UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA Departamento de Administração Prof. Telma Regina da C. G. Barbosa ADM-640 – Administração e Planejamento Estratégico
Evandro Mendonça Fortuna MATRICULA – ES60490 Outubro de 2007. Tema - 03
PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO: CONCEITO E EVOLUÇÃO. INTRODUÇÃO Neste trabalho apresentaremos um resumo das visões de Bethelem e Tavares quanto as fase da conceituação e da evolução do pensamento estratégico. Podemos notar que os autores possuem o mesmo foco na evolução histórica do pensamento estratégico que vai do planejamento financeiro à gestão estratégica. Também se preocupam com o entendimento sobre a evolução do pensamento estratégico e da importância deste conhecimento para as empresas que pretendam pretendam iniciar o processo estratégico. No trabalho de Tavares notamos uma referência a Mary Parker Follett, a primeira consultora de empresas e que já mostrava grande preocupação em definir o negócio da empresa de uma maneira abrangente abrangente e não restrita., restrita., Após leitura e análise análise dos textos textos apresentamos uma conclusão crítica sobre o trabalho destes autores.
AS FASES DA EVOLUÇÃO DO PENSAMENTO ESTRATÉGICA Para Bethelem, muitos autores já abordaram os aspectos da estratégia como conceituação, formulação, planejamento, processo e implantação, porém estes temas permanecem difusos e controversos. Com base na literatura, seu trabalho tem como proposta equalizar estes aspectos estratégicos dentro de cada fase do planejamento estratégico.
AS FASES DA EVOLUÇÃO ESTRATÉGICA. Os autores se referem as quatros fases da evolução de um planejamento estratégico identificadas por Gluck at al, são elas: FASE I – Planejamento financeiro básico – controle operacional, orçamento anual e cumprimento deste orçamento; FASE II – Pensamento com base na previsão – planejamento voltado para a previsão, envolvia analise ambiental e alocação de recursos; FASE III – Planejamento orientado para o Exterior – analise da situação e avaliação de alternativas estratégicas; FASE IV – Administração Estratégica – buscar uma orquestração de todos os recursos para criar vantagem competitiva.
Bethelem nota algumas semelhanças entre os trabalhos de Gluck que estabelece três formas e Mintzberg que estabelece três modos na formulação estratégica.
FORMAS DE GLUCK
MODOS DE MINTZBERG
Pensamento estratégico
Entrepreneurial
Planejamento estratégico
Planejamento
Tomada de Decisão Oportuna
Adaptativo
CARACTERÍSTICAS Tomada de decisões ousadas e criativa / Liderança Processo Organizado e integrado com as estratégias Respostas eficazes a tomada de decisões.
O autor conclui que só há um modo de desenvolver a estratégia que é o aprendizado, que deve ocorrer em níveis satisfatório para todos os envolvidos no processo e principalmente na estrutura do poder. Para Tavares o principal problema do planejamento estratégico é sua implementação, e estes foi um dos motivos pelo qual surgiu a gestão estratégica, que procura reunir planejamento estratégico e administração em um único processo. Da mesma forma que Bethelem, Tavares também cita Gluck et al que propuseram cinco níveis de planejamento: 1-) produto / mercado 2-) unidade empresarial 3-) recursos em comum 4-) interesse em comum 5-) nível empresarial. Ainda segundo os autores, o sistema de valores compartilhado estabelece uma ligação entre planejamento e ação e embora alguns aspectos como liderança e ambiente organizacionais possam variar, alguns surgem em todos os níveis nessas organizações, que são: a) valor do trabalho em equipe b) impulsão empresarial c) comunicação aberta d) confiança.
EVOLUÇÃO DO PENSAMENTO ESTRATÉGICO NO BRASIL Para Bethelem o pensamento estratégico implica em ajustar a maneira de pensar e de agir as mudanças ambientais do país e do ramo de negócio que a empresa atua, bem como as mudanças ocorridas na própria empresa. Falar dessa evolução do planejamento estratégico no Brasil é uma tarefa difícil, pois o país apresenta imprecisões nas características do meio ambiente e também o comportamento da economia brasileira é mal conhecido. O Brasil não é economicamente homogêneo, o estágio de desenvolvimento tecnológico e gerencial dos diferentes negócios, mercados e empresas também é muito heterogêneo. Por este motivo o autor arbitra quatro fases distintas na evolução do pensamento estratégico no Brasil e alerta que as fases podem variar em relação ao elemento temporal e também de região para região e de negócio para negócio.
Fase 1: primeiros anos da década de 1970 – indústrias incipientes e atuavam no “modelo de substituição das importações.” Fase 2: meados da década de 1970 a inicio da década de 1980 – esgotamento do modelo anterior e mudança no ambiente empresarial percebida por poucas empresas. Fase 3: década de 1980 – década de mudança, margem de lucro atraente que traziam novos competidores, criando a necessidade das empresas formalizarem o processo estratégico, fazendo análises ambientais. Fase 4: - década de 1990 – abertura do mercado nacional, fim do modelo de substituição de importações o que forçou as empresas a pensarem estrategicamente face ao aumento da concorrências e das mudanças em níveis globais.
CONCLUSÃO: Após a leitura de diversos autores, na busca de uma definição de Planejamento Estratégico e Administração Estratégica, concluímos que cada autor ofereceu sua contribuição, e que cada um desenvolveu suas teorias baseado no momento em que estavam e na projeção que faziam para o futuro em relação aquele mesmo período. Alguns iniciaram seus estudos e proposta partindo da visão financeira como ANSOF, outros buscaram a definição das palavras em termos etimológicos para ilustrar suas definições. Em minha opinião, esta foi uma tentativa para criar certa homogeneidade nos conceitos e na utilização da nova maneira de gerir os negócios que começavam e se tornar necessário. Podemos definir administração como sendo “conjunto de normas destinadas a ordenar e controlar a produtividade e eficiência tendo em vista um determinado resultado”, estratégia como “parte da arte militar que estuda as grandes operações da guerra e lhes prepara o plano; estratagema; tática; ardil” e planejamento como “processo que leva ao estabelecimento de um conjunto coordenado de ações visando à consecução de determinado objetivo”. Com as definições destes termos, que são muito anteriores ao uso na administração de empresas, podemos concluir que a mudança na forma de pensar ao longo dos anos em gestão empresarial mudou e foi necessário desenvolver um novo conceito para ilustrar as mudanças que estavam ocorrendo nas empresas. No começo as empresas não precisavam se preocupar com muitos detalhes, quase todas possuíam a mesma “visão”, obter o maior lucro possível. Neste sentido a preocupação das empresas era em produzir, distribuir, e faturar. A maioria dos estudos era voltada à gestão financeira e de produção e tinham como foco o faturamento da empresa. Não havia a preocupação com a concorrência, e nem em conquista de novo mercados pois este eram muito grande e suficiente para toda nova empresa. Com o surgimento cada vez maior de novas empresas no mercado, a situação foi mudando e foi necessário repensar a gestão. O Mercado já não era tão abundante e só se preocupar em retorno financeiro não garantia a sobrevivência da empresa. Novos objetivos foram surgindo, manter-se no mercado era uma delas, alcançar novos mercados para garantir a sobrevivência era outra, ou seja antes o mercado era um mar calmo e conhecido que permitia uma navegação tranqüila e agora esta tudo muito agitado e mais competitivo forçando as empresas a repensarem seus negócios e a forma de pensarem no futuro da empresa.
Os gestores sempre geriram as empresas usando técnicas e funções administrativas, só que a administração e o planejamento eram feitos de forma isolada em cada setor da empresa, não havia preocupação de convergir todos os esforços e recursos de todos os setores da empresa para alcançar um objetivo. No meu entender gestão estratégica passou a ser uma nova forma de planejar e gerenciar as organizações. O objetivo não é somente o resultado financeiro, mas um conjunto de resultados determinados por analises ambientais, previsões e construção de cenários, voltados para garantir a sobrevivência, competitividade e crescimento da empresa no mercado cada vez mais disputado. O planejamento e a gestão estratégica devem envolver todos os níveis da organização e todos os seus departamentos para que seja desenvolvido um plano de ação integrado e com metas ligadas por uma relação de causa e efeito visando alcançar os objetivos planejados.
BIBLIOGRAFIA: BETHELEM, A. Fases da evolução do pensamento estratégico. In: BETHELEM, A. Evolução do pensamento estratégico no Brasil: texto e casos. Coleção COPPEAD de administração. Atlas. 2003, pp 11-23. TAVARES, M.C. Do planejamento financeiro à gestão estratégica. In: TAVARES, M.C. Gestão estratégica. Atlas, 2000. pp 19-46. BETHELEM, A. Provável evolução do pensamento estratégico no Brasil. In: In: BETHELEM, A. Evolução do pensamento estratégico no Brasil: texto e casos. Coleção COPPEAD de administração. Atlas. 2003, pp 24-32.