Thais Cristófaro Silva
C onform e nos diz a própria au tora, “aprende-se a fazer fonologia faz en d o fo n o lo g ia ” . E é verdade! N este seu novo livro, Exercidos de fo nética efonologia, Thai's C ristófaro Sil va nos dá a chance de fazer e apren der fonologia. Trata-se de mais uma im portante contribuição para a Lin güística do português, que alia teoria e prática, um a com binação que rara m en te é b e m feita. Pois b em , em Exercícios ciefonética efonologia esta com binação foi feita n o p o n to ideal. E ste novo livro pressupõe a leitura do li v ro a n te rio r da a u to ra , Fonética e fonologia do português —JLoteiro de estudos e guia de exercícios, tam bém publicado pela E ditora Contexto. M as a grande vantagem de Exercícios de fonética e fonologia é a retom ada dos conceitos fundam entais da fonética articulatória e das teorias fonológicas apresen tadas, através de exercícios sem pre bem conduzidos e, mais im portante, relacionados a várias áreas da Lingüís tica, com o a teoria da variação e m u dança, a dialetologia e a teoria da gramática, berii com o a áreas fora da Lingüística propriam ente dita, com o
»
a fonoaudiologia. O s exercícios, d istrib u íd o s em cinco p artes - fonética, fonèm ica, fonologia gerativa, fonologia autosegm ental e teoria da otim idade — cobrem o percurso necessário a todo
Exercícios de fonética fonologia
Thais Cristófaro Silva
Exercícios de fonética fonologia
Copyright © 2003 Thais Cristófaro Silva
R evisão D ayane C ristina Pal D iagram ação M ariana C oan e W agner S him a Projeto e m ontagem de capa A ntonio Kehl
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câm ara Brasileira do Livro, s p , Brasil) Exercícios de fonética e fonologia / Thai's Cristófaro Silva. — São Paulo: Contexto, 2003.
ISBN 85-7244-220-0
1. Inglês - Fonética - Problemas, exercícios etc. 2. Inglês - Fonologia - Problemas, exercícios etc. 3. Português - Fonética - Problemas, exercícios etc. 4. Português - Fonologia - Problemas, exercícios etc. I. Título. 03-0186
C D D -414.076 índices para catálogo sistemático 1. Exercícios : Fonética : Lingüística 414.076 2. Exercícios : Fonologia : Lingüística 414.076 3. Fonética : Lingüística : Exercícios 414.076 4. Fonologia : Lingüística : Exercícios 414.076
Proibida a reprodução total ou parcial. Os infratores serão processados na forma de lei.
2003 Todos os direitos desta edição reservados à E d it o r a C o n t e x t o (Editora Pinsky Ltda.) Diretor editorial Jaime Pinsky Rua Acopiara, 199 - Alto da Lapa 055083-110- S ã o P a u lo - s p p a b x : (11) 3832 5838 f a x : (11) 3832 1043 contexto@ editoracontexto.com .br www.editoracontexto.com.br
Agradecim entos
Embora não seja inovadora a idéia, a grande motivação para escrever esse livro veio de meus alunos. Não tenho palavras para agradecer a dedicação, o interesse e a participação dos alunos do curso regular de Letras-português da UFMG (graduação e pós-graduação), dos alunos do curso regular de Letras-inglês que freqüentaram os meus cursos de “Pronúncia do Inglês” e alunos do curso regular de Fonoaudiologia-UFMG. Em especial gostaria de agradecer as alunas Adriana Marusso, Daniela Mara de Oliveira, Izabel Campolina, Leandra Antunes e Raquel Fontes-Martins. Registro o meu respeito e admiração a vários autores que ao escreverem as suas obras me permitiram analisar o português em várias óticas. O trabalho de Mattoso Camara Júnior ao meu ver delineia os principais tópicos da fonologia do português de maneira lúcida e iluminadora. Dentre os autores atuais que tratam de aspectos do português brasileiro, gostaria de destacar: Anthony Naro, Bemadete Abaurre, Carmen Hemandorena, César Reis, Christina Gomes, Demerval da Hora, Dinah Callou, Elisa Battisti, Ester Scarpa, Evelyne Dogliani, Gabriel Araújo, Giovana Bonilha, Gisela Collishchom, Gladis Massini-Cagliari, João Moraes, José Olímpio Magalhães, Laura Quednau, Leda Bisol, Leo Wetzels, Luiz Carlos Cagliari, Maria Cecilia Mollica, Maria do Carmo Viegas, Marília Facó, Maria Tasca, Mário Zágari, Marisa Amaral, Paulino Vandressen, Raquel Fontes-Martins, Raquel Lopes, Regina Lampretch, Seung Hwa Lee, Valéria Monaretto, Wilmar D’Angelis e Yonne Leite. Em especial gostaria de agradecer o apoio intelectual de Marco Antonio de Oliveira, sobretudo pela parceria que desenvolvemos e que tanto enriquece o meu crescimento acadêmico.A minha família registro o meu agradecimento. Em especial registro o meu carinho ímpar pela Lysle e agradeço os muitos telefonemas que trocamos em paragens geladas. Meus rapazes - John, Thomas e Francis - são meus grandes companheiros de jornada e não tenho palavras para agradecê-los. Tento diariamente na expressão de meu amor! Newcastle-upon-Tyne Outubro 2002
Sumário
Introdução, 9 Parte 1: Fonética, 13 Tabela fonética e símbolos utilizados, 14 Ex. 1 - Palavras isoladas, 15 Ex. 2 - Palavras em contexto, 15 Ex. 3 - Identificando segmentos, 16 Ex. 4 - Classificando consoantes, 16 Ex. 5 - Classificando vogais, JJ~ Ex. 6 - Transcrições fonéticas, 17 Ex. 7 - Acento, 18 Ex. 8 - Juntura de palavras, 18 Parte 2: Fonêmica, 19 Ex. Ex. Ex. Ex. Ex. Ex. Ex. Ex.
12345678-
Fonemas vocálicos orais do português, 19 Palatalização de oclusivas alveolares, 21 Lateralização de vibrante (desvio fonológico), 25 Palatalização de sibilantes (desvio fonológico), 27 Palatalização em juntura (inglês), 30 Sibilantes em português (também inglês), 35 Vocalização de lateral posvocálica, 38 Vogais nasais e vogais nasalizadas (também inglês), 41
Parte 3: Fonologia G erativa, 45 Tabela de traços distintivos, 46 Ex. 1 - Ordenamento de regras, 48 Ex. 2 - Categorias vazias (também inglês), 56 Ex. 3 - Redução de ditongos (também inglês), 58 Ex. 4 - Dissimilação em limite de sílaba, 60 Ex. 5 - Sibilantes em juntura de palavras, 64 Ex. 6 - Harmonia vocálica, 65 Ex. 7 - Desvozeamento de obstruinte (desvio fonológico), 69 Ex. 8 - Glide palatal (inglês), 73
8
Exercícios de fon ética e fo n o lo g ia
Parte 4: Fonologia Autosegm ental, 77 Ex. 1 - Representações lexicais, 78 Ex. 2 - Palatalização de oclusivas 2, 81 Ex. 3 - Segmento ambiente (desvio fonológico), 84 Ex. 4 - Princípio do contorno obrigatório - PCO, 88 Ex. 5 - Propagação de nasalidade (também desvio fonológico), 89 Ex. 6 - Acento, 91 Ex. 7 - Redução de encontro consonantal (também desvio fonológico), 96 Ex. 8 - Vogais longas e breves (inglês), 99 Parle 5: Teoria da O tim a lid a d e , 103 Ex. Ex. Ex. Ex. Ex. Ex. Ex. Ex.
1 - Tipos de restrições. 104 2 - Violação de restrições, 106 3 - Ranqueamento de restrições, 109 4 - Encontros consonantais tautossilábicos (desvio fonológico), 111 5 - Tipologia fatorial (holandês e inglês), 117 6 - Nasalidade contextual (inglês), 122 7 - 0 não-marcado emergente, 128 8 - Variação e opacidade, 130
Respostas dos exercícios, 137 Apêndice: hom epages relevantes, 191
Introdução
Acredito que se aprende fonologia fazendo fonologia. Este livro pretende ser uma contribuição nesse sentido. Um dos motivos principais que me levaram a escrever este livro de exercícios foi a constatação de que a maioria de nossos estudantes de Graduação e de Pós-Graduação geralmente consegue elaborar - no máximo - uma análise do sistema sonoro baseada no modelo fonêmico. O instru mental detalhado que ofereci para o modelo fonêmico em Cristófaro Silva (2001) permitiu ao estudante aprender a utilizar o modelo fonêmico: fazendo fonologia. O conhecimento teórico sobre um modelo deve ser conjugado com a sua aplicação aos dados de uma determinada língua (no caso do modelo fonêmico apresentei a análise sobre o sistema sonoro do português). Percebo que ao “colocar a mão na massa” - ou seja, ao manusear dados reais de uma língua - o estudante aprende a trabalhar com os sistemas sonoros e a formular análises interessantes. Este livro oferece uma série de quarenta exercícios para que o aluno possa formular e testar suas hipóteses sobre dados específicos. Um grave problema que enfrentamos ao ensinar fonologia é que a grande maio ria da bibliografia se encontra publicada em língua inglesa e a maioria de nossos estudantes não é leitor proficiente nessa língua. Os exemplos e os exercícios nos volumes escritos em língua inglesa também não investigam dados do português. Os alunos que conseguem ter acesso aos volumes escritos em inglês podem até apren der fonologia teórica, mas, pelo fato de os exercícios tratarem de línguas desconhe cidas (ao estudante), há uma avaliação limitada das propostas apresentadas. Este livro tenta superar esse problema ao apresentar exercícios em vários modelos fonológicos com foco em dados relevantes para o estudante brasileiro. Os exercícios têm o português como a principal língua de análise, discutindo vá rios casos de variação dialetal. Alguns exercícios avaliam a aquisição do portu guês e casos de desvios fonológicos na fala de crianças. Exercícios sobre aspectos sonoros específicos do inglês - que são importantes para os falantes de inglês como língua estrangeira - são também apresentados. Este livro oferece ao estudante exercícios nestas três áreas de estudos: • variação sonora do português; • fonoaudiologia; • fonologia do inglês.
10
Exercícios de fon ética e fo n o lo g ia
Tenho plena convicção de que é essencial para um profissional interessado na pronúncia do inglês conhecer os mecanismos dos desvios fonológicos ou da aquisição da linguagem pelas crianças. Da mesma maneira, o profissional da área de Fonoaudiologia deverá ter amplo conhecimento da organização do sistema so noro do português com o maior grau de nuances das variações atestadas nesse sistema. Os mecanismos subjacentes ao sistema sonoro do inglês contribuirão para o profissional de Fonoaudiologia compreender melhor o comportamento sonoro das línguas naturais e inferir os desvios fonológicos que avaliam. Obviamente, o lingüista deverá conhecer bem o sistema sonoro do português e de outras línguas (com ou sem desvios fonológicos). Não importa que língua estamos analisando, pois há uma grande semelhança na organização dos sistemas sonoros da línguas naturais. Isto quer dizer que apren demos a analisar sistemas sonoros em geral e não sistemas sonoros específicos. Basicamente, os sistemas sonoros sofrem as seguintes alterações: • sons são cancelados; • sons são inseridos; • sons são modificados. Há grande tendência de essas alterações afetarem os sistemas sonoros de maneira regular. A grande maioria das alterações sonoras tem motivação fonética e se aplica em contextos regulares. Portanto, ao estudarmos qualquer língua, ou qualquer fenô meno em particular, estamos aprendendo sobre os sistemas sonoros de maneira geral. Aos estudantes interessados em aplicar os seus conhecimentos teóricos na análise de outras línguas sugiro que consultem os seguintes livros de exercícios: Whitley (1978). Halle & Clements (1983) e Roca & Johnson (1999). Este livro foi organizado da seguinte maneira: a primeira parte avalia o co nhecimento de Fonética articulatória do estudante. A segunda parte oferece uma série de exercícios no modelo fonêmico. A terceira parte apresenta exercícios no modelo da fonologia Gerativa Padrão. Na quarta parte a aplicação do modelo Autosegmental é apresentada em vários exercícios. A quinta parte apresenta exercí cios no modelo da Teoria da Otimalidade. Todos os exercícios apresentam pelo menos uma resposta para que o estudante possa avaliar o seu desempenho. As respostas, embora abrangentes, são ilustrativas e não exaustivas. Para apresentar cada modelo teórico a ser avaliado faço a sugestão da leitura essencial apresentada em Cristófaro Silva (2001). Cada uma das partes deste livro indica os conceitos a serem abordados para que o estudante possa ter o conheci mento teórico necessário à resolução do problema em questão. Sugiro que o estudante retome a leitura teórica indicada com o objetivo de verificar se os con ceitos a serem trabalhados estão solidificados. Uma última palavra deve ser dita em relação aos dados apresentados nos exer cícios. Esses dados refletem uma compilação de exemplos de várias fontes que incluem desde dados de trabalhos de campo da autora até sistematização a partir
In tro d u çã o
1 1
de dados apresentados em várias fontes secundárias. A bibliografia relevante para a elaboração deste volume é a mesma indicada no volume ‘Fonética e Fonologia do Português', a não ser que referência explícita ocorra no exercício em questão. A organização dos dados no formato dos ‘Exercícios- tentou seguir critérios didáticos para a apresentação dos temas a serem discutidos. Para uma consulta ampla da literatura em fonologia - sobretudo do português - sugiro ao estudante que faça uso dos recursos oferecidos pelas seguintes instituições: 1. CN Pq-Plataform a Lattes http://genos.cnpq.br: 12010/dwlattes/owa/ consultaprod.inicio ou http://www.prossiga.br/basesdedados/ 2. CAPES www.capes.gov.br à periódicos Finalmente, há um Apêndice no final do livro que lista sites relevantes aos estudantes das áreas de fonética e fonologia. Espera-se que este livro ofereça aos interessados a oportunidade de praticar os conhecimentos adquiridos sobre a es trutura sonora da linguagem e a de enveredar pelos misteriosos caminhos da fala.
Nota de esclarecimento Ao longo deste livro serão sugeridas leituras e consultas ao volume “Fonética e Fonologia do Português - Roteiro de Estudos e Guia de Exercícios”. Portanto, as consultas às páginas relativas a leituras e consultas devem ser feitas no volume referido acima.
Fonética
Esta parte de ‘Fonética’ tem por objetivo avaliar o conhecimento do estudante na área de fonética articulatória. Espera-se que o estudante seja capaz de fazer transcrições fonéticas do português brasileiro e que seja também capaz de classifi car os segmentos consonantais e vocálicos em categorias específicas. Uma média de acertos em tomo de 80% nesta seção expressa a aptidão do estudante para prosseguir para as seções seguintes (que farão uso dos conceitos e aptidões explo rados nesta seção). As transcrições fonéticas neste livro seguem a proposta de Cristófaro-Silva (2001). Leitura essencial Fonética e Fonologia do Português - Roteiro de Estudos e Guia de Exer cícios, Thai's Cristófaro Silva , Editora Contexto, páginas 23 a 116. Conceitos explorados acento africada alveolar alveopalatal bilabial consoante dental desvozeada fricativa glotal labiodental lateral líquida nasal oclusiva palatal
retroflexa sibilante tepe velar vibrante vogal vogal alta vogal anterior vogal baixa vogal central vogal média-alta vogal média-baixa vogal nasal vogal oral vogal posterior vozeada
A tabela fonética e símbolos adotados pelo IPA (International Phonetic Association) são apresentados na próxima página.
14
Exercícios de fon ética e fo n o lo g ia
Tabela fonética e sím bolos utilizados O alfabeto internacional de fonética (revisado em 1993, atualizado em 1996*) Consoantes (mecanismo de corrente de ar pulmonar) bilabial Oclusiva
P
làbio-dental
dental
alveolar t
b
Nasal
m
n
Vibrante
B
r
t
4>
p
f
V
e
õ
|s
z
*
b
Fricativa lateral
u
Aproximante Aprox. lateral
palatal
f
C
4 a
velar
k
ji
uvular
g
q
faringal
glotal
?
G N
0
R
r
Tepe (ou flepe) Fricativa
pós-alveolar retroflexa
d
t | J
3
A
P
i
ç
X
v
i
\
j
UJ
i
l
A
L
X
h
«
h
í
fi
E m p ares d e s ím b o lo s tem -se q u e o sím bolo da d ireita re p rese n ta um a c o n so a n te vozeada. A cred ita-se serem im p o ssív e is as articulações nas áreas som breadas.
Consoantes (mecanismo de corrente de ar não-pulmonar) Cliques 0 bilabial
Implosivas vozeantes 6 bilabial
!
J
dental
cf dental/alveolar
p’ bilabial
!
pós-alveolar
f
t' dental/
palatal
acento primário
como em
çf velar
k ’ velar
|| lateral alveolar
a
s ’ fricativa
uvular
ê ou -] muito alta
, acento secundário
.found’tijan
alveolar
4= palato-alveolar
T on s e acentos nas p alavras N ív el C ontorno
S u p rasegm en tos
Ejectivas
alveolar
I
longa
e:
’
semi-longa
e’
w muito breve
e
. divisão silábica
ji.a e k t
j
é
-j alta
\| descendente
ê
H m édia
è
j baixa
'l alto ascendente Xbaixo ascendente
grupo acentuai menor
|| grupo entonativo principal
V ogais
è ou /| ascendente
___ ligação (ausência de divisão)
''j ascendentedescendente etc.
muito baixo 1 downstep (quebra brusca)
/
t upstep (subida brusca)
\ descendência
ascendência global
fechada (ou alta)
D iacríticos
Pode-se colocar um diacrítico acima de símbolos cuja representação seja prolongada na parte inferior, por exem plo q
m e ia -fe c h a d a (ou média-alta)
desvozeado n meia-aberta (ou média-baixa) aberta (ou baixa) Quando os símbolos aparecem em pares aquele da direita representa uma vogal arredondada.
O u tros sím bolos M
fricativa
W
aproximadamente
q
aproximadamente
vozeadas epiglotal J
lábio-velar vozeada
fricativa epiglotal desvozeada
£
fricativa epiglotal vozeada oclusiva epiglotal
b
a
dental
t
d
mapical
t
d
t o
d o
^vozeada
s^
tv
voz tremulante
b
a
^aspirada
t^1
d*1
linguolabial
t
d
o
laminai
j mais arred.
Q
w labializado
tw
dw
"nasal izado
e
£ menos arred.
Q
jpalatalizado
t*
d*
n soltura nasal
dn
u +
^velarizado
t*
dY
Jsoltura lateral
dl
alveolar lateral f)
_retraído
e
^faringalizado
d^
n soltura não-audível d1
•centralizada
é
x centraliz. média
ê
+
avançado
flepe articulação sim ultânea de J eX
H
voz. sussurrado
C £ fricativas
lábio-velar desvozeada
lábio-palatal vozeada
d
P ara representar consoantes africadas e uma articulação duPIa utiliza-se um elo ligando os dois símbolos em questão.
i
silábica
n i
não silábica
e
velarizada ou faringalizada levantada abaixada
i
e ( i = fricativa bilabial vozeada) e ({3 = aproximante alveolar vozeada)
^raiz da língua avançada
e
hraiz da língua retraída
£
ÍÜpts. ~ roticização
* A Associação Internacional de Fonética gentilmente autorizou a reprodução desta Tabela Fonética.
Fonética
15
Exercício 1 - Palavras isoladas Este exercício tem por objetivo avaliar a leitura de transcrições fonéticas em palavras isoladas. Indique a forma ortográfica de cada uma das palavras a seguir.
1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. 10.
f o 'nct$ika] èi3 §'yoke] k a 'hete] s i s 'tsfine ] 'prasa] 'kosegas] 3 e 'ladu] k a 'dsfinu] is'kole] [sefi've39]
11. 12. 13. 14. 15. 16. 17. 18. 19. 20.
[pi'rigu] [i 'ziJtSi] [d3 i'zijtji] [paw'pitJi] [d3 is'kuwpe] [ba'raÂu] [i 'gofide] [kwa 'driÁe] [mã'yã] [fi'iCots]
Exercício 2 - Palavras em contexto Este exercício tem por objetivo avaliar a leitura de palavras em contexto. Indique na linha em branco a forma ortográfica para o texto transcrito foneticamente. Em seguida sublinhe ou circule os trechos em que a representação fonética está inadequada e faça as correções necessárias. Siga o exemplo. Você deverá encontrar 10 segmentos que foram transcritos de maneira inadequada (incluindo o erro exemplificado). Todos os casos a serem identificados se referem a uma con soante ou vogal e ocorrem em palavras individuais. Não considere alterações em limite de palavras.
[ 'fsta
se'sãu
'têi
pur
obi3 e 1t^ivu
avali'ar
____£_______________________________________________________________________________________
u
koyesi'metu
fo'nst$ik
du
istu'datji
'na
ahtjikula1toria /is'psre
1arie 'd3 i
si
'ki
'u istu'datji 'se38 ka'paz 'd3 i f a 1zeh trãskri 1sõis fo'nctjikss se3 a tã'bêi segi'metus katego'riaz
'du puhtu'gez ka'paz
brazi'leru
'i
'd3 i klasifi'kar
kõsonã'tais
'i
i s p e 'sifikes]
vo'kalikus
'ki
u 'êi
16
Exercícios de fon ética e fo n o lo g ia
Exercício 3 - Identificando segmentos Este exercício tem por objetivo oferecer ao estudante a oportunidade de iden tificar segmentos a partir de suas propriedades articulatórias. Considerando a sua pronúncia, marque as palavras que tenham o som indicado na coluna da esquerda. Você deverá selecionar entre duas e quatro palavras em cada linha. Se necessário faça uso da tabela fonética. Siga o exemplo dado. Ex.:
Consoante oclusiva lua
sala
g re v e
falha
lata
1. Consoante bilabial
cinema
dica
tarde
chuva
mamãe
2. Consoante fricativa
sala
canjica
dado
sabão
cará
3. Consoante nasal
pulga
banho
salsa
nuca
amor
4. Vogal oral
sim
cem
sabão
assim
bombom
5. Vogal nasal
onda
rua
canto
mulher surda
6 . Consoante oclusiva
sela
pelo
multa
grito
lua
7. Consoante líquida
careca
mato
frio
atlas
vila
8 . Consoante sibilante
pulo
chuva
suco
ajuda
zero
9. Vogal média
medo
dia
grave
vela
bola
10. Vogal posterior
pia
luva
marca
pato
belo
Exercício 4 - C lassificando consoantes Este exercício tem por objetivo oferecer ao estudante a oportunidade de clas sificar segmentos consonantais a partir de suas propriedades articulatórias. Relacione cada um dos segmentos consonantais da tabela a seguir com as categorias articulatórias indicadas. Você deverá indicar três categorias para cada consoante, selecionando uma única opção em cada um dos quatro grupos listados. Siga o exemplo. M odo de articulação
(1. oclusiva) (2. africada) (3. fricativa) (4. nasal) (5. tepe) (6 . vibrante) (7. retroflexa) (8 . lateral)
Lugar de articulação
( 1. bilabial) (2 . labiodental) (3. dental ou alveolar) (4. alveopalatal) (5. palatal) (6 . velar) (7. glotal)
Vozeamento
( 1 . vozeada) (2 . desvozeada)
l.p 2. b 3. t 4. d 5. k
1, 1 , 2 _______
13. 14. 15. 16. 17.
n s R ji tS
____________ ____________ _ _ _ _ _ _ ____________ ____________
Fonética
6. 7. 8. 9.
g __________ _ f _____________ v _____________ 1 _____________ 10 . z _________„
18. S 19. h 20. X 21. f 2 2 . 4.
11. m '
23. f
12. 3 _ ________ ___
24. d3_
17
Exercício 5 - Classificando vogais Este exercício tem por objetivo oferecer ao estudante a oportunidade de classificar segmentos vocálicos a partir de suas propriedades articulatórias. Relacione cada um dos segmentos vocálicos da tabela a seguir com as catego rias articulatórias indicadas. Você deverá indicar quatro categorias para cada vogal, selecionando uma única opção em cada um dos quatro grupos listados. Siga o exemplo. Oral-nasal
(1. oral) (2. nasal)
Anterioridadeposterioridade
(3. anterior) (4. central) (5. posterior)
Altura
(6 . alta) (7. média-alta) (8 . média-baixa) (9. baixa)
Arredondam ento
(10. arredondada) (11. não-arredondada)
1. a 2. s 3 .1 4. o 5. o
__________ ____________ ____________ ____________ ____________
6. a 7. e 8. u 9. i 10. ü
____________ _ _ _ _ _ _ ____________
Exercício 6 - T ran scriçõ es fo n é tic a s Este exercício tem por objetivo avaliar a habilidade do estudante em fazer transcrições fonéticas utilizando o alfabeto internacional de fonética. Transcreva foneticamente as palavras a seguir. 1. elegante
____________ 2. carregam ento____________ 3. ajudante ____________ 4. congelados ____________ 5. amplitude ____________ 6 . embrulhadinho____________ 7. refrigerante ____________ 8 . casamento ____________
16. exílio 17. venenosa 18. enxurrada 19. existente 20. mangueira 2 1 . principal 22. exagerado 23. meiguice
_ _• _ _ _ _ _ _
18
Exercícios de fon ética e fo n o lo g ia
9. exemplo 10. horrorosa 11 . igualdade 12. depressa 13. executivo 14. regime 15. lingüiça
____________ ____________ ____________ ____________ ____________ ____________ ____________
24. guelra 25. gelatinosa 26. hipocrisia 27. cisterna 28. alegremente 29. guitarra 30. geral
Exercício 7 - Acento Este exercício tem por objetivo avaliar a habilidade do estudante em indicar a proeminência acentuai - ou acento - em sílabas tônicas. Indique a sílaba tônica nas palavras abaixo. Note que o acento gráfico foi omitido. 1. assifütrico 2 . simbolico 3. buscape 4 . cafeteria 5. vocalica 6 . capim
7. parafemalia 8 . atum 9. simbolismo 10 . simetria 11. lapis 12 . amem
Exercício 8 - Juntura de palavras Este exercício tem por objetivo avaliar a habilidade do estudante em indicar a proeminência acentuai - ou acento - em sílabas tônicas. Transcreva foneticamente os segmentos correspondentes às letras em negrito. Siga o exemplo. Obs.: O símbolo 0 indica a ausência de segmento. 1. cor horrorosa 2 . cruz sagrada 3. cor predominante 4 . três meninos 5 . duas zebras 6 . m ar belo
r 0 ________ ____________ ____________ ____________ ____________ ____________
7. ler livros ____________ 8 . luz branca ____________ 9. dois sapos ____________ 10 . dor intensa ____________ 11. quer com ida____________ 12 . depois dela ____________
Fonêmico
Esta parte de ‘Fonêmica’ tem por objetivo trabalhar a metodologia proposta pelo modelo Fonêmico e também fazer uso dos conceitos propostos por tal mode lo. Os exercícios apontam os mecanismos propostos para se buscar generalizações atestadas nos sistemas sonoros. Tem-se como objetivo adicional avaliar a per tinência do modelo e dos conceitos apresentados. Leitura essencial Fonética e Fonologia do Português - Roteiro de Estudos e Guia de Exer cícios, Thai's Cristófaro Silva, Editora Contexto, páginas 117 a 190. Conceitos explorados alofone arquifonema contexto contraste fonêmico contraste em ambiente idêntico contraste em ambiente análogo descrição estrutural distribuição complementar
fonema mudança estrutural neutralização par mínimo relação entre alofones sons foneticamenete semelhantes transcrição fonêmica
Exercício 1 - Fonemas Vocálicos O rais do Português Este exercício tem por objetivo avaliar os conceitos de fonema, pares mínimos. Sons Foneticamenete Semelhantes - SFS, contraste em ambiente idêntico, contraste em ambiente análogo. • Questão 1 Indique a forma ortográfica de cada uma das palavras abaixo. 1. [ 1p i z e ] 2 . [ 1fo fim s]
2 1 . [ 1h o z s ] 2 2 . [ 1d o h ]
3. 4. 5. 6. 7.
23. 24. 25. 26. 27.
[d a ] [ k o lu ] [ 'h c z e ] [ 'g a l e ] [ k a 1p a s ]
[ ' m odu] [ 'baha] [ k a 1p u s ] [ 1s o k u ] [ 1s i s t u ]
20
Exercícios de fo n é tica e fo n o lo g ia
28. 29. 30. 31. 32. 33. 34. 35. 36. 37. 38. 39. 40.
8. \ b ih a ] 9. [ s e d 3 i ] 10 . 1m edu] 11 . ' S 0 3 9 ] 12 . ' v e l a ]
13. 14. 15. 16. 17. 18. 19. 20 .
' suku] 'g o l s ] ' SU3 8 ] ' v a la ] 'ssd3i ] 'k ilu ] 'p £ Z 8 ] 1fofim e]
' o su ] 1i s u ] 1s u s t u ] 1d e d u ] 1d a d u ] 1m i t u ] ' m e tu ] 1s o k u ] 1PE S 8 ] 1p o s e ] 1s e h e ] 1s u h s ] 1s a p u ]
• Questão 2 Considerando os dados da ‘Questão 1’ indique pares mínimos que expressem o contraste fonêmico entre cada um dos pares de segmentos vocálicos listados a seguir. Siga o exemplo. Os números entre parênteses correspondem ao número do exemplo na ‘Questão 1’. 1.
i i 3. i 4. i 5. i 6. i 7. e 8, e 9. e 10 . e
-
e e a 0 0
u s a 0 0
U 19
11. e 12 . e
u a
13. 14. 15. 16. 17. 18. 19. 20. 21.
0 0
s £ e a a a 0 0 0
u -
0 0
u 0
u u
• Questão 3 Considerando a noção de ‘Sons Foneticamente Semelhantes - SFS ’ indique quais dos pares de vogais listados na ‘Questão 2’ são relevantes na caracterização do sistema vocálico oral do português. Justifique a sua resposta. Consulte p. 128. Você deverá listar quatro pares de sons. • Questão 4 Considerando os dados da ‘Questão 1’ indique um par mínimo que ilustre duas palavras que caracterizam o ‘Contraste em ambiente idêntico ’ e duas outras palavras que caracterizam o 'Contraste em ambiente análogo’. Consulte p. 126.
Fonêm ica
21
Contraste em ambiente idêntico
Contraste em ambiente análogo
• Questão 5 Os dados apresentados na 'Questão 1’ expressam o contraste fonêmico entre as 7 (sete) vogais orais do português. Indique quais são os 7 (sete) fonemas vocáli cos prais do português e exemplifique com pelo menos uma palavra que contenha tal fonema. O seu exemplo deve estar na forma ortográfica e com a transcrição fonéti ca correspondente. Consulte pg. 180 se necessário. Seus exemplos podem ser de palavras da ‘Questão 1' ou de qualquer outra palavra do português. 1. a 2. 3. 4.
casa
1 kaze
5. 6. 7.
• Questão 6 No modelo fonêmico, qual é o objetivo de se buscar pares mínimos entre sons foneticamente semelhantes? Consulte p. 128.
Exercício 2 - P a la ta liz a ç ã o d e o clu siv as a lv e o la re s Este exercício tem por objetivo avaliar os conceitos de fonema, alofone, distribuição complementar, transcrição fonética e fonêmica e relação entre alofones. • Questão 1 Indique a forma ortográfica de cada uma das palavras a seguir. 1 . [ 1g r a d 3 i ] ____ 2 . [ 11 J i g r i ] ____
3. [ 1d a t e ] ____ 4. [ d 3 i 1t a d u ] __
5. [ 1bod3i ] ___
6 . [ 1d a d u ]
___ _ ____
7. [ 1t e l a ] 8 . [ 1k a t e ] _____ 9. [ p a t j i ' n e t S i ] 10. [ k a ' p o t e ] __
11. [ad3 i 'adu] 12 . [ ' t u d u ] 13. [ 1d e l e ] 14. [ ' d 3 i k e ] 15. [ 1l e s t 1 1 16. [ ' t j i p u ] 17. [ 1k a d e ] 18. [ k a ' d e ] 19. [ 1d e d u ] 2 0 . [ o 1t $ i t S
22
Exercícios de fon ética e fo n o lo g ia
• Questão 2 Justifique por que os segmentos (t, d), ( t j , CÍ3 ), (t, t $) e (d, (I3 ) podem ser classificados como Sons Foneticamente Semelhantes - SFS. Consulte p. 128. • Questão 3 Considerando os dados da ‘Questão 1’ indique pares mínimos que expressem o contraste fonêmico entre os pares de SFS listados a seguir. Você encontrará pares mínimos para apenas 1 (hum) dos quatro pares listados.
1. t
- d
___________
2. t J - d 3 ____________
3. t 4. d
- t j ___________ - d 3 ____________
• Questão 4 Quando não encontramos pares mínimos entre dois SFS investigamos a pos sibilidade dos sons em questão estarem em 'Distribuição Complementar’. Neste caso tentamos determinar o contexto em que estes sons ocorrem. Um dos ambien tes propícios à modificação de segmentos é o som precedente e o som seguinte (p. 119). Na busca de investigarmos a hipótese da 'Distribuição Complementar' para os sons t , d, t S, d 3 consideraremos os sons que precedem e seguem cada um destes segmentos. No exemplo ilustrado para o item (1 .grade [ 1g r a d 3 i ]) o som precedente é (a) e o som seguinte é ( 1 ). Quando um dos sons investigados ocorre em início de palavra, utilize o símbolo 0 para indicar que não há som precedente. Note que no dado número (2 ), referente à palavra (tigre), o símbolo 0 ocorre na coluna de segmentos precedentes (e portanto indica o início de palavra). Preencha a tabela a seguir indicando o som precedente e o som seguinte para cada uma das palavras da ‘Questão 1’. Os números indicam o exemplo apresenta do na ‘Questão 1'. Siga o exemplo indicado para o número (2).
d
t 3 4 7
ts
3
2
4
9
4
9
5
15 16 20 20
11
8
6 6
10
11
12
12
13 17 18 19 19
0
i
1
14
a
1
Fonêm ica
23
• Questão 5 Considere a distribuição dos sons que precedem e seguem as consoantes t , d, t J , d 3 na 'Questão 4 ’. Observe se há algum contexto (ou seja, som precedente ou seguinte) em que um único som, ou sons muito semelhantes, ocorram e responda: 1. Quais são os sons recorrentes na ‘Questão 4' e em que contexto ou ambiente eles ocorrem?
2. Quais das consoantes t , d, t $ , d 3 ocorre precedendo os sons recor rentes?
3. Há alguma propriedade articulatória comum aos sons recorrentes e às consoantes que os precedem? Qual?
4. Que tipo de generalização podemos inferir a partir da distribuição dos sons estudados na ‘Questão 4 ’?
• Questão 6 As generalizações inferidas na ‘Questão 4 ’ nos permitem classificar os sons t , d, t J, d 3 em distribuição complementar. Expresse a distribuição complemen tar para estes sons no esquema a seguir (cf. pg 132). /
/
------------► [
] ocorre
_______________________
] ocorre
______________________
] ocorre ] ocorre • Questão 7 Para cada um dos pares ( t , t e (d ,d 3 ) escolha um dos sons para representar a posição do fonema. Justifique a sua resposta.
24
Exercícios de fo n é tica e fo n o lo g ia
• Q uestão 8 Complete as lacunas em cada uma das transcrições fonêmicas a seguir. Lembre-se de que nas transcrições fonêmicas somente os fonemas são indicados. Com plete as lacunas com os fonemas apropriados. 1. [ ' t j i g n ] 2. [ d 3 i ' t a d u ] 3. [ ' d a d u ]
/ ' _i g r e / / _i ' __ a __o / / ' _a ___ o /
4. [ a d 3 i ' a d u ]
/ a __ i 1a,__ o /
5. [ ' t j i p u ]
/ ' __ i p o /
6. [ ' k a d e ]
/ ' k a __ a /
• Questão 9 Na distribuição complementar apresentada na ‘Questão 6 ’ temos os alofones t , d, t S, d 3 . Os alofones t , t J se relacionam ao fonema t e os alofones d ,d 3 se relacionam ao fonema d. Considerando tal distribuição complementar responda: 1. É possível estabelecer alguma relação entre os sons t , d? A relação entre estes sons é importante?
2. É possível estabelecer alguma relação entre os sons t j , d 3 ? A relação entre estes sons é importante?
3. Seria importante formalizar a relação entre os sons t , d, t J, d 3 ? Justifique.
• Questão 10 Transcreva ortograficamente os dados a seguir. 1. [ ' t j í t a ] _________ 2. [ k a ' a t j l g a ] _________ 3. [ ' t j í p a n u ] _________
4. [ m ã ' d 3 Í g a ] ____________ 5. [ l d 3 Í d 8 ] ____________ 6. [ i n a d 3 l ' p l ê t j i ] _________
i
• Questão 11 Vimos que as consoantes africadas ocorrem quando seguidas das vogais altas orais i , i . Considere os dados da ‘Questão 10’ e responda. 1. As consoantes africadas podem ocorrer quando a vogal seguinte é uma vogal alta nasal í ?
Fonêm ica
25
2. No modelo fonêmico é possível expressar a relação entre i , i , í ?
3. Seria relevante expressar tal relação?
• Questão 12 Uma proposta alternativa de formalização de distribuição complementar pode ter o seguinte formato: A -» B / C _ D onde: • A é a descrição estrutural • B é a mudança estrutural • C e D são contextos ou ambientes em que a mudança ocorre. • __ representa a posição do segmento a ser alterado pela mudança estrutural em relação ao contexto O processo de palatalização de oclusivas alveolares estudado neste 'Exercí cio’ pode ser expresso nas duas regras listadas a seguir: / t / - » [ t $ ] / ____ i , i , i
e
/ d / ^ [ d 3 ] / ___ i , i , í
Responda: 1. Seria possível agrupar as duas regras numa única regra? Justifique.
2. Uma regra expressa a noção de processo que implica em transformação. Você acha mais adequada a noção de listagem de alofones proposta pela distribuição complementar ou a noção de processo indicada pela regra acima? Justifique.
Exercício 3 - Lateralização de vibrante (desvio fonológico) Este exercício tem por objetivo avaliar os conceitos de fonema, contraste fonêmico e alofones. Espera-se que o estudante possa avaliar casos de desvios fonológicos relacionados a aspectos articulatórios. Este fenômeno é também de nominado ‘Substituição de líquida [I] por [/*]’.
26
Exercícios de fon ética e fo n o lo g ia
• Questão 1 Faça a transcrição fonética de acordo com a sua fala individual para cada um dos itens listados na tabela a seguir. Os dados já transcritos representam a fala de uma criança com desvio fonológico. 1 . (ele) cala 2 . prato
3. arara 4. mola 5. cara 6 . brava 7. barata 8 . (ele) mora 9. atlas 10 . placa 11 . crua 12 . claro 13. atrás 14. bloco
[ 1k a l s ] [ 1p l a t u ] [ a 1l a i a ] [ 1m o l a ] [ 1k a l a ] [ 'blava] [ b a 1l a t a ] [ 1m o l a ] [ ' atlas] [ 'plaka] [ 1k l u a ] [ 1k l a l u ] [ a 1t i a s ] [ 1b l o k u ]
Questão 2 Os dados que você transcreveu devem representar a pronúncia adulta sem desvios fonológicos. Os dados da coluna do meio são de uma criança com desvios fonológicos. Contraste os dados do adulto com os dados da criança e responda. 1. Os sons 1 e r podem ser classificados como fonemas na fala da crian ça? Em caso afirmativo, indique pelo menos um par mínimo que expresse o contraste fonêmico entre 1 e r.
2. Os sons l e r podem ser classificados como fonemas na fala do adulto? Em caso afirmativo, indique pelo menos um par mínimo que expresse o contraste fonêmico entre l e r .
F onêm ica
27
3. Como você sugere que a fala da criança seja analisada pelo ‘Modelo Fonêmico’?
• Questão 3 Como a criança, cuja fala é apresentada na ‘Questão 1’, pronuncia as palavras da tabela abaixo? Indique também a sua pronúncia que deve representar a fala de um adulto sem desvios fonológicos. criança
adulto
1 . criança
____________
____________
2 . salada
____________
____________
3. blusa
____________
____________
4. embora
____________
____________
5. livro
____________
____________
6 . lua
____________
____________
7. para
____________
____________
8 . sola
____________
____________
• Questão 4 Como você justifica que o adulto e a criança pronunciam (2, 3, 6 , 8 ) de manei ra idêntica e os demais exemplos de maneira diferente?
• Questão 5 Que características articulatórias os sons 1 e r compartilham?
Exercício 4 - Palatalização de sibilantes (desvio fonológico) Este exercício tem por objetivo avaliar os conceitos de fonema, contraste fonêmico e alofones. Espera-se que o estudante possa avaliar casos de desvios fonológicos que estão relacionados com alofonia. • Questão 1 Faça a transcrição fonética de acordo com a sua fala individual para cada um dos itens listados na tabela a seguir. Os dados já transcritos representam a fala de uma criança com desvio fonológico.
28
Exercícios de fon ética e fo n o lo g ia
1 . chata 2 . camisa
3. mexer 4. achar 5. machuca 6 . bicho 7. juízo 8 . pisar 9. uso 10 . osso 11 . caja 12 . isso 1 3 .casar 14. azar 15. bruxa 16. peso 17. inchou 18. peça 19. assar 2 0 . viajar
'sata k a 1m i 3 a me 1s e a 1s a ma 1s u k a 'biSu z u ' Í3U pi '3a ' uzu 1o s u k a 1z a 'iSu k a 1z a a 1z a 'brusa Ip e z u I I So ' P S S 8
a 1s a v i a ' za
• Questão 2 Os dados que você transcreveu devem representar a pronúncia adulta sem desvios fonológicos. Os dados da coluna do meio são de uma criança com desvios fonológicos. Contraste os dados do adulto com os da criança e responda. 1. Os sons s , z, 3 podem ser classificados como fonemas na fala da criança? Em caso afirmativo, indique pelo menos um par mínimo que ex presse o contraste fonêmico entre estes sons.
2. Os sons s , z, $, 3 podem ser classificados como fonemas na fala do adulto? Em caso afirmativo, indique pelo menos um par mínimo que ex presse o contraste fonêmico entre estes sons.
• Questão 3 Considere a fala da criança e preencha a tabela a seguir. Indique o som prece dente e o som seguinte para cada uma das palavras da ‘Questão 1’. Os números indicam o exemplo apresentado na ‘Questão 1’.
Fonêm ica
s 1 0
z 9
3
X
7
6
2
3 4
9
12
7
11
17
8
5
12
10
13 14
15 18 19
29
16 20
• Questão 4 Considere a distribuição dos sons que precedem e seguem as consoantes s , z, $, 3 na ‘Questão 3’. Observe se há algum contexto (ou seja, som precedente ou seguinte) em que um único som, ou sons muito semelhantes, ocorram e responda: 1. Quais são os sons recorrentes numa mesma coluna na ‘Questão 3’?
2. Quais das consoantes s , z , J, 3 ocorre seguindo os sons recorrentes?
3. Há alguma propriedade articulatória comum aos sons recorrentes e às consoantes que os precedem? Qual?
4. Que tipo de generalização podemos inferir a partir da distribuição dos sons estudados na ‘Questão 4 ’?
• Questão 5 As generalizações inferidas na ‘Questão 4 ’ nos permitem classificar os sons s , z, J, 3 em distribuição complementar. Expresse a distribuição complementar para estes sons no esquema a seguir (cf. p. 132).
30
Exercícios de fo n é tica e fo n o lo g ia
/
/
► [
] ocorre ] ocorre
/
/
►
] ocorre ] ocorre
• Questão 6 Como a criança, cuja fala é apresentada na ‘Questão 1’, pronuncia as palavras da tabela abaixo? Indique também a sua pronúncia, que deve representar a fala de um adulto sem desvios fonológicos. cnança
adulto
1 . lixo 2 . janela
3. lisa 4. graxa 5 . chave 6 . chuva
• Questão 7 Como você justifica que somente no primeiro exemplo da ‘Questão 6 ’ - para a palavra ‘lixo’ - a fala da criança e do adulto são idênticas e nos outros casos a fala da criança e do adulto são diferentes?
• Questão 8 Expresse, em formato de regra, o processo de desvio fonológico que ocorre na fala da criança cujos dados são apresentados na ‘Questão 1'.
Exercício 5 - Palatalização em juntura (inglês) Este exercício tem por objetivo avaliar os conceitos de fonema, SFS, contraste fonêmico, alofones, contexto ou ambiente, variação livre e opcional idade. Não é necessário que o estudante tenha conhecimento da língua inglesa.
Fonêm ica
31
• Questão 1 Considerando os critérios para a definição de Sons Foneticamente Semelhan tes - SFS e os sons s , z , t , d, J, 3 , t j , d 3 , os seguintes pares de sons foram selecionados para serem investigados como SFS. 1. 2. 3. 4.
s s s s
-z -t - S -tj
5. 6. 7. 8.
I - t$ S-3 I -1 t-tj
9. t - d 10. t j - d 3 ll.d-d3 12. d - z
13. d 14. z 15. z 16. 3
-3 -3 - d3 - d3
a. Justifique por que os SFS listados na “Questão 1’ foram selecionados (cf. p. 128).
b. Indique pelo menos um par possível de sons (que seja formado pela combinação dos segmentos s , z, t , d, $, 3 , t J, d 3 ) que não foi apresen tado na ‘Questão 1' e justifique por que tal som não foi selecionado como um SFS.
• Questão 2 Em inglês há poucas palavras que apresentam o som 3 . A maioria destas palavras são empréstimos do francês. Considerando que há um número reduzido de palavras com tal som seria difícil encontrarmos pares mínimos entre 3 e outro sons (porque se há poucas palavras há poucas chances de se encontrar palavras com características estruturais semelhantes). Que alternativa teríamos para avaliar se o som 3 contrasta ou não com outros sons? Justifique. (Avalie uma alternativa possível ao Contraste em Ambiente Idêntico).
• Questão 3 Se você conhece a língua inglesa, tente identificar a forma ortográfica para as transcrições fonéticas apresentadas abaixo. Se você não conhece a língua inglesa, mesmo assim você pode fazer o exercício (e verificar a forma ortográfica das palavras ao conferir a sua resposta). Considere os exemplos a seguir. 1.
2.
__________ [ ’ sip] [’ zu: ]
________________________
11.__________ [ 1g u : z ] 12 . ___________ [ ’ zip]
3 . ____________ [ 1b r A $ ]
1 3 . ____________ [ g u d ]
4 .__________ ['Sip]
14.__________ ['tip]
32
Exercícios de fon ética e fo n o lo g ia
[ [ [ [ [ [
5. 6. 7. 8. 9. 10.
d 3 in] 1b r u : z ] ’g u d 3 ] ' r u : d] 'bAd3 ] 'tip ]
15. 16. 17. 18. 19. 20.
du: ] tSip] tjinj
'dip] b r u :3 ] r u :3 ]
• Questão 4 Encontre pares mínimos para os pares de sons listados na ‘Questão 3’. Preen cha a tabela a seguir com esta finalidade (considere potenciais pares que contras tam sons em ambientes análogos). Observe no exemplo dado que os números entre parênteses correspondem aos números dos exemplos listados acima. 1. s - z 2. s - 1
( 1, 12)
3.S-J . 4. s - t X .
5. s-ts . 6- S - 3 . 7. S - t . 8. t - t S .
9. t - d 10 . t j - d 3 11 . d - d 3 12 . d - z 13. d - 3 14. z - 3 15. z -d 3 16. 3 -d 3
• Questão 5 Considerando-se os pares mínimos que você listou na ‘Questão 3’ responda: os sons s , z, t , d, X, 3 , t j , d 3 são fonemas em inglês?
• Questão 6 Considere os dados a seguir do inglês britânico. Os símbolos fonéticos se referem às letras em negrito. Os exemplos foram colocados em grupos distin tos para facilitar a identificação do fenômeno a ser analisado. Nos dados abaixo considere as consoantes finais que ocorrem nas palavras em (1-4). Nos dados (5-16) as mesmas palavras apresentadas em (1-4) são seguidas de outras pala vras. Considere cada grupo individual e responda às perguntas que seguem após os exemplos. 1. sit 2 . said
3. yes 4. these
t d s z
Fonêm ica
5. s itjt there 6 . he said eat 7. yes itjs 8 . these eagles
t d S z
i i: I i :
9. sit up 10 . he said no 11. ves I said 12 . these pets
t d s z
A n ai p
13. 14. 15. 16.
tS d3 S 3
sit your dog he said ves yes you are all these years
33
j J J j
Em (5-16) ocorre uma seqüência de palavras na qual a forma fonética da primeira palavra é apresentada em (1-4). Considere o som (ou grupo de sons) que ocorre no início da segunda palavra na seqüência. Indique este contexto (de som ou grupo de sons) para cada um dos grupos abaixo. Associe a coluna da esquerda à coluna da direita. 1. 2.
Grupo (5-8) Grupo (9-12)
( (
) )
3.
Grupo (13-16)
(
)
a segunda palavra se inicia com o glide j a segunda palavra se inicia por uma vogal alta i : ou i a segunda palavra se inicia por vogal (não alta) ou por consoante
• Questão 7 Os sons i , i : ,j são segmentos que apresentam propriedades fonéticas seme lhantes (pois são articulados com a língua numa posição alta, anterior e sem obs trução no trato vocal). Sons que compartilham propriedades fonológicas podem estar envolvidos em um mesmo processo fonológico. Considere os dados (5-8) e (13-16) e responda: Os sons i , i : ,j afetam os segmentos que os precedem em juntura de palavras da mesma maneira? Justifique a sua resposta.
• Questão 8 Observe o comportamento distinto dos Grupos (5-8) e (13-16) em relação ao que ocorre com a consoante final da primeira palavra (considerando-se a seqüên cia de palavras). Como você explica a alteração das consoantes finais da primeira palavra no Grupo (13-16)?
34
Exercícios de fon ética e fo n o lo g ia
• Questão 9 Explique em palavras o processo fonológico de palatalização que envolve os dados do Grupo (13-16).
• Questão 10 Considere o formato de regra apresentado abaixo e preencha as lacunas de maneira a expressar o processo de palatalização que envolve o Grupo (13-16). Faça uso dos segmentos em conjunto conforme indicado na descrição estrutural (p. 132) e também no Exercício 2, Questão 12. / t , d , S, Z / -» [ __________ ] / ____________________________ • Q uestão 11 Você pode pensar em alguma outra língua que apresenta um processo seme lhante ao processo relacionado ao Grupo (13-16)? Justifique com exemplos. (Veja ‘Exercício 2’).
• Questão 12 O processo de palatalização que envolve os dados do Grupo (13-16) ocorre também em palavras individuais que são semântica e morfologicamente relaciona das. Exemplos são ilustrados na tabela a seguir. Para cada exemplo é indicado o correspondente fonético para as letras em negrito. 1a. habit 2 a. grade
3a. confess 4a. please
t d s z
lb. 2 b. 3b. 4b.
h ab itual grad u al confession pleasure
tju d3U $8 30
Há pelo menos duas grandes diferenças entre o processo de palatalização que envolve as formas do Grupo (13-16) para o processo de palatalização que envolve as palavras acima. Uma dessas diferenças é que no Grupo (13-16) 0 processo se aplica entre palavras e nos dados acima o processo se aplica em palavras morfologicamente complexas (derivadas). A outra diferença diz respeito ao fato de o processo de palatalização do Grupo (13-16) ter caráter opcional e o processo de palatalização dos dados acima ser categórico (e as consoantes alveopalatais devem obrigatoriamente ocorrer nas palavras derivadas). Considerando essas duas diferenças responda:
Fonêm ica
35
Seria mais apropriado dizer que nos exemplos anteriores não há processo de palatalização e que, de fato, as consoantes alveopalatais ocorrem na ‘Questão 12’ em formas semanticamente relacionadas, mas que não compartilham propriedades morfológicas? Note que as consoantes alveopalatais em questão podem ocorrem em inglês independentemente de qualquer processo fonológico, pois são fonemas do inglês.
• Questão 13 Além dos exemplos apresentados na 'Questão 12' - os quais pelo menos en volvem palavras semanticamente relacionadas - há um grupo de palavras em que uma consoante alveolar ou uma consoante alveopalatal pode ocorrer em variação livre dentro da palavra - ou seja, sem envolver limites morfológicos ou sintáticos (ver pp. 133-135). Exemplos destes casos são: 1. Tuesday 2 . due 3. issue 4 . exude
11juizdei 'dju: 'isju: i g 1z j u : d
't^uizdei 'd3ju: iSju: i g 13 j u : d
Compare as formas altemantes acima e as formas altemantes apresentadas para o Grupo (13-16). Há similaridade entre os dois casos? Justifique.
• Questão 14 Considerando o processo de palatalização avaliado neste Exercício pode mos dizer que no caso dos Grupo (13-16) e da ‘Questão 13’ a palatalização é opcional, e no caso da ‘Questão 12’ a palatalização é obrigatória. Há como ex pressar no modelo fonêmico que um processo seja opcional em certos casos e obrigatório em outros casos?
Exercício 6 - Sibilan+es em português (tam bém inglês) Este exercício tem por objetivo avaliar os conceitos de fonema. contraste fonêmico, alofones, contexto ou ambiente e arquifonema. • Questão 1 Indique a forma ortográfica de cada uma das palavras a seguir.
36
Exercícios de fon ética e fo n o lo g ia
[ 1s e k e ] [ 'sopa] rs a ] [ 1p o s i ] C'b u $ a ] [ 1a z a ] [ ' Seru] [ ' s u 3 a] [ 'aSa]
10 . 11 . 12 .
13. 14. 15. 16. 17. 18.
.
[ ' asa] [ ' a3 a] [ 1s a k a ] [ 1z c k a ] [ 1u z u ] ['3a] [ ' ã3u] [ ' bruja] [ 1m e s ]
• Questão 2 Considerando os dados da ‘Questão 1’ você pode afirmar que s , z, J, 3 são fonemas do português? Justifique a sua resposta.
• Questão 3 Indique a forma ortográfica de cada um dos exemplos a seguir (podem ocor rer seqüência de palavras). Belo Horizonte (MG)
Rio de Janeiro (RJ)
Teófilo Otoni (MG)
['pas] ['paij] ['paz] 2 . ------------------ [ ’ lus] ['luiS] ['luz] [mespa 1sadu] [meijpa 1sadu] [mespa'sadu] 3 . _______ 4 ._______ [paskalo1roze] [paijkalo1roza] [paskalo1rozs] [luijtafi1d3 ie] [lustafi'd3 ie] 5 ._______ [Iustafi'd3 i0 ] 6 ._______ [mezbu1nitu] [mei3b u 'nitu] [mezbu'nitu] 7 ._______ [paz'dada] [pai3 'dade] [paz'dada] 8 ._______ [luzgro 1teske] [luj3gro'tejka] [luzgro'teska] 9 ._________________________________________________ [mezi'teru] [meizl'teru] 10 . _______ [pazawme ' 3ada] [paizawme13ade] [pazawme13ade] 1-________
11 .________
12 ._______
[l u z o h o 1r o z e ]
['mês] 13 . ________ [ 'raezis] 14 .________ [lus] 15 .________ ['luzxs]
[l u i z o h o 1roze ]
[’ meiX] ['mezij] [luij] ['luzij]
[l u z o h o 1r o z e ]
['mes] ['mezxz] [lus] [’ luziz]
• Questão 4 Considerando os dados apresentados na ‘Questão 3’, como você expressa a diferença das sibilantes nos três dialetos ilustrados? Complete a tabela indicando a sibilante adequada. Observe os exemplos da primeira linha.
Fonêm ica
37
B. Horiz. (MG) R. de Jan. (RJ) T. Otoni (MG) s
1. Final de palavra
s
z
2. Limite de sílaba seguido de consonte desvozeada 3. Limite de sílaba seguido de consonte vozeada 4. Entre vogais • Questão 5 Contraste os dados (3-5) com (6 - 8 ) da ‘Questão 3’. Como você pode explicar que no caso de (3-5) todas as variedades têm uma sibilante desvozeada e no caso de (6 - 8 ) todas as variedades têm uma consoante vozeada?
• Questão 6 Considere as palavras ‘festa’ e ‘vesga’ em português. Transcreva-as foneticamente de acordo com a sua fala. Você pode afirmar que estas palavras se compor tam de maneira análoga aos casos de limite de palavras apresentados em (3-8)? Justifique.
• Questão 7 Considere os seguintes dados do inglês. As seqüências de consoantes corres pondem às letras em negrito.
1.yesboy
sb
2.
it goes beyond s b 3. yes Paul sp 4. it is Peter sp Considerando esses dados do inglês, você pode dizer que as sibilantes se com portam de maneira igual ou diferente do português em limite de sílaba? Justifique.
38
Exercícios de fon ética e fo n o lo g ia
• Q uestão 8 Vimos na ‘Questão 2’ que as sibilantes s , z, 3 são fonemas do português. Contudo, pelo menos dialetalmente, ocorre a perda do contraste fonêmico em final de sílaba porque tanto s , z, J podem ocorrer (cf. a pronúncia do ‘s’ ortográfico em ‘mes- nas três variedades ilustradas). Como você explica a perda de contraste fonêmico neste caso (veja noções de neutralização e arquifonema da pg. 157).
• Questão 9 Transcreva fonemicamente os dados abaixo preenchendo somente as posições das sibilantes. Indique a forma fonética de acordo com a sua variedade dialetal e a forma ortográfica correspondente. Siga o exemplo.
1. cesta 2 ._________
3. ________ 4 . _______ 5 . _________ 6 . _________ 7 . ________
8 . _______
/'seS ta/ / ' g o ma/ / i 't e R n a / / a ' __ukaR/ /mi ' t u r a /
f ' sesta],f 'sentei ________________
______________ ______________
________________ ________________ / 1_____ ave_____ / ________ /
sro
/ ' __ e l o
/
/
______________
Exercício 7 - Vocalização de lateral posvocálica Este exercício tem por objetivo avaliar a pertinência do conceito de fonema, alofone e distribuição complementar. • Questão 1 Indique a forma ortográfica de cada um dos exemplos a seguir. B. Horizonte (MG) 1 ._______ 2
3 4 5 6 7 8 9
. _______________
. ________ . ________ .________ . ________ . ________ . ________ . ________ 10 ._________ 11 ._________ 12 .________
Porto Alegre (RS)
['sow] [so'lah] [sow'ziyu] ['saw] [saw'gadu] [sa'leru ] [pa'psw] [pape'lada] [papcw 'ziyu] [ i ' g waw] [ i g wa l i ' t a r i u ]
['so l] [so 'lar] [sol'ziyu] ['sal] [sal'gadu] [sa'leru] [pa'psl] [pape'lada] [papsl'ziyu] [ i ' g wa l ] [ i g wa l i ' t a r i u ]
[igwa w 'dad3 i ]
[igwa l 'dad3 i ]
Fonêm ica
39
• Questão 2 Compare os dados da ‘Questão 1’ para as variedades de ‘Belo Horizonte’ e ‘Porto Alegre’ e responda: Quais são os segmentos envolvidos na variação diale tal? (Dica: são 2 segmentos).
• Questão 3 Considere a distribuição dos dois segmentos envolvidos na variação dialetal em relação aos contextos que estes ocorrem e preencha a tabela abaixo: Segmento 1. 2.
^ _________ _________ _________
Contexto em final de sílaba na variedade do RS em final de sílaba na variedade de MG em final de palavras na variedade do RS em final de palavras na variedade de MG
• Questão 4 Na 'Questão 3’ os mesmos segmentos ocorrem no contexto ds fin a l de síla ba e no contexto de final de palavra. Seria possível agrupar esses dois contextos num único contexto? Em caso afirmativo qual seria a propriedade compartilha da pelo contexto? Em caso negativo justifique por que o agrupamento não seria possível.
• Questão 5 Como você explicaria o fenômeno que envolve a variação dialetal nos dados da 'Questão 1’?
• Questão 6 Os dados da 'Questão 1’ expressam um processo tipicamente denominado Vocalização de lateral posvocálica que envolve os segmentos l e w . Preencha o esquema abaixo para expressar tal processo na variedade de MG, indicando o ambiente em que o processo se aplica. / I
/
► [
] ocorre
40
Exercícios de fo n é tica e fo n o lo g ia
• Questão 7 Considere os dados abaixo. Ia. saúde [ s a ' u d 3 i ] [ b a 1u ] 3a. reúne [ h e 1u n i ]
2 a. baú
lb. saudável 2 b. abaulado 3b. reunião
[saw'davcw] [ a b a w 1l a d u ] [hewni'ãw]
Na coluna da esquerda todas as formas apresentam uma vogal [ u ] acentu ada. Na coluna da direita a vogal ocorre como um glide recuado .1 Ao compararmos os dados (la-b). (2a-b), (3a-b) podemos afirmar que uma vogal acentuada [ u ] passa a se manifestar como o glide recuado [ w ] quando ocorre em posição não acentuada, precedida de vogal e em posição final de sílaba. Estas observações nos levam a postular a seguinte alofonia: / u / —►
ocorre como [ w ] em sílaba não acentuada, precedida de vogal e em final de sílaba
[ u ]— ► ocorre como [ u ] nos demais ambientes (NDA) Observe que [w] é um dos alofones do fonema vocálico /u/. Note também que [w] é um dos alofones do fonema consonantal 111 (cf. ‘Questão 6 ’). E possí vel estabelecer alguma relação entre os alofones [w] que pertencem a fonemas diferentes ( ou seja, /u / e 111)1 Esta relação é importante? Justifique.
• Questão 8 Faça a transcrição fonêmica dos dados da ‘Questão 1’ listados abaixo. 1. 2.
_________ _________ 3. _________ 4. _________ 5. _________ 6 . _________ 7. _________ 8 . _________ 9. _________ 10 . ________ 11 . ________ 12 . ________
sol solar solzinho sal salgado saleiro papel papelada papelzinho igual igualitário igualdade
1 Em C ristófaro Silva (2001) sugeri que o glide recuado em ditongos fosse transcrito com o [u] e o glide decorrente da vocalização do IV fosse transcrito como [w]. Contudo, considerando-se que [u] e [w] represen tam um m esmo segm ento - o glide recuado - este exercício utilizará o símbolo [w] para o glide recuado.
Fonêm ica
41
• Questão 9 Indique a forma ortográfica de cada um dos exemplos abaixo. Estes exemplos consistem em seqüências de palavras. 1. 2. 3. 4. 5. 6.
__________ __________ __________ __________ __________ __________
[ s o w a m a 1r e l u ] [sowhe'dodu] [ s a w a 1maf i gu] [ 1s a w ' b r ã k u ] [ p a p e w í 1t e r u ] [ p a p e w 1p r e t u ]
• Questão 10 Vimos que na variedade de MG o 111 sempre se manifesta como [w] em posição final de sílaba (ex: sol, sal, papel). Em palavras derivadas um [1] ocorre (ex: solar, saleiro, papelada). O fato de o segmento [ 1 ] ocorrer em palavras derivadas (quan do o fonema 111 não ocorre em final de sílaba) é um dos argumentos para se pos tular o fonema 111. Note que nas palavras derivadas temos um grupo de morfemas: (sol+ar), (sal+eir+o), (gol+eir+o). Tomando o comportamento do fonema 111 em limite de morfemas em palavras derivadas, consideremos a seguir o que ocorre em limite de seqüência de palavras. Considere os exemplos da ‘Questão 9’ em pares - (1,2), (3,4), (5,6) - e responda: o fonema 111 se comporta da mesma maneira em limite de seqüência de palavras e em limite de morfemas (em palavras derivadas)?
Exercício 8 - Vogais nasais e vogais nasalizadas (tam bém inglês) Este exercício tem por objetivo avaliar a pertinência do conceito de fonema, alofone e arquifonema. • Questão 1 Indique a forma ortográfica de cada uma das palavras abaixo.
1 2 3 4 5
.________ . ________ .________ .________ .________ 6 . ________ 7 .________
['mitu] ['teto] ['kato] ['bõbe] [ 'sí ] ['müdu] ['kãta]
8 . __________
9 . __________ 10._________ 11._________ 12._________ 13._________ 14._________
['boba] ['mitu] ['mitu] [téte] [ lã] [ mudu] [ Ia ]
42
Exercícios de fon ética e fo n o lo g ia
• Questão 2 Considerando os dados da ‘Questão 1' você pode afirmar que vogais orais e vogais nasais são fonemas distintos do português? Considere os seguintes seg mentos vocálicos: i , í , e, ê, a, ã, 0 , õ, u, ü. Justifique a sua resposta apresentan do pares mínimos, se apropriado.
• Questão 3 O contraste fonêmico observado na ‘Questão T pode ser atestado para todas as vogais em meio de palavra e em final de palavra? Justifique.
• Questão 4 A proposta de contraste fonêmico entre vogais orais e vogais nasais sugere um sistema vocálico com sete vogais orais e cinco vogais nasais em português. Quais são estas vogais?
• Questão 5 Uma proposta contrária à análise do contraste fonêmico entre as vogais orais e vogais nasais é sugerida por autores que assumem um arquifonema nasal posvocálico (cf. p. 165). Qual das duas propostas parece mais apropriada e por quê?
• Questão 6 Em cada uma das afirmativas abaixo indique (V) se a afirmativa for verdadei ra e (F) se a afirmativa for falsa. (
) A proposta de contraste fonêmico assume doze fonemas vocálicos para o português. ( ) A proposta de contraste fonêmico tem mais proximidade com a real idade fonética atestada em português. ( ) A proposta de arquifonema assume cinco fonemas vocálicos para o português. ( ) A proposta de arquifonema sugere um segmento - N - que nunca terá manifestação fonética e distancia-se da realidade fonética atesta da em português. • Questão 7 Nos casos que discutimos até agora neste Exercício, uma vogal nasal deve obriga toriamente ser nasal (veja ‘Questão 1’), ou seja, se pronunciarmos uma vogal nasal
Fonêm ica
43
dos exemplos na ‘Questão 1’ como uma vogal oral estaremos ou alterando o signifi cado da palavra (e tendo uma palavra diferente que ocorra em português: ex. ‘mito, minto') ou criando uma palavra que não existe em português (ex: ‘dengo, dego' sendo que ‘dego’ não existe em português). Há, em português, casos em que pode ocorrer variação entre uma vogal oral e sua correspondente nasal sem haver prejuízo de significado. Exemplos são apresentados abaixo. O símbolo ~ indica que as for mas se alternam entre si. Indique a forma ortográfica para tais exemplos.
1._________ 2. ________ 3 ._______ 4 ._______ 5 . _______
[ka'miya] [kama 1rada] [kami 1zeta] [3 a 1nela] [sana'toriu]
~[kã'míya] ~ [kãma 1 rada] ~ [kãmi 'zeta] ~ (3 ã 1nela] ~ fsãna 1toriu]
~ ~ ~ ~
[kA'miya] [kAma 1 rada] [kAmi'zeta] [3 A'nela] ~ [sAna'toriu]
• Questão 8 Quais são os segmentos vocálicos envolvidos na variação entre vogais nasais e orais nos exemplos da ‘Questão 8 ’ (são três segmentos vocálicos que se relacio nam à vogal ortográfica ‘a’)? Estes segmentos compartilham de alguma propriedade articulatória?
• Questão 9 Há, em português, um grupo de palavras cujo contexto é bastante similar ao contexto dos exemplos da ‘Questão 8 ’. (O asterisco indica que a forma não ocorre). Considere as palavras abaixo: 1. 2. 3. 4.
cama arame semana alagoano
['kãma] [a'rami] [ s e 1m ãna] [a la g o ' ãnu]
~ ~ ~ ~
[' kAma] [a'rAmi] [ s e ' m/ma] [alago'Anu]
* ['kama] *[a'ram ij * [ s e ' m ana] * [ a l a g o ' anu]
Podemos fazer as seguintes observações aos dados acima. A vogal nasal ã se alterna com a vogal oral a quando ocorre em sílaba tônica seguida de consoante nasal m ou n. Concluímos que nestas condições a oral não ocorre. As vogais ã e a são tratadas como segmentos equivalentes, ou seja, se trocarmos uma pela outra não alteramos o significado da palavra. Levando em consideração essas obser vações responda: a. Qual é o contexto em que a alternância entre as vogais a, ã e A ocorre nos dados da ‘Questão 8 ’.
44
Exercícios de fon ética e fo n o lo g ia
b. Há diferença entre o contexto em que a variação entre as vogais a, ã e a ocorre na ‘Questão 8 ’ e o contexto em que a variação ocorre somente entre as vogais ã e a nos dados anteriores?
• Questão 10 Considere os seguintes dados do inglês. Passado Ia 2a
3a
ran rang sang
Participio rasn raer} saer)
lb 2b
3b
run rung sung
Verbo rA n r Ar) SAQ
correr telefonar cantar
Em cada par (a,b) os exemplos acima expressam o contraste fonêmico entre as vogais [as] e [a ]. Em todas as palavras uma consoante nasal segue as vogais [se] e [a ] (a consoante [q] não ocorre em português: nasal velar vozeada). A vogal [ae] não ocorre em português mas falantes brasileiros geralmente a comparam à vogal [a] do português. Falantes do português que aprendem inglês têm grande dificuldade em dife renciar e em produzir os pares acima que contrastam as vogais [as] e [a ]. Avalie os aspectos de nasalidade do português discutidos nas ‘Questões’ precedentes neste ‘Exercício’. Você poderia explicar a razão da dificuldade apresentada por falantes do português que aprendem inglês em diferenciar o contraste entre [as] e [a ]?
Fonologia Gerativa
Esta parte de ‘Fonologia Gerativa’ tem por objetivo aplicar o formalismo proposto por tal teoria, avaliar a pertinência dos novos conceitos e aplicá-los à análise de dados específicos. Os exercícios pretendem explorar o manuseio dos traços distintivos, a formalização de regras fonológicas e o caráter abstrato assu mido nas representações subjacentes. Aspectos polêmicos da abordagem gerativa são também apresentados sobretudo quanto ao caráter linear das representações fonológicas. Leitura essencial Fonética e Fonologia do Português - Roteiro de Estudos e Guia de Exer cícios, Thai's Cristófaro Silva, Editora Contexto, páginas 190 a 200. Conceitos explorados ambiente ou contexto bleeding categorias vazias classe natural contexto ou ambiente descrição estrutural feeding forma subjacente forma superficial generalizações fonológicas
mudança estrutural ordenamento de regras processo fonológico regra fonológica representação subjacente representação superficial traço distintivo transcrição fonética transcrição fonológica
46
Exercícios de fo n é tic a e fo n o lo g ia
Tabela de Traços Distintivos
consonantal
P
b
t
d
k
g
tJ <*3 f
V
s
z
í
+
+ +
+
+
+
+
+ +
+
+ + +
+
+
3
h
m n Ji
I X r
+
+ + +
+ +
silábico soante
+
contínuo
+
solt. retardada
+
+ +
+
+ +
+
e
a
D 0 u
I 3
ü
+
+
+
+
+
+ +
+ +
+
-
-
+ +
+ + +
+
+
+
+
+
+ +
+ +
+
-
-
+ + +
+
+
+
+
+
+ +
+ +
+
+
+ +
+
+ -
+
-
-
-
-
-
-
-
-
-
+ + +
-
+
nasal lateral anterior
e
i
+ + +
+ +
+
coronal
-
-
+
+
alto
-
-
-
-
+
+
recuado
-
-
•
■ +
+
-
-
-
-
-
-
+
-
+ +
+
-
+
+
+ +
-
-
+ +
+ +
+
-
- +
- +
-
+
-
-
-
-
+
+ -
+
-
+
-
-
-
-
-
-
-
+
+
+ +
- +
+
+
+ +
-
-
+
+
+
+ +
-
-
-
-
-
-
-
-
+
arredondado baixo vozeado
-
+
-
+
-
+
-
+
-
+
-
+
-
+
-
+
+ +
+ + +
tenso
+
+ +
+
+
+
+
+
+
+ +
+
+ +
+
+
+ +
+ +
-
+
+
+
+
+
+ +
+ +
+ +
+
+
+
+
+ +
-
-
Fo nolog ia ge rativa
47
Consonantal - um som é [+consonantal] quando é produzido com uma obstrução significativa na região médio-sagital do trato vocal. Um som é [-consonantal] quan do é produzido sem tal obstrução. Silábico - um som é [+silábico] quando constitui o núcleo de uma sílaba. Um som é [-silábico] quando não ocupa essa posição. Soante - um som é [+soante] quando é produzido com a configuração do aparelho fonador de maneira que seja possível o vozeamento espontâneo. Um som é [-soante] quando o vozeamento espontâneo não é possível. Contínuo - um som é [+contínuo] quando a constrição principal do trato vocal permite a passagem do ar durante todo o período de sua produção. Um som é [-contínuo] quando durante a sua produção ocorre o bloqueio da passagem da corrente de ar no trato vocal. Soltura retardada - um som é [+soltura retardada] quando é produzido com uma obstrução no trato vocal, bloqueando a passagem da corrente de ar seguida pelo es cape dessa corrente de ar, provocando turbulência. Um som é [-soltura retardada] quando não ocorre este fenômeno. Nasal - um som é [+nasal] quando é produzido com o abaixamento do véu palatino, permitindo o escape do ar através do nariz. Um som é [-nasal] quando é produzido sem o abaixamento do véu palatino. Lateral - um som é [+lateral] quando, durante a sua produção, o ar escapa lateralmente. Um som é [-lateral] quando o ar não escapa lateralmente. Anterior - um som é [+anterior] quando é produzido com uma obstrução localizada na parte anterior à região alveopalatal. Um som é [-anterior] quando é produzido sem uma obstrução deste tipo. Coronal - um som é [+coronal] quando é produzido com o levantamento da lâmina da língua a um ponto superior à posição neutra. Um som é [-coronal] quando a lâmina da língua permanece na posição neutra. Alto - um som é [+alto] quando é produzido com o levantamento do corpo da língua a uma posição acima daquela verificada na posição neutra. Um som é [-alto] quando é produzido sem tal levantamento. Recuado - um som é [+recuado] quando é produzido com a retração da língua da posição neutra. Um som é [-recuado] quando é produzido sem tal retração. Arredondado - um som é [arredondado] quando é produzido com uma aproximação do orifício labial. Um som é [-arredondado] quando é produzido sem tal aproximação. Baixo - um som é [+baixo] quando é produzido com o abaixamento do corpo da língua a uma posição abaixo daquela verificada na posição neutra. Um som é [-baixo] quando é produzido sem este abaixamento. Vozeado - um som é [+vozeado ] quando, durante a sua produção, as cordas vocais per manecem vibrando. Um som é [-vozeado] quando não ocorre tal vibração. Tenso - um som é [+tenso] quando é produzido com um gesto exato e preciso que envolve considerável esforço muscular. Um som é [-tenso] quando é produzido rápida e indistintamente.
48
Exercícios de fo n é tic a e fo n o lo g ia
Exercício 1 - O rd e n a m e n to de regras Este exercício tem por objetivo apresentar o m ecanism o envolvido na formalização de regras fonológicas e também discutir o ordenamento de regras. • Questão 1 Indique a forma ortográfica de cada uma das palavras a seguir. 1 . ________ 2. 3. _ _ _ _ _ _ 4 . _________ 5. 6 . _________ 7. 8 . _________ 9 . _________ 10 . ________
['med3 i] ['bod3 i] [o ' [ 'lotS i] ['b atji] ['mud3 i] [a p e 'tjitji] [ep a 'tjit^ i] [d3 i s ' t ã t j i ] [ad3 i ' ã t $ i ]
/'mede/ /'bode/ /o 'tite/ /'lo te/ /'bate/ /'mude/ /ape'tite/ /sp a'tite/ /dis'taN te/ /adi'aN te/
• Questão 2 No ‘Exercício 2’ da parte de ‘Fonêmica’ estudamos a palatalização de oclusivas alveolares. Avaliamos as seguintes regras para tratar tal fenômeno: / t / -> [ t $ ] / ____ i . i , i
e
/ d / -> [ d 3 ] / _____i , i , í
Vimos, no ‘Exercício 2’, que as regras acima não podem ser agrupadas em uma única regra - embora expressem o mesmo fenômeno (a palatalização de oclusivas alveolares seguidas de vogais anteriores). Este formato de regra também não per mite agrupar o contexto de aplicação da regra - no caso acima os segmentos i , x, i - como pertencendo a um mesmo grupo. Isto se deve ao fato de o modelo fonêmico assumir que o fonema (enquanto um segmento individual) é a unidade mínima de análise. O modelo Gerativo tem uma proposta para resolver esses dois problemas: a falta de relação entre alofones e o agrupamento de contextos de aplicação de regras. Os itens presentes em uma regra no modelo Gerativo são: A -> B / C __ D onde: • A é a descrição estrutural • B é a mudança estrutural • C e D são contextos ou ambientes em que a mudança ocorre. • __representa a posição do segmento a ser alterado pela mudança estru tural em relação ao contexto.
Fo nolog ia g e rativa
49
No restante desta ‘Questão’ formalizaremos a regra de palatalização de oclusivas alveolares seguindo o modelo Gerativo. Considere o formato geral de re gras: A -> B / C __ D (onde A é a descrição estrutural, B é a mudança estrutural e C e D são contextos). Considere ainda a seguinte Regra de palatalização de oclusivas alveolares:
/t,d/ -» [tj,d3] / ____i, i, I Ao avaliarmos a seguir a descrição estrutural apresentaremos o instrumental para agruparmos segmentos em categorias específicas de acordo com traços distintiQuais são os segmentos envolvidos na descrição estrutural? t^_d Que traços distintivos agrupam os segmentos envolvidos na descrição estru tural como pertencendo a uma única e exclusiva classe? Avalie a tabela a seguir e considere as seguintes instruções: para identificar os traços distintivos que agrupam única e exclusivamente um determinado grupo de segmentos (digamos t,d ) você deve consultar a tabela geral de traços distintivos (ver p. 46). Avalie o valor (positivo ou negativo) para cada um dos traços em relação aos segmentos em análise (digamos t,d ) e selecione a alternativa que permita agrupar tais segmentos num único grupo. Por exemplo, ao avaliar o traço [consonantal] você observa que este traço tem valor positivo para os segmentos consonantais e valor negativo para os segmentos vocálicos. Os segmentos em análise - ou seja t , d - são segmentos consonantais e ao, selecionar o traço [+consonantal], estamos excluindo todos os segmentos vocálicos. Ao avaliarmos o traço [silábico] percebemos que tal traço é indiferente para o agrupamento dos segmentos t,d , uma vez que já seleciona mos o traço [-(-consonantal]. Veja que o traço [+consonantal] exclui vogais e o traço [silábico] também exclui vogais. Uma vez que as vogais já foram excluídas pela seleção do traço [+consonantal], não há necessidade de reavaliá-las. Um outro exemplo seria o traço [contínuo]. Se selecionamos o valor [-contínuo] excluiremos as consoantes fricativas da seleção. Este mesmo procedimento deverá ser adotado para todos os traços até que os segmentos t , d formem um único grupo cujas características sejam aquelas especificadas pelos traços em questão. A tabela abaixo indica em sombreado os traços necessários para agrupar única e exclusivamente os segmentos t,d . t
d
consonantal silábico
+
+ -
soante contínuo
-
solt. retardada nasal
-
-
50
Exercícios de fon ética e fo n o lo g ia
lateral anterior coronal alto recuado arredondado baixo vozeado tenso
-
-
+ ’-v.'.. * •*--r"« 4"
+ +
-
-
-
+ +
+
Os traços distintivos que agrupam única e exclusivamente t , d são: [+ consonantal] exclui as vogais; [-contínuo] exclui as fricativas; [- nasal] exclui as nasais; [- solt. retardada] exclui as africadas, [- coronal] exclui as oclusivas bilabiais e velares. Ou pode ser formulado também como: [+ consonantal] agrupa somente as consoantes; [- contínuo] agrupa oclusi vas, africadas e nasais; [- nasal] agrupa as oclusivas e africadas; [- solt. retardada] agrupa as oclusivas, [+ coronal] agrupa as oclusivas alveolares. Você deverá avaliar a mudança estrutural e agrupar os segmentos em catego rias específicas de acordo com traços distintivos. Responda: a. Quais são os dois segmentos envolvidos na m udança estrutural? _________ (Coloque os dois segmentos selecionados na primeira linha da tabela de traços distintivos apresentada abaixo.) b. Que traços distintivos agrupam os segmentos envolvidos na mudança estrutural como pertencendo a uma única e exclusiva classe? (Pode ser um único traço.) consonantal silábico soante contínuo solt. retardada nasal lateral anterior coronal alto
+
+
-
-
-
+
+
-
-
-
-
+ + -
+ + -
Fo nolog ia g e rativa
recuado arredondado baixo
-
-
-
-
-
vozeado tenso
+
+
51
+
c. Complete as lacunas: Podemos afirmar que um único traço - [_____________ ] - é necessário para classificar os segm entos___________ . A seguir você deverá avaliar o contexto e agrupar os segmentos em categoespecíficas de acordo com traços distintivos. Responda: d. Quais são os três segmentos envolvidos na descrição do contexto? (Coloque os três segmentos selecionados na primeira li nha da tabela de traços distintivos apresentada abaixo.) e. Que traços distintivos agrupam os segmentos envolvidos na descrição do contexto como pertencendo a uma única e exclusiva classe? consonantal
+ + +
+ +
+ +
+
+
-
+
-
+
+
-
-
-
-
-
-
+ +
+
+
+
-
silábico soante contínuo solt. retardada nasal lateral anterior coronal alto recuado arredondado baixo vozeado tenso
+ -
f. Complete' as lacunas: Podemos afirmar que um conjunto de 3 traços - [ ]; [ ]; [ ] - é necessário para classificar os segm entos_____________
52
Exercícios de fon ética e fo n o lo g ia
• Questão 3 Considerando-se o formato de regra - (descrição estrutural) -> (mudança es trutural) / __ (contexto) - formule a regra de palatalização de oclusivas alveolares utilizando traços distintivos no lugar dos segmentos. Faça uso dos grupos de traços distintivos agrupados na ‘Questão 2 \ Para efeito ilustrativo, o agrupamento dos traços para a mudança estrutural foi indicado na lacuna da regra em formato do modelo Gerativo. /t,d/ -»
[t$,d3]
/
____
i, i, I
I +solt. retardada I / • Questão 4 Retome os dados da ‘Questão 1’. Estes dados apresentam um processo de redução vocálica. De acordo com tal processo uma vogal média /e / se transforma na vogal frouxa [ i] quando em posição átona de final de palavra. Esta regra pode ser formalizada como: /e / -> [ i] /
________ ## [-acento]
(o símbolo ## indica final de palavra)
Siga os passos a seguir para formalizar tal regra no modelo Gerativo: a. Que traços distintivos agrupam o segmento /e / da descrição estrutural como pertencendo a uma única e exclusiva classe? e consonantal silábico soante contínuo solt. retardada nasal lateral anterior coronal alto
-
+ + + +
recuado arredondado baixo vozeado tenso
+ +
Fo nolog ia g e rativa
53
b. Complete as lacunas: Podemos afirmar que um conjunto de 4 traços - [ ]; [ ]; [ ]; [ ] - é necessário para classificar o segmento /e/. c. Que traços distintivos agrupam o segmento / i / da mudança estrutural como pertencendo a uma única e exclusiva classe? i consonantal
+
silábico soante
+
contínuo
+
solt. retardada
-
nasal
-
lateral
-
anterior
-
coronal alto
+
recuado
-
arredondado
-
baixo
-
vozeado
+
tenso
-
d. Complete as lacunas: Podemos afirmar que um conjunto de 4 traços - [ ]; [ [ ] - é necessário para classificar o segmento / i/.
]; [
];
Note que o traço [-acento] indica a descrição do contexto como pertencendo a uma única e exclusiva classe: vogais não acentuadas. Mas vogais não acentua das podem ocorrer em posição pretônica também. Para excluir as vogais não acentuadas em posição pretônica faremos uso do símbolo ## que indica ‘final de palavra’. Temos o contexto: posição átona em final de palavra. • Questão 5 Formalize a regra de redução vocálica no modelo Gerativo. Preencha as lacu nas no esquema abaixo. /e / [I] / ________ m [- acento] ' - ten so ' / __ ________ ## [- acento]
54
Exercícios de fo n é tica e fo n o lo g ia
• Questão 6 Um dos problemas do formalismo do modelo Gerativo diz respeito ao orde namento de regras. Esta ‘Questão' explora este tópico ao tratar do ordenamento feeding e counter-feeding (outros tipos de ordenamentos também podem ocorrer: bleeding, counter-bleeding ou nenhum tipo de ordenamento). A interação na apli cação de regras feeding e counter-feeding são: feeding -> a aplicação de uma regra cria o contexto propício para uma outra regra se aplicar. As duas regras se aplicam. counter-feeding -> a aplicação de uma regra cria o contexto para a apli cação de uma outra regra (que já foi aplicada anterior mente pelo ordenamento previsto e, portanto, não se aplica mais). Somente uma regra se aplica. Resumindo, podemos dizer que uma regra pode criar o contexto propício para uma outra regra se aplicar - e temos um caso de feeding. Nestes casos as duas regras se aplicam. Por outro lado, na situação contrária, counter-feeding, temos que a aplicação de uma regra cria o contexto para uma outra regra se aplicar, mas tal regra foi ordenada anteriormente (e não pode se aplicar novamente). Neste caso somente uma das regras se aplica. Para que possamos avaliar as interações entre regras fonológicas devemos aplicar as regras em ordens específicas, uma vez que o modelo Gerativo sugere que regras sejam ordenadas. Avaliaremos a interação entre a palatalização (RF1) e o afrouxam ento de vogal átona fin a l (RF2). Temos duas regras fonológicas (RF) que denominaremos RF1 e RF2: RF1 -> Afrouxamento de vogal átona final: uma vogal média alta e se transforma na vogal alta anterior não tensa i quando em posição não acen tuada em final de palavra. RF2 -> Palatalização: oclusivas alveolares se transformam em africadas correspondentes quando seguidas de vogal alta anterior. Considere as regras fonológicas RF1 e RF2 e preencha as lacunas nas tabelas a seguir indicando o estágio de cada derivação e a representação superficial (for ma fonética). Uma vez que uma regra foi aplicada ela não poderá se aplicar novamente mesmo que o ambiente para que a regra se aplique seja criado (pela aplicação de uma outra regra). Chamamos de nível derivacional o estágio em que as regras se aplicam às representações fonológicas. Nas tabelas, as colunas para RF1, RF2, RF3 e RF4 representam níveis intermediários derivacionais. Quando uma regra se aplica, ocorre alteração na forma subjacente (ou no nível derivacional), e quando uma regra não se aplica, a representação subjacente (ou nível derivacional) permanece a mesma. Preencha as lacunas.
Fonologia g e rativa
55
Ordenamento RF1 e RF2: afrouxamento & palatalização
mede
/ 1m sd e /
RF1 1ms
bate
/'bate/
1b a
ortografia
Forma subjacente
RF2 1ms 1b a
Forma superficial [ ' ms ['ba
] ]
Ordenamento RF2 e RF1: palatalização & afrouxamento ortografia
Forma subjacente
mede bate
/ 1b a t e /
/ ' m sd e /
RF1 1ms 1b a
RF2 1ms
Forma superficial [ ' ms J
1b a
['ba
]
Confira a sua resposta para as tabelas acima e responda: a. Qual dos ordenamentos RF1-RF2 ou RF2-RF1 gera as representações superficias (formas fonéticas) na variedade do português ilustrada na ‘Questão 1’?
b. O ordenamento RF1-RF2 propicia a aplicação das duas regras?
c. O ordenamento RF2-RF1 propicia a aplicação das duas regras?
Podem os afirm ar que o ordenam ento RF1-RF2 representa um caso de feeding. Isto porque a aplicação da regra RF1 de afrouxamento de vogal átona final cria o contexto propício para uma outra regra se aplicar (porque passa a ocorrrer uma vogal i seguindo a consoante oclusiva). A regra de palatalização se aplica palatalizando as oclusivas das sílabas finais em ‘mede, bate', uma vez que o contexto (uma vogal alta x) foi criado propiciando a sua aplicação. As duas regras se aplicam. Podemos também afirmar que o ordenamento RF2-RF1 representa um caso de counter-feeding. Primeiro temos a aplicação da regra de palatalização RF2, mas não ocorre nenhuma alteração (ou transformação nas representações). Em seguida temos a aplicação da RF1 de afrouxamento de vogal átona final fazendo com que passemos a ter seqüências de (oclusivas+i) - nas sílabas finais de ‘mede, bate'. As seqüências de (oclusivas+i) poderiam potencialmente sofrer transfor mações pela aplicação da regra de palatalização RF2. Contudo, esta regra já se aplicou (porque é ordenada anteriormente) e, como não se pode aplicar nova mente, nenhuma transformação ocorre. Somente uma das regras se aplica.
56
Exercícios de fon ética e fo n o lo g ia
Dizemos que para obtermos as formas corretas da ‘Questão 1’ o ordenamen to deve ser RF1-RF2. O ordenamento RF2-RF1 não seria apropriado. Contudo, em alguns casos a interação entre as regras pode requerer o ordenamento countre-bleedig como a alternativa adequada. Exercício 2 - C ategorias vazias (tam bém inglês) Este exercício tem por objetivo apresentar o papel desempenhado por categorias vazias na organização do componente fonológico. Discute-se, também, o caráter abstrato das representações fonológicas. • Q uestão 1 Indique a forma ortográfica de cada uma das formas verbais abaixo.
1 2 3 4
._______ ._______ ._______ ._______
[a'raa] [ho'pe] [pah'ti] [ko'po]
5 . ________ 6.________ 7.________ 8.________
[ama'ria] [hõpe'ria] [pahtSi'rie] [kopo'rie]
• Questão 2 Os dados da ‘Questão 1’ apresentam formas verbais. Em (1 -4) temos formas de infinitivo e em (5-8) temos formas derivadas. No português brasileiro, o ‘r final’ das formas de infinitivo é tipicamente cancelado (exemplos (1-4)). Contudo, em formas derivadas ocorre um ‘r ’ (exemplos (5-8)). A alternância entre o ‘r ’ e sua ausência ocorre em limite morfológico dentro da palavra. Você considera impor tante assumir que um ‘r ’ ocorre nas formas fonológicas de (1-4) mesmo que este som de ‘r ’ nunca ocorra de fato nas formas de infinitivo?
• Questão 3 A fonologia Gerativa oferece aparato abstrato e permite a inserção e o cancela mento de segmentos. Categorias vazias - indicadas por 0 - podem fazer parte da descrição estrutural ou da mudança estrutural. Quando uma categoria vazia é o ele mento da descrição estrutural temos um caso de epêntese (quando um segmento é inserido: 0 -> i / __##. Esta regra, que tem caráter ilustrativo, indica que uma vogal fi] é inserida em final de palavra). Quando uma categoria vazia é o elemento da mudança estrutural temos um caso de hapologia: /s/ -> 0 / __$. Esta regra, que tem caráter ilustrativo, indica que /s/ é cancelado em final de sílaba. Proponha uma regra que expresse o cancelamento do ‘r ’ nos exemplos (1-4) da ‘Questão 1’.
Fo nolog ia g e rativa
57
• Questão 4 Tipicamente, as formas de plural em português são formadas com o acrésci mo de uma sibilante: ‘patos’ [ 1p a t u s ] ou [ 1p a t u z ] ou [ 1p a t u j ] . Nos casos das formas de plurais de substantivos terminados em ‘r ’ temos de assumir que além da sibilante que indica a marca de plural temos uma vogal [ i] que precede a sibilante: ‘am or’ [a ' m o r i s ] ou [a 1m o n z ] ou [a ' m o n J], Se o plural de for mas terminadas em ‘r ’ se desse apenas pelo acréscimo da sibilante (como em ‘patos’) teríamos a forma *[a ' mor s ] , que de fato não ocorre em português. Con siderando a possibilidade de inserção de segmentos oferecida pelo modelo Gerati vo, podemos sugerir uma regra como 0 -> i / ___[sibilante] para analisar as formas de plural dos substantivos apresentados abaixo. 9. amores 10. pares 11. seres
[a'm oris] [p a'n s] [ ' sens]
Escreva a regra 0 i / ___[sibilante] utilizando a formalização proposta pelo modelo Gerativo. Utilize o procedimento discutido no ‘Exercício 1’.
0 - ^ 1
/
______
0
/
______
[sibilante]
• Questão 5 O mecanismo apresentado pelo modelo Gerativo é poderoso o suficiente para fazer predições sobre o comportamento das línguas naturais. Se temos uma regra como 0 i / ___[sibilante], podemos dizer que [i] é a vogal epentética do português que ocorre para separar encontros consonantais que não sejam bemformados nesta língua. Você acha que esta proposta - sobre [ i] ser o segmento epentético em português - pode ser também adotada para explicar as alternâncias nos exemplos abaixo? Justifique. 12. afta 13. dogma 14. pacto
['afta] ['dogma] ['paktu]
~ ~ ~
['afita] ['dogima] ['pakitu]
• Questão 6 Considere os dados do inglês:
15. 16. 17. 18.
dog - dogs dad - dads kiss - kisses ash - ashes
Singular
Plural
[ 'dog] [ ' daed ] ['kis] [ ae]
[ [ [ [
' dogz] ' d$dz] 'kisiz] ’a e j i z ]
Glossa cachorroi papai(s) beijo(s) cinza(s)
58
Exercícios de fo n é tic a e fo n o lo g ia
Os dados da formação do plural em inglês são mais complexos do que os ilustrados anteriormente. Contudo, estes dados são suficientes para o propósito do presente ‘Exercício’. Considere os dados (15-16) e (17-18) em pares e responda: A formação de plural em inglês é semelhante à formação do plural em português? Justifique a sua resposta. Exercício 3 - Redução de ditongos (tam bém inglês) Este exercício tem por objetivo discutir o papel de segmentos adjacentes na organização do componente fonológico e a noção de classe natural. • Questão 1 Indique a forma ortográfica de cada um dos exemplos abaixo. 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. 10.
_
[ 1feire] ['k e i j e ] [ be i1rade] ~ [ 'kei3u ] [de'zei3 u] ~
['fere] [ ke$e] [be 1rade] ['k e 3 u ] [ d e 'ze3u]
[ 1touru] [dou'rade] ~ [ 1o u tr u] [ 1sou] [i s 't o u ]
['t o r u ] [d o'rade] [ 1otru] ['so] [is 'to]
• Questão 2 Considere as opções abaixo - entre (a-c) - para explicar o fenômeno fonológico que ocorre nos dados acima. Você poderá selecionar duas alternativas se for ade quado. Para cada caso justifique a sua escolha. Obser\’ação: Considere o item 4 em contraste com o item 5 para uma das possibilidades. Tente buscar uma explicação que seja compatível para os dois tipos de ditongos [ e i ] e [ou], a. Mudança da vogal do ditongo b. Cancelamento de glide em ditongo c. Inserção de glide após vogal • Questão 3 Há semelhança entre as propriedades articulatórias dos segmentos e ,i,o ,u ? Faça uso das propriedades fonéticas. Considere, também, a semelhança entre os pares ( e . i ) e (o,u) separadamente.
Fo nolog ia g e rativa
59
• Questão 4 Formalize uma regra fonológica que expresse o processo fonológico de ‘cancela mento de glide' discutido na ‘Questão 2’. Utilize os símbolos: e, i , o, u, [-acento], $ (para indicar final de sílaba) para formalizar a regra. Adicionalmente escreva, com suas palavras, o mecanismo de transformação expresso pela regra.
• Questão 5 Glides podem estar presentes na representação subjacente (‘equivalente’ à repre sentação fonêmica) ou podem ser derivados das vogais altas correspondentes (Cristófaro Silva, 2001: 169. Sem entrar no mérito desta questão, neste momento considere os dados abaixo. Os asteriscos indicam que aquela forma não ocorre. 11. deitada 12. rei 13. grou 14. Moscou
[ d e i 'tads] [ 'hei] ['grou] [mos'kou]
*[de'tad8] *[ 'he] *['gro] *[mos'ko]
Vimos na ‘Questão 1’ que ditongos ei.ou podem alternar com os monotongos, ou vogais simples e,o. Contudo, nos exemplos (11-14) os ditongos ei.ou não alternam com os monotongos e,o. Como você explica o fato de a redução de ditongos ocorrer em (1-10) mas não ocorrer em (11-14)?
• Questão 6 Considere os dados a seguir. Os asteriscos indicam que aquela forma não ocorre. 15. 16. 17. 18.
desejo peleja sujo bojo
[ d e ' z e 3 u] [p e'le3 8 ] [ s u 3 u] [ ' bc> 3 u]
~ ~ ~ ~
[ d e ' z e j 3 u] [p e'le i38] * [ ' s u i 3 u] * [ ' b o i 3 u]
Em (15-16) uma vogal [e] alterna com o ditongo [ e i] , o que nos levaria a postular que urna vogal se transforma em ditongo quando seguida de consoante palatal. Esta hipótese seria adequada para explicar os dados (17-18)? Justifique a sua resposta.
60
Exercícios de fon ética e fo n o lo g ia
• Questão 7 Considere os seguintes exemplos do inglês: 1. holiday 2. Saturday 3. Tuesday
'h o lid ei 's a s t e d e i 'tju izd ei
'h o lid i 's a s t e d i 'tju iz d i
férias sábado terça-feira
Compare os dados (1-5) apresentados na ‘Questão 1’ com os dados do inglês apresentados acima. Ocorre o mesmo fenômeno? Justifique. (Nota: O fenômeno do inglês apresentado acima aplica-se a um número restrito de palavras).
• Questão 8 Considere a noção de classe natural (p. 198) e as regras abaixo (que foram formalizadas apenas com segmentos). Português [ e i] -» [e] / ___$
Inglês [ e i ] ->
Podemos dizer que os segmentos [ e i , e, natural no inglês e no português?
[ i] / __$ i ] funcionam como uma classe
Exercício 4 - D issim ilaçõo em lim ite de sílaba Este exercício tem por objetivo discutir o papel de classe natural na implementação de processos fonológicos. • Questão 1 Indique a forma ortográfica de cada um dos exemplos a seguir.
1.
2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. 10.
Minas Gerais
Rio de Janeiro
Rio Gr. do Norte
[ 1k u s p i ] [ 1kaske] [is 1fole] [i z 1b a h u ] [ 'hazae] [d3 i z 1viu] [ 1paste] [ 1a z n u ] [izlã'mizmu] [dez 1d ê i ]
['kujpi] [ 'kajke] [ i S 1fole] [i3 'bahu] [ 'h a3çje ] [d3 i3 'viu] [ 'paSte] ['a3nu] [i3 lã'mizmu] [ d e 3 'd ê i ]
['k u s p i ] ['k a s k e ] [i s 'fole] [i z 'bahu] ['h a z g e ] [ di z'v i u ] ['pajte] ['a3nu] [i3 l ã 'mizmu] [ d i 3 'd ê x ]
Fo nolog ia g e rativa
6 1
• Questão 2 Preencha a tabela abaixo. Siga o exemplo do item 1. Minas Gerais s / -voz
Rio de Janeiro Rio Gr. do Norte J/ - voz
s / -voz
1. sibilante que ocorre no final de sílaba em (1-3) + vozeamen to da consoante seguinte. 2. sibilante que ocorre no final de sílaba em (4-6) + vozeamen to da consoante seguinte. 3. sibilante que ocorre no final de sílaba em (7) + vozeamento da consoante seguinte. 4. sibilante que ocorre no final de sílaba em (8-10) + vozeamen to da consoante seguinte. • Questão 3 Considere os segmentos adjacentes no limite de sílaba - (sibilante + consoante) - na ‘Questão 2’ e responda: estes segmentos adjacentes compartilham alguma propriedade? Qual?
• Questão 4 Considere somente as sibilantes que ocorrem em final de sílaba na ‘Questão 1’. Se considerarmos cada dialeto individualmente - ou seja, MG, RJ, RN - po demos dizer que as sibilantes apresentam sempre o mesmo lugar de articulação em cada um deles?
• Questão 5 Descreva, com suas palavras, o contexto em que a sibilante alveolar ocorre e o contexto em que a sibilante alveopalatal ocorre no dialeto do Rio Grande do Norte. Uma sibilante alveolar- s , z - o c o r r e seguida dos segmentos _________ Uma sibilante alveopalatal - J ,3 - ocorre seguida dos segmentos
62
Exercícios de fo n é tica e fo n o lo g ia
• Questão 6 Investiguemos em detalhes a variedade de Natal. Considere os traços distinti vos para as consoantes que seguem as sibilantes s ,z em (1-6) e os traços distinti vos para as consoantes que seguem as sibilantes J ,3 em (7-10). Complete os va lores - de (+) ou de (-) - na tabela abaixo. Siga o exemplo. Obs: Tente indicar os valores para cada linha observando generalizações em relação ao grupo de con soantes: oclusivas. fricativas etc. dados (7-10)
dados (1-6)
consonantal silábico soante contínuo solt. retardada nasal lateral anterior coronal alto recuado arredondado baixo vozeado tenso
s
z
p
k b
9
f
V
s
3
t
n 1 d
+
+
+
+ +
+
+
+
+
+
+
+ + +
• Questão 7 O processo que envolve as sibilantes em Natal expressa a dissimilação. Em casos de dissimilação, segmentos que compartilham propriedades semelhantes são alterados de maneira que cada segmento tenha propriedades distintas. No caso de Natal, o fenômeno pode ser explicado pela análise dos traços [anterior] e [coro nal]. Avalie o comportamento destes dois traços nos dados (7-10). Considere o valor dos traços [anterior] e [coronal] para os segmentos envolvidos em (7-10): J , 3 ,t ,n ,l ,d . Considere também o valor dos traços [anterior] e [coronal] para os segmentos [s,z]. Avalie o valor destes traços na tabela abaixo. s anterior coronal
+
3
t
n
1
d
s
z
-
+
+
+
+
+
+
+
+
+
+
+
+
+
Fo nolog ia ge rativa
63
Responda: a. Que traço(s) tem(têm) o mesmo valor (+ ou -) para os segmentos t n 1 d?
b. Esse(s) traço(s) comum(s) é(são) também compartilhado(s) por algum dos pares s z ou por $3 ?
c. Considere os exemplos (7-10) na ‘Questão 1' em que temos uma seqüência de (sibilante+consoante). Considere o valor dos traços distintivos anterior e coronal. Se a sibilante fosse [ s z ] e as consoantes seguintes [ t n l d ], esses traços teriam o mesmo valor ou seriam diferentes?
d. Qual é o valor dos traços distintivos [anterior, coronal] para a sibilante [$ 3 ] sendo seguida das consoantes [ t n l d ] ? Esses traços têm o mesmo valor ou são diferentes?
e. Considere as suas respostas para os itens (c, d) acima e responda: qual seria a motivação de se transformar uma sibilante alveolar [s,z ] em uma sibi lante alveopalatal [$ 3 ] nos exemplos (7-10)? Justifique a sua resposta.
• Questão 8 Considere os dados a seguir: dialeto de Natal. 11 . dois dias 12 . duas tulipas
13. dois lados 14. dois nós 15. dois barcos 16. duas pastas 17. duas casas 18. dois gatos
[ d o j 3 1d i a s ] [ d u a $ t u 1l i p a s ] [ d o i 3 1l a d u s ] [ d o i 3 1n o s ] [ d o i z 1b a h k u s ] [ d u a s 1p a s t e s ] [duas'kazes] [ d o i z 1g a t u s ]
64
Exercícios de fo n é tica e fo n o lo g ia
Nos dados (11-18) temos uma seqüência de palavras. A primeira palavra termina numa sibilante e a palavra seguinte se inicia por uma outra consoante. Você poderia dizer que o processo de dissimilação observado no dialeto de Natal em limite de sílaba dentro de palavra se aplica também em limite de palavras?
Exercício 5 - Sibilantes em juntura de palavras Este exercício tem por objetivo discutir a formalização de regras fonológicas. Pretende-se também avaliar o escopo de aplicação de uma regra em relação a outros processos semelhantes. • Questão 1 Indique a forma ortográfica de cada um dos exemplos a seguir. Pode ocorrer seqüência de palavras. Esses exemplos são da variedade de Belo Horizonte. 1. _________ 2. _________
[ 1d o i s ] ['sapus]
3. _______ 4. _______
['sukus] ['zsrus]
5. _________
[ d o i 1s a p u s ]
6. _______
[ d o i 1sukus]
7. _________
[doi'zerus]
• Questão 2 No exemplo (1) da ‘Questão 1’ temos uma palavra que termina em uma consoante sibilante: s . Nos exemplos (2-4) temos palavras que se iniciam com uma sibilante: s ,z . Nos exemplos (5-7) temos uma seqüência de palavras, sendo que a primeira termina numa sibilante e a palavra seguinte se inicia em uma sibi lante. Responda: a. O que ocorre quando as duas palavras são pronunciadas juntas em (5-7)?
b. Seria possível identificar qual sibilante foi cancelada? (Se a sibilante final da primeira palavra ou a sibilante inicial da segunda palavra.)
• Questão 3 Considere os dados a seguir da variedade carioca e verifique se um processo semelhante ao apresentado na ‘Questão 2’ ocorre. Justifique.
Fo nolog ia ge rativa
8. paz 9. celestial 10. chula 11. geral 12. paz celestial 13. paz chula 14. paz geral
65
[ 1P a í X ]
[sele$t$i1aw] [■Sule] [3 e 1raw] [paisele$t$i1aw] [pai1Jule] [paj3 e 1raw]
• Questão 4 Você acha adequado descrever o processo apresentado nas ‘Questões 2, 3’ no formato de regra apresentado abaixo? Obs.: Este formato é informal. Posterior mente utilizaremos o formalismo das regras fonológicas proposto pelo modelo Gerativo. O símbolo # indica limite de palavras. (sibilante)
0 / __# (sibilante)
• Questão 5 Formalize, de acordo com a proposta do modelo Gerativo, uma regra que descreva o fenômeno de cancelamento da sibilante em limite de palavra apresen tado nas ‘Questões 2, 3’. -»
0
/ _________ #
Exercício 6 - H a rm onia vocálica Este exercício tem por objetivo discutir a formalização de regras fonológicas em que processos envolvam alterações em segmentos vocálicos relacionados. • Questão 1 Indique a forma ortográfica da palavras que a seguir. 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8.
[ 'teha] [ t e 1h a k i u ] [ 1s o l e ] [ s o 1l a d u ] [ 'bela] [ b e 1l e z a ] [ 1h o s a ] [ h o 1s a d u ]
66
Exercícios de fon ética e fo n o lo g ia
• Questão 2 A fonologia Gerativa faz uso da nomeclatura 'segmento fonológico’ para indi car um som que tenha caráter distintivo em relação aos outros segmentos do siste ma (o que denominaríamos ‘fonemas’ no modelo fonêmico). Em português temos os segmentos fonológicos /e ,s ,o ,o / que ocorrem em sílaba tônica em todos os dialetos. Exemplos de palavras com estas vogais médias em posição tônica são: s[e]de, s[s]de, f[o]rma, f[o]rma. Em posição pretônica ocorre grande variação em relação às vogais /e ,s ,o ,o /. Este ‘Exercício’ trata dos casos em que vogais médias ocorrem em palavras derivadas e casos em que duas vogais médias ocor rem em sílabas adjacentes. Na ‘Questão 1’ consideramos exemplos de palavras simples e derivadas. Quan do a vogal média ocorre em posição tônica temos uma vogal aberta - s o - e nas palavras derivadas apresentadas na ‘Questão 1’ temos uma vogal média fechadaeo - que ocorre em posição pretônica. Podemos generalizar afirmando que: uma vogal média aberta - s ,0 - ocorre como uma vogal média fechada - e .o - quando em posição pretônica. Tendo em mente esta generalização, considere os seguintes exemplos: 9. terrestre [ts'h sstn ] 10. bolota [bo'lote] 11.solinha [so 'liy e] 12. belíssimo [bs'lisim u] Compare as formas apresentadas na ‘Questão 1’ com as formas apresentadas em (9-12). Responda: A afirmação de que ‘uma vogal média aberta - s o - ocorre como uma vogal média fechada - e o - quando em posição pretônica’ pode ser sustentada se levarmos em consideração os dados (9-12)?
• Questão 3 Estude algumas das possibilidades de distribuição das vogais médias pretônicas em português (cf. pp. 81-85) e responda: Que fatores condicionam a ocorrência de vogais pretônicas médias abertas - s ,0 - e de vogais médias fechadas - e,o - nas palavras derivadas de (9-12)? Considere as formas derivadas (9-10) separadamente das formas derivadas (11-12). Atente para o tipo de sufixo envolvido na derivação.
• Questão 4 Indique a forma ortográfica para os exemplos que a seguir e preencha a coluna de ‘vogais médias’. Nesta coluna você deverá indicar a natureza das vogais médias nas palavras (se E ou o). Vogais idênticas ou diferentes podem ocorrer. Siga o exemplo.
Fonologia g e rativa
67
vogais médias
13._______ 14 .______ 15 .______ 16 .______ 17._______ 18._______ 19 .______ 20 .______ 21 .______
[ko'med3 i8 ] [pe'tska] [ko'lsge] [Jo 1do] [pe'le] [bo'ko] [sere'lepi] [poro'roks] [hs'motu]
os
_____ _____ _____ _____
• Questão 5 Nos exemplos (13-21) temos palavras não derivadas. As vogais médias nos exemplos (13-21) se comportam de maneira semelhante à das vogais médias nas palavras derivadas dos exemplos (9-10)? Justifique a sua resposta.
• Questão 6 Considere a coluna de ‘vogais médias’ na ‘Questão 4'. As vogais médias que ocorrem na palavra devem ser idênticas? Se ocorrem vogais médias diferentes na mesma palavra, quais são as combinações possíveis? Compare o tipo da vogal que ocorre nas seqüências de vogais médias em (9-10) e nas seqüências de vogais médias em (13-21).
• Questão 7 O fenômeno que regula a concordância articulatória entre vogais em sílabas adjacentes é denominado ‘Harmonia Vocálica’. As afirmações abaixo têm por obje tivo contribuir para delimitarmos o escopo de ação do fenômeno. Indique V (ver dadeiro) ou F (falso) para cada uma das afirmativas: (
) As vogais adjacentes com o mesmo grau de abertura (ou seja, devem ser vogais médias abertas) somente ocorrem em dissílabos.
(
) As vogais pretônicas concordam quanto ao grau de abertura da vogal média com a vogal tônica da palavra.
(
) As vogais podem ser anteriores e/ou posteriores, mas devem obriga toriamente concordar quanto ao grau de abertura (serem sempre vogais abertas).
68
Exercícios de fo n é tic a e fo n o lo g ia
(
) A ‘Harmonia Vocálica’ de vogais médias em português ocorre so mente em palavras derivadas.
(
) Palavras derivadas e palavras não derivadas apresentam o mesmo comportamento quanto à ‘Harmonia Vocálica’ de vogais médias.
• Questão 8 Indique a forma ortográfica para os exemplos a seguir e preencha a coluna de ‘vogais médias’. Nesta coluna você deverá indicar a natureza das vogais médias nas palavras (se e ou o). Vogais idênticas ou diferentes podem ocorrer. Siga o exemplo. vogais médias 22 . ________ 23 . ________ 24 . ________ 25 ._________
[he'boku] [ko'losu] [se're30] [pro'eze]
60 ________ ________ ________
• Questão 9 Compare os dados da ‘Questão 4’ e os dados da ‘Questão 8’ e responda: as vogais médias anteriores e posteriores comportam-se de maneira análoga quanto à ‘Harmonia Vocálica’?
• Questão 10 Preencha a tabela abaixo indicando o valor dos traços distintivos para cada um dos segmentos vocálicos listados.1 e
8
0
0
alto recuado arredondado baixo
• Questão 11 Considere os valores dos traços distintivos da tabela da ‘Questão 10’ e responda: a. Que traço tem o mesmo valor somente para os segmentos vocálicos / e ,o /? 1 As dem ais vogais orais do português foram omitidas na ‘Questão 10’. O propósito deste exercício é apresentar o form alismo que tenta expressar relações de similaridade entre segmentos em sílabas adjacentes. Uma avaliação com pleta da ‘Harm onia Vocálica’ nos levaria muito além dos propósitos deste livro.
Fo nolog ia g e rativa
69
b. Que traço tem o mesmo valor somente para os segmentos vocálicos /e ,o /?
• Questão 12 Considere a regra apresentada abaixo: [-acento]
[abaixo]
/ __________ +acento abaixo
í/ma voga/ não-acentuada assume o mesmo valor do traço [baixo] da vogal acentuada. O símbolo a indica que o mesmo valor para o traço em questão deverá ser assumido. Isto quer dizer que se a vogal tônica tiver o traço [+baixo] a vogal pretônica também terá o traço [+baixo]. Por outro lado, se a vogal tônica tiver o traço [-baixo] a vogal pretônica também terá o traço [-baixo]. Considere a regra acima e responda: a. Esta regra explica os dados (9-12)?
b. Esta regra explica os dados (13-21)?
c. Esta regra explica os dados (22-25)?
Exercício 7 -
Desvozeamento de obstruinte (desvio fonológico)
Este exercício tem por objetivo discutir a formalização de regras fonológicas categóricas e regras de redundância segmentai e regras de redundância seqüencial. • Questão 1 Faça a transcrição fonética de acordo com a sua fala individual, para cada um dos itens listados na tabela a seguir. Os dados já transcritos representam a fala de uma criança com desvio fonológico.
70
Exercícios de fo n é tica e fo n o lo g ia
1. batata 2. cabeça 3. braço 4. bola 5. gato 6. capa 7. pato 8. pão 9. tapa 10.dedo
[ p a 1t a t a ] [ k a 1p e s a ] [ 1p r a s u ] [ 'pois] [ 'katu] [ 'kapa] [ ' patu ] [ 'pãy] [ ' tapa ] [ 'te tu ]
Questão 2 Alguns dados da ‘Questão 1’ são pronunciados da mesma maneira por adul tos e pela criança com desvio fonológico. Outros dados são pronunciados de ma neira distinta na fala do adulto e da criança com desvio fonológico. Separe os dados da ‘Questão 1’ nestes dois grupos. Indique cada grupo de dados pelos números indicados na 'Questão 1’. Siga o exemplo.
Dados iguais Dados diferentes
^ _______________ ________________
• Questão 3 Compare a fala do adulto com a fala da criança com desvio fonológico. Como você descreveria o desvio fonológico na fala da criança?
• Questão 4 Expresse em formato de regra fonológica o processo ilustrado nos dados da ‘Questão 1’ (não haverá descrição de contexto na formalização da regra porque o fenômeno se aplica sempre). oclusiva vozeada -> oclusiva desvozeada
• Questão 5 A regra que descreve o processo ilustrado pelos dados da ‘Questão 1" é categóri ca (se aplica sempre). Esta regra não tem contexto de aplicação: pois toda oclusi va vozeada transforma-se em oclusiva desvozeada. A falta de contexto é um re-
Fo nolog ia g e rativa
71
sultado indesejável do modelo. Isto porque regras fonológicas aplicam-se em con textos específicos. A fonologia Gerativa sugere ‘regras de restrição segmentai’ para explicar tais casos. Uma ‘regra de restrição segmentai’ define as propriedades dos segmentos. Estas regras são listadas como propriedades do sistema fonológico em análise. Um exemplo de ‘regra de restrição segmentai" em português seria: [+lateral] ▼ [+vozeadaJ
Esta regra prevê que toda consoante [ +lateral] será automaticamente [+vozeada]
Considerando-se o formalismo das ‘regras de restrição segmentai’ - exposto para o caso das laterais em português serem sempre vozeadas - explicite uma ‘regra de restrição segmentai’ que caracterize o processo ilustrado nos dados da ‘Questão 1’. Utilize traços distintivos. Tal regra prevê que toda oclusiva seja desvozeada.
• Questão 6 Considere os dados adicionais abaixo. Você deverá indicar a transcrição fonéti ca de acordo com a sua fala individual, para cada um dos itens listados. Os dados já transcritos representam a fala de uma criança com desvio fonológico. 11. casa 12. vaca 1 3 .chuva 14. tia 15. janela 16. sapo 17. agacha 18. já 19. ajuda 20. dia 21. faca 22. mesa
[ 'k a s e ] [ 1f a k a ] [■Sufe] [ 'tSiej [Sa'nela] ['s a p u ] [a'ka$a] [ 3a] [ a 1$ u t 8 ] [ 1t j i o ] [ 1f a k a ] [ 1m e s a ]
• Questão 7 Vimos nos dados da ‘Questão 1’ que consoantes oclusivas são sempre desvozeadas na fala da criança. Considere os dados da ‘Questão 6’ e responda: você pode afirmar que o mesmo processo de desvozeamento se aplica também às con soantes fricativas e africadas na fala da criança?
72
Exercícios de fo n é tic a e fo n o lo g ia
• Questão 8 Escreva uma 'regra de restrição segmentai' que englobe as consoantes oclusivas, fricativas e africadas no processo de desvozeamento. Esta regra pode ser informalmente expressa como: oclusivas, fricativas, africadas 1 desvozeadas No formalismo Gerativo, incorporando traços distintivos teremos: [
1 1
[
1
• Questão 9 Além das ‘regras de restrição segmentai’ o modelo Gerativo sugere ‘regras de restrição seqüencial’. Estas regras determinam quais segmentos ocorrem em se qüência (com o objetivo de definir sílabas possíveis na língua em análise e onde tais sílabas ocorrem dentro das palavras). Uma ‘regra de restrição seqüencial’ do português seria: Em início de palavra podemos ter vogais ou qualquer uma das consoan tes do português, exceto o tepe, a lateral palatal e a nasal palatal. (- segmento]
[+ silábico] + consonantal - soante - contínuo ~+ consonantal - soante + contínuo ~+ consonantal — _t solt. retardada_ + consonantal + nasal _+ anterior + consonantal + lateral + anterior
(vogais) (oclusivas)
(fricativas) (africadas)
(nasais não-palatal)
(lateral não-palatal)
F onologia ge rativa
73
Abaixo é apresentada informalmente uma 'regra de restrição seqüencial’ que explicita que ‘em encontros consonantais tautossilábicos o primeiro elemento consonantal é uma oclusiva e o segundo elemento consonantal é ou um tepe ou uma lateral alveolar'.2 $ C [ r, 1] V
$
Escreva esta regra utilizando o formalismo do modelo Gerativo e fazendo uso dos traços distintivos. Utilize $ para indicar o limite de sílaba.
{
}
{
• Questão 10 Como você prevê que a criança cuja fala estamos analisando pronunciará as pala vras listadas abaixo? Indique também a sua pronúncia para cada um dos exemplos. criança adulto 23. piada _________ ___________ 24. nariz _________ _________ 25. cada _________ _________ 26. lago _________ ___________ 27. dado _________ ___________ 28. boneca_________ ___________ 29. blusa _________ ___________ 30. bala • Q uestão 11 O fenômeno de desvozeamento observado para consoantes oclusivas e fricativas pode ser observado em consoantes nasais e laterais ou no tepe? Há alguma razão que possa justificar tal comportamento?
Exercício 8 - G lide palatal (inglês) Este exercício tem por objetivo discutir a formalização de regras fonológicas de epêntese (inserção de segmentos). 2 Fricativas labidentais tam bém podem ocorrer em português como o primeiro m embro de encontros consonan tais tautossilábicos: ‘fraco, livro’. Este fato não é capturado pela regra de redundância seqüencial apresentada na 'Q uestão 9'.
74
Exercícios de fon ética e fo n o lo g ia
• Questão 1 Em inglês, um glide palatal [j ) pode ocorrer entre uma consoante e uma vogal alta posterior longa. Os dados apresentados neste ‘Exercício’ discutem apenas par cialmente o fenômeno. Para uma descrição completa do fenômeno veja Harris (1994). Alguns exemplos são ilustrados abaixo para a variedade do inglês britânico e do inglês americano. Considere tais exemplos e preencha a tabela abaixo. Britânico
Americano mju: bju: vju: f ju : Pju: kju: nu:
s z t
mju: bju: vju: f ju : Pju: kju: nju: lju: sju: zju: tju:
su: zu: tu:
music, mule, mew beautiful, bureau, abuse view, revue few, futile, future pew, pewter, spew cute, queue, cure new, continuity lewd, lieu assume, pursuit presume, Zeus Tuesday, perpetuity
d
dju:
du:
dew, duty, during
m b V f
P k n 1
lu:
Inglês britânico
Inglês americano
Consoantes que precedem [j u : ]
Consoantes que precedem [j u : ]
• Questão 2 Considere as consoantes selecionadas na tabela da ‘Questão 1’. Quais são as consoantes que precedem o glide que somente ocorrem na variedade britânica? Essas consoantes compartilham alguma propriedade fonética9 Expresse esta pro priedade em termos de traços distintivos (comum a este grupo específico de con soantes que precedem o glide). As consoantes que precedem j u : que somente ocorrem na variedade britâ nica s ã o :______________ Estas consoantes compartilham o traço:
F o nolog ia g e rativa
75
• Questão 3 Considere os dados do inglês na ‘Questão 1’. Em relação à variedade amer icana avalie as conseqüências de cada uma das afirmações abaixo. Nos espaços entre parênteses você deverá indicar (a) ou (b) de acordo com as conseqüências de cada uma das afirmações. a. O segmento j é cancelado quando seguido de consoante coronal e seguido de u : b. O segmento j é inserido quando seguido de consoante não-coronal e seguido de u : ( ) Esta afirmação implica que o segmento j é presente na representação subjacente e é cancelado no contexto especificado pela regra. ( ) Esta afirmação implica que o segmento j não é parte da representação subjacente e a epêntese ocorre no contexto especificado pela regra. • Questão 4 Quais das duas afirmações da ‘Questão 3’ parece ser mais apropriada para descrever o fenômeno ilustrado pelos dados da ‘Questão 1’? As duas afirmações podem ser apropriadas.
• Questão 5 Abaixo é apresentada uma proposta de regra que expressa o fenômeno ilus trado na ‘Questão 1’ para o inglês americano. Formalize esta regra no formato proposto pela fonologia Gerativa completando os colchetes com os traços distin tivos adequados. O glide j é classificado como f-consonantal, -silábico, -recuado]. A vogal longa u : deve ser especificada pelo traço [+longa] além dos demais traços que a especificam (como um segmento: vocálico, alto e posterior).
j
-> ->
0 / n,l,s,z,t,d ____ u: 0
/
[
] ______
• Questão 6 A regra ilustrada na ‘Questão 3’ sugere a epêntese de um segmento fonológi co do inglês. Isto porque / j / é um fonema do inglês - ‘yes' / j e s / ‘sim' - mas, ao mesmo tempo, é inserido por uma regra fonológica (como a indicada na ‘Questão 5'). Você acha apropriado ter um mesmo segmento fonológico - que seja especifi-
76
Exercícios de fon ética e fo n o lo g ia
cado nas representações fonológicas - e um segmento epentético - que seja in serido por uma regra fonológica?
• Questão 7 Processos fonológicos tendem a ser foneticamente motivados. Por exemplo, a palatalização de consoantes seguidas de vogal alta anterior [ i] se deve ao ajuste fonético (a língua é levantada em direção ao palato). Você pode sugerir alguma motivação fonética para a inserção do glide tratada anteriormente?
• Questão 8 Assuma j como um segmento subjacente nas representações fonológicas. Escreva a representação subjacente para os exemplos a seguir. Exemplos do inglês britânico. 1. 2. 3. 4. 5.
[mju:zik] [vju:] [kju:] [d u : ] [du:ti]
/m i u : z i k / / / / / / / / /
music. view queue due duty
‘música’ vista ‘fila’ ‘esperado’ ‘dever’
• Questão 9 Assumindo a regra fonológica apresentada na ‘Questão 5’, escreva a represen tação superficial para os exemplos abaixo. Exemplos do inglês americano. 1 .[ b j u : r i ]
/bju: ri/
beauty
‘beleza’
2. [
]
/ s j u :/
Sue
‘Sue (nome)’
3. [
1
/kju: t/
cute
‘gracioso’
4. [
]
/ n j u :/
new
‘novo’
5. [
]
/k ju : r/
cure
‘cura’
-
Fonologia Autosegmental
Esta parte tem por objetivo avaliar o formalismo proposto pela ‘fonologia Autosegmental’ para a análise de processos fonológicos. Pretende-se explorar a formalização multilinear das representações lexicais e o mecanismo proposto para a formalização de regras fonológicas. A contribuição da Fonologia Autosegmen tal na definição da tipologia silábica nas línguas naturais também é explorada. Avalia-se ainda o formalismo deste modelo para se buscar generalizações atesta das nos sistemas sonoros das línguas naturais. Leitura essencial Fonética e Fonologia do Português - Roteiro de Estudos e Guia de Exer cícios, Tháís Cristófaro Silva, Editora Contexto, páginas 202 a 209. Conceitos explorados adjacência ambissilabicidade categoria vazia coda coda simples coda ramificada constituintes silábicos desassociação (delink) direcionalidade ditongo leve ditongo pesado espraiamento grau de sonoridade núcleo núcleo ramificado onset onset ramificado
PCO (Princípio do Contorno Obrigatório) posição esqueletal posição não-nuclear posição nuclear posição vazia propagação representação lexical restrições estruturais rima núcleos segmento ambiente segmento complexo sílaba sílaba leve sílaba pesada silabificação
78
Exercícios de fo n é tic a e fo n o lo g ia
Exercício 1 - Representações lexicais Este exercício tem por objetivo apresentar os constituintes silábicos assumidos na representação lexical: núcleo, onset, rima, coda, sílaba. • Questão 1 Abaixo temos, à esquerda, a representação lexical da palavra ‘festa’ e, à direita, a palavra silabificada. Note que na representação lexical as posições nucleares são associadas a segmentos. A fonologia Autosegmental estabelece que posições nu cleares são associadas aos seus segmentos no nível lexical (nível da representação fonológica). Os demais constituintes silábicos - onset, rima e coda - são associa dos aos seus segm entos no processo de silabificação. Cada seqüência de (onset+rima) deve ser associada a uma sílaba (ô).
5 / R 1 N 1 X
0
X
X
o
R 1 N 1
1 1
1
X
11 11 11 |1 a c s t
5 \
/ \ R 0 R l\ 1 1 NC 1 1 1 \ 1 1
X
X
11
11 II II II e s t a
f
X X
X
Abaixo são indicados os possíveis constituintes silábicos. Onsets (denominado ‘ataque’ por alguns autores): a. Posição de onset associada a uma consoante C (representa consoante em início de sílaba). b. Onset não associado a nenhuma posição esqueletal (representa onsets entre hiato). O onset pode eventualmente ser associado a uma posição esqueletal não preenchida por consoante (posição vazia). c. Posições de onset ramificado (representa encontros consonantais tau tossilábicos). d. Posição de onset preenchida por um segmento complexo (representa uma africada ou kw, gw). O I
b. 0
c. 0 l\ 1 \ 1 \
X
X
X
1 C
1 1 C C
d. 0 1 1 1 X
/\ C C
F o nologia au toseg m en tal
79
Núcleos e Rimas Posições nucleares são associadas a uma rima: e. Posição nuclear associada a uma vogal V (representa um monotongo). f. Posição nuclear associada a uma posição vazia (regulada por princípios definidos pela teoria). g. Posições de núcleo ramificado (representa ditongos decrescentes = Vogal+Glide). h. Posições nucleares ram ificadas (representa ditongos crescentes = Glide+Vogal). Posições de coda são associadas a uma rima: i. Posição de coda simples (representa uma única consoante posvocálica). j. Posição de coda complexa (representa mais de uma consoante posvocálica). e.
f.
r
g- R
r
1
1
1
N
N
1
1
X
X
1
1
V
0
N / \ XX II V G
h.
i.
r
l N
R l\
j-
R l\
NC
NC
1 \ \ XXX
1 \
1
XX
X / \ G V
1 1 1
1 1
V C
VCC
msiderando-se os constituintes silábicos ilustrados acima silabifique as repreles lexicais listadas abaixo: 1 . pato
§
§
3. brava
§
5
/ \ / \ R R I1 I1 N N i1 1I
/ \ / R 1 N 1
\ / R 1 N 1
\ R 1 N 1
X
X
X
XX
X
1 u
1 1 1 11 1 b at at a
X
X
III p at 4. asa
2. batata
§
S S / \ / \ R R 1 1 I1 N N 1 XX
1
x
11
aza
1
5. rei
X X
5 / \ R 1 N / \
5 8 / \ / \ R R I1 I1 N N 11 X X X
11 X
X
111 1 1 b rav a 6 . cauda
8 5 / \ / \ R R 11
11
N
N
/ \
1
X X X
X
1 1 1 Re i
1 1 1II k a ud a
X
XX
X
80
Exercícios de fon ética e fo n o lo g ia
R
I
N
N
I
I
R
R
/ \ R
I
I
i
N
N
X
I
I / \ II
X
X
X
a s i on a 8 / \
8 / \
ô / \
R
R
R
I
I
I
N
N
N
I X
I
X X
I
I X
I I I
I
I X
X
I X
X
X
I I II f
I
e s t a
12. língua
8 8 / \ / \ R R I N I
X X
X X X X X X X X X
I
II
I
m oN s t r u
I
N
N
X
I I I II
R
I
11. transforma
10. monstro
8 / \
R
I X X Xn x /\ I I I kwa z I
I
X
8 / \
8
ô /\
8 /\
R
I
9. festa
8. quase
7. aciona 5 5 /\ /\
8
\ R
I
I
N
N I
N
I
X
X
I
I
t raNsfoRma
/ R
I
I I I
8
/ \
X
I
I X
X
I / \
X
I
1 i N gw a
• Questão 2 Liste os constituintes silábicos que ocorrem em cada um dos diagramas de silabificação. As letras correspondem aos constituintes silábicos listados no início da ‘Questão 1’. Siga o exemplo. 1. pato 2. batata 3. brava 4. asa 5. rei 6. cauda 7. acionar 8. quase 9. festa 10. monstro 11. transforma 12. língua
a, e. a. e ________ ________ ________ ________ ________ ________ ________ ________ ________ ________
• Questão 3 Considerando os padrões atestados na ‘Questão 2' preencha a tabela a seguir. Você deverá indicar o número de vezes que o tipo de constituinte silábico ocorre nos 12 exemplos de silabificação apresentados na ‘Questão 2’. Siga o exemplo.
■ F onologia au toseg m en tal
Constituinte silábico
Número/vezes
a. onset simples b. onset vazio c. onset ramificado d. onset complexo e. núcleo simples
_________ _________ _________ _________ _________ j.
Constituinte silábico
81
Número/vezes
f. núcleo vazio ________ g. núcleo ramificado ________ h. núcleo complexo ________ i. rima simples ________ rima complexa __________
• Q uestão 4 Considerando o número de vezes que um mesmo constituinte silábico ocor reu nos dados da 'Questão 3’ responda: quais são os constituintes silábicos mais recorrentes (que ocorreram mais vezes e apresentam os maiores números na ‘Questão 3’)?
• Questão 5 Considere as palavras ‘perspectiva, solstício, monstro, extra [ s k s t r e ] ’ e responda: qual é o número máximo de consoantes que pode ocorrer em posição de coda no português brasileiro?
Exercício 2 - Palatalização de oclusivas 2 Este exercício tem por objetivo discutir a noção de espraiamento ou propagação nas representações lexicais. A propagação discutida parte de uma posição nuclear para uma posição não-nuclear. • Questão 1 A fonologia Autosegmental oferece a noção de espraiamento ou propa gação. O espraiamento ocorre entre posições esqueletais - que geralmente são adjacentes. A noção de espraiamento permite explicar e descrever de forma bastante elegante o processo de palatalização de oclusivas alveolares em português (descrito na Parte 2: Fonêmica, Exercício 2). O processo de palatalização pode ser descrito pela propagação da propriedade de palatalização presente na vogal [i] para a posição de onset que a precede - que é preenchida com [ t] ou [d|. O espraiamento incorpora a propriedade de palatalização ao onset cuja consoante passa a ser [ t j j ou [d 3 ]. Este processo é ilustrado a seguir:
82
Exercícios de fo n é tica e fo n o lo g ia
R epresentação lexical m ento silabificada espraiamento § § / \ / \ R O R 0 11 I 1 N N 1 11 1 x X x 1 i 1 i a t
Processo de espraiaA linha pontilhada indica o 5 5 / \ / \ 0 R O R 1 I N N | 1 Xx x X / \ s \1 t x i a
O ‘Processo de espraiamento’ explica por que a palatalização ocorre: os segmentos envolvidos são adjacentes e o espraiamento tem a direcionalidade definida (no caso acima da direita-para-esquerda). Os conceitos de adjacência e direcionalidade são im prescindíveis na formalização proposta pelo modelo Autosegmental. Veja que, se a dire cionalidade não fosse um fator relevante, uma palavra como ‘fita’ poderia ser pronuncia da como * [ 1f i t X9]. Isto porque o fi] poderia se espraiar para o [t] que segue a vogal [i] (e neste caso teríamos uma africada - o que não ocorre). A relevância da adjacência no processo de espraiamento define que posições esqueletais estejam próximas. Tendo em mente as propriedades do processo de espraiamento apresentadas acima passemos à análise de um outro caso de palatalização de oclusivas alveo lares no português brasileiro. Considere os dados abaixo que são de falantes da variedade de Belo Horizonte (MG) e Boquim (SE). Indique a forma ortográfica para cada um dos exemplos:
1 .______ 2 .______ 3 .______ 4 .______ 5 .______ 6 .______ 7 .______ 8 .______ 9 .______ 10.
Belo Horizonte (MG)
Boquim (SE)
[dei'tadu] ['myítu] [koi'tadu] [’ ets] [oitu] [i'fextSi] [ gaitg] [vai'dad3 i] ['doidu] [peids]
[dei'tjadu] ['muitju] [koi'tjadu] ['eitjg] ['oitju] [i'feitji] ['gait$9] [vai'd3 ad3 i] ['doid3 u] ['peid39]
• Questão 2 Contraste os dados das duas variedades dialetais ilustradas acima. Observe o contexto em que as consoantes africadas ocorrem. Na variedade de Minas Gerais sabemos que uma oclusiva é palatalizada quando seguida por vogal alta. Para
F o nolog ia au tosegm ental
83
avaliar a palatalização na variedade sergipana considere o segmento que segue e também o segmento que precede as africadas. Expresse em palavras o processo fonológico que pode ser observado nesta variedade dialetal.
• Questão 3 Como você pode utilizar a noção de espraiamento ou propagação para expli car o processo de palatalização de oclusivas alveolares na variedade sergipana? Explore as noções de adjacência e direcionalidade.
• Questão 4 Indique as representações lexicais silabificadas e derivadas com o processo de palatalização para as palavras ‘oito’ e ‘doido’. Representação lexical silabificada
Processo de espraiamento A linha pontilhada indicará o espraiamento
1. ‘oito’
/ \ / \ R R ' ■ 1 N N X
X
X
/\ 1 +-> H( O
u
/ \ R I i N N 1i I
/ \ R
x
x
X
/\ 1 1 0 ;t u
2. ‘doido’ ô ô / \ / \ R R I I
N
I X X
I / \
N
8 5 / \ / \ R R I '
N
I XX
I I
doidu
I
N
'
X X
XX
I / \
I I
doidu
84
Exercícios de fo n é tica e fo n o lo g ia
• Questão 5 Considere a representação abaixo que ilustra a silabificação de uma vogal nasal [í]. Nesta representação a vogal [ i | e o elemento nasal [N] são ambos asso ciados a duas posições esqueletais de um núcleo ramificado. Esta proposta sugere que vogais nasais se comportam como ditongos decrescentes (pois, de maneira análoga, nos dois casos temos um núcleo ramificado).1 Utilizando a proposta de silabificação da vogal [ í ] sugeriR da ao lado indique a representação lexical da forma silabificaI da da palavra iin d a ’ [ ' l i d e ]. N / \
x x \ /
i
X
X
I N
I l
\ / I I i d a
X
X
x
• Questão 6 Considerando a representação lexical da palavra ‘linda’ você esperaria encon trar na variedade sergipana a pronúncia [ 1l í d 3 0 ] para a palavra iin d a'? Apre sente a representação lexical e derivada da palavra iin d a’ na variedade sergipana.
• Questão 7 Como você sugere que as palavras abaixo sejam pronunciadas na variedade sergipana? 1. jeito 2. baita 3. dica 4. dinda
_____________ _____________ _____________
Exercício 3 - Segmento am biente (desvio fonológico) Este exercício tem por objetivo discutir a noção de categoria vazia, desassociação (delinking) e de segmento ambiente. • Q uestão 1 Faça a transcrição fonética de acordo com a sua fala individual para cada um dos itens listados na tabela a seguir. Os dados já transcritos representam a fala de uma criança com desvio fonológico. 1 Um a proposta alternativa seria assum ir que vogais nasais e vogais orais constituem monotongos (associados a um a única posição esqueletal). A discussão desta alternativa aqui nos levaria além do propósito do fenômeno que estamos examinando.
Fo nolog ia au tosegm ental
1. hora 2. caro 3. agora 4. fala 5. fila 6. bala
85
[ 08] [ 1k a u ] [ a 1g o s ] [ 1f a a ] [ ' fie] [ 1b a e ]
• Questão 2 Compare a fala do adulto com a fala da criança com desvio fonológico. Como você descreveria o desvio fonológico na fala da criança?
• Questão 3 A fonologia Autosegmental sugere que a motivação para o cancelamento de [ l ,r ] na fala da criança decorre do fato de [ l , r ] - que são consoantes líquidas terem alto grau de sonoridade. (Consulte a tabela de sonoridade na p. 207.) Por serem muito sonoras, estas consoantes estariam sujeitas a lenição (ou enfraqueci mento). Outra motivação para o cancelamento de [ l , r ] intervocálicos é que estes segmentos constituem uma classe natural (veja que estas são as consoantes pos síveis para ocuparem a segunda posição consonantal em encontros consonantais tautossilábicos: prato e plano). Uma análise do cancelamento de consoantes intervocálicas - ilustrado pelos dados da ‘Questão 1’ - sugere que o segmento cancelado seja desligado ou desassociado de sua posição esqueletal. Com o desligamento do segmento da respectiva posição esqueletal fica vazia (e conseqüentemente não é pronunciada). O diagra ma abaixo ilustra a pronúncia da criança para a palavra ‘caro’ [ 1k a u ]. Seguindo a proposta abaixo derive a palavra ‘bala’ na fala da criança: [ 1b a s ].
86
Exercícios de fon ética e fo n o lo g ia
• Questão 4 O desvio fonológico ilustrado nos dados da ‘Questão 1’ se refere ao cancela mento da consoante líquida. Há outros casos de desvio fonológico em que se observa um glide palatal ocorrendo no lugar da consoante líquida. Nestes exemplos o glide palatal é transcrito como [j ] e é equivalente a [ i], que é a transcrição sugerida em Cristófaro Silva (2001). Os dados abaixo ilustram este caso. 7. hora 8. caro 9. agora 10. fala 11. fila 12. bala
[ [ [ [ [ [
'oja] 'kaju] a 1g o j s ] ' fajs] 'fijs] 'b ajs]
A fonologia Autosegmental assume que segmentos ambientes (segmentos de fault) podem preencher posições vazias. Lembre-se de que o cancelamento da líqui da cria uma posição esqueletal vazia (ver ‘Questão 3’). O segmento ambiente do português - que é a vogal [i] - preenche tal posição e temos um glide palatal (porque quando o segmento [ i] ocupa uma posição não-nuclear este se manifesta foneticamente como um glide palatal. No caso em questão, o segmento [i] ocupa uma posição não:nuclear de onset - que era originalmente preenchida pela líquida. O [i] em posição não-nuclear de onset é pronunciado como um glide palatal [j]. No diagrama abaixo é ilustrado o processo em que a líquida é cancelada e o segmento ambiente passa a ocupar a posição vazia de onset. O exemplo é da pala vra ‘caro’ pronunciada como [ 1k a j u ]. ô
5 /
/
\ RO
0
l
-
1
R
l
1
Z
N
I
-
X
X
1 k
1 a
\
x
X
\
1
“ j r Considere a noção de segmento ambiente e as possíveis representações dos constituintes silábicos apresentadas no ‘Exercício 1’ da fonologia Autosegmental e proponha uma análise que explique as pronúncias alternativas para os dados a seguir. Apresente a sua proposta em forma escrita.
F onologia au tosegm ental
87
13. afta [ afta] ['a fita ] 14. dogma [ d o g m a ] [ ' d o g i m a ] 15. pacto [ p a k t u ] [ ' p a k i t u ]
• Q uestão 5 Considere a análise abaixo para a palavra ‘afta’ (esta proposta explica tam bém os exemplos (14, 15)). Representação 1 8 /
0
\
R
Representação 2
8 / \
0
R
\
0
l\ 1 1 NC 1 1 1\ 1 1 X X X
8 / \
8 /
X
III
1
a f t
a
8 / \
R 0 R O 1 1 1 1 N 1 N 1 1 1 1 1
R 1 N 1
X
X
X
I 1
I 1
a
f
X
X
11 t
1I a
Na ‘Representação 1’ a consoante [ f ] é silabificada em coda. Para explicar mos a ocorrência da vogal epentética [ i] devemos inserir uma posição nuclear com tal vogal. A posição nuclear a ser inserida deve ocorrer entre as consoantes [f] e [t], Esta alternativa apresenta problema devido a uma premissa do modelo que prevê que as posições nucleares estão presentes nas representações lexicais. Inserir posições nucleares é, portanto, um problema para o modelo. Na 'Representação 2’ a consoante [f] é silabificada em posição de onset e é seguida de uma posição nuclear vazia. A fonologia Autosegmental sugere que posições vazias são reguladas por Princípios de Licenciamento. Investigar tais princípios nos levaria para além dos propósitos deste livro. Contudo, assumindo que uma posição vazia possa ser preenchida por segmentos ambientes, como você derivaria a pronúncia [ 1a f i t a ] a partir da “Representação 2’. 8 /
O
\
5 /\
8 / \
R
OR
I N I
I I I
I N I
I I I
I N I
X
X
X
X
X
I I a f
O R
I I t a
88
Exercícios de fo n é tic a e fo n o lo g ia
Exercício 4 - Princípio do C o n to rn o O b rig a tó rio (PCO) Este exercício tem por objetivo apresentar a noção do PCO - Princípio do Contorno Obrigatório - e sua aplicabilidade. • Questão 1 Considere os dados abaixo (retirados do ‘Exercício’ 5, Parte 2: Fonologia Gerativa): 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7.
dois sapos sucos zeros dois sapos dois sucos dois zeros
[ 1d o i s ] [ 1s a p u s ] [ 1s u k u s ] [ 1z e r u s ] [ d o i ' sapus] [ d o i ' sukus] [ d o i'zerus]
Estes dados nos mostram que uma sibilante é cancelada em final de palavra quando seguida de outra sibilante: dois sucos doi sucos. Este fenômeno pode ser expresso no modelo Autosegmental pela aplicação do ‘Princípio do Contorno Obrigatório - PCO’ que define que: “Seqüências adjacentes de unidades idênti cas são proibidas nas representações fonológicas" (p. 208). Na representação lexical das palavras ‘dois sucos’ ocorrem duas posições esqueletais adjacentes que são preenchidas com segmentos idênticos (duas sibilantes). A posição esqueletal da esquerda - que encontra-se sombreada - é cancelada. A posição esqueletal sombreada preenchida com a sibilante é associada a uma posição de coda, e a posição esqueletal preenchida com a outra sibilante é associada a uma posição de onset. No diagrama abaixo foram ilustradas apenas as posições esqueletais asso ciadas às sibilantes (você poderá praticar a silabificação por completar tal dia grama com os constituintes silábicos).
d o i
X 1 i
X
s
s
X
ii
11
u k
u s
->
d o i
s
Vimos que em português uma sibilante é cancelada quando seguida de outra sibilante: dois sucos -> doi sucos. Este fenômeno é explicado pela aplicação do PCO. Contudo, em inglês este fenômeno não ocorre. Numa seqüência de sibilan tes em limite de palavra, em inglês, as duas sibilantes são pronunciadas (dando a impressão de uma sibilante longa, ou uma sibilante que seja pronunciada por mais tempo do que a sibilante isolada): ves Sue -> ves Sue. Este fenômeno pode ser explicado pela fonologia Autosegmental pelo fato de que as posições esqueletais associàdas às sibilantes permanecem nas representações derivadas, sendo que am-
Fo nolog ia au toseg m en tal
89
bas as posições são associadas a um único segmento (a sibilante). Esta represen tação é tipicamente assumida para consoantes geminadas. A posição esqueletal da esquerda é associada à coda da primeira sílaba, e a posição esqueletal da direita é associada ao onset da sílaba seguinte. 0 R O R 1 I \ I I I N C I N
I
I
I
X
X
X
I /
I j
I \ / s s
X
X
\ X
\ / u:
‘yes Sue’
Utilize a noção do PCO e proponha uma análise para o cancelamento de uma vogal em seqüência de vogais idênticas, nos seguintes dados: 8. caatinga 9. compreende 10. cooperativa 11. apreende
[kaa'tSiga] [k a'tjig a] [kõpre'êd3 i] [kõ'prêd3i] [koopera ' t J i v a ] [kopera 11X i v a ] [apre'êd3i] [a'prêd3i]
• Questão 2 Considere os exemplos abaixo: 12. 13. 14. 15. 16. 17.
casa casa casa casa casa casa
utilitária elegante amarela horrorosa imensa
[ 1kaza] [kazutjili1taria] [kazele'gãtji] [kazama1re la ] [kazoho1roza] [ kazi1mêsa]
Compare os exemplos (8-11) com (13-17)' e responda: há semelhança no comportamento da estrutura sonora nestes dois grupos de exemplos?
Exercício 5 - Propagação de nasalidade (tam bém desvio fonológico) Este exercício tem por objetivo discutir a noção de espraiamento de uma posição não-nuclear para uma posição nuclear. • Questão 1 Indique a forma ortográfica de cada um dos exemplos a seguir.
90
Exercícios de fon ética e fo n o lo g ia
1 .__________ 2 . __________ 3 . __________ 4 .____________ 5 .__________ 6 .__________
[ka'made] [ba'nana] [kama'rers] [sani'dad3 i] [a'migu] [pa'nela]
~ ~ ~ ~ ~ ~
[ka'mads] [bã'nãna] [kãma'rer0 ] [sãni'dad3 i] [a'migu] [pa'nsle]
Os exemplos acima indicam pronúncias alternativas. Neste ‘Exercício’ es taremos interessados na nasalização da vogal [a] em posição pretônica. Este fenô meno pode ser observado na coluna mais à direita nos exemplos acima. Note que em todos os exemplos acima a vogal que pode (opcionalmente) ser nasalizada ocorre seguida de uma consoante nasal. A nasalização de vogal pode ser interpretada pela propagação ou espraiamento da propriedade de nasalização da posição esqueletal de onset para a posição nuclear que a precede. Este fenô meno é indicado no diagrama abaixo para a palavra ‘camada’ [ k ã ' m ads ]. N representa a propriedade de nasalização. 5 / \
0
5 / \
5 / \
R O R O
R
.................. .....
1 N
I NI
I I I X
X
I k
I ã
N
I I X
I
X
X
X
I I m a \l
I d
I a
N
Além da adjacência entre as posições envolvidas no processo de espraiamen to temos a direcionalidade: (direita-para-esquerda). • Q uestão 2 Selecione, entre as formas que são listadas abaixo, aquelas em que a nasalidade pode ocorrer opcionalmente em posição pretônica. Siga o exemplo. a b c
janela mato caneco
d
tamanco
e t g h
além chamada anel maré
• Q uestão 3 Indique a representação fonética de sua fala para os exemplos a seguir. Os exem plos já transcritos representam dados de um falante que apresenta fissura palatal (palato rachado), fenômeno que é tipicamente conhecido como a fala de uma pessoa fanhosa.
F onologia au tosegm ental
7. mamãe 8. não 9. homem 10. nada 11. dama 12. dona 13. madame
9 1
mã mãí] ' n ãy]
1õmèi] 1nãne] 1n ã m e ] 1nõnê] m ã 1n ã m í ]
• Questão 4 Compare a fala do adulto com a do falante com fissura palatal. Como você descreveria, com suas palavras, as alterações observadas na produção do falante com fissura palatal? (Avalie o comportamento das consoantes orais-nasais e das vogais orais-nasais.)
• Questão 5 Como você prevê que o falante com fissura palatal pronuncia os exemplos abaixo? Indique a forma fonética que expresse tal pronúncia. 14. 15. 16. 17.
banana danada nadando amada
_____________ _____________ _____________ _____________
• Questão 6 Você pode utilizar a noção de espraiamento de nasalidade para explicar as alterações na estrutura sonora do falante com fissura palatal?
Exercício 6 - Acento Este exercício tem por objetivo discutir alguns aspectos da atribuição de acento, ambissilabicidade e restrições estruturais. • Questão 1 O modelo Autosegmental nos permite formalizar generalizações quanto às estruturas silábicas atestadas nas línguas naturais, e também nos permite explorar tendências tipológicas e universais observadas nas estruturas silábicas das línguas naturais. Paralelamente à fonologia Autosegmental foi desenvolvida a Teoria Métrica, que oferece generalizações quanto à organização da estrutura acentuai nas línguas.
92
Exercícios de fo n é tic a e fo n o lo g ia
Este ‘Exercício' explora a relação entre a estrutura silábica e a estrutura métrica (ou acentuai) do português brasileiro. Na tabela apresentada abaixo a coluna mais à direita lista oito categorias que indicam o tipo de vogal (se monotongo ou ditongo decrescente) e padrão acentuai (em que sílaba o acento tônico ocorre). Preencha a tabela. Os exemplos devem ser apresentados em forma ortográfica e em forma fonética (Você não encontrará exemplos para duas das categorias listadas.) Núcleo simples (ou monotongo) acentuado .... 1
na última sílaba
2
na penúltima sílaba
3
na antepenúltima sílaba
4
na sílaba anterior
Forma ortográfica
café
Forma fonética
[ k a 1f e ]
a antepenúltima sílaba Núcleo complexo (ou ditongo) acentuado ....
5
na última sílaba
6
na penúltima sílaba
7
na antepenúltima sílaba
8
na sílaba anterior à antepenúltima sílaba
• Q uestão 2 Considerando as suas respostas para a tabela preenchida na ‘Questão 1 responda: a. Qual das categorias listadas na tabela da ‘Questão 1’ não apresenta exemplos no português brasileiro? Indique a sua resposta pelos números associados às categorias (de 1 a 8).
b. Você teve dificuldades em encontrar exemplos para a categoria indica da no número (7)?
c. Vimos que há duas categorias de padrão acentuai em que não ocorrem exemplos no português (veja a sua resposta para o item (a) nesta ‘Questão’).
F onologia au toseg m en tal
93
Que tipo de generalização podemos inferir a partir da ausência de tais exemplos?
• Questão 3 A colocação do acento (stress assignment) nos permite avaliar o comporta mento dos glides e de alguns segmentos consonantais do português. Podemos tam bém avaliar a silabificação destes segmentos. Assumiremos neste ‘Exercício’ que ditongos decrescentes são derivados de duas vogais: (uma vogal qualquer + vogal alta l i / ou /u/). Os glides em ditongos decrescentes serão transcritos foneticamente como [j,w] neste ‘Exercício’: ‘gaita’ [ g a j t e ] e ‘cauda’ [ ' kaw ds], (Em Cristófaro Silva (2001) assume-se que glides devem ser transcritos foneticamente como [ i, y]. As duas propostas são equivalentes.) Observe que nas trans crições fonológicas os glides correspondem às vogais altas / i / ou /u/: ‘gaita’ / ' g a i t a / e ‘cauda' / ' k a u d a / . Vamos assumir que ditongos decrescentes são derivados de uma seqüência de núcleos e a representação derivada final é de um núcleo ramificado (represen tação à esquerda). Um núcleo ramificado conta na estrutura métrica como uma sílaba pesada. Um ditongo decrescente representa uma sílaba pesada e é também denominado ditongo pesado. Um outro exemplo de sílaba pesada é a rima ramifi cada com um (ou mais) elemento em coda (representação à direita). Obs: G corres ponde ao glide no ditongo. Sílabas pesadas Ditongo pesado R I N / \ XX I I V G
Rima ramificada R l\ NC I \ XX I I V C
Em oposição a uma sílaba pesada temos uma sílaba leve. Uma sílaba leve é formada por um núcleo simples - que pode ser preenchido por um monotongo (representação à esquerda), ou por um ditongo crescente (representação à direita). O ditongo crescente é também denominado ditongo leve. Obs: G corresponde ao glide no ditongo.
94
Exercícios de fon ética e fo n o lo g ia
Sílabas leves Monotongo
Ditongo leve
R
R
I
I
N
N
I
I
x
x
I
/ \
V
G V
A tendência geral no português é o acento cair na penúltima sílaba (palavras paroxítonas). Contudo, o acento ocorre em várias palavras oxítonas e proparoxíto nas. Considere as representações de sílabas leves e sílabas pesadas apresentadas acima. Considere, ainda, a afirmação de que ditongos pesados e rimas ramificadas tendem a atrair acento em português. Como você justifica o acento final nas pala vras listadas abaixo? (As indicações em negrito expressam a rima acentuada. As formas com asterisco indicam padrão acentuai rejeitado.) atrai Moscou confrei jirau
*átrai *Móscou *cónfrei *jírau
rapaz cuscus pom ar amor
*rápaz *cúscus *pómar *ámor
• Questão 4 Considere as formas abaixo. Como você explica o padrão acentuai correto dessas palavras e ao mesmo tempo exclui os exemplos de padrões acentuais rejeita dos (indicados por asterisco)? 1. 2. 3. 4.
ilustre recosto embarque recorte
*ílustre *rêcosto *êmbarque *récorte
• Questão 5 Considere as formas abaixo. Como você explica o padrão acentuai correto dessas palavras e ao mesmo tempo exclui os exemplos de padrões acentuais rejeita dos (indicados por asterisco)? 1. Justiça 2. destaque 3. armada 4. gordura
*jústiça *déstaque *ármada *górdura
Fonologia au tosegm ental
95
• Questão 6 Considere que ditongos leves (ou ditongos crescentes) também são derivados de uma seqüência de dois núcleos em português. Os exemplos (1-4) abaixo repre sentam casos em que o terceiro núcleo (direita-para-esquerda) é acentuado. Como você explica o padrão acentuai correto nas formas (5-8) e o padrão acentuai rejei tado para estas mesmas formas (indicadas por um asterisco)? 1.ódio 2. pátria 3. sério 4. próprio
5. família 6. cartório 7. armário 8. empório
*fámilia *cártorio *ármario *émporio
• Questão 7 Glides intervocálicos ocorrem em português. Em palavras com glides intervocálicos temos restrições quanto ao local em que o acento tônico possa recair. Os padrões acentuais rejeitados são indicados por um asterisco nos exemplos abaixo. Assuma que, da mesma maneira que em ditongos decrescentes e em ditongos cres centes, os glides intervocálicos em português são derivados de uma vogal alta. Como você explica o padrão acentuai correto nos exemplos abaixo e o padrão acentuai rejeitado para estas mesmas formas (indicadas por um asterisco)? 1. arroio 2. papagaio 3. goiaba 4. gaiola
*árroio *papágaio *góiaba *gáiola
• Questão 8 Podemos sugerir que um glide palatal tenha na representação derivada final um caráter ambissilábico: ou seja, o glide ocupa posições esqueletais em sílabas diferen tes. Na representação abaixo o glide [j ] - na palavra ‘lacaio’ - está associado a duas sílabas. (Com o propósito de facilitar a discussão apresentada no restante desta ‘Questão’ sugeri que o glide fosse silabificado em posição de coda. Uma outra alter nativa seria ter o glide silabificado em posição nuclear de núcleo ramificado.) S
ô
/ \ 0
R
/ 0
1 1 1 X
N 1 X
í X
1 1
1 a
1 k
Ô / \
\ R
0
R
|
1 N
|\ N c 1 t \ | X x x 1 a
\l j
; X 1 u
96
Exercícios de fo n é tic a e fo n o lo g ia
Veja que, de acordo com esta proposta, o glide ocupa a posição de coda numa rima ramificada que representa uma sílaba pesada (o que potencialmente pode ser um fator para atrair acento no português). Em algumas línguas, um glide palatal intervocálico se comporta de maneira semelhante à das consoantes palatais. Este parece ser o caso também em português. Considere os dados abaixo em que uma das consoantes palatais [ji, Á] ocor rem. Você pode sugerir uma análise que explique o padrão acentuai correto para estas formas e que exclua o padrão acentuai rejeitado (indicado por um asterisco)? 1 .rebanho *rêbanho 2. canhoto *cânhoto 3. manilha *mânilha 4. palheta *pálheta Exercício 7 - Redução de enco ntro conso nantal (tam bém desvio fo n o ló g ico ) Este exercício tem por objetivo discutir o estatuto diferente de consoantes nas estruturas silábicas onset e rima ramificada. • Questão 1 Faça a transcrição fonética de acordo com a sua fala individual, para cada um dos itens listados na tabela abaixo. Os dados já transcritos representam a fala de uma criança em fase de aquisição da linguagem. 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8.
prato exemplo criança planeta cobra tribo podre preso
9. festa 10. parte 11. corda 12. rasga 13. costa 14. escola 15. carta 16. marca
[ 1p a t u ] [ e 1z è p u ] [ k i 1ã s e ] [ p a 1n e t s ] [ 1k o b e ] [ 'tib u ] [ 'podi] [ 'pezu] [ 1f s t a ] [ 'pat$i] [ 1k o d e ] [ ' hags] [ 1k o t s ] [i'kole] [ ' kate] [ 1m a k e ]
Fo nolog ia au tosegm ental
97
• Questão 2 Os dados da 'Questão 1’ podem ser agrupados em dois grupos. O primeiro grupo compreende as formas ilustradas em (1-8). Neste caso todas as palavras apresentam um encontro consonantal tautossilábico. Encontros consonantais tautossilábicos são silabificados em onsets ramificados (ver ‘Exercício 1’). O segun do grupo compreende as formas (9-16). Neste caso todas as palavras apresentam um encontro consonantal heterossilábico. Encontros consonantais heterossilábicos são silabificados em posição de coda e onset subseqüente. Silabifique as re presentações lexicais das palavras ‘costa’ [ ' k o s t a ] e ‘tribo’ [ 1t r i b u ] . ô / \
ô / \ R
R I1 N I X
X
8 / \ R 1 N 1i
I
N | X
X
X
1 1 1 i1 1i k o s t a
5 / \
X X X
R N X
X
11 11 11 11 11 t r i b u
• Questão 3 Considere os dados da ‘Questão 1’ e responda: a. O que ocorre com os encontros consonantais tautossilábicos na fala da criança? b. O que ocorre com os encontros consonantais heterossilábicos na fala da criança?
• Questão 4 Utilize a noção de desassociação (delinking) de material segmentai de sua respectiva posição esqueletal e explique o que ocorre na fala da criança. Apresente os diagramas relativos às formas derivadas na fala da criança para as palavras ’ 1k o t e ] e ‘tribo’ [ 1t i b u ] . ô / \
S / \ R 1I N |
R 1 N X
X
X
X
k o s t a
X
ô
ô
/ \
/ \ R 1 N
R 1 N
I
I
I
I
1
X
X
X
1
X
t r i b u
X
98
Exercícios de fo n é tic a e fo n o lo g ia
• Questão 5 Considere os dados da ‘Questão 1' e responda: a. A criança cujos dados são apresentados na ‘Questão 1’ é membro de uma comunidade de fala em que o processo de palatalização de oclusi vas alveolares t , d se aplica? Justifique a sua resposta com exemplos. b. Como você justifica que uma pronúncia como * [ 11 J i b u ] não ocorre para a palavra ‘tribo’?
• Questão 6 Como você prevê que a criança cuja fala estamos analisando pronunciará as pala vras listadas abaixo? Indique também a sua pronúncia para cada um dos exemplos. 1. 2. 3. 4. 5. 6.
triste amizade brava barco sede braço
criança _____________ _____________ _____________ _____________ _____________ _____________
adulto _____________ _____________ _____________ _____________ _____________ _____________
• Questão 7 Considere os dados a seguir. Os dados da criança em fase de aquisição e os dados do adulto apresentam algumas semelhanças e algumas diferenças quanto aos encontros consonantais. Explicite tais semelhanças e diferenças. criança 1. outro 2. exemplo 3. festa 4. disto
[ 1o t u ] [ e 1z é p u ] [ 1f e t 8] [ 'd 3 i t u ]
adulto
[ 1ot u] [ e 1zêpu] [ 1f e s t s ] [ 1d3 i su]
Semelhanças entre a fala da criança e a do adulto
Diferenças entre a fala da criança e a do adulto
F o nolog ia au toseg m en tal
99
Exercício 8 - Vogais longas e breves (inglês) Este exercício tem por objetivo discutir restrições observadas na estrutura sonora do inglês com relação a vogais longas e breves. • Questão 1 No inglês britânico a distribuição das vogais longas e das vogais breves está inti mamente relacionada à estrutura silábica. Vogais longas são associadas a duas posições esqueletais (tendo representação semelhante a ditongos decrescentes) e representam uma sílaba pesada. Sílabas breves se comportam como monotongos e são associadas a uma única posição esqueletal. Considerando-se estas observações apresente a repre sentação lexical para as formas ‘leave' [ l i : v ] e ‘live’ [ 1l i v ] em inglês. live 5 / \ R
leave 5 / \ R
N l X X X 1 1 1 1 I V
N / \ XXX 1 \/ 1 i
Questão 2 Considere a tabela abaixo que indica a distribuição das vogais longas e breves em inglês: Vogal longa Vogal breve
1. final de sílaba
she
[Si:]
não ocorre
2. final de sílaba seguida de uma consoante
sheep
[Si:p]
tip
[ t i p]
3. final de sílaba seguida de duas consoantes
least
[ l i :st ]
list
[list ]
Considerando as informações apresentadas na tabela acima indique V (ver dadeiro) ou F (falso) para cada uma das afirmações abaixo. (Lembre-se de que toda palavra termina numa sílaba qualquer.) ( ( ( (
)Vogais breves não ocorrem em final de sílaba. (Somente vogais longas podem ser seguidas de duas consoantes. )Somente vogais longas ocorrem em final de palavra. )Uma vogal breve deve obrigatoriamente ser seguida por pelo menos uma consoante em final de sílaba.
100
Exercícios de fo n é tic a e fo n o lo g ia
( (
)Vogais breves ocorrem em final de palavra. ) Uma vogal longa deve obrigatoriamente ser seguida por pelo menos uma consoante.
• Questão 3 Indique a silabificação para as palavras do inglês: bleep [bli:p], grip [ g r i p ], feast [ f i : s t ].
ô
ô
ô
/ \ R
/ \ R 1:
/ \ R
1 N /\ X
feast
grip
bleep
N
N 1 X X
X x x x
X
/ \ X
11 1 1
1 1 \/ 1 b l i p
g r i p
X
X X X
1 \/ 1 f i s
• Questão 4 Considere as transcrições fonéticas do inglês apresentadas abaixo e coloque um ponto final (.) para dividir as sílabas em cada um dos exemplos. Siga o exemplo. Importante: vogais breves devem ocorrer sempre seguidas de uma (ou mais) consoante que trave a sílaba. Esta observação não se aplica à vogal denominada ‘schwa’ que transcrevemos por [0 ] . A vogal [ i] excepcionalmente pode ocorrer em final de palavra (cf. ‘happy’). 1 .luggage 2. relevant 3. Paris 4. happy 5. horrid 6. programm
bagagem relevante Paris contente horroroso programa
[ [ [ [ [ [
' lAg.id3] 1r e l e v a n t ] 1p a e r i s ] 1hsepi ] 1h o r i d ] 1p ro u g ra e m ]
• Questão 5 Utilizando a sua intuição de falante do português brasileiro, indique como um falante sem conhecimento da língua inglesa silabificaria as palavras acima (artifi cialmente teremos de assumir que a pronúncia de cada um dos segmentos vocáli cos e consonantais seria correta). 1. luggage 2. relevant
bagagem relevante
Fo nolog ia au toseg m en tal
3. Paris 4 . happy 5. horrid 6. programm
101
Paris fe liz horrível program a
• Questão 6 Como você explica as diferenças de silabificação do falante do português ao pronunciar as palavras do inglês?
Teoria da O tim alidade
Esta parte tem por objetivo discutir os pressupostos básicos da Teoria da Oti malidade e o formalismo empregado na análise dos sistemas sonoros. Ao trabalhar tópicos específicos faz-se um exame da abrangência da teoria ao incorporar a noção de marcação ao formalismo e examinar os sistemas sonoros numa perspectiva cross-lingüística. Finalmente, ao avaliar a aplicação deste modelo tenta-se discutir alguns aspectos ainda polêmicos para a teoria. Leitura essencial Fonética e Fonologia do Português - Roteiro de Estudos e Guia de Exer cícios, Thaís Cristófaro Silva, Editora Contexto, páginas 217 a 223. Conceitos explorados candidato ótimo forma ótima emergência do não-marcado entrada (input) fidelidade hierarquias hierarquização input (entrada) marcação marcação contexto-livre marcação sensível-ao-contexto não-marcado emergente
otimização lexical output (saída) ranqueamento ranqueamento livre restrições restrições de fidelidade restrições de marcação riqueza das formas de base saída (output) tableau tipologia fatorial violação
104
Exercícios de fo n é tic a e fo n o lo g ia
Exercício 1 - Tipos de restrições Este exercício tem por objetivo discutir restrições de fidelidade (faithfulness) e marcação (markedness). • Questão 1 Na TO temos formas de entrada ou input e form as de saída ou output. As restrições na TO podem ser agrupadas em 'Restrições de Fidelidade’ e ‘Restrições de Marcação’. As ‘Restrições de Fidelidade’ se referem à relação entre as formas de entrada e formas de saída: ou seja. o tipo de modificação ocorrida entre estes níveis. As 'Restrições de Marcação’ se referem aos padrões recorrentes atestados nas línguas naturais. Padrões não-marcados são aqueles atestados em todas (ou na grande maioria) das línguas naturais. Considere as restrições a seguir e numere a segunda coluna de acordo com a primeira. A primeira coluna lista a restrição e a segunda coluna explicita o conteúdo da restrição. Siga o exemplo.
1. N o c o d a :Codas são proibidas
(
) Não ocorrem encontros conso nantais e nem encontros vocáli cos
(
) Vogais são nasais quando segui das de consoante nasal na mes ma sílaba
2. O nset: Toda sílaba deve ter Onset 3. Dep I/O: Todos os segmentos/ traços da entrada têm correspon dente idêntico na saída: DepNlicleo, Dep°nset 4. C o d a -Condition :a Coda pode ter somente: [- vocálico, +soante] ou [-soante, +contínuo, +coronal]
(1) Todas as sílabas devem ser aber tas, ou seja, do tipo (consoante + vogal)
5. N o c o m p l e x : Somente um C ou um V pode ser associado às posi ções da sílaba
(
) A tendência é de que em posição de coda as obstruintes sejam desvozeadas
6. M a x i/o : Todos os segmentos/ traços da saída têm correspon dente idêntico na entrada
(
) As sílabas sempre se iniciam em consoantes. Não se deve ter síla bas que começam em vogais
7. *V oiced -Co d a :Consoantes obstruintes não devem ser vozeadas em posição de coda
(
) Nenhum segmento pode ser in serido
(
) A propriedade de vozeamento é sempre preservada
(
) Vogais devem ser orais
(
) Nenhum segmento pode ser can celado
8. iDENT-io(voice): A propriedade de vozeamento do segmento na entrada é idêntica na saída cor respondente
Teoria da o tim a lid a d e
9. InENT-io(nasal): Os segmentos da entrada e da saída têm valores idên ticos para [nasal] 10. *V N: Antes de uma consoante nasal tautossilábica as vogais não devem ser orais O R AL
11. *V
N ASAL
: Vogais não devem ser na°
sais
(
10 5
) Oclusivas alveolares não ocorrem seguidas de vogal alta [i]
( ) Somente um grupo restrito de seg mentos pode ocorrer na posição de coda (
) Segmentos nasais na saída são na sais na entrada e segmentos orais na saída são orais na entrada
12. *ti: Seqüências de oclusivas alveolares seguidas de [i] não são permiti das: *ti, *di • Questão 2 Para cada uma das restrições listadas abaixo indique se esta se refere a uma
restrição de ‘fidelidade’ o u de ‘marcação’. As restrições de ‘marcação’ podem ser Sensíveis-ao-Contexto, indicadas por M-SC - ou podem ter Contexto-Livre, indicadas por M-CL. Uma restrição de ‘marcação’ que é do tipo Sensível-aoContexto expressa alguma referência ao ambiente em que a restrição se aplica. Por exemplo, uma restrição do tipo *VOKA1N expressa que vogais não devem ser orais quando seguidas de consoante nasal tautossilábica (sendo que ‘quando segui das de consoante nasal tautossilábica’ é o contexto ou ambiente em que se aplica a restrição ‘de que vogais não devem ser orais’ ). Uma restrição de ‘marcação’ que é do tipo Contexto-Livre expressa que a restrição se aplica categoricamente in diferentemente do ambiente em avaliação. Por exemplo, uma restrição do tipo onset expressa que toda sílaba deve se iniciar por uma consoante (independente de esta sílaba ocorrer em início de palavra ou em qualquer outro ambiente). A tabela abaixo resume a natureza das restrições: Natureza das restrições
Notação
Fidelidade
Fidelidade
Marcação
a. Sensíveis-ao-Contexto b. Contexto-Livre
M-SC M-CL
Na tabela a seguir você deverá indicar a natureza de cada uma das restrições como: f i d e l i d a d e , m - s c o u m - c l .
1. N o c o d a :Codas são proibidas 2. O nset :Toda sílaba deve ter Onset
M-CL
10 6
Exercícios de fo n é tic a e fo n o lo g ia
3. Dep I/O: Todos os segmentos/traços da entrada têm cor respondente idêntico na saída: DepNücleo, Dep°nset
_____________
4. C o d a -Condition :a Coda pode ter somente: [- vocálico, +soante] ou [-soante, +contínuo, +coronal]
_____________
5. N o c o m p l e x :Somente um C ou um V pode ser associa do às posições da sílaba
_____________
6. M ax I/O: Todos os segmentos/traços da saída têm cor respondente idêntico na entrada
_____________
7. *V oiced -Co d a : Consoantes obstruintes não devem ser vozeadas em posição de coda.
_____________
8. iDENT-io(voice): A propriedade de vozeamento do segmento na entrada deve ser preservada na saída correspondente
_____________
9. iDENT-io(nasal): Os segmentos da entrada e da saída têm valores idênticos para [nasal]
_____________
10. *V N: Antes de uma consoante nasal tautossilábica as vogais não devem ser orais
_____________
ORAL
11. *V
N ASAL
: Vogais não devem ser nasais °
---------------------------------------------------
12. *ti: Seqüências de oclusivas alveolares seguidas de [i] não são permitidas: *ti, *di
__ __________
Exercício 2 - V iolação de restrições Este exercício tem por objetivo explorar a leitura de tableaus e de avaliar os procedimentos para a seleção da forma ótima. • Questão 1 Considere o seguinte tableau demonstrativo: Tableau demonstrativo Entrada Saída 1 Saída 2 Saída 3
RESTRIÇÃO
1
RESTRIÇÃO
2
RESTRIÇÃO
*! *
3
Teoria d a o tim a lid a d e
107
Um tableau tem entradas (inputs) e saídas {outputs). A forma de entrada é listada no topo da coluna mais à esquerda. As formas de saída são listadas nas demais linhas da coluna mais à esquerda. Saídas (outputs) se referem às formas fonéticas e entradas (inputs) se referem às representações fonológicas. As restrições são listadas na linha superior do tableau. A ordem em que as restrições aparecem procede do ranqueamento definido pela análise. Identifique a entrada, as formas de saída e as restrições no tableau demonstrativo. Quando uma restrição é violada indica-se por um asterisco (*). Veja que uma restrição pode ser duplamente violada (como é o caso da r e s t r i ç ã o 1 na Saída 3: **!). Os dois asteriscos indicam a dupla violação. Se duas restrições que se encon tram em seqüência (uma após a outra) - digamos R I e R2 - são violadas, então a restrição com ranqueamento maior (à esquerda) recebe uma exclamação (!). A exclamação indica que a violação é fatal. Considere as restrições R1 e R2 no tableau demonstrativo. A Restrição 1 é dupla mente violada (Saída 3). A Restriçào2 também é violada (Saída 1 ). Isto quer dizer que há violação de duas restrições em seqüência: RI e R2. Ou seja, ambas as restrições RI e R2 são violadas. Sendo assim, a restrição com escalonamento mais alto recebe a violação fatal indicada por !. No caso de RI e R2 temos que RI será indicada como tendo violação fatal porque RI tem ranqueamento mais alto do que R2. Note também que ambas as restrições 2 e 3 são violadas. Estas restrições - R2 e R3 - se encontram em seqüência. Sendo assim, a restrição2 - que tem ranqueamento mais alto do que a restrição3 - recebe o sinal de exclamação (indicando a violação fatal). As células que estão à direita de uma violação fatal - representada por ! - são sombreadas. São sombreadas também as células referentes ao último candidato ainda em avaliação. Veja que a célula correspondente à restrição 3 na Saída2 é sombreada mesmo não sendo precedida por uma violação fatal. Esta célula corres ponde ao único candidato em avaliação: Saída 2. Independente de haver ou não violação de restrições, a Saída 2 é o candidato ótimo ou forma ótima. A violação de restrições em áreas sombreadas não é relevante. Uma das formas de saída é escolhida como a form a ótima. A forma ótima é aquela que não viola nenhuma restrição ou que tem o comportamento mais harmônico (tendo em vista a violação de restrições mais baixas em comparação com as demais formas de saída). A seleção da forma ótima é indicada por ('»") ou por (©) ou por (S). Para cada um dos tableaus apresentados a seguir você deverá indicar a forma ótima colocando o sinal (®°). Você deverá também sombrear as células adequadamente. Tableau 1 r e s t r iç ã o
RESTRIÇÃO
*
Saída 1 Saída 2
1
*!
2
10 8
Exercícios de fon ética e fo n o lo g ia
Tableau 2
RESTRIÇÃO 1 Saída 1
RESTRIÇÃO 2
*! **
Saída 2 Tableau 3
RESTRIÇÃO 1
RESTRIÇÃO 2
Saída 1
*
*
Saída 2
**!
Tableau 4
RESTRIÇÃO 1 Saída 1
RESTRIÇÃO 2
RESTRIÇÃO 3
*!
Saída 2
*
*
RESTRIÇÃO 2
RESTRIÇÃO 3
*!
*
RESTRIÇÃO 2
RESTRIÇÃO 3
*
*
RESTRIÇÃO 2
RESTRIÇÃO 3
Tableau 5
RESTRIÇÃO 1 Saída 1 Saída 2 Tableau 6
RESTRIÇÃO 1 Saída 1
*!
Saída 2 Tableau 7
RESTRIÇÃO 1
**
Saída 1
*!
Saída 2 Saída 3
*!
*
Teoria da o tim a lid a d e
10 9
Tableau 8
RESTRIÇÃO 1
RESTRIÇÃO 2
**
Saída 1 *!
Saída 2 Saída 3
RESTRIÇÃO 3 *
*!
Tableau 9
RESTRIÇÃO 1
RESTRIÇÃO 2
RESTRIÇÃO 3 **
Saída 1 Saída 2
*!
*
*
Saída 3
*!
Saída 4
*!
*
RESTRIÇÃO 1
RESTRIÇÃO 2
Tableau 10
**
Saída 1 *!
Saída 2 Saída 3
RESTRIÇÃO 3 *
*! *
Saída 4 Exercício 3 - Ranqueam ento de restrições
Este exercício tem por objetivo explorar aspectos do ranqueam ento de restrições ao investigar casos de epêntese no português brasileiro. • Questão 1 Um fenômeno bastante conhecido no português brasileiro é a epêntese de uma vogal - tipicamente [i] - em final de palavras que terminam em consoantes diferentes de /S, N, R, 11. Alguns casos são exemplificados abaixo: (1)
a. b. c. d.
VARIG CUT PUC POP
['v arig i] ['k u tji] [ 1p u k i ] [ 1p o p i ]
1 10
Exercícios de fon ética e fo n o lo g ia
Em todos os casos de (1) ocorre a epêntese da vogal [ i] ao final da palavra que termina numa consoante diferente de /S. N. R. 1/. Contudo, ao contrário de se inserir uma vogal final [i], outras alternativas poderiam ter sido buscadas. Por exemplo, seria possível cancelar a consoante final e termos então a forma [ 1v a r i ] para ‘Varig’; ou poderíamos imaginar que a restrição de se ter somente certas consoantes em coda fosse violada e neste caso poderíamos ter uma forma como [ ' v a r i g ] , A alternativa [ ' v a r i g i ] é, portanto, uma dentre muitas estraté gias para se lidar com consoantes finais em português. O fato de o português brasileiro selecionar a forma [ ‘v a r i g i ] como forma ótima é expresso pelo ranqueamento das restrições: Nocoda, Coda-Condition, Max, DEPNucleo.
(1) N o c o d a :Codas são proibidas (2) C o d a -Condition : a Coda pode ter somente: [- vocálico, +soante] ou [-soante, +contínuo, +coronal]
(3) Max I/O: Todos os segmentos/traços da saída têmcorrespondente idên tico na entrada (output) (4) D f.p I/O: Todos os segmentos/traços da entrada têm correspondente idêntico na saída: DepNücleo, Dep°nset Nos tableaus a seguir o símbolo (□ ) indica a inserção de um segmento na for ma de saída. No caso do português brasileiro, a vogal a ser inserida - ou vogal epentética- é [i ). Sendo assim. v a . r i . g D corresponde a [ 1v a r i g i ] . Os parên teses - por exemplo (g) - indicam a supressão de um segmento na forma de saída. Sendo assim, v a . r i . (g) corresponde a [ 1v a r i ] , Você deverá considerar os ranqueamentos possíveis. Indique com um asterisco os casos em que uma restrição é violada. O ponto de exclamação deve indicar que a violação foi fatal. Não se es queça de sombrear as células apropriadas. Indique a forma ótima em cada tableau. Tableau 1 /varig/
Nocoda
Coda-Cond
QgpNúcleo
Max i/o
Max i/o
CODA-COND
DgpNÚdeo
Nocoda
v a .rig va. r i . gD v a . r i . (g) Tableau 2 /varig/ va.rig va. r i . gD v a . r i . (g)
Teoria da o tim a iid a d e
Tableau 3
/varig/
Max i/o
r ) E p Núcleo
CODA-COND
Nocoda
v a .rig va. r i .g D va.ri.(g) • Questão 2 Indique a pronúncia da forma de saída que você selecionou para cada um dos tableaus. Tableau
Forma de saída selecionada
Tableau 1
__________________________
Tableau 2
__________________________
Tableau 3
__________________________
• Questão 3 »
Indique o ranqueamento das r e s t r i ç õ e s em cada um dos tableaus. O símbolo expressa a ordem do ranqueamento. Siga o exemplo. Tableau
Ranqueamento
Tableau 1
nocoda »
Tableau 2
________________________________________
Tableau 3
________________________________________
coda-cond »
DEPNÜdeo
»
m a x i/o
• Questão 4 Considere o ranqueamento para o Tableau 2, que ilustra a forma do português brasileiro: [ 1v a r i g i ] . Tente alterar a posição de ranqueamento das r e s t r i ç õ e s em possibilidades diversas. Responda: Pode-se obter a mesma forma ótima de saída com ranqueamentos diferentes?
Exercício 4 - Encontros consonantais tautossilábicos (desvio fonológico) Este exercício tem por objetivo explorar a silabificação no português brasileiro, investigando a hierarquização apropriada nesta língua.
112
Exercícios de fo n é tic a e fo n o io g ia
• Questão 1 Considere os dados:
1. prato 2. braço 3. graxa 4. trato 5. praça
Sem desvio fonológico
Desvio fonológico 1
Desvio fonológico 2
[ 1pratu] [ 1b r a s u ] [ 'graje] [ 1trat u] ['prase]
[ 1patu] [ 1basu] [ 'gaSej [ 1t a t u ] [ 1pass]
['paratu] [ 1barasu] [ 1garage] [ 1taratu] [ 1parase]
Considere os dados fonéticos da coluna ‘Sem desvio fonológico’. Compare estes dados com aqueles apresentados nas colunas ‘Desvio fonológico 1’ e ‘Des vio fonológico 2’. Explique com suas palavras qual é o fenômeno relacionado ao ‘Desvio fonológico 1’ e ao ‘Desvio fonológico 2’. ‘Desvio fonológico 1 ': __________________________ ‘Desvio fonológico 2 ' : __________________________ • Questão 2 Nesta ‘Questão’ serão utilizadas as seguintes restrições:
(1) nocomplex: Somente um C ou um V pode ser associado às posições da sílaba. (2) Dep I/O: Todos os segmentos/traços da entrada têm correspondente idêntico na saída: DepNücleo, Dep°nsec. (3) Max I/O: Todos os segmentos/traços da saída têm correspondente idên tico na entrada. Para cada tableau apresentado a seguir você deverá indicar a violação da res-. trição por um asterisco e, se a violação for fatal, este fato deverá ser indicado pelo sinal de exclamação. Você deverá ainda sombrear as células apropriadas. Final mente, você deverá indicar a forma ótima de saída que foi selecionada. Tableau 1
/pratu/ pra.tu pa.ra.tu pa. tu
D ep I / o
m ax
i/o
n o c o m pl e x
Teoria d a o tim a iid a d e
1 13
Tableau 2
/pratu/
m ax
i/o
D ep I/o
NOCOMPLEX
pra.tu pa.ra.tu pa. tu Tableau 3
/pratu/
NOCOMPLEX
MAX I/O
D ep I/o
pra.tu pa.ra.tu pa. tu Tableau 4
/pratu/
m ax
i/o
NOCOMPLEX
D ep I/o
D ep
I/o
NOCOMPLEX
MAX i/ o
pra.tu pa.ra.tu pa. tu Tableau 5
/pratu/ pra.tu pa.ra.tu pa. tu Tableau 6
/pratu/
NOCOMPLEX
D ep I/o
m ax
i/o
pra.tu pa.ra.tu pa. tu • Questão 3 Complete a tabela a seguir. Para cada tableau você deverá indicar a forma ótima selecionada e a ordem do ranqueamento. Siga o exemplo.
114
Exercícios de fo n é tica e fo n o lo g ia
Tableau
Forma ótima
Ranqueamento
Tableau 1
pra.tu
D ep
Tableau 2
pra.tu
Tableau 3
pa. r a . t u
Tableau 4
pa.ra.tu
Tableau 5
pa. tu
Tableau 6
pa. tu
• Questão 4 Considere o ranqueamento das seguintes perguntas:
r e s t r iç õ e s
a. O ranqueamento de d e p i/ o e m a x de saídas nos Tableaus 1 e 2?
i/ o
é
I/o »
m ax
I/o »
nocom pj ex
na ‘Questão 2 ’ e responda às
relevante para a seleção das formas
b. Que restrição tem o ranqueamento mais baixo nos Tableaus 1 e 2? A que fato você pode atribuir o ranqueamento baixo desta restrição?
c. O ranqueamento de n o c o m p l e x e m a x I/o é relevante para a seleção das formas de saídas nos Tableaus 3 e 4?
d. Que restrição tem o ranqueamento mais baixo nos Tableaus 3 e 4? A que fato você pode atribuir o baixo ranqueamento desta restrição?
e. O ranqueamento de D e p I / o e n o c o m p l e x é relevante para a seleção das formas de saídas nos Tableaus 5 e 6?
f. Que restrição tem o ranqueamento mais baixo nos Tableaus 5 e 6? A que fato você pode atribuir o baixo ranqueamento desta restrição?
• Questão 5 Vimos na ‘Questão 2’ que em alguns casos o ranqueamento de certas restri ções não é relevante para a seleção da forma de saída, ou seja. um ranqueamento
Teoria da o tim a lid a d e
115
A » B ou B » A é apropriado. Quando o ranqueamento de restrições não é relevante para a seleção da forma de saída tais restrições são separadas por uma linha pontilhada. A linha pontilhada indica que a ordem de ranqueamento das restrições em questão não é relevante. Sendo assim, podemos agrupar os Tableaus 1 e 2 num único tableau. Isto é ilustrado abaixo. Tableau 1 e 2:
/pratu/
d e p i/ o
,
m a x i/ o
D e p I/o
:írpra. tu
1 1
»
n o co m plex
NOCOMPLEX
m a x i/o
i
*
i
*! !
pa.ra.tu
1 l 1
p a .tu
*!
que é equivalente a: Tableau 1 e 2:
/pratu/
m a x i/ o
,
d e p i/ o
m ax
pa. tu
n o co m plex
NOCOMPLEX
*
i
^ p r a .tu p a .r a .tu
»
1 . i/o 1 D ep I / o
*!
i ! 1 i 1
*!
_
As restrições cujo ranqueamento não é relevante são separadas somente por uma vírgula ao listarmos o ranqueamento. O grupo de restrições separado por uma vírgula é ranqueado em relação às demais restrições: m a x i / o , d e p i/ o » n o c o m p l e x é equivalente a d e p i / o , m a x i/ o » no co m plex . Complete os tableaus agrupando os (Tableaus 3 e 4) e (Tableaus 5 e 6) num único tableau. Você deverá: a. Separar o tableau em três colunas, utilizando uma linha plena ou uma linha pontilhada quando apropriado. b. Listar cada uma das restrições ranqueadas na primeira linha selecio nando entre: N o c o m p l e x , D e p i/ o , M a x i / o (Veja ‘Questão 2 ’ deste Exercício). c. Indicar a violação das restrições por um asterisco (*) e indicar com um ponto de exclamação (!) quando a violação for fatal. d. Sombrear as células apropriadas. e. Indicar o ranqueamento após o nome do Tableau.
1 16
Exercícios de fon ética e fo n o lo g ia
Tableau 3 e 4
/pratu/ ^•pra. tu p a .r a .tu pa. tu Tableau 5 e 6
/pratu/ ^pra. tu pa.ra.tu pa. tu • Q uestão 6 Considere adicionalmente a restrição: O nset: Toda sílaba deve ter onset (ou seja, as sílabas se iniciam por uma consoante). Avalie o ranqueamento desta restrição em cada um dos tableaus a seguir. Você deverá indicar o ranqueamento apropriado para cada uma das formas ótimas sele cionadas. O ranqueamento deverá ser indicado após o nome do Tableau. Todas as linhas internas são pontilhadas e você deverá converter em linha plena aquelas que forem necessárias. Indique ainda as violações das restrições por (*) e se a violação for fatal indique por (!). Você deverá sombrear as células pertinentes. Siga o exemplo. Tableau 7 :
m a x i/ o
/pratu/ ^pra. tu
,
d e p i/ o
,
onset
»
l m a x i/o
i
D ep
nocom plex
I/o
1 i
i
i
i i
i
i
i i
i i
i i
i
i
i
pa.ra.tu
i
pa. tu
i
i
i
i
pa.a.tu
I o n set
i
i i
i i
n o c o m p le x
Teoria d a o tim a lid a d e
117
Tableau 8: /pratu/ pra.tu ®°pa. ra. tu
1 1
1 1
1 1 1 1
1 1 1 1
1
1"
1
pa. tu
1
1
pa.a.tu
1 1 1 1 1 1 ...... ” ....7 ". 1
1 ......................... 1..................
1 - .......-
i
.....................
Tableau 9:
/pratu/ pra.tu pa.ra.tu ^pa. tu pa.a.tu Tableau 10:
/pratu/
1 1 1 1 1 i 1 1 1
p r a .tu pa.ra.tu p a .tu ^pa. a. tu
1 1 1 1 1 ! 1 1 I
I
1 1 1 1 1 1 1 1 1 --
Exercício 5 - T ipolo gia fa to ria l (holandês e inglês) Este exercício tem por objetivo explorar a noção de tipologia fatorial proposta pela TO ao avaliar a neutralização do vozeamento em obstruintes em final de palavra no holandês e o contraste de vozeamento em obstruintes no inglês. • Questão 1 Considere os exemplos do holandês apresentados a seguir: Entrada
Saída
Tradução
1./ b s d / [bst] cama 2. /b e d -e n / [bsd-an] camas 3. / b s t / [bst ] (eu) tocar levemente algo 4. / b e t - e n / [bet-en] (nós) tocamos levemente algo
118
Exercícios de fo n é tic a e fo n o lo g ia
Os exemplos anteriores expressam um fenômeno fonológico envolvendo as consoantes oclusivas alveolares t e d. Na verdade, tal fenômeno abrange toda a categoria das obstruintes em holandês. Na expectativa de identificar o fenônemo, assinale V (verdadeiro) ou F (falso) para cada uma das afirmativas abaixo. Assu ma que o fenômeno ocorre para a categoria das consoantes obstruintes em geral no holandês. a. Quanto à ocorrência dos segmentos na palavra, podemos dizer que em holandês... ( ) As obstruintes em final de palavra são sempre desvozeadas. ( )As obstruintes em final de palavra podem ser vozeadas ou desvozeadas. ( )As obstruintes entre vogais são sempre desvozeadas. ( )As obstruintes entre vogais são sempre vozeadas. ( )As obstruintes entre vogais podem ser vozeadas ou desvozeadas. b. Quanto ao comportamento dos segmentos podemos dizer que em holandês... ( ( ( ( (
) Há contraste fonêmico entre obstruintes vozeadas e desvozeadas em todas as posições. ) Há contraste fonêmico entre obstruintes vozeadas e desvozeadas so mente em posição intervocálica. ) O contraste de vozeamento entre obstruintes é atestado entre vogais, mas não em final de palavra. ) Há perda de contraste de vozeamento entre obstruintes em contexto específico: final de palavra. Temos, portanto, um caso de neutralização. ) Há contraste de vozeamento entre obstruintes em todos os contextos e temos um caso de contraste pleno (fonemas).
• Questão 2 Considerando a sua resposta para as afirmativas acima escreva um breve re sumo do que ocorre nos dados citados do holandês. Apresente a sua resposta gene ralizando em relação ao comportamento das obstruintes.
• Questão 3 Considere as seguintes * v o ic e d -c o d a :
r e s t r iç õ e s :
Consoantes obstruintes não devem ser vozeadas em posição
de coda iDENT-io(voice): A propriedade de vozeamento do segmento na entrada
deve ser preservada na saída correspondente
Teoria da o tim a lid a d e
119
Considerando as restrições anteriores você deverá preencher os tableaus abaixo de maneira a selecionar a forma ótima. Você deverá: a. Indicar o ranqueamento apropriado na primeira linha do tableau. b. Marcar a violação das restrições com um asterisco (*) e, se a violação for fatal, indicar este fato com um sinal de exclamação (!). c. Sombrear as células apropriadas.
/bed/ bsd «■bet /bst/ bed ^bst • Questão 4 Considere os seguintes dados do inglês: Entrada
Tradução
Saída
1. / g r i : d / 2. / g r i : d - i /
[ g r i :d] [gri:di]
greed greedy
gula guloso
3. / p o t / 4. / p o t - i /
[pot] [poti]
pot potty
pote potinho
5. 6. 7. 8.
[baed] [b asd i ] [bast ] [ bast i ]
bad baddy bat Batty
mau malvado morcego Batty
/b a e d / /b a e d - i/ /b a e t/ /b s e t-i/
Com o objetivo de avaliar os dados do inglês considere as afirmativas abaixo. Assinale V (verdadeiro) ou F (falso) para cada uma destas afirmativas. Assuma que a avaliação se aplica à categoria das consoantes obstruintes em geral. a. Quanto à ocorrência dos segmentos na palavra, podemos dizer que em holandês... ( ( ( ( (
) As obstruintes em final de palavra são sempre desvozeadas. ) As obstruintes em final de palavra podem ser vozeadas ou desvozeadas. )As obstruintes entre vogais são sempre desvozeadas. )As obstruintes entre vogais são sempre vozeadas. ) As obstruintes entre vogais podem ser vozeadas ou desvozeadas.
120
Exercícios de fo n é tic a e fo n o lo g ia
Em inglês... ( ( ( ( (
) ) ) ) )
As obstruintes em final de palavra são sempre desvozeadas. As obstruintes em final de palavra podem ser vozeadas ou desvozeadas. As obstruintes entre vogais são sempre desvozeadas. As obstruintes entre vogais são sempre vozeadas. As obstruintes entre vogais podem ser vozeadas ou desvozeadas.
b. Quanto ao comportamento dos segmentos em geral, podemos dizer que em holandês... ( ) Há contraste fonêmico entre obstruintes vozeadas e desvozeadas em final de palavra. ( ) Há contraste fonêmico entre obstruintes vozeadas e desvozeadas so mente em posição intervocálica. ( ) O contraste de vozeamento entre obstruintes é atestado entre vogais mas não em final de palavra. ( ) Há perda de contraste de vozeamento entre obstruintes em contexto específico: final de palavra. Temos, portanto, um caso de neutralização. ( ) Há contraste de vozeamento entre obstruintes em todos os contextos e temos um caso se contraste pleno (fonemas). Em inglês... ( ) Há contraste fonêmico entre obstruintes vozeadas e desvozeadas em final de palavra. ( ) Há contraste fonêmico entre obstruintes vozeadas e desvozeadas so mente em posição intervocálica. ( ) O contraste de vozeamento entre obstruintes é atestado entre vogais mas não em final de palavra. ( ) Há perda de contraste de vozeamento entre obstruintes em contexto específico: final de palavra. Temos, portanto, um caso de neutralização. ( ) Há contraste de vozeamento entre obstruintes em todos os contextos e temos um caso se contraste pleno (fonemas). • Questão 5 Considerando a sua resposta para as afirmativas da ‘Questão 4' escreva um breve resumo do que ocorre nos dados citados do inglês. Apresente a sua resposta generalizando em relação ao comportamento das obstruintes.
Teoria da o tim a iid a d e
• Questão 6 Considere as seguintes * v o ic e d -co d a :
12 1
r e s t r iç õ e s :
Consoantes obstruintes não devem ser vozeadas em posição
de coda iDENT-io(voice): A propriedade de vozeamento do segmento na entrada deve ser preservada na saída correspondente Considerando as restrições acima você deverá preencher os tableaus abaixo de maneira a selecionar a forma ótima. Você deverá: a. Indicar o ranqueamento apropriado na primeira linha do tableau. b. Marcar a violação das restrições com um asterisco (*) e, se a violação for fatal, indicar este fato com um sinal de exclamação (!). c. Sombrear as células apropriadas.
/bsd/ ^bsd bst /bst/ bed ^bst • Questão 7 Para cada uma das afirmativas assinale V (verdadeiro) ou F (falso). ( ) O caso do holandês expressa a neutralização entre obstruintes vozeadas e desvozeadas em final de palavra. ( ) O caso do inglês expressa a preservação de contraste de vozeamento em obstruintes em final de palavra. ( ) Nenhuma palavra do holandês deve terminar numa consoante obstruinte vozeada. ( ) Palavras do inglês podem terminar tanto em obstruintes vozeadas quanto em obstruintes desvozeadas. ( ) O caso do holandês expressa a alofonia entre obstruintes vozeadas e desvozeadas em final de palavra. • Questão 8 Considere a tipologia fatorial apresentada a seguir. Lembre-se de que as res trições podem ser de dois tipos quanto à natureza: Marcação (M) ou Fidelidade
122
Exercícios de fon ética e fo n o lo g ia
(F). As restrições de marcação podem ser S e n s í v e i s - a o - C o n t e x t o , indicadas por ou podem ter C o n t e x t o - L i v r e , indicadas por M - C L . A tabela abaixo re sume a natureza das restrições:
M -S C ,
Natureza das restrições
Notação
F
F
id e l id a d e
M arcação
a. S e n s í v e i s - a o - C o n t e x t o
b.
C o n te x to -L iv re
id e l id a d e
M -S C M -C L
Considerando a natureza das restrições apresentada na tabela acima podemos definir a tipologia fatorial proposta pela TO: Tipologia fatorial de
fid e lid a d e
a. m - c l » m - s c , f i d e l i d a d e b. m - s c » m - c l » f i d e l i d a d e c. m - s c » f i d e l i d a d e » m - c l d. f i d e l i d a d e » m - s c , m - c l Considere a natureza das restrições das a seguir:
e
m arcação
Sem variação (não-marcado) Variação alofônica Neutralização positional Contraste pleno * v o ic e d -c o d a
e
iD E N T -io (v o ic e )
Restrição
Natureza
* v o ic f .d - c o d a
Marcação-Sensível-ao-Contexto Fidelidade
i d e n t - i o ( voice)
indica
m
- sc
f id e l id a d e
Avalie o ranqueamento das restrições acima no holandês e no inglês e verifique se há o comportamento previsto pela tipologia fatorial. Justifique a sua resposta. Holandês:
Inglês:
Exercício 6 - N asalidade contextual (inglês) Este exercício tem por objetivo explorar a noção de tipologia fatorial. Riqueza das Formas de Base e otimização lexical ao avaliar a nasalização de vogais no inglês.
Teoria da o tim a lid a d e
123
• Questão 1 Considere os dados do inglês que são apresentados a seguir: 1. 2. 3. 4. 5.
[k a e t] [saed] [met] [lik] [raep]
cat sad met lick rap
gato triste encontrei lamber rap música
6. [ káènt ] 7. [sáèn d ] 8. [ m ê n t ] 9. [ l í r j k ] 10. [ ráêmp]
não poder areia significar ligar rampa
can Y sancl meant link ramp
Avalie a ocorrência de vogais orais e nasais nestes dados. Observe a natureza da consoante que segue cada uma das vogais. Preencha a tabela abaixo determi nando se os dados acima expressam um caso de contraste, alofonia ou neutraliza ção. Justifique a sua resposta para cada um dos casos em questão. a. Contraste b. Alofonia c. Neutralização
• Questão 2 Considere as restrições 5
iD E N T -io (n a s a l)
*v
O R AL
*V
i d e n t - i o (v nasal)
e *v
N, *V
:
7O R A L
7
N ASAL
Os segmentos da entrada e da saída têm valores idên ticos para [nasal]
NAntes de uma consoante nasal tautossilábica as vogais não devem ser orais
NASAL
Vogais não devem ser nasais °
Estas restrições podem ser avaliadas quanto à natureza como: R estrição
Natureza
iD E N T -io (n a s a l)
Fidelidade Marcação-Sensível-ao-Contexto
m -sc
Contexto-Livre
m
*v
ORAL
*V
N
NASAL
5
f id e l id a d e
- cl
A TO assume a ‘Riqueza das Formas de Base’. Esta proposta expressa que representações fonológicas - ou formas de entrada (input) na TO - podem conter qualquer tipo de contraste fonológico. O fato de um contraste ser expresso na forma de saída (output) depende exclusivamente do ranqueamento das restrições previsto pela tipologia fatorial.
124
Exercícios de fon ética e fo n o lo g ia
Tipologia fatorial de a.
m -cl
»
b.
m
c.
m - sc
d.
f id e l id a d e
- sc » »
m
-sc ,
m -cl
f id e l id a d e
»
f id e l id a d e
f id e l id a d e
»
f id e lid a d e
»
m -cl
m -sc , m -cl
e
m arcação
Sem variação (não-marcado) Variação alofônica Neutralização positional Contraste pleno
Considere o caso das vogais orais e nasais em inglês e a natureza das res trições iD E N T -io (n a s a l) e *vqralN, *Vnasal . Qual seria o ranqueamento esperado destas restrições no inglês?
• Questão 3 De acordo com a TO se a forma de entrada (input) apresenta ou não uma vogal nasal não é relevante para a forma de saída (output). O que define a ocorrên cia ou não das vogais nasais (e também orais) nas formas de saída é o ranqueamen to das restrições. Esta é a proposta da ‘Riqueza das Formas de Base’. Para avaliar mos tal proposta consideremos alguns tableaus em que a representação de entrada apresenta vogais orais ou nasais. Considerando as restrições acima com o ran queamento *vorajN » *VNASAL » i d e n t - i o ( nasal) você deverá preencher os ta bleaus a seguir. Você deverá: a. Indicar a forma ótima a ser selecionada. b. Marcar a violação das restrições com um asterisco (*) e se a violação for fatal indicar este fato com um sinal de exclamação (!). c. Sombrear as células apropriadas. Tableau 1 /s a e d /
*v
O RAL
N
N ASAL
iD E N T -io (n a s a l)
[saed] [seed] Tableau 2 /s e e d / [sasd] [sáéd]
*v
ORAL
N
*y N ASAL
iD E N T -io (n a s a l)
Teoria da o tim a iid a d e
125
Tableau 3 /s a e n d /
*v
ORAL
N
*y
N
*y
NASAL
iDENT-io(nasal)
[saend] [sáênd] Tableau 4 /sá ê n d /
*v
ORAL
NASAL
iDENT-io(nasal)
[saend) [scènd| • Questão 4 A tabela abaixo resume as formas de entrada e as formas de saídas dos ta bleaus da ‘Questão 3’. Tableau Tableau Tableau Tableau Tableau
1 2 3 4
Entrada
Saida
/s a e d / /s a e d / /s a e n d / /s á ê n d /
[saed] [saed] [sáènd] [sáênd]
Considerando a tabela acima assinale V (verdadeiro) ou F (falso) para cada uma das afirmativas abaixo. (
) Uma forma de entrada com uma vogal oral pode estar relacionada a uma forma de saída com vogal oral ou nasal (Tableaus 1 e 3).
(
) Uma forma de entrada com uma vogal nasal pode estar relacionada a uma forma de saída com vogal oral ou nasal (Tableaus 2 e 4).
(
) Uma forma de saída com uma vogal oral pode estar relacionada a uma forma de entrada com vogal oral ou com vogal nasal (Tableaus 1 e 2).
(
) Uma forma de saída com uma vogal nasal pode estar relacionada a uma forma de entrada com vogal oral ou com vogal nasal (Tableaus 3 e 4).
• Questão 5 Na TO o léxico contém propriedades contrastivas dos morfemas especifican do as propriedades fonológicas, morfológicas, sintáticas e semânticas. O léxico contém as representações de entrada que serão consideradas pelo g e r a d o r . O g e r a d o r gera candidatos, as formas de saída e os submete ao avaliador. O a v a l ia d o r avalia os candidatos de acordo com as restrições devidamente ranqueadas e sele-
126
Exercícios de fon ética e fo n o lo g ia
ciona o candidato ótimo. A proposta da TO determina, portanto, que nenhuma propriedade em particular pode ser especificada no nível fonológico (das formas de entrada ou representações subjacentes). Esta proposta é definida como: Riqueza das Formas de Base: Nenhuma restrição atua nas formas de entrada Generalizações são expressas pela interação entre restrições no nível das repre sentações de saída (e não nas representações de entrada). Restrições de m a r c a ç ã o sempre definem requisitos das formas de saída. Restrições de f i d e l i d a d e também avaliam formas de saída. A TO é uma teoria cuja natureza é orientada pelas formas de saída. Em teorias derivacionais a noção de contraste opera no nível das repre sentações subjacentes. Na TO a noção de contraste é atribuída às interações das formas de saída e restrições (reveja a tipologia fatorial de m a r c a ç ã o e f i d e l i d a d e ). Considerando a noção de Riqueza das Formas de Base poderíamos afirmar que é irrelevante a especificação quanto à propriedade [nasal] para as vogais do inglês? Dica: Considere a ‘Questão 4 ’ quanto às formas de saída e afirmativas listadas.
• Questão 6 Na ausência de evidência empírica entre a escolha de duas formas de entrada a TO recomenda que seja selecionada a forma mais próxima à forma ótima de saída. Esta estratégia minimiza a violação de restrições de f i d e l i d a d e e é denomi nada o t i m i z a ç ã o l e x i c a l . A idéia da o t i m i z a ç ã o l e x i c a l em selecionar a forma de entrada mais próxima à forma de saída é apoiada, por exemplo, pelos estudos de aquisição da lingua gem. Veja que a forma ótima de saída [saed] ‘sad’ pode estar relacionada a qualquer uma das formas de entrada: / saed/ ou / sáêd/ (ver tableaus 1 e 2 da ‘Questão 3"). Embora tenhamos duas formas potenciais de entrada - / saed/ ou / sáéd/ - a forma / saed/ - é selecionada por ser mais semelhante à forma de saída [saed]. Considere o caso dos Tableaus 3 e 4 na ‘Questão 4'. Temos a forma de saída [saênd] e duas formas potenciais de entrada / sàen d / e / saend/. Responda: a. De acordo com a o t i m i z a ç ã o l e x i c a l qual seria a forma de entrada sele cionada: /s a e n d / e /s a e n d /? Justifique a sua resposta.
b. Seria apropriado assumir que ocorrem vogais nasais nas formas de en trada?
Teoria d a o tim a iid a d e
127
• Questão 7 Na TO o contraste, a alofonia e a neutralização são definidos pelo ranquea mento das restrições de acordo com a tipologia fatorial: Tipologia fatorial de
fid e lid a d e
a.
m -cl
»
m - s c , f id e l id a d e
h.
m -sc
»
m -cl
»
e
m arcação
Sem variação (não-marcado) Variação alofônica Neutralização positional Contraste pleno
f id e l id a d e
c. m - s c » f i d e l i d a d e » m - c l d. f i d e l i d a d e » m - s c , m - c l
No caso da alofonia de vogais nasais do inglês que avaliamos nas ‘Questões’ precedentes observamos o ranqueamento m - s c » m - c l » f i d e l i d a d e para as res trições *v N » *V » iD E N T -io (n a s a l). Qual seria o ranqueamento esperado destas restrições numa língua em que ocorra o contraste entre vogais orais e nasais? 5
O R A I.
NASAL
\
/
'«C.
I
~l
• Questão 8 Para avaliarmos o contraste entre vogais orais e nasais consideremos alguns tableaus que apresentam o padrão de ranqueamento previsto para casos de contraste (em que as restrições de f i d e l i d a d e precedem as restrições de m a r c a ç ã o ): i d e n t - i o (nasal)7 » *v N , *V » . Preencha os tableaus a seguir. Você deverá: v
ORAL
7
N ASAL
°
a. Indicar a forma ótima a ser selecionada. b. Marcar a violação das restrições com um asterisco (*) e, se a violação for fatal, indicar este fato com um sinal de exclamação (!). c. Sombrear as células apropriadas. Tableau 1 /sa e d /
iDENT-io(nasal)
*y N ASAL
*V
O RAL
N
[saed] [sáêd] Tableau 2 /sáêd / [saed] [sáêd]
i d e n t - io í n a s a l )
*y N ASAL
*v
O R \L
N
128
Exercícios de fon ética e fo n o lo g ia
Tableau 3
/saend/
id e n t-io (
nasal)
*y
id e n t-io (
nasal)
*y
NASAL
*v
N
*v
N
ORAL
[saend] [sáènd] Tableau 4
/sáènd/
NASAL
ORAL
[saend] [sáènd] • Questão 9 O ranqueamento f i d e l i d a d e » m a r c a ç ã o avaliado na ‘Questão contraste entre vogais orais e nasais? Justifique.
Exercício 7 - 0
8’
preserva o
n ã o -m a rca d o em ergente1
Este exercício tem por objetivo explorar a noção do não-marcado emergente ao avaliar casos de reduplicação no português. • Questão 1 Considere os dados abaixo: Base
Forma reduplicada
1. 2. 3. 4. 5.
pega-pega pula-pula mata-mata mexe-mexe vira-vira
pegar pular matar mexer virar
Os exemplos acima representam casos de reduplicação que ocorrem em português. Assinale V (verdadeiro) ou F (falso) para cada uma das afirmativas. 1. (
) O substantivo reduplicado se relaciona a uma forma de base verbal.
2. (
) O substantivo reduplicado pode se relacionar a qualquer categoria gramatical.
3. (
) As formas reduplicadas sempre apresentam sílabas abertas do tipo (consoante+vogal).
1 Um a análise dos dados discutidos neste Exercício é apresentada em Araújo (2002): Revista de Estudos da Linguagem.
Teoria da o tim a iid a d e
4. (
) As formas reduplicadas são sempre dissílabas.
5. (
) As formas reduplicadas são sempre paroxítonas.
129
• Questão 2 Embora na tabela da ‘Questão 1’ a forma de base das formas reduplicadas esteja associada a uma forma verbal de infinitivo, no restante deste ‘Exercício’ assumiremos que a forma base de formas reduplicadas é a terceira pessoa do sin gular de um radical verbal (que é tipicamente dissilábico). Esta proposta é sugeri da por ARAÚJO (2002). Um fato interessante em formas reduplicadas é que tipi camente ocorrem padrões não-marcados da língua. Considerando as respostas da das para as afirmativas (3-5) da ‘Questão 1' expresse os padrões não-marcados que podem ser identificados em formas reduplicadas do português.
• Questão 3 Observa-se que formas reduplicadas eliminam padrões segmentais e prosódicos que sejam marcados, embora os padrões marcados sejam atestados em outras formas (não-reduplicadas) da língua. Esta propriedade é definida como o Não-marcado emer gente (Emergence o f the unmarked). A interação entre f i d e l i d a d e , b o a - f o r m a ç ã o e id e n t id a d e r e d u p l ic a t iv a definem o Não-marcado emergente: io - f i d e l i d a d e » boaform açâo » iD EN nD A D E-Redup|. O tratamento de formas reduplicadas está relacionado à Teoria da Correspondência que trata das restrições de f i d e l i d a d e . A tabela a seguir mostra formas reduplicadas que apresentam padrões marca dos em português. Para cada grupo de formas indique qual (quais) padrões marca dos são violados. Para cada grupo de formas reduplicadas na tabela que se segue você deverá indicar um dos seguintes padrões marcados: palavras trissílabas, con soante posvocálica, encontro consonantal tautossilábico, vogal nasal. Formas reduplicadas
Padrão marcado
1. quebra-quebra; troca-troca; treme-treme;
__________________________
2. esconde-esconde; pinga-pinga; canta-canta; empurra-empurra; lambe-lambe
__________________________
3. marche-marche; pisca-pisca; raspa-raspa
__________________________
4. esconde-esconde; agarra-agarra; empurra-empurra
130
Exercícios de fon ética e fo n o lo g ia
• Questão 4 Note que a TO não exclui a possibilidade de formas marcadas ocorrerem. O Não-m arcado em ergente indica uma tendência que expressa o padrão uni versal não-m arcado. Formas m arcadas têm ocorrência periférica no léxico. Considere o grupo de formas reduplicadas a seguir e indique por que tais for mas não ocorrem. Para cada grupo de formas reduplicadas na tabela você deverá indicar um dos seguintes padrões marcados: vogal nasal final, consoante oclusiva posvocálica, con soante sibilante posvocálica, encontro consonantal tautossilábico. Formas reduplicadas
Padrão marcado
1. prega-prega, prova-prova, grava-grava
____________________________
2. gasta-gasta; marca-marca; testa-testa
____________________________
3. mantém-mantém; ____________________________ querem-querem; abstém-abstém 4. opta-opta; capta-capta; abstém-abstém
____________________________
Exercício 8 - Variação e opacidade Este exercício tem por objetivo explorar casos de assimilação envolvendo a palatalização de oclusivas alveolares e redução de encontro consonantal tautossilábico em português. Pretende-se discutir como a TO avalia a variação e a opacidade nas línguas naturais. • Questão 1 Considere os dados: 1. 2. 3. 4.
livro outro exemplo refrigerante
[ 1l i v r u ] [ 1o t r u ] [e z ê p l u ] [ h e f r i j e 1r ã t ]
~ ~
[ 1livu] [ ot u ] [e'zèpu] [hefi 3 e 1rãt l i ]
O símbolo (~) indica que as formas apresentadas são concorrentes, ou seja, qualquer uma das pronúncias pode ocorrer. Este fenômeno é observado no portu guês brasileiro de um modo geral.
Teoria da o tim a lid a d e
131
Avalie os dados anteriores e indique qual fenômeno ocorre (observe sobretu do os encontros consonantais):
• Questão 2 A variação nos exemplos da ‘Questão 1' é conhecida como variação livre no modelo fonêmico. Os ‘Exercícios’ apresentados anteriormente neste livro avalia ram casos de alteração na estrutura sonora, mas sem investigar se a alteração tinha um efeito categórico afetando todos os casos possíveis nos casos potenciais, ou se a variação era concorrente (como a ‘variação livre’ ilustrada acima). Os modelos Gerativo e Autosegmental assumem que em casos de variação livre a regra fonológica em questão tem aplicação opcional (pode ou não se aplicar). Escreva uma regra opcional no modelo Gerativo e no modelo Autosegmental que expresse o proces so fonológico ilustrado nos dados da ‘Questão 1’. Fonologia Gerativa / ______________
Escreva a regra em palavras:
Fonologia Autosegmental
S / \ O R l\ 1 1\ N 1\ 1 X X X
1 1 1 c , c 2v
5 / O
\
X
X X
R 1 N 1
1I — I1 cr “V —
c2 Escreva a regra em palavras:
132
Exercícios de fo n é tica e fo n o lo g ia
• Q uestão 3 Considere as seguintes restrições: (1)
i/o: Todos os segmentos/traços da saída têm correspondente idên tico na entrada.
(2)
n o c o m p le x :
m ax
Somente um C ou um V pode ser associado às posições
da sílaba. Para cada tableau apresentado a seguir você deverá indicar a violação da restrição por um asterisco e, se a violação for fatal, tal fato deverá ser indicado pelo sinal de exclamação. Você deverá ainda sombrear as células apropriadas. Finalmente, você deverá indicar a forma ótima de saída que foi selecionada. Tableau 1 /livru/
m ax
i/o
NOCOMPLEX
l i .vru l i . vu Tableau 2 /livru/
NOCOMPLEX
MAX i/O
l i .vru l i . vu
• Q uestão 4 Casos de variação livre representam um problema para a TO. A TO assume que a Gramática faz o mapeamento entre as formas de entrada-saída, e para cada entrada é selecionada uma única forma de saída: a forma ótima. Isto é definido pela Dominação estrita. Se temos duas formas de saídas diferentes, então a dife rença entre tais formas deve ser relevante para o ranqueamento das restrições. Isto que dizer que cada uma das formas de saída apresenta violações diferentes das restrições, sendo que em cada um dos casos uma das formas será mais harmônica em relação ao ranqueamento. Esta é exatamente a situação refletida nos tableaus da ‘Questão 3’. Kager (1999:406) sugere a proposta de ranqueamento-livre (free ranking). Esta proposta é apresentada abaixo: as duas formas possíveis de saída são selecionadas independentemente num mesmo tableau. Tente identificar algum problema com esta proposta:
Teoria d a o tim a lid a d e
/livru/
MAX i/O
NOCOMPLEX
®“ l i .vru l i .vu /livru/ l i .vru
133
* *!
NOCOMPLEX
MAXl/o
*! *
1 i .vu Problema com a variação livre:
• Questão 5 Uma conseqüência interessante do cancelamento de consoantes em encontros consonantais é que temos seqüências segmentais inesperadas do tipo [ t i , d i ] (que pelo processo de palatalização esperaríam os que fossem m anifestadas como [ t J i , d 3 i ]). Considere os exemplos: 1. 2. 3. 4.
tristeza tribo podre Adriana
[tris'te za ] [ ’t r i b u ] [podri] [adri'ãna]
~ ~ ~ ~
[tis'te z a] [ ’t i b u ] [ 'podi ] [adi'ãna]
Note que nas formas da coluna mais à direita temos seqüências segmentais [ t i , d i ] que não se submetem ao processo de palatalização de oclusivas alveolares, que converte [ t i , d i ] em [ t j i , d 3 i ] , As formas que apresentam se qüências inesperadas [ t i , d i ] refletem um caso de opacidade. A opacidade tam bém é um problema para a TO. A TO é uma teoria referente às formas de saídas e não prevê níveis intermediários das representações. Veja que nos modelos Gerati vo e Autosegmental a opacidade é facilmente incorporada, pois estes modelos assumem níveis intermediários de representação (estes níveis intermediários ocor rem no curso da derivação). A opacidade reflete a aplicação de uma regra a uma forma que não pode ser inferida a partir da representação fonética no final da derivação. Contudo, os casos de opacidade seriam evidência para se postular um nível intermediário de representação abstrata - que ocorre em algum nível inter mediário da derivação - mas que não será nunca atestado foneticamente. A opacidade de uma regra é contrastada com a transparência de uma regra (ou seja, uma regra em que o contexto possa ser inferido na forma fonética).
134
Exercícios de fon ética e fo n o lo g ia
Considere a tabela a seguir. Você deverá preencher as tabelas indicando qual a forma que ocorre no processo derivacional quando a regra se aplica. O formalis mo Gerativo das regras fonológicas foi simplificado nos exemplos abaixo. No caso de a regra não se aplicar, indique este fato colocando um traço na frente do local esperado para a forma derivada. R l: CC
Encontros consonantais se reduzem a uma consoante
C:
R2: t- > t j / _ i :
t é palatalizado quando seguido de i
R3: u ^ u /
u toma-se frouxo (lax) em final de palavra
##
Derivação 2
Derivação 1
/tribo/
/tribo/ Rl: CC
C
R2: t - > t $ / _ i
R2: t - > t j / _ i
Rl: CC ^ C
R3: u ^ u / _ # #
R3: u ^ u / _ # #
Forma Fonética
Forma Fonética
• Questão 6 Qual seria o ordenamento entre RF1 e RF2 na ‘Questão 4' para termos a forma [ ' t i b u ] ?
• Questão 7 N a Derivaçãol da ‘Questão 5’ temos a ordenação das regras como: R1-R2. A aplicação da R l simplifica os encontros consonantais e alimenta (feeding) a apli cação da R2 (sendo que a palatalização de oclusivas alveolares poderá se aplicar). Ou seja, ao se aplicar a regra que simplifica encontros consonantais criamos o ambiente propício para a regra de palatalização se aplicar. A interação entre R lR2 representa um caso de feeding. Na Derivação2 da ‘Questão 5' temos a ordenação inversa: R2-R1. A intera ção entre R2-R1 representa um caso de counter-feeding. Numa situação de counterfeeding o contexto estrutural de uma regra é potencialmente satisfeito (veja que temos t seguido de i na forma fonética como conseqüência da regra de redução de encontros consonantais). Este contexto estrutural - t i - poderia ser sujeito à aplicação de uma outra regra (por exemplo a palatalização de oclusivas alveo lares). Mas o ordenamento é tal que a regra de palatalização de oclusivas já se aplicou e não pode se aplicar novamente. No caso de counter-feeding somente uma das duas regras se aplica (veja que a regra de redução de encontros consonan tais não se aplica na Derivação 2 da 'Questão 5').
Teoria d a o tim a lid a d e
135
Vimos que nos dados analisados neste ‘Exercício’ o ordenamento adequado é R2-R1, que representa um caso de counter-feeding. Os dois tipos de interação de regras que produzem a opacidade são counter-feeding e counter-bleeding. Como dissemos anteriormente, a opacidade representa um problema para a Teoria da Otimalidade. O restante deste ‘Exercício’ reflete por que a opacidade representa um problema para a TO ao avaliar o caso de counter-feeding discutido no início desta ‘Questão’. Considere os tableaus que se seguem. Além das restrições M a x I / O e n o c o m p l e x temos a restrição: *ti Seqüências de oclusivas alveolares seguidas de i não são permitidas: *ti, *di Para cada um dos tableaus apresentados a seguir você deverá indicar a violação da restrição por um asterisco e, se a violação for fatal, este fato deverá ser indicado pelo sinal de exclamação. Você deverá ainda sombrear as células apropriadas. Final mente, você deverá indicar a forma ótima de saída que foi selecionada. Tableau 1 /tribu/
max
i/o
*ti
MAX
i/o
NOCOMPLEX
NOCOMPLEX
tribu tibu t Jibu Tableau 2 /tribu/
*ti
tribu tibu t Si b u Tableau 3 /tribu/ tribu tibu tjibu
NOCOMPLEX
*ti
MAX I/O
136
Exercícios de fo n é tic a e fo n o lo g ia
Tableau 4
/tribu/
*ti
NOCOMPLEX
M A X l/o
*ti
MAX I/O
*ti
NOCOMPLEX
tribu tibu t X ibu Tableau 5
/tribu/
N( )COMPLEX
tribu tibu tjibu Tableau 6
/tribu/
MAX i/O
tribu tibu t S ibu • Questão 8 Os tableaus da ‘Questão 7’ exploram as possibilidades lógicas para o ran queamento das restrições m a x i / o , n o c o m p l e x e *ti. Avalie estes tableaus e in dique (se houver) qual é o ranqueamento apropriado para a forma [ 1t i b u ] .
Respostas dos exercícios
Fonética Exercício 1 1. fonética 2. engenhoca
11. perigo 12. existe
3. carreta 4. cisterna 5. praça 6. cócegas 7. gelado 8. caderno 9. escola 10. cerveja
13. desiste 14. palpite 15. desculpa 16. baralho 17. engorda 18. quadrilha 19. manhã 20. filhotes
Exercício 2
Texto fonético transcrito ortograficamente:
[
1 §
s t e
s
e
1 s ã y
t ê i
p u
r
o
b
i
3 11 e
J i v u
a
v
a
l
i
1 1 a r
u
k
o
y
e
s
1
i
m
è t u
' d u
i s
t
u
' d
8__________________________________________________________________________________
na
aria
d 3 i ■fo'netjik
ahtJikula1toria
si
/is 1p|rs
'ki
j
t
j i
ã
u i s t u 1datJi
E
s ^ a k a 1paz 1d 3 i fa'zeh t r^skri 1sõis fo'n|tSikas 'du puhtu'gez bra^i'leru z trãskri'sõis e e 'i
ki
t | 1bêi
1 se 30
k a 'paz
d3 i
klasifi11§ a
k
|
s
o
n
ã
1 t
a
i s
1 i
r
u
s
e
g
vo'kalikus
1èi
k a t e g o 1riaz
' m
ê
t u
ispe'sifikas]
õ
Exercício 3 1. 2. 3. 4.
i
k
ã
Consoante bilabial Consoante fricativa Consoante nasal Vogal oral
fiaentai saia pulga sim
dica
tarde dado salsa sabão
chuva sabão nuca assim
mamãe cará ÉÉÉHHHHIIIINIIIIÉÉÉ amor bombom
s
138
Exercícios de fo n é tica e fo n o lo g ia
5. Vogal nasal 6 . Consoante oclusiva 7. Consoante líquida 8 . Consoante sibilante 9. Vogal média 10. Vogal posterior
onda sela careca pulo medo pia
rua pelo mato chuva dia luva
canto multa frio suco grave marca
mulher grito atlas ajuda vela pato
surda lua vila zero bola belo
Exercício 4 l.p 2. b
3. t 4. d 5. k 6. g 7. f 8. v 9. 1 10. z 11. m 12.3
1. 1, 1, 1, 1, 1,
1, 1,
3, 3. 8, 3, 4. 3.
3, 3, 6, 6, 2, 2. 3. 3, 1, 4,
2. 1, 2, 1. 1,
4, 3. 3, 5. 5.
2 2
1 2
1 2
1 2
1 1 1 1
1
13. n 14. s 15. K 16. p 17. t j 18. S 19. h 20. X 21 . r 22. jc 23. f 24. d 3
4. 3, 8. 4. 2. 3. 3, 3. 5, 7, 6, 2,
6. a
1, 4, 9, 11 1, 3, 7. 11 1, 5, 6 , 12 1, 3. 6 , 11 2 , 5. 6 , 12
3. 3. 5, 5, 4. 4. 7, 6, 3, 3. 3, 4,
2
1 1 2 2 2 2
1 1 1 1
Exercício 5 1. a 2. e
3. I 4. o 5. o
9, 11 8 . 11 6 , 11 7, 12 8 , 12
7. e 8. u 9. i 10. ü
Exercício 6 Respostas ilustrativas, mas não exaustivas. 1. ele 1gãtji, ele 1gãti 16. e 'ziliu, i 'z i l i u 2. k a h e g a 1mêtu. k a h e g a 1mêtu, 17. v e n e 1nozs, v e n s 1n o z 8 k a X e g a 1m ê t u 3.a 3 u'dãtJi, a 3 u ' d ã t i 18. IJu'hade, I S u ' X a d a 4. k Õ 3 e 'ladus, k Õ 3 E 'ladus, 19. izis 'têt Ji, e z i s 1têti k õ 3 e 'laduj 5. ã p l i 1t u d 3 i, ã p l i 'tudi 20. m ã 'gere, m ã 1g e i r a 6. íbrujía 1d 3 Íu, êbrujía 1dlpu, 21. prl s i 1p a w ê b r u l j a 1dijiu 7. hefri 3 e 'rãtji, X e f r i 3 e 1rãti. 22. i z a 3 e 1radu, i z a 3 e 1radu. hefi 3 e 1rãt Jx, X e f r i 3 e 1rãti 8. k a z a 1m ê t u 23. m e i 1g i s i 24. 'gewhe, 1g e w r 8 9. e 1zêplu, i 1zêplu, e 1zêpu 10. oho 'roze, oho 'roza, 25. 3 elat J i 1noza. o X o 'roza Ll. igw a w 'd a d 3 i. igwa w ' d a d i 26. i po k r i 1zi8
Respostas dos exercícios
12 . d 3 i p r e s a , de p r e s a
13. e z e k u ' t j i v u , i z e k u ' t i v u 14. he 13 ím i, he 13 1 ml 15. I I 1g wi s 8
139
27.s i s 1te ftn a , s i s ' t e y n a 28.a l e g r i ' m ê tJ i, a t e g r i 'm e t i 29. g i 't a h a , g i ' t a x a 30. 3 e 1raw
Exercício 7 7. parafernalia 8 . atum 9. simboHsmo 10. simettia 11. fepis 12. amem
2 . simbólico 3. buscape
4. cafeteija 5. voealica 6 . capim
Exercício 8 Respostas ilustrativas, mas não exaustivas. Obs: O símbolo 0 indica a ausência de segmento. 2. s 3. hp. Xp. r p 4 . zm, 3 m 5. z 6 . fib, yb, rb 7. 0 I. fil, y l . r l
8 . zb, 3 b 9. s 10. r í , h l 11. 0 k, rk 12 . zd, 3 d
Fonêmica Exercício 1 Questão 1 1. (ele) pisa 2 . forma
11. soja 12. vela
3. dar ou (ele dá) 4. colo 5. reza 6 . gala 7. capaz 8 . birra 9. sede 10. medo
13. suco 14. gola 15. suja 16. vala 17. sede 18. quilo 19. (ele) pesa 20 . forma
Questão 2 1. 2. 3. 4. 5. 6.
(33,34) (1,19) (8,24) (18,4) (29.28) (27,30)
11. Não tem 12. (12,16) 13. (5,21) 14. (36.37) 15. (38.39) 16. (6,14)
21 . rosa
22. dor 23. modo 24. barra 25. capuz 26. soco 27. cisto 28. osso 29. isso 30. susto
31. dedo 32. dado 33. mito 34. (eu) meto 35. (eu) soco 36. peça 37. poça 38. (ele) serra ou (serra) 39. surra 40. sapo
14 0
Exercícios de fon ética e fo n o lo g ia
7. (9,17) 8. (31,32) 9. (10.23) 10. Não tem
17. 18. 19. 20. 21.
(3,22) (7,25) (26,35) (20.2) (35.13) (26,13)
• Questão 3 Os pares de segm entos vocálicos que são relevantes na caracterização do sistem a vocálico tônico oral do português são ( i - e ) , ( e - s ) , (o -o ), (o -u ). Estes pares são relevantes porque se relacionam às vogais que se distinguem por apenas uma propriedade articulatória' (p. 128, N úm ero (4), Item i).
• Questão 4 Contraste em ambiente idêntico Qualquer um dos pares listados nas respostas da 'Questão 2 ’. Estes pares apresentam todos os segmentos da seqüência idênticos, exceto o segmento que expressa o contraste entre os dois sons em questão.
Contraste em ambiente análogo Um exemplo seria o par (1,36). Além de diferenciar os segmentos ( i - e ) também difere quanto à consoante intervocálica, que no caso de (1. 1p i z a ) é z e no caso de (36. 1p e s a ) é s . O ‘Contraste em ambiente análogo’ é geralmente utilizado em estágios iniciais de análise e sempre é buscada a confirmação pelo 'Contraste em ambiente idêntico’.
• Questão 5 Os fonemas vocálicos orais do português são a e e i o o u. As palavras selecionadas devem conter estas vogais.
• Questão 6 Pares mínimos expressam o contraste fonêmico e permitem verificar se os sons envolvidos são fonemas na língua que está sendo analisada.
Exercício 2 - Palatalização de oclusivas alveolares • Questão 1 1. grade 2. tigre 3. data 4. ditado 5. bode
6. dado 7. tela 8. cata 9. patinete 10. capota
11. adiado 12. tudo 13. dela 14. dica 15. leste
16. tipo 17. cada 18. cadê 19. dedo 20. otite
• Questão 2 Por duas razões. A primeira destas é porque estes segmentos representam sons vozeados e seus correspondentes desvozeados (cf. p. 128, Número (4), item a). Os pares em questão são t . d e t J , d 3. A segunda razão é porque as oclusivas - 1 , d - e africadas - 1 J , d 3 - apresentam pontos de articulação muito próximos (cf. p. 128, Número (4), item b). As oclusivas t , d são alveolares e as africadas t J, d 3 são alveopalatais.
Respostas dos exercícios
14 1
• Questão 3 Pares mínimos devem ter sido encontrados apenas para o par ( t , d). Pares de palavras que expressam tal contraste são: (7, 13), ( 8, 17).
• Questão 4 d
t
tí
d3
3
a
a
3
0
a
2
0
i
1
a
1
4
i
a
4
a
u
9
a
i
4
0
i
7
0
s
6
0
a
9
c
0
1
a
a
6
a
u
15
s
1 1
5
8
11
a
i
14
0
i
10 12
0 0
a
11
a
u
16
12
u
u
20
0 0
i
u
13
0
£
20
i
I
17
a
a
18
a
e
19
0
e
19
e
u
i
• Questão 5 1. Os sons recorrentes na ‘Questão 4 ’ são i e i . Estes sons - i e i - ocorrem sempre seguindo as consoantes t J, d 3 . Podemos também dizer, em outras palavras, que os sons t S , d 3 precedem os sons recorrentes i e 1. 2. As consoantes t j , d 3 ocorrem precedendo os sons recorrentes i e 3. Sim, as vogais i e
1.
1 e as consoantes 1 1, d 3 são sons articulados com a língua numa posição alta.
4. Podemos afirmar que os sons t J, d 3 ocorrem sempre seguidos de uma das vogais i ou 1. Podemos ainda afirmar que os sons t , d ocorrem em outros ambientes (e nunca seguidos das vogais i ou 1).
• Questão 6 [ t $ ] ocorre diante de
i
[ t ] ocorre NDA ÍNos demais ambientes) [ d 3 ] ocorre diante de
i
[ d ] ocorre NDA (Nos demais ambientes)
• Questão 7 Os sons t e d foram escolhidos para representar os fonemas por terem uma ocorrência mais abrangente, ou seja, estes sons ocorrem em mais ambientes (NDA).
142
Exercícios de fon ética e fo n o lo g ia
• Questão 8 1. / 1ti g r e 2. /di 1tado/ 3. / 1dado/
4. /adi 1ado/ 5. / 1tipo/ 6. / 1kad a /
• Questão 9 1. Não. Os sons t , d são fonemas distintos e. sendo assim, não têm nenhuma relação entre si. 2. Não. Os sons t J , d 3 são alofones de fonemas distintos. O som t J é alofone do fonema t e o som d 3 é alofone do fonema d. Contudo, seria muito importante um mecanismo que permitisse formalizar esta relação, pois os alofones t J , d 3 estão em relação estreita por ocorrerem sempre no mesmo ambiente (seguidos de i) . O modelo fonêmico não permite expressar a relação entre alofones de fonemas diferentes que, de fato, é uma relação muito importante (pois expressa o ambiente que os dois alofones compartilham). 3. Sim. Porque t J, d 3 ocorrem seguidos de i e t . d ocorrem em outros ambientes. Há portan to uma relação entre: a) t J ,d 3 (por ocorrerem antes de i ) ; b) entre t , d (por ocorrerem em outros ambientes); c) entre t , t J (por serem alofones de um mesmo fonema) e d) entre d ,d 3 (por serem alofones de um mesmo fonema). Ou seja. há uma relação estreita entre os segmen tos t , d, t J, d 3 .
Questão 10 1. tinta 2. caatinga 3. tímpano
4. mandinga 5. dinda 6. inadimplente
Questão 11 1. Sim. Todos os exemplos da ‘Questão 10' expressam esta generalização. 2. Sim, se assumirmos que i , i , 1 são alofones de um mesmo fonema (o fonema / i / ) . Não, se considerarmos que i e I são fonemas distintos (o que poderia ser demonstrado pelo par mínimo ‘cito-cinto’ ou 'si-sim '). 3. Sim, porque as vogais i . i , í compartilham a propriedade de ocorrer após as consoantes africadas t J ,d 3. Esta generalização será posteriormente expressa no ’Modelo Gerativo' pela noção de ‘classe natural".
• Questão 12 1. Não. Veja que mesmo uma proposta de regra como / t . d / -> [ t J ,d 3 ] / ____ i . i , I encontra problemas, pois não se pode definir se t transforma-se em t J ou d 3 nem se d transforma-se em t J ou d 3. Poderíamos especificar isto em uma nota à regra, mas isto representaria um mecanismo semelhante à listagem de fonemas da distribuição complemen tar. O problema se deve ao fato de o modelo fonêmico não permitir expressar a relação entre alofones de fonemas distintos. Este problema decorre do fato de o som (seja fonema, seja alofone) ser entendido como a unidade mínima de análise. A noção de traços distintivos a ser apresentada no ‘Modelo Gerativo' oferece uma alternativa a este problema. 2. A noção de processo parece ser mais adequada por expressar uma mudança do som em estrutura específica. Há problemas no ‘Modelo Fonêmico’ por não perm itir a formalização de regras semelhantes em apenas uma única regra. Este problema decorre do fato de o som (seja fonema seja alofone) ser entendido como a unidade mínima de análise.
Respostas dos exercícios
143
Exercício 3 - Lateraiização de vibrante (desvio fonológico) • Questão 1 1. [ 1k a l a ] 2. [ p r a t u ] [ a ' ra ra ] [ m o la ] [ :k a r a ] [ b ra v a ] 7. [ b a 1r a t a ]
3. 4. 5. 6.
8. [ 'm o r a ] 9. [ ' a t l a s ] 10. [ 1p l a k a ] 11. [ ‘k r u a ] 12. [ ’k l a r u ] 13. [ a ' t r a s ] 14. [ ' b l o k u ]
• Questão 2 1. Não. O som r não ocorre na fala da criança. Uma vez que o som não ocorre, ele não é considerado na análise. 2. Sim. Pares mínimos que expressam o contraste fonêmico entre l e r são: (1,5), (4,8). 3. Se a fala da criança for analisada independentemente não há necessidade de se analisar o contraste entre l e r , porque o som r não ocorre na fala da criança. Se a fala da criança for analisada em relação à fala do adulto, teremos que postular um som que de fato não ocorre (o som r). No ‘Modelo Fonêmico’ seria difícil expressar a relação entre a fala da criança e a do adulto sem postular um segmento abstrato (de fato inexistente na fala da criança). Contudo, a falta de problema de comunicação entre adulto-criança que tenham este tipo de desvio fonológico determina que há uma relação estreita entre as duas falas (do adulto e da criança).
Questão 3 1. criança 2. salada 3. blusa 4. embora 5. livro 6. lua 7. para 8. sola
k l i 'ãsa s a 'lada 'bluza I'bola 1livlu 'lua 'pala 'sola
k r i 1ãsa s a 1lada 'bluz a I 'bora 'livru 1lua para 1sola
• Questão 4 As crianças têm o fonema 1 e por isso o utilizam nos exemplos (2 ,3 , 6, 8). Já nos demais exemplos os adultos têm o tepe r . A criança não possui este fonema e faz uso do fonema 1 em seu lugar.
• Questão 5 Os sons l e r são produzidos com a ponta da língua como articulador ativo e os alvéolos ou os dentes como articuladores passivos. Ou seja, são consoantes alveolares. Estas consoantes são tam bém denominadas líquidas e apresentam alto grau de sonoridade (e semelhança com vogais e glides). Ambas as consoantes são vozeadas.
144
Exercícios de fon ética e fo n o lo g ia
Exercício 4 - Palatalização de sibilantes (desvio fonológico) • Questão 1 1. chata 2. camisa 3. mexer 4. achar 5. machuca 6. bicho 7. juízo 8. pisar 9. uso 10. osso
k a 13 a 'isu k a 'za a 1 za 1b r u S e 'p e z u í 'So 'p e s e a 1 sa v i a 13 a
11. caja 12. isso
'Sate k a 1m i z e me 1 Je a' Ja m a 1Suke 'biSu z u 1izu pi 1 za 'uz u 'osu
13. casar 14. azar 15. bruxa 16. peso 17. inchou 18. peça 19. assar 20. viajar
• Questão 2 1. Não. Porque não é possível encontrar pares mínimos entre os sons s , z , J , 3 na fala da criança. Exemplos como [ 1uzu] e [ ' o s u ] podem ser utilizados como casos de con traste em ambiente análogo. Pares como [ a 1S a ] e [ a ' z a ] podem representar pares mínimos que caracterizam S e z como fonemas. Contudo, contraste entre ambiente idêntico entre s , J e z ,3 não ocorrerá. 2. Sim. Os seguintes pares mínimos demonstram o contraste fonêmico entre s,z (19-14). entre s,3 (19-11) e entre z,3 (13-11).
s,J
(19-4), entre
• Questão 3
3 4 5 10 15 18 19
0
__ e
a u
0
u r, a
s
z
s 1
7
8 __ e
9
a 8 u
11 13 14
8 8
16 20
0
--
--
6
u
12 17
a
a a a^
e a
u a
u a a
u
—
3 2
1
u -u
í
0
8
i
/
i
-1 i
8
-U a
a
• Questão 4 1. Os sons recorrentes na ‘Questão 3 ’ são i e I. 2. Os sons - i e í - ocorrem sempre seguidos das consoantes J , 3. Podemos também dizer, em outras palavras, que os sons J, 3 precedem os sons recorrentes i e í . 3. Sim, as vogais i e I e as consoantes J , 3 são sons articulados com a língua numa posição alta. 4. Podemos afirmar que os sons J, 3 ocorrem sempre precedidos de uma das vogais i ou I. Podemos ainda afirmar que os sons s ,z ocorrem em outros ambientes (e nunca seguidos das vogais i o u l ) .
Respostas dos exercícios
14 5
Questão 5 / s /
[ J ] ocorre
-
diante de
i
[ s ] ocorre NDA (Nos demais ambientes) / z /
[
3]
ocorre
diante de
i
[ z ] ocorre NDA (Nos demais ambientesi
Questão 6 criança
adulto liju
1. ' ü S u
2. z a 1n e l e 3. 11130 4. 1g r a s 8
3a 1n e l e ' 1 ÍZ 0
1gr aj e ' Savi
5. ' s a v i 6. ' s u v a
'Suva
• Questão 7 O primeiro exemplo da ‘Questão 4 ’ é único que apresenta uma consoante fricativa alveopalatal - ou seja, Jou 3 - precedida de i . Nestes casos (quando as consoantes Jou 3 são precedidas de i ) a fala da criança e do adulto serão idênticas. Quando na fala do adulto ocorre uma consoante fricativa alveolar - ou seja s ou z - seguida de i , a criança apresenta uma sibilante alveopalatal: ‘lisa’ [' lize] (para adulto) e [' 1 Í3 3 ] (para criança). Quando na fala do adulto ocorre uma fricativa alveopalatal seguida de uma vogal diferente de i , a criança apresenta uma sibilante palatal: ‘chave’ [' Xavi] (para adulto) e [ 1 savi] (para criança) ou o exemplo ‘janela’ [3 a ne la] e [za 'nela] (para criança).
• Questão 8 s -> S / i __
ou
z ->
3/
i __
Note que a regra neste formato não agrupa os segmentos s ,z . Uma proposta alternativa seria agrupar s ,z na categoria de (sibilantes alveolares) e J ,3 na categoria de (sibilantes alveopalatais) e oferecer uma regra do tipo: sibilante alveolar -> sibilante alveopalatal / i ______ Esta regra expressa que uma sibilante alveolar s , z se manifesta como uma sibilante alveopala tal J ,3 quando precedida da vogal i . Note que neste formato (agrupando as sibilantes alveolares numa mesma categoria) temos um maior grau de generalização do processo. Contudo, o modelo Fonêmico não possui um aparato formal que agrupe as sibilantes num mesmo grupo. Isto se deve ao fato de sons (ou fonemas) serem elementos que representam a unidade mínima de análise, cujo status é independente e autônomo. Se quisermos agrupar a classe das sibilantes deveremos supor que um ‘conjunto de sons’ compartilha certas propriedades. Isto não é possível num modelo que argumenta que o som é a unidade mínima de análise.
Exercício 5 - Palatalização em juntura (inglês) • Questão 1 a. Por dois motivos. Em primeiro lugar, estes pares de sons contrastam um som vozeado e seu correspondente desvozeado (por exemplo (t,d ) ou ( t J,d 3)). Em segundo lugar, estes pares de sons contrastam oclusivas, fricativas e africadas com ponto de articulação idêntico ou próximo.
14 6
Exercícios de fo n é tic a e fo n o lo g ia
b. d 3 - $ por exemplo. Este par de sons apresenta uma africada e uma fricativa (diferem quanto ao modo de articulação) que se distinguem pelo vozeamento (d 3 é vozeado e J é desvozeado). Há então pelo menos duas diferenças articulatórias importantes que classificam estes sons como potencialmente distintos (que quase certamente seriam fonemas distintos).
• Questão 2 Sendo que há poucas palavras com o som 3 não deveremos encontrar pares mínimos que demonstrem o Contraste em Ambiente Idêntico. A alternativa será buscar pares que caracterizam o Contraste em Ambiente Análogo. No Contraste em Ambiente Análogo a seqüência segmentai das palavras que constituem o par deve ser semelhante, mas não idêntica. Isso oferece uma maior possibilidade de encontrarmos pares de palavras a serem avaliados.
Questão 3 1 . sip 2. Zoo 3. brush 4. ship 5. gin 6. bruise 7. Godge (street) 8. rude 9. budge 10. tip
Questão 4 2. ( 1, 10) 3 .(1 ,4 ) 4 .(1 , 16)
11. goose 12. zip 13. good 14. tip 15. do 16. chip 17. chin 18. dip 19. Bruges (town) 20. rouge
5. (4, 16) 9) 7. (4, 10) 8 .(1 0 ,1 6 )
6. (19,
9 .(1 4 ,1 8 ) 1 0 .(1 7 ,5 ) 1 1 .(1 3 ,7 ) 1 2 .(1 5 ,2 )
13. 14. 15. 16.
(8, 20) (6, 19) (6, 9) (19, 9)
• Questão 5 Sim, os pares mínimos listados na 'Questão 3 ’ caracterizam os sons /s , z , t , d. J , 3 , t J , d 3 / como fonemas em inglês.
• Questão 6 1. Grupo (5-8)
(3 )
a segunda palavra se inicia com o glide j : ou
1
2. Grupo (9-12)
( 1)
a segunda palavra se inicia por uma vogal alta i
3. Grupo (13-16)
(2 )
a segunda palavra se inicia por vogal (não alta) ou por consoante
• Questão 7 Não. Quando os sons i , i : seguem palavras que terminam nas consoantes t , d, s , z não ocorre mudança nestas consoantes. Quando o som j segue palavras terminadas nas consoantes t . d, s , z a consoante final da primeira palavra na seqüência sofre alteração.
• Questão 8 No Grupo (13-16) a consoante final da primeira palavra é palatalizada. Sendo assim, as con soantes t , d, s , z ocorrem como J , 3, t J, d 3 quando seguidas do segmento j . O segmento j é palatal e esta propriedade é assimilada pelas consoantes alveolares t , d, s , z que passam a se realizar como consoantes alveopalatais: J. 3, t J, d 3.
Respostas dos exercícios
147
• Questão 9 Uma consoante fricativa alveolar ou oclusiva alveolar passa a se manifestar como um a fricati va alveopalatal ou africada alveopalatal quando seguida do segmento j .
• Questão 10 / t , d.
s, z
/
->
[ t J , d 3, X,
3
] / ______________ j
• Questão 11 Sim. O português brasileiro apresenta o processo de palatalização de oclusivas alveolares (Exercício 2). Nesse processo as oclusivas alveolares t , d são palatalizadas e se manifestam como consoantes africadas alveopalatais t J ,d 3 quando seguidas da vogal i (e variantes). No caso do Grupo (12-16) as oclusivas e fricativas t , d , s , z são palatalizadas e se manifestam como con soantes alveopalatais J, 3, t j , d 3 quando seguidas do segmento j . Os dois casos ilustram proces sos de palatalização em que consoantes alveolares passam a se manifestar como consoantes alveo palatais. Contudo, o contexto em que o processo se aplica é diferente para cada língua. No português as consoantes alveolares (que passarão a ser alveopalatais) devem ser seguidas de i (e variantes). No inglês as consoantes alveolares (que passarão a ser alveopalatais) devem ser seguidas do seg mento j . Veja que o ambiente que propicia a palatalização pode ser também o segmento que precede a oclusiva (veja Exercício 4).
• Questão 12 Possivelmente sim. O problema colocado nesta questão envolve fenômenos que se aplicam em três condições distintas e específicas dentro da palavra, em limite de morfemas em palavras deriva das e entre palavras. Esta é área polêmica nos estudos fonológicos. No momento, o que é impor tante é estar ciente de que processos fonológicos podem se aplicar de maneira diferente em condições específicas. Outro fator importante é estar ciente de que certos processos fonológicos são obrigató rios e outros são opcionais.
• Questão 13 Sim. Nos dois casos uma consoante alveolar ( t , d , s , z ) que é seguida de j passa a se mani festar como uma consoante alveopalatal (J , 3, t $ , d 3), ou seja, há semelhança quanto ao contexto estrutural em que o fenômeno se aplica. Outra semelhança é que nos dois casos o processo é opcio nal (sendo que na ‘Questão 12’ por exemplo, a palatalização é obrigatória).
• Questão 14 Pode-se dizer que nos casos da ‘Questão 12’ - em que a palatalização é obrigatória - o fenô meno ocorre no nível morfofonêmico (que envolve limites morfológicos). Nos casos do Grupo (1316) e da ‘Questão 13’ - em que a palatalização é opcional - pode-se dizer que o processo se aplica no nível da palavra ou em limite de palavras. De qualquer maneira, expressar a opcionalidade e obrigatoriedade de fenômenos fonológicos em contextos semelhantes é um grande problema para modelos fonológicos.
Exercício 6 - Sibilantes em português • Questão 1 1. (ele) seca 2. sopa 3. Chá
10. assa 11. haja 12. jaca
19. paz
20. luz 21. mês
passado
28. paz almejada 29. luz horrorosa 30. mês
14 8
Exercícios de fon ética e fo n o lo g ia
4. posse 5. bucha 6. asa 7. cheiro 8. suja 9. acha
22. paz
13. Zeca 14. uso 15. já 16. anjo 17. bruxa 18. mês
• Questão 2 Sim, s . z, J, 3 são fonemas.
23. 24. 25. 26. 27.
31. meses 32. luz 33. luzes
calorosa luz tardia mês bonito paz dada iuz grotesca mês inteiro
Os pares abaixo representam um par mínimo que demonstram:
(1-13) contraste fonêmico entre s , z (3-15) contraste fonêmico entre J, 3 (9-10) contraste fonêmico entre s , J (6- 11) contraste fonêmico entre z , 3 (6,9.10,11) contraste fonêmico entre s , z , J,
• Questão 3 1. paz 2. luz 3. mês passado 4. paz calorosa 5. luz tardia
6. mês
bonito 7. paz dada 8. luz grotesca
3
9. mês inteiro 10. paz almejada 11. luz horrorosa
12. mês 13. meses 14. luz 15. luzes
• Questão 4 B. Horizonte (MG) R. de Jan. (RJ)
1
Teófilo Otoni (MG)
s
X
z
Limite de sílaba seguido de consoante desvozeada
s
X
s
3 Limite de sílaba seguido de consoante vozeada
z
3
z
4 Entre vogais
z
z
z
2
Final de palavra
• Questão 5 Porque em (3-5) a consoante que segue a sibilante é desvozeada. No caso de (6- 8) a consoante que segue a sibilante é vozeada. Ocorre a 'assimilação de vozeamento'.
• Questão 6 Sim. Independente de sua variedade dialetal, nos dois casos ocorre a assimilação de vozeamento e teremos uma seqüência de consoantes vozeadas ou uma seqüência de consoantes desvozeadas.
Respostas dos exercícios
149
• Questão 7 As sibilantes em inglês se comportam de maneira diferente das do português em limite de sílaba. Em português ocorre a assimilação de vozeamento e em inglês isto não ocorre. Nos casos de (1,2) da 'Questão 7 ’ a sibilante desvozeada é seguida de uma consoante bilabial vozeada (sem ocorrer a assimilação de vozeamento).
• Questão 8 No português ocorre a perda de contraste fonêmico entre as sibilantes s , z , J , 3 em final de sílaba, o que caracteriza a neutralização. Opta-se por um segmento independente para representar o arquifonema que expressa a neutralização (geralmente uma letra maiúscula). No caso das sibilantes em português, tipicamente utilizamos /S/ para representar o arquifonema.
• Questão 9 O ‘r ’ posvocálico foi transcrito foneticamente por R nos exemplos abaixo.
1
cesta
/' seSta/
['sest8],[ 'sejta]
2
gosma
/'goSma/
[ ' g o z m a ] , [ 'go 3 ma]
3
cisterna
/siS 1tcRna/
[ s i s 1t E R n a ] . [ s i $ 't e R n a ]
4
açúcar
/ a 1sukaR/
[a 's u k a R ]
5
mistura
/miS 1tura/
[mis'tura], [mij'tura]
6
zeros
/zcroS/
í'zerusl, f'zerus],[ 'zeruzl
7
chaves
/' l aveS/
[ 'Javis], [ 1JaviJ ],[1Javiz]
8
gelos
/' 3 eloS/
[ 13elus], ['3eluS],[(3eluz]
Exercício 7 - Vocalização de lateral posvocálica • Questão 1 Indique a forma ortográfica de cada um dos exemplos.
1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9.
sol solar solzinho sal salgado saleiro papel papelada papelzinho 10. igual 11. igualitário 12. igualdade
• Questão 2 Os segmentos envolvidos na variação dialetal são a lateral
1
e o glide recuado w.
150
Exercícios de fon ética e fo n o lo g ia
• Questão 3 Segmento
1
1 w
2
1 w
• Questão 4 Os dois grupos - fin a l de sílaba e fin a l de palavra - poderiam ser agrupados como fin a l de sílaba, uma vez que o contexto de final de palavra obrigatoriamente coincide com o contexto de final de sílaba (pois toda palavra termina em uma determinada sílaba).
• Questão 5 No dialeto de MG ocorre um glide recuado w em final de sílaba quando no mesmo contexto ocorre uma lateral velarizada 1 na variedade do RS.
• Questão 6 /
1
---------- > [w ]
/ ~~~~ * [
1 ] ocorre
ocorre
em final de sílaba
Nos demais ambientes (NDA)
• Questão 7 Não. O modelo fonêmico não permite relacionar alofones de diferentes fonemas. A relação entre os alofones [ w ] é importante, pois foneticamente temos um único segmento que ocorre num mesmo contexto (final de sílaba). No modelo fonêmico não temos evidências se falantes tratam o segmento [w ] de maneira análoga nos dois casos de alofonia (ou seja, como um único segmento) ou se falantes tratam o segmento [w ] como unidades distintas.
• Questão 8 1. / ' s o l / 2. / s o 1l a R / 3. 4. 5. 6.
/ s o l ' z ijio / / 1s a l / / s a l 'gado/ /s a !l e i r o /
• Questão 9 1. sol amarelo 2. sol redondo 3. sal amargo
7. / p a 1p e l / 8. / p a p e 1l a d a / 9. / p a p e l 1z i j i o / 10. / i 1gwa l / 11. /ig"ali 1tari o /
12. / i g " a l 1d a d e /
4. sal branco 5. papel inteiro 6. papel preto
• Questão 10 Não. Em limite de morfem a, em palavras derivadas, o fonem a 111 apresenta o alofone [1] quando o sufixo com eça em vogal (ex. (sol+ar)). Em limite de seqüência de palavras (ex: sol + amarelo, sal + amargo, papel + inteiro) o fonem a 111 apresenta o alofone [w] quando a palavra
Respostas dos exercícios
1 51
seguinte com eça em vogal. Podem os concluir que o fonem a 111 se com porta de um a maneira em limite de m orfemas dentro de um a palavra e que o fonem a 111 se com porta de outra maneira em limite de seqüência de palavras.
Exercício 8 - Vogais nasais e vogais nasalizadas • Questão 1 1. mito 2. teta 3. 4. 5. 6. 7.
cata bomba sim mundo (ele) canta
8. boba 9. minto 10. si 11. tenta 12. lã 13. mudo 14. lá
• Questão 2 Sim. Pares mínimos para cada par de vogal são: i , I: (1,9), (10,5); e, è: (2,11); a, ã: (3,7), (14,12); o, õ: (8,4); u, ü: (13,6). O contraste entre vogais orais e vogais nasais ocorre apenas em algumas poucas línguas naturais. Tipicamente, as línguas apresentam somente vogais orais. Toda lín gua que tem vogais nasais também tem vogais orais. Quando nas línguas naturais ocorre o contraste fonêmico entre as vogais orais e nasais não se observa o contraste fonêmico entre vogais média-alta e média-baixa nasal. Ou seja, há contraste entre vogais médias altas e baixas orais [e,e] e [0, 0], mas não entre vogais médias altas e baixas nasais - [e,è] e também ou entre [5,õ]. Em Cristófaro Silva (2001) eu sugeri que o símbolo [ê] fosse adotado para a vogal média anterior nasal e que o símbolo [õ] fosse adotado para uma vogal média posterior nasal. A minha proposta teve por objetivo sistematizar as transcrições. Tecnicamente, os símbolos [s,õ ] seriam igualmente apropriados.
• Questão 3 Não. Somente para os pares i , i : (1,9), (10,5) e a, ã: (3,7), (14,12) o contraste é observado em meio de palavra e final de palavra. Nos pares e, ê: (2,11); 0, õ: (8,4); u, ü: (13,6) o contraste fonêmico é observado apenas em meio de palavra. Pode-se sugerir que pares como ‘sou, som’ [ 1s o , ' sõ ] e ‘a tu, atum’ [ a ' t u , a 1tü ] ilustrem o contraste entre [o,õ] e [u,ü]. Contudo, devido ao fato de [ê] nunca ocorrer em final de palavra (cf. ‘amém’ [ a 1m éi]) não poderá ser atestado o contraste entre [e,ê] em final de palavra.
• Questão 4 As doze vogais a serem postuladas na análise de contraste fonêmico são: a, e , s, i , O, o, u, ã, ê, 1, õ, ü.
• Questão 5 As duas propostas são tecnicamente apropriadas, sendo que a opção mais comum na literatura pela análise do arquifonema segue ao caráter abstrato assumido nas representações fonológicas (retomaremos este tópico posteriormente).
• Questão 6 ( V ) Sim. a,e,e,i,o,o,u,ã,ê,I,õ,ü. ( V ) Sim. Porque vogais orais e vogais nasais ocorrem foneticamente em português (e seriam postuladas fonemicamente). Já na abordagem do arquifonema ‘ignoramos’, na representação fonêmica, as vogais nasais (porque as vogais nasais são represen tadas por vogais orais seguidas de um arquifonema N).
152
Exercícios de fo n é tic a e fo n o lo g ia
( F ) Não. A proposta de arquifonema assume sete fonemas vocálicos para o português a , e , e , i , 0, 0,11. ( V ) Sim. Esta proposta distancia-se da realidade fonética atestada em português porque nesta língua temos vogais nasais em inúmeras palavras.
• Questão 7 1. caminha 2. camarada 3. camiseta 4. janela 5. sanatório
• Questão 8 Os segmentos vocálicos envolvidos na variação entre vogais nasais e orais nos exemplos da 'Questão 8’ são: ã, a, a . Estes segmentos são tratados de maneira equivalente. Eles compartilham a propriedade articulatória de serem vogais centrais.
• Questão 9 a. A alternância entre as vogais a , ã e a ocorre nos dados da ‘Questão 8’ quando estas vogais ocorrem em sílaba átona seguida de consoante nasal m ou n. b. Sim. Na ‘Questão 8’ o contexto que permite a alternância das vogais a , ã e a é quando estas vogais ocorrem em sílaba átona seguida de consoante nasal m ou n. Na ‘Questão 9 ’ o contexto que permite a alternância das vogais â e a é quando estas vogais ocorrem em sílaba tônica seguida de consoante nasal m o u n .A diferença nos dois casos se relaciona ao fato de a vogal ocorrer em sílaba tônica ou átona.
• Questão 10 Sim. Falantes brasileiros geralmente comparam a vogal [a] do português com a vogal [as] do inglês. Ou seja, tratam [ae] do inglês e [a] do português como sendo equivalentes. Vimos na ‘Questão 8’ que as vogais [ã, a, a ] são tratadas em português como segmentos equivalentes quando segui das de consoantes nasais. Ou seja, se trocarmos uma pela outra não alteramos o significado da palavra. Nos exemplos do inglês da ‘Questão 10’ os falantes do português assumem que a vogal [a] (que de fato se refere à vogal [ae]) é equivalente à vogal [ a ] . Note que estas vogais em inglês são seguidas de consoantes nasais. Sendo equivalentes para os falantes brasileiros, as vogais [as | e [ a ] não são diferenciadas como segmentos distintos em inglês.
Fonologia gerativa Exercício 1 - O rd e n a m e n to de regras • Questão 1 1. mede 2. bode 3. otite 4. lote 5. bate
6. mude 7. apetite
8. hepatite 9. distante 10. adiante
Respostas dos exercícios
153
• Questão 2 a. t J, d 3 b. [+ solt retardada] porque as africadas são os únicos segmentos que têm esta propriedade.
consonantal
ts +
d3 +
silábico
-
-
soante
-
-
contínuo
-
-
solt. retardada
+
+
nasal
-
-
-
-
+ +
+ +
alto
-
-
recuado
-
-
arredondado
-
-
baixo
-
-
vozeado
-
tenso
+
lateral anterior coronal
+ +
c. Podemos afirmar que um único traço - [+ solt retardada] - é necessário para classificar os segmentos t J, d 3. d. i . í , i e. Note que o traço [+ silábico] exclui as consoantes; [+ alto] exclui vogais médias e baixas; [- recuado] exclui vogais altas posteriores ou pode ser formulado também como:[+ silábico] agrupa as vogais; [+ alto] agrupa as vogais altas; [- recuado] agrupa as vogais altas anteriores. í
i
I
consonantal
-
-
-
silábico
+
4-
+ +
soante
+
+
contínuo
+
+
+
solt. retardada nasal
-
+
-
lateral anterior coronal
-
-
-
alto
+
recuado
-
+ -
|
arredondado
-
-
-
baixo
-
-
-
vozeado
+
+
+
tenso
+
+
-
154
Exercícios de fo n é tic a e fo n o lo g ia
f. Complete as lacunas: Podemos afirmar que um conjunto de 3 traços - [+ silábico]: [+ alto]; [- recuado] - é necessário para classificar os segmentos i . I , i .
• Questão 3 +consonantal -contínuo -nasal +coronal
| +solt. retardada |
/
+silábico +alto +recuado
Note que na especificação da ‘descrição estrutural’ não apareceu o traço distintivo [-soltura retardada] - que é um dos traços distintivos utilizados no agrupamento de t ,d . A omissão do traço [-soltura retardada] na descrição estrutural se deve ao fato de que na 'mudança estrutural’ há espe cificação ao traço [+soltura retardada]. Sendo que a 'mudança estrutural" indica o que muda. po demos inferir que o traço [+soltura retardada] era especificado como [-soltura retardada] na des crição estrutural. A omissão do traço [soltura retardada] na 'descrição estrutural' tem por objetivo a economia de formalização das regras podendo tal traço ser inferido a partir da 'mudança estrutural’.
• Questão 4 a.
[+ silábico] exclui as consoantes; [- alto] exclui vogais altas; [- recuado] exclui vogais posteriores e a vogal central /a/; [-baixo] exclui a vogal média le/.
ou pode ser formulado também como: [+ silábico] agrupa as vogais; [- alto] agrupa as médias e baixas; [- recuado] agrupa as vogais altas anteriores; [- baixo] agrupa a vogal média lei.
e consonantal
-
silábico
+
soante
+
contínuo
+
solt. retardada
-
nasal
-
lateral
-
anterior
-
coronal
-
alto
+
recuado
-
arredondado
-
baixo
-
vozeado
+
tenso
+
Respostas dos exercícios
155
b. Complete as lacunas: Podemos afirmai' que um conjunto de 4 traços - [+ silábico]; [- alto]; [- recuado]; [-baixo] - é necessário para classificar o segmento e. c. [+ silábico] exclui as consoantes; [+ alto] exclui vogais médias e baixas; [- recuado] exclui vogais posteriores; [-tenso] exclui a vogal alta i . ou pode ser formulado também como: [+ silábico] agrupa as vogais; [+ alto] agrupa as vogais altas; [- recuado] agrupa as vogais altas anteriores: [-tenso] agrupa a vogal alta I . I consonantal
-
silábico
+
soante
+
contínuo
+
solt. retardada
-
nasal
-
lateral
-
anterior
-
coronal
-
alto
+
recuado
-
arredondado
-
baixo vozeado
+
tenso
-
d. Complete as lacunas: Podemos afirmar que um conjunto de 4 traços - [+ silábico]; [+ alto]; [- recuado]; [- tenso] é necessário para classificar o segmento x. Note que o traço [-acento] indica a descrição do contexto como pertencendo a uma única e exclusiva classe: vogais não acentuadas. Mas, vogais não acentuadas podem ocorrer em posição pretônica tam bém .... Para excluir as vogais não acentuadas em posição pretônica faremos uso do símbolo # # q u e indica ‘final de palavra’. Temos o contexto: posição átona em final de palavra.
Questão 5 +silábico +alto -recuado -baixo
##
- tenso [-acento]
156
Exercícios de fon ética e fo n o lo g ia
• Q uestão 6 Ordenamento RF1 e RF2: afrouxamento & palatalização ortografia
Forma subjacente
RF1
mede
/'m e d e /
1m e d i
RF2 ' m ed.^ i
f 'm e d s i l
bate
/ 1b a t e /
’b a t i
' b a t Si
1' b a t j i ]
Forma superficial
Ordenamento RF2 e RF1: palatalização & afrouxamento ortografia
Forma subjacente
RF2
mede
/ 1mede/
bate
/' ba t e /
-----
RF1 medi 1b a t i
Forma superficial
[ 1medi ] [ ' ba t i ]
Obs: A regra RF2 de palatalização não se aplica e a forma derivacional permanece a mesma da ilustrada para RF1, que será transposta para a forma superficial.
Responda: a. O ordenamento RF1-RF2 gera as formas fonéticas apresentadas nos dados da ‘Questão 1’. b. Sim. A aplicação de cada uma das regras altera (ou gera a transformação) das represen tações subjacentes. c. Não. Somente a regra RF1 se aplica. Ao tentarmos aplicar inicialmente a RF2 nada ocorre (em termos de alterar a representação subjacente - porque nenhuma oclusiva é palatalizada). Dizemos que RF2 não se aplica. Mas observe que após a aplicação de RF1 a regra de palatalização (RF2) potencialmente poderia se aplicar (palatalizando as oclusivas das síla bas finas em ‘mede, bate’). Contudo, a regra de palatalização RF2 já foi aplicada antes e não pode ser aplicada novamente.
Exercício 2 - C ategorias vazias • Questão 1 Indique a forma ortográfica de cada uma das formas verbais. 1. amar romper 3. partir 4. compor
5. amaria
2.
6. romperia 7. partiria
8. comporia
• Questão 2 Sim. Assim podemos relacionar estruturalmente - em representação fonológica - formas ver bais que são semanticamente relacionadas.
• Questão 3 /r/
0/ _
##
/r/ é cancelado em final de palavra
Respostas dos exercícios
157
• Questão 4 0 0
-> ->
i
/ ___
+ silábico + alto - recuado - tenso
[sibilante] /
___
+ consonantal + contínuo - soante
• Questão 5 Sim. Contudo, a descrição do contexto em que a regra se aplica seria diferente neste caso, pois temos uma seqüência de consoantes obstruintes: oclusivas, africadas e fricativas (excluindo a frica tiva glotal h). Mas, do ponto de vista descritivo e explicativo, o modelo Gerativo aparentemente parece ser muito promissor: no caso da epêntese indica-se qual é a vogal envolvida (ou seja, [ i] ) e o contexto em que tal vogal deverá ocorrer (entre encontros consonantais anômalos). Um dos proble mas, contudo, é o caráter abstrato do modelo. Quais seriam as condições necessárias para se inserir ou cancelar um segmento? Ou, como diria um dos meus grandes mestres: Isto é coisa de Mandrake! O poder de abstração do formalismo Gerativo foi um dos fatores importantes para a mudança de foco teórico.
• Questão 6 Sim. A formação do plural em inglês é semelhante à formação do plural em português. No português em caso típico de formação de plural insere-se uma sibilante: pato-patos. No inglês, em caso típico de formação de plural insere-se uma sibilante: dog-dogs (dados (15-16)). Quando temos uma seqüência de consoantes em português inserimos a vogal [i]: amor-amores (dados (9-11)) ou afta-af[i]ta (dados (12-14)). Quando ocorre uma seqüência de consoantes sibilantes [s , J] em inglês - kiss+s, ash+s - insere-se a vogal [ i] (dados (17-18)). Portanto, nas duas línguas - português e inglês - ocorre a epêntese para separar encontros consonantais, e a vogal utilizada no processo de epêntese é [i]. Contudo, nos dados que analisamos do português, os encontros consonantais a serem separados pela vogal epentética são (r+sibilante) ou (obstruinte+obstruinte). Nos dados que analisa mos do inglês os encontros consonantais a serem separados pela vogal epentética são (sibilante + sibilante). Generalizando, pode-se dizer que há uma tendência de encontros consonantais serem separados por uma vogal epentética.
Exercício 3 - Redução de ditongos • Questão 1 Indique a forma ortográfica de cada um dos exemplos que se seguem.
1. feira 2. queixa 3. beirada 4. queijo 5. desejo
6. touro 7. dourada 8. outro 9. sou 10. estou
• Questão 2 Em princípio podemos postular que ocorre o 'Cancelamento de glide em ditongo' ou a 'In serção de glide em ditongo’. No caso de ‘Cancelamento de glide em ditongo’ diríamos que um ditongo passa a se manifestar como uma única vogal. Teríamos uma regra de cancelamento do glide em
158
Exercícios de fo n é tic a e fo n o lo g ia
ditongo. No caso de ‘Inserção de glide após vogal’ diríamos que uma vogal passa a se manifestar como um ditongo. Teríamos uma regra de epêntese (ou inserção) de glide. Possivelmente, por razões históricas, optamos pela proposta do ‘Cancelamento de glide em ditongo". Mas, até que ponto o falante faz uso de informações históricas para processar a linguagem? Exemplos como ‘desejo (item 5). pele ja, cereja etc." poderiam nos dar evidência sincrônica de que há ‘Inserção de glide após vogal’ somente para os casos de [e] e [ e i ] (mas não no caso de [o] e [ou]). Poderíamos dizer que o processo de 'Cancelamento de glide em ditongo" pode se generalizar, tendo motivação semelhante para ambos os ditongos [ e i ] e [ou], e assim tendo mais poder explanatório. Já o processo de ‘Inserção de glide em ditongo’ poderia ser motivado somente para [ e i ] mas não para [ou] tendo menor poder explanatório. Avaliaremos abaixo somente o processo de ‘Cancelamento de glide em ditongo".
• Questão 3 Os segmentos e ,o são vogais média-altas e os segmentos i . u são glides relacionados às vogais altas. Há semelhança articulatória entre e ,i,o ,u pois todos estes segmentos são produzidos com a língua em posição levantada. A alternância em questão envolve (vogal-glide anterior) e , i e (vogalglide posterior) o,u. Várias línguas naturais apresentam alternâncias entre vogais médias e glides altos correspondentes.
• Questão 4 i , u ->
0
/ e , o _____ $
Um glide é cancelado quando seguido da vogal média correspondente se ele se encontrar em final de sílaba.
• Questão 5 A fonologia Gerativa assume que certas regras são categóricas - ou seja, se aplicam sempre que o contexto é encontrado. Estas regras são regras obrigatórias. Nestes casos não há formas altemantes em competição (variação lingüística) e o processo fonológico se aplica sempre que o contexto é encontrado. Ao contrário das regras obrigatórias, temos as regras opcionais. As regras opcionais podem se aplicar ou não. Neste casos temos formas concorrentes (duas pronúncias pos síveis para um a mesma palavra). Uma das pronúncias reflete a aplicação da regra e a outra pronún cia reflete que a regra não se aplicou. Classificar regras como obrigatórias e opcionais é uma estipulação do modelo Gerativo. W illiam Labov, o pai da Sociolingüística. sugeriu que a alternância entre formas opcionais seria regulada por fatores sociais: classe social, idade, sexo, grau de edu cação etc. Ou seja, o que regularia se uma regra se aplica ou não seriam fatores sociais (e não fatores lingüísticos). O mecanismo proposto pelo modelo Gerativo pode somente estipular - como uma constatação qualquer - que em certos casos as regras se aplicam incondicionalmente (obrigatórias) e em outros casos a aplicação de regras pode ser opcional.
• Questão 6 Não. A proposta de assumirmos que uma vogal se transforma em ditongo quando seguida de consoante palatal explica os casos (15-16), mas não explica os casos (17-18). Veja que em ‘bojo. sujo’, por exemplo, um glide [ i] não precede a consoante palatal. Uma alternativa seria restringir a regra como: uma vogal [e] se transforma em ditongo [ e i ] quando seguida de consoante palatal. Embora apropriada, esta regra seria menos genérica (pois se aplica a menos dados).
• Questão 7 Não. No português, o ditongo [ e i] se reduz a vogal simples [e], No inglês, o ditongo [ e i] se reduz a vogal simples [i], Embora o fenômeno não afete exatamente os mesmos segmentos, podemos observar que os segmentos envolvidos são vogais altas anteriores, média-altas anteriores e glides anteriores.
Respostas dos exercícios
159
• Questão 8 Seguindo os critérios para definir uma classe natural (p. 198), podemos dizer que os segmen tos [ e i , e] no português e [ e i , i ] em inglês constituem classes naturais pelo fato de ‘um segmento ser convertido em outro segmento por uma regra fonológica’.
Exercício 4 - D issim ilaçõo em lim ite de sílaba • Questão 1 1. cuspe 2. casca 3. esfola 4. esbarro 5. rasga
6. desvio 7. pasta 8. asno 9. islamismo 10. desdém
• Questão 2 Minas Gerais
1.
sibilante que ocorre no final de sílaba em (1-3) + vozeamen to da consoante seguinte
s
2. sibilante que ocorre no final de sílaba em (4-6) + vozeamen to da consoante seguinte
/
-voz
Rio de Janeiro
Rio Gr. do Norte
J/-v o z
z
/
+ V O Z
3/
3. sibilante que ocorre no final de sílaba em (7) + vozeamento da consoante seguinte
s
/
- V O Z
J/-v o z
4. sibilante que ocorre no final de sílaba em ( 8- 10) + vozeamen to da consoante seguinte
z
/
+ V O Z
3/
s
+ V O Z
Z
/
/
-voz
+ V O Z
J/-v o z
3/
+ V O Z
+ V O Z
• Questão 3 Sim. A consoante que segue a sibilante deve ter o mesmo grau de vozeamento da sibilante que a precede. Se a sibilante é vozeada, a consoante que a segue também é vozeada. Se a sibilante é desvozeada, a consoante que a segue também é desvozeada.
• Questão 4 Sim, para as variedades mineira e carioca, e não, para a variedade de Natal. No dialeto de Minas Gerais a sibilante deve ser sempre alveolar (s ,z ). No dialeto carioca a sibilante deve ser sempre alveopaltal ($, 3). No dialeto de Natal ocorrem sibilantes alveolares (1-6) e alveopalatais (7-10).
• Questão 5 Uma sibilante alveolar - s , z - ocorre seguida dos segmentos Uma sibilante alveopalatal -
$,3 -
pkbg f v
ocorre seguida dos segmentos
t n 1d
16 0
Exercícios de fo n é tica e fo n o lo g ia
• Questão 6 dados ( 1-6)
dados (7-10)
s
z
p
k
b
g
f
V
í
3
t
n
1
d
+
+
+
+
+
+
+
+
+
+
+
+
+
+
+
+
-
-
-
-
+
+
+
+
-
-
-
-
+
_
+
-
+
-
+
+
-
-
-
-
+ +
+ +
+ +
+
+
+ +
-
_
_
_
consonantal silábico soante contínuo solt. retardada nasal lateral anterior coronal alto recuado arredondado baixo vozeado
-
+
-
-
+
+
-
+
-
+
-
+
+
+
tenso
+
+
+
+
+
+
+
+
+
+
+
+
+
+
_
+
+
.
-
+ +
+ +
-
-
-
-
-
-
+ +
+ +
-
-
-
_
• Questão 7 a. Os traços [anterior, coronal] b. Sim, pelos segmentos s z. Todos os segmentos t n 1 d s z têm valores positivos para os traços [anterior, coronal]. s
3
t
n
1
d
anterior
-
-
+
+
+
+
coronal
+
+
+
+
+
+
c. Os traços teriam o mesmo valor. d. O traço [coronal] teria o mesmo valor para [ t n 1 d] e [$ 3]. Já o traço [anterior] seria diferente: [+anterior] para [ t n 1 d] e [-anterior] para [ J 3].
s
3
anterior
-
-
coronal
+
+
t + +
n
1
d
+
+
+
+
+
+
Respostas dos exercícios
161
e. A motivação de se transform ar um a sibilante alveolar [s ,z ] em um a sibilante alveopalatal [S 3] seria diferenciar o ponto de articulação em limite de sílaba. Para evitar um a seqüên cia de duas consoantes alveolares (sibilante alveolar + t n 1 d) ocorre a dissim ilação, fazendo com que os segm entos adjacentes na sílaba sejam diferenciados: (sibilante alveo palatal + t n 1 d).
• Questão 8 Sim. Nos dados (11-14) a sibilante que ocorre no final da palavra é seguida de uma consoante alveolar. Neste caso ocorre a sibilante alveopalatal - S 3 - que tem ponto de articulação diferente da consoante alveolar que inicia a palavra seguinte. O processo de dissimilação não se aplica em (1518) quando a sibilante alveolar é seguida de uma consoante não-alveolar.
Exercício 5 - Sibilantes em juntura de palavras Questão 1 1. 2. 3. 4.
dois sapos sucos zeros
5. dois sapos 6. dois sucos 7. dois zeros
Questão 2 a. Uma das sibilantes não é pronunciada, ou seja, uma da sibilantes é cancelada. b. Não nos casos de (5,6): [ d o i 1s a p u s ] e [ d o i 1s u k u s ]. Sendo a sibilante final da primei ra palavra s e a sibilante que inicia a palavra seguinte também s , não podemos afirmar se é a consoante final da primeira palavra ou a consoante inicial da segunda palavra que é cancelada. Mas, se consideramos o dado de (7), podemos sim identificar qual das sibilantes foi cancelada. A palavra ‘zeros’ se inicia pela sibilante vozeada z e esta é a sibilante que permanece quando as duas palavras são pronunciadas juntas: [ d o i 1z e r u s ]. Isto demonstra que a sibilante que inicia a segunda palavra permanece e a sibilante final da primeira palavra é cancelada. Se a sibilante final da primeira palavra permanecesse teríamos [ d o i ' s s r u s ] e esta não é a for ma correta. Podemos concluir que quando duas sibilantes ocorrem em juntura de palavra
a consoante final da primeira palavras é cancelada.
• Questão 3 Sim. Na variedade carioca ocorre uma fricativa alveopalatal em final de palavra: S (cf. (8)). Quando a palavra seguinte se inicia por uma sibilante alveolar - [s ]elestial - a sibilante alveopalatal S do final da primeira palavra é cancelada e permanece a sibilante inicial da segunda palavra [s] (veja dado 12). Podemos concluir que quando duas sibilantes ocorrem em juntura de palavras a consoante final da primeira palavra é cancelada. Este fenômeno pode também ser observado nos casos (13.14).
• Questão 4 Sim. Não temos que necessariamente especificar quais sibilantes estão envolvidas no proces so. O lugar de articulação da consoante não parece ser relevante: alveolar + alveolar (5-7); alveo palatal + alveolar (12) ; alveopalatal + alveopalatal (13-14). No caso de (alveolar + alveopalatal) teríamos ‘dois chicletes’ em que temos [ d o j S i ' k l e t S i s ] . O vozeamento também não é rele vante, pois, nos exemplos que temos do português, somente ocorre a sibilante desvozeada em final
162
Exercícios de fon ética e fo n o lo g ia
de palavra (que é a consoante a ser cancelada). Podemos dizer que, embora segmentos sejam ativos no processo - pois temos que nos referir aos segmentos sibilantes - , o que é importante neste fenômeno é o fato de termos consoantes em limite de palavras.
• Questão 5 +consonantal +contínuo +coronal
-»
0
/
#
+consonantal +contínuo +coronal
Esta regra expressa que uma das sibilantes s z J 3 é cancelada quando ocorre em final de palavra seguida por uma outra sibilante S Z J 3 .
Exercício 6 - H a rm onia vocálica Questão 1 1. terra 2. terráqueo 3. sola 4. solado
5. bela 6. beleza 7. roça 8. roçado
Questão 2 Não. A afirmação de que ‘uma vogal média aberta - E,o - ocorre como uma vogal média fechada - e,o - quando em posição pretônica' não pode ser sustentada porque de fato temos exem plos em (9-12) que apresentam uma vogal média aberta - £.0 - em posição pretônica.
• Questão 3 As palavras derivadas que apresentam uma vogal média aberta - £,o - têm duas características: 1) o sufixo derivacional apresenta uma vogal média aberta £,o (ver (9, 10) ou 2) um dos sufixos - -inh, -zinh, -íssim, -mente - ocorre (ver (11-12)). Palavras com outros sufixos apresentados até o momento devem ter uma vogal média fechada - e ,o - em posição pretônica (dados da ‘Questão 1’).
• Questão 4 13. comédia 14. peteca 15. colega 16. xodó 17. Pelé 18. bocó 19. serelepe 20. pororoca 21. remoto
vogais médias 0£ se OE
00 ££
00 £ E£
000 £0
• Questão 5 Sim. Tanto nos exemplos (13-21) quanto nos exemplos (9-10) ocorre uma vogal média aberta em posição tônica e uma vogal aberta - E . O - em posição pretônica. Uma diferença entre estes dois grupos é que em (13-21) temos palavras não derivadas e em (9-10) temos palavras derivadas.
£,0 -
Respostas dos exercícios
163
• Questão 6 As vogais em (9-10) são idênticas no fato de serem anteriores ou posteriores - c s e oo. Já nos exemplos em (13-21) as vogais devem ser médias-abertas, mas não necessariamente idênticas no fato de serem anteriores ou posteriores, ou seja, podemos ter e o (veja (21)) e o c (veja (14, 16)). Podemos também observar que podem ocorrer mais de duas vogais médias na palavra e estas vogais devem manter sistematicamente o grau de abertura (serem médias abertas).
• Questão 7 F, V, V, F. V
• Questão 8 22. reboco 23. colosso 24. cereja 25. proeza
vogais médias eo
oo ee oe
• Questão 9 Sim. Nos dois casos a vogal pretônica concorda com a vogal tônica da palavra quanto ao grau de abertura: se é média-alta ou média-baixa (ou média-aberta ou média-fechada).
• Questão 10 e
£
O
O
alto
_
-
-
-
recuado
-
-
+
+ + +
arredondado
-
-
+
baixo
-
+
-
• Questão 11 a. Os segmentos vocálicos /e .o / compartilham o traço [-baixo] b. Os segmentos vocálicos /c .o / compartilham o traço [+baixo].
• Questão 12 a. Parcialmente. Somente os dados (9-10) podem ser explicados pela regra da 'Questão 12'. Nos dados (9-10) a vogal que ocorre em posição pretônica é idêntica à vogal que ocorre em posição tônica e tem, portanto, o mesmo valor para o traço [baixo]. Nos dados (11-12) ocorre uma vogal tônica [ i] (nos sufixos -inh. -zinh, -issim) ou uma vogal tônica nasal [ê] (no sufixo -ment). Veja que não ocorre a ‘Harmonia Vocálica’ que requer que a vogal pretônica tenha a mesma propriedade do traço [baixo] da vogal tônica. b. Sim. Em todos estes exemplos a vogal que ocorre em posição pretônica tem o mesmo valor para o traço [baixo] da vogal tônica. Em todos os casos a vogal tônica e a pretônica são especificadas como [+baixo]. c. Sim. Em todos estes exemplos a vogal que ocorre em posição pretônica tem o mesmo valor para o traço [baixo] da vogal tônica. Em todos os casos a vogal tônica e a pretônica são especificadas como [-baixo].
164
Exercícios de fo n é tica e fo n o lo g ia
Exercício 7 - Desvozeam ento de obstruintes (desvio fonológico) • Questão 1 1. 2. 3. 4. 5.
[ b a 't a t a ] [ k a 'b e s a ] [ 'b r a s u ] [ b o le ] [ 1g a t u ]
6 . [ 'k a p a ] 7. [ 'p a t u ] 8 . [ 'p ã u ] 9. [ ’t a p e ] 10. [ 1d ed u ]
• Questão 2 Dados iguais Dados diferentes
6, 7, 8, 9 1. 2, 3, 4, 5. 10
• Questão 3 A criança sempre tem uma consoante oclusiva desvozeada no lugar da oclusiva vozeada. As consoantes diferem quanto ao vozeamento, mas resguardam as características do lugar e modo de articulação.
Questão 4 +consonantal -soante -contínuo
[-vozeada]
- solt. retardada
• Questão 5
+consonantal -soante -contínuo
(
- solt. retardada
I [-vozeada] N ote que o conteúdo desta ‘regra de restrição segmentai’ é idêntico ao conteúdo de uma supos ta ‘regra fonológica’ sem a especificação de contexto (cf. ‘Questão 4 '). Há diferença no formato da Questão regra •(veja direção 6das setas). 11. [ ‘ kaza] 17. [ a ' g a j a ] 12. [ 'vake] 18. [ ' 3a ] 19. [ a ' 3u d a ] 13. [ 1Juve] 14. [ 11 J i a ] 20. [ ’d3i8]
Respostas dos exercícios
15. [ 3 a 1n e l e ] 16. [ 1s a p u ]
165
21. [ ' fa k a ] 22 . [ m eze]
• Questão 7 Sim. Porque os dados da 'Questão fricativas e africadas desvozeadas.
6'
mostram que na fala da criança somente ocorrem as
Questão 8 [-soante]
I [-desvozeada]
Questão 9 £—
1
j
1
—^
+consonantal -soante -contínuo
L
| |
J
^ —
I " 1
—m +consonantal +contínuo + anterior -nasal
1^ 1
[-(-silábico]
$
• Questão 10 23 24 25 26 27 28 29 30
criança [ p i 1a t e ] [ n a 1r i s ] [ 1k a t e ] [ 1l a k u ] [ 1t a t u ] [ p u 1n s k a ] [ 1p l u z a ] [ p a la ]
adulto [ p i 1a d a ] [ n a 1r i s ] [ !k a d a ] [ ’la g u ] [ 1d a d u ] [ b u 1n e k a ] [ 1b l u z a ] [ 'b a l a ]
• Questão 11 Não. O fenômeno de desvozeamento observado para consoantes oclusivas e fricativas não pode ser observado em consoantes nasais e laterais ou no tepe. Ao contrário das oclusivas, fricativas e africadas, as consoantes nasais, laterais e o tepe não sofrem o processo de desvozeamento. Sendo assim, estes segmentos (nasais, laterais e o tepe) são sempre vozeados. A motivação para este fato seria a tendência das línguas naturais de terem nasais, laterais e o tepe sempre vozeados (embora estes segmentos possam também ocorrer como desvozeados). Esta proposta inclui a noção de ‘mar cação' que prevê a existência de tendências nos padrões fonológicos das línguas naturais. Casos recorrentes em várias línguas são ditos não-marcados e casos menos freqüentes são ditos marcados. As consoantes nasais, laterais e o tepe têm como propriedade não-marcada [+vozeado].
Exercício 8 - G lide palatal (inglês) • Questão 1 ________ Inglês britânico_______
______ Inglês americano________
Consoantes que precedem [ j u : J
Consoantes que precedem L ju :]
m ,b .v ,f ,p ,k ,n ,l,s ,z ,t,d
m .b .v .f.p .k
166
Exercícios de fo n é tica e fo n o lo g ia
• Q uestão 2 As consoantes que precedem j u : que somente ocorrem na variedade britânica são: n, 1, s, z, t , d Estas consoantes compartilham o traço: [+coronal]
• Questão 3 ( a ) Esta afirmação implica que o segmento j é presente na representação subjacente e é cancelado no contexto especificado pela regra. ( b ) Esta afirmação implica que o segmento j não é parte da representação subjacente e a epêntese ocorre no contexto especificado pela regra.
• Questão 4 Qualquer uma das alternativas, em princípio, explica os dados do inglês americano. A afir mação (a) implica que o segmento fonológico / j / (ou fonema, em termos fonêmicos) é parte da representação fonológica. O processo é de cancelamento do segmento / j / nas condições especifica das pela regra. A afirmação (b) implica que o segmento fonológico / j / (ou fonema, em termos fonêmicos) é inserido no contexto especificado pela regra (embora este segmento / j / ocorra tam bém em representações subjacentes).
• Questão 5 consonantal T -silábico I
[
-recuado
I
J
*
0
'
--------
T I
I
I
1 +alto
g
+recuado +longa
I
I
• Questão 6 O modelo Gerativo permite que segmentos fonológicos sejam especificados nas represen tações subjacentes ou que suijam a partir da aplicação de regras fonológicas. Embora o recurso de abstração, que permite a inserção de segmentos fonológicos, faça parte do modelo Gerativo, há problemas em se especificar p o r que alguns segmentos são dados como presentes na representação subjacente e p o r que outros segmentos idênticos surgem a partir de processos fonológicos. O pro cesso de epêntese no português - veja ‘Exercício 2, Parte 3 - também insere um segmento - que é a vogal alta anterior [ i] - sendo que esta vogal ocorre nas representações subjacentes do português.
• Questão 7 Não há motivação que justifique a inserção do glide [j] quando precedido de consoante coro nal e seguido da vogal [ u : ]. Não haveria também motivação fonética para assumirmos que o glide [ j] fosse inserido quando precedido de consoante não-coronal e seguido da vogal [ u :]. Certos fenômenos - como o de palatalização de consoantes seguidas por [ i ] —podem ter a motivação por ajuste fonético. Mas, fenômenos de apagamento e inserção de segmentos tipicamente não têm mo tivação fonética.
1
/mju:zik/
2 /vju:/ • Questão 8 3 4 5
/kju:/ / d j u :/ / d j u :ti/
Respostas dos exercícios
Q uestão 9 1 2 3 4 5
[ b j u :ri] [su:] [kju:t] [nu: J [kju:r]
Fonologia Autosegm ental Exercício 1 - Representações lexicais • Q uestão 1 pato
2. batata 8
8
5
/ \
/
\
/ \
3. brava
8
8
8
8
/ \
/ \
/ \
/ \
O RO R
0
1 1 1 X 1 p
1 II II 1 1 NI NI N 1 II II 1 X X X X X X | 1 II II b a t a t a
I N I X I a
I I 1 N I I X x I I t u
asa
RO
RO
8
8
/ \
/ \
/ \
R O
0
R
R
8
8
/ \
/ \
R O
8. quase
R 1 N 1 X 11 a
9. festa
8
8
8
8
8
8
8
/ \
/ \
/ \
/ \
/ \
/ \
/ \
0
R
1 1 1 N 1 1 X X 11 11 V a
1 1 1 1 N 1 1 / \ 1 X X X X 11 11 11 11 k a u d
R e i
acionar
R 0
l\ 1 1 \ N 1 \ 1 X XX 11 11 11 b r a
O
| | 1 N 1 / \ XXX 1 1 1
1 1 1 N 1 N 1 1 1 X X X 1 1 1 az a
O
6. cauda
5. rei
8
O
R
RO
R 0
R
O
RO
R
O
R
II NI II
I I NI I I
1 N 1
1 1 1
1 1 N 1 1 1
1 N 1
1 1 1
l\ 1 1 NC 1 1 1 \ 1 1
X
X
X
X
X
1 i
1
1 1 1 e s t
X
II as
X
X
X
/ \ 1 i on
X
1
a
X
/ \ 1 1 kw az
f
O R
X
X
X
1 a
167
16 8
Exercícios de fon ética e fo n o lo g ia
10.
11. transforma
monstro 5
8 / o
/
\
X m
12. língua
6 \
/ \ O R l\ l\ 1\ NC 1 \ 1 \ \ XX X XX 1 1 1 1 1
R 0 R l\ 1 l\ NC 1\ 1 1 \ 1 1 \ \ XXX XXX 1 1 1 1 1 1 o N s t r u
t
r
8
ô
a N s
/ O |
\ R l\ 1 1C 1 \ X x X I 1 1 f
o
/ \ O R 1 1 1 N 1 1 X X 1 1
R m
a
8 / 0 1 1 1 X 1 1
\ R l\ NC 1 \ X X 1 1 i N
8 / \ 0 R 1 i 1 N 1 1 X X / \ 1 g w a
Questão 2 1. pato
2. batata 3. brava 4. asa 5. rei 6. cauda
a, e, a, e a, e,a, e, a, e c. e, a, e b. e, c, e a, g a, g, a, e
7. b, e, a, h, a, i 8. d, e, a, e 9. a, i, a. e 10. a ,j,c , e 11. c, j. a, i. a. e 12. a ,j, d, e
Questão 3 Constituinte silábico
Número/vezes
Número/vezes
0
f
núcleo vazio
4
g h
núcleo ramificad 3
2
i
rima simples
2
j
rima complexa
3
a
onset simples
18
b
onset vazio
2
c
onset ramificado
d
onset complexo
núc leo simples
Constituinte silábico
17
núcleo complexc
2 1 e
• Questão 4 Onset simples e núcleo simples. Estes constituintes juntos formam o que denominamos uma sílaba CV (consoante-vogal). Este tipo de sílaba é dito universal, pois ocorre em todas as línguas naturais. A teoria Autosegmental ofereceu a oportunidade de investigarmos os padrões silábicos tipologicamente nas línguas naturais. Alguns dos resultados desta pesquisa são: línguas que têm onsets ramificados também têm rima ramificada, sílabas pesadas (formadas por núcleo ramificado ou rima ramificada em coda) podem ser relevantes na atribuição do acento tônico.
• Questão 5 Duas consoantes. Exemplos podem ser encontrados em palavras como: ‘perspectiva, solstí cio, monstro, extra [ s k s t r e ] ’
Exercício 2 - Palatalização de oclusivas 2 • Questão 1 1. deitado 2. muito 3. coitado 4. êta 5. oito
6. enfeite 7. gaita 8. vaidade 9. doido 10. peida
Respostas dos exercícios
169
• Questão 2 A africadas t $ e d 3 podem ocorrer no dialeto sergipano quando seguidas de [x]: enfeite, vaidade. Neste caso, as duas variedades dialetais - mineira e sergipana - se comportam de maneira análoga. Contudo, na variedade sergipana as africadas podem ocorrer também quando precedidas de um glide [ i] em ditongo decrescente: todos os dados.
• Questão 3 Na variedade sergipana a propriedade de palatalização pode se espraiar de uma posição de núcleo complexo (em ditongo decrescente) para uma outra posição esqueletal de onset que lhe seja adjacente. Nesta variedade dialetal, a direcionalidade do espraiamento é dupla (direita-para-esquerda) ou (esquerda-para-direita). No caso da propagação ocorrer da (direita-para-esquerda) temos os exemplos enfeite, vaidade. No caso da propagação da (esquerda-para-direita) temos os demais exemplos (em que um glide em ditongo decrescente precede a consoante africada).
Questão 4 Representação lexical silabificada
Processo de espraiamento A linha pontilhada indica o espraiamento
1.
‘oito' \
O
/ R O I I1 1 N I X
1 I
N |
1
/ R O 1 i iI N 1 X
! u
;t
\
1 i
X
X
0
/ O
R
1 |
/ \
2.
\
I 1
\ R 1I N | X
/X
/ \ ' 1 0 its
1 u
'doido' /
\
/ R
0
1 1
1
\
0
X
X
0
I d
Questão 5 5
5
\
/ R
o
\ R
1
N |
I
X
X
i u
/ \ d
0
i
N
X
/ R
N
1
d
N 1
X
/X
1V 1 0 I d3
X
1 u
170
Exercícios de fon ética e fo n o lo g ia
• Questão 6 Sim , porque a propriedade de anteriorização da vogal [1] pode se espraiar da posição nuclear que ocupa para a posição que a segue de onset (que é inicialm ente ocupada pelo seg m ento consonantal [d], mas, ao receber o espraiam ento da vogal [ i ] , passa a se m anifestar foneticam ente com o [d 3]).
5 / 0
ô / O I1
\
R I1
1 1 1 1
N / \
X
X
1 1
\
R
1
N
1
1
X
x
\ //
1
í/
d3
1 8
• Questão 7 1 .jeito
[ ' 3e i t j u ]
2 . baita
[ baitjs]
3. [ ' d
3i k s ]
4. ['d3id38]
Exercício 3 - Segmento am biente (desvio fonológico) • Questão 1 1. [ 1o r e ] 2. [ ' k a r u ]
4. [ 1fale] 5. [ 1f i l e ] 6. [ 'bale]
3. [ a ' g o r e ]
• Questão 2 Quando na fala do adulto ocorre uma lateral alveolar [1] ou um tepe [r] em posição inter vocálica a criança cancela estas consoantes, ou seja, na fala da criança [ l , r ] são cancelados em posição intervocálica.
• Questão 3 ô
ô / 0
\
R
1 1 1 1 1 |
N
X
X
/ O
1
R
1 i
N
1 1
|
X
— b
\
i1
0
a
1 • Questão 4 A alternância entre a vogal [ i] e sua ausência, ilustrada nas formas (13. 15), pode ser explica da por um processo em que o segmento ambiente do português - [ i] ou [ i] - é inserido entre duas consoantes obstruintes.
Respostas dos exercícios
17 1
• Questão 5 6
S
6
/
\
/\
/ \
O
R
OR
O R
I
I I
N
IN
I X
I I
I I X
X
I X
I
I \
a
f
I N
I X
I xt
I a
\
i> Exercício 4 - Princípio do C onto rn o O b rig a tó rio (PCO) • Questão 1 Nestes exemplos ocorre o cancelamento de uma posição nuclear. As duas posições nucleares são preenchidas com vogais idênticas. Somente uma vogal é pronunciada. Este processo é ilustrado no diagrama abaixo. R
R
I
1 l
R
N
N
N
X
X
i
í
V
V
—
—►
1 1
1
X
i
V
• Questão 2 Sim. Nos dois casos ocorre a perda de uma posição nuclear, que pode ser explicada pela aplicação do PCO. Contudo, nos dados (8-11) as vogais adjacentes são idênticas, e nos dados (13-17) as vogais adjacentes são diferentes. Uma avaliação deste fenômeno nos levaria muito além do propósito deste 'Exercício'. Por exemplo, podemos observar que em juntura de palavras, em português, as vogais átonas finais não podem ser canceladas quando seguidas de vogal acentuada: casa única -> *casúnica. Há variação dialetal, de estilo e mesmo idioletal relacionada a este fenômeno.
Exercício 5 - Propagação de nasalidade • Questão 1 1. camada 2. banana 3. camareira
• Questão 2 a,c,d,f,g
4. sanidade 5. amigo 6. panela
172
Exercícios de fon ética e fo n o lo g ia
• Questão 3 7 . [m ã 'm ã i] 8. [ 1nãu ] 9. [ 1o m êi] 10 . [ 1n a d e ]
11. [ 'dãm a] 12. [ 1dõna ] 13. [ma 1dãm i]
• Q uestão 4 O falante com fissura palatal somente apresenta segmentos consonantais nasais e todas as vogais são nasalizadas.
• Questão 5 14. 15. 16. 17.
[mã 1n ã n ê ] [ n ã ' nãnê] [ n ã ' nãnu] [ã 1mãnã]
• Questão 6 Ao se adotar a noção de espraiamento de nasalidade no caso da fissura palatal teríamos de assumir que há um segmento nasal flutuante {floating) que se propaga para toda e qualquer posição esqueletal (posição nuclear e também não-nuclear). Neste caso, todas as vogais e consoantes passariam a ser sistematicamente nasais.
Exercício 6 - Acento • Questão 1 Núcleo simples (ou monotongo) acentuado ....
Forma ortográfica
1
na última sílaba
café
2
na penúltima sílaba
qualquer palavra paroxítona com vogal simples acentuada
3
na antepenúltima sílaba
qualquer palavra proparoxítona com vogal simples acentuada
4
na sílaba anterior à antepenúltima sílaba
não há
Núcleo complexo (ou ditongo) acentuado .... 5
na última sílaba
qualquer palavra oxítona com ditongo decrescente acentuado
6
na penúltima sílaba
qualquer palavra paroxítona com ditongo decrescente acentuado
7
na antepenúltima sílaba
qualquer palavra proparoxítona com ditongo decrescente acentuado Poucas palavras: Austria, náufrago, déitico etc.
8
na sílaba anterior à antepenúltima sílaba
não há
Respostas dos exercícios
1 73
• Questão 2 a. Não há exemplos de palavra do português para as categorias (4) e ( 8). b. Sim. Esta categoria apresenta poucos exemplos em português. Avaliaremos esta restrição posteriormente. c. Este grupo nos permite inferir que o acento no português pode - no máximo - recair sobre a antepenúltima vogal ou ditongo decrescente (ou seja, o acento pode ser final, penúltimo ou antepenúltimo). Se contarmos o núcleo acentuado da (direita-para-esquerda) podemos afirmar que o núcleo acentuado pode ser o primeiro (café), segundo (caramelo) ou terceiro (dissílaba) núcleo da palavra. O acento não pode recair sobre o quarto núcleo (*símbolico).
• Questão 3 Podemos afirmar que o acento é atraído em sílabas pesadas no português, ou seja, sílabas com ditongos pesados ou com rimas ramificadas. Há poucas exceções a este padrão em português: íris, lápis, ígor, ímpar.
• Questão 4 O padrão acentuai correto pode ser explicado pelo fato de tais sílabas apresentarem um a rima ramificada. Uma rima ramificada representa um a sílaba pesada, e vimos que há uma tendência, em português, de sílabas pesadas atraírem o acento tônico.
• Questão 5 Nestes casos o padrão acentuai correto segue a tendência do português brasileiro de que o acento recai sobre a penúltima sílaba (palavras paroxítonas são as mais recorrentes). Ou seja, nestes casos as sílabas pesadas - com rimas ramificadas - não atraem o acento. Contudo, há casos no português em que uma sílaba com rima ramificada pode atrair o acento proparoxítono: áspero, sórdido. Podemos afirmar que o padrão acentuai mais recorrente do português é o paroxítono. Palavras oxítonas e propa roxítonas tendem a representar problemas nas análises dos padrões acentuais do português.
• Questão 6 Nos exemplos corretos o acento tônico recai sobre a terceira rima da palavra, contando-se da (direita-para-esquerda). Veja que este padrão é o correto também para as formas (1-4). Os exemplos com asteriscos são excluídos porque nestes casos o acento cairia na quarta rima da (direita-para-esquerda), o que não é possível em português. Veja que na ‘Questão 1’ os itens (4) e (8) não ocorrem em português, pois esses itens representariam casos em que o acento cai na quarta rima da (direita-para-esquerda).
• Questão 7 Nos dados (1,2) o acento recai sobre a terceira vogal da (direita-para-esquerda), representando um padrão acentuai proparoxítono. Os padrões acentuais *árroio e *papágaio são excluídos porque nestes casos o acento recairia sobre a quarta vogal da (direita-para-esquerda), o que não é permitido em português. Nos dados (3,4) o acento recai sobre a segunda vogal da (direita-para-esquerda), repre sentando um padrão acentuai paroxítono. Os padrões acentuais *góiaba e *gáiola são excluídos porque nestes casos o acento recairia na quarta vogal da (direita-para-esquerda), o que não é permitido em português. Contudo, podemos fazer uma predição de que uma vogal alta intervocálica possa ter acento antepenúltimo: *gaíola. Este padrão silábico e acentuai não é ^testado em português.
• Questão 8 Podemos sugerir que as palatais sejam silabificadas de maneira análoga ao glide palatal: ocu pando ao mesmo tempo uma posição de coda e uma posição de onset. Neste caso, as representações para ‘rebanho’ e ‘manilha ‘ seriam:
174
Exercícios de fon ética e fo n o lo g ia
5 / \
0 1
X
6
5 6 / \ / \ O R R O R | 1 l\ l 1 N 1 NC 1 N 1 1\ 1 X
X
X
X
1 1 1 R e b
X
X
X
0
1 1
X
X
X
X
1 1 1
\l p
a
1
6 5 / \ / \ R O R 0 R 1 1 l\ 1 1 N 1 NC 1 N 1 1 1\ 1 1
/ \
m
u
1
a n
i
X
X
V Ã
1 a
Esta proposta sugere que o acento recaia sobre a sílaba pesada (como nos casos da ‘Questão 4 ’. Tal proposta explica por que a forma ‘*rêbanho’ é excluída (pois a sílaba com a rima pesada atrai o acento). Mas esta proposta encontra problemas em explicar por que a forma ‘*cânhoto’ é excluída. Isto porque na palavra ‘canhoto’ a rima ramificada estaria associada à sílaba [ aji] em ‘canhoto’ e espera ríamos que esta sílaba atraísse o acento e tivéssemos a forma ‘*cânhoto’ - que de fato não ocorre. Esta mesma abordagem pode ser adotada para a análise da palatal lateral [Á]. Para que a análise seja ade quada devemos dizer que nos casos de ‘rebanho’ a rima ramificada atrai o acento. Os casos seme lhantes a ‘canhoto’ são tratados como excepcionais (sendo que a rima ramificada não atrai o acento). Embora a proposta de analisar de maneira similar os glides palatais e as consoantes palatais enfrente problemas em ter de estipular que algumas palavras apresentam padrões excepcionais ao previsto, tal proposta nos permite fazer uma generalização importante: de maneira análoga aos glides palatais, as consoantes palatais não ocorrem precedidas de vogal proparoxítona: *góiaba, *pálheta, *cânhoto. Esta observação é também observada para o R-forte: *Márrocos (note também que, de maneria análoga às consoantes palatais, o R-forte atrai o acento tônico: cigarro). Geralmente, as análises fonológicas apresentam generalizações para a maioria dos dados. Con tudo, a grande maioria de análises também se depara com problemas em alguns poucos dados (tipi camente denominados ‘dados marginais’). O fonólogo deve tentar oferecer a análise mais abrangente possível e sempre indicar as dificuldades encontradas. Os dados que não se enquadram na análise são geralmente indicados como residuais e idealmente propostas teóricas subseqüentes oferecerão uma compreensão mais apropriada do fenômeno.
Exercício 7 - Redução de encontro consonantal • Q uestão 1 1. [ 1p r a t u ] 2. [ e z ê p l u ] 3. [ k r i ' a s a ] 4. [ p i a ' n e t a ] 5. [ ' k o b r a ]
9. [ ' f e s t a ] 10. [ ' p a h t j i ] 11. [ ' k o f i d a ] 12. [ ' h a z g a ] 13. [ ' k o s t a ]
6. ['tribu]
14. [is'kole]
7. [ ' p o d r i ] 8. [ p r e z u ]
15. [ 16. [
• Q uestão 2
§ /
0 1 1
8 \
l
R l\ NC 1\
X
X
X
/ O
\ R
1 1 1 1 1
X
X
1 I1 1 1 1 1 0 s t a 1
k
'k ah ta] m ahka]
6
6
/ \
/ \
0 R l\ 1 1\ N 1\ 1 X
X
R
1 N
1
X
X
r i
b
1 11 t
0
1
X 1
í
u
Respostas dos exercícios
175
• Questão 3 a. Os encontros consonantais tautossilábicos são reduzidos a uma única consoante. A primeira consoante da seqüência - uma obstruinte - permanece e a segunda consoante do encontro consonantal - que é uma consoante líquida - é cancelada. b. Os encontros consonantais heterossilábicos são reduzidos a uma única consoante. A primei ra consoante da seqüência - um som de R ou um a sibilante - é cancelada e a segunda consoante do encontro consonantal - que é uma consoante obstruinte - permanece.
• Questão 4 \
o
8
6
5 /
\
/
1 1
R O R l\ 1 1 NC 1 1 1\ 1 1
X
X
I 1
X
k
o
-
0
X
X
a
X
1 i
I 1
=t
S / \ R O R
1 1 l\ 1\ N 1 1\ 1 1
X I 1
I 1
\
/
t
1 =
-
i
b
1 X
1 1
i
1 N
I 1
u
• Questão 5 a. Sim. Esta criança apresenta em seus dados evidência de que pertence a uma variedade dialetal que tem o processo de palatalização de oclusivas alveolares t,d . A pronúncia da palavra ‘parte’ [ ' p a t J x ] (exemplo ( 10)) justifica tal conclusão, porque uma africada é seguida de uma vogal alta anterior [i], b. Com o desligamento do tepe da posição de onset ramificado temos uma posição esqueletal vazia. Note que na representação abaixo - que ilustra este fato - a posição nuclear preenchi da com a vogal i não está em posição adjacente à posição inicial de onset - que é preenchida com t . Ou seja, t e i não estão em posições adjacentes. O processo de palatalização de oclusivas alveolares requer que duas condições sejam satisfeitas: 1) a posição nuclear preenchida pela vogal i deve ser adjacente à posição de osnet preenchida com a oclusiva alveolar e 2) a propagação de i é da (direita-para-esquerda). Na representação abaixo a primeira condição não se aplica. Uma vez que as condições que implementam o processo não são encontradas, a palatalização da oclusiva não ocorre. Sendo o processo bloqueado por falta de condições, temos que a condição de direcionalidade não é, também, relevante. 5 / \
ô
/ \ O R l\ 1 1 \ N 1 \ 1 X X X
0
R
1
1
1
N
1
1
X
X
b
u
1 1
1 1 1 1 I 1
t
i r
176
Exercícios de fo n é tica e fo n o lo g ia
• Questão 6 1. 2. 3. 4. 5. 6.
criança [ 1t i s t j i ] [ a m i ' z a d 3i ] [ 'bava ] [ ' baku ] [ 1s e d 3 i ] [ ' b asu ]
adulto [ 'tr is tji] [ a m i 1z a d 3i [ 'brave] [ ' bahku] [ l s e d 3i j [ 1b r a s u ]
• Questão 7 Semelhanças entre a fala da criança e do adulto Os encontros consonantais tautossiláhicos comportam-se de maneira idêntica na fala da crian ça e do adulto. Em ambas as falas a consoante líquida é cancelada.
Diferenças entre a fala da criança e do adulto Os encontros consonantais heterossilábicos na fala da criança apresentam o cancelamento da primeria consoante (a sibilante que ocupa a posição de coda). Já nos encontros consonantais hete rossilábicos na fala do adulto, a segunda consoante é cancelada (no caso, uma oclusiva alveolar t) .
Exercício 8 - Vogais longas e breves (inglês) • Questão 1 live
leave .
8
/ O
1 1 1 X
8
R l\ NC
1\ X
1 1
/ 0
\
X
1 1 I
V
\
R
1
1\
1
N C
1
/
X
X
1 1
\
\/ i
\ X
X
1 V
• Questão 2 ( V ) Porque somente vogais longas ocorrem em final de sílaba. ( F ) Tanto vogais longas quanto vogais breves podem ser seguidas deduas consoantes. ( V ) Porque toda palavra termina numa sílaba qualquer e somente vogais longas podem ocorrer em final de sílaba. ( V ) Porque vogais breves não podem ocorrer em final de sílaba. ( F ) Somente vogais longas ocorrem em final de palavra. ( F ) Vogais longas podem ocorrer sozinhas em final de palavra.
Respostas dos exercícios
177
Questão 3 bleep
grip
feast
8
8
/ \ O R l\ I N
I X
l\ C
l\ I\
\ /\ X
X
I
5
/ \ O R
X
I
/ \ O R l\ NC
\
X
X
\/
I\ X
X
I
b l i p
I
I
X
I
g r i p
• Questão 4 1. [ 1l A g . i d 3 ] 2. [ 1r e i . 9v. 8 n t
\ x
II
I\ IN C
I/ \ \ \ x
I
x
x
x
I\ / I
I
f i s t
4. [ 1hasp, i ] ] 5. [ ' h o r . i d ] 6. [ ' p r o u . g r a e m ]
3. [ ' p a e r . i s ]
• Questão 5 4. [ 1hae. pi ] 5 . [ 'ho.rid] 6. [ 'prou. grasm]
1. [ 1l A . g i d 3 ] 2. [ 1r e . l a . v e n t ] 3. [ ' pae. r i s ]
• Questão 6 A silabificação procede de maneira diferente em cada língua. Os critérios de boa-formação da estrutura silábica prevêem as condições de boa-formação das palavras. No inglês,há um critério de silabificação que prevê que vogais breves sejam sempre seguidas de pelo menos uma consoante. Tal critério não se aplica ao português e, sendo assim, o falante brasileiro silabifica vogais breves em sílabas abertas (ou seja, sílabas breves, para o falante do português, podem ocorrem sem serem seguidas de qualquer consoante).
Teoria da O tim a lid a d e Exercício 1 - Tipos de restrições
• Questão 1 5 ,
1 0 ,
1 , 7 .
2 .
3 ,
8 ,
1 1 , 6 ,
1 2 ,
4
, 9
• Questão 2 2 .
M-CL M-CL
1 1 .
3 .
F I D E L I D A D E
1 2 .
1 .
5 .
M-CL M-CL
6 .
F I D E L I D A D E
4 .
7 .
M-SC
8 .
F I D E L I D A D E
9 .
F I D E L I D A D E
1 0 .
M-SC M-CL M-SC
178
Exercícios de fo n é tic a e fo n o lo g ia
Exercício 2 - V iolação de restrições • Q uestão 1 Tableau 1 1
R E S T R I Ç Ã O
R E S T R I Ç Ã O
Saida
2
*
Saida 1 2
* !
Tableau 2 1
R E S T R I Ç Ã O
Saída 1 :ír Saída
R E S T R I Ç Ã O
2
* ! * *
2
Tableau 3 1
R E S T R I Ç Ã O
Saída 1 Saída
2
*
R E S T R I Ç Ã O
2
*
* * !
Tableau 4 1
R E S T R I Ç Ã O
Saída 1 Saída
R E S T R I Ç Ã O
2
R E S T R I Ç Ã O
3
* ! *
2
*
Tableau 5 1
R E S T R I Ç Ã O
R E S T R I Ç Ã O
2
R E S T R I Ç Ã O
3
s ' Saída 1 Saída
2
*
* !
Tableau 6 R E S T R I Ç Ã O
Saída 1 Saída
1
R E S T R I Ç Ã O
2
R E S T R I Ç Ã O
3
* ! *
2
*
Tableau 7 R E S T R I Ç Ã O
1
R E S T R I Ç Ã O
2
Saída 1 Saída
2
Saída
3
R E S T R I Ç Ã O
3
* * * !
*
* !
Tableau 8 R E S T R I Ç Ã O
Saída
1
Saída
2
Saída
3
1
R E S T R I Ç Ã O * * *
* !
2
R E S T R I Ç Ã O *
1
3
Respostas dos exercícios
Tableau 9 R E S T R I Ç Ã O
1
2
R E S T R I Ç Ã O
R E S T R I Ç Ã O
3
* * l
Saída 1 Saída 2 Saída 3
* t
Saída 4
*!
*
*
*
*
Tableau 10 R E S T R I Ç Ã O
Saída 1
1
R E S T R I Ç Ã O
*!
**
*i
*! *
Saída 2 Saída 3
2
R E S T R I Ç Ã O
3
*
*
^ Saída 4
Exercício 3 - Ranqueam ento de restrições • Q uestão 1 Tableau 1 /varig/
NOCODA
C O D A -C O N D
M A X I/O
*
*!
va.rig
D E p N Ú cleo
*!
va. r i .g D
*
^ v a . r i .(g)
Tableau 2 /varig/
M
A
X
I / O
C O D A -
C O N D
D ep ^c1~
N O C O D A
*
*1
va.rig
*
®" va. r i .g D va.ri.(g)
*!
Tableau 3 /varig/ ^ va.rig
M A X I/O
I^EpNÚelco
C O D A -C O N D
*
NOCODA
I
*!
va. r i .g D *!
va. ri.(g)
• Q uestão 2 F o m a de Saída selecionada Tableau 1
|va. r i l
Tableau 2
[va. r i . g i ]
Tableau 3
[va. r i g ]
1
*
179
18 0
Exercícios de fon ética e fo n o lo g ia
Questão 3 Tableau
Ranqueamento
Tableau 1
NOCODA
Tableau 2
M A X I /O »
Tableau 3
m ax
»
C O D A -C O N D
»
C O D A -C O N D »
i/o »
D
e p ””
1' 0
»
DEP™1 '0» D E P " " 60»
co d a
-co
n d
MAX
i/o
NOCODA »
noco da
• Questão 4 Sim. O ranqueamento apresentado na ‘Questão 2 ’ é M a x i / o » N o c o d a » C o d a - C o n d » Qgpnúcieo (~>om este ranqueamento temos a pronúncia [v a . r i . g i ] . Contudo, ranqueamentos como N o c o d a » C o d a - C o n d » M a x i / o » Dep"” 1” , ou C o d a - C o n d » N o c o d a » M a x i/ o » Depvúc1'°, dentre outros possíveis, também oferecem saídas ótimas como [ v a . r i . g i ] . Portanto, o que parece ser relevante para a forma ótima [ v a . r i . g i ] é o fato de a restrição M a x i/ o dominar a restrição £ ) E pN Ú deo.
]/o
»
J ) E p M cleo
Exercício 4 - Encontros consonantais tautossilábicos (desvio fo n o lógico) • Questão 1 ‘Desvio Fonológico I’: Neste caso ocorre o cancelamento da consoante líquida - o tepe no encontro consonantal tautossilábico ‘Desvio Fonológico 2 ’: Neste caso ocorre a inserção de uma vogal para separar o encontro consonantal tautossilábico
• Questão 2 Tableau 1 /pratu/
Tableau 2 /pratu/
m a x i/ o
D
ep
I/o
n o co m plex
*
pra.tu pa.ra.tu pa. tu
*t *
i
Tableau 3 /pratu/ pra.tu
no com plex
m a x i/ o
*1
pa.ra.tu pa. tu
*!
j
D
ep
I /o
Respostas dos exercícios
1 81
Tableau 4
Tableau 5 /pratu/ pra.tu pa.ra.tu
D
ep
NOCOMPLEX
I /o
MAX l / o
*! *
*!
pa . t u Tableau 6
• Q uestão 3 Complete a tabela abaixo. Para cada tableau você deverá indicar a forma ótima selecionada e a ordem do ranqueamento. Siga o exemplo.
Tableau
Forma ótima
Ranqueamento
Tableau 1
p r a . tu
D
ep
I /o »
Tableau 2
p r a . tu
max
I/o »
Tableau 3
p a . r a . tu
no com plex
Tableau 4
p a . r a . tu
max
I/o »
Tableau 5
pa. tu
D
I /o »
6
p a . tu
no com plex
Tableau
ep
max
I/o »
D
I/o »
»
ep
no com plex no com plex
I /o »
D
ep
I/o
no com plex
»
D
ep
I/o
no com plex
»
»
max
D
ep
I /o »
max max
I /o I/o
• Q uestão 4 a. Não. O ranqueamento D e p I / o » m a x relevante na seleção da forma de saída. b.
I/o
ou
o
ranqueamento
m ax I/o
»
D ep
I/o não
é
Para que tenhamos um encontro consonantal na forma ótima de saída [ p r a . tu] o ranqueamento de n o c o m p l e x deve ser baixo. Isto porque a forma de saída [ p r a . t u] viola a restrição n o c o m p l e x que exclui encontros consonantais. Para termos formas de saída com encontros consonantais a restrição n o c o m p l e x deve ter ranqueamento baixo.
n o c o m p le x .
c. Não. O ranqueamento n o c o m p l e x » m a x I / o é relevante na seleção da forma de saída.
ou o
ranqueamento
m a x I/o
»
n o c o m p le x
não
d. Dep I/o. Para que tenhamos a forma ótima de saída [ p a . r a . tu ] o ranqueamento de Dep 1/ o deve ser baixo. Isto porque a forma de saída [p a . r a . tu ] viola a restrição Dep I/o que
182
Exercícios de fo n é tica e fo n o lo g ia
não permite a epêntese. Para termos formas de saída com a inserção de um a vogal separan do o encontro consonantal - ou seja, term os um caso de epêntese - a restrição D e p 1 / o deve ter ranqueam ento baixo. e. Não. O ranqueamento D e p I/o » n o c o m p l e x é relevante na seleção da forma de saída. f.
ranqueamento
ou o
n o c o m p le x
»
D ep
I/o não
Para que tenhamos a forma ótima de saída [ p a . t u ] o ranqueamento de m a x i / o deve ser baixo. Isto porque a forma de saída [ p a . t u ] viola a restrição m a x i / o que não permite o apagamento de um segmento que ocorra na forma de entrada. Para termos formas de saída com o apagamento da consoante líquida no encontro consonantal - ou seja, termos um caso de cancelamento - a restrição m a x i / o deve ter ranqueamento baixo.
m a x i/o .
• Q uestão 5 Tableau 3 e 4:
n o c o m p le x , m a x i/o »
/pratu/
d e p i/ o
NOCOM PLEX ,
pra.tu
D
MAX l/o
ep
I/o
*, 1
^ p a . ra. tu
1
pa. tu
*]
1 1
ou alternativamente: Tableau 3 e 4:
/pratu/
m ax
m a x i/ o , n o c o m p le x »
i/o
pra.tu
i |
^ p a . ra. tu pa. tu
D ep I/o
NOCOM PLEX
1 i i i i
d e p i/ o
*j
* .......... 1
"
............ ................ í
Tableau 5 e 6:
d e p i/ o , n o c o m p l e x »
/pratu/
D ep
I/o
m a x i/ o |
n o c o m p le x
pra.tu pa.ra.tu
*! •!
^ p a. tu
‘
ou alternativamente: Tableau 5 e 6 :
/pratu/ pra.tu pa. ra. t u ®“ pa. tu
m
á
g
[
n o c o m p le x , d e p i/ o » D
N OCOM PLEX
ep
I/o
*
l
m a x i/o m ax
i/ o
*! 11 1 1
*»*
\ ,
.
* :
1....................
Respostas dos exercícios
183
Questão 6 Tableau 8: m a x
i/ o , n o c o m p le x , o n s e t »
/pratu/
1
l/o
MAX
pra.tu
*1
pa. tu
i
pa.a.tu
*1
ax
pra.tu
*i
i l
t/o
M AX
p ra.tu
i (
o n set
NOCOM PLEX
*
1
g g jH l .I
\
i
*i
iWfe»
m a x i/ o , d e p i/ o , n o c o m p le x »
/pratu/
*!
1
i
pa.a.tu
Tableau 10:
D e p I/o
; *!
p a. t u
1
1 i
1
pa.ra.tu
I/o
n o c o m p le x
i
I/o
ep
I
1
i
M
D
O NSET
1 1
1 i
m a x i/ o , d e p i/ o , o n s e t »
/pratu/
|
NOCO M PLEX
1 1 1 ► ••
pa. ra. tu
Tableau 9:
d e p i/ o
i
1 !
D
ep
o n set
1 I/o ,
1 i
1 i
i i
i i
no com plex
O NSET
p a.ra.tu pa. tu «•
*!
p a . a. t u
*
Exercício 5 - T ipologia fato rial (holandês e inglês) • Questão 1 a. V, F, F. F. V b. F, V, V, V, F
• Questão 2 No holandês há contraste de vozeamento entre obstruintes em posição intervocálica, mas o contraste de vozeamento é perdido, ou seja, é neutralizado, em final de palavra, quando ocorrem somente obstruintes desvozeadas.
• Questão 3 /bed/ bed
* V O ! C E D -C O D A *!
«■bet *
ID E N T - I O ( V O Í C e )
184
Exercícios de fon ética e fo n o lo g ia
/b st/
* V O I C E D -C O D A
bed
I D E N T -1 0 (
VOÍce)
*
*!
■ ^bet
• Questão 4 a. Quanto à ocorrência dos segmentos na palavra, podemos dizer que: em holandês... V, F, F, F. V em inglês... F, V, F, F, V b. Quanto ao comportamento dos segmentos em geral, podemos dizer que: em holandês... F, V, V, V. F em inglês... V. F. F, F, V
• Questão 5 As obstruintes vozeadas e desvozeadas apresentam contraste pleno no inglês independente mente do contexto em que ocorrem. Os dados (6, 8) mostram o contraste em posição intervocálica e os dados (5, 7) mostram o contraste em final de palavra. Espera-se atestar o contraste também em início de palavras.
• Questão 6
/bet/
ID E N T -1 0 (
bed ® "b st
*!
voice)
* V O I C E D -C O D A
• Questão 7 V, V, V, V, F
• Questão 8 Flolandês: *VOICED-CODA »
IDENT-Io(voice)
OU Seja
M-SC »
FIDELIDADE
A tipologia fatorial m - s c » f i d e l i d a d e prevê a Neutralização Posicionai, e é isto que ocorre em holandês. Lembre-se de que em holandês ocorre a perda de contraste (i.e. a neutralização) em posição específica: em final de palavra. Inglês: i d e n t - i o ( v o ic e )
»
* v o ic e d -c o d a
ou seja
fid e lid a d e
»
M-SC
A tipologia fatorial f i d e l i d a d e » m - s c prevê o contraste pleno, e é isto que ocorre em inglês. Lembre-se de que em inglês ocorre o contraste entre obstruintes vozeadas e desvozeadas indepen dentemente da posição que a obstruinte ocupa na palavra.
Respostas dos exercícios
185
Exercício 6 - N asalidade contextual (inglês) • Questão 1 a. Contraste
Não há contraste entre vogais orais e nasais nos dados, embora os dados apresentem seqüências segmentais bastante semelhantes.
b. Alofonia
Ocorre a distribuição complementar - ou seja, alofonia - nos dados: vogais nasais ocorrem seguidas de consoantes nasais e vogais orais ocorrem seguidas de consoantes orais.
c. Neutralização
A neutralização expressa um caso de perda de contraste em um ambiente específico. Como não há contraste entre vogais orais e nasais, não é pertinente discutirmos a neutralização.
• Questão 2 Como temos um caso de variação alofônica, esperamos ter o seguinte ranqueamento: m-sc » m-cl » f i d e l i d a d e . Considerando a natureza das restrições *vORAL N, *VNASAL e ident-io(nasal) 3 esperamos ter o seguinte ranqueamento: * v oralN » » ident-io(nasal).
• Questão 3 Tableau 1 /s a e d /
*v ORAL N
*y NASAL
ident-io( nasal)
[saed] *!
[sáêd]
*
Tableau 2 /s á ê d /
*vORALN
*y NASAL
iDENT-io(nasal) *
[saed] *!
[sáêd]
Tableau 3 /s a e n d / [saend]
*vORAL N
*y NASAL
ident-io ( nasal)
*! *
[sáênd]
*
Tableau 4 /s á è n d /
*vORAL N
[saend]
*!
[sáênd]
*y NASAL
iDENT-io(nasal) *
*
186
Exercícios de fo n é tica e fo n o lo g ia
• Questão 4 V, V. V, V
• Questão 5 Sim. Veja que nos Tableaus 1 e 2 temos uma forma de saída com uma vogal oral. independente mente de termos uma vogal nasal ou oral na forma de entrada. O que define a ocorrência de uma vogal [nasal] é o ranqueamento das restrições. Veja também que nos Tableaus 3 e 4 temos uma forma de saída com uma vogal nasal, independentemente de termos uma vogal nasal ou oral na forma de entrada.
• Questão 6 a. A forma de entrada a ser selecionada de acordo com a o t i m esta é a forma mais próxima à forma de saída [sáènd].
iz a ç ã o le x ic a l
seria / saend, pois
b. Sim. Na TO a representação da propriedade [nasal] nas formas de entradas não se faz rele vante. Portanto, seria apropriado assumir que ocon'em vogais orais ou vogais nasais nas formas de entrada. Seguindo a o t i m i z a ç ã o l e x i c a l esperamos que a forma /s á è n d /s e ja selecionada. A TO é uma teoria cuja natureza é orientada pelas formas de saída. A avaliação de formas de entradas tem sido amplamente discutida na literatura, mas não há uma posição consensual sobre a natureza das formas de entrada. Há posições que defendem a postulação de elementos mais abstratos e posições que defendem representações de entradas bastante próximas às representações de saídas.
• Questão 7 O ranqueamento que expressa o contraste é f i d e l i d a d e » m - s c , m em avaliação seriam ranqueadas como: i d e n t - i o ( nasal) » * vqralN , *Vnisal.
• Questão 8 Tableau 1 /sasd/
iDENT-io(nasal)
*VNASAL 1, *vORAL N *
cif [seed] *!
[saed]
1 I i
Tableau 2 /sáèd/
id e n t-io (
nasal)
*VNASAI 1 *vOKAIN
*!
[saed]
I
*
«■ [sáèd]
1 1
Tableau 3 / saend/
iD E N T - i o ( n a s a l)
tir [saend] *i
[sáènd]
*VNASAL i *vORAL N 1 * *
' i
Tableau 4 /sáènd/ [saend] [saend]
id e n t - io
(n a s a l)
*i
*VNASAL 1, *vORAL N 1 * 1
*
* 1
-c l.
Portanto, as restrições
Respostas dos exercícios
187
• Q uestão 9 Sim. Em todos os casos avaliados na ‘Questão 8’ há concordância da propriedade [nasal] (ou do fato de a vogal ser oral) entre as form as de saída e as form as de entrada. Isto significa que o contraste é preservado pelo ranqueam ento de restrições de f i d e l i d a d e precedendo res trições de M A R C A Ç Ã O .
Exercício 7 - 0
n ã o -m a rca d o em ergente
• Questão 1 1. V; 2. F; 3. V; 4. V; 5. V
• Questão 2 As form as red u p licad as são tipicam ente form adas p or sílabas n ão-m arcadas do tipo (consoante+vogal), apresentam duas sílabas (dissílabas) e têm acento na penúltima sílaba (paroxítona).
• Questão 3 Padrão marcado
1 2 3
encontro consonantal tautossilábico vogal nasal consoante posvocálica
4
palavras trissílabas
• Questão 4 Padrão marcado
1 2 3
encontro consonantal tautossilábico consoante sibilante posvocálica vogal nasal final
4
consoante oclusiva posvocálica
Exercício 8 - Variação e opacidade • Questão 1 Ocorre a redução ou simplificação de encontro consonantal tautossilábico: CCV->CV. Quan do temos uma seqüência de consoantes (obstruinte+líquida), a obstruinte pode ser cancelada. Vimos no 'Exercício 7' da Parte 4 que o mesmo fenômeno ocorre no processo de aquisição da linguagem. Contudo, este é um fenômeno também atestado entre a população adulta sem desvio fonológico.
• Questão 2 Fonologia Gerativa
+consonantal +contínuo +coronal
0
_/
[+consonantal]
[+silábico]
188
Exercícios de fon ética e fo n o lo g ia
Numa seqüência de consoantes (obstruinte+líquida+vogal), a consoante líquida pode ser can celada (regra opcional) Fonologia Autosegmental
6
5 \ R
/ O
1 -» l\ !\ N 1 \ 1
1
/
o
X
\ R
1 N
f
1
X
X
X
X
I
I
I
1
1
1
c, C jV
1
I
C ,= = V
C2 Em encontros consonantais tautossilábicos a segunda consoante da seqüência - uma consoante líquida - pode ser desligada (delinked) de sua posição esqueletal e, portanto, não ter manifestação fonética (regra opcional).
• Questão 3 Tableau 1 /livru/
m ax
i/o
NOCOM PLEX
^ l i .vru
*
l i . vu
!
*!
Tableau 2 /livru/
NOCOM PLEX
t/o
*1
l i .vru
1i
MAX
. vu
*
|
• Questão 4 Problemas com a variação livre: um dos problemas seria a idéia de Dominação estrita, pois, no caso de variação livre, teríamos de assumir que pode haver mais de um único candidato ótimo. Esta perspectiva enfraquece a Dominação estrita que prevê que para cada entrada é selecionada uma única forma de saída: a forma ótima. Outro problema seria a aquisição da linguagem: como é que a criança relacionará duas formas de saídas distintas a uma única forma de entrada?
• Questão 5 Derivação 1
Derivação 2 /trib o /
/trib o /
R l : CC -» C
tibo
R2: t - > t j / _ i
R2: t - > t j / _ i
t Jibo
Rl: CC
R3: u ^ u / _ # #
tjibu
R3: u - ^ u / __##
Forma Fonética
[tjibu]
C
tibo tibu [tibu]
Respostas dos exercícios
18 9
• Q uestão 6 Seria o ordenamento R2 -R 1. Se tivermos o ordenamento R 1-R2 teremos a forma [ t J i b u ] , que, de fato, não ocorre. (PS: Na realidade temos pouquíssimos exemplos como 'p a[d 3Í]n h o ’ e ‘[d 3Í]b la r' em que ocorre a palatalização. Estas formas são lexicalizadas: são aprendidas desta m aneira.)
• Q uestão 7 Tableau 1 /tribu/
m ax
i/o
NOCOMPLEX
* ti
*
^tribu tibu
*!
t Jibu
*!
"j ■
Tableau 2 /trib u /
max
i/ o
^ tr ib u tib u t J ib u
* ti
NOCOMPLEX *
*!
.... .
'I■
.
;.■ . ■
Í: :
*!
Tableau 3
Tableau 4 /tribu/ tribu
NOCOMPLEX
m ax
i/o
|
*! *!
tibu
* ti
11
* -4
*
®"t J i b u
Tableau 5 /tribu/
* ti
NOCOMPLEX
m a x i/ o
^tribu tibu
*!
*
*!
t J ibu
Tableau 6 /tribu/
*ti
®"t J ibu
MAX l/o
*!
tribu tibu
NOCOMPLEX
*!
■
m * __
J
190
Exercícios de fon ética e fo n o lo g ia
• Q uestão 8 Nenhum dos tableaus seleciona a forma ótima [ 11 i b u ]. Isto se deve ao fato de que, sendo uma teoria de formas de saída, a TO não oferece um tratamento simples para casos de opacidade (que são atestados em inúmeras línguas!). Tentativas de encontrar um mecanismo compatível com a TO que tratem da opacidade são: Dois-níveis de boa-formação (Two-level well-formedness)'. Inter mediate levels (Níveis intermediários); SS-correspondência (Output-Output correspondence); Sim patia (Sym pathy) e Conjunção Local (Local Conjunction). Embora neste ‘Exercício’ tenhamos avaliado casos ‘problemáticos’ para a TO podemos dizer que toda a teoria tem seus encantos e suas fraquezas e que o desafio é tentar superar as adversidades impostas pelos modelos teóricos.
-
Apêndice
Hom epages relevantes Este apêndice pretende oferecer informações gerais sobre alguns sites de in teresse aos estudiosos da língua portuguesa, de fonética e de fonologia. As referên cias pretendem ser abrangentes e, portanto, não exaustivas. As referências foram listadas em ordem alfabética. Algumas listas de discussão fornecem informações importantes sobre congressos, lançamentos de livros e pesquisa em geral em Lingüística. Vale se vincular a uma lista. • Comunidade Virtual da Linguagem http://groups.yahoo.com/group/CVL/ Oferece informações importantes sobre Lingüística e Literatura e pesquisas em andamento. Site em português.
• Linguistic Links http://www.ling.rochester.edu/linglinks.html Site em inglês com inúmeras informações na área de Lingüística. Alguns sites sobre a língua portuguesa: • Língua Portuguesa http://www.linguaportuguesa.ufm.br/ Oferece informações gerais sobre a história da língua portuguesa e lista links interessantes.
• Portuguese Language http://www.kcl.ac.uk/depsta/humanities/pobrst/pptlang.htm Oferece informações detalhadas em várias áreas de ensino e aprendizagem do português. Não poderiam faltar referências às línguas indígenas brasileiras: • Informações sobre os povos e as línguas indígenas brasileiras http://www.socioambiental.org/website/povind/index.html Site do Instituto Socioambiental. • O site do T\ipi antigo http://www.geocities.com/lincoln_tupi/
192
Exercícios de fo n é tic a e fo n o lo g ia
Os sites que se seguem são específicos da área de fonética e fonologia: • Associação Internacional de Fonética http://www2.arts.gla.ac.uk/IPA/ipa.html Oferece o quadro de símbolos fonéticos do IPA (International Phonetic Association). Fontes fonéticas podem ser obtidas e pode-se também reco lher o material em áudio que é apresentado no livro 'Handbook o f the IPA'. • Geraldo Cintra http://www.bn.com.br/~gcintra Inúmeros links de fonética e fonologia. Excelente. • Janet Pierrehumbert http://babel.ling.northwestem.edu/~jbp/publications.html Oferece vários artigos em tópicos atuais de fonética e fonologia. • John McCarthy http://www-unix.oit.umass.edu/~jjmccart/ Apresenta artigos para download e indica como comprar o seu CD de Introdução à Teoria da Otimaiidade. • Laboratório de Fonética da UCLA http://www.linguistics.ucla.edu/faciliti/uclaplab.html Oferece links importantes. • Laboratório de Fonética de Helsinki http://www.helsinki.fi/hum/hyfl/links.html Excelente site para estudo de fonética acústica • Laboratório de Fonologia da Universidade de Berkeley http://trill.berkeley.edu/ Consulte o curso de John Ohala http://trill.berkeley.edu/classes/lingl 10/ que oferece vários downloads interessantes. • Laboratório Haskins http://www.haskins.yale.edu/haskins/HEADS/production.html Excelente site para estudo de fonética acústica. • Paul Boersma http://www.fon.hum.uva.nl/paul/ Oferece o software Praat. • Peter Ladefoged http://hctv.humnet.ucla.edu/departments/linguistics/VowelsandConsonants/ vowels/contents.html Oferece um material precioso para o estudo de fonética.
A p ên dice
193
• Peter Roach http://www.personal.rdg.ac.uk/~llsroach/peter/ Oferece um bom dicionário de fonética e fonologia (em inglês).
• Rutgers University Optimality Archive - ROA http://roa.rutgers.edu/ Apresenta inúmeros artigos que utilizam a Teoria da Otimaiidade. • SIL - Summer Institute o f Linguistics http://www.sil.org/ Oferece fontes fonéticas e programas para análise acústica da fala. Vá ao menu à esquerda para ‘softwares’ e ‘Academic domains’. • Universidade de Edimburgo http://www.cstr.ed.ac.uk/artic/ Excelente site para estudo de produção e percepção da fala.
• University College London http://www.phon.ucl.ac.uk/toc/set_web.htm Um dos centros mais tradicionais de ensino e pesquisa em fonética. Visite também a página de John Well http://www.phon.ucl.ac.uk/toc/set_people.htm Para pesquisa em tópicos específicos do português consulte: • CAPES www.capes.gov.br -> periodicos • CNPq-Plataforma Lattes http://genos.cnpq.br: 12010/dwlattes/owa/consultaprod.inicio ou http:// www.prossiga.br/basesdedados/
F onética
Fonologia
e
do
P ortuguês
Thaís Cristófaro Silva
Thaís C ristófaro Silva
Fonética c Fonologia do Português ro te iro d e e s tu d o s e g u io d e e x e r c íc io s
r
A C a
:p c
a
Os estudos fonéticos e fonológicos estão presentes nas faculdades de Letras do país. Professores que ministram tais cursos preparavam suas aulas sem contar com um livro teórico e prático de caráter introdutório escrito em português. Este livro, além de expor objetivamente aspec tos teóricos da fonética e fonologia, contém uma série de exercícios que permite ao estudante praticar os conhecimentos adquiridos. Cons titui-se, portanto, em um livro essencial para os estudantes dos cursos de Letras e também extremamente relevante para os profissionais que trabalham com a alfabetização, para os fonoaudiólogos, para estran geiros que estão aprendendo português e para todas as pessoas inte ressadas na variação dialetal do português brasileiro.
Conheça outros livros de L in g ü ís t ic a da Editora Contexto
Rodoifo Ilari
Introdução to JTftwtfr
Léxico
brincando co m as palavras
Introdução ao estudo do léxico Rodolfo Ilari
José Luiz Fiorin (org.) A ra S c h e r • Antonio Vicente P M r d o r É Diana Pessoa de Barras • Esmeralda V. N e g rã o Evmni Viotti • Luiz Tilth * Margarida better Paulo Chagas • Raquel Santos • Ronald Refine
Introdução à Introdução à lingüística José Luiz Fiorin (org.)
Rodolfo Ilari
Introdução à Semântica brincando co m a gram ática
Introdução à semântica Rodolfo Ilari
Lingüística I. Objetos teóricos
estudante de fonologia, seja ele de g ra d u a ç ã o o u de p ó s-g ra d u a ç ã o . E m bora o português seja a língua majoritariam ente utilizada com o fonte de dados para os exercícios, encon tram o s tam b ém alguns pro b lem as voltados para o inglês e o holandês. Para o p ro fessor de Lingüística, Exercidos de fonética e fonologia é um a obra bastante útil, que não só ofere ce exercícios bem elaborados, visan do o aprendizado dos alunos, mas, além disso, fornece m odelos inteli gentes para a elaboração de novos exercícios. Sem dúvida alguma, Exer cidos de fonética e fonologia é um livro capaz de dar o tom correto para as atividades voltadas para o aprendiza do da teoria fonológica, em qualquer cie suas vertentes. Para o aluno, a obra é ainda mais interessante: os exercícios aguçam o raciocínio, provocam a inteligência e estim ulam o a p ren d izad o . São 40 exercícios, subdivididos em várias questões, sendo que nenhum deles é m açante ou trivial. E m resum o, trata-se de um a obra que não pode faltar em nossas aulas de fonologia. Prof. Dr. Marco Antonio de Oliveira (UFMG)
E xercícios de F o n ética e F on o lo g ia E ste livro com plem enta e atualiza o volum e Fonética e fonologia do português, tam bém de Thai's Cristófaro Silva, lançado p e la ,E ditora C ontexto em 1999 (e reeditado em 2002). Com exercícios distribuídos em cinco partes —fonética, fonêmica, fonologia gerativa, fonologia autosegmental e teoria da otimidade a obra cobre o percurso necessário a todo estudante de fonologia, seja ele de graduação ou pós-graduação. Exercícios defonética e fonologia é extrem am ente útil tam bém para os professores de Lingüística, por aliar teoria e prática com eficiência e fornecer m odelos para novos exercícios. T h a is C ristó faro Silva, m estre em Lingüística pela Universidade Federal de-Minas G erais e doutora em Lingüística pela Universidade de Londres, com pós-doutorado na Universidade de Newcastle U pon Tyne, é professora adjunta da Faculdade de Letras da Universidade Federal de M inas Gerais e pesquisadora associada ao D epartm ent o f Portuguese and Brazilian Studies do Kings College London. Especialista em fonética e fonologia, seu interesse prim ordial relaciona-se ao estudo do com ponente fonológico das línguas naturais.
ISBN 85-7244-220-0
| |
D
i
T
ü
R
A ^
un\ I I X I () 9 7 8 8 5 72 4 4 2 2 0 6
PROMOVENDO A CIRCULACÃO DO SABER