CORPO DE BOMBEIROS MILITAR DO ESTADO DE SERGIPE CENTRO DE ENSINO E I NSTRUÇÃO CURSO DE FORMAÇÃO DE SOLDADOS
OPERAÇÕES COM PRODUTOS PERIGOSOS
AUTOR: 1ºTEN QOBM Mário Lima BITENCOURT
Aracaju/SE MAIO 2009
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CORPO DE BOMBEIROS MILIAR DE SERGIPE CENTRO DE ENSINO E INSTRUÇÃO CURSO DE FORMAÇÃO DE SOLDADOS
OPERAÇÕES COM PRODUTOS PERIGOSOS
Apostila apresentada ao Centro de Ensino
e
Instrução
para
orientações
relacionadas à disciplina de emergência com produtos perigosos.
Autor :
1º Ten QOBM MÁRIO LIMA BITENCOURT
MAIO 2009
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Sumário INTRODUÇÃO ................................................................................................... 01 CAPÍTULO 1 - IDENTIFICAÇÃO IDENTIFICAÇÃO PP ............................ .............. ............................ ............................. ...................... ....... 03 I CONCEITO DE PRODUTOS PERIGOSOS .......................... ............. ......................... .......................... ................ 03 II HISTORICO DE ACIDENTES ENVOLVENDO PP ......................................... 03 III COMO IDENTIFICAR OCORRENCIA ENVOLVENDO PP ......................... ............ ................ ... 04 IV RÓTULO DE RISCO ...................................................................................... 05 V CLASSES DE RISCO.........................................................................................06 VI PAINEL DE SEGURANÇA................................................................................11 VII COMO UTILIZAR O ABIQUIM.........................................................................15 VIII COLOCAÇÃO DE RÓTULOS DE RISCO E PAINEIS DE SEGURANÇA......16
IX IDENTIFICAÇÃO E CARACTERÍSTICAS DE CAMINHÕES............................21 X IDENTIFICAÇÃO EM INSTALAÇÕES FIXAS....................................................23
CAPÍTULO 2 - PADRÃO DE ATENDIMENTOESCONTA ATENDIMENTOESCONTAMINAÇÃO.................24 MINAÇÃO.................24 I – PADRÃO DE ATENDIMENTO..........................................................................24 II DESCONTAMINAÇÃO.......................................................................................29
CAPITULO 3 - EPI e EPC.............................................. EPC..................... ................................................ ......................................33 ...............33 CONCEITO DE EPI...............................................................................................33 CLASSIFICAÇÃO DOS CONTAMINANTES.........................................................33 TIPOS DE FILTROS..............................................................................................34 PROTEÇÃO PARA MÃOS....................................................................................35 ROUPAS DE PROTEÇÃO QUÍMICA....................................................................36
CAPITULO 4 - FUNDAMENTOS DE RADIOPROTEÇÃO...................................37 NOÇÕES SOBRE RADIOATIVIDADE..................................................................37 REAÇÃO QUÍMICA X REAÇÃO NUCLEAR.........................................................38 NATUREZA DAS RADIAÇÕES – LEIS DA DESINTEGRAÇÃO RADIOATIVA...38 UNIDADES DE RADIAÇÃO..................................................................................39 PROTEÇÃO CONTRA AS RADIAÇÕES EXTERNA.........................................,..40
ALGUMAS LEGISLAÇÕES PERTINENTE......................................................,...41 REFERENCIA BIBLIOGRAFICAS.......................................................................42
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Introdução A existência de produtos perigosos, bem como a ocorrência de acidentes e intoxicações envolvendo os mesmos é tão antiga como a própria história da humanidade. Na antiguidade, tais acidentes eram muitas vezes relatados em lendas – exemplo: bruxas que habitavam o monte Vesúvio no Império Romano antes de Cristo. No início da revolução industrial, mais precisamente no final do século XVIII, tivemos um grande avanço tecnológico, que também ocasionou uma demanda muito grande por combustível, que nesta época era o carvão mineral. Desde esta época, o número de acidentes envolvendo produtos químicos (perigosos) vêm aumentando de maneira significativa. A substituição do carvão mineral pelo petróleo, no início do século XX, mudou radicalmente a indústria. Já nas duas primeiras décadas do século XX, as indústrias químicas apresentaram um grande desenvolvimento. A necessidade de transportar os produtos químicos, desde então, se tornou cada vez maior, sendo realizada cada vez com maior freqüência. Desde então diversos acidentes ocorreram, causando grandes perdas de vidas e danos a propriedades e meio ambiente. 1
Dados a respeito da indústria química brasileira apontam que em 2002
foram importadas 17,1 milhões de toneladas de produtos químicos perigosos e exportadas 5,7 milhões de toneladas. Em 2000, o setor químico representou 2,9% do PIB nacional, ocupando a 9 a posição no mercado mundial, alcançando um aumento de produção de 40% em relação a 1990. Estes dados fornecem uma idéia a respeito do aumento da importância do setor e o volume de produtos químicos perigosos que circulam no País, sem contar os resíduos gerados a partir da sua produção e utilização por outros setores industriais ou
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Dados do Plano Nacional de Prevenção, Prevenção, Preparação e Resposta Rápida (P2R2) a emergência Ambientais com Produtos Perigosos do Ministério do Meio ambiente.
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na própria indústria química, alçando a indústria química ao posto de maior geradora de resíduos perigosos. Além do risco crescente à integridade do meio ambiente, representado pelo aumento da produção, manipulação e circulação de produtos químicos perigosos, o processo de expansão urbana contribui para ampliar a possibilidade
de
exposição
da
população
humana,
agravando
as
conseqüências decorrentes de um acidente. Paralelamente, a falta de preparo dos diferentes agentes envolvidos, direta ou indiretamente, com as emergências ambientais provocadas por esses produtos, potencializa o risco representado pelo ciclo de vida destas substâncias.
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CAPÍTULO
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IDENTIFICAÇÃO PP
Em um sinistro envolvendo produtos perigosos as equipes de emergência atuaram seguindo a seqüência operacional, esta envolve cinco fases: IDENTIFICAÇÃO, ISOLAMENTO, SALVAMENTO, CONTENÇÃO e DESCONTAMINAÇÃO. Neste capitulo iremos estudar técnicas de identificação de produtos químicos e procedimentos de isolamento inicial da área afetada.
I – CONCEITO DE PRODUTO PERIGOSO
PRODUTO PERIGOSO É TODO AQUELE PRODUTO OU MATERIAL, PODENDO ESTAR NOS ESTADOS: SÓLIDO, LÍQUIDO E GASOSO, DE NATUREZA QUÍMICA, BIOLÓGICA E RADIOATIVA, QUE QUANDO FORA DO SEU RECIPIENTE APROPRIADO, APRESENTA RISCO À SAÚDE AO PATRIÔNIO OU E/OU AO MEIO AMBIENTE 2 .
II –HISTORICO DE ALGUNS GRANDES ACIDENTES TECNOLOGICOS E RADIOLOGICOS Bophal - Índia – 3/12/1984 Prudhoe Bay - Alaska – 13/03/2006 Riongchon - Coréia do Norte – 22/04/2004 Alaska – Exxon Valdez – 24/03/89 Inagbe – Nigéria – 12/05/2006 Goiânia – Brasil – 1987 Baia de guanabara – brasil - 2000
vazamento de gás cianídrico, proveniente de reação descontrolada de metil-isocianato numa fábrica da Union Carbide. Já morreram até agora mais de 4.000 pessoas. Existem mais de 10.000 feridos, especialmente pessoas que ficaram cegas. O acidente envolveu mais de 300.000 pessoas
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Conceito conforme manual do Grupamento de Operações com Produtos Perigosos – GOPP do CBMERJ.
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III – COMO IDENTIFICAR UMA OCORRÊNCIA ENVOLVENDO PRODUTO PERIGOSO?
Um acidente com produto perigoso exige cuidados especiais e equipamentos que devem ser providenciados a partir do acionamento do socorro. Desta forma você que trabalha atendendo as solicitações de socorro deve se questionar da seguinte forma:
Vamos analisar dois exemplos comuns no dia a dia do Corpo de Bombeiros: 1. INCÊNDIOS 2. COLISÃO DE VEICULOS 1. INCÊNDIOS As confirmações em relação a este tipo de evento tornaram-se um pouco mais extensas, pois com o surgimento da mentalidade relativa a produtos perigosos foram despertados questionamentos do ti po:
O local trabalha com que tipo de produtos? São produtos químicos? O que está queimando tem alguma identificação? O solicitante sente algum odor diferenciado? A fumaça tem coloração?
Quando ocorre um incêndio muitas vezes o combustível do incêndio é um produto perigoso. A maioria das indústrias trabalha com algum tipo de produto perigoso, mas, devemos ter em mente que qualquer casa ou galpão pode ser usado para estocagem ou descarte deste ti po de material. Ex: Depósito de tintas e de materiais de limpeza, laboratórios, Terrenos baldios com resíduos industriais.
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2. COLISÃO DE VEÍCULOS Toda vez que a colisão envolver algum veículo transportador de carga (Kombi, Pick Up, Caminhão, Carreta, etc) devemos estar mais atentos com relação ao risco que está além da próprio evento. Porém não podemos nos furtar de informação quando os veículos são carros de passeio ou ônibus:
Muitos veículos são movidos a GNV; Já ocorreu acidente com produto perigoso transportado em coletivo.
Temos meios de identificar o produto com informações no ato de confirmação :
O veículo possui alguma placa de cor laranja nas laterais ou presa ao para choque (painel de segurança) ? Possui alguma placa em forma de balão(losango) com algum símbolo (rótulo de risco ) ? Se houver, qual a cor da placa em forma de balão e qual o desenho que ela possui ? Que números estão escritos na parte superior da placa laranja (número de risco) e que número está escrito na parte inferior (número de identificação do produto) ? Através das indagações citadas nos dois tipos de eventos anteriores, além do conhecimento individual, podemos nos apoiar no MANUAL DE EMERGÊNCIAS COM PRODUTOS PERIGOSOS, conhecido comumente por ABIQUIM (Associação Brasileira da Industria Química). Podemos também buscar mais informações em sites como por exemplo o da cetesb (
IV – RÓTULO DE RISCO Rótulo de risco principal
Que apresenta símbolos e/ ou expressões emolduradas, Referentes à classe do produto perigoso
a cor de fundo é a mais visível fonte de identificação da classe dos produtos perigosos
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Rótulos de Risco Secundário (subsidiário): Possuem ou não o número e o nome da classe ou subclasse de risco. Nos casos em que não aparecem estas informações possuem somente os símbolos e as mesmas cores.
V - CLASSES DE RISCOS: os PP estao divididos em nove classes CLASSE 1 - EXPLOSIVOS SUBCLASSE
1.1 1.2
CARACTERISTICAS DOS PRODUTOS Substâncias e artigos com risco de explosão em massa Substâncias e artigos com risco de projeção, mas sem risco de explosão em massa. RÓTULOS DE RISCO
1.3
Substâncias e artigos com risco de fogo e com pequeno risco de explosão ou de projeção,ou ambos, mas sem risco de explosão em massa.
1.4
Substâncias e artigos que não apresentam risco significativo.
1.5
Substâncias e artigos que não apresentam risco significativo.
1.6
Artigos extremamente insensíveis, sem risco de explosão em massa.
Além da fabricação de munições para armas de fogo, os explosivos são muito usados em mineração, para quebrar e remover rochas. De forma planejada e controlada, são úteis na demolição de edifícios, na indústria de fogos de artificio, etc. Os explosivos industriais se apresentam na forma sólida, líquida, pastosa ou gelatinosa. A maioria dos explosivos necessita de pré-detonação para explodir, obtida com o uso de detonadores, espoletas, rastilhos, estopins, etc., como vimos no caso da bala de revólver. Sem detonadores, estes explosivos apresentam um risco relativamente baixo de explodir. Porém, quando transportados já com espoletas montadas, como no caso de munições, o risco é altíssimo. Em função do risco que apresentam, os explosivos foram agrupados em subclasses, que vão indicadas no rótulo de risco, no número da ONU e na nota fiscal.
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CLASSE 2 – GASES Como o próprio nome sugere, gases são todas as substâncias que pertencem ao estado gasoso da matéria. Os gases têm alto poder de expansão: uma vez liberados dos seus recipientes, rapidamente se espalham por todo o espaço disponível, característica que os torna muito perigosos. A maioria dos gases, quando submetidos à pressão, passam para o estado líquido, voltando ao estado gasoso assim que liberados para a pressão ambiente. Também é possível dissolver um gás em um líquido, como o gás contido em refrigerantes. Os gases podem ser classificados como: • Gases permanentes: são gases que não se liquefazem quando comprimidos à temperatura ambiente. • Gases liquefeitos: são gases que tornam-se líquidos quando são pressurizados, mesmo à temperatura ambiente. • Gases dissolvidos: são gases misturados a líquidos por processos industriais. • Gases altamente refrigerados: são gases que necessitam de temperaturas muito baixas para que se tornem líquidos sob pressão. • Gases tóxicos comprimidos: são gases nocivos à saúde, venenosos, armazenados sob pressão em conteiners pressurizados (botijões, etc.) SUBCLASSE
2.1
2.2
CARACTERISTICAS DOS PRODUTOS Gases inflamáveis: extremamente perigosos, o risco de explosão é grande. Exemplo: GLP gás liquefeito de petróleo (gás de cozinha). Transportado em grandes cilindros ou em butijões de todos os tamanhos. Gases comprimidos não inflamáveis, não tóxicos. Exemplo: oxigênio, que apesar de alimentar o fogo, não é inflamável e não tem cheiro. E transportado em cilindros de alta pressão. Podem ser asfixiantes e oxidantes. Gases tóxicos.
2.3
Exemplo: amônia. Gás venenoso, extremamente perigoso para os olhos e para as vias respiratórias, pode levar à morte. Cloro: gás amarelado, altamente venenoso e corrosivo, é transportado à baixa pressão.
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CLASSE 3 – LIQUIDOS INFLAMÁVEIS Chamamos de líquidos inflamáveis todos os líquidos, ou mistura de líquidos, que produzem vapores inflamáveis. Não é o líquido que pega fogo: são os vapores inflamáveis evaporados do líquido que podem entrar em combustão. São transportados muitos produtos perigosos que pertencem a esta classe: Todos os combustíveis para motores, como gasolina, diesel, querosene, benzeno, álcool, e Produtos químicos como acetona, éter, tintas, vernizes, laca, etc.
CLASSE 4 - SÓLIDOS INFLAMÁVEIS Sólidos inflamáveis são substâncias no estado sólido que, submetidas a uma fonte de ignição tal como faísca elétrica, chama, calor, etc., podem facilmente pegar fogo. Exemplos: parafina sólida, madeira, isopor, plásticos, pólvora solta, etc. SUBCLASSE CARACTERISTICAS DOS PRODUTOS
4.1
4.2
4.3
Sólidos Inflamáveis: são combustíveis sólidos, que pegam fogo facilmente. Exemplos:Enxofre: em pedaços, quando pega fogo queima rapidamente, desprendendo um gás tóxico. Em pó fino, na presença do oxigênio se torna explosivo e não pode ser transportado a granel. O ideal é transportar em tambores metálicos fechados. ser transportado e armazenado em tambores à prova de ar. Substâncias passíveis de combustão espontânea: são produtos que se incendeiam ao em contato com o ar. Um exemplo de produto desta classe, é o fósforo branco, que deve ser transportado dentro da água. Substâncias que, em contato com a água, emitem gases inflamáveis: são produtos e substâncias que em contato com a água liberam gases inflamáveis. Como exemplo temos o carbureto de cálcio, que quando está seco não é inflamável, mas umedecido libera o gás acetileno, que é inflamável e irritante para o sistema respiratório. o importante é saber que o transporte e a armazenagem devem ser feitos em tambores ou vidros à prova de umidade, e que no combate a incêndios que tenham estes produtos, não deverá ser usada a água, líquidos vaporizados nem espuma. Sódio metálico: reage violentamente com a água, por isso é transportado imerso em querosene. Se tocado com as mãos provoca gravíssimas queimaduras.
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CLASSE 5 – SUBSTANCIAS OXIDANTES E PERÓXIDOS ORGANICOS SUBCLASSE
5.1
5.2
CARACTERISTICAS DOS PRODUTOS Substâncias Oxidantes: geralmente não são inflamáveis mas, quando em contato com substâncias combustíveis, liberam oxigênio dando origem a um incêndio que produz gases tóxicos. Como exemplo temos os cloratos, percloratos e persulfatos que não devem ser transportados ou armazenados com outros materiais combustíveis. Devem ser protegidos de choque mecânico e atrito. Em caso de incêndio deverá ser usada água em grande quantidade e equipamentos de respiração autônoma. Peróxidos Orgânicos: provocam incêndios e explosões quando em contato com outros materiais. Os peróxidos são altamente nocivos à saúde, atacam o aparelho respiratório, os olhos e a pele. As partes atingidas devem ser lavadas imediatamente. Deve ser armazenado e transportado isolado de outros materiais orgânicos e bem acondicionados. O combate a incêndios se faz com a utilização de muita água.
CLASSE 6 - SUBSTANCIAS TOXICAS SUBCLASSE
6.1
6.2
CARACTERISTICAS DOS PRODUTOS Substâncias Tóxicas: são aquelas que, ao reagir, liberam vapores ou gases tóxicos, que podem causar a morte ou sérios danos à saúde, se forem respirados, ingeridos ou se entrarem em contato com a pele. Alguns produtos, além de tóxicos podem ser inflamáveis. Como exemplos temos a maioria dos defensivos agrícolas, como inseticidas, fungicidas, herbicidas e os compostos de cianeto, arsênico e antimônio. Substâncias Infectantes: são aquelas que contém microorganismos capazes de produzir infecções e doenças. Geralmente são transportadas por pessoal altamente especializado, obedecendo a normas expedidas pelo Ministério da Saúde.
CLASSE 7 - MATERIAL RADIOATIVO São produtos e substâncias que, em estado natural, emitem radiações eletromagnéticas, como os ímãs, ou radiações nucleares, pela instabilidade nos núcleos atômicos de alguns elementos químicos, como certos compostos de Carbono, Césio, Cobalto, Plutônio, Rádio e Urânio. A radiação que deles emana é capaz de atravessar a maior parte dos materiais que estejam próximos, como vidros, paredes, o corpo humano, as roupas, etc. Por esta
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propriedade e dependendo de sua intensidade e do tempo de exposição, a radiação pode ser útil, como a utilizada em chapas de Raios-X, que é de fraca intensidade, com exposição de poucos segundos. Será entretanto extremamente perigosa, podendo causar graves queimaduras, lesões internas, doenças degenerativas e a morte, quando de intensidade elevada ou após exposição por períodos mais longos. Um acidente com uma cápsula de Césio 137, em Goiânia, normalmente utilizada para finalidades médicas benéficas, sob controle, vitimou dezenas de pessoas após ter sido aberta por um catador de sucata. Seus efeitos levarão décadas para desaparecer, ficando clara a importância do extremo cuidado necessário na manipulação de produtos radioativos. No Brasil, todos os produtos radioativos são controlados pela CNEN - Comissão Nacional de Energia Nuclear, que registra e monitora todos os usos e movimentos de materiais radioativos, em todo o Território Nacional.
CLASSE 8 – SUBSTÂNCIA CORROSIVA
São substâncias quimicamente muito ativas, com a propriedade de reagir causando corrosão, quando em contato com outras substâncias. O grau de corrosão varia, de acordo com o tipo de material que for submetido a esta substância. Algumas substâncias podem tornar-se corrosivas, ao entrar em contato com a água ou com a umidade do ar. Os produtos corrosivos geralmente são sólidos ou líquidos, mas podem, ao reagir, liberar gases ou vapores também corrosivos, alguns destes visíveis e parecidos com fumaça. Diversos ácidos pertencem a esta classe, como o acético, o clorídrico, o sulfúrico, o nítrico e o fluorídrico, além de muitos outros produtos. A maior parte destas substâncias é prejudicial à saúde e pode provocar graves queimaduras, quando em contato com a pele ou com os olhos, além de atacar o aparelho respiratório quando inalados.
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CLASSE 9 – SUBSTÂNCIA PERIGOSAS DIVERSAS
Nesta classe estão classificadas substâncias ou produtos que, pelas suas características e propriedades, não se enquadram em nenhuma das categorias e classes anteriores. Trata-se de uma grande variedade de substâncias e produtos.
VI – PAINÉIS DE SEGURANÇA(NBR 7500).
Deve ser utilizado para o transporte rodoviário de produtos perigosos. Possui a parte inferior destinada ao número de identificação do produto (Número ONU) e a parte superior destinada ao número de risco. O Número ONU, composto por quatro algarismos, surgiu pautado na preocupação com o crescente número de acidentes ambientais envolvendo produtos perigosos .
Número de Risco É constituído por até três algarismos e, quando for expressamente proibido o uso de água no produto, deve ser indicado com a letra X no início do número. Este número determina : o risco principal (1º algarismo) os riscos secundários do produto (2º e/ou 3º algarismo). Notas: 1) Na ausência de risco subsidiário, deve ser colocado como segundo algarismo “zero”; 2) No caso de gás, nem sempre o primeiro algarismo significa o risco principal; 3) A duplicação ou triplicação dos algarismos significa uma intensificação do risco, por exemplo: 30 - inflamável; 33 - muito inflamável; 333 - altamente inflamável.
Número de Risco Número ONU
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SIGNIFICADOS DO 1 ALGARISMO NÚMERO 2 3 4 5 6 7 8
SIGNIFICADO Gás Líquido Inflamável Sólido Inflamável Substâncias Oxidantes ou Peróxidos Orgânicos Substância Tóxica Substância Radioativa Substância Corrosiva
SIGNIFICADO do 2 e/ou 3 ALGARISMO NÚMER O 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9
SIGNIFIC A DO A usência d de rrisco Ex plosi v v o Emana G Gás Inf lamá v el Fundido Oxidante Tóxico R adioati v v o Corrosi v v o Perigo d de rreação v iolenta rresultante d da d decom posição es pontânea o ou d de polimerização.
RELAÇÃO DOS NÚMEROS DE RISCO E SEUS SIGNIFICADOS 3 20 Gás asfixiante ou gás sem risco subsidiário. 22 Gás liquefeito refrigerado, asfixiante. 223 Gás liquefeito refrigerado, inflamável. 225 Gás liquefeito refrigerado, oxidante (intensifica o fogo). 23 Gás inflamável. 239 Gás inflamável, pode conduzir espontaneamente à violenta reação. 25 Gás oxidante (intensifica o fogo). 26 Gás tóxico. 263 Gás tóxico, inflamável. 265 Gás tóxico, oxidante (intensifica o fogo). 268 Gás tóxico, corrosivo. 30 Líquido inflamável (23°C < PFg < 60,5°C), ou líquido ou sólido inflamável em estado fundido com PFg> 60,5°C, aquecidos a uma temperatura igual ou superior a seu PFg, ou líquido sujeito a auto-aquecimento. 323 Líquido inflamável, que reage com água,desprendendo gases inflamáveis. X323 Líquido inflamável,que reage perigosamente com água, desprendendo gases inflamáveis.(*) 33 Líquido altamente inflamável (PFg < 23°C). 333 Líquido pirofórico. X333 Líquido pirofórico, que reage perigosamente com água. (*) 336 Líquido altamente inflamável, tóxico. 338 Líquido altamente inflamável, corrosivo. 3
Relação retirada do manual da ABIQUIM
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X338 Líquido altamente inflamável,corrosivo, que reage perigosamente com água(*). 339 Líquido altamente inflamável, pode conduzir espontaneamente à violenta reação. 36 Líquido inflamável (23°C < PFg < 60,5°C), levemente tóxico ou líquido sujeito a auto-aquecimento, tóxico. 362 Líquido inflamável, tóxico, que reage com água, desprendendo gases inflamáveis. X362 Líquido inflamável, tóxico, que reage perigosamente com água, desprendendo gases inflamáveis (*)• 368 Líquido inflamável, tóxico, corrosivo. 38 Líquido inflamável (23°C < PFg < 60,5°C), levemente corrosivo, ou líquido a auto-aquecimento, corrosivo. 382 Líquido inflamável, corrosivo, que reage com água, desprendendo gases inflamáveis. X382 Líquido inflamável, corrosivo, que reage perigosamente com água,desprendendo gases inflamáveis.(*) 39 Líquido inflamável que pode conduzir espontaneamente à violenta reação. 40 Sólido inflamável, ou substância auto-regente, ou substância sujeita a autoaquecimento. 423 Sólido que reage com água, desprendendo gases inflamáveis. X423 Sólido que reage perigosamente com água,desprendendo gases inflamáveis.(*) 43 Sólido espontaneamente inflamável (pirofórico). 44 Sólido inflamável, em estado fundido numa temperatura elevada. 446 Sólido inflamável, tóxico, em estado fundido a uma temperatura elevada. 46 Sólido inflamável ou sujeito a auto-aquecimento, tóxico. 462 Sólido tóxico que reage com água, desprendendo gases inflamáveis. X462 Sólido que reage perigosamente com água, desprendendo gases tóxicos (*)• 48 Sólido inflamável ou sujeito a auto-aquecimento, corrosivo. 482 Sólido corrosivo que reage com água, desprendendo gases inflamáveis. X482 Sólido que reage perigosamente com água, desprendendo gases corrosivos(*). 50 Substância oxidante (intensifica o fogo). 539 Peróxido orgânico inflamável. 55 Substância fortemente oxidante (intensifica o fogo). 556 Substância fortemente oxidante (intensifica o fogo), tóxica. 558 Substância fortemente oxidante (intensifica o fogo), corrosiva. 559 Substância fortemente oxidante (intensifica o fogo), pode conduzir espontaneamente à violenta reação. 565 Substância oxidante (intensifica o fogo), tóxica. 568 Substância oxidante (intensifica o fogo), tóxica, corrosiva. 58 Substância oxidante (intensifica o fogo), corrosiva. 59 Substância oxidante (intensifica o fogo), pode conduzir espontaneamente à violenta reação. 60 Substância tóxica ou levemente tóxica. 606 Substância infectante. 623 Líquido tóxico que reage com água, desprendendo gases inflamáveis. 63 Substância tóxica, inflamável (23°C < PFg < 60,5°C). 638 Substância tóxica, inflamável (23°C < PFg < 60,5°C), corrosiva.
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639 Substância tóxica, inflamável (PFg < 60,5°C), pode conduzir espontaneamente à violenta reação. 64 Sólido tóxico, inflamável ou sujeito a auto-aquecimento. 642 Sólido tóxico que reage com água, desprendendo gases inflamáveis. 65 Substância tóxica, oxidante (intensifica o fogo). 66 Substância altamente tóxica. 663 Substância altamente tóxica, inflamável (PFg < 60,5°C). 664 Sólido altamente tóxico, inflamável ou sujeito a auto-aquecimento. 665 Substância altamente tóxica, oxidante (intensifica o fogo). 668 Substância altamente tóxica, corrosiva. 669 Substância altamente tóxica que pode conduzir espontaneamente à violenta reação. 68 Substância tóxica, corrosiva. 69 Substância tóxica ou levemente tóxica pode conduzir espontaneamente à violenta reação. 70 Material radioativo. 72 Gás radioativo. 723 Gás radioativo, inflamável. 73 Líquido radioativo, inflamável (PFg < 60,5°C). 74 Sólido radioativo, inflamável. 75 Material radioativo, oxidante (intensifica o fogo). 76 Material radioativo, tóxico. 78 Material radioativo, corrosivo. 80 Substância corrosiva ou levemente corrosiva. X80 Substância corrosiva ou levemente corrosiva, que reage perigosamente com água.(*) 823 Líquido corrosivo que reage com água, desprendendo gases inflamáveis. 83 Substância corrosiva ou levemente corrosiva, inflamável (23°C
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água.(*) 90 Substâncias que apresentam risco para o meio ambiente: substâncias perigosas diversas. 99 Substâncias perigosas diversas transportadas em temperatura elevada. (*) Não usar água, exceto com aprovação de especialista. Gás inerte.
VII – COMO UTILIZAR O ABIQUIM? Este guia possui informações sobre as primeiras atitudes a serem tomadas no local de socorro, abrangendo os principais produtos perigosos relacionados na portaria 204*, de 20/05/97, do Ministério dos Transportes *Revogada pela portaria 420, de 12/02/04, do Ministério dos Transportes. Suas primeiras e últimas páginas versam sobre dados básicos de identificações dos produtos perigosos e procedimentos genéricos a serem efetuados durante os socorros. Estas são de cor BRANCA. Existe outra parte que relaciona todos os produtos por ordem crescente de seus números ONU (Organização das Nações Unidas). Estas são de cor AMARELA. Outro segmento relaciona os produtos em ordem alfabética. Este possui páginas AZUIS. A parte seguinte versa sobre os riscos potenciais da classe em que o produto está inserido, as ações de segurança pública e relaciona as ações de emergência. Estas são de cor LARANJA . Logo após, temos uma tabela que versa sobre distâncias de isolamento e proteção inicial relativos aos materiais perigosos, além da relação dos produtos que reagem com água. Estas são de cor VERDE.
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VIII – COLOCAÇÃO DE RÓTULOS DE RISCO E PAINEIS DE SEGURANÇA.
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IX– IDENTIFICAÇÃO E CARACTERÍSTICAS DE CAMINHÕES
A maioria dos equipamentos possuem: Válvula de emergência e alívio Servem para manter / aliviar a pressão no interior do tanque, com fechamento rápido. Operadas manualmente, ou através de mecanismos hidráulicos ou pneumáticos Em alguns equipamentos pode ser acionada a distância Pode ser acionada por ruptura mecânica ou fusão São gerenciadas por pressões variadas, dependendo do produto. (cada válvula tem uma pressão máxima de trabalho permissível – PMTA *) * Máxima pressão manométrica admissível no equipamento para uma determinada condição de operação
VÁLVULA DE SEGURANÇA = Libera os gases para a atmosfera aliviando a pressão interna, fechando em seguida DISCO DE RUPTURA = Entra em operação após ruptura por pressão da liga metálica, liberando os gases para a atmosfera CARACTERÍSTICAS DOS CAMINHÕES TANQUES PARA AS RODOVIAS CAMINHÃO TANQUE PARA TRANSPORTE DE LÍQUIDOS COM PRESSÃO DESPREZÍVEL
Descrição: Corte transversal traseiro ovulado, superfícies planas com o que aparenta ser um passadiço na parte superior . Exemplos de materiais transportados: Cargas não perigosas, Gasolina, diesel e alcool Classe de Risco: 3 (líquidos inflamáveis)
CAMINHÃO TANQUE PARA TRANSPORTE DE LíQUIDOS EM BAIXA PRESSÃO Descrição: Tem um corte transversal traseiro em forma de ferradura ou arredondado, tipicamente são construídos de aço, podendo também serem de alumínio. Transportam Combustíveis líquidos e corrosivos brandos Classes de Risco: 3 e 8
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CAMINIHÃO TANQUE PARA TRANSPORTE DE PRODUTOS CORROSIVOS Possuem anéis de proteção no tanque e uma proteção contra tombamentos em forma de “caixa” que envolve as válvulas, localizada na parte traseira superior do tanque Transportam materiais altamente corrosivos, como: ácido nítrico e ácido sulfúrico Classe de Risco: 8
CAMINHÃO TANQUE PARA TRANSPORTE DE PRODUTOS GASOSOS LIQUEFEITOS Gases comprimidos ou alguns líquidos muito perigosos tais como amônia anidra, gás cloro, gás de petróleo liquefeito (GLP), etc. Classes de Risco : 2.1, 2.2 e 2.3
CAMINHÃO TANQUE PARA TRANSPORTE DE PRODUTOS CRIOGÊNICOS Descrição: Corte transversal traseiro cilíndrico, cabeças hemisféricas e superfície externa lisa sem costeletas. Exemplos de materiais: Nitrogênio, hidrogênio, hélio, etc. ( todos liquefeitos) Classes de Risco: 2.1, 2.2 e 2.3.
CAMINHÃO TUBO TRAILER
Consiste em um grupo de cilíndros de aço permanentemente montados em formato de trailler. Pode ter de 2 cilindros grandes à 20 cilindros pequenos. ( todos tendo no mínimo 453.6 litros e trabalhando em pressões de 3.000 a 5.000 psi) Todos os cilindros transportam o mesmo material Todo cilindro tem seu próprio tubo e válvula. Exemplos de materias transportados: hélio, hidrogênio e nitrogênio ( não liquefeitos) Classes de Risco: 2.1, 2.2 e 2.3.
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X – IDENTIFICAÇÃO EM INSTALAÇÕES FIXAS
SISTEMA DE IDENTIFICAÇÃO DE PRODUTOS PERIGOSOS PARA INSTALÇÕES FIXAS Foi desenvolvido nos EUA, através da “NFPA” (National Fire o Protection Association); o É pautada no sistema normatizado “NFPA 704 M”; Usada em instalações permanentes; o o Não é utilizada nos transportes; Não é obrigatória no Brasil. o
Significados das cores
INFLAMABILIDADE
RISCO A SAÚDE REATIVIDADE
RISCO ESPECIFICO
É conhecido por DIAMANTE DE HOMEL
Cada risco possui um símbolo ou número que corresponde a sua intensidade ou especificidade. Estes números podem aparecer de zero (0) a quatro (4) numa escala gradativa de perigo crescente com cada um especificando uma situação de alerta dentro daquele risco (inflamabilidade, reatividade e risco a saúde). Relativo ao risco especifico teremos símbolo identificando qual o risco, podendo ser: Perigoso se em contato com água W ACID Ácido
Alcalino
Corrosivo
CORR
Oxidante
OX
Radioativo
LC
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CAPÍTULO
2
PADRÃO DE ATENDIMENTO DESCONTAMINAÇÃO
Neste capitulo veremos os procedimentos padrão para atendimento de eventos envolvendo materiais perigosos conforme normas da Environmetal Protection Agency – EPA ( Agencia de Proteção Ambiental – EUA), da National Fire Protection association – NFPA e do Grupamento de Operações com Produtos Perigosos – GOPP/CBMERJ.
I – PADRÃO DE ATENDIMENTO CARGAS PERIGOSAS: É o mal acondicionamento ou arrumação física deficiente de uma carga ou volume que venha a oferecer riscos de queda ou tombamento, podendo gerar outros riscos. ACIDENTES AMBIENTAIS: Evento inesperado e indesejável que afeta, direta ou indiretamente a saúde e a segurança da população, ou causa impactos agudos ao meio ambiente. ACIDENTES TECNOLÓGICOS: Evento inesperado e indesejável que envolve tecnologia desenvolvida pelo homem e tem a capacidade de afetar, direta ou indiretamente a saúde e a segurança dos trabalhadores, da população, ou causar impactos agudos ao meio ambiente. * * * * * *
OBJETIVOS DA OPERAÇÃO COM PRODUTOS PERIGOSOS Identificar o Risco Isolar o Risco Conter o Risco Reduzir o Risco Neutralizar o Risco Descarte correto do produto perigoso SEQUÊNCIA OPERACIONAL 1- IDENTIFICAÇÃO; 2- ISOLAMENTO; 3- SALVAMENTO; 4- CONTENÇÃO; 5- DESCONTAMINAÇÃO.
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CAPÍTULO III
ORGANOGRAMA E SISTEMAS DE TRABALHO COORDENADOR
AGENTE DE SEGURANÇA
EQUIPE DE INTERVENÇÃO
EQUIPE DE DESCONTAMINAÇÃO
EQUIPE DE SUPORTE
CHEFE DE INTERVENÇÃO
CHEFE DE DESCONTAMINAÇÃO
CHEFE DE SUPORTE
AUXILIARES DE INTERVENÇÃO
AUXILIARES DE DESCONTAMINAÇÃO
AUX. DE COMUNICAÇÕES
AJUDANTES DE DESCONTAMINAÇÃO
AUX. DE PROTEÇÃO RESPIRATÓRIA AUX. DE OPERAÇÕES DE DEFESA CIVIL AUX. DE ANÁLISES LABORATORIAIS AUX. DE EMERG. MÉDICAS AUX. DE METEOROLOGIA AUX. DE LOGÍSTICA
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PROCEDIMENTO PARA ISOLAMENTO
FATORES OBSERVADOS PARA MONTAGEM DO CORREDOR DE REDUÇÃO DE DESCONTAMINAÇÃO: • Direção e velocidade dos ventos. • Topografia do local. • Lençol freático e recursos hídricos da região. • População local. • Características do Material. • Previsões e condições meteorológicas. • Tempo previsto de trabalho. • FUNÇÕES DESENVOLVIDAS NO LOCAL DE SOCORRO a) COORDENADOR : Responsável pelas ordens e decisões no local da ocorrência, coordenando as ações das equipes de emergência (intervenção / descontaminação / suporte). As decisões deverão ser apoiadas nas informações geradas pelo AGENTE DE SEGURANÇA, pois este detém toda a cronologia e informação de suporte no local. O Coordenador deverá ser sempre que possível, qualificado ou especializado na área de produtos perigosos ou gerência de desastres, podendo, porém, se ter nesta função, a autoridade local em defesa civil, já que esta é, legalmente, a autoridade competente para a atuação a nível municipal. Será o responsável pelas informações transmitidas para os órgãos de imprensa. b) AGENTE DE SEGURANÇA: Deverá ser, impreterivelmente, um profissional treinado e especializado de maior grau hierárquico no local de emergência, a fim de gerenciar todas as informações, procedimentos e necessidades das equipes envolvidas. Deverá deter todas as informações transmitidas pelos chefes de equipes, a fim de gerar subsídios para o Plano de Segurança de Área (PSA). Terá livre acesso entre as Áreas Quente, Morna e Fria, devendo para isso estar devidamente equipado. c) CHEFE DE INTERVENÇÃO : Profissional treinado e especializado, que irá chefiar a intervenção, ou seja, os procedimentos na Área Quente.
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d) CHEFE DE DESCONTAMINAÇÃO : Profissional treinado e especializado, que irá determinar: PROCESSO / MATERIAL E CONCENTRAÇÃO DOS MATERIAIS NEUTRALIZANTES / TÉCNICA EMPREGADA. Este profissional irá também determinar o local a ser estabelecido o CORREDOR DE DESCONTAMINAÇÃO, além de possíveis mudanças por agentes externos, como o vento ou variações de risco. Deverá acompanhar todo o processo de descontaminação primária e secundária, ou seja, aquela realizada no próprio local da ocorrência, assim como a incumbência de levar todo o material contaminado para empresa ou local a ser descontaminado e posteriormente devolvido a sua respectiva origem, ou destinar os materiais contaminados a um descarte adequado. Será responsável pela devolução dos materiais totalmente descontaminados a seus respectivos proprietários ou detentores da carga. e) CHEFE DE SUPORTE : Profissional treinado e especializado, que irá colher e gerenciar as informações, de forma generalizada, a f im de subsidiar ao AGENTE DE SEGURANÇA. FUNÇÕES EXERCIDAS PELOS ORGAOS.
S O G R
r a t i l i M s o r i e b m o B e d o p r o C
r a t i l i M a i c í l o P
a r u t i e l f a e r t r o n P d e M i a I b N o t r m U E i o r p A Q I N á s t C i o n n a ã B A a r g r S T Ó o r r e t A
O M M M M M I I I I I Ã S S S S S N
M I S
ISOLAMENTO
O O O O M M M I M I I I Ã Ã Ã Ã S S S S N N N N
M I S
SALVAMENTO
O O O O O O O O M I Ã Ã Ã Ã Ã Ã Ã Ã S N N N N N N N N
IDENTIFICAÇÃO
O M I Ã S N
a i r á i v o d o R a i c í l o P
o t i s n â r T l a p i c i n u M a d r a u G
CONTENÇÃO
O O O M I Ã Ã Ã S N N N
O M I Ã S N
M M M I I I S S S
DESCONTAMINAÇÃO
O O O M I Ã Ã Ã S N N N
O M I Ã S N
O M I Ã S N
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M I S
SALVAMENTO INTERVENÇÃO PRIMÁRIA • Monitorar o local quanto aos riscos de explosividade e níveis de oxigênio. • Coletar amostras dos produtos envolvidos, etiquetando e mapeando sua localização. • Caso não haja riscos de explosividade, fotografar o local para posterior análise e definições de técnicas e táticas de contenção. • Facilitar as rotas de entrada do local, a fim de facilitar o prosseguimento dos trabalhos pelas equipes substitutas. INTERVENÇÃO SECUNDÁRIA • Deverá estar pronta para o rodízio de emergência. As equipes de intervenção primária e secundária deverão ser coordenadas e comandadas diretamente pelo AGENTE DE SEGURANÇA, sendo função deste estabelecer o tempo de intervenção, rodízio das equipes e duração de descanso a fim de se evitar a fadiga.
SISTEMAS DE COMUNICAÇÃO • Via Rádio Canal 1 – Agente de Segurança / Chefe da Eq. de Intervenção / Chefe da Eq. de Descontaminação. Canal 2 – Agente de Segurança / Chefe da Eq. de Suporte. Canal 3 – Coordenador / Agente de Segurança. Agente de Segurança em modo de “Scanner”.
SISTEMAS DE COMUNICAÇÃO
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II – DESCONTAMINAÇÃO CONTAMINAÇÃO : para efeito de atendimento a emergências, trata-se do contato de alguma substância química com o meio circundante ou com seres humanos através das vias de exposição (ingestão, inalação ou dérmica). FORMAS DE CONTAMINAÇÃO VAPORES, GASES, NÉVOAS E MATERIAL CONTATO COM PARTICULADO; RESPINGOS DE PRODUTO; CONTATO COM POÇA DE PRODUTO; CONTATO COM SOLO CONTAMINADO; USO DE INSTRUMENTOS OU EQUIPAMENTOS CONTAMINADOS. PREVENÇÃO DA CONTAMINAÇÃO EPI’s: EPR, ROUPAS DE PROTEÇÃO, BOTAS, LUVAS BOAS PRÁTICAS DE TRABALHO DESCONTAMINAÇÃO DEFINIÇÃO: é um processo que consiste na remoção física dos contaminantes ou na alteração de sua natureza química para substâncias inócuas. OBJETIVOS DA DESCONTAMINAÇÃO: Evitar a ampliação das áreas contaminadas pela movimentação dos técnicos e equipamentos utilizados no atendimento; Prevenir a exposição das pessoas envolvidas no atendimento emergencial. MÉTODOS DE DESCONTAMINAÇÃO: DILUIÇÃO; SURFACTAÇÃO; DISSOLUÇÃO; NEUTRALIZAÇÃO; AERAÇÃO. SOLUÇÕES PARA DESCONTAMINAÇÃO: SOLUÇÃO A (ALCALINA) SOLUÇÃO B (OXIDANTE) SOLUÇÃO C(LEVEMENTE ALCALINA) SOLUÇÃO D (ACIDA) SOLUÇÃO E (AGUA E SABÃO)
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2 kg carbonato de sódio 5% 2 kg fosfato trissódico 5% 38 litros de água 4 kg hipoclorito de sódio 10% 38 litros de água 2 kg fosfato trissódico 5% 38 litros de água 0,5 litro de ácido clorídrico 5% 38 litros de água solução concentrada de detergente em pó e água
APLICAÇÃO PARA AS SOLUÇÕES DE DESCONTAMINAÇÃO Composto Químico ácidos inorgânicos, PCB
Solução para Descontaminação A, E
metais (Hg, Pb, Cd, etc)
B, E
pesticidas, fenóis clorados e dioxinas
B, E
-
inorgânicos (CN ,amônia)
B, E
solventes e organoclorados
A, C, E
PBB ou PCB
A, C, E
óleos e graxas
C, E
bases, álcalis e cáusticos
D, E
radioativos
E
substâncias infectuosas
A, B, E
Outros contaminantes
A, B, E
PROCEDIMENTOS DE DESCONTAMINAÇÃO Designação da equipe de descontaminação; Delimitação e isolamento de áreas; Verificação da direção do vento; Criação de corredor de acesso à area de intervenção; Criação do corredor de redução de contaminação - “CRC”; O estabelecimento de um corredor de redução de contaminação consiste na criação de uma via obrigatória para saída de uma área contaminada, onde serão desenvolvidas ações em uma sequência lógica que permitam, progressivamente, a descontaminação de pessoas, equipamentos e veículos. EQUIPAMENTOS NECESSÁRIOS PARA DESCONTAMINAÇÃO: SOLUÇÃO DE DESCONTAMINAÇÃO: (água, detergente ou solução química); EQUIPAMENTOS: pulverizadores portáteis, mangueiras, chuveiros, recipientes para coleta de efluentes líquidos e sólidos,escovas de cerdas macias, vassouras; OU MANTAS IMPERMEÁVEIS: destinam-se à LONAS impermeabilização do solo sob o corredor de redução de contaminação; PLACAS DE SINALIZAÇÃO: deverão conter instruções precisas sobre as atividades a serem realizadas; FAIXAS DE ISOLAMENTO: utilizadas para delimitação de áreas e restrição de acesso.
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EPI (REGRA BÁSICA): AS EQUIPES DE DESCONTAMINAÇÃO DEVEM UTILIZAR EPIs QUE REPRESENTEM PROTEÇÃO, NO MÍNIMO, UM NÍVEL ABAIXO DAQUELE USADO PELAS EQUIPES A SEREM DESCONTAMINADAS. RECOMENDAÇÕES PRÁTICAS Proteger os equipamentos de medição com sacos plásticos; Evitar o uso de equipamentos de madeira; As equipes de intervenção não devem fumar, beber, nem tocar o rosto até a total descontaminação.
SEQUENCIA DE DESCONTAMINAÇÃO NO CRC
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CAPÍTULO
3
EPI e EPC
EPI é todo meio, dispositivo ou aparelho criado especificamente para garantir a segurança, a saúde e a Incolumidade do usuário. Quando usar EPI ? A proteção coletiva é inviável economicamente; Não existe a possibilidade de proteção coletiva; A proteção coletiva é insuficiente para garantir a segurança; Executar operações em ambientes nocivos; Executar operações com máquinas e equipamentos perigosos; Executar operações de emergência e salvamento. Lei 6514 de 22 dez 77 - Ministério do Trabalho 1 - É obrigatório o uso de EPI em todas as atividades onde existe risco a saúde e a incolumidade do trabalhador; 2 - Todo EPI deve ter CERTIFICADO DE APROVAÇÃO (CA) do Departamento Nacional de Segurança e Saúde do Trabalhador - DNSST; 3 - Todo EPI deverá ter gravado em caracteres bem visíveis a Marca Comercial registrada e o número do C.A.; 4 - O fornecimento do EPI é de obrigatoriedade do empregador e deverá ser adequado à atividade. CLASSIFICAÇÃO dos EPI’s Os EPI classificam conforme a parte do corpo que protegem, assim proteção para cabeça, mãos, pés e etc. ESCOLHA DO EPI Tipo de risco; Tipo de equipamento; Adaptação do equipamento ao homem; Adaptação do homem ao equipamento; Não deve oferecer restrição dos movimentos; Deve possuir coloração que facilite a localização do usuário; Deve ser confortável, leve e possuir caimento anatômico; Deve ser resistente e de fácil manutenção. CLASSIFICAÇÃO DOS CONTAMINANTES MATERIAL PARTICULADO Pós, poeiras e fibras o São formados quando um material sólido é moído, quebrado, lixado ou triturado. Quanto menor for a partícula, mais tempo permanecerá no ar. NÉVOAS São pequenas gotículas de vapores condensados que ficam suspensas no ar. FUMOS • • • • • •
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São vapores de metais fundidos que foram resfriados e permanecem suspensos no ar
São substâncias que se encontram no estado gasoso a pressão e temperatura ambiente
GASES VAPORES
São substâncias que evaporam de líquidos e sólidos ficando suspensas no ar. PROTEÇÃO POR FILTROS A proteção respiratória é fundamental para equipes que atuam em salvamentos envolvendo produtos perigosos. Equipes do corpo de bombeiros devem usar preferencialmente EPR autônomo com pressão positiva, equipamento desgastante devido ao peso. Assim quando usar proteção por filtros? • Indicado quando o contaminante é conhecido; • A concentração do contaminante não pode ser superior a capacidade do filtro; • Não deve ser usado em ambiente confinado; • Quando gases e partículas estiverem presentes, deve ser usado filtro combinado. • A concentração mínima de oxigênio no ar deve ser de 19%. Deficiência de ar respirável Ocorre quando existem contaminantes no ar; Quando existe temperaturas muito elevadas; Ocorre em baixas temperaturas; Ocorre em locais confinados com pouca ventilação; Alguns gases ocupam o lugar do oxigênio nos pulmões. São gases asfixiantes. Alguns gases combinam-se com o sangue ou outros tecidos. São gases tóxicos.
• • • • •
•
TIPOS DE FILTROS 1 – Filtros contra partículas São dispositivos que utilizam fibras de tecidos e não tecidos compactados para retenção de material particulado. 2 – Filtros de proteção gasosa Utilizam o carvão ativado como adsorvente para retenção de gases e também por impregnação química ou conversão catalítica. Consumo de ar respirável utilizando EPR AUTONOMO DESCANSO 05 a 10 litros/minuto MOVIMENTOS LEVES 10 a 20 litros/minuto TRABALHO LEVE 20 a30 litros/minuto TRABALHO MÉDIO 30 a 40 litros/minuto TRABALHO PESADO 35 a 50 litros/minuto ESFORÇO MÁXIMO 50 a 90 litros/minuto
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Exemplo de cálculo do consumo de ar do EPR AUTONOMO Cilindro de 7 litros carregado a 200 BAR Reserva de ar volume do cilindro (V) x pressão (P)] L 7 . 200 = 1400 litros Tempo de uso G com trabalho leve e pesado (v 25 a 50 l/min) G1 = L : v1 1400 : 25 = 56 minutos G2 = L : v2 1400 : 50 = 28 minutos O tempo possível de utilização situa-se entre 30 e 60 minutos. PROTEÇÃO PARA MÃOS Luva de Látex Protege contra ácidos e bases diluídas, álcoois e possui boa flexibilidade Luvas de Neoprene. Resistente a bases e ácidos diluídos,peróxidos, combustíveis e óleos, álcool e fenóis. Resiste a corte e a abrasão. Luva de Borracha Nitrílica. Resistente a óleos combustíveis, álcoois fenóis e aminas. Resiste também a bases e ao corte e a abrasão.
Luva de Borracha Butílica. Resiste a ácidos e bases além de muitos produtos químicos, solventes orgânicos, peróxidos, álcoois, amônia e cloro. Também possui resistência ao calor.
EQUIPAMENTOS USADOS PARA IDENTIFICAÇÃO DE CONTAMINANTES: Tubos colorimétricos; Câmera Térmica; Oxiexplosímetro; Explosímetro; Espectofotômetro. Limites de Tolerância - LT São as máximas concentrações permitidas de contaminantes presentes na atmosfera. EXEMPLOS: TLV/STEL; TLV/TWA; TLVC; LC50. TLV - Threshold Limit Values -(Valor Limite de Tolerância) É a concentração de uma substância ao qual um trabalhador pode ficar exposto durante a jornada de trabalho. TLVC - Ceiling – (Teto), São níveis que não devem ser excedidos em nenhum momento to). IPVS - Imediatamente Perigoso a Vida ou a Saúde (IDHL - Immediately Dangerous to Health and life) São concentrações superiores as concentrações máximas permitidas que supõe uma ameaça direta de morte ou de conseqüências adversas irreversíveis à saúde.
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ROUPAS DE PROTEÇÃO QUÍMICA NIVEL A Quando a proteção para a pele, olhos e aparelho respiratório deve ser a máxima possível. RISCOS EXISTENTES Quando gases, nuvens ou vapores líquidos perigosos podem contaminar a pele ou penetrar através dos olhos ou da respiração, apresentando grave perigo para a saúde. EQUIPAMENTO Roupa totalmente encapsulada com sistema de respiração autônomo. NÍVEL B Quando a proteção para a pele não precisa ser a máxima, todavia existe a necessidade de proteção respiratória. RISCOS EXISTENTES Pós, poeiras ou risco de respingos de produtos perigosos. O produto é conhecido e sua quantidade pode ser determinada. EQUIPAMENTO Roupa de proteção química contra respingos e equipamento de respiração autônomo ou máscara com filtro (quando o contaminante é conhecido) NÍVEL C Quando a exposição da pele é indesejável, todavia existe pouco risco de contaminação. É o equipamento mínimo para a área de descontaminação. RISCOS EXISTENTES A substância é conhecida e sua quantidade está determinada e os riscos de contaminação são mínimos ou inexistentes. Os critérios de seleção para uso de equipamentos de proteção respiratória estão de acordo com os padrões mínimos necessários para proteção eficiente. EQUIPAMENTO Macacão ou conjunto de calça e jaqueta contra respingos ou roupa descartável. A proteção respiratória pode ser por máscara com filtro. NÍVEL D É o uniforme normal de trabalho. Utilizado onde o risco de contaminação é inexistente. RISCOS EXISTENTES Nenhum risco esperado. Todo o ambiente, inclusive o ar está livre de qualquer contaminação. EQUIPAMENTO Uniforme normal de trabalho, calçado comum e nenhuma proteção respiratória. todas as substâncias são venenosas, não existe nenhuma que não o seja. a dose correta diferencia o veneno de um remédio. Paracelsus – 1493 à 1541)
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CAPÍTULO
4
FUNDAMENTOS DE RADIOPROTEÇÃO
NOÇÕES SOBRE RADIOATIVIDADE A estrutura da matéria e o átomo Todas as coisas existentes na natureza são constituídas por átomos ou sua combinações; A estrutura de um átomo é semelhante a do sistema solar, consistindo em um núcleo, onde fica concentrada a massa, como o sol, e em partículas girando em seu redor (eletrosfera que tem um diâmetro de 10.000 a 100.000 vezes maior que o núcleo), denominadas elétrons, equivalentes aos planetas; Como o sistema solar, o átomo possui grandes espaços vazios, que podem ser atravessados por partículas menores que ele. Estrutura do núcleo O núcleo do átomo é formado, basicamente, por partículas de carga positiva, prótons, e de partículas de mesmo tamanho sem carga, denominadas nêutrons (ambos chamados genericamente de nucleons); O número de prótons (ou número atômico) identifica um elemento químico, comandando seu comportamento em relação aos outros elementos; O elemento natural mais simples, o hidrogênio, possui apenas um próton; o mais complexo, o urânio, tem 92 prótons, sendo o elemento químico natural mais pesado.
Radiação não ionizante: que não possui energia necessária para arrancar elétrons de seus orbitais (microondas, laser, etc.).
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REAÇÃO QUÍMICA X REAÇÃO NUCLEAR Reação nuclear é aquela reação que altera os núcleos atômicos. A Reação química afeta apenas os elétrons periféricos dos átomos; As reações nucleares envolvem muito mais energia que as reações químicas e são muito mais difíceis de serem controladas; REAÇÃO QUÍMICA Na queima do carvão, cada um quilo de carbono “queimado” permite elevar, de 20º a 100ºC, a temperatura de 100Kg de água; REAÇÃO NUCLEAR Na bomba de hidrogênio, cada um quilo de hidrogênio “queimado” permite elevar, de 20º a 100ºC, a temperatura de 1.600.000 toneladas de água; EFEITOS DA RADIAÇÃO Efeitos Químicos Efeitos Térmicos Efeitos Luminosos Efeitos Elétricos Efeitos Biológicos Reação em cadeia • Cada reação de fissão nuclear resulta, além dos núcleos menores, de dois a três nêutrons; • Torna-se possível então que esses nêutrons atinjam outros núcleos desse átomos “pesados” sucessivamente, liberando muito calor; Esse processo é denominado Reação de Fissão Nuclear em Cadeia ou, simplesmente, Reação em Cadeia. NATUREZA DAS RADIAÇÕES – LEIS DA DESINTEGRAÇÃO RADIOATIVA Placas eletrizadas
Tela fluorescente ou chapa fotográfica
Desvio: α <
Placas eletrizadas
Material radioativo
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RADIAÇÃO ALFA OU PARTÍCULA ALFA (α ) com excesso de energia, tem nocividade interna; tem o maior poder ionizante das três, devido a sua carga +2); Partículas Positivas; Constituídos por dois prótons, dois nêutrons e da energia a eles associado (esta partícula é igual ao núcleo do gás hélio); Penetração de 2 a 8 cm no ar, pode ser bloqueada por uma folha de papel; A carga positiva explica porque são atraídas pela placa negativa; a massa elevada (maior inércia) explica porque o desvio é pequeno (comparado com o de β). RADIAÇÃO BETA OU PARTÍCULA BETA ( β ) Faz parte de outro processo de estabilização de um núcleo com excesso de energia, tem nocividade interna e externa; Partículas Negativas (partícula beta) quando há excesso de carga negativa ou Positivas (Pósitrons) quando há excesso de carga positiva; São elétrons “atirados”, em altíssima velocidade, para fora de um núcleo instável; Penetração de até 1 cm no alumínio ou 1 mm no chumbo; RADIAÇÃO GAMA ( Γ ) Liberada, geralmente, após a liberação de radiação Alfa ou Beta; Esse tipo de radiação Não possui massa ou carga; São da mesma natureza da luz; Alto poder de penetração, penetra por vários centímetros no chumbo, tem nocividade externa e interna. NÊUTRONS Produzidos pelas reações nucleares, tais como a fissão; Um grande número de nêutrons são formados somente em reatores nucleares, bombas atômicas ou eventos de criticalidade, onde ocorre a fissão; Não possuem carga elétrica, não podem portanto produzir ionização diretamente, mas somente indiretamente; São muito penetrantes. DECAIMENTO RADIOATIVO É a perda gradual da atividade do átomo, em função da liberação de energia feita por ele. Física – é o tempo necessário para desintegrar a metade dos átomos radioativos; Biológica – é o tempo necessário para eliminar a metade dos átomos radioativos incorporados. UNIDADES DE RADIAÇÃO Conceito de Atividade É o número de nuclídeos que se desintegram por unidade de tempo. Unidade de Atividade
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FONTES NATURAIS E ARTIFICIAIS DE EXPOSIÇÃO Todos nós estamos expostos diariamente às radiações ionizantes que provêm de duas origens: pelas radiações Radiação Natural ou de Fundo – é constituída ionizantes existentes em nosso meio ambiente provenientes: do espaço cósmico, dos materiais radioativos naturais e do nosso próprio organismo. Representa aproximadamente 67,6% da dose total que recebemos anualmente; Radiação Artificial – é constituída pelas radiações ionizantes emitidas de fontes de radiação criadas pelo próprio homem. Representa aproximadamente 32,4% da dose total que recebemos anualmente. TIPOS DE CONTAMINAÇÃO Interna – há o contato com o material radioativo em forma de pó, líquido ou gás, com inalação, ingestão ou absorção pela pele ; Externa – há o contato com o material radioativo em forma de pó, líquido ou gás, sem inalação, ingestão ou absorção pela pele. PROTEÇÃO CONTRA AS RADIAÇÕES EXTERNAS
Uma Contaminação, radioativa ou não, caracteriza-se pela presença indesejável de um material, em determinado local, onde não deveria estar; A Irradiação é a exposição de um objeto ou de um corpo à radiação, sem que haja contato direto com a fonte de radiação.
PROTEÇÃO CONTRA AS RADIAÇÕES INTERNAS • Vias de contaminação: a) Inalação acesso do contaminante através das vias aéreas, sendo o principal modo de contaminação interna; b) Ingestão acesso direto através do trato gastrointestinal; c) Cutânea ocorre a absorção do contaminante através da pele. PROTEÇÃO CONTRA AS RADIAÇÕES INTERNAS • Limita-se o problema da radiação interna controlando-se: - O acesso de pessoal às áreas contaminadas; - A concentração de materiais radioativos no ar; - A contaminação de superfície; - A concentração de materiais radioativos na água e alimentos.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS: Em operações que envolvem produtos perigosos os profissionais que atuam como agente de segurança, chefe da equipe de intervenção e de descontaminação alem de aprofundarem nestes quatro capítulos devem praticar e adquirirem conhecimentos em áreas como meteorologia, química, explosivos, legislação envolvendo PP, meio ambiente, toxicologia, sistema de comando de incidentes e combate a incêndios. ALGUMAS LEGISLAÇÕES PERTINENTE: • NBR 7500; • NBR 7503 – Ficha de Emergência e Envelope para o Transporte Terrestre de Produtos Perigosos; • NBR 9735 – Conjunto de Equipamentos para Emergências no Transporte Terrestre de Produtos Perigosos; • NBR 9734 de MAR/2000 – Conjunto de Equipamentos de Proteção Individual para avaliação e fuga no transporte rodoviário de Produtos Perigosos; • NBR 12710 de 2001 – Proteção contra incêndio por extintores, no transporte rodoviário de Produtos Perigosos; • NBR 13095 de MAR/2000 – Instalação e fixação de extintores de incêndio para carga, no transporte rodoviário de Produtos Perigosos; • NBR – 9075 – Ficha técnica para o transporte ferroviário de mercadoria perigosa; • NBR – 10271 – Conjunto de Equipamentos para Emergências no Transporte Rodoviário de Ácido Fluorídrico; • NBR – 12982 – Desvaporização de tanque para transporte terrestre de produtos perigosos – Classe de risco 3 – Líquidos Inflamáveis; • NBR – 13221 – Transporte Terrestre de Resíduos; • NBR 14064 – Atendimento a emergência no transporte terrestre de produtos perigosos • NBR 14095 – Área de estacionamento para veículos rodoviários de transporte de produtos perigosos; • NBR 14619 – Transporte terrestre de produtos perigosos – Incompatibilidade química; • RESOLUÇÃO CONAMA 001, de 23 de janeiro de 1986.
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