Teatro Medieval: 4 Sketches (Textos para sala de aula. Tradução, adaptação e notas introdutórias: Jean Lauand)
Jean Lauand Prof. Titular FEUSP
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O teatro e a cultura medieval Desde que – há exatos vinte anos - comecei a lecionar História da Educação Medieval, ara os alunos do rimeiro ano da !aculdade de Educação da "niversidade de #ão $aulo, senti a necessidade de o%erecer-lhes traduç&es de textos da 'oca - das mais diversas áreas( da %iloso%ia e da teolo)ia * matemática e a retórica, assando elo +o)o de xadre e or inscriç&es em reló)ios de sol etc .omo não oderia deixar de ser, temos traduido tam/'m diversas eças de teatro, ois o teatro ' uma imortante exressão da educação da 'oca, al'm de restar-se a ricas atividades em nossas salas de aula 0 teatro medieval - como a literatura e outras roduç&es art1sticas da 'oca comorta, tiicamente, um outro o/+etivo( o de instruir 2ndissociável da 2dade M'dia ', tam/'m, o elemento reli)ioso( o teatro medieval sur)e - como que naturalmente - da litur)ia, rincialmente da litur)ia da $áscoa 3ssim, em al)umas a/adias /eneditinas, a litur)ia assa tam/'m a reresentar eisódios da vida de .risto, so/retudo os da ressurreição 4as ant1%onas são +á uma lata%orma de lançamento ara o teatro5 "m texto in)l6s do s'c 27 89: 27 89: descreve o acomanhamento da leitura lit;r)ica do Evan)elho(
ORDO 4Durante a terceira leitura, quatro irmãos mudam de veste. O primeiro, com trajes brancos, entra com ar de quem está preocupado com uma tarefa, penetra no no sepulcro sepulcro e senta-se em em silêncio, silêncio, segurando segurando uma palma palma na mão. mão. Depois, enquanto enquanto se se recita recita o tercei terceiro ro respon responsório, sório, entram entram os outros outros três três irmãos, revestidos com capas, traendo nas mãos tur!bulos com incenso e, lentamente, como quem procura algo, dirigem-se ao sepulcro. "om esta cena, representa-se o anjo sentado sobre o sepulcro e as mul#eres que c#egam com aromas para ungir o corpo de $esus. %al o irmão sentado vê apro&imarem-se
os outros três - com ar titubeante, de quem está procurando alguma coisa -, come'a a cantar suavemente, a meia-vo( 5 -
aareno cruci%icado, cruci%ica do, ó ha/itante do .'u - >ão está aqui, ressuscitou como tinha redito? 2de e anunciai que Ele suerou a morte? 4Os três dirigem-se ao coro, cantando( 5 - 3leluia, o #enhor ressuscitou, ho+e o leão %orte ressuscitou, o .risto, !ilho de Deus 4 Depois Depois destas destas palavras, palavras, o irmão irmão torna a se sentar e, e, como que c#amando-os, c#amando-os, entoa a ant!fona( 5 - @essuscitou do seulcro o #enhor que, or nós, esteve na .ru 3leluia 4 *stendem *stendem o sudário sobre o altar. altar. +erminada +erminada a ant!fona, ant!fona, o prior, prior, para e&pressar a alegria pelo triunfo de nosso rei, ressuscitado depois de ter vencido a morte, incoa o +e Deum laudamus e todos os sinos tocam juntos. 5 A BcenaB do seulcro, vão se +untando outras reresentaç&es lit;r)icas de teatro inciiente( os disc1ulos de Ema;s, cenas de >atal etc $ouco a ouco, o texto vai se emanciando e a literalidade da Escritura dá lu)ar a ará%rases, comentários l1ricos etc
Um jeu medieval - O Mistério de d!o 0 %istrio de )dão )dão , que aresentamos a se)uir, de autor anCnimo, ' um ioneiro do s'culo 722 dos jeu& medievais que li)am o mist'rio da redenção ao ecado ori)inal #eus ersona)ens, como %a notar $auhillet 8: $auhillet 8: , são seres humanos comuns 4a eça não entra em maiores discuss&es so/re o alcance meta%1sico da
os outros três - com ar titubeante, de quem está procurando alguma coisa -, come'a a cantar suavemente, a meia-vo( 5 - aareno cruci%icado, cruci%ica do, ó ha/itante do .'u - >ão está aqui, ressuscitou como tinha redito? 2de e anunciai que Ele suerou a morte? 4Os três dirigem-se ao coro, cantando( 5 - 3leluia, o #enhor ressuscitou, ho+e o leão %orte ressuscitou, o .risto, !ilho de Deus 4 Depois Depois destas destas palavras, palavras, o irmão irmão torna a se sentar e, e, como que c#amando-os, c#amando-os, entoa a ant!fona( 5 - @essuscitou do seulcro o #enhor que, or nós, esteve na .ru 3leluia 4 *stendem *stendem o sudário sobre o altar. altar. +erminada +erminada a ant!fona, ant!fona, o prior, prior, para e&pressar a alegria pelo triunfo de nosso rei, ressuscitado depois de ter vencido a morte, incoa o +e Deum laudamus e todos os sinos tocam juntos. 5 A BcenaB do seulcro, vão se +untando outras reresentaç&es lit;r)icas de teatro inciiente( os disc1ulos de Ema;s, cenas de >atal etc $ouco a ouco, o texto vai se emanciando e a literalidade da Escritura dá lu)ar a ará%rases, comentários l1ricos etc
Um jeu medieval - O Mistério de d!o 0 %istrio de )dão )dão , que aresentamos a se)uir, de autor anCnimo, ' um ioneiro do s'culo 722 dos jeu& medievais que li)am o mist'rio da redenção ao ecado ori)inal #eus ersona)ens, como %a notar $auhillet 8: $auhillet 8: , são seres humanos comuns 4a eça não entra em maiores discuss&es so/re o alcance meta%1sico da
i)re+a - era encenado so/re um ta/lado assentado em %rente ao temlo >ão se ousa reresentar Deus, que ' meramente su)erido elo ersona)em da !i)ura 4que está na i)re+a e, de lá, entra e sai do alco5 3resentamos a tradução do Brimeiro atoB 4o eisódio da maçã5, um divertido documento so/re a arte e a eda)o)ia da 'oca, seu senso de humor, suas conceç&es etc >a tradução, rocuramos manter as rimas e as estruturas de rimas do ori)inal 8: ori)inal 8: e harmoniar a %idelidade ao texto ori)inal com a devida adatação( de tal modo que o leitor moderno tenha acesso tam/'m ao es1rito que in%orma essas roduç&es, escritas há quase mil anos >este sentido, um re%erencial imortante que nos )uiou %oi a ossi/ilidade de ver estas eças encenadas elos alunos do curso de istória da da *duca'ão *duca'ão da !E"#$ 3ssim, a %idelidade ao es1rito es1 rito da real encenação levou %edieval %edieval da nos ao atrevimento de não a/andonar, na tradução, a %orma ori)inal de versos e rimas Videtur 22
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&'& ( Univ. do Porto - )**+
O M&ST,&O E /O Pe0a de teatro de autor n1nimo do século 2&& 4Fradução( Jean Lauand5 ORDO( O ara!so deve estar um pouco elevado no palco, rodeado de
cortinas e telas de seda, de modo que os personagens fiquem vis!veis apenas dos ombros para cima. /o ara!so deve #aver flores perfumadas, fol#agens e diversas árvores carregadas de frutas, com aspecto de lugar muito agradável. O 0alvador 1a 2igura3 deve entrar vestido com capa dalmática e diante dele situem-se )dão )dão e *va. *va. )dão )dão usa uma t4nica vermel#a5 vermel#a5 *va, *va, vestes femininas femininas brancas e um manto de seda branco. Os dois postados diante da 2igura, mas )dão mais perto. )dão )dão está com com um rosto rosto sereno sereno e *va com um ar um um pouco mais #umilde. O )dão deve saber bem o momento de suas falas para não ser nem muito rápido nem muito lento. * não só ele, mas todos os personagens devem ser instru!dos para falar adequadamente5 para faer os gestos apropriados 6 fala5 para não acrescentar nem suprimir sequer uma s!laba do te&to e proferi-lo na ordem prevista. 0empre que algum mencione o ara!so deve dirigir a ele o ol#ar e apontá-lo com o dedo. "ome'a a leitura( 78n principio principio creavit creavit Deus caelum caelum et terram, terram, et fecit fecit in ea ea #ominem, ad imaginem imaginem 8G: . +erminada a leitura, o "oro canta( 72ormavit et similitudinem suam7 8G:
igitur Dominus #ominem de limo terrae, et inspiravit in faciem eius spiraculum vitae, et factus est #omo in animam viventem7 8: . )pós o canto( 3 !2I"@3 4DE"#5 3dão? 3D0 #enhor? 3 !2I"@3 Do /arro da terra, eu te %ormei 3D0 #enhor, eu /em sei 3 !2I"@3 E te %ormei * minha semelhança, A minha ima)em te %i de terra, >ão deves +amais mover-me )uerra 3D0 $or certo não o %arei, 3o .riador o/edecerei 3 !2I"@3 E te dei uma /oa acomanhante, K tua mulher, tua semelhante, K tua mulher, Eva chamada,
>ão te ' estranha, de ti nascida, De tua costela %oi ela %ormada, >ada de %ora de ti utiliei !oi de teu coro que Eu a lasmei, Fu, )overna-a or meio da raão E não ha+a entre vós dissensão, Mas )rande amor e um só sentimento( Esta ' que ' a lei do casamento 3 !2I"@3 4diri)e-se a *va(5 E tu, Eva, )rava em teu coração, 0 que te di)o não se+a em vão( #e %ieres minha vontade, Iuardarás em teu eito a /ondade 3ma e honra teu .riador E reconhece-me como teu #enhor $ara me servir se+am somente Fuas %orças, teu sentir, tua mente
E comartilharás sua )lória derradeira E3 !arei, #enhor, sem ouar-me nada, Fua vontade, tudo que te a)rada @econheço-te como meu #enhor E a ele como meu i)ual e suerior #erei a %iel comanheira, 3 ami)a e /oa conselheira 3 !2I"@3 0/edece, 3dão, e ouve-me com atenção( 3 vida eterna está ao alcance de tua mão Eu te %ormei e onho dons * tua disosição( #a;de, %elicidade, vida sem a%lição >ão terás %ome nem or sede /e/erás, >ão terás %rio nem calor sentirás, iverás em ale)ria e semre na a, #ó em raer e a dor não conhecerás Fua vida será toda de ale)ria, $raer e )lória todo dia, E que Eva ouça /em o que eu te diia( >ão o entender, loucura seria De toda a terra sois os rinciais, #o/re toda criatura imerais Mandareis aos eixes, aves e animais
Iuardai o /em, sede leais 3D0 3)radeço a vossa /eni)nidade, ele ides morar
3D0 $odemos nele %icar= 3 !2I"@3 $ara semre e sem nada recear >ão ireis morte ou doença exerimentar .0@0 BFulit er)o Dominus hominem, et osuit eum in aradiso volutatis, ut oeraretur et custodiret illumB 8N: 3 !2I"@3 4mostrando as árvores 5 Fodas as %rutas odes colher 4 * apontando para a árvore proibida, di( 5 Menos esta, que não deves comer #e a comeres, irás morrer E tua %elicidade irás erder 3D0 $or uma maçã erder teu amor E atrair ara mim a dor= Lon)e de mim tornar-me traidor, $er+uro contra meu #enhor 4 ) 2igura volta para a igreja, enquanto )dão e *va passeiam e divertem-se honn6tement no ara!so. *nquanto isso, os dem9nios correm em todas as dire':es na pra'a, por entre a platia, faendo gestos que l#es são próprios 8O: . De ve em quando, os dem9nios - um de cada ve - apro&imam-se do ara!so, indicando a *va o fruto proibido, com e&pressão de quem a aconsel#a a comer. O diabo vem a )dão 5 0 D23P0
em dá ara ima)inar 0 D23P0 .laro que dá 3D0 >ão me interessa 0 D23P0 $or que não= 0ra essa 3D0 Eu tenho ale)rias imensas 0 D23P0 2sto ' o que tu ensas 3D0 Melhorar= Mas como=
#ó direi quando vieres imlorando 3D0 $odes esquecer, de nada reciso( Fenho de tudo no $ara1so 0 D23P0 2sso orque não queres o /em erscrutar Ei-lo a1, e não o sa/es )oar 3D0 .omo assim= 0 D23P0 3rende de mim Escuta aqui, 3dão, eu vou contar $ara ti somente 3D0 0 que tens em mente= 0 D23P0 Fu con%ias lenamente em mim= 3D0 .laro que sim #ó uma coisa não %arei( 3 meu #enhor, não deso/edecerei 0 D23P0
Medo e amor 0 D23P0 Mas or que temer= ão estás na )lória= >ão 's imortal= 3D0 Deus me disse que vou morrer, #e sua ordem deso/edecer 0 D23P0 $or %avor, uma in%ormação(
K esta 0 D23P0 enhuma outra te dará esse oder 2nsistes em não a comer= 3D0 >ão ' ara mim 0 D23P0 .laro que sim Feu olho será enetrante Fua inteli)6ncia, rutilante >ão temerás mais ao teu Deus, $ois terás oderes i)uais aos seus Fodos os teus dese+os se realiarão $rova desse %ruto, 3dão? 3D0 Eu não?
0 D23P0 Foleirão?
1O diabo retira-se, junta-se a outros dem9nios e circula pela pra'a. )pós um tempo, volta com rosto jovial e alegre para tentar )dão 5 0 D23P0 .omo ', ensou no assunto, 3dão= Já che)ou a uma conclusão= ais ser ara semre o caseiro, 0 tolo +ardineiro= 0u re%eres )lória e oder= #erá que ' tão di%1cil entender= $re%eres %rutas sem sa/or 4aponta o ara!so 5 Aquela que te daria o eslendor #e)ue os conselhos meus E serás i)ual a Deus? 3D0 ai em/ora? 0 D23P0 .omo ' que '= 3D0 3rreda '? ai em/ora, Já, a)ora? Fu só queres des)raça e dor,
1+riste e cabisbai&o, o diabo se afasta de )dão e vai at as portas do 8nferno, onde fica conversando com outros dem9nios e, de quando em quando, passeia pela platia. Depois, se apro&ima do ara!so do lado de *va e dirige-se a ela com ar jovial e lisonjeiro 5 0 D23P0 Eva, eis que venho * tua resença, en%im E3 E or que, #atanás, vens a mim= 0 D23P0 $rocuro tua )lória, teu /em E3 Deus queira 3m'm 0 D23P0 Desvendei, eu tenho muito siso, Fodas as leis do $ara1so E al)umas te quero revelar E3 .om raer vou te escutar 0 D23P0 0uvir-me-ás= E3 #ou toda ouvidos
E de nada duvido 0 D23P0 E )uardarás o se)redo= E3 .laro, não tenhas medo 0 D23P0 .onti)o osso %alar com se)urança, $ois tenho em ti total con%iança E3 E %aes /em em con%iar, $ois não te irei de%raudar 0 D23P0 .onti)o, sim, eu conto, >ão com 3dão, que ' um tonto E3 K, ele ' meio durão( Fem convicção 0 D23P0 Mas, ode deixar, Ele vai se a/randar E3 Ele ' muito no/re, eu acho 0 D23P0 >o/re= Ele ' servil, um caacho?
E +á que o /em ara si ele não quer $odia, ao menos, ensar em sua mulher Fu, que 's tão mei)a e )entil, Mais terna que as rosas de a/ril, .omo a aurora radiosa, .omo 's /ela e %ormosa? 0 .riador errou e %e mal 3o constituir este casal( Fu, terna, e ele intransi)ente Fu, or'm, 's mais inteli)ente, Decidida, cora+osa e discreta 3liás, osso contar uma coisa secreta= E3 >in)u'm vai %icar sa/endo não 0 D23P0 >em mesmo 3dão? E3 $odes %icar sosse)ado 0 D23P0 Então, che)a aqui a meu lado $odemos %alar orque 3dão, lá, .ertamente não escutará E3 !ala, %ala sem medo,
$ois %icará tudo em se)redo 0 D23P0 ós %ostes vilmente en)anados, 3o serdes aqui colocados !ruto or Deus autoriado >ão vale um tostão %urado Mas a %ruta roi/ida, 3quela dá virtude e vida, Ilória, oder vital( 0 sa/er do /em e do mal E3 E seu sa/or ' ara1vel= 0 D23P0 #imlesmente incr1vel? E teu /elo coro, tua /ela %i)ura, Pem merece essa ventura Pasta tomá-lo a)ora E serás dos mundos, a senhora( 3s alturas e a ro%undea, Fudo so/ tua )randea E3 Ele tem todo esse oder= 0 D23P0 $odes olhar e ver
4 *va contempla com interesse o fruto proibido e, depois de e&aminá-lo bem, di(5 E3 #ó contemlá-lo +á me %a /em 0 D23P0 0 que será, então, se o comeres, hein= E3 >ão sei, não sei 0 D23P0 $ois eu te direi( .ome-o tu antes e 3dão deois, .oroados elo .'u, sereis os dois >ada será como antes, 3o .riador sereis semelhantes, Pasta este %ruto tomar E teu coração se irá trans%ormar 2)uais a Deus sereis, certamente, Fal como ele '( oniotente ão sei ão creias em 3dão? E3
K, acho que o devo comer 0 D23P0 E quando vai ser= E3 K reciso eserar a conversa com o maldito #atanás= E3 Ele %alava de nossa )lória 3D0 3quele traidor, não caia nessa história? E3 .omo estás tão certo= 3D0 .onheço-o de erto E3 Mas ode /em ser, 3dão,
ão ermitas que %ale conti)o? 4;m artefato imitando serpente sobe pelo tronco da árvore do fruto proibido. *va apro&ima-se da serpente e encosta o ouvido para receber seus consel#os. Depois apan#a o fruto e o oferece a )dão, que não o aceita 5 E3 .ome, 3dão, não vás nos deixar #em este /em conhecer e rovar 3D0 #erá que ' um /em= unca vais sa/er 3D0 Estou em d;vida, se sim ou não E3 Hesitar não ' rório de um varão 3D0
K, acho que devo rovar E3 E assim oderás searar 0 /em do mal, mas rimeiramente Deixa que eu o exerimente 4 *va come uma parte da ma'ã e di a )dão( 5 Meu Deus, que sa/oroso? >unca rovei al)o tão delicioso? 3)ora sou semelhante ao #enhor, 0niotente como o .riador Do /em e do mal sou senhora .ome, 3dão, come sem demora
Pusquei ara mim a dor e a morte, 0 amar)or da desventura .omo suortar a vida, ora tão dura= Deois do mal que ratiquei, .omo a meu .riador encararei= Q morte, or que não me vens aliviar= $or que o mundo não me vem su%ocar= Eu, que a criação deixei des%i)urada, Ferei no 2n%erno minha morada #e no ecado incorro, De onde me oderá vir socorro=
3i, como ouso seu nome ro%erir= Eu que aca/o de o trair= >enhuma a+uda eserar eu oderia, >ão %osse elo !ilho que nascerá de Maria 4 ) pe'a continua com a e&pulsão do ara!so, o episódio de "aim e )bel e a procissão dos profetas que anunciam o 0alvador... 5
3ota &ntrodut4ria 5 Dança da Morte
Jean Lauand Prof. Titular FEUSP [email protected]
vida e a morte na dan0a 3resentamos a)ora uma amostra - simli%icada e livremente traduida 8R: de ) Dan'a da %orte, %amosa comosição do %im da 2dade M'dia Frata-se de uma eça ao mesmo temo edi%icante e irreverente que, de modo divertido e irCnico, convida o esectador a re%letir so/re a irremediável condição humana( ara al'm das vaidades de status da vida resente, encontra-se a terr1vel realidade da morte? Entram na dança, não as essoas sin)ulares enquanto tais, mas os a'is sociais, na 2dade M'dia, reresentados elos BestadosB >o arran+amento da sociedade da 'oca, a estrutura eclesiástica ocua lu)ar de destaque e assim se comreende que a ela ertençam uma d;ia dentre os quarenta e dois ersona)ens que encaram a morte 3 Dan'a desenrola-se de acordo com o se)uinte ordo( aós uma /reve exortação das quatro caveiras do coro, uma outra caveira vai introduindo 4no ori)inal, em estro%es de oito versos5 cada um dos ersona)ens que des%ilam ante a rória morte, cantando tam/'m seus oito versos 4em )eral, lamentando
a inconsci6ncia que, no eslendor da vida, tinham deste %ato evidente( a morte che)a?5 $ara comreender melhor o es1rito de nossa tradução, o leitor deve atentar ara o %ato de que selecionamos aenas oito ersona)ens e, em al)uns casos, os renomeamos, Bmoderniando-osB 3ssim, o duque corresonde ao caitão o le)ado, ao ol1tico o condestável, ao BcoronelB e o astrCnomo ao cientista .omo não oderia deixar de ser, nossa tradução está condicionada ela melodia da canção que nos areceu a mais aroriada como tema do diálo)o alternado entre a caveira e cada morituro( %ac< t#e =nife 8S: 3ssim se comreende que, nesses diálo)os, nossos versos se+am mais /reves que os do ori)inal 4rocurando reservar, em cada caso, o n;cleo central do discurso5
an0a da Morte Pe0a de teatro de autor n1nimo do século 2&6 4Fradução( Jean Lauand5 $@2ME2@3 .3E2@3 D0 .0@0 4 Declamado5 $ara /em terminares a vida mortal Q tu, que dese+as a vida %utura, Ferás aqui ensinamento sem i)ual Deserta, ó racional criatura #EI">D3 .3E2@3 D0 .0@0 4 Declamado5 $rocura a dança maca/ra arender, $ois ela tra conhecimento leno >in)u'm ' ouado * morte, vais ver, Homem ou mulher, )rande ou equeno
[email protected]@3 .3E2@3 D0 .0@0 4 Declamado5 >este eselho todos devem se mirar 3render /em e reter na lem/rança #erá ;til o que vires, quando che)ar 3 tua ve de, or %im, entrar na dança <"3@F3 .3E2@3 D0 .0@0 4 Declamado5 erás que os maiorais dançam rimeiro 3 nin)u'm oua a morte, que ' sem dó E ' muito iedoso e verdadeiro $ensar que todos somos o mesmo ó $@2ME2@3 .3E2@3 D0 .0@0 4 Declamado5 ós, que or decreto divino, >a vida ocuais lu)ares diversos Haveis de dançar, ' o destino, #e+a dos /ons, se+a dos erversos #EI">D3 .3E2@3 D0 .0@0 4 Declamado5 .oros á)eis tornar-se-ão inermes Pelea ura, hedionda odridão
0lhai ara nós, asto de vermes, $ois, tal como somos, todos serão 3 [email protected]@3 .3E2@3 D0 .0@0 4 Declamado5 #e sua resença ' tão %orte, Diei as ra&es elas quais >ão tendes lem/rança da morte E so/re ela nunca ensais 3 <"3@F3 .3E2@3 D0 .0@0 4 Declamado5 Mesmo que todo dia se aresente De modo s;/ito ou eserado, Ho+e um ami)o, amanhã um arente "m dia serás tu o visitado 43 caveira, cantando a rimeira estro%e da canção, vai traendo ara a dança os ersona)ens, que cantam a se)unda estro%e5
3 .3E2@3
0 $3$3
E nem o aa
Muito oder eu
Dela escaa
Finha na terra
E ' o rimeiro
Mas veio a morte
3 dançar
Me /uscar
3 .3E2@3
0 2M$E@3D0@
Ele %oi )rande
Mas no %im
.omo rova
>uma cova
#ua ma+estade
Fodo mundo
2merial
K i)ual 3 .3E2@3
0 .3$2F0
.om suas troas,
Mas a)ora
3vançava
.he)ou a hora
3rma em riste,
De minha triste
0 caitão
@endição
3 .3E2@3
0 $0LTF2.0
#uas mentiras,
3i, a)ora,
#emre rontas,
Eu resto contas
Mero adorno
>ão há su/orno
Eleitoral
>este tri/unal 3 .3E2@3
0 B.0@0>ELB
0 BcoronelB,
$erdi a vo
Fodo romante,
E só )a-)a-)ue-+o,
Era arro)ante
Eu não consi)o
3o mandar 3 .3E2@3
>em %alar 0 .2E>F2#F3
E as ci6ncias,
3 exeri6ncia
Friun%antes,
>ão )arante,
>esta hora
>os noves %ora,
0 que dirão=
3 salvação
3 .3E2@3
0 $@0!E##0@
Ele ' muito
>este exame,
3reciado
#erei arovado=
Mas não tem
3qui não há
@emuneração
@ecueração
3 .3E2@3
0 3I20F3
3)iota,
!ui idiota,
K a hora
E a)o a)ora,
Da tua usura
.om muito +uro
3 searação
E correção
3 .3E2@3
0 MKD2.0
E o doutor,
Fam/'m eu so%ro
Da morte o ass'dio
E /em sa/ia
E não há rem'dio
0utros curar
$ara me receitar
3 .3E2@3
0 .0><"2#F3D0@
Eis que che)a,
3i, as mulheres
>esta dança,
Das mocinhas
0 conquistador
3inda cor
F0D0# J">F0#
F0D0# J">F0#
ai terminando
ai ensaiando
>osso esaço
Pem teus assos
amos a)ora
$rá tua hora
3ca/ar
De dançar
ai terminando
3ota &ntrodut4ria a Os Estudantes e o Camponês 'ean 7auand Os *studantes e o "amponês 89U: ' uma equena eça de autor anCnimo do s'culo 72 K or vees atri/u1da a um desconhecido ")o @acellario ou a Ieo%%roV de insau% 4s'c 7225, autor de oetria /ova 0 enredo )ira em torno de uma ere)rinação /u%a de estudantes * qual se +unta um camon6s 0 tema do camon6s BsimlórioB, que aca/a en)anando os Besertalh&es estudadosB ' - com variaç&es de detalhes - muito %reqWente na literatura medieval e ainda ho+e ' tema de anedotas oulares 3resentamos, a se)uir, uma versão literária - que mostra a ori)em ára/e da anedota - de $etrus 3lhonsus 4nascido em 9UN5( ' o e&emplum 727 de sua Disciplina "lericalis 899: , B *&emplum de Duobus >urgensibus et Rustico B, B0s dois homens da cidade e o camon6sB
Os dois "omens da cidade e o campon8s - $etrus 3lhonsus
.onta-se que dois homens da cidade e um camon6s %aiam +untos a ere)rinação a Meca e tomavam as re%eiç&es em comum ós, teus comanheiros - Mas voc6s +á voltaram= - .omo assim( BvoltaramB= #e nós não %omos a arte al)uma - En)raçado, tive a imressão que dois an+os tomaram a um de voc6s, a/rialhe a orta do c'u e o levava ante Deus Deois outros dois an+os tomaram o outro e, a/rindo a terra, levavam-no ao in%erno 3o ver estas coisas ensei que nenhum dos dois +amais voltaria, levantei-me e comi o ão E, assim, aqueles que - en)enhosamente - quiseram en)anar, sa1ram en)anados K como di o rov'r/io( B
Os Estudantes e o 9ampon8s - utor an1nimo do século 2& 4Fradução( Jean Lauand5 E#F"D3>FE 2 - .omanheiro? E#F"D3>FE 22 - FE 2 - 3 caminho? E#F"D3>FE 22 - 0 que voc6 quer %aer= E#F"D3>FE 2 - "ma ere)rinação? E#F"D3>FE 22 - FE 2 - Já? E#F"D3>FE 22 - 3onde= E#F"D3>FE 2 - 3 um lu)ar erto daqui E#F"D3>FE 22 - Fudo /em? E#F"D3>FE 2 - $rearar al%or)es? E#F"D3>FE 22 - $ronto? E#F"D3>FE 2 - .ru ao om/ro? E#F"D3>FE 22 - $ronto? E#F"D3>FE 2 - Pastão na mão? E#F"D3>FE 22 - $ronto? E#F"D3>FE 2 - Então, vamos Fudo certo? E#F"D3>FE 22 - Fudo certo, uma ova? E#F"D3>FE 2 - FE 22 - !alta o dinheiro E#F"D3>FE 2 - FE 22 - Fá tudo aqui, ó=
E#F"D3>FE 2 - Mas, não há nada?
1Os estudantes se p:em a camin#o e um camponês se junta 6 peregrina'ão3 E#F"D3>FE 2 - K inadmiss1vel? Estamos indo com muita morosidade Já o cre;sculo se re%i)ura e recisamos aroinquar-nos da cidade amos? Mais deressa? E#F"D3>FE 22 - Mas, quem adiantar-se-á ara inquirir de alo+amento= "r)e que al)um de nós 4ol#a para o camponês 5 se disonha a ir na %rente 0 .3M$0>Z# - #e oceis quis', eu osso i E#F"D3>FE 2 - 3ssentimos? #im, recede-nos, vai na %rente voc6, que caminha mais ráido 0 .3M$0>Z# - Fá /ão
1O camponês vai um pouco 6 frente3 E#F"D3>FE 2 - Ele vai lá adiante e estamos aqui só nós amos )arantir a nossa? Fudo o que temos em comum ' uma torta 89: ( dá ara dois, mas não ara tr6s Esse caiira comilão vai aca/ar comendo-a de um só /ocado e não so/rará nada ara nós Mas ele ' tolo e simlório, odemos en)aná-lo %acilmente Ele ode ser /om de aetite ara comer, mas, na esertea, os /ons somos nós E#F"D3>FE 22 - Poa id'ia? amos aroximar-nos dele e en)aná-lo E#F"D3>FE 2 - .amon6s? Q, camon6s? 0 .3M$0>Z# - 0 sior chamC= E#F"D3>FE 2 - K ara sa/er se está tudo /em 0 .3M$0>Z# - Fá tudo /ão E#F"D3>FE 2 - 3valiemos nossas rovis&es, o que temos ara comer= E#F"D3>FE 22 - #ó essa torta aqui E#F"D3>FE 2 - Mas ela não ' )rande >ão /astará ara nós tr6s E#F"D3>FE 22 - K deveras insu%iciente E#F"D3>FE 2 - $roonho que %açamos um trato entre nós
0 .3M$0>Z# - FE 2 - 0 trato ' o se)uinte( quem tiver o sonho mais /onito, %ica com a torta oc6s concordam= E#F"D3>FE 22 - #im? .3M$0>Z# - #im E#F"D3>FE 2 - Pom, então vamos dormir
1Os estudantes adiantam-se um pouco e se p:em a dormir3 0 .3M$0>Z# 4ensando em vo alta5 - #ei não, esses estudante da cidade vive arontando 3cho que eles tão querendo ' me in)aná $rimero ' r[eu i na %rente, deois eles ' que assa na %rente e, a)ora, vem com essa história de trato 3cho que eles tão quereno ' me in)aná Mais mió ' eu cum6 iscundido a torta, orque eu acho que eles tão querendo ' me in)aná 80 camponês come a torta : E#F"D3>FE 2 4acordando5 - 3h?, quem me desertou, su/traindo-me a vis&es ed6nicas $eram/ulava eu or eiciclos e exc6ntricos, od1acos e constelaç&es, asteróides e otestades, ela ulcritude dos c'us em1reos e sid'reos FE 22 - Fam/'m a mim usuraram-me on1rico esetáculo >os /raços de Mor%eu, ercorria m;seas mitoló)icas .ontemlava eu as quatro %;rias( 3lecto, Me)era, Fis1%one e - como ' que ' o nome da outra= - 3h?, claro, a quarta era Er1nia E vi $rometeu, torturado elo a/utre F\ntalo no Esti)e Txion, ela roda arrastado #1si%o e sua edra Des%ilavam ante mim todas as vers&es e invers&es da H'lade 3h? Mas or que tentar narrar o ine%ável= Pasta dier que eu nem queria mais voltar ara a Ferra? 0 .3M$0>Z# - "ai? Eu tam/'m vi toda essas coisa a1 qui ceis tão %alano e, como oceis num queria vortá, eu e)uei a torta e aroriei ra su/st\ncia de naturea individuar aqui o )6nero universar 89: ( comi tudinho?
3ota &ntrodut4ria a O Pregão das Ervas - um camel1 do século 2&&&
'ean 7auand 3 2dade M'dia ' o \m/ito do oular 0nde quer que ha+a mani%estaç&es culturais esont\neas do ovo, a1 teremos uma aroximação da cultura medieval Diversos asectos, or exemlo, da cultura oular do Prasil 89G: de ho+e assemelham-se * da 2dade M'dia K /em o caso do texto do s'culo 7222 cu+a tradução da $arte 2 aresentamos a se)uir( O regão das *rvas , ?e Dit de l@erberie 89: , de autoria de @ute/eu% 4] ca 9R5 Frata-se de uma comosição ara-teatral do )6nero mime - um tio de monólo)o muito areciado na 2dade M'dia O regão ridicularia o charlatão que atri/ui *s suas ervas oderes mila)rosos @ute/eu% tem tal a)udea de o/servação que .hevallier 89N: che)a a a%irmar que ?e Dit de l@erberie ' como uma %ita )ravada ao vivo no s'culo 7222 >o regão, o camelC narra suas %antásticas via)ens, enumera as doenças que suas lantas curam e - tal como seus cole)as hodiernos - romete rod1)ios sexuais 89O: 3o %inal, a mercadoria ' o%erecida or um reço extremamente /arato Featro oular, teatro interativo( o ;/lico articia resondendo *s interelaç&es do BvendedorB 0 leitor atento o/servará as mil otencialidades que o ator ode exlorar nessa comosição sat1rica, sem m'trica, quase um rap avant la lettre >a tradução 4um tanto resumida5, rocuramos con+u)ar a %idelidade literal * %lu6ncia do discurso oular do /u%ão
O PE:/O S E6S Pe0a de teatro de utebeuf ;século 2&&&< 4Fradução( Jean Lauand5
Parte & 4em verso5 @eseitáveis senhores, que me dais ouvidos Irandes e equenos, +ovens ou vividos ós %ostes ela sorte %avorecidos $ois ireis, a)ora, a verdade encontrar #a/endo que este m'dico não vos ode en)anar "ma ve que or vós mesmos odeis comrovar
0 oder destas ervas antes do %im amos %aendo a roda em torno de mim #em ru1do, em sil6ncio, ' /em assim Eu, aqui, sou ' esquisador E tenho servido a muito imerador 3t' mesmo lá do .airo, o senhor Muito oderoso, ele %a questão de me contratar todo verão $a)ando ara mim um salarioão Muitos mares em via)ens eu +á cruei E %oi ela Mor'ia 89R: que eu voltei !oi lá que medicina eu estudei E assei or #alerno 89S: Puriana e Piterno 8U: $u)lia, na .alá/ria, e at' $alermo 89: .oletando estas lantas rodi)iosas
ede aqui estas %erritas Diamantes, crisiritas Irenáios, +a)Cncios e /urlamitas 8: $rote)em contra co/ra e cachorro louco .oice de /urro e, se acha ouco 3 morte esantam, /aratinho e ainda tem troco E, dos quatro cantos do mundo, tem mais ainda Ervas traidas dos desertos da Tndia Da @iviera e da Lincor1ndia Esta ' a mais rica e oderosa ervaria Eu vo-lo )aranto, or #anta Maria $odeis con%iar, eu vos en)anaria= Ervas que odem qualquer doença curar !aem o ór)ão do homem levantar Enquanto o da mulher, %aem estreitar $ara quem quer ter uma vida sã Foma ho+e, cura amanhã
>a medida certa, senão ' diarr'ia @ai de sal)ueiro com )ordura de lamr'ia E um ouco de excremento de uta v'ia 8G: Pasta um emlastro na /ochecha alicar E os dentes com o suco voc6 vai lavar Durma um /ocadinho e curado vai %icar #ara o %1)ado, lesão, machucadura .onserta osso, torcicolo e %ratura $edra no rim, surde tudo cura 4O camel9, a partir de agora em prosa, prossegue gabando suas ervas e e&plica que não entrou no ramo por amor ao lucro, mas por sentimento #umanitário e por ordem de sua dama etc. 5
89: .it or I"IL2ELM2, >ilda *l teatro medieval , Edit "niversitaria de Puenos 3ires, 9SRU, 9-9 8: $eu& et 0apience du %oAen Bge - texte 'ta/li et annot' ar 3l/ert $auhillet, $aris, Iallimard, 9S9, $ara a tradução, valemo-nos do ori)inal aresentado nesta edição 8: Em muitos casos, o %ranc6s medieval ermite a erman6ncia direta da rima em ortu)u6s( BA minha ima)em te %i de terra 4 terre5 ^ >ão deves +amais mover-me )uerra 4 guerre5B 0u( vontade 4 volent 5 ^ /ondade 4bont5 .riador 4"reator 5 ^ #enhor 4 seignor 5 etc Em outros, traduimos, criando nova rima( B>ada de %ora de ti utiliei 4non pas de fors 5 ^ !oi de teu coro que Eu a lasmei 4de ton cors 5B Fenha-se em conta que, sendo todo o texto rimado, mesmo no ori)inal as rimas são, or vees, o/res ou %orçadas 8G: Misto de In 9,9 e 9, N-O( B>o rinc1io Deus criou o .'u e a terra e %e o homem, * sua ima)em e semelhançaB
8: 0 canto ' tomado de In ,O( BEntão Deus %ormou o homem com o /arro da terra e insu%lou alento de vida em seu rosto e o homem se tornou um ser viventeB 8N: 0 canto ' tomado de In ,9( BEntão Deus introduiu o homem no $ara1so ara que tra/alhasse e o )uardasseB 8O: 0 ordo não indica que )estos são esses 8R: 3 artir do ori)inal ?a Crande Danse %acabre in I2LLEF, Louis La .ath'drale ivante, $aris, !lammarion, 9SNG 8S: Da pera dos +rês Eintns de Precht e )ravada, entre tantos outros, or Louis 3rmstron) e Ella !it)erald e reutiliada or .hico Puarque em sua pera do %alandro 89U: Fraduimos, livremente, a artir da versão de Iu)lielmi, o cit, 9 e ss 899: 3resentado or 3n)el Ionále $alencia, Madrid-Iranada, .#2., 9SGR 89: >ão %ica claro no texto a quem ertence a torta $or'm, numa ere)rinação, ' usual que - indeendente de quem trouxe o qu6 - os mantimentos se+am %raternalmente tomados em comum elos romeiros Evidentemente, o e%eito teatral se intensi%ica se a torta tiver sido traida elos estudantes 89: 2eci individuum quod fuit ante genus 2ronia as a/stratas discuss&es acad6micas so/re a Bquestão dos universaisB 89G: $oular ou, or vees, oularesco >ote-se que no caso em questão, o do vendedor de ervas, ainda ho+e 4or exemlo, em #ão $aulo, na $raça da #' e em diversos outros ontos da cidade5 odem ser vistos am/ulantes vendendo ervas BmedicinaisB - camelCs muito semelhantes aos do s'c 7222 que tam/'m exloram a crendice oular 89: 0 texto ori)inal, em %ranc6s medieval, encontra-se na colet\nea de 3l/ert $auhilet( $eu& et 0apience du %oAen Bge , $aris, Iallimard, 9SRO 89N: .HE3LL2E@, .laude-3lain +#atre "omique du %oAen-Bge , $aris, "nion I'n'rale d['ditions, 9SO, 9S9 89O: #e /em que sua lin)ua)em ' mais crua do que as BsutisB indiretas dos am/ulantes de nossos dias