Recursos Expressivos Portuguesa – 12.º ano
Recurso Expressivo Alegoria
Aliteração Anacoluto
Anáfora
Anástrofe ou Inversão
Animismo
Antítese
Antonomásia
Apóstrofe
IMP.CDLPC.006-00
Definição
Exemplo
«Proposição de duplo sentido, com um se sent ntid ido o lite litera rall e um se sent ntid ido o espi espiri ritu tual al todo todoss junt juntos os.» .»;; pode pode apresentar-se como uma forma de metáfo metáfora ra ou imagem imagem que ass associ ocia a uma real realid ida ade abst abstra ract cta a a um termo metafórico. metafórico. Estabelece Estabelece dois plano anos: o da rea realid lidade e o do pens pensam amen ento to.. (A asso associ ciaç ação ão de imagens no Sermão de Santo António ao aoss Peixe ixes, de Padre António Viei ieira, ra, con constitu itui uma alegoria.
«Vós, «Vós, diz Cristo, Cristo, Senhor Senhor nosso nosso,, falando com os pregadores, sois o sal da terra: e chamas-lhe sal da terra, porque quer que façam na terra o que faz o sal. […]»
Repetição intencional dos mesmos sons sons conson consonânt ântico icoss em síla sílabas bas da mesma pala alavra ou em vária rias palavras seguidas. Alteração Alteração da construção construção sintáctica no meio do enunciado, para adopção de uma outra, de acordo com um novo pensamento.
«Brandas, as brisas brincam nas flâmulas…» Fernando Pessoa
Padre António Vieira
«Umas carabinas que guardava atrás do guarda-roupa, a gente brin brinca cava va com com elas elas, de tão imprestáveis.» José Lins do Rego Repetição, no início de várias frases “Vi uma estrela tão alta, ou vers versos os se segu guid idos os,, da me mesm sma a Vi uma estrela tão fria! palavra ou expressão. Vi uma estrela luzindo Na minha vida vazia.” Manuel Bandeira Alter Alteraçã ação o da ordem ordem natu natural ral das das «Est «Estas as sent senten ença çass tais tais o velh velho o palavras na frase, por anteposição honrado do determinante ao determinado. Vociferando estava, (…)» Atrib Atribui uição ção de carac caracte terís rísti tica cass de seres animados a seres inanimados. Figura que consiste na utilização de termos termos contrários, contrários, aproximand aproximando-os o-os e pondo-os em destaque, evidenciando desta forma rma o contraste entre as duas ideias.
Luís de Camões «Um Sol rijo e pesadão, de todo gené genési sico co,, espo espoja java va-s -se e sobr sobre e a terra.» Aquilino Ribeiro «É tão triste este meu presente estado Que o passado por ledo estou julgando.» Luís de Camões
Substi Substitui tuição ção de um nome nome própri próprio o «Cess essem do sáb sábio greg rego troiano por uma qualidade ou um epíteto, (Ulisses) ou do (Eneias)» que o identifica ou define. Luís de Camões Invo nvocaçã cação o ou int interp erpelaç elaçã ão do «Qual é o meu nome, ó poeta?» dest destin inat atári ário o (real (real ou imag imagin inári ário, o, José Alberto Marques presente ou ausente). 1/6
Assíndeto
Assonância
Catacrese
Comparação
Pro Process cesso o de enca encad deam eamento do enu enunciad ciado o, com com sup supress ressão ão de elementos de ligação e, parti particu cula larm rmen ente te,, de conj conjun unçõ ções es copulativas copulativas,, produzindo produzindo um efeito «marte rtelant ante» que confere ere ao discurso rapidez, força, energia. Repetição intencional dos mesmos sons vocálicos nas sílabas tónicas de vári várias as pala palavr vras as se segu guid idas as ou próximas. Mudança da acepção de um nome, repres represen enta tand ndo, o, com com base base numa numa pura analogia, um outro objecto ou uma parte dele, para a qual não há termo próprio disponível na língua. Aproxima-se ou, por vezes, confunde-se com a metáfora. Figura que aproxima dois conceitos dist distin into tos, s, pond pondo o em dest destaq aque ue as semelh sem elhanç anças as que os unem. unem. Pode Pode servir-se de elementos gramaticais:
«Son «Sonho ho que que sou sou um cava cavale leiro iro andante, Por Por dese desert rtos os,, por por sóis sóis,, por por noite escura.»
Antero de Quental
“Di gades, gades, f i l ha, mi a f i l ha veli da.” da.” ilha, ilha Pero Moego Ex.: a perna da mesa,; a folha de papel; dente de alho
«Por «Porqu que e não não quere queress os verso versoss que que te nasc nascem em como rebentos pelo tronco acima?» Miguel Torga
como, como se, tal, assim como, parecer, lembrar, sugerir …
Disfemismo
Elipse
Enumeração Simples
Enumeração caótica
Enumeração recolectiva
IMP.CDLPC.006-00
(opõe(opõe-se se ao eufemi eufemismo smo)) Modo Modo de expressar uma realidade desagradável, de uma forma ainda mais rude e agressiva. Supressão de elementos do discur discurso, so, frásico frásicos, s, vocabu vocabulare laress ou silábicos, de que resultam a rapidez, a sobriedade e a espontaneidade do enunciado, logo, a sua intensidade. No text texto o narra arrati tivo vo con consis siste na supressão de lapsos temporais mais ou me meno noss long longos os.. Os caso casoss ma mais is frequentes de elipse ocorrem com os verbos «ser» E «haver» e com a conjunção conjunção integ i ntegrante rante / completiva completiva «que». Apre Aprese sent ntaç ação ão de elem elemen ento toss em série do mesmo género.
«Est «Estic icar ar o pern pernil il»; »; «ir «ir para para a socie ciedade dos pés jun juntos»; «ba «bater ter a bota bota» » (em vez de morrer). «No mar, tanta tormenta e tanto dano, Tantas vezes a morte apercebida; Na terr terra a tant tanta a guerra erra,, tan tanto engano, Tanta necessidade avorrecida!» Luís de Camões
«Ah! «Ah! , não não me roubo roubou u tudo tudo a negra Sorte: Inda tenho este abrigo, inda me resta O pranto, a queixa, a solidão e a morte. Bocage Entre Entre os ele eleme ment ntos os enum enumer erad ados os «Amo as mulheres não há relação aparente. Do meu país Louras, morenas Altas, baixas Feias, bonitas A todas amo» Manuel Alegre Apenas o últi ltimo ele elemento da «Ocorrem-me em revista enu enumeraç eração ão reve revela la o asp aspect ecto exposições, países: comum que os aproxima. Madrid, Paris, Berlim, S. Petersburgo, o mundo!» 2/6
Epanadiplose Epanalepse
Repet Repetiç ição ão da me mesm sma a palav palavra ra ou expressão no princípio e no fim do mesmo verso ou frase. Repetição de uma ou mais palavras em vários pontos do texto.
Cesário Verde «O natural é o agradável só por ser natural.» Fernando Pessoa «E o ano acaba alguma alguma coisa acaba Acaba um home homem m para para quem quem acaba uma viagem.»
Ruy Belo
Epífora
Eufemismo
Exclamação
Gradação
Hipálage
Hipérbato
Hipérbole
Imagem
IMP.CDLPC.006-00
Repetição de uma mesma palavra ou grupo de palavras no final dos versos, das proposições ou frases. É uma rep repetição simétric rica, em relação à anáfora. Figu igura de esti estilo lo que que aten atenu ua ou apre apressenta enta com com deli delica cade deza za uma uma ideia mais desagradável.
«Não sou nada Nunca serei nada Não posso querer ser nada.» Álvaro de Campos «Tirar Inês ao mundo determina.» (Mandou matá-la) Luís de Camões
Figura de pensamento (geralmente refe refere renc ncia iada da com com um pont ponto o de exclamação) que tem por objectivo intensificar e realçar a emoção.
«Meu «Meu amor! amor! Meu amante! amante! Meu amigo! Colh Co lhe e a hora hora que que pass passa, a, hora hora divina, BebeBebe-a a dentro dentro de mim, mim, bebe-a bebe-a comigo! Sint Sintoo-me me aleg alegre re e fort forte! e! Sou Sou menina!» Florbela Espanca Enume Enumeraç ração ão de element elementos os numa numa «duro, seco, estéril monte…» sequ sequên ênci cia a dete determ rmin inad ada a por por uma uma Luís de Camões ordem ascendente ou descendente, crescente ou decrescente. Figura de estilo do nível semântico «Ega «Ega espa espalh lhav ava a tamb também ém pelo pelo pela qual atrib ribuímo ímos a cert ertas quarto um olhar pensativo». palav lavras carac racterís rística icas que Eça de Queirós perte erten ncem cem a outr outras as da mesm esma frase. Em geral é um adjectivo, não diz respeito ao vocábulo a que se junta, mas a um outro que o antecede. Alter Alteraçã ação o viole violent nta a da ordem ordem das das «Que arcanjo teus sonhos veio palav alavra rass pela ela tran transp spo osiçã sição o de Velar, maternos, um dia?» algum algum element elemento o da frase, frase, criando criando Fernando Pessoa inte interc rcal alaç açõe ões. s. Apro Aproxi xim ma-se a-se da anástrofe. Serve para destacar um vocábulo ou expressão, para sugerir a beleza de uma formulação. Figura que consiste na utilização de «Ela só viu as lágrimas em fio termos excessivos (pelo exagero de Que Que de uns uns e de outr outros os olho olhoss qual qualid idad ades es,, defe defeito itos, s, acçõ acções es ou derivadas capacid capacidade ades); s); conseg consegue ue destac destacar ar Se acrescentaram em grande e largo rio.» uma realidade, exagerando-a. e xagerando-a. Luís de Camões Prod roduto da ima imagina inação ou do «Abria em flor o Longe, e o Sul espírito que permite a sidério» repr repres esen enta taçã ção o se sens nsív ível el de uma uma Fernando Pessoa ideia. Embora a metáfora, a compar comparaçã ação o e a alegori alegoria a possam possam orig origin inar ar a imag imagem em,, esta esta é mais ais 3/6
Interrogação Retórica Ironia
ampla e mais rica de sugestões. A metáfo metáfora ra é uma uma «falsa «falsa imagem imagem», », pois substitui conceitos, não os cria como imagem. Pergunta formulada para se reforçar o que se está a dizer e não para se obter uma resposta. Processo que sugere o contrário do que que as palav alavra rass em si mesm esmas significam ou que sugere o contrário do que pensamos.
Lítote
Processo que implica a afirmação de uma ideia através da negação do seu contrário.
Metáfora
Figura que consiste na transposição (por (por comp compar araç ação ão,, sem sem utili utiliza zarr o termo real e sem a partícula comparativa) de uma palavra para um camp campo o semâ semânt ntico ico difere diferent nte, e, atrib atribui uind ndo o a pess pessoa oass ou a cois coisas as características que lhes não perte rtencem por direi reito. É uma espécie de comparação latente ou abreviada. Processo em que se designa uma realid rea lidad ade e (ou (ou conc concei eito to)) por por uma uma outra realidade próxima da primeira primeira:: produt produto-m o-maté atéria; ria; causacausaefeito; abstracto-concreto; contin continent ente-c e-cont onteúd eúdo; o; possui possuidor dor-objecto objecto possuído; possuído; autor-obra… autor-obra… (ou vice-versa). Repe Re peti tiçã ção o de sons sons,, para para imit imitar ar ruídos ou a voz natural de seres; pelo seu valor descritivo e pela sua expr expres essi sivi vida dade de,, a onom onomat atop opei eia a pode ajudar a transmitir ao texto a afectividade e a sensibilidade ou a rejeição e o afastamento. Aproximação de termos que mutu mutuam amen ente te se exclu excluem em,, numa numa inte inten nsifi sifica caçção do proce rocess sso o da antítes antítese. e. Exprime Exprime um parado paradoxo xo e implica uma nova visão das coisas. Repetição de uma frase ou ideia em frases paralelas sucessivas.
Metonímia
Onomatopeia
Oxímoro
Paralelismo
Perífrase
IMP.CDLPC.006-00
«Quem poluiu, quem rasgou os meus lençóis de linho?» Camilo Pessanha «Senhora de raro aviso e muito muito apontada apontada em amanho amanho da casa e ignorante mais que o
necessário para ter juízo.» Camilo Castelo Branco «Bem vês que não é uma crian criança ça…m …mui uito to…m …mui uito to fort forte.» e.» [em vez de dize izer que é uma criança fraca] Almeida Garrett «A menina Vilaça, a loura, vest vestid ida a de bran ranco, co, sim simples, les, fres fresca ca,, com com o seu ar de gravura colorida.»
Eça de Queirós
«Pla «Plant ntad ador or de naus naus a have haver» r» (plantador da madeira que dará origem às naus) Fernando Pessoa
A
chuva fazia ping…ping… enquan anto to no relóg relógio io o ping… enqu cu-cu…cu-cu… cu… cucuco cuco dizia dizia cu-cu…cucu… e o telefone tocava trrim… trrim…trrim…
«O mito é o nada que é tudo.» Fernando Pessoa
«Ondas do mar de Vigo, Se vistes o meu amigo, E ai Deus se virá cedo!
Ondas do mar levado, Se vistes o meu amado, E ai Deus se virá cedo! Martim Codax Recur Recurso so que que se carac caracte teriz riza a pelo pelo «…mísera e mesquinha, emprego de muitas palavras para Que despois de morta foi rainha» exprimir o que se podia dizer mais Luís de Camões 4/6
Personificação
Pleonasmo
Polissíndeto
Prosopopeia
Quiasmo
Repetição
Sarcasmo
Símbolo
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concisa concisamen mente; te; circun circunlóq lóquio uio.. Pode Pode aten atenu uar ou vela velarr a real realid idad ade e a design designar ar (eufem (eufemism ismo, o, enigm enigma) a) ou descrevê-la explicitamente (definição, descrição). A utilização de uma expressão ou de uma frase longa em vez de uma palav alavra ra ou de uma uma fras frase e curt curta a permite diminuir, por vezes, a carga negativa da mensagem a transmitir, tal como acontece com o eufemismo. Figura que consiste na atribuição de «Ouviu-o o monte Artrabo, e o carac caracte terís rísti ticas cas huma humana nass a seres seres Guadiana inanimados ou animais. Atrás tornou as ondas de medroso.» Luís de Camões Redu Re dund ndân ânci cia. a. Re Repe peti tiçã ção o de uma uma «Vi claramente visto o lum lume palavra ou ideia, para realçar um vivo» pensamento. Luís de Camões O pleonasmo pode ser considerado um defeito de linguagem, quando não tem efeito literário: sair para fora»; «entrar para dentro». Emprego Emprego insistente insistente de conjunçõe conjunçõess «E crescer, e saber, e ser, e coordenativas (favorece a fluidez da haver frase frase e empres emprestata-lhe lhe um carácte carácterr E perder, e sofrer, e ter horror, mais afectivo e lento). Opõe-se ao De ser e amar, e se sent sentir ir assíndeto. maldito…» Vinicius de Morais Figura em que o orador atribui o «Verde «Verdess figueira figueirass soluçantes dom da palavra, o sentimento ou a nos caminhos!» acção a sere eres ina inanima imados ou António Nobre irra irraci cion onai aiss, aos aos morto ortoss ou aos aos ausentes. Emprego de palavras ou expressões «Paixão requer paixão, fervor e agrupadas duas a duas, cuja ordem extremo; extrem emo o e ferv fervor or se se inverte, num esquema de Com extr paralelos que faz lembrar o X. recompensa.» Bocage Utili Utiliza zaçã ção o repet repetid ida a de palav palavras ras,, expressões, frases, ideias ou apenas sons, para dar mais força e inte intens nsid idad ade e à me mens nsag agem em que que se quer quer transm transmitir itir.. A repetiç repetição ão pode pode adqu adquir irir ir form formas as próp róprias rias,, com com características e sentidos específicos: anáfor anáfora, a, alitera aliteração ção,, epanalepse, paralelismo, pleonasmo, onomatopeia… Quando a ironia adquire um tom de agressividade e de rebaixamento do destinatário visado.
«Porque os outros se mascaram mas tu não Porque os outros usam a virtude vir tude Para Para com comprar rar o que que não tem tem perdão. Porque os outros têm medo medo mas tu não.» Sophia de Mello Breyner Andresen «O Dantas nu é horroroso! O Dantas cheira mal da boca!» Almada Negreiros
Associa-se a um ser ou objecto um determinado conceito 5/6
Sinédoque
Sinestesia Sinonímia
IMP.CDLPC.006-00
Casso parti Ca articu cula larr de meto etonímia ímia;; trop ropo, fundado na rel relaçã ação de compreensão, em que se emprega o nome nome do todo todo pela pela part parte e ou da parte arte pelo elo tod todo, do plura lurall pelo elo singular ou do singular pelo plural… Recu ecurso rso estético em que há a junção junção de percep percepçõe çõess relativ relativas as a dados sensoriais diferentes. Qualidade do que é semelhante ou com o mesmo sentido; emprego de palavras com o mesmo significado; figu figura ra de es esti tilo lo que que cons consist iste e em exprimir a mesma coisa por meio de palavras com o mesmo ou quase o mesmo sentido.
«Que da Ocidental praia Lusi Lusita tana na» » [ queren querendo do signifi significar car Portugal] Luís de Camões «As horas cor de silêncio e de angústias.» Álvaro de Campos «Ó luz, ó luz abençoada e calma! vão; debalde a Chamo-te em vão minha alma Ped Pede um clar clarão ão ao Deus eus das madrugadas.» António Nobre
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