PORQUE ESTUDAR CURRÍCULO E TEORIAS DE CURRÍCULO: (proposta de estudo para reunião pedagógia! Se"#a $aria %aria Sa&aini ( pro' PDE)*++,! Orientadora -Dra Lu.ia $arta /e""ini DIRETRI0ES CURRICULARES)CURRÍCULO)TEORIAS CURRICULARES)CURRÍCULO)TEORIAS DO CURRÍCULO
1 I2TRODU34O
A educação paranaense passa, no Governo de Roberto Requião, na gestão 2003 2003-0 -06, 6, por por um proc proces esso so de refo reform rmul ulaçã ação o curr curric icul ular ar,, deco decorr rren ente te da implem implement entaçã ação o da !"# !"# n$% &3&'(& &3&'(&6% 6% )s profes professor sores es da rede rede estadu estadual al foram c*amados a participar nessa atividade% % )s princ+pios norteadores das açes da ..! /2006 do 1aran são a universali4ação do ensino5 a escola pblica gratuita e com qualidade5 o respeito 7 diversidade cultural5 o combate ao analfabetismo e a gestão democr democrti tica% ca% 1ara alcanç alcançar ar esses esses ideais ideais retomo retomou-s u-se e a refle8 refle8ão ão sobre sobre a elabo elabora raçã ção o das das !ire !iretr tri4 i4es es 9urr 9urric icul ular ares es e, cons conseq eque uent ntem emen ente te,, sobr sobre e o 9urr+culo% egundo a ..! /2006, os 9urr+culos como orientadores de prt prtic icas as educ educat ativ ivas as na esco escola la deve devem m ser ser muda mudado doss por por dois dois fato fatore ress primor primordiai diaiss o de ordem ordem episte epistemol mol:gi :gica ca e pol+tic pol+tico-s o-soci ocial al e o de ordem ordem sist;mica% ) primeiro, considerando transformaçes que ocorrem no campo da ci;ncia de refer;ncia e seus crit
)s apontamentos feitos pela ..! /2006 pem os professores e o 9urr+culo no centro das discusses sobre a educação pblica paranaense e isto nos instiga a propor uma refle8ão acerca das teorias, das tend;ncias e das intençes pol+ticas que permeiam a construção de uma !iretri4 9urricular, ou se>a, de um 9urr+culo% A participação dos profissionais da educação na elaboração das !iretri4es 9urriculares < um elemento significativo, demonstra que a ecretaria de .ducação quer promover mudanças para uma educação de qualidade no estado do 1aran, cumprindo com seus princ+pios norteadores% #esse artigo, a apresentaremos alguns conceitos de 9urr+culo e as teorias que o discutem%
CURRÍCULO E SUAS DE5I2I36ES
) debate sobre 9urr+culo e sua conceituação < necessrio para que saibamos defin+-lo e para con*ecer quais as teorias que o sustentam na educação% ?m 9urr+culo não < um con>unto de contedos dispostos em um sumrio ou +ndice% 1elo contrrio, a construção de um 9urr+culo demanda a uma ou mais teorias acerca do con*ecimento escolar5 b a compreensão de que o 9urr+culo < produto de um processo de conflitos culturais dos diferentes grupos de educadores que o elaboram5 c con*ecer os processos de escol*a de um contedo e não de outro /disputa de poder pelos grupos /)1., 2006% 1ara iniciar o debate vamos apresentar algumas definiçes de curr+culo para compreender as teorias que circulam entre n:s, educadores% !e acordo com opes /2006, contra capa
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@%%% o curr+culo se tece em cada escola com a carga de seus participantes, que tra4em para cada ação pedag:gica de sua cultura e de sua mem:ria de outras escolas e de outros cotidianos nos quais vive% B nessa grande rede cotidiana, formada de mltiplas redes de sub>etividade, que cada um de n:s traçamos nossas *ist:rias de aluno(aluna e de professor(professora% ) grande tapete que < o curr+culo de cada escola, tamb
.ssa concepção converge com a de Coma4 Cadeu da ilva /200D, p%=D ) curr+culo < sempre resultado de uma seleção de um universo mais amplo de con*ecimentos e saberes seleciona-se aquela parte que vai constituir , precisamente o curr+culo%
As definiçes de curr+culo de opes /2006 e ilva /200D são aquelas de acristn /apud ..!, 2003, p%=D @%%% con>unto de con*ecimentos ou mat
opes /2006, ilva /200D e acristn /2000 afirmam que o 9urr+culo não < uma listagem de contedos% ) curr+culo < processo constitu+do por um encontro cultural, saberes, con*ecimentos escolares na prtica da sala de aula, locais de interação professor e aluno% .ssas refle8es devem orientar a ação dos profissionais da educação quanto ao 9urr+culo, al
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9on*ecer as teorias sobre o 9urr+culo nos leva a refletir sobre para que serve, a quem serve e que pol+tica pedag:gica elabora o 9urr+culo %
TEORIAS DO CURRÍCULO
1ara ilva /200D < importante entender o significado de teoria como discurso ou te8to pol+tico% ?ma proposta curricular < um te8to ou discurso pol+tico sobre o curr+culo porque tem intençes estabelecidas por um determinado grupo social% !e acordo com esse autor, uma Ceoria do 9urr+culo ou um discurso sobre o 9urr+culo, mesmo que pretenda apenas descrev;-lo tal como <, o que efetivamente fa4 < produ4ir uma noção de curr+culo% 9omo sabemos as c*amadas Eteorias do curr+culoF, assim como as teorias educacionais mais amplas, estão rec*eadas de afirmaçes sobre como as coisas devem ser /HA, 200D, p%=3% B preciso entender o que as teorias do curr+culo produ4em nas propostas curriculares e como interferem em nossa prtica% ?ma teoria define-se pelos conceitos que utili4a para conceber a realidade% )s conceitos de uma teoria dirigem nossa atenção para certas coisas que sem elas não ver+amos% )s conceitos de uma teoria organi4am e estruturam nossa forma de ver a realidade /HA, 200D, p%=I% 1ara ilva /200D, p%=I as teorias do curr+culo se caracteri4am pelos conceitos que enfati4am% ão elas
Teorias Tradiionais: /enfati4am ensino - aprendi4agem-avaliação J metodologia- didtica-organi4ação J plane>amento- efici;ncia- ob>etivos% Teorias Cr7tias: /enfati4am ideologia- reprodução cultural e socialpoder-
classe
social-
capitalismo-
relaçes
sociais
de
produção-
conscienti4ação- emancipação- curr+culo oculto- resist;ncia%
'
Teorias Pós8Cr7tias: /enfati4am identidade- alteridade- diferençasub>etividade- significação e discurso- saber e poder- representaçãocultura- g;nero- raça- etnia- se8ualidade- multiculturalismo%
As teorias tradicionais consideramJse neutras, cient+ficas e desinteressadas, as cr+ticas argumentam que não e8istem teorias neutras, cient+ficas e desinteressadas, toda e qualquer teoria est implicada em relaçes de poder% As p:s-cr+ticas começam a se destacar no cenrio nacional, os curr+culos e8istentes abordam poucas questes que as representam% .ncontramos estas que dimenses nos 19#, temas transversais /ustificar o por qu; desses con*ecimentos e não outros devem ser ensinados, de acordo com os conceitos que enfati4am% Kuantas ve4es em nosso cotidiano escolar paramos para refletir sobre Ceorias do curr+culo e o 9urr+culoL Kuando organi4amos um plane>amento bimestral, anual pensamos sobre aquela distribuição de contedos de forma cr+ticaL !iscute-se que determinado contedo < importante porque < fundamento para a compreensão daquele que o suceder no bimestre posterior ou no ano que vem% Alegamos que se o aluno não tiver acesso a determinado contedo não conseguir entender o seguinte% omos capa4es de perceber em nossas atitudes /na prtica docente, na forma como abordamos os contedos selecionados, um posicionamento tradicional ou cr+ticoL . por que adotamos tal atitudeL 1recisamos entender os v+nculos entre o curr+culo e a sociedade, e saber como os professores(as, a escola, o curr+culo e os materiais didticos tenderão a reprodu4ir a cultura *egemMnica e favorecer mais uns do que outros% Camb
e8ercer a contra-*egemonia, como afirma Apple /apud A9RCN#, 2000, p%=DI% .ssa autonomia pode se refletir nos contedos selecionados, mas principalmente se define na forma como os contedos são abordados no ensino% A forma como trabal*amos os contedos em sala de aula indica nosso entendimento dos con*ecimentos escolares% !emonstra nossa autonomia diante da escol*a% AR?1 /apud A9RCN#, 2000, p% =DI distingue a perspectiva cr+tica da tradicional da seguinte forma
A finalidade do curr+culo cr+tico < o inverso do curr+culo tradicional5 este ltimo tende a Enaturali4arF os acontecimentos5 aquele tenta obrigar os alunos (a a que questione as atitudes e comportamentos que considera Enaturais E% ) curr+culo cr+tico
oferece
uma visão da realidade como
processo mutante cont+nuo , cu>o agentes são os seres *umanos , os quais , portanto , estão em condição de reali4ar sua transformação % A função do curr+culo não < Erefletir E uma realidade fi8a ,mas pensar sobre a realidade social 5 < demonstrar que o con*ecimento e os fatos sociais são produtos *ist:ricos e, consequentemente, que poderiam ter sido diferentes /e que ainda podem s;-lo%
B por isso que Albuquerque (Oun4le /2006, p% =02 perguntam
Kuando pensamos o curr+culo tomamos a id
seleção dentro da cultura daquilo que se considera relevante que as novas geraçes aprendam%
.sses questionamentos di4em respeito aos contedos escolares% #a escola aprendemos a fa4er listagens de contedos e >ulgamos que eles vão e8plicar o mundo para os alunos% #o entanto, não estamos conseguindo articular esses contedos com a vida dos nossos alunos% ?ltimamente utili4amos de temas transversais, pro>etos especiais e * at< sugestes de criar novas disciplinas, como direito do consumidor, educação fiscal, ecologia, para dar conta desta realidade imediata% Cemos dificuldades de assumirmos estas discusses curriculares devido a uma tradição que designava a outros seguimentos da educação as decises pedag:gicas ou pela falta de tempo, devido as condiçes do trabal*o docente ou pela falta de con*ecimento das propostas pol+ticas-pedag:gicas implantadas pelo Governo% Codavia, diante do desafio de ser professor, cabe-nos entender quais os saberes socialmente relevantes, quais os criteitos que poderão definir e organi4ar o curr+culoL . quais os pressupostos que defendemosL ) estudo das teorias do curr+culo não < a garantia de se encontrar as respostas a todos
os
nossos questionamentos, < uma forma de
recuperarmos as discusses curriculares no ambiente escolar e con*ecer os diferentes discursos pedag:gicos que orientam as decises em torno dos contedos at< a Eracionali4ação dos meios para obt;-los e comprovar seu sucessoF /A9RCN#, 2000, p%=2D% 1ara n:s, professores, os estudos sobre as teorias do poderão responder aos questionamentos da comunidade escolar como a valori4ação dos professoras(es, o bai8o rendimento escolar, dificuldades de aprendi4agem, desinteresse, indisciplina e outras dimenses% 1oderão, sobretudo, mostrar que os 9urr+culos não são neutros% .les são elaborados com orientaçes I
pol+ticas e pedag:gicas% )u se>a, < produto de grupos sociais que disputam o poder% As reformulaçes curriculares atuais promovem discusses entre posiçes diferentes, * os que defendem os curr+culos por compet;ncias, os cient+ficos, os que enfati4am a cultura, a diversidade, os mais cr+ticos 7 ci;ncia moderna, enfim, teorias tradicionais, cr+ticas e p:s-cr+ticas disputam esse espaço c*eio de conflitos, 9omo afirma ilva /200D, p%='P, o 9urr+culo < um territ:rio pol+tico contestado% !iante desse comple8o mundo educacional de tend;ncias, teorias, ideologias e prticas diversas, cabe-nos estudar para con*ec;-las, podendo assim assumir uma conduta cr+tica na ação docente% Qilliam 1inar /apud )1., 2006, p% =', estudioso do campo do curr+culo, afirma
@%%% estudar teoria de curr+culo, < importante na medida em que oferece aos professores de escolas pblicas, a compreensão dos diversos mundos em que *abitamos e, especialmente a ret:rica pol+tica que cerca as propostas educacionais e os contedos curriculares% )s professores de escolas /norte americanas t;m dificuldades em resistir a modismos educacionais passageiros, porque, em parte não lembram das teorias e da *ist:ria do curr+culo, porque muito frequentemente não as estudaram @%%%
.ssa tamb
@%%% que o ensino < o con>unto de atividades que transformam o curr+culo na prtica para produ4ir a aprendi4agem, < uma caracter+stica marcante do pensamento curricular atual, interar o plano curricular a prtica de ensinP
lo não apenas o torna realidade em termos de aprendi4agem, mas que na pr:pria atividade podem se modificar as primeiras intençes e surgir novos fins @%%%
A sala de aula < o espaço onde se concreti4a o curr+culo e deve acontecer o processo ensino-aprendi4agem% .ste processo acontece não s: por meio da transfer;ncia de contedos, mas, tambetivas para a realidade e este < o ob>etivo principal da escola% #o entanto, < preciso questionar, o que determina a legitimidade de um con*ecimento% CO2CLUS4O
A proposta da ..! /2006 tem no cerne a defesa da escola pblica paranaense de qualidade% Crata-se de construir uma escola que precisa, incansavelmente, dei8ar clara sua função% 9omo afirma aviani /apud ..!, 2006, p 2&
&
@%%% o fundamental *o>e no "rasil < garantir uma escola elementar que possibilite o acesso 7 cultura letrada para o con>unto da população% ogo, < importante envidar todos os esforços para a alfabeti4ação, o dom+nio da l+ngua verncula, o mundo dos clculos, os instrumentos de e8plicação cient+fica este>am dispon+veis para todos indistintamente% 1ortanto, aquele curr+culo bsico da escola elementar /1ortugu;s, Aritm
9oncordamos com aviani /2006 e a proposta da ..!% T urgente repensar a escola e seu curr+culo e garantir uma educação de qualidade para nossos alunos% Uulgamos oportunos nossos estudos sobre o 9urr+culo% !esse modo, com este ob>etivo ao discutirmos o 9urr+culo e sua formulação nos deparamos com muitas dimenses para serem discutidas na escola sobre o ensino /o que, por que, para quem, como% B importante saber que, quando adotamos um posicionamento pedag:gico, que est vinculado a uma teoria, a uma tend;ncia pedag:gica, esta determina nossas concepçes de *omem, de sociedade, de escola, de curr+culo e estes determinam nossa prtica% #ão * como negar esta dimensão, pois nen*uma prtica pedag:gica < neutra% entimos a necessidade de propormos estas refle8es, como forma de promover maior entendimento da realidade educacional na qual estamos inseridos% Kuem sabe poderemos encontrar algumas respostas e soluçes aos problemas enfrentados *o>e pelos professoras(es, dentre eles os relacionados ao desinteresse dos alunos, bai8o rendimento e indisciplina% 9om certe4a não encontraremos todas as soluçes, mas as refle8es nos orientarão para o mel*or camin*o a seguir dentro da escola, e, com a certe4a de que o camin*o escol*ido foi o pensado no coletivo da escola e tido como a mel*or opção no momento% abemos, tamb
1ara finali4ar este te8to < interessante ressaltar neste momento para o que aponta acristn /2000
@%%% o con*ecimento cient+fico e as teorias pedag:gicas são importantes para con*ecer mel*or, ser conscientes das conseq;ncias e entrever com mais clare4a camin*os alternativos, mas por si s: não orientam diretamente a prtica docente% ) profissional da educação responde pessoalmente na medida de suas possibilidades e de acordo com seu compromisso
RE5ER92CIAS
A"?K?.RK?., Uaneslei A5 O?#V., Waria Rosa% ) curr+culo e suas dimenses, multirracial e multicultural% n Caderno Pedagógio n ;, A11-#!9AC) 60 A#)% 200I% 1ARA#N% Diretri.es urriu"ares para o ensino 'unda#enta" da rede estadua"% Hersão preliminar% 9uritiba ..!, 2003-2006% )1., Alice 9% 1ensamento e pol+tica curricular J entrevista com Qilliam 1inar% n Po"7tias de urr7u"o e# #<"tip"os onte=tos% ão 1aulo 9orte4, 2006% A9RCN# U% G%5 1BR.V GXW.V A% % Co#preender e trans'or#ar o ensino% 1orto Alegre ArtWed, 2000% HA, Coma4 Cadeu% Dou#entos de Identidade uma introdução 7s teorias do curr+culo% "elo Sori4onte Aut;ntica, 200D%
PARA SA/ER $AIS:
==
W)R.RA, Antonio Y%5 HA Coma4 Cadeu /org%% Curr7u"o> u"tura e soiedade% ão 1aulo .d% 9orte4, =&&&% W)R.RA, Antonio Y%/org%% Curr7u"o: po"7tia e pr?tias% 9ampinas 1apirus,=&&&% GAR9A,
Regina
5
W)R.RA
Antonio
Y%/org%
Curr7u"o
na
onte#poraneidade: inerte.as e desa'ios% % 1aulo 9orte4, 2006%
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