Como Desenvolver a Psicometria Interpreta¸c˜ cao a˜o da Aura dos Objetos e Dedu¸c˜ao de Sua Hist´oria W. E. Butler 1979
2
2
Sum´ ario 1 Uma Uma hist hist´ ´ oria a ser contada
5
2
Os dons ps´ıquicos
13
3
Treinamento preliminar
21
4
Os primeiros passos
37
5
P´ os-escrito
55
3
4
Cap´ıtulo 1
Uma hist´ oria oria a ser contada Vocˆe deve de ve ter te r ouvid o uvidoo freq f req¨ u uentemente ¨ entemente pessoas que, ao observar um objeto hist´orico orico de algum interesse interesse,, exclamasse exclamassem: m: “Se pudesse falar, que hist´orias orias poderia poderia nos contar!”. contar!”. E as pessoas pessoas que, que, com comoo n´os, os, tˆem em um conhecimento conhec imento pr´ atico atico da d a faculdade facul dade que ´e conhecida conhec ida correntemente cor rentemente como co mo P.E.S (abreviatura (abrevi atura de Percep¸c˜ c˜ao ao extra-senso extra-sensorial) rial) sabem, por experiˆ experiˆencia encia pr´ opria, opria, que isto ´e verdad erdade. e. O objeto objeto hist´ historico, o´rico, ali´ as as qualquer objeto, n˜ao a o tem apenas uma hist´ oria oria a contar, mas est´ a contando esta hist´oria oria em continua¸c˜ c˜ao, ao, da mesma forma, para usarmos usarmos uma analogia, analogia, como a fita magn´ etica etica de um gravador gravador tem gravadas as palavras ou a m´ usica usica que, em condi¸c˜ coes ˜oes adequadas, adequadas, poder˜aaoo ser ouvidas a quaquer hora, reproduzidas por um aparelho. ´ fato que n˜ao E ao existe um instrument, el´etrico etrico ou de outro tipo, que possa p ossa reproduzir para n´ os as imagens e os sons, as emo¸c˜ os coes, ˜oes, as paix˜oes oes e os pensamentos que permanecem gravados num objeto material. Todavia, existem pessoas que parecem possuir um certo “sexto sentido”, que as torna capazes de captar estas vibra¸c˜ coes ˜oes e impress˜oes oes ocultas ocul tas e trazˆe-las e-las `a consciˆ co nsciˆencia. enci a. Estas pessoas s˜ao ao chamadas “psicometristas”. A palavra deriva de duas palavras gregas, psiche , que significa alma, e metron , que significa medida. Portanto, por esta defini¸c˜ cao, a˜o, a psicometria psicome tria ´e a capacidade de medir e interpretar “a alma das coisas”. O professor Denton
Quem batizou assim esta faculdade foi um professor norte-americano de Geologia, no s´ eculo eculo dezenove. dezenove. O professor professor Denton levou a termo uma s´erie erie completa comple ta de experiˆ expe riˆencias encias com o aux´ aux´ılio de sua irm˜a, a, a senhora Ann Dento Dento Cridge. Cridge. Ele descobri descobriu u que quando quando ela coloca colocav va sobre sobre a testa testa um esp´ esp ´ecim ec imee geol ge ol´´ogico, ogico, mesmo cuidadosamente embrulhado de maneira a n˜aaoo dixar transparecer transparecer sua aparˆ encia, encia, ela era capaz de conseguir, conseguir, atrav´ atrav´es es de imagens coloridas que surgiam “no olho de sua mente”, algumas no¸c˜ c˜oes oes de hist´oria oria passada passad a daquele d aquele mesmo esp´ecime. ecime. Denton excteveu um livro muito interessante, A alma das coisas , sobre a 5
faculdade psicom´etrica e deu neste alguns ´otimos exemplos da precis˜ao das vis˜oes de sua irm˜a. Atualmente, por´em, poder´ıamos obfetar que professor n˜ao considerou a possibilidade da telepatia entre ele pr´oprio e sua irm˜a e por causa disto o valor da evidˆencia de uma faculdade supranormal fica um pouco enfraquecido. Por outro lado, isto se aplica apenas a uma parte reduzida de suas pesquisas. Denton foi levado a estudar esta estranha faculdade ao ler os relat´orios de certo Dr. Rhodes Buchanan, que fez experiˆencias com alguns de seus estudantes, mandando-os segurar frascos que continham drogas poderosas. Ele descobriu que alguns estudadtes, ao manusear os frascos identificados apenas por uma etiqueta num´erica, come¸cavam a sentir as rea¸c˜oes f´ısicas que teriam se tivessem tomado efetivamente uma dose das respectivas drogas. Um gosto de metal
Buchanan come¸cou a desenvolver suas experiˆencias depoes de uma informa¸ca˜o fortuita a respeito de um certo general Palk que, durante a Guerra Civil Americana, descobriu que todas as vezes que tocava em algo met´alico, mesmo no escuro, percebia um estranho gosto de metal na boca. O termo “psicometria” foi cunhado originariamente atrav´es das pesquisas de Denton, mas desde ent˜ao adquiriu um segundo significado e os psic´ologos a utilizam agora neste segundo sentido. A defini¸c˜ao do dicion´ ario indica ambos os sentidos. A saber: “A medida da dura¸c˜ao dos processos mentais utilizados na psican´alise e nos testes de inteligˆencia. Tamb´em, a faculdade oculta de adivinhar, ao tocar um objeto, o car´ater, as qualidades pessoais, etc., de uma outra pessoa que o manuseou”. ´ at´ E e um pouco divertido ver como os psic´ ologos, de comum acordo, tentam ansiosamente se dissociar do sentido original da palavra cunhado por Denton e tentam convencer o p´ublico de que a palavra lhes pertence e n˜ao tem qualquer rela¸c˜ao poss´ıvel com a firma ao lado: a do “ocultista”! O trabalho de um psicometrista
Depois de mencionar brevemente a descoberta moderna desta faculdade ps´ıquica (que nos s´eculos passados era muito conhecida em v´arias partes do mundo), vamos tentar, com a nossa imagina¸ca˜o, observar um psicometrista enquanto trabalha. Existem as “reuni˜oes de psicometria”, assim chamadas porque um psicometrista profissional examina um certo n´umero de objetos trazidos por membros da audiˆencia. Nestes casos, costuma-se colocar os objetos em compartimentos separados sobre uma bandeja, conforme dizem, para que um objeto n˜ ao influencie outro que se encontra pr´oximo. Entretanto, sabemos pela experiˆencia pr´atica que este m´etodo n˜ao ´e uma savaguarda completa contra a mistura de influˆencias. 6
Pode ser interessante mencionar, a este respeito, algo que aconteceu no come¸co das pesquisas de psicometria moderna. Certa senhora, que ouvira falar a respeito desta estranha e nova faculdade, estava deitada `a noite e pensava na psicometria, como tinha sido descrita. De repente, resolveu fazer um teste pr´atico para ver se realmente funcionava. Levantou-se no escuro e desceu a escada; sem acender a luz, escolheu uma carta ao acaso entre a correspondˆencia em sua escrivaninha e que ela costumava guardar em ordem cronol´ ogica numa das gavetas. Colocou conscienciosamente a carta sobre a testa e procurou “ver” algo a respeito da pessoa que escrevera a carta. Conseguiu: sua mente foi inundada de impress˜ oes. E todas estas impress˜ oes se juntaram delineando o car´ater e os tra¸cos gerais de um homem, uma pessoa muito voluntariosa e po derosa. Agitad´ıssima por ter encontrado uma prova da existˆ encia deste estranho poder, ela voltou para a cama, sem pensar em confirmar suas impress˜oes; sentia que estavam completamente certas. Surpresa e decep¸ c˜ ao
Na manh˜ a seguinte, ao despertar, ela se lembrou de sua experiˆencia psicom´etricae olhou ansiosa para a carta que dixara sobre o criado-mudo. Ficou surpresa e muito decepcionada, porque o car´ater do remetente n˜ao correspondia absolutamente ao que sentira durante a experiˆencia. Muito contrariada, a senhora desceu para guardar a carta em seu lugar certo, na gaveta. Enquanto fazia isto, olhou para a carta pr´ oxima do mesmo ma¸co e percebeu, encantada, que o que sentira durante sua tentativa noturna de psicometria da carta escolhida se aplicava completamente `a personalidade do homem que escrevera a carta ao lado. A energia varonil de seu car´ater, emanando de sua carta, tinha sobrepujado a personalidade fraca da carta escolhida. Uma leitura imagin´ aria
Voltando a nossas leituras psicom´etricas, sabemos que o psicometrista apanha um objeto e o segura na m˜ao ou ent˜ao o comprime contra a testa; em seguida, come¸ca a descrever o que sente e o que “vˆe” quando entra em contato ps´ıquico com o objeto. Aqui vai uma leitura imagin´ aria, baseada em nossa experiˆencia pessoal com um bom psicometrista: “Vejo diante de mim uma grande extens˜a o de ´agua – acho que ´e o mar. Sim, sinto que ´e o Oceano Atlˆantico. Estou no conv´ es de um navio – o navio parece de madeira – ´e uma belonave, porque vejo os canh˜oes – canh˜oes que se carregam pela bo ca, do tempo de Nelson ou mais ou menos isto. O mar ´e ` distˆancia percebo o muito azul e est´a muito calmo, a luz do sol ´e intensa. A litora baixo e entre os colinas achatadas que surgem atr´as das dunas posso ver uma cidade com casas caiadas. Minha aten¸c˜ao ´e atra´ıda por um homem 7
que ´e, evidentemente, o capit˜a o do navio. Enverga a farda de oficial da Marinha da ´epoca de Nelson. Sinto que algumas ´arvores nas colinas s˜ao oliveiras e acho que o litoral deve ser da Espana ou de Portugal. O navio parece participar do bloqueio da cidade. Um prelado
“Agora estou olhando para um anel – um anel de ouro com uma grande ametista – ´e este mesmo anel que estou segurando agora e ele emana poder e autoridade. Sim, pertence a este oficial, mas me leva para uma outra ´epoca do passado. Parece que estou na It´ a lia – pelo menos, tenho esta impress˜ a o – e sinto que o primeiro propriet´ario viveu na It´a lia e foi um prelado proeminente de sua ´epoca – acho que foi um bispo, ou, de qualquer forma, um dignat´ ario – ou¸co salmodiar em latim e sinto que este anel vem do tempo da Renascen¸ca. “O anel deve ter chegado `a s m˜aos do capit˜ ao como uma hera¸c a e da mesma forma chegou `as m˜aos de seu propriet´ario atual. “Agora quero falar da pessoa que me entregou este anel para uma leitura. Neste momento vocˆe est´a diante de dois caminhos a tomar – ambos s˜ao igualmente atrativos. Sinto por´em que dentro de pouco tempo – uma quest˜ao de dias e n˜ao de semanas – o assunto se tornar´a mais claro e o caminho de abrir´ a . N˜ao tome qualquer decis˜ao precipitada at´e que n˜ao se apresente uma indica¸c˜ao clara da atitude correta a ser tomada.” Capit˜ ao da Marinha
O propriet´ ario do anel confirma que o objeto efetivamente pertenceu a um capit˜ao da Marinha que serviu com Nelson, que foi seu avoengo e que antigamente pertenciu a um dos grandes bispos cat´olicos da Renascen¸ca. Confirma tamb´em que est´a atravessando uma crise de neg´ocios e que est´a indeciso a respeito do caminho a tomar. Esta ´e uma t´ıpica leitura psicom´etrica de boa qualidade. Algumas leituras podem ser at´e melhores, outras podem ser piores, mas o exemplo proporciona uma boa id´eia do que podemos esperar. Vocˆe j´ a deve ter percebido que nesta leitura existem trˆes n´ıveis bem definidos. Temos a descri¸ca˜o do primeiro propriet´ a rio do anel e de seu ambiente, depois temos uma descri¸ca˜o do capit˜ao da Marinha e das condi¸c˜oes gerais deste e finalmente temos uma observa¸c˜ao que se refere ao propriet´ario atual do objeto. Podemos chamar o primeiro n´ıvel de “registro prim´ ario”, o segundo de “n´evel secund´ario”, enquanto o n´ıvel que abarca as condi¸ co˜es presentes e futuras do atual propriet´ario do anel pode ser chamado n´ıvel terci´ario. Estes trˆes n´ıveis ser˜ao encontrados em propor¸c˜oes vari´aveis em todas as leituras psicom´etricas. 8
A fonte do conhecimento
A este ponto podemos nos perguntar como foi que o psicometrista conseguiu estes conhecimentos. Na maioria dos casos, podemos excluir qualquer conluio entre o psicometrista e o propriet´ario do objeto em quest˜ao. Quando este conluio existe ´e logo descoberto. Ficamos com uma quantidade consider´avel de informa¸co˜es que devem ser explicadas de outra maneira. Um exame imparcial do assunto revela, em geral, a presen¸ca de muitas coisas que absolutamente n˜ao s˜ao claras. Isto se deve `a realidade psicol´ogica de que o n´ıvel de aceita¸c˜ao varia muito entre uma pessoa e outra. Existem pessoas com fraco senso cr´ıtico e estas aceitam como verdade muitas coisas que outras pessoas n˜ao aceitariam como evidˆ encia. Portanto, ao avaliar as informa¸c˜oes dadas, temos que levar em conta o que podemos chamar de fator de credibilidade. Por outro lado, n˜ ao podemos deixar de salientar que aquilo que muitas vezes pode parecer uma banalidade pode ter uma importˆancia efetiva para a pessoa interessada. E que muitas vezes estas banalidades podem proporcionar provas conclusivas sobre a corre¸c˜ao das informa¸co˜es dadas pelo psicometrista. Informa¸ co ˜es efetivas
Todavia, depois de eliminar as informa¸c˜oes vagas e generalizadas, que obviamente nada tˆem de efetivo, mas que podem ser chamadas de prolixidade, ainda temos informa¸co˜es positivas e detalhadas, realmente comprobat´orias e que n˜ao podem ser tachadas de teorias fraudulentas ou de conjeturas. e moltamos a` nossa primeira pergunta, a saber, de que forma estas informa¸c˜oes efetivas se apresentam `a mente do psicometrista. Evidentemente, isto n˜ao acontece atrav´es dos conhecidos cinco sentidos. Naturalmente, uma resposta poderia ser que estes conhecimentos foram recebidos telepaticamente da pr´opria mente da pessoa qeu trouxe o objeto para um exame psicom´etrico. Isto pode acontecer em alguns casos, mas acreditamos que recorrer a uma explica¸c˜ao telep´atica significa apenas substituir uma forma de percep¸ca˜o extra-sensorial pela outra e, em muitos casos, a informa¸c˜ao realmente n˜ao est´a na mente de qualquer pessoa viva. Por conseguinte, os c´ epticos se sentem, muitas vezes, na obriga¸c˜a o de mencionar o “conhecimento universal” e a “mem´oria c´ osmica” dos quais o psicometrista pode, aparentemente, tirar suas informa¸co˜es. A teoria ´e atraente e, contrariamente `a forma como a` vezes ´e empregada, apesar das pretens˜ oes dos espiritualistas, coincide com os resultados da pr´ atica psicom´etrica. Pode ser u ´ til analisar brevemente esta id´ eia de um conhecimento universal, do qual podemos extrair informa¸co˜es em determinadas circunstˆ ancias. Os leitores que conhecem a obra do Dr. C. G. Jung devem lembrar que 9
este, em seus escritos, lan¸cou a id´ eia do Inconsciente Coletivo, paralela `a consciˆencia individual normal que todos conhecemos. Atrav´es de seu subconsciente mais profundo, cada pessoa est´a em contato direto com este inconsciente coletivo. Desta forma, em determinadas circunstˆancias conseguimos trazer a` tona, para a nossa consciˆ encia, uma parte dos conhecimentos localizados naquelas esferas ocultas da mente.
A luz astral
O conceito do inconsciente coletivo ´e conhecido por todos os que estudaram os ensinamentos da ciˆencia conhecida com o nome de ocultismo. Por estes ensinamentos, o inconsciente coletivo ´e conhecido como “a luz astral”, e tamb´em se afirma que as atividades deste inconsciente coletivo se manifestam atrav´ es de muitos e diferentes graus de uma “substˆancia” imaterial, que ´e o substrato de toda mat´eria f´ısica. Afirma-se tamb´em que esta substˆancia subjacente n˜ao cont´em apenas os registros da mem´oria, consciente e subconsciente, de toda a vida do planeta f´ısico, mas que ´e tamb´em o canal pelo qual a Consciˆencia universal do Criador e Esteio deste universo mant´ em em Seu poder e controle todas as manifesta¸c˜oes, em todos os n´ıveis da existˆencia.
Os registros ak´ ashicos
No Oriente se acredita que a vida e a consiˆencia divina trabalham com e atrav´es do que se chama o “Akasha”, e por isto encontramos a express˜ao “registros ak´ ashicos”, utilizada para indicar esta “mem´oria c´ osmica”. Evidentemente, este ´e apenas um esbo¸co muito primitivo de um sistema filos´ofico muito complexo, mas pode servir para explicar tal express˜ao. Ademais, acredita-se tamb´em que estes registro ak´ ashicos se refletem a n´ıveis vari´aveis na luz astral, e que podem eventualmente sofrer algumas distor¸co˜es quando se encontram pr´oximos das correntes emocionais e mentais que surgem atrav´ es do inconsciente coletivo do planeta. Assim, temos o conceito de uma mente e consciˆencia universal n˜ao muito afastada da vida terrestre e de suas lutas, mas efetivamente imanente nesta, enquanto permanece, simultaneamente, em toda Sua Plenitude acima e al´em de qualquer manifesta¸ca˜o. Acredita-se tamb´ em que, por efeito de sua pr´opria divindade inata, o homem pode se colocar en rapport , em graus vari´aveis, com aquela consciˆencia divina, e na medida em que isto se verifica, ele se torna capaz de entrar em contato com a mem´oria c´ osmica, da qual sua pr´opria mem´ oria pessoal ´e apenas uma componente microsc´opica. 10
A alma do mundo
Da mesma forma que Games, Fechner e muitos outros fil´osofos, os ocultistas acreditam tamb´em que este planeta n˜ao ´e meramente uma bola de mat´eria mineral se balou¸cando nos c´eus, mas ´e o ‘corpo” ou ve´ıculo de uma vida simples mas poderosa, e portanto possui sua pr´opria mem´ oria sobre tudo que nele aconteceu. Qualquer part´ıcula de mat´eria ´e considerada, atrav´es desta hip´ otese, um meio para entrar em contato com a Anima Mundi , a Alma do Mundo. O´ eter reflexivo
E chegamos `a simples defini¸c˜ao de Denton e de seus colaboradores, pela qual, com a psicometria, entramos em contato com, e lemos a mem´ oria inapag´ avel da alma das coisas. Ali´as, os ocultistas dizem que esta mem´oria planet´ aria est´ a registrada no que eles chamam de “´eter reflexivo” do planeta. Este ´eter reflexivo n˜ao apenas cont´em a mem´oria planet´ aria, mas tamb´em reflete de forma mais ou menos clara, dependendo das circunstˆ ancias, o pr´e-conhecimento da Mente Divina, que j´a se encontra nos fi´eis Registros Ak´ashicos. Desta forma, atrav´ es do ´eter reflexivo, o psicometrista pode conseguir alguns vislumbres do futuro, algumas “sombras lan¸cadas para a frente”, mas a exatid˜ao destas predi¸c˜oes do futuro depende da clareza com a qual as reflex˜oes da Mente Divina se espelham nas profundezas da mem´oria da “Anima Mundi”. Queremos ainda mencionar, brevemente, que o conhecimento desta mem´oria universal era simbolizado pelos registros que, conforme a cren¸ca dos antigos eg´ıpcios, eram lidos quando as almas desencarnadas eram levadas ao Ju´ızo dos deuses, e uma parte deste simbolismo eg´ıpcio pode ter sido adotada pelo cristianismo nas imagens do livro das Revela¸co˜es, no qual se afirma que “os livros foram abertos” e os mortos foram julgados. O desenvolvimento da faculdade
Depois de lhes oferecer algumas das teorias e hip´oteses que foram levantadas para explicar os fenˆomenos da psicometria, queremos assinalar que, embora estas ideias possam ser interessantes e instrutivas, ´e mais oportuno “voltarmos para a terra”, para nos concentrarmos no desenvolvimento da faculdade; podemos voltar a discutir o lado metaf´ısico mais tarde, depois de uma experiˆencia pr´atica pessoal. N˜ ao ´e necess´ario que vocˆ e tenha qualquer teoria especial a respeito da psicometria; vocˆe pode desenvolver a faculdade e us´a-la sem ter que aceitar qualquer teoria, da mesma forma que as pessoas podem enxergar sem ter conhecimentos espec´ıficos de ´optica. Depois de desenvolver a faculdade psi11
com´etrica, vocˆe poder´ a us´a-la, como pode usar todas as faculdades, as f´ısicas e as supraf´ısicas, para qualquer prop´ osito que escolher. Lembre-se, entretanto, que uma maior habilidade exige uma maior responsabilidade em us´a-la de maneira coreta, e obviamente, a este ponto, vocˆe se defronta com o aspecto moral deste desenvolvimento. Vamos falar mais a este respeito numa outra parte deste livro.
12
Cap´ıtulo 2
Os dons ps´ıquicos Por algum motivo, parece ter surgido a ideia de que as faculdades ps´ıquicas, como a clarividˆencia, a clariaudiˆencia, a psicometria, e assim por diante, s˜ao “dons” peculiares que a natureza outorga a determinados indiv´ıduos, e que n˜a o se trata de faculdades em poder de toda a humanidade. Esta cren¸ca tem trˆ es aspectos. Em primeiro lugar, temos a velha ideia “pag˜ a” dos “deuses” que distribuem d´adivas entre os mortais. Mais especificamente, como se acreditava que estas qualidades ps´ıquicas significavam que existia uma esp´ ecie de elo entre os deuses e seus devotos, as qualidades ps´ıquicas eram consideradas, de uma forma especial, superiores a qualquer outra, e ao redor de seu uso se centrava a atmosfera “divina” da religi˜ao. No cora¸c˜ao das religi˜oes primitivas da humanidade se encontrava a ideia do “or´ aculo”, do vidente, do “adivinho”, e atr´as da religi˜ao esot´erica oficial da ´epoca havia uma inclina¸c˜ao e uma pr´atica “interna” ou “es´ ot´erica”. Quando o cristianismo come¸cou a surgir como uma religi˜ao, apareceram v´arios grupos, identificados de forma geral como “gn´osticos”, porque afirmavam possuir um conhecimento pessoal direto das coisas espirituais. Muitos entre os que se converteram ao cristianismo, vindos de uma ou outra antiga religi˜ ao de mist´ erios, sentiam que uma boa parte de seus conhecimentos anteriores poderia ser “batizada em Cristo”, e um bom n´umero destes se tornou mestre da Igreja primitiva. As faculdades ps´ıquicas
Vale a pena notar que nos mist´ erios cl´assicos e tamb´em no gnosticismo dos primeiros crist˜aos o uso de faculdades ps´ıquicas n˜ao significava qualquer comunica¸ca˜o com os “esp´ıritos” de criaturas humanas desencarnadas, como no espiritismo moderno, mas apenas se ocupava dos contatos com entidades espirituais de v´arios tipos. Quando, por um contratempo, se manifestava algo que parecia uma criatura humana desencarnada, acreditava-se que algo estava errado e se tomavam medidas para que isto n˜ao se repetisse. Vale a pena enfatizar que 13
nem o “kerheb” eg´ıpcio, nem o hierofante de Elˆ eusis, nem o teurgo neoplatˆonico e nem o gn´ostico crist˜ao tentavam se comunicar com os “mortos” atrav´ es da mediunidade, embora conhecessem todas as formas de faculdades ps´ıquicas. Isto, naturalmente, n˜ao refuta a explana¸c˜ao esp´ırita, mas como muitos esp´ıritas afirmaram que estes contatos devem ter acontecido, e apenas com esp´ıritos humanos , torna-se necess´ario frisar que, embora n˜ao possamos negar a possibilidade destes contatos com os mortos, todos os que mencionamos nunca consideraram ser este o objetivo mais importante de suas pr´aticas ps´ıquicas. S˜ ao Paulo
Numa passagem bastante conhecida de uma de suas ep´ıstolas aos convertidos cor´ıntios, S˜ao Paulo d´a instru¸c˜oes aos pequenos grupos de crist˜aos que se reuniam para a comunh˜ao espiritual e as ora¸c˜oes. Precisamos lembrar que os primeiros “adeptos”, como eram chamados os primeiros crist˜aos, levaram muito a s´erio a promessa do Mestre. Ele prometera que lhes mandaria o Esp´ırito Santo para gui´ a-los, e eles acreditavam que a influˆencia do Esp´ırito Santo estava presente em todas as reuni˜oes dos fi´eis. Diziam que era uma “Igreja repleta do Esp´ırito”. Entre os pequenos grupos que se reuniam para o culto e a comunh˜ao, se manifestavam fenˆomenos ps´ıquicos, como ali´as aconteceu muitos s´eculos mais tarde em grupos parecidos da Sociedade de Amigos (mais conhecidos como “quacres”). Acredita-se que tamb´em nas reuni˜oes dos quacres estes fenˆomenos eram produzidos pelo poder e pela presen¸ca do Esp´ırito, e n˜ao pelo esfor¸co dos chamados “mortos”. Dons ps´ ıquicos
De fato, Paulo diz que ´e este mesmo Esp´ırito que d´a a cada pessoa um “dom” ou “carisma” particular, e neste ponto encontramos uma liga¸c˜ao com a ideia pag˜a e tamb´ em judaica dos deuses ou de Deus distribuindo d´adivas entre os homens. Uma infeliz tradu¸c˜a o do texto grego fez com que Paulo se referisse a dons espirituais , quando na realidade a tradu¸c˜ao correta da express˜ao ´e dons ps´ıquicos, a saber, que pertencem `a “psique”, ou alma, mais que ao esp´ırito; para Paulo, o homem era uma trindade de corpo, alma e esp´ırito. Portanto, desde a antiguidade pag˜a e atrav´es dos s´eculos crist˜aos at´e o presente, estas faculdades ps´ıquicas foram consideradas um dom recebido dos c´eus, e esta atitude da mente foi aplicada tamb´em a todas as faculdades humanas. Por conseguinte, falamos em oradores dotados, artistas dotados ou m´ usicos dotados. Em todos estes casos estamos usando as formas de pen14
samento do passado, e isto se torna ainda mais marcante quando tratamos de faculdades ps´ıquicas. O limiar da consciˆ encia
Existe, entretanto, mais um ponto de vista que se encontra impl´ıcito nos ensinamentos e que s˜ao a base da filosofia de vida deste autor. Queremos dizer que as faculdades ps´ıquicas est˜ao presentes em todos os homens, de forma latente, em toda a vida, mas em alguns casos elas atuam acima do limiar da consciˆ encia normal, enquanto na maioria dos caso atuam abaixo deste limiar. A profundidade abaixo deste limiar determina se vale fazer um esfor¸co para trazˆe-las at´e uma atividade consciente de trabalho. Em alguns casos, n˜ao valeria a pena. Vamos simular um exemplo considerando um outro “dom”: o da m´ usica. J´a exitiram pessoas que, com muito pouca idade, mostraram ter aptid˜ao para a m´usica, com tamanho talento para composi¸co˜es e express˜oes musicais que foram consideradas verdadeiros prod´ıgios. Nestas pessoas a m´ usica e suas express˜oes parecem inatas. Alguns grandes compositores de m´ usica podem ser classificados nesta categoria. Na outra extremidade da linha podemos tomar a exemplo este escritor. Desde a mais tenra infˆancia nunca conseguiu cantar afinado, sendo em parte incapaz de distinguir os sons: os mist´erios do desempenho de uma orquestra permanecem, para ele, completamente desconhecidos. Enquanto frequentava o prim´ ario, recebia um livro para ler durante a aula de canto, porque n˜ao apenas era incapaz de cantar uma nota afinada, mas ningu´em que estivesse perto dele conseguia cantar afinado, apesar de ´ ´obvio que qualquer tentativa de lhe dar uma educa¸c˜ao todos os esfor¸cos! E musical teria sido completamente in´util. Atividae espontˆ anea
O mesmo acontece com as faculdades ps´ıquicas. Em alguns casos, parecem brotar e atuar espontaneamente. Em outros casos, anos seguidos de “sess˜ oes de desenvolvimento” resultar˜ao in´ uteis. Entretanto, a maioria das pessoas parece se situar entre estes dois extremos. Elas podem desenvolver ou revelar estas faculdades, mas o tempo necess´ario varia de pessoa para pessoa. Todavia, revelar uma faculdade ´e uma coisa; estabiliz´a-la e control´a-la ´ este o ponto onde um sem-n´umero de ´e outra coisa bastante diferente. E candidatos a m´edium n˜ao conseguem superar o teste. N˜ ao fazem qualquer tentativa para disciplinar e treinar sua habilidade ps´ıquica, e isto depende muitas vezes da ideia errada dos “dons” que j´a mencionamos. Vamos voltar a discutira toda esta quest˜ao de estabiliza¸c˜ao, disciplina e treinamento mais adiante, mas achamos que cabia mencion´a-la neste ponto. 15
Vamos considerar agora o ponto de vista ´etico. J´ a explicamos que uma tradu¸c˜ao infeliz estabeleceu uma liga¸c˜ao entre estas faculdades e a ideia de “espiritualidade”. Vale a pena examinar o que significa esta express˜ ao e at´ e que ponto pode ser aplicada a estas faculdades supranormais que se encontram em cada um de n´os. Esp´ ırito e mat´ eria
Na Igreja Crist˜ a primitiva surgiu uma curiosa “heresia”, ou ponto de vista (que ´e o significado original de heresia), que estabelecia uma divis˜ao definida, ou “dicotomia”, entre o “Esp´ırito” e a “Mat´eria”. As origens podem ser encontradas em alguns trechos das ep´ıstolas de S˜ao Paulo, mas elas se tornaram proeminentes nos ensinamentos de um certo Man´es, um mestre crist˜ao que adotou algumas ideias da religi˜ao persa, o zoroastrismo. O Esp´ırito e a Mat´eria eram tidos como em eterno conflito, e a Mat´eria era considerada totalmente perversa. Esta heresia, embora condenada nos grandes Conc´ılios da Igreja, nunca foi completamente erradicada da cristandade e voltou a aparecer seguidamente, numa ou noutra forma. Foi a base do fil˜ao puritano que colore toda a hist´oria crist˜ a, e que transformou as rea¸co˜es naturais e necess´arias diante de ensinamentos e comportamentos licensiosos em exageros e desequil´ıbrios, que resultou em ensinamentos e pr´aticas igualmente prejudiciais para o desenvolvimento harmonioso do esp´ırito humano. A tradu¸ c˜ ao errada
Atualmente, embora as escolas que ensinam a usar a faculdade ps´ıquica afirmem se terem livrado de ideias “ortodoxas”, aparentemente ainda est˜ao tolhidas pela tradu¸c˜ao errada da passagem do Novo Testamento que se refere aos dons ps´ıquicos, e muitos de seus seguidores insistem em considerar estas faculdades como dons esp´ıritas . Eles est˜ao certos, enquanto todos os poderes e faculdades humanas s˜ao espirituais, no verdadeiro sentido da palavra, porque a Mat´eria nada mais ´e ´ mai´ que uma manifesta¸c˜ao do Esp´ırito; por´em, e este ´e um POR EM usculo, se eles consideram as faculdades ps´ıquicas como espirituais, eles tˆem que considerar tamb´em as faculdades f´ısicas do homem como espirituais, para evitar cair na heresia manique´ısta. Infelizmente, continua a vicejar o falso conceito de que uma pessoa dotada de faculdades ps´ıquicas significa obrigatoriamente que esta pessoa seja tamb´em “esp´ırita” no sentido ´etico e moral. Qualquer pessoa que conhece de perto o mundo do psiquismo e de assuntos correlatos, sabe perfeitamente que isto n˜ao corresponde `a verdade, entretanto, trata-se de uma ideia profundamente arraigada, que n˜ ao parece destinada a desaparecer t˜ao cedo. 16
Como vimos, suas origens s˜ao antigas e n˜ao poder´ a ser eliminada num piscar de olhos. Resta o fato de que uma pessoa dotada de faculdades ps´ıquicas e de habilidades medi´ unicas n˜ao ´e, necessariamente, uma pessoa com elevados padr˜oes espirituais e morais. De fato, muitas vezes verificamos o contr´ario. Sugest˜ oes telep´ aticas
J´a mencionamos as profundidades vari´aveis da mente, nas quais estas faculdades ps´ıquicas po dem ser encontradas no estado latente. Vamos considerar agora o caso de uma pessoa na qual estas faculdades se encontram muito pr´ oximas da superf´ıcie da mente subconsciente, mas n˜ao est˜a o no campo consciente do estado de vig´ılia. Entretanto, elas atuam constantemente nos n´ıveis subconscientes, recebendo impress˜oes dos pensamentos e das emo¸c˜oes de outros ao redor. Todas estas impress˜oes chegam `a sua mente como sugest˜oes, que podem ser boas ou m´as, e que alteram constantemente toda a consciˆencia. Todas as pessoas est˜ao interligadas desta maneira, homem nenhum ´e uma ilha, como j´a disse um poeta e, al´em de nossa base subconsciente comum no que se chama o “Inconsciente Coletivo” da ra¸ca, estamos sempre cercados e, praticamente, submersos por uma corrente turbulenta de pensamento e de emo¸c˜ao, atravessada por mar´es r´ıtmicas de energia, e estamos, consciente ou inconscientemente, sempre reagindo conforme o conte´ udo desta mar´e invis´ıvel. A vida de uma prostituta
Desta forma, pode acontecer que uma mulher se entregue `a prostitui¸c˜ao, n˜ao por ter escolhido conscientemente este caminho, mas por causa dos pensamentos e das emo¸co˜es de outras pessoas, que atuam sobre seus sentidos ps´ıquicos parcialmente despertos. Est´a sendo arrastada pela sua pr´ opria sensibilidade. Se esta mulher foi criada conforme determinados ideais de comportamento em assuntos sexuais, ela provavelmente resistiu `a influˆencia combinada de seus instintos naturais e das sugest˜oes insidiosas que a atingiam atrav´ es de sua sensibilidade oculta. Mas pode ter chegado um momento em que n˜ao estava ‘alerta”, e seus impultos instintivos combinados com as sugest˜oes telep´aticas concorreram para que perdesse seu equil´ıbrio emocional e ´etico, e ela “caiu no pecado”. Todavia, a culpa desta queda pode ser de algu´em que, convencido de sua pr´ opria virtuosa “respeitabilidade”, prejulgou a mo¸ca, e com a for¸ca de seu pensamento (que muitas vezes ´e provocado por impulsos sexuais recalcados) contribuiu para a sua queda. “N˜ ao julgues, para n˜ao seres julgado” ´e uma m´axima muito saud´avel. 17
Um c´ odigo de vida
Por causa desta intera¸ca˜o entre n´os mesmos e o universo ao nosso redor, e se realmente quisermos ser “n´os mesmos”, ´e altamente recomend´avel que construamos, consciente e deliberadamente, um c´odigo de vida para o nosso cotidiano e para nosso trabalho, um padr˜ao ´etico e moral que evite ficarmos `a mercˆe destas influˆencias invis´ıveis, mas poderosas, que recebemos do nosso ambiente. Sabemos quanto estes c´odigos de pensamento e de comportamento se tornam necess´arios frente a`s tenta¸c˜oes vis´ıveis e tang´ıveis de nossa vida normal consciente. Estes c´odigos, por´em, se tornam ainda mais imprescind´ıveis como uma salvaguarda contra as tenta¸c˜oes subconscientes, intang´ıveis e invis´ıveis. Depois de estabelecer este c´odigo de vida, podemos tentar, com seguran¸ca, trazer at´e nossa mente consciente e desperta as impress˜oes recebidas por meio destes sentidos ps´ıquicos submersos. Quando conseguimos control´a-las conscientemente desta forma, elas deixam de ser fontes ocultas e desconhecidas de uma parte de nosso pensamento irrespons´avel, e come¸camos a ser menos afetados pelas muitas facetas da “mente da ral´e” ao nosso redor. Estaremos assim obedecendo `a m´axima que , na antiguidade, se encontrava gravada acima do portal do Templo dos Mist´ erios: Gnothi heauton , e que significa: “Conhece-te a ti pr´oprio”! Quando as impress˜ oes ps´ıquicas s˜ao trazidas assim `a conciˆencia, ´e poss´ıvel avaliar seu valor e trat´a-las conforme o c´odigo de vida desenvolvido. A ciˆ encia da alma
O leitor tem a possibilidade de se valer delas para o aperfei¸coamento de seu pr´oprio car´ ater, e como tem um conhecimento consciente destas impress˜oes, n˜a o et´ a mais `a sua mercˆe. Pode observar as condi¸c˜oes que lhes permitir˜ao atuar, e tamb´em pode come¸car a avaliar o valor que elas poder˜ao ter em sua vida. Se o leitor possui uma mente do tipo cient´ıfico, ele p oder´a tamb´em come¸car a reconhecer os caracteres do alfabeto de uma ciˆ encia h´a muito esuqecida nestes tempos modernos: a ciˆencia da alma. ´ verdade que no estado atual de nosso conhecimento moderno destas E faculdades, o fato de exercˆe-las ´e muito mais uma arte que uma ciˆencia , mas progredindo na compreens˜ao dos princ´ıpios que regem suas manifesta¸c˜oes, vamos come¸car a vislumbrar a ciˆ encia sublime que regulamenta as manifesta¸c˜oes das faculdades paranormais. O sistema iogue
A humanidade nunca perdeu completamente esta ciˆencia; no ocidente, entretando, ela foi aparentemente suplantada pelo tipo de civiliza¸c˜a o que aqui se desenvolveu. No oriente sobreviveu mais abertamente nos diferentes 18
sistemas de ioga, dos quais alguns fragmentos est˜ao sendo insistentemente propagados no ocidente em nossa ´epoca. Uma grande parte ´e apenas uma par´odia do verdadeiro conhecimento. Todavia, no oriente e no ocidente existem os iniciados e os zeladores desta Eterna Sabedoria, e eles est˜ao prontos para assistir, neste momento importante da hist´ oria humana, aos que se dedicam ao trabalho de pesquisa no campo da paranormalidade no mundo ocidental. Entre estes poderes paranormais, a faculdade da psicometria ´e uma das mais interessantes e instrutivas, e pode ser de grande valia quando aplicada corretamente. Treinamento especial
´ relativamente f´acil adquirir um pouco de habilidade psicom´etrica sem E qualquer instru¸c˜ao especial, mas ´e prefer´ıvel, sob todos os pontos de vista, que o candidato-psicometrista siga um sistema definido de treinamento. A faculdade bem treinada ´e muito superior a` n˜ao treinada. O treinamento necess´ario para desenvolver a faculdade de psicometria pode ser subdividido em diferentes t´ ecnicas, que discutiremos mais detalhadamente no cap´ıtulo seguinte. Todavia, gostar´ıamos de explicar por que utilizamos o termo “faculdade” com uma frequˆencia que poder´ a parecer excessiva a alguns de nosso leitores. A maior parte das pessoas que lida com estes assuntos usaria, provavelmente, a express˜ao “poderes ps´ıquicos”, enquanto n´os preferimos o termo “faculdade” porque consideramos esta express˜ ao mais correta. Trata-se de faculdades receptivas e n˜a o de poderes expressos .
19
20
Cap´ıtulo 3
Treinamento preliminar J´a mencionamos que ´e poss´ıvel desenvolver capacidades psicom´etricas sem qualquer treinamento e, ali´as, foi isto que aconteceu com os pioneiros que redescobriram a faculdade nos tempos atuais. De fato, isto acontece com todas as novas descobertas ou com as redescobertas, porque, apenas repetindo as experiˆencias e classificando os resultados obtidos, ´e poss´ıvel formular os princ´ıpios da mat´eria. Em seguida, pode-se planejar um m´etodo de treinamento sistem´atico. Todavia, mesmo depois de desenvolver um tal sistema de treinamento, ´e necess´ ario lembrar sempre que o exerc´ıcio destas faculdades ps´ıquicas, embora tenha um fundamento realmente cient´ıfico, tamb´em tem muito de arte , e qualquer sistema de treinamento deve levar em conta os fatores pessoais . Podemos encontrar uma situa¸c˜ao muito parecida nas artes visuais; por exemplo, um pintor pode possuir uma t´ ecnica mecˆ anica de pintura muito exata, entretanto o valor efetivo de seu trabalho ´e dado pelo elemento pessoal que ele transfere para seus quadros. O mesmo acontece com a faculdade ps´ıquica da psicometria. O dom´ınio da lei natural
No caso da pr´ atica ps´ıquica, a referˆencia a uma base “cient´ıfica” poder´ a surpreender muitos de nossos leitores, especialmente os que sempre acreditaram que estas coisas se encaixavam numa ordem “sobrenatural” de coisas e, portanto, n˜ao estavam sujeitas `a lei cient´ıfica. Todavia, os que estudaram estas mat´erias de maneira mais aprofundada est˜ ao convencidos de que realmente est˜ao sujeitas `a lei natural. Talvez seja necess´ario explicar que, quando falamos nas leis naturais do universo, estamos nos referindo efetivamente `a que foi descrita como a “a sequˆencia previs´ıvel de eventos observados durante um per´ıodo demorado” e n˜ao a` lei c´osmica atual e imut´avel, que ´e o pr´oprio arcabou¸co deste universo. Em outras palavras, trata-se de nosso conceito da verdadeira lei natural. Podemos encontrar um exemplo na hip´otese newtoniana da gravidade e 21
luz. Estas teorias funcionam bem dentro de determinados limites, e explicam a maioria dos fatos observados, mas existem fatos que n˜ao se enquadram nestes esquemas, enquanto a hip´otese geral da relatividade, formulada por Einstein, consegue englob´a-los. Da mesma maneira, os cientistas victorianos, cujas hip´oteses eram formuladas em bases meramente materiais, estavam convencidos de que as manifesta¸c˜oes ps´ıquicas n˜ao poderiam ser inclu´ıdas no “universo racional” do pensamento cient´ıfico. Novas hip´ oteses
“No universo n˜a o h´ a lugar para fantasmas”, declarou destes cientistas, e um outro arrematou: “Vejo na mat´eria a promessa e a potˆencia de toda a vida”. Fizemos esta digress˜ao para indicar que as “leis da natureza”, da maneira como s˜ao formuladas numa ´epoca qualquer, podem sempre ser modificadas por novas hip´ oteses formuladas numa ´epoca posterior. Afinal, s˜a o apenas teorias, hip´oteses, desenvolvidas para expressar e explicar determinados fatos. Al´ em destas se encontra a lei imut´avel do universo, e a verdade ou falsidade de qualquer “hip´otese da lei da natureza” depende de quanto ela se aproxima da lei verdadeira . Osa anais da hist´oria cient´ıfica est˜ ao apinhados de exiemplos de exatid˜ao relativa de teorias desenvolvidas por pensadores cient´ıficos para explicar os fenˆomenos naturais observados. Todas as hip´ oteses e declara¸c˜oes sobre a lei natural est˜ao condicionadas pela nossa compreens˜ao dos fatos observados, pelos nossos preconceitos pessoais, conscientes ou inconscientes, e pelo escopo e a amplitude de nossa experiˆencia relativa ao assunto. Os cientistas victorianos nem sempre entendiam isto, ali´as ainda hoje muitos cientistas n˜ao o admitem. Algum tempo atr´ as ouvimos um proeminente psic´ologo declarar que, apesar de qualquer quantidade de provas, jamais chegaria a considerar a ideia da possibilidade da Percep¸c˜ao Extra-Sensorial, porque a admiss˜a o de tal possibilidade destruiria a base de todo o ensinamento moderno. Pensadores religiosos
Um “bloqueio” bastante parecido existe tamb´em na mente de muitos pensadores religiosos, como est´ a demonstrado pela tendˆencia de estabelecer uma divis˜a o r´ apida e n´ıtida entre coisas “sagradas” e coisas “seculares”. Este ´e o enfoque mental que sempre indicou uma tendˆ encia a considerar as faculdades ps´ıquicas como sendo “sobrenaturais”. N˜ ao concordamos com estas cren¸cas porque, como a maioria dos que trabalharam seguindo estas diretrizes, acreditamos que “sobrenatural” ´e apenas Aquele que se encontra acima de toda a Natureza, por ser Ele a Fonte e a 22
Origem. Acreditamos tamb´ em que a Vontade e o Prop´ osito d’Ele s˜ao a verdadeira lei do Universo. Manifesta¸ co ˜es paranormais
Desta forma, todas as manifesta¸c˜oes em qualquer plano de existˆ encia s˜ao regidas pelas leis naturais, e n˜ao devem ser definidas “sobrenaturais”. Costumamos, portanto, nos referir `as faculdades ps´ıquicas como “paranormais”. Por conseguinte, ´e l´ogico que se enquadram no campo da observa¸c˜ao e do m´etodo cient´ıficos. Da mesma forma, uma grande parte dos testes e das investiga¸c˜oes efetuados nada tem de cient´ıfico, e ambos os extremos da escala mental indicam uma igual teimosia e a mesma m´a vontade em obedecer aos ditamos do grande cientista victoriano, Huxley, que afirmava que o verdadeiro cientista deve estar preparado para “se sentar diante da Natureza como uma criancinha, e segui-la para onde ela nos conduz”. Em tudo que escrevemos aqui a respeito do treinamento da faculdade psicom´ etrica, tentamos evitar as duas posi¸c˜oes extremas, a da aridez intelectual e a da asneira sentimental. Um exemplo de leitura inadequada
Vocˆe deve se lembrar que reproduzimos um esbo¸co sum´ario de um “encontro psicom´etrico”, e que observamos a respeito que a “leitura” do psicometrista era de boa qualidade. Queremos agora reproduzir uma “leitura” psicom´etrica de qualidade inferior. Vocˆe pode reparar que as declara¸co˜es s˜ao muito claras, e podem ser reconhecidas pelo propriet´a rio do objeto. A informa¸c˜ao n˜ ao apresenta defeito, mas a apresenta¸c˜ao ´e definitivamente fraca. Nosso psicometrista apanha o objeto e diz: “Vejo um bocado de a´gua tem um homem a´ı - acho que ´e o mar - o homem est´a metido numa farda esquisita - estou vendo um mont˜ao de ´arvores, as folhas com uma colora¸c˜ao verde acinzentada - tenho uma sensa¸c˜ao de influˆencias eclesi´asticas - incenso - as ´arvores est˜ao crescendo nas colinas baixas atr´as de uma cidade - vocˆe est´a com alguma d´ uvida sobre uma decis˜ a o? - este objeto tem alguma rela¸c˜ao com influˆ encias italianas - o homem est´a observando alguma coisa vocˆe estava querendo ir para a It´alia? - tenho a impress˜ao de disparos de canh˜ oes - vocˆe esteve na guerra? - o homem tem uma espada, parece que est´a no comando de alguma coisa - n˜ao se preocupe a respeito da decis˜ao a tomar, em alguns dias tudo ficar´a mais claro”. A¸ c˜ ao seletiva
Vocˆe pode ver que esta “leitura” cont´em a maioria das informa¸c˜oes proporcionadas pelo primeiro psicometrista, entretanto, ao inv´ es de uma s´erie 23
de informa¸c˜oes coerentes, neste caso temos um amontoado de fragmentos confusos. Como pode acontecer isto? Existem, neste caso, dois fatores principais e um fator secund´ario. Em primeiro lugar, existe a caracter´ıstica das faculdades ps´ıquicas que atua da seguinte forma: todas as informa¸c˜oes recebidas atrav´ es destas faculdades se apresentam `a mente como um bloco de conhecimentos, que em seguida devem ser selecionados pela mente subconsciente e projetados para a consciˆencia, seguindo uma determinada sequˆencia. Incidentalmente, a mesma coisa se verifica com a vis˜ao f´ısica normal. Os olhos absorvem o quadro completo e depois o transmitem ao centro visual do c´erebro, e por conseguinte a informa¸ca˜o ´e transmitida a` mente consciente atrav´es do subconsciente. Normalmente, existe uma a¸ca˜o seletiva que se processa no subconsciente, e esta a¸c˜ao seletiva subconsciente subdivide o bloco de impress˜oes visuais recebidas e apresenta as partes, num padr˜ao determinado, a` mente desperta. A a¸c˜ao seletiva subconsciente ´e desencadeada por v´arios fatores. Podemos ter lido a respeito de um rio em cheia e os preju´ızos provocados pela enchente, e depois, no mesmo dia, podemos ir para o campo e ver uma paisagem na qual h´a, entre outros detalhes, um trecho de rio. Quase sempre a primeira coisa que atrair´a nossa aten¸c˜ao naquele panorama compestre ser´a o rio, porque nosso subconsciente ficou impressionado pela leitura do notici´ario daquele mesmo dia. Preconceito psicol´ ogico
Tamb´em ´e poss´ıvel sentirmos uma enorme antipatia por certos animais, por exemplo, vacas: e sem percebˆe-lo conscientemente, nossa primeira observa¸c˜ao ser´ a que existem vacas na paisagem! Aqui nos defrontamos com o segundo fator em mat´ eria de percep¸ c˜ao. Um preconceito psicol´ ogico se desenvolveu automaticamente em nosso subconsciente e todas as impress˜oes que chegam a qualquer um dos sentidos est˜ao afetadas por este preconceito em sua passagem atrav´es dos n´ıveis conscientes da mente. Quando conhecemos os nosso preconceitos, em qualquer sentido, podemos compens´a-los conscientemente, mas quando os desconhecemos, eles podem afetar nossa capacidade de avaliar o que recebemos atrav´ es de nossos sentidos. Isto se verifica sobretudo quando temos que julgar e registrar o que vimos ou ouvimos. Esta sele¸c˜ao imperfeita das impress˜oes pode ser, obviamente, encontrada em algumas das “descri¸co˜es” feitas por clarividentes e psicometristas e, em ´ grande medida, isto depende da ausˆencia de um bom treinamento mental. E bastante o´bvio que tudo que se apresenta `a mente ´e gravado na consciˆencia, e este registro mental ´e a base do que chamamos de “mem´oria”. Da mesma forma, o registro que resulta da entrada de percep¸c˜oes ps´ıquicas atua sob os mesmos princ´ıpios mentais do registro mental que ´e o 24
resultado da entrada de percep¸co˜es dos sentidos f´ısicos. A habilidade de observa¸ c˜ ao
No caso do psicometrista, as impress˜oes ps´ıquicas que entram em bloco devem ser registradas e enviadas de novo para fora muito rapidamente, de uma forma quase parecida como as impress˜oes visuais recebidas por um comentarista esportista de televis˜ ao devem ser devolvidas imediatamente em forma de coment´ario, acompanhando o jogo que est´ a sendo observado. Isto significa que o poder seletivo da mente deve processar rapidamente os incidentes do jogo em sua sequˆencia correta, e para que este processo possa ao. ser executado com sucesso, a principal habilidade exigida ´e a de observa¸c˜ Observar em sequˆencia n˜ao ´e t˜ ao comum como pode parece. A maioria das pessoas apresenta a tendˆ encia, provocada por pontos falhos psicol´ogicos, de observar algumas coisas e deixar de observar outras, ou ent˜ao de confundir a sequˆencia dos acontecimentos. O treinamento da observa¸c˜ao ´e um ponto essencial para qualquer pessoa que utiliza seus sentidos ps´ıquicos, e sua ausˆ encia ´e a j´a mencionada causa secund´aria de dificuldades no desenvolvimento psicom´etrico. Os sutis impulsos ps´ıquicos recebidos pelo psicometrista devem ser percebidos, registrados e traduzidos em palavras faladas ou escritas (alguns psicometristas efetuam a chamada “psicometria por correspondˆ encia”). Quando isto n˜ ao se efetua de maneira praticamente imediata, estas impress˜oes submergir˜ao no campo mental geral, misturando-se e ficando distorcidas pelas imagens de pensamento que nele existem. Por conseguinte, uma parte essencial do treinamento ´e cultivar esta capacidade de observa¸c˜ao, e, como j´a explicamos, esta capacidade n˜ao ´e muito comum, porque, embora todas as impress˜ oes fiquem gravadas na mente, raramente elas chegam a emergir na consciˆ encia desperta, mas permanecem abaixo do limiar mental, a saber, no subconsciente. Portanto, existe a necessidade de treinar a mente para atuar de maneira que muito mais destas impress˜ oes recebidas sejam registradas pela consciˆ encia desperta. Existem muitos exerc´ıcios que foram desenvolvidos para este treinamento espec´ıfico, todavia muitos apresentam o defeito de serem excessivamente complexos, e na realidade acabam por ser contraproducentes. Nestes assuntos, quanto mais simples o exerc´ıcio, melhor: as probabilidades de sucesso aumentam com a simplicidade. Aten¸ c˜ ao e concentra¸c˜ ao
´ a caConsideremos rapidamente o que ´e realmente a “observa¸ca˜o”. E pacidade de prestar uma aten¸c˜ao concentrada e conscientemente dirigida `as impress˜oes provocadas em nossas mentes pela atua¸c˜ao de nossos sentidos, enquanto estes sentidos reagem frente `as v´arias coisas e aos diferentes 25
acontecimentos que formam o cen´ario de nossas vidas. Esta aten¸c˜ao dirigida e concentrada significa que precisa aprender a manter a aten¸c˜ao voltada para qualquer ponto daquele cen´ario, conforme a vontade. Evidentemente, ´e isto que chamamos de “concentra¸ca˜o”. Por conseguinte, a aten¸c˜ao e a concentra¸c˜a o s˜ao ambas valiosos utens´ılios de treinamento para o desenvolvimento psicom´etrico. Por outro lado, a aten¸c˜ao tamb´em ´e a chave para uma vida f´ısica de muito sucesso, e vale a pena anotar que o paranormal bem treinado, seja ele clarividente ou psicometrista, n˜ao ´e absolutamente a pessoa distra´ıda ou pern´ostica que geralmente se acredita. ao distra´ıdos e pern´ Evidentemente, existem paranormais que s˜ osticos, e existem v´arias raz˜ oes para que sejam assim. Por outro lado, existem muitos padres que, mais ou menos, apresentam uma imagem que se parece bastante com a par´ odia que se faz deles nos programas humor´ısticos. Existe ainda um curioso detalhe: depois do treinamento e desenvolvimento da faculdade ps´ıquica, as impress˜oes que entram podem, em alguns casos, ser comparadas, pela intensidade, `as percep¸c˜oes puramente sensoriais. “Reflexo condicionado”
Os seguidores de determinados sistemas “ocultos” afirmam que as pessoas comuns atravessam a vida num sonho desperto, reagindo automaticamente `as condi¸c˜oes ao seu redor, e justificam em geral as afirma¸c˜oes dos psic´ologos “behavioristas” e dos Materialistas Dal´eticos comunistas, no sentido de que uma criatura humana ´e apenas a pe¸ca complexa de um mecanismo, que funciona dirigida pelo que se chama de “reflexo condicionado”. A famosa experiˆencia dos “c˜aes de Pavlov” ´e considerada a prova deste enfoque mecˆanico da vida, e estas escolas de ocultismo, embora discordem completamente com o enfoque basicamente materialista, afirmam, entretanto, que a maioria dos pensamentos e das a¸c˜oes do homem m´edio ´e o resultado deste “reflexo condicionado”. Por outro lado, eles afirmam, com absoluta certeza, que o homem tem a possibilidade de acordar deste sonho e de come¸car a atuar como uma criatura consciente. As implica¸c˜oes ulteriores desta doutrina nos afastariam demais da rota que escolhemos, mas quisemos mencion´a-la porque ´e um fato indiscut´ıvel que, em maior ou em menor medida, esta qualidade on´ırica da consciˆ encia se manifesta em nossa vida desperta e em nosso trabalho. A vida urbana embota a percep¸ c˜ ao
As condi¸c˜oes da vida moderna no ambiente urbano tendem a provocar atica ` em n´os uma rea¸c˜ao autom´ as condi¸c˜oes ao nosso redor, enquanto que, se estiv´ essemos vivendo num ambiente selvagem e natural, onde qualquer falta de aten¸c˜ao nos pormenores da vida provavelmente significaria nossa morte, descobrir´ıamos que estamos observando conscientemente tudo em 26
nossa volta, de uma forma como jamais pensar´ıamos fazer vivendo na cidade. Qualquer impress˜ao dos sentidos, ao chegar em nossa mente, seria avaliada conscientemente e o resultado seria um aumento sens´ıvel da acuidade de nosso sentido f´ısico. Mesmo em nossa vida urbana moderna, poder´ıamos diminuir muito a taxa de mortalidade provocada por “acidentes” se aprendˆesseom a prestar aten¸c˜ao ao que nos cerca, ao inv´es de caminhar e de dirigir de forma quase autom´atica, dependendo apenas do bom senso dos outros, ou ent˜ao da velocidade de nossos reflexos. Isto n˜ao significa que precisamos sempre observar o ambiente em nossa volta com a mesma intensidade utilizada pelos “batedores brancos” no tempo da coloniza¸ca˜o do oeste norte-americano; significa apenas que uma parte desta intensidade deve ser trazida para a vida comum. E, considerando, n˜ao seria uma m´a ideia. O jogo de Kim
Em alguns de meus escritos anteriores mencionei um determinado exerc´ıcio, conhecido em geral com o nome de “jogo de Kim”, extra´ıdo de um livro de Rudyard Kipling, cujo t´ıtulo ´e Kim . Pelos coment´arios de meus leitores, parece que este jogo foi considerado excessivamento dif´ıcil por muitos. Acredito que uma grande parte da dificuldade foi, na realidade, psicol´ogica, porque quando se come¸ca a praticar este exerc´ıcio, quase todos o acham um pouco desanimador. O motivo ´e que o jogo comprova de maneira bastante en´ergica o quanto nossa capacidade mental de aten¸c˜ao ´e prec´aria. Todavia, a repeti¸c˜ao sistem´atica deste exerc´ıcio pode desenvolver a capacidade num tempo relativamente curto. Para os leitores que ainda n˜ao ouviram falar no jogo de Kim, devo explicar que ´e jogado com um certo n´umero de pequenos objetos, como an´eis, bot˜ oes coloridos ou lavrados, porcas e parafusos pequenos e outras pecinhas mecˆanicas diminutas, que s˜ao colocados sobre uma bandeja. Firmamos nossa aten¸c˜ao nos ob jetos durante dois ou trˆ es minutos e depois a bandeja ´e coberta com um pano. A seguir, escrevemos os nomes dos objetos que lembramos ter visto na bandeja. Pode ser ´util pedir a ajuda de uma outra pessoa para colocar os objetos na bandeja, mas este detalhe n˜ao ´e realmente essencial. Depois de escrever o nome do maior n´umero poss´ıvel de objetos, retiramos o pano que cobre a bandeja, para verificar a diferen¸ca entre o n´umero de objetos lembrados e o n´ umero efetivo dos objetos sobre a bandeja. Como referˆencia, quando conseguimos lembrar o nome de oito ou nove objetos entre os vinte que est˜ao sobre a bandeja, podemos dizer que o resultado ´e bom. Na maioria dos casos, as pessoas lembram apenas cinco ou seis. A capacidade de lembrar melhora com a pr´ atica, quando se chega a 27
lembrar dezessete ou dezoito objetos entre os vinte. Depois de conseguir um marcador razo´ avel, podemos variar o exerc´ıcio tentando lembrar os detalhes de cada objeto: sua forma, o tipo de grava¸c˜ao, sua cor e qualquer defeito aparente. As pessoas que acham que o esp´ırito de competi¸c˜ao ´e um bom aux´ılio, podem tentar executar o exerc´ıcio como um jogo, com um dois amigos. Por outro lado, na maioria dos casos nos sentimos a tal ponto envergonhados pela nossa incapacidade inicial, que preferimos um jogo solit´ario! Pense nos cord˜ oes dos sapatos
Aqui temos outro exerc´ıcio, tamb´ em muito simples, mas assim mesmo, muito eficaz. Eu o chamo de “Pense nos cord˜oes dos sapatos”, porque foi assim que meu primeiro tutor neste assunto o apresentou para mim. Em resumo, trata-se apenas de firmar a aten¸c˜ ao em qualquer coisa que vocˆ e estiver fazendo naquele momento. Neste caso, estamos atando os
cord˜oes do sapato. Por conseguinte, concentramos toda a nossa aten¸c˜ao em fazer apenas isto. N˜ao estamos automaticamente atando os cord˜oes dos sapatos, ouvindo, ao mesmo tempo, distraidamente, o notici´ario do r´ adio, ou a voz de nossa mulher que enumera uma lista de coisas que precisamos comprar antes de nossa volta. Tamb´ em n˜ao estamos refletindo subjetivamente sobre o que fazer no escrit´orio ou na f´abrica. devido a determinadas dificuldades que poderiam surgir. Nada disso: simplesmente, nos concentramos em atar os cord˜ oes dos sapatos. Parece uma coisa t˜ao simples, que a ideia de um treinamento mental nestas bases parece quase goza¸c˜ao, mas neste caso poder´ıamos cair no erro de um determinado cavalheiro mencionado na B´ıblia , que quando ouviu que devia se lavar nas ´aguas do Rio Jord˜ ao para ficar curado da lepra, ficou indignado e declarou que o famoso profeta que lhe dera este conselho devia ter feito alguma coisa espetacular: “Devia ter estendido suas m˜aos sobre mim”, protestou o tal cavalheiro, imaginando que isto poderia levar a uma cura instantˆ anea. E de qualquer forma, na terra do cavalheiro havia alguns rios realmente bonitos, como, por exemplo, Abana e Farfar. Rios de verdade, bem diferentes deste c´orrego turbulento e lodacento, chamado Jord˜ao! Mas, como relata a hist´ oria, o c´ orrego t˜ ao desprezado curou a doen¸ca. Esta curiosa atra¸c˜ao pelo bizarro e pelo espetacular n˜ao desapareceu ao longo dos s´eculos, e podemos encont´ra-la bem manifesta tamb´em em nossos dias. Este ´e o gosto que leva muitas pessoas a serem v´ıtimas de curandeiros ps´ıquicos ou ocultistas, que podem ser encontrados `a margem ou no seio de sociedades e organiza¸co˜es que se dedicam ao estudo destes assuntos. A simplicidade do exerc´ıcio ´e apenas aparente. Ao pratic´a-lo algumas vezes, vocˆe perceber´a as armadilhas que sua pr´opria mente consegue colocar, quando se apresenta uma oportunidade. O formid´ avel neste exerc´ıcio t˜ao simples, ´e que vocˆe pode praticar a qualquer hora, sem qualquer preparo especial, e a menor de suas vanta28
gens ser´a uma maior capacidade de concentra¸c˜a o: j´ a isto pode proporcionar dividendos razo´aveis no cotidiano. A faculdade da mem´ oria
Um desenvolvimento ulterior de tudo isto ´e estender esta aten¸c˜ao direta e consciente a qualquer coisa que estiver acontecendo perto de n´os, enquanto apananhamos o oˆnibus ou o trem, a caminho do escrit´o rio ou da f´abrica. Quantos, entre os meus leitores, poderiam lembrar os detalhes de uma casa na esquina, por onde passam quando, de sua pr´opria travessa, entram na art´eria principal? Quantos poderiam agora descrever sua aparˆencia geral, o n´umero de suas janelas, sua decora¸c˜ao e seu jardinzinho (ou a ausˆencia deste jardim)? E mais, as pessoas no ˆonibus ou no trem, sua aparˆencia, seus cacoetes, etc. Quantos, entre n´ os, apenas prestam uma aten¸c˜ao m´ınima nestes pormenores? Aqui temos os materiais para um exerc´ıcio mental realmente compensador, e como o anterior, pode ser praticado em qualquer momento. ao significa que precisamos ficar de olhos Obviamente, prestar aten¸ca˜o n˜ arregalados olhando para os outros, pois afinal seria grosseiro, e poderia at´e levar a complica¸co˜es desagrad´ aveis, especialmente em se tratando de pessoas que n˜ao gostam de ser observadas com insistˆ encia. N˜ao ´e necess´ario olhar fixamente durante alguns minutos para reter uma boa imagem mental ´ muito importante lembrar isto. Na de uma pessoa ou de um objeto. E realidade, basta um olhar r´apido, com aten¸c˜ao concentrada. Para rematar este assunto, quero resumir o que um amigo meu, que ´e hipnotizador, me contou a respeito da mem´oria visual. Ele mostrou a uma pessoa uma p´agina de um livro de psicologia, depois de se certificar de que a pessoa em quest˜ao n˜ ao estava muito interessada em psicologia. Em seguida, hipnotizou esta pessoa, e quando esta j´a se encontrava no est´agio de hipnose profunda, sugeriu que ela era uma conferencista de grande popularidade, e que se encontrava sobre uma plataforma, pronta para iniciar uma conferˆencia sobre um aspecto peculiar de psicologia, relatado na p´ agina do livro antes mostrada, e que a pessoa tinha visto durante apenas um minuto. A pessoa aceitou a sugest˜a o e fez uma ´otima conferˆencia sobre quanto tinha lido durante um minuto naquele texto de psicologia. N˜ ao mencionou pontos n˜ ao inclu´ıdos na p´agina, mas apenas alongou bastante o assunto, por´em falou nas declara¸co˜es inclu´ıdas na p´agina, comentando-as, e citou alguns trechos, palavra por palavra. Isto aconteceu depois de apenas um minuto dedicado a uma p´agina inteira, impressa em letra mi´ u da. N´ os tamb´em j´a fizemos experiˆencias do gˆenero, e com os mesmos resultados. Incidentalmente, ´e esta poderos´ıssima capacidade de mem´oria da mente subconsciente que muitas vezes falsifica o que, `a primeira vista, pode parecer uma prova de percep¸c˜ao extra-sensorial. 29
Resumindo, a quest˜a o n˜ ao est´a no tempo gasto em observar uma coisa ou uma pessoa, mas est´a na intensidade da aten¸c˜ao necess´ aria. Apresenta¸ ca ˜o da prova
Chegamos a um ponto muito importante deste treinamento. Vocˆe deve se lembrar de que, quando descrevemos a “leitura” de um paranormal, demos duas vers˜oes da mesma leitura: a primeira, feita por um psicometrista de bom n´ıvel, e a outra por um psicometrista cujo trabalho era de qualidade muito inferior. Afirmamos na ocasi˜ ao que a diferen¸ca mais evidente entre os c˜ ao, e isto est´ dois paranormais estava na apresenta¸ a relacionado com o que est´avamos dizendo um pouco mais atr´ as, a respeito da aten¸ca˜o concentrada. Existe uma “t´ecnica da descri¸c˜ao”, e em geral, esta t´ecnica n˜ao pode ser aprendida sem m´etodo. Envolve o uso disciplinado da aten¸ca˜o, mas depois de aprendˆe-la, esta t´ecnica significa a diferen¸ca entre o sucesso e o fracasso. ´ de nossa opini˜ao que o sucesso nesta t´ecnica da descri¸c˜ao ´e essencial se E vocˆe deseja executar qualquer trabalho neste campo. Uma t´ecnica parecida ´e utilizada pelos investigadores e tamb´em no trabalho rotineiro da pol´ıcia. Vocˆe j´ a se perguntou alguma vez como ´e que vocˆe reconhece um amigo ou um conhecido? Provavelmente isto nunca lhe ocorreu, mas na maioria dos casos costumamos reconhecer as pessoas de forma subconsciente, e raramente conseguimos explicar como isto acontece. Precisamos examinar esta quest˜ ao com o maior cuidado. Evidentemente existem, nas pessoas, determinadas coisas, pontos caracter´ısticos, e alguns destes s˜ao extremamente pessoais, de maneira que o reconhecimento se efetua quase que exclusivamente atrav´ es deles. Por exemplo, o nariz de Cyrano de Bergerac era a marca de identifica¸c˜a o de seu dono; o mesmo vale para as costas tortas de Ricardo III (se ´e que a imagem de Shakespeare ´e correta). Entretanto, todos ou quase todos estes pontos de reconhecimento t˜ao salientes podem ser imitados, e n˜ao servem t˜ao bem para o reconhecimento quanto alguns outros aspectos do indiv´ıduo. Os pontos mais sutis de reconhecimento
Um destes outros pontos, ali´as um ponto muito u ´til, ´e a maneira de uma pessoa parar ou se movimentar. Cada um de n´os tem seu jeito caracter´ıstico de ficar de p´e ou de se movimentar, e este jeito est´a associado com a nossa pessoa nas mentes dos que se encontram conosco. De fato, existe o que poder´ıamos chamar de um grupo inteiro de pontos muito sutis, e a natureza destes pontos nos confere nossa identidade pessoal. Os movimentos das m˜aos, dos dedos e dos p´es, trejeitos que se tornam um h´abito, o virar repentino da cabe¸ca e as tens˜oes mut´aveis dos m´ usculos do rosto, especialmente ao redor dos olhos: tudo isto, e muito mais, serve para nos identificar, e ´e esta identifica¸c˜ao, proporcionada por estas caracter´ısticas 30
mais sutis, que muitas vezes s˜ao a melhor prova que pode ser oferecida pelo psicometrista. Descri¸ ca ˜o do rosto e da forma
Depois disso, e pela ordem de importˆancia, segue a descri¸c˜ao do rosto e da forma, das roupas e qualquer outro ponto relacionado com estas. Neste caso, tamb´em, a t´ecnica ´e muito bem definida, e como regra geral, a descri¸c˜ao deve ser coerente. Por exemplo, o psicometrista aprendiz n˜ ao deveria come¸c ar uma descri¸ca˜o do rosto, que est´a percebendo psiquicamente, afirmando que o homem tem olhos azuis e uma pequena verruga no pesco¸co. Antes de mais nada, deve come¸car a descrever qualquer caracter´ıstica importante do rosto, como um nariz bem pronunciado, ou a ausˆ encia de um por¸c˜a o da orelha, ou a ausˆencia de uma vista. A seguir, deve descrever o rosto, come¸cando com a cor e a textura dos cabelos, e se est´a corretamente penteado ou com os cabelos revoltos, em seguida, a testa, larga e alta, ou baixa e estreita, enrugada ou bastente lisa. Sobrancelhas largas ou finas, a´speras ou lisas; os olhos, no que diz respeito `a cor, sua posi¸c˜ao no rosto, aproximados ou distantes entre si, as rugas ou os m´ usculos relaxados ao redor, se est˜ao encovados ou bem abertos; o nariz, aquilino, reto ou arrebitado, largo ou estreito na base das narinas; as orelhas, grandes ou pequenas, sua posi¸c˜ao na cabe¸ca; as faces, cheias ou redondas ou encovadas, coradas ou p´alidas; colorido geral; bigodes e/ou barba, tipo, forma e aparˆencia geral; boca e l´ abios, l´abios cheios ou finos; maxilares e queixo, firme ou de outro tipo, forma do rosto, redondo, quadrado ou comprido; pesco¸co, fino ou grosso, comprido ou curto. Sequˆ encia autom´ atica de aten¸c˜ ao
` primeira vista, esta pode parecer uma tarefa complicada, mas como A sempre registramos estes e outros detalhes todas as vezes que olhamos para uma pessoa (embora a maior parte dos detalhes permane¸ca abaixo do limiar da consciˆencia), n˜ao ´e apenas o registro dos detalhes que pede um treinamento. atica O importante ´e o desenvolvimento gradativo de uma sequˆencia autom´ de aten¸ c˜ ao, de maneira que todos os detalhes fiquem arquivados em seus respectivos compartimentos do subconsciente, dos quais poder˜ao ser retirados na mesma sequˆencia. Esta t´ecnica se aplica tamb´ em aos pormenores do corpo, os bra¸cos, as pernas, as vestimentas, e tudo o mais. Evidentemente, existem determinadas caracter´ısticas gerais que deveriam ser descritas logo de in´ıcio. A altura, o tipo geral (gordo ou magro) e quaisquer outras caracter´ısticas importantes, como uma perna mecˆanica ou coisa parecida. 31
A seguir, chegaremos a pontos mais sutis, como a postura, etc., que j´a mencionamos, e, neste caso, muitas vezes podemos conseguir os detalhes mais convincentes. Para resumir o que j´a explicamos a respeito desta quest˜ ao de descri¸c˜ao cuidadosa, poder´ıamos sugerir a seguinte sequˆ encia generalizada: 1. Altura e constitui¸c˜ao aproximadas da pessoa percebida, junto com caracter´ısticas principais, como, por exemplo, grandes ou pequenos defeitos f´ısicos. 2. Roupas, tipo e cor de pele. 3. Uma r´ apida descri¸c˜ao pormenorizada das fei¸c˜oes, com qualquer peculiaridade a ser anotada e descrita em primeiro lugar. 4. Quaisquer detalhes mais sutis de identifica¸ca˜o, trejeitos, etc. Talentos pessoais
Tudo isso se aplica `a descri¸c˜ao de pessoas, mas, obviamente, os mesmos princ´ıpios se aplicam `a descri¸c˜ao de panoramas e ambientes em geral. E agora que vocˆe conhece o princ´ıpio envolvido, pode aplic´a-lo conforme sua pr´opria maneira. De fato, em qualquer trabalho ps´ıquico existe uma a´rea na qual se manifestam os talentos pessoais , como acontece tamb´em na pintura e na escultura. Vocˆe deve se lembrar que afirmamos que todo trabalho ps´ıquico n˜ao ´e apenas uma arte, mas tamb´em uma ciˆencia. Neste ponto vocˆe pode empregar seus talentos individuais, e ´e tamb´ em neste ponto que se podem fazer novas descobertas. Portanto, n˜ ao tenha medo de fazer experiˆencias neste campo. O esbo¸co ao seque foi dado ´e um esbo¸co geral, e enquanto vocˆe continua com a descri¸c˜ ao conforme sua tendˆencia quencial firme em sua mente, pode variar a aplica¸c˜ pessoal. Lembre-se que mesmo com uma descri¸c˜ao sequencial deste tipo, vocˆe pode cair na rotina, num sulco r´ıgido, que pode impedir qualquer progresso em seu trabalho. Em um de seus livros, Oliver Wendell Holmes afirmou: “A diferen¸ca entre um t´ umulo e um sulco est´a apenas na profundidade”. Portanto, cuide para que sua mente se mantenha flex´ıvel. Use as t´ecnicas psicol´ogica e ps´ıquica que foram explicadas aqui, at´e estar completamente familiarizado com ambas, e poder confiar nelas. Depois, enquanto seus conhecimentos e sua experiˆencia aumentam, vocˆe poder´a adaptar estas t´ecnicas ao seu m´etodo individual de trabalho. N˜ ao se esque¸ca que seu subconsciente tem seus pr´oprios pontos de vista, que nem sempre concordam com os pontos de vista de sua mente consciente, 32
e a n˜ao ser que vocˆe proporcione a esta faceta oculta do seu eu uma oportunidade de se expressar, ela poder´a come¸car a atuar em sentido contr´ario aos seus esfor¸cos, N˜ ao se esque¸ca que seu subconsciente tem seus pr´oprios pontos de vista, que nem sempre concordam com os pontos de vista de sua mente consciente, e a n˜ao ser que vocˆe proporcione a esta faceta oculta do seu eu uma oportunidade de se expressar, ela poder´a come¸car a atuar em sentido contr´ario aos seus esfor¸cos. Vamos discutir este assunto um pouco mais adiante. Controle das rea¸ co ˜es emocionais
Trata-se de um outro fator muito importante: o lugar da emo¸c˜a o em nosso trabalho psicom´ etrico. Muitas vezes, quando tentamos um exame psicom´etrico de um objeto, descobrimos que a atmosfera emocional que percebemos est´a come¸cando a inundar nossa mente, e sentimos de forma muito aguda o sofrimento, a dor, ou a raiva, que emana do objeto. Esta empatia, esta sensa¸c˜ao de sentimento compartilhado, ´e uma parte muito essencial do trabalho psicom´ etrico, mas se deixarmos que ela se apodere de nossa consciˆ encia, perderemos o controle de nossas rea¸c˜oes emocionais e assim destruiremos as sutis impress˜oes ps´ıquicas que est˜ao se apresentando. Podemos encontrar uma analogia perfeita no conhecido fenˆ omeno de r´ adio chamado “oscila¸c˜ao”. Um aparelho de r´ adio, em determinadas condi¸c˜oes, pode n˜ao apenas receber os sinais num certo comprimento de onda, mas pode tamb´ em retransmiti-los numa forma distorcida, como um assovio penetrante que todos conhecemos. No tempo dos primeiros r´ adios, o fenˆomeno era muito comum, mas desde ent˜ao foram desenvolvidos dispositivos de ajuste que eliminaram quase completamente o fenˆomeno, embora ainda possa ocorrer em determinadas circunstˆancias. Como controlar as rea¸ co ˜es emocionais
Da mesma maneira, ´e poss´ıvel perceber o registro emocional do objeto que vocˆe est´a manuseando e ficar afetado por ele a ponto de perder qualquer contato com as impress˜oes ps´ıquicas, apenas se debatendo numa mar´e emocional, sem se dar conta que tudo est´a fora de foco, e o que pode ser um registro emocional moderado foi apenas exagerado enormemente pelas suas pr´ oprias rea¸c˜oes. Por estes motivos, ´e recomend´avel aprender a controlar suas rea¸c˜oes emocionais, e o melhor exerc´ıcio para isto ´e de comprovada antiguidade. Tamb´em, ´e bastante simples: basta ficar ouvindo um ataque extremamente emocional a um de seus assuntos favoritos. Se na pol´ıtica vocˆe ´e conservador, ou¸ca um violento ataque comunista contra sua ideologia; se vocˆe ´e socialista, ou¸ca um conservador atacar energicamente as ideias que vocˆ e preza como muito importantes. A mesma 33
t´ecnica pode ser utilizada com ideias religiosas, art´ısticas ou sociol´ogicas. ao deve ficar sentado e ouA parte importante, nisto tudo, ´e que vocˆe n˜ vir, disfar¸cando seu ´odio, e tamb´em n˜ao pode se impor um estado mental de resistˆencia passiva. Vocˆe deve apenas ouvir calma e atentamente todas as declara¸co˜es, concordando ou discordando s´o mentalmente e n˜ao emocionalmente . Lembre-se de que as ideias que lhe parecem repugnantes fazem a alegria da pessoa que vocˆe est´a ouvindo, e da mesma forma, as ideias que vocˆe acha t˜ ao obviamente corretas parecem odiosas ao seu advers´ario. Algumas experiˆencias neste sentido poder˜ao convencˆe-lo do papel da emo¸c˜ao no que costumamos chamar de “pensamento racional”. At´ e no campo da matem´ atica, que j´a foi considerada praticamente o u ´ nico assunto antiemocional, podemos encontrar o mesmo preconceito emocional atuando, enquanto os v´arios defensores de diferentes novos sistemas de geometria a da revolucion´aria hip´ otese da relatividade se insultam com artigos violentos ou pronunciam discursos inflamados durante os congressos cient´ıficos. O treinamento ´ e necess´ ario?
Muitas pessoas desenvolvem a faculdade de psicometria sem nenhum treinamento mental, e algumas pessoas podem estar a se perguntar se todo o treinamento mencionado no cap´ıtulo anterior ´e realmente necess´ a rio. A resposta ´e que o treinamento n˜ ao ´e absolutamente necess´ a rio, mas pode proporcionar um grande aux´ılio. Para dar um exemplo, sabemos que existem pessoas com um senso musical e um ritmo inatos, e que conseguem tocar um instrumento musical de forma bastante razo´ avel. Existem at´e prod´ıgios musicais natos, mas o trabalho destas pessoas pode se tornar muito mais f´acil quando aprendem a teoria e a t´ecnica da m´usica. Portanto, existem pessoas que ganharam a faculdade de psicometria sem qualquer treinamento, a n˜ao ser o que aprenderam num “c´ırculo de desenvolvimento”, e que conseguem efetuar um bom trabalho. Mas acontece muitas vezes que a faculdade seja mal empregada, para prop´ositos que muitos de n´os considerar´ıamos afastados dos prop´ ositos leg´ıtimos da psicometria. Isto acontece sobretudo quando a psicometria ´e usada para entrar em contato com criaturas desencarnadas. Durante os muitos anos de experiˆencias neste campo constatamos que estas tentativas `as vezes alcan¸c am seu ob jetivo, mas isto n˜ao significa que aconte¸ca sempre, e, de qualquer forma, deploramos que a psicometria seja utilizada desta maneira. ´ nossa opini˜ao que existem outras maneiras melhores para conseguir E estes contatos, e queremos sugerir da maneira mais en´ ergica que seria melhor se esta maravilhosa faculdade pudesse ser separada da atmosfera religiosa 34
e sect´aria onde geralmente ´e encontrada, e tratada de forma objetiva. Ao mesmo tempo, e com ainda maior urgˆencia, gostar´ıamos de resgat´ a-la do ambiente mesquinho onde os profissionais da clarividˆencia a exploram com intuito venal.
35
36
Cap´ıtulo 4
Os primeiros passos Conhecendo muito bem a natureza humana, acreditamos que um bom n´umero de nosso leitores abriram o livro neste cap´ıtulo, sem ter lido nada do que recomendamos at´e agora; pois ´e uma l´astima, mas ´e um fato muito normal. Ali´ as, nos proporciona o ensejo de salientar que, embora seja realmente prefer´ıvel come¸car com um treinamento preliminar antes de se dedicar a trabalhos pr´ aticos, este treinamento pode ser efetuado juntamente com o trabalho. Sem d´ uvida, representa um esfor¸co adicional para o psicometrista aprendiz e por este motivo achamos oportuno sugerir que , depois de dar uma lida neste cap´ıtulo, o futuro psicometrista volte ao trabalho indicado no cap´ıtulo anterior, come¸cando dali, e apenas ocasionalmente fazendo algumas experiˆencias de t´ecnica de percep¸ca˜o. Percep¸ co ˜es psicom´ etricas
Como j´ a dissemos, este m´etodo dar´a bons resultados, porque quando a mente aprendeu um determinado tipo de disciplina, as percep¸co˜es psicom´etricas se tornam mais confi´aveis. oes e esta ´ Vocˆe deve ter notado que estamos falando em percep¸c˜ e a melhor maneira de descrever o que acontece quando tentamos examinar um objeto atrav´ es da psicometria. Esta percep¸c˜ao ´e uma impress˜ao generalizada que recebemos, e durante algum tempo, at´ e que o experimentador n˜ ao desenvolva concretamente suas formas de percep¸ca˜o visual ou aural, permanecer´a apenas uma impress˜ao. Em seguida, com o progresso do desenvolvimento, come¸car˜ ao a aparecer as imagens visuas e/ou aud´ıveis. Lembre-se, qualquer percep¸c˜ao, f´ısica ou metaf´ısica, na realidade ´e o desenvolvimento de um jogo b´ asico de impress˜ oes. No plano f´ısico, o sentido b´asico ´e o tato, e cada um dos cinco sentidos ´e um tipo diferente de “tato”. Assim, os raios de luz tocam na retina sensitiva de nossos olhos e provocam determinadas mudan¸cas qu´ımicas e ´opticas ali e no nervo ´optico. Estas mudan¸cas s˜ao transmitidas ao centro da vis˜ao no 37
c´ erebro, e ali, de alguma forma misteriosa, s˜ ao traduzidas em impress˜oes visuais. As ondas sonoras que repercutem sobre o t´ımpano provocam movimentos no complicado ouvido interno, e estes afetam o fluido que se encontra num canal especial, no qual tamb´em est˜ao muitas fibras nervosas. A partir destas fibras, mudan¸cas el´etricas e qu´ımicas s˜ao transmitidas ao centro da audi¸c˜ao no c´erebro, e a´ı s˜ao transformadas em impress˜oes aud´ıveis. O paladar e o olfato atuam exatamente da mesma forma: todos os cinco sentidos se fundamentam no tato, que foi o primeiro sentido a se desenvolver na fase da evolu¸ca˜o. Uma percep¸ c˜ ao u ´ nica e imediata
Embora o modo seja diferente, as percep¸co˜es ps´ıquicas atuam da mesma forma. Efetivamente, a percep¸c˜ao ps´ıquica ´e u ´ nica e imediata, transmitindonos diretamente o conhecimento, mas como a mente se desenvolveu de uma certa maneira, atrav´ es da especializa¸c˜ao dos sentidos f´ısicos, as impress˜oes ps´ıquicas recebidas s˜ao, em geral, traduzidas automaticamente nas imagens dos sentidos f´ısicos que conhecemos. Portanto, nos primeiros est´ agios do desenvolvimento ser´a recebida esta impress˜ ao generalizada, e vocˆe n˜ao deve ficar desapontado se durante muito tempo apenas conseguir receber esta impress˜ao, sem qualquer imagem visual ou aud´ıvel. Durante um est´agio posterior do desenvolvimento, se vocˆ e tiver a tenacidade de insistir, chegar´a o momento no qual as imagens e os sons ceder˜ao seu lugar a uma percep¸ca˜o sem qualquer forma, mas que lhe dar´a muito mais que qualquer imagem. Ao mesmo tempo vocˆ e manter´ a a capacidade de usar as impress˜oes visuais, se assim o desejar. Desenvolvimento posterior
Todavia, esta fase posterior de desenvolvimento n˜ao chegar´ a t˜ ao cedo, depois de iniciar seu desenvolvimento; ali´a s, pode n˜ao aparecer de jeito nenhum, a n˜ao ser que vocˆe assim o queira. Para alguns, este desenvolvimento posterior poder´a ficar fora de alcance, e seria aconselh´avel que se limitassem e treinassem apenas a psicometria “formal”. Na realidade, embora tenhamos afirmado que as impress˜ oes cedem lugar `as imagens de v´arios gˆeneros, sempre existe um segundo plano de percep¸c˜ao pela impress˜ao, que acompanha as imagens que vemos e os sons que ouvimos, e estes segundo plano ´e importante porque proporciona a possibilidade de interpretar o que vocˆe est´a percebendo. Vamos ainda voltar a esta quest˜ao da atmosfera criada pela impress˜ao. 38
Prepera¸ ca ˜o para uma leitura
Agora vocˆe est´ a pronto para come¸car efetivamente seu desenvolvimento psicom´etrico. Quais s˜ao os pontos mais importantes que deves ser observados? Acreditamos que o primeiro ´e que vocˆe deve se sentir o mais poss´ıvel `a vontade para poder trabalhar com ˆexito. Nada de roupas apertadas, de sapatos apertados que fazem doer os p´es, nada de assentos incˆomodos; neste ponto vale evitar o extremo oposto em mat´eria de assentos: o excesso de comodidade tamb´em ´e desaconselh´avel. Na medida do poss´ıvel, vocˆe deve se sentir fisicamente `a vontade. Uma boa maneira para conseguir isto ´e praticar um exerc´ıcio de relaxamento e respira¸c˜ao, como o seguinte: Sente-se de maneira confort´avel, mas n˜ao cruze as pernas; mantenha os p´es firmemente plantados no ch˜ a o, e tome cuidado para que a borda da cadeira na qual vocˆe est´a sentado n˜ao comprima sua perna logo atr´a s do joelho, impedindo a circula¸c˜ao. Descanse as m˜aos sobre os joelhos. Inspire profundamente e depois solte o ar bem devagar, enquanto firma calmamente sua aten¸ca˜o mental no topo de sua pr´opria cabe¸ca, e enquanto continua a soltar o ar bem devagar, deixe que sua aten¸ca˜o des¸ca ao longo de todo o seu corpo, chegando aos seus p´es. Agora volte a inspirar profundamente e repita tudo de novo. O ponto importante deste exerc´ıcio ´e que, enquanto sua aten¸c˜ao vai usculos dos descendo ao longo de seu corpo, vocˆe deve tamb´em relaxar os m´ a que, no come¸co, n˜ao conseguir´ a manter pontos atingidos . Vocˆe descobrir´ relaxados todos os seus m´ usculos; alguns, especialmente os m´usculos do rosto e do pesco¸co, votlar˜ ao a se contrair enquanto sua aten¸c˜ao prossegue para a pr´ oximas parte de seu corpo. N˜ ao se preocupe com isto, apenas continue a praticar o exerc´ıcio. Com o tempo, os m´ usculos permanecer˜ao relaxados, mesmo quando a aten¸ca˜o j´ a passou mais adiante. No come¸co ´e suficiente que vocˆe inspire e depois expire uma meia d´uzia de vezes, por´em isto fica a seu pr´oprio crit´erio. O exerc´ıcio alcan¸car´ a o ˆexito almejado quando vocˆe constatar que seu corpo inteiro permanece sensivelmente relaxado. A escolha do objeto
Vocˆe agora est´ a pronto para sua primeira leitura. Isto naturalmente levanta a quest˜ao do ob jeto que vocˆe ter´ a que escolher para as suas primeiras experiˆencias, porque existem grandes diferen¸cas entre os objetos, por causa dos registros que eles podem nos proporcionar, e para as primeiras experiˆencias ´e melhor escolher os que proporcionam as impress˜oes mais fortes e, portanto, de leitura mais f´acil. Antes de discutir os tipos de objeto, vale a pena pensar onde vocˆe poder´a obtˆe-los. Se vocˆe puder contar com a a juda de um ou dois amigos que possam 39
fornecer objetos e que depois verifiquem a exatid˜ao de sua “leitura”, isto ser´a de grande valia. porque vocˆ e pode evitar dar demonstra¸c˜o es de sua faculdade a pessoas c´epticas, ou at´e tomar atitudes antagˆonicas. Tamb´em ser´a u ´til se vocˆe n˜ao estiver a par de todos os detalhes da vida ´ıntima de seus amigos, porque estes conhecimentos p odem confundi-lo, e de qualquer forma diminuiriam o valor de sua leitura.
Duas “mem´ orias”
Existem duas “mem´orias” principais relacionadas a qualquer objeto. A primeira ´e a que podemos chamar de mem´ oria inerente ou pessoal da existˆ encia individual e separada do objeto. A outra, a que podemos chamar de mem´oria “acumulada”. Trata-se do total de todas as impress˜ oes acumuladas no objeto atrav´ es de sua associa¸c˜ao com criaturas humanas, e esta associa¸ca˜o proporcionar´ a mem´orias muito complexas, cuja leitura exige consider´avel habilidade. Naturalmente, sempre acontece que um ou outro estrato desta mem´oria ´e t˜ao poderoso que prevalece sobre os outros e n˜ao permite que vocˆe penetre mais profundamente na mem´oria geral de sua hist´ oria. Sugerimos, portanto, que para suas primeiras experiˆencias vocˆe escolha objetos que ou tenham uma poderosa mem´ oria prim´ aria ou aura de mem´oria inerente, ou ent˜ao que se trate de um objeto que n˜ao passou por muitas m˜aos. O ideal, evidentemente, seria um objeto que tivesse pertencido a apenas uma pessoa, porque neste caso vocˆ e n˜ao precisaria separar as camadas de ´ melmem´orias relativas `as diferentes pessoas que possu´ıram o objeto. E hor simplificar o m´aximo poss´ıvel suas experiˆencias iniciais. Mais adiante, quando vocˆe j´a tiver adquirido uma maior confian¸ca em suas capacidades, poder´ a tentar o exame psicom´etrico de objetos mais dif´ıceis. Em geral, os colares proporcionam boas leituras, enquanto os an´ eis e outros objetos muito mi´ udos s˜ao mais dif´ıceis. As chaves n˜a o podem ser consideradas recomend´aveis, porque costumam passar por muitas m˜aos, e o mesmo vale para os len¸cos e outros objetos lav´aveis, porque as muitas lavagens e manuseios complicam a mem´oria-aura. Se vocˆe tiver a inten¸c˜ao de fazer um exame psicom´ etrico de luvas, ser´a melhor vir´a-las do avesso, porque a superf´ıcie externa pode estar carregada de muitas impress˜oes estranhas. As cartas proporcionam boas impress˜oes, mas ao examinar uma carta, lembre-se de que o envelope passou por muitas m˜aos, e praticamente n˜ao tem utilidade. Retire a carta do envelope antes do exame. Podemos come¸car a descrever suas primeiras tentativas de exame psicom´ etrico usando como objeto uma carta. 40
A t´ ecnica da percep¸ ca ˜o
Vocˆe pode abrir a carta sobre uma mesa e colocar sua m˜ao sobre a carta. Ou ent˜ao pode apoiar apenas as pontas dos dedos sobre a assinatura; pode tamb´em tentar comprimir a carta sobre a testa. Vocˆe deve encontrar sozinho o m´etodo que mais lhe conv´em; toda pessoa tem suas pr´oprias peculiaridades neste assunto. Como mencionamos, ´e prefer´ıvel que o remetente da carta seja uma pessoa que vocˆe n˜ao conhe¸ca pessoalmente, embora seja u ´til que vocˆe esteja na condi¸ca˜o de obter informa¸c˜oes a respeito desta pessoa depois da leitura; caso contr´ ario, vocˆe n˜ao ter´ a a possibilidade de verificar se acertou ou se se enganou. De posse da carta, vocˆe expressar´a sua vontade ou “inten¸ca˜o” de ler o registro ps´ıquico desta carta. Basta a simples inten¸c˜ao; basta esta indica¸ c˜ao, endere¸cada ao seu subconsciente, de seu desejo para que todas as impress˜oes que possam ser captadas sejam transmitidas `a sua consciˆencia desperta. Esta ´e a “a¸ca˜o de desengate”, sobre a qual falaremos mais adiante. Agora vocˆ e apenas espera, at´e perceber impress˜ oes novas e diferentes em sua mente. Estas impress˜ oes podem permanecer apenas impress˜oes, ou ` vezes podem ser acompanhadas de imagens coloridas e sons interiores. As as imagens se apresentam sem qualquer impress˜ao, mas qualquer coisa que aconte¸ca deve ser descrita ao amigo que o est´a assistindo, atuando como auditor. Se vocˆe n˜ao tiver a possibilidade de ser assistido por outra pessoa, poder´ a registrar as suas impress˜oes num gravador. Sensa¸ co ˜es f´ ısicas
Vocˆe poder´ a frequentemente se sentir impelido a reagir violentamente por causa das impress˜oes que est´a recebendo, mas ser´a muito melhor para vocˆe n˜ao permitir que esta rea¸c˜ao se alastre no campo da sua consciˆencia e provoque em vocˆe condi¸c˜oes parecidas. Na psicometria tamb´ em acontece frequentemente que o examinador receba sensa¸c˜oes corp´oreas, indica¸c˜oes de doen¸ca ou de um acidente, e estas impress˜oes podem se manifestar com muita for¸ca. Jamais permita que estas sensa¸c˜oes o influenciem de maneira indesej´ avel. Lembre-se que vocˆe est´a aberto a todas as influˆencias que chegam do objeto que est´a sendo “lido”, e isto significa que muitas vezes vocˆe percebe condi¸c˜oes que julga atrativas. Neste est´ agio de seu desenvolvimento, por´em, vocˆe n˜ao pode ser seletivo, e deve permitir que todas as impress˜oes recebidas venham `a tona em sua consciˆencia. Num est´agio mais adiantado vocˆe pode ser seletivo, e seguir uma sequˆencia particular de imagens ps´ıquicas, mas no come¸co isto ´e imposs´ıvel. Ao mesmo tempo, vocˆe n˜ao deve deixar que qualquer impress˜ao indesej´ avel o afete excessivamente. Quando isto est´a para acontecer, ´e prefer´ıvel largar o objeto 41
` vezes o psicometrista consegue isto lavando e interromper o contato. As as m˜aos antes de iniciar o contato com um objeto diferente, mas pode-se conseguir a interrup¸c˜ao tamb´em apenas atrav´es da express˜ao da vontade, de uma inten¸ca˜o definida de interromper o contato. A necessidade de discrimina¸c˜ ao
Especialmente quando se trata de cartas, vocˆe pode receber com frequˆencia uma impress˜ao da personalidade do remetente, e isto pode ser bastante ´util e comprobat´ orio. Entretanto, lembre-se que se o remetente da carta ou o dono do objeto sofreram recentemente um forte choque, ou estiveram `as voltas com uma forte carga mental ou emocional, vocˆe, muito provavelmente, receber´a em primeiro lugar a impress˜ao desta condi¸c˜ao. Portanto, mesmo na leitura mais simples, vocˆe poder´a constatar que se torna necess´ario exercer a discrimina¸ca˜o, e que n˜ao se podem aceitar todas as impress˜oes apenas pelo seu valor aparente. O pensamento tem uma existˆencia real, distinta da mente e das emo¸c˜oes que causaram sua formula¸c˜ao, e os resultados dos pensamentos muitas vezes permanecem gravados nos ob jetos, e podem ser lidos por vocˆe como impress˜oes de fatos realmente ocorridos. Da mesma forma, `as vezes os clarividentes encontram muita dificuldade em fazer distin¸c˜oes entre imagens mentais com grande carga emocional e entidades ou condi¸c˜oes astrais efetivas. Uma estranha intui¸ ca ˜o
Esta discrimina¸ca˜o se desenvolver´a enquanto vocˆe pratica a psicometria. Vocˆe descobrir´ a que est´a desenvolvendo uma estranha intui¸c˜ao, que lhe dar´a condi¸c˜oes para distinguir a sutil diferen¸ca entre impress˜oes provocadas por pensamentos e outras provocadas por uma efetiva atividade f´ısica. Esta percep¸c˜ao sutil deve ser cultivada, porque podemos utiliz´a-la em muitas outras a´reas de experiˆencias. Quando vocˆe descreve as impress˜oes que est´a recebendo, deve sempre tentar apresentar uma imagem o mais equilibrada poss´ıvel. Se errar, ´e prefer´ıvel errar por causa da concis˜ ao do que por causa da prolixidade. Embora as impress˜oes ps´ıquicas sejam recebidas pelo subconsciente num s´o bloco, vocˆe descobrir´a que, na pr´atica, elas emergem na consciˆencia com velocidades vari´aveis. Em alguns casos vocˆe ter´a que esperar durante um bom tempo antes que comece a emergir uma impress˜ao qualquer, e elas podem continuar a emergir a grandes intervalos. Com alguns objetos vocˆ e constatar´ a que as impress˜oes chegam aos borbot˜ oes, e muito r´apidas. Portanto, n˜ ao se preocupe quando as impress˜oes parecem estar “gotejando” em sua mente, ou, ao contr´ario, quando parece at´e imposs´ıvel anot´ a-las todas. Ademais, a fort´ıssima personalidade do propriet´ a rio do objeto pode, 42
muitas vezes, for¸car impress˜ o es sobre este de maneira a se constituir na camada mais forte de influˆencias relacionadas com este objeto: estas impress˜ oes ser˜ao percebidas antes de qualquer outra. Precis˜ ao incrementada
Muitas vezes as condi¸c˜oes de sa´ ude do propriet´ario do objeto podem ser percebidas, e em alguns casos esta percep¸c˜ao pode ser t˜ao intensa que vocˆe sentir´ a as dores que esta pessoa sente, como se estivessem em seu pr´oprio corpo. Isto pode ser desagrad´avel, a n˜ao ser que vocˆe interrompa deliberadamente o contato com o objeto que est´a examinando. Mais adiante vamos sugerir um m´ etodo para poder interromper um determinado contato, e ao mesmo tempo estabelecer contato com determinados aspectos do bloco geral de impress˜oes ps´ıquicas que vocˆe recebe de qualquer objeto. Entretanto, ´e mais f´acil conseguir isto depois de registrar resultados efetivos com suas experiˆencias. No come¸co vocˆe descobrir´a que em cada dez anota¸c˜oes feitas a respeito de um determinado objeto, talvez duas resultar˜ao mais ou menos precisas, uma ter´ a uma poss´ıvel rela¸ca˜o com o estado efetivo das coisas, e o resto poder´a ser vagamente aproximado ou ent˜ao completamente afastado do alvo. Esta propor¸ca˜o come¸car´ a a se alterar gradativamente com a pr´atica, e enquanto vocˆe adquire uma maior seguran¸ca, a propor¸ca˜o de acertos e de erros chegar´ a a dezesseis ou dezessete em vinte. A este ponto vocˆe poder´a come¸car a se considerar um psicometrista satisfat´orio. Sobretudo, seja sempre sincero; este nosso trabalho n˜ao pretende sugerir que vocˆe se afaste da verdade, e n˜ao queremos que enverede pelo caminho da ilus˜ao. O registro do trabalho experimental
Mantenha um registro de seu trabalho experimental, e anote tudo, n˜ao apenas os ˆexitos mas tamb´ em os fracassos. N˜ao tenha medo de admitir que fracassa, mas utilize estes fracassos como mum meio para descobrir os princ´ıpios que governam seu trabalho. Existem mar´es e correntes ps´ıquicas que atuar˜ao contra ou a seu favor, existem mar´es ps´ıquics em seu interior que podem trabalhar com ou contra as mar´es e influˆencias externas, e tamb´em existe um fator imponder´avel: a influˆencia de sua pr´opria personalidade sobre a psicometria. Como j´ a foi dito, isto faz parte da natureza da ciˆencia e da arte. Aprenda a observar suas pr´oprias rea¸c˜oes frente `as impress˜oes recebidas. Vocˆe descobrir´ a que algumas s˜ao bem-vindas, e que outras provocam em vocˆe uma barreira. Tente descobrir as causas; procure compreender sua 43
pr´opria equa¸ca˜o pessoal e, sobretudo, nunca tor¸ca ou altere conscientemente as impress˜ oes recebidas, para impressionar os outros ou para se justificar. Condi¸ co ˜es de doen¸ ca ou de morte
Queremos mencionar mais um ponto importante, ou seja, como vocˆ e ` deve apresentar sua “leitura”. As vezes acontece que sentimos intensamente um ind´ıcio de doen¸ca, ou at´e de morte; neste caso vocˆe deve ter o maior cuidado para n˜ao externar esta impress˜ao de uma forma chocante, para que a pessoa em quest˜a o n˜ ao se auto-sugestione e n˜ao se conven¸c a de que a condi¸c˜ao ´e irrevers´ıvel, e que a morte ´e inevit´avel. Ouvimos declara¸c˜oes muito irrespons´aveis de psicometristas, e queremos recomendar encarecidamente que vocˆ e formule estas impress˜oes de maneira que se resumam numa advertˆ encia de dificuldades futuras, e acrescente qualquer outra impress˜ao sobre como estas dificuldades podem ser superadas. Lembre-se disto: mesmo quando vocˆe conseguir uma consider´ avel habilidade neste trabalho, ainda n˜ao poder´ a se considerar o pr´oprio or´ aculo. E nos est´agios iniciais vocˆ e, com certeza, n˜ao ter´ a qualquer pretens˜a o de infalibilidade. Temos motivos muito fortes para fazer estas recomenda¸c˜oes, porque constatamos at´e que ponto declara¸c˜oes irrespons´aveis podem ser prejudiciais. Amigos nossos ouviram declara¸co˜es deste tip o, e as consequˆencias em suas vidads foram calamitosas. Por este motivo, insistimos mais uma vez para que vocˆe tenha discri¸c˜ao. A importˆ ancia da discri¸c˜ ao
Temos mais uma recomenda¸c˜a o a fazer. Acabamos de usar o termo “discri¸c˜ao”. Muitos paranormais tˆem o h´ abito desprezivel de discutir com outras pessoas as informa¸c˜oes ps´ıquicas recebidas sobre outros indiv´ıduos. Isot ´e realmente imperdo´avel. O comportamento do psicometrista deve ser igual ao do m´ edico ou do advogado; qualquer informa¸ca˜o adquirida mediante o exerc´ıcio de sua faculdade ps´ıquica deve ser considerada estritamente confidencial, e n˜ao deve ser comentada com qualquer um. Constatamos muitas confus˜oes surgidas por causa de indiscri¸c˜oes, e pedimos mais uma vez para que vocˆe n˜ao esque¸ca nossa recomenda¸c˜ao. As fofocas maliciosas ou vulgares s´o conseguem afastar as pessoas inteligentes e cultas, que s˜ao, afinal, as pessoas que desejamos interessar no assunto. Trabalho seletivo
Depois de alcan¸car uma certa eficiˆ encia no exame psicom´ etrico de ob jetos, da forma que descrevemos, vocˆe poder´a come¸c ar a utilizar o que chamamos de m´ etodo “seletivo” de trabalho. At´ e este ponto vocˆ e apenas 44
recebias passivamente qualquer impress˜ao ou imagem que penetrava em sua mente, enquanto “lia” o objeto. Agora precisa aprender a desenvolver a capacidade de dirigir sua vis˜ao ps´ıquica da maneira que deseja. Vocˆe deve procurar ativamente a informa¸ca˜o que deseja, ao inv´ es de receber passivamente qualquer coisa. Ao conseguir esta capacidade de sele¸c˜ao, vocˆe dar´a um passo decisivo para a frente, acelerando seu desenvolvimento, e ter´a um controle sempre maior sobre sua faculdade. Existem duas formas para conseguir isto. No primeiro caso, formula-se uma inten¸ca˜o geral, fazendo uma pergunta espec´ıfica, e a pergunta deve ser simples e em termos v´ıvidos. Quanto mais v´ıvida for a pergunta, maiores ser˜ao as chances de uma resposta atrav´es das faculdades ps´ıquicas da pessoa em quest˜ao. Um exemplo pode a judar a ilustrar melhor este ponto. Quando dese jamos conseguir informa¸c˜oes de tipo espec´ıfico, relacionadas com o objeto que est´a sendo examinado, apanhamos o objeto e estabelecemos o costumeiro contato passivo com o mesmo. Via de regra, em nossa mente surge uma esfera de n´evoa cinzenta em rota¸ca˜o, em cujo meio brilham pequenos pontos luminosos. Cada ponto luminoso ´e a origem de uma linha de informa¸c˜oes que se referem ao objeto e a quem est´a ligado ao mesmo. A seguir, formulamos mentalmente a pergunta que interessa, e logo um ponto de luz parece se sobressair , e enquanto o observamos, uma torrente de impress˜oes relacionadas com a pergunta come¸ca a inundar nossa mnente. Este ´e um dos m´etodos de utilizar uma a¸c˜ao positiva. A ´ arvore da vida
O outro m´etodo para conseguir um contato seletivo se vale de um “s´ımbolochave”. Este s´ımbolo foi ligado com uma ideia emocional e mental espec´ıfica. Assim, om s´ımbolo-chave que pode ser utilizado ´e um c´ırculo alaranjado com o s´ımbolo do planeta Merc´urio no centro. Este s´ımbolo espec´ıfico ´e um de ´ uma s´ erie de dez que, juntos, formam a chamada “Arvore da Vida”; este ´e um grupo muito importante de s´ımbolos usados numa filosofia ocultista cujo nome ´e a Cabala. Para maiores informa¸c˜oes sobre este grande s´ımbolo de grupo, vocˆe pode consultar nosso livro intitulado “A Magia e a Cabala”. O s´ımbolo de Merc´urio est´a especialmente ligado com todos os assuntos que se referem `a mente: livros, conferˆencias, transmitir informa¸co˜es por todos os meios (Merc´ urio, ou Hermes dos gregos, era o mensageiro dos deuses), como cartas, telefonemas, telegramas ou conversa¸c˜ao pessoal. Portanto, se quisermos conseguir qualquer informa¸c˜ao, atrav´ es da psicometria, sobre o quilate intelectual de quem escreveu uma determinada carta que est´a em exame psicom´etrico, este s´ımbolo poder´a servir como um excelente s´ımbolochave, e manter as impress˜oes ps´ıquicas contidas nesta u ´ nica linha, excluindo os assuntos irrelevantes. Entretano, o s´ımbolo-chave deve ter sido pensado e relacionado na mente
45
com a caracter´ıstica para a qual serviria de chave . Neste caso, vocˆ e teria
que inventar seus pr´oprios s´ımbolos-chave, embora possa usar como base o ´ sistema de s´ımbolos da Arvore da Vida. Simbolismo das cores
Existe tamb´ em a quest˜ao do simbolismo das cores. Vocˆe descobrir´ a que recebe muitas impress˜oes de cores relacionadas com os objetos que est´a examinando, e em alguns casos a cor aparecer´a muito viva. Existe um c´ odigo geral de s´ımbolos de cores, que pode ser encontrado no livro Man, Visible and Invisible , de Annie Besant e C. W. Leadbeater. Por outro lado, vocˆe descobrir´ a tamb´em que seu eu interior tem seus sentidos espec´ıficos em rela¸c˜ao a`s v´arias cores, e para vocˆe isto ´e muito melhor do que depender de achados alheios. Por conseguinte, ter´a que elaborar sua pr´opria escala de simbolismo de cores, que ser´a extremamente valiosa para vocˆe durante seu desenvolvimento, como poder´a descobrir por si pr´oprio. Alguns psicometristas, incidentalmente, consideram as cores fortes e vibrantes como relativamente “baixas” e “terrestres”, e as tonalidades pastel, mais delicadas, como “elevadas” e “espirituais”. Procure evitar esta armadilha. As cores fortes e vibrantes s˜ao t˜ ao “elevadas” quanto as tonalidades pastel, mais esmaecidas. Nestes assuntos, vocˆe deve usar seu pr´oprio racioc´ınio, e n˜ao seguir cegamente o racioc´ınio de outros. Psicometria das flores
Existe uma forma bastante curiosa de “percep¸c˜ao”, frequentemente exibida em reuni˜oes p´ ublicas de psicometria. Em geral, ´e chamada “Psicometria das flores” e se efetua da seguinte maneira: a pessoa que deseja um exame psicom´etrico chega `a reuni˜ao trazendo uma flor, e esta flor ´e submetida `a psicometria, de forma normal. A pessoa interessada, antes de ir `a reuni˜ao, segura a flor que colheu (que ´e o melhor procedimento) ou a flor que comprou (este procedimento n˜ao ´e t˜ao bom) e ao mesmo tempo considera mentalmente qualquer problema particular que a preocupa, e sobre o qual deseja receber esclarecimentos. Num grande n´ umero de casos o psicometrista percebe este problema: o conselho dado pode ter sua origem na pr´opria mente do psicometrista, ou ent˜ao na impress˜ao ps´ıquica recebida atrav´es da flor. De qualquer forma, a flor serviu de elo entre o psicometrista e a pessoa que procura conselho. A aura das flores
Este m´etodo espec´ıfico ´e explicado com o fato de que ao redor de qualquer objeto existe uma atmosfera ps´ıquica, ou “aura”. Nos objetos, esta aura que cont´em os registros ´e complexa, pois j´a foi submetida a muitas influˆ encias 46
em v´arias ´epocas de sua existˆencia, e por conseguinte torna-se dif´ıcil para o psicometrista selecionar uma determinada ´epoca do passado. Por outro lado, a aura da flor, que tamb´em ´e uma criatura viva , se parece mais com uma folha branca, uma tabula rasa , e a for¸ca do pensamento e da emo¸c˜ao que a marcam atrav´ es da pessoa que procura um conselho pode ser facilmente identificada. O paranormal em desenvolvimento pode experimentar a psicometria das flores, mas queremos salientar que ele deve continuar as experiˆencias com toda esp´ecie de objetos, com complexos registros ps´ıquicos, e n˜ao se satisfazer com este m´etodo elementar. ´ extremamente f´ E acil cair nesta armadilha, mas se vocˆ e o fizer, limitar´a sensivelmente suas capacidades psicom´ etricas, porque o uso dos s´ımboloschave como desengate ´e t˜ao eficaz quanto o contato floral, e em compensa¸c˜ao pode proporcionar uma quantidade muito maior de informa¸co˜es. Experiˆ encias para melhorar a eficiˆ encia
O ponto mais importante a lembrar ´e que vocˆe nunca deve se satisfazer em permanecer num n´ıvel. Vocˆe deve sempre se esfor¸car para progredir, para conseguir uma maior eficiˆencia, e nunca deve ter medo de fazer novas experiˆencias. As experiˆencias que vocˆe mesmo chega a inventar podem resultar muito mais frut´ıferas que as experiˆencias sugeridas por outras pessoas, porque em geral resultar˜ao dos pensamentos positivos que surgiram nas profundezas de sua mente. Ao mesmo tempo vocˆe deve ficar alerta para sugest˜ oes que levem a novas experiˆencias. Deixe que ilustremos melhor nosso pensamento. H´a alguns anos assistimos a uma demonstra¸c˜a o p´ ublica de psicometria oferecida por um certo Capit˜ao Blanda. Durante a demonstra¸ c˜ao ele nos mostrou uma experiˆencia interessante. Ao inv´ es de segurar o objeto na m˜ a o para efetuar a psicometria, o Capit˜ a o Bland pediu que o dono do objeto o colocasse sobre uma mesa, a uns trˆes metros de distˆancia. Em seguida, concentrou sua aten¸ca˜o no ob jeto durante um momento, e nos ofereceu uma leitura comprobat´oria muito convincente. Isto levantou uma quest˜ao muito interessante, porque alguns afirmam que o psicometrista lˆe o registro mantido na “aura” do objeto, agindo como um c˜ao que segue um homem, guiando-se pelo cheiro que este deixou no ch˜ ao, nas folhas e em qualquer outra cois que tocou, enquanto outros sustentam que o objeto, por sua existˆencia efetiva, est´ a ligado, com todos os seus registros associados, `a Inteligˆencia Universal e tamb´em `a mente do psicometrista, atrav´ es das imagens que nela provoca. Esta explica¸c˜ao parece ligeiramente obscura, mas, se substituirmos a express˜ ao “Inteligˆ encia Universal” por “Registros Ak´ ashicos”, poderemos ver que se trata de uma teiroi muito difundida no oriente. O outro conceito, 47
que costumamos chamar de “Teoria do C˜ao Fila”, ´e talvez mais acess´ıvel para a m´edia das pessoas que a ideia metaf´ısica oriental. A este prop´osito gostar´ıamos de acrescentar que ambos os pontos de vista s˜ao corretos, entretanto um precisa do outro para se tornar mais completo. Numa certa ´epoca fizemos um bocado de experiˆencias neste sentido, e a ideia que apresentamos realmente ´e o resultado de todos aqueles trabalhos. Objetos com cargas
Veremos agora um aspecto ainda mais profundo do assunto. Quando apresentamos uma descri¸c˜ao imaginosa de uma leitura m´edia de psicometria, inclu´ımos nela um anel que outrora estivera nas m˜aos de um personagem eclesi´astico, e o fizemos com um intuito bem definido. No come¸co deste livro nos referimos a trˆ es tipos de impress˜oes que podiam ser recebidas, e em seguida nos referimos a apenas dois. Tratava-se, em primeiro lugar, do registro do pr´oprio objeto, sua natureza b´asica e sua manufatura. Em segundo lugar, havia as lembran¸cas acumuladas enquanto era usado por criaturas humanas, em circunstˆancias diferentes. Existe, por´em, um terceiro tipo de impress˜oes que podem ser encontradas em objetos, e s˜ao impress˜oes que foram colocadas propositalmente neste objeto pela vontade de algum ente, talvez humano, sububumano e sobrehumano. Muitas vezes as impress˜oes que foram deixadas sobre o objeto apresentam caracter´ısticas de todos os trˆes graus de inteligˆ encia. Naturalmente, aqui estamos, at´ e um certo ponto, mexendo com alguns aspectos da existˆencia que muitos “modernos” acreditam ser totalmente imagin´arios. Os anjos e as fadas est˜ao relegados entre as fantasias da infˆancia, e antropologistas muito s´ abios inventam maravilhosas teorias para explicar os registros que se encontram em todas as partes do mundo e que parecem indicar que muitas pessoas, e em condi¸c˜oes muito diferentes, viram formas de vida diferentes das que se valem de corpos materiais. Todavia, devido `a nossa experiˆencia pessoal neste campo, estamos razoavelmente certos de que existem boas raz˜oes para insistir em acreditar na existˆencia destas inteligˆencias. Nos limiares da magias
Estamos pisando nos limiares da magia. De qualquer forma, vamos apresentar certas ideias e sugerir determinadas experiˆencias que podem interessar a vocˆe, que deseja se aventurar al´em da simples “leitura” psicom´etrica. A este ponto, pode ser oportuno falar pormenorizadamente num aspecto importante de seu desenvolvimento. Se vocˆe estivesse interessado num determinado trabalho de qu´ımica, j´ a teria aprendido um pequeno truque que muitas vezes evita um bocado de preocupa¸c˜oes. O qu´ımico pode querer saber 48
o que h´a numa certa garrafa ou num certo frasco cujo r´otulo desapareceu; naturalmente, quando a identifica¸c˜ao visual ´e imposs´ıvel, o procedimento natural ´e abrir a garrafa para sentir o cheiro do produto. Mas isto pode ser muito perigoso, porque a substˆancia pode ser t´oxica e muito vol´atil, de maneira que poderia afet´a-lo antes que tivesse tempo de expeli-la de seus pulm˜oes. O truqe consiste em respirar fundo e, mantendo o ar nos pulm˜oes, farejar de leve o conte´udo da garrafa. Seus pulm˜oes est˜ao cheios de ar e n˜ao obsorvem qualquer quantidade do g´ as que emana da substˆancia desconhecida e que est´a sendo testada, mas os nervos olfativos captam o suficiente para uma identifica¸ca˜o. Quando a substˆ ancia ´e especialmente irritante ou perigosa, os pulm˜oes podem ser imediatamente esvaziados, e o ar que estava retido arrasta consigo a quantidade m´ınima do elemento mortal que ainda pode se encontrar nas narinas. No passado descobrimos que este pequeno macete podia nos poupar uma por¸c˜ao de complica¸c˜oes. Uma atitude receptiva
Mencionamos isto porque sua maneira de se aproximar de objetos, que poder´ıamos chamas de objetos com carga, deve se parecer com este m´etodo para poder tratar com qualquer for¸ca que vocˆe possa encontrar em conex˜ao com objetos deste tipo, sendo que o anel que mencionamos para ilustrar nossa “leitura psicom´etrica” ´e um objeto deste tipo. Vocˆe precisa se aproximar destes objetos com uma atitude mental correta, que deve ser uma inten¸ca˜o positiva de ler o registro do objeto. Em seguida, depois desta a¸c˜ao de desengate, a mente deve se manter receptiva, mas ainda positiva. Um escritor cat´olico romano, o j´ a falecido Monsenhor R. H. Benson, falando nesta atitude, quis compar´a-la ao voo de uma gaivota que paira, praticamente im´ovel, resistindo a um forte vento. Sabemos que, apesar de sua imobilidade aparente, a gaivota est´a se esfor¸cando muito para permanecer no mesmo lugar. Assim, a atitude receptiva que mencionamos deveria ser tamb´ em o “ponto receptivo” de uma forte inten¸c˜a o mental. N˜ ao se pode conseguir esta atitude da mente logo na primeira tentativa; por causa disto nos reservamos a opontunidade de tratar destes objetos com carga depois de lhe ter explicado as t´ecnicas mais simples e de mais f´acil assimila¸c˜ao. O abuso do “m´ıstico”
Ali´as, caso algum leitor, depois de nossa referˆ encia a R. H. Benson, se sinta inclinado a pensar que este escritor se converteu a doutrinas ps´ıquicas, ´e melhor esclarecer logo que ele se valeu da compara¸c˜ao num livro de hist´orias sobre misticismo, e isto tem muito pouco a ver com fenˆomenos ps´ıquicos. 49
´ verdade que alguns fenˆomenos ps´ıquicos se manifestam frequentemente E na vida dos m´ısticos, mas s˜ ao considerados obst´a culos e n˜ao um aux´ılio na vida m´ıstica. Ali´ a s, o mesmo vale para o budismo e algumas outras religi˜oes orientais. Todas elas se op˜ oem energicamente ao desenvolvimento de faculdades ps´ıquicas, porque s˜ao opini˜ ao que estas, como brinquedos, atrair˜a o as pessoas para longe da senda espiritual, e na melhor hip´otese apenas fazem perder tempo. Em nossos tempos modernos abusa-se excessivamente da express˜ao “m´ıstico”, pois a express˜ao ´e aplicada aos fenˆ omenos ps´ıquicos e ocultistas. Esperamos, futuramente, poder discutir os valores respectivos do psiquismo, do oprio conceito, num outro livro. ocultismo e do misticismo, conforme nosso pr´ Talism˜ as e amuletos
Os talism˜as e os amuleto, cujas virtudes s˜ao aninciadas nas v´arias publica¸c˜oes ps´ıquicas e ocultistas, podem ser citados como exemplo de “objetos carregados”. Alguns s˜ ao vencidos com base na conhecida m´axima do “showman” norte-americano Barnum: “A todo minuto nasce mais um”, por´em h´a outros, cuidadosamente preparados por pessoas com conhecimentos suficientes dos princ´ıpios da magia. O primeiro tipo de objeto carregado funciona sobretudo atrav´ es da autosugest˜ao de quem o usa, mas o segundo tipo tem poderes reais, auto-sugest˜ao `a parte, e este segundo tipo de objeto carregado exige muitos cuidados quando nos aproximamos dele. Quando ´e sabido que temos, ou ent˜ao que estamos desenvolvendo poderes ps´ıquicos, acontece frequentemente que algu´em nos ofere¸ca um destes objetos para uma “leitura”, e nunca ´e demais tomar alguns cuidados. Afinal, vocˆe n˜ao tentou desenvolver capacidades psicom´ etricas s´o para “ser sacrificado e proporcionar uma festa ps´ıquica”, se nos for permitido parafrasear um pouco um ditado que se referia aos antigos gladiadores romanos. Os objetos carregados deste segundo tipo foram aben¸coados e consagrados pelos ministros de organiza¸c˜oes crist˜a s e n˜ao-crist˜ a s. O anel, trazido pelo hipot´etico postulante, para uma leitura psicom´ etrica, era deste tipo. A influˆencia irradiada do objeto (sobretudo quando a consagra¸c˜ao foi efetuada de forma apropriada, e n˜ao superficialmente, como acontece com alguns religiosos) est´a situada num elevado n´ıvel moral e ´etico, e o efeito s´o pode ser ben´efico. Entretanto, mesmo neste caso, ´e aconselh´avel usarmos, na aproxima¸c˜ao, a mesma atitude mental que assumir´ıamos com objetos de outro tipo. Exerc´ıcios para carregar objetos
Sugerimos que vocˆe execute algumas experiˆencias pessoais relativas a estes “objetos carregados”. Isto exige a colabora¸c˜a o de um amigo bem 50
disposto, e se este amigo tem uma boa capacidade de visualiza¸c˜ao, melhor ainda. Este exerc´ıcio deve ser executado da seguinte forma: providencie cinco pedacinhos de madeira, com um comprimento de sete cent´ımetros e qualquer espessura. Marque os pedacinhos de madeira com n´umeros ou letras, para poder distingui-los. A pessoa que deve “carreg´a-los” anota num caderno qual ´e a emo¸c˜ao forte que deseja gravar em cada um. Como ´e mais f´ acil fazer isto com imagens visuais, deve-se anotar no caderno tamb´em quais imagens ser˜ ao usadas em cada caso. Suponhamos que o objeto “A” deva ser carregado com a emo¸ca˜o que chamamos raiva. A pessoa poder´a usar qualquer imagem que, na sua opini˜ao, reproduz bem esta emo¸c˜ao, e segurando o objeto entre as m˜aos desenvolver´ a esta imagem da maneira mais forte poss´ıvel, esfor¸cando-se ao mesmo tempo para sentir a emo¸c˜ao que representa. Feito isto, deve embrulhar o objeto num peda¸co de seda, e transferir sua aten¸c˜a o para o pr´o ximo objeto. Ali´ as, ´e aconselh´avel deixar passar aproximadamente quinze minutos, para fazer desaparecer qualquer rastro emocional de sua mente, caso contr´ario as influˆ encias no pr´oximo objeto poder˜ ao resultar um pouco misturadas. Este trabalho deve ser continuado at´e conseguir carregar os cinco objetos. ´ claro que durante este trabalho vocˆ E e, pessoalmente, n˜ao deve permanecer ´ no mesmo local, e nem mesmo a uma distˆancia suficiente para ouvir. E prefer´ıvel que fique fora de casa durante todo o trabalho. A “leitura” dos objetos
Agora vocˆe apanha os objetos, um de cada vez, e o desembrulha e faz sua leitura, tentando descrever o efeito emo cional geral e tamb´ em quaisquer imagens que possam surgir. Depois de “ler” o primeiro objeto, vocˆe cuida do segundo: desembrulha o artigo e repete o procedimento, e faz o mesmo com os outros. Depois de cada “leitura” ´e aconselh´avel esfregar as m˜ao com uma certa energia, como se estivesse livrando-as de p´o. Alguns psicometristas lavam as m˜aos depois de cada leitura, mas isto n˜ao ´e realmente necess´ario, e numa demonstra¸c˜ao p´ublica ´e praticamente imposs´ıvel. A este ponto as leituras de todos os objetos devem ser comparadas com as anota¸c˜oes do caderno, feitas pela pessoa que cuidou de “carregar” os objetos, e tamb´ em se anotam os sucessos e fracassos. Este ´e um ´otimo exerc´ıcio, porque quando vocˆe come¸car a ser capaz de perceber estas diferentes emo¸c˜oes desta forma, estar´a ampliando sua habilidade de selecionar exatamente aquela linha espec´ıfica que deseja examinar a fundo, entre uma quantidade de informa¸c˜oes que recebe de um determinado artigo. Quando vocˆ e estiver em condi¸c˜oes de escolher as influˆencias por este 51
m´etodo, poder´a se valer da faculdade para sentir as condi¸c˜o es em cada quarto ou casa onde pretende entrar, e isto pode ser muito ´util num per´ıodo posterior. A psicometria das pessoas
Finalmente, vocˆe tamb´em pode examinar psicometricamente uma pessoa , dirigindo suas inten¸c˜oes para ela, captando as imagens e percep¸c˜oes que chegam `a sua consciˆencia. Este ´e um campo muito vasto para experiˆencias. Incidentalmente, vocˆe descobrir´a durante esta “psicometria das pessoas” que a maioria delas costuma levar consigo, em sua aura, algumas formas de pensamento muito definidas, e em alguns casos estas formas contˆ em uma consider´a vel energia emocional. Em alguns casos, isto pode ser o resultado de uma visualiza¸c˜ao intensiva; as pessoas podem ter lido um livro emocionante, que prendeu sua aten¸c˜ao, visualizando t˜ ao claramente os protagonistas da hist´oria, que elas est˜ao presentes na aura como formas bem definidas e que podem ser captadas facilmente pelo psicometrista. Durante a psicometria das pessoas pode-se verificar um outro fenˆomeno bastante interessante. Al´em dos personagens imagin´arios de livros e novelas, podem ser vistas, `as vezes, outras formas que, quando descritas, em geral n˜a o s˜ao reconhecidas pela pessoa interessada. Entretanto, quando se trata de uma forma com uma aparˆencia bastante vistosa, a pessoa examinada `as vezes exclama: “Isto n˜ao tem nada a ver comigo, mas realmente ´e uma boa descri¸ca˜o de um cara que apareceu l´a em casa durante a semana, e provocou um verdadeiro fuzuˆe!” A chave de tudo se encontra na observa¸ca˜o final. As fortes rea¸c˜oes emocionais provocadas na ocasi˜ao deixaram a imagem do personagem firmemente gravada na aura, de maneira que pode ser vista com facilidade e descrita pelo psicometrista. Ocasionalmente nos divertimos descrevendo estas “imagens impressas”, como n´os as chamamos, a pessoas que acabamos de conhecer e cuja vida nos ´e totalmente desconhecida. Muitas vezes os resultados foram surpreendentes. Num trabalho posterior, cujo assunto ser´a a “leitura da aura”, esperamos tratar mais amplamente disto e de outros aspectos no campo da “psicometria da personalidade”. Diagn´ ostico psicom´ etrico
Temos aqui mais uma interessante aplica¸c˜ao da psicometria: podemos cham´ a-la de “diagn´ostico psicom´etrico”. O ocultismo ensina que a doen¸ca do corpo f´ısico se origina no sutil “duplo et´erico”, que ´e o segundo plano do corpo f´ısico, e sobre o qual o corpo f´ısico ´e continuamente constru´ıdo e demolido, de maneira que hoje n˜ao temos o mesmo corpo material que t´ınhamos, por exemplo, h´ a cinco anos (algumas autoridades m´edicas afir52
mam que em dois anos se verifica uma total mudan¸ca de mat´eria f´ısica no corpo). Portanto, conforme os ensinamentos ocultistas, o corpo et´erico ´e o corpo real cont´ınuo, que mantemos durante toda nossa vida, e neste corpo podem ser encontrados os primeiros sintomas de doen¸ca, muito antes que se manifestem os primeiros sintomas f´ısicos ou que se possam ver os primeiros sinais que permitem a um m´ edico fazer um diagn´ostico. ´ E durante esta fase “pr´e-material” que se pode cuidar melhor da doen¸ca atrav´ es de m´etodos mais sutis da medicina homeop´a tica e mediante as chamadas “curas espirituais”, embora, naturalmente, esses m´ etodos possam ser aplicados com sucesso mesmo quando a doen¸ca j´a est´a instalada no verdadeiro corpo material. O contato f´ ısico ´ e desnecess´ ario
No campo da psicometria deve-se ter um cuidado todo especial, porque existem muitas pessoas que podem reagir de maneira negativa a este tipo de diagn´ostico e tamb´ em por causa da auto-sugest˜ ao destas mesmas pessoas; facilmente isto pode levar `a trag´edia, e j´a se verificaram desfechos tr´agicos no passado. Se vocˆe estiver interessado em seguir esta linha de trabalho, seria muito u ´ til se seguisse o exemplo de um meu amigo, que durante dois anos fez um curso de anatomia e fisiologia antes de come¸car a trabalhar. Nos primeiros est´agios de desenvolvimento desta fase da psicometria, vocˆe deveria passar sua m˜ao sobre o corpo do sujeito, mantendo a m˜ao a uma distˆancia de dez cent´ımetros, sem ter um contato f´ısico com a pessoa. Neste trabalho de diagnose n˜ ao h´ a qualquer necessidade de entrar em qualquer contato f´ısico com o corpo da pessoa em quest˜ao. Ao contrariar este princ´ıpio, vocˆe se coloca na turba dos charlat˜aes cujos prop´ositos s˜ao sexuais e n˜ao ps´ıquicos, e vocˆe se arrisca a criar-se muitas dificuldades, em todos os n´ıveis. Pelos mesmos motivos, se precisar fazer este tipo de trabalho, tenha sempre uma terceira pessoa presente durante a entrevista. Temos nos referido a esta forma de psicometria porque se trata de uma fase muito interessante do trabalho, mas falando de um ponto de vista pessoal, n˜ao aconselhar´ıamos a vocˆe execut´a-lo numa escala mais ampla. Uma outra interessante fase do trabalho ´e a de separar j´ oias “falsas” de j´oias leg´ıtimas, antiguidades eg´ıpcias falsas fabricadas em Birmingham de antiguidades genu´ınas, e m´oveis de estilo e pe¸cas de arte falsas de artigos leg´ıtimos. As pessoas que se interessam por isto podem inventar um bom n´umero de experiˆencias neste campo.
53
54
Cap´ıtulo 5
P´ os-escrito Escrever este livro foi, para n´os, um trabalho de amor. Deixando de lado qualquer considera¸c˜ao de lucro, sentimos uma grande satisfa¸c˜ao em reunir uma parte dos conhecimentos relativos a esta maravilhosa faculdade e que adquirimos durante cinquenta e trˆes anos de experiˆencias pr´aticas no campo. Existem poucos livros sobre o assunto, e os que existem parecem ter sido escritos partindo de um ponto de vista sect´ario e religioso. Neste livro fizemos o poss´ıvel para evitar este tipo de preconceito, porque estamos convencidos, como ali´as repetimos no texto, que estas faculdades ps´ıquicas est˜ao, por si pr´oprias, na mesma categoria dos nossos outros sentidos do plano f´ısico, e n˜ao dependem de nossos pontos de vista ´eticos ou morais. Evidentemente, ao mesmo tempo, todos que leram at´e este ponto devem ter percebido que existe um padr˜ao definido que o psicometrista aprendiz deve respeitar. Isto n˜ao significa que o psicometrista deve pertencer a uma congrega¸c˜ao religiosa definida, mas significa que, se ele quer executar plenamente seu trabalho, deve estar preparado a se impor uma disciplina. ´ maior aquele que se controla do que aquele que toma Diz a B´ıblia : “E uma cidade pelas armas”. O autocontrole ´e uma das maiores virtudes do psicometrista; se ele realmente quer ser eficaz, deve estender este autocontrole sobre uma ampla ´area de sua personalidade e fazer dele um fator poderoso em sua vida cotidiana. Quando tiver um maior controle sobre si pr´oprio, o psicometrista descobrir´a que est´a come¸cando a ter maior poder sobre os outros, e a este ponto come¸cam a aperecer determinadas considera¸c˜oes de car´ater ´etico. Princ´ıpios de comportamento
Quando vocˆe descobre que ´e capaz de exercer seu poder sobre outros ao seu redor, logo se defronta com esta quest˜ao: Que tipo de influˆencia vocˆe vai exercer sobre os outros, e em nome de qual autoridade vocˆe usa esta influˆencia? H´a uma m´axima que diz que o poder corrompe, e, de fato, no 55
campo da atividade ps´ıquica, surgem as tenta¸c˜oes do poder, e quanto mais cresce o sucesso do paranormal, maior se torna a tenta¸c˜ao de utilizar este poder sobre os outros de forma abusiva. A disciplina que vocˆe se impˆos, at´e este momento, ´e apenas um controle emocional e mental, e ´e esta a disciplina que lhe confere seu poder. De que forma, por´em, deve ser empregado este poder? Quais regras dever´ a ele respeitar a qual c´odigo de comportamento dever´ a adotar para si? O psicometrista deve se colocar diante de todas estas quest˜oes antes de iniciar seu trabalho. Evitamos cuidadosamente qualquer enfoque sect´ario ou religioso ao tratar desta faculdade puramente natural; agora, por´em, sentimo-nos obrigados a entrar no campo da religi˜ao, porque o exerc´ıcio destes poderes, como de qualquer poder que est´a ao nosso alcance, ´e essencialmente um assunto espiritual. N˜ ao pode haver qualquer dicotomia: n˜ ao ´e poss´ıvel dividir a vida em “espiritual” e “material”, porque toda a existˆencia ´e, em ´ultima an´ alise, espiritual. Os ensinamentos da religi˜ ao
Por conseguinte, podemos procurar um c´odigo de comportamento, uma ´ claro, estamos na era regra a seguir, entre os ensinamentos da religi˜ao. E da iconoclastia, da destrui¸ca˜o de todas as velhas imagens j´a estabelecidas e, tamb´em, da entroniza¸c˜ao de novas imagens, porque o homem precisa ter algumas imagens, algumas regras. Por conseguinte, os velhos c´odigos ca´ıram em desgra¸ca, mas vamos sugerir que eles ainda possam voltar a valer. Nos primeiros tempos da revolu¸c˜ao russa, a ideia da permissividade, que parece ser a tˆonica de nossos tempo, foi estendida a toda a ´area da ´etica sexual, e o “amor livre”, que hoje est´a sendo fervorosamente defendido por muita gente, floresceu com ampla liberdade. Entretanto, as atribula¸c˜oes e a decadˆencia social que foram causadas pela difus˜ao da ´etica do amor livre foram t˜ ao graves que os governantes baniram a permissividade e reassumiram os padr˜oes que tinham apressadamente descartado. Os dez mandamentos
Nossa sugest˜ao, por conseguinte, ´e que o c´odigo de comportamento contido nos Dez Mandamentos ´e muito u ´ til para qualquer pessoa que disp˜oe destes maiores poderes pessoais. O sum´ario da lei, como foi transmitido por Jesus, ´e uma afirma¸c˜ao positiva deste mesmo c´odigo, mas no presente estado de caos semˆantico, quando at´e o significado de palavras parece duvidoso, as declara¸co˜es mais definidas e contundentes do antigo c´odico mosaico podem ser mais ´uteis. Outras religi˜ oes tˆem seus pr´oprios c´odigos ´eticos e tamb´em podem ser de 56