26. Tales de Mileto se indaga sobre a totalidade de tudo o que existe, não para se perguntar qual foi a origem mítica do mundo, mas o que na verdade é a natureza. Desta forma afirma que o princípio de todas as coisas é: a) o ar. b) a água. c) a terra. d) o fogo. e) a divindade. 27. Seguindo o exemplo dos jogos olímpicos, os pitagóricos falavam de três modos de vida: o dos que vão para comprar e vender, o dos que correm no estádio e o dos espectadores, que se limitam a ver. Assim viviam os pitagóricos, forasteiros curiosos da Magna Grécia, como espectadores. É o que se chama de vida teorética ou contemplativa. Segundo os pitagóricos, a dificuldade para essa vida era(m): a) a alma. b) o mundo. c) a inteligência. d) os outros. e) o corpo. 28. Além dos pitagóricos, a Magna Grécia viu surgir outra manifestação filosófica fundamental: a escola eleática. Com eles a filosofia adquire um nível e um grau de profundidade que antes não tinha. O principal filósofo dessa escola foi: a) Sócrates. b) Heráclito. c) Parmênides. d) Anaxímexes. e) Anaximandro. 29. Empédocles quer resolver o problema da articulação entre o ser imóvel com a cambiante multiplicidade das coisas. Quer resolver este problema por meio dos quatro elementos: água, fogo, terra e ar. Esta é a primeira vez que aparecem formalmente os quatro elementos tradicionais. Sobre eles Empédocles dirá que são raízes de todas as coisas. Para explicar o movimento, ou seja, que a partir das quatro raízes se engendrem e pereçam todas as coisas, ele introduz outros dois elementos: a.) amor e ódio. b) teoria e prática. c) paixão e repulsa. d) inteligência e amor. e) poesia e pensamento. 30. Se nos perguntarmos qual é, em suma, a contribuição de Sócrates para a filosofia, encontraremos uma passagem de Aristóteles em que ele (Aristóteles) diz categoricamente que lhe devemos duas coisas: a) os raciocínios dedutivos e a definição particular. b) os raciocínios categóricos e a definição tecnicista. c) os raciocínios teológicos e a definição categórica. d) os raciocínios indutivos e a definição universal. e) os raciocínios universais e a definição filosófica. 31. Para expressar seu pensamento, Platão escolheu como gênero literário o diálogo, que tem uma profunda relação com sua doutrina da dialética como método filosófico. O personagem principal dessas obras é: a) Platão. b ) Sócrates. c) Aristóteles. d) Protágoras. e) Demócrito. 32. No livro VII da República, Platão conta um mito de extraordinária força, em que representa simbolicamente a situação do homem e sua relação com a filosofia e, ao mesmo tempo, a estrutura da realidade.
Este mito relatado por Platão ficou conhecido como Mito da: a) república. b) sombra. c) caverna. d) realidade. e) intelectualidade. 33. Aristóteles no início da Metafísica diz "Todos os homens tendem por natureza a saber". E Aristóteles logo acrescenta que o sinal disso é o gosto que temos pelas sensações, sobretudo pela visão; e distingue o uso que fazemos delas por sua utilidade de fazer algo, do gosto que também temos quando não vamos fazer nada. Mas estas sensações, que supõem um ínfimo saber, não são privativas do homem; também os animais as têm; e alguns deles, até memória, que pela permanência da recordação, permite aprender. O homem, em contrapartida, tem outros modos superiores de saber, que são: a) a ética e a economia. b) a maiêutica e a ética. c) a retórica e a metafísica. d) a teoria e a especulação. e) a experiência e a arte ou técnica. 34. Na obra de Rousseau, o que teve conseqüências mais graves foi a sua filosofia social. Qual a obra principal de Rousseau sobre este tema? a) Julie. b) Émile. c) Confissões. d) Contrato Social. e) Discurso Sobre as Ciências e as Artes. 35. Aristóteles diz concretamente que o ser se diz de quatro maneiras: 1. por essência ou por acidente 2. segundo as categorias 3. o ser verdadeiro e o ser falso 4. segundo a potência e o ato 5. o ser divino e o ser humano Assinale a alternativa que contém as a quatro maneiras que, segundo Aristóteles o ser se diz: a) 1 - 2 - 3 – 4. b) 1 - 2 - 3 – 5. c) 1 - 2 - 4 - 5. d) 1 - 3 - 4 – 5. e) 2 - 3 - 4 - 5 . 36. Distinguem-se três épocas, chamadas de estoicismo: antigo, médio e novo, que se estendem desde 300 a.C., aproximadamente, até o século II d.C., ou seja, por meio milênio. O fundador da escola estoica foi: a) Cipião. b) Posidônio. c) Zenão de Cicio. d) Cleantes de Assos. e) Panécio de Rodes. 37. O conteúdo da filosofia agostiniana se expressa em sua obra intitulada Solilóquios. Qual o tema central da filosofia de Santo Agostinho? a) Deus e a alma; b) Deus e a razão; c) A alma e a razão; d) A razão e a salvação; e) O homem e o mundo. 38. Quanto à teologia, Descartes afirma que não irá se ocupar dela, embora seja algo sumamente respeitável. Apoia sua afirmação no fato de que, segundo ele, a teologia é assunto: a) que carece de fundamentação lógica. b) de revelação, que está acima da razão. c) destinado aos de mente mais obscuras.
d) destinado aos que não almejam explicações matemáticas. e) que contraria seu método, pois a revelação divina não supõe a dúvida. 39. Para Hobbes, o conhecimento se funda na experiência, e seu interesse é a instrução do homem para a prática. Assim, podemos afirmar que o pensamento de Hobbes é: a) sofista. b) apriorista. c) nominalista. d) pragmatista. e) empirista. 40. Espírito em Hegel é ser para mim, mesmidade. Há um momento na evolução do absoluto que é o espírito, e definimos este espírito com a entrada em si mesmo, a mesmidade, o ser para si. E Hegel elabora um novo esquema do espírito. Quais os três estágios do espírito definidos por Hegel? a) indutivo, dialético e absoluto b) indutivo, dialético e filosófico c) subjetivo, objetivo e filosófico d) subjetivo, objetivo e absoluto e) subjetivo, dialético e absoluto Leia o texto abaixo e responda as questões de número 11, 12 e 13. "No século XIX, entusiasmada com as ciências e as técnicas, bem como com a Segunda Revolução Industrial, a Filosofia afirmava a confiança plena e total no saber científico e na tecnologia para dominar e controlar a Natureza, a sociedade e os indivíduos. [?] No entanto, no século XX, a Filosofia passou a desconfiar do otimismo científicotecnológico do século anterior em virtude de vários acontecimentos". (CHAUÌ, Marilena. Convite à Filosofia. 7. ed. São Paulo: Ática, 2001, p.49-50). 11 Uma marca da desconfiança da filosofia para com o otimismo cientificista foi o aparecimento da noção de razão instrumental, formulada pelos teóricos da Escola de Frankfurt. Sobre razão instrumental é possível afirmar: A) Refere-se aos instrumentos usados pela razão para encontrar as explicações mágicas do mundo. B) Trata-se do exercício da racionalidade científica, que tem por empresa o domínio da natureza para fins lucrativos e coloca a técnica e a ciência em função do capital. C) Corresponde à maneira através da qual os filósofos Adorno, Horkheimer e Marcuse descreveram a racionalidade ocidental como instrumentalização da emoção. D) Defende as ideias de progresso técnico e neutralidade científica como elementos que resguardam a positividade da ciência. E) Os filósofos da Escola de Frankfurt afirmam que a razão instrumental reflete sobre as contradições e os conflitos políticos e sociais, fato que fez com que eles ficassem conhecidos como os filósofos da Teoria Crítica. 12 Assinale a alternativa que NÃO corresponde aos fundamentos da ciência contemporânea: A) Noção de método como conjunto de regras, normas e procedimentos gerais, a fim de definir o objeto e para a orientação do pensamento durante a investigação e, posteriormente, para a confirmação ou refutação dos resultados encontrados.
b) As leis científicas definem seus objetos conforme sistemas complexos de relações necessárias de causalidade, complementaridade, inclusão e exclusão, objetivando o caráter necessário do objeto e o afastamento do contingencial. c) Distinção entre sujeito e objeto do conhecimento, que permite estabelecer a ideia de subjetividade, isto é, de dependência dos fenômenos em relação ao sujeito que conhece e age. d) A ideia de método pressupõe a adequação do pensamento a certos princípios lógicos universalmente válidos, dos quais dependem o conhecimento da verdade e a exclusão do falso. e) O objeto científico é submetido à análise e à síntese, que descrevem fatos verificados ou constroem a própria objetividade como um campo de relações internas necessárias, isto é, uma estrutura que pode ser conhecida em seus elementos, propriedades, funções e formas de permanência ou de mudança. 13 Embora o ideal cientificista tenha seu ápice entre os séculos XVIII e XIX, a ciência moderna tem como alicerce as revoluções científicas do século XVII, que, segundo Alexandre Koyré, em Do mundo fechado ao universo infinito (São Paulo/Rio de Janeiro: EDUSP/Forense Universitária, 1979, p.14), promoveram "a completa desvalorização do ser, o divórcio do mundo do valor e do mundo dos fatos". Isso teve grande ressonância para a metafísica e para a filosofia em geral. Assinale, então, a alternativa abaixo que NÃO corresponde ao influxo das revoluções científicas sobre a filosofia: A) Secularização da consciência, afastamento de metas transcendentes para objetivos imanentes, isto é, a substituição da preocupação com o outro mundo e com a outra vida, pela preocupação com esta vida e este mundo. B) A descoberta, pela consciência humana, de sua subjetividade essencial e, por conseguinte, a substituição do subjetivismo dos medievos e dos antigos pelo subjetivismo dos modernos. C) A mudança da relação entre theoria e práxis, o ideal de vita contemplativa dando lugar ao da vita activa. Enquanto o homem medieval e o antigo visavam a pura contemplação da natureza e do ser, o moderno deseja a dominação e subjugação. D) Há, no século XVII, uma ruptura de paradigmas em que os predominantes teocentrismo e geocentrismo são abalados, perdendo paulatinamente o status de justificação do homem e do mundo, e dando lugar às perspectivas antropocêntrica e heliocêntrica. E) A ciência exclui todas as considerações a respeito do valor, da perfeição, do sentido e do fim, ou seja, as causas formais e finais não servem para seus enunciados, como servem à filosofia; apenas as causas eficientes são utilizadas nas explicações científicas. 14 Considere os seguintes enunciados a respeito da estruturação das revoluções científicas de Thomas Kuhn: I Uma determinada atividade com pretensões ao conhecimento atinge a fase paradigmática quando para de haver debate em torno de princípios. As diversas escolas que estudam determinado conjunto de fenômenos concordam com ser o enfoque de uma delas o mais promissor. II Antes de haver acordo, o que existe é um debate desorganizado entre diferentes escolas, partidárias de diferentes fundamentos, baseados em diferentes ontologias e que enfocam
um mal definido conjunto de problemas, cada uma à sua maneira. III Durante o debate enunciado no item anterior, algumas escolas de pensamento começam a ganhar adeptos, o que sufoca as tradições rivais. A partir daí, o paradigma da escola vencedora ganha aceitação geral e passa a ser base de toda a tradição de estudo naquele campo. IV Depois disso, pode haver generalização, isto é, cada grupo de cientistas pode se dedicar a determinado conjunto de fenômenos, com diferentes grupos estudando os mesmos fenômenos, respectivos ao paradigma adotado. V O que importa é todos os grupos admitirem uma ontologia comum e, mesmo estudando fenômenos diferentes, concordarem com que estes sejam manifestações das entidades catalogadas naquela ontologia aceita por todos. Assinale a alternativa que corresponde à combinação exata dos itens verdadeiros: A) I, II, III e IV. B) II, III, IV e V. C) Apenas I e II. D) III, IV e V. E) I, II, III e V. 15 O filósofo que postulou a falseabilidade como critério da avaliação das teorias científicas foi: A) Karl Popper. B) Imre Lakatos. C) Ludwig Wittgenstein. D) Thomas Kuhn. E) Francis Bacon. 16 Em 1971, o filósofo estadunidense John Rawls publica A Theory of Justice, obra na qual apresenta sua teoria da justiça como equidade. A década de 1980 ambientou o surgimento da corrente do comunitarismo, que se contrapôs à perspectiva de orientação liberal de Hawls. Leia o texto abaixo: "Para os comunitaristas, os liberais (universalistas) estariam simplesmente preocupados com a questão de como estabelecer princípios de justiça que poderiam determinar a submissão voluntária de todos os indivíduos racionais, mesmo de pessoas com visões diferentes sobre a vida boa. O que se estabelece como crítica é que, para os comunitaristas, os princípios morais só podem ser tematizados a partir de sociedades reais, a partir das práticas que prevalecem nas sociedades reais. Para eles, em John Rawls, encontram-se premissas abstratas de base como a liberdade e a igualdade que orientam (ou devem orientar) as práticas legítimas. A questão colocada é que, na interpretação comunitarista, a prática tem precedência sobre a teoria, e não seria plausível que pessoas que vivem em sociedades reais identifiquem princípios abstratos para sua existência. A crítica comunitarista aponta como insuficiente a tentativa de identificar princípios abstratos de moralidade através dos quais sejam avaliadas as sociedades existentes. A questão-chave é a negação de princípios universais de justiça que possam ser descobertos pela razão, pois, em sua avaliação, as bases da moral não são encontradas na filosofia, e, sim, na política". (SILVEIRA, Denis Coitinho. "TEORIA DA JUSTIÇA DE JOHN RAWLS: ENTRE O LIBERALISMO E O COMUNITARISMO". In:Trans/Form/Ação, São Paulo, 30(1): 169-190, 2007).
De acordo com o texto e com seus conhecimentos, assinale a alternativa que NÃO corresponde à crítica comunitarista à teoria da justiça de Hawls: A) Opera com uma concepção abstrata de pessoa que é consequência do modelo de representação da posição original sob o véu da ignorância. B) Utiliza princípios universais (deontológicos) com a pretensão de aplicação em todas as sociedades, criando uma supremacia dos direitos individuais em relação aos direitos coletivos. C) Utiliza a ideia de um Estado neutro em relação aos valores morais, garantindo apenas a autonomia privada (liberdade dos modernos) e não a autonomia pública (liberdade dos antigos), estando circunscrita a um subjetivismo ético liberal. D) Hawls, embora liberal, aproxima-se do marxismo, tendo apenas nas suas obras mais maduras uma veia materialista que olha para as comunidades reais. E) É uma teoria deontológica e procedimental, que utiliza uma concepção ética antiperfeccionista, estabelecendo uma prioridade absoluta do justo em relação ao bem. 17 Sobre Wittgenstein e sua Filosofia é correto afirmar: A) Defende que a tarefa da crítica consiste em examinar os limites da razão teórica e estabelecer os critérios do conhecimento legítimo. B) É o responsável pela superação do aristotelismo e pelo advento do conceito moderno de ciência. C) É considerado o iniciador da corrente filosófica conhecida como Filosofia Analítica, que tem como interesse a investigação acerca das formas e dos modos de funcionamento da linguagem. D) A sua obra Tractatus Logicus Philosophicus versa sobre a relação entre forma lógica da linguagem e a sua relação com o divino. E) Estabeleceu a dúvida hiperbólica acerca da veracidade das coisas que nos são apresentadas como verdadeiras. 18 Observe o fragmento abaixo: "[...] efetuou uma primeira tentativa de articulação que ele denominou uma teoria da competência comunicativa, em que são mediados elementos da filosofia transcendental moderna e elementos provenientes da linguística e da filosofia da linguagem para fundamentar o ponto de partida de uma teoria crítica da sociedade". (OLIVEIRA, Manfredo Araújo. Reviravolta Linguística-pragmática na filosofia contemporânea. São Paulo: Loyola, 1996, p.293) Pode-se afirmar que ele se refere às ideias do filósofo: a) J. Austin. A b) L. Wittgenstein. c) N. Chomsky. d) J. Habermas. e) I. Lakatos. 19 Assinale a alternativa que corresponde à correta conclusão do silogismo abaixo: Todo tic é tac. Ora, algum toc é tic. Logo, ... A) Todo toc é tac. B) Algum toc é tac. C) Algum tic é toc. D) Algum tac é toc.
E) Todo tic é toc. 20 Analise o silogismo e responda a questão a seguir: Todas as baleias são mamíferos. Ora, alguns animais são baleias. Logo, alguns animais são mamíferos. De acordo com a caracterização dos termos (maior=T, menor=t, e médio=M), assinale a alternativa correta: A) Baleias é T. B) Animais é M. C) Mamíferos é t. D) Animais e mamíferos são M e T, respectivamente. E) Baleias é M. 21 Considere as seguintes regras do silogismo categórico: I Todo silogismo contém somente três termos: maior, médio e menor; II Os termos na conclusão não podem ter extensão maior do que nas premissas; III O termo médio não pode entrar na conclusão; IV O termo médio deve ser universal ao menos uma vez; V De duas premissas negativas, nada se conclui; VI De duas premissas afirmativas não pode haver conclusão negativa; VII A conclusão segue sempre a premissa mais fraca; VIII De duas premissas particulares, nada se conclui. Agora, analise o silogismo abaixo: Nenhum ser é perfeito. Ora, o vácuo não é ser. Logo, o vácuo não é perfeito Qual das regras não é obedecida, caracterizando a invalidade do silogismo. A) V. B) III. C) I. D) VI. E) VII. 22 Leia o texto abaixo, que trata do conceito ético de responsabilidade: "[...] devo ser considerado responsável por algo que não fiz, e a razão para a minha responsabilidade deve ser o fato de que eu pertenço a um grupo (um coletivo), o que nenhum ato voluntário meu pode dissolver [...] somos sempre considerados responsáveis pelos pecados de nossos pais, assim como colhemos as recompensas de seus méritos". (ARENDT, Hannah. Responsabilidade e julgamento. São Paulo: Companhia das Letras, 2004, p.216-217). Assinale a alternativa que pode ser considerada INCORRETA, enquanto interpretação do excerto acima: A) A responsabilidade é coletiva, enquanto a culpa é individual. B) A experiência totalitária do nazismo deve ser encarada como responsabilidade de todos, não cabendo às gerações posteriores se eximirem da responsabilidade pelo mundo, cabendo a todos o papel de salvaguardar o mundo dos terrores totalitários, mesmo que não tenham nenhuma culpa (afinal nem eram nascidos) por tais crimes contra a humanidade. C) No momento em que o candidato que responde a esta prova assinala uma alternativa, há na mesma cidade uma criança sofrendo maus-tratos de um pai violento. O candidato não tem
nenhuma culpa da dor dessa criança, mas deve assumir sua coresponsabilidade por esse acontecimento. D) Hannah Arendt adere à perspectiva moderna de uma ética da responsabilidade individual e inalienável. E) A liberdade não pode estar à margem da responsabilidade, pois se nenhum ato voluntário pode dissolver o pertencimento de um indivíduo ao grupo, a responsabilidade passa a ser condição da ação livre. 23 Para Marilena Chauí: "Do ponto de vista da Filosofia, podemos falar em dois grandes momentos de teorização da arte. No primeiro, inaugurado por Platão e Aristóteles, a Filosofia trata as artes sob a forma da poética; no segundo, a partir do século XVIII, sob a forma da estética." (CHAUÍ, Marilena. Convite a Filosofia. 7.ed. São Paulo: Ática, 2001, p. 321). A partir do enunciado em questão é INCORRETO afirmar que: A) O termo arte poética deriva de uma obra de Aristóteles sobre as artes da fala e da escrita, do canto e da dança. B) A arte poética se preocupa com as obras de arte como fabricação de seres e gestos artificiais, ou seja, elaborados pelos seres humanos. C) O termo estética vem do grego aesthesis, que significa conhecimento sensorial, experiência, sensibilidade. Em sua acepção original, referia-se ao estudo das obras de arte enquanto criações da sensibilidade, tendo como fim o belo. D) Após seu surgimento, o termo estética vai substituindo a ideia de arte poética passando a se referir a toda investigação filosófica que tenha por objeto as artes. E) Para a Estética, a arte é produto da racionalidade e da formulação lógica do artista e que, dessa forma, o belo é igual ao verdadeiro. 24 Leia o texto abaixo e assinale o filósofo da primeira geração do Pragmatismo e representante da Escola Nova que é responsável por esta célebre definição de educação: "A ideia do desenvolvimento dá em resultado a concepção de que a educação é um constante reorganizar ou reconstruir de nossa experiência. Ela tem sempre um fim imediato, e, na proporção em que a atividade for educativa, ela atingirá esse fim - que é a transformação direta da qualidade da experiência" A) Charles Peirce. B) Willian James. C) John Dewey. D) John Rawls. E) Richard Rorty. 25 Ficou marcado, na história dos debates sobre ensino de filosofia, o dilema de o ato de ensinar filosofia ser ou não igualmente filosofar, ou se é um recurso pedagógico inferior, destituído do problema filosófico, ficando a cargo de pesquisadores em filosofia o ato da problematização essencialmente filosófica. Há estudiosos, entretanto, que consideram o ensino de filosofia como problema filosófico, na medida que: a) Resta ao filósofo, sobretudo no Brasil, a docência como opção profissional. b) São os professores de filosofia do ensino médio os primeiros a divulgar o conhecimento filosófico de maneira sistemática.
c) Todos os adolescentes são curiosos por natureza, o que faz de qualquer tentativa de ensino um trabalho primário com o processo do filosofar. d) O ensino de filosofia consiste numa intervenção filosófica sobre textos filosóficos, problemáticas filosóficas tradicionais, ou temáticas não filosóficas abordadas filosoficamente. e) Desenvolve estratégias didáticas diversificadas, sempre partindo da realidade do aluno, fazendo com que ele pense filosoficamente sem dar-se conta de que está lidando filosoficamente com o cotidiano. 26 Na Crítica da Razão Pura, Kant inova introduzindo um novo tipo de juízo, basilar para a sua epistemologia. Acerca dos juízos, é possível afirmar: A) Os juízos sintéticos a posteriori ocorre quando o predicado B ocorre no sujeito A. B) Os juízos analíticos a priori ocorrem quando o predicado B está fora do conceito do sujeito A, embora estejam ligados. C) O juízo sintético a priori é necessário e universal, como os analíticos, e amplitativos, como os sintéticos. D) Os juízos analíticos a priori são logicamente contingenciais. E) O juízo sintético a priori é sempre dependente da experiência. 27 "O interesse pela consciência reflexiva ou pelo sujeito do conhecimento deu surgimento a uma corrente filosófica conhecida como fenomenologia, iniciada pelo filósofo alemão Edmund Husserl." (CHAUÍ, Marilena. Convite a Filosofia. 7.ed. São Paulo: Ática, 2001). Sobre a fenomenologia, é correto afirmar que: A) Considera a razão uma estrutura da consciência, mas cujos conteúdos são produzidos por ela mesma, independentemente da experiência. B) Para Husserl, o que chamamos de "mundo" ou "realidade" é um conjunto de coisas e pessoas, animais e vegetais. C) A razão é "doadora do sentido", mas ela não "constitui a realidade" enquanto sistemas de significações que dependem da estrutura externa à consciência. D) As significações são pessoais, psicológicas, sociais e nunca universais e necessárias. E) Admite que as formas e os conteúdos da razão mudem no tempo e com o tempo. 28 Considere as seguintes definições sobre campos próprios da reflexão filosófica: I. Conhecimento das formas gerais e regras gerais do pensamento correto e verdadeiro, independentemente dos conteúdos pensados. II. Análise crítica das ciências, tanto as ciências exatas ou matemáticas, quanto as naturais e as humanas; III. A linguagem como manifestação da humanidade do homem; signos, significações; a comunicação; passagem da linguagem oral à escrita, da linguagem cotidiana à filosófica, à literária, à científica; diferentes modalidades de linguagem como diferentes formas de expressão e de comunicação; As definições I, II e III referem-se respectivamente a: a) Metafísica, lógica e estética. b) Lógica, epistemologia e filosofia da linguagem. c) Epistemologia, lógica e filosofia da linguagem. d) Ética, metafísica e epistemologia. e) Filosofia da história, filosofia política e filosofia da arte.
29 O filósofo alemão Karl Marx, na busca de um caminho epistemológico que fundamentasse o conhecimento para a interpretação da realidade histórica e social que o desafiava no século XIX, superou posições que diziam respeito à dialética hegeliana e conferiu-lhe um caráter materialista e histórico. Pode-se afirmar que a única alternativa que NÃO corresponde ao materialismo histórico é: A) É a consciência dos homens que determina o seu ser; Não é o seu ser social que, inversamente, determina sua consciência. B) O conjunto das relações de produção constitui a estrutura econômica da sociedade, a base concreta sobre a qual se eleva uma superestrutura jurídica e política e à qual correspondem determinadas formas de consciência social. C) O modo de reprodução de vida material determina o desenvolvimento da vida social, política e intelectual em geral. D) Defende que a História não é um progresso linear e contínuo, mas um processo de transformações sociais determinadas pelas contradições entre os meios de produção e as forças produtivas. E) A luta de classes exprime as contradições sociais, sendo o motor da História. 30 Leia o texto abaixo: "Nesse contexto, as artes vão buscar um naturalismo crescente, mantendo estreita ligação com a ciência empírica que desponta na época e fazendo uso de todas as suas descobertas e elaborações em busca do ilusionismo visual. A perspectiva científica, a teoria matemática das proporções [...], as conquistas da astronomia, da botânica, da fisiologia e da anatomia são incorporadas às artes" (ARANHA, Maria L. A.; MARTINS, Maria H. P. Filosofando: Introdução à filosofia. 3.ed. rev. São Paulo: Moderna, 2003. p. 394). Assinale a concepção estética à qual o texto se refere: A) Naturalismo Grego. B) Naturalismo Renascentista. C) Romantismo. D) Estética Normativa. E) Pós-Modernismo. 21. Marque a alternativa INCORRETA. a) A filosofia nasceu não na Grécia propriamente dita, mas, nas colônias gregas do Oriente e do Ocidente, a saber, na Jônia e na Magna Grécia. b) O problema cosmológico é o primeiro a destacar-se claramente, como objeto de pesquisa sistemática diferente, do impreciso complexo de problemas que já ocupava a mente dos gregos ainda antes do surgir de uma reflexão filosófica verdadeira e própria. c) Pode-se afirmar que a maioria dos primeiros filósofos pensava que os princípios de todas as coisas se encontravam na espécie e na substância material, pois aquilo de que se formam todos os seres e de que primeiramente são gerados e em que finalmente se dissolvem, permanecendo a substância no mudar de modalidade, diz-se que este é o elemento e princípio dos seres. d) Sobre a expressão "milagre grego", significa não só que, de modo absolutamente original e espontâneo, os gregos criaram a filosofia e a ciência gregas, mas, sobretudo, criaram para o Oriente a filosofia e a ciência, isto é, modos de sentir, pensar e de intervir sobre a realidade.
e) No mito, thauma é "o maravilhoso"; o efeito de assombro que ele provoca; é o sinal da presença nele do sobrenatural. Para os milésios, a estranheza de um fenômeno, em vez de impor o sentimento do divino, propõe-nos ao espírito em forma de problema. 22. Coloque V para verdadeira e F para falsa nas afirmativas abaixo referentes ao Senso comum, à Ciência e à Filosofia. ( ) A ciência é uma das formas de conhecimento que o homem produziu no transcurso de sua história, com o intuito de entender e explicar racional e objetivamente o mundo para nele poder intervir. ( ) A palavra "filosofia" na sua estrutura verbal é formada pelas palavras gregas philos e sophia, que significam "amor à sabedoria". Filósofo é o amante da sabedoria. ( ) O senso comum é o guia do homem na solução de suas dificuldades diárias. É o discurso com o qual está habituado, orientando-o em seu dia a dia. ( ) O conhecimento filosófico substituiu os mitos e as crenças religiosas na tentativa de conhecer e compreender o mundo e os seres que nele habitam. A filosofia se apresenta como uma das formas possíveis de entendimento da realidade desconhecida e enigmática. ( ) A filosofia não faz juízos de realidade, como a ciência, mas, juízos de valor. Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA. A) V, V, V, V, F. B) V, V, V, V, V. C) F, V, F, V, V. D) F, V, F, F, V. E) V, V, V, F, F. 23. Assinale a alternativa INCORRETA. A) Os famosos "sofistas" do século V a. C são, muitas vezes, estrangeiros. O movimento de pensamento que eles representam mostra-se ao mesmo tempo como uma continuidade e como uma ruptura em relação ao que os precede. Sofista é o mestre ou o professor de uma arte ou técnica ou ofício. A palavra sofista não tem o sentido pejorativo, que veio a adquirir muito mais tarde, em Atenas. B) Os pensadores cristãos nunca se cansaram de comparar Sócrates e Jesus: ambos foram condenados por seus ensinamentos, ambos compareceram aos tribunais e não se defenderam, ambos nada deixaram escrito, ambos criaram uma posteridade sem limites, e tudo o quanto sabemos de ambos depende de fontes indiretas, escritas depois de estarem mortos. C) Alguns preceitos são os fundamentos da filosofia socrática: "Conhece-te a ti mesmo" e "Sei que nada sei" são as duas expressões que ninguém no pensamento ocidental jamais duvidou que fossem de Sócrates. D) Os sofistas, inventam a educação em ambiente artificial, o que se tornará uma das características de nossa civilização. Eles são os profissionais do ensino, antes de tudo, pedagogos. E) A ironia platônica consiste em simular aprender alguma coisa de seu interlocutor, para levá-lo a descobrir que não conhece nada no domínio do que pretende ser sábio. 24. É CORRETO afirmar que, na filosofia de Platão, A) o diálogo o Banquete imortalizou a figura de Sócrates como filósofo, isso é, como o homem que procura, a um só tempo,
por seu discurso e por seu modo de vida, aproximar-se e fazer aproximar-se dos outros dessa maneira de ser, desse estado ontológico transcendente que é a sabedoria. B) retrata-se a filosofia como forma de vida no Liceu. Em outras palavras, o amor é criador e fecundo. C) na dimensão epistemológica, a lógica é uma alegoria a respeito das duas principais formas de conhecimento: na teoria das ideias, Platão distingue o mundo ultrassensível dos fenômenos e o mundo inteligível das ideias. D) na Metafísica e na Ética a Nicômaco, apresenta a finalidade do conhecimento ou ciência - epistéme - e da ação - práxis e poíesis. E) os tratados lógicos estão agrupados em três conjuntos, segundo o tipo de assunto investigado: Primeiros Analíticos; Segundos Analíticos; Tópicos e Refutação Sofísticas. 25. Aristóteles, amigo de Platão, mas, como ele mesmo diz, mais amigo da verdade, desenvolve, por sua vez, o método da dialética de uma forma que o faz mudar de aspecto. Aristóteles atenta: A) Para as leis do silogismo, suas formas, suas figuras, são, pois, o desenvolvimento que Aristóteles faz da dialética. B) Para o emprego do mito da "reminiscência", em que o filósofo narra o conto seguinte: As almas humanas, antes de viverem neste mundo e se alojarem cada uma delas num corpo de homem, viveram em outro mundo, viveram no mundo onde não há homens, nem coisas sólidas. C) Para a análise, o método que conduz à intuição, e, a partir deste momento, em toda a filosofia, acentua-se constantemente este instrumento da intuição. D) Para a maiêutica, o método que desperta a sua curiosidade e estimula-o a refletir. A sua função de libertação do espírito. E) Para a dialética, a transcendência e imanência. Dá ensejo às conclusões firmes do pensamento filosófico. 26. Coloque V para Verdadeiro e F para Falso nas afirmativas abaixo referentes ao Mito e à Filosofia. ( ) Do mito foram dadas as mais diversas interpretações, das quais as principais são: mito-verdade e mito-fábula. Para a primeira interpretação, os mitos são as únicas explicações das coisas que a humanidade, nos seus primórdios, estava em condições de fornecer e nas quais acreditava firmemente. Para a segunda interpretação, eles são representações fantasiosas nas quais ninguém jamais acreditou, muito menos seus criadores. ( ) Os primeiros que consideraram os mitos como simples fábulas foram os filósofos gregos. A eles se juntaram mais tarde os Padres da Igreja, os escolásticos e a maior parte dos filósofos modernos. ( ) Sobre o nascimento da filosofia, os historiadores distinguem quatro grandes períodos na história da sociedade grega: 1. Período homérico; 2. Período da Grécia arcaica ou dos Sete Sábios; 3. Período clássico; 4. Período helenístico. ( ) Das análises feitas pelos estudiosos de nosso tempo, seguese que o mito exerceu, entre os povos antigos, três funções principais: religiosa, social e filosófica. ( ) O mito procede, mediante a representação fantástica, a imaginação poética, a intuição de analogias, sugeridas pela experiência sensível; permanece, pois, além do logos, ou seja, além da explicação racional. Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA. A) V, V, V, F, V.
B) F, F, V, V, F. C) V, V, F, V, V. D) V, V, V, V, F. E) V, V, V, V, V.
B) A lógica, a estética e a ética. C) A canônica, a física e a ética. D) A canônica, a estética e a física. E) A estética, a física e a lógica.
27. Sobre a expressão cultural da filosofia no Ocidente, é INCORRETO afirmar que A) a atividade filosófica, enquanto abordagem racional, surge no contexto cultural grego, expressando-se inicialmente como tentativa de explicar a realidade do mundo sem recorrer à mitologia e à religião. B) a filosofia nasce na Grécia, no século V a.C., com os filósofos pré-socráticos, procurando encontrar o princípio do universo. Alguns vão explicar o mundo, apelando para uma arché, ou seja, o elemento constitutivo básico do qual a totalidade do universo seria constituída. C) Sócrates, Platão e Aristóteles são os pensadores clássicos da Grécia dos séculos V e IV a.C. e que constituíram a filosofia como metafísica, fornecendo os alicerces de toda a tradição filosófica do Ocidente. D) é no contexto helenístico, universalizado pela ação políticoadministrativa dos romanos, que a filosofia grega vai se encontrar com o cristianismo. Desde o início da era cristã, pensadores ligados à nova religião estudaram o pensamento dos gregos e estabeleceram relações com ele, incorporando alguns elementos e rejeitando outros. E) o projeto iluminista da filosofia, conduzido sob o mais exigente racionalismo, iniciou-se por duas grandes vias. De um lado, praticando-se uma filosofia acrítica, encarregada de superar a metafísica no plano teórico; de outro, criando uma nova forma de conhecimento, a religião, que substituiria o saber das essências pelo saber dos fenômenos.
31. No Ocidente, por obra do filósofo-teólogo Santo Agostinho, ocorreu uma síntese filosófico-religiosa incalculável em todo o pensamento filosófico e teológico posterior. Qual das questões abaixo não diz respeito às características da investigação agostiniana? A) A fé está para Agostinho no termo da investigação, não, no seu início. Por certo, a fé é a condição da procura que não teria direção nem guia sem ela. B) Para Agostinho, a procura empenha o homem todo, não apenas o intelecto. A verdade para que tende é também, segundo a palavra angélica. C) Para o filósofo, o entusiasmo religioso, o ímpeto místico para a verdade não agem nele como forças contrárias à procura, mas robustecem a própria procura, dão-lhe um valor e um calor vital. D) A racionalidade da procura não é para Santo Agostinho o seu organizar-se como sistema, mas antes a sua disciplina interior, o rigor do procedimento que não para frente ao limite do mistério, mas faz deste limite e do próprio mistério um ponto de referência e uma base. E) Para Santo Agostinho, a procura encontra o fundamento e o guia na razão, e a razão encontra a sua consolidação e o enriquecimento na procura. A fé não está para Agostinho no termo da investigação.
28. Qual dos filósofos abaixo, reconhecidamente na tradição, complicou com tantos elementos lendários? A doutrina de sua escola tinha essencialmente um caráter religioso; foi uma associação política além de filosófica. A doutrina fundamental da escola é que a substância das coisas é o número. Estamos falando de A) Heráclito de Éfeso. B) Anaxímenes de Mileto. D) Pitágoras de Samos. C) Anaximandro de Mileto. E) Tales de Mileto. 29. Das três grandes escolas pós-aristotélicas, a estoica foi de longe, do ponto de vista histórico, a mais importante. Qual dos filósofos abaixo é reconhecidamente o fundador do Estoicismo? A) Zenão de Citium. B) Epicuro de Samos. D) Cleanto de Assos. C) Diógenes de Selêucia. E) Crisipo de Soli. 30. O filósofo Epicuro vê na filosofia o caminho para se alcançar a felicidade, entendida como libertação das paixões. O filósofo distingue três partes da filosofia. Das alternativas abaixo, qual delas corresponde às três partes da filosofia de Epicuro? A) A ética, a estética e a física.
32. São Tomás de Aquino (1221-1274) representa o apogeu da escolástica medieval, na medida em que conseguiu estabelecer o perfeito equilíbrio nas relações entre a Fé e a Razão, distinguindo-as, mas não as separando necessariamente. Marque a alternativa INCORRETA sobre o pensamento tomista. A) A filosofia tomista encontrou inicialmente forte oposição por parte da Igreja e das universidades medievais devido ao seu caráter de novidade frente à tradição agostiniana. B) O pensamento tomista superou as posições ambíguas de seus predecessores, os quais, ao abordarem a questão das relações entre a Fé e a Razão, a teologia e a filosofia, muitas vezes pareciam confundi-las. C) A teoria tomista do conhecimento é decalcada da platônica. A sua característica mais original é o relevo que nela toma o caráter abstrativo do processo do conhecimento e, consequentemente, a teoria da abstração. D) O tomismo estabelece o princípio fundamental que, reformando a metafísica aristotélica, a adapta às exigências do dogma cristão: a distinção real entre essência e existência. E) São Tomás de Aquino sobre "as provas da existência de Deus", enumera cinco vias para passar dos efeitos sensíveis até à existência de Deus. Essas vias já expostas na Summa contra Gentiles encontram a sua formulação clássica na Summa Thologiae. 33. Coloque V para Verdadeiro e F para Falsa nas afirmativas abaixo referentes ao Racionalismo Cartesiano e o Empirismo Inglês. ( ) O problema do homem Descartes e o problema da reta razão ou da bona mens (isto é, da sabedoria da vida) são, na
realidade, um só e mesmo problema. Descartes não procurou senão resolver o seu próprio problema, porém a verdade é que a solução encontrada por ele não vale apenas para si mas para todos os homens, porque a razão que constitui a substância da subjetividade humana é igual em todos os homens. ( ) Para Descartes, a razão é uma faculdade especificamente humana a que Deus oferece apenas alguma garantia, subordinada de resto ao respeito de regras precisas. ( ) René Descartes descobriu o seu método mediante a consideração do processo matemático. Para ele, o método é sempre matemático, na medida em que procura o ideal matemático, quer dizer, converter-se numa mathesis universalis: conhecimento completo e inteiramente dominado pela razão. ( ) Desde a filosofia de Francis Bacon, o empirismo caracterizase pela defesa de uma ciência baseada em um método experimental, valorizando a observação e a aplicação prática da ciência. ( ) No plano político, o empirismo tem como consequência uma defesa do liberalismo contra as ideias absolutistas do direito divino do soberano. Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA. A) F, V, V, V, F. B) V, V, F, F, V. D) V, F, F, F, V. C) F, F, V, V, V. E) V,V,V,V,V. 34. Das alternativas abaixo, marque a alternativa INCORRETA sobre o Kantismo. A) A Crítica da Razão Pura não é uma crítica dos livros e dos sistemas, mas, a do poder da razão em geral. Sobre os limites da razão e a metafísica, Kant investigou e descobriu a fonte do erro dessas correntes dogmáticas: a própria razão. A razão humana tende naturalmente a transgredir o domínio da experiência e se arvorar a conhecimentos de objetos, dos quais possui somente conceitos, por si insuficientes a qualquer determinação objetiva. B) O estudo das condições a priori do conhecimento foi denominado por Kant "transcendental", que nada tem a ver com o "transcendente", mas com aquelas condições que, de parte do sujeito, contribuem, constitutivamente, para a possibilidade da experiência. C) Toda a filosofia, segundo Kant, tem por fim responder a uma só questão, que comanda tudo: O que pode legitimamente a nossa razão? Esta questão subdivide-se em três principais, que contêm todo o interesse da minha razão (tanto especulativo com prática): O que posso saber? O que devo fazer? O que me é permitido esperar? D) Todo o esforço de Kant tende a substituir ao estado de natureza um estado jurídico, em que a guerra será substituída pelo processo, e a vitória por uma sentença arbitral. Kant, no mais íntimo do seu ser e do seu gênio, é o Homem do direito. E) Na Crítica da Razão Pura, a investigação kantiana quer fundar a metafísica, baseando-se na moral, apesar da impossibilidade da metafísica dogmática. Na Crítica da Razão Pura, a ação é presidida pela razão mediante a qual o indivíduo procede conscientemente e estabelece regras de conduta. 35. Nas afirmativas abaixo (1), (2), (3), (4), (5) marque V para as Verdadeiras e F para as Falsas.
(1) No plano antropológico e ético, o que Friedrich Nietzsche quis propor foi uma nova técnica de valores, os valores vitais, que, de fato, entraram, de algum modo, na consideração do pensamento filosófico e científico e constituem o contributo maior da sua doutrina para a problemática da filosofia contemporânea. (2) O positivismo, de acordo com Augusto Comte, não é uma corrente filosófica entre outras, mas a que acompanha, promove e estrutura o último estágio que a humanidade teria atingido, fundado e condicionado pela ciência. (3) O pragmatismo é a forma que foi assumida, na filosofia contemporânea, pela tradição clássica do empirismo inglês. Para o pragmatismo, a experiência é substancialmente abertura para o futuro: uma de suas características básicas é a possibilidade de fundamentar uma previsão. (4) A obra lógica de Bertrand Russell é o seu maior contributo para o pensamento contemporâneo. Os princípios de matemática e os Principia Mathematica são considerados clássicos, sendo comparados aos maiores escritos sobre lógica da Antiguidade e da Idade Média. (5) A figura dominante do neo-empirismo é a de Ludwig Wittgesnstein. A filosofia de Wittgesnstein é substancialmente, nas suas duas fases, uma teoria da linguagem. Com efeito, os termos de que se serve são dois: o mundo, como totalidade de fatos, e a linguagem, como totalidade de proposições que significam tais fatos. Assinale a alternativa CORRETA. A) As afirmativas (1), (2), (3) e (4) são falsas, enquanto a afirmativa (5) é verdadeira. B) As afirmativas (1), (2), (3) e (4) são verdadeiras, enquanto a afirmativa (5) é falsa. C) Todas as afirmativas são verdadeiras. D) As afirmativas (1), (2) e (4) são verdadeiras, enquanto as afirmativas (3) e (5) são falsas. E) As afirmativas (1), (3) e (5) são verdadeiras, enquanto as afirmativas (2) e (4) são falsas. 36. Marque a alternativa INCORRETA. A) A fenomenologia - no sentido específico em que esta palavra é empregada para designar uma corrente da filosofia contemporânea - concebe e exerce a filosofia como análise da consciência na sua intencionalidade. B) A expressão materialismo histórico passou a designar o modo de tratamento dado por Marx às questões que haviam sido alvo da atenção dos economistas clássicos. C) O existencialismo é assim caracterizado, em primeiro lugar, pelo fato de questionar o modo de ser do homem; e, dado que entende este modo de ser com modo de ser no mundo, caracteriza-se em segundo lugar pelo fato de questionar o próprio "mundo", sem, por isso, pressupor o ser como já dado ou constituído. D) O iluminismo representa a síntese prática e divulgadora do empirismo e do racionalismo modernos, de que decorrerá a Revolução Francesa e, portanto, a civilização contemporânea. E) Uma meta básica da Escola de Frankfurt é a crítica ao materialismo, a fenomenologia e a reabilitação da "ciência" com uma categoria de conhecimento válido. As teorias críticas não têm posição especial como guias para a ação humana. 37. Friedrich Nietzsche (1844-1900), na sua doutrina, liga-se a correntes diversas, embora não se filie a nenhuma: o
evolucionismo, o irracionalismo, a filosofia de vida. Marque a alternativa INCORRETA sobre o pensamento filosófico de Friedrich Nietzsche. A) Nietzsche identificou o super-homem com o filósofo na acepção de profeta de uma nova humanidade e, deste ponto de vista, a noção de uma "raça de super-homem" apresenta-se-nos absurda e pueril. B) No plano antropológico e ético, o que Nietzsche quis propor foi uma nova técnica de valores, os valores vitais. C) Toda a obra de Nietzsche visa esclarecer e defender a aceitação total e entusiástica da vida. Dioniso é o símbolo divinizado desta aceitação, e Zaratustra, o seu profeta. D) A filosofia de Friedrich Nietzsche não é uma reação tardia contra o idealismo de Hegel e o pessimismo de Schopenhauer. Contra o realismo do primeiro, coloca ele a natureza íntima do homem não na vontade, mas, na razão. Contra o pessimismo do segundo, afirma que o homem deve procurar o aniquilamento pessoal. E) A transfiguração dos valores é entendida por Nietzsche como a anulação dos limites, como a conquista de um domínio absoluto do homem sobre a terra e o seu corpo, como a eliminação do caráter problemático da vida e de toda a perda ou transvio a que o homem está sujeito. 38. Os filósofos chamam a teoria do conhecimento de "epistemologia" - dos antigos termos gregos "epistéme" (conhecimento) e "logos" (teoria ou explicação). Sobre isso, marque a alternativa INCORRETA. A) A tarefa principal da epistemologia é a reconstrução racional do conhecimento científico. B) Em sua caracterização mais ampla, a epistemologia é o estudo filosófico da natureza, das fontes e dos limites do conhecimento. C) A epistemologia estuda os métodos, as estruturas e a validade do conhecimento. D) O valor da epistemologia transcende os limites ordinários que separam as disciplinas entre si. Em qualquer disciplina para a qual o conhecimento tenha algum valor, a epistemologia pode contribuir, na medida em que elucida as condições, as fontes e os limites do verdadeiro conhecimento. E) A epistemologia estuda os julgamentos, a certeza ou o erro, a bondade e os princípios de conduta. 39. Os problemas éticos caracterizam-se pela sua generalidade, e isso os distingue dos problemas morais da vida cotidiana, que são os que se nos apresentam nas situações concretas. Marque a alternativa INCORRETA sobre a ética. A) A ética parte do fato da existência da história da moral, isto é, toma como ponto de partida a diversidade de morais no tempo, com seus respectivos valores, princípios e normas. B) A ética é teoria, investigação ou explicação de um tipo de experiência humana ou forma de comportamento dos homens, o da moral, considerado, porém, na sua totalidade, diversidade e variedade. C) A ética ou moral, conforme uma das definições mais corriqueiras, é o estudo da atividade humana com relação a seu fim último, que é a realização plena da humanidade; D) A ética é a teoria ou ciência do comportamento moral dos homens em sociedade. E) É o ramo da filosofia que lida com a essência da realidade. A ética cria a moral.
40. Sobre as relações entre política e moral, é CORRETO afirmar que A) o primeiro defensor da autonomia da esfera política em relação a todas as outras e, em particular, às esferas da moral e da religião, foi Nicolau Maquiavel. B) Santo Agostinho afirmou a existência de duas associações do espírito: cidade de Deus e cidade terrena ou Estado. C) as ideias de Aristóteles estabelecem que o homem é um animal essencialmente político e sociável. D) no Leviatã, Hobbes dá as razões desse conflito, cabendo destacar, em primeiro lugar, a de que os homens competem, permanentemente, por "honra e dignidade", resultando disso inveja e ódio; em segundo lugar, dado que o bem comum e o bem privado são distintos, é o último que tende a prevalecer. E) Locke partilhava da ideia de que a sociabilidade natural, ao contrário do que presumiam os escolásticos, não levava necessariamente à constituição do Estado; a sociedade civil não deveria, portanto, ser tomada como Estado. 41. No âmago de toda Ciência Humana, há sempre um enfoque crítico inevitável sobre pontos essenciais à vida humana. Contendo a Filosofia afirmações fundamentais quanto ao ser do homem e às relações com o mundo, marque a alternativa INCORRETA sobre a relação entre Filosofia e Ciências Humanas. A) Sócrates não deixou morrer a nova preocupação de centralizar tudo na pessoa humana. Não lhe interessavam as velhas perguntas: Que são as coisas? Que é o mundo? Fixava-se no quem sou eu?. O único universo ao qual referia todas as suas indagações é o universo humano. B) Platão deu um passo importante à frente do autoconhecimento individual canonizado por Sócrates, insistindo na dimensão sociopolítica, com que se estabelece um laço necessário entre educação e sociedade, entre filosofia da educação e filosofia política entre "paideia" e "política". C) Aristóteles, em sua obra juvenil, o Protréptico, patenteia plenamente a grandeza de sua antropologia, "como um deus mortal, para duas coisas nasceu o homem: para entender e para agir". D) Santo Agostinho enfatiza na sua obra "Confissões" que o homem é também inteligência, que reproduz a imagem de todas as coisas, como também avalia e julga essa realidade exterior, só repousando na verdade e, "encontrando a verdade, encontra Deus". E) O Marxismo como doutrina de libertação do homem, em combate por uma sociedade nova de homens livres e iguais, sociedade em que o homem e só ele é o centro de tudo. Daí a luta frontal do Marxismo a favor da alienação humana, isto é, a favor do escravo, do fetichismo do dinheiro, da consificação do trabalhador e do endeusamento da propriedade privada. 42. Coloque V para Verdadeiro e F para Falso nas afirmativas abaixo referentes ao problema estético. ( ) Etimologicamente, estética vem do grego aesthesis e designa conhecimento efetivado pelos sentidos, sensibilidade, experiência. ( ) O Alemão Alexandre Gottlieb Baumgarten (1714-1762) empregou, pela primeira vez, o termo estética para referir-se às artes, ao intitular aesthetica a obra publicada por volta de 1750.
( ) Três problemas centrais compõem o campo de investigação da estética: a relação entre a arte e a natureza; a relação entre a arte e o homem e a função da arte. ( ) A estética é a disciplina filosófica, que se ocupa da investigação racional do belo e com a análise dos sentimentos por ele provocados. ( ) O problema estético diz respeito à natureza da obra de arte, seu fim e as relações que decorrem entre a atividade estética e outras atividades humanas. Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA. A) V, V, V, F, F. B) V, V, F, F, F. C) V, V, V, V, V. D) F, F, V, V, V. E) F, F, F, V, V. 43. Foi o pensador que denunciou o caráter normativo e normalizador das instituições disciplinares que surgiram com a modernidade. Talvez seja mais conhecido por escrever estudos filosóficos históricos, abordando, principalmente, o modo como as noções de verdade têm suas origens em conflitos e em lutas históricas e como essas noções exercem poder sobre instituições. Dos filósofos abaixo relacionados, assinale o único a quem corresponde esse enunciado, A) Karl Marx. B) Michel Foucault. C) Jacques Derrida. D) Theodor Adorno. E) Herbert Marcuse. 44. Boécio, o último representante ilustre da filosofia no Ocidente. Recebeu uma formação cristã e professou o cristianismo; entretanto foi para Atenas a fim de completar a sua formação literária, filosófica e científica. Dentre as principais obras de Severino Boécio, podemos citar A) Vidas Paralelas. B) As Confissões. C) A Consolação da Filosofia. D) Pensamentos. E) Enêadas. 45. Que tipo de raciocínio expressa o seguinte silogismo? O ferro conduz eletricidade O ouro conduz eletricidade O cobre conduz eletricidade Logo, todos os metais conduzem eletricidade. A) Raciocínio Analítico. B) Raciocínio Sintético. D) Raciocínio Indutivo. C) Raciocínio Dedutivo. E) Raciocínio Abdutivo. 46. Dos filósofos abaixo relacionados, no âmbito da ética, a quem corresponde esses dizeres: "Duas coisas enchem o ânimo de admiração e veneração sempre novas e crescentes, quanto mais frequentemente e com maior assiduidade delas se ocupa a reflexão: o céu estrelado sobre mim e a lei moral em mim. Esta começa no meu invisível eu, na minha personalidade e expõeme num mundo que tem a verdadeira infinidade, mas que só se revela ao entendimento" A) Friedrich Hegel.
B) Tomás de Aquino. C) Max Scheler. D) Arthur Schopenhauer. E) Immanuel Kant. 47. Coloque V para Verdadeiro e F para Falso nas afirmativas abaixo sobre o Ensino da Filosofia. ( ) A história da filosofia pode contribuir para despertar o interesse do aluno por questões filosóficas através do contato com as obras dos grandes pensadores. ( ) Não são as respostas dos filósofos, mas antes, suas perguntas, que nos motivam, e é através dessas perguntas que encontramos o seu ensinamento, desde que possamos retomálas e reformulá-las como nossas. ( ) Tanto a visão da filosofia como busca a partir de nossas indagações quanto como história da filosofia e conhecimento das doutrinas da tradição não necessariamente se excluem e podem servir de ponto de partida para o ensino da filosofia. ( ) O grande desafio para o ensino da filosofia consiste em motivar aquele que ainda não possui qualquer conhecimento do pensamento filosófico - ou sequer sabe para que serve a filosofia - a desenvolver o interesse por este pensamento, a compreender sua relevância e a vir a elaborar suas próprias questões. ( ) O ensino da filosofia pode ter, então, no caso do estudante de filosofia, um papel formativo, levando-o a desenvolver suas próprias reflexões, com base no conhecimento dos filósofos da tradição, de seus textos, de seus argumentos. Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA. A) V, F, V, V, F. B) V, F, V, V, V. C) F, F, V, V, V. D) V, V, V, V, V. E) F, F, F, V, V. 48. Atente ao texto que se segue: "O que podemos fazer? Examinando, ainda que seja brevemente, o contexto sociocultural que rodeia a educação média em geral e o ensino de filosofia em particular, a seguinte e decisiva questão seria: o que podemos fazer - ou o que devemos propor -, como professores secundaristas de filosofia, para que esta vital aprendizagem se torne viável e retome o nível que nunca devia ter sido perdido? (NAVIA, Ricardo. Ensino médio de filosofia nas presentes condições culturais e sociais de nossos países). Marque a alternativa INCORRETA no tocante ao ensino da filosofia no Ensino Médio. A) Para o ensino da filosofia no ensino médio, faz-se necessário que boa parte dos cursos de filosofia deveria estar dedicada à análise dos grandes temas de nosso tempo. Os grandes fenômenos que estão gerando as condições do futuro da humanidade e os problemas do conhecimento ou definição axiológica que marcam este tempo e o futuro. B) De suma importância para o ensino da filosofia no ensino médio é dar um lugar especial às tarefas filosóficas de perfil interdisciplinar que reierarquizem a matéria no contexto geral do currículo. C) No ensino da filosofia, o que se poderia começar por ensinar é, então, esse olhar agudo que não quer deixar nada sem rever, essa atitude radical, rigorosa e de conjunto que permite
problematizar os eventuais fundamentos ou colocar em dúvida aquilo que se apresenta como óbvio ou naturalizado. D) No ensino da filosofia, deve-se valorar e dar uma oportunidade ao pensamento. De pensar o filosófico não apenas como exigências de uma metodologia que não se submeta à técnica, mas também como forma de relação do professor com os textos, a instituição e, sobretudo, com seus alunos. E) Seguindo a máxima kantiana: "não há filosofia que se possa aprender; só se pode aprender a filosofar". É preciso seguir à risca essa máxima, esquecer o que se poderia começar por ensinar na esfera do "entre", o espaço onde se realiza o diálogo, o encontro entre Eu e Tu. 49. Atente ao texto que se segue: "Não é ignorando o contexto das interações mediatizadas pela linguagem, bem como a perspectiva de cada participante, que nós adquirimos um ponto de vista imparcial, mas unicamente por uma abertura universal das perspectivas individuais dos participantes" (Habermas) Não é CORRETO afirmar sobre a concepção ética de Habermas que A) ele opõe uma teoria deontológica universal e pós-metafísica; considera que a metafísica clássica abstrata, apriorística e longe do mundo da vida não dá conta da dinâmica da história atual. B) ele sustenta a posição de que as teorias do bem e da justiça legal não são doutrinas opostas nem concorrentes entre si. C) a ética comunicativa de Habermas começa criticando duas importantes correntes de pensamento. Primeiramente, move uma constante crítica ao procedimento teórico de Kant; em segundo lugar, Habermas discute com os neo-aristotélicos que defendem o retorno à metafísica, à ética do bem, à prática das virtudes e ao tema da felicidade na linha do estagirita. D) a ética discursiva se constrói num contexto de procedimentos que nada mais é que o debate em busca de um consenso sobre uma norma problematizada. Não existem normas exteriores ao procedimento discursivo. E) a ética habermasiana não é construída a partir de uma profunda estima e respeito pela linguagem. Por isso, a irracionalidade da linguagem, sua pretensão à veracidade e sua verificabilidade. 50. Atente ao texto "O analfabeto político", do poeta e dramaturgo alemão Bertolt Brecht: "O pior analfabeto é o analfabeto político. Ele não ouve, não fala, não participa dos acontecimentos políticos. Ele não sabe que o custo de vida, o preço do feijão, do peixe, da farinha, do aluguel, do sapato e do remédio dependem das decisões políticas. O analfabeto político é tão burro que se orgulha e estufa o peito dizendo que odeia política. Não sabe o imbecil que da sua ignorância política nascem a prostituta, o menor abandonado, o assaltante e o pior de todos os bandidos, que é o político vigarista, pilantra, corrupto e lacaio das empresas nacionais e multinacionais" Marque a alternativa INCORRETA sobre a relação entre Política e Poder. A) O campo da política não se configura na existência do conflito entre a dimensão privada e a pública, na medida em que o homem é um ser social. Essa configuração inclui a realidade da intersubjetividade, posto que a sociabilidade apaga a subjetividade, o caráter individual das singularidades.
B) Pode-se apontar dois momentos importantes no itinerário do surgimento dessa nova equação da questão do poder e, portanto, da política. Uma primeira referência encontra-se em O príncipe, obra de Maquiavel. Outra referência importante, que é referência básica para as concepções políticas contemporâneas, constitui aquilo que ficou conhecido como teoria liberal e contratualista. C) Karl Marx procurou mostrar em um conjunto de textos publicados sob o título de A ideologia alemã, que o processo de formação das ideias na mente dos homens é determinado pela realidade material da produção da vida. Ora, nas questões da política, essas ideias são inseparáveis das repercussões produzidas na análise da questão do trabalho. D) O filósofo Antonio Gramsci usa o conceito de hegemonia para explicar que uma classe é hegemônica quando é capaz de elaborar sua própria visão de mundo, ou seja, um sistema convincente de ideias pelas quais conquista a adesão até da classe dominada. A tarefa de elaboração cabe aos chamados intelectuais orgânicos. E) A obra de Maquiavel, criticada em toda a parte, atacada por católicos e protestantes, considerada ateia e satânica, tornou-se, porém, a referência obrigatória do pensamento político moderno. A ideia de que a finalidade da política é a tomada e conservação do poder. 11. Tomás de Aquino (1224 - 1274), na Suma Teológica destaca a distinção entre fé e razão e redefine a sua relação, em diálogo com a tradição filosófica e teológica. Sobre a relação: fé e razão, podemos dizer que para Aquino: A) A filosofia e a teologia têm a mesma autoridade na definição das verdades da fé; B) A filosofia é autônoma no conhecimento e a teologia, na fé; C) Fé e razão se contrapõem. Mas deve-se preferir a teologia à filosofia; D) A teologia natural é idêntica à filosofia. E) Nem a razão e nem a revelação seriam capazes de nos enganar, se o nosso espírito compreendesse plenamente os dados da fé; 12. Galileu Galilei (1564-1642), considerado o criador da ciência moderna, e um dos maiores astrônomos de todos os tempos, devido as observações pioneiras que fez com o telescópio. Promoveu uma mudança de método, determinando a história da ciência moderna. Essa mudança consiste no uso do método rigoroso e controlado - da matemática -, também no campo dos objetos físicos. Afirmando que "[...] o livro da natureza está escrito em caracteres matemáticos" e que, "sem um conhecimento dos mesmos, os homens não poderão compreendê-lo". Assim, podemos afirmar que: I. Para o conhecimento científico todos os objetos físicos são da mesma natureza, podendo ser tratados de modo idêntico; II. Os primeiros princípios do método científico de Galileu são: observação, experimentação e regularidade matemática; III. Galileu se aproxima dos pitagóricos, distanciando-se de Arquimedes; IV. Para Galileu tudo aquilo que se apresenta à nossa observação está escrito em linguagem lógica; Quais as afirmações corretas? A) I e II B) I e III C) II e IV
D) III e IV E) I e IV 13. Nicolau Maquiavel (1469 - 1527), na obra O Príncipe, tem como problema central, como chegar e se manter no poder. E para resolver esse problema ele abandona a forma metafísica tradicional e adota o "realismo político", que apresenta leis universais de luta pelo poder, a partir de um estudo empírico, que, no caso, depende de duas coordenadas teóricas, que são: A) Filosofia política (Política) e Filosofia moral (Moral); B) Filosofia da história (História) e Psicologia humana (Antropologia); C) Filosofia moral (Moral) e Retórica; D) Filosofia política e Psicologia humana (Antropologia); E) Filosofia moral (Moral) e Filosofia da história (História) 14. Francis Bacon (1561 - 1626), chamado por muitos como o filósofo da idade industrial, da ciência planificada, rejeita a filosofia de Aristóteles, como sendo uma filosofia estéril para a produção de obras que beneficiassem a vida do homem e propõe um novo método para alcançar o domínio da natureza, mediante o conhecimento. A sua "Grande Instauração" consiste em dois momentos distintos, que são: a) Experiência e indução; b) Experiência e dedução; c) Teoria dos ídolos e indução; d) Teoria dos ídolos e experiência; e) Indução e dedução. 15. Os contratualismos de Thomas Hobbes (1588-1679) e de Jean-Jacques Rousseau (1712-1778) são formas distintas de instituir e legitimar o Estado. Sendo que para Hobbes o objetivo é garantir a paz e para Rousseau, a essência do homem, a liberdade. Desta forma é correto afirmar que: A) Para Hobbes e Rousseau a monarquia é a melhor forma de governo; B) Para Hobbes e Rousseau não há direito sem o Estado; C) Para Hobbes e Rousseau o mais racional é viver no Estado justo; D) Para Hobbes e Rousseau o contrato é o meio através do qual se estabelece os direitos e deveres do Soberano e dos súditos; E) Para Hobbes a verdadeira liberdade é a "natural", em oposição à "dos súditos" e para Rousseau a verdadeira liberdade é a "natural" em oposição à "convencional". 16. De acordo com René Descartes (1569-1650), o mais importante não é "[...] ter o espírito bom, o principal é aplicá-lo bem". E é com essa compreensão que ele escreve o Discurso do Método, estabelecendo os quatro preceitos do método, através dos quais ele chegou à verdade. Assim é incorreto afirmar que para Descartes: a) A primeira verdade não contém em si a segunda verdade; b) Os sentidos podem nos conduzir ao engano, e por isso, o conhecimento à sua base pode ser considerado falso; c) Os raciocínios matemáticos podem ser colocados em dúvida; d) A primeira verdade é uma dedução racional, a partir da dúvida universal; e) A evidência é o critério supremo para o conhecimento verdadeiro.
17. Imanuel Kant (1724-1804), afirma na Crítica da razão pura, que as ciências (matemática e física) passaram do "tatear" ao conhecimento científico, devido a uma "revolução súbita", uma mudança de método, uma mudança na maneira de pensar, que consiste em compreender que: I. "[...] só conhecemos a priori das coisas o que nós mesmos nelas pomos"; II. "Os juízos matemáticos são todos sintéticos"; III. "[...] a própria experiência é uma forma de conhecimento que exige concurso do entendimento, [...]"; IV. "Na metafísica, (...), deve haver juízos sintéticos a priori [...]". Quais as afirmações corretas? A) I e IV B) I e III C) II e IV D) II e III E) III e IV 18. Auguste Comte (1798-1857), iniciador do positivismo francês e pai da sociologia, têm um projeto de reforma universal, que abrange além da ciência, outros setores da vida humana. Segundo esse projeto a humanidade segue uma "grande lei fundamental", constituída de três estágios, que são: A) O teológico, o metafísico e o positivo; B) O metafísico, o científico e o sociológico; C) O metafísico, o teológico e o positivo; D) O religioso, o humanista e o científico; E) O politeísta, o monoteísta e o positivista. 19. Imanuel Kant (1724-1804), afirma na Fundamentação da metafísica dos costumes, que o imperativo categórico é o imperativo da moralidade. Estabelecendo a fórmula: "Age apenas segundo uma máxima tal que possas ao mesmo tempo querer que ela se torne lei universal". A partir dessa obra, podemos afirmar que: I. O princípio da moral se fundamenta na razão humana e não nos resultados; II. A moral não precisa ser ensinada, mas explicada; III. O imperativo categórico é um juízo formal, analítico; IV. A autonomia é o fundamento da dignidade. Quais as alternativas corretas? A) III e IV B) II e IV C) II e III D) I e IV E) I e III 20. Imanuel Kant (1724-1804), afirma na obra Crítica da faculdade do juízo, que "entre a faculdade cognitiva e a faculdade apetitiva situa-se o sentimento do prazer, como a faculdade do juízo entre o entendimento e a razão". Dessa forma assinale com V as alternativas corretas e com F as falsas. ( ) O sublime é o que somente pelo fato de poder também pensá-lo prova uma faculdade do ânimo que ultrapassa todo padrão de medida dos sentidos; ( ) O verdadeiro sublime pode estar contido na forma sensível, como também nas ideias da razão; ( ) O juízo reflexivo, pensa o particular como contido no universal;
( ) O juízo reflexivo remonta do particular ao universal; ( ) O juízo estético oferece a fundamentação transcendental da moral. A sequência correta de cima para baixo é: A) V - F - V - V - F B) V - F - F - F - F C) V - F - V - V - V D) F - F - V - V - F E) V - F - F - V - F 21. Sobre a ideologia positivista da ciência de Comte podemos afirmar que ela propõe uma homogeneidade epistemológica entre as ciências sociais e as ciências naturais. Esta consideração metodológica do conhecimento da realidade remete a que tipo de relação entre ciência e sociedade: A) A uma identidade entre natureza e sociedade e uma explicação da dominação social regida por leis contingentes. B) A uma identidade entre natureza e sociedade e uma explicação da dominação social regida por leis histórica e culturalmente mutáveis. C) A uma identidade entre natureza e sociedade e uma explicação da dominação social como regida por leis naturais invariáveis. D) A uma identidade entre natureza e sociedade e uma explicação da dominação social regida por leis casuais. E) A uma identidade entre natureza e sociedade e uma explicação da dominação social regida por leis transcendentes dadas por Deus. 22. O "fetichismo da mercadoria", como nos diz Marx, consiste no fato de que "uma relação social determinada dos próprios homens [...] toma para eles a forma fantasmagórica de uma relação entre coisas". E ainda: "As relações sociais que seus trabalhos privados mantêm aparecem aos produtores [...] como relações impessoais entre pessoas e relações sociais entre coisas impessoais". (Apud BALIBAR, 1995, p. 71). Que atualidade podemos derivar da crítica marxiana ao "fetichismo da mercadoria"? A) A inexistência de modos de sujeição implicadas pelos processos de troca no capitalismo contemporâneo, como a coisificação. B) O fetichismo da mercadoria é apenas uma aparência que pode ser abolida se suprimirmos o dinheiro. C) O trabalho humano objetivado em mercadorias é um dado positivo devendo ser expurgada toda linguagem que interprete a mercadoria como possuindo aspectos "teológicos" ou "sensíveis supra-sensíveis". D) A ideia da reificação do mundo burguês generalizada nas formas mercantilizadas das atividades sociais, ou seja, a tendência global de predomínio da racionalidade econômica como coordenadora das relações sociais no capitalismo sobrepondo-se à racionalidade ética. E) As relações de produção no capitalismo contemporâneo são livres e igualitárias, consubstanciadas no próprio contrato de trabalho e na "liberdade" de compra e venda. 23. A filosofia de Husserl vincula-se ao problema tradicional do método. Husserl procura um método que restitua à filosofia o rigor da ciência no sentido cartesiano. A filosofia deve ser crítica da atitude natural, da aceitação dos dados imediatos do mundo e da consciência no mundo. A Fenomenologia visa
constituir transcendentalmente um terreno onde seja possível localizar os fundamentos do saber numa anterioridade lógica em relação ao saber científico. Considere as alternativas abaixo: I. Husserl segue o lema "de volta às coisas mesmas". Procura superar a oposição entre realismo e idealismo, entre sujeito e objeto, consciência e mundo. II. O objetivo da fenomenologia é uma reforma completa da filosofia que faça desta uma ciência de fundamentação absoluta e purificada de falibilidades. III. A époche fenomenológica, o "por entre parênteses" o mundo, que abandona a atitude natural, coloca o mundo de um lado e a consciência transcendental de outro. IV. A base natural da realidade é secundária em seu valor de realidade: pressupõe constantemente a transcendental. V. Husserl pode ser visto como um herdeiro direto de Descartes e Hegel. A alternativa em que todas as afirmações são INCORRETAS é: A) II,III e V. B) II, III e IV C) I, II e IV D) I, III e V E) I, IV e V 24. A que pensador contemporâneo são atribuídas as teses a seguir: 1ª) O poder é uma estratégia. É compreendido como um exercício que alia saberes e práticas e privilegia as resistências em face de uma tomada revolucionária do poder do Estado. A ideia de um poder maciço global, do qual tudo parte ou ao qual todo retorna, não se sustenta. 2ª). O poder está em toda parte. O poder vem de toda parte - o que não significa que ele englobe tudo. A) Gilles Deleuze B) Felix Guattari C) Jean-François Lyotard D) Jacques Rancière E) Michel Foucault 25. No marco das transformações paradigmáticas do fordismo ao pós-fordismo, muitos teóricos sociais contemporâneos apontam para a necessidade de pensar o novo papel do Estado. Giuseppe Cocco, em seu texto Trabalho e Cidadania - produção e direitos na era da Globalização (2001) aponta para um deslocamento do conceito de cidadania colocando esta como condição essencial à inserção produtiva. Atribui à falta de cidadania a lentidão do crescimento. Assinale a alternativa que não se encaixa neste debate sobre a mudança paradigmática. A) A problemática da integração-exclusão, desenvolvimentodesigualdade se transforma neste novo contexto. B) O crescimento lento tem como consequência a desigualdade social. C) O Estado tem que repensar as políticas econômicas na perspectiva da imediata redução (superação) das desigualdades. D) O acesso aos serviços, à universalização do acesso aos saberes constituem a condição efetiva ao crescimento e geram impacto sobre a dinâmica do emprego. E) É a cidadania que determina a inserção produtiva, na medida em que a produtividade é socializada e depende da integração dos cidadãos cooperando entre si.
26. Roberto Machado em seu livro Zaratustra: tragédia nietzschiana (1997) interpreta a problemática da morte de Deus como o "niilismo do homem moderno", com seu projeto de desvalorização dos valores supremos, dos valores mais elevados. Por que razão a religião judaico-cristã e a filosofia socrática-platônica são, por natureza, niilistas, na visão de Nietzsche? A) Porque julgam e desvalorizam a vida temporal a partir do mundo supra-sensível eterno, considerado o verdadeiro. B) Porque o platonismo é o cristianismo para o povo. C) Porque as verdades da metafísica e da religião são verdades superiores, transcendentes. D) Porque Nietzsche quer provar que Deus não existe. E) Porque Nietzsche que preparar a vinda do Anti-Cristo, que promoveria a melhora da humanidade.
A) Refere-se a questões práticas e a conflitos no nível da ação moral que poderiam em princípio ser decididos através da argumentação, portanto, de modo consensual. B) Reconstrói o princípio de universalização kantiano (Imperativo Categórico) e abandona a teoria dos dois reinos de Kant (mundo fenomênico e mundo inteligível). C) Procura superar a perspectiva monadológica do paradigma da filosofia consciência individual. D) Segue a linha de um conceito formal, universal, deôntico e cognitivo da moral identificado na tradição filosófica que remonta a Hegel. E) A universalização ética pretendida por Habermas ancora-se, por um lado, em formas de vida concreta (mundo da vida) e, por outro lado, busca ultrapassá-los através do processo de argumentação (comunidade ideal de fala).
27. Considere as seguintes alternativas relacionadas à fenomenologia existencial de Sartre extraídas do texto O existencialismo é um humanismo. I. O homem primeiramente existe, se descobre, surge no mundo; e só depois se define. II. Não há natureza humana, visto que não há Deus para a conceber. III. O homem é, antes de mais nada, algo que se projeta em direção ao futuro e ciente que está fazendo isso. IV. O homem é liberdade porque a essência precede sua existência. A alternativa em que todas as afirmativas estão CORRETAS é: A) I e II. B) II, III e IV. C) I, III e IV. D) I, II e IV. E) I, II e III.
30. A pergunta "o que é filosofia?" normalmente remete a outras confabulações. Sobre esse tema, analise as afirmativas abaixo e marque "V" para verdadeiro e "F" para falso. ( ) a primeira característica da atitude filosófica é negativa, isto é, um dizer não aos "pré-conceitos," aos "pré-juizos", as fatos e às ideias da experiência cotidiana, ao que "todo mundo diz e pensa", ao estabelecido; ( ) uma segunda característica da atitude filosófica é positiva, isto é, uma interrogação sobre o que são as coisas, as ideias, os fatos, as situações, os comportamentos, os valores, nós mesmos; ( ) as faces da atitude filosófica constituem o que se pode chamar atitude crítica, a qual deve apresentar-se separável da noção de racional; ( ) a filosofia inicia sua investigação naquele instante em que abandonamos certezas cotidianas e não dispomos de nada para substituí-las ou para preencher a lacuna deixada por elas; ( ) a filosofia se volta preferencialmente para os momentos de crise no pensamento, na linguagem e na ação, embora seja nesses momentos críticos que se manifesta mais claramente a desnecessidade de fundamentação das ideias, dos discursos e das práticas em função da urgência nas soluções. Avaliando essas declarações, marque a alternativa que contempla corretamente a sequência de cima para baixo. A) F,F,V,F e V; B) V,F,F,V e F; C) V,V,V,V e V; D) V,V,F,V e F; E) V,F,V,V e F;
28. Frente à natureza, entre seus múltiplos significados, podemos ver o homem como observador, pesquisador, configurador, mas também como explorador, expropriador e destruidor. Ao mesmo tempo, o homem é parte deste todo que se chama de "bioesfera". Podemos pensar que estes aspectos contraditórios fazem parte do processo antropológico que se formou paulatinamente ao longo da civilização. Pensando esta tensão dialética em termos filosóficos, em termos de razão, que tipo de desenvolvimento histórico da modernidade se encontra subjacente à crise ecológica que ameaçou a humanidade no século XX? A) O esgotamento dos recursos, a contaminação do solo, da água, da atmosfera, a extinção das espécies, a ameaça atômica e a explosão demográfica. B) O predomínio de uma racionalidade cognitiva-técnicoinstrumental, uma razão subjetiva desprendida da razão objetiva e tomada como soberana e senhora do mundo. C) A realização do ditado bíblico: "crescei e dominai a terra". D) A forma como a sociedade é organizada, onde pessoas passam fome, crianças são jogadas no lixo, onde o aumento da riqueza produz o aumento da pobreza e da fome no mundo. E) A razões políticas histórico-contingentes, como o nazismo, o fascismo, o stalinismo. 29. Sobre a ética do discurso de Habermas é INCORRETO afirmar que:
"A ciência tem início quando se compreende que o universo é um todo natural, com comportamentos imutáveis e próprios comportamentos que podem ser determinados pela razão humana, mas que estão além do controle da ação humana". (CORNFORD, 2001, p. 9) 31. Com base nos estudos sobre o nascimento da Filosofia, analise as frases abaixo. I. Quanto ao distanciamento do ser com relação ao objeto externo, no desenvolvimento da raça humana, a descoberta de que existem coisas exteriores ao ser deve localizar-se em tempos remotos. Mas uma coisa é fazer esta descoberta, e outra coisa bastante diferente é chegar à ideia de que esses objetos externos possuem uma natureza própria, estranha à natureza do homem, e que não exibem nem simpatia nem hostilidade pelas paixões e desejos do ser humano.
II. No homem, bem como nos animais superiores, o primeiro uso da inteligência foi estabelecer meios de alcançar os fins práticos que não podem ser alcançados de imediato. Assim, a inteligência, em todos os tempos, não atendeu exclusivamente aos objetivos da ação. III. A princípio o alcance do pensamento era limitado pelas imperiosas necessidades da ação. Eram selecionadas na medida em que entravam para as atividades humanas. Não eram interessantes pelo que são em si mesmas, mas como coisas com as quais podemos fazer algo ou que podem agir sobre nós. Sobre a chamada época pré-científica na história do pensamento filosófico, conclui-se que: A) I, II e III estão corretas; B) Somente I está correta; C) Somente II está correta; D) Somente I e II estão corretas; E) Somente I e III estão corretas; 32. Segundo o Relatório Belmont de 1978, os princípios éticos básicos que devem ser levados em conta na bioética são: o respeito pelas pessoas, a beneficência e a justiça. Este relatório foi reformulado por Tom Beauchamp e James Childress e, ao publicarem o livro Princípios da ética biomédica, acrescentaram, entre outras coisas, o princípio da não maleficência, desmembrando-o do princípio da beneficência. Assinale a alternativa que melhor define o princípio da não maleficência aplicado à ética dos profissionais da saúde: A) Não fazer juízos sobre os pacientes. B) Curar o paciente. C) Se não se pode fazer o bem a um paciente, curando-o, por exemplo, deve-se, ao menos, evitar causar-lhe mal. D) Fazer o menor mal possível. E) Se um profissional da saúde não pode fazer o bem ao paciente, deve, ao menos, causar-lhe pequenos danos. 33. Entre as afirmações a seguir apenas uma se refere à cosmogonia e não à cosmologia. Identifique-a. A) Ele [Anaximandro] diz que aquilo que produz, a partir do eterno, o calor e o frio se separou quando da geração deste mundo, e que a partir dele uma espécie de esfera de camas se formou em volta do ar que circunda a Terra, como a casca em redor da árvore. Quando esta [a esfera] estalou e foi encerrada em determinados círculos, foi então que se formaram o Sol e a Lua e os astros. (Pseudoplutarco, Strom., 2 in REZENDE, 2005) B) Alguns há, como Anaximandro entre os antigos, que afirmam que ela [a Terra] se mantém imóvel devido ao equilíbrio. Pois convém que aquilo que está colocado ao centro, e está a igual distância dos extremos, de modo algum se desloque mais para cima ou para baixo ou para os lados; e é-lhe impossível mover-se simultaneamente em direções opostas, pelo que se mantém fixa, por necessidade. (Aristóteles, De Caelo, B13, 295 b 10 in: REZENDE, 2005) C) [segundo Anaximandro] os corpos celestes nascem como círculos de fogo separados do fogo do mundo e cercados de ar. Há respiradouros, aberturas como as da flauta, nos quais aparecem os corpos celestes; consequentemente, os eclipses dão-se quando os respiradouros são obstruídos. A Lua é vista ora a aumentar, ora a diminuir, consoante a obstrução ou abertura dos canais. O círculo do Sol é 27 vezes maior do que
[a Terra, o da] Lua [18 vezes]; o Sol é o mais alto, e os círculos das estrelas fixas são os mais baixos. (Hipólito, Ref., I, 6, 4-5 in: REZENDE, 2005) D) [segundo Anaxímenes] A Terra, sendo plana, é transportada pelo ar, e semelhantemente o Sol, a Lua e os outros corpos celestes, todos eles ígneos, vão sobre o ar graças à sua configuração plana. (Hipólito, Ref., I, 7, 4 in: REZENDE, 2005) E) Anaxímenes diz que os astros estão implantados, como pregos, no cristalino. (Écio II, 14, 3-4 in: REZENDE, 2005) 34. Relacione as colunas. I - Heráclito II - Parmênides ( ) somente a mudança é real e a permanência é ilusória; ( ) somente a identidade e a permanência são reais e a mudança é ilusória; ( ) o devir, o fluxo dos contrários, é a aparência sensível, mera opinião que formamos porque confundimos a realidade com as nossas sensações, percepções e lembranças; ( ) a luta é a harmonia dos contrários, responsável pela ordem racional do universo; ( ) o mundo em que se vive não tem sentido, não pode ser conhecido, é uma aparência impensável e nos faz viver na ilusão. A sequência correta de cima para baixo encontra-se na alternativa: A) II, I, I, II e I; B) II, II, I, I e II; C) I, I, II, II e I; D) I, II, II, I e II; E) I, II, II, II e I; 35. Em Sócrates (470-399 a.C.) encontramos a Ironia e a Maiêutica, bem como um elevado grau de antropologia. Sobre esses temas apenas não é possível afirmar ser verdadeiro no pensamento do referido filósofo. A) A formação humana é uma espécie de "operação de trazer para fora" e diálogo, este que se realiza por parte de um mestre, o qual desperta, levanta dúvidas, solicita pesquisa, dirige e problematiza; B) Sócrates fixa em seu pensamento dois tipos de Paidéia entre os quais um mais político ligado aos papéis sociais dos indivíduos, distintos quanto às qualidades intrínsecas da sua natureza que os destinam a uma ou outra classe social e política; C) O diálogo abre para a dialética, ou seja, para a unificação através da oposição, construindo uma unidade que tende a tornar-se cada vez mais rica; D) A Paidéia de Sócrates é problemática e aberta; mas fixa o itinerário e a estrutura do processo com as escolhas que o sujeito deve realizar; consigna o modelo de formação dinâmico e dramático, mas ao mesmo tempo individual e universal; E) Sócrates reconhece o caráter pessoal da formação, seu processo carreado de tensões, sua tendência ao autodomínio e autodireção e o fato de ser uma tarefa contínua; 36. Leia as afirmações abaixo sobre o tema A Ética Aristotélica. I. Aristóteles sustentou que haveria três formas de felicidade. A primeira seria uma vida de prazer e divertimentos; a segunda
estaria em uma vida como cidadão livre e responsável e, a terceira, em uma vida como pensador e filósofo. Enfatizou ainda que estes seriam três critérios distintos, sendo a felicidade resultado da adoção de exclusiva de um ou outro. II. No que se refere às relações humanas, Aristóteles advogava que não deveríamos ser covardes, mas corajosos, não miseráveis ou extravagantes, mas liberais. III. Aristóteles defendia que o homem somente será feliz usando todas as suas habilidades e capacidades. A alternativa que contempla a única informação adequada sobre o tema é: A) I, II e III são verdadeiras; B) Somente I é verdadeira; C) Somente I e II são verdadeiras; D) Somente I e III são verdadeiras; E) Somente II e III são verdadeiras; 37. O texto aristotélico da Política teve uma grande influência no desenvolvimento da ciência política em nossa tradição e faz parte de um conjunto de estudos que inclui o exame de um grande número de constituições das cidadesestados gregas da época, das quais só chegou até nós A Constituição de Atenas. A passagem selecionada a seguir contém parte da definição aristotélica do homem como "animal político" (zoon politikón). Propositalmente, algumas expressões e/ou palavras foram retiradas do texto - substituídas por pontilhados - e reunidas integralmente em uma única alternativa. Após a leitura do texto marque aquela opção que melhor preenche as lacunas respectivamente. "Aquele que é naturalmente um marginal ama a guerra e pode ser comparado a uma peça fora do jogo. Daí a evidência de que o homem é um animal político mais ainda que as abelhas ou que qualquer outro animal gregário. Como dizemos frequentemente, a natureza não faz nada em vão; ora, o homem é o único entre os animais a ter ___________. (...) Trata-se de uma característica do homem ser ele o único que tem o senso do bom e do mau, ___________, bem como de outras noções deste tipo. É a associação dos que têm em comum essas noções que constitui __________ e o Estado". A) Linguagem - do justo e do injusto - a família; B) Família - do bom e do ruim - a comunidade; C) Sociedade - do útil e do inútil - a sociedade; D) Simbologia - do certo e do errado - a nação; E) Cultura - da virtude e do malefício - o território; 38. Aurelius Augustinus ou Santo Agostinho como é tradicionalmente identificado deixou um legado no qual se situam obras como Contra os Acadêmicos (escrita em 386), Solilóquios (387), Do Livre-Arbítrio (388-395), De Magistro (389), Confissões (400), Espírito e Letra (412), A Cidade de Deus (413-426) e as Retratações (413-426). Quase todas assumiram caráter polêmico, em decorrência dos diversos conflitos que o bispo de Hipona teve de enfrentar. À síntese que realizou, ele mesmo deu a denominação de "filosofia cristã". Nesse contexto o filósofo estabelece a relação entre Fé e Razão, tema sobre o qual, nas alternativas abaixo, apenas não é possível afirmar: A) O núcleo em torno do qual gravitavam as ideias agostinianas é o conceito de beatitude, entretanto, esta não foi fruto de procedimento intelectual, e sim de ato de intuição e de fé;
B) O problema da felicidade constitui, para Agostinho, a motivação do pensar filosófico; C) A filosofia é, para Agostinho, a essência da relação entre Fé e Razão, destinada a um fim que encontra suas razões existenciais nela mesma; D) A Razão relaciona-se, em Agostinho, duplamente com a Fé: precede-a e é sua consequência; E) Na filosofia agostiniana é necessário compreender para crer e crer para compreender; 39. "Arístocles, de cognome Platão (428-7 a 348-7 a.C), ateniense, foi discípulo de Sócrates. Vivendo nos bastidores da política desde criança, pois sua família descendia de pessoas importantes politicamente, percebe muito bem as manobras políticas de seu tempo. Muito aprende com Sócrates contra os sofistas, a desmascará-los como os que utilizavam da palavra independentemente da verdade, que Sócrates tanto prezava. Com a condenação do mestre, por acusações indébitas e tramoia política, Platão fica desiludido com a justiça. Mas, a influência socrática continuaria nele; a exemplo disso, tem-se a sua preocupação em precisar os conceitos em nome do conhecimento e questão da ética. O objetivo platônico, passa, então, à associação entre verdade e filosofia, voltando aos ideais políticos de conceber algo justo". PLATAO. A República. Trad. Pietro Nassetti. São Paulo: Martin Claret, 2003, complemento de leitura. (Col. A obra-prima de cada autor). De suas experiências e viagens, Platão elaborará a concepção do "sábio governante", que expressa na sua obra A República. Na referida obra, mais especificamente no livro VII, o seu "Mito da Caverna" expõe o seu dualismo a nível do seu idealismo no campo do conhecimento. Entre as citações abaixo marque "V" para verdadeiro e "F" falso nas afirmações retiradas do "Mito da Caverna" e, por vezes, modificadas a fim de testar vossos conhecimentos sobre o tema - Platão: das aparências ao mundo das ideias perfeitas. As declarações a serem marcadas como verdadeiras são aquelas que contemplam integralmente o pensamento do filósofo Platão e as declarações a serem marcadas como falsas podem ter sido alteradas em seu sentido original. Logo após estabelecer uma sequência de cima para baixo, aponte a alternativa que corresponda inteiramente a esse encadeamento. ( ) "... se um homem nessas condições descesse de novo para o seu antigo posto, não teria os olhos cheios de trevas, ao regressar subitamente da luz do Sol?"; ( ) "... pessoas nessas condições não pensavam que a realidade fosse senão a sombra dos objetos"; ( ) "... olharia mais facilmente para as sombras, depois disso, para as imagens dos homens e dos outros objetos, refletidas na água, e, por último, para os próprios objetos"; ( ) "Mas quem fosse inteligente (...) lembrar-se-ia de que as perturbações visuais são duplas, e por dupla causa, da passagem da luz à sombra, e da sombra à luz"; ( ) "... a educação não é o que alguns apregoam que ela é. Dizem eles que arranjam a introduzir ciência numa alma em que ela não existe, como se introduzissem a vista em olhos cegos"; ( ) "... à lei não importa que uma classe qualquer da cidade passe excepcionalmente bem, mas procura que isso aconteça à totalidade dos cidadãos, harmonizando-os pela persuasão ou
pela coação, e fazendo com que partilhem uns com os outros do auxílio que cada um deles possa prestar à comunidade". A) F,V,F,F,V e F B) F,V,V,V,F e V C) V,V,F,V,F e F D) V,V,V,V,V e V E) V,F,V,F,V e V 40. Segundo Gabriel Chalita (2005), o Silogismo é para Aristóteles a forma mais adequada de estrutura lógica de pensamento. Esse conceito tem um significado bastante específico na doutrina aristotélica: é o encadeamento de duas premissas (uma geral e outra particular) que levam a uma conclusão particular. No Silogismo tem de haver um relacionamento específico entre as premissas; o que, de forma abstrata, pode ser descrito da seguinte forma: Premissa 1: Todo A é B. Premissa 2: C é um exemplar de A. Conclusão: C é B. Ou então, de maneira concreta, exceto na conclusão da alternativa: A) Os mamíferos (A) respiram (B). O elefante (C) é um mamífero (A). Logo, o elefante (C) respira (B). Esse é um exemplo de silogismo válido, pois quando ambas as premissas são verdadeiras, a conclusão será necessariamente verdadeira. B) Todo animal é perigoso. O gato é um animal. Logo, o gato é perigoso. Embora esse silogismo esteja corretamente estruturado, sua primeira premissa é falsa, o que faz com que a conclusão seja inconsistente. C) O cobre é condutor de eletricidade, e a prata, e o ouro, e o ferro, e o zinco... Logo, todo metal é condutor de eletricidade. Nesse silogismo encontra-se uma proposta analógica, onde sempre é possível oferecer conclusões verdadeiras a partir da semelhança entre casos particulares. D) Todos os mamíferos (A) têm sangue quente (B). O corvo (C) é uma ave (D). Logo, o corvo (C) tem sangue quente (B). Nesse caso, não há nenhuma ligação entre as premissas. Embora a conclusão seja verdadeira, o silogismo é inválido. E) Os livros (A) são feitos de papel (B). O boletim escolar (C) é feito de papel (B). Logo, o boletim escolar (C) é um livro (A). Aqui se obtém uma conclusão falsa a partir de duas premissas verdadeiras. A ligação correta entre as premissas se dá quando a premissa particular apresenta um caso específico do conjunto descrito na premissa geral. 41. Para Kant, no século XVIII, crítica tem a ver com: A) ethos filosóficos, resultante de um jogo natural de uma certa classe de seres. B) definição das estruturas universais do conhecimento legítimo. C) reconhecimento dos limites de nossos conhecimentos. D) qualidades universais pertencentes ao ser como tal. E) misticismo panteísta, transcendente e superior .
42. David Hume apresenta as duas seguintes classes de percepções mentais: a) as fortes e dominadas pelos pensamentos ou ideias e as mais fracas dominadas pelos sentidos, pelas impressões. b) as ilimitadas devido à nossa liberdade e as limitadas pela negação da atividade do livre pensar. c) as racionalizadoras das ações e as conduzidas pelo devaneio. d) as vividas e experienciadas e as ilusórias. e) as sensoriais e as extrassensoriais. 43. Para os filósofos da escola de Frankfurt, a crítica tem a função de: A) desencadear um processo de acomodação diante das certezas e dos conflitos cognitivos de si mesmo. B) reconhecer os fatos ou fenômenos puramente, sem a interpretação. C) naturalizar o mundo, torná-lo menos complexo, mais óbvio. D) consolidar a fé nas aparências, nas rotinas e nos dogmas. E) levar os homens a uma ação reflexiva. 44. As características da verdade, presentes na obra de Hegel são: A) atemporal, imutável e eterna, apesar do devir. B) antiga, iluminista e identificadora das reflexões certas e erradas. C) objetiva e filosófica, fruto da reflexão sobre os modos de pensar. D) substancial e primordial ao mesmo nível dos pré-socráticos e dos eleatas. E) subjetiva e contestadora da possibilidade de haver algo acima da razão humana. 45. A neutralidade das ciências é um tema retomado e seriamente discutido na Escola de Frankfurt. Nasce, então, a teoria crítica, exposta no ensaio "Teoria Tradicional e Teoria Crítica". A alternativa que identifica o pesquisador frankfurtiano autor dessa obra é. A) Jürgen Habermas. B) Herbert Marcuse. C) Walter Benjamin. D) Max Horkheimer. E) Felix Weil. 46. Em "A Ideologia Alemã", Marx e Engels afirmam que a classe dominante luta sempre para não perder seu status em relação à classe dominada. Para esta sociedade dividida em classes permanecer como tal, a melhor forma de manutenção do poder é investir em: A) convencimento. B) esclarecimento. C) solidariedade. D) igualdade. E) coragem. 47. Dentre as alternativas abaixo, aquela que indica o objeto de estudo da lógica é. A) razão. B) matéria. C) intuição. D) juízos de valor.
E) leis formais do pensamento. 48. No período da Idade Média em que a Escolástica se desenvolveu de maneira mais fecunda, identifica-se a filosofia aristotélicotomista que utiliza tanto as luzes da razão divina quanto as luzes da razão natural: Esta visão filosófica está evidenciada, na seguinte alternativa. A) A filosofia cristã escolástica defende as verdades teológicas que predominam sobre a verdade intelectiva, diferentemente da Alta Idade Média. B) As mudanças fundamentais na cultura iniciam-se na Baixa Idade Média mas sem o desenvolvimento do gosto pelo racional. C) A suma Teológica de Tomás de Aquino representa a mais alta expressão da possível conciliação entre a fé e a razão. D) O lema que norteia a base doutrinária do dogma cristão ao longo do pensamento tomista. E) O conteúdo das verdades da revelação divina é contrário às verdades oriundas da razão. 49. Aristóteles centrou sua atenção numa questão essencial do filosofar - o ser -, partindo do real enquanto substância, para compreendê-lo e daí, formular entendimento sobre o conhecer e o agir. Seu projeto filosófico está revelado em: A) A essência do ser humano, ou de qualquer outro objeto do conhecimento, não é desvendada no próprio ser humano ou no objeto que esteja sendo investigado. B) O ser real é constituído de dois coprincípios que são indissociáveis, sendo que um expressa a potência para ser e o outro, a atualização do ser. C) O mundo externo do sujeito é compreendido a partir do mundo racional, baseado em dois princípios: o ser em potência e o ser em ato. D) As mutabilidades visíveis no cotidiano das coisas e da vida são perfeitamente conciliadas com a ideia de ser. E) O ser verdadeiro é abstrato e não representa a realidade concreta do ser dual. 50. John Locke afirma que o homem entra em sociedade com a finalidade de: a) julgar, legislar e executar ações com os mesmos objetivos. b) eliminar as disparidades nas relações humanas. c) estruturar as relações econômicas. d) criar o Poder Legislativo. e) preservar a propriedade. 51. Em epistemologia, consideramos o rociocínio indutivo partindo de: A) raciocínios dogmáticos das ciências experimentais. B) de casos particulares para alcançar uma verdade geral. C) argumento capaz de persuadir pelo efeito psicológico que causa. D) lei universal, considerada válida para um determinado conjunto. E) certeza da pesquisa e não dependendo da verificação de casos particulares. 52 . O homem nada mais é do que seu projeto; esta afirmativa está presente na obra de: A) Sigmund Freud. B) Michel Foucault.
C) Jean-Paul Sartre. D) Martin Heidegger. E) Jean-Jacques Rousseau. 53. A arte como mímesis da physis corresponde ao pensamento característico do período: A) Antigo. B) Moderno. C) Medieval. D) Pós-Moderno. E) Contemporâneo. 54. Segundo Hegel, a "certeza sensível" é caracterizada como: A) uma proposição lógica. B) a evidência do Absoluto. C) uma tomada verdadeira da realidade. D) o conhecimento mais rico e o mais pobre. E) a desconstrução do conhecimento científico. 55. "Assim toda a filosofia é como uma árvore, cujas raízes são a metafísica, o tronco é a física, e os ramos que saem deste tronco são todas as outras ciências, que se reduzem às três principais, a saber: a medicina, a mecânica e a moral". Essa afirmativa é parte fundamental da obra de: A) Aristóteles. B) Pierre Levy. C) René Descartes. D) Tomás de Aquino. E) Nicolla Machiavelli. 56. Para Antonio Gramsci, os dois seguintes filósofos foram os representantes de um pensamento que implicava "uma clara superação" da ideologia : A) Hegel e Karl Marx. B) Karl Marx e Friedrich Engels. C) Immanuel Kant e David Hume. D) John Stuart Mill e Karl Popper. E) Jacques Derida e Giles Deleuze. 57. A sociedade contemporânea possibilitou a ampliação do consumo de obras de arte. Este movimento é denominado: A) Consumismo Artístico. B) Massificação Estética. C) Cultura de Massa. D) Indústria Cultural. E) Arte Popular. 58. Para organizar a "transvaloração dos valores", Nietzsche faz a seguinte proposta: A) superação da moral comum. B) busca pela perfeição divina. C) agir moral a partir de condicionantes religiosos. D) afirmação da moral social e negação da moral individual. E) organização dos atos morais a partir de imperativos categóricos. 59. A sugestão pragmática é que devemos substituir uma fundação meramente ética por nosso senso de comunidade. Esta sugestão é feita pelo seguinte filósofo: A) Merleau-Ponty. B) Richard Rorty.
C) Heidegger. D) Davidson. E) Derrida. 60. O eudemonismo de Aristóteles tem como objetivo fundamental: A) o dever. B) a justiça. C) a verdade. D) a felicidade. E) o conhecimento. 21. A ciência é um conhecimento racional dedutivo e demonstrativo como a matemática, portanto, capaz de provar a verdade necessária e universal de seus enunciados e resultados, sem deixar nenhuma dúvida. (Chaui, M. Convite à Filosofia, p. 221) O trecho acima resume qual concepção de ciência? a) Empirista. b) Construtivista. c) Quântica. d) Racionalista. e) Newtoniana. 22. Em uma atividade ou arte, ele [o bem] tem uma aparência, e em outros casos outra. Ele é diferente na medicina, na estratégia, e o mesmo acontece nas artes restantes. (...) Na medicina ele é a saúde, na estratégia é a vitória, na arquitetura é a casa e assim por diante em qualquer outra esfera de atividade, ou seja, o fim visado em cada ação e propósito, pois é por causa dele que os homens fazem tudo o mais. (...) Chamamos aquilo que é mais digno de ser perseguido em si mais final que aquilo que é digno de ser perseguido por causa de outra coisa, e aquilo que nunca é desejável por causa de outra coisa chamamos de mais final que as coisas desejáveis tanto em si quanto por causa de outra coisa, e portanto chamamos de absolutamente final aquilo que é sempre desejável em si, e nunca por causa de algo mais. Parece que a felicidade, mais que qualquer outro bem, é tida como este bem supremo, pois a escolhemos sempre por si mesma, e nunca por causa de algo mais (...). (Aristóteles. Ética a Nicômaco) Aristóteles identifica aqui dois conceitos fundamentais de sua filosofia. Quais são eles? (A) Arte e aparência. (B) Bem e misericórdia. (C) Causa final e bem. (D) Desejo e felicidade. (E) Medicina e estratégia. 23. Ciência que estuda princípios e métodos de inferência, tendo o objetivo principal de determinar em que condições certas coisas se seguem (são consequência), ou não, de outras. (Mortari, C.A. Introdução à lógica, p.2) A definição acima bem se aplica a qual disciplina filosófica? (A) Ética. (B) Metafísica. (C) Dialética. (D) Hermenêutica. (E) Lógica.
24. No século XIX, o filósofo alemão Dilthey propôs uma distinção entre as ciências que buscam conhecer causalmente o objeto externo, e as ciências que buscam compreender o objeto que é o próprio sujeito da ação de conhecer. Essa distinção se refere, respectivamente, às seguintes áreas do conhecimento: (A) física e psicologia. (B) ciências naturais e ciências do espírito. (C) matemática e astrologia. (D) ciência e religião. (E) lógica e esoterismo. 25. O surgimento da filosofia entre os gregos está associado à passagem do pensamento mítico ao pensamento racional. Nesse processo, confrontaram-se dois modos diferentes de explicar o cosmos, a saber: a) astrologia e lógica. b) teologia e racionalismo. c) cosmogonia e cosmologia. d) sofística e dialética. e) astrologia e astronomia. 26. Na Idade Média, a filosofia escolástica era toda determinada pelo cristianismo. Por causa disso, a metafísica grega foi profundamente reformulada, a fim de adequar-se ao dogma cristão da criação divina do universo. Com isso, a escolástica distinguiu três diferentes espécies de metafísica, às quais correspondem três diferentes espécies de ser, a saber: (A) teologia (ser de Deus); psicologia racional (ser da alma humana); cosmologia racional (ser das coisas naturais). (B) deontologia (ser de Deus); ontologia (ser lógico); fisiologia (ser natural). (C) deontologia (ser de Deus); dialética (ser do ente racional) ; alquimia (ser da matéria). (D) teologia (ser de Deus); ontologia (ser da alma racional); psicologia (ser da alma animal). (E) teosofia (ser de Deus); teologia (ser da alma divina); fisiologia (ser da alma animal). 27. No Discurso do Método, René Descartes buscou estabelecer os procedimentos que asseguram a verdade das investigações científicas. Ele propõe quatro regras de conhecimento que seriam acessíveis a todos os homens que fazem uso de sua luz natural, quer dizer, da razão. Tais regras, que também seriam capazes de pôr abaixo todo pensamento dogmático e confuso produzido pela escolástica medieval, são: (A) as quatro regras matemáticas: 1. polinomiais; 2. algébricas; 3. aritméticas; 4. geométricas. (B) os quatro princípios clássicos: 1. o princípio de não contradição; 2. o princípio do terceiro excluído; 3. o princípio do fundamento; 4. o princípio de identidade. (C) as quatro regras do método geométrico euclidiano. (D) as quatro regras do método científico: 1. Jamais aceitar algo como verdadeiro que não seja evidente. 2. Dividir as dificuldades em tantas partes quanto possível e necessário.
3. Começar pelo mais elementar e passar aos poucos ao mais complexo. 4. Fazer enumerações e revisões do conhecimento adquirido. (E) as quatro regras do Órganon aristotélico. 28. Francis Bacon dizia que Saber é poder e Descartes que A ciência deve tornar-nos senhores da natureza. Essas frases dão testemunho paradigmático de que a ciência moderna a) é essencialmente teórico-contemplativa. b) visa ao despotismo político perante a natureza. c) antepõe o voluntarismo à observação objetiva. d) tem um caráter explicitamente antiecológico. e) busca intervir na natureza para controlá-la. 29. Tendo em vista que a ciência moderna nasce junto com o capitalismo, ela também serve à exploração da natureza e à ampliação da capacidade de trabalho humano. Nesse sentido, a ciência moderna está intimamente vinculada (A) ao pessimismo liberal. (B) ao combate ao comunismo. (C) ao desenvolvimento tecnológico. (D) à promoção do ecoturismo. (E) à degradação ambiental. 30. De modo geral, desde meados do século XX, surgem várias teorias sobre o progresso científico; por exemplo, a teoria das "rupturas epistemológicas" de G. Bachelard, a teoria das "revoluções científicas" de Thomas Kuhn e a teoria da "falsificação" de Popper. A despeito de suas diferenças, todas essas teorias terminam por mostrar (A) que as teorias científicas seguem uma evolução relativamente linear. (B) que a ciência progride por saltos, mas sua concepção universal não se altera. (C) que, apesar das grandes descobertas científicas, as leis da natureza são eternas. (D) que a ciência, resistindo ao obscurantismo religioso, conduz inexoravelmente à secularização. (E) que as conquistas e as concepções de ciência são diferentes entre si e descontínuas. 31. A concepção de ciência do senso comum é refém de muitos preconceitos, dentre os quais pode-se mencionar a falsa ideia de que o conhecimento científico é (A) equívoco. (B) neutro. (C) herege. (D) falível. (E) capcioso. 32. Toda verdade científica baseia-se em uma certa construção de seu objeto que antecede a sua determinação positiva. Assim, em certa medida, a experiência deve confirmar as determinações do objeto já pressupostas na sua investigação. Caso não se admita que as preconcepções que norteiam o trabalho científico estão sujeitas a uma análise histórico-crítica, a verdade científica (A) remonta tendencialmente ao estágio da antiguidade, quando o cosmos era explicado teogonicamente. (B) justifica a religião cristã e seus dogmas, por exemplo, o conceito de Deus como verdade absoluta.
(C) ganha caráter absoluto, cumprindo função ideológica de legitimação da ordem social. (D) elimina os preconceitos sociais e raciais oriundos do obscurantismo religioso. (E) revela-se semelhante à verdade professada pelos saberes esotéricos, como a alquimia, a astrologia e a teosofia. 33. Segundo os filósofos da Escola de Frankfurt, a "razão instrumental" é a noção histórica de razão que prepondera no mundo contemporâneo, servindo tanto à justificação das relações de dominação entre as classes sociais quanto ao domínio técnico da natureza. Na medida em que a razão instrumental ignora a investigação crítica do conhecimento e da realidade em seu todo e serve à construção ideológica do conhecimento científico, ela dá ensejo (A) ao surgimento da mitologia cientificista. (B) à instrumentalização da luta de classes. (C) ao processo de alienação do trabalho. (D) ao abandono da prática da ciência pura. (E) à fundamentação cientificista da mais-valia. 34. A vontade é um tipo de causalidade que pertence aos seres vivos enquanto racionais. A liberdade, então, seria a propriedade pela qual essa causalidade pode operar independentemente de determinação por causas externas. Da mesma forma, a necessidade natural é uma propriedade que caracteriza a causalidade de todos os seres não racionais, ou seja, a propriedade de serem eles determinados à atividade pela influência de causas externas. (Kant, I. Fundamentação da metafísica dos costumes) A citação acima estabelece uma distinção crítica fundamental entre (A) causas eficientes e causas finais. (B) razão prática e razão instrumental. (C) liberdade racional e escravidão irracional. (D) liberdade da vontade e necessidade natural. (E) física da natureza e metafísica dos costumes. 35. Nada além da liberdade é necessário à ilustração; na verdade, o que se requer é a mais inofensiva de todas as coisas às quais esse termo pode ser aplicado, ou seja, a liberdade de fazer uso público da própria razão a respeito de tudo. (Kant, I. O que ilustração?) Baseando-se na citação acima, é correto afirmar que, para Kant, a vida social emancipada (isto é, a ilustração) pressupõe (A) uma formação educacional ilustrada como condição de possibilidade da liberdade. (B) o livre uso público da razão entendida como propriedade de todo ser humano. (C) o caráter inofensivo e benevolente do uso público da razão. (D) a necessidade de que cada indivíduo se ilustre para poder opinar a respeito de tudo. (E) a necessidade de abandonar o uso privado da razão em favor do público. 36. Não partimos do que os homens dizem, imaginam, concebem, nem tampouco daquilo que eles são nas palavras, no pensamento, na imaginação e na concepção de outros, para em seguida chegar aos homens de carne e osso; não, partimos dos homens em sua atividade real; é a partir também de seu
processo de vida real que concebemos o desenvolvimento dos reflexos e ecos ideológicos desse processo vital. (Engels. F. & Marx, K. A ideologia alemã) Na citação acima, Engels e Marx contrapõem-se à filosofia alemã de sua época e criticam seu caráter ideológico, defendendo que (A) o conhecimento da realidade social baseia-se necessariamente no cogito. (B) os filósofos alemães desprezam a natureza animal do ser humano. (C) os filósofos pós-hegelianos inverteram a dialética materialista. (D) a filosofia alemã é, em princípio, idealista e religiosa. (E) a vida não é determinada pela consciência, mas sim a consciência pela vida. 37. (...) quanto mais virtuoso um homem é, mais severo e desconfiado é o seu comportamento, de maneira que, em última análise, são precisamente as pessoas que levaram mais longe a santidade as que se censuram da pior pecaminosidade. (Freud, S. O mal-estar na civilização) Freud faz a afirmação acima, argumentando que (A) o santo não elimina seus sentimentos agressivos, apenas os põe sob a inspeção do superego. (B) o virtuoso e o santo, para livrar-se da culpa inconsciente, assumem conscientemente a sua perversão sexual. (C) a autocensura do santo livra-o do mal-estar inconsciente que caracteriza o desenvolvimento civilizatório. (D) a severidade e a desconfiança são, inconscientemente, virtudes essenciais ao ego do homem virtuoso. (E) o homem, enquanto ser humano, peca, mas especialmente os virtuosos e os santos. 38. O mito é uma forma de conhecimento radicalmente distinta do conhecimento filosófico e científico. É INCORRETO afirmar que o mito (A) tem a função de criar uma compensação simbólica e imaginária para dificuldades, tensões e lutas reais da realidade social que são tidas como insolúveis. (B) constitui uma lógica da compensação de conflitos reais que permite a conservação da sociedade, de modo a ocultar a experiência concreta da história. (C) contém sempre uma estrutura singular, de modo que é impossível estabelecer uma estrutura universal da cultura através da comparação de diferentes mitos. (D) opera, segundo Lévi-Strauss, pelo mecanismo da bricolage, isto é, ela é um arranjo e uma construção com pedaços de narrativas já existentes. (E) é um relato sobre a origem do mundo, dos homens, dos saberes e das coisas em geral. 39. O que chamamos, por falta de termo melhor, de cogito da existência do outro, se confunde com meu próprio cogito. É preciso (...) que o cogito me lance para fora dele sobre o outro, como me lançou para fora dele sobre o em-si; e isso não revelando para mim uma estrutura a priori de mim mesmo que apontaria na direção de um outro igualmente a priori, mas descobrindo para mim a presença concreta e indubitável deste ou daquele outro concreto, como já se revelou para mim a minha existência incomparável, contingente, necessária e, não obstante, concreta.
(Sartre, J. P. O ser e o nada) Para Sartre, (A) a experiência do outro é essencialmente concreta. (B) o cogito é sempre uma estrutura a priori. (C) o cogito do outro se revela por similitude abstrata. (D) a experiência do cogito de si ou de outrem é sempre abstrata. (E) o cogito tem o mesmo significado que tem para Descartes. 40. O indagar como atitude filosófica dirigida ao mundo que nos rodeia e às nossas relações com ele pode ser resumido em três perguntas fundamentais, a saber: (A) De onde vim? Onde estou? Para onde vou? (B) Ser ou não ser? Deus existe? Qual é a origem de tudo? (C) O bem existe? O mal existe? O que devo fazer? (D) O que é o homem? O que é tudo? O que é o nada? (E) O que é? Como é? Por que é? 41. Desde a antiguidade, faz-se presente no senso comum a ideia de que a filosofia é inútil. Há um ditado popular que diz "A filosofia é uma ciência com a qual e sem a qual o mundo permanece tal e qual". Mas os filósofos desenvolveram ao longo do tempo muitos pensamentos sobre a utilidade da filosofia. Por exemplo: para Platão, a filosofia é "um saber verdadeiro que deve ser usado em benefício dos seres humanos para que vivam numa sociedade feliz"; para Kant, a filosofia tem "como finalidade a felicidade humana"; e para MerleauPonty, ela serve para "ver e mudar nosso mundo". Seja qual for o modo como se determine a utilidade ou inutilidade da filosofia, diante dessa questão, a primeira atitude propriamente filosófica é (A) definir a felicidade proporcionada pela filosofia. (B) perguntar pelo que significa, nesse contexto, "utilidade". (C) usar a filosofia para transformar e não para pensar o mundo. (D) recolher a opinião dos grandes filósofos sobre o tema. (E) pressupor que a filosofia é um fim em si mesmo. 42. A palavra filosofia pode ser encontrada com sentidos diferentes em frases como: "De acordo com a filosofia do técnico da seleção brasileira, o futebol é uma arte"; "De acordo com a filosofia de Platão, as almas são imortais". Qual das explicações abaixo é mais adequada para mostrar ao aluno a diferença entre um e outro sentido? (A) No primeiro caso, filosofia significa o conjunto de ideias que norteiam o modo estético de pensar a atividade esportiva do futebol, em particular no Brasil. No segundo caso, "filosofia" significa a doutrina pitagórico-platônica da alma como ente que devém em ciclos de metempsicose. (B) No primeiro caso, filosofia significa a teoria que deve preceder a prática esportiva do futebol. No segundo caso, "filosofia" significa a antecipação da dogmática cristã no contexto do pensamento grego. (C) No primeiro caso, filosofia significa a base teórica nacionalista da técnica esportiva do futebol. No segundo caso, "filosofia" significa a dogmática platônica como doutrina da transmigração das almas. (D) No primeiro caso, filosofia significa o conjunto de ideias que determinam o modo como um indivíduo pensa seu trabalho. No segundo caso, "filosofia" significa um conjunto coerente de idéias que tratam das questões mais universais do conhecimento e do agir humano.
(E) No primeiro caso, filosofia não significa nada, pois a palavra está usada em sentido errado e vulgar. No segundo caso, "filosofia" significa a doutrina pitagórico-platônica da alma como ente que devém em ciclos de metempsicose. 43. Não se ensina filosofia; ensina-se a filosofar. (Kant, I. Manual dos cursos de lógica geral) Esta célebre frase de Kant expressa de modo sucinto e claro que a filosofia a) é imanente, ao passo que o filosofar é transcendente. b) aprende-se apenas através da atitude crítica do indivíduo. c) tem utilidade exclusivamente especulativa, mas não pedagógica. d) deixa de ser ensinada quando todos se atrevem a filosofar. e) deve substituir a memorização pela elucubração. 44. Palavras como estas e todas as outras de mesma espécie, pediremos vênia a Homero e outros poetas, para que não se agastem se as apagarmos. Não que não sejam poéticas e doces de escutar para a maioria; mas, quanto mais poéticas, menos devem ser ouvidas por crianças e por homens que devem ser livres, e temer a escravatura mais do que a morte. (Platão, República, 387 b1 ss) Com esta fala de Sócrates, Platão vincula a obra poética a uma finalidade (A) lúdica. (B) literária. (C) religiosa. (D) pedagógica. (E) heroica. 45. Na história da filosofia há dois grandes momentos de teorização da arte. O primeiro se deu na antiguidade e se baseia na noção de poética. O segundo surge no século XVIII e se baseia na noção de estética. A diferença entre poética e estética está em que a poética pensa a arte (A) com base na ética, na política e na metafísica, estabelecendo uma preceptiva para a produção do objeto artístico. A estética, por sua vez, investiga a expressão da sensibilidade e da fantasia do artista, bem como o sentimento produzido pela obra sobre o receptor. (B) como fenômeno meramente artificial e não espiritual, relegando-a ao mais baixo grau de conhecimento. A estética, por sua vez, eleva a arte ao grau de expressão máxima do espírito humano, afirmando sua natureza supra sensível. (C) como expressão do sentimento trágico do mundo, cujo ponto de vista é ao mesmo tempo o do gênio e o do gosto. A estética, por sua vez, se preocupa com a dimensão política da arte, privilegiando o entendimento sociológico da arte no contexto da ideologia burguesa. (D) do ponto de vista do gosto da classe aristocrática, espelhando ideologicamente sua visão de mundo. A estética, por sua vez, compreende o fenômeno artístico do ponto de vista de seu intrínseco comprometimento com a ética e a função social da arte. (E) como técnica literária capaz de manipular o público politicamente ou de purificá-lo dos maus sentimentos humanos. A estética, por sua vez, investiga o fenômeno artístico sob a perspectiva dos efeitos sensíveis da imitação da natureza.
46. Tal ciência é a ......, pois é ela que determina, entre os saberes, quais são os necessários para as cidades e que tipo de saberes cada classe de cidadão deve possuir (...). A ...... se serve das outras ciências práticas e legisla sobre aquilo que é preciso fazer e sobre aquilo do que é preciso abster-se; assim sendo, o fim buscado por ela deve englobar os fins de todas as outras, donde se conclui que o fim da ...... é o bem propriamente humano. (Aristóteles. Ética a Nicômaco) Qual é o nome de ciência que preenche corretamente as lacunas do trecho acima? (A) Metafísica. (B) Ética. (C) Dialética. (D) Poética. (E) Política. 47. Uma das grandes novidades da filosofia política de Maquiavel consiste no modo como ele compreende a oposição fortuna/virtù, isto é, entre os fatores contingentes e exteriores e os fatores autônomos e virtuosos da ação humana. Assinale a alternativa que exprime corretamente o pensamento de Maquiavel sobre a oposição fortuna/virtù no nível da política. (A) A virtù do príncipe consiste num conjunto fixo de qualidades morais que ele oporá à fortuna, lutando contra ela. (B) O príncipe deve agir de maneira maquiavélica, de modo que os fins da fortuna sempre justifiquem os meios da virtù. (C) A virtù do príncipe consiste precisamente na arte de governar de modo a sempre proporcionar a fortuna de seus súditos. (D) A virtù é a capacidade do príncipe de ser flexível às circunstâncias da fortuna, mudando com elas, a fim de dominálas. (E) Os vícios éticos do príncipe, quando revertidos em virtù política, servem para enfrentar a fortuna em sua busca de poder. 48. O primeiro que, tendo cercado um terreno, lembrou-se de dizer: "Isto é meu", e encontrou pessoas bastante simples para crê-lo, foi o verdadeiro fundador da sociedade civil. (Rousseau,J.-J. Discurso sobre a origem e os fundamentos da desigualdade entre os homens) Esta célebre passagem de Rousseau pressupõe que os homens, antes do surgimento da sociedade civil, viviam num estado de natureza, no qual a) prevaleciam apenas os adaptados. b) reproduziam-se as leis do Éden. c) não havia propriedade privada. d) havia regras sociais comunitárias. e) o homem era o lobo do homem. 49. De acordo com o filósofo Wilhelm Dilthey, a interpretação hermenêutica de textos das ciências humanas pressupõe que o leitor não se prenda à mera explicação causal do objeto (tal como em textos de ciências exatas), mas busque principalmente a compreensão do objeto. O conceito de compreensão de Dilthey pressupõe outro, a saber, o de (A) vivência do objeto. (B) inversão do objeto. (C) construção do objeto. (D) pressentimento do objeto.
(E) confabulação do objeto. 50. É INCORRETO afirmar que um dos principais fatos que define a atividade filosófica na época de seu nascimento entre os gregos é (A) a tendência à racionalidade. (B) o orientalismo religioso. (C) a recusa de explicações pré-estabelecidas. (D) a tendência à argumentação. (E) a capacidade de generalização. 51. Tendo em vista as discussões a respeito da ética apresentadas nos diálogos platônicos, por meio da figura de Sócrates, é INCORRETO afirmar: (A) O indivíduo ético é aquele capaz de autocontrole, de "governar" a si mesmo. (B) A possibilidade de agir corretamente e de tomar decisões éticas depende de um conhecimento do Bem. (C) A virtude não pode ser ensinada. (D) O papel do filósofo consiste em despertar a virtude que se encontra adormecida em cada uma das pessoas. (E) A virtude é algo que pode ser ensinado e aperfeiçoado através de exercícios. 52. Parece que a felicidade, mais que qualquer outro bem, é tida como este bem supremo, pois a escolhemos sempre por si mesma, e nunca por causa de algo mais; mas as honrarias, o prazer, a inteligência e todas as outras formas de excelência (...), escolhemo-las por causa da felicidade, pensando que através delas seremos felizes. (Aristóteles. Ética a Nicômaco) Partindo da citação acima, é INCORRETO afirmar: (A) A noção de felicidade é central à ética aristotélica, que por esse motivo é caracterizada como "ética eudaimônica". (B) Aristóteles associa a noção de bem com a noção de felicidade. (C) Para Aristóteles, a felicidade parece ser escolhida por causa dela própria. (D) Para Aristóteles, escolhemos a felicidade tendo em vista apenas as honrarias, o prazer e a inteligência. (E) Para Aristóteles, todas as nossas escolhas devem ter por finalidade última a felicidade. 53. O termo ataraxia designa o ideal da imperturbabilidade ou da serenidade da alma, em decorrência do domínio sobre as paixões ou da extirpação destas. (Abbagnano, N. Dicionário de filosofia) O termo ataraxia está fortemente ligado ao (A) epicurismo e estoicismo. (B) hermetismo e ao congruísmo. (C) jansenismo e ao laxismo. (D) idealismo transcendental. (E) materialismo. 54. A excelência moral é (...) um meio-termo entre duas formas de deficiência moral, uma pressupondo excesso e outra pressupondo falta (...). Sua característica é visar às situações intermediárias nas emoções e nas ações. (Aristóteles. Ética a Nicômaco) A partir do trecho acima, é INCORRETO afirmar:
(A) A doutrina do meio-termo, ou justa medida, é um dos princípios fundamentais da ética aristotélica. (B) A ação correta do ponto de vista ético deve evitar os extremos, caracterizando-se pelo equilíbrio ou justa medida. (C) Um vício (ou deficiência moral) é um sentimento ou conduta excessiva ou deficiente. (D) A moderação (ou temperança) é a característica do indivíduo equilibrado no sentido ético. (E) A sabedoria prática, para Aristóteles, consiste em evitar o meio-termo em todas as nossas ações. 55. Age em conformidade com aquela máxima pela qual possas querer ao mesmo tempo que ela se torne uma lei universal. A célebre formulação acima refere-se (A) à ética espinosana. (B) à "moral do coração" rousseauniana. (C) ao imperativo categórico kantiano. (D) à teoria freudiana da repressão do desejo. (E) à "moral fechada" de Bergson. 56. Tendo como referência o pensamento nietzschiano exposto em "A Genealogia da Moral", é INCORRETO afrimar: (A) A moral racionalista foi erguida com finalidade repressora, e não para garantir o exercício da liberdade. (B) A moral racionalista transformou tudo o que é natural nos seres humanos em vício, falta e culpa, castigando qualquer transgressão. (C) Bem e mal são invenções da moral racionalista. (D) Devemos submeter a vontade ao domínio da razão, que nos indica a virtude e o dever. (E) A moral dos ressentidos, baseada no medo e no ódio à vida, inventa uma outra vida, futura, eterna, aos que sacrificam seus impulsos vitais. 57. Adorno e Horkheimer cunharam a expressão indústria cultural para indicar uma cultura baseada no consumo de produtos culturais fabricados em série. Ao definir indústria cultural como sendo uma reconciliação aparente, baseada numa falsa identidade entre o universal e o particular, os autores estavam apontando para o fato de que (A) o indivíduo e o todo apenas parecem estar reconciliados; na verdade, a indústria cultural é um instrumento poderoso para gerar lucros e controlar socialmente as massas. (B) a alta qualidade dos produtos oferecidos pela indústria cultural é resultado das demandas dos próprios consumidores. (C) a participação de milhões de pessoas nessa indústria impõe métodos que tornam impossível a disseminação de bens culturais padronizados. (D) a indústria cultural favorece a criatividade, a sensibilidade e o pensamento crítico do público. (E) a padronização dos produtos artísticos é um poderoso instrumento de democratização da cultura. 59. Segundo Walter Benjamin, o advento dos meios de reprodução técnica das obras de arte permitiu, pela primeira vez, a produção do objeto artístico em série, tornando impossível distinguir entre original e cópia. Uma das principais consequências desse acontecimento é a (A) perda da reprodutibilidade da obra de arte. (B) destruição da aura da obra de arte. (C) dissociação entre arte e técnica.
(D) impossibilidade da existência do objeto artístico em série. (E) valorização do original, já que as cópias são vistas como imitações grosseiras do mesmo. 60. A noção de ideologia, tal como formulada por Marx, pode ser definida como sendo a lógica social imaginária de ocultamento da realidade histórica. (Chauí, M. Convite à filosofia) Com base na citação acima, é INCORRETO afirmar que a ideologia (A) oculta a origem da sociedade nas relações de produção. (B) dissimula a presença da luta de classes na sociedade. (C) burguesa produz a representação da imagem ilusória do Estado originado do contrato social entre homens livres e iguais. (D) procura incentivar e apoiar a práxis política dos trabalhadores. (E) mascara as desigualdades sociais, apresentando-as como consequência de talentos diferentes, da preguiça ou da disciplina laboriosa. 61. Alguns filósofos alemães ligados à Escola de Frankfurt descreveram a racionalidade ocidental como instrumentalização da razão. Para eles, a razão instrumental ou razão técnicocientífica (A) reflete sobre as contradições, os conflitos sociais e políticos, apresentando-se como força libertadora. (B) defende que a ciência se baseia na ideologia e no mito social, pois representa o senso comum cientificista. (C) concebe o conhecimento de maneira pura, desprezando o controle da natureza e dos seres humanos. (D) propaga as ideias de progresso e neutralidade científica. (E) representa um poderoso instrumento de libertação das minorias por intermédio do conhecimento. 62. Na Arte Poética, Aristóteles desenvolve longamente a questão do papel pedagógico das artes, particularmente da tragédia, que, segundo o filósofo, tem a função de produzir a catarse, isto é, (A) o discurso sensível perfeito. (B) o sentimento do sublime. (C) o livre jogo da imaginação e do entendimento. (D) a serenidade apolínea. (E) a purificação espiritual dos espectadores. 63. Os filósofos e artistas que defendem a chamada arte pela arte afirmam que (A) o valor da obra de arte decorre de seu compromisso crítico diante das circunstâncias presentes. (B) a arte só é arte se for pura, isto é, se não estiver preocupada com as circunstâncias históricas, sociais, econômicas e políticas. (C) o artista deve tomar posição diante de sua sociedade, lutando para transformá-la e melhorá-la. (D) o papel de conscientizar as pessoas sobre as injustiças e opressões do presente faz parte do propósito do artista. (E) o importante na obra de arte é a mensagem que ela transmite, mesmo que sua forma seja repetitiva e sem força inovadora. 64. A arte imita a natureza.
(Aristóteles) A citação acima refere-se ao princípio da (A) Sturm und Drang. (B) mímesis. (C) formatividade. (D) arte como objeto imaginário. (E) arte como analogon da razão. 65. O filósofo inglês John Locke (1632-1704) é considerado como um dos principais teóricos do Liberalismo. A teoria liberal (A) estabelece a ideia de origem divina do poder e da justiça, fundada nas virtudes do bom governante. (B) defende que o Estado deve elaborar as regras e normas das atividades econômicas, segundo suas necessidades. (C) estabelece uma teoria da propriedade privada como direito natural. (D) afirma que o Estado tem o direito de legislar, permitir e proibir tudo quanto pertença à esfera privada, especialmente por meio da censura do pensamento. (E) acredita que o monarca é responsável pela decisão sobre impostos, tributos e taxas, sendo livre para intervir nas relações da sociedade civil. 66. O conjunto das relações de produção (...) constitui a estrutura econômica da sociedade, a base concreta sobre a qual se eleva uma superestrutura jurídica e política e à qual correspondem determinadas formas de consciência social. O modo de reprodução de vida material determina o desenvolvimento da vida social, política e intelectual em geral. Não é a consciência dos homens que determina o seu ser; é o seu ser social que, inversamente, determina sua consciência. (Marx, K. Contribuição à Crítica da Economia Política) Para Marx, (A) a história é um progresso linear e contínuo, independentemente das contradições sociais. (B) as modificações das condições materiais de produção e da divisão social do trabalho não influenciam as mudanças históricas. (C) a consciência humana é uma construção concreta, relacionada ao conjunto das religiões das sociedades ocidentais. (D) a sociedade e a política são condicionadas pela ação de intelectuais combativos, que desenvolvem novas formas de consciência social. (E) a sociedade constitui-se a partir de condições materiais de produção e da divisão social do trabalho. 67. O anarquismo é uma das principais correntes socialistas modernas. Seu principal teórico foi Bakunin, muito influenciado pelas ideias socialistas de Proudhon. Os anarquistas (A) fomentam o Estado liberal, considerando que suas ações têm o alcance necessário a favor dos oprimidos. (B) acreditam que, embora naturalmente bons, os seres humanos encontram dificuldades naturais para viver em grupos sociais diversificados. (C) atribuem a origem da sociedade à propriedade coletiva dos bens, característica perdida devido à exploração do trabalho feminino.
(D) defendem a organização da população em federações nacionais e internacionais para a tomada de decisões globais, com representação parlamentar. (E) propõem o retorno à vida em comunidades autogovernadas, sem nenhuma hierarquia e sem instituir autoridade com poder de mando. 68. É INCORRETO afirmar que a teoria econômico-política denominada neoliberalismo (A) propõe o controle dos gastos públicos através do corte drástico dos encargos sociais. (B) defende um vasto programa de privatização. (C) defende a intervenção do Estado na economia por meio de investimentos para distribuição de renda e promoção do bemestar social. (D) propõe a realização de reformas fiscais capazes de incentivar os investimentos privados. (E) defende a auto-regulação da economia através do próprio mercado, sem a interferência do Estado. 69. A política se serve das outras ciências práticas e legisla sobre o que é preciso fazer e do que é preciso abster-se; assim sendo, o fim buscado por ela deve englobar os fins de todas as outras, donde se conclui que o fim da política é o bem propriamente humano. Mesmo se houver identidade entre o bem do indivíduo e o da cidade, é manifestamente uma tarefa muito mais importante e mais perfeita conhecer e salvaguardar o bem da cidade, pois o bem não é seguramente amável mesmo para um indivíduo, mas é mais belo e mais divino aplicado a uma nação ou à cidade. (Aristóteles. Ética a Nicômaco) Segundo o texto, (A) a ética e a política estão vinculadas, de modo que o bem do indivíduo está subordinado ao Bem Supremo da Pólis. (B) as qualidades das leis e do poder são independentes das qualidades morais dos cidadãos. (C) o bem do indivíduo está acima de tudo na Pólis, pois esta é a finalidade última da política. (D) o Príncipe é aquele que possui virtù política. (E) a cidade justa deve ser governada pelo filósofo. 70. A expressão mais valia, que é um dos conceitos fundamentais da teoria econômica de Marx, designa (A) o controle das taxas de juros, a fim de conter o avanço da inflação. (B) o valor pago ao trabalhador para garantir sua subsistência e a reprodução de sua força de trabalho. (C) a alta dos preços causada pelos índices de inflação na Alemanha na época de Marx. (D) a parte do valor produzido pelo trabalho assalariado da qual o capitalista se apodera. (E) o montante dos vencimentos do trabalhador que é pago pelo Estado, através do salário indireto e dos benefícios sociais. 71. Segundo Chauí em Convite à Filosofia (2000), o teólogo inglês Guilherme de Ockham (1285-1347) fez uma grande contribuição à teoria política medieval ao introduzir como um dos critérios para determinar a legitimidade e a justiça de um poder a ideia (A) do homem como animal político. (B) do direito natural subjetivo.
(C) da dupla investidura. (D) do corpo político do rei. (E) do princípio petríneo. 72. A ordem social, porém, é um direito sagrado que serve de base a todos os outros. Tal direito, no entanto, não se origina da natureza: funda-se, portanto, em convenções. (Rousseau, Do contrato social) De acordo com Rousseau, a ordem social está fundamentada (A) no controle militar da população. (B) na autoridade eclesiástica. (C) num pacto social. (D) no direito do mais forte. (E) na autoridade monárquica, que se impõe por direito divino. 73. Cada um de nós põe em comum sua pessoa e todo o seu poder sob a direção suprema da vontade geral, e recebemos, enquanto corpo, cada membro como parte indivisível do todo. (Rousseau, J.- J. Do contrato social) Para Rousseau, o soberano é (A) a instituição parlamentar. (B) a vontade geral da aristocracia. (C) o poder executivo. (D) o povo, entendido como vontade geral. (E) o rei, por direito divino. 74. Para Aristóteles, a variedade dos regimes políticos depende de dois fatores principais: a índole do povo e a extensão do território. Assim, um povo cuja índole tende espontaneamente para a igualdade e a liberdade, e cuja cidade é de pequena extensão territorial, naturalmente tenderá a instituir uma (A) anarquia. (B) monarquia. (C) plutocracia. (D) democracia. (E) aristocracia. 75. Na concepção aristotélica, ...... é o princípio para escolher entre alternativas possíveis, realizando-se como decisão e ato voluntário. Contrariamente, sob a ......, o agente sofre a ação de uma causa externa, que o obriga a agir de uma determinada maneira. (Chauí, M. Convite à filosofia) Neste trecho, preenchem correta e respectivamente as lacunas, de acordo com o pensamento da autora: (A) liberdade - necessidade (B) determinação - liberdade (C) fatalidade - necessidade (D) contingência - liberdade (E) necessidade - liberdade 76. Estamos condenados a ser livres. (Sartre, J.- P. O existencialismo é um humanismo) Ao fazer essa afirmação aparentemente paradoxal, Sartre pretende dizer que (A) existem forças transcendentes superiores as nossas e que nos governam, quer o queiramos quer não. (B) a liberdade é uma característica essencial dos seres humanos. (C) existem relações causais necessárias que regem a realidade conhecida e controlada pela ciência.
(D) o homem é socialmente determinado a agir de acordo com leis que condicionam suas ações, tornando a liberdade ilusória. (E) o todo da realidade, existente em si e por si, age sobre nós e nos insere em sua rede de causas e efeitos. 77. O dever, longe de ser uma imposição externa feita à nossa vontade e nossa consciência, é a expressão de nossa liberdade, isto é, da presença da lei moral em nós (...). Obedecer ao dever é obedecer a si mesmo como ser racional que dá a si mesmo a lei moral. A concepção de liberdade e dever descrita acima refere-se à filosofia moral de (A) Sade. (B) Foucault. (C) Kant. (D) Nietzsche. (E) Sartre. 78. Os homens nascem e são livres e iguais em direitos. (Declaração Universal dos Direitos do Homem e do Cidadão, 1789) Ao criticar o formalismo jurídico que preside a ideia de direitos do cidadão, Marx pretendia chamar a atenção para o fato de que a (A) regulamentação jurídica formal garante que os direitos civis estejam concretamente instituídos. (B) simples declaração dos direitos já é, por si só, suficiente para instituí-los concretamente. (C) mera declaração do direto à igualdade não faz surgir os iguais, mas abre o campo histórico para a efetivação desse direito pela práxis humana. (D) sociedade é uma comunidade una e indivisa voltada para o bem comum obtido por consenso. (E) declaração dos direitos humanos institui uma democracia formal e concreta. 79. Segundo M. Chauí, a alienação social se exprime numa teoria do conhecimento espontânea, formando o senso comum da sociedade (...). Um exemplo desse senso comum aparece no caso da explicação da pobreza, em que o pobre é pobre por sua própria culpa (preguiça, ignorância) ou por vontade divina, ou por inferioridade natural. A essa elaboração intelectual, cuja função principal é ocultar e dissimular as divisões sociais e políticas, dando-lhes a aparência de diferenças naturais entre os seres humanos, dá-se o nome de (A) ideologia. (B) fenomenologia. (C) ceticismo. (D) antropologia. (E) gnoseologia. QUESTÃO 41 A mitologia grega, cujas principais fontes são a Teogonia, de Hesíodo, e a Ilíada e a Odisséia, de Homero, escritas no século VIII a.C., é constituída por um conjunto de mitos, entidades divinas ou fantásticas e lendas. A Teogonia é a mais completa e importante fonte de mitos sobre a origem e a história dos deuses. As histórias de grandes feitos, heróis e grandes combates constituem as narrativas escritas por Homero, como a Guerra de Troia. As narrativas mitológicas dão, assim,
importante testemunho de muitos elementos da cultura da Grécia Antiga. Internet: - www.brasilescola.com - (com adaptações). Acerca da mitologia grega, assinale a opção correta. A - Divulgava-se a mitologia grega por meio de obras escritas, como a Teogonia, de Hesíodo. B - Nas narrativas, os deuses são descritos com aparência semelhante à dos seres humanos, contudo, diferentemente dos humanos, são desprovidos de sentimentos. C - Nas narrativas mitológicas, não se inclui a ideia de verdade revelada. D - Na mitologia grega, pulveriza-se a explicação do mundo, vinculando-a aos humores dos deuses. QUESTÃO 42 O florescimento da filosofia ocorre a partir das realizações dos chamados filósofos pré-socráticos, como Tales de Mileto, Anaxágoras, Anaxímenes, entre outros. Essa nova maneira de pensar conflitava em muitos aspectos com a maneira de pensar expressa nos mitos ou nas narrativas mitológicas desenvolvidas na Grécia Arcaica por aedos como Hesíodo e Homero. Uma diferença entre a forma de pensamento da filosofia présocrática e a fundamentada nos mitos é A - a preocupação com a explicação dos fenômenos naturais. B - a visão animista com base na qual se explicam os fenômenos naturais. C - a preocupação dos pré-socráticos com questões éticas ou morais. D - a sistematização do conhecimento sobre o mundo mediante a busca de princípios sintéticos. QUESTÃO 43 Adam Smith observou que o trabalho incorporado em uma mercadoria ou o custo de sua produção correspondente aos salários pagos ao trabalhador era inferior ao trabalho comandado, ou seja, à quantidade de trabalho que uma mercadoria, uma vez vendida, poderia comandar ou comprar. Smith considerava que o lucro decorria das relações entre oferta e procura, sendo criado pelo próprio mercado. Para David Ricardo, o salário gravitava sempre em torno dos seus níveis naturais - isto é, de um mínimo de subsistência fisiológica. Caso, em decorrência da escassez de mão de obra, o salário aumentasse além do nível natural, os operários se reproduziriam de tal forma que a oferta excessiva de força de trabalho deprimiria de novo os salários ao nível natural. Para esse autor, o lucro acabava sendo simplesmente um resíduo aquilo que sobrava como renda do empresário depois de pagos os salários de subsistência e as rendas da terra. A partir das idéias de seus predecessores, Karl Marx propôs novas ideias a respeito das relações entre trabalho e salário, especialmente, ao analisar a questão do lucro. Considerando o texto acima, é correto afirmar que Karl Marx A - nega a relação automática e naturalizante entre lucro e capital investido, insistindo no caráter fetichista da mercadoria. B - adota abordagem similar à de David Ricardo, ao assumir noções de trabalho da perspectiva biológica. C - admite, assim como Adam Smith e David Ricardo, que o valor do trabalho é uma grandeza concreta pela qual o operário vende sua força. D - assume que o salário como forma de remuneração do trabalho é injusto quando o empregador busca o lucro.
QUESTÃO 46 Certos pensadores foram capazes de sintetizar grande parte do pensamento de um período em uma única frase. A época de Galileu Galilei foi marcada por inúmeras diatribes com a Igreja Católica e pelo surgimento de uma nova maneira de pensar. A frase "o livro da natureza está escrito em linguagem matemática" sintetiza A - o desprezo de Galileu por Deus e por qualquer explicação de caráter metafísico embasada em entidades supranaturais. B - a defesa do heliocentrismo, tese introduzida por Nicolau Copérnico. C - a superação da filosofia platônica com seu apreço excessivo pela construção lógica. D - a inversão entre religião e ciência com relação à prioridade sobre a enunciação da verdade. QUESTÃO 48 A defesa da imortalidade da alma em algumas das obras de Platão decorre A - do fato de a reencarnação ser necessária à sustentação da teoria platônica do conhecimento como recordação. B - do fato de todos nascerem, de acordo com o autor, como tabula rasa. C - da necessidade de se ver o ímpio pagando pelos seus atos, se não na vida atual, em outra. D - da crítica que o autor faz aos filósofos pré-socráticos por aderirem a análises do mundo natural, desconsiderando a dimensão espiritual. QUESTÃO 49 Kant desenvolve sua filosofia moral em torno do chamado imperativo categórico, segundo o qual uma ação deve ser considerada moralmente boa se for possível estendê-la a todas as pessoas sem que, com isso, a ação torne-se inconcebível ou impraticável. Considerando esse princípio, é correto identificar a moral kantiana a uma perspectiva A - formal, em que os elementos contextuais são irrelevantes. B - segundo a qual os resultados de uma ação determinam a moralidade dessa ação. C - formal, em que elementos contextuais devem ser levados em conta. D - segundo a qual as intenções dos agentes determinam a moralidade da ação. QUESTÃO 50 Um argumento lógico A - é considerado válido se sua conclusão for verdadeira. B - admite uma conclusão válida a partir de premissas inválidas. C - é considerado válido se a verdade da conclusão decorrer necessariamente da verdade das premissas. D - admite que se conclua uma falsidade de premissas verdadeiras, desde que o argumento seja válido. 21. Segundo a explicação metafísica, todas as coisas que existem possuem uma natureza específica, pertencendo a uma determinada espécie de seres. As diferenças entre os seres são acidentais e não substanciais, uma vez que a substância é a
estrutura necessária do ser. Com base nessa hipótese, pode-se afirmar que (A) não é possível inferir das coisas qualquer perspectiva universalista. (B) todas as coisas possuem somente uma existência particular. (C) as diferenças entre os seres são unicamente acidentais. (D) não existe uma estrutura necessária do ser. (E) a explicação metafísica serviu de base para as correntes empiristas da filosofia. Utilize o texto para responder às questões de números 22 e 23. "Se fosse adequado incomodá-lo com a história deste Ensaio, deveria dizer-lhe que cinco ou seis amigos reunidos em meu quarto, e discorrendo acerca de assunto bem remoto do presente, ficaram perplexos, devido às dificuldades que surgiram de todos os lados. Após termos por certo tempo nos confundido, sem nos aproximarmos de nenhuma solução acerca das dúvidas que nos tinham deixado perplexos, surgiu em meus pensamentos que seguimos o caminho errado, e, antes de nós nos iniciarmos em pesquisas desta natureza, seria necessário examinar nossas próprias habilidades e averiguar quais objetos são e quais não são adequados para serem tratados por nossos entendimentos." (John Locke. Ensaio acerca do Entendimento Humano. São Paulo: Nova Cultural, 1999) 22. A qual corrente filosófica pertenceu John Locke? (A) Empirismo. (B) Metafísica. (C) Estoicismo. (D) Existencialismo. (E) Teoria crítica. 23. Acerca do texto e das concepções sobre a natureza do conhecimento, segundo Locke, é correto afirmar que (A) essa concepção sobre os limites do conhecimento alicerçou a metafísica moderna. (B) embora de acordo com concepções muito diferentes sobre a natureza do conhecimento, há certa similaridade entre Locke e Kant, somente no que diz respeito à intenção de "averiguar quais objetos são e quais não são adequados para serem tratados por nossos entendimentos". (C) os resultados da pesquisa empreendida por Locke o levaram a contestar as bases da corrente empirista da filosofia. (D) a perplexidade relatada por Locke em nada se relaciona com as pesquisas filosóficas futuramente empreendidas por David Hume. (E) as conclusões relatadas por Locke serviram como fundamento para a formulação da concepção de verdades absolutas na filosofia. 24. Para Marilena Chauí, em vez de perguntar "que horas são?", podemos indagar "o que é o tempo?". Em vez de dizermos "ficou maluca?" ou "está sonhando?", podemos nos perguntar "o que é o sonho", a loucura, a razão?" (Convite à Filosofia. São Paulo, Ática, 1994). Portanto, (A) não é possível diferenciar entre senso comum e atitude filosófica. (B) filosofar implica assumir, no plano do pensamento, os mesmos parâmetros habitualmente empregados na vida cotidiana.
(C) filosofar significa ater-se à aceitação imediata da realidade. (D) a filosofia começa pela reafirmação necessária das crenças e preconceitos do senso comum. (E) a atitude filosófica diferencia-se estruturalmente do senso comum. Leia o texto para responder às questões de números 25 a 27. "Na medida em que nesse processo a indústria cultural inegavelmente especula sobre o estado de consciência e inconsciência de milhões de pessoas às quais ela se dirige, as massas não são, então, o fator primeiro, mas um elemento secundário, um elemento de cálculo; acessório da maquinaria. O consumidor não é rei, como a indústria cultural gostaria de fazer crer, ele não é o sujeito dessa indústria, mas seu objeto. O termo mass media, que se introduziu para designar a indústria cultural, desvia, desde logo, a ênfase para aquilo que é inofensivo. Não se trata nem das massas em primeiro lugar, nem das técnicas de comunicação como tais, mas do espírito que lhes é insuflado, a saber, a voz de seu senhor. A indústria cultural abusa da consideração com relação às massas para reiterar, firmar e reforçar a mentalidade destas, que ela toma como dada a priori e imutável. É excluído tudo pelo que essa atitude poderia ser transformada. As massas não são a medida mas a ideologia da indústria cultural, ainda que esta última não possa existir sem a elas se adaptar." (Theodor W. Adorno. A indústria cultural. In: Cohn, Gabriel (org.).Theodor W. Adorno. São Paulo, Ática, 1996) 25. De acordo com o filósofo alemão Adorno, pode-se afirmar que (A) há notável descontinuidade e heterogeneidade entre tempo de trabalho e tempo livre. (B) não é verdade que os meios de massa sejam estilística e culturalmente conservadores. (C) os meios de comunicação de massa apresentam indiscutível potencial revolucionário. (D) ao adaptar-se aos desejos das massas, a indústria cultural apresenta inegável potencial democrático. (E) a indústria cultural é moldada pela racionalidade instrumental. 26. Adorno pertenceu ao seguinte movimento filosófico: (A) existencialismo. (B) teoria crítica. (C) epicurismo. (D) estruturalismo. (E) empirismo. 27. De acordo com Adorno, (A) o termo mass media é adequado para designar o fenômeno da indústria cultural. (B) a indústria cultural apresenta indiscutível potencial emancipador. (C) a indústria cultural não é ideológica. (D) o consumidor cultural existe em estado de heteronomia. (E) o consumidor cultural existe em estado de autonomia. Leia os textos para responder às questões de números 28 a 30. 1. "Era urgente uma filosofia que justificasse a confiança comum na razão. Só era possível opor ao ceticismo desagregador uma razão metafisicamente fundada, capaz de se
sustentar na busca da verdade, e um método universal e fecundo." (Reali e Antiseri. História da Filosofia. São Paulo: Paulus, 1990) 2. "A razão (...) não é nem exclusivamente razão objetiva (a verdade está nos objetos) nem exclusivamente subjetiva (a verdade está no sujeito), mas ela é a unidade necessária do objetivo e do subjetivo. Ela é o conhecimento da harmonia entre as coisas e as ideias, entre o mundo exterior e a consciência, entre o objeto e o sujeito, entre a verdade objetiva e a verdade subjetiva." (Marilena Chauí. Convite à Filosofia. São Paulo, Ática, 1994) 3. "As ideias, em suma, não são simples pensamentos, mas aquilo que o pensamento pensa quando liberto do sensível; constituem o "verdadeiro ser", o "ser por excelência"." (Reali e Antiseri. História da Filosofia. São Paulo: Paulus, 1990) 4. "Pensamentos sem conteúdo são vazios, intuições sem conceitos são cegas." 28. As 4 afirmações, comparadas entre si, podem ser, respectivamente, atribuídas, com maior propriedade, aos seguintes pensadores: (A) Descartes, Kant, Hegel, Platão. (B) Descartes, Hegel, Platão, Kant. (C) Platão, Kant, Hegel, Descartes. (D) Platão, Hegel, Kant, Descartes. (E) Kant, Hegel, Platão, Descartes. 29. É correto afirmar que (A) no texto 1, o "método universal e fecundo" apresenta-se em oposição à "razão metafisicamente fundada". (B) no texto 2, tem-se a formulação de uma razão dialética. (C) no texto 3, prevalece a formulação de um mundo sensível em detrimento de um mundo inteligível. (D) às formulações do texto 3 corresponde a concepção básica da filosofia empirista. (E) às formulações do texto 4 corresponde a concepção da mente humana como "tábula rasa" ou "folha em branco". 30. Pode-se dizer que (A) o texto 1 expressa uma concepção filosófica que corrobora o ceticismo. (B) no texto 2, a "harmonia entre "coisas e ideias" pressupõe a existência de uma coisa-em-si incognoscível". (C) no texto 3, as ideias pertencem ao mundo sensível. (D) no texto 4, "pensamentos sem conteúdo são vazios", significa que é possível a existência de uma intuição intelectual. (E) no texto 1, o "método universal e fecundo" adaptou-se, em grande medida, à linguagem matemática. 31. E quanto mais as classes exploradas, o "povo", sucumbem aos poderes existentes, tanto mais a arte se distanciará do "povo", ao contrário do que pensam Brecht e Sartre. A arte não pode mudar o mundo, mas pode contribuir para a mudança da consciência e impulsos dos homens e mulheres que poderiam mudar o mundo" (...) A possibilidade de uma aliança entre "o povo" e a arte pressupõe que os homens e as mulheres administrados pelo capitalismo monopolista desaprendam a linguagem, os conceitos e as imagens desta administração, que experimentem a dimensão da mudança qualitativa, que
reivindiquem a sua subjetividade, a sua interioridade (...). Se o potencial radical da arte residir precisamente nesta nãoidentidade com a práxis política, como pode este potencial encontrar representação válida numa obra de arte e como pode ela tornar-se um fator de transformação da realidade? (H. Marcuse, Dimensão Estética. São Paulo: Martins Fontes, s/d.) Das afirmações de Herbert Marcuse, pode-se depreender que (A) Brecht e Sartre divergem radicalmente acerca da necessidade de unidade entre arte e práxis política. (B) a arte apresenta potenciais revolucionários exatamente quando se adapta à linguagem popular. (C) a realização do potencial radical da arte pressupõe o retorno ao monopólio dos objetos artísticos pelas elites aristocráticas. (D) a possibilidade de uma aliança entre o povo e a arte pressupõe um processo educativo que torne esta um fator de transformação da realidade. (E) a possibilidade de uma aliança entre o povo e a arte pressupõe a realização da revolução comunista. Leia o texto para responder às questões de números 32 a 34. A caverna (...) é o mundo sensível onde vivemos. O fogo que projeta as sombras na parede é um reflexo da luz verdadeira (do Bem e das ideias) sobre o mundo sensível. Somos os prisioneiros. As sombras são as coisas sensíveis, que tomamos pelas verdadeiras, e as imagens ou sombras dessas sombras, criadas por artefatos fabricadores de ilusões. Os grilhões são nossos preconceitos, nossa confiança em nossos sentidos, nossas paixões e opiniões. O instrumento que quebra os grilhões e permite a escalada do muro é a dialética. O prisioneiro curioso que escapa é o filósofo. A luz que ele vê é a luz plena do ser, isto é, o Bem, que ilumina o mundo inteligível como o Sol ilumina o mundo sensível. O retorno à caverna para convidar os outros a sair dela é o diálogo filosófico, e as maneiras desajeitadas e insólitas do filósofo são compreensíveis, pois quem contemplou a unidade da verdade já não sabe lidar habilmente com a multiplicidade das opiniões nem mover-se com engenho no interior das aparências e ilusões. Os anos despendidos na criação do instrumento para sair da caverna são o esforço da alma para libertar-se. Conhecer é, pois, um ato de libertação e de iluminação. A paideia filosófica é uma conversão da alma voltando-se do sensível para o inteligível. Essa educação não ensina coisas nem nos dá a visão, mas ensina a ver, orienta o olhar, pois a alma, por sua natureza, possui em si mesma a capacidade para ver. (M. Chauí, Introdução à história da filosofia. São Paulo: Companhia das Letras, 2002) 32. De acordo com o texto, pode-se afirmar que (A) o conhecimento filosófico pressupõe o acesso ao mundo sensível. (B) a dialética é um instrumento de alienação. (C) o texto pode ser interpretado como uma crítica aos sofistas. (D) a unidade da verdade coincide com a multiplicidade de opiniões. (E) conhecer equivale a entregar-se às paixões. 33. De acordo com o texto, pode-se afirmar que
(A) o processo de esclarecimento por meio da filosofia pressupõe a iluminação das coisas sensíveis pelos fabricadores de ilusões. (B) as coisas sensíveis possuem uma verdade encerrada nelas mesmas, sem a necessidade de acesso ao reino inteligível. (C) a metáfora da caverna é anacrônica e inteiramente inapropriada para a compreensão crítica da sociedade contemporânea. (D) o reino inteligível das ideias consiste na multiplicidade das opiniões. (E) a paideia filosófica é um processo de dissolução de preconceitos e de ideias ligadas ao senso comum. 34. O filósofo, autor do texto que originalmente descreve a alegoria da caverna, é (A) Kant. (B) Descartes. (C) Platão. (D) Hegel. (E) Locke. 35. "No meio-tempo, uma última palavra aos que temem a ditadura da razão: é tempo de arquivar de uma vez por todas a máxima obscurantista de que ?cinzenta é toda teoria, e verde apenas a árvore esplêndida da vida?. Ela só pode ser sustentada, paradoxalmente, pelas naturezas não-passionais, insensíveis ao erotismo do pensar. Quem, lendo um poema de Drummond, um livro de Tolstoi ou um tratado de Hegel, acha que está se afastando da vida, não começou ainda a viver. Sem pensamento, a vida não é verde: é cinzenta. A vida do pensamento é uma parte integrante da verdadeira vida. Não é a razão que é castradora, e sim o poder repressivo, que deriva sua solidez da incapacidade de pensar que ele induz em suas vítimas. O fascismo se implantou através da difusão de uma ideologia vitalista reacionária, que proclamava o primado dos instintos vitais sobre a razão, e com isso inutilizou a razão, o único instrumento que permitiria desmascará-lo como a negação absoluta da vida." (Sérgio Paulo Rouanet. Razão e Paixão. In: Os Sentidos da paixão.São Paulo, Cia. Das Letras, 1990). Do texto, pode-se depreender que (A) é analisada a existência de uma dialética da razão, que tanto pode ser "sábia", subordinada à emancipação, quanto pode ser "não-sábia", estando a serviço do poder. (B) a verdadeira vida é identificada com a libertação dos desejos frente a todas as tendências repressivas que limitam seu ímpeto natural. (C) o erotismo do pensamento, ao qual se refere o autor, está diretamente associado à ideologia vitalista reacionária do fascismo. (D) toda forma de pensamento é válida como instrumento de libertação do ser humano. (E) os três autores citados no texto caracterizaram-se pela insensibilidade ao erotismo do pensar. 36. "O modo de pensar substancialista, que identificava profundidades, é substituído pela matemática enquanto modelo da realidade física, coisa impensável para os escolásticos. Aquele mundo composto de qualidades, significados e fins, que a matemática não podia interpretar, é suplantado por um mundo
quantitativo e, portanto, matematizável, no qual não há mais traços de qualidades, de valores, de fins e de profundidade. O mundo qualitativo, de origem aristotélica, cede e desaparece lentamente. (...) "A natureza é opaca, silenciosa, inodora e incolor: é apenas a impetuosa sucessão da matéria, sem fim e sem motivo". (...) O movimento e a quantidade substituem os genera e as species da cosmologia tradicional (...) Na natureza, deixa de haver a visão hierárquica e as finalidades das coisas." (Reali e Antiseri. História da Filosofia. São Paulo: Paulus, 1990, p.137) O processo descrito pelos autores é utilizado para exemplificar com maior grau de propriedade o sistema filosófico do seguinte pensador: (A) Kant. (B) Aristóteles. (C) Berkeley. (D) Hegel. (E) Descartes. 37. "Imaterialismo. Termo criado pelo filósofo x para indicar a doutrina da negação de existência da realidade corpórea e da redução desta a ideias impressas nos espíritos finitos diretamente por Deus (...). Essa doutrina foi denominada e denomina-se mais comumente idealismo. O argumento fundamental adotado pelo filósofo x em favor do Imaterialismo é que as coisas e suas propriedades não são mais que ideias que, para existirem, precisam ser percebidas (esse est percipi), portanto, pensar coisas que não sejam percebidas equivale a defini-las como "não pensadas", mesmo enquanto são pensadas." (Dicionário Abbagnano de Filosofia. São Paulo, Martins Fontes, 2000). O pensador x designado é (A) Kant. (B) Aristóteles. (C) Berkeley. (D) Hegel. (E) Descartes. Leia o texto para às questões de números 38 e 39. "Ideias metafísicas do Livro do Desassossego [?] A única realidade para mim são as minhas sensações. Eu sou uma sensação minha. Portanto nem da minha própria existência estou certo. Posso está-lo apenas daquelas sensações a que eu chamo minhas. A verdade? É uma coisa exterior? Não posso ter a certeza dela, porque não é uma sensação minha, e eu só destas tenho a certeza". (Fernando Pessoa. Livro do Desassossego) 38. De acordo com as concepções expressadas no texto, Bernardo Soares, heterônimo de Fernando Pessoa, pode ser definido, com maior propriedade, como um pensador (A) empirista. (B) metafísico. (C) idealista. (D) estóico. (E) platônico. 39. Assinale a alternativa que apresenta filósofos que correspondem, com maior propriedade, às concepções expressadas no texto.
(A) Berkeley e Hume. (B) Sócrates e Platão. (C) Kant e Hegel. (D) Descartes e Kant. (E) Hume e Hegel.15 SEED0902/09-PEBII-Filosofia-20-tarde 40. "Em um primeiro momento, sinto-me assustado e confuso com a solidão desesperadora em que me encontro dentro de minha filosofia; imagino-me como um monstro estranho e rude que, por incapaz de se misturar e se unir à sociedade, foi expulso de todo relacionamento com os outros homens e largado em total abandono e desconsolo. (...) Expus-me à inimizade de todos os metafísicos, lógicos, matemáticos e mesmo teólogos; como me espantar, então, com os insultos que devo sofrer? Declarei que desaprovo seus sistemas; como me surpreender se expressarem seu ódio a meu próprio sistema e a minha pessoa?" (D. Hume. Tratado da Natureza Humana. São Paulo, EDUNESP, 2001) Sobre o texto, é correto afirmar que (A) o tom melancólico e pessimista do texto decorre do fato de que, em sua filosofia, Hume deparou-se com a evidência incontestável de verdades absolutas na filosofia. (B) Hume fundamentou de maneira inovadora os conceitos fundamentais da metafísica moderna. (C) ao imaginar-se como "monstro estranho e rude", Hume expressa o estado de desalento de um pensamento que contestou de maneira contundente os critérios da filosofia empirista de sua época. (D) o ceticismo de Hume condensa sua crítica radical ao conceito metafísico de substância. (E) os pressupostos empiristas da filosofia de Hume contestaram amplamente a noção de hábito derivada de Berkeley. Considere o texto para responder às questões de números 41 a 45. "Essa imagem, caro Glauco, deves aplicar a tudo o que foi dito anteriormente, assemelhando o lugar que vemos com nossos olhos à morada na prisão, e a luz da fogueira que arde lá ao poder do sol. E, se tomares a subida até o alto e a visão das coisas que lá estão como ascensão da alma até o mundo inteligível, não me frustrarás em minha expectativa, já que queres ouvir-me falar dela. Deus sabe se ela é verdadeira... Em todo o caso, eis o que penso. No mundo cognoscível, vem por último a ideia do bem que se deixa ver com dificuldade, mas, se é vista, impõe-se a conclusão de que para todos é a causa de tudo quanto é reto e belo e que, no mundo visível, é ela quem gera a luz e o senhor da luz e, no mundo inteligível, é ela mesma que, como senhora, propicia verdade e inteligência, devendo tê-la diante dos olhos quem quiser agir com sabedoria na vida privada e pública." (República, Martins Fontes, 2006) 41. O texto pode ser caracterizado como o caminho do (A) cidadão para a liberdade. (B) homem para a morte. (C) cego para a luz. (D) filósofo para a verdade. (E) sofista para a sombra.
42. A separação do mundo em visível e inteligível equivale, respectivamente, à vida (A) pública e à vida privada. (B) do bem e à vida do mal. (C) do corpo e à vida da alma. (D) física e à vida biológica. (E) fácil e à vida difícil.
47. A afirmação "Penso, logo existo" inaugura uma nova abordagem filosófica do (A) ceticismo renascentista. (B) hedonismo contemporâneo. (C) estoicismo moderno. (D) subjetivismo moderno. (E) objetividade cultural.
43. A ideia do bem é o que orienta a ascensão da alma. Este movimento caracteriza a (A) retórica socrática. (B) dialética platônica. (C) dúvida cartesiana. (D) lógica aristotélica. (E) hedonismo epicúreo.
48. Assinale a alternativa correta. (A) Se sonho que estou acordado, meus pensamentos são mais verdadeiros. (B) Se durmo quando estou acordado, meus pensamentos são menos verdadeiros. (C) Se acordo depois de sonhar, meus pensamentos são mais verdadeiros. (D) Se estou acordado ou dormindo, faço de conta que meus pensamentos são falsos. (E) Se estou acordado ou dormindo, faço de conta que meus pensamentos são verdadeiros.
44. A ideia do bem gera a luz e propicia a verdade. Desse modo, (A) só os bons conhecem a luz e a verdade. (B) só quem compreende o bem conhece a luz e a verdade. (C) só sei que nada sei é um bem. (D) a luz e a verdade são bens privados. (E) a luz e a verdade são bens públicos. 45. Assinale a alternativa correta. (A) O visível e o inteligível são modos de agir. (B) O visível e o inteligível são maneiras de sentir. (C) O visível e o inteligível são métodos de memorização. (D) O visível e o inteligível são caminhos para a riqueza. (E) O visível e o inteligível são formas de saber. Considere o texto para responder às questões de números 46 a 50. "Por que os nossos sentidos nos enganam às vezes, quis supor que não havia coisa alguma que fosse tal como eles nos fazem imaginar. E, porque há homens que se equivocam ao raciocinar, mesmo no tocante às mais simples matérias de geometria, e cometem aí paralogismos, rejeitei como falsas, julgando que estava sujeito a falhar como qualquer outro, todas as razões que eu tomara até então por demonstrações. E enfim, considerando todos os mesmos pensamentos que temos quando despertos nos podem também ocorrer quando dormimos, sem que haja nenhum, nesse caso, que seja verdadeiro, resolvi fazer de conta que todas as coisas que até então haviam entrado no meu espírito não eram mais verdadeiras que as ilusões de meus sonhos. Mas, logo em seguida, adverti que, enquanto eu queria pensar que tudo era falso, cumpria necessariamente que eu, que pensava, fosse alguma coisa. E, notando que esta verdade: eu penso, logo existo, era tão firme e tão certa que todas as mais extravagantes suposições dos céticos não seriam capaz de a abalar, julguei que podia aceitá-la, sem escrúpulo, como o primeiro princípio de Filosofia que procurava." (Discurso do Método, abril, 1979) 46. O texto caracteriza o pensamento do seguinte filósofo: (A) Aristóteles. (B) Descartes. (C) Epicuro. (D) Platão. (E) Rousseau.
49. Assinale a alternativa correta. (A) O primeiro princípio da filosofia é a falsidade de meu pensamento. (B) O primeiro princípio da filosofia é o ceticismo metódico. (C) O primeiro princípio da filosofia é fazer de conta que meus pensamentos são falsos. (D) O primeiro princípio da filosofia é que eu sou alguma coisa diferente das outras coisas. (E) O primeiro princípio da filosofia é a veracidade de minha existência. 50. "Penso, logo existo" significa que a) minha alma pensa. b) meu corpo pensa. c) minha alma sente. d) meu corpo sente. e) meu corpo existe. Considere o texto para responder às questões de números 51 a 55. "Cada indivíduo, com efeito, pode, como homem, ter uma vontade particular, contrária ou diversa da vontade geral que tem como cidadão. Seu interesse particular pode ser muito diferente do interesse comum. Sua existência, absoluta e naturalmente independente, pode levá-lo a considerar o que deve à causa comum como uma contribuição gratuita, cuja perda prejudicará menos aos outros, do que será oneroso o cumprimento a si próprio." (...) Ele desfrutará dos direitos do cidadão sem desempenhar os deveres de súdito - injustiça cujo progresso determinaria a ruína do corpo político." (Contrato social) 51. A passagem trata de (A) gratuidade da cidadania. (B) existência do homem. (C) corrupção. (D) independência do cidadão. (E) patriotismo. 52. O indivíduo é ao mesmo tempo homem e cidadão. Então,
(A) a existência do homem é absoluta e a do cidadão é relativa. (B) a existência do indivíduo é natural e a dos outros é relativa. (C) a existência particular é comum e a existência geral é absoluta. (D) a existência do indivíduo é independente e a causa comum é gratuita. (E) a existência do homem é particular e a do cidadão é geral. 53. O homem tem vontade particular e o cidadão tem vontade geral, logo, (A) o homem e o cidadão não se corrompem. (B) o homem não se corrompe. (C) o cidadão corrompe o homem. (D) o homem corrompe o cidadão. (E) o cidadão arruína o Estado. 54. Quando o interesse particular é diferente do interesse comum, a contribuição para a causa comum é (A) um prazer. (B) um ônus. (C) um erro. (D) uma injustiça. (E) uma opção. 55. O que arruína o corpo político é (A) ter uma existência absoluta e naturalmente independente. (B) não desfrutar os direitos do cidadão. (C) não contribuir para a causa comum. (D) ter uma vontade particular diversa da vontade geral. (E) ter um interesse particular diferente do interesse comum. Considere o texto para responder às questões de números 56 a 60. "Olho esta folha branca sobre minha mesa; percebo sua forma, sua cor, sua posição. Essas diferentes qualidades têm características comuns: em primeiro lugar, elas se dão a meu olhar como existências que apenas posso constatar e cujo ser não depende de forma alguma do meu capricho. Elas são para mim, não são eu. Mas também não são outrem, isto é, não dependem de nenhuma espontaneidade, nem da minha, nem da de outra consciência. São, ao mesmo tempo, presentes e inertes. Essa inércia do conteúdo sensível, frequentemente descrita, é a existência em si. De nada serve discutir se esta folha se reduz a um conjunto de representações ou se é ou deve ser mais do que isso. O certo é que o branco que constato não pode ser produzido por minha espontaneidade. Esta forma inerte, que está aquém de todas as espontaneidades conscientes, que devemos observar, conhecer pouco a pouco, é o que chamamos uma coisa. Em hipótese alguma minha consciência seria capaz de ser uma coisa, porque seu modo de ser em si é precisamente um ser para si. Existir, para ela, é ter consciência de sua existência." (A imaginação, Abril, 1984) 56. Este texto de Sartre é (A) estruturalista. (B) marxista. (C) pós-moderno. (D) fenomenológico. (E) iluminista.
57. A existência em si é (A) uma espontaneidade inconsciente do outro. (B) uma inércia sem conteúdo que se apresenta por si. (C) uma coisa aquém da consciência. (D) um conjunto de representações além da consciência. (E) uma coisa para si e outra para mim. 58. Minha consciência é (A) um ser em si reificado (coisificado). (B) um ser para si nadificado. (C) um ser para outro representado. (D) um ser espontâneo caprichado. (E) um ser para isso modificado. 59. Num primeiro momento, olhar para a folha branca é (A) uma constatação. (B) um conhecimento. (C) uma produção. (D) um capricho. (E) uma representação. 60. Uma coisa é (A) um ser para si. (B) um ser para mim. (C) um ser de outrem. (D) um ser sensível. (E) um ser mais do que isso. 61. De acordo com a Proposta Curricular, a preocupação com o homem racional e livre, com as mudanças na política e com a esperança nas ciências empíricas constitui a principal característica da (A) Filosofia Moderna. (B) Filosofia Antiga. (C) Filosofia Contemporânea. (D) Filosofia Medieval. (E) Filosofia Pós-moderna. 62. Leia as afirmações sobre a Filosofia contidas em uma situação de aprendizagem da Proposta Curricular. I. A Filosofia é um conhecimento que ajuda a gente a ser feliz. II. O objetivo de se estudar Filosofia é o conhecimento de seu instrumento, ou seja, a reflexão crítica. III. A Filosofia constitui um conhecimento profundo demais, e que não somos capazes de entender. IV. A Filosofia é uma reflexão crítica a respeito do conhecimento e da ação. Uma visão sobre a Filosofia fundada no senso comum está presente apenas nas afirmações (A) II e III. (B) I e IV. (C) I, II e III. (D) I, II e IV. (E) I e III. 63. O modelo da cidade ideal, segundo Platão, está fundamentado na concepção de uma divisão em três partes ou classes sociais: artesãos, agricultores e comerciantes; guerreiros; magistrados e governantes. Este modelo funda-se na teoria de que cada indivíduo possui três almas ou três princípios que o compõem: a alma concupiscente; a alma irascível; e a
alma racional. Cada classe social possuiria uma função bem definida, na qual cada membro seria escolhido pelas suas capacidades, surgidas em um processo de educação. Desse modo, os magistrados e os governantes seriam escolhidos para esses cargos segundo seus conhecimentos e sabedoria, pois seriam eles os mais preparados para fazer uso da alma racional. A concepção de regime político que fundamenta o modelo de governo platônico é a (A) Democracia. (B) Aristocracia. (C) Monarquia. (D) Tirania. (E) Oligarquia. 64. Observe os quadros I e II. Quadro I: Filósofo 1 John Locke 2 Miguel Bakunin 3 Karl Marx Quadro II: Teoria 1 Socialista 2 Liberal 3 Anarquista Leia os excertos a seguir. I. "Cada um é dirigente e cada um é dirigido por sua vez. Assim, não há nenhuma autoridade fixa e constante, mas uma troca contínua de autoridade e de subordinação mútuas, passageiras e, sobretudo, voluntárias." II. "O principal objetivo, portanto, da união dos homens em sociedade, é a preservação da propriedade." III. "Todos os movimentos históricos têm sido, até hoje, movimentos de minorias ou em proveito de minorias. O movimento proletário é o movimento independente da imensa maioria em proveito da imensa maioria." Assinale a alternativa que apresenta a relação correta entre o filósofo, sua teoria e o excerto reproduzido acima: (A) Filósofo 1, Teoria 3, Excerto III. (B) Filósofo 3, Teoria 3, Excerto II. (C) Filósofo 2, Teoria 3, Excerto I. (D) Filósofo 2, Teoria 3, Excerto II. (E) Filósofo 3, Teoria 3, Excerto I. 66. As diversas culturas existentes mantêm contato entre si, mas nem sempre esse contato é algo que representa ganho para todos, porque muitas culturas se sentem superiores a outras, o que implica diversas maneiras de ver o mundo. A visão de superioridade cultural é denominada pela antropologia de (A) interpretativa. (B) relativista. (C) alteridade. (D) etnocêntrica. (E) estruturalista. 67. Sabe-se que a ciência é uma atividade racional e, por isso, se vale das regras da lógica para fundamentar seus conhecimentos, no entanto a indução não parte das regras lógicas para se legitimar. Ela parte da experiência. Com base no trecho, analise as seguintes afirmações. I. Com base na observação de um grande número de experiências, por meio dos cinco sentidos, cria-se uma lei ou teoria científica.
II. Uma boa teoria deve permitir a falsificabilidade; quanto mais, melhor. III. Com a indução, parte-se do particular para o universal; esse conceito utiliza a generalização para criar leis e teorias científicas. IV. A ousadia, para conseguir progredir em busca de um conhecimento mais aprofundado sobre a realidade deve ser uma das características de uma boa teoria. Segundo a Proposta Curricular, das afirmações, estão relacionadas a uma visão crítica da ciência apenas (A) II e IV. (B) I, III e IV. (C) I, II e IV. (D) III e IV. (E) I, II e III. 68. Assinale a alternativa que completa, correta e respectivamente, as lacunas do texto. Para Thomas Kuhn, por motivos nem sempre racionais, os cientistas mudam de paradigma, após uma __________ da ciência normal, o que, em geral, é fundamentado na __________ , isto é, quando a __________ não consegue responder a alguns problemas. (A) revolução científica ... crise ... pré-ciência (B) crise ... ciência normal ... anomalia (C) anomalia ... crise ... pré-ciência (D) revolução científica ... pré-ciência ... anomalia (E) crise ... anomalia ... ciência normal 69. Leia o excerto. "Ora, parece que a felicidade, acima de qualquer outra coisa, é considerada como esse sumo bem. Ela é buscada sempre por si e nunca no interesse de uma outra coisa." A Ética é uma investigação sobre os princípios que motivam, justificam ou orientam as ações humanas, refletindo sobre os fundamentos dos valores sociais e historicamente construídos. O excerto apresenta o princípio fundamental da ética de (A) Sócrates. (B) Plotino. (C) Aristóteles. (D) Kant. (E) Tomás de Aquino. 70. Uma situação de aprendizagem do ensino médio pretende desenvolver no aluno as competências e habilidades do exercício da reflexão crítica voltada à análise da construção social das subjetividades. Assinale a alternativa que corresponde ao pensador cuja abordagem é adequada ao desenvolvimento dessas competências e habilidades, em conformidade com a Proposta Curricular. (A) Sócrates. (B) Paul Ricoeur. (C) John Locke. (D) Theodor Adorno. (E) Max Stirner. 71. Sartre afirmou que não se pode viver com morais alienantes, fora da história. A ética deve ser entendida como ação no mundo, sob o contingenciamento da história - história e ética se confundem.
Segundo o texto, é correto afirmar que (A) a alienação moral procura fazer com que a ação do passado seja repetida no presente. (B) a história mostra que é impossível agir de modo ético devido à alienação moral. (C) no processo de alienação moral, a história é contingente, mas a ética é necessária. (D) o contingenciamento da história é levado em conta no processo de alienação moral. (E) a alienação moral faz com que a ação no mundo esteja sob as contingências históricas. 72. "Da improvisação padronizada do jazz até os tipos originais do cinema, que têm de deixar a franja cair sobre os olhos para serem reconhecidos como tais, o que domina é a pseudoindividualidade." (T. Adorno; M.Horkheimer, Dialética do esclarecimento. 1985) O fragmento pode proporcionar uma situação de aprendizagem sobre (A) a teoria do indivíduo. (B) condutas massificadas. (C) alienação moral. (D) ética. (E) a sujeição. 73. Para Nietzsche, os gregos perceberam que há duas forças diferentes na arte e na vida. Uma ele chamou de apolíneo e a outra de dionisíaco. São características do dionisíaco: (A) sonho, dança, mutação, luz. (B) embriaguez, aparência, luz, força. (C) beleza, força, luz, ordem. (D) sonho, aparência, luz, ordem. (E) embriaguez, dança, mutação, violência. 74. Para Marx, a consciência do sofrimento dos trabalhadores faria com que eles se associassem para derrubar o capitalismo, resultando assim no comunismo. É característica do comunismo a ideia de (A) propriedade e trabalho. (B) fim da propriedade privada. (C) Estado liberal. (D) liberdade e desobediência. (E) todo o poder ao Estado e à nação. 75. Leia as afirmações. I. Ser livre é, pois, o mesmo que agir voluntariamente. II. Tudo é movido por uma causa que se encontra fora de nós, não podemos evitar agir como agimos. III. Os homens fazem sua própria história, mas não a fazem como querem. Assinale a alternativa correta. (A) A afirmação I representa a concepção dialética da liberdade. (B) A afirmação III representa a concepção determinista da liberdade. (C) A afirmação III representa a concepção dialética da liberdade. (D) A afirmação II representa a concepção do libertarismo sobre a liberdade. (E) A afirmação III representa a concepção do libertarismo sobre a liberdade.
76. Em meio à Revolução Francesa, foi proclamada a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão. Durante os debates sobre essa declaração, Olympe de Gouges elaborou aquela que incluía "Os Direitos da Mulher e da Cidadã". A atitude de Gouges revela que (A) era preciso declarar que as mulheres eram cidadãs e deveriam exercer os seus direitos. (B) a condição da mulher é uma escolha dos homens apoiada pela submissão das mulheres. (C) a única libertação possível das mulheres virá da política. (D) para a libertação das mulheres, elas devem assumir a responsabilidade de mudar a situação. (E) a sociedade define as identidades do homem e da mulher. 77. Assinale a alternativa que indique o(a) filósofo(a) mais adequado(a), segundo a Proposta Curricular, para contribuir em uma situação de aprendizagem que pretenda desenvolver no aluno as competências e habilidades de analisar a importância dos valores éticos na reflexão sobre a humilhação social e a velhice. (A) Theodor Adorno. (B) Immanuel Kant. (C) Simone de Beauvoir. (D) Hannah Arendt. (E) John Rawls. 78. "O preço da dominação não é meramente a alienação dos homens com relação aos objetos dominados; com a coisificação do espírito, as próprias relações dos homens foram enfeitiçadas, inclusive as relações de cada indivíduo consigo mesmo." O tema em questão no texto corresponde a uma preocupação da Filosofia (A) contemporânea. (B) moderna. (C) renascentista. (D) antiga. (E) medieval. 79. Leia o texto. "Estabelecer o que o aluno deve conhecer e que competências desenvolver no curso de Filosofia no Ensino Médio configura uma tarefa a ser enfrentada de maneira diversa daquela que se espera em qualquer outra disciplina, por causa das características que são próprias ao filosofar. O professor de Física, por exemplo, é capaz de definir o campo da ciência com a qual trabalha, conhece sua metodologia e, a partir dessa base aceita pelos cientistas dos quais é contemporâneo, consegue estabelecer um conteúdo programático mínimo e, além disso, escalonar as dificuldades para escolher o que será estudado de início, como pré-requisito para a compreensão de conceitos mais complexos." (Secretaria de Educação Média e Tecnológica. PCN + Ensino Médio - Ciências Humanas e suas tecnologias) A partir da leitura do texto, é correto afirmar que (A) o professor de Física, por conhecer sua metodologia, e ter bem definido o campo da ciência com a qual trabalha, está mais capacitado do que o professor de Filosofia para desenvolver os conhecimentos relacionados à sua disciplina. (B) a maior dificuldade para se estabelecer o que o aluno deve conhecer e quais competências desenvolver no curso de
Filosofia do Ensino Médio é a de que não existe uma Filosofia, como a Física, pois o que existem são Filosofias. (C) a maior dificuldade para se estabelecer o que o aluno deve conhecer no curso de Filosofia do Ensino Médio surge do fato de que os professores de Filosofia desconhecem as competências que devem desenvolver em sua disciplina. (D) o professor de Filosofia não é capaz de estabelecer um conteúdo programático mínino para conseguir desenvolver as competências com seus alunos e determinar o que o mesmo deve conhecer. (E) o professor de Física é o único que consegue fazer com que sua disciplina desenvolva as competências com seus alunos, pois a Física é a única ciência que trabalha com bases aceitas pelos cientistas contemporâneos. 80. Quando falamos a palavra "cultura", ela pode ser entendida como acúmulo de conhecimentos, assim como ação dos homens sobre a natureza por meio do trabalho. Considerando o segundo sentido da palavra cultura, é correto afirmar que a) o homem percebe seu lugar de origem e sua identidade por meio da natureza. b) a natureza é o reino da liberdade, ao passo que a cultura é reino do determinismo. c) ao planejar, escrever, trabalhar, governar, rezar, o homem realiza um processo estabelecido pela natureza. d) a produção da cultura é determinada pela natureza. e) a cultura pode significar o uso da liberdade, enquanto a natureza pode significar o determinismo biológico. 1. A respeito das diferentes concepções de ciência e verdade em Platão e Aristóteles, assinale a alternativa falsa: a. ( ) Aristóteles considerou a lógica como uma disciplina de preparação (propedêutica) para o melhor desenvolvimento das ciências. b. ( X ) O único ponto de continuidade entre o pensamento platônico e o aristotélico acerca do conhecimento era que ambos consideravam os sentidos como a fonte de toda a confusão (que conduzem à doxa - opinião). c. ( ) À diferença de Platão, para quem a dialética era o único método válido, Aristóteles distinguia a dialética da analítica. Para ele, a dialética só comprova as opiniões por sua consistência lógica, ao passo que a analítica trabalha de forma dedutiva, a partir de princípios que se apoiam sobre uma observação precisa. d. ( ) No Órganon, Aristóteles expõe um método positivo para a ciência, que permite considerá-la um saber demonstrável: só se pode chamar de ciência aquilo que é metódico e sistemático, ou seja, lógico e. ( ) No conjunto de obras que formam o Órganon aparecem primeiramente "Categorias", a seguir "Sobre a interpretação", "Analíticos" (Primeiros e Segundos), "Tópicos" e finalmente "Elencos sofísticos". 2. Segundo a teoria dos silogismos, há quatro tipos de proposições categóricas, que diferem em qualidade e em quantidade, são elas: A, E, I e O. Assinale a alternativa falsa: a. ( ) I é subalterna de A. b. ( ) O é subalterna de E. c. ( ) I e O são subcontrárias. d. ( X ) A e E são proposições complementares.
e. ( ) A e O, e I e E são proposições contraditórias. 3. Platão lançou mão tanto da ironia quanto da maiêutica socráticas, transformando-as em um procedimento por ele denominado de dialética, o método mais profícuo de aproximação em direção às ideias universais. Na versão platônica, esse método consiste em: a. ( X ) trabalhar expondo e examinado teses contrárias sobre um mesmo assunto, com o intuito de descobrir qual dentre elas era falsa e deveria portanto ser abandonada em prol da tese verdadeira, que deveria ser mantida. b. ( ) examinar detidamente as raízes socioeconômicas nas quais as ideias tiveram origem, isto é, trata-se de descobrir as leis fundamentais que definem a forma organizativa dos homens em sociedade para, assim, identificar as teses verdadeiras. c. ( ) dialogar longamente utilizando técnicas de persuasão ou convencimento - retóricas - com o objetivo de convencer a audiência da veracidade dos argumentos. d. ( ) estimular o processo de proliferação de ideias férteis através do mecanismo tese (primeira afirmação sobre o ser) antítese (a negação da afirmação precedente) - síntese (a negação da negação, momento no qual tese e antítese aparecem reformuladas). e. ( ) defender que a prática da atividade filosófica não pode prescindir da prática do diálogo e que somente através dele seria possível entender a realidade como essencialmente contraditória e em permanente transformação.? 4. Segundo Platão, quatro formas ou graus de conhecimento poderiam ser identificados e distinguidos. Assinale a alternativa onde as quatro formas aparecem hierarquicamente ordenadas. a. ( ) opinião, intuição intelectual ,crença e raciocínio. b. ( ) intuição, crença, opinião justificada e raciocínio. c. ( X ) crença, opinião, raciocínio e intuição intelectual. d. ( ) crença, crença justificada, raciocínio primitivo e raciocínio fundamentado. e. ( ) crença, opinião justificada, raciocínio e argumento. 5. A primeira classificação geral das ciências foi realizada por Aristóteles, que as dividiu hierarquicamente em três grupos. Assinale a alternativa que ordena corretamente os tipos, obedecendo ao critério da superioridade-inferioridade: a. ( ) teoréticas (ou contemplativas), aplicadas (relativas à aplicação prática) e lógicas (relativas às regras do correto raciocínio). b. ( ) teoréticas puras (ou naturais), teoréticas aplicadas (ou sociais) e páticas (ou da ação humana). c. ( ) lógicas (relativas às regras do correto raciocínio), teoréticas (ou contemplativas) e práticas (ou da ação humana). d. ( X ) teoréticas (ou contemplativas), práticas (ou da ação humana) e produtivas (ou relativas à fabricação e às técnicas). e. ( ) lógicas (relativas às regras do correto raciocínio), teoréticas (ou contemplativas) e instrumentais (relativas à fabricação de instrumentos). 6. Leia o argumento abaixo. - Todos os animais são mortais. - Alguns répteis são animais. - Alguns répteis são mortais.
Assinale a alternativa que indica se o argumento é um silogismo válido ou inválido e, se for este o caso, qual regra violou. a. ( X ) Este é um silogismo que atendeu às regras da validade silogística. b. ( ) O argumento anterior é um silogismo inválido porque o termo "mortais" está distribuído na conclusão, mas não na premissa. c. ( ) Este silogismo é inválido porque tem duas premissas particulares. d. ( ) Este silogismo é inválido, porque o termo médio nunca está distribuído, pois em ambas as premissas é predicado. e. ( ) Este silogismo é inválido porque a conclusão é particular, mas uma das premissas é universal. 8. Existem certas características básicas que diferenciam os argumentos dedutivos dos indutivos. Analise as características abaixo: 1. A conclusão encerra informação que nem implicitamente estava contida nas premissas. 2. Se todas as premissas forem verdadeiras, a conclusão também será, necessariamente. 3. Toda a informação ou conteúdo factual da conclusão já estava, pelo menos implicitamente, contido nas premissas. 4. Se todas as premissas são verdadeiras, a conclusão é provavelmente - porém não necessariamente - verdadeira. Assinale a alternativa que relaciona corretamente as características acima ao respectivo tipo de argumento. a. ( ) 1. dedutivo; 2. dedutivo; 3. indutivo; 4. indutivo. b. ( ) 1. dedutivo; 2. indutivo; 3. indutivo; 4. dedutivo. c. ( ) 1. dedutivo; 2. indutivo; 3. dedutivo; 4. indutivo. d. ( X ) 1. indutivo; 2. dedutivo; 3. dedutivo; 4. indutivo. e. ( ) 1. indutivo; 2. indutivo; 3. dedutivo; 4. dedutivo. 9. Um silogismo é considerado válido apenas se satisfizer todas as regras da validade silogística. Assinale a alternativa que não corresponde a uma regra silogística. a. ( ) Um silogismo deve ter exatamente três termos: um termo maior, um menor e um médio. b. ( ) O termo médio deve aparecer nas duas premissas e jamais na conclusão. c. ( ) A conclusão não pode conter o termo médio, já que a função deste se esgota na ligação entre os termos maior e menor. d. ( ) De duas premissas particulares nada poderá ser concluído, pois o termo médio não terá sido tomado em toda a sua extensão. e. ( X ) O termo médio não pode ser tomado em toda a sua extensão nenhuma vez, caso contrário ele não poderia fazer a ligação entre o maior e o menor. 10. Teste a validade do argumento seguinte, utilizando tabelas de verdade. - O livre-arbítrio é possível ou somos joguetes dos Deuses. - Se o livre-arbítrio for possível, não somos joguetes dos Deuses. - Logo, não somos joguetes dos Deuses. Seja: P = O livre arbítrio é possível e Q = Somos joguetes dos Deuses
Assinale a alternativa correta. a. ( ) A forma dada é inválida porque tanto na circunstância em que P é falsa e Q verdadeira como na circunstância em que tanto P como Q são falsas, a premissa é verdadeira e a conclusão, falsa. b. ( ) A forma dada é válida, tendo em vista que não há circunstância alguma na qual as premissas sejam verdadeiras e a conclusão, falsa. c. ( X ) O argumento dado é inválido porque na circunstância em que P é falsa e Q verdadeira, as premissas são verdadeiras e a conclusão, falsa. d. ( ) O argumento dado é inválido porque na circunstância em que Q é falsa e P é verdadeira, as premissas são verdadeiras e a conclusão, falsa. e. ( ) O argumento dado é inválido porque na circunstância em que Q e P são ambas falsas, as premissas são verdadeiras e a conclusão, falsa. 13. Analise as afirmativas abaixo, com relação aos conceitos de validade, contradição, contingência e satisfatibilidade: 1. Diz-se que uma fórmula A é logicamente válida (ou logicamente verdadeira) se e somente se é verdadeira para todas as interpretações. 2. Uma fórmula A é contraditória (ou logicamente falsa) se e somente se é falsa para qualquer interpretação, ou se e somente se sua negação for logicamente válida. 3. Uma fórmula A é contingente se e somente se ela for verdadeira para algumas interpretações e falsa para outras. 4. Uma fórmula é satisfatível se existe pelo menos uma interpretação, tal que haja uma sequência s de elementos do domínio da interpretação que satisfaça a fórmula dada. 5. Como todas as tautologias são fórmulas válidas, necessariamente teremos que todas as fórmulas válidas precisam ser consideradas tautologias. Assinale a alternativa que indica todas as afirmativas corretas. a. ( ) São corretas apenas as afirmativas 1, 2 e 5. b. ( ) São corretas apenas as afirmativas 1, 3 e 5. c. ( ) São corretas apenas as afirmativas 2, 3 e 4. d. ( ) São corretas apenas as afirmativas 2, 3 e 5. e. ( X ) São corretas as afirmativas 1, 2, 3 e 4. 14. Com relação à lógica dita clássica, é incorreto afirmar: a. ( ) O objeto da lógica é a proposição, que é a expressão dos juízos formulados pela razão humana. b. ( X ) A lógica estuda e define as regras do raciocínio correto, porém não é de sua competência estabelecer os princípios que as proposições devem seguir. c. ( ) Quando se atribui um predicado a um sujeito, temos uma proposição. d. ( ) O raciocínio lógico se expressa através de proposições conectadas, e essa conexão chama-se silogismo. e. ( ) Existem determinados princípios que toda proposição e todo silogismo devem seguir para serem considerados verdadeiros. 15. Assinale a alternativa que indica as 3 leis básicas da lógica hoje dita aristotélica. a. ( X ) lei da identidade (A=A), lei da não-contradição nenhuma afirmação pode ser verdadeira e falsa ao mesmo tempo - e a lei do terceiro excluído, segundo a qual A é A ou não é A.
b. ( ) lei da não-contradição - nenhuma afirmação pode ser verdadeira e falsa ao mesmo tempo -, a lei do terceiro excluído, segundo a qual A é A ou não é A, e lei da razão suficiente: tudo o que existe tem a sua razão de ser. c. ( ) lei da identidade (A=A), lei da razão suficiente: tudo o que existe tem a sua razão de ser, e a lei de bivalência, segundo a qual para toda proposição, ela ou a sua negação precisa ser verdadeira. d. ( ) lei de bivalência, segundo a qual para toda proposição, ela ou a sua negação precisa ser verdadeira, a lei da nãocontradição - nenhuma afirmação pode ser verdadeira e falsa ao mesmo tempo -, e a lei da causalidade, segundo a qual tudo que ocorre tem uma causa. e. ( ) lei da não-contradição - nenhuma afirmação pode ser verdadeira e falsa ao mesmo tempo, a lei da causalidade, segundo a qual tudo que ocorre tem uma causa, e lei do terceiro excluído, segundo a qual A é A ou não é A. 20. É sabido que várias lógicas modernas ditas não clássicas, ou "heterodoxas" violam algumas das três leis da lógica clássica. A esse respeito, analise as afirmativas abaixo. 1. Tanto as lógicas paraconsistentes quanto as intuicionistas violam o princípio da razão suficiente. 2. As lógicas paraconsistentes violam a lei da não-contradição. 3. As lógicas intuicionistas violam a lei do terceiro excluído e o princípio da identidade. 4. Lógicas não reflexivas são aquelas lógicas heterodoxas para as quais não vale a lei da identidade. Este é o caso, por exemplo, da lógica quântica. Assinale a alternativa que indica todas as afirmativas corretas. a. ( ) São corretas apenas as afirmativas 1 e 2. b. ( ) São corretas apenas as afirmativas 1 e 3. c. ( ) São corretas apenas as afirmativas 1 e 4. d. ( X ) São corretas apenas as afirmativas 2 e 4. e. ( ) São corretas apenas as afirmativas 3 e 4. 21. Com relação à lógica paraconsistente em comparação com a lógica clássica, podemos afirmar: 1. Toda teoria dedutiva (T) baseada na lógica clássica é inconsistente se, e somente se, é trivial. 2. Uma lógica é dita paraconsistente, se pode ser usada como a lógica subjacente para teorias inconsistentes e triviais, que são chamadas teorias paraconsistentes. 3. Historicamente, o pensamento paraconsistente começa no ocidente com Heráclito de Éfeso. Desde então diversos filósofos (dentre os quais podemos citar Hegel e Marx) têm argumentado que as contradições são fundamentais para a compreensão da realidade. 4. Alguns dos campos mais férteis de aplicações da lógica paraconsistente são o da ciência da computação, da engenharia, da medicina, por exemplo. Assinale a alternativa que indica todas as afirmativas corretas. a. ( ) São corretas apenas as afirmativas 1 e 4. b. ( ) São corretas apenas as afirmativas 1, 2 e 3. c. ( ) São corretas apenas as afirmativas 1, 2 e 4. d. ( X ) São corretas apenas as afirmativas 1, 3 e 4. e. ( ) São corretas as afirmativas 1, 2, 3 e 4. 22. Se há um ponto de consenso entre os filósofos e historiadores da lógica, este é a posição eminente que goza Gottlob Frege (1848-1925). Frege é tido como um dos maiores
lógicos da modernidade e, indubitavelmente, aquele que mais colaborou para o avanço no campo da lógica matemática. Sobre suas contribuições, é incorreto afirmar: a. ( ) Em seu pequeno livro Begriffsschrift aparece pela primeira vez o desenvolvimento axiomático inteiramente formalizado do cálculo sentencial, consistente e completo. b. ( ) Uma das várias contribuições importantes de Frege abrange também a quantificação de predicados ou de variáveis de classe. c. ( ) Sua descoberta notável consistiu em mostrar que a aritmética, e com ela boa parte da matemática, podiam ser sistematizadas a partir da lógica. d. ( ) Frege, ao introduzir quantificadores, axiomas e regras em seu sistema formal, acaba por obter um sistema de cálculo de predicados de primeira ordem, que é completo. e. ( X ) O trabalho de Frege foi muito bem recebido pelos matemáticos da época, que costumavam cometer muitos erros em suas demonstrações e por isso encontraram na sistematização do raciocino matemático um grande auxílio. 23. Em sua obra Crítica da Razão Pura, o filósofo alemão Immanuel Kant (1724-1804) compara a revolução copernicana com a mudança operada por ele próprio na relação entre sujeito e objeto no processo cognitivo. Analise as afirmativas abaixo sobre essa "revolução", que Kant teria causado na filosofia. 1. Tanto racionalistas quanto empiristas concentravam-se em questões referentes aos objetos do conhecimento. Kant inverte os termos e coloca a própria razão humana no centro, como ponto de partida do questionamento. 2. Em resposta à controvérsia entre racionalistas e empiristas, que tomavam como centro de suas argumentações a própria razão humana, Kant revoluciona a filosofia tomando como ponto de partida a realidade exterior. 3. O que Kant defendia é que o sujeito possui as condições de possibilidade de conhecer qualquer coisa, ou seja, possui as "regras" através das quais os objetos podem ser reconhecidos. 4. O que o homem pode conhecer é profundamente marcado pela maneira - humana - pela qual conhecemos. 5. As leis do conhecimento, para Kant, estariam nos objetos do mundo, e não no próprio homem. Assinale a alternativa que indica todas as afirmativas corretas. a. ( ) São corretas apenas as afirmativas 1 e 2. b. ( ) São corretas apenas as afirmativas 2 e 5. c. ( ) São corretas apenas as afirmativas 1, 2 e 3. d. ( X ) São corretas apenas as afirmativas 1, 3 e 4. e. ( ) São corretas apenas as afirmativas 2, 4 e 5.? 24. Durante o século XVIII, quando viveu Kant, o debate em teoria do conhecimento estava dividido entre o empirismo e o racionalismo. Analise as afirmativas abaixo, a respeito da crítica e da posição kantianas nessa disputa. 1. Para Kant, a ciência é constituída por juízos sintéticos a priori, isto é, por juízos universais nos quais o predicado exprime algo de novo, já contido no sujeito. 2. Racionalistas erraram, segundo a crítica kantiana, pois acreditavam que o conhecimento científico consistiria em juízos sintéticos a posteriori. 3. As concepções empiristas acerca da ciência estariam equivocadas ao identificá-la com os juízos analíticos a priori.
4. Para Kant, o conhecimento não é fruto nem do sujeito, nem do objeto, mas sim da síntese da ação combinada entre ambos. Assinale a alternativa que indica todas as afirmativas corretas. a. ( ) São corretas apenas as afirmativas 1 e 2. b. ( X ) São corretas apenas as afirmativas 1 e 4. c. ( ) São corretas apenas as afirmativas 2 e 4. d. ( ) São corretas apenas as afirmativas 3 e 4. e. ( ) São corretas apenas as afirmativas 1, 2 e 3. 25. Kant mostrou que a estrutura do pensamento se dá sob a forma de juízos. A partir dessa hipótese, elaborou as doze formas de juízos possíveis, que segundo ele estariam na base de todo processo de entendimento. Essas formas de juízos se classificariam em quatro grupos. Além disso, os juízos também são classificados em três espécies. Assinale a alternativa incorreta no tocante a estas subdivisões. a. ( X ) Segundo a Qualidade, os juízos seriam Positivos, Negativos ou Neutros. b. ( ) Quanto à Relação, podem ser Categóricos, Hipotéticos ou Disjuntivos. c. ( ) Quanto à Espécie, os juízos seriam analíticos, sintéticos a priori e a posteriori. d. ( ) De acordo com a Quantidade, os juízos podem ser Universais, Particulares ou Singulares. e. ( ) Quanto à Modalidade, Possíveis (Problemáticos), Reais (Assertórios) ou Necessários (Apodíticos). 26. O falseacionismo foi uma proposta de demarcação científica inovadora em vários aspectos. Segundo o critério popperiano, é incorreto afirmar: a. ( ) Resumidamente, o que define o estatuto de cientificidade de uma teoria é a sua capacidade de ser testada e, consequentemente, falseada. b. ( ) Logicamente, pode-se dizer que o ponto de ruptura entre o critério popperiano e o da concepção herdada baseia-se no fato de que o modus ponens é mais fraco do que o modus tollens. c. ( X ) A teoria psicanalítica de Freud poderá ou não ser classificada como científica, dependendo de sua capacidade de explicar e prever os casos a que se refere. d. ( ) Em sua formulação original, o marxismo era uma teoria científica; isto é, fazia previsões testáveis como, por exemplo, a da "revolução social vindoura". e. ( ) Segundo Popper, podem existir teorias puramente tautológicas - ou não empíricas - (como a lógica e a matemática) que também se coadunam com o falseacionismo. 27. Considere a epistemologia popperiana e seu posicionamento acerca da possibilidade de progresso na ciência e analise as afirmativas abaixo. 1. Popper insistiu que, através de testes severos das teorias, os cientistas levam a cabo um processo racional de aproximação da verdade, aumentando de forma progressiva o conhecimento. 2. Sobre progresso científico Popper manteve teses evolucionistas, no seguinte sentido: as melhores teorias são as que vão sendo validadas ao longo da história, por meio da verificação empírica. 3. Preferimos uma teoria à outra, em última instância, porque é mais verossímil, ainda que nunca possamos demonstrar de uma teoria que ela é verdadeira. 4. Não se pode afirmar que Popper acreditasse no progresso cumulativo do conhecimento, pois ao romper com o
racionalismo de Descartes e Leibniz, ele defendeu veementemente que não existe método de verificação científica. 5. O aumento do conteúdo empírico das teorias, e o fato de as novas teorias terem de explicar também o que as anteriores explicavam levaram Popper a conceber o progresso científico como uma paulatina aproximação da verdade. Assinale a alternativa que indica todas as afirmativas corretas. a. ( ) São corretas apenas as afirmativas 1 e 2. b. ( ) São corretas apenas as afirmativas 2 e 3. c. ( ) São corretas apenas as afirmativas 3 e 4. d. ( X ) São corretas apenas as afirmativas 1, 3 e 5. e. ( ) São corretas apenas as afirmativas 2, 4 e 5. 28. O esquema analítico kuhniano (desenvolvido fundamentalmente em sua obra A Estrutura das Revoluções Científicas) defende que a evolução da ciência ocorreria através de uma sucessão de períodos de "ciência normal" esporadicamente rompidos por "revoluções científicas". Sobre a noção de "paradigma" e seus problemas, é incorreto afirmar: a. ( ) No pós-escrito à segunda edição de sua obra, Kuhn reconhece ter formulado o conceito de paradigma de maneira ambígua, o reformula e passa a denominá-lo "matriz disciplinar". b. ( ) É possível entender o conceito de paradigma num sentido global, sociológico, que determina o conjunto de crenças e métodos compartilhados pela comunidade científica. c. ( ) Em um sentido estrito, o paradigma deve ser entendido como a constelação de exemplos clássicos, compartilhados e aceitos sem questionamentos pela comunidade - os "exemplares". d. ( ) Somente a consolidação de um paradigma pode caracterizar o empreendimento de uma comunidade como sendo científico. E é o estudo dentro do paradigma constituído o que capacitará o estudioso de uma ciência a se integrar numa comunidade científica. e. ( X ) Segundo Kuhn, a ciência seria o único empreendimento humano que promoveria um acúmulo crescente e linear do conhecimento humano. Acerca desta questão ele não divergia de Popper. 29. Analise o texto abaixo: "[...] nem a ciência nem o desenvolvimento do conhecimento têm probabilidades de ser compreendidos se a pesquisa [for] vista apenas através das revoluções que produz de vez em quando"(...) "Um olhar cuidadoso dirigido à atividade científica dá a entender que é a ciência normal,onde não ocorrem os tipos de testes de Sir Karl, e não a ciência extraordinária que quase sempre distingue a ciência de outras atividades. A existir um critério de demarcação (entendo que não devemos procurar um critério nítido nem decisivo), só pode estar na parte da ciência que Sir Karl ignora." Kuhn, "Reflexões sobre meus críticos". In: Lakatos, I.; Musgrave, A. (orgs.), A crítica e o desenvolvimento do conhecimento. São Paulo: Cultrix,1979, p. 11. Identifique as afirmativas abaixo como verdadeiras ( V ) ou falsas ( F ). A famosa polêmica Popper-Kuhn, brevemente ilustrada no trecho acima, teve como alguns de seus pontos-chave: ( ) Numa situação de crise, a disputa entre o paradigma até então dominante e o candidato a novo não pode ser decidida
por critérios unicamente racionais, como queria Popper. Para Kuhn, a substituição da antiga pela nova abordagem assume a natureza de uma conversão quase que religiosa, envolvendo uma mudança-Gestalt. ( ) Em termos kuhnianos, poder-se-ia dizer que Popper entendia e procurava explicar a ciência como um empreendimento em eterna "revolução", o que estaria em total desacordo com o que de fato teria ocorrido nos episódios mais marcantes da história da ciência. ( ) Um dos pontos mais polêmicos da proposta kuhniana foi o fato de ele não ter se preocupado em estabelecer, à risca, uma linha fronteiriça entre ciência e não ciência. Para ele existiriam, no âmago da própria ciência, elementos que são claramente sociológicos, como autoridade, hierarquia e grupos de referência. ( ) A tendência a preservar teorias e torná-las imunes à crítica, que Popper relutantemente aceita como sendo um afastamento da ciência de prática superior, torna-se a norma do comportamento do cientista, na proposta de Kuhn. Assinale a alternativa que indica a sequência correta, de cima para baixo. a. ( X ) V - V - V - V b. ( ) V - V - F - F c. ( ) V - F - V - F d. ( ) F - V - F - V e. ( ) F - F - V - V 30. A despeito do fato de nunca ter recebido nenhum treinamento formal em História, Thomas Kuhn conseguiu com seu livro transformar radicalmente tanto a história quanto a filosofia da ciência do século XX. Por isso, não é incomum que sua obra seja considerada como "revolucionária". Com relação ao antes e depois dessa "revolução kuhniana" na Epistemologia, podemos afirmar: 1. Antes de A Estrutura, tanto o filósofo alemão Rudolf Carnap - um dos mais eminentes membros do Círculo de Viena quanto Karl Popper afirmavam que o progresso e o êxito da ciência são decorrentes da aquisição de um método próprio, rigoroso, válido para todas as ciências e aplicável independentemente das contingências históricas e culturais. 2. A metodologia do falseacionismo popperiano é evidentemente normativa; ou seja, prescreve o que deve ser a boa prática científica. Esse é mais um ponto de continuidade entre a versão herdada e a concepção de Popper, com o qual Kuhn romperá drasticamente. 3. Seguindo a trilha aberta por Thomas Kuhn, surgiu toda uma tradição de pesquisa que ficou conhecida como a Nova Filosofia da Ciência, reunindo nomes como Karin KnorrCetina, Bruno Latour e Steve Woolgar. 4. Depois de Kuhn, ficou patente que a distinção entre linguagem observacional e linguagem teórica não era tão clara quanto se imaginava. Uma das razões para isso é a chamada "impregnação das teorias pelas evidências". Assinale a alternativa que indica todas as afirmativas corretas. a. ( ) São corretas apenas as afirmativas 1 e 4. b. ( ) São corretas apenas as afirmativas 2 e 3. c. ( X ) São corretas apenas as afirmativas 1, 2 e 4. d. ( ) São corretas apenas as afirmativas 1, 3 e 4. e. ( ) São corretas apenas as afirmativas 2, 3 e 4.
1. No Tractatus Logico-Philosophicus, Wittgenstein trata, dentre outros assuntos, da relação entre o mundo e a linguagem. Assinale a alternativa que reflete essa relação. a. ( ) Posso afirmar o que o mundo é. b. ( ) O mundo é a totalidade das coisas, não dos fatos. c. ( ) Dizer algo do mundo é mostrar algo no mundo. d. ( X ) Posso descrever o mundo dentro dos limites da minha linguagem, e esta por sua vez é limitada pelo mundo. e. ( ) Na linguagem, a significação de uma expressão qualquer sobre o mundo deve repousar na verdade. 2. O que Wittgenstein entendia por "linguagem privada", em suas "Investigações Filosóficas"? a. ( ) Uma linguagem que se refere à verdade sobre o mundo conforme a pessoa o entende. b. ( X ) Uma linguagem cujas palavras se referem ao que só a pessoa que fala pode conhecer. c. ( ) Uma linguagem absolutamente artificial, criada pela pessoa que fala. d. ( ) Uma linguagem compartilhada somente entre duas pessoas que conversam. e. ( ) Uma linguagem incapaz de expressar sensações íntimas. 3. Husserl considerava a si mesmo e a Heidegger como os pensadores que desenvolviam e aplicavam a fenomenologia na reflexão filosófica, mas o estudo dos pensadores indica que Heidegger se distanciava do fundador da fenomenologia. Assinale a alternativa que demonstra esse distanciamento. a. ( ) Heidegger, ao contrário de Husserl, assumia o conceito de ser como evidente. b. ( ) Heidegger considerava a fenomenologia como a própria forma de se filosofar, enquanto que Husserl a via como método. c. ( X ) Heidegger evidencia uma preocupação com a metafísica, ao passo que Husserl construiu uma fenomenologia antimetafísica. d. ( ) Heidegger, ao contrário de Husserl, buscou resolver o problema do ser recorrendo à consciência. e. ( ) A redução em Heidegger se refere a dados existenciais da consciência, e em Husserl, ao homem concreto. 4. Na sua abordagem da fenomenologia, diferentemente dos demais pensadores, Heidegger busca o entendimento do conceito de ser, que para ele era um termo filosoficamente vazio na reflexão filosófica contemporânea. Qual das proposições abaixo não pode ser associada ao tratamento do ser em Heidegger? a. ( ) O Ser-aí possui consciência de sua realidade. b. ( X ) Na noção do Ser-aí, não há relação entre a essência e a existência. c. ( ) Ser-no-mundo envolve relações de ser com os outros, os quais também são seres-no-mundo. d. ( ) Para o entendimento do significado de ser, não bastaria retornar à linguagem aristotélica, é preciso buscar a dos présocráticos. e. ( ) O significado do ser necessita da compreensão de um ente que Heidegger designa como Ser-aí. 5. Algumas proposições da linguagem sobre o mundo podem ser sempre verdadeiras, qualquer que seja o estado em que o mundo se encontra. O que isso significa, de acordo com Wittgenstein?
a. ( X ) Um tipo de expressão lógica, qual seja, a tautologia. b. ( ) Uma verdade a priori, no mesmo sentido dado por Kant à palavra. c. ( ) Uma informação absolutamente verdadeira e inquestionável. d. ( ) Uma lei de pensamento que pode ser experimentada continuamente. e. ( ) Uma proposição lógica possível na linguagem, mas sem correspondência com o mundo. 6. Theodor Adorno, um dos fundadores da Escola de Frankfurt, realizou uma das mais importantes análises da Estética filosófica utilizando a Teoria Crítica. Qual das seguintes alternativas não está de acordo com o pensamento deste autor sobre a Estética e a arte? a. ( ) Na arte moderna, existe uma tendência à autonomia. b. ( ) A arte deve ser pura, e não socialmente comprometida. c. ( ) A arte tenta evitar a mercantilização, mas isso só a sujeita a ela. d. ( ) A arte resiste ao domínio da razão instrumental. e. ( X ) A arte moderna possui um objetivo social regulador. 7. Sobre o racionalismo cartesiano, é incorreto afirmar: a. ( ) A verdade deve ser afirmada pela razão. b. ( X ) A razão não pode provar a existência de Deus. c. ( ) É possível duvidar da existência de tudo, menos do sujeito que pensa. d. ( ) A razão é capaz de fornecer a natureza e as origens do conhecimento. e. ( ) O costume não é uma fonte adequada para fundamentar o conhecimento. 8. Dentro da Teoria Crítica, o conceito de indústria cultural desempenha um papel de destaque. Qual das alternativas a seguir está refletindo as consequências da indústria cultural? a. ( ) No domínio cultural, os meios de comunicação integram os indivíduos. b. ( ) Os monopólios culturais são tão fortes quanto os econômicos. c. ( ) A tecnologia contemporânea cria uma cultura de massa que pode se libertar do sistema capitalista. d. ( ) Como a cultura se converte em mercadoria e se difunde como informação, ela penetra mais facilmente nos indivíduos informados. e. ( X ) Existe um monopólio cultural que forma uma unidade com o sistema econômico dentro da sociedade. 9. Em seu livro "Dialética do Esclarecimento", Adorno e Horkheimer estudam o conceito de publicidade e seu papel na sociedade. Qual das seguintes alternativas não se relaciona com os efeitos da publicidade na sociedade? a. ( ) A publicidade conduz à mimese entre os indivíduos. b. ( ) A publicidade e a indústria cultural confundem-se econômica e tecnicamente. c. ( X ) A publicidade serve diretamente à venda de mercadorias. d. ( ) A publicidade aprisiona o indivíduo junto às grandes corporações.
e. ( ) A publicidade, ao funcionar pela repetição, assemelha-se às "palavras de ordem". 10. No sistema de pensamento cartesiano, como se pode compreender a Natureza? a. ( ) A Natureza possui um dinamismo próprio, independente de Deus. b. ( ) A Natureza foi criada por Deus seguindo leis incompreensíveis ao homem. c. ( ) A Natureza consiste numa criação da razão humana, e não se pode provar sua existência. d. ( X ) A Natureza pode ser compreendida como uma máquina regida por leis matemáticas. e. ( ) A Natureza é absolutamente subjetiva, sendo impossível que todos a compreendam da mesma forma. 11. Descartes empregou um método universal para o conhecimento. Qual das seguintes alternativas não está de acordo com o método cartesiano? a. ( X ) Nada pode ser aceito como verdade mesmo quando reconhecido como tal. b. ( ) Deve-se dividir os problemas em tantas partes quanto possível. c. ( ) A reflexão deve seguir uma ordem definida, começando com o que for mais simples. d. ( ) Deve-se ter certeza de que tudo foi examinado, sem omissões. e. ( ) A ordem da reflexão pode ser inteiramente fictícia. 12. Sobre o funcionamento da indústria cultural em Adorno e Horkheimer, é correto afirmar: a. ( X ) Todo o mundo passa pela indústria cultural. b. ( ) Os produtos da indústria cultural exigem máxima atenção. c. ( ) Cada manifestação da indústria cultural reproduz os homens como algo novo. d. ( ) Não se pode violar o sistema da indústria cultural em hipótese alguma. e. ( ) Não há lugar para os mais capazes, somente para os medíocres. 13. A filosofia cartesiana exerceu profundo impacto sobre as reflexões posteriores a respeito do conhecimento. Assinale a alternativa que define um desses impactos. a. ( ) O pensamento de Descartes deu profundidade filosófica ao raciocínio indutivo, influenciando gerações de filósofos posteriores. b. ( ) O pensamento de Descartes resolveu definitivamente o antigo problema do dualismo entre mente e corpo. c. ( ) O pensamento de Descartes, a partir da prova da existência de Deus, permitiu a filósofos cristãos contemporâneos subordinarem a filosofia à teologia. d. ( X ) O pensamento de Descartes pode ser considerado como uma das origens da corrente racionalista de Spinoza e Leibniz, entre outros. e. ( ) O pensamento de Descartes pode ser visto como uma afirmação da autoridade dos dogmas religiosos e dos costumes na fundamentação da moral. 14. Sobre o conceito de liberdade em Sartre, pode-se afirmar que sua tese central é a de que ela deve ser absoluta.
Assinale a alternativa que se coaduna com esta tese. a. ( ) Os valores permitem definir a liberdade para os homens e suas sociedades. b. ( ) Não existe angústia no homem ao se defrontar com a liberdade. c. ( ) O simples fato da liberdade impõe uma forma materialista de determinismo, em que se abandona a ideia de consciência. d. ( ) Os atos livres do ser humano possuem uma essência psicológica que os define e possibilita. e. ( X ) É preciso excluir a possibilidade da existência de Deus, pois sua onipotência não permite a liberdade humana. 15. Em seu tratamento da liberdade, Sartre afirma que esta é um projeto e não um dado da realidade, sendo necessária uma preocupação com o que o autor chama de má fé. Considerando-se a ideia de má fé e de suas consequências para a liberdade, é incorreto afirmar: a. ( ) Agir em má fé consiste em viver na seriedade. b. ( ) Agir em má fé representa virar as costas à escolha de si mesmo. c. ( X ) Agir em má fé representa uma afirmação do sujeito. d. ( ) Agir em má fé significa uma fuga à responsabilidade da decisão livre. e. ( ) Agir em má fé representa identificar-se com o ser. 16. O pensamento de Marx pode ser considerado como uma crítica aos sistemas de pensamento tanto de autores anteriores quanto contemporâneos, embora incorpore diversos conceitos utilizados por eles. Qual dos conceitos abaixo não é essencial para a compreensão do materialismo histórico? a. ( ) A dialética. b. ( X ) A escassez. c. ( ) A alienação. d. ( ) O valor-trabalho. e. ( ) O modo de produção. 17. Assinale a alternativa que sintetiza o conceito de materialismo histórico em Marx e Engels: a. ( X ) É a interpretação dos fatos históricos a partir das relações de trabalho e de produção. b. ( ) É a interpretação dos fatos históricos a partir da noção de alienação do homem. c. ( ) É o movimento da história na realização do espírito do homem, a sociedade sem classes. d. ( ) É a teoria que toma a consciência do homem de suas relações de classe como pressuposto para a história. e. ( ) É a teoria que explica os fatos históricos a partir da contradição entre forças produtivas, valores de uso e consciência. 18. Na obra "A Ideologia Alemã", Marx e Engels realizam uma crítica às concepções idealistas de Feuerbach e lançam as bases para sua compreensão marxista da história. Assinale a alternativa que indica o primeiro pressuposto da análise histórica, sobre os quais os demais se constroem: a) A produção de ideias. b) A criação de uma propriedade comunal. c) O desenvolvimento da propriedade privada. d) A organização dos homens e sua relação com a natureza. e) A divisão do trabalho como organização dos homens.
19. Kant distinguiu entre os juízos analíticos e os sintéticos. A respeito dessas duas classes de juízos, é correto afirmar: a. ( ) Juízos sintéticos independem da experiência, enquanto que juízos analíticos referem-se a ela. b. ( ) Juízos analíticos independem da experiência, mas podem ser tanto a priori ou a posteriori. c. ( X ) Juízos analíticos independem da experiência, enquanto que juízos sintéticos referem-se a ela. d. ( ) Juízos sintéticos exigem uma relação entre sujeito e predicado baseada na identidade. e. ( ) Juízos sintéticos esclarecem conceitos, enquanto que juízos analíticos aumentam conhecimentos. 20. A noção de transcendência em Kant pode ser definida como o estudo: a. ( ) do princípio divino de todo conhecimento. b. ( ) das condições a posteriori do conhecimento. c. ( ) das experiências como dados do espírito. d. ( X ) das condições a priori do conhecimento. e. ( ) das experiências como resultados do conhecimento. 21. A noção de imperativo categórico representa a base do comportamento moral, de acordo com o pensamento kantiano. Com base nessa ideia, é incorreto afirmar: a. ( ) O juízo moral provém da razão; portanto, a moral é racional. b. ( ) A moral, por ser racional, consiste numa razão prática pura. c. ( ) A ação moral baseia-se numa regra universal. d. ( ) Obedecer à lei racional da moral é um dever do ser humano. e. ( X ) O imperativo categórico é uma expressão das leis da natureza. 22. De acordo com Locke, o conhecimento é formado a partir das experiências. Assim sendo, ele distingue entre as diferentes ideias que podem ser formadas a partir da experiência de um determinado objeto. Assinale a alternativa incorreta a respeito das ideias em Locke: a. ( X ) A mente possui ideias inatas, que são bases para o conhecimento. b. ( ) Existem ideias advindas dos sentidos como a visão e a audição. c. ( ) Ideias de reflexão são provenientes de operações mentais. d. ( ) A mente forma ideias complexas a partir de ideias simples. e. ( ) Existem ideias simples, que não são criadas pela mente. 23. Em sua teoria do conhecimento, John Locke utiliza o conceito de qualidades dos objetos, distinguindo entre qualidades primárias e secundárias. Considerando-se um objeto como uma barra de chocolate ao leite comum, qual seria a alternativa em que se apresenta, na ordem, uma qualidade primária e uma secundária dessa barra? a. ( ) Marrom e retangular. b. ( ) Marrom e doce. c. ( ) Doce e marrom. d. ( ) Doce e retangular. e. ( X ) Retangular e doce.
24. Sobre a teoria do conhecimento em Locke, é correto afirmar: a. ( ) Como o conhecimento se encerra nas ideias, não se pode falar de um conhecimento "real". b. ( ) A demonstração é o grau mais fundamental do conhecimento. c. ( X ) O conhecimento é a percepção da concordância ou da discordância de qualquer das nossas ideias. d. ( ) Embora as ideias sejam a matéria do conhecimento, elas não são, por si mesmas, objeto do conhecimento. e. ( ) Existem três tipos de proposições: mentais, verbais e julgamentos. 25. Hume pode ser considerado como um dos principais filósofos empiristas modernos. A respeito do pensamento de Hume sobre o conhecimento, é incorreto afirmar: a. ( ) Todos os conhecimentos não lógicos baseiam-se nas sensações. b. ( X ) Conhecimentos metafísicos podem ser provados como verdadeiros. c. ( ) As percepções da mente humana se dividem em impressões e ideias. d. ( ) Todas as ideias cujas impressões se assemelham são associadas na mente. e. ( ) É possível fundamentar o conhecimento com base na indução. 26. A corrente filosófica do ceticismo tem em Hume um de seus principais expoentes. Assinale a alternativa que não reflete o ceticismo humeano. a. ( X ) Podemos ter conhecimentos sobre questões de fato e sobre relações de ideias. b. ( ) Devemos examinar nossas faculdades antes de nos certificarmos de nossas experiências. c. ( ) A crença na razão, nos sentidos e na memória é um instinto natural do ser humano. d. ( ) A ciência humana consiste nas conclusões da vida comum, metódicas e corrigidas. e. ( ) Defender a existência do Deus cristão é, filosoficamente falando, absurdo. 27. Ao aplicar seu método às questões morais, Hume constrói uma filosofia moral. Assinale a alternativa que se coaduna com a reflexão de Hume sobre a moral. a. ( ) A razão é perfeitamente capaz de apreender o sentido da moral. b. ( ) A justiça é algo natural, pois é uma virtude, ou seja, um motivo justo para agir. c. ( ) O bem supremo do ser humano existe naturalmente e pode ser entendido. d. ( X ) A moralidade é mais propriamente sentida do que julgada. e. ( ) As ações morais podem ser provadas como verdadeiras ou falsas. 28. No pensamento de Nietzsche, pode-se encontrar grande quantidade de considerações a respeito dos valores. Assinale a alternativa que não está de acordo com a filosofia de Nietzsche sobre os valores.
a. ( ) A perda da fé em Deus conduz à desvalorização de todos os valores. b. ( ) É preciso reconhecer que, pelos seus próprios critérios, nossa moral é imoral. c. ( ) Deve-se criar novos valores por meio da vontade de potência. d. ( ) A moral deve expressar as condições de vida e de desenvolvimento de um povo. e. ( X ) Não existe papel para a razão na compreensão dos valores. 29. As alternativas a seguir apresentam e descrevem conceitos encontrados na filosofia de Nietzsche, exceto: a. ( ) A vontade de potência: motivo básico da ação do homem, a vontade de viver e dominar. b. ( X ) O super-homem: indivíduo que é capaz de superar-se e possui um valor em si. c. ( ) O eterno retorno: recorrência permanente dos mesmos eventos. d. ( ) O ideal dionisíaco: conciliação do saber apolíneo e do saber dionisíaco. e. ( ) A moral dos escravos: ressentimento dos que não podem realmente agir e são compensados com uma vingança imaginária. 30. Para lidar com o tratamento dos valores no pensamento de Nietzsche, o conceito da "morte de Deus" é essencial. Assinale a alternativa que reflete esse conceito. a. ( ) A morte de Deus desvaloriza o mundo. b. ( ) A morte de Deus gera necessariamente o super-homem. c. ( X ) A morte de Deus implica a perda das sanções sobrenaturais dos valores. d. ( ) A morte de Deus exige o retorno a Apolo e a Dionísio. e. ( ) A morte de Deus impossibilita a superação dos valores hoje aceitos. 11 - A lógica dialética se opõe à lógica clássica aristotélica porque esta: a.( ) Aceita que seja possível simultaneamente negar e afirmar, pelas mesmas razões, uma mesma proposição. b.( ) Repudia os princípios lógicos percebidos pela intuição e anteriores a qualquer raciocínio. c.( ) Não tem leis ou regras que identifiquem um raciocínio considerado válido ou correto. d.( ) Não produz conclusões de tipo dedutivo ou indutivo. e.( X ) Não aceita que duas proposições contraditórias entre si sejam, ao mesmo tempo e pelas mesmas características, igualmente verdadeiras. 12 - Quanto à possibilidade do conhecimento, é correto afirmar: a.( X ) Kant discutiu e criticou o dogmatismo e advertiu sobre os limites e as possibilidades da Razão. b.( ) A experiência sensível é, para Descartes, a principal fonte de conhecimento. Por isso, o pensamento cartesiano também é chamado de empirismo. c.( ) O dogmatismo torna possível o conhecimento crítico a partir de Kant. d.( ) Locke defende que as ideias são inatas e repudia a experiência como fonte de conhecimento.
e.( ) O ceticismo admite várias possibilidades de conhecimento, pois defende sempre que, de alguma forma, é possível conhecer a verdade. 13 - Sobre a função pedagógica da arte, sabemos que: a.( ) Para Hegel, a principal função pedagógica da arte está em propiciar o contato com imagens do belo natural. b.( ) Em Kant, a função da arte passa a ser a manifestação estética do Espírito. c.( ) Platão considerava fundamental a presença dos artistas na vida dos cidadãos da pólis. d.( X ) Na Poética, Aristóteles define que a principal função da tragédia é confrontar o espectador com o destino trágico dos personagens e produzir no público a catarse. e.( ) Desde Platão, a ideia de gosto é subjetiva e independente de características ou funções presentes nos objetos estéticos. 14 - O que é necessário para que exista uma conduta ética? a.( ) Juízos éticos pré-existentes à conduta, de forma que a sociedade seja regulada sem precisar recorrer à consciência moral dos indivíduos, sendo a responsabilidade ética uma aplicação da lei. b.( ) A aceitação de que a consciência moral é universal e um atributo natural dos seres e nessa naturalidade estão compreendidas as condutas boas e más. c.( X ) Consciência da diferença entre atitudes boas e más, segundo a avaliação das consequências para si e para os outros e responsabilidade para assumir tais conseqüências. d.( ) Juízos normativos que prescrevam as obrigações do sujeito moral e o que pode ser considerado sua responsabilidade, de modo que a conduta do sujeito não depende da atuação de sua consciência, mas da norma. e.( ) Procurar agir com a máxima liberdade de escolha, para evitar coações externas; para manter a própria liberdade, qualquer meio é justificável e legítimo. 15 - O racismo é uma ideologia social e política surgida no inicio do século XX, que pretendeu se passar por uma teoria científica produzida por: a.( ) uma concepção de ciência que não escondia as suas preferências ideológicas. b.( X ) uma concepção de ciência que não reconhecia a interferência de fatores culturais e subjetivos na atividade científica e que, por isso, se autointitulava neutra. c.( ) uma concepção de ciência que pretendia emancipar a sociedade da objetividade do conhecimento; por isso, se autointitulava positivista. d.( ) uma concepção de ciência que recusava a separação epistemológica entre sujeito e objeto. e.( ) uma concepção de ciência que não estava de acordo com os princípios do positivismo; por isso, se autointitulava cientificista. 16 - O método socrático apresenta-se: a.( ) em três fases dialéticas nas quais se sucedem a afirmação e a negação do que o sujeito sabe e, finalmente, segue-se um novo conhecimento chamado de síntese. b.( ) como produção simultânea do conhecimento objetivo e subjetivo, através da união de opostos.
c.( ) como sucessão de duas fases: a fase pré-socrática e a fase socrática, que são aplicadas para mostrar a passagem do relato mítico ao conhecimento filosófico. d.( ) pela aplicação de regras lógicas sobre a origem dos mitos e, consequentemente, pela comprovação de que a filosofia é imanente ao conhecimento mítico. e.( X ) em duas fases nas quais se aplicam sucessivamente a fase da ironia, pela qual o sujeito descobre que nada sabe, e a fase maiêutica, pela qual o sujeito descobre que ele próprio é capaz de produzir o conhecimento. 17 - É possível distinguir uma democracia pelos seus aspectos formais e substanciais. Isso significa que: a.( ) podemos distinguir o Estado de direito do Estado autoritário. b.( ) podemos definir o alcance social de uma democracia pelos órgãos e cargos representativos de que dispõe o Estado. c.( ) a existência da democracia formal é equivalente à existência da democracia substancial. d.( X ) podemos distinguir os meios institucionais de que dispõe o Estado das ações que realmente alcançam a sociedade. e.( ) a democracia substancial é sempre proporcional ao poder conferido aos órgãos e cargos representativos e, portanto, não serve para definir o seu alcance social. 18 - Em cada fase da história da filosofia ocorre a prevalência de um método filosófico. Assim, temos que o silogismo é um atributo do método de: a.( ) Galileu. b.( ) Espinosa. c.( X ) Aristóteles. d.( ) Bacon. e.( ) Descartes. 19 - A famosa frase "os fins justificam os meios" - geralmente creditada ao pensador italiano Nicolau Maquiavel - significa que: a.( ) O chefe político deve ser indiferente ao bem e ao mal causados pelo seu governo. b.( X ) Quem governa o Estado não deve seguir incondicionalmente as normas morais de conduta. c.( ) É necessário negar sem reservas as chamadas razões de Estado. d.( ) O realismo político deve ser combatido e evitado. e.( ) A relação entre moral e política nunca deve ser posta em causa pelo pensador político. 20 - Diderot e Rousseau defenderam Maquiavel das criticas à sua obra principal, O Príncipe (1513), afirmando que, na verdade, tratava-se de uma sátira sobre o poder e os poderosos. A que Diderot e Rousseau se referiam? a.( X ) Aos aspectos do discurso de Maquiavel que, ao invés de ensinar aos governantes, revelariam ao povo que, no próprio exercício do poder, está a essência do despotismo. b.( ) Ao fato de que Maquiavel teria defendido a necessidade do maquiavelismo, ou seja, de que no exercício do poder o governante deve abrir mão de qualquer principio ético. c.( ) Aos aspectos que, no discurso de Maquiavel, mostram a necessidade do bom governante de sempre consultar o povo.
d.( ) À ideia de que nenhum governante pode ser virtuoso e afortunado sem ter uma conduta ética que preserve a coerência entre fins e meios. e.( ) Ao fato de que a maioria dos governantes usava alguma violência e eram, portanto, contrários ao que apregoava o mito criado por Maquiavel. 21 - Qual das alternativa a seguir define didaticamente o materialismo histórico e dialético? a.( ) Ideia que defende que o espírito é eterno e este determina a história humana, em suas várias fases de evolução. b.( X ) Teoria que se fundamenta nas mudanças históricas e estas consistem na produção de ações humanas em vários níveis de complexidade e de consciência. c.( ) Teoria que defende que o homem é produto das necessidades da matéria e são tais necessidades que determinam a história humana. d.( ) Teoria que se baseia na constatação de que as ações divinas e as dos grandes homens promovem o desenvolvimento do espírito que, por sua vez, cria as condições materiais necessárias para a história. e.( ) Ideia que apresenta o mundo como um conjunto complexo e orgânico, organizado e regido por leis próprias, sem sofrer as determinações do processo histórico. 22 - Segundo o pensamento platônico, é correto afirmar: a.( ) chegamos aos conceitos por meio da experiência. b.( ) é impossível classificar os objetos em classes ou categorias. c.( X ) todo conhecimento é uma recordação. d.( ) a alma não consegue transmigrar de um corpo a outro após a morte. e.( ) o corpo favorece o conhecimento, na medida em que ele é puro e racional. 23 - Que filósofo moderno nos convocou ao exercício metódico da dúvida? a.( ) Rousseau. b.( ) Montesquieu. c.( ) Espinosa. d.( ) Hume. e.( X ) Descartes. 24 - Para Aristóteles, a filosofia nasce: a.( ) como resposta ao nosso desejo de imortalidade. b.( ) da necessidade de dominarmos o mundo exterior. c.( ) para nos livrarmos das paixões e das percepções sensíveis. d.( X ) do assombro que sentimos diante do mundo. e.( ) com a tarefa de suplantar as superstições e todas as formas de dominação. 25 - A teoria aristotélica do justo meio termo implica que: a.( X ) a excelência se encontra num certo ponto intermediário entre o excesso e a falta. b.( ) a justiça se esgota na moralidade. c.( ) os defeitos de um homem nunca podem ser transformados em bem. d.( ) a ética aristotélica se confunde com a sua metafísica. e.( ) não se pode aceitar que um mandamento moral seja condicional.
26 - Sobre a doutrina hedonista pode-se afirmar que: a.( ) o prazer estável, isto é, aquele que elimina a dor, é sempre inatingível. b.( ) o homem não pode entregar-se à atração que o prazer exerce sobre ele. c.( ) corresponde à doutrina contrária a de Epicuro. d.( ) só existem prazeres efêmeros. e.( X ) o prazer é o princípio de toda ação. 27 - Pensando na relação (grega) filosofia e medicina, é possível afirmar que: a.( ) a filosofia sempre procurava manter um distanciamento em relação à medicina. b.( ) na visão de Sócrates, os procedimentos científicos contradiziam o seu método filosófico. c.( ) tanto a filosofia quanto a ciência não acreditavam em algum tipo de remédio eficaz contra os males da vida. d.( X ) se a medicina se preocupava com a cura do corpo, à filosofia coube ser um consolo para a alma que sofria. e.( ) filosofia e medicina compartilhavam secretamente a mesma finalidade, ou seja, a aquisição passiva de informações. 28 - É comum afirmar que o principal objetivo da filosofia em sala de aula é fazer com que o aluno pense melhor, criticamente e por si próprio. Entretanto essa finalidade não poderá ser cumprida, se não: a.( ) apresentar a história da filosofia como uma sucessão coerente, linear e autoexplicativa. b.( ) conseguir que os alunos memorizem certas técnicas e habilidades necessárias ao desenvolvimento do seu pensamento filosófico. c.( X ) possibilitar que o aluno se envolva com os conceitos da filosofia, experimentando, a partir deles, um conflito, isto é, uma inquietação intelectual e emocional. d.( ) aplicar um livro didático particular, no intuito de manter um mesmo e único encadeamento metodológico. e.( ) crer numa predisposição natural do aluno para aprender filosofia e, conseqüentemente, para exercer voluntariamente a sua liberdade. 29 - Qual dos preceitos abaixo corresponde à moral kantiana? a.( X ) "Age de tal sorte que a regra da tua ação possa ser elevada ao grau de lei universal." b.( ) "Envergonha-te de ti mesmo." c.( ) "Torna-te o que és." d.( ) "Não sei o que sou e não sou o que sei." e.( ) "O homem só é quando escolhe." 30 - Sobre o ideário renascentista que "o homem vitruviano" de Leonardo Da Vinci representa, é correto afirmar que esse ideário é: a.( ) escolástico e teocentrista. b.( ) místico. c.( ) iluminista e espiritualista. d.( X ) humanista e clássico. e.( ) alegórico. 16. As cidades da costa oriental do Mar Egeu eram as mais ricas e prósperas da Hélade; nelas deu-se primeiro um florescimento econômico, técnico e científico, promovido parcialmente pelo contato com outras culturas. Foi em Mileto, a
mais importante destas cidades, que apareceu pela primeira vez a filosofia. Costuma-se chamar essa primeira expressão filosófica de escola jônica ou escola de Mileto. Os três filósofos centrais que representam esta escola são: a. ( ) Tales, Pitágoras e Anaxímenes. b. ( X ) Tales, Anaximandro e Anaxímenes. c. ( ) Heráclito, Anaximandro e Anaxímenes. d. ( ) Anaximandro, Anaxímenes e Xenófanes. e. ( ) Heráclito, Anaximandro e Xenófanes. 17. Com Parmênides, a filosofia adquire sua verdadeira hierarquia e se constitui de forma rigorosa. Seu pensamento significa, na história da filosofia, um momento de fundamental importância, pois marca o surgimento da: a. ( ) Física. b. ( ) Biologia. c. ( ) Mitologia. d. ( X ) Metafísica. e. ( ) Matemática. 18. Heráclito afirma taxativamente a variação ou movimento das coisas, tudo corre, tudo flui. A realidade é cambiante e mutável e estabelece como substância primordial o(a): a. ( ) Ar. b. ( ) Terra. c. ( X ) Fogo. d. ( ) Ferro. e. ( ) Água. 19. A principal preocupação de Sócrates é o homem, o que não é algo novo, pois essa preocupação era própria dos sofistas e de toda a época, mas Sócrates considera o homem de outro ponto de vista. Qual era este ponto de vista que distinguia Sócrates dos outros filósofos de sua época? a. ( ) a religião b. ( X ) a interioridade c. ( ) a exterioridade d. ( ) a posição social e. ( ) os relacionamentos 20. Para explicar a origem do conhecimento, Platão recorre a um de seus procedimentos característicos: conta um mito. O mito de Fedro explica, simultaneamente, a origem do homem, o conhecimento das ideias e o método intelectual do platonismo. Neste mito, o homem é visto como um ente: a. ( ) caído, que desconhece a razão. b. ( ) caído, caracterizado pelas paixões. c. ( X ) caído, caracterizado por ter visto as ideias. d. ( ) sem origem definida, que desconhece a razão. e. ( ) sem origem definida, caracterizado por ter visto as ideias. 21. Aristóteles divide as ciências em três tipos, porém situa, antes de tudo, uma que não entra em nenhum deles, mas é anterior: a lógica. Quais são estes três tipos de ciências? a. ( X ) teóricas, práticas e poéticas. b. ( ) teóricas, artísticas e naturais. c. ( ) teóricas, naturais e reveladas. d. ( ) reveladas, exatas e construídas. e. ( ) exatas, artísticas e teóricas.
22. Como a alma, para Platão, a cidade também pode ser considerada um todo composto de três partes. Essas partes são as três grandes classes sociais que Platão reconhece: o povo (classe produtora), os vigilantes (militares) e os filósofos (governantes). A forma de determinar a classe a que pertenceriam os cidadãos seria através da: a. ( ) força. b. ( ) nacionalidade. c. ( ) situação econômica. d. ( ) origem familiar. e. ( X ) educação. 23. O Deus aristotélico é o ente absolutamente suficiente, e por isso mesmo é o ente máximo. Mas, diferentemente do Deus Cristão, ele não é o criador. O Deus de Aristóteles está separado e consiste em pura theoria, em pensamento do pensamento ou visão da visão. Qual expressão abaixo define Deus, segundo Aristóteles? a. ( ) É o puro devir. b. ( ) É um ente inerte. c. ( X ) É o primeiro motor imóvel. d. ( ) É um ente em constante movimento. e. ( ) É um ente cujas possibilidades são todas irreais. 24. Existe uma função própria do carpinteiro ou do sapateiro; mas Aristóteles se pergunta qual é a do homem em si. Examina a hipótese do viver, mas verifica que a vida é comum às plantas e aos animais e busca então o que é exclusivo do homem. Qual é para Aristóteles esta forma de vida? a. ( ) A vida ativa. b. ( X ) A vida contemplativa. c. ( ) A vida voltada para a produção. d. ( ) A vida de prazeres momentâneos. e. ( ) A vida dedicada à polis. 25. Epicuro opina que o prazer é o verdadeiro bem; e, ademais, é ele que nos indica o que convém e o que repugna à nossa natureza. Porém, Epicuro impõe condições muito determinadas para o prazer. Assinale a alternativa que corresponde a uma destas condições impostas por Epicuro. a. ( ) O prazer não deve ser sutil ou espiritual. b. ( ) O prazer deve ser regido pela paixões violentas. c. ( ) O prazer tem que vir mesclado com a dor e o desagrado. d. ( X ) O prazer tem que deixar o homem dono de si, livre, imperturbável. e. ( ) O prazer longo e estável é aquele ligado a sensualidade. 26. Santo Agostinho viveu em dias críticos para o Império Romano. A estrutura política do mundo estava se transformando de modo acelerado para dar lugar a outra. Os pagãos atribuíam as desventuras que ocorriam ao abandono dos deuses e ao cristianismo; Santo Agostinho empreendeu uma enorme obra apologética, na qual expôs todo o sentido da história. Qual o nome desta obra? a. ( ) De vera religione b. ( ) De Trinitate c. ( ) De ordine
d. ( ) De beata vida e. ( X ) De civitate Dei 27. Para Santo Tomás, filosofia e teologia são ciências distintas porque: a. ( X ) A filosofia se funda no exercício da razão humana e a teologia na revelação divina. b. ( ) A filosofia é uma ciência complementar à teologia. c. ( ) A filosofia nos traz a compreensão da verdade que será comprovada pela teologia. d. ( ) A revelação é critério de verdade, por isso não se pode filosofar. e. ( ) A teologia é a mãe de todas as ciências e a filosofia serve apenas para explicar pontos de menor importância. 28. Na triplicidade das faculdades da alma, Santo Agostinho descobre um vestígio da Trindade. A unidade da pessoa, que tem essas três faculdades intimamente entrelaçadas, mas não é nenhuma delas, é a do eu, que recorda, entende e ama, com perfeita distinção, mas mantendo a unidade da vida, da mente e da essência. Quais são as três faculdades da alma para Santo Agostinho? a. ( X ) memória, inteligência e vontade. b. ( ) memória, inteligência e imortalidade. c. ( ) generacionismo, inteligência e vontade. d. ( ) imortalidade, generacionismo e vontade. e. ( ) generacionismo, imortalidade e inteligência. 29. Santo Tomás de Aquino demonstra a existência de Deus de cinco maneiras, que são conhecidas como cinco vias. 1. Pelo movimento. 2. Pela causa eficiente. 3. Pelo possível e pelo necessário. 4. Pelos graus da perfeição. 5. Pelo governo do mundo. 6. Pela ontologia. 7. Pela contingência dos entes. Os argumentos que pertencem à prova apresentada por São Tomás de Aquino são: a. ( X ) Apenas os argumentos 1, 2, 3, 4 e 5. b. ( ) Apenas os argumentos 1, 2, 3, 5 e 6. c. ( ) Apenas os argumentos 1, 3, 4, 5 e 7. d. ( ) Apenas os argumentos 2, 3, 4, 5 e 6. e. ( ) Apenas os argumentos 3, 4, 5, 6 e 7. 30. A que filósofo se atribui as frases homo homini lúpus e bellum omnium contra omnes? a. ( ) Locke b. ( ) Hume c. ( X ) Hobbes d. ( ) Russeau e. ( ) Thomas Morus 31. No final da Idade Média, a situação religiosa em que o homem vive torna-se problemática. A teologia está em profunda crise, chegam ao Ocidente os livros gregos e latinos; a devoção ao antigo chega ao extremo. Neste clima podemos afirmar: a. ( ) O homem nega a possibilidade de uma "religião natural". b. ( ) Os filósofos tentam explicar os dogmas do cristianismo de forma racional.
c. ( ) A escolástica ganha impulso e se impõe como pensamento dominante. d. ( X ) Aparece o humanismo, que prolifera abundantemente. e. ( ) A teologia é reafirmada tal qual está descrita por Santo Agostinho. 32. Partindo da metafísica nominalista, nos séculos XVI e XVII se constitui uma ciência natural que difere essencialmente da aristotélica e medieval em dois sentidos: a ideia da natureza e o método. Qual é esta nova ciência da natureza? a. ( ) Biologia b. ( ) Medicina c. ( ) Arquitetura d. ( ) Química e. ( X ) Física 33. Para Descartes, as únicas ciências que parecem seguras, a matemática e a lógica, não servem para conhecer a realidade. Que fazer nesta situação? Ele quer construir, se isso for possível, uma filosofia totalmente certa. Para tanto, Descartes se apoia na: a. ( ) física. b. ( X ) dúvida. c. ( ) maiêutica. d. ( ) contemplação. e. ( ) certeza. 34. A estrutura metafísica do mundo para Leibniz é formada por substâncias simples, sem partes, que entram na formação dos compostos; são os elementos das coisas. Esta substância contém em si toda a sua realidade e nada lhe pode vir de fora; portanto, tudo o que ocorre com ela está contido na sua essência. A que substância estamos nos referindo? a. ( ) íons b. ( ) aporia c. ( ) homeomeria d. ( ) cosmologia e. ( X ) mônadas 35. Leibniz distingue duas verdades: uma que é evidente a priori, independente de qualquer experiência. Outra não se justifica a priori, necessita de uma confirmação experimental. Como Leibniz chamou estas vertentes da verdade? a) verdades da razão e verdades construídas; b) verdades de fato e verdades construídas; c) verdades reveladas e verdades construídas; d) verdades de razão e verdades de fato; e) verdades reveladas e verdades de fato. 36. Segundo Comte, os conhecimentos passam por três estados teóricos diferentes, tanto no indivíduo, como na espécie humana. A lei dos três estados, fundamento da filosofia positiva, é ao mesmo tempo uma teoria do conhecimento e uma filosofia da história. Estes três estados são chamados de: a. ( ) teológico, relativista e positivo. b. ( X ) teológico, metafísico e positivo. c. ( ) teológico, metafísico e imaginativo. d. ( ) relativista, teológico e imaginativo.
e. ( ) relativista, metafísico e positivo. 37. Outro filósofo a se preocupar com a questão do método, além de Descartes, foi Francis Bacon. Para ele, a investigação filosófica exige um exame prévio dos preconceitos (ídolos) que podem ocultar a verdade. Como no cartesianismo, indica a preocupação crítica e o temor ao erro. Analise os ídolos abaixo. 1. Idola tribus 2. Idola specus 3. Idola fori 4. Idola theatri 5. Idola organun 6. Idola cogitus 7. Idola bellum Identifique os ídolos a que se refere Francis Bacon e assinale a alternativa que os contém. a. ( X ) Apenas os de número 1, 2, 3 e 4. b. ( ) Apenas os de número 1, 3, 5 e 7. c. ( ) Apenas os de número 2, 3, 4 e 5. d. ( ) Apenas os de número 3, 4, 5 e 6. e. ( ) Apenas os de número 4, 5, 6 e 7. 38. Kant quer fazer uma ética do dever ser. É uma ética imperativa que obriga. Procura, portanto, um imperativo. Este imperativo categórico se expressa de diversas formas, seu sentido fundamental é o seguinte: "Age de tal modo que? a. ( ) agrade a Deus e aos que te são próximos". b. ( ) atendas às leis determinadas pelo Estado". c. ( ) não tragas nenhum prejuízo para ti mesmo". d. ( X ) possas querer que o que faças seja lei universal da natureza". e. ( ) a cada situação possas dar a resposta que ela requer". 39. Que tipos de intelectuais foram produzidos através dos séculos? Qual a diferença de ser intelectual na Idade Média, no Renascimento ou no Século XVIII? Analise as afirmativas abaixo e identifique se são verdadeiras ( V ) ou falsas ( F ). ( ) Na Idade Média, o verdadeiro intelectual é o clérigo, especialmente o frade. O filósofo é nesta época um homem de monastério, de comunidade, ou então professor. É o homem escolar - scholasticus -, que coopera na grande obra coletiva. ( ) No renascimento, o intelectual é um humanista. É um homem do mundo, secular, que cultiva sua pessoa, principalmente nas dimensões da arte e da literatura, impregnadas de essências clássicas. ( ) O intelectual da época moderna é o homem do método. Não faz outra coisa senão buscar métodos, abrir novos caminhos que permitam chegar às coisas, a coisas novas, a novas regiões. É o homem que, com um imperativo essencial de racionalidade, vai constituindo sua ciência. Assinale a alternativa que indica a sequência correta, de cima para baixo. a. ( ) F - F - F b. ( ) F - V - F c. ( ) V - F - V d. ( ) V - V - F e. ( X ) V - V - V
40. À razão, Kant agrega o adjetivo pura. Razão pura é a que trabalha com: a. ( ) a dúvida. b. ( ) o imanente. c. ( X ) princípios a priori. d. ( ) princípios a posteriori. e. ( ) os experimentos. 21 - Na sua principal obra, O príncipe, de 1513, Nicolau Maquiavel disse que a finalidade da política se define pela tomada e pela manutenção do poder. Um dos conceitos trabalhados, nessa obra, é o de virtu que significa: 1. qualidade do dirigente de tomar e manter o poder. 2. qualidade do homem que o capacita a realizar grandes obras e feitos. 3. poder humano de efetuar mudanças e de controlar eventos ou poder de gerir a outra metade que não fica a cargo da fortuna ou do destino. 4. qualidade de quem governa que o faz ser amado e respeitado; ser respeitado é ser temido sem ser odiado. 5. qualidade de ser amado como um pai, embora isso caracterize o poder do déspota. Assinale a alternativa correta. a) Apenas os itens 1, 2, 3 e 4 são verdadeiros. b) Apenas os itens 1, 2 e 5 são verdadeiros. c) Apenas os itens 3 e 4 são verdadeiros. d) Apenas os itens 1, 4 e 5 são verdadeiros. e) Apenas os itens 2, 3 e 5 são verdadeiros. 22 - A teoria da autonomia dos três poderes foi desenvolvida por: a) Diderot. b) Voltaire. c) Montesquieu. d) Vico. e) Maquiavel. 23 - Em certos períodos da história da Filosofia e das ciências, chegou-se a pensar num único método que ofereceria os mesmos princípios e as mesmas regras para todos os campos do conhecimento. Assim, tornou-se célebre a seguinte frase "a natureza é um livro escrito em caracteres matemáticos", formulada por: a) Descartes. b) Copérnico. c) Newton. d) Bacon. e) Galileu. 24 - A Teoria do Conhecimento torna-se uma disciplina específica da Filosofia quando aparecem os filósofos modernos no séc. XVII. Isso não significa que antes deles outros filósofos não tenham se preocupado com o conhecimento. Na verdade, o que os modernos trouxeram foi uma mudança de perspectiva, pois eles passaram a considerar o problema do conhecimento como anterior à ontologia e pré-condição ou pré-requisito para a filosofia e as ciências. Essa mudança de perspectiva se deu porque, entre os gregos e os modernos, instala-se o cristianismo e introduzemse distinções que influenciam o mundo ocidental até hoje. Acerca do tema, considere as seguintes afirmativas:
1. Há a ruptura com a perspectiva grega de uma participação direta e harmoniosa entre nosso intelecto e a verdade, nosso ser e o mundo. 2. Considera-se a distinção entre fé e razão, verdades racionais, matéria e espírito, corpo e alma. 3. Tem-se a afirmação do erro e da ilusão como partes da natureza humana em decorrência do caráter pervertido de nossa vontade, após o pecado original. 4. Aceita-se que a fé ilumina nosso intelecto embora não guie nossa vontade nem permita que nossa razão chegue ao conhecimento do está ao seu alcance. Assinale a alternativa correta. a) Somente as afirmativas 1, 2 e 4 são verdadeiras. b) Somente as afirmativas 1, 2 e 3 são verdadeiras. c) Somente as afirmativas 3 e 4 são verdadeiras. d) Somente as afirmativas 2, 3 e 4 são verdadeiras. e) As afirmativas 1, 2, 3 e 4 são verdadeiras. 25 - A percepção é um conceito filosófico bastante utilizado em nossos dias. Ela envolve a personalidade das pessoas, sua história pessoal, sua afetividade, seus desejos e paixões. É uma maneira fundamental de os seres humanos estarem no mundo, percebendo-o qualitativamente, afetivamente e valorativamente. Portanto, ela é uma maneira de se estar aberto ao mundo, tendo dele idéias sensíveis ou significações perceptivas. Assinale a alternativa que apresenta três teorias que valorizam o papel da percepção. a) As teorias empiristas, as racionalistas intelectualistas e a fenomenológica do conhecimento. b) As teorias racionalistas, as funcionalistas e as idealistas. c) As teorias racionalistas, as sensualistas e as idealistas. d) As teorias empiristas, as funcionalistas e a fenomenológica. e) As teorias empiristas, as racionalistas intelectualistas e as idealistas. 26 - O mito e o rito, escreveu Lévi-Strauss, não são lendas nem fabulações, mas uma organização da realidade a partir da experiência sensível enquanto tal. Para explicar a composição de um mito, esse autor recorre a uma atividade que existe em nosso meio, embora o termo que a represente - bricolage venha do francês. O bricoleur, ou seja, quem pratica a bricolage, produz um objeto novo a partir de pedaços e fragmentos de outros objetos. Do mesmo modo, diz LéviStrauss, o pensamento mítico reúne experiências, narrativas, relatos até compor um mito geral. Juntas, essas matérias heterogêneas produzem a explicação sobre a origem e a forma das coisas, suas funções, suas finalidades, a relação entre poderes divinos, natureza e seres humanos. Desse modo, para Lévi-Strauss, o mito possui três características principais: a) função explicativa, função substitutiva, função exploratória. b) função conservatória, função organizativa, função compensatória. c) função explicativa, função organizativa, função compensatória. d) função conservatória, função exploratória, função compensatória. e) função explicativa, função substitutiva, função exploratória. 27 - Considere a frase: "O homem é a medida de todas as coisas". Quem foi seu autor e o que significa?
a) O autor foi Protágoras e significa que, sendo o logos divino, todo conhecimento humano é relativo. b) O autor foi Protágoras e significa, na verdade, uma exaltação da capacidade humana de construir a verdade. c) O autor foi Górgias e significa que o logos não era divino, mas decorrência do exercício técnico humano. d) O autor foi Górgias e significa que todo conhecimento é relativo e exercício técnico humano. e) O autor foi Górgias e significa que o logos não era divino nem exercício técnico humano. 28 - Segundo Aristóteles, o movimento pode ser explicado pelas noções de matéria e forma e de ato e potência. Enquanto toda substância é constituída pela forma - principio inteligível pelo qual todo ser é o que é -, a matéria indiferenciada é pura passividade e possui a forma em potência de. Para passar da potência para o ato é preciso que um ser já em ato atualize o ser em potência de. Logo, o movimento é a passagem da potência para o ato, embora seja preciso examinar os tipos de causa que ocasionam a passagem do ato para a potência. Aristóteles explica esse processo lançando mão de quatro causas, que são: a) causa material, causa atual, causa formal e causa sensível. b) causa substancial, causa atual, causa formal e causa sensível. c) causa material, causa eficiente, causa formal e causa final. d) causa substancial, causa atual, causa substancial e causa sensível. e) causa material, causa eficiente, causa formal e causa final. 29 - No famoso mito da caverna, Platão (428-347 a.C.) imagina uma caverna onde estão acorrentados os homens desde a infância, de tal forma que, não podendo se voltar para a entrada, onde há uma fogueira, apenas enxergam o fundo da caverna. A luz da fogueira projeta, nesse fundo, sombras das coisas que passam as suas costas. Ora, se um desses homens se libertasse das correntes e chegasse à luz do dia, voltaria contando aos outros o que são realmente os verdadeiros objetos. Entretanto, seus companheiros o tomariam por louco, pois não acreditariam em suas palavras. Esse mito pode ser analisado sob dois pontos de vista: o epistemológico e o político. Do ponto de vista epistemológico, é correto afirmar: 1. Acima do mundo ilusório sensível, há o mundo das idéias gerais e essências imutáveis. 2. O mundo dos fenômenos só existe se participa do mundo das idéias. 3. O homem atinge as essências imutáveis através da contemplação e da depuração dos enganos dos sentidos. 4. A alma humana pode elevar-se das coisas múltiplas e mutáveis às coisas unas e imutáveis. 5. As idéias unas e imutáveis são hierarquizadas e no topo delas está a idéia de Bem. Assinale a alternativa correta. a) Somente as afirmativas 1, 2 e 3 são verdadeiras. b) Somente as afirmativas 1, 4 e 5 são verdadeiras. c) As afirmativas 1, 2, 3, 4 e 5 são verdadeiras. d) Somente as afirmativas 2, 4 e 5 são verdadeiras. e) Somente as afirmativas 3, 4 e 5 são verdadeiras. 30 - O séc. XVII representa na história do Ocidente o processo em que o homem subverte a imagem que ele possui de si próprio e do mundo. Surge uma nova classe social, a dos burgueses, que vai determinar a produção de uma nova
realidade cultural influenciada pela ciência física que tudo exprime matematicamente. A filosofia, influenciada por essa tendência, passa a determinar a quebra de modelo de inteligibilidade apresentado pelo aristotelismo. Uma revolução científica se faz em nome de se evitar o erro, surgindo a questão do método. O pólo de atenção da filosofia moderna difere da grega por que passa a centrar-se: a) na existência do objeto e da realidade do mundo. b) no sujeito e na questão do conhecimento. c) na idéia de que o pensamento deve concordar com o objeto e vice-versa. d) no fato de buscar uma verdade primeira que possa ser posta em dúvida. e) na afirmação do senso comum e no destaque do testemunho dos sentidos. 31 - A palavra empirismo vem do grego empeiria, que significa experiência. Os empiristas, ao contrário dos racionalistas, enfatizam o papel da experiência no processo do conhecimento. Francis Bacon (1561-1626), influenciado pelo espírito da nova ciência, procurava não um saber contemplativo ou desinteressado, que não tivesse um fim em si, mas sim um saber instrumental, que possibilitasse a dominação da natureza. Seu lema era: a) Querer é conhecer. b) Tem que se ver para se crer. c) Perceber é dominar. d) Saber é poder. e) Educar é observar. 32 - No período helenista, a questão da moral se formulou em duas tendências opostas: para uns, o Bem se encontrava no prazer; para outros, os prazeres deviam ser desprezados, pois deles se originava o Mal. Assinale a alternativa que apresenta essas tendências, respectivamente. a) Hedonismo e Epicurismo. b) Hedonismo e Estoicismo. c) Estoicismo e Idealismo. d) Realismo e Idealismo. e) Hedonismo e Idealismo. 33 - Engels foi o amigo mais próximo de Marx, co-autor de algumas de suas obras e benfeitor em suas necessidades econômicas. Ambos, do mesmo modo que Feuerbach na sua dialética do eu e do tu, queriam abolir uma oposição dicotômica. Assinale a alternativa que contém a oposição dicotômica que esses filósofos queriam abolir: a) homem e natureza. b) alma e corpo. c) sujeito e objeto. d) causa e efeito. e) espaço e tempo. 34 - Martin Heidegger (1889-1976) é um dos representantes mais relevantes do existencialismo moderno. Na sua obra central, datada de 1927, aplica à existência humana o método fenomenológico de seu mestre, Husserl. É um projeto arrojado o seu, pois mostra que nascemos em circunstâncias que não podemos eleger e que, portanto, devemos outorgar a nós
mesmos um sentido para nossa existência. Tal obra é conhecida pelo titulo de: a) O nome da rosa. b) Ser e nada. c) Ser e tempo. d) Ser e não-ser. e) O homem e o cosmos. 35 - Assinale a alternativa que apresenta o filósofo que disse que Hume o acordou de seu sonho dogmático, revolucionou a moral da época com suas críticas e muito influenciou a Revolução Francesa 1789, sendo conhecido como principal filósofo do iluminismo. a) Heidegger b) Schopenhauer c) Kant d) Voltaire e) Marx 36 - O princípio da não-contradição diz que "o ser não pode ser e não-ser do mesmo modo e do mesmo aspecto". Seu autor e criador das bases da lógica formal é: a) Platão. b) Parmênides. c) Aristóteles. d) Plotino. e) Sócrates. 37 - A Revolução Industrial mudou radicalmente o modo de vida na Europa. Nesse período, foi grande o entusiasmo em torno da idéia de progresso humano e social, entendendo-se que já se possuía os instrumentos para a solução de todos os problemas. Pensava-se à época que esses instrumentos, vindos da ciência, aplicavam-se à indústria, ao livre intercâmbio de produtos e à educação. É o momento em que emerge o positivismo, estabelecendo-se em tradições culturais bem diferentes. Foram seus principais representantes na França e na Inglaterra, respectivamente: a) Auguste Comte e John Stuart Mill. b) Leszek Kolakowski e Ernest Heckel. c) Marie-François-Pierre Maine de Biran e Roberto Ardigò. d) Herbert Spencer e Jakob Moleschott. e) Soren Kierkegaard e Ernest Heckel. 38 - Guilherme de Ockhan (1280-1349) é o pensador mais importante da escolástica tardia. Tinha consciência da fragilidade teórica da relação entre razão e fé. Dizia que a razão humana tem um domínio e uma função diferente do domínio e da função da fé. Além de empirista, ficou conhecido na história da filosofia como: a) aristotélico, averroísta e tomista. b) o príncipe dos nominalistas. c) platonista, idealista e anticlericanista. d) o fundador da nova lógica. e) agostiniano e boaventurista. 39 - O que favorece o aparecimento da filosofia na Grécia antiga? 1. A condição geográfica. 2. O fato de Atenas estar em pleno desenvolvimento políticocultural.
3. A invenção da moeda, do calendário e do alfabeto. 4. As discussões políticas em praça pública e no senado. 5. O fato de Platão e Aristóteles terem nascido lá. Assinale a alternativa correta. a) Somente os itens 1, 2 e 3 são verdadeiros. b) Somente os itens 1, 3, 4 e 5 são verdadeiros. c) Somente os itens 2, 4 e 5 são verdadeiros. d) Somente os itens 1, 2, 3 e 4 são verdadeiros. e) Os itens 1, 2, 3, 4 e 5 são verdadeiros. 40 - Nasceu em Paris, em 1859. Escreveu a Evolução criadora e sua tese, intitulada Ensaio sobre os dados imediatos da consciência, foi publicada em 1889. Matéria e memória foi sua obra de maior sucesso. Membro da Academia Francesa, em 1928 recebeu o prêmio Nobel de literatura. Sua filosofia pretendia ser fiel à realidade, entendendo-a como algo que não pode ser concebido, reduzido, nem envolvido pelos "fatos" dos positivistas. O texto acima se refere a: a) Martin Heidegger. b) Friedrich Nietzsche. c) Jean Lacroix. d) Henri Bérgson. e) Emmanuel Mounier. 41 - Em relação aos sofistas na Grécia Antiga, NÃO é correto afirmar que: (A) constituem uma categoria de educadores; (B) são especializados em usar a filosofia e a retórica como instrumento; (C) tinham como objetivo ensinar predominantemente a jovens da nobreza; (D) eram considerados por Platão como os únicos verdadeiros sábios; (E) tinham como prática cobrar pela educação que forneciam. 42 - O conteúdo da Filosofia, quando esta nasce, é precisamente o de uma cosmologia. A palavra cosmologia é composta de duas partes: "cosmos", que significa mundo ordenado e organizado, e "logia", que vem da palavra "logos", que significa pensamento racional, discurso racional, conhecimento. Assim, é correto afirmar que a Filosofia nasce como: (A) conhecimento dos astros; (B) organização do mundo; (C) conhecimento racional da ordem do mundo; (D) amor aos poetas; (E) oposta ao conhecimento. 43 - Em relação ao que se chama de senso crítico da filosofia é correto afirmar que: (A) depende de argumentos de autoridade; (B) está sempre relacionado a uma religião; (C) se constitui de um aspecto negativo que rejeita os preconceitos e de um aspecto positivo que interroga o porquê de todas as coisas; (D) é impossível dada a amplitude do conhecimento filosófico; (E) não tem relação alguma com interrogações acerca de como são as coisas ou de porquê são assim as coisas. 44 - Em relação ao mito NÃO é correto afirmar que: (A) é uma narrativa sobre a origem de alguma coisa;
(B) pode dizer respeito à origem dos astros, da Terra, dos homens, das plantas e dos animais; (C) para os gregos era um discurso para ouvintes que recebiam a narrativa como verdadeira; (D) é uma narrativa baseada na autoridade e confiabilidade do narrador; (E) não pode ser uma narrativa feita em público. 45 - Considere o seguinte argumento. Todo homem é mortal Sócrates é homem Logo, Sócrates é mortal Com base no argumento acima e em seus conhecimentos assinale a única alternativa correta: (A) Sócrates é imortal; (B) Todo homem é Sócrates; (C) A conclusão do argumento é que Sócrates é mortal; (D) A premissa do argumento é que Sócrates é mortal; (E) Nesse argumento não há conclusão. 46 - Em relação à filosofia política todas as afirmações abaixo estão corretas EXCETO: (A) investiga a natureza do poder e da autoridade; (B) estuda os conceitos de lei, dominação, violência, formas de regimes políticos e suas fundamentações; (C) estuda o nascimento e formas do Estado; (D) analisa criticamente as ideologias; (E) estuda os diferentes significados dos conceitos de belo e de conhecimento e suas fundamentações. 47 - Todos os filósofos abaixo mencionados são sofistas EXCETO: a) Protágoras; b) Gorgias; c) Hippias; d) Aristóteles; e) Cratylus. 48 - Em relação ao termo "mito" é correto afirmar que: (A) tem sua origem no termo grego "mythos"; (B) significa o mesmo que o termo português "imitar"; (C) significa o conjunto das religiões de uma sociedade ou cultura; (D) significa o conjunto de brincadeiras de uma sociedade; (E) significa o conjunto de rituais de uma religião. 49 - Avalie as afirmativas a seguir acerca dos argumentos. I - Um argumento dedutivo consiste em partir de uma caso particular para demonstrar que ele é semelhante a muitos casos. II - A dedução vai do geral ao particular ou do universal ao individual. III - O ponto de partida de uma dedução é ou uma ideia verdadeira ou uma teoria verdadeira. Assinale a alternativa correta: (A) apenas a afirmativa I está correta; (B) apenas a afirmativa II está correta; (C) apenas as afirmativas I e II estão corretas; (D) apenas as afirmativas II e III estão corretas; (E) todas as afirmativas estão corretas. 50 - Em relação à retórica é correto afirmar que: (A) define-se como a capacidade de ver e utilizar o que é mais provável;
(B) aquele que a domina é sempre capaz de convencer em qualquer circunstância; (C) define-se como o conjunto de discurso eternamente verdadeiro; (D) aquele que a domina sabe os meios disponíveis para persuadir, embora não seja capaz de persuadir a todos em todas as circunstâncias; (E) define-se como o conjunto de regras para viver bem. 51 - Segundo uma certa concepção (inspirada em Platão), a tarefa de educar deve começar cedo, porque "o princípio de toda obra é o principal... porque então se forma e imprime o tipo que alguém quer disseminar em cada pessoa" (Platão. A República, II 377a-b). A partir dessa concepção NÃO se depreende que: (A) o conceito de infância envolvido é o de potencialidade, matéria-prima das utopias, dos sonhos dos educadores; (B) a infância é uma etapa da vida, a primeira, o começo, cujo sentido depende de sua projeção no futuro; (C) é impossível educar a criança desde a mais tenra idade; (D) a educação é necessária na medida em que as crianças não têm um ser definido: elas são possibilidade, potencialidade: serão o que forem educadas para ser; (E) o desenvolvimento do ser humano se dá em um tempo contínuo que envolve o passado, o presente e o futuro. 52 - Em relação ao argumento indutivo NÃO é correto afirmar que: (A) é um argumento que realiza um caminho exatamente contrário ao do argumento dedutivo; (B) através dele, a partir de casos particulares iguais ou semelhantes pode-se chegar a uma lei geral; (C) através dele, a partir de casos particulares iguais ou semelhantes pode-se extrair uma definição geral ou uma teoria geral que explica e subordina todos esses casos particulares; (D) através dele, a partir de princípios gerais conhecidos como verdadeiros, explicam-se instâncias particulares; (E) através dele podemos adquirir novos conhecimentos. 53 - O pensador que cunha a frase "o homem é a medida de todas as coisas" é: a) Platão; b) Nietzsche; c) Kant; d) Protágoras; e) Marx. 54 - Avalie as afirmativas a seguir acerca do empirismo: I - Os defensores do empirismo afirmam que o conhecimento é adquirido por nós através da experiência. II - Os defensores do empirismo admitem que antes da experiência nossa mente é como uma "tábula rasa", onde nada foi gravado. III - Os defensores do empirismo defendem que conhecer é recordar a verdade que já existe em nós. Assinale a alternativa correta: (A) apenas a afirmativa I está correta; (B) apenas a afirmativa II está correta; (C) apenas a afirmativa III está correta; (D) apenas as afirmativas II e III estão corretas; (E) apenas as afirmativas I e II estão corretas. 55 - As doutrinas éticas que colocam a felicidade como bem supremo denominam-se:
(A) cínicas; (B) eudemonistas; (C) egoístas; (D) consequencialistas; (E) consensuais. 56 - Em relação à educação na cidade perfeita exposta por Platão na República todas as afirmações abaixo estão corretas EXCETO: (A) a poesia, a pintura e a escultura são indispensáveis para formar os sábios da cidade; (B) a dança e a música são disciplinas fundamentais na formação do corpo e da alma, isto é, do caráter das crianças e dos adolescentes; (C) a gramática, a estratégia, a aritmética, a geometria e a astronomia são artes e seu ensino é considerado indispensável na formação dos guerreiros; (D) a arte da dialética é indispensável na formação dos filósofos; (E) a poesia, a pintura e a escultura não fazem parte da formação das crianças e dos adolescentes. 57 - Avalie as afirmativas a seguir. I - Segundo uma concepção determinista da realidade, o curso das coisas e de nossas vidas já está fixado, sem que nele possamos intervir. II - Segundo uma determinada concepção, a liberdade é a escolha incondicional que o próprio homem faz de seu ser e de seu mundo. III - Segundo uma determinada concepção, liberdade se opõe ao que é condicionado externamente (necessidade) e ao que acontece sem escolha deliberada (contingência). Assinale a alternativa correta: (A) apenas a afirmativa I está correta; (B) apenas a afirmativa II está correta; (C) apenas a afirmativa III está correta; (D) apenas as afirmativas I e III estão corretas; (E) todas as afirmativas estão corretas. 58 - Em relação ao papel pedagógico das artes defendido por Aristóteles, na Arte poética, é correto afirmar que: (A) ensinar a arte gráfica torna a criança mais preparada para a leitura; (B) particularmente a tragédia tem a função de produzir a catarse, isto é, a purificação espiritual dos espectadores; (C) é impossível ensinar qualquer arte a uma criança; (D) o ensino da arte torna a criança e o adolescente mais criativos; (E) o ensino das artes dispersa a criança ocupando-a com banalidades no lugar de ocupá-la com a busca do conhecimento. 59 - Para a corrente filosófica conhecida como ceticismo: (A) o conhecimento de Deus é o mais fácil de ser obtido; (B) o conhecimento depende dos sentidos e da razão pura; (C) a razão humana é incapaz de conhecer a realidade e por isso deve renunciar à verdade; (D) a razão humana sem auxílio de qualquer outra faculdade conhece a verdade; (E) só se atinge o conhecimento através do lúdico.
60 - Em relação à Ética é correto afirmar que: (A) é o estudo da religião de cada povo; (B) é o estudo de como transformar o Estado; (C) é estudo dos valores morais (as virtudes), da relação entre vontade e paixão,vontade e razão; (D) é o estudo dos rituais religiosos de um povo; (E) é o estudo das revoluções sociais. 26 Na democracia da pólis, cujo exemplo maior é o da Atenas no século IV a.C., muito poucos de fato poderiam ser considerados cidadãos, estando excluídos da participação política (A) escravos, crianças, mulheres e homossexuais. (B) mulheres, crianças, escravos e estrangeiros. (C) mulheres, escravos e os mais pobres. (D) homens, mulheres e crianças. (E) todos que não servissem ao exército. 27 Ao lado do poeta, do adivinho e do rei-de-justiça, a Grécia arcaica possuía ainda um outro grupo de homens que têm o direito à palavra: os guerreiros. CHAUÍ, Marilena. Introdução à História da Filosofia, p.41. Como característica da palavra dos guerreiros, contrapondo-a à dos demais grupos citados, tem-se o fato de ela ser (A) contrária à filosofia nascente, porque intransigente e interditada a qualquer possibilidade de discussão. (B) fundada na força e na violência, cruel e impiedosa. (C) requisitante de uma falsa fundamentação divina utilizada para sustentar a posição do rei-de-justiça. (D) mágica e eficaz, cuja verdade é decidida pelo adivinho que acompanha os guerreiros. (E) leiga e humana, proferida em assembleia e, portanto, fundamental à instituição da democracia e da palavra dialógicofilosófica. 28 A chamada "querela dos universais" foi, nos últimos séculos da Idade Média, uma das principais e mais determinantes discussões filosóficas para o advento do pensamento moderno. Segundo a posição nominalista de Guilherme de Ockam, no século XIV, os universais são (A) entes dotados de realidade objetiva que constituem o fundamento último do real. (B) formas que existem na matéria e dela são abstraídas apenas pelo pensamento. (C) categorias de realidade lógica, ontológica e epistemológica. (D) momentos ou aspectos do desdobramento histórico do Conceito. (E) palavras que não correspondem a ideias existentes em si mesmas e, portanto, são desprovidos de realidade objetiva. 29 A investigação filosófica acerca do "belo" sofre radical mudança na modernidade, na medida em que passa a privilegiar a busca de seu objeto não na própria coisa (no caso, a obra de arte), como seu atributo, mas sim na subjetividade do sujeito, tematizando, sobretudo, o juízo de gosto. Tal deslocamento foi acompanhado de uma mudança terminológica que consiste no(a)
(A) uso do termo "estética" para referir-se às artes, empregado pela primeira vez, nesse sentido, por Baumgarten, em torno de 1750. (B) uso do termo "belo" com referência não apenas aos entes inteligíveis, mas também aos entes sensíveis e mutáveis. (C) emprego, feito pela primeira vez por Baumgarten, por volta de 1750, do termo "poética" para denominar a investigação do "belo" enquanto atividade produtiva do espectador. (D) emprego do termo "imaginação", a partir do "Leviatã" de Thomas Hobbes, com referência apenas ao âmbito artístico e, peculiarmente, sob a perspectiva do artista. (E) restrição do uso do termo "estética", referindo-se, a partir do século XVIII, apenas à experiência sensível e ao conhecimento dela proveniente. 30 "Sabe por que não é fácil dizer quando um ser humano é "bom" e quando não é? Porque não sabemos para que servem os seres humanos. Um jogador de futebol serve para jogar futebol de modo a ajudar seu time a ganhar e marcar gols contra o time adversário; uma moto serve para nos transportar de maneira veloz, estável, resistente ... Sabemos quando um especialista em alguma coisa ou quando um instrumento funcionam devidamente, porque temos ideia do serviço que devem prestar, do que se espera deles." SAVATER, Fernando. Ética para meu fi lho, cap. III. O texto acima justifica a dificuldade de se saber qual é a virtude do homem enquanto homem pelo fato de, segundo o autor, não ser possível determinar qual atividade lhe é mais própria e, portanto, seu fim. Qual dos filósofos abaixo buscou dizer o que é a felicidade, utilizando justamente a pergunta sobre a finalidade do homem quanto à atividade que lhe é mais própria? (A) Maquiavel. (B) Heráclito. (C) Aristóteles. (D) Descartes. (E) Hume. 31 A obra de arte tem sido um objeto privilegiado da investigação filosófica, que receberá o nome de Estética ou Poética, em função do aspecto que visa a apreender da obra, o da recepção ou o da fabricação. Considerando a distinção apontada, exercem a recepção de obra de arte e a produção de obra de arte, respectivamente, o (A) artista e o artesão. (B) poeta e o fingidor. (C) crítico e o artista. (D) crítico e o analítico. (E) esteta e o filósofo. 32 A elaboração de um discurso acerca da origem das coisas e sua explicação através dos processos de união e de separação são características (A) presentes na filosofia pré-socrática e separam radicalmente o discurso mítico do filosófico. (B) encontradas tanto na filosofia pré-socrática quanto na poesia épica de Hesíodo, embora, no mito, a explicação seja dada e, na filosofia, ela seja buscada e questionada.
(C) encontradas tanto em Hesíodo quanto em Parmênides, embora Hesíodo introduza seu discurso com uma narrativa mítica, enquanto Parmênides introduz seu discurso com uma análise lógica da predicação. (D) peculiares ao período helenístico, em contraposição direta tanto ao pensamento platônico quanto ao aristotélico. (E) capazes de distinguir a poesia da filosofia pelo fato, puramente estilístico, de uma ser composta em versos e a outra, em prosa. 33 "Uma aranha executa operações que se assemelham às manipulações do tecelão, e a construção das colmeias pelas abelhas poderia envergonhar, por sua perfeição, mais de um mestre de obras. Mas há algo em que o pior mestre de obras é superior à melhor abelha, o fato de que antes de executar a construção ele a projeta em seu cérebro." MARX, Karl. O Capital, 1, III, VII. A partir do texto, afirma-se que o homem é único animal que trabalha porque (A) o homem é capaz de realizar uma ação transformadora da realidade dirigida por finalidades conscientes. (B) o homem desempenha suas ações por uma capacidade dinâmica, enquanto o animal age por instinto. (C) o homem é um animal que faz promessas. (D) os animais, de maneira geral, são capazes apenas de sofrer ações, enquanto só o homem de fato as realiza. (E) o trabalho, para existir, tem de haver exploração e alienação, e isso não ocorre na natureza. 34 O projeto sartriano de substituir a noção de natureza humana pela de condição humana funda-se na (A) concepção de que não há uma essência humana dada previamente à existência, mas sim um horizonte humano de possibilidades de realização através da escolha e da decisão. (B) concepção, segundo a qual a essência humana encontra-se historicamente inviabilizada pela mecanização dos processos produtivos, trazendo à tona a necessidade de restabelecer e reformular sua identidade universal. (C) refutação da concepção aristotélica do homem como animal político a partir das noções de direito natural e lei racional. (D) ideia de que o sujeito do conhecimento não é anterior aos dados da experiência, sendo ele, anteriormente à recepção dos dados sensíveis e de suas relações, comparável a um quadro branco paulatinamente preenchido pela experiência. (E) ideia de que o Eu consititui-se como resistência às forças externas opressoras e, portanto, deve libertar-se de toda materialidade natural (corpo, sensações, opiniões) para conquistar a si mesmo. 35 Na segunda de suas "Meditações Metafísicas", René Descartes apresenta-nos o chamado "argumento da cera", a partir do qual o filósofo chega à terceira verdade de sua meditação. Tal verdade consiste no fato de que (A) eu sou uma coisa pensante. (B) o método indutivo torna possível conhecer o corpo. (C) a coisa extensa é tal como representada clara e distintamente pela coisa pensante. (D) o espírito é mais fácil de conhecer do que o corpo.
(E) o corpo consiste em ser um produto da imaginação. 36 A metafísica moderna tem, como um de seus temas capitais, a questão do método. A intensa busca propriamente moderna pelo estabelecimento dos princípios do método encontra suas raízes na(o) (A) retomada do aristotelismo, principalmente no que diz respeito às investigações sobre o intelecto enquanto princípio último da intuição verdadeira. (B) crítica que, tanto os filósofos racionalistas quanto os empiristas, dirigiram à nova física de Galileu. (C) mudança de foco da investigação metafísica que, antes voltada às causas últimas do real, passa a ocupar-se primordialmente com o horizonte de realização do conhecimento e, portanto, com a estrutura do objeto enquanto objeto. (D) tentativa de superar a cisão sujeito-objeto, estabelecida por Aristóteles e mantida por toda a tradição filosófica medieval. (E) abandono, em resposta à retomada renascentista do platonismo, dos princípios matemáticos como critério de cognoscibilidade do real. 37 Para Aristóteles, as virtudes éticas são hábitos que apresentam (A) libertação de estímulos externos. (B) realização do dever moral. (C) satisfação total dos apetites. (D) justa-medida. (E) risco real de morte. 38 Embora "Metafísica" seja o título de uma obra aristotélica, não há qualquer ocorrência desse termo em Aristóteles e tampouco tal título foi dado por ele mesmo à sua obra assim tradicionalmente conhecida. O responsável por tal título foi, em verdade, Andrônico de Rodes, ao agrupar e classificar os escritos aristotélicos por volta do ano 50 a.C. Observe as formulações abaixo. I - O ente enquanto ente. II - O primeiro motor imóvel. III - Os primeiros princípios e causas do real, como o princípio de não contradição. Constitui(constituem), segundo Aristóteles, o(s) objeto(s) próprio(s) da ciência mais elevada que, posteriormente, veio a ser denominada Metafísica: (A) I, apenas. (B) III, apenas. (C) I e II, apenas. (D) II e III, apenas. (E) I, II e III. 39 "Diz Platão que a primeira virtude do filósofo é admirar-se: Thaumátzein se diz em grego. (...) O filósofo, pois necessita de uma primeira dose de infantilidade, uma capacidade de admiração, que o homem já feito, que o homem já enrijecido, não costuma possuir. Por isso Platão preferia tratar com jovens a tratar com velhos. Sócrates, o mestre de Platão, andava, entre a mocidade de Atenas, entre as crianças e as mulheres."
MORENTI, Manuel Garcia. Fundamentos de Filosofi a. Lições Preliminares. São Paulo: Mestre Jou, 1980. Para que um jovem desenvolva a admiração filosófica, deve-se estimular a sua capacidade (A) crítica na interpretação de textos. (B) analítica na observação de argumentos. (C) de valorizar o já sabido. (D) de problematizar o já sabido. (E) de decompor uma situação em elementos simples. 40 Para Platão, o que caracteriza o conhecimento (episteme) em seu contraste com a opinião (doxa) é estar (A) referido ao que é inteligível, imutável e niversal. (B) referido ao que é substancial, ininteligível e universal. (C) referido ao que é sensível, transitório e particular. (D) referido às formas universais abstraídas por indução da matéria. (E) baseado em uma objetividade tal qual a da Física Newtoniana. 41 É muito comum distinguir Ética de Moral, tomando apenas a primeira como uma investigação filosófica, porque (A) Ética diz respeito tanto às práticas como aos valores morais, enquanto que Moral se restringe apenas aos valores. (B) a primeira se fundamenta na Ciência e a segunda, na Religião. (C) ambas dizem respeito a valores morais, a primeira, por investigá-los em seus fundamentos, e a segunda, por reuni-los de acordo com regras de conduta comumente aceitas. (D) ambas dizem respeito à investigação teórica; a primeira, de condutas simples, e a segunda, de condutas complexas. (E) cada uma tem uma forma própria de lidar moralmente com o ser humano, uma, na ordem, outra, na obediência. 42 "A Ciência Moderna supõe uma verdadeira revolução mental, ligada a uma modificação radical do aspecto das coisas. Tratase (...) de operar a substituição de um espaço Pré-Galilaico, pelo espaço abstrato da geometria euclidiana." KOYRÉ, A. Estudos Galilaicos. Lisboa: Publicações Dom Quixote, 1986. "Toda a riqueza que se apresenta à nossa percepção e encanta a alma do artista irá se encontrar pouco a pouco reduzida a símbolos algébricos." BLANCHÉ, R. El Método Experimental y La Filosofía da Física, Cidade do México: Fondo de Cultura Económica, 1972. Considerando os textos acima, qual é a atitude presente na Física Moderna, e decisiva para a chamada revolução científica, que NÃO pode ser observada de forma alguma na investigação da Natureza dos antigos, exemplarmente representada pela Física de Aristóteles? (A) O uso transcendental de categorias do entendimento. (B) O uso da argumentação dedutiva. (C) A investigação do movimento local. (D) A consideração da natureza em termos de substância. (E) A consideração das qualidades sensíveis em termos matemáticos. 43
Para Tomás de Aquino, a Filosofia está separada da Teologia, porque, enquanto a primeira fundamenta seus argumentos em princípios da razão humana, a segunda (A) funda-se no exercício radical da razão. (B) dá-se apenas no campo da fé e da revelação, não possuindo argumentos. (C) estabelece seus argumentos tendo como base a revelação. (D) estabelece seus parâmetros na relação com os deuses. (E) visa a atingir o que está para além da razão humana, com base no que é cognoscível. 44 Nietzsche aponta, quando se refere à morte de Deus, em seu diagnóstico da Modernidade, à(ao) (A) perda do referencial em valores absolutos. (B) queda do prestígio das religiões e dos fundamentalismos na modernidade. (C) conquista tecnológica operada pela ciência. (D) fato de a existência preceder à essência. (E) argumento teológico da existência de Deus. 45 "O que está em questão é o que rege os enunciados e a forma como estes se regem entre si para constituir um conjunto de proposições aceitáveis cientificamente e, consequentemente, susceptíveis de serem verificadas ou infirmadas por procedimentos científicos. Em suma, problema de regime, de política do enunciado científico." FOUCAULT, M. Microfísica do Poder, cap. I - tradução de Roberto Machado. Rio de Janeiro: Editora Graal, 2007. Segundo o francês Michel Foucault, (A) o esforço moderno por conhecer a loucura promoveu a superação da cisão entre sujeito e objeto. (B) o conflito moderno entre razão e experiência deve ser superado através do retorno genealógico ao discurso originário dos primeiros filósofos. (C) o sujeito não é fruto de uma construção histórica, mas sim a origem perene dos saberes determinados historicamente. (D) os saberes próprios de uma época são autônomos frente às relações de poder que nela se desdobram. (E) as relações de poder regulam a produção do saber. 46 Quais os procedimentos mais típicos da maiêutica socrática? (A) Devir e plano de imanência. (B) Ironia e dialética. (C) Espanto e rigor. (D) Dialética e método experimental. (E) Observação da natureza e dialética. 47 Kant autodenomina seu projeto filosófico como uma revolução copernicana. A esse respeito, analise as afirmativas abaixo. I - O projeto de Kant aponta para o desenvolvimento de uma Teoria do Conhecimento de cunho idealista, onde o referencial não são as coisas em si mesmas, mas o modo de acesso a elas. II - Kant propõe uma crítica da Metafísica tradicional, de modo que essa possa dar conta dos desenvolvimentos da Física Moderna, tal como é a praticada por Copérnico. III - Kant propõe uma crítica do conhecimento empírico, em prol daquele que se desenvolve de forma analítica.
Está correto o que se afirma em (A) I, apenas. (B) II, apenas. (C) I e II, apenas. (D) I e III, apenas. (E) I, II e III. 49 "Mais do que aquele que dirige o processo, por conhecer a "verdade", cabe ao professor dar condições para que o próprio aluno construa seu conhecimento crítico e se oriente na direção da autonomia da ação." PCN+ Ensino Médio: Orientações Educacionais Complementares aos Parâmetros Curriculares Nacionais, p.42. Sobre o conhecimento crítico a que se refere o texto acima, analise as afirmativas abaixo. I - Conhecimento crítico é a capacidade de discernir e de julgar valores, ações, discursos e de questionar seus pressupostos. II - A concepção kantiana da filosofia caracteriza-se pelo papel fundamental destinado à crítica. III - O conhecimento crítico aponta para a compreensão de que os discursos e valores elaborados no âmbito político são meras aparências ilusórias e opiniões infundadas, sendo a autonomia do homem condicionada pelo seu alheamento frente às disputas políticas. Está correto o que se afirma em (A) I, apenas. (B) II, apenas. (C) I e II, apenas. (D) II e III, apenas. (E) I, II e III. 50 Segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensino Médio, não é necessário que o professor de Filosofia elabore novidades intelectuais, cabendo-lhe (A) restringir o estudo a um filósofo apenas, aprofundando-se e tornando esse filósofo um paradigma ético, político e epistemológico para seus alunos. (B) atender aos motivos originários da tradição filosófica, entendidos como a perplexidade, a dúvida e a busca de esclarecimento frente à realidade. (C) construir certezas a partir das dúvidas dos alunos. (D) preparar suas aulas a partir de suas próprias ideias e visão de mundo, sem compromisso com a História da Filosofia. (E) ter como foco principal do processo de ensinoaprendizagem o desenvolvimento das competências requisitadas para a inserção do aluno no mercado de trabalho. 1. Para os gregos, o mito era um discurso pronunciado para pessoas que acreditam ser verdadeira a narrativa apresentada. Os cantores ambulantes davam forma poética aos relatos populares e os recitavam de cor em praça pública. Sobre os mitos é correto afirmar-se que: A) O mito fazia um apelo à razão do ouvinte. B) O mito era considerado uma narrativa sagrada. C) A narrativa mítica não trazia sabedoria sobre o universo humano, pois colocava em cena deuses e heróis. D) No mito, a razão se sobrepõe ao elemento fantástico. 2. No século VI a.C., condições sociais e econômicas favoreceram o surgimento da filosofia na Grécia. Dentre estas mudanças pode-se mencionar:
A) A estruturação do mundo rural, desenvolvimento do sistema escravagista e o estabelecimento de uma aristocracia proprietária de terras. B) A expansão da economia local fundada no desenvolvimento do artesanato, o fortalecimento dos "demos" e da organização familiar patriarcal. C) As disputas entre Atenas e Esparta, o desenvolvimento de Mecenas e do comércio jônico. D) O uso da escrita alfabética, as viagens marítimas e a evolução do comércio e do artesanato. 3. Das alternativas dadas abaixo sobre os pré-socráticos, está correta: A) Heráclito identificou a arché, o princípio fundamental de tudo, com o fogo. B) Anaximandro vê a origem de todas as coisas na mudança do elemento primordial. C) Parmênides atribui a origem de tudo ao movimento. D) Empédocles via a compreensão do universo no movimento. 4. Os sofistas, considerados sábios, viveram na Grécia no século V a.C. Eles desenvolveram um ensino itinerante e costumavam cobrar por seus ensinamentos. Interessados na paidéia, os sofistas formaram um currículo, o qual se compunha de: A) gramática, metafísica e dialética. B) gramática, retórica e dialética. C) retórica, astronomia e apologética. D) gramática, retórica e apologética.
5. Protágoras foi considerado um dos mais importantes sofistas. Para ele, A) A areté, a virtude, encontrava-se no interior de cada um. B) O homem era a medida de todas as coisas. C) O homem livre é aquele que dizia o que considerava verdadeiro, sem preocupação com o raciocínio na argumentação. D) A ironia era parte indispensável na persuasão. 6. Sócrates foi considerado um dos maiores sábios da humanidade. Nada deixou escrito. Suas idéias foram divulgadas por dois de seus discípulos, Xenofonte e Platão. O ponto de partida da filosofia socrática encontra-se no fato de que: A) A verdadeira filosofia encontra-se na physis, na natureza, cabendo ao homem buscá-la com todos os seus esforços. B) A verdade não está ao alcance dos seres humanos. C) O primeiro passo em direção à verdade é o reconhecimento da ignorância. D) A aquisição do conhecimento se dá por meio da retórica. 7. A chave da compreensão do pensamento político, epistemológico, ético e espiritual de Platão encontra-se: A) No mundo das idéias, o qual existe de forma absoluta. B) No mundo sensível, indispensável ao conhecimento do mundo. C) No mundo das idéias, relacionado ao imaginário do ser humano. D) O hiperurânio, ou mundo psicofísico do ser humano.
8. No pensamento platônico, doxa e episteme apresentam-se como conceitos distintos, pois: A) Doxa é o conhecimento perfeito e episteme o pensamento típico dos sofistas. B) Doxa retrata a razão e episteme o desejo, a imperfeição. C) Doxa retrata a eternidade e episteme a temporalidade. D) Doxa é o conhecimento imperfeito e episteme é a ciência, o conhecimento por excelência. 9. A partir do século II, surge a Patrística cujos objetivos eram o de converter os pagãos, combater os hereges, opositores da fé cristã e justificar a fé. O principal nome da patrística foi Santo Agostinho (354-430). Para Agostinho, o homem recebe de Deus o conhecimento das verdades eternas. Tal concepção relacionase, no autor, a: A) Apologética. B) Metafísica. C) Teoria da iluminação. D) Teoria da inspiração. 10. O pensamento tomista buscou fazer uma grande síntese da fé e da razão a partir do século IX. Seu grande expoente foi São Tomás de Aquino, o qual fundamentou sua filosofia nas concepções, A) Platônicas. B) Agostinianas. C) Aristotélicas. D) Pré-socráticas. 11. O método cartesiano buscava ser universal e marcado pelo rigor matemático e geométrico, buscando-se um conjunto de conhecimentos seguros para as ciências. Tal método consiste em quatro regras básicas, quais sejam: A) observação, comprovação, racionalização e síntese. B) observação, racionalização, controle e sistematização. C) evidência, sistematização, observação e síntese. D) evidência, análise, síntese e controle.
12. Sobre as "ideias" no empirismo de John Locke, pode-se afirmar: I. As idéias simples podem ser de sensação ou de reflexão. II. As idéias complexas são fruto dos vários modos de operação que a mente humana exerce sobre as idéias simples. III. As idéias de modo estão sempre relacionadas a uma substância. IV. As idéias de relação nascem do confronto e comparação a que a mente humana submete as idéias entre si. Estão corretas: A) todas. B) apenas I e II. C) apenas I, II e III. D) apenas II, III e IV. 13. A política, a partir de Nicolau Maquiavel, vai se emancipando da ética religiosa, tornando autônoma e laica. Marca, ainda, o pensamento político do autor, o fato dele ser: A) Utópico. B) Realista e Utilitarista. C) Libertário. D) Conservador.
14. Sobre o pensamento político de Thomas Hobbes, é incorreto afirmar-se que: A) Os homens no estado de natureza têm propensão à anarquia. B) O poder soberano deve ser absoluto, ilimitado. C) Não é possível ao súdito julgar se o soberano é justo ou injusto. D) No jus naturale, estado de natureza, os homens têm o poder limitado pela sociabilidade. 15. Em Ética a Nicômaco, Aristóteles desenvolve a substância do seu pensamento ético. Para ele, a prudência (phronesis) é que possibilita ao homem escolher entre o bem e o mal para si. Aristóteles defende, ainda, que: A) A virtude se encontra na justa medida e na vida ascética. B) O fim último da vida humana é a felicidade que se encontra na busca dos próprios interesses. C) A virtude se encontra na justa medida e o fim último da vida humana é a felicidade. D) A alma racional deve se sobrepor à alma irascível. 16. No século XVIII, a moral se torna laica e secularizada. Neste contexto, os Iluministas acreditavam que a capacidade humana de conhecer e agir procedia da "luz da razão". Além da razão, a norma moral passa a ser justificada: A) Pela lei natural e pela tradição. B) Pela lei natural e pelo interesse. C) Pela tradição e pela religião. D) Pela fé e pelo interesse. 17. Em Kant, existem duas formas de manifestação da razão: a razão teórica e a razão prática. A razão prática acaba por ser o complemento da razão teórica. A razão prática é regida pela vontade e liberdade dos homens, tendo por instrumento principal: A) O imperativo hipotético, o qual se resume na sentença: Aja de tal maneira que tua ação retrate a integridade pessoal. B) O imperativo categórico, o qual se resume na sentença: Os fins justificam os meios. C) O imperativo hipotético, o qual se resume na sentença: Na dúvida, não faças julgamentos entre o bem e o mal. D) O imperativo categórico, o qual se resume na sentença: Age de tal modo que a máxima de tua vontade possa sempre valer simultaneamente como um princípio para uma legislação geral. 18. Em Nietzsche, pode-se encontrar uma das críticas mais veementes à cultura e aos valores ocidentais. Para ele, o pensamento Ocidental se desenvolveu a partir da tensão entre dois elementos presentes na arte e na literatura grega: o apolíneo e o dionisíaco. Assim sendo, pode-se dizer que: A) O elemento dionisíaco representa a forma, a harmonia, a racionalidade. B) O elemento apolíneo representa a quebra das regras, a alegria, o ritmo. C) O super-homem é uma manifestação da dimensão apolínea da vida. D) O elemento dionisíaco representa a quebra das regras, a alegria, a embriaguez e a exuberância. 19. "A existência precede a essência". O que melhor define esta frase de Sartre é:
A) Primeiro o homem existe, depois se define. B) O homem é o que ele concebe e não o que ele faz. C) O homem é "em si"e não "para si". D) A vida de um homem está ligada à sua essência. 20. A Escola de Frankfurt, representada, dentre outros, pelos jovens judeus marxistas Adorno, Marcuse e Horkheimer, desenvolveu o conceito de razão instrumental. Por tal conceito entende-se: A) O pensamento crítico capaz de avaliar as contradições da existência humana. B) A razão como critério de escolha, instrumento para fazer julgamentos entre o certo e o errado, o bem e o mal. C) A degeneração da racionalidade humana, que escraviza os seres humanos e está a serviço do poder. D) A razão como fonte de conhecimento e de interpretação do real. 21. O termo indústria cultural foi utilizado pela primeira vez por Adorno e Horkheimer. Relaciona-se à idéia de indústria cultural: I. Cultura humana colocada a serviço da manipulação das consciências. II. Manipulação ideológica com o objetivo de seduzir os espectadores em vários níveis psicológicos. III. Cultura de massa e cultura popular. IV. A criticidade e aceitação dos valores consumistas divulgados pelos mass media, os meios de comunicação de massa. Está (ão) incorreta (s): A) apenas I e III. B) apenas II e III. C) apenas II e IV. D) apenas III. 22. A Teoria da Ação Comunicativa busca uma análise epistêmica da racionalidade como sistema operante da sociedade. Tal racionalidade é vista como mediada pela linguagem e pela capacidade de comunicação dos sujeitos. A Teoria da Ação Comunicativa foi desenvolvida por: A) Foucault. B) Habermas. C) Sartre. D) Walter Benjamin. 23. Heidegger busca em Ser e Tempo desenvolver uma teoria do ser. Neste sentido, A) O Ser encontra-se limitado pelas estruturas sociais. B) Ser e Ente aparecem como sinônimos. C) O Ser está em toda parte, é comum a tudo e engloba tudo. D) O Ser-no-mundo é determinado pelo livre arbítrio. 24. A teoria política de Santo Agostinho foi fundamentada na teoria platônica pelo desprezo do mundo material. Em Cidade de Deus, Agostinho defende a idéia de que: A) O Estado era o instrumento de Deus para a consecução da justiça. B) O poder do Estado era superior ao poder da Igreja. C) Poder espiritual e poder temporal são indistintos. D) A Cidade de Deus era formada pela comunidade dos cristãos.
25. Para Francis Bacon, a mente humana estava povoada por ídolos, sendo que somente o conhecimento poderia libertá-la dos mesmos. Dentre estes ídolos encontram-se os ídolos do foro. Estes ídolos se relacionavam a: A) Linguagem humana. B) Adesão a sistemas filosóficos. C) Convicções íntimas dos indivíduos. D) Própria natureza humana.
11. Em filosofia, entende-se por pré-socráticos aqueles filósofos que antecederam a Sócrates. Entre as opções abaixo relacionadas identifique-os: a) Tales de Mileto / Santo Agostinho / Heráclito; b) Parmênides / Anaximandro / Diógenes; c) Parmênides / Pitágoras / Aristóteles; d) Anaxágoras / Platão / Demócrito. 12. A estrutura do mundo das idéias constituída por multiplicidade, porém, distintas do sensível e do inteligível foi concebida por: a) Sócrates; b) Kant; c) Platão; d) Aristóteles. 13. O método dialético utilizado por Sócrates, identificado como maiêutica, tem como principal fundamento: a) A ética e a educação; b) A política e a moral; c) A religião e os costumes; d) A lógica e a essência do homem. 14. Compreendendo ser o conhecimento sensível das coisas, enganador, devendo por isso ser superado pela razão, a quem se atribui a autoria do fragmento abaixo transcrito? "Os (porcos) alegram-se na lama (mais do que na água limpa)" a) Xenófanes; b) Heráclito; c) Leucipo de Abdera; d) Pitágoras. 15. O poema de Parmênides de Eléia é tido como a doutrina mais profunda do pensamento pré-socrático, de difícil interpretação, sendo composto de três partes distintas a saber: a) O prólogo / o caminho do saber / o caminho da verdade; b) O prólogo / o caminho do sensível / o caminho das idéias; c) O prólogo / o caminho do natural / o caminho da razão; d) O prólogo / o caminho da verdade / o caminho da opinião. 16. Qual é o filosófo pré-socrático que faz da multiplicidade o principal objeto do seu pensamento, assim manifestando-se acerca da natureza do múltiplo: "em cada coisa há uma coisa porção de cada coisa. Exceção é o Espírito, que é ilimitado e autônomo: ao contrário das coisas, não é misturado com nada."? a) Zenão de Eléia; b) Parmênides; c) Anaxágoras; d) Tales de Mileto.
17. Entre os principais nomes da filosofia medieval encontra-se o de Giordano Bruno. Sendo sua teoria semelhante à de Nicolau de Cusa e a de Copérnico, qual a razão de ter incomodado tanto
a Igreja, fazendo esta oposição radical ao filósofo, a ponto de ser julgado pela inquisição e sumariamente condenado à morte? a) Acreditar em Deus como um Ser não transcendente; b) Ter apenas afirmado ser o sol o centro do universo; c) Duvidar do mistério da Santíssima Trindade como dogma de fé; d) Inaugurar as possibilidades da construção de um novo conhecimento científico para o mundo.
a) O trabalhador ao trocar-se por um salário torna-se mercadoria; b) O salário recebido pelo trabalhador e o que produz é de justa correspondência; c) O valor do trabalhador enquanto mercadoria produtiva não agrega valor ao produto; d) Diferença entre o valor da força de trabalho, que corresponde a manutenção do operário e o valor que este produz.
18. O renascimento apresenta a sua originalidade em razão: a) Da aceitação de uma nova imagem do mundo, porém com a coexistência valorativa de elementos do passado; b) Da impossibilidade de crença pelo desprezo e ruptura com o mundo medieval, centrado na divindade, face a nova concepção da valorização do poder criativo do homem; c) Não aceitação de ser o artista, pintor que reproduz a natureza sobre a tela, como semelhante ao Demiurgo de Platão; d) Não reconhecimento da necessidade de intermediários na comunicação com Deus, sendo apenas o homem responsável pelos seus próprios atos, sua consciência e pela divindade.
24. O positivismo defendido por Augusto Comte teve como crença o progresso tecnológico, somando esforços para tornar o homem consciente de seu destino histórico, tendo como pano de fundo principal: a) A reforma moral da sociedade; b) A mudança da estrutura educacional do Estado; c) A organização dos diversos saberes; d) A redefinição da metodologia de produção industrial.
19. São Thomaz de Aquino aponta cinco caminhos para se provar à existência de Deus. Nas alternativas abaixo elencadas identifique a opção correta: a) A fé e a coerência; b) A razão e a religião; c) A natureza e a metafísica; d) A mutação e a contingência. 20. Na concepção aristotélica o fim supremo do homem é a felicidade. Para o filósofo o que ela significa? a) A honra moral; b) O aperfeiçoar-se enquanto homem; c) O acúmulo de riquezas materiais; d) O prazer e o gozo das coisas. 21. A metafísica de Aristóteles apresenta três grandes ramos: as ciências teóricas, as práticas e as poéticas. Entre as suas diversas definições compreende o filósofo que a metafísica indaga vários aspectos, entre os quais se inclui: a) Deus e a substância supra-sensível; b) Apenas os fenômenos naturais e os princípios supremos; c) O homem e o ser enquanto ser; d) Somente a transcendência divina e a realidade física. 22. Tratando da estrutura da temporalidade Santo Agostinho preceitua que o tempo manifesto em presente do passado (memória), presente do presente (intuição) e passado do futuro (espera) tem ligação com o movimento. Entre as alternativas abaixo escolha a opção correta: a) Está no movimento propriamente dito; b) Está nas coisas em movimento; c) Está na alma, por ser-lhe uma extensão; d) Está no movimento e nas coisas em movimento. 23. Marx escreveu o livro intutado Crítica da Economia Política. Embora sendo um livro dedicado à economia, teve como núcleo fundamental o desvendamento da economia científica burguesa, com foco na exploração do homem pelo homem. Nesse sentido conceitua o que seja a teoria da mais valia, devendo a mesma ser identificada pelas opções abaixo apresentadas.
25. Com Maquiavel inicia-se uma nova época do pensamento político. Dentre as suas obras tem-se como a de maior referência "O príncipe". Dos seus escritos pode-se compreender como ideal político de Maquiavel: a) A constituição da República romana, baseada na liberdade e nos bons costumes; b) A manutenção do poder político pela aplicação de remédios extremos a males extremos, pelos governantes , a fim de evitar o meio termo este de extremo dano a quem governa; c) Descobrir, através da história, qual a maneira mais adequada para se ganhar os principados, sobretudo os eclesiásticos, como devem eles ser mantidos e como são perdidos pelos príncipes no poder; d) Criar uma filosofia política em que os fins justificam os meios, sem a preocupação de saber se tais meios são considerados bons ou maus. 26. Descartes é considerado como sendo o filósofo criador do método científico, sendo este formulado por regras diversas, abaixo elencadas. Identifique qual delas é considerada, pelo filósofo, como sendo o ponto de partida e o ponto de chegada de qualquer experiência metodológica. a) A decomposição do conjunto em seus elementos simples; b) A divisão do todo de cada problema em tantas partes menores quanto necessárias para melhor resolvê-lo; c) Fazer enumerações completas e revisões gerais, com a certeza de não haver omitido absolutamente nada; d) A evidência de que não se deve acatar jamais como verdadeiro aquilo que não se reconhece como evidência.
QUESTÃO 31 De acordo com as teses expostas por Platão em A República, (A) há um reino das Ideias ou Formas, e nenhum objeto participa de tais Ideias ou Formas. (B) cada um de nós é a medida de todas as coisas, por exemplo, da beleza de cada objeto. (C) um objeto é, por exemplo, belo, se participa da ideia do belo - o belo em si. (D) as Ideias ou Formas nos são ininteligíveis. QUESTÃO 32
No livro IV de sua Metafísica, Aristóteles afirma: "De fato, quem diz que tudo é verdadeiro, afirma também como verdadeira a tese oposta à sua; do que segue que a sua não é verdadeira (dado que o adversário diz que a tese dele não é verdadeira). E quem diz que tudo é falso diz que também é falsa a tese que ele mesmo afirma". Desta passagem, pode-se extrair um argumento que visa a demonstrar que (A) as concepções relativistas de verdade e conhecimento são consistentes. (B) as concepções não relativistas de verdade e conhecimento são autorrefutantes. (C) as concepções não relativistas de verdade e conhecimento são inconsistentes. (D) as concepções relativistas de verdade e conhecimento são autorrefutantes. QUESTÃO 33 Na primeira de suas Meditações, Descartes põe em marcha um processo de crescente radicalização da dúvida cética, até chegar a um ponto de grau máximo de dúvida. Constituem etapas deste processo específico: (A) as hipóteses de que talvez os sentidos nos enganem, de que talvez estejamos sonhando e de que Deus seja enganador. (B) a demonstração da existência de um sujeito pensante e a prova da inexistência de um Deus veraz. (C) a prova das proposições "Eu sou", "Deus é enganador" e "Os corpos existem". (D) as provas da existência de coisas fora de mim e da inexistência de Deus. QUESTÃO 34 Tendo o cético como objeto de crítica, Descartes vai, em suas Meditações, tentar (A) provar que a ideia de Deus é uma ilusão e que a razão pode desfazê-la. (B) validar a certeza objetiva e estabelecer algo de firme nas ciências. (C) mostrar que as verdades da Lógica e da Matemática são as únicas que não podem ser postas em dúvida. (D) mostrar que nossas certezas têm em hábitos ou costumes coletivos o seu fundamento racional último. QUESTÃO 35 Segundo a argumentação formulada por Hume em seu Tratado da natureza humana, é correto dizer que as leis indutivas (A) podem sempre ser justificadas por meio de raciocínios indutivos e de raciocínios dedutivos, e constituem um exemplo de refutação racional de hábitos ou costumes. (B) podem ser justificadas ou provadas somente por meio de raciocínios puramente lógicos, e sempre contradizem hábitos ou costumes. (C) não podem ser justificadas nem por meio de raciocínios indutivos nem por raciocínios dedutivos, e se apoiam, antes, em hábitos ou costumes. (D) apenas se adequam aos hábitos ou costumes, porque podem, antes, ser sempre justificadas por meio de raciocínios indutivos e dedutivos. QUESTÃO 36
Em sua Crítica da razão pura, Kant estabelece uma distinção entre noumena e fenômenos. Tal distinção refere-se, respectivamente, (A) às coisas tal como elas são em si mesmas e às coisas tal como elas são segundo o ponto de vista de cada cultura particular. (B) às coisas tal como elas são em si mesmas e às coisas tal como podemos conhecê-las. (C) às coisas tal como elas nos aparecem e às coisas tal como elas são em um reino abstrato de Ideias ou Formas. (D) às coisas tal como elas são segundo meu ponto de vista individual e às coisas tal como elas são segundo o ponto de vista do outro. QUESTÃO 37 Na parte da Crítica da razão pura intitulada "Estética Transcendental", Kant afirma que (A) espaço e tempo são conceitos empíricos abstraídos de experiências externas. (B) espaço e tempo são entidades reais, existentes independentemente das mentes humanas. (C) espaço e tempo são ideais do ponto de vista empírico e reais do ponto de vista transcendental. (D) espaço e tempo inexistem independentemente das mentes humanas. QUESTÃO 38 O chamado princípio de não-contradição pode ser formulado do seguinte modo: (A) todas as proposições são verdadeiras. (B) não existem proposições contraditórias. (C) toda proposição é ou verdadeira ou falsa. (D) nenhuma proposição é verdadeira e falsa ao mesmo tempo. QUESTÃO 39 Segundo argumentação formulada por Wittgenstein em seu Tractatus logico-philosophicus, é um traço essencial de toda proposição dotada de sentido ser (A) bipolar, ou seja, ao mesmo tempo verdadeira e falsa. (B) logicamente necessária e a priori. (C) bipolar, ou seja, capaz de ser verdadeira e também de ser falsa. (D) tautológica e logicamente contingente. QUESTÃO 40 Em sua Metafísica, Aristóteles afirma que "quem possui o conhecimento dos seres enquanto seres deve poder dizer quais são os princípios mais seguros de todos os seres. Este é o filósofo". Aristóteles, então, formula o princípio "mais seguro de todos" do seguinte modo: "É impossível que a mesma coisa, ao mesmo tempo, pertença e não pertença a uma mesma coisa, segundo o mesmo aspecto". Pode-se dizer, segundo este último trecho citado, que (A) a própria realidade obedece a este princípio. (B) somente a linguagem obedece a este princípio. (C) somente o pensamento obedece a este princípio. (D) a linguagem não obedece a este princípio. QUESTÃO 41
Na Fundamentação da metafísica dos costumes, Immanuel Kant busca fixar o princípio supremo da moralidade, identificado por ele no imperativo categórico. Nessa obra, Kant sustenta que (A) o valor moral de uma ação praticada por dever tem de ser medido pelo efeito que dela se espera. (B) o que impulsiona uma vontade moralmente boa é o desejo de felicidade. (C) o discernimento do bem e do mal resulta da harmonia entre as inclinações e os princípios da razão. (D) todos os conceitos morais têm a sua sede e origem completamente a priori na razão. QUESTÃO 42 Na obra Ética a Nicômaco, Aristóteles identifica na sabedoria prática (phrónesis) a forma do juízo moral. Ele compreende a sabedoria prática como (A) a capacidade de alcançar princípios universais aplicáveis às situações particulares. (B) a transposição da sabedoria filosófica para o domínio dos assuntos humanos. (C) a capacidade de identificar em cada situação particular a medida adequada da ação. (D) a excelência no cultivo de hábitos rigorosos de conduta. QUESTÃO 43 Em O nascimento da tragédia, Friedrich Nietzsche identifica na tragédia grega a realização máxima do espírito artístico na Grécia antiga, tendo em vista que teria permitido aos gregos transfigurar em bela aparência o vislumbre dos "temores e horrores do existir". Também nessa obra, o filósofo reconhece, no que chama de "otimismo socrático," a razão do trágico fim da tragédia. Para ele, o "otimismo socrático" consiste na (A) convicção de que os homens vivem no melhor dos mundos possíveis. (B) compreensão de que o conhecimento teórico pode redimir a vida do erro e do sofrimento. (C) defesa de que a tarefa da arte é traduzir a verdade em sua forma mais elevada. (D) defesa de que a vida humana tende necessariamente à felicidade. QUESTÃO 44 Em sua obra Poética, Aristóteles investiga, brevemente, a origem da tragédia grega e a associa tanto ao culto ao deus Dioniso quanto à narrativa épica. A despeito de os mitos épicos serem centrais à narrativa trágica, o herói trágico distingue-se do épico (A) por sua capacidade de rivalizar em excelência com os deuses. (B) por encontrar na intervenção divina a fonte de sua ruína. (C) por traduzir a fragilidade da virtude humana ante a fortuna. (D) por ser capaz de redimir a existência humana da morte mediante uma ação virtuosa. QUESTÃO 45 Em A República, Platão sustenta que a cidade ideal deve ser governada pelo filósofo, porque ele (A) conhece a medida divina do bem. (B) possui um desejo natural de governar. (C) sabe ajustar seu caráter a contextos vários. (D) tem natural interesse em estar junto à multidão.
QUESTÃO 46 Thomas Hobbes, em sua obra Leviatã, descreve um hipotético estado de natureza primitivo como sendo um estado de guerra de todos contra todos. Para ele, a razão desse estado de guerra reside na (A) ausência de um poder comum capaz de manter a todos em mútuo respeito. (B) natural propensão humana para buscar a guerra. (C) ausência do desejo de autoconservação nos homens. (D) desigualdade radical entre os homens no estado de natureza. QUESTÃO 47 Na obra Dialética do esclarecimento, Adorno e Horkheimer examinam o fenômeno que denominam "indústria cultural". Esse conceito refere-se à (A) utilização de meios técnicos para a difusão cultural. (B) ampliação da produção cultural das massas. (C) conversão dos bens culturais em mercadorias. (D) elevação do nível cultural do entretenimento. QUESTÃO 48 Kant sustenta, no início da obra Fundamentação da metafísica dos costumes, que "neste mundo, e até também fora dele, nada é possível pensar que possa ser considerado bom sem limitação a não ser uma só coisa: uma boa vontade". Para ele, essa boa vontade indica (A) a disposição inata para o agir bem para com os outros. (B) a vontade determinada unicamente pela forma universal da lei moral. (C) a vontade naturalmente voltada a propósitos virtuosos. (D) a capacidade humana de atender às inclinações moralmente elevadas. QUESTÃO 49 Em sua obra A República, Platão sustenta que a mentira autêntica é detestada pelos deuses e pelos homens, mas ainda assim menciona uma "nobre mentira", a ser aplicada como remédio apenas pelos chefes da cidade aos inimigos e mesmo aos cidadãos, sempre em benefício da cidade. Kant sustenta, ao contrário, que toda mentira é ilícita e representa um aniquilamento da dignidade humana - chega a afirmar que a capacidade humana de mentir é a mancha podre de nossa espécie. Para ele, os homens têm o dever de dizer a verdade, porque (A) o dizer verdadeiro sempre produz efeitos desejáveis. (B) a veracidade é o modo humano de se aproximar do divino. (C) a mentira só se aplica quando a própria humanidade está em risco. (D) uma lei universal de mentir seria autodestrutiva. QUESTÃO 50 Hobbes, em sua obra Leviatã, sustenta que a liberdade política consiste antes de tudo na liberdade do Estado, de modo que "a liberdade dos súditos concerne apenas àquelas coisas que, ao regular suas ações, o soberano permitiu" - depende do silêncio da lei, portanto. Para ele, essa liberdade consiste (A) na capacidade humana de iniciar algo novo. (B) na possibilidade de os súditos agirem em conjunto.
(C) na possibilidade de o súdito estabelecer deveres para si próprio. (D) na ausência de impedimentos externos à satisfação do interesse próprio.
DISCURSIVAS: QUESTÃO 1 Em relação ao ensino de Filosofia no Ensino Médio, são muito difundidas duas ideias: a de que a filosofia é uma disciplina que deve estimular o desenvolvimento do pensamento crítico dos alunos e a de que é preciso transmitir a estes alunos um conjunto de teses de certos filósofos considerados centrais em nossa tradição (Platão, Aristóteles, Descartes, Kant, dentre outros). Por um lado, há o objetivo de fazer com que o aluno aprenda a "pensar por si próprio", e, por outro, há o objetivo de fazer com que o aluno conheça e saiba reproduzir pensamentos formulados por outros (os filósofos canônicos de nossa tradição). Considerando o exposto, discuta: a) se a prática pedagógica do professor de Filosofia no Ensino Médio deve ou não considerar os objetivos explicitados; b) se estes dois objetivos podem ou não ser conciliados. QUESTÃO 2 O filósofo Theodor Adorno, em seu ensaio "Educação após Auschwitz", afirma: "A exigência de que Auschwitz não se repita é a primeira de todas para a educação.[...] Qualquer debate acerca de metas educacionais carece de significado e importância frente a essa meta: que Auschwitz não se repita." A partir desta afirmação de Adorno, responda à seguinte questão: uma formação filosófica pode produzir indivíduos mais esclarecidos ou emancipados intelectualmente? Justifique. QUESTÃO 3 Em sua célebre condenação da poesia na obra A República, Platão acaba por explicitar que sua perspectiva acerca da formação humana encontra-se em aberta oposição àquela que se encontra nas obras dos tragediógrafos e de Homero, reconhecido então como educador da Grécia, como é mencionado no próprio texto platônico. Para Platão, os poetas são meros imitadores sem saber próprio, a emitir juízos falsos sobre os deuses, a excelência humana, o bem e o mal, a vida e a morte. Ele julga, enfim, que "o poeta imitador instaura na alma de cada indivíduo um mau governo, lisonjeando a parte irracional, que não distingue entre o que é maior e o que é menor, mas julga, acerca das mesmas coisas, ora que são grandes, ora que são pequenas, que está sempre a forjar fantasias, a uma enorme distância da verdade." Considerando o exposto, explique a perspectiva platônica acerca do sentido e da razão de ser da educação na obra A República. 11.Quando começamos a estudar Filosofia, somos logo levados a buscar o que ela é. Nossa primeira surpresa surge ao descobrirmos que não há apenas uma definição da Filosofia, mas várias. Uma primeira aproximação nos mostra quatro definições gerais do que seria a Filosofia. Assinale a assertiva que melhor define o conceito de Filosofia. a) É uma explicação da realidade a partir de nossas experiências cotidianas, ou seja, é o conhecimento que adquirimos através de
nosso senso comum. Portanto, cada pessoa possui um conceito próprio, individual, pessoal e intransferível do que seja Filosofia. b) É uma visão de mundo de um povo, de uma civilização ou de uma cultura. A Filosofia é um conjunto de idéias, valores e práticas pelos quais uma sociedade apreende e compreende o mundo e a si mesma, definindo para si o tempo e o espaço, o sagrado e o profano, o bom e o mau, o possível e o impossível, o contingente e necessário. c) É a fundamentação teórica e crítica dos conhecimentos e das práticas, isto é, ocupa-se com os princípios, as causas e condições do conhecimento que pretendam ser racional e verdadeiro; com a origem, a forma e o conteúdo dos valores éticos, políticos, religiosos, artísticos e culturais; com a compreensão das causas e das formas da ilusão e do preconceito no plano individual e coletivo; com os princípios, as causas e condições das transformações históricas dos conceitos, das ideias, dos valores e das práticas humanas. d) É sabedoria de vida, isto é, pensar sobre a vida moral, dedicando-se à contemplação do mundo e dos outros seres humanos para aprender e ensinar a controlar seus desejos, sentimentos e impulsos e a dirigir a própria a própria vida de modo ético e sábio. A Filosofia é uma escola de vida ou uma arte do bem-viver; seria uma contemplação do mundo e dos homens para nos conduzir a uma vida justa, sábia e feliz. e) É o esforço racional para conceber o universo como totalidade ordenada e dotada de sentido. A tarefa da Filosofia é conhecer a realidade inteira, provando que o universo é uma totalidade, isto é, algo estruturado ou ordenado por relações de causa e feito, e que essa totalidade é racional, ou seja, possui sentido e finalidade compreensíveis pelo pensamento humano. 12. Sobre a evolução histórica do pensamento filosófico ocidental, é incorreto afirmar: a) A Filosofia Grega é dividida em quatro grandes períodos, nos quais seu conteúdo muda e se enriquece; período pré-homérico, pré-socrático ou cosmológico, socrático ou antropológico e sistemático. b) A Filosofia Patrística, inicia-se com as epístolas de São Paulo e o Evangelho de São João e termina no século VIII. Resultou dos esforços feitos pelos dois apóstolos intelectuais, Paulo e João, e pelos primeiros padres da Igreja para conciliar a nova religião, o Cristianismo, com pensamento filosófico dos gregos e romanos. c) A Filosofia da Renascença é marcada pela descoberta de obras de Platão, desconhecidas na Idade Média, e de novas obras de Aristóteles, que passam a ser lidas em grego e a receber novas traduções latinas, mais acuradas e fiéis. A época também se dedica à recuperação das obras dos grandes autores e artistas gregos e romanos e à imitação deles. d) A Filosofia Moderna é conhecida como "o Grande Racionalismo Clássico", nasce procurando vencer um ambiente de pessimismo teórico, reinante no final do século XVI e início do XVII. Esse pessimismo teórico é o ceticismo, ou seja, a atitude filosófica que duvida da capacidade da razão humana para conhecer a realidade exterior e o homem. e) A Filosofia Contemporânea abrange o pensamento filosófico que vai de meados do século XIX e chega aos nossos dias. Esse período, por ser mais próximos de nós, parece ser o mais complexo e o mais difícil de definir, pois as diferenças entre as
várias filosofias ou posições filosóficas nos parecem muito grandes porque as estamos vendo surgir diante de nós. 13. "Seu grande legado foi em dois sentidos: um, o da sua obra crítica. Aberta, roteirizando a atualização do pensamento brasileiro; outro, o dos seus seguidores, que continuaram levando o Brasil a afirmar uma cultura transformadora, própria e ao alcance dos brasileiros.(...) Foi, antes de tudo, um escritor de jornais, um colaborador frequente, ágil, que sabia da velocidade da imprensa como vanguarda das novidades transformadoras. O texto acima se refere a um dos mais importantes filósofos brasileiros. Falamos de: a) Antonio Paim. b) Roland Corbisier. c) Marcelo Perine. d) Tobias Barreto. e) Henrique C. Lima Vaz. 14. Sobre o conceito de Epistemologia, podemos afirmar que: a) É o conhecimento das formas e regras gerais do pensamento correto e verdadeiro, independentemente dos conteúdos pensados; regras para a verificação da verdade ou falsidade de um pensamento ou de um discurso. b) É a análise crítica das ciências, tanto as ciências exatas ou matemáticas, quanto as naturais e as humanas; avaliação dos métodos e dos resultados das ciências; compatibilidades e incompatibilidades entre as ciências; formas de relações entre as ciências. c) É o estudo das diferentes modalidades de conhecimento humano: o conhecimento sensorial ou sensação e percepção; a memória e a imaginação; o conhecimento intelectual; a idéia de verdade e falsidade; a idéia de ilusão e realidade; formas de conhecer o espaço e tempo. d) É a linguagem como manifestação humana; signos, significações; a comunicação; a passagem da linguagem oral à escrita, da linguagem cotidiana à filosófica, à literária, à científica; diferentes modalidades de linguagem como diferentes formas de expressão e de comunicação. e) É o estudo caracterizado pela intenção de ampliar incessantemente a compreensão da realidade, no sentido de apreendê-la na sua inteireza, quer pela busca da realidade capaz de abranger todas as outras, o Ser, quer pela definição do instrumento capaz de apreender a realidade, o Pensamento, tornando-se o homem tema inevitável de consideração. 15. Leia a texto em referência e assinale a alternativa correta: "O prazer é o início e o fim de uma vida feliz. Com efeito, nós identificamos com o bem primeiro e inerente ao ser humano, em razão dele, praticamos toda escolha e toda recusa, e a ele chegamos escolhendo todo bem de acordo com a distinção entre o prazer e dor. Embora o prazer seja nosso bem primeiro e inato, nem por isso escolhemos qualquer prazer: há ocasiões em que evitamos muitos prazeres, quando deles nos advêm efeitos o mais das vezes desagradáveis; ao passo que consideramos muitos sofrimentos preferíveis aos prazeres, se um prazer maior advier depois de suportarmos essas dores por muito tempo". a) O texto é de autoria de Aristóteles, constante na obra Ética a Nicômaco. b) O texto é de Platão, da obra A República.
c) O texto é de Immanuel Kant, da obra A Fundamentação da Metafísica dos Costumes. d) O texto é de Santo Agostinho, da obra Confissões. e) O texto é de Epicuro, da obra Carta sobre a felicidade. 16. Prática da arte greco-romana, a pintura de flores, frutas, utensílios de mesa e pequenos animais foi redescoberta na Europa no século XVII, quando a História Natural, de Plínio, o Velho (século I d.C.) foi traduzida do latim para várias línguas modernas. Esse gênero de pintura é conhecido como: a) Cubismo. b) Impressionismo. c) Natureza-morta. d) Expressionismo. e) Futurismo. 17.O conceito mais genérico de ideologia significa o conjunto de idéias, concepções ou opiniões sobre algum tema sujeito a discussão, por exemplo, a ideologia burguesa, a ideologia de um partido político. Historicamente, porém, o conceito de ideologia tem um sentido específico divulgado pelo filósofo e economista: a) Frederico Nietzsche. b) Charles Fourier. c) Robert Owen. d) Karl Marx. e) Max Weber. 18. Vivemos hoje tempos de violência. Seriam, porém, mais violentos do que em outros períodos da história ou em outras civilizações? Hegel já definira a história como um "imenso matadouro". Além disso, o que cada um entende por violência seria igual para todos? Por exemplo, o que se passa em sua mente ou na de seu vizinho, quando pensam em um ato de violência? Marque a alternativa correta sobre o que seja então violência e em que situações se manifesta? a) O seu caráter de disputa, de luta, de conflito que envolve pessoas ou grupos com interesses divergentes e em que a solução apresentada é o recurso abusivo da força. O racismo extremado da doutrina nazista contra ciganos, deficientes físicos e mentais, homossexuais, resultando no genocídio de milhões de seres humanos, e em especial, os judeus. b) A intencionalidade de um autor e, de outro, uma vítima. A violência é movida por um desejo de destruição do outro, que se configura a partir de diversos tipos de intenção: ferir, matar, prender, ameaçar, impedir de agir, humilhar, roubar ou destruir os bens. O genocídio praticado por espanhóis e portugueses, por ocasião da conquista da América. c) As agressões tiram a vida, atingem a integridade do corpo, a liberdade, o direito à propriedade ou ainda perturbam o espírito das pessoas. No Brasil, pós-64, quando os militares assumiram o poder e tornoram a tortura uma prática cotidiana nos "porões" da Ditadura Militar. Um exemplo atual é a prisão de Guantánamo, na ilha de Cuba, base militar norte-americana, onde pessoas de diversas nacionalidades, principalmente muçulmanos, estão presos sem direito a um julgamento justo e cotidianamente são torturados e humilhados. d) Outros tipos de violência podem ser destacados, tais como a violência estrutural. É o caso de bebês que nascem em locais sem saneamento básico e recebem alimentação insuficiente ou inadequada, provocando desnutrição, além da falta de higiene,
prejudicando seu desenvolvimento físico e intelectual, além de expô-los a doenças e até ao risco de morte. e) Todas as assertivas anteriores estão corretas. 19. Das assertivas abaixo, são consideradas violações dos direitos humanos no Brasil, exceto: a) Detenção arbitrária, tortura e assassinato cometidos pelo governo brasileiro. b) Violação dos direitos de povos indígenas, a violência rural. Exemplo da situação de conflito no campo foi o massacre em Eldorado dos Carajás, em 17 de abril de 1996, sul do Pará. c) A violência policial, principalmente contra negros, prostitutas, gays, travestis, os pobres, independentemente da cor e do sexo. d) A cobrança abusiva de impostos, tais como, IPTU, IPVA, ITR, IRF, entre outros. e) Violação de direitos de crianças e adolescentes; violência contra a mulher; a discriminação racial; a violência contra defensores de direitos humanos. 20. Leia o texto abaixo e assinale a alternativa correta: "Para Marx, esse conceito básico, não é puramente teórico, porque se manifesta na vida real quando o produto do trabalho deixa de pertencer a quem produziu. Isso ocorre porque na economia capitalista prevalece a lógica do mercado, em que tudo tem um preço, ou seja, adquire um valor de troca, diferentemente de quando fabricamos o que é necessário para a existência, tais como, casas, roupas ou livros, produtos que tem utilidade vital, valor de uso." O texto se refere ao conceito de: a) Alienação. b) Ideologia. c) Reificação. d) Fetichismo. e) Mais-valia. 21. Sobre o conceito de Sociologia é correto afirmar que: a) Tem por objetivo as atividades humanas ligadas à produção, circulação, distribuição e consumo de bens e serviços. São fenômenos que estudam a distribuição da renda num país, a política salarial, a produtividade de uma empresa. b) Estuda e pesquisa as semelhanças e as diferenças culturais entre os vários agrupamentos humanos, assim como a origem e a evolução das culturas. Além de estudar a cultura dos povos pré-letrados, ocupa-se também da diversidade cultural existente nas sociedades industriais. c) Ocupa-se da distribuição de poder na sociedade, assim como da formação e do desenvolvimento das diversas formas de governo. d) Estuda as relações sociais e as formas de associação, considerando as interações que ocorrem na vida em sociedade. Envolve o estudo dos grupos e dos fatos sociais, da divisão da sociedade em classes e camadas, da mobilidade social, dos processos de cooperação, competição e conflito na sociedade. e) Tem por objetivo, a compreensão do mundo e do homem em sua totalidade. Tanto quanto o seu Ser, tanto quanto o seu Dever Ser, ou seja, se caracteriza por uma abordagem universalizante da realidade. 22. Leia o texto abaixo e assinale a alternativa correta:
"A consciência coletiva não se baseia na consciência de indivíduos singulares ou de grupos específicos, mas está espalhada por toda a sociedade. Ela revelaria, "o tipo psíquico da sociedade", que não seria apenas o produto das consciências individuais, mas algo diferente, que se imporia aos indivíduos e perduraria através das gerações. A consciência coletiva é, em certo sentido, a forma moral vigente na sociedade. Ela aparece como um conjunto de regras fortes e estabelecidas que atribuem valor e delimitam os atos individuais. É a consciência coletiva que define o que, numa sociedade, é considerado "imoral", "reprovável" ou "criminoso". O texto em referência é de: a) Max Weber, em A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo. b) Karl Marx, em a Ideologia Alemã. c) Émile Durkheim, em Da Divisão do Trabalho Social. d) Jean-Jacques Rousseau, em o Contrato Social. e) Karl Mannheim, em Ideologia e Utopia. 23. Considerado como um dos mais importantes pensadores modernos, ele foi um dos fundadores clássicos da Sociologia. Dotado de espírito investigativo particularmente aguçado e de grande erudição, criou uma nova disciplina, a Sociologia da Religião, na qual desenvolvia estudos comparados entre a história econômica e a história das doutrinas religiosas. O texto se refere ao sociólogo alemão: a) Karl Mannheim. b) Karl Marx. c) Émile Durkheim. d) Max Weber. e) Charles Wright Mills. 24. Considerado um dos conceitos basilares do marxismo, onde Marx busca denunciar as desigualdades sociais, contra a falsa idéia de igualdade política e jurídica proclamada pelos liberais. Assinale a alternativa que corresponde a tal conceito: a) Classe social. b) Ação social. c) Fato social. d) Alienação. e) Mais-valia. 25.Os seres humanos necessitam de seus semelhantes para sobreviver, comunicar-se, criar símbolos e formas de expressão cultural, perpetuar a espécie e se realizar plenamente como indivíduos. É na vida em grupo que os indivíduos da espécie humana se tornam realmente humanos. A esse processo, denominamos de: a) Endoculturação, onde os indivíduos que migram para outro país assimilam a nova cultura. b) Aculturação, processo pelo qual os bebês ao nascer assimilam a cultura de sua cultura de origem. c) Sociabilidade, capacidade natural da espécie humana para viver em sociedade, e que se desenvolve pelo processo de socialização. d) Enculturação, sistema pelo qual os casamentos se realizam, exclusivamente, entre os membros do mesmo grupo social, e que proíbe o casamento com indivíduos fora do grupo. e) Todas as assertivas estão corretas.
26. A expressão estratificação deriva de estrato, que quer dizer camada. Por estratificação social entendemos, exceto: a) A distribuição de indivíduos em grupos e grupos em camadas hierarquicamente superpostas dentro de uma sociedade. b) O processo de aquisição é assimilação dos valores, das normas, regras, leis, costumes e as tradições do grupo humano do qual fazemos parte. c) Que essa distribuição dos indivíduos se dá pela posição social, a partir das atividades que eles exercem e dos papéis que desempenham na estrutura social. d) Que em determinadas sociedades podemos dizer que as pessoas estão distribuídas pelas camadas alta (classe A), média (classe B) ou inferior (classe C), que correspondem a graus diferentes de poder, riqueza e prestígio. e) Por exemplo, que na sociedade capitalista contemporânea, as posições sociais são determinadas basicamente pela situação dos indivíduos no desempenho de suas atividades produtivas. 27. Dentre as principais formas de estratificação social mais conhecidas, só não podemos destacar: a) Econômica, definida pela posse de bens materiais, cuja distribuição pouco equitativa faz com que haja pessoas ricas, pobres e em situação intermediária. b) Política, estabelecida pela posição de mando na sociedade, ou seja, grupos que tem poder e grupos que não tem. c) Profissional, baseada nos diferentes graus de importância atribuídos a cada profissional pela sociedade. Por exemplo, em nossa sociedade a profissão de médico é mais valorizada do que a de pedreiro. d) Genealógica, isto é a estratificação se dá pelo nascimento, como no sistema feudal, quem nasce nobre, morre nobre, quem nasce servo da gleba, morre na mesma condição. e) Pelos grupos dos quais os indivíduos fazem, tais como punks, hippies, funkeiros, góticos, emocores e darks. 28. Recentemente no Brasil, uma emissora de grande audiência produziu uma novela retratando os valores, os costumes e tradições de uma cultura baseada no sistema de castas, constituídas pelos brâmanes, xátrias, vaixás, sudras e párias. O país onde ainda hoje esse sistema social existe é: a) A Arábia Saudita. b) O Cazaquistão. c) O Afeganistão. d) A Índia. e) O Paquistão. 29. A mudança de posição social de uma pessoa, ou de um grupo de pessoas, num determinado sistema de estratificação social, é denominada de: a) Mobilidade social. b) Mudança social. c) Movimento social. d) Conflito social. e) Exclusão social. 30.Nas sociedades contemporâneas, encontramos pessoas que contestam certos valores culturais vigentes, opondo-se radicalmente a eles. Por exemplo, na década de 1950, os Estados Unidos conheceram a beat Generation (geração beat), que contestava o otimismo consumista do pós-guerra norte americano, a ingenuidade que os filmes de Hollywood
apregoavam, o anticomunismo generalizado e a falta de um pensamento crítico. Esse movimento foi chamado de: a) Marginalidade cultural. b) Contracultura. c) Retardamento cultural. d) Padrão cultural. e) Subcultura.
11. A Filosofia nascente é grega, isto é, surgiu na Grécia no século V antes de Cristo. É atribuída a Pitágoras a invenção da palavra Filosofia, que é a junção de philos (amor) e sophia (sabedoria), significando amor à sabedoria. É considerado primeiro filósofo: (A) O próprio Pitágoras, já que foi ele quem criou o nome Filosofia. (B) Parmênides de Eléia. (C) Tales, da Escola de Mileto. (D) Aristóteles. 12. A fim de evitar a regressão ao infinito da explicação causal, o que a tornaria insatisfatória, os primeiros filósofos vão postular a existência de um elemento primordial que serviria de ponto de partida para todo o processo. Tal elemento primordial: (A) Era chamado de arqué e o primeiro a formular tal noção foi Tales, elegendo para tal a água. (B) Era chamado de physis, uma vez que cada filósofo da época elegeu um elemento físico natural como princípio. (C) Só poderia ser um princípio abstrato, significando algo indefinido, subjacente à própria natureza. (D) Trata-se do átomo postulado por Demócrito. 13. A Filosofia surge na Grécia antiga possibilitada por certas condições materiais, ou seja, sociais, políticas, econômicas e históricas. Sobre tais condições que possibilitaram o surgimento da Filosofia é correto afirmar que: (A) A invenção do calendário possibilitou uma capacidade de abstração, ou uma percepção do tempo como algo sobrenatural e incompreensível. (B) A invenção da moeda, que permitiu uma forma de troca que não se realiza através das coisas concretas ou dos objetos concretos trocados por semelhança, mas por uma troca abstrata, uma troca feita pelo cálculo do valor semelhante das cosas diferentes, revelando uma capacidade de abstração e generalização, atributos importantes para se filosofar. (C) As viagens marítimas produziram o encantamento ou a mistificação do mundo, que são aspectos importantes do pensamento para a Filosofia nascente. (D) Na verdade, o surgimento da Filosofia deveu-se mais aos sábios da época. 14. As histórias da Filosofia tradicionalmente não reconheciam no Renascimento importância ou especificidade do ponto de vista filosófico, sendo apenas um período de transição entre Idade Média e a Modernidade. Atualmente, entretanto, essa tendência tem mudado, e o Renascimento tem sido visto como detentor de uma identidade própria, desenvolvendo uma concepção específica de Filosofia e do estilo de filosofar que,
se rompe com a escolástica medieval, por outro lado não se confunde inteiramente com a Filosofia moderna. Tendo como base o texto acima, é correto afirmar que: (A) Talvez o traço mais característico do Renascimento seja o humanismo que chega inclusive a ter uma influência determinante no pensamento moderno. (B) O Renascimento, desvalorizando os clássicos, foi buscar o lema do humanismo no filósofo grego da sofística, Protágoras, em seu célebre fragmento: "O homem é a medida de todas as coisas". (C) O Renascimento foi filosoficamente uma afirmação dos valores medievais, podendo-se perceber na arte, principalmente nas pinturas de temas religiosos. (D) Há no Renascimento uma retomada ao Aristóteles, principalmente de sua dialética. 15. Sobre a revolução científica empreendida no início da era moderna, marque a alternativa incorreta. (A) A revolução científica moderna tem seu ponto de partida na obra de Copérnico, Sobre a revolução dos orbes celestes ( 1543 ), em que defende matematicamente um modelo de cosmo em que o Sol é o centro, e a Terra apenas mais um astro girando em torno do Sol, rompendo deste modo com o sistema geocêntrico formulado no século II por Ptolomeu em que a Terra se encontra imóvel no lugar central do universo. (B) A ciência moderna surge quando se torna mais importante salvar os fenômenos e quando a observação, a experimentação e a verificação das hipóteses tornam-se critérios decisivos, suplantando o argumento metafísico. (C) Na modernidade, a idéia de ciência está vinculada à valorização da observação e do método experimental, bem como a utilização da matemática como linguagem da Física. (D) A revolução científica moderna tem seu ponto de partida na obra de Galileu, Sobre a revolução dos orbes celestes ( 1543 ), em que defende matematicamente um modelo de cosmo em que o Sol é o centro, e a Terra apenas mais um astro girando em torno do Sol, rompendo deste modo com o sistema geocêntrico formulado no século II por Ptolomeu em que a Terra se encontra imóvel no lugar central do universo. 16. Sobre o filósofo Descartes e sua Filosofia é incorreto afirmar: (A) A Filosofia de Descartes inaugura de forma mais acabada o pensamento moderno propriamente dito, juntamente com os empiristas ingleses. (B) A crença no poder crítico da razão humana individual, a metáfora da luz e da clareza que se opõe à escuridão e ao obscurantismo, e a idéia de busca de progresso que orienta a própria tarefa da Filosofia são alguns traços fundamentais da modernidade de Descartes. (C) A necessidade de contextualização do pensamento, de situálo em relação à experiência de vida do indivíduo pensante, é uma exigência do próprio Descartes. (D) Discurso do Método, obra de Descartes, foi descoberta somente na contemporaneidade, passando despercebida pela modernidade. 17. O método é um caminho, um procedimento que visa a garantir o sucesso de uma tentativa de conhecimento, da elaboração de uma teoria científica. Um método se constitui de regras e princípios que são as diretrizes desse procedimento.
Tendo por base as afirmações acima, marque a alternativa incorreta. (A) As regras de Descartes, expostas no Discurso do Método são quatro: "jamais aceitar uma coisa como verdadeira que eu não soubesse ser evidente como tal"; "dividir cada uma das dificuldades que eu examinasse em tantas partes quanto possíveis e quantas necessárias para melhor resolvê-las"; "conduzir por ordem meus pensamentos, a começar pelos objetos mais simples e mais fáceis de serem conhecidos, para galgar, pouco a pouco, como que por graus, até o conhecimento dos mais complexos"; "fazer em toda parte enumerações tão complexas e revisões tão gerais que eu tivesse a certeza de nada ter omitido". (B) O conflito entre os dois modelos de ciência, o antigo e o moderno, havia suscitado já no século XVI sérias questões acerca da própria idéia de ciência. Alguns autores céticos levantaram dúvidas sobre a possibilidade da ciência em geral, de qualquer teoria científica, isto é, da possibilidade de o homem conhecer de forma certa e definitiva o real. (C) A problemática do método enquanto questão filosófica ficou em destaque nas Filosofias pós-Modernas de autores como Deleuze e Guatarri. (D) Na modernidade, a problemática do método e as questões das ciências são indissociáveis. 18. "Os filósofos se limitaram a interpretar o mundo de diferentes maneiras; o que importa é transformá-lo". A frase acima pode ser atribuída a: (A) Karl Marx, que considera a Filosofia teórica da tradição como uma simples forma de idealismo, desvinculada da realidade social concreta e, nesse sentido, inútil. (B) Kant, onde a tarefa da crítica consiste em examinar os limites da razão teórica e estabelecer os critérios do conhecimento legítimo. (C) Napoleão Bonaparte, expressando a sua ânsia em conquistar a Europa. (D) Maquiavel, ao aconselhar os Médicis como manter-se no poder. 19. O ponto de partida do questionamento da tradição filosófica em Nietzsche é sua discussão do próprio momento de surgimento da Filosofia na Grécia clássica. Recorrendo a seus conhecimentos filológicos, ele procurou subverter a imagem tradicional que temos da Filosofia surgindo na passagem do pensamento mítico para o lógico-científico. Tendo por base o texto acima e a Filosofia de nietzsche, marque a alternativa incorreta. (A) Ao analisar a mitologia, a tragédia e os rituais dionisíacos, a música grega na transição do período arcáico para o clássico, procura mostrar que algo de essencial se perde aí. (B) A Filosofia representada por Sócrates, o "homem de uma visão só", instaura o predomínio da razão, do conhecimento científico. Com isso, o homem perde a proximidade com a natureza e suas forças vitais, que mantinha nos rituais dionosíacos. (C) O surgimento da Filosofia representa o predomínio do que Nietzsche chama de espírito apolíneo, derivado de Apolo, o severo deus da racionalidade e da, da medida, da ordem e do equilíbrio.
(D) Nietzsche via na maneira apolínea de ver a vida algo positivo para a humanidade, em detrimento da maneira dionisíaca de se viver. 20. Sobre Wittgenstein e sua Filosofia é incorreto afirmar: (A) Wittgenstein, filósofo analítico da linguagem, permaneceu por toda sua vida intelectual numa mesma temática, onde podese concluir que o seu pensamento possui uma única fase. (B) O pensamento de Wittgenstein possui mais de uma fase, podendo-se dividir num primeiro, o do Tractatus Logicus Philosophicus, e num segundo Wittgenstein, o das Investigações Filosóficas. (C) Wittgenstein influenciou decisivamente as duas principais vertentes da Filosofia Analítica da Linguagem contemporânea, a da semântica formal e a da pragmática. (D) O Tractaus versa sobre a relação entre forma lógica da linguagem e a sua relação com o mundo. 21. Freud ( 1856-1939 ), médico austríaco, teve como principal novidade a descoberta do inconsciente e a compreensão da natureza sexual da conduta, que foram golpes fortes na noção de liberdade racional da sociedade ocidental. Sobre as teorias de Freud, marque a alternativa incorreta. (A) A teoria de Freud é duramente criticada pelas psicologia de linha naturalista, pois não usa a experiência no sentido tradicional do método científico. (B) Freud trabalha com uma realidade hipotética, considerada inverificável nos moldes tradicionais: o inconsciente. (C) A vida inconsciente, segundo Freud, é apenas a ponta do iceberg, e a montanha submersa é o consciente. (D) A vida consciente, segundo Freud, é apenas a ponta do iceberg, e a montanha submersa é o inconsciente. 22. Na tradição filosófica ocidental, a epistemologia ofereceu até bem pouco tempo uma definição principal de conhecimento na qual é analisado em três componentes essenciais. Esta definição é chamada de análise tripartite do conhecimento e análise tradicional. Marque a alternativa que não diz respeito a esta análise. (A) A análise tripartite é composta pelo menos de crença, verdade e justificação, ou seja, para alguém saber algo, esse alguém deve acreditar nesse algo, esse algo ser verdadeiro e quem crer nesse algo deve ter justificação para acreditálo. (B) A análise tripartite é totalmente suficiente para a definição de conhecimento. (C) A análise tripartite não é suficiente para a definição de conhecimento, uma vez que teóricos como Gettier mostraram, a partir de contraexemplos, situações onde o sujeito tem crença verdadeira e justificada, mas não tem conhecimento. (D) Muitos filósofos encontram inspiração da análise tripartite no Teeteto de Platão. 23. Levando em conta as dificuldades enfrentadas para estabelecer parâmetros de ensino de Filosofia explanados pelos PCNs, marque a questão incorreta: (A) Ao contrário de disciplinas como a Física, não existe uma Filosofia, mas sim filosofias. (B) Diferente das outras disciplinas, não há um começo, um pré-requisito para se introduzir à Filosofia.
(C) Como a Filosofia deverá se ocupar da formação para a cidadania se a Filosofia não é uma atividade com fins pragmáticos, por mais nobre que seja. (D) Porque nada escapa ao seu interesse, ocupando-se de tudo. (em nenhum momento os PCNs citam esse aspecto como dificuldade didática) 24. De acordo com a sugestão de organização de eixos temáticos de Filosofia constante nos parâmetros curriculares nacionais (PCNs), marque a alternativa correta: (A) Os temas devem abordar apenas a moral, a ética e a política, já que a formação visa prioritariamente a cidadania. (B) Os primeiros temas a serem abordados são os conceitos de Filosofia, mito e senso comum, é lógico. (C) Há ausência de temas como metafísica, lógica e filosofia da linguagem na proposta. (D) Deve-se concentrar na história da Filosofia, reduzindo-se a exposição histórica de fatos e idéias. 25. O conceito da palavra Estética usado em Filosofia: (A) Diz respeito em relação à beleza ou, pelo menos, com o agradável e a palavra é usada como qualidade dos objetos. (B) A palavra é usada como substantivo e designa um conjunto de características formais que a arte assume em um determinado período. (C) Ramo de estudo que versa sobre o belo e o sentimento que suscita nos homens. (D) Aprimoramento das percepções e expressões sensíveis de forma ordenada, proporcionando prazer desinteressado. 26. De acordo com Marilena Chauí, qual a alternativa expressa a diferença entre Ética e moral: (A) A Ética é o conjunto de princípios e valores sociais para a conduta correta enquanto que a moral é subjetiva e, portanto, individual e relativa. (B) A moral é o conjunto de valores concernentes ao bem e ao mal, e a conduta correta, válidos para todos os membros da sociedade e Ética é uma reflexão que discute, problematiza e interpreta o significado dos valores morais. (C) Nem toda sociedade institui uma moral, à exemplo de sociedade primitivas. A Ética se constitui como uma evolução da vivência moral, um estágio avançado onde os valores se solidificam e a população alcança a harmonia. (D) A diferença entre os conceitos é meramente cultural já que ambos coexistem no processo social e estão profundamente interligados, compartilhando significados. 27. O sujeito ético ou moral, isto é, a pessoa, só pode existir se preencher as seguintes condições, exceto: (A) Ser consciente de si e dos outros, isto é, ser capaz de reflexão e de reconhecer a existência dos outros como sujeitos éticos iguais a ele. (B) Ser dotado de vontade, isto é, de capacidade para controlar e orientar desejos, impulsos, tendências, sentimentos (para que estejam em conformidade com a consciência). (C) Ser livre, isto é, capaz de oferecer-se como causa interna de seus sentimentos, atitudes e ações, por não estar submetido a poderes externos que o forcem ou constrangem à agir. (D) Ser tolerante, isto é, ser capaz de relevar todas as falhas dos outros a fim de manter a harmonia da comunidade, pois errar é humano.
28. Sobre a Ciência, marque a alternativa correta: (A) A falseabilidade propõe que o valor de uma teoria científica não se mede por sua verdade, mas pela possibilidade de ser falsa. (B) As ciências são, de maneira geral, uma continuidade das reflexões filosóficas e por isso cabe à Filosofia a investigação sobre as atividades e métodos científicos. Sem essas indagações a Ciência não existe. (C) A concepção racionalista de Ciência é caracterizada como hipotético-indutivo, pois os fatos observados pelos cientistas induzem a criação de determinadas leis e teorias. (D) As revoluções científicas ou os momentos de ruptura epistemológica e de criação de novas teorias científicas são explicadas pelo filósofo Karl Popper. 29. Segundo a Lógica, proposição é a representação do juízo. Juízo é o ato pelo qual a inteligência afirma ou nega a identidade representativa de dois conceitos. Marque a alternativa que expressa uma proposição lógica. (A) Que calor! (B) O homem é azul. (C) Amo você! (D) Que tédio agora... 30. Sofismas são falsos raciocínios. Alguns estudiosos fazem a distinção entre sofismas e paralogismos. Afirmam que naquele há uma intenção de enganar e, portanto, têm um sentido pejorativo; nos paralogismos não há essa intenção. Marque a alternativa que contenha um exemplo de sofisma. (A) Todos os homens são vertebrados. Ora, eu sou vertebrado. Logo, sou homem. (B) Todo homem é mortal. Ora, sou homem. Logo, sou mortal. (C) Toda baleia é mamífero. Ora, nenhum mamífero é peixe. Logo, baleia não é peixe. (D) Todo brasileiro é sul-americano. Todo piauiense é brasileiro. Todo piauiense é sul-americano. 31. Nos PCNs é muito comum o debate sobre os temas transversais, entre os quais podemos destacar: (A) Financiamento, Gestão e Meio Ambiente. (B) Ética, Habitação e Soiologia. (C) Pluralidade Cultural, Saúde e Ética. (D) Filosofia moral, Sexologia e Ética. 32. Os critérios adotados para a eleição dos temas transversais contidos nos PCNs devem ser levados em conta: (A) Relevância para a Cultura Brasileira, urgência social, abrangência nacional. (B) Possibilidade de ensino e aprendizagem para o ensino fundamental, abrangência nacional, urgência social, favorecer a compreensão da realidade e a participação social. (C) Possibilidade de ensino e aprendizagem para o ensino fundamental, urgência nacional e co-responsabilidade pela vida social. (D) Usos práticos na capacitação profissional, relevância para a Cultura Brasileira e urgência social. 33. Na LDB 9394/96 podemos considerar incorreta a opção que trata da temática Educação de Jovens e Adultos:
(A) Os sistemas de ensino assegurarão gratuitamente aos jovens e aos adultos, que não puderam efetuar os estudos na idade regular, oportunidades educacionais apropriadas consideradas as características do alunado, seus interesses, condições de vida e trabalho, mediante cursos e exames. (B) O poder público viabilizará e estimulará o acesso e a permanência do trabalhador na escola, mediante ações integradas e complementares entre si. (C) A educação de Jovens e Adultos deverá articular-se, preferencialmente com a educação profissional na forma do regulamento. (D) Todos os Jovens e Adultos que trabalham, ao se matricularem na escola, terão aumento de 5% no salário como forma de bolsaestímulo ao aluno. 34. Referente ao Título Dos Recursos Financeiros da LDB, podemos considerar recursos públicos destinados a educação aqueles destinados à: EXCETO. (A) Receita dos impostos dos Municípios, Estados e Distrito Federal. (B) Receita das transferências constitucionais e outras transferências. (C) Receita do salário-educação e de outras contribuições sociais. (D) Outros recursos previstos por lei. 35. Sobre a aplicação de verbas na educação, marque a opção correta conforme as exigências da LDB: (A) A União aplicará, anualmente, nunca menos de vinte e três, e os Estados, Distrito Federal e os Municípios dezoito por cento da receita resultante de impostos, compreendidas as transferências constitucionais, na manutenção e desenvolvimento do ensino público. (B) No Art. 69, para fixação inicial dos valores correspondentes aos mínimos estatuídos deste artigo, será considerada a receita estimada na lei do orçamento Fundamentos da Educação anual, ajustada, quando for o caso, por lei que autorizar a abertura de créditos adicionais, com base no eventual excesso de arrecadação. (C) Serão consideradas incluídas das receitas de impostos as operações de crédito por antecipação de receita orçamentária de impostos. (D) A soma aritmética entre a receita e a despesa previstas e as efetivamente realizadas, que resultem no atendimento dos percentuais mínimos obrigatórios, serão apuradas a cada trimestre do exercício financeiro. 36. Sobre as tendências pedagógicas podemos afirmar que o paradigma Tradicional possui como características: (A) Liberdade do aluno em debater com o professor suas experiências pessoais na sala de aula a fim de que possa ser compartilhada com os demais colegas e enriquecer as trocas de informações na comunidade. (B) A figura do professor autoritário é substituída pelo facilitador de relações do conhecimento. (C) Metodologia baseada na exposição oral dos conteúdos, numa seqüência predeterminada e fixa, independente do contexto escolar. (D) Paulo Freire e Comênius são os principais defensores desta Tendência de ensino no Brasil.
37. Para a LDB, o ensino deverá ser seguido por princípios básicos que regem o documento, no qual podemos afirmar que: (A) Garantia do padrão de qualidade. (B) Coexistência de instituições públicas e confessionais de ensino. (C) Gestão dinástica do ensino público, na forma desta Lei e da Legislação dos sistemas de ensino. (D) Vinculação entre educação escolar e práticas trabalhistas. 38. Baseado na Lei 9394/96, podemos afirmar sobre o Ensino Médio: (A) Etapa que busca aprofundar os conhecimentos adquiridos no ensino superior, possibilitando o prosseguimento nos estudos. (B) Momento de compreensão dos fundamentos científicos e tecnológicos dos processos produtivos, relacionando a prática diária nas disciplinas, estas desprovidas de teoria sólida para tal. (C) Preparação básica para a competição no mercado, principalmente no ensino técnico voltado para indústria têxtil. (D) Etapa final da educação básica possui duração mínina de três anos e ajuda a desenvolver a autonomia intelectual e o pensamento crítico. 39. Os estabelecimentos de ensino tem como incumbência fundamental: (A) Aceitar alunos que tem passado criminal com idade mínina de 16 anos. (B) Elaborar e executar sua ação pedagógica apenas em áreas precárias, para estimular o ensino a grupos excluídos do processo globalizante. (C) Prover meios para recuperação dos alunos de menor rendimento. (D) Administrar somente seus recursos financeiros e cada membro da instituição deve se organizar em sindicatos que atuem nas suas afinidades profissionais. 40. No Art. 67 da LDB, os sistemas de ensino promoverão a valorização dos profissionais da educação, assegurando-lhes: (A) Salário-desemprego por até dois anos, caso o professor não encontre trabalho em outra escola que aceite seu novo contrato. (B) Ingresso exclusivamente por concurso público de provas e títulos. (C) Aperfeiçoamento profissional de um ano a partir do início da carreira, sem remuneração para esse fim. (D) Não possui tempo para estudos paralelos e sim para preparação das aulas da série que está lecionando.
11 - Segundo Jean-Pierre Vernant, a razão grega, em sua origem, apresenta-se em um sentido diferente da razão da ciência contemporânea. De acordo com tal observação, essa diferença se dá devido ao fato de que a) a razão grega em seu caráter cosmológico era ainda essencialmente mítica, e a razão da ciência contemporânea, depois do racionalismo do século XVI e do positivismo no século XIX, perdeu o laço com qualquer ideia mitológica. b) a razão grega no século V a.c. ainda se encontrava mesclada com muitas ideias orientais que não eram tão do âmbito da razão, principalmente com as astrologias babilônicas e egípcias, fato hoje inexistente na razão científica contemporânea.
c) a ciência contemporânea privilegiou o uso de uma razão interativa com outras possibilidades e formas de conhecimento humano, enquanto a razão grega em sua origem era caracterizada como proto-razão. d) conhecer e dominar a natureza caracteriza-se como o objetivo da razão no atual contexto, utilizada pela ciência, direcionada para a exploração do meio físico, diferentemente da razão dos gregos em seu início, que foi política em sua essência. Foi no plano político que ela se formou, se constituiu e se exprimiu. 12 - A Escola Jônica de Mileto construiu uma razão, impulsionando o pensamento grego. Tales, Anaximandro, Anaxímenes, entre outros, contribuíram para o nascimento da filosofia. Sobre Anaximandro, é correto afirmar que a) sua obra forneceu os registros necessários para se compreender a amplitude da revolução intelectual realizada pela Escola de Mileto. b) procurou conhecer a realidade do Cosmos e, apesar de intuir o apeíron, concordou com Tales, seu mestre, que a água é o fundamento de todas as coisas. c) refutou o conhecimento geométrico e astronômico dos mesopotâmicos, utilizando para a formulação de suas ideias, a especulação racional. d) ajudou a reformular o espaço da polis, ao redefinir o sentido político da mesma, a partir do culto às divindades urbanas e não às agrárias. 13 - Os Sofistas foram acusados por Platão e por Aristóteles de serem comerciantes do saber, mas hoje se reconhece suas contribuições em diversas áreas do conhecimento, como, por exemplo, para a retórica. É correto afirmar que os Sofistas a) eram em grande parte estrangeiros e desenvolveram a educação em ambiente artificial, tendo em vista o êxito do educando na política. b) advindos em grande parte das colônias chegam a Atenas, ajudando Sócrates a reformar o regime democrático da polis. c) fundamentaram o conhecimento pela razão, aprimorando pelo discurso, o pensamento pitagórico. d) após enriquecerem passaram a ministrar aulas gratuitas, modificando todo o sistema de ensino da Grécia Antiga. 14 - São considerados Sofistas: a) Parmênides, Górgias, Crátes e Cícero. b) Xenofonte, Péricles, Heródoto e Crátes. c) Antifonte, Górgias, Protágoras e Pródico. d) Empédocles, Protágoras, Antifonte e Pitágoras. 15 - Platão escreveu sobre a forma de diálogos. Entre suas obras, destacam-se República, O Banquete, Fédon e Parmênides. É correto afirmar que ele a) validou o conhecimento do mundo material em detrimento de um mundo ideal ou intelectivo. b) procurou desenvolver uma educação que resgatava os conhecimentos dos antigos principalmente as poesias de Homero e Hesíodo. c) fundou uma cidade na Magna Grécia (Sul da Itália atual), onde procurou vivenciar a vida da polis de acordo como os preceitos de seu livro República. d) ensinava a dialética, método pelo qual procurava desenvolver o conhecimento da verdade.
16 - Aristóteles procurou, tal qual seu mestre Platão, pensar a vida na cidade, refletindo sobre o papel do político e do filósofo. Sobre tal reflexão, é correto afirmar que a) assim como Platão, Aristóteles concordava com o papel do filósofo como governante da cidade. b) para Aristóteles, a vida política se confundia com a vida filosófica, sendo que essa preparava para a segunda. c) para Platão, o filósofo deve ser o homem político, daí sua escola apresentar uma finalidade política. Aristóteles, ao contrário, diferenciava a atividade do político e do filósofo, tendo o Liceu uma atividade puramente filosófica. d) diferentemente de Platão, Aristóteles afirmava a necessidade do filósofo ser o homem político, pois ele seria o único capaz de compreender a realidade social da polis, levando-a assim, à felicidade moral. 17 - Em relação às Escolas Helenísticas e Imperiais, enumere a segunda coluna de acordo com a primeira. 1 - Cinismo. 2 - Epicurismo. 3 - Estoicismo. 4 - Ceticismo. ( ) Fundada por Zenão de Citium, ensinava em Atenas na Stoa Poikilê. Entre seus representantes na Roma Imperial, destacaram-se Sêneca, Epíteto e Marco Aurélio. ( ) Desenvolveu uma argumentação para mostrar que é necessário suspender o juízo, recusar sua adesão a todo dogma e alcançar, assim, a tranquilidade da alma. Em Roma, Sexto Empírico foi considerado um dos seus representantes e escreveu Esboços Pirrônicos. ( ) Devedora da cosmologia desenvolvida por Demócrito de Abdera, construiu uma física materialista e explicou que o Universo é formado por átomos e pelo vazio. Em Atenas, tinha sua Escola no local chamado Jardim. Lucrécio foi seu grande representante em Roma. ( ) Seus membros menosprezaram as regras sociais, não se preocupando com normas de condutas. Destacaram-se como alguns de seus maiores representantes, Diógenes de Sínope e Hipárquia. A sequência correta é a) 1, 2, 3, 4. c) 3, 4, 2, 1. b) 3, 1, 4, 2. d) 3, 2, 1, 4. 18 - Sobre o Neoplatonismo, é INCORRETO afirmar que a) Amônio Sacas ensinava em Alexandria e foi mestre de Plotino, que ensinou em Roma e teve Porfírio como discípulo. b) a Escola Neoplatônica fundia os pensamentos platônicos, pitagóricos e aristotélicos, dentre outros. c) as Enéadas são o conjunto dos escritos de Plotino, compilados, organizados e editados por Porfírio. d) Jâmblico negava a validade da Teurgia e os Neoplatônicos Tardios procuraram purificar a filosofia da influencia dos Escritos Órficos e dos Oráculos Caldaicos. 19 - O Cristianismo surgiu como revelação. No encontro da fé cristã com a razão grega, alguns autores se destacaram por conceberem o Cristianismo nascente como continuidade da filosofia e, desse modo, trabalharam na elaboração do encontro das duas perspectivas. Na Patrística, Agostinho de Hipona foi considerado um dos responsáveis por construir um pensamento
que transmitia, ao mundo cristão latino, ideias greco-romanas. Entre os autores que trabalharam o encontro da nova fé com a antiga razão em língua grega, encontram-se a) Fílon de Alexandria e Boécio. b) Clemente de Alexandria e Orígenes. c) Plutarco e Ambrósio de Milão. d) Celso e Irineu de Lion. 20 - De acordo com Alfredo Storck, "descrever a filosofia medieval é descrever um fenômeno complexo", pois três pontos devem ser considerados. Marque a alternativa que apresenta esses três pontos. a) A filosofia medieval não foi exclusivamente uma filosofia cristã ocidental. Suas formas de expressão são formas particulares à sua época. Discute-se entre os especialistas se tudo o que foi feito nessa época foi teologia ou se houve filosofia. b) A diversidade de ordens religiosas provocou uma igual diversidade de pensamento. Diante das dificuldades existentes no mundo medievo, o pouco conhecimento restringiu-se aos mosteiros. Pouco restou dos documentos da época para se pensar uma filosofia medieval. c) A complexidade da intolerância religiosa da época proibiu o desenvolvimento do pensamento filosófico. A querela sobre o poder temporal e o poder espiritual, ou seja, entre o imperador do Sacro-Império Romano Germânico e o Papa, influiu fortemente na formação do pensamento filosófico. A pouca tradução existente para o latim das obras gregas, pois em sua grande maioria, foram traduzidas somente na Renascença. d) As universidades medievais se especializaram e foram poucas as que trabalharam com a filosofia. A submissão da filosofia à teologia, inclusive no mundo árabe-muçulmano. Com as invasões bárbaras pouco sobrou da filosofia grega para se pensar uma continuidade. 21 - Com relação à filosofia na Idade Média, analise as assertivas abaixo. I. Avicena e Averrois foram pensadores do mundo muçulmano. Influenciaram o ocidente cristão em seus trabalhos, principalmente sobre a filosofia aristotélica. Marcaram também o estilo filosófico ocidental, com a paráfrase e o comentário. II. Pedro Abelardo ficou famoso por seus escritos sobre lógica e ética. Foi um dos principais teóricos a questio. Fez uso da lógica e da dialética aristotélica para explicar as Sagradas Escrituras e esclarecer questões de fé. Debateu com Bernardo de Claraval, de quem foi adversário sobre questões teológicas. III. Mestre Eckhart foi frade dominicano e principal representante da denominada Mística Renana. Teve como principais discípulos João Tauler e Henrique Suso. Foi Influenciado pelo pensamento de Dionísio, o PseudoAreopagita. Seus pensamentos foram condenados pela Igreja Romana no século XIV. Estão corretas a) I e II apenas. c) II e III apenas. b) I, II e III. d) I e III apenas. 22 - Pensador alemão de formação italiana, foi um dos grandes autores da Renascença. Fortemente influenciado pelo Neoplatonismo, bem como pela Mística Renana, tem entre suas principais obras, A Douta Ignorância, que trabalha o não saber do ser humano em relação ao infinito. Cardeal da Igreja
Romana, fez um uso original de métodos matemáticos de um modo analógico-alusivo. Esse pensador é a) Pico della Mirandola. c) Hugo Grotius. b) Marcílio Ficino. d) Nicolau de Cusa. 23 - Conhecido por sua obra O Príncipe, escrita em honra a Lourenço de Médici, Maquiavel procurou neste livro, trabalhar a criação e a sustentabilidade de um governo monárquico. Pensou também sobre a ideia de se ater à verdade efetiva das coisas e abordou os conceitos de virtù, ou virtude, e de fortuna, ou sorte, construindo um sólido pensamento político. Entre outros livros do pensador florentino, destaca-se Discursos sobre a primeira década de Tito Lívio, no qual realiza um estudo sobre a forma republicana de governo. Sobre Maquiavel e o seu ideal político, é correto afirmar que a) procurou estudar a reestruturação do ideal grego de democracia no contexto das cidades estados italianas de sua época. b) pensou os possíveis caminhos para se instalar um governo tirânico em Florença, fortalecendo, assim, a cidade contra as ameaças externas e internas. c) desenvolveu as bases para a unificação dos estados da península italiana sobre o governo do Papa e da Igreja Romana, frente à França e ao Sacro Império Romano Germânico. d) teve a República Romana como ideal político, e não os principados italianos. Nesse contexto, trabalha a liberdade e os bons costumes, possivelmente desenvolvendo aqui, um novo sentido para o conceito de virtù. 24 - Michel de Montaigne (1533 - 1592) faz, como muitos de sua época, em seus escritos e pensamentos, uma releitura das ideias da Antiguidade. Sua obra é, nesse sentido, a releitura de uma Escola, ou linha de pensamento, do período Helenístico e Imperial. Essa Escola ou linha de pensamento é o a) Cinismo. c) Ecletismo. b) Ceticismo. d) Estoicismo. 25 - O pensamento racionalista de Descartes suscitou segundo François Chatelet, dois movimentos filosóficos que marcaram o pensamento moderno. Sobre esses dois movimentos analise as afirmações a seguir. I. Um movimento de cunho religioso que procurou retomar os princípios do pensamento católico romano sobre uma ótica racionalista para refutar o pensamento da Reforma Protestante. II. Uma filosofia política que floresceu sobre a tutela da Rainha Cristina da Suécia e que sobreviveu ao fim do seu reinado, depois de sua conversão ao catolicismo e a morte de Descartes. III. Um empirismo que levou muito a sério as formulações do Discurso do Método, e submeteu o cartesianismo a uma crítica a partir de suas próprias bases. IV. Um movimento descrito como uma espécie de cartesianismo de escola, que produziu pensadores de grande amplitude, que realizaram descobertas, mas não se inscreveram em um empirismo. Estão corretas apenas as afirmações a) III e IV. c) I e IV. b) II e III. d) I e II. 26 - Assim como Thomas Hobbes, John Locke se indaga sobre o homem em estado de natureza, mas diverge de Hobbes no
entendimento do que seja este estado. Sobre essa diferença, é correto afirmar que a) Locke diverge de Hobbes ao afirmar que o estado de natureza foi criado por Deus e não por um processo natural, como afirma o materialismo científico de Hobbes. b) ambos divergiram quanto ao método de se conhecer o estado de natureza, uma vez que Locke o intuiu e Hobbes o deduziu, mas não sobre o significado. c) Hobbes procurou construir uma visão antropológica de felicidade onde o homem era completo na natureza, ao contrário do pessimismo de Locke. d) para Locke, o estado de natureza é o estado dos direitos naturais, onde o ser humano adquire direitos no momento em que existe, ao contrário de Hobbes, cujo estado de direito é uma artificialidade elaborada contra a violência do estado de natureza, onde impera somente o desejo de cada um. 27 - Associe os pensadores modernos da primeira coluna com as descrições contidas na segunda coluna. 1 - Spinoza. 2 - Malebranche. 3 - Hume. 4 - Leibniz. ( ) Pensador religioso francês. Afirmou que tudo está em Deus, realizando uma união entre o Racionalismo Cartesiano e o Neoplatonismo Agostiniano. ( ) Empirista escocês, famoso pelo seu ceticismo. Escreveu Investigação sobre o entendimento humano. Queria fazer da ciência um simples meio de viver melhor a vida cotidiana. ( ) Pensador judeu, elaborou uma filosofia panteísta. Teve como método a análise geométrica. Seu pensamento metafísico reveste-se de uma ética. ( ) Filósofo alemão. Desenvolveu, ao mesmo tempo de Newton, o cálculo infinitesimal. Elaborou uma metafísica onde afirmava que a realidade é constituída pelas mônadas ou centros de forças, que são substâncias simples. A sequência correta é a) 2,3,1,4. c) 4,2,1,3. b) 1,4,3,2. d) 3,1,2,4. 28 - Marque a alternativa cuja obra NÂO pertence a JeanJacques Rousseau. a) Emílio. b) Espírito das leis. c) Discurso sobre a origem da desigualdade. d) Discurso sobre as ciências e sobre as artes. 29 - De acordo com Hannah Arendt, sobre a filosofia da Existenz, é INCORRETO afirmar que a) não há filósofos da Existenz sobre os quais a influência de Kierkegaard não se faça sentir. É com esse pensador que a filosofia da Existenz tem seu começo. b) surgiu em conjunto com o existencialismo, um movimento literário francês, tendo ambos, pelo menos um século de história. c) depois da destruição iniciada por Kant do antigo conceito de ser, nenhuma ontologia no sentido tradicional pode ser restabelecida. d) a palavra Existenz em seu sentido moderno aparece pela primeira vez no Schelling tardio, ao este se rebelar contra a filosofia negativa, contra a filosofia do puro pensamento.
30 - No livro O que é bioética, de Débora Diniz e Dirce Guilhem, são citadas quatro possibilidades de se apresentar a bioética. Dentre elas, têm-se as abordagens a) filosófica e temática. b) temática e filológica. c) humanista e tecnicista. d) antropológica e historicista. 31 - Em 1979, o filósofo Tom Beuchamp e o teólogo James Childress publicaram o livro Princípios da ética biomédica, sugerindo a reformulação dos três princípios éticos considerados universais, eleitos pelo Relatório Belmont, documento elaborado pela Comissão nacional para a proteção de sujeitos humanos na pesquisa biomédica e comportamental dos Estados Unidos, na década de 1970. Surge, assim, a denominada Teoria Principialista e seus quatros princípios éticos como base de uma teoria bioética consistente. Sobre alguns dos quatros princípios, são feitas as afirmações a seguir. I. O princípio da autonomia foi posteriormente revisto pelos autores, passando a ser denominado em 1994 na quarta edição do livro, como princípio de respeito à autonomia. II. O princípio da não-maleficência está associado à máxima primum non nocere - acima de tudo, não cause danos. III. O princípio da igualdade diz respeito aos direitos humanos onde todos são merecedores do mesmo tratamento, independente de qualquer diferencial. Estão corretas as assertivas a) I, II e III. c) I e II apenas. b) I e III apenas. d) II e III apenas. 32 - Leia o texto a seguir. "Eis por que Aristóteles não sonha em fundar uma moral individual sem relação com a cidade, mas, na _____, ele se dirige aos homens políticos e aos legisladores, para formar seu juízo, descrevendo-lhes os diferentes aspectos da virtude e da felicidade do homem, a fim de que possam legislar de modo a dar aos cidadãos a possibilidade de praticar a vida virtuosa ou, para certos privilegiados, a vida filosófica." Pierre Hadot. O que é a Filosofia Antiga? p. 137 No texto acima, foi suprimido o nome de uma grande obra de Aristóteles, considerada base para os estudos da ética. Pierre Hadot faz referência a Aristóteles, por ele ter se destacado na antiguidade, por suas contribuições as diversas áreas da filosofia. No campo da ética e da política, por exemplo, têm-se Ética a Eudemo e Política, como algumas da obras referências na filosofia grega clássica. O livro omitido acima, intitula-se a) Metafísica. b) Grande Moral. c) Ética a Nicômaco. d) Ética demonstrada à maneira dos geômetras. 33 - Leia o seguinte trecho. "Se compararmos as definições que os antigos e os modernos dão à noção de ética, percebemos que são tão radicalmente diferentes que se cria em torno delas um verdadeiro campo de contradições. [...] entre as duas concepções existe muito mais que simples diferenças: há uma verdadeira ruptura, uma contradição." Adauto Novaes. Cenário in____ (Org.). Ética p. 9.
No texto, do qual o trecho acima foi retirado, Adauto Novaes escreve sobre as distintas concepções que o conceito de ética pode apresentar. Em relação às diferenças apontadas pelo autor, entre as noções de ética dos antigos e dos modernos, enumere a segunda coluna de acordo com a primeira. 1 - Antigos. 2 - Modernos. ( ) Ideia de ética ligada a noções de dever, obrigação e obediência. ( ) A noção de virtude está ligada ao hábito de obedecer a uma lei nitidamente definida e de uma origem suprassensível. ( ) Subordinaram a ética às ideias de felicidade da vida presente e de um soberano bem. ( ) A felicidade é pensada em termos de eficácia técnica, de consumo. ( ) A virtude está ligada à posse de uma qualidade natural. ( ) Concepção ligada a uma dialética da aparência. A sequência correta é a) 1, 1, 1, 2, 2, 2. c) 1, 2, 2, 2, 1, 1. b) 2, 1, 2, 1, 1, 1. d) 2, 2, 1, 2, 1, 2. 34 - Para Peter Singer, pensador australiano contemporâneo e professor da Universidade de Princenton nos Estados Unidos, a ética pode ser vista como a) uma série de proibições ligadas ao sexo ou uma defesa de um código específico de moralidade. b) algo possível somente no contexto da religião ou algo totalmente subjetivo ou relativo. c) uma tentativa de se defender padrões éticos que justificam o modo de viver. Tal justificativa não se dá em um âmbito pessoal, mas numa perspectiva universal. d) um sistema ideal de grande nobreza na teoria, mas impraticável, ou um sistema de normas simples. 35 - Analise os dizeres abaixo. "Quem quer ser um líder mundial tem de saber cuidar da Terra inteira e não apenas da indústria norte-americana." Romano Prodi ex primeiro ministro da Itália e ex-presidente da Comissão da União Européia, em resposta a uma declaração do ex-presidente dos EUA, George W. Bush). "O valor da vida de um ser humano inocente não varia segundo a nacionalidade". Peter Singer Os dois dizeres acima, representam ideias relativas às mudanças que ocorrem no campo da ética, no mundo contemporâneo, diante das questões sucitadas pela globalização. Sobre essas mudanças, é correto afirmar que a) o mundo apresenta um momento único, onde os valores individuais precisam ser reformulados, para que continuem existindo, ou seja, se mantiver o rumo das mudanças atuais em um contexto de universalização de valores, os valores individuais deixarão de existir. b) frente à questão da globalização, os líderes das nações devem incorporar uma perspectiva mais ampla que o puro e simples interesse nacional, à medida que os países do mundo se aproximam entre si a fim de resolver problemas em comum. Tem-se a necessidade de se adotar uma nova postura ética. c) diante do caos globalizado, deve-se, em nome de uma moral elevada, estabelecer uma supremacia de um governo nacional
que seja considerado apto ao governo mundial, a partir de princípios sólidos e ideais elevados, como a democracia e o equilíbrio entre poderes. d) toda e qualquer ética, pensada a partir das mudanças ocorridas devido ao processo de globalização, deve ter em conta que as reais bases para o desenvolvimento humano se dá no campo econômico, com a manutenção da política de livre mercado, adaptado ao contexto histórico existente. 36 - Um dos grandes debates na filosofia diz respeito à questão do método, ou sobre qual o melhor caminho para se trabalhar em filosofia. Nesse sentido, associe o nome do método na primeira coluna, com a sua devida explicação na segunda coluna. 1 - Hermenêutica. 2 - Dialética. 3 - Analítica. ( ) Originariamente ligado à palavra diálogo, foi usado por Platão e Hegel ( ) Método desenvolvido na teologia, trabalha com a interpretação e a compreensão, ligado a H. G. Gadamer ( ) Utilizado por Carnap, Quine, Austin dentre outros, surge na denominada virada linguística. A sequência correta é a) 2, 3, 1. c) 3, 1, 2. b) 2, 1, 3. d) 1, 3, 2. 37 - De acordo com Auroux, "a filosofia da linguagem não corresponde a uma unidade conceitual muito clara, [...] pode-se designar através dela várias coisas muito diferentes." Dentre tais possibilidades de designação, têm-se as a) que procuram levar o estudo para um campo metafísico ou ontológico, abandonando todo o estudo analítico ou da lógica, e as que querem reduzir o estudo da linguagem ao campo gramatical. b) reflexões que se encontram sobre a natureza da linguagem, antes do aparecimento das tradições linguísticas positivas e autônomas e os estudos sócios-políticos-econômicos da linguagem. c) introduções enciclopédicas, que retomam concepções gerais e os estudos de reflexões míticas e antropológicas, buscando compreender suas reverberações na caminhada da construção da linguagem humana. d) reflexões que visam explicar a natureza da linguagem e seu papel na experiência humana, com uma pretensão fundadora e as concepções concernentes à linguagem, que se encontram em obras dos autores reconhecidos como filósofos. 38 - Assinale a alternativa que apresenta somente pensadores da filosofia contemporânea, considerados estudiosos da linguagem. a) Chomsky, Apel, Agostinho, Russell e Hegel. b) Rorty, Wittgenstein, Frege, Carnap e Derrida. c) Schelling, Foucault, Derrida, Heidegger e Leibniz. d) Carnap, Herder, Condillac, Habermas e Herbet Spencer. 39 - Dentre os problemas filosóficos trabalhados ao longo do tempo por diversos pensadores, a questão da verdade se destaca. Abordá-la ou decifrá-la foi e continua sendo um dos pontos dos estudos e escritos em filosofia. A palavra verdade tem seu significado variando de acordo com a influência das
línguas que a constituíram, em suas origens e contextos. Dentre as línguas que mais diretamente influíram no significado da verdade na filosofia ocidental, têm-se o grego, o latim e o hebraico. A partir dessa relação, enumere a segunda coluna de acordo com a primeira e, a seguir, marque a sequência correta. 1 - Grego - Aleteia. 2 - Hebraico - Emunah. 3 - Latim - Veritas. ( ) Tem o sentido de verdade como confiança. Refere-se a pessoa que é digna de confiança, como "amigo de verdade". ( ) Apresenta a ideia de fidelidade; fiel no dizer, dizer a verdade. Fidelidade a certas regras do bem dizer. ( ) Transmite o sentido de descoberta, desvelamento, revelação, retirar o véu. a) 1, 3, 2. c) 2, 3, 1. b) 3, 1, 2. d) 2, 1, 3. 40 - Segundo Leônidas Hegenberg, na lógica e na matemática, "é" tem um único significado, que se indica usando o sinal de igual, "=". De acordo com tal afirmativa, um outro modo de se escrever "S é P" seria "S = P". Esse único significado é o de a) desconstrução. c) falsidade. b) identidade. d) idealidade. 41 - Em seu texto Sobre o ensino de filosofia, André ComteSponville, escreve que há uma crise no ensino da filosofia, o que implica a necessidade de se defender a filosofia frente ao filosofismo. Sobre essa questão é correto afirmar que a) o filosofismo procura manter um trabalho filosófico baseado nas tradições do pensamento ocidental. b) defender a filosofia é defender o amor ao saber frente aos debates de opiniões, o amor ao discurso e a tagarelice em sala de aula. c) por filosofismo pode-se entender o amor ao conhecimento que gera um saber fruto de si mesmo. d) a filodoxia deveria predominar em sala de aula, provocando, desse modo, uma curiosidade natural e uma sede de conhecimento nos alunos. 42 - Nos últimos anos, o ensino de filosofia passou por grandes mudanças, como por exemplo, a sua generalização, fato esse ocorrido pela saída desse ensino do âmbito das elites rumo à setores da sociedade no qual não se fazia presente. Jacques Derrida, ao debater o assunto, propôs, nesse sentido, que o ensino de filosofia se processasse a partir de um princípio ético. Esse princípio é denominado princípio a) do direito à filosofia para todos. b) do direito à igualdade em filosofia. c) de um ensino de filosofia das bases sociais. d) de um ensino de filosofia em igualdade com as elites. 43 - Segundo Lídia Maria Rodrigo, o ensino de filosofia, frente às atuais perspectivas de generalização, tem, do ponto de vista didático, um grande desafio que reside em a) saber como ensinar ou tornar acessível um saber especializado para um público mais vasto e menos qualificado. b) manter o nível da qualidade do ensino de filosofia nos padrões anteriormente existentes. c) não permitir a banalização do ensino de filosofia, mantendoo para tanto, em sistemas de ensinos restritos.
d) saber como ensinar filosofia a quem chega ao ensino médio sem o mínimo de conhecimento formal adequado ao ensino de filosofia. 44 - Quanto ao ensino de filosofia, a Lei nº 11.684, de 2 de junho de 2008, alterou o artigo 36 da Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996 (LDBEN). Dentre as alterações, foi incluído o inciso IV que a) tornou obrigatório o ensino de sociologia e o de filosofia no Ensino Médio. b) sugeriu o ensino de filosofia e de sociologia na Educação Básica. c) incluiu a disciplina de sociologia no primeiro ano do Ensino Médio e a disciplina de filosofia nos segundo e terceiro anos do mesmo nível. d) incluiu a filosofia e a sociologia como disciplinas obrigatórias em todas as séries do Ensino Médio. 45 - Segundo as Orientações Curriculares Nacionais para o Ensino Médio, a presença da filosofia como disciplina deve-se efetivar de forma a consolidar seu espaço em sala de aula. Com relação à carga horária, a filosofia deve a) ser trabalhada transversalmente, uma vez que há um grande número de disciplinas no quadro horário das escolas. b) ser ministrada pelo menos uma vez por semana em conjunto com sociologia. c) ter, no mínimo, duas horas-aulas por semana, como disciplina autônoma. d) ocupar no mínimo uma hora-aula por semana em horário extra, como atividade complementar. 46 - Abaixo tem-se uma relação entre pensadores considerados fenomenólogos e algumas de suas obras. Marque a alternativa cuja relação entre pensador e obra está INCORRETA. a) Maurice Merleau-Ponty - O Olho e o Espírito. b) Max Scheler - A posição do homem no cosmos. c) Jean Paul Sartre - Da reviravolta dos valores. d) Martin Heidegger - Carta sobre o humanismo. 47 - Edmund Husserl (1859 - 1938) elaborou a Fenomenologia, que influenciou notadamente a filosofia no século XX. Quanto ao campo da estética, é correto afirmar que a Fenomenologia a) introduziu a ideia dos fundamentos estéticos, como base para se estudar a manifestação do Belo como fenômeno. b) não trabalhou diretamente com a estética, uma vez que a fenomenologia de Husserl tinha um modelo matemático e axiomático, baseado no racionalismo de Descartes, o que impossibilitava o desenvolvimento de um estudo do Belo. c) utilizou-se da palavra fenômeno em seu significado no grego antigo, e afirmou não ser possível o conhecimento do Belo, pois ele tem uma característica de essência da obra de arte, não sendo assim, acessível, uma vez que só se pode conhecer os fenômenos. d) introduziu o critério de que se deve recorrer à intuição dos fenômenos que se apresentam, de modo imediato, na experiência estética, antes de qualquer pressuposição acerca da Natureza do Belo ou da Arte. 48 - Friedrich Schiller (1759 - 1805), autor de Sobre a educação estética da humanidade, diz que existe no ser humano um impulso que o liga a matéria, sujeitando-o à natureza e um
outro impulso, de ordem superior, que eleva o ser humano ao nível do pensamento racional e que aspira à permanência e à imutabilidade. Para superar o dualismo matéria e espírito que tal divisão sugere, Schiller admite a existência de um terceiro impulso. Assinale a alternativa cuja afirmação se relaciona corretamente com o terceiro impulso admitido por Schiller. a) Impulso do equilíbrio: busca manter uma neutralidade entre matéria e razão, possibilitando a boa capacidade do julgar. b) Impulso da realidade: faz o ser humano perceber a tensão dialética existente entre forma e matéria, possibilitando assim, a construção do real. c) Impulso crítico: responsável por elaborar o senso crítico humano, capacitando o homem a conhecer o mundo possível de forma racional. Percebido por Kant, não foi por ele conceituado. d) Impulso lúdico: concilia a matéria, presente aos sentidos, com a forma, ato do pensamento, que parece excluir o que é material e sensível. Exerce-se acima das necessidades naturais e independe dos interesses práticos. Apresenta-se como jogo estético. 49 - Batista Mondin demonstra que os estudos de antropologia filosófica adquiriram um novo rumo, depois da crítica kantiana à metafísica, dos progressos da ciência, da aquisição da consciência histórica e outros fatos. Tal mudança permitiu o estudo do humano em outras áreas, abandonando-se a metafísica. Nesse sentido, construíram-se novas imagens do homem. A partir do anteriormente exposto, relacione as novas imagens do antopos na segunda coluna, com os pensadores da primeira coluna que a desenvolveram. 1 - Karl Marx. 2 - Soren Kierkegaard. 3 - Singmund Freud. 4 - Paul Ricoeur. 5 - Martin Heidegger. ( ) Homem falível. ( ) Homem ex-istente. ( ) Homem econômico. ( ) Homem instintivo. ( ) Homem angustiado. A sequência correta é a) 4, 5,1, 3, 2 c) 3, 4, 1, 2, 5 b) 5, 2, 3, 1, 4 d) 2, 5, 3, 1, 4 50 - A morte apresenta-se varias vezes como fonte de dúvidas e questionamento para os seres humanos. Frente a esse sinal da finitude, pensadores se deparam com a necessidade de refletir sobre tal momento. Heidegger a descreve como um limite da existência humana. Tendo em vista essa questão e pensando sobre o material estudado para a prova, analise as assertivas abaixo. I. Para Jaspers, só o homem tem consciência da morte e estamos a ela destinados. Para ele o temor da morte é o temor do nada, uma vez que não se sabe o que ocorre após tal fato. II. Para Thomas Nagel, o ser humano não consegue conceber a não-existencia a partir de seu interno. Pensar a morte é, portanto pensar a partir do externo. Quanto ao fato do sentimento humano em relação ao morrer, esse sentimento varia de acordo com a concepção que se tem de morte. III. Para Michel Serres, a morte apresenta-se como um constituinte da humanidade, pois os humanos são o que são,
porque se aprende que se irá morrer. Tal fato levou a humanidade a criar um novo estatuto para o homem com as respostas encontradas nas novas tecnologias. A dor que a morte provoca, moveu novas civilizações ao longo da história humana. Estão corretas as assertivas a) II e III apenas. c) I e III apenas. b) I, II e III. d) I e II apenas.
2. Sobre os Pré-socráticos, pode-se afirmar: I. De acordo com Aristóteles, Tales de Mileto fora o primeiro filósofo. Muito reconhecido pelas acertadas previsões que fazia, Tales defendia a ideia da existência de um elemento primordial (arché), originário e fundante, uma "massa geradora" dos seres, contendo em si todos os elementos contrários, o apeíron. II. Entre os Pré-socráticos não se deu uma ruptura definitiva com o mito e com o pensamento religioso, haja vista as contribuições de Pitágoras e Demócrito. III. Também chamados de Filósofos da Natureza, os présocráticos buscaram respostas sobre a physis e a natureza humana, por isso este período da Filosofia é denominado Período Cosmológico. IV. Ao afirmar que "o ser é" e "o não-ser não é", Parmênides está colocando em evidência aquilo que viria a ser a base do idealismo platônico. V. Para Demócrito, "tudo que existe no universo nasce do acaso ou da necessidade". Demócrito fora contemporâneo de Sócrates e precursor da teoria atômica. a) Somente II, IV e V são verdadeiras. b) Somente III, IV e V são verdadeiras. c) Somente IV e V são verdadeiras. d) Somente II e V são verdadeiras. e) Somente I, IV e V são verdadeiras. 3. Sobre a Filosofia de Sócrates, é CORRETO afirmar: I. Dentre os principais biógrafos de Sócrates está Xenofonte, um dos seus discípulos mais imediatos. II. "Antes de atuar na minha defesa [...] atuo na vossa". Em trecho do Fédon, Sócrates faz sua defesa diante das acusações que lhe foram imputadas, dentre outros, pela "roda de Ânito". III. No Fédon, Sócrates, cercado por seus discípulos, antes de beber a cicuta, discorre acerca de temas relacionados à morte e ao destino da alma. IV. A dialética socrática se desenvolve em dois momentos, passando da ironia à maiêutica. V. Em Sócrates como em Hegel a dialética é um elemento primordial, muito embora, neste último, haja uma caracterização a partir dos seguintes termos: afirmação, negação e negação da negação. a) Somente I, II e IV são verdadeiras. b) Somente II, III e IV são verdadeiras. c) Somente III, IV e V são verdadeiras. d) Somente I, III, IV e V são verdadeiras. e) Todas as alternativas são verdadeiras. 4. Sobre Platão, é CORRETO afirmar:
I. Na República, Platão associa o processo de iluminação à saída da caverna, tomando a figura de Sócrates como arquétipo do ideal filosófico. II. No Emílio, Rousseau declara que o texto da República não se limita à condição de obra política, mas se trata "do mais belo tratado de educação que jamais se escreveu?, o que se deve ao seu caráter dialético e, sobretudo, ao protagonismo dos interlocutores de Sócrates no processo educativo. III. Para Platão, o conhecimento referente ao mundo das ideias era o verdadeiro saber, o verdadeiro conhecimento (episteme), um conhecimento apenas contemplativo e superior ao conferido pela experiência. IV. Ao afirmar que o conhecimento preexistia na alma humana, Platão estava afirmando que a todos os homens era possível vir a possuir os mesmos conhecimentos. V. O fato de na entrada da Academia constar a seguinte máxima: "Que não entre quem não saiba geometria", endossa o idealismo platônico na medida em que coloca a matemática como um exemplo de conhecimento puramente intelectual e perfeito que prescinde da experiência. a) Somente I, II e IV são verdadeiras. b) Somente I, II, III e IV são verdadeiras. c) Somente I, III e V são verdadeiras. d) Somente I, II, III e V são verdadeiras. e) Todas as alternativas são verdadeiras. 5. Sobre Aristóteles, é CORRETO afirmar: I. Dentro da metafísica aristotélica, a doutrina do ato-potência acha-se estreitamente vinculada à determinada concepção de causalidade, em que a causa é tudo que contribui para a realidade de um ser, distinguindo-se em: causa material, causa formal, causa final, causa eficiente. II. Na Ética a Nicômaco, Aristóteles evoca o meio-termo como princípio de equilíbrio entre os extremos que necessariamente conduzem ao erro. III. A indução aristotélica se diferencia da indução baconiana na medida em que esta última procura enfatizar não só a presença dos fenômenos, mas também a sua ausência e possível graduação. IV. "Outros paralogismos nascem por não se haver dado uma definição do que é um silogismo e do que é um elenco, e porque algo escapou à respectiva definição." O trecho citado foi retirado da Política, em que Aristóteles discorre exaustivamente acerca de um método eficiente para refutar os sofistas. V. Aristóteles retoma o problema do ser e tenta resolver a contradição entre o caráter estático e permanente do ser em oposição ao caráter de transitoriedade, suscitados respectivamente por Parmênides e Heráclito. a) Somente I, II e V são verdadeiras. b) Somente I, II e III são verdadeiras. c) Somente I, II, III e V são verdadeiras. d) Somente I, II, IV e V são verdadeiras. e) Todas as alternativas são verdadeiras. 7. Sobre Santo Agostinho, é CORRETO afirmar: I. A originalidade do pensamento de Agostinho de Hipona fora bastante festejada a partir da Idade Moderna, haja vista sua grande contribuição à Reforma e na instituição do cogito cartesiano, e ainda na intuição da teoria da evolução e préconcepção do que viria a ser o existencialismo do Século XX.
II. Na "Cidade de Deus", Agostinho discorre sobre a cidade dos homens, marcada pela corrupção do gênero humano; e a cidade de Deus, representada pela aliança com o povo hebreu. III. Na Cidade de Deus, Agostinho firma um contraponto às acusações de que a decadência e iminente queda de Roma, em 476 d.C. estariam associadas à adesão oficial do império ao monoteísmo cristão, a partir de Constantino. IV. A assertiva "crer para compreender" explicita a relação de dependência defendida por Agostinho entre Filosofia e Teologia, colocando aquela como tributária desta. V. Para Agostinho, o conhecimento pode referir-se a coisas que não são provenientes dos sentidos, mas que, iluminadas pelo Deus cristão, podem ser percebidas pela mente humana. a) Somente II e III são verdadeiras. b) Somente I, II e V são verdadeiras. c) Somente II, III, IV e V são verdadeiras. d) Somente II e V são verdadeiras. e) Nenhuma alternativa é verdadeira. 8. Sobre São Tomás de Aquino e Santo Agostinho, é possível AFIRMAR que: I. Ambos se apoiam no pensamento grego clássico, respectivamente Platão e Aristóteles, para dar um caráter filosófico e legitimar a doutrina cristã. II. Dentre as provas da existência de Deus propostas por Tomás de Aquino, na Suma Teológica, é possível citar a do "primeiro motor" que, segundo o autor, seria Deus. III. Durante a escolástica, o pensamento de Aristóteles passou a compor o chamado Princípio da Autoridade. IV. O Problema do Mal perdurara como uma das principais inquietações da Filosofia Medieval e só fora devidamente respondido por Tomás de Aquino, na Suma Teológica, quando afirma que o mal é nada mais que ausência de bem. V. Ao admitir que o governo é de origem divina, Aquino submete a vontade do povo à vontade do soberano e a vontade deste à da igreja, maior fonte de autoridade. Aquino ressalta, entretanto, que o governo não deve oprimir seus membros, agindo de forma tirânica, o que, segundo o doutor angélico, legitimaria o caso de uma rebelião ou guerra justa. a) Somente II e III são verdadeiras. b) Somente IV e V são verdadeiras. c) Somente III e IV são verdadeiras. d) Somente I, II, III e V são verdadeiras. e) Somente a II é verdadeira. 9. A respeito das teses da segregação dos dois mundos e da incorruptibilidade dos corpos celestes, é CORRETO afirmar: I. Ambas foram concebidas por Aristóteles e apropriadas pela Igreja, durante a Idade Média, passando a endossar a doutrina do pecado original. II. Estão relacionadas à teoria da hierarquização dos seres, capturada por Aristóteles do pensamento de Heráclito. III. Estão relacionadas, na medida em que partem da premissa de que o mundo sublunar é perfeito, enquanto que o terreno constitui-se como mundo das imperfeições. IV. Foi Copérnico, usando o seu telescópio artesanal, que, após verificar a existência de crateras na lua, satélites em Júpiter e manchas no sol, pôde não só contrariar a tese da incorruptibilidade dos corpos celestes como também fortalecer a teoria heliocêntrica.
V. A teoria da gravitação universal seria impossível sem a unificação dos dois mundos empreendida por Nicolau Copérnico. a) Nenhuma alternativa é verdadeira. b) Somente I, II, III e IV são verdadeiras. c) Somente I, IV e V são verdadeiras. d) Somente I é verdadeira. e) Somente I e III são verdadeiras. 10. Sobre os fundamentos da Teoria do Conhecimento, é CORRETO afirmar que: I. Para o Dogmatismo, não está colocada a questão da possibilidade do conhecimento, por entender que os objetos são dados; enquanto que, para o Ceticismo a possibilidade do conhecimento não se concretiza por não haver acesso ao objeto. II. Kant afirma que Hume o acordara do sono dogmático por haver colocado em xeque o princípio da causalidade. III. O criticismo introduz a ideia de um juízo sintético, a priori, universal e necessário, que amplia o conhecimento e é formulado independentemente da experiência empírica. IV. A inacessibilidade da coisa-em-si está diretamente relacionada à revolução copernicana, empreendida por Kant, e que coloca a necessidade dos objetos se regularem pelos sujeitos e não o contrário. V. No seu idealismo transcendental, Kant acaba por endossar o ceticismo na medida em que coloca a impossibilidade de penetrar a essência da coisa-em-si. a) Somente I, II e IV são verdadeiras. b) Somente II, III e IV são verdadeiras. c) Somente I, IV e IV são verdadeiras. d) Somente I, II, III e IV são verdadeiras. e) Todas as alternativas são verdadeiras. 11. Sobre a inauguração da Ciência Moderna, é possível afirmar que: I. Seria impossível sem um conjunto de fatores sociais, políticos e econômicos, que, de forma sincronizada e gradual, atuaram e permitiram a implosão da cosmovisão aristotélicotomista. II. O Principio da Parcimônia, legado por Guilherme de Occam dá sustentação à fundamentação do método cartesiano, sobretudo quando consideramos o seu primeiro preceito, o da evidência. III. O Discurso do Método foi uma obra que por pouco não fora escrita, tendo sido concretizada por ocasião da perseguição e inquérito sofrido por Galileu. IV. No Discurso do Método, Descartes coloca o conhecimento a ser alcançado pelo método por ele proposto como um conhecimento superior e mais certo que todos os outros por ele nomeados: o filosófico, o científico e o teológico. V. Na consecução do preceito cartesiano da análise: "Conduzir em ordem os pensamentos, começando pelos mais simples e mais fáceis de conhecer, a fim de ascender, pouco a pouco, por degraus, até o conhecimento dos mais compostos", reside a razão pela qual se dera um amplo desenvolvimento científico e pulverização da ciência. a) Somente I, II e III são verdadeiras. b) Somente I, III e IV são verdadeiras. c) Somente I, IV e V são verdadeiras. d) Somente I, II, III e IV são verdadeiras. e) Todas as alternativas são verdadeiras.
12. Sobre o ideal positivista de ciência e os padrões de cientificidade no mundo contemporâneo, é possível AFIRMAR: I. O Positivismo sustenta-se num profundo ceticismo metafísico, ainda que a crença absoluta na ciência e a premissa de neutralidade científica não venham a comprometer o seu status determinista. II. O ideal de progresso, apregoado por Auguste Comte, fora efetivamente concretizado, instaurando uma nova ordem social prognosticada pelos iluministas do Século XVIII e endossada pelos pensadores da Escola de Frankfurt. III. Física quântica e física social configuram os dois lados de uma mesma moeda. Através da física quântica é possível explicar a complexidade e aleatoriedade do fenômeno social, contrariando, assim, os pressupostos fundamentais do positivismo lógico. IV. Ciência normal pode ser entendida como um padrão normativo de racionalidade, regulado por parâmetros definidos pelo método cartesiano, sobretudo pelo preceito da evidência. V. É possível afirmar que o determinismo biológico está para o cientificismo, assim como a física newtoniana está para a teoria da complexidade. a) Nenhuma alternativa é verdadeira. b) Somente I é verdadeira. c) Somente I e IV são verdadeiras. d) Somente IV é verdadeira. e) Somente I, III e IV são verdadeiras. 13. Em relação à Epistemologia, é CORRETO afirmar: I. São três as principais concepções de ciência: a racionalista, que toma o modelo de objetividade da matemática; o empirista, apoiado no modelo de objetividade da medicina grega e da história natural; e o construtivista, baseado num modelo de objetividade aproximativa, cujo exemplo mais adequado seria o verificacionismo. II. O advento da relatividade e dos fenômenos quânticos coloca por terra o ideal de ciência, modelo atribuído à física clássica. III. De acordo com a Teoria Crítica, na medida em que a razão se torna instrumental, a ciência vai deixando de ser uma forma de acesso ao conhecimento para tornar-se um instrumento de dominação, poder e exploração. IV. Os conceitos de "corte epistemológico" e "paradigma", respectivamente, radicados em Gaston Bachelard e Thomas Kuhn, endossam a tese da descontinuidade da ciência. V. O falsificacionismo popperiano está diretamente ligado à noção de demarcação científica e à noção de que todo conhecimento científico, para ser verdadeiro, deve ser passível de prévia falsificação. a) Somente II e IV são verdadeiras. b) Somente I, II, III são verdadeiras. c) Somente II, III e IV são verdadeiras. d) Somente II, III, IV e V são verdadeiras. e) Somente III e IV são verdadeiras. 14. Sobre ética e alteridade, é CORRETO afirmar: I. A Ética da Razão Comunicativa, proposta por Karl Otto Apel, se baseia em três regras básicas: a regra da inclusão, a regra da participação e a regra da comunicação livre de violência e coação.
II. O pensamento de Lévinas parte da ideia de que a Ética e a Ontologia, ambas, reciprocamente, constituiriam a Filosofia primeira. III. Para Lévinas, a ética se configura como uma relação EuOutro, em que o elemento que constitui a definição do sujeito ético é constituído pelo Outro e não pelo Eu. IV. De acordo Enrique Dussel, a Educação se constitui numa dimensão imprescindível para que a humanidade transforme em realidade as suas aspirações éticas concernentes à autonomia, respeito à vulnerabilidade, à dignidade humana e equidade que se traduzem em justiça social. V. Para Dussel, a ética prática fundamenta-se na visão da pedagogia freiriana, no sentido de que, para Freire, a passagem da consciência ingênua para a consciência crítica só é possível se for levada em conta a dimensão ética, a ética de mercado situada dentro de uma ética universal mais ampla. a) Somente I e II são verdadeiras. b) Somente I, III e IV são verdadeiras. c) Somente III e IV são verdadeiras. d) Somente I, II, IV e V são verdadeiras. e) Todas as alternativas são verdadeiras. 15. Sobre Ética e Bioética, podemos AFIRMAR que: I. A bioética tem origem nas implicações éticas e nos desafios da prática médico-biológica, de onde procura estabelecer conexões com outros campos do saber, como a filosofia, a ciência e também a religião. II. Com o texto "Bioética: a ciência da sobrevivência", Van Rensselaer Potter inaugura uma nova frente de discussões no campo da ética trazendo à baila uma ética, para a vida selvagem, uma ética urbana, uma ética de populações, uma ética do consumo, uma ética internacional, enfim, uma bioética. III. Equipolência, não maleficência, beneficência, heteronomia, socialidade, subsidiaridade são conceitos fundamentais em bioética. IV. O Princípio da responsabilidade de Hans Jonas vai além do imperativo categórico kantiano na medida em que, efetivamente, eleva a ética a um patamar de ulteriorioridade. V. Diferentemente de Platão, a ética de Jonas não está preocupada com a eternidade, mas com o tempo vindouro, incluindo não só o gênero humano, mas também a vida num sentido mais amplo. a) Somente II, III, IV e V são verdadeiras. b) Somente I, II e V são verdadeiras. c) Somente I, III e IV são verdadeiras. d) Somente I, II, IV e V são verdadeiras. e) Todas as alternativas são verdadeiras. 16. "O conhecimento metafísico deve simplesmente conter juízos a priori; exige-o a peculiaridade das suas fontes. Ora, seja qual for a origem dos juízos ou a natureza da sua forma lógica, existe neles, quanto ao conteúdo, uma diferença em virtude da qual são ou simplesmente explicativas, sem nada acrescentar ao conteúdo do conhecimento, ou extensivos, aumentando o conhecimento dado..." (KANT, Immanuel. Prolegómenos a toda a metafísica futura. Lisboa: Edições 70, 1987, p. 24.) Sobre as teses kantianas, identifique se as afirmações abaixo são (V) verdadeiras ou (F) falsas:
I. Embora não de modo tão claro e com consciência uniforme, os juízos sintéticos nada dizem no predicado que não esteja já pensado realmente no conceito do sujeito. II. Quando digo: todos os corpos são extensos, alarguei minimamente o meu conceito de corpo, porque a extensão não estava pensada realmente no conceito já antes do juízo. III. Quando digo: alguns corpos são pesados, a proposição contém no predicado alguma coisa que não está verdadeiramente pensada no conceito geral de corpo, pois aumenta o meu conhecimento, ao acrescentar algo ao meu conceito; portanto deve chamar-se juízo sintético. IV. Os juízos empíricos são sempre juízos sintéticos. V. Os juízos matemáticos são todos juízos sintéticos. Assinale a alternativa que contém as afirmativas que são VERDADEIRAS. a) I, II e III b) I, III e V c) II e V d) I, II e IV e) III, IV e V 17. "Na metafísica, cumpre-se a meditação sobre a essência do ente e uma decisão sobre a essência da verdade. A metafísica funda uma era, na medida em que, através de uma determinada interpretação do ente e através de uma determinada concepção da verdade, lhe dá o fundamento de sua figura essencial. Este fundamento domina por completo todos os fenômenos que distinguem essa era." (HEIDEGGER, Martin. O tempo da imagem de mundo. In: Caminhos de floresta. Lisboa: Calouste Gulbenkian, 2002, p. 97.) Sobre a Metafísica e sua História, é correto afirmar que: I. A História da Metafísica pode ser dividida em três grandes períodos: o período que vai de Platão e Aristóteles (século IV e III a.C.) até David Hume (século XVIII d.C.); período que vai de Kant (século XVIII) até a fenomenologia de Husserl (século XX); e a ontologia contemporânea, dos anos 20 aos anos 70 de nosso século. II. Para Aristóteles, as causas primeiras explicam o que a essência é e também a origem e o movimento da existência de uma essência. As causas primeiras nos dizem para que é, por que é, como é e o que é uma essência. III. A tarefa da metafísica cristã foi a de criar o fundamento metafísico para a libertação do homem, libertação para a liberdade enquanto auto-determinação certa de si mesma. IV. René Descartes, numa figura clássica, falando da árvore do conhecimento, dizia que as raízes são a física; o tronco, a física matemática; e os ramos que saem do tronco, todas as outras ciências, modeladas segundo o padrão da metafísica. V. Para Heidegger, o fim da Filosofia é o "fim" da Filosofia enquanto metafísica. Afinal, para este pensador, a metafísica atingiu suas "possibilidades supremas" dissolvendo-se no surto cada vez mais crescente das ciências que esvaziam a problemática filosófica. Já para Wittgenstein, o fim da Filosofia se daria mediante seu "desaparecimento", uma vez cumprida sua unica função: realizar a terapia da linguagem. Assinale a alternativa que possui as afirmações VERDADEIRAS. a) III, IV e V b) Todas são verdadeiras c) II, III e IV
d) I, II, e V e) I, III, IV 18. "Há uma "prova ontológica" proveniente, não do cogito reflexivo, mas do ser pré-reflexivo do percipiens. (...) Toda consciência é consciência de alguma coisa. Esta definição pode ser entendida em dois sentidos bem diferentes: ou a consciência é constitutiva do ser de seu objeto, ou então a consciência, em sua natureza mais profunda, é relação a um ser transcendente." (SARTRE, Jean-Paul. O ser e o nada. 7.ed. Petrópolis: Vozes, 1999, p. 32.) Identifique o que for correto: I. A metafísica contemporânea é também denominada de ontologia. II. Para o filósofo Martin Heidegger, ontologia e fenomenologia não são duas disciplinas diferentes da filosofia ao lado de outras. Afinal, ambas caracterizam a própria filosofia em seu objeto e em seu modo de tratar. III. A ontologia contemporânea se caracteriza por vislumbrar uma interpretação racional da lógica da realidade, descrevendo as estruturas do mundo e as do nosso pensamento. IV. Para o existencialismo de Jean-Paul Sartre a existência precede a essência, e isso quer dizer que o homem primeiro existe, descobre-se, surge no mundo; só depois se define; só depois será alguma coisa e tal como a si próprio se fizer. V. O postulado fundamental da fenomenologia é a noção de intencionalidade, em que se considera que toda consciência é intencional, isto é, tende para algo fora de si. Destarte, não há consciência pura, separada do mundo, mas toda consciência tende para o mundo. Assinale a alternativa que possui as afirmações que são CORRETAS. a) III, IV e V b) I, III, IV e V c) I, II e III d) I, II, III, IV e V e) II, III, IV 19. "Uma teoria deontológica que explica as normas gerais não pode admitir a prioridade normativa de nenhum propósito particular sobre tais normas, uma vez que a busca desse telos por mais elevado que seja - exige uma contemporização entre um raciocínio normativo e um raciocínio de prudência. Penso que esse problema clássico da ética da revolução não pode ser resolvido no âmbito da teoria da moral. Pode, porém, ser difundido na estrutura mesma de um Estado constitucional em que o reformismo democrático é institucionalizado como parte normal da política. Os cidadãos podem então encarar a constituição como o projeto coletivo da realização cada vez mais ampla de um sistema já estabelecido de direitos básicos. Os cidadãos que se dedicam à realização desse projeto conjunto podem, com coerência, promover a melhoria das condições de acesso à política deliberativa e participação nesta, ao mesmo tempo que podem racionalmente esperar que as normas sejam devidamente respeitadas." (HABERMAS, Jurgen. A ética da discussão e a questão da verdade. São Paulo: Martins Fontes, 2004, pp. 26-7.) A partir do texto e de seus conhecimentos, identifique se as afirmativas abaixo são verdadeiras ou falsas: I. A ética do discurso se fundamenta na razão reflexiva.
II. Habermas admite, juntamente com Rawls, Tugendhat e Apel, que as questões prático-morais podem ser decididas com base em razões, uma vez que os juízos morais podem ser fundamentados. III. A ética do discurso ou comunicativa é um fenômeno especificamente alemão, do fim dos anos 60 e dos anos 70. IV. No entender de Habermas, a validade das normas não depende do consenso buscado pelo grupo, mas da razão abstrata. V. A ética do discurso se fundamenta no monólogo que o sujeito faz consigo próprio. Assinale a alternativa CORRETA: a) Todas as proposições são falsas. b) Apenas a proposição II é falsa. c) Apenas a proposição III é falsa. d) Apenas a proposição IV é verdadeira. e) As proposições II e III são verdadeiras. 20. "Os problemas éticos caracterizam-se pela sua generalidade e isto os distingue dos problemas morais da vida cotidiana, que são os que se nos apresentam nas situações concretas." (VÁSQUEZ, Adolfo. Ética. 24.ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2003, p. 19.) A partir de seus conhecimentos sobre a Ética e Moral, identifique se as afirmativas abaixo são verdadeiras ou falsas. I. A ética é a teoria ou ciência do comportamento moral dos homens em sociedade. II. A ética é o conjunto de regras de conduta assumidas pelos indivíduos de um determinado grupo social com a finalidade de estruturar e organizar as relações interpessoais. III. O legado socrático consiste na idéia de que o objeto da vida humana é a virtude, meio único de alcançar a felicidade. Toda virtude consiste essencialmente em subordinar o corpo à alma, os sentidos à razão, o particular ao geral. IV. A ética de Platão - como a de Aristóteles - se relaciona intimamente com a sua filosofia política, porque para ele a polis é o terreno próprio da vida moral, afinal a comunidade social e política é o meio necessário da moral. V. Sócrates tem o mérito de haver proclamado a existência da lei natural, contrariamente aos sofistas, que confundiam a moral com as leis positivas e que não davam à justiça outra origem senão a que vem dos arbitrários decretos dos legisladores. Assinale a alternativa CORRETA: a) Apenas a afirmativa I é falsa b) Apenas a afirmativa II é falsa c) Apenas a afirmativa III é falsa d) Somente as afirmativas I, III e V são verdadeiras e) Nenhuma afirmativa é falsa 21. "A regra da faculdade de julgar sob as leis da razão pura prática é esta: interroga-te a ti mesmo se a ação que projetas, no caso de ela ter de acontecer segundo uma lei da natureza de que tu próprio farias parte, a poderias ainda considerar como possível mediante a tua vontade. Na realidade, é segundo esta regra que cada um julga se as ações são moralmente boas ou más." (KANT, Immanuel. Crítica da razão prática. Lisboa: Edições 70, 1989, p. 83.) A partir do texto e dos seus conhecimentos, avalie se as sentenças abaixo são verdadeiras ou falsas.
I. Para Kant, a ação moral não é autônoma, pois o ser humano não é capaz de se determinar conforme leis que a própria razão estabelece. II. O imperativo categórico proíbe os atos que podem ser universalizados. III. O imperativo categórico é condicionado às circunstâncias e, portanto, é relativo. IV. O imperativo hipotético exprime-se numa fórmula geral: age em conformidade apenas com a máxima que possas querer que se torne uma lei universal. Assinale a alternativa CORRETA: a) Todas as proposições são falsas. b) Apenas a proposição II é falsa. c) Apenas a proposição III é falsa. d) Apenas a proposição IV é falsa. e) As proposições II, III e IV são falsas. 22. "A história dos esforços humanos para subjugar a natureza é também a história da subjugação do homem pelo homem." (HORKHEIMER, Max. Eclipse da razão. Rio de Janeiro: Editorial Labor do Brasil, 1976, p. 116.) Sobre a técnica e suas implicações, é correto afirmar: I. Tecnocracia significa o poder dos técnicos e da técnica numa organização social. Ora, numa civilização cientificista e tecnicista, a palavra final é sempre dada pela autoridade do especialista, pelo "técnico competente". II. O desenvolvimento técnico e científico é a expressão do idealismo platônico, que culmina no Iluminismo do século XVIII. III. Diferentemente da Idade Moderna, em que a busca é um saber ativo, ou seja, um conhecimento capaz de atuar sobre o mundo para transformá-lo, na Antiguidade e na Idade Média o saber era contemplativo, isto é, voltado para a compreensão desinteressada da realidade. IV. O trabalho alienado se configura a partir de uma inversão: o que é inerte passa a "ter vida" e o que é vivo se transforma em "coisa". V. Marx, em O Capital, mostra a técnica, ou seja, a moderna práxis do homem no ímpeto de transformar tudo que lhe é dado. Assinale a alternativa que possui as afirmações VERDADEIRAS. a) III, IV e V b) II, IV e V c) II, III e IV d) I, II, IV e) I, III, IV e V 23. "O método científico, que levava sempre a uma dominação cada vez mais eficaz da natureza, proporcionou depois também os conceitos puros e os instrumentos para uma dominação cada vez mais eficiente do homem sobre os homens, através da dominação da natureza... Hoje, a dominação eterniza-se e amplia-se não só mediante a tecnologia, mas como tecnologia; e esta proporciona a grande legitimação ao poder político expansivo, que assume em si todas as esferas da cultura. Neste universo, a tecnologia proporciona igualmente a grande racionalização da falta de liberdade do homem e demonstra a impossibilidade "técnica" de ser autônomo, de determinar pessoalmente a sua vida. Com efeito, esta falta de liberdade não surge nem irracional nem como política, mas antes como
sujeição ao aparelho técnico que amplia a comodidade da vida e intensifica a produtividade do trabalho." (HABERMAS, Jurgen. Técnica e ciência como "ideologia". Lisboa: Edições 70, 1987, p. 49.) Sobre a Técnica e as concepções dos filósofos, é correto afirmar que: I. Segundo Habermas, a técnica deve ser vista no contexto do trabalho e este em relação com a interação. Com uma interação entendida de modo mais completo que o modelo técnico, instrumental ou de meios ordenados a um fim, que é como se quer ver hoje e que é o modelo próprio do trabalho. II. Em O homem e a técnica, Oswald Spengler orienta que o caminho para compreender o essencial da técnica é não se esquecer a verdadeira finalidade da técnica: a concepção de utensílios e máquinas. III. Na vida do homem, a técnica é uma presença ubíqua, submergente, avassaladora, não se limitando apenas à produção e emprego dos recursos para a subsistência material da vida, mas atinge a cada uma das ações humanas. Nessa linha de pensamento se insere a visão tanto de Oswald Spengler como de Ortega y Gasset. IV. Ortega y Gasset distingue três estágios na evolução histórica da técnica: a) a técnica do acaso; b) a técnica do artesão; c) a técnica do técnico. V. Concebe Oswald Spengler que a técnica é a tática da vida inteira. A técnica não se interpreta em função do instrumento, do utensílio. Não se trata da fabricação das coisas, mas sim do seu uso; não são as armas que contam, mas sim a luta. Assinale a alternativa que possui as afirmações VERDADEIRAS. a) III, IV e V b) II, III, IV e V c) II, III e IV LETRA E (PORÉM,NÃO EXISTE A ALTERNATIVA,PEGAR NA INTERNET)
24. "Não existe uma "Técnica" por trás da técnica, nem "Sistema técnico" sob o movimento da indústria, mas apenas indivíduos concretos situáveis e datáveis. Também não existe um "Cálculo", uma "Metafísica", uma "Racionalidade ocidental", nem mesmo um "Método" que possa explicar a crescente importância das ciências e das técnicas na vida coletiva. Estas vagas entidades trans-históricas, estes pseudoatores na realidade são desprovidos de qualquer eficácia e não apresentam simetricamente qualquer ponto de contato para a mínima ação real." (LÉVY, Pierre. As tecnologias da inteligência. São Paulo: Editora 34, 1993, p. 12.) I. Com o conceito de "racionalização", Max Weber tentou apreender as repercussões do progresso técnicocientífico no enquadramento institucional das sociedades que se englobam na modernização. Weber se refere à organização da vida econômica e social de acordo com os princípios de eficiência e na base do conhecimento técnico. II. De acordo com Martin Heidegger, a técnica de máquinas é o rebento mais visível da essência da técnica moderna, a qual é idêntica à essência da metafísica moderna. III. Heidegger vincula a técnica à metafísica e entende esta como a história do esquecimento do ser, sendo a técnica,
portanto, uma abertura para se pensar o caráter planetário do acabamento da metafísica e de seu domínio. IV. Em sua empreitada sobre a questão da técnica, Heidegger se deteve apenas à determinação antropológica e instrumental da técnica. V. Consoante a meditação heideggeriana, a metafísica ocidental se instaura com a abertura de uma história caracterizada pelo esforço em definir e controlar o ser por meio da razão e do pensamento. Assinale a alternativa CORRETA: a) Todas as proposições são verdadeiras. b) Apenas a proposição II é falsa. c) Apenas a proposição III é falsa. d) Apenas a proposição IV é falsa. e) As proposições II, III e IV são verdadeiras. 25. "O humanismo renascentista encontra-se estreitamente ligado a uma exigência de renovação política. Pretende-se renovar no homem, não apenas a sua individualidade, mas também a sua vida em sociedade; por esse motivo, empreendese uma análise da comunidade política, com o fim de lhe descobrir o fundamento e de reportar a este as formas históricas daquela." (ABBAGNANO, Nicola. História da filosofia. 3.ed. Lisboa: Editorial Presença, 1984, p. 55.) Sobre Maquiavel, é correto afirmar: I. Objetividade histórica e realismo político constituem as características da obra de Maquiavel, o qual, por um lado, se volta para a história, procurando encará-la na sua objetividade, no seu fundamento permanente, e, por outro, observa a realidade política que o rodeia e a vida social na sua efetivação de fato. II. A tarefa política, de acordo com Maquiavel, justifica-se por si, pela exigência que lhe é inerente de reconduzir os homens a uma forma de convivência ordenada e livre e encontra os seus limites na possibilidade de êxito dos meios empregados. III. Maquiavel, apesar de ser o responsável pela autonomia da ciência política, não se desligou das preocupações predominantemente filosóficas da política normativa dos gregos nem se desvinculou da moral cristã. IV. O ethos político e o ethos moral não são diferentes, pois o que é imoral do ponto de vista da ética privada também o é no público e no político. V. O político não deve afastar-se do bem; deve, porém, saber usar do mal quando necessário. A alternativa que possui as afirmações INCORRETAS é: a) III e IV b) II e III c) II, III e V d) I e IV e) I, II e V 26. "Em sentido muito amplo, o Contratualismo compreende todas aquelas teorias políticas que vêem a origem da sociedade e o fundamento do poder político (chamado, quando em quando, potestas, imperium, Governo, soberania, Estado) num contrato, isto é, num acordo tácito ou expresso entre a maioria dos indivíduos, acordo que assinalaria o fim do estado natural e o início do estado social e político."
(MATTEUCCI, Nicola. Contratualismo. In: BOBBIO, Norberto. Dicionário de política. 5.ed. Brasília: Edunb, 2000, p. 272. (v.I)) I. As teorias contratualistas enfatizam o caráter não-racional e religioso da origem do poder. II. De acordo com Jean-Jacques Rousseau, sem uma autoridade soberana não pode haver nenhuma segurança, nenhuma paz. Só se cada homem submeter a sua vontade a um único homem ou a uma única assembléia e se obrigar a não resistir ao indivíduo ou à assembléia a que se submeteu se obterá uma defesa estável da paz e dos pactos de reciprocidade em que ela consiste. III. Para John Locke, o soberano é o povo, entendido como corpo político de cidadãos e pessoa moral coletiva. Destarte, o governante não é o soberano, mas o representante da soberania popular. IV. Hobbes declarou que o Estado viola o contrato social com as pessoas quando age com tirania. Cidadãos podem, então, considerar como seu dever derrubar o Estado. V. No entender de Rousseau, se for genuíno e não baseado em mentiras e opressão, o contrato social não é um mero protetor externo da liberdade negativa, mas a expressão real da vontade racional de toda a comunidade - a Vontade Geral. Assinale a alternativa que possui as afirmações que são FALSAS. a) I, II, III e IV b) II e IV c) II, III e IV d) II, IV e V e) I e III 27. Sobre a Lógica Dialética, é correto afirmar: I. A diferença entre Marx e Hegel se dá no fato de que para o autor da Fenomenologia do Espírito é o pensamento que cria a realidade, sendo esta a manifestação exterior da Ideia. Ao passo que o autor do Capital admite, como o dado primeiro, o mundo material, e a contradição surge entre os indivíduos reais, em condições sociais e históricas reais. II. As três leis da dialética são: a) Lei da passagem da quantidade à qualidade; b) Lei da interpenetração dos contrários; c) Lei da negação da negação. III. A realidade é essencialmente processo, mudança, devir; eis o princípio de contradição da lógica dialética. IV. A negação interna é aquela na qual um ser é a supressão de seu outro, de seu negativo, por exemplo: não tenho uma árvore que virou um armário, mas uma árvore que deixou de ser árvore porque foi transformada em armário. V. De acordo com a dialética, a passagem do ser ao não-ser não é aniquilação ou destruição, mas movimento para outra realidade. Assinale a alternativa que for CORRETA. a) Todas as afirmativas são verdadeiras b) Apenas a I é falsa c) Apenas a III é falsa d) Apenas a V é falsa e) Duas afirmativas são falsas 28. "Premissas são declarações verdadeiras ou falsas. Um argumento é um processo de raciocínio válido ou inválido. A forma de um argumento válido é como uma salsicheira confiável: se puser carne boa nela, você conseguirá uma salsicha boa; se você puser a verdade, conseguirá a verdade."
(HAIGHT, Mary. A serpente e a raposa: uma introdução à lógica. São Paulo: Loyola, 2003, p. 15.) I. A indução é o argumento cuja conclusão é inferida necessariamente de duas premissas. II. As proposições se classificam segundo a qualidade e a quantidade. III. Uma proposição é possível quando o predicado pode ser ou deixar de ser atribuído ao sujeito. IV. A dedução é uma argumentação na qual, a partir de dados singulares enumerados suficientemente, inferimos uma verdade universal. V. Se "nenhum A é B" e "alguns C são B", então "alguns C não são A". Assinale a alternativa CORRETA: a) Todas as proposições são verdadeiras. b) Apenas a proposição II é falsa. c) Apenas a proposição III é falsa. d) Apenas a proposição V é falsa. e) As proposições I e IV são falsas.
21) Analise as assertivas abaixo, assinalando V ou F em relação à concepção de condição humana no pensamento de Jean-Paul Sartre. ( ) A angústia é algo constitutivo da condição humana e oculta, ao mesmo tempo, o sentimento de opressão e o movimento de dignificação que faz o homem tomar consciência de sua liberdade. ( ) A condição humana manifesta a importância do outro, que é indispensável à realização da nossa existência. ( ) A noção de "projeto" e a ação que a "ética da esponsabilidade" implica àquela, expressam os fundamentos da condição humana. ( ) A condição humana traduz a essência humana. Indique a seguir a alternativa correta: a) VVVF b) VFVF c) FVVF d) FFVV e) FFFV. 22) Sobre a noção de progresso científico no pensamento popperiano, é correto afirmar que: a) O progresso científico, que é acumulativo, dá-se mediante a refutação das teorias. b) O progresso científico leva em conta a justificação dos valores epistêmicos e não epistêmicos. c) O progresso científico se dá mediante a refutação das teorias falsas por teorias verdadeiras. d) O progresso científico, segundo Popper, se dá mediante a acumulação do conhecimento nos mesmos moldes em que havia proposto Thomas S. Kunh. e) O progresso científico, que é não acumulativo, dá-se mediante a refutação das teorias. 23) De acordo com o que propõe Francis Bacon, no Novum Organum, são corretas as alternativas: I. O Novum Organum constitui uma crítica ao Organon de Aristóteles que, segundo Bacon, expressava uma verdadeira indução.
II. A experiência expressa as ideias da mente divina, que são as marcas e impressões verdadeiras gravadas por Deus nas criaturas que, por sua vez, as manifesta através da verdadeira indução. III. São de cinco gêneros os ídolos da mente humana: da tribo, da comunidade, da Caverna, do Teatro e do Foro. IV. As ideias da mente humana devem ser rejeitadas como base da experiência reveladora da ciência, porque representam ídolos que devem ser abjurados. V. Bacon no Organon defende uma verdadeira indução.. a) Somente a alternativa I é correta. b) Somente as alternativas II e III são corretas. c) Somente as alternativas III e IV são corretas. d) Somente as alternativas II e IV são corretas. e) Somente a alternativa V é correta. 24) É verdadeira a alternativa: a) O Emílio é uma obra extremamente teórica e, por isso mesmo, nada demonstra aplicável à prática educativa. b) A preocupação central de Rousseau no Emílio foi com as primeiras fases do processo de desenvolvimento da criança na escola. c) Rousseau, filósofo representante do século das luzes, defende a tese segundo a qual a educação explicita os costumes, e as ciências e as artes contribuem para aprimorar e satisfazer as necessidades naturais. d) O Emílio expressa uma proposta educacional perfeitamente exequível e compatível com a sociedade de então, porquanto propõe um modo de superar a afetação do saber. e) São verdadeiras as alternativas "c" e "d".. 25) Das alternativas abaixo, assinale a falsa: a) A genealogia da moral é a obra de Nietzsche na qual o método de pesquisa nietzscheano é aplicado à análise do problema servindo como um dos principais fundamentos do perspectivismo moral deste pensador. b) A crítica moral nietzscheana se dirige ao ideal ascético representado fundamentalmente pela moral do cristianismo. c) A teoria moral nietzscheana enaltece a condição aristocrática pelo fato de Nietzsche ser favorável à superioridade e exuberância cultural dos alemães. d) A transvaloração é uma meta nietzscheana em virtude da decadência trazida pelo cristianismo e pelo platonismo, sobretudo enquanto estes movimentos negam a força da natureza. e) Em Para além do bem e do mal Nietzsche retoma a sua análise crítica da moral ascética, só que, desta feita, utilizandose do discurso aforismático. 26) Assinale a alternativa correta: a) Em A ideologia alemã, Karl Marx avança com sua crítica contra os fundamentos da economia política do seu tempo, visualizando principalmente Adam Smith e David Ricardo. b) A sagrada família foi uma obra dedicada por Marx à análise da filosofia dos jovens hegelianos. c) Em sua concepção dialética da história, Marx defende que a base real da história é a consciência crítica que os homens constroem de si. d) Para Marx, o materialismo histórico é também uma forma de ideologia.
e) Na obra O capital, precisamente em um de seus prefácios, Marx se declara, ao mesmo tempo, um ferrenho crítico do método dialético e um seguidor do idealismo de Hegel. 27) Assinale a alternativa falsa: a) A ética do discurso de Jürgen Habermas desconsidera a guinada pragmático-linguística na filosofia contemporânea e continua buscando justificações universalistas. b) Habermas apresenta sua ética do discurso como sendo cognitivista, formalista e procedimentalista. c) A ética do discurso de Habermas constitui-se, dentre outras coisas, de uma reformulação do imperativo categórico kantiano, que passa a ser apresentado em termos pragmáticos onde o Ego transcendental é substituído pela comunidade de comunicação. d) O ideal de uma comunicação não coercitiva e igualitária está na base da justificativa filosófica da ética do discurso de J. Habermas. e) A ética do discurso de Habermas se baseia nas teses fornecidas por este mesmo pensador para a construção do conceito de razão comunicativa. 28) Considere as seguintes proposições e, a seguir, assinale a alternativa correta: I. Para chegar à certeza do cogito ergo sum, Descartes não duvida de sua própria existência. II. Ao perceber, em dado momento, que tudo em que até então acreditara era falso, Descartes resolve assumir a dúvida como ponto de partida de seu método filosófico. III. Tendo como base a regra geral de que é verdadeiro tudo aquilo que é concebido com clareza e distinção, Descartes conclui que, para pensar, é preciso existir. IV. Segundo Descartes e seguindo o método cartesiano, quem duvida deve chegar à conclusão de que sua natureza consiste apenas em pensar. a) Apenas I e II são verdadeiras. b) Apenas I e IV são verdadeiras. c) Apenas II e III são verdadeiras. d) Apenas III e IV são verdadeiras. e) Apenas uma proposição é verdadeira. 29) Considere as seguintes proposições, relativas à filosofia de Aristóteles e, a seguir, assinale a alternativa correta. I. A filosofia é, ao mesmo tempo, a mais universal e a mais útil das ciências. II. A teoria é cognoscitivamente superior à experiência (empiria) porque o conhecimento causal está presente na teoria e ausente na experiência. III. A admiração de que as coisas sejam como são e a consciência da própria ignorância estão na origem da investigação filosófica. IV. Por ser, por natureza, o conhecimento dos primeiros princípios, o conhecimento filosófico antecede historicamente as demais ciências. a) Apenas I e II são verdadeiras. b) Apenas I e IV são verdadeiras. c) Apenas II e III são verdadeiras. d) Apenas III e IV são verdadeiras. e) Apenas uma proposição é verdadeira. 30) Considere as seguintes proposições relativas ao mito platônico da caverna e, a seguir, assinale a alternativa correta.
I. Uma reflexão sobre esse mito prepara a mente para superar preconceitos. II. As sombras projetadas no fundo da caverna representam as teorias filosóficas superadas. III. Nesse mito, o senso comum está simbolizado como ponto de partida e base segura do conhecimento científico. IV.As correntes que prendem os habitantes na caverna representam exclusivamente a opressão de natureza política. a) Apenas I e II são verdadeiras. b) Apenas I e IV são verdadeiras. c) Apenas II e III são verdadeiras. d) Apenas III e IV são verdadeiras. e) Apenas uma proposição é verdadeira. 31) Analise as alternativas e, a seguir, marque a opção correta: I. No Novum Organum Bacon propõe um método teóricoexperimental com matiz indutivo, cuja primeira parte corresponde à recusa de todos os ídolos. II. O método científico baconiano (tabulae baconianas) é essencialmente causal-explicativo, porque busca explicar causas e efeitos dos fenômenos naturais e os erros a que as escolas filosóficas nos induzem, os ídolos da caverna. III. As teorias são modelos dicotômicos com relação à realidade e à explicação causal dos fenômenos. IV. A perspectiva de ciência em Bacon, ainda é demasiadamente influenciada por uma concepção metafísica tradicional. a) Somente as alternativas I e II são verdadeiras. b) Somente as alternativas II e III são verdadeiras. c) As alternativas III e IV são falsas. d) Somente as alternativas III e IV são verdadeiras. e) As alternativas I e IV são verdadeiras. 32) Assinale a alternativa verdadeira com relação à concepção popperiana: a) A refutação é um processo de reforma das teorias que determina o progresso científico. b) O progresso científico, em Popper, se dá sob a perspectiva reformista que implica a acumulação do conhecimento nas teorias. c) Popper, como neopositivista declarado que foi, aceitava que somente as teorias verificáveis são científicas. d) A falseabilidade corresponde a uma visão revolucionária do progresso científico. e) A falseabilidade corresponde a uma visão reformista da ciência. 33) Sobre o Emílio ou da educação é correto afirmar: a) O Emílio ou da educação se coloca como um método que preserva toda a pureza natural do homem e suprime toda a maldade acumulada pela cultura artificial e pela desigualdade humana. b) O Emílio é um aluno completamente dependente de seus professores. c) O Emílio só é preparado para o convívio social por ser um selvagem. d) O Emílio não é preparado para o convívio social. e) Rousseau entende que seu aluno Emílio é real e se faz presente em todas as escolas onde as crianças sejam educadas.
34) Considere as seguintes proposições relativas às noções de pensar, duvidar e existir na ordem cartesiana das razões e, a seguir, assinale a alternativa correta. I. Pensar implica duvidar. IV. Existir implica pensar. II. Duvidar implica pensar. V. Existir implica duvidar. III. Duvidar implica existir. VI. Pensar implica existir. a) II, III e VI são verdadeiras. b) I, IV e V são verdadeiras. c) IV e VI são verdadeiras. d) Apenas IV é verdadeira. e) Apenas VI é verdadeira. 35) Considere as seguintes proposições relativas à filosofia de Aristóteles e, a seguir, assinale a alternativa correta. I. O conhecimento é desejado por todos os homens porque é capaz de, por si só, lhes proporcionar prazer. II. Quanto mais princípios possui, mais rigoroso é um conhecimento. III. A filosofia é o conhecimento que mais princípios possui. IV. A filosofia é o mais rigoroso dos conhecimentos. a) Apenas I e II são verdadeiras. b) Apenas I e IV são verdadeiras. c) Apenas II e III são verdadeiras. d) Apenas III e IV são verdadeiras. e) Apenas uma das proposições é verdadeira. 36) Assinale a alternativa verdadeira. a) No mito da caverna, Platão simboliza a necessidade do conhecimento matemático como propedêutica para o aprendizado filosófico. b) No mito da caverna, Platão simboliza a necessidade do conhecimento matemático como propedêutica para o aprendizado em geral. c) No mito da caverna, Platão não simboliza as dificuldades inerentes ao aprendizado. d) No mito da caverna, Platão não simboliza as dificuldades inerentes ao ensino. e) No mito da caverna, Platão simboliza as dificuldades inerentes ao ensino e à aprendizagem. 37) Das assertivas abaixo assinale a falsa: a) Para Nietzsche as três palavras mágicas que definem o ideal ascético são pobreza, humildade e castidade. b) Para a filosofia nietzscheana o valor do desinteresse é fixado pela má consciência, a vontade de alguém de torturar a si mesmo. c) Nietzsche entende que o respeito do homem superior ao seu inimigo é o caminho aberto para o amor. O homem superior não pode suportar um inimigo que não seja venerável. d) Para Nietzsche há uma feliz certeza encontrada em todas as coisas, elas não dançam com os pés no acaso. e) Conforme pensa Nietzsche os valores absolutos não existem, eles são uma mentira contada durante vários milênios. 38) Das afirmações abaixo, uma não pertence e nem identifica o pensamento de Sartre. Assinale-a. a) "Os outros são o inferno" b) "A liberdade não consiste na escolha do próprio ser. E essa escolha é absurda". c) "A liberdade não é um ser: ela é o ser do homem, isto é, o seu nada de ser".
d) "Tudo é gratuito: este jardim, esta cidade, eu próprio. E,quando acontece de nos darmos conta disso, revolta-senos o estômago e tudo se põe a flutuar... eis a Náusea". e) "Eu estou condenado a ser livre". 39) Das afirmações abaixo, apenas uma é falsa. Assinale-a: a) Para o materialismo histórico de Marx, a divisão do trabalho em manual e intelectual faz nascer a ilusão de que espírito e matéria são separados. b) A teoria marxiana afirma que os homens fazem a história e a fazem exatamente como querem. c) Dizer que as ideias prevalecentes de uma época são exatamente as da classe dominante é uma das convicções do materialismo histórico. d) O objetivo maior de O capital era o de revelar a lei econômica do movimento da sociedade moderna. e) Mais-valia, fetiche da mercadoria, alienação e acumulação de capital são conceitos utilizados por Marx para interpretar a realidade econômica da sociedade capitalista. 40) Assinale a alternativa verdadeira: a) A ética do discurso de Habermas procura seu fundamento metafísico na teoria da história. b) Para Habermas a linguagem é a fonte comum do conhecimento e da moral. c) Para a ética do discurso seu maior aliado é o discurso cético sobre a moral. d) Habermas defende que somente na pós-modernidade podese situar uma moral libertária. e) A ética do discurso de Habermas é um projeto compartilhado em total harmonia com o seu mestre, o filósofo Karl-Otto Apel.
31. Considerando os capítulos I e II do segundo livro Do Contrato Social, de Jean-Jacques Rousseau, é possível dizer que a soberania deve ser (A) alienável e divisível. (B) submetida ao poder judiciário. (C) submetida ao poder executivo. (D) inalienável e indivisível. (E) submetida à vontade única do rei. 32. De um modo geral, é possível dizer que o contrato social de que fala Jean-Jacques Rousseau em sua obra homônima NÃO se refere (A) a uma renúncia à liberdade natural do indivíduo e à fundação social da soberania e da autoridade política. (B) a uma renúncia à posse natural de bens e de armas e a sua transferência ao soberano. (C) à passagem da condição natural do homem para a instituição do estado civil. (D) ao poder para criar e aplicar as leis, determinando com isso tudo o que é legal e ilegal, justo e injusto etc. (E) à constituição do Estado como corpo político, formado por uma multidão ou comunidade de pessoas. 33. Aqui, o que se considera é que, a despeito de sua importância, a História da filosofia não deve constituir a principal orientação para o ensino da disciplina na escola pública, pois é com o olhar voltado para o mundo que se
aprende a pensar filosoficamente - muitas vezes, recolhendo material nas ruas que o aluno percorre para chegar à escola. Um jornalista, por exemplo, realiza entrevistas com crianças que vivem no tráfico ou na prostituição e encerra aí o seu trabalho; mas certamente a compreensão da questão poderá ser mais bem sintetizada, a partir de seus fundamentos, pelo professor de Filosofia. Caberá a ele valer-se de sua formação para orientar debates em sala de aula, usando aí os elementos que conformam sua erudição. (Proposta Curricular do Estado de São Paulo. In: ww.rededosaber.sp.gov.br/portais/Portals/18/arquivos/ Grade_FILO_Volume_1_cor.pdf) Baseado nesta passagem da Proposta Curricular do Estado de São Paulo para o Ensino da Filosofia para o Ensino Médio é possível afirmar que o ensino da Filosofia na escola pública deve (A) ignorar completamente a História da Filosofia, na medida em que ela não possui nenhuma ligação com o mundo do aluno. (B) partir apenas dos conhecimentos pessoais do professor, sem a necessidade de se basear nos livros de Filosofia. (C) manter os olhos voltados não apenas para a História da Filosofia, mas tentar coordená-la com a vida cotidiana dos alunos. (D) ser um trabalho jornalístico, no qual o professor deve realizar entrevistas com os alunos que vivem no tráfico ou na prostituição. (E) deixar claro ao aluno a erudição do professor. 34. Chamamos ao prazer princípio e fim da vida feliz. Com efeito, sabemos que é o primeiro bem, o bem inato, e que dele derivamos toda a escolha ou recusa e chegamos a ele valorizando todo bem com critério do efeito que nos produz. Numa tentativa de localizar esse pensamento dentro da história da filosofia, seria plausível atribuí-lo a (A) Cícero. (B) Epicuro. (C) Sêneca. (D) Platão. (E) Aristóteles. 35. ...a utilização de valorosos materiais didáticos pode ligar um conhecimento filosófico abstrato à realidade, inclusive ao cotidiano do estudante, mas a simples alusão a questões éticas não é ética, nem filosofia política a mera menção a questões políticas, não sendo o desejo de formar cidadãos o suficiente para uma leitura filosófica, uma vez que tampouco é prerrogativa exclusiva da Filosofia um pensamento crítico ou a preocupação com os destinos da humanidade. Com isso, a boa formação em Filosofia é, sim, condição necessária, mesmo quando não suficiente, para uma boa didática filosófica. (Orientações Curriculares para o Ensino Médio. In: http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/book_volume_ 03_internet.pdf) Levando em consideração o texto acima, é correto afirmar que o ensino da Filosofia deve (A) se constituir não apenas da menção a temas atuais, políticos e éticos, mas exigir ao mesmo tempo uma ligação com conceitos filosóficos fixados e desenvolvidos ao longo da História da Filosofia.
(B) se dar apenas por meio da utilização de valorosos materiais didáticos que permitam ligar um conhecimento filosófico abstrato à realidade. (C) se basear nas ideias filosóficas de que a ética não é a ética e de que as questões políticas não são questões políticas. (D) se concentrar na ideia de que uma leitura filosófica não é capaz de formar cidadãos. (E) lidar com o fato de que a Filosofia é incapaz de formular um pensamento crítico, bem como de se concentrar em assuntos referentes aos destinos da humanidade. 36. Levando-se em conta a relação que as Orientações Curriculares para o Ensino Médio estabelecem entre Filosofia e Cidadania, é correto dizer que a Filosofia (A) tem um papel particular na formação da cidadania e deve ser vista como o seu principal e único instrumento. (B) deve assumir a responsabilidade de incutir no jovem valores tais como tolerância e solidariedade. (C) deve aprimorar por si só o educando como pessoa humana, incluindo a formação ética e o desenvolvimento da autonomia intelectual e do pensamento crítico. (D) constitui o único modo possível de formar cidadãos, na medida em que às outras disciplinas cabe a formação técnica. (E) contribui na formação do cidadão, na medida em que acrescenta às suas outras capacidades a capacidade de análise, de reconstrução racional e de crítica. Atenção: O texto a seguir refere-se às questões de números 37 e 38. Se observarmos as quatro décadas da antiga Escola de Frankfurt em seu conjunto, fica evidente o seguinte: não havia paradigma unitário, logo nenhuma mudança de paradigma ao qual se submeteria tudo aquilo que estava implicado quando se fala da Escola de Frankfurt. As duas figuras principais, ...... e ......, trabalham a partir de duas posições explicitamente diferentes sobre temas comuns. Um, que entrou em cena como o inspirador de uma teoria interdisciplinar progressista da sociedade, contentou-se em ser o acusador de um mundo burocrático, no qual a ilha do capitalismo liberal, emergindo da história de uma civilização fracassada, ameaça desaparecer de vista. Para o outro, que entrou em cena como crítico do pensamento da imanência e como advogado de uma música liberada, a filosofia da história de uma civilização fracassada tornava-se a base de uma teoria multiforme do não-idêntico, em outras palavras, das formas nas quais, de uma maneira paradoxal, o não-idêntico encontrava seu lugar. (WIGGERSHAUS, R. A Escola de Frankfurt. História, desenvolvimento teórico, significação política. São ristóvão: Difel, 2002, p.35) 37. Na passagem acima, o historiador se refere a dois dos mais importantes representantes do pensamento da chamada Escola de Frankfurt. Qual das alternativas abaixo pode preencher a lacuna acima? (A) Sigmund Freud e Erich Fromm. (B) Martin Heidegger e Theodor W. Adorno. (C) Walter Benjamin e Marshall McLuhan. (D) Hanna Arendt e Max Horkheimer. (E) Theodor W. Adorno e Max Horkheimer.
38. Na passagem citada, o autor afirma que a chamada Escola de Frankfurt não pode ser definida univocamente, mas que, pelo contrário, ela foi composta por diferentes linhas e pensamentos. Entre outras, pode-se dizer que essas diferentes linhas que compuseram a escola de Frankfurt são (A) o hegelianismo, o marxismo, a psicanálise e a sociologia crítica. (B) o marxismo, a psicanálise, o estruturalismo e a sociologia crítica. (C) o estruturalismo, a sociologia crítica e a lingüística aplicada. (D) o hegelianismo, o marxismo, a psicanálise e o neokantismo. (E) o existencialismo, o estruturalismo e a sociologia crítica. Atenção: O texto a seguir refere-se às questões de números 39 e 40. Na Grécia antiga, mostravam-se lugares pelos quais se descia aos Infernos. Nossa existência durante a vigília é também um país em que, em lugares afastados, desce-se ao mundo inferior, um país cheio de lugares que parecem insignificantes e em que os sonhos desembocam. Todos os dias passamos por esses lugares sem desconfiar, mas, assim que chega o sono, com a rapidez de um relâmpago, mergulhamos neles para nos comprazer nos sombrios corredores e neles nos perder. O labirinto de casas da cidade lembra a clara luz da consciência; as passagens (são as galerias que levam a seu ser passado) desembocam todos os dias nas ruas sem chamar a atenção. Mas à noite, sob as sombrias massas das casas, sua escuridão mais compacta se espalha em volta, assustadora, e o transeunte atrasado apressa o passo diante delas, como se tivesse sido encorajado a viajar pela ruela estreita. (BENJAMIN, W. Passagens, citado por WIGGERSHAUS, R. A escola de Frankfurt. História, desenvolvimento teórico, significação política. São Cristóvão: Difel, 2002, p. 230) 39. A partir desse trecho é possível dizer que Walter Benjamin, segundo Rolf Wiggershaus, desejava (A) realizar uma mitologia da modernidade, que substituiria aquela mitologia aniquilada pelo desencantamento do mundo moderno. (B) mostrar que o processo de desencantamento típico do capitalismo não diminuía o sombrio temor que cerca tudo o que é humano, mas apenas o recalcava e deslocava. (C) construir uma teoria psicanalítica que desvendasse, à maneira freudiana, os meandros do inconsciente que teriam escapado ao pai da psicanálise. (D) elaborar uma teoria estética de caráter sobretudo grotesco, cujo objetivo era trazer à tona o lado obscuro e vil da humanidade. (E) escrever uma obra de caráter urbanístico acerca das galerias parisienses recém-construídas no século XIX. 40. O trecho de Walter Benjamin citado acima, ainda segundo Wiggershaus, mostra uma grande aproximação com um movimento estético contemporâneo do mesmo período que, embora se utilizasse da linguagem artística e não da filosófica, trazia em si as mesmas críticas que a teoria benjaminiana. Esse movimento é o (A) cubismo. (B) dadaísmo. (C) impressionismo.
(D) surrealismo (E) realismo. 41. Não existe uma definição única de Filosofia. Existem diversas definições possíveis acerca de seu significado. Entretanto, é possível afirmar que a Filosofia NÃO pode ser definida como (A) uma visão de mundo de um povo, de uma civilização ou de uma cultura, nas quais ela corresponderia ao conjunto de ideias, valores e práticas pelos quais uma sociedade apreende e compreende o mundo e a si mesma. (B) uma sabedoria de vida, na medida em que aprende e ensina a controlar os desejos, sentimentos e impulsos e a dirigir a própria vida de modo ético e sábio. (C) um esforço racional para conceber o Universo como uma totalidade ordenada e dotada de sentido. (D) uma fundamentação teórica e crítica dos conhecimentos e das práticas. (E) uma visão particular de mundo em que predominam os valores e as opiniões individuais. 42. Hanna Arendt abre A condição humana com a seguinte declaração: Em 1957, um objeto terrestre, feito pela mão do homem, foi lançado ao universo, onde durante algumas semanas girou em torno da Terra segundo as mesmas leis de gravitação que governam o movimento dos corpos celestes - o Sol, a Lua e as estrelas. É verdade que o satélite artificial não era nem lua nem estrela; não era um corpo celeste que pudesse prosseguir em sua órbita circular por um período de tempo que para nós, mortais limitados ao tempo da Terra, durasse uma eternidade. Ainda assim, pôde permanecer nos céus durante algum tempo; e lá ficou, movendo-se no convívio dos astros como se estes o houvessem provisoriamente admitido em sua sublime companhia. (ARENDT, H. A condição humana. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2001, p. 9) Assinale a alternativa abaixo que NÃO fornece uma explicação desse fato, de acordo com as ideias da autora: (A) Segundo Hanna Arendt, o homem, por meio de uma de suas condições mais essenciais, o trabalho, seria capaz de rivalizar artificialmente com as leis eternas da natureza. (B) O objeto lançado ao espaço pela primeira vez demonstra não apenas a capacidade do homem de rivalizar com as leis da natureza, mas também a de separar-se de sua condição natural. (C) A autora se utiliza do fato em questão para refletir, no livro citado, sobre as ações humanas no mundo. (D) O fato relatado aponta para a produção do homem futuro, motivado por uma rebelião contra a existência humana tal como nos foi dada. (E) O fato em questão, segundo a autora, aponta para a única saída possível para o homem depois da destruição da Terra, a saber, a possibilidade de encontrar um novo planeta para morar. 43. Segundo o livro A condição humana, de Hanna Arendt, as três atividades humanas fundamentais são (A) a fabricação, o trabalho e a ação e são designadas pela expressão homo faber. (B) o labor, o trabalho e a ação e são designadas pela expressão vita activa. (C) o jogo, o labor e o trabalho e são designadas pela expressão homo ludens.
(D) a linguagem, o labor e o trabalho e são designadas pela expressão homo laborans. (E) a política, a linguagem e o trabalho e são designadas pela expressão zoon politikon. 44. Se o Deus criador é o Ser perfeito e possui entre os seus atributos a Suprema Bondade, identificada de certa maneira com a Forma do Bem platônica, como é possível a existência do Mal? Teria o Deus sumamente bom criado o Mal? A ......, muito forte naquele período, defendia a existência de dois princípios equivalentes, o Bem e o Mal, em luta permanente, com uma tendência de identificação de ambos com Deus e o Demônio, respectivamente. ......, inspirado em Platão, defende que só o Bem existe, sendo o Mal apenas a ausência, ou privação, do Bem. Deus, o Ser perfeito, é sumamente Bom, mas os seres criados, inferiores na ordem do Ser, são imperfeitos e finitos, perecíveis. Daí se origina o Mal como falha, imperfeição. Esta é a solução ontológica, e também teológica, para o problema da existência ou da realidade do Mal. (MARCONDES, D. Textos básicos de ética. De Platão a Foucault. São Paulo: Jorge Zahar, 2007, p. 51) As lacunas do texto acima podem ser preenchidas apenas por uma das alternativas abaixo. Qual alternativa é essa? (A) Doutrina aristotélica e Epicuro. (B) Doutrina estóica e Cícero. (C) Doutrina platônica e Aristóteles. (D) Doutrina maniqueísta e Santo Agostinho. (E) Doutrina platônica e São Tomás de Aquino. 45. A uma certa altura de sua Fundamentação da metafísica dos costumes, Kant formula o princípio segundo o qual "age somente de acordo com aquela máxima pela qual possas ao mesmo tempo querer que ela se torne universal". (Citado por MARCONDES, D. Textos básicos de ética. De Platão a Foucault. São Paulo: Jorge Zahar, 2007, p.87) Conhecendo-se a filosofia moral kantiana, pode-se dizer que essa é a definição de (A) máxima moral. (B) ação prática. (C) esclarecimento. (D) imperativo categórico. (E) categoria prática. 46. Segundo Marilena Chaui (Convite à filosofia. São Paulo: Ática, 2006, p. 39), o período pré-socrático também poderia ser denominado período cosmológico. Dentre as principais características dessa cosmologia, NÃO se pode assinalar a (A) explicação racional e sistemática sobre a origem, ordem e transformação da natureza, da qual os seres humanos fazem parte. (B) busca do princípio natural, eterno, imperecível e imortal, gerador de todos os seres. (C) investigação mitológica da origem do Universo, que situaria as causas dos fenômenos da natureza nos seres supraterrenos. (D) afirmação de que, embora a physis seja imperecível, ela dá origem a todos os seres infinitamente variados e diferentes do mundo. (E) afirmação de que, embora a physis seja imutável, os seres físicos ou naturais gerados por ela, além de serem mortais, são mutáveis ou seres em contínua transformação.
47. De resto, não é difícil ver que o nosso tempo é um tempo de nascimento e passagem para um novo período. O espírito rompeu com o mundo de seu existir e do seu representar que até agora subsistia e, no trabalho de sua transformação, está para mergulhar esse existir e representar no passado. Na verdade, o espírito nunca está em repouso, mas é concebido sempre num movimento progressivo. Mas, assim como na criança, depois de um longo e tranqüilo tempo de nutrição, a primeira respiração um salto qualitativo ? quebra essa continuidade de um progresso apenas quantitativo e nasce então a criança, assim o espírito que se cultiva cresce lenta e silenciosamente até a nova figura e desintegra pedaço por pedaço seu mundo precedente. Apenas sintomas isolados revelam seu abalo. A frivolidade e o tédio que tomam conta do que ainda subsiste, o pressentimento indeterminado de algo desconhecido, são os sinais precursores de que qualquer coisa se aproxima. Esse lento desmoronar-se, que não alterava os traços fisionômicos do todo, é interrompido pela aurora que, num clarão, descobre de uma só vez a estrutura do novo mundo. Essa passagem, citada por Gildo Marçal Brandão em Os clássicos da política (São Paulo: Ática, 2005, vol. II, p. 104), refere-se inconfundivelmente ao conceito (A) hegeliano de dialética, fundamento de sua filosofia da história, segundo o qual uma época sempre dá lugar a uma outra, que, suprimindo-a, conserva-a em si mesma e inaugura uma nova figura do espírito absoluto. (B) kantiano de progresso, segundo o qual a razão pura está sempre num movimento ascendente em direção à sua saída do estado de minoridade e ao seu esclarecimento total. (C) marxista de luta de classes, motor da história da humanidade, segundo o qual uma época sucede à outra empreendendo revoluções e que tem por base a ideia de que a infraestrutura determina a superestrutura. (D) schilleriano de educação estética da humanidade, no qual se propõe que o progresso humano efetivo apenas poderia se dar pelo retorno às suas condições infantis de brincar e de jogar, na medida em que constituem atividades propriamente estéticas. (E) rousseauísta de progresso, na medida em que demonstra a corrupção da época moderna e situa o progresso na regressão ao estado natural do homem cujo melhor exemplo é o da inocência da criança. Atenção: O texto a seguir se refere às questões de números 48 e 49. Ao contrário da filosofia alemã que desce do céu para a terra, trata-se aqui de subir da terra para o céu. Em outras palavras, não partimos do que os homens dizem, imaginam, concebem, nem tampouco daquilo que eles são nas palavras, no pensamento, na imaginação e na concepção de outros, para em seguida chegar aos homens em carne e osso; não, partimos dos homens em sua atividade real; é a partir também de seu processo de vida real que concebemos o desenvolvimento dos reflexos e ecos ideológicos deste processo vital. E mesmo as fantasmagorias do cérebro humano são sublimações que resultam necessariamente do processo de sua vida material que podemos constatar empiricamente e que se assenta sobre bases materiais. A partir daí, a moral, a religião, a metafísica e todo o restante da ideologia, bem como as formas de consciência que lhe correspondem, imediatamente perdem toda aparência de autonomia. Não têm história nem evolução; são os homens, ao contrário, que, ao desenvolverem sua produção material e suas
relações materiais, transformam com esta realidade que lhes é própria o seu pensamento e os produtos desse pensamento. Não é a consciência que determina a vida, mas a vida que determina a consciência. (MARX, K. A ideologia alemã. In: "Os clássicos da política". São Paulo: Ática, 2005, vol. II, p. 258-9) 48. A partir dessa passagem de Marx, é possível dizer que seu pensamento (A) nega o mundo das palavras, do pensamento e da imaginação humanos, para lidar apenas com o mundo do espírito supra-humano. (B) nega o mundo do homem de carne e osso para lidar apenas com o homem abstrato, situado na ideia. (C) nega toda e qualquer autonomia, história e evolução à moralidade, à religião e à metafísica. (D) afirma a necessidade de partir do homem real, pois são as suas relações materiais que transformam os produtos do seu pensamento. (E) afirma a necessidade de realizar uma filosofia dos fenômenos da consciência e suas relações com a vida. 49. A passagem de Marx citada acima é ilustrativa de seu método de investigação comumente denominado (A) idealismo dialético. (B) materialismo histórico. (C) dialético transcendental. (D) analítico histórico. (E) fenomenológico genético. 50. Tentemos, pois, uma vez, experimentar se não se resolverão melhor as tarefas da metafísica, admitindo que os objetos se deveriam regular pelo nosso conhecimento, o que assim já concorda melhor com o que desejamos, a saber, a possibilidade de um conhecimento a priori desses objetos, que estabeleça algo sobre eles antes de nos serem dados. (KANT, I. Crítica da razão pura, citado por CHAUI, M. Convite à filosofia. São Paulo: Ática, 2006, p. 76, nota 7) Como a obra de Kant citada, a Crítica da razão pura, resolve a tarefa de estabelecer algo acerca do objeto antes que ele seja dado? Assinale a alternativa INCORRETA. (A) É possível estabelecer algo acerca do objeto antes de ser dado na medida em que o objeto é constituído ao mesmo tempo pela sensibilidade e pelas categorias puras do entendimento. (B) A questão é resolvida por Kant por meio da chamada revolução copernicana, isto é, ao deixar não que o sujeito se regule pelos objetos, mas os objetos pelo sujeito. (C) O objeto pode ser conhecido antes de ser dado na medida em que, para Kant, o sujeito possui idéias inatas a partir das quais provém o objeto. (D) O objeto pode ser conhecido antes de ser dado na medida em que as categorias puras do entendimento constituem as condições de possibilidade dos objetos da experiência. (E) É possível estabelecer algo acerca do objeto antes de ser dado na medida em que o sujeito põe algo a priori no próprio objeto. 51. Segundo Marilena Chaui (Convite à filosofia. São Paulo: Ática, 2006, p.81), no final do século XIX e início do século XX, a preocupação com o transcendental reapareceu com a filosofia de Edmund Husserl, a fenomenologia. A discussão do
dilema entre o inatismo e o empirismo é retomada por Husserl a partir das discussões sobre os fundamentos da lógica e da matemática e prossegue quando o filósofo procura determinar as condições a priori de possibilidade da Filosofia como ciência rigorosa. Baseado nessa afirmação, pode-se dizer que a fenomenologia, para Husserl, é a descrição (A) das experiências da consciência como atividade de conhecimento. (B) das experiências da consciência na história. (C) das mutações do fenômeno tal como aparece na experiência sensível. (D) dos estados psicológicos da mente. (E) das figuras do espírito absoluto. 52. Em suas Metamorfoses, o poeta latino Ovídio escreveu: Não há coisa alguma que persista em todo o Universo. Tudo flui, e tudo só apresenta uma imagem passageira. O próprio tempo passa com um movimento contínuo, como um rio... O que foi antes já não é, o que não tinha sido é, e todo instante é uma coisa nova. Vês a noite, próxima do fim, caminhar para o dia, e à claridade do dia suceder a escuridão da noite... . (citado por CHAUI, M. Convite à filosofia. São Paulo: Ática, 2006, p. 31) É possível relacionar esse trecho das Metamorfoses de Ovídio com a filosofia de um conhecido pensador présocrático, que influenciou toda a história da filosofia até os dias atuais. Esse pensador é (A) Parmênides de Eléia. (B) Tales de Mileto. (C) Heráclito de Éfeso. (D) Empédocles de Agrigento. (E) Melisso de Samos. 53. Imagine que Newton ou Einstein tivessem morrido ao nascer. A história das ciências teria sido outra, é claro, porém muito mais em seu ritmo do que em sua orientação. Nem a gravitação universal nem a equivalência da massa e da energia teriam se perdido: alguém, mais tarde, as teria descoberto, e é por isso que se trata de descobertas, de fato, e não [...] de criações. Mas se Shakespeare não tivesse existido, se Michelangelo ou Cézanne não tivessem existido, nunca teríamos tido nenhuma das suas obras nem nada que pudesse substituí-las. Não é apenas o ritmo, as personagens ou o desenrolar anedótico da história da arte que teriam sido diferentes, mas seu conteúdo mais essencial e, inclusive, em parte, sua orientação. Suprimamos Bach, Haydn e Beethoven da história da música: quem pode saber o que a música, sem eles, teria sido? (COMTE-SPONVILLE, A. Apresentação da Filosofia. São Paulo: Martins Fontes, 2009, p. 105) O que NÃO se pode inferir da ideia acima descrita pelo autor? (A) O subjetivismo não é um dos elementos mais essenciais da ciência, mas, pelo contrário, a busca pela objetividade. (B) Se é possível dar uma definição para a arte é a de que ela tem como ponto de partida a subjetividade do artista. (C) Para a arte é por vezes mais importante a singularidade da obra do que o grau de universalidade que ela traz em si. (D) Na história da arte a figura do gênio é mais importante do que na história da ciência.
(E) Enquanto a arte almeja na obra a pura objetividade, a ciência somente progride por meio das criações subjetivas de gênios tais como Newton e Einstein. 54. "Amor fati", dizia Nietzsche após os estóicos: "Não querer nada além do que é, nem do passado, nem do futuro, nem dos séculos dos séculos; não se contentar com suportar o inelutável, menos ainda dissimulá-lo a si próprio - todo idealismo é uma maneira de mentir a si mesmo diante da necessidade -, mas amá-lo". (COMTE-SPONVILLE, A. Apresentação da Filosofia. São Paulo: Martins Fontes, 2009, p. 140) De acordo com Sponville, Nietzsche concordaria com os estóicos no que se refere (A) à máxima segundo a qual é preciso aceitar o que não depende de nós e fazer o que depende. (B) ao quietismo de sempre aceitar as coisas tal como elas são. (C) à concepção, guia da visão de ambos, segundo a qual a filosofia auxilia a suportar o inelutável. (D) à concepção idealista do mundo e da vida. (E) ao preceito de que é preciso agir de tal forma que se altere a constituição do ser. 55. Segundo Hanna Arendt, "a condição humana não é o mesmo que a natureza humana". (A condição humana. Rio de Janeiro: Forense Universitária. 2001, p. 17) Segundo a autora, o que se poderia deduzir dessa distinção essencial? Assinale a alternativa INCORRETA: (A) A própria soma das capacidades humanas que correspondem à condição humana não constitui algo que se assemelhe à natureza humana. (B) As condições da existência humana jamais podem explicar o que somos pela simples razão de que jamais nos condicionam de modo absoluto. (C) As tentativas de definir a natureza humana levam sempre à construção de alguma deidade, a uma ideia platônica da humanidade. (D) Hoje podemos quase dizer que, embora vivamos agora sob condições terrenas, não somos criaturas terrenas. (E) Tudo aquilo com o qual os homens entram em contato torna-se imediatamente parte da natureza humana. 56. Diálogo que reúne vários dos principais temas da filosofia platônica, A República inicia-se como uma discussão acerca (A) do amor. (B) da justiça. (C) da paz. (D) da cidade ideal. (E) da poesia épica. 57. No livro X da República, Platão censura as artes miméticas. Quais são os argumentos deste autor? Assinale a alternativa INCORRETA. (A) São simulacros de simulacros. (B) São prejudiciais à educação dos jovens. (C) Fazem oposição à tradição e aos valores vigentes. (D) Não respeitam o preceito segundo o qual cada um deve falar apenas sobre aquilo que efetivamente conhece. (E) Não tomam como parâmetro a verdade, mas sim a aparência.
58. Nas Meditações, de Descartes, o exemplo da percepção da cera e de seu derretimento na segunda meditação serve para mostrar que (A) a imaginação desempenha um papel central na determinação das essências das coisas. (B) se pode atribuir unidade a um corpo apenas por meio de suas mudanças. (C) a mente espera acontecimentos futuros a partir de fatos presentes com base em associações mentais passadas. (D) um corpo não permanece o mesmo durante a passagem do tempo. (E) concebemos a identidade do objeto percebido apenas por meio da ação do entendimento. 59. No Discurso do Método, Descartes apresenta quatro preceitos metodológicos para a constituição do conhecimento científico, entre os quais está o de conduzir por ordem meus pensamentos, começando pelos objetos mais simples e mais fáceis de conhecer, para subir, pouco a pouco, como por degraus, até o conhecimento dos mais compostos. (DESCARTES, R. Discurso do Método. In: Os Pensadores. São Paulo: Abril, 1973. Tradução de J. Guinsburg e Bento Prado Júnior. Segunda parte, p. 46) Esta ordem pela qual o conhecimento deve ser edificado ficou conhecida como a ordem (A) das razões. (B) temática. (C) das matérias. (D) silogística. (E) do ser. 60. A primeira característica da atitude filosófica é negativa, isto é, um dizer não aos "pré-conceitos", aos "pré-juízos", aos fatos e às ideias da experiência cotidiana, ao que todo mundo diz e pensa, ao estabelecido. Numa palavra, é colocar entre parênteses nossas crenças para poder interrogar quais são suas causas e qual é seu sentido. (CHAUI, M. Convite à filosofia. São Paulo: Ática, 2006, p. 18) Por que a autora diz que a atitude filosófica se caracteriza, em primeiro lugar, por uma atitude negativa? Assinale a alternativa INCORRETA. (A) A filosofia desinteressa-se pelas crenças do senso comum. (B) A filosofia é, pelo menos num primeiro momento, mais interrogativa do que afirmativa. (C) A filosofia toma distância das coisas que habitam a vida cotidiana para examiná-las de outro ponto de vista. (D) A filosofia vê como enigmático o que o senso comum vê como óbvio e certo. (E) A filosofia caracteriza-se por um estranhamento e espanto frente à realidade. 61. Leia o texto a seguir. A história da Filosofia grega é a história de um gigantesco esforço para encontrar uma solução para o problema posto por ...... e ......, pois, se o primeiro tem razão, o pensamento deve ser um fluxo perpétuo e a verdade é a perpétua contradição dos seres em mudança contínua; mas se o segundo [sic] tem razão, o mundo em que vivemos não tem sentido, não pode ser conhecido, é uma aparência impensável e nos faz viver na ilusão.
(CHAUI, M. Convite à filosofia. São Paulo: Ática, 2006, p. 105) Completa correta e respectivamente as lacunas do texto: (A) Platão e Aristóteles. (B) Empédocles de Agrigento e Demócrito. (C) Tales de Mileto e Zenão de Eleia. (D) Heráclito e Parmênides. (E) Epicuro e Sócrates. 62. Com relação à lógica, qual das alternativas abaixo é INCORRETA? (A) Um argumento é válido se a conclusão extraída for consequência lógica de suas premissas. (B) Um argumento é não apenas válido, mas também correto, se tiver premissas verdadeiras. (C) A validade de um argumento é garantida pela obediência às regras da lógica. (D) A conclusão decorrente de um argumento válido é sempre verdadeira ou correta. (E) A lógica ocupa-se com as formas do argumento e não com o seu conteúdo ou matéria. 63. Leia com atenção o texto a seguir: Não é necessário a um príncipe ter todas as qualidades mencionadas, mas é indispensável que pareça tê-las. Direi, até, que, se as possuir, o uso constante delas resultará em detrimento seu, e que, ao contrário, se não as possuir, mas afetar possuí-las, colherá benefícios. Daí a conveniência de parecer clemente, leal, humano, religioso, íntegro e, ainda de ser tudo isso, contanto que, em caso de necessidade, saiba tornar-se o inverso. (MAQUIAVEL, N. O príncipe. In: WEFFORT, F. (org.). Os clássicos da política. São Paulo: Ática, 2004. Vol. 1, p. 39) Para Maquiavel, I. a virtude própria do príncipe está no agir conforme as circunstâncias. II. se o príncipe não for realmente íntegro, não poderá governar por muito tempo, já que perderá o respeito de seus súditos. III. o comprometimento com as virtudes tipicamente cristãs é muitas vezes prejudicial à governabilidade. IV. o que tradicionalmente é visto como vício pode ser uma virtude no governo de um Estado. V. a aparência sempre se fundamenta na essência. Está correto o que se afirma APENAS em: (A) I e V. (B) I, III e IV (C) V. (D) II e V. (E) III. 64. No Leviatã, Hobbes opõe-se à tese aristotélica de que o homem é sociável por natureza, dizendo que (A) a constituição de uma sociedade organizada é impossível. (B) a socialização desvirtua o homem, tornando-o indefeso. (C) ninguém quer renunciar à sua liberdade e viver em sociedade. (D) os homens são naturalmente inclinados à discórdia e à luta de uns contra outros. (E) toda ciência política é desprovida de valor, já que os homens não foram feitos para viver em sociedade.
65. Os principais representantes do jusnaturalismo (teoria dos direitos naturais) são (A) Maquiavel e La Boétie. (B) Hobbes, Locke e Rousseau. (C) Montesquieu e Diderot. (D) Toqueville e Stuart Mill. (E) Kant e Montesquieu. 66. No capítulo IV de A Política, Aristóteles diz que o que faz uma pessoa ser cidadã é o fato de (A) ser residente na cidade e maior de idade. (B) poder ser admitida em audiência nos tribunais e até mesmo julgada, se for o caso. (C) ter algum ofício ou trabalho na cidade. (D) ser virtuosa, exercendo ações de caridade com os mais necessitados. (E) ter o direito de voto nas assembleias, bem como o de participação no exercício do poder público. 67. Leia com atenção o texto a seguir. A virtude é a própria potência do homem, que se define exclusivamente pela essência dele [...], isto é [...], que se define exclusivamente pelo esforço que o homem faz para perseverar em seu ser. Logo, quanto mais alguém se empenha em conservar seu ser e tem poder para tal, mais é dotado de virtude. O contrário acontece [...], na medida em que alguém desdenha conservar seu ser, e por isso é impotente. (ESPINOSA, B. Ética. In: MARCONDES, D. (org.). Textos básicos de ética: de Platão a Foucault. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2007, p. 75) É INCORRETO dizer que, para Espinosa, (A) o ser humano que é virtuoso age conforme a natureza. (B) o conceito de virtude liga-se ao de autoconservação. (C) os homens, para alcançar a virtude, devem superar a sua tendência natural por meio do hábito. (D) os homens são virtuosos por essência. (E) um ser humano age contra a própria utilidade somente sob a influência de causas externas que o corrompem. 68. Além do Cristianismo, qual pensamento influenciou fortemente a ética de São Tomás de Aquino? (A) A filosofia de Platão. (B) O maniqueísmo. (C) O estoicismo. (D) O epicurismo. (E) A filosofia de Aristóteles. 69. Na obra Além do bem e do mal, Nietzsche nega que as dicotomias metafísicas tradicionais, tais como bem/mal e verdadeiro/falso, sejam derivadas (A) dos sentimentos e instintos humanos. (B) da história. (C) da razão universal. (D) da cultura. (E) da educação. 70. O conhecimento científico não é o reflexo das leis da natureza. Traz com ele um universo de teorias, de ideias, de paradigmas, o que nos remete, por um lado, para as condições bioantropológicas do conhecimento (porque não há espírito sem
cérebro), por outro lado, para o enraizamento cultural, social, histórico das teorias. (MORIN, E. Ciência com consciência. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2002, p. 21) A partir do texto acima citado, depreende-se que, para o autor, (A) não se pode abstrair o conhecimento científico das condições de sua elaboração. (B) o conhecimento científico é completamente objetivo e neutro. (C) não se pode confiar no conhecimento científico, já que ele resulta de um processo completamente subjetivo. (D) o conhecimento científico não trata das leis da natureza. (E) o conhecimento científico é uno e contínuo, apesar dos diferentes fatores que estão em jogo. 71. A lógica clássica tinha valor de verdade absoluta e geral e, desde que se chegasse a uma contradição, o pensamento devia fazer marcha atrás; a contradição era o sinal de alarme que indicava o erro. Ora, Bohr notou, a meu ver, um acontecimento de importância epistemológica fundamental quando, não por fadiga, mas por consciência dos limites da lógica, suspendeu o grande jogo entre a concepção corpuscular e a concepção ondulatória da partícula, declarando que era necessário aceitar a contradição entre as duas noções tornadas complementares, visto que as experiências levavam racionalmente a esta contradição. (MORIN, E. Ciência com consciência. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2002,p. 145-146) Tomando este texto em consideração, é INCORRETO dizer que a física quântica de Niels Bohr (A) provoca uma mudança de paradigma nas ciências. (B) desafia a lógica clássica, uma vez que suas descobertas não podem ser pensadas a partir do princípio de contradição. (C) opõe-se, de certo modo, ao modelo racionalista da física newtoniana, na medida em que as suas teorias não pretendem ser universais e necessárias. (D) desdenha os experimentos, já que estes levam a contradições. (E) aceita uma dose de indeterminismo na descrição dos fenômenos. Atenção: O texto a seguir refere-se às questões 72 e 73. A técnica é um conhecimento empírico, que, graças à observação, elabora um conjunto de receitas e práticas para agir sobre as coisas. A tecnologia, porém, é um saber teórico que se aplica praticamente. Por exemplo, um relógio de sol é um objeto técnico que serve para marcar horas seguindo o movimento solar no céu. Um cronômetro, porém, é um objeto tecnológico: por um lado, sua construção pressupõe conhecimentos teóricos sobre as leis do movimento (as leis do pêndulo) e, por outro, seu uso altera a percepção empírica e comum dos objetos, pois serve para medir aquilo que nossa percepção não consegue perceber. Uma lente de aumento é um objeto técnico, mas o telescópio e o microscópio são objetos tecnológicos, pois sua construção pressupõe o conhecimento das leis científicas definidas pela óptica. Em outras palavras, um objeto é tecnológico quando sua construção pressupõe um saber científico e quando seu uso interfere nos resultados da pesquisa científica. (CHAUI, M. Convite à filosofia. São Paulo: Ática, 2006, p. 222)
72. A partir do texto acima citado, pode-se dizer que a tecnologia difere da técnica na medida em que (A) não possui aplicação prática. (B) é acessível a todos. (C) cria uma interdependência entre os seus objetos e os conhecimentos científicos. (D) não consiste em um conhecimento. (E) é puramente teórica. 73. A tecnologia e a produção de objetos tecnológicos são inseparáveis do ideal de intervenção e de controle da natureza por meio do conhecimento científico, ideal que se torna dominante a partir (A) da Idade Antiga. (B) da Idade Média. (C) da Idade Moderna. (D) do século XIX. (E) da segunda metade do século XX. 74. O que é Deus? É o ser absolutamente necessário (causa de si), absolutamente criador (causa de tudo), absolutamente absoluto (não depende de nada, tudo depende dele): é o Ser dos seres, e o fundamento de todos. Ele existe? Existe por definição, sem que, no entanto, possamos tomar a sua definição como prova. É o que há de fascinante e, ao mesmo tempo, irritante na famosa prova ...... que perpassa ? pelo menos de santo Anselmo a Hegel ? toda a filosofia ocidental. (COMTE-SPONVILLE, A. Apresentação da filosofia. São Paulo: Martins Fontes, 2009, p. 78 e 79. Tradução de Eduardo Brandão) O autor está se referindo à prova (A) cosmológica (B) lógica. (C) ontológica. (D) físico-teleológica. (E) geométrica. 75. "O que é a morte?", os filósofos não pararam de responder. Toda uma parte da metafísica se joga aí. Mas suas respostas, para simplificar ao extremo, se dividem em dois campos: uns que dizem que a morte não é nada (um nada, estritamente); outros que afirmam que é outra vida, ou a mesma vida continuada, purificada, libertada... São duas maneiras de negála: como nada, já que o nada não é nada, ou como vida, já que a morte, nesse caso, seria uma vida. Pensar a morte é dissolvê-la: o objeto, necessariamente, escapa. (COMTE-SPONVILLE, A. Apresentação da filosofia. São Paulo: Martins Fontes, 2009, p. 47 e 48. Tradução de Eduardo Brandão) Assinale a alternativa que nomeia, respectivamente, um representante da posição segundo a qual a morte não é nada e um representante da posição segundo a qual a morte é a passagem para uma outra vida. (A) Epicuro e Platão. (B) Leibniz e Montaigne. (C) Heidegger e Nietzsche. (D) Platão e Aristóteles. (E) Santo Agostinho e São Tomás de Aquino.
76. "Para julgar as aparências que recebemos dos objetos", escreve Montaigne, "necessitaríamos de um instrumento judicatório; para verificar esse instrumento, necessitamos da demonstração; para verificar a demonstração, de um instrumento: eis-nos andando à roda." (COMTE-SPONVILLE, A. Apresentação da filosofia. São Paulo: Martins Fontes, 2009, p. 59 e 60. Tradução de Eduardo Brandão) Montaigne NÃO está defendendo que (A) a avaliação crítica do conhecimento recai num círculo vicioso. (B) na crítica do conhecimento, o juiz da questão é o próprio réu. (C) o conhecimento não pode aspirar a uma certeza absoluta. (D) só podemos verificar se as nossas representações correspondem à realidade por meio de instrumentos científicos. (E) os homens não possuem acesso direto às coisas, mas só possuem acesso às suas aparências. 77. Leia e complete a lacuna corretamente. ......, numa passagem célebre da sua Lógica, resumia o domínio da filosofia em quatro questões: Que posso saber? Que devo fazer? O que me é permitido esperar? O que é homem? (COMTE-SPONVILLE, A. Apresentação da filosofia. São Paulo: Martins Fontes, 2009, p. 15. Tradução de Eduardo Brandão) (A) Descartes. (B) Kant. (C) Platão. (D) Sartre. (E) Leibniz. 78. No mito platônico da caverna, apresentado no sétimo livro da República, o Sol representa (A) o Demiurgo. (B) a ideia do bem. (C) o mundo sensível. (D) os pensamentos. (E) o principal elemento na constituição do mundo. 79. Já que, de um lado, tenho uma ideia clara e distinta de mim mesmo, na medida em que sou apenas uma coisa pensante e inextensa, e que, de outro, tenho uma ideia distinta do corpo, na medida em que é apenas uma coisa extensa e que não pensa, é certo que este eu, isto é, minha alma, pela qual eu sou o que sou, é inteira e verdadeiramente distinta de meu corpo e que ela pode ser ou existir sem ele. (DESCARTES, R. Meditações. In: Os Pensadores. São Paulo: Abril, 1973. Tradução de J. Guinsburg e Bento Prado Júnior. Meditação sexta, § 17, p. 14) A tese apresentada no texto supracitado é conhecida como (A) dualismo. (B) espiritualismo. (C) solipsismo. (D) nihilismo. (E) ceticismo.
21. Ao se discutir a origem da Filosofia, é comum a admissão de que fatores como a invenção da política, o impacto cultural das viagens marítimas, a transformação do conhecimento prático em teórico, e a valorização da razão como um atributo universal permitiram que o conhecimento filosófico se desenvolvesse primeiramente na Grécia. Considerando esses fatores, é correto afirmar que: a) A Filosofia se desenvolveu de forma independente dos mitos, negando-os por sua irracionalidade e rejeitando as explicações que eles forneciam, por exemplo, sobre a origem das estruturas sociais e dos fenômenos naturais. b) A importância da política para a filosofia em sua origem é o deslocamento das leis do âmbito do sagrado para a esfera do humano, visto na crescente participação dos cidadãos na elaboração das leis e no exercício do governo, e que reflete a valorização do pensamento discursivo e da racionalidade como base das decisões políticas. c) A influência cultural das viagens marítimas é vista na suposição dos gregos de que sua civilização era superior às culturas encontradas nos lugares visitados, por elas não possuírem um conhecimento teórico sobre a natureza e a sociedade. d) A transformação da sabedoria prática em conhecimento teórico ou ciência procurou justificar racionalmente a aplicação do saber às situações da vida cotidiana, tendo em vista a importância dada ao conhecimento produzido a partir das experiências práticas. e) A universalidade da razão baseia-se na suposição de que o conhecimento é uma capacidade natural do ser humano, e de que a racionalidade expressa-se na abstração do pensamento matemático, comum a todos os homens que possuem essa capacidade. 22. "[...] a Filosofia não estuda a realidade empírica - a realidade das coisas que podemos observar e experimentar -; também não estuda a realidade social - a realidade das ações humanas que podemos explicar "olhando de fora". A Filosofia estuda conceitos. [...] Na medida em que sejam crenças, os conceitos têm "efeitos" no mundo por meio de nossas ações." (Marina Velasco, O que é Justiça. Rio de Janeiro: Vieira & Lent, 2009.) De acordo com essa definição de Filosofia, é correto pensar que: a) As crenças são o objeto de estudo da Filosofia porque são as bases de nossas ações no mundo e diferenciam-se de uma realidade empírica e social, estando concentradas em nossas mentes. b) Embora não estude a realidade empírica ou social, a Filosofia pode compreender essas realidades na medida em que estuda as ações causadas pelas crenças e torna possível prever tais ações. c) Os conceitos têm efeito no mundo porque explicam o seu funcionamento e revelam nossa capacidade de acessar a realidade de modo direto, representando-a com o auxílio da linguagem e produzindo os conhecimentos agrupados nas ciências. d) Definir a Filosofia como o estudo de conceitos refere-se à permanente preocupação dos filósofos em esclarecer o significado de nossas definições para as coisas existentes, sejam objetos ou fatos, e se essas definições fornecem boas
justificativas para as crenças em que se baseiam as nossas ações. e) O estudo de conceitos define a Filosofia porque é a atividade mais elementar da investigação filosófica, pela qual todas as outras necessariamente precisam começar caso pretendam estabelecer um conhecimento verdadeiro e capaz de fundamentar ações corretas por causa de sua relação com a própria estrutura das coisas. 23. "A nova legislação educacional brasileira parece reconhecer, afinal, o próprio sentido histórico da atividade filosófica e, por esse motivo, enfatiza a competência da Filosofia para promover, sistematicamente, condições indispensáveis para a formação de cidadania plena!" (Ministério da Educação, Parâmetros Curriculares Nacionais do Ensino Médio. Brasília: MEC/ SETEC, 1999. p. 44) De acordo com essa referência dos PCN´s à Lei nº 9.394/96, para a qual os conhecimentos de Filosofia são necessários ao exercício da cidadania, e considerando a retomada histórica da Filosofia nos currículos do Ensino Médio brasileiro, é incorreto afirmar que: a) A exclusão da Filosofia das escolas de Educação Básica refletia sua classificação como uma disciplina inconveniente na medida em que seu caráter crítico representaria uma ameaça à forma de poder vigente no Brasil, baseado na autoridade e na repressão, inclusive de pensamento. b) O ensino de Filosofia descrito pelos PCN´s é entendido como instrumento de formação para a cidadania devido à sua capacidade de problematizar a realidade e proporcionar uma formação educacional voltada à autonomia e à responsabilidade social do estudante. c) O sentido histórico da atividade Filosófica refere-se à sua vocação para criticar as estruturas estabelecidas, proporcionando elementos para o exercício da cidadania no que se refere à participação política direcionada à transformação permanente da estrutura social. d) A responsabilidade integral pela formação do cidadão não pode ser atribuída somente à retomada da disciplina de Filosofia nos currículos, visto que todos os componentes curriculares fornecem elementos para que o estudante se aproprie do seu mundo social e natural através dos conhecimentos produzidos pelas diversas ciências estudadas. e) O estudo de Filosofia deve permitir que o desenvolvimento de habilidades e competências especificamente filosóficas conduza o estudante a um amadurecimento cognitivo que articule suas experiências e conhecimentos, e permita a construção e reconstrução de suas ações a partir da relação estabelecida com seu meio social. 24. A Epistemologia, enquanto ramo da Filosofia que reflete sobre as características, elementos e possibilidades do conhecimento, tem sua história marcada pelo confronto de posições rivais acerca da origem do conhecimento e dos critérios para considerá-lo verdadeiro. A esse respeito, assinale a alternativa que não corresponde a aspectos dessa disputa. a) O Racionalismo de René Descartes afirma que conhecemos através de faculdades intelectuais inatas, e critica o conhecimento baseado na experiência sensível, alegando a falta de confiabilidade dos sentidos e apontando a frequência com que eles provocam erros e ilusões que inviabilizam o conhecimento verdadeiro.
b) O Empirismo afirma que a mente dos indivíduos é uma estrutura vazia que só conhece pelas impressões adquiridas no contato dos sentidos com o mundo exterior, como defende John Locke, para quem nossas ideias devem seu conteúdo ao contato com as coisas que as produzem, sendo impossível que a própria mente as elabore. c) O Criticismo de Immanuel Kant procura superar o reducionismo racionalista e empirista valorizando o papel da experiência (sensibilidade) e da razão (entendimento) no processo cognitivo, demonstrando que não há uma fonte ou determinação única desse processo, mas uma articulação dessas duas faculdades que são responsáveis por nossa capacidade de tornar os objetos inteligíveis quando são afetadas por eles. d) Mesmo a proposta de Kant ainda é tributária de uma noção de conhecimento a priori, pois supõe a existência de entidades teóricas (os conceitos) que são responsáveis pela unificação e ordenação das representações formadas pela articulação da experiência com a razão. e) Uma boa proposta para compreender o conhecimento deve sustentar que o mesmo é composto na maior parte por categorias inatas, acrescido de conceitos adquiridos através da experiência sensível e da educação formal na qual o indivíduo adquire a habilidade de explicar os objetos. 25.O conhecimento tornou-se, na Modernidade, um dos temas mais discutidos pelos filósofos, dada a importância atribuída à investigação das condições de validade dos saberes. Neste sentido, podemos apontar como questões essenciais da Epistemologia: a) Os conceitos de sujeito e verdade, considerados os mais investigados quando se trata do conhecimento filosófico. b) As questões quanto à possibilidade (ceticismo, dogmatismo), a origem (empirismo, racionalismo), a essência (subjetivismo, objetivismo), os tipos de conhecimento e os critérios de verdade. c) As categorias de verdade, extensão do conhecimento, a confiabilidade dos sentidos e a correção dos juízos. d) As questões sobre a classificação dos saberes, a demarcação da ciência, a finalidade do conhecimento e a objetividade do sujeito. e) Os conceitos de compreensão, verdade, subjetividade, causalidade, experiência sensível e raciocínio lógico. 26. Sobre o desenvolvimento e algumas características da Filosofia no Brasil, assinale a opção correta. a) O Ecletismo foi uma corrente de traços materialistas caracterizada pela adoção de várias teorias filosóficas em busca de identidade para um pensamento filosófico genuinamente brasileiro. b) A Filosofia no Brasil desenvolveu-se somente a partir da fundação da USP, quando a tradição de se fazer filosofia pela história passou a ser o modelo de formação predominante dos filósofos nacionais. c) Nas últimas décadas, a Filosofia brasileira se tornou majoritariamente acadêmica, pois os números da PósGraduação em Filosofia revelam um grande crescimento da produção nacional e mostram uma variedade temática que vai do Empirismo à tradição analítica, passando pelo idealismo alemão, pelos estudos nietzscheanos, marxistas, fenomenológicos, e pela produção em História da Filosofia.
d) Somente pela influência do espiritualismo é que houve ocrescimento da educação filosófica no Brasil, já que o ensino de denominação religiosa sempre privilegiou os estudos de filosofia e teologia, mas com a independência da reflexão filosófica em relação aos dogmas teológicos. e) No século XX, a filosofia brasileira foi inspirada pelo Positivismo de Auguste Comte, corrente que defende a superioridade da filosofia em relação ao conhecimento científico e advoga a independência temática e metodológica entre os dois tipos de saber. 27.Um dos problemas que aparecem com uma certa frequência quando se trata da Filosofia brasileira é a questão da "originalidade" do pensamento que se produz no cenário nacional. Sobre essa questão, é correta a seguinte alternativa: a) A preocupação com a originalidade só faz sentido se concebermos que as produções filosóficas nacionais possuem características tais que comprometem o próprio conceito de Filosofia, impossibilitando assim uma classificação de nossa produção junto à Filosofia produzida em outras partes do mundo. b) É imprescindível a definição de uma filosofia nacional cujo tema seja o problema do desenvolvimento de uma cultura autônoma, tendo em vista o papel condutor que um conhecimento filosófico desempenha na modificação da estrutura social. c) A originalidade da filosofia brasileira consiste na sua tentativa de incorporação à filosofia universal através da produção de obras exegéticas e comentários qualificados da filosofia alemã, francesa, inglesa e americana. d) É irrelevante a tentativa de se produzir uma filosofia autenticamente nacional, pois um país subdesenvolvido como o Brasil ainda não reúne condições estruturais para uma produção filosófica de reconhecimento internacional. e) Pensar a filosofia no Brasil exige o exame das condições de formação dos filósofos brasileiros, contexto em que observamos uma formação predominantemente histórica que impossibilita o desenvolvimento da reflexão sobre os nossos próprios problemas sociais a partir de uma perspectiva filosófica. 28. A categoria dos Direitos Humanos tornou-se bastante presente na Ética e na Filosofia Política a partir da Revolução Francesa, com a declaração dos Direitos Universais do Homem e do Cidadão. Na Filosofia contemporânea, essa temática encontra defensores e críticos, sendo Jürgen Habermas e Alasdair MacIntyre representantes das respectivas posições. Sobre a posição desses filósofos, assinale a opção correta: a) Habermas afirma que os Direitos Humanos não são a base do Estado de Direito, pois não fornecem um ponto de partida universal para a legislação que garante aos indivíduos iguais condições de participação social. b) Enquanto Habermas defende o conceito de Direitos Humanos como uma categoria universal para a formação de uma comunidade de comunicação livre de coerção e de igualdade social, MacIntyre afirma que essa categoria é uma ficção da Modernidade, dentre outros motivos, porque se serve de um vocabulário transcendentalista sem endossar uma ontologiacorrespondente que explique a igualdade pressupostaentre os indivíduos.
c) Como integrantes da tradição jusnaturalista, tanto Habermas quanto MacIntyre consideram os Direitos Humanos essenciais para que uma sociedade civilizada possa evitar a violência entre seus membros. d) A categoria dos Direitos Humanos desempenha o papel central na obra de MacIntyre, cuja teoria ética pressupõe certas condições jurídicas necessárias ao desenvolvimento e exercício das virtudes, e um papel secundário na obra de Habermas, cuja Teoria do Discurso prescinde de uma ontologia determinante de características comuns aos homens. e) Para MacIntyre, é impossível tratar dos Direitos Humanos, e a relação entre culturas se encaminha inevitavelmente para a violência. 29. Recentemente, a Secretaria Especial de Direitos humanos da Presidência da República divulgou o Programa Nacional de Direitos Humanos-3, que tem causado fortes discussões sobre suas propostas para assegurar o respeito ao conjunto de direitos atribuídos igualmente a todas as pessoas. Sobre as pressuposições envolvidas nessas discussões, marque a alternativa incorreta quanto ao espírito da lei: a) A crítica da grande imprensa ao objetivo que estabelece o acompanhamento editorial do conteúdo veiculado nos meios de comunicação (a fim de coibir a violação dos Direitos Humanos) baseia-se na concepção liberal clássica de liberdade negativa, isenta de restrições e que recusa regulamentação institucional para atividades consideradas de livre expressão de pensamento, como a imprensa. b) O eixo orientador "Desenvolvimento e Direitos Humanos", que parte da constatação de que direitos sociais básicos como alimentação, saúde e educação são fundamentais ao exercício da liberdade e ao desenvolvimento das capacidades, assume sua dívida com o pensamento de Amartya Sen, o que implica dizer que os direitos humanos não são entidades abstratas, mas demandas de políticas públicas capazes de oferecer a todos as mesmas condições de acesso aos direitos sociais básicos. c) A reação dos Militares à criação da "Comissão Nacional da Verdade" expressa a recusa dos agentes envolvidos nas políticas de repressão da Ditadura Militar em assumir as responsabilidades decorrentes das práticas de tortura e assassinatos de opositores do regime, praticadas sob o pressuposto de que aqueles opositores não tinham quaisquer direitos subjetivos que amparassem sua luta por liberdade. d) A recusa do setor ruralista em aceitar a mediação como ação inicial na solução dos conflitos agrários reflete uma concepção de direito mais restrita do que os direitos humanos, pois interessa-se pela preservação da propriedade privada em detrimento da função social da propriedade. e) Os Direitos Humanos, tais como pressupostos no PNDH- 3, são concebidos como atributos que, por pertencerem à natureza dos indivíduos, devem ser protegidos e promovidos pelo Estado de direito através de leis e programas, como o que está sendo apresentado pelo Governo. 30. Sobre o conceito marxiano de Alienação, é correto afirmar que: a) A alienação social é responsável pelas desigualdades entre classes, pois é ela que divide a ideologia entre ricos e pobres e mantém a exploração dos primeiros sobre os segundos. b) A alienação desfaz o conjunto de esquemas conceituais vigentes em uma sociedade, que servem para classificar e
explicar os fenômenos sociais, contribuindo para a formação crítica dos indivíduos. c) A alienação é fruto de uma relação de trabalho na qual o trabalhador deixa de se relacionar com a natureza objetivando sua própria humanização através da transformação do mundo natural e perde contato com o produto de seu esforço, passando a integrar um processo produtivo fragmentado no qual seu trabalho, tornando-se mercadoria, objetiva agora somente a própria subsistência. d) O sujeito alienado serve de exemplo do que deve ser evitado na atividade política, pois ele serve de metáfora ao sistema representativo de governo no qual o sujeito se aliena do poder ao delegá-lo a outra pessoa. e) A alienação ocorre somente no mundo do trabalho, visto ser uma relação primordialmente econômica que tem repercussões na vida social do trabalhador apenas na medida em que ele não tem identidade profissional. 31.O conceito de Ideologia com o qual Karl Marx trabalhou significa, brevemente, o conjunto de crenças, valores, representações e atitudes socialmente constituídas para legitimar o ordenamento social vigente. Sobre esse conceito, é correto afirmar que: a) O conceito foi originalmente formulado por Destutt de Tracy como a "ciência das ideias", e possuía um sentido mais espiritualista, como o estudo das crenças que produziam as experiências religiosas. b) A apropriação marxiana do conceito afirma que o conjunto ordenado de ideias, crenças e normas que expressam as concepções de um grupo social particular são generalizadas com o objetivo de explicar a realidade de tal forma que se justifique um status quo de dominação como o existente na sociedade capitalista. c) A Ideologia é responsável pela coesão social porque resolve de forma pacífica os conflitos e garante a satisfação de todos os setores da sociedade por compartilharem as mesmas visões de mundo. d) Numa sociedade em que existe a luta de classes, a Ideologia é um fator de equilíbrio porque explica a natureza das diferenças sociais através de narrativas que se aproximam dos mitos nas sociedades arcaicas. e) É correto pensar que a Ideologia representa exclusivamente a dimensão espiritual de uma sociedade, dado seu compromisso com as crenças em que se baseiam as ações dos grupos em relação aos outros. 32.O tema da cidadania tornou-se lugar comum no discurso político contemporâneo, causando algumas vezes certas confusões quanto ao seu significado. Sobre o conceito de cidadania, não é correto afirmar: a) O conceito de cidadania formulado por Aristóteles referia-se à obrigação que todos os membros da sociedade política tinham de participar da vida pública, vista como superior a possíveis interesses privados. b) Com o advento do Liberalismo, a cidadania passa a ser vista mais como uma questão de direito do que de dever, referindo-se ao direito de todas as pessoas de participar da vida pública sem que isso signifique colocar seus interesses privados a serviço da política. c) Para o Republicanismo, a cidadania não pode ser definida em termos de direitos negativos, mas como o exercício de direitos
positivos como a liberdade e a responsabilidade que garantem aos indivíduos a efetivação da sua autonomia, que antecede a constituição do Estado e deve ter o controle sobre ele. d) Uma concepção que procura superar as parcialidades dos conceitos liberal e republicano de cidadania é a ideia de cidadania da democracia deliberativa, para a qual o conceito precisa incorporar as garantias individuais de liberdade e o exercício do poder político que supere a ideia de política como simples mediação de interesses e a veja como espaço legítimo de formação de uma vontade política coletiva. e) A correta acepção da palavra cidadania, que é a utilizada contemporaneamente nos discursos governamentais, é aquela que a circunscreve à participação dos sujeitos políticos em movimentos que cobram dos governantes ações em benefício da população e a diminuição das ações em benefício próprio, e em movimentos que reivindicam os direitos dos consumidores. 33.Um breve histórico do conceito de democracia no Ocidente mostra que ele passou da ideia ateniense de participação direta nas decisões políticas para a acepção Liberal de forma de governo em que a participação ocorre pela escolha de governantes. Diante dessa transformação, podemos afirmar que: a) A democracia representativa resolve melhor o problema da participação em sociedades como as capitalistas, nas quais não há como requisitar a participação do grande contingente populacional em todas as decisões que envolvem as questões públicas. b) Considerando que o modelo liberal clássico de participação acaba por reduzir o cidadão a um mero eleitor, teorias como a democracia deliberativa procuram estabelecer uma outra normatividade ao conceito de democracia, exigindo que ele incorpore a noção de um processo público de deliberação no qual haja iguais condições de participação e igual consideração dos interesses dos envolvidos. c) O modelo republicano de democracia não admite a delegação de poder através do voto sob nenhuma hipótese, sustentando a necessidade da autogestão democrática dos assuntos públicos. d) A democracia em sua acepção liberal não significa necessariamente o alheamento do indivíduo em relação à política, mas o aumento da qualidade de sua participação quando ela ocorre através de organizações não-governamentais que atuam junto à sociedade civil atendendo áreas que o Estado não alcança. e) Tanto o modelo liberal quanto o modelo republicano de democracia se equivocam em suas noções de indivíduo e de Estado: o primeiro, por idealizar uma consciência política atuante, e o segundo, por dispensar os cidadãos de um compromisso moral efetivo com a condução dos negócios públicos. 34. A filosofia da ciência é um campo bastante prolífico, dada a importância que o conhecimento científico tem desempenhado especialmente em sociedades atingidas pelas revoluções tecnológicas. Na filosofia da ciência do século XX, é incorreta a seguinte afirmação sobre a caracterização da atividade científica: a) A filosofia da ciência de Karl Popper afirma que a ciência se constitui e evolui através do movimento deconjecturas e refutações, de teorias propostas para compreender determinado problema e das tentativas, bem sucedidas ou não, de falseá-las.
b) Imre Lakatos procurou preservar o racionalismo da teoria de Popper contra o suposto irracionalismo da proposta de Kuhn, incorporando a complexidade do conceito de paradigma à explicação lakatosiana do desenvolvimento da ciência, já que o falseacionismo popperiano conceberia a ciência como um conjunto de teorias, quando é mais adequado descrevê-la como um conjunto de Programas de Pesquisa que englobam séries de teorias em um todo coerente e articulado. c) O anarquismo epistemológico foi uma proposta teórica de Paul Feyerabend, cuja obra Contra o Método afirma que o progresso científico não se dá pelo respeito a um método único, mas pela violação de regras metodológicas que eventualmente representam antes um entrave do que um caminho para a descoberta de novas soluções para os problemas. d) A obra A Estrutura das Revoluções Científicas, de Thomas Kuhn, propôs um olhar diferente sobre o desenvolvimento da ciência, pois o conceito de paradigma defende a cumulatividade das teorias e o movimento linear e progressivo em direção à verdade. e) As teorias de Popper, Kuhn e Feyerabend têm em comum o recurso à história da ciência para legitimar suas teses a respeito das mudanças conceituais que ocorreram ao longo de séculos, e tanto Kuhn quanto Feyerabend consideraram que a história da ciência é um antídoto eficaz contra a ideia de que o conhecimento progride linearmente e de modo cumulativo. 35.Quando o conhecimento científico é invocado para convencer as pessoas de determinadas afirmações, servindo como argumento de autoridade, podemos afirmar que a concepção de ciência que orienta esses argumentos é a seguinte: a) A ciência é um conjunto ordenado de teorias e métodos formulados por especialistas detentores de um saber esotérico que lhes confere autoridade para legitimar o depoimento de um artista de televisão, por exemplo, sobre a eficácia de medicamentos anunciados em comerciais. b) A ciência é um saber acessível a todas as pessoas que possuam uma formação geral mínima, que podem adquirir esse conhecimento através das colaborações que ela presta em veículos de comunicação como os programas de televisão e as revistas semanais. c) O conhecimento científico é caracterizado pela cumulatividade de suas teorias, sendo as mais recentes sempre mais verdadeiras do que as anteriores. d) Para um argumento de autoridade, a ciência significa uma fonte de verdades que substitui a religião na tarefa de fornecer respostas sobre a origem e o funcionamento da natureza, transformando-se em uma nova religião. e) A contribuição da ciência é caracterizada pela eficácia de seus métodos na criação de novas tecnologias que representem benefícios comerciais para os detentores das patentes. 36. A Ética ou Filosofia Moral é tradicionalmente dividida em três grandes áreas: a metaética, a ética normativa e a ética prática ou aplicada. Assinale a alternativa abaixo que não corresponde à caracterização dessas áreas: a) A ética normativa investiga as normas de ação e os padrões de avaliação dessas normas por um determinado grupo ao qual elas se aplicam, formulando e justificando essas normas de acordo com princípios éticos considerados objetivos. b) A ética prática preocupa-se com a aplicação das normas morais a situações específicas da vida social em que existem
claramente conflitos de normas, crenças e opiniões entre os agentes morais quanto a questõesrelativas à vida, à sexualidade e à resolução de desigualdades sociais, por exemplo. c) A metaética tem como objeto o significado e os aspectos lógicos dos juízos, crenças e normas morais, problematizando suas pretensões de validade. d) Tanto a ética normativa quanto a ética prática objetivam postular regras que sirvam definitivamente para solucionar os conflitos utilizando-se de estudos empíricos que possam apontar a alternativa que represente uma mediação entre os interesses dos envolvidos. e) Embora a divisão nas três áreas tenha uma utilidade didática, é incorreto supor que as reflexões feitas em filosofia moral sejam restritas a apenas uma dessas áreas, pois a solução de questões morais sempre têm um aspecto prático, vinculam-se a uma dimensão normativa e se filiam a uma determinada concepção metaética sobre o sentido e a validade das proposições morais. 37. Considerando que a metaética é um campo da Filosofia cujas discussões envolvem o caráter epistêmico, as condições de validade e o significado dos juízos morais, e que há diversas respostas à questão dessa validade, assinale a alternativa correta: a) O realismo moral é uma posição metaética que sustenta a independência dos juízos morais em relação à natureza humana, afirmando o caráter subjetivo das regras morais. b) O cognitivismo ético defende que os juízos morais são passíveis de verdade desde que possam ser fundamentados de um modo transcendental. c) O emotivismo é uma corrente para a qual os juízos morais, embora orientam as ações de pessoas e grupos, expressam somente preferências individuais que não podem ser justificadas racionalmente e consequentemente universalizadas. d) O não-realismo afirma a existência de uma relação necessária entre os juízos morais e a natureza humana, e a correção desses juízos consistiria na correspondência entre as normas e aquela natureza. e) O ceticismo ético descarta a possibilidade de uma verdade moral, alegando que a ausência de um fundamento religioso inviabiliza a obrigatoriedade de uma norma para todos os indivíduos de um grupo. 38. A correção de normas e ações morais é avaliada segundo critérios que variam de acordo com as teorias éticas que as tematizam. Desse modo, é incorreta a seguinte associação entre critérios de avaliação e as respectivas teorias ticas: a) Para a Ética do Discurso, a validade das normas reside na possibilidade de todos os envolvidos aceitarem as consequências da adoção universal de uma norma que tenha sido formulada de modo intersubjetivo por agentes morais livres de coerção. b) Nas éticas de orientação teleológica, como a ética aristotélica, a correção das normas é medida por sua adequação à natureza e às finalidades da vida humana, isto é, pela capacidade que elas têm de conduzir o homem à sua realização. c) Nas éticas de caráter deontológico, como a kantiana, as normas são corretas quando estão de acordo com um dever moral universalmente válido, que conduz a ações motivadas exclusivamente pelo cumprimento desse dever.
d) No Utilitarismo, uma ação moral é tanto mais correta quanto promova o bem-estar do maior número possível de pessoas, e as ações são julgadas, então, pelas consequências que têm junto às pessoas envolvidas direta ou indiretamente na ação do sujeito moral. e) Na ética das virtudes a correção das normas deve estar de acordo com a definição de natureza humana, que exige um conceito metafísico de vida e uma teleologia correspondente que informe os indivíduos acerca da realização de seu destino moral. 39. A filosofia moral é um campo de investigação que, contemporaneamente, é objeto de disputa entre algumas teorias de bases e concepções normativas bastante distintas. Uma seleção representativa dessas teorias, que as reúne e distingue por suas características gerais, é feita na seguinte alternativa: a) O realismo moral, a Utilitarismo, a Teoria do Discurso, o Consequencialismo, o marxismo e o Existencialismo. b) O Existencialismo, a Ética do Discurso, o Emotivismo, o relativismo ético, o pós-modernismo e as teorias da justiça. c) O Utilitarismo (como principal representante das éticas consequencialistas), as éticas kantianas ou deontológicas, as Éticas das Virtudes e o Intuicionismo. d) O Intuicionismo, o Epicurismo, a Ética do Cuidado, a Ética em Animais Não-Humanos e a Ética feminista. e) A Ética do Discurso, a Ética da Responsabilidade, a Justiça como Equidade, o Emotivismo e o Intuicionismo. 40. "A estética da sensibilidade realiza um esforço permanente para devolver ao âmbito do trabalho e da produção a criação e a beleza, daí banidas pela moralidade industrial taylorista." (PCNEM, p. 110). O texto que define os princípios orientadores do currículo no Ensino Médio brasileiro expressa uma concepção de Estética que pode ser caracterizada na seguinte alternativa: a) A Estética é uma teoria acerca das experiências, objetos e juízos envolvidos na atividade artística, dentre os quais podemos destacar a questão do Belo, da percepção sensível, da criatividade e dos sentimentos expressos nas obras de arte, estendendo-se às atitudes que possuem essas características e se contrapõem às atitudes tecnificadas pela mecanização do trabalho e das relações sociais. b) A Estética é a parte da Filosofia que investiga as condições sociais de produção da arte, suas características físicas e as condições subjetivas dos artistas que produzem as obras, conceituando esses aspectos através de teorias. c) A definição mais adequada de Estética é a que se refere às propriedades essenciais das obras de arte, propriedades que existem em todas e quaisquer obras e que, em sua ausência, descarta-se a qualidade artística de um objeto, atitude ou conjunto de obras. d) O texto da Lei concebe a Estética como uma teoria da obra artística como imitação da realidade, cuja qualidade pode ser avaliada pela fidelidade da obra aos objetos ou fatos representados, condição sob a qual a criatividade é caracterizada como a capacidade de dar beleza a algo que é objetivo. e) Os princípios estéticos aos quais se referem a Lei concebem a Estética como uma teoria da expressão artística dos sentimentos dos produtores das obras de arte, sendo apenas
esses sentimentos que podem caracterizar a obra de arte e as qualidades estéticas enquanto tais.
21. A filosofia surge quando o homem começa a refletir sobre o funcionamento da vida e do universo. Analise as afirmativas a seguir. I. Os filósofos que viveram antes de Sócrates se preocupavam muito com o Universo e com os fenômenos da natureza. Buscavam explicar tudo através da razão e do conhecimento científico. II. Pitágoras desenvolve seu pensamento defendendo a idéia de que tudo preexiste à alma, já que esta é mortal. III. Foi Platão quem desenvolveu a lógica dedutiva clássica, como forma de chegar ao conhecimento científico. É correto afirmar que: a) Apenas I está incorreta. b) Apenas II está correta. c) II e III estão corretas. d) II está incorreta. e) Todas estão incorretas. 22. A partir da Filosofia surge a Ciência, pois o Homem reorganiza as inquietações que assolam o campo das ideias e utiliza-se de experimentos para interagir com a sua própria realidade. Sobre Aristóteles, considere (C) para afirmativa correta e (I) para incorreta. ( ) Para Aristóteles, a Lógica é um instrumento, uma introdução para as ciências e para o conhecimento e baseia-se no silogismo, o raciocínio formalmente estruturado que supõe certas premissas colocadas previamente para que haja uma conclusão necessária. ( ) Aristóteles considerava importante o conhecimento da retórica. ( ) A filosofia aristotélica é um sistema, ou seja, a relação e conexão entre as várias áreas pensadas pelo filósofo. ( ) No segundo livro da Metafísica, Aristóteles procura justificar que a Verdade tem um princípio primeiro, princípio este que é a causa das demais coisas. A sequência correta, de cima para baixo, é: a) C - I - C - I. b) C - I - C - C. c) I - C - C - I. d) I - I - C - C. e) C - C - C - C. 23. Fundador da filosofia analítica e da filosofia da linguagem, também olítico liberal, activista e um popularizador da filosofia: a) Descartes b) John Locke c) Bertrand Russel d) Nietzche e) Aristóteles 24. Para Aristóteles, existem quatro causas implicadas na existência de algo:
a) Inicial, abstrata, concreta e surreal. b) Material, formal, eficiente e final. c) Científica, espiritual, emocional e essencial. d) Poética, astronômica, científica e artística. e) Emocional, formal, poética, científica e essencial. 26. Kant, com sua filosofia crítica, descortina uma nova visão de mundo dando verdadeiro estatuto para a consciência humana. Esta filosofia procura resposta para três questões: a) O que eu posso saber? O que eu devo fazer? E o que eu posso esperar? b) Onde devo ir? O que posso dizer? E o que quero fazer? c) Quem eu sou? Para onde vou? E como vou? d) O que eu devo fazer? Quais são meus sonhos? E onde eu posso chegar? e) O que eu posso esperar? O que eu sei fazer? E o que eu devo fazer? 27. Considere as afirmativas a seguir: I. Kant sofreu duas influências contraditórias: a influência do pietismo e a influência do racionalismo. II. Na terceira parte de sua Crítica da Razão Pura, na dialética transcendental, Kant se interroga sobre o valor do conhecimento metafísico. III. Para Kant, o direito de propriedade é a base da liberdade humana "porque todo homem tem uma propriedade que é sua própria pessoa". O governo existe para proteger esse direito. Está (estão) correta(s): a) I apenas. b) II apenas. c) III apenas. d) I e II apenas. e) I, II e III. Texto I: Argumentou que a ética cristã era uma moral de escravos, de gente fraca e viu que havia, através do cristianismo, desvirilizado o espírito senhorial e dominante dos aristocratas. "Deus está morto!" foi sua mais célebre proclamação. 28. O texto I refere-se a: a) Kant b) Descartes c) John Locke d) Nietzsche e) Frege 29. Assinale a alternativa incorreta. a) Os sofistas defendiam uma educação cujo objetivo máximo seria a formação de um cidadão pleno, com preparo para atuar no crescimento da cidade. b) Os epicuristas defendiam a razão a qualquer preço. c) Conforme os pensadores céticos, a dúvida deve estar sempre presente, uma vez que o ser humano não consegue conhecer nada de maneira segura e exata. d) Os mitos foram, segundo Platão e Aristóteles, a matéria inicial de reflexão dos filósofos. e) N.d.a. 30. O sistema filosófico criado por Hegel, o hegelianismo, é tributário, de modo especial, da filosofia grega, do racionalismo cartesiano e do idealismo alemão, do qual representa o desfecho
e a realização mais complexa. A filosofia de Hegel é a tentativa de considerar todo o universo como um todo sistemático. Sobre Hegel, assinale a alternativa incorreta. a) Para Hegel haveria três formas de tratar da história, que a encaram diferentemente: a história original, a história refletida e a filosófica. b) Hegel opõe-se ao historicismo romântico. c) Hegel dá dignidade ontológica à contradição, bem como ao negativo. d) O compêndio do sistema de Hegel, a "Enciclopédia das Ciências Filosóficas", é dividida em três partes: Lógica, Natureza e Espírito. e) Nos trabalhos políticos e históricos de Hegel, o espírito humano objetiva a si próprio no seu esforço para encontrar um objeto idêntico a si mesmo. Texto II: É ciência da relação do conhecimento finalidade essencial da razão humana, que é a felicidade universal; portanto, a Filosofia relaciona tudo com a sabedoria, mas através da ciência. 31. O texto II refere-se à definição de Filosofia dada por: a) Augusto Comte b) René Descartes c) Thomas Hobbes d) Bertrand Russell e) Immanuel Kant Texto III: É a ciência universal que deve unificar num sistema coerente os conhecimentos universais fornecidos pelas ciências particulares. 32. O texto III refere-se à definição de Filosofia dada por: a) René Descartes b) Thomas Hobbes c) Augusto Comte d) Bertrand Russell e) Immanuel Kant 33. Filósofo da Grécia antiga destacou-se por procurar construir seus conceitos a partir de constatações das realidades do mundo observável, tendo deixado também contribuições propriamente científicas. Os antigos gregos, a partir dele, acreditavam que todas as coisas eram compostas a partir de quatro elementos: a Terra, o Fogo, a Água e o Ar. a) Aristarco b) Aristóteles c) Platão d) Ptolomeu e) Sócrates 34. Sobre Platão, assinale a alternativa incorreta. a) Em A República, em que analisa a política grega, a ética, o funcionamento das cidades, a cidadania e questões sobre a imortalidade da alma. b) Ele valorizava os métodos de debate e conversação como formas de alcançar o conhecimento. c) Afirmava também que a educação da mulher deveria ser diferente da educação aplicada aos homens. d) Platão distinguiu entre dois níveis de saber: opinião e conhecimento.
e) Platão aplica sua teoria a conceitos como beleza, justiça, bondade, entre outros. 35. Sobre O Príncipe de Maquiável, assinale a alternativa incorreta. a) Maquiavel começa O Príncipe descrevendo os dois principais tipos de governo: as monarquias e as repúblicas. b) Maquiavel defende que o príncipe deve procurar fazer coisas que o façam ser odiado, demonstrando força. c) Descreve as virtudes que em geral se pensa serem necessárias a um governante, concluindo que algumas «virtudes» levam os príncipes ao desaparecimento, ao passo que alguns «vícios» permitem-lhes sobreviver. d) Maquiavel nota que nós pensamos normalmente que o melhor para um governante é ter a reputação de ser generoso. e) Para o autor do Príncipe o melhor é o governante ter uma reputação de ser avarento. 36. Sobre Augusto Comte, analise as afirmativas a seguir: I. Foi um filósofo francês, fundador da Sociologia e do Positivismo. II. A filosofia positiva de Comte afirma que a explicação dos fenômenos naturais, assim como sociais, provenha de um só princípio. III. Comte instituiu uma sétima ciência, a Moral, cujo âmbito de pesquisa é a constituição psicológica do indivíduo e suas interações sociais. É correto afirmar que: a) I é a única correta. b) II não está correta. c) I está correta e III não está. d) II e III estão corretas. e) III é a única correta. 37. "Se queres prever o futuro, estuda o passado." Tal frase pertence a: a) Sócrates b) Confúcio c) Platão d) Aristóteles e) Séneca 38. A civilização grega surgiu entre os mares Egeu, Jônico e Mediterrâneo, por volta de 2000 AC. O mais antigo filósofo grego foi: a) Tales de Mileto b) Anaxímenes de Mileto c) Heráclito d) Pitágoras e) Zenão 39. A Filosofia Contemporânea teve como um de suas principais ciências criadas: a) A lingüística b) A astronomia c) A geografia d) A biologia e) A física Texto IV:
"As verdades que professamos acerca de Deus revestem uma dupla modalidade. Com efeito, existem a respeito de Deus verdades que ultrapassam totalmente as capacidades da razão humana. Uma delas é, por exemplo, que Deus é trino e uno. Ao contrário, existem verdades que podem ser atingidas pela razão: por exemplo, que Deus existe, que há um só Deus, etc. Estas últimas verdades, os próprios filósofos as provaram por meio de demonstração, guiados pela luz da razão natural". 40. Identifique a opção que não expressa verdade sobre Tomás de Aquino, autor da citação do texto IV. a) A primeira questão de que se ocupa Tomás de Aquino - na Suma Teológica, sua obra máxima - é a das relações entre a ciência e a fé, a filosofia e a teologia. b) Profundamente influenciado por Aristóteles, Tomás de Aquino sustenta que nada está na inteligência que não tenha estado antes nos sentidos, razão pela qual não podemos ter de Deus, imediatamente, uma idéia clara e distinta. c) Tomás diz que os seres finitos realizam todos determinados graus de perfeição, mas nenhum é a perfeição absoluta; logo, há um ser sumamente perfeito, causa de todas as perfeições, que é Deus. d) O homem, segundo Tomás de Aquino, não pode desejar o que conhece, porém deve desejar aquilo que for desconhecido. e) N.d.a.
11. A filosofia ocidental teve início com os pensadores anteriores a Sócrates, por isso chamados de pré-socráticos, dos quais a maioria viveu em colônias gregas distantes de Atenas; destes pensadores pode-se dizer que: A) Com os pré-socráticos a filosofia se constitui numa ciência particular e não mais no estudo da realidade total. B) A mitologia tradicional grega fazia parte das suas doutrinas. C) Pitágoras e os seus discípulos dedicaram-se ao estudo da política e recusaram a interferência da matemática no estudo da cosmologia. D) Heráclito defendeu s idéia de permanência substancial e constante do ser, contra a noção de devir. E) Os naturalistas, ou fisiólogos da Jônia, dedicavam-se sobretudo ao estudo do cosmo, e muitos deles buscavam o princípio constitutivo do mundo em algum de seus elementos: ar, água, terra, ou fogo. ___________________________________________ 12. A filosofia de Aristóteles caracterizava-se pela aliança de dois métodos: a capacidade de síntese e de organização de idéias, que se completava com a análise rigorosa e a definição de terminologia. Pela sua originalidade e relevância Aristóteles foi um dos grandes mestres da Filosofia, pelo que se pode dizer: A) Na Idade Média o aristotelismo foi uma das principais fontes de inspiração e orientação da Escolástica, particularmente de Tomás de Aquino. B) O pensamento de seu mestre Platão foi esquecido pela posteridade, pois foi totalmente absorvido nas doutrinas aristotélicas. C) O aristotelismo, em seu conjunto, foi a filosofia dominante em todo o Ocidente até Kant.
D) Apenas a Lógica de Aristóteles perdurou até hoje, sendo seus outros escritos perdidos ou esquecidos. E) Embora influente durante séculos Aristóteles não é mais estudado e sua obra é apenas um nome e um capítulo das Histórias da Filosofia. ___________________________________________ 13. Os filósofos pré-socráticos lançaram questões centrais sobre o problema do ser, do conhecer e da origem da natureza, do universo. Parmênides e Heráclito são duas referências importantes nesse início da filosofia ocidental que ocorreu na Grécia Antiga entre os séc. VII e V a.C. Qual é a principal diferença na forma de pensar entre Heráclito e Parmênides? A) Heráclito é dialético e Parmênides é analítico; B) Heráclito é platônico e Parmênides é aristotélico; C) Heráclito diz que os sentidos enganam e Parmênides valoriza os sentidos; D) Heráclito considera que tudo na natureza se transforma, pois todas as coisas estão em constante movimento e, portanto, conhecer é captar a mudança contínua. Já Parmênides concebe que conhecer é alcançar o idêntico, imutável; E) Para Heráclito ninguém consegue se banhar duas vezes no mesmo rio e para Parmênides todos "os banhos" são iguais. __________________________________________ 14. Sócrates inaugura o período clássico da filosofia grega, também chamado de período antropológico. O problema do conhecimento passou a ser uma problemática central na filosofia socrática, pois "a briga" de Sócrates com os sofistas tinha por objetivo resgatar o amor pela sabedoria e a valorização pela busca da verdade. Nesse contexto, Sócrates inaugura seu método que se fundamenta em dois princípios básicos, que são: A) A indução e dedução das verdades lógicas; B) A doxa e o lógos convergindo para o conceito racional. C) A ironia e a Maiêutica enquanto caminhos para conhecer a verdade através do auto-conhecimento (conhecer-te a ti mesmo). D) O diálogo e a dúvida dialética. E) A amizade e a justiça social. __________________________________________ 15. Nas alternativas abaixo marque a única que não poderia contemplar o pensamento de Aristóteles relativo à ética. A) "é impossível ensinar a virtude". B) "a virtude é um hábito". C) "há duas espécies de excelência: a intelectual e a moral". D) "em relação a todas as faculdades que nos vêm por natureza recebemos primeiro a potencialidade, e somente mais tarde exibimos a atividade". E) "os homens são bons ou maus construtores por construírem bem ou mal". ___________________________________________ 16. Em sua constatação de que "o homem é um animal político", Aristóteles cria paralelos para que possa ser melhor compreendido. Sobre tais analogias, observe com atenção as afirmações abaixo e, logo após, marque a alternativa que aprecia corretamente as ideias do referido filósofo. I. "aquele que é naturalmente um marginal ama a guerra e pode ser comparado a uma peça fora do jogo" II. "o homem é o único entre os animais a ter linguagem" III. "trata-se de uma característica do homem ser ele o único que tem o senso do bom e do mau, do justo e do injusto, bem como de outras noções deste tipo"
A) somente I e II estão corretas; B) somente I, II e III estão corretas; C) I e III estão incorretas; D) II e III estão incorretas; E) I, II e III estão incorretas; ___________________________________________ 17. Maria Lúcia de Arruda Aranha e Maria Helena Pires Martins na obra "Filosofando: introdução à Filosofia" desenvolvem um paralelo entre Sócrates e a própria filosofia, de onde advém as seguintes conclusões possíveis, exceto: A) A filosofia de Sócrates não ocorre em um "gabinete" e sim na praça pública, de onde se pode deduzir que a vocação da filosofia é política, pois pública. B) Sócrates é "subversivo" porque "desnorteia", perturba a "ordem" do conhecer e do fazer e, portanto, deve morrer. A filosofia pode ser assim "morta" quando tornada discurso do poder. C) Sócrates guia-se pelo princípio de que nada sabe e, desta perplexidade primeira, inicia a interrogação e o questionamento do que é familiar retirando o caráter dogmático que destrói a filosofia. D) Sócrates desperta as consciências adormecidas, mas não se considera um "farol" que ilumina; o caminho novo deve ser construído pela discussão, que é intersubjetiva, e pela busca criativa das soluções em que a filosofia apresenta-se como atitude diante de situações plurais. E) O conhecimento de Sócrates não é livresco, mas sim vivo e em processo de se fazer; o conteúdo é a experiência cotidiana. À filosofia cabe o papel dogmático. ___________________________________________ 18. Platão considera as opiniões e as percepções sensoriais, ou conhecimento das imagens das coisas, como fonte de erro, pois nunca alcançam à verdade plena. Considerando a alegoria do Mito da Caverna, utilizada por Platão no livro A República para elucidar suas concepções antropológica e epistemológica, é incorreto afirmar que: A) O Mundo Sensível é inferior ao Mundo Inteligível; B) O verdadeiro conhecimento é atingível pela razão; C) As sombras dos verdadeiros seres são o que os sentidos captam; D) A verdade essencial é conhecida através do conceito; E) O ser humano nunca se libertará das "prisões" a que está submetido por mais que lute e se esforce; ___________________________________________ 19. Agostinho de Hipona, mais conhecido como Santo Agostinho, foi, no Ocidente, a primeira e principal referência para a criação de uma filosofia com temática cristã, ou de uma filosofia que fundamente racionalmente a fé cristã. Dele é possível afirmar ainda que: A) Inspirou-se completamente na filosófica clássica grega e romana, sem modificar tais doutrinas. B) Na doutrina da iluminação Agostinho defende que é possível alcançar as verdades divinas pelo mero esforço das luzes da mente humana. C) A relação entre fé e razão mostra-se também na relação de submissão da ordem religiosa à ordem política. D) Ao dizer "creio para entender" Agostinho está colocando a vontade como diretriz da inteligência, a fim de orientar a razão na busca da verdade. E) Na busca da verdade Agostinho sempre quis ser antes de mais nada um filósofo, não um teólogo.
___________________________________________ 20. Maquiavel não era filósofo, era historiador e consultor político, mas suas ideias geralmente são consideradas não só como marcantes para o nascimento da ciência política, mas também das próprias questões que deram origem à filosofia política moderna e contemporânea, e particularmente no que se refere à natureza do poder, sobre o qual ele afirmou que: A) o soberanos deve cumprir apenas a vontade do povo, mesmo que isso prejudique a manutenção do poder em suas mãos. B) A Ética política é uma decorrência direta da moral individual. C) A razão de Estado, ou os interesses da República, é que devem determinar a atuação do governante. D) A política está sempre sujeita aos interesses religiosos. E) O ideal da República e do bem estar dos cidadãos deve estar acima da realidade das circunstâncias, sendo esse ideal o norteador da ação do príncipe. ____________________________________________ 21. Maquiavel em O Príncipe fornece elementos para uma nova ciência política a partir do contexto do renascimento nas cidades européias. Segundo ele não existe um fundamento anterior ou exterior à política, tais como Deus ou Natureza, mas toda cidade está dividida em dois desejos opostos: os poderosos com o desejo de oprimir e comandar e o povo com o desejo de não ser oprimido. Nessa perspectiva, do realismo político, Maquiavel defende que: A) O verdadeiro Príncipe é aquele que sabe tomar e conservar o poder; B) A finalidade da política é a divisão do povo; C) Os poderosos são quem devem eleger o Príncipe; D) O poder deve ser negociado democraticamente com todas as partes; E) O líder político precisa unir a cidade superando os desejos opostos. ___________________________________________ 22. Galileu Galilei realizou estudos em diferentes campos da pesquisa, conforme os definimos atualmente e, assim, consagrou-se como uma espécie de instituidor das bases que norteariam a chamada Ciência Moderna. Nas passagens abaixo estão postos alguns dos pensamentos de Galileu e um nome generalizado a cada uma dessas ações. Relacione as colunas de forma a "ligar" o posicionamento à respectiva denominação. 1. Infinito. 2. A relatividade do movimento. 3. A busca das causas. 4. O livro da natureza está escrito com signos matemáticos. 5. O conhecimento do homem e o conhecimento de Deus. ( ) "...a faculdade de entender pode considerar-se de duas maneiras, isto é, intensivas ou extensivas; e que extensivas, isto é, em relação com a multidão das coisas inteligíveis que são infinitas, o intelecto humano é como nulo, mesmo quando entende bem mil proposições, pois mil aspectos do infinito é como zero; mas, considerando o entender "intensivo", enquanto este termo representa intensivamente, isto é, perfeitamente, alguma proposição, digo que o intelecto humano entende algumas tão perfeitamente e tem a respeito delas certeza tão absoluta como a tem a própria Natureza". ( ) "...assim como os produtos se chamam quadrados, os que os produzem, ou seja os que se multiplicam, se chamam lados ou raízes. Conseqüentemente, os outros que não nascem de
números multiplicados por si mesmos, não são quadrados. De onde, se eu dissesse que todos os números, incluindo os quadrados e os não quadrados, são mais que os quadrados, terei enunciado uma proposição realmente verdadeira". ( ) "...uma bola de chumbo vai ao fundo; laminada e com forma de bacia, já não vai mais ao fundo... É evidente que o resultado não é o fruto da forma ou da figura, pois essa mesma bacia, cheia d?água, mantém sua figura e no entanto vai ao fundo; nem é o ar que ela contém, já que, removido, também vai ao fundo. ...não é a figura que fará descer ou não, já que a mesma figura ora desce ora não...". ( ) "O que acontece em concreto da mesma forma ocorre em abstrato; e seria uma coisa insólita se os cômputos e os raciocínios feitos em números abstratos não correspondessem, depois, às moedas de ouro e de prata e às mercadorias em concreto". ( ) "O movimento enquanto é movimento e como movimento atua, está em relação com as coisas de que carece; mas, entre as coisas que todos participam igualmente, nada ocorre e é como se não existisse". A legenda que contempla horizontalmente de cima para baixo classificando corretamente a relação proposta acima é: A) 1, 5, 4, 3 e 2 B) 5, 1, 3, 4 e 2 C) 4, 3, 5, 1 e 2 D) 3, 4, 1, 5 e 2 E) 1, 3, 5, 4 e 2 ___________________________________________ 23. Hobbes escreveu sua sobras sob inspiração das doutrinas do empirismo britânico; sua concepção de Estado, como um grande corpo, o Leviatã, foi sua contribuição mais conhecida para a modernidade; essa contribuição consistiu em: A) O Estado Leviatã é uma forma inevitável e natural de associação que traz em si mesma a opressão junto com a libertação e a salvação do cidadão. B) O contrato social que conduz à soberania do Estado só se justifica pela sua origem e sanção divinas. C) A soberania total do povo na constituição do Estado leva ao poder popular total, ou à verdadeira anarquia. D) Na conclusão da obra do Leviatã Hobbes defende a tutela da Igreja sobre o Estado. E) Definir o ser humano como potencial inimigo (lobo) do seu semelhante, obrigando à realização de um contrato social para a mútua sobrevivência. ___________________________________________ 24. "...não basta ter o espírito bom: o essencial é aplicá-lo bem". "Toda ciência é um conhecimento certo e evidente; e o que duvida de muitas coisas não é mais sábio do que o que nunca pensou nelas...". "...entre as disciplinas conhecidas só a aritmética e a geometria estão isentas de todo o engano ou incerteza, vamos examinar com maior cuidado a razão disto, observando que podemos chegar ao conhecimento das coisas por dois caminhos, a saber a experiência e a dedução". As três passagens acima foram retiradas da obra de um importante pensador moderno, a constar: A) Galileu Galilei; B) Emanuel Kant; C) Nicolau Copérnico; D) René Descartes;
E) George Berkeley; ___________________________________________ 25. Francis Bacon é um dos filósofos modernos que mais contribuiu para a teoria do conhecimento assumir o lugar central do pensamento moderno. Em sua obra Novum Organum, aprofunda a investigação sobre a capacidade humana para o erro e a verdade. Uma das grandes contribuições de Bacon é sua formulação sobre a teoria da indução, a qual a partir de sua obra ganha uma eficácia e amplitude maior no debate sobre o método nas ciências modernas. O principio da INDUÇÂO requer que: A) Se articule razão com sentimentos e emoções; B) O estudo priorize o referencial teórico; C) Todo conhecimento parte da experiência da realidade, a partir da observação direta dos objetos de estudo; D) O método científico parta do conceito universal; E) O conhecimento deve partir do universal para chegar ao particular. ___________________________________________ 26. Aquilo que tradicionalmente pode ser definido como Ciência Moderna e que tem vínculos nas propostas de interpretação científica desenvolvida por Galileu Galilei possui, também na filosofia seus expoentes. Respeitadas as particularidades axiomáticas de cada um desses pensadores, marque a única alternativa que não contempla o nome de um representante do período filosófico conhecido como Filosofia Moderna. A) Francis Bacon; B) René Descartes; C) Karl Marx; D) Isaac Newton; E) Gottfried Wilhelm Leibniz; __________________________________________ 27. Emanuel Kant ocupa espaço singular nas discussões sobre o tema "Estética". Abaixo encontram-se algumas apreciações simplificadas envolvendo essa "disciplina". Aponte aquela definição que melhor se encaixa no pensamento kantiano referente ao assunto. A) Para saber o que há de verdadeiramente belo nesta terra é necessário primeiro fazer o vazio mental e limpar o espírito de tudo o que ele contém de inexato ou de insuficiente. B) O Belo é o arranjo estrutural de um mundo encarado no seu melhor aspecto. Não se trata tanto de ver os homens como eles são, mas de os ver como deveriam ser. C) A Beleza é formal, pois somente é belo o que é objeto de prazer universal, isto é, a beleza é um predicado do juízo que o homem junta a um objeto quando este convida para o livre jogo de uma contemplação desinteressada. D) O Bom é o homem sério que resolve tudo em casa; a Beleza é a sua esposa florescente, o Agradável é o bebê, todo ele sentidos e jogos, o Útil é o criado que contribui com o trabalho manual, o Verdadeiro é o preceptor da família: ele dá a vista ao Bem, a mão ao Útil e apresenta um espelho à Beleza. E) O Belo não é uma dádiva ao nível da vida. Não existe no mundo terrestre. Está acima e para além do mundo. ___________________________________________ 28. A teoria do conhecimento de Kant revolucionou a concepção da relação entre a mente e a realidade, o que influiu também na sua doutrina sobre outras questões, inclusive a ética; desta podemos dizer que:
A) A moral de Kant não se opõe, antes aperfeiçoa a "moral do coração" de Rousseau. B) A razão prática, que estabelece e define a moral, está na origem do exercício da liberdade. C) O imperativo categórico não estabelece o dever, mas é apenas uma das muitas formas da lei moral interior. D) A consciência individual é algo transcendental, que não tem nada a ver com a descoberta a lei moral universal no indivíduo. E) A razão que fundamenta a moral não é pura nem universal, antes variável conforme as culturas e sociedades. ___________________________________________ 29. Kant revela na crítica da Razão Pura que a leitura da obra de Hume o despertou de um sono dogmático. A partir de Hume, que questiona sobre os limites e possibilidades do ser humano conhecer a verdade. Kant inaugura uma verdadeira Revolução Copernicana se debruçando sobre o estudo das faculdades humanas voltadas para o conhecimento. A revolução copenicana de Kant consiste basicamente em que? A) Na transição do método dedutivo para a indução; B) Na investigação sobre as diferenças entre a razão, os sentimentos e as emoções; C) No estudo sobre a metafísica tradicional; D) Na investigação transcendental, ou seja, no estudo racional sobre a verdadeira capacidade humana para conhecer; E) Na crítica sobre os autores da ciência medieval; ___________________________________________ 30. O positivismo de Augusto Comte foi, no século XIX, uma forma de reagir teoricamente à influência das ciências e de oferecer uma fonte de inspiração filosófica para a organização da sociedade, e deste modo: A) Como doutrina científica da sociedade o positivismo aproximou-se do marxismo, com o qual muitos de seus seguidores se identificaram. B) Como ideal político o positivismo notavelmente muitos republicanos brasileiros, particularmente no Sul do País. C) Na teoria dos três estágios da história da humanidade Comte considerava que caminhamos em direção a uma sociedade totalmente regida pela religião e a mitologia. D) Em termos gerais a influência do positivismo foi muito maior na Física e na Biologia do que na Sociologia. E) A religião da humanidade, que Comte propôs, era perfeitamente espiritual, acreditando no sobrenatural e na imortalidade da alma, sem práticas rituais nem cerimônias. __________________________________________ 31. Em sua obra o Existencialismo é um humanismo, Sartre defende as principais teses do seu pensamento filosófico pautado no existencialismo. Segundo ele, pode-se afirmar que em termos de concepção antropológica o ser humano está condenado a ser livre, fazer escolhas, e, portanto, escolher seu próprio destino por uma razão básica, que se contrapõe à filosofia tradicional. Tal razão básica para o existencialismo implica em: A) Conceber que toda pessoa tem uma essência a realizar desde quando nasce; B) Que a existência precede à essência e, por isso o ser humano não está pré-determinado a nada; C) Aceitar que o projeto de vida é definido pelo contexto social; D) Que o ser humano não pode mudar seu destino; E) Compreender a vida humana em sua finitude enquanto ser para a morte. ___________________________________________
32. Embasados no estudo realizado por Sandro Luiz Bazzanella, aqui naturalmente alterado para atender a necessidade da presente avaliação, solicitamos que assinale "V" para verdadeiro e "F" para falso nas proposições envolvendo o tema "Nietzsche e o Niilismo" e, logo após, marque a alternativa que contenha a ordem correta verticalmente e considerada de cima para baixo. ( ) O niilismo em Nietzsche assume contornos de denúncia do vazio de sentido começando pelo desmascaramento de Deus, de suas verdades e essências, como demiurgo ordenador do universo, do mundo e da vida. ( ) O niilismo anunciado por Nietzsche apresenta-se como única saída do homem ocidental, onde a vontade de vida apresenta-se em sua multiplicidade de situações e opções, manifestando-se e assumindo-se a si mesma como participante ativa do jogo das forças fisiológicas e cosmológicas. ( ) Na visão nietzschiana captar o que significa niilismo exige que o pensemos em processo, como manifestação do desenrolar histórico da existência, do passado, do presente e do futuro existencial humano. ( ) Em Nietzsche a característica marcante do primeiro momento do niilismo (passivo) da ocidentalidade seria a passividade do homem frente a dinâmica da vida, da existência. ( ) Para Nietzsche é com Santo Agostinho que o niilismo começa a se estabelecer, quando o filósofo contribui eficazmente para que a vontade de vida comece a ser amordaçada. A) V,V,F,V e F B) V,F,F,F e V C) F,V,V,F e F D) F,F,V,V e V E) V,V,V,F e F ____________________________________________ 33. Marx e Engels operaram uma grande virada na filosofia ao dirigir sua atenção para a situação miserável das classes trabalhadoras, e ao fornecer instrumentos intelectuais de análise e interpretação da sociedade, capazes de modificála; entre esses instrumentos estão: A) A aceitação e ampliação do idealismo de Hegel. B) A definição do indivíduo por si mesmo, pela sua autonomia, e não pelas suas relações sociais. C) O materialismo dialético, que afirma que sociedades e culturas são determinadas pelas suas condições materiais. D) A definição da relação entre economia e sociedade, excluindo as forças produtivas da questão do modo de produção. E) A doutrina da luta de classes como motor secundário da História, subordinado ao plano oculto da natureza. ___________________________________________ 34. O existencialismo foi uma corrente de pensamento que fez do homem efetivamente existente o centro e o núcleo das questões filosóficas, e o ponto de partida para a Ontologia; um dos seus mais conhecidos criadores e pensadores, o francês Jean Paul Sartre, A) Rejeita toda e qualquer dependência da filosofia de Heidegger. B) Não aceita a metodologia fenomenológica e prefere um discurso filosófico mais próximo do dramático. C) Considera que a existência de Deus é a garantia da plena liberdade humana.
D) Define o ser humano como um ser em projeto, inacabado, que se completa nas suas relações de solidariedade com os outros. E) Argumenta que a essência do ser para si é sua própria existência. ___________________________________________ 35. "Nós temos por testemunho as seguintes verdades: todos os homens são iguais: foram aquinhoados pelo seu Criador com certos direitos inalienáveis e entre esses direitos se encontram o da vida, da liberdade e da busca da felicidade. Os governos são estabelecidos pelos homens para garantir esses direitos, e seu justo poder emana do consentimento dos governados". Essa passagem retirada de um conhecido documento público reflete principalmente as idéias de um grupo pautado pelo pensamento do: A) Anarquismo B) Comunismo C) Socialismo D) Liberalismo E) Totalitarismo ____________________________________________ 36. Segundo Husserl, a fenomenologia constitui-se em um novo começo da filosofia a partir da volta às coisas elas mesmas. O projeto de Husserl requer uma atitude radical a partir do retorno ao estudo da consciência, começando pela análise transcendental das estruturas constitutivas desta. Assim, a consciência, segundo a fenomenologia de Husserl, é: A) Intecionalidade, pois toda consciência é "consciência dá", que visa alguma coisa, dirige-se para algo; B) Mera representação da realidade; C) A alma do ser humano; D) Uma construção da sociedade para com o indivíduo; E) O reflexo do corpo humano. ___________________________________________ 37. Habermas figura como um dos filósofos mais discutidos na atualidade através da Teoria da Ação Comunicativa, que busca inspirar uma Nova Teoria Crítica. Ele, enquanto herdeiro da Escola de Frankfurt, dialoga com as perspectivas dialética e fenomenológica, buscando fundamentar a Ética do Discurso na teoria do agir comunicativo. Nessa direção, Habermas nos remete para a necessidade de construir uma nova racionalidade, mais ampla e radicalmente critica, que ele denomina de racionalidade ético-comunicativa. Nessa perspectiva de Construção da Razão Comunicativa, Habermas concebe que a exigência primeira é: A) A realização da Époche, colocando toda percepção do mundo natural em suspenso; B) A mudança do paradigma transitando da filosofia da consciência para o paradigma da linguagem; C) O resgate da ética cristã, pautada na justiça e igualdade social; D) Praticar a rivalidade de posições para vencer o argumento mais forte; E) A disputa de teses contrárias para acirrar os conflitos; ___________________________________________ 38. Perry Anderson indica três elementos de um pósneoliberalismo possível: 1- os valores; 2- a propriedade e; 3- a democracia. Relacione esses subsídios com as respectivas definições abaixo e depois marque a alternativa que contenha a seqüência vertical de cima para baixo.
( ) Não é um valor supremo segundo as ideias neoliberais; ao contrário, é um instrumento falível, que facilmente pode tornarse excessivo e de fato se tornou. ( ) Aqui se consagrou a cruzada neoliberal antisocialista, mas é onde, a exemplo da China, há experiências criativas que demonstram certo dinamismo no mundo contemporâneo. ( ) Ressalta-se o princípio da igualdade como o critério central de qualquer sociedade verdadeiramente livre. Igualdade não no sentido de uniformidade, mas, ao contrário, a única autêntica diversidade. A) 1, 2, e 3 B) 3, 2 e 1 C) 1, 3 e 2 D) 2, 3 e 1 E) 2, 1 e 3 ___________________________________________ 39. O mundo atual é uma realidade multiforme e complexa que tem inspirado muitos filósofos a debruçar-se sobre as questões que são colocadas às sociedades, com variedade de posições e criatividade, num leque de opções que pode assim definir-se: A) Apesar de sua importância as questões ambientais não têm captado a atenção dos filósofos. B) Em questões políticas a grande maioria dos filósofos atuais defende os regimes fortes e as ditaduras. C) A globalização contribuiu para dar ao pensamento oriental, nomeadamente às doutrinas tradicionais indianas e chinesas, ascendência dominante sobre a filosofia ocidental. D) No que se refere à Bioética todos os problemas morais devem ser decididos pelas ciências médicas sem recurso à filosofia. E) As grandes "escolas" ou tendências doutrinárias do século XX, como neo-escolástica, existencialismo, e marxismo cederam lugar a outras tendências e teorias, mas não desapareceram. ___________________________________________ 40. Segundo os princípios da ética: Direito à Vida, Liberdade e Consciência responsável, o fundamento primeiro para avaliar as práticas morais inerentes à vida em sociedade é a vida. O valor maior de tudo o que temos está no direito à vida digna, que deve ser respeitado incondicionalmente. Se partirmos desse princípio - a vida - podemos avaliar que as práticas do aborto, eutanásia, eugenia, tráfico de bebês e de órgãos humanos são práticas anti-éticas por que: A) Vão contra a moral e os princípios cristãos; B) Produzem a morte de pessoas inocentes e indefesas; C) Ferem o princípio ético por excelência - do direito à vida digna para todos; D) Causam graves problemas e injustiças sociais; E) Alimentam a violência contra a sociedade, principalmente aos mais pobres. ___________________________________________
QUESTÃO 24 Analise as afirmativas. I. O termo filosofia foi criado por Pitágoras. II. Sócrates escreveu "Os feitos e Ditos Memoráveis". III. Para Epicuro o objetivo da vida feliz é o prazer.
IV. Para Platão, assim como para Sócrates, a práxis não pode ser desvinculada da ética nem do conhecimento. Com base nas afirmativas, assinale a alternativa correta. a. Apenas III e IV estão corretas. b. Apenas I, II e III estão corretas. c. Apenas I, III e IV estão corretas. d. Apenas II está correta. e. Todas estão corretas. QUESTÃO 25 Em meados do século V, em Atenas, um grupo de intelectuais escandalizou os filósofos da época ao fazer do saber profissão, oferecendo aulas de retórica e de eloquência aos jovens da classe dirigente que pretendiam dedicar-se à carreira política. Como se chamou esse grupo? a. Eleatas. b. Monistas. c. Pitagóricos. d. Sofistas. e. Socráticos. QUESTÃO 26 A primeira grande formulação do princípio da contradição se encontra entre as teses defendidas pelos Eleatas sobre o ser, que é a seguinte: "o ser não pode não ser, o não ser não pode ser e o devir não existe". Qual filósofo a defendeu? a.Platão. b.Parmênides de Eléia. c.Pitágoras de Samos. d.Pródico de Céos. e.Protágoras de Abdera. QUESTÃO 27 O processo que leva à formação dos conceitos não nasce da experiência. Não se formula a ideia de cavalo observando muitos cavalos. É a alma que conhece as coisas recuperando a lembrança. Conhecer é recordar. O filósofo que defendeu essa tese chama-se: a.Augusto Comte. b.Aristóteles. c.Sócrates. d.Karl Marx. e.Platão. QUESTÃO 28 Relacione as colunas. I Coluna I. Aristóteles. II. Aurélio Agostinho. III. Tomás de Aquino . IV. Platão. V. Sócrates. II Coluna ( ) Sei que nada sei. ( ) Crer para entender. ( ) Ato e potência. ( ) Entender para Crer. ( ) Doxa e Episteme. Assinale a alternativa que contém a sequência correta. a. V, II, I, III e IV.
b. II, I, III, IV e V. c. V, II, III, IV e I. d. V, I, II, IV e III. e. II, I, V, III e IV. QUESTÃO 29 Analise as afirmativas. "Se Deus não existe, há pelo menos um ser no qual a existência precede a essência: este ser é o homem." "[...] o homem existe, encontra a si mesmo, surge no mundo e só posteriormente se define." "[...] o homem está condenado a ser livre. Condenado porque não criou a si mesmo, e como, no entanto é livre, uma vez que foi lançado no mundo é responsável pelo que faz." "O homem é o futuro do homem." As afirmativas compõem o núcleo filosófico de qual filósofo contemporâneo? a.Theodoro W. Adorno. b.Jürgen Habermas. c.Jean-Paul Sartre. d.Edgar Morin. e.Zygmunt Bauman. QUESTÃO 30 Relacione os au tor es (Coluna I) com suas obras (Coluna II). I Coluna I. Erasmo de Rotterdam. II. Nicolau Maquiavel. III. Michel de Montaigne. IV. Tomás Morus . V. Tomás Campanella . II Coluna ( ) Utopia. ( ) Elogio à Loucura. ( ) A cidade do Sol. ( ) O Príncipe. ( ) Ensaios. Assinale a sequência correta. a. III, II, I, IV e V. b. II, I, III, IV e V. c. I, II, III, IV e V. d. IV, I, V, II e III. e. V, II, I, III e IV. QUESTÃO 31 A Filosofia oferece resposta à seguinte questão: a razão é algo próprio do ser humano ou adquirida pela experiência? Uma das possíveis respostas é a de que o homem, ao nascer, traz, em sua inteligência, não só os princípios racionais, mas também algumas ideias verdadeiras. A resposta acima corresponde a qual perspectiva filosófica? a. Inatismo. b. Fenomenologia. c. Existencialismo. d. Empirismo. e. Estruturalismo. QUESTÃO 32 "Não é Deus quem cria o homem, mas o homem quem cria Deus.
Deus é criação da mente. Deus é a objetivação da razão humana." Qual filósofo formulou a máxima acima? a.Karl Marx. b.Friedrich Nietzsche. c.Arthur Schopenhauer. d. Jean-Paul Sartre. e.Ludwing Feuerbach. QUESTÃO 33 Relacione os a utores (Coluna I), com suas máximas (Coluna II). Coluna I 1.Francis Bacon 2.Jonh Locke 3.Plauto e Thomas Hobbes 4.René Descartes 5.Augusto Comte Coluna II ( ) "Penso logo existo". ( ) "Saber é Poder". ( ) "A mente é uma folha em branco". ( ) "O homem é o lobo do homem". ( ) "Ordem e Progresso". Assinale a alternativa que contém a sequência correta. a. 5, 2, 3, 1 e 4. b. 4, 1, 2, 3 e 5. c. 1, 2, 3, 4 e 5. d. 4, 1, 5, 2 e 3. e. 5, 1, 2, 3 e 4. QUESTÃO 34 "O anúncio da morte de Deus indica o progressivo desaparecimento na cultura do homem moderno de todas as filosofias, religiões, ou ideologias que no passado exerciam a tarefa de iludi-lo e consolá-lo. O Super-homem, aquele que é capaz de suportar psicologicamente esse evento, não necessita mais de ilusões tranquilizadoras porque com o espírito dionisíaco aceita a vida com o seu caos intrínseco e ausência de sentido". (In: NICOLA, Ubaldo. Antologia ilustrada de Filosofia: das origens à idade moderna. São Paulo: Globo, 2005, p.413). A qual filósofo essa reflexão pode ser associada? a.Karl Marx. b.Arthur Schopenhauer. c.Friedrich Nietzsche. d.Jean-Paul Sartre. e.Friedrich Engels. QUESTÃO 35 "[...] um vasto e heterogêneo movimento de pensamento surgiu em meados do século XIX na França e depois se difundiu por todo o Ocidente até tornar-se a tendência hegemônica da cultura do fim do século. Suas características foram a confiança otimista na ciência e no progresso tecnológico, ao lado de uma forte polêmica contra a filosofia tradicional". (In: NICOLA, Ubaldo. Antologia ilustrada de Filosofia: das origens à idade moderna. São Paulo: Globo, 2005, p.393). Esse movimento filosófico privile giou cinco ciências: a Astronomia, a Física, a Química, a Biologia e a Sociologia.
Assinale a alternativa que corresponde à corrente filosófica abordada. a.Positivismo. b.Marxismo. c.Pragmatismo. d.Fenomenologia. e.Idealismo. QUESTÃO 36 Analise as afirmativas. I. No mundo inteligível de Platão encontrase o doxa, o finito, o devir e o não ser. II. Maiêutica é o método de investigação de Sócrates. Ele jamais fornecia soluções a seus questionamentos. III. A poesia teve importância fundamental para a formação espiritual do homem grego. Ela antecipou o gosto pela harmonia, pela proporção e pela justa medida. IV. A sofia só é possível aos deuses, os homens somente se aproximam da sofia através da filo. Com base nelas, assinale a alternativa correta. a. Apenas I e IV estão corretas. b. Apenas II, III e IV estão corretas. c. Apenas I, III e IV estão corretas. d. Apenas I está correta. e. Todas estão corretas. QUESTÃO 37 Dependendo do projeto educativo adotado no país, foi dado maior ou menor espaço para a Filosofia na grade curricular das escolas. Em qual período histórico a Filosofia esteve ausente na educação escolar brasileira? a.Da Primeira República ao golpe civil militar de 1964. b.Do período colonial até a República. c.No período da "Redemocratização" política do país pós -1980. d.Do período colonial até a aprovação da Resolução n° 03/1998. e.No período ditatorial, pós -1964. QUESTÃO 38 As Diretrizes Curriculares para o Ensino Médio foram aprovadas e homologadas, respectivamente, por quais instâncias governamentais? a.Aprovadas pela Câmara de Educação Básica do Conselho Nacional de Educação e homologadas pelo Ministério da Educação. b. Aprovadas pelo Conselho Nacional de Educação da Câmara de Educação Básica e homologadas pelo Ministério da Educação. c. Aprovadas pelo Ministério da Educação e homologadas pela Câmara de Educação Básica do Conselho Nacional de Educação. d. Aprovadas pelo Ministério da Educação e homologadas pelo Conselho Nacional de Educação da Câmara de Educação Básica. e. Aprovadas e homologadas pelo Conselho Nacional de Educação. QUESTÃO 39 Analise os enunciados.
I. "Não é a consciência do homem que determina o seu ser, mas pelo contrário, o seu ser social é que determina sua consciência." II. "Nenhuma formação social desaparece antes que se desenvolvam todas as forças produtivas que ela contém, e jamais aparece relação de produção novas e mais altas antes de amadurecerem no seio da própria sociedade antiga as condições materiais para sua existência." III. "O ser dos homens é o seu processo de vida real." IV. "Todos os movimentos históricos têm sido, até hoje, movimentos de minorias ou em proveito de minorias." V. "[...] toda a história tem sido uma história de lutas de classe [...]". Qual (is) do( s) enunciados acima é (são) reflexão (ões) de Karl Marx? a.Apenas V está correta. b.Apenas I, III e V estão corretas. c.Apenas III, IV e V estão corretas. d.Apenas a IV está correta. e.Todas estão corretas. QUESTÃO 40 Na idade contemporânea, o discurso filosófico diversificou-se, tomando várias direções. Uma delas é a Fenomenologia que se apresenta de vários modos. I.Não como um novo sistema filosófico, mas como um método aplicável aos mais diferentes campos do conhecimento. II. Como um exercício que o sujeito realiza sobre si mesmo, com o fim de levar as ideias lógicas, os conceitos e as leis à clareza e distinção do ponto de vista gnosiológico. III. Como uma forma de crítica ao cientificismo. Uma tentativa de superação empirista e racionalista, que entendia o sujeito como um ser distinto da realidade e separado do mundo. Com base nas afirmativas, assinale a alternativa correta. a. Apenas I e II estão corretas. b. Apenas III está correta. c. Apenas II está correta. d. Apenas II e III estão corretas. e. Todas estão corretas. QUESTÃO 41 Leia atentamente os enunciados. I. As competências, consideradas indispensáveis para o ensino médio, foram fixadas pela Lei nº 03/1998, da Câmara de Educação Básica do Conselho Nacional de Educação. II. Os alicerces, que dão sentido a área de Ciências Humanas e suas Tecnologias, dos Parâmetros Curriculares Nacionais do Ensino Médio, são: aprender a conhecer; aprender a fazer; aprender a conviver e aprender a ser. III. O ensino de Filosofia pode envolver conhecimentos de Psicologia, Política e Direito. IV. O currículo do ensino médio estabelece a divisão do conhecimento escolar em três áreas, a saber: Linguagem, Código e suas Tecnologias; Ciências da Natureza, Matemática e suas Tecnologias e Ciências Humanas e suas Tecnologias. Com base na leitura, assinale a alternativa correta. a.Apenas IV está correta. b.Apenas III e IV estão corretas. c.Apenas II, III e IV estão corretas. d.Apenas I e IV estão corretas. e.Todas estão corretas.
QUESTÃO 42 "A razão humana não é somente razão teórica, ou seja, capaz de conhecer, mas também razão prática, capaz de determinar a vontade e a ação moral. Trata-se, portanto, de mostrar que a razão é suficiente por si só (sem o auxílio de impulsos sensíveis) para mover a vontade porque apenas neste caso podem existir princípios morais válidos sem exceção para todos os homens, ou seja, leis morais universais". (In: REALE, Giovani. História da Filosofia: De Spinosa a Kant, v.4 São Paulo: Paulus, 2003, p.376). Essas afirmações correspondem às reflexões filosóficas de qual pensador? a. Jean-Jacques Rousseau. b. David Hume. c. Benedito Spinosa. d. Thomas Hobbes. e. Immanuel Kant. QUESTÃO 43 Considerando o núcleo da reflexão filosófica de Platão, leia os enunciados. I. Platão propõe a organização ideal do Estado segundo sua compreensão ontológica e ética do mundo e da vida. II. Para Platão o Estado deve garantir a harmonia para que todos os cidadãos possam purificar sua alma e chegar à sabedoria, que é o caminho do retorno ao mundo das essências, ao mundo divino. III. À semelhança da alma humana, Platão organizou o estado em duas classes - dos artesões e dos filósofos. IV. Para que reine a paz e a harmonia no Estado, segundo Platão, cada classe deve realizar o seu papel, todas agindo em vista do mesmo fim: o bem e a justiça. Com base nos enunciados, assinale a alternativa correta. a. Apenas III está correto. b.Apenas II e IV estão corretos. c.Apenas IV está correto. d.Apenas I, II e IV estão corretos. e.Todos estão corretos. QUESTÃO 44 As primeiras filosofias buscavam uma explicação exclusivamente natural para os fenômenos naturais. Aqueles que filosofaram pela primeira vez, também conhecidos como filósofos da "physis", buscaram o princípio de todas as coisas. Aquilo de que todos os seres são constituídos. Sustentáculo permanente de todas as coisas. Uma realidade que se conserva sempre. "O arché é o princípio, aquilo que permanece na transformação." Entretanto, os primeiros filósofos não estiveram de acordo quanto à espécie de tal princípio. Qual das alternativas corresponde corretamente ao filósofo e a seu arché? a.Tales de Mileto - A água; Anaxímenes de Mileto - O ar; Empédocles de Agrigento - O ar, a água, a terra e o fogo. b. Zenão de Eléia - As homeomerias; Anaxímenes de Mileto - O ar; Demócrito de Abdera - O átomo e o vazio. c. Tales de Mileto - A água; Anaxímenes de Mileto - O ar; Anaxágoras de Clazômenas - O fogo.
d. Empédocles de Agrigento - O ar, a água, a terra e o fogo; Zenão de Eléia - As homeomerias; Anaxágoras de Clazômenas - O fogo. e. Demócrito de Abdera - O átomo e o vazio;Zenão de Eléia As homeomerias; Anaxágoras de Clazômenas - O fogo. QUESTÃO 45 "Nós somos e não somos, porque, para ser aquilo que somos em determinado momento devemos não-ser-mais aquilo que éramos no momento anterior, do mesmo modo, para continuarmos a ser devemos continuamente não-ser-mais aquilo que somos em cada momento. [...] O devir ao qual tudo está destinado caracteriza-se por contínua passagem de um contrário ao outro: as coisas frias se aquecem, as quentes se esfriam, o vivo morre, mas daquilo que está morto renasce outra vida jovem, e assim por diante. Há, portanto guerra perpétua entre os contrários que se aproximam. Mas, como toda coisa só tem realidade precisamente no devir, a guerra (entre os opostos) se revela essencial". (In: REALE, Giovanni; ARTISERI, Dário. História da Filosofia: Filosofia pagã antiga, v. 1. São Paulo: Paulus, 2003, p.23). Reflita sobre o enunciado e assinale a alternativa correta. a.O texto faz referência ao niilismo - teoria filosófica que se fundamenta na admissão de que o ser não existe e, portanto, o nada existe. b.O texto faz referência à doutrina da "harmonia dos contrários", de Heráclito de Éfeso. c. O texto faz referência à mônada, unidade de medida da força viva, de Gottfried Wilhelm Leibniz. d. O texto faz referência à doutrina da "harmonia dos contrários", de Thomas Hobbes. e. O texto faz referência ao princípio de identidade, de Johann Gottlieb Fichte. QUESTÃO 46 Analise as afirmativas. I. Nos anos que intercorreram entre Copérnico e Newton, mudaram-se as ideias sobre a ciência, sobre o trabalho científico, sobre as relações entre ciência e sociedade e entre o saber científico e a fé religiosa. II. Na ciência moderna há a presença da tradição mágica e da hermética, de acordo com a historiografia recente e mais atualizada. No curso da revolução científica, alguns temas e ideias de magia se tornaram funcionais para o desenvolvimento da ciência moderna. III. O traço mais característico da ciência moderna é a ideia de método e, mais especificamente, de método hipotéticodedutivo. A ciência torna -se experimental. Com base na análise, assinale a alternativa correta. a. Apenas I e II estão corretas. b. Apenas II e III estão corretas. c. Apenas a I está correta. d. Apenas a II está correta. e. Todas estão corretas.
33. O ensino e a aprendizagem em filosofia é uma atividade que implica uma dimensão de (A) criação: criação de conceitos. (B) repetição: memorização de categorias. (C) procedimentos: aprendizagem de análises de como fazer. (D) criação: produção de textos. (E) repetição: questionamentos já realizados por diversos filósofos sobre: "quem sou eu"? 34. Os docentes definem o ensino da filosofia como o momento de construção de conhecimentos por meio da interação professor-aluno. Um fator considerável que o professor não deve desvalorizar, é a opinião que cada estudante tem de determinado assunto, portanto, (A) a aula deve ser uma "enxurrada" de conteúdos. (B) a dialogicidade na sala de aula precisa ser construída. (C) a filosofia pode ser ensinada, o que não se pode é ensinar a filosofar. (D) há idéias dos alunos que são incoerentes, e neste caso, não podem ser valorizadas. (E) a aula de filosofia é o momento de doutrinar os jovens. 35. A escola "Guilherme de Almeida", de acordo com a proposta de reorganização curricular pós 1996 declarou, numa frase, o propósito do seu projeto de Filosofia, a saber: (A) Estimular os alunos a aceitar tudo como definitivo e pronto. (B) Ler e escrever como conteúdo específico da Filosofia e não conteúdo procedimental. (C) Estimular o jovem a pensar e a falar com liberdade. (D) A arte do fazer. (E) A partilha de idéias, que ensina cada um a perder uma coisa para ganhar outra. 36. A filósofa Terezinha Rios mostra que as utopias nos fazem caminhar, e que só há diálogo nas diferenças. Os filósofos têm em comum com as crianças o fato de serem (A) "calados", reflexivos capazes de aceitar explicações mesmo sem compreender os temas. (B) "enxeridos," tudo querem saber e exigem explicações prolongadas e minuciosas. (C) "cabeçudos," idéias fixas. Quando defendem uma idéia não aceitam a existência de outras maneiras de pensar. (D) "perguntadeiros", não admitem respostas definitivas. Não querem apenas explicações, querem compreender. (E) "barulhentos" semelhantes a um bando de latas que rolam a ladeira abaixo, num movimento aparentemente caótico. 37. "Uma aula ou uma palestra não é algo que se dá, é algo que se faz junto, e não posso dizer que dei, se não contei com a disponibilidade das pessoas para acolher aquilo que vim trazer". Estas considerações afirmam que o professor: (A) Abre mão da sua responsabilidade de conduzir a aula e a transfere para os alunos, que são desinteressados. (B) Entende as aulas como uma atividade de trocas, troca de mercadorias, troca de idéias, troca de experiências. (C) Fala de aulas que são momentos de trocas e não de partilhas, pois nas partilhas nunca há perdas, só acréscimos. (D) Deve vê-las como o momento do aluno ouvir, assistir a sua explanação e este deve comparecer com o domínio pleno do conteúdo a ser transmitido.
(E) Deve ver as aulas como espaços que possibilitam a troca de idéias, a troca de experiências.
(E) de lógica despida de emoções. desenvolvidas sobre conteúdos científicos.
38. O professor Alberto, de Filosofia, colocou em seu plano de ensino, como objetivo do curso: possibilitar que o aluno "assuma uma atividade crítica". Isto quer dizer procurar ver (A) com clareza, profundidade, abrangência. Ver claro, ver fundo, ver largo. (B) com óculos da neutralidade, da objetividade, das crenças. Ver de modo estrito e dogmático. (C) com ausência de sentimentos, com racionalidade, pois o homem é essencialmente um animal racional. (D) só com sentimentos; alcança a visão do microscópio, que aponta detalhes à ação externa do ser humano. (E) com "garra", com força, com o braço, pois o "coração" é o telescópio da nossa míope visão.
42. O Programa de Filosofia para a criança propõe converter uma turma de alunos em uma "pequena Comunidade de Investigação". O alicerce da Comunidade de Investigação é (a) (o) (A) individualismo, a competição. (B) construção do conhecimento através da competição, vendo idéias diferentes como contradições antagônicas. (C) imediatismo, agindo em torno de interesses imediatos sem analisar a situação como um todo. (D) construção individual do conhecimento, através do silêncio e das reflexões monistas. (E) construção coletiva do conhecimento através do diálogo.
39. O que faz a diferença entre a memória do computador e a memória do ser humano é que a segunda é (A) vazia de recordação, e recordar vem do latim (recordis) e significa tornar a passar pelo coração. (B) "encharcada" de emoção. O ser humano tem recordações. O humano é fruto da articulação da razão, da imaginação, da memória e da emoção. (C) só aparência, e as aparências enganam e nos afastam das essências. (D) ocultadora da essência, pois está carregada de emoções. (E) semelhante a um filme, não nos leva ao estudo das causas. 40. Para Terezinha Rios, o ser humano é uma espécie de (A) anjo e demônio, mentira e verdade, sempre reveladas. (B) escultor, que esculpe a si mesmo e construtor da história, que não se constrói sem o outro. (C) camaleão, é um indivíduo que assume o caráter conveniente aos seus interesses; que adapta sua opinião ao interesse do momento. (D) víbora, espécie de má índole e de gênero mau; se não for alimentado pelo pensar filosófico. (E) borboleta; ser inconstante, volúvel, que divaga, fantasia, que voa em pequenas alturas e é incapaz de fixar as atenções. 41. A filosofia é freqüentemente vista como assunto apenas para iniciados. De que forma se pode iniciar crianças do ensino fundamental na filosofia? Já há uma metodologia divulgada, inclusive por Marcos Lorieri, capaz de iniciar crianças e jovens na aventura do filosofar. Nas "novelas filosóficas" os personagens se tornam modelos de (A) vidas imaginárias, ficção. São narrativas fabulosas que encerram sempre uma lição de moral, possibilitando ensinar atitudes e valores. (B) heróis e mitos infantis. Ocorre uma descrição longa das ações e sentimentos dos personagens fictícios numa transposição da vida para um plano artístico. (C) investigação para as crianças. São histórias envolvendo situações cotidianas e que trazem em si temáticas filosóficas que devem ser problematizadas e investigadas, através do diálogo. em sala de aula, coordenado e organizado pelo professor. (D) vida moral. Trata-se de narração alegórica que encerra uma lição de moral.
São
exposições
43. A filosofia, dentro dos princípios curriculares pós 1996, valoriza a seguinte postura na escola. O professor (A) joga fora o conhecimento adquirido e trabalha o conhecimento prévio do aluno, em sua cultura. (B) transmite e o aluno assimila. As crianças precisam, antes, saber a história e as idéias dos grandes pensadores da humanidade; depois se propor a "fazer filosofia". (C) sabe e tem poder; o aluno não sabe, deve buscar e aprender com humildade. (D) não responde, mas auxilia nos caminhos da investigação. (E) sabe e o aluno aprende. 44. Desde uma perspectiva especificamente filosófica, o trabalho teórico requer a prática de questionar constantemente os nossos saberes, idéias e valores, e de esforçarmo-nos permanentemente por elucidar, debater e avaliar os pressupostos e implicações de nossa prática. Desta forma, vai se gestando um movimento duplo, em que (A) a teoria é uma, a prática é outra. O que escrevo, não faço. O que faço, não escrevo. (B) a prática nada tem a ver com a teoria e a teoria é erudição. (C) a prática transforma a teoria e a teoria transforma a prática. (ação. reflexão e ação). (D) na prática a verdade é outra, o papel aceita tudo. (E) teoria é academicismo, quem sabe é o que faz. Leia o texto: Talvez poucas palavras sejam tão descaradamente usadas em educação, como a palavra "crítica". Ela é transfigurada, mascarada, banalizada. Dize-la, tantas vezes, a esvazia de sentido, tanto que, praticamente, todos os discursos educacionais hoje enfatizam a importância de desenvolver um pensamento crítico nos alunos . Mas o que significa "crítica" nestes discursos? Qual é a sua função? Qual é a relação que se estabelece entre "crítica" e transformação? Vejamos os significados de "crítica," tão usados nos discursos escolares. 45. Para Kant, no século XVIII, crítica tem a ver com (A) definição das estruturas universais, de todo conhecimento legítimo e toda possível ação moral. (B) ethos filosóficos, que resultam de um jogo natural de uma certa classe de seres. (C) o reconhecimento dos limites de nossos conhecimentos; as fronteiras que não podemos ultrapassar. Michel Foucault enfatizou este sentido, de uma forma positiva: "reconhecer não
só os limites necessários, quanto os saltos possíveis desses limites." (D) as qualidades universais que pertencem ao ser como tal. No tomismo, admitem-se três eixos transcedentais: a unidade, a verdade e a beleza. (E) certo misticismo panteísta, aquilo que transcende, que é muito elevado, superior, sublime. 46. Para os filósofos da escola de Frankfurt a crítica tem a função de: (A) Desencadear um processo de acomodação diante das certezas e dos conflitos cognitivos de si mesmo. (B) Naturalizar o mundo, torna-lo menos complexo, mais óbvio. (C) Consolidar a fé nas aparências, nas rotinas, nos dogmas para adentrar-se numa tarefa sistemática e metódica de identificar os cenários, as estruturas categoriais, os pressupostos universais. (D) Impedir que os seres humanos se abandonem irrefletidamente àquelas idéias e formas de condutas instituídas socialmente. (E) Reconhecer os fatos ou fenômenos puros sem a interpretação, na mesma perspectiva do pensamento nietzcheano. 47. Um terceiro sentido da "crítica" diz respeito a uma reconsideração ética da tarefa educacional. Tradicionalmente, são associadas à educação finalidades eminentemente morais; recorrentemente, os educadores procuram fazer, dos seus alunos, seres humanos éticos, responsáveis, portadores de certos valores ditados sempre por uma tradição. A crítica, nesta terceira dimensão, comporta a transmissão (A) das morais afirmativas, visando a troca de uma moral por outra, a verdadeira. (B) da denúncia da falsa moral para possibilitar o advento da moral verdadeira. (C) de morais, abrindo o espaço ético à inquietude, à sensibilidade, à atenção. (D) de uma ética neutra e imparcial, pois a filosofia vive das perguntas. (E) do valor e do sentido do que fazemos e sobre a forma em que nos relacionamos com o que fazemos; é a negação do valor da inconformidade, da insatisfação. 48. Assinale a alternativa incorreta . Os gregos nos ligaram à filosofia e nos ensinaram a filosofar. A expressão "História da Filosofia" significa que a filosofia é uma prática histórica do ser humano, que a produz, portanto, pressupõe que (A) aquilo que é compreendido como filosofia, seus métodos, problemas e questões, suas funções e atribuições sociais, mudam de acordo com o contexto de referência. (B) há um caráter histórico da filosofia, e há manuais escolares que tecem uma história cronológica da filosofia. (C) não existe Filosofia, mas filosofias situadas. Não há perguntas, métodos ou soluções filosóficas atemporais, a priori. (D) tem historicidade. O próprio projeto de Filosofia na Escola é histórico, contingente. (E) a investigação filosófica presente não tem nada a ver com as filosofias do passado (positivismo lógico).
Não há um caráter histórico da filosofia, há apenas manuais que tecem uma história cronológica da filosofia. 49. O estudo de Filosofia na Escola, ao trabalhar a categoria "sujeito," nos permite pensar que a escola, espaço do nosso trabalho, é uma instituição privilegiada (A) na produção da subjetividade. O indivíduo se observa, se interpreta, se julga, se decifra, se narra. (B) que molda os corpos para produzir sujeitos dóceis e úteis. (C) que possibilita o uso de uma série de técnicas para governar o outro. (D) para estruturar o campo de ação do outro, crianças e jovens. (E) para ensinar atitudes, capacidades, saberes, mas não é o "locus" para se ensinar um modo de ser sujeito, de se constituir a subjetividade. 50. Alguns filósofos anteriores a Hegel tentaram estabelecer critérios para que o homem possa saber sobre o mundo. Isto vale para Descartes e Spinoza, Hume e Kant. Cada um deles se interessou por aquilo que constitui a base de todo o conhecimento humano. Só que eles falaram sobre premissas atemporais para o conhecimento do homem sobre o mundo. Para Hegel, a verdade é (A) atemporal, imutável e eterna, apesar de "tudo fluir", segundo Heráclito. (B) pode ser pincelada de alguns pensamentos da Antiguidade, do Renascimento e do Iluminismo, identificando as reflexões certas e erradas. (C) basicamente subjetiva e contesta a possibilidade de haver uma verdade acima ou além da razão humana. (D) é uma construção objetiva e filosófica, fruto da reflexão sobre os modos de pensar. É possível dizer que Platão se enganou, ou que Aristóteles tinha razão, que Hume estava totalmente enganado, enquanto Kant e Schelling tinham razão. (E) é a saga do espírito do mundo, é a substância primordial já discutida pelos pré-socráticos e os eleatas.
31 - A neutralidade das ciências é um tema retomado e seriamente discutido na Escola de Frankfurt. Nasce, então, a teoria crítica, exposta no ensaio "Teoria Tradicional e Teoria Crítica". Marque a alternativa que contém o pesquisador frankfurtiano autor dessa obra. a) Walter Benjamin b) Max Horkheimer c) Herbert Marcuse d) Jürgen Habermas e) Felix Weil 32 - "Diante da educação feita através dos meios de comunicação de massa, pouco podem fazer as escolas e universidades. Quando muito, transmitir uma educação humanista, destinada às classes dirigentes. Porque o trabalhador vai receber a "cultura de massa", que é uma banalização e uma ridicularização da cultura popular". GADOTTI, Moacir. Concepção dialética da educação: um estudo introdutório - 11º ed. - São Paulo: Cortez, 2000, pág. 138.
A leitura do texto apresenta a educação como transmissora de modelos sociais, difusora de idéias e formadora de cidadãos que reproduzirão a sociedade. Portanto, é CORRETO afirmar que a educação é: a) redentora. b) espontânea. c) dialética. d) transformadora. e) política. 33 - "Os povos revoltados devem ser amputados antes que infectem o Estado inteiro. O mal deve ser extirpado sempre a fim de que se mantenha o poder." Esse pensamento moderno, condutor de muitas ações políticas contemporâneas, pertence ao filósofo: a) Hobbes. b) Aristóteles. c) Maquiavel. d) Feuerbach. e) Nietzsche. 34 - Rousseau, um dos filósofos críticos de seu tempo, tratou, com muita pertinência, de questões sociais, políticas e educacionais. Destaca-se sua relevante contribuição, por ter promovido a "Revolução Copernicana" na educação, deixando como lição o otimismo pedagógico. Tomando por base essa assertiva, assinale a resposta CORRETA. a) Uma nova maneira de lidar com a natureza humana possibilitou-lhe, no processo da educação: a valorização da infância, a abertura de espaço para as individualidades, o sentimento de liberdade e o relacionamento interpessoal. b) Sua posição inovadora na política e o entendimento sobre Estado e soberania assinalam uma relação muito próxima com o propósito da educação. c) A espontaneidade, as emoções não predominam sobre a razão, sobre o pensamento elaborado do indivíduo em estado de natureza. d) A escola deve ser espaço de alegria, de prazer, todavia, pelas exigências quanto ao domínio intelectivo, não propicia a cooperação entre os alunos. e) A criança precisa ser considerada enquanto tal, desenvolver seus interesses, sua independência, porém, é vista como miniatura do adulto, não sendo reconhecida como centro do processo educativo. 35 - A história da humanidade nos mostra o quão entrelaçadas estão a filosofia e a ciência. Leia atentamente as afirmações que se seguem e, ao final, assinale a alternativa que indica o grupo CORRETO delas. I. Descartes, através de seu método para a prática da ciência, rejeita o pensamento acumulador na tradição. Portanto, o filósofo deve isolar-se para obter a pureza do pensamento advinda da razão. II. Na doutrina positivista, a ciência passa por três estados: o teológico, o metafísico e o positivo. III. A principal mensagem de Thomas Kuhn é a de que o trabalho científico é condicionado por paradigmas, e estes ditam o método e os procedimentos possíveis em um contexto histórico.
IV. Para Aristóteles, o critério de verdade decisivo para a ciência é a confrontação do discurso com a experiência. a) I e II, apenas. b) I, II e III, apenas. c) I, II e IV, apenas. d) II, III e IV, apenas. e) II e IV, apenas. 36 - "O pior analfabeto é o analfabeto político. Ele não ouve, não fala, nem participa dos acontecimentos políticos. Ele não sabe que o custo de vida, o preço do feijão, do peixe, da farinha, do aluguel, do sapato dependem de decisões políticas." Bertold Brecht A partir da leitura do trecho acima, marque a opção que reflete o estado desse homem não politizado. a) Desolação e descrença. b) Alienação e indiferença. c) Insatisfação e acomodação. d) Preocupação e ingenuidade. e) Desamparo e incompreensão. 37 - Em "A Ideologia Alemã", Marx e Engels afirmam que a classe dominante luta sempre para não perder seu status em relação à classe dominada. Para esta sociedade dividida em classes, permanecer como tal, a melhor forma de manutenção do poder é o(a): a) convencimento. b) solidariedade. c) insatisfação. d) descaso. e) esclarecimento. 38 - O Maranhão tem o Bumba-meu-boi que é uma das expressões culturais e manifestações populares mais belas do país, cujo espetáculo encanta pela profusão de cores, ritmos, sons e história do seu povo. Porém, o que hoje é motivo de orgulho, outrora era repulsivo, pois era vivenciado por quem era pobre e sem origem "nobre". Isto reflete, sobremaneira, o poder da a) resistência. b) fé. c) cultura. d) ignorância. e) ideologia. 39 - A arte como imitação da natureza corresponde ao pensamento característico do(s) período(s): a) Medieval e moderno. b) Moderno. c) Antigo. d) Medieval. e) Antigo e medieval. 40 - Observe atentamente as afirmações que se seguem e as relacione com os filósofos correspondentes na seqüência em que se colocam, assinalando a alternativa CORRETA: I. O indivíduo torna-se justo, corajoso e prudente à medida que assim agindo habitua-se ao que é eticamente justo, corajoso e prudente. II. Tudo é certo em saindo da mão do Autor das coisas; tudo degenera nas mãos do homem.
III. O real é racional e o racional é real. IV. Ação livre é aquela em que o homem não depende das determinações do mundo sensível, mas das determinações de sua própria razão. a) I - Aristóteles, II - Rousseau, III - Hegel, IV - Kant. b) I - Kant, II - Aristóteles, III - Nietzsche, IV - Hegel. c) I - Aristóteles, II - Hegel, III - Rousseau, IV - Kant. d) I - Platão, II - Hegel, III - Aristóteles, IV - Rousseau. e) I - Descartes, II - Nietzsche, III - Platão, IV - Kant. 41 - Examinando o significado do raciocínio indutivo, podemos afirmar: a) Parte de uma lei universal, considerada válida para um determinado conjunto, aplicando-a aos dados particulares desse conjunto. b) É um argumento capaz de persuadir pelo efeito psicológico que causa e não pela sua correção lógica. c) Advém de casos particulares para alcançar uma verdade geral. d) A não utilização desse raciocínio pelas ciências experimentais é evidenciada. e) A certeza dada por esse raciocínio não depende da verificação empírica de casos particulares. 42 - Dentre as alternativas abaixo, marque aquela que indica o objeto de estudo da lógica. a) Juízos de valor. b) As leis formais do pensamento. c) Razão e intuição. d) A forma e a matéria. e) Intuição e verdade. 43 - O homem enquanto ser moral se constitui gradativamente pessoa humana e vai construindo essa sua dimensão através da reta ação. Indique os pontos que devem ser levados em conta para o agir ético-moral. a) Atenção aos ditames da mídia e ao estabelecimento de critérios morais. b) Vivência de atitudes virtuosas e disposição para agir de forma costumeira e sem limites. c) Obediência às determinações sociopolíticas, sem o exercício da escolha consciente, levando a um agir casual. d) Construção de hábitos que "orientem" o agir humano cotidiano para um relacionar-se mais cômodo. e) Compreensão do sentido fundamental da liberdade, tomada de posição via consciência moral e o assumir da responsabilidade pelas ações praticadas. 44 - Foi na Idade Moderna que se fundamentaram teoricamente as diretrizes políticas as quais passaram a configurar o surgimento do Estado Nacional, estabelecendo as bases para as Teorias Políticas Contemporâneas. Assinale a opção que retrata as novas relações sociais e políticas presentes naquela época. a) As lutas populares - por liberdade e igualdade - são desencadeadas, criando um contrapoder social sem que se identifiquem avanços para efetivas mudanças democráticas. b) A influência da nova classe burguesa defende o poder político não mais herdado, entretanto, sem estar atento aos direitos e deveres dos cidadãos.
c) O poder do Estado se exerce pela força: as leis são prescritas de forma verticalizada, a censura, a punição e as restrições revelam uma posição sociopolítica doutrinária. d) A política, encarada como categoria autônoma, partindo de uma postura realista, passa a sustentar a ordem racional e laica, para traçar novas linhas que orientariam as idéias liberais e a democracia sob nova ótica. e) A política da modernidade surge como contraponto ao poder teocrático da Idade Média manifestando posições divergentes que não levariam à estruturação de uma sociedade com maior participação nos cargos. 45 - No período da Idade Média em que a Escolástica se desenvolveu de maneira mais fecunda, identifica-se a filosofia aristotélico-tomista que utiliza, tanto as luzes da razão divina quanto as luzes da razão natural. Diante desta assertiva, assinale a alternativa que evidencia essa visão filosófica. a) A "Suma Teológica" de São Tomás de Aquino representa a mais alta expressão da possível conciliação entre a fé e a razão. b) O conteúdo das verdades da revelação divina é contrário às verdades oriundas da razão. c) Na Baixa Idade Média começam a haver mudanças fundamentais no campo da cultura, todavia, não se constata o desenvolvimento do gosto pelo racional. d) Crer para compreender é o lema que norteia a base doutrinária do dogma cristão ao longo do pensamento tomista. e) Diferentemente da Alta Idade Média, a filosofia cristã escolástica defende as verdades teológicas que predominam sobre a verdade intelectiva. 46 - A dimensão política do ser humano se constrói, constitui-se e alarga-se num longo processo de aprendizado, desde os pequenos espaços sociais até os mais complexos contextos. Sabendo-se que esse caminhar possibilita o grande desafio para o efetivo exercício da cidadania. Assinale a alternativa que ratifica esta assertiva. a) Compreender que a cidadania se conquista politicamente da forma plena, mesmo numa sociedade dividida em classes. b) Saber que existe uma política democrática que viabiliza mudanças econômicas, políticas, educacionais e acreditar nelas. c) Reconhecer o aparato estatal e a tradição política conservadora do país e, ainda assim ter expectativa de que aconteçam mudanças qualitativas na sociedade. d) Ter conhecimento legal e ser cônscio de que na sociedade democrática é assegurado o direito de todos à liberdade de pensamento, à manifestação de opinião, à associação, ao credo, de modo que a luta por esses direitos seja uma conseqüência da consciência de sua garantia. e) Ser indiferente às questões políticas que perpassam e estão inseridas em todos os âmbitos de desenvolvimento da sociedade, admitindo que só a política partidária influencia as ações politizadas. 47 - Aristóteles, filósofo da Idade Antiga, centrou sua atenção numa questão essencial do filosofar - o ser - partindo do real enquanto substância, para compreendê-lo, e daí formular entendimento sobre o conhecer e o agir. Indique a alternativa abaixo que revela o seu projeto filosófico.
a) A essência do ser humano, ou de qualquer outro objeto do conhecimento, não é desvendada no próprio ser humano ou no objeto que esteja sendo investigado. b) O ser real é constituído de dois co-princípios que são indissociáveis, sendo que um expressa a potência para ser e o outro a atualização do ser. c) O mundo externo do sujeito é compreendido a partir do mundo racional, baseado em dois princípios. d) O ser verdadeiro é abstrato e não representa a realidade concreta do ser dual. e) As mutabilidades visíveis no cotidiano das coisas e da vida são perfeitamente conciliadas com a idéia de ser. 48 - "Habermas costuma ser descrito como "o último grande racionalista" (...) ele propõe, como nova perspectiva, outro conceito de razão: a razão dialógica, que brota do diálogo e da argumentação entre os agentes interessados numa determinada situação. (...) Para tanto, é necessária uma ação social que fortaleça as estruturas, capazes de promover as condições de liberdade e de não constrangimento imprescindíveis ao diálogo." COTRIM,Gilberto.Fudamentos de Filosofia - História e Grandes Temas. São Paulo. Ed. Saraiva, 2002. pág. 226. No trecho descrito acima, fica bem claro quando Habermas afirma: a) O novo paradigma da razão defende que os sujeitos do processo do conhecimento sejam situados historicamente, embora não tenham um relacionamento mais efetivo. b) A razão se desenvolve no mundo sociocultural e a verdade seria decorrente da adequação do pensamento à realidade. c) Razão e verdade estão intimamente relacionadas e seus conteúdos não entram num consenso discursivo. d) Cabe à razão instrumental levar ao alcance da razão emancipatória, para não ser sufocada pelo desenvolvimento do capitalismo. e) O entendimento da verdade é fruto da ação comunicativa verdade intersubjetiva, resultando daí a compreensão da razão interpessoal, que é processual e nunca definitiva. 49 - "Cabe ao filósofo acompanhar reflexiva e criticamente a ação pedagógica, de modo a promover a passagem "de uma educação assistemática (...) para uma educação sistematizada (alçada no nível da consciência filosófica)". (...) O filósofo indaga a respeito do homem que se quer formar, quais os valores emergentes que se contrapõem a outros já decadentes e quais os pressupostos do conhecimento subjacentes aos métodos e procedimentos utilizados. (...) A filosofia tem ainda tarefas bastante específicas que não podem ser desprezadas." ARANHA, Maria Lúcia de Arruda. Filosofia da Educação. São Paulo. Editora Moderna. 2000. p.108. A respeito desta assertiva e de seus desdobramentos, é CORRETO afirmar: a) A filosofia ajuda a pensar a educação do futuro, possibilita a desestruturação dos antigos modelos e mantém os atuais fazeres pedagógicos. b) A filosofia, mesmo analisando a preponderância de uma determinada ciência nos fenômenos pedagógicos, não consegue evitar que a educação se transforme em pseudo-educação. c) A educação sistemática recupera uma das suas funções mais importantes - que é a de não sucumbir à desrazão - entretanto, a filosofia colabora muito pouco nesse processo.
d) A filosofia procede a análises antropológicas, axiológicas e epistemológicas, além de observar as dimensões ética e política que estão subjacentes ao processo de educação formal integral das pessoas. e) Somente a filosofia e as ciências biológicas poderão contribuir com os fundamentos do existir humano e a formação educacional do indivíduo, imbricados na realidade históricosocial. 50 - "...não há como aceitar a neutralidade da ciência, como se fosse possível a procura do "saber pelo saber". A ciência se encontra inextrincavelmente envolvida na moral e na política e o cientista tem uma responsabilidade social da qual não pode abdicar. Essas observações nos levam a refletir sobre a formação do cientista, que não deveria se restringir apenas aos conteúdos desse conhecimento às suas metodologias e práticas de pesquisa. Mais do que isso, é preciso que o futuro cientista tenha condições de examinar os pressupostos desse conhecimento e de sua atividade, de se perceber como pertencendo a uma comunidade, e de identificar os valores subjacentes à sua prática." ARANHA, Maria Lúcia de Arruda. MARTINS, Maria Helena Pires. Filosofando: introdução à filosofia. São Paulo: Editora Moderna, 2003. pág. 161. A partir da leitura compreensiva do trecho acima e, considerando o papel da filosofia com relação à ciência e suas aplicações, observe as afirmações abaixo, marcando a alternativa que agrupa os itens que estão CORRETOS. I. A ciência, para se constituir e se desenvolver, está sustentada na razão, na objetividade... porém, comporta valores, escolhe meios e fins, portanto, elementos de natureza subjetiva também se fazem presentes. II. No progresso científico e tecnológico contemporâneo, constata-se o envolvimento das dimensões política, econômica e social, mas as implicações éticas do saber científico não são consideradas. III. As condições para a prática da ciência se constituem como um campo de plena objetividade, de rigor científico, de independência quanto às referências axiológicas. IV. A filosofia tem compromisso com a investigação dos fins e das prioridades a que a ciência se propõe, com a análise das condições em que se realizam as pesquisas e das conseqüências das técnicas utilizadas. a) I e III, apenas. b) II e IV, apenas. c) I e IV, apenas. d) III e IV, apenas. e) I e II, apenas.
01) Identifique se são verdadeiras (V) ou falsas (F) as afirmativas com relação às fontes históricas. ( ) Apesar de existirem vários tipos de fontes disponíveis ao historiador, as únicas realmente confiáveis são as escritas. ( ) Uma vez que as fontes falam por si, não cabe ao historiador preocupar-se com o contexto das mesmas. ( ) Na análise de fontes, o historiador precisa estar atento aos critérios de quem produziu o documento. ( ) Cabe ao historiador zelar pela preservação das fontes, sempre tomando os devidos cuidados ao manuseá-las.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA, de cima para baixo. A( ) F - F - V - V B( ) F - V - V - V C( ) V - F - F - V D( ) V - F - V - F E( ) V - V - F - F 02) Assinale a alternativa CORRETA. A( ) A história quantitativa não contribuiu para a Escola dos Annales pois ficou restrita às análises econômicas. B( ) A terceira geração da Escola dos Annales foi marcada pela direção de Fernand Braudel e suas análises da longa duração. C( ) A história cultural foi criada somente após o fim da Guerra Fria, quando a história política passou a ser considerada irrelevante. D( ) A história social tem como objeto exclusivo a luta de classes e o estudo de suas transformações ao longo do tempo. E( ) Os historiadores positivistas acreditam que a história deve ser escrita através da estrita observação dos fatos que permitam revelar a verdade histórica. 03) "Penso que a história é bem a ciência do passado, com a condição de saber que este passado se torna objeto da história, por uma reconstrução incessantemente reposta em causa - não podemos falar das cruzadas como o teríamos feito antes do colonialismo do século XIX, mas devemos interrogar- nos sobre se, e em que perspectivas, o termo "colonialismo" pode ser aplicado à instalação dos Cruzados da Idade Média, na Palestina [Prawer, 1969-70]." (LE GOFF, Jacques. História e Memória. 4 ed. Campinas: UNICAMP, 1996. p. 25-26) Identifique se são verdadeiras (V) ou falsas (F) as afirmativas com relação à escrita da história. ( ) O contexto do historiador influencia na forma como ele irá selecionar seu objeto, bem como nas questões que formulará as fontes. ( ) Uma vez que o presente influencia na escrita sobre o passado, um mesmo objeto de estudo pode ser interpretado de diferentes maneiras. ( ) A forma como o historiador interpreta o passado depende de suas próprias concepções a respeito da história. ( ) Uma vez que a história depende do contexto do historiador, podemos afirmar que ela é uma ciência sem método. Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA, de cima para baixo. A( ) V - F - V - V B( ) V - F - F - V C( ) F - F - V - V D( ) V - V - V - F E( ) V - V - F - F 04) Sobre fontes históricas, é CORRETO afirmar que: A( ) dificilmente a cultura material pode ser uma fonte para a história, já que é desprovida de registros escritos que permitem sua identificação. B( ) as fontes audiovisuais devem ser percebidas como representações da realidade e não interpretadas como testemunhos diretos e objetivos da história.
C( ) na análise de periódicos, o historiador deve se ater ao seu conteúdo, não importando sua aparência física ou sua forma de circulação. D( ) como a fonte oral é produzida a partir de uma "testemunha ocular da história", o historiador pode confiar mais em sua veracidade. E( ) após o aparecimento da Nova História, a biografia passou a não ser mais considerada como fonte histórica. 05) Identifique se são verdadeiras (V) ou falsas (F) as afirmativas com relação à história cultural. ( ) Uma das características da história cultural que se desenvolveu após os anos 70 do século XX foi a análise dos aspectos culturais do comportamento humano. ( ) A história cultural estimulou o abandono de quadros teóricos generalizantes e privilegiou o estudo de hábitos, costumes e grupos específicos. ( ) As relações entre história cultural e história social são possíveis e podem enriquecer a perspectiva que se tem da história. ( ) Uma das críticas à história cultural é sua tendência à fragmentação. Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA, de cima para baixo. A( ) V - F - V - V B( ) V - V - V - V C( ) V - F - V - F D( ) F - F - V - F E( ) V - V - F - F 06) Sobre a historiografia greco-romana, é CORRETO afirmar que: A( ) o historiador, considerado testemunha privilegiada dos acontecimentos históricos, desempenhava a função de hagiógrafo, responsável pela análise e descrição épica dos feitos dos monarcas. B( ) a história era considerada "mestra da vida" e o historiador responsável pelo registro e interpretação dos acontecimentos, emanações da vontade criadora dos deuses. C( ) havia um conceito otimista acerca da natureza humana e um conceito substancialista de entidades eternas, subjacentes ao processo de transformação histórica. D( ) gregos e romanos consideravam a história a ciência da investigação metódica, capaz de restaurar o passado com o auxílio da metempsicose. E( ) Heródoto, denominado "O pai da História", registrou as invasões da Grécia pelos romanos, considerava o passado um problema filosófico e literário, isto é, a verdade histórica seria obtida através da pesquisa e do discurso narrativo literário. 07) As ideias do Cristianismo divulgadas durante a Idade Média promoveram mudanças significativas no modo como a história era concebida durante a Antiguidade. Com relação às concepções historiográficas europeias medievais, analise as afirmativas abaixo. I. A fragmentação política da Europa medieval foi determinante para o surgimento das Crônicas e dos Anais, reveladores de uma concepção parcial e particularista de História. II. O conceito de história medieval deriva da doutrina cristã do pecado original, da graça e da criação.
III. O universalismo é uma das características presente nos escritos dos historiadores medievais, cuja intenção era revelar o desenvolvimento geral dos desígnios divinos referentes à história da humanidade. IV. O processo histórico representa a execução dos desígnios divinos e não envolve as intenções humanas. V. Com o advento do Tomismo, o caráter investigativo exigido dos cronistas e historiadores neoplatônicos foi substituído por escritos apocalípticos influenciados pela Suma Teológica. Assinale a alternativa CORRETA. A( ) Somente a afirmativa III é correta. B( ) Somente as afirmativas II, III e IV são corretas. C( ) Somente as afirmativas II e V são corretas. D( ) Somente as afirmativas I e III são corretas. E( ) As afirmativas I, II, III, IV e V são corretas. 08) Sobre a historiografia grega antiga, analise as afirmativas abaixo. I. Os autores gregos criaram a História como uma investigação, frequentemente sobre o seu tempo vivido, procurando recorrer a testemunhos oculares dos acontecimentos narrados. II. Heródoto estudou as guerras entre gregos e persas. Tucídides estudou a Guerra do Peloponeso e Políbio narrou o crescimento territorial de Roma na época do Imperador Trajano. III. Heródoto teve a decisiva contribuição do filósofo Platão, seu mestre, para desenvolver sua concepção de história ligada ao mundo das ideias. IV. Plutarco foi um biógrafo que estudou e comparou as trajetórias vivenciais de políticos de destaque e chefes militares gregos e romanos. V. Sócrates, Platão e Aristóteles, apesar de conhecidos como filósofos, também escreveram tratados valiosos para a historiografia grega, inspirados na máxima "conhecer a si mesmo". A( ) Somente as afirmativas I, II e IV são corretas. B( ) Somente a afirmativa I é correta. C( ) Somente as afirmativas II e III são corretas D( ) Somente as afirmativas I e IV são corretas. E( ) As afirmativas I, II, III, IV e V são corretas. 09) Considerando a existência de uma tradição que divide a História em "idades" ou períodos, a questão do tempo torna-se relevante para o ofício do historiador. Sobre o tempo, analise as afirmativas abaixo. I. A humanidade convive com fenômenos temporais como o dia e a noite, as estações, o nascimento e a morte, acontecimentos que nos permitem sentir, definir e comprovar a existência do tempo e desmentir a sua relatividade. II. Diante da dificuldade de definir e comprovar a existência do tempo, diferentes civilizações estabeleceram divisões do mesmo, tomando por base os movimentos da Terra, do Sol e da Lua. Trata-se do tempo físico ou cronológico, que é arbitrário, pois obedece convenções nem sempre aceitas por todas as civilizações. III. O objeto de estudo da História é o tempo histórico, ou seja, os períodos da existência humana nos quais ocorreram eventos mais ou menos ligados aos mesmos problemas, fatores, sistemas e ideias, períodos em que há uma certa articulação de eventos. IV. O tempo histórico não é linear como o tempo cronológico, mas formado por diferentes durações, pois está vinculado às
ações dos grupos humanos e ao conjunto de fenômenos sociais, políticos, econômicos e mentais, que resultam dessas ações. V. Medir o tempo histórico e dividi-lo em partes ou periodizá-lo envolve atitudes racionais e métodos que eliminam qualquer arbitrariedade ou discordância entre as diferentes civilizações, referentes às formas de contagem do tempo. A( ) Somente as afirmativas I e III são corretas. B( ) Somente as afirmativas II e V são corretas. C( ) Somente a afirmativa III é correta. D( ) As afirmativas I, II, III, IV e V são corretas. E( ) Somente as afirmativas II, III e IV são corretas. 10) Assinale a alternativa que preenche CORRETAMENTE a lacuna. "O nível da história _________________é aquele do quotidiano e do automático, é o que escapa aos sujeitos particulares da história, porque revelador do conteúdo impessoal de seu pensamento, é o que César e o último soldado de sua legiões, São Luís e o camponês de seus domínios, Cristóvão Colombo e o marinheiro de suas caravelas têm em comum". (LE GOFF, Jacques; NORA, Pierre. História: novos objetos. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1988. p. 71) A( ) das mentalidades B( ) positivista C( ) estruturalista D( ) social E( ) econômica 11) Identifique se são verdadeiras (V) ou falsas (F) as afirmativas abaixo com relação à Guerra dos Cem Anos: ( ) a guerra contribuiu para consolidar o regime feudal na França e na Inglaterra. ( ) uma das causas da guerra foi o controle de territórios franceses pela Inglaterra. ( ) o principal objetivo de Joana d´Arc era levar o Delfim a Reims para ser coroado como Carlos VII, rei da França. ( ) a guerra não foi contínua e entre as razões da interrupção das hostilidades estão as tréguas e a peste negra. Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA, de cima para baixo. A( ) V - V - F - F B( ) F - V - V - V C( ) F - V - F - V D( ) F - V - F - F E( ) F - F - V - V 12) Os interesses da burguesia comercial e a centralização do poder político foram importantes para a ocorrência das grandes navegações. Além disso, foi fundamental o desenvolvimento técnico da construção naval e da própria navegação. Assinale a alternativa CORRETA que define os portulanos. A( ) Cartas náuticas. B( ) Bússola e astrolábio. C( ) Invenção da caravela. D( ) Invenção do barco a vapor. E( ) Definição das coordenadas geográficas. 13) O governo era exercido por três poderes: executivo, legislativo e judiciário. Os cidadãos participavam ativa e diretamente no controle de todos os negócios públicos, observando-se em todas as decisões o princípio da maioria. Os
mandatos eram de um (1) ano, permitindo-se a reeleição. Os cidadãos que agiam contra o Estado podiam ser condenados ao exílio com suspensão de seus direitos políticos por dez anos. É CORRETO afirmar que esta descrição define: A( ) o regime político de Esparta após a legislação aprovada por Licurgo. B( ) a evolução política das cidades-Estado gregas. C( ) o regime político do período republicano em Roma. D( ) a evolução política de Roma após o triunfo do cristianismo. E( ) o regime político de Atenas após as reformas de Clístenes. 14) Sobre os textos de história romana, é CORRETO afirmar que: A( ) Salústio escreveu sobre a crise política do século final da República, narrando uma história parcial, pois partidário do Senador Catilina. B( ) Cornélio Tácito escreveu sobre os germânicos e acentuou a pressão exercida pelos ostrogodos sobre as fronteiras do Império. C( ) Suetônio foi um historiador que se concentrou no estudo da vida da plebe e dos escravos, desprezando os patrícios e os governantes. D( ) Tito Lívio escreveu uma longa História de Roma, das origens até a época de Augusto. E( ) Flávio Josefo foi um historiador de origem judaica, mas em Roma tornou-se um dos principais conselheiros de Públio Cornélio Cipião, durante a segunda guerra contra Cartago. 15) Identifique se são verdadeiras (V) ou falsas (F) as afirmativas com relação à mitologia na antiguidade oriental. ( ) O principal deus da mitologia dos egípcios era o sol, o único a não ser representado antropozoomorficamente por eles. ( ) A íntima relação com os ciclos da natureza, em especial com o calendário agrícola, influenciou na concepção temporal egípcia, expressa em suas crenças. ( ) Os mesopotâmicos haviam, dentre seus mitos, uma narrativa de dilúvio muito anterior à registrada pelos hebreus. ( ) Os egípcios aceitavam abertamente as mudanças e novidades originadas de outros povos, o que explica sua grande variedade de estilos artísticos. Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA, de cima para baixo. A( ) V - F - F - F B( ) F - V - F - F C( ) F - V - V - F D( ) V - F - F - V E( ) V - F - V - V 16) Com relação à Idade Média, analise as afirmativas abaixo. I. Durante o período histórico que foi denominado Idade Média, o mundo ocidental conheceu uma fase de decadência científica, social e cultural de tal monta que os medievalistas contemporâneos se referem ao período com a expressão "noite de mil anos". II. Os significados dos termos renascimento e iluminismo servem para ilustrar parte do que se pensava da Idade Média nas épocas correspondentes. Os renascentistas pretendiam restaurar o passado grandioso dos gregos e romanos. Os iluministas, lançar luzes sobre a "escuridão medieval".
III. Historiadores como Michelet e Hilário Franco Júnior reforçaram os preconceitos referentes à Idade Média ao compará-la às prostitutas e bruxas do período. IV. Os historiadores denominados marxistas também contribuíram para perpetuar os preconceitos referentes à Idade Média, pois afirmavam que no período a luta de classes inexistiu. V. Durante a Idade Média, como outros períodos da História da humanidade, a Europa vivenciou crises, bem como desenvolvimento científico e cultural. Assinale a alternativa CORRETA. A( ) Somente as afirmativas II e V são corretas. B( ) Somente as afirmativas I e III são corretas. C( ) Somente a afirmativa III é correta. D( ) Somente as afirmativas II, III e IV são corretas. E( ) As afirmativas I, II, III, IV e V são corretas. 17) Identifique se são verdadeiras (V) ou falsas (F) as afirmativas com relação à antiguidade oriental. ( ) O Egito antigo se organizou politicamente em cidadesEstado independentes do poder central. ( ) Na Mesopotâmia, a monarquia surgiu de forma provisória: o rei era escolhido diante da necessidade de enfrentar alguma emergência específica, perdendo seus poderes quando a situação se resolvia. ( ) Uma vez estabelecidas, as monarquias no Egito e na Mesopotâmia possuíam a mesma característica: rei e faraó eram considerados divinos. ( ) Mesopotâmia e Egito pertencem ao Crescente Fértil, região onde os rios existentes facilitaram o desenvolvimento agrícola. Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA, de cima para baixo. A( ) F - F - V - F B( ) V - V - F - V C( ) F - V - F - V D( ) V - F - F - V E( ) V - F - V - F 18) As conquistas territoriais da república romana provocaram profundas consequências políticas, econômicas e sociais. Os irmãos Graco, Tibério e Caio, como Tribunos da Plebe, procuraram implementar reformas em favor dos pobres. Sobre esta questão, é CORRETO afirmar que a Lei Frumentária pretendia: A( ) dividir as terras do estado entre lavradores sem terra. B( ) limitar em 125 hectares a posse da terra de cada arrendatário. C( ) conceder direitos de cidadania romana completa aos latinos. D( ) distribuir cereais a preços baixos à plebe romana. E( ) conceder direitos limitados de cidadania aos povos conquistados. 19) Sobre as ciências medievais europeias, é CORRETO afirmar que: A( ) a perscrutação e a experimentação eram proibidas, pois consideradas ofensivas e ameaçadoras das verdades reveladas por Deus. B( ) Pedro Abelardo e Santo Alberto consideravam que os avanços das ciências aconteceriam de forma natural, no tempo
propício estabelecido por Deus. Portanto, bastava ao cientista atitudes que favorecessem a inspiração. C( ) Roger Bacon, defensor do método experimental e autor de estudos sobre a ótica e a geografia, foi torturado pela Inquisição e abdicou da suas descobertas para evitar a morte na fogueira. D( ) a hierarquia eclesiástica repudiava as manifestações de pensamento que colocassem em risco a ortodoxia cristã. O Santo Ofício reprimia as atitudes contrárias às normas e aos valores da Igreja. E( ) as reflexões de Santo Tomás de Aquino, durante o século XIII, transformaram a Teologia "mãe de todas as ciências", mesmo repudiando o uso da razão e da experiência. 20) A divisão da História é convencionada a eventos que caracterizam a mudança de uma idade para a outra. Identifique se são verdadeiras (V) ou falsas (F) as afirmativas abaixo com relação à transição da Idade Antiga para a Idade Média. ( ) A ocupação turca e a queda do Império Romano do Oriente. ( ) As grandes navegações e a descoberta da América. ( ) A deposição de Rômulo Augústulo por Odoacro, rei dos hérulos. ( ) O desmembramento do império de Carlos Magno. Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA, de cima para baixo. A( ) F - F - V - F B( ) F - F - F - V C( ) F - V - V - F D( ) V - V - V - F E( ) F - F - V - V 01) Considere o seguinte extrato do diálogo Mênon, de Platão. Mênon: - Seja, Sócrates! Entretanto, o que é que te leva a dizer que nada aprendemos e que o que chamamos de saber nada mais é do que recordação? Poderias provar-me isso? Sócrates: - Não faz muito, excelente Mênon, que te chamei de habilidoso! Perguntas se te posso ensinar, quando agora mesmo afirmei claramente que não há ensino, mas apenas reminiscência; estás procurando precipitar-me em contradição comigo mesmo! Mênon: - Não, por Zeus, caro Sócrates! Não foi com essa intenção que fiz a pergunta, mas apenas levado pelo hábito. Todavia, se te é possível mostrar-me de qualquer modo que as coisas de fato se passam assim como o dizes, demonstra-mo, pois esse é o meu desejo! Sócrates: - Não é uma tarefa fácil o que pedes; fá-la-ei, entretanto, de boa vontade, por se tratar de ti. Chama a qualquer um dos escravos que te acompanham, qualquer um que queiras, a fim de que por meio dele eu possa fazer a demonstração que pedes. Mênon: - Com prazer. (Dirigindo-se a um de seus escravos moços): Aproxima-te! Sócrates: - Ele é grego e fala grego? Mênon: - Sim; nasceu em minha casa. Sócrates: - Então, caro Mênon, presta bem atenção, e examina com cuidado se o que ele faz com meu auxílio é recordar-se ou aprender. Mênon: - Observarei com cuidado. (Diálogos de Platão - Mênon) A partir do texto citado, é CORRETO afirmar que: A( ) no processo de educação o mestre força a extração do conhecimento do discípulo.
B( ) a figura do mestre é central no processo do conhecimento, porém vai depender da força de vontade do discípulo. C( ) no processo de conhecimento denominado maiêutica, a pergunta e a resposta têm importância equivalente. D( ) o escravo do texto, declarado por Mênon como tendo crescido em sua casa, na verdade apresentava uma formação matemática anterior ao período em que foi servir ao seu senhor. E( ) a Ágora e sua dimensão peripatética não era tão importante para a formação do homem grego. 02) Nas modernas pesquisas sobre o papel e o lugar dos Sofistas na filosofia grega, principalmente depois dos trabalhos pioneiros de William Guthrie, a valoração desse personagem tem se alterado, principalmente no que tange à critica aos limites da dialética na obtenção da verdade. Acerca disso, podemos afirmar que: I. o sofista é, de fato, um falastrão que procura tão somente ludibriar o seu público. II. sem a participação dos sofistas, o filósofo poderia desenvolver melhor suas reflexões sobre a ética, o conhecimento, a política etc. III. os sofistas, apesar de serem criticados durante muito tempo nos diversos autores da História da Filosofia, constituíram-se em personagens indispensáveis para o questionamento do processo do conhecimento. IV. os sofistas, com seus questionamentos pertinentes, apresentam os limites da dialética no seu afã de busca da verdade. Assinale a alternativa CORRETA. A( ) Somente as afirmativas I, II e IV são corretas. B( ) Somente as afirmativas II e III são corretas. C( ) Somente as afirmativas I e III são corretas. D( ) Somente as afirmativas II, III e IV são corretas. E( ) Somente as afirmativas III e IV são corretas. 03) Caso seja levado em consideração que o termo filósofo não designa uma identidade - aquele que possui o conhecimento mas uma distinção, o amigo do sábio, e levando em conta a célebre frase socrática: "só sei que nada sei", que demonstra a busca incessante do conhecimento sem nunca alcançá-lo por completo, podemos afirmar que: I. o mestre é o detentor último dos conhecimentos possíveis. II. o mestre é aquele que mostra o caminho do conhecimento, mas que não o tem consigo. III. o mestre é o exemplo de que a aquisição do conhecimento é algo em permanente construção. IV. neste processo do conhecimento é importante a confluência da doação do mestre em mostrar o caminho e a vontade do discípulo em buscar a verdade. Assinale a alternativa CORRETA. A( ) Somente as afirmativas I, II e IV são corretas. B( ) Somente as afirmativas II, III e IV são corretas. C( ) Somente as afirmativas I, II e III são corretas. D( ) Somente as afirmativas III e IV são corretas. E( ) Todas as afirmativas são corretas. 04) Acerca da contribuição que o conhecimento filosófico fornece para a formulação de novas teorias da educação, identifique com V (verdadeiro) ou F (falso) as seguintes afirmativas.
( ) As doutrinas filosóficas fornecem o suporte teórico para as reflexões sobre os fundamentos da educação, obrigando uma constante visita aos textos clássicos da filosofia. ( ) As reflexões filosóficas são filhas de seu tempo, o que não permite a transposição de conhecimentos passados para teorias da educação de outras épocas. ( ) Conforme Merleau-Ponty, não existe passado para a filosofia, todas as filosofias, se são filosofias, dialogam numa mesma temporalidade, o que possibilita uma franca troca entre as teorias da educação e as diversas doutrinas filosóficas. ( ) Tendo em vista a diafonia das doutrinas filosóficas, deve-se alicerçar uma teoria da educação em uma delas somente, para que não haja contradição interna nesta concepção educacional. Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA, de cima para baixo. A( ) V - F - V - F B( ) V - V - F - V C( ) F - V - F - V D( ) F - F - V - F E( ) V - F - V - V 05) A palavra grega Paideia, que pode ser traduzida tanto por formação quanto por educação ou conhecimento, teve várias interpretações ao longo da História da Filosofia. Mas segundo Werner Jaeger podemos afirmar que: I. Paideia constitui-se na formação integral do homem, levando em consideração seus aspectos físicos e intelectuais. II. Paideia é uma formação que é possível apenas a quem possui a "alma de ouro", conforme nos mostra Platão nos seus vários diálogos. III. Paideia é uma educação apenas para a guerra, o que torna o homem apto ao exercício da cidadania. IV. Paideia não pode ser vista apenas como educação racional ou exercício do logos, mas como um processo que leva em consideração todos os demais aspectos do homem. Assinale a alternativa CORRETA. A( ) Somente as afirmativas I e IV são corretas. B( ) Somente as afirmativas II, III e IV são corretas. C( ) Somente as afirmativas I, II e III são corretas. D( ) Somente as afirmativas III e IV são corretas. E( ) Todas as afirmativas são corretas. 06) "Se formos buscar homens de boa constituição física e intelectual, para os educarmos nestes estudos e treinos, a própria justiça não terá nada a censurar-nos, e salvaremos a cidade e a constituição". [República, 536b] Segundo essa passagem da República, assinale a alternativa que MELHOR EXPLICITA a importância da educação para a constituição da polis ideal. A( ) A cidadania está associada unicamente à preparação para a guerra, donde a preocupação com a ginástica que é elogiada no modelo espartano. B( ) Pelo exemplo do meteco (o estrangeiro), a cidadania está acessível a todo aquele que incorpora a cultura de um lugar e queira viver no seio deste povo. C( ) Como a educação completa só é possível para os aristocratas, somente estes possuem cidadania. D( ) A cidadania pressupõe uma certa Paideia ou formação que leve em consideração os aspectos físicos e intelectuais. E( ) O artesão ou os homens de "alma de bronze" não possuem, de fato, cidadania na polis grega.
07) Kant inicia o seu texto "Resposta à pergunta: que é esclarecimento (Aufklärung)?" declarando: "Esclarecimento [Aufklarüng] é a saída do homem de sua menoridade, do qual ele próprio é culpado. A menoridade é a incapacidade de fazer uso de seu entendimento sem a direção de outro indivíduo. O homem é o próprio culpado dessa menoridade se a causa dela não se encontra na falta de entendimento, mas na falta de decisão e coragem de servir-se de si mesmo sem a direção de outrem. Sapere aude! Tem coragem de fazer uso de teu próprio entendimento, tal é o lema do esclarecimento". (KANT, Immanuel. Resposta à pergunta: que é esclarecimento (Aufklarüng)? In: Textos Seletos. Petrópolis: Vozes, 1974. p. 100). Sobre esse tema podermos afirmar CORRETAMENTE que: I. o esclarecimento se alicerça na decisão do indivíduo em transpor sua vontade em deliberar por si mesmo. II. o problema para o entendimento não está na esfera da razão, mas na ausência da firme determinação em buscar o conhecimento por si mesmo. III. o esclarecimento se apoia sobremaneira na vontade do indivíduo que, porém, se submete, também, à intermediação de outros. IV. a menoridade racional é uma segunda natureza para o homem, que aceita a dominação racional por outro. Assinale a alternativa CORRETA. A( ) Somente as afirmativas I, III e IV são corretas. B( ) Somente as afirmativas I, II e IV são corretas. C( ) Somente as afirmativas I, II e III são corretas. D( ) Somente as afirmativas II e IV são corretas. E( ) Somente as afirmativas I e IV são corretas. 08) No pensamento rousseauniano, podemos afirmar que: I. a educação está intimamente vinculada ao projeto cívico. II. a criança para Rousseau é uma espécie de pequeno homem e não um homem incompleto. III. a educação retira o homem do estado de natureza e o torna membro da sociedade civil. IV. a educação tem o escopo de conferir uma polidez para o homem aristocrata do século XVIII. Assinale a alternativa CORRETA. A( ) Somente as afirmativas I, II e IV são corretas. B( ) Somente as afirmativas II, III e IV são corretas. C( ) Somente as afirmativas I, II e III são corretas. D( ) Todas as afirmativas são corretas. E( ) Somente a afirmativa I é correta. 09) Identifique com V (verdadeiro) ou F (falso) as afirmativas abaixo sobre a relação processo educativo, civismo e moralidade, segundo Rosseau. ( ) A educação fornece os subsídios morais para o novo cidadão. ( ) A ação política exige uma formação moral que é dada pela educação. ( ) A razão não regula a moralidade, visto que esta advém dos costumes. ( ) A educação, se cumprisse sua missão, impediria a ação política do indivíduo, haja vista que esta esfera política é regrada pela imoralidade. Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA, de cima para baixo. A( ) V - V - F - V
B( ) F - V - F - V C( ) F - F - V - F D( ) V - F - F - V E( ) V - V - F - F 10) Em "Educação Após Auschwitz" Theodor Adorno diz: "Tudo isso tem a ver com um pretenso ideal que desempenha um papel relevante na educação tradicional em geral: a severidade. Esta pode até mesmo remeter a uma afirmativa de Nietzsche, por mais humilhante que seja e embora ele na verdade pensasse em outra coisa. Lembro que durante o processo sobre Auschwitz, em um de seus acessos, o terrível Boger culminou num elogio à educação baseada na força e voltada à disciplina. Ela seria necessária para constituir o tipo de homem que lhe parecia adequado. Essa ideia educacional da severidade, em que irrefletidamente muitos podem até acreditar, é totalmente equivocada. (ADORNO, Theodor. Educação Após Auschwitz. In: Educação e Emancipação. Rio de Janeiro: Paz & Terra, 2000) A partir deste texto, podemos afirmar que: I. o erro formativo que gerou Auschwitz foi a falta de disciplina para suportar a dor e o medo. II. resistir ao medo, não demonstrar a dor, enfim, ser rijo, não implica necessariamente em uma boa formação. III. a severidade e o castigo físico são ainda apanágios de uma boa formação. IV. a exteriorização do medo e da dor deve ser valorizada na formação do indivíduo. Assinale a alternativa CORRETA. A( ) Somente as afirmativas I, II e IV são corretas. B( ) Somente as afirmativas I, III e IV são corretas. C( ) Somente as afirmativas II e IV são corretas. D( ) Todas as afirmativas são incorretas. E( ) Somente a afirmativa III é correta. 11) Tendo em vista as críticas de Adorno sobre a educação, problema este que gerou Auschwitz, e transpondo-as para o nosso tempo podemos afirmar que: I. faltam em nosso sistema escolar severidade, rigor, disciplina e austeridade. II. a educação e o esclarecimento ainda podem evitar o aparecimento de genocidas. III. a autoridade e a disciplina são aspectos centrais para a boa formação e para a civilidade. IV. afetividade, paciência e tolerância não são demonstrações de fraqueza. Assinale a alternativa CORRETA. A( ) Somente as afirmativas I e IV são corretas. B( ) Somente as afirmativas I e II são corretas. C( ) Somente as afirmativas II e III são corretas. D( ) Somente a afirmativa I é correta. E( ) Somente as afirmativas II e IV são corretas. 12) Tendo em vista a LDB 5692/71, gestada durante o regime militar, que preconizava a educação para o mundo do trabalho e a LDB 9394/96, que preconiza uma formação voltada para a cidadania, podemos afirmar corretamente que: I. a estratégia adotada em 1971 estava correta, visto que o sistema de educação superior não abrigava todos os jovens formados pelo antigo 2º grau.
II. a falta estrutural de emprego não favorece uma formação voltada para o mundo do trabalho. III. a LDB 9394/96 não exclui uma formação técnica para o jovem se inserir no mercado de trabalho, mas alia a essa formação os conteúdos necessários para o exercício da cidadania. IV. é possível descortinar pela LDB 9394/96 que, no bojo das lutas democráticas contemporâneas, um país deve se formar, primeiramente, por cidadãos e não apenas pela mão de obra altamente qualificada disponibilizada ao mercado. Assinale a alternativa CORRETA. A( ) Somente as afirmativas III e IV são corretas. B( ) Somente as afirmativas I e II são corretas. C( ) Somente as afirmativas I e III são corretas. D( ) Somente as afirmativas I, III e IV são corretas. E( ) Somente a afirmativa III é correta. 13) Podermos observar no Brasil uma crescente participação das mulheres na economia, no governo e nas esferas decisórias de um modo geral. Porém, estamos muito distante da situação ideal, visto que as mulheres não perfazem uma participação proporcional numericamente. Isso nos leva a questionar a que se deve essa baixa participação. Conforme as análises de Quentin Skinner, Phillip Pettit, Carole Paterman, que fazem essa crítica tentando conciliar o republicanismo, o feminismo e o acesso às instituições, poderíamos afirmar que uma reflexão filosófica que busca superar esse quadro deveria se pautar por: I. refletir e discutir a participação política para além da questão de gênero. II. pensar no modo de organização e abertura das instituições políticas em face das demandas do cidadão. III. apesar da crítica desses autores, ainda não se atingiu o cerne da questão, o qual está no domínio completo que o gênero masculino ocupa nas esferas públicas. IV. os incentivos públicos calcados nos aspectos de gênero, raça e etnia violam o princípio meritocrático que está na base de formação do educando e futuro cidadão. Assinale a alternativa CORRETA. A( ) Somente as afirmativas III e IV são corretas. B( ) Somente as afirmativas I e II são corretas. C( ) Somente as afirmativas I e III são corretas. D( ) Somente as afirmativas I, III e IV são corretas. E( ) Somente a afirmativa III é correta. 14) A ampliação do acesso à informação que ocorreu nas últimas décadas, no qual se verifica uma aceleração vertiginosa do volume de informações disponíveis a qualquer sujeito, levanos a refletir sobre o impacto dessas informações para o homem. A partir disso podemos afirmar: I. qualquer informação é melhor do que informação nenhuma. II. muitas informações geram mais confusão mental do que aptidão para as boas decisões. III. esse grande volume de informações não torna o homem, necessariamente, mais sábio ou inteligente. IV. a informação é um dado para o conhecimento, mas não é o conhecimento em si. Assinale a alternativa CORRETA. A( ) Somente as afirmativas I e II são corretas. B( ) Somente as afirmativas II e III são corretas. C( ) Somente as afirmativas I, III e IV são corretas. D( ) Somente as afirmativas I e IV são corretas.
E( ) Somente a afirmativa IV é correta. 15) O acesso eletrônico a teses, livros e revistas acadêmicas pode repercutir no processo de aquisição do conhecimento, particularmente naquilo que Habermas denominou como a teoria do agir comunicativo. Neste sentido, essa gama maior de informação, em termos de reflexão filosófica, pode: I. possibilitar a propagação de várias ações contrárias ao mundo civilizado, como: pornografia, pedofilia, roubo de informações, plágios, terrorismo etc. II. permitir a disseminação e democratização do conhecimento, rompendo com o elitismo ou a aristocratização do saber, característica do mundo livresco. III. possibilitar a rápida superação das fronteiras do conhecimento, pois um número maior de pessoas podem acessar, debater e reformular os conhecimentos. IV. estimular a preguiça mental dos acadêmicos, pois as ideias já se encontram prontas e acessíveis. Assinale a alternativa CORRETA. A( ) Somente as afirmativas III e IV são corretas. B( ) Somente as afirmativas II e III são corretas. C( ) Somente as afirmativas I e II são corretas. D( ) Somente as afirmativas I, II e IV são corretas. E( ) Somente a afirmativa III é correta. 16) O retorno da obrigatoriedade do ensino da Filosofia no nível médio com a Lei nº 11.684, de 02 de junho de 2008, significou uma revalorização desses conteúdos pela comunidade escolar, bem como por toda a sociedade. Sobre isso podemos afirmar que: I. o retorno da disciplina atendeu a uma demanda corporativa dos inúmeros formados em filosofia no Brasil. II. a filosofia tem sua importância, na medida em que municia o estudante de instrumentos para a reflexão. III. a medida governamental é equivocada, pois, além de não existirem professores habilitados para ministrá-la, ela retira o espaço para conteúdos mais significativos para o estudante. IV. a volta do ensino de Filosofia vem preencher uma lacuna herdada do período da ditadura militar, caracterizada por seu obscurantismo. Assinale a alternativa CORRETA. A( ) Somente as afirmativas III e IV são corretas. B( ) Somente as afirmativas I e III são corretas. C( ) As afirmativas I, II, III e IV são corretas. D( ) Somente a afirmativa IV é correta. E( ) Somente as afirmativas II e IV são corretas. 17) Segundo Michel Foucault, no seu texto O que São as Luzes?: "Sei que se fala frequentemente da modernidade como uma época ou, em todo caso, como um conjunto de traços característicos de uma época; ela é situada em um calendário, no qual seria precedida de uma pré-modernidade, mais ou menos ingênua ou arcaica, e seguida de uma enigmática e inquietante "pós-modernidade". E nos interrogamos então para saber se a modernidade constitui a consequência da Aufklarüng e seu desenvolvimento, ou se é preciso ver nela uma ruptura ou um desvio em relação aos princípios fundamentais do século XVIII". (FOUCAULT, Michel. O que São as Luzes? In: Arqueologia das Ciências e História dos Sistemas de Pensamento. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2008. p. 341)
Em concordância com o que pensa o filósofo francês, assinale a alternativa CORRETA. A( ) A Aufklarüng não possibilita a saída da menoridade da razão, pois se mantém a dominação política pelo uso privado da razão. B( ) O uso privado da razão, que é livre, é contraditório ao uso público da razão, que leva à obediência. C( ) A Aufklarüng é uma teleologia da história, visto que a razão encontra sua realização histórica universal. D( ) A pré-modernidade lança as bases da modernidade da razão. E( ) A pesquisa filosófica deve se pautar em práticas enfocadas, simultaneamente, como tipo tecnológico de racionalidade e jogos estratégicos de liberdade. 18) Um dos pontos centrais das reflexões filosóficas que abordam as teorias construtivistas destacam certos aspectos, a saber: I. que o educador deve partir da realidade cultural, social e econômica do educando, para elaborar suas estratégias de ensino e aprendizagem. II. que a realidade concreta do educando é o norteador e o ponto final dos objetivos educacionais. III. que apesar das carências culturais do educando, a formação escolar deve agregar valores e saberes. IV. que o aspecto mais importante nos projetos educacionais está na vivência escolar e não na formação cultural. Assinale a alternativa CORRETA. A( ) Somente as afirmativas II e IV são corretas. B( ) Somente as afirmativas I e IV são corretas. C( ) Somente as afirmativas I e III são corretas. D( ) Somente as afirmativas I, II e III são corretas. E( ) Somente a afirmativa I é correta. 19) O conhecimento das doutrinas filosóficas dos diversos autores da História da Filosofia contribuem para que o educador forme seu referencial teórico sobre o qual elaborará suas próprias reflexões. Dito isto, é verdadeiro afirmar que: ( ) falta ainda uma reflexão filosófica que tenha a educação como seu ponto central. ( ) os condicionantes temporais e locais das filosofias impedem uma transposição dessas formulações para o contexto brasileiro contemporâneo. ( ) as reflexões filosóficas sobre a educação estão inseridas no bojo das preocupações epistemológicas do autor e não enfocadas tão somente na formação do indivíduo. ( ) não é possível fazer uma reflexão filosófica de qualidade e repercussão ignorando a tradição do pensamento filosófico. Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA, de cima para baixo. A( ) V - V - V - F B( ) F - F - F - V C( ) F - V - F - V D( ) F - V - V - F E( ) V - F - F - V 20) No atual contexto educacional brasileiro, cabe questionar o lugar do professor na esfera política e cultural. Assinale a alternativa que melhor expressa essa importância política do professor.
A( ) O professor, paulatinamente, perde, a cada dia, o lugar como transmissor e formador cultural privilegiado, em função da autonomia que os meios de comunicação oferecem a qualquer indivíduo. B( ) A precarização da profissão docente rebaixou o status sociocultural do professor, o que torna lícito fazer da educação uma mera ocupação trabalhista, sem prejuízo da formação do educando. C( ) Com o advento dos novos meios de comunicação de massa, a importância do professor foi, é e será irremediavelmente substituída pelas novas mídias. D( ) Apesar de não gozar de um status social relevante nos dias atuais, o professor ainda ocupa a função política de intermediador cultural para o povo. E( ) A acepção clássica do professor culto e erudito não tem lugar em sociedades pósmodernas.
01) Historicamente existem duas tendências filosóficas de análise da relação entre os mitos e a filosofia grega. Uma, representada especialmente por John Burnet, fala do milagre grego, enfatizando a ruptura radical da filosofia em relação à mitologia, não apenas da cultura grega, mas da mitologia em geral. A outra tendência, representada especialmente por Francis Cornford, fala de uma transição gradual e multifacetada do mito à filosofia. Tendo estas duas tendências em vista, analise as afirmativas abaixo sobre a relação histórica e filosófica entre mito e filosofia: I. a filosofia grega, a começar pelos pré-socráticos, representa o surgimento consciente de uma atitude teórica marcada pela racionalidade. II. a filosofia nunca teve qualquer relação com o mito que precede e envolve seu nascimento no mundo grego présocrático. III. a filosofia não se diferencia da mitologia. IV. os filósofos pré-socráticos discutem questões que elaboraram tanto a partir de uma leitura crítica das explicações mitológicas quanto de sua observação racional dos fenômenos naturais. V. o uso que Platão faz dos mitos mostra que há uma relação entre filosofia e mitologia no pensamento grego ao menos até a época clássica. Assinale a alternativa CORRETA. A( ) Somente as afirmativas I e V são corretas. B( ) Somente as afirmativas I, IV e V são corretas. C( ) Somente as afirmativas II e IV são corretas. D( ) Somente as afirmativas III e V são corretas. E( ) Somente as afirmativas I, III e V são corretas. 02) Aristóteles chamou os primeiros pensadores de fisiólogos, pois eles se voltaram para a investigação da natureza a partir de princípios racionalmente justificados ou justificáveis. Analise as afirmativas abaixo sobre a investigação da natureza elaborada pelos présocráticos: I. existe ordem na natureza, mas nós não podemos conhecê-la. II. nenhum pré-socrático colocou conjuntamente os quatro elementos (terra, fogo, água e ar) como princípios de todas as coisas.
III. todos os pré-socráticos supõem como verdadeiro que nada provém do nada. IV. os eleatas diziam que o ser, para eles sinônimo da natureza de todas as coisas, é divisível. V. Tales, Anaximandro e Anaxímenes defendem que a natureza tem um princípio único. VI. Anaxágoras afirma que a Inteligência (Nous) é princípio de todas as coisas. VII. para Leucipo e Demócrito os átomos, que juntamente com o vazio compõe a natureza como um todo, são infinitamente divisíveis. Assinale a alternativa CORRETA. A( ) Somente as afirmativas III, V e VI são corretas. B( ) Somente as afirmativas I, III e IV são corretas. C( ) Somente as afirmativas II, III e IV são corretas. D( ) Somente as afirmativas III, V e VII são corretas. E( ) Somente as afirmativas III, IV e VI são corretas. 03) As distinções entre ser, como sinônimo do que é verdadeiro, e devir, como o que é aparente, começam a surgir já no pensamento pré-socrático. Estas distinções são desenvolvidas de um modo peculiar por Platão e Aristóteles, assim como na história das escolas do helenismo (especialmente as escolas epicurista, estóica e cética). Sobre estas distinções, tal como pensadas no mundo grego, analise as afirmativas abaixo: I. a distinção entre ser e devir se torna explícita apenas a partir de Parmênides e Heráclito. II. a distinção platônica entre sensível e inteligível não se relaciona com a distinção entre verdade e aparência. III. Aristóteles pensa ser e devir como absolutamente distintos aspectos do mundo. IV. os atomistas e epicuristas afirmam que os átomos são objetos materiais perceptíveis. V. Heráclito defende a concepção do Logos como princípio e harmonia inteligível do devir. VI. para os eleatas o ser não se identifica com a aparência. Assinale a alternativa CORRETA. A( ) Somente as afirmativas I, III e VI são corretas. B( ) Somente as afirmativas II, V e VI são corretas. C( ) Somente as afirmativas I e II são corretas. D( ) Somente as afirmativas II, III, V e VI são corretas. E( ) Somente as afirmativas I, II, IV e VI são corretas. 04) Ao longo de vários diálogos, Platão discute ou supõe diretamente o que se tornou comum chamar de teoria das Ideias. A partir do conjunto de diálogos em que Platão discute ou supõe diretamente esta teoria podemos depreender um conjunto de afirmações indiscutivelmente verdadeiras sobre teoria das Ideias. Analise as afirmativas abaixo sobre esta teoria: I. as Ideias não têm nenhuma relação com os entes sensíveis. II. as Ideias não se relacionam entre si. III. as entidades matemáticas não são Ideias. IV. as Ideias são entidades puramente mentais. V. no diálogo República, a Ideia do bem é determinada como estando além da essência. VI. ao longo de vários diálogos, Platão usa diversos termos, tais como "forma", "paradigma" e "essência", como sinônimos do termo "Ideia".
VII. para Platão, "Demiurgo" é o nome da divindade que molda o mundo sensível a partir das Ideias. Assinale a alternativa CORRETA. A( ) Somente as afirmativas V, VI e VII são corretas. B( ) Somente as afirmativas I, V, e VI são corretas. C( ) Somente as afirmativas II, III e IV são corretas. D( ) Somente as afirmativas IV, V e VI são corretas. E( ) Somente as afirmativas I, VI e VII são corretas. 05) No livro intitulado Metafísica, Aristóteles procura fundamentar e justificar o que chamou de filosofia primeira. Desde a Idade Média há controvérsias quanto à correta interpretação do sentido exato do conceito de filosofia primeira nos textos que compõem a Metafísica, pois há passagens conflitantes sobre este conceito. Independentemente da interpretação adotada pelos exegetas desta obra ao longo da história, analise as afirmativas abaixo sobre a filosofia primeira: I. Aristóteles nunca afirma que a filosofia primeira é a teologia. II. a filosofia primeira parte do fato de que o conceito de ser se diz de várias maneiras e procura explicar este fato. III. a ontologia de Aristóteles tem na essência (ousia) seu tema principal. IV. as essências (ousia) sensíveis são definidas como formas imateriais. V. a matemática é chamada por Aristóteles de filosofia segunda em relação à filosofia primeira. VI. o movente não-movido (Deus) é definido por Aristóteles como única forma sem matéria sempre atual. Assinale a alternativa CORRETA. A( ) Somente as afirmativas I, II e V são corretas. B( ) Somente as afirmativas II, IV e VI são corretas. C( ) Somente as afirmativas III, V e VI são corretas. D( ) Somente as afirmativas II, III e VI são corretas. E( ) Somente as afirmativas I, III e VI são corretas. 06) A Ética a Nicômaco é o principal tratado ético de Aristóteles. Dois tópicos centrais da ética aristotélica são a teoria das virtudes e a análise do conceito de justiça. Sobre estes dois tópicos, leia com atenção as seguintes afirmativas: I. para Aristóteles o ser humano possui apenas um tipo de virtude, ligada apenas às disposições morais e não às intelectuais. II. as virtudes são o meio termo entre disposições morais contrárias. III. ações morais que exprimem o caráter virtuoso são praticadas por causa de algo exterior a elas. IV. ações morais têm de ser necessariamente as ações voluntárias. V. a justiça é apenas uma virtude de indivíduos e não de instituições da polis. VI. Aristóteles explicita a diferença entre justiça distributiva e justiça corretiva. VII. Aristóteles determina a sabedoria prática (fronesis) como uma capacidade superior à inteligência (nous). VIII. para Aristóteles a amizade é uma virtude que só ocorre por causa e em vista da utilidade. Assinale a alternativa CORRETA. A( ) Somente as afirmativas II, III e VI são corretas. B( ) Somente as afirmativas I, IV, V e VI são corretas. C( ) Somente as afirmativas I, IV e VI são corretas. D( ) Somente as afirmativas I, IV e V são corretas.
E( ) Somente as afirmativas II, IV e VI são corretas. 07) A Política de Aristóteles representa, juntamente com a Ética a Nicômaco, aquilo que o próprio filósofo chama de ciência política. Leia com atenção as afirmativas abaixo sobre a ciência política, tal como exposta no livro Política: I. os seres humanos são vistos, por princípio, como seres políticos porque possuem a racionalidade ligada ao discurso (logos). II. Aristóteles não faz restrições políticas à atividade econômica na polis. III. na teoria das formas de governo elaborada por Aristóteles, as formas justas são a monarquia, a aristocracia e a democracia. IV. ao contrário de Platão, em sua República, Aristóteles não se preocupa em propor as características de uma cidade ideal. V. para Aristóteles o maior número de cidadãos da classe média em uma polis é uma condição necessária para sua estabilidade política. VI. ao contrário de Platão, em sua República, Aristóteles não fala da música na educação dos cidadãos. Assinale a alternativa CORRETA. A( ) Somente as afirmativas I, IV e VI são corretas. B( ) Somente as afirmativas II, III, V e VI são corretas. C( ) Somente as afirmativas I, III, V e VI são corretas. D( ) Somente as afirmativas I, IV, V e VI são corretas. E( ) Somente as afirmativas I e V são corretas. 08) Apesar de sua diversidade e suas diferenças teóricas, todas as escolas do helenismo colocam a ética como a parte mais importante da filosofia. Analise as afirmativas sobre as concepções éticas dessas escolas: I. para os epicuristas o prazer é o bem ético, por isso defendiam o hedonismo radical. II. o cético pirrônico deseja chegar a e permanecer na tranquilidade decidindo-se por alguma doutrina específica. III. segundo Epicuro, para alcançar o bem ético o filósofo deve atuar sempre que possível na política. IV. os estóicos preconizavam que a virtude para chegar ao bem ético deveria basear-se nas inclinações e desejos. V. os céticos praticavam a suspensão do juízo (epochê) como meio de se chegar à tranquilidade da alma. VI. os cínicos eram críticos dos costumes estabelecidos porque acreditavam que as cidades existentes afastavam os seres humanos da felicidade, que para eles consistia no retorno à natureza. VII. segundo os estóicos, o filósofo só encontrará a felicidade ética se admitir que tudo que ocorre no mundo é justo, porquanto se realiza segundo as leis de uma divindade racional. Assinale a alternativa CORRETA. A( ) Somente as afirmativas I, II, V e VII são corretas. B( ) Somente as afirmativas II, III, V e VI são corretas. C( ) Somente as afirmativas V, VI e VII são corretas. D( ) Somente as afirmativas II, V, VI e VII são corretas. E( ) Somente as afirmativas I, VI e VII são corretas. 09) A Patrística é o primeiro momento da filosofia cristã. Sobre esta tendência filosófica, leia as seguintes afirmativas: I. a Patrística é um movimento de pensadores cristãos que procura justificar teórica e filosoficamente a concepção de vida e de mundo depreendida da Bíblia. II. Boécio não é considerado um pensador da Patrística.
III. Plotino é um pensador considerado como participante da Patrística. IV. a Patrística sempre rejeitou a filosofia greco-romana em seu todo. V. Santo Agostinho é considerado o maior pensador da Patrística latina. VI. um dos temas fundamentais da Patrística é a discussão do sentido da Santíssima Trindade. Assinale a alternativa CORRETA. A( ) Somente as afirmativas I, II e IV são corretas. B( ) Somente as afirmativas I, II, V e VI são corretas. C( ) Somente as afirmativas III, V e VI são corretas. D( ) Somente as afirmativas I, V e VI são corretas. E( ) Somente as afirmativas II, V e VI são corretas. 10) Assinale a alternativa que responde CORRETAMENTE à pergunta abaixo. Sabemos das lutas de Santo Agostinho contra as heresias, especialmente no que tange às suas interpretações do sentido histórico da religião cristã. Uma destas heresias foi o Pelagianismo. Segundo Santo Agostinho, em que consiste o erro a que essa heresia conduz? A( ) Todos os seres humanos são hereges. B( ) Se não há pecado original, então tampouco pode haver a missão salvadora de Jesus Cristo. C( ) O ser humano é mau por natureza, não por escolha. D( ) Deus, ao criar o ser humano, também criou o mal. E( ) Não há como superar o mal. 11) Leia a seguinte passagem de Santo Agostinho: "Incorre em erro a alma quando se identifica tanto a essas imagens [exteriores], e, levada por tal amor, vem a considerarse da mesma natureza que elas." (A trindade) Conforme o pensamento de Santo Agostinho, analise as afirmativas abaixo derivadas do trecho citado: I. o amor nunca nos engana. II. o erro deve-se à ação da própria alma. III. o erro acontece quando a alma se identifica com coisas exteriores a ela. IV. a alma erra porque, no pecado original, foi abandonada por Deus. V. a alma erra porque faz parte da natureza. Assinale a alternativa CORRETA. A( ) Somente as afirmativas II e III são corretas. B( ) Somente a afirmativa V é correta. C( ) Somente as afirmativas I e IV são corretas. D( ) Somente a afirmativa II é correta. E( ) Somente a afirmativa III é correta. 12) Analise as afirmativas abaixo sobre a importância que Santo Agostinho atribui à memória. Mas o que é o mais importante a ser lembrado? I. Nossa infância. II. Nosso eu. III. O pecado original. IV. Deus. V. Nossas imagens externas. Assinale a alternativa CORRETA. A( ) Somente as afirmativas I e II são corretas. B( ) Somente as afirmativas III e IV são corretas. C( ) Somente a afirmativa II é correta.
D( ) Somente a afirmativa III é correta. E( ) Somente a afirmativa IV é correta. 13) Assinale a alternativa que responde CORRETAMENTE à pergunta abaixo. Segundo Santo Agostinho, através de qual procedimento podemos descobrir a verdade? A( ) Pela experiência empírica. B( ) Pelo diálogo ecumênico. C( ) Pela iluminação interior. D( ) Pela ação do Demiurgo. E( ) Pela dedução transcendental das categorias. 14) Assinale a alternativa que responde CORRETAMENTE à pergunta abaixo. A quem os historiadores da filosofia, Gilson e Boehner, atribuem a seguinte afirmação sobre a justificação racional da existência de Deus: "A partir da experiência obtém-se a ideia de ser supremo que, sendo eterno, também deve ser necessário; e, como tal, não pode ser pensado como não existente."? A( ) Santo Agostinho. B( ) Santo Anselmo de Cantuária. C( ) Santo Tomás de Aquino. D( ) Santo Alberto Magno. E( ) Averróis. 15) A respeito daquilo que Santo Tomás de Aquino pensa sobre a relação entre fé e razão, através da correlação entre teologia e filosofia, assinale a alternativa CORRETA. A( ) A filosofia pode contestar a teologia. B( ) A teologia, de acordo com a filosofia, determina Deus como uma ideia reguladora da razão. C( ) A teologia tem de se subordinar à filosofia. D( ) Não há nenhuma relação entre fé e razão. E( ) A fé orienta a razão. 16) Segundo Santo Tomás de Aquino, há cinco vias que mostram a existência de Deus. Assinale qual das alternativas descreve CORRETAMENTE estas cinco vias. A( ) Os argumentos: do primeiro motor; sobre a primeira causa eficiente; sobre o existente necessário; sobre os graus do ser; sobre o fim supremo de todas as coisas. B( ) Os argumentos: da iluminação interior; sobre a primeira causa eficiente; sobre o primeiro motor; sobre o fim supremo de todas as coisas; sobre os graus do ser. C( ) Os argumentos: sobre a iluminação interior; sobre a dialética da Ideia do Bem; sobre a causalidade necessária; sobre a hierarquia dos seres; sobre a eternidade. D( ) Os argumentos: sobre a hierarquia dos seres; sobre a iluminação interior; sobre a dialética da Ideia de Bem; sobre o primeiro motor; sobre a ideia inata de Deus. E( ) Os argumentos: sobre a Ideia transcendental de Deus; sobre a causalidade necessária; sobre a eternidade; sobre a iluminação interior; sobre o fim supremo de todas as coisas. 17) Assinale a alternativa que responde CORRETAMENTE à pergunta abaixo. No contexto da polêmica dos universais, de quem é a conhecida tese ontológica: "O ser é unívoco em relação a tudo."? A( ) Santo Agostinho.
B( ) Santo Tomás de Aquino. C( ) William de Ockham. D( ) Duns Scotus. E( ) Avicena. 18) Um importante filósofo da política do fim do medievo escreveu no capítulo VII de seu livro intitulado Defensor Pacis: "Há dois gêneros de governos, um equilibrado e outro viciado. Com Aristóteles, chamo de bem equilibrado o gênero em que o governante zela pelo bem comum, de acordo com a vontade dos seus súditos; o gênero viciado é o que apresenta falha, deste ponto de vista. Cada um dos gêneros se divide, em seguida, em três espécies: o equilibrado, em monarquia real, aristocracia e politia; o viciado, nas três espécies opostas, que são a monarquia tirânica, a oligarquia e a democracia." Assinale a alternativa CORRETA em que aparece o nome do autor desta obra. A( ) Marcílio de Pádua. B( ) Sigério de Brabante. C( ) William de Ockham. D( ) Santo Tomás de Aquino. E( ) Duns Scotus. 19) Dentre as alternativas abaixo, assinale aquela que representa a formulação CORRETA do preceito metodológico chamado "navalha de Ockham", diretamente ligado à discussão do problema dos universais. A( ) Deve-se multiplicar as entidades quando necessário. B( ) As entidades não se multiplicam desnecessariamente. C( ) Não se deve multiplicar as entidades sem necessidade. D( ) A multiplicação das entidades é necessária. E( ) As entidades multiplicadas são necessárias. 20) Muitos pensadores importantes da filosofia medieval discutiram o problema dos universais e defenderam concepções específicas sobre o mesmo. Analise as afirmativas abaixo sobre o problema e as concepções que procuram respondê-lo. I. O nominalismo afirma que somente os particulares têm existência real e que os predicados universais só têm existência mental. II. O realismo afirma que somente os universais têm existência real e que os particulares, ao contrário, não têm nenhum tipo de existência. III. O conceitualismo é o nome dado à posição, segundo a qual, os universais não são nem realidades ao lado dos indivíduos, nem são apenas palavras arbitrárias (flatus vocis), mas que têm existência mental enquanto conceitos que podem denotar propriedades reais que os particulares possuem em comum. IV. Mesmo sendo um problema explicitamente discutido e formulado no contexto da filosofia medieval, este problema se vincula diretamente ao pensamento de Platão e Aristóteles. V. Rosselin e Ockham são defensores do realismo. Assinale a alternativa CORRETA. A( ) Somente as afirmativas I, II e IV são corretas. B( ) Somente as afirmativas I, III e IV são corretas. C( ) Somente as afirmativas II, III e V são corretas. D( ) Somente as afirmativas III, IV e V são corretas. E( ) Somente as afirmativas I, IV e V são corretas.
21 - Segundo Platão, em sua obra A República, a cidade tem origem no (a) A - fato de que os indivíduos não são autossuficientes. B - própria natureza humana, que só se realiza na relação com os outros. C - desenvolvimento das forças produtivas do trabalho humano e na ampliação natural de seu intercâmbio. D - desenvolvimento do comércio. 22 - Segundo Platão, A - a ideia, só acessível aos deuses, representa o bom, o belo, o justo e o verdadeiro em cada ente. Dela, os humanos têm apenas representações meramente sensíveis e mais ou menos distorcidas. B - a ideia do bem, da beleza, da justiça e da verdade não pode ser representada. C - o bom, o belo, o justo e o verdadeiro se contradizem sempre para o ser humano. D - o bom, o belo, o justo e o verdadeiro em cada coisa não podem ser dissociados e representam sua ideia, que não é acessível à sensibilidade, apenas ao entendimento. 23 - A autoridade e a obediência não constituem coisas necessárias apenas, mas também coisas úteis. Alguns seres, quando nascem, estão destinados a obedecer; outros, a mandar (...). Uma obra existe quando há comando de uma parte e obediência da outra. Aristóteles. A Política, livro 1, cap. 2 (com adaptações). Tendo como referência o texto acima, assinale a opção que define a origem e a natureza da escravidão, segundo Aristóteles. A - A diferença entre o homem livre e o escravo é definida apenas pela lei, não pela natureza. B - A escravidão nasceu da guerra, em que os mais fortes escravizam os mais fracos. C - O escravo existe como propriedade viva ou como instrumento inanimado de produção, conforme as leis da natureza. D - A escravidão está em desacordo com a natureza e só existe enquanto a razão não governa a cidade. 24 - Em A Política, Aristóteles afirma que A - o Estado está na ordem da natureza e antecede ao indivíduo. B - o Estado é resultado de um processo histórico. C - o Estado é sempre governado pela classe dominante. D - o Estado está na ordem racional estabelecida pela natureza. 25 - A obra Cidade de Deus, de Santo Agostinho, tem como tema central A - a constituição de uma filosofia da história com base na providência divina e em sua justificação teológica. B - a afirmação das verdades reveladas e da teologia cristã como base da política mundana. C - a retomada dos argumentos platônicos expostos em A República como base para a constituição da cidade de Deus. D - a constituição dos princípios da cidade de Deus em conflito com a cidade terrena, ou a cidade do diabo. 26 - Em O Príncipe, Maquiavel afirma que A - a fortuna governa todas as ações humanas. B - Deus governa todas as ações humanas.
C - as coisas do mundo são governadas pela natureza ou por Deus. D - a fortuna governa metade de nossas ações e nos deixagovernar a outra metade. 27 - Para Hobbes, o estado de natureza A - é idêntico ao estado de guerra. B - implica a liberdade para cada um fazer o que bem lhe aprouver. C - faz homens livres e responsáveis pelas próprias ações. D - é um estado de paz, de harmonia e de assistência mútua. 28 - Para Locke, a liberdade natural do homem A - consiste em estar livre de qualquer poder superior na Terra, tendo somente a lei da natureza como regra para ordenar suas ações, sem precisar pedir permissão ou depender da vontade de qualquer outro homem. B - é a liberdade para qualquer um fazer o que lhe apraz, viver como lhe convém, sem ser refreado por leis. C - importa em ter regra permanente pela qual viva, comum a todos os membros de uma sociedade. D - é o estado de guerra de todos contra todos. 29 -Para Rousseau, A - a causa da desigualdade humana é puramente natural. B - há dois tipos de desigualdade, uma natural ou física, e outra moral ou política. C - a causa da desigualdade humana é puramente histórica. D - as causas da desigualdade humana se originam do estabelecimento da propriedade privada. 30 - Em seu célebre opúsculo, Resposta à pergunta: O que é o esclarecimento?, Kant afirma que esclarecimento é a saída do homem de sua menoridade, da qual ele próprio é o culpado. Para Kant, a menoridade provém do(a) A - ignorância natural do ser humano. B - incapacidade de o indivíduo fazer uso de seu entendimento sem a direção de outro indivíduo. C - tutela que a religião exerce sobre o entendimento da maioria dos seres humanos. D - mau uso que os indivíduos fazem de sua própria razão natural. 31 - Assinale a opção correspondente ao imperativo categórico de Kant. A - Age de tal modo que a máxima de tua ação possa ser sempre erigida em princípio de uma legislação universal. B - Age de tal modo que a tua ação atenda ao princípio da razão e da igualdade entre os homens. C - Age de tal modo que tua ação respeite as regras estabelecidas pela comunidade em que tu vives. D - Age de tal modo que a tua ação esteja de acordo com os mandamentos de Deus. 32 - Em Filosofia do Direito, Hegel afirma que a liberdade A - consiste na identidade do interesse particular (da família e da sociedade civil) com o interesse geral (do Estado). B - consiste no reconhecimento racional pelos indivíduos do que representa o interesse universal do Estado. C - consiste na subordinação dos indivíduos ao poder da razão.
D - só é possível pela subordinação dos indivíduos ao poder do Estado. 33 - Para Hegel, em Filosofia da História, A - a razão governa o mundo, mas a história universal não é um processo racional. B - a razão governa a ação dos indivíduos, mas não governa sua história como história universal. C - a razão governa o mundo, e a história universal é um processo racional. D - a história não é um processo racional, ela se torna um processo racional apenas no Ocidente. 34 - Para Marx, as forças produtivas são A - a terra e o trabalho humano. B - a natureza, o trabalho humano e a técnica. C - os meios de produção e a força de trabalho. D - os meios de produção e as relações de produção. 35 - Para Marx, a medida do valor é determinada A - pela lei da oferta e da procura. B - pelo tempo de trabalho socialmente necessário para a produção de um valor de uso. C - pelo desenvolvimento das forças produtivas. D - pela relação entre o capital investido e a taxa de lucro aferida. 36 - Para Wittgenstein, A - ética e política são uma e a mesma coisa. B - ética e estética são uma e a mesma coisa. C - a ética subsume a estética. D - a estética subsume a ética. 37 - Para Deleuze, em Nietzsche e a Filosofia, o projeto mais geral de Nietzsche consiste em A - fazer da filosofia uma teoria dos afetos. B - demonstrar a irracionalidade da metafísica e da religião. C - introduzir na filosofia os conceitos de sentido e de valor. D - realizar a crítica global de toda a história e de toda a filosofia ocidental. 38 - Nos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN), para a Filosofia, as competências e habilidades propostas são reunidas, sinteticamente, em A - relação da Filosofia com outras disciplinas; história da Filosofia; conteúdos relevantes para o exercício da cidadania. B - representação e comunicação; argumentação e interpretação; conteúdos relevantes para o exercício da cidadania. C - habilidades e conhecimentos específicos orientados para o mundo do trabalho; conteúdos relevantes para o exercício da cidadania; contextualização histórica e sociocultural. D - representação e comunicação; investigação e compreensão e contextualização sociocultural. 39 - Os PCN para a Filosofia consideram que o uso de manual e as aulas expositivas são A - recomendados como principal método de ensino de Filosofia.
B - recursos que devem ser utilizados, embora acompanhados da utilização de métodos e temas que sejam mais próximos da realidade cotidiana dos educandos. C - reconhecidos como métodos ainda preponderantes, mas que não são os mais adequados e devem ser superados. D - métodos que não são preponderantes, mas que deveriam ser mais utilizados, ainda que acompanhados da utilização de métodos e temáticas mais acessíveis e mais próximas da realidade cotidiana dos educandos. 40 - Os PCN para o ensino de Filosofia no ensino médio recomendam A - quatro horas-aula por semana, ministradas em pelo menos duas séries. B - quatro horas-aula por semana, ministradas em pelo menos uma série. C - duas horas-aula por semana, ministradas em pelo menos duas das séries. D - duas horas-aula por semana, ministradas em todas as séries. 41 - Os pioneiros do pensamento ocidental anteriores a Sócrates, de um modo geral, observavam a natureza. À noite segue o dia. As estações do ano sucedem-se uma à outra. As plantas e os animais nascem, crescem e morrem. Diante desse espetáculo cotidiano da natureza, o homem manifesta sentimentos variados - medo, resignação, incompreensão e espanto. E são precisamente esses sentimentos que acabam por levá-lo à filosofia. O espanto inicial traduz-se em perguntas intrigantes: o que é essa natureza, que apresenta tantas variações? Ela possui uma ordem ou é um caos sem nexo? Bernadete Abrão (Org.). História da Filosofia. São Paulo: Nova Cultural, 1999, p. 24 (com adaptações). A partir do assunto abordado no texto acima e considerando o pensamento de filósofos pré-socráticos, assinale a opção correta. A - Parmênides é o filósofo pré-socrático que do seu tempo destoava dos outros filósofos por sua abordagem da temática antropológica ao estudar o agir do homem e fundar, desse modo, a ética. B - Pitágoras considerava tudo relativo na medida em que percebia o inter-relacionamento de todas as coisas. C - Para Heráclito, o mundo era um eterno fluir, como um rio em que seria impossível banhar-se duas vezes na mesma água. D - Para Anaxímenes, tudo se origina na água e toda a natureza teria como único princípio esse elemento natural. 42 - Texto I Os seguidores desta corrente filosófica contemporâneos de Sócrates, e adversários de Platão e Aristóteles. Tinham interesse fundamental pela problemática ético-política, embora com visões distintas. Na democracia incipiente, ajudaram a tomar decisões nas assembleias nas praças. A força do governo monocrático, dos privilégios e da autoridade de origem divina tendia, então, a desaparecer. Danilo Marcondes. Iniciação à História da Filosofia. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1997, p. 40 (com adaptações). Texto II Filósofos seguidores desta corrente filosófica acreditavam ser sabedoria o que, na realidade, era uma arte de seduzir e persuadir os espíritos. A vida intelectual assumia, para eles, a forma de uma competição esportiva. Era uma disputa de
eloquência em que se tratava de triunfar publicamente sobre a tese adversária. O veredicto dos espectadores era o julgamento final. Jacques Maritain. A Filosofia Moral. Rio de Janeiro: Agir, 1973, p.24 (com adaptações). Os textos I e II tratam da corrente filosófica denominada A - epicurismo. B - esoterismo. C - exoterismo. D - sofística. 43 - O método filosófico de Sócrates consiste em A - afastar-se do mundo, para meditar melhor a respeito das ideias, que são a realidade fundamental da natureza. B - ver, em todos os seres, a união indissolúvel da matéria unida à forma, tomando a natureza e os seus reinos como objetos de estudos. C - alegar a própria ignorância para, na interlocução com os que julgam saber mais, descobrir a verdade. D - duvidar de toda a realidade para, então, a partir do próprio pensamento, construir um sistema de conhecimento que considere correto, tendo, por consequência, a convicção da própria existência. 44 - Nosso mundo é uma cópia imperfeita e transitória de outro mundo, transcendente, onde estão as ideias - formas incorpóreas, invisíveis, eternas e imutáveis. Nossos sentidos só captam a cópia. Ao original, só a Razão tem acesso. Nosso mundo é o da doxa, da mera opinião; para ver o que há por trás dele, precisamos da ciência, a episteme. Só assim podemos alcançar o fundamento supremo das coisas: a ideia do bem e a ideia do belo. Eliel Cunha e Janice Florido (Org.). Grandes Filósofos. São Paulo: Nova Cultural, 2005, p. 20 (com adaptações). Considerando as ideias apresentadas no texto acima bem como o pensamento platônico, assinale a opção correta. A - O intelecto pode apreender as ideias, porque a alma não é de origem material nem corpórea. B - A alma humana só contempla as ideias puras de todas as coisas depois de prender-se ao corpo. C - Não existem ainda o belo em si, o bom em si e o grande em si, no desenvolvimento da filosofia platônica, no momento em que esta começa a adquirir autonomia e se distinguir do socratismo. D - Para Platão, tanto a doxa, quanto a episteme são conhecimentos racionalmente fundamentados. 45 - A análise do funcionamento da linguagem - e do pensamento que a utiliza - deve ser anterior ao próprio conhecimento, pois este depende de certas regras bem precisas para não se equivocar. A essas regras Aristóteles deu o nome de órganon (instrumento). Essas regras constituem, em parte, o que modernamente é denominado lógica. Como instrumento, o órganon não é propriamente um conhecimento, mas sua condição básica e preliminar. Bernadete Abrão (Org.). História da Filosofia. São Paulo: Nova Cultural, 1999, p. 63 (com adaptações). À luz das regras lógicas do silogismo categórico, analise as seguintes premissas: Algum ministro não é honesto Ora, todo ministro é poderoso.
Assinale a opção que apresenta a conclusão que, juntamente com as premissas apresentadas, torna o argumento válido. A - Logo, algum ministro é honesto. B - Logo, todo honesto é poderoso. C - Logo, algum poderoso não é honesto. D - Logo, algum honesto não é poderoso. 46 - Se os nossos adversários que admitem a existência de uma natureza não criada por Deus quisessem refletir sobre estas considerações tão claras e certas, deixariam de proferir tantas blasfêmias, como a de atribuir ao sumo mal tantos bens, e a Deus, tantos males. Santo Agostinho. A natureza do bem. Rio de Janeiro: Sétimo Selo, 2005, p. 15 (com adaptações). A partir do assunto abordado no texto acima e considerando o pensamento agostiniano a esse respeito, assinale a opção incorreta. A - É razoável e racional sustentar que os grandes bens provêm de um princípio, e os pequenos bens, de outro. B - Se todas as coisas que Deus criou só podem ser boas, o pecado consiste em usar mal o bem. C - Nenhuma natureza é má na condição de natureza. A natureza não é má senão enquanto diminui nela o bem. D - Ao contrário dos maniqueus, Agostinho afirma que Deus é também criador do corpo. 47 - Tomás de Aquino valoriza a natureza, assim como Aristóteles, entendendo que o conhecimento racional provém inicialmente dos sentidos. Da sensação, o intelecto abstrai a individualidade das coisas, depurando-lhe a matéria. O resultado são as formas. Os Pensadores. Ed. Abril Cultural, p. 118 , S. Paulo, 1975. Com relação ao pensamento tomista, assinale a opção correta. A - A primeira e mais importante via da prova da existência de Deus é a da causa eficiente. B - A forma substancial é o conteúdo do qual uma coisa é feita. C - A forma por excelência do mal é o pecado, que é um mal moral, pois é resultante da sua vontade livre. D - A teoria hilemórfica aristotélica foi recusada pela teoria tomista por não se aplicar à teoria sacramental católica. 48 - Assim como antes de começar a reconstruir a casa onde se mora, não basta derrubá-la e prover-se de materiais e de arquitetos ..., pois é preciso também ter-se provido de uma outra na qual possamos ficar alojados com comodidade... formei para mim mesmo uma moral provisória. René Descartes. Discurso do Método. Ed. Martins Claret, 3.ª parte, p. 35, 2002 (com adaptações). Tendo como referência inicial o texto acima, assinale a opção que apresenta uma regra correta da moral provisória cartesiana. A - Ser maleável e irresoluto tanto quanto possível nas minhas ações, a fim de evitar confrontos desnecessários. B - Obedecer às leis e aos costumes do meu país, conservando a religião em que Deus me concedeu a graça de ser instruído desde a infância e orientando-me em tudo o mais pelas opiniões mais moderadas. C - Procurar sempre vencer os opositores, conservando minha própria vontade para poder conquistar a felicidade pessoal e modificar a ordem do mundo. D - Consultar a mente dos doutos, para seguir o pensamento de quem detém os mais elevados conhecimentos.
49 - A respeito de Francis Bacon e de suas ideias, assinale a opção correta. A - Defendeu o método dedutivo como o mais indicado para a moderna ciência. B - Foi um dos iniciadores do pensamento moderno, por sua defesa do método experimental em oposição ao conhecimento meramente teórico e escolástico. C - Em sua teoria do pensamento acrítico, a tarefa da filosofia é vista como a liberação, pelo homem, de preconceitos e superstições. D - De acordo com suas ideias, os ídolos consistem em realidades e evidências que estimulam a mente humana e propiciam o verdadeiro conhecimento. 50 - Considerando a doutrina hegeliana, assinale a opção correta. A - Essa doutrina adota o método dialético para explicar a realidade. B - Quanto ao aspecto político, os velhos hegelianos são os de esquerda, os jovens hegelianos são os de direita. C - De acordo com essa doutrina, o que é irracional é real e o que é real é irracional. D - O aristotelismo e o tomismo constituem o núcleo essencial dessa doutrina. 51 - Acerca do materialismo dialético, assinale a opção correta. A - O materialismo dialético apresenta enfoque idêntico ao do materialismo histórico quanto à evolução concreta das oposições no decorrer da história. B - Conforme essa teoria, o desenvolvimento da vida humana individual e social depende totalmente das condições materiais e econômicas. C - Segundo o entendimento marxista desenvolvido a partir da teoria hegeliana, a expressão social da teoria dialética implica harmonia de classes. D - De acordo com essa teoria, a vida econômica passa necessariamente por três momentos: tese, antítese e síntese. 52 - A respeito da fenomenologia moderna, assinale a opção correta. A - A fenomenologia moderna é o método filosófico que visa apreender as essências absolutas de tudo quanto existe além dos seres empíricos e individuais. B - A fenomenologia em apreço descreve pormenorizadamente tudo o que se apreende pelos sentidos, no intuito de proceder à coleta de elementos para a constituição da ciência física. C - Com vistas ao embasamento das convicções teológicas, a fenomenologia moderna busca o entendimento dos principais fenômenos da física experimental como ciência. D - A fenomenologia moderna consiste na valorização teleológica da evidência dada pela percepção física do mundo. 53 - Texto I O pensamento cientificista contenta-se com a organização da experiência que se dá sobre a base de determinadas atuações sociais, mas o que estas significam para o todo social não se inclui nas categorias da teoria tradicional. Texto II
A teoria tradicional não se ocupa da gênese social dos problemas, das situações reais nas quais a ciência é usada e dos escopos para os quais é usada. Texto III A teoria crítica ultrapassa o subjetivismo e o realismo da concepção positivista, expressão mais acabada da teoria tradicional. O subjetivismo, segundo Horkheimer, apresenta-se nitidamente quando os positivistas conferem preponderância explícita ao método, desprezando os dados em favor de uma estrutura anterior que os enquadraria. Os Pensadores. São Paulo: Ed. Abril Cultural, 1975, Separata, p. 960 (com adaptações). Os três fragmentos de texto acima refletem ideias A - do Positivismo Comteano. B - da Escola de Frankfurt. C - da Fenomenologia Husserliana. D - do Existencialismo Sartreano. 54 - A filosofia moral sistematiza, em correntes de pensamento, algumas das ideias a respeito dos princípios e do sentido da ação humana. Acerca desse assunto, assinale a opção correta. A - Kant era favorável à elaboração de um manual prático que contivesse modelos concretos de ações. B - A moral geral é aquela que cuida de aplicar princípios universais às diferentes formas da atividade humana. C - Epicuro pode ser considerado o pai da ética, pois foi o primeiro a se dedicar ao estudo do agir humano. D - Atualmente, a ética é entendida como a moral epistemologicamente organizada. 55 - Toda ciência precisa de princípios racionalmente aceitáveis para a elaboração de sua teoria. Um tipo de explicação científica aceitável é a nomológico-dedutiva, que consiste essencialmente em A - estabelecer um percentual que indica a ocorrência do índice de possibilidade de um determinado evento, a partir da frequência dos eventos singulares favoráveis. B - estruturar amplas generalizações que possuam a forma de leis, para delas concluir sobre novos fatos que decorrem dos anteriores necessariamente. C - estabelecer um fator de ocorrência de eventos que podem ser expressos por uma fração, na qual o numerador representa o evento de sucesso, e o denominador, a totalidade da possibilidade dos eventos. D - partir de fatos singulares para a formulação de amplas generalizações, que servirão para entender as regularidades da natureza. 56 - Com relação às ciências da natureza e às ciências humanas, assinale a opção correta. A - A física moderna é considerada uma ciência humana típica. B - As ciências humanas buscam encontrar regularidades no comportamento da pessoa inserida na história. C - A investigação metódica é uma exclusividade das ciências humanas. D - As ciências da natureza, na perspectiva epistemológica contemporânea, não podem destruir convicções anteriores. 57 - Para Karl Popper, o problema da demarcação consiste em "estabelecer um critério que habilite distinguir entre as ciências
empíricas, de um lado, e a Matemática e a Lógica, bem como os sistemas "metafísicos, de outro. Karl Popper. A lógica da pesquisa científica. São Paulo: Cultrix, 1975, p. 35. Considerando o problema mencionado no fragmento de texto acima bem como a teoria epistemológica popperiana, assinale a opção correta. A - A indução estabelece fronteiras claras entre o não científico e o científico. B - A certeza científica fundamental é a psicológica. C - A comparação lógica da conclusão das teorias e a investigação da forma lógica das teorias não pode servir como demonstração da correção dessas teorias. D - A falseabilidade é critério de demarcação. 58 - No que se refere à teoria epistemológica de Gaston Bachelard, assinale a opção correta. A - As rupturas epistemológicas constituem a igualdade de interpretação das conclusões de várias teorias científicas. B - Os filósofos devem encontrar um só ponto de vista para julgar a ciência. C - O cientista posiciona-se contra um conhecimento anterior, destruindo conhecimentos mal-feitos e elaborando outros mais adequados à realidade. D - Essa teoria adota a filosofia do sim na medida em que recupera a autoridade epistemológica do conhecimento grego antigo. 59 - Paul Feyerabend epistemologicamente se opõe à posição autoritária e totalitária da ideologia científica. Com relação a esse assunto, esse autor A - tem uma posição dogmática com relação à física. B - defende o método cartesiano nas ciências humanas. C - defende a teologia como uma ciência capaz de inspirar princípios para as ciências. D - posiciona-se contra o método, por não concordar com a imposição de normas de fora da própria lógica da pesquisa. 60 - Kant, na introdução de sua obra Fundamentação da Metafísica dos Costumes afirma: "Neste mundo e até também fora dele, nada é possível pensar que possa ser considerado como bom sem limitação a não ser uma só coisa: uma boa vontade." Tendo em vista a ética Kantiana e o texto acima, pode-se acertadamente dizer que A - devemos agir de tal modo que o princípio da nossa ação se transforme em princípio particular da ação humana. B - as regras morais esgotam-se nos dez mandamentos da lei mosaica. C - devemos fazer o bem porque ele nos traz benefícios. D - a utilidade ou inutilidade de alguma coisa em nada pode tirar o valor do bem.
QUESTÃO 31 O chamado "argumento do terceiro homem", cuja primeira versão encontra-se no diálogo Parmênides, de Platão, é tradicionalmente mobilizado contra (A) a teoria platônica das ideias ou formas. (B) as teses relativistas de Protágoras. (C) a teoria aristotélica da verdade como correspondência.
(D) as prescrições céticas de epoché ou suspensão do juízo. QUESTÃO 32 No livro IV de sua Metafísica, Aristóteles refere-se a um princípio válido para "o ser enquanto ser". Nessa passagem, Aristóteles está se referindo ao (A) princípio do círculo vicioso. (B) princípio da razão suficiente. (C) princípio da não-contradição. (D) princípio de plenitude. QUESTÃO 33 Em suas Meditações, Descartes afirma que seu objetivo nesta obra é o de "estabelecer algo de firme e constante nas ciências". A fim de cumprir tal objetivo, o filósofo vai procurar principalmente refutar (A) o chamado cético antigo, que propõe a epoché ou suspensão do juízo. (B) o chamado cético moderno, que levanta a dúvida acerca da existência do mundo exterior. (C) os relativistas como Protágoras, que afirmam ser o homem a medida de todas as coisas. (D) filósofos cristãos como Tomás de Aquino, que afirmam ser Deus o fundamento último de todas as verdades. QUESTÃO 34 A fim de "estabelecer algo de firme e de constante nas ciências", o próprio Descartes sustenta nas páginas de suas Meditações que o ponto final de sua argumentação deve consistir na prova de que (A) a proposição "Penso, logo existo" é necessariamente verdadeira. (B) o homem é essencialmente uma criatura que pensa. (C) a ciência, e não Deus, é a fonte de todas as verdades. (D) Deus existe e não é enganador. QUESTÃO 35 Qual das seguintes teses é sustentada por Kant em sua Crítica da Razão Pura? (A) O homem comum não pode conhecer o que é a coisa em si, apenas o filósofo pode fazê-lo. (B) Não se pode conhecer o que são as coisas nelas mesmas, dado que a verdade é sempre relativa à opinião particular de cada indivíduo. (C) Não se pode conhecer o que são as coisas nelas mesmas, isto é, as coisas pensadas como independentes de nós e de nossa mente. (D) não podemos conhecer o que são as coisas nelas mesmas, isto é, as coisas pensadas como independentes de um sistema linguístico ou cultura particular. QUESTÃO 36 Em sua Crítica da Razão Pura, Kant define o conhecimento a priori como aquele que (A) pode ser obtido exclusivamente mediante a experiência empírica. (B) pode ser obtido unicamente por meio da análise lógica dos conceitos. (C) diz respeito às coisas nelas mesmas. (D) pode ser obtido independentemente de qualquer acontecimento empírico.
QUESTÃO 37 A controvérsia medieval entre os chamados realistas e os nominalistas se constitui na disputa entre, respectivamente, (A) aqueles que afirmam que apenas objetos particulares existem e aqueles que afirmam que apenas universais existem. (B) aqueles que afirmam a realidade dos universais e aqueles que negam a realidade dos mesmos. (C) aqueles que afirmam que os universais são entidades concretas e aqueles que sustentam que os universais são entidades abstratas. (D) aqueles que afirmam que apenas objetos particulares existem e aqueles que afirmam que os universais são meros nomes. QUESTÃO 38 Segundo David Hume, todas as nossas inferências extraídas da experiência fundam-se (A) na própria razão. (B) nos hábitos ou costumes. (C) no raciocínio lógico-matemático. (D) na análise dos conceitos empíricos. QUESTÃO 39 A tradicional oposição filosófica entre empiristas e racionalistas diz respeito à divergência, respectivamente, entre aqueles que afirmam que (A) apenas as verdades empíricas são logicamente necessárias e os que asseguram que apenas a própria razão pode fornecer tal tipo de verdade. (B) o mundo empírico existe independentemente da mente e aqueles que sustentam ser o mundo empírico um produto da mente. (C) a fonte do conhecimento reside fundamentalmente na experiência e os que defendem ser a própria razão a fonte de conhecimento. (D) aqueles que afirmam que apenas o conhecimento empírico é a priori e aqueles que afirmam que apenas a razão pode nos fornecer um tal tipo de conhecimento. QUESTÃO 40 Em seu Tractatus logico-philosophicus, ao discutir a relação entre lógica e linguagem corrente, Wittgenstein assegura que (A) a forma lógica da linguagem corrente é diferente de sua forma gramatical. (B) a forma lógica da linguagem corrente é idêntica à sua forma gramatical. (C) cada linguagem particular possui uma estrutura lógica específica. (D) a linguagem corrente é defeituosa de um ponto de vista lógico. QUESTÃO 41 Em sua obra A religião nos limites da simples razão, Immanuel Kant analisa o que ele denomina "mal radical" presente na natureza humana. A que ele se refere com esse conceito? (A) À malignidade intrínseca à natureza humana e aos propósitos humanos. (B) À capacidade humana de querer o mal pelo mal. (C) À corrupção da natureza humana decorrente do pecado original.
(D) À propensão em ceder às apetições, ao invés de obedecer aos imperativos da razão. QUESTÃO 42 Na obra Para a genealogia da moral, Friedrich Nietzsche sustenta que o indivíduo soberano é o fruto maduro do processo civilizatório, da moralidade do costume. Esse autor define o indivíduo soberano como aquele (A) a quem é lícito fazer promessas, por possuir uma memória da vontade. (B) que estabelece os padrões valorativos de uma dada comunidade. (C) que é capaz de viver em isolamento, independente de seus concidadãos. (D) a quem tudo é permitido, por possuir um padrão superior de valoração. QUESTÃO 43 Em obras como Sobre a violência, Hannah Arendt compreende o poder político como (A) o monopólio do exercício legítimo da força. (B) o sucesso no alcance de metas próprias. (C) a habilidade para influenciar comportamentos. (D) a capacidade humana de agir em concerto. QUESTÃO 44 No livro VI da obra A república (488a ss.), Platão compara a democracia a um navio no qual todos os marinheiros desejam pilotar sem, no entanto, possuir conhecimento algum da arte de navegar. Entrementes, o verdadeiro piloto - "que precisa se preocupar com o ano, as estações, o céu, os astros, os ventos e tudo o que diz respeito à sua arte, se quer de fato ser comandante do navio, a fim de o governar, quer alguns o queiram quer não" - é compreendido como um inútil. Para Platão, essa metáfora refere-se (A) às relações das cidades com os verdadeiros filósofos. (B) à primazia da monarquia sobre as outras formas de governo. (C) ao caráter universal do conhecimento prático. (D) à evidente sabedoria do governo tirânico. QUESTÃO 45 Na obra Crítica da faculdade do juízo, Kant assinala que os juízos estéticos são reflexivos, não determinantes, porque (A) subsumem o particular em um universal previamente dado. (B) encontram o universal a partir de algo particular dado. (C) exprimem o movimento interno de comprazimento do sujeito que julga. (D) correspondem à dinâmica da faculdade da apetição. QUESTÃO 46 Na Ética a Nicômaco, Aristóteles menciona três modos de vida, que se podem escolher livremente: a vida dedicada aos prazeres do corpo, a vida ativa dedicada à política, a vida contemplativa do filósofo. Para ele, a superioridade do modo de vida do filósofo deve-se (A) à prevalência da alma sobre o corpo. (B) à corrupção constitutiva da vida política. (C) à primazia das coisas divinas com que se ocupa o filósofo. (D) à capacidade do filósofo de estabelecer padrões últimos para a vida política.
QUESTÃO 47 Para Immanuel Kant, o indivíduo moral não visa à felicidade em suas ações, mas ao cumprimento do dever que o torna digno dela. Não obstante, na obra Fundamentação da metafísica dos costumes, ele sustenta que a busca por assegurar a própria felicidade seria um dever indireto, porque (A) atestaria que há uma ordem moral no mundo. (B) afastaria a tentação para a transgressão dos deveres decorrente do sofrimento. (C) faria coincidir liberdade e natureza na condição humana. (D) consistiria na realização do propósito da natureza para o homem. QUESTÃO 48 No início da obra Dialética do esclarecimento, T. W. Adorno e M. Horkheimer afirmam que nessa obra se propõem a compreender "por que a humanidade, em vez de ingressar em um estado verdadeiramente humano, atingiu um novo gênero de barbárie". Com essa indicação, os autores se referem (A) ao moderno nivelamento da condição humana à animalidade. (B) ao malogro das promessas emancipatórias do Iluminismo. (C) à crescente generalização da violência nas relações humanas. (D) à tendência atual de organização política de modo primitivo. QUESTÃO 49 Jürgen Habermas, na obra Direito e democracia (Faktizität und Geltung), menciona dois modelos de democracia os quais ele pretende superar, conciliando-os: o primeiro é o sugerido por I. Kant, mais próximo do liberalismo, centrado na autonomia do indivíduo; o segundo é o de J-J. Rousseau, mais próximo do republicanismo, centrado na comunidade ética. O terceiro modelo, proposto por Habermas, consiste (A) na síntese entre direito legítimo e opinião pública. (B) na constituição discursiva de uma vontade geral. (C) no modelo procedimental da política deliberativa. (D) na salvaguarda institucional do uso público da razão. QUESTÃO 50 Michel Foucault, na obra História da sexualidade I - a vontade de saber -, afirma haver uma radical distinção entre a política tal qual a concebia Aristóteles e a política moderna, porque (A) na modernidade, a participação cidadã é o fundamento da legitimidade do poder soberano. (B) na antiguidade, a política tomava a seu cargo o zelo integral pela vida privada e pública do cidadão. (C) na modernidade, a gestão da vida biológica passa a ser concebida como a tarefa política fundamental. (D) na antiguidade, a liberdade do indivíduo se traduzia no direito a não tomar parte nas funções de governo.
1. Qual das ideias abaixo não corresponde à Escola Positivista. a) Os fatos sociais têm, como características, a exterioridade, anterioridade e a coercitividade. b) O suicídio é um fato social. c) Os fatos sociais são classificados por Durkheim como coisas.
d) O pensamento médio pode ser considerado como sinônimo de consciência coletiva. e) O poder pode ser classificado em: tradicional, carismático e técnico racional. 2. "As paixões humanas só se detêm diante de uma força moral que elas respeitam. Se qualquer autoridade desse gênero inexiste, é a lei do mais forte que reina e, latente ou agudo, o estado de guerra é necessariamente crônico". Este pensamento foi formulado por qual pensador dos citados abaixo e qual escola ele representa. a) Auguste Comte - Escola Positivista. b) Karl Marx - Escola Marxista. c) Émile Durkheim - Escola Positivista. d) Max Weber - Escola Weberiana. e) Theodor Adorno - Escola de Chicago. 3. Na visão do senso comum, socialização tem o mesmo significado de universalização, isto é, socialização da educação seria o mesmo que educação para todos, socialização da saúde igual à saúde para todos, etc.. Na Sociologia, a palavra socialização tem um outro significado, e a comunicação simbólica tem uma importância fundamental para a concretização da socialização nas sociedades humanas. Com relação à socialização e à comunicação simbólica, assinale a única alternativa INCORRETA. a) Socialização significa transmissão e assimilação de padrões de comportamento, normas, valores e crenças, bem como o desenvolvimento de atitudes e sentimentos coletivos pela comunicação simbólica. Já o conceito de comunicação simbólica pode ser descrito a partir da própria etimologia do termo. Comunicação simbólica é o mesmo que comunicação através de símbolos. b) Socialização é o mesmo que aprendizagem, enquanto que comunicação simbólica é o mesmo que comunicação através de sinais gráficos, visuais, orais e nasais. c) Socialização é o mesmo que linguagem emocional e comunicação simbólica é a comunicação humana processada através de símbolos. d) Socialização é o mesmo que transmissão é assimilação de valores em uma determinada sociedade, e comunicação simbólica é a comunicação através de símbolos reconhecidos e valorados por uma determinada sociedade. e) Socialização significa transmissão e assimilação de padrões de comportamento, normas, valores e crenças, bem como o desenvolvimento de atitudes e sentimentos coletivos pela comunicação simbólica. Comunicação simbólica é a comunicação humana processada através de símbolos. 4. "A sociedade não é simples soma de indivíduos, e sim sistema formado pela associação, que representa uma realidade específica com seus caracteres próprios. Sem dúvida, nada se pode produzir de coletivo se consciências particulares não existirem; mas esta condição necessária não é suficiente. É preciso ainda que as consciências estejam associadas, combinadas, e combinadas de determinada maneira; é desta combinação que resulta a vida social e, por conseguinte, é esta combinação que a explica. Agregando-se, penetrando-se fundindo-se, as almas individuais dão nascimento a um ser, psíquico se quisermos, mas que constitui individualidade
psíquica de novo gênero" (Émile Durkheim - As Regras do Método Sociológico). O trecho extraído mostra o conceito de "consciência coletiva". Assinale a única questão correta sobre o conceito de Émile Durkheim sobre "consciência coletiva". a) A consciência coletiva é formada a partir do somatório das ideias e conceitos individuais. b) A consciência coletiva é formada a partir dos valores da classe dominante, que é universalizado para toda sociedade. c) Consciência coletiva é uma ação cujo significado, subjetivamente atribuído pelo sujeito ou sujeitos, tem como referência a conduta dos outros, orientando-se por esta em seu desenvolvimento. d) A consciência coletiva é "conditio sine qua non" para a organização social, pois a consciência coletiva é, em síntese, a concepção durkheimiana da organização social. e) A consciência coletiva não determina a existência dos homens, é a existência social que determina a sua consciência. 5. "O estudo sociológico de Émile Durkheim sobre o suicídio foi publicado no ano de 1897, e teve como principal motivação não somente estudar a especificidade de um fenômeno relevante, mas também comprovar a própria viabilidade de uma ciência social". (Émile Durkheim - O Suicídio). Com relação à esse autor, assinale a única alternativa INCORRETA. a) No decorrer de sua vida, Durkheim se envolveu em três temas políticos: o caso Dreyfus, a Primeira Guerra Mundial e a questão da Sociologia aplicada à comunicação. b) Durkheim observa que o estudo sociológico do suicídio lhe daria oportunidade de aplicar os princípios contidos em sua obra Regras do Método Sociológico. c) Durkheim procurou estudar o suicídio com o intuito de demonstrar, cientificamente, com dados, que sobre ele (o suicídio) pode haver uma determinação social, externa ao indivíduo. d) Cada sociedade tem, portanto, em cada momento de sua história, uma aptidão definida para o suicídio. e) Existem duas espécies de causas extrassociais a que se pode atribuir, a priori, uma influência sobre a taxa de suicídios: são as disposições orgânico-psíquicas e a natureza do meio físico. 6. Karl Marx é considerado como um dos clássicos da Sociologia, juntamente com Émile Durkheim e Max Weber. O materialismo histórico é uma das principais ideias de Karl Marx, pois essa ideia tornou-se uma das mais revolucionárias teorias acerca do pensamento social, relacionando-se tanto no campo teórico como no campo da ação política. Qual das alternativas abaixo se aproxima do conceito de materialismo histórico? a) Tem como base a defesa da evolução histórica a partir da evolução cultural, motivada pelo jusnaturalismo, que prevê a existência de direitos e leis naturais à qual os seres humanos estão eternamente presos. b) A Doutrina Marxista vê o desenvolvimento da sociedade a partir do desenvolvimento da produção material, na qual a mudança na produção material leva à mudança no modo de produção, que por sua vez, leva à mudança na organização da sociedade. c) A doutrina marxista é determinista, pois afirma que a mudança da produção de bens materiais sempre leva a uma mudança na sociedade, seja para melhor, seja para pior.
d) Período que compreende a transição do Capitalismo para o Socialismo na qual o Estado deixa de existir. e) O sociólogo deve descobrir os possíveis sentidos das ações humanas presentes na realidade social que lhe interessa estudar. 7. Em relação à teoria weberiana, assinale a única alternativa INCORRETA. a) O que garante a cientificidade de uma explicação é o método de reflexão e não diretamente o fato social. b) Para Weber, existem três formas de poder: o carismático, o tradicional e o técnico irracional. c) O Historicismo é entendido como uma tarefa do cientista como forma de compreensão das sociedades. d) A tarefa do cientista é descobrir os possíveis sentidos das ações humanas presentes na realidade social que lhe interessa estudar. e) A ação social gera efeitos sobre a realidade em que ocorre, e tais efeitos escapam ao controle e à previsão do agente. 8. Em relação às ideias de Karl Marx, assinale a única alternativa CORRETA. a) Defende a ideia de que os fatos sociais são responsáveis pelas desigualdades sociais. b) Defende a ideia de que o capitalismo financeiro foi o responsável pela perda do controle dos meios de produção pelo trabalhador. c) Defende que as relações humanas são formadas por antagonismos e explorações que levam à luta de classes que, por sua vez, forma a mudança no modo de produção, que já tem em seu seio as contradições que mais à frente levará a uma nova mudança. d) Defende a ideia de que, no modo de produção comunista ou comunitarista primitivo, era visível a noção de propriedade privada. e) O modo de produção asiático foi o segundo modo de produção a surgir após dissolução do comunismo ou comunitarismo primitivo. 9. Assinale qual das alternativas abaixo não corresponde aos grupos de referência. a) São aqueles cujas expectativas de comportamento os indivíduos levam em conta na condução de suas ações. b) Grupos de referência podem ser positivos e negativos. c) Grupos de referência positivos são aqueles cujas expectativas de comportamento os indivíduos buscam não atender. d) Muitas vezes, os indivíduos vão tomar as referências positivas ao seu comportamento em grupos aos quais não pertencem. e) Grupos de referência negativos são aqueles cujas expectativas de comportamento o indivíduo procura, de alguma forma, contestar. 10. Das instituições abaixo, assinale a única resposta que contém apenas instituições da sociedade civil. a) Polícia, governo, administração, tribunais e escolas. b) Escolas, igrejas, sindicatos, partidos políticos e famílias. c) Sindicatos, partidos políticos, governo e igrejas. d) Igrejas, sindicatos, escolas, famílias e administração. e) Partidos políticos, igreja, família, escola e governo.
11. Um grupo social específico, quando exposto a novas experiências históricas, pode modificar certos aspectos de sua cultura. Assinale a única alternativa abaixo que corresponde a esse processo. a) Parte integrante da vida social, já que a cultura é um sistema dinâmico. b) Decorre, necessariamente, de uma situação de imposição política imposta ao grupo. c) Compromete a reprodução do grupo em seus próprios termos. d) Descaracterização do grupo porque sua tradição não poderá ser mais mantida. e) Corresponde à perda de sua identidade cultural e de sua especificidade. 12. "... é principalmente através da assimilação de valores, crenças e normas que o indivíduo pode se comportar de maneira socialmente aprovado." O texto acima refere-se ao conceito de: a) papéis sociais. b) normas sociais. c) contatos sociais. d) controle social. e) fato social. 13. A definição de estratificação social, baseada na hierarquização do indivíduo, segundo seu nível de renda, grau de prestígio social, posse de bens materiais e nível de escolaridade, é própria da influência derivada da teoria sociológica: a) materialista histórica. b) estruturalista. c) do conflito. d) positivista. e) funcionalista. 14. "... deslocamento das relações sociais de contextos locais de interação e sua reestruturação através de extensões indefinidas de tempo-espaço". Este trecho retirado do livro Consequências da Modernidade, refere-se a que ideia de Anthony Giddens? a) Sistemas abstratos. b) Desencaixe. c) Reações de adaptação. d) Realismo utópico. e) Fato social. 15. "... é a denominação para cada uma das posições que o indivíduo ocupa simultaneamente". Este trecho refere-se a que tipo de status? a) Status atribuído. b) Status adquirido. c) Status específico. d) Status principal. e) Status geral. 16. Hipérion: "Já chego lá, respondi. A palavra grandiosa, o uno em si mesmo diverso de Heráclito, só poderia ser encontrada por um grego, pois essa é a essência da beleza e antes de encontrá-la não havia filosofia alguma" (HÖLDERLIN, Friedrich. Hipérion ou o eremita na Grécia. Petrópolis: Vozes, 1994, p.99).
Os pensadores pré-socráticos deram várias soluções ao tentarem explicar a diversidade e a transitoriedade das coisas do universo, reduzindo tudo a um ou mais princípios elementares. Identifique se as afirmações abaixo são (V) verdadeiras ou (F) falsas: I - "O ar é o princípio do movimento e de todas as mudanças", teria afirmado Anaxágoras, indicando, assim, um princípio material elementar, fundamento de toda a realidade. II - Segundo Heráclito, o um é múltiplo e o múltiplo é um. III - Conforme Parmênides, os sentidos atestam e conduzem à verdade absoluta do ser, e o discurso se move por teses e antíteses, pois essas são representações do devir. IV - Para Demócrito de Abdera, todo cosmo se constitui de átomos, ou seja, partículas indivisíveis e invisíveis que, movendo-se e agregando-se no vácuo, formam todas as coisas. V - Heráclito concebe o mundo como eterno devir, isto é, em estado de perene movimento, afinal a única coisa constante é a mudança. Assinale a alternativa que contém as assertivas FALSAS: a) I e IV. b) I e III. c) IV e V. d) I, II e IV. e) II e III. 17. Leia o trecho a seguir: "E que existe o belo em si, e o bom em si, e, do mesmo modo, relativamente a todas as coisas que então postulamos como múltiplas, e, inversamente, postulamos que a cada uma corresponde uma ideia, que é única, e chamamos-lhes a sua essência." (PLATÃO. República. 8.ed. Lisboa: Calouste Gulbenkian, 1996, p.308.) Em relação aos pensamentos de Sócrates e Platão e suas respectivas doutrinas, identifique se as afirmações abaixo são (V) verdadeiras ou (F) falsas: I - No mito da caverna, Platão faz referência ao contraste parecer e ser, ou seja, aparência e realidade. O pensador também simboliza o processo de emancipação espiritual que o exercício da filosofia é capaz de realizar, libertando o indivíduo das sombras da ignorância e dos preconceitos. II - Para Platão, o que é "em si" e permanece sempre da mesma forma é a Ideia, o ser verdadeiro e inteligível. Eis que Platão afirma que o mundo das coisas sensíveis é o único que pode ser conhecido, na medida em que é o único ao qual o homem realmente tem acesso. III - As Ideias, diz Platão, estão submetidas a uma transformação contínua. Conhecê-las só é possível porque são representações mentais, sem existência objetiva. Por outro lado, Platão sustenta que há uma realidade que não nasce nem perece e que não pode ser captada pelos sentidos. IV - Sócrates, ao afirmar que nada sabia, queria, com isso, sinalizar a necessidade de adotar uma nova atitude diante do conhecimento. O seu método compõe-se de duas partes: a maiêutica e a ironia. Para não ser condenado à morte, Sócrates negou, diante dos juízes, os princípios professados. V - Platão confere às ideias uma existência real, e Sócrates procura o conhecimento indagando o homem. Assinale a alternativa que contém as afirmativas FALSAS: a) I, III e IV. b) III e V. c) II, IV e V.
d) I e II. e) II, III e IV. 18. O trecho que segue foi extraído das Confissões, de Santo Agostinho: "Quem nos mostrará o Bem? Ouçam a resposta: está gravada dentro de nós a luz do vosso rosto Senhor. Nós não somos a luz que ilumina a todo homem, mas somos iluminados por Vós." A partir dos seus conhecimentos sobre as filosofias de Santo Agostinho e Tomás de Aquino, identifique qual das afirmações abaixo está CORRETA: a) As cinco vias de Tomás de Aquino são argumentos diretos e evidentes da existência de Deus. Partem de afirmações gerais e racionais sobre a existência, para chegar a conclusões sobre as coisas sensíveis, particulares e verificáveis sobre o mundo natural. b) Os argumentos de Santo Agostinho que provam a existência de Deus denotam a influência direta que ele teve do pensamento de Aristóteles, principalmente da Metafísica. c) Para Santo Agostinho, a irradiação da luz divina faz com que conheçamos imediatamente as verdades eternas em Deus. Essas verdades eternas e necessárias não estão no interior do homem, porque seu intelecto é mutável e contingente. d) Tomás de Aquino construiu uma argumentação para provar a existência de Deus à luz das ideias de Platão e de vários fragmentos da Bíblia. e) Para Santo Agostinho, a irradiação da luz divina atua imediatamente sobre o intelecto humano, deixando-o ativo para o conhecimento das verdades eternas. Essas verdades, necessárias e imutáveis, estão no interior do homem. 19. Durante a Idade Média, a questão dos universais foi um dos grandes problemas debatidos pelos filósofos da época. Realismo, conceitualismo e nominalismo foram as soluções típicas do problema. Outra preocupação da época foi o da possibilidade ou impossibilidade de conciliar fé e razão. Santo Agostinho, sobre a relação fé e razão, protagonizou uma tese que se pode resumir na frase: "Credo ut intelligam" (Creio para entender). A partir dos seus conhecimentos sobre a questão dos universais e da filosofia medieval, identifique as proposições verdadeiras: I - O apogeu da patrística aconteceu no século XIII com Santo Tomás de Aquino (1225-1274), que, retomando o pensamento de Platão, fez a síntese mais bem elaborada da filosofia com o cristianismo durante a Idade Média. II - O pensamento filosófico medieval, a partir do século IX, é chamado de escolástica. A filosofia escolástica tinha por problema fundamental levar o homem a compreender a verdade revelada pelo exercício da razão, contudo apoiado na Auctoritas, seja da Bíblia, seja de um padre da Igreja. III - Para os nominalistas, o universal é apenas um conteúdo da nossa mente, expresso por um nome. O que significa dizer que os universais são apenas palavras, sem nenhuma realidade específica correspondente. IV - No conceitualismo de Pedro Abelardo, os universais são conceitos, entidades mentais, que não existem na realidade, nem são meros nomes. V - De acordo com a teoria da iluminação de Santo Agostinho, o ser humano recebe de Deus o conhecimento das verdades eternas. Tal como o sol, Deus ilumina a razão e torna possível o
pensar correto. Em verdade, Santo Agostinho não conflita a fé com a razão, sendo esta última auxiliar e subordinada da fé. Assinale a alternativa que contém as afirmativas VERDADEIRAS: a) I, II e III b) I, III e V c) II e V d) I, II e IV e) II, III, IV e V 20. Os textos que seguem são de autoria de Jean-Paul Sartre: "A doutrina que lhes estou apresentando é justamente o contrário do quietismo, visto que ela afirma: a realidade não existe a não ser na ação; aliás, vai longe ainda, acrescentando: o homem nada mais é do que o seu projeto; só existe na medida em que se realiza; não é nada além do conjunto de seus atos, nada mais que sua vida." "Porém, se realmente a existência precede a essência, o homem é responsável pelo que é. Desse modo, o primeiro passo do existencialismo é o de pôr todo homem na posse do que ele é, de submetê-lo à responsabilidade total de sua existência. Assim, quando dizemos que o homem é responsável por si mesmo, não queremos dizer que o homem é apenas responsável pela sua estrita individualidade, mas que ele é responsável por todos os homens." (SARTRE, Jean-Paul. Sartre: O existencialismo é um humanismo. São Paulo: Nova Cultural, 1987. (Os Pensadores)) Analise o que se afirma logo abaixo: I - O homem é aquele que cria toda a realidade possível e imaginável. É o ser que cria o mundo todo a partir de sua existência. II - Diferentemente dos objetos, só o ser humano é livre, está "condenado a ser livre", pois nada mais é que seu projeto; qual, consciente de sua existência, é totalmente responsável pela mesma. III - O homem primeiro existe e posteriormente se define conforme suas escolhas e o que decide fazer de si mesmo. IV - O existencialismo sartreano sofreu influências de Husserl, Heidegger, Jaspers e Max Scheler. V - No vocabulário de Sartre, Engajamento significa a necessidade de o pensador estar voltado para a análise da situação concreta em que vive, tornando-se solidário nos acontecimentos sociais e políticos de seu tempo. Assinale a alternativa que possui as afirmações CORRETAS: a) III, IV e V. b) I, III, IV e V. c) I, II e III. d) I, II, III e IV. e) II, III, IV e V. 21. Leias as afirmações que seguem e identifique quais pertencem realmente ao pensamento de Aristóteles: I - O silogismo aristotélico é a dedução lógica na qual uma conclusão é inferida a partir de suas premissas, a premissa menor e a premissa média, pela mediação do termo maior. II - Com a teoria das quatro causas e a distinção entre ato e potência, Aristóteles buscou explicar a realidade do devir e da mudança a que estão submetidas as coisas causadas. III - De acordo com Aristóteles, tudo o que acontece têm suas causas. Essas são a explicação ou o porquê de certa coisa ser o
que é. Causa eficiente, final, formal e material são os quatro sentidos que Aristóteles distingue no termo causa. IV - Aristóteles classificou a justiça em duas espécies básicas: distributiva, que denominou proporcional, e comutativa, por ele chamada retificadora ou corretiva. V - É princípio da justiça distributiva, procurar equilibrar as vantagens e as desvantagens entre dois contratantes. Nos contratos involuntários, a pena infligida ao réu deve ser proporcional ao dano por ele provocado. Assinale a alternativa que possui as asserções VERDADEIRAS sobre a filosofia aristotélica: a) III, IV e V. b) Todas. c) II, III e IV. d) I, II, IV e V. e) I, III, IV e V. 22. "Se, porém, todo conhecimento se inicia com a experiência, isso não prova que todo ele derive da experiência." (KANT, Immanuel. Crítica da razão pura. 3.ed. Trad. Manuela Pinto e Alexandre Morujão. Lisboa: Calouste Gulbenkian, 1994, p.36.) Sobre Immanuel Kant e sua filosofia, é CORRETO afirmar: I - O método de Kant consiste na crítica e na análise reflexiva da razão, a qual, primeiramente, deve conhecer a si mesma, fixando as condições de possibilidade do conhecimento, ou seja, o que pode ser conhecido e o que não. II - Kant supera a dicotomia racionalismo-empirismo. Para o autor da Crítica da Razão Prática, da Crítica do Juízo e da Crítica da Razão Pura o conhecimento, que tem por objeto o fenômeno, é resultante da síntese entre os dados da experiência e as intuições e os conceitos a priori da razão. III - Nos juízos sintéticos, o atributo desenvolve apenas a compreensão do sujeito. Os juízos sintéticos são muito certos e o espírito não poderia contestá-los sem contradizer-se; são meramente explicativos. IV - Nos juízos analíticos, o atributo acrescenta alguma coisa ao sujeito. V - De acordo com Kant, o conhecimento é constituído de matéria e forma. A matéria dos nossos conhecimentos são as próprias coisas, e a forma somos nós mesmos. A alternativa que possui as assertivas INCORRETAS é: a) IV e V. b) II e III. c) II, III e V. d) III e IV. e) I, II e V. 23. "Todas as ideias derivam da sensação ou reflexão. Suponhamos que a mente é, como dissemos, um papel em branco, desprovida de todos os caracteres, sem quaisquer ideias; como ela será suprida? (...) De onde apreende todos os materiais da razão e do conhecimento? A isso respondo, numa palavra, da experiência. Todo o nosso conhecimento está nela fundado, e dela deriva fundamentalmente o próprio conhecimento." (LOCKE, John. Ensaio acerca do entendimento humano. São Paulo: Abril Cultural, 1973, p.165.) "E é certo que estamos aventando aqui uma proposição que, se não é verdadeira, é pelo menos muito inteligível, ao afirmarmos que, após a conjunção constante de dois objetos - calor e
chama, por exemplo, ou peso e solidez - é exclusivamente o hábito que nos faz esperar um deles a partir do aparecimento do outro." (HUME, David. Investigações sobre o entendimento humano. São Paulo: Editora UNESP, 2004, p. 75.) Com base nos seus conhecimentos sobre o empirismo e as teses de John Locke, Francis Bacon e David Hume, identifique quais das afirmações abaixo são VERDADEIRAS: I - Locke distingue as qualidades do objeto em qualidades primárias e secundárias; as primeiras (solidez, extensão, movimento, etc.), existem realmente nas coisas; as segundas (cor, odor, sabor, etc.), são subjetivas e relativas. II - De acordo com Locke, as impressões formam as ideias simples; a reflexão sobre as ideias simples, ao combiná-las, forma ideias complexas, como substância, Deus, alma, etc.. III - Apesar de afirmar que nosso conhecimento se origina na experiência, Locke admite que existam ideias inatas abstraídas das coisas pela reflexão. IV - O que observamos, entende Hume, é a sucessão de fatos ou a sequência de eventos, e não o nexo causal entre esses mesmos fatos ou eventos. V - No Novum Organum, Francis Bacon critica a lógica aristotélica, opondo ao modelo dedutivista a indução como método de descoberta. Nessa empreitada, Bacon sinaliza os preconceitos e noções falsas que dificultam a apreensão da realidade, os quais ele identifica como ídolos. São eles: os ídolos da tribo, os ídolos da caverna, os ídolos do foro e os ídolos do teatro. Assinale a alternativa que for CORRETA: a) Todas as afirmativas são verdadeiras. b) Apenas a I é falsa. c) Apenas a III é falsa. d) Apenas a V é falsa. e) Duas afirmativas são falsas. 24. Em relação ao seu Tractatus Logico-Philosophicus, Wittgenstein prefaciou: "Poder-se-ia talvez apanhar todo o sentido do livro com estas palavras: o que se pode em geral dizer, pode-se dizer claramente; e sobre aquilo de que não se pode falar, deve-se calar. (...) O livro pretende, pois, traçar um limite para o pensar, ou melhor - não para o pensar, mas para a expressão dos pensamentos: a fim de traçar um limite para o pensar, deveríamos poder pensar os dois lados desse limite (deveríamos, portanto, poder pensar o que não pode ser pensado)." (WITTGENSTEIN, Ludiwig. Tractatus LogicoPhilosophicus. São Paulo: Edusp, 1994, p.131.) Sobre a filosofia analítica e as ideias de Wittgenstein, é CORRETO afirmar que: I - A figuração lógica dos fatos é o pensamento. II - O sentido de uma função de verdade de p é uma função do sentido de p. (A negação inverte o sentido da proposição). "~p" é verdadeira se "p" é falsa. Portanto, na proposição verdadeira "~p", "p" é uma proposição falsa. III - A filosofia limita o território disputável da ciência natural. Cumpre-lhe delimitar o pensável e, com isso, o impensável. Cumpre-lhe limitar o impensável de dentro, através do pensável. Ela significará o indizível ao representar claramente o dizível. IV - Os limites de minha linguagem significam os limites de meu mundo. A lógica preenche o mundo; os limites do mundo
são também seus limites. Na lógica, portanto, não podemos dizer: há no mundo isso e isso, aquilo não. V - A filosofia analítica diferencia-se do empirismo lógico, porque concentra sua atenção na linguagem comum e não na linguagem científica. Assinale a alternativa CORRETA: a) Apenas as afirmativas II e a V são falsas. b) Apenas a afirmativa I é falsa. c) Apenas a afirmativa III é falsa. d) Apenas a afirmativa V é falsa. e) Nenhuma afirmativa é falsa. 25. Seduzido pelas ciências matemáticas, devido ao caráter de evidência e rigor que lhes é peculiar, pretende Descartes aplicar o método referente às mesmas, mas não somente às quantidades abstratas, mas também à realidade concreta e constituir, dessa arte, uma espécie de matemática universal, que abrace todo o domínio do conhecimento e lhe comunique a certeza e a evidência acabadas e perfeitas. A partir de seus conhecimentos sobre a filosofia cartesiana, identifique se as afirmativas abaixo são verdadeiras ou falsas: I - Segundo Descartes, o que caracteriza natureza do mundo é a matéria e o movimento (res extensa), em oposição à natureza espiritual do pensamento (res cogitans). II - Descartes acredita demonstrar a existência de Deus partindo da existência do mundo, enquanto pressupõe uma causa por sua vez não causada. III - Tendo como exemplo a proposição: "penso, logo existo", Descartes concluiu que uma proposição qualquer só pode ser considerada como verdadeira se ela tiver sido provada com base na experiência. IV - As ideias claras e distintas são ideias gerais que derivam do particular. Para Descartes, não há verdades evidentes, de modo que para se obter conhecimento sobre qualquer assunto, é necessário realizar longas séries de demonstrações difíceis, tais como aquelas que são habitualmente desenvolvidas pelos geômetras. V - As ideias inatas não estão sujeitas a erro pois se originam da razão, independentemente das ideias formadas pela ação dos sentidos e das outras que nós formamos pela imaginação. São inatas, não no sentido de o homem nascer com elas, mas como resultantes exclusivas da capacidade de pensar. Assinale a alternativa CORRETA: a) Todas as proposições são verdadeiras. b) Apenas a proposição II é falsa. c) Apenas a proposição III é falsa. d) Apenas a proposição IV é falsa. e) As proposições II, III e IV são falsas. 26. "Denomino problema da demarcação o problema de estabelecer um critério que nos habilite a distinguir entre as ciências empíricas, de uma parte, e a matemática e a lógica, bem como os sistemas "metafísicos", de outra. Esse problema foi abordado por Hume, que tentou resolvê-lo. Com Kant, tornou-se o problema central da teoria do conhecimento." (POPPER, Karl. A lógica da pesquisa científica. São Paulo: Cultrix, 1972, p.35.) A partir do texto e dos seus conhecimentos sobre Popper, ciência e epistemologia, identifique quais afirmativas são verdadeiras:
I - A ciência caracteriza-se como um sistema de conhecimentos, expressos por proposições gerais e objetivas sobre a realidade empírica; trata-se de um conhecimento construído por um processo de raciocínio rigoroso e metodicamente conduzido, baseado na experiência, permitindo explicar, prever e atuar sobre os fenômenos. II - Os enunciados metafísicos não fazem parte do discurso científico por não serem passíveis de falseamento. III - Os enunciados metafísicos devem ser eliminados do discurso científico por serem destituídos de conteúdo cognitivo. IV - Levando em consideração a solução apresentada por Karl Popper ao problema da indução nos métodos de investigação científica, é correto afirmar que, para ele, o método científico é dedutivo e racional. V - Para Popper, o que garante a verdade do discurso científico é a condição de refutabilidade, ou seja, quando uma teoria resiste à refutação, ela é corroborada, confirmada. Assinale a alternativa CORRETA: a) Todas as proposições são verdadeiras. b) Apenas a proposição II é falsa. c) Apenas a proposição III é falsa. d) Apenas a proposição IV é falsa. e) As proposições III e IV são falsas. 27. "O saber que é poder não conhece nenhuma barreira, nem na escravização da criatura, nem na complacência em face dos senhores do mundo. Do mesmo modo que está a serviço de todos os fins da economia burguesa na fábrica e no campo de batalha, assim também está à disposição dos empresários, não importa sua origem." (ADORNO, Theodor; HORKHEIMER, Marx. Dialética do esclarecimento. Rio de Janeiro: Zahar, 1991, p.20.) Com base no texto e nos seus conhecimentos sobre os pensadores da Escola de Frankfurt, é CORRETO afirmar: I - A indústria cultural desenvolve o senso crítico e a autonomia de seus consumidores. II - Reproduz bens culturais que nascem espontaneamente das massas, pois promove a imaginação e a espontaneidade de seus consumidores. III - A razão instrumental é o próprio exercício da racionalidade científica, típica do positivismo, que visa à dominação da natureza para fins lucrativos, colocando a ciência e a técnica a serviço do capital. IV - A indústria cultural "vende" cultura. Ora, de acordo com as regras do mercado capitalista e da ideologia da indústria cultural, até as artes são mercadorias, como tudo que existe no capitalismo; ou seja, massificou-se para o consumo rápido no mercado da moda e nos meios de comunicação de massa, transformando-se em propaganda e publicidade, sinal de status social, prestígio político e controle cultural. V - A indústria cultural padroniza e nivela a subjetividade e o gosto de seus consumidores. Assinale a alternativa que for CORRETA: a) As afirmativas I e II são falsas. b) As afirmativas III, IV e V são falsas. c) Apenas a III é verdadeira. d) Apenas a V é falsa. e) Nenhuma afirmativa é verdadeira. 28. "Galileu viu em Arquimedes o único cientista verdadeiro da Grécia, pois já revelava alguns aspectos fundamentais da
experiência moderna: medidas sistemáticas, determinação da influência de cada fator que atua no fenômeno e enunciação do resultado sob forma de lei geral." (ARANHA, Maria; MARTINS, Maria. Filosofando: introdução à filosofia. São Paulo: Moderna, 1993, p. 136.) A partir do texto acima e de seus conhecimentos sobre ciência, é correto afirmar que: I - Com Galileu Galilei, o experimento torna-se parte do método científico; torna-se um marco do novo espírito da ciência. Com seus experimentos, Galileu refuta a tese aristotélica de que o peso de um corpo depende de seu tamanho. II - À condenação de 1633, Galileu Galilei reagiu com a abjuração, mas continuou a pesquisa científica e os contatos com os outros cientistas de sua época. III - O mecanicismo constituiu-se em um aspecto importante da ciência moderna. A natureza e o próprio ser humano são comparados a uma máquina, isto é, a um conjunto de mecanismos cujas leis precisam ser descobertas. IV - Galileu defende o desenvolvimento de uma ciência voltada para os aspectos objetivos e mensuráveis da natureza, em oposição à física qualitativa aristotélica. V - Galileu pensa que uma ciência quantitativa da natureza é possível graças ao fato de que a própria natureza está configurada de modo a exibir ordem e simetrias matemáticas. Assinale a alternativa CORRETA: a) Todas as proposições são verdadeiras. b) Apenas a proposição II é falsa. c) Apenas a proposição III é falsa. d) Apenas a proposição IV é falsa. e) As proposições III e IV são falsas. 29. Sobre cidadania e as concepções éticas dos filósofos gregos, Kant, Nietzsche, Marx e Habermas, é CORRETO afirmar que: I - Sócrates, Platão e Aristóteles têm em comum a concepção de que a virtude resulta do trabalho reflexivo, da sabedoria, do controle racional dos desejos e paixões. Os homens gregos são antes de tudo cidadãos, membros integrantes de uma comunidade, de modo que a ética se acha intrinsecamente ligada à política. II - Os valores que constituem a moral aristocrática dos senhores são, ao ver de Nietzsche, eternos e invioláveis. Devem orientar a humanidade com uma força dogmática, de modo que o homem não se perca. III - Para Kant, a vontade humana é verdadeiramente moral quando regida por imperativos categóricos. O imperativo categórico é incondicionado, absoluto e voltado para a realização da ação, tendo em vista o dever. IV - Admite Marx que as condições da moral verdadeira só existiriam na sociedade sem Estado e sem propriedade privada. Ora, mesmo que a moral diga respeito à esfera pessoal, não há como viver moralmente e com cidadania em um mundo que ainda não tenha instaurado a ordem da justiça social. V - Em sua teoria da ação comunicativa, Habermas desenvolve elementos para a compreensão da ética discursiva. Esta é uma teoria da moral que recorre à razão para sua fundamentação. A razão comunicativa é processual e construída a partir da relação entre os sujeitos, enquanto seres capazes de se posicionarem criticamente diante das normas. Assim sendo, a validade das normas depende do consenso encontrado a partir do grupo, do conjunto dos indivíduos.
Assinale a alternativa VERDADEIRAS: a) III, IV e V. b) II, III, IV e V. c) II, III e IV. d) I, II, IV e V. e) I, III, IV e V.
que
só
possui
afirmações
30. Para Husserl, a fenomenologia está encarregada de separar psicologia e filosofia, de preservar o privilégio do sujeito do conhecimento ou consciência reflexiva diante dos objetos e de ampliar o conceito de fenômeno. De acordo com este autor, o termo intencionalidade indica: a) o conjunto das intenções do ato de conhecer. b) o componente da vontade que acompanha todo ato da percepção. c) a tensão em direção do mundo concreto que anima todo ato de conhecer. d) o componente da realidade que acompanha o ato da percepção. e) a relação entre ato perceptivo e dado percebido.
21 - A palavra filosofia possui, no senso comum, significados como: "a filosofia de vida da vovó", "a filosofia hindu" ou "a filosofia do novo técnico de futebol." "Mas, é preciso estar ciente de que a disciplina acadêmica que se intitula "filosofia" usa essa palavra num sentido estrito". IGLÉSIAS, Maura. O que é filosofia e para que serve?, in: REZENDE, A. Curso de Filosofia, RJ: Zahar Editor, 1986, p.12. Assinale a opção na qual todos os itens apresentados estão associados ao significado abordado por Maura Iglésias. (A) Saber de direção; saber das coisas e dos princípios fundamentais; saber da experiência; saber técnico e científico; saber fazer. (B) Saber de direção; questionamentos; saber de todas as coisas; saber crítico e reflexivo; saber dos princípios fundamentais. (C) Saber de todas as coisas; saber das coisas fundamentais; saber científico e técnico; saber da experiência; saber inútil. (D) Saber de todas as coisas; sistematização de pensamentos; saber acrítico; saber das coisas fundamentais; saber técnico. (E) Questionamentos; saber reflexivo e crítico; ciência de todas as coisas; saber de direção; saber da experiência. 22 - "Todo mundo sabe que os bebês possuem essa capacidade. Depois de alguns meses na barriga da mãe, eles são empurrados para uma realidade completamente diferente. Mas depois, quando crescem, parece que esta capacidade vai desaparecendo. Como se explica isso?" GAARDNER, Jostein. O mundo de Sofia, SP: Cia. das Letras, 1995, p. 27. Gaardner fala da "única coisa de que precisamos para nos tornar bons filósofos", ou seja, da capacidade humana de (A) espantar-se com o mundo. (B) estudar a história da filosofia. (C) criticar as diferentes teorias filosóficas. (D) refletir sobre a ciência e o conhecimento. (E) entender os princípios da ética e da moral.
23 - Três professores de Filosofia - Lucas, Márcia e Antônio fizeram um curso de formação continuada, promovido pela Secretaria Estadual de Educação, sobre uma importante teoria filosófica. Após o curso, os professores fizeram os seguintes comentários: Lucas - As formas existem independentes de nossas mentes. Tanto é assim, que chegamos ao mundo, ao nascermos, e vamos embora, ao morrermos, e as formas continuam aqui independentes de nós. Márcia - Se for assim, as formas existem de forma perfeita e estática num outro mundo. Por isso, podemos reconhecer o mundo que habitamos em suas contínuas transformações. Antônio - Então, existem dois mundos? O mundo das formas e o mundo das aparências? Eu não entendo como esta teoria explica a relação de um mundo com o outro. De acordo com a conversa acima, conclui-se que (A) a Secretaria promoveu um curso sobre a teoria das ideias de Platão. (B) os professores fizeram um curso sobre o empirismo de Hume. (C) os professores conversam sobre o existencialismo humanista de Sartre. (D) Márcia compreendeu a moderna teoria das transformações sociais. (E) Lucas não entendeu a teoria aristotélica sobre experiência e conhecimento. 24 - Clara é uma professora de Filosofia que procura articular a produção cultural contemporânea e as grandes teorias filosóficas. Para sua próxima aula, ela levará uma foto de um grafite urbano e uma letra de samba. O grafite apresenta um desenho de caveira com a seguinte pergunta: "Para que o medo, se o futuro é a morte?". Do samba "Preciso me encontrar", de Antônio Candeia, ela separou os versos a seguir. "Se alguém por mim perguntar Diga que eu só vou voltar Quando eu me encontrar Deixe-me ir, preciso andar Vou por aí a procurar Só volto quando eu me encontrar Depois, que eu me encontrar" Tendo em vista a seleção de materiais da professora, conclui-se que ela discutirá o (A) niilismo, de Nietzsche. (B) existencialismo, de Sartre. (C) formalismo, de Wittgenstein. (D) pessimismo, de Schopenhauer. (E) humanismo metafísico, de Spinoza. 25 - Na História da Filosofia, várias foram as tentativas de listar os pensadores mais importantes e suas ideias fundamentais. A seguir, são apresentados cinco grandes filósofos, da antiguidade clássica, do medievo e da modernidade. Relacione a coluna dos filósofos com a que apresenta ideias sobre educação, conhecimento e processos de socialização. I - Sócrates II - Santo Agostinho III - René Descartes IV - Karl Marx
(P) Não há nada no intelecto que não tenha passado pelos sentidos. (Q) Se duvido, penso e se penso, logo existo. (R) Todas as coisas são boas, e o mal é ausência do bem. (S) Os filósofos pensaram o mundo, mas importa transformá-lo. (T) Só sei que nada sei. A relação correta é: (A) I - P ; II - R ; III - S ; IV - Q (B) I - P ; II - S ; III - T ; IV - R (C) I - S ; II - P ; III - Q ; IV - R (D) I - T ; II - P ; III - R ; IV - S (E) I - T ; II - R ; III - Q ; IV - S 26 - Ao fim da aula de Filosofia, três estudantes travam o seguinte diálogo: Ana - Não entendi nada desse negócio do "céu estrelado sobre minha cabeça e a lei moral dentro de mim". Carlos - A lei moral tem a ver com as regras que alguém se impõe, desejando que todos façam o mesmo. Por isso, o professor falou do universalismo moral. Rodrigo - Universalismo moral? Eu entendi que impor leis a si próprio era o tal do imperativo categórico. Ana - Sem dúvida, teremos que voltar a estas questões com o professor para entender melhor. Ana, Carlos e Rodrigo acabaram de estudar (A) a deontologia, de Kant. (B) o utilitarismo, de Stuart Mill. (C) o romantismo moral, de Kierkegaard. (D) as concepções éticas, de Aristóteles. (E) os aforismos ético-morais, de Nietzsche. 27 - Um professor prepara uma aula com o uso do texto abaixo. "A razão é a descoberta da verdade ou da falsidade. A verdade e a falsidade consistem na concordância ou discordância com as relações reais das ideias, ou com a existência real das coisas. Portanto, tudo que não seja suscetível a essa concordância ou discordância é incapaz de ser verdadeiro ou falso e nunca pode ser objeto de nossa razão. Ora, é evidente que nossas paixões, volições e ações não são sujeitas a nenhum acordo ou desacordo desse tipo. É impossível, por conseguinte, declará-las verdadeiras ou falsas, contrárias ou conformes à razão." HUME, David. Tratado sobre a natureza humana (Fragmento) Em seguida, apresentará estas questões: - Qual a distinção, segundo Hume, entre verdadeiro e falso? - Por que, para Hume, não é possível definir a maneira legítima de agir a partir da noção de verdade? - De quais aspectos da natureza humana Hume está tratando? Com base no texto e nas perguntas para debate, conclui-se que a unidade temática a ser estudada é (A) empirismo e cientificismo. (B) racionalismo e liberalismo. (C) racionalismo e moralidade. (D) liberalismo e epistemologia. (E) existencialismo e moralidade. 28 - Na História da Filosofia, justiça sempre significou mais do que acordos legais celebrados em uma sociedade ou um dos poderes do sistema democrático. Neste sentido, em uma aula sobre ética, o professor deve estar atento à(s) (A) diferenciação entre o que é judicialmente legal e o que é moralmente legítimo.
(B) distinções e às funções dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário. (C) diferentes teorias sobre o contrato social, presentes na história e no cotidiano. (D) teorias liberais, contratualistas, igualitaristas e discursivas sobre as leis e o direito. (E) percepções dos estudantes sobre pecado e delito, dos pontos-de-vista religioso e jurídico. 29 - Para explicar um aspecto central da epistemologia moderna, o professor organiza um jogo, no qual os estudantes devem completar a letra da música "Diariamente", de Nando Reis e Marisa Monte. De um lado, ele coloca alguns versos da música relacionados ao cotidiano dos estudantes e de outro, seus possíveis complementos. Para difíceis contas: .... Para lápis ter ponta: ... Para o Adidas: ... Para todas as coisas: ... Para brincar na gangorra: ... Para apagar a lousa: ... Para letra torta: ... Para levar na escola: ... ... pauta. ... dicionário. ... calculadora. ... condução. ... apagador. ... dois. ... apontador. ... o Conga nacional. Examinando o jogo elaborado pelo professor, conclui-se que ele está enfocando (A) análise literária. (B) objetividade científica. (C) utilitarismo cotidiano. (D) raciocínio lógico. (E) relativismo epistemológico. 30 - "Ninguém aqui é freira e nós não estamos em um convento. E não me consta que num convento também não tenha brigas." Luiz Inácio Lula da Silva, 13 abr. 2009, Declaração feita na cerimônia de assinatura do Pacto dos Três Poderes, disponível em: www.tvi.com.br. A declaração do Presidente demonstra uma concepção sobre a política como (A) ciência do poder e dos meios de exercê-lo, segundo a definição de Maquiavel. (B) poder dos argumentos num diálogo racionável, conforme Habermas. (C) construção da cidade e do poder comum, na definição aristotélica. (D) felicidade possível para o maior número de cidadãos, de acordo com John Stuart Mill. (E) espaço da divergência e dos confrontos públicos de poderes, numa definição marxista. 31 - "A cidadania é primordialmente uma relação política entre um indivíduo e uma comunidade política, em virtude da qual o indivíduo é membro de pleno direito dessa comunidade e a ela
deve lealdade permanente. O estatuto de cidadão é, em consequência, o reconhecimento oficial da integração do indivíduo na comunidade política, comunidade que, desde as origens da era moderna, adquire a forma de Estado nacional de direito". CORTINA, Adela. Cidadãos do Mundo, SP: Loyola, 2005, p. 31. O trecho acima representa uma tentativa de definir a cidadania política. A partir das ideias da filósofa, afirma-se que (A) cultura, política e cidadania constituem um Estado nacional. (B) vínculo político é o que constitui a identidade do cidadão. (C) identidade cidadã é dada pelo Estado democrático. (D) cidadania política é uma das marcas do medievo. (E) lealdade política configura o cidadão moderno. 32 - A análise da linguagem é uma das mais importantes tendências contemporâneas no campo filosófico. Sobre ela, considere as afirmativas abaixo. I - A linguagem é um sistema de signos convencionais que pretende representar a realidade e que é usada na comunicação humana. II - A linguagem, enquanto estrutura lógica, formal e abstrata, subjaz a todas as línguas empíricas e concretas (português, espanhol, francês etc.). III - Todos os seres capazes de se comunicar são interlocutores válidos, que devem ser levados em conta num diálogo sobre normas que os afetam. IV - Pretendem ter validade as normas que encontram aceitação por parte de todos os afetados como participantes de um discurso prático. Sobre as afirmações, conclui-se que a (A) II está dissociada ao campo da filosofia da linguagem, pois se refere a temas de tradução e linguística. (B) IV é destoante do conjunto, pois se refere à ética aplicada e não à filosofia da linguagem. (C) I e a II estão relacionadas à filosofia analítica, e a III e a IV, à ética do discurso. (D) I e a II se referem à linguística aplicada, e a III e a IV, à teoria da reflexão comunicativa. (E) I e a III se referem à pragmática linguística de Wittgenstein, e a II e a IV, à ética habermasiana. 33 - Ludwig Wittgenstein influenciou decisivamente a Filosofia da Linguagem contemporânea, também identificada como Filosofia Analítica. Da obra "Tratado lógico-filosófico", uma das afirmações mais célebres é: "Sobre aquilo de que não se pode falar, devemos calar". Sobre tal argumento, está INCORRETO concluir que (A) a análise da linguagem é a mais eficiente para resolver os problemas filosóficos. (B) a tarefa da Filosofia consiste mais em construir teorias metafísicas do que em elaborar métodos de análise. (C) o problema da Filosofia tem sido o desconhecimento das regras ocultas nos jogos de linguagem. (D) as proposições da metafísica, da estética, da religião e da ética representam absurdos lógicos. (E) os problemas filosóficos não são necessariamente falsos, mas, em grande parte, são desprovidos de significado lógico e linguístico.
34 - "Imaginemos, agora, alguém que tomasse uma decisão muito estranha e começasse a fazer perguntas inesperadas. Em vez de "que horas são?" ou "que dia é hoje?", perguntasse: O que é o tempo? Em vez de dizer "está sonhando" ou "ficou maluca", quisesse saber: O que é o sonho? A loucura? A razão? Se essa pessoa fosse substituindo sucessivamente suas perguntas, suas afirmações por outras. (...) Este alguém estaria começando a adotar o que chamamos atitude filosófica." CHAUÍ, Marilena. Convite à Filosofia, SP: Ática, 2000, pp.1112. Marilena Chauí comenta uma das principais habilidades a serem desenvolvidas no ensino de Filosofia, de acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais do Ensino Médio, que é (A) ler, de modo filosófico, textos de diferentes estruturas. (B) ler, de maneira significativa, os textos clássicos da Filosofia. (C) questionar os diferentes saberes dominantes no mundo. (D) articular diferentes modos discursivos nas ciências e nas artes. (E) contextualizar os conhecimentos filosóficos. 35 - "Suponhamos então que a mente seja, como dizemos, um papel branco desprovido de todos os caracteres; sem quaisquer ideias. Como é que ela chega a ser preenchida? (...) De onde ela obtém todos os materiais da razão e do conhecimento? A isso respondo em uma palavra: da experiência, na qual todo nosso conhecimento está fundado e da qual em última análise se deriva". As concepções expostas no trecho acima correspondem à(ao) (A) crítica da razão pura, de Immanuel Kant. (B) livre arbítrio, de São Tomás de Aquino. (C) racionalismo, de René Descartes. (D) empirismo, de John Locke. (E) inatismo, de Platão. 36 - Assinale a opção que NÃO corresponde à Teoria do Conhecimento, proposta por René Descartes. (A) Alguém que busque o progresso da ciência só deve aceitar como verdade aquilo que aparecer em sua mente como algo claro e distinto. (B) Os sentidos não são fontes confiáveis de conhecimento, pois se eles nos enganam uma só vez, então é possível que eles nos enganem sempre. (C) O ser humano não possui ideias inatas, pois todo o seu conhecimento é construído a partir das experiências e da capacidade humana de imaginar. (D) O método científico deve buscar a verdade como ponto seguro, duvidando de todas as nossas falsas certezas e adotando a própria dúvida como método. (E) Na busca por um princípio fundamental, posso duvidar de tudo, menos do fato de que estou duvidando; e se duvido, penso; e se penso, logo existo. 37 - "Perguntaram, certa vez, a um filósofo: "Para que serve a Filosofia?" Ele pensou durante um longo tempo e aparentando não saber a resposta continuou calado. Aquele que perguntava insistiu: "Vamos! Responda logo!". Então, o filósofo respondeu: "Para não darmos nossa aceitação ou negação imediata às coisas, sem maiores considerações". O apressado que interrogava foi embora calado".
CARRIÈRE, Jean-Claude. Contos filosóficos do mundo inteiro, SP: Ediouro, 2008. Em consonância com os Parâmetros Curriculares Nacionais do Ensino Médio e com a Proposta Curricular do Ensino Médio do Estado do Tocantins, o conto apresenta, como um dos grandes desafios para o ensino de Filosofia, a(o) (A) inutilidade da Filosofia para a educação escolar. (B) falta de sentido prático da Filosofia no mundo atual. (C) justificativa da disciplina diante das avaliações do vestibular. (D) defesa da Filosofia para o ensino em áreas técnicas e científicas. (E) valor da utilidade como único critério de avaliação das ciências. 38 - A influência dos grandes pensadores na teoria educacional e nas práticas pedagógicas tem sido fundamental. A obra "Emílio" ou "Da Educação", de Jean-Jacques Rousseau, tornouse um marco do pensamento pedagógico iluminista. Identifique a ideia central desta obra. (A) Não há nada no pensamento que não tenha passado antes pela experiência. (B) A deliberação ética deve estar baseada no diálogo simétrico entre interlocutores válidos. (C) A virtude é fruto do hábito, do ensino condicionante e das disposições inatas. (D) Só sei que nada sei, pois o importante é reconhecer a sua própria ignorância. (E) O homem nasce naturalmente bom, sendo degenerado pelo ambiente social. 40 - "Toda realidade é e pode ser. Assim, deve passar por uma transformação progressiva no sentido da plena realização. Trata-se do caminho da manifestação do que estava oculto, do desenvolvimento de uma determinada unidade que revela uma segunda forma, mostrando, então, a sua total capacidade". O trecho acima indica uma maneira de conhecer o mundo, identificada como (A) a teoria de ato e potência, de Aristóteles. (B) a teoria da ação comunicativa, de Jünger Habermas. (C) o tratado sobre a natureza humana, de David Hume. (D) as diferenciações entre o bem e o mal, de Friiedrich Nietzsche. (E) os jogos de linguagem, de Ludwig Wittgenstein. 41 - "A Filosofia no currículo deve constituir-se como elemento articulador dos saberes fragmentados (...). Nesta perspectiva a Filosofia configura-se como fio que sustenta as pedras de um colar". (Proposta Curricular do Ensino Médio do Estado do Tocantins). Com base nessa citação, reconhece-se que Filosofia e Educação estão profundamente ligadas porque a primeira (A) executa abstratamente os princípios idealizados pela segunda. (B) define os princípios que serão ensinados por meio da segunda. (C) conceitualiza Pedagogia, enquanto a segunda é um devaneio docente. (D) atua sobre a realidade, e a segunda questiona a prática pedagógica escolar. (E) nega o senso comum, e a segunda nega as práticas sociais dominantes.
43 - "O educador, com efeito, estudando e resolvendo os problemas da prática educacional, obedecerá às regras do método científico (...) observando com inteligência e precisão, registrando essas observações, descrevendo os procedimentos seguidos e os resultados obtidos, para que possam ser apreciados por outrem e repetidos, confirmados ou negados, de modo que a sua própria prática se faça também pesquisa e os resultados se acumulem e multipliquem". TEIXEIRA, Anísio. Ciência e a arte de educar, in: Educação e Ciências Sociais. v. 2, no 5, ago. 1957. p. 12. A partir da afirmação do filósofo da educação brasileira, conclui-se que a(o) (A) educação deve investir em conhecimento da matéria e em metodologia artística, a fim de obter um melhor aprimoramento do desempenho pessoal de cada professor. (B) educação, enquanto uma arte material, precisa ter mais metodologia científica, a fim de se comparar à Medicina e à Engenharia e obter o mesmo reconhecimento social. (C) educação só alcançará algum avanço científico quando as ciências fontes - Filosofia, Sociologia, Psicologia e Antropologia - das quais ela depende conseguirem efetivar os seus próprios avanços. (D) método científico ajudará a educação a se tornar mais intuitiva, acidental e empírica, valorizando o estilo pessoal, a predisposição interna e a vocação dos educadores no desenvolvimento desta arte. (E) método científico levará os professores a sistematizarem suas práticas pedagógicas, a fim de socializar os avanços e promover o progresso desta arte, tornando-a mais científica. 44 - O percurso da Filosofia no Brasil foi iniciado de forma muito dependente da metrópole e da institucionalização dos primeiros cursos de filosofia e teologia para a formação de clérigos. Esse período também está marcado pelas Reformas Pombalinas que, no âmbito específico do ensino de Filosofia, são identificadas com a (A) expulsão dos jesuítas do território brasileiro. (B) chegada do empirismo inglês aos debates jurídicos. (C) virada da escolástica tomista para as influências do iluminismo francês. (D) diversificação das correntes filosóficas, principalmente as vertentes culturalistas, estéticas e éticas. (E) predominância de brasileiros que foram estudar nas universidades portuguesas, especialmente a de Coimbra. 45 Em uma aula de Filosofia, o professor trabalha com os textos apresentados a seguir. "Não podemos esquecer que toda prática social tem como ponto de partida a ideologia. Ela impregna tudo, até a própria ciência. Por isso é preciso cuidado ao filosofar, porque, sem o percebermos, podemos estar sendo governados pela ideologia, ideias que, a priori, já estão em nossas mentes". TELES, Maria Luiza S. Filosofia para jovens, Petrópolis: Vozes, 1996, p. 70. "Meu partido É um coração partido E as ilusões Estão todas perdidas (...)
Meus heróis Morreram de overdose Meus inimigos Estão no poder Ideologia! Eu quero uma prá viver". Cazuza e Roberto Frejat. (CD "O poeta está vivo") O professor pede a três estudantes uma definição do tema central da aula e recebe as seguintes respostas: Ana - Ideologia é um sistema de ideias para explicar a realidade, e todos nós precisamos de uma. Rodrigo - A ideologia governa, como um partido, o nosso pensamento e a nossa ação. A filosofia pode revelar esta forma de comando. Carlos - Ideologia é uma maneira de conhecer a verdade e a falsidade das coisas, que pode ser verdadeira ou falsa, boa ou negativa. Dos textos apresentados e das respostas obtidas, conclui-se que (A) Carlos define a temática de maneira coerente e justificada. (B) Rodrigo foi o único a definir a proposta temática do professor. (C) Ana não articula, em sua definição, os dois textos propostos em aula. (D) Ana e Carlos não definem a temática central da aula. (E) Ana e Rodrigo definem, com coerência, a proposta temática da aula. 46 - "De Hobbes a Hegel, passando por Rousseau e Kant, a filosofia política clássica concentrou suas interrogações no mistério do Estado. (...) O Estado, tal como o conhecemos, nem sempre existiu. Sem dúvida, o mundo atual nos pede para inventarmos formas novas de organização política". LECOURT, Dominique. O fim do Estado é inevitável?, in: Café Philo: as grandes indagações da filosofia, RJ: Jorge Zahar, Editor, 1999, pp. 52- 53. Os filósofos em discussão, no argumento de Dominique Lecourt, sobre a origem, a manutenção e a inevitabilidade do Estado, são classificados como (A) liberais. (B) democráticos. (C) jusnaturalistas. (D) contratualistas. (E) socialistas utópicos. 47 - X se refere ao que é bom ou justo e às melhores normas de convivência. Y é a ciência normativa sobre o poder e o governo da sociedade. Z é o conjunto de direitos e deveres de um indivíduo em relação à sociedade em que vive. Das afirmações acima, conclui-se, que (A) X = Ética; Y = Política e Z = Cidadania. (B) X = Cidadania; Y = Política e Z = Ética. (C) X = Política; Y = Cidadania e Z = Ética. (D) X =~ Z = Cidadania e Y = Pluralismo. (E) X =~ Y = Política e Z = Justiça. 48 - "Filosofia no Brasil" ou "Filosofia Brasileira" são termos polêmicos devido às suas imprecisões. No entanto, a institucionalização do campo filosófico no território nacional
tem sido objeto de estudo de alguns especialistas, que afirmam estar nossa fragilidade, basicamente, em dois pontos: (A) descrédito acadêmico das ciências humanas e falta de originalidade dos filósofos brasileiros. (B) autodidatismo da formação dos filósofos brasileiros e baixo investimento de órgãos públicos. (C) debilidade teórica das pesquisas realizadas e autodidatismo da formação dos filósofos brasileiros. (D) falta de originalidade dos filósofos brasileiros e importação das ideias dos contextos europeu e norte-americano. (E) baixo investimento de órgãos públicos para pesquisa e importação das ideias dos contextos europeu e norte-americano. 50 - A Filosofia, no Brasil, sofre uma virada de qualidade significativamente positiva - na década de 1970, favorecida por dois fatores: (A) incentivo de órgãos governamentais (CAPES e CNPq) e criação das primeiras universidades (USP e UFRJ). (B) incentivo para brasileiros realizarem cursos de doutoramento no exterior e criação da Revista Brasileira de Filosofia. (C) chegada da missão francesa à USP e criação da ANPOF (Associação Nacional de Pós-Graduação em Filosofia). (D) criação dos programas de pós-graduação (Unicamp e UFMG) e chegada da missão francesa para fundação da USP. (E) criação dos programas de pós-graduação em Filosofia (mestrado e doutorado) e incentivo de órgãos governamentais (CAPES e CNPq).
11. Leia o enunciado apresentado a seguir e identifique a afirmação correta. Os filósofos pré-socráticos quiseram compreender as lições da Natureza. Todo o espetáculo dramatizado diariamente pela Natureza era fantástico o suficiente para suscitar indagações. Por exemplo: como eram possíveis seres marinhos, como a terra produzia rochas e árvores e grãos? Como uma substância podia se transformar em algo completamente diferente? Todos os fenômenos naturais eram misteriosos. Além disto, havia poucas palavras no vocabulário dos idiomas falados para designar fenômenos observáveis. I. Os primeiros filósofos tinham uma coisa em comum: eles acreditavam que uma determinada substância básica estava por trás de todas as transformações. II. Ao observar a natureza, os filósofos pré-socráticos buscavam respostas na tentativa de identificar leis naturais que fossem eternas. III. Filósofos pré-socráticos como Tales, Anaximandro, Anaxímenes, Pitágoras e Heráclito deram início ao pensamento científico, partindo da indagação, seguindo-se a investigação, depois a experimentação e, por fim, o registro do fenômeno observado. IV. As indagações dos filósofos daquele tempo eram incipientes e pouco contribuíram para a ciência. O legado de Sócrates, Platão e Aristóteles é que deve ser considerado para obter conhecimentos sobre os fenômenos da natureza. A sequencia correta é:
a) As assertivas I, II e IV estão corretas. b) As assertivas I, II e III estão corretas. c) Apenas a assertiva III está correta. d) Apenas as assertivas III e IV estão corretas.
12. A partir do enunciado, indique a afirmação correta. Os filósofos pré-socráticos tinham como objetivo a busca do princípio único, o arché de todas as coisas. As suas especulações voltavam-se para o Universo e o Cosmo. Posteriormente Sócrates passou a inquirir sobre o próprio homem, no sentido de compreender o seu íntimo e a natureza de suas ações. O conhece-te a ti mesmo ou a autoconsciência do homem é o seu método de estudo. Depois disso, os filósofos nunca mais pararam de questionar sobre o homem e sua função na sociedade. a) O conhece-te a ti mesmo de Sócrates constitui-se em uma abstração filosófica também ensinada pelos sofistas para determinar que o homem oriente-se por normas absoluta sobre o que é certo e o que é errado. b) A afirmação está parcialmente correta, porque os estudos filosóficos iniciais voltavam-se para a compreensão de Deus e da natureza das coisas, ou seja, o pensar, o agir, o ser. c) O texto deixa transparecer que a filosofia socrática prendiase ao teocentrismo para explicar o fenômeno humano a partir da existência de Deus. d) Da afirmação pode-se inferir que a Filosofia, a partir, de Sócrates, tornou-se antropocêntrica.
13. Leia o texto e assinale a alternativa correta. Um conjunto das leis do pensamento, isto é, os princípios, as formas e as estruturas necessárias para pensar, as categorias, as ideias podem ser compreendidas como: a) Raciocínio e modo de organizar o pensamento. b) Mecanismos da mente para chegar à verdade. c) Razão subjetiva. d) Razão objetiva.
14. Leia o enunciado e assinale a afirmação correta. Aristóteles foi o primeiro filósofo a fazer um estudo dos conceitos para descobrir as propriedades que eles têm quando produzidos pela nossa mente, como podem ser unidos e separados, divididos e definidos, e como é possível tirar conceitos novos de conceitos conhecidos anteriormente. ( Battista Mondin. "Curso de filosofia". Paulus, p. 83) a) O texto deixa explícito que se trata dos estudos sistemáticos de Aristóteles conhecidos como lógica. b) O texto permite compreender que se refere ao silogismo de Aristóteles, constituído por três proposições: As duas primeiras denominam-se premissas e a terceira conclusão. Por exemplo: todas as baleias são mamíferos. Alguns animais são baleias. Logo, alguns animais são mamíferos. c) A leitura do enunciado confirma que Aristóteles foi o grande organizador da natureza por meio dos estudos relacionados às quatro causas fundamentais das quais se ocupa a metafísica: material, formal, eficiente e final. d) Do texto se infere que o autor aborda uma das formas de raciocínio denominada indução.
15. A partir do enunciado, indique a afirmação correta. O homem possui uma dinâmica própria, que tende à verdade (inteligência), ao agir (vontade) e ao amor (amorosidade). E tende livremente, responsavelmente. O ser humano faz-se a si mesmo, enquanto as outras naturezas seguem o seu padrão predeterminado. A liberdade, porém, não implica anarquia nem desordem. Implica que o ser humano se autogoverna e busca ordem - isto é, a felicidade - livremente. (Félix Ruiz Alonso et all. -Curso de ética em administração-. Atlas, p. 72) I. O autor enfatiza destaca princípios e normas ligados à ética. II. O texto trata especificamente da ética natural. III. O enunciado trata apenas da busca da felicidade e da realização humana, de modo livre e responsável. IV. Afirmar que o homem se autogoverna e busca ordem parece contraditório, uma vez que a tendência do ser humano é ser orientado, dirigido por seus superiores hierárquicos, autoridades e leis, por exemplo. A sequencia correta é: a) As assertivas I e II estão corretas. b) As assertivas I, IIII e IV estão corretas. c) As assertivas II, III e IV estão corretas. d) Somente a assertiva IV está correta.
16. Leia o enunciado apresentado a seguir e identifique a afirmação correta. O estudo do belo propõe observar a ordem e a simetria de tudo o que pode ser percebido pelos sentidos objetivos. Foi Alexander Gottlieb Baumgarten, filósofo alemão nascido em Berlim que realizou estudos a partir de 1750 sobre uma ciência da sensibilidade e do belo. Immanuel Kant utilizou seus livros como texto de aulas com base nos quais desenvolveu estudos sobre a questão das sensações e do gosto. David Hume também utilizou os mesmos estudos, a partir dos quais o gosto passou a ser compreendido como um responsável por discernir a beleza, dentro e fora de um objeto artístico. Os filósofos Hegel e Schelling igualmente incorporaram e aperfeiçoaram esses estudos utilizados em Filosofia da Arte. I. O estudo do belo refere-se à estética. II. Foi Alexander Gottlieb Baumgarten que introduziu pela primeira vez o termo estética, mas não foi o fundador da estética como ciência. III. O texto é uma referência ao estudo da arte e do belo, simplesmente. IV. Com base no texto, pode-se afirmar que qualquer investigação, análise, reflexão ou estudo acerca da arte e do belo é hoje denominado estética. a) As assertivas I e II estão corretas. b) Somente a assertiva I está correta. c) Somente a assertiva III está correta. d) As assertivas I, II e IV estão corretas.
17. Leia o enunciado e assinale a alternativa correta. Um dos princípios da ciência desde o século XVII, tomando por base conteúdos filosóficos, ancora-se na premissa "duvide
de tudo" como referência para aprender, distinguir e organizar o que aprendido, de modo a analisar problemas sistematicamente de acordo com as seguintes regras: 1) evidência; 2) análise; 3) síntese; 4) enumeração. a) O princípio é, na verdade, uma extensão dos tratados aristotélicos sobre lógica e aprendizagem. b) Tanto Descartes quanto Aristóteles afirmaram que os problemas devem ser analisados parte por parte. O texto evidencia aspectos do método dedutivo. c) Trata-se da sistematização do conhecimento ou do método capaz de evidenciar, em ciência, como os seres humanos obtêm conhecimento. d) Trata-se do método desenvolvido por René Descartes com primazia da lógica e da razão em detrimento do conhecimento intuitivo.
18. Leia o texto a seguir e assinale a alternativa correta. Nos tempos modernos há uma tendência de que os indivíduos levem uma vida tipicamente egocêntrica, competitiva, orientada para determinadas metas. Excessivamente preocupados com seu passado e o futuro, estão propensos a ter uma consciência limitada do presente e, assim, uma capacidade limitada para se satisfazer com as atividades ordinárias da vida cotidiana. Concentram-se na manipulação do mundo externo e medem seu padrão de vida pela quantidade de bens materiais, ao passo que se tornam cada vez mais alienados do seu mundo interior e incapazes de apreciar o processo da vida. (Fritjof Capra. "O ponto de mutação". Cultrix. P. 371) a) Trata-se de uma abordagem ácida sobre o comportamento das sociedades modernas alienadas ou esquecidas da sua natureza meramente humana. b) O autor é contundente na sua observação ao afirmar que os indivíduos da cultura ocidental estão orientados para ampliar sua percepção da realidade. c) O texto alude aos indivíduos que agem de acordo com o paradigma cartesiano. d) O autor indica que é necessário ensinar o holismo para enfatizar o paradigma cartesiano de visão conformista da experiência humana.
19. Leia o texto e assinale a alternava correta. No processo de conhecer, o homem se apropria, de certo modo, da coisa conhecida. Se é uma apropriação física, como por exemplo, um determinado tipo de som ou um a onda de luz que acarretam uma alteração qualquer nos seus sentidos, ele passa a ter um conhecimento de certa natureza. Se não for uma apropriação física, esse outro conhecimento deve ser o resultado da relação consciência e objeto, sujeito e objeto. a) Na verdade, o homem não se apropria de tudo o que lhe é dado conhecer, porque nem tudo o que o homem aprende pode conferir-lhe a capacidade de aplicá-lo em um trabalho. b) A partir do momento que o homem se relaciona com algo, seja o que for, produz um conhecimento apropriado fisicamente e não de outro modo. c) O texto permite deduzir que o primeiro exemplo refere-se ao conhecimento intelectual. O segundo exemplo refere-se, portanto, ao chamado conhecimento intuitivo - exclusivo dos seres humanos.
d) O texto permite deduzir que o primeiro exemplo refere-se ao conhecimento sensível. O segundo exemplo refere-se, portanto, ao chamado conhecimento intelectual - exclusivo dos seres humanos.
20. Assinale a alternativa INCORRETA. Vivemos hoje num mundo globalmente interligado, no qual os fenômenos biológicos, psicológicos, sociais e ambientais são interdependentes. O indivíduo deve servir-se da integração dos saberes para construir sua episteme por meio da interdisciplinaridade. Esta recomendação remete à doutrina que considera o mundo como um sistema de relações entre meios e fins. a) A leitura destaca o conceito de Teleologia associada ao enfoque holístico. b) A aquisição de conhecimentos diversificados permite sair da pura causalidade que tem sido o paradigma da ciência. c) O texto trata da necessidade do ensino de Filosofia em face das suas qualidades holísticas e interdisciplinares, já que a Filosofia é o nascedouro de todas as ciências. d) A afirmação evidencia a necessidade de complementar os saberes das diversas áreas do conhecimento e remete à Teoria Geral dos Sistemas do biologista teórico Ludwig von Bertalanffy.
21. Assinale a alternativa correta sobre a verdade e a racionalidade de uma ideia. As ideias só seriam racionais e verdadeiras se fossem intemporais, perenes, eternas, as mesmas em todo tempo e em todo lugar. Uma verdade que mudasse com o tempo ou com os lugares seria mera opinião, seria enganosa, não seria verdade. A razão, sendo a fonte e a condição da verdade, teria também que ser intemporal. a) Quando digo "eu acho que", "eu penso que", "eu não gosto de" emito uma opinião contrária à verdade. Mas se eu disser "eu gosto de", "eu sei que", "isto é assim porque", estarei sustentado na verdade. b) Quando digo "eu acho que", "eu gosto de", "eu não gosto de" emito uma opinião contrária à verdade. Mas se eu disser "eu penso que", "eu sei que", "isto é assim porque", estarei sustentado na verdade. c) Quando digo "eu acho que", "eu gosto de", "eu sei que" emito uma opinião contrária à verdade. Mas se eu disser "eu penso que", "eu não gosto de", "isto é assim porque", estarei sustentado na verdade. d) Quando digo "isto é assim porque", "eu gosto de", "eu não gosto de" emito uma opinião contrária à verdade. Mas se eu disser "eu penso que", "eu sei que", "eu acho que", estarei sustentado na verdade.
22. Leia o texto a seguir e assinale a alternativa correta. Desde a Segunda Guerra Mundial ressurgiu um interesse pelo estudo da Filosofia para rediscutir as relações entre ética e política em face da necessidade dos povos de conquistar direitos, libertar-se do fenômeno do totalitarismo e de lutar contra ditaduras, por exemplo. De tal sorte que gradualmente os conteúdos filosóficos gradualmente ganham importância no ambiente
escolar, na mídia, nas discussões cotidianas, nos discursos e propostas dos governantes. a) O fascismo é considerado um sistema totalitário antidemocrático que ainda exerce influência em alguns países do Cone Sul. b) No Brasil, a luta pela democracia acendeu os ânimos do povo de modo mais acentuado a partir de 1985, embalados por mudanças de ordem política anunciadas por intelectuais e políticos com acesso aos meios de comunicação e à imprensa. c) O texto não retrata a realidade, uma vez que o ensino de Filosofia é incipiente e está distante da realidade social, econômica e política. d) Os conteúdos filosóficos ainda não alcançam os movimentos por direitos dos negros, índios, mulheres, idosos, homossexuais, crianças e os excluídos econômica e politicamente.
23. Assinale a alternativa correta relativa ao texto a seguir: A dignidade da pessoa, o direito de propriedade, a primazia do trabalho, a solidariedade, a subsidiariedade e a primazia do bem comum constituem: a) A ética social. b) Condições que os governantes devem oferecer a todos os cidadãos. c) Valores que devem ser conquistados por todos os cidadãos. d) Padrões comportamentais desejáveis no ambiente familiar, no convívio social e no ambiente de trabalho.
24. Assinale a alternativa correta sobre o texto a seguir: A lógica era a parte que estudava os meios de adquirir o conhecimento, os métodos do pensamento humano. A física era o conjunto de nosso saber acerca de todas as coisas, fossem quais fossem. Todas as coisas, e a alma humana entre elas, estava dentro da física... a ética era o nome geral com que se designavam todos os nossos conhecimentos acerca das atividades do homem; o que o homem é, o que o homem produz, que não está na natureza, que não forma parte da física, mas antes é feito pelo homem. O homem faz o Estado, vai à guerra, tem família, é músico, escultor; (...) (Manuel Garcia Morente. "Fundamentos de filosofia: lições preliminares". Mestre Jou, p.26-29) a) As ciências particulares, ainda que se constituam com autonomia, mantêm vínculos estreitos com a filosofia. b) A partir do século XVIII a filosofia se consolida ao reunir em si vários saberes. c) O texto trata sobre conteúdos filosóficos que perduraram até fins do século XIX. d) O texto trata sobre divisões da filosofia à época de Aristóteles.
25. Assinale a alternativa correta com base no texto a seguir: O ser humano pode resolver os conflitos presentes em uma sociedade por meio de instituições criadas por ele próprio. É mais inteligente que assim o faça. A criação de instituições tem o poder de fazer emergir a razão e a verdade - elementos suficientemente poderosos para mediar conflitos.
a) As instituições têm o poder de intermediar conflitos por intermédio do espaço público, participativo e democrático. b) A superação de conflitos exige diálogo sustentado em poder, determinação e o cumprimento do que convencionado pelas instituições. c) O homem pode criar instituições por necessidade ou por medo de morrer, com a finalidade de estabelecer ordem e limite aos conflitos. d) O texto alude a inteligência e à diplomacia tão importantes na mediação de conflitos.
26. Assinale a alternativa correta sobre o vazio de todos os sistemas filosóficos após a primeira guerra mundial, o que obrigou a uma renovação substancial da filosofia no sentido de conceber uma análise minuciosa da experiência cotidiana em todos os seus aspectos teóricos e práticos, individuais e sociais, instintivos e intencionais, mas sobretudo os aspectos irracionais da existência humana. a) A renovação filosófica a que o texto refere é o Existencialismo. b) O texto refere-se ao idealismo representado por Hegel como um dos seus maiores expoentes. c) Trata-se do Neopositivismo de Bertrand Russell e de Karl Popper. d) Na verdade o texto remete ao pensamento de Karl Marx, representados pelo próprio Marx, por Antônio Gramsci, por Herbert Marcuse e por Ernst Bloch com sua nova concepção de homem.
27. Leia o enunciado e assinale a alternativa correta. Indique o primeiro tratado que faz relação entre filosofia e política: a) O Espírito das Leis, deCharles de Montesquieu b) O Leviatã, Thomas Hobbes. c) A República, de Platão. d) Dois tratados sobre o governo, John Locke
28. Assinale a alternativa INCORRETA relacionada ao texto a seguir: Um dos métodos filosóficos mais conhecidos é a simulação de desconhecer um assunto para interrogar os interlocutores, de modo a extrair certo conhecimento para amplia-lo, refuta-lo ou corrigi-lo. Por esse processo de difícil execução, os interlocutores têm a oportunidade de encontrar seus limites intelectuais, defrontar-se com suas contradições, rever conceitos e aprender. a) Em um diálogo, o método utilizado é o de levar o interlocutor a admitir ignorância sobre suas afirmações. b) Maiêutica. c) É o processo de extrair da alma a sabedoria divina. d) Consiste no método do "conhece-te a ti mesmo". 29. Leia o texto a seguir e assinale a alternativa correta. Sendo todas as coisas causadas e causadoras, ajudadas ou ajudantes, mediatas e imediatas, e sustentando-se todas por um elo natural e insensível que une as mais distantes e as mais diferentes, considero ser impossível conhecer as partes sem
conhecer o todo, tampouco conhecer o todo sem conhecer particularmente as partes. (Edgar Morin. "Os sete saberes necessários à educação do futuro, apud Pascal, Pensées". Unesco, p. 37.) a) O texto trata da adequação da educação aos novos tempos. b) O texto remete às relações entre os o contexto e a evolução cognitiva. c) O texto remete às relações entre os saberes global e o multidimensional. d) O texto remete às relações entre os saberes global, o multidimensional e o complexo.
30. Leia o texto a seguir e assinale a alternativa correta. O ensino de filosofia para crianças, jovens e adultos dificulta a que a maioria deixe de prestar atenção ou de vigiar o discurso dos políticos. Sabe-se que as elites sempre apregoam, por meio dos veículos de comunicação ou mesmo em reuniões fechadas, reconhecer o povo, preocupar-se com o povo e com o cidadão comum, principalmente o pobre que busca ser tratado com dignidade. Contudo, tem-se verificado que as elites muitas vezes manifestam um tratamento dissimulador e enganador, sem que a maioria o perceba. I. O texto versa sobre a arte da retórica - um tratado escrito por Aristóteles (384-322 a.C.). II. O texto trata sobre o uso de semiótica que alcança os lares por meio dos veículos de comunicação. III. É certo que no caso da construção da linguagem discursiva, são usados dois elementos fundamentais que proporcionam uma eficiência robótica ao discurso: a argumentação e a retórica. IV. A retórica vai além do ato de falar: compreende a forma escrita, visual ou oral. a) Somente a assertiva IV está correta. b) Apenas as assertivas I e III estão corretas. c) As assertivas I, III e IV estão corretas. d) Somente a assertiva I está correta.
Questão 31 A filosofia surgiu nas colônias gregas da Magna Grécia, entre o final do século VII e o início do século VI a.C. Várias condições históricas propiciaram o surgimento dessa forma de conhecimento que iria influenciar decididamente o Ocidente. Entre outras causas do surgimento da filosofia, é CORRETO apontar: a) a invenção da arte náutica, da matemática e da astrologia. b) a introdução de pesos e medidas nos territórios da Grécia por parte dos orientais. c) a invenção da lógica por Aristóteles, que definiu as regras do silogismo, tornando possível o tratamento científico da opinião pública e abatendo a pretensão dos sofistas de manipulá-la. d) a Guerra do Peloponeso que aperfeiçoou as técnicas de combate naval e dos hoplitas, os primeiros infantes, cujo status de corpo armado democrático favoreceu a busca da isonomia e enterrou de vez a pretensão dos partidos aristocráticos.
e) a invenção da política, com o surgimento da lei como "instrumento regulador" das ações humanas em conjunto, e a descoberta do espaço público onde o discurso mítico e enigmático é substituído por aquele persuasivo, acessível a todo cidadão, que pôde, então, argumentar racionalmente, sustentando sua tese contra os demais. Questão 32 Baseado nas grandes preocupações dos filósofos gregos e nos acontecimentos históricos que vão desde o fim do século VII até o final do século III a.C., pode-se dividir a filosofia grega em três períodos: a) 1º- período pré-socrático, quando a filosofia ocupou-se principalmente com a origem e o devir do cosmos; 2º- período socrático, quando a filosofia, através de Sócrates, Platão e Aristóteles, investiga e elabora os princípios da ética, da lógica e da metafísica e 3º- período pós-socrático, de decadência, no qual a filosofia, abandonando as grandes questões metafísicas anteriores, dissolve-se em questões éticas, como o cinismo, o epicurismo e o estoicismo. b) 1º- período pré-socrático ou cosmológico, quando a filosofia ocupou-se principalmente com a origem e o devir do cosmos; 2º- período platônico-aristotélico, quando a filosofia sistematizou os primeiros princípios da lógica e da metafísica e 3º- período socrático, quando a retórica é substituída pela filosofia como dialética, possibilitando a construção da ética e dos métodos racionais de investigação. c) 1º- período pré-filosófico, em que se constroem as grandes concepções mitológicas da Grécia com Hesíodo e Homero; 2ºperíodo pitagórico, quando a filosofia destaca-se da física jônica e eleática e transforma-se em busca metafísica através dos princípios matemáticos e 3º- período pedagógico, fundamentalmente de elaboração de um método educativo para a juventude ateniense, do qual fazem parte a ironia e a maiêutica. d) 1º- período mitológico, em que as questões naturais são tratadas fantasticamente; 2º - período alexandrino, em que as cidades gregas caem sob o Império Macedônico; 3º - período religioso, em que o platonismo se funde com o cristianismo. e) 1º- período pitagórico, em que se elaboram as primeiras cosmologias matemáticas; 2º- período democrático, em que o governo de Péricles leva Atenas ao ápice cultural; 3º- período sofístico, em que a retórica assume a condução do processo educativo. Questão 33 Platão viu no ensino sofístico da retórica um perigo para o Estado; por isso, escreveu várias obras sobre questões de política, filosofia etc. Entre elas, é CORRETO citar: a) O Fedro, O sofista e o Organon. b) A República, Tópicos e Elencos. c) Discurso sobre o método, Protágoras e As leis. d) Metafísica, Sobre a natureza e Teeteto. e) O banquete, O fedro e A república. Questão 34 São escolas helenísticas de filosofia: a) O ecletismo, o atomismo e o socratismo. b) O pitagorismo, o ecletismo e o epicurismo. c) O ecletismo, o estoicismo e o epicurismo. d) O estoicismo, o tomismo e o epicurismo.
e) O cinismo, o socratismo e o pitagorismo. Questão 35 Os processos de indução e de dedução foram tratados nos Tópicos e nos Analíticos posteriores, na Metafísica e Ética a Nicômaco. As obras em destaque foram escritas por a) Platão. b) Aristóteles. c) Cartésio. d) Kant. e) E. Husserl. Questão 36 O advento do cristianismo trouxe consigo conceitos estranhos à filosofia grega, como criação, redenção, fé etc. Esses conceitos foram incorporados ao saber filosófico na Idade Média. Vários filósofos cristãos tiveram de enfrentar a questão da relação entre fé e razão, entre eles a) Averróis e Agostinho. b) Plotino e Tomás de Aquino. c) Agostinho e Plotino. d) Agostinho e Tomás de Aquino. e) Porfírio e Plotino. Questão 37 Cartésio é considerado o "pai da filosofia moderna" por vários motivos, entre os quais é CORRETO citar: a) Ter considerado a questão do conhecimento como o primeiro problema filosófico a ser resolvido, fazendo a filosofia iniciarse não por questões ontológicas mas epistemológicas. b) Por ter reclamado a matemática como fundamento de todas as ciências. c) Por ser a principal referência teórica das grandes navegações. d) Por ter separado a química da alquimia. e) Por ter lançado os fundamentos do contratualismo. Questão 38 No processo cognitivo, observando a seqüência lógica, a inteligência pode encontrar-se diante da realidade nas seguintes situações ou estados: a) Opinião, dúvida, certeza, ignorância. b) Certeza, opinião, ignorância, dúvida. c) Ignorância, dúvida, opinião, certeza. d) Ignorância, opinião, dúvida, certeza. e) Dúvida, ignorância, certeza, opinião. Questão 39 Considerando as proposições sob os aspectos da quantidade e da qualidade, obtém-se: a) A: universal afirmativa. E: universal negativa. I: particular afirmativa. O: particular negativa. b) A: universal modal. E: universal disjuntiva. I: particular afirmativa. O: particular negativa. c) A: universal afirmativa. E: universal negativa. I: particular disjuntiva.
O: particular afirmativa. d) A: universal disjuntiva. E: particular qualitativa. I: a priori disjuntiva. O: particular negativa. e) A: particular negativa. E: particular disjuntiva. I: universal afirmativa. O: particular afirmativa. Questão 40 Observando a ordem natural das operações intelectuais, segundo o realismo aristotélico, tem-se os seguintes atos: a) Juízo, raciocínio, idéia. b) Idéia, juízo, raciocínio. c) Idéia, raciocínio, juízo. d) Juízo, idéia, raciocínio. e) Intuição, raciocínio, idéia. Questão 41 A classificação positivista das ciências, operada por Augusto Comte, no Curso de filosofia positiva, segue os seguintes critérios: a) A ordem cronológica de seu aparecimento, a observação das faculdades empregadas em cada forma de conhecimento e o objeto e o campo de cada ciência. b) A complexidade crescente de cada ciência, a sua generalidade e a dependência mútua entre as várias ciências. c) A divisão dos objetos: cosmológicos e noológicos; as finalidades de cada ciência: teoréticas, práticas e poiéticas e a complexidade crescente. d) As alternativas b e c se completam. e) Nenhuma das alternativas corresponde ao pensamento de Comte. Questão 42 Em filosofia, denomina-se "revolução copernicana" o seguinte posicionamento epistemológico: a) A exigência metodológica do racionalismo cartesiano. b) A negação da causalidade objetiva feita por Hume. c) A afirmação empirista de que somente os dados da experiência sensorial constituem o conhecimento. d) A tese monista da matéria como origem de toda a realidade. e) A posição kantiana, expressa na Crítica da razão pura, segundo a qual os objetos devem regular-se pela forma do nosso conhecimento e não o contrário, que o nosso conhecimento deve adequar-se aos objetos. Questão 43 A fenomenologia tem em Husserl um de seus principais representantes. Pretendendo fazer da filosofia uma ciência rigorosa, propôs a epochê como momento necessário do ato filosófico. Tal procedimento consiste: a) Em afirmar a existência de um Espírito Absoluto, de cuja realização a razão humana é um "momento dialético" expresso nas épocas históricas. b) No estudo a priori das condições transcendentais das faculdades cognitivas. c) Na admissão de um mundo de substâncias individuais sem a intervenção da consciência subjetiva.
d) Na suspensão do juízo, em que se "coloca (entre parênteses) a crença na existência da realidade exterior e se descrevem as atividades da consciência ou da razão como um poder a priori de constituição da própria realidade". e) Nenhuma das alternativas anteriores define adequadamente a epochê husserliana. Questão 44 As características da dialética para os pensadores marxistas são: a) Tudo se transforma; só se conserva a tese; o pensamento antecede a matéria; a idéia é o princípio do movimento dialético da matéria. b) Tudo se relaciona; tudo se transforma; a mudança qualitativa; a luta dos contrários. c) Tudo se transforma; o pensamento antecede a matéria; a luta dos contrários. d) A idéia é o princípio do movimento dialético da matéria; tudo se transforma; a mudança qualitativa. e) A antítese precede a tese; o não-ser gera o ser; tudo se transforma; a luta dos contrários. Questão 45 Uma das teses centrais do pensamento político moderno é o contratualismo. O Estado é visto não mais como expressão da natureza social do homem (Aristóteles), mas como resultado de um pacto entre os homens a fim de tornar possível a convivência pacífica entre os membros da sociedade e o exercício do poder. Tal tese é encontrada com variações nas obras de: a) Hobbes, Tomás de Aquino e Maquiavel. b) Maquiavel, Hugo Grotius e Bossuet. c) Tomás de Aquino, John Locke e Marcílio de Pádua. d) Galileu, Maquiavel e Rousseau. e) Hobbes, John Locke e Rousseau. Questão 46 O período da Revolução Científica é tido pelos historiadores da filosofia e também pelos filósofos da ciência como um movimento que, além de causar uma ruptura epistemológica com o período que o precedeu, mudou por completo a concepção de mundo, do lugar do homem no cosmos e formou um paradigma cuja característica principal é o mecanicismo. Tal período corresponde a) à introdução das obras de Aristóteles na Europa por parte dos árabes durante a Idade Média. b) aos séculos XVII e XVIII em que os iluministas reintroduzem a razão como medida de todas as coisas, rompendo com a tradição e afirmando o naturalismo e o cientificismo. c) à publicação das obras de Maquiavel (1464-1527), sobretudo O Príncipe (1513), em que se funda a concepção moderna de política, agora vista como "ciência do poder e da estruturação do poder" - uma ciência autônoma desvinculada da ética e da religião. d) ao período que vai da publicação do De revolutionibus orbium coelestis, de Copérnico, em 1543, a 1687, quando se publica a obra de Newton, Philosophiae naturalis principia mathematica. As idéias presentes nessas obras culminaram nas teses de Galileu e foram respaldadas pela filosofia cartesiana.
e) ao período que abrange, aproximadamente, a vida de Nicolau de Cusa (1401-1464), com cujas obras se faz "a ponte entre a época medieval e o período renascentista". Questão 47 Considere o discurso de Sócrates, no Banquete repetindo o que teria escutado de Diotima de Mantinéia: Quando então alguém, subindo a partir do que é belo, através do correto amor aos rapazes, começa a contemplar aquele belo, quase que estaria a atingir o ponto final. Eis, com efeito, em que consiste o proceder corretamente nos caminhos do amor ou por outro se deixar conduzir: em começar do que é belo e, em vista daquele belo, subir sempre, como que se servindo de degraus, de um só para dois e de dois para todos os corpos belos, e dos belos corpos para os belos ofícios, e dos ofícios para as belas ciências, até que das ciências acabe naquela ciência que de nada mais é senão daquele próprio belo, e conheça enfim o que em si é belo. Nesse texto de Platão, Sócrates discursa entre os convidados, falando sobre o nascimento de Eros (amor). Da análise do texto, pode-se concluir: a) O amor é algo dos filodoxos, amantes da opinião (doxa), portanto não deve ser cultivado pelo autêntico filósofo. b) O amor produz a dormência da alma, deve ser cultivado somente pelos artistas. c) O amor cumpre uma função mediadora no processo filosófico, fazendo o amante da sabedoria passar por degraus até atingir o belo em si. d) Sócrates se refere à forma de amar dita "amor platônico". e) O trecho em foco foi utilizado para fundar o erotismo da sociedade grega. Questão 48 Considere o seguinte excerto da Metafísica : O homem que tenha o conhecimento mais perfeito, em qualquer gênero que seja, deve ser aquele que está mais apto a enunciar os princípios mais firmes do objeto em questão. Por conseguinte, aquele que conhece os seres enquanto seres deve ser capaz de estabelecer os princípios mais firmes de todos os seres. Ora, este é o filósofo; e o princípio mais firme de todos será aquele a respeito do qual seja impossível enganar-se: é necessário com efeito que um tal princípio seja ao mesmo tempo o mais bem conhecido de todos os princípios (pois o erro diz respeito sempre àquilo que não se conhece bem), e incondicionado, pois um princípio que é necessário conhecer para compreender todo ser, qualquer que seja, não depende de outro princípio, e aquilo que é preciso conhecer necessariamente para conhecer todo e qualquer ser, é preciso já possuí-lo necessariamente antes de todo outro conhecimento. [...] É impossível que o mesmo atributo pertença e não pertença ao mesmo tempo ao mesmo sujeito, e na mesma relação. [...] Eis portanto o mais firme de todos os princípios [...]. Não é possível, com efeito, conceber alguma vez que a mesma coisa seja e não seja [...] É por esta razão que toda demonstração se remete a esta como a uma última verdade, pois ela é, por natureza, um ponto de partida, mesmo para os demais axiomas. Deste texto clássico de Aristóteles, pode-se concluir: a) É inatingível um princípio irredutível que dê suporte a toda forma de conhecimento. b) Um princípio primeiro existe, mas é indemonstrável, somente se pode supô-lo como evidente em nossas conclusões.
c) A filosofia, como ciência (episteme), é um conhecimento necessário e universal distinto da opinião (doxa) variável e contingente. d) O que se afirma não diz respeito à realidade em si, pois somente captamos o mutável e organizamos nossos conceitos a partir do que cremos ser verdadeiro. e) Entre o plano ontológico e o lógico existe total identidade, a ponto de que tudo que é "real é lógico e tudo que é lógico é real". Questão 49 Distinguem-se quatro etapas ou fases na elaboração metodológica das ciências naturais. Duas dizem respeito ao conhecimento dos fenômenos e duas à formulação das leis. São elas, respectivamente: a) Indução, hipótese, observação e experimentação. b) Observação, experimentação, hipótese e indução. c) Hipótese, indução, observação e experimentação. d) Indução, observação, experimentação e hipótese. e) Experimentação, hipótese, observação e indução. Questão 50 A filosofia brasileira costuma ser dividida em correntes das quais algumas seriam: ecletismo espiritualista, positivismo, culturalismo, neo-tomismo e existencialismo. Como representantes dessas correntes, podem ser apontados, respectivamente: a) Miguel Reale, Montalverne, Pereira Barreto, Benedito Nunes e Arruda Campos. b) Pereira Barreto, Benedito Nunes, Miguel Reale, Montalverne, e Arruda Campos. c) Benedito Nunes, Arruda Campos, Miguel Reale, Montalverne e Pereira Barreto. d) Miguel Reale, Pereira Barreto, Montalverne, Benedito Nunes e Arruda Campos. e) Montalverne, Pereira Barreto, Miguel Reale, Arruda Campos e Benedito Nunes.
QUESTÃO 31 Aristóteles, em sua teoria do conhecimento, afirmava que cada ser ou objeto tem sua própria substância e seus acidentes. Para este filósofo, a substância a) consiste nos elementos físicos que constituem a coisa. b) é o propósito, o objetivo, a finalidade do ser específico. c) é aquela que não altera a essência daquilo que um ser ou objeto é. d) é o conjunto de todas as características fundamentais, como dimensão, qualidade, matéria etc. QUESTÃO 32 Na filosofia moderna, entre os vários temas discutidos, pode-se dizer que estão em destaque a Política e o Direito. Estes temas foram pensados por Immanuel Kant. Este autor entendia que a filosofia devia se colocar ao lado dos interesses do homem. Nesta linha de pensamento, pode-se chegar ao problema da liberdade. Para Kant, a liberdade é a) agir segundo máximas através das quais se possa, ao mesmo tempo, querer que elas se transformem em uma lei geral. b) fazer o que se quer, quando e onde se quiser. c) não estar impossibilitado fisicamente de ir - e - vir.
d) não estar submetido a nenhuma lei, seja sua, pessoal, ou do Estado. QUESTÃO 33 O Renascimento designa o movimento de renovação artístico e intelectual iniciado na Itália no século XIV, atingindo seu apogeu no século XVI e expandindo-se por toda Europa. Sobre a íntima relação entre Renascimento e filosofia, é CORRETO afirmar: a) A vida contemplativa se torna mais importante que a vida ativa, tendo em vista a sobrevalorização da visão religiosa do mundo. b) Neste momento histórico é inaugurada uma nova visão de mundo chamada de teocêntrica. c) É o momento por excelência da releitura filosófica dos gregos. d) A filosofia neste período foi destacada como serva da teologia. QUESTÃO 34 A forma com que os gregos viviam as questões da polis levou às primeiras reflexões sobre as formas ideais de governo. Coube a Platão escrever a primeira obra sistematizada de ciência política do Ocidente, A República. Nesta obra, Platão, entre outros assuntos, discute temas como justiça, educação, cidadania e formação dos governantes. A classificação das formas de governo realizada por Platão em A República é a seguinte: a) Aristocracia, Democracia, Oligarquia, Tirania, Anarquia e Monarquia b) Aristocracia, Timocracia, Oligarquia, Democracia, Anarquia e Tirania c) Timocracia, Democracia, Aristocracia, Anarquia, Monarquia e Tirania d) Monarquia, Oligarquia, Democracia, Tirania e Timocracia QUESTÃO 35 No que se refere ao conhecimento, vários problemas se colocam de imediato: a) o que é o conhecimento? b) como ele se processa? c) que valor possui? d) qual o método mais eficaz para se obter a verdade? Para responder a tais problemáticas, os filósofos criaram várias teorias ora afins, ora totalmente opostas. Pode-se assim verificar as várias concepções epistemológicas que compõem a história da filosofia ocidental. As questões epistemológicas tomaram corpo a partir da sofística, passando por Platão e por Aristóteles, sendo estes dois os primeiros a sistematizar as questões acerca do conhecimento. As questões epistemológicas retornam de forma polêmica na modernidade, podendo-se distinguir, entre as várias concepções, o racionalismo e o empirismo. São filósofos racionalistas: a) Tomás de Aquino, Hobbes e Leibniz b) Kant, Heidegger e Cartésio c) Cartésio, Spinoza e Leibniz d) Bérgson, Cartésio e Comte QUESTÃO 36 O ensino de filosofia para crianças teve início na década de setenta com o filósofo americano Mathew Lipman. Para este filósofo, as crianças possuem uma capacidade inquiridora que se assemelha àquela do filósofo no sentido tradicional, que
vislumbra a eterna novidade do mundo. Os "porquês" das crianças poderiam dar espaço a um verdadeiro debate filosófico. A metodologia indicada e desenvolvida por Lipman e seus adeptos consiste em: a) Transformar a sala de aula em comunidade de investigação, onde os alunos, através da orientação dos professores, procuram captar o significado de termos universais já presentes no discurso cotidiano. Para tanto, deve-se usar o método dialógico ao estilo socrático. b) Utilizar frequentemente, as fábulas de Isopo e a literatura infantil para o desenvolvimento do mundo imaginário, com a finalidade de superar a visão pragmática da aprendizagem. c) Transformar os alunos em mentes brilhantes capazes de resolver questões lógicas através de leituras de obras como o Organon, de Aristóteles, e a Crítica da razão pura, de Kant. d) Transformar a sala de aula em uma ambiente de silêncio, onde os alunos aprendem a ouvir as mais belas histórias sobre as grandes realizações dos adultos. QUESTÃO 37 Na idade moderna houve vários movimentos intelectuais que representavam novas posturas diante de vários métodos de conhecimentos adotados. Um destes movimentos, por exemplo, tinha como lema "denunciar todas as ideias obscuras, dogmáticas, autoritárias que impediam o crescimento dos homens e a solução dos problemas sociais. Esses intelectuais acreditavam na capacidade racional de todos os homens, quando livres da opressão, do medo e das superstições" (CHALITA, Gabriel. Vivendo a filosofia. São Paulo: Atual. p. 270). O movimento exemplificado acima é conhecido como: a) Empirismo b) Iluminismo c) Racionalismo d) Renascimento QUESTÃO 38 A ética ou a moral é o estudo da atividade humana com relação ao seu fim último, que é a realização plena da humanidade. MONDIN, Battista. Introdução à filosofia. São Paulo: Paulus, 1989. p. 91 As questões éticas se referem ao homem no seu agir, tanto no seu mundo particular quanto na sua vida pública. O mundo da política assim como os rumos da sociedade refletem diretamente os valores éticos assumidos e vividos por seus membros. As principais questões éticas desenvolvidas no ocidente são o Hedonismo, o Utilitarismo, o Eudemonismo, o Estoicismo, o Formalismo Ético, a Ética dos Valores ou Axiologia e, por fim, o Relativismo e Situacionismo. Por esta última concepção entende-se uma teoria ética que se empenha em demonstrar que as exigências morais são determinadas por condições mutáveis, das quais se derivam, por tais exigências, conteúdos não apenas diferentes, mas também contraditórios em parte, de modo que é lógico pensar que nenhuma instância moral possa ser verdadeiramente veiculadora. O Relativismo Moral e o Situacionismo apresentam-se sob duas formas principais. A primeira forma é de base gnosiológica e foi difundida além do campo da ética filosófica e da própria ciência. A segunda forma é de base ontológica: é o relativismo próprio do materialismo histórico. Encontram-se entre os principais defensores do relativismo moral: a) Aristóteles, Marx, Tomás de Aquino e Platão
b) Aristóteles, Scheller, Kant, Epicuro e Tomás de Aquino c) Marx, Engels, Jacques Maritain, Aristóteles e Epicuro d) Os sofistas, os céticos, Marx e Engels e os neopositivistas QUESTÃO 39 O mito representa a principal forma de conhecimento da humanidade. Os homens explicavam a realidade à sua volta através da narrativa sem rigor racional. A inquietação e a curiosidade são características da natureza humana e, por isso, originariamente, o homem antigo ficava apavorado diante dos fenômenos que o rodeavam: morte, guerra, tempestades, trovões, raios, vulcões, terremotos, nascimento, sonho, sono, marés etc. O mito procurava responder às inquietações do homem e seu pavor inicial diante desses fenômenos naturais, para cada qual o homem fez intervir uma força sobrenatural para explicá-lo. Os gregos foram aqueles que criaram as mais belas mitologias do Ocidente, mas ao mesmo tempo foram os que por primeiro romperam com a linguagem mitológica, criando a filosofia e as ciências. Num confronto entre mito e filosofia, vê-se de imediato uma grande diferença, sobretudo na linguagem. Sobre o conceito do mito, é CORRETO afirmar: a) Foi bem definido por Heráclito de Éfeso, um dos maiores pré-socráticos, o qual dizia que o mito se assemelha ao ser que está em constante movimento ou devir e, por isso, tinha a função de explicar parcialmente a realidade dos homens gregos. b) Pitágoras, um dos sábios da Antiguidade, procurou explicar racionalmente o cosmos como algo originado e constituído de números, dando assim a primeira visão mecanicista do universo. Por isso, é considerado um dos maiores criadores de mitos da cultura grega. c) Platão, discípulo de Sócrates, usava como método expositivo o diálogo. No livro VII de sua obra A República, narra a alegoria da caverna, na qual descreve o processo cognitivo, os graus do ser e a dinâmica da alma na busca das verdades eternas, ou essências puras, que só se encontram no hiperurânio. Isto significa que, para Platão, o mito é algo superior ao uso discursivo da razão, algo sempre limitado, pois expressa a natureza frágil do homem. d) O mito é uma forma de narrativa fantasiosa a respeito dos acontecimentos da vida e da natureza. Possui certa lógica interna, pois procura expressar a ordem entre os seres. A filosofia grega não nega totalmente o valor do mito, mas acaba por suplantá-lo na elaboração de uma nova linguagem, que expressa uma racionalidade de suas possibilidades, como se pode verificar em Aristóteles, na sua valorização da poética, da retórica, da dialética e da analítica. QUESTÃO 40 O Estado, como entendemos hoje, é o resultado de uma longa evolução histórica. Pode-se, no entanto, afirmar que o modelo atual ou os modelos atuais têm sua origem na modernidade com Maquiavel, Hobbes, Locke, Rousseau etc. Uma das grandes conquistas em termos de liberdade e do exercício de poder foram o conceito de estado de direito e a separação de poderes. "A liberdade política não consiste de modo algum fazer aquilo que se quer. Em um Estado, isto é, em uma sociedade na qual existem leis, a liberdade não pode consistir apenas em poder fazer aquilo que se deve querer e em não ser obrigado a fazer aquilo que não se deve querer [...]. A liberdade é o direito de fazer tudo aquilo que as leis permitem" (REALE, G.; ANTISERI, D. História da Filosofia. São Paulo: Paulus, 2000.
2.v.). Neste sentido, as leis não limitam a liberdade, mas a asseguram a cada cidadão. Este é o princípio do constitucionalismo moderno e do estado de direito. A divisão dos três poderes do Estado é a condição da liberdade: "para que não se possa abusar do poder, é preciso que, por meio da disposição das coisas, o poder detenha o poder" (REALE, G.; ANTISERI, D. História da Filosofia. São Paulo: Paulus, 2000. 2.v.). O texto acima está-se se referindo a qual autor e a qual obra? a) Locke - Ensaio sobre o governo civil b) Maquiavel - O príncipe c) Montesquieu - O espírito das leis d) Rousseau - O contrato social
11. A frase abaixo é atribuída a qual grande filósofo? "A vida não examinada não merece ser vivida" a) Descartes. b) Voltaire. c) Sócrates. d) Hume. 12. Os epicuristas eram atomistas e afirmavam que: a) Os deuses não se importavam com a humanidade. Como a morte é o fim, temos de aproveitar essa vida maximizando a felicidade terrena. b) Chegar até os deuses, com suas virtudes, é o principal objetivo do ser humano, enquanto seres vivos. c) Os deuses são infalíveis e devemos entregar nosso destino em suas mãos e agir com correção absoluta em função de seus exemplos mitológicos. d) Essa existência esdrúxula só faz sentido tendo em vista uma outra, perfeita. 13. É um filósofo pré-socrático: a) Aristóteles. b) Platão. c) Tales de Mileto. d) Zenão de Cítio. 14. Foi fundador do Neoplatonismo: a) Diógenes. b) Plotino. c) Confúcio. d) Pitágoras. 15. É o valor supremo do liberalismo: a) A liberdade completa do Estado. b) A liberdade dos grupos sociais de interagirem. c) A busca incansável das liberdades patrióticas. d) A liberdade individual. 16. Nela, conclui-se erroneamente que apenas porque um evento aconteceu depois de outro, o primeiro é, ou é provável que seja, a causa do segundo: a) Falácia post hoc. b) Diatribe. c) Ontologia. d) Dialética. 17. Assinale a alternativa correta:
a) O pessimismo de Schopenhauer se contrapõe ao otimismo de Hegel. b) Tanto Schopenhauer quanto Hegel são otimistas. c) Tanto Hegel quanto Schopenhauer são pessimistas. d) O otimismo de Schopenhauer se contrapõe ao pessimismo de Hegel. 18. Assinale a alternativa que preenche corretamente as lacunas: _______ viu em ________ um pensador que valorizava o viraser sobre o ser. a) Rousseau - Parmênides. b) Nietzsche - Heráclito. c) Emerson - Comte. d) Pitágoras - Marx. 19. Os itens abaixo correspondem respectivamente a: I. Ao produzir seus meios de subsistência, os homens estabelecem entre si relações que são funcionais e caracterizadas. II. Pelo trabalho, os homens interferem na natureza com vistas a prover os meios de sua existência material, garantindo a produção de bens e a reprodução da espécie. a) Prática social e prática simbolizadora. b) Prática simbolizadora e prática produtiva. c) Prática social e prática produtiva. d) Prática produtiva e prática simbolizadora. 20. Em qual das alternativas abaixo, as correntes filosóficas aparecem corretamente em sua ordem cronológica de surgimento? a) Racionalismo empirista - Ceticismo. b) Racionalismo empirista - Tomismo. c) Tomismo - Ceticismo - Racionalismo empirista. d) Ceticismo - Tomismo - Racionalismo empirista. 21. Os filósofos metafísicos eram filósofos: a) Às vezes idealistas e às vezes naturalistas. b) Sempre idealistas. c) Sempre naturalistas. d) Nunca idealistas ou naturalistas, sempre realistas. 22. O pensamento de Platão cobre: a) Toda a sistemática da filosofia, exceto a discussão dos problemas do conhecimento. b) Toda a sistemática da filosofia, exceto problemas da existência individual. c) Toda a sistemática da filosofia, exceto problemas da educação. d) Toda a sistemática da filosofia. 23. Após ter sido feito prisioneiro em Siracusa, Platão obtém a liberdade, volta à Atenas e abre sua própria escola chamada: a) Peripatética. b) Academia. c) Acrópole. d) Crotona. 24. Conceito Kantiano que designa a essência, a coisa em si, independente de qualquer relação a um sujeito: a) Fenômeno.
b) Número. c) Subjetivismo. d) Inatismo.
c) Dedução. d) Teoria.
25. Subjetivismo pode ser definido como: a) Toda a manifestação dos corpos naturais é o fato observável. b) Concepção epistemológica de acordo com a qual algumas idéias são inatas. c) Quando as idéias não dependem de nenhuma experiência anterior. d) Posição filosófica que privilegia a contribuição e a participação da subjetividade no processo do conhecimento.
32. A definição filosófica de "Sistema" é: a) Conjunto organizado cujas partes são interdependentes, obedecendo a um único princípio, entendido este como uma lei absolutamente geral, uma proposição fundamental. b) Conjunto de concepções sistematicamente organizadas. c) Síntese geral que se propõe explicar um conjunto de fatos cujos subconjuntos foram explicados pelas leis. d) É todo fato ou fenômeno que se encontra numa relação com outros fatos.
26. O livro "Tratado Sobre o Mundo", de Descartes, é: a) Um ensaio sobre a ação metafísica no mundo. b) Uma dissertação sobre a correlação de forças políticas de seu tempo. c) Um estudo da natureza e do universo físico. d) Uma monografia sobre a luta do bem contra o mal.
33. É em seu pensamento que se encontra a primeira sistematização da perspectiva dialética: a) Nietzsche. b) Hegel. c) Kant. d) Marx.
27. A eloqüência e acessibilidade de sua prosa inauguraram a filosofia "moderna". Trata-se de: a) Leibiniz. b) Descartes. c) Spinoza. d) Locke.
34. Assinale a alternativa correta: a) Marx adota o idealismo de Hegel e seu método dialético. b) Marx adota o idealismo de Hegel, mas contesta seu método dialético. c) Marx contesta o idealismo de Hegel, mas mantêm seu método dialético. d) Marx contesta o idealismo de Hegel e seu método dialético.
28. Kant realizou uma grande síntese da filosofia moderna, unindo com seu _____ iluminista, o empirismo _____ e o _____ cartesiano. Qual a alternativa em que as palavras preenchem adequadamente as lacunas acima: a) Criticismo - Humeano - Idealismo. b) Ceticismo - Aristotélico - Cinismo. c) Racionalismo - Platônico - Ceticismo. d) Racionalismo - Socrático - Idealismo. 29. Teoria epistemológica que afirma a radical derivação, direta ou indireta, de todo conhecimento da experiência sensível, seja ele interna ou externa: a) Racionalismo. b) Iluminismo. c) Postulado. d) Empirismo. 30. O projeto iluminista da modernidade consistiu exatamente em construir um novo sistema de saber: a) Unindo em plenitude o sistema teológico e o sistema metafísico. b) Distinto do sistema teológico, mas não do sistema metafísico. c) Distinto do sistema metafísico, mas não do sistema teológico. d) Distinto tanto do sistema teológico como do sistema metafísico. 31. Procedimento lógico, raciocínio, pelo qual se pode tirar de uma ou de várias proposições (premissas) uma conclusão que delas decorre por força puramente lógica: a) Indução. b) Hipótese.
35. Assinale a alternativa correta: a) Os princípios lógicos não são ontológicos porque definem as condições sem as quais um ser não pode existir nem ser pensado. b) Os princípios lógicos não são ontológicos porque definem as condições sem, as quais um ser pode existir, mas não ser pensado. c) Os princípios lógicos são ontológicos porque definem as condições sem as quais um ser pode existir, mas não ser pensado. d) Os princípios lógicos são ontológicos porque definem as condições sem as quais um ser não pode existir nem ser pensado. 36. Não é um dos quatro grandes períodos da filosofia grega: a) Período Sistemático. b) Período Helenístico. c) Período Cosmológico. d) Período Estagira. 37. Tales de Mileto e Heráclito de Éfeso são filósofos da Escola: a) Jônica. b) Itálica. c) Eleata. d) Da Pluralidade. 38. É marcada pela descoberta de obras de Platão, desconhecidas na Idade Média, de novas obras de Aristóteles, bem como pela recuperação das obras dos grandes autores e artistas gregos e romanos: a) Filosofia Contemporânea. b) Filosofia da Renascença.
c) Filosofia Moderna. d) Filosofia do Iluminismo. 39. De acordo com Francis Bacon, existem quatro tipos de ídolos e de imagens que formam opiniões cristalizadas e preconceitos que impedem o conhecimento da verdade. Não é um deles: a) Ídolos da Caverna. b) Ídolos do Fórum. c) Ídolos da Fama. d) Ídolos da Tribo. 40. Descartes localizava a origem do erro em duas atitudes que chamou de atitudes infantis. São eles: a) Determinação e Impulso. b) Prevenção e Precipitação. c) Antecipação e Decorrência. d) Condicionamento e Ímpeto. 41. São as duas grandes orientações da teoria do conhecimento: a) Física e Metafísica. b) Ação e Reação. c) Racionalismo e Empirismo. d) Crítica e Autocrítica. 42. Partindo da diferença entre imaginação reprodutora e imaginação criadora, podemos distinguir várias modalidades de imaginação. Não é uma delas: a) Imaginação Irrealizadora. b) Imaginação Criadora. c) Imaginação Evocadora. d) Imaginação Temerária. 43. O método filosófico que investiga os fundamentos e as condições necessárias da possibilidade do conhecimento verdadeiro, da ação ética, da criação artística e da atividade política é: a) Método Crítico. b) Método Reflexivo. c) Método Descritivo. d) Método Interpretativo. 44. A lógica normativa: a) É o instrumento do pensamento para pensar corretamente e verificar a correção do que está sendo pensado. b) Não se ocupa com os conteúdos pensados ou com os objetos referidos pelo pensamento, mas apenas com a forma pura e geral dos pensamentos, expressas através da linguagem. c) Fornece princípios, leis, regras e normas que todo pensamento deve seguir se quiser ser verdadeiro. d) É o que devemos conhecer antes de iniciar uma investigação científica ou filosófica, pois somente ela pode indicar os procedimentos que devemos empregar para cada modalidade de conhecimento. 45. O silogismo possui três características principais. Não é uma delas: a) Mediato. b) Dedutivo. c) Necessário. d) Irrestrito.
46. É aquele que exprime a causa do acontecimento. Por exemplo: "Visto que está claro, portanto, é dia": a) Raciocínio Conjuntivo. b) Raciocínio Causal. c) Raciocínio Relativo. d) Raciocínio Hipotético. 47. Leia com atenção as afirmativas abaixo: I. A moral racionalista foi erguida com finalidade repressora e não para garantir o exercício da liberdade. II. A moral dos fracos é produto do ressentimento, que odeia e teme a vida, envenenando-a com a culpa e o pecado, voltando contra si mesma o ódio à vida. Dos itens acima, pertencem ao pensamento de Nietszche: a) Ambos. b) Nenhum deles. c) Apenas I. d) Apenas II. 48. Musicólogo, crítico literário, sociólogo e filósofo, foi uma figura-chave na Escola de Frankfurt, que pretendeu dar uma nova direção ao pensamento marxista após o fracasso do comunismo na Europa ocidental e a sua degeneração no stalinismo no Leste europeu. Trata-se de: a) Bertrand Russell. b) Theodor Adorno. c) Karl Popper. d) Rudolf Carnap. 49. Um dos mais importantes filósofos do século XX, Heidegger teve sua reputação comprometida por: a) Negar o legado dos gregos. b) Insuflar o preconceito contra minorias na Áustria. c) Aderir ao nazismo. d) Defender a invasão do Afeganistão pelos EUA. 50. Principal expoente do existencialismo: a) Ludwig Wittgenstein. b) Ortega y Gasset. c) Charles Peirce. d) Jean Paul Sartre.
11. Para os gregos mito é um discurso pronunciado, porque aquele que narra inspira confiança. Nesta época havia narradores do mito. Eles são chamados de: a) Contador de histórias b) Rapsodo c) Poeta d) Poeta-rapsodo e) Narrador 12. Escolha a alternativa que apresenta os quatros períodos da filosofia antiga na Grécia: a) Antigo, Medieval, Moderno e Helenístico. b) Clássico, Medieval, Moderno e Contemporâneo. c) Homérico, arcaico, clássico e Helenístico. d) Clássico, helenístico, Moderno e Medieval. e) Pré-socrático, Socrático, existencialista e hermenêutico.
14. Aristóteles afimou que: a) Lógica é a filosofia primeira e útima tratada na obra Ética a Nicômacos. b) A lógica foi escrita e classificada na obra metafísica. c) Lógica e teorética são sinônimos, o mesmo que obras comtemplativas. d) A lógica não é uma ciência teorética, nem prática, nem produtiva, mas im um instrumento para as ciências. e) A Lógica, registrada na obra Organon de Platão, é a ciência das ciências. 15. Escolha a alternativa que melhor define o objeto de estudo da lógica: a) A proposição, porque por meio da linguagem é possivel exprimir os juízos formulados pelo pensamento. b) A proposição como um instrumental desnecessário para o pesamento e para linguagem. c) A proposição como um juízo interno que julga os acontece e cala. d) A proposição porque o raciocínio lógico está na palavra dita e não dita. e) A proposição, com fundamento e demonstração de doutrina de prova sobre o que ainda está no pensamento. 18. Aristóteles distingue e classifica todos os saberes científicos, cuja totalidade é a filosofia. Leia e assinale a alternativa correta sobre o critério que o filósofo de Estagira utilizou: a) aleatório. b) ação e contemplação. c) classificou a filosofia como mais importante que a ciência. d) buscou critérios tecnológicos. e) classificou os saberes como teológicos, coisas divinas, científicos, coisas da experiência e filosofia, coisas primeiras. 19. Duas concepções filosóficas: para os racionalistas a razão é o fundamento do conhecimento verdadeiro e para os empiristas a experiência é a fonte de todo e qualquer conhecimento. Marque a alternativa que apresenta, respectivamente, o nome dos filósofos: a) Descartes e Locke respectivamente. b) Descartes e Kant respectivamente. c) Lock e Levinas respectivamente. d) Libniz e Popper respectivamente. e) Hegel e Marx respectivamente. 20. Das alternativas abaixo apenas uma completa a seguinte afirmação: A linguagem como objeto de estudo para o Empirismo a) não é cabível. b) está pautada no entendimento que há dois tipos de linguagem, a saber, motora e sensorial. c) interessa, mas em parte, pois eles estudaram profundamente a escrita intelectual. d) é pesquisada no sentido figurado dos termos. e) é pouco importante, diz Locke, porque não podemos materializá-la. 21. No início do século XX, Hurssel, em se tratando de Teoria do Conhecimento, touxe uma nova abordagem denominada:
a) Fenomenologia b) Anamnese c) Metafísica d) Historicidade e) Ditadura 22. Marque a alternativa correta. A filosofia de Heidegger, filósofo do século XX distingue que o ôntico do ontológico. Isso significa a) que para Heidegger, há uma complexidade inexorável abordada com cuidado por ele no livro Ser e Tempo. b) que ôntico e ontológico são uma e a mesma coisa. c) que os entes são divindades, o ontológico são as coisas materiais. d) dizer que ôntico é diferente de ontológico, mas na teoria heideggeriana são idênticos. e) dizer que o ente, sua estrutura e essência é ser ôntico, enquanto que o estudo filosófico destes entes, no sentido do Ser como ontologia fundamental é ontológico. 23. Escolha a alternativa que melhor relaciona ética e política: a) Um direito, ao contrário de necessidades, carência e interesses particulares faz a atitude ética universal. b) Se em nossas ações há algum fim que desejamos, então a ética e a política estão intimamente ligadas. c) A mera declaração do direito à política e da postura ética garantem a igualdade. d) Aplicadas à nação são conceitos importantes para identidade entre o bem do indivíduo e o da cidade, e soberanamente uma tarefa mais importante e mais perfeita quando o homem conhece e salvaguarda o bem da nação. e) comparadas à química, são como água e óleo, nunca se misturam. 24. Assinale a alternativa correta sobre o termo política: a) comum é relacionar poder e dinheiro e na ciência é idealizar o impossível. b) uso generalizado refere-se à toda manifestação das eleições não vai além disso e específico à governo e Estado, o primeiro programas e projetos e o segundo instituição. c) a conduta duvidosa dos políticos e cientificamente a arte de enganar. d) o senso comum que entende política como processo eleitoral, diz que política é um "mal necessário" e que não existe ciência nisso. e) no uso geral concerne à vida em sociedade e no científico ao governo (programas e projetos) ao Estado (conjunto de instituições permanente que permitem a ação do governo). 25. No discurso político capitalista encontra-se a defesa da democracia. Com base nessa afirmação, marque a alternativa correta: a) A democracia é um regime prático e objetivo para governar um país socialista. b) Com a democracia em sua plena realização o objetivo é favorecimento particulares e escusos. c) A garantia do exercício da tão sonhada cidadania está na democracia, sobretudo da forma como está sendo feita atualmente, isto é, buscando favorecer o interesse de poucos. d) A Democracia pode ser vista como ideologia pelo prisma da ideia de cidadania organizada, a festa da democracia está no
processo eleitoral sério que foi idealizado como meio legítimo para a escolha dos representantes, no âmbito municipal, governamental e federal, dos países capitalistas. e) A democracia como regime formal é acima de qualquer suspeita. 26. Estética é uma disciplina da filosofia, foram muitos os filósofos que trataram sobre este assunto. Merleau Ponty no ensaio A dúvida de Cézanne afirma: "revela o fundo da natureza inumana sobre a qual se instala o homem [...] a paisagem aparece sem vento, a água do lago sem movimento, os objetos transidos hesitando como na origem da terra". Assinale a reflexão correta à luz do filósofo: a) Para Merleau Ponty a obra de Cézanne é morta, sem vida, inexpressiva. b) Cézanne é um artista cujas obras não suscitam reflexões, porque a imagem é parada. c) A obra de arte fixa e torna acessível o mundo em que vivemos e que percebemos sem nos darmos conta dele e de nós mesmos nele. d) Arte, diz o filósofo, não é assunto para filósofos e sim para artistas. e) Arte é representar a realidade, Cézanne não consegue fazer isso, afirma M. Ponty. 27. Arte é um termo que usamos atualmente e nem nos damos conta de sua origem. Assinale a alternativa que apresenta corretamente o significado desse termo: a) Arte e artesanato no significado original têm significados diferentes e opostos. b) A palavra arte vem do latim "ars", que corresponde no grego "téckhne" e o significado originário é "toda atividade humana submetida a regras em vista da fabricação de alguma coisa e produção de uma obra". c) O termo arte (no latim ars e no grego téckné) é atribuído àquelas pessoas que fazem réplicas de peças, esculturas e pinturas. d) Na história da filosofia a arte foi esquecida porque filosofia e arte são áreas opostas. e) O artesanato é um termo usado para pessoas que fazem arte. Arte quer dizer atividade humana nas situações inusitadas, por isso o ditado popular "fulano de tal é um artista". 28. Na contemporaneidade a linguagem é objeto de estudo da filosofia. De acordo com a Teoria dos Atos de Fala temos: a) atos de fala locucionários, ilocucionários e perlocucionários. b) atos de fala locução, locução adverbial e locução prepositiva. c) atos de fala, de gesto e de pensamento. d) falas artísticas, figuradas e técnicas. e) as linguagens metafóricas e metonímicas. 29. Lei de Diretrizes e Bases (LDB 9.394), em seu Artigo 36, Inciso IV regulamenta: "serão incluídas a Filosofia e a Sociologia como disciplinas obrigatórias em todas as séries do ensino médio". Isso significa que o suporte legal: a) faculta disciplinas da área de humanas na sala de aula do Ensino Médio. b) torna obrigatórias as disciplinas de Filosofia e Sociologia, favorecendo um processo educacional mais humanizado.
c) faculta disciplinas da área de humanas no Ensino Fundamental. d) Favorece a filosofia e sociologia com toda a carga teórica e específica para crianças, jovens e adultos nas mais diferentes etapas da formação escolar. e) favorece um pequeno grupo de pessoas, acarretando a ampliação dos gastos, ampliando a folha com pagamentos com professores destas áreas. 30. Leia a afirmação abaixo, depois assinale a alternativa correta: O planejamento didático de uma aula de filosofia no Ensino Médio é pauta de muitas discussões, uma delas acontece entre pedagogos e filósofos. Os primeiros defendem a necessidade de se inserir recursos que dinamizem a aula e os filósofos falam da necessidade de trabalhar o raciocínio crítico sem cair no radicalismo. a) O ensino de filosofia, devido ao seu recente retorno para as salas de aula do ensino médio, encontra-se em construção. Isso é um ponto de discussão e debates entre especialistas, tais como os filósofos e pedagogos, a fim de sugerir metodologias inovadoras, criativas e eficazes. b) Ensinar filosofia no ensino médio é simples e as discussões sobre este assunto são infundadas. c) Planejamento didático para ensinar filosofia? Filosofia se ensina filosofando, e filosofar é dizer o que se pensa sem parâmetros, falar livremente o quiser e bem entender. d) O debate entre pedagogos e filósofos é promissor, a teoria filosófica é facilmente enquadrada na metodologia da pedagogia. e) A aula de filosofia, em qualquer nível de ensino, é o espaço para debates sobre a filosofia pura, teorias profundas desenvolvidas nos 2.500 do legado filosófico, dizem filósofos e pedagogos.
26. O século XVIII é conhecido como Século das Luzes, Iluminismo ou Ilustração. Como as próprias designações sugerem, o que caracteriza esse movimento de ideias é a valorização do homem e a defesa da autonomia da razão em face dos argumentos tirados da autoridade e da tradição. Sobre o Iluminismo, assinale abaixo a alternativa correta. a) Podemos falar do Iluminismo como um movimento absolutamente homogêneo. Quando falamos em Iluminismo, portanto, estamos nos referindo a uma doutrina sistemática suscetível de ser exposta como um todo uno e coerente. b) Esse movimento de ideias ocorreu apenas em um país da Europa, a França. Seus representantes maiores são Voltaire, Diderot e os enciclopedistas. A publicação da Enciclopédia caracterizou-se pela erudição com que seus verbetes foram escritos, o que inviabilizou sua divulgação. c) Esse movimento se difundiu em vários países da Europa, englobando uma grande variedade de escolas e pensadores. Achamo-nos diante de um movimento de ideias que se manifesta através de uma grande variedade de obras distintas que, no entanto, participam de um mesmo "espírito" comum e de uma mesma atmosfera cultural. d) Para os filósofos das Luzes, há apenas uma autoridade que não pode ser regida pelos domínios da razão: a esfera moral, pois é ela a principal responsável por dirigir e organizar a vida
em sociedade, sendo fundamentada não na razão, mas nos princípios da liberdade, fraternidade e igualdade. e) Novos domínios, novos territórios vão sendo descobertos pela Ilustração no mapa do saber. A atenção dos filósofos se volta para este mundo, a imanência religiosa cede lugar a transcendência da razão. 27. Em linhas gerais, sobre a filosofia de Immanuel Kant (1724-1804), em sua obra intitulada Crítica da razão pura, é correto afirmar: I. Para kant, a razão pode conhecer a realidade tal como esta é em si mesma. A razão está nas coisas e não em nós. A realidade é um dado exterior ao qual o intelecto deve se conformar. II. Para Kant, a razão não está nas coisas, mas em nós. A razão não pode conhecer a realidade tal como esta é em si mesma, apenas podemos conhecer os fenômenos, isto é, "aquilo que aparece". III. Kant esforça-se para mostrar como, na relação com o conhecimento, aquilo que chamamos ser, é não um ser "em si", mas um ser objeto, um ser "para" ser conhecido, um ser posto logicamente pelo sujeito. IV. Para conhecer as coisas, segundo kant, temos de organizálas a partir da forma a priori do tempo e do espaço. Dessa forma, para o filósofo, o tempo e o espaço não existem como realidade externa, são antes formas que o sujeito põe nas coisas. Quais das alternativas acima estão corretas: a) Somente as alternativas I e IV estão corretas. b) As alternativas I e III estão corretas. c) Somente as alternativas II e III estão corretas. d) Apenas a alternativa I está correta. e) As alternativas II, III e IV estão corretas. 28. "Não é a consciência dos homens que determina o seu ser; é o seu ser social que, inversamente, determina a sua consciência". A célebre afirmação acima é de Karl Marx (1818-1883). Ela é a expressão não apenas de seu materialismo histórico dialético, mas também de sua crítica ao discurso moderno da filosofia da subjetividade. Quais dos elementos listados abaixo NÃO caracterizam essa crítica. Assinale a resposta INCORRETA. a) Contra o liberalismo político, Marx mostrará, com a radicalidade de sua crítica, que a propriedade privada não é um direito natural, que o Estado é resultante de um contrato social, sendo a conciliação entre as classes o motor que deveria impulsionar a história. b) É a perspectiva da revolução que confere sustentação social ao caráter radicalmente crítico da teoria marxiana. Nesse sentido, para Marx, a reflexão não deve se contentar com a constatação dos fatos, mas deve avançar sobre eles em direção a transformação social. c) Para Marx, não são as ideias humanas, o Espírito ou a Consciência que movem a História, ao contrário, são as condições históricas que produzem as ideias. d) Segundo Marx, para conhecer a sociedade não devemos partir do que os homens dizem ou pensam, mas da forma como produzem os bens materiais necessários a sua vida. e) Marx crítica a dialética hegeliana, opondo-se ao idealismo espiritualista, pois, para Marx, é analisando o contato que os homens estabelecem com a natureza para transformá-la, por
meio do trabalho, que se descobre como eles produzem sua vida e suas ideias. 29. Em 2002 o MEC publica os PCN + Ensino Médio. Como o próprio nome indica, trata-se de uma série de orientações complementares aos Parâmetros Curriculares Nacionais (1999). O objetivo desse material é, como sabemos, auxiliar a escola e seus agentes na construção de um currículo que possa servir de apoio na tarefa de desenvolver competências. No volume dedicado às Ciências Humanas e suas Tecnologias, encontramos a definição do que é filosofia. Qual definição é esta? Assinale a alternativa correta. a) Valendo-se da defesa da racionalidade, os PCN + Ensino Médio definem a filosofia como uma multiplicidade de posicionamentos diferentes. Aceitar essa multiplicidade significa não reduzir a "visão de mundo" da Filosofia a nenhum objeto específico, caracterizando-a como uma disciplina voltada para a interpretação e compreensão do mundo a nossa volta. b) Mesmo reconhecendo a multiplicidade de linhas e orientações que cada filósofo educador possa privilegiar, os PCN + Ensino Médio definem a Filosofia basicamente como uma reflexão crítica a respeito do conhecimento e da ação, privilegiando a linha mestra de orientação para o ensino básico, qual seja, a formação para a cidadania. c) Para os PCN+ Ensino Médio, a intenção pedagógica da Filosofia no Ensino Médio supõe a aceitação de posicionamentos diferentes quanto à definição de filosofia, não optando por um modo determinado de filosofar. Há apenas uma exigência: que o foco do processo ensino-aprendizagem seja o professor, denominado de filósofo educador. d) Entendendo que a filosofia não trata de um objeto específico, como nas ciências, pois nada escapa ao seu interesse, ocupando-se de tudo, os PCN+ Ensino Médio não apresentam uma proposta de definição didática para esta disciplina. e) A filosofia, para os PCN+ Ensino Médio, deve necessariamente conduzir o aluno "das trevas à luz", ou seja, é uma reflexão radical - que encontra suas raízes históricas na filosofia platônica, buscando na "alegoria da caverna" sua definição pedagógica -, voltada para esclarecer e iluminar o "senso comum", sendo definida basicamente como uma pedagogia (paidéia) da ação. 30. De acordo com os PCN+ Ensino Médio (2002), quais são os conceitos estruturadores da Filosofia? Assinale a alternativa correta. a) A essência, a aparência e o ser. b) A razão, a fé e a lógica. c) O homem, a natureza e Deus. d) O indivíduo, a sociedade e o Estado. e) O ser, o conhecimento e a ação. 31. Qual dos enunciados abaixo pode ser apontado como sendo expressão do pensamento de Michel de Montaigne (15331592)? Assinale a alternativa correta. a) "Estudo-me a mim mesmo mais do que qualquer outra coisa e esse estudo constitui toda minha física e a minha metafísica". b) "(...) todo mundo, na Utopia, vive ocupado em artes e ofícios realmente úteis. O trabalho material é de curta duração e mesmo assim produz a abundância e o supérfluo".
c) "A filosofia encontra-se escrita neste grande livro que continuamente se abre perante nossos olhos (isto é, o universo), que não se pode compreender antes de entender a língua e os caracteres com os quais foi escrito. E ele está escrito em língua matemática (...)." d) "O silêncio desses espaços infinitos me apavora." e) "À natureza não se vence, senão quando se lhe obedece." 32. De acordo com os PCN + Ensino Médio (1999), qual das opções abaixo melhor caracteriza as competências e habilidades a serem desenvolvidas pelo aluno de Filosofia do Ensino Médio. Assinale a alternativa correta. a) Ler e escrever textos filosóficos de modo analítico e sintético, desenvolvendo a capacidade lógicoargumentativa do aluno. b) Ler e debater textos filosóficos com a intenção de fazer com que o aluno possa "usar" o que aprendeu e, com isso, abandonar o "senso comum" e suas opiniões próprias, em função de uma filosofia de vida mais complexa e elaborada. c) Ler e debater textos filosóficos, e de diferentes estruturas e registros, com autonomia discursiva, articulando diferentes conteúdos e contextualizando-os em seus diferentes planos. E elaborar por escrito o que foi apropriado de modo reflexivo. d) Ler, escrever e debater conhecimentos filosóficos, científicos e também históricos de forma a obter uma opinião sobre assuntos atuais e polêmicos. e) Ler e debater assuntos das mais variadas áreas do conhecimento, desenvolvendo no aluno a capacidade de expressar - até mesmo por escrito - um ponto de vista universal, aceito por todos em diferentes contextos e, com isso, aprender a radicalidade do pensamento filosófico reflexivo. 33. Observe, a seguir, um texto retirado dos PCN + Ensino Médio (1999): "Para serem compreendidos, portanto, é necessários que os conhecimentos filosóficos sejam interpretados, ao mesmo tempo, na perspectiva de seu autor e no contexto de origem desse pensamento. Para torná-los compreensíveis, é preciso que o professor conheça e leve em consideração as dificuldades e competências prévias do aluno/intérprete. Para compreendê-los, o aluno/intérprete tem de:" (PCN + Ensino Médio, 1999, p. 343) Quais assertivas abaixo completam corretamente o texto acima? I. Partir de seus conhecimentos, capacidades e contexto pessoal (biográfico, sócio-histórico etc). II. Alcançar o texto em seu contexto específico, o que supõe abandonar (temporariamente) seu ponto de vista e seguir a argumentação do autor. III. Dispor de liberdade para aplicar tais conhecimentos em outras situações cognitivas e de análise, compondo, assim, suas habilidades. IV. Jamais considerar seus conhecimentos prévios, pois estes se configuram como "senso-comum", ou seja, constituem um saber não crítico. Assinale a alternativa correta. a) Apenas a assertiva I está correta. b) Apenas a assertiva IV está correta. c) As assertivas II, III e IV estão corretas. d) As assertivas I, II e III estão corretas. e) As assertivas II e IV estão corretas.
34. É a maneira peculiar de abordar seus objetos que diferencia essencialmente a Ciência da Filosofia ou de qualquer outra espécie de conhecimento. Se, de um lado, a posição característica assumida ante seus objetos não acarreta para o pensamento científico a unidade de um método, por outro lado, há apenas um espírito e um só tipo de visão propriamente científica. Assinale a seguir os traços gerais que caracterizam corretamente o ideal de cientificidade. I. A ciência é uma representação abstrata do real. II. A ciência visa a objetos para descrever e explicar, não diretamente para agir. III. A ciência constrói seus objetos com base na experimentação e na observação, assumindo uma preocupação constante com critérios de validação. IV. A ciência produz necessariamente um sentido completo para cada um de seus enunciados tomados isoladamente. Das assertivas acima, quais são verdadeiras? a) As assertivas III e IV são verdadeiras. b) As assertivas I, II e III são verdadeiras. c) As assertivas II, III e IV são verdadeiras. d) As assertivas II e IV são verdadeiras. e) As assertivas I e IV são verdadeiras. 35. Defina o termo "razão instrumental", assinalando a alternativa correta: a) É o uso da razão voltado para a compreensão técnica da realidade, isto é, ele é usado para distinguir os cursos técnicos profissionalizantes dos cursos acadêmicos. b) É um termo usado para distinguir a especificidade da produção intelectual dos cientistas em relação aos filósofos. c) Razão instrumental é um termo utilizado por Aristóteles para distinguir conhecimento técnico de conhecimento analítico ou lógico. d) Razão instrumental é a primeira designação concedida por Darwin a sua teoria da evolução, indicando diretamente o tipo de razão implicado no processo de seleção natural. e) Razão instrumental é a designação dada pelos frankfurtianos, como Adorno, Horkheimer e Marcuse, para um tipo de conhecimento que quer dominar e controlar a natureza e os seres humanos. 36. Sobre a relação da filosofia com a questão da "utilidade" dos saberes para a vida, assinale a opção INCORRETA. a) A pergunta pela utilidade da filosofia para a vida pode ser assim respondida: a Filosofia é a indagação sobre a realidade, a natureza ou a significação de alguma coisa, ideia ou valor. b) A pergunta pela utilidade da filosofia para a vida pode ser assim respondida: A Filosofia é possibilidade de distanciamento e superação da situação dada e não escolhida. c) A pergunta: "Para que Filosofia?" pode ser assim respondida: a Filosofia "não serve" para nada se "servir" é entendido como fazer uso imediato e técnico da Filosofia, ou dar-lhe utilidade econômica e lucrativa. d) A pergunta pela utilidade da filosofia para a vida pode ser assim respondida: para dar unidade e sentido ao que cada um de nós entende sobre nossas experiências cotidianas, organizandoas em um todo coerente, o qual podemos certamente chamar de nossa "filosofia de vida".
e) A pergunta: "Para que Filosofia" pode ser assim respondida: para não darmos nossa aceitação imediata e irrestrita às coisas a nossa volta, sem maiores considerações. 37. Podemos afirmar que a Filosofia, de um modo geral, opera sistematicamente, com coerência e lógica? Assinale a alternativa correta. a) Não, porque a filosofia não é um pensamento científico, ou seja, as indagações filosóficas não se realizam de modo sistemático, mas sim de modo dogmático ou cético. b) Sim, porque a filosofia é um exercício puramente intelectual e teórico, tem suas estruturas lógicas e regras próprias, o que a permite refletir sobre a especificidade dos problemas, como o faz as ciências. c) Não, porque toda filosofia comporta um momento dogmático e uma face utópica, contradizendo sua sistematicidade e coerência. d) Sim, podemos dizer que a filosofia opera sistematicamente, com coerência e lógica porque trabalha com enunciados rigorosos, encadeando-os logicamente, fundamentando seus conceitos e ideias de modo a obter um pensamento analítico, reflexivo e crítico de nossos conhecimentos e práticas. e) Não, porque a atitude filosófica é, por excelência, a indagação e a crítica, cujos principiais norteadores são a dúvida e a incerteza. 38. Complete a lacuna, assinalando a alternativa correta. De acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais - Ensino Médio (1999), o acesso aos conhecimentos filosóficos e o domínio da metodologia de análise e crítica da realidade, que a filosofia proporciona, são motivos que justificam a sua introdução no currículo do Ensino Médio, como uma forma dos jovens educandos exercerem a _____________________ para elevá-los em sua consciência se si e do mundo. Assim, a nova Legislação educacional brasileira, enfatiza a competência da Filosofia para promover sistematicamente condições indispensáveis para a formação da _____________. a) crítica do senso comum - cidadania plena. b) capacidade retórica - profissionalização integral. c) interpretação instrumental - profissionalização integral. d) moral necessária - identidade plena. e) racionalidade técnica - cidadania plena. 39. "É absolutamente necessária a introdução da filosofia no currículo do ensino médio na forma de disciplina, como meio de assegurar a sua especificidade e garantir o desenvolvimento das habilidades e competências básicas requeridas pela área" (ALVEZ, 2002, p. 105). De acordo com os PCN - Ensino Médio (1999) e com o contexto acima descrito, é correto afirmar que a) o termo disciplina deve ser entendido aqui como garantia não apenas de um espaço específico de aula, mas como esforço de introduzir a filosofia em todas as disciplinas do eixo "Humanidades e suas tecnologias". b) o termo disciplina deve ser entendido aqui como negação da interdisciplinaridade, componente ambíguo e superficial, que não garante o rigor e a sistematicidade dos conhecimentos. c) o termo disciplina deve ser entendido aqui como a garantia de um espaço específico de aula, com carga horária própria e profissionais habilitados, pois o conhecimento filosófico é um
saber altamente especializado e que, portanto, não pode ser tratado por leigos. d) o termo disciplina deve ser entendido aqui não em seu sentido tradicional, mas sim como espaço aberto e dinâmico, isto é, na forma de atividades, projetos e programas de estudo, permitindo ao aluno falar de problemas atuais. e) o termo disciplina deve ser entendido aqui como garantia de uma aprendizagem centrada no método expositivo de aula, enfatizando o caráter histórico e, sobretudo, de fundamentação teórica da filosofia. 40. Assinale a alternativa correta. Para Thomas Hobbes (1588-1679), a) a condição que antecede a formação da sociedade política é aquela da paz e harmonia entre todos, o que caracteriza o estado de natureza: momento a partir do qual os homens decidem se organizarem numa comunidade política. b) os homens não têm outra escolha: ou se organizam em sociedade ou se destroem mutuamente, pois a condição que antecede a formação da sociedade política é aquela da guerra de todos contra todos que caracteriza o estado de natureza. c) o poder soberano é toda a sociedade, isto é, o poder soberano é do povo, não pertence a ninguém em particular. Sendo todos os homens livres, iguais e independentes. d) a preservação da liberdade na sociedade é decorrência da submissão à lei da maioria, pois o que faz uma sociedade mover-se numa direção e num sentido, tendo a história como força motriz, é o consentimento da maioria. e) o homem nasce livre e em toda parte encontra-se a ferros, ou seja, a vida servil e desregrada da sociedade contradiz o estado de natureza, no qual o homem é livre, porque sem propriedade e, assim, sem servidão voluntária. 41. Aristóteles (384-322 a.C.) costuma ser considerado o primeiro teórico sistemático do conhecimento. No vasto acervo da obra aristotélica, um grande número de textos tem como objeto saber como o homem conhece e quais as condições do conhecimento verdadeiro. Para Aristóteles, a teoria do conhecimento tem como eixo principal as ideias de _____________ e de ______________, utilizando como instrumento(s) o(s)_______________, cujas regras garantem que a dedução, seguindo princípios precisos, vá das causas às consequências. Complete as lacunas acima, assinalando a alternativa correta. a) simulação - juízo - silogismo científico. b) análise - crítica - primeiros analíticos. c) poética - retórica - primeiros analíticos. d) teórica - indução - objetos sensíveis. e) demonstração - indução - silogismo científico. 42. "Nascer é simultaneamente, nascer do mundo e nascer para o mundo. Sob o primeiro aspecto, o mundo já está constituído e somos solicitados por ele. Sob o segundo aspecto, o mundo não está inteiramente constituído e estamos abertos a uma infinidade de possíveis. Existimos, porém sob os dois aspectos ao mesmo tempo. Não há, pois, necessidade absoluta ou escolha absoluta (...)" (Merleau-Ponty apud Chauí, M., 1994, p. 364). De acordo com o texto acima, o que é a liberdade humana? Assinale a alternativa correta.
a) Liberdade é a capacidade para transformar uma possibilidade numa realidade. Nosso desejo e nossa vontade não são incondicionados, mas os condicionamentos não são obstáculos à liberdade e sim o meio pelo qual ela pode exercer-se. b) Liberdade é uma atividade naturalmente desenvolvida pela vontade humana, ou seja, a liberdade é o poder absolutamente incondicional da vontade, em qualquer circunstância. c) O possível é o provável, isto é, podemos calcular e antever, portanto, a liberdade é uma probabilidade observada nos próprios fatos. d) A liberdade humana não existe, pois a liberdade em sociedade está submetida às leis. O que existe, portanto, são circunstâncias sociais, fora isto, a obediência é incondicional, e) O possível é puro acaso, a necessidade é fatalidade bruta. A história está circunscrita sob este direcionamento, portanto, a liberdade humana não depende de "agora", depende dos acontecimentos passados, envolve a história da humanidade e suas tradições. 43. O que é silogismo dialético, segundo a Lógica Clássica? Assinale a alternativa correta: a) O silogismo dialético não admite premissas contraditórias. b) O silogismo dialético se refere ao universal e necessário, o que é de uma maneira e não pode deixar de ser tal como é; suas premissas são apodíticas, portanto, sua conclusão também o é. c) O silogismo dialético é o que comporta argumentações contrárias, porque suas premissas se referem ao que pode ser de uma maneira ou de outra, contrárias entre si, suas premissas são hipotéticas, portanto, sua conclusão também o é. d) O silogismo dialético deve necessariamente comportar duas premissas primárias, isto é, indemonstráveis, ou seja, as premissas devem ser causas da conclusão, esta sim passível de demonstração. e) O silogismo dialético postula necessariamente verdades indemonstráveis, evidentes e causais, podendo ser chamados também de axioma. 44. Sobre os pré-socráticos, assinale a alternativa INCORRETA. a) Podemos afirmar que os primeiros filósofos se importavam com nossa capacidade e possibilidade de conhecimento, pois afirmavam que nossa razão é parte da racionalidade do mundo. b) Podemos afirmar que os primeiros filósofos não se importavam com nossa capacidade e possibilidade de conhecimento, ocupando-se apenas com a origem e a ordem do mundo, o Kosmos, isto é, a filosofia nascente era uma cosmologia e não uma filosofia propriamente dita. c) Uma das maiores dificuldades para uma história do nascimento da filosofia na Grécia é a das fontes, pois todos os escritos dos pré-socráticos se perderam, restando apenas fragmentos. d) Para os historiadores da filosofia grega, são pré-socráticos aqueles filósofos que abordam um tema em comum, e não porque todos eles teriam nascido e vivido antes de Sócrates. Tanto assim que Anaxágoras, um dos últimos pré-socráticos, foi contemporâneo de Sócrates. e) As escolas pré-socráticas ? a saber, escola Jônica, escola Pitagórica, escola Eleata e escola Atomista ? são assim designadas para indicar aquele pensamento cuja preocupação central e investigação principal era com a phýsis (natureza, no
sentido grego do termo, isto é, a phýsis não se reduz ao corpóreo) e com a cosmologia. 45. Qual é o "primeiro princípio" da filosofia cartesiana, segundo René Descartes (1596-1650), em seu texto Discurso do Método? Assinale a alternativa correta. a) "Duvido, logo sou." b) "O fundamento do ser e do conhecer é a separação entre corpo e alma." c) "O poder de bem julgar e distinguir o verdadeiro do falso é propriamente o que se denomina bom senso ou razão." d) "Eu penso, logo existo." e) "Obedecer às leis e aos costumes (...), a moral provisória." 46. Complete a lacuna, assinalando a alternativa correta. "O homem é, não apenas como ele se concebe, mas como ele quer que seja, como ele se concebe depois da existência, como ele se deseja após este impulso para a existência; o homem não é mais do que ele se faz. (...) Assim, o primeiro esforço do ______________ é o de pôr o homem no domínio do que ele é e de lhe atribuir a total responsabilidade da sua existência" (Extraído de Jean Paul Sartre, Coleção "Os Pensadores", trad. Virgílio Ferreira, 1973) a) Existencialismo. b) Empirismo. c) Intelectualismo. d) Psicologismo. e) Essencialismo. 47. "Devemos considerar agora o que é a virtude. Visto que na alma se encontram três espécies de coisas - paixões, faculdades e disposições de caráter -, a virtude deve pertencer a uma destas". Aristóteles (384-322 a. C.). Considerando o enunciado acima, o que é virtude para Aristóteles? Assinale a alternativa correta. a) Para Aristóteles, as virtudes e os vícios são paixões, porque somos bons ou maus devido às nossas paixões, somos louvados e censurados devido às nossas paixões. b) Para Aristóteles, as virtudes são faculdades: as possuímos por natureza, portanto, tornamo-nos bons ou maus por natureza. c) Para Aristóteles, a virtude é uma disposição de caráter relacionada à seguinte verdade: não há meio-termo para a virtude, ela é da ordem do excesso ou da falta. d) Para Aristóteles, a virtude é uma faculdade natural ao homem de bem, e seu principal atributo é sua capacidade de superar as paixões mediante a reflexão conceitual. e) Para Aristóteles, virtude é uma disposição de caráter relacionada com as escolhas do homem, aquelas que o tornam bom e que o fazem desempenhar bem sua função; seu principal atributo é visar ao meio termo. 48. A democracia ateniense antiga (dos séculos V e IV a. C.) possui algumas características que a torna diferente das democracias modernas, ainda que estas se inspirem nela para se constituírem. São características da democracia ateniense, referentes ao período acima relacionado, as seguintes assertivas: I. Na democracia ateniense, nem todos são cidadãos. Mulheres, criança, escravos e estrangeiros são excluídos da cidadania.
II. É uma democracia representativa, como as modernas. Um cidadão ? mais sábio ? é escolhido para representar o povo, garantindo, portanto, o poder de um sobre os outros. III. É uma democracia direta ou participativa, e não uma democracia representativa, como as modernas. Na democracia ateniense, os cidadãos participam diretamente das discussões e da tomada de decisões, pelo voto. IV. A democracia ateniense não exclui da política a ideia de competência ou de tecnocracia: em política uns são mais sábios e competentes que outros (os cidadãos comuns), aqueles devendo exercer o poder sobres estes. Assinale a alternativa correta. a) As assertivas III e IV são corretas. b) As assertivas I e III são corretas. c) As assertivas I, II e IV são corretas. d) Apenas a assertiva I está correta. e) As assertivas II, III e IV estão corretas. 49. Dentre as alternativas abaixo, qual delas NÂO pode ser considerada como característica da filosofia nascente, na Grécia do século VI a. C.? Assinale a alternativa INCORRETA. a) A filosofia nasce no contexto da pólis (cidade) e da existência de um discurso (lógos) público. b) Exercício do pensamento e da linguagem, a filosofia irá diferenciar-se da palavra dos guerreiros e dos políticos porque possuí uma pretensão específica: não deseja apenas argumentar e persuadir, mas pretende também proferir a verdade (alétheia). c) Um pressuposto básico da filosofia nascente é que "tudo vem do nada e tudo retorna ao nada", havendo, portanto, criação a partir do nada (como no judaísmo e no cristianismo). O que há de eterno em todas as coisas é esta força imaterial e imperecível, garantindo a permanência e a identidade do mundo. d) Três conceitos-chave podem ser apontados como constitutivos do nascimento da filosofia e de sua história: arkhé (princípio, fundamento), phýsis (natureza) e Kínesis (movimento). e) Um pressuposto básico da filosofia nascente é a preocupação dos primeiros filósofos com o devir, isto é, com a Kínesis, com o movimento (a transformação dos seres) e com o repouso ( a identidade da phýsis e a estabilidade dos seres). 50. Assinale a alternativa correta. No livro VI da República Platão apresenta sua teoria do conhecimento mediante o esquema da "linha dividida". A exposição de sua teoria do conhecimento neste diagrama ilustra a célebre separação platônica entre o mundo sensível e o mundo inteligível, cada qual com seus modos de conhecer, hierarquicamente distribuídos. Sobre o diagrama da ?linha dividida", ou seja, sobre a teoria do conhecimento platônica, podemos firmar que a) Platão apresenta os modos do conhecimento distribuídos em uma "linha dividida" em duas partes desiguais, isto é, uma delas é maior do que a outra. A primeira parte dita inferior é chamada de visível e é menor que a parte dita superior, chamada de invisível. Esta divisão permite falar em graus de conhecimento, indo do mais baixo para o mais alto, havendo, portanto, passagem de um para outro. b) Platão apresenta os modos do conhecimento distribuídos em uma "linha dividida" em duas partes iguais: a parte dita inferior é chamada de visível e a parte dita superior é chamada de
invisível. A distribuição dos modos de conhecer permite falar em modos de conhecimento e não em graus do conhecimento, pois não há passagem de um ao outro. c) Podemos afirmar que está ausente da teoria do conhecimento platônica a matemática, a qual é substituída pela dialética, método científico por excelência da filosofia platônica. d) O quarto e último modo ou grau de conhecimento é a dianóia, isto é, raciocínio discursivo. Este nível, o mais alto, é o que conhece as essências, é ele que permite a Platão afirmar que a alma não participa da natureza do objeto conhecido, sendo pura essência, ela é separada na natureza das coisas em si. e) A teoria do conhecimento platônica afirma, pela primeira vez na história do pensamento filosófico ocidental, que a alma não conhece por meio do corpo. Por isso, a República enfatiza o caráter estático do conhecimento, ou seja, não há passagem de um grau para outro na "linha dividida", o mundo sensível está separado do mundo inteligível, não havendo correspondência entre ambos.
QUESTÃO 31 Interpretando o Mito da Caverna de Platão, qual o instrumento que liberta o prisioneiro rebelde e com o qual ele deseja libertar os outros prisioneiros? A) A luz da verdade; B) A realidade; C) A Filosofia; D) As coisas que percebemos; E) A coragem. QUESTÃO 32 Como parte essencial da missão da Filosofia nas escolas, está a tarefa de desenvolver no estudante o senso crítico. Qual o resultado desse processo? A) Pensamento contemplativo sobre o mundo; B) Ampliação da consciência reflexiva; C) Conhecimento das reflexões filosóficas já desenvolvidas na história; D) Desenvolvimento do espírito de contestação; E) Surgimento de uma massa subversiva em relação à ordem constituída. QUESTÃO 33 A atitude filosófica inicia-se indagando "O que é?", "Como é?", "Por que é?", "Para que é?", dirigindo-se ao mundo que nos rodeia e aos seres humanos que nele vivem e com ele se relacionam. Estas são perguntas sobre: A) A essência, a significação, a origem e a finalidade de todas as coisas; B) O conhecer, o falar, o pensar e o agir, próprios dos seres humanos; C) A capacidade, a finalidade, o conceito e a origem do mundo; D) Os motivos, as razões, as causas e os interesses para pensarmos; E) O conteúdo, o sentido, a intenção e a finalidade do que pensamos. QUESTÃO 34
O mito é um sistema de explicação fantasioso do mundo, expresso em narrativas fabulosas referentes a deuses, forças da natureza e seres humanos. Em contrapartida, a Filosofia: A) Admite contradições, fabulações e coisas incompreensíveis; B) Narra a origem das coisas por meio de genealogias e rivalidades ou alianças entre forças sobrenaturais; C) Apresenta princípios simbólicos que fornecem explicações para a realidade universal; D) Exige que a explicação seja coerente, lógica e racional; E) Tolera a imaginação como instrumento de interpretação para a realidade. QUESTÃO 35 O autoconhecimento do ser humano é um dos pontos fundamentais da filosofia socrática. Quais as duas grandes fases dos diálogos críticos a que Sócrates conduzia seus interlocutores, no desenvolvimento da sua filosofia? A) A análise e a síntese; B) A tese e a antítese; C) O discurso e a réplica; D) A argumentação e a controvérsia; E) A ironia e a maiêutica. QUESTÃO 36 Retomando a questão do ser, Aristóteles propõe uma nova interpretação afirmando que o movimento da realidade se resume na passagem da potência para o ato. Neste raciocínio, a potência representa: A) As possibilidades do ser; B) A manifestação atual do ser; C) O caráter estático e permanente do ser; D) Aquilo que já existe; E) Aquilo que determina a realidade de um ser. QUESTÃO 37 Durante a Idade Média a filosofia cristã se apresentou especialmente através da Patrística e da Escolástica. Buscando o resgate da filosofia de Platão e de Aristóteles, os principais representantes dessas correntes de pensamento são, respectivamente: A) Santo Ambrósio e Santo Anselmo; B) Santo Agostinho e Santo Tomás de Aquino; C) Heráclito e Parmênides; D) Zenão e Epicuro; E) Sêneca e Cícero. QUESTÃO 38 O saber científico não se opõe ao saber filosófico; no entanto, eles se diferenciam pelo enfoque. A Ciência interessa-se mais em resolver problemas específicos, delimitados, enquanto a Filosofia... A) Busca exercer controle sobre a Natureza; B) É um fluxo instável de opiniões; C) Elabora conhecimentos frequentemente fragmentados; D) Busca alcançar uma visão global, harmônica e crítica do saber humano; E) Tem crenças passageiras que serão negadas no futuro.
O período pré-socrático é a fase inaugural da Filosofia grega, com destaque para os pensadores de Mileto: Tales, Anaximandro e Anaxímenes. Sua preocupação básica era: A) Descobrir, com base na razão, a substância primordial de todos os seres; B) Apresentar a realidade como algo dinâmico; C) Compreender a realidade pela via da essência; D) Conciliar as concepções de Parmênides e de Heráclito; E) Desenvolver o atomismo. QUESTÃO 40 O período helenístico caracterizou-se por um processo de interação cultural entre a cultura grega clássica e a cultura dos povos orientais conquistados. Neste período destacaram-se duas novas escolas filosóficas: o estoicismo e o hedonismo. Nesse contexto, os estóicos defendiam: A) Que o ser humano devia buscar o prazer da vida; B) Que o prazer estava vinculado ao bem; C) Um espírito de completa austeridade moral e física; D) A realização de uma conduta virtuosa; E) O domínio das paixões. QUESTÃO 41 Na história da Filosofia distinguem-se duas grandes orientações da teoria do conhecimento: o racionalismo e o empirismo. Enquanto o empirismo apresenta a experiência sensível como a fonte de todo e qualquer conhecimento, o racionalismo defende que: A) O conhecimento verdadeiro é dado pelas ciências naturais; B) A experiência controla o trabalho da razão; C) As vivências são responsáveis pela existência das idéias na razão; D) O valor e o sentido da atividade racional dependem da sensibilidade; E) A razão, tomada em si mesma, é o fundamento do conhecimento verdadeiro. QUESTÃO 42 O existencialismo é uma tendência filosófica que tem em comum a análise da existência humana, sendo o homem uma realidade aberta, inacabada, "lançada" no mundo. São representantes desse pensamento: A) Galileu, Bacon e Descartes; B) Locke, Hume e Kant; C) Marx, Engels e Lênin; D) Kierkegaard, Heidegger e Sartre; E) Rousseau, Voltaire e Montesquieu. QUESTÃO 43 René Descartes é considerado um dos pais da Filosofia Moderna. Afirmava que, para conhecermos a verdade, é preciso colocarmos todos os nossos conhecimentos em dúvida. Aplicando a dúvida metódica, chegou à célebre conclusão: A) Duvido, logo, conheço; B) Penso, logo, existo; C) Penso, logo, conheço; D) Duvido, logo, existo; E) Penso, logo, sei.
QUESTÃO 39 QUESTÃO 44
Karl Marx afirma que os elementos determinantes para a análise do processo histórico devem ser buscados nos modos de produção, e que as lutas de classes representam uma espécie de "motor" da história. Segundo ele, o fundamento do poder político aparece na expressão: A) Os homens transferiram ao Estado (Leviatã) seus poderes de governar a si próprio; B) A vontade particular deve se submeter à vontade geral, conforme o pacto social; C) O Estado é um instrumento de domínio de classe; D) A monarquia não tirânica é o regime social mais adequado à natureza das coisas; E) A organização social que corresponde à natureza humana é a de polis. QUESTÃO 45 A Ética é a parte da Filosofia que se ocupa com o valor do comportamento humano. Investiga o sentido que o homem imprime à sua conduta para ser verdadeiramente feliz. Nesse contexto, o Humanismo tem como fundamento: A) O respeito às leis naturais e eternas; B) A fé em Deus como essencial na definição dos valores éticos; C) Interligação ética entre a fé cristã e a prática social em favor dos oprimidos; D) A defesa de uma Ética subjetiva; E) Os valores éticos, objetivamente válidos, têm como base a própria natureza humana. QUESTÃO 46 Com o desenvolvimento do capitalismo, elabora-se um pensamento burguês, expresso no movimento cultural denominado Iluminismo. Os valores fundamentais defendidos por esta corrente filosófica, são: A) Igualdade jurídica, tolerância religiosa, liberdade e propriedade privada; B) Fraternidade, liberdade e igualdade; C) Propriedade coletiva, igualdade e fraternidade; D) Tolerância filosófica, liberdade e propriedade coletiva; E) Ideal cristão, monarquia e restrições jurídicas. QUESTÃO 47 O positivismo de Augusto Comte tem como característica geral a exaltação da ciência e a preocupação de defender as conquistas da Revolução Industrial. Segundo os positivistas, a evolução do conhecimento humano universal percorreu três estados distintos, na sequência a seguir: A) Teológico, metafísico e positivo; B) Filosófico, mitológico e científico; C) Abstrato, fictício e positivo; D) Científico, mitológico e filosófico; E) Positivo, teológico e abstrato. QUESTÃO 48 Numa interpretação marxista, a ideologia é um conjunto de representações sobre os seres humanos e suas relações, sobre as coisas, sobre o bem e o mal, etc. Sendo assim, a função primordial da ideologia é: A) Revelar a origem da sociedade; B) Afirmar as desigualdades sociais; C) Oferecer a imagem real da comunidade;
D) Dissimular a presença da luta de classes; E) Reconhecer uma sociedade dividida em classes sociais antagônicas. QUESTÃO 49 O filósofo francês Michel Foucault caracterizou a atividade filosófica como uma espécie de "exercício de si, no pensamento", isto é, como um trabalho de pensar sobre si mesmo que faz com que cresçamos e nos modifiquemos. Nesse sentido, o ensino de Filosofia deverá significar: A) O conhecimento da história da Filosofia; B) Um resumo das principais características do pensamento de alguns filósofos; C) A leitura e compreensão de textos filosóficos; D) A possibilidade de pensar autonomamente; E) O debate centrado em temas filosóficos. QUESTÃO 50 Estética é a parte da Filosofia que procura investigar os fundamentos da arte e do belo; os diferentes tipos de arte; as relações da arte com a sociedade. Considerando a arte como a prática de criar formas perceptíveis expressivas do sentimento humano, seu valor essencial é: A) A ênfase no fator utilidade, aplicação; B) O produto de condicionamentos históricos ou ideológicos; C) A ênfase no fator beleza; D) A percepção social pelo público; E) A capacidade de transmitir os sentimentos mais autênticos da natureza humana.
21. Se a Antropologia é uma ciência que busca abranger o fenômeno humano o mais globalmente possível, é correto afirmar que (A) somente a antropologia pode ajudar a conhecer o homem em sua plenitude, inclusive no âmbito de sua opção religiosa. (B) se quiser contribuir efetivamente com a revelação do humano, só poderá fazê-lo em íntima relação com a teologia. (C) a antropologia não possui a ambição de ser ciência, posto que se propõe a estudar todas as manifestações do humano. (D) a ciência e a filosofia, enquanto duas tentativas de conhecer o homem, são também antropologia, ao se relacionarem dialeticamente num processo de mútua fecundação. 22. "Uma multidão de franceses acompanhava o cortejo de Jean Paul Sartre, sob o sol primaveril de Paris. Homens, mulheres, jovens e idosos choravam e lamentavam a morte do seu maior filósofo, dramaturgo e escritor dos últimos tempos..." "Certa vez perguntaram a um filósofo: "Para que serve a filosofia?". E ele respondeu: "Para não darmos nossa aceitação imediata às coisas, sem maiores considerações."" As duas frases acima demonstram que a filosofia, além de fazer parte do cotidiano das pessoas pode ser (A) usada livremente, porém com restrições a determinados povos e períodos da história. (B) aplicada no dia-a-dia, pois ela torna o homem mais aberto a novas opiniões e permite o desenvolvimento do senso crítico. (C) problemática, porque torna o conhecimento sobre as relações humanas mais complicadas. (D) praticada apenas por professores e estudantes da área, pois sua popularização é algo impraticável.
(D) antropocentristas e teocentristas. 23. Na perspectiva do pensamento de Paulo Freire, a prática pedagógica se constitui em (A) imposição da verdade revolucionária. (B) dimensão necessária da prática social. (C) ação independente do rigor científico. (D) necessidade de preenchimento da mente infantil. 24. O conhecimento é resultado de uma relação entre um sujeito cognoscente e um objeto cognoscível, que se caracteriza como um processo (A) desigual e desequilibrado, embora entre pólos de conteúdos idênticos. (B) absoluto e imutável, na medida em que nenhum dos dois sofrerá qualquer modificação. (C) em que o sujeito não se transforma em função do objeto. (D) no qual o sujeito, apreendendo as características do objeto, constrói em sua consciência, uma imagem ou representação do mesmo. 25. Na relação entre Filosofia e Ciência é correto afirmar que (A) a melhor maneira de definir ciência é, evitando a perspectiva filosófica, basear-se em estudos sistemáticos e racionais. (B) a busca de respostas de caráter religioso e mítico tem maior probabilidade de se constituir em método mais adequado de descoberta. (C) o termo "ciência" nem sempre foi entendido da mesma maneira e, ainda hoje, existem divergências sobre o que deve, ou não, ser considerado científico. (D) desde o surgimento da filosofia moderna, a definição rigorosa e consensual de ciência passou a ser algo mais fácil de ser estabelecido. 26. Perguntas elementares como "porque chove?" ou "de onde vem o relâmpago?" podem ser questões originárias de estudos científicos. Entretanto, essas perguntas também podem dar origem a respostas de caráter religioso e mítico, que se baseiam (A) na observação crítica e no registro diário das ocorrências naturais. (B) em estudos sistemáticos sobre aspectos do mundo natural. (C) na vontade de um Deus, de deuses ou em forças sobrenaturais. (D) na importância central dos seres humanos na ordem das coisas. 27. Sócrates, um dos maiores pedagogos da história da educação universal, concebeu um método para descobrir a verdade que temos em nós a partir do reconhecimento da própria ignorância. Esse método denomina-se (A) Maiêutica. (B) Apagógico. (C) Antropologismo. (D) Paidéia. 28. As frases "O homem é a medida de todas as coisas" e "Deus é a medida de todas as coisas", são, respectivamente, bases para os pensamentos de (A) agostinianos e tomistas. (B) positivistas e dialéticos. (C) cartesianos e fisiologistas.
29. Há alguns anos, nas escolas brasileiras, festejava-se a "libertação" dos escravos no dia 13 de maio, data em que foi assinada a Lei Áurea. Mais recentemente, os movimentos negros passaram a defender o 20 de novembro, data da morte de Zumbi, como principal referência de seu processo de libertação. O motivo dessa mudança deve-se à (A) reconstrução dos fundamentos ideológico-culturais daquele acontecimento histórico e a consequente mudança de enfoque sobre o conceito de libertação e cidadania. (B) discussão sobre os novos calendários escolares como estratégia de garantir a tradição historiográfica vigente. (C) maior ênfase e importância da ação dos abolicionistas em relação às lutas desencadeadas pelos movimentos negros. (D) inexistência de crítica sobre o processo de introjeção da ideologia racista no próprio negro, a partir da relação ambígua que muitas vezes existia entre senhor e escravo. 30. Segundo Hilton Japiassú no seu "Dicionário Básico de Filosofia", o período medieval foi marcado pelas sucessivas tentativas de conciliação entre razão e fé, entre a filosofia e os dogmas religiosos, sem, contudo, poder questioná-los, por isso a filosofia passou a ser considerada (A) serva da teologia. (B) superior à religião. (C) no mesmo nível da fé. (D) principal referência para os teólogos.
31. Várias condições históricas favoreceram o nascimento da Filosofia na Grécia Antiga. Dentre elas, é correto afirmar: A) A expansão do império macedônico, o fim da guerra de Tróia e a descentralização do poder político de Atenas. B) As grandes invenções da época, tais como: a invenção da escrita alfabética, do telescópio e da bússola. C) As viagens marítimas que colocaram os gregos em contato com os conhecimentos produzidos por outros povos, sobretudo com as culturas mais avançadas do Oriente. D) Os acontecimentos políticos que introduziram um aspecto novo e decisivo: a participação dos escravos, estrangeiros e mulheres na vida pública. 32. A filosofia e a ciência são formas de conhecimento humano que se distinguem fundamentalmente, mas que também se aproximam, em maior ou menor grau quando emitimos juízos sobre a realidade. Desse modo, é correto afirmar: 1- A filosofia exige fundamentação teórica e livre crítica, cujo conhecimento sistemático se volta para o ser e para o valor das coisas. Mas, a ciência procura objetivamente as estruturas universais e necessárias das coisas investigadas. 2- A filosofia se caracteriza por um conhecimento quantitativo, pois busca medidas, padrões, critérios de comparação e de avaliação para coisas que parecem ser diferentes. Mas, a ciência é um conhecimento reflexivo e lógico que exige o despertar da consciência crítica de si e do outro. 3- A filosofia é conhecimento racional, e essa racionalização se caracteriza por pretender alcançar uma adequação entre pensamento e realidade, isto é, entre explicação e aquilo que se
procura explicar. Mas, a ciência é conhecimento homogêneo, sobretudo por buscar as leis gerais de funcionamento dos fenômenos, que são as mesmas para fatos que nos parecem diferentes. 4- Na filosofia, os modos da consciência se encontram geralmente emaranhados de tal forma que suas noções se caracterizam por uma aglutinação acrítica e ametódica de juízos. Mas, a ciência é conhecimento particular e metódico, por delimitar o seu objeto de investigação e realizar experimentações com precisão e técnica. São corretas as afirmativas: A) 1, 2, 3 e 4. B) 2 e 4, somente. C) 1 e 3, somente. D) 2 e 3, somente. 33. Dentre as correntes da filosofia moderna, destaca-se, na França, o Racionalismo, de René Descartes, que se apresentou como uma resposta ao problema gnosiológico do século XVII. Analise as afirmativas e indique qual a fonte verdadeira e determinante do conhecimento humano: 1- Descartes afirmava que tudo que conhecemos, que todas as idéias que temos, eram adquiridas, derivam da experiência. 2- O Racionalismo de Descartes acreditava na possibilidade de conhecer e de chegar à verdade somente pela recuperação da razão. 3- À crença na razão, Descartes chega por meio de um processo em que, usando a dúvida como procedimento metódico, estende-se a tudo o que o cerca. 4- O conhecimento tinha, para Descartes, limites que eram dados pelos sentidos que apreendem seus objetos (mundo exterior ou operações da mente) e, pode-se dizer que era limitado, também, pelo objeto, já que toda e qualquer idéia dele depende. São corretas as afirmativas: A) 1, 2, 3 e 4. B) 2 e 4, somente. C) 1 e 3, somente. D) 2 e 3, somente. 34. Em sua obra Novum organum, Francis Bacon destaca quatro gêneros de ídolos que bloqueiam a mente humana e prejudicam a ciência. Está correto afirmar que esses ídolos são: A) Ídolos da tribo, ídolos da caverna, ídolos do foro e ídolos do templo. B) Ídolos da tribo, ídolos da escola, ídolos da caverna e ídolos do foro. C) Ídolos da tribo, ídolos da caverna, ídolos do foro e ídolos do teatro. D) Ídolos da escola, ídolos da tribo, ídolos da caverna e ídolos do mercado. 35. Para combater os erros provocados pelos ídolos, Francis Bacon propôs o método indutivo de investigação, que cumpriria algumas etapas consecutivas, como é o caso da alternativa: A) Observação da natureza, organização racional, explicações gerais (hipóteses) e experimentações. B) Observação da natureza, organização racional, explicações gerais (hipóteses) e introspecção. C) Concepção mística da natureza, organização racional, explicações gerais (hipóteses) e experimentações.
D) Concepção emocional da natureza, organização racional, explicações gerais (hipóteses) e experimentações. 36. Entre os séculos XVI ao XVIII, os filósofos formularam diversas epistemologias ou teorias do conhecimento. Entretanto, uma importante vertente dessa investigação foi a empirista. Em especial, no que diz respeito ao empirismo filosófico deste período, podemos afirmar que os filósofos mais famosos foram os empiristas ingleses. São eles: A) Thomas Hobbes, John Locke, George Berkeley e Bertrand Russell. B) Francis Bacon, George Berkeley, Husserl e John Locke. C) Isaac Newton, John Locke, Bertrand Russell e Thomas Hobbes. D) Francis Bacon, John Locke, George Berkeley e David Hume. 37. Para entender a filosofia de Hegel, é conveniente situar alguns pontos fundamentais a partir dos quais se desenvolve a sua reflexão. São estes: 1- Entender a realidade como Espírito é entendê-la não apenas como substância, mas também como sujeito. 2- A realidade, enquanto Espírito, possui uma vida própria, um movimento dialético. 3- O movimento do real ou do Espírito se realiza em três momentos: o primeiro, do ser em-si; o segundo, do ser outro ou fora-de-si; e o terceiro, que seria o retorno, do ser para-si. 4- No Espírito há três momentos: o Espírito subjetivo, o Espírito objetivo, e o Espírito absoluto. São corretas as afirmativas: A) 1, 2, 3 e 4. B) 2 e 4, somente. C) 1 e 3, somente. D) 2 e 3, somente. 38. Contrapondo sua filosofia ao Idealismo hegeliano, Marx afirma na introdução do livro Ideologia Alemã, que: 1- Tudo que é real é racional, tudo que é racional é real. 2- (...) Os nossos pressupostos são os indivíduos reais, a sua ação e as suas condições materiais de vida. 3- O ser que se nega e se supera se constitui Idéia, unidade absoluta do conceito e da objetividade. 4- O modo pelo qual os homens produzem os seus meios de vida depende, inicialmente, da constituição mesma dos meios de vida encontrados aí e a ser produzidos. São corretas as afirmativas: A) 1, 2, 3 e 4. B) 2 e 4, somente. C) 1 e 3, somente. D) 2 e 3, somente. 39. O tema geral da Filosofia da Ciência é o desenvolvimento da reflexão crítica sobre os fundamentos do saber científico. Esse tema desdobra-se numa série de questões, tais como: 1- A ciência como encantamento do mundo, habitada por forças maravilhosas e poderes admiráveis que agem magicamente. 2- A Filosofia das Ciências, estudando as mudanças científicas, impôs um desmentido às idéias de evolução e progresso e compreendeu que as elaborações científicas e os ideais de cientificidade são diferentes e descontínuos.
3- Estudo do método de investigação científica, classificação da ciência, natureza das teorias científicas e sua capacidade de explicar a realidade, papel da ciência e sua utilização na sociedade. 4- A retomada do interesse por questões metafísicas é uma característica central da ciência contemporânea. São corretas as afirmativas: A) 1, 2, 3 e 4. B) 2 e 4, somente. C) 1 e 3, somente. D) 2 e 3, somente. 40. Sobre a relação entre ciência e poder, Horkheimer e Adorno diriam que o ditador trata o homem como o homem trata a natureza: ele os conhece para melhor os controlar. Assim, com essa Teoria Crítica da ciência, é correto afirmar que: 1- A insaciável sede de conhecimento transformou o mundo num inferno tecnológico e causou certa regressão dos valores humanos. 2- Foram os frankfurtianos Horkheimer e Adorno que criticaram o critério da verificabilidade e propuseram como única possibilidade para o saber científico o critério da refutabilidade ou da falseabilidade. 3- Na medida em que a razão se torna instrumental, a ciência vai deixando de ser uma forma de acesso aos conhecimentos verdadeiros para tornar-se um instrumento de dominação, poder e exploração. 4- A razão instrumental também foi designada com a expressão razão iluminista pelos frankfurtianos Horkheimer e Adorno. São corretas as afirmativas: A) 1, 2, 3 e 4. B) 2 e 4, somente. C) 1 e 3, somente. D) 2 e 3, somente. 41. Entre as explicações sobre a origem da vida política, três foram as principais e as mais duradouras. Deste modo, é correto afirmar que: A) as inspiradas no mito das Idades da Pedra. As inspiradas pela obra do poeta romano Ovídio: As metamorfoses. As teorias que afirmam que a política decorre da Natureza e que a Cidade existe por Natureza. B) as inspiradas no mito das Idades do Homem ou da Idade de Ouro. As inspiradas pela obra do poeta grego Hesíodo: O trabalho e os dias. As teorias que afirmam que a política decorre da Natureza e que a Cidade existe por Natureza. C) as inspiradas no mito das Idades do Homem ou da Idade de Ouro. As inspiradas pela obra do poeta romano Ovídio: As metamorfoses. As teorias que afirmam que não é preciso buscar nos deuses, nas leis ou nas técnicas a origem da Cidade, basta conhecer a natureza humana para nela encontrar a causa da política. D) as inspiradas no mito das Idades da Pedra. As inspiradas pela obra do poeta grego Hesíodo: A Ilíada e a Odisséia. As teorias que afirmam que não é preciso buscar nos deuses, nas leis ou nas técnicas a origem da Cidade, basta conhecer a natureza humana para nela encontrar a causa da política. 42. Os regimes políticos, do ponto de vista da arche (o que está à frente, o que tem comando), são: monarquia, oligarquia,
poliarquia e anarquia. Todavia, os seus respectivos sentidos corretos são: A) Monarquia: governo de um só (monas), oligarquia: governo de único rei (oligos), poliarquia: governo de muitos (polos) e anarquia: desgoverno (ana). B) Monarquia: governo de um só (monas), oligarquia: governo de ninguém (oligos), poliarquia: governo de muitos (polos) e anarquia: governo de poucos (ana). C) Monarquia: governo de alguns (monas), oligarquia: governo de poucos (oligos), poliarquia: muitos governantes (polos) e anarquia: desgoverno (ana). D) Monarquia: governo de um só (monas), oligarquia: governo de alguns (oligos), poliarquia: governo de muitos (polos) e anarquia: governo de ninguém (ana). 43. Do ponto de vista do Kratos (o poder ou autoridade suprema), os regimes políticos são: autocracia, aristocracia e democracia. Entretanto, os sentidos corretos dessas palavras são, respectivamente: A) Autocracia (poder de uma pessoa reconhecida como rei), aristocracia (poder dos melhores), democracia (poder do povo). B) Autocracia (poder dos melhores), aristocracia (poder de uma pessoa reconhecida como rei), democracia (poder do povo). C) Autocracia (governo por si próprio), aristocracia (poder de uma pessoa reconhecida como rei), democracia (poder do povo). D) Autocracia (poder de uma pessoa reconhecida como rei), aristocracia (nobreza), democracia (poder dos melhores). 44. Quem é o soberano? Hobbes e Rousseau diferem na resposta a essa pergunta. Assim, é correto afirmar: 1- Para Hobbes, o soberano pode ser um rei, um grupo de aristocratas ou uma assembléia democrática. 2- Para Hobbes, o governante não é o soberano, mas o representante da soberania popular. 3- Para Rousseau, o soberano é o povo, entendido como vontade geral, pessoa moral coletiva livre e corpo político de cidadãos. 4- Para Rousseau, a soberania pertence de modo absoluto ao Estado que, por meio das instituições públicas, tem o poder para promulgar e aplicar as leis. São corretas as afirmativas: A) 1, 2, 3 e 4. B) 2 e 4, somente. C) 1 e 3, somente. D) 2 e 3, somente. 45. Sobre o pensamento político, há inúmeras questões e respostas elaboradas ao longo da história. Das formulações mais célebres do pensamento político e seus autores, está correto dizer que: 1- para Jean-Jacques Rousseau, em sua obra o Leviatã, o Estado é comparado a uma criação monstruosa do homem, destinada a pôr fim à anarquia e ao caos da comunidade primitiva. 2- para Thomas Hobbes, quando os interesses egoístas predominam, cada um se torna um lobo para o outro (homo homini lupus). As disputas provocam a guerra de todos contra todos (bellum omnium contra omnes), com graves prejuízos para a indústria, a agricultura, a navegação, o desenvolvimento da ciência e o conforto de todos.
3- Nicolau Maquiavel recusa a figura do bom governo encarnada no príncipe virtuoso, portador das virtudes cristãs. O príncipe precisa ter virtu, mas esta é propriamente política, referindo-se às qualidades do dirigente para tomar e manter o poder, mesmo que para isso deva usar a violência, a mentira, a astúcia e a força. 4- John Locke desenvolve uma teoria socialista que desmistificou a política liberal. Para ele, as relações fundamentais de toda sociedade humana são as relações de produção, que correspondem a um certo estágio das forças produtivas. São corretas as afirmativas: A) 1, 2, 3 e 4. B) 2 e 4, somente. C) 1 e 3, somente. D) 2 e 3, somente. 46. Para compreender o sujeito ético ou moral, isto é, a pessoa, é necessário conceber algumas condições. Entre estas condições, está correto afirmar que o (a): 1- sujeito ético moral é heterônomo. 2- sujeito ético moral é ser dotado de vontade e consciente de si e dos outros. 3- pessoa é incapaz para deliberar e decidir, uma vez que sempre existe alguém para lhe dizer o que fazer. 4- pessoa é ser responsável e livre. São corretas as afirmativas: A) 1, 2, 3 e 4. B) 2 e 4, somente. C) 1 e 3, somente. D) 2 e 3, somente. 47. Considerando a obra nietzscheana A genealogia da moral, há em Nietzsche uma concepção ética contrária à racionalista. Deste modo, é correto afirmar: 1- Transgredir normas e regras estabelecidas é a verdadeira expressão da liberdade e somente os fortes são capazes dessa ousadia. 2- A força vital se manifesta como saúde do corpo e da alma, como força da imaginação criadora. Por isso, os fortes desconhecem angústia, medo, remorso, humildade e inveja. 3- A moral racionalista foi erguida com finalidade repressora e não para garantir o exercício da liberdade. 4- A moral racionalista transformou tudo o que é natural e espontâneo nos seres humanos em vício, falta, culpa, e impôs a eles, com os nomes de virtude e dever, tudo o que oprime a natureza humana. São corretas as afirmativas: A) 1, 2, 3 e 4. B) 2 e 4, somente. C) 1 e 3, somente. D) 2 e 3, somente. 48. Há várias formas de compreensão do sentido da educação na realidade social, todavia, há uma concepção de educação que pode ser expressa como um meio de transformação da sociedade. Assim, é correto afirmar que a tendência transformadora: A) propõe uma ação pedagógica otimista, do ponto de vista político, acreditando que a educação tem poderes quase que absolutos sobre a sociedade.
B) é crítica em relação à compreensão da educação na sociedade, porém pessimista, não vendo qualquer saída para ela, a não ser submeter-se aos seus condicionantes. C) propõe compreender a educação dentro de seus condicionantes, desvendar e utilizar-se das próprias contradições da sociedade, para trabalhar criticamente pela emancipação do homem social. D) pretende "curar" a sociedade de suas mazelas, adaptando os indivíduos ao modelo ideal de sociedade, conforme os interesses dominantes. 49. Na visão de Louis Althusser, façam o que fizerem os professores - lutem, melhorem suas práticas, melhorem seus métodos e materiais -, tudo será em vão, já que sempre reproduzirão a ideologia dominante e, pois, a sociedade vigente. Neste sentido, a escola é um dos Aparelhos Ideológicos do Estado porque: A) mantém a ideologia do Estado, visando à democratização do saber escolar e às relações de produção. B) interage o saber da classe dominante com o saber da classe dominada, como estratégia de manutenção do status quo e das relações de produção. C) reproduz a formação dos agentes responsáveis pela operacionalização do sistema de produção, visando à transformação do status quo e das relações de produção. D) transmite o saber produzido pela classe dominante, tornando-se instrumento de manutenção do status quo e das relações sociais de produção. 50. Sob os efeitos da massificação da indústria e consumo culturais, as artes correm o risco de perder algumas de suas principais características. É correto afirmar, sobre os riscos que podem ocorrer: 1- de expressivas, tornarem-se reprodutivas e repetitivas. 2- de trabalho de criação, tornarem-se eventos para consumo. 3- de experimentação do novo, tornarem-se consagração do consagrado pela moda e pelo consumo. 4- perdida a aura, tornarem-se massificadas para consumo rápido no mercado da moda e nos meios de comunicação de massa. São corretas as afirmativas: A) 1, 2, 3 e 4. B) 2 e 4, somente. C) 1 e 3, somente. D) 2 e 3, somente.
11. A demarcação da fronteira que limita a diferença entre mito e filosofia repousa, sobretudo, em qual dos aspectos mencionados abaixo? a) A Filosofia trabalha sempre com conceitos claros e definidos com rigor, diferenciando-se do mito, cuja estrutura narrativa não guarda o mesmo compromisso com a verdade. b) O mito é irracional, ao passo que a Filosofia é um saber racional e, portanto, livre de contradições. Nessa perspectiva, a Filosofia trabalha com conceitos demonstráveis de modo racional. c) Embora mito e Filosofia sejam formas diferentes de tecer um discurso sobre problemas relativos à existência humana, essas formas de saber são, no essencial, próximas e indissociáveis.
d) A Filosofia evolui em suas concepções e caminha para um contínuo progresso em busca do conhecimento de si mesma, ao passo que o mito não apresenta sinais de evolução. Os mitos gregos permanecem os mesmos e) A Filosofia é uma explicação que se compromete com a razão, ainda que recorra ao mito, em alguns casos, para tornar claros seus conceitos; ao passo que o mito, ainda que racional, não se ocupa em demonstrar as suas teses. 12. Qual das caracterizações abaixo está correta quanto à natureza da Filosofia? a) A Filosofia trata de objetos absolutamente diferentes dos objetos da ciência e nunca recorre a dados empíricos em suas pesquisas. A filosofia é a priori. b) Ao contrário da ciência, a filosofia não tem pretensão de objetividade e rigor, sendo, por isso, uma atividade mais humana. c) A filosofia pode se constituir como uma epistemologia (meta-ciência) e fornecer as bases para se pensar uma fundamentação do conhecimento científico. d) A filosofia não se configura como ciência por recorrer a argumentos que não podem ser traduzidos em termos lógicos e rigorosos como os científicos. e) A ciência e a Filosofia são saberes distintos e, na maioria das vezes, incomunicáveis por tratarem de objetos diferentes e por requerem métodos essencialmente diferentes. 13. Sobre a filosofia platônica é correto afirmar: a) Há uma distinção ontológica entre dois mundos: o inteligível e o sensível, para os quais se requerm ciências diferentes e incomunicáveis. b) Há, pelo menos, três fases no pensamento de Platão, caracterizando-o como um saber aporético, mais preocupado em trazer problemas do que soluções. c) Platão era muito reticente quanto aos sentidos, creditando a esses a origem de todos os nossos erros e, por conseguinte, proclamando que só o conhecimento que se esquiva das sensações é legítimo. d) A filosofia de Platão recorre a mitos porque tem uma dificuldade estrutural de argumentar de forma racional e consistente sobre problemas relativos à morte. e) A filosofia platônica influenciou de forma decisiva a filosofia escolástica, em particular, a obra de Guilherme de Okham e sua tese de economia epistêmica ou navalha de Okham. 14. A respeito da filosofia de Aristóteles, é correto afirmar: a) A física está dissociada da metafísica por não levar em consideração a causa final, no que concerne à compreensão do movimento. b) Aristóteles, contrariamente a Descartes, promove uma unificação do saber por meio de uma disciplina universal que englobaria todos os saberes: a metafísica. c) Lógica e Ontologia em Aristóteles são dissociadas, porque intelecto e natureza correspondem a instâncias radicalmente distintas do ser. d) Para a filosofia aristotélica, o problema do ser se resolve por uma análise do intelecto humano e de seus limites epistêmicos. e) Para cada gênero de ser, é necessária uma ciência, definida sob a medida da ontologia desses gêneros.
15. Observe as afirmações sobre ceticismo e assinale a alternativa correta. a) O ceticismo é sempre ingênuo, pois colocar tudo em dúvida e suspender as certezas já implica uma certeza: duvidamos e, por isso, existimos. b) O ceticismo aventado por Hume afirma que não podemos ter conhecimento sobre a natureza e que só uma psicologia empírica poderia explicar o conhecimento, sobretudo, a partir da noção de hábito. c) A filosofia de Berkeley é um esforço de se livrar das aporias da crença na materialidade do mundo. Essa crença desembocaria, segundo esse autor, no ceticismo. d) O ceticismo é indubitavelmente um traço mais marcante da filosofia de Hume, sendo esse filósofo o maior cético da filosofia moderna por não acreditar em nenhuma forma de conhecimento segura. e) Toda forma de ceticismo se constitui como uma luta contra posições ideológicas e dogmáticas. 16. Com a seguinte frase: não se aprende filosofia, aprende-se a filosofar, Kant afirma que: a) Para o aprendizado da filosofia, não é necessária uma análise da história da filosofia, mas se deve levar em consideração apenas a atitude crítica frente ao mundo. b) A forma de filosofia mais válida e que convém cultivar é a que se refere às questões humanas, em particular, às questões relativas à moral. c) A filosofia é um ato de amor e não requer um estudo teórico, desde que se tenha uma disposição afetiva às questões mais originais do ser. d) A filosofia tem, entre outras coisas, uma dimensão prática, pois ela pode contribuir para a educação do cidadão e preparar o terreno para a constituição do reino dos fins. e) Para a educação filosófica, pode-se dispensar o ensino das ciências, visto que a Filosofia, diferentemente das ciências, ocupa-se apenas em dotar os homens de atitude crítica face às questões não propriamente científicas. 17. Tomando como base a epistemologia, analise as afirmativas abaixo e assinale a correta. a) A epistemologia começa com Platão que pensa os limites do conhecimento sem recorrer à discussão sobre a natureza do ser e dos objetos da ciência. b) A epistemologia é uma teoria do conhecimento científico e empírico, diferenciando-se desses últimos por não recorrer à experiência. c) A epistemologia naturalizada atenua os limites entre epistemologia e ciência, propondo uma aproximação entre psicologia e epistemologia. d) A filosofia cartesiana configura-se como uma epistemologia que rejeita a intervenção da experiência no que diz respeito à constituição do conhecimento. e) Para Kant o conhecimento prático diferencia-se do conhecimento teórico, porque só nele é possível pensar uma metafísica da experiência. 18. Analise as afirmativas a seguir sobre o Círculo de Viena e assinale a correta. a) O projeto de fundamentação do conhecimento deve recorrer à nova metafísica, caracterizada pelo uso do método matemático.
b) O projeto do Círculo de Viena diferencia-se do projeto da Filosofia Moderna por procurar estabelecer uma ciência unificada, notadamente, assentada no fisicalismo. c) O conhecimento científico é tomado como o único conhecimento verdadeiro por fincar-se em bases lógicas e irrevisáveis. d) O sentido de uma proposição científica é o seu método de verificação, de sorte que as proposições científicas são testáveis empiricamente. e) O Círculo de Viena está em consonância com Kant por sustentar que a metafísica não produz certezas, uma vez que ela não se apóia em juízos sintéticos a priori.
22. Sobre o empirismo é correto afirmar: a) As filosofias empiristas de Hobbes, Locke e Hume negam a existência de idéias inatas. b) O empirismo de Hobbes, Locke e Hume nega que exista conhecimento que não se derive da experiência. c) O empirismo se constitui como um ataque à metafísica e à idéia de que se pode provar a existência de Deus. d) Hume concorda com Berkeley no que concerne à negação da materialidade do mundo. e) O empirismo contemporâneo de Fraassen afirma que menos importante é o fato de todos os elementos da teoria existirem que a adequação dela ao experimento.
19. A respeito do projeto logicista e da compreensão da Matemática, é correto afirmar: a) A tentativa de Frege de fundamentar a aritmética na lógica falhou, conforme atestaram as observações de Russell. b) Para Wittgenstein as proposições da Matemática e da lógica eram tautológicas e, por isso, não poderiam servir de base para a ciência. c) Russell reformula o projeto de Frege, tentando fundamentar ao invés da geometria, a aritmética por meio da lógica. d) Lógica e Matemática expressariam os limites do mundo para Wittgenstein, por se constituírem como a linguagem científica. e) O projeto logicista tem sua raiz na filosofia de Platão e Leibniz que pretendiam fundamentar a Matemática na lógica.
23. Considerando o empirismo de Locke, é certo afirmar: a) Locke realiza, segundo Kant, uma fisiologia do entendimento, mostrando a gênese empírica de cada ideia. b) Para Locke, a substância nominal corresponde, em última análise, à essência das coisas. c) A mente é uma tábula rasa e idéias como Deus não podem ser provadas. d) Para Locke, o conhecimento da experiência nos permite compreender a constituição elementar dos objetos. e) A relação de causa e efeito é própria à natureza e, por isso, ela pode ser percebida e apreendida pela experiência.
20. Tomando como base a lógica formal e o método dialético, é correto afirmar: a) A lógica formal é considerada irrevisável mesmo por filósofos próximos ao naturalismo como Quine. b) A dialética constitui-se como um método para a metafísica na filosofia de Hegel por ser mais rigorosa que o método matemático. c) Pode-se sugerir como solução para o paradoxo do mentiroso a proibição à auto-referência. d) O termo dialético está presente de forma abundante na filosofia de Hegel e designa, sobretudo, uma crítica à filosofia de Kant. e) A formalização da linguagem natural é limitada porque não se pode formalizar proposições que envolvem o tempo. 21. Considerando a relação entre Filosofia e Ciência, assinale a alternativa correta. a) A revolução científica no século XVII tem como sua principal característica o recurso ao experimentalismo, a despeito da aplicação da Matemática à Física, já feita, por exemplo, por Arquimenides. b) A crítica à técnica, realizada por Heidegger, tenciona desqualificar o discurso científico por esse se apoiar na quantificação dos objetos do mundo e não se instituir como uma metafísica. c) A ciência diferencia-se da Filosofia, porque suas proposições podem sempre ser testáveis e, por conseguinte, refutáveis. d) O conhecimento filosófico é menos rigoroso que o conhecimento científico e, por isso, não pode ser passível de refutação. e) Para filósofos naturalistas como Quine, e neo-kantianos como Cassirer, a diferença da Filosofia para a ciência seria apenas de grau e não de gênero.
24. Sobre as filosofias de Hegel e Marx, é correto afirmar: a) A dialética transcreve, sobretudo, na Fenomenologia do Espírito de Hegel a busca da consciência pela consciência de si e, em seguida, na Lógica, o desenvolvimento do espírito absoluto que se expressa na arte, religião e na filosofia. b)A crítica de Marx à filosofia de Hegel aponta para uma recompreensão total da dialética, por lhe retirar o caráter racional e lhe instituir um viés materialista, bem como anti-metafísico. c) A dialética em Marx transcreve um projeto diferente do hegeliano, centrada na luta de classes, e, portanto, livre daquilo que Heidegger designou como tradição onto-teo-lógica. d) Segundo Castoriadis, Marx, ainda que não tenha sido influenciado pela idéia de evolução social, de cunho darwinista, ele seria partidário da idéia de que a sociedade feudal estava aquém dos avanços da burguesia. e) A filosofia de Marx extirpa definitivamente a metafísica da Filosofia, por apresentar uma dimensão materialista para o desenvolvimento da história, que não recorre à metafísica. 25. A respeito do positivismo lógico, é correto afirmar: a) O livro A construção Lógica do Mundo de Carnap contém um sistema constitutivo de conceitos empíricos cujas definições recorreram à teoria dos conjuntos. b) A Filosofia é uma teoria cujo objeto é a análise lógica e hermenêutica da linguagem. c) O nosso conhecimento do mundo é empírico, analítico e funda-se em juízos sintéticos a priori, podendo, em última análise, serem traduzidos em termos lógicos. d) A estrutura lógica das proposições da ciência seria transcrita por juízos sintéticos a priori. e) As frases da lógica e da matemática são bem construídas e informam sobre a estrutura do mundo. 26. Sobre o existencialismo, é correto afirmar: a) A filosofia de Heidegger era existencialista, por se centrar na compreensão hermenêutica e fenomenológica do sentido da
existência na sua dimensão ôntica. Com Heidegger o existencialismo encontra seu maior representante. b) Em seu texto: O Existencialismo é Humanismo, Sartre crítica o marxismo na medida em que acentua o papel da filosofia heideggeriana no que diz respeito à questão do ser. c) Em seu artigo: Carta ao Humanismo, Heidegger mostra a importância e a necessidade de se pautar o comportamento humano sobre a noção ética de bem, ainda que ele ressalte que esse comprometimento ético não corresponde ao humanismo de Sartre. d) Em seu artigo: Carta ao Humanismo, Heidegger tece críticas ao imperativo categórico kantiano pelo caráter abstrato desse último. Essa recorrência à ética kantiana caracteriza o projeto humanista. e) O conceito de angústia de Heidegger não designa um malestar psicológico, mas revela a dimensão da finitude da existência e, por conseguinte, o modo próprio do ser que eu mesmo sou (ser-aí). 27. Analisando a fenomenologia de Husserl, está correto afirmar que: a) A fenomenologia resgata o psicologismo do final do século XIX, no intuito de apresentar a consciência como epicentro na construção do conhecimento. b) Segundo Husserl, a fenomenologia é sinônimo de fenomenismo no sentido de que tudo que existe é apenas um fenômeno da consciência e se resolve nela por meio da construção de esquemas. c) A tarefa da fenomenologia é investigar, sobretudo, a significação das vivências da consciência, levando em consideração o conceito de intencionalidade. d) A epoqué proposta por Husserl visa à suspensão do conhecimento para resgatar nos objetos da consciência a coisaem-si e os esquemas que permitem a construção da objetividade do objeto. e) O problema levantado pelo conceito de epoqué é análogo ao aventado por Descartes na Primeira Meditação, visto que ela é o primeiro passo para demonstrar a existência do mundo. 28. A respeito do contratualismo, quais das alternativas abaixo é correta ? a) A crítica de Hegel aos contratualistas passa pelo fato desses filósofos não traçarem a distinção entre sociedade civil e Estado. b) O estado de natureza para Hobbes e Locke é sempre um estado de guerra e revela a natureza humana, sobretudo, no que diz respeito ao instinto de conservação. c) O estado de natureza revela em Rousseau um estado sem conflitos e, por conseguinte, nele é possível ver a maior característica do homem: a bondade. d) O estado é fundado em Hobbes por um cálculo racional por meio do qual o homem abdica de sua liberdade para que seja possível suplantar sua natureza egoísta. e) A divisão entre o poder da Igreja e do Estado ganha força em Locke, porque o Estado, para ser democrático e, portanto, legítimo, precisa ser laico. 29. Há, pelo menos, um ponto em comum entre as teorias contratualistas de Hobbes, Locke e Rousseau indicado numa das alternativas abaixo. Assinale-a.
a) O Estado é a melhor maneira de dirimir os conflitos sociais e a democracia consiste na melhor forma de governo porque permite que todos os atores sociais participem do governo. b) Para Rousseau, a democracia é o melhor sistema para grandes países, pois seu sistema representativo permite que os cidadãos tenham contato direto com seus representantes. c) O soberano tem autonomia, segundo Rousseau, para agir à margem da lei, desde que se trate de uma questão importante para a maioria da população. d) O pacto social para Hobbes legitima a liberdade natural e faz com que os homens possam desfrutar ao máximo a liberdade sem serem coagidos por outro indivíduo. e) O medo que rege as ações humanas, segundo Hobbes, no estado de natureza não é extenuado ou elidido na sociedade de contrato. A natureza do homem permanece a mesma. 30. Considerando a constituição da sociedade de contrato, é correto afirmar, sobre as filosofias de Hobbes, Locke e Rousseau, qual das idéias abaixo ? a) Os pensamentos de Hobbes e Locke têm como elemento em comum a defesa irrestrita ao direito à propriedade. O contrato seria a celebração desse direito por meio da redistribuição das propriedades. b) A liberdade é tomada por Rousseau como a própria essência do homem, o que torna impossível sua negociação, sob pena de deixarmos de ser humanos. c) Segundo Rousseau, o Estado reúne os indivíduos sob a égide do pacto. Contudo, o pacto é celebrado, no seu início, por meio de uma unanimidade, ou seja, vontade geral. d) Para Locke, a negação do postulado aristotélico de que os homens são naturalmente sociáveis implica a assimilação de um egoísmo nato e, por conseguinte, a necessidade do Estado. e) O direito à propriedade aparece em Locke como epicentro da constituição do Estado e único ponto que explica sua fundação. 31. Apresentam-se abaixo afirmações a respeito da moral, na filosofia kantiana. Assinale a correta. a) Agir por dever é agir conforme a lei moral por respeito (sentimento puro). b) A forma lógica do imperativo moral é hipotética. c) Deus e alma são realidades ontológicas necessária apenas no âmbito prático. d) Uma ação por interesse pode ser moral, desde que ela vise ao bem-comum. e) Para Kant, a lei moral e a lei jurídica têm o mesmo conteúdo e a mesma forma. 32. Sobre o direito, em Kant, é certo afirmar que a) a vontade jurídica é heterônoma. b) a justiça é um conceito moral aplicado ao direito. c) o direito corresponde à relação interior prática de uma pessoa com outra. d) a Doutrina do Direito tem uma estrutura metodológica similar à Crítica da Razão Prática e está, pois, em consonância com o projeto crítico. e) a pena de morte é inaceitável na doutrina kantiana do direito, porque fere o direito fundamental à vida. 33. A análise do direito, em Hegel, permite afirmar corretamente:
a) O direito é sempre social, ao passo que o estado de natureza é ausência de qualquer forma, ainda que embrionária, de sociedade. b) Na sociedade civil, o homem pode esgotar as possibilidades da vida racional, diferentemente do estado de natureza. c) A racionalidade do Estado está na harmonia dos interesses privados de cada membro que o compõe. d) A eticidade é a plena realização do espírito objetivo, sendo constituída por família e sociedade civil ou, para Hegel é o mesmo, Estado. e) A justiça existe enquanto é realização do interesse subjetivo de cada cidadão.
b) Para Santo Agostinho, os maniqueístas tinham uma certa razão, pois ainda que o mau não tivesse uma realidade ontológica própria, ele revela-se na natureza do homem como um dos seus constituintes. c) Para São Tomás, a onipotência divina só faz sentido lógico porque Deus está fora do tempo, ao passo que nossas ações estão no tempo. d) Deus não poderia, segundo São Tomás, mudar o curso de tudo, pois por um ato de vontade ele criou o universo em conformidade com os arquétipos matemáticos. e) Para São Tomás, as coisas e os homens têm um fim predeterminado e inexorável: o bem.
34. Tomando como base as teorias contemporâneas do direito, é correto afirmar que a) Para Hart, o âmbito de aplicação da lei é sempre uma questão positiva referente ao conhecimento perfeito da norma. b) Hart tece uma crítica à idéia, recorrente no direito e presente em diversos filósofos, de bem público. c) Para o liberalismo de Rawls, as condições sociais não são necessárias para que as transações entre os indivíduos sejam eqüitativas. d) Rawls retoma a crítica de Hegel ao contratualismo, sustentando que o objeto primeiro da justiça é a estrutura básica da sociedade. e) A teoria do agir comunicativo de Habermas não retoma às discussões de Austin sobre os atos de fala, e detém um viés, sobretudo, sociológico.
38. Sobre a crítica de Nietzsche à moral, é correto afirmar que: a) O cristianismo é a origem do conceito de bem em si e, por isso Nietzsche defere uma crítica mordaz a essa doutrina religiosa. b) O projeto de Nietzsche de traçar uma genealogia da moral encontra eco em Foucault na arqueologia do saber. Nietzsche diferencia-se de Foucault por acreditar que é possível um fato moral. c) Para Nietzsche, não existem fatos morais, mas interpretações sobre a moral, cuja estrutura se remete à essência do homem. d) A transvaloração dos valores é um projeto de rompimento com a moral tradicional, cujo ponto central é a crítica a todos os valores ocidentais. e) Ao contrário do cristianismo, a filosofia de Platão traz elementos importantes para a definição do conceito de bem e nela se pode vislumbrar a moral que Nietzsche procurava.
35. A respeito da filosofia do direito de Hegel é certo afirmar: a) O Estado é a substância ética consciente de si, a união dos indivíduos e da família pela lei instituída democraticamente. b) A essência do Estado é o universal em si e para si, o racional da vontade. c) A constituição é a articulação das vontades subjetivas livres que determinam as leis contratuais. d) Hegel defende que os contratualistas têm razão, ao menos no seguinte aspecto: todos são iguais por natureza. e) Só na sociedade civil é que o homem pode conduzir sua vida pela razão. 36. Sobre o pensamento político de Maquiavel pode-se afirmar: a) Maquiavel reconhece, nem sempre claramente, os limites do conceito de bem e, por isso, não tenta reduzir o conhecimento político ao escopo de uma metafísica. b) A harmonia ou a vida social sem conflito deve ser o fim da política, sob pena de condená-la ao âmbito do improfícuo. c) A virtù designa o elemento central para a manutenção da ordem civil, pois ela transcreve a ação arbitrária do Estado contra os indivíduos. d) Para Maquiavel, o Estado republicano, por ser o Estado ideal, poderia prescindir da coação. e) Para Maquiavel, a legitimidade do príncipe é irrestrita pelo fato do seu poder emanar de Deus. 37. O problema da liberdade e do determinismo foi central na filosofia medieval que tentava conciliar livre-arbítrio e onipotência divina. Sobre isso, analise as proposições seguintes e assinale a correta. a) Para Santo Agostinho, o mal tem uma realidade própria e refere-se ao aspecto sensível do homem.
39. No que concerne à arte na filosofia de Hegel, é correto afirmar que: a) Contrariando a tradição grega, para Hegel a comédia é o lugar próprio da representação artística. b) O belo artístico é a imitação perfeita do sublime natural, e o artista aproxima-se do absoluto quando realiza bem essa imitação ou mimeses. c) A arte é obra do livre-arbítrio e o artista, um mestre de Deus, desse modo a arte é divina. d) A arte é o segundo momento do espírito na busca do conhecimento de si mesmo, sendo antecipada pela religião. e) A arquitetura é a forma de arte mais desenvolvida para Hegel, por ser fruto do livre arbítrio, sendo menos dependente dos sentidos do que a música. 40. Tomando como base as funções da arte, é correto afirmar que: a) Para Hegel, a arte tem como função primordial promover o desenvolvimento do espírito por meio da imitação da história. b) Para Adorno, a arte do ligeiro e do agradável sempre foi marcada pela massificação e ilusão. c) O conceito de fetichismo musical de Adorno pode se deduzir de aspectos psicológicos. d) O conceito de fetichismo da música tem sua raiz na releitura que Adorno imprime à teoria marxista da mercadoria. e) Hegel e Adorno compartilham com a tese de que a arte ganha seu sentido mais pleno na música. 01. Imagine-se em um centro urbano, observando pessoas que estão indo e vindo de diferentes lugares, cada uma movida por múltiplas razões. Pode-se, entre outros aspectos, identificar que
cada pessoa é impulsionada a realizar características que a distinguem de outros animais. Cada uma dessas características pode afirmar o homem como I. ser histórico. II. ser religioso. III. ser que produz cultura. IV. ser de conhecimento. V. ser que se realiza pelo trabalho. Estão CORRETAS A) I e II, apenas. B) III e IV, apenas.. C) I, II, III, IV e V. D) II, III e V, apenas E) I e V, apenas.
02. (JC ONLINE -10.08.2009) Pesquisa divulgada pelo Ibope Inteligência, em parceria com a rede global de pesquisas Worldwide Independent Network of Market Research (WIN), revela que o Nordeste está bem mais preocupado que as demais regiões do País: 44%. No Norte, os preocupados somam 34%. Já as regiões Sul e Sudeste apresentam índice de preocupação de 36% e 31%, respectivamente. Para se chegar a essa afirmação, utilizou-se do Raciocínio A) Lógico Dedutivo. B) Lógico Indutivo. C) Lógico Analógico. D) Dialético. E) Lógico Dedutivo e Indutivo.
03. Para agir no mundo, a pessoa humana utiliza-se de diferentes modalidades de conhecimento. Coloque Verdadeiro (V) ou Falso (F) para as afirmativas a seguir que buscam expressar diferenças e características fundamentais de cada modalidade de conhecimento, conceituando: ( ) senso comum como conhecimento irracional, de pouca influência na formação de novos conhecimentos. ( ) ciência como um saber, que, na sua essência, procura desvendar a natureza a partir, principalmente, das relações entre causa e efeito. ( ) arte como um conhecimento que proporciona entender o mundo através da sensibilidade do artista. ( ) filosofia como um saber que se propõe a oferecer um conhecimento, baseado na busca rigorosa da origem dos problemas, relacionando-os a outros aspectos da vida humana. ( ) mito como saber capaz de superar a subjetividade do homem, frente ao desconhecido. Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA. A) F,V,V,V,F. B) V,V,F,F,V. C) F,V,F,V,F. D) V,F,V,V,V. E) V,V,V,V,V.
04. Identifique qual dos contextos abaixo caracteriza um Raciocínio Lógico Dedutivo. A) Antônio adquiriu uma geladeira da marca "RUFFER", porque sua colega tinha uma geladeira idêntica que era muito resistente, prática e confiável. B) Raimundo escolheu estudar na Universidade S. João Del Rey, já que todos os seus colegas estudavam nessa Universidade. C) Os torcedores vibraram com a vitória do Brasil, já que são brasileiros. D) Na minha escola, João gosta de cinema. E, ainda mais, André, Pedro, Mário, Welliton, José Antônio... Enfim, na minha escola, todos gostam de cinema! E) Asa Branca é título de uma música do cantor Luiz Gonzaga. Portanto, Asa Branca é sucesso!
05. Identifique o contexto abaixo que caracteriza um Raciocínio Lógico Indutivo. A) A juíza Mara Celeste da Cruz defende a realização de um seminário, pois acredita que será a melhor forma de envolver todos. B) Após ter almoçado todos os dias, no decorrer de um ano, no restaurante "BOM GOSTO S.A.", o motorista Amaro Gomes afirma que esse estabelecimento não é de boa qualidade. C) Estela conheceu a escola Paulo de Jesus e ficou apaixonada por ela no mesmo dia. D) Célia não votou nessas eleições, afirmando que todos os candidatos "calçam 40", ou seja, são todos iguais. E) Estes alunos votaram no presidente, já que pertencem ao seu partido. QUESTÃO 11 O princípio que de entrada estabelecemos que devia observar-se em todas as circunstâncias, quando fundamos a cidade, esse princípio é, segundo me parece, ou ele ou uma das suas formas, a justiça. Ora nós estabelecemos, segundo suponho, e repetimolo muitas vezes, se bem te lembras, que cada um deve ocupar-se de uma função na cidade, aquela para a qual a sua natureza é mais adequada. Platão. A República. Fundação Calouste Gulbenkian. No trecho apresentado acima, faz-se referência à justiça, na concepção platônica. Assinale a opção que contém a proposição verdadeira que sustenta o argumento usado por Platão para definir e justificar tal concepção. A - A igualdade natural predispõe o ser humano para a justiça e para o bem comum. B - Compartilhar tarefas e habilidades com nossos semelhantes é a base natural de uma cidade justa. C - A execução da função própria é uma exigência das convenções políticas como instrumentos jurídicos para a fundação das cidades. D - O ato de cada um fazer o que lhe é mais adequado por natureza é necessário para a formação de uma cidade justa.
E - O interesse pessoal de cada um conduz naturalmente à implementação da justiça na cidade.
E - Tanto a primeira como a segunda asserções são proposições falsas.
QUESTÃO 12 O calor e a luz são efeitos colaterais do fogo, e um efeito pode justamente inferir-se a partir do outro. Se, por conseguinte, nos convencermos a nós mesmos quanto à natureza desta evidência, que nos assegura das questões de fato, devemos indagar como chegamos ao conhecimento da causa e do efeito. Atrever-me-ei a afirmar, como uma proposição geral, que não admite exceção, que o conhecimento desta relação não é, em circunstância alguma, obtido por raciocínios a priori, mas deriva inteiramente da experiência, ao descobrirmos que alguns objetos particulares se combinam constantemente uns com os outros. Hume. Investigação sobre o entendimento humano. Edições 70.
QUESTÃO 14 Mas o que sou eu, portanto? Uma coisa que pensa. O que é uma coisa que pensa? É uma coisa que duvida, que concebe, que afirma, que nega, que quer, que não quer, que imagina também e que sente. R. Descartes. Meditações, II. Coleção Os Pensadores.
Com base no texto acima, assinale a opção correta. A - A relação causa-efeito é um princípio necessário. B - Não existem proposições conhecidas a priori. C - A relação causa-efeito ocorre por mera combinação regular entre objetos. D - Questões de fato são evidenciadas unicamente pelo intelecto. E - O ponto de partida do conhecimento é o princípio de causalidade.
QUESTÃO 13 Considerar um existente qualquer segundo o modo como está no Absoluto consiste aqui somente em dizer que se falou dele nessa instância como de um "algo", mas que no Absoluto, para o qual A=A, esse "algo" no entanto não existe, pois aí tudo é uno. A ingenuidade do vazio no conhecimento consiste em opor esse saber uno, segundo o qual no Absoluto tudo é igual, ao conhecimento que distingue e que ou já é pleno ou busca a plenitude, ou então consiste em oferecer seu Absoluto como se fosse a noite na qual, como se costuma dizer, todas as vacas são pretas. Hegel. Fenomenologia do espírito (prefácio). Abril Cultural.
Nessa passagem, Descartes trata da relação entre o cogito e o duvidar, o conceber, o afirmar etc. O modo como a veracidade dos mencionados estados é assegurada expressa-se por meio da A - investigação dos conteúdos mentais. B - investigação do mundo sensível. C - relação entre o cogito e suas modalidades. D - investigação da relação entre o cogito e a realidade objetiva da idéia de Deus. E - investigação da relação entre a realidade objetiva e a realidade formal dos objetos.
QUESTÃO 15 Uma multidão de homens é transformada em uma pessoa quando é representada por um só homem ou pessoa, de maneira a que tal seja feito com o consentimento de cada um dos que constituem essa multidão. Porque é a unidade do representante, e não a unidade do representado, que faz que a pessoa seja una. E é o representante o portador da pessoa, e só de uma pessoa. Esta é a única maneira como é possível entender a unidade de uma multidão. Hobbes. Leviatã. Abril Cultural. De acordo com o texto acima, analise as asserções a seguir. Segundo Hobbes, o caráter unitário da pessoa do representante está alicerçado no consentimento de cada um dos indivíduos que faz parte de uma multidão humana porque é a partir do consentimento de cada um deles que se institui a pessoa política única do Estado.
Com base no texto acima, analise as asserções a seguir. Acerca dessas afirmativas, assinale a opção correta. Para Hegel, a expressão "A=A" indica que a identidade e a unidade, quando absolutas, levam ao vazio no conhecimento, porque se encontra ausente, nessa perspectiva, a diversidade estabelecida (formalmente) pelo intelecto. Considerando as asserções acima, assinale a opção correta. A - As duas asserções são proposições verdadeiras, e a segunda é uma justificativa correta da primeira. B - As duas asserções são proposições verdadeiras, mas a segunda não é uma justificativa correta da primeira. C - A primeira asserção é uma proposição verdadeira, e a segunda é uma proposição falsa. D - A primeira asserção é uma proposição falsa, e a segunda é uma proposição verdadeira.
A - As duas asserções são proposições verdadeiras, e a segunda é uma justificativa correta da primeira. B - As duas asserções são proposições verdadeiras, mas a segunda não é uma justificativa correta da primeira. C - A primeira asserção é uma proposição verdadeira, e a segunda é uma proposição falsa. D - A primeira asserção é uma proposição falsa, e a segunda é uma proposição verdadeira. E - Tanto a primeira como a segunda asserções são proposições falsas.
QUESTÃO 16 Já antes de suas respostas à questão do ente enquanto tal, a metafísica representou o ser. Ela expressa necessariamente o ser e, por isso mesmo, o faz constantemente. Mas a metafísica não
leva o ser mesmo a falar, porque não considera o ser em sua verdade e a verdade como o desvelamento e este em sua essência. A essência da verdade sempre aparece à metafísica apenas na forma derivada da verdade do conhecimento e da enunciação. O desvelamento, porém, poderia ser algo mais originário que a verdade no sentido da veritas. Alétheia talvez fosse a palavra que dá o aceno ainda não experimentado para a essência impensada do esse. M. Heidegger. Que é metafísica? Introdução (1949).Coleção Os Pensadores. Considerando o trecho acima e a crítica à metafísica de Heidegger, assinale a opção correta. A - A verdade compreendida como veritas possibilita o desvelamento do ente e leva o ser mesmo a falar, respondendo à questão da verdade do ser. B - O conceito de alétheia responde à questão da verdade do ser ao nomear o ente, pois pensa o ser como representação do ente enquanto ente. C - A metafísica tradicional não leva o ser mesmo a falar, não considerando o ser em sua verdade, concebendo a verdade em seu sentido antepredicativo. D - Alétheia é compreendida como a verdade antepredicativa que possibilita o desvelamento do ente em seu sentido originário de transcendentalidade. E - A diferença estabelecida entre os conceitos de veritas e alétheia é puramente circunstancial, já que ambos visam responder à questão da verdade do ser.
QUESTÃO 17 E dir-se-á o mesmo do justo e do injusto, do bom e do mau e de todas as idéias: cada uma, de per si, é uma, mas, devido ao fato de aparecerem em combinação com ações, corpos, e umas com as outras, cada uma delas se manifesta em toda a parte e aparenta ser múltipla. Platão, República V. 476a. Fundação Calouste Gulbenkian. A partir desse texto, assinale a opção correta. A - Cada idéia é uma, mas aparenta ser múltipla. B - Cada uma das idéias em toda a parte manifesta ser uma. C - Ações e corpos manifestam-se em combinação uns com os outros. D - As aparências combinam-se umas com as outras em toda a parte. E - Cada idéia é múltipla, manifestando-se em combinação em toda a parte.
QUESTÃO 18 O homem é um princípio motor de ações; ora, a deliberação gira em torno das coisas a serem feitas pelo próprio agente, e as ações têm em vista outra coisa que não elas mesmas. Com efeito, o fim não pode ser objeto de deliberação, mas apenas o meio. Aristóteles. Ética a Nicômacos, III3, 1112b. Coleção Os Pensadores. A partir desse texto de Aristóteles, assinale a opção correta.
A - As ações são os fins sobre os quais o homem delibera. B - O homem é o fim visado por todas as deliberações. C - As deliberações são sobre as ações enquanto meios. D - Meios e fins são visados pelo homem, que delibera sobre as coisas a serem feitas. E - É na deliberação entre vários fins possíveis que o homem se mostra como princípio motor de ações.
QUESTÃO 19 Muitos afirmaram ... que Metrodoro tinha abolido o critério [de verdade] porque disse: "não sabemos nada, nem mesmo sabemos isto, que não sabemos nada". Sexto Empírico. Contra os professores 7.87. In: G. Giannantoni, Socratis reliquiae. A partir desse texto, assinale a opção correta. A - O critério de verdade é que não sabemos nada. B - Só não sabemos nada se nem isso sabemos. C - Metrodoro sabia que não sabia nada. D - Quem afirma que não sabemos nada tem um critério de verdade. E - Quem afirma que sabe não pode enganar-se.
QUESTÃO 20 Neste ensaio, "ciência normal" significa a pesquisa firmemente baseada em uma ou mais realizações científicas passadas. Essas realizações são reconhecidas durante algum tempo por alguma comunidade científica específica como proporcionando os fundamentos para sua prática posterior. (...) Suponhamos que as crises são uma pré-condição necessária para a emergência de novas teorias e perguntemos então como os cientistas respondem à sua existência. (...) De modo especial, a discussão precedente indicou que consideraremos revoluções científicas aqueles episódios de desenvolvimento não cumulativo nos quais um paradigma mais antigo é total ou parcialmente substituído por um novo, incompatível com o anterior. T. Kuhn. A estrutura das revoluções científicas. Editora Perspectiva. Tendo o texto acima como referência inicial e considerando a filosofia da ciência de Thomas Kuhn, assinale a opção incorreta. A - A assunção de um paradigma ocorre depois que o fracasso persistente na resolução de um problema dá origem a uma crise. B - A atividade científica madura desenvolve-se por meio de fases de ciência normal (paradigma), crise, revolução e novo paradigma. C - A ciência normal é o período em que se desenvolve uma atividade científica com base em um novo paradigma. D - Paradigma é uma concepção teórica associada a aplicaçõespadrão que são objetos de consenso em uma comunidade científica. E - As revoluções científicas produzem efeitos desintegradores na tradição à qual a atividade da ciência normal está ligada.
QUESTÃO 21 (...) a solução é esta: que nós, de modo algum, admitimos que haja nomes universais quando, tendo sido destruídas as suas coisas, eles já não são predicáveis de vários, porquanto nem são comuns a quaisquer coisas, como o nome da rosa, quando já não há mais rosas, o qual, entretanto, ainda é então significativo em virtude do intelecto, embora careça de denominação, pois, de outra sorte, não haveria a proposição: nenhuma rosa existe". Pedro Abelardo. Lógica para principiantes. Petrópolis: Vozes.
QUESTÃO 23 Princípio dos seres (...) ele disse (que era) o ilimitado (...) Pois donde a geração é para os seres, é para onde também a corrupção se gera segundo o necessário; pois concedem eles mesmos justiça e deferência uns aos outros pela injustiça, segundo a ordenação do tempo. Simplício. In: Physicam 24, 17: Anaximandro DK12A9. Coleção Os Pensadores. Tendo como referência esse texto, analise as asserções abaixo.
Considerando o trecho acima, em que Abelardo trata do problema dos universais, assinale a opção correta. A - A partir do momento em que não existam mais rosas, o nome universal "rosa" não mais subsiste, de forma nenhuma. B - A função significativa de um nome universal permanece, mesmo não mais existindo a coisa real. C - O que realmente existe é o indivíduo (por exemplo, esta rosa); quanto ao nome universal, ele nada mais é do que uma emissão fonética. D - Se não for mais possível designar uma coisa, então também não é possível fornecer um conceito dela. E - Mesmo antes da existência de qualquer rosa, a idéia da rosa já se fazia presente, como um universal, na mente divina.
QUESTÃO 22 ANULADA Se definirmos a espiritualidade como gênero de práticas que postulam que o sujeito, tal como ele é, não é capaz de verdade, mas que a verdade, tal como ela é, é capaz de transfigurar e salvar o sujeito, diremos então que a idade moderna das relações entre sujeito e verdade começa no dia em que postulamos que o sujeito, tal como ele é, é capaz de verdade, mas que a verdade, tal como ela é, não é capaz de salvar o sujeito. M. Foucault. A hermenêutica do sujeito. Martins Fontes. A partir do texto acima, julgue as seguintes asserções. Para Foucault, o processo de subjetivação (constituição do sujeito) na modernidade estabeleceu a vinculação do sujeito com a verdade de uma forma externa, porque a verdade foi compreendida apenas como o resultado de um procedimento de adequação entre o pensamento (o dito) e a coisa.
Para os seres, a corrupção se gera para o ilimitado segundo o necessário, porque os seres concedem justiça e deferência uns aos outros pela injustiça. Acerca dessas asserções, assinale a opção correta. A - As duas asserções são proposições verdadeiras, e a segunda é uma justificativa correta da primeira. B - As duas asserções são proposições verdadeiras, mas a segunda não é uma justificativa correta da primeira. C - A primeira asserção é uma proposição verdadeira, e a segunda é uma proposição falsa. D - A primeira asserção é uma proposição falsa, e a segunda é verdadeira. E - Ambas as asserções são proposições falsas.
QUESTÃO 24 Quando, então, dizemos "Deus", parecemos, certamente, designar uma substância, mas aquela que é para além da substância; quando, porém, dizemos "justo", designamos, certamente, uma qualidade, mas não como acidente, e, sim, como aquela qualidade que é substância e, entretanto, é para além da substância: então, para Deus, o que ele é não é outro que o ser justo; é o mesmo, para Deus, ser e ser justo. Assim, também, quando se diz "grande" ou "máximo", parecemos designar, certamente, uma quantidade, mas aquela quantidade que é a própria substância, tal como a dissemos ser para além da substância: o mesmo, com efeito, é para Deus, ser e ser grande. Sobre a sua forma (...), visto ele ser forma e uno verdadeiramente, não há, então, nenhuma pluralidade. Boécio. A Santa Trindade. São Paulo: Martins Fontes.
A respeito das asserções acima, assinale a opção correta.
Considerando esse texto e a concepção de Deus em Boécio, assinale a opção correta.
A - As duas asserções são verdadeiras, e a segunda é uma justificativa correta da primeira. B - As duas asserções são verdadeiras, mas a segunda não é uma justificativa correta da primeira. C - A primeira asserção é uma proposição verdadeira, e a segunda é uma proposição falsa. D - A primeira asserção é uma proposição falsa, e a segunda é uma proposição verdadeira. E - Tanto a primeira como a segunda asserções são proposições falsas.
A - É possível aplicar a categoria de qualidade, do mesmomodo, a Deus e ao homem. B - Não havendo em Deus nenhuma pluralidade, é impossível que ele seja, ao mesmo tempo, justo e grande. C - Em Deus, ser e ser justo constitui uma unidade, porém, em tal unidade não pode ser incluída a grandeza. D - Dada a singularidade de "Deus", dele se pode dizer que há unidade entre ser, ser grande e ser justo. E - Se Deus é "grande" e "máximo", então, o homem só pode ser "pequeno" e "mínimo".
QUESTÃO 25 Uma ação praticada por dever deve ter o seu valor moral, não no propósito que com ela se quer atingir, mas na máxima que a determina; não depende portanto da realidade do objeto da ação, mas somente do princípio do querer segundo o qual a ação, abstraindo de todos os objetos da faculdade de desejar, foi praticada. Kant. Fundamentação da metafísica dos costumes.Coleção Os Pensadores. De acordo com essa passagem, pode-se concluir que o valor da ação moral em Kant é determinado A - pelos objetos que orientam a faculdade de desejar. B - por sua subordinação ao princípio do querer em geral. C - pela validade objetiva dos objetos. D - por sua subordinação à vontade subjetivamente determinada. E - por sua conformidade ao dever.
QUESTÃO 26 Não há dúvida de que as virtudes morais podem existir sem certas virtudes intelectuais, como a sabedoria, a ciência e a arte; não o podem porém sem o intelecto e a prudência. Assim, não podem existir sem a prudência, por ser a virtude moral um hábito eletivo, isto é, que torna boa a eleição. Ora, para esta ser boa se exigem duas condições. A primeira é haver a devida intenção do fim; e isto se dá pela virtude moral, que inclina a potência apetitiva ao bem conveniente com a razão, que é o fim devido. A segunda é que nos sirvamos retamente dos meios, o que se não pode dar senão pela razão, que aconselha retamente, no julgar e no ordenar, o que pertence à prudência e às virtudes anexas... Tomás de Aquino. Suma Teológica. Tendo como referência esse texto e a teoria das virtudes de Tomás de Aquino, analise as asserções a seguir. Para Tomás de Aquino, há virtudes intelectuais que podem prescindir das virtudes morais, uma vez que não possuem ligação direta com a ação, mas não é o caso da virtude intelectual da prudência, porque a prudência consiste no intelecto prático, fazendo com que o homem não apenas conheça os princípios universais da razão, mas também leve em conta as diversas circunstâncias da vida humana. Considerando essas assertivas, assinale a opção correta. A - As duas asserções são proposições verdadeiras, e a segunda é uma justificativa correta da primeira. B - As duas asserções são proposições verdadeiras, mas a segunda não é uma justificativa correta da primeira. C - A primeira asserção é uma proposição verdadeira, e a segunda é uma proposição falsa. D - A primeira asserção é uma preposição falsa, e a segunda é uma proposição verdadeira. E - Tanto a primeira como a segunda asserções são proposições falsas.
QUESTÃO 27 Considere a seguinte frase: Se todo homem é mortal e Sócrates é homem, então Sócrates é mortal. Essa frase é I - um argumento com premissas e conclusão verdadeiras. II - uma proposição com antecedente e conseqüente. III - um argumento condicional verdadeiro. IV - uma proposição condicional verdadeira. V - um argumento categórico verdadeiro. Estão certos apenas os itens A - I e III. B - I e IV. C - II e IV. D - II e V. E - III e V.
QUESTÃO 28 O existencialista não tem pejo em declarar que o homem é angústia. Significa isso: o homem ligado por um compromisso e que se dá conta de que não é apenas aquele que escolhe ser, mas de que é também um legislador pronto a escolher, ao mesmo tempo que a si mesmo, a humanidade inteira, não poderia escapar do sentimento da sua total e profunda responsabilidade". Jean-Paul Sartre. O existencialismo é um humanismo. Coleção Os Pensadores. Tendo como referência esse texto, analise as asserções seguintes. Para Sartre, dando-se conta de que suas escolhas repercutem além de si mesmo, envolvendo a humanidade inteira, o homem sente angústia, porque tem diante de si um compromisso que vai além de sua capacidade, pois nem mesmo suas escolhas individuais são livres, já que as contingências da vida determinam sua existência e sua essência. Com base nas afirmativas acima, assinale a opção correta. A - As duas asserções são proposições verdadeiras, e a segunda é uma justificativa correta da primeira. B - As duas asserções são proposições verdadeiras, mas a segunda não é uma justificativa correta da primeira. C - A primeira asserção é uma proposição verdadeira, e a segunda é uma proposição falsa. D - A primeira asserção é uma preposição falsa, e a segunda é uma proposição verdadeira. E - Tanto a primeira como a segunda asserções são proposições falsas.
QUESTÃO 29
No texto a seguir, Descartes formula o preceito inicial de suas regras do método: "O primeiro era o de jamais acolher alguma coisa como verdadeira que eu não conhecesse evidentemente como tal; isto é, de evitar cuidadosamente a precipitação e a prevenção, e de nada incluir em meus juízos que não se apresentasse tão clara e tão distintamente a meu espírito, que eu não tivesse nenhuma ocasião de pô-lo em dúvida". R. Descartes. Discurso do método.Coleção Os Pensadores. A partir desse texto, julgue os seguintes itens. I - No conhecimento da verdade, a dúvida antecede a evidência. II - No conhecimento da verdade, a evidência antecede a dúvida. III - Clareza e distinção são critérios para o reconhecimento da verdade. IV - Sob o ponto de vista metodológico, o conhecimento independe do "eu". V - O acesso à verdade depende das circunstâncias ocasionais vividas pelo "eu". Estão certos apenas os itens A - I e II. B - I e III. C - II e V. D - III e IV. E - IV e V.
QUESTÃO 30 (...) se a razão só por si não determina suficientemente a vontade, se está ainda sujeita a condições subjetivas (a certos móbiles) que não coincidem sempre com as objetivas; numa palavra, se a vontade não é em si plenamente conforme à razão (como acontece realmente entre os homens), então as ações, que objetivamente são reconhecidas como necessárias, são subjetivamente contingentes, e a determinação de uma tal vontade, conforme a leis objetivas, é obrigação. Kant. Fundamentação da metafísica dos costumes. Coleção Os Pensadores. Segunda Seção, §12.
I - uma dedução, cujas premissas têm como conseqüência uma conclusão verdadeira. II - uma abdução, cuja conclusão explica aquilo que está enunciado nas premissas. III - uma indução, cujas premissas podem ser verdadeiras e a conclusão pode ser falsa. IV - um argumento cuja conclusão sempre preserva a suposta verdade das premissas. V - um argumento cuja conclusão não preserva a suposta verdade das premissas. Estão certos apenas os itens A - I e III. B - I e IV. C - II e IV. D - II e V. E - III e V.
QUESTÃO 33 Considere que "¬", "^" e "/" são, respectivamente, símbolos para a negação ("não"), conjunção ("e") e condicional material ("se..., então...") e que "p" e "q" são variáveis proposicionais. Ao se empregar os procedimentos das tabelas veritativas e, em seguida, do cálculo proposicional, pode-se concluir que a fórmula "(p / q) ÷ ¬(p ? ¬ q)". I - é uma contingência. II - é uma contradição. III - é uma tautologia. IV - é um teorema. V - não é um teorema. Estão certos apenas os itens A - I e II. B - I e IV. C - II e V. D - III e IV. E - III e V.
De acordo com esse texto, é correto afirmar que as inclinações A - tornam a lei moral subjetiva. B - determinam a vontade objetivamente. C - fazem que a lei moral seja vivenciada como uma obrigação. D - possuem caráter imperativo. E - são parte da natureza humana como ser racional.
QUESTÃO 31 Considere o seguinte argumento: A esmeralda E1 é verde. A esmeralda E2 é verde. . . . A esmeralda En é verde. Logo, a esmeralda En+1 é verde. Esse argumento é
QUESTÃO 34 Considere que "¬", "^", "" e "/" são, respectivamente, símbolos para a negação ("não"), conjunção ("e"), disjunção ("e/ou") e para o condicional material ("se..., então...") e que "A" e "E" são, respectivamente, o quantificador universal e o quantificador existencial. Considere, ainda que "Px", "Qx", "Rx" e "Sx" são predicados monádicos (ou de aridade 1) e que as fórmulas "Ax[Px / (Qx Rx)]" e "Ax¬(Qx Rx)" são premissas de um argumento. As conclusões dedutíveis dessas premissas estão contidas nas fómulas I- Ax(Px / ¬Sx). II - ¬Ex¬Px. III - Ex(Qx Qx). IV - Ax¬(Px ^ Sx). V - Ex(Rx ^ Rx). Estão certos apenas os itens
A - I e III. B - I e IV. C - II e IV. D - II e V. E - III e V.
QUESTÃO 35 Julgamos conhecer cientificamente cada coisa, de modo absoluto e, não, à maneira sofística, por acidente, quando julgamos conhecer a causa pela qual a coisa é, que ela é a sua causa e que não pode ser de outra maneira. Aristóteles. Segundos Analíticos, I ,2, 71b 9-12 apud Oswaldo Porchat. Ciência e dialética em Aristóteles. No que concerne a esse texto à teoria aristotélica da ciência, julgue os itens subseqüentes. I - Um conhecimento é qualificado como científico, quando há a presença conjunta de causalidade e necessidade. II - A ciência não explica por que as coisas acontecem, mas descreve como acontecem. III - A ciência diz respeito aos aspectos contingentes do individual. IV - O conhecimento científico é um tipo de saber que se estabelece por meio da demonstração. V - Há ciência do que é invariante nas coisas cambiantes e nos seus modos de mudança. Estão certos apenas os itens A - I, II e III. B - I, II e IV. C - I, IV e V. D - II, III e V. E - III, IV e V.
QUESTÃO 36 Ao investigar se a existência de Deus se impõe imediatamente à inteligência humana, Tomás de Aquino conclui: "A proposição Deus existe, enquanto tal, é evidente por si, porque nela o predicado é idêntico ao sujeito. Deus é seu próprio ser (...) Mas, como não conhecemos a essência de Deus, essa proposição não é evidente para nós, precisa ser demonstrada por meio do que é mais conhecido para nós, ainda que por sua natureza seja menos conhecido, isto é, pelos efeitos". Tomás de Aquino. Suma de Teologia, I, q.2, a.1. Tradução: Editora Loyola. Considerando o texto acima e o tipo de abordagem de Tomás de Aquino acerca da existência de Deus, julgue os itens seguintes. I - Todo homem possui um conhecimento a priori da existência de Deus. II - A existência de Deus pode ser afirmada por intermédio da reflexão sobre os fenômenos deste mundo. III - Do predicado da proposição "Deus existe, o homem infere imediatamente a existência divina.
IV - Tomás de Aquino atribui a Anselmo a tese de que a existência de Deus é evidente por si mesma. V - A propósito da substância divina, a inteligência humana pode conhecer o "que ela é". Estão certos apenas os itens A - I e III. B - II e IV. C - III e IV. D - III e V. E - IV e V.
QUESTÃO 37 Pois, para que eu seja livre, não é necessário que eu seja indiferente na escolha de um ou de outro dos dois contrários; mas, antes, quanto mais eu pender para um, seja porque eu conheça evidentemente que o bom e o verdadeiro aí se encontrem, seja porque Deus disponha assim o interior do meu pensamento, tanto mais livremente o escolherei e o abraçarei, [...] pois, se eu conhecesse sempre claramente o que é verdadeiro e o que é bom, nunca estaria em dificuldade para deliberar que juízo ou que escolha deveria fazer; e assim seria inteiramente livre sem nunca ser indiferente. Descartes. Meditações. Coleção Os Pensadores. A partir desse texto, analise as asserções a seguir. A criatura humana pode errar ao fazer determinadas escolhas porque sua vontade livre se estende às coisas que não entende. Acerca das asserções acima, assinale a opção correta. A - As duas asserções são proposições verdadeiras, e a segunda é uma justificativa correta da primeira. B - As duas asserções são proposições verdadeiras, mas a segunda não é uma justificativa correta da primeira. C - A primeira asserção é uma proposição verdadeira, e a segunda é uma proposição falsa. D - A primeira asserção é uma proposição falsa, e a segunda é verdadeira. E - As duas asserções são proposições falsas.
QUESTÃO 38 - DISCURSIVA A comunidade constituída a partir de vários povoados é a cidade definitiva, após atingir o ponto de uma auto-suficiência praticamente completa; assim, ao mesmo empo que já tem condições para assegurar a vida de seus membros, ela passa a existir também para lhes proporcionar uma vida melhor. Aristóteles. Política A, 1.253.ª. A partir do texto acima, analise a relação entre a gênese e finalidade da cidade na concepção política de Aristóteles.
QUESTÃO 39 - DISCURSIVA O eu penso tem que poder acompanhar todas as minhas representações; pois, do contrário, seria representado em mim
algo que não poderia de modo algum ser pensado, o que equivale a dizer que a representação seria impossível ou, pelo menos para mim, nada seria. Portanto, todo o múltiplo da intuição possui uma referência necessária ao eu penso, no mesmo sujeito em que este múltiplo é encontrado. Kant. Crítica da Razão Pura. Coleção Os Pensadores. Tendo como referência o texto acima, analise a relação entre o saber acerca do múltiplo de representações e a unidade da consciência.
QUESTÃO 40 - DISCURSIVA Se o senhor N.N. morre, diz-se que morre o portador do nome, e não que morre a significação do nome. E seria absurdo falar assim, pois, se o nome deixasse de ter significado, não haveria nenhum sentido em dizer: "O senhor N.N. morreu". Wittgenstein. Investigações Filosóficas. Coleção Os Pensadores. A passagem acima ilustra um argumento de Wittgenstein contra determinada concepção de significado. Analise o argumento em questão, destacando < o modelo de argumento utilizado; < a tese criticada; < a crítica realizada.
independente das condições subjetivas da consciência, ou melhor, que nossas representações estejam ligadas entre si. Questão - 40 a) Redução ao absurdo b) Tese criticada: O significado de um nome é o seu referente. c) Um nome não perde seu significado quando não possui referente. Logo, o significado de uma palavra não pode ser identificado ao seu referente. Wittgenstein reforça a relação entre o significado de uma palavra e seu uso na linguagem.
QUESTÃO 11 - Suponha que um jornalista econômico tenha escrito o seguinte comentário: "O ministro afirma que a economia vai bem, apesar da crise política. Mas ele não é um economista e, além do mais, tem interesse em apresentar uma imagem positiva do país aos investidores. Logo, não é verdade que a economia vai bem". Julgue os itens abaixo, relativos ao raciocínio apresentado pelo jornalista. I - É um exemplo de generalização apressada. II - É um argumento inválido. III - É uma falácia, não um argumento. IV - É um argumento ad hominem. V - É um exemplo de apelo à autoridade.
PADRÃO DE RESPOSTA DAS QUESTÕES DISCURSIVAS:
Estão certos apenas os itens
Questão - 38 a) Preservação da vida: a cidade nasce, antes de tudo, com a finalidade de proporcionar aos homens a preservação da vida; b) Auto-suficiência: a cidade chega à sua forma definitiva quando torna possível as múltiplas formas de auto-suficiência, sendo esta a assunção de cada cidadão com o fim (telos) em si mesmo. c) Vida melhor: a finalidade última da cidade é tornar possível a vida melhor, que consiste não apenas em atingir a autosuficiência, mas também em alcançar a virtude.
A - I e III. B - II e IV. C - II e V. D - III e IV. E - IV e V.
Questão - 39 a) Ter consciência de um múltiplo de representações significa ter consciência de algo como minhas representações; por conseguinte, supõe uma referência a um sujeito. b) Deste modo, se temos consciência de um múltiplo de representações, e isto deve significar que sejamos capazes de discriminar, reproduzir e identificar representações diversas, devemos também poder atribuí-las a um mesmo sujeito, ou melhor, auto-atribuí-las. c) Sem a consciência de nossa própria identidade, não seríamos capazes de reconhecê-las como reunidas em um mesmo sujeito, ou seja, como um múltiplo de minhas representações. Por conseguinte, qualquer que seja a causa de minhas representações, quer sejam efeitos de um mundo externo ou estados internos, não posso deixar de reconhecê-las como minhas, ou seja, com pertencentes a um mesmo eu. Podemos assim garantir a necessidade da relação entre o múltiplo representado e a unidade da consciência, porém não podemos ainda assegurar que o próprio múltiplo possua uma unidade
QUESTÃO 12 - A partir da premissa "é verdade que algum pássaro não voa", obtém-se, por inferência imediata, a conclusão que se segue. "É falso que todo pássaro voe" porque a premissa afirma a verdade de uma proposição particular negativa, e a conclusão expressa que a respectiva contrária é falsa, o que está de acordo com as leis do quadro de oposições. Considerando as leis do quadro de oposição entre proposições categóricas e as inferências imediatas autorizadas por esse quadro, assinale a opção correta a respeito dessas asserções. A - As duas asserções são verdadeiras, sendo a segunda uma justificativa da primeira. B - As duas asserções são verdadeiras, e a segunda não é justificativa da primeira. C - A primeira asserção é uma proposição verdadeira, e a segunda, uma proposição falsa. D - A primeira asserção é uma proposição falsa, e a segunda, uma proposição verdadeira. E - Tanto a primeira asserção quanto a segunda são proposições falsas.
QUESTÃO 13 - Nas opções abaixo, "®" representa o condicional material (se...então...), "Ú" representa a disjunção (ou um, ou outro, ou ambos) e "Ø" representa a negação (não). Com o auxílio de tabelas veritativas, examine a seguinte fórmula: "(p ® q) Ú (Øq Ú p)" e, a seguir, assinale a opção correta. A - A fórmula é uma contingência, e "¬q Ú p" só é falsa na 3.ª linha, de cima para baixo. B - A fórmula é uma tautologia, e "p ÷ q" só é falsa na 2.ª linha, de cima para baixo. C - A fórmula é uma disjunção tautológica cujos membros são ambos tautológicos. D - A fórmula é uma contradição. E - A fórmula é mal formada.
QUESTÃO 14 - Considerando-se que, no cálculo de predicados, as funções proposicionais não têm valor de verdade, uma função proposicional pode ser transformada em proposição por meio de
associações um aparece água, o outro o fogo, o outro árvore, o outro homem (...). Plutarco. Contra Colotes. Leucipo de Eléia (...) aprendeu filosofia diretamente de Parmênides, mas não adotou o pensamento de Parmênides e de Xenófanes sobre as coisas existentes, e seguiu, ao contrário, parece-me, um caminho oposto. Pois - enquanto os dois faziam do todo um ser um, imóvel, não-engendrado e limitado, e concordavam em pensar que não era necessário especular sobre o não-ser -, Leucipo formulou a hipótese de que os átomos são os elementos ilimitados e sempre em movimento (...). Ele diz que a substância dos átomos (...) é o ser, e que ela se desloca no vazio, que ele chamava não-ser (...). Simplício. Comentário sobre a física de Aristóteles. Tendo como base a doutrina de Parmênides de Eléia e as doxografias de Plutarco e de Simplício sobre Leucipo e Demócrito, julgue os itens a seguir.
I - tradução da função proposicional em linguagem de primeira ordem. II - substituição das variáveis livres por constantes. III - substituição das constantes por variáveis livres. IV - quantificação das variáveis livres. V - eliminação dos quantificadores universais.
I - Para Leucipo e Demócrito, os átomos podem explicar o devir dos corpos sensíveis. II - Os átomos devem sofrer alteração para poder explicar o devir dos corpos sensíveis. III - Se os átomos são infinitos em número e sendo o vazio também infinito, então, segundo essa concepção, o universo é infinito. IV - Para Parmênides, o não-ser é o vazio, é o nada. V - Para Leucipo, o vazio também é ser.
Estão certos apenas os itens
Estão certos apenas os itens
A - I e II. B - I e III. C - II e III. D - II e IV. E - III e V.
A - I e II. B - I e III. C - II e III. D - III e IV. E - IV e V.
QUESTÃO 15 - Considerando-se conhecimentos de lógica e de história da filosofia, analise os itens seguintes.
QUESTÃO 17 - Que responda esse honrado homem que não acredita que algo seja belo em si, nem exista nenhuma idéia de um belo em si, sempre idêntica a si mesma, mas que reconhece muitas coisas belas - esse amante dos espetáculos - que não aceita que lhe digam que o belo é um só, e o justo, e do mesmo modo as outras realidades. Ora, dentre estas coisas, diremos que, das muitas que são belas, acaso haverá alguma que não pareça feia? E das justas, uma que não pareça injusta? E, das santas, uma que não pareça ímpia? - Não, é forçoso que as mesmas coisas pareçam belas e feias, tal como as outras de que falas. Platão. República. (com adaptações).
(i) Todos os médicos são mortais. (ii) Platão, autor da República, é mortal. (iii) Platão é um médico. É correto afirmar que o item (iii), no contexto acima, é A - uma proposição falsa. B - um argumento silogístico. C - um argumento válido. D - uma proposição inválida. E - um sofisma.
QUESTÃO 16 - Pois o que diz Demócrito? Que existem substâncias em número infinito que se chamam átomos, porque eles não podem se dividir (...); impassíveis, que se movem dispersas aqui e ali, no vazio infinito; e quando elas se aproximam uma das outras, ou se associam e combinam, de tais
Com base nesse texto de Platão, analise as asserções a seguir. As coisas parecem ser o que são e o seu contrário porque as muitas coisas são idênticas a si mesmas. Assinale a opção correta a respeito dessa afirmação. A - As duas asserções são proposições verdadeiras, e a segunda é uma justificativa correta da primeira.
B - As duas asserções são proposições verdadeiras, mas a segunda não é uma justificativa correta da primeira. C - A primeira asserção é uma proposição verdadeira, e a segunda é uma proposição falsa. D - A primeira asserção é uma proposição falsa, e a segunda é verdadeira. E - As duas asserções são proposições falsas.
QUESTÃO 18 - Demos ao homem de bem e ao mau o poder de fazerem o que quiserem. Sigamo-los e vejamos aonde a paixão os vai conduzir. Vamos surpreender o homem de bem avançando na mesma estrada que o outro, conduzido pelo desejo de ter cada vez mais, desejo que qualquer natureza segue como um bem, mas que a lei constrange pela força ao respeito pela igualdade. Platão. República. Tendo como referência o texto acima, analise as asserções abaixo. O homem de bem não faz o mesmo que o mau porque a lei constrange pela força o homem de bem a seguir a igualdade.
E - II, IV e V.
QUESTÃO 20 - Pirro afirmava que nada é nobre nem vergonhoso, justo ou injusto; e que, da mesma maneira, nada existe do ponto de vista da verdade; que os homens agem apenas segundo a lei e o costume, nada sendo mais isto do que aquilo. Ele levou uma vida de acordo com esta doutrina, nada procurando evitar e não se desviando do que quer que fosse, suportando tudo, carroças, por exemplo, precipícios, cães, nada deixando ao arbítrio dos sentidos. Diógenes Laércio. Vidas e sentenças dos filósofos ilustres. Com base nesse texto, julgue as conclusões propostas nos itens a seguir. I - Pirro foi um crítico do relativismo moral. II - Os homens agem apenas segundo a lei e o costume. III - Pirro não se desviava de nada, porque nada é mais isto que aquilo. IV - Pirro levou uma vida de acordo com o arbítrio dos sentidos. V - Pirro achava que nada existe do ponto de vista da verdade. Estão certos apenas os itens
Acerca desse enunciado, assinale a opção correta. A - As duas asserções são proposições verdadeiras, e a segunda é uma justificativa correta da primeira. B - As duas asserções são proposições verdadeiras, mas a segunda não é uma justificativa correta da primeira. C - A primeira asserção é uma proposição verdadeira, e a segunda é uma proposição falsa. D - A primeira asserção é uma proposição falsa, e a segunda é verdadeira. E - As duas asserções são proposições falsas.
QUESTÃO 19 - Assim, a virtude é uma disposição para agir de uma maneira deliberada, consistindo numa mediania relativa a nós, a qual é racionalmente determinada e como a determinaria o homem prudente. Mas é uma mediania entre dois vícios, um pelo excesso, outro pela falta. Aristóteles. Ética a Nicômaco. Com base no trecho acima, julgue as seguintes conclusões formuladas. I - A virtude é uma mediania. II - A mediania é um vício entre dois vícios. III - O homem prudente determina racionalmente a virtude. IV - Os vícios são excessos ou faltas. V - O homem prudente não reconhece o vício. Estão certas apenas as conclusões A - I, III e IV. B - I, IV e V. C - II, III e IV. D - II, III e V.
A - I, II e IV. B - I, III e V. C - I, IV e V. D - II, III e IV. E - II, III e V.
QUESTÃO 21 - O nosso conhecimento natural tem origem nos sentidos. Portanto, a alma não conhece as coisas corpóreas por imagens que estão naturalmente dentro dela. O intelecto humano, unido ao corpo, tem como objeto a eqüididade ou natureza existente na matéria corpórea e, por tais naturezas, ascende do conhecimento das coisas sensíveis a um certo conhecimento das coisas invisíveis. Tomás de Aquino. Suma Teológica I. Em cada uma das opções a seguir, há duas asserções ligadas pela palavra porque. Assinale a opção em que as duas asserções são verdadeiras, sendo a segunda uma justificativa correta da primeira. A - O ser humano não conhece nada que esteja acima do alcance dos sentidos porque nosso conhecimento se inicia a partir dos sentidos. B - O ser humano conhece a Deus tal como conhece uma coisa sensível porque nosso conhecimento abrange tanto as coisas sensíveis como as não-sensíveis. C - O ser humano só pode ter um conhecimento imperfeito de Deus porque
o específico de nosso conhecimento é partir das coisas sensíveis. D - O ser humano pode conhecer todas as coisas sensíveis porque possuímos idéias inatas delas em nossa inteligência. E - O conhecimento do ser humano parte das coisas sensíveis porque sua natureza é a de um animal racional.
QUESTÃO 22 - O nome "singular" é tomado como tudo aquilo que é um único e não muitos, e não é destinado a ser signo de muitas coisas. E, tomando "singular" assim, nenhum universal é singular, porque qualquer universal é destinado a ser signo de muitas coisas e destinado a ser predicado de muitas coisas. O universal é uma intenção da alma, destinada a ser predicado de muitas coisas. Pois todo universal, segundo todos, é predicável de muitas coisas; mas somente a intenção da alma ou o signo voluntariamente instituído é destinado a ser predicado, e não substância alguma; logo, somente a intenção da alma ou o signo voluntariamente instituído é universal. Guilherme de Ockham. Lógica dos termos (com adaptações). Com base no texto acima, julgue os itens seguintes. I - O nome "singular" é uma realidade extramental, que não é signo de muitos. II - "intenção da alma" é o desejo que alguém tem de fazer o bem ou o mal. III - O universal só existe na mente, não nas coisas. IV - O universal é algo que possui um certo tipo de existência nas coisas. V - O indivíduo participa do universal, pois diz-se que Sócrates é homem e que Platão também é homem. Estão certos apenas os itens A - I e III. B - I e V. C - II e IV. D - II e V. E - III e IV.
QUESTÃO 23 - [Colocação da questão]: Parece que há uma insanável contradição na afirmação de que, de uma parte, Deus conhece antecipadamente todas as coisas e de que, de outra, subsiste alguma possibilidade de escolha pela nossa liberdade. De fato, se Deus (...), antecipadamente, conhece, desde a eternidade, não somente as ações humanas, mas também os desígnios e vontades, não existe, então, liberdade de decisão, porque não pode existir algum outro fato ou algum outro querer, a não ser aquele do qual a divina providência, imune a todo erro, já tenha tomado conhecimento antecipadamente. Se as coisas podem orientar-se de modo diverso do previsto, não haverá presciência segura do futuro, mas, antes, uma opinião incerta, coisa que é ímpio atribuir a Deus. [Encaminhamento de resposta]: (...) Se é admissível um confronto entre o presente divino e o presente humano, como os humanos vêem certas coisas em seu presente temporal, assim Deus vê todas as coisas em seu presente eterno. Portanto, esse
conhecimento divino não muda a natureza e as propriedades das coisas, e as vê ante si mesmo tais como um dia existirão no tempo. Ele não confunde as características distintivas das coisas, mas, com a visão de unidade de sua mente divina, distingue as que acontecerão necessariamente e as que acontecerão sem necessidade. Assim, portanto, o olhar divino, distinguindo todas as coisas, não perturba em nada a qualidade das coisas mesmas que, com relação a ele são presentes, enquanto, com relação às condições de temporalidade, são futuras. Severino Boécio. Consolatio Philosophiae (com adaptações). Considerando o texto acima, julgue os próximos itens. I - É certo que, se Deus conhece antecipadamente o futuro, então o homem não é livre. II - É certo que, se o homem é livre, então Deus não conhece o futuro. III - Se as coisas pudessem acontecer de modo diferente daquele como Deus as conhece, então Ele teria opinião e não, ciência. IV - Deus e o homem conhecem as coisas da mesma maneira e, por isso, não há presciência divina. V - Na eternidade divina, todas as coisas são presentes, também aquelas que haverão de acontecer no tempo futuro. Estão certos apenas os itens A - I e III. B - I e IV. C - II e IV. D - II e V. E - III e V.
QUESTÃO 24 - Nada pode, de modo algum, manchar a alma, a não ser aquilo que procede da própria alma, isto é, o consentimento, pois só nele há maldade. Não há maldade nem no desejo que o precede nem na ação que a ele segue. (...) Deus leva em conta não as coisas que fazemos, mas o ânimo com que são feitas, e o mérito e o louvor de quem age consistem não na ação, mas na intenção. Pedro Abelardo. Scito te ipsum (ed. M.Dal Prà) (com adaptações). De acordo com o texto acima, julgue os itens a seguir. I - A maldade encontra-se nas ações que são feitas. II - A intenção é a chave de compreensão da bondade ou maldade dos atos. III - Decidir-se a matar alguém não é maldade; o mal é matar alguém de fato. IV - Bondade ou maldade dos atos ou omissões medem-se pela intenção, não pelo resultado. V - Deus julga os homens não pelas ações, mas pela intenção com que elas são realizadas. Estão certos apenas os itens A - I e II. B - I e IV.
C - II e III. D - I, III e IV. E - II, IV e V.
todo o material da mente é constituído exclusivamente de idéias. Considerando as afirmativas acima, assinale a opção correta.
QUESTÃO 25 - A segunda via (para demonstrar a existência de Deus) procede da natureza da causa eficiente. Pois descobrimos que há certa ordem das causas eficientes nos seres sensíveis; porém, não concebemos, nem é possível que uma coisa seja causa eficiente de si própria, pois seria anterior a si mesma: o que não pode ser. Mas é impossível, nas causas eficientes, proceder-se até o infinito; pois, em todas as causas eficientes ordenadas, a primeira é causa da média e esta, da última, sejam as médias muitas ou uma só. E como, removida a causa, fica removido o efeito, se, nas causas eficientes, não houver primeira, não haverá média nem última. Procedendo-se ao infinito, não haverá primeira causa eficiente, nem efeito último, nem causas eficientes médias, o que evidentemente é falso. Logo, é necessário admitir uma causa eficiente primeira, à qual todos dão o nome de Deus. Tomás de Aquino. Suma Teológica I. Com base no texto acima, julgue os itens que se seguem. I - Desenvolve-se um argumento semelhante ao proposto por Santo Anselmo. II - Articula-se um argumento cosmológico, que parte da constatação da relação causal entre os seres. III - Nega-se qualquer possibilidade de se demonstrar a existência de Deus, porque ninguém o viu até hoje. IV - É evidente o cunho aristotélico do argumento utilizado: partir dos dados dos sentidos, apelar para causas ordenadas. V - Nas causas ordenadas, não se pode proceder ao infinito, devendo-se parar em uma causa primeira, que não é causada. Estão certos apenas os itens A - I e II. B - I e IV. C - II e III. D - I, III e V. E - II, IV e V.
QUESTÃO 26 - A mente é, como dissemos, um papel em branco, desprovida de todos os caracteres, sem quaisquer idéias; como ela será suprida? De onde provém este vasto estoque, que a ativa e que a ilimitada fantasia do homem pintou com uma variedade quase infinita? De onde apreende todos os materiais da razão e do conhecimento? A isso respondo, numa palavra, da experiência. John Locke. Ensaio acerca do entendimento humano ( com adaptações). Tendo como referência o texto acima, analise as asserções a seguir. Para Locke, a mente é uma tabula rasa e não contém nada inscrito antes de qualquer contato do homem com a experiência porque
A - As duas asserções são proposições verdadeiras, e a segunda é uma justificativa correta da primeira. B - As duas asserções são proposições verdadeiras, mas a segunda não é uma justificativa correta da primeira. C - A primeira asserção é uma proposição verdadeira, e a segunda é falsa. D - A primeira asserção é uma proposição falsa, e a segunda é uma proposição verdadeira. E - Tanto a primeira como a segunda asserções são proposições falsas.
QUESTÃO 27 - Examinando com atenção o que eu era, e vendo que podia supor que não tinha corpo algum e que não havia qualquer mundo, ou qualquer lugar onde eu existisse, mas que nem por isso podia supor que não existia; e que, ao contrário, pelo fato mesmo de eu pensar em duvidar da verdade das outras coisas seguia-se mui evidente e mui certamente que eu existia; ao passo que, se apenas houvesse cessado de pensar, embora tudo o mais que alguma vez imaginar fosse verdadeiro, já não teria qualquer razão de crer que eu tivesse existido, compreendi por aí que era uma substância cuja essência ou natureza consiste apenas no pensar, e que, para ser, não necessita de nenhum lugar, nem depende de qualquer coisa material. René Descartes. Discurso do método. Eu ou pessoa não corresponde a nenhuma impressão, consistindo naquilo a que todas as nossas várias impressões e idéias estão supostamente referidas. Se alguma impressão der origem à idéia de eu, esta impressão deve permanecer invariavelmente a mesma, durante toda a duração de nossas vidas, uma vez que se supõe que o eu existia desta maneira. Mas não há nenhuma impressão constante e invariável. A dor e o prazer, a tristeza e a alegria, as paixões e as sensações sucedem-se umas às outras, e nunca existem todas ao mesmo tempo. Não pode ser, portanto, de nenhuma destas impressões, nem de nenhuma outra, que nossa idéia de eu é derivada e, conseqüentemente, essa idéia não existe. David Hume. Investigação sobre o entendimento humano. Considerando os trechos acima, assinale a opção incorreta. A - O "eu" cartesiano independe da matéria, e sua certeza constitui-se pelo próprio pensamento. B - A dúvida, para Descartes, deve constituir-se como puro pensamento, a qual, metodologicamente, levará ao cogito. C - O pensamento, para Descartes, é algo que existe por si, daí ser uma substância. D - A crítica de Hume à denominada identidade pessoal tem como base sua doutrina empirista, estendida aqui à mente. E - Embora por caminhos diferentes, os dois autores chegam à mesma conclusão sobre a identidade do "eu".
QUESTÃO 28 - Se queremos denominar a receptividade de nossa mente a receber representações na medida em que é afetada de algum modo, de sensibilidade, a faculdade de produzir ela mesma representações, ou a espontaneidade do conhecimento é, contrariamente, o entendimento. (...) Sem sensibilidade nenhum objeto nos seria dado, e sem entendimento nenhum seria pensado. Pensamentos sem conteúdo são vazios, intuições sem conceitos são cegas. Immanuel Kant. Crítica da Razão Pura. A partir do texto acima, analise as asserções abaixo. Para Kant, pensamentos sem conteúdo são vazios, intuições sem conceitos são cegas porque faz-se necessária, para que ocorra conhecimento, a síntese das intuições com os conceitos. A propósito dessas assertivas, assinale a opção correta. A - As duas asserções são proposições verdadeiras, e a segunda é uma justificativa correta da primeira. B - As duas asserções são proposições verdadeiras, mas a segunda não é uma justificativa correta da primeira. C - A primeira asserção é uma proposição verdadeira, e a segunda é uma proposição falsa. D - A primeira asserção é uma proposição falsa, e a segunda é uma proposição verdadeira. E - Tanto a primeira como a segunda asserções são proposições falsas.
IV - A vontade é livre, segundo Espinosa. V - A vontade é inexorável e se manifesta na Natureza, segundo Schopenhauer. Estão certos apenas os itens A - I, II e III. B - I, IV e V. C - II, III e IV. D - II, IV e V. E - III, IV e V.
QUESTÃO 30 - Uma vez encontrado um primeiro paradigma com o qual conceber a Natureza, já não se pode mais falar em pesquisa sem qualquer paradigma. Rejeitar um paradigma sem simultaneamente substituí-lo por outro é rejeitar a própria ciência. O resultado final de uma seqüência de tais seleções revolucionárias, separadas por períodos de pesquisa normal, é o conjunto de instrumentos notavelmente ajustados que chamamos de conhecimento científico. Estágios sucessivos desse processo de desenvolvimento são marcados por um aumento de articulação e especialização do saber científico. Todo esse processo pode ter ocorrido, como no caso da evolução biológica, sem o benefício de um objetivo preestabelecido, sem uma verdade científica permanentemente fixada, da qual cada estágio do desenvolvimento científico seria um exemplar mais aprimorado. Thomas Kuhn. A Estrutura das Revoluções Científicas. Tendo o texto acima como referência e considerando a filosofia da ciência de Thomas Kuhn, julgue os itens que se seguem.
QUESTÃO 29 -Às ações de pensar que só têm a mente humana como causa chamamos de volições. A mente humana, enquanto é concebida como causa suficiente para produzir tais ações, é chamada vontade. (...) Deve-se notar que, embora a alma humana seja determinada pelas coisas exteriores para afirmar ou negar, não é determinada a ponto de ser constrangida por elas, mas permanece livre, pois nenhuma coisa tem a capacidade de destruir a essência dela. Baruch Espinosa. Pensamentos metafísicos ( com adaptações). Não é apenas nos fenômenos semelhantes ao seu, entre os homens e os animais, que reencontramos como essência íntima esta mesma vontade. (...) Pode-se vê-la na força que faz crescer e vegetar a planta e cristalizar o mineral; na comoção que ocorre no contato de dois metais heterogêneos (...) e até mesmo na gravidade que age com tanto poder sobre toda matéria e que atrai a pedra para a Terra assim com a Terra para o Sol. Arthur Schopenhauer. O mundo como vontade e representação ( com adaptações).
I - Para Kuhn, os paradigmas, em grande medida, governam algum estágio das ciências. II - Em períodos de ciência normal, a ciência pode dispensar os paradigmas. III - Identifica-se, no segundo parágrafo, uma definição kuhniana de conhecimento científico. IV - Kuhn sugere um modelo evolucionista para descrever a dinâmica do saber científico; isso não é incompatível com alguma noção de progresso nas ciências. V - O modelo evolucionista adotado por Kuhn é contraditório, pois, se não há uma verdade fixada, não pode haver ciência. Estão certos apenas os itens A - I, II e IV. B - I, II e V. C - I, III e IV. D - II, III e IV. E - III, IV e V.
Tendo em vista os textos acima, julgue os itens subseqüentes. I - Os dois autores defendem uma mesma fundamentação da vontade. II - Para Schopenhauer, a vontade pode ter um caráter irracional. III - Mente e vontade são substâncias distintas, segundo Espinosa.
QUESTÃO 31 - Se todos os homens são, como se tem dito, livres, iguais e independentes por natureza, ninguém pode ser retirado deste estado e se sujeitar ao poder político de outro sem o seu próprio consentimento. A única maneira pela qual alguém se despoja de sua liberdade natural e se coloca dentro das limitações da sociedade civil é através de acordo com outros
homens para se associarem e se unirem em uma comunidade para uma vida confortável, segura e pacífica uns com os outros, desfrutando com segurança de suas propriedades e melhor protegidos contra aqueles que não são daquela comunidade. J. Locke. Segundo tratado sobre o governo civil. De acordo com o texto acima, I - os homens são coagidos por sua natureza a se reunir em sociedade. II - há um momento real em que os homens entram em entendimento e criam a sociedade civil. III - a sociedade civil tem como fim a promoção de uma vida confortável e segura. IV - a sociedade civil impõe a submissão do indivíduo ao poder do Estado. V - em estado de natureza, os homens são considerados livres e iguais.
Com base na afirmação acima, julgue os itens subseqüentes, a respeito dos princípios da ética do discurso. I - São pressupostos de todo e qualquer discurso. II - Exprimem regras semânticas da linguagem. III - Exprimem pressupostos do discurso de fundamentação racional. IV - Tipificam uma forma de ceticismo moral. V - Tornam possível o estabelecimento de uma situação de fala ideal. Estão certos apenas os itens A - I e II. B - II e III. C - III e IV. D - III e V. E - IV e V.
Estão certos apenas os itens A - I e II. B - I e IV. C - II e III. D - III e V. E - IV e V.
QUESTÃO 34 - Uma das mais famosas frases de Sartre é "estamos condenados à liberdade". De acordo com o dito sartriano,
ANULADA QUESTÃO 32 - (...) "Verdadeiro e falso" é o que os homens dizem; e na linguagem os homens estão de acordo. Não é um acordo sobre as opiniões, mas sobre o modo de vida. L. Wittgenstein. Investigações filosóficas, § 241 (com adaptações).
I - o ser humano é fruto do acaso. II - não se pode fugir à necessidade de deliberar sobre as próprias ações. III - não se pode agir livremente. IV - no universo do humano está a medida das ações e da responsabilidade do homem. V - o homem é o lobo do homem.
De acordo com o texto acima, analise as seguintes asserções.
Estão certos apenas os itens
Na linguagem, os homens estão de acordo porque a linguagem concerne apenas à verdade e à falsidade dos enunciados.
A - I e II. B - I e III. C - I e IV. D - II e IV. E - IV e V.
Acerca dessas afirmativas, assinale a opção correta. A - As duas asserções são proposições verdadeiras, e a segunda é uma justificativa correta da primeira. B - As duas asserções são proposições verdadeiras, mas a segunda não é uma justificativa correta da primeira. C - A primeira asserção é uma proposição verdadeira, e a segunda é uma proposição falsa. D - A primeira asserção é uma proposição falsa, e a segunda é uma proposição verdadeira. E - Tanto a primeira como a segunda asserções são proposições falsas.
QUESTÃO 33 - Ao argumentar a favor de sua Ética do Discurso, Apel e Habermas confrontam o cético moral com o que chamam uma contradição performativa. Segundo os autores, o interlocutor cético que procurar defender sua perspectiva perante os demais já estará comprometendo-se com os princípios da ética do discurso.
QUESTÃO 35 - Em sua obra filosófica, Foucault desenvolve uma genealogia das relações humanas de forma a evidenciar mecanismos de poder que permaneceram à margem da história oficial da humanidade. De acordo com essa perspectiva, o ser humano não será capaz de mudar a sociedade enquanto não puder interferir nos mecanismos de poder que atuam à margem do Estado, na microestrutura das relações sociais. De acordo com o texto acima, analise as asserções a seguir. Há formas de opressão que não podem ser subsumidas aos mecanismos de coerção do aparelho do Estado porque só há no mundo real microrrelações de poder. A respeito dessas asserções, assinale a opção correta.
A - As duas asserções são verdadeiras, e a segunda é uma justificativa correta da primeira. B - As duas asserções são verdadeiras, mas a segunda não é uma justificativa correta da primeira. C - A primeira asserção é uma proposição verdadeira, e a segunda é uma proposição falsa. D - A primeira asserção é uma proposição falsa, e a segunda é uma proposição verdadeira. E - Tanto a primeira como a segunda asserções são proposições falsas.
QUESTÃO 36 - DISCURSIVA O que Bertrand Russell afirma da matemática, em Misticismo e Lógica - "uma disciplina na qual não sabemos do que falamos, nem se o que dizemos é verdade" - seria particularmente aplicável à lógica formal. Considerando esse ponto de vista, estabeleça a distinção entre verdade e validade e suas respectivas aplicações.
QUESTÃO 37 - DISCURSIVA O ato, então, é o fato de uma coisa existir na realidade e não da maneira pela qual dizemos que ela existe em potência (...). Com efeito, o ato é tomado ora como movimento relativamente à potência, ora como a substância relativamente a alguma matéria. Aristóteles, Metafísica. Considerando a citação anterior, disserte sobre as relações entre os conceitos de ato, potência, movimento e matéria na filosofia de Aristóteles.
QUESTÃO 38 - DISCURSIVA Quem duvida que vive, recorda, compreende, quer, pensa, sabe e julga? Pois, se duvida, vive; se duvida de onde vem sua dúvida, recorda; se duvida, compreende que está duvidando; se duvida, quer estar certo; se duvida, pensa; se duvida, sabe que não sabe; se duvida, julga que não convém consentir temerariamente. E embora se possa duvidar de muitas coisas, dessas não se pode duvidar, porque, se não existissem, de nada se poderia duvidar. Santo Agostinho. Tratado sobre a Trindade. Relacione esse texto de Agostinho com a afirmação dos céticos de seu tempo, os quais diziam que nós não temos certeza de coisa alguma.
QUESTÃO 39 - DISCURSIVA Uma ação praticada por dever tem o seu valor moral, não no propósito que com ela se quer atingir, mas na máxima que a determina; ela não depende, portanto, da realidade do objeto da ação, mas somente do princípio do querer segundo o qual a ação, abstraindo-se de todos os objetos da faculdade de desejar, foi praticada. I. Kant. Fundamentação da Metafísica dos Costumes (com adaptações).
Com base no fragmento de texto acima, analise as relações entre vontade, liberdade e agir moral em Kant.
QUESTÃO 40 - DISCURSIVA "Caracterizamos a concepção científica do mundo essencialmente mediante duas determinações. Em primeiro lugar, ela é empirista e positivista: há apenas conhecimento empírico, baseado no imediatamente dado. Com isso se delimita o conteúdo da ciência legítima. Em segundo lugar, a concepção científica do mundo se caracteriza pela aplicação de um método determinado, o da análise lógica. (...) Todos os partidários da concepção científica do mundo estão de acordo na recusa à metafísica. (...) Os enunciados da metafísica (...) são destituídos de sentido, porque não verificáveis e sem conteúdo fático". Hans Hahn, Otto Neurath e Rudolf Carnap. A concepção científica do mundo - O Círculo de Viena. "Não exigirei que um sistema científico seja suscetível de ser dado como válido, de uma vez por todas, em sentido positivo; exigirei, porém, que sua forma lógica seja tal que se torne possível validá-lo através de recurso de provas empíricas, em sentido negativo: deve ser possível refutar, pela experiência, um sistema científico empírico". Karl Popper. A lógica da pesquisa científica. Com base nos textos acima, na filosofia do empirismo lógico particularmente de Rudolf Carnap - e na filosofia da ciência de Karl Popper, comente sobre as relações entre metafísica e ciência, nos dois autores.
PADRÃO DE RESPOSTAS - QUESTÕES DISCURSIVAS QUESTÃO - 36 Esperava-se que o estudante estabelecesse a distinção entre verdade e validade e descrevesse suas respectivas aplicações. Para a análise da questão, houve a divisão em três itens, pontuados separadamente. Item 1: esperava-se que o estudante conceituasse verdade e validade. Valor atribuído ao item: de 0,00 a 4,00 pontos. Resposta esperada: verdade se aplica a proposições, validade a argumentos. Nesse item, existem três níveis de pontuação (0, 1 e 2), distribuídos da seguinte forma: a pontuação 0 corresponde aos estudantes que não apresentaram nenhuma evidência de domínio do tema descrito; a pontuação 1 foi atribuída aos estudantes que abordaram de maneira incompleta o tema e foi concedida pontuação 2 àqueles que abordaram completamente o tema. Item 2: esperava-se que o estudante falasse acerca das proposições: verdade e falsidade. Valor atribuído ao item: de 0,00 a 4,00 pontos. Resposta esperada: proposições afirmam que algo é ou não o caso e é isso que as torna, respectivamente, verdadeiras ou falsas. A Lógica não se ocupa em descobrir, ou justificar, a verdade ou a falsidade das proposições. Nesse item, existem três níveis de pontuação (0, 1 e 2), distribuídos da seguinte forma: a pontuação 0 corresponde aos estudantes que não apresentaram nenhuma evidência de
domínio do tema descrito; a pontuação 1 foi atribuída aos estudantes que abordaram de maneira incompleta o tema e a pontuação 2 foi concedida àqueles que abordaram completamente o tema. Item 3: esperava-se que o estudante abordasse os seguintes temas: lógica, argumentos, Russell e a Matemática. Valor atribuído ao item: de 0,00 a 2,00 pontos. Resposta esperada: para a Lógica, o que interessa é o exame dos argumentos válidos. Os argumentos são válidos por sua forma, não pelo seu conteúdo. Um argumento composto inteiramente de proposições falsas pode ser válido; conversamente, pode ser inválido um argumento cujas proposições componentes são todas verdadeiras. O que ela assegura é que, se partirmos de premissas verdadeiras e procedermos mediante um argumento dedutivamente válido, a conclusão também será verdadeira. No que se refere ao pensamento de Russell, este considera a Matemática como uma derivação da Lógica. Desse modo, o que vale para a Matemática, vale para a Lógica. Decorre daí que tanto a Lógica quanto a Matemática podem ter um caráter tautológico. Nesse item, existem três níveis de pontuação (0, 1 e 2), distribuídos da seguinte forma: a pontuação 0 corresponde aos estudantes que não apresentaram nenhuma evidência de domínio do tema descrito; a pontuação 1 foi atribuída aos estudantes que abordaram de maneira incompleta o tema e a pontuação 2 foi concedida àqueles que abordaram completamente o tema.
QUESTÃO - 37 Esperava-se que o estudante dissertasse sobre as relações entre os conceitos de ato, potência, movimento e matéria na filosofia de Aristóteles. Para a análise da questão, houve a divisão em três itens, pontuados separadamente. Item 1: descrever ato e potência; valor atribuído ao item: de 0,00 a 4,00 pontos. Item 2: descrever concepção aristotélica de movimento; valor atribuído ao item: de 0,00 a 4,00 pontos. Item 3: dissertar acerca de matéria e substância; valor atribuído ao item: de 0,00 a 2,00 pontos. Os critérios de atribuição de pontos seguem o que foi descrito na questão anterior. Resposta esperada para a questão: Aristóteles dá sua definição de "ato" - o que é sob certos aspectos (não se esquecer que o ser se diz de várias maneiras) -, tendo em vista sobretudo o movimento, ou seja, a passagem da potência ao ato define o movimento. Segundo o Estagirita, algo em ato se move para um outro algo também em ato (como a semente se transforma em árvore). A noção de ato serve também para qualificar as propriedades de um certo objeto e falar da existência de algo num certo momento. A matéria é o substrato no qual ocorre a mudança de propriedades. O conceito de ato possibilita, por um lado, justificar a permanência e, por outro lado, explicar (e justificar) a alteração das propriedades. O conceito de ato também será útil para definir um dos atributos de Deus, primeiro movente: ato puro, sem matéria, porque imóvel, e também o movimento do Céu, primeiro móvel. Com a definição de ato, Aristóteles admite uma realidade (mesmo que transitória) para o sensível, ausente em Platão. Com o binômio ato-potência, Aristóteles visa justificar a
natureza das substâncias sensíveis. Finalmente, no ato como determinação da substância, Aristóteles aponta as diversas acepções da substância e, na substância considerada como sujeito, Aristóteles considera os seguintes sentidos: matéria, forma e sínolon - o composto de matéria e forma.
QUESTÃO - 38 Nessa questão os estudantes deveriam relacionar o texto de Santo Agostinho "Tratado sobre a Trindade" com a afirmação dos céticos de seu tempo, os quais diziam que nós não temos certeza de coisa alguma. Para a análise da questão, houve a divisão em três itens, pontuados separadamente. Item 1: relacionar o texto ao ceticismo na época de Agostinho; valor atribuído ao item: de 0,00 a 3,00 pontos. Nesse item, existem três níveis de pontuação (0, 1 e 2), distribuídos da seguinte forma: a pontuação 0 corresponde aos estudantes que não apresentaram nenhuma evidência de domínio do tema descrito; a pontuação 1 foi atribuída aos estudantes que abordaram de maneira incompleta o tema e a pontuação 2 foi concedida àqueles que abordaram completamente o tema. Item 2: dissertar acerca da crítica de Agostinho; valor atribuído ao item: de 0,00 a 6,00 pontos. Nesse item, existem quatro níveis de pontuação (0, 1, 2 e 3), distribuídos da seguinte forma: a pontuação 0 corresponde aos estudantes que não apresentaram nenhuma evidência de domínio do tema descrito; a pontuação 1 foi atribuída aos estudantes que abordaram de maneira superficial e incompleta o tema; a pontuação 2 foi atribuída aos estudantes que abordaram de maneira satisfatória o tema e a pontuação 3 foi concedida àqueles que abordaram completamente o tema. Item 3: estabelecer a relação do texto com o pensamento de Descartes; valor atribuído ao item: de 0,00 a 1,00 ponto. Nesse item, existem três níveis de pontuação (0, 1 e 2), distribuídos da seguinte forma: a pontuação 0 corresponde aos estudantes que não apresentaram nenhuma evidência de domínio do tema descrito; a pontuação 1 foi atribuída aos estudantes que abordaram de maneira incompleta o tema e a pontuação 2 foi concedida àqueles que abordaram completamente o tema. Resposta esperada: numa formulação radical, o ceticismo afirmava que o filósofo devia duvidar de tudo, abstendo-se, portanto, de todo o juízo que categoricamente afirmasse ou negasse algo. Agostinho procurou mostrar que tal posição era insustentável, pois aquele que duvida tem ao menos uma certeza, isto é, não pode duvidar que existe, que vive e que pensa. A dúvida, portanto, só pode ser erigida sobre alguma certeza, não existindo a dúvida absoluta, que se sustente por si mesma. É possível identificar uma aproximação do pensamento de Descartes no argumento agostiniano.
QUESTÃO - 39 Atendendo ao comando da questão, esperava-se que os estudantes analisassem as relações entre vontade, liberdade e agir moral em Kant. Para a análise da questão, houve a divisão em três itens, pontuados separadamente.
Item 1: o problema da vontade; valor atribuído ao item: de 0,00 a 4,00 pontos. Item 2: o imperativo categórico; valor atribuído ao item: de 0,00 a 2,00 pontos. Item 3: agir moral e liberdade; valor atribuído ao item: de 0,00 a 4,00 pontos. Para cada item acima descrito existem três níveis de pontuação (0, 1 e 2), distribuídos da seguinte forma: a pontuação 0 corresponde aos estudantes que não apresentaram nenhuma evidência de domínio do tema descrito; a pontuação 1 foi atribuída aos estudantes que abordaram de maneira incompleta o tema e a pontuação 2 foi concedida àqueles que abordaram completamente o tema. Resposta esperada: a ação moral é aquela determinada por uma vontade livre, ou seja, por uma vontade capaz de abstrair de todos os móbiles sensíveis. Quando abstraímos de todo o conteúdo das regras ou máximas de determinação do agir, só nos restará agir de acordo com o princípio meramente formal de determinação da vontade. Quando temos consciência de sermos capazes de determinar livremente nossas ações, devemos, então, ser igualmente capazes de justificá-las. Justificamos uma ação ou a máxima que a determina quando somos capazes de mostrar que esta pode ser aceita por todo e qualquer agente; nesse sentido, que pode ser tomada como um princípio universal. A este princípio Kant chamará imperativo categórico. Agir de acordo com o imperativo categórico, por conseguinte, agir moralmente, é expressar uma vontade livre ou, simplesmente, a consciência de nossa própria liberdade. Ao buscar uma fundamentação para a moral, Kant enfatiza o agir por dever, em contraposição ao agir conforme o dever.
QUESTÃO - 40 Nessa questão os estudantes deveriam, com base nos textos motivadores, na filosofia de empirismo lógico - particularmente de Rudolf Carnap - e na filosofia da ciência de Karl Popper, comentar sobre as relações entre metafísica e ciência, nos dois autores Para a análise da questão, houve a divisão em dois itens, subdivididos em "a" e "b", pontuados separadamente. Item 1a: comentário acerca de linguagem e metafísica, segundo o Círculo de Viena; valor atribuído ao item: de 0,00 a 3,00 pontos, com quatro níveis de pontuação (0, 1, 2 e 3), distribuídos da seguinte forma: a pontuação 0 corresponde aos estudantes que não apresentaram nenhuma evidência de domínio do tema descrito; a pontuação 1 foi atribuída aos estudantes que abordaram de maneira superficial e incompleta o tema; a pontuação 2 foi atribuída aos estudantes que abordaram de maneira satisfatória o tema e a pontuação 3 foi concedida àqueles que abordaram completamente o tema. Item 1b: comentário acerca de lógica e ciências empíricas, segundo o Círculo de Viena; valor atribuído ao item: de 0,00 a 2,00 pontos, com três níveis de pontuação (0, 1 e 2), distribuídos da seguinte forma: a pontuação 0 corresponde aos estudantes que não apresentaram nenhuma evidência de domínio do tema descrito; a pontuação 1 foi atribuída aos estudantes que abordaram de maneira incompleta o tema e a pontuação 2 foi concedida àqueles que abordaram completamente o tema.
Item 2a: comentário acerca de linguagem e metafísica, segundo Popper; valor atribuído ao item: de 0,00 a 2,00 pontos, com três níveis de pontuação (0, 1 e 2), distribuídos da seguinte forma: a pontuação 0 corresponde aos estudantes que não apresentaram nenhuma evidência de domínio do tema descrito; a pontuação 1 foi atribuída aos estudantes que abordaram de maneira incompleta o tema e a pontuação 2 foi concedida àqueles que abordaram completamente o tema. Item 2b: comentário acerca de lógica e falseabilidade, segundo Popper; valor atribuído ao item: de 0,00 a 3,00 pontos, com quatro níveis de pontuação (0, 1, 2 e 3), distribuídos da seguinte forma: a pontuação 0 corresponde aos estudantes que não apresentaram nenhuma evidência de domínio do tema descrito; a pontuação 1 foi atribuída aos estudantes que abordaram de maneira superficial e incompleta o tema; a pontuação 2 foi atribuída aos estudantes que abordaram de maneira satisfatória o tema e a pontuação 3 foi concedida àqueles que abordaram completamente o tema. . Resposta esperada: para o Círculo de Viena - incluindo Rudolf Carnap -, os pseudo-enunciados da metafísica não são verdadeiros nem falsos: são simplesmente sem significado. Carnap enfatiza que esses pseudo-enunciados são má gramática, ou agramáticais. Não dizem nada, são incapazes de expressar estados de coisas. Não comunicam conhecimento; na melhor das hipóteses, expressam algo como um sentimento perante a vida. Os membros do Círculo de Viena negam a existência de juízos sintéticos a priori e defendem a existência apenas de juízos sintéticos a posteriori e de juízos analíticos. Os sintéticos a posteriori referem-se à ciência empírica e os analíticos à matemática. A análise lógica é o instrumento para análise de sentenças, realizando assim a separação desses dois tipos de juízos, sendo que os juízos sintéticos admitem um processo de verificação (Carnap em sua fase inicial concordava com essa formulação). Diferentemente de Carnap, Popper não aceita que as frases da metafísica não tenham significado; elas apenas não possuem referência empírica; não são científicas, mas podem ser úteis para a ciência, na medida em que possibilitem conjecturas; estas, se forem científicas, deverão obedecer ao critério de falseabilidade. O papel da filosofia é o de propor a lógica da pesquisa; segundo a concepção popperiana, as proposições científicas devem, necessariamente, enfrentar o tribunal do modus tollens. O texto de Popper apresenta exatamente o critério referido anteriormente, o que permite estabelecer a diferença entre ciência e metafísica. Nesse sentido, segundo Popper, não é a verificação o critério que importa às ciências empíricas - embora o teste empírico seja imprescindível e possa mostrar a "força" de uma teoria - mas a falseabilidade enquanto possibilidade lógica.
01- Considere a citação abaixo: "Sócrates: Tomemos como princípio que todos os poetas, a começar por Homero, são simples imitadores das aparências da virtude e dos outros assuntos de que tratam, mas que não atingem a verdade. São semelhantes nisso ao pintor de que falávamos há instantes, que desenhará uma aparência de sapateiro, sem nada entender de sapataria, para pessoas que, não percebendo mais do que ele, julgam as coisas segundo a aparência?" Glauco - "Sim".
Fonte: PLATÃO. A República. Tradução de Enrico Corvisieri. São Paulo: Nova Cultural, 1997. p.328. Com base no texto acima e nos conhecimentos sobre a mímesis em Platão, assinale a alternativa correta. a) Platão critica a pintura e a poesia porque ambas são apenas imitações diretas da realidade. b) Para Platão, os poetas e pintores têm um conhecimento válido dos objetos que representam. c) Tanto os poetas quanto os pintores estão, segundo a teoria de Platão, afastados dois graus da verdade. d) Platão critica os poetas e pintores porque estes, à medida que conhecem apenas as aparências, não têm nenhum conhecimento válido do que imitam ou representam. e) A poesia e a pintura são criticadas por Platão porque são cópias imperfeitas do mundo das idéias.
02- Tendo por base o método cartesiano da dúvida, é correto afirmar que: a) Este método visa a remover os preconceitos e opiniões preconcebidas e encontrar uma verdade indubitável. b) Ao engendrar a dúvida hiperbólica, o objetivo de Descartes era provar que suas antigas opiniões, submetidas ao escrutínio da dúvida, eram verdadeiras. c) A dúvida hiperbólica é engendrada por Descartes para mostrar que não podemos rejeitar como falso o que é apenas dubitável. d) Só podemos dar assentimento às opiniões respaldadas pela tradição. e) A dúvida metódica surge, no espírito humano, involuntariamente.
03- Leia o texto a seguir. "Dado que todo súdito é por instituição autor de todos os atos e decisões do soberano instituído, segue-se que nada do que este faça pode ser considerado injúria para com qualquer de seus súditos, e que nenhum deles pode acusá-lo de injustiça". Fonte: HOBBES, T. Leviatã, ou, Matéria, forma e poder de um estado eclesiástico e civil. Tradução de João Paulo Monteiro e Maria Beatriz Nizza da Silva. São Paulo: Nova Cultural, 1988, p. 109. Com base no texto e nos conhecimentos sobre o contratualismo de Hobbes, é correto afirmar: a) O soberano tem deveres contratuais com os seus súditos. b) O poder político tem como objetivo principal garantir a liberdade dos indivíduos. c) Antes da instituição do poder soberano, os homens viviam em paz. d) O poder soberano não deve obediência às leis da natureza. e) Acusar o soberano de injustiça seria como acusar a si mesmo de injustiça.
04- "De acordo com a ética do Discurso, uma norma só deve pretender validez quando todos os que possam ser concernidos
por ela cheguem (ou possam chegar), enquanto participantes de um Discurso prático, a um acordo quanto à validez dessa norma". Fonte: Habermas, J. Consciência moral e agir comunicativo. Tradução de Guido A. de Almeida. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1989, p.86. Com base no texto e nos conhecimentos sobre a Ética do Discurso de Habermas, assinale a alternativa correta: a) O princípio possibilitador do consenso deve assegurar que somente sejam aceitas como válidas as normas que exprimem um desejo particular. b) Nas argumentações morais basta que um indivíduo reflita se poderia dar seu assentimento a uma norma. c) Os problemas que devem ser resolvidos em argumentações morais podem ser superados apenas monologicamente. d) O princípio que norteia a ética do discurso de Habermas expressa-se, literalmente, nos mesmos termos do imperativo categórico kantiano. e) Uma norma só poderá ser considerada correta se todos os envolvidos estiverem de acordo em dar-lhe o seu consentimento.
05- Segundo Francis Bacon, "são de quatro gêneros os ídolos que bloqueiam a mente humana. Para melhor apresentá-los, lhes assinamos nomes, a saber: Ídolos da Tribo; Ídolos da Caverna; Ídolos do Foro e Ídolos do Teatro". Fonte: BACON, F. Novum Organum. Tradução de José Aluysio Reis de Andrade. São Paulo: Nova Cultural, 1988, p. 21. Com base nos conhecimentos sobre Bacon, os Ídolos da Tribo são: a) Os ídolos dos homens enquanto indivíduos. b) Aqueles provenientes do intercurso e da associação recíproca dos indivíduos. c) Aqueles que imigraram para o espírito dos homens por meio das diversas doutrinas filosóficas. d) Aqueles que chegam ao espírito humano por meio de regras viciosas de demonstração. e) Aqueles fundados na própria natureza humana.
06- Na segunda seção da Fundamentação da Metafísica dos Costumes, Kant nos oferece quatro exemplos de deveres. Em relação ao segundo exemplo, que diz respeito à falsa promessa, Kant afirma que uma "pessoa vê-se forçada pela necessidade a pedir dinheiro emprestado. Sabe muito bem que não poderá pagar, mas vê também que não lhe emprestarão nada se não prometer firmemente pagar em prazo determinado. Sente a tentação de fazer a promessa; mas tem ainda consciência bastante para perguntar a si mesma: Não é proibido e contrário ao dever livrar-se de apuros desta maneira? Admitindo que se decida a fazê-lo, a sua máxima de ação seria: Quando julgo estar em apuros de dinheiro, vou pedilo emprestado e prometo pagá-lo, embora saiba que tal nunca sucederá". Fonte: KANT, I. Fundamentação da Metafísica dos Costumes. Tradução de Paulo Quintela. São Paulo: Abril Cultural, 1980, p. 130.
De acordo com o texto e os conhecimentos sobre a moral kantiana, considere as afirmativas a seguir: I. Para Kant, o princípio de ação da falsa promessa não pode valer como lei universal. II. Kant considera a falsa promessa moralmente permissível porque ela será praticada apenas para sair de uma situação momentânea de apuros. III. A falsa promessa é moralmente reprovável porque a universalização de sua máxima torna impossível a própria promessa. IV. A falsa promessa é moralmente reprovável porque vai de encontro às inclinações sociais do ser humano. A alternativa que contém todas as afirmativas corretas é: a) I e II b) I e III c) II e IV d) I, II e III e) I, II e IV
07- "Desde suas origens entre os filósofos da antiga Grécia, a Ética é um tipo de saber normativo, isto é, um saber que pretende orientar as ações dos seres humanos". Fonte: CORTINA, A.; MARTÍNEZ, E. Ética. Tradução de Silvana Cobucci Leite. São Paulo: Edições Loyola, 2000, p. 9. Com base no texto e na compreensão da ética aristotélica, é correto afirmar que a ética: a) Orienta-se pelo procedimento formal de regras universalizáveis, como meio de verificar a correção ética das normas de ação. b) Adota a situação ideal de fala como condição para a fixação de princípios éticos básicos, a partir da negociação discursiva de regras a serem seguidas pelos envolvidos. c) Pauta-se pela teleologia, indicando que o bem supremo do homem consiste em atividades que lhe sejam peculiares, buscando a sua realização de maneira excelente. d) Contempla o hedonismo, indicando que o bem supremo a ser alcançado pelo homem reside na felicidade e esta consiste na realização plena dos prazeres. e) Baseada no emotivismo, busca justificar a atitude ou o juízo ético mediante o recurso dos próprios sentimentos dos agentes, de forma a influir nas demais pessoas.
08- "Há, porém, algo de fundamentalmente novo na maneira como os Gregos puseram a serviço do seu problema último - da origem e essência das coisas - as observações empíricas que receberam do Oriente e enriqueceram com as suas próprias, bem como no modo de submeter ao pensamento teórico e casual o reino dos mitos, fundado na observação das realidades aparentes do mundo sensível: os mitos sobre o nascimento do mundo." Fonte: JAEGER, W. Paidéia. Tradução de Artur M. Parreira. 3.ed. São Paulo: Martins Fontes, 1995, p. 197. Com base no texto e nos conhecimentos sobre a relação entre mito e filosofia na Grécia, é correto afirmar:
a) Em que pese ser considerada como criação dos gregos, a filosofia se origina no Oriente sob o influxo da religião e apenas posteriormente chega à Grécia. b) A filosofia representa uma ruptura radical em relação aos mitos, representando uma nova forma de pensamento plenamente racional desde as suas origens. c) Apesar de ser pensamento racional, a filosofia se desvincula dos mitos de forma gradual. d) Filosofia e mito sempre mantiveram uma relação de interdependência, uma vez que o pensamento filosófico necessita do mito para se expressar. e) O mito já era filosofia, uma vez que buscava respostas para problemas que até hoje são objeto da pesquisa filosófica.
09- "E, notando que esta verdade: eu penso, logo existo, era tão firme e tão certa que todas as mais extravagantes suposições dos céticos não seriam capazes de a abalar". Fonte: Descartes, R. Discurso do Método. Tradução de J. Guinsburg e Bento Prado Júnior. São Paulo: Nova Cultural, 1987, p. 46. Com base na citação acima e nos conhecimentos sobre Descartes, assinale a alternativa correta: a) Para Descartes, é mais fácil conhecer o corpo do que a alma. b) Descartes estabelece que a alma tem uma natureza puramente intelectual. c) Segundo Descartes, a verdade da res extensa precede a verdade da res cogitans. d) O eu penso, logo existo revela a perspectiva cartesiana em considerar primeiramente aquilo que é complexo. e) A união da alma e do corpo revela que eles possuem a mesma substância.
10- "Todos os homens, por natureza, desejam conhecer. Sinal disso é o prazer que nos proporcionam os nossos sentidos; pois, ainda que não levemos em conta a sua utilidade, são estimados por si mesmos; e, acima de todos os outros, o sentido da visão". Mais adiante, Aristóteles afirma: "Por outro lado, não identificamos nenhum dos sentidos com a Sabedoria, se bem que eles nos proporcionem o conhecimento mais fidedigno do particular. Não nos dizem, contudo, o porquê de coisa alguma". Fonte: ARISTÓTELES, Metafísica. Tradução de Leonel Vallandro. Porto Alegre: Globo, 1969, p. 36 e 38. Com base nos textos acima e nos conhecimentos sobre a metafísica de Aristóteles, considere as afirmativas a seguir. I. Para Aristóteles, o desejo de conhecer é inato ao homem. II. O desejo de adquirir sabedoria em sentido pleno representa a busca do conhecimento em mais alto grau. III. O grau mais alto de conhecimento manifesta-se no prazer que sentimos em utilizar nossos sentidos. IV. Para Aristóteles, a sabedoria é a ciência das causas particulares que produzem os eventos. A alternativa que contém todas as afirmativas corretas é: a) I e II b) II e IV
c) I, II e III d) I, III e IV e) II, III e IV
11- "Assim como a natureza ensinou-nos o uso de nossos membros sem nos dar o conhecimento dos músculos e nervos que os comandam, do mesmo modo ela implantou em nós um instinto que leva adiante o pensamento em um curso correspondente ao que ela estabeleceu para os objetos externos, embora ignoremos os poderes e as forças dos quais esse curso e sucessão regulares de objetos totalmente dependem". Fonte: HUME, D. Investigação sobre o entendimento humano. Tradução de José Oscar de Almeida Marques. São Paulo: Editora UNESP, 1999, p.79-80. Com base no texto e nos conhecimentos sobre a teoria do conhecimento de Hume, assinale a alternativa correta: a) Para Hume, o princípio responsável por nossas inferências causais chama-se instinto de autoconservação. b) Entre o curso da natureza e o nosso pensamento não há qualquer correspondência. c) Na teoria de Hume, a atividade mental necessária à nossa sobrevivência é garantida pelo conhecimento racional das operações da natureza. d) O instinto ao qual Hume se refere chama-se hábito ou costume. e) Segundo Hume, são os raciocínios a priori que garantem o conhecimento das questões de fato.
12- "A filosofia grega parece começar com uma idéia absurda, com a proposição: a água é a origem e a matriz de todas as coisas. Será mesmo necessário deter-nos nela e levá-la a sério? Sim, e por três razões: em primeiro lugar, porque essa proposição enuncia algo sobre a origem das coisas; em segundo lugar, porque faz sem imagem e fabulação; e enfim, em terceiro lugar, porque nela, embora apenas em estado de crisálida, está contido o pensamento: "Tudo é um". A razão citada em primeiro lugar deixa Tales ainda em comunidade com os religiosos e supersticiosos, a segunda o tira dessa sociedade e no-lo mostra como investigador da natureza, mas, em virtude da terceira, Tales se torna o primeiro filósofo grego". Fonte: NIETZSCHE, F. Crítica Moderna. In: Os Pré-Socráticos. Tradução de Rubens Rodrigues Torres Filho. São Paulo: Nova Cultural, 1999. p. 43. Com base no texto e nos conhecimentos sobre Tales e o surgimento da filosofia, considere as afirmativas a seguir. I. Com a proposição sobre a água, Tales reduz a multiplicidade das coisas e fenômenos a um único princípio do qual todas as coisas e fenômenos derivam. II. A proposição de Tales sobre a água compreende a proposição "Tudo é um". III. A segunda razão pela qual a proposição sobre a água merece ser levada a sério mostra o aspecto filosófico do pensamento de Tales. IV. O Pensamento de Tales gira em torno do problema fundamental da origem da virtude.
A alternativa que contém todas as afirmativas corretas é: a) I e II b) II e III c) I e IV d) I, II e IV e) II, III e IV
13- "Em todos os juízos em que for pensada a relação de um sujeito com o predicado [...], essa relação é possível de dois modos. Ou o predicado B pertence ao sujeito A como algo contido (ocultamente) nesse conceito A, ou B jaz completamente fora do conceito A, embora esteja em conexão com o mesmo. No primeiro caso, denomino o juízo analítico, no outro sintético". Fonte: KANT, I. Crítica da Razão Pura. Tradução de Valério Rohden e Udo Baldur Moosburger. São Paulo: Abril Cultural, 1980. p.27. Com base no texto e nos conhecimentos sobre a distinção kantiana entre juízos analíticos e sintéticos, assinale a alternativa que apresenta um juízo sintético a posteriori: a) Todo corpo é extenso. b) Todo corpo é pesado. c) Tudo que acontece tem uma causa. d) 7 + 5 = 12. e) Todo efeito tem uma causa.
14- "Em suma, o que é a aura? É uma figura singular, composta de elementos espaciais e temporais: a aparição única de uma coisa distante, por mais perto que ela esteja. Observar, em repouso, numa tarde de verão, uma cadeia de montanhas no horizonte, ou um galho, que projeta sua sombra sobre nós, significa respirar a aura dessas montanhas, desse galho. Graças a essa definição, é fácil identificar os fatores sociais específicos que condicionam o declínio atual da aura. Ele deriva de duas circunstâncias, estreitamente ligadas à crescente difusão e intensidade dos movimentos de massas. Fazer as coisas "ficarem mais próximas" é uma preocupação tão apaixonada das massas modernas como sua tendência a superar o caráter único de todos os fatos através da sua reprodutibilidade". Fonte: BENJAMIN, W. "A obra de arte na era de sua reprodutibilidade técnica". In: Magia e Técnica, Arte e Política. Obras Escolhidas. Tradução de Sérgio Paulo Rouanet. São Paulo: Brasiliense, 1985, p. 170. Com base no texto e nos conhecimentos sobre Benjamin, assinale a alternativa correta: a) Ao passar do campo religioso ao estético, a obra de arte perdeu sua aura. b) Ao se tornarem autônomas, as obras de arte perderam sua qualidade aurática. c) O declínio da aura decorre do desejo de diminuir a distância e a transcendência dos objetos artísticos. d) O valor de culto de uma obra de arte suscita a reprodutibilidade técnica.
e) O declínio da aura não tem relação com as transformações contemporâneas.
e) Para a conservação do poder, é necessário admitir a insuficiência da força representada pelo leão e a importância da habilidade da raposa.
15- Karl Popper, em "A lógica da investigação científica", se opõe aos métodos indutivos das ciências empíricas. Em relação a esse tema, diz Popper: "Ora, de um ponto de vista lógico, está longe de ser óbvio que estejamos justificados ao inferir enunciados universais a partir dos singulares, por mais elevado que seja o número destes últimos". Fonte: POPPER, K. R. A lógica da investigação científica. Tradução de Pablo Rubén Mariconda. São Paulo: Abril Cultural, 1980, p.3.
17- "E justiça é aquilo em virtude do qual se diz que o homem justo pratica, por escolha própria, o que é justo, e que distribui, seja entre si mesmo e um outro, seja entre dois outros, não de maneira a dar mais do que convém a si mesmo e menos ao seu próximo (e inversamente no relativo ao que não convém), mas de maneira a dar o que é igual de acordo com a proporção; e da mesma forma quando se trata de distribuir entre duas outras pessoas". Fonte: ARISTÓTELES. Ética a Nicômaco. Tradução de Leonel Vallandro e Gerd Bornheim da versão inglesa de W. D. Ross. São Paulo: Nova Cultural, 1987, p. 89.
Com base no texto e nos conhecimentos sobre Popper, assinale a alternativa correta: a) Para Popper, qualquer conclusão obtida por inferência indutiva é verdadeira. b) De acordo com Popper, o princípio da indução não tem base lógica porque a verdade das premissas não garante a verdade da conclusão. c) Uma inferência indutiva é aquela que, a partir de enunciados universais, infere enunciados singulares. d) A observação de mil cisnes brancos justifica, segundo Popper, a conclusão de que todos os cisnes são brancos. e) Para Popper, a solução para o problema do princípio da indução seria passar a considerá-lo não como verdadeiro, mas apenas como provável.
16- "Deveis saber, portanto, que existem duas formas de se combater: uma, pelas leis, outra, pela força. A primeira é própria do homem; a segunda, dos animais. [...] Ao príncipe torna-se necessário, porém, saber empregar convenientemente o animal e o homem. [...] Sendo, portanto, um príncipe obrigado a bem servir-se da natureza da besta, deve dela tirar as qualidades da raposa e do leão, pois este não tem defesa alguma contra os laços, e a raposa, contra os lobos. Precisa, pois, ser raposa para conhecer os laços e leão para aterrorizar os lobos. Os que se fizerem unicamente de leões não serão bemsucedidos. Por isso, um príncipe prudente não pode nem deve guardar a palavra dada quando isso se lhe torne prejudicial e quando as causas que o determinaram cessem de existir". Fonte: MAQUIAVEL, N. O Príncipe. Tradução de Lívio Xavier. São Paulo: Nova Cultural, 1993, cap, XVIII, p.101-102. Com base no texto e nos conhecimentos sobre O Príncipe de Maquiavel, assinale a alternativa correta: a) Os homens não devem recorrer ao combate pela força porque é suficiente combater recorrendo-se à lei. b) Um príncipe que interage com os homens, servindo-se exclusivamente de qualidades morais, certamente terá êxito em manter-se no poder. c) O príncipe prudente deve procurar vencer e conservar o Estado, o que implica o desprezo aos valores morais. d) Para conservar o Estado, o príncipe deve sempre partir e se servir do bem.
De acordo com o texto e os conhecimentos sobre a justiça em Aristóteles, é correto afirmar: a) É possível que um homem aja injustamente sem ser injusto. b) A justiça é uma virtude que não pode ser considerada um meio-termo. c) A justiça corretiva deve ser feita de acordo com o mérito. d) Os partidários da democracia identificam o mérito com a excelência moral . e) Os partidários da aristocracia identificam o mérito com a riqueza.
18- "A passagem do estado de natureza para o estado civil determina no homem uma mudança muito notável, substituindo na sua conduta o instinto pela justiça e dando às suas ações a moralidade que antes lhe faltava. E só então que, tomando a voz do dever o lugar do impulso físico, e o direito o lugar do apetite, o homem, até aí levando em consideração apenas sua pessoa, vê-se forçado a agir, baseando-se em outros princípios e a consultar a razão antes de ouvir suas inclinações". Fonte: ROUSSEAU, J. Do contrato social. Tradução de Lourdes Santos Machado. São Paulo: Nova Cultural, 1999, p.77. Com base no texto e nos conhecimentos sobre o contratualismo de Rousseau, assinale a alternativa correta: a) Por meio do contrato social, o homem adquire uma liberdade natural e um direito ilimitado. b) O homem no estado de natureza é verdadeiramente senhor de si mesmo. c) A obediência à lei que se estatui a si mesmo é liberdade. d) A liberdade natural é limitada pela vontade geral. e) Os princípios, que dirigem a conduta dos homens no estado civil, são os impulsos e apetites.
19- "Ora, nós chamamos aquilo que deve ser buscado por si mesmo mais absoluto do que aquilo que merece ser buscado com vistas em outra coisa, e aquilo que nunca é desejável no interesse de outra coisa mais absoluto do que as coisas desejáveis tanto em si mesmas como no interesse de uma terceira; por isso chamamos de absoluto e incondicional aquilo
que é sempre desejável em si mesmo e nunca no interesse de outra coisa". Fonte: ARISTÓTELES. Ética a Nicômaco. Tradução de Leonel Vallandro e Gerd Bornheim. São Paulo: Nova Cultural, 1987, 1097b, p. 15. De acordo com o texto e os conhecimentos sobre a ética de Aristóteles, assinale a alternativa correta: a) Segundo Aristóteles, para sermos felizes é suficiente sermos virtuosos. b) Para Aristóteles, o prazer não é um bem desejado por si mesmo, tampouco é um bem desejado no interesse de outra coisa. c) Para Aristóteles, as virtudes não contam entre os bens desejados por si mesmos. d) A felicidade é, para Aristóteles, sempre desejável em si mesma e nunca no interesse de outra coisa. e) De acordo com Aristóteles, para sermos felizes não é necessário sermos virtuosos.
20- De acordo com seu conhecimento sobre a ética de Spinoza, é correto afirmar: a) A necessidade não se aplica às ações livres do homem. b) O homem virtuoso procura agir com compaixão. c) A felicidade é o prêmio da virtude, pois a ação virtuosa tem como recompensa a felicidade. d) Quanto mais um homem se esforça por preservar o seu ser, mais ele é virtuoso. e) O homem é mais livre na solidão, pois aí ele só obedece a si mesmo. Questão 1 Vernant conclui em As origens do pensamento grego que: A) a jovem ciência dos jônios espelha a razão intemporal que veio encarnar-se no Tempo. B) recolocada na história, prova-se que a filosofia reveste-se de um caráter de revelação absoluta. C) é no plano político que a Razão, na Grécia, primeiramente se exprimiu, constituiu-se e formou-se. D) a escola de Mileto fez nascer a própria Razão, que foi aprimorada pela razão experimental. Questão 2 Na geração do cosmo, a preponderância à terra, ao fogo, à água e ao ar costuma ser atribuída, respectivamente, aos seguintes pensadores pré-socráticos: A) Parmênides, Heráclito, Tales e Pitágoras. B) Xenófanes, Heráclito, Tales e Anaxímenes. C) Pitágoras, Anaxágoras, Tales e Anaximandro. D) Empédocles, Anaximandro, Tales e Parmênides. Questão 3 "Para defender-nos, teremos de necessariamente discutir a tese de nosso pai Parmênides e demonstrar, pela força de nossos argumentos que, em certo sentido, o não ser é; e que, por sua vez, o ser, de certa forma, não é. (...) Enquanto não houvermos feito esta contestação, nem essa demonstração, não poderemos,
de forma alguma, falar nem de discursos falsos nem de opiniões falsas" (Platão, Sofista, 241d-e). I. O falso é possível porque II. O não ser, em certo sentido, é. As afirmações I e II dizem respeito ao trecho citado do Sofista de Platão. A alternativa correta é: A) I é verdadeira e II é verdadeira, e II é condição para I. B) I é verdadeira e II é verdadeira, mas II não é condição para I. C) I é verdadeira e II é falsa, e II não é condição para I. D) I é verdadeira e II é verdadeira, e I é condição para II. Questão 4 Na República, livro VII, apresenta-se a "alegoria da caverna", em que se diz que, quando o homem sai da caverna, ele vê o sol e esse corresponde à ideia do Bem. De acordo com esse texto de Platão, pode-se afirmar que o conhecimento: A) está vinculado a uma maneira de viver, mas tal alegoria mostra que não é assim que se encontra a verdade. B) não é pensado, na vida dos homens, como vinculado a um modo de vida; a alegoria é apenas ilusória. C) está vinculado a uma maneira de viver, e a educação oferece os meios para a alma voltar-se para o Bem. D) não é pensado, na vida dos homens, como vinculado a um modo de vida; a alegoria mostra que o homem pode ser feliz. Questão 5 "Tem presente, portanto, que concordaste que também é justo cometer atos prejudiciais aos governantes e aos mais poderosos, quando os governantes, involuntariamente, tomam determinações inconvenientes para eles - uma vez que declaras ser justo que os súditos executem o que prescreveram os governantes." (Platão, República, 339e) Em meio à discussão sobre a justiça, Sócrates sintetiza do modo acima citado a posição de Trasímaco. As afirmações de Trasímaco que dão base a essa síntese de Sócrates são: A) Justiça é fazer o mal para os mais fracos; os que obedecem devem, às vezes, recusar-se a obedecer aos mais fortes. B) Justiça é fingir que se faz o bem geral, visando ao proveito próprio; deve-se fazer os fracos pensarem que as decisões dos fortes os favorecem. C) É justo obedecer àqueles que governam; os governantes são passíveis de cair em erro em suas decisões. D) Justiça é aquilo que convém ao mais forte; os governantes nunca se enganam ao intentar tomar decisões que lhes favorecem. Questão 6 Em O banquete (203b-204d; 210a-212d), de Platão, Sócrates apresenta os ensinamentos de Diotima sobre o amor e a beleza. Sobre o modo como esses conceitos são compreendidos nesse trecho, pode-se afirmar que: A) o amor aos belos corpos deve abrir o caminho à contemplação da beleza em si. B) só os sábios desejam o que é belo, pois os ignorantes não reconhecem a beleza. C) o amor pelos belos corpos é suficiente para a contemplação da beleza em si. D) Eros, por ser belo, deve ser objeto de contemplação apenas dos filósofos.
Questão 7 Segundo Aristóteles (Metafísica, IV, 1, 1003a20-30), a ciência do ser enquanto ser e as demais ciências consideram, respectivamente: A) o ser enquanto ser universalmente - os princípios constitutivos da realidade como um todo. B) as características particulares do ser enquanto ser - as características universais do ser. C) o ser enquanto ser universalmente - as características de uma parte do ser. D) as características particulares do ser enquanto ser - as características de uma parte do ser. Questão 8 Segundo Aristóteles, "nos tornamos justos praticando atos justos" (Ética a Nicômaco, II, 1103b). A afirmação que melhor expressa seu pensamento está indicada em: A) basta a compreensão do sumo bem para tornar possível a vida moral. B) adquirimos as virtudes ou excelências morais por meio da prática habitual. C) somos naturalmente injustos e só realizamos a justiça pela instrução. D) é preciso agir contrariamente à natureza para nos tornarmos justos. Questão 9 Aristóteles afirma que a linguagem permite ao homem expressar em comum as noções de desvantajoso e vantajoso, justo ou injusto. Essa afirmação leva o autor a concluir que o homem: A) possui naturalmente tais noções éticas e, portanto, pode associar-se em torno delas na família e no Estado (pólis). B) não possui naturalmente tais noções éticas, mas pode chegar a um acordo sobre o modo de vivê-las na família e no Estado (pólis). C) possui naturalmente tais noções éticas, mas não pode associar-se em nenhuma instância, seja na família ou no Estado (pólis). D) não possui naturalmente tais noções éticas, mas a transferência de poder a um governante é o que possibilita a vida no Estado (pólis). Questão 10 "Começando a lê-los [os livros da Sagrada Escritura] notei que tudo que havia de verdadeiro nos textos platônicos também se encontrava nesses textos em meio à proclamação de Vossa graça" (Agostinho, Confissões, VII, 21). A afirmação acima endossa uma tese muito comum à investigação filosófica e teológica da Idade Média cristã, a saber: A) Platão teve acesso aos escritos de Moisés e não fez nada além de ocultar a originalidade do profeta hebreu. B) As verdades cristãs não são compatíveis com nenhuma espécie de conhecimento filosófico ou racional. C) A Revelação é historicamente anterior à Filosofia, e esta última não pode contribuir em nada para esclarecer os conteúdos da fé.
D) A Revelação é mais ampla que a Filosofia por abarcar verdades que esta última não alcançaria por si só e ainda por conter verdades filosóficas. Questão 11 I. Deus é o Criador do mundo. II. A existência do mal no mundo não é responsabilidade de Deus. Agostinho concilia essas duas teses da seguinte forma: A) O mundo, por ser substância divina, é bom em si mesmo; apenas os homens experimentam as coisas como más de modo absoluto. B) Deus cria o mundo através de dois princípios coeternos equivalentes em luta permanente, a saber: o Bem e o Mal, este último princípio explica a segunda tese. C) Tudo que Deus cria é bom, inclusive a vontade do homem, que escolhe, livremente, trocar o Bem imutável pelos bens mutáveis, isto é, pecar. D) Ontologicamente, apenas Deus é bom; a simples existência das coisas criadas, portanto, já permite justificar a possibilidade de algum mal no mundo. Questão 12 "Existe algo verdadeiríssimo, ótimo, nobilíssimo e, por conseguinte, o ser máximo, pois todas as coisas que são verdadeiras ao máximo são os maiores seres (...). O que é máximo em algum gênero é causa de tudo o que é daquele gênero." (Tomás de Aquino, Suma teológica, I, q. 2, a. 1) "A perfeição do universo requer que haja coisas incorruptíveis assim como coisas corruptíveis, portanto, que haja coisas que possam deixar de ser boas, o que de fato por vezes ocorre." (Tomás de Aquino, Suma teológica, I, q. 48, a. 2) Essas citações são passos argumentativos que levam Tomás de Aquino a concluir, respectivamente, que: A) Deus é a causa da existência de todos os seres, assim como de toda bondade e qualquer perfeição; e o mal está presente nas coisas. B) Deus é a causa da existência de todos os seres, assim como de toda bondade e qualquer perfeição; e, portanto, o mal não pode estar presente nas coisas. C) filosoficamente, não se pode provar a existência de Deus, mas apenas de um gênero supremo (ser); e não se pode concluir pela presença ou não do mal nas coisas. D) filosoficamente, não se pode provar a existência de Deus, mas apenas dos gêneros relativos às perfeições; e o mal está presente nas coisas. Questão 13 "O intelecto humano se põe no meio [entre os sentidos e o intelecto angélico]: não é ato de um órgão corporal, mas é uma potência da alma, que é forma do corpo, como ficou demonstrado. Por isso, é sua propriedade conhecer a forma que existe individualizada em uma matéria corporal, mas não essa forma enquanto está em tal matéria. Ora, conhecer dessa maneira, é abstrair a forma da matéria individual, que as representações imaginárias significam." (Tomás de Aquino. Suma teológica, I, q. 85, a. 1.) I. O intelecto humano conhece por abstração porque II. A alma, da qual esse intelecto é potência, é forma do corpo. Considerando o trecho acima e as duas afirmações sobre a teoria da abstração em Tomás de Aquino:
A) I é verdadeira e II é falsa, e II não é condição para I. B) I é verdadeira e II é verdadeira, mas II não é condição para I. C) I é verdadeira e II é verdadeira, e II é condição para I. D) I é verdadeira e II é verdadeira, e I é condição para II. Questão 14 Em suas Meditações metafísicas, Descartes tem em vista abandonar todas as opiniões que se mostram duvidosas e incertas que são tomadas como "princípios mal assegurados". Com isso, Descartes tem por objetivo: A) defender que são impossíveis verdades objetivas, apenas subjetivas. B) rejeitar ceticamente qualquer fundamento para a ciência. C) demonstrar que a matemática é o fundamento do conhecimento. D) estabelecer algo de constante e de firme nas ciências. Questão 15 Segundo Hobbes (Leviatã, XIV), "o direito consiste na liberdade de fazer ou de omitir, ao passo que a lei determina ou obriga a uma dessas duas coisas". Além disso, o autor afirma como regra geral da razão "que todo homem deve esforçar-se pela paz, na medida em que tenha esperança de consegui-la, e caso não a consiga pode procurar e usar todas as ajudas e vantagens da guerra". A primeira e a segunda parte dessa regra geral da razão encerram, respectivamente: A) a lei de natureza, por conter uma obrigação - o direito de natureza, por ser um preceito de liberdade. B) a lei de natureza, por ser preceito de liberdade - o direito de natureza, por conter uma obrigação. C) o direito de natureza, por conter uma obrigação - a lei de natureza, por ser preceito de liberdade. D) o direito de natureza, por ser um preceito de liberdade - a lei de natureza, por conter uma obrigação. Questão 16 Apenas os princípios da não contradição e da identidade nascem conosco. Diante dessa tese, Locke: A) concorda; sem esses princípios nenhuma percepção lógica da realidade é possível. B) concorda; na idade adulta todos os homens alcançam essas máximas. C) discorda; se assim fosse, crianças e idiotas também alcançariam esses princípios. D) discorda; tais noções primitivas são recebidas na alma no momento de sua criação. Questão 17 Para Rousseau, quando alguém ousou dizer "Isto é meu" e encontrou pessoas que lhe deram crédito, foi fundada a sociedade civil, a qual significa o afastamento da vida natural. Sobre tal afastamento, considere as seguintes teses: I. Os homens adquiriram uma ideia de propriedade distante do primeiro estado de natureza; II. A bondade própria ao puro estado de natureza não convinha à sociedade civil nascente; III. No estado de natureza os homens viviam livres e felizes; IV. A igualdade desapareceu, a propriedade se introduziu e o trabalho se tornou necessário.
De acordo com Rousseau, estão corretas: A) apenas as teses I e II. B) apenas as teses I e III. C) apenas as teses I e IV. D) as teses I, II, III e IV. Questão 18 Em sua Investigação sobre o entendimento humano, Hume distingue as percepções da mente humana em dois tipos: de um lado, o pensamento (ou as ideias); de outro, as impressões (as sensações). Sobre essas percepções, pode-se afirmar que o pensamento: A) é menos vivaz do que a mais embotada das sensações. B) atinge sempre a mesma vivacidade que as sensações. C) é tão vivaz quanto as sensações, por ir além da experiência. D) é mais vivaz que as sensações, por ser mais complexo. Questão 19 Na "Quarta Proposição" da Ideia de uma história universal de um ponto de vista cosmopolita, Kant escreve: "O meio de que a natureza se serve para realizar o desenvolvimento de todas as suas disposições é o antagonismo delas na sociedade, na medida em que ele se torna ao fim a causa de uma ordem regulada por leis desta sociedade. Eu entendo aqui por antagonismo a insociável sociabilidade dos homens, ou seja, sua tendência a entrar em sociedade que está ligada a uma oposição geral que ameaça constantemente dissolver essa sociedade. Esta disposição é evidente na natureza humana." Com base nesse texto, o antagonismo que leva ao desenvolvimento das disposições naturais dos homens ocorre entre: A) a tendência individual para a socialização e a disposição para a vida natural. B) diferentes sociedades em estado de guerra, e não entre indivíduos isolados. C) diferentes classes sociais; cada época possui seu próprio conflito entre classes. D) a tendência para a socialização e uma oposição geral dos indivíduos entre si. Questão 20 Segundo Kant, na Crítica da razão pura, as formas originárias da sensibilidade, espaço e tempo, são: A) conceitos a priori, mas não puros, pois pertencem à sensibilidade. B) condições necessárias de todas as relações em que objetos são intuídos. C) intuições a priori, mas não puras, pois constituem o objeto empírico. D) conceitos puros a priori, que organizam os objetos empíricos. Questão 21 Kant, na "Analítica do belo", na Crítica da faculdade de julgar, compreende o juízo de gosto como faculdade do julgamento do belo. Sobre os conceitos "juízo de gosto" e "belo", pode-se afirmar, respectivamente, que: A) é determinado independentemente de todo interesse - apraz universalmente sem conceito.
B) é determinado independentemente de todo interesse - apraz particularmente através de conceitos. C) é constituído pelo interesse no que é agradável - apraz particularmente sem conceito. D) é constituído pelo interesse no que é bom - apraz universalmente através de conceitos. Questão 22 "O saber que é o nosso objeto em primeiro lugar e imediatamente, não pode ser senão aquele que é, ele próprio, saber imediato, saber do imediato ou do existente. Igualmente devemos nos comportar de modo imediato e receptivo e, portanto, não mudando nele coisa alguma com relação ao modo como se oferece e mantendo afastada da nossa apreensão a atividade de conceber." (Hegel. Fenomenologia do espírito.) A passagem citada acima refere-se à: A) pré-consciência, quando a consciência não iniciou sua formação. B) certeza sensível, que desconsidera qualquer mediação. C) percepção, pois ser receptivo e ser perceptivo são o mesmo. D) consciência de si, pois o modo como ela se oferece não muda. Questão 23 A alternativa que corresponde mais adequadamente ao materialismo de Marx é: A) O ser não determina a consciência, isto é, a subjetividade humana determina a vida material. B) A sensibilidade e o objeto devem ser apreendidos como atividade prática, humana e sensível. C) O idealismo concebe a atividade de modo concreto, ao reconhecê-la como real e sensível. D) As forças produtivas sociais equivalem ao sujeito, e as relações de produção equivalem ao objeto. Questão 24 São constitutivos da fenomenologia de Husserl: A) método da crítica do conhecimento, doutrina universal das essências, círculo hermenêutico. B) pressuposição da realidade dada, suspensão do juízo da atitude natural, método indutivo. C) doutrina particular das essências, suspensão do juízo da atitude natural, método experimental. D) suspensão do juízo da atitude natural, intencionalidade, doutrina universal das essências. Questão 25 Em "Que é metafísica?", Heidegger afirma que são características de toda questão metafísica e de sua formulação, respectivamente: A) abarcar a totalidade da metafísica - quem interroga é, enquanto tal, problematizado na questão. B) abarcar a totalidade da metafísica - a ciência é, enquanto tal, sempre colocada em questão. C) basear-se em pesquisas históricas - quem interroga é, enquanto tal, problematizado na questão. D) basear-se em pesquisas históricas - a ciência é, enquanto tal, sempre colocada em questão. Questão 26
"Toda interpretação que se coloca no movimento de compreender já deve ter compreendido o que se quer interpretar" (Ser e tempo, § 32). Nesse trecho, Heidegger caracteriza o conceito de: A) disposição afetiva. B) círculo hermenêutico. C) circularidade lógica. D) primado ontológico. Questão 27 Em O existencialismo é um humanismo, Sartre cita Dostoievski: "Se Deus não existe, tudo é permitido". A interpretação de Sartre sobre essa sentença está indicada de modo mais adequado em: A) Deus não existe e não há essência humana anterior à sua existência; o homem, condenado à liberdade e lançado no mundo, é responsável por tudo o que faz. B) Ou a moral não tem um fundamento absoluto (Deus), ou não há moral possível; como essa fundamentação moral é necessária, Deus tem de, necessariamente, existir. C) Deus não existe e não há essência humana anterior à sua existência; é necessário então afirmar o relativismo moral para toda e qualquer ação humana. D) Deus não existe e não há essência humana anterior à sua existência; no entanto, é necessário considerar certos valores como existindo a priori. Questão 28 "Muito embora o planejamento do mecanismo pelos organizadores dos dados, isto é, pela indústria cultural, seja imposto a esta pelo peso da sociedade que permanece irracional apesar de toda racionalização, essa tendência fatal é transformada em sua passagem pelas agências do capital de modo a aparecer como o sábio desígnio dessas agências. Para o consumidor, não há nada mais a classificar que não tenha sido antecipado no esquematismo da produção. A arte sem sonho destinada ao povo realiza aquele idealismo sonhador que ia longe demais para o idealismo crítico." (Dialética do esclarecimento, "A indústria cultural: o esclarecimento como mistificação das massas") A partir do trecho acima e de acordo com a concepção de Adorno e Horkheimer sobre a indústria cultural, pode-se afirmar que: A) a "arte sem sonho" destinada às grandes massas é mais realista, e por isso capaz de superar o idealismo crítico. B) os artistas, individual e coletivamente, são capazes de estabelecer os fins da produção cultural de forma autônoma. C) a indústria, ao realizar o esquematismo para os sujeitosclientes, realiza a formação dos sujeitos autônomos. D) a racionalidade técnica dominante na indústria não é suficiente para a criação de uma sociedade racional. Questão 29 Em A lógica da pesquisa científica, Popper defende que as teorias científicas devem: A) ser constituídas por enunciados universais passíveis de falseamento. B) ser constituídas por inferência de enunciados universais a partir de singulares. C) fundamentar os enunciados científicos pela verificação dos fatos.
D) fundamentar a explicação dos fatos pelo método indutivo. Questão 30 Em A estrutura das revoluções científicas, Kuhn tem por objetivo: A) estabelecer uma separação nítida entre ciência, religião e metafísica. B) apresentar um modelo que justifique a ciência como concepção de mundo atemporal. C) mostrar que a ciência se desenvolve apenas pela acumulação de descobertas. D) esboçar um conceito de ciência diverso do estereótipo ahistórico que se atribui a ela. Questão 31 Acerca da investigação sobre o poder realizada por Foucault em Vigiar e punir, é mais adequado afirmar que: A) não se encontra ainda a elaboração de uma microfísica do poder, pois se trata de realizar a genealogia das grandes instituições penitenciárias. B) poder e saber estão diretamente implicados: as relações de poder constituem sempre campos de saber; e saber sempre supõe e constitui relações de poder. C) a constituição do sujeito livre e capaz de conhecimento é o requisito fundamental para a análise e compreensão dos mecanismos do poder. D) a descoberta do poder disciplinar como inspirador do Panopticon é a realização que permite compreender o poder como apropriação. Questão 32 "A única versão defensável da doutrina do caráter sagrado da vida humana era o que poderíamos chamar de "doutrina do caráter sagrado da vida pessoal". Sugeri que, se a vida humana tem mesmo um valor especial ou um direito especial a ser protegida, ela os tem na medida em que a maior parte dos seres humanos são pessoas." (Singer, Peter. Ética prática, capítulo 5). Baseado nessa versão da "doutrina do caráter sagrado da vida humana", Peter Singer afirma que, se alguns animais são pessoas, então a vida desses animais: A) deve ter o mesmo valor especial, ou o mesmo direito à proteção que a dos seres humanos que são pessoas. B) deve ter o mesmo valor especial, mas não o mesmo direito à proteção que a dos seres humanos que são pessoas. C) não tem nenhum valor especial, mas tem o mesmo direito à proteção que a dos seres humanos que são pessoas. D) não tem nenhum valor especial, nem o mesmo direito à proteção que a dos seres humanos que são pessoas. Questão 33 Alguns filósofos criticaram a metafísica e o pensamento filosófico tradicional. Sobre essas críticas, pode-se afirmar que, segundo: A) Kant, a metafísica não é possível como ciência porque o fenômeno só pode ser apreendido por uma intuição intelectual. B) Nietzsche, as teorias metafísicas realizam uma integração completa entre valores absolutos que devem, ao contrário, ser opostos. C) Heidegger, são dois os preconceitos que perpassam a pergunta pelo ser: o ser é o conceito mais universal e o ser é o imediato indeterminado.
D) Wittgenstein, nas Investigações filosóficas, a filosofia não pode fundamentar nem deduzir, mas apenas descrever o uso da linguagem. Questão 34 Inteligência, entendimento, fé e suposição. Essa ordem indica, decrescentemente, "graus de clareza" quanto aos objetos de conhecimento para: A) Platão, que relaciona tais graus de clareza ao que seus respectivos objetos têm de verdade. B) Tomás de Aquino, pois sem inteligência e entendimento, fé é mera adesão ao testemunho de outro. C) Descartes, que considera a clareza e a distinção como critérios para separar verdade e falsidade. D) Kant, pois associa fé à opinião, e os objetos da inteligência e do entendimento à razão pura. Questão 35 Na filosofia contemporânea, pode-se afirmar que a verdade, de acordo com: A) Marx, é realizada na práxis, isto é, a teoria deve ser completamente abandonada em favor da prática. B) Nietzsche, é um conjunto de ilusões que parece canônico após longo uso, por se ter esquecido seu caráter metafórico. C) Heidegger, é, em sentido originário (alétheia), uma propriedade primordialmente atribuída às proposições. D) Wittgenstein, é a correspondência específica com os fatos realizada na figuração dos jogos de linguagem. Questão 36 A respeito da reflexão filosófica sobre a moral, pode-se afirmar que, segundo: A) Hume, de fatos podem se deduzir normas, por isso a ética deve ser derivada da ciência. B) Kant, o dever é a imposição da lei moral dada pelas inclinações e necessidades humanas. C) Nietzsche, todos os valores absolutos devem ser acolhidos a partir da perspectiva da vida. D) Mill, a utilidade é a capacidade de promover a maior felicidade para o maior número. Questão 37 O desejo é uma noção próxima de outras, como apetite, paixões, inclinações e refere-se, de modo geral, a impulsos ou tendências que não são guiados pela razão. Sobre algumas formas mais clássicas de se conceber o desejo, pode-se afirmar que, de acordo com: A) Aristóteles, as paixões humanas estão relacionadas ao saber prático, e excluem quaisquer relações com o saber teorético. B) Maquiavel, o príncipe, para conservar seu poder e sua respeitabilidade, sempre deve satisfazer os desejos dos súditos. C) Nietzsche, grande parte do pensamento consciente de um filósofo é secretamente guiado por seus instintos. D) Freud, a consciência moral é senhora dos desejos inconscientes, causadores da neurose em indivíduos imorais. Questão 38 Ao longo da história, algumas das teses políticas de Aristóteles mereceram críticas de outros autores. Entre essas teses, pode-se citar a concepção do Estado justo como uma comunidade una e indivisa; a finalidade do Estado como sendo o bem comum; e a
necessidade de os governantes serem virtuosos por serem exemplo para os governados, que os imitam. Sobre os autores que criticaram Aristóteles, pode-se afirmar que, de acordo com: A) Maquiavel, o príncipe deve parecer ter as virtudes éticas, sendo necessário em algumas circunstâncias agir contrariamente a elas. B) Hobbes, o Estado faz o contrato social surgir naturalmente da convergência dos cidadãos em torno de seu próprio desenvolvimento. C) Marx, a economia política é o que torna uma comunidade una e indivisa e realiza o bem comum que é o objetivo do Estado. D) Foucault, a sociedade disciplinar se constitui pelo estabelecimento da soberania, através da delegação de poder pelos indivíduos nas instituições. Questão 39 A tragédia é uma forma de arte abordada por diferentes pensadores, que a consideraram um dos grandes gêneros artísticos. De acordo com Aristóteles e Nietzsche, respectivamente, a tragédia envolve: A) a imitação de ações de caráter elevado através das quais o herói é levado a um destino de infortúnio - a articulação entre os impulsos artísticos da figuração plástica e da música. B) a imitação de ações de caráter elevado que provocam o êxito do herói - a predominância do impulso dionisíaco sobre o apolíneo a ponto de excluí-lo totalmente. C) a imitação de ações de caráter baixo que provocam o êxito do herói - a predominância do impulso apolíneo sobre as manifestações dionisíacas a ponto de excluí-las totalmente. D) a imitação de ações de caráter baixo que provocam a decadência do herói - a destruição mútua dos impulsos artísticos da figuração plástica e da música. Questão 40 No "método de analogia lógica", utilizado para determinar e um argumento silogístico é válido ou não, substituem-se algumas palavras por outras, cujo sentido conhecemos, mantendo a forma do argumento. Se, então, depara-se com premissas verdadeiras e conclusão falsa, sabe-se que o argumento é inválido. A característica do silogismo que torna possível esse método está expressa em: A) A premissa maior tem extensão lógica maior do que a premissa menor. B) A validade ou a invalidade de um silogismo é uma questão puramente formal. C) A validade ou a invalidade de um silogismo depende de seu conteúdo específico. D) A conclusão tem extensão lógica menor do que as premissas.
Questão 01 Heráclito e Parmênides são, costumeiramente, apresentados como filósofos cujos pensamentos se opõem: o primeiro seria o pensador da mudança, da contradição, enquanto o outro seria o precursor da metafísica, na sua defesa da constância, da unicidade e da imobilidade do ser. Contudo, há vários de seus fragmentos que parecem nos trazer o mesmo conteúdo.
Assinale quais dos fragmentos a seguir apresentam, respectivamente, as concepções ontológicas de Heráclito e de Parmênides. (Tradução dos fragmentos: Gerd Bornheim. Os filósofos présocráticos. Ed. Cultrix) A) "O mesmo é pensar e o pensamento de que o ser é". / "O pensamento é comum a todos". B) "Desta via de investigação eu te afasto; mas também daquela outra, na qual vagueiam os mortais que nada sabem, cabeças duplas. Pois é a ausência de meios que move, em seu peito, seu espírito errante." / "Homens que não sabem escutar nem falar". C) "...afasta, portanto, o teu pensamento dessa via de investigação, e nem te deixes arrastar a ela pela múltipla experiência do hábito, nem governar pelo olho sem visão, pelo ouvido ensurdecedor ou pela língua;...". / "Maus testemunhos para os homens são os olhos e os ouvidos, se suas almas são bárbaras". D) "É sábio que os que ouviram, não a mim, mas as minhas palavras, reconheçam que todas as coisas são um" / "... a diversidade das aparências deve revelar uma presença que merece ser recebida, penetrando tudo totalmente". Questão 02 Pode-se dizer que o conjunto das idéias sofistas (tal como apresentado por Platão) se opõe ao propósito teórico dos présocráticos no tocante a que: A) os sofistas não defendem a possibilidade de verdades universais e os pré-socráticos buscam o princípio de todas as coisas. B) os sofistas especulam sobre a origem de todas as coisas e os pré-socráticos admitem a possibilidade da verdade. C) os sofistas investigam o nomos buscando saber por que tudo é como é e os pré-socráticos voltam-se para a physis ocupandose com saber como o princípio perpassa o múltiplo. D) os sofistas entendem que a linguagem representa a realidade e os pré-socráticos buscam as regras da linguagem. Questão 03 Em sua alegoria da caverna, Platão indica que a última forma (eidos) a ser contemplada no mundo inteligível é a forma do: A) Bem. B) Belo. C) Ser. D) Sol. Questão 04 ANULADA Ao final de sua conversa com o escravo de Mênon, no diálogo platônico de mesmo nome, Sócrates afirma ter demonstrado que: A) as vidas passadas pela alma do escravo tornaram-lhe possível chegar à solução a respeito de como obter o quadrado com o dobro da área do quadrado inicial. B) o escravo já conhecia a solução do problema de aritmética apresentado, pois já aprendera a respeito nas outras vidas pelas quais sua alma passara. C) a alma do escravo contemplara, no Mundo das Idéias, as formas geométricas, e por isso tinha ele conseguido resolver o problema apresentado. D) as sucessivas reencarnações de Sócrates possibilitaram a ele induzir o escravo a chegar à solução do problema sobre o cálculo da área do retângulo.
Questão 05 A questão apresentada no início do Mênon, de Platão, é: A) de que modo a virtude seria adquirida. B) como se chega ao conhecimento das formas geométricas. C) como se adquire o conhecimento em geral. D) se a escravidão deveria ter lugar na cidade ideal. Questão 06 A palavra "ética" tem origem em dois termos gregos que, pela falta de uma letra em língua portuguesa para designar como fonemas distintos o "e" longo e o "e" curto são referidos como "ethos". Os sentidos que mais bem expressam os significados destes termos são: A) Finalidade e Dever. B) Costumes e Normas. C) Bem e Dever. D) Costumes e Caráter. Questão 07 Em relação à ética de Aristóteles, podemos afirmar que: A) trata-se de uma deontologia, pois visa à felicidade. B) é baseada nas virtudes dianoéticas que dependem do hábito. C) tem por finalidade última o exercício da virtude da justiça. D) considera a instrução e o hábito fundamentais para a virtude. Questão 08 Aristóteles, na Ética a Nicômaco, acerca da phronesis, que pode ser traduzida como prudência ou discernimento, afirma que: A) é uma qualidade racional que leva à verdade no tocante às ações relacionadas aos bens humanos. B) é uma virtude moral que leva ao meio termo entre duas formas de deficiência moral. C) é impossível ser uma virtude intelectual porque não é conhecimento científico nem arte. D) é a virtude intelectual que permite contemplar a idéia de bem e aplicá-la às situações humanas. Questão 09 No Livro I da República, Sócrates refuta as definições e opiniões de Trasímaco sobre a justiça. Essas definições e opiniões refutadas são: A) a justiça é o que está no interesse do mais forte; a injustiça é mais vantajosa do que a justiça. B) a justiça consiste em dizer a verdade e restituir o que se tomou; a injustiça é mais vantajosa do que a justiça. C) a justiça significa fazer o bem aos amigos e mal aos inimigos; portanto, ela nem sempre é mais vantajosa do que a injustiça. D) a justiça significa dar a cada um o que se lhe deve; ela é mais vantajosa do que a injustiça. Questão 10 Em sua obra Política, Aristóteles afirma que: A) os governantes da pólis, cuja finalidade é o bem comum, devem ser virtuosos porque refletem a virtude dos cidadãos. B) a linguagem permite ao homem exprimir em comum as noções de bem e mal, justo e injusto. C) a comunidade política é anterior às famílias e aldeias, do ponto de vista ontológico, mas, do ponto de vista lógico e cronológico, é posterior.
D) a aristocracia é a melhor forma de governo por permitir que os melhores homens conduzam a cidade. Questão 11 Na República, Livro X, Platão, ao considerar a relação entre arte, mímese e verdade, afirma que: A) a verdade na arte depende da natureza do objeto imitado. B) a arte de imitar está bem longe de produzir a verdade. C) o artista que imita a realidade produz o belo e revela a verdade. D) a arte é verdade por ser imitação que tem inspiração nas musas. Questão 12 As duas formas de arte comparadas por Aristóteles na obra Poética são: A) a epopéia e a tragédia, afirmando o igual valor de ambas. B) a comédia e a tragédia, afirmando o caráter mais filosófico da primeira. C) a tragédia e a epopéia, afirmando a superioridade da primeira. D) o mito e a comédia, afirmando o caráter mais filosófico do primeiro. Questão 13 Qual das afirmações abaixo melhor expressa a fórmula de Agostinho "Crê para compreender; compreende para crer"? A) Apenas pela fé, e não pela razão, chega-se ao conhecimento de Deus. B) Somente pela razão somos capazes de compreender a existência de Deus. C) Razão e fé são irreconciliáveis, pois a primeira é falha e a segunda é divina. D) A fé ilumina a inteligência e a razão pode iluminar o conteúdo da fé. Questão 14 No Livro XI das Confissões, Santo Agostinho reflete sobre a dimensão ontológica do tempo, indicando-a como "distensão da alma". Qual das caracterizações abaixo melhor sintetiza esta indicação do autor? A) Mensuração subjetiva da durabilidade de minhas impressões. B) Ilusão enganadora que falseia a eternidade de minha condição. C) Passado do presente, presente do presente, futuro do presente. D) Presente do passado, presente do presente, presente do futuro. Questão 15 Parte da experiência sensível para concluir, através de cinco vias cosmológicas, a existência de Deus: A) Agostinho de Hipona. B) Anselmo de Cantuária C) Pedro Abelardo. D) Tomás de Aquino. Questão 16 "O universal está na forma das coisas e é abstraído pelo intelecto". Essa tese ontológica pode ser atribuída à:
A) Agostinho de Hipona. B) Pedro Abelardo. C) Tomás de Aquino. D) Guilherme de Ockham.
D) noções fundadas na própria natureza humana; noções provenientes do emprego e manejo das palavras de maneira imprópria; as noções sustentadas pelas doutrinas filosóficas; noções do homem enquanto indivíduo.
Questão 17 Qual formulação designa melhor a expressão "navalha de Ockham"? A) O princípio de economia de pensamento: não multiplicar os seres sem necessidade. B) A negação dos universais: eles são apenas abstrações das formas das coisas. C) Separação entre a Igreja e o Estado: o poder temporal não compete à primeira. D) Ceticismo em teologia natural: neste campo, a existência de Deus é apenas provável.
Questão 21 ANULADA Considerando os trechos abaixo das Meditações Metafísicas, de Descartes, qual seqüência revela a ordem das razões? I. "(...) só concebemos os corpos pela faculdade de entender em nós existente e não pela imaginação, nem pelos sentidos, e que não os conhecemos pelo fato de os ver ou de tocá-los, mas somente por os conceber pelo pensamento, reconheço com evidência que nada há que me seja mais fácil conhecer do que meu espírito". II. "(...) nada sou, pois falando precisamente, senão uma coisa que pensa, isto é, um espírito, um entendimento ou uma razão". III. "Mas o que sou eu, portanto? Uma coisa que pensa. Que é coisa que pensa? É uma coisa que duvida, que concebe, que afirma, que nega, que quer, que imagina também e que sente". IV. "(...) eu sou, eu existo, é necessariamente verdadeira todas as vezes que a anuncio ou que a concebo em meu espírito". A) IV, III, II, I. B) IV, III, I, II. C) IV, II, III, I. D) III, I, IV, II.
Questão 18 Podemos apontar como uma característica importante da ciência moderna: A) a valorização da observação e do método experimental na determinação das causas finais na natureza. B) a formulação da noção de universo infinito possibilitada pela superação das idéias de espaço e tempo absolutos. C) o uso da matemática na investigação física por Galileu, proposta sob inspiração platônica e pitagórica. D) o mecanicismo que, por oposição ao dinamismo, não aceita o recurso a forças para a explicação dos fenômenos naturais. Questão 19 À qual escola filosófica da Antigüidade, Michel de Montaigne, pensador francês do século XVI, pode ser associado? A) Aos acadêmicos, por afirmar a superioridade da ciência sobre as opiniões. B) Aos sofistas, por afirmar que o homem é a medida de todas as coisas. C) Ao epicurismo, por crer no valor das paixões como guia da conduta. D) Ao pirronismo, por considerar todo conhecimento como opinião. Questão 20 Em sua obra Novum Organum, Francis Bacon analisa os tipos de noções falsas que, ao ocuparem o intelecto humano, obstruem-no, dificultando o alcance da verdade, bem como impedem a realização da ciência. Tais são os Ídolos da Tribo, os Ídolos da Caverna, os Ídolos do Foro e os Ídolos do Teatro, os quais dizem respeito, respectivamente, a: A) noções fundadas na própria natureza humana; noções do homem enquanto indivíduo; noções provenientes do emprego e manejo das palavras de maneira imprópria; noções sustentadas pelas doutrinas filosóficas. B) noções do homem enquanto indivíduo; noções fundadas na própria natureza humana; noções provenientes do emprego e manejo das palavras de maneira imprópria; noções sustentadas pelas doutrinas filosóficas. C) noções fundadas na própria natureza humana; noções provenientes do emprego e manejo das palavras de maneira imprópria; noções do homem enquanto indivíduo; as noções sustentadas pelas doutrinas filosóficas.
Questão 22 Na Carta-Prefácio aos Princípios da Filosofia, Descartes compara seu projeto filosófico a uma árvore, indicando quais conhecimentos corresponderiam a sua raiz, a seu tronco e a seus galhos. Raiz, tronco e galhos dessa árvore da sabedoria de Descartes são, respectivamente: A) Matemática (raiz); Lógica (tronco); Metodologia, Botânica e Moral Provisória (galhos). B) Método (raiz); Matemática (tronco); Filosofia, Física e Astronomia (galhos). C) Metafísica (raiz); Física (tronco); Medicina, Moral e Mecânica (galhos). D) Metafísica (raiz); Matemática (tronco); Medicina, Moral e Física (galhos). Questão 23 A noção de "realidade objetiva das idéias" é premissa da prova da existência de Deus apresentada por Descartes na Meditação Terceira. Nesse caso, "realidade objetiva" significa: A) que a idéia necessariamente tem que ter por origem um objeto real, ainda que supra-sensível (como Deus). B) a participação, por representação, em graus de ser ou de perfeição. C) a referência necessária de uma idéia, seu sentido. D) o complemento eidético à subjetividade do cogito. Questão 24 Para Leibniz, as mônadas são: A) os seres entendidos em sua própria singularidade. B) as substâncias simples, inextensas e indivisíveis. C) os atributos divinos em suas perfeições próprias. D) os caracteres essenciais do melhor dos mundos possíveis. Questão 25
Segundo Hume, em seu Investigação sobre o entendimento humano, os "objetos da razão ou investigação humana podem ser divididos naturalmente em duas espécies", a saber: A) relações de causa e efeito e entes de razão. B) relações de idéias e questões de fato. C) fenômenos e teorias. D) hipóteses e dados empíricos. Questão 26 Na Investigação sobre o entendimento humano, Hume observa que objetos vistos pela primeira vez não revelam sua causa ou efeito que deles decorre, porque: A) a conexão de um acontecimento com outro que lhe antecede ou sucede se apóia apenas na regularidade, o que em última análise explica-se pelo hábito. B) a associação de eventos ocorre por conceitos do entendimento e não por observação da experiência. C) a conexão de um acontecimento com outro que lhe antecede ou sucede não se apóia na regularidade, mas antes nas operações do intelecto humano. D) a associação de um acontecimento com outro se apóia no hábito e no intelecto humano. Questão 27 Na Crítica da Razão Pura, Kant chama de "unidade sintética originária da apercepção" a seguinte representação: A) o espaço, pois ele unifica a síntese de nossas percepções originais dos fenômenos, por ser uma forma pura da sensibilidade. B) o eu penso, pois ele é a autoconsciência que deve poder acompanhar todas as demais representações e é una e idêntica em toda consciência. C) o tempo, pois ele é uma representação necessária que serve de fundamento a todas as intuições e a possibilidade dos princípios apodíticos. D) o juízo sintético a priori, pois ele serve de fundamento a todas as nossas experiências possíveis, ligando no sujeito as representações de experiência. Questão 28 Na concepção de Kant, o problema geral da razão pura é saber como são possíveis os "juízos sintéticos a priori", os quais dizem respeito a: A) uma incógnita "x" sobre a qual o entendimento se apóia e que viabiliza a metafísica como uma possibilidade da experiência. B) um juízo em que a sensibilidade e o entendimento se apóiam para relacionar um dado "A" a um predicado "B" a posteriori. C) uma incógnita "x" sobre a qual o entendimento se apóia ao crer descobrir fora do conceito de "A" um predicado "B" estranho a esse conceito e não obstante conectado a ele. D) uma relação entre um dado "A" e um conceito "B", cuja conexão encontra-se como intuição pura do entendimento. Questão 29 A ética de Spinoza considera que: A) o reto exercício da razão é a forma de bem conduzir o direito ao livre-arbítrio. B) o livre-arbítrio é a garantia da liberdade humana face o determinismo da natureza.
C) o controle das paixões pela razão é o caminho para garantir a liberdade. D) o homem se torna livre pelo amor intelectual a Deus. Questão 30 Para Rousseau, a liberdade pode ser definida como um princípio: a) a ser limitado pelo hábito, já que a liberdade de cada um termina quando começa a do outro. b) segundo o qual o que o homem pode fazer corresponde às forças que lhe dá a natureza. c) que se deve alienar em favor do contrato social, regido por um poder soberano. d) contrário à busca da autonomia, sendo esta a responsável direta pelos males da civilização. Questão 31 O conceito de dever, na ética kantiana, significa: A) a necessidade de realizar uma ação conforme a lei moral, relacionando-a com um objeto da faculdade de desejar. B) a ação objetivamente prática, isto é, a coincidência entre a intenção do agente e os efeitos da ação. C) a ação objetivamente prática, isto é, a coincidência entre a máxima que determina a vontade e a lei moral. D) a necessidade de realizar uma ação por respeito à lei moral, sem relação com a motivação da vontade. Questão 32 Pensador da política inspirado pelos valores Renascentistas, Maquiavel, na sua obra O Príncipe, pretende indicar mudanças necessárias na arte de governar. Podemos dizer que política deveria ser, segundo ele, definida como: A) a arte de ceder à fortuna. B) capacidade de manipular os homens, infundindo o ódio. C) a capacidade de reverter a fortuna a favor do governo. D) capacidade de governar com rigor, porém com justa medida. Questão 33 As expressões "guerra de todos contra todos" e "insociável sociabilidade" originam-se respectivamente destes filósofos e pretendem descrever os seguintes estados de coisas: A) Rousseau, falando da situação dos homens em estado de natureza, e Hobbes, ao narrar a vida dos seres humanos sem o Estado. B) Hobbes, comentando sobre as relações entre seres humanos que vivem sem o Estado, e Kant, qualificando as relações entre os indivíduos humanos obrigados a viver em sociedade. C) Hobbes, comentando sobre as relações entre os seres humanos que vivem sem o Estado, e Rousseau, classificando as relações entre os indivíduos humanos obrigados a viver em sociedade. D) Rousseau, falando da situação dos homens que vivem em sociedade, e Hegel, ao descrever a dialética das relações sociais. Questão 34 Alexander Baumgarten, no século XVIII, empregou pela primeira vez o termo "Estética" referindo-se à disciplina filosófica que tem como foco de estudo: A) a essência do belo. B) a questão do corpo.
C) a análise das obras de arte. D) a contemplação da natureza. Questão 35 ANULADA Para Immanuel Kant, o juízo de gosto é: A) desinteressado e referido a um sentimento. B) objetivo e desinteressado. C) formalista e uma finalidade sem fim. D) objetivo e formalista. Questão 36 No começo da Ciência da Lógica, Hegel contrapõe "ser" e "nada", definindo-os como indeterminados. Sendo assim, afirma que: A) como absolutos, encontram-se separados, sem relação entre si. B) são o mesmo. C) o nada é o não-ser de alguma coisa. D) são incompatíveis entre si, mas encontram-se em relação dialética. Questão 37 Indique qual das alternativas a seguir NÃO é compatível com o pensamento de Hegel, tal como exposto na Fenomenologia do Espírito. A) O conteúdo concreto da certeza sensível faz com que ela apareça imediatamente como o conhecimento mais rico, e mesmo como um conhecimento de infinita riqueza para o qual nenhum limite pode ser encontrado. B) A linguagem possui a natureza divina de inverter a opinião, de torná-la outra coisa e de impedi-la de aceder à palavra. C) Nesse Verdadeiro interior, como no Absoluto-Universal ? que expurgado da oposição entre universal e singular veio-a-ser para o entendimento ?, agora, pela primeira vez, descerra-se sobre o mundo sensível como o mundo aparente, um mundo supra-sensível como o verdadeiro. D) A passagem para o estoicismo como figura da consciência só é possível porque a dialética entre o senhor e o escravo faz triunfar a moral do senhor, restando assim à consciência servil a fuga do mundo expressada na consciência estóica. Questão 38 No contexto da discussão ontológica, as seguintes frases referem-se ao ser humano: I) A existência precede a essência. II) A essência reside em sua existência. III) A essência precede a existência. Essas frases podem ser relacionadas, respectivamente, ao pensamento de: A) Sartre; Merleau-Ponty; Aristóteles. B) Camus; Sartre; Descartes. C) Sartre; Heidegger; Platão. D) Merleau-Ponty; Heidegger; Aristóteles. Questão 39 Na Introdução de Ser e Tempo, Heidegger afirma que, no tratamento dado pela metafísica à questão do ser, têm raízes três "preconceitos" que "constante e renovadamente, plantam e nutrem a desnecessidade de uma pergunta pelo ser". Estes preconceitos são:
A) 1º - "O "ser" é o conceito mais universal."; 2º - "O "ser" é o conceito compreensível por si mesmo."; 3º - "O "ser" se diz de diversos modos.". B) 1º - "O "ser" é o conceito mais universal."; 2º - "O conceito "ser" é indefinível."; 3º - "O "ser" é o "imediato indeterminado"." C) 1º - "O "ser" é o conceito mais universal."; 2º - "O conceito "ser" é indefinível."; 3º - "O "ser" é o conceito compreensível por si mesmo." D) 1º - "O "ser" é o conceito mais universal."; 2º - "O "ser" é o "imediato indeterminado"."; 3º - "O "ser" se diz de diversos modos.". Questão 40 Marque a afirmação correta segundo Ser e tempo, obra de Heidegger (os termos entre parênteses são do original em alemão). A) A disposição (Befindlichkeit) é o existencial que mantém o mundo aberto numa estrutura prévia. B) O discurso (Rede) é necessariamente proposicional e articula os outros existenciais. C) A interpretação (Auslegung) é um modo derivado da proposição (Aussage). D) A angústia (Angst) é uma disposição privilegiada porque ela singulariza o ser-aí (Dasein, também traduzido como "presença"). Questão 41 O que é correto afirmar sobre as diferentes teorias da linguagem elaboradas por Ludwig Wittgenstein em suas obras Tratactus Logico-Philosophicus e Investigações Filosóficas? A) No Tratactus, considera-se que a forma lógica da linguagem corresponde à sua forma gramatical, mas na teoria dos jogos de linguagem não. B) De acordo com a teoria figurativa do significado, as únicas proposições com sentido são as proposições da ciência natural. C) Nas Investigações Filosóficas, a filosofia é concebida como a atividade de elucidar a linguagem, mas no Tratactus ela é uma teoria lógica. D) A teoria figurativa do significado afirma a existência dos jogos de linguagem, enquanto a abordagem pragmática referese apenas a atos performativos. Questão 42 Segundo Hegel, a eticidade (Sittlichkeit), que se distingue da moralidade (Moralität), define-se por: A) ser a concordância de uma ação em relação à lei moral, considerando o móvel da ação. B) ser a realização do bem em instituições históricas que o garantam. C) ser a vontade subjetiva, que visa ao bem individual. D) assumir, como móvel da ação, a idéia de dever. Questão 43 Sobre o conceito de trabalho, em Marx, pode-se afirmar: A) O valor de troca de uma mercadoria distingue-se de seu valor, pois este é a satisfação de necessidades humanas imediatas proporcionada pelo trabalho útil. B) O trabalho abstrato é o que distingue os homens dos animais, por consistir na capacidade de elaborar mentalmente uma ação antes de realizá-la.
C) O trabalho criador de valor de uso é condição de existência do homem, independente das formas de sociedade que se desenvolvem historicamente. D) A força de trabalho e a tecnologia são as únicas mercadorias capazes de criar valor, sendo pressupostos da apropriação de mais-valia. Questão 44 O modo como Marx compreende as relações entre homem e sociedade permite afirmar que: A) a essência humana é concebida como o conjunto das relações sociais, portanto, externa à natureza. B) as leis que regem a produção modificam-se com o desenvolvimento das diferentes formas sociais, em um processo natural e histórico. C) as leis que regem a produção nas diferentes sociedades não se alteram, enquanto não for superada a sociedade de classes. D) o conflito entre forças produtivas e relações de produção deve ser visto como uma forma de conflito entre indivíduo e sociedade. Questão 45 ANULADA A partir da contraposição entre moral nobre e moral escrava, feita por Nietzsche na obra Genealogia da Moral, pode-se afirmar que: A) o homem do ressentimento considera o inimigo como mau, enquanto o nobre vê o inimigo como desprezível. B) a modernidade é o momento de afirmação do indivíduo nobre, criador, a partir de seus talentos e virtudes. C) o amor aos inimigos é um disfarce do ressentimento, mas ocorre de modo autêntico no espírito nobre. D) a moral nobre é criadora e gera valores, ao contrário do ressentimento, que apenas inverte as valorações nobres. Questão 46 De acordo com a discussão que Nietzsche realiza sobre a origem dos valores morais, pode-se afirmar que: A) na avaliação reativa, os fracos primeiro avaliam a si mesmos como bons e daí decorre a avaliação do outro, o forte, como mau. B) os gestos úteis foram inicialmente valorados como bons, tendo se tornado hábito passar a considerá-los como bons em si. C) a moral escrava tem sua origem no cristianismo, religião na qual a oposição entre bem e mal foi primeiramente constituída. D) a filologia mostra que as palavras usadas para designar a nobreza social adquiriram progressivamente o sentido de nobreza de espírito. Questão 47 Michel Foucault, ao tematizar a questão do poder, em sua análise da soberania, afirma como prioritário: A) saber como se forma essa alma do corpo político unificado que é a soberania. B) investigar como se constituem os sujeitos pelos efeitos do poder. C) compreender as motivações histórico-políticas que levaram à soberania. D) avaliar a multiplicidade de subdivisões de poder que antecederam à soberania. Questão 48
Através dos princípios de justiça, como concebidos por John Rawls, deve ser: A) efetivada a distribuição eqüitativa de bens básicos para todas as pessoas, independentemente dos projetos pessoais de vida e suas concepções de bem. B) enfatizado o conjunto dos bens primários, que consistem exclusivamente em: liberdade básica, renda, educação e saúde. C) reconhecida uma distribuição não eqüitativa de bens básicos para todas as pessoas, mas apenas dos bens primários que são o auto-respeito e a auto-estima. D) implementada a distribuição eqüitativa de bens básicos para todas as pessoas, os quais dependem dos projetos pessoais de vida, mas não das concepções de bem. Questão 49 Já na primeira obra de Nietzsche, O Nascimento da Tragédia, é possível identificar a discussão sobre a ciência, a arte e a moral. Com relação a essa discussão, pode-se afirmar que: A) Nietzsche tenta pela primeira vez ver a arte com a ótica da ciência, e a ciência com a ótica da vida. B) a arte e a moral, diferentemente da ciência, seriam as duas atividades propriamente metafísicas do homem. C) o socratismo estético, segundo o qual "tudo deve ser inteligível para ser belo", foi causa de decadência da tragédia grega. D) a tragédia foi inicialmente uma manifestação do pessimismo, superado pela adesão de Eurípedes a um otimismo racional. Questão 50 Segundo a análise da indústria cultural realizada por Adorno e Horkheimer, pode-se afirmar que: A) a abolição do privilégio educacional pela venda de produtos culturais promove uma formação ampla, porém incompleta. B) a promessa de felicidade da arte autônoma não pode se realizar por sua incapacidade de conquistar o mercado. C) a arte séria deve ser transformada em seus fundamentos concretos para tornar-se arte revolucionária. D) a indústria cultural dissolve a oposição tradicional entre alta cultura e cultura popular e cria uma barbárie estilizada.
CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS Quando dizemos que um objeto está conectado a outro, isso significa apenas que eles adquiriram uma conexão em nosso pensamento, dando origem à inferência pela qual um se torna prova da existência do outro. David Hume. Investigação sobre o entendimento humano (com adaptações). Eu ou pessoa não corresponde a nenhuma impressão, consistindo naquilo a que todas as nossas várias impressões ou idéias estão supostamente referidas. Se alguma impressão der origem à idéia de eu, essa impressão deve permanecer invariavelmente a mesma, durante toda a duração de nossas vidas, uma vez que se supõe que o eu existe dessa maneira. David Hume. Tratado sobre a natureza humana (com adaptações).
Julgue os itens subseqüentes, tendo em vista os dois fragmentos de texto acima e a filosofia de David Hume. 55 - A noção de conexão entre os objetos, que, por sua vez, conduz à noção de causalidade, independe, segundo Hume, de pressupostos sobre o funcionamento da mente e sobre produção das idéias. 56 - A crítica à identidade pessoal tem relação com a posição racionalista de Hume, fundamentada nos conceitos de impressão e idéia. ________________________________________ Notei certas leis que Deus estabeleceu de tal modo na natureza, e das quais imprimiu tais noções em nossas almas que, depois de refletir bastante sobre elas, não poderíamos duvidar que não fossem exatamente observadas em tudo o que existe ou se faz no mundo. René Descartes. Discurso do método. Tendo em vista o texto acima e a filosofia de René Descartes, julgue os itens que se seguem. 57 - Na filosofia de Descartes, parece ser possível afirmar uma verdade por correspondência. 58 - As leis da natureza exibem um caráter antropomórfico, pois foram criadas por Deus e Ele tem vontade. 59 - Se, entre as idéias inatas, há idéias matemáticas e metafísicas, como, por exemplo, a existência de Deus, a física cartesiana decorre, em alguma medida, de certos postulados metafísicos. ______________________________________ Toda arte e toda indagação, assim como toda ação e todo propósito visam a algum bem; por isso, foi dito acertadamente que o bem é aquilo a que todas as coisas visam. Mas, nota-se uma certa diversidade entre as finalidades; algumas são atividades, outras são produtos distintos das atividades de que resultam; onde há finalidade distintas das ações, os produtos são por natureza melhores que as atividades. Aristóteles. Ética a Nicômacos (com adaptações). Considerando o texto acima, julgue os itens subseqüentes de acordo com o pensamento de Aristóteles. 61 - Toda atividade tem uma finalidade em si mesma. 62 - Toda atividade humana possui caráter teleológico. 63 - A Ética é uma ciência totalmente independente da ciência política.
à concepção do primeiro motor imóvel do universo, ou seja, de Deus. ________________________________________ Quanto ao pensamento de Auguste Comte, principal representante do positivismo, julgue os itens que se seguem. 66 - Auguste Comte estabeleceu em sua obra filosófica uma relação positiva entre ciência e mito. 67 - Para Augusto Comte, cada ramo do conhecimento humano passa sucessivamente por três estados diferentes: o teológico, o metafísico e o positivo. ________________________________________ Uma pessoa cujos atos foram instituídos por uma grande multidão, mediante pactos recíprocos uns com os outros, de modo a ela poder usar a força e os recursos de todos, da maneira que considerar conveniente, para assegurar a paz e a defesa comum. Thomas Hobbes. Leviatã (com adaptações). A partir do exposto no texto acima, julgue os itens a seguir de acordo com o pensamento político de Hobbes. 68 - A pessoa a que o texto se refere é o soberano absoluto, ao qual cada indivíduo transfere todo o poder. 69 - O homem é por natureza um ser altruísta e sociável. ________________________________________ Em rio, não se pode entrar duas vezes no mesmo, segundo Heráclito, nem substância mortal tocar duas vezes na mesma condição; mas, pela intensidade e rapidez da mudança, dispersa e de novo reúne (ou melhor, nem mesmo de novo nem depois, mas ao mesmo tempo), compõe-se e desiste, aproxima-se e afasta-se. Plutarco. De E apud Delphos (com adaptações). Com base no texto de Plutarco acima e nas origens do pensamento filosófico na Grécia antiga, julgue os seguintes itens. 70 - É correto afirmar que, para Heráclito, a característica fundamental da realidade é a eterna mudança. 71 - Entre os elementos que participam do surgimento da Filosofia, é correto destacar o abandono paulatino de explicações míticas do mundo. ________________________________________
64 - A virtude pode ser corretamente definida como a eqüidistância entre dois vícios, um por excesso e outro por falta.
Enquanto a ciência, em primeiro lugar, deve defender o nível de objetividade de suas formulações contra a pressão dos interesses particulares, engana-se quanto ao interesse fundamental, que se constitui não somente na razão do impulso, mas também na condição de uma objetividade possível. Jürgen Habermas. Conhecimento e interesse (com adaptações).
65 O teorema fundamental da teoria aristotélica de movimento, segundo o qual tudo o que se move o faz por alguma coisa, leva
Considerando o texto acima, julgue os itens subseqüentes de acordo com o pensamento da chamada Escola de Frankfurt.
72 - A ciência é caracterizada pela ausência total de interesses. 73 - Para Horkheimer, a teoria crítica não se reduz a descrições da situação concreta da classe dominada, mas leva-a a buscar transformações. 74 - O filósofo Theodor W. Adorno está incluído entre os principais representantes da chamada Escola de Frankfurt. ________________________________________ Quando qualquer número de homens, pelo consentimento de cada indivíduo, constituíram uma comunidade, fizeram dessa comunidade, por isso mesmo, um só corpo, com o poder de agir como um só corpo, isto é, somente pela vontade e determinação da maioria. Pois o que faz qualquer comunidade agir é somente o consentimento dos indivíduos que a compõem; e como é necessário a todo objeto que forma um só corpo que se mova num sentido, é necessário que este corpo se mova para onde leva a força maior, que é o consentimento da maioria. John Locke. Dois tratados sobre o governo (com adaptações). À luz do texto acima e de acordo com a filosofia política de Locke, julgue os itens a seguir. 75 - As ações e decisões de uma comunidade devem representar a vontade e a determinação de todos os membros dessa comunidade. 76 - O estado natural do homem é caracterizado pela ausência de liberdade e pela falta de igualdade. 77 - Locke pode ser corretamente incluído tanto entre os pensadores do liberalismo como entre os adeptos de uma teoria contratual do Estado. ________________________________________ A imagem poética não está submetida a um impulso. Não é o eco de um passado. É antes o inverso: pela explosão de uma imagem, o passado longínquo ressoa em ecos e não se vê mais em que profundidade esses ecos vão repercutir e cessar. Por sua novidade, por sua atividade, a imagem poética tem um ser próprio, um dinamismo próprio. Gaston Bachelard. A poética do espaço. Julgue os itens que se seguem, tendo em conta o exposto no texto acima e no pensamento de Bachelard. 78 - A imagem poética é algo inesperado, puro, impossível de ser traduzido em outra linguagem que não a linguagem poética. 79 - A relação entre a imagem poética e um impulso que se localiza no passado é de causalidade. ________________________________________ Agora, meu caro Glauco, é preciso aplicar, ponto por ponto, esta imagem ao que dissemos atrás e comparar o mundo que nos cerca com a vida da prisão na caverna, e a luz do fogo que a ilumina com a força do Sol. Quanto à subida à região superior e à contemplação dos seus objetos, se a considerares como a ascensão da alma para a mansão inteligível, não te enganarás quanto à minha idéia, visto que também tu desejas conhecê-la.
Só Deus sabe se ela é verdadeira. Quanto a mim, a minha opinião é esta: no mundo inteligível a idéia do bem é a última a ser apreendida, e com dificuldade, mas não se pode apreendê-la sem concluir que ela é a causa de tudo o que de reto e belo existe em todas as coisas; no mundo visível ela engendrou a luz e o soberano da luz; no mundo inteligível, é ela que é soberana e dispensa a verdade e a inteligência; e é preciso vê-la para se comportar com sabedoria na vida particular e na vida pública. Platão. A República (com adaptações). Acerca do texto acima e segundo o pensamento de Platão, julgue os itens subseqüentes. 80 - É possível reconhecer na alegoria ou mito da caverna uma dimensão política. 81 - Embora seja a mais alta em perfeição, a idéia do bem é acessível aos sentidos. 82 - A reflexão filosófica é uma condição necessária para a instauração de um estado (polis) justo. 83 - A alma é imortal e, portanto, nasce e renasce muitas vezes. ________________________________________ Eu diria que os educadores são como as velhas árvores. Possuem uma face, um nome, uma estória a ser contada. Habitam um mundo em que o que vale é a relação que os liga aos alunos, sendo que cada aluno é uma entidade sui generis, portador de um nome, também de uma estória, sofrendo tristezas e alimentando esperanças. E a educação é algo pra acontecer neste espaço invisível e denso, que se estabelece a dois. Espaço artesanal. Mas, professores são habitantes de um mundo diferente, onde o educador pouco importa, pois o que interessa é um crédito cultural que o aluno adquire numa disciplina identificada por uma sigla, sendo que, para fins institucionais, nenhuma diferença faz aquele que a ministra. Rubem Alves. Conversas com quem gosta de ensinar (com adaptações). Com base no exposto no texto acima, julgue os seguintes itens. 84 - O educador relaciona-se com seus alunos, sem necessariamente reconhecer a singularidade de cada um. 85 - Para o educador, a vida interior do aluno representa papel secundário no processo educacional. ________________________________________ (...) a função da ideologia é a de apagar diferenças e fornecer aos membros da sociedade o sentimento da identidade social, encontrando certos referenciais identificadores de todos e para todos, como, por exemplo, a Humanidade, a Liberdade, a Igualdade, a Nação, o Estado. Marilena de Souza Chauí. O que é ideologia (com adaptações). Considerando o texto acima, é correto afirmar que, para a sua autora,
86 - a ideologia tem por função assegurar a coesão dos membros da sociedade, enquanto oculta a realidade como, por exemplo, das diferenças de classe. ________________________________________ O homem nada mais é do que aquilo que ele faz de si mesmo: é esse o primeiro princípio do existencialismo. Jean Paul Sartre. O existencialismo é um humanismo. De acordo com o exposto no texto acima e com o pensamento de Sartre, julgue os itens subseqüentes. 87 - O homem está condenado a inventar o homem a cada instante. 88 - A essência ou natureza do homem precede sua existência. 89 - O homem não é totalmente responsável por suas ações, uma vez que está condenado à liberdade. 90 - O corpo não é algo que se liga exteriormente à consciência, mas, sim, uma estrutura permanente que torna possível a consciência. ________________________________________ O exemplo dos selvagens, que foram encontrados quase todos nesse ponto, parece confirmar que o gênero humano era feito para sempre nele permanecer, que esse estado é a verdadeira juventude do mundo, e que todos os progressos ulteriores foram, aparentemente, outros tantos passos para a perfeição do indivíduo, e, efetivamente, para a decrepitude da espécie. Jean-Jacques Rousseau. Discurso sobre a desigualdade (com adaptações). Tendo em conta o texto acima, julgue os itens a seguir de acordo com o pensamento de Rousseau. 91 - A civilização colabora positivamente para o aperfeiçoamento e desenvolvimento da natureza humana originária. 92 - A educação deve seguir a ordem da própria natureza, adaptando-se à s necessidades individuais do desenvolvimento da criança e proporcionando-lhe o conhecimento do mundo por meio do contato com as próprias coisas. ________________________________________ Quando filosofamos nós? Manifestamente apenas então quando entramos em diálogo com os filósofos. Disto faz parte que discutamos com eles aquilo de que falam. Este debate em comum sobre aquilo que sempre de novo, enquanto o mesmo, é tarefa específica dos filósofos, é o falar, o legein no sentido de dialegesthai, o falar como diálogo. Uma coisa é verificar opiniões de filósofos e descrevêlas. Outra coisa bem diferente é debater com eles aquilo que dizem, e isto quer dizer, do que falam. Martin Heidegger. O que é isto - a filosofia? (com adaptações). A partir do exposto no texto acima, julgue os itens que se seguem segundo o pensamento de Heidegger.
93 - A filosofia deve ocupar-se, antes de qualquer discussão sobre um pensador, com questões referentes à vida e à intenção original desse pensador. 94 - A temporalidade constitui a dimensão fundamental da existência humana. 95 - Uma das características fundamentais da metafísica tradicional é sua preocupação com a questão do ser. 96 - A fenomenologia, desenvolvida por Edmund Husserl, abriu caminho para diversas reflexões filosóficas de Martin Heidegger. ________________________________________ No que diz respeito a todas as coisas que compreendemos, não consultamos a voz de quem fala, a qual soa por fora, mas a verdade que dentro de nós preside à própria mente, incitados talvez pelas palavras a consultá-la. Quem é consultado ensina verdadeiramente, e este é Cristo, que habita, como foi dito, no homem interior. Santo Agostinho. De Magistro (com adaptações). Considerando o exposto no texto acima, julgue os itens seguintes de acordo com o pensamento de Santo Agostinho. 97 - A verdade deve ser buscada em algo exterior ao homem. 98 - Tanto a civitas dei (cidade de Deus) como a civitas terena (cidade terrena) estão fundadas sobre o amor. Trata-se, entretanto, de diferentes tipos de amor. 99 - Agostinho pertence àqueles pensadores cristãos que afirmam categoricamente a incompatibilidade entre fé e razão. ________________________________________ Quando dizemos, então, que o prazer é fim, não queremos referir-nos aos prazeres dos intemperantes ou aos produzidos pela sensualidade, como crêem certos ignorantes, que se encontram em desacordo conosco ou não nos compreendem, mas ao prazer de nos acharmos livres de sofrimentos do corpo e perturbações da alma. Epicuro. Antologia de textos (com adaptações). Tendo como referência o texto acima, julgue os itens que se seguem na ótica do pensamento epicurista. 100 - A doutrina epicurista defende o amor imoderado pelos prazeres. 101 - A filosofia tem por finalidade apontar aos homens os meios para atingir a felicidade. ________________________________________ Deve pertencer à índole própria da filosofia esta carência de reconhecimento unânime de qualquer das suas formas, pela qual diverge das ciências. O modo da certeza que nela se pode alcançar não é científico, ou seja, idêntico para todos os entendimentos; é o de uma certificação que só é bem sucedida se o homem na sua totalidade nela cooperar. Ao passo que os conhecimentos científicos se referem a objetos particulares que
não estão necessariamente ao alcance do conhecimento de todos, a filosofia refere-se à totalidade do ser, que importa a todo o homem enquanto homem, procura uma verdade que, onde quer que fulgure, comove mais profundamente do que qualquer conhecimento científico. A estas situações fundamentais da nossa existência damos o nome de situações-limite. Quer isto dizer que são situações que não podemos transpor nem alterar. A tomada de consciência destas situações-limite é, após o espanto e a dúvida, a origem mais profunda da filosofia. Karl Jaspers. Iniciação filosófica (com adaptações). Com base no texto acima e na filosofia de Jaspers, julgue os itens subseqüentes. 102 - O filósofo deve ignorar o conhecimento científico, uma vez que se ocupa da totalidade do ser e possui uma verdade mais profunda e originária que qualquer certeza da ciência. 103 - A filosofia tem por objetivo o homem e, portanto, deve ser compreendida como um ramo da antropologia. 104 - Morte e culpa podem ser corretamente consideradas situações-limite. ________________________________________ O que é racional é real e o que é real é racional. Hegel. Filosofia do direito. Em relação à afirmação acima, julgue os itens seguintes segundo o pensamento de Hegel. 105 - Existe uma identidade necessária e total entre a razão e a realidade. 106 - A filosofia acaba criando uma cisão entre a razão e a realidade. ________________________________________ No século XI, Anselmo de Aosta formulou a prova ontológica da existência de Deus. Essa prova ontológica 107 - fundamentava-se no princípio de que aquilo de que não se pode pensar nada de maior existe tanto no intelecto quanto na realidade. ________________________________________ Age como se a máxima de tua ação se devesse tornar, pela tua vontade, em lei universal da natureza. Immanuel Kant. Fundamentação da metafísica dos costumes. Com relação ao texto acima e de acordo com o pensamento de Kant, julgue os seguintes itens. 108 - O imperativo categórico, formulado por Kant, afirma a autonomia da vontade como princípio universal de conduta. 109 - Ao obedecer às normas e às leis que propôs a si mesmo, o homem encontra a possibilidade de sua autonomia, ou seja, da liberdade.
110 - A ética kantiana é eudemonista, ou seja, que visa a felicidade. 111 - Kant procurou formular uma filosofia moral pura, ou seja, despida de tudo que seja empírico. ________________________________________ Não existe realização do imaginário, quando muito poder-se-ia falar da sua objetivação. Cada toque de pincel não foi dado para si próprio nem mesmo para constituir um conjunto real coerente (no sentido em que se poderia dizer que determinada alavanca numa máquina foi concebida para o conjunto e não para si própria). Foi dado em ligação com um conjunto sintético irreal e o fim do artista era constituir um conjunto de tons reais que permitissem a esse irreal manifestar-se. Assim, o quadro deve ser concebido como uma coisa material e visitada de tempos em tempos (cada vez que o espectador assume a atitude imageante) por um irreal que é precisamente o objeto pintado. Jean Paul Sartre. O imaginário (com adaptações). Tendo como base o texto acima e o pensamento de Sartre, julgue os itens a seguir. 112 - O que faz da obra uma obra de arte não é um irreal. 113 - A obra de arte deve ser entendida como a passagem de algo imaginário para o real. 114 - A consciência do objeto artístico é imageante, isto é, realiza o objeto na imaginação ou irrealiza o objeto, que é verdadeiramente visado por meio da materialidade dos elementos da obra, por exemplo, das cores. ________________________________________ Tendo em conta o pensamento de Ludwig Wittgenstein, julgue o item abaixo. 115 - Em suas Investigações Filosóficas, Wittgenstein procura abandonar a perspectiva logicista do Tractatus LógicoPhilosophicus e introduz, entre outros, o conceito de jogos de linguagem. ________________________________________ Em 1781, é publicada a Crítica da razão pura de Immanuel Kant. Com base nessa obra, julgue os itens subseqüentes. 116 - Espaço e tempo são as duas únicas condições do conhecimento puro do entendimento. 117 - O noumenon - coisa-em-si - não é acessível ao conhecimento. 118 - O conhecimento a priori depende exclusivamente da experiência. ________________________________________ À luz da filosofia moderna dos séculos XVI e XVII, julgue os seguintes itens.
119 - As características gerais do pensamento moderno incluem a valorização da razão como critério último do conhecimento verdadeiro e a da idéia de método ou de mathesis universales.
D) o ser depende de uma causa final e uma causa formal excludentes; E) a substância é causa do ser enquanto ser, e exclui o dever.
120 - O pensamento filosófico, encantado com o progresso científico, volta-se exclusivamente para problemas epistemológicos, não se ocupando mais com questões políticas.
Leia o texto abaixo e responda às questões 24, 25 e 26. "O homem faz-se; ele não está pronto logo de início; ele se constrói escolhendo a sua moral; e a pressão das circunstâncias é tal que ele não pode deixar de escolher uma moral. Só definimos o homem em relação a um engajamento. (...) Se alguma vez o homem reconhecer que está estabelecendo valores, em seu desamparo, ele não poderá mais desejar outra coisa, a não ser a liberdade como fundamento de todos os valores. Isso não significa que ele a deseje abstratamente. Mas, simplesmente, que os atos dos homens de boa fé possuem como derradeiro significado a procura da liberdade enquanto tal". (SARTRE. O existencialismo é um humanismo.)
GABARITO: 55E - 56E - 57C - 58E - 59C - 61E - 62C - 63E - 64C - 65C 66E - 67C - 68C - 69E - 70C - 71C - 72E - 73C - 74C - 75E 76E - 77C - 78C - 79E - 80C - 81E - 82C - 83C - 84E - 85E 86C - 87C - 88E - 89E - 90C - 91E - 92C - 93E - 94C - 95E 96C - 97E - 98C - 99E - 100E - 101C - 102E - 103E - 104C 105C - 106E - 107C - 108C - 109C - 110E - 111C - 112E 113E - 114C - 115C - 116E - 117C - 118E - 119C - 120E
21. Desde Tales de Mileto, as explicações sobre o cosmos são realizadas por meio de argumentos, razões plausíveis para que o processo desencadeado pela physis se comporte de determinada maneira. Tais argumentos são confrontados por outros filósofos e, progressivamente, as concepções tornam-se cada vez mais elaboradas. Dessa forma, o pensamento filosófico que emerge nesse movimento distancia-se do pensamento mítico, entre outras razões, porque: A) inaugura o primado da transformação permanente pela interferência contínua dos deuses na criação do cosmos; B) busca uma physis arcaica e antropomórfica, que une o homem ao cosmo sem sua estabilidade; C) apresenta uma visão de mundo com base racional que pode ser repensada por meio de argumentação e substituída; D) descreve uma cosmogonia inovadora racionalizada por meio de ritos simbólicos criados pela ação do homem; E) as narrativas mágico-religiosas são substituídas por outra linguagem mágico-simbólica para representar o sagrado. 22. Podem-se considerar como três das características básicas da ciência moderna, em contraposição à filosofia clássica e ao pensamento teológico cristão: A) controle técnico da natureza, método experimental, quantificação dos fenômenos; B) reflexão sobre o homem e o mundo, aliança com a técnica, verdades inquestionáveis; C) rigor intelectual, método empírico-dedutivo, harmonização entre razão e fé; D) hipóteses confrontadas com a realidade, verdades absolutas, narrativas matemáticas; E) linguagem matemática, método experimental e impossibilidade de refutação 23. Para Aristóteles, o ser é a substância, cada indivíduo particular constituído por uma forma, que responde pela essência imutável do ser, unida à matéria, que garante o movimento, a diversidade, a transformação.Assim sendo: A) o ser existe primeiramente como a essência expressa em sua forma; B) matéria e forma determinam a existência do ser como um composto; C) o que define o ser é exclusivamente sua essência;
24. A passagem transcrita do texto que indica o princípio existencialista, pelo qual a existência precede a essência é: A) "os atos dos homens de boa fé possuem como derradeiro significado a procura da liberdade"; B) "a pressão das circunstâncias é tal que ele não pode deixar de escolher"; C) "Isso não significa que ele a deseje (a liberdade) abstratamente"; D) "não poderá mais desejar outra coisa, a não ser a liberdade como fundamento de todos os valores"; E) "O homem faz-se; ele não está pronto logo de início". 25. É possível inferir-se do texto que: A) a diretriz do determinismo é o princípio gratuito da liberdade; B) o princípio do ceticismo é condição de possibilidade da liberdade; C) a tônica do pensamento existencialista é o idealismo determinista; D) o objetivo da liberdade, em sua concretude, é querer-se a si própria; E) o absurdo sentido da vida exclui a liberdade gratuita e engajada. 26.O texto indica que, para Sartre: A) os valores são determinados por Deus; B) a liberdade é o fundamento de todos os valores; C) a ética constitui-se pela procura da felicidade; D) não pode haver moral porque Deus não existe; E) o valor máximo é a vontade de poder. 27. "Desde Copérnico o homem parece ter caído em um plano inclinado, agora rola cada vez mais depressa afastando-se do centro...Toda ciência tende hoje a dissuadir o homem do apreço que teve até agora por si, como se este nada mais tivesse sido do que uma bizarra vaidade." Nesta passagem da Genealogia da moral, Nietzche critica a posição kantiana de crença absoluta na ciência moderna e na consciência moral. Quanto às conseqüências para a epistemologia contemporânea, podemos dizer que Nietzsche prenuncia: A) o pensamento complexo de Edgar Morin, que prioriza as Ciências Humanas e descarta a necessidade da Filosofia;
B) novos paradigmas para o conhecimento científico pelo descentramento progressivo, como apontado por Foucault nas "feridas narcísicas"; C) a crise da ciência moderna que desemboca na técnica informatizada, o raciocínio virtual do homem descentrado, conforme Pierre Levy; D) a fragmentação radical dos saberes e o fim das certezas, conforme a teoria holística de Ilya Prigogine; E) a "modernidade líquida" de Zygmunt Bauman, concepção que unifica o sujeito moral e o sujeito cognitivo. 28. Observe o texto. "A mente, tendo recebido do exterior as ideias (...), ao dirigir seu olhar para dentro, sobre si mesma, e ao observar suas atividades próprias em relação às ideias que já possui, tira de lá outras ideias, que podem ser objeto de sua contemplação tanto quanto aquelas que recebeu das coisas exteriores". A posição que se evidencia no fragmento de texto acima transcrito é o: A) empirismo de Locke; B) idealismo de Kant; C) racionalismo de Descartes; D) ceticismo de Hume; E) existencialismo de Heidegger. 29. Observe o texto. "Há já algum tempo eu me apercebi de que, desde os meus primeiros anos, recebera muitas falsas opiniões como verdadeiras, e de que aquilo que depois eu fundei em princípios tão mal assegurados não podia ser senão mui duvidoso e incerto; de modo que me era necessário tentar seriamente, uma vez em minha vida, desfazer-me de todas as opiniões a que até então dera crédito, e começar tudo novamente desde os fundamentos, se quisesse estabelecer algo de firme e de constante nas ciências". (DESCARTES. Meditações.) Partindo das constatações mencionadas acima, o autor instaura a dúvida hiperbólica, colocando a si mesmo argumentos para confrontar as antigas certezas. Tais argumentos: A) são conhecidos como argumentos céticos porque confirmam o ceticismo cartesiano; B) denunciam a hipocrisia moral e a pretensão de que podemos distinguir claramente o BEM e o MAL; C) constituem o encadeamento de deduções que permite chegar a uma primeira certeza; D) partem do cogito para concluir a impossibilidade da existência de qualquer substância; E) são fantasiosos e, portanto, incoerentes com as deduções lógicas encadeadas pelo filósofo. 30. De acordo com a ética aristotélica, o Bem supremo é: A) Deus, sumamente bom e poderoso que concede a graça da fé aos que poderão encontrá-lo em sua própria alma; B) a liberdade, característica do eu puro de ultrapassar a causalidade da natureza e forjar seu próprio destino; C) a boa vontade, regida pela consciência moral, que se submete ao dever na obediência aos imperativos categóricos; D) a felicidade, buscada por todos os homens, e que necessita ser conquistado numa atividade dirigida pela razão; E) a vontade de poder, que se realiza no eterno retorno e na possibilidade de superar os valores do cristianismo.
31. Na conclusão da Genealogia da moral, diz Nietzsche: "O homem, o mais bravo e habituado ao sofrimento dentre os animais, não nega em si o sofrer; ele o quer, ele o procura mesmo, pressuposto que lhe indiquem um sentido para isso, um para-quê do sofrimento. A ausência do sentido do sofrer, não o sofrer, era a maldição que até agora esteve estendida sobre a humanidade". A "vontade do nada", Mal Menor por excelência, é atingida nessa linha de raciocínio, na qual o que oferece sentido ao sofrimento é: A) o ressentimento, negação que se dirige sempre para fora de si mesmo e inviabiliza a existência; B) o ideal ascético, que preserva a existência de uma vontade como fundamento do sujeito; C) a gênese dos valores como expressão de verdades que não se submetem ao devir temporal; D) Deus, fundamento dos valores que permitem a preservação da alma para além do bem e do mal; E) a vontade própria dos "homens do rebanho", que se distingue da vontade dos senhores e dos nobres. 32. Pode-se dizer que o pensamento político de Locke fundamenta o Estado liberal porque postula a passagem do estado de natureza ao estado de sociedade por meio: A) da instauração da propriedade privada que impede que a ajuda mútua continue a ocorrer naturalmente; B) de um contrato estabelecido pela vontade geral em que cada cidadão, ao obedecer às leis, só obedece a si mesmo; C) de um acordo entre homens livres e iguais que se colocam sob a proteção de um deles com o grande e principal objetivo de preservar a propriedade; D) de um pacto que impõe um soberano absoluto que impede a destruição de toda a comunidade na guerra de todos contra todos; E) de uma ordem natural regida pela razão que atribui ao Estado a origem das desigualdades e domínio dos fortes sobre os fracos. 33. O conceito de práxis é fundamental na teoria marxista. Pode-se compreender a práxis como: A) o princípio que instaura o poder na sociedade civil por meio de uma dialética da eterna circularidade; B) a dimensão da prática do homem, descomprometida com qualquer pensamento racional ou lógica da contradição; C) a instância geradora do conhecimento empírico que abarca toda a compreensão da natureza em sua história; D) o materialismo enquanto intuição dos indivíduos únicos e singulares inseridos na sociedade das lutas de classe; E) a relação dialética pela qual o homem, ao transformar a natureza e a sociedade por meio do trabalho, transforma a si mesmo. 34. Pelas relações e transformações que se estabelecem na práxis social constitui-se: A) a superestrutura responsável pelo desenvolvimento científico da sociedade moderna; B) o materialismo econômico que se contrapõe ao materialismo dialético e ao determinismo histórico; C) a divisão do trabalho e o modo de produção capitalista, expressão máxima da História;
D) a infraestrutura econômica sobre a qual se erigem os demais níveis da estruturação social; E) a hierarquia de classes sociais que fundamentam a sociedade e permanecem constantes.
D) a irreprodutibilidade da obra de arte por seu caráter único e exclusivo de raridade; E) o poder de instigação que a arte propicia ao abrir novos significados na práxis social.
35. Observe o texto. "... uma das primeiras coisas a compreender é que o poder não está localizado no Estado e que nada mudará na sociedade se os mecanismo de poder que funcionam fora, ao lado dos aparelhos de Estado a um nível muito mais elementar, não forem modificados". (MICHEL FOUCAULT. Microfísica do poder.)
38. A reflexão de Benjamin poderia servir de argumento para os professores de Filosofia que: A) restringem suas análises à estética das imagens cinematográficas utilizada como instrumento de criar hábitos de concentração; B) procuram unir razão e sensibilidade e introduzem a reflexão filosófica a partir dos significados que a imagem cinematográfica instaura; C) priorizam a diversão, uma vez que o trabalho teórico textual não vem produzindo os efeitos desejados; D) substituem o intelectual pelo perceptivo e realizam suas aulas numa perspectiva empirista e behaviorista; E) priorizam como objetivo a construção de hábitos e atitudes como condição de possibilidade da emergência do espírito filosófico.
De acordo com a posição expressa acima pelo autor, seria importante: A) conhecer, sobretudo, os micropoderes que se exercem no cotidiano; B) confirmar a fragilidade do poder no nível do conhecer e do saber; C) reafirmar que o saber sobre o corpo nada acrescenta à análise do poder; D) enfocar o enraizamento do poder em uma determinada classe social; E) perceber que o poder age apenas por meio da censura e do recalque. Leia o texto abaixo e responda às questões 36, 37 e 38. Walter Benjamin, em A obra de arte na época de suas técnicas de reprodução, dispõe-se a desmistificar a visão elitista de que os objetos de arte seriam portadores de uma "aura", que lhes atribuiria valor estético somente enquanto individualizados e únicos. Ele contrapõe que "o homem que se diverte pode também assimilar hábitos; diga-se mais: é claro que ele não pode efetuar determinadas atribuições, num estado de distração, a não ser que elas se lhe tenham tornado habituais. Por essa espécie de divertimento, pelo qual ela tem o objetivo de nos instigar, a arte nos confirma tacitamente que o nosso modo de percepção está hoje apto a responder a novas tarefas". 36. Na obra citada, Benjamin procura demonstrar que: A) a obra de arte, ao ir mais além do "culto" a ela dispensado pelo seu caráter de raridade, atinge dimensões sociais mais amplas; B) o talento e poder de expressão do artista criam o valor estético da obra quando aceitos pela elite em que se inserem; C) o cinema é considerado a arte por excelência a partir do século XX, estando as outras formas de arte condenadas à extinção; D) o papel social da arte está ligado à "aura" própria dos objetos artísticos que os torna inteligíveis e valorizados; E) a arte e a cultura de um povo dependem da indústria cultural que as produz e permite sua assimilação. 37. Em sua concepção de arte, Benjamim NÃO aceita: A) a fruição daqueles que tomam consciência da beleza diante de uma obra de arte; B) a existência de juízos estéticos quanto ao valor das obras de arte; C) a concepção de beleza como variável de acordo com o momento histórico;
39. Dentre os "conhecimentos necessários de Filosofia" (LDB, artigo 36, § 1) a serem priorizados estariam os temas emergentes contemporâneos, tais como a globalização, as mudanças na vida cotidiana na sociedade tecnológica, os novos valores e costumes. Tratar esses temas filosoficamente: A) valoriza a Filosofia pós-moderna que não precisa levar em conta o pensamento clássico dos pensadores antigos nem sistemas e teorias filosóficas obsoletos para a sociedade globalizada em que vivemos; B) atribui à filosofia um papel secundário e compensatório porque suprime a especificidade da reflexão filosófica uma vez que a análise dos temas se esgota no âmbito de cada disciplina científica; C) dilui e deturpa necessariamente o papel da Filosofia, que se precariza nesse nível de ensino devido principalmente à falta de base dos alunos que reduz a discussão a considerações próprias do senso comum; D) restringe o estudo da filosofia a um modismo e "presentismo", não atendendo aos grandes temas da história da filosofia e passando por fora das contribuições dos grandes filósofos; E) reafirma o papel específico da reflexão filosófica ao buscar o significado dos fatos e problemas, revisar os fundamentos epistemológicos das teorias abordadas e análise crítica das concepções de valores e costumes. 40. Conforme se reafirma nos Parâmetros Curriculares Nacionais do Ensino Médio, a introdução da disciplina Filosofia no currículo do Ensino Médio, inserida na área de Ciências Humanas e suas Tecnologias: A) contribui pouco para a construção da cidadania plena, uma vez que o conhecimento filosófico é eminentemente teórico, o que exclui a possibilidade de qualquer vínculo com a realidade; B) é a responsável pela construção da cidadania, pois apenas o conhecimento das teorias dos grandes filósofos permite a crítica da sociedade responsável por tal construção; C) só pode promover a construção da cidadania plena dos estudantes do Ensino Médio caso o currículo desenvolvido, em todas as disciplinas, esteja harmonicamente voltado para tal fim;
D) é inútil para a construção da cidadania ou para qualquer outro fim, uma vez que os estudantes desse nível não apresentam a base cultural necessária para apreender esse tipo de conhecimento; E) não tem a atribuição de contribuir para a construção da cidadania plena dos estudantes, que é uma competência transversal da área e não um objetivo da disciplina. PROVA DISCURSIVA SITUAÇÃO DE REFERÊNCIA: Um professor da 2ª série do Ensino Médio desenvolveu a seguinte atividade com seus alunos: Solicitou aos colegas professores da turma que selecionassem pequenos textos de autores contemporâneos que abordassem questões relativas ao conceito de sociedade sob o enfoque de suas disciplinas específicas; Solicitou aos alunos que pesquisassem, durante uma semana, notícias de jornais ou veiculadas pela televisão que se referissem à sociedade. Em sala de aula, os alunos, divididos em grupos, trabalharam um dos textos oferecidos pelos diferentes professores seguindo o roteiro abaixo: Identificar o conceito de sociedade apresentado no texto. Identificar outros conceitos básicos relacionados ao conceitochave. Relacioná-los ao contexto das diferentes disciplinas curriculares. Explicitar a proposta do autor do texto lido a respeito da questão temática (sociedade). Relacionar as notícias recortadas dos jornais pelos componentes do grupo com a posição do autor. Argumentar contra e/ou a favor da posição defendida pelo autor, diante das situações reais apresentadas nas notícias. A discussão coletiva sobre a atividade realizada subsidiou a apresentação pelo professor do conceito de sociedade segundo teorias filosóficas clássicas. Observe a situação apresentada e desenvolva um pequeno texto (no mínimo 25 a no máximo 30 linhas) integrando os itens abaixo propostos: 1. Destacar 3 (três) características da Filosofia e atitude filosófica diante do conhecimento evidenciadas na situação descrita no texto, justificando os destaques. 2. Selecionar 3 (três) competências ou habilidades a serem desenvolvidas em Filosofia, de acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais - Ensino Médio e comentar como poderiam ser construídas na situação apresentada.
21 - Relacione as colunas corretamente: 1 -Mito 2 -Gregos 3 -Physis 4 -Filosofia antiga ( ) Eles (as) realizaram algumas viagens e descobriram que as terras que antes eles pensaram que eram habitadas por deuses,
titãs e seres mitológicos na verdade era habitada por seres humanos; ( ) É a compreensão racional da totalidade do ser, onde seu objetivo é conhecer e contemplar a verdade; ( ) Explica de forma não racional a origem das coisas e a realidade através de lendas e histórias sagradas; ( ) Os filósofos acreditam que tudo era originado a partir da natureza. A ordem correta é: A) 2, 4, 3, e 1; B) 1, 2, 4 e 3; C) 2, 4, 1 e 3; D) 1, 2, 3 e 4; E) 3, 2, 4 e 1. 22 - A palavra Filosofia significa: A) Amor pelo saber, e, particularmente, pela investigação das causas e dos efeitos; B) Inteligência; C) Amor pela mitologia grega; D) Amor pela história geral; E) Adoração aos seres de inteligência superior. 23 - O período pré-socrático foi caracterizado pelo (a): A) democracia que dava igualdade a todos na polis dando direito á participação no governo; B) phisys que buscava entender racionalmente a origem e as transformações ocorridas na natureza; C) atuação de Sócrates que introduziu todo o saber inespecífico para que se conhecesse todas as coisas que abrangessem vários princípios e várias formas do conhecimento; D) atuação de Aristóteles que introduziu todo o saber inespecífico para que se conhecesse todas as coisas que abrangessem vários princípios e várias formas do conhecimento; E) seu aparecimento após a decadência política das polis e pelo aparecimento de doutrinas que além de trabalhar com a natureza e a lógica, buscavam enfatizar a felicidade e ensinar formas de dirigir a vida. 24 - Marque a alternativa em que aparece o filósofo que dizia que o elemento primordial era a água. A) Anaximandro B) Tales de Mileto C) Anaxímenes D) Heráclito de Éfeso E) Pitágoras de Samos 25 - Os filósofos Protágoras de Abdera, Górgias de Leontini, Hippias, Prodicos etc., eram considerados: A) marxistas B) socráticos C) sofistas D) renascentistas E) humanistas 26 - Platão em sua época fundou uma escola, escreveu vários livros e uma de suas características marcantes era: A) ser a favor das mulheres entre os filósofos homens; B) ser contra as mulheres entre os filósofos homens; C) ser a favor do sistema democrático;
D) ser adversário do sistema democrático; E) ser um religioso convicto. 27 - O Logos que tanto os filósofos difundiam por volta de 384 a.C. era a: A) religião B) racionalidade C) democracia D) lógica E) natureza 28 - Na época do cristianismo, cuja filosofia perdera o seu vigor que tinha na época clássica, outra corrente muito forte de religião era difundida. Assinale a alternativa em que aparece esta religião. A) Islamismo B) Protestantismo C) Budismo D) Judaísmo E) Confucionismo 29 - Em plena época do renascimento a língua falada pelo povo era considerada: A) vulgar B) eclética C) latim pobre D) nobre E) científica 31 - O iluminista Montesquieu aos 32 anos publicou o livro ______________, que foi feito a partir de correspondências de dois persas que circulavam na Europa. Complete a lacuna corretamente. A) A república; B) A Lei Negra; C) O Evangelho Segundo São Mateus; D) As cartas persas; E) Os estrangeiros.
E) FVFF 34 - Karl Marx (1818-1883) foi um filósofo alemão que ainda hoje é objeto de estudos por muitos pesquisadores. Esse filósofo era um teórico da (o): A) direita B) comunismo C) capitalismo D) estado E) democracia 35 - Augusto Comte é considerado o primeiro filósofo do positivismo, e segundo ele todos os campos do conhecimento passam por três estados: I - o estado teológico ou fictício; II - o estado metafísico ou abstrato; III - o estado metafísico ou negativo; IV - o estado científico ou positivo; V - o estado fictício ou secundário. Estão corretos os itens: A) I, II e III; B) I, II e IV; C) II, III e V; D) II, IV e V; E) III, IV e V. 36 - Na educação a filosofia faz um questionamento que é muito forte, tem muitas respostas, serve de orientação para a prática educacional, mas, que se resume em uma só pergunta que é: A) O que devo fazer? B) O que posso conhecer? C) O que é permitido esperar? D) O que é o homem? E) Quem é Deus?
32 - Os iluministas franceses para combater as idéias impostas pelo ancien regime difundiram as teorias: A) espiritualistas B) científicas C) platonistas D) barrocas E) materialistas
37 - Antes do aparecimento da escrita uma característica muito forte dos filósofos era: A) a de recitar poesias ao ar livre sozinho; B) a de transmitir os conhecimentos para os seus alunos oralmente; C) a de criticar as pessoas que não tinham o conhecimento; D) a de ficar às escondidas falando sobre seus conhecimentos sozinho; E) a de explanar ao público que não era o dono da razão e que tinha muito a estudar para aprender.
33 - Marque V (verdadeiro) ou F (falso) nas afirmações sobre a filosofia da educação. ( ) A educação é uma atividade que sempre existiu em todas as sociedades; ( ) A palavra Educere significa "dar de comer a"; ( ) Houve um tempo em que a educação se limitava a ensinar as crianças a caçar, pescar, falar, plantar etc.; ( ) As inquietações dos indivíduos se refletiam, nos tempos antigos, em suas religiões. A ordem correta dos itens é: A) VFVV B) VVVV C) VFFV D) FVFV
38 - Enumere a primeira coluna com a segunda de acordo com seu aspecto filosófico: 1 -Tendência Tradicional 2 -Escolanovismo 3 -Tecnicismo 4 -Teorias Críticos-reprodutivistas ( ) Tem sua linha de raciocínio baseada em Karl Marx, e nessa tendência havia o questionamento do caráter imparcial e o objetivo da educação; ( ) Ela funciona como tributária do positivismo e surgiu no século XIX, tendo como seu principal representante Auguste Comte; ( ) Essa tendência funciona com um conceito de homem abstrato, vendo este com uma visão essencialista e imutável;
( ) Esta tendência parte do princípio de que é agindo que o homem se forma e estrutura o seu meio. A ordem corretas dos itens é: A) 4 1 3 2 B) 2 4 1 3 C) 4 3 1 2 D) 3 1 2 4 E) 3 4 2 1 40 - Marque a alternativa em que aparece o único filósofo que não é considerado moderno. A) René Descartes B) John Locke C) Immanuel Kant D) Sigmund Freud E) Jean-Jacques Rousseau
1. Nicolau Maquiavel foi diferente dos teólogos medievais e de seus contemporâneos ao fundamentar as suas teorias políticas porque partiu a) da Bíblia para fundamentar as suas teorias políticas. b) do direito romano para a construção do seu pensamento político. c) porque partiu das obras dos filósofos grecorromanos para construir a sua teoria política. d) da experiência real do seu tempo para fundamentar o seu pensamento político. 2. Segundo O príncipe, de Maquiavel, toda cidade está dividida em dois desejos opostos: a) o desejo dos grandes de oprimir e comandar e o desejo do povo de não ser oprimido nem comandado. b) o desejo do povo de ser bem guiado e o desejo dos grandes em ser um bom pastor para o povo. c) o desejo do povo por um herói que os salve e a falta de vontade dos grandes em serem heróis do povo. d) o desejo dos grandes em oprimir e comandar e o desejo do povo em participar um dia dessa opressão. 3. Em sua obra Ética a Nicômaco, Aristóteles sintetiza as virtudes que constituíam a excelência moral grega. Assinale a alternativa em que a virtude,o vício por excesso e o vício por falta estão corretos: a) amizade - bufonaria - grosseria. b) coragem - temeridade - covardia. c) moderação - exagero - insensibilidade. d) liberalidade - luxúria - insensibilidade. 4. Com relação à boa vontade em Kant, podemos dizer que ela é a única coisa que podemos considerar como um bem em si mesmo. Sendo assim, é correto dizer que a boa vontade a) é algo que podemos notar através das atitudes e dos resultados das ações alheias. b) pode ser resumida na vontade de agirmos por dever. c) depende de uma série de circunstâncias empíricas que a direcionem. d) nos impele a escutarmos o que o nosso coração tem a nos dizer, nos tornando mais sensíveis.
5. Em linhas gerais, o modelo de ética da responsabilidade de Hans Jonas refere-se a) ao aqui e agora, e afirma que, se não fizermos nada urgentemente, o mundo poderá entrar em colapso nos próximos anos. b) à responsabilidade com um futuro longínquo da humanidade e afirma que esta se estende até descendentes muito afastados de nós. c) à dúvida entre a superioridade do ser sobre o não-ser e afirma que o melhor é que cada um faça algo urgente com relação ao nosso estilo de vida altamente nocivo à vida nesse planeta. d) a uma ética da esperança e afirma que precisamos urgentemente acreditar na utopia da construção de um homem integral e nos responsabilizarmos por trilhar esse ideal. 6. Descartes enxerga na dúvida metódica um momento preliminar do conhecimento. O seu objetivo não é demonstrar a impossibilidade de qualquer afirmação, mas a) eliminar as ideias da experiência do conhecimento. b) remover os princípios da filosofia escolástica. c) eliminar a objetividade do conhecimento e da ciência. d) remover todos os preconceitos que impedem o seu correto desenvolvimento. 7. Uma ideia fundamental do pensamento científico é que existe uma relação necessária entre causa e efeito, de tal forma que, conhecendo as causas, os efeitos podem ser previstos. David Hume, por meio de uma argumentação empírica, deduzida da experiência real observando o choque das bolas de bilhar, demonstra que a relação de causa e efeito se baseia apenas a) no hábito. b) nas ideias. c) no pensamento. d) no movimento. 8. A filosofia pode ser definida como uma atividade de análise, de reflexão e de crítica. O que caracteriza essas atividades é a) a observação dos elementos, a proposição de respostas corretas e a avaliação do pensamento sobre si mesmo. b) o desenvolvimento de ideias inatas, a crítica literária e filosófica e a contestação de fatos. c) a indagação sobre as causas e o sentido, o movimento do pensamento sobre si mesmo e o exame racional de todas as coisas. d) o aprimoramento das ciências, o desenvolvimento de propostas filosóficas e a avaliação crítica da ciência. 9. O progresso do saber biomédico, que parece tornar seus possuidores donos da vida e da morte, tem provocado muita angústia entre aqueles que têm consciência de que, ao lado dos benefícios, há um grande risco de seu emprego inadequado. Essa assertiva refere-se a a) biomédica. b) biomedicina. c) bioética. d) biofilosofia. 10. Aristóteles faz uma distinção entre ciência e arte. Para ele, a ciência é um saber teórico que se refere ao necessário enquanto a arte ou técnica é um saber a) racional que produz o conhecimento estético.
b) teórico que desenvolve os ideais de beleza. c) prático que opera no campo do contingente ou do possível. d) voltado para o belo.
exteriores à ciência, como, por exemplo, da filosofia que, com o seu método próprio de investigação, serve de crítica à própria linguagem científica.
11. Em oposição ao senso comum, o conhecimento científico caracteriza-se por ser a) objetivo, quantitativo, homogêneo, generalizador, diferenciador e investigativo. b) subjetivo, qualitativo, heterogêneo, individualizador, determinístico e coletivo. c) subjetivo, complexo, determinístico, incerto, regular, qualitativo e investigativo. d) objetivo, complexo, qualitativo, matemático, generalizador e dedutivo.
16. Em relação à possibilidade do conhecimento, Johannes Hessen, no seu livro Teoria do Conhecimento, nos coloca a existência de determinadas posições epistemológicas existentes, a saber: a) relativismo e subjetivismo, racionalismo, empirismo, intelectualismo e apriorismo. b) relativismo e subjetivismo, objetivismo, realismo, idealismo e fenomenalismo. c) dogmatismo, ceticismo, relativismo e subjetivismo, pragmatismo e criticismo. d) monismo-panteísmo, ceticismo, pragmatismo, criticismo e dualismo.
12. Historicamente, as principais concepções de ciência ou de ideais de cientificidade são: a) racionalismo, empirismo e construtivismo. b) indutivismo, dedutivismo, determinismo. c) empirismo, determinismo, subjetivismo. d) racionalismo, empirismo, determinismo. 13. De acordo com Francis Bacon, os quatro tipos de ídolos ou de imagens que formam opiniões cristalizadas e preconceitos que impedem o conhecimento da verdade são: a) ídolos da caverna, do fórum, da arte e da sociedade. b) ídolos da caverna, do mundo das ideias, da tribuna e do teatro. c) ídolos da tribo; do idioma; da política e da sociedade. d) ídolos da caverna, do fórum, do teatro e da tribo. 14. De acordo com Auguste Comte, no seu curso de filosofia positiva, cada uma das nossas concepções principais, cada ramo de nossos conhecimentos, tudo isso enquanto escalada do conhecimento humano, passou por três estágios históricos diferentes, a saber: a) estado teológico, metafísico e científico. b) estado fictício, do senso comum e positivo. c) estado abstrato, cético e positivo. d) estado fictício, abstrato e metafísico. 15. Em termos ideológicos, o cientificismo consiste em a) acreditar que a dimensão do conhecimento humano é muito ampla e complexa. A ciência pode e deve dialogar com outras esferas do conhecimento se quiser avançar, pois, só assim, conseguirá remover os principais obstáculos epistemológicos que hoje atravancam o seu desenvolvimento. b) Crer que só o conhecimento científico é verdadeiro e real. Os conhecimentos que não forem expressos quantitativamente ou que não puderem ser formalizados, ou que se mostrarem absolutamente refratários a uma repetição em condições de experiências em laboratórios, não podem ser considerados como tendo validade epistemológica. c) postular que o conhecimento, quer em seu desenvolvimento, quer em sua "transmissão" pelo ensino, deve ser cortado em várias especialidades. Porém, entende que é de fundamental importância um esforço no sentido de interligar esses vários saberes fragmentados em uma síntese unificadora. d) afirmar que existe uma consciência total em termos de autonomia intelectual da ciência e do entendimento científico, mas reconhece que depende de algumas instâncias racionais
17. Segundo Edgar Morin, no Método 6, "A incompreensão impera nas relações entre os seres humanos. Faz estragos nas famílias, no trabalho, na vida profissional, nas relações entre os indivíduos, povos, religiões". Portanto, como aprender a compreender? Para Morin, existem três procedimentos que devem ser conjugados para engendrar a compreensão humana: a) a compreensão da vida, do homem e da sociedade. b) a compreensão do mundo, da vida e da natureza. c) a compreensão objetiva, a subjetiva e a complexa. d) a compreensão da linguagem, das idéias e do homem. 18. A religião não sacraliza apenas o espaço sagrado e o tempo, mas também seres e objetos do mundo, que se tornam símbolos de algum fato religioso. Os seres e os objetos simbólicos são retirados de seu lugar costumeiro, assumindo um sentido novo para toda a comunidade. Sobre esse ser ou objeto recai a noção de tabu que é a) um símbolo da religião cristã que só pode ser tocado pelo sacerdote ou fiéis. b) um símbolo da religião afro utilizado em cerimônias que não pode ser tocado pelo sacerdote. c) um interdito, ou coisas transformadas em símbolos que não podem ser tocada por ninguém que não esteja autorizado. d) um símbolo da religião judaica, presente em todas as sinagogas para veneração pelos fiéis o qual pode ser tocado. 19. A noção de estética, quando formulada e desenvolvida nos séculos XVIII e XIX, concebia as artes como belas-artes e pressupunha que a arte é uma atividade a) que buscava o prazer, a inspiração, o interesse econômico e a distinção entre o belo e o bom; b) criativa, seguia preceitos e normas, buscava a contemplação do belo e do sublime e era autônoma. c) importante para a economia; criativa, utilitária, é moral e ética e buscava a fruição do belo. d) humana autônoma, produto da experiência sensorial, não utilitária e busca a contemplação e o belo. 20. Para Edgar Morin, a antropoética, a ética do gênero humano, deve ser considerada como a ética da cadeia de três termos. Esses três termos, respectivamente, são a) Indivíduo, gênero e raça. b) Indivíduo, sociedade e espécie. c) Sociedade, gênero e indivíduo.
d) Sociedade, espécie e gênero.
26. As circunstâncias históricas do Mundo Antigo certamente contribuíram para as discussões do pensamento filosófico da Grécia Antiga. Assinalar o item verdadeiro: a) Arqueduto, Pirâmides, Moeda, Matemática e Metalurgia. b) Navegações, Moeda, Política, Calendário e Polis. c) Calendário, Arqueduto, Moeda, Matemática e Pirâmides. d) Matemática, Navegação, Pólis, Metalurgia e Calendário. e) Nenhuma das alternativas acima. 27. Em que sentido a Filosofia é uma passagem de superação da Mitologia? a) Quando passa a explicar o sentido da vida através do logos, do discurso rigoroso. b) Quando se dá de forma cantada e narrada. c) Quando se dá através da narrativa rigorosa explicativa. d) Quando o logos perde força dialógica e passa a discursar metafisicamente. e) Nenhuma das alternativas acima. 28. Ao analisar a célebre frase: "Não se toma banho duas vezes no mesmo rio", podemos dizer que o princípio de causalidade das coisas remete a que sentido e é atribuído a que pensador? a) Ao sentido de movimento de Tales de Mileto. b) Da água de Anaximandro de Mileto. c) Do movimento de Heráclito de Éfeso. d) Da substância perene da água em Pitágoras de Samos. e) Toda as alternativas acima estão INCORRETAS. 29. O arcabouço Filosófico de Sócrates nos faz atracar em terras firmes quando o Pensamento do homem volta-se para a busca do sentido do Ser a partir a) da penetração da Filosofia na Agricultura. b) do desvio da força cósmica ao centro do homem. c) da visão de mundo como força numeral. d) do voltar-se ao homem como princípio de investigação. e) Nenhuma das alternativas. 30. A Busca do Conhecimento até alcançar o Bem Supremo, Mundo Ideal, é um Pensamento encontrado a) nos fragmentos dos Pré-socráticos. b) nas narrativas mitológicas. c) nas Obras de São Tomás de Aquino. d) nas discussões de Santo Agostinho. e) Nenhuma das alternativas. 31. A substância Pensante demonstra uma ferrenha busca pelo conhecimento verdadeiro, claro e distinto, de modo a duvidar daquilo que aprendemos no mundo, que vai do mais simples ao mais complexo. Isso nos remete a compreender a Filosofia de que Pensador? a) Platão. b) Aristóteles. c) Hegel. d) Descartes. e) Nenhuma das alternativas acima está correta.
32. O filósofo Karl Marx busca em suas obras fazer uma crítica rigorosa à Economia Política Mundial. Dessa forma, o que podemos dizer sobre o princípio primeiro de sua filosofia? a) Que está em busca de estabelecer quem é rico e quem é pobre. b) Quem é responsável pela distribuição dos recursos financeiros aos trabalhadores. c) A responsabilidade das Escolas Superiores. d) Que o poder direciona o sentido da vida do homem no mundo. e) Todas as alternativas estão INCORRETAS. 33. "O filósofo até agora só fez interpretar o mundo em vários sentidos, mas o que lhe cabe em tese não é apenas isso, mas sim, transformá-lo." A que se refere e a quem pertence esta sentença clássica? a) É dita por Karl Marx em respeito à mudança efetiva das classes menos favorecidas para plena realização social, econômica e política. b) Ao fato de que o homem tenta mudar de vida, mas não consegue, porque é lento (Karl Marx). c) À vida dos que apenas ficam pensando no Cogito, ergo sum, de Descartes. d) Discursa sobre o Imperativo Categórico de Kant. e) Nenhuma das alternativas acima. 34. O pensador Nietzsche comenta em seus escritos que a cultura ocidental não atende às fundamentações do ser no mundo, principalmente, quando o considera apenas como ser para o conhecimento. Dessa forma, o que pretende esse pensador? a) Escrever uma História sobre o Conhecimento Humano. b) Comentar acerca do Pensamento de Sócrates. c) Fazer uma Crítica ao conhecimento Ocidental com o impulso criador como princípio do Ser. d) Fazer uma crítica ao Pensamento de Alexandre Mágno sobre as políticas gregas antigas. e) Nenhuma das alternativas acima. 35. Em Sartre a concepção de Liberdade está direcionada para a responsabilidade do indivíduo em suas atuações na sociedade em que vive. Nesse sentido, pode-se apreender que a) O pensador está dizendo que o arké do Ser é a liberdade. b) O pensador afirma que ser Livre é ir e vir quando bem entender. c) O Filósofo está dizendo que ninguém é livre, só o Filósofo. d) Pensar em Liberdade é pensar sem fronteiras na sociedade. e) As alternativas acima estão INCORRETAS. 36. A Metodologia Científica está presente em diversos cursos de nível técnico, tecnológico e superior. Dessa forma, pode-se perceber que o conhecimento científico diferencia-se do popular mais no que se refere ao seu contexto metodológico do que propriamente no que concerne ao seu conteúdo. Visto assim, assinale a resposta certa. a) Conhecimento Científico: valorativo, reflexivo, assistemático, verificável, falível e inexato. b) Conhecimento Científico: factual, contingente, sistemático, verificável, aproximadamente exato. c) Conhecimento Científico: valorativo, racional, sistemático, não verificável, infalível e exato.
d) Conhecimento Científico: valorativo, sistemático, não verificável, infalível e exato. e) Nenhuma das alternativas acima.
inspiracional,
37. Diversas são as definições de Ciência ou do que se entende por Ciência, mas no sentido definido por Trujillo Ferrari, a palavra assume que acepção? a) Ciência é uma sistematização de conhecimentos, um conjunto de proposições logicamente correlacionadas sobre o não comportamento de certos fenômenos que se deseja estudar. b) A Ciência é todo um conjunto de atitudes e atividades racionais, dirigidas ao sistêmico conhecimento, com objeto limitado, capaz de ser submetido à verificação. c) Ciência é a investigação propriamente dita de um fenômeno. d) Entende-se por Ciência toda argumentação técnica em prol do ser humano. e) Nenhuma das alternativas acima. 38. O que podemos dizer sobre o entendimento da finalidade da Metodologia Científica na concepção de Pedro Demo? a) É uma preocupação instrumental, que trata das formas de se fazer ciência, que cuida dos procedimentos, das ferramentas e dos caminhos para se chegar à realidade. b) É uma força que impulsiona o saber. c) É uma ciência que estuda os métodos. d) É uma condição pós-moderna. e) Nenhuma das alternativas acima é verdadeira. 39. O Projeto de Pesquisa é um documento que tem por finalidade atender às etapas operacionais de um trabalho de pesquisa e metodizá-los. Desse modo, deve trazer elementos que contemplem respostas às seguintes questões: a) Que mecanismos são oferecidos para fazer a pesquisa fluir? Como serão apresentados os conteúdos programáticos? Como será a planilha de oferta de recursos? Como serão feitas ou com quem serão as entrevistas? b) O que será lembrado e o que podemos concluir dos gráficos apontando estatísticas da forma paripatética de ensinar? c) O que será pesquisado? O que se deseja fazer? Para que se deve fazer? Como será realizada a pesquisa? Quais recursos serão necessários para a execução? Quanto tempo vai se levar para executá-la? d) O que será investigado? O que se deseja investigar? Para que deve arrumar? Como será realizada a escrita? Quais os modos de planejar? e) Nenhuma das alternativas acima. 40. Para se fazer um Estudo Científico pautado em Normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), é preciso ter conhecimento das NBRs que delimitam e orientam a formatação do texto, principalmente no que se refere ao Artigo Científico. Para tanto, é preciso saber quais as Normas Básicas para construir um Estudo organizado. Assim sendo, marque o item que apresenta corretamente essas normas. a) NBR 14724, janeiro de 2006; NBR 10520, agosto de 2002; NBR 6028, novembro de 2003; NBR 6023, agosto de 2002; e NBR 6022, maio de 2003. b) NBR 14724, janeiro de 2006; NBR 10520, agosto de 2002; NBR 6028, novembro de 2003; NBR 60752, dezembro de 2007; e NBR 6022; maio de 2003.
c) NBR 14724, janeiro de 2006; NBR 10520, agosto de 2002; NBR 6000, novembro de 2004; NBR 6023, agosto de 2002; e NBR 6022, maio de 2003. d) NBR 14724, janeiro de 2006; NBR 10520, agosto de 2002; NBR 6000, novembro de 2004; NBR 6023, agosto de 2002; e NBR 6020, maio de 2007. e) Nenhuma das alternativas. 41. Em termos gerais a pesquisa bibliográfica pode ser entendida como uma forma de a) explicar, observar, registrar, descrever, analisar e correlacionar fatos ou fenômenos sem manipulá-los. b) explicar e manipular diretamente as variáveis relacionadas com o objetivo de estudo. c) explicar um problema a partir de referências teóricas publicadas em documentos. d) explicar um problema a partir de si mesmo com teorias ainda não publicadas em documentos. e) Nenhuma das alternativas acima está correta. 42. Aquela Pesquisa cujos resultados venham apresentar novas conquistas para a ciência, sobre determinado assunto, levado a efeito em parte ou em conjunto, é considerada a) de consistência lógica. b) de apoio técnico. c) de plausibilidade. d) de fertilidade. e) Nenhuma das alternativas acima. 43. Existem algumas leis que regem as teorias da ciência moderna, da mesma forma que regem os métodos que são aplicados em determinadas ciências para operacionalização das investigações. Nesses casos, podemos dizer que o Método Indutivo e o Método Dedutivo são ordenados e regidos também por leis. Assinale quais são as leis da Indução e da Dedução, respectivamente, para a investigação. a) Do centro para o particular e do particular para o centro. b) Do particular para o centro e do centro para o particular. c) Do extremo para as partes e das partes para o extremo. d) Do particular para o geral e do geral para o particular. e) Todas as alternativas estão incorretas. 44. A complexidade do universo e a diversidade de fenômenos que nele se manifestam, aliadas à necessidade do homem de estudá-los para poder entendê-los e explicá-los, levam ao surgimento de diversos ramos de estudo e ciências específicas. Esta necessidade de uma classificação quer seja de ordem de complexidade e de conteúdo, quer sejam objetos e metodologias, classifica as ciências de que forma? a) Formais: Física e Direito; Factuais: Sociologia e Política. b) Formais: Economia e Antropologia; Factuais: Lógica e Matemática. c) Formais: Física e Química; Factuais: Lógica e Direito. d) Formais: Lógica e Matemática; Factuais: Direito e Sociologia. e) Nenhuma das alternativas acima. 45. Uma sociedade marcada pelo egoísmo das relações sociais, pela valorização do tirar vantagem, pela ausência de solidariedade humana, pela indiferença para com a miséria
alheia e pela tolerância com a corrupção e a impunidade, torna o homem a expressão de: a) Um forte conservador de energias para o trabalho. b) Um vencedor diante da concorrência ferrenha nas relações do mundo do trabalho. c) Um trabalhador preocupado com o sucesso do Ser social. d) Um trabalhador preocupado com sua própria realização. e) Nenhuma das Alternativas acima. 46. Segundo Freud, a conduta do homem no mundo social nos remete às relações humanas no trabalho e é determinante direto da estrutura da personalidade. Sendo assim, o ego, o superego e o id figuram como mecanismo do agir humano. Nessa ótica, qual ou quais desses elementos participa(m) diretamente do agir moral do sujeito em prol de uma ação equilibrada e social? a) Ego, superego e id. b) Id, ego e superego. c) Ego e id. d) Superego. e) Nenhuma das alternativas acima. 47. Na perspectiva do pensamento de Platão, as relações humanas deveriam ser calcadas pelo valor supremo do bem. Desse modo, o ideal que todos os homens deveriam tentar atingir estaria em uma condição fundamental. Essa condição seria: a) Os homens deveriam seguir apenas a razão, desprezando os instintos ou paixões. b) O homem deveria levar em conta tudo aquilo que ele tem de racional e de instintivo. c) O homem, sem os instintos e sem as paixões, não consegue agir para o bem. d) O homem de ação boa é todo aquele que sabe dosar paixão e razão. e) Nenhuma das alternativas acima. 48. O código de ética utilizado pelas empresas, em seu contexto fundamental, favorece o aprimoramento do agir humano nas relações do trabalho, resguardando um princípio de causalidade filosófica. A saber, o princípio a) da oportunidade. b) da cooperação. c) do bem. d) do fazer. e) Nenhuma das alternativas acima. 49. Segundo o Ministério Público do Trabalho, toda e qualquer conduta que caracteriza comportamento abusivo, frequente e intencional, por meio de atitudes, gestos, palavras ou escritos que possam ferir a integridade física ou psíquica de uma pessoa, vindo a pôr em risco o seu emprego ou degradando o seu ambiente de trabalho, pode ser considerada: a) Alienação. b) Assédio Moral. c) Engano. d) Psicopata. e) Nenhuma das alternativas acima. 50. Um ambiente de trabalho caracterizado por condutas de respeito, com expressiva condição para o princípio do bem, demonstra para a sociedade, o fortalecimento e o
encorajamento dos empregados em relação ao mundo do trabalho digno e gratificante. Desse modo, qual seria uma atitude divergente da situação descrita acima? a) Normal, assédio moral e ética. b) Imoral, ética e ilegal. c) Moral, ética e lógica. d) Pertinente, anti-ética e normal. e) Nenhuma das alternativas acima.
QUESTÃO 41 Não se trata, portanto, de estudar a história da filosofia porque na seqüência dos filósofos existe algo em si mesmo educativo. O valor educativo está em cada um dos grandes clássicos da filosofia, pois nele existe o tormento do pensamento. M. Trombino. Elementi di didattica teórica della filosofia. Bologna, Calderini, 1999, p. 32 (com adaptações). A partir da compreensão do uso da história da filosofia para o ensino apresentada no texto acima, assinale a opção correta. A - O estudo da história da filosofia é, na seqüência dos filósofos, por si mesma educativa. B - É preciso aproximar o aluno aos clássicos da filosofia para que apreenda os conteúdos fundamentais da filosofia. C - O estudo da história da filosofia é a história de indivíduos atormentados. D - O que a história da filosofia ensina é a compreender o tormento, a inquietude por maior conhecimento e reflexão que moveu os filósofos desde a Antiguidade.
QUESTÃO 42 Para que se possa falar realmente de história da filosofia, em sua completude, parece-me necessário estabelecer uma relação teorética, isto é, um diálogo com o clássico: pondo a ele perguntas (as nossas, as de sempre) e avaliando suas respostas às mesmas. Sem esta relação vital com o clássico a história da filosofia se torna passatempo de colecionador e o professor de filosofia, antiquário de loja de antiguidades. Especialmente para este diálogo torna-se necessária a superação de uma pretensa postura de neutralidade do historiador da filosofia (no nosso caso, do professor): será preciso declarar explicitamente sua postura filosófica para que essa mesma possa ser avaliada e colocada "na mesa". G. Cornelli. A lição dos clássicos: algumas anotações sobre a história da filosofia na sala de aula. In: S. e Danelon G. M. Gallo e G. Cornelli. Ensino de filosofia: teoria e prática. Unijuí, 2004, p. 194 (com adaptações). Tendo o texto acima como referência, assinale a opção correta acerca da história da filosofia. A - A história da filosofia é inútil para o desenvolvimento da reflexão teorética. B - A história da filosofia é um passatempo de colecionador de antiguidades. C - Para que uma história da filosofia se torne ensino de filosofia é necessária uma relação vital com o clássico.
D - O historiador da filosofia precisa manter-se neutro na frente dos clássicos.
QUESTÃO 43 A partir da metade dos anos 60 do século passado, no Brasil, a consciência de seu caráter de continente periférico, alheio às decisões mundiais, apêndice dos blocos de poder, substituiu a euforia desenvolvimentista. Sua marginalidade, agravada, a partir dos anos 80, pela recessão econômica, só parece compatível com as estritas análises político-econômicas (...). O tratamento filosófico das questões era confundido com o ecletismo e o antiexperimentalismo da época colonial, sendo então tomado como traço de letrados tradicionais e incapazes de contribuir para a solução prática dos problemas (...). Essa alergia à reflexão filosófica se mostra, na conjuntura atual, pela incapacidade de lidar com a interpretação da cultura senão como prolongamento da conjuntura político-econômica. Luiz Costa Lima. Apud F. Ceppas. Anotações sobre a formação filosófica no Brasil e o ensino de filosofia. In: S. Gallo, M. Danelon e G. Cornelli. Ensino de filosofia: teoria e prática. Ed. Unijuí, 2004 (com adaptações). A partir das idéias apresentadas no texto acima, assinale a opção correta. A - O desprezo histórico da filosofia no Brasil é resultado de sua origem na época colonial. B - Os filósofos são incapazes de contribuir à solução prática dos problemas de um país em desenvolvimento. C - O filósofo, no Brasil, é considerado, pela cultura majoritária, um elemento moderno da cultura, capaz de contribuir com o desenvolvimento do país. D - A cultura é interpretada, no Brasil, como prolongamento da conjuntura econômica.
QUESTÃO 44 No final de as Cidades Invisíveis, de Ítalo Calvino, Marco Pólo e o Kublai Kan travam um diálogo sobre a cidade última, para onde todos os nossos caminhos nos levam. Kublai - É tudo inútil, se o último porto só pode ser a cidade infernal, que está lá no fundo e que nos suga em um vórtice cada vez mais estreito. Responde Pólo - O inferno dos vivos não é algo que será; se existe, é aquele que já está aqui, o inferno no qual vivemos todos os dias, que formamos estando juntos. Existem duas maneiras de não sofrer. A primeira é fácil para a maioria das pessoas: aceitar o inferno e tornar-se parte deste até o ponto de deixar de percebê-lo. A segunda é arriscada e exige atenção e aprendizagem contínuas: tentar saber reconhecer quem e o que, no meio do inferno, não é inferno, e preservá-lo, e abrir espaço. I. Calvino. As cidades invisíveis. São Paulo, Ed. Folha de São Paulo, 2003, p. 158 (com adaptações). Acerca do assunto abordado no texto acima, assinale a opção correta.
A - A filosofia não se interessa pelas realidades últimas e pelo sofrimento pelo fim de tudo. B - Kublai Kan não é ocidental e, por esse motivo, não se preocupa com o inferno e o final dos tempos e do ser humano. C - Aceitar que o inferno são os outros e viver estoicamente resignado é a única atitude filosófica possível. D - A filosofia pode ser pensada como uma busca por distinguir, no meio do inferno, sinais de esperança.
QUESTÃO 45 Uma das figuras privilegiadas na adoção do poder pastoral pelo Estado moderno, nas instituições educacionais, é a figura do professor-pastor. Ele assume a responsabilidade pelas ações e pelo destino da turma e de cada um de seus integrantes. Ele se encarrega de cuidar do bem e do mal que possam acontecer dentro da sala de aula. Ele responde por todos os pecados que possam ser cometidos no seu espaço. Embora assuma modalidades leves e participativas, entre o professor e a turma há uma relação de submissão absoluta; sem o professor os alunos não saberiam o que fazer, como aprender, de qual maneira comportar-se. O professor ganhará a confiança de cada aluno para que ele lhe confie seus desejos, angústias e ilusões. Por último, lhe ensinará que sem alguma forma de sacrifício ou renúncia seria impossível desfrutar de uma vida feliz e de uma sociedade justa. Walter Kohan. Infância: entre educação e filosofia. Belo Horizonte. Autêntica, 2003, p. 87-8 (com adaptações). A partir das idéias desenvolvidas no texto acima, assinale a opção correta. A - O poder pastoral, conceito elaborado por Foucault em seus escritos mais recentes, revela-se como modelo para a atuação do professor de filosofia. B - O poder pastoral é a forma de poder que irá estruturar as tecnologias, os dispositivos do Estado moderno. C - O ensino de filosofia, por meio de modalidades leves e participativas, deve visar o controle absoluto do educando. D - O professor deve ganhar a confiança do aluno para que possa depois ensinar-lhe a necessidade do sacrifício.
QUESTÃO 46 Não há ignorante que não saiba uma infinidade de coisas, e é sobre este saber, sobre esta capacidade em ato que todo ensino deve se fundar. Instruir (ensinar) pode, portanto, significar duas coisas absolutamente opostas: confirmar uma incapacidade pelo próprio ato que pretende reduzi-la, ou, inversamente, forçar uma capacidade que se ignora ou se denega a reconhecer e a desenvolver todas as conseqüências desse reconhecimento. O primeiro ato chama-se embrutecimento e o segundo, emancipação. Jacques Ranciére. O mestre ignorante: cinco lições sobre emancipação intelectual. Belo Horizonte. Autêntica, 2002, p. 11-2 (com adaptações). Acerca do assunto abordado no texto acima, assinale a opção correta.
A - Sócrates, que teria declarado "saber de nada saber", é o modelo de filósofo dos tempos mais antigos. B - Ensinar é forçar o aluno a adquirir competências preestabelecidas. C - O ensino é o preenchimento das lacunas de conhecimento do educando. D - O ensino é sempre emancipatório.
B - O cinema é alienante e ensina a indiferença para com os valores da sociedade. C - Para compreender a complexidade que rodeia os humanos, necessita-se despertar para ela. D - Somente a filosofia pode despertar os homens para a superação de sua visão unilateral do mundo e da complexidade humana.
QUESTÃO 50 QUESTÃO 47 Por causa de sua pobreza, imputada à inutilidade da filosofia, Tales era alvo de escárnio; graças, porém, a seus conhecimentos de astronomia, ele previu, ainda em pleno inverno, que haveria uma abundante colheita de azeitonas; ele obteve, então, algum dinheiro e adquiriu os direitos de uso de todos os lagares em Miletos e Quios, pagando pouco porque ninguém competia com ele; quando chegou a época da extração do azeite, houve uma súbita procura de numerosos lagares ao mesmo tempo, e sublocando-os nas condições que quis ele ganhou muito dinheiro, provando que para o filósofo é fácil obter lucro quando ele quer, mas não é disso que ele cuida. Aristóteles. Política, 1259a (Trad. Mário G. Cury). Com referência ao texto acima, assinale a opção correta. A - A anedota reportada por Aristóteles indica a necessidade, para o filósofo, de evitar as preocupações mundanas e se dedicar exclusivamente à reflexão. B - A preocupação com a vida prática é um tópico importante da reflexão filosófica desde os tempos antigos. C - O elogio a Tales não esconde a reprovação por parte de Aristóteles por ele ser capaz de enriquecer. D - A pobreza é necessária à filosofia.
QUESTÃO 48 A redução do outro, a visão unilateral e a falta de percepção sobre a complexidade humana são os grandes empecilhos da compreensão. Outro aspecto da incompreensão é a indiferença. E, por este lado, é interessante abordar o cinema, que os intelectuais tanto acusam de alienante. Na verdade, o cinema é uma arte que nos ensina a superar a indiferença, pois transforma em heróis os invisíveis sociais, ensinando-nos a vêlos por um outro prisma. Charlie Chaplin, por exemplo, sensibilizou platéias inteiras com o personagem do vagabundo. Outro exemplo é Coppola, que popularizou os chefes da Máfia com O Chefão. No teatro, temos a complexidade dos personagens de Shakspeare: reis, gângsteres, assassinos e ditadores. No cinema, como na filosofia de Heráclito: "Despertados, eles dormem". Estamos adormecidos, apesar de despertos, pois, diante da realidade tão complexa, mal percebemos o que se passa ao nosso redor. Edgar Morin. Os sete saberes necessários à educação do futuro. Tendo como referência o texto acima e as idéias nele evocadas, assinale a opção correta. A - Compreender o mundo é reduzi-lo a suas partes mínimas.
Não acredito ser possível decidir, usando métodos de ciência empírica, questões controvertidas como a de saber se a ciência realmente usa ou não o princípio da indução. Minhas dúvidas aumentam quando me dou conta de que será sempre questão de decisão ou de convenção saber o que deve ser denominado ciência e quem deve ser chamado cientista. K. Popper. The logic of scientific discovery. NY, Harper, 1968, p. 54-5 (com adaptações). Acerca das idéias apresentadas no texto acima e de conhecimentos relativos à filosofia da ciência, assinale a opção correta. A - A ciência é um saber absoluto, positivo, inquestionável. B - A definição do método científico é uma construção social, historicamente datada. C - A ciência é uma descrição pura e objetiva da realidade, baseada no método empírico. D - Popper, autor do texto, acredita ser a ciência um saber logicamente comprovado.
QUESTÃO 51 A ciência manipula as coisas e renuncia a habitá-las. Estabelece modelos internos delas e, operando sobre esses índices ou variáveis, as transformações permitidas por sua definição, só de longe em longe se confronta com o mundo real. Ela é, sempre foi, esse pensamento admiravelmente ativo, engenhoso, desenvolto, esse parti pris de tratar tudo como "objeto geral", isto é, ao mesmo tempo como se ele nada fosse para nós e estivesse no entanto predestinado aos nossos artifícios. Mas a ciência clássica conservava o sentimento da opacidade do mundo, e é a este que ela entendia juntar-se por suas construções. M. Merleau-Ponty. O olho e o espírito. Cosac e Naify, 2004, p. 13 (com adaptações). A partir do texto acima e de conhecimentos relativos à filosofia da ciência, assinale a opção correta. A - Merleau-Ponty revela uma predileção pela ciência atual em relação à ciência antiga. B - A ciência antiga acredita piamente em suas ferramentas de apreensão da realidade objetiva. C - A ciência moderna parte do pressuposto de que a realidade objetiva esteja disponível por meio da criação de artifícios que a generalizem. D - A ciência clássica renuncia a habitar o mundo.
QUESTÃO 52 Nenhuma sociedade pode sobreviver sem um código moral fundado em valores compreendidos, aceitos e respeitados pela maioria dos seus membros. Nós não temos mais nada disto. As sociedades modernas poderiam dominar indefinidamente os poderes fantásticos que a ciência lhes deu com o critério de um vago humanismo colorido por uma espécie de hedonismo otimista e materialista? Poderiam, nessas bases, resolver suas intoleráveis tensões? Onde vão desmoronar? Texto de uma conferência de Jacques Monod, citado por J. Russ. Pensamento ético contemporâneo. São Paulo, Paulus, 1999, p. 19 (com adaptações). Acerca do tema abordado no texto acima, assinale a opção correta. A - A moral contemporânea está perfeitamente adequada às novas necessidades de avaliação ética que as descobertas científicas trazem à tona. B - Segundo Monod, há a necessidade de se estabelecer códigos morais para controlar a sociedade e impor a ela regras de conduta. C - A ciência moderna, assim como a economia de matriz liberal, encontrará seus próprios modelos reguladores, para contribuir autonomamente ao bem-estar da sociedade. D - Morais humanistas e hedonistas não são suficientes para resolver os conflitos sociais que a ciência moderna gerará.
QUESTÃO 53 Rousseau teve o mérito de afirmar que o princípio do Estado é a vontade. Mas, tendo entendido a vontade universal não como a racionalidade em si e para si da vontade, mas apenas como o elemento comum que deriva da vontade singular, Rousseau faz com que a associação dos indivíduos no Estado se torne um contrato, algo que, portanto, tem como base o arbítrio desses indivíduos, a opinião e o consenso explícito deles. G. F. Hegel. Grundlinien der philosophie des rechts. Suhrkamp, Frankfurt am Main, 1995, p. 400 (com adaptações). Tendo como referência esse texto de Hegel e conhecimentos relativos ao debate filosófico sobre o Estado moderno, assinale a opção correta. A - Segundo Hegel, a vontade geral, que fundamenta o Estado, tem uma base objetiva, ou seja, sofre um processo de determinações históricas que transcende a ação dos indivíduos e seus interesses singulares. B - As teorias contratualistas, como a de Rousseau, concedem ao Estado sua própria vontade racional, independentemente dos projetos volitivos singulares. C - A racionalidade em si e para si que o Estado precisa para existir está garantida pelo contrato social. D - A vontade universal, segundo Hegel, é o resultado da soma das vontades individuais.
QUESTÃO 54
As pessoas dizem repetidamente que a filosofia não progride realmente, que estamos ainda ocupados com os mesmos problemas filosóficos que os gregos. Mas as pessoas que dizem isto não entendem por que isto deve ser assim. Isto é porque nossa linguagem tem permanecido a mesma e permanece nos seduzindo a perguntar as mesmas questões. Enquanto continuar esta situação as pessoas permanecerão se deparando com as mesmas intrigantes dificuldades e encontrar-se-ão começando algo que nenhuma explicação parece capaz de esclarecer. L. Wittgenstein. Culture and value, 15 (1931) (com adaptações). A partir do texto acima, de Wittgenstein, e de conhecimentos relativos ao debate filosófico acerca da linguagem no século XX, assinale a opção correta. A - A filosofia não progride em sua problematização por estar ligada demasiadamente a conteúdos antigos. B - Está-se a cada dia inventando novos problemas filosóficos. C - Estudar os mesmos problemas de sempre é tarefa fundamental da filosofia. D - A sedução da linguagem impede que a filosofia elabore novas questões.
QUESTÃO 55 A filosofia de Aristóteles pode parecer uma catedral abandonada, uma construção a ser visitada aos domingos, a respeito da qual se perguntaria, com certa curiosidade, que pessoas a teriam habitado. Um exame mais atento da filosofia do nosso século, porém, atesta o contrário: Aristóteles foi continuamente discutido, analisado, debatido, e isto nas mais diferentes correntes, em momentos decisivos de suas elaborações. Em particular, a ética aristotélica ocupa uma posição privilegiada nos atuais debates sobre a moral. A razão disso consiste muito provavelmente no fato de que a ética contemporânea buscou atenuar os elementos demasiadamente rígidos que herdou do que podemos considerar a ética por excelência da época moderna - o formalismo kantiano. As reflexões de Aristóteles sobre a ação, a moral e a razão prática foram corretamente vistas por um bom número de autores como podendo servir de contrapeso a esta herança. Marco Zingano. Prefácio. In: Hobuss João. Eudaimonia e autosuficiência em Aristóteles. Pelotas: Ed. Universitária, UFPel, 2002, p. 9 (com adaptações). A partir do texto acima e de conhecimentos acerca da ética clássica, assinale a opção correta. A - A ética de Kant é uma atualização da ética aristotélica. B - A ética contemporânea reconhece a necessidade de recorrer à ética de Aristóteles, pois seus conceitos parecem-lhe mais apropriados do que os da ética moderna. C - A filosofia aristotélica é um edifício em ruína, relevante somente para fins arqueológicos. D - A ética é o estudo das normas clássicas de convivência social.
QUESTÃO 56 Na filosofia, a definição constitui o momento de fixação e de delimitação, pelo menos virtual, dos conceitos. Sua aparente simplicidade esconde, de fato, um conjunto de operações que é preciso esclarecer. Não existe definição filosófica independente da doutrina. Os estilos e a forma das definições platônicas não são os de Aristóteles. F. Cossutta. Elementos para a leitura dos textos filosóficos. Martins Fontes, 1994, p. 53 (com adaptações). A respeito do texto acima e de conhecimentos relativos à questão da conceituação filosófica, assinale a opção correta.
ciências, reservou a ela a função interdisciplinar de reunir os conhecimentos parciais produzidos por cada ciência em uma visão de conjunto, em uma cosmovisão. Mas, por outro lado, não consigo deixar de vê-la como empreendimento transversal, que atravessa outros campos de saberes, na mesma medida em que é atravessada por eles. Penso que hoje não se cria conceito, não se produz filosofia, sem uma conexão direta e transversal com as diversas artes e as distintas ciências. Embora elas sejam distintas entre si, elas se retroalimentam, se fecundam mutuamente. S. Gallo. A função da filosofia na escola e seu caráter interdisciplinar. In: RESAFE, vol. 2, 2004 (com adaptações). Tendo como base o texto acima, assinale a opção correta.
A - Definir um conceito filosófico é fixar um sentido universal para ele. B - Uma doutrina filosófica é uma articulação de definições coerentes entre si. C - A definição é resultado de um procedimento só aparentemente complexo de delimitação dos conceitos. D - Aristóteles apreendeu estilo e forma das definições de Platão.
A - O positivismo considera o saber produzido pela filosofia como de igual valor ao saber produzido pelas ciências. B - A interdisciplinaridade é a melhor definição da função da filosofia. C - A filosofia é um empreendimento transversal. D - Chegar a uma cosmovisão é o produto central de esforço filosófico.
QUESTÃO 57
QUESTÃO 59
Sem dúvida, o terceiro milênio abriu com um déficit de horizonte ético. Nem por isso os homens podem deixar de sonhar com a liberdade, com o sentido e com a finalidade da vida justa, solidária, pacífica, ou seja, com a retomada das grandes referências éticas. Em outras palavras, o Homo faber não pode prevalecer sobre o Homo symbolicus. A questão do sentido ético da vida, da história, da ciência, está subjacente ao mundo definitivamente marcado pela tecnociência. Cabe à filosofia, à ética, à bioética criar uma hermenêutica para explicitar o sentido maior embutido na biotecnologia e na pluralidade das éticas particulares. O. Pegoraro. Bioética e filosofia. In: Revista de Filosofia, SEAF, ano II, n.º 2, 2002, p. 53 (com adaptações).
A nova legislação educacional brasileira parece reconhecer, afinal, o próprio sentido histórico da atividade filosófica e, por esse motivo, enfatiza a competência da filosofia para promover, sistematicamente, condições indispensáveis para a formação de cidadania plena. Em que pese essa competência, entretanto, cumpre destacar que, embora imprescindíveis, os conhecimentos filosóficos não são suficientes para o alcance dessa finalidade. Aliás, constitui quase um truísmo pedagógico afirmar que todos os conhecimentos, disciplinas e componentes curriculares da educação básica são necessários e importantes na formação de cidadania do educando. Nesse sentido, embora restaurando para a filosofia o papel que lhe cabe no contexto educacional, a legislação tratou igualmente de indicar como se deve corretamente dimensioná-la no ensino médio: a rigor, portanto, o texto refere-se aos conhecimentos da filosofia que são necessários para o fim proposto. Destarte, a fim de atender à demanda legal, devemos fazer um esforço para recortar, do vasto universo dos conhecimentos filosóficos, aqueles que imediatamente precisam e podem ser trabalhados no ensino médio, o que, convenhamos, não é tarefa fácil. Parâmetros curriculares nacionais: ensino médio. Parte IV: ciências humanas, p. 45 (com adaptações).
A partir do texto acima, assinale a opção correta. A - A filosofia quer contribuir para que o Homo symbolicus prevaleça sobre o Homo faber. B - A bioética deve condenar as descobertas das tecnociências por serem prejudiciais à vida ética. C - O terceiro milênio começou com uma boa bagagem de horizonte ético, devido às reflexões históricas conduzidas ao longo dos últimos séculos do segundo milênio. D - O sentido da vida hoje emerge das novas descobertas científicas e tecnológicas.
QUESTÃO 58 Não gosto de pensar a filosofia como um empreendimento interdisciplinar, pois isso me cheira a um positivismo démodé. Lembremos que Comte, não vendo a possibilidade de a filosofia produzir verdades positivas, uma vez que não opera pela experimentação, como as
Acerca do assunto abordado no texto acima, assinale a opção correta. A - A formação da cidadania plena no ensino médio requer o desenvolvimento da competência da filosofia. B - Todos os conhecimentos filosóficos são necessários ao objetivo da formação da cidadania plena. C - A responsabilidade do desenvolvimento da cidadania plena é, no ensino médio, exclusivamente do ensino de filosofia. D - A legislação não reconhece a importância da história da filosofia.
QUESTÃO 60 As sete antinomias do ensino de filosofia de Derrida I Protestar contra a submissão da filosofia a finalidades externas (útil, produtivo etc.). Não renunciar ao princípio de finalidade, que rege a missão da filosofia como instância final de juízo. II Protestar contra o fechamento da filosofia no interior de uma definição disciplinar específica. Reivindicar a unidade e especificidade da filosofia. III Pretender que a filosofia não seja nunca dissociada do ensino. Permitir-se pensar que algo essencial na filosofia não seja reduzível aos atos e às práticas do ensino. IV Exigir que as instituições sustentem essa disciplina impossível e necessária. Postular que a filosofia exceda todas as instituições. V Solicitar, em nome da filosofia, a presença de um mestre, mesmo sabendo que a presença dele afeta a estrutura democrática da comunidade filosófica. VI Saber que a filosofia como disciplina requer um ritmo calmo e um tempo diluído. Sua unidade e arquitetura testemunham uma contração instantânea. VII Criar as condições para que alunos e professores disponham das condições de sua transmissão disciplinar (eterodidática). A filosofia não pode renunciar a seu itinerário autodidático e autônomo. Jacques Derrida. Les antinomies de la discipline philosophique. Lettre préface. In: École et Philosophie: La grève des philosophes. Par is : Ed. Osiris, 1986 (com adaptações). A partir das idéias do texto acima, assinale opção correta. A - As antinomias indicadas por Derrida propõem que a filosofia como disciplina mantenha sua liberdade radical de propor sua própria metodologia de trabalho. B - A filosofia como disciplina é possível e necessária. C - A filosofia não pode se sujeitar a finalidades ou utilidades. D - A filosofia deve ser pensada como uma aprendizagem autodidática.
QUESTÃO 41 Sobre o pensamento de Heráclito de Éfeso, marque a alternativa INCORRETA. A) Segundo Heráclito, a realidade do Ser é a imobilidade, uma vez que a luta entre os opostos neutraliza qualquer possibilidade de movimento. B) Heráclito concebe o mundo como um eterno devir, isto é, em estado de perene movimento. Nesse sentido, a imobilidade apresenta-se como uma ilusão. C) Para Heráclito, a guerra (pólemos) é o princípio regulador da harmonia do mundo. D) Segundo Heráclito, o um é múltiplo e o múltiplo é um. QUESTÃO 42 Com base na teoria de Hobbes e no texto abaixo, marque a alternativa correta.
O que Hobbes quer dizer falando de "guerra de todos contra todos", é que, sempre onde existirem as condições que caracterizam o estado de natureza, este é um estado de guerra de todos os que nele se encontram. BOBBIO, Norberto. Thomas Hobbes. Rio de Janeiro: Campus, 1991. p. 36. A) O estado de natureza e o estado de guerra estão relacionados apenas a alguns homens. B) Hobbes caracteriza a "guerra de todos contra todos" como algo que pode sempre existir. C) A "guerra de todos contra todos" independe de condições para existir. D) O estado de natureza caracteriza-se pela ausência de guerra. QUESTÃO 43 Leia atentamente o texto abaixo. Na filosofia de Parmênides preludia-se o tema da ontologia. A experiência não lhe apresentava em nenhuma parte um ser tal como ele o pensava, mas, do fato que podia pensá-lo, ele concluía que ele precisava existir: uma conclusão que repousa sobre o pressuposto de que nós temos um órgão de conhecimento que vai à essência das coisas e é independente da experiência. Segundo Parmênides, o elemento de nosso pensamento não está presente na intuição mas é trazido de outra parte, de um mundo extra-sensível ao qual nós temos um acesso direto através do pensamento. NIETZSCHE, Friedrich. A filosofia na época trágica dos gregos. Trad. Carlos A. R. de Moura. In Os pré-socráticos. São Paulo: Abril Cultural, 1978. p. 151. Coleção Os Pensadores Marque a alternativa INCORRETA. A) Para Parmênides, o Ser e a Verdade coincidem, porque é impossível a Verdade residir naquilo que Não-é: somente o Ser pode ser pensado e dito. B) Pode-se afirmar com segurança que Parmênides rejeita a experiência como fonte da verdade, pois, para ele, o Ser não pode ser percebido pelos sentidos. C) Parmênides é nitidamente um pensador empirista, pois afirma que a verdade só pode ser acessada por meio dos sentidos. D) O pensamento, para Parmênides, é o meio adequado para se chegar à essência das coisas, ao Ser, porque os dados dos sentidos não são suficientes para apreender a essência. QUESTÃO 44 Leia o trecho abaixo. E que existe o belo em si, e o bom em si, e, do mesmo modo, relativamente a todas as coisas que então postulamos como múltiplas, e, inversamente, postulamos que a cada uma corresponde uma idéia, que é única, e chamamos-lhe a sua essência (507b-c). PLATÃO. República. Trad. de Maria Helena da Rocha Pereira. 8ª ed. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian. 1996. Marque a alternativa que expressa corretamente o pensamento de Platão. A) Somente por meio dos sentidos, em especial da visão, pode o filósofo obter o conhecimento das idéias. B) No pensamento platônico, o conhecimento das idéias permite ao filósofo discernir a unidade inteligível em face da multiplicidade sensível. C) Para que a alma humana alcance o conhecimento das idéias, ela deve elevar-se às alturas do inteligível, o que somente é
possível após a morte ou por meio do contato com os deuses gregos. D) Tanto a dialética quanto a matemática elevam o conhecimento ao inteligível; mas, somente a matemática, por seu caráter abstrato, conduz a alma ao princípio supremo: a idéia de Bem. QUESTÃO 45 Leia atentamente o texto abaixo sobre a teoria do hábito em David Hume. E é certo que estamos aventando aqui uma proposição que, se não é verdadeira, é pelo menos muito inteligível, ao afirmarmos que, após a conjunção constante de dois objetos - calor e chama, por exemplo, ou peso e solidez -, é exclusivamente o hábito que nos faz esperar um deles a partir do aparecimento do outro. HUME, D. Investigações sobre o entendimento humano e sobre os princípios da moral. São Paulo: Editora UNESP, 2004. p. 75. Com base na Teoria de Hume e no texto acima, marque a alternativa INCORRETA, ou seja, aquela que de modo algum pode ser uma interpretação adequada desse texto. A) A conjunção constante entre dois objetos explica a força do hábito e, conseqüentemente, o procedimento da inferência. B) A hipótese do hábito é conseqüente com a teoria de Hume, de que todo o nosso conhecimento é construído por experiência e observação. C) Se a causalidade fosse construída a priori e de modo necessário, não seria preciso recorrer à experiência e à repetição para que de uma causa fosse extraído o respectivo efeito. D) O hábito jamais pode ser a base da inferência. Em virtude disso, os conceitos de causa e efeito jamais podem se aplicar a qualquer objeto da experiência. QUESTÃO 46 Leia o texto abaixo. Deixando de lado as discussões sobre governos e governantes ideais, Maquiavel se preocuparia em saber como os homens governam de fato, quais os limites do uso da violência para conquistar e conservar o poder, como instaurar um governo estável, etc. CHALITA, Gabriel. Vivendo a Filosofia. São Paulo: Ática, 2006. p. 200. Marque a alternativa que descreve corretamente o objetivo de Maquiavel. A) De acordo com Chalita, Maquiavel examina a política de forma a dar continuidade às análises da tradição filosófica. B) Conforme Chalita, o pensador florentino tem por objetivo demonstrar como um Príncipe deve conquistar e manter o poder, tratando-o como uma realidade concreta. C) Como observamos no texto, a obra de Maquiavel é inovadora por definir o que é o governo e quem são os governantes ideais. D) De acordo com o texto, pode-se observar que Maquiavel não admite o uso da violência para conquistar e conservar o poder. QUESTÃO 47 Leia atentamente o texto abaixo. A partir dessa intuição primeira (a existência do ser que pensa), que é indubitável, Descartes distingue os diversos tipos de idéias, percebendo que algumas são duvidosas e confusas e outras são claras e distintas.
ARANHA, M. L. de A.; MARTINS, M. H. P. Filosofando. Introdução à Filosofia. São Paulo: Moderna, 1993. p. 104. A primeira idéia clara e distinta encontrada por Descartes no trajeto das meditações é A) a idéia do cogito (coisa pensante), pois na medida em que duvida, aquele que medita percebe que existe. B) a idéia de coisa extensa, porque tudo aquilo que possui extensão é imediatamente claro e distinto. C) a idéia de Deus, porque Deus é a primeira realidade a interromper o procedimento da dúvida, no qual se lança aquele que se propõe meditar. D) a idéia do gênio maligno, porque somente através dele Descartes consegue suprimir o processo da dúvida radical. QUESTÃO 48 Leia o trecho extraído da obra Confissões. Quem nos mostrará o Bem? Ouçam a nossa resposta: Está gravada dentro de nós a luz do vosso rosto, Senhor. Nós não somos a luz que ilumina a todo homem, mas somos iluminados por Vós. Para que sejamos luz em Vós os que fomos outrora trevas. SANTO AGOSTINHO. Confissões IX. São Paulo: Nova Cultural,1987. 4, l0. p.154. Coleção Os Pensadores Sobre a doutrina da iluminação de Santo Agostinho, marque a alternativa correta. A) A irradiação da luz divina faz com que conheçamos imediatamente as verdades eternas em Deus. Essas verdades, necessárias e eternas, não estão no interior do homem, porque seu intelecto é contingente e mutável. B) A irradiação da luz divina atua imediatamente sobre o intelecto humano, deixando-o ativo para o conhecimento das verdades eternas. Essas verdades, necessárias e imutáveis, estão no interior do homem. C) A metáfora da luz significa a ação divina que nos faz recordar as verdades eternas que a alma possuía antes de se unir ao corpo. D) A metáfora da luz significa a ação divina que nos faz recordar as verdades eternas que a alma possuía e que nela permanecem mediante os ciclos da reencarnação. QUESTÃO 49 O texto que segue refere-se às vias da prova da existência de Deus. As cinco vias consistem em cinco grandes linhas de argumentação por meio das quais se pode provar a existência de Deus. Sua importância reside sobretudo em que supõe a possibilidade de se chegar no entendimento de Deus, ainda que de forma parcial e indireta, a partir da consideração do mundo natural, do cosmo, entendido como criação divina. MARCONDES, D. Textos básicos de filosofia: dos présocráticos a Wittgenstein. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1999. p. 67. A partir do texto, marque a alternativa correta. A) As cinco vias são argumentos diretos e evidentes da existência de Deus. B) Tomás de Aquino formula as cinco vias da prova da existência de Deus, utilizando, sistematicamente, as passagens bíblicas para fundamentar seus argumentos. C) As cinco vias partem de afirmações gerais e racionais sobre a existência de Deus, para chegar a conclusões sobre as coisas sensíveis, particulares e verificáveis sobre o mundo natural.
D) Tomás de Aquino formula as argumentações que provam a existência de Deus sob a influência do pensamento de Aristóteles, recorrendo não à Bíblia, mas, sobretudo, à Metafísica do filósofo grego. QUESTÃO 50 Considere o texto abaixo. Dostoiévski escreveu: "Se Deus não existisse, tudo seria permitido". Eis o ponto de partida do existencialismo. De fato, tudo é permitido se Deus não existe, e, por conseguinte, o homem está desamparado porque não encontra nele próprio nem fora dele nada a que se agarrar. Para começar, não encontra desculpas. SARTRE, Jean-Paul. O Existencialismo é um humanismo. Trad. de Rita Correia Guedes. São Paulo: Nova Cultural, 1987. p. 9. Tomando o texto acima como referência, marque a alternativa correta. A) Nesse texto, Sartre quer mostrar que sua teoria da liberdade pressupõe que o homem é sempre responsável pelas escolhas que faz e que nenhuma desculpa deve ser usada para justificar qualquer ato. B) O existencialismo é uma doutrina que propõe a adoção de certos valores como liberdade e angústia. Para o existencialismo, a liberdade significa a total recusa da responsabilidade. C) Defender que "tudo é permitido" significa que o homem não deve assumir o que faz, pois todos os homens são essencialmente determinados por forças sociais. D) Para Sartre, a expressão "tudo é permitido" significa que o homem livre nunca deve considerar os outros e pode fazer tudo o que quiser, sem assumir qualquer responsabilidade.
QUESTÃO 01 Leia o texto abaixo: "Afasta o pensamento desse caminho de busca e que o hábito nascido de muitas experiências humanas não te force, nesse caminho, a usar o olho que não vê, o ouvido que retumba e a língua: mas, com o pensamento, julga a prova que te foi fornecida com múltiplas refutações. Um só caminho resta ao discurso: que o ser existe." REALE, Giovanni; ANTISERI, Dario. História da filosofia: filosofia pagã antiga. Tradução de Ivo Storniolo. São Paulo: Paulus, 2003. p. 35.
"SÓCRATES: Portanto, como poderia ser alguma coisa o que nunca permanece da mesma maneira? Com efeito, se fica momentaneamente da mesma maneira, é evidente que, ao menos nesse tempo, não vai embora; e se permanece sempre da mesma maneira e é "em si mesma", como poderia mudar e mover-se, não se afastando nunca da própria Ideia? CRÁTILO: Jamais poderia fazê-lo. SÓCRATES: Mas também de outro modo não poderia ser conhecida por ninguém. De fato, no próprio momento em que quem quer conhecê-la chega perto dela, ela se torna outra e de outra espécie; e assim não se poderia mais conhecer que coisa seja ela nem como seja. E certamente nenhum conhecimento conhece o objeto que conhece se este não permanece de nenhum modo estável. CRÁTILO: Assim é como dizes." PLATÃO, Crátilo, 439e-440a Assinale a alternativa correta, de acordo com o pensamento de Platão. A) Para Platão, o que é "em si" e permanece sempre da mesma forma, propiciando o conhecimento, é a Ideia, o ser verdadeiro e inteligível. B) Platão afirma que o mundo das coisas sensíveis é o único que pode ser conhecido, na medida em que é o único ao qual o homem realmente tem acesso. C) As Ideias, diz Platão, estão submetidas a uma transformação contínua. Conhecê-las só é possível porque são representações mentais, sem existência objetiva. D) Platão sustenta que há uma realidade que sempre é da mesma maneira, que não nasce nem perece e que não pode ser captada pelos sentidos e que, por isso mesmo, cabe apenas aos deuses contemplá-la.
QUESTÃO 03 Na escola, Joana se queixava a uma amiga sobre um namorado que a abandonara para ficar com outra colega da turma. Tentando consolá-la, a amiga lhe disse que ela deveria se acostumar com isso, ou então, nunca mais tentar namorar, pois, disse ela, "os garotos são todos interesseiros". Deixando a dor de Joana de lado, poderíamos sistematizar o argumento da amiga na forma de um silogismo tal como definido pelo filósofo Aristóteles, da seguinte maneira: Todo garoto é interesseiro. Premissa maior Ora, o namorado de Joana é um garoto. Premissa menor Logo, o namorado de Joana é interesseiro. Conclusão.
Com base no pensamento de Parmênides, assinale a alternativa correta. A) Os sentidos atestam e conduzem à verdade absoluta do ser. B) O ser é o eterno devir, mas o devir é de alguma maneira regido pelo Logos. C) O discurso se move por teses e antíteses, pois essas são representações exatas do devir. D) Quem afirma que "o ser não existe" anda pelo caminho do erro.
A respeito desse argumento, e de acordo com as regras da lógica aristotélica, é correto afirmar que A) o argumento é inválido, pois a premissa maior é falsa. B) o argumento é válido, pois a intenção da amiga era ajudar Joana. C) o argumento é válido, pois a conclusão é uma consequência lógica das premissas. D) o argumento é inválido, pois a conclusão é falsa.
QUESTÃO 02 Leia o texto abaixo.
QUESTÃO 04 Leia com atenção o texto abaixo:
"Nos três primeiros artigos da 2ª questão da Suma de Teologia, Tomás de Aquino discute sobre a existência de Deus. Suas conclusões são: 1) a existência de Deus não é auto evidente, sendo preciso demonstrá-la; 2) a existência de Deus não pode ser demonstrada a partir de sua essência (pois isso ultrapassa a nossa capacidade de conhecimento); 3) a existência de Deus pode ser demonstrada, contudo, a partir de seus efeitos (demonstração quia), isto é, a partir da natureza criada podemos conhecer algo a respeito do seu Criador. A partir disso, ele desenvolve cinco argumentos ou vias segundo as quais se pode mostrar, a partir dos efeitos, que Deus existe." Adaptado de: MARCONDES, Danilo. Iniciação à história da filosofia. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2000. p. 126-130. Sobre as cinco vias da prova da existência de Deus, elaboradas por Tomás de Aquino, assinale a alternativa INCORRETA. A) Nos argumentos de Tomás de Aquino sobre a existência de Deus, pode-se perceber a influência dos escritos de Aristóteles em seu pensamento. B) Segundo a prova teleológica, tudo que obedece a uma finalidade pressupõe uma inteligência que o criou com tal finalidade, como o carpinteiro em relação a uma mesa; ora, percebemos a finalidade no Universo (todas as criaturas têm uma finalidade); logo, Deus é o princípio que dá essa finalidade ao Universo. C) Segundo a prova que se baseia no movimento, Deus é considerado o motor imóvel, isto é, como a causa primeira do movimento que percebemos no mundo, e deve ser imóvel para evitar o regresso ao infinito. D) Qualquer pessoa que consiga compreender os argumentos das cinco vias conhecerá, com certeza evidente, a essência de Deus.
QUESTÃO 05 Leia com atenção o texto abaixo: "Mas há um enganador, não sei quem, sumamente poderoso, sumamente astucioso que, por indústria, sempre me engana. Não há dúvida, portanto, de que eu, eu sou, também, se me engana: que me engane o quanto possa, nunca poderá fazer, porém, que eu nada seja, enquanto eu pensar que sou algo". DESCARTES. Meditações sobre Filosofia Primeira. Campinas: Editora da UNICAMP, 2004. p. 45. Para atingir o processo extremo da dúvida, Descartes lança a hipótese de um gênio maligno, sumamente poderoso e que tudo faz para me enganar. Essa radicalização do processo dubitativo ficou conhecida como dúvida hiperbólica. Assinale a alternativa que apresenta corretamente a relação estabelecida por Descartes entre a dúvida hiperbólica (exagerada) e o cogito (eu penso). A) Descartes sustenta que o ato de pensar tem tamanha evidência, que eu jamais posso ser enganado acerca do fato de que existo enquanto penso. B) A dúvida hiperbólica é insuperável, uma vez que todos os conteúdos da mente podem ser imagens falsas produzidas pelo gênio maligno. C) Com o exemplo dos juízos matemáticos, que são sempre indubitáveis, Descartes consegue eliminar a hipótese do gênio maligno.
D) Somente a partir da descoberta da ideia de Deus é que Descartes consegue eliminar a dúvida hiperbólica e afirmar a existência do pensante.
QUESTÃO 06 Maquiavel esteve empenhado na renovação da política em um período ainda dominado pela teologia cristã com os seus valores que atribuíam ao poder divino a responsabilidade sobre os propósitos humanos. Em sua obra mestra, O príncipe, escreveu: "Deus não quer fazer tudo, para não nos tolher o livre arbítrio e parte da glória que nos cabe. MAQUIAVEL, N. O príncipe. Tradução Lívio Xavier. São Paulo: Nova Cultural, 1987. Coleção Os Pensadores. p. 108. Assinale a alternativa que fundamenta essa afirmação de Maquiavel. A) Deus faz o mais importante, conduz o príncipe até o trono, garantindo-lhe a conquista e a posse. Depois, cabe ao soberano fazer um bom governo submetendo-se aos dogmas da fé. B) A conquista e a posse do poder político não é uma dádiva de Deus. É preciso que o príncipe saiba agir, valendo-se das oportunidades que lhe são favoráveis, e com firmeza alcance a sua finalidade. C) Os milagres de Deus sempre socorreram os homens piedosos. Para ser digno do auxílio divino e alcançar a glória terrena é preciso ser obediente à fé cristã e submeter-se à autoridade do papa. D) Nem Deus, nem o soberano são capazes de conquistar o Estado. Tudo que ocorre na História é obra do capricho, do acaso cego, que não distingue nem o cristão nem o gentio.
QUESTÃO 07 Leia o texto abaixo e assinale a alternativa correta. "É evidente que, durante o tempo em que os homens vivem sem um poder comum que os mantenha subjugados, eles se encontram naquela condição que é chamada de guerra; e essa guerra é uma guerra de cada homem contra cada outro homem." Hobbes in BOBBIO, Norberto. Thomas Hobbes. Rio de Janeiro: Ed. Campus, 1991. p. 35. A) Para Hobbes, a guerra é uma situação anterior ao estado de natureza. B) Hobbes associa, em suas reflexões, a situação de guerra e o estado de natureza. C) Um poder comum, segundo Hobbes, mantém os homens no estado de natureza. D) Em Hobbes, a guerra de todos contra todos é compatível com um poder comum.
QUESTÃO 08 A respeito do conceito de dialética, Hegel faz a seguinte afirmação: "O interesse particular da paixão é, portanto, inseparável da participação do universal, pois é também da atividade do particular e de sua negação que resulta o universal."
HEGEL, G. W. F. Filosofia da História. 2. ed. Tradução de Maria Rodrigues e Hans Harden. Brasília: Editora da UnB, 1998. p. 35. Com base no pensamento de Hegel, assinale a alternativa correta. A) O particular é irracional, por isso é a negação do universal, portanto, a História não é guiada pela Razão, mas se deixa conduzir pelo acaso cego dos acontecimentos que se sucedem sem nenhuma relação entre eles. B) O universal é a somatória dos particulares, de modo que a História é tão só o acumulado ou o agregado das partes isoladas, e assim elas estão articuladas tal como engrenagens de uma grande máquina. C) O particular da paixão é a ação dos indivíduos, sempre em oposição à finalidade da História, isto é, do universal da Razão que governa o mundo, mas esta depende da ação dos indivíduos, sem os quais ela não se manifesta. D) O universal é a vontade divina que por intermédio da sua ação providente preserva os homens de todos os perigos, evitando que se desgastem com suas paixões, assim, o humano é preservado desde o seu surgimento na Terra.
QUESTÃO 09 Leia atentamente o texto abaixo e assinale a alternativa que indica com qual teoria filosófica ele se relaciona. "É possível afirmar que a sociedade se constitui a partir de condições materiais de produção e da divisão social do trabalho, que as mudanças históricas são determinadas pelas modificações naquelas condições materiais e naquela divisão do trabalho e que a consciência humana é determinada a pensar as idéias que pensa por causa das condições materiais instituídas pela sociedade." CHAUÍ, M. Filosofia. São Paulo: Ática, 2007. Este texto descreve A) a concepção de Marx, que escreveu obras como Contribuição à Economia Política e O Capital. B) a concepção de Nicolau Maquiavel, que escreveu, dentre outras obras, O Príncipe. C) a concepção de Thomas Hobbes, autor do Leviatã. D) a concepção de Jean Jacques Rousseau, autor de O Contrato Social.
QUESTÃO 10 Leia o texto abaixo. "A doutrina que lhes estou apresentando é justamente o contrário do quietismo, visto que ela afirma: a realidade não existe a não ser na ação; aliás, vai longe ainda, acrescentando: o homem nada mais é do que o seu projeto; só existe na medida em que se realiza; não é nada além do conjunto de seus atos, nada mais que sua vida". SARTRE, Jean-Paul. O Existencialismo é um humanismo. São Paulo: Nova Cultural, 1987, Col. Os Pensadores. p. 13. Tomando o texto acima como referência, assinale a alternativa correta. A) A frase "a realidade não existe a não ser na ação" significa que é o homem aquele que cria toda a realidade possível e
imaginável, que o homem é o ser que cria o mundo todo a partir de sua existência. B) O existencialismo sartreano é uma espécie muito particular de quietismo, porque afirma que o homem é livre a partir do momento em que deixa a decisão sobre a própria existência nas mãos dos outros. C) Quando Sartre afirma que o homem "nada mais é do que a sua vida", ele está dizendo que todos são iguais na indeterminação de seus atos e que, portanto, é indiferente ser responsável ou não pelas ações praticadas. D) O existencialismo de Sartre é o contrário do quietismo, porque defende que a vida humana é feita a partir das ações e escolhas que cada ser humano realiza juntamente com outros homens. A vida do homem é um projeto que se realiza em plena liberdade.
21) Platão destaca, na República (livro III), a importância da educação musical dos futuros guardiões da cidade, ao dizer: [...] a educação pela música é capital, porque o ritmo e a harmonia penetram mais fundo na alma e afetam-na mais fortemente [...]. (PLATÃO. A República. Tradução e notas de Maria Helena da Rocha Pereira. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 2001. p. 133.) De acordo com o texto e os conhecimentos sobre a relevância da educação musical dos guardiões em Platão, considere as afirmativas a seguir: I. A música deve desenvolver agressividade e destempero para evitar o temor dos inimigos perante a guerra. II. A música deve desenvolver sentimentos éticos nobres para bem servir a cidade e os cidadãos. III. A música deve divertir, entreter e evocar sentimentos afrodisíacos, para alívio do temor perante a guerra. IV. A música deve moldar qualidades como temperança, generosidade, grandeza de alma e outras similares. Assinale a alternativa que contém todas as afirmativas corretas. a) I e II. b) II e IV. c) III e IV. d) I, II e III. e) I, III e IV. 22) Leia os textos a seguir: A amizade perfeita é a dos homens que são bons e afins na virtude, pois esses desejam igualmente bem um ao outro enquanto bons, e são bons em si mesmos. Ora, os que desejam bem aos seus amigos por eles mesmos são os mais verdadeiramente amigos, porque o fazem em razão da sua própria natureza e não acidentalmente. (ARISTÓTELES, Ética a Nicômaco. Tradução de Leonel Vallandro e Gerd Bornheim da versão inglesa de W. D. Ross. São Paulo: Abril Cultural, 1973, p. 381-382. Os Pensadores IV.) Os amigos formam uma unidade mais completa e mais perfeita do que os indivíduos isolados e, pela ajuda recíproca e desinteressada, fazem com que cada um seja mais autônomo e mais independente do que se estivesse só. (CHAUÍ, M. de S. Introdução à história da filosofia: dos présocráticos a Aristóteles. São Paulo: Brasiliense, 1994. p. 323.)
Com base nos textos acima e nos conhecimentos sobre o pensamento ético e político de Aristóteles, considere as afirmativas a seguir. I. Uma sociedade de amigos é mais perfeita e durável por considerar a lei como norma mantenedora da amizade. II. Os amigos tornam a sociedade política perfeita ao se isolarem. III. Os virtuosos e bons são verdadeiramente amigos por desejarem o bem reciprocamente. IV. A amizade só pode existir entre os virtuosos, que são semelhantes em caráter; por isso, formam uma sociedade justa. Assinale a alternativa que contém todas as afirmativas corretas. a) I e IV. b) II e III. c) III e IV. d) I, II e III. e) I, II e IV.
conseqüências da falta dele, isto é, a guerra perpétua de todos homens com os seus vizinhos, são muito piores. (HOBBES, T. Leviatã. Tradução de João Paulo Monteiro e Maria Beatriz Nizza da Silva. São Paulo: Nova Cultural, 1988. capítulo XX, p. 127.) Com base na citação e nos conhecimentos sobre a filosofia política de Hobbes, assinale a alternativa correta. a) Os Estados populares se equiparam ao estado natural, pois neles reinam as confusões das assembléias. b) Nos Estados aristocráticos, o poder é limitado devido à ausência de um monarca. c) O poder soberano traz más conseqüências, justificando-se assim a resistência dos súditos. d) As vantagens do estado civil são expressivamente superiores às imagináveis vantagens de um estado de natureza. e) As conseqüências do poder soberano são indesejáveis, pois é possível a sociabilidade sem Estado.
23) Leia o seguinte texto: A filosofia está escrita neste imenso livro que continuamente está aberto diante de nossos olhos (estou falando do universo), mas que não se pode entender se primeiro não se aprende a entender sua língua e conhecer os caracteres em que está escrito. Ele está escrito em linguagem matemática e seus caracteres são círculos, triângulos e outras figuras geométricas, meios sem os quais é impossível entender humanamente suas palavras: sem tais meios, vagamos inutilmente por um escuro labirinto. (GALILEI, G. Il saggiatore. Apud REALE, G. & ANTISERI, D. História da filosofia. São Paulo: Paulinas, 1990, v. 2, p. 281.) Tendo em mente o texto acima e os conhecimentos sobre o pensamento de Galileu acerca do método científico, considere as seguintes afirmativas. I. Galileu defende o desenvolvimento de uma ciência voltada para os aspectos objetivos e mensuráveis da natureza, em oposição à física qualitativa de Aristóteles. II. Para Galileu, é possível obter conhecimento científico sobre objetos matemáticos, tais como círculos e triângulos, mas não sobre objetos do mundo sensível. III. Galileu pensa que uma ciência quantitativa da natureza é possível graças ao fato de que a própria natureza está configurada de modo a exibir ordem e simetrias matemáticas. IV. Galileu considera que a observação não faz parte do método científico proposto por ele, uma vez que todo o conhecimento científico pode ser obtido por meio de demonstrações matemáticas. Assinale a alternativa que contém todas as afirmativas corretas, mencionadas anteriormente. a) I e III. b) II e III. c) III e IV. d) I, II e IV. e) II, III e IV.
25) É amplamente conhecido, na história da filosofia, como Descartes coloca em dúvida todo o conhecimento, até encontrar um fundamento inabalável; uma espécie de princípio de reconstituição do conhecimento. Neste processo, Descartes elege uma regra metodológica que o orientará na busca de novas verdades. A regra geral que orientará Descartes na busca de novas verdades é a) a possibilidade do mundo externo. b) a possibilidade de unirmos corpo e alma. c) a clareza e distinção. d) a certeza dos juízos matemáticos. e) a idéia de que corpo e alma são entidades distintas.
24) Para Hobbes, [...] o poder soberano, quer resida num homem, como numa monarquia, quer numa assembléia, como nos estados populares e aristocráticos, é o maior que é possível imaginar que os homens possam criar. E, embora seja possível imaginar muitas más conseqüências de um poder tão ilimitado, apesar disso as
26) Leia o texto a seguir: Certamente, temos aqui ao menos uma proposição bem inteligível, senão uma verdade, quando afirmamos que, depois da conjunção constante de dois objetos, por exemplo, calor e chama, peso e solidez, unicamente o costume nos determina a esperar um devido ao aparecimento do outro. Parece que esta hipótese é a única que explica a dificuldade que temos de, em mil casos, tirar uma conclusão que não somos capazes de tirar de um só caso, que não discrepa em nenhum aspecto dos outros. A razão não é capaz de semelhante variação. As conclusões tiradas por ela, ao considerar um círculo, são as mesmas que formaria examinando todos os círculos do universo. Mas ninguém, tendo visto somente um corpo se mover depois de ter sido impulsionado por outro, poderia inferir que todos os demais corpos se moveriam depois de receberem impulso igual. Portanto, todas as inferências tiradas da experiência são efeitos do costume e não do raciocínio. (HUME, D. Investigação acerca do entendimento humano. tradução de Anoar Aiex. São Paulo: Nova Cultural, 1999. pp. 61-62.) Com base no texto e nos conhecimentos sobre o pensamento de David Hume, é correto afirmar: a) A razão, para Hume, é incapaz de demonstrar proposições matemáticas, como, por exemplo, uma proposição da geometria acerca de um círculo. b) Hume defende que todo tipo de conhecimento, matemático ou experimental, é obtido mediante o uso da razão, e pode ser justificado com base nas operações do raciocínio. c) É necessário examinar um grande número de círculos, de acordo com Hume, para se poder concluir, por exemplo, que a
área de um círculo qualquer é igual a "PI" multiplicado pelo quadrado do raio desse círculo. d) Hume pode ser classificado como um filósofo cético, no sentido de que ele defende a impossibilidade de se obter qualquer tipo de conhecimento com base na razão. e) Segundo Hume, somente o costume, e não a razão, pode ser apontado como sendo o responsável pelas conclusões acerca da relação de causa e efeito, às quais as pessoas chegam com base na experiência. 27) Leia a citação a seguir. Encontrar uma forma de associação que defenda e proteja a pessoa e os bens de cada associado com toda força comum, e pela qual cada um, unindo-se a todos, só obedece contudo a si mesmo, permanecendo assim tão livre quanto antes. (ROUSSEAU, J. J. Do contrato social. Tradução de Lourdes Santos Machado. São Paulo: Nova Cultural, 1987. p. 32. Os Pensadores.) Com base na citação acima e nos conhecimentos sobre o pensamento político de Rousseau, considere as seguintes afirmativas. I. O contrato social só se torna possível havendo concordância entre obediência e liberdade. II. A liberdade conquistada através do contrato social é uma liberdade convencional. III. Por meio do contrato social, os indivíduos perdem mais do que ganham. IV. A liberdade conquistada através do contrato social é a liberdade natural. Assinale a alternativa que contém todas as afirmativas corretas, mencionadas anteriormente. a) I e II. b) I e III. c) II e IV. d) I, III e IV. e) II, III e IV. 28) Leia o texto a seguir. A razão humana, num determinado domínio dos seus conhecimentos, possui o singular destino de se ver atormentada por questões, que não pode evitar, pois lhe são impostas pela sua natureza, mas às quais também não pode dar respostas por ultrapassarem completamente as suas possibilidades. (KANT, I. Crítica da Razão Pura (Prefácio da primeira edição, 1781). Tradução de Manuela Pinto dos Santos e Alexandre Fradique Morujão. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1994, p. 03.) Com base no texto e nos conhecimentos sobre Kant, o domínio destas intermináveis disputas chama-se a) experiência. b) natureza. c) entendimento. d) metafísica. e) sensibilidade. 29) Leia o texto a seguir. Denomino problema da demarcação o problema de estabelecer um critério que nos habilite a distinguir entre as ciências empíricas, de uma parte, e a matemática e a lógica, bem como os sistemas "metafísicos" de outra. Esse problema foi abordado
por Hume, que tentou resolvê-lo. Com Kant, tornou-se o problema central da teoria do conhecimento. (POPPER, K. R. A Lógica da Pesquisa Científica. Tradução de Leonidas Hegenberg e Octanny Silveira da Mota. São Paulo: Cultrix, 1972. p. 35.) Com base no texto e nos conhecimentos sobre Popper, assinale a alternativa correta. a) Os enunciados metafísicos devem ser eliminados do discurso científico por serem destituídos de conteúdo cognitivo. b) O problema da demarcação encontra solução na lógica indutiva. c) O problema da demarcação, assim como o problema da indução, não tem uma solução racional. d) A metafísica deve ser eliminada por não constituir um problema cientificamente relevante. e) Os enunciados metafísicos não fazem parte do discurso científico por não serem passíveis de falseamento. 30) Leia o texto a seguir. O saber que é poder não conhece nenhuma barreira, nem na escravização da criatura, nem na complacência em face dos senhores do mundo. Do mesmo modo que está a serviço de todos os fins da economia burguesa na fábrica e no campo de batalha, assim também está à disposição dos empresários, não importa sua origem. (ADORNO, T. W. & HORKHEIMER, M. Dialética do esclarecimento: fragmentos filosóficos. Tradução de Guido Antonio de Almeida. Rio de Janeiro: Zahar, 1991. p. 20.) Com base no texto e no conhecimento dos conceitos de esclarecimento e racionalidade instrumental em Adorno e Horkheimer sobre o referido saber, é correto afirmar: a) Seu conteúdo é racional por si mesmo e de natureza críticoreflexiva. b) É principalmente técnico e carente de conteúdo racional por si mesmo. c) Tem uma dimensão reflexiva e seus objetivos são racionais por si mesmos. d) É caracterizado por forças sobrenaturais indomáveis que animam tudo. e) Estabelece limites para o domínio nas relações sócioeconômicas. 31) De acordo com a ética do discurso, os argumentos apresentados a fim de validar as normas [...] têm força de convencer os participantes de um discurso a reconhecerem uma pretensão de validade, tanto para a pretensão de verdade quanto para a pretensão de retidão. [...] Ele [Habermas] defende a tese de que as normas éticas são passíveis de fundamentação num sentido análogo ao da verdade. (BORGES, M. de L.; DALL´AGNOL, D. ; DUTRA, D. V. Ética. Rio de Janeiro: DP&A, 2002, p. 105.) Assim, é correto afirmar que a ética do discurso defende uma abordagem cognitivista da ética (HABERMAS, J. Consciência moral e agir comunicativo. Tradução Guido Antonio de Almeida. Rio de Janeiro: Tempo Brasileira, 1989. p. 62 e 78.) Sobre o cognitivismo da ética do discurso, é correto afirmar: a) A ética do discurso procura dar continuidade à abordagem cognitivista já presente em Kant.
b) A abordagem cognitivista da ética do discurso assume a impossibilidade de validação das normas morais. c) A abordagem cognitivista da ética do discurso se apóia no conhecimento da utilidade das ações tal como pretendia Jeremy Bentham. d) A abordagem cognitivista da ética do discurso procura dar continuidade às teses aristotélicas sobre a retórica. e) A ética do discurso, ao abordar a ética de um ponto de vista cognitivista, segue as teorias emotivistas e decisionistas. 32) Na República, Platão faz a seguinte consideração sobre os poetas: [...] devemos começar por vigiar os autores de fábulas, e selecionar as que forem boas, e proscrever as más. [...] Das que agora se contam, a maioria deve rejeitar-se. [...] As que nos contaram Hesíodo e Homero - esses dois e os restantes poetas. Efectivamente, são esses que fizeram para os homens essas fábulas falsas que contaram e continuam a contar. (PLATÃO. A República. Tradução de Maria Helena da Rocha Pereira. 8. ed. Lisboa, Fundação Calouste Gulbenkian, 1996. p. 87-88.) Por seu turno, na Poética, Aristóteles diz o seguinte a respeito dos poetas: [...] quando no poeta se repreende uma falta contra a verdade, há talvez que responder como Sófocles: que representava ele os homens tais como devem ser, e Eurípides, tais como são. E depois caberia ainda responder: os poetas representam a opinião comum, como nas histórias que contam acerca dos deuses: essas histórias talvez não sejam verdadeiras, nem melhores; [...] no entanto, assim as contam os homens. (ARISTÓTELES. Poética. Tradução de Eudoro de Souza. São Paulo: Abril Cultural, 1973. p. 468. Os Pensadores IV.) Com base nos textos acima e nos conhecimentos sobre o pensamento estético de Platão e de Aristóteles, assinale a alternativa correta. a) Para Platão e Aristóteles, apesar da importância de poetas como Homero, na educação tradicional grega, as fábulas que compuseram são perigosas para a formação da juventude. b) Platão critica os poetas por dizerem o falso e apresentarem deuses e heróis de maneira desonrosa, enquanto Aristóteles os elogia por falarem o verdadeiro. c) Platão e Aristóteles concordam com o fato de o poeta falar o falso, só que para Platão suas fábulas são indignas para a juventude, enquanto que, para Aristóteles, a poesia por ser mímesis não precisa dizer a verdade. d) O problema para Platão é que Homero e os outros poetas falam sobre o mundo sensível e não sobre a verdade; já Aristóteles acredita que eles devem ser repreendidos por isso. e) Falar o falso para Platão é problemático porque o falso pode passar pelo verdadeiro; para Aristóteles, o poeta apresenta a verdadeira realidade. 33) Quatro tipos de causas podem ser objeto da ciência para Aristóteles: causa eficiente, final, formal e material. Assinale a alternativa correta em que as perguntas correspondem, respectivamente, às causas citadas. a) Por que foi gerado? Do que é feito? O que é? Quem gerou? b) O que é? Do que é feito? Por que foi gerado? Quem gerou? c) Do que é feito? O que é? Quem gerou? Por que foi gerado? d) Por que foi gerado? Quem gerou? O que é? Do que é feito? e) Quem gerou? Por que foi gerado? O que é? Do que é feito?
34) Leia o seguinte texto de Descartes: [...] considerei em geral o que é necessário a uma proposição para ser verdadeira e certa, pois, como acabara de encontrar uma proposição que eu sabia sê-lo inteiramente, pensei que devia saber igualmente em que consiste essa certeza. E, tendo percebido que nada há no "penso, logo existo" que me assegure que digo a verdade, exceto que vejo muito claramente que, para pensar, é preciso existir, pensei poder tomar por regra geral que as coisas que concebemos clara e distintamente são todas verdadeiras. (DESCARTES, R. Discurso do método. Tradução de Elza Moreira Marcelina. Brasília: Editora da Universidade de Brasília; São Paulo: Ática, 1989. p. 57.) Com base no texto e nos conhecimentos sobre o pensamento cartesiano, é correto afirmar: a) Para Descartes, a proposição "penso, logo existo" não pode ser considerada como uma proposição indubitavelmente verdadeira. b) Embora seja verdadeira, a proposição "penso, logo existo" é uma tautologia inútil no contexto da filosofia cartesiana. c) Tomando como base a proposição "penso, logo existo", Descartes conclui que o que é necessário para que uma proposição qualquer seja verdadeira é que ela enuncie algo que possa ser concebido clara e distintamente. d) Descartes é um filósofo cético, uma vez que afirma que não é possível se ter certeza sobre a verdade de qualquer proposição. e) Tomando como exemplo a proposição "penso, logo existo", Descartes conclui que uma proposição qualquer só pode ser considerada como verdadeira se ela tiver sido provada com base na experiência. 35) Leia o texto a seguir. Como o costume nos determina a transferir o passado para o futuro em todas as nossas inferências, esperamos - se o passado tem sido inteiramente regular e uniforme - o mesmo evento com a máxima segurança e não toleramos qualquer suposição contrária. Mas, se temos encontrado que diferentes efeitos acompanham causas que em aparência são exatamente similares, todos estes efeitos variados devem apresentar-se ao espírito ao transferir o passado para o futuro, e devemos considerá-los quando determinamos a probabilidade do evento. (HUME, D. Investigações acerca do entendimento humano. Tradução de Anoar Aiex. São Paulo: Nova Cultural, 1996, p. 73.) Com base no texto e nos conhecimentos sobre Hume, é correto afirmar: a) Hume procura demonstrar o cálculo matemático de probabilidades. b) Hume procura mostrar o mecanismo psicológico pelo qual a crença se fixa na imaginação. c) Para Hume, há uma conexão necessária entre causa e efeito. d) Para Hume, as inferências causais são a priori. e) Hume procura mostrar que crença e ficção produzem o mesmo efeito na imaginação humana. 36) Considerando a solução apresentada por Karl Popper ao problema da indução nos métodos de investigação científica, é correto afirmar que, para ele, o método científico a) é indutivo e racional.
b) é dedutivo e irracional. c) é indutivo e irracional. d) não segue os padrões de racionalidade impostos pela lógica. e) é dedutivo e racional. 37) Leia o texto a seguir: Dado que dos hábitos racionais com os quais captamos a verdade, alguns são sempre verdadeiros, enquanto outros admitem o falso, como a opinião e o cálculo, enquanto o conhecimento científico e a intuição são sempre verdadeiros, e dado que nenhum outro gênero de conhecimento é mais exato que o conhecimento científico, exceto a intuição, e, por outro lado, os princípios são mais conhecidos que as demonstrações, e dado que todo conhecimento científico constitui-se de maneira argumentativa, não pode haver conhecimento científico dos princípios, e dado que não pode haver nada mais verdadeiro que o conhecimento científico, exceto a intuição, a intuição deve ter por objeto os princípios. (ARISTÓTELES. Segundos Analíticos, B 19, 100 b 5-17. In: REALE, G. História da Filosofia Antiga. São Paulo: Loyola, 1994.) Considere as afirmativas a seguir a partir do conteúdo do texto acima. I. Todo conhecimento discursivo depende de um conhecimento imediato. II. A intuição é um hábito racional que é sempre verdadeiro. III. Os princípios da ciência devem ser demonstrados cientificamente. IV. O conhecimento científico e a opinião não admitem o falso. Assinale a alternativa que contém todas as afirmativas corretas, mencionadas anteriormente. a) I e II. b) I e III. c) II e IV. d) I, III e IV. e) II, III e IV. 38) Sobre a "indústria cultural", segundo Adorno e Horkheimer, é correto afirmar: a) Desenvolve o senso crítico e a autonomia de seus consumidores. b) Reproduz bens culturais que brotam espontaneamente das massas. c) O valor de troca é substituído pelo valor de uso na recepção da arte. d) Padroniza e nivela a subjetividade e o gosto de seus consumidores. e) Promove a imaginação e a espontaneidade de seus consumidores. 39) Leia o seguinte texto de Descartes: Essas longas cadeias de razões, todas simples e fáceis, de que os geômetras costumam se utilizar para chegar às demonstrações mais difíceis, haviam-me dado oportunidade de imaginar que todas as coisas passíveis de cair sob domínio do conhecimento dos homens seguem-se umas às outras da mesma maneira e que, contanto que nos abstenhamos somente de aceitar por verdadeira alguma que não o seja, e que observemos sempre a ordem necessária para deduzi-las umas das outras, não pode haver, quaisquer que sejam, tão distantes às quais não se chegue por fim, nem tão ocultas que não se descubram.
(DESCARTES, R. Discurso do método. Tradução de Elza Moreira Marcelina. Brasília: Editora da Universidade de Brasília; São Paulo: Ática, 1989. p. 45.) Com base no texto e nos conhecimentos sobre o pensamento de Descartes, é correto afirmar que: a) Para Descartes, o conhecimento é obtido partindo-se da experiência, isto é, da observação da natureza, e depois generalizando os resultados de tais observações. b) Segundo Descartes, qualquer coisa que a razão humana é capaz de conhecer pode ser alcançada, partindo-se de verdades evidentes, e aplicando a dedução lógica a essas verdades. c) Para Descartes, é possível apenas obter um conhecimento aproximado, probabilístico, acerca de qualquer objeto, não sendo de modo algum alcançável o conhecimento da verdade, independente do assunto em questão. d) Descartes pensa que, independentemente das premissas das quais se parte ao se procurar obter conhecimento sobre um determinado assunto, a verdade sobre tal assunto será alcançada desde que os princípios da lógica dedutiva sejam aplicados corretamente. e) Para Descartes, não há verdades evidentes, de modo que para se obter conhecimento sobre qualquer assunto, é necessário realizar longas séries de demonstrações difíceis, como aquelas que são habitualmente desenvolvidas pelos geômetras. 40) Leia o texto a seguir: [...] não é ofício de poeta narrar o que aconteceu; é, sim, o de representar o que poderia acontecer, quer dizer: o que é possível segundo a verossimilhança e a necessidade. Com efeito, não diferem o historiador e o poeta por escreverem verso ou prosa [...] (ARISTÓTELES. Poética. Tradução de Eudoro de Souza. São Paulo: Abril Cultural, 1979. p. 249.) Com base no texto e nos conhecimentos sobre a poesia e a história em Aristóteles, é correto afirmar: a) A poesia refere-se mais ao particular e é menos filosófica que a história. b) A história refere-se mais ao universal e é mais filosófica que a poesia. c) O poeta narra o acontecido e o historiador representa o possível. d) O ofício do historiador trata do mito e é mais sério que o do poeta. e) A poesia refere-se, principalmente, ao universal; a história, ao particular.
QUESTÃO 41 Sobre o pensamento de Heráclito de Éfeso, marque a alternativa INCORRETA. A) Segundo Heráclito, a realidade do Ser é a imobilidade, uma vez que a luta entre os opostos neutraliza qualquer possibilidade de movimento. B) Heráclito concebe o mundo como um eterno devir, isto é, em estado de perene movimento. Nesse sentido, a imobilidade apresenta-se como uma ilusão. C) Para Heráclito, a guerra (pólemos) é o princípio regulador da harmonia do mundo. D) Segundo Heráclito, o um é múltiplo e o múltiplo é um.
QUESTÃO 42 Com base na teoria de Hobbes e no texto abaixo, marque a alternativa correta. O que Hobbes quer dizer falando de "guerra de todos contra todos", é que, sempre onde existirem as condições que caracterizam o estado de natureza, este é um estado de guerra de todos os que nele se encontram. BOBBIO, Norberto. Thomas Hobbes. Rio de Janeiro: Campus, 1991. p. 36. A) O estado de natureza e o estado de guerra estão relacionados apenas a alguns homens. B) Hobbes caracteriza a "guerra de todos contra todos" como algo que pode sempre existir. C) A "guerra de todos contra todos" independe de condições para existir. D) O estado de natureza caracteriza-se pela ausência de guerra. QUESTÃO 43 Leia atentamente o texto abaixo. Na filosofia de Parmênides preludia-se o tema da ontologia. A experiência não lhe apresentava em nenhuma parte um ser tal como ele o pensava, mas, do fato que podia pensá-lo, ele concluía que ele precisava existir: uma conclusão que repousa sobre o pressuposto de que nós temos um órgão de conhecimento que vai à essência das coisas e é independente da experiência. Segundo Parmênides, o elemento de nosso pensamento não está presente na intuição mas é trazido de outra parte, de um mundo extra-sensível ao qual nós temos um acesso direto através do pensamento. NIETZSCHE, Friedrich. A filosofia na época trágica dos gregos. Trad. Carlos A. R. de Moura. In Os pré-socráticos. São Paulo: Abril Cultural, 1978. p. 151. Coleção Os Pensadores Marque a alternativa INCORRETA. A) Para Parmênides, o Ser e a Verdade coincidem, porque é impossível a Verdade residir naquilo que Não-é: somente o Ser pode ser pensado e dito. B) Pode-se afirmar com segurança que Parmênides rejeita a experiência como fonte da verdade, pois, para ele, o Ser não pode ser percebido pelos sentidos. C) Parmênides é nitidamente um pensador empirista, pois afirma que a verdade só pode ser acessada por meio dos sentidos. D) O pensamento, para Parmênides, é o meio adequado para se chegar à essência das coisas, ao Ser, porque os dados dos sentidos não são suficientes para apreender a essência. QUESTÃO 44 Leia o trecho abaixo. E que existe o belo em si, e o bom em si, e, do mesmo modo, relativamente a todas as coisas que então postulamos como múltiplas, e, inversamente, postulamos que a cada uma corresponde uma idéia, que é única, e chamamos-lhe a sua essência (507b-c). PLATÃO. República. Trad. de Maria Helena da Rocha Pereira. 8ª ed. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian. 1996. Marque a alternativa que expressa corretamente o pensamento de Platão. A) Somente por meio dos sentidos, em especial da visão, pode o filósofo obter o conhecimento das idéias.
B) No pensamento platônico, o conhecimento das idéias permite ao filósofo discernir a unidade inteligível em face da multiplicidade sensível. C) Para que a alma humana alcance o conhecimento das idéias, ela deve elevar-se às alturas do inteligível, o que somente é possível após a morte ou por meio do contato com os deuses gregos. D) Tanto a dialética quanto a matemática elevam o conhecimento ao inteligível; mas, somente a matemática, por seu caráter abstrato, conduz a alma ao princípio supremo: a idéia de Bem. QUESTÃO 45 Leia atentamente o texto abaixo sobre a teoria do hábito em David Hume. E é certo que estamos aventando aqui uma proposição que, se não é verdadeira, é pelo menos muito inteligível, ao afirmarmos que, após a conjunção constante de dois objetos - calor e chama, por exemplo, ou peso e solidez -, é exclusivamente o hábito que nos faz esperar um deles a partir do aparecimento do outro. HUME, D. Investigações sobre o entendimento humano e sobre os princípios da moral. São Paulo: Editora UNESP, 2004. p. 75. Com base na Teoria de Hume e no texto acima, marque a alternativa INCORRETA, ou seja, aquela que de modo algum pode ser uma interpretação adequada desse texto. A) A conjunção constante entre dois objetos explica a força do hábito e, conseqüentemente, o procedimento da inferência. B) A hipótese do hábito é conseqüente com a teoria de Hume, de que todo o nosso conhecimento é construído por experiência e observação. C) Se a causalidade fosse construída a priori e de modo necessário, não seria preciso recorrer à experiência e à repetição para que de uma causa fosse extraído o respectivo efeito. D) O hábito jamais pode ser a base da inferência. Em virtude disso, os conceitos de causa e efeito jamais podem se aplicar a qualquer objeto da experiência. QUESTÃO 46 Leia o texto abaixo. Deixando de lado as discussões sobre governos e governantes ideais, Maquiavel se preocuparia em saber como os homens governam de fato, quais os limites do uso da violência para conquistar e conservar o poder, como instaurar um governo estável, etc. CHALITA, Gabriel. Vivendo a Filosofia. São Paulo: Ática, 2006. p. 200. Marque a alternativa que descreve corretamente o objetivo de Maquiavel. A) De acordo com Chalita, Maquiavel examina a política de forma a dar continuidade às análises da tradição filosófica. B) Conforme Chalita, o pensador florentino tem por objetivo demonstrar como um Príncipe deve conquistar e manter o poder, tratando-o como uma realidade concreta. C) Como observamos no texto, a obra de Maquiavel é inovadora por definir o que é o governo e quem são os governantes ideais. D) De acordo com o texto, pode-se observar que Maquiavel não admite o uso da violência para conquistar e conservar o poder. QUESTÃO 47
Leia atentamente o texto abaixo. A partir dessa intuição primeira (a existência do ser que pensa), que é indubitável, Descartes distingue os diversos tipos de idéias, percebendo que algumas são duvidosas e confusas e outras são claras e distintas. ARANHA, M. L. de A.; MARTINS, M. H. P. Filosofando. Introdução à Filosofia. São Paulo: Moderna, 1993. p. 104. A primeira idéia clara e distinta encontrada por Descartes no trajeto das meditações é A) a idéia do cogito (coisa pensante), pois na medida em que duvida, aquele que medita percebe que existe. B) a idéia de coisa extensa, porque tudo aquilo que possui extensão é imediatamente claro e distinto. C) a idéia de Deus, porque Deus é a primeira realidade a interromper o procedimento da dúvida, no qual se lança aquele que se propõe meditar. D) a idéia do gênio maligno, porque somente através dele Descartes consegue suprimir o processo da dúvida radical. QUESTÃO 48 Leia o trecho extraído da obra Confissões. Quem nos mostrará o Bem? Ouçam a nossa resposta: Está gravada dentro de nós a luz do vosso rosto, Senhor. Nós não somos a luz que ilumina a todo homem, mas somos iluminados por Vós. Para que sejamos luz em Vós os que fomos outrora trevas. SANTO AGOSTINHO. Confissões IX. São Paulo: Nova Cultural,1987. 4, l0. p.154. Coleção Os Pensadores Sobre a doutrina da iluminação de Santo Agostinho, marque a alternativa correta. A) A irradiação da luz divina faz com que conheçamos imediatamente as verdades eternas em Deus. Essas verdades, necessárias e eternas, não estão no interior do homem, porque seu intelecto é contingente e mutável. B) A irradiação da luz divina atua imediatamente sobre o intelecto humano, deixando-o ativo para o conhecimento das verdades eternas. Essas verdades, necessárias e imutáveis, estão no interior do homem. C) A metáfora da luz significa a ação divina que nos faz recordar as verdades eternas que a alma possuía antes de se unir ao corpo. D) A metáfora da luz significa a ação divina que nos faz recordar as verdades eternas que a alma possuía e que nela permanecem mediante os ciclos da reencarnação. QUESTÃO 49 O texto que segue refere-se às vias da prova da existência de Deus. As cinco vias consistem em cinco grandes linhas de argumentação por meio das quais se pode provar a existência de Deus. Sua importância reside sobretudo em que supõe a possibilidade de se chegar no entendimento de Deus, ainda que de forma parcial e indireta, a partir da consideração do mundo natural, do cosmo, entendido como criação divina. MARCONDES, D. Textos básicos de filosofia: dos présocráticos a Wittgenstein. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1999. p. 67. A partir do texto, marque a alternativa correta. A) As cinco vias são argumentos diretos e evidentes da existência de Deus.
B) Tomás de Aquino formula as cinco vias da prova da existência de Deus, utilizando, sistematicamente, as passagens bíblicas para fundamentar seus argumentos. C) As cinco vias partem de afirmações gerais e racionais sobre a existência de Deus, para chegar a conclusões sobre as coisas sensíveis, particulares e verificáveis sobre o mundo natural. D) Tomás de Aquino formula as argumentações que provam a existência de Deus sob a influência do pensamento de Aristóteles, recorrendo não à Bíblia, mas, sobretudo, à Metafísica do filósofo grego. QUESTÃO 50 Considere o texto abaixo. Dostoiévski escreveu: "Se Deus não existisse, tudo seria permitido". Eis o ponto de partida do existencialismo. De fato, tudo é permitido se Deus não existe, e, por conseguinte, o homem está desamparado porque não encontra nele próprio nem fora dele nada a que se agarrar. Para começar, não encontra desculpas. SARTRE, Jean-Paul. O Existencialismo é um humanismo. Trad. de Rita Correia Guedes. São Paulo: Nova Cultural, 1987. p. 9. Tomando o texto acima como referência, marque a alternativa correta. A) Nesse texto, Sartre quer mostrar que sua teoria da liberdade pressupõe que o homem é sempre responsável pelas escolhas que faz e que nenhuma desculpa deve ser usada para justificar qualquer ato. B) O existencialismo é uma doutrina que propõe a adoção de certos valores como liberdade e angústia. Para o existencialismo, a liberdade significa a total recusa da responsabilidade. C) Defender que "tudo é permitido" significa que o homem não deve assumir o que faz, pois todos os homens são essencialmente determinados por forças sociais. D) Para Sartre, a expressão "tudo é permitido" significa que o homem livre nunca deve considerar os outros e pode fazer tudo o que quiser, sem assumir qualquer responsabilidade.
--------------------------------------------------------------PROVA DISCURSIVA FILOSOFIA PRIMEIRA QUESTÃO No livro I da República de Platão, o sofista Trasímaco faz a seguinte consideração. - Ó Heracles! Aí está a habitual ironia de Sócrates... Eu sabia disso e aos presentes já havia prevenido que tu não quererias responder, que fingirias nada saber e tudo farias, menos responder, se alguém te fizesse uma pergunta. PLATÃO. República.Trad. de Anna Lia Amaral de Almeida Prado. São Paulo: Martins Fontes, 2006. p. 18. A partir da leitura do texto acima, responda as seguintes questões. A) O que é a ironia Socrática? B) Com qual finalidade Sócrates é irônico? SEGUNDA QUESTÃO
Leia o seguinte fragmento de O Príncipe, de Maquiavel, e faça o que se pede a seguir. E há de se entender o seguinte: que um príncipe, e especialmente um príncipe novo, não pode observar todas as coisas a que são obrigados os homens considerados bons, sendo freqüentemente forçado, para manter o governo, a agir contra a caridade, a fé, a humanidade, a religião. É necessário, por isso, que possua ânimo disposto a voltar-se para a direção a que os ventos e as variações da sorte o impelirem, e, como disse mais acima, não partir do bem, mas podendo, saber entrar para o mal, se a isso estiver obrigado. MAQUIAVEL, Nicolau. O Príncipe. São Paulo: Abril Cultural, 1973. p. 80. Coleção Os Pensadores A) Extraia uma expressão do texto acima que defina a idéia de que, para Maquiavel, "os fins justificam os meios" e justifique sua resposta. B) Extraia uma expressão do texto acima que esteja adequada ao conceito de fortuna e explique por que ela é adequada. TERCEIRA QUESTÃO Leia a afirmação abaixo e responda. A função que Hobbes atribui ao pacto de união é a de fazer passar a humanidade do estado de guerra para o estado de paz, instituindo o poder soberano. BOBBIO, Norberto. Thomas Hobbes. Rio de Janeiro: Campus, 1991. p. 43. A) Por que, sem o pacto, não há paz entre os homens? B) Por que a instituição do poder soberano é resultado de uma passagem? QUARTA QUESTÃO Leia o texto abaixo e responda as questões que se seguem. Com efeito, onde está ao nosso alcance agir, também está ao nosso alcance não agir, e onde somos capazes de dizer "não", também somos capazes de dizer "sim"; conseqüentemente, se agir, quando agir é nobilitante, está ao nosso alcance, não agir, que será ignóbil, também estará ao nosso alcance, e se não agir, quando não agir é nobilitante, está ao nosso alcance, agir, que será ignóbil, também estará em nosso alcance. Se está em nosso alcance, então, praticar atos nobilitantes ou ignóbeis, e se isto era o que significava ser bom ou mau, está igualmente ao nosso alcance ser moralmente excelentes ou deficientes. ARISTÓTELES. Ética a Nicômaco. São Paulo: Nova Cultural, 1996. p. 159. Coleção Os Pensadores 1) Pode-se afirmar que, para Aristóteles, "agir" é sempre igual a "bom" e não agir é sempre igual a "mau"? Por quê? 2) Pode-se afirmar que, conforme o texto de Aristóteles, as escolhas determinam o caráter (disposição) de uma pessoa? Justifique sua resposta com base no texto. GABARITO DA PROVA DISCURSIVA Gabarito Final com Distribuição dos Pontos - questão nº 01 A) A ironia socrática é uma parte do método utilizado por Sócrates para refutar seus interlocutores, quando esses acreditam e, até mesmo, anunciam possuir um saber. Nesse sentido, a ironia socrática é um método de combater pretensos saberes (4 pontos). Sócrates não é um dissimulado, alguém que finge nada saber, pois, na verdade, ele se reconhece como ignorante; sua sabedoria consiste em saber que não sabe, isto é, em ter consciência de sua ignorância (4 pontos).
Por causa disso, Sócrates adotou como finalidade de sua filosofia interrogar (ou refutar) todos aqueles que se julgam sábios (4 pontos). Embora cada item da resposta tenha, isoladamente, o valor de 4 pontos, caso haja presença de ao menos dois itens, em conjunto, será atribuído o valor total: 12 pontos. B) Embora o sofista Trasímaco considere a ironia socrática uma dissimulação, ou seja, uma estratégia para se desviar dos temas debatidos, sabe-se que o intuito de Sócrates não se identifica com um "fingir nada saber". O método dialético de Sócrates pressupõe pelo menos dois interlocutores – um perguntador e um respondedor –, característica imprescindível para a efetivação do método. Sendo assim, se Sócrates é irônico para não dar resposta aos seus interlocutores, não é para fingir não saber, mas para se posicionar no papel de interrogador no processo dialético; o que lhe permitirá efetivar seu método (4 pontos). Na presente questão, deverá ser concedido 4 pontos para a resposta que reconhecer que a ironia socrática tem por finalidade situar Sócrates no papel de perguntador no processo dialético de perguntas e respostas. 4 pontos serão destinados à correção gramatical, coesão textual e argumentação presentes no corpo das respostas, sendo dois pontos destinados a cada alternativa desta questão. Gabarito Final com Distribuição dos Pontos – questão nº 02 a) Trecho a ser destacado do texto: "um príncipe, e especialmente um príncipe novo, não pode observar todas as coisas a que são obrigados os homens considerados bons, sendo freqüentemente forçado, para manter o governo, a agir contra a caridade, a fé, a humanidade, a religião". (4 pontos) Comentário. O texto selecionado defende o princípio de que os fins justificam os meios, pois afirma a possibilidade, conforme as circunstâncias, de um príncipe não agir como um homem bom, conforme a caridade, mas praticar o mal quando for o último recurso para manter o governo (4 pontos). b) Trecho a ser destacado do texto: "É necessário, por isso, que possua ânimo disposto a voltar-se para a direção a que os ventos e as variações da sorte o impelirem". (4 pontos) Comentário. O texto destacado evidencia a idéia de que o príncipe não é o senhor do destino, não pode controlar os acasos da fortuna, (3 pontos) mas deve estar preparado para governar mesmo quando os ventos não forem favoráveis ou, conforme o texto, voltar-se para a direção que os ventos sopram (3 pontos). 2 pontos serão atribuídos à correção gramatical, clareza da expressão e argumentação. Gabarito Final com Distribuição dos Pontos – questão nº 03 A) Porque para Hobbes, que é um contratualista absolutista, os indivíduos são todos iguais no poder e na força de lutar uns contra os outros para assegurarem sua própria sobrevivência e liberdade ("o homem é o lobo do homem") e isso é o estado-deguerra vigente (chamado por Hobbes de estado de natureza), que gera incerteza, desconfiança, insegurança e caos (não há paz) [4 pontos]. Somente se renunciam ao uso do próprio poder e da própria força, transferindo tal uso para um governante (poder público), ou seja, somente se pactuam uns com os outros, criando o poder soberano que esteja acima de todos e a todos possa governar, é que se produz a ordem e a segurança que pode acabar com o caos (com a guerra) [4 pontos] + [gramática e lógica: 2 pontos].
B) Porque para Hobbes, o pacto ou contrato, em que todos transferem o poder ao governante como monopolizador do uso da força, produz a passagem ou transformação dos indivíduos, de um estado-de-natureza (como estado de guerra de todos contra todos) para um estado civil [4 pontos] ou sociedade política (como estado de lei e ordem). Isto significa, ao mesmo tempo, a passagem para uma situação em que exista um poder soberano legítimo (público), que não existiria sem o consentimento dos súditos. [4 pontos] + [gramática e lógica: 2 pontos]. Gabarito Final com Distribuição dos Pontos – questão nº 04 1) Não. Conforme o texto podemos observar que o filósofo considera duas situações fundamentais: pode ocorrer que agir seja nobilitante, então, neste caso, não agir será ignóbil; no outro caso, pode ocorrer que não agir seja nobilitante, portanto, neste caso, agir será ignóbil. 2) Sim. Para Aristóteles, conforme podemos ler, nós devemos escolher agir ou não agir conforme cada situação. Assim, nosso caráter será nobre ou ignóbil conforme as nossas escolhas, as quais realizamos de modo prudente ou não. Um fragmento que evidencia tal concepção de Aristóteles é: "Se está em nosso alcance, então, praticar atos nobilitantes ou ignóbeis, e se isto era o que significava ser bom ou mau, está igualmente ao nosso alcance ser moralmente excelentes ou deficientes." Distribuição dos pontos: Questão 1 Se a resposta for não: 4 pontos. Se a resposta estiver conceitualmente correta: 4 pontos. Se a resposta estiver conforme as normas ortográficas e gramaticais: 2 pontos. Questão 2 Se a resposta for sim: 4 pontos. Se a resposta estiver conceitualmente correta: 4 pontos. Se a resposta estiver conforme as normas ortográficas e gramaticais: 2 pontos. 33. "Ciência e poder do homem coincidem, uma vez que, sendo a causa ignorada, frustra-se o efeito. Pois a natureza não se vence, se não quando se lhe obedece. E o que à contemplação apresenta-se como causa é regra na prática". Em relação a esse aforismo III do Livro I do Novum Organum de Francis Bacon, considere a alternativa que apresenta a interpretação CORRETA: A) O saber, para Bacon, é uma forma de alterarmos as leis da natureza e, com isso, seus fenômenos podem ser controlados tendo em vista um benefício humano. B) O autor menciona que o conhecimento, o saber, está ligado ao poder, ou seja, mediante o conhecimento é possível, de maneira segura e rigorosa, conquistar o poder sobre a natureza. C) Para Bacon, é inerente ao saber uma forma de controle sobre a natureza, mas principalmente sobre as pessoas, possibilitando um poder incondicional ao detentor do saber. D) O saber já possui um valor em si mesmo, o que conduz, conseqüentemente, de acordo com Bacon, a um poder. E) O que Bacon pretende dizer é que o saber nem sempre tem uma relação com a prática e que é a conveniência individual desse saber que determina seu valor.
34. Em relação à definição de Bem apresentada por Aristóteles, no Livro I da Ética a Nicômaco, considere as seguintes alternativas: I. O Bem é algo que está em todas as coisas, sendo identificada nos objetos, mas não entre os homens. II. O Bem é aquilo a que todas as coisas tendem, ou seja, o bem é definido em função de um fim. III. O Bem é o meio para termos uma ciência eficiente e útil, tal como a arte médica será eficiente se tivermos o bem como meio de sua prática. IV. O Bem é algo abstrato, de difícil acesso à compreensão humana. De acordo com tais afirmações, podemos dizer que: A) Apenas a alternativa II está correta. B) As alternativas II e III estão corretas. C) Todas as alternativas estão corretas. D) As alternativas III e IV estão corretas. E) Apenas a alternativa III está correta. 35. Para Aristóteles, em Ética a Nicômaco, "felicidade [...] é uma atividade virtuosa da alma, de certa espécie". Assinale a alternativa que NÃO condiz com a referida definição aristotélica de felicidade: A) Felicidade só é possível mediante uma capacidade racional, própria do homem. B) Ter felicidade é obter coisas nobres e boas da vida que só são alcançadas pelos que agem retamente. C) Felicidade é uma fantasia que o homem cria para si. D) Nenhum outro animal atinge a felicidade a não ser o homem, pois os demais não podem participar de tal atividade. E) A finalidade das ações humanas, o Bem do homem, é a felicidade. 36. A partir do livro Vigiar e Punir, de Michel Foucault, considere as seguintes afirmações a respeito da disciplina: I. Ela é exercida de diferentes formas e tem como finalidade única a habilidade do corpo. II. Ela pode ser entendida como a estratégia empregada para o controle minucioso das operações do corpo, sendo seu efeito maior a constituição de um indivíduo dócil e útil. III. Ela se constitui também pelo controle do horário de execução de atividades, em que o tempo medido e pago deve ser sem defeito e, em seu transcurso, o corpo deve ficar aplicado a seu exercício. De acordo com as afirmações acima, podemos dizer que: A) Todas as afirmações estão corretas. B) A afirmação I está incorreta. C) Apenas a afirmação III está correta. D) As alternativas II e III estão incorretas. E) Apenas a afirmação II está correta. 37. Michel Foucault, em Vigiar e Punir, apresenta duas imagens de disciplina: a disciplina-bloco e a disciplina-mecanismo. Para mostrar como esses dois modelos se desenvolveram, o autor destaca dois casos: o medieval da peste e o moderno do panóptico. Assinale, portanto, a alternativa INCORRETA: A) A disciplina-bloco se estabeleceu com o esquema moderno do panóptico, uma vez que a disciplinamecanismo, desenvolvida no período medieval para resolver o problema da peste, estava em falência.
B) A disciplina-bloco se refere à instituição fechada, totalmente voltada para funções negativas, proibitivas e impeditivas. C) A disciplina-mecanismo é um dispositivo funcional que visa otimizar e tornar mais rápido o exercício do poder, mediante o modelo panóptico. D) É possível dizer que houve um processo de mudança da disciplina-bloco para a disciplinamecanismo, passando pelas etapas de inversão funcional das disciplinas, ramificação dos mecanismos e estatização dos mecanismos disciplinares. E) A disciplina-mecanismo tem como estratégia a vigilância múltipla, inter-relacionada e contínua, pela qual o indivíduo deve saber que é vigiado e, por conseqüência, o poder se exerce automaticamente.
humano encontrar, em cada decisão a ser tomada, aquela que indica o "caminho certo". III. Prudência, para São Tomás, é uma virtude especial que nem todos os homens possuem, pois depende de uma capacidade intuitiva. Assinale a alternativa VERDADEIRA: A) Apenas afirmação II está correta. B) As afirmações I e II estão corretas. C) As afirmações I e III estão corretas. D) Nenhuma afirmação está correta. E) Apenas a afirmação III está correta.
38. De acordo com as intenções de Rousseau em Discurso sobre a Origem e os Fundamentos da Desigualdade entre os Homens, considere as seguintes afirmações: I. Nessa obra, Rousseau analisa a degeneração da moralidade da natureza humana e atribui responsabilidade à própria civilização pela queda moral do homem. II. A sociedade, ao ver de Rousseau, impôs aos seus indivíduos uma uniformidade artificial de comportamento, levando-os a ignorar os deveres e as necessidades fundamentais da natureza humana. III. O desenvolvimento da sociedade, para Rousseau, trouxe a possibilidade de o homem fazer uso de seu livre-arbítrio, tornando-se autosuficiente. Assinale a alternativa VERDADEIRA: A) As três afirmações estão incorretas. B) As afirmações I e III estão corretas. C) Apenas a afirmação I está correta. D) Apenas a afirmação III está correta. E) As afirmações I e II estão corretas.
21 - Um texto que não caminha em uma única direção coincide na verdade com a natureza da própria investigação. Esta, com efeito, obriga-nos a explorar um vasto domínio do pensamento em todas as direções. As anotações filosóficas deste livro são, por assim dizer, uma porção de esboços de paisagens que nasceram nas minhas longas e confusas viagens. L. Wittgenstein. Investigações filosóficas. Prefácio. São Paulo: Abril, 1978, p. 6.(com adaptações).
39. "O verdadeiro fundador da sociedade civil foi o primeiro que, tendo cercado um terreno, lembrou-se de dizer isto é meu e encontrou pessoas suficientemente simples para acreditá-lo". Levando em conta a principal idéia que Rousseau quer transmitir com essa afirmação, assinale a alternativa VERDADEIRA: A) A propriedade privada, já existente antes da sociedade civil, trouxe a possibilidade de melhor organização entre os indivíduos e, conseqüentemente, facilitou sua convivência. B) A propriedade privada é um direito natural fundado no trabalho. C) A expressão "isto é meu" da frase de Rousseau quer mostrar que naturalmente o homem anseia por propriedade privada. D) A sociedade civil tem sua origem na propriedade privada que, junto consigo, trouxe os principais problemas entre os homens. E) O fundador da sociedade civil era um pensador grego que tinha grande capacidade de persuasão. 40. Em relação ao sentido que São Tomás de Aquino aplica à virtude da Prudência, considere as seguintes afirmações: I. A grande contribuição desse texto de São Tomás é apresentar a idéia de Prudência como aquela que passou a ser entendida desde então como cautela, que tem como base o sentimento de cada indivíduo. II. Para esse pensador medieval, a prudência é a reta razão aplicada ao agir, ou seja, uma virtude que possibilita ao ser
A partir de conhecimentos relativos à filosofia e do texto acima, assinale a opção correta. A - Wittgenstein, em suas Investigações Filosóficas, elaborou uma nova imagem da linguagem, em continuidade à imagem agostiniana da mesma. B - Contra a tentação da elaboração de uma nova teoria da linguagem, Wittgenstein opôs à teoria da linguagem agostiniana alguns esboços filosóficos sobre o tema. C - A filosofia, como a pintura impressionista, limita-se a poucas anotações de viagem. D - A filosofia da linguagem de Wittgenstein é ainda fortemente atrelada à filosofia da linguagem de matriz platônica. E - Wittgenstein é o filósofo da linguagem menos preciso de toda a história da filosofia. ANULADA 22 - A democracia e a aristocracia, por sua natureza, não são Estados livres. Encontra-se a liberdade política unicamente nos governos moderados. Porém, ela nem sempre existe nos Estados moderados: só existe nesses últimos quando não se abusa do poder; mas a experiência eterna mostra que todo homem que tem poder é tentado a abusar dele; vai até onde encontra limites. Quem o diria! A própria virtude tem necessidade de limites. Para que não se possa abusar do poder é preciso que, pela disposição das coisas, o poder freie o poder. Uma constituição pode ser de tal modo, que ninguém será constrangido a fazer coisas que a lei não obriga e a não fazer as que a lei permite. Montesquieu. Do espírito das leis. São Paulo: Abril, 1973, livro II, cap. IV e VI, p. 156. A partir das ideias expressas no texto acima, assinale a opção correta. A - A democracia é, por sua natureza, um Estado livre. B - A aristocracia, por sua natureza, não é um Estado livre. C - Somente nos governos moderados é possível abusar da lei. D - O melhor governo é o que garante a liberdade política do indivíduo: isto é, a de fazer coisas que a lei não obriga e a de não fazer as que a lei permite.
E - O governo deve educar o indivíduo a fazer coisas que a lei não obriga e a fazer as que a lei permite. 23 - O recurso do tratamento contextualizado dos conhecimentos, por parte da escola, pode auxiliar o aluno a desenvolver competências de mediação entre ele mesmo e os diferentes conhecimentos, isto é, o tornar-se intérprete. Essa competência de interpretação/tradução, para ser completa, deve poder ser pensada em duas direções, a saber: tanto no sentido ascendente quanto descendente, isto é, tanto na direção do intérprete em seu próprio contexto, até o contexto específico de um conhecimento, quanto na direção oposta, ou seja, quando se trata de "aplicar" um conhecimento a uma situação determinada no contexto do próprio intérprete. Nesse sentido, a metodologia utilizada pode ir tanto do vivencial para o abstrato quanto deste para a situação de aprendizagem. Parâmetros curriculares nacionais do ensino médio, p. 343. Tendo o texto acima como referência inicial, assinale a opção correta com relação ao processo de ensino- prendizagem. A - Na escola, tratar os conhecimentos de forma contextualizada significa abrir a janela e interpretar o mundo unidirecionalmente. B - "Aplicar" um conhecimento a uma situação determinada no contexto do interprete é traduzir todo o trabalho de tradução do conhecimento que é requerido. C - Tratar os conhecimentos de forma contextualizada significa ir tanto do vivencial para o abstrato quanto deste para a situação de aprendizagem. D - O aluno que não souber interpretar o mundo deverá ser reprovado por não ter alcançado a competência abstrata necessária para isso. E - A metodologia de ensino mais adequada é a que permite a passagem exclusivamente do vivencial para o abstrato. 24 - As diversas manifestações culturais são expressões diferentes de uma sociedade pluralista, e não tem sentido tecer considerações a respeito da superioridade de uma sobre outra, o que leva à depreciação, quando a avaliação é feita segundo parâmetros válidos para outro tipo de cultura. Portanto, cuidar da educação popular não é vulgarizar, "popularizar" a cultura erudita, tornando-a superficial e aguada, nem tampouco significa dirigir de forma paternalista a produção cultural popular. Com isso seria evitada a contrafação, isto é, o produto resultante de imitação, típico de uma cultura envergonhada de si mesma. Diante da ação compacta dos meios de comunicação de massa, o educador deve estar apto a utilizar os benefícios deles decorrentes e cuidar da instrumentalização adequada para que sejam evitados os seus efeitos massificantes. Maria Lúcia de Arruda Aranha. Filosofia da educação. 2.ª ed. São Paulo: Moderna, 1996, p. 43-4. A partir das ideias expressas no texto acima acerca do binômio cultura de elite versus cultura popular, assinale a opção correta. A - Sem cultura erudita, as novas gerações não poderão alcançar os níveis civilizatórios europeus. B - O educador deve saber aproveitar o que de bom trazem para a cultura popular os meios de comunicação de massa. C - As novelas televisivas constituem o melhor exemplo de cultura popular brasileira.
D - Há razões históricas e filosóficas para se considerar a cultura nordestina melhor que a cultura gaucha. E - A educação popular é necessariamente paternalista e massificante. 25 - Assinale a opção que apresenta uma frase célebre tradicionalmente associada à figura de Sócrates. A - Conhece-te a ti mesmo. B - Faça aos outros o que você deseja que te seja feito. C - Não matarás. D - O homem é a medida de todas as coisas. E - O filósofo é o homem que desperta e fala. 26 - Do ponto de vista estético, a cidadania se instala à proporção que se adquire a capacidade de acesso à própria "natureza interna", suas necessidades e seus pontos cegos. Tratase, portanto, de um modo de ser que se traduz na fluência da expressão subjetiva e na livre aceitação da diferença. Por um lado, a capacidade de conhecer-se a si mesmo pode ser traduzida na possibilidade de refletir criticamente no sentido apontado e levar à elaboração consciente de comportamentos sintomáticos e(ou) afetos reprimidos e, por outro lado, a capacidade de abertura para a diversidade, a novidade e a invenção - que deve materializar-se expressivamente, num fazer criativo e lúdico - é que tornam possível conceber um dos aspectos fundamentais em que a cidadania se exercita, a saber, a sensibilidade. Parâmetros curriculares nacionais do ensino médio, p. 332. A partir das ideias expressas no texto acima, assinale a opção correta com relação ao processo de ensino - aprendizagem. A - A educação da sensibilidade é um dos aspectos essenciais para a educação à cidadania. B - A "natureza interna" do indivíduo é seu ponto estético mais alto, ao qual se tem acesso exclusivamente após uma revelação divina. C - Estimular a invenção e a criatividade não pode ser um dos objetivos da educação à cidadania. D - Conhecer a si mesmo significa compreender qual é o seu lugar no mundo e viver em consequência desse conhecimento. E - Educação à cidadania é sobretudo fazer respeitar as regras políticas expressas pela democracia. 27 - Assinale a opção correta com relação ao pensamento político de Maquiavel. A - Para Maquiavel, a ação política deve basear-se na consideração daquilo que os homens são realmente e não do que deveriam ser. B - Em sua redução aos princípios, Maquiavel considera essencial para a Itália o reconhecimento da função do Papado. C - Maquiavel é um idealista político. D - A abolição da propriedade privada, como para Campanella, era uma das propostas de Maquiavel. E - Maquiavel é o autor, em política, da famosa frase: "Esqueçam aquilo que escrevi". 28 - Essa ideia educacional da severidade, em que irrefletidamente muitos podem até acreditar, é totalmente equivocada. A ideia de que a virilidade consiste em um grau
máximo da capacidade de suportar dor de há muito se converteu em fachada de um masoquismo que - como mostrou a psicologia - se identifica com muita facilidade ao sadismo. O elogiado objetivo de "ser duro" de uma tal educação significa indiferença contra a dor em geral. No que, inclusive, nem se diferencia tanto a dor do outro e a dor de si próprio. Quem é severo consigo mesmo adquire o direito de ser severo também com os outros, vingando-se da dor cujas manifestações precisou ocultar e reprimir. Tanto é necessário tornar consciente esse mecanismo quanto se impõe a promoção de uma educação que não premia a dor e a capacidade de suportá-la, como acontecia antigamente. Dito de outro modo: a educação precisa levar a sério o que já de há muito é do conhecimento da filosofia: que o medo não deve ser reprimido. Theodor W. Adorno. Educação e emancipação. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1995, p. 119-29. Tendo as ideias expressas no texto acima como referência inicial, assinale a opção correta acerca da filosofia da educação. A - A educação deve educar para o medo do castigo. B - Severidade e virilidade são facilmente confundidas no âmbito educativo com valores de coragem. C - A educação deve reprimir o medo. D - Quem é severo consigo mesmo será acolhedor do outro. E - A educação hoje deve premiar a capacidade de suportar a dor. ANULADA 29 - A vida não é como os remédios, que vêm todos com suas bulas, explicando as contra-indicações e detalhando a dose em que cada um deve ser consumido. A vida nos é dada sem receita e sem bula. A ética não pode suprir totalmente essa deficiência, pois é apenas a crônica dos esforços feitos pelos seres humanos para remediá-la. Um escritor francês, morto há não muito tempo, Georges Perec, escreveu um livro com o seguinte título: A Vida: Instruções de Uso.Trata-se de uma brincadeira literária deliciosa e inteligente, não de um sistema de ética. Por isso renunciei a lhe dar uma série de instruções sobre questões concretas: aborto, preservativos, objeção de consciência, patati, patatá. Muito menos tive a ousadia (tão repugnantemente típica de quem se considera "moralizador"!) de fazer uma pregação em tom lastimoso ou indignado sobre os "males de nosso século: ah, o consumismo!, ih, a falta de solidariedade!, oh, a avidez pelo dinheiro!, uh, a violência!, ah, ih, oh, uh, a crise de valores!" Tenho minhas opiniões sobre esses temas e sobre outros, mas não sou "a ética": sou apenas seu pai. Através de mim, a única coisa que a ética pode lhe dizer é que você busque e pense por si mesmo, em liberdade, sem ardis: responsavelmente. Fernando Savater. Ética para meu filho. São Paulo, Martins Fontes, 1993, p. 31, 174-6. A partir das ideias expressas no texto acima, assinale a opção correta a respeito de ética. A - A ética é a receita da vida, suas instruções de uso. B - Ensinar ética é como pregar contra os males do mundo no deserto cultural em que a civilização se encontra. C - O professor de ética é como um pai que aconselha o filho a pensar por sim mesmo, mas responsavelmente. D - Ética e moralização são a mesma coisa.
E - A ética é a possibilidade de achar o caminho certo para remediar a deficiência de instruções para viver bem. 30 - O maior responsável pela crise do programa formalista nas ciências matemáticas foi A - Hilbert. B - Frege. C - Goedel. D - Husserl. E - Wittgenstein. 31 - Assinale a opção em que o termo apresentado não faz parte do léxico heideggeriano. A - ser-para-a-morte B - angustia C - destino D - ser-no-mundo E - mudança transcendental 32 - Para a ciência a idade da inocência acabou. Essa inocência de que J. Robert Oppenheimer falou na sua famosa, embora um tanto enigmática, observação de que "os cientistas tomaram contato com o pecado" começou a desintegrar-se algumas décadas antes de a cegueira fascinada em Alamogordo pôr plenamente a claro o fato de que o conhecimento produzido pelos cientistas continha dentro de si as sementes de um poder atemorizador. A realização do ideal baconiano de ciência assentava na noção de que o conhecimento é poder - poder sobre a natureza a ser usado para a melhoria da condição humana. Ironicamente, o modelo baconiano atingiu a sua plena expressão pela primeira vez no Projeto Manhattan, nesse impressionante conjunto de cientistas e engenheiros cujos esforços culminaram na destruição de duas cidades. O otimismo arrogante dos fundadores da ciência moderna ameaça transformar os seus sonhos em pesadelos. J. Haberer. Politização na ciência. In: Jorge Dias de Deus (Org.). A crítica da ciência, sociologia e ideologia da ciência, 2.ª ed. Rio de Janeiro: Zahar, 1979, p. 107-12 (com adaptações). Tendo o texto acima como referência inicial, assinale a opção correta com relação ao binômio ciência versus ética. A - A ciência é neutral e desinteressada em seus projetos de pesquisa. B - Os cientistas modernos querem controlar a natureza. C - Bacon seguia uma filosofia do conhecimento da natureza como contemplação da obra de Deus. D - Os cientistas modernos querem contemplar a natureza. E - O Projeto Manhattan contribuiu para o fim da I Guerra Mundial. 33 - A filosofia analítica diferencia-se do empirismo lógico, porque A - concentra sua atenção na linguagem comum e não na linguagem científica. B - concentra sua atenção na linguagem científica e não na linguagem comum. C - reconhece declaradamente uma esfera do "indizível". D - recusa a possibilidade de uma linguagem comum a todas as ciências.
E - afirma a possibilidade de uma linguagem comum a todas as ciências. 34 - A ciência da competência tornou-se bem-vinda, pois o saber é perigoso apenas quando é instituinte, negador e histórico. O conhecimento, isto é, a competência instituída e institucional, não é um risco, pois é arma para um fantástico projeto de dominação e de intimidação social e política. Como podemos notar, não basta uma crítica humanista ou humanitária ao delírio tecnocrata, pois este é apenas um efeito de superfície de um processo obscuro no qual conhecer e poder encontrarão sua forma particular de articulação na sociedade contemporânea. Talvez, por isso mesmo, hoje, a fúria inquisitorial se abata, em certos países, contra esse saber enigmático que, na falta de melhor, chamaríamos de ciências do homem e que, quando não são meras institucionalizações de conhecimentos, instauram o pensamento e se exprimem em discursos que, não por acaso, são considerados incompetentes. Cumpre lembrar, ainda, que, em matéria de incompetência, nos tempos que correm, a filosofia tem obtido sistemática e prazerosamente o primeiro lugar em todas as paradas de sucesso competentes. Marilena Chaui. Cultura e democracia: o discurso competente e outras falas. São Paulo: Moderna, 1980, p. 7, 11-13. Com referência às ideias expressas no texto acima e ao conhecimento científico-tecnológico, assinale a opção correta. A - O discurso da competência científica esconde a forma particular de articulação do poder e do conhecimento na sociedade contemporânea. B - As ciências humanas são menos científicas do que as ciências naturais ou exatas. C - A filosofia não é muito competente em matéria científica. D - Todo conhecimento é bem-vindo, pois contribui para a libertação do indivíduo e da sociedade. E - Nos últimos anos, a crítica humanista ao delírio tecnocientífico tem sido muito eficaz. 35 - Uma primeira mediação e síntese entre a cultura hebraicocristã e a filosofia grega foi tentada por A - Filo de Alexandria. B - Plotino. C - Santo Agostinho. D - Porfírio. E - Amônio Sacca. 36 - À condenação de 1633, Galileu Galilei reagiu com a A - perda da fé. B - abjuração e a renúncia à pesquisa científica. C - abjuração, mas continuou a pesquisa científica e os contatos com os outros cientistas de sua época. D - continuação da pesquisa em segredo. E - sua recolhida a um monastério e a renúncia à pesquisa, após uma crise espiritual. 37 - Na filosofia de Husserl, o termo "intencionalidade" indica A - o componente de vontade que acompanha todo ato da percepção. B - o próprio ato da percepção.
C - a tensão em direção do mundo concreto que anima todo desejo de conhecer. D - o componente de realidade que acompanha o ato da percepção. E - a relação entre ato perceptivo e dado percebido. ANULADA 38 - A substância é, para Espinoza, A - causa transitiva. B - transcendente com relação ao mundo. C - infinita. D - dotada de pensamento e extensão. E - divisível ao infinito. 39 - A concepção kantiana da história e da sociedade é caracterizada como A - radical e revolucionária. B - uma visão otimista do progresso, próxima à iluminista. C - uma ruptura das concepções tradicionais pelas quais a história é consequência de um pecado original. D - a admissão de utilidade de revoluções radicais, ainda que não-violentas. E - uma visão pessimista. 40 -Rousseau critica o liberalismo porque A - não existem direitos naturais. B - o indivíduo, em razão do pacto social, renuncia para sempre aos próprios direitos naturais. C - os direitos naturais são inalienáveis. D - a soberania não pode ser delegada e o poder não pode ser dividido. E - os direitos naturais são uma criação social. 41 - O silogismo aristotélico é A - formado por duas proposições. B - apresentado sob a forma de hipóteses. C - constituído por três raciocínios distintos. D - é verdadeiro, independentemente da verdade de sua premissa, desde que seja correto. E - Formado por três proposições. 42 - O neoclassicismo é A - uma teoria filosófica que busca redescobrir os clássicos da filosofia, especialmente Sócrates. B - um movimento arquitetônico do século XVII. C - uma tendência estética e artística, iniciada por Winckelmann, que exalta os cânones da arte grega. D - uma tendência artística, iniciada por Kant, que imita a arte clássica. E - uma teoria historiográfica romântica e positivista. 43 - A concepção política de Hume corresponde A - ao jusnaturalismo. B - à democracia direta. C - ao convencionalismo. D - ao contratualismo. E - à monarquia absoluta. 44 - Assinale a opção que apresenta a reflexão da qual deriva o convite de Epicuro a não se temer a morte. A - Quando a morte chega, já não se está mais presente e, portanto, não se pode mais sofrer.
B - Suportar a chegada da morte é um ato de máxima coragem e fortaleza. C - A morte é a libertação das amarras do corpo e dos sofrimentos da vida. D - Aceitar a morte com desapego à vida é sinal do sábio, que vive com desapego às paixões. E - A morte é somente uma passagem para outra condição, imortal. 45 - Descartes acredita demonstrar a existência de deus partindo da A - existência dos seres humanos como seres imperfeitos, e todavia dotados da ideia da perfeição. B - existência do mundo, enquanto pressupõe uma causa por sua vez não causada. C - necessidade de uma explicação para o mal no mundo. D - necessidade de um fundamento da consciência moral presente em todos os seres humanos. E - existência do mundo, enquanto remete para uma inteligência que explique seu finalismo iminente. 46 - Na Crítica do Juízo de Kant, A - o juízo estético é determinante e tem valor cognitivo. B - o juízo estético faz referência às qualidades objetivas das coisas. C - o juízo estético não é arbitrário, pois ambiciona a universalidade. D - o belo é o que é considerado, por uma certa sociedade e cultura, como tal. E - o belo, como o justo e o bom, é objeto de um prazer desinteressado. 48 - As obras de autoria de Nietzsche não incluem A - Assim Falou Zaratustra. B - Além do Bem e do Mal. C - Genealogia da Moral. D - A Gaia Ciência. E - Antropologia da Moral. 49 - Por epistemologia entende-se A - o conjunto das disciplinas científicas. B - o estudo das temáticas internas às disciplinas científicas. C - o estudo crítico da pesquisa científica e da própria noção de ciência. D - a análise científica dos princípios de semelhança. E - o desenvolvimento da lógica medieval.
Os dois caminhos da ciência da lógica É no domínio da lógica que entram em contato e se unificam os dois hemisférios, o subjetivo e o objetivo, do processo do conhecimento, sob a forma da unidade de pensamento e ação. (...) a lógica está naturalmente dividida em duas concepções que, infelizmente , quando não são devidamente entendidas, aparecem distanciadas, e até antagônicas e inconciliáveis, a formal e a dialética. Álvaro Vieira Pinto. Ciência e existência ? problemas filosóficos da pesquisa científica. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1979, p. 68 (com adaptações). Julgue os itens subseqüentes a partir das idéias do texto acima.
51 - A produção da idéia é dialética, sua expressão é formal, ou seja, o que é pensado dialeticamente pode ser dito formalmente, pois toda expressão encontra-se subordinada às categorias de uma linguagem. 52 - Das premissas: "Todo argelino é africano" e "Algum Africano é católico", é válido, formal e materialmente, concluir, segundo as regras do silogismo: "Logo, algum católico é argelino". 53 - Segundo a lógica aristotélica, nas relações de sentenças opostas, sendo a sentença do tipo O uma sentença falsa, então a sentença do tipo A terá de ser verdadeira, do tipo E terá de ser falsa, e da sentença do tipo I nada se poderá concluir. 54 - Considerando-se o argumento: "Ninguém pode estar, ao mesmo tempo, em São Paulo e Brasília. Ora, João está em São Paulo. Logo, João não está em Brasília", é correto afirmar que esse argumento é hipotético, conjuntivo e válido, formal e materialmente.
55 - A lógica aristotélica trata de procedimentos que devem ser empregados nos raciocínios referentes a coisas das quais podese ter um conhecimento universal e necessário partindo de princípios e leis da razão. ___________________________________________________ _________ O conhecimento filosófico é finalístico e procura as razões fundamentais de todas as coisas, ao passo que o conhecimento científico-tecnológico caracteriza-se por ser objetivo, preciso, seguro, e testável empiricamente. A respeito dessas duas modalidades de conhecimento, julgue os itens de 56 a 61. 56 - Aristóteles entendia que todos os homens têm, por natureza, o desejo de conhecer; uma prova disso é o prazer das sensações, pois até mesmo fora da sua utilidade, as sensações agradam por si mesmas. 57 - Para Marx, os filósofos se limitaram a transformar o mundo de diferentes maneiras, mas o que importa é interpretar o mundo. 58 - Galileu pode ser considerado um dos criadores da moderna ciência ao substituir a quantidade medida pela qualidade sentida; substituindo a geometria e a matemática pela contemplação dos movimentos dos astros para entendimento da natureza. 59 - O conhecimento filosófico é teleológico, pois estuda Deus e as religiões no seu aspecto de fé transcendental decidindo sobre a validade das crenças. 60 - O primeiro princípio da filosofia cartesiana, "eu penso, logo existo", indica uma retomada da valorização da razão na época moderna. 61 - O racionalismo é uma doutrina segundo a qual todo conhecimento verdadeiro é conseqüência de princípios a
posteriori que devem ser provados, pois esses princípios são determinados pelos dados empíricos. ___________________________________________________ _________ A análise crítica da tradição filosófica racionalista, sobretudo de Hegel e dos hegelianos, é encontrada principalmente no texto da Iedologia alemã, de Marx e Engels, sendo que a noção de ideologia aí definida tornou-se central no desenvolvimento da filosofia contemporânea e na definição de uma teoria e de um método crítico, em todos os campos das ciências humanas e sociais. Danilo Marcondes. Iniciação à história da filosofia. Jorge Zahar Editor, Rio de Janeiro, 2000, p. 229 (com adaptações). Tendo em vista a temática abordada no texto acima e as noções de idealismo e materialismo dialético, julgue os itens a seguir. 62 - A ideologia, definida nesse sentido crítico no texto de Marx e Engels, é entendida como falsa consciência, em sua crítica aos hegelianos de esquerda, sobretudo, Feuerbaach e sua análise da religião. 63 - O sentido crítico da noção de ideologia contém uma visão distorcida: o mascaramento de uma realidade opressora faz com que seu caráter negativo seja ocultado. 64 - O materialismo dialético, na concepção marxista, consiste no desenvolvimento da vida humana, individual e social, que depende totalmente das condições materiais e econômicas. 65 - O idealismo religioso contemporâneo consubstancia-se na Teoria das Formas levada a efeito pela Escola de Frankfurt. ___________________________________________________ _________ A teoria comteana do positivismo representa um movimento intelectual que se contrapõe à tendência idealista no decorrer da história da filosofia. A respeito do positivismo, julgue os itens de 66 a 69. 66 - No estado positivo, o espírito humano, reconhecendo a impossibilidade de obter noções absolutas, renuncia a procurar a origem e o destino do universo, para preocupar-se unicamente com as suas leis efetivas. 67 - Para A. Comte, a matemática é colocada no ponto de partida da filosofia positiva, como a primeira ciência, seguida da astronomia, física, química, fisiologia e física social, classificando-as do mais geral para o mais particular; do mais simples para o mais complexo. 68 - Segundo A. Comte, a humanidade historicamente, e, analogicamente, todo ser humano, passam por três estados, em uma necessária ordem cronológica: o estado teológico ou fictício, o estado científico ou positivo, e finalmente, o estado metafísico ou abstrato. 69 - O castilhismo é uma filosofia política de inspiração positivista, em que o Estado exerce uma tutela sobre a sociedade.
___________________________________________________ _________ As metafísicas tradicionais sempre contrastaram ser e aparência, essências subjacentes à realidade e fenômenos, o que estaria atrás das coisas e as próprias coisas, como suas manifestações. A ontologia fenomenológica superaria essa dualidade pela descrição do ser como aquilo que se dá imediatamente, ou seja, não propondo explicar a experiência humana por referência a uma realidade extra fenomenal. Sartre. Coleção Os Pensadores, separata, p. 890 (com adaptações). Tendo como referência o texto acima e os postulados do existencialismo e da fenomenologia no século XX, julgue os itens a seguir. 70 - É do pensamento sartreano o entendimento de que há uma natureza humana em que o homem se baseia para a realização do bem. 71 - Para o existencialismo de Sartre, o ser para si é o fenômeno e somente se pode concluir que ele é o que é. 72 - Segundo a antropologia sartreana, o homem será antes de tudo o que tiver projetado ser, não o que ele quiser ser, pois a existência precede à essência, sendo o homem responsável por aquilo que é, logo, sendo também responsável por todos os homens. 73 - A fenomenologia é o movimento filosófico inaugurado por Husserl e desenvolvido, sobretudo na França e na Alemanha, por seus seguidores, constituindo uma importante corrente do pensamento no século XX. 74 - A pesquisa fenomenológica procura a volta às mesmas coisas, tentando a superação da oposição entre realismo e idealismo, entre sujeito e objeto, a consciência e o mundo. 75 - O método fenomenológico rompe com as crenças habituais do conhecimento e faz uma suspensão do modo de constituição da experiência procurando chegar ao dado da consciência, isso é ao fenômeno em si mesmo. ___________________________________________________ ___ Sócrates é chamado o pai da ética ao centrar os seus estudos no homem e no seu agir, diferentemente dos estudos anteriores mais cosmológicos. A sua ação dava-se na polis grega e tinha um objetivo. Julgue os itens de 76 a 81 com relação às questões de ética e política. 76 - Atualmente entende-se a moral como sendo a ciência da ética, a ética epistemologicamente considerada, e a ética, como a parte da filosofia prática que trata do agir humano em geral. 77 - Para Kant, o imperativo categórico é único: age apenas segundo uma máxima tal que possa ao mesmo tempo querer que ela se torne uma lei universal.
78 - Para a ética aristotélico-tomista, não há ato humano imune do âmbito da moral, portanto também a política encontra-se sujeita à ética. 79 - Para Schopenhauer, a verdade e a moral são os instrumentos que os fracos inventaram para submeter e controlar os fortes, os guerreiros. A tradição ocidental é o resultado desse processo. 80 - A ética de Nietzsche não se apóia em mandamentos, antes na noção de que a contemplação da verdade é o caminho de acesso ao bem que segue a ética da piedade, na auto anulação da vontade e na fuga para o nada. 81 - Os fisiocratas de influência iluminista reagiram à política mercantilista pela qual o governo intervinha nas atividades econômicas e adotaram o liberalismo indicando a confiança nas leis da natureza. ___________________________________________________ ___ A Estética, no sentido clássico, é a parte da filosofia prática que trata do belo e das belas-artes. Enquanto a política e a ética sãociências da ação, as artes e técnicas são atividades que dizem respeito ao fazer humano. A respeito deste assunto, julgue os itens seguintes. 82 - A estética transcendental em Kant estuda as várias concepções do belo que ocorreram no decorrer da história. 83 - As artes dinâmicas são a escultura e a pintura, pois apresentam movimento das formas. 84 - A arte é um caso privilegiado de entendimento intuitivo do mundo, tanto para o artista, que cria obras concretas e singulares, quanto para o apreciador, que se entrega a elas para penetrar-lhes ou recriar o sentido. 85 - A função primordial da arte é ser arte popular, para comunicar mensagens miméticas de recriação da natureza, pois possuem uma necessária função educacional. ___________________________________________________ ___ Os filósofos da Antiguidade possuíam o costume de lecionar em lugares particulares que se associavam à corrente filosófica. Dessa forma, existiram a Academia e o Liceu, nos casos de Platão e Aristóteles, e o Jardim, no caso de Epicuro. Como para caçoar, Antístenes escolheria, nos arredores da cidade, um espaço independente desta. Do ponto de vista de um urbanismo simbólico, o cínico decidiu escolher um lugar próximo aos cemitérios, aos extremos, às margens. O Cinosargo concentrava toda a força dos emblemas: estava situado no alto de uma colina, fora da cidade, perto do caminho que leva para Maratona (...). À semelhança dos cachorros, os cínicos comiam em praça pública, porque se negavam a obedecer ao cerimonial das comidas com seus horários, seus lugares estabelecidos e seus hábitos. Michel Onfray. Cynismes. Portrait du philosophe en chien. Éditions Grasset & Fasquelle, 1990 (com adaptações).
Com base no texto acima e acerca da história da filosofia antiga, julgue os itens a seguir. 86 - A filosofia antiga era normalmente ensinada na praça pública da cidade grega antiga. 87 - Os cínicos escolhiam lugares afastados da cidade porque queriam salientar uma distância filosófica desta. 88 - Antístenes, filósofo epicurista, não foi discípulo de Sócrates. 89 - Os cínicos se consideravam cachorros, e não sentavam à mesa. 90 - Os cínicos não gostavam de serem chamados de cachorros. ___________________________________________________ ___ Por meio de uma investigação propositadamente humilde, circunscrita freqüentemente ao âmbito do cotidiano, ao exame das situações concretas da vida associativa, Wittgenstein recusa a existência de uma lógica rígida e exata, como se fosse uma espécie de destilado da nossa linguagem ou uma regra de todas as regras, uma "superordem" capaz de subsumir todas as ordens. Se a linguagem não é, de fato, um todo homogêneo; e se denominar ? "como se fosse um batismo do objeto" - não é uma função exclusivamente sua; se o significado não se encontra de maneira natural e oculta fixado no ponto estabelecido, nem exprime a essência do objeto (mas está em relação com um jogo lingüístico, uma prática social, uma "forma de vida"), então, a lógica não é alguma coisa escondida por trás da linguagem, o seu fundamento, como se fosse a plataforma desse continente, mas uma série de paradigmas, de modelos gramaticais entre eles aparentados e imanentes aos jogos lingüísticos. Remo Bodei. A filosofia do século XX. Bauru, SP : EDUSC, 2000, p. 191. Considerando o texto acima e a história da filosofia contemporânea, julgue os itens que se seguem. 91 - Para Wittgenstein, a lógica é o fundamento do pensamento humano e, por conseqüência, de sua linguagem. 92 - Wittgenstein considera a linguagem como algo que possa expressar a essência do objeto ao qual ela se refere. 93 - É característica das investigações filosóficas de Wittgenstein considerar a linguagem como uma série gramatical que se constrói no interior de jogos lingüísticos. 94 - A não-homogeneidade da linguagem impede que se recorra a uma ordem pré-existente a ela para denominar o mundo. 95 - A filosofia da linguagem contemporânea nega a naturalidade de um significado que estaria escondido por trás de uma palavra. ___________________________________________________ ___
Parece que para Aristóteles a filosofia consiste em um modo de vida "teorético". Em relação a isso, é importante não confundir "teorético" com "teórico". (...) o próprio Aristóteles só emprega a palavra "teorético" e a utiliza para designar, por um lado, o modo de conhecimento que tem por fim o saber pelo saber e não um fim exterior a si mesmo e, por outro, o modo de vida que consiste em consagrar sua vida a esse modo de conhecimento. Neste último sentido, "teorético" não se opõe a "prático"; em outras palavras, "teorético" pode aplicar-se a uma filosofia prática, vivida, ativa, que leva à felicidade. Aristóteles diz explicitamente: "A vida prática não é necessariamente voltada para o outro, como o pensam alguns, e não são somente os pensamentos que visam resultados produtivos pelo agir que são "práticos", pois são "práticos", bem mais ainda, as atividades do espírito (theoriai) e as reflexões que têm seu fim em si mesmas e se desenvolvem em vista de si mesmas". Pierre Hadot. O que é a filosofia antiga? São Paulo: Loyola, 1999, p.124-125. Com base nas idéias expressas no texto acima, julgue os itens de 96 a 100. 96 - A filosofia é - segundo Aristóteles - um modo de vida teórico, uma atividade pouco prática. 97 - Para Aristóteles, aquilo que é prático pode ser ao mesmo tempo teorético. 98 - Aristóteles não confunde em sua filosofia os termos teorético e teórico. 99 - A filosofia é uma consagração da vida ao conhecimento. 100 - A filosofia é uma atividade sempre voltada para o outro. ___________________________________________________ ___ À multiplicidade real de linhas e orientações filosóficas e ao grande número de problemas herdados da grande tradição cultural filosófica somam-se temas e problemas novos e cada vez mais complexos em seus programas de pesquisa, produzindo em resposta a isso um universo sempre crescente de novas teorias e posições filosóficas. No entanto, é também verdade que essa dispersão discreta de um filosofar que se move, por certo, no ritmo longo da academia, mas que certamente não se esgota nela e que, num outro ritmo, chega mesmo a ensaiar um retorno à praça pública, não pode nos impedir de reconhecer o que há de comum em nosso trabalho: a especificidade da atividade filosófica consiste, em primeiro lugar, em sua natureza reflexiva. Brasil. Secretaria de Educação Média e Tecnológica. Parâmetros curriculares nacionais: ensino médio. Brasília: MEC: SEMTEC, 2002, p. 330. Com relação às idéias acima, expressas pelos Parâmetros Curriculares Nacionais para o ensino médio, julgue os itens a seguir. 101 - A filosofia e seus problemas são questões do passado.
102 - A filosofia deve permanecer restrita aos ritmos e modo da academia. 103 - A reflexão é a atividade principal da filosofia, seja na academia, seja na praça. 104 - A filosofia produz a cada dia novas teorias. ___________________________________________________ ___ Temos uma constituição que não emula as leis dos vizinhos, na medida em que servimos mais de exemplo aos outros do que de imitadores. E, como ela é dirigida de modo que os direitos civis caibam não a poucas pessoas, mas à maioria, ela é chamada democracia: diante das leis, naquilo que diz respeito aos interesses privados, a todos cabe um plano de paridade, enquanto, no que diz respeito à consideração pública na administração do Estado, cada um é escolhido conforme tenha se destacado em um determinado campo, não por ser proveniente de uma dada classe social, mas, sim, por aquilo que vale. E, no que diz respeito à pobreza, se alguém é capaz de fazer algo de bom para a cidade, não será impedido de fazê-lo pela obscuridade de sua posição social. Conduzimo-nos livremente nas relações com a comunidade em tudo o que diz respeito à vida privada de nossos concidadãos, sem nos ressentirmos com nosso vizinho se ele age como lhe apraz e sem fazermos reprovações que, embora inócuas, lhe causariam desgosto. Ao mesmo tempo em que evitamos ofender os outros em nosso convívio privado, em nossa vida pública estamos impedidos de violar as leis sobretudo por causa de um temor reverente, em obediência aos que estão nos postos de comando e às instituições destinadas a proteger os que sofrem injustiças, e em particular às leis que, embora não-escritas, trazem aos transgressores uma desonra por todos reconhecida. Tucídides. História da Guerra do Peloponeso, Discurso de Péricles aos atenienses, II, 37. In: Norberto Bobbio. Estado, governo, sociedade: para uma teoria geral da política. 2.ª ed., Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987, p. 140-141 (com adaptações). Relativamente às idéias expressas no texto acima, julgue os itens de 105 a 109. 105 - Em democracia, a escolha para os cargos públicos depende exclusivamente do valor de cada um. 106 - Uma forma de governo é democrática quando concede os direitos civis a todos os cidadãos. 107 - O governo democrático não precisa intervir na vida privada dos concidadãos. 108 - Em uma democracia, o cidadão que vê o vizinho agir como bem quer deve criticar publicamente esse comportamento. 109 - As instituições democráticas têm como um de seus objetivos proteger os que sofrem injustiça. ___________________________________________________ ___
Quanto mais bem constituído for o Estado, tanto mais os negócios públicos sobrepujarão os particulares no espírito dos cidadãos. Haverá até um número menor de negócios particulares, porque, com a soma da felicidade comum fornecendo uma porçãomais considerável à felicidade de cada indivíduo, restar-lhe-á menos a conseguir em seus interesses particulares. Em uma polis bem constituída, todos correm para as assembléias; sob um mau governo, ninguém quer dar um passo para ir até elas, pois ninguém se interessa pelo que nelas acontece, prevendo-se que a vontade geral não dominará, e porque, enfim, os cuidados domésticos tudo absorvem. As boas leis contribuem para que se façam outras melhores, as más levam a leis piores. Quando alguém disser dos negócios do Estado: Que me importa? - pode-se estar certo de que o Estado está perdido. A diminuição do amor à pátria, a ação do interesse particular, a imensidão dos Estados, as conquistas, os abusos do governo fizeram que se imaginasse o recurso dos deputados ou representantes do povo nas assembléias da nação. É o que em certos países ousam chamar de Terceiro Estado. Desse modo, o interesse particular das duas ordens é colocado em primeiro e segundo lugares, ficando o interesse público em terceiro. A soberania não pode ser representada pela mesma razão por que não pode ser alienada, consiste essencialmente na vontade geral e a vontade absolutamente não se representa. É ela mesma ou é outra, não há meio-termo. Os deputados do povo não são, nem podem ser seus representantes; não passam de comissários seus, nada podendo concluir definitivamente. É nula toda lei que o povo diretamente não ratificar; em absoluto, não é lei. O povo pensa ser livre e muito se engana, pois só o é durante a eleição dos membros do parlamento; uma vez estes eleitos, ele é escravo, não é nada. Durante os breves momentos de sua liberdade, o uso, que dela faz, mostra que merece perdê-la. Jean-Jacques Rousseau. Do contrato social. São Paulo: Abril, 1973, livro III, cap. XV, p. 111-114 (com adaptações). Considerando o texto ao lado, do celebre filósofo francês Rousseau, julgue os itens subseqüentes. 110 - Os representantes ou deputados eleitos pelo povo possuem autonomia para decidir as leis e fazê-las cumprir. 111 - As leis que não são ratificadas diretamente pelo povo não são leis. 112 - A gestão democrática do poder pode ser delegada a representantes legitimamente eleitos. 113 - O povo, em suas escolhas, merece a liberdade que a democracia lhe concede. 114 - O recurso dos deputados ou representantes é uma conseqüência da diminuição do amor pátrio e da busca pelos interesses particulares, entre outros motivos. 115 - As más leis não são inúteis: contribuem para a acumulação de experiência jurídica que virá a proporcionar melhores leis no futuro. ___________________________________________________ ___
A Arte, no sentido aqui proposto - ou seja, o termo genérico abrangendo pintura, escultura, arquitetura, música, dança, literatura, drama e cinema -, pode ser definida como a prática de criar formas perceptíveis expressivas do sentimento humano. (...) A função primordial da Arte é objetivar o sentimento de modo que possamos contemplá-lo e entendê-lo. É a formulação da chamada "experiência interior", da "vida interior", que é impossível atingir pelo pensamento discursivo, dado que suas formas são incomensuráveis com as formas da linguagem e de todos os seus derivativos (por exemplo, a Matemática, a Lógica Simbólica). Susanne K. Langer. Ensaios filosóficos. São Paulo: Cultrix, 1981, p. 82 e 87. Acerca das idéias do texto acima sobre a arte, julgue os itens a seguir. 116 - O pensamento discursivo, tipicamente filosófico, é capaz de atingir a experiência da vida interior. 117 - A função da arte é a de criar formas que possam ser percebidas e objetivem o sentimento do ser humano. 118 - A vida sentimental pode ser narrada pelos discursos. 119 - A natureza do sentimento é como um livro escrito em caracteres matemáticos. 120 - Compreender a arte é perceber o sentimento humano.
51C 52E 53E 54C 55C 56C 57E 58E 59E 60C 61E 62C 63X 64E 65E 66C 67C 68E 69C 70E 71E 72C 73C 74X 75C 76E 77C 78C 79E 80E 81C 82E 83E 84C 85E 86E 87C 88E 89X 90E 91E 92E 93C 94C 95C 96E 97C 98C 99E 100E 101E 102E 103C 104C 105C 106E 107C 108E 109C 110E 111C 112E 113E 114C 115E 116E 117C 118E 119E 120C
A palavra mito é usada habitualmente para significar alguma crença dotada de validade mínima e de pouca Verossimilhança. Nesse sentido indica algo de irreal, que apenas existe na fantasia. O mito, porém, quando ligado à tarefa de esclarecer a existência humana no mundo, representa uma forma autônoma de pensamento. O mito é conhecimento que contém o imediato da experiência em uma unidade elaborada por um espírito integrador, nunca por um mero discurso racional e científico. Arcângelo Buzzi. In: Introdução ao pensar - o ser, o conhecimento, a linguagem. Vozes, 1990, p. 85 (com adaptações. Julgue como Certos ou Errados os itens subseqüentes, com relação às idéias do texto acima. 71 Entender o mito significa abandonar a perspectiva onírica em prol de explicações lógicas e psicológicas.
72 O conhecimento racional pretende ter um discurso explicativo sobre a origem do mundo e de todas as coisas ao transformar o mito em realidade. 73 Uma das funções do mito é revelar os profundos anseios do ser humano, abordando a interpretação da realidade em uma linguagem fantasiosa. 74 Na Grécia Antiga, havia filósofos que eram estudiosos da natureza (Physis), tendo como objeto de investigação o mundo real. Buscavam explicações naturais a partir de noções aplicadas universalmente, como a de causa. 75 O termo grego logos significa uma explicação em que são aduzidas razões teológicas que explicam o aparecimento do mundo pela atividade dos deuses. 76 O mito conta uma história sagrada, relata um acontecimento ocorrido no tempo primordial, o tempo fabuloso do princípio. 77 O senso crítico moderno implica pensar e depois pensar sobre o pensado de tal modo que a filosofia se estrutura a partir da exclusiva consideração da forma do pensamento coerente. 78 Com relação ao surgimento da filosofia na Grécia Antiga, operou-se uma passagem do pensamento filosófico científico para o pensamento mítico religioso. 79 O caráter acrítico das novas teorias na filosofia antiga levou a uma visão dogmática, fazendo que até os dias de hoje elas sejam estudadas. 80 Em paralelo à noção de kosmos, que significa ordem e harmonia percebidas na natureza, encontra-se a noção de kaos, que é o estado da matéria anterior à organização explicado pelo seu sentido teleológico. -----------------------------------------------------------A ciência é um conceito que diz respeito ao saber. A noção de saber evolui no decorrer dos tempos. Atualmente, existe uma convicção de que todas as coisas podem ser resolvidas por ela. Nesse sentido, julgue os itens que se seguem tendo em vista a correlação entre filosofia e ciência. 81 A magia, por ter uma pretensa correlação causal, está historicamente próxima da constituição do conceito de ciência, o que aproxima o mago, o alquimista e o cientista. 82 Uma das concepções sobre o valor das ciências é a do ideal do conhecimento desinteressado que afirma que o valor de uma ciência encontra-se no rigor matemático, na exatidão e na coerência das teorias. 83 O utilitarismo é uma concepção da ciência que afirma que o valor de uma ciência encontra-se na quantidade de aplicações práticas que possa permitir. 84 No processo de aquisição do conhecimento, usa-se testar as hipóteses secundárias, pois encontram-se em nível empírico. Aprovadas as hipóteses secundárias, aprovada também está a hipótese principal.
85 Karl Popper só reconhece um sistema como científico se ele for passível de comprovação pela experiência. Essa consideração sugere para ele que a verificabilidade e não a falseabilidade de um sistema é que deve ser tomada como critério de demarcação. 86 Observa-se na ciência atual uma tendência a eliminar dos objetos todas as qualidades sensíveis, reduzindo-as a relações quantitativas em uma clara matematização da natureza. 87 Galileu generalizou a concepção de perfeição do mundo aplicando-a a todos os fenômenos físicos, celestes ou terrestres. Relativizou a noção de movimento, levando à idéia de que não existia a causa final defendida por Aristóteles. 88 As ciências humanas são impropriamente ciências; além disto as ciências humanas são explicações e justificativas que não possuem a forma de leis. 89 Segundo a Escola de Frankfurt, na medida em que a razão se torna instrumental, a ciência deixa de ser uma forma de acesso aos conhecimentos verdadeiros para se tornar, pela ideologia, um instrumento de dominação, poder e exploração. -------------------------------------------------------A questão moral diz respeito ao agir consciente do ser humano. A própria racionalidade determina um certo Distanciamento do sujeito em relação ao seu objeto para melhor avaliá-lo tendo em vista o estabelecimento de uma ação coerente em busca da felicidade. A respeito da questão apresentada no texto acima em confronto com o tema cidadania, julgue os itens a seguir. 90 Considera-se Sócrates como o pai da ética, tendo como lema: "homem conhece-te a ti mesmo", quando, na sua época, ainda preponderavam os estudos cosmológicos. 91 Kant professava uma ética que pode se chamar do interesse, visto que entendia que os atos bons devem conduzir à prática de um bem útil. 92 Atualmente o termo moral, que significa o conjunto dos costumes destinados a regular a ação dos indivíduos, é sinônimo perfeito do conceito de ética e descreve os fatos históricos que variam conforme a época. 93 Schopenhauer não entende a ética ligada à noção de dever, mas ligada à noção de que a contemplação da verdade é o caminho de acesso ao bem. Para ele, o ser humano só encontrará salvação na auto-anulação da vontade e na fuga para o nada. 94 Uma vez que a moral, para Marx, cumpre uma função social, que é a de sancionar as relações e condições de existência de acordo com os interesses da classe dominante, fica justificada a classificação dada por ele à moral como infraestrutura ideológica.
95 Sartre entende, com relação à questão moral, que o existencialismo é coerente ao limitar a liberdade, tendo em vista que o direito de um começa onde o direito de outro acaba.
105 O termo estética liga-se originariamente ao sentido de percepção intelectual e sensação física. Só posteriormente evolui para o sentido de filosofia da arte.
96 QUESTÃO ANULADA
106 A informação estética, ao contrário da informação semântica, não é necessariamente lógica, mas psicológica.
97 O determinismo pode ser entendido como um conjunto de condições necessárias de um fenômeno ou como uma teoria segundo a qual tudo tem uma causa determinada, inclusive as próprias decisões da vontade, não havendo, portanto, liberdade humana. 98 Considerando-se a ética, para se atingir um fim bom na consecução da felicidade social, os meios podem ser de qualquer ordem, diferentemente da metodologia da ação, no contexto da felicidade pessoal, na qual os meios devem ser só bons. 99 A característica da obrigação moral é a de ser uma coação externa exercida pela sociedade. Esta coação penetra na mente do indivíduo, criando reflexos, hábitos e convicções. -----------------------------------------------------------Considere os seguintes trechos de texto: I - O artista, cada vez que a verdade se desvela, fica arrebatado, extasiado com o véu que permanece depois do desvelamento. II - A arte consiste na criação de formas que manifestam a verdade, que desocultam as aparências, que mostram o mistério de tudo que aparece, do nobre e do vil, do agradável e do desagradável, do herói e do covarde, do fiel e do traidor. III - A obra de arte, na intensa evocação do estranho no familiar, sempre revoluciona o mundo organizado e abala seu sentido de vida: denuncia nossa desfaçatez e a maneira infernal de vivê-lo. A arte é, pois, sempre revolucionária e denunciadora. Arcângelo Buzzi. In: Friedrich Nietzsche - Fragmentos póstumos, n.o 6. Introdução ao Pensar, 1977, p. 210. Julgue os itens subseqüentes, com relação às idéias e à temática dos fragmentos de texto acima. 100 Os termos "véu" e "desvelamento", no trecho I, referem-se às estátuas da época da Renascença, que possuíam ranhuras e ondulações que representavam panos que as cobriam. 101 O trecho II diz respeito à característica mimética das artes plásticas, sempre tendo por parâmetro a teoria hilemórfica aristotélica, que trata dos conceitos de matéria e forma em todos os seres. 102 O conteúdo político revolucionário é uma das condições da constituição de toda obra de arte, que é mais bem expresso nas artes plásticas. 103 A partir dos trechos apresentados, infere-se que o artista é aquele que tem uma visão em profundidade da realidade intuída por uma inspiração que se poderia chamar de poética. 104 Tomás de Aquino entendia a arte como o que agrada à vista, entendendo o termo vista em um amplo sentido.
107 Para Theodor Adorno, integrante da Escola de Frankfurt, o fetichismo na música tem como fator original a troca do mero valor de uso pelo valor de troca. 108 A função de catarse da arte opera-se na medida em que há uma sintonia com os elementos da arte que são vivenciados com intensidade pelo sujeito. 109 As artes plásticas são arquitetura, escultura e cinema. -----------------------------------------------------------Aprender é um modo de tomar posse, de apropriar-se. Aprender a conhecer o sentido constitui a base de sustentação e o fundamento de possibilidade para qualquer outro aprender. O que no ensino se dá e se presta, não são conteúdos, doutrinas, técnicas, em uma palavra, informações apenas. São condições e indicações para se tomar e aprender por si mesmo o que já se tem. Por isso, se alguém aprende e toma apenas conteúdos, doutrinas e técnicas, se armazena apenas informações, não aprende. Pois, aprender não é acumular, como crescer não é aumentar de tamanho. O professor é realmente professor e na medida em que for mais radicalmente aluno, estudante. Pois ensinar exige e impõe a ascese de aprender. Emanuel Carneiro Leão. In: Aprendendo a pensar, p. 46 (com adaptações). Considerando o texto acima e tendo em vista a metodologia de ensino de filosofia, julgue os itens a seguir. 110 A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, embora afirme que o currículo do ensino médio adotará metodologias de ensino e de avaliação que estimulem a iniciativa dos estudantes, não apresenta qualquer manisfestação a respeito do domínio dos conhecimentos de Filosofia e de Sociologia, necessários ao exercício da cidadania. 111 O estudo da filosofia propõe-se a vencer o medo que impede a autonomia do pensamento. A doutrina é caminho e não tese para a constituição de tutelados. 112 A metodologia platônica do ensino da filosofia privilegiava o sistema do diálogo por propor pontos de vista respeitando a liberdade de expressão e procurando uma coerência argumentativa intersubjetiva. 113 O conhecimento filosófico aprende-se pela abstração pura sem vinculação com o mundo exterior, sendo a introspecção a via única para a aquisição da convicção metafísica. 114 A autoridade de quem sabe e a influência de autoridade do representante magisterial exercem papel decisivo com relação à verdade no relacionamento do mestre que ensina filosofia e dos alunos que aprendem em uma pedagogia autêntica.
115 Para Heidegger uma coisa é verificar opiniões dos filósofos e descrevê-las. Outra coisa bem diferente é debater com eles aquilo que dizem, e isto quer dizer, do que falam. 116 O professor de filosofia no ensino médio, antes de definirse por conteúdos, procedimentos e estratégias, precisa definir o sentido do seu filosofar. 117 O programa de filosofia para o ensimo médio deve ter um enfoque histórico, sendo inadequados enfoques como o sistemático ou por áreas de conhecimento. 118 É recomendável, para a metodologia do ensino da filosofia no ensino médio, a articulação de problemas tipicamente filosóficos com questões emergentes da experiência individual, social e histórica. 119 Na filosofia para o ensino médio, a busca de estruturas identificadoras de situações (topoi) prejudica o desenvolvimento das condições de inteligibilidade da problemática filosófica. 120 A posição crítica do discente não se consubstancia com a simples discussão, nem com a confrontação de posições contrárias ou mesmo com a doação de soluções pelo professor e sim com a sua estruturação de questões fundamentais. -----------------------------------------------------------PROVA DISCURSIVA As novas tecnologias têm se aproximado cada vez mais das camadas populares. Na atualidade, é quase que impossível viver totalmente distanciado dos aparelhos eletrônicos ou não fazer uso das novas tecnologias. As crianças e adolescentes se adaptam rapidamente ao manuseio dessas tecnologias, enquanto os mais idosos ficam resistentes a elas. A escola, de forma geral, deixa muito a desejar no uso e disponibilização desse tipo de equipamentos como recurso didático. Considerando que o texto acima tem caráter unicamente motivador, redija um texto dissertativo acerca do seguinte tema. ESCOLAS APOSENTAM O GIZ. Ao elaborar seu texto, aborde, necessariamente, os seguintes aspectos: - utilização das novas tecnologias como recurso didático; - contribuições positivas que essas tecnologias podem proporcionar à aprendizagem; - dificuldades e pontos negativos que as referidas tecnologias podem acarretar. -----------------------------------------------------------GABARITO - Certo ou Errado 71E - 72E - 73C - 74C - 75E - 76C - 77E - 78E - 79E - 80E 81C - 82C - 83C - 84C - 85E - 86C - 87C - 88E - 89C - 90C 91E - 92E - 93C - 94E - 95E - 97C - 98E - 99E - 100E - 101E 102E - 103C - 104E - 105C - 106C - 107C - 108C - 109E 110E - 111C - 112C - 113E - 114E - 115C - 116C - 117E - 118C - 119E - 120C 31. No romance Emílio, o princípio básico do programa educacional de Rousseau consiste (A) na liberdade orientada pela razão.
(B) em abandonar-se à voz dos instintos. (C) no desenvolvimento do senso estético. (D) em cultivar a instrução livresca. (E) no constrangimento físico e moral. 32. "O exemplo clássico de subjetividade é Dom Quixote. Da primeira vez que fez um elmo, ele experimentou sua capacidade de resistir a golpes, e viu que não prestava; na segunda vez, já não experimentou, mas "supôs" que se tratava de um bom elmo. Esse hábito de "admitir" coisas dominou-o por toda a vida. Qualquer recusa a reconhecer fatos desagradáveis tem a mesma origem. (...) Leva-nos a admitir que temos um bom elmo, quando, de fato, qualquer espada poderia abri-lo de alto a baixo. Nesse sentido, somos conduzidos à preguiça mental e, finalmente, ao desastre." (Bertrand Russell, Da Educação) Do ponto de vista de Russell, semelhante hábito mental deve ser substituído por meio (A) dos interesses da moral. (B) da educação estética. (C) da investigação lógica da linguagem. (D) da atitude científica. (E) do engajamento político. 33. Somente os soldados são cantores. Algum cantor não é fumante. Conclui-se, logicamente, que (A) algum soldado é fumante. (B) algum soldado não é fumante. (C) algum fumante não é soldado. (D) algum cantor é fumante. (E) algum fumante não é cantor. 34. Assinale a alternativa em que o argumento indutivo estabelece sua conclusão de modo mais forte. (A) Todos os passageiros desse trem carregam de 10 a 18 moedas. Carlos é passageiro desse trem. Logo, Carlos carrega de 14 a 16 moedas. (B) Todos os passageiros desse trem carregam de 12 a 18 moedas. Carlos é passageiro desse trem. Logo, Carlos carrega de 13 a 15 moedas. (C) Todos os passageiros desse trem carregam de 12 a 20 moedas. Carlos é passageiro desse trem. Logo, Carlos carrega de 12 a 15 moedas. (D) Todos os passageiros desse trem carregam de 12 a 20 moedas. Carlos é passageiro desse trem. Logo, Carlos carrega de 13 a 15 moedas. (E) Todos os passageiros desse trem carregam de 12 a 18 moedas. Carlos é passageiro desse trem. Logo, Carlos carrega de 12 a 16 moedas. 35. "Considere a crença de um homem, que foi hipnotizado, de que a crença nele induzida pelo hipnotizador, qualquer que seja ela, é falsa; e suponha que essa é a crença que o hipnotizador induziu." (R. Chisholm, Teoria do Conhecimento) Logo, a crença em questão (A) equivale a uma tautologia. (B) está corroborada pelos fatos. (C) envolve uma contradição lógica. (D) é um juízo sintético a priori. (E) tem probabilidade de 50%. 36. É logicamente necessário que p. Segue-se que
(A) é logicamente possível que não-p. (B) não é logicamente possível que p. (C) é logicamente necessário que não-p. (D) não é logicamente necessário que p. (E) não é logicamente possível que não-p. 37. Pensei que meu barco fosse maior do que ele é. Mediante uma análise lógica da linguagem, pode-se reconhecer que a sentença anterior envolve (A) uma petição de princípio. (B) uma ambigüidade estrutural. (C) uma dupla negação. (D) um imperativo hipotético. (E) um experimento crucial. 38. "Dizer que aquilo que é não é, ou que aquilo que não é é, é falso, ao passo que dizer que aquilo que é é, ou que aquilo que não é não é, é verdadeiro." (Aristóteles, Metafísica) Observe as seguintes afirmações: I. Verdade e falsidade são características de proposições. II. Verdade e falsidade são características das coisas. III. "Ser" e "não ser" são elementos componentes de proposições. IV. "Ser" e "não ser" expressam a existência ou inexistência das coisas. V. A verdade consiste na correspondência entre proposições e coisas. Dentre as afirmações acima, as que expressam corretamente a concepção aristotélica de verdade e falsidade na passagem citada são apenas (A) I, III e V. (B) I, II e V. (C) II, III e IV. (D) III, IV e V. (E) II, IV e V. 39. "Mas se mãos tivessem os bois, os cavalos e os leões e pudessem com as mãos desenhar e criar obras como os homens, os cavalos semelhantes aos cavalos, os bois semelhantes aos bois desenhariam as formas dos deuses e os corpos fariam tais quais eles próprios têm." "Os egípcios dizem que os deuses têm nariz chato e são negros,os trácios, que eles têm olhos verdes e cabelos ruivos."(Xenófanes de Colofão, Fragmentos) A intenção desse filósofo pré-socrático com essas afirmações é (A) negar a existência de divindades. (B) afirmar a existência de divindades animais. (C) criticar uma concepção antropomórfica da divindade. (D) estabelecer a tese de que não há conhecimento. (E) afirmar a existência de uma única divindade. 40. "Se o sábio alguma vez der assentimento a algo, às vezes opinará; mas o sábio nunca tem opiniões; portanto, o sábio não dará assentimento a nada".(Cícero, Acadêmicos) Esse argumento do cético acadêmico Arcesilau, dirigido contra o estóico Zenão e sua definição de sábio, pressupõe algumas teses. Observe agora as afirmações a seguir: I. Há uma distinção entre conhecimento e opinião na definição de sábio. II. É possível ao sábio distinguir o verdadeiro do falso. III. O sábio vive imune às paixões.
IV. Não é possível ao sábio distinguir o verdadeiro do falso. V. Onde há opinião, não há sabedoria. Dentre as afirmações acima, estão pressupostas no argumento apenas (A) I, II e III. (B) II, III e IV. (C) III, IV e V. (D) I, IV e V. (E) I, II e V. 41. "Tornamo-nos construtores ao construirmos e nos tornamos citaristas ao tocarmos cítara. Assim também, executando ações justas nos tornamos justos; e, executando ações moderadas,nos tornamos moderados." (Aristóteles, Ética a Nicômaco) Assinale a afirmação que expressa corretamente a definição de virtude contida na passagem acima. (A) A virtude é produto do hábito. (B) A virtude é uma técnica. (C) A virtude é conhecimento. (D) A virtude é o meio-termo entre dois vícios. (E) Não há diferença entre virtude e vício. 42. "Na tua opinião, será que pode existir alguém mais feliz do que aquele que tem um juízo reverente acerca dos deuses, que se comporta de modo continuamente destemido a respeito da morte, que bem compreende a finalidade da natureza, que discerne que o máximo bem está nas coisas simples e fáceis de obter, e que o máximo mal ou dura pouco ou nos causa sofrimentos breves?" (Epicuro, Carta a Meneceu) Das afirmações que seguem, assinale aquela que, segundo a doutrina epicurista, está em conflito com as teses defendidas por Epicuro no trecho transcrito. (A) A felicidade consiste na saúde corporal e na tranqüilidade da alma. (B) Bem e mal residem nas sensações e a morte é a privação das sensações. (C) Felizes e imortais, os deuses punem os maus e recompensam os bons. (D) O adequado conhecimento dos desejos permite evitar os que são inúteis. (E) A conduta sábia busca o prazer e evita a dor. 43. "Foi Zenão o primeiro a dizer, no seu tratado Sobre a natureza do homem, que a felicidade é viver em concordância com a natureza, o que significa viver conforme à virtude; pois a natureza nos conduz a ela." (Diógenes Laércio, Vidas dos Filósofos VII) Essa é uma das principais teses do estoicismo. Considere agora estas afirmações: I. O mundo é um ser vivo, racional, animado e inteligente. II. As naturezas dos homens são partes da natureza do todo. III. Deus é causa do movimento do mundo. IV. Corpo e alma se relacionam de modo incognoscível ao homem. V. A alma humana é um fragmento da alma do Mundo. Dentre as afirmações acima, fornecem fundamentação metafísica para a citada tese de Zenão apenas (A) I, III e V. (B) II, III e IV. (C) II, IV e V.
(D) I, II e V. (E) I, II e IV. 44. "É evidente que não é ofício do poeta narrar o que aconteceu; é, sim, o de representar o que poderia acontecer, quer dizer: o que é possível segundo a verossimilhança e a necessidade... Por isso a poesia é algo de mais filosófico e mais sério do que a história, pois refere aquela principalmente o universal, e esta o particular. Por "referir-se ao universal" entendo eu atribuir a um indivíduo de determinada natureza pensamentos e ações que, por liame de necessidade e verossimilhança, convêm a tal natureza." (Aristóteles, Poética) Assinale o conceito aristotélico que fundamenta essas características da poesia. (A) Reprodução. (B) Verificação. (C) Versificação. (D) Argumentação. (E) Imitação. 45. "Dizemos que a finalidade do cético é a tranqüilidade nas matérias de opinião...Pois, tendo começado a filosofar para julgar as representações e apreender quais são verdadeiras e quais são falsas, de modo a obter a tranqüilidade, deparou com uma discordância de igual força; e, não podendo decidi-la, suspendeu seu juízo sobre ela. Estando em suspensão de juízo, ocorreu-lhe casualmente a tranqüilidade nas matérias de opinião." (Sexto Empírico, Hipotiposes Pirrônicas) Em virtude dessa descoberta do cético pirrônico, assinale qual deverá ser seu procedimento para manter-se no estado de tranqüilidade. (A) Afirmar que as coisas são como aparecem. (B) Negar que as coisas são como aparecem. (C) Opor a todo argumento um argumento igual. (D) Manter-se em absoluto silêncio e completamente inativo. (E) Recusar-se a reconhecer os dados sensíveis. 46. "Deixaríamos que aos dois, ao justo e ao injusto, fosse permitido fazer o que quisessem; depois iríamos atrás deles observando para onde a paixão conduziria cada um. Em flagrante apanharíamos o homem justo a buscar o mesmo alvo que o injusto, por causa da ambição de possuir sempre mais, ambição que toda natureza busca como um bem e da qual, à força, a lei a desvia para levá-la ao respeito da eqüidade." (Platão, A República) Assinale a afirmação que está em conflito com os comentários acima. (A) Não há diferença natural entre o justo e o injusto. (B) Existe um bem natural. (C) Ninguém é naturalmente justo. (D) Natureza e lei se complementam. (E) A lei reprime as paixões. 47. "Por onde conheces aquela unidade segundo a qual julgas os corpos? Pois se não a visses, não poderias julgar que estes não a alcançam perfeitamente; e se a visses com olhos corporais,não dirias com razão que eles distam muito da unidade, embora contenham algum vestígio dela? Pois com olhos corporais só vês coisas corporais. Donde se segue que é com a mente que a vemos. Mas onde a vemos? Se ela se encontrasse ali onde está o nosso corpo, seria inacessível ao
que, no Oriente, formula juízos idênticos sobre os corpos. Portanto ela não está restrita a nenhum lugar particular; e, visto estar presente a quem quer que julgue de acordo com ela, segue-se que não está em parte alguma do espaço, e que não há lugar algum em que ela se não se encontre com sua eficácia." (Santo Agostinho, Da Verdadeira Religião) Assinale a afirmação que expressa o conteúdo do texto. (A) O conhecimento da unidade nos corpos é obtido pela observação dos mesmos. (B) A unidade dos corpos é um elemento intelectual do conhecimento que somente pode estar presente no espírito. (C) A unidade dos corpos é conhecida ao examinarmos como eles se situam em termos de espaço e tempo. (D) Não há unidade dos corpos, mas apenas pluralidade e diversidade. (E) A unidade dos corpos depende do ponto de vista que assumimos em relação a eles. 48. "Assim, pois, como há muitos homens de gosto pervertido, que preferem o verso à própria arte da versificação, por anteporem o ouvido à inteligência: assim, muitos homens amam as coisas temporais, isto é, históricas, mas ignoram a Divina Providência que origina e dirige os tempos, e por causa de seu apego temporal, não querem que passe aquilo que amam. Sua insensatez é comparável à daquele que, ao ouvir recitar um poema famoso, desejasse ouvir sempre uma só e mesma sílaba." (Santo Agostinho, Da Verdadeira Religião) A afirmação que expressa o conteúdo do texto é: (A) Na hierarquia proposta por Santo Agostinho, o intelecto é superior aos sentidos e essa superioridade deve servir de critério para julgarmos as coisas e os acontecimentos. (B) A sucessão temporal das coisas particulares é o que deve sobretudo reter nossa atenção quando desejamos conhecer a verdade. (C) Como cada coisa possui a sua particularidade no espaço e no tempo, devemos conhecer as coisas de modo separado da totalidade. (D) O objeto do amor humano deve ser buscado na diversidade das coisas temporais. (E) Não existe qualquer critério superior às coisas singulares a partir do qual possamos avaliá-las. 49. Assinale, dentre as afirmações a seguir, aquela que expressa a concepção de causalidade em Tomás de Aquino. (A) Tudo ocorre por intermédio de causas naturais e de acordo com o encadeamento físico das causas e efeitos, por meio do qual podemos conhecer os modos pelos quais se constituem os eventos, sem recorrer a qualquer causa extranatural. (B) Deus, como criador do universo, é a única causa atuante, qualquer que seja o gênero de eventos ou relações, de modo que o conhecimento de qualquer efeito no mundo supõe que o relacionemos diretamente com Deus como causa primeira e única. (C) Nosso conhecimento, devido às suas limitações, não alcança qualquer relação de causalidade e assim nada podemos saber acerca de como se determinam os eventos do mundo. (D) As causas são entidades ideais que só existem na mente. (E) Deus é a causa primeira de tudo que existe, o que não impede que exista um sistema de causalidade segunda, a partir do qual podemos conhecer, de maneira relativamente autônoma, o sistema do mundo existente.
50. Assinale a afirmação que expressa a doutrina da alma em Tomás de Aquino. (A) A alma é a forma do corpo, entendendo-se por isso uma funcionalidade biopsíquica que não sobrevive ao corpo. (B) A alma é forma substancial do corpo, portanto sua essência,e essa diferença autoriza a afirmar a imortalidade da alma. (C) Alma e corpo são completamente distintos a ponto de não podermos compreender como estariam unidos na condição atual do homem. (D) O que chamamos de alma é apenas a função intelectiva da matéria. (E) A alma é imanente ao corpo no sentido de uma forma que tão-somente organiza a matéria. 51. Assinale a alternativa que caracteriza corretamente a concepção de conhecimento em Tomás de Aquino. (A) Conhecemos todas as coisas exclusivamente em Deus e por Deus. (B) O conhecimento é exercido pela alma e, portanto, é exclusivamente intelectual ou conceitual. (C) Devido à nossa condição sensível, estamos restritos unicamente ao conhecimento empírico. (D) O processo de conhecimento inclui primeiramente a percepção sensível e depois a abstração intelectual. (E) Qualquer conhecimento verdadeiro só pode ser fornecido pela fé. 52. O método científico, tal como caracterizado por Galileu, consiste basicamente em (A) experiências sensatas e demonstrações necessárias. (B) induções por enumeração e argumentos transcendentais. (C) intuições evidentes e silogismos categóricos. (D) amostragens aleatórias e inferências estatísticas. (E) observações diretas e cálculo diferencial e integral. 53. Assinale a afirmação correta quanto ao conhecimento em Descartes. (A) As percepções sensíveis são fundamento do conhecimento. (B) O instrumento privilegiado do conhecimento é o silogismo. (C) O preceito de clareza e distinção é a primeira regra do método de conhecimento. (D) A união substancial é critério de objetividade. (E) O paradigma de conhecimento é a lógica formal. 54. Na quarta parte do Discurso do Método, dentre as características da essência de Deus listadas, a mais genérica é a (A) eternidade. (B) onisciência. (C) onipotência. (D) perfeição. (E) imutabilidade. 55. Nas Meditações, Descartes apresenta o exemplo do pedaço de cera, que sofre modificações ao aproximar-se do fogo. Uma das conclusões obtidas nessa análise de Descartes é que (A) a quantidade de movimento na matéria nem sempre se conserva. (B) todo corpo é uma substância pensante.
(C) a natureza da cera é conhecida apenas pelos sentidos exteriores. (D) a concepção que se tem da cera realiza-se na faculdade da imaginação. (E) só concebemos os corpos pelo entendimento. 56. Indique a conjunção de características que define o conhecimento em Leibniz. (A) Realismo; atomismo; ceticismo. (B) Inatismo; determinismo; finalismo. (C) Contingência; empirismo; criticismo. (D) Imaterialismo; ocasionalismo; convencionalismo. (E) Dialética; materialismo; logicismo. 57. Assinale a definição correta de idéia segundo Locke. (A) Idéia é sempre uma intuição intelectual. (B) Idéia é uma representação metafísica da realidade. (C) Idéia é conhecimento virtual presente no espírito. (D) Idéia é tudo que se encontra na mente. (E) Idéia é representação inata que possibilita o conhecimento. 58. "Sendo os homens, por natureza, todos livres, iguais e independentes, ninguém pode ser expulso de sua propriedade e submetido ao poder político de outrem sem dar consentimento. A maneira única em virtude da qual uma pessoa qualquer renuncia à liberdade natural e se reveste dos laços da sociedade civil consiste em concordar com outras pessoas em juntar-se e unir-se em comunidade para viverem com segurança, conforto e paz umas com as outras, gozando garantidamente das propriedades que tiverem e desfrutando de maior proteção contra quem quer que não faça parte dela. Qualquer número de homens pode fazê-lo, porque não prejudica a liberdade dos demais; ficam como estavam na liberdade do estado de natureza." (John Locke, Segundo Tratado sobre o Governo Civil) A alternativa que expressa as idéias expostas no texto é: (A) A sociedade civil consiste na união de homens livres por natureza, para que todos em conjunto possam melhor desfrutar de suas propriedades. (B) Somente quando unidos numa sociedade civil os homens podem desfrutar da liberdade. (C) É o poder vigente na sociedade civil que institui a propriedade, razão pela qual deve prover os meios de sua preservação e proteção. (D) Liberdade e propriedade não existem no estado de natureza, e essa seria a principal razão que levaria os homens a unir-se na sociedade civil. (E) Os laços que unem os indivíduos na sociedade civil provêm de mecanismos de coerção, e não da livre concordância de todos. 59. "Constato que posso produzir idéias em minha mente à vontade, variá-las e mudá-las sempre que achar adequado. Basta querer e imediatamente esta ou aquela idéia surge em minha mente, e pelo mesmo poder são apagadas e dão lugar a outras. Por produzir e desfazer idéias a mente é com justeza considerada ativa...Mas, qualquer que seja o poder que tenha sobre meus próprios pensamentos, constato que as idéias realmente percebidas pelos sentidos não têm semelhante dependência de minha vontade. Quando abro meus olhos pela
manhã, não está em meu poder escolher se verei ou não, ou determinar que objetos se apresentarão à minha visão; o mesmo vale para a audição e os outros sentidos. As idéias neles impressas não são produtos de minha vontade. Há, portanto, alguma outra Vontade ou Espírito que as produz." (George Berkeley, Princípios do Conhecimento Humano) Considere estas afirmações: I. Uma idéia não pode ser causa de outra idéia. II. As idéias dos sentidos independem da vontade de quem as percebe. III. Toda idéia deve ter uma causa. IV. A mente pode ser ativa e passiva. Considerando-se a doutrina de Berkeley, estão pressupostas nesse raciocínio, dentre as afirmações acima, apenas (A) I e II. (B) I e III. (C) II e III. (D) III e IV. (E) I e IV. 60. "Entendo pelo termo impressão, portanto, todas as nossas percepções mais vívidas, sempre que ouvimos, ou vemos, ou sentimos, ou amamos, ou odiamos, ou desejamos ou exercemos nossa vontade. E impressões são distintas das idéias, que são as percepções menos vívidas, das quais estamos conscientes quando refletimos sobre quaisquer umas das sensações ou atividades acima mencionadas." (David Hume, Investigação sobre o Entendimento Humano) Assinale a afirmação que está em conflito com o texto supracitado. (A) Toda impressão é percepção. (B) Toda idéia é percepção. (C) A diferença entre impressão e idéia é de grau. (D) Toda percepção é impressão. (E) Toda sensação é impressão. 61. "Se todo homem tivesse a sagacidade suficiente para perceber sempre o forte interesse que o liga à justiça e à equidade, bem como o vigor mental suficiente para aderir com firme perseverança a um interesse geral e distante, em oposição aos encantos e vantagens de prazeres momentâneos, nesse caso nunca teria existido tal coisa como o governo ou a sociedade política; mas cada homem, seguindo sua liberdade natural, viveria em completa paz e harmonia com todos os demais." (David Hume, Investigação sobre os Princípios da Moral) Assinale a alternativa que expressa as idéias desse texto. (A) Governo e sociedade civil são absolutamente necessários para que haja paz e harmonia entre os homens. (B) Os homens podem, no estado atual de suas faculdades mentais, estabelecer naturalmente relações baseadas na paz e na harmonia. (C) Os homens necessitam de governo e sociedade política porque não são suficientemente inteligentes para perceberem por si mesmos a utilidade da justiça, da eqüidade, da paz e da harmonia como o interesse de cada um e de todos. (D) O homem, por natureza, jamais poderia exercer a sua liberdade e ao mesmo tempo viver em paz e harmonia com os demais. (E) E) Os homens são suficientemente sagazes para fazerem conciliar sempre a liberdade individual e o interesse geral.
62. "Mas, ainda que a razão seja suficiente, quando plenamente assistida e aperfeiçoada, para instruir-nos acerca das tendências úteis ou perniciosas das qualidades ou ações, somente ela não é suficiente para produzir aprovação ou censura moral. A utilidade é apenas uma tendência para um certo fim, e se o fim nos fosse completamente indiferente, seríamos igualmente indiferentes aos meios. Para que se escolham as tendências úteis e não as perniciosas é indispensável que se manifeste o sentimento. Esse sentimento é sempre o enaltecimento da felicidade da humanidade e a indignação frente ao seu sofrimento, pois são esses os diferentes fins que a virtude e o vício tendem a promover." (David Hume, Investigação sobre os Princípios da Moral) Assinale alternativa que expressa as idéias do texto acima. (A) A razão é plenamente suficiente para as avaliações morais e para a escolha da ação mais adequada à realização dos fins. (B) Quando se trata de escolhas morais, o sentimento é ao mesmo tempo o único critério de opção e o único instrumento de ação. (C) A razão e o sentimento se opõem um ao outro de modo absoluto e assim não podem estar ambos presentes na vida moral. (D) A virtude promove o bem e o vício conduz ao mal, independente da interferência da razão e do sentimento. (E) A razão nos informa acerca da utilidade das ações e o sentimento aprova ou desaprova essas ações na medida em que se mostrem conformes à realização da felicidade. 63. No contexto geral da filosofia crítica de Kant, a imortalidade da alma é (A) apenas um dogma da religião. (B) um postulado da razão pura prática. (C) uma especulação metafísica comprovadamente falsa. (D) uma proposição teórica demonstrável pelo entendimento. (E) uma hipótese experimental da psicologia. 64. O juízo de gosto, em Kant, tem como características: (A) ser singular e ter universalidade subjetiva. (B) ser interessado e ter universalidade objetiva. (C) ter interesse prático e ser particular. (D) ser desinteressado e ter universalidade objetiva. (E) ser interessado e ser um juízo estético. 65. Com as perguntas O que posso saber? e O que devo fazer? Kant caracteriza interesses da razão, que são, respectivamente: (A) metafísico e teológico. (B) antropológico e científico. (C) teórico e prático. (D) científico e religioso. (E) estético e psicológico. 66. Segundo a Enciclopédia das Ciências Filosóficas, de Hegel, a arte (A) é uma das figuras do espírito absoluto. (B) é uma das figuras do espírito subjetivo. (C) é uma das figuras do espírito objetivo. (D) não é uma figura do espírito. (E) é um mero dado da intuição. 67. Na visão positivista de Augusto Comte, o espírito humano passa por três estágios em seu desenvolvimento. O estágio
mais avançado é o (A) mitológico. (B) científico. (C) metafísico. (D) teológico. (E) fictício.
(A) a confluência de ambas se dá uma moral prescritiva. (B) a moral de escravos é fruto do ressentimento. (C) a moral dos nobres é uma redenção cristã. (D) a moral dos nobres se constrói por oposição à moral dos escravos. (E) a moral de escravos é ativa no seu fundamento.
68. "Toda arte, toda filosofia, pode ser considerada como meio de cura e de auxílio a serviço da vida que cresce, que combate: pressupõe sempre sofrimento e sofredores. Mas há duas espécies de sofredores, primeiro os que sofrem de abundância de vida, que querem uma arte dionisíaca e, do mesmo modo, uma visão e compreensão trágicas da vida - e depois os que sofrem de empobrecimento de vida, que procuram por repouso, quietude, mar liso, redenção de si mesmo pela arte e pelo conhecimento, ou então a embriaguez, o espasmo, o ensurdecimento, o delírio". Essa passagem, extraída de A Gaia Ciência, de Nietzsche, evoca a relação do autor com o trágico e o dionisíaco. A mesma relação foi tratada em outro livro de Nietzsche, O Nascimento da Tragédia. Assinale a alternativa que expõe corretamente algum aspecto dessa relação em algum dos livros. (A) Em A Gaia Ciência, tal relação implica necessariamente assumir um pessimismo romântico. (B) Em O Nascimento da Tragédia, tal relação é pensada exclusivamente a partir da metafísica de Schopenhauer. (C) Em ambos os livros, tal relação mantém o mesmo vínculo com a noção de apolíneo. (D) Em A Gaia Ciência, tal relação é pensada como teorização da música de Wagner. (E) Em ambos os livros, tal relação funciona como critério para valores estéticos.
71. Para Pierre Duhem, "o físico nunca pode submeter ao controle da experiência uma hipótese isolada, mas somente todo um conjunto de hipóteses; quando a experiência está em desacordo com as suas previsões, ela lhe ensina que pelo menos uma das hipóteses que constituem esse conjunto está errada e deve ser modificada, mas ela não lhe mostra aquela que deve ser modificada". Essa abordagem da confirmação empírica pode ser adequadamente caracterizada como (A) dedutiva. (B) narrativa. (C) probabilista. (D) reducionista. (E) genealógica.
69. "Eis, portanto, a questão que se coloca e que tenho por essencial.Uma vez que todo ensaio de filosofia puramente conceitual suscita tentativas antagonistas e que, no terreno da dialética pura, não há sistema ao qual não se possa opor outro, permaneceremos nesse terreno ou não deveríamos, antes, (sem renunciar, é óbvio, ao exercício das faculdades de concepção e de raciocínio), retornar à percepção, conseguir que ela se dilate e se estenda?" (Henri Bérgson, O Pensamento e o Movente) Assinale a alternativa que expressa as idéias do texto acima. (A) Como a única forma possível de filosofar é um exercício puramente conceitual, haverá sempre uma disputa interminável entre diferentes sistemas montados a partir de diversas combinatórias de conceitos, todas formalmente coerentes. (B) A única saída para os conflitos insolúveis que se dão entre as filosofias elaboradas segundo uma dialética pura é a renúncia ao exercício das faculdades de concepção e de raciocínio. (C) É da própria natureza da filosofia que um sistema suscite o surgimento de outro que se lhe opõe. (D) Como conceito e percepção se opõem, o único método possível para a filosofia passa exclusivamente pela elaboração conceitual. (E) Se utilizarmos não apenas o formalismo conceitual, mas também a percepção, ampliada e dilatada, encontraremos um critério real para decidir entre as possibilidades de conhecimento e, assim, chegar à verdade. 70. Sobre a moral de nobres e moral de escravos, na Genealogia da Moral, de Nietzsche, pode-se dizer que, segundo o autor,
72. Em sua filosofia das ciências empíricas, Karl Popper sustenta que todas as proposições científicas são hipóteses refutáveis pela experiência. Desse ponto de vista, segue-se que (A) o método científico é indutivo. (B) as proposições científicas não são verdadeiras nem falsas. (C) a certeza não é objetivo das ciências empíricas. (D) as melhores teorias cientificas são apenas prováveis. (E) as hipóteses científicas são simples convenções. 73. No livro Idéias para uma Fenomenologia Pura e para uma Filosofia Fenomenológica, de Husserl, podem ser distinguidas duas direções de investigação. Se uma delas pode ser chamada de orientação natural, a outra, em contrapartida, pode ser nomeada como orientação fenomenológica. Segundo o autor, podemos associar as duas orientações, respectivamente, (A) à ciência e à teologia. (B) ao objeto puro e simples e ao objeto intencional. (C) à lógica formal e à metafísica. (D) à crítica do conhecimento e à psicologia. (E) às ciências naturais e ao dogmatismo. 74. Nas Investigações Filosóficas, Wittgenstein considera uma linguagem que se refere apenas às experiências privadas de um falante, que só este pode conhecer. Em sua análise, Wittgenstein conclui que essa linguagem privada (A) pode ser traduzida em uma linguagem pública. (B) é a primeira linguagem que aprendemos. (C) é inteligível apenas ao próprio falante. (D) não é uma linguagem possível. (E) é a linguagem das leis do pensamento. 75. "O homem está condenado a ser livre." (Jean-Paul Sartre) Assinale a alternativa que expressa a idéia dessa frase de Sartre. (A) As ações humanas seguem um padrão de rigorosa necessidade. (B) A liberdade humana é uma crença produzida pela imaginação. (C) O homem é totalmente livre, e não pode deixar de sê-lo, porque não possui qualquer essência que o predetermine.
(D) O homem é livre em alguns de seus atos e determinado em outros. (E) A natureza humana comporta um destino ao qual o homem não pode furtar-se. 76. "A metafísica não é uma construção de conceitos graças aos quais poderíamos tornar nossos paradoxos menos sensíveis - é a experiência que temos deles em todas as situações da história pessoal e coletiva e das ações que, ao assumi-los, os transformaram em razão. É uma interrogação que não comporta respostas que a anulem, mas somente ações resolutas que a transladam sempre para mais longe. Não é o conhecimento que viria a terminar o edifício dos conhecimentos; é o saber lúcido daquilo que os ameaça e a consciência aguda de seu preço." (Maurice Merleau-Ponty, O Metafísico no Homem) Assinale a alternativa que expressa a concepção de metafísica formulada por Merleau-Ponty no texto. (A) A metafísica é uma ciência exata. (B) A metafísica é impossível como conhecimento objetivo. (C) A metafísica é o coroamento de todo o sistema do saber. (D) A metafísica é um método para solucionar questões que estão além das fronteiras da ciência. (E) A metafísica é uma constante interrogação pela qual o homem enfrenta os paradoxos que estão envolvidos no conhecimento e na ação. 77. A metafísica pode ser entendida, segundo Heidegger, como (A) a história do esquecimento do ser. (B) o estudo das categorias aristotélicas. (C) a análise da língua grega. (D) o desenvolvimento da física. (E) a história do desvelamento do ser. 78. "Na época das técnicas de reprodução, o que é atingido na obra de arte é a sua aura", escreve Benjamin, em A Obra de Arte na Era da Reprodutibilidade Técnica. Isso se dá, segundo o texto, porque a técnica de reprodução, entre outras coisas, (A) deixa de captar todos os detalhes do objeto reproduzido. (B) não respeita o material original da obra. (C) promove um abalo da tradição, ao multiplicar as cópias do objeto ou evento. (D) desvia-se das intenções do autor da obra. (E) não universaliza suficientemente o objeto reproduzido. 79. "O mito converte-se em esclarecimento, e a natureza em mera objetividade. O preço que os homens pagam pelo aumento de seu poder é a alienação daquilo sobre que exercem o poder. O esclarecimento comporta-se com as coisas como o ditador se comporta com os homens. Este conhece-os na medida em que pode manipulá-los. O homem da ciência conhece as coisas na medida em que pode fazê-las." "A essência do esclarecimento é a alternativa que torna inevitável a dominação. Os homens sempre tiveram de escolher entre submeter-se à natureza ou submeter a natureza ao eu. Com a difusão da economia mercantil burguesa, o horizonte sombrio do mito é aclarado pelo sol da razão calculadora, sob cujos raios gelados amadurece a sementeira da nova barbárie. Forçado pela dominação, o trabalho humano tendeu sempre a se afastar do mito, voltando a cair sob seu influxo, levado pela mesma dominação."(Adorno e Horkheimer, Dialética do Esclarecimento)
Considerando esses dois trechos da Dialética do Esclarecimento, assinale a alternativa que expressa as idéias aí apresentadas. (A) O esclarecimento resulta da ciência contemporânea. (B) A economia mercantil burguesa é imune ao mito. (C) O esclarecimento elimina a alienação. (D) A dominação também mitifica. (E) O domínio sobre a natureza não é objetivo do esclarecimento. 80. "A luta de classes, que um historiador educado por Marx jamais perde de vista, é uma luta pelas coisas brutas e materiais, sem as quais não existem as refinadas e espirituais." Essa passagem é retirada da tese 4 de Sobre o Conceito da História, de Walter Benjamin. O tipo de historiador referido por Benjamin é (A) um historiógrafo. (B) um idealista transcendental. (C) um historiador pluralista. (D) um racionalista. (E) um materialista histórico.
PROVA DISSERTATIVA QUESTÃO 1 "A filosofia vai encontrar-se, pois, ao nascer, numa posição ambígua: em seus métodos, em sua inspiração, aparentar-se-á ao mesmo tempo às iniciações dos mistérios e às controvérsias da ágora; flutuará entre o espírito de segredo próprio das seitas e a publicidade do debate contraditório que caracteriza a atividade política." (Jean-Pierre Vernant, As Origens do Pensamento Grego) Explique e comente a idéia central dessa passagem, com base nos seguintes tópicos: a) o ideal de sabedoria mítico-religiosa que remete a uma verdade transcendente; e b) a reflexão sobre critérios racionais relativos à vida individual e coletiva. QUESTÃO 2 "A divindade me incita a ajudar os outros e conceber, porém impede que eu próprio conceba. Por isso mesmo não sou sábio, não havendo um só pensamento que eu possa apresentar como tendo sido invenção de minha alma e por ela dado à luz. Porém, os que tratam comigo, mesmo se no começo alguns parecem totalmente ignorantes, com a continuação de nossa convivência, aqueles favorecidos pela divindade progridem admiravelmente, tanto no seu próprio julgamento como no de estranhos. O que é fora de dúvida é que nunca aprenderam nada comigo: neles mesmos é que descobrem as coisas belas que põem no mundo, servindo, nisso tudo, eu e a divindade como parteiros." (Platão, Teeteto) Temos aqui a afirmação da célebre maiêutica socrática. Nela podemos perceber certa concepção de ensino. Desenvolva esse tema, do ponto de vista da relação entre professor e aluno, enfocando os seguintes tópicos: a) formação; b) aquisição de conteúdos; e c) capacidade criativa.
QUESTÃO 3 Nas Meditações, Descartes afirma ter sido criado por um Deus perfeito, benevolente e não enganador. Todavia, Descartes reconhece que está sujeito a uma infinidade de erros. a) Como ele concilia essas duas afirmações aparentemente contraditórias? b) O que deve fazer para evitar o erro e chegar ao conhecimento da verdade? QUESTÃO 4 “O próprio Hegel confessa, no final de Filosofia da História, que ele ‘examina apenas o desenvolvimento do conceito’ e que ele expôs na história a ‘verdadeira teodicéia’ (p. 446). E agora podemos voltar aos produtores do ‘conceito’, aos teóricos, ideólogos e filósofos, para chegarmos à conclusão de que os filósofos, os pensadores como tais, dominaram na história por todo o tempo – isto é, chegarmos a uma conclusão que Hegel já havia expressado, como acabamos de ver”. “Ao contrário da filosofia alemã, que desce do céu para a terra, aqui é da terra que se sobe ao céu.” (Marx e Engels, A Ideologia Alemã) A partir dessas duas passagens de A Ideologia Alemã, responda aos itens seguintes: a) Em relação à concepção histórica aludida no primeiro trecho, qual é o novo modo de abordar a história do ponto de vista de Marx e Engels nesse livro? b) A partir de sua resposta anterior, discorra sobre a relação da noção de ideologia com as bases históricas propostas pelos autores. c) Em que medida uma ideologia corresponde à realidade? Em que medida ela é necessária?
21. A importância do ensino de Filosofia, no Ensino Médio, está, dentre outros vários fatores, na possibilidade de propiciar ao aluno a condição de aprender a pensar. Dito isto, é CORRETO afirmar que A) o ensino de Filosofia, no atual contexto pós-moderno, se apresenta como superado e descartável. B) a Filosofia, como uma disciplina acadêmica, firma-se como um objeto de indagação e investigação para os estudantes secundaristas. C) a Filosofia, como uma forma encontrada pelo homem para compreender a realidade que o cerca, não se enquadra na proposta pedagógica do Ensino Médio. D) os estudos referentes à Filosofia podem ser abarcados por outras disciplinas, como a História, o que tornaria o ensino de Filosofia, no nível médio, algo supérfluo. E) o estudo descritivo e crítico dos processos gerais do conhecimento não deve ser uma preocupação na formação dos alunos secundaristas. 22. O ensino de Filosofia deve propiciar aos alunos a possibilidade da reflexão. Sobre o conceito de reflexão, é CORRETO afirmar que se trata da(do) A) operação discursiva do pensamento que consiste em encadear logicamente juízos e deles tirar uma conclusão. B) operação lógica em que, de dados singulares suficientemente enumerados, inferimos uma verdade universal. C) ato do conhecimento que se volta sobre si mesmo, tomando como objetivo seu próprio ato.
D) ato de influenciar as pessoas por meio da comunicação de massa. E) relação estabelecida entre as pessoas, entre os sujeitos. 23. Moral e Ética, muitas vezes, na linguagem cotidiana, são tidas como sinônimos; porém, para a Filosofia, compõem áreas distintas do pensamento filosófico. Partindo desta constatação, estaria CORRETA a afirmação que se completa na alternativa A) A Ética se aplica à disciplina filosófica que trata de estabelecer os fundamentos e a validade das normas morais e dos juízos de valor ou de apreciação sobre as ações humanas, qualificando-as de boas ou más. B) A Ética não chamou a atenção de filósofos gregos como Aristóteles. C) A questão da moral não se enquadra nos estudos sobre Ética. D) No século XVII, Spinosa negou a importância dos estudos sobre Ética. E) Os estudos sobre Ética só tomaram fôlego no século XX com a obra de filósofos, como Michel Foucault e Jean Paul Sartre. 24. Quando os filósofos se referem à Teoria do Conhecimento, eles estão se remetendo a uma área da Filosofia que tem por meta A) se opor à chamada Epistemologia. B) a crítica da Gnoseologia, negando sua importância nos estudos sobre o conhecimento humano. C) a reestruturação do conceito de racionalidade, substituindo-o pelo de subjetividade. D) ao estudo exclusivo das atitudes subjetivas, negando a importância das atitudes lógico-racionais. E) o estudo descritivo e crítico dos processos gerais do conhecimento. 25. Considerando-se o conhecimento metafísico, no que concerne ao conhecimento humano, é CORRETO afirmar que este A) ocorre, porque a razão humana é capaz de apreender, muito naturalmente, a essência das coisas. B) foge da esfera de atuação da iluminação divina. C) partindo da abstração, nega as experiências sensíveis. D) não está ligado às noções de verdade e de ação boa. E) não se consubstancia a partir de modelos prototípicos, como pensava Platão. 26. A cosmologia é a parte da filosofia, que estuda o mundo, a natureza, dialogando com a parte da metafísica, que se ocupa da essência da matéria. Acerca deste conhecimento, podemos associá-lo A) à chamada Epistemologia pós-moderna. B) à atuação filosófica dos pré-socráticos. C) ao mito da caverna de Platão. D) aos estudos de Foucault sobre a sexualidade ocidental. E) ao estudo desenvolvido por Spinoza sobre a metafísica. 27. A Lógica investiga a validade dos argumentos e dá as regras do pensamento correto. Acerca desta área da Filosofia, é CORRETO afirmar que A) se trata do estudo normativo das condições da verdade, ou seja, da conseqüência e da verdade da argumentação. B) só teve reflexo na obra dos pensadores pré-socráticos.
C) se limita ao estudo da chamada lógica formal. D) encontra em Karl Marx um dos seus mais notórios teóricos. E) é o principal objeto das indagações filosóficas de Simone de Beauvoir. 28. Sobre Pitágoras de Samos (século VI a. C.), filósofo, matemático e místico, que atuou em Atenas e lá fundou uma escola filosófica dedicada à investigação dos mistérios do universo. Sobre o pensamento de Pitágoras, é CORRETO afirmar que A) renovou idéias herdadas de Aristóteles. B) acreditava que o conhecimento deveria modificar as pessoas, e estas deveriam merecer o conhecimento. C) pregava uma relação de total liberdade entre o mestre e seus discípulos. D) encontrou eco na obra de filósofos posteriores, como Marco Aurélio. E) limitou-se ao estudo dos fenômenos da natureza. 29. O conceito de Dialética tomou parte nas preocupações filosóficas de pensadores, como Hegel, Engels e Marx. Sobre o conceito de dialética em Hegel, é CORRETO afirmar que se trata da A) ciência das leis gerais do movimento, tanto do mundo externo como do pensamento humano. B) marcha do pensamento que procede por contradição, passando por três fases - tese, antítese e síntese -, reproduzindo o próprio movimento do Ser absoluto ou Idéia. C) sistematização do chamado materialismo histórico. D) organização política e econômica que torna comuns os bens de produção. E) situação do filósofo cujo pensamento supõe comprometimento com a situação social e política vivida. 30. Sócrates teve um papel importantíssimo na configuração da Filosofia em Atenas, no século V a. C. Sobre este fato, é CORRRETO afirmar que a preocupação maior da filosofia socrática era a de A) interpretar o mundo como sendo espiritual e organizado, segundo uma moral fundamentada em verdadeiros conceitos imutáveis. B) compreender as causas primeiras e os fins últimos de todas as coisas. C) que o autoconhecimento poderia ser obtido por meio da ironia e da maiêutica. D) fazer um estudo crítico da História, comparando a história grega com a dos povos orientais, a fim de mostrar que o mundo era mais amplo do que se imaginava. E) mostrar que todo o conhecimento era obtido por intermédio dos sentidos humanos e que, por esses serem falhos, era relativo e limitado. 31. Platão é apontado como o grande discípulo de Sócrates, do qual fez uma defesa pública no processo movido contra ele pela aristocracia ateniense. A obra de Platão que nos apresenta a essa situação é A) Diálogos. B) O Banquete. C) Ética. D) Apologia de Sócrates. E) A Política.
32. Uma das obras de Aristóteles essenciais aos estudos da sociedade é A Política; escrita no século III a. C. , que influenciou bastante o pensamento de gerações seguintes. Sobre A Política de Aristóteles, é INCORRETO afirmar que A) os sistemas de governos são estudados. B) a sociedade doméstica ou familiar é analisada. C) não se importa em tematizar os modos de se gerir a coisa pública. D) a formação do cidadão e a educação dos jovens aparecem como uma das temáticas. E) a situação das mulheres e dos escravos na sociedade é nela abordada. 33. A Estética, uma das áreas da Filosofia, pode ser identificada como A) uma das preocupações filosóficas de Aristóteles. B) a principal preocupação da filosofia medieval. C) a manifestação maior do espírito crítico, segundo os humanistas. D) o tema excluído dos estudos de Adorno e Walter Benjamin. E) a área na qual se inaugurou o discurso da pós-modernidade. 34. Dentre os nomes que se destacaram na Filosofia na Roma Antiga, podemos destacar A) Marco Aurélio e suas Meditações. B) Júlio César e sua Guerra da Gália. C) Tito Lívio e sua História de Roma. D) Heródoto e sua História. E) Petrônio e seu Satiricon. 35. Acerca da filosofia patrística, é CORRETO afirmar que A) dialogava constantemente com os pressupostos filosóficos de Aristóteles. B) negou a influência do pensamento de Platão. C) surge no contexto histórico de transição da Idade Antiga para a Idade Média. D) renegou temas, como a natureza de Deus e da alma e a vida moral. E) encontrou em Santo Agostinho o seu maior contestador e crítico. 36. Sobre a Escolástica, surgida na Idade Média e tida como uma das manifestações da filosofia medieval, é CORRETO afirmar que A) é o único movimento filosófico originado da sociedade normanda. B) consiste no conteúdo formado pela síntese das doutrinas platônico-aristotélicas com as doutrinas cristãs. C) não tinha ligações com a prática pedagógica. D) sofreu duras críticas por parte do pensamento de São Tomás de Aquino. E) resistiu a um caráter formalista, repetitivo, verbalista e dogmático. 37. Sobre a obra de Erasmo de Rotterdam (1466-1536), grande humanista holandês dos primórdios do século XVI, è CORRETO afirmar que A) não manteve diálogos nem reflexos na reforma luterana. B) adotou uma postura de neutralidade em relação às críticas feitas, na época, às posturas da Igreja Católica.
C) evitou envolvimento em polêmicas religiosas comuns à época. D) adotou um conceito de Loucura retomado posteriormente, por Michel Foucault, no século XX. E) sua obra mais conhecida, Elogio da Loucura (1509), foi escrita na Inglaterra, na casa de Thomas More.
Estão CORRETAS A) I, II e IV. B) I, III e V. C) II, III e IV. D) II, III e V. E) I, IV e V.
38. "O silêncio desses espaços infinitos me apavora..." (Pascal). Esta frase do grande filósofo do século XVII revela muito dos impulsos da chamada revolução científica deste período. Sobre este período da História da Filosofia Ocidental, podemos constatar a afirmação de que A) ele não teve nenhuma ligação com o chamado Renascimento. B) tinha em Copérnico um dos seus críticos mais argutos, dado a suas ligações com a Inquisição Católica. C) nomes, como Galileu Galilei, tiveram um destaque inconteste no movimento. D) as idéias de Newton não tiveram tanto impacto na comunidade científica da época. E) na Matemática, as contribuições de Fermat ofuscaram as de nomes, como Leibniz, Pascal, Newton e Descartes.
42. Sobre os pensadores iluministas, podemos afirmar que alguns se enveredaram, também, pelo campo da literatura ficcional; destes, o nome de Voltaire se destaca com vulto. Dentre suas obras ficcionais, a mais conhecida é A) Cândido, ou o Otimismo. B) O Elogio da Loucura. C) O Ser e o Nada. D) A Sagrada Família. E) A Gaia Ciência.
39. A obra de René Descartes (1596-1650) foi uma das bases da filosofia moderna, constituindo-se como referência indiscutível na formação do pensamento pós-medieval. Sobre a obra cartesiana, é CORRETO afirmar que A) rompeu com o aparato conceitual da escolástica medieval para edificar um sistema de pensamento próprio. B) sua produção se resume à publicação do Discurso do Método. C) nega veementemente a existência de Deus em franco ataque à Filosofia Medieval. D) não se ocupou da Matemática no seu processo de construção do conhecimento. E) sua influência no devir da História da Filosofia pode ser caracterizado como limitada ao trabalho dos autores pósestruturalistas. 40. Sobre o chamado Racionalismo Empiricista de tendência anglo-saxônica, que marcou a filosofia produzida na Europa do século XVII, podemos considerar a A) negação das idéias herdadas do pensamento aristotélico. B) recusa na crença da atuação das impressões sensoriais na produção do conhecimento. C) reestruturação do pensamento escolástico medieval. D) continuidade de algumas idéias de Platão. E) produção de nomes, como Bacon, Locke, Berkeley e Hume. 41. Considere as proposições abaixo sobre as idéias políticas e sociais defendidas pelos escritores iluministas do século XVIII. I. A razão é o único guia infalível da sabedoria e o único critério para o julgamento do bem e do mal. II. A prosperidade de um país está condicionada à acumulação de metais preciosos, como ouro e prata. III. O poder político vem de Deus, que é a fonte única de toda autoridade. IV. O homem é naturalmente bom, e a educação aperfeiçoa as suas qualidades inatas. V. O poder político emana do povo, que deve ter o direito de escolher os seus governantes.
43. A teoria do Estado Contratualista foi uma das grandes contribuições do pensamento ilustrado para a contemporaneidade, definindo aspectos da democracia ocidental. Esta teoria tem fundamento na obra de A) Voltaire. B) Adam Smith. C) Jean-Jacques Rousseau. D) Montesquieu. E) Diderot. 44. Sobre o pensamento de Kant, fruto do século XVIII, é CORRETO afirmar que A) renovou idéias herdadas do Tomismo. B) sintetizou as várias orientações e movimentos do Iluminismo. C) renegou aspectos tanto do Idealismo como do Empiricismo. D) não encontrou eco na obra de filósofos posteriores como Hegel. E) fez uma crítica da razão em moldes pós-estruturalistas. 45. O Liberalismo teve, na figura de Adam Smith, no século XVIII, um dos seus principais teóricos. No século XIX, outros autores se dedicaram à reflexão acerca da política liberal. Sobre esta temática, é CORRETO afirmar que A) os pensadores liberais do século XIX romperam com as contribuições recebidas de Adam Smith. B) a obra de Alexis de Tocqueville apresentou-se como uma superação da idéia do liberalismo político. C) na Inglaterra e nos Estados Unidos, as instituições políticas e sociais dificultaram a consolidação do pensamento liberal. D) John Stuart Mill não participou do movimento, traçando um percurso filosófico totalmente distinto do pensamento liberal. E) Thomas Paine foi um dos seus principais representantes nos Estados Unidos. 46. As teorias socialistas marcaram a produção filosófica do século XIX. Extremamente heterogênea, esta produção apresentou propostas distintas, partidas das obras e autores diferenciados; dentre estes autores, podemos citar Ludwig Feuerbach (1804-1872). Sobre a obra de Feuerbach, é CORRETO afirmar que A) reflete exclusivamente sobre a condição de submissão do operariado europeu.
B) utilizou o conceito de alienação de Hegel para aplicá-lo na defesa da tese do ateísmo. C) não sofreu críticas por parte de Marx e Engels. D) dialogou com o pensamento conservador católico. E) fez uma crítica da razão em moldes pós-modernos. 47. As idéias socialistas ganharam força após a publicação dos estudos de Karl Marx e Friedrich Engels. Dentre os grandes autores que produziram sobre a éfige do materialismo histórico, podemos citar os nomes abaixo, com a EXCEÇÃO de A) Antonio Gramsci. B) Rosa Luxemburgo. C) Friedrich von Hayek. D) Louis Althusser. E) Erich Fromm. 48. Os desdobramentos do conhecimento científico no século XIX repercutiram na produção filosófica, em vários movimentos, dos quais NÃO podemos inserir o A) estruturalismo. B) cientificismo. C) vitalismo. D) pragmatismo. E) evolucionismo. 49. Karl Marx foi um dos pensadores mais influentes da história da filosofia, possuidor de uma obra vasta, com repercussões nas ciências políticas, na teoria da História, na Economia e em vários outros campos do saber. Tendo em vista a numerosa produção marxiana, assinale a alternativa em que só são nominadas obras da autoria de Marx. A) A Ideologia Alemã, Ensaios e A Sagrada Família. B) O Capital, Assim falou Zaratrusta e O 18 Brumário. C) A Ideologia Alemã, O Capital e Teses sobre Feuerbach. D) O 18 Brumário, O Elogio da Loucura e A Miséria da Filosofia. E) A Utopia, O Capital e Ensaios. 50. "Ajuda-te a ti mesmo: então todos te ajudarão. Princípio do amor ao próximo". Sobre o pensamento de Nietzsche, autor da frase citada anteriormente, é CORRETO afirmar que A) não teve repercussão na filosofia do século XX. B) criticou valores políticos e religiosos de sua época, em especial, no Crepúsculo dos Ídolos. C) não encontrou diálogos na época em que foi produzida. D) em síntese, coloca-se como uma oposição ao pensamento de Karl Marx. E) encontrou, em Michel Foucault, seu principal crítico no século XX. 51. A chamada Escola de Frankfurt marcou a Filosofia da primeira metade do século XX, tendo como temática chave a(o) A) desestruturação das idéias herdadas do materialismo histórico. B) crítica da indústria cultural e do capitalismo. C) reestruturação do socialismo francês do século XIX. D) dilema entre a ética e as políticas públicas liberais. E) crítica da razão em moldes pós-estruturalistas.
52. Nos estudos sobre Fenomenologia, a obra de Martin Heidegger se destaca como referência indiscutível. Sobre este grande pensador do século XX, é CORRETO afirmar que A) se opôs ao Nazismo alemão, sendo uma das figuras emblemáticas da resistência ao totalitarismo e ao antisemitismo. B) desenvolveu uma filosofia da existência totalmente pautada nas contribuições de seu mestre Husserl. C) defendeu a reestruturação do conceito de subjetividade, apresentando-o como substituto do conceito de racionalidade. D) dentre suas obras, destaca-se a publicação de Ser e Tempo. E) não se interessou pelo estudo das relações entre ciência e tecnologia. 53. "O homem é condenado a ser livre". Esta frase de Jean Paul Sartre sintetiza o movimento filosófico, que marcou a Europa no pós-Segunda Guerra Mundial, a saber o(a) A) estruturalismo. B) pós-modernidade. C) pós-estruturalismo. D) dodecafonismo. E) existencialismo. 54. O estruturalismo, surgido na França da primeira metade do século XX, exerceu uma forte influência em relação ao modo de pensar de vários intelectuais, nas mais distintas áreas com abrangências na Antropologia, na Filosofia, na História. Essa forma de pensar as estruturas sociais encontra respaldo, principalmente, na obra de A) Jürgen Habermas. B) Marti Heidegger. C) Antonio Gramsci. D) Gilles Deleuze. E) Claude Levi-Strauss. 55. A perspectiva neopositivista da filosofia do século XX encontra repercussão na obra dos autores citados abaixo, com EXCEÇÃO de A) Ludwig Wittgenstein. B) Jacques Lacan. C) Karl Popper. D) Bertrand Russell. E) Rudolf Carnap. 56. Nascido em Viena, Áustria, em 1859, este filósofo, lógico e matemático, que faleceu em 1951, concentrou suas investigações filosóficas na análise da lógica da linguagem e nos seus diversos usos, tendo suas idéias influenciado diversas áreas do pensamento contemporâneo. Dentre seus trabalhos, podemos destacar o Tractatus Logico - hilosophicus e a Investigação Filosáfica. Estamos nos referindo a A) Cornelius Castoriadis. B) Sören Kierkegaard. C) Matthew Lipman. D) Karl Jaspers. E) Ludwig Wittgenstein. 57. O pensamento de Michel Foucault exerce influência atualmente em várias áreas do conhecimento humano e da
produção científica. Foucault produziu sua obra na segunda metade do século XX, e sobre ela é CORRETO afirmar que A) sofreu forte influência do positivismo. B) abordou, de forma praticamente pioneira, temas, como a loucura e a sexualidade. C) refutou idéias defendidas por Nietzsche no século XIX. D) desenvolveu propostas levantadas anteriormente por Habermas. E) encontrou no pragmatismo sua melhor classificação. 58. As obras de Gilles Deleuze e de Michel Foucault estão ligadas à chamada A) Arqueogenealogia. B) Psicanálise. C) Fenomenologia. D) Hermenêutica. E) Lingüística. 59. Considere as proposições abaixo acerca das caraterísticas de alguns filósofos contemporâneos. I. Simone de Beauvoir, além de ser uma das grandes teóricas do feminismo moderno, se destacou no existencialismo. II. Hannah Arendt, em sua obra, procurou articular a reflexão sobre política, técnica, ética, trabalho e a própria atividade intelectual da reflexão. III. Cornelius Castoriadis busca dar sua contribuição ao pensamento filosófico contemporâneo, recuperando a tradição grega em confronto com as principais correntes de pensamentos da atualidade, como o marxismo e a fenomenologia. Considerando-se as afirmativas acima, é CORRETO afirmar que A) todas as proposições são falsas. B) apenas II está correta. C) todas as afirmações estão corretas. D) apenas III está incorreta. E) só I está correta. 60. A Educação e a Sociedade andam sempre em constante compasso. O professor de Filosofia tem de estar atento a esta realidade. A sociedade vem mudando nos últimos anos e desejando outro tipo de pessoa, tanto no nível de relações com o conhecimento quanto no de relações afetivas, éticas e político-sociais. Neste contexto, a Filosofia A) pode ajudar nesse sentido, pois atua no aprimoramento do pensar e oferece oportunidades de aprender a aprender. B) é completamente dispensável, já que a sociedade contemporânea prioriza o conhecimento tecnicista. C) se torna incapaz de responder às inquietações da sociedade, por trabalhar com utilidades imediatas. D) não encontra espaço no currículo escolar, por ser um conhecimento dispensável no atual projeto pedagógico. E) não dialoga com as necessidades exigidas do pensar, comunicar-se, agir e sentir.
41. O professor traz para sala de aula uma caixa de papelão totalmente fechada. Enquanto manuseiam a caixa, ele orienta os alunos para que procurem expressar o que pensam sobre o objeto a partir da seguinte indagação: o que poderá estar dentro daquela caixa? Esse procedimento metodológico terá como objetivo discutir a filosofia como
I. um modo como cada um se coloca diante da realidade, procurando refletir sobre os acontecimentos a partir de certas posições teóricas. II. uma reflexão que não vai além da pura aparência dos fenômenos. III. um jogo irreverente que parte do que existe, critica, coloca em dúvida, faz perguntas importunas, abre a porta das possibilidades, faz-nos entrever outros mundos e outros modos de compreender a vida. IV. um atitude de constatação daquilo que a ciência descobriu. V. um modo de interrogar a natureza de modo científico/filosófico. Analise os itens acima e assinale a alternativa CORRETA. A) I e II. B) III e IV. C) I e IV. D) II, III e IV. E) II e IV. 42. Conforme as Diretrizes Curriculares Nacionais( DCN ) e referidos nos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN), o papel primordial da filosofia para o Ensino Médio (hoje dentro do Ensino Fundamental) é A) ser um instrumento de reflexão sobre os aspectos humanísticos/históricos/filosóficos da formação. B) pôr em marcha as diferentes perspectivas teóricas dos conhecimentos que fazem a proposta da escola. C) aprimorar, no educando, o seu desenvolvimento à compreensão dos fundamentos filosóficos do conhecimento. D) delinear alguns elementos que podem auxiliar na contextualização mais adequada da ciência no Ensino Médio. E) trabalhar a interdisciplinaridade, proposta como eixo estruturante a ser privilegiado em tida formulação curricular e o modo como devem ser tratados os conhecimentos filosóficos. 43. Relembrando o mote kantiano de que "não se ensina Filosofia, ensina-se a filosofar", a solução para esse aparente impasse parece ser dada pela própria natureza da atividade filosófica,.......... Assinale a alternativa que melhor completa a sentença. A) ...ou seja: para além do conteúdo abstrato a ser ensinado, está em questão, a necessidade de que o estudante tenha um modo de pensar baseado nos pressupostos daquilo que é aparente. B) ...isto é, sua peculiar característica reflexiva: para além do conteúdo concreto a ser ensinado, o que está em questão é, antes, a necessidade de tornar familiar ao estudante um modo de pensar que aponta, precipuamente, para os pressupostos daquilo que é aparente. C) ...o que está em questão é a dúvida na qual deve tornar familiar ao estudante. D) ...pois o que está em questão é a capacidade do estudante em pensar com radicalidade, os problemas apresentados pela cultura em que se vive. E) ...caracterizada pela descoberta, pela crítica ao óbvio, pela lógica formal do pensamento humano e pela radicalidade da proposta a ser assumida, enfim, pela reflexão individual ou coletiva.
44. Para serem compreendidos, é necessário que os textos filosóficos sejam interpretados. O processo de interpretação dos textos filosóficos dar-se-á, quando o aluno/intérprete I. abandonar essa primeira perspectiva e alcançar o texto em seu contexto específico. II. retornar às suas próprias demandas problemáticas. Em síntese, uma "exegese" do texto filosófico só é possível na perspectiva de uma mediação entre texto e contexto de seu intérprete. III. interpretar, de modo analítico, os pressupostos contidos no discurso, levando-o à crítica, possibilitando uma síntese entre o leitor/intérprete e autor. IV. favorecer uma troca de argumentos de um lado que contemplem o autor e de outro que considere a perspectiva axiológica do leitor/ intérprete. V. partir de seus conhecimentos, capacidades e contexto pessoal (biográfico, sócio-histórico etc.) Assinale a alternativa que apresenta a resposta INCORRETA. A) I e II B) III e IV. C) I e IV. D) II, III e V. E) II, IV e V. 45. Segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN), a base para a escolha de conteúdos do tema ética como tema transversal pode enfatizar os seguintes pontos: I. o núcleo moral de uma sociedade, ou seja, valores eleitos como necessários ao convívio entre os membros dessa sociedade. II. a prática e a convivência dos indivíduos em sociedade. III. o caráter democrático da sociedade brasileira. IV. considerar a justiça acima de tudo e de todos os cidadãos. V. o caráter abstrato dos valores abordados. Assinale a alternativa que apresenta os itens INCORRETOS. A) I e II. B) III e IV. C) I e IV. D) II, III e V. E) II e IV. 46. Para se apropriar mais completamente de toda a riqueza possível de um texto, o aluno tem que desenvolver alguns procedimentos analíticos e, ao fazê-lo, ele já precisa ir registrando, de algum modo, suas impressões, interpretações, observações parciais, até que consiga reconstruir a estrutura textual e efetuar as críticas que julga pertinentes (PCNs). A respeito desse procedimento, ou seja, da necessidade de que o aluno registre suas impressões sobre o texto filosófico a ser analisado, e elabore, por escrito, o que foi apropriado de modo reflexivo, é CORRETO afirmar. I. Constitui-se um processo em que se desenvolve a argumentação dos autores e aprende-se a encadeá-los, no sentido de estruturar uma justificação para suas críticas. II. Constitui uma situação de avaliação privilegiada, na medida em que pode tomar conhecimento da opinião do outro sobre sua produção, referir-se a algum padrão socialmente aceito, representado pela escola. III. Ao escrever, o aluno pode objetivar seus processos de compreensão e tomá-los como elementos de autoconstrução consciente.
IV. O desenvolvimento da competência da escrita é um aspecto secundário no desenvolvimento da personalidade e de um pensar reflexivo. V. Trata-se de desenvolver argumentações próprias e aprender a encadeá-las, no sentido de estruturar uma justificação para suas críticas. Assinale a alternativa que contém as afirmativas CORRETAS. A) I e II. B) III e IV. C) I e IV. D) II, III e V. E) II, IV e V. 47. O estudo da ética deve cuidar de conteúdos que toquem em alguma medida a sensibilidade da pessoa. Portanto, para que um indivíduo se incline a legitimar um determinado conjunto de regras, é necessário que o veja como traduzindo algo de bom para si. O auto-respeito, por ser um bem essencial, está presente nos projetos de bem-estar e de felicidade como parte integrante. Segundo os PCNs - Ética, o êxito na busca e construção do auto-respeito depende I. do interesse individual que leva à construção da consciência moral e ética. II. do êxito dos projetos de vida que cada pessoa determina para si. Seja qual for o projeto escolhido, o mínimo de êxito na sua execução é essencial ao auto-respeito. III. da esfera ética, entendida como busca da conduta aceitável na sociedade, que permitem, justamente, o êxito dos projetos de vida e o decorrente auto-respeito. IV. da esfera moral, pois é nesta esfera que cada um tem inclinação a legitimar os valores e as normas morais que permitam, justamente, o êxito dos projetos de vida e o decorrente auto-respeito. V. da imagem e do respeito que cada um tem de si mesmo, quanto referenciado, mesmo que em parte, por juízos que os outros o fazem dele. Assinale a alternativa que contém as afirmativas CORRETAS. A) Apenas I e II. B) Apenas III e IV. C) Apenas I e IV. D) Apenas II, III e V. E) Apenas II, IV e V. 48. A filosofia nasceu no espaço social, que constituiu a democracia grega, um espaço-praça (agora), criado em função do debate público acerca da vida comum. (PCN - Ensino Médio). Utilizando-se de uma praça ou de um espaço público como estratégia didática para o debate filosófico, o professor deverá assegurar que o I. aluno participe, em igualdade de condições, em qualquer debate, sistemático ou não, intra e/ou extra-escolar. II. aluno não mude de posição, quando estiver convencido de que a sua pode não ser necessariamente a melhor. III. professor, na medida do possível, possa manifestar-se, fazer opções, discutir possíveis encaminhamentos. IV. professor possa reorientar o seu curso em atendimento a demandas legítimas que se instalem durante o processo. V. debate propicie o desenvolvimento e o fortalecimento da capacidade individual de fazer sua própria voz ser ouvida na "assembléia", na medida em que o aluno possa aceitar
livremente suas regras e manifestar seus desacordos acerca de qualquer infração de regras do debate. Assinale a alternativa que contém as afirmativas CORRETAS. A) I, II, III e IV. B) III, IV e V. C) I, III, IV e V. D) II e III. E) I, II e V. 49. Após visita a diferentes ambientes pedagógicos de aprendizagem na escola, o professor e os alunos debatem sobre o processo de construção do conhecimento. Será possível afirmar a partir daí que o conceito filosófico do conhecimento refere-se-a um(a) I. relação que se estabelece entre um sujeito cognocente e o objeto a ser conhecido. II. produto da relação entre sujeito e objeto, que não pode ser transmitido. III. processo que implica numa relação de transformação, tanto do sujeito quanto do objeto. IV. produto da relação entre sujeito e objeto que pode ser transmitido. V. processo que não implica uma relação de transformação, mas, de interpretação do homem. Assinale a alternativa que contém as afirmativas CORRETAS. A) Apenas I, II e V. B) Apenas III e IV. C) Apenas I, II e IV. D) Apenas I, II e III. E) Apenas I, III, IV e V. 50. Em uma excursão didática ao centro do comércio do Recife, o professor orienta seus alunos para observarem, por um determinado tempo, as diversas pessoas que por ali circulam. Depois, solicita que produzam um texto filosófico a partir da questão: quem é o homem? No texto produzido, os alunos deverão apresentar abordagens ou dimensões do homem como I. ser histórico. II. ser religioso. III. ser que produz cultura. IV. ser de conhecimento. V. ser que se realiza pelo trabalho. Assinale a alternativa que contém os itens CORRETOS. A) Apenas I e II. B) Apenas III e IV. C) I, II, III, IV e V. D) Apenas II, III e V. E) Apenas I e V. 51. Lidamos diariamente com diversos conhecimentos. Alguns podem ser considerados conhecimentos concretos, outros, conhecimentos abstratos. I. Tomar o governador do Estado como exemplo de um conhecimento abstrato sobre o ser político. II. Tomar um aluno como exemplo de um conhecimento abstrato sobre o ser humano. III. Tomar um partido político como exemplo de um conhecimento concreto sobre o ser político. IV. Tomar o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso como exemplo de um conhecimento abstrato sobre o ser político.
V. Tomar o time do Sport como exemplo de conhecimento concreto sobre os times de futebol. As afirmativas expressam uma conexão metodológica de conhecimento concreto ou abstrato num contexto de exemplificação em sala de aula. Assinale a alternativa que traduz todas as afirmativas CORRETAS. A) Apenas I e II. B) Apenas III e IV. C) Apenas I, II, IV e V. D) Apenas II e III. E) Apenas III e V. 52. Numa situação de ensino-aprendizagem em que o professor pretende discutir a questão do conhecimento, focalizando-o como diferentes possibilidades de que o homem dispõe para entender o mundo, que procedimentos didáticos poderão ser utilizados para expressar melhor a diferença entre mito e filosofia? I. Partir de uma questão-pergunta e buscar respostas a partir do conhecimento mítico e do conhecimento filosófico. II. Destacar o critério de verdade que legitima o conhecimento mítico e, da mesma forma, destacar critérios que legitimam o conhecimento filosófico. III. A partir de uma exposição teórica, situar, no contexto histórico, a concepção mítica e a concepção filosófica. IV. A partir de uma exposição teórica, identificar o objeto de estudo do mito e da filosofia. V. Analisar os critérios de verdade para o conhecimento mítico e para a filosofia. Assinale a alternativa que contém os itens CORRETOS. A) Apenas I e II. B) Apenas III e IV. C) Apenas I, II e V. D) Apenas II e III. E) Apenas IV. ANULADA 53. Para entender as diferentes modalidades do conhecimento humano, o professor deverá expressar aos seus alunos as diferenças e características fundamentais de cada tipo de conhecimento, conceituando I. senso comum como conhecimento irracional, de pouca influência na formação de novos conhecimentos; II. ciência como um saber, que, na sua essência, procura desvendar a natureza a partir, principalmente, das relações entre causa e efeito. III. arte como um conhecimento que proporciona entender o mundo através da sensibilidade do artista. IV. filosofia como um saber que se propõe a oferecer um conhecimento, baseado na busca rigorosa da origem dos problemas, relacionando-os a outros aspectos da vida humana. V. mito como saber capaz de superar a subjetividade do homem frente ao desconhecido. Assinale a alternativa que contém as afirmativas CORRETAS. A) Apenas I e II. B) Apenas III e IV. C) Apenas I, II, III e IV. D) Apenas II e III. E) Apenas I e V. 54. Identifique qual dos contextos abaixo caracteriza um raciocínio lógico dedutivo.
A) Maria comprou uma bicicleta da marca "veloz", porque sua colega tinha uma bicicleta idêntica que era muito resistente, confortável. B) João escolheu estudar no colégio S. João Del Rey, já que todos seus colegas estudavam nesse colégio. C) Os eleitores votaram no presidente Lula, já que pertencem ao Partido dos Trabalhadores. D) Na minha rua, João gosta de futebol. E, ainda mais, André, Pedro, Mário, Wellington, José Antônio... Enfim, na minha rua, todos gostam de futebol! E) Ana Maria é título de uma música do cantor Santana, portanto Ana Maria é sucesso. 55. Identifique qual dos contextos abaixo caracteriza um raciocínio lógico dedutivo. A) João fumou a vida inteira e morreu sem ter nenhuma doença cancerígena. Logo eu posso continuar fumando, que também não terei nenhuma doença dessa natureza. B) André Vital e seu irmão escolheram a escola Internacional de Barreiros para estudar. Sua mãe que fez seus estudos nesta escola garante que ela é uma das melhores. C) Na minha rua, Vovô Tiago gosta de assistir a jogos pela televisão. E, ainda mais, André, Pedro, Mário, Wellington, José Antônio... Enfim, na minha rua, todos gostam de a assistir jogos pela televisão! D) A sra. Neuza Maria comprou uma lavadora de roupas da marca "veloz", porque sua colega tinha uma lavadora idêntica, que era muito resistente e confiável. E) Deus é bondoso, logo Ele existe! 56. Identifique qual dos contextos abaixo caracteriza um raciocínio lógico indutivo. A) O professor Alexandre Borba da Cruz defende a realização de um seminário, pois acredita que será a melhor forma de envolver todos. B) Após ter almoçado, todos os dias, durante um ano no restaurante "PAI VELHO", Antônio afirma que esse restaurante é de boa qualidade! C) Marina conheceu João, e ficou apaixonada por ele no mesmo dia. D) Célia não votou nessas eleições, afirmando que todos os candidatos "calçam 40" ou são iguais. E) Estes alunos votaram no presidente, já que pertencem ao seu partido. 57. Identifique qual dos contextos abaixo caracteriza um raciocínio por analogia. A) André não viajou para o Rio de Janeiro, temendo a violência que afetou seu primo na última temporada. B) Os pais da escola Moacir Chagas, no município de Vila Antiga - Minas Gerais, apostam no planejamento participativo da escola como forma de melhoria da educação dos seus filhos. C) Marina conheceu João e ficou apaixonada por ele no mesmo dia. D) Embora haja desemprego em todos os Estados Brasileiros, em Pernambuco o problema é ainda mais grave, afirmou o sindicalista Paulo de Jesus. E) Célia votou nessas eleições, mas afirmou que não confia nos políticos.
58. No seu livro A águia e a Galinha - Uma metáfora da Condição Humana, Leonardo Boff (2000) propõe uma reflexão acerca do arquétipo entre a águia e a galinha. Boff deseja expressar a situação humana no seu cotidiano e na vida global através da personagem galinha. Reflete a situação humana no seu cotidiano, no círculo de vida privada, nos afazeres domésticos, nos hábitos e tradições culturais. Será didaticamente CORRETO que a leitura desse texto objetive desenvolver, no aluno, a capacidade de I. compreender os elementos cognitivos, afetivos, sociais e culturais que constituem a identidade própria e a dos outros. II. desenvolver no aluno um olhar especificamente filosófico, investigativo, questionador da produção textual. III. aprender a respeitar a especificidade de cada estrutura discursiva e considerar, com igual cuidado, o registro ou o suporte textual específico em que essa estrutura se apresenta. IV. entrar na lógica discursiva filosófica e no domínio do discurso do autor em diferentes textos. V. discutir a ética em todas as suas dimensões como regra de conduta individual e coletiva. Assinale a alternativa que contém as afirmativas CORRETAS. A) Apenas I, II e III. B) Apenas I e II. C) Apenas III e IV. D) Apenas I, II, III e V. E) Apenas II. ANULADA 59. O professor traz para a sala de aula um exemplar de Jornal do dia e distribui com seus alunos para que todos tomem conhecimento dos principais questões ali abordadas. Para discutir a questão dos valores sociais, o professor poderá propor os seguintes procedimentos: I. buscar os principais valores implícitos defendidos pelo Jornal, a partir das fotografias. II. identificar os valores que estão sendo negados através das matérias/notícias do jornal. III. evidenciar que os Jornal são imparciais e, portanto, não defendem nenhum valor social especificamente. IV. comparar os valores do jornal com os valores da sociedade atual. V. classificar, numa escala de importância, os valores da sociedade atual a partir do Jornal. Assinale a alternativa que contém as afirmativas INCORRETAS. A) Apenas II e III. B) Apenas I, II e III. C) Apenas IV. D) Apenas I, II, IV e V. E) Apenas I, II e V. 60. A filosofia no Ensino Médio possui uma natureza transdisciplinar e pode cooperar decisivamente no trabalho de articulação dos diversos sistemas teóricos e conceptuais curriculares. A respeito do perfil profissional de quem deverá assumir a função do ensino da filosofia, que recomendações expressas fazem os Parâmetros Curriculares Nacionais? A) Que se pode dispensar a presença de um profissional da área, fazendo uso de outros profissionais de área afins, como as ciências humanas no qual a filosofia estar inserida. B) Que não se pode, de modo algum, dispensar a presença de um profissional da área, qualquer que seja a forma assumida
pela Escola para proporcionar a construção de competências de leitura e análise filosófica dos diversos textos em que o mundo é tornado significativo. C) Que o saber filosófico não é para o Ensino Médio um saber especializado, podendo ser tratado como tema transversal e, portanto, pode ser adequadamente tratado por um profissional de qualquer área. D) Que a presença de um profissional da área só será exigida, quando a forma assumida pela Escola dispuser da construção de competências filosóficas específicas e restritas a essa área do saber. E) Que, desde que a presença de um profissional da área seja solicitada pela Escola, ele deverá proporcionar a construção de competências específicas, como a reflexão crítica dos saberes difundidos pela mesma. 61. Os valores existem em todas as sociedades e culturas. É uma experiência fundamentalmente humana que se encontra no centro de toda escolha de vida. (ARANHA; MARTINS, 1998.) Será didaticamente CORRETO discutir a questão dos valores em sala de aula, afirmando que os valores são I. uma herança e, portanto, em parte, herdados da cultura da comunidade a que pertencemos. II. uma herança e, portanto, no seu todo, herdados da cultura da comunidade a que pertencemos. III. importantes e fundamentais para a sociedade, na medida em que servem para que a essa subsista e mantenha a sua integridade e o seu desenvolvimento. IV. determinantes das prioridades de cada sociedade. V. responsáveis e determinantes dos parâmetros da produção econômica dos diferentes povos. Assinale a alternativa que contém as afirmativas CORRETAS. A) Apenas I, II e V B) Apenas III e IV. C) Apenas I, III e IV. D) Apenas II e III. E) I, II, III, IV e V. 62. No processo de ensino/aprendizagem de filosofia, abordando a questão da ética, as atividades de avaliação deverão ter os seguintes objetivos: I. perceber e respeitar diferentes pontos de vista nas situações de convívio; II. usar o diálogo como instrumento de comunicação na produção coletiva de idéias e na busca de solução de problemas; III. conhecer diferentes concepções filosóficas em diferentes épocas; IV. sensibilizar para reflexão radical sobre os problemas humanos; V. provocar a participação em atividades de grupo com responsabilidade e colaboração. Assinale a alternativa que contém as afirmativas CORRETAS. A) Apenas II e III B) Apenas I, III e IV. C) Apenas I e IV. D) Apenas III e IV. E) Apenas I e II.
63. O professor solicita aos alunos que façam uma dissertação a partir do tema que aborda a liberdade humana. Sob a ótica conceitual, no texto a ser avaliado, deve ser observado: I. o modo como o aluno se expressou em relação à percepção do outro como impedimento a sua liberdade. II. a descrição em algum local do texto, da definição conceitual sobre a liberdade humana. III. a referência ao homem como um ser determinado na sociedade atual. IV. o modo como o aluno expressou sue pensar reflexivo sobre os aspectos históricos sobre a liberdade humana. V. a identificação no texto das condições da liberdade humana. Está(ão) INCORRETA(S) A) Apenas as afirmativas II e III. B) Apenas as afirmativas I, II, III e IV. C) Apenas as afirmativas I e IV. D) Apenas a afirmativas III, IV e V. E) Apenas a afirmativa IV. 64. O professor convida um político para participar de uma mesa redonda com os seus alunos, para de modo propositivo, discutir o conceito de política. Do ponto de vista didático, as principais questões a serem abordadas devem ser: I. quanto ganha de salário esse político, e o que faz dos seus vencimentos? II. quais seus projetos no futuro, quando deixar a vida pública? III. qual sua proposta para diminuir os índices de analfabetismo no país? IV. o que ele propõe para se estabelecer no país uma política de incentivo à produção de alimentos. V. solicitar ao político que apresente uma leitura da realidade social e, após, discutir com os alunos, a sua proposição. Qual das alternativas a seguir representa todas as afirmativas CORRETAS? A) Apenas as afirmativas II e III. B) Apenas as afirmativas I, II, III e IV. C) Apenas as afirmativas I e IV. D) Apenas as afirmativas III, IV e V. E) Apenas a afirmativa IV. 65. Em um determinado momento da história, a questão da política passou a ter um caráter científico. Para discutir em sala de aula este momento histórico do pensamento político, é coerente ao professor focalizar a seguinte abordagem teórica: I. discutir a prática política dos gregos em Atenas, enfatizando, sobretudo, a experiência democrática vivida por aquele povo. II. abordar a prática dos Sofistas, filósofos responsáveis pela elaboração teórica que legitima o ideal democrático da nova classe dos comerciantes. III. a proposta de cidade ideal pensada por Platão, em que os futuros governos são escolhidos entre os filósofos. IV. aborda a concepção de política a partir de Maquiavel, quando a política se desliga das questões filosóficas e da moral cristã, passando a requerer uma lógica de que é impossível governar sem o uso da violência. V. interroga as principais teorias que balizaram os regimes políticos da Grécia antiga até os nossos dias. Assinale a alternativa que contém as afirmativas CORRETAS. A) Apenas as afirmativas I e IV. B) Apenas as afirmativas I, II, III e V. C) Apenas a afirmativas II, III, IV e V.
D) Apenas as afirmativas III, IV e V. E) Todas as afirmativas estão incorretas. 66. Segundo os PCNs do Ensino Médio, os critérios de avaliação para o ensino da Ética serão referência tanto para o professor quanto para o aluno de modo a garantir a continuidade do trabalho. Assim sendo, no processo de avaliação desta temática, são objetivos do processo de avaliação: I. orientar o processo de reelaboração dos novos conteúdos do ensino. II. apontar os conceitos apreendidos pelos alunos e, ao mesmo tempo, apontar os aspectos que repercutem no seu comportamento ético em sociedade. III. balizar o trabalho do professor na criação de situações de aprendizagem que busquem, garantir aos alunos o desenvolvimento das capacidades necessárias à construção progressivista de conhecimento para uma atuação pautada em princípios da ética democrática. IV. informar o aluno sobre seus avanços, suas dificuldades e orientar os investimentos que ele deverá fazer no seu processo de aprendizagem. V. apontar os deveres a serem entendidos como índices de qualificação moral. Assinale a alternativa que contém as afirmações INCORRETAS. A) Apenas I e IV. B) Apenas I, II e V. C) Apenas II, III, IV e V. D) Apenas III, IV e V. E) I, II, III, IV e V. 67. As questões fundamentais da filosofia, desde os seus primórdios, estão ligadas aos grandes campos de interesse da humanidade. Assim, será um tema de interesse da filosofia a ser abordado em sala de aula I. a lógica, enquanto conhecimento das formas gerais e regras gerais do pensamento correto e verdadeiro. II. a epistemologia, enquanto estudo das deferentes modalidades e possibilidades do conhecimento humano. III. a filosofia política, enquanto estudo sobre a natureza do poder e da autoridade. IV. a linguagem, enquanto manifestação dos signos, significações oral e escrita. V. o Ceticismo enquanto forma de conhecer o mundo e suas contradições. Assinale a alternativa que contém as afirmações CORRETAS. A) Apenas I e IV. B) Apenas I, II e V. C) Apenas II, III, IV e V. D) Apenas III, IV e V. E) Apenas I, II, III e IV. 68. Inspirados na produção de Marx e Engels, os princípios básicos da dialética podem ser assim definidos: I. A realidade é concebida como sistema extraordinariamente complexo e interligado, no qual tudo o que existe está relacionado com tudo. II. A realidade não como um sistema estático e imutável, mas, inversamente, como um sistema aberto e dinâmico, em permanente movimentação.
III. A realidade é movimento, processo. IV. A realidade é concebida como sistema interligado, onde algumas aspectos existentes dentro dela estão em sintonia. V. A realidade é estática, portanto interligada. Assinale a alternativa que contém as afirmações INCORRETAS. A) Apenas IV e V. B) Apenas I, II e V. C) Apenas II, III, IV e V. D) Apenas III, IV e V. E) I, II, III, IV e V. 69. Na modernidade, a dialética foi retomada pelo filósofo Hegel. Assinale a alternativa que correspondente à concepção hegeliana de dialética. A) A dialética é um processo dinâmico que se manifesta em todo o universo e sua essência residiria na contradição que produz o movimento do mundo pelo choque das coisas contrárias. B) A dialética é dinâmica, manifesta-se em alguns aspectos do universo, e sua essência reside na polarização que produz o mundo. C) A dialética em Hegel é o método adotado para se entender a relação entre o bem o mal. D) A dialética afirma que cabe ao pensamento humano atingir a verdade objetiva e não a teoria sobre ela. E) A dialética, afirma Hegel, não é um método, mas, um conhecimento sobre verdade objetiva do homem sobre a natureza. 70. Faça a correlação entre o autor e seu pensamento: I. Martin Heidegger II. Albert Einstein III. Augusto Comte IV. Karl Marx V. Jean-Paul Sartre ( ) Não basta interpretar o mundo - é necessário transformá-lo. ( ) Realidade é algo que se move. ( ) Basta comparar as duas acepções do termo ordem, que significa, sempre ao mesmo tempo comando e arranjo. ( ) Ao afirmarmos que o homem se escolhe a si mesmo, queremos dizer que cada um de nós se escolhe, mas queremos dizer também que, escolhendo-se, ele escolhe a todos os homens. ( ) Somente na clara noite do nada da angústia, surge a originária abertura do ente, enquanto tal (...) Assinale a alternativa que contém a seqüência CORRETA. A) I, II, III, IV e V. B) II, III, IV, V e I. C) IV, III, V, I e II. D) IV, II, III, V e I. E) V, IV, I, II e III. 71. Um dos métodos utilizados por filósofos, como Sócrates e Platão, é a dialética. Numa exposição em sala de aula, seria correto caracterizar a dilética como I. a demonstração de uma tese a partir da análise crítica das contradições contidas no raciocínio do interlocutor. II. a busca da verdade por meio do raciocínio continuamente repetido por um interlocutor.
III. a busca da verdade por meio do choque de idéias, e do denvelamento das contradições de um raciocínio. IV. o método que concebe a realidade como algo extremamente estático, em permanente transformação. V. o método que concebe a realidade como algo extremamente dinâmico, em permanente transformação. Assinale a alternativa que contém as afirmações INCORRETAS. A) Apenas I e IV. B) Apenas I, II e V. C) Apenas II, III, IV e V. D) Apenas III, IV e V. E) Apenas II e IV. 72. No final do século IXX surgiram as chamadas Filosofias da Existência ou Corrente Existencialista. Numa exposição em sala de aula, seria CORRETO caracterizar o existencialismo como I. uma tendência filosófica, divergente em vários aspectos,que discute a existência humana como ponto final de suas reflexões. II. um conjunto de tendências filosóficas, embora divergentes em vários aspectos, que discutem a existência humana como ponto de partida e objeto fundamental de suas reflexões. III. Filosofias referentes à condição humana específica do homem como ser no mundo. IV. Filosofias referentes ao fim da humanidade e ao homem como ser no mundo. V. Filosofia que tem, nas suas concepções básicas, um traço comum, uma visão drástica acerca do destino do homem. Assinale a alternativa que contém as afirmações CORRETAS. A) Apenas II e IV. B) Apenas I, II e V. C) Apenas II, III, IV e V. D) Apenas III, IV e V. E) Apenas I e IV. 73. Immanuel Kant deixou uma grande contribuição para a filosofia, sobretudo no campo do problema do conhecimento humano. Numa exposição em sala de aula, seria correto caracterizar o pensamento kantiano sobre o conhecimento como I. o conhecimento é fundamentalmente concebido no campo empírico e se refere aos dados fornecidos pelos sentidos, isto é, que é posterior à experiência. II. o conhecimento empírico se refere aos dados fornecidos pelos sentidos, isto é, que é posterior à experiência. III. o conhecimento puro não depende de quaisquer dados dos sentidos, ou seja, é anterior a experiência. IV. o conhecimento puro depende de quaisquer dados dos sentidos, ou seja, é anterior a experiência. V. só o conhecimento puro conduz a juízos universais. Assinale a alternativa que contém as afirmações INCORRETAS. A) Apenas II e IV B) Apenas I, II e V. C) Apenas II, III, IV e V. D) Apenas III, IV e V. E) Apenas I e IV. 74. Ao tratar do tema liberdade como questão filosófica, podese focalizar diferentes concepções, abordagens e campos diferentes de exercício da liberdade. Didaticamente pode-se
discutir esse tema a partir das seguintes abordagens, campos e concepções. I. Não há como negar que o ser humano se acha preso a determinismos, por exemplo, tem um corpo sujeito a leis da física e da química. II. Conforme Augusto Comte, não somos livres, mas determinados pelo momento, pelo meio e pela raça. III. Temos que admitir que na atividade psíquica normal e cotidiana, através da qual entramos em contato com o mundo conhecendo-o e a ele efetivamente reagindo, atuam mecanismos da inteligência humana tais como memória, intervenção, intuição, abstração e assim por diante. IV. Além dos determinismos psicológicos, podemos acrescentar os culturais: ao nascer, encontramos um mundo já constituído e recebemos como herança a moral, a religião, a organização social. V. Tudo o que fazemos tem uma causa. Estamos sempre situados no tempo e no espaço. Assinale a alternativa que contém as afirmações CORRETAS. A) Apenas II e IV. B) Apenas I, II e V. C) Apenas II, III, IV e V. D) Apenas III, IV e V. E) I, II, III, IV e V. ANULADA 75. A questão da liberdade humana é um dos principais temas da filosofia moderna. Didaticamente, que tipos e conceitos de liberdades pode-se abordar acerca deste tema? I. A liberdade ética, que diz respeito ao sujeito moral, capaz de decidir com autonomia em relação a si mesmo e aos outros. II. A liberdade econômica, que diz respeito a uma atividade produtiva exercida com cuidado para que as relações de dependência entre as pessoas sejam de colaboração e não de competição. III. A liberdade jurídica, em que ninguém pode mais ser submetido à servidão e à escravidão, qualquer um deveria ter liberdade de locomoção, pensamento, agremiação e ação nos limites estabelecidos pela lei. IV. A liberdade política, que se expressa no espaço público ocupado pelo cidadão, como participante dos destinos da cidade. V. A liberdade que é alguma coisa dada, pois não resulta de um projeto de ação. Assinale a alternativa que contém as afirmações CORRETAS. A) Apenas II e IV. B) Apenas II. C) Apenas I. D) Apenas V. E) I, II, III, IV e V. 76. Dentre os períodos clássicos da filosofia, a cosmologia figura entre um dos mais importantes, sobretudo na filosofia grega. Numa exposição em sala de aula, seria CORRETO caracterizar este período em que a filosofia I. se preocupa de modo racional e sistemático sobre a origem, ordem e transformação da natureza. II. afirma que não existe criação do mundo, isto é, nega que o mundo tenha surgido do nada. III. afirma que não existe criação do mundo, isto é, nega que o mundo tenha surgido do nada, devendo o mundo ter sido transformado.
IV. não se deteve de modo racional e sistemático sobre a origem, ordem e transformação da natureza. V. apoiou a idéia de que a criação do mundo veio de Deus. Assinale a alternativa que contém as afirmações INCORRETAS. A) Apenas II e IV. B) Apenas I, II e V. C) Apenas II, III, IV e V. D) Apenas IV e V. E) Apenas I e IV. 77. O método mais utilizado na história da ciência é o indutivo. Dentre as suas características e natureza deste método, pode-se destacar: I. a indução que realiza um caminho contrário a dedução. II. a indução que serve para induzir novas idéias a partir de comparações. III. a indução que realiza um caminho igual a dedução. IV. com a indução, partimos dos casos particulares iguais ou semelhantes para buscarmos uma lei geral. V . com a indução podemos, a partir de leis gerais, afirmamos novas leis gerais. Assinale a alternativa que contém as afirmações CORRETAS. A) Apenas II e IV. B) Apenas I, II e V. C) Apenas I, IV e V. D) Apenas IV e V. E) Apenas I e IV. VERIFICAR – INFORMAÇÃO DÚBIA DO GABARITO FORNECIDO PELO SITE 78. Duas correntes do pensamento filosófico marcaram toda a história: Realismo e Idealismo. Para discutir em uma sala de aula, a natureza e as características de cada uma dessas correntes de pensamento, deve-se pontuar os aspectos em que I. o realismo refere-se à idéia de objetividade acerca da existência do espaço e do tempo. II. o realismo afirma a existência da razão pura. III. o idealismo afirma a existência da razão subjetiva. IV. o realismo afirma a existência da razão subjetiva. V. o idealismo afirma a existência da razão pura. Assinale a alternativa que contém as afirmações INCORRETAS. A) Apenas IV e V. B) Apenas I, II e V. C) Apenas II, III, IV e V. D) Apenas IV e V. E) Apenas I e IV. 79. Duas concepções sobre a arte predominam na história: a concepção pedagógica e a concepção da arte como expressão. Numa exposição em sala de aula, focalizando as funções e as finalidades da arte, sugere-se que o professor aborde esta temática, dando destaque I. à concepção pedagógica da arte fundamentada em Platão e Aristóteles. II. à iniciativa de Gottfried Wilhelm Leibniz, que coloca dança e música como disciplinas fundamentais na formação do corpo e da alma. III. à contribuição de Immanuel Kant, que afirma que a função mais alta da arte é produzir o sentimento do sublime.
IV. à perspectiva da arte como expressão, que afirma ser através da arte que se vê a visão, faz falar a linguagem, faz ouvir a audição e faz sentir as mãos e o corpo. V. à concepção pedagógica da arte como fundamentada em Friedrich Engels. Assinale a alternativa que contém as afirmações INCORRETAS. A) Apenas II e V. B) Apenas I, II e V. C) Apenas II, III, IV e V. D) Apenas IV e V. E) Apenas I e IV. 80. O professor de filosofia propõe aos seus alunos que assistam juntos ao documentário Os anos JK. Após assistir o documentário o professor inicia uma discussão e aborda o conceito e a função da arte. Será CORRETO caracterizar este documento, como uma obra I. pragmática, por querer aprender a respeito da realidade histórica e social do final dos anos 50 e início dos 60. II. naturalista, pois a arte não tinha intenção de mostrar o filme, como filme mas a realidade que ele mostrava. III. formalista, pois nele pode ser observada a linguagem cinematográfica e as possibilidades novas para o cinema. IV. de arte, que como outras, tem funções múltiplas, dependendo do interesse com que nos aproximamos dela. V. de arte informal, pois não se pode observar a linguagem cinematográfica. Assinale a alternativa que contém as afirmações CORRETAS. A) Apenas II e IV. B) Apenas I, II e V. C) Apenas II, III, IV e V. D) Apenas I, II e IV. E) Apenas I e IV.
Parece, então, que a idéia de uma conexão necessária entre os eventos surge de uma quantidade de situações similares, que decorrem da conjunção constante desses eventos. Tal idéia não pode nunca ser sugerida por qualquer dessas situações, inspecionada em cada posição e sob todas as abordagens possíveis. Mas não existe nada, em quantidade de situações, diferente de qualquer situação singular supostamente similar às outras; exceção feita apenas ao fato de, após uma repetição de situações similares, a mente ser levada pelo hábito a esperar, quando um evento aparece, aquilo que costuma acompanhá-lo, acreditando que esse acompanhamento vai acontecer. Por conseguinte, essa conexão que sentimos na mente, essa transição costumeira da imaginação de um objeto para aquilo que o acompanha usualmente, é o sentimento ou impressão a partir do qual formamos a idéia de força ou conexão necessária. Não se trata de nada além disso. David Hume. Investigação sobre o entendimento humano. Julgue os itens subseqüentes, tendo em vista o exposto no texto acima e a filosofia de David Hume. 51 - Pode-se falar de uma forte base racional na filosofia do conhecimento de David Hume.
52 - Pode-se falar de um a priori de base empírica, no que se refere ao conceito de causalidade, na filosofia do conhecimento de David Hume. 53 - Quando David Hume emprega o termo "mente" no texto acima, pode-se considerá-lo, em alguma medida, como um lugar, um espaço, de idéias e impressões. 54 - A citação acima não tem nenhuma relação com o conceito de causalidade de David Hume, pois as conexões necessárias referem-se a eventos passados apenas. ___________________________________________________ ______ Vi claramente que todas as coisas boas podem, entretanto, se corromper, e não se poderiam corromper se fossem sumamente boas, nem tampouco se não fossem boas. (...) Portanto, todas as coisas que existem são boas, e o mal que eu procurava não é uma substância, pois se fosse substância seria um bem. Santo Agostinho. As confissões. Julgue os itens a seguir, considerando o texto acima e a filosofia de Santo Agostinho. 55 - Se o mal não é uma substância, portanto, sob algum aspecto, a matéria é boa, segundo Santo Agostinho. 56 - Se o mal não é uma substância, o homem pode, em algum momento, praticar o mal sem se vincular à matéria, segundo Santo Agostinho, e, portanto, pecar. ___________________________________________________ _______ Tendo em vista a necessidade de se fundamentar o chamado juízo estético, julgue o item abaixo.
O fogo se transforma em todas as coisas e todas as coisas se transformam em fogo, assim como se trocam mercadorias por ouro e ouro por mercadorias. Heráclito de Efeso. Fragmentos. Necessário é dizer e pensar que só o ser é; pois o ser é, e o nada, ao contrário, nada é. Parmênides de Eléia. Poema - A duas vias. Julgue os itens que se seguem, tendo como referência as duas citações acima e o chamado período clássico da Filosofia. 62 - A afirmação de Heráclito evidencia a exclusiva preocupação desse filósofo com a mudança. 63 - É correto afirmar que, para os sofistas, o problema filosófico da verdade é importante. 64 - Pode-se afirmar que, para Parmênides, o Ser seria o elemento constituinte inclusive dos quatro elementos - terra, fogo, ar e água -, na medida em que a combinação destes determina a mudança. 65 - Para os pré-socráticos, há sempre a postulação de um elemento físico como sendo o constituinte das coisas do mundo. ___________________________________________________ ________ O imperativo categórico é pois um só, e, em verdade, este: age somente de acordo com aquela máxima, pela qual possas ao mesmo tempo querer que ela se torne uma lei universal. Immanuel Kant. Fundamentação da metafísica dos costumes.
Tendo como base a chamada implicação material, julgue os itens seguintes.
Ainda que todo o nosso conhecimento comece com a experiência, nem por isso todo ele origina-se da experiência. Pois poderia perfeitamente ocorrer que mesmo o nosso conhecimento de experiência seja um composto daquilo que recebemos mediante impressões sensíveis e daquilo que a nossa faculdade de conhecer (apenas ensejada por impressões sensíveis) produz a partir de si mesma, cujo acréscimo não distinguimos daquela matéria-prima antes que um longo exercício tenha chamado nossa atenção sobre isso e nos tornado aptos à sua abstração. Immanuel Kant. Crítica da razão pura.
58 - Se a proposição x é verdadeira e a proposição & é verdadeira, então x → & é falsa.
Julgue os itens seguintes, tendo como base os dois textos acima apresentados e a filosofia de Immanuel Kant.
59 - Se a proposição x é falsa e a proposição & é verdadeira, então x → & é verdadeira.
66 - O imperativo categórico possui uma fundamentação empírica segundo a filosofia kantiana.
60 - Se a proposição x é verdadeira e a proposição & é falsa, então x → & é falsa.
67 - É correto afirmar que o segundo texto de Kant expressa, em alguma medida, algum elemento externo, não subjetivo, na constituição do conhecimento.
57 - Kant se ocupou exclusivamente do problema do conhecimento, em detrimento da faculdade do sentimento e do juízo estético. ___________________________________________________ _______
61 - Se a proposição x é falsa e a proposição & é falsa, então x → & é falsa. ___________________________________________________ _____
68 - A solução de Kant para o problema do conhecimento envolve, em alguma medida, a estipulação de categorias para o entendimento. 69 - Pode-se conceber o sentido de transcendental em Kant como sendo a posteriori.
70 - A filosofia da Kant estipula a existência de juízos sintéticos a posteriori. ___________________________________________________ _____ Tendo a filosofia de René Descartes como referência, julgue os itens subseqüentes. 71 - A afirmação "eu penso, logo existo", enunciada por Descartes no livro Discurso do Método, é garantida logo no início da sua argumentação, pois é assumido que Deus existe e Ele é o criador de todas as coisas. 72 - O principal atributo do espírito é o pensamento; nesse sentido, a alma humana é substancialmente distinta do corpo. 73 - O mecanicismo cartesiano tem a extensão como um importante fundamento. ___________________________________________________ ______ As relações legais e as formas políticas não poderiam ser explicadas, seja por si mesmas, seja como provenientes do assim chamado desenvolvimento geral da mente humana; elas se originam das condições materiais da vida ou da totalidade que Hegel, seguindo o exemplo dos pensadores do século XVIII, engloba no termo sociedade civil. Karl Marx. Contribuição à crítica da economia política (com adaptações). Não é a vida que se determina pela consciência, mas a consciência que é determinada pela vida. Karl Marx. A ideologia alemã. Considerando os textos acima e as idéias filosóficas de Karl Marx, julgue os itens a seguir. 74 - As superestruturas jurídicas e políticas determinam univocamente as relações de produção. 75 - Assim como Hegel, Marx considera que a consciência determina univocamente as relações do homem com a sociedade. ___________________________________________________ ______ A Filosofia tem por objetivo a elucidação lógica dos pensamentos. A Filosofia não é um corpo doutrinal, mas uma atividade. Uma obra filosófica consiste essencialmente de elucidações. A Filosofia não resulta em proposições filosóficas, mas sim na elucidação de proposições. Sem a Filosofia, os pensamentos são por assim dizer nebulosos e indistintos; sua tarefa é torná-los claros e bem delimitados. Ludwig Wittgenstein. Tractatus logico-philosophicus. Considerando o texto acima e a filosofia da linguagem do século XX, julgue os itens que se seguem.
76 - Uma das possibilidades para abordar o pensamento filosófico é por meio da utilização da lógica, como, por exemplo, determinando a forma lógica da proposição. 77 - A crítica à Filosofia ocorre porque, em muitos casos, segundo Wittgenstein, as proposições da Filosofia são sem sentido, sendo, na verdade, pseudoproposições, que violam as regras da sintaxe lógica e nada dizem sobre o real. 78 - A adoção do conceito de subjetividade foi fundamental para o desenvolvimento da filosofia da linguagem do século XX. 79 - A filosofia da linguagem do século XX surge como uma alternativa de explicação de nossa relação com a realidade como relação de significado, daí a importância da semiótica no século passado. ___________________________________________________ ______ Considerando a filosofia de John Locke, julgue os itens seguintes. 80 - A filosofia de John Locke não admite idéias na mente, pois se trata de uma filosofia de base empirista. 81 - Se a mente é uma tábula rasa, segundo John Locke, então todo material do conhecimento deriva da experiência e, portanto, a mente é preenchida com os próprios objetos do mundo. 82 - É possível falar em uma fundamentação da moral em John Locke, mesmo que exista uma base empirista nessa filosofia. ___________________________________________________ ______ Há duas espécies de excelência: a intelectual e a moral. Em grande parte, a excelência intelectual deve tanto o seu nascimento quanto o seu desenvolvimento à instrução. Quanto à excelência moral, ela é o produto do hábito, razão pela qual seu nome é derivado, com uma ligeira variação, da palavra hábito. Aristóteles. Ética a Nicômaco (com adaptações). É suprema e superior às subsidiárias a ciência que sabe com que fim cada ação deve se realizar, fim que é o Bem em cada caso particular e, em geral, o Bem supremo de toda a natureza. Aristóteles. Metafísica. Considerando os textos acima e a filosofia do período clássico, julgue os itens a seguir. 83 - Se a virtude está vinculada ao hábito, então ela pode ser recordação, e, nesse aspecto, Aristóteles concorda com Platão. 84 - Se o Bem é identificado ao fim, então a causa final, segundo Aristóteles, pode ser o Bem de uma coisa, pois fim e causa final são sinônimos.
85 - Ato e potência são conceitos que definem o movimento e são úteis para a esfera sublunar e supralunar, embora se tenha apenas o movimento circular uniforme na região supralunar. 86 - Para Aristóteles, a causa final também é hábito, pois se dirige para um fim. ___________________________________________________ ______ A consciência-de-si é em si e para si quando e porque é em si e para uma Outra, quer dizer, só é como algo reconhecido. O Outro é também uma consciência-de-si; um indivíduo se confronta com outro indivíduo. Mediante essa experiência (...) se põem uma pura consciênciade-si e uma consciência que não é puramente para si, mas um outro (...). São essências ambos os momentos; porém, como de início são desiguais e opostos, e ainda não resultou sua reflexão na unidade, assim os dois momentos são como duas figuras opostas da consciência: uma, a consciência independente, para a qual o ser-para-si é a essência; outra, a consciência dependente, para a qual a essência é a vida, ou o ser para um Outro. Uma é o senhor, outra é o escravo. G. W. F Hegel. Fenomenologia do espírito. Tendo em vista o texto acima e a filosofia de Hegel, julgue os itens que se seguem.
___________________________________________________ ____ Aquele que ousa empreender a instituição de um povo deve sentir-se com capacidade para mudar a natureza humana, transformar cada indivíduo, que por si mesmo é um todo completo e solitário, em parte de um todo maior, do qual de certo modo este indivíduo recebe sua vida e seu ser; alterar a constituição do homem para fortificá-la; substituir a existência física e independente, que todos nós recebemos da natureza, por uma existência participativa e moral. Em uma palavra, é preciso que se destitua o homem de suas próprias forças para lhe dar outras, não próprias, das quais não possa fazer uso sem socorro alheio. Jean-Jacques Rousseau. Contrato social (com adaptações). Considerando o texto acima e a filosofia de Rousseau, julgue os seguintes itens. 95 - É correto dizer que o contrato social permite a efetivação de uma sociedade participativa, fundamentada na vontade individual. 96 - A educação desempenha um papel importante na formação do indivíduo socialmente participativo.
87 - Como há uma relação dialética, o senhor submete o escravo, mas é necessário que o escravo o reconheça como senhor.
97 - Rousseau defende uma filosofia na qual a sociedade busque preservar a liberdade natural do homem, ao mesmo tempo que garanta a segurança e o bem-estar da vida social. ___________________________________________________ ____
88 - A dialética do senhor e do escravo descreve uma relação simétrica entre duas consciências que se tratam como sujeito e objeto.
Com relação à filosofia de Platão, julgue os itens abaixo.
89 - O Espírito Absoluto manifesta-se, entre outros aspectos, por intermédio da arte e da Filosofia.
98 - A Alegoria da Caverna remete a dois momentos da atividade do filósofo: a ascese e a descese. 99 - A política tem grande importância na obra de Platão.
90 - Considerando o Espírito Absoluto e o momento em que se atinge o saber absoluto, ainda segundo a filosofia hegeliana, pode-se então falar no "fim da história". ___________________________________________________ ____ Com referência às cinco vias da prova da existência de Deus, segundo São Tomás de Aquino, julgue os itens a seguir.
100 - As formas são reais, materiais e temporalmente definidas. 101 - A alma, assim como as formas, constitui o Bem, pois vincula-se ao conhecimento. 102 - Conhecimento é recordação das formas. Portanto, o sensível não tem nenhuma importância nesse processo, pois as formas não se originam no sensível.
91 - A fundamentação dessa prova tem forte influência eleata. 92 - Uma das vias da prova da existência de Deus utiliza-se da causa eficiente; pode-se, então, falar, em algum sentido, em relação de causa e efeito, na cadeia de causas, até se atingir a causa primeira, Deus, que não tem causa. 93 - A quinta via leva em conta a finalidade das coisas. Nesse sentido, pode-se falar em causa final e, portanto, na influência platônica na obra de São Tomás. 94 - São Tomás considera o sensível como um dos pontos de partida para a demonstração da prova da existência de Deus.
103 - A educação dos cidadãos é importante, segundo a filosofia platônica. ___________________________________________________ ___ No que concerne à filosofia de Auguste Comte e à chamada filosofia positivista, julgue os itens subseqüentes. 104 - Há uma hierarquia nas ciências, que se inicia na Física e termina na Metafísica. 105 - A busca de leis é importante na filosofia positivista, incluindo a determinação de leis sociais.
___________________________________________________ ____ Do Caos nasceram o Érebo e a negra Noite; e da Noite, por sua vez, surgiu o Aither e o Dia, que ela concebeu e deu à luz depois de sua ligação amorosa com Érebo. E a Terra gerou primeiro Urano [céu] constelado, igual a ela própria, para a cobrir em toda a volta e para ser eternamente a morada segura dos deuses bem-aventurados. Hesíodo. Teogonia. A partir do texto acima e do chamado pensamento mítico, julgue os itens que se seguem. 106 - O pensamento mítico buscava explicar a origem do cosmo e do homem, sendo, portanto, classificado como filosofia. 107 - Os deuses eram, algumas vezes, considerados como os próprios constituintes do mundo, como a Terra, o Céu e o Ar. ___________________________________________________ ____ Esse momento foi extraordinário. Estava ali, imóvel e gelado, mergulhado em um êxtase horrível. Mas, no próprio âmago desse êxtase, algo de novo acabava de surgir; eu, compreendida a Náusea, possuí-a. A bem dizer, não me formulava minhas descobertas. Mas creio que agora me seria fácil colocá-las em palavras. O essencial é a contingência. O que quero dizer é que, por definição, a existência não é a necessidade. Jean Paul Sartre. A náusea. A partir do texto acima, julgue os itens seguintes, relativos à filosofia existencialista. 108 - Se "o essencial é a contingência", então há uma precedência da essência sobre a existência, pois a vida é contingente. 109 - A angústia e a liberdade são dois temas importantes na filosofia existencialista. ___________________________________________________ ______ Não exigirei que um sistema científico seja suscetível de ser dado como válido, de uma vez por todas, em sentido positivo; exigirei, porém, que sua forma lógica seja tal que se torne possível validá-lo por meio do recurso a provas empíricas, em sentido negativo: deve ser possível refutar, pela experiência, um sistema científico empírico. Karl Popper. A lógica da pesquisa científica (com adaptações). Uma vez encontrado um primeiro paradigma com o qual conceber a natureza, já não se pode mais falar em pesquisa sem qualquer paradigma. Rejeitar um paradigma sem simultaneamente substituí-lo por outro é rejeitar a própria ciência. Thomas Kuhn. A estrutura das revoluções científicas. A partir dos textos acima e da filosofia da ciência de Karl Popper e Thomas Kuhn, julgue os itens a seguir.
110 - Existe uma semelhança entre os critérios que caracterizam as mudanças dos sistemas científicos e teorias científicas, tomando como base as filosofias de Karl Popper e Thomas Kuhn. 111 - Segundo Thomas Kuhn, os paradigmas compõem a dinâmica da ciência, chegando mesmo, em alguma medida, a determiná-la. 112 - Segundo Karl Popper, as teorias científicas são sempre refutadas, por isso são científicas. ___________________________________________________ _____ Quanto à distribuição de bens e rendas, ela não deve ser necessariamente igualitária; deverá sempre ser de forma a dar a maior vantagem possível para todos, sendo que, ao mesmo tempo, as posições das autoridades e dos órgãos de comando devem ser acessíveis a todos, organizando-se as desigualdades socioeconômicas para que sejam obtidas vantagens para todos. John Rawls. A teoria da justiça (com adaptações). Tendo em vista o texto acima e a filosofia de John Rawls, julgue os itens que se seguem. 113 - A formulação acima, exposta por John Rawls, pode ser considerada como uma máxima que deva ser aceita por todos. 114 - A proposta de John Rawls pode admitir um contrato social para se alcançar uma distribuição mais igualitária de valores sociais. 115 - Assim como ocorre com outros contratualistas, as formulações de John Rawls são descrições do que ocorre na sociedade. ___________________________________________________ _____ O pensamento filosófico caracteriza-se pela circunstância de as incertezas com que ele se envolve se basearem em condições e objetivos de natureza social e geral, decorrentes de um conflito de interesses organizados e de exigências institucionais. Como o único meio de conseguir-se uma readaptação harmônica das tendências opostas é a modificação da atitude emocional e intelectual, consiste a Filosofia em uma formulação explícita dos vários interesses da vida e na proposta de pontos de vista e de métodos mediante os quais possa efetuar-se um melhor equilíbrio dos interesses. E uma vez que a educação é o processo por intermédio do qual se podem operar as transformações necessárias, não permanecendo estas como mera hipótese do que é desejável, conseguimos justificar a afirmação de que a Filosofia é a teoria da educação e esta a sua prática deliberadamente empreendida. John Dewey. Democracia e educação (com adaptações). Por meio das artes educativas, a Filosofia pode engendrar métodos para utilizar as energias dos seres humanos de acordo com as concepções sérias e profundas sobre a vida. A educação é o laboratório no qual as distinções filosóficas são concretizadas e postas à prova.
Idem, ibidem. Considerando os textos acima e a filosofia da educação de John Dewey, julgue os itens subseqüentes. 116 - O autor faz uma clara identificação entre Filosofia e teoria da educação. 117 - A definição apresentada pelo autor para Filosofia é suficientemente ampla para abranger todas as definições adotadas ao longo da história da Filosofia. 118 - A Filosofia pode ser vista como uma possível teoria da ação, pois o autor defende um fundamento pragmático da educação. 119 - O segundo texto sugere, pelo menos sob certos aspectos, uma abordagem empírica para a Filosofia. 120 - A Filosofia seria uma lógica da educação, pois o autor a identifica com uma teoria.
GABARITO: 51E 52E 53C 54E 55C 56C 57E 58E 59C 60C 61E 62E 63C 64E 65E 66E 67C 68C 69E 70C 71E 72C 73C 74E 75E 76C 77C 78E 79C 80E 81E 82C 83E 84C 85C 86E 87C 88E 89C 90C 91E 92C 93E 94C 95E 96C 97C 98* 99C 100E 101E 102E 103C 104E 105C 106E 107C 108E 109C 110E 111C 112E 113C 114C 115E 116C 117E 118C 119C 120E 21. Supondo que a fórmula p v q é verdadeira, indique qual das fórmulas seguintes é necessariamente verdadeira. a) p b) p ^ q c) ¬ ( p ^ q ) d) p ↔ ( p v q ) e) ¬ ( (¬ p ^ ¬ q ) ) 22. Existem diferentes maneiras, na linguagem ordinária, de exprimir negações, conjunções, disjunções, condicionais e bicondicionais. Tendo isto em vista, considere as seguintes sentenças: 1. A moralidade faz sentido caso exista o livre arbítrio. 2. Provar a existência de Deus é impossível. 3. Se algo é uma obra de arte, é criação de um artista e viceversa. 4. O conhecimento é matéria da filosofia, mas a fé também. 5. Quanto às referências obrigatórias sobre o princípio da separação dos poderes, as alternativas são Locke ou Montesquieu. 6. Uma condição necessária para a felicidade é a confiança no futuro. 7. Os conhecimentos práticos são ou imperativos, enquanto tais contrapostos aos conhecimentos teóricos, ou fundamentos para imperativos possíveis, enquanto tais contrapostos aos conhecimentos especulativos. Indique a alternativa correta. a) (1) e (7) exprimem condicionais. b) (2) exprime uma negação e (3) exprime uma disjunção.
c) (1) e (6) exprimem condicionais e (4) e (5) exprimem disjunções. d) (6) exprime um condicional e (5) e (7) exprimem disjunções. e) (2) exprime uma negação e (3) e (7) exprimem conjunções. 23. Vem, pois, e eu te direi - e tu, atenta para meu dito e leva-o contigo - os dois únicos caminhos de investigação em que se pode pensar. O primeiro, aquilo que é e que lhe é impossível não ser, é o caminho da convicção, pois a verdade é sua companheira. O outro, aquilo que não é e que precisa necessariamente não ser - esse, eu te digo, é uma trilha sobre a qual ninguém podem aprender. Pois não podes conhecer o que não é - isso é impossível - nem enunciá-lo, pois o que pode ser pensado e o que pode ser são o mesmo. Parmênides de Eléia, O Caminho da Verdade A partir do texto, considerando a filosofia de Parmênides, indique a alternativa correta. a) A identidade parmenídea entre pensamento e ser constitui um obstáculo à pensabilidade da mudança. b) Para Parmênides, para cada forma de ser existe uma quantidade infinita de não-seres. c) A relação entre ser e ser pensado, segundo Parmênides, é temporalmente estabelecida, de modo que depende das relações de anterioridade e posterioridade constitutivas de sua ontologia. d) O conhecimento do não-ser, para Parmênides, depende da convicção e da verdade que lhe é associada. e) A ontologia parmenídea estabelece uma distinção fundamental entre o enunciado do ser e a existência do ser. 24. A palavra "dor", por exemplo, deveria referir-se a certos tipos de comportamento, como o de gemer de dor, o contorcerse etc.; ou então ela se refere à disposição de, em certas circunstâncias definidas, demonstrar tais comportamentos. O mesmo se aplica a termos menos comodamente relacionáveis ao comportamento, como "pensamento" e "eu". Dizemos que uma pessoa pensa, quando ela realiza certas ações ditas racionais, ou quando temos razões para crer que pode realizálas; e isso deve ser o próprio pensamento. A palavra "eu", por sua vez, poderia referir-se a coisas como um corpo humano com certas características observáveis, a comportamentos desse corpo, a disposições comportamentais próprias desse corpo, as quais em circunstâncias adequadas se fariam observáveis, e nada mais. Pretender que palavras como "eu" e "pensamento" se refiram a mais do que isso seria (...) sinal de um preconceito subjetivista. Cláudio F. Costa. Ensaios Filosóficos Indique qual das teses abaixo é defendida no trecho acima. a) Diferentemente do que pensam os dualistas cartesianos, os acontecimentos mentais são meros epifenômenos. b) Os eventos mentais podem ser analisados em termos comportamentais. c) Os estados mentais são estados físicos do cérebro. d) Conhecemos os conteúdos de outras mentes por analogia com a nossa vida mental. e) Não podemos estabelecer uma conexão racional entre a nossa vida mental e o mundo físico. 25. (...) o homem moral, como o lógico e o artista, está realmente à procura da submissão. (...) O santo, como o pensador e o artista, já o disse nestas palavras: sinto-me mais em liberdade, disse São Paulo, precisamente quando sou mais escravo. Brand Blanshard. O Acaso a Favor do Determinismo
De acordo com o texto acima, indique a opção em que as duas asserções são verdadeiras, sendo a segunda uma justificação correta da primeira. a) O autor se refere ao sentido político, e não ao sentido metafísico da liberdade porque, no sentido metafísico, a liberdade não pode ser entendida como "submissão". b) O santo, o pensador e o artista são livres porque seguem um padrão determinado por um ideal impessoal. c) A submissão voluntária é entendida como liberdade porque liberta o sujeito do compromisso de, a cada momento, fazer escolhas. d) O artista é livre porque não está sujeito a regras. e) O homem moral, o lógico e o artista se sentem livres porque abrem mão do seu livre arbítrio voluntariamente. 26. As teses abaixo referem-se à primeira das Meditações de Filosofia Primeira de Descartes. I. O ponto de partida da primeira meditação é o princípio segundo o qual baseamos nossas crenças nos nossos sentidos. II. O método da dúvida adotado na primeira meditação consiste em analisar cada uma das nossas crenças e suspender o juízo a respeito de cada uma delas. III. O argumento cartesiano do sonho permite duvidar das nossas percepções dos objetos compostos, pois ele levanta a hipótese de que estes sejam construções da nossa imaginação. IV. No argumento do sonho, Descartes apresenta a hipótese de que a vida seja um sonho gigante do qual nunca acordaremos porque não haveria onde acordar. V. O argumento do deus enganador ou gênio maligno é a última etapa da dúvida cética da primeira meditação. Ele permite duvidar das verdades da matemática e da geometria que resistiram ao argumento do sonho. São verdadeiros apenas os itens a) I, II e III. b) I, III e IV. c) I, III e V. d) II, III e IV. e) II, IV e V. 27. Por matéria eu quero dizer aquilo que em si mesmo nem é uma coisa particular, nem uma certa quantidade (...) pelas quais o ser seria determinado. Pois há algo de que cada uma dessas coisas é predicado, cujo ser é diferente de cada um desses predicados (pois os outros predicados, que não a substância, são predicados da substância, ao passo que a substância é predicada da matéria). Logo, o substrato último não é em si mesmo nem uma coisa particular, nem uma quantidade particular nem positivamente caracterizada de outra maneira; nem, ainda, é a negação dessas coisas (...). Se adotamos esse ponto de vista, então, segue-se que a matéria é substância. Mas isso é impossível, pois tanto a separabilidade como a estialidade* devem pertencer principalmente à substância. E assim forma e composto de forma e matéria e não [somente] a matéria, seriam pensados como o ser da substância. Aristóteles, Metafísica [*estialidade: o estado de existência objetiva ou a realidade de um ser] A partir do texto, julgue os itens a seguir: I. A matéria é uma coisa particular que determina o ser, segundo Aristóteles.
II. Aquilo de que coisas particulares e quantidades são predicados não é diferente deles - coisas particulares e predicados. III. A substância é predicada da matéria, mas não se define somente como matéria, e sim como um composto de matéria e forma. IV. Forma e matéria são as duas substâncias que determinam a substância composta. V. Ainda que componha o ser substancial, a matéria não determina o ser substancial: a forma é o princípio de determinação do ser substancial. Está(ão) correto(s) apenas o(s) item(ns) a) I e II. b) IV. c) V. d) III e IV. e) III e V. 28. No simples intuito de explicar didaticamente sua observância da vida comum e sem nenhuma pretensão a uma esquematização exaustiva e rígida, o pirronismo antigo ressaltava quatro aspectos que caracterizam nossa prática cotidiana conforme o fenômeno: em primeiro lugar, sentimos, por assim dizer, a orientação da natureza, servindo-nos, espontaneamente, de nossos sentidos e de nosso intelecto; cedemos também, como não poderia deixar de ser, à necessidade das afecções e de nossos instintos; de um modo geral, nos conformamos à tradição das instituições e costumes, inseridos que estamos num contexto sociocultural; finalmente, adotamos os ensinamentos das artes desenvolvidas por nossa civilização e incorporadas ao cotidiano da vida em sociedade. Nosso uso da linguagem comum se amolda obviamente a todas essas dimensões do cotidiano em que estamos mergulhados e nos sinaliza a profundidade de nossa inserção nele. Osvaldo Porchat Pereira. Vida comum e ceticismo A partir do texto, no que se refere ao pirronismo, considere os itens a seguir: I. O cético não pode viver de acordo com a sua filosofia, pois, ao suspender o juízo sobre as aparências, deve permanecer completamente inativo. II. Para o pirronismo, o critério da orientação prática não é o juízo teórico, mas a aparência. III. Uma filosofia pode ser considerada dogmática na medida em que toma o fenômeno como critério teórico. IV. O pirronismo defende a aceitação passiva das instituições e dos costumes. V. No que se refere ao critério da orientação prática, o pirronismo se caracteriza pela negação das aparências. Estão corretos apenas os itens a) I e II. b) I e IV. c) II e III. d) III e IV. e) IV e V. 29. A primeira coisa que nos é dada é o fenômeno que, se estiver ligado a uma consciência, se chama percepção (...). Mas, porque todo fenômeno contém um diverso e, portanto, se encontram no espírito percepções diversas, disseminadas e isoladas, é necessária uma ligação entre elas, que elas não podem ter no próprio sentido. Há, pois, em nós uma faculdade
ativa da síntese deste diverso, que chamamos imaginação, e a sua ação, que se exerce imediatamente nas percepções, designo por apreensão. A imaginação deve, com efeito, reduzir a uma imagem o diverso da intuição; portanto, deve receber previamente as impressões na sua atividade, isto é, apreendê-las. Immanuel Kant. Crítica da Razão Pura Considerando o texto de Kant, julg ue os itens seguintes. I. A intuição, que corresponde à percepção, e a apreensão, que corresponde à síntese do diverso da intuição, são dois momentos distintos que estão na base de todo conhecimento empírico. II. Observar já é interpretar, neste sentido: ver algo é vê-lo como algo. III. O entendimento é, ele mesmo, uma faculdade de intuição, pois todo o conhecimento do entendimento é intuitivo. IV. A imaginação, faculdade não limitada apenas às reproduções, é um ingrediente da própria percepção. V. Um adulto e uma criança de dois meses podem apreender exatamente os mesmos dados sensíveis - mas enquanto o adulto vê, digamos, um microscópio, a criança pode não ver coisa alguma em particular. Estão corretos apenas os itens a) I, II e III. b) I, III e V. c) II, III e IV. d) II, IV e V. e) III, IV e V. 30. O que é, pois, que se conhecia deste pedaço de cera com tanta distinção? Certamente não pode ser nada de tudo o que notei nele por intermédio dos sentidos, visto que todas as coisas que se apresentavam ao paladar, ao olfato, ou à visão, ou ao tato, ou à audição encontram-se mudadas e, no entanto, a mesma cera permanece. Talvez fosse como eu penso atualmente, a saber, que a cera não era nem essa doçura do mel, nem esse agradável odor das flores, nem essa brancura, nem essa figura, nem esse som, mas somente um corpo que um pouco antes me aparecia sob certas formas e que agora se faz notar sob outras. Mas o que será, falando precisamente, que eu imagino quando a concebo desta maneira? René Descartes, Meditações Metafísicas A partir do texto, assinale a alternativa correta. a) O exemplo do pedaço de cera é um expediente utilizado por Descartes para introduzir um critério epistêmico estritamente racional e independente da sensibilidade. b) Descartes usa esse exemplo para pôr em xeque a concepção clássica de matéria. c) O exemplo do pedaço de cera evidencia que a sensibilidade tem uma função epistêmica necessária e suficiente na fundação do conhecimento científico. d) A inteligibilidade da mudança do pedaço de cera, para Descartes, não depende dos sentidos, porque estes estão em constante mutação. e) O exemplo do pedaço de cera é um expediente retórico que serve para introduzir a dúvida hiperbólica na economia das Meditações Metafísicas. 31. Diz-se que um Estado foi instituído quando uma multidão de homens concordam e pactuam, cada um com cada um dos outros, que a qualquer homem ou assembléia de homens a
quem seja atribuído pela maioria o direito de representar a pessoa de todos eles (ou seja, de ser seu representante), todos sem exceção, tanto os que votaram a favor dele como os que votaram contra ele, deverão autorizar todos os atos e decisões desse homem ou assembléia de homens, tal como se fossem seus próprios atos e decisões, a fim de viverem em paz uns com os outros e serem protegidos dos restantes homens. É desta instituição do Estado que derivam todos os direitos e faculdades daquele ou daqueles a quem o poder soberano é conferido mediante o consentimento do povo reunido. Thomas Hobbes, Leviatã A partir do texto, considere os itens seguintes. I. O direito natural hobbesiano conta com uma teoria do Estado como emanação: conseqüência natural da natureza humana. II. A multidão que institui o Estado não é obrigada a votar nos mesmos candidatos a governantes, mas a autorizar o candidato que obtiver maioria a exercer o poder sobre todos os membros da multidão. III. A autorização a um governante é garantia de uma comunidade de razão, voltada à maximização da felicidade geral. IV. O critério da universalidade da representação política e não a escolha pela maioria, segundo Hobbes, é condição para a autorização dos atos do poder político, seja ele um homem ou uma assembléia de homem. V. A paz e a proteção, não a felicidade e a fé na razão, justificam, para Hobbes, a autorização. Está(ão) correto(s) apenas o(s) item(ns) a) I. b) V. c) IV e V. d) II, III, IV. e) II e V. 32. Na deliberação, o último apetite ou aversão imediatamente anterior à ação ou à omissão desta é o que se chama vontade, o ato (não a faculdade) de querer. Os animais, dado que são capazes de deliberações, devem necessariamente ter também vontade. A definição da vontade vulgarmente dada pelas Escolas, como apetite racional, não é aceitável. Porque se assim fosse não poderia haver atos voluntários contra a razão. Thomas Hobbes, Leviatã Considere os itens a seguir. I. Para Hobbes, a vontade é necessariamente irracional. II. O tratamento hobbesiano da vontade privilegia o ato sobre a potência. III. O reconhecimento de que os animais têm vontade compromete Hobbes com a tese de que os animais têm direitos. IV. O apetite racional, para Hobbes, é o elemento determinante da ação. V. Atos voluntários contra a razão não são inteligíveis, segundo Hobbes, se a vontade é tratada como apetite racional. Está(ão) correto(s) apenas o(s) item(ns) a) II. b) I e II. c) II, III e IV. d) IV e V. e) II e V. 33. Se Deus é racional, não ordena o impossível; se Deus governa todos os acontecimentos por meio da sua providência,
pode garantir que não existam circunstâncias nas quais um homem se vê, sem culpa, confrontado com uma escolha entre atos proibidos. É claro que tais circunstâncias (com a cláusula "e não há saída" escrita na sua descrição) são suscetíveis de serem descritas de forma consistente; mas a providência divina assegura que não ocorrerão de fato. Peter Geach. Deus e a alma Pelas razões acima, Geach pretende justificar uma concepção I. religiosa da ética segundo a qual as regras morais não admitem exceções. II. utilitarista da ética, no sentido de que as regras morais têm um caráter universal. III. kantiana da ética segundo a qual as ações têm um valor moral intrínseco prima facie. IV. kantiana da ética, no sentido de que as regras morais têm um caráter absoluto. V. segundo a qual as ações têm um valor moral intrínseco, compatível com a concepção aristotélica da ética. Está(ão) correto(s) apenas o(s) item(ns) a) I e II. b) I e IV. c) I e II e IV. d) III e IV. e) III, IV e V. 34. A alienação do homem em relação ao homem aparece como conseqüência imediata do fato de que o homem se tornou estranho ao produto de seu trabalho, à sua atividade vital, ao seu ser genérico. E se homem se opõe a si mesmo ele também se opõe aos outros. O que é verdadeiro na relação do homem com seu trabalho, com o produto de seu trabalho e quanto a si mesmo, é verdadeiro na relação do homem com os outros, assim como quanto ao trabalho e ao objeto do trabalho dos outros. Karl Marx, Manuscritos Econômico-Filosóficos A partir do texto, tendo em vista a crítica marxista à economia política e o papel da teoria da alienação nessa crítica, considere os itens a seguir. I. A alienação é conseqüência imediata da natureza humana, que exige o trabalho para a sobrevivência. II. A vida prática, marcada pelo trabalho, determina a consciência do homem da sua condição, enquanto ser humano genérico, frente a si e frente aos outros homens. III. Segundo Marx, a guerra de todos contra todos é uma das conseqüências imediatas da natureza humana sob a alienação e isso é o que ele quer dizer com a noção de oposição. IV. A consciência do trabalho e do objeto de trabalho dos outros homens é independente da relação que o indivíduo tem com o seu trabalho. V. A alienação é conseqüência imediata do caráter alheio do produto de seu trabalho em relação ao que o indivíduo é enquanto ser humano que não se define exclusivamente como agente econômico. Está(ão) correto(s) apenas o(s) item(ns) a) I. b) II e V. c) III. d) III, IV e V. e) II.
35. O Estado é a realidade efetiva da Idéia ética - o espírito ético enquanto vontade substancial, revelada, clara a si mesma, que se pensa e se sabe, que executa o que sabe e à medida em que o sabe. Ele tem sua existência imediata nos costumes, sua existência mediada na consciência de si, no saber e na atividade do indivíduo, assim como, por sua convicção, o indivíduo possui sua liberdade substancial nele [Estado], que é sua essência, seu fim e o produto de sua atividade. G.W.F. Hegel, Filosofia do Direito A partir do texto, indique a alternativa correta. a) O Estado hegeliano é uma estrutura dogmática, que realiza sua vontade a despeito das consciências e sobre elas. b) O Estado é o único fim e o que determina aquilo que os indivíduos são, segundo Hegel. c) Ser a realidade efetiva da idéia ética significa ser aquilo que de ético há nos costumes e nas consciências que se sabem parte de uma totalidade que os ultrapassa e determina. d) A liberdade do indivíduo independe dessa estrutura abstrata que funciona apenas como instrumento de controle de suas mentes. e) Segundo Hegel, o Estado é o proprietário da força de trabalho dos homens. 36. Mas, se é preciso chamar "paz" a escravidão, a barbárie e a deserção, não há algo mais miserável para os homens do que a paz. Sem dúvida há entre pais e filhos maior número de conflitos e com mais intensidade que entre senhores e escravos; contudo, não é do interesse da economia doméstica mudar o direito paternal de modo a tornar as crianças escravos. Transferir todo o poder a um só homem é, portanto, ir em direção não da paz, mas da escravidão: a paz, com efeito, (...) não consiste na ausência de guerra, mas na união dos corações, quer dizer, na concórdia. Baruch Spinoza, Tratado Político A partir do texto, considere os itens a seguir. I. Para Spinoza, a paz universal é condição necessária e suficiente para a delegação do poder político a um governante capaz de assegurar a vida em sociedade. II. O poder político, segundo Spinoza, deve, antes de tudo, garantir a paz, ou seja, impedir a guerra de todos contra todos. III. A liberdade, a justiça e a não-violência são os ideais reguladores de uma sociedade de concórdia, segundo Spinoza. IV. A paz de uma sociedade não se define pela ausência de conflitos, mas pela ausência da escravidão, da barbárie e da subjugação a um poder transferido a um só indivíduo. V. A paz não se define pela ausência de conflitos, mas pelo acordo racional de todos, pactuado segundo regras racionais estabelecidas a priori. Está(ão) correto(s) apenas o(s) item(ns) a) I, II e V. b) I, IV e V. c) III e IV. d) IV. e) V.
26. É comum explicar o nascimento da filosofia cronologicamente,dando destaque a seu início entre os gregos antigos. Para um aluno iniciante, isso muitas vezes faz pensar que se trata de uma disciplina sem atualidade. Porém, Aristóteles, na abertura da sua Metafísica, faz uma afirmação
que pode sugerir que o pensamento filosófico possui uma origem não cronológica. Segundo ele: A) Todos os homens, por natureza, experimentam a dúvida. B) Todos os homens, por natureza, tendem ao saber. C) Todos os homens, por natureza, são criadores. D) Todos os homens, por natureza, buscam um método. E) Todos os homens, por natureza, odeiam as sensações.
C) "conjunções o todo e o não todo, o convergente e o divergente, o consoante e o dissoante, e de todas as coisas um e de um todas as coisas" D) "o espírito sempre é, também agora deveras onde são também as outras (coisas) todas" E) "tudo que é conhecido tem número; pois nada é possível pensar ou conhecer sem ele"
27. Muitas vezes, somos surpreendidos pela compreensão "naturalista" que os primeiros pensadores da escola jônica tiveram da realidade. Tales de Mileto dizia que "tudo é água". Essa atitude, que pode parecer mitológica ou científica, possibilitou, segundo Hegel nas suas Preleções sobre a História da Filosofia, o nascimento do pensamento filosófico porque aí começa: A) uma compreensão natural da natureza B) uma interpretação objetiva da realidade C) uma aproximação do ente imediato D) uma aproximação da percepção sensível E) um distanciamento da percepção sensível
31. Por conta de sua atuação junto aos jovens gregos, Sócrates passou à história como possível modelo de educador. Seu método dialético procurava questionar as teses que eram apresentadas pelo interlocutor. Seu objetivo, com isso, era: A) Passar seu saber ao interlocutor, contribuindo para a sua formação de acordo com a filosofia. B) Explicitar a insustentabilidade da objetividade de toda e qualquer tese, mostrando que "o homem é a medida de todas as coisas". C) Purificar o interlocutor das opiniões falsas que ele tinha, abrindo caminho para que se chegasse à verdade. D) Extinguir as teses frágeis e incorretas do interlocutor, provando que a verdade é relativa. E) Contribuir para a subversão da ordem social estabelecida, o que o levaria a ser condenado à morte.
28. Mesmo com todas as suas diferenças em relação a Hegel, Nietzsche também reconhece Tales de Mileto como o primeiro filósofo, justamente por ele ter dito que a água é a origem de todas as coisas. Para Nietzsche, em A filosofia na época trágica dos gregos, é preciso levar tal afirmação a sério, pois ela: A) dá uma explicação imanente para o ser; o faz sem imagem ou fabulação; e contém o pensamento "tudo é um" B) dá uma explicação imanente para o ser; o faz por meio da poesia; e contém o pensamento "tudo é um" C) enuncia algo sobre a origem das coisas; o faz sem imagem ou fabulação; e contém o pensamento "tudo é um" D) enuncia algo sobre a origem das coisas; o faz sem imagem ou fabulação; e contém o pensamento "tudo é físico" E) enuncia algo sobre a origem das coisas; o faz sem imagem ou fabulação; e contém o pensamento "tudo é múltiplo" 29. "O ser é tão pouco como o não-ser; o devir é e também não é. As determinações absolutamente opostas estão ligadas numa unidade; nela temos o ser e também o não-ser. Dela faz parte não apenas o surgir, mas também o desaparecer; ambos não são para si, mas são idênticos". Nesta passagem de suas Preleções sobre a história da filosofia, Hegel está citando e comentando o pensamento pré-socrático de: A) Tales de Mileto B) Anaxágoras de Clazômenas C) Empédocles de Agrigento D) Heráclito de Éfeso E) Parmênides de Eléia 30. Nietzsche considera que Parmênides "animou aquela divisão completamente errônea entre corpo e espírito que, especialmente desde Platão, pesa sobre a filosofia como uma maldição". Isso, contudo, é já uma conseqüência da tese central de Parmênides, pois ele foi o pensador pré-socrático que escreveu que: A) "como nossa alma, que é ar, soberanamente nos mantém unidos, assim também todo o cosmo sopro e ar o mantém" B) "necessário é o dizer e pensar que (o) ente é; pois é ser, e nada não é; isto eu te mando considerar"
32. Na sua República, Platão expõe, no Livro VII, a famosa "alegoria da caverna". Sócrates, personagem central do diálogo, busca com ela fornecer a Glauco, seu interlocutor, uma imagem do que dissera antes. Para ele, a saída do prisioneiro da caverna é "a ascensão da alma para a região do inteligível". No limite extremo desta região encontra-se a idéia suprema, comparada ao sol. Ela precisa ser contemplada por quem quiser: A) agir com sabedoria exclusivamente na vida pública B) agir com sabedoria exclusivamente na vida particular C) agir com sabedoria tanto na vida pública como na particular D) abdicar de agir em prol da dedicação ao pensamento puro E) deixar de agir apenas na vida privada em prol da ação política 33. Platão foi o maior responsável pela imagem perpetuada até hoje dos sofistas. No Livro X de sua República, é sugerida uma aproximação entre eles e os artistas, já que ambos dão "a impressão de poder fazer tudo". Neste contexto, Platão afirma que, quando encontramos alguém assim, devemos: A) louvá-lo, pois pode ser um gênio B) elogiá-lo, por conta de sua versatilidade C) fugir, pois pode ser demoníaco D) desconfiar, pois pode ser um charlatão E) testá-lo, para ver se de fato faz tudo 34. Platão reconhece, no Livro X de sua República, o poder que possui a poesia sobre os homens. Seus efeitos poderiam influenciar pesadamente nossas emoções. Segundo ele, nesse contexto, a poesia é, sobretudo, capaz de: A) estragar as pessoas sérias B) corromper o espírito do filósofo C) sublimar os maus sentimentos D) edificar o homem moralmente E) estimular a parte superior da alma 35. Platão classifica, no Livro X da sua República, os pintores como imitadores. Mas isso ainda é pouco, pois ele diz mais.
Platão esclarece o que os pintores imitam. Segundo ele, os pintores imitam: A) a realidade B) a natureza C) os conceitos D) a aparência E) a verdade 36. Na sua Metafísica, Aristóteles afirma que a sabedoria é ciência sobre certos princípios e certas causas. Ele busca examinar, então, as concepções que temos do sábio. Para ele, dentre as ciências, a de mais alta sabedoria é aquela que é escolhida: A) por conta dos resultados que produz B) por si e unicamente em vista do saber C) por possuir valor político D) por conter orientação prática E) por ficar dentro dos limites das sensações 37. De acordo com a leitura da Ética a Nicômaco, podese dizer que o elemento central da ética aristotélica é a felicidade, que consiste na atividade da alma segundo a virtude. Para Aristóteles, a virtude encontra-se: A) no meio-termo, no equilíbrio B) na pureza, na ingenuidade C) no amor, no coração D) nas emoções, nos sentimentos E) no ascetismo, na frieza 38. Na primeira de suas Meditações Metafísicas, René Descartes coloca em marcha seu método dubitativo. Na sua filosofia, o objetivo último de tal procedimento era: A) mostrar que não podemos confiar em nada B) evidenciar que os sentidos nos enganam C) estabelecer a incerteza como espírito filosófico D) alcançar uma verdade primeira que fosse segura E) demonstrar que a razão não desvenda os mistérios das coisas 39. Uma passagem dos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) para o Ensino Médio ensina: "Graças a uma história de pelo menos 2.500 anos, a Filosofia acumulou um vastíssimo corpo de conhecimentos, constituindo-se num dos maiores conjuntos bibliográficos de um único gênero. Esse conjunto poderia ser apresentado, simplificadamente, como uma moeda, que possui duas faces: uma refere-se às diversas dimensões sobre as quais a elaboração filosófica se produz, como, por exemplo, a natureza, a arte, a linguagem, a moral, o conhecimento etc; a outra refere-se às diversas perspectivas filosóficas em que essas dimensões são abordadas, os diferentes sistemas, diferentes tradições e correntes em Filosofia". Esta segunda face da moeda poderia parecer exterior ao filosofar propriamente dito, porém, ela pode ser experimentada no interior dos próprios textos filosóficos. No início da quarta parte do Discurso do método, por exemplo, Descartes indica a sua relação com certa escola de pensamento que desejava superar. Segundo ele, a verdade "eu penso, logo existo" era tão firme e certa que não poderia ser abalada nem pelas mais extravagantes suposições dos: A) racionalistas B) realistas C) idealistas
D) deterministas E) céticos 40. Na abertura do Discurso do Método, Descartes, incisivamente, afirma aquilo que, para ele, é a coisa do mundo melhor partilhada. Para ele, esta coisa é: A) a fé B) a ignorância C) o bom senso D) a dúvida E) a certeza 41. Francis Bacon, Thomas Hobbes, John Locke, George Berkeley e David Hume são alguns dos mais importantes nomes da tradição empirista, corrente filosófica desenvolvida especialmente na Inglaterra e nos países de língua inglesa. No pensamento de Hume, é fundamental sua conclusão sobre o que se pode chamar de "identidade pessoal". Para ele, o "eu" é definido como: A) feixe de percepções B) folha em branco C) substância pensante D) sujeito transcendental E) espírito absoluto 42. David Hume dedicou grande parte de seu trabalho filosófico à investigação acerca do entendimento humano, especialmente no que diz respeito às relações entre idéias e impressões, isto é, sensações. Para ele: A) as idéias são fracas e obscuras; enquanto as impressões, isto é, sensações, são fortes e vivas B) as idéias são fracas e obscuras; bem como as impressões, isto é, sensações, que também são fracas e obscuras C) as idéias são fortes e vivas; enquanto as impressões, isto é, sensações, são fracas e obscuras D) as idéias são fortes e vivas; bem como as impressões, isto é, sensações, que também são fortes e vivas E) as idéias são às vezes fracas e obscuras, às vezes fortes e vivas; bem como as impressões, isto é, sensações, que também são às vezes fracas e obscuras, às vezes são fortes e vivas 43. Kant encontra-se em um momento decisivo da história da filosofia moderna. Esse momento fica evidente quando ele admite, no prefácio para a segunda edição da Crítica da razão pura, duas opções que poderia seguir seu pensamento: aceitar que os conceitos se regulam pelo objeto ou supor que os objetos se regulam pelos conceitos. Sua decisão por um desses dois caminhos é apoiada no que ele pensa ser a própria experiência. Para Kant: A) A experiência não é um modo de conhecimento que requer entendimento, cuja regra teria que pressupor a priori em mim ainda antes de me serem dados objetos e que seria expressa em conceitos a priori. B) A experiência é um modo de conhecimento que requer entendimento, cuja regra não tenho que pressupor a priori em mim ainda antes de me serem dados objetos e que é expressa em conceitos a posteriori. C) A experiência é um modo de conhecimento que requer entendimento, cuja regra tenho que pressupor a posteriori em mim só depois de me serem dados objetos e que é expressa em conceitos a priori.
D) A experiência é um modo de conhecimento que requer entendimento, cuja regra tenho que pressupor a priori em mim ainda antes de me serem dados objetos e que é expressa em conceitos a posteriori. E) A experiência é um modo de conhecimento que requer entendimento, cuja regra tenho que pressupor a priori em mim ainda antes de me serem dados objetos e que é expressa em conceitos a priori. 44. Kant afirma, a certa altura do prefácio para a segunda edição da Crítica da razão pura, que pretende escrever um tratado do método, e não um sistema da ciência em si. Seu objetivo, contudo, não era tão humilde quanto pode parecer, pois ele pretendia fazer o método até então usado na metafísica passar por uma "completa revolução". Esta revolução está relacionada ao fato de Kant afirmar que: A) No conhecimento a priori não se pode acrescentar aos objetos nada a não ser o que o objeto pensado oferece por si mesmo. B) No conhecimento a priori não se pode acrescentar aos objetos nada a não ser o que o sujeito pensante não retira de si mesmo. C) No conhecimento a priori não se pode acrescentar aos objetos nada a não ser o que o sujeito pensante retira de si mesmo. D) No conhecimento a priori não se pode acrescentar aos sujeitos nada a não ser o que o objeto pensado oferece por si mesmo. E) No conhecimento a posteriori não se pode acrescentar aos objetos nada a não ser o que o sujeito pensante retira de si mesmo. 45. Não é incomum, na história da filosofia, encontrar a tematização, na forma de um embate, da relação entre o conhecimento e a crença. Kant também toma posição a esse respeito. Em famosa frase sobre o assunto, na Crítica da razão pura, ele afirma que precisou: A) suprimir a fé para obter lugar para o saber B) suprimir o saber para obter lugar para a fé C) suprimir a fé e o saber para obter lugar para a moral D) suprimir a moral para obter lugar para a fé e para o saber E) obter lugar conjunto para a fé e para o saber 46. Para a filosofia de Kant, o conhecimento da razão pode ser referido de dois modos a seu objeto. No prefácio para a segunda edição da Crítica da razão pura, ele então explica que há: A) o modo teórico, visando apenas refletir sobre o objeto e seu conceito; e o modo prático, visando apenas determiná-lo B) o modo teórico, visando apenas determinar o objeto e seu conceito; e o modo prático, visando apenas refletir sobre ele C) o modo teórico, visando realizar ou tornar real o objeto e seu conceito; e o modo prático, visando apenas determiná-lo D) o modo teórico, visando apenas determinar o objeto e seu conceito; e o modo prático, visando também realizá-lo ou tornálo real E) o modo teórico, visando apenas determinar o objeto e seu conceito; e o modo estético, visando também realizá-lo ou torná-lo real 47. Em Para a crítica da economia política, de 1859, Karl Marx antecipou, em grande parte, as linhas-mestras do que viria a ser
sua mais famosa obra, O Capital. Pode-se ler já ali, por exemplo, que: A) O processo em geral da vida social condiciona o modo de produção da vida material. B) O modo de produção da vida material e o processo em geral da vida social não possuem relação de condicionamento. C) O modo de produção da vida material e o processo em geral da vida social se condicionam mutuamente. D) O modo de produção da vida material não condiciona o processo em geral da vida social. E) O modo de produção da vida material condiciona o processo em geral da vida social. 48. No século XX, muitos movimentos políticos importantes tiveram em Marx sua grande inspiração. De fato, o próprio Marx fala, em Para a crítica da economia política, de "uma época de revolução social". Para ele, contudo: A) Não se pode julgar uma época de transformação a partir de sua própria consciência. B) Só se pode julgar uma época de transformação a partir de sua própria consciência. C) Não se pode julgar uma época de transformação a partir de quaisquer critérios existentes. D) Só se pode julgar uma época de transformação a partir da vontade dos homens que nela vivem. E) Só se pode julgar uma época de transformação a partir da capacidade de seus líderes políticos. 49. Nietzsche empreendeu uma Genealogia da moral, com a qual desejou mostrar que os valores da tradição judaico-cristã eram basicamente niilistas. No prólogo do livro, Nietzsche enuncia sua nova exigência, segundo a qual: A) Será preciso descobrir a verdade dos valores morais. B) O próprio valor dos valores morais deverá ser questionado. C) A vontade de vingança deverá operar contra a metafísica. D) Os fracos deverão ser protegidos da vontade dos fortes. E) A vontade de saber deverá prevalecer sobre todas as outras. 50. Na terceira dissertação da Genealogia da moral, tem lugar uma análise da arte, na qual Nietzsche ataca a compreensão ascética que dela tem certa tradição estética dentro da filosofia. Neste momento, Nietzsche condena, sobretudo, a concepção estética de origem: A) platônica B) aristotélica C) kantiana D) schilleriana E) hegeliana 51. Martin Heidegger abre seu tratado Ser e Tempo, de 1927, com uma citação de Platão, do diálogo O Sofista, na qual podese ler: "pois é evidente que de há muito sabeis o que propriamente quereis designar quando empregais a expressão ? ente?. Outrora, também nós julgávamos saber, agora, porém, caímos em aporia". Esta citação prepara o terreno para que Heidegger lance a tese inicial de sua obra, que consiste em afirmar que: A) Hoje temos uma resposta para a pergunta sobre o que queremos dizer com a palavra "ente". B) Hoje também estamos em aporia por não compreendermos a expressão "ser".
C) Hoje também estamos em aporia por não compreendermos a expressão "ente". D) Hoje a questão do ser, que é evocada pela "metafísica", não está mais trivializada. E) Hoje a questão do ser, que é evocada pela "metafísica", caiu no esquecimento. 52. Heidegger explica, na introdução de Ser e Tempo, aquilo que chama de método de investigação que pretende utilizar na sua obra. Este método ou "modo de tratar" sua questão é: A) dedutivo B) indutivo C) ontológico D) fenomenológico E) existencialista 53. No final da introdução de Ser e Tempo, Heidegger adverte o leitor "quanto à inadequação e falta de beleza do estilo das análises que se seguirão". É que, explica, "uma coisa é fazer um relatório narrativo sobre os entes, outra coisa é apreender o ente em seu ser". Para esta última tarefa, diz ele, faltam, na maioria das vezes: A) as palavras e a gramática B) a estrutura e a conjuntura C) a filosofia e a poesia D) a história e o destino E) o método e o procedimento 54. Em seus escritos, Adorno criticou vigorosamente o que chamava de "indústria cultural". No âmbito da Escola de Frankfurt, não foi privilégio seu investigar as transformações de arte diante das inovações técnicas do mundo moderno. Walter Benjamin, por exemplo, considerava o cinema e a fotografia fundamentais para compreender a estética na sua época. Para ele, tanto um quanto outra indicavam uma importante mudança de ênfase naquilo que é a obra de arte, passando ela: A) do valor de exposição para o valor de culto B) do valor de culto para o valor de exposição C) do valor de uso para o valor de troca D) do valor de troca para o valor de uso E) do valor de uso para o valor de exposição 55. Para o crítico Walter Benjamin, a situação da arte no século XX experimentou uma radical transformação, que ele tenta indicar no famoso ensaio "A obra de arte na época de suas técnicas de reprodução". No final deste texto, Benjamin afirma que a humanidade tornou-se espetáculo para si mesma: "tornouse suficientemente estranha a si mesma, a fim de conseguir viver a sua própria destruição, como um gozo estético". Isso, para ele, acontecia: A) na politização da arte, como a pratica o comunismo B) na politização da arte, como a pratica o fascismo C) na autonomia da arte, como a pratica o liberalismo D) na estetização da política, como a pratica o comunismo E) na estetização da política, como a pratica o fascismo 56. Benjamin, no ensaio "O narrador", refletiu sobre a condição da experiência na modernidade. Ele comenta, aí, a situação da forma literária do romance. Para ele, o surgimento do romance é: A) o último sintoma do lento desaparecimento da narrativa
B) o indício mais remoto do processo que termina no declínio da narrativa C) a possibilidade de salvação da narrativa na modernidade D) a perpetuação moderna da natureza da tradição oral antiga E) uma forma nova, especificamente moderna, de narrativa 57. Jean-Paul Sartre foi uma das figuras mais famosas e controvertidas da filosofia no século XX. No núcleo de seu pensamento, esteve o problema da liberdade, especialmente tematizada no texto "O existencialismo é um humanismo", de 1946. Nele, Sartre considera a questão da má-fé, que estaria em todo homem: A) que se refugia na desculpa que inventa um determinismo B) que possui intenções dolosas frente aos outros C) cujo caráter está centrado na falsidade, não na verdade D) que age com segundas intenções em relação àquilo que faz E) que encara a moral como a arte, enquanto criação e invenção 58. Albert Camus escreveu, no século XX, um belo texto intitulado "O mito de Sísifo". Ele recupera a história grega de que "os deuses tinham condenado Sísifo a empurrar sem descanso um rochedo até o cume de uma montanha, de onde a pedra caía de novo, em conseqüência do seu peso". Em uma forte descrição, Camus fala do "esforço de um corpo tenso, que se esforça por erguer a enorme pedra, rolá-la e ajudá-la a levar a cabo uma subida cem vezes recomeçada; vê-se o rosto crispado, a face colada à pedra, o socorro de um ombro que recebe o choque dessa massa coberta de barro, de um pé que a escora, os braços de novo empurram, a segurança bem humana de duas mãos cheias de terra". Na interpretação de Camus, este mito é trágico porque o herói é consciente, sabe de toda a extensão de sua miséria, embora isso seja também a sua vitória. No fim da interpretação, pode-se ler que é preciso imaginar Sísifo: A) angustiado B) revoltado C) culpado D) feliz E) recompensado 59. Na entrevista "Vontade e poder", publicada em Microfísica do poder, Michel Foucault explicou sua resistência à incorporação, no seu pensamento, do conceito de "ideologia", oriundo do marxismo. Para ele, a noção de ideologia é dificilmente utilizável porque: A) está sempre em oposição virtual a alguma coisa que seria a verdade; refere-se necessariamente a alguma coisa como o sujeito; e está em posição primária com relação a alguma coisa que deve funcionar para ela como superestrutura ou determinação econômica, material B) está sempre em oposição virtual a alguma coisa que seria a verdade; refere-se necessariamente a alguma coisa como o sujeito; e está em posição primária com relação a alguma coisa que deve funcionar para ela como superestrutura ou determinação cultural, artística C) está sempre em oposição virtual a alguma coisa que seria a verdade; refere-se necessariamente a alguma coisa como o sujeito; e está em posição secundária com relação a alguma coisa que deve funcionar para ela como infra-estrutura ou determinação econômica, material D) está sempre em oposição virtual a alguma coisa que seria a verdade; refere-se necessariamente a alguma coisa como o
objeto; e está em posição secundária com relação a alguma coisa que deve funcionar para ela como infra-estrutura ou determinação econômica, material E) está sempre em posição virtual de alguma coisa que seria a verdade; refere-se necessariamente a alguma coisa como o sujeito; e está em posição primária com relação a alguma coisa que deve funcionar para ela como superestrutura ou determinação cultural, artística 60. Nos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) para o Ensino Médio, a natureza reflexiva é definida como a especificidade em que consiste a atividade filosófica. Esta definição é enriquecida, logo a seguir, quando lê-se que "o conceito de reflexão, em geral, abarca duas dimensões distintas que freqüentemente se confundem". Essas dimensões são: A) a da propedêutica e a da definição B) a da metodologia e a da especulação C) a da análise e a da síntese D) a da epistemologia e a da ontologia E) a da reconstrução e a da crítica 21. Até agora se supôs que todo nosso conhecimento deveria regular-se pelos objetos; porém, todas as tentativas de estabelecer algo "a priori" sobre ele, através de conceitos, por meio dos quais nosso conhecimento seria ampliado, fracassaram sob essa pressuposição. Por isso, tente-se ver uma vez se não progredimos melhor nas tarefas da Metafísica, admitindo que os objetos devam regular-se pelo nosso conhecimento (...). O texto acima (A) ilustra de modo exemplar a ruptura do cartesianismo com a filosofia escolástica. (B) resume o ideal de conhecimento professado pelos empiristas britânicos. (C) resume a chamada "revolução copernicana" de Kant que serviu de orientação para a crítica da razão. (D) apresenta o ideal platônico de conhecimento ao propor que a filosofia se volte para os objetos do mundo intelígivel. (E) apresenta a orientação fenomenológica proposta por Edmund Husserl.
(B) civil mediante um pacto que transfere todo direito natural dos indivíduos a um soberano. (C) liberal que assegure o direito à propriedade privada e às liberdades do indivíduo. (D) pautado por valores democráticos, no plano político, e pelo mercado, no econômico. (E) fundado no despotismo esclarecido e nos ideais iluministas. 24. Na Inglaterra e na França, o Iluminismo começa demolindo a velha forma do conhecimento filosófico: os sistemas metafísicos. Ele perdeu a fé no "espírito de sistema". Ele vê nesse espírito não a força, mas um obstáculo à razão filosófica. Mas ao renunciar, e mesmo ao opor-se diretamente, ao "espírito de sistemas" a filosofia do Iluminismo de modo algum abre mão do "espírito sistemático" (...). Ernst Cassirer No trecho acima, Ernst Cassirer assinala a posição dos iluministas diante dos sistemas metafísicos do século XVII. Segundo sua interpretação, é correto afirmar que (A) o Iluminismo foi um movimento filosófico que recusou todo e qualquer pensamento sistemático. (B) os iluministas franceses recusavam o pensamento sistemático, mas os ingleses o admitiam. (C) os iluministas ingleses recusavam o pensamento sistemático, mas os franceses o admitiam. (D) o Iluminismo considera o "espírito sistemático" como um entrave à atividade do filósofo. (E) é necessário distinguir entre "espírito de sistema" e "espírito sistemático" para compreender a crítica do Iluminismo à metafísica clássica.
22. O filósofo empirista David Hume celebrizou-se por sua crítica à concepção clássica da causalidade. Qual das afirmações abaixo resume a posição desse filósofo acerca da relação de causa e efeito? (A) A causalidade é inteiramente estéril para o conhecimento dos objetos da experiência. (B) A causalidade indica uma ligação essencial, pois o ser do efeito está contido em potência no ser da causa. (C) A causalidade é dada a priori para o entendimento humano. (D) A causalidade é uma relação externa aos objetos, tributária do hábito e da repetição de seqüências observáveis na experiência. (E) A causalidade é inteiramente desprovida de validade no quadro conceitual do ceticismo humiano.
25. Há já algum tempo me apercebi de que, desde meus primeiros anos, recebera muitas opiniões falsas como verdadeiras, e de que aquilo que depois eu fundei em princípios tão mal assegurados, não podia ser senão mui duvidoso e incerto; de modo que me era necessário tentar seriamente, uma vez em minha vida, desfazer-me de todas as opiniões a que até então dera crédito, e começar tudo novamente desde os fundamentos se quisesse estabelecer algo de firme e de constante nas ciências. Descartes A partir desse texto que abre as Meditações Metafísicas de Descartes, é correto afirmar que (A) a filosofia cartesiana toma como ponto de partida a dúvida metódica e só admite como verdadeiro o conhecimento que a ela for capaz de resistir. (B) o cartesianismo é uma modalidade moderna da filosofia cética, já que nega a evidência de todo o conhecimento que o precedeu. (C) a filosofia de Descartes não é capaz de demonstrar a verdade das teses que propõe, já que desde o início se pauta pela dúvida. (D) o cartesianismo tem aspirações modestas e recusa a possibilidade de fundar um conhecimento certo e indubitável. (E) a filosofia de Descartes pretende passar todo conhecimento pelo crivo da dúvida apenas para assegurar a veracidade da tradição metafísica que a precedeu.
23. Thomas Hobbes é conhecido por sua descrição do estado de natureza como um estado de guerra de todos os homens contra todos os homens. Para superar essa condição inicial de insegurança Hobbes propõe a instituição de um Estado (A) pautado por um ideal de isonomia e igualdade social.
26. O homem é a medida de todas as coisas. Das coisas que são o que são e das coisas que não são o que não são. A frase acima é atribuída a Protágoras, um dos mais celébres sofistas. A partir dela deve-se inferir que um dos traços distintivos de sua filosofia é o
(A) positivismo. (B) relativismo. (C) dogmatismo. (D) humanismo. (E) niilismo. 27. Nas práticas arcaicas, o discurso não constata o real, ele performativamente o faz ser. (...) No discurso "racional" diz-se que as coisas são tais; logo, diz-se a verdade: subordina-se a verdade ao real que ela enuncia. (...) A passagem às práticas racionais de veridicidade pode, portanto, ser descrita como uma inversão: da autoridade do mestre como abonador da realidade daquilo que ele fala à autoridade da realidade como abonadora da veridicidade do que diz o locutor. No texto supracitado, Francis Wolff aponta uma das várias diferenças fundamentais entre o discurso racional e o discurso arcaico ou mítico. A partir dele, é correto dizer que no discurso (A) racional a verdade e a realidade estão subordinadas a seu enunciador. (B) mítico a verdade impõe-se a partir da realidade das coisas, a despeito do mestre que o profere. (C) racional a verdade depende de práticas rituais que instituem a própria realidade. (D) racional a realidade é instituída performativamente pelo elocutor. (E) racional a verdade é subordinada à realidade das coisas que se busca descrever. 28. Descartes acreditava "nada saber" em física se não obtivesse o equivalente de uma certeza matemática. Nesse ponto, Locke toma Descartes ao pé da letra: estando estabelecido que uma tal certeza, na física, está fora de alcance, dela não podemos saber nada, propriamente falando. Essa resignação é o suficiente para mostrar que, muito embora a evidência demonstrativa não possa ser transferida para questões de fato, ela pode continuar desempenhando o papel de escala de apreciação. Gérard Lebrun Com base na comparação entre Locke e Descartes feita por Lebrun, é correto afirmar: (A) Apesar de empirista, Locke mantém a posição cartesiana que situa na demonstração matemática o modelo do conhecimento por excelência. (B) Ao reconhecer que a demonstração matemática não tem lugar na física, Locke rompe com o quadro epistemológico de Descartes. (C) A demonstração matemática não encontra lugar no quadro epistemológico desenhado por Locke, pois ela é destituída de fundamento empírico. (D) A física moderna, em vez da matemática, é que fornece o modelo de conhecimento tanto para o empirismo de Locke quanto para o racionalismo de Descartes, pois nela combinamse a demonstração matemática e a testabilidade empírica. (E) Por ter compreendido Descartes de forma literal, Locke empreendeu uma crítica superficial ao cartesianismo, limitada à mera recusa das idéias inatas. 29. Berkeley está persuadido de juntar-se à certeza dos homens ao declarar que a palavra "ser" tem dois sentidos diferentes e dois sentidos apenas: o de "perceber" e o de "ser percebido". Dizer que um espírito existe é dizer que ele percebe (e também,
acrescenta Berkeley, que ele quer e age). Dizer que uma coisa existe é dizer que ela é percebida. A idéia metafísica de um ser material situado por trás do objeto e, por essa razão, inacessível deve, portanto, ser rejeitada inteiramente. Ferdinand Alquié Segundo o texto de Alquié, é correto afirmar: (A) A ontologia de Berkeley o leva ao ceticismo, já que nega a existência da matéria e a validade das idéias gerais e abstratas. (B) As duas definições propostas por Berkeley implicam a recusa da noção metafísica de matéria e da filosofia da representação. (C) Para Berkeley, todo espírito percebe alguma coisa e, portanto, é forçoso admitir a existência da matéria. (D) Berkeley concede um estatuto problemático à existência dos objetos da percepção, pois, para ele, o referente de nossas percepções é sempre indeterminável. (E) A ontologia de Berkeley o inscreve na filosofia da representação, pois nossas percepções devem sempre corresponder a algo existente fora da mente. 30. Como Nietzsche indica na Genealogia da Moral, ainda que os sentimentos de "dever" e de "obrigação pessoal" tenham se originado nas mais antigas relações entre os indivíduos, as relações entre comprador e vendedor, eles foram concentrados e monopolizados no dever e na obrigação a Deus. Desde então, quanto mais se exponencia a idéia de Deus, tanto maior será, proporcionalmente, o sentimento de dever e de obrigação em relação a ele. (...) Sendo assim, pode-se prever que o triunfo completo e definitivo do ateísmo libertaria a humanidade de todo sentimento de obrigação em relação à sua origem. Desde então, é por um único e mesmo movimento que se obtém o eclipse do "tu deves" e a emancipação do "eu quero" (...). Carlos A. R. de Moura A partir do texto supracitado, é correto afirmar que o ateísmo de Nietzsche (A) é apenas um corolário de sua análise da moral, não desempenhando nenhum papel central em sua filosofia. (B) visa apenas a desconstruir a idéia de dever, sem realmente preocupar-se com a crítica à idéia de Deus. (C) antecipa o marxismo, uma vez que, nele, a gênese do dever moral é situada nas relações entre comprador e vendedor. (D) não implica uma mudança completa da moral, pois fica intacto o estatuto positivo para o dever. (E) desempenha um papel estruturante em sua filosofia, uma vez que ele é um requisito para a emancipação da vontade. 31. Iniciando o estudo da percepção, encontramos na linguagem a noção de sensação, que parece imediata e clara: eu sinto o vermelho, o azul, o quente, o frio. (...) A sensação pura será a experiência de um "choque" indiferenciado, instantâneo e pontual. Não é necessário mostrar, já que os autores concordam com isso, que essa noção não corresponde a nada de que tenhamos experiência, que as mais simples percepções de fato que conhecemos, em animais como o macaco e a galinha, versam sobre relações e não sobre termos absolutos. Maurice Merleau-Ponty O trecho acima resume as linhas gerais da análise que o fenomenólogo Merlau-Ponty faz da percepção e, mais especificamente, da noção de "sensação", cara à filosofia moderna. A partir dele é correto inferir que:
(A) Merleau-Ponty retoma integralmente a noção moderna de sensação adaptando-a sutilmente ao quadro conceitual da fenomenologia. (B) Merleau-Ponty nega a noção moderna de sensação, pois, para ele, não há percepção "pura" e toda a percepção inclui a apreensão de relações. (C) Para Merleau-Ponty a noção de sensação dos modernos é apenas um erro de linguagem sem maiores conseqüências. (D) Para Merlau-Ponty a percepção tem início com impressões sensíveis puras, desconectadas e sem relações umas com as outras. (E) Para Merleau-Ponty nossas sensações são dadas isoladamente à percepção e as relações entre elas são estabelecidas a posteriori pela imaginação e pela fantasia. 32. E ainda que esteja decidido a falar aqui muito de figuras e números, porque não se podem pedir a nenhuma das outras disciplinas exemplos tão evidentes e tão certos, quem, no entanto, prestar atenção à minha idéia aperceber-se-á facilmente de que estou a pensar nada menos do que nas matemáticas vulgares e que exponho outra disciplina de que elas são mais roupagem do que partes. Esta disciplina deve conter efetivamente os primeiros rudimentos da razão humana e se estender para fazer brotar verdades a respeito de qualquer assunto. René Descartes A passagem acima refere-se a mathesis universalis que Descartes pretendia fundar e que influenciou intensamente o racionalismo moderno. A partir do mesmo texto, é correto afirmar que a disciplina a que Descartes se refere (A) é aplicável apenas aos objetos da matemática, como grandezas numéricas e figuras geométricas. (B) é a somatória dos métodos e resultados da aritmética e da geometria. (C) tem escopo bastante restrito, limitando-se apenas a objetos que podem ser traduzidos em números. (D) tem escopo de validade irrestrito, estendendo-se a todos os objetos da razão humana. (E) deriva suas proposições da observação, da experimentação e da generalização por indução. 33. Desta maneira, a evolução não é uma simples eclosão, sem esforço e sem luta, como a da vida orgânica, mas o trabalho duro e persistente sobre si mesmo. Por outro lado, não é uma evolução no sentido formal do termo, mas a produção de um fim com um determinado conteúdo. Este fim, definimo-lo desde o início: é o Espírito tal como ele é na sua essência, o conceito de liberdade. É correto afirmar que o texto acima é um claro exemplo de uma filosofia (A) da história teleológica e idealista. (B) da história materialista e dialética. (C) da história fenomenológica e existencialista. (D) política fundada no jusnaturalismo contratualista. (E) política moderna e liberal. 34. Julgamos conhecer cientificamente cada coisa, de modo absoluto e não, à maneira sofística, por acidente, quando julgamos conhecer a causa pela qual a coisa é, que ela é sua causa e que não pode essa coisa ser de outra maneira. Aristóteles
Dada essa definição de ciência que Aristóteles nos fornece nos Segundos Analíticos, é correto afirmar que, para ele, o conhecimento científico é sempre relativo (A) à opinião. (B) ao contingente. (C) ao necessário. (D) à moral. (E) às matemáticas. 35. Segundo Kuhn, um campo científico é criado quando métodos, tecnologias, formas de observação e experimentação, conceitos e demonstrações formam um todo sistemático, uma teoria que permite o conhecimento de inúmeros fenômenos. A teoria se torna um modelo de conhecimento ou um paradigma científico. Uma revolução acontece quando o cientista descobre que os paradigmas disponíveis não conseguem explicar um fenômeno ou fato novo, sendo necessário produzir um novo paradigma (...). Marilena Chauí A passagem acima descreve a teoria do filósofo da ciência Thomas Kuhn que procura explicar os movimentos de transformação pelos quais passam as diversas ciências. A partir dele, devemos inferir que Kuhn é partidário (A) da tese segundo a qual a ciência progride e evolui constante e continuamente ao longo de sua história. (B) da tese segundo a qual as grandes transformações científicas resultam de rupturas radicais com quadros conceituais e procedimentos previamente existentes. (C) da tese segundo a qual a história da ciência é um continuum, no qual cada nova teoria pode ser considerada como um desdobramento lógico das precedentes. (D) da tese segundo a qual o essencial para o progresso da ciência é o desenvolvimento de métodos e a aquisição de novas tecnologias que tornem a observação mais precisa. (E) do positivismo, pois considera a ciência como um conjunto de conhecimentos testáveis empiricamente que progride cumulativamente ao longo da história. 36. O contratualismo esteve entre as posições dominantes da filosofia política moderna. A idéia de um contrato social que assegure a instituição de um estado liberal é característica de (A) Maquiavel. (B) Hobbes. (C) Hume. (D) Descartes. (E) Locke. 37. Nossa época é propriamente a época da crítica, à qual tudo tem de submeter-se. A religião, por sua santidade, e a legislação, por sua majestade, querem comumente esquivar-se dela. Mas desse modo suscitam justa suspeita contra si e não podem ter pretensões àquele respeito sem disfarce que a razão somente outorga àquilo que foi capaz de sustentar seu exame livre e público. Immanuel Kant O texto acima resume bem o espírito inquiridor do Século das Luzes. Com base em sua leitura, é correto afirmar: (A) O Iluminismo submete toda instituição, saber e crença à crítica racional, mas preserva intacta a religião.
(B) O Iluminismo submete todo conhecimento e todas as instituições a um exame livre e público, mas deixa intocada a legislação. (C) Para o Iluminismo apenas a legislação e a religião são dignos de um exame crítico detido. (D) Para o Iluminismo nenhum objeto deve escapar a um exame crítico, livre e público realizado pela razão. (E) O Iluminismo, em sua crítica irrestrita à religião e à legislação, leva ao ateísmo e antecipa posições do anarquismo. 38. Nossa fé não é adquirida por nós, é um presente puro dado pela liberalidade de outrem. Não foi pelo raciocínio ou pelo entendimento que recebemos nossa religião, mas por autoridade e comando externos. A fraqueza de nosso juízo nos ajuda mais nesse sentido que sua força, e nossa cegueira mais do que a clareza de nossa visão. É pelo intermédio de nossa ignorância, mais do que de nosso conhecimento que aprendemos esta sabedoria divina. Montaigne O texto de Montaigne sintetiza uma das posições mais presentes nos debates acerca da religião ocorridos na Europa do XVI. Trata-se (A) de uma forma de ateísmo que reúne provas da inexistência da divindade a partir da constatação das fraquezas e limitações do entendimento humano. (B) do ceticismo puro e simples que parte da constatação da fraqueza de nossas faculdades para afirmar a necessidade de suspendermos o juízo acerca de todos os objetos da razão. (C) do fideísmo, uma forma de validar a fé e a revelação religiosa a partir da constatação das limitações e fraquezas do entendimento humano. (D) do teísmo que recolhe, na ordem da natureza e na estrutura de nossas faculdades, elementos que sirvam como prova da existência de Deus. (E) de uma exposição pura e simples da ortodoxia cristã baseada unicamente na revelação e na autoridade da Igreja. 39. Correndo por todos os lados a fim de instruir, encontrei discípulos de Platão. - "Vinde conosco", disseram-me, "Estais no melhor dos mundos. Ultrapassamos nosso mestre: em sua época havia apenas cinco mundos possíveis, porque só havia cinco corpos regulares, mas atualmente, como há uma infinidade de universos possíveis, Deus escolheu o melhor."(...) Nesse momento, porém, sentindo-me atormentado por cálculos na bixiga, e sofrendo dores insuportáveis, os cidadãos do melhor dos mundos conduziram-me ao hospital vizinho. Durante o caminho, dois dos bem-aventurados habitantes foram aprisionados por criaturas semelhantes a eles. Foram postos a ferros: um, por algumas dívidas, outro, por uma simples suspeita. Não sei se fui conduzido ao melhor dos hospitais possíveis, mas fui amontoado com dois ou três mil miseráveis que sofriam como eu. Voltaire O texto acima, extraído de O Filósofo Ignorante, abre a crítica de Voltaire à filosofia de Leibniz que se estenderá por mais um capítulo da obra. Nele, a tese de que esse é o melhor dos mundos possíveis é contradita através (A) da comparação irônica com Platão e da exposição dos males do mundo que atingem a todos, inclusive os defensores da filosofia de Leibniz.
(B) do recenseamento dos diversos argumentos levantados contra Leibniz ao longo dos séculos XVII e XVIII. (C) de argumentos céticos que demonstram o dogmatismo e a arbitrariedade das teses do racionalismo leibniziano. (D) de um retorno deliberado às doutrinas da ortodoxia católica por meio de um evidente fideísmo expresso nas opiniões do narrador. (E) da demonstração formal da impossibilidade lógica dos pressupostos metafísicos da doutrina de Leibniz, bem como da condenação de suas conseqüências morais. 40. No século XVIII, para o ateísmo dos filósofos, suprimese a noção de Deus, mas não a idéia de que a essência precede a existência. O existencialismo ateu, que eu represento, é mais coerente. Declara ele que há pelo menos um ser no qual a existência precede a essência, um ser que existe antes de poder ser definido por qualquer conceito, e que este ser é o homem (...). É sabido que Sartre considerava seu ateísmo mais completo que o de seus antecessores. A partir do texto supracitado é correto afirmar: (A) O ateísmo sartreano é mais completo por refutar os pressupostos lógicos de todo teísmo, embora concorde com alguns de seus pressupostos metafísicos. (B) Para Sartre, o ateísmo do século XVIII é falho porque nega a tese de que toda existência é precedida por uma essência. (C) O ateísmo sartreano é mais completo porque não nega apenas a idéia de Deus, mas também a tese metafísica de que a essência precede a existência. (D) O ateísmo sartreano é mais radical por retomar a argumentação dos céticos pirrônicos e voltá-la contra toda metafísica. (E) O ateísmo sartreano é mais radical, pois, recusa tanto a tese da existência de Deus quanto a moral ligada ao cristianismo, a qual o século XVIII deixara intacta. 41. O que vemos aí é uma completa mudança de todos os valores anteriores. O mito, que estava relegado às posições inferiores, foi subitamente elevado à suprema dignidade. Essa afirmação, retirada de O Mito do Estado (Cassirer), descreve uma forma de conceber o mito que é representativa da transição do pensamento (A) pré-socrático para o socrático. (B) antigo para o medieval. (C) medieval para o moderno. (D) iluminista para o romântico. (E) romântico para o positivista. 42. De fato, é no plano político que a Razão, na Grécia, primeiramente se exprimiu, constituiu-se e formou-se. Essa frase de Vernant é uma síntese de sua tese, segundo a qual (A) a racionalidade, da forma que a conhecemos, só existe a partir da filosofia política de Platão. (B) o surgimento da filosofia tem profunda conexão com o desenvolvimento da vida pública das cidades gregas. (C) a preocupação com a ciência política é o ponto em comum entre as doutrinas pré-socráticas. (D) a democracia ateniense surge como produto da ética e da filosofia política dos séculos VII e VI a. C.. (E) o desenvolvimento da Razão se deve ao intenso envolvimento político dos filósofos do período helenístico.
43. A maior parte dos primeiros filósofos considerava como os únicos princípios de todas as coisas os que são da natureza da matéria. Aquilo de que todos os seres são constituídos e de que primeiro são gerados e em que por fim se dissolvem, tal é para eles o elemento, o princípio dos seres; e por isso julgam que nada se cria nem se destrói, como se tal natureza subsistisse para sempre. O excerto acima corresponde a (A) um comentário apócrifo à cosmogonia de Hesíodo. (B) uma descrição de Xenefonte sobre Sócrates e seus discípulos. (C) uma crítica dos pitagóricos a Heráclito. (D) uma crítica de Sócrates às filosofias que o precederam. (E) uma síntese de Aristóteles sobre a filosofia présocrática. 44. É comum considerarmos a obra de Maquiavel como uma ruptura em relação à tradição do pensamento político grecoromano e cristão. É correto afirmar como características dessa ruptura: (A) a secularização da política e o distanciamento de ideais normativos ético-religiosos. (B) o recurso à experimentação científica e o abandono da ética. (C) o distanciamento de ideais normativos éticoreligiosos e o recurso à experimentação científica. (D) o abandono da ética e a secularização da política. (E) o recurso à experimentação científica e a secularização da política. 45. Finalmente [...] será feito um esforço gigantesco para colocar a alétheia no lugar da doxa. Será o momento em que a filosofia em vez de ocupar-se com a origem do mundo e as causas de sua transformação, se interessará exclusivamente pelos homens, pela vida social e política. Nesse excerto Chauí se refere a dois filósofos responsáveis por uma ruptura que mudou a orientação do pensamento filosófico grego. São eles: (A) Tales e Anaxímenes de Mileto. (B) Heráclito e Pitágoras. (C) Pitágoras e Parmênides. (D) Sócrates e Platão. (E) Platão e Aristóteles. 46. Para uma resposta que não se pode formular, tampouco se pode formular a questão. L. Wittgenstein É correto afirmar que, para Wittgenstein, como decorrência, (A) o enigma não existe. (B) a certeza não existe. (C) a dúvida não existe. (D) o inefável não existe. (E) a solução não existe. 47. A irrefutabilidade de uma teoria não é uma virtude, como freqüentemente se pensa, mas um vício. K. Popper A partir do trecho acima, é correto afirmar que, para Popper, as teorias (A) só podem ser consideradas científicas se tomadas como modelos analógicos sem valor ou pretensão de verdade.
(B) só podem ser consideradas científicas depois de confirmadas por pelo menos um teste metódico. (C) só podem ser consideradas científicas quando enunciam conjecturas cujas implicações ou conseqüências sejam passíveis de refutação através de testes. (D) científicas constituem modelos - ou paradigmas - cuja correspondência com a realidade empírica não é possível verificar. (E) científicas constituem um conjunto de hipóteses verificadas e aceitas como verdades históricas. 48. Quando dizemos que o prazer é o fim, não queremos referirnos aos prazeres dos intemperantes ou aos produzidos pela sensualidade, como crêem certos ignorantes, que se encontram em desacordo conosco ou não nos compreendem, mas ao prazer de nos acharmos livres de sofrimento do corpo e de perturbações da alma. Epicuro A partir do trecho citado, é correto afirmar que a ética epicurista (A) busca o equilíbrio entre os desejos sensuais e as restrições espirituais. (B) funda sua idéia de prazer na negação do corpo em favor das alegrias do espírito. (C) funda-se na noção de dever impessoal de negação do corpo. (D) atribui ao corpo e à matéria a origem da infelicidade. (E) é um hedonismo que procura aliar prazer, senso de limite e serenidade. 49. Resta, portanto, ser a "prudência" uma disposição, acompanhada de regra verdadeira, capaz de agir na esfera daquilo que é bom ou mau para um ser humano. Enquanto a produção, com efeito, tem um fim diferente de si mesmo, o mesmo não se sucede com a ação, sendo a própria boa prática seu fim. Aristóteles A partir da citação acima, é correto afirmar que, para Aristóteles, a (A) ação difere da produção, pois somente a primeira pode ser considerada boa ou má. (B) prudência é uma disposição necessária a qualquer ação, prática ou arte que seja produto do engenho humano. (C) ação só pode ser considerada boa ou má a partir dos resultados da aplicação de seus produtos. (D) ação política e a conduta ética são campos que exigem deliberação sobre fins, daí a importância da prudência. (E) prudência, que inibe a coragem, é uma virtude no campo da ética, mas não no da política. 50. Com efeito, aquele que prefere conhecer por conhecer, escolherá acima de tudo a ciência por excelência, e tal é a ciência do supremo cognoscível [...]. Enfim, a ciência principal e que é superior a toda ciência subordinada, é aquela que conhece tendo em conta o fim para qual cada coisa deve ser feita, fim que é, para cada ser, seu bem e, de maneira geral, o supremo Bem no conjunto da Natureza. Aristóteles A partir da citação acima, é correto afirmar que o autor postula a superioridade da (A) vida contemplativa em relação à vida ativa. (B) política em relação à vida contemplativa. (C) teologia em relação à filosofia.
(D) ciência em relação à teologia. (E) ética em relação à ciência. 51. A razão humana, num determinado domínio de seus conhecimentos, possui o singular destino de se ver atormentada por questões que não pode evitar, pois lhe são impostas pela sua natureza, mas às quais não pode dar resposta por ultrapassarem completamente suas possibilidades. A partir da leitura do parágrafo acima, é correto afirmar que, para seu autor, (A) há questões que ultrapassam nossa capacidade de conhecer, mas que se impõem pela própria natureza da razão. (B) o conhecimento humano é incapaz de produzir respostas racionais aos problemas impostos pela natureza. (C) a razão humana é impotente em face dos enigmas da natureza, ainda que seja capaz de produzir conhecimento sobre si própria. (D) a razão humana tende naturalmente para o ceticismo. (E) a razão humana tende naturalmente para o dogmatismo. 52. Os juízos são analíticos quando a ligação do predicado o sujeito neles é pensada como identidade; mas devem chamar-se juízos sintéticos aqueles em que esta ligação é pensada sem identidade. Poder-se-ia também chamar aos primeiros explicativos, aos outros extensivos, pois os primeiros não acrescentam nada ao conceito do sujeito por meio do predicado. Kant É exemplo de juízo analítico: (A) Todo homem é mortal. (B) Sócrates é filósofo. (C) Chove torrencialmente. (D) Corpos têm extensão. (E) Gosto de vinho. 53. O ponto de ruptura situa-se no dia em que (x) e (y) [...] mostraram que o "sentido" não era, provavelmente, mais do que um efeito de superfície, uma reverberação, uma espuma, e que o que nos atravessava profundamente era o sistema [ou seja] um conjunto de relações que se mantêm, se transformam independentemente das coisas que essas relações religam. Foi possível mostrar, por exemplo, que os mitos romanos, escandinavos, célticos davam origem a deuses e heróis muito diferentes uns dos outros, mas que a organização que os liga (em culturas que se ignoravam umas às outras), as suas hierarquias, as suas rivalidades, as suas traições, os seus contratos, as suas aventuras obedeciam a um sistema único. M. Foucault É correto afirmar que os autores (X e Y) a que Foucault se refere têm como perspectiva teórica comum o (A) materialismo dialético. (B) empirismo-lógico. (C) estruturalismo. (D) pós-estruturalismo. (E) funcionalismo. 54. O fogo vive a morte da terra e o ar vive a morte do fogo; a água vive a morte do ar e a terra a da água. Este excerto deve ser interpretado como um exemplo (A) da dialética ascendente de Platão, que parte da imagem para chegar à essência ou à idéia do ser.
(B) da noção heraclitiana de um fogo primordial como princípio do devir do cosmos. (C) das perspectivas relativistas dominantes entre os sofistas contemporâneos de Sócrates. (D) da perspectiva empirista que caracteriza os escritos de Aristóteles. (E) da perspectiva epicurista, que valoriza simultaneamente a alma e os sentidos. 55. Antes que se tornasse um atributo do pensamento ou uma qualidade da vontade, a liberdade era entendida como o estado do homem livre, que o capacitava a se mover, a se afastar de casa e sair para o mundo e a se encontrar com outras pessoas em palavras e ações. Essa liberdade, é claro, era precedida da liberação: para ser livre o homem deve ter-se libertado das necessidades da vida [...] A liberdade necessitava ainda da companhia de outros homens que estivessem no mesmo estado. H. Arendt No parágrafo acima, a autora (A) descreve a noção kantiana de liberdade como autonomia da vontade, ou seja, como regra que cada indivíduo dá a si mesmo. (B) contrasta as noções de liberdade em Hobbes e Rousseau, privilegiando a visão política deste último. (C) ressalta a inovação que representa a noção cristã de liberdade em relação à tradição grega. (D) descreve a noção generalizada a partir da modernidade que identifica liberdade com a vitória da vontade sobre o desejo. (E) apresenta a noção de liberdade como uma experiência política cujo domínio não era a consciência, mas a esfera pública. 56. No plano do humano [...] o filósofo é o condutor. O mantenedor da justiça que deve reinar. E não tanto o que mantém a justiça quanto aquele que conduz os homens à justiça [...] à autonomia espiritual que é a consciência da relatividade do mundo sensível. É correto afirmar que, nesse excerto, Franklin L. e Silva tem como referência a visão (A) relativista dos sofistas e seu projeto político. (B) platônica do papel do filósofo. (C) agostiniana do compromisso do filósofo com a transcendência. (D) kantiana do papel da filosofia para o esclarecimento e a autonomia. (E) de A. Schopenhauer sobre a missão do filósofo. 57. O que há de fundamental e básico [neste caso] é a constituição reflexiva do poder da razão de representar, na instância da subjetividade, a realidade naquilo que ela tem de objetivo. E com isso se fundamenta metafisicamente a apreensão lógico-matemática do real. É correto afirmar que, no parágrafo acima, Franklin L. e Silva refere-se à (A) importância da filosofia de Bacon para o desenvolvimento da ciência moderna. (B) gênese da filosofia analítica e de sua crítica às concepções correntes de linguagem. (C) importância da filosofia da A. Comte para a posterior constituição do empirismo-lógico. (D) concepção cartesiana de conhecimento que marca o pensamento moderno.
(E) visão da Escola de Frankfurt acerca das relações entre sujeito e conhecimento. 58. Nunca acreditei que um estudante pudesse orientar-se para a filosofia porque tivesse sede da verdade: a fórmula é vazia. É de outra coisa que o jovem tem necessidade: falar uma língua de segurança, instalar-se num vocabulário que se ajuste ao máximo às "dificuldades" (no sentido cartesiano), munir-se de um repertório de topoi, em suma, possuir uma retórica que lhe permitirá a todo instante denunciar a "ingenuidade" do "cientista" ou a "ideologia" de quem não pensa como ele. G. Lebrun Ao pensar o ensino de filosofia a partir dessa perspectiva, Favaretto destaca que (A) todo aluno está apto a filosofar, já que se trata, fundamentalmente, de um exercício de retórica. (B) a vivência dos alunos e o debate sobre suas ideologias constituem o ponto de partida de qualquer projeto atual de ensino de filosofia. (C) os alunos, através da leitura e da interpretação filosófica, educam-se para o domínio desta linguagem. (D) perdemos por completo a noção da história da filosofia como uma evolução na busca da verdade, restando-nos apenas a abordagem temática. (E) a filosofia deve progressivamente voltar-se para o desenvolvimento das competências da retórica e da expressão lingüística. 59. A educação que dialoga com a tradição é o antídoto à amnésia coletiva e a instantaneidade do mundo da mídia. Olgária Matos É correto afirmar que, de acordo com a autora, (A) a educação deve restaurar os métodos tradicionais de ensino a fim de resgatar o valor da autoridade. (B) o desafio da educação contemporânea é traduzir em recursos midiáticos a tradição da filosofia. (C) o diálogo entre a tradição e o mundo da mídia representa a grande oportunidade de renovação dos métodos escolares. (D) enquanto a educação não superar seus métodos tradicionais, ela não trará inteligibilidade para o mundo da mídia contemporânea. (E) o valor da tradição humanista em educação reside no seu potencial formador de um espírito capaz de pensar o presente. 60. Todos os filósofos têm em si o defeito comum de partirem do homem do presente e acreditarem chegar ao alvo por uma análise dele. Sem querer, paira diante deles "o homem", como uma aeterna veritas, como algo que permanece igual em todo torvelino, como uma medida segura das coisas. Tudo o que o filósofo enuncia sobre o homem, entretanto, nada mais é, no fundo, do que um testemunho sobre o homem de um espaço de tempo muito limitado. Falta de sentido histórico é o defeito hereditário de todos os filósofos. É correto afirmar que a citação acima apresenta uma visão bastante característica (A) do jusnaturalismo dos séculos XVII e XVIII. (B) do pensamento sofístico de Protágoras. (C) do materialismo histórico e dialético de Marx. (D) do iluminismo kantiano. (E) do perspectivismo de Nietzsche.
Texto para as questões de 26 a 30: Há, na prática democrática e nas idéias democráticas, uma profundidade e uma verdade muito maiores e superiores ao que a ideologia democrática percebe e deixa perceber. Dizemos que uma sociedade - e não um simples regime de governo - é democrática, quando, além de eleições, partidos políticos, divisão dos três poderes da república, respeito à vontade da maioria e das minorias, institui algo mais profundo, que é condição do próprio regime político, ou seja, quando institui direitos. (Marilena Chauí. Convite à Filosofia. São Paulo: Ática, 1995, p. 430 (com adaptações). QUESTÃO 26 Tendo em vista os assuntos abordados no texto, bem como as noções de democracia, ética e política, assinale a opção correta. A - Timocracia, na Grécia antiga, é o mesmo que Monocracia, pois ambos os termos se referem ao governo unificado. B - Na democracia grega antiga, mulheres, escravos, estrangeiros, pessoas de classe social inferior, simples soldados e camponeses pobres não participavam dos benefícios da cidadania. C - Oligarquia é a forma de governo que reúne os melhores cidadãos para o exercício do governo. D - Na ética a Nicômaco, Aristóteles entende que a melhor constituição de governo é a democracia e a pior é a monarquia. QUESTÃO 27 Com relação ao confronto entre doutrinas democráticas, assinale a opção correta. A - A democracia iniciou-se na Grécia antiga, como ideal do melhor governo, e continua com a mesma estrutura até hoje. B - Fascismo, nazismo e integralismo são doutrinas socialistas totalitárias, opostas ao moderno sentido de democracia. C - O contrário de democracia é a plutocracia, em que há o governo dos melhores e a preponderância dos ricos. D - O marxismo não é uma doutrina comunista e sim, socialista, pois Karl Marx estudou uma doutrina sobre o bemestar da sociedade. QUESTÃO 28 Com relação à autonomia e à liberdade, assinale a opção correta. A - Para Kant, a liberdade é a dependência do querer da causalidade fenomênica e a sua capacidade de determinar-se pela pura razão, isto é, em desobediência à lei moral. B - Para Sartre, porque a essência precede a existência, o homem é totalmente livre, sendo tal qual ele projetou ser. C - Tendo em vista a liberdade de pensamento e de ação, um indivíduo pode pensar mal do outro sem razão suficiente, mas não pode suspeitar. D - Para Hegel, a liberdade é a autodeterminação da subjetividade, que implica uma vontade livre não apenas em si (no sentido geral), mas para si (no sentido individual). QUESTÃO 29 Com relação ao correto uso da moral, assinale a opção correta. A - O saber ético trata do agir do ser humano, tendo em vista qualquer fim que se proponha a executar materialmente. B - Segundo o pensamento aristotélico-tomista, a ciência moral considera as ações humanas ordenadas para a realização do fim
último, entendido como a busca da felicidade pela plena realização da natureza humana. C - A alienação moral é uma das possibilidades morais da ética, sendo válido o seguinte princípio moral: "Não há princípio moral", fundamentado na liberdade humana. D - O saber ético trata da aquisição do conhecimento teológico transcendental, considerando o homem um ser religioso.
B - A pintura é arte tridimensional, pois além da altura e da largura, possui a profundidade de campo. C - A arte só é arte se for mimética, ou seja, se copiar a natureza, não tendo valor estético aquela arte que pretende ser essencialmente ideal. D - Tomás de Aquino define o belo como o que mais se aproxima das qualidades da divindade.
QUESTÃO 30 Tendo em vista as correlações entre ética e política, julgue os itens seguintes. A - Platão relata, no mito da caverna como alegoria da realidade, que alguém tem a missão de resgatar os seus irmãos. Essa pessoa é o político. B - Segundo Maquiavel, no seu livro O Príncipe, o governante tem que assegurar e manter o poder político. Desenvolve, então, uma teoria em que os meios justificam os fins, afirmando que a principal qualidade do príncipe é a virtude. C - Para Aristóteles, o correto agir principia na esfera individual, com a "ética"; passa para a família, com a "economia"; e culmina na sociedade, com a "política". D - A ética e a política são duas ciências independentes; a ética trata dos costumes e a política dos hábitos.
QUESTÃO 34 Considerando as seguintes premissas: "Nenhum bípede é quadrúpede; Ora, algum cavalo é quadrúpede; Logo..." A conclusão correta, pela regras do silogismo, é que: A - nenhum bípede é cavalo. B - algum quadrúpede não é cavalo. C - nenhum bípede é quadrúpede. D - algum cavalo não é bípede.
QUESTÃO 31 A filosofia é entendida como uma ciência universal que procura a razão mais fundamental, ou seja, as causas primeiras de todas as coisas. Com relação ao conhecimento e às ciências, em confronto com a filosofia, é correto afirmar que: A - o mito, tanto na Grécia antiga como atualmente, encerra o sentido da filosofia, que é dar uma explicação para tudo, mesmo que, para isso, tenha que construir idéias fantasiosas e irracionais. B - a filosofia serve-se também do senso comum para intuir explicações sobre a realidade, mas com ele não se confunde. C - a filosofia é a ciência que fundamenta as opiniões dos indivíduos, não importando se elas são ilógicas ou inconseqüentes. D - tanto a filosofia como a teologia são conhecimentos causais, racionais, teóricos, universais e teleológicos. QUESTÃO 32 A respeito da ciência e da tecnologia, em confronto com a filosofia, assinale a opção correta. A - Theodor Adorno entende que o ser humano passou por três estados: o teológico, o metafísico e o positivo. B - Desde Hegel, a forma de organização política ideal é aquela em que o poder cabe aos técnicos, aos dirigentes das indústrias e aos altos funcionários. C - A filosofia moral nada tem a ver com a ciência nem com a tecnologia. D - Criticando o homem possuidor de uma visão unidimensional, Marcuse entende que a tecnologia pode ser uma forma de controle e de dominação social. QUESTÃO 33 A respeito da relação entre filosofia e estética, assinale a opção correta. A - Um dos objetivos da arte é explorar novas formas de expressão.
QUESTÃO 35 Considerando as seguintes premissas: "Se Pedro não ama ao próximo que ele vê, ele não ama a Deus que ele não vê; Ora, Pedro ama a Deus que ele não vê", assinale a opção correta. A - O silogismo é do tipo categórico, portanto dedutivo. B - O silogismo é da primeira figura e do terceiro modo. C - A conclusão formal e materialmente correta é: Pedro não ama a Deus que ele não vê. D - A conclusão formalmente correta do silogismo supra é: Pedro ama o próximo que vê. QUESTÃO 36 Com respeito à correlação entre filosofia e ciência, assinale a opção correta. A - O conhecimento científico busca as razões mais fundamentais de todas as coisas e pretende ser objetivo, preciso e seguro. B - O conhecimento filosófico é também teleológico. C - O conhecimento mítico aparece quando se tem uma massa em crise, que resulta em uma emotividade que conduz a conclusões metódicas e racionais. D - A ciência é um conhecimento metódico e racional; a filosofia é um conhecimento sem método e supra-racional. Texto para as questões de 37 a 39 As contribuições mais duradouras dos grandes filósofos são as ferramentas de pensamento, os métodos e abordagens que inventam ou descobrem e que, muitas vezes, sobrevivem às teorias e sistemas que constroem ou aos que procuram demolir com essas ferramentas. (Nicholas Fearn. Aprendendo a Filosofia em 25 lições. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2004, p. 7.) QUESTÃO 37 Considerando o texto acima, assinale a opção correta. A - Embora Derrida julgue que a desconstrução não é um método, a mesma pode ser empregada para o entendimento da realidade. B - Schopenhauer faz filosofia destruindo os conceitos; por isso se diz que ele faz filosofia a marteladas. C - Kant entende que as entidades não devem ser multiplicadas sem necessidade; a esse princípio costuma-se chamar de navalha de Kant.
D - O iluminismo francês inspira-se em Protágoras ao entender que o homem é a medida de todas as coisas, não só daquelas que são o que são mas daquelas que são o que não são. QUESTÃO 38 Ainda considerando o texto, assinale a opção correta. A - Tendo em vista a dialética, Hegel entende que a missão da filosofia está em conceber o que é, porque o que é, é a razão, ou seja, o que é racional é real e o que é real é racional. B - O monismo de Espinoza caracteriza-se pela noção de um Deus pessoal e religioso, não sendo um princípio metafísico. C - A estética transcendental, para Kant, trata da Teoria do Belo e das Belas Artes. D - Sartre, ao entender que a existência precede a essência, acredita na preexistência de uma divindade que a tudo criou e da qual se originou a própria existência. QUESTÃO 39 Ainda considerando o texto, assinale a opção correta. A - Martin Heidegger retoma a valorização da visão ontológica da filosofia ao entender que a linguagem é a morada do ser e o homem é o pastor do ente. B - A ética de Epicuro funda-se no valor da pessoa como tal e na virtude como ato heróico. C - Platão dizia "só sei que nada sei" e tinha como lema "homem, conhece-te a ti mesmo". D - Teilhard de Chardin adotou a maiêutica como método para a interpretação da realidade. QUESTÃO 40 A organização e acumulação de conhecimento são características do saber. Entre os vários tipos de saber, o saber ético aborda A - o conhecimento místico transcendental, que considera o homem um ser religioso. B - a aquisição do conhecimento científico feito por meio das pesquisas embasadas na física de Newton. C - a moral enquanto epistemologicamente considerada. D - os fundamentos técnicos do como fazer todas as coisas no ambiente em que se vive. QUESTÃO 41 A respeito do conceito de ideologia, é correto afirmar que A - a ideologia representa a sociedade tal como ela é, com os seus valores e com a sua cosmovisão do real. B - ideologia é o conjunto das idéias dos grupos pensantes que atuam de modo dominante na sociedade. C - ideologia é o mesmo que doutrina, pois ambas tratam de teorias. D - o marxismo e o capitalismo são ideologias, mas não o neocapitalismo. QUESTÃO 42 Tendo em vista a contribuição das aulas de filosofia para o desenvolvimento do senso crítico do aluno, assinale a opção correta. A - Apenas o conhecimento dos filósofos europeus e a repetição das idéias dos filósofos para o seu correto entendimento são importantes.
B - A inteligência crítica dos problemas filosóficos deve ser o único objetivo a ser perseguido pelos professores de filosofia do ensino médio. C - A filosofia é um saber ornamental, pois é o conhecimento que com o qual ou sem o qual se torna tal e qual. D - A história da filosofia, inclusive a história da filosofia no Brasil, deve ser estudada para que, conhecendo-se os principais problemas filosóficos, possam ser elaborados novos questionamentos e soluções originais. QUESTÃO 43 Acerca do pensamento filosófico e da relação entre ciência e filosofia, assinale a opção correta. A - O conceito de ciência de Galileu toma por base a criação do universo tal como se encontra no livro do Gênese. B - A expressão "revolução socrática", relacionada à filosofia na Grécia antiga, refere-se à atitude de passividade no sofrimento como algo até mesmo desejável, na medida em que, para Sócrates, seria melhor sofrer a injustiça do que cometê-la. C - Ptolomeu aprofundou as descobertas de Copérnico com auxílio do telescópio. D - O método indutivo é aquele que procede do singular, ou menos geral, para o universal, ou mais geral. QUESTÃO 44 A respeito da questão ética, assinale a opção correta. A - As virtudes naturais podem pertencer também a desonestos, mas as morais ou adquiridas requerem escolha racional motivadas por um esforço de perfeição moral. B - A moral é a ciência do agir humano epistemologicamente considerada, enquanto a ética trata dos costumes e do comportamento do ser humano em geral. C - Kant, na sua teoria moral, estabelece que se deve agir tomando por base os costumes sociais mais acertados da comunidade em que se vive; desse modo, minimizam-se os erros e maximizam-se os acertos. D - O pirronismo é uma teoria ética que entende dever ser o prazer o fundamento primordial de toda ação humana. QUESTÃO 45 Para que filosofia? - as evidências do cotidiano e a atitude filosófica. Em nossa vida cotidiana, afirmamos, negamos, desejamos, aceitamos ou recusamos coisas, pessoas, situações. Fazemos afirmações como "onde há fumaça, há fogo", ou "não saia na chuva para não se resfriar". Avaliamos coisas e pessoas, dizendo, por exemplo, "esta casa é mais bonita do que a outra" e "Maria está mais jovem do que Glorinha". Em uma disputa, quando os ânimos estão exaltados, um dos contendores pode gritar ao outro: Mentiroso! Eu estava lá e não foi isso o que aconteceu, e alguém, querendo acalmar a briga, pode dizer: "Vamos ser objetivos, cada um diga o que viu e vamos nos entender". E se, em vez de afirmarmos que gostamos de alguém porque possui as mesmas idéias, os mesmos gostos, as mesmas preferências e os mesmos valores, preferíssemos analisar: O que é um valor? O que é um valor moral? O que é um valor artístico? O que é a moral? O que é a vontade? O que é a liberdade? Como se poderiam melhor entender e ensinar essas questões filosóficas? (Marilena Chauí. Filosofia. Série Novo Ensino Médio. São Paulo: Ática, 2002, p. 7-9 - com adaptações).
Considerando o ensino da Filosofia e suas indagações na atualidade e a temática abordada no texto, assinale a opção correta. A - A tradução do saber filosófico para o estudante diz respeito a questões de oratória e de como se apresentar adequadamente ao público. B - O conhecimento ilustrativo e enciclopédico da filosofia é o fundamento do conhecimento de todas as coisas pelas suas causas últimas. C - A importância do conhecimento filosófico decorre do esclarecimento dos conceitos e do entendimento da realidade. D - A filosofia tem como função primordial ser caminho para a teologia e para o entendimento da divindade. QUESTÃO 46 Considerando as estratégias didáticas para o ensino da filosofia, assinale a opção correta. A - O professor deve manter um nível constante de exposição doutrinária, pois exemplificações podem confundir a essência teórica. B - Nos tempos atuais, com o uso dos meios eletrônicos de comunicação, torna-se obsoleto o emprego de livros para o estudo da filosofia. C - É recomendável a análise de questões atuais para exemplificar a temática filosófica abordada nas aulas. D - O fundamento das indagações finalísticas impede a metafísica de abordagens práticas, devendo a estratégia didática se adaptar a esse contexto. QUESTÃO 47 Entre os objetivos da Filosofia no ensino médio, inclui-se A - preencher as lacunas da sociologia, da psicologia e da história conforme determina a Lei de Diretrizes e Bases do Ensino Nacional. B - desenvolver o educando com base nos princípios de liberdade e nos ideais de solidariedade humana, tendo por base o seu pleno desenvolvimento, preparando-o para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho. C - entender a filosofia no ensino médio como é entendida pela Lei de Diretrizes e Bases do Ensino Nacional, ou seja, como disciplina obrigatória da educação especial. D - conceder o grau de Licença de Ensino Médio para a formação de futuros professores de Filosofia. QUESTÃO 48 A respeito da metodologia e da contribuição das aulas de Filosofia para o desenvolvimento do senso crítico, é correto afirmar que A - estudar a História da Filosofia não é fazer filosofia, ou seja, conhecer como os filósofos tentaram resolver os seus problemas ilustra e informa, mas não forma o senso crítico. B - cartazes, flanerógrafos, projetores e retro-projetores são meios que podem ser usados nas aulas de filosofia, mas não nas atividades extra-classe, pois esses meios convidam à dispersão. C - o desenvolvimento do senso crítico opera-se nas teorias filosóficas e não, nas teorias metafísicas, pois as teorias filosóficas falam da própria realidade e as metafísicas falam sobre a realidade. D - a crítica, como algo negativo, deve sempre ser exercida sobre a opinião dos alunos, e não, sobre a opinião dos filósofos consagrados, que são os mestres da doutrina.
QUESTÃO 49 A respeito da Filosofia como componente da área de Ciências Humanas no currículo do ensino médio, assinale a opção correta. A - A filosofia deveria ser considerada uma ciência exata pois a lógica, ciência do correto pensar, é parte fundamental da filosofia, e é uma ciência formal, matemática e simbólica. B - O atual estado do mundo neocapitalista e tecnocrático, que quer resultados positivos, não deixa espaço para as filosofias que encarnam conhecimentos humanos, que são meramente opinativos. C - O domínio do conhecimento da filosofia, entre outras disciplinas, é necessário, ao final do ensino médio, para o exercício da cidadania. D - A filosofia é uma ciência humana, pois toda ciência é humana, não havendo nenhuma que queira ser desumana. QUESTÃO 50 A respeito dos assuntos filosóficos abaixo abordados, assinale a opção correta. A - A epistemologia é o estudo dos textos sagrados da filosofia contidos nas cartas do novo testamento. B - A estética, a ética e a criteriologia ou gnoseologia fazem parte da filosofia prática. C - Baumgarten foi o filósofo que criou a teoria da mônada, substância simples que agregada a outras constitui as coisas de que a natureza se compõe. D - David Hume, filósofo empírico escocês, entre outras noções filosóficas, estudou e redefiniu a noção de causalidade. PROVA DISCURSIVA: QUESTÃO 1 Considerando a pluralidade cultural como tema transversal, elabore uma proposta para trabalhar esse tema em sala de aula. QUESTÃO 2 Acerca da inclusão de crianças com necessidades especiais nas salas de aula usuais, apresente um argumento a favor e um argumento contra e discuta-os brevemente. QUESTÃO 3 De modo sucinto, descreva um modelo de escola de ensino fundamental (anos finais) organizada por ciclos de formação e explicite como acontece a divisão do tempo escolar nessa escola. QUESTÃO 4 Enumere os itens obrigatórios de um plano de ensino. QUESTÃO 5 Ao se entender a avaliação como um processo formativo, não se deve reduzi-la à cobrança de conteúdos, mas considerá-la um relato que contenha indicativos da construção do conhecimento do aluno. Defina avaliação formativa e aponte um dos princípios norteadores dos relatórios de avaliação. QUESTÃO 6 René Descartes foi um importante filósofo que iniciou a idade moderna, propondo um método para se chegar ao conhecimento
da verdade nas ciências. A respeito dessa questão, cite e justifique os principais passos do método cartesiano. QUESTÃO 7 Tomás de Aquino, cognominado o Doutor Angélico, teve o grande mérito de, na sua obra Summa Theologica, aplicar os fundamentos do pensamento Aristotélico à doutrina católica. O mundo de então, que já conhecia Aristóteles, muito facilmente assimilou a teologia. Cite e explique a via preferencial das provas metafísicas da existência de Deus, segundo Tomás de Aquino. QUESTÃO 8 Aristóteles, com as suas Categorias, cria estruturas para o entendimento do mundo. Nesse contexto, elaborou uma teoria, entre outras, que foi chamada de teoria hilemórfica. Explique em que consiste a teoria hilemórfica. QUESTÃO 9 Hegel, um dos mais importantes filósofos do século XIX, concebeu teorias sobre a história e a história da filosofia, tendo se notabilizado pela interpretação da história que serviu de inspiração para marxistas, existencialistas, hermenêuticos e para a Escola de Frankfurt. Explique o principal fundamento da dialética hegeliana. QUESTÃO 10 Sócrates, apesar de nada ter escrito, que se tenha conhecimento, é considerado o pai da ética. Ele considerou mais o estudo sobre o agir humano, operando uma verdadeira revolução na medida em que mudou o eixo dos estudos de cosmológicos para antropológicos. Identifique e explique, sinteticamente, o método socrático de filosofar.
31 Alguns dos fatores socioeconômicos e culturais que favoreceram o nascimento da filosofia são: (A) a decadência econômica das colônias gregas da Magna Grécia, após as invasões dóricas e a laicização da cultura, que se vai tornando mais cosmopolita. (B) a passagem de uma economia nômade para uma economia agrícola e a existência dos escravos, liberando os gregos para a vida contemplativa. (C) a expansão do Império alexandrino até a Ásia menor, favorecendo o contato dos gregos com culturas de desenvolvido pensamento abstrato. (D) o nascimento das cidades-estados e o concomitante desaparecimento dos mestres da verdade (o poeta, o adivinho e o mago). (E) o fim da guerra do Peloponeso, a descentralização do poder de Atenas e a invenção da escrita, da moeda e do calendário. 32 Entre os partidários da tese de que o surgimento da filosofia é um "milagre grego" próprio do gênio helênico encontram-se: (A) Diógenes Laércio, Goethe e os classicistas do século XVIII. (B) Diógenes Laércio, Heródoto e Eudemo. (C) Fílon de Alexandria, Plutarco e os estóicos. (D) Heródoto, Aristóteles, Simplício e Hegel. (E) Platão e alguns renascentistas místicos.
33 Alguns estudiosos como Werner Jaeger atribuem um importante papel aos poetas Homero e Hesíodo na passagem do mito à filosofia porque, na poesia de ambos, (A) o elemento fantástico torna-se ainda mais monstruoso do que nas narrativas míticas anteriores, contribuindo para estimular o já latente descrédito no mito e a busca de explicações racionais. (B) os acontecimentos nunca são apresentados numa simples seqüência narrativa, havendo uma preocupação em apresentar um nexo causal entre os motivos das ações e um esforço para apresentar a realidade em seu todo. (C) os personagens míticos são representados completamente destituídos de poderes fantásticos e sobrenaturais, incitando a dúvida a respeito da veracidade de seus feitos e da inexorabilidade das leis divinas. (D) a recorrência a certas idéias do orfismo, como a imortalidade e a transmigração das almas, conquista aos poucos a adesão dos gregos que abandonam sua religião oficial e retiram daí as bases para a nascente filosofia. (E) a noção da justiça como virtude fundamental e condição das outras virtudes desaparece, dando primazia ao desenvolvimento da sabedoria concebida como a prática de ações em conformidade com o Logos. 34 Uma das características das cosmologias gregas é (A) constituir-se como uma projeção da pólis no universo, empregando um vocabulário jurídico e humano para referir-se ao cosmos. (B) sustentar o pressuposto de que no início não havia um caos ou a atuação de uma potência divina, mas sim o nada que se transmuta em ser. (C) buscar as causas primeiras, através de um procedimento que consiste em reconstruir a genealogia dos seres, remontando à unidade divina originária. (D) criar um vocabulário rigoroso e absolutamente novo, utilizando apenas palavras antes desconhecidas na língua grega. (E) recorrer freqüentemente à noção de acaso para explicar o devir, que não mais é visto como o desdobramento de atos divinos. 35 A área da filosofia conhecida como Estética teve sua primeira sistematização (A) na antiguidade clássica, com o Hípias Maior de Platão. (B) na antiguidade clássica, com a Poética de Aristóteles. (C) no século XVIII, com a Crítica do Juízo de Kant. (D) no século XVIII, com a Estética de Baumgarten. (E) no século XIX, com as Lições de Estética de Hegel. 36 Segundo Victor Brochard, "as duas idéias de obrigação e preceito só teriam razão de ser em uma moral em que o bem se diferencia da felicidade". Uma tal moral, por sua vez, dificilmente seria compatível com a reflexão ética de (A) Kant. (B) Hegel. (C) Aristóteles. (D) Habermas.
(E) Stuart Mill. 37 Uma diferença fundamental entre a lógica de Aristóteles e a lógica dos estóicos é que a lógica aristotélica (A) pressupõe o princípio de correspondência, enquanto somente a lógica estóica considera o âmbito da possibilidade. (B) afirma o princípio de não-contradição como princípio fundamental da lógica, enquanto os estóicos defendem apenas o terceiro-excluído. (C) tem como axioma o princípio da identidade, enquanto os estóicos negam este princípio, assim como a possibilidade de uma lógica temporal. (D) defende a noção formal de demonstração, já os estóicos consideram irrelevante a demonstração da validade de um raciocínio. (E) está baseada fundamentalmente na relação de predicação, enquanto a lógica estóica trabalha com proposições. 38 A primeira sistematização ocidental do saber, elaborada por Aristóteles, propõe uma divisão das ciências em que (A) a lógica, a metafísica, a física e a matemática são classificadas como ciências teoréticas. (B) a matemática, a metafísica e a física são classificadas como ciências teoréticas. (C) a política, a ética, a metafísica e a ontologia são classificadas como ciências teoréticas. (D) a política e a ética, por serem ciências práticas, são consideradas superiores à metafísica. (E) a metafísica, a lógica e a ética, por serem ciências teoréticas, são consideradas como superiores às outras ciências.
(E) a concepções da filosofia medieval que se tornaram ultrapassadas com as transformações sociais e políticas da Idade Moderna. 41 Em vários textos e manuais de introdução à filosofia, apresentase a tese de que a filosofia e a ciência ocidentais surgem na Grécia com uma explicação da realidade que difere do mito em diversos aspectos, sendo um dos principais a recusa do pensamento filosófico-científico de fazer apelo a forças sobrenaturais. Segundo esses textos e manuais, trata-se de uma tese (A) adequada para descrever todo o período chamado "présocrático", exceção feita ao pensamento de Heráclito. (B) constantemente rejeitada como sendo simplista, associada ao "milagre grego" defendido por Burnet. (C) insustentável após a interpretação nietzscheana, segundo a qual a filosofia está sempre muitos passos à frente da ciência. (D) importante mas imprecisa, em especial no que se refere à teoria pitagórica da transmigração das almas. (E) adotada como formulação inicial e padrão para dar conta de uma questão que se admite ser, entretanto, mais complexa.
39 Segundo Nietzsche, o advento da razão produz reflexos significativos na mais alta manifestação cultural grega. Um desses efeitos é que (A) a comédia ática passa a dar menos relevo aos elementos apolíneos. (B) a dialética socrática invade a cena trágica, expulsando dela a música. (C) o diálogo entre os personagens trágicos passa a ter a história como conteúdo. (D) o papel do coro é ampliado nas tragédias de Sófocles. (E) os elementos apolíneos da tragédia são transferidos do diálogo para o prólogo.
42 O modo como Hegel pensa a história da filosofia é considerado um marco porque (A) submete as compilações realizadas por Diógenes Laércio, Simplício e Aristóteles ao confronto crítico com outros documentos historiográficos descobertos no século XIX, corrigindo-as e ampliando-as. (B) salienta a importância de se desconsiderar o cogito cartesiano como o marco do início da modernidade, pois aquele nada mais seria que um mero desdobramento de idéias já existentes na escolástica. (C) propõe pela primeira vez uma perspectiva que não é meramente histórica, mas filosófica, compreendendo a história da filosofia como uma questão central para a própria filosofia e não como um mero relato de suas doutrinas. (D) inaugura a tese da continuidade entre as antigas filosofias orientais e a filosofia grega, apresentando um levantamento das noções orientais que os gregos limitaramse a transportar para o vocabulário ocidental. (E) refuta a perspectiva histórica hegemônica de Kant e do romantismo alemão, marcada por uma imagem idealizada da Grécia antiga, contrapondo-lhe a idéia de um dilaceramento antagônico subjacente à aparente harmonia.
40 Para um autor como Garcia Morente, a condição de "resto" ou "resíduo" do processo histórico no qual os diversos saberes se desprendem da filosofia pode ser atribuída (A) ao Círculo de Viena, enquanto movimento que melhor exemplifica a ruptura da filosofia contemporânea com a metafísica. (B) ao que há de comum em sub-áreas ou disciplinas filosóficas como a ontologia e a gnosiologia ou teoria do conhecimento. (C) ao sentido que Hegel atribui a todo pensamento sistemático, enquanto ciência e auto-revelação do Espírito Absoluto. (D) à positivação da sociologia como disciplina específica, em contraste com o papel que lhe atribuiu August Comte.
43 Entre as inúmeras correntes da filosofia contemporânea, destaca-se, na segunda metade do século XX, na França, a tendência conhecida como pós-modernismo, cuja principal característica é (A) a crítica a todos os discursos e práticas da identidade, procurando desfazer as identificações, as localizações, as separações estáveis, definitivas, absolutas, bem como o léxico metafísico a elas associado. (B) a proliferação de práticas filosóficas que se distinguem antes de mais nada pela preocupação com a forma, com o estilo, mas que herdam procedimentos metodológicos estabelecidos na modernidade.
(C) a desvalorização das concepções de diferença tanto de Hegel quanto de Saussure, nas quais ainda são vistos resquícios de uma lógica identitária, substituindo-as pela noção de diferença de Heidegger. (D) a deslegitimação dos métodos de análise sincrônicos consolidados pelo pós-estruturalismo, revalorizando os métodos que privilegiam a teleologia histórica, a crítica genética e o desconstrutivismo. (E) a desconstrução do sujeito transcendental fenomenológico através da retomada da interpretação do cogito cartesiano proposta pelo existencialismo de Sartre e Levinas. 44 O helenismo é um período da história da filosofia que se caracteriza pela (A) exclusividade que dá à dimensão prática da filosofia, em contraposição à dimensão investigativa das filosofias platônica e aristotélica. (B) importância que confere à lógica, à ética e à estética, como investigações necessárias para se alcançar a satisfação individual ou felicidade. (C) centralidade que atribui à ética, em meio a significativas teorizações sobre a natureza, em um momento de crescente desagregação da pólis grega. (D) valorização do indivíduo e sua ação, em detrimento da investigação lógica, fundamental em uma perspectiva como a de Aristóteles. (E) predominância de sistemas metafísicos voltados para a busca do bem comum, em oposição às perspectivas epistemológicas de Platão e Aristóteles. 45 Com relação aos períodos da história da filosofia, pode-se afirmar que (A) o confronto irreconciliável entre fé e razão é uma característica central da Idade Média. (B) o sincretismo de platonismo, cristianismo e magia é uma característica central do Renascimento. (C) o racionalismo e a construção de sistemas metafísicos são características centrais do Iluminismo. (D) a revolução científica e a influência do ateísmo são características centrais da Idade Moderna. (E) a retomada do interesse por questões metafísicas é uma característica central da época contemporânea. 46 Para alguns pré-socráticos o ser é considerado infinito, sendo que (A) Anaximandro e Anaxímenes concebem o ser como infinito apenas no espaço, mas não no tempo. (B) Parmênides e Melissos concebem o ser como infinito apenas no tempo, mas não no espaço. (C) Anaxímenes e Anaxágoras concebem o ser como infinito apenas no tempo, e não no espaço. (D) Anaxágoras e Parmênides concebem o ser como infinito tanto no espaço como no tempo. (E) Melissos e Anaximandro concebem o ser como infinito tanto no espaço como no tempo. 47
Em suas considerações sobre a physis, Demócrito e Leucipo propõem uma cosmologia com características muito diferentes das cosmologias dos primeiros pré-socráticos porque afirmam que (A) cada tipo de matéria provém de uma mistura originária de qualidades que a diferencia das outras matérias e mesmo em sua menor partícula é encontrada a mesma mistura originária, nunca qualidades separadas. (B) no movimento dos seres não há acaso e nem a intervenção de uma força inteligente externa a eles, mas sim a atuação constante de um princípio físico que rege o encontro e o desencontro de todos os átomos, o clinâmen. (C) o ser é pleno, contínuo, eterno e uno, como queriam os eleatas, com a diferença, porém, de que é composto de unidades discretas, o que implica a negação do vazio, pois até o que parece vazio está repleto de átomos. (D) a multiplicidade e a variação qualitativa das coisas é atribuída ao acréscimo ou decréscimo de um dos quatro elementos naturais, unidos ou separados pelas forças de atração e repulsão. (E) a multiplicidade e as variações qualitativas dos seres não mais são atribuídas às diferenças de qualidades originárias e sim às diferenças de forma, arranjo e posição dos átomos que os compõem. 48 Os paradoxos ou aporias de Zenão de Eléia tinham como objetivo: (A) negar, com Parmênides, a percepção do movimento, da multiplicidade, do espaço e do tempo que nos oferecem os sentidos. (B) superar a negação do movimento que se encontra no poema de Parmênides, demasiadamente esquemática e dogmática. (C) defender as teses de Parmênides de maneira direta e irrefutável, com base na lógica e em intuições sensíveis. (D) mostrar, por absurdo, que o pensamento é limitado e leva ao sem-sentido, como no caso das teses contraintuitivas de Parmênides. (E) refutar os adversários de Parmênides, mostrando que premissas subjacentes à afirmação do movimento levam a contradições insuperáveis. 49 Para Anaxágoras, a força ordenadora do Kósmos é (A) responsável pelo nascimento e destruição dos elementos. (B) idêntica aos elementos, eterna, mutável e corpórea. (C) inteligente, diáfana, sutil e invisível. (D) dinâmica, mutável e misturada a todas as coisas. (E) corpórea e captável diretamente pelos sentidos. 50 Na República idealizada por Platão a justiça pode ser alcançada quando (A) na hierarquia das classes cada uma desempenhar apenas a função que lhe compete e de acordo com a virtude que lhe é própria. (B) a classe governante, seja ela qual for, garantir e respeitar os direitos de isonomia e de isegoria para todos os cidadãos de todas as classes. (C) a diferença entre as classes sociais for eliminada através da comunidade de bens, de mulheres e de ocupações.
(D) as virtudes da sabedoria, da coragem e da temperança estiverem de igual modo desenvolvidas em todas as classes sociais. (E) as leis passarem a ser elaboradas pelo conjunto dos cidadãos, sem distinção de classe social ou gênero sexual. 51 Ao examinar o papel das artes miméticas em sua cidade ideal, Platão atribui à cama pintada pelo artista um estatuto ontológico (A) igual ao da cama-idéia, pois o artista apenas transporta para o plano sensível a idéia de cama que já residia em sua alma. (B) igual tanto à cama-idéia quanto à cama do carpinteiro, mas desde que a cama do pintor seja tão perfeita e bela quanto as outras duas. (C) inferior ao da cama-idéia, mas igual à cama produzida pelo carpinteiro, pois tanto este quanto o pintor copiam a idéia única de cama. (D) inferior ao da cama-idéia, mas superior à cama produzida pelo carpinteiro, pois a cama do artista é acrescida da idéia de beleza. (E) inferior tanto à cama-idéia quanto à cama do carpinteiro, pois o pintor realiza uma cópia de uma cama que é, também ela, uma cópia. 52 Um fragmento de Heráclito que guarda uma relação evidente com a resposta de Sócrates para o enigma do oráculo de Delfos é: (A) "Não podemos entrar duas vezes no mesmo rio: suas águas não são nunca as mesmas e nós não somos nunca os mesmos". (B) "Esse mundo, o mesmo e comum para todos, nenhum dos deuses e nenhum dos homens o fez...". (C) "É necessário saber que a guerra é a comunidade; a justiça é discórdia; e tudo acontece conforme a discórdia e a necessidade". (D) "O fato de aprender muitas coisas não instrui a inteligência: do contrário teria instruído Hesíodo e Pitágoras". (E) "O que se opõe a si mesmo está em acordo consigo mesmo; harmonia e tensões contrárias, como as do arco e da lira". 53 Com relação à Filosofia Primeira ou Teologia, Aristóteles oferece (A) quatro definições, referindo-se à investigação das causas e princípios primeiros e supremos; ao ser enquanto ser; à substância; e a Deus ou substância supra-sensível. (B) quatro definições, referindo-se a Deus, substância suprasensível; ao ser enquanto ser; às causas e princípios primeiros; à crítica à teoria das Formas de Platão. (C) três definições, referindo-se à investigação de Deus ou à substância supra-sensível; ao ser enquanto ser; à substância, ao ato e à potência. (D) três definições, referindo-se à investigação das causas e princípios últimos; ao ser enquanto ser; à substância, ao ato e à potência. (E) uma única definição, que resume todas as outras e que diz respeito ao ser enquanto ser e seu significado único. 54
Na ética epicurista os prazeres da vida política são considerados como (A) naturais e necessários, porque ligados à conservação da vida humana. (B) naturais mas não necessários, pois são um refinamento do instinto de conservação. (C) não naturais e não necessários, pois comprometem a ataraxía e a aponía. (D) o coroamento da ataraxía e da aponía, pois só a vida pública lhes confere sentido. (E) os únicos admissíveis, pois criam condições materiais que favorecem a ataraxía. 55 Para os estóicos, as ações convenientes são (A) aquelas que, em tudo e por tudo, são cumpridas segundo o logos. (B) aquelas que, embora não sendo prejudiciais, não são conformes à natureza. (C) as mais elevadas e desejáveis ações morais, próprias do homem sábio. (D) as que são feitas tendo em vista apenas a vantagem de seu autor. (E) intermediárias entre as ações perfeitas e as viciosas, ou seja, deveres. 56 Um princípio central da doutrina epicurista é a (A) necessidade de superar a constante ameaça da morte através da busca pelo prazer e por uma vida simples, em companhia dos amigos. (B) inexistência da liberdade e conseqüente exortação à busca pelo prazer, uma vez que a vida é mero resultado do movimento aleatório dos átomos. (C) negação da existência dos deuses como condição para a investigação da natureza, base de todo conhecimento e da busca da felicidade. (D) relação intrínseca entre a lúcida compreensão dos fenômenos naturais e a procura de uma felicidade terrena, a ser compartilhada entre mestre e discípulos. (E) afirmação da equivalência de todos os desejos, efeitos do movimento aleatório dos átomos, o que anula a imputabilidade moral dos atos humanos. 57 Assinale a opção que apresenta a objeção feita por Sto. Tomás ao argumento teológico de Santo Anselmo. (A) Entre aqueles que admitem a existência de Deus, nem todos sabem que ele seja "aquele do qual nada de maior se pode pensar". Mesmo admitindo isso, quando se concebe o que se encerra sob o nome de Deus, daí não se deriva que ele exista, a não ser no intelecto. A existência real, ao contrário, é demonstrada perfeitamente por meio dos efeitos, isto é, a posteriori. (B) A suma perfeição jamais poderia ser intuída pelo intelecto humano, na medida em que, sendo este imperfeito, não poderia ter a idéia de algo perfeito e, portanto, não há meios de inferir a existência do ente supremo, nem a priori nem a posteriori. A existência de Deus, portanto, não admite provas metafísicas, constituindose apenas como questão de fé.
(C) A idéia de perfeição não inclui, necessariamente, o predicado da existência, pois tal idéia, bem como a idéia de Deus, é variável de povo para povo e de cultura para cultura, não se sustentando, portanto, como um critério universalmente válido e aceitável para provar a existência de Deus nem para o intelecto, nem na realidade. (D) O estilo da argumentação, elaborado de forma complexa e tortuosa, apresenta um retrocesso em relação aos argumentos dos teólogos anteriores, na medida em que sua compreensão exige o conhecimento das regras fundamentais da lógica aristotélica. O verdadeiro propósito da teologia, que é esclarecer a fé através da razão, acaba, desta forma, desvirtuado. (E) O argumento tem traços sofistas e é destinado à mera persuasão. Ao mesmo tempo, reforça o dogmatismo de certas posições da Igreja, pois postula a idéia de separação inconciliável entre o que é da ordem da fé e o que é da ordem da razão, através da tentativa de demonstrar a falibilidade da lógica e da impossibilidade de tratar as questões divinas pela via metafísica. 58 Ao abordar o problema da linguagem no De Magistro, Santo Agostinho indaga-se sobre a relação entre palavra e aprendizado. Sua posição a esse respeito (A) aproxima-se da concepção platônica, pois retoma a doutrina da anamnese, reinterpretada, porém, à luz da teoria estóica da Heimarméne. (B) rejeita a doutrina platônica da intuição intelectual das idéias pela via dialética, mas admite, sem ressalvas, a teoria da anamnese. (C) alinha-se com a concepção inatista de Platão, transformando, porém, a doutrina platônica da anamnese na teoria da interioridade e da iluminação. (D) propõe uma via inédita, pois sua teoria da iluminação é elaborada sem tomar por base nenhuma das concepções tradicionais da antiguidade. (E) ignora todas as concepções pagãs do mundo antigo, articulando elementos retirados apenas dos ensinamentos de São Paulo e do Evangelho de São João. 59 A posição de Guilherme de Ockam quanto à célebre questão dos universais consiste em afirmar que (A) há verdades necessárias e universais, mas tais realidades apenas podem ser captadas pelo conhecimento intuitivo e não são exprimíveis por sinais instituídos. (B) só as substâncias das coisas nos são cognoscíveis e são universais, ao contrário das suas qualidades, pois estas são sempre singulares e de origem subjetiva. (C) os universais têm existência autônoma, de modo análogo às idéias platônicas: são independentes tanto das coisas concretas quanto de nossos conceitos. (D) os universais existem nos indivíduos, não como algo de realmente distinto destes, mas apenas formalmente distinto, como na concepção aristotélico-tomista. (E) os universais não são reais, são apenas sinais abreviativos para indicar a repetição de múltiplos conhecimentos semelhantes produzidos por objetos semelhantes. 60
Assinale a opção que apresenta as posições adotadas por Fílon, Tertuliano e Santo Agostinho, respectivamente, quanto à relação entre fé cristã e filosofia grega. (A)é possível a fusão entre filosofia grega e teologia mosaica; há absoluta contradição entre fé e filosofia; é preciso crer para compreender. (B)a teologia mosaica prova que alguns conhecimentos são acessíveis à razão natural, outros, só à fé; a fé solicita a razão e esta esclarece a fé; há total incompatibilidade entre ambas. (C)a teologia mosaica é derivada da filosofia grega; ao atingir seus limites as questões da razão tornam-se artigos de fé; só a filosofia aristotélica é compatível com a fé. (D)há um círculo hermenêutico entre ambas; apenas a filosofia neoplatônica é compatível com a fé cristã; a fé cristã é incompatível com a razão. (E)a fé precisa libertar-se da herança pagã; há absoluta incompatibilidade e contradição entre ambas; há o risco de superação da teologia pela filosofia. 61 Ao abordar o problema do verdadeiro e do falso, em sua Quarta Meditação, Descartes conclui que o erro (A) localiza-se apenas no entendimento, pois é devido à sua própria natureza que este é privado das idéias relativas a inúmeras coisas. (B) ocorre quando a vontade, livre e mais ampla que o entendimento, é estendida também às coisas que não são conhecidas por aquele. (C) provém de um abuso da extensão do entendimento, que se põe a julgar sobre a existência de idéias que são matérias da fé. (D) é algo real, que depende da vontade de Deus, o qual muitas vezes, por bondade, nos protege de certas verdades através do engano. (E) é a simples carência ou falta de uma faculdade que o homem, por ser imperfeito e inferior a Deus, não poderia mesmo ter recebido dele. 62 Para Locke, a extensão é uma idéia: (A) complexa, de substância. (B) complexa, de modo. (C) complexa, de relação. (D) simples, de reflexão. (E) simples, de sensação. 63 A íntima relação de grande parte da filosofia moderna com os desenvolvimentos da ciência, em especial no que diz respeito ao método experimental, pode ser exemplarmente identificada com a (A) importância da história em Hegel, a partir de suas críticas radicais ao ceticismo, de um lado, e à lógica aristotélica, de outro. (B) influência das obras herméticas de Cornelio Agripa no desenvolvimento da teoria newtoniana sobre a matéria e o movimento. (C) radicalização da teoria empirista das idéias, culminando na crítica humeana aos conceitos de identidade pessoal e de probabilidade. (D) teoria dos "ídolos da tribo" de Bacon, sua defesa da razão instrumental e sua glorificação da técnica.
(E) teoria do cogito de Descartes, desenvolvida a partir de hipóteses empíricas acerca da glândula pineal e das qualidades primárias e secundárias. 64 Para Hobbes, o "corpo social", principal objeto de estudo da filosofia política, é (A) o conjunto dos indivíduos que, ao ceder o poder a uma instância soberana, é desafiado a instituir mecanismos de controle e legitimação deste poder. (B) a reunião de indivíduos visando exclusivamente à preservação da própria vida e à garantia do direito natural e inalienável à propriedade. (C) a multidão que, cedendo o poder ao Estado soberano, a ele se opõe, mantendo-se contudo obediente, salvo em caso de ameaça à própria vida. (D) um refém do estado soberano que chega a devorar seus filhos, tal como o monstro bíblico Leviatã, apenas para demonstrar sua força e manter seu domínio. (E) uma unidade de indivíduos movidos por paixões e agindo como máquinas, concebida com base no modelo mecanicista da física da época. 65 Para a maioria das teorias contratualistas do direito e da ordem social, um princípio fundamental seria o da alienação da liberdade dos súditos em nome de um poder soberano. Uma crítica radical a este princípio é o ponto de partida da Teoria de (A) Pufendorf. (B) Rousseau. (C) Bodin. (D) Hobbes. (E) Grotius. 66 Na Genealogia da Moral, Nietzsche investiga o ideal ascético e conclui que (A) o ateísmo incondicional é o seu único opositor verdadeiro. (B) o ateísmo incondicional é uma de suas formas mais desenvolvidas. (C) a ciência moderna é seu único opositor verdadeiro. (D) a arte e o ateísmo incondicional são seus verdadeiros antagonistas. (E) a arte e a ciência moderna são seus verdadeiros opositores. 67 Para Kant, a proposição de que toda mudança tem que ter uma causa é (A) um juízo sintético e a priori. (B) um juízo analítico, puro e a priori. (C) uma regra e não propriamente um juízo. (D) uma proposição analítica, mas a posteriori. (E) uma antinomia da razão pura. 68 Na Crítica da Razão Pura, Kant assevera que uma das utilidades de seu empreendimento crítico consiste em (A) anular qualquer pretensão de se admitir um uso puro prático da razão, na medida em que limita a meros fenômenos tudo aquilo que podemos pensar.
(B) abrir um espaço para o uso prático da razão, ao operar a transformação das idéias transcendentais regulativas em formas a priori da intuição. (C) limitar o uso teórico da razão aos fenômenos, ao demonstrar que a intuição e os conceitos relativos àqueles se regulam pela natureza dos objetos. (D) admitir o uso prático da razão, ao distinguir entre aquilo que podemos conhecer teoricamente e aquilo que podemos apenas pensar. (E) demolir o dogmatismo, que postula a necessidade de uma ciência que determine, a priori, a possibilidade, os princípios e o âmbito de todos os conhecimentos. 69 A tese, defendida por Wittgenstein no Tractatus, segundo a qual "a filosofia tem por objetivo a elucidação lógica dos pensamentos" é representativa de um movimento filosófico que buscou (A) demonstrar a natureza analítica e a priori de todo pensamento e, em especial, do conhecimento científico. (B) reabilitar a fundamentação transcendental kantiana do conhecimento a partir da lógica. (C) elucidar a estrutura lingüístico-formal da linguagem e sua relação com os dados empíricos. (D) superar a tradição metafísica a partir da superação dos princípios da lógica aristotélica. (E) mostrar que o conhecimento científico é apenas um dentre vários tipos de jogos de linguagem. 70 Em A Ideologia Alemã, Marx e Engels argumentam que as representações, o pensamento e o comércio intelectual dos homens, de modo mais imediato, são (A) uma emanação direta do comportamento material dos homens. (B) um processo constante de negociação entre o simbólico e o material. (C) fantasias religiosas a serem historicamente superadas pela crítica filosófica. (D) manifestação da dominação enquanto dimensão histórica primordial. (E) expressão da mistificação dos conflitos e da exploração dos seres humanos. 71 Em sua reflexão sobre a tradição filosófica, Heidegger utiliza a expressão "esquecimento do ser" para referir-se ao extravio da metafísica ocidental, que consiste em pensar o ser em função do ente. Tal extravio tem seu início com (A) os pré-socráticos, quando estes operam a transformação do sentido mítico da verdade, concebido como arkhé, em verdade concebida como alethéia. (B) Platão, quando este identifica o ser com as idéias, operando a transmutação do sentido da verdade como alethéia em verdade concebida como orthótes. (C) Nietzsche, quando este concebe o niilismo como eliminação da diferença entre mundo sensível e supra- sensível, iniciando a homogeneização dos entes. (D) Descartes, quando este, através da certeza indubitável do cogito, privilegia o sujeito como o último fundamento de todos os outros entes.
(E) Aristóteles, quando este concebe a verdade como adequação do pensamento à realidade, do enunciado à coisa, operando a transmutação da alethéia em orthótes. 72 Ao apresentar a fenomenologia, Danilo Marcondes afirma, em seu livro Iniciação à História da Filosofia, que Husserl "...considera sua tarefa basicamente como descritiva dos elementos mais básicos de nossa experiência". Husserl via a filosofia como uma "ciência rigorosa" e atribuía à teoria do conhecimento um lugar central em seu pensamento. Esta proposta se realiza através de uma (A) volta à perspectiva epistemológica da modernidade, de fundamentação ou legitimação do conhecimento científico e intersubjetivo. (B) teoria que analisa a atitude natural ou espontânea em que se constituem nossas crenças, fundamentando-a de modo rigoroso. (C) tentativa de chegar ao "dado" da consciência, isto é, às coisas em si mesmas, a partir da suspensão de nossas crenças habituais. (D) superação da crise da filosofia da consciência através da crítica radical ao psicologismo e à sociologia reducionista do "mundo da vida". (E) investigação lógica que elimina toda referência à consciência e à intencionalidade, analisadas criticamente pelo recurso à époche ou "suspensão". 73 Na literatura sobre ensino de filosofia, a idéia de "pensamento crítico" envolve, necessária e recorrentemente, (A) a denúncia da semiformação promovida pela sociedade do espetáculo. (B) a discussão sobre a própria presença da disciplina na escola. (C) amplo conhecimento da história da filosofia e dos problemas filosóficos. (D) relação com as experiências, demandas e interesses dos estudantes. (E) elaboração conceitual, procedimentos argumentativos e problematização. 74 No que diz respeito às estratégias metodológicas no ensino de filosofia, a maioria dos autores que tratam do assunto considera necessário (A) promover a inteligibilidade através do contato com a ordem das razões implícita na teoria escolhida pelo professor. (B) promover a leitura de textos filosóficos como a principal estratégia para incentivar os estudantes a aprender filosofia de modo rigoroso. (C) realizar debates em sala visando ao desenvolvimento de análise detalhada de teorias concorrentes. (D) definir um conjunto de condições mínimas que possibilitem alcançar os objetivos do ensino de filosofia. (E) valorizar a tradição filosófica e realizar o seu exame visando à relativização das diversas doutrinas. 75 Procurando fazer abstração das diversas e significativas diferenças na compreensão que se tem do que seja filosofia e do que deva ser o seu ensino, é possível afirmar que as questões sobre como ensinar essa disciplina em nível introdutório
dificilmente podem ser tratadas apenas de uma perspectiva didática, pois (A) como disse Kant, não é possível ensinar filosofia, mas apenas a filosofar, e essa é uma tarefa que cabe apenas ao filósofo, não ao pedagogo. (B) todo e qualquer ensino de filosofia pressupõe a dúvida, a crítica e, sendo assim, também os métodos e conteúdos devem ser relativizados desde o início. (C) a questão sobre o que é filosofia é, nesse nível de ensino, ao menos recorrente, e o modo de lidar com ela envolve, desde já, um posicionamento filosófico. (D) ensinar filosofia é, por definição, ensinar a pensar por si mesmo, enquanto os métodos e técnicas de ensino já vêm prontos e acabados. (E) não existe até hoje um trabalho consistente em didática filosófica, o que implica realizar um questionamento desde já propriamente filosófico. 76 Ao apresentarem e discutirem as competências específicas da filosofia, os Parâmetros Curriculares Nacionais do Ensino Médio (PCNEM) entendem que "debater, tomando uma posição, defendendo-a argumentativamente e mudando de posição face a argumentos mais consistentes" é (A) a única competência com a qual se articula o objetivo de interpretar/traduzir os conhecimentos essencialmente abstratos da filosofia, a partir de uma prática dialógica e da mediação, articulada ao exercício da contextualização. (B) a competência a partir da qual melhor se poderia trabalhar a percepção e análise crítica do cenário de fragmentação cultural em que estamos imersos, tendo em vista os processos de autonomia das esferas da ciência, do direito e da arte. (C) uma competência que não diz respeito apenas à filosofia, sendo relevante para a competência global de aprender a aprender, embora seja também qualificada como "síntese" das demais competências especificamente filosóficas. (D) uma proposta indispensável, por mobilizar todas as competências, mas que deve ser trabalhada com cuidado para não incidir diretamente sobre o conteúdo programático, o que pode inviabilizar o planejamento do professor. (E) parte essencial do ensino filosófico, mas que não deve dar a entender que se possa sempre determinar qual o argumento mais consistente, ou que este seria suficiente para levar alguém a mudar automaticamente sua posição. 77 De acordo com a seção dedicada aos ?Conhecimentos de Filosofia? dos Parâmetros Curriculares Nacionais do Ensino Médio (PCNEM), o problema inicial para se pensar o ensino de filosofia no nível médio reside na clássica pergunta: "o que é filosofia?" Ao se deterem na questão da variedade de perspectivas da tradição filosófica, os PCNEM sugerem que o professor tenha em mente: (A) o recurso à interdisciplinaridade como principal método de aproximação dos alunos ao universo dos filósofos e suas doutrinas. (B) o desenvolvimento de habilidades específicas da filosofia, tais como leitura de textos filosóficos, análise e articulação de conceitos. (C) a ênfase em teorias filosóficas que melhor se aproximem de problemas contemporâneos e que sejam familiares ao professor.
(D) a especificidade da atividade filosófica, que inclui sua pretensão de verdade e, sobretudo, sua natureza reflexiva. (E) uma seleção de teorias representativas de cada período histórico visando a oferecer um panorama abrangente da história da disciplina. 78 No que se refere à defesa da leitura do texto filosófico como sendo essencial para o ensino de filosofia no nível médio, alguns dos autores que abordam o tema alegam que (A) a proposta de ensino por competência exige que as disciplinas contribuam com suas habilidades específicas para a competência geral da leitura. (B) a tese de Kant segundo a qual não é possível aprender filosofia, mas apenas a filosofar é insustentável. (C) a defesa do debate como competência central para o ensino de filosofia em nível introdutório é um equívoco. (D) a interação direta com o texto filosófico é um elemento necessário para a aproximação do aluno ao questionamento filosófico. (E) apenas um suporte estritamente filosófico impede que a interdisciplinaridade se transforme em um conjunto de generalidades vazias. 79 Uma proposta que NÃO é listada pelos PCNEM como uma das competências e habilidades a serem desenvolvidas no ensino da filosofia é: (A) "Ler textos filosóficos de modo significativo". (B) "Traduzir conceitualmente concepções do senso comum". (C) "Debater, defendendo uma posição argumentativamente". (D) "Elaborar por escrito o que foi apropriado de modo reflexivo". (E) "Contextualizar conhecimentos filosóficos em diversos planos". 80 Ao discutir a importância da interdisciplinaridade, a parte específica de filosofia dos PCNEM afirma que a filosofia, (A) por sua natureza intrinsecamente transdisciplinar, pode cooperar decisivamente para a articulação teórica e conceitual do currículo. (B) por ser "mãe das ciências", deve funcionar como referência para as outras disciplinas, agrupando e dando sentido aos diversos saberes. (C) em função de ser um conhecimento acessível a todos, tem a vantagem de poder ser trabalhada sem a presença disciplinar ou de um "especialista". (D) pelo seu grau de generalidade, serve no máximo como animadora dos debates, não como tradução conceitual das outras disciplinas em suas especilidades. (E) por não ser um saber especializado, deve ser um dos principais agentes na busca de uma necessária "visão de conjunto", integrando os elementos da cultura. QUESTÕES DISSERTATIVAS Questão 1 Recentemente o INEP (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas) publicou os resultados preliminares de uma pesquisa intitulada "Pesquisa Nacional Qualidade da Educação: a escola pública na opinião dos pais". Dentre os aspectos pesquisados
estavam a qualidade das escolas, a atuação dos professores e o processo democrático. Em relação aos professores, por exemplo, os pais demonstraram tanto apreço e reconhecimento quanto reprovação e rejeição. Reconhecem seu esforço e formação, mas questionam regalias identificadas com o serviço público. Pesquisas como estas apresentam as expectativas de um segmento da comunidade escolar de grande importância: os pais. Sabemos que é papel também do professor promover a integração entre a família e a escola. a) Nesta perspectiva, explique o sentido do projeto pedagógico da escola como expressão das demandas sociais e das expectativas da comunidade escolar. b) Indique dois mecanismos que podem ser usados como formas de estabelecimento de integração entre a família e a escola por meio da atuação profissional do professor. Questão 2 Em O existencialismo é um humanismo, como Sartre relaciona angústia e ação? Questão 3 No primeiro livro da Política, Aristóteles atribui um caráter natural ao Estado, o diferencia da esfera da família e justifica a escravidão, fazendo apelo ao domínio da alma sobre o corpo, assim como do intelecto sobre as paixões. Explique como se articulam esses elementos, em termos de uma caracterização expressiva da vida pública na pólis grega. Questão 4 A causalidade, compreendida como um elo necessário entre efeito e causa, é um dos pressupostos fundamentais da tradição filosófica. Ao fazer a crítica desta concepção, em que termos Hume elabora a sua própria explicação para a origem da idéia de causalidade?
NAS QUESTÕES NUMERADAS DE 11 A 20, ASSINALE A ÚNICA ALTERNATIVA QUE RESPONDE CORRETAMENTE AO ENUNCIADO. 11. Na linguagem comum e mesmo na culta, segundo Boff (2003), ética e moral são sinônimas. Identificamos a ética com a moral pelo fato de terem as mesmas origens etimológicas. Mas a ética distingue-se da moral. Podemos afirmar que a origem etimológica de ética e moral é, respectivamente: A) "ethos" e "mores", ambos com o significado de "morada humana" ou "modo de ser". B) "ethos" e "pathos", ambos com o significado de "modo de ser" ou "costumes". C) "mores" e "ethos", ambos com o significado de "morada humana" ou "modo de ser". D) "mores" e "pathos", ambos com o significado de "costumes" ou "morada humana". 12. Podemos afirmar que a moral distingue-se da ética pelas seguintes características: A) situa-se no plano teórico e reflexivo e pauta-se em princípios universais. B) situa-se no plano das práticas sociais, sendo um fenômeno complexo e pauta-se em princípios universais.
C) situa-se no plano das práticas sociais, sendo um fenômeno particular e plural. D) situa-se no plano teórico-reflexivo, sendo um fenômeno singular e plural. 13. A sociedade contemporânea defronta-se com acontecimentos como a intolerância étnica e situações de desigualdades e injustiças sociais crescentes, provenientes das contradições do capitalismo e do processo da globalização econômica, que demarcam a existência de uma crise paradigmática no campo da ciência e que interfere na política, na cultura, na educação e nas práticas sociais. Estamos saindo do século "das certezas" para o "das dúvidas", constituindo-se a ética uma das questões fundamentais de debate no contexto da pós-modernidade. É correto afirmar que a ética, na perspectiva pós-moderna, busca superar a moral: A) tradicional do liberalismo econômico e político, que compreende a ética como ações de solidariedade entre pessoas e de comunicações simétricas entre os indivíduos. B) tradicional do liberalismo econômico e político, que compreende a ética como exclusiva das vontades e do livrearbítrio de cada indivíduo, constituindo-se a organização do sistema econômico-político-jurídico uma coisa "natural" e "neutra". C) racionalista, abstrata e individualista, que considera a organização do sistema econômico-social numa perspectiva crítica e política. D) racionalista, abstrata e individualista, que considera como referência ética a vida humana a ser produzida, reproduzida e desenvolvida em comunidade. 14. A Ética de Dussel, denominada Ética da Libertação, difere da ética Kantiana ao estabelecer como referência ética a(s): A) idéia de liberdade, os valores e as virtudes humanas, afirmando a racionalidade e a vontade do ser humano. B) necessidades concretas do ser humano, os valores e as virtudes humanas e o dever-ser dos indivíduos em sociedade. C) eticidade, afirmando a vontade, o livre-arbítrio e o dever-ser dos indivíduos em sociedade. D) necessidades concretas do ser humano e a eticidade, afirmando a possibilidade de ser dos indivíduos em sociedade. 15. Para Aranha e Martins (2002), assim como o mito e a ciência são modos de organização da experiência humana, a arte transforma a experiência vivida em objetos de conhecimento. Nesta perspectiva, a arte se constitui em uma forma de pensamento, sendo definida como conhecimento: A) intuitivo do mundo, vinculado ao sentimento e à imaginação. B) imaginativo do mundo, vinculado ao sentimento e aos discursos explicativos e conceituais. C) racional do mundo, vinculado à emoção e à imaginação. D) intuitivo do mundo, vinculado a discursos explicativos e a representações de signos abstratos e conceituais. 16. Marcuse e Adorno, teóricos da Escola de Frankfurt, analisam criticamente o fato dos bens culturais, concretizados em obras literárias, filosóficas e de artes, pela revolução tecnológicaindustrial, terem deixado de ser objetos de luxo, destinados a uma elite, e convertidos em bens de consumo de
massa. Podemos afirmar que o significado de Indústria cultural é a forma: A) de desenvolvimento da arte na sociedade capitalista, constituindo-se em processo concreto de democratização e de justiça social. B) de disseminar, critica e democraticamente, a arte no mercado capitalista. C) pela qual a produção artística e cultural é organizada no contexto das relações capitalistas de produção, lançada no mercado e por este consumida como mercadoria. D) pela qual a produção artística e cultural é organizada no contexto das relações capitalistas de produção, superando a alienação e a divisão entre a cultura erudita e a cultura de massa. 17. As concepções de educação, na visão de Oliveira (2003) expressam uma visão de ser humano, de vida, de sociedade e de mundo. Educa-se que ser humano? Para que sociedade? Na educação brasileira, encontramos tendências pedagógicas tanto reprodutivistas quanto emancipadoras. A Pedagogia Nova, assim como a Pedagogia Tradicional são classificadas como reprodutivistas alienantes, mas se distinguem em seus pressupostos filosóficos e pedagógicos. Podemos afirmar que a Pedagogia Nova tem como concepção de ser humano e como diretrizes educacionais, respectivamente: A) ser humano como indivíduo capaz de conhecer o real, mediante uma metodologia experimental. Educação centrada na criança e no desenvolvimento de sua capacidade cognitiva e emocional. B) ser humano como ser racional, constituído por uma essência imutável. Educação centrada na criança e no desenvolvimento de sua capacidade cognitiva e social. C) ser humano como projeto de seus atos, indivíduo único e situado no tempo e no espaço. Educação centrada na criança e no desenvolvimento de suas potencialidades individuais. D) ser humano compreendido como ser social, político e de práxis. Educação centrada na criança e no desenvolvimento de sua capacidade cognitiva e política. 18. Louis Althusser considera o Estado constituído por um Aparelho Repressivo do Estado (ARE) e por Aparelhos Ideológicos do Estado (AIE). A escola é um dos aparelhos ideológicos do Estado por que: A) transmite o saber produzido pela classe dominante, tornando-se instrumento de manutenção do status quo e das relações sociais de produção. B) reproduz a formação dos agentes responsáveis pela operacionalização do sistema de produção, visando à transformação do status quo e das relações de produção. C) interage o saber da classe dominante com o saber da classe dominada como estratégia de manutenção do status quo e das relações de produção. D) mantém a ideologia do Estado, visando à democratização do saber escolar e as relações de produção. 19. A educação brasileira, em função da globalização da economia, apresenta-se fortemente demarcada pelo ideário político e social neoliberal, sendo uma de suas características ter intenções progressistas com argumentos conservadores, configurando a educação como "qualidade total". É correto
afirmar que o conceito de qualidade total na educação neoliberal objetiva: A) introduzir, no sistema educacional, mecanismos do mercado, com ênfase na livre iniciativa no desenvolvimento do processo ensino-aprendizagem e na busca da descentralização administrativa. B) estabelecer uma nova mentalidade empresarial, cuja característica é a flexibilidade e a autonomia gerencial, a ênfase no currículo e a busca pela descentralização administrativa. C) introduzir no sistema educacional mecanismos do mercado, visando ao desenvolvimento de competências técnicas, éticas e políticas dos atores educacionais, mantendo a flexibilidade no processo de avaliação. D) estabelecer uma nova mentalidade empresarial, cuja característica é a flexibilidade e a autonomia gerencial, a ênfase no controle e na avaliação e a busca da racionalização administrativa. 20. A educação multicultural crítica contrapõe-se à educação neoliberal, trazendo para debate na educação brasileira a questão da eqüidade. É correto afirmar, como características da educação multicultural crítica: A) respeito à diferença cultural, vista a diversidade como constitutiva da natureza humana e fator de identidade nacional. B) respeito à diversidade cultural e ao pluralismo de idéias de forma interacionista, democrática e solidária. C) respeito à diferença cultural, formando harmonicamente o cidadão para a tolerância e para a solidariedade, ocultando os conflitos por fatores de classe, etnia e gênero. D) respeito à diversidade cultural e ao pluralismo de idéias de forma hegemônica, democrática e solidária. NAS QUESTÕES NUMERADAS DE 21 A 30, ASSINALE A ALTERNATIVA QUE CONTÉM AS AFIRMATIVAS CORRETAS. 21. Sobre a atitude espontânea do senso comum e a ciência, podemos afirmar: I- Enquanto no senso comum o homem busca os princípios lógicos que regem o pensamento coerente; a ciência afirma que, pela magia, o homem pode libertar-se do medo e das superstições. II- O senso comum é subjetivo, isto é, exprime sentimentos e opiniões individuais e de grupo, variando de uma pessoa para outra, ou de um grupo para outro; o conhecimento científico é objetivo, isto é, procura as estruturas universais e necessárias das coisas investigadas. III- O senso comum é, sim, uma "visão de mundo", fragmentária e, por vezes, até contraditória, mas a teoria científica é um sistema ordenado e coerente de proposições ou enunciados. IV- O senso comum julga útil o que dá prestígio, fama, poder e riqueza e por isso todo conhecimento só será válido se considerarmos essas pretensões; a ciência "desconfia" da veracidade de nossas certezas, de nossa adesão imediata às coisas, da ausência de crítica e da falta de curiosidade. As afirmativas corretas são apenas: A) I, II e III. B) II e III. C) II, III e IV. D) I e IV.
22. Acerca do começo histórico da Filosofia podemos dizer: I- Os primeiros filósofos gregos surgiram por volta de fins do século VII a.C. e durante o século VI a.C. nas colônias gregas da Ásia Menor, na região da Jônia, e ficaram conhecidos como présocráticos. II- A Filosofia surgiu como uma explicação da produção natural das coisas por elementos e causas naturais e impessoais. III- A invenção da política grega introduziu três aspectos novos: a idéia da lei, o surgimento de um espaço público e a estimulação de um pensamento e um discurso público. Isto foi decisivo para o começo histórico da Filosofia. IV- A tese do "milagre grego" queria dizer que a Filosofia surgiu de forma planejada, onde os gregos utilizaram métodos sistemáticos de reflexão. As afirmativas corretas são, apenas: A) I, II e III. B) II e III. C) II, III e IV. D) I e IV. 23. O Grande Racionalismo Clássico, na Filosofia Moderna, ficou conhecido porque: I- Descartes, ao analisar o processo pelo qual a razão atinge a verdade, usa o recurso da dúvida metódica. II- Descartes afirmou que a verdade, além de ser verdade de fato e de ser obtida pela indução e por experimentação, deve ter como critério sua eficácia ou utilidade. III- através do seu Racionalismo, Descartes tornou famosa toda a sua Escola com a célebre proposição: "a existência precede a essência". IV- Descartes introduziu uma grande modificação no pensamento moderno, segundo a qual o conhecimento verdadeiro é puramente intelectual e parte das idéias inatas. As afirmativas corretas são, apenas: A) I, II e III. B) II e III. C) II, III e IV. D) I e IV. 24. Sobre o empirismo inglês, podemos afirmar que: I- Segundo Locke, há duas espécies de conhecimentos: conhecimento aparente (mundo sensível) e conhecimento verdadeiro (mundo inteligível). Essa dualidade ficou conhecida, em Filosofia, pelo nome de "revolução copernicana". II- Nossos conhecimentos começam com a experiência dos sentidos, isto é, com as sensações. III- Locke é o iniciador da Teoria do Conhecimento propriamente dita, porque se propõe a analisar cada uma das formas de conhecimento que possuímos. IV- Segundo Locke, há pelo menos três tipos de idéias: as idéias inatas, que são verdadeiras, as idéias adventícias, que são falsas, e as idéias fictícias, que são as nossas fantasias. As afirmativas corretas são apenas: A) I, II e III. B) II e III. C) II, III e IV. D) I e IV. 25. Sobre o Idealismo Filosófico, podemos afirmar:
I- O Idealismo afirma que todo conhecimento emana do objeto, pois toda idéia só será verdadeira à medida que corresponde ao que as coisas realmente são e ao modo como elas são. II- Doutrina filosófica que, na sua aproximação da realidade, coloca em primeiro lugar o modo como se processa o conhecimento na consciência de quem conhece e somente em segundo lugar a realidade que é conhecida. III- Doutrina filosófica que afirma que somente podemos conhecer com certeza nossas idéias, ou seja, o mundo interior da nossa consciência, o mundo da subjetividade. IV- O conhecimento tem sua origem na experiência dos sentidos. Somente posso conhecer através das minhas sensações. As afirmativas corretas são apenas: A) I, II e III. B) II e III. C) II, III e IV. D) I e IV. 26. Segundo a dialética Idealista de Hegel, podemos afirmar: I- O movimento da dialética se faz em três etapas: tese (afirmação), antítese (negação) e a síntese (negação da negação). II- O mundo material é anterior ao espírito e este deriva dele. III- O movimento é a propriedade fundamental da matéria e existe independente da consciência. IV- O mundo é a manifestação da Idéia, "o real é racional e o racional é real". As afirmativas corretas são apenas: A) I, II e III. B) II e III. C) II, III e IV. D) I e IV. 27. Sobre o Materialismo Dialético de Karl Marx está certo dizer: I- O materialismo parte do princípio de que o mundo e as suas leis são incognoscíveis. II- A dialética olha a natureza como um estado de movimento e transformação perpétuos, de renovação e desenvolvimento incessantes, em que sempre nasce e desenvolve-se qualquer coisa, desagrega-se e desaparece qualquer coisa. III- O materialismo filosófico parte do princípio de que o mundo, pela natureza, é material, que o múltiplo fenômeno do universo são os diferentes aspectos da matéria em movimento. IV- Ao contrário da Metafísica, a dialética olha a natureza como um todo unido, coerente, e, os objetos, os fenômenos, estão ligados organicamente entre si, dependem uns dos outros e condicionam-se reciprocamente. As afirmativas corretas são apenas: A) I, II e III. B) II e III. C) II, III e IV. D) I e IV. 28. Sobre Filosofia Política, podemos dizer que: I- Nicolau MAQUIAVEL recusa a figura do bom governo, encarnada no príncipe virtuoso, portador das virtudes cristãs. O príncipe precisa ter virtu, mas esta é propriamente política, referindo-se às qualidades do dirigente para tomar e manter o
poder, mesmo que para isso deva usar a violência, a mentira, a astúcia e a força. II- Para Jean-Jacques ROUSSEAU, o soberano é o governante, entendido como vontade geral, pessoa moral coletiva livre e que defende a propriedade privada; os governados se submetem às leis e à autoridade do governante e, como súditos, jamais exercem a cidadania. III- John LOCKE desenvolve uma teoria socialista que desmistificou a política liberal. Para ele, as relações fundamentais de toda sociedade humana são as relações de produção, que correspondem a um certo estágio das forças produtivas. IV- Para Thomas HOBBES, quando os interesses egoístas predominam, cada um se torna um lobo para o outro (homo homini lupus). As disputas provocam a guerra de todos contra todos (bellum omnium contra omnes), com graves prejuízos para a indústria, a agricultura, a navegação, o desenvolvimento da ciência e o conforto de todos. As afirmativas corretas são apenas: A) I, II e III. B) II e III. C) II, III e IV. D) I e IV. 29. Sobre a razão instrumental, podemos dizer: I- Segundo os frankfurtianos, a razão instrumental nasce quando o sujeito do conhecimento toma a decisão de que conhecer é dominar e controlar a Natureza e os seres humanos. II- Na medida em que a razão se torna instrumental, a ciência vai deixando de ser uma forma de acesso aos conhecimentos verdadeiros, para tornar-se um instrumento de dominação, poder e exploração. III- A noção de razão instrumental nos permite compreender que as idéias de progresso técnico e neutralidade científica pertencem ao campo da ideologia cientificista. IV- A razão instrumental também foi designada com a expressão razão iluminista, pelos frankfurtianos Weber e Althusser. As afirmativas corretas são apenas: A) I, II e III. B) II e III. C) II, III e IV. D) I e IV. 30. Que aspectos constituem a ideologia da ciência na sociedade contemporânea? I- Sob o aspecto do cientificismo e da ilusão da neutralidade, a ciência pode e deve conhecer tudo desinteressadamente. II- Crença no progresso e na evolução dos conhecimentos que, um dia, explicarão totalmente a realidade e permitirão manipulá-la tecnicamente, sem limites para a ação humana. III- Crença na ciência como se fosse magia e poderio ilimitado sobre as coisas e os homens. IV- Sob o aspecto de que o conhecimento científico procura as estruturas universais e necessárias das coisas investigadas, por isso a ciência aspira à objetividade. As afirmativas corretas são apenas: A) I, II e III. B) II e III. C) II, III e IV. D) I e IV.
21. Cassirer afirma que o círculo funcional do homem sofreu uma mudança qualitativa graças à aquisição de um sistema simbólico que lhe proporciona novos meios de adaptação. A questão é saber como Cassirer pôde diferenciar o homem dos animais, se ele mesmo reconhece também a existência de um comportamento simbólico em todo o reino animal. A razão deve-se, segundo ele, a uma distinção entre sinais e símbolos, na medida em que (A) há uma diferença entre a linguagem proposicional dos homens e uma linguagem carente de significação própria dos animais. (B) os sinais são "designadores" e os símbolos são "operadores". (C) os sinais têm um valor funcional e os símbolos têm uma constituição meramente física. (D) os sinais têm um caráter generalizador e os símbolos, um caráter particularizador.
22. A filosofia não pode analisar todas as formas individuais de cultura, uma vez que tem como propósito uma visão sintética universal. Ainda que reconheça a diversidade da produção cultural, Cassirer concebe essa possibilidade. Segundo o autor, para alcançar tal propósito é necessário: (A) investigar os elementos conteudísticos que caracterizam cada cultura em particular. (B) proceder a uma redução das culturas mais primitivas ao modelo de cultura mais desenvolvido. (C) adotar uma unidade de ação e um processo criador, visando um fim comum, e não efeitos e produtos. (D) distinguir mito de religião, de filosofia e de ciência, e operar uma síntese geral das respectivas áreas de cultura, em particular.
23. Considerando que o problema cosmológico foi a primeira preocupação dos filósofos gregos, Mondolfo concebe, como Werner Jaeger, que, a rigor, trata-se antes de uma projeção dos problemas de ordem antropológica para o universo físico, baseando-se no argumento de que tal fato se deve ao à: (A) projeção antropomórfica de figuras para a ordem natural. (B) reconhecimento do predomínio do caos reinante tanto na sociedade humana quanto no universo. (C) hipótese de que os astros movimentam-se livremente, como os homens em suas ações individuais. (D) transferência de todo o conjunto de conceitos tomados de empréstimo da ordem jurídica para o acontecer natural.
24. Sendo o conhecimento uma determinação do sujeito pelo objeto, de acordo com Hessen, é lícito afirmar que o sujeito (A) deixa-se conduzir de modo receptivo e passivo diante do objeto. (B) conduz-se de modo receptivo, mas ativo em relação ao objeto. (C) procede tanto ativa como passivamente frente ao objeto. (D) é impregnado pelo objeto no ato cognitivo.
25. Ao afirmar que a verdade é a correspondência entre a idéia e o ideado, os filósofos modernos querem dizer que a idéia é (A) uma cópia da própria coisa conhecida. (B) uma representação duplicada de si mesma. (C) produto exclusivo de um ato intelectual, como é o ideado. (D) reprodução da estrutura e das relações internas do objeto.
26. Por meio da descrição fenomenológica do conhecimento, pretende-se, de acordo com Hessen, (A) investigar o processo cognitivo enquanto fenômeno psíquico. (B) apreender a essência geral do fenômeno concreto do conhecimento. (C) observar as relações entre os processos cognitivos e os psíquicos. (D) abordar o fenômeno do conhecimento do ponto de vista histórico-fenomenológico.
27. O conjunto das obras aristotélicas sobre lógica recebeu o nome de Órganon. Tal designação deve-se ao fato de a lógica ser entendida como (A) instrumento do pensamento que se presta para dirigi-lo corretamente. (B) argumentação destinada a produzir a persuasão do discurso retórico. (C) exercício direto e imediato do pensamento tendo em vista o conhecimento verdadeiro. (D) atividade intelectual exercida com a finalidade de superar as contradições do discurso retórico.
28. O princípio do terceiro excluído, um dos princípios da lógica clássica, diz: (A) uma proposição é sempre igual a si mesma e não a uma terceira. (B) uma terceira proposição não pode ser inferida de duas primeiras. (C) uma proposição é idêntica a si, excluída a possibilidade de inferência de uma terceira. (D) dadas duas proposições constituídas pelos mesmos sujeitos e predicados, sendo uma afirmativa e a outra negativa, ambas não podem ser verdadeiras.
29. O sentido preciso da categoria da totalidade da lógica dialética é a (A) dominação determinante em todos os domínios do todo sobre as partes. (B) totalização generalizadora de casos particulares de uma determinada estrutura social. (C) divisão do todo em partes, seguida da análise de cada uma para a reconstituição do todo. (D) aplicação de uma regra geral a um caso particular, cujas circunstâncias acidentais tornam a regra aplicável.
30. A concepção lógico-metodológica de Popper sobre a teoria científica adota a falseabilidade como critério de avaliação de
cientificidade das teorias. Para o autor, uma teoria será considerada científica quando (A) for passível de falseamento e resistir a esse procedimento. (B) for falseada apenas por alguns fatos e permanecer válida para os demais casos. (C) não for suscetível de ser falseada, por ser considerada consistente pelos cientistas. (D) apenas uma parte for submetida à prova de falseamento, e as demais forem consideradas satisfatórias pela comunidade científica.
31. A Física moderna diferencia-se da Física aristotélica por considerar a natureza um uma: (A) complexo de corpos formados por proporções diferentes de movimento e de repouso, submetidos à relação de causalidade sem finalidade e passíveis de quantificação. (B) conjunto de corpos dotados de qualidades observadas pela experiência, cujas leis obedecem às diferenças dos corpos segundo sua substância. (C) conjunto hierarquizado de seres cujos lugares naturais são determinados pelo modelo científico. (D) unidade complexa de corpos, suscetíveis de serem observados no espaço heterogêneo em sua identidade imutável por meio de um procedimento algébrico.
32. O termo "revolução" está ligado, etimologicamente, à Astronomia, significando originariamente um movimento circular completo de um astro ao voltar a seu ponto de partida. Thomas Kuhn considera que a ciência progride por meio de revolução, devendo-se entender "revolução" como a (A) incapacidade de explicar os fatos novos a desafiar os cientistas. (B) criação de uma nova teoria circular totalizadora capaz de englobar e unificar as ciências. (C) reforma do paradigma vigente para explicar novos fatos ainda desconhecidos cientificamente. (D) substituição do paradigma vigente por outro capaz de explicar fatos novos não explicados pelo modelo anterior.
33. Marx afirma que as idéias são determinadas, histórico e socialmente, pelas condições concretas da vida material, embora não representem com fidelidade a realidade social, porque ideologicamente (A) surgem sob forma de mito para explicar a origem da sociedade e do poder político como algo exterior e anterior às atividades humanas. (B) permitem a percepção do vínculo interno entre o poder econômico e o poder político de uma sociedade historicamente determinada. (C) são forjadas como universais abstratos que ocultam a origem da sociedade e dissimulam as lutas de classes. (D) exibem a divisão e a exploração social do trabalho, de modo a possibilitar a tomada de consciência das classes dominadas.
34. À diferença dos pensadores antigos e medievais no que respeita às teorias políticas, Maquiavel funda o pensamento
político da modernidade, ao oferecer respostas novas, laicas e objetivas para as novas situações históricas de seu tempo. A ruptura da teoria do referido autor com a tradição deve ser compreendida pela seguinte razão: (A) conceber a finalidade da política como a tomada e a manutenção do poder. (B) aceitar o poderio de opressão de comando dos mais poderosos em relação aos súditos e ao príncipe. (C) conceber um fundamento anterior e exterior à política, quer como Deus, quer como Natureza ou Razão. (D) conceber a boa comunidade política constituída para o bem comum como uma comunidade homogênea, regida pela ordem racional.
35. A palavra cidadania deriva de cidade entendida como civitas, tradução latina da polis grega, isto é, como ente público e coletivo. No Estado liberal, espaço como república representativa, o exercício da cidadania consiste no, na: (A) participação direta nos assuntos de interesse público. (B) exercício das atividades cívicas com a consciência de poder realizar interesses individuais. (C) participação direta, enquanto eleito, e indireta, enquanto eleitor, nos assuntos de interesse público. (D) realização de atividades, com consciência de que somente o exercício do poder pode garantir os direitos e deveres de todos os cidadãos.
36. O valor ético da ação fundamenta-se, segundo Kant, na liberdade da vontade. Esse valor pode aspirar à validade de caráter universal, o que se deve ao fato de a ação (A) ser praticada de acordo com a forma da lei prescrita pelo direito. (B) ter por base o temor da punição considerada por todos como justificável. (C) ser motivada pela espera de uma recompensa reconhecida por todos como legítima. (D) denotar vontade pura, quando praticada exclusivamente por respeito à forma do dever.
37. Ao conceber a Ética como a teoria científica dos preceitos morais, Vázquez considera legítima sua aspiração à racionalidade e à objetividade, a despeito de a moral ser produto da experiência de caráter histórico-social, uma vez que a Ética (A) estabelece previamente os preceitos morais, de acordo com o rigor científico. (B) consiste na reprodução objetiva dos preceitos morais estabelecidos historicamente. (C) se apresenta como um conjunto de normas e prescrições reconhecidas universalmente. (D) procura determinar a essência da moral, sua origem, suas condições e os critérios de justificação desses juízos.
38. Descartes, nas Meditações, afirma que a vontade pode conduzir-nos ao erro e ao mal. A explicação dada pelo autor para tais desvios da Vontade reside no fato de (A) o entendimento ser imperfeito devido a sua finitude.
(B) a liberdade da vontade ser limitada em seu exercício. (C) a vontade e o entendimento não poderem atuar conjuntamente. (D) a vontade ultrapassar o poder do entendimento de julgar o que não conhece com clareza e distinção.
39. Kant, na Crítica do Juízo, ao tratar do primeiro momento do juízo de gosto, segundo a qualidade, considera o belo como o objeto de sentimento de prazer ou de desprazer. Para o autor, do ponto de vista da qualidade, o juízo de gosto é (A) emitido a propósito de um objeto atrativo. (B) motivado pela emoção diante de uma obra de arte autêntica. (C) um julgamento a respeito da satisfação proporcionada pelo sublime. (D) a faculdade de julgar um objeto ou um modo de representação de uma forma desinteressada.
40. Hegel concebe a arte como a relação entre a idéia e a forma sensível, e reconhece as três fases da arte: simbólica quando essa relação ainda não atingiu o equilíbrio definitivo do ideal artístico), clássica quando conquista a unidade concreta e viva desses dois elementos) e romântica quando a relação dialética desses dois elementos atinge o limite em que o infinito da idéia realiza-se, mas dissolve-se a cada instante). O autor deduz as modalidades de arte, de acordo com os três períodos acima mencionados, da seguinte forma: (A) arquitetura, no período simbólico; escultura, no clássico; pintura, música e poesia, no romântico. (B) escultura, no período simbólico; pintura, música e poesia, no clássico; arquitetura, no romântico. (C) música, pintura e poesia, no período simbólico; arquitetura, no clássico; escultura, no romântico. (D) escultura, poesia e música, no período simbólico; pintura, no clássico; arquitetura, no romântico.
41. Embora o homem participe tanto do reino da natureza quanto do reino da cultura, esses reinos são caracterizados diferentemente pelos pensadores do século X III porque a (A) cultura é o domínio do determinismo e a natureza, da escolha. (B) natureza é o reino da necessidade causal e a cultura, o domínio da finalidade livre. (C) natureza é o reino dos valores e a cultura, o da regularidade dos fenômenos sociais. (D) cultura é o reino da ordem e da conexão universal e a natureza, do domínio da historicidade.
42. Platão insiste mais explicitamente na República e no Teeteto, na diferença entre conhecimento e opinião, porque esta baseia-se nas aparências e aquele apreende o que é. Tal distinção deve-se ao fato de (A) as opiniões participarem do não-ser. (B) o conceito ser uma abstração especulativa de caráter imanente. (C) o conceito ser produto da generalização indutiva de casos particulares.
(D) o conceito constituir-se como a unidade da multiplicidade, existente e apreendido em si mesmo.
43. A crítica de Aristóteles da dicotomia entre o mundo sensível e o inteligível, estabelecida por Platão, torna problemática a concepção aristotélica do conhecimento das essências no âmbito do próprio mundo sensível. Aristóteles soluciona a referida questão por meio de um, uma: (A) procedimento intelectual transcendente ao mundo sensível. (B) intuição intelectual imediata da essência imanente às coisas sensíveis. (C) processo de construção sintética das espécies pertencentes ao gênero e ao ser, em potência e em ato. (D) processo de justaposição de elementos, apto para obter o conhecimento da essência das coisas sensíveis.
44. Guilherme de Ockham, considerado o iniciador do nominalismo, concebia os universais como: (A) conceitos existentes em si e por si mesmos conhecidos. (B) palavras instituídas por convenção, dotadas de significação das coisas. (C) posições para a explicação do que é singular, com o propósito de duplicar os entes. (D) conceitos situados nas próprias coisas, de modo a propiciar a apreensão das essências por um processo de abstração.
45. A unidade objetiva da verdade encontra-se, segundo Santo Tomás de Aquino, na harmonia entre fé e razão, não podendo, assim, contradizer-se, embora ambas as fontes do conhecimento sejam completamente diferentes. A explicação para a referida harmonia, de acordo com o filósofo, reside no fato de (A) tanto a razão quanto a revelação procederem de um só e mesmo Deus. (B) os intelectuais explicarem a verdade pela razão e os ignorantes, pela fé. (C) a Teologia e a Filosofia serem saberes racionais que procedem do dogma cristão. (D) somente o conhecimento racional proporcionado pela Filosofia poder alcançar igualmente a verdade pela fé.
46. Após ter colocado em dúvida o mundo sensível e a matemática, e provado, posteriormente, a existência de um Deus veraz, Descartes pôde recuperar a existência do mundo exterior. Esse mundo foi concebido pelo autor como um o) mundo (A) inteligível, constituído por essências qualitativas imutáveis. (B) sensível, tal como se nos apresenta dotado de todas as qualidades. (C) exterior criado por Deus, dotado de qualidades apreendidas algebricamente. (D) de pura substancialidade geométrica, quantificável e submetido às leis matemáticas.
47. Hume afirma, no Ensaio sobre o entendimento humano, que a idéia de causalidade é ilegítima, porque não corresponde a sensação alguma. Para o filósofo, a referida idéia deve-se a, à:
(A) uma ficção caprichosa do espírito metafísico. (B) existência de um determinismo oculto a reger a verdadeira realidade. (C) crença no mundo criado por Deus, cujas causas reais são por nós ignoradas. (D) uma regularidade dos fenômenos, produto da associação de idéias por semelhança e por contigüidade.
48. Embora os juízos analíticos sejam caracterizados como universais, necessários e a priori, e os sintéticos, como particulares, contingentes e a posteriori, Kant reconhece a possibilidade de juízos sintéticos a priori devido ao fato de (A) o espaço e o tempo serem formas a priori da intuição. (B) as categorias serem produtos da intuição a priori da razão. (C) as categorias serem deduzidas da classificação das espécies de juízo. (D) o espaço e o tempo serem inferidos das categorias a priori do entendimento.
49. Por reconhecer que o Dasein não é nem espírito, nem substância, Heidegger explica a estrutura e a constituição do homem como um ser-aí, um ser-no-mundo, por se tratar de, da: (A) uma posição irredutível da existência. (B) precedência da essência em relação à existência. (C) um relacionamento por contigüidade com os demais entes. (D) um ente determinado por fatores biológicos, psíquicos e físicos.
50. Na introdução às Investigações lógicas, Husserl afirma que a Lógica é mais do que uma ciência, por tratar-se de uma teoria geral que fundamenta todo conhecimento objetivo. A explicação do filósofo para a presente contradição entre a palavra de ordem do método fenomenológico "retorno às próprias coisas" e seu fundamento lógico consiste no, na: (A) acompanhamento do pensamento até transmudar-se em conhecimento, combinando vivência dotada de significação e intuição, com a finalidade de apreender as essências visadas. (B) aplicação às coisas do esquema lógico previamente estabelecido, de modo a enquadrá-las nas categorias lógicas. (C) investigação das coisas por meio das funções psíquicas que regem todo o fluxo complexo da consciência. (D) projeção das vivências sobre as categorias lógicas do entendimento, de modo a excluir todo acidental do que é essencial.
21. O mito é essencialmente uma narrativa (...) que não se define apenas pelo tema ou objeto da narrativa, mas pelo modo de narrar. (M. Chaui) O modo de narrar característico do pensamento mítico pode ser corretamente definido como uma forma que recorre (A) à fantasia somente para descrever o sobrenatural. (B)) ao mágico para descrever o mundo e o homem. (C) à experimentação para explicar a natureza. (D) à descrição para compreender o progresso histórico. (E) à experimentação para descrever o mundo e a história.
22. A razão grega é a que de maneira positiva, refletida, metódica, permite agir sobre os homens, não transformar a natureza. Dentro de seus limites como em suas inovações, é filha da cidade. (J. P. Vernant) A partir desse excerto de Vernant, é correto afirmar que em sua visão: (A) a expressão "milagre grego" descreve corretamente a continuidade entre o pensamento mítico e o surgimento da filosofia. (B) o surgimento da filosofia permitiu aos gregos o desenvolvimento de tecnologias que impulsionaram seu desenvolvimento econômico. (C)) o surgimento da filosofia é solidário da nova ordem política das cidades gregas na qual o debate público ocupa lugar central. (D) a filosofia é a principal causa da urbanização crescente das colônias gregas a partir do século VII a.C. (E) a democracia do mundo rural grego foi fruto do embate das doutrinas filosóficas e políticas florescidas a partir de Sócrates. 23. A maior parte dos primeiros filósofos considerava como os únicos princípios de todas as coisas os que são da natureza da matéria. Aquilo de que todos os seres são constituídos e de que primeiro são gerados e em que por fim se dissolvem, tal é para eles o elemento, o princípio dos seres; e por isso julgam que nada se cria nem se destrói, como se tal natureza subsistisse para sempre. (Aristóteles) É correto afirmar que, no trecho acima, Aristóteles refere- se: (A) à cosmogonia de Hesíodo que, em seus poemas, apresentou uma visão filosófica da natureza. (B) às especulações dos sofistas, caracterizadas por seu relativismo quanto ao conhecimento da natureza. (C) à perspectiva antropológica das reflexões socráticas sobre o homem, a justiça e a virtude. (D) à visão platônica de um mundo das idéias, caracterizado pela existência de formas eternas. (E)) à busca, por parte dos filósofos pré-socráticos, do princípio gerador do devir e da permanência do mundo. 24. Assim, pois, a virtude é um hábito de escolha, que se acha no meio termo em relação a nós, determinada pela razão e, como faria um sábio, eqüidistância entre dois vícios, um por excesso, o outro por falta. (...) Por isso é também grande e árdua a empresa a realizar-se: pois é grande empresa encontrar o meio termo de cada coisa, como achar o centro do círculo não é para qualquer um, mas para quem sabe. (Aristóteles) A partir do trecho acima, pode-se afirmar corretamente que, para Aristóteles, a virtude (excelência moral) é o meio termo entre (A) dois vícios: o mal absoluto e o bem supremo. (B) duas faculdades complementares: o hábito e a escolha. (C) dois elementos conflitantes: a razão e o hábito. (D)) dois extremos: o mal por excesso e o mal por falta. (E) dois vícios: a falta de razão e o excesso de razão. 25. Pois eu, Atenienses, devo essa reputação exclusivamente a uma ciência. Qual vem a ser essa ciência? A que é, talvez, a
ciência humana. É provável que eu a possua realmente, os mestres mencionados há pouco possuem, quiçá, uma sobrehumana. (Platão)
espalharão em redor de si o espírito de uma avaliação racional do próprio valor e da vocação de cada homem em pensar por si mesmo.
Esse trecho, retirado da Apologia de Sócrates, é uma ilustração frisante: (A)) do caráter antropológico da reflexão socrática. (B) do ceticismo radical das especulações socráticas. (C) da identidade entre o pensamento socrático e a cosmologia de Tales. (D) da continuidade entre sua doutrina e o pensamento mítico. (E) do surgimento da ciência experimental.
O texto acima transcrito pode ser corretamente interpretado como um exemplo frisante: (A) dos esforços tomistas de conciliação entre a razão e a fé. (B) da crítica pós-moderna ao racionalismo. (C) das primeiras formulações do ceticismo grego. (D) dos filósofos do período helenista. (E)) do racionalismo iluminista.
26. Eis, com efeito, em que consiste o proceder corretamente nos caminhos do amor ou por outro se deixar conduzir: em começar do que aqui é belo e, em vista daquele belo, subir sempre, como que servindo-se de degraus, de um só para dois e de dois para todos os belos corpos, e dos belos corpos para os belos ofícios, e dos ofícios para as belas ciências até que das ciências acabe naquela ciência, que nada mais é senão a do próprio belo, e conheça enfim o que é em si belo. O trecho acima transcrito pode ser corretamente interpretado como um exemplo: (A) das perspectivas essencialistas dominantes entre os sofistas contemporâneos de Sócrates. (B) do método de busca pela arkhé (princípio) característico dos pré-socráticos. (C)) da dialética ascendente de Platão, que vai da imagem para subir até a essência ou a idéia. (D) da perspectiva indutiva e empirista que caracteriza os escritos de Aristóteles. (E) da perspectiva epicurista, que valoriza simultaneamente a alma e os sentidos. 27. Tomamos inicialmente consciência da liberdade ou de seu contrário em nosso relacionamento com outros, e não no relacionamento com nós mesmos. Antes que se tornasse um atributo do pensamento ou uma qualidade da vontade, a liberdade era entendida como o estado do homem livre, que o capacitava a se mover, a se afastar de casa, a sair para o mundo e a se encontrar com outras pessoas em palavras e ações (...). A liberdade necessitava também de um espaço comum para encontrar a companhia de outros homens. (H. Arendt) O conceito de liberdade acima descrito tem como referência a noção (A) kantiana de autonomia, como a lei que cada indivíduo dá a si mesmo. (B) hobbesiana de liberdade como ausência de impedimento externo. (C) cristã de liberdade como um atributo da alma. (D)) antiga de liberdade como um atributo público e político. (E) moderna de liberdade como vitória da vontade sobre o desejo. 28. Que porém um público se esclareça a si mesmo é perfeitamente possível; mais do que isso, se lhe for dada a liberdade, é quase inevitável. Pois encontrar-se-ão sempre alguns indivíduos capazes de pensamento próprio (...) que, depois de terem sacudido de si mesmos o jugo da menoridade,
29. O que é a verdade, portanto? Um batalhão móvel de metáforas, metonímias, antropomorfismos, enfim, uma soma de relações humanas, que foram enfatizadas poética e retoricamente, transpostas, enfeitadas, e que, após longo uso, parecem a um povo sólidas, canônicas e obrigatórias; as verdades são ilusões, das quais se esqueceu que o são, metáforas que se tornaram gastas e sem força sensível, moedas que perderam sua efígie e agora só entram em consideração como metal, não mais como moedas. O texto acima pode ser corretamente interpretado como exemplo da crítica: (A) marxista às formas burguesas de pensamento. (B)) de Nietsche ao racionalismo iluminista. (C) de Platão ao pensamento dos sofistas. (D) iluminista ao pensamento medieval. (E) de Agostinho aos filósofos pagãos. 30. Desde sempre o Iluminismo, no sentido mais abrangente de um pensar que faz progressos, perseguiu o objetivo de livrar os homens do medo e de fazer deles senhores. Mas, completamente iluminada, a terra resplandece sob o sígno do infortúnio triunfal. O programa do iluminismo era o de livrar o mundo do feitiço. Sua pretensão, a de dissolver os mitos e eliminar a imaginação, por meio do saber [...] O entendimento, que venceu a superstição, deve ter voz de comando sobre a natureza desenfeitiçada [...] O que os homens querem aprender da natureza é como aplicá-la para dominar completamente sobre ela e sobre os homens. A partir do trecho acima é correto afirmar que, para Adorno e Horkheimer: (A)) o desejo de dominação do homem sobre a natureza aboliu o mito e a magia e instaurou a racionalidade técnica e controladora. (B) o Iluminismo propiciou simultaneamente um progresso técnico e moral a partir da libertação das superstições e dos mitos. (C) a racionalidade moderna tende a, progressivamente, libertar os homens do medo e da dominação. (D) o infortúnio de nossa sociedade deve-se ao malogro do ideal iluminista de pleno desenvolvimento da razão. (E) somente a contínua desmistificação da natureza poderá nos livrar definitivamente da dominação do homem sobre o homem.
31. Verdade e falsidade podem ser predicados das proposições, nunca dos argumentos. Do mesmo modo, propriedades de
validade ou invalidade só podem pertencer a argumentos dedutivos, mas nunca a proposições. (I. Copi) A partir desse esclarecimento de Copi é correto afirmar que: (A) a conclusão de um argumento será necessariamente um raciocínio inválido se as premissas forem falsas. (B) se as premissas e a conclusão de um argumento forem verdadeiras, a conclusão deve necessariamente ser resultado de um raciocínio válido. (C)) um argumento pode conter exclusivamente proposições falsas e, apesar disso, seu raciocínio pode ser válido. (D) as premissas de um argumento podem ser todas verdadeiras e sua conclusão válida, mas falsa. (E) é possível determinar a verdade ou falsidade de uma premissa analisando-se a validade do raciocínio. 32. O conjunto das relações de produção (que corresponde ao grau de desenvolvimento das forças produtivas materiais) constitui a estrutura econômica da sociedade, a base concreta sobre a qual se eleva uma superestrutura jurídica e política à qual correspondem determinadas formas de consciência social. O modo de reprodução de vida material determina o desenvolvimento da vida social, política e intelectual em geral. Não é a consciência dos homens que determina seu ser; é seu ser social que, inversamente, determina sua consciência. É correto afirmar que o texto acima apresenta uma visão característica: (A) do jusnaturalismo dos séculos XVII e XVIII. (B) do idealismo alemão do século XIX. (C) da economia política liberal. (D) do materialismo epicurista grego. (E)) do materialismo histórico do século XIX. 33. O fim da filosofia é o esclarecimento lógico dos pensamentos. A filosofia não é uma teoria, mas uma atividade. Uma obra filosófica consiste essencialmente em elucidações. O resultado da filosofia não são proposições filosóficas, mas é tornar proposições claras. Cumpre à filosofia tornar claros e delimitar precisamente os pensamentos, antes como que turvos e indistintos. (L. Wittgenstein) A visão de filosofia acima expressa gerou uma corrente significativa de trabalhos cuja característica fundamental é (A) a fusão da filosofia com as ciências da natureza, trazendo à primeira um estatuto científico. (B)) a ênfase em estudos voltados para as linguagens, analisando-as do ponto de vista da clareza dos conceitos e da força dos argumentos. (C) a separação entre as ciências e a metafísica, ficando esta última como tarefa eminentemente filosófica. (D) a ênfase na construção, por parte da filosofia, de sistemas éticos, já que as proposições sobre a natureza ficam ao encargo das ciências. (E) o abandono de qualquer pretensão de esclarecimento conceitual nos campos tradicionais da ética e da epistemologia. 34. A ciência não é um sistema de enunciados certos ou bem estabelecidos, nem um sistema que avança constantemente em
direção a um estado final. Nossa ciência não é um conhecimento (episteme): ela nunca pode pretender haver atingido a verdade, ou mesmo um substituto para ela, tal como a probabilidade [...] Embora não possa atingir a verdade nem a probabilidade, o esforço pelo conhecimento e a procura da verdade ainda são os motivos mais fortes da descoberta científica. [...] Somos sempre nós que formulamos as questões propostas à natureza; somos nós que repetidas vezes tentamos colocar essas questões para então obter um nítido "sim" ou "não". (K. Popper) A partir do trecho acima é correto afirmar que, para Popper, as teorias científicas (A) são convenções úteis e modelos analógicos e não têm, pois, valor ou pretensão de verdade. (B) se caracterizam por um progresso acumulativo de verdades provadas metodicamente. (C) constituem modelos - ou paradigmas - cuja correspondência com a realidade empírica não é possível verificar. (D)) enunciam conjecturas cujas implicações ou conseqüências são passíveis de testes e, eventualmente, refutação. (E) constituem um conjunto de hipótese verificadas e aceitas como verdades históricas. 35. O homem tem uma inclinação para associar-se porque se sente mais como homem num tal estado pelo desenvolvimento de suas disposições naturais. Mas ele também tem uma forte tendência a separar-se, porque encontra em si uma qualidade insociável que o leva a querer conduzir tudo simplesmente em seu proveito, esperando oposição de todos os lados [...] Esta oposição é a que, despertando todas as forças do homem, o leva a superar sua tendência à preguiça e, movido pela busca de projeção, pela ânsia de dominação ou pela cobiça, a proporcionar-se uma posição entre os companheiros que ele não atura, mas dos quais não pode prescindir. (Kant) A partir do trecho citado, é correto afirmar que para Kant: (A) tal como para Rousseau, a sociedade corrompe a natureza boa e livre dos homens. (B) o Estado significa a abdicação da liberdade natural e o fim dos conflitos. (C) a sociabilidade natural do homem é a responsável pelo seu desenvolvimento histórico. (D) a insociabilidade humana atrapalha o curso do desenvolvimento histórico da espécie. (E)) o antagonismo das disposições humanas é o responsável por seu desenvolvimento. 36. É característica do movimento que costumamos designar por Renascimento a (A) hostilidade completa em relação à filosofia clássica, sobretudo a de Platão e Aristóteles. (B)) clara busca pela separação entre fé e razão, natureza e religião, política e Igreja. (C) ênfase na autoridade das Sagradas Escrituras e na filosofia cristã de modo geral. (D) concepção hierárquica de universo e de ordem política. (E) crítica ao conhecimento produzido pelos órgãos dos sentidos.
37. Precisamos nos desfazer de todas as idéias, de todas as crenças recebidas, ou seja, libertarmo-nos de todas as tradições, de todas as autoridades, se quisermos alguma vez reencontrar a pureza nativa da nossa razão, chegar à certeza da verdade. (A. Koyré) É correto afirmar que, nessa passagem, Koyré se refere (A) à necessidade que tem o cético de permanecer em dúvida, por considerar impossível alcançar qualquer certeza. (B) à proposta de São Tomás de Aquino de integrar o costume à razão para obter o conhecimento das coisas. (C)) ao momento em que Descartes precisou da dúvida para se desfazer de idéias pré-concebidas e fundar uma ciência inteiramente baseada na razão. (D) à continuidade do projeto renascentista de dominação da natureza que Bacon implementou no final do século XVI. (E) à origem da crítica da razão pura, promovida por Kant em resposta ao racionalismo do século XVII. 38. Essas longas cadeias de razões (...), de que os geômetras costumam servir-se para chegar às suas mais difíceis demonstrações, haviam-me dado ocasião de imaginar que todas as coisas possíveis de cair sob o conhecimento dos homens seguem-se umas às outras da mesma maneira, e que, contanto que nos abstenhamos somente de aceitar por verdadeira qualquer que não o seja, e que guardemos sempre a ordem necessária para deduzi-las umas das outras, não pode haver quaisquer tão afastadas a que não se chegue por fim, nem tão ocultas que não se descubram. (Descartes) É correto afirmar que, no trecho acima, Descartes defende que (A) não se pode obter o conhecimento da verdade. (B) o método geométrico descreve a realidade física. (C) o senso comum é o início de todo conhecimento científico. (D) o conhecimento deve partir das coisas mais complexas para as mais simples. (E)) a essência do pensamento matemático é a invenção de relações e de uma ordem entre as relações. 39. É por isso necessário a um príncipe que deseje manter seus domínios saber como praticar o mal, e fazer uso disso ou não de acordo com a necessidade. (Maquiavel) A partir do trecho acima, pode-se afirmar corretamente que, para Maquiavel, a virtude cívica é a (A) qualidade de flexibilidade moral que se exige de um príncipe ou governante. (B) capacidade de adquirir riqueza para o Estado. (C) observação das quatro virtudes cardeais: temperança, justiça, coragem e sabedoria. (D) capacidade de ser cruel e desse modo causar medo aos adversários. (E) a possibilidade de ser irracional, se necessário. 40. Desta guerra de todos contra todos os homens também isto é conseqüência: nada pode ser injusto. As noções de bem e de mal, de justiça e de injustiça, não podem aí ter lugar. Onde não há poder comum não há lei, e onde não há lei não há injustiça. (Hobbes) Nesse trecho, retirado do Leviatã, Hobbes considera que: (A) os valores morais são anteriores à existência das leis civis.
(B) o bem e o mal são valores absolutos, mas deles não depende a definição do justo e do injusto. (C) naturalmente os homens tendem a criar o Estado e as leis. (D)) é o Estado que determina o sentido da lei. (E) em nome do direito de propriedade os homens exigem a instituição do Estado. 41. ... devemos considerar em que estado todos os homens se acham naturalmente, sendo este um estado de perfeita liberdade para ordenar-lhes as ações e regular-lhes as posses e pessoas conforme acharem conveniente, dentro dos limites da lei de natureza, sem pedir permissão ou depender da vontade de qualquer outro homem. (Locke) Nesse trecho, Locke define a liberdade como: (A) licenciosidade, ou direito de fazer o que se quiser. (B) agir de acordo com a lei civil. (C) ausência de autoridade religiosa. (D)) não estar sujeito ao arbítrio de ninguém. (E) exercício da virtude moral. 42. O homem nasce livre, e por toda a parte encontra-se a ferros. (Rousseau) Qual das seguintes afirmações a respeito dessa célebre frase, que abre o Contrato Social, NÃO PODE SER ASSOCIADA ao pensamento de Rousseau? (A) Rousseau considera que a desigualdade entre os homens seja criada pela sociedade. (B) Todo tipo de relação social implica subordinação. (C) Rousseau faz uma crítica ao processo de civilização do homem. (D) Os homens são naturalmente livres porque nasceram naturalmente iguais. (E)) Os reis governam por direito divino. 43. O sol não nascerá amanhã é uma proposição tão inteligível e implica tanta contradição como o sol nascerá amanhã. Seria inútil, portanto, toda tentativa de demonstrar sua falsidade. Se fosse demonstrativamente falsa, implicaria contradição e não poderia jamais ser distintamente concebida pela mente. (Hume) No excerto acima, é correto dizer que, segundo Hume: (A)) é impossível provar demonstrativamente um fato da natureza. (B) a afirmação o sol nascerá amanhã é científica. (C) somos incapazes de imaginar o contrário de uma questão de fato. (D) algo pode ser verdadeiro e falso ao mesmo tempo. (E) a matemática deve servir de método para o estudo da natureza. 44. Até agora, diz Kant, a metafísica tem sido uma insensatez dogmática. Tem sido a pretensão de conhecer aqueles seres que, justamente, escapam de toda possibilidade humana de conhecimento (...). Essa metafísica não é possível. (M. Chaui) Costumou-se designar o pensamento de Kant de filosofia crítica porque: (A) é uma vertente do ceticismo grego.
(B) propõe que a filosofia seja somente uma crítica ao dogmatismo. (C)) estabelece limites à possibilidade de conhecimento da razão. (D) defende que não temos meios de conhecer nada. (E) pretende conhecer os objetos centrais da metafísica: Deus, alma, substância etc. 45. O que Comte procura sempre são leis invariáveis, de acordo com o modelo da física e da matemática, paradigmas da ordem. Por isso, a história é pensada como uma sucessão ordenada (...), e a sociedade será pensada como uma totalidade orgânica dividida em segmentos ou classes, que se relacionam de maneira estática. (Franklin L. e Silva) De acordo com o trecho acima, é FALSO afirmar que: (A) A filosofia de Comte deve ser compreendida a partir do êxito das ciências exatas e naturais. (B)) O positivismo adota o conceito de luta de classes para explicar as mudanças históricas. (C) Ordem e progresso são noções centrais para a compreensão do positivismo. (D) A sociologia, ciência que estuda a sociedade, deve procurar pelas leis que regem a conduta e as relações humanas. (E) Há, no positivismo, uma crença no processo evolutivo da sociedade. 46. A metáfora da relação entre senhor e escravo, entre quem submete e quem é submetido, procura mostrar (....) como, dialeticamente, os papéis acabam por se inverter, já que o senhor também precisa ser reconhecido como tal pelo escravo. (D. Marcondes) No trecho acima, é correto afirmar que o autor se refere: (A)) a uma poderosa imagem utilizada por Hegel não só para descrever o processo de constituição da consciência, mas para exemplificar as conseqüências morais da relação de escravidão. (B) ao pensamento de Heidegger, e sua investigação filosófica dos conceitos relativos às modalidades ônticas. (C) à fenomenologia de Husserl, que tentou separar a psicologia e filosofia, manter o privilégio do sujeito do conhecimento e ampliar o conceito de fenômeno. (D) a um dos principais artigos da Declaração dos Direitos do Homem (1789). (E) ao nascimento da sociologia, no final do século XIX, como estudo das relações sociais. 47. É hábito de nosso tempo nada desejar intensamente. O ideal de caráter é não ter nenhum caráter marcante; aleijar por compressão, como fazem os chineses com os pés das mulheres, toda parte da natureza humana que projete uma saliência, e tenda a tornar uma pessoa notadamente dissimilar em relação ao perfil comum da humanidade. (Stuart Mill) No excerto acima Stuart Mill expressa uma crítica: (A) aos movimentos sindicais e socialistas, muito atuantes em meados do século XIX na Inglaterra. (B) à imprensa vitoriana, que não respeitava a individualidade dos cidadãos, expondo-a à opinião pública. (C) à doutrina positivista, e sua proposta de uma sociedade hierarquizada.
(D) aos governantes dos grandes impérios, que esmagam o potencial de desenvolvimento dos mais pobres. (E)) aos que afirmam ser possível conhecer as verdadeiras finalidades da vida e reprimir os que se opõem a elas, disseminando falsidades perniciosas. 48. Ora, na realidade, para o existencialista, não há amor diferente daquele que se constrói; não há possibilidade de amor senão a que se manifesta no amor, não há gênio senão o que se exprime nas obras de arte. (Sartre) De acordo com esse excerto de Sartre, é correto afirmar que: (A) a essência do homem, seus sentimentos, sua razão, determinam o modo como ele age em relação a outros e a si mesmo. (B) é possível definir o homem sem considerar sua cultura e sua história. (C) as intenções equivalem a atos. (D)) o homem é o que ele faz. (E) a condição humana se caracteriza pela dominação de um homem por outro e pela inexistência de liberdade. 49. A expressão microfísica do poder, cunhada pelo filósofo Michel Foucault, designa: (A) as mudanças de regime político nos períodos revolucionários. (B)) uma rede de dispositivos ou mecanismos de poder que se disseminam por toda a estrutura social. (C) a forma repressiva da dominação capitalista. (D) o Estado como instância coercitiva que origina e fundamenta todo tipo de poder social. (E) o aparato de pompa envolvido no espetáculo das punições durante o Antigo Regime. 50. O irracionalismo foi gerado, em parte, pela identificação que se produziu (...) entre a razão sistêmica e a razão em si. Opor-se ao sistema equivalia, assim, a opor-se à própria razão. A razão não pode deixar de ser vista como opressora, quando o poder que oprime fala em nome dela e quando ela é percebida como a única possível. (S.P. Rouanet) A partir do excerto acima, é possível afirmar corretamente que, para a teoria da ação comunicativa de Habermas: (A)) o irracionalismo surge, paradoxalmente, como resultado da confiança excessiva na possibilidade de esclarecimento promovida pela razão. (B) a razão e a verdade devem estar a serviço de uma ideologia política. (C) são racionais as proposições que correspondam a uma verdade objetiva, não a um processo argumentativo. (D) a economia, como ciência racional, tem condições de prever o desenvolvimento da sociedade. (E) quando vários argumentos são usados para refutar uma afirmação, a razão corre o risco de desaparecer e, junto com ela, a liberdade. 21.Sobre a Filosofia podemos afirmar: a) Originou-se da inquietação gerada pela curiosidade humana em compreender e questionar os valores e as interpretações comumente não aceitas sobre a sua própria realidade.
b) Originou-se da inquietação gerada pelo sentimento humano de grandeza e questionador sobre os valores e as interpretações comumente aceitas sobre a sua própria realidade. c) Originou-se da inquietação gerada pela curiosidade humana em compreender e questionar os valores e as interpretações comumente aceitas sobre a sua própria realidade. d) Originou-se do comodismo e da fase da curiosidade humana em compreender e questionar os valores e as interpretações comumente aceitas sobre a sua própria realidade. e) N.D.R 22.O mito: I. É uma narrativa tradicional com caráter explicativo e/ou simbólico, profundamente relacionado com uma dada cultura e/ou religião. II. Procura explicar os principais acontecimentos da vida, os fenômenos naturais, as origens do Mundo e do Homem por meio de deuses, semideuses e heróis (todas elas são criaturas sobrenaturais). III. É uma primeira tentativa de explicar a realidade. IV. O termo "mito" é, por vezes, utilizado de forma pejorativa para se referir às crenças comuns (consideradas sem fundamento objetivo ou científico, e vistas apenas como histórias de um universo puramente maravilhoso) de diversas comunidades. Está(ão) correta(s) a(s) afirmativa(s): a) I, apenas b) II e III, apenas c) III e IV, apenas d) I e IV, apenas e) I, II, III e IV 23.Sócrates não foi muito bem aceito por parte da aristocracia grega, pois defendia algumas idéias contrárias ao funcionamento da sociedade grega. Criticou muitos aspectos da cultura grega, afirmando que muitas tradições, crenças religiosas e costumes não ajudavam no desenvolvimento intelectual dos cidadãos. Sobre este filósofo é correto afirmar: a) Sua arte de dialogar, conhecida como maiêutica, provocava aquilo que ficou conhecido como "a parturição das idéias". b) Sua arte de dialogar, conhecida como dialética, provocava aquilo que ficou conhecido como "a parturição das idéias". c) Sócrates nasceu em Atenas e morreu na mesma cidade, anos mais tarde, de velhice. d) Sócrates procurava responder à questões do tipo: "O que é a natureza ou o fundamento último das coisas?" e) N. D. R. 24.Platão nasceu em Atenas, provavelmente em 427 a.C. e morreu em 347 a.C. É considerado um dos principais pensadores gregos, pois influenciou profundamente a filosofia ocidental. Sobre este filósofo pode-se afirmar: I. Suas idéias baseiam-se na diferenciação do mundo entre as coisas sensíveis (mundo das idéias e a inteligência) e as coisas visíveis (seres vivos e a matéria). II. Platão não valorizava os métodos de debate e conversação como formas de alcançar o conhecimento. III. Fundou a Academia, uma escola de filosofia com o propósito de recuperar e desenvolver as idéias e pensamentos socráticos.
IV. Foi um dos maiores críticos da democracia do seu tempo. Pelo menos daquela que era praticada em Atenas e que ele conheceu de perto. V. Como já em Sócrates, assim em Platão a filosofia tem um fim prático, moral; é a grande ciência que resolve o problema da vida. Este fim prático realiza-se, no entanto, materialmente, através da especulação, do conhecimento da ciência. Estão corretas as proposições: a) I, II e III, apenas b) II, IV e V, apenas c) II, III e IV, apenas d) I, III e IV, apenas e) I, II, III, IV e V 25.Sobre os pensadores gregos é incorreto o que se diz em: a) Aristóteles aceitou a idéia, vigente em sua época, de que tudo na natureza se compunha de quatro elementos - ar, água, fogo e terra -, mas a eles acrescentou um quinto elemento - o éter -, que formaria o espaço celeste. b) Platão, ao contrário de Sócrates, interessou-se vivamente pela política e pela filosofia política. c) Em seu método, ao iniciar uma conversa, Aristóteles sempre adotava a posição de uma pessoa ignorante, que apenas "sabe que nada sabe". E justamente por usar esta afirmativa, ele forçava as pessoas a usarem a razão. Ele entrava de tal forma na conversa, e de tal forma a dominava, que era capaz de aparentar uma maior ignorância ou de mostrar-se mais tolo do que realmente era. d) De fato, Aristóteles pode ser considerado o criador do estudo da Lógica e seu livro Organon, que trata desse tema, foi o único, dentre toda a sua obra, a continuar sendo estudado na Europa após a queda do Império Romano. e) Entre as acusações contra Sócrates estava a de que ele estava introduzindo novos daimonions, novas entidades divinas. 26.A respeito do Positivismo julgue os itens a seguir: ( ) O positivismo é uma linha teórica da sociologia, criada pelo francês Auguste Comte. ( ) Os positivistas abandonaram a busca pela explicação de fenômenos externos, como a criação do homem, por exemplo, para buscar explicar coisas mais práticas e presentes na vida do homem, como no caso das leis, das relações sociais e da ética. ( ) O positivismo teve grande aceitação na Europa e também em outros países, como o Brasil, as idéias de Comte foram amplamente aceitas pela tradição sociológica e filosófica marxista. ( ) O Positivismo tem por finalidade colaborar para estabelecer uma educação e uma instrução, de cunho altruístico, científico e industrial, a fim de criar uma Única Civilização Positiva. ( ) O positivismo apresenta duas partes que se complementam e entrelaçam: o culto e o dogma científico. a) VVVFF b) VVFVF c) FVFVF d) FFVFV e) FFFVV 27.Na teoria marxista, o materialismo histórico: a) A sociedade é comparada a um celeiro no qual as fundações, a infra-estrutura, seriam representadas pelas forças econômicas.
b) Pretende a explicação da história das sociedades humanas, a partir da Idade Média, através de fatos materiais, essencialmente econômicos e técnicos. c) Pretende a explicação da história das sociedades humanas, em todas as épocas, através dos fatos materiais, essencialmente econômicos e técnicos. d) Pretende a explicação da história das sociedades humanas, em todas as épocas, através de fatos materiais, culturais e técnicos. e) De acordo com a tese do materialismo histórico defende-se que a evolução histórica, desde as sociedades mais remotas até a atual, se dá pelos confrontos entre diferentes classes sociais decorrentes da "exploração do meio pelo homem". 28.Thomas Hobbes foi um matemático, teórico político, e filósofo inglês. Sobre sua obra Leviatã, podemos afirmar: a) Explanou os seus pontos de vista sobre a natureza humana e sobre a necessidade de governos e sociedades. b) Defende a necessidade do governante de basear suas forças em exércitos próprios, não em mercenários. c) Explanou os seus pontos de vista sobre a natureza humana e sobre a capacidade do homem de viver independente de governos. d) Defende a necessidade do governante de basear suas forças em exércitos mercenários e não constituir exércitos próprios. e) N.D.R 29.Sobre John Locke, estão incorretas: I. Estava interessado nos tópicos tradicionais da filosofia: o Eu, o Mundo, Deus e as bases do conhecimento. II. Está entre os filósofos empiristas, assim chamados devido a abrirem espaço para a ciência junto à filosofia, valorizando a experiência como fonte de conhecimento. III. Viajou fora da Inglaterra, especialmente na França, onde ampliou o seu horizonte cultural, entrou em contato com movimentos filosóficos diversos, em especial com o racionalismo. IV. A maior parte de sua obra se caracteriza pela oposição ao autoritarismo, em todos os níveis: individual, político e religioso. a) I, II e III, apenas. b) II e III, apenas. c) I, II, III e IV. d) I e IV, apenas. e) N.D.R. 30.Jean-Jacques Rousseau foi um filósofo suíço, escritor, teórico político e um compositor musical autodidata. Sobre esse filósofo pode-se afirmar que: a) Rousseau foi uma das principais inspirações ideológicas da primeira fase da Revolução Francesa. b) Inspirados nas idéias de Rousseau, os revolucionários defendiam o princípio da soberania burguesa e igualdade de direitos. c) Rousseau é associado frequentemente às idéias capitalistas e considerando um opositor do socialismo e comunismo. d) Seu pensamento político, baseado na idéia da bondade natural do homem, levou-o a criticar em diversas ocasiões a naturalização, a injustiça e a opressão da sociedade contemporânea.
e) Rousseau é associado frequentemente às idéias anticapitalistas e considerado um antecessor do socialismo e comunismo. 31.Sobre a filosofia de Karl Marx, julgue os itens a seguir: ( ) A dialética marxista postula que as leis do pensamento correspondem às leis da realidade. ( ) Este filósofo alemão foi expulso da maior parte dos países europeus devido ao seu radicalismo. ( ) Foi o criador da obra o Capital, livro publicado em 1867. ( ) Marx continuou e desenvolveu plenamente as três principais correntes ideológicas do século XIX. a) VVVV b) VFVF c) FVFV d) VVFV e) FVFF 32.A confusão que acontece entre as palavras Moral e Ética existem há muitos séculos. A própria etimologia destes termos gera confusão, sendo que Ética vem do grego "ethos" que significa modo de ser, e Moral tem sua origem no latim, que vem de "mores", significando costumes. Sobre estes dois conceitos é correto afirmar: a) A Moral sempre existiu, pois todo ser humano possui a consciência Moral que o leva a distinguir o bem do mal no contexto em que vive. b) A Ética teria surgido com Platão, pois se exigi maior grau de cultura. c) A moral investiga e explica as normas morais, pois leva o homem a agir não só por tradição, educação ou hábito, mas principalmente por convicção e inteligência. d) A ética não é somente um ato individual, pois as pessoas são, por natureza, seres sociais. e) A ética se constitui em um processo de formação do caráter da pessoa humana. 33.Julgue as afirmativas a seguir: I. Aristóteles, ao contrário de seu mestre, esforçou-se por demonstrar que a essência não se separa dos corpos apreendidos pelos sentidos. O conhecimento é constituído a partir da percepção e da experiência. II. A teoria platônica e aristotélica tem suas raízes no debate epicurista. III. Segundo Platão, conhecer é conhecer a essência. O mundo que os sentidos captam é verdadeiro. IV. A filosofia de Platão, ao contrário da de Aristóteles prioriza o mundo das idéias. V. A semelhança encontrada entre o pensamento platônico e o Aristotélico é a conclusão do mundo ideal como mundo real. Estão falsos: a) I, II e III b) II, III e IV c) I e IV d) III e IV e) II, III e V 34.De acordo com o pensamento Tomista, a filosofia pode prestar um precioso serviço á fé, exceto: a) Negando as coisas que são ditas pela revelação sem uma autêntica demonstração racional.
b) Ilustrando, por meio de certas semelhanças, as coisas que pertencem à fé. c) Opondo-se às coisas que são ditas pela fé. d) Demonstrando aquelas coisas que são preâmbulos da fé. e) N.D.R
a) FFVFF b) VVFVV c) FFVVF d) FFVFV e) VVFVF
35.Marque a única alternativa que se opõe ao idealismo de Hegel. a) Para Hegel, o Ser é a Idéia que se exterioriza no sujeito. b) A realidade objetiva é o resultado do trabalho humano sobre a natureza, enquanto, a realidade subjetiva é a consciência dessa outra realidade, aquilo que permite dar significado ao que está fora do sujeito. c) A realidade é constituída no pensamento. O mundo subjetivo, portanto, é o mundo real. Isso constitui seu sistema chamado de Idealismo. d) De acordo com o entendimento do pensamento Hegeliano, podemos admitir que o homem é a natureza tomando consciência de si. A passagem do "em si" ao "para si". e) N.D.R
38.Sobre Santo Agostinho, é correto afirmar: a) Sempre teve um comportamento moral exemplar, desde jovem. b) Foi o principal representante da Escolástica. c) Após sua mocidade, profundamente desviada moralmente, se converteu ao cristianismo em Milão. d) Teve, até o fim de sua vida, sérios atritos com Ambrósio, bispo de Milão, por descordar de suas idéias. e) Converteu-se primeiramente ao protestantismo, de onde absorveu algumas idéias, e só depois converteu-se ao catolicismo.
36.Qual das alternativas abaixo está de acordo com a concepção Kantiana a respeito da estética e do belo? a) O sentimento do Belo é determinado pela realidade empírica do objeto e, portanto, inteiramente dependente dos condicionamentos individuais; deste modo, o sentimento do belo é a posterirori e, como tal, incapaz de fundamentar a validade universal e necessária dos juízos estéticos. b) O juízo estético é uma intuição do inteligível no sensível, não uma intuição objetiva, mas subjetiva. Esse juízo não tem valor cognitivo, não consiste num juízo sobre a perfeição do objeto e é válido independentemente dos conceitos e das sensações produzidas pelo objeto. c) Existe uma antinomia fundamental entre a idéia de um gosto subjetivo, imbuído do que a sensibilidade comporta de contingência particular e arbitrária e a idéia de um gosto universal e necessário. d) O juízo estético gera um conhecimento que brota da relação do sujeito com o objeto da arte, este conhecimento se funda no sentimento do prazer e do belo. e) Acima de tudo existe o Belo em si, a idéia geral ou universal da beleza, que pode ser alcançada pela ascese dialética, permitindo ao filósofo participar da Beleza em si. 37. "É decisivo compreender que saber o que significa a verdade, ou sob que condições uma declaração é chamada verdadeira, não é o mesmo que, e deve ser claramente distinguido de, possuir um meio de decidir se determinada declaração é verdadeira ou falsa.". Sobre este tema, pode-se afirmar: ( ) É suficiente possuir um meio de decidir sobre a verdade de uma declaração. ( ) A funcionalidade de algo é mais relevante do que saber se esse algo é verdadeiro. ( ) É importante fazer distinção entre definição de verdade e critério de verdade. ( ) As declarações verdadeiras são hierarquicamente mais importantes. ( ) O que importa é apenas definir as condições de verdade de uma declaração. A ordem correta é:
39.Nascido na Itália, em uma família nobre, Santo Tomás de Aquino foi o maior expoente da filosofia escolástica. Sobre este filósofo pode-se afirmar: a) Demonstrou a irracionalidade da fé. b) Foi influenciado apenas pelo pensamento latino de Cícero. c) Recebeu grande influência de Platão. d) Recebeu grande influência de Aristóteles. e) Demonstrou que filosofia e teologia não se distinguem. 40.Sobre John Locke é correto afirmar: a) Foi uma das grandes expressões do Empirismo italiano. b) Divide as idéias, ou representações, em Idéias Simuladas, Idéias Simultâneas e Idéias Vagas. c) Divide suas idéias em proporcionais e desproporcionais. d) Foi uma grande expressão do Impressionismo Inglês. e) Divide suas idéias ou representações em Idéias Simples e Idéias Complexas.
Texto CE-I - itens de 59 a 62 Glauco: Como isso seria possível, se durante toda a vida eles estão condenados a ficar com a cabeça imóvel? Sócrates: Não acontece o mesmo com os objetos que desfilam? Glauco: É claro. (...) Sócrates: Veja agora o que aconteceria se eles fossem libertados de suas correntes e curados de sua desrazão. (...) Se um desses homens fosse solto, forçado subitamente a levantar-se, a virar a cabeça, a andar, a olhar para o lado da luz, todos esses movimentos o fariam sofrer; ele ficaria ofuscado e não poderia distinguir os objetos, dos quais via apenas as sombras anteriormente. Na sua opinião, o que ele poderia responder se lhe dissessem que, antes, ele só via coisas sem consistência, que agora ele está mais perto da realidade, voltado para objetos mais reais, e que está vendo melhor? O que ele responderia se lhe designassem cada um dos objetos que desfilam, obrigandoo, com perguntas, a dizer o que são? Não acha que ele ficaria embaraçado e que as sombras que ele via antes lhe pareceriam mais verdadeiras do que os objetos que lhe mostram agora? E se o forçassem a olhar para a própria luz, não acha que os olhos lhe doeriam, que ele viraria as costas e voltaria para as coisas que pode olhar e que as consideraria verdadeiramente mais nítidas do que as coisas que lhe mostram?
Platão. A República. In: Danilo Marcondes. Textos básicos de filosofia. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2000, p. 40. Considerando o texto CE-I e a filosofia platônica, julgue os itens de 59 a 62. 59 - O Sol desempenha, na Alegoria da Caverna, o papel do Bem, conforme apresentado na República. 60 - A Doxa corresponde à parte externa da caverna, pois se está agora na região sensível. 61 - Um dos importantes papéis do filósofo, na descese, é fazer que seus concidadãos obtenham, a partir da região sensível, por um processo de abstração, o conhecimento genuíno, definido pelas formas que estão nas coisas. 62 - A alegoria acima, apresentada por Platão, tem como um dos seus objetivos mostrar que não há estabilidade do conceito formas - na região correspondente à Doxa. Com base na filosofia aristotélica, julgue os itens de 63 a 66. 63 - O movimento, em Aristóteles, existe exclusivamente por causa do ato. 64 - Deus, em Aristóteles, pode ser entendido, sobretudo, como a causa material do movimento do céu. 65 - Não existe, para Aristóteles, nenhum tipo de mudança na região supralunar, pois o constituinte dos corpos celestes é o éter, que é imutável. 66 - O universo deve ser finito, pois, para a filosofia aristotélica, não existe infinito em ato. Texto CE-II - itens de 67 a 70 Todos os eventos aparecem inteiramente soltos e separados. Um evento segue outro, mas nunca podemos observar nenhum laço entre eles. Eles aparecem conjugados, mas nunca conectados. Como não podemos ter nenhuma idéia de qualquer coisa que nunca apareceu para nosso sentido externo ou sentimento interno, a conclusão necessária parece ser a de que não possuímos nenhuma idéia de conexão ou força, e que tais palavras absolutamente não têm sentido quando as empregamos, tanto nos raciocínios filosóficos quanto na vida comum. David Hume. Investigação sobre o entendimento humano. In: Danilo Marcondes. Textos básicos de filosofia. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2000, p. 105. Tendo em vista o texto CE-II e a filosofia de David Hume, julgue os itens de 67 a 70.
70 - A causalidade fundamenta-se, em parte, na crença de que o futuro será igual ao passado. Com relação à filosofia de René Descartes, julgue os itens 71 a 74. 71 - A dualidade mente-corpo é uma novidade exclusiva da filosofia cartesiana. 72 - Segundo o mecanicismo os movimentos da mente funcionam como um mecanismo. 73 - O principal atributo da matéria é a extensão. 74 - O cogito é um ponto de partida importante na dedução cartesiana, com vistas a encontrar um conhecimento certo do mundo. Texto CE-III - itens 75 e 76 Do Caos nasceram Érebo e a negra Noite; e da Noite, por sua vez, surgiu o Éter e o Dia, que ela concebeu e deu à luz depois de sua ligação amorosa com Érebo. E a Terra gerou primeiro Urano (o céu) constelado, igual a ela própria. Hesíodo. Cosmogonia. Apud: G. S. Kirk e J. E. Raven. Os filósofos pré-socráticos. Lisboa: Calouste Gulbenkian, 1982, p. 18. Tales disse que o princípio do universo é a água, e que o mundo é dotado de alma e repleto de divindades. Diógenes Laércio. Vidas e doutrinas de filósofos ilustres, p. 19. É o seguinte o decreto de Adastréia. Toda alma que, no cortejo de um deus, tiver contemplado, de alguma maneira, as verdadeiras realidades está, até a revolução seguinte, isenta de prova e, se é capaz sempre de o fazer, está, para sempre, isenta de danos. Mas, quando, incapaz de seguir como deve ser, e por alguma má sorte, repleta de esquecimento e de perversão, se tornou pesada, sob o efeito desse peso, perdeu suas asas e caiu sobre a Terra. Platão. Fedro. In: Geneviève Droz. Os mitos platônicos. Brasília: Editora UnB, 1997, p. 19 (com adaptações). Considerando os trecos contidos no texto CE-III, o pensamento mítico e a filosofia do período clássico, julgue os itens 75 e 76. 75 - Os mitos podem ter desempenhado, pelo menos em parte, um papel pedagógico na explicação da formação do mundo ou da situação do homem no mundo, tanto no próprio pensamento mítico quanto no pensamento filosófico. 76 - Tales é considerado um dos primeiros filósofos porque, em seu pensamento, o mito é usado em situações muito particulares.
67 - A causalidade não possui fundamentação racional. Com referência à filosofia cínica e estóica, julgue o item 77. 68 - Não há qualquer relação entre a produção de conhecimento e as impressões, segundo a filosofia humiana. 69 - Como a indução é um ato mental, pode-se concluir pela causalidade de forma a priori.
77 - Entre as preocupações filosóficas dos cínicos e dos estóicos estavam a linguagem e a ética. Texto CE-IV - itens de 78 a 81
Não exigirei que um sistema científico seja suscetível de ser dado como válido, de uma vez por todas, em sentido positivo; exigirei, porém, que sua forma lógica seja tal que se torne possível validá-lo por meio de recurso a provas empíricas, em sentido negativo: deve ser possível refutar, pela experiência, um sistema científico empírico. Karl Popper. A lógica da pesquisa científica. São Paulo: Editora Cultrix, 1998, p. 42. Uma teoria científica, após ter atingido o status de paradigma, somente é considerada inválida quando existe uma alternativa disponível para substituí-la. Nenhum processo descoberto até agora pelo estudo histórico do desenvolvimento científico assemelha-se ao estereótipo metodológico da falsificação por meio da comparação direta com a natureza. (...) O juízo que leva os cientistas a rejeitarem uma teoria previamente aceita baseia-se sempre em algo mais do que essa comparação da teoria com o mundo. Decidir rejeitar um paradigma é sempre decidir simultaneamente aceitar outro, e o juízo que conduz a essa decisão envolve a comparação de ambos os paradigmas com a natureza, bem como sua comparação mútua. Thomas Kuhn. A estrutura das revoluções científicas. São Paulo: Editora Perspectiva S.A., 1998, p. 108 (com daptações). A propósito dos trechos mostrados no texto CE-IV e das filosofias da ciência de Thomas Kuhn e de Karl Popper, julgue os itens de 78 a 81. 78 - Não há diferença entre as filosofias de Popper e de Kuhn no que se refere às relações entre as teorias científicas e a experiência. 79 - Popper desconsidera a verificabilidade como critério para demarcação entre ciência empírica e o que não é ciência. 80 - A rejeição de uma teoria, segundo o pensamento de Kuhn, não necessariamente envolve apenas uma comparação direta da teoria com a natureza. 81 - A Teoria da Gravitação de Einstein não pode ser caracterizada como um momento de ciência revolucionária, segundo Kuhn, pois ainda se consideram nessa teoria, conceitos como o de espaço e de tempo. A propósito da filosofia de Auguste Comte, julgue os itens 82 e 83. 82 - Comte afirma que existe uma hierarquia nas ciências - da matemática à sociologia -, todas elas positivas, ou seja, seguem leis rígidas e determinadas.
86 - Kant pretendeu colocar a metafísica na trilha segura da ciência. A respeito da filosofia de Arthur Schopenhauer e de Friedrich Nietzsche, julgue o item 87. 87 - Tanto a vontade de viver quanto a vontade de potência se fundamentam em elementos racionais. Tomando o pragmatismo como referência, particularmente no pensamento de William James, julgue o item 88. 88 - Um racionalismo do tipo cartesiano define, para o pragmatismo, as bases das ações, dos desejos e, portanto, da verdade. De acordo com a denominada corrente existencialista, julgue o item 89. 89 - Os conceitos de possibilidade e angústia são importantes para Soren Kierkegaard, e o conceito de existência como transcendência é importante para Martin Heidegger. Texto CE-V - item 90 Pode-se observar como advertência segura e útil: considerada como órganon, a lógica geral é sempre uma lógica da ilusão, isto é, dialética. Immanuel Kant. Crítica da razão pura. São Paulo: Nova Cultural, 1987, p. 59 (com adaptações). Tendo em vista o trecho acima e a filosofia kantiana, julgue o item a seguir. 90 - Kant faz uma crítica à dialética como lógica e propõe substituí-la por uma outra lógica, a transcendental, que se fundamenta em certas formas humanas a priori de conhecer. Texto CE-VI - item 91 Seria muito superficial e, sobretudo, uma atitude mental pouco grega se quiséssemos pensar que Platão e Aristóteles apenas constatam que o espanto é a causa do filosofar. (...) Que é isto a filosofia? Somente aprendemos a conhecer e a saber quando experimentamos de que modo a filosofia é. Ela é ao modo da correspondência que se harmoniza e se põe de acordo com a voz do ser do ente. Martin Heidegger. O que é isto - A filosofia. In: Martin Heidegger. Conferência e escritos filosóficos. São Paulo: Nova Cultural, 1989, p. 21-3 (com adaptações). Quanto ao trecho acima e à filosofia heideggeriana, julgue o item a seguir.
83 - Comte não pretende abolir a metafísica da filosofia. No que concerne à filosofia de Immanuel Kant, julgue os itens de 84 a 86. 84 - Com o imperativo categórico, é correto afirmar que existe uma ética do dever em Kant. 85 - Segundo Kant, embora o conhecimento comece com a experiência, ele não é totalmente derivado da experiência.
91 - Heidegger busca uma definição de filosofia que estabeleça uma relação com a linguagem. Texto CE-VII - item 92 Todos concordarão que nem os pensamentos, nem as paixões, nem as idéias formadas pela imaginação existem sem o espírito; e não parece menos evidente que as várias sensações ou idéias impressas nos sentidos, ligadas ou combinadas de qualquer modo (...) só podem existir em um espírito que as perceba.
George Berkeley. Tratado sobre os princípios do conhecimento humano. São Paulo: Nova Cultural, 1989, p. 71 (com adaptações). Considerando o trecho acima e a filosofia de George Berkeley, julgue o item 92. 92 - Na filosofia de Berkeley há um claro privilégio do espírito no que se refere à percepção do mundo. No entanto, não há percepção da matéria, pois esta determina o substrato do mundo. Julgue os itens 93 e 94. 93 - O materialismo dialético, conforme concebido por Karl Marx, é, em alguma medida, uma herança das filosofias de Georg F. W. Hegel e de Heráclito de Éfeso. 94 - Há diferenças importantes entre a filosofia política de Thomas Hobbes e a de John Locke, embora ambos defendam a tese do estado natural e do pacto social. Texto CE-VIII - item 95 A Filosofia está escrita neste grande livro que continuamente se abre perante nossos olhos (isto é, o universo), que não se pode compreender antes de entender a língua e conhecer os caracteres com os quais está escrito. Ele está escrito em língua matemática, os caracteres são triângulos, circunferências e outras figuras geométricas, sem cujos meios é impossível entender humanamente as palavras; sem eles nós vagamos perdidos dentro de um obscuro labirinto. Galileu Galilei. O ensaiador. Tendo em vista as concepções de Galileu Galilei, apresentadas no texto CE-VIII, julgue o item 95. 95 - Não há elementos metafísicos no pensamento de Galileu acerca dos fundamentos da natureza, pois se trata de um cientista que busca determinar teorias científicas. Texto CE-IX - itens de 96 a 117 Cibercultura - crítica da substituição Uma crítica por vezes mal fundamentada e freqüentemente abusiva da técnica inibe o envolvimento de cidadãos, criadores, poderes públicos e empreendedores em procedimentos favoráveis ao progresso humano. Essas restrições, infelizmente, deixam o campo livre para projetos que visam apenas o lucro e o poder, projetos que não se deixam restringir por nenhuma crítica intelectual, social ou cultural. É por isso que eu gostaria de analisar alguns dos argumentos equivocados da crítica. Sobretudo, que é um erro pensar que o virtual substitui o real, ou que as telecomunicações e a telepresença vão pura e simplesmente substituir os deslocamentos físicos e os contatos diretos. A perspectiva da substituição negligencia a análise das práticas sociais efetivas e parece cega à abertura de novos planos de existência, que são acrescentados aos dispositivos anteriores ou os tornam complexos em vez de substituí-los. Frente à rápida ascensão de um fenômeno mundial, desestabilizador, que coloca novamente em questão várias
posições adquiridas, hábitos e representações, parece-me que meu papel enquanto pensador, especialista ou professor certamente não é ir no sentido da corrente mais forte e instigar as angústias e os ressentimentos das pessoas ou do público. O que aparentemente não é a opção escolhida por diversos intelectuais que se dizem "críticos". A lucidez é indispensável, mas é precisamente essa exigência que nos impõe o reconhecimento de que a emergência da cibercultura é um fenômeno ao mesmo tempo irreversível e parcialmente indeterminado. Em vez de me amedrontar, insistindo nos aspectos minoritários (a cibercriminalidade, por exemplo), parciais (o ciberespaço a serviço da globalização capitalista, da hegemonia americana, de uma nova classe dominante) ou mal compreendidos (o virtual que supostamente substitui o real, o espaço físico ameaçado de desaparecimento), prefiro realçar as coisas qualitativamente novas que o movimento da cibercultura faz emergir, bem como as oportunidades que ele oferece ao desenvolvimento humano. O pavor não faz pensar. Denunciar e condenar algo que visivelmente carrega uma parte importante do futuro humano não ajuda a fazer escolhas responsáveis. A fim de evitar preocupações legítimas, tenho que dedicar algumas linhas para refutar os argumentos mais difundidos emitidos por nossos "intelectuais críticos". Uma das idéias mais errôneas, e talvez a que tem vida mais longa, representa a substituição pura e simples do antigo pelo novo, do natural pelo técnico ou do virtual pelo real. Por exemplo, tanto o público culto como os gestores econômicos e políticos temem que a ascensão da comunicação pelo ciberespaço venha a substituir o contato humano direto. É muito raro que um novo modo de comunicação ou de expressão suplante completamente os anteriores. Fala-se menos desde que a escrita foi inventada? Claro que não. Contudo, a função da palavra viva mudou, uma parte de suas missões nas culturas puramente orais tem sido preenchida pela escrita: transmissão dos conhecimentos e das narrativas, estabelecimentos de contratos, realização dos principais atos rituais ou sociais etc. Novos estilos de conhecimento (o conhecimento "teórico", por exemplo) e novos gêneros (o código de leis, o romance etc.) surgiram. A escrita não fez com que a palavra desaparecesse, ela tornou complexo e reorganizou o sistema da comunicação e da memória social. A fotografia substituiu a pintura? Não, ainda há pintores ativos. As pessoas continuam, mais do que nunca, a visitar museus, exposições e galerias, compram as obras de artistas para pendurá-las em casa. Em contrapartida, é verdade que os pintores, os desenhistas, os gravadores, os escultores não são mais - como foram até o século XIX - os únicos produtores de imagens. Como a ecologia do ícone mudou, os pintores tiveram que reinventar a pintura - do impressionismo ao neoexpressionismo, passando pela abstração e pela arte conceitual para que ela conquistasse um lugar original, uma função insubstituível no novo ambiente criado pelos processos industriais de produção e reprodução de imagens. O cinema substituiu o teatro? De forma nenhuma. O cinema é um gênero autônomo, com matéria própria, a história agitada de suas regras e seus códigos. E continua havendo autores, artistas, salas e espectadores para o teatro.
Pierre Lévy. Crítica da substituição. In: Cibercultura. São Paulo: Editora 34, v. XV, 1999, p. 211-3 (com adaptações). Com relação às idéias do texto CE-IX, julgue os itens de 96 a 102. 96 - O texto apresenta a tese de que a crítica, ainda que, às vezes, mal fundamentada ou mesmo exagerada, pode favorecer o envolvimento criativo de vários setores sociais com o desenvolvimento tecnológico. 97 - O texto sugere que o aparecimento de variadas tecnologias, ao longo da história, propiciou condições materiais para a geração de novas formas de conhecimento. 98 - O texto sustenta a tese de que não é raro uma nova tecnologia superar os modos de comunicação e de expressão anteriores. 99 - O texto afirma que o papel de críticos, pensadores, especialistas e professores em relação aos novos fenômenos tecnológicos é o de denunciar o potencial negativo dos artefatos humanos, alertando a população para os perigos e os interesses por detrás das novas invenções. 100 - Para o autor, enquanto pensador e professor, seu papel é ser sensível aos temores da maioria e buscar denunciar os aspectos negativos das novas tecnologias da comunicação e expressão. 101 - O termo "cibercultura" é um neologismo empregado no texto para abarcar o conjunto das técnicas materiais e intelectuais, das práticas e atitudes, dos modos de pensamentos e valores que se desenvolvem juntamente com o crescimento do ciberespaço, isto é, da rede ou Web. 102 - O termo "crítica", associado aos intelectuais com posições diferentes das do autor, é utilizado no texto como sinônimo de atitude de recepção favorável e otimista em relação aos novos fenômenos tecnológicos e às múltiplas relações sociais que eles geram. Texto CE-X - itens de 103 a 115 O pensamento crítico, que não se detém nem mesmo diante do progresso, exige hoje que se tome partido pelos últimos resíduos de liberdade, pelas tendências ainda existentes a uma humanidade real, ainda que pareçam impotentes em face da grande marcha da história. Theodor Adorno e Max Horkheimer. Dialética do esclarecimento. 2.ª ed. Rio de Janeiro: Zahar, 1985, p. 9 (com adaptações). Com relação aos termos e conceitos utilizados nos textos CEIX e CE-X, julgue os itens de 103 a 115. 103 - Com a expressão teoria crítica, nomeia-se uma concepção filosófica desenvolvida pelos intelectuais da Escola de Frankfurt, no século XX, para designar a tarefa de vigilância do pensamento crítico em favor da emancipação humana e contra a barbárie, onde quer que ela possa se manifestar.
104 - O termo crítica foi utilizado por Immanuel Kant, no século XVIII, com referência ao esforço filosófico de esclarecimento das condições de possibilidade do uso da razão humana para conhecer, pensar e agir. 105 - A palavra progresso, utilizada nos textos para fazer referência à emergência de recursos tecnológicos favoráveis ao desenvolvimento social, nomeia um conceito ligado ao antigo ideal grego de desenvolvimento e aperfeiçoamento, linear e contínuo, em uma certa direção, das forças produtivas, cognitivas e valorativas da sociedade. 106 - O texto CE-IX se refere à arte conceitual. Na filosofia, o termo conceito pode ter, pelo menos, duas origens. Na primeira, empírica, ocorre um processo de abstração a partir da experiência (Locke); na segunda, racional ou a priori, têm-se as categorias do entendimento de Kant ou as idéias inatas de Descartes. 107 - O conceito é uma das unidades de trabalho filosófico. Pode-se definir a filosofia, segundo Wittgenstein, como a arte de fabricar, produzir e criar conceitos sempre novos. Segundo ele, só a filosofia produz conceitos. 108 - O termo arte, no seu sentido mais amplo e original, significa técnica, isto é, designa os procedimentos normativos que regulam todos os campos; indica os procedimentos ordenados (ou seja, organizados por regras) de qualquer atividade humana. Por outro lado, os problemas relativos às chamadas belas artes e a seu objeto específico cabem, hoje, ao domínio da estética. 109 - Segundo Aristóteles, a arte é produtiva enquanto a ação não é. O termo grego poiético designa o sentido produtivo e criativo do fazer humano enquanto técnica, diferentemente de prático, relativo ao domínio político. 110 - Segundo F. Schiller, poeta e erudito alemão, a educação estética do homem é a melhor forma de prepará-lo para a vida da investigação (ciência) e a vida em sociedade (política), uma vez que a estética é o modo mais sensato de desenvolver o temperamento e o caráter distinto que a humanidade apresenta e de exercitar o seu convívio por meio do cultivo do gosto, assim como articular da melhor forma possível a sensibilidade e o entendimento humano em busca da verdade. 111 - O termo função, empregado em diversos momentos no texto CE-IX, é uma categoria de análise derivada da matemática e utilizada de modo exato nas ciências humanas e naturais, uma vez que pode explicar a realidade em termos de relações entre meios e fins, em que a função é aquilo que corresponde ao meio, que pode variar para preencher o percurso até determinados fins. 112 - O autor do texto IX, no final do segundo parágrafo, refere-se a escolhas responsáveis para o futuro, em relação à tecnologia. Em filosofia, escolha e responsabilidade são temas associados mais ao debate sobre o dever moral e político que ao debate sobre a liberdade.
113 - A noção de escolha sempre foi amplamente utilizada pelos filósofos, em especial na discussão sobre o problema da liberdade, mas não foi analisada com freqüência. A partir de Kierkegaard, a filosofia da existência enfatizou o valor da escolha no que concerne à própria personalidade do homem ou à sua existência, considerando a escolha sobretudo sob o ângulo da sua própria possibilidade, ou seja, como escolha da escolha. Por outro lado, Sartre insistiu na perfeita arbitrariedade da escolha e identificou escolha com consciência; reconheceu, por isso, um ato de escolha em todo ato de consciência. 114 - O autor do texto CE-IX afirma, no primeiro parágrafo, que a crítica dos intelectuais às novas tecnologias dificulta a percepção da "abertura de novos planos de existência". A existência é um termo utilizado aqui no sentido clássico da metafísica, um ser cuja essência é permanente e imutável. 115 - A fenomenologia é um movimento filosófico do século XX, iniciado por F. Hegel em A Fenomenologia do Espírito, livro em que aparece sua proposta de uma volta às coisas mesmas. Nessa obra, busca superar os dualismos e mostrar aquilo que, na maior parte das vezes, não se manifesta, é capaz de expressar o sentido e o fundamento daquilo que se manifesta fenomenicamente, ou seja, a intencionalidade da consciência. Quanto aos Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensino Médio (PCN) e considerando o texto CE-IX, julgue os itens 116 e 117. 116 - O autor do texto CE-IX assume sua própria responsabilidade como pensador e professor diante das novas gerações e visando as escolhas responsáveis para o futuro. Também os PCN, especialmente no que se refere à filosofia, tratam da responsabilidade do professor dessa disciplina na formação de novas gerações críticas, criativas desde que considerem o atual estado de coisas no desenvolvimento social e tecnológico. 117 - Os PCN destacam as tecnologias associadas a cada área do saber, em que foram organizados os conhecimentos. No caso da área de ciências humanas e suas tecnologias, em que a filosofia é apresentada como um conhecimento escolar, é recomendado, por questões de maturidade dos alunos, que se cultivem exclusivamente as competências e as habilidades associadas à leitura e à escrita de textos filosóficos. Texto CE-XI - itens 118 e 119 Ler e escrever são tarefas da escola, questões para todas as áreas, uma vez que são habilidades indispensáveis para a formação de um estudante, o que é responsabilidade da escola. Ensinar é dar condições ao aluno para que ele se aproprie do conhecimento historicamente construído e se insira nessa construção como produtor de conhecimento. Ensinar é ensinar a ler para que o aluno se torne capaz dessa apropriação, pois o conhecimento acumulado já está escrito em livros, revistas, relatórios, arquivos etc. Ensinar é ensinar a escrever porque a reflexão sobre a produção de conhecimentos se expressa por escrito.
Iara C. B. Neves, et al (org.) Ler e escrever: compromisso de todas as áreas. 4.ª ed. Editora da UFRGS, 2001, p. 15 (com adaptações). Com relação ao tema tratado no texto CE-XI, julgue os itens 118 e 119. 118 - Se os autores do texto têm razão, então a filosofia não precisa refletir sobre o que significa ler e escrever filosoficamente, uma vez que todas as áreas já estão ocupadas com essa tarefa. Desse modo, o professor de filosofia pode ocupar-se de temas mais específicos em seu planejamento. 119 - Ler e escrever, atividades apropriadas reflexivamente, são consideradas pelos PCN competências e habilidades que o professor de filosofia deve considerar em seu planejamento. No entanto, o debate, isto é, a capacidade de argumentar e defender seu ponto de vista oralmente e mesmo de mudar de posição diante de bons argumentos, não é uma prática recomendada para a sala de aula. Julgue os itens de 120 a 123. 120 - A idéia norteadora de que uma efetiva educação democrática repousa em princípios filosóficos libertários e críticos está na base das teorias e das propostas para a educação de pensadores como John Dewey e Paulo Freire. 121 - Civitas é o termo latino do qual deriva a palavra cidade, isto é, a comunidade política organizada que possui um mínimo de autonomia. O cidadão é aquele que usufrui dos direitos e cumpre os deveres definidos pelas leis e pelos costumes da cidade. A cidadania é, antes de mais nada, o resultado de uma integração social, de modo que civilizar significa, em primeiro lugar, tornar cidadão. 122 - A diferença fundamental entre a democracia ateniense antiga e as atuais democracias de massa ou populares, sejam elas socialistas ou liberais, não é tanto a separação entre os poderes ou mesmo a participação direta que a primeira permitia em contraposição ao modo representativo atual. É, principalmente, a forma de governo, exercida pelo povo por meio de um único representante, legitimamente escolhido pelo voto. 123 - Um tema importante do debate político contemporâneo consiste na reflexão sobre os direitos civis e humanos, em uma tentativa de fortalecer as garantias jurídicas nacionais e internacionais dos indivíduos em relação ao poder acumulado pela máquina dos Estados nacionais no último século. Texto CE-XII - itens 124 e 125 A filosofia na educação É fundamental modificar o conteúdo do currículo, tanto na escola quanto em nível de graduação, de tal forma que se venha a estimular a imaginação dos alunos. A fim de se conseguir isto, é necessário, enquanto ensinamos os estudantes sobre a forma como as coisas são, ensiná-los, também, a sempre levantarem a questão de até que ponto as coisas poderiam ser, ou poderiam ter sido diferentes; quando estivermos ensinando-os no âmbito de uma área específica, digamos, biologia ou física, ensiná-los
sempre a relacionar esta área a outras; quando estivermos ensinando-os sobre instituições existentes, sempre proporcionar-lhes alguma idéia de como tais instituições surgiram e de quais instituições alternativas poderiam ter existido. Em poucas palavras, é fundamental que eles sejam estimulados a se distanciarem de suas matérias, mesmo enquanto as estiverem estudando, a fim de adotarem uma atitude crítica, analítica e histórica perante o que quer que lhes seja ensinado. Fazer isto é, precisamente, a função de uma filosofia crítica. Mary Warnock. Os usos da Filosofia. Campinas: Papirus, 1994, p.167-8 (com adaptações). Com relação ao texto CE-XII, julgue os itens 124 e 125. 124 - O texto sugere reformas curriculares para as escolas e os cursos de graduação, de forma a cultivar a atitude filosófica básica dos professores de todas as áreas de ensino. 125 - O exercício orientado da imaginação para o exame de alternativas, isto é, de possibilidades entre o que é, o que foi e o que poderia ser, bem como a relação entre os diferentes tipos de conhecimentos, por meio do distanciamento crítico, analítico e histórico em todas as áreas do saber, constituem, segundo o texto, uma contribuição da filosofia para a educação escolar e universitária.
51 - De acordo com o texto, o mito não se identifica com o bom senso, pois o mito, como fantasia e mentira, é desprovido de contato com o real. 52 - O logos difere do mito, pois o primeiro, como discurso racional, apresenta explicações em que razões são dadas, enquanto o mito, como narrativa de caráter poético, freqüentemente recorre aos deuses, ao tempo em que revela os profundos anseios humanos. 53 - Ao se vivenciar os mitos, sai-se do tempo profano, cronológico, ingressando-se em um tempo qualitativamente diferente, um tempo "sagrado", um tempo sem tempo, primordial e indefinidamente recuperável. 54 - Na tentativa de se dar uma explicação racional para a origem das coisas, sem com isto se fazer uma regressão causal ao infinito, na antiga Grécia procurou-se um elemento primordial que fosse um explicador universal. Anaxímenes entende ser este elemento primordial a água, e Tales de Mileto, o ar. 55 - Protágoras de Abdera (490-421 a.C.) afirmava que o homem é a medida de todas as coisas, das que são como são e das que não são como não são. Nesse sentido, ele teve uma interpretação objetiva da realidade, defendendo o iluminismo e atacando os sofistas.
GABARITO: 59C 60E 61E 62C 63E 64E 65E 66C 67C 68E 69E 70C 71E 72E 73C 74C 75C 76E 77C 78E 79C 80C 81E 82C 83E 84C 85C 86C 87E 88E 89C 90C 91C 92E 93C 94C 95E 96E 97C 98E 99E 100E 101C 102E 103C 104C 105E 106C 107E 108C 109C 110C 111E 112E 113X 114E 115E 116C 117E 118E 119E 120C 121C 122E 123C 124C 125C O primeiro conhecimento é o mito. Primeiro na origem e na fundamentação de todo outro conhecimento. Mito é comunicação imediata com todos os seres; uma comunicação dionisíaca; uma comunicação entusiástica. Do mito se diferencia o conhecimento da ciência. No início, a ciência começou como filosofia. Os títulos acadêmicos de doutoramento Ph.D. das universidades anglo-saxônicas ainda lembram a identidade primitiva de filosofia e ciência. Hoje estão separadas. E administram conhecimentos diferentes. Conhecimentos importantes, porque todas as valorações da vida passam hoje, necessariamente, pelo crivo da filosofia e da ciência. Do mito, da filosofia e da ciência diferencia-se o bom senso, que é o conhecimento de uso certo e comedido de toda experiência. Arcangelo R. Buzzi. Introdução ao pensar - o ser, o conhecimento, a linguagem. Petrópolis: Vozes, 1990, p. 81 (com adaptações). Julgue os itens subseqüentes, com relação às idéias do texto acima e ao assunto nele abordado.
Sócrates, Platão e Aristóteles, os principais filósofos da Grécia Antiga estruturaram, por meio de diferentes métodos, uma visão do mundo, na medida em que sistematizaram o conhecimento humano tendo em vista a racionalidade do mesmo. A respeito das doutrinas desses filósofos, julgue os próximos itens. 56 - Segundo Aristóteles, há três espécies de constituição de governo - a monarquia, a aristocracia e a timocracia -, que podem se degenerar, respectivamente, em tirania, oligarquia e democracia. 57 - A chamada revolução socrática, que levou os historiadores a dividirem a história da filosofia grega em pré e póssocrática, deveu-se ao fato de Sócrates ter insuflado os jovens contra o governo de Atenas e Esparta, motivo pelo qual foi condenado a beber sicuta. 58 - No mito da caverna, Platão atribui ao filósofo, após este ter conhecido o mundo real, ou seja, o mundo das idéias, o papel político-pedagógico de salvar os seus irmãos prisioneiros da caverna. 59 - O conhecimento filosófico caracteriza-se por ter a pretensão de ser universal, racional e teleológico, e por abordar todas as coisas pelas suas causas primeiras ou razões mais elevadas. 60 - A posição cética caracteriza-se pela suspensão de juízo quanto à possibilidade ou não de algo ser verdadeiro ou falso, embora originalmente tenha significado indagação, investigação.
61 - Ideologia é o mesmo que doutrina, ou seja, a ciência dos doutos em forma de idéias representativas da realidade. A lógica pode ser entendida como ciência das formas do pensamento coerente que estuda a simples apreensão, o juízo e o raciocínio. Nesse sentido, considere os seguintes argumentos: a) Todo círculo é redondo. Ora, nenhum quadrado é redondo. Logo nenhum quadrado é círculo. b) Todo argelino é africano. Ora, algum africano é católico. Logo, algum católico é argelino. c) Se o Brasil não melhorar o futebol, então não participará do próximo campeonato mundial. Ora, não vai acontecer o Brasil não melhorar o futebol. Logo ... A respeito desses argumentos e da lógica, julgue os itens a seguir. 62 - O argumento a) é um silogismo formal e materialmente válido, categórico, do modo AEE da segunda figura, em que "quadrado", "círculo" e "redondo" são, respectivamente, os termos menor, maior e médio. 63 - O argumento b) é um silogismo dedutivo, válido formal e materialmente, categórico, sendo a sentença da premissa maior uma sentença toto-total afirmativa, segundo a quantificação do predicado de Hamilton. 64 - O argumento c) é um silogismo hipotético condicional no qual, pondo-se a parte condicionante, por-se-á a parte condicionada, mas não vice-versa. A sua conclusão é: Logo, o Brasil participará do próximo campeonato mundial. 65 - Na lógica dialética, o espírito nega-se como natureza e afirma-se como cultura, nega-se como ser em si, tornando-se ser para si; o sentido imediato é superado dialeticamente por um sentido novo, posto pelo próprio espírito. Em todo o decorrer da história, o ser humano sempre preocupou-se com o problema do conhecimento como parte da metafísica. A questão da possibilidade, dos limites e do conteúdo do conhecimento ocupa parte fundamental daquilo que, sob diversos aspectos, costumou-se chamar epistemologia, criteriologia ou gnoseologia. No que se refere a esse tema, julgue os itens que se seguem. 66 - A epistemologia é a parte da filosofia que trata do estudo do conhecimento sistematizado e busca construir teorias do conhecimento científico. 67 - Segundo Kant, a estética transcendental é uma ciência de todos os princípios da sensibilidade estabelecidos a priori, na qual existem duas formas puras de intuição sensível: as noções puras de espaço e as de tempo. 68 - A criteriologia estuda quais são as referências do conhecimento, as medidas e os parâmetros humanos do conhecer. 69 - O empirismo afirma que todos os conhecimentos originamse da razão e, por isso, também é chamado de racionalismo.
Tendo em vista as características do conhecimento filosófico, do conhecimento científico e dos seus métodos, julgue os itens a seguir. 70 - Francis Bacon, um dos pilares da filosofia moderna, deduziu que o ser humano inicialmente existe como pensamento, para depois afirmar a sua existência, ou seja, vai da idéia do pensamento ao ser que pensa, realizando-se, então, o salto sobre o abismo que separa a subjetividade da objetividade. 71 - O conhecimento filosófico aspira ser teleológico, racional, universal, metódico, utiliza-se de princípios como leis formais do pensamento. 72 - O conhecimento científico tem, entre outras características, a aspiração de ser assistemático, crítico, subjetivo e de procurar demonstrar por leis as suas certezas. 73 - Herbert Marcuse participa das idéias da Escola de Frankfurt pelas quais o conceito de neutralidade essencial das ciências é estendido também para a tecnologia. Para ele, o a priori tecnológico não é um a priori político. 74 - Para Hegel, o direito, a moralidade e a realidade jurídica e social concebem-se por meio dos seres, adquirindo uma forma concreta determinada por uma estrutura da própria natureza, uma vez que o real é o real e o racional é idêntico a si próprio, não se identificando estas duas realidades. 75 - No materialismo dialético de inspiração marxista, há uma aplicação do realismo hegeliano pelo qual tudo o que existe na natureza independe da relação tese, antítese, síntese, mas está vinculado aos interesses da burguesia capitalista. 76 - A filosofia, como problemática do conhecimento, exerce influência bastante reduzida na formação do ser humano, pois, em matéria de conhecimento, tudo é relativo; logo, cada pessoa tem direito a ter uma opinião particular acerca do mundo que deve ser incondicionalmente respeitada. Com relação ao positivismo, julgue os próximos itens. 77 - Auguste Comte caracteriza o estado positivo, que é único na natureza, pela subordinação da imaginação e da argumentação às razões transcendentais, posto que as estruturas para intelecção dos seres são adequadas para o entendimento da realidade. 78 - Comte classifica as ciências de acordo com a simplicidade dos seus objetos, partindo das mais simples para as mais complexas. A sociologia é a ciência mais simples e mais geral, por tratar dos seres na sociedade, e a matemática, a mais complexa e concreta pela complexidade dos seus cálculos. 79 - Na visão geral do desenvolvimento da humanidade, Comte, entendendo a ordem como base e o progresso como fim, ressaltou a importância de um princípio fundamental, ausente no dístico pátrio da bandeira brasileira, o amor.
Com relação ao existencialismo, julgue os itens a seguir. 80 - Jean Paul Sartre, filósofo existencialista, entendia que o homem é tal qual projetou ser, e que, estando condenado a ser livre, usa de uma liberdade que não pediu, padece de angústia por encontrar-se lançado na existência, e de desamparo pela falta de um norte, tendo como conseqüência o desespero. 81 - Sartre não admite a existência de uma natureza humana, pois é o próprio homem, em uma livre escolha, e em situação que determina sua própria existência. Portanto, é correto afirmar que existem dois tipos de ser: o ser-para-si, que é o fenômeno, e o ser-em-si, que é a consciência. 82 - O existencialismo toma de Heidegger a frase que tornou famosa toda a escola: a essência precede à existência, isto é, não existe uma natureza humana, uma definição do que seja o homem, pois há uma essência precedente ao ato de existir. Acerca da fenomenologia, que é uma das importantes correntes de pensamento do século XX, desenvolvida sobretudo na França e na Alemanha, julgue os itens subseqüentes. 83 - A fenomenologia, movimento filosófico que tem E. Husserl como um dos seus principais chefes, baseia-se no estudo dos fenômenos como aquilo que se apresenta aos sentidos do homem. 84 - Husserl dedica-se ao estudo da consciência e da subjetividade de acordo com a tradição da modernidade, mas procede a uma suspensão das crenças habituais, procurando chegar ao dado da consciência. A redução fenomenológica leva, assim, à redução eidética. Um cientista, seja teórico seja experimental, formula enunciados ou sistemas de enunciados e verifica-os um a um. No campo das ciências empíricas, para particularizar, ele formula hipóteses ou sistemas de teorias, e submete-os a teste, confrontando-os com a experiência, por meio de recursos de observação e experimentação. A tarefa da lógica da pesquisa científica, ou da lógica do conhecimento, é, segundo penso, proporcionar uma análise lógica desse procedimento, ou seja, analisar o método das ciências empíricas. K. Popper. A lógica da pesquisa científica. São Paulo: Cultrix, 1975, p. 27 (com adaptações).
fora dele, nada é possível pensar que possa ser considerado como bom sem limitação a não ser uma só coisa: uma boa vontade; b) embora muitas coisas que o dever ordena possam acontecer em conformidade com ele, é, contudo, ainda duvidoso que elas aconteçam verdadeiramente por dever e que tenham, portanto, valor moral; c) o imperativo categórico é, portanto, só um único, que é este: age apenas segundo uma máxima tal que possas ao mesmo tempo querer que ela se torne lei universal. Considerando os trechos acima transcritos e a problemática da ética kantiana, julgue os itens a seguir. 87 - Considerando o trecho a), é correto afirmar que a ética kantiana se direciona na realidade para uma ética do desinteresse, em que a boa vontade é boa sem limites, precisamente por ser uma manifestação da razão puramente prática e por cumprir o dever unicamente pelo dever. 88 - Considerando o trecho b) e a doutrina ética kantiana, é correto afirmar que a ação por puro dever é, em última análise, moralmente idêntica à ação em conformidade ao dever, pois, embora seja duvidoso que estas últimas aconteçam verdadeiramente por dever, todas as ações humanas são feitas seguindo algum princípio. 89 - Considerando o trecho c) e a doutrina ética kantiana, é correto afirmar que a teoria ética de Kant desemboca em uma regra universal já preconizada pelo catolicismo, na medida em que é redutível ao princípio religioso: não faças ao próximo aquilo que não queira que os outros façam a ti. Um estudo sobre ética que se pretenda filosófico deve dedicarse preliminarmente a delinear o contorno semântico dentro do qual o termo ética será designado e a definir assim, em primeira aproximação, o objeto ao qual se aplicarão suas investigações. Henrique C. de Lima Vaz. Ética filosófica. São Paulo: Loyola, 1999 (com adaptações). Com relação à questão ética, julgue os itens subseqüentes. 90 - O termo ética, segundo sua significação etimológica, une os sentidos de costume e caráter.
Considerando o texto acima e a teoria popperiana, julgue os itens que se seguem.
91 - Em uma linguagem atual e mais precisa, a moral é a ciência do agir humano, é a ação humana epistemologicamente considerada, ao passo que a ética trata dos costumes e das ações humanas amplamente consideradas.
85 - Para comprovar uma teoria, K. Popper procura comparar logicamente as conclusões, investiga a forma lógica da teoria, compara com outras teorias e finalmente verifica as aplicações empíricas das conclusões que dela se possam deduzir.
92 - A moral de situação é aquela que considera a relatividade dos princípios éticos dependente de cada contexto, no qual as circunstâncias não só condicionam o ato moral, mas o determinam.
86 - Popper usa o critério da verificabilidade como critério de demarcação, pois entende ser melhor dizer o que uma coisa é do que o que não é, e usa para tanto a indução nas ciências naturais.
93 - Sócrates tinha como máxima o dito "Homem, conhece-te a ti mesmo", em uma época em que abundavam os estudos cosmológicos, e, embora nada tivesse escrito de que se tenha conhecimento, foi considerado o pai da ética.
Kant, no decorrer da obra Fundamentação da Metafísica dos Costumes (1960), afirma que: a) neste mundo, e até também
94 - Para Aristóteles, a questão fundamental da filosofia é a procura do bem supremo identificado como a felicidade, que consiste no agir corretamente e ter uma boa sorte. Política e filosofia nasceram na mesma época. Por serem contemporâneas, diz-se que "a filosofia é filha da pólis", e muitos dos primeiros filósofos foram chefes políticos e legisladores de suas cidades. Por sua origem, a filosofia não cessou de refletir sobre o fenômeno político, elaborando teorias para explicar sua origem, sua finalidade e suas formas. Marilena Chaui. Convite à filosofia. São Paulo: Ática, 1995, p. 379 (com adaptações). Com relação ao assunto abordado no texto acima, julgue os itens que se seguem. 95 - Na visão aristotélica, o ser humano é um animal político, que estabelece as normas do agir pessoal para si próprio (ética), deduz as normas do agir doméstico (economia) e examina o contexto, que é a cidade em que o homem virtuoso deve exercer a sua virtude (política). 96 - O conjunto dos poderes de uma nação politicamente organizada é o Estado. 97 - O socialismo utópico, embora veja a classe trabalhadora como oprimida e geradora da riqueza social de que não desfruta, sonha com uma irreal sociedade de pessoas livres e iguais que se autogovernam. 98 - A liberdade é o poder que a vontade possui de se autodeterminar e agir sem ser coagida por nenhuma força. 99 - O determinismo, ao afirmar que tudo tem uma causa, inclusive as decisões da vontade, tende a eliminar o conceito de liberdade humana. Com relação à estética, à arte de elite e à arte popular, julgue os próximos itens. 100 - A arquitetura é chamada "a arte maior", pois, de certo modo, abriga e influencia as demais, enquanto que a música não é uma arte plástica, sendo a mais dinâmica das artes de movimento. 101 - Toda arte é bela se agradar ao órgão da visão e não por concretizar uma idéia de modo excelente. 102 - A sétima arte é assim chamada por causa das sete colinas de Hollywood onde, em uma delas, existia um famoso estúdio cinematográfico. Tendo em vista as várias concepções da estética, julgue os próximos itens. 103 - A obra aberta, segundo Umberto Eco, é uma mensagem fundamentalmente clara, uma unicidade de significado que convive em vários significantes. 104 - Para Baumgarten, a estética é o estudo das sensações (sentidos) e das percepções (intelectuais).
105 - O estilo barroco implica em uma obra de feição esquisita, exagerada ou extraordinária. É uma arte exuberante. 106 - O ideal bizantino de beleza era mais divino do que humano, intelectual e abstrato. 107 - A função pragmática da arte diz respeito a sua utilidade. Desse modo, a arte não é valorizada em si mesma, mas como meio para se alcançar uma outra finalidade. 108 - A função naturalista refere-se ao interesse pelo que a obra retrata, em detrimento de sua forma ou modo de apresentação, como, por exemplo, uma pintura ou escultura para evocar algo ou alguém com certa importância. A obra de arte, na intensa evocação do estranho no familiar, sempre revoluciona o mundo organizado e abala seu sentido de vida: denuncia nossa desfaçatez e maneira infernal de vivê-lo. A arte é, pois, sempre revolucionária e denunciadora. Arcangelo R. Buzzi. Introdução ao pensar. Petrópolis: Vozes, 1990 (com adaptações). A partir do assunto abordado no fragmento de texto acima e tendo em vista a filosofia da arte, julgue os seguintes itens. 109 - A secção áurea, desde a Idade Média, consiste em um desvio estético da harmonia geométrica regular, ou, geralmente, implica desprezo das proporções fornecidas pelo mundo natural. 110 - As artes podem ser plásticas ou dinâmicas. A pintura é a bidimensional das artes dinâmicas. Nisto difere-se da arquitetura que é uma arte tridimensional. 111 - As partes constitutivas da música como arte são duas: harmonia e ritmo. Desse modo, a música só existe enquanto dura em um tempo determinado; fora disso, é escrituração musical. 112 - Arte mimética é aquela que gera um efeito purificador e de distensão produzido naqueles que assistem. Um exemplo são as tragédias. 113 - T. Adorno e W. Benjamim são filósofos da Escola de Frankfurt e trabalharam a questão estética e da filosofia da arte na sua concepção idealística ontológica sem vinculação com a realidade. 114 - A arte de elite confunde-se com a arte popular, porque ambas procuram a expressão do belo por meio das belas artes, e tanto uma como outra produzem sensações de emoção estética pela percepção da harmonia e integridade das suas obras. 115 - A função formalista da arte busca a essência integradora da obra de arte na sociedade na medida em que serve como utilidade ornamental. A filosofia diz respeito a uma estruturação teórica do pensamento tendo em vista a compreensão do universo e do homem e o estabelecimento de ações a partir de um enfoque
considerado adequado para o atingimento da felicidade. Nesse sentido, julgue os itens seguintes. 116 - O estoicismo é uma corrente filosófica clássica grega antiga que duvidava da possibilidade do conhecimento. 117 - O empirismo de Francis Bacon, que foi um dos pilares da filosofia moderna, mostra que a pura razão é o veículo pelo qual todo o conhecimento chega à mente do homem. 118 - Os hedonistas tinham como regra moral a busca do mínimo prazer possível sendo natural e necessário, pois assim encontrariam a paz como soberano bem. 119 - Nietzsche é o filósofo da vontade considerada como a própria essência da subjetividade do "eu". Seu pessimismo é superado por meio da arte e da experiência estética, sobretudo da música, que ele valorizava particularmente. 120 - A doutrina epicurista entendia que era importante o convencimento nas votações da pólis, pois seus adeptos apreciavam a arte retórica mesmo quando dissociada da verdade. Gabarito: 51E 52C 53C 54E 55E 56C 57E 58C 59C 60C 61E 62C 63E 64E 65C 66C 67C 68C 69E 70E 71C 72E 73E 74E 75E 76E 77E 78E 79C 80C 81E 82E 83X 84C 85C 86E 87C 88E 89E 90C 91E 92C 93C 94C 95C 96C 97C 98C 99C 100C 101E 102E 103E 104C 105C 106C 107C 108C 109E 110E 111E 112E 113E 114E 115E 116E 117E 118E 119E 120E
21 - Em todos os juízos em que for pensada a relação de um sujeito com o predicado (se considero apenas os juízos afirmativos, pois a aplicação aos negativos é posteriormente fácil), esta relação é possível de dois modos: ou o predicado B pertence ao sujeito A como algo contido (ocultamente) neste conceito A; ou B jaz completamente fora do conceito A, embora esteja em conexão com ele. No primeiro caso, denomino o juízo analítico, no outro, sintético. Immanuel Kant. Crítica da Razão Pura. Valério Rohden (Trad.). In: Os pensadores. V. XXV: Kant, São Paulo: Abril Cultural, 1974, p. 27 (com adaptações). Acerca da relação entre conhecimento e linguagem estabelecida por Kant , é correto afirmar que A - todos os juízos sintéticos dependem do mundo para serem conhecidos; são, portanto, a priori. B - todos os juízos analíticos a posteriori são necessários e universais. C - todos os juízos matemáticos são analíticos a priori, ou seja, podem ser conhecidos por simples análise conceitual. D - todos os juízos de experiência são sintéticos. 22 - Este kosmos, não o criou nenhum dos deuses, nem dos homens, mas sempre existiu e existe e há de existir: um fogo sempre vivo, que se acende com medida e com medida se extingue.
Heráclito (DK 22 B 31) In: G. S. Kirk et alli, Os filósofos présocráticos. C. A. Fonseca (Trad.), Lisboa: Calouste Gulbenkian, 1994, p. 205. Para Heráclito e, de um modo geral, para toda filosofia nascente, o importante conceito kosmos deve ser entendido como A - mundo. B - ordem. C - fogo. D - razão. 23 - Com relação à função social da arte, e com base no pensamento de Walter Benjamin, assinale a opção correta. A - Benjamin era, em certa medida, um filósofo platônico, e defendia a completa separação entre arte e política; ou seja, para ele, a arte não tem nenhuma função social. B - Benjamin defendeu a estetização da política; em outras palavras, a única função social da arte seria atender ao controle e à massificação dos cidadãos. C - Benjamin, pensador ligado à escola de Frankfurt, defendia a politização da arte; isso quer dizer que, em sua opinião, a arte tem, além de outras, também a função social de emancipar o homem e de questionar o poder vigente. D - Benjamin, filósofo neokantiano, em detrimento das questões sobre a função da arte, preocupava-se apenas com investigações teóricas sobre o belo e o sublime. 24 -Sócrates: - Dizes que aquele que deseja coisas belas é desejoso das coisas boas? Mênon: - Perfeitamente. Sócrates: - Dizes isso no pensamento de que há alguns que desejam coisas más, e outros que desejam as boas? Não te parece, caríssimo, que todos desejam as coisas boas? Platão. Mênon. 77b6-c2; Maura Iglésias (Trad.), São Paulo: Loyola, 2001. Acerca do intelectualismo socrático, julgue os itens a seguir. I - Para Sócrates, não há fraqueza de vontade. II - Se alguém age mal, age por ignorância. III - Se alguém conhece o bem, pode escolher entre agir bem ou mal. IV - Para Sócrates, não há equivalência entre as coisas boas e as coisas belas. Estão certos apenas os itens A - I e II. B - I e III. C - II e IV. D - III e IV. 25 - Com base na filosofia moral de Kant, assinale a opção correta. A - O dever moral consiste em maximizar a felicidade da humanidade. B - Agir moralmente é um caminho seguro para alcançar a felicidade individual. C - Quando há conflito entre felicidade e dever moral, deve-se sempre optar pelo último. D - A felicidade consiste no exercício correto das virtudes. Texto para as questões 26 e 27 Sim bem primeiro nasceu Caos, depois também Terra de amplo seio, de todos sede irresvalável sempre,
e Tártaro nevoento no fundo do chão de amplas vias, e Eros: o mais belo entre Deuses imortais, solta-membros, dos Deuses todos e dos homens todos ele doma no peito o espírito e a prudente vontade. Do Caos Érebos e Noite Negra nasceram. Da Noite aliás Éter e dia nasceram, gerou-os fecundada unida a Érebos em amor. Terra primeiro pariu igual a si mesma Céu constelado, para cercá-la toda ao redor e ser aos Deuses venturosos sede irresvalável sempre. Hesíodo. Teogonia. J. Torrano (Trad.), São Paulo: Iluminuras, 1995, 116-128. 26 -Com base no texto e acerca da relação entre mito e razão no surgimento da filosofia, é correto afirmar que A - há, no mínimo, uma continuidade temática entre filosofia e mitologia, na medida em que aquela se interessa por temas que interessaram a esta, como, por exemplo, a origem das coisas. B - há continuidade metodológica entre a filosofia e as narrativas míticas, já que ambas se preocupavam com a observação dos fenômenos a serem explicados. C - a mitologia não almejava explicar o mundo; esta tarefa é exclusividade da filosofia. D - a filosofia não compartilha com a mitologia seu interesse por deuses. 27 - Ainda considerando o texto como referência, assinale a opção incorreta, acerca das características do mito grego que o distinguem da filosofia. A - Há, no mito, personificação de elementos naturais. B - A autoridade das narrativas míticas advém das Musas. C - Há, no mito, uma preocupação excessiva com a validade dos seus argumentos. D - O mito é uma tentativa incipiente de explicar o lugar do homem no mundo. Texto para as questões 28 e 29 Assim, não temos nem atrás de nós, nem diante de nós, no domínio luminoso dos valores, justificações ou desculpas. Estamos sós e sem desculpas. É o que traduzirei dizendo que o homem está condenado a ser livre. Condenado porque não se criou a si próprio; e, no entanto, livre porque, uma vez lançado ao mundo, é responsável por tudo quanto fizer. Jean-Paul Sartre. O existencialismo é um humanismo. Vergílio Ferreira (Trad.). In: Os pensadores. V. XLV, Sartre e Heidegger. São Paulo: Abril Cultural, 1973, p. 15. 28 -Com base no texto acima, acerca do existencialismo sartreano, assinale a opção correta. A - O homem é livre, mas só até certo ponto, pois ele é determinado por fatores biológicos e sociais. B - Dizer que o homem é condenado a ser livre é uma maneira irônica de dizer que o homem não é livre. C - O homem é livre na medida em que é responsável, pois, um dia, terá de prestar contas de suas ações a Deus. D - O homem é livre porque não tem uma essência predeterminada; ele é aquilo que ele faz de si. 29 - Ainda com base no texto e na moral de Sartre, é correto afirmar que
A - o que conta, para Sartre, não é o valor de nossas ações, mas o modo como elas foram feitas - se de má-fé ou com autenticidade. B - há ações intrinsecamente ruins, que devem ser evitadas por todos. C - maximizar a utilidade é a única fórmula moral em que se deve confiar. D - os sentimentos devem servir de base para a tomada de decisões frente a conflitos morais. 30 - Entre as características da ciência moderna, em contraponto à ciência medieval e à ciência antiga, não se inclui A - uma independência cada vez maior da visão de mundo aristotélica. B - a maior matematização da física e das demais ciências. C - desconfiança das explicações teleológicas. D - a substituição do modelo heliocêntrico do universo em prol do modelo geocêntrico. 31 - Tendo como base a filosofia moral e política de Hobbes, assinale a opção correta. A - A melhor forma de governo é a democracia. B - O direito à vida é inalienável, isto é, ninguém pode abdicarse dele. C - O homem nasce naturalmente bom, mas é corrompido pela sociedade. D - O objetivo da política é tentar devolver o homem ao estado de natureza. 32 - Nossa discussão será adequada se tiver tanta clareza quanto comporta o assunto, pois não se deve exigir a precisão em todos os raciocínios por igual, assim como não se deve buscá-la nos produtos de todas as artes mecânicas. Ora, as ações belas e justas, que a ciência política investiga, admitem grande variedade e flutuações de opinião, de forma que se pode considerá-las como existindo por convenção apenas, e não por natureza. E em torno dos bens há uma flutuação semelhante, pelo fato de serem prejudiciais a muitos: houve, por exemplo, quem perecesse devido à sua riqueza, e outros por causa da sua coragem. Ao tratar, pois, de tais assuntos, e partindo de tais premissas, devemos contentar-nos em indicar a verdade aproximadamente e em linhas gerais; e ao falar de coisas que são verdadeiras apenas em sua maior parte e com base em premissas da mesma espécie, só poderemos tirar conclusões da mesma natureza. E é dentro do mesmo espírito que cada proposição deverá ser recebida, pois é próprio do homem culto buscar a precisão, em cada gênero de coisas, apenas na medida em que o admita a natureza do assunto. Aristóteles. Ética a Nicômaco. 1094b10-27; L. Vallandro e G. Bornheim (Trad.). In: Os pensadores. V. IV: Aristóteles, São Paulo: Abril Cultural, 1973 (com adaptações). Com base no texto acima e na filosofia aristotélica, assinale a opção incorreta. A - O método da ciência política é dialético, isto é, parte de opiniões comuns aceitas pela maioria ou pelos sábios. B - Não há resposta objetiva em questões morais. C - A verdade da ciência política é menos precisa que a da matemática. D - A finalidade da ética e da ciência política é a ação, não a verdade.
33 - Todos os objetos da razão ou investigação humana podem ser divididos naturalmente em duas espécies, a saber: relações de idéias e questões de fato. D. Hume. Investigação sobre o entendimento humano. L. Vallandro (Trad.). In: Os pensadores. V. XXIII: Berkeley e Hume. São Paulo: Abril Cultural, 1973, p. 137. Em relação ao texto e, mais amplamente, à filosofia de Hume, é correto afirmar que a metafísica é uma A - ciência que lida apenas com questões de fato. B - ciência que lida apenas com relações de idéias. C - pseudo-ciência. D - ciência que lida tanto com questões de fato quanto com relações de idéias. 34 - Todo artista é um imitador, e isso quer como artista onírico apolíneo, quer como artista extático dionisíaco, ou enfim como por exemplo na tragédia grega - enquanto artista ao mesmo tempo onírico e extático. F. Nietzsche. O nascimento da tragédia. § 2; J. Guinsburg (Trad.). São Paulo: Cia. das Letras, 1992. Acerca dos princípios artísticos apolíneo e dionisíaco, e sobre a estética nietzscheana, é correto afirmar que A - o princípio apolíneo é exemplificado pela música, mais especificamente por sua melodia e harmonia. B - o princípio dionisíaco é o princípio não-figurativo. C - a tragédia grega é o maior exemplo de arte puramente dionisíaca. D - os princípios apolíneo e dionisíaco são exclusivos à arte grega. 35 - Nietzsche, Marx e Freud foram reconhecidos como praticantes da hermenêutica da suspeita. Acerca da relação entre conhecimento e ideologia, julgue os itens a seguir. I - Para Marx, as idéias dominantes em uma sociedade bem arranjada são idéias que promovem o bem-estar da classe dominante (classe economicamente dominante). II - Para Nietzsche, justificações morais são racionalizações ex post facto, e não têm nenhum valor cognitivo. III - Para Freud, os desejos e, mais largamente, os estados mentais dos homens não são transparentes a eles mesmos. IV - Para os três pensadores, algumas das pretensões humanas ao conhecimento são suspeitas por não terem sido obtidas da maneira relevante. A quantidade de itens certos é igual a A - 1. B - 2. C - 3. D - 4. 36 - Considerando a teoria crítica de Adorno, a respeito da relação entre arte e técnica, assinale a opção correta. A - A indústria cultural impede a formação de indivíduos autônomos. B - Adorno vê o avanço das técnicas de reprodução, que possibilitam novas formas de arte, como o cinema e o rádio, como algo irrestritamente positivo. C - O termo indústria cultural, cunhado por Adorno, pode ser substituído por cultura de massa, significando uma cultura que surge espontaneamente do povo. D - Para Adorno, o jazz é uma manifestação cultural mais importante que a música dodecafônica.
37 - Para Aristóteles, os predicados acidentais são aqueles que A - não significam a essência e não são contra-predicáveis. B - não significam a essência e são contra-predicáveis. C - significam a essência e são contra-predicáveis. D - significam parte da essência e não são contra-predicáveis. 38 - Os homens dão sempre mostras de não compreenderem que o logos é como eu o descrevo, tanto antes de o terem ouvido como depois. É que, embora todas as coisas aconteçam segundo este logos, os homens são como as pessoas sem experiência, mesmo quando experimentam palavras e ações tal como eu as exponho, ao distinguir cada coisa segundo a sua physis e ao explicar como ela é; mas os demais homens são incapazes de se aperceberem do que fazem quando estão acordados, precisamente como esquecem o que fazem quando a dormir. Heráclito (DK 22 B 1). In: G. S. Kirk et alli. Os filósofos présocráticos. C. A. Fonseca (Trad.), Lisboa: Calouste Gulbenkian, 1994, p. 193. Com base no texto, é incorreto traduzir a palavra physis como A - natureza. B - essência. C - constituição. D - causa. 39 - Platão rejeita a arte porque A - ela não representa nada. B - ela representa diretamente as Formas. C - ela é cópia da cópia, isto é, porque ela representa a natureza, que por sua vez representa as Formas. D - ela é causa do belo. 40 - Acerca da filosofia política de Rousseau, é correto afirmar que A - o estado de natureza é um estado de guerra de todos contra todos. B - a democracia direta ou participativa é a forma mais justa de governo. C - a soberania do governo é ilimitada. D - as leis impedem a realização da liberdade humana. CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS Com relação à filosofia de Heráclito, julgue os itens a seguir. 81 Heráclito, que foi o filósofo da fixidez do ser, é considerado o pai da ontologia. 82 Heráclito afirma que tudo na natureza está em constante mutação e exemplifica dizendo que uma pessoa não pode banhar-se duas vezes no mesmo rio, porque o rio já não é mais o mesmo quando nele se entra pela segunda vez. 83 De acordo com Parmênides, a realidade é algo mutável, pois o ser está em constante vir a ser. 84 O tema ética é a principal preocupação da filosofia de Heráclito.
Com o aparecimento da filosofia na Grécia Antiga, o saber humano orientou-se cada vez mais para certo tipo de reflexão, caracterizada por um conhecimento
98 Segundo Santo Agostinho, as faculdades da alma são a memória, a inteligência e a vontade, as quais correspondem, respectivamente, ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo.
85 empírico, popular e acrítico.
Julgue os próximos itens, relativos à filosofia moderna.
86 de busca causal de todas as coisas.
99 Se um professor de geografia for explicar aos seus alunos o que é uma ilha e, em vez de ensinar exclusivamente com conceitos racionais, utilizar uma maquete como suporte didático, é correto afirmar que o professor promoverá o conhecimento de forma empírica, tal como preconizado por Bacon no início da época moderna.
87 fundamentado progressivamente na razão e afastado aos poucos das explicações produzidas pela religião e pelos mitos. 88 místico transcendental, típico das religiões. Tendo em vista que, segundo o entendimento dos sofistas, o homem é a medida de todas as coisas, das que são o que elas são e das que não são o que elas não são, julgue os itens seguintes. 89 De acordo com Protágoras, o ser humano é, na realidade, o objetivo último de toda ação coerente. 90 Segundo a retórica sofística, toda antropologia deve-se matematizar, buscando a exatidão dos números em suas postulações. 91 A retórica sofística apresenta-se como uma técnica capaz de persuadir qualquer um de qualquer coisa, por meio do relativismo. Em Defesa de Sócrates, Platão registra que o motivo da acusação foi o fato de Sócrates ter corrompido a mocidade e não crer nos mesmos deuses que o povo, e sim em outras divindades. Com base nessa afirmação e na doutrina socrática, julgue os itens que se seguem. 92 O método socrático de pesquisa filosófica fundamenta-se no diálogo, cujo objetivo é a busca da verdade. 93 A corrupção da mocidade diz respeito à liberdade de culto defendida por Sócrates, a qual implicaria o fortalecimento dos deuses pagãos. 94 Para Sócrates, a filosofia consiste, entre outras possíveis concepções, em um método de reflexão que conduz o indivíduo a uma compreensão de si mesmo, da sua experiência e da realidade que o cerca. 95 Sócrates criou a teoria da união indissolúvel da matéria com a forma. 96 A maior preocupação de Sócrates é estabelecer o primado da razão em contraposição ao primado da crença nos deuses. Com relação às filosofias patrística e escolástica, julgue os itens subsequentes. 97 Segundo São Tomás de Aquino, o mal tem e é uma natureza, pois a natureza trata tão somente do que é ser; e o mal é um ser, não uma privação de ser.
100 Hegel defende a ideia de que os indivíduos devem agir de forma que o princípio de sua ação possa ser tomado como princípio universal da ação humana. 101 O materialismo dialético de inspiração marxista postula que a única realidade é a matéria e suas forças, nas quais a evolução contínua e progressiva produz as sociedades humanas e as suas civilizações. 102 Marx adota a explicação da evolução elaborada pela regra hegeliana que propõe tese, antítese e síntese, a fim de analisar a luta de classes. 103 O pensamento de Descartes expresso no aforismo "Penso, logo existo" inaugura novo momento na epistemologia filosófica: a passagem do modernismo para a contemporaneidade. Com relação à filosofia da ciência, à epistemologia contemporânea e à filosofia da moral, julgue os itens seguintes. 104 Popper reconhece um sistema como empírico ou científico quando esse sistema se apresenta como passível de comprovação pela experiência, tendo-se como critério de demarcação a falseabilidade do sistema, e não sua verificabilidade. 105 De acordo com Feyerabend, para se atingir o conhecimento, é necessário seguir com rigor científico o método escolhido, visto que apenas com o estabelecimento de regras prévias pode-se buscar o conhecimento científico. 106 A moral é a ética epistemologicamente considerada, pois a moral é ciência e a ética, costume. 107 As artes plásticas são as comumente entendidas como arquitetura, escultura e música. 108 O conhecimento científico caracteriza-se, de modo geral, por ser objetivo, na medida em que delimita o seu estudo; preciso, na medida em que pode ser expresso formalizadamente; e seguro, na medida em que procede de verdade para verdade. Acerca do pensamento político de Maquiavel, Montesquieu e Kant, julgue os itens que se seguem.
109 De acordo com Kant, o imperativo categórico é aquele que representa uma ação objetivamente necessária por si mesma, sem relação com outro fim. 110 Segundo Maquiavel, a política pode seguir diversos caminhos para a consecução do bem na sociedade; contudo, um fim bom só pode ser atingido mediante meios bons. 111 A teoria dos três poderes, formulada por Montesquieu, defende que os Poderes Legislativo, Executivo e Moderador correspondem às funções do Estado. A respeito das ideias de Wittgenstein, Foucault e Derrida, julgue os próximos itens. 112 Derrida trabalha com a concepção positiva de construção ao formular conceitos exatos que servem para interpretar a realidade. 113 Wittgenstein fundamentou o conhecimento da realidade e das teorias científicas a partir da lógica, e não da epistemologia. 114 O pensamento elaborado por Foucault, segundo o qual as estruturas epistêmicas correspondem ao paradigma geral que estrutura, em determinada época, os múltiplos saberes científicos, contribuiu para a elaboração da ideia de que o período denominado século da razão (séculos XVII/XVIII) defendeu-se da loucura simplesmente enclausurando os loucos. Com relação ao ensino de filosofia e às orientações oficiais e legais de sua inclusão no ensino médio, julgue os itens de 115 a 120. 115 Uma das diretrizes do currículo do ensino médio é a inclusão da disciplina de filosofia como obrigatória em todos os seus três anos. 116 A LDB trata como finalidades do ensino médio: a formação ética e o desenvolvimento da autonomia intelectual, excluindo o pensamento crítico, visto que esse tema é específico da disciplina de filosofia. 117 As propostas pedagógicas das escolas devem assegurar tratamento interdisciplinar e contextualizado para os conhecimentos de filosofia. 118 Uma educação de caráter humanista capaz de fazer frente aos desafios da contemporaneidade não pode dispensar a contribuição das ciências humanas e da filosofia. 119 No ensino médio, o estudo da filosofia explica como aplicar praticamente a tecnologia do método à história e à sociologia.
120 Realizar a contextualização sociocultural do conhecimento filosófico implica tanto estudar a origem específica do conhecimento filosófico quanto estudá-lo nos planos pessoalbiográfico, sociopolítico, histórico, cultural, sociocientífico e tecnológico. GABARITO: 81 - E 82 - C 83 - E 84 - E 85 - E 86 - C 87 - C 88 - E 89 - E 90 - E 91 - C 92 - C 93 - C 94 - C 95 - E 96 - E 97 - E 98 - C 99 - C 100 - E 101 - C 102 - C 103 - E 104 - C 105 - E 106 - E 107 - E 108 - C 109 - C 110 - E 111 - E 112 - E 113 - C 114 - C 115 - C 116 - E 117 - C 118 - C 119 - E 120 - C