amor é uma espécie de sonho”.
b) Com lápis verde, grife o trecho em que o autor explica por que contar sobre os sentimentos não Grifar o trecho: “Não temos coragem de contar, pois morremos de medo da rejeição. Não queremos interessa a quem está apaixonado. também, contudo, a aceitação, pois isso nos levaria a um relacionamento real para o q ual não estamos preparados”.
c) Identifique no parágrafo qual é a ideia principal. •
Faça a seguinte pergunta: A respeito de que esse parágrafo está falando? Esse parágrafo está falando sobre o primeiro amor vivido intimamente, em fantasia.
d) O parágrafo dá mais detalhes sobre a ideia principal? Escreva sua resposta recorrendo às ideias ele não apenas menciona que esse amor não é revelado, mas explica por que as pessoas expostas nessa parte do texto. Sim, não o revelam. Ele também dá exemplos de situações que envolvem esse tipo de comportamento. IMPORTANTE SABER
A ideia principal de um texto é o tema central sobre o qual o texto fala. Quando se pergunta “sobre o que o texto está tratando?”, busca-se encontrar sua ideia principal, também chamada ideia central. Ligadas à ideia principal estão outras informações: as ideias secundárias. Cada parágrafo ou cada parte de um texto pode conter um tópico (assunto) principal com outras informações relacionadas a ele. Nem sempre a ideia principal aparece claramente em um texto. Às vezes, é preciso encontrá-la lendo todo o texto e prestando atenção a cada informação. As palavras que fazem a ligação entre as ideias e até mesmo o título do texto podem oferecer pistas para a compreensão da ideia principal e das secundárias. 7. A ideia principal do parágrafo que você copiou tem relação com o título do texto? Por quê?
Sim, o assunto presente no primeiro parágrafo equivale ao que é dito no título do texto: ambos estão falando sobre o primeiro amor, que é vivido em sonho, em fantasia.
8. Neste capítulo, você leu vários textos. Identifique a ideia central de alguns deles. a) Poema “Bilhete ao pai adotivo”.
O poema narra os sentimentos vivenciados por uma criança que foi adotada.
b) Trecho do romance O pequeno príncipe .
A importância da criação de laços de amizade entre os seres e dos ritos para que se viva mais intensamente.
c) Depoimentos do texto “Garotos contam: quando o virtual se torna real?”. Motivos para que os relacionamentos virtuais tornem-se reais.
9. Qual é o tema comum dos textos que você leu neste capítulo? Todos eles tratam de relacionamentos interpessoais.
154
Atividade de criação
Poema Leia cada conjunto de palavras. A que ideia cada um deles se refere? carta de amor
encontro
paixão
saudade
emoções Namoro.
pai
mãe
avô
avó
primos
tios Família.
estrela
lua
escuro
sereno
sono Noite.
carinho
laços
amigo
admiração
troca de confidências Amizade.
ORIENTAÇÕES •
•
•
Escolha uma ou mais palavras descobertas nas respostas anteriores e, com elas, produza um poema. Você não precisa usar as palavras da atividade, mas contemplar a ideia central identificada no conjunto de palavras. Não se esqueça de empregar os recursos poéticos que conheceu neste capítulo. Você poderá produzir um poema com uma ou mais estrofes, um poema de cordel, um poema visual... Poderá também lançar mão dos conhecimentos sobre ritmo, linguagem figurada, sonoridade e rima. Ilustre o poema e o envie para um de seus colegas como brincadeira de amigo-secreto. Seu professor lhe dará as orientações necessárias para essa brincadeira.
AVALIAÇÃO
Professor, a brincadeira do amigo-secreto (amigo-oculto ou amigo invisív el) é muito conhecida, mas, caso não seja de seu conhecimento, há orientações sobre os procedimentos no Manual. Peça aos alunos que, no dia da entrega do poema ao amigo, tragam ou confeccionem um envelope.
Você já conhece os elementos que compõem um poema, não é mesmo? Anote no caderno que elementos a seguir você utilizou.
1. Organizou o poema em versos? 2. Usou linguagem figurada? 3. Criou efeitos de sentido por meio da combinação de palavras? 4. Construiu seus versos com rimas? Lembre-se de que as rimas nem sempre aparecem em textos poéticos, portanto seu poema pode ou não apresentá-las.
Projetos em ação Professor, veja no Manual os objetivos desta atividade.
Exposição sobre a história do bairro O tema que abordamos neste capítulo foi a relação entre as pessoas. Para ilustrarmos um pouco essa temática, que tal fazermos uma exposição sobre os relacionamentos vivenciados em nosso bairro? Oriente-se pela sequência apresentada a seguir para realizar esse projeto.
155
ORIENTAÇÕES Etapa 1
Coleta de informações •
•
•
Faça uma coletânea de depoimentos de pessoas que morem há bastante tempo em seu bairro. Tente descobrir, se possível, se há vizinhos que morem nele há mais de vinte anos. Você pode pedir que lhe contem um pouco da história do lugar: como eram as casas, o comércio local, as relações entre os vizinhos, as brincadeiras de rua etc. Você pode gravar a conversa e depois transcrevê-la, fazer anotações enquanto conversa ou, ainda, pedir, caso seu vizinho não se importe, que ele lhe escreva um breve relato, registrando algo que considere importante. Fotografe pessoas e lugares. Se puder, também colete fotos antigas que possam contar a história de seu bairro. Peça-as emprestadas, tire uma cópia e devolva as fotos originais, para que elas não precisem ser manuseadas muitas vezes, pois poderiam ser amassadas e rasgadas. Seria interessante montar um painel com cópias de fotos novas e antigas, para que as pessoas pudessem perceber as mudanças na paisagem.
Etapa 2
Professor, incentive o aluno a buscar depoimentos de pessoas de idades variadas, explorando diferentes tipos de relação: familiar, amorosa, de amizade, profissional etc.
Montagem da exposição •
•
•
•
Com a ajuda de seu professor e de seus colegas, monte um painel com os trechos dos relatos que achar mais significativos para a apresentação do bairro. Se houver mais colegas da turma que morem no mesmo bairro, eles podem formar um grupo. Mãos à obra! A seguir, acrescente ao painel as fotos que conseguiu. Não se esqueça de colocar legenda nas fotos para que as pessoas possam saber a que se refere a imagem, o que se pretendeu destacar com ela. Se forem muitos relatos e muitas fotos, vocês podem criar mais de um painel. Pergunte a seus vizinhos se eles gostariam de participar da exposição, emprestando objetos antigos: roupas, cartas, brinquedos, moedas, aparelhos domésticos etc. A turma deve organizar o espaço e, se possível, convidar pessoas da comunidade para a exposição. Quanto mais pessoas visitarem o espaço, maior a certeza de que a história dos bairros representados será conhecida e preservada. Leia mais
Nesta unidade, um dos temas presentes nos textos foi o da amizade. Em livros, jornais, revistas e sites há textos que tratam sobre esse tema: mensagens, frases, poemas. Que tal coletar alguns desses textos, selecionar aquele que você considerou melhor para oferecer a um amigo e escrevê-lo ou anexá-lo a um e-mail para enviar a ele?
Preparando-se para o próximo capítulo Converse com as pessoas de sua casa e, em seu caderno, anote o nome de três elementos que, na opinião de sua família, fazem parte da cultura do homem do campo, da vida rural. Podem ser elementos relacionados a alimentação, música, festas, dança, trabalho, lazer, maneira de falar. Leia suas anotações no início do próximo capítulo, antes da seção Para começo de conversa .
156
UNIDADE
3
APRENDENDO COM A SABEDORIA POPULAR
Muitas histórias nos são passadas por meio da tradição oral, ou seja, de boca em boca, de geração para geração. Nesta unidade, você vai estudar vários causos, histórias populares contadas pelo povo do interior que, em geral, chegam até nós oralmente. Também vai estudar outro tipo muito antigo de história da tradição oral, do “tempo em que os animais falavam”: a fábula. Elas passaram a ser registradas por escrito somente após muitos anos, por importantes fabulistas como Jean de La Fontaine. Você perceberá que seus pais, avós, amigos, vizinhos e todas as pessoas de gerações anteriores à sua preservam uma cultura muito importante. Aprenderá que toda comunidade possui um legado cultural e que, conhecendo-o, você poderá fazer parte dessa corrente do saber e ajudará a preservá-lo. Bom trabalho!
157
O L U T Í P A C
1
HISTÓRIAS QUE O POVO CONTA
Para começo de conversa
Observe a imagem a seguir: i p o r a z z a M o i c á m A / s e m l i F M A P
Ator Mazzaropi, caracterizado como Jeca Tatu, caipira ingênuo que divertiu inúmeras plateias em filmes produzidos no Brasil principalmente nas décadas de 1950 e 1960.
1. Que palavras vêm a seu pensamento ao observar essa foto? Resposta pessoal.
2. A personagem representada na foto vive em um ambiente rural, onde é comum as pessoas contarem histórias em volta da fogueira, perto do fogão a lenha etc. a) Pense em uma história que essa personagem poderia contar. b) Que tipo de história seria essa? Resposta pessoal. Os alunos poderão citar lendas, causos, histórias de assombração etc.
3. Você gosta de ouvir histórias? Histórias reais ou fictícias? Por quê? Resposta pessoal.
4. Leia a história a seguir e verifique se ela é parecida com aquela que você imaginou ao responder à atividade 2.
Professor, depois dessas questões, é interessante ler a biografia de Mazzaropi (foto) que está no Manual.
158
Prática de leitura
Texto 1 – Causo Num rancho às margens do Rio Pardo Era um matuto dos bons e vivia num rancho às margens do Rio Pardo, perto de Cajuru. Seu Ico era o apelido dele. Acreditava em tudo que via e ouvia. E tinha opiniões muito firmes sobre coisas misteriosas. Adora va contar casos de assombração e outros bichos: – Fui numa caçada de veado no primeiro dia da quaresma! Ai, ai, ai! Num pode caçá na quaresma, mas eu num sabia. Aí apareceu a assombração! Arma penada do otro mundo. E os cachorro disparô. Foro tudo pro corgo pra modi fugi da bicha... Veado que é bão nem nu pensamento, pruque eis tamém pressintiru a penuria passanu ali pertu! – Mas era assombração mesmo, seu Ico? – Pois u que havera di sê? Esse mundo é surtido! Pois no mundo sortido do seu Ico também tinha saci! – Quando é que o senhor viu saci, seu Ico? – Ara! Vi a famia toda, num foi um saci só... Tinha o saci, a sacia gravi (ele queria dizer grávida) , e os sacizim em riba da mãe, tudo pulano numa perna... – E o que eles fizeram ou disseram pro senhor? – Nada... O saci cachaço inda ofereceu brasa pro meu paiero (tradução: o saci-pai acendeu o cigarro de palha dele). Gardicido!, eu disse... e entrei pa dentro modi num vê mais as tranquera... E mula sem cabeça? Ah, seu Ico garante que existe: – Essa eu nunca vi, mas ouvi o rinchado dela umas par de veis... E otro que eu tamém vi foi o tar de lobisome! Ê bicho fei! Mai num feis nada... desvirô num cachorro preto e sumiu presse mundão de meu Deus. Agora, em dia de pescaria, aparece muito é caboco-d’água. Um caboquim pretim e jeitado que mora dentro do rio... Ah, e tem que vê tamém o caapora. Grandão qui nem ele só, com um corpo peludo. Bichu fei! E o curupira! Vichi Maria, é fei dimais, tem pé virado pa trais... – E com tudo isso o senhor ainda se arrisca a ir pro meio do mato, seu Ico? – Pois vô sem medo! Qué sabê? – Dá uma gargalhada rouca e faz um ar maroto. – Qual! Tenho muito, mais muito mais medo é de gente vivo!
h a t ó J
EQUIPE Xico da Kafua, 24 nov. 2007. Disponível em: . Acesso em: 8 jan. 2015.
159
POR DENTRO DO TEXTO
1. Copie a afirmativa a seguir no caderno e complete-a com as informações corretas sobre o texto. Nesse texto, um narrador fala sobre seu ▲, um homem do ▲ que diz ter visto diferentes tipos de ▲. Para descrever o matuto, o narrador apresenta sua conversa com ele. Ico, interior, assombrações.
2. Releia as perguntas ou comentários que o narrador dirige a seu Ico. – Mas era assombração mesmo, seu Ico? [...] – Quando é que o senhor viu saci, seu Ico? [...] – E o que eles fizeram ou disseram pro senhor? •
Qual é a intenção do narrador ao fazer essas perguntas? Ele faz perguntas a seu Ico para direcionar a conversa, estimular o contador a falar sobre diferentes assuntos ou aprofundar a descrição do que ele já está contando.
3. O narrador, além de mostrar ao leitor os causos de seu Ico, retrata-o como uma personagem bem interiorana. Destaque palavras, expressões ou frases que identifiquem seu Ico como tal. “Um matuto dos bons”; “vivia num rancho”; “acreditava em tudo que via e ouvia”; “tinha opiniões muito firmes sobre coisas misteriosas”; “adorava contar casos de assombração e outros bichos”.
4. É possível dizer que há dois narradores no texto que você leu: um que conta a história de seu Ico e outro que é o próprio Ico – personagem que também narra suas histórias ao longo do texto. •
Considerando essas informações, responda: Qual dos dois narradores pode ser considerado um “contador de causos”? Seu Ico, pois é ele quem narra histórias que envolvem assombrações e personagens lendárias .
5. Quais são os seres sobrenaturais citados por seu Ico?
Assombração (alma penada), família de sacis, mula sem cabeça, lobisomem, caboclo-d’água, caipora e curupira. IMPORTANTE SABER
O texto “Num rancho às margens do Rio Pardo” fala sobre os seres criados pela rica imaginação popular: o saci, a mula sem cabeça, o lobisomem. As histórias que contam fatos sobre esses seres são chamadas lendas.
6. Releia o trecho a seguir e responda às próximas questões. – Fui numa caçada de veado no primeiro dia da quaresma! Ai, ai, ai! Num pode caçá na quaresma, mas eu num sabia. Aí apareceu a assombração! a) Seu Ico faz referência a uma crendice popular relacionada a um fato religioso. Qual é ela? Atividades que não podem ser realizadas durante a quaresma (quarenta dias que antecedem a Páscoa cristã), como caçar.
b) As crendices populares estão presentes no cotidiano. Cite algumas que você conhece. Resposta pessoal. Possibilidades: acreditar que atitudes como passar embaixo de escada, ver gato preto em noite de sexta-feira, quebrar espelho trazem azar.
7. Você já viu um contador de causo pessoalmente ou pela TV? Conte para seus colegas. Resposta pessoal. Professor, incentive a socialização das vivências.
DE OLHO NO VOCABULÁRIO •
160
Em seu caderno, copie, das frases a seguir, as palavras cujo significado você desconheça. Primeiro, tente descobrir o sentido dos termos, observando a relação que estabelecem com outras
palavras. Depois, pesquise as palavras no dicionário e anote o significado que seja mais adequado ao contexto. a) “Era um matuto dos bons [...]”
Era um caipira dos mais típicos, dos mais autênticos, original.
b) “Dá uma gargalhada rouca e faz um ar maroto.”
Dá uma gargalhada rouca e faz um ar de esperto, brejeiro.
IMPORTANTE SABER
Os causos são histórias de tradição oral, contadas, geralmente, em uma linguagem espontânea, que registra o jeito de falar típico de determinada região ou localidade. Envolvem fatos pitorescos, reais, fictícios ou ambos; e podem ou não envolver o narrador. Os contadores de causos apresentam vários recursos que costumam prender a atenção de seus ouvintes, como entonação, gestos, suspense, efeitos de surpresa, humor etc. Características como sotaque e vocabulário da região são naturais a muitos deles.
Na trilha da oralidade
Linguagem oral e escrita 1. Observe a maneira como seu Ico fala, lendo as frases destacadas no texto na cor roxa. A fala de seu Ico é mais comum no meio rural ou no meio urbano? No meio rural.
•
Que informação do texto confirma a resposta anterior? “[...] vivia num rancho às margens do Rio Pardo, perto de Cajuru.” Professor, se possível, leve um atlas para a sala e peça aos alunos que localizem o Rio Pardo.
Professor, durante a realização de todas as atividades desta sequência, é fundamental reforçar com os alunos a importância da compreensão das diferentes variantes linguísticas (regional, cultural, histórica, sociocultural etc.) e do respeito às suas origens e contextos de produção.
IMPORTANTE SABER
No texto, seu Ico conta seus causos em uma linguagem que busca representar o jeito de falar próprio de certas regiões do interior do estado de São Paulo: o caipira. Esse falar não é registrado na escrita exatamente da mesma maneira como o povo o emprega, pois um texto escrito não pode reproduzir o jeito como as pessoas falam, ele apenas o representa.
2. Explique o que você entendeu destas expressões de seu Ico: a) “Foro tudo pro corgo pra modi fugi da bicha...” Foram todos para o córrego para fugir da assombração. b) “[...] e os sacizim em riba da mãe, tudo pulano numa perna...” ... e os pequenos sacis em cima da mãe, todos pulando numa perna só. c) “[...] Gardicido!, eu disse...” Professor, o objetivo dessa atividade é desvendar o significado dessas palavras e construções que podem ser desconhecidas dos alunos, para que eles possam Agradecido, eu disse... compreendê-las melhor. A atividade não visa a uma transposição da fala caipira d) “Esse mundo é surtido!” para as normas urbanas de prestígio , visto que isso descaracterizaria o texto. Esse mundo é sortido, variado, tem coisas de todo tipo.
3. Será que todas as expressões usadas por seu Ico são empregadas apenas no falar caipira? Leia as frases a seguir:
Não pode caçá neste lugar.
Qué sabê?
Pois vô sem medo.
Disparô o alarme do carro!
161
a) Você identificou se alguma dessas palavras faz parte do seu jeito de falar? Resposta pessoal. Professor, espera-se que o aluno perceba que a supressão dou e r finais é comum na fala dos brasileiros.
b) Quando conversamos, é comum não pronunciarmos o r nem o u finais. Por exemplo: em vez de dizer “caçar”, dizemos caçá ; em vez de dizermos “disparou”, dizemos disparô . Por que Na língua falada (principalmente em situações informais), é natural que não pronunciemos isso acontece? todos os fonemas (sons) das palavras. c) O falar caipira pode ser considerado incorreto? Por quê?
Não. Professor, espera-se que, depois de ter refletido a respeito da variação linguística, o aluno compreenda que o falar caipira é uma variedade da língua e não um erro. Se necessário, retome o assunto para que não haja confusão.
4. O texto das falas de seu Ico teria o mesmo efeito se fosse passado para as normas urbanas de prestígio da língua portuguesa? Converse sobre isso com seus colegas. Não. Ele perderia a sua originalidade e naturalidade. A personagem ficaria bastante descaracterizada.
5. Você acha que um contador de causo nordestino ou gaúcho contaria essa história da mesma maneira? Por quê? Não, pois, embora haja algumas expressões usadas de maneira semelhante por esses falantes, as variedades regionai s, o sotaque e o jeito de se expressar são diferentes.
6. No último parágrafo do texto, o narrador descreve a expressão de seu Ico. Transcreva em seu caderno o trecho em que isso aparece. “Dá uma gargalhada rouca e faz um ar maroto.”
7. Os gestos, a entonação da voz, o jeito de olhar, as pausas e risadas são importantes para um contador de causos? Por quê? Sim, porque todos esses elementos contribuem para dar mais informações ao ouvinte (interlocutor) sobre o causo. São formas não verbais de co municação que reforçam a língua oral.
IMPORTANTE SABER
As marcas da linguagem oral não se restringem às palavras. Outros recursos costumam fazer parte dela, como gestos, expressões faciais, olhar, risos, pausas, movimentos de cabeça do falante. Esses recursos podem ser empregados para tornar a comunicação mais eficiente.
8. Releia a última fala de seu Ico: – Qual! Tenho muito, mais muito mais medo é de gente vivo! •
Escolha, dentre as alternativas a seguir, a que melhor descreve seu Ico. Copie a escolhida em seu caderno. a) Seu Ico é um verdadeiro contador de causos, que busca convencer o ouvinte de que não tem medo de assombração e de seres misteriosos e de que eles existem. b) Seu Ico é o tipo de pessoa que acredita desacreditando. c) Seu Ico é um verdadeiro contador de causos porque acredita nas histórias que conta. Alternativa “c”.
9. Você conhece alguém que goste de contar causos, histórias divertidas ou assustadoras? Se conhece, como é o jeito como essa pessoa fala? Ela usa uma linguagem parecida com a linguagem usada pelas pessoas do campo ou da cidade? Converse com o professor e os colegas. Professor, estimule o compartilhamento positivo das vivências da turma.
162
Reflexão sobre o uso da língua
Verbo (II) 1. Observe a frase a seguir: [...] o saci-pai acendeu o cigarro de palha dele [...] a) Que ação é apresentada nesse trecho? b) Quem pratica essa ação?
A ação de acender o cigarro.
O saci-pai.
c) O fato relatado já ocorreu ou está ocorrendo? Como você chegou a essa conclusão? Já aconteceu. A palavra “acendeu” indica tempo passado.
2. Observe o tempo dos verbos no trecho a seguir: E mula sem cabeça? Ah, seu Ico garante que existe [...] a) Eles estão no presente, no passado ou no futuro?
Estão no presente.
b) Por que o narrador empregou esse tempo do verbo nesse trecho? Professor, é importante ressaltar que o narrador, ao usar o tempo presente, atualiza a fala de seu Ico, como se ele garantisse ainda hoje a existência dos seres citados no texto.
Resposta possível: O uso desse tempo verbal quer passar a impressão de que a conversa está acontecendo no momento atual.
IMPORTANTE SABER
Os verbos sofrem variações de acordo com o tempo e com as pessoas do discurso aos quais estão relacionados.
3. Leia as frases a seguir e responda ao que se pede. Esse mundo é surtido! 3a pessoa do singular (ele)
Seu Ico era um matuto dos bons. 3a pessoa do singular (ele)
Eu era um ouvinte atento dos “causos” de seu Ico. 1a pessoa do singular (eu)
a) Que tempo expressam os termos “é” e “era”? Expressam tempo presente e tempo passado, respectivamente.
163
b) A que expressões eles estão relacionados?
Às expressões “esse mundo” e “seu Ico”, correspondentes à 3a pessoa do discurso nas duas primeiras frases, e a “eu” (o narrador), na terceira frase.
c) Pensando nas respostas que você deu, é possível afirmar que as palavras “é” e “era” são verbos? Por quê? Sim, porque variam de acordo com o tempo e com as pessoas do discurso.
d) As palavras “é” e “era” indicam ação ou modo de ser? Explique sua resposta. Indicam modo de ser porque dão uma característica ao “mundo”, ao “seu Ico” e ao “eu”.
IMPORTANTE SABER
Além de expressar ações, os verbos podem indicar modos de ser, estado e fenômeno da natureza. Leia este trecho de canção: Amanheceu , peguei a viola botei na sacola e fui viajar. Sou cantador
e tudo nesse mundo vale pra que eu cante e possa praticar. TEIXEIRA, Renato. Amanheceu, peguei a viola. Amizade sincera. São Paulo: Sony BMG Music Entertainment, 1990. CD. Disponível em: . Acesso em: 30 jan. 2015.
“Amanhecer” é um verbo que expressa fenômeno da natureza. “Pegar”, “botar”, “viajar”, “cantar” e “praticar” são verbos que expressam ações. “Ser” é um verbo que expressa o modo de ser. Quando dois ou mais verbos se unem para expressar uma ideia, temos uma locução verbal. Veja:
Amanheceu, peguei a viola / botei na sacola e fui viajar . locução verbal
Sou cantador / e tudo nesse mundo / vale pra que eu cante e possa praticar . locução verbal
APLICANDO CONHECIMENTOS
1. Em seu caderno, passe para o plural os termos em destaque, fazendo as adaptações necessárias. a) Você sabe o que é um azucrim? Vocês sabem o que é um azucrim? b) Esta é a forma usada também nas peças de Gil Vicente. Estas são as formas usadas também nas peças de Gil Vicente. c) Como é que o caipira diz “amanhã”? Como é que os caipiras dizem “amanhã”? d) O caipira fala muito certo. Os caipiras falam muito certo. e) E, se for a um circo, o caipira vai ver os “alifantes”. E, se forem a um circo, os caipiras vão ver os “alifante s”. f) Ele também é contador de causos? Eles também são contadores de causos? g) Meu irmão não tem medo de assombração. Meus irmãos não têm medo de assombração. 164
h) A viola também faz parte da cultura brasileira.
As violas também fazem parte da cultura brasi leira.
i) O contador de causos precisa cativar os ouvintes. j) Eu sou especialista em cultura caipira.
Os contadores de causos precisam cativar os ouvintes.
Nós somos especialistas em cultura caipira.
k) Você nasceu no interior? Vocês nasceram no interior?
2. Que mudanças tiveram de ser feitas na forma do verbo das frases da atividade 1? Por quê? A forma de todos os verbos mudou; foram flexionados para o plural para concordarem com o termo a que essas formas se referem.
3. Leia este texto: a g n u l a K
a t s i v e R
Revista Kalunga . São Paulo, ano XXXIII, n. 179, dez. 2005.
a) Que relação é possível estabelecer entre Rolando Boldrin e seu Ico?
Ambos são contadores de causos.
b) Que palavras do texto buscam representar o jeito de falar do caipira?
“Causo”, “contadô”, “cantadô”, “proseando”.
c) Qual você acha que é a intenção do autor em dar ao texto o título “O Brasil de ‘causo’ pensado”? Criar um trocadilho entre as palavras “caso“ e “causo“, pois tratará da importância dos causos.
165
d) Podemos observar que a maioria dos verbos utilizados no texto está no tempo passado. Por que o narrador optou por usar os verbos nesse tempo? Copie do último parágrafo a frase que confirPorque todas essas ações ocorreram no passado, fazem parte do passado de Rolando ma a sua resposta. Boldrin. A frase que confirma a resposta é: “Hoje, isso é passado, mas seus ‘causos’ não”. e) O texto relata acontecimentos da vida de Rolando Boldrin. Identifique uma sequência de acontecimentos e destaque a palavra que mais informa sobre cada acontecimento. Possibilidade: Depois de viver oito anos na vizinha Guaíra, retornou à terra natal e pegou a estrada para tentar a vida. “Viver”, “retornou” e “pegou”.
f) O que você compreendeu da expressão “tirar o Brasil da gaveta”?
Resposta pessoal. Professor, verifique se o aluno teve uma compreensão coerente da expressão figurada, que pode ser entendida como resgatar, trazer à tona elementos da cultura brasileira que estavam esquecidos.
4. Agora leia outro texto:
a g n u l a K
a t s i v e R
Revista Kalunga . São Paulo, ano XXXIII, n. 179, dez. 2005. •
O texto acima é um anúncio publicitário, cuja intenção é divulgar o lançamento da coleção de CDs “Vamos tirar o Brasil da gaveta!”.
a) Com base nessa informação, que novo sentido pode ser atribuído à expressão “tirando o Brasil texto da atividade 3, o autor se refere, também, ao nome da coleção de Rolando Boldrin, pois tinha da gaveta” no texto da atividade 3? No conhecimento do lançamento dos CDs. Professor, ao mesmo tempo em que a expressão é usada para dizer que Rolando Boldrin está resgatando a cultura, também serve para se referir ao lançamento, à divulgação da coleção de CDs.
b) Copie no caderno uma locução verbal que aparece no texto acima. “Vamos tirar”.
c) O uso dessa locução verbal revela a intenção do anúncio. Qual é ela?
Fazer um convite aos leitores para que tirem o Brasil da gaveta, ou seja, para que entrem em contato com o cancioneiro popular comprando a coleção de CDs.
Momento de ouvir
Quem já não ouviu dizer que “quem conta um conto aumenta um ponto”? É esta a origem do causo, uma história curta – real ou inventada –, contada por alguém que, para impressionar quem está ouvindo, acrescenta uma boa dose de exagero e imaginação... Existem causos de terror, causos de humor... Contá-los é uma diversão popular no interior do Brasil, onde os compadres – em vez de se juntarem em torno da televisão – ainda apreciam se reunir para trocar suas histórias. Algumas delas já foram ouvidas muitas e muitas vezes, mas quem se importa? A graça do causo está na maneira a história encontra-se na Coletânea de textos do Manual. Durante a leitura, como ele é contado. Quer ver? Professor, chame a atenção dos alunos para as características da linguagem utilizada no texto. 166
Prática de leitura
Texto 2 – Causo ANTES DE LER
Substitua os símbolos distribuídos no texto a seguir pelas palavras do quadro para completar seu sentido. Escreva as frases que foram completadas no caderno. acordou
resolveu
parou
encontrou
levava
pediu
perguntou
O defunto vivo Um homem dirigia um caminhão que ▲levava um caixão de defunto para ser entregue numa cidade pediu próxima. No caminho, um sujeito ▲ carona e o motorista respondeu que ele poderia viajar na parte de trás, junto com o caixão. Foi quando começou a chover, e o caroneiro, não tendo onde se esconresolveu der da chuva, ▲ abrigar-se dentro do h a t ó caixão. Com o balanço da viagem, ele J acabou pegando no sono. Ao longo do caminho o motorista encontrou ▲ mais pessoas pedindo carona, e recolheu a todas. Num momento em que a carroceria já estava apinhada de gente, o caminhão deu um solavanco ao passar acordou por um buraco na estrada. A sacudida ▲ o dorminhoco, que abriu a tampa do parou perguntou caixão e ▲: “Será que já ▲ de chover?” Foi um deus nos acuda. As pessoas se jogaram do caminhão e dizem que até hoje ainda tem gente correndo... Dr. Eco e Companhia. São Paulo: Paulus, ago. 1996.
CONFRONTANDO TEXTOS
1. Compare o causo sobre seu Ico (texto 1) com “O defunto vivo” e identifique qual deles apresenta o falar caipira e qual apresenta uma linguagem mais próxima das normas urbanas de prestígio. O causo sobre seu Ico apresenta o falar caipira. Já o causo “O defunto vivo” apresenta uma linguagem mais próxima das normas urbanas de prestígio.
2. Compare agora a estrutura dos dois textos. Copie em seu caderno só os aspectos que são comuns a ambos os textos. O aluno não deve copiar os itens “c” e “e”, que só ocorrem no texto do seu Ico. a) A maioria dos verbos no passado. b) Palavras ou expressões localizam os fatos no tempo e no espaço. c) O narrador envolvido na história. d) Humor. 167
e) Um título que expressa o humor do texto. f) Fala de personagens. personagens.
3. De que maneira cada um dos textos provoca humor?
No primeiro, o humor é provocado pela maneira como seu Ico conta a história (o contador tem a intenção de provocar risos, ressaltando o modo como seu Ico “enfeita” a história); no segundo, os fatos da história é que são engraçados.
Reflexão sobre o uso da língua
Verbo (III) 1. Nos causos que você leu, são usados alguns recursos para situar os fatos no tempo ou para in-
formar sobre ações das personagens ou, ainda, para dar continuidade ao fato narrado, enfim, para ajudar a construir a história. •
Em seu caderno, copie, do texto 2, as palavras ou expressões que indicam os elementos solicitados: solicitados:
a) personagens da história; “Um homem”, “um sujeito”, “o motorista”, “o caroneiro”, “pessoas”, “o dorminhoco”. b) tempo tempo em que os fatos ocorrem;
“Foi quando”, “num momento”, “até hoje”.
c) diferentes lugares onde os fatos ocorreram; “Numa cidade próxima”, “no caminho”, “dentro do caixão”. d) ações feitas pelas personagens (copie algumas delas).
“Dirigia”, “levava”, “pediu”, “encontrou”, “acordou” etc.
2. Releia o texto “O defunto vivo” e, depois, observe os verbos a seguir. Copie em seu caderno aqueles que não expressam ideia de tempo, ou seja, aqueles que não localizam os fatos no tempo. Abrigar, chover e dirigir.
abrigar
levava correndo
pediu chover
respondeu dirigir
a) Agora, verifique se as palavras p alavras que você copiou podem ser localizadas localizadas no dicionário.
Sim.
b) As palavras que não foram copiadas podem ser localizadas no dicionário da maneira como estão escritas? Como você as encontra no dicionário? Não é possível localizá-las no dicionário, pois se tratam de verbos na forma conjugada. Para encontrá-las, é preciso procurá-los no infinitivo. Professor, é interessante fazer a leitura do próximo quadro com os alunos para que eles possam perceber que somente os verbos no infinitivo podem ser encontrados no dicionário.
IMPORTANTE SABER
Quando o verbo não se refere refere a nenhuma pessoa ou tempo verbal, dizemos que ele está no infinitivo. infinitivo. Em português, todos os verbos pertencem a três conjugações e, para identificar a que conjugação um verbo pertence, é preciso colocá-lo no infinitivo e examinar sua terminação.
168
1a co conjugação: AR
2a co conjugação: ER
3a conjugação: IR
abrigar
responder
pedir
levar
correr
dirigir
APLICANDO CONHECIMENTOS
1. Escreva no infinitivo os verbos em destaque no trecho a seguir e indique a conjugação a que pertencem. Encontrar – 1 conjugação; pedir – 3 conjugação; recolher – 2 conjugação; estar – 1 conjugação; dar – 1 conjugação. a
a
a
a
a
Ao longo do caminho o motorista motorist a encontrou mais pessoas pedindo carona, e recolheu a todas. Num momento em que a carroceria já estava apinhada de gente, o caminhão deu um solavanco ao passar por um buraco na estrada.
2. Um verbo da 2a conjugação que aparece no texto “O defunto vivo” expressa um fenômeno da natureza. Qual é esse fenômeno? Chover.
Prática de leitura
Texto 3 – Causo ANTES DE LER Vista aérea da Floresta Amazônica.
A seguir, você vai ler uma história curiosa que se passa nos Pampas gaúchos. Você Você conhece essa região do país? Indique em seu caderno qual foto representa essa área e justifique sua resposta.
2
o n i K / s o t n a S r e n g a W
Foto 1. Resposta pessoal.
o n i K 1 / á S o i n o t n A o c r a M
3
o n i K / . r J o l a P o d l o r a H
Gaúcho nos pampas.
Caatinga em Jaicós, Piauí.
169
Agora, leia e divirta-se com o próximo texto escrito, pelo grande gr ande escritor gaúcho Mário Quintana. Ele retrata, de forma bem-humorada, o espanto e a reação da população de uma pequena cidade diante da chegada inesperada de “um bicho estranho”: o automóvel. Trata-se de uma história curta, repleta de palavras e expressões típicas do Rio Grande do Sul. Por isso, para entendê-la, consulte o Glossário.
Aquele animal estranho e stranho Os do Alegrete dizem que o causo se deu em Itaqui, os de Itaqui dizem que foi no Alegrete, outros juram que só poderia ter acontecido em Uruguaiana. Eu não afirmo nada: sou neutro. Mas, pelo que me contaram, o primeiro automóvel que apareceu entre aquela brava indiada , eles o mataram a pau, pensando que fosse um bicho. A história foi assim como já lhes conto, metade pelo que ouvi dizer, metade pelo que inventei, e a outra metade que sucedeu às deveras . Viram? É uma história tão extraordinária mesmo que até tem três metades... Bem, deixemos de filosofanças e vamos ao que importa. A coisa foi f oi assim, assi m, como eu tinha ti nha começado come çado a lhes lh es contar. conta r. Ia um piazinho estrada fora no seu petiço – trop, trop, trop, trop – (este é o barulho ba rulho do trote) t rote) – quando, quand o, de repente, ouviu – fufufupubum! fufufupubum chiiiipum! E eis que a “coisa”, até então invisível, apontou por detrás de um capão, bufando que nem touro brigão, saltando que nem pipoca, se traqueando que nem velha coroca, chiando que nem chaleira derramada e largando fumo pelas ventas como a mula sem cabeça. “Minha Nossa Senhora!” O piazinho deu meia-volta e largou numa disparada louca rumo da cidade, com os olhos do tamanho de um pires e os dentes rilhando , mas bem cerrados para que qu e o coração aos corcoveios não lhe saltasse pela boca. É claro que o petiço ganhou luz do bicho, pois no tempo dos primeiros autos eles perdiam para qualquer matungo. Chegado que foi, o piazinho contou a história como pôde, mal e mal e depressa, que o tempo era pouco e não dava para maiores explicações, pois já se ouvia o barulho do bicho que se aproximava. Pois bem, minha gente: quando este apareceu na entrada da cidade, caiu aquele montão de povo em cima dele, os homens uns com porretes, outros com garruchas que nem tinham tido tempo de carregar de pólvora, outros com boleadeiras , mas ma s todos de pé, porque também nem houvera tempo h a para montar, e as mulheres umas empunhando as t ó J suas vassouras, outras as suas pás de mexer marmelada, e os guris, de longe, se divertindo com os seus bodoques , cujos tiros iam acertar em cheio nas costas dos combatentes. E tudo abaixo de gritos e pragas que nem lhes posso repetir aqui. Até que enfim houve uma pausa para respiração. O povo se afastou, resfolegante, e abriu-se uma clareira, no meio da qual se viu o auto emborcado, amassado, quebrado, escangalhado, e não digo que morto porque as rodas ainda giravam no ar, nos últimos transes de uma teimosa agonia. E, quando as rodas pararam, as pobres, eis que o motorista, milagrosamente salvo, saiu penosamente engatinhando por debaixo dos escombros de seu ex-automóvel. – A la pucha! – exclamou então um guasca , entre espantado e penalizado – o animal deu cria! QUINTANA, Mário. Sapo amarelo. amarelo. São Paulo: Global, 2006.
170
POR DENTRO DO TEXTO
1. O que mais chamou a sua atenção na história? Resposta pessoal. 2. O narrador do causo ora se apresenta como uma personagem da história, ora como alguém que
apenas observa a cena (narrador-observador) sem estar envolvido nos acontecimentos. acontecimentos. Localize no texto o que se pede. a) Um trecho que comprova a participação do narrador na história. “Eu não afirmo nada: sou neutro.” b) Um trecho em que o narrador aparece como observador. “O piazinho deu meia-volta e largou numa disparada louca [...]“
3. No quarto parágrafo, o piazinho encontra “a coisa”. Fica muito assustado e ruma para a cidade. a) Faça duas listas: em uma, relacione as ações da “coisa” e, na outra, as ações dos moradores da da coisa: bufando, saltando traqueando, chiando, largando. Ações dos moradores da cidade: hocidade quando a “coisa” lá chegou. Ações mens, mulheres e crianças tomaram suas armas e bateram no carro, atiraram nele, enquanto praguejavam. b) Dê dois exemplos de comparações feitas pelo narrador para descrever “a coisa”. c)
Possibilidades: “[...] bufando que nem um touro brigão [...]”; “[...] saltando que nem pipoca [...]” ; “[...] traqueando que nem velha coroca [...] “; “[...] chiando que nem chaleira [...]”; “[...] largando fumo pelas ventas como a mula sem cabeça“. Quem usou a expressão “Minha Nossa Senhora!” no texto? O piazinho usou essa expressão.
d) O que o uso dessa expressão indica sobre a personagem no momento de sua enunciação? A expressão indica que, no momento da fala, a personagem ficou com medo, levou um susto.
TEXTO E CONTEXTO
1. Você acha que essa história poderia ter ocorrido na realidade? Por quê? Respostas pessoais. 2. Você já ouviu alguma história sobre o espanto de uma ou várias pessoas diante de um fato novo, de uma nova invenção? invenção? Conte para os colegas.
3. Você acha que novas descobertas podem mudar a vida das pessoas, o modo de elas pensarem e agirem? Dê um exemplo.
DE OL OLHO HO NO VO VOCA CABU BUL L RI RIO O
Observe os trechos a seguir. Como você transmitiria as mesmas ideias, utilizando expressões típicas de sua região? Escreva em seu caderno. Respostas pessoais de acordo com os falares das regiões onde os alunos vivem. a) “[...] eles o mataram a pau.” b) “Ia um piazinho estrada fora no seu petiço [...]” c) “O povo se afastou, resfolegante [...]” d) “A la pucha! – exclamou então um guasca, entre espantado e penalizado – o animal deu cria!” Na trilha da oralidade
Contação de causo Forme um grupo com quatro ou cinco colegas para realizar a pesquisa e o registro de um causo. Se não conhecerem nenhum, pesquisem junto a familiares, amigos e vizinhos. Depois, escolham um dos participantes do grupo para contar o causo para os demais alunos da turma, de acordo com a programação estabelecida pelo professor. Para a “contação”, sigam as etapas apresentadas a seguir. seguir. 171
ORIENTAÇÕES 1. Se possível, assistam à apresentação apresentação de um contador de histórias ao vivo ou em vídeo. Iden-
tifiquem os recursos empregados pelo p elo contador: efeitos sonoros; adereços, figurinos; cenário, se houver (fundo ou objetos que o compõem); desempenho do contador (entonação da voz, expressões faciais, dança, canto, entre outros). Observe também se a linguagem usada foi entendida pelo público, se houve interação com a plateia, situações de humor etc.
2. Com base nos recursos estudados, preparem a apresentação considerando as orientações: Contar uma história não é fazer leitura leitura dramatizada, não é ler o texto em voz alta, alta, nem representar uma peça teatral: é contar a história usando o seu estilo pessoal, empregando diferentes recursos para incrementá-la. Para decidir que recursos irão usar na apresentação, selecionem trechos marcantes do causo, que servirão de inspiração para destacar: nesses trechos, explore as expressões gestuais, faça pausas para criar suspense, module a voz para imitar o falar das personagens. Utilize os verbos verbos no presente para dar um tom de novidade novidade aos fatos narrados. Se for possível conseguir um aparelho aparelho de som, selecione uma música música para acompanhar sua apresentação ou trechos delas.
•
•
• •
3. Para atrair a atenção da plateia, o contador precisa planejar com antecedência: • • •
a memorização da sequência da história; história; o uso de comentários de humor e interação interação com o público; se fará uso de algum figurino ou adereço para providenciá-lo com antecedência.
4. Para preparar a apresentação, o contador precisa ensaiar várias vezes, vezes, ajudado pela observação dos integrantes do grupo.
Professor, sugerimos que acompanhe os ensaios dos contadores, da ndo a eles orientações complementares, de acordo com as dificuldades apresentadas na preparação desse gênero oral.
Produção de texto
Causo Escolha um dos causos contados em sua sala de aula para registrá-lo por escrito. Depois desse registro, a oralização dos novos textos pode ser realizada em uma roda de leitura. PLANEJE SEU TEXTO
Professor, esta seção não tem como objetivo a produção de texto de autoria, mas a produção de um novo texto a partir de um texto oral, isto é, uma retextualização. No Manual, há considerações sobre os diversos tipos de retextualização. Sugerimos que o consulte antes de orientar a atividade a seguir.
Copie no caderno as questões apresentadas a seguir e responda a cada uma como modo de planejamento. Amplie o número de questões se julgar necessário. Verifique se cumpriu o planejado na hora de avaliar o texto.
Para escrever o causo 1. Qual é o público leitor do texto?
Colegas da sala e de outras turmas.
2. Que linguagem vou empregar?
Linguagem informal com marcas de oralidade.
3. Qual é a estrutura que o texto vai ter?
Organização em parágrafos; estrutura de discurso direto para os diálogos (caso eles apareçam no texto).
4. Onde o texto vai circular?
Em uma roda de leitura.
172
ORIENTAÇÕES PARA A PRODUÇÃO 1. Como, provavelmente, a origem de seu texto será um causo popular, terá muitas palavras e
expressões usadas na língua oral. Assim como ocorre no texto “Num rancho às margens do Rio Pardo”, é possível representar por escrito algumas palavras e expressões usadas pelas personagens ou pelos próprios contadores. Você se lembra das palavras e expressões típicas das conversações espontâneas, como eu acho que, aí, né, então, viu etc.? Elas podem ser usadas em seu texto, na fala das personagens, para fazer com que se aproximem do jeito de falar usado em determinadas situações. 2. O narrador pode relatar os gestos e as expressões faciais das personagens... Esse recurso torna a cena mais viva para o leitor. No texto “Num rancho às margens do Rio Pardo”, por exemplo, o narrador conta como foi o riso da personagem e indica sua expressão nesse momento: “Dá uma gargalhada rouca e faz um ar maroto”. 3. Se as personagens tiverem nomes, registre-os na história; se não tiverem, você poderá criá-los de acordo com o ambiente e a situação narrada ou descrita. 4. Não se esqueça de usar as pontuações de diálogo caso seja necessário representar a fala das sugerimos que escolha um dos textos para analisar de que modo o aluno fez a retextualização do oral para o escrito. Verifique se há personagens. Professor, algum aluno que gostaria de ceder seu texto para estudo dessa atividade na sala de aula. Reproduza o texto (ou um trecho dele) em transparência
ou no quadro de giz e analise com os alunos as marcas de oralidade q ue foram acomodadas no texto escrito. Estabeleç a a relação dessas marcas com a ocorrência delas no causo realizado oralmente. Vá fazendo esse paralelo também com outros elementos do texto oral e escrito (retex tualizado) que possam ter correspondência entre si. Na roda de leitura, aproveite para apresentar as diferenças que existem entre o texto lido nessa roda (leitura em voz alta) e a contação do causo (em que se empregam mais recursos expressivos do que na leitura em voz alta).
AVALIAÇÃO E REESCRITA
1. Se houver palavras no texto com a função de representar a fala ou determinado termo usado em uma variedade linguística específica, mantenha-as no texto escrito, buscando encontrar um modo de registrá-las. Para ver exemplos desse tipo de representação, releia os causos do capítulo que apresentam marcas de oralidade e variantes linguísticas. Depois dessa consulta, verifique se seu texto empregou, na medida do possível, essas marcas. 2. Você fez uso da pontuação adequada para os trechos em que o discurso direto está presente? 3. Você deu um título ao texto? 4. Depois de revisá-lo, passe o texto a limpo e entregue- o ao professor. 5. Quando o professor devolver o texto, combinem um dia para a apresentação dos causos na roda de leitura.
Leia mais
Uma das formas de divulgação da cultura popular em geral são os almanaques. Os almanaques são uma espécie de periódico (folheto, livreto ou revista) com temas e informações variados: textos de curiosidades, jogos, charadas, artigos diversificados. Esse tipo de material impresso, muito popular nas gerações passadas, voltou a povoar as bancas e pode ser encontrado também na internet. Portanto, se você quiser ter acesso a esse universo de assuntos variados e muitas vezes curiosos, procure os almanaques, informe-se e divirta-se.
Preparando-se para o próximo capítulo Escolha um destes autores para pesquisar sobre ele: La Fontaine; Monteiro Lobato; Esopo. Descubra a época em que essa pessoa viveu, o que ela fazia e por que ficou conhecida. Depois, conte o resultado da pesquisa para a turma quando o professor solicitar. 173
O L U T Í P A C
2
HISTÓRIAS QUE ENSINAM
Para começo de conversa Depois de ter estudado os causos populares, que tal conhecer mais sobre outras maneiras de contar histórias? Você já percebeu que algumas histórias têm versões diferentes, isto é, são contadas de formas diferentes? Pois bem, sempre há quem queira continuá-las, modificá-las, contá-las de outra maneira. Vamos fazer essa experiência?
1. O ser humano sempre gostou de contar e ouvir histórias. Durante muitos séculos, as histórias
eram transmitidas apenas oralmente, passando de pais para filhos. Muitas tinham como objetivo transmitir uma lição de vida. Você conhece alguma história desse tipo? Conte para os colegas. Resposta pessoal.
2. Cite uma história que você considera inesquecível. Resposta pessoal.
3. Em que tipo de história os animais são personagens?
Os alunos poderão responder que os animais aparecem em muitos tipos de história. É possível que alguns alunos se lembrem das fábulas, histórias em que os animais falam e se comportam como seres humanos.
4. Há certo tipo de história que frequentemente acontece “no tempo em que os animais falavam”. Você conhece histórias assim? Conte para seus colegas. Resposta pessoal.
sabe o que é uma fábula? Você conhece alguma dessas histórias? Conte para os colegas. 5. Você Resposta pessoal. Prática de leitura
Texto 1 – Fábula A cigarra e as formigas Num belo dia de inverno as formigas estavam tendo o maior trabalho para secar suas reservas de trigo. Depois de uma chuvarada, os grãos tinham ficado completamente molhados. De repente aparece uma cigarra: – Por favor, formiguinhas, me deem um pouco de trigo! Estou com uma fome danada, acho que vou morrer. As formigas pararam de trabalhar, coisa que era contra os princípios delas, e perguntaram: – Mas por quê? O que você fez durante o verão? Por acaso não se lembrou de guardar comida para o inverno? – Para falar a verdade, não tive tempo – respondeu a cigarra. – Passei o verão cantando! 174
h a t ó J
– Bom... Se você passou o verão cantando, que tal passar o inverno dançando? – disseram as formigas, e voltaram para o trabalho dando risada. Moral: Os preguiçosos colhem o que merecem. ASH, Russell; HIGTON, Bernard. Fábulas de Esopo. 7. ed. São Paulo: Companhia das Letrinhas, 1994.
POR DENTRO DO TEXTO
1. Identifique na história os elementos indicados: a) personagens; A cigarra e as formigas. b) situação-problema a ser resolvida pela cigarra;
A cigarra não tem alimento e resolve pedi-lo para as formigas.
c) palavras ou expressões do texto que indicam o tempo e a duração dos acontecimentos da história. “Num belo dia de inverno” / “durante o verão”.
2. A cigarra tem sucesso ao tentar resolver seu problema? Por quê?
Não, porque as formigas julgam que a cigarra deveria ter trabalhado para conseguir seus alimentos em vez de passar os dias cantando.
3. Identifique o trecho que contém a lição que a fábula quer ensinar. “Moral: Os preguiçosos colhem o que merecem.”
4. Copie, no caderno, a afirmativa que informa o tempo em que se passa a fábula “A cigarra e as formigas”. O aluno deve copiar a afirmativa do último quadro.
A cigarra e as formigas conversam no verão sobre acontecimentos que ocorreram no inverno. As cenas da história perpassam as quatro estações do ano. O diálogo entre a cigarra e as formigas se passa no inverno. Elas conversam sobre fatos já ocorridos; sobre acontecimentos que ocorreram no verão. O diálogo entre a cigarra e as formigas se passa no inverno. Elas conversam sobre fatos que estão ocorrendo ainda no inverno.
5. É possível afirmar que essa fábula é um gênero textual que apresenta os principais elementos da narrativa? Explique.
Sim, a fábula apresenta personagens que agem em determinado tempo, a duração dos fatos, uma situação-problema (conflito), a resolução do conflito e o desfecho. Professor, para recordar esse assunto, os alunos poderão voltar ao quadroImportante saber apresentado no Capítulo 1 da Unidade 2.
TEXTO E CONTEXTO
1. Você acha que é possível comparar os acontecimentos dessa fábula com os que vivemos no dia a dia? Explique.
Resposta pessoal. Professor, a resposta é pessoal, mas é importante que o aluno perceba que o conteúdo da fábula pode ser contextualizado, trazido para os dias atuais.
IMPORTANTE SABER
A fábula apresenta uma situação-problema ou conflito que permite ao leitor refletir sobre fatos, situações ou atitudes. A intenção da fábula é aconselhar ou ensinar, criticar uma situação, apontar atitudes incoerentes ou contraditórias das pessoas e da sociedade. Toda fábula tem uma moral. A moral da fábula é geralmente expressa em uma frase curta que resume sua intenção. Há fábulas em que os provérbios ou ditados populares aparecem como moral da história. Quando você produzir sua fábula, verifique se há algum provérbio que combine com o ensinamento ou com a crítica que seu texto quis transmitir. 175
2. Escolha, dentre os provérbios a seguir, aquele que expressa o mesmo ensinamento moral da fábula “A cigarra e as formigas”. Em seguida, copie-o em seu caderno. a) Quem tudo quer, tudo perde. b) Sem trabalho não há recompensa. c) Devagar se vai ao longe. d) Quem semeia vento colhe tempestade.
Alternativa “b”.
3. Cada uma das alternativas a seguir apresenta dois provérbios. Indique aquela em que ambos remetem a um mesmo ensinamento.
a) “Quem diz o que quer, ouve o que não quer” e “Quem ama o feio, bonito lhe parece”. b) “Devagar se vai ao longe” e “De grão em grão, a galinha enche o papo”. c) “Mais vale um pássaro na mão do que dois voando” e “Não se deve atirar pérolas aos porcos”. d) “Quem casa quer casa” e “Santo de casa não faz milagre”. e) “Quem com ferro fere, com ferro será ferido” e “Casa de ferreiro, espeto de pau”.
Alternativa “b”. Professor, sugerimos discutir com os alunos sobre o significado de cada um dos provérbios apresentados na atividade. Se achar interessante, desafie-os a ilustrar os provérbios em seu sentido literal ou a escrever pequenas narrativas que sejam coerentes com as ideias transmitidas.
TROCANDO IDEIAS
1. Dê a sua opinião sobre a moral da fábula “A cigarra e as formigas”. Você concorda com ela? Resposta pessoal.
2. Em sua opinião, nos dias atuais, que tipos de pessoas representariam a cigarra e a formiga?
Resposta pessoal. Professor, é interessante que os alunos percebam que muitas fábulas podem revelar uma moral preconceituosa, que reflete o pensamento da sociedade da época em que foram escritas. Isso também ocorre com os provérbios populares. Por esse motivo, é muito importante que o trabalho com esses textos seja feito de forma crítica e contextualizada, evitando que desses preconceitos sejam perpetuados. Antes de ler o próximo texto, retome com os alunos a pesquisa sobre os fabulistas solicitada no final do capítulo anterior.
PARA VOCÊ QUE É CURIOSO
As origens da fábula As fábulas são contadas há mais ou menos 2 800 anos. Orais ou escritas, elas têm a intenção de dar um conselho, alertar sobre algo que pode acontecer na vida real, transmitir algum ensinamento, fazer alguma crítica, uma ironia etc. A maioria dessas histórias trata de certas atitudes humanas, como a disputa entre fortes e fracos, a esperteza de alguns, a ganância, a gratidão, o ser bondoso, o não ser tolo etc. Esses são alguns dos temas das fábulas. As fábulas são tão antigas quanto as conversas humanas. Como foram transmitidas oralmente, não sabemos quem as criou. De qualquer forma, conhecemos algumas fábulas que foram escritas no século VIII antes de Cristo (800 anos antes do ano número 1!). Sabemos também que fábulas muito antigas, do Oriente, foram difundidas na Grécia no século VI a.C., há 2 600 anos, por um escravo chamado Esopo. Nos anos que se seguiram, elas continuaram a ser contadas e foram também escritas. Mais tarde, nos anos de 1600 (século XVII), o escritor francês Jean de La Fontaine, um nome muito importante no mundo das fábulas, reescreveu e adaptou as fábulas de Esopo, além de criar novas. Muitos outros escritores escreveram fábulas no mundo inteiro. No Brasil, um dos escritores mais importantes que reescreveu antigas fábulas e criou novas foi Monteiro Lobato. Seus primeiros livros dirigidos às crianças foram publicados em 1921. Fonte: SUCAR, Monica Teresinha Ottoboni. Trabalhando com os gêneros d o discurso – fábulas. São Paulo: FTD, 2001.
176
Prática de leitura
Texto 2 – Cordel A cigarra e a formiga Aquele que trabalha E guarda para o futuro Quando chega o tempo ruim Nunca fica no escuro Durante todo o verão A cigarra só cantava Nem percebeu que ligeiro O inverno já chegava E quando abriu os olhos A fome já lhe esperava E com toda humildade
À casa da formiga foi ter Pediu-lhe com voz sumida Alguma coisa pra comer Porque a sua situação Estava dura de roer A formiga então lhe disse Com um arzinho sorridente Se no verão só cantavas Com sua voz estridente Agora aproveitas o ritmo E dance um samba bem quente. JOSÉ, Severino. Cordel. São Paulo: Hedra, 2001.
m e l r A o t a n e R
CONFRONTANDO TEXTOS
1. Os textos 1 e 2 narram a mesma história, entretanto organizam a mensagem de maneira diferente. Indique como cada texto organiza a fábula da cigarra e da formiga.
No segundo texto, a história foi contada na forma de versos com rimas, e a moral da história não aparece em destaque no final. Já no primeiro, o texto está escrito em prosa, organizado em parágrafos, e a moral é destacada no final.
2. Copie no caderno os versos do texto 2 que apresentam a moral da história.
“Aquele que trabalha / E guarda para o futuro / Quando chega o tempo ruim / Nunca fica no escuro”. A moral está logo no início do poema. IMPORTANTE SABER
O texto apresentado, que conta a história da cigarra e da formiga em versos, é um exemplo de poema de cordel. 177
3. Leia mais um texto desse gênero e conheça sua origem. A história da literatura de cordel ... cuidado, cantor, pra não dizer palavra errada...
[...] Para lhes deixar a par Sobre esta literatura Que é a mais popular E ainda hoje perdura Vamos direto ao começo Donde vem esta cultura
O cordel introduzido No Brasil foi gradual Maior parte dos folhetos Como patrimônio oral Ingressou principalmente Como histórias de sarau
Sua primeira feitura Na Europa aconteceu Tipógrafos do anonimato Botaram o folheto seu Pra ser vendido na feira E assim se sucedeu
Foi o Nordeste o local Que lhe brasileirizou Nos sertões familiares Dos sertões onde chegou Levando alegria ao povo Pela voz do cantador
Foi Portugal que lhe deu Este nome de cordel Por ser vendido na feira Em cordões a pleno céu Histórias comuns, romances Produzidos a granel
Conduzia o rumor De histórias da redondeza Noticiadas em versos Dadas com toda clareza A uma população Que se tornava freguesa
i n i b m o l o C o i b a F
Desde as casas de riqueza Nas varandas das fazendas Até os dias de feira Entre os escombros de vendas Histórias eram cantadas De verdadeiras a lendas Sempre em versão cantada Assim o cordel viveu Antes de 1900 Primeira edição se deu De lá pra cá permanece Mantendo o legado seu [...] CAMPOS, Abdias. Folheto de cordel. Recife, 2005.
Folhetos de literatura de cordel à venda em Pernambuco.
a) Qual é a finalidade desse cordel?
Narrar fatos que ilustram a história da literatura de cordel.
b) De acordo com o texto, onde surgiu a literatura de cordel? Na Europa. folhetos produzidos para serem vendidos na feira eram expostos em cordões c) Como se explica a origem do termo “cordel”? Os a céu aberto. O termo “cordel”, portanto, vem de corda, cordão.
178
d) Que textos são publicados nos folhetos de cordel? Narrativas reais ou fictícias. e) Quando os cordéis passaram a ser impressos no Brasil?
A partir de 1900.
f) Qual foi o diferencial do cordel brasileiro em relação ao europeu? No Brasil, o cordel ganhou uma grande dimensão oral. g) Qual região brasileira tornou a literatura de cordel conhecida no restante do país? A Região Nordeste. Professor, seria interessante solicitar aos alunos uma pesquisa que os levasse a identificar quais causas colaboraram para que o cordel se popularizasse no Nordeste, tornando-se parte da cultura oral dessa região. Em discussão, procure mobilizar conhecimentos históricos e geográficos que contextualizem as informações descobertas pela turma. h) Observe a estrutura do texto e responda: Como uma história contada em cordel deve ser estruturada? O cordel deve ser escrito em versos curtos e ter rimas.
i) O texto que você leu foi organizado em versos. Releia-o e, com o professor e os colegas, escreva um texto em prosa que retome a sequência dos fatos que compõem a história da literatura de cordel. Resposta pessoal. Professor, sugerimos retomar o conceito de ideia principal trabalhado no Capítulo 2 da Unidade 2. A atividade de retextualização proposta contribui para que o aluno perceba que um mesmo tema pode ser desenvolvido de diferentes formas, com estruturas e objetivos distintos.
Reflexão sobre o uso da língua
Verbo (IV) 1. Leia atentamente as frases a seguir, observando os verbos destacados. I. Quem semeia vento colhe tempestade. II. Se você semeasse vento, colheria tempestade. III. Não semeie vento, para não colher tempestade. •
Agora, indique em seu caderno:
a) a frase em que os verbos destacados exprimem a certeza sobre a realização da ação;
Frase “I”.
b) a frase em que o verbo destacado exprime a incerteza sobre a possibilidade de realização da ação; Frase “II”.
c) a frase em que o verbo destacado exprime uma ordem, um conselho. Frase “III”.
Professor, a frase I corresponde a um provérbio popular. Seria interessante pedir aos alunos que, coletivamente, construíssem o seu sentido. É oportuno lembrar a eles que os provérbios populares, muitas vezes, são utilizados como a moral das fábulas, gênero abordado no capítulo.
2. Agora, leia esta tira em quadrinhos:
l l k c A i . l c c n U I , l s a s w r e a i v P n 5 U 1 . 0 t 2 i s D © / s d i e v v a r D e s e m i J R , t s d h l e i g fi r R a G
Garfield. Folha de S.Paulo , São Paulo, 23 jan. 2015. Disponível em: . Acesso em: 24 jan. 2015.
a) Transcreva o termo que aparece repetidamente no primeiro e no segundo quadrinhos. “Mastiga”. b) Explique o uso desse termo na tira, considerando o contexto. O termo “mastiga”, apresentado repetidas vezes, funciona como uma onomatopeia e faz referência ao barulho que Garfield emite ao comer pipoca.
c) Que tipo de balão foi utilizado no último quadrinho? Balão de pensamento. 179
d) Considerando o contexto da tira e as personagens que aparecem nela, podemos dizer que esse Professor, espera-se que o aluno perceba que os balões de pentipo de balão foi utilizado em sua função mais usual? Não. samento, na verdade, acomodam falas das personagens. Informe a turma
que nas tiras de Garfield, de Jim Davis, esse recurso é utilizado pelo cartunista para representar as falas das personagens animais, enquanto o balão de fala tradicional corresponde às falas das personagens humanas.
e) A resposta dada por Garfield indica uma resposta positiva ou negativa em relação ao pedido feito pela gatinha? Por quê? É uma resposta negativa. Ele prefere terminar o namoro a dar-lhe pipoca. f) A frase usada por ele indica uma certeza ou uma possibilidade? Indica uma possibilidade. g) Quais Quais palavras usadas na frase confirmam sua resposta anterior? “Talvez” e o verbo “ser” no subjuntivo. h) O sentido seria diferente se ele tivesse dito “É hora de darmos um tempo no namoro”? dessa forma, a frase indicaria uma certeza em relação a dar um tempo no namoro.
Sim, pois,
IMPORTANTE SABER
Os verbos expressam, além do tempo, tempo, o modo como modo como as ações acontecem; ou seja, a forma como são flexionados também revela a atitude ou intenção do falante em relação ao fato expresso. Os verbos apresentam três modos: •
•
•
Modo indicativo: é o modo que expressa um fato real, uma certeza. Exemplo: A namorada de Garfield quer pipoca. Modo subjuntivo: é o modo que expressa uma dúvida, uma possibilidade. Exemplo: Se a namorada de Garfield pegasse pipoca, o namoro terminaria. Modo imperativo: é o modo que expressa uma ordem, um pedido, um conselho, um convite. Exemplo: Não pegue minha pipoca!
APLICANDO CONHECIMENTOS
1. Leia os provérbios a seguir. Depois, copie-os em seu caderno e indique o modo dos verbos em destaque. a) Água mole em pedra dura tanto bate até que fura. Bate e fura: modo indicativo. b) Se a vida lhe der um limão, faça uma limonada. Der: modo subjuntivo; faça: modo imperativo. c) Nunca digas: desta água não beberei. Digas: modo imperativo; beberei: modo indicativo.
2. Leia atentamente o texto a seguir: Virgem
Rotina: junto aos amigos, evite que suas palavras sejam mal interpretadas e controle os seus impulsos im pulsos e reações. Interesses: dia positivo com acontecimentos benéficos de ordem financeira que podem se concretizar no período da tarde. Intimidade: quadro propício aos seus assuntos ass untos afetivos. Gazeta Digital. Horóscopo, 29 jan. 2015. Disponível em: . Acesso em: 17 fev. 2015.
a) A que leitor se dirige o texto anterior?
Aos leitores de horóscopo, especialmente aos virginianos ou àqueles que se interessam por esse signo.
b) Você Você já sabe que todo texto tem uma finalidade. Qual é a finalidade desse texto? Aconselhar comportamentos favoráveis para os nascidos sob o signo de virgem e, muitas vezes, avisar sobre acontecimentos futuros.
180
k c o t s r e t t u h S / a i r a m u r B
IMPORTANTE SABER
Os textos que instruem o leitor a adotar determinados comportamentos – como receita de bolo, regra de jogo, horóscopo etc. – são chamados textos instrucionais. instrucionais.
3. Os textos de horóscopo apresentam elementos próprios desse gênero textual. Indique tais elementos no texto anterior.
Há a indicação de um signo do zodíaco (virgem), uma previsão dos acontecimentos do dia e uma breve orientação quanto a um comportamento a ser adotado.
4. Copie em seu caderno o trecho em que os verbos foram conjugados no modo imperativo imperativo e responda: Qual é a intenção intenção do uso do modo imperativo no gênero horóscopo? horóscopo?
“[...] evite que suas palavras sejam mal interpretadas e controle os seus impulsos e reações [...]”. Professor,, é importante enfatizar aqui a intenção comunicativa dos modos verbais, retomando o quadro anterior. Seria interessante pesquisar com os alunos outros gêneros Professor em que o modo imperativo aparece com frequência – como receitas culinárias, anúncios publicitários etc. – sempre com a intenção de orientar as ações do leitor/ouvinte.
Atividade de criação
Versão para para o final de uma fábula Que tal criar um novo final para a fábula “A cigarra e as formigas”? Recrie a fábula, dando- lhe o título “A formiga boa”. boa”. Observe que será necessário criar também uma nova moral da história.
AVALIAÇÃO
Professor, após a escrita do texto, seria interessante pedir aos alunos uma pesquisa sobre a versão de Monteiro Lobato, que apresenta a formiga boa como personagem, e compará-la à versão que os alunos construíram. A versão de Monteiro Lobato está em Fábulas . São Paulo: Brasiliense, 1995. Sugerimos criar, coletivamente, um quadro no qual o aluno possa comparar as personagens e seus respectivos comportamentos, bem como o tempo e o espaço no qual ocorrem as ações, o conflito, a complicação, o clímax e o desfecho das histórias.
1. Há em seu texto uma indicação sobre sobre o tempo em que ocorrem os fatos? fatos? 2. As personagens enfrentam um problema e buscam solução? solução? 3. As ações das personagens e/ou suas falas ensinam um comportamento ao leitor? 4. Há uma moral destacada no fim do texto? 5. O que mudou na moral da d a história original original em relação à versão que você criou? Explique. Respostas pessoais.
Prática de leitura
Texto 3 – Fábula ANTES DE LER
leão?”, que você vai ler em seguida, alguns trechos 1. No texto “Quem tem razão? A lebre ou o leão?”, estão destacados. Leia apenas esses trechos e, depois, passe para a atividade 2.
2. As informações seguintes sobre o texto podem ser falsas ou verdadeiras. Com base na
leitura que você fez, apenas dos trechos destacados, copie no caderno a que você supõe Professor, é importante não apresentar a resposta correta neste momento para que os alunos só confirmem suas verdadeira. Alternativa “b”. hipóteses depois da leitura na íntegra, conforme o que é solicitado na atividade a seguir. a) O texto apresenta apenas uma personagem contando a própria história. b) Acontece Acontece uma assembleia durante a qual se realiza um debate. c) O texto vai apresentar uma notícia de jornal.
3. Agora, leia o texto na íntegra e descubra se a alternativa que você escolheu escolheu é verdadeira.
181
Quem tem razão? A lebre ou o leão? Naquela floresta floresta calma e tranquila tranqui la alguma alg uma coisa diferente di ferente estava acontecendo acontecendo.. Ouvia-se Ouvi a-se o som de vozes numa conversa conversa animada ani mada como se fosse uma boa discussão. – Eu não concordo com o título de que o leão é o rei dos animais – reclamava a lebre, muito nervosa. Isso me deixa muito contrariada porque, afinal, ele já leva a fama há tanto tempo e nunca mais alguém convocarmos uma assembleia? assembleia? – propôs a danada aos propôs uma discussão sobre o assunto. Que tal convocarmos outros animais. – Seria uma ótima oportunidade de encontrarmos encontrarmos os colegas colegas e discutirmos d iscutirmos o assunto assu nto.. – Mas... assembleia? – disse o macaco. – Eu nem sei o que é isso. – É uma reunião onde todos os participantes falam e expressam suas ideias de uma maneira organizada gani zada e bem educada, isto é, é, sem ofensas e brigas – ex plicou a lebre. lebre. – Tudo bem – concordaram os demais – mas quando? – Talvez depois de amanhã, amanhã , para que haja tempo de avisarmos todos os animais an imais – concluiu a lebre. – Ok, está combinado: sábado, embaixo da mangueira manguei ra e neste mesmo horário, ao nascer do sol – responderam os elefantes. – Até lá, meus am igos! – continuou a lebre, lebre, agora mais sati sfeita. O burburinho era geral, pois, embora o macaco, o tatu, a cotia, a zebra e o papagaio e muitos outros animais tivessem gostado da ideia, eles ainda não sabiam muito bem o que iria acontecer. Mesmo assim os convites prosseguiram. Era tatu av isando minhoca min hoca e papagaio na casa da arara, todos ajudando a lebre lebre a organizar organiza r a tal assembleia. as sembleia. E a cada convite surgia novamente a dúvida. Mas o que será que vamos discutir? Eles não conseguia m saber o que a lebre iria dizer ao leão. Bem, chegando o dia e a hora, todos estavam curiosos e agitados. Para dar início à reunião, reun ião, a lebre, lebre, como como é pequenininha, pequeninin ha, pediu ajuda à girafa giraf a para poder explicar sua proposta lá do a lto. – Eu, lebre da floresta, tenho uma proposta para vocês. Gostaria de discutir discuti r o título dado ao leão leão como “Rei dos Animais” Anima is”.. Este título títu lo já foi dado a ele há muito tempo e precisamos voltar a discuti-lo , afinal afi nal,, os tempos mudaram. mudara m. Vocês concordam com a mi nha ideia? Os animais se olharam e mesmo meio apavorados demonstraram concordar balançando afirmativamente as cabeças. Assim Ass im que os anima an imais is se manifes man ifestara taram, m, o leão soltou u m rugido rug ido daqueles tão t ão fortes que mais mai s da metade da bicharada saiu correndo de medo. Os outros animais ficaram olhando surpresos para a lebre, lebre, esperando o que ela iria d izer. Ela não teve dúvidas. – Sr. Leão, o senhor acha mesmo que com esse rugido vai assustar todo mundo mundo e continuar continuar a ser o rei? Pois então vamos lá! Chamou de volta todos os animais que tinham fugido e garantiu a eles que ficassem sossegados, pois a conversa estava apenas começando. começando. – Já que o senhor tem uma voz tão forte, por que não promovemos um concurso de canto? Quem se candidata? – continuou a lebre. Imediatamente um pássaro se apresentou e iniciou a cantoria. Os animais da plateia não paravam de elogiá-lo. Foi um sucesso! 182
h a t ó J
– Agora é a sua vez, Sr. Leão. Ele rugiu tão alto e desafinado como se fosse um disco riscado tocando no máximo volume. Desta vez a plateia não gostou, mas ma s ficou imóvel de medo. – Então, meus amigos – disse a lebre – se o rei dos animais fosse escolhido pelo canto, segundo as reações de vocês, o pássaro seria o vencedor. – Apoiada, Sra. Lebre – disseram os animais, agora mais satisfeitos e tranquilos. – Então vamos a outra prova: “Tamanho não é documento” docu mento” – propôs a organizadora. – Essa eu não tenho dúv ida de que vencerei – falou o leão. – Quem me enfrentará? Mesmo que seja um elefante grandão e pesado, eu o derrubo em um só golpe, vamos ver. – Espere, Sr. Leão – disse a lebre. E, para espanto de todos, a lebre convidou uma formiga pa ra participar da prova. Vocês têm ideia do que q ue aconteceu? A formig uinha uin ha subiu na juba do leão e começou a passear passea r tão de levinho levi nho que ele sentiu senti u cócegas e se “derreteu” “derreteu” todo, todo, chegando a deitar-se deitar-se no chão para curtir curt ir o carinho car inho da formig uinha. uin ha. – E, então, Sr. Leão, vamos continuar? – Acho que já entendi sua ideia, Sra. Lebre. A senhora quis mostrar aos animais dessa floresta que não devemos achar que somos os melhores em tudo, porque porque isso não existe. exi ste. Cada um pode ser bom em alguma alg uma coisa, depende do ponto de vista. Certo? – disse o leão. Os animais ficaram surpresos e contentes com a fala do leão. Acharam que a lebre foi muito esperta nessa assembleia. – Mas, Sra. Lebre, só para terminar eu gostaria de lhe fazer uma perguntinha. – Pois não, Sr. Leão. – Como é mesmo aquela história da corrida entre a lebre e a tartaruga? tar taruga? h a t ó J
MARTINS, Valdenise do Nascimento. A compreensão da leitura de fábulas.
O professor e os desafios da escola pública paranaense. Produção didático-pedagógica.
Paranaguá, 2012, v. 2, p. 16-18. Disponível em: . Acesso em: 30 jan. 2015.
POR DENTRO DO TEXTO
Professor, o estudo desse texto apresenta sequência didática própria. Primeiro, o aluno fará atividades de leitura para compreender o que é uma assembleia, um debate, no contexto da narrativa. As questões de compreensão do texto encontram-se entrelaçadas ao estudo da fábula, nesta seção, porque o final da sequência culminará na preparação de um debate. Assim, o estudo do texto possibilita que o aluno reflita sobre a organização das falas em um debate ou assembleia, orientando-o para a fala pública nesses contextos comunicativos.
1. Com base na leitura do texto, explique o que é uma assembleia. 2. Que proposta foi feita pela lebre da floresta?
Resposta pessoal.
Fazer uma assembleia para rever o título de rei das selvas dado ao leão.
3. Qual frase usada pela lebre indica que ela se interessa em ouvir a opinião dos outros animais? “Vocês concordam com a minha ideia?”
•
O que você achou da atitude da lebre de procurar conhecer a opinião dos colegas? Justifique sua opinião. Resposta pessoal. 183
4. Retire do texto uma fala de personagem que contenha argumentação.
Resposta possível: “Gostaria de discutir o título dado ao leão como ‘Rei dos Animais’. Esse título já foi dado a ele há muito tempo e precisamos voltar a discuti-lo, afinal, os tempos mudaram. mudaram. Vocês Vocês concordam concordam com a minha ideia?” Professor Professor,, se necessário, o, retome com os alunos alunos o Capítulo 1 da Unidade 2 deste volume, volume, que apresenta apresenta esse tema. tema.
5. Releia este trecho do texto: Assim que os animais anima is se manifestaram, manife staram, o leão soltou um rugido daqueles daquel es tão fortes que mais da metade da bicharada saiu correndo de medo. a) Nesse trecho, o leão usou argumentos? Explique sua resposta. Não, o leão agiu usando a força de seu rugido para intimidar os outros animais.
b) Em situações reais, há pessoas que, para vencer um debate, agem de maneira semelhante ao possível: Sim, há pessoas que, quando não conseguem convencer o outro a aceitar suas ideias, esbravejam e até leão? Dê um exemplo. Resposta mesmo partem para a agressão. c) O que você pensa sobre esse tipo de atitude?
Resposta pessoal.
6. No debate entre os animais, alguma personagem demonstra concordar com a opinião de outro animal? Caso afirmativo, transcreva do texto a fala que comprova sua resposta. Resposta possível: “– Ok, está combinado: sábado, embaixo da mangueira e neste mesmo horário, ao nascer do sol – responderam os elefantes.”
7. Qual foi o assunto discutido pela assembleia dos animais? •
Houve opiniões diferentes sobre esse assunto? assunto?
O direito de o leão ser majestade para sempre.
Sim, a opinião da lebre era diferente da de outros animais.
8. Em sua opinião, qual foi a melhor “ideia” apresentada na assembleia dos animais? Apresente-a para a turma. Preste P reste atenção nas opiniões dos colegas e procure defender a sua, justificando-a. justificando- a. Resposta pessoal.
9. Existe alguma relação entre o título do texto e o motivo pelo qual a assembleia foi realizada?
Sim, a assembleia foi realizada para disc utir o título rei dos animais atribuído a o leão, com o que a lebre não concorda. Os animais foram convocados a dar a opinião deles sobre o assunto e decidir quem tinha razão, se a lebre – que contestava o título – ou o leão – que o ostentava e defendia.
IMPORTANTE SABER
Assembleia é Assembleia é um evento organizado para as pessoas discutirem tema(s) de interesse coletivo. Durante a assembleia, um grupo de pessoas debate suas ideias, argumentando e defendendo oralmente suas opiniões. Após as discussões, as decisões são tomadas por meio de votação. Debate também Debate também é um gênero oral organizado para as pessoas discutirem um assunto, dar sua opinião, contestar ou apoiar ideias por meio de argumentos. O debate pode ter um mediador. O papel do mediador é apresentar o tema a ser debatido, organizar a ordem das falas, controlar o tempo de fala de cada um, dar a palavra para a pessoa que tem direito de resposta. No debate, porém, não há votação e tomada de decisões, como ocorre na assembleia.
10. No Capítulo 1 da Unidade 2, você aprendeu o que é ser democrata. O conceito de assembleia se relaciona com o conceito de democracia? Discuta com os colegas. Espera-se que os alunos percebam que sim, pois a assembleia tem a função de discutir os problemas coletivos e decidir sobre eles por meio de votação; dessa forma, a opinião da maioria é respeitada.
11. Releia o trecho em que a lebre explica o que é uma assembleia: – É uma reunião onde todos os participantes falam e expressam suas ideias de uma maneira organizada e bem-educada, isto é, sem ofensas e brigas – explicou a lebre. 184
a) A explicação da lebre está mais de acordo com a definição de assembleia ou de debate? Com a definição de debate.
b) Há possibilidade de se realizar uma assembleia sem um debate de ideias? Explique sua resposta. Não, pois, para tomar decisões e votar, é preciso discutir coletivamente os problemas. Isso normalmente se dá por meio de um debate de ideias.
c) O que falta na explicação da lebre para completar a definição de assembleia, conforme as informações que você leu no quadro sobre esse gênero? Em seu caderno, complete a fala da lebre com uma das alternativas a seguir. Alternativa “II”.
•
I. Nessa reunião, as pessoas brigam muito. II. Nessa reunião, as pessoas tomam decisões com base nas opiniões discutidas. III. Nessa reunião, ninguém vota.
12. De acordo com o final do texto, você acha que a discussão foi concluída pelos animais? Houve votação e tomada de decisões? Por quê?
Não houve votação. A discussão foi concluída porque o leão fingiu aceitar os argumentos da lebre, mas levantou nova discussão.
13. Que outra fábula conhecida foi mencionada no último parágrafo do texto?
“A lebre e a tartaruga”. Professor, seria interessante perguntar aos alunos se eles conhecem essa fábula. Se algum aluno tiver conhecimento da fábula, poderá contá-la para os colegas.
14. As personagens do texto se comunicaram quase só pela fala. Mas há momentos em que a comu-
nicação acontece de outra forma. Em seu caderno, copie do texto um trecho que mostre esse fato. “Os animais se olharam e mesmo meio apavorados demonstraram concordar balançando afirmativamente as cabeças.”.
15. Em seu caderno: •
Copie as frases a seguir:
I. – Que tal convocarmos uma assembleia?
II. – É uma reunião onde todos os participantes falam e expressam suas ideias de uma maneira organizada e bem-educada, isto é , sem ofensas e brigas – explicou a lebre.
III. – Acho que já entendi sua ideia, Sra. Lebre.
IV. – Cada um pode ser bom em alguma coisa, depende do ponto de vista. Certo? •
Agora transcreva, ao lado de cada frase copiada o sentido dos termos destacados, de acordo com os itens a seguir: I-c; II-a; III-b; IV-d.
a) Explicação do que foi dito antes. b) Indicação de que a personagem compreendeu algo. c) Sugestão, convite. d) Verificação da opinião do outro. 185
Na trilha da oralidade
Debate regrado Proposta 1
Professor, sugerimos que seja feito, com os alunos, um levantamento de temas sobre os quais eles gostariam de discutir. Em seguida, proponha uma votação para eleger o tema do debate. Sugestões: “Benefícios (ou malefícios) das redes sociais”, “Lei da Palmada”, “Causas da violência urbana”, “Amizade entre meninos e meninas” e “Importância da sustentabilidade”. Se houver interesse da turma, retome temas abordados anteriormente neste volume, como a discussão “Qual é a hora certa para deixar de ser BV?”, proposta na Unidade 2.
Que tal assumir o lugar das personagens do texto? Na sala de aula, discutam o tema levantado pela lebre, realizando um debate. Proposta 2
Para realizar um debate, escolham um assunto que costuma gerar diferentes opiniões e que seja de interesse da turma.
ORIENTAÇÕES 1. Para apresentar sua ideias em um debate, você precisa se preparar. Se a turma optou pela proposta 2, procure se inteirar do assunto a ser debatido
2. Em seu caderno, anote as principais ideias que quer defender. 3. No decorrer do debate, você poderá acrescentar novas ideias a sua lista, dependendo do andamento da discussão.
4. É importante observar atitudes adequadas para que todos possam participar do debate. Leia a seguir algumas delas: •
Ouvir os colegas.
•
Respeitar suas opiniões.
•
Refletir antes de falar.
•
Expor seus argumentos de maneira clara. Observar se os outros alunos estão compreendendo o que você diz.
•
Esperar a sua vez de falar.
•
Prestar atenção nos argumentos usados pelas outras pessoas.
•
Contestar as ideias dos outros por meio do emprego de novos argumentos.
5. Seu professor poderá fazer o papel do mediador: aquele que organiza o debate, dá a palavra aos participantes, combina e controla o tempo que cada grupo terá para falar.
6. Depois do debate, faça com seus colegas uma avaliação de como cada participante atuou no momento da discussão. IMPORTANTE SABER
Debater não é discutir com impulsividade, agressividade ou intolerância. A emoção faz parte da discussão, mas ela não pode tomar o lugar das ideias, dos argumentos.
186
Reflexão sobre o uso da língua
Verbo (V) 1. Reescreva as frases a seguir em seu caderno, flexionando todos os verbos no passado. Lembre-se de observar o contexto de produção das falas.
a) Eu, lebre da floresta, tinha uma proposta para vocês. b) Quem se candidatou?
a) “– Eu, lebre da floresta, tenho uma proposta para vocês.” b) “Quem se candidata?”
2. As mudanças nas falas da atividade 1 provocaram alteração no sentido do texto? Explique.
Sim, na frase “a”, com o verbo empregado no presente, a lebre informa aos animais que tem uma proposta. Com o verbo no passado, pode-se entender que a lebre tinha uma proposta, mas não tem mais. Na frase “b”, “Quem se candidata?”, há um convite. Ao usar o verbo no passado – “Quem se candidatou?” –, a frase passa a ser uma pergunta sobre que pessoas se candidataram para algo.
3. Neste capítulo, lemos diversas histórias em prosa ou em versos. E, para narrar essas histórias, foi
preciso, muitas vezes, empregar várias formas do verbo no passado. Leia um exemplo disso na estrofe a seguir:
Durante todo o verão A cigarra só cantava Nem percebeu que ligeiro O inverno já chegava E quando abriu os olhos A fome já lhe esperava a) Copie, em seu caderno, os verbos que indicam ações ocorridas no passado. Cantava, percebeu, chegava, abriu, esperava.
b) Os verbos destacados na atividade anterior, embora estejam todos no passado, dão informações diferentes sobre esse tempo verbal. Reescreva-os, em seu caderno, separando-os em duas colunas, de acordo com as seguintes características: indicam ações que se repetiam no passado e indicam ações que ocorrem uma vez no passado. Primeira coluna: cantava, chegava e esperava; segunda coluna: percebeu e abriu.
4. Agora, compare os trechos a seguir: I. A formiguinha subiu na juba do leão e começou a passear tão de levinho que ele sentiu cócegas e se “derreteu” todo [...].
II. A formiguinha subia na juba do leão e começava a passear tão de levinho que ele sentia cócegas e se “ derretia” todo. a) Os verbos destacados nos trechos I e II estão no passado. Em qual dos trechos esses verbos indicam ações que já terminaram? No trecho I. b) Em qual dos trechos o verbo indica uma ação que acontecia no passado com frequência? No trecho II.
c) O tempo verbal usado em cada um dos trechos altera o sentido da informação? Explique.
Sim, há alteração de sentido. No primeiro trecho, entende-se que as ações da formiga e do leão aconteceram apenas em um determinado momento do passado. Já no segundo trecho, percebe-se que as ações ocorreram mais de uma vez no passado, ou seja, percebe-se que, apesar de já terem ocorrido, elas eram constantes.
187
IMPORTANTE SABER
Quando se diz que um verbo está no passado é o mesmo que dizer que ele está no pretérito. Essas palavras têm o mesmo significado. Quando desejamos nos referir a algo que já aconteceu e que está totalmente acabado, usamos o pretérito perfeito. Isso significa que os fatos foram perfeitamente concluídos. Observe que, no trecho II da atividade anterior, os atos de subir, começar, sentir e derreter já foram encerrados. Quando desejamos nos referir a uma ação que acontecia no passado com frequência, de forma contínua, ou indicar que um fato estava acontecendo antes que outro o interrompesse, usamos o pretérito imperfeito.
5. Observe a seguir duas maneiras de conjugar o verbo “subir” no pretérito. Escreva em seu caderno a que tempo verbal corresponde cada quadro. Quadro I
Quadro II
I: pretérito perfeito.
Eu subi
Eu subia
Tu subiste
Tu subias
Ele subiu
Ele subia
Nós subimos
Nós subíamos
Vós subistes
Vós subíeis
Eles subiram
Eles subiam
II: pretérito imperfeito.
APLICANDO CONHECIMENTOS
1. Em seu caderno: a) Elabore cinco frases que descrevam ações que você praticou durante o dia de ontem. Resposta pessoal.
b) Identifique os verbos utilizados nas frases que você elaborou. Resposta pessoal. Espera-se que os alunos tenham utilizado verbos no pretérito perfeito.
Professor, é interessante pedir a alguns alunos que leiam suas frases a fim de registrar os verbos utilizados no quadro de giz para que a turma observe vários exemplos de uso do pretérito perfeito.
c) Que tipo de ação é indicada pelos verbos que você empregou? Selecione uma das opções a seguir e copie-a. I. Ações que ocorriam frequentemente no passado (pretérito imperfeito). II. Ações ocorridas antes de outras, também já concluídas (pretérito mais-que-perfeito). III. Ações perfeitamente concluídas (pretérito perfeito).
Alternativa “III“. As ações realizadas foram perfeitamente concluídas. Os verbos, portanto, estão conjugados no pretérito perfeito.
2. Agora, elabore um pequeno texto relatando atividades, brincadeiras e hábitos de sua infância. O que você gostava de fazer? Qual era a sua rotina?
Resposta pessoal.
a) Identifique em que tempo verbal estão os verbos empregados em seu relato.
Resposta pessoal. Espera-se que o aluno tenha utilizado verbos no pretérito imperfeito. Professor, assim como na atividade anterior, é interessante pedir a alguns alunos que leiam seus relatos a fim de registrar os verbos utilizados, para que a turma observe vários exemplos de uso do pretérito imperfeito.
b) Releia as opções do item “c” na atividade 1 e responda: Que tipo de ação é indicada pelos verbos utilizados em seu relato? Ações que ocorriam frequentemente no passado (pretérito imperfeito). 188
3. Na fábula a seguir, os verbos foram apenas indicados entre parênteses, no infinitivo. Em seu caderno,
reescreva o texto substituindo os símbolos ▲ pelos verbos conjugados no tempo verbal adequado. Não se esqueça de estabelecer concordância entre os verbos e os nomes a que se referem.
A baleia e o tubarão Certo dia de outono, a baleia brincava no preparou-se mar. O tubarão aproximou-se e, com cuidado, rodeou a baleia para mordê-la de modo fatal. Sinuoso, ▲ (preparar-se) para o bote. Chegando a uma distância gritou razoável do ouvido da baleia, ▲ (gritar), com voz fina e doce, bem inadequada para um tubarão: – Cara amiga, permita-me brincar com você nesse belo dia! Vamos alegrar-nos juntos! olhou A baleia ▲ (olhar) desconfiada, pois tubarão e baleia não têm boa vizinhança, nem as mesmas respondeu reagiu brincadeiras. Mas, como tinha boa índole, não ▲ (responder) e não ▲ (reagir). conseguiu Tão logo o tubarão ▲ (conseguir) aproximarmordeu -se, ▲ (morder) o pescoço da baleia com força. Todavia, uma crosta de conchas e corais que se quebrou grudara na pele da baleia ▲ (quebrar) os dentes do tubarão. Choroso e sangrando, ele fugiu com dores atrozes. A baleia, calmamente, pensou olhou com desdém o ingênuo tubarãosãoem fuga e ▲ (pensar) que os seres muito furiosos ▲ (ser) sempre pouco atentos.
h a t ó J
GAZOLLA, Raquel. Fábulas nuas e cruas. São Paulo: Parábola, 2005.
4. Releia a fábula e elabore uma
moral para ela. Lembre-se de que ela deve estar de acordo com o ensinamento que o texto busca transmitir. Depois, compartilhe-a com a turma e, juntos, elejam aquelas que se mostrarem mais adequadas à fábula. Resposta pessoal. Sugestões: “A má intenção vem acompanhada de decepção”; “A precipitação é má conselheira”.
De olho na ortografia
Acentuação das oxítonas, paroxítonas e proparoxítonas Observe a acentuação das palavras a seguir, retiradas da fábula “A baleia e o tubarão”: distância
índole
desdém
1. Em seu caderno, separe as sílabas dessas palavras e verifique se o acento recai na última, na penúltima ou na antepenúltima sílaba. Dis-tân-cia: penúltima sílaba; ín-do-le: antepenúltima sílaba; des-dém: última sílaba.
2. Qual é a importância do acento gráfico nessas palavras?
O acento gráfico indica a posição da sílaba tônica nessas palavras e a forma como elas devem ser pronunciadas.
3. Por que nem todas as palavras que conhecemos têm um acento gráfico?
Existem regras de acentuação que determinam quais palavras devem ser acentuadas. Professor, enfatize com o aluno a importância de se conhecer as regras de acentuação, pois elas contribuem para que não haja problemas quanto à pronúncia das palavras.
4. Pesquise: De acordo com a posição da sílaba tônica – a sílaba pronunciada com maior intensidade –, essas palavras são oxítonas, paroxítonas ou proparoxítonas? Dis-tân-cia: paroxítona; ín-do-le: proparoxítona; des-dém: oxítona.
5. Escreva outras palavras proparoxítonas que você conheça.
Professor, faça uma lista no quadro de giz com as palavras levantadas pelos alunos. Cada aluno poderá escrever uma palavra no quadro de giz a fim de que fique mais fácil depreender a regra de acentuação.
6. Agora, escreva com suas palavras a regra de acentuação das proparoxítonas. Todas as proparoxítonas são acentuadas.
189
IMPORTANTE SABER
Na língua portuguesa, as palavras se classificam quanto à posição da sílaba tônica em: •
Oxítona: a tonicidade recai na última sílaba. Por exemplo: ca fé, saci, parabéns.
•
Paroxítona: a tonicidade recai na penúltima sílaba. Por exemplo: cama, táxi, caráter.
Proparoxítona: a tonicidade recai na antepenúltima sílaba. Por exemplo: mágico, lâmpada, estático. A maioria das palavras da língua portuguesa é paroxítona. Por isso, quando uma palavra é proparoxítona, ela precisa ser acentuada. Caso contrário, não saberemos que a sílaba tônica é a antepenúltima, e não a penúltima, como estamos acostumados. Saiba mais sobre esse assunto consultando o Apêndice. •
APLICANDO CONHECIMENTOS
1. As palavras destacadas no texto a seguir são proparoxítonas e não estão acentuadas. Leia o texto e, em seguida, corrija essas palavras em seu caderno. “África”, “histórico” e “históricos”.
A descoberta Estavam os dois caçadores bem no centro da Africa quando, por trás de uma colina, de dentro de uma gruta, da escuridão de uma mata, do seio de uma grota, surgiu um tigre-dentes-de-sabre. Disse um dos caçadores: Um animal pré- historico! O mais terrível e o mais precioso dos animais pré-historicos! Que vamos fazer? Vamos fazer o seguinte – sugeriu o outro caçador, preparando-se para correr: – Você fica aqui e aguenta o bicho, que eu vou espalhar a notícia pela Africa inteira. FERNANDES, Millôr. Fábulas fabulosas. 14. ed. Rio de Janeiro: Nórdica, 1997.
2. Responda: a) Quem são as personagens da história? b) Que moral você daria à fábula?
Dois caçadores.
Professor, a moral dada à fábula dependerá da visão do aluno sobre as atitudes das personagens. Uma possibilidade é “O mundo é dos espertos”.
c) A moral dessa história está relacionada com o humor do texto? Explique o que provoca esse humor. Sim. O humor do texto é garantido pelo efeito surpresa provocado pela resposta cheia de es perteza de uma das personagens para fugir do ataque do tigre.
3. Compare essa fábula com a fábula “A cigarra e as formigas”. Escreva em seu caderno as diferenças e semelhanças entre elas, observando os elementos a seguir:
a) personagens; Na fábula de Esopo, as personagens são animais; na fábula “A descoberta”, são pessoas. b) ambiente em que a história se passa;
A fábula “A cigarra e as formigas” não menciona espaço; já a fábula “A descoberta” se passa em um ambiente natural no centro da África.
c) tempo de duração dos fatos narrados;
Os fatos narrados na história “A cigarra e as formigas” se passam entre o verão e o inverno. Na fábula “A descoberta”, a cena narrada é breve e se passa em determinado momento do dia.
d) tempo verbal empregado pelo narrador; Ambos usam o pretérito imperfeito. e) desfecho. Resposta possível: Nas duas histórias há personagens que pretendem deixar outra personagem em situação desfavorável. Professor, os alunos podem apresentar outras semelhanças e diferenças.
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4. Localize e copie em seu caderno as paroxítonas do texto.
Estavam, caçadores, centro, quando, colina, dentro, gruta, mata, seio, grota, tigre, dentes, sabre, disse, terrível, precioso, vamos, seguinte, outro, preparando-se, fica, aguenta, bicho, notícia. a) Quantas paroxítonas não são acentuadas? 22 paroxítonas não são acentuadas.
b) Quantas e quais paroxítonas possuem acento gráfico? Apenas duas são acentuadas: “terrível” e “notícia”. c) De acordo com o que estudamos, por que há tão poucas paroxítonas acentuadas no texto? Porque a maioria das palavras da língua portuguesa é paroxítona; portanto, não há necessidade de se indicar com um acento gráfico qual é a sílaba tônica. Professor, atividades semelhantes a esta podem ser propostas todas as vezes em que forem apresentados aos alunos conteúdos de ortografia e de acentuação. O objetivo é auxiliá-los a observar a grafia correta das palavras, orientando-os, se necessário, a consultar regras e, aos poucos, a apropriar-se delas. Procure retomar os conteúdos APRENDER BRINCANDO de ortografia nas reescritas de texto, combinando com a turma os critérios dessa atividade.
Nesta atividade, você vai trabalhar em dupla. Sente-se ao lado de um colega e siga as instruções.
1. Encontrem, no mínimo, dez palavras acentuadas em livros, jornais e revistas. 2. Transcrevam essas palavras em seus cadernos, organizando-as em três colunas, de acordo com a sílaba tônica: última, penúltima ou antepenúltima sílaba mais forte.
3. Procurem no dicionário os significados das palavras que vocês não conhecem. Depois, pesquisem para saber por que elas são acentuadas.
4. Elaborem um diagrama com os termos pesquisados. Ele deve conter duas palavras oxítonas, duas paroxítonas e duas proparoxítonas embaralhadas em meio a outras letras.
5. Troquem de diagrama com outra dupla e encontrem as seis palavras escondidas pelos colegas. Se
tiverem dificuldade para encontrar alguma palavra ou não souberem o significado de algum termo, conversem com a dupla que elaborou o diagrama.
6. Em seguida, toda a turma deve colaborar na produção de um cartaz com alguns exemplos de palavras usadas nos diagramas elaborados e as respectivas regras de acentuação.
7. Ilustrem o cartaz e prendam-no em um local visível. Dessa forma, você e seus colegas poderão, por algum tempo, consultar as regras estudadas e colocá-las em prática com mais facilidade.
Momento de ouvir
Professor, a fábula encontra-se no Manual.
Vamos conhecer uma fábula de La Fontaine? Ouça a história que seu professor vai ler.
Produção de texto
Fábula Vamos criar um livro de fábulas com os textos produzidos por sua turma? Elabore um texto do gênero fábula, explorando todos os recursos estudados neste capítulo. Seu professor reunirá todos os textos da turma em um livro que poderá ser doado à biblioteca ou a uma escola de educação infantil. Por essa razão, considere que seu texto deve ser escrito para o público infantil e que o livro precisa ser rico em ilustrações.
191
PLANEJE SEU TEXTO
Copie no caderno os itens do quadro e responda a cada um deles como modo de planejamento. Amplie o número de itens se precisar. Verifique se cumpriu o planejado na hora de avaliar o texto.
Para escrever a fábula 1. Qual é o público leitor do texto?
Infantil. Faixa etária: crianças de 4 ou 5 anos.
2. Que linguagem vou empregar?
Linguagem informal.
3. Qual é a estrutura que o texto vai ter?
Organização em parágrafos; estrutura de discurso direto para os diálogos (caso eles apareçam no texto) e presença de imagens.
4. Onde o texto vai circular?
Na biblioteca da escola ou na escola que receberá a doação das obras.
ORIENTAÇÕES PARA A PRODUÇÃO 1. Pense em uma situação da atualidade que você considere ruim para a coletividade, para a 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9.
convivência ou o bem-estar das pessoas. Lembre-se de que deve ser uma situação cujo ensinamento esteja adequado à compreensão do público infantil. Escreva uma história que possa fazer esse leitor mirim refletir criticamente sobre essa situação. Imagine que vocês estão escrevendo a história para crianças bem menores do que vocês. Selecione os animais que estarão envolvidos na fábula e que você considera adequados para representar as ações da história. Lembre-se de que as fábulas costumam ser histórias breves. Portanto, você não precisará descrever com detalhes lugares, personagens ou situações, a não ser que isso seja importante para o sentido da fábula. Se criar diálogos, não se esqueça de usar sinais de pontuação, como aspas ou travessão. A fábula tem o objetivo de transmitir uma mensagem, dar um conselho ou ensinamento por meio da história produzida. A moral deve estar de acordo com o que se quer transmitir. Para planejar o livro, sob a orientação do professor, considere quantas páginas serão necessárias para transcrever a história e o número de ilustrações que pretende fazer. As ilustrações precisam estar relacionadas ao trecho da história que está na página ou na dupla de páginas. Crie um título para sua fábula. Formule também uma sugestão para o título do livro de fábulas da turma, que será escolhido mediante votação conduzida pelo professor. Professor, faça uma lista no quadro de giz com os títulos sugeridos e estimule os alunos a escolher, por meio de uma votação, o título do livro de fábulas da turma. Após a escolha do título do livro, sob a orientação do professor, em grupos de quatro ou cinco colegas, elaborem um esboço da capa da obra. Ela precisa conter uma imagem chamativa, o título do livro e o nome dos autores (ou apenas a indicação da turma). Compartilhem seu projeto de capa com o professor e os demais colegas e considerem as observações que contribuam para melhorá-la. Professor, é interessante propor uma exposição dos esboços para que os alunos decidam qual representará a turma.
10. Por fim, combinem com o professor uma data para que todos os alunos, com todas as páginas avaliadas e revisadas, montem o livro.
AVALIAÇÃO E REESCRITA
Professor, verifique a melhor maneira de realizar a montagem, de acordo com as possibilidades da turma. Os alunos poderão montar o livro usando grampeador, furando e amarrando as páginas com fitilho (modo bem tradicional), solicitando encadernação fora da escola etc.
1. Você escreveu uma fábula considerando todos os itens do quadro? 2. O tema e a linguagem do texto estão adequados ao público infantil? 3. A história contém um ensinamento? 192
4. As personagens da história dialogam? Em caso afirmativo, verifique se você usou pontuação adequada – travessão ou aspas nas falas.
5. Você reservou parte das páginas para colocar ilustração? 6. Antes de passar o texto a limpo, sente-se com um colega. Leia o texto dele e peça a ele que leia o seu. Com o auxílio de um dicionário, façam a revisão ortográfica no texto do colega. Depois, troquem de novo os textos e terminem a revisão.
7. Consultem o professor se tiverem dúvidas a respeito do uso dos sinais de pontuação. 8. Por fim, peçam orientação do professor para que ele os instruam sobre como passar o texto a limpo, distribuindo-os nas páginas do livro.
Projetos em ação Proposta 1
Coletânea de histórias que o povo conta Vamos montar uma coletânea de histórias? Conhecendo mais sobre as tradições, os costumes e a cultura popular, você compreenderá melhor suas origens, suas crenças, sua maneira de agir e de pensar. E, sabendo mais sobre isso, aprenderá mais a respeito de si mesmo.
ORIENTAÇ ES • •
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Reúnam-se em pequenos grupos, conforme a orientação do professor. Façam pesquisas, em bibliotecas ou nas comunidades de que você participa (principalmente entre os idosos), sobre os contos populares de sua região. Escolham as histórias, os causos, anedotas, fábulas etc. que acharem mais interessantes e transcrevam-nos em folhas de papel. Em seguida, organizem uma exposição desse material na forma de mural ilustrado. Criem um nome para essa exposição. Divulguem a coletânea, organizando a exposição dos trabalhos em um local aberto para visitação de outros alunos e, se for possível, para pessoas da comunidade em geral. Professor, é importante indicar o nome de alguns autores que reuniram essas histórias em coletâneas, como: Luís da Câmara Cascudo, Henriqueta Lisboa, Ricardo Azevedo, Monteiro Lobato, Cornélio Pires, entre outros.
Proposta 2
Professor, a proposta, tal como foi apresentada a seguir, é apenas uma sugestão. Convém adaptá-la à realidade de sua escola.
Sarau literário Vamos preparar um sarau que tenha como tema a literatura de tradição oral? O sarau é um evento que pode apresentar em sua programação literatura, música, esquetes teatrais etc. Nesse caso, o evento pode ter como base tanto materiais pesquisados pelos alunos como produzidos por eles, e toda a escola pode participar. Vejam a seguir algumas orientações e sugestões para a organização desse tipo de evento: •
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Organizem, com o professor, a participação de sua turma no sarau. Com a ajuda dos professores, um grupo de alunos de anos diferentes pode coletar as ideias e propostas de cada turma e anotá-las para, em momento posterior, reunir-se e transformar as propostas em uma programação que dê um sentido maior à reunião de trabalhos, situando-os dentro do tema da literatura oral. 193
Professor, parte da literatura de tradição oral ganhou registro escrito. Os alunos podem também pesquisar sobre a vida dessas personalidades, como Câmara Cascudo, os Irmãos Grimm, entre outros. •
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O sarau poderá apresentar a obra e a biografia de personalidades relacionadas à literatura oral. É importante preparar um grupo de alunos e professores para cuidar da ambientação do evento. O cenário deve também comunicar algo sobre o tema. Isso exige planejamento e seleção das ideias e propostas de trabalho. Seria interessante envolver os professores de Arte na preparação. Os textos produzidos pelos alunos nos capítulos 1 e 2 desta unidade podem ser selecionados e apresentados oralmente no sarau, em momentos específicos, individuais (apresentação de contadores de causos, fábulas, contos) ou coletivos (nos esquetes teatrais, jograis e afins). Também poderão fazer parte das apresentações textos de gêneros diversos coletados pelos alunos: trovas populares, adivinhas, causos, fábulas, lendas, anedotas, poemas e canção. O uso de imagens pode ser um recurso muito interessante no decorrer das apresentações. Caso seja possível, o sarau poderá ter um momento destinado à apresentação de um artista popular da região, de grupos teatrais da cidade que divulguem a cultura popular; de alunos de escolas vizinhas que tenham algo especial sobre o tema da apresentação. Além das reuniões para organização do evento, escolham uma maneira de divulgá-lo. Criem cartazes, convites. Podem também pensar em meios de divulgação oral: convites ou anúncios divulgados nos intervalos pelo microfone da escola. Verifiquem com antecedência de que materiais precisarão para o dia do evento e que pessoas vão manuseá-los. Caso a equipe de organização geral julgue interessante, alguns alunos poderão introduzir brevemente cada apresentação. Os professores também poderão fazer interferências entre as apresentações para criar interação entre os alunos, a plateia e o que está sendo apresentado. E, já que a proposta é sarau, é sempre bem-vindo um espaço de improvisação, em que os alunos são convidados a contar sua história ou anedota, declamar um poema, cantar uma canção... Só não se esqueçam de reservar esse tempo dentro da programação. Um sarau não costuma ser breve. Por esse motivo, é fundamental que a sua duração também esteja prevista no planejamento. A escola e a família podem trabalhar em conjunto para a confecção dos materiais que serão necessários às apresentações. Para decidir se o evento poderá ou não ser aberto à comunidade, consultem a direção da escola. Leia mais
Ler fábulas é uma diversão e também um modo de refletir sobre os valores e comportamentos das pessoas. Que tal ampliar mais esse universo de leitura? Há fábulas em livros, revistas, sites , e-books . Mas não é só isso: há autores que brincam com os temas das fábulas e partem dessas histórias para criar incríveis poemas. Você também poderá encontrar diferentes versões de fábulas, e conhecê-las permitirá a você perceber diferentes pontos de vista. Visite livrarias ou bibliotecas e descubra livros novos e antigos. Compare suas edições, encontre as mesmas histórias escritas de modos diferentes. Quem sabe você se anima a criar a sua própria versão de uma dessas histórias?
Preparando-se para o próximo capítulo Pesquise em livros, jornais e revistas um poema ou uma letra de música cujo tema seja a natureza e/ou a forma como o ser humano a trata. Prepare-se para ler os textos e as letras das canções no próximo capítulo. 194
UNIDADE
4
NATUREZA E CULTURA EM CANTOS E IMAGENS Nesta unidade, você conhecerá a linguagem dos quadrinhos e como ela pode aliar-se a uma importante questão: as atitudes do ser humano diante da natureza. Conhecer essa linguagem é estar atento para o significado de traços, expressões faciais e verbais. Você verá que as histórias em quadrinhos são bem elaboradas, ricas em sua construção, em temas e informações. Você terá a oportunidade de criar uma exposição usando os quadrinhos a fim de conscientizar a comunidade em geral sobre a necessidade de preservação do meio ambiente. Você ainda estudará o uso das formas verbais que indicam o futuro. Não haveria possibilidade de condensar em um livro como este todas as preciosidades musicais do nosso país. Então, no Capítulo 2, vamos fazer um passeio por algumas possibilidades que a música popular brasileira oferece para comunicar, criar, encantar, tocar nossa sensibilidade. Você já teve a oportunidade de conhecer nossas raízes? Que tal conhecer o que o povo desenha com seus versos e suas trovas e folias brincantes? É só passear pelas próximas páginas e conferir!
195
O L U T Í P A C
1
CONSTRUINDO UM MUNDO LEGAL
Para começo de conversa Observe atentamente a imagem a seguir: i l l e v o N a c u L
NOVELLI, Luca. Ecologia em quadrinhos . São Paulo: Brasiliense, 1994. v. 2.
196
Professor, sugerimos que as atividades de 1 a 7 sejam respondidas oralmente.
1. O que você vê na imagem? Várias pessoas estão limpando o globo terrestre. 2. Escreva quais são as ações dessas pessoas.
Elas estão varrendo, aspirando o pó, lavando, fazendo reparos etc.
3. É possível limpar o planeta da maneira como mostra a imagem?
Não.
4. Que ideia essa imagem quer, de fato, representar? A ideia de que precisamos preservar nosso planeta, mantendo-o limpo e bem-cuidado.
5. Você participaria de uma ação coletiva como essa? Por quê?
Resposta pessoal.
6. Nosso planeta está precisando desse tipo de ação? Por quê? Sim, pois há muitos problemas ambientais que precisam ser resolvidos.
7. Em sua opinião, que problemas ambientais mais precisam de nossa atenção? Anote suas ideias no
caderno. Depois, leia suas anotações para a sala e discuta esse assunto com os colegas.
Resposta pessoal. Espera-se que os alunos revelem, em suas anotações, estranhamento em relação à agressão ao meio ambiente e citem problemas como a poluição, o uso irracional dos recursos naturais, o destino dado ao lixo etc. As discussões realizadas nesta unidade pretendem estimular a adoção de comportamentos responsáveis e solidários em relação ao meio ambiente.
Prática de leitura
Texto 1 – Tira em quadrinhos ANTES DE LER
Professor, a abordagem do tema permite mobilizar conhecimentos da disciplina de Ciências. Se julgar interessante, solicite aos alunos que pesquisem exemplos concretos de consequências do progresso e da tecnologia na destruição da natureza, bem como de soluções sustentáveis para a preservação e recuperação do meio ambiente. Uma exposição de cartazes sobre o assunto pode ser promovida com a participação dos professores de outras disciplinas.
1.
Em sua opinião, o progresso e a tecnologia destroem o meio ambiente ou são aliados da vezes, o progresso e a tecnologia prejudicam o meio ambiente. No entanto, eles também podem ser usados como vida no planeta? Muitas aliados na preservação e recuperação do planeta.
2.
Discuta com seus colegas: Que ações podemos desenvolver no cotidiano para favorecer o atitudes simples, como coleta seletiva do lixo, não jogar lixo em vias e locais públicos e em meio ambiente e a coletividade? Possibilidade: córregos, entrega do lixo reciclável a cooperativas de reciclagem, usar mais transportes coletivos para dimi-
nuir a poluição do ar, não fazer queimadas, evitar o consumo de produtos prejudiciais ao meio ambiente etc.
3.
Observe o próximo texto e responda: Trata-se de um texto com elementos verbais e visuais? pois a tirinha contém balões de fala (elemento verbal) e apresenta desenho das personagens e do ambiente em que elas se encontram (eleExplique. Sim, mento visual).
4.
Sem ler o texto verbal, descreva as personagens que aparecem no texto. Resposta possível: trata-se de um garoto e um tigre.
5.
Que elementos da tira nos permitem constatar que as personagens estão dialogando? Os balões de fala.
n o i t a c i d n y S c i t n a l t A y b . t s i D / n o s r e t t a W 6 0 0 2 ©
WATTERSON, Bill. Tem alguma coisa babando embaixo da cama . São Paulo: Conrad Editora do Brasil, 2010.
197
POR DENTRO DO TEXTO
1. Em que lugar você imagina que se encontram Calvin e Haroldo? Eles se encontram em uma área que está sendo desmatada.
•
Que elementos da imagem justificam sua resposta? Há presença de troncos de árvores cortadas e tratores.
2. Releia o segundo quadrinho. a) O que provavelmente aconteceu com os animais? Os animais provavelmente foram obrigados a deixar a área.
b) Por que o lugar virou um buraco de lama? O desmatamento destruiu o ambiente onde eles viviam e o terreno ficou sujeito à ação das chuvas.
3. Que sentimentos Calvin expressa no quarto quadrinho?
Sentimento de revolta e desaprovação.
Por que algumas palavras estão destacadas no último quadrinho?
•
Para indicar que ele usou um tom de voz mais forte para manifestar seus sentimentos.
4. Os sentimentos de Calvin, no quarto quadrinho, são representados pela linguagem visual e verbal. visual: a expressão fisionômica de Calvin, o movimento dos braços e as palavras em negrito. Indique o que cada linguagem informa. Linguagem Linguagem verbal: a revolta com a destruição dos abrigos dos animais e a pontuação utilizada em sua fala.
5. Qual é a ideia principal da história?
A ideia de que o ser humano vem destruindo a natureza, des respeitando o ambiente e os animais.
Reflexão sobre o uso da língua Interjeição 1. Leia a tira a seguir: n o i t a c i d n y S c i t n a l t A y b . t s i D / n o s r e t t a W 6 0 0 2 ©
WATTERSON, Bill. Tem alguma coisa babando embaixo da cama . São Paulo: Conrad Editora do Brasil, 2010.
a) Que sentimentos Calvin expressa ao dizer “céus”? Sentimento de indignação e revolta.
b) Que motivo levou Calvin a utilizar a expressão “céus”? A agressão à natureza e o desrespeito aos animais.
c) Por quais outras expressões seria possível substituir “céus”? Respostas possíveis: Que coisa! Que absurdo! Meu Deus!
d) Se não houvesse a expressão “céus”, o quadrinho comunicaria o mesmo sentimento da personagem? Por quê? Não, porque é ela que demonstra a indignação na fala da personagem.
e) Essa é uma expressão que você também usa no seu dia a dia para expressar seus sentimentos? possíveis: Virgem Maria! Credo! Que outras expressões como essa você costuma utilizar? Respostas Oba! Que pena! Minha nossa! 198
IMPORTANTE SABER
A expressão “céus” é chamada interjeição. Ela pertence ao grupo de palavras que têm como função expressar sentimentos, emoções, sensações, estados de espírito. Para responder às questões a seguir, consulte, se necessário, o Apêndice deste livro ou uma gramática. 1. Indique que interjeição você usaria para expressar os seguintes sentimentos:
a) Felicidade por ter conseguido ir muito bem nas avaliações escolares. Possibilidades: Oba! Legal! Viva!
b) Medo ao perceber que está havendo uma inundação em um bairro próximo. Possibilidades: Que horror! Puxa vida! Que absurdo!
c) Raiva por ter sido enganado por alguém. Possibilidades: Que raiva! Isso não! Meu Deus! Oh! Não!
d) Carinho por uma criança. Possibilidades: Ah! Que graça! Que amor!
2. Leia o texto a seguir em voz alta, conforme orientação do professor. Dê a cada interjeição uma ento-
nação adequada. Para isso, imagine quem diz e a situação em que cada uma delas está sendo dita.
Que frio! Que vento! Que calor! Que caro! Que absurdo! Que bacana! Que tristeza! Que tarde! Que amor! Que besteira! Que esperança! Que modos! Que noite! Que graça! Que horror! Que doçura! Que novidade! Que susto! Que pão! Que vexame! Que mentira! Que confusão! Que vida! Que coisa! Que talento! Que alívio! Que nada... É. Pois é. Ah, é. Não é? Tá. OK. Ciao. Tchau. Chau. Au. Baibai. Oi. Opa! Epa! Oba! Ui! Ai! Ahn... [...] Que fazer senão ir na onda? Lá isso... Quer dizer. Pois não. É mesmo. Nem por isso. Depende. É possível. Antes isso. É claro. É lógico. É óbvio. É de lascar. Essa não! E daí? Sai dessa. [...] ANDRADE, Carlos Drummond de. O poder ultrajovem. Rio de Janeiro: Record, 1996.
3. Imagine o sentido presente nos quatro quadros da história de Calvin e Haroldo, caso fossem es-
critos com interjeições. Como ficariam? Refaça os quadrinhos em seu caderno. Respostas possíveis: Ora essa! Meu Deus! Que pena! O quê? Essa não! Que pena!
4. Observe a escrita das interjeições e responda: Quais são os sinais de pontuação mais comuns
empregados diante de uma interjeição? Por quê?
Os pontos de exclamação e de interrogação, pois ambos expressam melhor as emoções e os sentimentos.
APRENDER BRINCANDO
Que tal brincar de mímica? Sob a orientação do professor, um aluno irá fazer uma mímica expressando um sentimento: dor, alegria, tristeza, horror etc. A turma ou um aluno escolhido, conforme orientação do professor, vai criar uma frase, utilizando uma interjeição que consiga traduzir a mímica.
199
Prática de leitura
Texto 2 – História em quadrinhos
n o i t a c i d n y S c i t n a l t A y b . t s i D / n o s r e t t a W 6 0 0 2 ©
WATTERSON, Bill. Yukon Ho! São Paulo: Conrad Editora do Brasil, 2010.
POR DENTRO DO TEXTO
1. Escolha entre as alternativas a seguir as que correspondem ao sentimento que Calvin expressa com sua fala do quarto quadrinho: Alternativas “b“ e “c“. a) tristeza;
d) descrença;
b) revolta;
e) conformismo;
c) indignação;
f) admiração.
2. Que motivos Calvin aponta para se sentir assim? Ele está indignado com a poluição do ambiente, pois as pessoas estão enterrando lixo atômico, testando armas nucleares e jogando lixo por toda parte.
3. O que você acha que Haroldo quis dizer com a frase: “Sabe, às vezes me orgulho de não ser humano.”? Haroldo quis dizer que ele prefere ser um animal, pois os seres humanos não se conscientizam de que precisam preservar o ambiente.
4. Por que Calvin se despe no último quadrinho?
Para indicar que quer ser como um animal, pois ele também não se orgulha de ser humano.
200
TEXTO E CONSTRUÇÃO 1. Recorte, de jornais e revistas, notícias ou reportagens que demonstrem que as ideias de Calvin
sobre o ser humano e as atitudes humanas acontecem na realidade. Resposta pessoal.
2. Recorte, de jornais e revistas, notícias ou reportagens que apresentem exemplos de preocupação
do ser humano com a natureza. Resposta pessoal.
Professor, os recortes feitos pelos alunos podem ser selecionados para serem expostos no mural da sala de aula ou da escola.
3. Você acha que pode haver progresso sem destruição da natureza? Por quê? Dê exemplos. Resposta pessoal.
4. Observe a foto e a notícia a seguir: Protesto no muro o d a t s E a i c n ê g A
Protesto dos moradores dos Jardins contra a derrubada de árvores.
O verso da canção de Caetano Veloso sobre São Paulo serviu para um protesto de moradores contra o proprietário do lote na Alameda Fernão Cardim, nos Jardins, Zona Sul. Revoltados com a poda radical – sem muitas explicações – a que as árvores existentes no terreno foram submetidas, eles resolveram grafar o descontentamento no muro que cerca a área. Escolheram um trecho da música que resume o que ocorre na cidade mais rica do país. O Estado de S. Paulo, 24 jan. 1997.
•
Que relação se pode estabelecer entre a situação apresentada pela foto e pela notícia e a mensagem dos quadrinhos de Bill Watterson? Tanto os quadrinhos como a foto e a notícia denunciam as agressões e o desrespeito à natureza.
TROCANDO IDEIAS
1. O que mais chamou a sua atenção nos quadrinhos de Bill Watterson? Resposta pessoal.
2. Na sua opinião, as pessoas conhecem quais são os tipos de lixo e como cada um pode ser reciclado? Resposta pessoal.
3. Por que algumas pessoas jogam lixo no chão ou em locais inadequados? Resposta pessoal.
4. O que você acha que poderia ser feito para que as pessoas não jogassem mais lixo em locais
inadequados? Resposta pessoal.
201
Reflexão sobre o uso da língua Verbo (VI) 1. Releia a frase usada no segundo quadrinho do texto 2, prestando atenção aos termos destacados:
Aposto que as civilizações futuras vão saber mais do que gostaríamos sobre nós. a) O verbo “aposto” expressa a ideia de presente, de passado ou de futuro? E o verbo “gostaríamos”? “Aposto” expressa ideia de presente e “gostaríamos”, de futuro.
b) Podemos substituir a locução “vão saber” por apenas um verbo, mantendo a mesma ideia de tempo. Que verbo é esse? Que ideia de tempo ele expressa? O verbo é “saberão”, que expressa a ideia de futuro. 2. Leia estas frases:
As civilizações descobrirão mais coisas sobre nós. As civilizações descobriram mais coisas sobre nós. •
Compare as duas frases e responda: Elas têm o mesmo sentido? Por quê? Não. A primeira frase está no futuro, enquanto a segunda se refere a um fato que ocorreu no passado.
3. Em seu caderno, reescreva a fala do segundo quadrinho passando os verbos para o singular. Faça
as adaptações necessárias. Em seguida, observe as modificações que ocorreram e anote suas Aposto que a civilização futura vai saber mais do que eu gostaria sobre mim. descobertas. Professor, espera-se que o aluno perceba que o verbo deve concordar com o sujeito a que se refere. IMPORTANTE SABER
Como você deve ter concluído, os verbos “saberão” e “gostaríamos”, transmitem a ideia de futuro. Mas há uma diferença entre eles. Essa diferença também ocorre entre os verbos “gostar” e “sobrar” nos quadrinhos a seguir. Observe: n o i t a c i d n y S c i t n a l t A y b . t s i D / n o s r e t t a W 6 0 0 2 ©
4. Copie as frases a seguir no caderno e complete-as com o verbo adequado ao contexto.
a) O verbo ▲ transmite a ideia de que, no futuro, aquela ação vai certamente acontecer. sobrará
b) E o verbo ▲ expressa um fato que, para se realizar, depende de uma condição, de uma outra situação. gostariam
202
Professor, caso julgue necessário conjugar neste momento essas formas verbais, peça aos alunos que consultem o Apêndice ou uma gramática para descobrirem mais sobre os verbos.
IMPORTANTE SABER
Nos quadrinhos que você leu, há dois tipos de futuro: o futuro do presente e o futuro do pretérito. Veja os verbos do texto conjugados nesses tempos: Futuro do presente Eu descobrirei Tu descobrirás Ele descobrirá Nós descobriremos Vós descobrireis Eles descobrirão
Futuro do pretérito Eu gostaria Tu gostarias Ele gostaria Nós gostaríamos Vós gostaríeis Eles gostariam
Saiba mais sobre esse assunto consultando o Apêndice. APLICANDO CONHECIMENTOS
1. Escreva um pequeno parágrafo respondendo às seguintes questões: O que farei daqui a dez
anos? Como e onde estarei?
Resposta pessoal. Professor, a proposta dessa atividade é fazer com que o aluno empregue verbos no futuro do presente.
2. Escreva outro parágrafo respondendo à questão: O que eu faria para preservar a natureza se eu
fosse dono(a) de uma fábrica de papel?
Resposta pessoal. Professor, a proposta dessa atividade é fazer com que o aluno empregue verbos no futuro do pretérito.
3. Agora, releia seus parágrafos e responda:
a) Em qual das atividades anteriores você utilizou verbos indicando ações que expressam uma atividade 1, pois é algo que se imagina certeza do que vai acontecer (futuro do presente)? Por quê? Na que realmente vai acontecer no futuro. b) Em qual deles usou verbos indicando ações que, para se realizarem, dependem de uma condiatividade 2, pois, para as ações se concretizarem, é preciso que algo aconteça primeiro: ser dono(a) ção (futuro do pretérito)? Por quê? Na de uma fábrica de papel. 4. Reescreva as frases a seguir em seu caderno, substituindo o símbolo ▲ pelo verbo indicado entre
parênteses, de acordo com o tempo solicitado. Preste atenção à grafia das palavras. a) Os funcionários ▲ (plantar) novas árvores no parque. (futuro do presente) plantarão
b) Meus amigos ▲ (ficar) espantados com a aparência do parque. (pretérito perfeito) ficaram c) Todos ▲ (poder) participar da campanha a favor da natureza. (futuro do presente) poderão d) As árvores ▲ (morrer) se não cuidarmos delas. (futuro do presente) morrerão e) Os funcionários do parque ▲ (repreender) todos aqueles que pisaram na grama. (pretérito perfeito) repreenderam
5. Copie as frases a seguir em seu caderno, substituindo o símbolo
com o que você acabou de aprender:
▲ adequadamente,
de acordo
-am
a) O verbo no pretérito perfeito, na 3 a pessoa do plural (eles/elas), termina sempre em ▲. (-ão/-am) -ão
b) O verbo no futuro do presente, na 3a pessoa do plural (eles/elas), termina sempre em ▲. (-ão/-am)
203
Prática de leitura
Texto 3 – História em quadrinhos
i l l e v o N a c u L
204
i l l e v o N a c u L
NOVELLI, Luca. Ecologia em quadrinhos . São Paulo: Brasil iense,1997.
POR DENTRO DO TEXTO 1.
Qual é a ideia principal da história em quadrinhos? Ela tematiza o problema do armazenamento de resíduos atômicos das centrais nucleares.
2.
Identifique e transcreva, no caderno, um trecho que apresente uma argumentação, isto é, a defesa de um ponto de vista. “[...] Deve também aprender a economizá-la. Porque a energia é uma coisa preciosa. Mas ‘nós’ somos muito mais.” 205
3. Leia as informações do quadro a seguir:
Átomo: Tudo o que existe na natureza é formado por elementos ou partículas conhecidos por átomos. Esses átomos são constituídos por um núcleo e por elétrons, partículas que se movimentam ao redor do núcleo. Radioatividade: Propriedade de alguns átomos presentes na natureza de emitirem uma forma de energia conhecida por radiação. Bomba atômica: Arma explosiva formada por elementos radioativos. Quando explode, libera uma quantidade enorme de energia radioativa e térmica que destrói tudo o que estiver ao redor. Resíduos radioativos: É o mesmo que lixo radioativo. s o t o h É tudo o que sobra depois que os elementos radioativos P k c o são processados em indústrias, usinas nucleares etc. t S / L P Central nuclear: Local onde a energia radioativa, ener S / s y r r gia liberada pelo núcleo dos átomos, é transformada em a H r e energia elétrica. g o R Cadeia alimentar: Transferência de energia entre os seres vivos sob a forma de alimento. A cadeia alimentar é composta por produtores – as plantas –, seres que produzem o seu próprio alimento; por consumidores, animais que se alimentam de plantas ou de da estrutura atômica outros animais; e por decompositores, seres que de- Representação proposta por Niels Bohr em 1913. compõem os alimentos. Imagem fora de escala. Cores-fantasia. •
Considerando as informações do quadro acima e a história em quadrinhos apresentada, responda:
a) O que pode acontecer com o lixo nuclear armazenado em tambores de chumbo, os quais são colocados em minas e em fossas marinhas? Basta algum terremoto ou outro acidente para abrir os tambores e liberar o seu conteúdo. b) Os resíduos volumosos que não podem ser colocados em tambores especiais prejudicam a b) Sim, pois, em vez de se dispersarem no ambiente, 3. c) Sol, vento e água. Professor, seria interessante solicitar aos alunos uma natureza? Como? 3.atingem as cadeias alimentares e se concentram nos pesquisa sobre o tema e acrescentar informações de como são utilizadas escarnívoros superiores, até chegar ao ser humano.
sas fontes de energia. O tema dessas atividades possibilita um trabalho inter-
com Ciências. Se houver interesse, compartilhe a atividade com o c) Cite outras fontes de energia que podemos utilizar. disciplinar professor de Ciências e verifique a possi bilidade de elaborarem um trabalho em parceria. É possível, inclusive, promover uma palestra sobre o assunto.
TEXTO E CONSTRUÇÃO
1. Uma central nuclear não explode dessa maneira; as centrais nucleares produzem resíduos tóxicos perigosos que precisam ser enterrados em fossas marinhas ou minas; esses resíduos se mantêm intactos por milhares de anos; um terremoto ou outro acidente pode liberar todo o lixo tóxico enterrado; os resíduos liberados no ar e na água contaminam a cadeia alimentar, chegando ao ser humano.
1. No texto 3, a personagem principal expõe suas ideias sobre energia nuclear de forma muito didá-
tica, clara. Para isso, apresenta uma sequência de informações. Ordene essas informações.
2. A exposição da personagem favoreceu o entendimento do texto? Por quê?
Sim, porque a ordem expositiva favorece a compreensão da ideia que a personagem quer transmitir. Professor, é interessante mostrar aos alunos que, nesse caso, os quadrinhos têm função didática. A personagem, usando a exposição, busca ensinar um determinado conteúdo em uma ordem em que favorece o entendimento do leitor sobre o assunto.
3. Na história em quadrinhos, há palavras que representam sons. A que se referem estes sons na
história?
206
a) KABOOUUUM! Explosão.
e) CHUÁ Movimento da água.
b) SPAK, CRAC! Os prédios estão desmoronando.
f) SPLASH Tambor caindo na água.
c) CHUF Vapor saindo da chaminé.
g) TONF Tambor caindo no fundo do mar.
d) ZIIIP Uma bomba sendo arremessada por um avião.
h) HE! HE! Risada.
IMPORTANTE SABER
As palavras ou formas verbais que imitam sons e ruídos são chamadas onomatopeias. Os sons podem se referir a ações humanas, vozes de animais, efeitos da natureza ou movimentação de objetos. As onomatopeias são frequentes em histórias em quadrinhos, auxiliando a comunicação e contribuindo para a construção de sentido. Veja alguns exemplos: BANG: tiro de revólver. BOOM: estouro de bomba. TIC-TAC: som de relógio. CHUÁ: água caindo. ZZZZZ: pessoa dormindo. COF-COF: tosse.
m e l r A o t a n e R
TROCANDO IDEIAS
1. Você conhecia as informações apresentadas nessa história em quadrinhos?
Resposta pessoal.
2. Em sua opinião, o fato de essas informações terem sido apresentadas por meio de uma história
em quadrinhos facilitou o entendimento do tema? Por quê?
Resposta pessoal. Professor, espera-se que o aluno mencione que a HQ desenvolve o tema de uma maneira mais lúdica e que esse recurso facilita o entendimento do assunto, pois desperta a atenção do leitor.
3. Na atividade 3 da seção Por dentro do texto, você leu um quadro com explicações sobre alguns
conceitos científicos. A leitura das informações do quadro o ajudou a compreender a história em pessoal. Espera-se que o aluno responda que sim e também que tenha estabelecido uma relação entre a história em quadrinhos quadrinhos? Por quê? Resposta e as informações do quadro, mobilizando os conceitos apresentados para facilitar a compreensão do tema abordado pela história.
Na trilha da oralidade
Exposição oral
Professor, antes da realização da atividade, é importante fazer um levantamento dos conhecimentos prévios dos alunos sobre o que é uma exposição oral. Pergunte em que situações eles já assistiram a uma exposição oral ou participaram de uma. Procure resgatar o que eles pensam sobre uma boa exposição oral e sobre como ela deve ser encaminhada para que seja interessante para os ouvintes.
Uma palestra, uma aula ou um seminário são gêneros que fazem uso da exposição oral. Durante uma exposição oral, o locutor apresenta-se para o público com a finalidade de compartilhar conhecimentos e informações. Como em qualquer outro gênero, para alcançar um bom resultado é preciso planejamento. Em trio, seu desafio será preparar uma exposição oral de até 10 minutos para a turma, apresentando informações interessantes sobre um tema relacionado à preservação e recuperação do meio ambiente. Vocês podem se basear em uma das sugestões a seguir ou buscar outros temas: Professor, oriente os alunos na elaboração dos trios e na escolha dos temas. Sugerimos que, em um car taz ou em outro suporte, sejam registrados os no mes dos alunos de cada trio, o tema escolhido e a data da apresentação. O número de alunos em cada grupo e a programação das exposições devem ser adaptados à sua realidade e planejamento.
•
Exploração de fontes de energia sustentáveis e alternativas.
•
Uso racional dos recursos naturais.
•
Relações entre lixo, consumo e desperdício.
•
Exemplos de empresas e instituições cuja atuação é sustentável.
207
ORIENTAÇ ES 1. Escolhido o tema, você e seu grupo devem fazer uma pesquisa em diversas fontes de infor-
mação para se aprofundar no assunto que será apresentado.
Professor, você pode solicitar que a pesquisa seja realizada previamente ou acompanhar os alunos à biblioteca ou ao laboratório de informática, caso est ejam disponíveis em sua escola.
2. Selecione com o grupo quais das informações pesquisadas deverão ser apresentadas à turma.
Para isso, discuta com seus colegas quais são as mais significativas, tendo em vista o objetivo da exposição oral. Se necessário, peçam ajuda ao professor. 3. Juntos, elaborem um esquema de apresentação, distribuindo as falas entre os integrantes da
equipe. 4. Planejem o passo a passo da exposição, prevendo o tempo, a ordem das falas e os recursos
que serão utilizados (cartazes, projeções, slides etc.). Preparem-se também para as possíveis perguntas que seus colegas de turma poderão fazer durante a apresentação, considerando, de antemão, a pergunta: “O que nossos amigos poderão perguntar à medida em que formos realizando a exposição oral?”. Para responder às perguntas, é preciso que todo o grupo esteja seguro do tema que será exposto. 5. Façam um esboço da exposição oral, utilizando uma base para expandir o tema:
a) Introdução: abertura que possa oferecer ao público uma noção geral da apresentação (vocês podem usar expressões como “Vamos tentar explicar” ou “O assunto da nossa apresentação será” etc.); b) Desenvolvimento: exposição do material informativo propriamente dito (para introduzir assuntos e dar sequência a eles, vocês podem usar expressões como “Em primeiro lugar”, “Em segundo lugar”, “Agora, vou passar a falar de”, “Passaremos a outro aspecto” etc.); c) Conclusão: resumo, importante para sinalizar o final da exposição (para finalizar a apresentação, vocês podem usar expressões como “Gostaríamos de resumir alguns pontos”, “Para concluir”, “Finalmente” etc.). DICAS •
•
•
•
•
208
Para se expor em público, é necessário ser claro e organizado. Nessa situação comunicativa, espera-se que a linguagem utilizada seja mais formal. A voz também deve ter boa entonação e fluência para destacar as sequências mais importantes. Ajuste seu tom de voz de modo que todos possam ouvi-lo, mas tome cuidado para não gritar. Fique atento à postura e à expressão corporal, preste atenção à posição das mãos e estabeleça contato visual com o público. Todos esses elementos devem ser considerados em uma apresentação oral. Combine com sua equipe um ensaio da apresentação, colocando em prática aquilo que planejaram. Façam os ajustes necessários. Depois das exposições de todos os grupos, conversem sobre os aspectos que mais chamaram a atenção nas apresentações e façam sugestões que possam ajudar a melhorar o desempenho dos colegas nas próximas produções orais. Professor, se for possível e houver recursos disponíveis, seria interessante gravar as apresentações e, posteriormente, reproduzi-las para a turma. A análise coletiva dessas gravações poderá ser um bom exercício de autoavaliação.
Prática de leitura
Texto 4 – Tiras em quadrinhos Tira 1 s e õ ç u d o r P a s u o S e d o i c i r u a M
Tira 2 s e õ ç u d o r P a s u o S e d o i c i r u a M
POR DENTRO DO TEXTO
1. Na tira 1, a expressão facial da personagem Papa-Capim vai mudando de um quadrinho para o
outro. E na tira 2, há mudança na expressão do amigo de Chico Bento? Por que isso aconteceu? Sim, ambos estavam sorridentes no primeiro quadrinho e mudam sua expressão quando são surpreendidos por uma área desmatada.
2. O final de cada tira apresenta uma imagem que chama a atenção do leitor para um problema am-
biental. Qual é ele?
O desmatamento.
3. Em uma das tiras, a personagem busca solucionar o problema apresentado. Identifique em que
tira isso ocorre e diga qual foi a solução apresentada pela personagem. Na tira 2. Chico Bento planta uma muda de árvore.
4. Na tira 1, por que a personagem usou a palavra “progresso” para se referir a esse problema? Porque está associando o progresso à destruição da natureza.
TEXTO E CONSTRUÇÃO 1. Como podemos perceber que há personagens andando rápido no primeiro quadrinho da tira 1? Pelo movimento de suas pernas e pela fumacinha atrás dos pés.
209
2. Em sua opinião, as imagens das tiras e histórias em quadrinhos ajudam a comunicar e construir o
sentido da história? Por quê?
Sim, porque seria impossível entender a história se houvesse apenas os balões de fala. O sentido das tiras e histórias em quadrinhos se completa com a leitura das imagens.
3. Leia novamente as expressões usadas pelo amigo de Chico Bento e responda às questões a seguir:
OBA, OBA! a) Que sentimentos essas palavras transmitem?
Alegria, contentamento.
b) Que sentido tem o sinal de pontuação usado nessa fala? c) Como chamamos essas palavras?
O ponto de exclamação confirma e acentua o entusiasmo expresso pela interjeição.
Interjeições.
4. Copie esta frase em seu caderno:
Quando Papa-Capim diz “Ei, Kava!” ao curumim, ele quer... •
Agora, escolha uma das opções a seguir para completá-la:
Alternativa “a”.
a) ... chamar a atenção da personagem para o que vai falar. b) ... explicar o significado do nome Kava. c) ... mostrar que conhece o seu nome. 5. Esse tipo de chamamento, empregado por Papa-Capim, costuma ser usado quando conversamos
com as pessoas? Você já falou com alguém usando uma expressão como essa?
Resposta pessoal.
6. Nos balões de fala de Chico Bento e seu amigo, a palavra “de” foi grafada com i no final.
a) Por que você acha que a palavra “de” aparece escrita assim? Para indicar como Chico Bento pronuncia essa palavra.
b) Em sua região, há pessoas que costumam pronunciar o e com som de i que vem no final das palavras? Dê exemplos. Professor, essa troca não acontece em todas as regiões brasileiras. Há lugares onde as pessoas pronunciam oe final,
sem torná-lo um som de i (por exemplo, em alguns locais da Região Sul). O quadrinho busca representar a variante linguística de vários falantes do campo. A proposta dessa atividade é fazer o aluno perceber que não é apenas o falante do interior que pronuncia as palavras dessa maneira, mas que isso também pode acontecer na fala das pessoas da cidade.
7. Pesquise outras histórias em quadrinhos e encontre mais exemplos de representação da fala nos
diálogos entre as personagens.
Professor, o aluno poderá localizar redução de palavras (estou/tô), marcadores conversacionais (sabe?, né?, viu?, aí... etc.), supressão do r e s finais, troca de e por i, entre outros aspectos da língua oral.
Prática de leitura
Texto 5 – Tira em quadrinhos o n i u Q
QUINO. Toda Mafalda . São Paulo: Martins Fontes,1993.
210
POR DENTRO DO TEXTO
1. Na tira de Mafalda, quem é o doente? Como você chegou a essa conclusão? O doente é o planeta Terra. Ela colocou um globo terrestre para repousar em uma cama de boneca.
2. O que revela a atitude de Mafalda?
A atitude de Mafalda revela sua preocupação com o mundo, que está “doente”, precisando de cuidados. Estar “doente” pode estar relacionado a qualquer um dos problemas mundiais.
3. Observe o uso dos verbos na tira de Mafalda e responda: Ela está falando a respeito do presente,
passado ou futuro? Justifique sua resposta. Ela está falando do presente, do hoje, de como o planeta está no momento.
4. Compare os quadrinhos que têm como assunto a energia nuclear com a tira de Mafalda: ambos
são atuais? Por quê?
Ambos são atuais. A questão ambiental afeta o mundo inteiro nos dias de hoje. A preocupação de Mafalda não está definida. Pode referir-se a qualquer problema mundial: fome, guerra, desemprego, epidemias etc.
PARA VOCÊ QUE É CURIOSO
A destruição do meio ambiente pelo ser humano pode ter começado muito antes do que se pensa. Pesquisas mostram que a região oeste da cidade do México, outrora coberta de florestas, começou a ser devastada pelos astecas há cerca de 3 500 anos por causa das plantações de milho. Sem a proteção das árvores, a erosão do solo foi tão severa em alguns locais que as populações tiveram de abandonar suas casas. O mesmo aconteceu há mais de 6 mil anos no sul de Israel, onde os habitantes cortavam as árvores para se abrigar. Ali, os problemas ambientais foram ainda agravados pelos rebanhos de cabras que comiam mudas de arbustos, impedindo o reflorestamento e expondo o solo à rápida erosão – como ocorre hoje em muitas partes da África em que se observa o problema da desertificação. A má conduta daqueles antepassados era regra ou exceção? “A destruição não é uma atitude usual do homem pré-histórico ou das comunidades chamadas tradicionais”, acredita a arqueóloga Sílvia Maranca, do Museu Paulista. “Ainda hoje o indígena brasileiro usa o solo, espera que ele se recupere e depois volta.” Fonte: Mau exemplo na pré-história. Superinteressante , maio 1990. Disponível em: . Acesso em: 9 fev. 2015. Professor, chame a atenção dos alunos para o fato de que o ser humano pode causar problemas para a natureza, mas não é em si um problema. Atualmente, por exemplo, muitos projetos ambientais contam com a participação das populações tradicionais (pessoas que vivem em áreas ricas em diversidade há centenas ou milhares de anos, como os indígenas, os caiçaras e os quilombolas) em iniciativas que visam à conservação dos recursos naturais. A participação dessas comunidades demonstra o pensamento moderno de que o ser humano pode, sim, deixar o papel de vilão e assumir o de aliado da natureza.
Prática de leitura
Texto 6 – Charge
o m s a r E
O texto ao lado chama-se charge. Discuta com seus colegas o que vocês já sabem a respeito de textos como esse. Professor, faça um levantamento dos conhecimentos prévios dos alunos sobre o gênero, listando em um cartaz aquilo que sabem a respeito dele. Ao final das atividades, retome as informações apon tadas no cartaz para verificar se precisam ser complementadas. A charge, comum na esfera jornalística, é uma ilustração humorística que envolve a caricatura de uma ou mais personagens, produzida com o objetivo de satirizar algum acontecimen to da atualidade. O termo “charge” tem origem no francês charger , que significa “carga”. Sugerimos pedir aos alunos que pesquisem e tragam charges atuais para a sala de aula, procurando identificar o objeto de crítica do chargista e as estratégias utilizadas para provocar humor.
ERASMO. Jornal de Piracicaba , 23 mar. 2011. Disponível em: . Acesso em: 9 jan. 2015.
211
POR DENTRO DO TEXTO um homem bem-vestido (talvez um executivo) conversando com um pedinte, que tem na mão uma espécie de bandeja para recolher 1. Descreva a charge. Há doações. Ele pergunta ao outro se o que ele está segurando é um iPad (um aparelho do tipotablet , nome que se pronuncia “ai péd”), ao que o outro responde que é fome (“ai fome”).
2. A diferença entre as personagens ilustradas na charge nos permite inferir o problema social criti-
cado. Que problema é esse?
3. 4.
A desigualdade social, que permite que uns tenham acesso a caras tecnologias de ponta, enquanto outros não têm o mínimo, chegando mesmo a passar fome. O texto faz um trocadilho com a pronúncia de um aparelho Podemos dizer que esse texto fez uso da ironia? Por quê? Sim. moderno e caro, o iPad, para apontar a realidade da desigualdade, mostrando um homem que passa fome e dificilmente teria acesso ao aparelho mencionado. Como o chargista trabalhou o humor nessa charge? O humor vem da brincadeira com a pronúncia da palavra iPad (lê-se “ai péd”), que fica parecida com a expressão “ai fome”.
CONFRONTANDO TEXTOS
Depois de analisar o texto 5 (tira) e o texto 6 (charge), identifique as semelhanças e as diferenças entre eles. Para isso, copie em seu caderno o quadro a seguir e complete-o com as semelhanças e as diferenças encontradas entre os textos. Quadro comparativo entre a tira (texto 5) e a charge (texto 6) O que será comparado
Semelhanças e diferenças
Os textos têm imagens e palavras?
Sim, todos apresentam texto verbal e visual.
Os textos são construídos com mais de um quadrinho?
A charge possui apenas um quadrinho.
O conteúdo das histórias se relaciona ao meio ambiente?
Sim.
As narrativas usam o recurso do humor?
A charge usa o humor como recurso.
A construção das imagens é feita em preto e branco ou em cores?
A charge e a tira são coloridas.
IMPORTANTE SABER
Alguns recursos da linguagem dos quadrinhos A maioria das histórias em quadrinhos apresenta balões. O balão é um recurso gráfico que pode englobar tanto a fala quanto o pensamento das personagens. Nos balões, além de diálogos e pensamentos, também podem aparecer imagens que sugerem conceitos, ideias, sensações e emoções variadas. Tipos de balão Os balões podem apresentar diversos formatos, usados para indicar diferentes expressões. Os mais comuns são: Fala
a s s e u õ o ç u S d e d o r o P i c i r u a M
212
Transmissão
Música
s e õ ç u d o r P a s u o S e d o i c i r u a M
Pensamento
o d l a r i Z
Cochicho
Grito ou tom de voz mais alto s s e r p I / e t a c i d n y S e r u t a e F d e t i n U
s e õ ç u d o r P a s u o S e d o i c i r u a M
Os balões também podem conter imagens e sinais linguísticos: k a P n n A e i n n i J
Organização sequencial Algumas histórias em quadrinhos atuais utilizam recursos de imagens e construção da sequência semelhantes àqueles usados em filmes. Há quadrinhos que são construídos como se fossem tomadas de câmera, aproximando a imagem do rosto das personagens e registrando desde um campo visual mais amplo até cenas mais detalhadas. Observe a reprodução ao lado.
l i r b A . d E
Marvels . Marvel Comics, n. 3. São Paulo: Ed. Abril,1995.
213
A organização sequencial dos quadrinhos pode se dar de várias maneiras: na horizontal, na vertical ou de outras formas. Veja estes exemplos: l i r b A . d E
l i r b A . d E
O reino do amanhã . Batalha sem fim. O futuro dos maiores super-heróis do mundo .
São Paulo: Ed. Abril, 1997.
E então, gostou de conhecer mais a respeito dos recursos usados em histórias em quadrinhos? Agora é só procurá-las para ler. Hoje em dia, existem até clássicos da literatura adaptados a esse gênero de texto que encantou e encanta gerações. Veja mais sugestões no final do capítulo.
Produção de texto História em quadrinhos (HQ) Proposta 1
Já vimos que as histórias em quadrinhos podem também tratar de temas importantes. Que tal criarmos uma HQ cujo tema central seja um problema ambiental? O professor organizará a turma em duplas. Cada dupla deve criar uma HQ em que a narrativa proponha uma solução para o problema abordado. Depois que os rascunhos estiverem prontos, combinem com o professor os detalhes (tipo de papel, tamanho, cor, margem da folha etc.) para que todas as histórias criadas possam participar de uma exposição que ajude a conscientizar as pessoas desse problema. Proposta 2
Você já deve ter ouvido o ditado que diz: “Rir é o melhor remédio”. Que tal espalharmos o riso pela escola, criando uma exposição de histórias em quadrinhos que contem anedotas? Primeiro, pesquise em revistas, na internet e até mesmo com amigos e parentes. Copie a anedota escolhida em seu caderno e, a seguir, produza sua HQ.
214
PLANEJE SEU TEXTO
Copie no caderno os itens do quadro a seguir e responda a cada um deles como modo de planejamento. Amplie o número de itens se precisar. Verifique se cumpriu o planejado na hora de avaliar o texto. Para escrever a história em quadrinhos 1. Qual é o público leitor do texto?
Resposta pessoal
2. Que linguagem vou empregar?
Linguagem informal.
3. Qual é a estrutura que o texto vai ter?
Organização em quadrinhos para leitura sequencial; presença de imagens, balões de fala e outros recursos adequados ao gênero.
4. Onde o texto vai circular?
Em uma exposição para visitação dos alunos da escola.
ORIENTAÇÕES PARA A PRODUÇÃO 1. Não deixe de identificar e caracterizar as personagens. Você poderá dar a elas nomes que te-
nham relação com o tema. 2. Decida se haverá ou não uma personagem protagonista (personagem principal). 3. Utilize os recursos visuais e expressivos comuns a esse gênero de texto – onomatopeias,
interjeições, caracterização do ambiente, diálogos e balões diversos – conforme a intenção e situação de comunicação. 4. Construa a história em cenas ou quadros, definindo seu formato e sua disposição. 5. Planeje como serão as tiras, decidindo quantos quadros terá cada uma e como estes estarão
organizados. 6. Escolha se irá produzir a tira em branco e preto ou em cores. 7. Planeje o que haverá em cada quadrinho. 8. Coloque o título de acordo com o conteúdo da história.
Professor, é importante conversar com os alunos sobre a postura deles no momento da exposição: silêncio, respeito pela arte produzida pelo convidado, atenção à pessoa etc. Caso julgue conveniente, prepare um grupo de alunos para fazer a recepção e assessoria do convidado. Verifique a possibilidade de unir essa proposta à que está sugerida na seção Leia mais a seguir.
AVALIAÇÃO E REESCRITA Para avaliar o texto: a) Retome os itens do quadro de planejamento e da lista de orientações. b) Revise o texto quanto à ortografia e pontuação. c) Verifique se as marcas de oralidade cumprem a sua função na fala das personagens. d) Faça uma lista de itens que precisam ser observados com relação à arte final: •
distribuição da história nos quadrinhos (verificar se a montagem dos quadrinhos com seus balões permite a construção de sentido ou se há trechos que não foram contemplados na sequência) e uso dos recursos próprios da linguagem de HQ;
•
uso de cores, ocupação do espaço em cada quadrinho, harmonia visual da página;
•
legibilidade dos textos dos balões.
215
Leia mais
Gibitecas, bancas de jornal, sebos, internet... O mundo HQ está mais vivo do que nunca. Tiras, charges, cartuns, mangás... Será que as personagens do mundo dos quadrinhos podem ser encontradas em outros suportes de leitura? Descubra que personagens dessas histórias estão: em embalagens de produtos, propagandas, pinturas, desenhos animados, brinquedos, games , livros didáticos, ambientes de festa etc. Reúna esses materiais e combinem com o professor um dia para levar suas descobertas para a sala de aula. Antes desse dia, apresente ao professor uma lista do que vai levar. Se a atividade empolgar a turma, preparem uma exposição com esses materiais.
Preparando-se para o próximo capítulo
Professor, antes de iniciar o próximo capítulo, é interessante expor na sala de aula todo o material que os alunos trouxerem. Esse primeiro momento será de sensibilização ao tema. Cada aluno poderá mostrar o seu material e dizer por que escolheu trazê-lo, que significado possui para ele.
Você gosta de música? Você tem preferência por algum(ns) tipo(s) de música ou por algum(ns) artista(s)? Quais ritmos brasileiros você conhece? Na sua região, há algum predominante? Gostaria de conhecer outros? Anote todas as suas respostas no caderno para conversar sobre isso com seus colegas na próxima aula. Você poderá trazer também imagens, revistas, fotografias, postais, jornais, letras de canção, livros a respeito desse assunto para enriquecer a troca de informações com a turma.
O berimbau é um instrumento de corda de origem angolana, muito utilizado para acompanhar rodas de capoeira. Seu som é gerado pela vibração da corda ao ser tocada.
k c o t S i / a v o k i l u k _ a r a m a t
O agogô é um instrumento musical cujo som é provocado pela vibração. Formado por um único ou por múltiplos sinos, origina-se da música tradicional yorubá da África Ocidental.
216
k c o t s r e t t u h S / o i d e m o i g i r G
O pandeiro é um instrumento de percussão, cujo som é obtido pelo impacto. De origem árabe, é utilizado para acompanhar variados ritmos musicais, como o samba, o pagode, o coco e o maracatu.
a i h a B a d o n r e v o G / a r u t l u C a d o i r é t s i n i M
O L U T Í P A C
2
O POVO CANTA A ARTE E A CULTURA Professor, seria interessante que os alunos ouvissem as canções selecionadas neste capítulo. Caso julgue essa audição possível e interessante, providencie com antecedência as gravações e os aparelhos necessários. No Manual, há orientações e suges tões para o trabalho de audição das canções.
Para começo de conversa 1. Observe a imagem a seguir: o t t e r o v a F o d n a n r e F
•
Você conhece esses instrumentos? Em caso afirmativo, identifique-os. Os instrumentos são: viola caipira, flauta, ganzá e acordeom.
2. Você toca algum instrumento musical? Se não toca, gostaria de aprender a tocar algum? Se você já desenvolveu essa habilidade, conte para sua turma como foi essa experiência.
Resposta pessoal.
3. Qual(ais) das manifestações culturais a seguir você conhece? Anote-a(s) em seu caderno. Resposta pessoal.
coco
ciranda
reisado
cavalhada
caatira
quadrilha
hip-hop
MPB
bossa nova
capoeira
chula
maracatu
jongo
repente
embolada
maculelê
rasqueado
samba
Professor, é possível que os alunos desconheçam algumas dessas manifestações. Aquelas que os meios de comunicação não costumam mostrar muito. É possível que os alunos conheçam aquelas manifestações de sua própria região. É um bom momento para despertar neles o interesse pelo desconhecido e incentivá-los à pesquisa. No decorrer do capítulo, haverá uma solicitação de pesquisa sobre esse tema.
4. Verifique entre seus amigos aqueles que conhecem as mesmas manifestações culturais que você e aqueles que têm conhecimento de outras manifestações.
217
5. Forme uma dupla ou um trio com seus colegas, conforme a orientação do professor, e tente descobrir quais são e em qual país são celebradas as manifestações culturais representadas nas imagens. s o t o h P k c o t S / s i b r o C / n a m e e r F l e a h c i M
E A m e g a m I C J / o t r o P o c i h C
Frevo (Brasil).
Festival anual do elefante (Índia). s o t o h P k c o t S / s i b r o C / n u q i L u i L
o n i K / á S o i n o t n A o c r a M
Maracatu (Brasil).
Ano-Novo (China).
o n i K / i k c i n a w I k e c a L
Congada (Brasil).
218
m e g a m I a h l o F / a v l i S a d a i r a M é s o J
Cururu (Brasil).
6. Vamos a mais um desafio? Procure identificar o nome das manifestações culturais representadas a seguir. Professor, sugerimos que essas questões sejam discutidas em dupla e que as respostas sejam apresentadas oralmente pelos alunos. r a s l u P / n a b m u l o K n a f e t S
S R – F T G I F / a r u t l u C e d l a u d a t s E a i r a t e r c e S
Capoeira.
Dança da chula. r a s l u P / s n i t r a M a c u J
o n i K / á S o i n o t n A o c r a M
Bumba meu boi.
Quadrilha.
7. Discuta com seus colegas: a) Em sua opinião, os meios de comunicação costumam divulgar a cultura popular? Sim; há programas de tevê e de rádio, livros, revistas e sites que divulgam a cultura popular, mas geralmente eles não atingem a maior parte da população.
b) Que tipos de música são mais divulgados hoje pelos meios de comunicação de massa, como os ritmos do momento, as canções de cantores, cantoras e grupos que estão fazendo sucesso. rádio e televisão? Geralmente, Isso ocorre com a música nacional e internacional.
Prática de leitura
Texto 1 – Letra de canção Você já ouviu falar das lavadeiras do Vale do Jequitinhonha? Enquanto trabalham, elas cantam canções como a reproduzida a seguir. Preste atenção à letra da canção, que está transcrita conser vando marcas de oralidade. Observe as expressões em destaque.
219
Avião avuadô / Ô siri vem cá Você viu Canavieira? Eu não vi não Eu só vi Barrado longe Aonde apousa os avião
Eu passei no pé da lima Chupei lima sem querer Abracei com o pé da lima Pensando que era você Avião, avião avuadô Nem aqui nem na Bahia Avião nunca pousô
Ô, siri vem cá, Ô siri vem vê Ô, siri vem cá, Ô siri vem vê
r a s l u P / y r u o z A o d r a c i R
Carlos Farias e Coral das Lavadeiras. Lavadeiras do Vale do Batuquim brasileiro. Epovale, 2002. Jequitinhonha, Minas Gerais.
POR DENTRO DO TEXTO
1. Na canção, o eu poético se relaciona com elementos da natureza como se fossem pessoas. Copie dois trechos que comprovam essa ideia. “Ô, siri vem cá, ô siri vem vê”; “Abracei com o pé da lima / Pensando que era você”.
2. Com base na leitura da canção, é possível dizer que o eu poético vive em uma cidade grande? Comprove sua resposta, transcrevendo um trecho do texto. O eu poético não vive em uma cidade grande, pois diz: “Nem aqui nem na Bahia / Avião nunca pousô”.
Na trilha da oralidade
Marcas de oralidade Converse com sua turma e com o professor a respeito das expressões destacadas na letra da canção e responda às questões.
1. Você conhece alguém que usa, na fala, expressões como as destacadas na canção das lavadeiras? Conte para sua turma.
Resposta pessoal.
2. Leia este verbete: avoar v. intr. e tr. ind. (ant. e pop.) . O mesmo que voar. Dicionário brasileiro. Erechim: Edelbra, [s.d.]. Ambos se referem à palavra “voar”, “avoar” é um verbo e “avuadô”(avoador), no contexto em que foi empregado, um adjetivo que se refere à palavra “avião”.
a) Qual é a relação desse verbete com a palavra “avuadô” empregada pela lavadeira da canção? b) Converse com um colega e descubra outra palavra com o mesmo significado e escrita semelhante à palavra destacada a seguir. A palavra “pousa”.
Eu só vi Barrado longe Aonde apousa os avião c) As palavras “assoprar” e “amostrar” podem ser encontradas no dicionário? Pesquise e anote no Professor, este é um momento propício para tratar da fala representada na letra de canção em estudo. caderno o que descobriu. O critério de formação de algumas palavras da canção é equivalente a critérios gramaticais de formação de palavras da norma urbana de prestígio. Por exemplo, as palavras “avuadô” e “apousa” apresentam a letraa no início da palavra. Essa formação equivale a outros vocábulos do português, encontrados no dicionário, como é o caso de “avoar” (voar), “assoprar” (soprar), “amostrar” (mostrar). Conhecer mais casos como esses pode fundamentar a discussão sobre o preconceito linguístico.
220
Prática de leitura
Texto 2 – Letra de canção Você sabe o que são aboiadores? São trabalhadores que lidam com o gado e usam o aboio quando levam o gado para pastar. O aboio é o canto que os vaqueiros entoam enquanto guiam a boiada ou chamam os animais. Conheça um desses cantos.
Sabiá de melão Eôôôrrôôôôôôôô, Fasta pra lá , boi manso, ô gado
Ôôôôôôôôô Sabiá puxa melão Por detrás da bananeira Quantas meninas faceiras Que eu deixei no meu sertão Na minha ribeira, ô sabiá Eu vou-me embora da mata O arumã , meu matulão Vou calçá minhas alpercata Vou me despedi das mata Vou-me embora pra o sertão , meu sabiá Vou voltá pra meu lugá Vê a princesa do sertão Vou abraçá minha donzela Morena, cor de canela Dona do meu coração, meu sabiá Eeeeeeeôôôôôôôô. Irra!
m e l r A o t a n e R
MACHADO, Vavá; MARCOLINO. O grito do camponês. Phonodisc, 2002. CD.
POR DENTRO DO TEXTO
1. O que o boiadeiro está fazendo quando diz: “Eeeeeeeôôôôôôôô. Irra!”? Ele está aboiando, ou seja, chamando ou guiando o gado.
2. Além de se dirigir ao boi manso, o boiadeiro fala com outro animal. Comprove essa afirmação com um verso do texto.
“Na minha ribeira, ô sabiá”
3. Esse aboio fala sobre alguém que vai de um lugar para outro. De onde ele sai e para onde vai? Ele sai da mata e vai para o sertão.
4. Que pessoa ele espera encontrar ao chegar ao lugar pretendido? A princesa do sertão. 5. Copie no caderno o verso que aponta a importância que a amada tem para o eu poético. “Dona do meu coração, meu sabiá”
6. O eu poético descreve sua amada para o sabiá. Identifique as características da moça que ele ressalta. Morena, cor de canela.
221
Na trilha da oralidade
1. Há semelhança na retirada do r final de algumas palavras, como “vê”, “avuadô”, “abraçá”; “voltá”, “calçá”, “lugá”. Professor, embora a fala caipira apresente normalmente a supressão do r final, é importante mostrar aos alunos que ess e fato não ocorre apenas no falar caipira, mas é uma supressão que também está presente na fala urbana. Muitas pessoas dizem “cantá”, “dançá”, “comê”, “vê”, no lugar de “cantar”, “dançar”, “comer”, “ver”.
Variação linguística 1. Releia as palavras destacadas nas canções “Sabiá de melão” e “Avião avuadô”. Compare a linguagem do vaqueiro cantador à linguagem empregada pelas lavadeiras e diga o que há de 2. Espera-se que os alunos reconheçam que os textos buscam representar o modo como as semelhante entre elas. lavadeiras cantam; assim, nesse contexto, revelam um determinado uso da língua.
2. Nos textos 1 e 2, encontramos as expressões “os avião” e “das mata” em vez de “os aviões” e “das matas”. Por que você supõe que o texto registra a língua dessa forma?
3. Pesquise, entre seus familiares e amigos, diferentes palavras, das diversas regiões do país, que Professor, o léxico também caracteriza as variantes, ao lado de outros aspectos, como a sintaxe, as curvas melódicas etc. Não há pleno mapeamento de usos das variantes linguísticas regionais, mas há algumas expressões que costumam ser muito conhecidas e características dessas regiões. Mesmo que esse trabalho cause discussões a respeito de uso, ele servirá para ilustrar um pouco mais essas diferenças, ainda que elas não sejam consensuais.
são utilizadas para designar o mesmo ser.
Prática de leitura
Texto 3 – Partitura
t r a z o M
MOZART. Princípio da Marcha Turca (opus n. 11) . Disponível em: . Acesso em: 10 fev. 2015.
222
TEXTO E CONSTRUÇÃO 1. Você acha possível fazer uma leitura dessa imagem? Explique sua resposta. É possível apenas para quem tem conhecimento do significado das notas e escalas musicais.
2. Conhece alguém que consegue fazer essa leitura? O que é preciso conhecer para ler a imagem?
Resposta pessoal. Para ler a partitura, é preciso ter um conhecimento mínimo de teoria musical. Geralmente, tem conhecimento de teoria musical quem toca algum instrumento, canta, rege etc.
3. Observe outra partitura:
A canoa virou l a d o n i S / r e l r i T e l l e H
BRAGUINHA. A canoa virou. In: TIRLER, Helle. Vamos tocar flauta doce. São Leopoldo: Sinodal, 1982. CD.
223
a) Em uma canção existem letra (texto escrito) e melodia (composição musical). A canção corresponde a esse conjunto. Em qual das duas partituras há a representação da melodia e da letra correspondente? Na segunda partitura. b) Você conhece a canção da segunda partitura musical? c) Em que situação você acha que ela é cantada?
Resposta pessoal.
A canção costuma ser cantada em brincadeiras de roda.
4. Observe os sons e os fatos narrados nesta cantiga e em “A canoa virou”. Que semelhanças e/ou diferenças você identifica entre elas?
Resposta pessoal. Professor, observe que ambas apresentam rimas e narram um conflito: “a canoa virou”; “o cravo brigou com a rosa”.
O cravo brigou com a rosa Debaixo de uma sacada O cravo ficou ferido E a rosa despedaçada Domínio público.
De olho na ortografia Acentuação das oxítonas Com a orientação do professor, forme dupla com um colega para realizar as atividades a seguir.
1. Leia as palavras do quadro e observe a posição da sílaba mais forte em cada uma delas: cará •
cafuné
vovó
Essas palavras são oxítonas, paroxítonas ou proparoxítonas?
Oxítonas.
2. Leia com atenção as palavras dos quadros a seguir. Elas são todas oxítonas. Observe como as palavras terminam nos grupos 1 e 2, em seguida construa a regra de acentuação para elas. Depois oxítonas terminadas em a, e, o, seguidas de concluir a atividade, confira as respostas com seu professor. As ou não de s, são acentuadas.
Grupo 1
224
Grupo 2
maracujá
maracujás
cafuné
cafunés
vatapá
vatapás
ioiô
ioiôs
maracanã
maracanãs
paletó
paletós
jacaré
jacarés
faraó
faraós
você
vocês
cipó
cipós
3. Leia as palavras do quadro, observando a posição da sílaba mais forte em cada uma delas, e responda ao que se pede. maracatu
baú
saci
açaí
a) Essas palavras são oxítonas, paroxítonas ou proparoxítonas?
Oxítonas.
b) Por que algumas são acentuadas e outras não? Para responder a essa questão, troque ideias com seus colegas, procurando no próximo quadro outras palavras semelhantes a essas. Anote suas descobertas no caderno. Por último, procure criar, em grupo, uma regra de acentuação gráfica para vocábulos que possuem a última sílaba mais forte. Palavras semelhantes a “maracatu”: sururu, cupuaçu, urubu, Itu, angu, pacu e tatu. Palavras semelhantes a “baú”: Tambaú e Jaú. Palavras semelhantes a “saci”: Parati, dormi, sagui. Palavras semelhantes a “açaí”: aí, saí, Tatuí.
sururu
Parati
Jaú
urubu
tatu
aí
dormi
saí
sagui
angu
Tambaú
cupuaçu
pacu
Itu
Tatuí
c) Depois de concluir a atividade, confira com seu professor se as respostas estão adequadas. Quando a segunda vogal do hiato for i ou u tônicos, a palavra levará acento. Professor, caso seja necessário, revise com eles o que é ditongo e hiato. Essa regra de acentuação também vale para hiatos seguidos de s, como “faísca”, por exemplo, independentemente de o hiato estar no meio ou no final da palavra.
APLICANDO CONHECIMENTOS
1. No caderno, acentue quando necessário as palavras das frases a seguir: a) Os brasileiros gostam muito de tomar cafe. b) Antigamente, as camas eram feitas de bambu. c) Michele veio aqui para irmos juntas ao metro Anhangabau.
a) café; b) nenhuma palavra; c) metrô, Anhangabaú; d) avós, avôs; e) sofás; f) Marquês, Sapucaí; g) Saí, Tomé, Jundiaí.
d) Meus avos nasceram em Sant a Catarina. e) A empresa veio para fazer a limpeza dos sofas. f) O meu sonho é desfilar na Marques de Sapucai. g) Sai de São Tome e fui parar em Jundiai.
2. Explique por que cada palavra da atividade 1 foi acentuada.
Na atividade anterior, encontramos oxítonas terminadas em e e o: “café”, “metrô”, “Tomé” e palavras terminadas em as, es e os: “sofás”, “Marquês”, “avós”. Também encontramos palavras terminadas em i e u, formando hiatos: “Sapucaí”, “Jundiaí” e “Anhangabaú”.
3. Pesquise, em jornais e revistas, outras palavras oxítonas acentuadas. Escreva-as em seu caderno, encaixando-as em um dos grupos a seguir, de acordo com suas características. Desenhe uma coluna para cada grupo. Resposta pessoal.
Grupo 1
Grupo 2
Oxítonas terminadas em a, as, e, es, o, os.
Oxítonas terminadas em i e u formando hiatos.
225
Prática de leitura
Texto 4 – Letra de canção Em nosso país, há muitas manifestações populares que se repetem em várias regiões, entretanto as celebrações se diferenciam em cada lugar de acordo com seus hábitos culturais. O reisado, festa popular que se realiza na véspera e no Dia de Reis, dia 6 de janeiro, é exemplo de uma delas. Leia a letra da canção a seguir para conhecer mais uma festa que se celebra com música.
Reisado O galo cantou no Oriente Ai, ai, ai, ai Surgiu a estrela da guia ai, ai Anunciando à humanidade Ai, ai, ai, ai Deus menino, Deus das filha ai, ai, ai, ai Em uma estrebaria ai, ai Vinte e cinco de dezembro ai, ai, ai, ai Não se dorme no colchão ai, ai Deus menino teve a cama ai, ai, ai, ai De folha seca do chão ai, ai, ai, ai Pra nossa salvação ai, ai Senhora dona da casa Ai, ai, ai, ai Oia a chuva no telhado ai, ai Venha ver o Deus Menino Ai, ai, ai, ai Como está todo molhado ai, ai, ai, ai Com os três reis a seu lado, ai, ai Deus lhe pague a bela oferta Ai, ai, ai, ai E vos deu com alegria, ai, ai O Divino santos reis Ai, ai, ai, ai São José e Santa Maria ai, ai, ai, ai Há de ser vossa guia ai ai VIEIRA, Teddy. O melhor de Pena Branca e Xavantinho. Sony Music, 1997. CD.
226
h a t ó J
PARA VOCÊ QUE É CURIOSO G M – m e g a t n o C e d a r u t i e f e r P
Comemoração da Folia de Reis da comunidade quilombola dos Arturos. Contagem, Minas Gerais, 2014.
Folia de Reis
A Folia de Reis é uma festa religiosa popular de origem portuguesa. [...] No período de 24 de dezembro, véspera de Natal, a 6 de janeiro, Dia de Reis, um grupo de cantadores e instrumentistas percorre a cidade entoando versos relativos à visita dos reis magos ao Menino Jesus. Passam de porta em porta em busca de oferendas, que podem variar de um prato de comida a uma simples xícara de café. A Folia de Reis, herdada dos colonizadores portugueses e desenvolvida aqui com características próprias, é manifestação de rara beleza. Os preciosos versos são preservados de geração em geração por tradição oral. Velhos amigos. Dia de Reis – Folias. Disponível em: . Acesso em: 9 jan. 2015. POR DENTRO DO TEXTO
1. Você já conhecia alguma canção como essa?
Resposta pessoal.
2. Podemos dizer que a canção narra uma história. Qual? Sim. A canção conta a história do nascimento de Jesus.
3. No meio da música, há a seguinte saudação: “Senhora dona da casa”. Considere o texto que você leu sobre Folia de Reis e responda: Essa saudação faz parte da história que está sendo contada? Por que ela foi usada? Não. Essa expressão representa os foliões saudando a dona de casa que recebeu a Folia de Reis.
227
4. A natureza também anuncia o nascimento do menino. Copie do texto os versos que exemplificam essa afirmação.
“O galo cantou no Oriente [...] / Surgiu a estrela da guia [...] / Anunciando à humanidade [...] / Deus menino, Deus das filha [...]”
5. Qual é a frase de agradecimento popular presente na letra da canção? Copie em seu caderno. •
Por que é feito esse agradecimento?
“Deus lhe pague a bela oferta” Nesse verso, os cantadores agradecem a oferta dos moradores visitados.
6. Observe a expressão destacada no verso a seguir: Oia a chuva no telhado a) Com relação à variação linguística, o que o emprego da expressão “Oia” revela sobre a linguada forma “oia” em vez de “olha”, no contexto em que foi empregada, constitui uma variante linguística gem usada pelo eu poético? Oqueemprego pode ser encontrada, por exemplo, no falar caipira. No caso da canção, o seu uso busca representar o modo de se expressar do cantador.
b) Releia o verso:
Deus menino, Deus das filha •
Na expressão em destaque não houve concordância de número. Isso atrapalha o entendimento pois sabemos que essa é a maneira autêntica do falar que se buscou representar; além do texto? Não, disso, a indicação do plural já está presente na palavra “das”.
7. Elabore sua hipótese: Por que a expressão “ai, ai, ai, ai” aparece ao longo de toda a canção?
Muitos cantores costumam usar esse tipo de recurso ao interpretarem suas músicas. Nessa canção, a repetição é um prolongamento dos versos, provocando um efeito sonoro típico das canções populares.
8. Verifique na letra da canção “Reisado” as palavras e expressões que indicam tempo ou lugar e copie-as em seu caderno. Tempo: Vinte e cinco de dezembro; lugar: no Oriente, em uma estrebaria, no colchão, no telhado. •
Elas são importantes para o que a música quer transmitir? Por quê? Sim, a música quer contar uma história. Essas palavras e expressões localizam quando e onde o nascimento do menino aconteceu e esse fato é o tema principal da canção e da manifestação popular Folia de Reis. Além disso, outros detalhes da história são melhor descritos por causa dessas expressões. Por exemplo: onde caía a chuva, onde a família se abrigou para o nascimento, que não se dorme no colchão em um dia como esse. Professor, é importante conversar com os alunos sobre como esse texto ficaria sem os advérbios e as expressões adverbiais, que são fundamentais nessa canção. Sem eles, a narrativa ficaria comprometida e a intenção do autor não poderia se realizar.
Hora da pesquisa Músicas preferidas da turma Em grupo, escolham um compositor e, em seguida, uma música de sua autoria para apresentar para a turma. Sigam as instruções.
ORIENTAÇ ES •
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Formem grupos, conforme a orientação do professor. Em grupo, falem de suas preferências musicais e escolham uma canção e seu compositor para pesquisar, conforme o gosto do grupo. Decidam com o professor qual será a ordem das apresentações e a frequência. Os grupos se apresentarão seguidamente, um por semana? Depois de combinar com seus colegas os det alhes da apresentação, inicie a pesquisa. Copiem a letra da canção e, se possível, tragam para a escola o CD ou gravação da letra escolhida. Em grupo, selecionem as partes da canção que julgarem mais importantes ou aquelas de que o grupo mais gosta. Antes de apresentarem a canção, a letra deve ser escrita no quadro de giz ou ser exibida em transparência para que todos possam acompanhá-la. O grupo deve falar um pouco sobre a canção e seu compositor. Não deixem de informar a comos alunos que tiverem interesse poderão pesquisar também as manipreensão do grupo a respeito do sentido da letra. Professor, festações culturais populares das regiões do Brasil, que geralmente envolvem música e dança.
Prática de leitura
Texto 5 – Letra de canção Manguetown Estou enfiado na lama É um bairro sujo Onde os urubus têm casas E eu não tenho asas Mas estou aqui em minha casa Onde os urubus têm asas Vou pintando, seg urando as paredes [do meu mangue do meu quintal Manguetown Andando por entre os becos Andando em coletivos Ninguém foge ao cheiro Sujo da lama da Manguetown Andando por entre os becos Andando em coletivos Ninguém foge à vida suja Nos dias da Manguetown
s n e g a m I r a s l u P / s i e R o i r é g o R
Palafita da Favela Ilha de Deus, com conjunto habitacional ao fundo, Recife (PE), 2010.
s n e g a m I r a s l u P / y r u o z A o d r a c i R
Esta noite sairei Vou beber com meus amigos E com as asas que os urubus me deram ao dia Eu voarei por toda a periferia Vou sonhando com a mulher Que talvez eu possa encontrar Ela também vai andar Na lama do meu quintal Manguetown Fui no mangue catar lixo, pegar caranguejo E conversar com urubu.
Catador de caranguejos em manguezal. Delta do Rio Parnaíba (PI), 2006.
[...] SCIENCE, Chico; LÚCIO; DENGUE. Afrociberdelia. Sony Music, 1996. CD.
229
Professor, é possível que os alunos não conheçam esse movimento, mas é interessante que eles recebam a informação para poderem contextualizar melhor a leitura. A atividade de produção deste capítulo tem como proposta a elaboração de um verbete. Chame a atenção dos alunos para os verbetes que forem aparecendo no decorrer deste capítulo.
PARA VOCÊ QUE É CURIOSO
Manguebeat
O Manguebeat é um movimento musical que surgiu na década de 1990, em Recife (PB), que mistura ritmos regionais (maracatu, coco, ciranda, caboclinho etc.) com rock, rap, hip-hop e música eletrônica. Esse estilo tem como ícone o músico Chico Science, ex-vocalista da banda Chico Science e Nação Zumbi, idealizador do rótulo mangue e principal divulgador das ideias, dos ritmos e das contestações do Manguebeat. Fonte: . Acesso em: 9 jan. 2015.
POR DENTRO DO TEXTO
1. De acordo com a letra da canção, o lugar descrito para viver é agradável? Explique. Não. Ele é sujo e cheio de lama.
2. A que lugar a canção está se referindo?
Ao mangue, mais especificamente a um lugar da periferia de Recife denominado de Manguetown, onde vive o eu poético dessa canção.
3. A palavra “Manguetown” foi criada com base na junção de duas palavras que já existem. Pelo Glossário, procure explicar qual é o significado dessa nova palavra na canção. Resposta possível: Cidade do Mangue.
4. Nessa letra, o eu poético diz que os urubus têm as asas que ele não tem. E que até mesmo têm a casa que ele não tem. Com base nesses versos, explique os seguintes trechos da canção. a) “[...] Ninguém foge ao cheiro / sujo [...]” e “[...] à vida suja / Nos dias da Manguetown”. Possibilidade: a Manguetown não oferece boas condições de vida e para quem mora lá não há muita expectativa de melhorar de vida, de sair da periferia para morar em outro lugar.
b) “Vou sonhando com a mulher / Que talvez eu possa encontrar / Ela também vai andar / Na lama a mulher que poderá ser sua companheira um dia terá de compartilhar das mesmas condições de vida dele. do meu quintal”. Possibilidade: O futuro do eu poético se projeta com base na realidade da periferia, na falta de perspectiva que o lugar lhe oferece.
5. Transcreva os versos que indicam que o eu poético tem intenção de sair do lugar em que vive para se lançar no espaço coletivo da periferia.
“Esta noite sairei / Vou beber com meus amigos / E com as asas que os urubus me deram ao dia / Eu voarei por toda a periferia”.
6. O eu poético se sente livre com o isolamento em uma casa confortável ou com a companhia dos amigos da comunidade? Que versos do texto podem confirmar essa ideia de liberdade? Ele se sente livre na companhia de seus amigos. Os versos que confirmam a ideia de liberdade são: “E com as asas que os urubus me deram ao dia / Eu voarei por toda a periferia”.
DE OLHO NO VOCABUL RIO
1. Releia os versos a seguir:
Vou pintando, segurando as paredes do meu mangue do meu quintal / Manguetown •
De acordo com os versos, a vida do eu poético e a da Manguetown se relacionam, misturam-se? Resposta possível: O quintal dele é o próprio mangue, a Manguetown; a vida da comunidade se mistura à sua própria vida.
2. Leia com atenção o verbete abaixo: pintar , v.t. Cobrir de tinta. Colorir. Escrever fielmente. Ludibriar; int. começar a colorir-se. p. revelar-se. Aplicar cosméticos no rosto ou tingir os cabelos. pin.tar . BUENO, Silveira. Minidicionário da língua portuguesa. São Paulo: FTD, 2000. a) Qual acepção do verbete mais se aproxima ao sentido do verbo “pintando” no verso destacado na atividade 1? Cobrir de tinta; colorir. b) Em sua opinião, a que tipo de pintura se refere o eu poético no verso? Espera-se que o aluno responda que o eu poético se refere a grafites e pichações.
c) Escolha uma acepção do verbete diferente da trabalhada nesta atividade e faça uma frase com ela. Resposta pessoal.
230
Reflexão sobre o uso da língua Pronome demonstrativo 1. Releia o trecho inicial da letra de canção:
Estou enfiado na lama É um bairro sujo Onde os urubus têm casas E eu não tenho asas Mas estou aqui em minha casa Onde os urubus têm asas •
Imagine que o eu poético vai apresentar sua casa a alguém. Em seu caderno, ilustre as situações Resposta pessoal. Espera-se que, na ilustração do item “a”, o aluno desenhe a seguir. a casa perto de quem fala e, do item “b”, longe.
a) Ao apresentar sua casa, o eu poético diz: “Eu moro em Manguetown e esta é a minha casa.” b) Ao apresentar sua casa, o eu poético diz: “Eu moro em Manguetown e aquela é a minha casa.”
2. Como você pôde perceber, as palavras “esta” e “aquela” indicam a posição da casa em relação ao eu poético. Que diferença houve entre uma ilustração e outra?
Na ilustração do item “a”, quem fala está perto da casa. Na do item “b”, está longe.
3. Agora, leia a tira a seguir, observando o uso do pronome “esta”, no primeiro quadrinho. s s e r p I / e t a c i d n y S s e r u t a e F g n i K 5 1 0 2 ©
BROWNE, Dik. Hagar, o Horrível. Folha de S.Paulo , 20 dez. 2014. Disponível em: . Acesso em: 25 jan. 2015.
a) Qual é a importância do uso do pronome “esta” para a construção da fala da personagem? Espera-se que o aluno perceba que o pronome orienta o interlocutor a saber a qual pena o frei se refere. A palavra “esta” demonstra qual é a pena.
b) A pena a que a fala faz referência está mais próxima do frei (pessoa que fala) ou de Hagar (pessoa que ouve)? Está mais próxi ma do frei, que é a pessoa que fala. c) Se a pena estivesse na mesa, logo à frente de Hagar, o correto seria usar a expressão “essa pena”, em vez de “esta pena”. A partir dessa informação e de sua resposta para o item anterior, responda: Quando se usa o pronome “este(a)” e quando se usa o pronome “esse(a)”?
Usa-se o pronome “este(a)” quando ele se refere a algo que está próximo de quem fala. Usa-se o pronome “esse(a)” quando ele se refere a algo que está próximo de quem ouve.
231
IMPORTANTE SABER
Para marcar a posição espacial de um elemento em relação às três pessoas do discurso, usamos os pronomes demonstrativos: •
este, esta, isto – perto da pessoa que fala (1a pessoa do discurso);
•
esse, essa, isso – perto da pessoa que ouve (2a pessoa do discurso);
•
aquele, aquela, aquilo – longe de ambos (3 a pessoa do discurso).
Além de marcar a posição espacial, o pronome demonstrativo também pode marcar o tempo de um acontecimento: Preciso conversar com você esta noite. (tempo presente) Naquele dia, eu precisava ter conversado com você. (tempo passado)
APLICANDO CONHECIMENTOS 1.
Copie em seu caderno as frases a seguir, substituindo os símbolos adequado. a) ▲ meu coração fica triste sempre que ouço casamento.
▲ música
▲ pelo
pronome demonstrativo
que tocou ontem à noite na cerimônia de
este, aquela
b) Preciso entregar ▲ documentos que estão aqui comigo urgentemente para você. estes
c) Por favor, traga-me ▲ copo que está aí ao seu lado. esse
d) Hoje estou muito contente, pois
▲ é
o primeiro dia de férias.
este
2.
Leia a tira a seguir: s s e r p I / e t a c i d n y S s e r u t a e F g n i K 5 1 0 2 ©
BROWNE, Dik. Hagar, o Horrível. Folha de S.Paulo , 25 jan. 2015. Disponível em: . Acesso em: 26 jan. 2015.
a) Identifique e transcreva os dois pronomes demonstrativos usados na tirinha.
“Neste” e “isso”.
b) Por que, no primeiro quadrinho, foi empregado o pronome “(n)este” e não “(n)esse”? Porque a personagem se refere ao bar em que ambos estão.
c) Imagine que as personagens estivessem a três quarteirões do bar a que se referem. Nesse caso, como ficariam as falas do frei no primeiro quadrinho? Por quê? As falas seriam “Irmão Hagar, você passa muito tempo naquele bar. Praticamente vive lá!”, porque ambas as personagens estariam longe do local apontado.
d) A que se refere o pronome “isso”, empregado pela personagem Hagar no primeiro quadrinho? Refere-se ao fato de ele passar muito tempo no bar.
e) A acusação feita pelo frei é confirmada ou negada no último quadrinho? Por quê?
É confirmada, já que até as correspondências pessoais de Hagar estão sendo entregues no bar, sinalizando que ele realmente passa muito tempo lá.
232
Prática de leitura
Texto 6 – Letra de canção
Professor, verifique a possibilidade de executar a canção depois da leitura.
Rapaz caipira Qui m importa, qui m importa O seu preconceito qui m importa
k c o t s r e t t u h S / a i m o c l e W
Você diz que eu sou muito esquisito E eu às vezes sinto a sua ira Mas na verdade assim é que eu fui feito É só o jeito de um rapaz caipira Qui m importa, qui m importa O seu preconceito qui m importa
Qui m importa, qui m importa O seu preconceito qui m importa Se dá problema eu subo na picape E no horizonte eu tiro a minha linha Quando me acalmo é que eu volto prá casa Esse é o jeito de um rapaz caipira Qui m importa, qui m importa O seu preconceito qui m importa
Se você quer maiores aventuras Vá prá cidade grande qualquer dia Eu sou da terra e não creio em magia É só o jeito de um rapaz caipira
TEIXEIRA, Renato. Rapaz caipira. Renato Teixeira & Pena Branca e Xavantinho – ao vivo em Tatuí .
São Paulo: Sony BMG Music Entertainment, 2011. CD.
“Se dá problema / eu subo na picape / E no horizonte / eu tiro a minha linha”.
POR DENTRO DO TEXTO
1. Quem é o eu poético dessa letra de canção?
É um rapaz caipira.
2. O eu poético nos informa sobre a opinião do interlocutor em relação a ele. Qual é essa opinião? O interlocutor acha o eu poético esquisito.
3. O eu poético afirma não se importar com o preconceito de alguém. Que preconceito é esse que ele estaria sofrendo?
O preconceito por ser um rapaz caipira.
4. Releia o trecho a seguir:
Se você quer maiores aventuras Vá prá cidade grande qualquer dia
233
a) Quem seria o “você” a que a letra faz referência? É o interlocutor do eu poético, alguém que tem preconceito em relação a ele. b) A partir desse trecho, podemos deduzir qual é a opinião do interlocutor do eu poético sobre o Possivelmente, esse interlocutor considera a vida no meio rural desprovida de avenmeio rural. Qual seria essa opinião? Explique. turas, por isso o eu poético o aconselha a buscar maiores aventuras na cidade grande.
TEXTO E CONSTRUÇÃO 1. Levando em consideração aquilo que é narrado na letra de canção, justifique o título do texto. O eu poético que fala nos versos é um rapaz que se enleva por ser caipira apesar do preconcei to alheio.
2. Releia este verso da canção:
qui m’importa a) Considerando as características do eu poético, explique o uso desse verso da forma como está a intenção do uso desse verso foi a de tentar reproduzir a fala caipira do rapaz. Professor, é importante aproveitar a atividade para escrito. Possivelmente, motivar uma discussão sobre a variação linguística. b) Como ficaria essa frase se estivesse escrita na forma padrão da língua?
“O que me importa?” ou “Não me importa”.
Reflexão sobre o uso da língua Frase 1. Em seu caderno, copie dos versos a seguir apenas aqueles que possuem sentido completo, ou seja, aqueles que não dependem de outros versos para apresentar sentido.
Alternativas “b” e “c”.
a) “Você diz que eu” b) “E eu às vezes sinto a sua ira” c) “Eu sou da terra” d) “Se você quer maiores aventuras” e) “eu tiro a minha linha”
2. Os versos a seguir não apresentam sentido completo. Encontre na letra da canção os versos que os complementam e copie-os em seu caderno, acrescentando a cada um o seu complemento. a) “Você diz que eu”
Você diz que eu / sou muito esquisito
b) “é que eu volto prá casa” Quando me acalmo / é que eu volto prá casa
3. Observe que os versos a seguir podem ser combinados de outras formas, sem perder o sentido que expressam:
Se dá problema / eu subo na picape Eu subo na picape se dá problema Na picape, se dá problema, eu subo.
234
•
Agora, faça o mesmo com os versos a seguir. Reescreva-os, combinando-os de três formas prá cidade grande, qualquer dia, se você quer maiores aventuras. diferentes, sem que percam o sentido original. •• Vá Se você quer maiores aventuras, qualquer dia vá prá cidade grande. • Qualquer dia, se você quer maiores aventuras, vá
prá cidade grande.
Se você quer maiores aventuras / Vá prá cidade grande / qualquer dia
IMPORTANTE SABER
A todo enunciado com sentido completo, em uma dada situação de comunicação, damos o nome de frase. Uma frase pode ser composta por uma palavra ou um conjunto de palavras, desde que seja capaz de transmitir uma mensagem. Observe a tira a seguir: s e õ ç u d o r P a s u o S e d o i c i r u a M
Nesses quadrinhos, há uma situação de comunicação. No primeiro, Cebolinha transmite uma mensagem para Cascão, utilizando uma frase formada por três palavras: “Cascão, me ajuda!”. Há frases que podem ser constituídas sem verbo: “Socorro!”. E há também as frases constituídas por verbo: “Cascão, me ajuda!”. Já no segundo quadrinho, Cascão utiliza duas frases formadas por uma única palavra cada uma: “Socorro! Socorro!”. Dentro de uma mesma frase, é possível alterar a ordem das palavras, desde que a frase continue transmitindo uma mensagem com sentido completo. APLICANDO CONHECIMENTOS
1. Escreva no caderno as frases a seguir trocando de posição as expressões em destaque. Procure fazer várias alterações possíveis com a mesma frase. a) Eu sei que, com certeza, ele irá aparecer na minha festa.
Respostas pessoais.
b) Ana chegou, esta noite, cheia de planos para voltar a estudar. c) Em cima da mesa, há duas correspondências para você. d) Ele, provavelmente, deve vir ao encontro combinado. Professor, seria interessante registrar no quadro todas as alterações possíveis para cada uma das frases.
2. Ao fazer as alterações, que cuidado você precisou tomar para garantir o sentido das novas frases criadas? Foi preciso escolher uma posição adequada para as palavras da frase, garantindo a manutenção do sentido.
3. Agora é com você: crie uma frase com uma palavra ou expressão que indique lugar. Anote-a no caderno e depois faça novas frases alterando a posição dos elementos da frase que você criou. Resposta pessoal.
235
Prática de leitura
Texto 7 – Letra de canção ANTES DE LER
Você sabe o que é uma ciranda? Leia os versos seguintes e procure responder a essa questão. Professor, espera-se que os alunos estabeleçam uma relação da palavra com o canto e a dança.
Achei bom, bonito meu amor a brincar Ciranda maneira Vem cá, cirandeira, Vem cá balançar. Domínio público.
Professor, se necessário, explique aos alunos que folguedos são festas de caráter popular, cuja principal caracteConheça agora uma letra de canção usada nesse t ipo de folguedo. rística é a presença de música, dança e representação teatral. Grande parte dos folguedos possui origem religiosa e raízes culturais nos povos que formaram nossa cultura (indígenas, portugueses e africanos). Os folguedos fazem parte da cultura popular e do folclore brasileiro. Embora ocorram em quase todo o território brasileiro, é no Nordeste que eles se fazem mais presentes. Um exemplo de folguedo é o bumba meu boi.
Três cirandas de Pernambuco 1
3
Mandei fazer uma casa de farinha Bem maneirinha que o vento possa levar Oi passa sol, oi passa chuva, oi passa vento Só não passa o movimento do cirandeiro a rodar.
Essa ciranda quem me deu foi Lia Que mora na ilha De Itamaracá. (BIS)
2
Achei bom, bonito meu amor a brincar Ciranda maneira Vem cá, cirandeira, Vem cá balançar.
s o t n a S s o d a r i e r e P o n i l a t i V
Domínio público.
Ciranda (s.d.), de Mestre Vitalino Pereira dos Santos. Cerâmica policromada.
POR DENTRO DO TEXTO
1. Como as “Três cirandas de Pernambuco” foram organizadas?
As canções foram organizadas em versos, assim como ocorre com os poemas. Além disso, apresentam trabalho com a sonoridade das palavras.
2. Uma das três cirandas fala do amor a alguém. Identifique-a e exemplifique essa afirmação. A ciranda 2 fala da pessoa amada: “Achei bom, bonito meu amor a brincar”.
3. Alguma das cirandas faz um convite? Em caso positivo, exemplifique sua resposta com versos da canção. Sim. Na letra da ciranda 2 é possível ler os versos: “Vem cá, cirandeira, / Vem cá balançar”.
4. Releia estes versos da ciranda 1:
Oi passa sol, oi passa chuva, oi passa vento Só não passa o movimento do cirandeiro a rodar.
236
•
Qual é o sentido desses versos?
•
Eles foram construídos em linguagem figurada? Explique sua resposta.
Resposta possível: Faça chuva ou faça sol, os cirandeiros não deixarão de dançar a ciranda.
Sim, os versos foram escritos em linguagem figurada, pois a expressão “Oi passa sol, oi passa chuva, oi passa vento” refere-se aos possíveis impedimentos e problemas que possam surgir na vida do cirandeiro. O eu poético, no entanto, diz que o cirandeiro não se rende às dificuldades: ele continuará a participar dessa dança, mesmo com as adversidades.
CONFRONTANDO TEXTOS
1. Para responder às próximas questões, leia o verbete a seguir: Ciranda: A ciranda é uma dança típica das praias, mais precisamente daquelas situadas ao
norte de Pernambuco. Porém sua origem não se restringe ao litoral. Nas pesquisas realizadas sobre esse folguedo, verifica-se que seu surgimento ocorreu, simultaneamente, tanto na zona litorânea quanto em área mais interiorana, da Zona da Mata Norte. Nos primórdios, o ambiente de apresentação restringia-se aos locais populares, como: as beiras de praia, os terreiros de bodega , pontas de rua etc. Seus participantes eram basicamente trabalhadores rurais, pescadores, operários de construção, biscateiros , entre outros. [...] De fato, nas demais regiões do Brasil, a ciranda é um costume exclusivo das crianças. Porém, no nosso estado (PE), trata-se de um folguedo original, contando principalmente com a participação dos adultos, que não excluem a criançada quando esta deseja entrar na roda. Como o coco , ela é bastante comunitária, não tendo nenhum preconceito quanto ao sexo, cor, idade, condição social ou econômica dos participantes. [...] Fonte: . Acesso em: 9 jan. 2015. a) Qual é a intenção desse texto?
Oferecer ao leitor informações sobre a ciranda.
b) Qual é o tempo verbal mais empregado no verbete?
O tempo presente.
c) A maioria dos verbos usados indicam ação, movimento ou um modo de ser? Por que você acha pessoal. Espera-se que o aluno perceba que a maioria dos verbos indica modo de que os verbos foram usados dessa maneira? Resposta ser, já que se trata de um texto informativo, em que predominam as sequências descritivas. d) O texto foi escrito em 1 a ou em 3 a pessoa? Em 3a pessoa.
e) Compare os textos que explicam a Folia de Reis e a ciranda. Para isso, copie o quadro a seguir em seu caderno e organize as respostas que estão faltando para completá-lo.
Folia de Reis
Ciranda
Nível de linguagem
Formal.
Formal.
Tempo verbal predominante
Presente.
Presente.
Transcrever verbos que indicam modo de ser
Verbos: “é”, “são”.
Verbos: “é”, “restringe”, “trata-se”.
Apresentam descrição? Transcreva exemplo do texto
Sim. Exemplo: “No período de 24 de dezembro, véspera de Natal, a 6 de janeiro, Dia de Reis, um grupo de cantadores e instrumentistas percorre a cidade entoando versos relativos à visita dos reis magos ao Menino Jesus.”
Sim. Exemplo: “Como o coco, ela é bastante comuni tária, não tendo nenhum preconceito quanto ao sex o, cor, idade, condição social ou econômica dos participantes.”
Apresentam informações sobre a origem da manifestação cultural?
Sim. Exemplo: “A Folia de Reis é uma festa religiosa popular de origem portuguesa.”
Sim: Trecho do texto: “Nas pesquisas realizadas sobre esse folguedo, verifica-se que seu surgimento ocorreu, simultaneamente, tanto na zona litorânea quanto em área mais interiorana, da Zona da Mata Norte.”
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IMPORTANTE SABER
O verbete é um gênero textual que apresenta a definição de algo por meio da exposição. É um texto explicativo que visa ao conhecimento ou à ampliação de conhecimentos do leitor sobre o que está sendo definido. Além da exposição, também podemos encontrar em um verbete a narração e a descrição. Os verbetes são encontrados em dicionários, enciclopédias, revistas, entre outros, e podem ou não conter representações gráficas (ilustrações) que se relacionam à definição.
Produção de texto Verbete Que tal criar um varal ilustrado com verbetes sobre as manifestações culturais do Brasil? Ele poderá ser exposto na escola ou em outro local. Combinem com o professor. Escolha uma das manifestações apresentadas nas fotos deste capítulo (maracatu, chula, frevo, capoeira, congada, bumba meu boi), pesquise suas características e escreva um texto no gênero verbete, que contenha uma descrição da manifestação escolhida. Caso prefira, você poderá escolher uma festa, dança ou um ritmo musical típico da sua região. PLANEJE SEU TEXTO
Copie no caderno os itens do quadro e responda a cada um deles como modo de planejamento. Amplie o número de itens se precisar. Verifique se cumpriu o planejado na hora de avaliar o texto.
Para escrever o verbete 1. Qual é o público leitor do texto?
O público que circula pelo local da exposição.
2. Que linguagem vou empregar?
Linguagem informal.
3. Qual é a estrutura que o texto vai ter?
Organização em parágrafos ou um parágrafo único.
4. Onde o texto vai circular?
Na escola, em um varal ilustrado. Professor, caso tenha facilidade para expor os trabalhos fora da escola, leve os trabalhos para locais diferentes do espaço escolar. Biblioteca pública, parque municipal, saguão de um prédio em que circula um público específico. Caso esse tipo de exposição seja feita, será preciso combinar a utilização desse espaço público com antecedência e verificar com a direção quais são as possibilidades de os alunos se deslocarem para o local.
ORIENTAÇÕES PARA A PRODUÇÃO
1. O verbete é um texto em que predomina a exposição de informações. Leia mais verbetes para conhecer os diferentes modos de encaminhar textos desse gênero. Observe, por exemplo, o verbete a respeito da ciranda, que se utilizou da descrição para apresentar as características desse tipo de dança.
2. Escreva o texto em 3 a pessoa. Por exemplo: “O maracatu é uma manifestação popular”. 3. Dê ao leitor informações que julgar importantes para fazer um retrato da manifestação cultural que escolheu.
4. Se necessário, conte fatos que esclareçam melhor a história da manifestação indicada no verbete: como, onde e por que surgiu, quem participava dela, se era um ritual da época, como chegou aos dias atuais.
5. Como seu texto será construído com base em uma pesquisa, selecione do texto original apenas os dados que achar importantes. Procure anotá-los em uma folha antes de escrever o verbete. Você usará essas informações para escrever o seu texto.
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6. Se puder, consulte mais de uma fonte de informação para que a sua seleção seja a mais rica e a mais confiável possível.
Professor, explique aos alunos que, às vezes, pode haver diferenças de informações entre uma fonte e outra. Por isso, é sempre prudente consultar várias para conferir os dados, observar o que é mais aceito nas diferentes fontes consultadas.
7. Planeje a sequência de ideias do texto e verifique se não está repetindo informações. 8. Use seus conhecimentos a respeito do que é ideia principal e ideia secundária para construir os parágrafos do texto.
9. Não esqueça que, no verbete, a primeira palavra que aparece no texto indica o assunto sobre o qual este fornecerá informações. Veja o texto anterior e releia os verbetes deste capítulo.
10. Para enriquecer o trabalho, ilustre o texto.
Professor, lembre aos alunos que em capítulos anteriores também há verbetes de dicionário, além de um texto desse gênero sobre o Taj Mahal.
AVALIAÇÃO E REESCRITA Faça essa atividade em seu caderno. Depois de terminar a produção do texto, leia-a em voz alta para a sua turma e explique por que escolheu pesquisar a respeito desse assunto e o que conheceu de novo por meio dessa atividade. Por fim, revise o texto e passe a produção a limpo em folhas coloridas. Professor, ressalte que o tipo descritivo também é importante para a construção do texto. Depois da atividade, você poderá questioná-los: a descrição foi importante para explicar melhor do que trata a manifestação cultural pesquisada? Em seguida, estimule os alunos a reescrever o texto. Finalmente, após a reescrita, eles poderão montar o varal para que as outras pessoas da escola também possam conhecer melhor essas manifestações culturais. Esse varal poderá ser ilustrado com fotos e outros recursos de imagem, como obras de arte, colagens de materiais diversos.
Projetos em ação
Professor, veja orientações no Manual.
Muitos são os problemas ambientais. Vários deles podem ser contornados ou resolvidos. Mas a solução da maioria depende de uma mudança de atitude das pessoas. Vamos provocar a reflexão e a discussão sobre alguns dos problemas ambientais? A seguir você encontra algumas propostas. Há ainda uma última proposta, na qual você e sua turma poderão assistir à apresentação de um artista popular.
Proposta 1
HQ sobre o meio ambiente A turma pode montar uma exposição com as histórias em quadrinhos que foram desenvolvidas na Produção de texto do Capítulo 1. A exposição servirá para que outras pessoas da escola possam refletir sobre o tema do meio ambiente por meio das criações de sua turma. Para isso, siga as orientações.
ORIENTAÇ ES •
•
Combine com o professor qual será o local da exposição. A turma deve decidir em que suporte os trabalhos serão colocados: parede, painel, ou suspensos por barbantes etc.
•
Antes de expor os trabalhos, é importante fazer uma revisão do texto.
•
Combine essa revisão com o professor.
•
Caso seja possível, preparem alguns cartazes para convidar as pessoas de sua escola para a exposição e distribua-os por vários locais.
239
•
Se gostar da ideia, a turma pode colocar um livro de presença para que os visitantes assinem os nomes e registrem seus comentários a respeito das produções.
Proposta 2
Campanha informativa “A natureza é da gente” Sob a orientação do professor, a turma deverá ser dividida em grupos. Cada grupo irá elaborar cartazes com o objetivo de conscientizar a população sobre alguns dos problemas ambientais do planeta Terra e fornecer informações de como cuidar melhor do ambiente. Para estimular a reflexão e a mudança de atitude das pessoas, o cartaz da campanha de conscientização deve apresentar uma imagem atraente e um texto breve em letras bem visíveis, dando destaque àquilo que considera fundamental que o leitor compreenda.
ORIENTAÇÕES •
O uso de linguagem figurada e o humor podem enriquecer sua produção, dando novo sentido às palavras.
•
Verifique se a linguagem é adequada ao tipo de público ao qual se dirige o cartaz.
•
Observe se você elaborou um texto que propicia uma leitura rápida e eficiente.
•
Depois de prontos os cartazes, espalhe todos eles por diferentes locais da escola.
Proposta 3
Professor, é importante conversar com os alunos sobre a postura deles no momento da apresentação: silêncio, respeito pela arte produzida pelo convidado, atenção à pessoa etc. Caso julgue conveniente, prepare um grupo de alunos para fazer a recepção do convidado e assesorá-lo. Esse grupo poderá atuar com um professor ou com a direção da escola, apresentando o espaço ao artista e atendendo ao que ele precisar quanto à organização do espaço, materiais, água, alimentação, local para se vestir etc.
Quem conhece um artista popular? Em sua cidade, em sua comunidade, provavelmente, existem alguns artistas populares: músicos, contadores de histórias, grupos de teatro, escritores, dançarinos etc. Pesquise essa informação com seu professor e verifique a possibilidade de trazer um artista popular para se apresentar em sua escola.
ORIENTAÇÕES •
•
•
•
240
A turma deve organizar um evento para receber o art ista, combinando antes com ele uma pauta sobre o que vai acontecer nesse dia e qual será a participação dos alunos e do visitante. O artista também deve ser consultado para dar suas sugestões a respeito de como será organizado o evento. Informem com antecedência a data do evento a todas as pessoas da escola (por meio de cartazes, por exemplo), para que todos possam participar. Os grupos de alunos participantes do evento podem preparar algumas perguntas para fazer ao artista em um momento combinado para essa entrevista. Se acharem conveniente, um aluno ou grupo de alunos pode criar uma homenagem ao artista, preparando um poema ou uma música para apresentar nesse dia.
Abertura do Encontro Nacional dos Pontos de Cultura – Teia Brasília 2008, no Teatro Nacional, Brasília.
r B A / s a i D n o s l i W
APÊNDICE I. SUBSTANTIVO Classificação Substantivo comum A mãe do Menino Maluquinho comprou flores. Precisamos comer peixe. Você me emprestaria seu lápis? A novela, ontem, foi interessante. O perfume era muito caro.
Substantivo próprio O Menino Maluquinho tem o próprio estilo. São Paulo localiza-se na Região Sudeste.
O Rio de Janeiro é uma das cidades mais visitadas do Brasil. A Bienal Internacional do Livro reúne importantes escritores.
Substantivo simples Quebrei meu pé. Minha flor favorita é a margarida. O mapa está no armário. A feira estava cara hoje. Não sinto mais dor no braço.
Substantivo composto Plantei um amor-perfeito. O beija-flor é um lindo pássaro. Não encontrei meu mapa-múndi. Quarta-feira tem jogo do Brasil.
Você está mal-humorado?
241
Substantivo primitivo Os garotos estão agitados. A porta fechou sozinha. O pão está quentinho. Não fiz a barba hoje. O amor modifica as pessoas.
Substantivo derivado A garotada está agitada. O porteiro não estava na portaria do prédio. O padeiro não abriu a padaria hoje. O barbeiro conversava com seu amigo na barbearia. Meu amorzinho viajou.
Substantivo concreto Aquele fantasma o atormentou por muitos anos. O livro foi escrito por Ruth Rocha. Adorei a história que a professora leu. Há pessoas que morrem de medo de assombração.
Substantivo abstrato Amor de mãe é infinito.
Adoro ouvir o canto dos pássaros. A pobreza da alma causa pena. Você me causou muito sofrimento. Inteligência é algo fundamental.
Substantivo coletivo O álbum do casamento ficou pronto. Usaremos a baixela de prata. O júri decidirá hoje a sentença do réu. Houve um incêndio na floresta. Recebemos um lindo buquê.
242
Principais coletivos álbum de fotografias alcateia de lobos arquipélago de ilhas assembleia de deputados, senadores, professores batalhão de soldados biblioteca de livros boiada de bois bosque, mata, floresta de árvores cacho de bananas, cabelos cáfila de camelos canteiro de verduras, flores caravana de viajantes catálogo de livros, revistas cavalaria de cavalos clero de padres código de leis colônia de imigrantes constelação de estrelas cordilheira, serra de montanhas coro de vozes década: período de dez anos discoteca de discos elenco de atores, artistas enxame de abelhas
243
esquadrilha de aviões fauna de animais de uma região feixe de gravetos flora de plantas de uma região gado de bois, vacas junta de médicos júri de jurados manada de elefantes, bois, porcos matilha de cães milênio: período de mil anos molho de chaves multidão de pessoas ninhada de ovos, pintos, filhotes orquestra de músicos pelotão, batalhão, tropa de soldados penca de frutas, flores ramalhete de flores rebanho de ovelhas, carneiros, bois repertório de músicas réstia de alhos, de cebolas século: período de cem anos time de jogadores tropa de soldados turma de alunos, trabalhadores vara de porcos vocabulário de palavras 244
Flexão dos substantivos Os substantivos se flexionam em gênero, número e grau.
I. Gênero São dois os gêneros: o masculino e o feminino. Masculino – quando usamos antes do substantivo os artigos: o / os, um / uns. O lápis caiu.
Chegaram os livros. Um dia irei à Europa.
Ganhei uns cadernos. Portanto, os substantivos “lápis”, “livros”, “dia” e “cadernos” são masculinos. Feminino – quando usamos antes do substantivo os artigos: a / as, uma / umas. A borracha é minha.
Trouxeram as redações? Uma garota ligou para você hoje.
Preciso de umas folhas em branco para o trabalho. Portanto, os substantivos “borracha”, “redações”, “garota” e “folhas” são femininos.
Casos especiais de gênero 1. Comum de dois: sabe-se o gênero pela mudança do artigo. o estudante/ a estudante
o repórter/ a repórter
o chefe/ a chefe
o fã/ a fã
o jovem/ a jovem
2. Sobrecomum: mesma palavra para o feminino e o masculino. a criança (mulher ou homem)
o boia-fria (mulher ou homem)
a vítima
o gênio
a testemunha
o ídolo
3. Epiceno: usam-se as palavras “macho” e “fêmea” para saber o sexo do animal. a barata macho/a barata fêmea
o canguru macho/o canguru fêmea
a cobra macho/a cobra fêmea
o gavião macho/o gavião fêmea
a coruja macho/a coruja fêmea
o tigre macho/o tigre fêmea
Formação do feminino Normalmente, forma-se o feminino trocando o o pelo a. aluno /aluna, búfalo /búfala, carteiro /carteira, lobo /loba, prefeito /prefeita
245
Outras terminações para o feminino -e
-a parente /parenta, comediante /comedianta, elefante /elefanta, presidente /presidenta -ora / -triz doutor /doutora, pastor /pastora, professor /professora, pintor /pintora, embaixador /embaixatriz, ator /atriz, imperador /imperatriz -or
-ão -ã / -ona / -oa anão /anã, cidadão /cidadã, campeão /campeã, órfão /órfã, folião /foliona, solteirão /solteirona, sabichão /sabichona, glutão /glutona, leão /leoa, pavão /pavoa, patrão /patroa, leitão /leitoa -e / -es
-esa
camponês /camponesa, marquês /marquesa, príncipe /princesa, duque /duquesa -a / -e -isa poeta /poetisa, profeta /profetisa, sacerdote /sacerdotisa -eu -eia ateu /ateia, plebeu /plebeia, pigmeu /pigmeia
Mudam completamente do masculino para o feminino pai/mãe
genro/nora
padrinho/madrinha
padre/madre
cavalo/égua
frade/freira
cavalheiro/dama
marajá/marani
cavaleiro/amazona
rinoceronte/abada
Palavras só usadas no feminino a alface
a dinamite
a musse
a cal
a ferrugem
a sentinela
a preá
a hélice
a mascote
Palavras só usadas no masculino o açúcar o champanhe o alpiste o dó o espécime o boia-fria
o milhar o sósia o guaraná
Palavras que mudam de sentido do masculino para o feminino o cabeça – o chefe a cabeça – parte do corpo humano o caixa – funcionário a caixa – objeto o capital – dinheiro a capital – cidade o grama – medida de massa a grama – relva o moral – ânimo a moral – caráter o rádio – aparelho a rádio – emissora 246
II. Número Apresenta duas formas: singular e plural. Singular: indica um substantivo apenas.
amor, cadeira, arroz, cão, mulher, criança, pastel Plural: indica mais de um substantivo.
amores, cadeiras, arrozes, cães, mulheres, crianças, pastéis
Formação do plural Normalmente, acrescenta-se a letra s ao final da palavra. blusa/blusas, garoto/garotos, ponte/pontes, degrau/degraus, chapéu/chapéus
Outras terminações para o plural -al / -el / -il (oxítona) / -ol / -ul -is canal/canais, laranjal/laranjais, sinal/sinais papel/papéis, pastel/pastéis, anel/anéis barril/barris, cantil/cantis, funil/funis lençol/lençóis, álcool/álcoois e alcoóis, sol/sóis azul/azuis, paul/pauis (pântano/pântanos) Observação Paroxítona terminada em -il forma o plural em -eis. projétil /projéteis, réptil /répteis Substantivos terminados em -m
-ns
jovem /jovens, jardim /jardins, batom /batons, atum /atuns Substantivos terminados em -r, -s, -z
-es
colher /colheres, dólar /dólares, amor /amores, mulher /mulheres ás /ases, mês /meses, gás /gases, adeus /adeuses rapaz /rapazes, raiz /raízes, gravidez /gravidezes, arroz /arrozes
Observação Paroxítona ou proparoxítona terminada em -s não varia. o ônibus /os ônibus, o pires /os pires, o tênis /os tênis, o vírus /os vírus Substantivos terminados em -ão
-s / -ões / -ães
mão /mãos, cidadão /cidadãos, grão /grãos, crist ão /cristãos limão /limões, anfitrião /anfitriões, canhão /canhões, coração /corações pão /pães, cão /cães, capitão /capitães, tabelião /tabeliães 247
Observação Substantivos em -ão que admitem mais de uma forma para o plural. aldeão – aldeãos /aldeões /aldeães
cirurgião – cirurgiões /cirurgiães
ancião – anciãos /anciões /anciães
corrimão – corrimãos /corrimões
vilão – vilãos /vilões /vilães
peão – peões /peães
vulcão – vulcãos /vulcões /vulcães
refrão – refrãos /refrães
charlatão – charlat ões /charlat /charlatães
verão – verãos /verões
Plural dos substantivos compostos 1. As duas palavras irão para o plural. •
substantivo + substantivo
redator-chefe/redatores -chefes, couve-flor/couv couve- flor/couvees-flores •
substantivo + adjetivo
amor-perfeito/amores-perfeitos, cachorro-quente/cac cachorro- quente/cachorro horros-quentes •
adjetivo + substantivo
puro-sangue/puros-sangues, pequeno-burguês/pequenos -burgueses •
numeral + substantivo
quinta-feira/quintas-feiras, primeiro-ministro/primeiro primeiro-ministro/primeiros-ministros
2. Apenas a primeira palavra irá para o plural. •
substantivo + preposição + substantivo
pé de moleque/pés de moleque, sinal da cruz/sinais da cruz •
a segunda palavra especifica a primeira
laranja-lima/laranjas-lima, banana-maçã/banana s -maçã
Observação A tendência moderna é pluralizar os dois elementos: laranja s-limas, bananas-maçãs
3. Palavras invariáveis
apenas a última palavra irá para o plural.
beija-flor/beija-flor es (verbo + substantivo) alto-falante/alto-falantes (advérbio + adjetivo) contra-ataque/contra-ataques (prefixo + substantivo) super-herói/super-heróis (prefixo + substantivo) Diminutivo plural 4. Diminutivo
faz-se o plural da palavra primitiva, colocando-se o s no final.
animalzinho – animaizinhos (animai(s) + -zinho florzinha – florezinhas (flore(s) + -zinha limãozinho – limõezinhos (limõe(s) + -zinho 248
s no final)
s no final) s no final)
Palavras só usadas no plural as algemas
os arredores
os Estados Unidos
as olheiras
os Alpes
as bodas
as núpcias
os parabéns
os Andes
as condolências
os óculos
os pêsames
III. Grau São dois: aumentativo e diminutivo. Aumentativo: normalmente formado pelo acréscimo das terminações -ão, -ona.
amigo – amigão
carro – carrão
pedra – pedrona
gato – gatão
mulher – mulherona
casa – cas ona
Observação Também forma-se o grau aumentativo com o auxílio das palavras “grande”, “enorme”, “imenso” etc. pé – pé grande piscina – piscina enorme casa – casa imensa
Aumentativos Aumentativ os com outras terminações boca – bocarra
faca – fac alhão
navio – navi arra
cabeça –cabeçorra
forno – fornalha
prato – pratarraz
copo – copázio
homem – homenzarrão
rico – ricaço
cão – canz arrão
mão – manzorra
voz – vozeirão
corpo – corpanzil
nariz – narigão
Diminutivo: normalmente, normalmente, é formado pelo acréscimo das terminações -inho, -zinho etc.
livro – livr inho
pedra – pedrinha
homem – homenzinho
casa – casinha
pé – pezinho
flor – florzinha
Observação Também se forma o grau diminutivo com o auxílio das palavras “pequeno”, “minúsculo”, “insignificante” etc. nariz – nariz pequeno lápis – lápis minúsculo prejuízo – prejuízo insignificante
249
Diminutivos Diminutiv os com outras terminações árvore – arvoreta
cula folha – folí cula
cula parte – partí cula
beijo – beijote
cula gota – gotí cula
cula pele – pelí cula
caminhão – caminhonete
ilha – ilh ota
questão – questiúncula
casa – casebre
nó – nódulo
rio – riacho
corpo – corpúsculo
ovo – óvulo
rua – ruela
estátua – estatueta
Observação Às vezes o aumentativo e o diminutivo não exprimem o tamanho t amanho dos seres, mas carinho ou desprezo . Carinho: pai – paizão / amigo – amigão amor – amorzinho / filho – filhinho Desprezo: gente – gentalha / dente – dentuça livro – livreco / lugar – lugarejo
II. ARTIGO Definidos: o, a, os, as
Indefinidos: um, uma, uns, umas
Artigo definido •
A moça aceitou os elogios com muita satisfação.
•
O contrato de trabalho t rabalho deixou-o muito ansioso.
•
Ninguém conseguiu entender as explicações do professor.
Artigo indefinido •
Gostaria de ver uma dança típica do sul.
•
O jogador encontrou um jeitinho de fazer o gol.
•
Todo mundo gosta de comprar uns presentes no Natal.
III. ADJETIVO Adjetivos pátrios Indicam nacionalidade, naturalidade, origem. •
250
Quem nasce em Salvador é soteropolitano.
•
O natural do Rio Grande do Norte é potiguar.
•
Quem nasce na Etiópia é etíope.
Alguns adjetivos pátrios Afeganistão – afegão ou afegane Bélgica – belga Brasil – brasileiro Buenos Aires – portenho ou bonairense Ceará – cearense Espírito Santo – capixaba ou espírito-santense Estados Unidos – americano ou estadunidense ou ianque França – francês Goiânia – goianiense Holanda – holandês João Pessoa – pessoense Madri – madrilenho ou madrilense Manaus – manauense Rio de Janeiro – fluminense (estado) (est ado) e carioca (cidade) Rio Grande do Sul – gaúcho ou rio-grandense-do-sul ou rio-grandense Santa Catarina – catarinense ou catarineta ou barriga-verde São Paulo – paulista (estado) e paulistano (cidade)
Flexão dos adjetivos Os adjetivos se flexionam flexionam em gênero, número e grau.
I. Gênero Obedecem às mesmas regras do substantivo, quando adjetivos simples. lindo /linda, precioso /preciosa, alto /alta, simpático /simpática, velho /velha, alemão /alemã, glutão /glutona, português /portuguesa, ateu /ateia, judeu /judia
II. Número Obedecem às mesmas regras do substantivo, quando adjetivos simples. maravilhoso/maravilhosos, pequeno/pequenos, baixo/baixos, novo/novos, bom /bons, lilás /lilas /lilases, amáve /amáv l /amáveis
Flexão dos adjetivos compostos •
Apenas o último se flexiona em gênero e número.
cabelo castanho-claro/cabelos castanho-claro s blusa amarelo-escura/blusas amarelo-escura s 251
Exceções: surdo-mudo/surdos-mudos
surda-muda/surdas-mudas saia azul-marinho/saias azul-marinho blusa azul celeste/blusas azul celeste
Observação Caso a última palavra seja um substantivo, fica invariável. invariável. saia vermelho-sangue/saias vermelho-sangue sapato verde-garrafa/sapatos verde-garrafa
III. Grau São dois: comparativo e superlativo.
Comparativo Igualdade: O sabonete é tão perfumado quanto o talco. Superioridade: A água está mais quente que o refrigerante. Inferioridade: Você Você ficou menos bronzeado que seu irmão.
Observação Comparativos irregulares: “mais grande” “mais pequeno”
maior menor
“mais bom”
melhor
“mais mau”
pior
Superlativo 1. Absoluto •
sintético: -íssimo / -ílimo / -érrimo
Seu pai é inteligentíssimo. O exercício é fac ílimo. Você está macérrima. •
analítico: muito / extremamente / bastante
Seu pai é muito inteligente. O exercício é extremamente fácil. Você está bastante magra. 252
2. Relativo •
superioridade (o / a mais): Ele é o mais simpático da turma.
•
inferioridade (o / a menos): Você é o menos jovem da sala.
Alguns adjetivos superlativos absolutos sintéticos ágil – agílimo
fácil – facílimo
agradável – agradabilíssimo
feliz – felicíssimo
amargo – amarguíssimo, amaríssimo
feroz – ferocíssimo
amável – amabilíssimo
fiel – fidelíssimo, fielíssimo
amigo – amicíssimo, amiguíssimo
frágil – fragílimo, fragilíssimo
antigo – antiguíssimo, antiquíssimo
frio – frigidíssimo, friíssimo
áspero – aspérrimo, asperíssimo
grande – grandíssimo, máximo
bom – boníssimo, ótimo
hábil – habilíssimo
célebre – celebérrimo, celebríssimo
horrível – horribilíssimo
confortável – confortabilíssimo
inimigo – inimicíssimo
cruel – crudelíssimo, cruelíssimo
magro – magríssimo, macérrimo, magérrimo
difícil – dificílimo
mau – malíssimo, péssimo
digno – digníssimo
miserável – miserabilíssimo
doce – dulcíssimo
mísero – misérrimo
negro – nigérrimo
sábio – sapientíssimo
notável – notabilíssimo
sagrado – sacratíssimo
pequeno – pequeníssimo, mínimo
sensível – sensibilíssimo
pobre – paupérrimo, pobríssimo
simples – simplicíssimo
popular – popularíssimo
terrível – terribilíssimo
provável – probabilíssimo
veloz – velocíssimo
IV. PRONOME Pronome adjetivo: acompanha o nome. Meu carro. Aquela bicicleta. Alguns vasos. Pronome substantivo: substitui o nome. Isto é meu. Elas já chegaram. Tudo acabou bem. 253
Classificação dos pronomes Há vários tipos de pronomes.
Pronomes pessoais Caso reto
Caso oblíquo
1a pes. sing.: eu
1a pes. sing.: me, mim, comigo
2a pes. sing.: tu
2a pes. sing.: te, ti, contigo
3a pes. sing.: ele/ela
3a pes. sing.: se, si, consigo, o, a, lhe
1a pes. plural: nós
1a pes. plural: nos, conosco
2a pes. plural: vós
2a pes. plural: vos, convosco
3a pes. plural: eles/elas
3a pes. plural: se, si, consigo, os, as, lhes
Pronomes de tratamento Emprego
Pronome
Abreviatura
reis e imperadores
Vossa Majestade
V.M. (plural: VV.MM.)
príncipe
Vossa Alteza
V.A. (plural: VV.AA.)
papa
Vossa Santidade
V.S.
cardeais
Vossa Eminência
V.Ema (plural: VV.Emas)
altas autoridades: ministros, prefeitos, governadores...
Vossa Excelência
V.Exa (plural: V.Exas)
autoridades menores e pessoas de respeito
Vossa Senhoria
V.Sa (plural: V.Sas)
juiz
Meritíssimo
MM. ou Mmo
sacerdotes e religiosos em geral
Reverendíssimo
Revmo (plural: Revmos)
tratamento de respeito para as senhor pessoas em geral senhora/senhorita
sr. (plural: srs.) sra (plural: sras)/ sr ta (plural: sr tas )
pessoas com quem temos mais proximidade/ familiaridade
v.
você
Pronomes possessivos
254
1a pes. sing.: meu, minha, meus, minhas
1a pes. plural: nosso, nossa, nossos, nossas
2a pes. sing.: teu, tua, teus, tuas
2a pes. plural: vosso, vossa, vossos, vossas
3a pes. sing.: seu, sua, seus, suas
3a pes. plural: seu, sua, seus, suas
Pronomes demonstrativos este, esta, estes, estas, isto esse, essa, esses, essas, isso aquele, aquela, aqueles, aquelas, aquilo
Pronomes indefinidos algum, alguma, alguns, algumas, alguém nenhum, nenhuma, nenhuns, nenhumas, ninguém todo, toda, todos, todas, tudo outro, outra, outros, outras, outrem muito, muita, muitos, muitas, nada pouco, pouca, poucos, poucas, algo certo, certa, certos, certas, cada
Pronomes interrogativos que, quem, qual, quais, quanto, quanta, quantos, quantas
Pronomes relativos o qual, a qual, os quais, as quais, que, quem cujo, cuja, cujos, cujas onde
V. VERBO Modelo de conjugação dos verbos regulares e do verbo irregular “pôr” 1a conjugação: louv-ar 2a conjugação: vend- er 3a conjugação: part- ir 255
I. Indicativo Presente Eu
louv-o
vend-o
part-o
p-onho
Tu
louv-as
vend-es
part-es
p-ões
Ele
louv-a
vend-e
part-e
p-õe
Nós
louv-amos
vend-emos
part-imos
p-omos
Vós
louv-ais
vend-eis
part-is
p-ondes
Eles
louv-am
vend-em
part-em
p-õem
Pretérito imperfeito Eu
louv-ava
vend-ia
part-ia
p-unha
Tu
louv-avas
vend-ias
part-ias
p-unhas
Ele
louv-ava
vend-ia
part-ia
p-unha
Nós
louv-ávamos
vend-íamos
part-íamos
p-únhamos
Vós
louv-áveis
vend-íeis
part-íeis
p-únheis
Eles
louv-avam
vend-iam
part-iam
p-unham
Pretérito perfeito Eu
louv-ei
vend-i
part-i
p-us
Tu
louv-aste
vend-este
part-iste
p-useste
Ele
louv-ou
vend-eu
part-iu
p-ôs
Nós
louv-amos
vend-emos
part-imos
p-usemos
Vós
louv-astes
vend-estes
part-istes
p-usestes
Eles
louv-aram
vend-eram
part-iram
p-useram
Pretérito mais-que-perfeito
256
Eu
louv-ara
vend-era
part-ira
p-usera
Tu
louv-aras
vend-eras
part-iras
p-useras
Ele
louv-ara
vend-era
part-ira
p-usera
Nós
louv-áramos
vend-êramos
part-íramos
p-uséramos
Vós
louv-áreis
vend-êreis
part-íreis
p-uséreis
Eles
louv-aram
vend-eram
part-iram
p-useram
Futuro do presente Eu
louv-arei
vend-erei
part-irei
p-orei
Tu
louv-arás
vend-erás
part-irás
p-orás
Ele
louv-ará
vend-erá
part-irá
p-orá
Nós
louv-aremos
vend-eremos
part-iremos
p-oremos
Vós
louv-areis
vend-ereis
part-ireis
p-oreis
Eles
louv-arão
vend-erão
part-irão
p-orão
Futuro do pretérito Eu
louv-aria
vend-eria
part-iria
p-oria
Tu
louv-arias
vend-erias
part-irias
p-orias
Ele
louv-aria
vend-eria
part-iria
p-oria
Nós
louv-aríamos
vend-eríamos
part-iríamos
p-oríamos
Vós
louv-aríeis
vend-eríeis
part-iríeis
p-oríeis
Eles
louv-ariam
vend-eriam
part-iriam
p-oriam
II. Subjuntivo Presente Que... Eu
louv-e
vend-a
part-a
p-onha
Tu
louv-es
vend-as
part-as
p-onhas
Ele
louv-e
vend-a
part-a
p-onha
Nós
louv-emos
vend-amos
part-amos
p-onhamos
Vós
louv-eis
vend-ais
part-ais
p-onhais
Eles
louv-em
vend-am
part-am
p-onham
Pretérito imperfeito Se... Eu
louv-asse
vend-esse
part-isse
p-usesse
Tu
louv-asses
vend-esses
part-isses
p-usesses
Ele
louv-asse
vend-esse
part-isse
p-usesse
Nós
louv-ássemos
vend-êssemos
part-íssemos
p-uséssemos
Vós
louv-ásseis
vend-êsseis
part-ísseis
p-usésseis
Eles
louv-assem
vend-essem
part-issem
p-usessem 257
Futuro Quando... Eu
louv-ar
vend-er
part-ir
p-user
Tu
louv-ares
vend-eres
part-ires
p-useres
Ele
louv-ar
vend-er
part-ir
p-user
Nós
louv-armos
vend-ermos
part-irmos
p-usermos
Vós
louv-ardes
vend-erdes
part-irdes
p-userdes
Eles
louv-arem
vend-erem
part-irem
p-userem
III. Imperativo Afirmativo Louv-a tu
Não louv-es tu
Louv-e você
Não louv-e você
Louv-emos nós
Não louv-emos nós
Louv-ai vós
Não louv-eis vós
Louv-em vocês
Não louv-em vocês
Afirmativo
Negativo
Vend-e tu
Não vend-as tu
Vend-a você
Não vend-a você
Vend-amos nós
Não vend-amos nós
Vend-ei vós
Não vend-ais vós
Vend-am vocês
Não vend-am vocês
Afirmativo
Negativo
Part-e tu
Não part-as tu
Part-a você
Não part-a você
Part-amos nós
Não part-amos nós
Part-e vós
Não part-ais vós
Part-am vocês
Não part-am vocês
Afirmativo
258
Negativo
Negativo
P-õe tu
Não p-onhas tu
P-onha você
Não p-onha você
P-onhamos nós
Não p-onhamos nós
P-onde vós
Não p-onhais vós
P-onham vocês
Não p-onham vocês
VI. NUMERAL Arábicos
Romanos
Cardinais
Ordinais
1
I
um
primeiro
2
II
dois
segundo
3
III
três
terceiro
4
IV
quatro
quarto
5
V
cinco
quinto
6
VI
seis
sexto
7
VII
sete
sétimo
8
VIII
oito
oitavo
9
IX
nove
nono
10
X
dez
décimo
11
XI
onze
décimo primeiro ou undécimo
12
XII
doze
décimo segundo ou duodécimo
13
XIII
treze
décimo terceiro
14
XIV
catorze (ou quatorze)
décimo quarto
15
XV
quinze
décimo quinto
16
XVI
dezesseis
décimo sexto
17
XVII
dezessete
décimo sétimo
18
XVIII
dezoito
décimo oitavo
19
XIX
dezenove
décimo nono
20
XX
vinte
vigésimo
30
XXX
trinta
trigésimo
40
XL
quarenta
quadragésimo
50
L
cinquenta
quinquagésimo
60
LX
sessenta
sexagésimo
70
LXX
setenta
septuagésimo
80
LXXX
oitenta
octogésimo
90
XC
noventa
nonagésimo
100
C
cem
centésimo
200
CC
duzentos
ducentésimo
300
CCC
trezentos
trecentésimo
400
CD
quatrocentos
quadringentésimo
500
D
quinhentos
quingentésimo
600
DC
seiscentos
seiscentésimo (ou sexcentésimo)
700
DCC
setecentos
septingentésimo
800
DCCC
oitocentos
octingentésimo
900
CM
novecentos
noningentésimo (ou nongentésimo)
1 000
M
mil
milésimo 259
VII. ADVÉRBIO Principais advérbios e locuções adverbiais 1. de lugar: aqui, ali, lá, cá, além, dentro, fora, perto, longe, atrás, adiante, diante, acima, abaixo, onde, por fora, por trás etc.
2. de tempo: ontem, hoje, amanhã, logo, cedo, tarde, breve, nunca, jamais, sempre, agora,
antes, depois, brevemente, presentemente, imediatamente, atualmente, à noite, às vezes, de repente, de vez em quando etc.
3. de modo: bem, mal, assim, melhor, pior, depressa, devagar, calmamente, duramente, bravamente, severamente, e quase todos os advérbios terminados em -mente, às pressas, à toa, às claras, às cegas, às escondidas etc.
4. de intensidade: muito, pouco, mais, menos, bastante, tão, demasiado, meio, completamente, ligeiramente, excessivamente, demais, quanto, demasiado, assaz etc.
5. de afirmação: sim, certamente, efetivamente, realmente, incontestavelmente, com certeza, sem dúvida etc.
6. de negação: não, tampouco, absolutamente, de modo algum etc. 7. de dúvida: talvez, provavelmente, porventura, acaso, decerto etc. 8. interrogativos : onde, aonde, quando, quanto, por que etc. Observações 1. Na linguagem familiar, costumamos empregar alguns advérbios na forma diminutiva com valor de superlativo: cedinho, pertinho, agorinha, devagarinho etc. 2. Com frequência empregamos o adjetivo com valor de advérbio: Você escreve difícil. Ele fala confuso.
VIII. PREPOSIÇÃO Principais preposições
260
a
de
perante
ante
desde
por
após
em
sem
até
entre
sob
com
para
sobre
contra
per
trás
Contrações a+a=à
de + ele = dele
em + as = nas
a + as = às
de + elas = delas
em + os = nos
a + aquele = àquele
de + eles = deles
em + um = num
a + aquela = àquela
de + esta = desta
em + uns = nuns
a + aqueles = àqueles
de + este = deste
em + uma = numa
a + aquelas = àquelas
de + estas = destas
em + umas = numas
de + a = da
de + estes = destes
em + esta = nesta
de + o = do
de + aquele = daquele
em + este = neste
de + as = das
de + aqueles = daqueles
em + estas = nestas
de + os = dos
de + aquela = daquela
em + estes = nestes
de + um = dum
de + aquelas = daquelas
per + a = pela
de + uns = duns
de + aqui = daqui
per + o = pelo
de + uma = duma
em + a = na
per + as = pelas
de + umas = dumas
em + o = no
per + os = pelos
de + ela = dela
Combinações a + o = ao
a + os = aos
a + onde = aonde
Significado das preposições lugar: Vivo em São Paulo. tempo: Choveu por dias. matéria: Pegue o copo de plástico. posse: A blusa de Juliana é linda. companhia: Sairei com minha turma. meio: Não ando de táxi. origem: A excursão veio de Brasília. oposição: O Corinthians jogará contra o Palmeiras sábado. finalidade: A rua foi enfeitada para a Copa do Mundo. causa: Muitos morreram de frio na Europa. assunto: O professor falou sobre ética. instrumento: Abriu a carta com uma faca. 261
IX. INTERJEIÇÃO Classificação de algumas interjeições 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. 10. 11. 12.
advertência: Alerta!, Cuidado!, Atenção! agradecimento: Obrigado!, Valeu! alegria: Ah!, Oh!, Oba!, Viva! alívio: Ufa!, Arre! ânimo: Coragem!, Vamos!, Força! apelo/chamamento: Alô!, Psiu!, Hei!, Ô!, Oi! desejo: Oxalá!, Tomara!, Pudera! Queira Deus! dor: Ai!, Ui!, Ah! espanto/admiração: Puxa!, Caramba!, Xi!, Nossa!, Quê! medo: Ui!, Credo!, Cruzes! reprovação: Francamente!, Bah!, Ora!, Só faltava essa! saudação: Salve!, Olá!, Adeus!
X. ACENTUAÇÃO GRÁFICA Acentuam-se 1. Monossílabos tônicos terminados em: a(s): já, vá, lá, pás, más e(s): dê, fé, lê, vês, és o(s): dó, nó, pó, nós, vós 2. Oxítonas terminadas em: a(s): está, Paraná, Ceará, guaranás, sofás e(s): até, José, dendê, cafés, vocês o(s): cipó, jiló, Maceió, compôs, após em(ns): alguém, porém, ninguém, vinténs, parabéns 3. Paroxítonas terminadas em: l: ágil, amável, cônsul, sensível, fácil n: próton, elétron, Nélson, Gérson, hífen r: hambúrguer, repórter, mártir, caráter, cadáver x: ônix, tórax, Félix, fênix, látex 262
i(s): júri, lápis, táxi, tênis us: vírus, Vênus, bônus um(uns): álbum, médium ã(s)/ão(s): órfã, ímãs, órgão, órfãos ditongo crescente: várias, colégio, água, sério, mágoa ps: bíceps, tríceps, fórceps 4. Proparoxítonas
todas.
épocas, única, matemática, química, pêssegos, príncipes, esplêndido, técnico
Outros casos de acentuação Verbos “ter” e “ver”
Singular
Plural
ele tem
eles têm
ele vem
eles vêm
Derivados dos verbos “ter” e “vir”
Singular
Plural
ele contém
eles contêm
ele mantém
eles mantêm
ele obtém
eles obtêm
ele detém
eles detêm
ele retém
eles retêm
ele intervém
eles intervêm
ele sobrevém
eles sobrevêm
ele advém
eles advêm
Hiato i(s): traída (tra-í-da), faísca (fa-ís-ca), raízes (ra-í-zes) u(s): miúdo (mi-ú-do), ciúme (ci-ú-me), viúva (vi-ú-va) Observações As vogais i/u apenas receberão acento se estiverem sozinhas na sílaba ou seguidas de s. Exceções
1. As vogais i/u não receberão acento quando seguidas de nh: rainha, moinho, bainha. 2. As vogais i/u não receberão acento quando vierem depois de ditongos: f eiura, baiuca, bocaiuva, cauila. 263
Acento diferencial pôr (verbo) # por (preposição) quê (substantivo, pronome em fim de frase) # que (conjunção, pronome) porquê (substantivo) # porque (conjunção) pode (verbo “poder” no presente) # pôde (verbo “poder” no pretérito perfeito)
XI. PONTUAÇÃO Ponto-final (.) •
Empregado para encerrar o período e nas abreviaturas. Você é um grande amigo. V.Sa (Vossa Senhoria), p. (página), av. (avenida)
Ponto e vírgula (;) •
•
Separa orações de um período longo, em que já existam vírgulas. Os organizadores do evento, munidos da identificação, entrarão pelo portão A; os menores, acompanhados dos pais, entrarão pelo portão B ; o público, pelo C, e as autoridades por qualquer um deles. Separa os itens de enunciados, leis, decretos, considerandos, regulamentos. Por este regulamento, é dever da diretoria: a) zelar pelo bom nome da entidade; b) promover, principalmente por campanhas e festas, a ampliação do quadro de sócios ; c) convocar periodicamente os encarregados de cada setor para reuniões.
Dois-pontos (:) •
Usado nas enumerações, nas exemplificações, antes da citação da fala ou da declaração de outra pessoa, antes das orações apositivas. Tinha tudo: amor, amigos, casa, dinheiro, emprego. Virou-se repentinamente e disse-lhe : – Quer sair comigo? Desejo-lhe apenas isto : que seja feliz.
Vírgula (,) •
Usada para separar elementos de uma enumeração. Vendeu tudo que tinha: casa, carro, joias, ações.
264
•
Para separar vocativos e apostos. Pessoal, atenção! Paulo, o engenheiro, viajou.
•
Para separar orações intercaladas. A felicidade, dizia um amigo meu, é uma conquista de cada um.
•
Para separar adjuntos adverbiais no início ou no meio da frase. Carinhosamente, o filho abraçou os pais. Carlos, amanhã, fará uma prova difícil.
•
Para indicar elipse do verbo, isto é, a supressão de um verbo subentendido. Adoro teatro; Alberto, cinema.
•
Para separar expressões explicativas. Gastaram tudo o que tinham, ou melhor, quase tudo.
•
Nas datas, separando o nome do lugar. São Paulo, 10 de fevereiro de 2006.
Ponto de interrogação (?) •
Indica pergunta direta. Se associado ao ponto de exclamação, indica uma pergunta admirada. Quando você viaja? Essa casa velha custa mais de cem mil reais ?!
Ponto de exclamação (!) •
Indica surpresa, espanto, admiração, dó, ordem. Quanta gente! Oh! que pena que não irá conosco ! Desça daí !
Reticências (...) •
Indicam interrupção do pensamento, dúvida. Que dia você nasceu? Deixe-me ver ... é dia cinco... não... sete de março. Eu... gostaria de... lhe... pedir... um... favor... 265
Parênteses ( ) •
Para intercalar palavras e expressões de explicação ou comentário. Escreveu muitos artigos (mais de cem) para uma revista científica.
Travessão (–) •
Para indicar mudança de interlocutor nos diálogos, para isolar palavras ou frases e para destacar uma parte de um enunciado. Essas cestas básicas são para os assistidos na campanha – explicou. Foi uma grande liquidação – disse a sogra.
– Quem telefonou para mim, mãe? – Até agora, ninguém.
Observação O travessão pode, às vezes, substituir a vírgula ou os parênteses. Muitos livros da biblioteca – inclusive uma enciclopédia – não foram devolvidos.
Aspas (“ ”) •
Destacam palavras ou expressões, palavras estrangeiras ou gírias, artigos de jornais ou revistas, títulos de poemas. Você já leu o poema “Soneto da fidelidade”, de Vinicius de Moraes? Assistiremos ao “show” dos Titãs. O filme foi “o maior barato”.
•
266
Antes e depois de citação de frases de terceiros. O bom livro, já dizia o padre Vieira, “é um mudo que fala, é um cego que guia”.
GLOSSÁRIO Professor, o Glossário a seguir esclarece alguns termos encontrados nos textos e atividades deste volume. Para facilitar a consulta, as palavras foram dispostas em ordem alfabética, não necessariamente seguindo a sequência em que aparecem nos capítulos e unidades deste livro.
A la pucha! :
interjeição que significa “caramba!”.
Alheio: distraído, desligado. Alpercata: calçado (sandália). Arumã: erva de folhas ovaladas e flores amarelas. Suas fibras costumam ser usadas para fazer cestos e outros artefatos. Às deveras: realmente. Astrônomo: quem se especializa na ciência que observa e estuda o Universo e os corpos celestes. Aterrar: apavorar, aterrorizar. Bilro: peça de madeira ou de metal usada para fazer rendas. Biscateiro: que vive de trabalhos ocasionais. Bodega: taberna; venda de secos e molhados. Bodoque: objeto para atirar pedras, estilingue, baladeira. Boleadeira: objeto feito com tiras de couro e bolas, usado para laçar animais. Causo: forma popular de “caso”. Coco: tipo de dança de roda comum no Norte e no Nordeste do Brasil. Corcoveio: pulo. Decifração: entendimento ou interpretação de texto de sentido difícil; desvendamento, solução. Dragão da independência: soldado da cavalaria. Escasso: pouco, pequena quantidade. Espesso: grosso, consistente. Filosofança: pensar em coisas que não valem a pena. Findo: terminado. 267
Gaio: alegre, esperto. Ganhar luz: adiantar-se. Grimpante: que sobe, que escala. Guasca: gaúcho. Indiada: grupo de gaúchos. palavra do inglês to load , que significa “carregar”, “baixar”. É usada para se referir ao ato de carregar, baixar um jogo no videogame .
Loadeou :
Mangue: terreno pantanoso, localizado no encontro do mar com rios ou lagos, onde os pescadores caçam caranguejos (ver “town”). Matulão: pavio, mecha de candeeiro. Matungo: cavalo velho. Obó: mata, floresta. Obscuro: que está sem luz, sombrio. O que é difícil de compreender; o que é desconhecido. Petiço: cavalo pequeno. Piá: menino. Playstation: modelo/nome de videogame que se popularizou e até virou sinônimo de videogame . Repugnância: antipatia, rejeição. Requiescat in pace :
expressão em latim que significa “descanse em paz”. Tipo de prece feita
na hora da morte.
Rilhar: ranger. Romance: história mais ou menos longa que conta fatos imaginários, ações e sentimentos de personagens. Start :
palavra inglesa que significa “início”, “começo”.
Suplício: sofrimento, tortura, aflição. Town : 268
“cidade”, em inglês.
INDICAÇÕES DE LEITURAS COMPLEMENTARES UNIDADE 1 X
Capítulo 1
Em busca de mim. Isabel Vieira. São Paulo: FTD, 2001. Espelho de artista. Kátia Canton. São Paulo: Cosac & Naif, 2004.
Meu avô japonês. Juliana de Faria. Ilustrações de Fabiana Shizue. São Paulo: Panda Books, 2009. (Coleção Imigrantes do Brasil). Meu avô africano. Carmem Lucia Campos. Ilustrações de Laurent Cardon. São Paulo: Panda Books, 2001. (Coleção Imigrantes do Brasil). s k o o B a d n a P
s k o o B a d n a P
Pesquisando a própria história, as personagens de Meu avó japonês e Meu avô africano descobrem suas origens e ficam conhecendo melhor os costumes de seus antepassados. Começam então a valorizar sua cultura, despertando o interesse de seus amigos e colegas de escola. A coleção tem mais volumes, dedicados a outros povos que formaram o Brasil.
Meu pé de laranja lima. José Mauro de Vasconcelos. São Paulo: Melhoramentos, 2005. O menino no espelho . Fernando Sabino. Rio de Janeiro: Record, 2009.
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Capítulo 2
Classificados poéticos. Roseana Murray. São Paulo: Moderna, 2010. Nariz de vidro. Mário Quintana. São Paulo: Moderna, 2014. 269
Pé de poesia. Vários autores. São Paulo: Global, 2006.
Poesia fora da estante. Vera Aguiar, Simone Assumpção e Sissa Jacoby (Org.). Porto Alegre: Projeto, 1998. o t e j o r P
Essa coletânea de poemas dirigida aos jovens apresenta obras de vários poetas de língua portuguesa, como Ferreira Gullar, Haroldo de Campos, Mário Quintana, Paulo Leminski, Tatiana Belinki. Como explicam as organizadoras do livro, “tudo pode ser motivo de poesia. Até uma porta. Mas é preciso que o poeta descubra em cada coisa um sentido novo. E a porta que nasce da poesia abre o mundo da imaginação para a gente”.
Poesia visual. Sérgio Capparelli e Ana Cláudia Gruszynski. São Paulo: Global, 2001. Viva a poesia viva. Ulisses Tavares. São Paulo: Saraiva, 2009.
UNIDADE 2 X
Capítulo 1
A bolsa amarela. Lygia Bojunga. Rio de Janeiro: Casa Lygia Bojunga, 2003. a g n u j o B a i g y L a s a C
Os livros de Lygia Bojunga já foram publicados em muitos países e continuam encantando os jovens de diversas partes do mundo. Nesse livro, a menina Raquel esconde em sua bolsa amarela três grandes vontades, que ela não costuma contar a ninguém: crescer, ser um garoto e se tornar escritora.
A menina que descobriu o Brasil . Ilka Brunhilde Laurito. São Paulo: FTD, 2001. História cruzada. Sônia Rodrigues Mota. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 2005. Memórias de um aprendiz de escritor. Moacir Scliar. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 2005. Porã. Antônio Hohlfeldt. Porto Alegre: WS Editor, 2000.
Filme Mentes perigosas. Direção: John N. Smith. EUA, 1995. 270
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Capítulo 2
A porta do meu coração . Telma Guimarães. São Paulo: Saraiva, 1999. A viagem de Memoh . Mário Prata. São Paulo: Quinteto, 1996. As pilhas fracas do tempo . Leo Cunha. São Paulo: Atual, 2003. De repente dá certo. Ruth Rocha. São Paulo: Salamandra, 2010. Pai que é mãe. Fanny Abramovich. Rio de Janeiro: Salamandra, 1993. Pai sem terno e gravata . Cristina Agostinho. São Paulo: Moderna, 2013. Papai não é perfeito. Sonia Salerno Forjaz. São Paulo: FTD, 2007. Pela estrada afora. Leo Cunha. São Paulo: Atual, 2009. Quase cachorro e quase menino. Carlos Queiroz Telles. São Paulo: Moderna, 2003. Retratos . Roseana Murray. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 2005. Sem medo de amar . Stela Maris Rezende. São Paulo: Moderna, 1990.
UNIDADE 3 X
Capítulo 1
A lenda do violeiro invejoso. Fábio Sombra. São Paulo: Escarlate, 2014. O homem que não teimava. Ortêncio Bariani. São Paulo: Saraiva, 2005.
Filmes A marvada carne. Direção: André Klotzel. Brasil, 1985. A moça que dançou depois de morta. Direção: Ítalo Cajueiro. Brasil, 2003. Disponível em: . Acesso em: 29 jan. 2015.
o r i e u j a C o l a t Í
Um autêntico causo contado em filme de curta-metragem, A moça que dançou depois de morta se passa em uma cidade
Cena do curta A moça que dançou depois de morta .
do interior do Brasil. Durante um baile de Carnaval, um rapaz se apaixona por uma moça misteriosa. Seria ela deste mundo? Baseado em uma história de cordel de J. Borges, famoso artista popular, que produziu xilogravuras especialmente para o filme.
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