AÇÃO E PENSAMENTO EM HANNAH ARENDT Theresa Calvet de Magalhães* Para Hannah Arendt, o fo de nossa trad!ão, "onsderada "o#o $#a hst%ra "ont&n$a, s% fo ro#'do "o# o advento do totaltars#o "o#o $#a nova for#a de governo ($e, seg$ndo ela, não 'ode ser "o#'reendda #edante as "ategoras do 'ensa#ento trad"onal e "$)os "r#es não 'ode# ser )$lgados 'or 'adr+es #oras trad"onas, o$ '$ndos dentro da estente estr$t$ra legal de $#a "vl-a!ão "$)a 'edra ang$lar )$r&d"a tnha sdo o #anda#ento Não #atar.s/0 1 O totaltars#o "o#o $# evento 2 o evento "entral de nossa 3'o"a/2 torno$ a r$'t$ra e# nossa trad!ão $# fato "ons$#ado 4fat a""o#'l50 6 Essa r$'t$ra 3 no entanto o ($e 'er#te a Hannah Arendt "onsderar de novo, se# o fardo e a orenta!ão da nossa trad!ão do 'ensa#ento 'ol&t"o 7 , a a!ão e a atvdade 'ol&t"a0 So#os do #$ndo, 'erten"e#os a $# #$ndo "o#$#, $# #$ndo ($e se a'resenta e# se$s n8#eros as'e"tos 9 'l$raldade h$#ana, $# #$ndo no ($al ser e a'are"er "on"de#, e 3 no se$ seo ($e a'are"e#os $ns aos o$tros ($a ho#ens0 Os ho#ens 'ode#
* Do"te$r e# S"en"es Polt($es et So"ales 'ela :C; 4:nverst3 Cathol($e de ;o$van5< Professora a'osentada da :=M> 4=A=?CH@ De'arta#ento de =losofa5< P%s@do$torado e# =losofa Conte#'ornea 4?nstt$t S$'3re$r de Phloso'he 2 :C;5< Professora do C$rso de P%s@>rad$a!ão
e# Dreto da :N?PAC 4:nversdade Presdente AntBno Carlos5 e# $- de =ora 4M>50 10 H0 Arendt, arl Mar and the Tradton of estern Polt"al Tho$ght/ F1G7I, So"al Resear"h, Jol0 KG, N0 6 46LL65, '0 610 Jer H0 Arendt, Tradton and the Modern Age/ F1GI, eteen Past and =$t$reQ Eght Eer"ses n Polt"al Tho$ght0 Ne orQ Jng Press, 1GK 46 ed!ão5, '0 6K0 60 H0 Arendt, arl Mar and the Tradton of estern Polt"al Tho$ght/, ''0 61@660 70 Para a nossa trad!ão do 'ensa#ento 'ol&t"o, ver H0 Arendt, arl Mar and the Tradton of estern Polt"al Tho$ght/, So"al Resear"h, Jol0 KG, N0 6 46LL65, ''0 716@71< Phloso'hU and Polt"s/ F1GI, So"al Resear"h, Jol0 V, N0 ? 41GGL5, ''0 V6@1L7< e Tradton and the Modern Age/, eteen Past and =$t$re 41GK5, ''0 1V@L0 6 vver se# traWalhar, e 'ode# de"dr s#'les#ente $sar o #$ndo das "osas e desfr$tar esse #$ndo se# lhe a"res"entar $# s% oW)eto 8tl, #as $#a vda se# a!ão e se# fala não 3 #as $#a vda h$#ana 'or($e ela ). não 3 vvda entre os ho#ens0 Jver )$ntos no #$ndo/ e falar dele "o# os o$tros/ são no f$ndo $#a e a #es#a "osa0
A vda, e# se$ sentdo não@Wol%g"o, o$ o la'so de te#'o "on"eddo a "ada ho#e# entre o nas"#ento e a #orte, se #anfesta na a!ão e na fala0 K Co# a 'alavra e o ato, d-a Arendt, n%s nos nser#os no #$ndo h$#ano, e esta nser!ão 3 "o#o $# seg$ndo nas"#ento, no ($al "onfr#a#os e ass$##os o fato Wr$to de nosso a'are"#ento f&s"o
orgnal/ 4HC, '0 1V50 Não nos 3 #'osta, "o#o o traWalho, 'ela ne"essdade, ne# 3 n"tada 'ela $tldade, "o#o a oWra, e e#Wora 'ossa ser est#$lada 'ela 'resen!a de o$tros e# "$)a "o#'anha talve- dese)a#os estar, esta nser!ão n$n"a 3 "ond"onada 'elos o$tros< se$ #'$lso, es"reve Arendt, s$rge do "o#e!o ($e entro$ no #$ndo ($ando nas"e#os, e ao ($al res'onde#os "o#e!ando algo novo 'or nossa 'r%'ra n"atva/ 4HC, '0 1V50 Se a a!ão, en($anto "o#e!o, 3 'ara Arendt a at$al-a!ão da "ond!ão h$#ana da nataldade 2Agr, no se$ sentdo #as geral, sgnf"a to#ar $#a n"atva, "o#e!ar 40005 "olo"ar alg$#a "osa e# #ov#ento0 Por($e eles são nt$#, re"3#@"hegados e novadores e# vrt$de de se$ nas"#ento, os ho#ens to#a# n"atvas, eles são #'eldos a agr/ 4HC, '0 1V52, a fala 3 a at$al-a!ão da "ond!ão h$#ana da 'l$raldade, sto 3, de vver "o#o $# ser dstnto e 8n"o entre g$as/ 4HC, '0 150 V A 'l$raldade h$#ana, "ond!ão W.s"a da a!ão e da fala, 'oss$ o d$'lo "ar.ter da g$aldade e da dstn!ão e, favore"e, ass#, a $n"dade e# ve- de destr$&@la0 A a!ão e a fala revela# essa $n"dadeQ Ao agre# e ao falare#, os ho#ens #ostra# ($e# são, revela# atva#ente s$as dentdades 'essoas
0 Jer H0 Arendt, The H$#an Condton FHCI0 Ch"agoQ :nverstU of Ch"ago Press, 1G, '0 1V0 0 Jer H0 Arendt, as st PoltX F1G@1GGI0 :rs$la ;$d- 4ed050 MYn"henQ P'er, 1GG7 4trad$!ão fran"esa de SUlve Co$rtne@Dena#UQ Z$[est@"e ($e la 'olt($eX, ParsQ Se$l, 1GG, '0 G650
K0 Jer HC, '0 170 Jer ta#W3# H0 Arendt, ;aWor, or, A"ton/ F1GV, 1GKI, trad$!ão fran"esa de Danelle ;oresQ Traval, Oe$vre, A"ton/, \t$des Ph3no#3nolog($es, N0 6 41G5, ''0 6L@610 V0 Jer H0 Arendt, ;aWor, or, A"ton/, trad0 fr0, '0 61< On Revol$ton F1GK7I, Ne orQ Jng Press, 1GK, '0 1V< e The ;fe of the Mnd0 Jol$#e 1Q Thnng F;M1I0 MarU M"CarthU 4ed050 Ne orQ Har"o$rt, ?n"0, 1GV F1GVVI, ''0 1G, V0 0 A dstn!ão h$#ana 4h$#an dstn"tness5, tal "o#o Arendt a entende, não se "onf$nde "o# a ($aldade de ser dferente o$ o ser@o$tro/ 4otherness5, o$ se)a, "o# essa "$rosa ($aldade de altertas fr$&da 'or t$do ($e 3/ 4HC, '0 1K50 Jer H0 Arendt, ;aWor, or, A"ton/, trad0 fr0, '0 610 7 8n"as, e ass# a'are"e# F#ae ther a''earan"eI no #$ndo h$#ano/ 4HC, '0 1G50 G E# se$ sentdo estrto, a a!ão 3 'ara Arendt o #odo 'elo ($al os ho#ens revela# ($e# eles são a o$tros ($e a"olhe# esse a'are"er e ta#W3# revela# ($e# eles são0 Para sso a fala 3 nds'ens.velQ A a!ão #$da não sera #as a!ão 'or($e não havera #as $# ator, e o ator, o agente de atos, s% 3 'oss&vel se ele 3 ao #es#o te#'o o falante de 'alavras0 A a!ão ($e ele "o#e!a 3 h$#ana#ente revelada 'ela 'alavra, e e#Wora o se$ ato 'ossa ser 'er"eWdo e# s$a a'ar]n"a f&s"a Wr$ta se# a"o#'anha#ento verWal, ele s% se torna relevante atrav3s da 'alavra dta na ($al ele se dentf"a "o#o o ator, an$n"ando o ($e ele fa-, o ($e fe-, e o ($e ele te# a nten!ão de fa-er0/ 4HC, ''0 1@1G50 1L
\ %Wvo, "ont$do, ($e a afndade entre fala e revela!ão 3 #$to #as &nt#a ($e a afndade da a!ão "o# a revela!ão0 O ESPAÇO DE J?S??;?DADE P^;?CA 2 A P;:RA;?DADE H:MANA A a!ão se desdoWra n$# es'a!o de vsWldade '8Wl"a onde ela e'+e s$a tea de rela!+es0 Ser 'rvado deste es'a!o "o#$# e '8Wl"o, $# es'a!o onde e$ a'are!o aos o$tros "o#o os o$tros a'are"e# a ##, onde os ho#ens este# não #era#ente "o#o o$tras "osas vvas o$ nan#adas, #as fa-e# e'l"ta#ente se$ a'are"#ento/, d-a Arendt, sgnf"a ser 'rvado de realdade/ 4HC, '0 1V50 11 Para s$a realdade e est]n"a "ont&n$a, todo o #$ndo fa"t$al dos ass$ntos h$#anos de'ende, 'r#ero, da 'resen!a de o$tros ($e tenha# vsto e o$vdo e ($e le#Wrarão, e, e# seg$ndo l$gar, da transfor#a!ão do ntang&vel na tangWldade das "osas/ 4HC, '0 750 O ter#o '8Wl"o nd"ava, 'ara Arendt, dos fenB#enos estreta#ente lgados $# ao o$tro, #as não total#ente d]nt"os0 Este ter#o sgnf"a, 'r#ero, ($e t$do a($lo ($e a'are"e e# '8Wl"o 'ode ser vsto e o$vdo 'or todos e te# a #aor '$Wl"dade 'oss&vel/ 4HC, '0 5 e, e# seg$ndo l$gar, o ter#o '8Wl"o nd"a o 'r%'ro #$ndo, na #edda e# ($e 3 "o#$# a todos n%s e se dstng$e do l$gar ($e nele 'oss$os a t&t$lo 'rvado Fo$r 'rvatelU oned 'la"e n tI/ 4HC, '0 50 Este #$ndo est. lgado não a'enas ao artefato
G0 Jer ;M1, '0 660 1L0 Jer H0 Arendt, ;aWor, or, A"ton/, trad0 fr0, '0 660 110 Para os ho#ens, d-a Arendt, a realdade do #$ndo 3 garantda 'ela 'resen!a dos o$tros, 'elo
fato ($e ele Fo #$ndoI a'are"e a todos/ 4HC, '0 1V50 h$#ano, ao artf&"o h$#ano, #as ta#W3# aos ass$ntos ($e o"orre# entre a($eles ($e haWta# o #$ndo feto 'elo ho#e#/0 Jver )$ntos no #$ndo/ sgnf"a essen"al#ente 'ara Arendt ($e $# #$ndo de "osas est. entre a($eles ($e t]# esse #$ndo e# "o#$#, "o#o $#a #esa est. st$ada entre os ($e se senta# ao se$ redor/< e "o#o todo es'a!oentre 4n@Weteen5, d-a ela, o #$ndo ao #es#o te#'o lga e se'ara os ho#ens/ 4HC, '0 G50 Consderado, então, "o#o o #$ndo "o#$#, o do#&no '8Wl"o nos "ongrega Fgathers $s togetherI #as ta#W3# nos #'ede, 'or ass# d-er, de "ar $ns soWre os o$tros/ 4HC, '0 50 A a!ão não a'enas te# $#a rela!ão #$to &nt#a "o# a 'arte '8Wl"a do #$ndo ($e 3 "o#$# a todos n%s, #as ela 3 a 8n"a atvdade ($e "onstt$ esse es'a!oQ a a!ão e a fala "ra# $# es'a!o entre os 'art"'antes ($e 'ode en"ontrar s$a lo"al-a!ão 'r%'ra ($ase e# ($al($er te#'o e e# ($al($er l$gar/ 4HC, '0 1VV50 O es'a!o '8Wl"o 3, 'ara Arendt, o es'a!o da a'ar]n"a FErs"hen$ngsra$#I no sentdo #as a#'lo desta 'alavra, o$ se)a, o es'a!o onde e$ a'are!o aos o$tros "o#o os o$tros a'are"e# a ##, onde os ho#ens 40005 fa-e# e'l"ta#ente se$ a'are"#ento/ 4HC, '0 1VV50 Para os ho#ens, d-a ela, o ($e a'are"e 4algo ($e 3 vsto e o$vdo 'or o$tros e ta#W3# 'or n%s #es#os/5 "onstt$ a realdade 4HC, '0 50 No do#&no dos ass$ntos h$#anos, 'ortanto, ser e a'are"er são de fato $#a e a #es#a "osa/0 16 O$ se)a, nesse #$ndo "o#$#, ser e a'are"er "on"de#, e )$sta#ente 'or($e "on"de#, nada do ($e 3 4do ($e a'are"e5 3 estrta#ente sng$lar, #as 3 se#'re ofere"do aos olhares de v.ros es'e"tadores0 17
Estes es'e"tadores, no 'l$ral, são ta#W3# ofere"dos e# es'et."$lo, d-a Ta#na$, são ao #es#o te#'o "a'a-es de 'er"eWer e 'er"eWdos0 E# ve- de ser no #$ndo, eles são do #$ndo/0 1 A realdade do do#&no '8Wl"o de'ende, ass#, da 'resen!a s#$ltnea de n8#eras 'ers'e"tvas e de n8#eros as'e"tos nos ($as o #$ndo "o#$# se a'resenta e 'ara os ($as nenh$#a #edda o$ deno#nador "o#$# 'ode )a#as ser nventado/ 4HC, '0 650 A "on"l$são de ArendtQ O #$ndo "o#$# a"aWa ($ando 3 vsto a'enas soW $# as'e"to e 3 'er#tdo a'enas ($e ele se a'resente e# $#a s% 'ers'e"tva/ 4HC, '0 750 1
160 H0 Arendt, On Revol$ton, '0 G0 170 Jer ;M1, '0 1G0 10 0 Ta#na$, ;a flle de Thra"e et le 'ense$r 'rofessonnel0 Arendt et Hedegger0 ParsQ PaUot, 1GG6, '0 1K10 10 Para a no!ão de #$ndo e# Arendt, ver E0 Tassn, ;a ($eston de l[a''aren"e/, Polt($e et 'ens3e0 Collo($e Hannah Arendt 41G50 ParsQ PaUot, 1GGV, ''0 V1@VV0 E#Wora todos os as'e"tos da "ond!ão h$#ana este)a# rela"onados de alg$# #odo "o# a 'ol&t"a, nsste Arendt, a 'l$raldade h$#ana 3 es'e"f"a#ente a "ond!ão 4não a'enas a "ondto sne ($a non, #as a "ondto 'er ($a#/5 de toda vda 'ol&t"a 4HC, ''0 G@ 1L50 A l&ng$a dos ro#anos, talve- o 'ovo #as 'ol&t"o ($e "onhe"e#os/, re"ordava a($
Arendt, $sava "o#o snBn#as as 'alavras vver/ e estar entre os ho#ens/ 4nter ho#nes esse5, a'are"er entre os ho#ens, e #orrer/ e dear de estar entre os ho#ens/ 4nter ho#nes esse desnere/5, desa'are"er 4HC, '01L50 1K Na s$a for#a #as ele#entar, d-a ela, a 'l$raldade est. #'l&"ta at3 #es#o no >]nese 4Ma"ho e f]#ea Ele os "ro$/5/ 4HC, '0 1L50 A AT?J?DADE DE PENSAR EM :M M:NDO DE APAR_NC?ASQ PENSAR, :;>AR, A>?R Consderada 'or Arendt a 'artr do es'a!o de vsWldade '8Wl"a onde a'are"e#os $ns aos o$tros, a "ara"ter&st"a 'rn"'al das dferentes atvdades #entas 3 a s$a nvsWldadeQ Pro'ra#ente falando, elas n$n"a a'are"e#, e#Wora elas se #anfeste# ao ego ($e 'ensa, ($er o$ )$lga, ($e te# "]n"a de estar atvo Fh"h s aare of Weng a"tveI, e#Wora não tenha a haWldade o$ a n"ta!ão 'ara a'are"er "o#o tal0/ 4;M1, '0 V150 Se "onsderar#os então toda a es"ala das atvdades h$#anas do 'onto de vsta da a'ar]n"a, d-a Arendt, en"ontra#os #$tos gra$s de #anfesta!ão/ 4;M1, '0 V650 Ne# a atvdade do traWalho, ne# a faWr"a!ão, seg$ndo ela, re($ere# a e'os!ão da 'r%'ra atvdade< so#ente a a!ão e a fala ne"essta# de $# es'a!o da a'ar]n"a 40005 'ara de alg$# #odo se real-ar0 Mas nenh$#a dessas atvdades 3 nvs&vel0/ 4;M1, '0 V650 Se, 'ara Arendt, a 'l$raldade 3 $#a das "ond!+es esten"as W.s"as da vda h$#ana na Terra, estar so-nho Fto We WU #UselfI e ter rela!+es "onsgo #es#o Fto have nter"o$rse th #UselfI/ 3, d-a ela, a "ara"ter&st"a #as #'ortante da vda da #ente/ 4;M1,
'0 V50 No ($e d- res'eto 9 #ente, 'ode#os d-er ($e ela te# $#a vda 'r%'ra a'enas na #edda e# ($e ela at$al-a essa rela!ão na ($al, esten"al#ente falando, a 'l$raldade 3
1K0 Jer ;M1, '0 V< ver ta#W3# H0 Arendt, ;e"t$res on ant[s Polt"al Phloso'hU0 Ronald ener 4ed050 Ch"agoQ :nverstU of Ch"ago Press, 1G6, '0 670 K red$-da 9 d$aldade Fgrfos nossosI ($e o fato e a 'alavra "ons"]n"a/ F"ons"o$sness/I, o$ sUnedena 2"onhe"er "o#go #es#o Fto no th #UselfI2, ). #'l"a#/ 4;M1, '0 V50 1V
Por s$a nat$re-a refleva, todas as atvdades #entas teste#$nha# $#a d$aldade nerente 9 "ons"]n"aQ 40005 o agente #ental s% 'ode ser atvo agndo, #'l"ta o$ e'l"ta#ente, de volta soWre s #es#o0 40005 Todo "ogtare, não #'orta ($al se)a se$ oW)eto, 3 ta#W3# $# "ogto #e "ogtare, toda vol!ão $# volo #e velle, e #es#o o )$&-o s% 3 'oss&vel, "o#o oWservo$ Montes($e$, 'or $# reto$r se"ret s$r #o@#]#e/0/ 4;M1, ''0 V@V50 Para Arendt, as atvdades #entas, e es'e"al#ente o 'ensar 4o d.logo se# so# do e$ "onsgo #es#o/ o$ o d.logo do dos@e#@$#/5, 'ode# ser "onsderadas "o#o a at$al-a!ão da d$aldade orgn.ra o$ da "são entre e$ e ## #es#o ($e 3 nerente a toda "ons"]n"a/ 4;M1, '0 V50 Mas esse s#'les estar "ente de s #es#o 4sheer self@ aareness5 não 3 $#a atvdadeQ ao a"o#'anhar todas as o$tras atvdades, ele 3 a garanta de $# e$@so$e$ "o#'leta#ente slen"oso/ 4;M1, '0 V50 O$ se)a, antes de se at$al-ar na soldão, a
"ons"]n"a "onseg$e no #.#o a'enas 'er"eWer o$ sentr a dentdade 4sa#enesss5 do e$so$, ($e garante, d-a Arendt reto#ando a($ ant, a "ontn$dade d]nt"a de $# e$ Fa selfI atrav3s do dverso das re'resenta!+es, das e'er]n"as e das #e#%ras de $#a vda/< e, nesse sentdo, "o#o o e$ 'enso/ de ant, a "ons"]n"a en($anto tal e'ressa o ato de deter#nar a #nha est]n"a/ 4;M1, '0 V50 O estado esten"al no ($al fa!o "o#'anha a ## #es#o fo "ha#ado 'or Arendt de soldão 4solt$de5, e não se "onf$nde "o# o desa#'aro 4lonelness5 no ($al ta#W3# esto$ s%, #as agora aWandonado não a'enas de "o#'anha h$#ana "o#o ta#W3# de #nha 'r%'ra "o#'anha 'oss&vel/ 4;M1, '0 V50 A soldão ). tnha sdo "on"eWda 'or Arendt no se$ ensao ?deologe $nd Terror/ 4'$Wl"ado e# 1G75 "o#o $# #odo de estar s%, ne"ess.ro 'ara a atvdade de 'ensarQ Todo 'ensar, estrta#ente falando, 3 feto na soldão e 3 $# d.logo entre e$ e ## #es#o< #as este d.logo do dos@e#@$# não 'erde "ontato "o# o #$ndo dos #e$s se#elhantes 'or($e eles são re'resentados no e$ FselfI "o# ($e# estaWele!o o d.logo do 'ensa#ento0 O 'roWle#a da soldão 3 ($e este
1V0 Jer H0 Arendt, Thnng and Moral Consderatons/ F1GV1I, Res'onsaWltU and $dg#ent0 ero#e ohn 4ed050 Ne orQ S"ho"en oos, 6LL7, ''0 1KL@1K10 V dos@e#@$# 're"sa dos o$tros 'ara voltar a ser $# de novoQ $# ndv&d$o #$t.vel "$)a dentdade n$n"a 'ode ser "onf$ndda "o# a de ($al($er o$tro0 40005/0 1
No 'r#ero vol$#e, Thnng, da oWra The ;fe of the Mnd, o des#antela#ento da trad!ão flos%f"a o'erado 'or Arendt "onsste e# st$ar o 'ensa#ento e# rela!ão ao
#$ndo "o#$# e# ($e os ho#ens nterage#0 Ela não revnd"a a($ 'ara o 'ensa#ento nenh$# 'rvl3go e"l$svo0 O 'ensador 'erten"e ao #$ndo "o#$# das a'ar]n"as, ea retrada ne"ess.ra 9 atvdade de 'ensar não 'ode "ortar essa lga!ão0 Mas a esfera da 'l$raldade h$#ana não 3 s#'les#ente, 'ara Arendt, $#a etensão do d$al e$@e@e$@#es#o a $# N%s 'l$ral/0 E, nesse sentdo, a a!ão, e# ($e $# N%s est. se#'re enga)ado e# #$dar nosso #$ndo "o#$#/, es"reve Arendt, for#a o "ontraste #as ag$do 'oss&vel "o# a atvdade solt.ra do 'ensa#ento, ($e o'era e# $# d.logo entre e$ e ## #es#o/0 1G Esse d.logo 'ode, e# "r"$nstn"as e"e'"onas, estender@se a $# o$tro, d-a ela, #as )a#as 'ode al"an!ar o N%s, o verdadero 'l$ral da a!ão/, ($e s$rge e# toda 'arte onde os ho#ens vve# )$ntos 4;M6, '0 6LL50 6L A 'l$raldade h$#ana, d-a anda Arendt, 3 dvdda e# $# grande n8#ero de $ndades/, e 3 so#ente "o#o $# #e#Wro de $#a tal $ndade, seg$ndo ela, sto 3, "o#o $# #e#Wro de $#a "o#$ndade, ($e os ho#ens estão 'rontos 'ara a a!ão0/ 4;M6, '0 6L150 O 8n"o tra!o "o#$# a todas essas for#as da 'l$raldade h$#ana, 'ara Arendt, 3 s#'les#ente s$a g]nese, sto 3, ($e e# alg$# #o#ento no te#'o e 'or alg$#a ra-ão, $# gr$'o de 'essoas deva ter "o#e!ado a se re"onhe"er "o#o $# N%s/0 40005, e nada 'are"e #as envolvdo e# es"$rdão e #st3ro do ($e esse No "o#e!ar/ 400050/ 4;M6, '0 6L650
10 H0 Arendt, The Orgns of Totaltarans# F1G1I, Ne or, Har"o$rt, ra"e ` orld, 1GKK 47 ed!ão5, '0 VK0 Jer ta#W3# HC, '0 KV< ;M1, ''0 1VG@1G7< Phloso'hU and Polt"s/ F1GI, So"al Resear"h, Jol0 V, N0 ? 41GGL5, ''0 @K< hat ?s =reedo#X/ F1G, 1GKLI, eteen Past and =$t$re, '0 10 1G0 H0 Arendt, The ;fe of the Mnd0 Jol$#e 6Q llng F;M6I0 Ne orQ Har"o$rt, ?n"0, 1GV F1GVVI, '0 6LL0 6L0 4:# erro #$to fre(Yente entre os fl%sofos #odernos ($e nsste# na #'ortn"a da "o#$n"a!ão "o#o garanta de verdade 2 'art"$lar#ente arl as'ers e Martn $Wer "o# s$a flosofa do E$@T$ 2 3 a"redtar ($e a nt#dade do d.logo, a a!ão nterna/ na ($al e$ a'elo/ a ## #es#o o$ ao o$tro e$/, o a#go e# Arst%teles, o a#ado F>eleWterI e# as'ers, o T$ e# $Wer, 'ossa estender@se e tornar@se 'aradg#.t"a 'ara a esfera 'ol&t"a05/ 4;M6, '0 6LL50 E# So#e Z$estons of Moral Phloso'hU/ 41GK@1GKK5, Arendt afr#a #as $#a ve- ($e 'ensa#ento e "onte#'la!ão não são a #es#a "osa, ($e não 'ode#os "onf$ndr 'ensa#ento "o# a!ão 61 , e nsste ($e atvdade e a!ão não são a #es#a "osaQ E o 'ensa#ento, e# "ontra'os!ão 9 "onte#'la!ão, "o# a ($al 3 #$to fre(Yente#ente e($'arado, 3 real#ente $#a atvdade 400050 Mas atvdade e a!ão não são a #es#a "osa, e o res$ltado da atvdade de 'ensar 3 $#a es'3"e de s$W'rod$to "o# res'eto 9 'r%'ra atvdade0 40005 A 'rn"'al dstn!ão, 'olt"a#ente falando, entre Pensa#ento e A!ão resde e# ($e esto$ a'enas "o# o #e$ 'r%'ro e$ o$ "o# o e$ de o$tra 'essoa, ($ando esto$ 'ensando, ao 'asso ($e esto$ na "o#'anha de #$tos ass# ($e "o#e!o a agr/0
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Se, 'ara Arendt, o 'ensar 4e 'ensar não sgnf"a "onhe"er5 se#'re ag$arda $#a re"on"la!ão "o# o sentdo 4o 'ensar 3 antes de t$do W$s"a de sentdo< o "onhe"#ento vsa a verdade5 67 , 'ode#os então "on"l$r ($e o efeto "at.rt"o ($e ele 'rovo"a 6 ag$arda $# retorno ao #$ndo "o#$#, e ($e 'ensar não ds'ensa )$lgar os ass$ntos h$#anos0
QUARTA-FEIRA, 26 DE MARÇO DE 2008
HANNAH ARENDT (1906-1975)
Hannah Arn!" (#$n!n, 1% ! O&"&'r ! 1906 N*a Ir+&, % ! D'r ! 1975) .$ &a "/r$a 3"$a a4, &$"a * !r$"a .$/.a, aar ! "r r&a! a !$na4 E$r& ara E"a! Un$! !&ran" a an4 ! na$ na Aanha " &a an& & $*r Or$n ! T"a$"ar$ :$n"$"a 3"$a *3"$a ! ra$ an"$-$"a, Hannah Arn!" "rn&- & ! ran! n ! nan" 3"$ n"r;n r & "&! 'r r$ ""a$" &"&ra$ a a!$n$"ra4 "nr<"$a !a $!a! .ra a&n ! & "a r$n$a$ ?IO@RAFIA Na$!a n&a r$a an"$a .a3$a =&!$a ! #$n!n, Hann*r, . & "&! &n$*r$"
an" A"$nh, ' a r$n"a4 ! .$/. $"n$a$"a ar Gar Hannah Arn!" !&"r&- .$.$a 1928, na Un$*r$!a! ! H$!'r A " .$ &'$a!a 1929 E 19 (an !a "a!a ! !r ! H$"r) Arn!" .$ r$'$!a ! r*r &a &n!a !$r"a4 +& h !ar$a a a n$n na &n$*r$!a! a4 r a&a !a &a n!$4 ! =&!$a O & rn" n**$n" $n$ *<-a-$a a $!$r an"$-$"$ ! Tr$r R$h +& a n!&$r$a, &ran", r$4 :n&$& aar !a Aanha ara Car$, n! "ra'ah& r$ana =&!$a a"r$a!a n! nh& "rn&- a$a ! r3"$ $"r =&!a$a, "n! r$" ara JL A&.'a& E N*a r .$ !$r"ra ! +&$a !a :n.rn$a 'r a Ra> G&!a$a, a "* +& rar *
#IKRO O r$$r $*r A r$n ! ""a$"ar$ (1951) n$!a & r"3$ &a !a .$&ra a$r ! nan" 3"$ $!n"a Arn!" aha ! .ra $a na$ &n$, $!$a ""a$" /-r*&$n =&!a$a +& a n$!rar$a .aa a'=&rar$a a $n$n&a4 !a &$$!a! ! r/r$ =&!& na r<"$a ! r$ ! "r3n$ Arn!" an"ara, ana, ara a $!a! !a na"&ra h&ana, ara &a r"a ?ana$!a! ! Ma +& &r +&an! n!! .r$n", a "r"&ra a r/r$a r<"$a ! a Da3 n&$ +& .&n!an"a an"r &a rann" *$$;n$a ara aran"$r a !.a rr*a4 !a $'r!a! Hannah Arn!" !r* .nn ""a$"
!$na4 r/r$a !a !rn$!a!, 'aa!a na ran$a4 '&rr<"$a !a aa, n "rrr na $!$a : $"a !!'ran" !a &"$a $a$"a &a *r> na$"a "a$n$"a Na ra$ ! ""a$"ar$ $"&a an"$-$"$ !rn, an$&a! $n"r&n" ! !r, $r$a$ &r$! n a3 &r& n & SIS N na$ 'r a r*&> .rana ar$ana !"aa a $r";n$a !a a4 n=&n"a .n" ! a&"r$!a! E ?"Pn Ca" an! F&"&r (1961 En"r aa! .&"&r), a.$ra +& a aa*ra a a4, ara n*r"r 3"$a, r+&r a $"n$a ! & a +& r$"a aar$n" !a $'r!a! Arn!" rrar$a !$ Aanha an"r$a n"a" & an"$ n"r Mar"$n H$!r, +& nn"ra*a a.a"a! ! n$n, !$ !a $'r"a4 !a Aanha, !a!a a &a $a"$a na$ En**r--$a, an", na ra'$$"a4 ! .$/. a4, +& h *ar$a n*a r3"$a !a a$a> =&!a$a ar$ana D ra$nan" r" n"r a' a n ! !a!a ($n&$* n 3$ n E"a! Un$!) r$a &'$a! & $*r aran", #""r " a&"r !&n", 1925-1975, Hannah Arn!", Mar"$n H$!r, !$4 a4 "ra!&4 .rana !a rna'$$!a! !a E!$"$n @a$ar! CENAMENTO DE HANNAH ARENDT na .ra 3"$a V'$a +& ra$a na n!$4 h&ana O a$ ra!$a r*&$n n"r &n!
!3n$ r$*a! ! ar A .&n4 !a a n$nar r$ana &n! , n4 $n"r&3-a na ar" ! *$*r A !&a4 n" +& !$!$ aa &n! 'a"an" ara a&$r a rna'$$!a! r T!a !r ! r &r"a!a 'r a &!r r n"a!a &a h$"/r$a WH< &n +& n .aa n4 &*$ h< &n +& n "a n4 n"$ h< a+& +& n .r n $a"r$ !$a, a h< a+& +& $n" *$* n ara r "!a *$!a A na rna na ra$!a! !a *$!a na ra$!a! ! &n! n4 4, .$", a a $a A &n!a r* 'a$an" !a rann$a !a !&ra'$$!a! ! &n!, ' &r$r !a *$!a r"a h &' +& &n! aa'ar$a +&an! rr, & !$, &n! r!r$a "!a a &a ra$!a!, a r!& ara an"$ r$"4, na !$!a +& " "a*a n*n$! ! +& a &a "a"$*a a"/$a r$a $!$a"an" ra$a!a A n.$ana na ra$!a! !a *$!a, n"r
Nnh& n"
C"a a$ an"$a In3$ A$narX C"ar n"
O que pensou Para Arendt, educar é acolher as crianças em um mundo que existe antes de seu nascimento, mas que será renovado pelas novas gerações. Além disso, a educação deve contribuir para que as crianças desenvolvam sua singularidade.
rase
!O conservadorismo, no sentido da conservação, "a# parte da ess$ncia da atividade educacional, cu%a tare"a é sempre abrigar e proteger alguma coisa&' !A escola não é de modo algum o mundo, nem deve ser tomada como tal' é antes a instituição que se interpõe entre o mundo e o dom(nio privado do lar&
O que ler )ntre o Passado e o uturo, *annah Arendt, +- págs., )d. Perspectiva. /012
A'"ra" O conceito agostiniano de “Amor Mundi” é essencial para o pensamento político de Hannah Arendt, pois lhe inspirou uma alternativa em relação à atitude teórica dos pensadores da política de inspiração marista ou li!eral" O presente teto apresenta dois o!#etivos" $rata%se tanto de compreender o sentido &ue Arendt atri!uiu ao conceito agostiniano de “Amor Mundi” em A 'ondição Humana ()*+-, esta!elecendo, para isso, uma comparação com sua interpretação prévia deste mesmo conceito na $ese de .outorado, O 'onceito de Amor em Agostinho ()*/*-, !em como, tam!ém, de eplorar as implicaç0es teóricas decorrentes de sua orientação do pensamento político para o mundo" O &ue signi1ica pro1essar uma atitude teórica de amor pelo mundo ao pensar a política, isto é, o &ue signi1ica orientar%se no pensamento político pelo amor do mundo2 3 ainda4 &ue signi1icam amor e mundo nessa divisa arendtiana2 $he tet investigates Arendt5s notion o1 Amor Mundi and discusses the theoretical di11erences !et6een her understanding o1 it in her $hesis on Augustin5s concept o1 love ()*/*- and in $he Human 'ondition ()*+-, a ma#or 6or7 6hich 6as to !e called Amor Mundi" 8 argue that Arendt5s understanding o1 the political relevance o1 Augustin5s philosoph9 su11ers a considera!le change !et6een these t6o tets" $his change relates to Arendt5s o6n gro6ing interest in the political dimension o1 the common 6orld, 6hereas in the $hesis the political &uestion 6as onl9 a side pro!lem addressed at the end o1 the 6or7" $his theoretical change implies a considera!le shi1t in Arendt5s appraisal o1 Augustin5s re1lection"
&"! :$"a"$n Andre de Macedo .uarte" :Hannah Arendt e o pensamento político so! o signo do Amor Mundi: Mulheres de Palavra" 3d" Maria 'lara l% ;ingemer< 3liana =unes" >io de ?aneiro4 3d" @o9ola, /B" BB%C" Availa!le at4 http4DD6or7s"!epress"comDandreEduarteD/+