Resenha do livro Fundamentos de Arquitetura, de Lorraine Farrelly O livro Fundamentos de Arquitetura, de Lorraine Farrelly, é uma importante fonte de informação principalmente para estudantes nos estágios iniciais do curso de arquitetura, já que traz um apanhado geral de todos os aspectos que compõem um projeto arquitetônico desde sua concepção até sua construção. O primeiro capítulo trata de contexto, visto que a compreensão do local de inserção do projeto e seus arredores é essencial, e com tal conhecimento abre-se um leque maior de possibilidades de ocupação daquele solo. Para realizar a dita análise, pode-se recorrer a métodos como a visita ao terreno para anotações pessoais, estudos de figura e fundo (espaços cheios e vazios), levantamento histórico e levantamento topográfico. Além disso deve-se considerar a cidade como um organismo vivo onde seus elementos se conectam e evoluem em união, e a paisagem, já que qualquer projeto sempre interferirá na mesma. Depois o livro dá uma breve retomada na história da arquitetura, que passa pelas tumbas egípcias diretamente ligadas às crenças daquela civilização, seguido do clássico greco-romano com suas razões e proporções precisamente calculadas, para depois chegar às igrejas medievais e suas inovações estruturais que possibilitaram a utilização de grandes vitrais. No século XIV a linguagem clássica começa a voltar a ser utilizada, no chamado Renascimento, com a retomada das proporções gregas e utilização de novas soluções com a finalidade de adaptar-se às edificações daquela época e também procurar a verdade arquitetônica. No final do século XVIII ocorre a Revolução Industrial e inicia-se o Modernismo trazendo novos materiais como o ferro, o aço e o concreto, que deixam as construções mais leves, e também trazendo novas maneiras de se pensar e fazer arquitetura como “a forma segue a função” de Louis Sullivan, que ia contra todos os preceitos estéticos que vinham sendo utilizados até então. Assim, chegamos onde estamos hoje por causa de uma sucessão de movimentos inovadores e novas maneiras de concepção de projeto que servem não somente de repertório mas também de compreensão. O terceiro capítulo da obra trata da construção em si, primeiramente dando um panorama geral de alguns materiais, como alvenaria, concreto, madeira, ferro, aço e vidro, e posteriormente tratando dos quatro elementos básicos construtivos: a estrutura, a fundação, a cobertura, as paredes e as aberturas. Em seguida aborda-se a representação de um projeto, que pode ir desde os croquis, passando pelas projeções ortográficas, perspectivas, até maquetes físicas e virtuais. A arquitetura é muito influenciada pelo espírito da época – “zeitgeist” – porém as concepções de projetos também dependem de alguns conceitos universais que devem ser analisados pelo arquiteto, como a geometria, a
forma e sua expressão, e os percursos. Também se analisa brevemente algumas vertentes contemporâneas como o funcionalismo, a arquitetura orgânica e escultórica e a arquitetura híbrida. O livro é finalizado com um exemplo de realização de um projeto passando-se por todos os conceitos abordados com o intuito de evidenciar cada etapa e a maneira mais correta de se projetar com eficácia.