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É precisame nte por esse caroço que, em 1922, a revolução soviética está se batendo: a intervenção de Trotsky significa que, no momento em que os bolchevistas perdiam o contato conta to de massas com os camponeses, campon eses, desligavam-se desligavam-se também dos escritores, poetas e teóricos que se obstinavam em explorar a “casca” lingüística e poética... Os “campone ses da intelligentsia ” haviam se transformado no alvo preferido. Ver sobre este assunto em Littér Lit térat atur ure/ e/Sc Scien ien ce/íd ce /ídéo éolog log ie, ie , n° 2, uma tradução dos estudos pu blic bl icad ad os em 1924 p o r B. E ikhen ikh enba baum um (Les Tendances Tendances slylistiques fond am entales du langage de Lénine) e B. Tomatchevski (La Construction des Thèses ), precedido de uma introdução de J. Thibaudeau: Lénine, Léni ne, les Fo rmal rm alist istes es et nou s. “Kxoutchonykh atenta para a integridade orgânica da língua; ele mata a própria língua como fator de ordem social. Em nome da revolta social, ele cria uma obra anti-social. E um mau revolucionário.”(N. Gorlov, Futurisme et Rèvoliition. Moscou, Mos cou, 1924). “ Na sua su a Histo His toire ire de Ia me rde rd e (Bourgois, 1977), D. Laporte aponta a coincidência entre a higiene urbana e a preocupação em apurar a língua: língua: o mesm o ano de 1739 1739 vê aparecer o decreto de Villers-Cotterets, que consagra o uso exclusivo do francês pelas atas oficiais (Malherbe e Vaugelas prosseguirão, e duzentos e cinqüenta anos mais tarde a Revolução Francesa dará as condições de nascimento do francês nacional) e um decreto sobre a inspeção das ruas e estradas, os dejetos e as imundícies. “Se a língua é bela, é.porque um mestre a lava. Um mestre que lava.os lugares de merda^retira as imundícies, saneia cidade e língua para conferir-lhe s ordem e beleza”, (p. (p. 15) 15) — Para fazer pa rar a ação, é preciso faze r parar a con sciência , e, para fazer parar a consciência, é preciso colocar o freio na sua forma —a palavra. Nos últimos tempos, foi a gramática que funcionou como esse freio... a palavra, como o homem, teve os pés e as mãos atados. O futurismo futurismo emancipou a palavra revertendo o poder, absoluto da gramática. gramática. Ele quebrou a forma petrificada da palavra que encadeava o pensamento. Refez, num sentido revolucio nário, os velhos estatutos militares. O Exército vermelho das palavras está agora liberado da disciplina do bastão e ele encontrou na pessoa de Maiakovski seu primeiro chefe revolucionário” (Gorlov, ibid). Em Méth M éth odes od es de tra va il et mê tho des de s de conna co nna issanc iss anc e, Bogdanov escreve: “As interjei ções de trabalho são as raízes originais do discurso humano. Cada uma constitui a designação compreensível do ato de trabalho com o qual ela se relaciona, natural a todos os membros da coletividade. Esta é a solução para a origem da linguagem dada pelo genial Noi N oiré ré,, um m arxi ar xist staa em filo fi lolo logg ia c o m p arat ar ativ iva, a, qu quee não nã o tin ti n h a n o ção çã o do m arxi ar xism sm o. A pala pa lavr vraa-co conc ncei eito to se de svin sv incu culo louu do traba tra balho lho,, foi conc co nceb ebida ida pela pe la prod pr oduç ução ão.” .” Os fantasmas milenares sobre a origem das palavras no grito e na onomatopéia retomam, assim, em nome de um marxismo biologizado e sociologizado. O conformismo operário à moda de Verhaeren invade a poesia proletária. É a época do lirismo revolucionário açucarado (Jarov), e dos impulsos poéticos para a felicidade comunista (Bezymienski). Simultaneamente, os apparatchiki da literatura, com o dis curso estereotipado, controlam as diferentes organizações de zelo “proletário”. Em 192 1923, 3, S. S. Trétiakov Trétiak ov encontra a força profética de resp onder on der aos “espertalhõe “esp ertalhõess da Forja”: “e sem mestres, camaradas ferreiros, vocês não podem realmente?” Graças, talvez, à sua ligação de amizade com B. Brecht, uma certa capacidade de descon fiança irônica se manifesta nele: acerca de uma narrativa pretendendo relatar uma conferência agrônoma (“E à noite a comuna se apertava estreitamente no hotel parti cular e, com os ouvidos bem abertos, retendo a respiração, ouvia uma conferência sobre os solos”.,.), Trétiakov conta a confissão estranha do agrônomo: “Efetivamente, eu tentei, no passado, fazer uma conferência sobre os solos aos membros da comuna; eles adormeceram assim que pronunciei as primeiras palavras.” E ele comenta esse efeito de dupla linguagem: “No relato, eles ‘retêm a respiração'; na realidade, ‘eles todos ador meceram’. Assim, a narrativa patética transformou-se em campo fértil para o humor.” Trétiakov, dividido, insere-se também nessa tendência para a "industrialização” do trabalho literário: “Nós vivemos na época da planificação social e da direção social. [...] Nós tem os uma direç di reção ão cent ce ntral ral das esta es tatí tíst stic icas as,, um exér ex érci cito to de corre co rresp spon onde dent ntes es op oper erá á rios, congressos políticos, um partido, um comitê central. Em uma palavra, um enorme