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Rosto Sumário Retorno ao erro de Descartes Introdução Parte 1 1. Consternação em Vermont Phineas P. Gage Gage deixou de ser Gage Por que Phineas Gage? m a!arte so"re #reno$ogia m caso !aradigmático %a !osteriori& Phineas P. Gage Gage deixou de ser Gage Por que Phineas Gage? m a!arte so"re #reno$ogia m caso !aradigmático %a !osteriori& '. ( re)e$ação do c*re"ro de Gage + !ro"$ema m a!arte so"re a anatomia do sistema ner)oso ( so$ução + !ro"$ema m a!arte so"re a anatomia do sistema ner)oso ( so$ução ,. m Phineas Gage moderno ma mente no)a Res!osta ao desa-o Raciocinar e decidir ma mente no)a Res!osta ao desa-o Raciocinar e decidir . ( sangue/#rio 0)idncia a !artir de outros casos de $es2es !r*/#rontais 0)idncia a !artir de $es2es em regi2es não #rontais ma re3exão so"re anatomia e #unção ma nascente 0)idncia a !artir de estudos em animais m a!arte so"re ex!$icaç2es neuroqu4micas Conc$usão 0)idncia a !artir de outros casos de $es2es !r*/#rontais 0)idncia a !artir de $es2es em regi2es não #rontais ma re3exão so"re anatomia e #unção ma nascente 0)idncia a !artir de estudos em animais m a!arte so"re ex!$icaç2es neuroqu4micas Conc$usão 1. Consternação em Vermont Phineas P. Gage Gage deixou de ser Gage Por que Phineas Gage? m a!arte so"re #reno$ogia m caso !aradigmático %a !osteriori&
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Rosto Sumário Retorno ao erro de Descartes Introdução Parte 1 1. Consternação em Vermont Phineas P. Gage Gage deixou de ser Gage Por que Phineas Gage? m a!arte so"re #reno$ogia m caso !aradigmático %a !osteriori& Phineas P. Gage Gage deixou de ser Gage Por que Phineas Gage? m a!arte so"re #reno$ogia m caso !aradigmático %a !osteriori& '. ( re)e$ação do c*re"ro de Gage + !ro"$ema m a!arte so"re a anatomia do sistema ner)oso ( so$ução + !ro"$ema m a!arte so"re a anatomia do sistema ner)oso ( so$ução ,. m Phineas Gage moderno ma mente no)a Res!osta ao desa-o Raciocinar e decidir ma mente no)a Res!osta ao desa-o Raciocinar e decidir . ( sangue/#rio 0)idncia a !artir de outros casos de $es2es !r*/#rontais 0)idncia a !artir de $es2es em regi2es não #rontais ma re3exão so"re anatomia e #unção ma nascente 0)idncia a !artir de estudos em animais m a!arte so"re ex!$icaç2es neuroqu4micas Conc$usão 0)idncia a !artir de outros casos de $es2es !r*/#rontais 0)idncia a !artir de $es2es em regi2es não #rontais ma re3exão so"re anatomia e #unção ma nascente 0)idncia a !artir de estudos em animais m a!arte so"re ex!$icaç2es neuroqu4micas Conc$usão 1. Consternação em Vermont Phineas P. Gage Gage deixou de ser Gage Por que Phineas Gage? m a!arte so"re #reno$ogia m caso !aradigmático %a !osteriori&
Phineas P. Gage Gage deixou de ser Gage Por que Phineas Gage? m a!arte so"re #reno$ogia m caso !aradigmático %a !osteriori& '. ( re)e$ação do c*re"ro de Gage + !ro"$ema m a!arte so"re a anatomia do sistema ner)oso ( so$ução + !ro"$ema m a!arte so"re a anatomia do sistema ner)oso ( so$ução ,. m Phineas Gage moderno ma mente no)a Res!osta ao desa-o Raciocinar e decidir ma mente no)a Res!osta ao desa-o Raciocinar e decidir . ( sangue/#rio 0)idncia a !artir de outros casos de $es2es !r*/#rontais 0)idncia a !artir de $es2es em regi2es não #rontais ma re3exão so"re anatomia e #unção ma nascente 0)idncia a !artir de estudos em animais m a!arte so"re ex!$icaç2es neuroqu4micas Conc$usão 0)idncia a !artir de outros casos de $es2es !r*/#rontais 0)idncia a !artir de $es2es em regi2es não #rontais ma re3exão so"re anatomia e #unção ma nascente 0)idncia a !artir de estudos em animais m a!arte so"re ex!$icaç2es neuroqu4micas Conc$usão Parte ' 5. 0$a"orando uma ex!$icação ma a$iança misteriosa So"re organismos6 cor!os e c*re"ros 0stados de organismos + cor!o e o c*re"ro interagem7 o organismo interior So"re o com!ortamento e so"re a mente + organismo e o am"iente interagem7 a"arcando o mundo exterior m a!arte so"re a arquitetura de sistemas ner)osos ma mente integrada resu$tante de uma ati)idade #ragmentada Imagens do agora6 imagens do !assado e imagens do #uturo 8ormação de imagens !erce!ti)as (rma9enar imagens e #ormar imagens !or e)ocação + conhecimento * incor!orado em re!resentaç2es dis!ositi)as 0m $arga medida6 o !ensamento * #eito de imagens ($gumas !a$a)ras so"re o desen)o$)imento neura$ ma a$iança misteriosa So"re organismos6 cor!os e c*re"ros 0stados de organismos
+ cor!o e o c*re"ro interagem7 o organismo interior So"re o com!ortamento e so"re a mente + organismo e o am"iente interagem7 a"arcando o mundo exterior m a!arte so"re a arquitetura de sistemas ner)osos ma mente integrada resu$tante de uma ati)idade #ragmentada Imagens do agora6 imagens do !assado e imagens do #uturo 8ormação de imagens !erce!ti)as (rma9enar imagens e #ormar imagens !or e)ocação + conhecimento * incor!orado em re!resentaç2es dis!ositi)as 0m $arga medida6 o !ensamento * #eito de imagens ($gumas !a$a)ras so"re o desen)o$)imento neura$ :. Regu$ação "io$;gica e so"re)i)ncia Dis!osiç2es !ara a so"re)i)ncia
. 0moç2es e sentimentos 0moç2es 0moç2es !rimárias 0moç2es secundárias 0moç2es !rimárias 0moç2es secundárias ( es!eci-cidade do mecanismo neura$ su"acente @s emoç2es Sentimentos 0nganando o c*re"ro Variedades de sentimentos Sentimentos de #undo Sentimentos de #undo + cor!o como teatro das emoç2es
( hi!;tese do marcador/somático m a!arte so"re o a$tru4smo
+ conhecimento * incor!orado em re!resentaç2es dis!ositi)as 0m $arga medida6 o !ensamento * #eito de imagens ($gumas !a$a)ras so"re o desen)o$)imento neura$ :. Regu$ação "io$;gica e so"re)i)ncia Dis!osiç2es !ara a so"re)i)ncia . 0moç2es e sentimentos 0moç2es 0moç2es !rimárias 0moç2es secundárias 0moç2es !rimárias 0moç2es secundárias ( es!eci-cidade do mecanismo neura$ su"acente @s emoç2es Sentimentos 0nganando o c*re"ro Variedades de sentimentos Sentimentos de #undo Sentimentos de #undo + cor!o como teatro das emoç2es
Raciocinar #ora dos dom4nios !essoa$ e socia$ Com a auda da emoção6 !ara o me$hor e !ara o !ior (o $ado e !ara $á dos marcadores/somáticos Predis!osiç2es e a criação de ordem Raciocinar e decidir Raciocinar e decidir num es!aço !essoa$ e socia$ ( raciona$idade em ação ( hi!;tese do marcador/somático m a!arte so"re o a$tru4smo
+ cor!o como re#erncia de "ase + eu neura$ 11. ma !aixão !e$a ra9ão + erro de Descartes + erro de Descartes Pos#ácio + coração humano em con3ito ( neuro"io$ogia moderna e a ideia de medicina ma nota so"re os $imites atuais da neuro"io$ogia ($a)ancagem !ara a so"re)i)ncia + coração humano em con3ito ( neuro"io$ogia moderna e a ideia de medicina ma nota so"re os $imites atuais da neuro"io$ogia ($a)ancagem !ara a so"re)i)ncia Eotas e re#erncias Fi"$iogra-a se$ecionada (gradecimentos So"re o autor Cr*ditos
DADOS DE COPYRIG HT Sobre a obra: ( !resente o"ra * dis!oni"i$i9ada !e$a equi!e Le Livros e seus di)ersos !arceiros6 com o o" eti)o de o#erecer contedo !ara uso !arcia$ em !esquisas e estudos acadm icos6 "em com o o sim !$es teste da qua$idade da o"ra6 com o -m exc$usi)o de com !ra #utura. H ex!ressam ente !roi"ida e tota$m ente re!udiá)e$ a )enda6 a$ugue$6 ou quaisquer uso com ercia$ do !resente contedo Sobre nós:
+ Le Livros e seus !arceiros dis!oni"i$i9am contedo de dom inio !u"$ico e !ro!riedade inte$ectua$ de #orm a tota$m ente gratuita6 !or acreditar que o conhecim ento e a educação de)em ser acess4)eis e $i)res a toda e qua$quer !essoa. Voc !ode encontrar m ais o"ras em nosso site7 LeLivros.link ou em qua$quer um dos sites !arceiros a!resentados neste $in. "Quando o mundo estiver unido na busca do conhecimento, e não mais lutando por dinheiro e poder, então nossa sociedade poderá enfm evoluir a um novo nível."
Para Hanna Sumário Retorno ao erro de Descartes Introdução P(R=0 1 1. Consternação em Verm ont Phineas P. Gage. J Gage deixou de ser Gage. J Por que Phineas Gage? J m a!arte so"re #reno$ogia. J m caso !aradigm ático “a posteriori”. '. ( re)e$ação do c*re"ro de Gage + !ro"$em a. J m a!arte so"re a anatom ia do sistem a ner)oso. J ( so$ução. ,. m Phineas Gage m oderno m a m ente no)a. J Res!osta ao desa-o. J Raciocinar e decidir. . ( sangue/#rio 0)idncia a !artir de outros casos de $es2es !r*/#rontais. J 0)idncia a !artir de $es2es em regi2es não #rontais. J m a re3exão so"re anatom ia e #unção. J m a nascente. J 0)idncia a !artir de estudos em anim ais. J m a!arte so"re ex!$icaç2es neuroqu4m icas. J Conc$usão. P(R=0 ' 5. 0$a"orando um a ex!$icação m a a$iança m isteriosa. J So"re organism os6 cor!os e c*re"ros. J 0stados de organism os. J + cor!o e o c*re"ro interagem 7 o organism o interior. J So"re o com !ortam ento e so"re a m ente. J + organism o e o am "iente interagem 7 a"arcando o m undo exterior. J m a!arte so"re a arquitetura de sistem as ner)osos. J m a m ente integrada resu$tante de um a ati)idade #ragm entad a. J Im agens do agora6 im agens do !assado e im agens do #uturo. J 8orm ação de im agens !erce!ti)as. J (rm a9enar im agens e #orm ar im agens !or e)ocação . J + conhecim ento * incor!orado em re!resentaç2es dis!ositi)as. J 0m $arga m edida6 o !ensam ento * #eito de im agens. J ($gum as !a$a)ras so"re o desen)o$)im ento neura$. :. Regu$ação "io$;gica e so"re)i)ncia Dis!osiç2es !ara a so"re)i)ncia. J . 0m oç2es e sentim entos 0m oç2es. J ( es!eci-cidade do m ecanism o neura$ su" acente @s em oç2es. J Sentim entos. J 0nganando o c*re"ro J Variedades de sentim entos. J + cor!o
com o teatro das em oç2es. J
em oção. H "em )erdade que e$a nunca #oi esquecida !e$os !sicana$istas6 e que hou)e no"res exceç2es7 #arm aco$ogistas e !siquiatras ocu!ados com distr"ios do hum or6 !sic;$ogos e neurocientistas que6 iso$adam ente6 !rocuraram ana$isar o a#eto. 0ssas exceç2es6 no entanto6 m eram ente ressa$taram a desatenção !e$a em oção com o o" eto de estudo. + "eha)iorism o6 a re)o$ução cogniti)a e a neurocincia com !utaciona$ não redu9iram essa desatenção em grau a!reciá)e$. De m odo gera$ ainda era esse o estado de coisas em 1 quando #oi $ançado O erro de Descartes6 em "ora o terreno á com eçasse a m udar. + $i)ro em sua tota$idade ocu!a)a/se da em oção da !ers!ecti)a da cincia do c*re"ro6 "em com o das suas im !$icaç2es !ara a tom ada de decisão em gera$ e !ara o com !ortam ento socia$ em !articu$ar. 0u es!era)a a!resentar m eus argum entos tranqui$am ente sem ser ogado !ara #ora do !a$co6 m as não tinha o direito de contar com sinais de "oa aco$hida nem com um !"$ico atento. 06 no entanto6 consegui um !"$ico rece!ti)o6 atento e generoso6 nos 0stados nidos e em outros !a4ses6 e )árias ideias do $i)ro ganharam es!aço no !ensam ento de m uitos co$egas e do !"$ico não es!ecia$i9ado. Ines!erada6 tam "*m 6 #oi a a)ide9 com que tantos $eitores quiseram con)ersar6 #a9er !erguntas6 dar sugest2es e !ro!or correç2es. Res!ondi a )ários de$es6 e de a$guns m e tornei am igo. (!rendi m uito6 e a!rendo ainda6 !ois não !assa um dia sem que eu rece"a corres!ondncia de a$gum a !arte do m undo a res!eito deste $i)ro. Passada um a d*cada6 a situação * radica$m ente outra. Pouco de!ois do $ançam ento de O erro de Descartes6 neurocientistas que )inham estudando em oç2es em anim ais !u"$icaram seus $i)ros. Na"orat;rios de neurocincia6 nos 0stados nidos e na 0uro!a6 $ogo esta)am )o$tando sua atenção !ara o estudo da em oção. +s -$;so#os ocu!ados com o tem a !assaram a ser ou)idos com interesse6 e os $i)ros ca!ita$i9ando a cincia da em oção ca4ram no gosto do !"$ico. ( em oção -na$m ente está rece"endo a atenção que nossos i$ustres !redecessores gostariam de t/$a )isto rece"er6 ainda que um s*cu$o m ais tarde. + !rinci!a$ en#oque em O erro de Descartes * a re$ação entre em oção e ra9ão. Faseado em m eu estudo de !acientes neuro$;gicos que a!resenta)am de-cincias na tom ada de decisão e distr"ios da em oção6 constru4 a hi!;tese conhecida com o hi!;tese do m arcador som áticoQ de que a em oção era !arte integrante do !rocesso de racioc4nio e !oderia auxi$iar esse !rocesso ao in)*s de6 com o se costum a)a su!or6 necessariam ente !ertur"á/$o. o e em dia essa ideia á não causa es!*cie6 m as na *!oca em que a a!resentei m uita gente estranhou6 e m esm o a rece"eu com certo ceticism o. =udo so!esado6 a ideia6 em grande m edida6 #oi aceita e at*6 em certos casos6 aco$hida com tanta so#reguidão que aca"ou detur!ada. Por exem !$o6 nunca a-rm ei que a em oção era um su"stituto !ara a ra9ão6 m as em a$gum as )ers2es su!er-ciais de!reendia/se que m inha ideia era que se )oc seguisse o coração em )e9 da ra9ão tudo daria certo. Ea )erdade6 em certas ocasi2es a em oção !ode ser um su"stituto !ara a ra9ão. + !rogram a de ação em ociona$ que denom inam os m edo !ode a#astar ra!idam ente do !erigo a m aioria dos seres hum anos com !ouca ou nenhum a a uda da ra9ão. m esqui$o ou um !ássaro não !ensa !ara reagir a um a am eaça6 e o m esm o !ode acontecer a um hum ano. De #ato6 em certas circunstncias6 !ensar dem ais !ode ser m uito m enos )anta oso do que não !ensar a"so$utam ente nada. (4 * que está a "e$e9a no m odo com o a em oção tem #uncionado no decorrer da e)o$ução7 e$a a"re a !ossi"i$idade de $e)ar seres )i)os a agir de m aneira inte$igente sem !recisar pensar com inte$igncia. (contece que6 nos hum anos6 essa hist;ria tornou/se m ais com !$exa6 !ara o "em e !ara o m a$. + racioc4nio #a9 o que #a9em as em oç2es6 m as a$cança o resu$tado conscientem ente. + racioc4nio nos dá a o!ção de !ensar com inte$igncia antes de agir de m aneira inte$igente6 e isso * "om 7 desco"rim os que m uitos dos !ro"$em as que encontram os em nosso
com !$exo am "iente !odem ser reso$)idos a!enas com em oç2es6 !or*m não todos6 e nestas ocasi2es as so$uç2es que a em oção o#erece são6 na rea$idade6 contra!roducentes.
conduta socia$ #ora a$terada !or $esão cere"ra$ em um setor es!ec4-co do $o"o #ronta$. (s o"ser)aç2es desses !acientes aca"aram $e)ando a outra ideia im !ortante em O erro de Descartes7 a noção de que os sistem as cere"rais que !artici!am con untam ente da em oção e da tom ada de decis2es estão6 genera$i9adam ente6 en)o$)idos na gestão da cognição e do com !ortam ento socia$. 0ssa ideia a"riu o cam inho !ara $igar a urdidura dos #enXm enos sociais e cu$turais a caracter4sticas es!ec4-cas da neuro"io$ogia6 $igação essa corro"orada !or #atos e$oquentes. ( !u"$icação de O erro de Descartes ense ou um a desco"erta no cam !o da neuro$ogia. Pais de o)ens que em certos as!ectos de seu com !ortam ento socia$ assem e$ha)am /se a nossos !acientes com $esão no $o"o #ronta$ escre)eram /m e cogitando6 com notá)e$ !erce!ção6 na !ossi"i$idade de os !ro"$em as de seus -$hos6 á então adu$tos6 tam "*m terem sido causados !or $esão cere"ra$. Constatam os que e#eti)am ente assim acontecera6 con#orm e re$atado nos !rim eiros estudos so"re essa questão6 !u"$icados em 1. (que$es o)ens adu$tos ha)iam so#rido $esão cere"ra$ #ronta$ no in4cio da )ida6 #ato que seus !ais desconheciam ou que não #ora associado a seu com !ortam ento socia$ m ani#estam ente anorm a$. =am "*m desco"rim os um m odo #undam enta$ em que os casos com m ani#estação no in4cio da )ida di#eriam dos casos com m ani#estação a!enas na idade adu$ta7 os !acientes do !rim eiro gru!o !areciam não ter a!rendido as con)enç2es sociais e regras *ticas que de)eriam ter go)ernado seu com !ortam ento. 0nquanto os adu$tos do segundo gru!o conheciam as regras m as não agiam com "ase ne$as6 os !acientes do !rim eiro gru!o nunca ha)iam chegado a a!rend/$as. 0m outras !a$a)ras6 enquanto os !acientes cu os !ro"$em as surgiram som ente na idade adu$ta nos $e)aram a su!or que em oç2es eram necessárias !ara o uso de com !ortam entos sociais adequados6 os !acientes cu os distr"ios m ani#estaram /se no in4cio da )ida m ostraram que em oç2es tam "*m são necessárias !ara dom inar o know-how que norteia o com !ortam ento socia$ a!ro!riado. (s im !$icaç2es desse #ato !ara a com !reensão das !oss4)eis causas da conduta socia$ inadequada m a$ com eçaram a ser a)a$iadas. + !;s/escrito de O erro de Descartes continha um a ideia que a!onta)a !ara o #uturo das !esquisas neuro"io$;gicas7 os m ecanism os de hom eostase "ásica constituem um ga"arito !ara o desen)o$)im ento cu$tura$ dos )a$ores hum anos que nos !erm item u$gar as aç2es com o "oas ou m ás e c$assi-car os o" etos com o "e$os ou #eios. Ea *!oca6 escre)er so"re essa ideia deu/m e a es!erança de que um a !onte de m ão du!$a !udesse ser esta"e$ecida entre a neuro"io$ogia e as hum anidades6 !ro!orcionando6 assim 6 um cam inho !ara a m e$hor com !reensão dos con3itos hum anos e !ara um a ex!$icação m ais a"rangente da criati)idade. Posso agora di9er6 com satis#ação6 que se tem #eito !rogresso na construção desse ti!o de !onte. Por exem !$o6 a$guns de n;s estão estudando ati)am ente os estados cere"rais associados ao racioc4nio m ora$6 enquanto outros tentam desco"rir o que #a9 o c*re"ro durante ex!erincias est*ticas. + intuito não * redu9ir a *tica ou a est*tica a circuitos cere"rais6 m as ex!$orar os -os que entre$açam a neuro"io$ogia @ cu$tura. o e m e sinto ainda m ais es!erançoso de que essa !onte a!arentem ente ut;!ica !ossa tornar/se rea$idade6 e otim ista na ideia de que !oderem os des#rutar seus "ene#4cios sem ter de es!erar m ais um s*cu$o. Traduço de !aura Tei"eira #otta a Pre#ácio comemorati)o dos de9 anos de !u"$icação. Introdu!"o (inda que não !ossa a-rm ar ao certo o que des!ertou o m eu interesse !e$os
#undam entos neurais da ra9ão6 recordo/m e c$aram ente de quando m e con)enci de que a !ers!ecti)a tradiciona$ so"re a nature9a da raciona$idade não !oderia estar correta. 8ui ad)ertido6 desde m uito cedo6 de que decis2es sensatas !ro)m de um a ca"eça #ria e de que em oç2es e ra9ão se m isturam tanto quanto a água e o a9eite. Cresci ha"ituado a aceitar que os m ecanism os da ra9ão existiam num a região se!arada da m ente onde as em oç2es não esta)am autori9adas a !enetrar e6 quando !ensa)a no c*re"ro su" acente a essa m ente6 assum ia a existncia de sistem as neuro$;gicos di#erentes !ara a ra9ão e !ara a em oção. 0ssa era então um a !ers!ecti)a $argam ente di#undida acerca da re$ação entre ra9ão e em oção6 tanto em term os m entais com o em term os neuro$;gicos. =inha agora6 !or*m 6 diante de m im 6 o ser inte$igente m ais #rio e m enos em oti)o que se !oderia im aginar e6 a!esar disso6 o seu racioc4nio !rático encontra)a/se tão !re udicado que !rodu9ia6 nas andanças da )ida cotidiana6 erros sucessi)os num a cont4nua )io$ação do que o $eitor e eu considerar4am os ser socia$m ente adequado e !essoa$m ente )anta oso. 0$e ti)era um a m ente com !$etam ente saudá)e$ at* ser a#etado !or um a doença neuro$;gica que dani-cou um setor es!ec4-co do seu c*re"ro6 originando6 de um dia !ara o outro6 essa !ro#unda de-cincia na sua ca!acidade de decisão. +s instrum entos ha"itua$m ente considerados necessários e su-cientes !ara um com !ortam ento raciona$ encontra)am /se intatos. 0$e !ossu4a o conhecim ento6 a atenção e a m em ;ria indis!ensá)eis !ara ta$U a sua $inguagem era im !ecá)e$U conseguia executar cá$cu$osU $idar com a $;gica de um !ro"$em a a"strato. (!enas um outro de#eito se a$ia)a @ sua de-cincia de decisão7 um a !ronunciada a$teração da ca!acidade de sentir em oç2es. Ra9ão em "otada e sentim entos de-cientes surgiam a !ar6 com o consequncias de um a $esão cere"ra$ es!ec4-ca6 e essa corre$ação #oi !ara m im "astante sugesti)a de que a em oção era um com !onente integra$ da m aquinaria da ra9ão. Duas d*cadas de tra"a$ho c$4nico e ex!erim enta$ com m uitos doentes neuro$;gicos !erm itiram /m e re!etir inm eras )e9es essa o"ser)ação e trans#orm ar um a !ista num a hi!;tese testá)e$.1 Com ecei a escre)er este $i)ro com o intuito de !ro!or que a ra9ão !ode não ser tão !ura quanto a m aioria de n;s !ensa que * ou dese aria que #osse6 e que as em oç2es e os sentim entos !odem não ser de todo uns intrusos no "astião da ra9ão6 !odendo encontrar/se6 !e$o contrário6 enredados nas suas teias6 !ara o m e$hor e !ara o !ior. H !ro)á)e$ que as estrat*gias da ra9ão hum ana não se tenham desen)o$)ido6 quer em term os e)o$uti)os6 quer em term os de cada indi)4duo !articu$ar6 sem a #orça orientadora dos m ecanism os de regu$ação "io$;gica6 dos quais a em oção e o sentim ento são ex!ress2es notá)eis. ($*m disso6 m esm o de!ois de as estrat*gias de racioc4nio se esta"e$ecerem durante os anos de m aturação6 a atua$i9ação e#eti)a das suas !otencia$idades de!ende !ro)a)e$m ente6 em $arga m edida6 de um exerc4cio continuado da ca!acidade !ara sentir em oç2es. Eão se !retende negar com isso que as em oç2es e os sentim entos !odem !ro)ocar distr"ios destruti)os nos !rocessos de racioc4nio em determ inadas circunstncias. + "om senso tradiciona$ ensinou/nos que isso acontece na rea$idade6 e in)estigaç2es recentes so"re o !rocesso norm a$ de racioc4nio tm igua$m ente co$ocado em e)idncia a in3uncia !otencia$m ente !re udicia$ das em oç2es. H6 !or isso6 ainda m ais sur!reendente e in*dito que a aus$ncia de em oç2es não se a m enos inca!acitadora nem m enos suscet4)e$ de com !rom eter a raciona$idade que nos torna distintam ente hum anos e nos !erm ite decidir em con#orm idade com um sentido de #uturo !essoa$6 con)enção socia$ e !rinc4!io m ora$. =am !ouco se !retende a-rm ar que6 quando tm um a ação !ositi)a6 as em oç2es tom am as decis2es !or n;s ou que não som os seres racionais. Nim ito/m e a
sugerir que certos as!ectos do !rocesso da em oção e do sentim ento são indis!ensá)eis !ara a raciona$idade. Eo que tm de m e$hor6 os sentim entos encam inham /nos na direção correta6 $e)am /nos !ara o $ugar a!ro!riado do es!aço de tom ada de decisão onde !odem os tirar !artido dos instrum entos da $;gica. Som os con#rontados com a incerte9a quando tem os de #a9er um u49o m ora$6 decidir o rum o de um a re$ação !essoa$6 esco$her m eios que im !eçam a nossa !o"re9a na )e$hice ou !$ane ar a )ida que se nos a!resenta !e$a #rente. (s em oç2es e os sentim entos6 untam ente com a ocu$ta m aquinaria -sio$;gica que $hes está su" acente6 auxi$iam /nos na assustadora tare#a de #a9er !re)is2es re$ati)am ente a um #uturo incerto e !$ane ar as nossas aç2es de acordo com essas !re)is2es. Com eçarei o $i)ro com a aná$ise do caso de Phineas Gage6 que #oi m arcante no s*cu$o OIO e em que6 !e$a !rim eira )e96 se tornou e)idente um a $igação entre um a $esão cere"ra$ es!ec4-ca e um a $im itação da raciona$idade6 !ara em seguida exam inar in)estigaç2es recentes so"re os m odernos com !anheiros de in#ortnio de Gage e !assar em re)ista desco"ertas neuro!sico$;gicas !ertinentes em seres hum anos e em anim ais. Sugerirei ainda que a ra9ão hum ana de!ende não de um nico centro cere"ra$6 m as de )ários sistem as cere"rais que #uncionam de #orm a concertada ao $ongo de m uitos n4)eis de organi9ação neurona$. =anto as regi2es cere"rais de %a$to n4)e$& com o as de %"aixo n4)e$&6 desde os c;rtices !r*/#rontais at* o hi!otá$am o e o tronco cere"ra$6 coo!eram um as com as outras na #eitura da ra9ão. +s n4)eis m ais "aixos do edi#4cio neuro$;gico da ra9ão são os m esm os que regu$am o !rocessam ento das em oç2es e dos sentim entos e ainda as #unç2es do cor!o necessárias !ara a so"re)i)ncia do organism o. Por sua )e96 esses n4)eis m ais "aixos m antm re$aç2es diretas e m tuas com !raticam ente todos os ;rgãos do cor!o6 co$ocando/o assim diretam ente na cadeia de o!eraç2es que dá origem aos desem !enhos de m ais a$to n4)e$ da ra9ão6 da tom ada de decisão e6 !or extensão6 do com !ortam ento socia$ e da ca!acidade criadora. =odos esses as!ectos6 em oção6 sentim ento e regu$ação "io$;gica6 desem !enham um !a!e$ na ra9ão hum ana. (s ordens de n4)e$ in#erior do nosso organism o #a9em !arte do m esm o circuito que assegura o n4)e$ su!erior da ra9ão. H #ascinante encontrar a som "ra do nosso !assado e)o$uti)o no n4)e$ m ais distinti)am ente hum ano da ati)idade m enta$6 em "ora Char$es DarKin á ti)esse ante)isto o essencia$ dessa desco"erta ao escre)er so"re a m arca inde$*)e$ das origens hum i$des que os seres hum anos exi"em na sua estrutura cor!ora$. ' Contudo6 a de!endncia da ra9ão su!erior re$ati)am ente ao c*re"ro de n4)e$ in#erior não a trans#orm a em ra9ão in#erior. + #ato de agir de acordo com um dado !rinc4!io *tico requerer a !artici!ação de circuitos m odestos no cerne do c*re"ro não em !o"rece esse !rinc4!io *tico. + edi#4cio da *tica não desa"a6 a m ora$idade não está am eaçada e6 num indi)4duo norm a$6 a )ontade continua a ser )ontade. + que !ode m udar * a nossa !ers!ecti)a acerca da m aneira com o a "io$ogia tem contri"u4do !ara a origem de certos !rinc4!ios *ticos que em ergem num determ inado contexto socia$6 quando m uitos indi)4duos com um a !ro!ensão "io$;gica sem e$hante interagem em determ inadas circunstncias. ( em oção * o segundo tem a centra$ deste $i)ro6 um tem a !ara o qua$ #ui arrastado não !or esco$ha anteci!ada6 m as !e$a necessidade6 ao !rocurar entender a m aquinaria cogniti)a e neuro$;gica su" acente @ ra9ão e @ tom ada de decis2es. Por isso6 um a segunda ideia !resente no $i)ro * a de que a essncia de um sentim ento o !rocesso de )i)er um a em oçãoQ não * um a qua$idade m enta$ i$us;ria associada a um o" eto6 m as sim a !erce!ção direta de um a !aisagem
es!ec4-ca7 a !aisagem do cor!o. ( m inha in)estigação de doentes neuro$;gicos em que a ex!erincia dos sentim entos se encontra)a dim inu4da !or $es2es cere"rais $e)ou/m e a !ensar que os sentim entos não são tão intang4)eis quanto se su!unha. Pode/se circunscre)/ $os em term os m entais6 e ta$)e9 encontrar tam "*m o seu su"strato neuro$;gico. Des)io/m e do !ensam ento neuro"io$;gico atua$ ao !ro!or que os sistem as6 de que as em oç2es e os sentim entos de!endem de #orm a cr4tica6 inc$uem não s; o sistem a $4m "ico6 um a ideia tradiciona$6 m as tam "*m a$guns dos c;rtices !r*/ #rontais do c*re"ro e6 de #orm a m ais im !ortante6 os setores cere"rais que rece"em e integram os sinais en)iados !e$o cor!o. Conce"o a essncia das em oç2es e sentim entos com o a$go que !odem os )er atra)*s de um a ane$a que a"re diretam ente !ara um a im agem continuam ente atua$i9ada da estrutura e do estado do nosso cor!o. Se im aginarm os a )ista dessa ane$a com o um a !aisagem 6 a %estrutura& do cor!o * o aná$ogo das #orm as dos o" etos es!acia$m ente dis!ostos6 enquanto o %estado& do cor!o se assem e$ha @ $u96 @s som "ras6 ao m o)im ento e ao som dos o" etos nesse es!aço. Ea !aisagem do seu cor!o6 os o" etos são as )4sceras coração6 !u$m 2es6 intestinos6 m scu$osQ6 enquanto a $u9 e a som "ra6 o m o)im ento e o som re!resentam um !onto na gam a de o!eraç2es !oss4)eis desses ;rgãos num determ inado m om ento. 0m term os sim !$es m as sugesti)os6 o sentim ento * a %)ista& m om entnea de um a !arte dessa !aisagem cor!ora$. =em um contedo es!ec4-co W o estado do cor!o W e !ossui sistem as neurais es!ec4-cos que o su!ortam W o sistem a ner)oso !eri#*rico e as regi2es cere"rais que integram sinais re$acionados com a estrutura e a regu$ação cor!ora$. Dado que o sentir dessa !aisagem cor!ora$ * tem !ora$m ente usta!osto @ !erce!ção ou recordação de a$go que não #a9 !arte do cor!o W um rosto6 um a m e$odia6 um arom a W6 os sentim entos aca"am !or se tornar %qua$i-cadores& dessa coisa que * !erce"ida ou recordada.
Y !rim eira )ista6 o conceito de es!4rito hum ano !ro!osto aqui !ode não ser intuiti)o ou recon#ortante. Ea tentati)a de tra9er @ $u9 do dia os #enXm enos com !$exos da m ente hum ana6 correm os sem !re o risco de os degradar ou destruir. Por*m 6 isso s; acontecerá se con#undirm os o !r;!rio #enXm eno com os di#erentes com !onentes e o!eraç2es que !odem estar !or detrás da sua m ani#estação. Eão * isso que aqui !ro!onho. Desco"rir que um certo sentim ento de!ende da ati)idade num determ inado nm ero de sistem as cere"rais es!ec4-cos em interação com um a s*rie de ;rgãos cor!orais não dim inui o estatuto desse sentim ento enquanto #enXm eno hum ano. =am !ouco a angstia ou a su"$im idade que o am or ou a arte !odem !ro!orcionar são des)a$ori9adas !e$a com !reensão de a$guns dos di)ersos !rocessos "io$;gicos que #a9em desses sentim entos o que e$es são. Passa/se !recisam ente o in)erso7 o nosso m ara)i$ham ento aum enta !erante os intricados m ecanism os que tornam ta$ m agia !oss4)e$. ( em oção e os sentim entos constituem a "ase daqui$o que os seres hum anos tm descrito há m i$nios com o a$m a ou es!4rito hum ano. 0ste $i)ro com !reende ainda um terceiro tem a re$acionado com os anteriores7 a !ers!ecti)a de que o cor!o6 ta$ com o * re!resentado no c*re"ro6 !ode constituir o quadro de re#erncia indis!ensá)e$ !ara os !rocessos neurais que ex!erienciam os com o sendo a m ente. + nosso !r;!rio organism o6 e não um a rea$idade externa a"so$uta6 * uti$i9ado com o re#erncia de "ase !ara as inter!retaç2es que #a9em os do m undo que nos rodeia e !ara a construção do !erm anente sentido de su" eti)idade que * !arte essencia$ de nossas ex!erincias. De acordo com essa !ers!ecti)a6 os nossos m ais re-nados !ensam entos e as nossas m e$hores aç2es6 as nossas m aiores a$egrias e as nossas m ais !ro#undas m ágoas usam o cor!o com o instrum ento de a#erição. Por m ais sur!reendente que !areça6 a m ente existe dentro de um organism o integrado e !ara e$eU as nossas m entes não seriam o que são se não existisse um a interação entre o cor!o e o c*re"ro durante o !rocesso e)o$uti)o6 o desen)o$)im ento indi)idua$ e no m om ento atua$. ( m ente te)e !rim eiro de se ocu!ar do cor!o6 ou nunca teria existido. De acordo com a re#erncia de "ase que o cor!o constantem ente $he #ornece6 a m ente !ode então ocu!ar/se de m uitas outras coisas6 reais e im aginárias. 0ssa ideia encontra/se ancorada nas seguintes a-rm aç2es7 1Q o c*re"ro hum ano e o resto do cor!o constituem um organism o indissociá)e$6 #orm ando um con unto integrado !or m eio de circuitos regu$adores "ioqu4m icos e neuro$;gicos m utuam ente interati)os inc$uindo com !onentes end;crinos6 im uno$;gicos e neurais autXnom osQU 'Q o organism o interage com o am "iente com o um con unto7 a interação não * nem exc$usi)am ente do cor!o nem do c*re"roU ,Q as o!eraç2es -sio$;gicas que denom inam os !or m ente deri)am desse con unto estrutura$ e #unciona$ e não a!enas do c*re"ro7 os #enXm enos m entais s; !odem ser ca"a$m ente com !reendidos no contexto de um organism o em interação com o am "iente que o rodeia. + #ato de o am "iente ser6 em !arte6 um !roduto da ati)idade do !r;!rio organism o a!enas co$oca ainda m ais em destaque a com !$exidade das interaç2es que de)em os ter em conta. Eão * ha"itua$ #a$ar de organism os quando se #a$a so"re c*re"ro e m ente. =em sido tão ;")io que a m ente surge da ati)idade dos neurXnios que a!enas se #a$a desses com o se o seu #uncionam ento !udesse ser inde!endente do #uncionam ento do resto do organism o.
notoriam ente inesca!á)e$. 0m re$ação ao c*re"ro6 o cor!o em sentido estrito não se $im ita a #ornecer sustento e m odu$ação7 #ornece6 tam "*m 6 um tem a "ásico !ara as re!resentaç2es cere"rais. 0xistem #atos que a!oiam essa ideia6 ra92es !e$as quais a ideia * !$aus4)e$ e ra92es !e$as quais seria "om que as coisas #ossem rea$m ente assim . 0ntre essas $tim as6 em !rim eiro $ugar está inc$u4da a de que a !roem inncia do cor!o aqui !ro!osta !ode esc$arecer um a das m ais incXm odas quest2es que tm sido co$ocadas desde que os seres hum anos com eçaram a interrogar/se so"re as suas m entes7 com o * que estam os conscientes do m undo que nos rodeia6 com o * que sa"em os o que sa"em os e com o * que sa"em os que sa"em os? Ea !ers!ecti)a da hi!;tese ex!osta acim a6 o am or6 o ;dio e a angstia6 as qua$idades de "ondade e crue$dade6 a so$ução !$ani-cada de um !ro"$em a cient4-co ou a criação de um no)o arte#ato6 todos e$es tm !or "ase os acontecim entos neurais que ocorrem dentro de um c*re"ro6 desde que esse c*re"ro tenha estado e este a nesse m om ento interagindo com o seu cor!o. ( a$m a res!ira atra)*s do cor!o6 e o so#rim ento6 quer com ece no cor!o ou num a im agem m enta$6 acontece na carne. 0scre)i este $i)ro com o a m inha )ersão de um a con)ersa com um am igo im aginário6 curioso6 inte$igente e sensato6 que sa"ia !ouco acerca de neurocincia6 m as m uito acerca da )ida. 8i9em os um acordo7 a con)ersa tinha de ter "ene#4cios m tuos. Para o m eu am igo6 esses "ene#4cios consistiam em a!render coisas no)as acerca do c*re"ro e daque$as m isteriosas coisas m entaisU !ara m im 6 consistia em esc$arecer as m inhas !r;!rias ideias @ m edida que ex!$ica)a a m inha conce!ção do que são o cor!o6 o c*re"ro e a m ente. Concordam os em que não trans#orm ar4am os essa con)ersa num a au$a m açante6 que não discordar4am os )io$entam ente e que não tentar4am os a"ranger dem asiado. 0u #a$aria so"re #atos esta"e$ecidos6 #atos não con-rm ados e hi!;teses6 m esm o quando não encontrasse nada !ara as sustentar a não ser "om senso e intuiç2es. 8a$aria so"re tra"a$hos em !rogresso6 so"re )ários !ro etos de in)estigação então decorrentes e so"re tra"a$hos que s; seriam iniciados m uito tem !o de!ois de a con)ersa term inar. 8icou tam "*m assente que6 com o con)*m a um a con)ersa6 ha)eria des)ios e di)ers2es6 assim com o !assagens que não seriam c$aras @ !rim eira )ista e que !oderiam "ene-ciar/se de um a segunda )isita. H !or isso que regressarei6 de quando em quando6 a a$guns t;!icos !ara os a"ordar num a !ers!ecti)a di#erente. Eo in4cio da con)ersa6 tornei c$aro o m eu !onto de )ista so"re os $im ites da cincia7 * com ceticism o que encaro a !resunção da cincia re$ati)am ente @ sua o" eti)idade e ao seu caráter de-niti)o. =enho di-cu$dade em aceitar que os resu$tados cient4-cos6 !rinci!a$m ente em neuro"io$ogia6 se am a$go m ais do que a!roxim aç2es !ro)is;rias !ara serem sa"oreadas !or uns tem !os e a"andonadas $ogo que sur am m e$hores ex!$icaç2es. Eo entanto6 o ceticism o re$ati)o ao atua$ a$cance da cincia6 es!ecia$m ente no que di9 res!eito @ m ente6 não en)o$)e m enos entusiasm o na tentati)a de m e$horar as a!roxim aç2es !ro)is;rias. =a$)e9 a com !$exidade da m ente hum ana se a ta$ que a so$ução !ara o !ro"$em a nunca !ossa )ir a ser conhecida de)ido @s nossas $im itaç2es intr4nsecas. =a$)e9 nem sequer de)ssem os considerar que existe um !ro"$em a e de)ssem os6 em )e9 disso6 #a$ar de um m ist*rio6 esta"e$ecendo um a distinção entre as quest2es que !odem ser adequadam ente a"ordadas !e$a cincia e as que !ro)a)e$m ente nos i$udirão sem !re. ,
a ex!$icação ti)esse !or "ase qua$quer coisa á conhecida6 acredito6 na m aior !arte do tem !o6 que aca"arem os !or reso$)/$o. ( esta a$tura6 * !ro)á)e$ que o $eitor á tenha desco"erto que essa con)ersa não se de"ruçou so"re Descartes nem so"re a -$oso-a6 em "ora tenha sido !or certo acerca da m ente6 do c*re"ro e do cor!o. + m eu am igo sugeriu que a con)ersa decorresse so" o signo de Descartes6 )isto não existir #orm a de tratar tais tem as sem e)ocar a -gura em "$em ática que m o$dou a a"ordagem m ais di#undida res!eitante @ re$ação m ente/cor!o. 8oi nessa a$tura que m e a!erce"i de que6 de um m odo curioso6 o $i)ro seria acerca do erro de Descartes. H natura$ que o $eitor dese e sa"er qua$ #oi esse erro6 m as6 de m om ento6 nada direi. Prom eto6 no entanto6 que tudo será re)e$ado. 0 s; então com eçou a nossa con)ersa6 com a estranha )ida e *!oca de Phineas Gage. PARTE # #$ Consterna!"o em %ermont PHI&EAS P$ G AG E Corre o )erão de 1AA. 0stam os na Eo)a Ing$aterra. ( )ida de Phineas P. Gage6 '5 anos de idade e ca!ata9 da construção ci)i$6 está !restes a so#rer um a re)ira)o$ta. m s*cu$o e m eio m ais tarde6 a sua ru4na ainda será rica em ensinam entos. Gage tra"a$ha !ara a 0strada de 8erro Rut$and Z Fur$ington e tem a seu cargo um grande nm ero de hom ens6 um a %"rigada& cu a tare#a consiste em assentar os tri$hos da #erro)ia atra)*s de Verm ont. Durante as duas $tim as sem anas6 os hom ens tm a)ançado $entam ente e a m uito custo em direção @ cidade de Ca)endish6 encontrando/se agora num a das m argens do rio Eegro. ( em !reitada está $onge de ser #áci$. + terreno * acidentado e com rochas aqui e a$*m . 0m )e9 de #a9erem os tri$hos contornar cada escar!a que encontram no tra eto6 a estrat*gia consiste em ex!$odir as rochas !ara a"rir um cam inho m ais reto e ni)e$ado. Gage coordena todas essas tare#as e está @ a$tura de todas e$as. m etro6 * at$*tico e os seus m o)im entos são decididos e !recisos. Parece um Mim m T CagneT o)em W um %ankee doodle dand% #a9endo sa!ateado entre dorm entes e tri$hos W6 m o)endo/se com )igor e graciosidade. Eo entanto6 aos o$hos dos seus su!eriores6 Gage não * a!enas um outro !ar de "raços. De-nem /no com o o hom em %m ais e-ciente e ca!a9& que está ao seu ser)iço6 1 a$go de )erdadeiram ente im !ortante6 !ois o tra"a$ho requer tanto destre9a #4sica quanto concentração a!urada6 em !articu$ar quando chega o m om ento de !re!arar as detonaç2es. H !reciso executar )ários !assos de #orm a m et;dica. Prim eiro6 * necessário #a9er um "uraco na rocha. De!ois6 encher o "uraco at* cerca de m etade com !;$)ora6 adicionar o rasti$ho e co"rir a !;$)ora com areia. ( areia * então ca$cada com um a "arra de #erro m ediante um a cuidadosa sequncia de !ancadas. 8ina$m ente6 o rasti$ho tem de ser acendido. Se tudo corre "em 6 a !;$)ora ex!$ode !ara dentro da rocha6 e aqui a areia * essencia$ !orque sem a sua !roteção a ex!$osão !ro eta/se !ara #ora da rocha. ( #orm a do #erro e o seu m anuseam ento tam "*m são im !ortantes. Gage6 que m andou #a"ricar um a "arra de acordo com as suas !r;!rias indicaç2es6 * um )irtuose desse o#4cio. 0 * agora que tudo se )ai desenro$ar. São h, de um a tarde esca$dante. Gage aca"ou de co$ocar a !;$)ora e o rasti$ho num "uraco e disse ao hom em que o esta)a a udando !ara co$ocar a areia. ($gu*m atrás de$e o cham a e6 !or um "re)e instante6 Gage o$ha !ara trás6 !or cim a do om "ro direito. Distra4do6 e antes de o seu a udante introdu9ir a areia6 Gage com eça a ca$car a !;$)ora diretam ente com a "arra de #erro. Eum átim o6 !ro)oca um a #a4sca na rocha e a
carga ex!$osi)a re"enta/$he diretam ente no rosto. ' ( ex!$osão * tão #orte que toda a "rigada está !etri-cada. São !recisos a$guns segundos !ara se a!erce"erem do que se !assa. + estrondo não * norm a$ e a rocha está intata. + som si"i$ante que se ou)iu * tam "*m in)u$gar6 com o se se tratasse de um #oguete $ançado !ara o c*u. Eão * !or*m de #ogo de arti#4cio que se trata. H antes um ataque6 e #ero9. + #erro entra !e$a #ace esquerda de Gage6 tres!assa a "ase do crnio6 atra)essa a !arte anterior do c*re"ro e sai a a$ta )e$ocidade !e$o to!o da ca"eça. Cai a m ais de trinta m etros de distncia6 en)o$to em sangue e c*re"ro. Phineas Gage #oi ogado no chão. 0stá agora atordoado6 si$encioso6 m as consciente. =a$ com o todos n;s6 es!ectadores im !otentes. %(cidente horr4)e$& será a m anchete dos ornais de Boston Dail% &ourier e e Dail% 'ournal6 'ournal6 um a sem ana m ais tarde6 no dia ' de setem "ro. %(cidente m ara)i$hoso& será a estranha m anchete do (ermont #ercur% do do dia '' de setem "ro. %Passagem de um a "arra de #erro atra)*s da ca"eça& será a ca"eça$ho6 num tom m ais t*cnico6 do Boston #edical and )urgical 'ournal. 'ournal . Diante da m aneira tri)ia$ com que a hist;ria * descrita6 !oder/se/ia !ensar que todos os escritores esta)am #am i$iari9ados com os contos do "i9arro e do horr4)e$ de 0dgar ($$an Poe. 0 ta$)e9 esti)essem 6 em "ora não se a !ro)á)e$U os contos g;ticos de Poe ainda não são #am osos6 e o !r;!rio P2e m orrerá em "re)e6 desconhecido e na m is*ria. =a$)e9 o horror !aire no ar. Cham ando a atenção !ara o #ato de Gage não ter m orrido instantaneam instantaneam ente e !ara a sur!resa que isso causou6 o artigo m *dico no orna$ de Foston in#orm a que6 %im ediatam ente a!;s a ex!$osão6 o doente #oi !ro etado !ara trás&U que $ogo de!ois exi"iu %a$guns m o)im entos con)u$si)os nas extrem idades& e %#a$ou !assado !oucos m inutos&U que %os seus hom ens entre os quais era m uito !o!u$arQ o $e)aram em "raços !ara a estrada6 a!enas a a$gum as )aras de distncia6 a co$ocando/o num carro de "ois6 no qua$ e$e )ia ou6 -rm em ente sentado6 cerca de um qui$Xm etro at* a esta$agem do sr. Mose!h (dam s&U e que Gage %saiu so9inho do carro com um a !equena a uda dos seus hom ens&. Perm itam /m e que a!resente o sr. (dam s. H o ui9 de !a9 de Ca)endish e o dono da esta$agem e da ta"erna da cidade. H m ais a$to que Gage6 tem o do"ro da sua cor!u$ncia e * tão so$4cito quanto o seu as!ecto de 8a$sta[ sugere. (!roxim a/se de Gage e !ede im ediatam ente a a$gu*m !ara cham ar o dr. ar$oK6 um dos m *dicos da cidade. 0nquanto es!eram 6 im agino que di97 %0ntão6 então6 sr. Gage6 que * que se !assa aqui?&. 0 !or que não7 %(i6 ai6 em que a!uros nos #om os m eter&? ("ana a ca"eça6 incr*du$o6 e condu9 Gage !ara a som "ra do a$!endre da esta$agem 6 que #oi descrito com o sendo um a pia**a a pia**a66 o que o #a9 !arecer enorm e6 es!açoso e a"erto6 m as não * enorm e6 nem es!açoso6 nem a"erto. H sim !$esm ente um a$!endre. 0 a4 * !oss4)e$ que o sr. (dam s este a o#erecendo ao nosso Gage um a $im onada6 ou ta$)e9 um a cidra #resca. Passou á um a hora desde a ex!$osão. + so$ está dec$inando no c*u e o ca$or * agora m ais su!ortá)e$. m co$ega m ais no)o do dr. ar$oK6 o dr. 0dKard Li$$iam s6 aca"a de chegar. (nos m ais tarde6 o dr. Li$$iam s irá descre)er a cena assim 7 %Eessa a$tura6 e$e esta)a sentado num a cadeira na pia**a na pia**a da da esta$agem do sr. (dam s6 em Ca)endish. uando !arei a carruagem 6 e$e disse7 \Doutor6 tem aqui um tra"a$ho que $he )ai dar o que #a9er]. Re!arei $ogo na #erida existente na ca"eça6 antes m esm o de descer da m inha carruagem 6 sendo as !u$saç2es do c*re"ro c$aram ente )is4)eisU a #erida tinha tam "*m um as!ecto que6 antes de eu ter exam inado a ca"eça6 não consegui com !reender de im ediato7 o to!o da ca"eça assem e$ha)a/se6 em certa m edida6 a um #uni$ in)ertidoU ta$ circunstncia de)ia/se6 desco"ri em seguida6 ao #ato de o osso estar #raturado em redor do ori#4cio num a distncia de cerca de cinco cent4m etros em todas as direç2es. De)ia ter m encionado anteriorm ente que o ori#4cio atra)*s do crnio e dos
integum entos não anda)a $onge dos quatro cent4m etros de dim etroU as arestas desse ori#4cio esta)am re)iradas e a tota$idade da #erida a!resenta)a/se com o se um cor!o cunei#orm e ti)esse !assado de "aixo !ara cim a. + sr. Gage6 durante o tem !o em que esti)e a exam inar o #erim ento6 ia descre)endo aos circunstantes o m odo com o tinha sido #eridoU #a$a)a de um a #orm a tão raciona$ e m ostra)a/se tão dis!osto a res!onder @s !erguntas que $he #a9iam 6 que $he co$oquei diretam ente as m inhas quest2es6 em )e9 de as dirigir aos hom ens que o acom !anha)am na a$tura do acidente e que agora nos rodea)am . + sr. Gage re$atou/m e então a$gum as das circunstncias6 ta$ com o a !artir da4 sem !re as descre)euU e !osso a-rm ar com segurança que nem nessa a$tura6 nem em qua$quer outra ocasião su"sequente6 exceto num a6 o deixei de considerar !er#eitam ente raciona$. ( nica ocasião @ qua$ m e re-ro ocorreu cerca de quin9e dias a!;s o acidente6 quando insistiu em m e cham ar Mohn ^irKinU ainda assim 6 res!ondia corretam ente a todas as m inhas !erguntas&. , ( so"re)i)ncia torna/se tanto m ais sur!reendente quanto se tom a em consideração a #orm a e o !eso da "arra de #erro. enrT M. Fige$oK6 !ro#essor de cirurgia em ar)ard6 descre)e/a assim 7 %+ #erro que atra)essou o crnio !esa cerca de seis qui$os.
G AG E DEI'O( DE SER G AG E Podem os ho e em dia !erce"er exatam ente o que aconteceu a !artir do re$ato que o dr. ar$oK e$a"orou )inte anos a!;s o acidente. 5 =rata/se =rata/se de um texto con-á)e$ que re$ata inm inm eros eros #atos com um m 4nim o de inter!retação. H um re$ato que #a9 sentido6 tanto hum ana com o neuro$ogicam ente6 e a !artir de$e !odem os com !reender não s; Gage6 m as tam "*m seu m *dico. Mohn ar$oK tinha sido !ro#essor do ensino secundário antes de ingressar no Me[erson
Co$$ege em 8i$ad*$-a e tinha iniciado sua carreira m *dica a!enas a$guns anos antes de tratar de Gage. 0sse caso ocu!ou um $ugar centra$ na sua )ida6 e sus!eito de que o $e)ou a dese ar ser acadm ico6 #ato que !ro)a)e$m ente não consta)a de seus !$anos quando chegou a Verm ont !ara se esta"e$ecer com o m *dico. + sucesso do tratam ento de Gage e a a!resentação dos resu$tados aos co$egas de Foston de)em ter constitu4do o auge de sua carreira. carreira. De)e ter -cado !ertur"ado !e$o #ato de um a nu)em negra !airar so"re a cura de Gage. ( narrati)a de ar$oK descre)e o m odo com o Gage recu!erou suas #orças e com o seu resta"e$ecim ento #4sico #oi com !$eto. Gage !odia tocar6 ou)ir6 sentir6 e nem os m em "ros nem a $4ngua esta)am !ara$isados. =inha !erdido a )isão do o$ho esquerdo6 m as a do direito esta)a !er#eita. Cam inha)a -rm em ente6 uti$i9a)a as m ãos com destre9a e não tinha nenhum a di-cu$dade assina$á)e$ na #a$a ou na $inguagem . Eo entanto6 ta$ com o ar$oK re$ata6 o %equi$4"rio6 !or assim di9er6 entre suas #acu$dades inte$ectuais e suas !ro!ens2es anim ais #ora destru4do. (s m udanças tornaram /se e)identes assim que am ainou a #ase cr4tica da $esão cere"ra$.
Eessa *!oca6 ainda m ais do que agora6 o circo )i)ia @ custa da crue$dade da nature9a. ( )ariedade end;crina inc$u4a an2es6 a m u$her m ais gorda na #ace da =erra6 o hom em m ais a$to6 o indi)4duo com o m aior queixoU a )ariedade neuro$;gica inc$u4a o)ens com !e$e de e$e#ante6 )4tim as de neuro-"rom atose W e6 agora6 Gage. H !oss4)e$ im aginá/$o nessa com !anhia #e$$iniana6 transm utando m is*ria em ouro. uatro anos de!ois do acidente6 assistim os a outro go$!e de teatro7 Phineas Gage !arte !ara a (m *rica do Su$. =ra"a$hou em cute$arias e #oi cocheiro de di$igncias em Santiago e Va$!ara4so. Pouco se sa"e so"re sua )ida de ex!atriado6 exceto no que di9 res!eito a sua sade6 que se deteriorou !or )o$ta de 1A5. 0m 1A:6 Gage regressou aos 0stados nidos !ara )i)er com a m ãe e a irm ã6 que se tinham m udado !ara San 8rancisco. De in4cio6 em !regou/se num a #a9enda em Santa C$ara6 m as não -ca)a !or m uito tem !o no m esm o $ugar6 arran ando tra"a$ho ocasiona$ com o o!erário na área da "a4a. H e)idente que não era um a !essoa inde!endente e que continua)a a não ter o ti!o de em !rego está)e$ e recom !ensador que ti)era outrora. + -m da derrocada esta)a !ara a!roxim ar/se. =enho um a im agem da cidade de San 8rancisco dessa *!oca com o sendo um $oca$ #er)i$hante6 cheio de a)entureiros em !reendedores en)o$)idos na ex!$oração de m inas6 da agricu$tura ou da m arinha m ercante. H nessa cidade que !odem os encontrar a m ãe de Gage e sua irm ã6 que era casada com um !r;s!ero com erciante de San 8rancisco o sr. D. D. ShattucQ6 e essa * a im agem @ qua$ o antigo Phineas Gage !oderia ter !ertencido. Contudo6 não * aque$a em que o ter4am os encontrado caso #osse !oss4)e$ )ia ar !ara trás no tem !o. Ir4am os encontrá/$o "e"endo e "rigando num "airro de m á re!utação6 !arte do quadro )i)o dos desa$entados que6 com o Eathanae$ Lest descre)eria d*cadas m ais tarde e a$gum as centenas de qui$Xm etros !ara o su$6 %tinham )indo !ara a Ca$i#;rnia !ara m orrer& .: +s escassos docum entos dis!on4)eis sugerem que Gage )eio a !adecer de ataques e!i$*!ticos. + -m chegou a '1 de m aio de 1A:16 a!;s um a doença que se !ro$ongou !or !ouco m ais de um dia. Gage te)e um a grande con)u$são que o #e9 !erder a conscincia. Seguiu/se um a s*rie de outras con)u$s2es que ocorreram sem cessar. Eunca m ais reco"rou os sentidos. Penso que #oi )4tim a de status epilepticus6 um a condição na qua$ as con)u$s2es se tornam quase cont4nuas6 anunciando a m orte. =inha ,A anos de idade. Eão hou)e qua$quer re#erncia a sua m orte nos ornais de San 8rancisco.
POR ) (E PHI&EAS G AG E* Por que ra9ão m erece essa triste hist;ria ser contada? ua$ o !oss4)e$ signi-cado de um a narrati)a tão "i9arra? ( res!osta * sim !$es. 0nquanto outros casos de $es2es neuro$;gicas6 ocorridas na m esm a *!oca6 re)e$aram que o c*re"ro era o a$icerce da $inguagem 6 da !erce!ção e das #unç2es m otoras6 #ornecendo de um m odo gera$ !orm enores m ais conc$usi)os6 a hist;ria de Gage sugeriu este #ato es!antoso7 em certo sentido6 existiam sistem as no c*re"ro hum ano m ais dedicados ao racioc4nio do que quaisquer outros e6 em !articu$ar6 @s dim ens2es !essoais e sociais do racioc4nio. ( o"ser)ncia de con)enç2es sociais e regras *ticas !re)iam ente adquiridas !oderia ser !erdida com o resu$tado de um a $esão cere"ra$6 m esm o quando nem o inte$ecto de "ase nem a $inguagem m ostra)am estar com !rom etidos. In)o$untariam ente6 o exem !$o de Gage indicou que a$go no c*re"ro esta)a en)o$)ido es!ecia$m ente em !ro!riedades hum anas nicas e que entre e$as se encontra a ca!acidade de anteci!ar o #uturo e de e$a"orar !$anos de
acordo com essa anteci!ação no contexto de um am "iente socia$ com !$exoU o sentido de res!onsa"i$idade !erante si !r;!rio e !erante os outrosU a ca!acidade de orquestrar de$i"eradam ente sua !r;!ria so"re)i)ncia so" o com ando do $i)re/ar"4trio. + as!ecto m ais m arcante dessa hist;ria desagradá)e$ consiste na discre!ncia entre a estrutura da !ersona$idade norm a$ que !recedeu o acidente e as caracter4sticas de !ersona$idade ne#andas que em ergiram a !artir da4 e !erm aneceram !ara o resto da )ida de Gage. 0$e tinha outrora sa"ido tudo o que !recisa)a sa"er !ara e#etuar esco$has que $e)assem ao m e$horam ento de sua !essoa. =inha um sentido de res!onsa"i$idade !essoa$ e socia$ que se re3etia no m odo com o assegura)a a !rom oção na carreira6 se !reocu!a)a com a qua$idade de seu tra"a$ho e atra4a a adm iração de !atr2es e co$egas. 0sta)a "em ada!tado em term os de con)enç2es sociais e !arecia ter seguido !rinc4!ios *ticos na sua conduta. De!ois do acidente6 deixou de dem onstrar qua$quer res!eito !e$as con)enç2es sociaisU os !rinc4!ios *ticos eram constantem ente )io$adosU as decis2es que tom a)a não $e)a)am em consideração seus interesses m ais genu4nosU era dado @ in)enção de narrati)as que6 segundo as !a$a)ras de ar$oK6 %não tinham nenhum #undam ento6 exceto na sua #antasia&. Eão existiam !ro)as de que e$e se !reocu!a)a com o #uturo6 nem qua$quer sina$ de !re)isão acerca do m esm o. (s a$teraç2es na !ersona$idade de Gage não #oram sutis. 0$e á não conseguia #a9er esco$has acertadas6 e as que #a9ia não eram sim !$esm ente neutras. Eão eram as decis2es reser)adas e a!agadas de a$gu*m cu a m ente está !re udicada e que receia agir6 m as decis2es ati)am ente des)anta osas. Pode arriscar/se a ideia de que ou seu sistem a de )a$ores era agora di#erente ou6 se era o m esm o6 não existia m aneira de seus antigos )a$ores in3uenciarem as decis2es que tom a)a. Eão existem !ro)as su-cientes que nos !erm itam distinguir qua$ dessas hi!;teses * a correta6 em "ora m inha in)estigação so"re doentes com $es2es cere"rais sem e$hantes @ de Phineas Gage m e tenha con)encido de que nenhum a das a$ternati)as retrata o que na rea$idade acontece nessas circunstncias. m a !arte do sistem a de )a$ores continua a existir e !ode ser uti$i9ada em term os a"stratos6 m as encontra/se des$igada das situaç2es da )ida rea$. uando os Phineas Gages deste m undo necessitam de $idar com a rea$idade6 os antigos conhecim entos in3uenciam o !rocesso de tom ada de decisão de #orm a m 4nim a. m outro as!ecto im !ortante a reter na hist;ria de Gage consiste na discre!ncia entre o seu caráter degenerado e a integridade dos )ários instrum entos da m ente W atenção6 !erce!ção6 m em ;ria6 $inguagem 6 inte$igncia. Eesse ti!o de discre!ncia6 conhecida em neuro!sico$ogia com o dissociaço6 um a ou m ais atuaç2es no contexto de um !er-$ gera$ de o!eraç2es estão desenquadradas do resto. Eo caso de Gage6 o caráter dim inu4do esta)a dissociado da cognição e do com !ortam ento6 que !erm aneciam intatos. 0m outros doentes com $es2es em outras !artes do c*re"ro6 a $inguagem !ode ser o as!ecto !re udicado6 enquanto o caráter e outros as!ectos cogniti)os !erm anecem intatosU a $inguagem * então a a!tidão %dissociada&. 0studos su"sequentes rea$i9ados em doentes com !ro"$em as aná$ogos ao de Gage con-rm aram que seu !er-$ de dissociação es!ec4-co ocorre de #orm a consistente. De)e ter sido di#4ci$ acreditar que a m udança de caráter não se des)aneceria !or si !r;!ria6 e a !rinc4!io at* o dr. ar$oK resistiu @ ideia de que a m odi-cação era !erm anente. 0sse #ato * com !reens4)e$6 )isto que os e$em entos m ais dram áticos na hist;ria de Gage residiam na sua !r;!ria so"re)i)ncia e em seguida na so"re)i)ncia sem qua$quer de#eito que m ais #aci$m ente cham asse a atenção6 com o !or exem !$o !ara$isia6 um de#eito na #a$a ou !erda de m em ;ria. 0m certo sentido6 o rea$ce das di-cu$dades sociais de Gage recentem ente adquiridas era
um ato de ingratidão tanto !ara a !ro)idncia com o !ara a m edicina. Eo entanto6 !or )o$ta de 1A:A6 o dr. ar$oK reconheceu -na$m ente a enorm e extensão da a$teração da !ersona$idade de seu doente. ( so"re)i)ncia de Gage #oi de)idam ente registrada6 m as com a !recaução reser)ada aos #enXm enos a"errantes. + signi-cado das m odi-caç2es do seu com !ortam ento #oi6 em grande !arte6 !erdido. 0xistiram "oas ra92es !ara essa neg$igncia.
dani-cado esses centros diretam ente. > + -sio$ogista "ritnico Da)id 8errier #oi um dos !oucos que se deu ao tra"a$ho de ana$isar as desco"ertas com com !etncia e sa"edoria. A + conhecim ento de 8errier so"re outros casos de $es2es cere"rais acom !anhadas de a$teraç2es de com !ortam ento6 assim com o suas !r;!rias ex!erincias !ioneiras so"re estim u$ação e$*trica e rem oção do c;rtex cere"ra$ em anim ais6 co$ocaram /no num a !osição nica !ara a)a$iar as desco"ertas de ar$oK. 0$e conc$uiu que a #erida não tinha a#etado nem o %centro& m otor nem o %centro& da $inguagem 6 m as dani-cado a !arte do c*re"ro que e$e !r;!rio denom inara de c;rtex !r*/ #ronta$U conc$uiu ainda que tais danos !oderiam estar re$acionados com a m odi-cação !ecu$iar que ocorreu na !ersona$idade de Gage6 que e$e com !arou com as a$teraç2es com !ortam entais que tinha o"ser)ado em anim ais com $es2es #rontais e as quais descre)eu6 !itorescam ente6 com o um a %degradação m enta$&. (s nicas )o9es a!ro)ati)as que ar$oK e 8errier !odem ter ou)ido6 nos seus m undos tão se!arados6 )ieram dos seguidores da #reno$ogia.
(+ APARTE SO,RE -RE&O.OG IA (qui$o que )eio a ser conhecido com o #reno$ogia )iu a $u9 do dia com o %organo$ogia&6 tendo sido #undada !or 8ran9 Mose!h Ga$$ no -na$ do s*cu$o OVIII. Surgindo !rim eiro na 0uro!a6 onde go9ou de um succ+s de scandale nos c4rcu$os inte$ectuais de Viena6 Leim ar e Paris6 e !osteriorm ente na (m *rica6 onde #oi introdu9ida !or um disc4!u$o e então am igo de Ga$$6 Mohann Cas!ar S!ur9heim 6 a #reno$ogia !rosseguiu de )ento em !o!a com o um a curiosa m istura de !sico$ogia !rim iti)a6 neurocincia e -$oso-a !rática. 0$a te)e um a in3uncia notá)e$ na cincia e nas hum anidades durante a m aior !arte do s*cu$o OIO6 em "ora essa in3uncia não tenha sido am !$am ente reconhecida e os in3uenciados tenham tido o cuidado de se distanciar do m o)im ento. ($gum as das ideias de Ga$$ são assom "rosas !ara a *!oca. 0$e a-rm ou categoricam ente que o c*re"ro era o ;rgão do es!4rito. Com não m enos certe9a6 de#endeu que o c*re"ro era constitu4do !or um agregado de m uitos ;rgãos e que cada um de$es !ossu4a um a #acu$dade !sico$;gica es!ec4-ca. Eão s; se distanciou do !ensam ento dua$ista )igente6 que se!ara)a com !$etam ente a "io$ogia da m ente6 com o tam "*m intuiu corretam ente que existiam m uitas !artes que #orm a)am essa coisa cham ada c*re"ro e que existia tam "*m es!ecia$i9ação em term os das #unç2es desem !enhadas !or essas !artes. 0ssa $tim a #oi um a intuição #a"u$osa6 na m edida em que a es!ecia$i9ação do c*re"ro * atua$m ente um #ato incontestá)e$. Eo entanto6 não * sur!reendente e$e não se ter a!erce"ido de que a #unção de cada !arte indi)idua$ do c*re"ro não * inde!endente6 m as um a contri"uição !ara o #uncionam ento de sistem as m ais )astos6 com !ostos !or essas !artes indi)iduais. Di-ci$m ente se !ode cu$!ar Ga$$ !or essa #a$ha. Seria !reciso que !assassem dois s*cu$os !ara que um a !ers!ecti)a %m oderna& aca"asse !or )ingar. Podem os agora di9er com segurança que não existem %centros& indi)iduais !ara a )isão6 !ara a $inguagem ou ainda !ara a ra9ão ou !ara o com !ortam ento socia$. + que na rea$idade existe são %sistem as& #orm ados !or )árias unidades cere"rais inter$igadas. (natXm ica m as não #unciona$m ente6 essas unidades cere"rais são nada m ais nada m enos que os )e$hos %centros& resu$tantes da teoria de "ase #reno$;gica. 0 esses sistem as dedicam /se6 de #ato6 a o!eraç2es re$ati)am ente inde!endentes que constituem a "ase das #unç2es m entais. H tam "*m )erdade que as unidades cere"rais indi)iduais6 em )irtude da !osição re$ati)a em que se encontram no sistem a6 contri"uem com di#erentes com !onentes !ara a o!eração do sistem a e !or isso não são !erm utá)eis. 0sse *
um !onto m uito im !ortante7 o que determ ina a contri"uição de um a determ inada unidade cere"ra$ !ara a o!eração do sistem a em que está inserida não * a!enas a estrutura da unidade em si6 m as tam "*m seu lugar no sistem a. ( $oca$i9ação de um a unidade * de extrem a im !ortncia. H !or essa ra9ão que6 ao $ongo deste $i)ro6 #a$arei tanto so"re neuroanatom ia6 a anatom ia do c*re"ro6 identi-carei as di#erentes regi2es do c*re"ro e !edirei ao $eitor que aceite a m enção re!etida de seus nom es e ainda dos nom es de outras regi2es com as quais estão inter$igadas. 0m )árias ocasi2es6 re#erir/m e/ei @ su!osta #unção de determ inadas regi2es cere"rais6 m as tais re#erncias de)em ser sem !re consideradas no contexto dos sistem as aos quais essas regi2es !ertencem . Eão )ou cair na arm adi$ha #reno$;gica. Para que -que esc$arecido7 a m ente resu$ta não s; da o!eração de cada um dos di#erentes com !onentes6 m as tam "*m da o!eração concertada dos sistem as m $ti!$os constitu4dos !or esses di#erentes com !onentes. Se6 !or um $ado6 tem os de reconhecer m *rito no conceito de es!ecia$i9ação cere"ra$ !ro!osto !or Ga$$6 um a ideia im !ressionante quando se considera o escasso conhecim ento da sua *!oca6 !or outro6 tam "*m o de)em os censurar !e$a noção de %centro& cere"ra$ que ins!irou. +s centros cere"rais -caram inde$e)e$m ente associados @s %#unç2es m entais& com o tra"a$ho dos neuro$ogistas e -sio$ogistas do s*cu$o OIO. De)em os criticar igua$m ente as !ro!ostas a"surdas da #reno$ogia6 com o !or exem !$o a ideia de que os di#erentes %;rgãos& cere"rais gera)am #acu$dades m entais que eram !ro!orcionais ao tam anho do ;rgão6 ou a ideia de que todos os ;rgãos e as #acu$dades eram inatos. ( noção do tam anho com o 4ndice de %!otncia& ou de %energia& de um a determ inada #acu$dade m enta$ está di)ertidam ente errada6 em "ora a$guns neurocientistas contem !orneos não se tenham coi"ido de uti$i9ar !recisam ente a m esm a noção nos seus tra"a$hos. m a extensão dessa hi!;tese6 aque$a que m ais arruinou a #reno$ogia e na qua$ m uitas !essoas !ensam quando ou)em a !a$a)ra6 consistiu na !ro!osta de que os ;rgãos cere"rais !odiam ser externam ente identi-cados !e$a o"ser)ação das "ossas no crnio. uanto @ ideia de que os ;rgãos e as #acu$dades eram inatas6 * !oss4)e$ o"ser)ar sua in3uncia durante o s*cu$o OIO tanto na $iteratura com o em outros dom 4niosU a m agnitude do seu erro será discutida no ca!4tu$o 5. ( conexão entre a #reno$ogia e a hist;ria de Phineas Gage m erece um a re#erncia es!ecia$. Durante sua !rocura de dados e in#orm aç2es acerca de Gage6 <. F.
do sr. (dam sQ. 0ssa in3uncia !ode m uito "em ex!$icar a arro ada conc$usão de ar$oK de que a trans#orm ação do com !ortam ento de Gage era de)ida a um a $esão cere"ra$ es!ec4-ca e não resu$tante de um a reação gera$ ao acidente. Curiosam ente6 ar$oK não se "aseia na #reno$ogia !ara usti-car suas inter!retaç2es. Si9er aca"ou !or regressar a Ca)endish onde -cou m ais um a )e9 na esta$agem do sr. (dam s W no quarto em que Gage se tinha resta"e$ecido6 natura$m enteQ e esta)a "em in#orm ado so"re a hist;ria de Gage. uando Si9er escre)eu o $i)ro so"re #reno$ogia6 em 1AA'6 m encionou Phineas Gage7 %0xam inam os a hist;ria `de ar$oK do caso ocorrido em 1AA com em !enhado e crescente interesse e não esquecem os tam "*m que o !o"re doente este)e hos!edado no m esm o hote$ e no m esm o quarto& .1' ( conc$usão de Si9er #oi a de que a "arra de #erro tinha !assado %na )i9inhança da Fene)o$ncia e @ #rente da Veneração&. Fene)o$ncia e Veneração? Fem 6 a Fene)o$ncia e a Veneração não eram #reiras de um con)ento da +rdem das Carm e$itas. 0ram %centros& #reno$;gicos6 %;rgãos& cere"rais. ( Fene)o$ncia e a Veneração !erm itiam @s !essoas ter um com !ortam ento adequado W "ondade e res!eito !e$os outros.
(+ CASO PARADIG +/TICO 0A POSTERIORI1 Eão restam d)idas de que a a$teração da !ersona$idade de Gage #oi !ro)ocada !or um a $esão cere"ra$ circunscrita a um $oca$ es!ec4-co. =oda)ia6 essa ex!$icação s; se tornaria e)idente duas d*cadas de!ois do acidente e s; )eio a tornar/se )agam ente aceitá)e$ neste s*cu$o. Durante m uito tem !o6 a m aioria das !essoas6 inc$uindo Mohn ar$oK6 acreditou que %a !orção do c*re"ro atra)essada era6 !or )ariadas ra92es6 a !arte da su"stncia cere"ra$ m e$hor ada!tada !ara su!ortar o #erim ento& 71, !or outras !a$a)ras6 um a !arte do c*re"ro que não #a9ia grande coisa6 sendo !or isso dis!ensá)e$.
a udaram /nos a o"ter a res!osta !ara esse que"ra/ca"eças. 0m seguida6 tem os a nature9a da de-cincia no caráter de Gage. Com o * que se desen)o$)eu essa anom a$ia? ( causa !rim eira #oi certam ente um "uraco na ca"eça6 o que a!enas nos di9 !or que ra9ão a de-cincia surgiu6 não como surgiu. Será que um "uraco em qua$quer !arte do $o"o #ronta$ $e)aria ao m esm o resu$tado? ua$quer que !ossa ser a res!osta a essa questão6 !or que m eios a destruição de um a região do c*re"ro !ode causar a$teraç2es na !ersona$idade? Caso existam regi2es es!ec4-cas no $o"o #ronta$6 com o são constitu4das e com o #uncionam num c*re"ro intato? 8orm am um a es!*cie de %centro& !ara o com !ortam ento socia$? a)erá m ;du$os6 se$ecionados !e$a e)o$ução6 com a$goritm os ca!a9es de nos di9er com o se de)e usar a ra9ão e tom ar decis2es? 0 com o * que esses m ;du$os interagem com o am "iente durante o desen)o$)im ento6 de m odo a !erm itir o racioc4nio e a tom ada de decis2es de #orm a norm a$? +u será que tais m ;du$os não existem ? uais #oram os m ecanism os en)o$)idos no #racasso de Gage em term os de tom ada de decis2es? H !oss4)e$ que o conhecim ento necessário !ara re3etir so"re um dado !ro"$em a tenha sido destru4do ou se tornado inacess4)e$ ao !onto de e$e ter deixado de !oder decidir con)enientem ente. H tam "*m !oss4)e$ que o necessário conhecim ento tenha !erm anecido intato e acess4)e$6 m as que as estrat*gias de racioc4nio tenham sido com !rom etidas. Se #oi esse o caso6 quais os !assos do racioc4nio que #oram !ertur"ados?
2$ A re3ela!"o do 4rebro de G a5e O PRO,.E+A Ea *!oca do caso de Phineas Gage6 os neuro$ogistas Pau$ Froca6 na 8rança6 e ^ar$ Lernice6 na ($em anha6 cham aram a atenção do m undo da m edicina com estudos so"re doentes com $es2es cere"rais. De #orm a inde!endente6 Froca e Lernice !ro!useram que a $esão de um a área "em circunscrita no c*re"ro constitu4a a causa das recentes dis#unç2es $ingu4sticas adquiridas !or esses doentes. 1 + distr"io da $inguagem tornou/se tecnicam ente conhecido !or a#asia. (s $es2es6 su!useram Froca e Lernice6 eram 6 !ois6 re)e$adoras das #undaç2es neurais de dois di#erentes as!ectos do !rocessam ento da $inguagem em indi)4duos norm ais. Suas !ro!ostas eram contro)ersas e não ha)ia qua$quer !ressa em su"scre)/$as6 m as o m undo aca"ou !or $hes dar atenção. Com a$gum a re$utncia e m uitas correç2es6 essas !ro!ostas #oram sendo gradua$m ente aceitas. Eo entanto6 o tra"a$ho de ar$oK so"re Gage ou os com entários de Da)id 8errier nunca rece"eram a m esm a atenção ou des!ertaram com a m esm a intensidade a im aginação de seus co$egas. ou)e )árias ra92es !ara isso.
satis#atoriam ente a quem quer que #osse que esta)a certo em re$ação a qua$quer #ato. (s di-cu$dades de ar$oK agra)aram /se com a !u"$icação das recentes desco"ertas de Froca. Froca m ostrou que $es2es no $o"o #ronta$ esquerdo6 terceira circun)o$ução #ronta$6 causa)am $im itaç2es da $inguagem nos doentes. ( entrada e sa4da da "arra de #erro sugeria que a $esão de Gage !oder/se/ia $oca$i9ar no $o"o #ronta$ esquerdo. Contudo6 Gage não a!resenta)a qua$quer distr"io da $inguagem 6 ao !asso que os doentes de Froca não registraram
qua$quer a$teração de caráter. Com o !oderiam existir resu$tados tão di#erentes? Dado o escasso conhecim ento da *!oca so"re neuroanatom ia #unciona$6 a$gum as !essoas !ensaram que as $es2es se $oca$i9a)am a!roxim adam ente na m esm a região e que os di#erentes resu$tados a!enas re)e$a)am a $oucura daque$es que !retendiam encontrar es!ecia$i9aç2es #uncionais no c*re"ro. 1. F W área de FrocaU < W área m otoraU L W área de Lernice. +s quatro $o"os estão identi-cados na -gura. +s cr4ticos de ar$oK de#endiam que a $esão de Gage en)o$)ia a área de Froca6 ou a área m otora6 ou m esm o am "as6 e usa)am essa su!osição !ara atacar a ideia de que existia um a es!ecia$i9ação #unciona$ no c*re"ro hum ano. uando Gage #a$eceu6 em 1A:16 não $he #oi #eita nenhum a aut;!sia. ar$oK s; )eio a ter conhecim ento de sua m orte cinco anos de!ois. ( guerra ci)i$ tinha #ustigado esse !er4odo e not4cias desse ti!o não tinham circu$ação rá!ida. ar$oK de)e ter -cado a"atido com a m orte de Gage e !ro#undam ente de!rim ido com a !erda da o!ortunidade de estudar o c*re"ro de$e. 8icou a"a$ado ao !onto de escre)er @ irm ã de Gage !ara $he endereçar um !edido estranho7 que autori9asse a exum ação do cor!o !ara que o crnio !udesse ser recu!erado e guardado com o registro do caso. Phineas Gage #oi6 um a )e9 m ais6 o !rotagonista in)o$untário de um a cena m aca"ra. ( irm ã e seu m arido6 D. D. Shattuc6 untam ente com um ta$ dr. Coon que era então o !residente da Cm ara de San 8ranciscoQ e o m *dico da #am 4$ia6 assistiram @ a"ertura do caixão e @ rem oção do crnio !or um co)eiro. + #erro de ca$car6 que tinha sido co$ocado ao $ado do cor!o de Gage6 #oi igua$m ente recu!erado e en)iado com o crnio !ara o dr. ar$oK. + crnio e a "arra de #erro tm sido desde então com !anheiros no Larren
tornam os c*re"ros "astante m ais di#erentes do que carros da m esm a m arca. 0sse !onto !ode ser con)enientem ente i$ustrado com as !aradoxais sem e$hanças e di#erenças dos rostos hum anos7 e$es !ossuem um nm ero in)ariá)e$ de com !onentes e um a dis!osição es!acia$ in)ariá)e$ as re$aç2es to!o$;gicas desses com !onentes são as m esm as em todos os rostos hum anosQ. Eo entanto6 os rostos são in-nitam ente di)ersos e indi)idua$m ente distingu4)eis de)ido @s !equenas di#erenças anatXm icas no tam anho6 contorno e !osicionam ento dessas !artes in)ariá)eis a to!ogra-a !recisa )aria de rosto !ara rostoQ. (ssim 6 a !ossi"i$idade de )ariação do c*re"ro de indi)4duo !ara indi)4duo aum enta)a a !ro"a"i$idade de a con etura a!resentada anteriorm ente estar errada. anna Dam ásio !rocurou tirar !artido da neuroanatom ia m oderna e das tecno$ogias de !onta no cam !o da neuro)isua$i9ação .'
(+ APARTE SO,RE A A&ATO+IA DO SISTE+A &ER%OSO Pode ser ti$ de$inear aqui um es"oço da anatom ia do sistem a ner)oso hum ano.
Por que !erder a$gum tem !o com esse t;!ico? Eo ca!4tu$o anterior6 quando discuti a #reno$ogia e a re$ação entre a estrutura e a #unção do c*re"ro6 m encionei a im !ortncia da neuroanatom ia ou anatom ia do c*re"ro. Rea$ço/a de no)o !orque a neuroanatom ia * a disci!$ina #undam enta$ em neurocincia6 desde o n4)e$ m icrosc;!ico dos neurXnios indi)iduais c*$u$as ner)osasQ at* o n4)e$ m acrosc;!ico dos sistem as que se estendem !or todo o c*re"ro. Eão !ode ha)er qua$quer es!erança de entendim ento dos )ários n4)eis de #uncionam ento do c*re"ro se não !ossuirm os um conhecim ento !orm enori9ado da geogra-a cere"ra$ em esca$as di)ersas. uando consideram os o sistem a ner)oso na sua tota$idade6 * !oss4)e$ distinguir #aci$m ente as di)is2es centra$ e !eri#*rica. ( reconstrução tridim ensiona$ da -gura ' a!resenta o c*re"ro6 que * o com !onente !rinci!a$ do sistem a ner)oso centra$. ($*m do c*re"ro6 com os hem is#*rios esquerdo e direito unidos !e$o cor!o ca$oso um con unto es!esso de -"ras ner)osas que $iga "idireciona$m ente os hem is#*riosQ6 o sistem a ner)oso centra$ inc$ui o dienc*#a$o um gru!o centra$
de nc$eos ner)osos escondidos so" os hem is#*rios6 que inc$ui o tá$am o e o hi!otá$am oQ6 o m esenc*#a$o6 o tronco cere"ra$6 o cere"e$o e a m edu$a es!ina$. '. C*re"ro hum ano )i)o reconstru4do em trs dim ens2es. ( im agem su!erior centra$ m ostra/nos o c*re"ro )isto de #rente. + cor!o ca$oso encontra/se escondido so" a #enda inter/hem is#*rica. (s im agens in#eriores6 @ esquerda e @ direita6 m ostram os dois hem is#*rios do m esm o c*re"ro6 se!arados ao m eio com o num a o!eração de a"ertura do c*re"ro. (s !rinci!ais estruturas anatXm icas estão identi-cadas na -gura. ( co"ertura con)o$uta dos hem is#*rios cere"rais * o c;rtex cere"ra$. + sistem a ner)oso centra$ está %neura$m ente& $igado a !raticam ente todos os recantos e recessos do resto do cor!o !or ner)os6 que no seu con unto constituem o sistem a ner)oso !eri#*rico. +s ner)os trans!ortam im !u$sos do c*re"ro !ara o cor!o e do cor!o !ara o c*re"ro. Eo entanto6 com o será discutido no ca!4tu$o 56 o c*re"ro e o cor!o estão tam "*m quim icam ente inter$igados !or su"stncias6 com o os horm Xnios e os !e!t4deos6 que são $i"eradas no segundo e condu9idas !ara o !rim eiro !e$a corrente sangu4nea. uando se seciona o sistem a ner)oso centra$6 !odem os esta"e$ecer sem di-cu$dade a di#erença entre os setores escuros e c$aros -gura ,Q. +s setores escuros são conhecidos com o m assa cin9enta6 em "ora sua )erdadeira cor se a norm a$m ente castanho. +s setores c$aros são conhecidos com o m assa "ranca. ( m assa cin9enta corres!onde em grande !arte a gru!os de cor!os ce$u$ares dos neurXnios6 enquanto a m assa "ranca corres!onde em $arga m edida aos axXnios6 ou -"ras ner)osas6 que saem dos cor!os ce$u$ares da m assa cin9enta.
,. Duas seç2es da reconstrução de um c*re"ro hum ano )i)o o"tidas !or t*cnicas de im agem de ressonncia m agn*tica IR
cere"e$oso6 que en)o$)e o cere"e$o. Ea segunda )ariedade de m assa cin9enta6 os neurXnios encontram /se organi9ados não em cam adas6 m as com o castanhas de ca u em cacho no interior de um a taça. Eesse caso6 #orm am um ncleo. 0xistem grandes nc$eos com o o caudado6 o !utm en e o !a$$idum 6 tranqui$am ente escondidos nas !ro#unde9as de cada hem is#*rioU ou a am 4gda$a6 ocu$ta dentro de cada $o"o tem !ora$U existem grandes con untos de nc$eos m enores6 com o os que #orm am o tá$am oU e !equenos nc$eos indi)iduais6 com o a sustantia nigra ou o nucleus ceruleus6 situados no tronco cere"ra$. ( estrutura do c*re"ro @ qua$ a neurocincia tem dedicado a m aior !arte de seu es#orço de in)estigação * o c;rtex cere"ra$. 0sse !ode ser )isua$i9ado com o um m anto en)o$)ente do c*re"ro co"rindo todas as su!er#4cies6 inc$uindo as que se encontram $oca$i9adas nas !ro#unde9as das #endas conhecidas com o -ssuras e su$cos6 as quais con#erem ao c*re"ro sua a!arncia enrugada caracter4stica )er -gura 'Q. ( es!essura desse co"ertor de m $ti!$as cam adas * de cerca de trs m i$4m etros e as cam adas são !ara$e$as entre si re$ati)am ente @ su!er#4cie do c*re"ro )er -gura Q. =oda a m assa cin9enta a"aixo do c;rtex nc$eos grandes e !equenos e o c;rtex cere"e$osoQ * conhecida com o su"cortica$. ( !arte e)o$uti)am ente m oderna do c;rtex cere"ra$ * designada !or neoc;rtex. ( m aior !arte do c;rtex e)o$uti)am ente m ais antigo * conhecida com o c;rtex $4m "ico )er a"aixoQ. (o $ongo do $i)ro6 irei re#erir/m e com assiduidade quer ao c;rtex cere"ra$ isto *6 o neoc;rtexQ6 quer ao c;rtex $4m "ico e suas !artes es!ec4-cas. . ( W diagram a da arquitetura ce$u$ar do corte cere"ra$ com a sua estrutura caracter4stica !or cam adasU F W diagram a da arquitetura ce$u$ar de um nc$eo. ( -gura 5 m ostra/nos um m a!a do c;rtex cere"ra$ #requentem ente uti$i9ado6 e$a"orado com "ase nas suas di#erentes áreas citoarquitetXnicas regi2es de arquitetura ce$u$ar distintasQ. 0sse m a!a * conhecido com o o m a!a de Frodm ann e suas áreas são designadas !or nm eros. m a das di)is2es do sistem a ner)oso centra$ a que m e re#erirei com #requncia * tanto cortica$ com o su"cortica$ e * conhecida com o %sistem a $4m "ico&. 0sse term o ser)e !ara designar di)ersas estruturas e)o$uti)am ente antigas e6 a!esar de m uitos neurocientistas terem re$utncia em usá/$o6 m uitas )e9es * con)eniente t/ $o @ m ão.Q (s estruturas !rinci!ais do %sistem a $4m "ico& são a circun)o$ução cingu$ada no c;rtex cere"ra$Q6 a am 4gda$a e o !rosenc*#a$o "asa$ dois con untos de nc$eosQ.
5. m m a!a das !rinci!ais áreas identi-cadas !or Frodm ann nos seus estudos de arquitetura ce$u$ar citoarquiteturaQ. 0sse não * nem um m a!a de #reno$ogia nem um m a!a contem !orneo das #unç2es cere"rais. Constitui a!enas um a re#erncia anatXm ica con)eniente. ($gum as áreas são m uito !equenas !ara serem aqui a!resentadas6 ou estão escondidas nas !ro#unde9as dos regos e su$cos. ( im agem su!erior corres!onde ao as!ecto externo do hem is#*rio esquerdo e a im agem in#erior6 ao as!ecto interno.
+ tecido ner)oso ou neura$Q * constitu4do !or c*$u$as ner)osas neurXniosQ6 a!oiadas !or c*$u$as da g$ia. +s neurXnios são as c*$u$as essenciais !ara a ati)idade cere"ra$. Eos nossos c*re"ros existem "i$h2es desses neurXnios organi9ados em circuitos $ocais6 os quais6 !or sua )e96 constituem regi2es corticais se estão dis!ostos em cam adasQ ou nc$eos se estão agregados em gru!os que não #orm am cam adasQ. Por $tim o6 as regi2es corticais e os nc$eos estão inter$igados de m odo a #orm ar sistem as6 e sistem as de sistem as6 com n4)eis de com !$exidade !rogressi)am ente m ais e$e)ados. Para ter um a ideia da esca$a dos e$em entos en)o$)idos6 de)e/se $e)ar em consideração que todos os neurXnios e circuitos $ocais são m icrosc;!icos6 enquanto as regi2es corticais6 os nc$eos e os sistem as são m acrosc;!icos. +s neurXnios !ossuem trs com !onentes im !ortantes7 um cor!o ce$u$arU um a -"ra !rinci!a$ de sa4da6 o axXnioU e -"ras de entrada6 ou dendritos )er -gura :Q. +s neurXnios estão inter$igados em circuitos #orm ados !e$o equi)a$ente aos -os e$*tricos condutores as -"ras axXnicas dos neurXniosQ e aos conectores sina!ses6 os !ontos nos quais os axXnios esta"e$ecem contato com os dendritos de outros neurXniosQ.
:. Diagram a de um neurXnio com seus com !onentes !rinci!ais7 cor!o ce$u$ar6 axXnio e dendritos. uando os neurXnios se tornam ati)os um estado conhecido na g4ria da neurocincia com o %dis!aro&Q6 * !ro!agada um a corrente e$*trica a !artir do cor!o ce$u$ar e ao $ongo do axXnio. 0ssa corrente * o !otencia$ de ação e6 quando atinge a sina!se6 desencadeia a $i"eração de su"stncias qu4m icas conhecidas !or neurotransm issores o g$utam ato * um desses transm issoresQ. Por sua )e96 os neurotransm issores atuam nos rece!tores. Eum neurXnio de excitação6 a interação coo!erati)a de m uitos outros neurXnios6 cu as sina!ses estão ad acentes e que !oderão ou não $i"erar seus !r;!rios transm issores6 determ ina se o !r;xim o neurXnio dis!arará ou não6 ou se a6 se !rodu9irá seu !r;!rio !otencia$ de ação que condu9irá @ $i"eração do neurotransm issor6 e assim sucessi)am ente. (s sina!ses !odem ser estim u$adoras ou ini"idoras. ( !otncia siná!tica determ ina a !ossi"i$idade de os im !u$sos continuarem a ser transm itidos at* o neurXnio seguinte6 "em com o a #aci$idade com que isso ocorrerá. 0m gera$6 e se o neurXnio #or de excitação6 um a sina!se estim u$adora #aci$ita a transm issão de um dado im !u$so6 enquanto um a sina!se ini"idora o di-cu$ta ou "$oqueia . m a questão de neuroanatom ia que de)o re#erir antes de conc$uir este a!arte tem a )er com a nature9a das conex2es entre os neurXnios. Eão * raro de!ararm o/nos com cientistas incr*du$os quanto @ !ossi"i$idade de a$gum dia )irem a com !reender o c*re"ro quando são con#rontados com a com !$exidade
das conex2es entre os neurXnios. ($guns !re#erem esconder/se atrás da ideia de que tudo está inter$igado entre si e de que a m ente e o com !ortam ento em ergem dessa conexão ca;tica6 de um a #orm a que a neuroanatom ia nunca conseguirá re)e$ar. 8e$i9m ente6 estão enganados. Considerem os o seguinte7 em m *dia6 cada neurXnio !ossui cerca de m i$ sina!ses6 em "ora a$guns !ossam ter 5 ou : m i$. 0sse nm ero !ode !arecer m uito e$e)ado6 m as6 quando consideram os o #ato de existirem 1 "i$h2es de neurXnios e m ais de 1 trilh/es de sina!ses6 a!erce"em o/ nos de que cada neurXnio !or si tem de #ato "em !oucas conex2es. Se$ecione a$guns neurXnios no c;rtex cere"ra$ ou nos nc$eos6 a$eatoriam ente ou de acordo com suas !re#erncias anatXm icas6 e desco"rirá que cada neurXnio se com unica com um !equeno gru!o de outros neurXnios6 m as nunca com a m aioria ou todos os restantes. Com e#eito6 m uitos neurXnios com unicam /se a!enas com outros neurXnios da )i9inhança6 dentro de circuitos re$ati)am ente $ocais de regi2es e nc$eos corticaisU outros6 a!esar de os axXnios se !ro$ongarem !or )ários m i$4m etros6 ou m esm o cent4m etros6 ao $ongo do c*re"ro6 a!enas esta"e$ecem contato com um !equeno nm ero de outros neurXnios. (s !rinci!ais consequncias desse arran o são as seguintes7 1Q o que um neurXnio #a9 de!ende do con untoa dos outros neurXnios )i9inhos no qua$ o !rim eiro se insereU 'Q o que os sistem as #a9em de!ende de com o os con untos se in3uenciam m utuam ente num a arquitetura de con untos inter$igadosU e ,Q a contri"uição de cada um dos con untos !ara o #uncionam ento do sistem a a que !ertence de!ende da sua $oca$i9ação nesse sistem a. 0m outras !a$a)ras6 a es!ecia$i9ação no c*re"ro m encionada no a!arte so"re #reno$ogia do ca!4tu$o 1 * um a consequncia do $ugar ocu!ado !or esses con untos de neurXnios no seio de um sistem a de grande esca$a. 01veis de ar2uitetura neural EeurXnios Circuitos $ocais Ec$eos su"corticais Regi2es corticais Sistemas Sistemas de sistemas 0m sum a6 o c*re"ro * um su!ersistem a de sistem as. Cada sistem a * com !osto !or um a com !$exa inter$igação de !equenas6 m as m acrosc;!icas6 regi2es corticais e nc$eos su"corticais6 que !or sua )e9 são constitu4dos !or circuitos $ocais6 m icrosc;!icos6 #orm ados !or neurXnios6 todos e$es $igados !or sina!ses. H com um encontrar term os com o %circuito& e %rede& uti$i9ados com o sinXnim os de %sistem a&. Para e)itar con#usão6 * im !ortante indicar a esca$a de re#erncia6 m icrosc;!ica ou m acrosc;!ica. Eeste texto6 a não ser que se es!eci-que a$go di#erente6 os sistem as são sem !re m acrosc;!icos e os circuitos são m icrosc;!icos.Q
A SO.(67O Dado que Phineas Gage não !odia ser exam inado6 anna Dam ásio te)e de idea$i9ar um a a"ordagem indireta que $he !erm itisse ter acesso ao seu c*re"ro. 5 Contou com a a uda de ($"ert Ga$a"urda6 um neuro$ogista da ar)ard
( aná$ise dessas #otogra-as6 com "inada com as descriç2es da #erida6 !erm itiu restringir o $eque de tra etos !oss4)eis da "arra de #erro. (s #otos !erm itiram tam "*m a anna Dam ásio6 untam ente com seu co$ega neuro$ogista =hom as Gra"oKsi6 recriar o crnio de Gage so" a #orm a de coordenadas tridim ensionais6 e dessas deri)ar as coordenadas m ais !ro)á)eis do c*re"ro que m e$hor se a usta)a a esse crnio. Com a a uda do co$a"orador Randa$$ 8ran6 um engenheiro6 anna Dam ásio executou então um a sim u$ação num com !utador a$tam ente !otente. 0$es recriaram um a "arra de #erro tridim ensiona$ com as dim ens2es exatas do #erro de ca$car de Gage e %em !a$aram /no& num c*re"ro cu a #orm a e tam anho eram sem e$hantes ao de Gage6 segundo o $eque6 agora restrito6 de tra et;rias !oss4)eis do #erro durante o acidente. +s resu$tados o"tidos são a!resentados nas -guras > e A. Podem os agora con-rm ar a hi!;tese de Da)id 8errier de que6 a!esar da quantidade de c*re"ro !erdida6 o #erro não atingiu as regi2es cere"rais necessárias !ara as #unç2es m otoras e !ara a $inguagem . (s áreas intatas de am "os os hem is#*rios inc$uem os c;rtices m otor e !r*/m otor6 assim com o o o!*rcu$o #ronta$6 no $ado esquerdo6 designado !or área de Froca.Q Podem os a-rm ar com segurança que os danos #oram m ais extensos no hem is#*rio esquerdo do que no direito6 a"rangendo m ais os setores anteriores do que os !osteriores da região #ronta$. ( $esão com !rom eteu so"retudo os c;rtices !r*/ #rontais nas su!er#4cies )entra$ e interna de am "os os hem is#*rios6 !reser)ando os as!ectos $aterais6 ou externos6 dos re#eridos c;rtices. Parte de um a região que as in)estigaç2es m ais recentes tm re)e$ado ser cr4tica !ara a tom ada norm a$ de decis2es6 a região !r*/#ronta$ )entrom ediana6 #oi de #ato dani-cada em Gage. Ea term ino$ogia neuroanatXm ica6 a região or"ita$ * tam "*m conhecida com o a região ventromediana do $o"o #ronta$6 sendo esse o term o que re#erirei ao $ongo do $i)ro. %Ventra$& e %)entro& )m de venter 6 %)entre& em $atim 6 e essa região *6 !or assim di9er6 o "aixo/)entre do $o"o #ronta$U %m ediano& designa a !roxim idade da $inha centra$ ou da su!er#4cie interna de um a estrutura.Q ( reconstrução re)e$ou que certas regi2es consideradas )itais !ara outros as!ectos das #unç2es neuro!sico$;gicas não #oram dani-cadas em Gage. Por exem !$o6 os c;rtices situados na !arte $atera$ do $o"o #ronta$6 cu a $esão $im ita a ca!acidade de contro$ar a atenção6 executar cá$cu$os e !assar a!ro!riadam ente de est4m u$o !ara est4m u$o6 esta)am intatos.
>. 8otogra-a do crnio de Gage o"tida em 1'.
A. Pain*is su!eriores7 m a reconstrução do c*re"ro e do crnio de Gage com a tra et;ria !ro)á)e$ da "arra de #erro assina$ada em cin9ento escuro. Pain*is in#eriores7 m a im agem de am "os os hem is#*rios6 esquerdo e direito6 )istos do interior6 m ostrando com o o #erro dani-cou as estruturas do $o"o #ronta$ em am "os os $ados. 0ssa a"ordagem m oderna !erm itiu o"ter certas conc$us2es. anna Dam ásio e seus co$egas !odiam a-rm ar concretam ente que #oi um a $esão se$eti)a dos c;rtices !r*/#rontais do c*re"ro de Phineas Gage que com !rom eteu sua ca!acidade de !$ane ar o #uturo6 de se condu9ir de acordo com as regras sociais que tinha !re)iam ente a!rendido e de decidir so"re o curso de aç2es que !oderiam )ir a ser m ais )anta osas !ara sua so"re)i)ncia. + que #a$ta)a agora era o conhecim ento de com o a m ente de Gage !ode ter #uncionado quando e$e exi"ia um com !ortam ento tão anXm a$o. 0 !ara isso t4nham os de in)estigar os m odernos com !anheiros de in#ortnio de Phineas Gage. a 3sseml% 6 no origina$. E. =.Q 8$ (m P9ineas G a5e moderno Pouco tem !o de!ois de ter com eçado a o"ser)ar doentes cu o com !ortam ento se assem e$ha)a ao de Gage e de ter -cado intrigado com os resu$tados de $es2es !r*/#rontais W há cerca de )inte anos W6 !ediram /m e que exam inasse um doente com um a )ersão es!ecia$m ente !ura desse estado !ato$;gico. Di9iam /m e que o doente ha)ia so#rido um a a$teração radica$ da !ersona$idade6 e os m *dicos tinham um a !ergunta es!ec4-ca7 queriam sa"er se essa m udança "i9arra6 tão incom !at4)e$ com o com !ortam ento anterior6 era um a )erdadeira doença. 0$$iot6 com o $he cham arei daqui em diante6 encontra)a/se então na casa dos trinta. 1 Inca!a9 de m anter um em !rego6 )i)ia com a a uda da #am 4$ia6 e a questão !rem ente residia no #ato de a Pre)idncia Socia$ $he recusar o !agam ento de !ensão !or in)a$ide9. (os o$hos de toda a gente6 0$$iot era um hom em inte$igente6 com !etente e ro"usto que tinha de ser cham ado @ ra9ão e )o$tar ao tra"a$ho. Vários !ro-ssionais da m edicina tinham dec$arado que suas #acu$dades m entais esta)am intatas W o que signi-ca)a que6 na m e$hor das hi!;teses6 0$$iot era !reguiçoso e6 na !ior6 um im !ostor. Rece"i 0$$iot de im ediato e6 ao contrário do que es!era)a6 encontrei um a !essoa agradá)e$ e um !ouco m isteriosa6 m uito sim !ática m as em ociona$m ente contida. Possu4a um a com !ostura res!eitá)e$ e di!$om ática6 re)estida !or um sorriso irXnico que su"entendia sa"edoria su!erior e um a tnue condescendncia com as $oucuras do m undo. 0ra #rio6 distante e im !ass4)e$6 at* m esm o !erante a discussão de acontecim entos !essoais !otencia$m ente em "araçosos. Nem "ra)a/ m e (ddison DeLitt6 o !ersonagem desem !enhado !or George Sanders em 3 malvada. 0$$iot não s; era coerente e inte$igente com o tinha um conhecim ento !er#eito do que se !assa)a no m undo a sua )o$ta. Datas6 nom es6 !orm enores dos noticiários6
tinha tudo na !onta da $4ngua. Discutia assuntos !o$4ticos com o hum or que e$es #requentem ente m erecem 6 e !arecia com !reender a situação da econom ia. Seu conhecim ento so"re o m undo dos neg;cios6 no qua$ tinha tra"a$hado6 !erm anecia intato. =inham /m e dito que as ca!acidades !ro-ssionais se m antinham ina$teradas6 o que !arecia !$aus4)e$. Possu4a um a m em ;ria im !ecá)e$ da hist;ria de sua )ida6 que inc$u4a os m ais recentes e estranhos acontecim entos. 06 de #ato6 )inham acontecendo as coisas m ais estranhas. 0$$iot #ora um "om m arido e !ai6 ti)era um exce$ente em !rego num a -rm a com ercia$ e #ora um exem !$o !ara os irm ãos e co$egas m ais no)os. =inha atingido um in)e á)e$ estatuto !essoa$6 !ro-ssiona$ e socia$.
tam anho do docum ento6 re$e)ncia !ara o caso ou qua$quer outro. + ritm o do tra"a$ho era que"rado. Podia di9er/se que o !asso es!ec4-co do tra"a$ho em que 0$$iot tinha enca$hado esta)a na rea$idade sendo executado com demasiada per4eiço6 per4eiço6 m as @ custa do o" eti)o g$o"a$. Podia di9er/se que 0$$iot se tinha tornado irraciona$ em re$ação ao !$ano m ais am !$o de com !ortam ento6 que di9ia res!eito a sua !rioridade !rinci!a$6 enquanto dentro de !$anos m enores de com !ortam ento6 que di9iam res!eito a tare#as su"sidiárias6 suas aç2es eram desnecessariam ente !orm enori9adas. Sua "ase de conhecim ento !arecia ter so"re)i)ido e !odia executar as m ais di)ersas aç2es tão "em com o antes.
!ossi"i$idade de sa$)ação6 ta$ com o o transgressor incurá)e$ que !ro#ere sincero arre!endim ento quando sai da !risão m as com ete outro crim e !ouco tem !o de!ois. Pode/se ta$)e9 a-rm ar que seu $i)re/ar"4trio tinha sido com !rom etido e arriscar6 em res!osta @ !ergunta que m e -9 em re$ação a Gage6 que o $i)re/ ar"4trio de Gage tinha sido tam "*m com !rom etido. 0m a$guns as!ectos6 0$$iot era um no)o Phineas Gage6 ca4do em desgraça socia$6 inca!a9 de raciocinar e de decidir de #orm a que condu9isse @ m anutenção e ao m e$horam ento de sua !essoa e de sua #am 4$ia. Má não era ca!a9 de #uncionar com o ser hum ano inde!endente e6 ta$ com o Gage6 tam "*m tinha desen)o$)ido há"itos de co$ecionador. 0m outros as!ectos6 no entanto6 0$$iot era di#erente. 0ra m enos intenso do que Gage !arece ter sido e nunca recorria @ o"scenidade. Se as di#erenças corres!ondem a $oca$i9aç2es $igeiram ente di#erentes das $es2es ou a di#erenças existentes nos res!ecti)os !assados sociocu$turais6 a di#erentes !ersona$idades em term os de tendncia m ;r"ida ou at* a di#erentes idades6 eis um a questão em !4rica !ara a qua$6 !or enquanto6 não tenho res!osta.
um a extensa m assa dis#orm e de neurXnios que #a9em a m esm a coisa onde quer que se encontrem . (contece que as estruturas destru4das em Gage e 0$$iot são aque$as necessárias !ara que o racioc4nio cu$m ine num a tom ada de decisão.
(+A +E&TE &O%A Nem "ro/m e de ter -cado im !ressionado com a sanidade inte$ectua$ de 0$$iot6 m as recordo/m e tam "*m de achar que outros doentes com $es2es no $o"o #ronta$ pareciam estar sãos e6 no entanto6 !ossu4am a$teraç2es inte$ectuais sutis6 a!enas detectá)eis !or m eio de testes neuro!sico$;gicos es!eciais. (s a$teraç2es de com !ortam ento tinham sido #requentem ente atri"u4das a de-cincias na m em ;ria ou na atenção.
!ra9o e a m em ;ria )isua$ de !adr2es geom *tricos. ( m em ;ria de#asada da $ista de !a$a)ras e da i$ustração com !$exa de ReT encontra)a/se dentro dos n4)eis norm ais. ( rea$i9ação do 0xam e de (#asia
a)a$iação dessa ca!acidade !or m eio de um con unto de quest2es !ara as quais qua$quer um não teria um a res!osta exata a não ser que um de n;s se a um co$ecionador de tri)ia$idadesQ e cu a so$ução requer con eturas acerca de um a grande )ariedade de #atos desconexos "em com o o!eraç2es $;gicas so"re esses #atos6 de m odo a chegar a um a in#erncia )á$ida. Im agine6 !or exem !$o6 que $he !erguntem quantas gira#as existem na cidade de Eo)a _or ou quantos e$e#antes existem no estado de IoKa. H !reciso $e)ar em consideração que nenhum a dessas es!*cies * nati)a da (m *rica do Eorte e que os ardins 9oo$;gicos e os !arques de )ida se$)agem são6 !or isso6 os nicos $ocais onde !odem ser encontradasU * !reciso tam "*m ter em conta o m a!a g$o"a$ da cidade de Eo)a _or ou do estado de IoKa e de$inear quantos desses $ocais * !ro)á)e$ existir em cada um desses es!açosU e6 a !artir de um outro %"anco de dados& de seu conhecim ento6 !oderá estim ar o nm ero !ro)á)e$ de gira#as e de e$e#antes em cada um desses $ocaisU e adicionar6 !or -m 6 tudo isso6 o"tendo um nm ero. 0s!ero que )oc res!onda com um nm ero ra9oá)e$ e satis#at;rioU -caria !or*m sur!reendido W e !reocu!ado W se sou"esse o nm ero exato.Q 0m essncia6 )oc tem de !rodu9ir um a estim ati)a aceitá)e$6 "aseada em #ragm entos de conhecim ento não re$acionadoU e !ossuir um a com !etncia $;gica norm a$6 um a atenção norm a$ e um a m em ;ria de tra"a$ho norm a$. 0$$iot6 que !odia agir tão irraciona$m ente6 !rodu9iu estim ati)as cogniti)as dentro da gam a norm a$. ( essa a$tura6 0$$iot tinha )encido a m aioria das di-cu$dades que $he tinham sido !ostas. Contudo6 ainda não se su"m etera a um teste de !ersona$idade W seria agora6 !ensei. ua$ seria a !ro"a"i$idade de se sair "em no !rinci!a$ teste de !ersona$idade6 o In)entário
RESPOSTA AO DESA-IO Poucas coisas !odem ser tão sa$utares quando se encontra um o"stácu$o inte$ectua$ com o dar um as #*rias ao !ro"$em a ou a n;s !r;!rios. (ssim sendo6 -9 um a !ausa em re$ação ao !ro"$em a de 0$$iot e6 quando regressei6 desco"ri que m inha !ers!ecti)a acerca do caso tinha com eçado a m udar. (!erce"i/m e de que tinha estado excessi)am ente !reocu!ado com o estado da inte$igncia de 0$$iot e
com os instrum entos de sua raciona$idade e de que não ha)ia !restado m uita atenção @s suas em oç2es6 !or di)ersas ra92es. Y !rim eira )ista6 as em oç2es de 0$$iot nada tinham #ora do com um . 0$e era6 com o m encionei antes6 em ociona$m ente contido6 m as há m uitas !essoas i$ustres e de socia"i$idade exem !$ar que tm sido em ociona$m ente contidas. Com certe9a e$e não era hi!erem oti)oU não ria ou chora)a @ toa nem !arecia triste nem a$egre6 em "ora ti)esse um sentido de hum or suti$ "em m ais atraente e socia$m ente aceitá)e$ que o de )árias !essoas que conheço. Eum a aná$ise m ais a!ro#undada6 contudo6 ha)ia qua$quer coisa que #a$ta)a6 e eu tinha ignorado a !rinci!a$ !ro)a desse #ato7 0$$iot era ca!a9 de re$atar a trag*dia de sua )ida com um a im !arcia$idade que não se a usta)a @ dim ensão dos acontecim entos. (gia sem !re de #orm a contro$ada6 descre)endo as cenas com o um es!ectador im !ass4)e$ e des$igado. Eão ha)ia nunca sina$ de seu !r;!rio so#rim ento6 a!esar de ser o !rotagonista. 0m si m esm o6 esse #ato não era !ro!riam ente um !ro"$em a7 restriç2es desse ti!o são "em /)indas6 do !onto de )ista de um m *dico/ou)inte6 dado que redu9em os custos em ocionais do o"ser)ador.
sentim entos !oder ter a$gum !a!e$ nas #a$has de decisão de 0$$iot. Para a!oiar essa ideia6 contudo6 eram necessários estudos adicionais com e$e e outros doentes. (ntes de m ais nada6 era necessário exc$uir6 sem som "ra de d)ida6 a !ossi"i$idade de um a suti$ di-cu$dade inte$ectua$ !oder ex!$icar6 !or si s;6 os !ro"$em as de 0$$iot.
RACIOCI&AR E DECIDIR ( exc$usão sistem ática de de-cincias inte$ectuais sutis necessitou de )árias a"ordagens. 0ra im !ortante esta"e$ecer se 0$$iot ainda conhecia as norm as e os !rinc4!ios de com !ortam ento cu a uti$i9ação ignora)a dia a!;s dia. Por outras !a$a)ras6 teria e$e !erdido o conhecim ento re$ati)o ao com !ortam ento socia$ de ta$ m odo que6 m esm o com os m ecanism os de racioc4nio norm ais6 não seria ca!a9 de reso$)er um determ inado !ro"$em a? +u esta)a e$e ainda de !osse desse conhecim ento6 á não sendo6 no entanto6 ca!a9 de m o"i$i9á/$o e m ani!u$á/$o? +u seria ca!a9 de ter acesso ao conhecim ento6 m as inca!a9 de uti$i9á/$o e #a9er um a esco$ha? 8ui a udado nessa in)estigação !or Pau$ 0s$inger6 então m eu disc4!u$o. Com eçam os !or a!resentar a 0$$iot um a s*rie de !ro"$em as centrados em di$em as *ticos e quest2es -nanceiras. Por exem !$o6 digam os que e$e necessitasse de dinheiroU se $he surgisse um a o!ortunidade6 com a garantia de que não seria desco"erto6 com eteria e$e um rou"o? +u6 se e$e conhecesse a situação das aç2es da com !anhia O durante o m s !assado6 )enderia as que !ossu4a ou com !raria m ais? (s res!ostas de 0$$iot não #oram di#erentes daque$as que qua$quer um de n;s no $a"orat;rio !oderia dar. Seus u49os *ticos seguiam !rinc4!ios que todos n;s !arti$ham os. 0$$iot esta)a ciente da #orm a com o as con)enç2es sociais se a!$icam aos !ro"$em as. Suas decis2es -nanceiras !areciam ra9oá)eis. +s !ro"$em as que !re!aram os não tinham nada de es!ecia$m ente so-sticado6 m as era es!antoso6 a!esar disso6 desco"rir que 0$$iot os reso$)ia de m aneira norm a$6 dado que6 na )ida rea$6 seu com !ortam ento era um catá$ogo de )io$aç2es nos dom 4nios a"rangidos !e$os !ro"$em as a!resentados. 0ssa dissociação entre a de-cincia na )ida rea$ e a norm a$idade no $a"orat;rio constitu4a um no)o desa-o.
situaç2es hi!ot*ticas nas quais surge a tentação de transgredir con)enç2es sociais com uns. Eum caso6 o !rotagonista entrega um cheque num "anco e6 !or engano6 o caixa entrega/$he dinheiro a m ais. Pede/se ao doente que descre)a a !oss4)e$ e)o$ução desse cenário6 indicando os !ensam entos do !rotagonista que !recedem um a ação e quaisquer !ensam entos ou acontecim entos su"sequentes. ( !ontuação re3ete a #requncia com que as res!ostas inc$uem a consideração das consequncias resu$tantes da esco$ha de um a dada o!ção. Eessa tare#a6 o desem !enho de 0$$iot #oi ainda su!erior ao do gru!o de contro$e. ( terceira tare#a6 o Procedim ento de Reso$ução de Pro"$em as
conce"er m eios !ara atingir o" eti)os sociais6 de !redi9er o resu$tado !ro)á)e$ de situaç2es sociais e de em !reender racioc4nios m orais em um n4)e$ de desen)o$)im ento a)ançado. +s resu$tados indica)am c$aram ente que a $esão do setor )entrom ediano do $o"o #ronta$ não tinha destru4do os registros do conhecim ento socia$ ta$ com o esses #oram recu!erados nas condiç2es ex!erim entais descritas acim a.> (!esar de a m anutenção do a$to n4)e$ de desem !enho de 0$$iot ser coerente com os "ons resu$tados o"tidos nos testes con)encionais de m em ;ria e inte$ecto6 isso esta)a em n4tido contraste com a ca!acidade de decisão !ro#undam ente de-ciente que e$e exi"ia na )ida rea$. Com o se !oderia ex!$icar ta$ discre!ncia? Para encontrar a ex!$icação dessa dissociação dram ática6 considerem os as )árias di#erenças existentes entre as condiç2es e exigncias dessas tare#as e as condiç2es e exigncias da )ida rea$. 0xceto !ara a $tim a tare#a6 não existia necessidade de #a9er um a esco$ha entre )árias o!ç2es. 0ra su-ciente tecer con eturas acerca de o!ç2es e consequncias !ro)á)eis. Por outras !a$a)ras6 re)e$a)a/se su-ciente raciocinar so"re o !ro"$em a6 m as não era necessário $e)ar o racioc4nio a cu$m inar num a decisão. + desem !enho norm a$ dessa tare#a dem onstrou a existncia de conhecim ento socia$ e de acesso a e$e6 m as não re)e$ou nada so"re o !rocesso ou a esco$ha em si. ( )ida rea$ tem o !oder de nos #orçar a #a9er esco$has. Se não nos su"m etem os a essa !ressão6 !odem os tornar/nos tão indecisos com o 0$$iot. ( distinção acim a re#erida tem exem !$o i$ustrati)o nas !r;!rias !a$a)ras de 0$$iot. Eo -m de um a sessão6 de!ois de ter !rodu9ido um a quantidade a"undante de o!ç2es de ação6 todas e$as )á$idas e exequ4)eis6 0$$iot sorriu6 a!arentem ente satis#eito com sua im aginação #*rti$6 m as acrescentou7 %06 de!ois de tudo isso6 ainda não sa"eria o que #a9erB&.
conhecim ento socia$6 a um acesso de-ciente a ta$ conhecim ento6 a um a $im itação e$em entar do racioc4nio ou6 ainda m enos6 a um de#eito e$em entar na atenção ou na m em ;ria de tra"a$ho re$ati)o ao !rocessam ento do conhecim ento de #atos necessário !ara tom ar decis2es nos dom 4nios !essoa$ e socia$. ( de-cincia !arecia radicar/se nos estágios de racioc4nio m ais a)ançados6 !r;xim o da ou no m om ento em que a concreti9ação de um a esco$ha ou a se$eção de um a res!osta de)em ocorrer. 0m outras !a$a)ras6 o que quer que corresse m a$6 corria num a #ase a)ançada do !rocesso. 0$$iot era inca!a9 de #a9er um a esco$ha e-ciente e !odia não chegar sequer a #a9er um a esco$ha6 ou esco$her m a$. Recordam os com o e$e di)aga)a diante de um a dada tare#a e !assa)a horas en-ado num "eco sem sa4da. (o serm os con#rontados com um a tare#a6 um sem / nm ero de o!ç2es a"rem /se a nossa #rente6 e tem os de se$ecionar corretam ente nosso cam inho6 dia a!;s dia6 se quiserm os continuar em #rente. 0$$iot á não conseguia se$ecionar esse cam inho. ( ra9ão dessa inca!acidade era o m ist*rio. 0u esta)a agora certo de que 0$$iot tinha m uito em com um com Phineas Gage. +s com !ortam entos sociais e as de-cincias na tom ada de decis2es eram com !at4)eis com um a "ase de conhecim entos sociais norm a$ e com a !reser)ação de #unç2es neuro!sico$;gicas do m ais a$to n4)e$6 tais com o a m em ;ria con)enciona$6 a $inguagem 6 a atenção e$em entar6 a m em ;ria de tra"a$ho e$em entar e o racioc4nio e$em entar. ($*m disso6 esta)a certo de que6 no caso de 0$$iot6 o de#eito era acom !anhado de um a redução na ca!acidade de reação em ociona$ e da )i)ncia dos sentim entos. H !ro)á)e$ que o de#eito em ociona$ tam "*m esti)esse !resente no caso de Gage6 m as os docum entos existentes não nos !erm item ter a certe9a. Podem os dedu9ir que Gage não sentia )ergonha ou em "araço6 dado o uso que #a9ia da $inguagem o"scena e da ex!osição !"$ica de sua !r;!ria desgraça.Q =am "*m tinha um a #orte sus!eita de que a #a$ta de em oç2es e sentim entos não era um es!ectador inocente !erto da de-cincia de com !ortam ento socia$. (s em oç2es contur"adas contri"u4am !ro)a)e$m ente !ara o !ro"$em a. Com ecei a !ensar que a #rie9a do racioc4nio de 0$$iot o im !edia de atri"uir di#erentes %)a$ores& @s di#erentes o!ç2es6 tornando a sua !aisagem de tom ada de decis2es deses!eradam ente !$ana. Poderia tam "*m ser o caso de essa m esm a #rie9a ter tornado a sua !aisagem m enta$ dem asiado instá)e$ e e#m era6 des!ro)ida do tem !o necessário !ara a se$eção de res!ostas. 0m outras !a$a)ras6 !oderia tratar/se não de um de#eito "ásico m as suti$ na m em ;ria de tra"a$ho que a$teraria o rem anescente do !rocesso de racioc4nio necessário !ara a em ergncia da decisão. 8osse com o #osse6 a tentati)a de com !reender tanto 0$$iot com o Gage !rom etia um a entrada na neuro"io$ogia da raciona$idade. a 6orking memor% 6 no origina$. E. =.Q $ A san5ue;frio H "em sa"ido que6 so" certas circunstncias6 as em oç2es !ertur"am o racioc4nio. (s !ro)as disso são a"undantes e estão na origem dos "ons conse$hos com que tem os sido educados.
norm a$ !ode ser !ertur"ado !or in3ex2es sutis enrai9adas nas em oç2es. Por exem !$o6 * m ais !ro)á)e$ que um doente aceite de "om grado um determ inado tratam ento se $he disserem que das !essoas tratadas em casos sem e$hantes se encontram )i)as ao -m de cinco anos do que se #or in#orm ado de que 1 m orreram .1 0m "ora o resu$tado -na$ se a !recisam ente o m esm o6 * natura$ que os sentim entos que surgem associados @ ideia de m orte condu9am @ re eição de um a o!ção que seria aceita so" a outra ;tica7 eis um exem !$o aca"ado de um a in#erncia irraciona$. + #ato de essa irraciona$idade não resu$tar da ausncia de conhecim ento !ode ser atestado !e$o #ato de que os doentes que são m *dicos res!ondem da m esm a #orm a que os doentes que não são. =oda)ia6 o que * ignorado !e$a a"ordagem tradiciona$ * um a noção que em erge do estudo de doentes com o 0$$iot e de outras o"ser)aç2es que m encionarei m ais @ #rente7 a reduço das emoç/es pode constituir uma 4onte igualmente importante de comportamento irracional. 0ssa $igação a!arentem ente i$;gica entre ausncia de em oç2es e com !ortam ento anXm a$o !ode ensinar/nos m uito so"re o m ecanism o "io$;gico da ra9ão. Com ecei a tentar de$im itar essa noção recorrendo @ a"ordagem da neuro!sico$ogia ex!erim enta$. ' 0ssa a"ordagem de!ende6 em term os gerais6 dos seguintes !assos7 encontrar corre$aç2es sistem áticas entre $es2es em determ inados $ocais do c*re"ro e !ertur"aç2es do com !ortam ento e da cogniçãoU )a$idar os resu$tados !e$o esta"e$ecim ento do que * conhecido com o dissociaç2es du!$as6 nas quais as $es2es no $oca$ ( !ro)ocam a !ertur"ação O m as não a !ertur"ação _6 enquanto $es2es no $oca$ F causam a !ertur"ação _ m as não a OU #orm u$ar tanto hi!;teses gerais com o !articu$ares6 de acordo com as quais um sistem a neura$ norm a$ constitu4do !or di#erentes com !onentes isto *6 regi2es corticais e nc$eos su"corticaisQ desem !enha um a o!eração cogniti)acom !ortam enta$ norm a$ com di#erentes com !onentes es!ec4-cosU e6 -na$m ente6 a)a$iar a )a$idade das hi!;teses #orm u$adas com no)os casos de $es2es cere"rais6 nos quais um a dada $esão num determ inado $oca$ #unciona com o um a es!*cie de sonda !ara )eri-car se a $esão !ro)ocou o e#eito que se es!era)a de acordo com as hi!;teses iniciais. ( -na$idade da a"ordagem neuro!sico$;gica *6 !ois6 a de ex!$icar a #orm a com o certas o!eraç2es cogniti)as e seus com !onentes estão re$acionados com os sistem as neurais e seus com !onentes. ( neuro!sico$ogia não se ocu!a6 ou !e$o m enos não de)e ocu!ar/se6 da desco"erta da %$oca$i9ação& cere"ra$ de um dado %sintom a& ou %s4ndrom e&.
E%ID<&CIA A PARTIR DE O(TROS CASOS DE .ES=ES PR>;-RO&TAIS Gostaria de com entar6 num a !ers!ecti)a hist;rica6 os casos de $es2es !r*/ #rontais. Phineas Gage não * a nica #onte hist;rica im !ortante !ara a tentati)a de com !reender as "ases neurais do racioc4nio e da ca!acidade de decisãoU !odem os encontrar quatro outras #ontes !ara a udar a de$inear o !er-$ "ásico. + !rim eiro caso6 que será aqui identi-cado com o %doente (&6 #oi estudado em 1,' !or Fricner6 um neuro$ogista da Co$um "ia ni)ersitT. + doente ( era um corretor da Fo$sa6 )i)ia em Eo)a _or6 tinha , anos e era !essoa$ e !ro-ssiona$m ente "em /sucedido. 0sse doente desen)o$)eu um tum or cere"ra$ com o o de 0$$iot6 um m eningiom a. , + tum or com !rim iu os $o"os #rontais e !rodu9iu um resu$tado sem e$hante ao que o"ser)am os em 0$$iot. La$ter DandT6 !ioneiro da neurocirurgia6 conseguiu rem o)er o tum or que am eaça)a a )ida do doente6 m as não antes de ter causado $es2es extensas nos c;rtices cere"rais nos $o"os #rontais6 esquerdo e direito. (s áreas a#etadas inc$u4ram todas aque$as tam "*m !erdidas em 0$$iot e Gage6 m as de #orm a um !ouco m ais extensa. Eo $ado esquerdo6 todos os c;rtices #rontais $oca$i9ados @ #rente das áreas res!onsá)eis !e$a $inguagem #oram rem o)idos. Eo $ado direito6 a excisão #oi m aior e inc$uiu todo o c;rtex em #rente das áreas que contro$am o m o)im ento. +s c;rtices na su!er#4cie )entra$ or"ita$Q e na !arte in#erior da su!er#4cie interna m edianaQ de am "os os $ados dos $o"os #rontais #oram tam "*m rem o)idos. ( circun)o$ução do ngu$o #oi !ou!ada. ( descrição cirrgica com !$eta #oi con-rm ada6 )inte anos de!ois6 na aut;!sia.Q
. (s áreas som "readas re!resentam os setores )entra$ e m ediano do $o"o #ronta$6 os quais se encontram com !rom etidos de #orm a consistente em doentes com a %m atri9 de Gage&. H de notar que o setor dorso$atera$ dos $o"os #rontais não * a#etado. (Q em is#*rio cere"ra$ direito6 !ers!ecti)a externa $atera$Q. FQ em is#*rio cere"ra$ direito6 !ers!ecti)a interna m edianoQU CQ + c*re"ro )isto !or "aixo as!ecto )entra$ ou or"ita$Q. DQ em is#*rio esquerdo6 !ers!ecti)a externaU 0Q em is#*rio esquerdo6 !ers!ecti)a interna. + doente ( !ossu4a um a !erce!ção norm a$. Sua orientação em re$ação a !essoas6 $ocais e tem !o era norm a$6 assim com o a m em ;ria con)enciona$ de #atos recentes e rem otos. (s ca!acidades $ingu4stica e m otora não tinham sido a#etadas6 e a inte$igncia !arecia intata6 de acordo com os testes !sico$;gicos dis!on4)eis na *!oca. 8oi m uito discutido o #ato de e$e conseguir executar cá$cu$os e ogar um "om ogo de dam as.
)e9es6 #rancam ente cru*is. Vang$oria)a/se de suas #açanhas !ro-ssionais6 #4sicas e sexuais6 em "ora não tra"a$hasse6 não !raticasse qua$quer es!orte e ti)esse cessado a ati)idade sexua$ com a m u$her ou com qua$quer outra !essoa. ( m aior !arte de sua con)ersa gira)a em torno de #açanhas m 4ticas e era a!im entada !or com entários trocistas6 gera$m ente @ custa de outros. 0m certas ocasi2es6 quando #rustrado6 agia de #orm a )er"a$m ente insu$tuosa6 em "ora nunca -sicam ente )io$enta. ( )ida em ociona$ do doente ( !arecia em !o"recida. De )e9 em quando6 !oderia ter um a #uga9 ex!$osão em ociona$6 m as na m aior !arte do tem !o ta$ ex!osição não ocorria. Eão existem sinais de que nutrisse sentim entos !or outros6 nem sina$ de )ergonha6 triste9a ou angstia !erante a re)ira)o$ta trágica de sua )ida. + a#eto g$o"a$ !ode ser sugesti)am ente descrito com o su!er-cia$. De um m odo gera$6 o doente ( tinha se tornado !assi)o e de!endente. Passou o resto da )ida aos cuidados da #am 4$ia. 0nsinaram /$he a tra"a$har com um a im !ressora6 na qua$ #a9ia cart2es de )isita6 e essa tornou/se sua nica ati)idade !roduti)a. + doente ( exi"ia c$aram ente as caracter4sticas cogniti)as e com !ortam entais que estou tentando de$im itar e a que cham arei de %m atri9 de Phineas Gage&7 de!ois de so#rer a $esão dos c;rtices #rontais6 sua ca!acidade !ara esco$her o curso de ação m ais )anta oso #oi !erdidaU a!esar de ter conser)ado ca!acidades inte$ectuais intatas6 as em oç2es e os sentim entos esta)am com !rom etidos. De)e notar/se que6 em torno dessa m atri96 existem di#erenças quando di)ersos casos são com !arados.
$o"o #ronta$ direito esta)a ausente em consequncia de um atro-am ento. Nes2es gra)es6 ocorridas no m om ento do nascim ento6 tinham dani-cado irre)ersi)e$m ente a m aior !arte dos c;rtices #rontais. 0sse doente nunca #oi ca!a9 de se m anter em !regado. (!;s a$guns dias de "oa disci!$ina6 !erdia o interesse !e$a ati)idade e aca"a)a m esm o !or rou"ar ou se com !ortar de #orm a desordeira. ua$quer sa4da da rotina #aci$m ente o indu9ia em #rustração e !oderia !ro)ocar/$he um a ex!$osão de m au hum or6 em "ora6 em gera$6 tendesse a ser d;ci$ e educado. 8oi descrito com o !ossuindo um a %cortesia de m ordom o ing$s&.Q Seus interesses sexuais eram redu9idos e nunca se en)o$)eu em ociona$m ente com nenhum a com !anhia. + com !ortam ento era estereoti!ado6 des!ro)ido de im aginação6 destitu4do de iniciati)a. Eunca adquiriu ca!acidades !ro-ssionais ou hoies. ( recom !ensa ou a !unição não !areciam in3uenciar seu com !ortam ento. ( m em ;ria era ca!richosaU #a$ha)a quando se es!era)a que ti)esse a!rendido e a!rendia es!etacu$arm ente em m at*rias de m enor im !ortncia6 com o6 !or exem !$o6 o conhecim ento deta$hado de m arcas de autom ;)eis. + doente não era nem #e$i9 nem triste6 e tanto o !ra9er com o a dor !areciam ser de curta duração. +s doentes de e"" e Pen-e$d e de (cer$T e Fenton !arti$ha)am um con unto de traços de !ersona$idade. R4gidos e !erse)erantes na #orm a de encarar a )ida6 eram am "os inca!a9es de organi9ar um a ati)idade #utura e de conser)ar um em !rego rentá)e$U #a$ta)a/$hes origina$idade e criati)idadeU tinham tendncia a )ang$oriar/se e a a!resentar um a im agem #a)orá)e$ de$es !r;!riosU exi"iam m odos gera$m ente corretos m as estereoti!adosU esta)am m enos a!tos do que outros !ara sentir !ra9er e reagir @ dorU tinham im !u$sos sexuais e ex!$orat;rios dim inu4dosU e dem onstra)am um a ausncia de de#eitos m otores6 sensoriais ou de com unicação e um a inte$igncia gera$ dentro do que seria de es!erar dado seu !assado sociocu$tura$. Doentes sim i$ares são #requentes e6 naque$es que tenho o"ser)ado6 as consequncias são sem e$hantes. (ssem e$ham /se ao doente de (cer$T e Fenton6 tanto na hist;ria c$4nica com o no com !ortam ento socia$. m a m aneira de descre)er seu estado * di9er que e$es nunca constroem um a teoria a!ro!riada acerca de si !r;!rios ou do seu !a!e$ socia$ na !ers!ecti)a do !assado e do #uturo. 0 o que não conseguem construir !ara si !r;!rios tam "*m não conseguem construir !ara os outros. 0ncontram /se !ri)ados de um a teoria da sua !r;!ria m ente e da m ente daque$es com quem interagem . : ( quarta #onte de e)idncia hist;rica )em de um $ugar ines!erado7 a $iteratura so"re $eucotom ia !r*/#ronta$. 0ssa o!eração cirrgica6 desen)o$)ida em 1,: !e$o neuro$ogista !ortugus 0gas De acordo com o m odo com o #oi origina$m ente !$ane ada !or
su"corticais6 que são os agregados de neurXnios so" o c;rtex cere"ra$. m #eixe de axXnios que sai de um a determ inada região e destina/se a um dado a$)o * #requentem ente re#erido com o um a %!ro eção&. m a sequncia de !ro eç2es atra)*s de )árias estaç2es/a$)o * conhecida com o %)ia&. " ( ideia ino)adora que
tam "*m recordar que ainda ho e não tem os m aneira de sa"er se os e#eitos a $ongo !ra9o de tais drogas são m enos destruti)os !ara o c*re"ro do que um a #orm a se$eti)a de cirurgia. Eão * !oss4)e$ #orm ar um a o!inião de-niti)a so"re esse tem a. Eão há6 no entanto6 qua$quer necessidade de reser)as quanto @ )ersão m uito m ais destruti)a da inter)enção de
E%ID<&CIA A PARTIR DE .ES=ES E+ REG I=ES &7O -RO&TAIS 0xiste outro estado neuro$;gico im !ortante que !arti$ha a m atri9 de Phineas Gage m esm o quando6 su!er-cia$m ente6 os doentes a#etados não se !arecem com Gage. ( anosognosia6 nom e !e$o qua$ esse estado * conhecido6 * um a das a!resentaç2es neuro!sico$;gicas m ais "i9arras !oss4)eis de encontrar. ( !a$a)ra W que deri)a do grego nosos6 %doença&6 e gnosis6 %conhecim ento& W ex!rim e a inca!acidade de um a !essoa estar consciente de sua !r;!ria doença. Im agine um a )4tim a de um acidente )ascu$ar cere"ra$ de grandes !ro!orç2es6 tota$m ente !ara$isada do $ado esquerdo do cor!o6 inca!a9 de m o)er a m ão e o "raço6 a !erna e o !*6 com m etade da cara im ;)e$6 inca!a9 de se $e)antar ou andar. 0 agora im agine essa m esm a !essoa a$heia a todo esse !ro"$em a6 a-rm ando que nada se !assa de es!ecia$ e res!ondendo @ !ergunta %Com o * que se sente?& com um sincero %ftim o&. + term o anosognosia tem sido tam "*m uti$i9ado !ara
designar ignorncia da cegueira ou da a#asia. Eesta discussão6 re-ro/m e a!enas @ #orm a !rotot4!ica desse estado ta$ com o #oi acim a m encionado e !e$a !rim eira )e9 descrito !or Fa"insi. Q ua$quer !essoa que não este a #am i$iari9ada com a anosognosia !oderá !ensar que essa %negação& da doença tem um a m oti)ação %!sico$;gica&6 que * um a reação de ada!tação ao so#rim ento. Posso a-rm ar com segurança que não * isso que acontece. Considerem os a im agem sim *trica da trag*dia6 aque$a em que o $ado direito do cor!o está !ara$isado e não o esquerdo. +s doentes assim a#etados não tm ha"itua$m ente anosognosia e6 em "ora a!resentem m uitas )e9es s*ria inca!acidade de uti$i9ar a $inguagem e !ossam so#rer de a#asia6 estão !$enam ente cientes de sua situação. ($*m disso6 a$guns doentes com um a de)astadora !ara$isia do $ado esquerdo6 m as causada !or um !adrão de $esão cere"ra$ di#erente daque$e que !ro)oca !ara$isia e anosognosia6 !odem ter um a m ente e um com !ortam ento norm ais e a!erce"erem /se de sua $im itação. 0m sum a6 a !ara$isia do $ado esquerdo6 causada !or um determ inado !adrão de $es2es cere"rais6 * acom !anhada !or anosognosiaU a !ara$isia do $ado direito6 causada !e$o !adrão sim *trico de $esão cere"ra$6 não * acom !anhada !or anosognosiaU a !ara$isia do $ado esquerdo !ro)ocada !or !adr2es de $esão cere"ra$ di#erentes daque$es associados @ anosognosia não * acom !anhada !or desconhecim ento dessa !ara$isia. (ssim 6 a anosognosia ocorre de #orm a sistem ática com a $esão de um a determ inada região do c*re"ro6 e a!enas dessa região6 em doentes que !odem !arecer6 !ara !essoas que não estão #am i$iari9adas com os m ist*rios neuro$;gicos6 m ais #e$i9es do que aque$es que tm m etade do cor!o !ara$isada e se encontram $im itados na $inguagem . ( %negação& da doença resu$ta da !erda de um a #unção cogniti)a es!ec4-ca. 0ssa !erda de!ende de um determ inado sistem a cere"ra$ que !ode ser dani-cado !or um acidente )ascu$ar ou !or )árias outras doenças neuro$;gicas. +s doentes com anosognosia t4!ica !recisam ser con#rontados com sua de-cincia gritante !ara desco"rirem o !ro"$em a de que so#rem . Sem !re que eu !ergunta)a a m inha doente D. M. !e$a sua !ara$isia do $ado esquerdo6 que era com !$eta6 e$a com eça)a !or m e di9er que seus m o)im entos eram com !$etam ente norm ais6 que ta$)e9 ti)essem estado $im itados6 m as que agora á esta)a "em . Se $he !edisse !ara m o)er o "raço esquerdo6 e$a !rocura)a/o di$igentem ente e6 de!ois de o$har !ara o m em "ro inerte6 !ergunta)a/m e se eu queria de #ato que %e$e& se m o)esse %!or si !r;!rio&. Se eu dissesse que sim 6 !or #a)or6 e$a tom a)a então conscincia visual da ausncia de qua$quer m o)im ento naque$e "raço e diria %não m e !arece que e$e consiga #a9er m uita coisa so9inho&. Com o sina$ de coo!eração6 e$a o#erecia o "raço "om !ara m o)er o "raço m au7 %Consigo m o)/$o com m inha m ão direita&. 0ssa inca!acidade de sentir o de#eito de #orm a autom ática6 rá!ida e interna atra)*s do sistem a sensoria$ do cor!o nunca desa!arece nos casos de anosognosia gra)e6 em "ora em casos m oderados !ossa ser dis#arçada. Por exem !$o6 um doente !ode !ossuir a m em ;ria )isua$ do m em "ro !ara$isado e !or in#erncia a!erce"er/se de que a$go ocorre com aque$a !arte do cor!o. +u um doente !ode $em "rar/se das inm eras a-rm aç2es6 #eitas !e$os #am i$iares e !e$a equi!e m *dica6 de que existe um a !ara$isia6 existe um a doença6 e de que as coisas não estão "em . Com "ase nessa #onte de in#orm ação externa6 um dos nossos anosogn;sicos m ais inte$igentes di9 consistentem ente7 %0u costumava ter esse !ro"$em a& ou %0u costumava ignorar a m inha !ara$isia&. C$aro que o !ro"$em a ainda existe e que e$e ainda continua a ignorá/$o. ( ausncia de atua$i9ação direta do )erdadeiro estado do cor!o e da !essoa * a$go )erdadeiram ente es!antoso. In#e$i9m ente6 essa distinção suti$ entre a conscincia direta e indireta do doente so"re seu estado * com #requncia om itida ou enco"erta nas discuss2es so"re
anosognosia. Para um a rara exceção6 )er (.
%cor!o&U o sistem a som atossensoria$ * res!onsá)e$ tanto !e$o sentido externo do tato6 tem !eratura e dor6 com o !e$o sentido interno da !osição das articu$aç2es6 estado )iscera$ e dorQ e que inc$uem os c;rtices da 4nsu$a6 das áreas citoarquitetXnicas ,6 16 ' na região !arieta$Q e da área S' tam"*m !arieta$6 situada nas !ro#unde9as do su$co de ST $)iusQ. +"ser)e/se que sem !re que uti$i9o o term o som ático ou som atossensoria$ tenho em m ente o som a6 ou cor!o6 no sentido gera$6 e m e re-ro a todos os ti!os de sensaç2es do cor!o6 inc$uindo as sensaç2es )iscerais.Q ( $esão a#eta tam "*m a m assa "ranca do hem is#*rio direito6 destruindo a interconexão entre as regi2es acim a m encionadas6 as quais rece"em sinais )indos de todo o cor!o m scu$os6 articu$aç2es6 ;rgãos internosQ6 e a interconexão com o tá$am o6 os gng$ios "asais e os c;rtices m otor e !r*/ #ronta$. ( m era $esão !arcia$ do sistem a de m u$ticom !onentes aqui descrito no
!ro)oca o ti!o de anosognosia que estou discutindo. 1. Diagram a de um c*re"ro hum ano em que se a!resentam os hem is#*rios direito e esquerdo )istos de #ora. (s áreas som "readas a"rangem os c;rtices som atossensoriais !rim ários. +utras áreas som atossensoriais6 res!ecti)am ente a segunda área sensoria$ S'Q e a 4nsu$a6 estão enterradas no interior do su$co de ST $)ius6 que * im ediatam ente anterior e !osterior em re$ação @ "ase do c;rtex som atossensoria$ !rim ário6 e não são )is4)eis num a a!resentação da su!er#4cie. Suas $oca$i9aç2es a!roxim adas na !ro#undidade estão identi-cadas !e$as setas. Desde há m uito a m inha su!osição de tra"a$ho tem sido a de que as áreas cere"rais que se intercom unicam dentro da região do hem is#*rio direito dani-cado na anosognosia !rodu9em 6 !or m eio de suas interaç2es coo!erati)as6 o m a!a m ais com !$eto e integrado do estado atua$ do cor!o. + $eitor !ode indagar !or que esse m a!a !ende a!enas !ara o hem is#*rio direito em )e9 de ser "i$atera$U a-na$ de contas6 o cor!o tem duas m etades quase sim *tricas. ( res!osta * que nas es!*cies hum anas6 assim com o nas não hum anas6 as #unç2es !arecem estar assim etricam ente re!artidas !e$os hem is#*rios cere"rais !or ra92es !ro)a)e$m ente re$acionadas com a necessidade da existncia de um contro$ador -na$6 em )e9 de dois6 quando chega o m om ento de esco$her um a ação ou um !ensam ento. Se am "os os $ados ti)essem a m esm a im !ortncia na e$a"oração de um m o)im ento6 !oder4am os desem "ocar num con3ito W nossa m ão direita !oderia inter#erir com a esquerda e ter4am os m enos !ossi"i$idade de !rodu9ir no)os m o)im entos coordenados que en)o$)essem m ais de um m em "ro. Para um a s*rie de #unç2es6 as estruturas de um dado hem is#*rio tm de ter )antagem so"re o outroU essas estruturas cham am /se dominantes. + exem !$o de dom inncia m e$hor conhecido di9 res!eito @ $inguagem . 0m m ais de 5 das !essoas6 o que inc$ui m uitos canhotos6 a $inguagem de!ende em $arga m edida das estruturas do hem is#*rio esquerdo.c +utro exem !$o de dom inncia6 este #a)orecendo o hem is#*rio direito6 en)o$)e o sentido integrado do cor!o6 atra)*s do qua$ a re!resentação de estados )iscerais6 !or um $ado6 e a re!resentação de estados dos m em "ros6 do tronco e dos com !onentes centrais do a!are$ho m scu$o/esque$*tico6 !or outro6 se renem num m a!a coordenado dinm ico. De)e/se notar que esse não * um m a!a nico e cont4guo6 m as um a interação e coordenação de sinais em m a!as se!arados. Eessa com "inação6 os sinais re$acionados com o $ado esquerdo e o $ado direito do cor!o encontram um es!aço de interação m ais extenso no hem is#*rio direito6 nos trs setores corticais som atossensoriais anteriorm ente indicados. De #orm a intrigante6 a re!resentação do es!aço extra!essoa$6 assim com o os !rocessos da em oção6 tam "*m en)o$)em um a dom inncia do hem is#*rio direito .1' Com isso não se !retende di9er que as estruturas equi)a$entes no hem is#*rio esquerdo não re!resentam o cor!o ou o es!aço6 a!enas que as re!resentaç2es são di#erentes7 as re!resentaç2es do hem is#*rio esquerdo são !ro)a)e$m ente !arciais e não integradas. +s doentes com anosognosia assem e$ham /se6 em a$guns as!ectos6 aos doentes com $es2es !r*/#rontais. +s anosogn;sicos6 !or exem !$o6 são inca!a9es de e#etuar decis2es a!ro!riadas so"re assuntos !essoais e sociais. 0 os doentes !r*/ #rontais com ca!acidade de decisão !re udicada são6 ta$ com o os anosogn;sicos6 ha"itua$m ente indi#erentes ao seu estado de sade e !arecem !ossuir um a to$erncia in)u$gar @ dor. ($guns $eitores !oderão -car sur!reendidos com tudo isso e !erguntar/se !or que não tm ou)ido #a$ar m ais )e9es so"re as $im itaç2es na tom ada de decisão exi"idas !e$os anosogn;sicos. Por que o !ouco interesse concedido ao racioc4nio
!re udicado a!;s $esão cere"ra$ tem estado centrado em doentes com $es2es !r*/ #rontais? Poder4am os notar6 na !rocura de um a ex!$icação6 que os doentes com $es2es !r*/#rontais !arecem neuro$ogicam ente norm ais seus m o)im entos6 sensaç2es e $inguagem encontram /se intatosU a a$teração encontra/se nos sentim entos e racioc4nios !re udicadosQ e !or isso !odem enquadrar/se num a s*rie de interaç2es sociais que m ais #aci$m ente darão a conhecer seus racioc4nios de-cientes. Por outro $ado6 não há nenhum a d)ida de que os anosogn;sicos são doentes de)ido @s enorm es $im itaç2es m otoras e sensoriais6 e isso estreita o $eque de interaç2es sociais em que !odem inserir/se. Por outras !a$a)ras6 as o!ortunidades que se $hes o#erecem de se co$ocar em risco são drasticam ente redu9idas. 5 um acidente )ascu$ar no hem is#*rio direito. 1, ( ausncia de de-cincias na $inguagem era um "om !resságio !ara seu regresso ao cargo de ui96 ou !e$o m enos #oi o que as !essoas !ensaram 6 na es!erança de não !erder !rem aturam ente esse "ri$hante e im !ortante m em "ro do =ri"una$.
seus !r;!rios m eios6 contra a o!inião dos m *dicos e$e re!etiria isso m ais de um a )e96 #a9endo/se trans!ortar !ara o =ri"una$ ou !ara com !ras desgastantes e "anquetesQ. 0sse com !ortam ento6 assim com o a m aneira ocosa com a qua$ e$e atri"u4a sua hos!ita$i9ação a um a %queda& e re!udia)a a !ara$isia do $ado esquerdo com o um m ito6 #oram atri"u4dos a sua !ro)er"ia$ -rm e9a e hum or. uando #oi #orçado a adm itir6 num a entre)ista co$eti)a6 que não conseguia andar ou sair da cadeira de rodas sem a uda6 a#astou o assunto di9endo7 %(ndar tem m uito !ouco a )er com o tra"a$ho do =ri"una$&. (inda assim 6 con)idou os orna$istas !ara dar um !asseio a !* com e$e no m s seguinte.
!ior esta)a ainda !ara )ir6 @ m edida que Doug$as re!etidam ente deixa)a de o"ser)ar as con)enç2es sociais com os outros u49es e com os #uncionários do =ri"una$. 0m "ora esti)esse inca!acitado de desem !enhar suas #unç2es6 recusa)a/se -rm em ente a a!resentar a dem issão e6 m esm o de!ois de ser #orçado a #a9/$o6 com !orta)a/se #requentem ente com o se não esti)esse dem itido. 11. (s!ecto das su!er#4cies internas de am "os os hem is#*rios. (s áreas som "readas a"rangem o c;rtex angu$ado anterior. + c4rcu$o negro m arca a !ro eção da am 4gda$a na su!er#4cie interna dos $o"os tem !orais. (ssim 6 os anosogn;sicos do ti!o aqui descrito !ossuem a$go m ais do que a!enas um a m era !ara$isia do $ado esquerdo de que não estão cientes. Possuem tam "*m um a de-cincia no racioc4nio e na tom ada de decis2es6 "em com o nas em oç2es e nos sentim entos. Ca"e agora #a9er um a re#erncia aos dados existentes so"re a $esão da am 4gda$a6 que * um dos com !onentes m ais im !ortantes do sistem a $4m "ico. +s doentes com $esão "i$atera$ con-nada @ am 4gda$a são extraordinariam ente raros. Q.
(+A RE-.E'7O SO,RE A&ATO+IA E -(&67O + $e)antam ento anterior das condiç2es neuro$;gicas em que $im itaç2es de racioc4nio e tom ada de decisão e de em oç2es e sentim entos ocorrem re)e$a o seguinte7 Prim eiro6 existe um a região do c*re"ro hum ano6 constitu4da !e$os c;rtices !r*/ #rontais )entrom edianos6 cu a dani-cação com !rom ete de m aneira consistente6 de um a #orm a tão de!urada quanto * !ro)á)e$ !oder encontrar/se6 tanto o racioc4nio e tom ada de decisão com o as em oç2es e sentim entos6 em es!ecia$ no dom 4nio !essoa$ e socia$. Poder/se/ia di9er6 m eta#oricam ente6 que a ra9ão e a em oção %se cru9am & nos c;rtices !r*/#rontais )entrom edianos e tam "*m na am 4gda$a. Segundo6 existe um a região do c*re"ro hum ano6 o com !$exo de c;rtices som atossensoriais no hem is#*rio direito6 cu a dani-cação com !rom ete tam "*m o racioc4nio e tom ada de decisão e as em oç2es e sentim entos e6 adiciona$m ente6 destr;i os !rocessos de sina$i9ação "ásica do cor!o.
=erceiro6 existem regi2es $oca$i9adas nos c;rtices !r*/#rontais !ara a$*m do setor )entrom ediano cu a dani-cação com !rom ete tam "*m o racioc4nio e a tom ada de decis2es6 m as segundo um !adrão di#erente7 ou a de-cincia * m uito m ais a)assa$adora6 com !rom etendo o!eraç2es inte$ectuais so"re todos os dom 4nios6 ou * m ais se$eti)a6 com !rom etendo m ais as o!eraç2es so"re !a$a)ras6 nm eros6 o" etos ou o es!aço do que as o!eraç2es no dom 4nio !essoa$ e socia$. m m a!a rudim entar dessas interseç2es cr4ticas * a!resentado na -gura 1'. 0m sum a6 !arece existir um con unto de sistem as no c*re"ro hum ano consistentem ente dedicados ao !rocesso de !ensam ento orientado !ara um determ inado -m 6 ao qua$ cham am os racioc4nio6 e @ se$eção de um a res!osta6 a que cham am os tom ada de decisão6 com um a n#ase es!ecia$ no dom 4nio !essoa$ e socia$. 0sse m esm o con unto de sistem as está tam "*m en)o$)ido nas em oç2es e nos sentim entos e dedica/se em !arte ao !rocessam ento dos sinais do cor!o.
1'. Diagram a que re!resenta o con unto de regi2es cu a dani-cação com !rom ete tanto o racioc4nio com o o !rocessam ento de em oç2es.
(+A &ASCE&TE (ntes de a"andonarm os o assunto das $es2es do c*re"ro hum ano6 gostaria de !ro!or a existncia de um a determ inada região do c*re"ro onde os sistem as res!onsá)eis !e$as em oç2es e sentim entos6 !e$a atenção e !e$a m em ;ria de tra"a$ho interagem de um a #orm a tão 4ntim a que constituem a #onte !ara a energia tanto da ação externa m o)im entoQ com o da ação interna anim ação do
!ensam ento6 racioc4nioQ. 0ssa região de origem * o c;rtex cingu$ado anterior6 outra !eça do que"ra/ca"eça do sistem a $4m "ico.
res!ecti)am enteQ. 1> ( $esão desse setor não s; !rodu9 $im itaç2es no m o)im ento6 nas em oç2es e na atenção com o causa um a sus!ensão )irtua$ da anim ação da ação e do !rocesso de !ensam ento6 de ta$ #orm a que a ra9ão deixa de ser )iá)e$. ( hist;ria de um de m eus doentes em que existia um a $esão desse ti!o dá/nos um a ideia da $im itação a e$a associada. 1,. Diagram a do c*re"ro hum ano re!resentando o hem is#*rio cere"ra$ esquerdo6 )isto do exterior @ esquerdaQ e do interior @ direitaQ6 e a $oca$i9ação das trs !rinci!ais regi2es corticais m otoras7 <16 <' e <,. <1 inc$ui a chamada motor strip6 que a!arece em todas as re!resentaç2es do c*re"ro. m a -gura hum ana horrenda o om ncu$o de Pen-e$dQ a!arece m uitas )e9es na !arte su!erior. + m enos conhecido <' * a área motora su!$ementar6 a !arte interna da área :. (inda m enos conhecida * a região <,6 que está ocu$ta nas !ro#unde9as do su$co cingu$ado. + acidente )ascu$ar so#rido !or essa doente6 a quem cham arei =6 !rodu9iu danos extensos nas regi2es dorsa$ e m ediana do $o"o #ronta$ em am "os os hem is#*rios. = -cou re!entinam ente im ;)e$ e m uda6 $im itando/se @ cam a6 onde !erm anecia de o$hos a"ertos m as com um a ex!ressão #acia$ nu$aU o term o %neutro& descre)e a serenidade W ou ausncia W dessa ex!ressão #acia$. Seu cor!o a!resenta)a tanta anim ação com o o rosto. Poderia #a9er um m o)im ento norm a$ com o "raço e a m ão6 !ara !uxar a rou!a da cam a6 !or exem !$o6 m as em gera$ os m em "ros esta)am em re!ouso. uando era questionada so"re sua situação6 !erm anecia ha"itua$m ente em si$ncio6 ainda que6 a!;s m uita insistncia6 !udesse di9er seu nom e6 os do m arido e -$hos ou o da cidade em que )i)ia.
#acia$ neutra6 m ude9 e acinesia. Parece não ter existido qua$quer !ensam ento ou racioc4nio norm a$m ente di#erenciado na m ente de =6 nem 6 natura$m ente6 quaisquer decis2es tom adas e m uito m enos executadas.
E%ID<&CIA A PARTIR DE EST(DOS E+ A&I+AIS 0$em entos adicionais !ara o argum ento que aqui !retendo construir !ro)m dos estudos de anim ais. + !rim eiro que irei discutir data dos anos ,. m a o"ser)ação e#etuada em chim !an9*s !arece !arece ter sido6 se não o !onto de !artida !ara o !ro eto da $eucotom ia #ronta$6 !e$o m enos o #orte encora am ento de que
!ro)á)e$ que e$es errem em term os de %cognição socia$& e de %com !ortam ento socia$& e que os outros anim ais res!ondam de acordo com isso. De)e/se notar que os m acacos com $es2es no c;rtex m otor6 m as não no c;rtex !r*/#ronta$6 não exi"em essas di-cu$dades. +s m acacos que so#reram rem oção "i$atera$ do setor anterior do $o"o tem !ora$ resu$tante resu$tante de o!eraç2es que no dani-cam no dani-cam a am 4gda$aQ re)e$am um certo dano no com !ortam ento socia$6 m as num grau m uito in#erior ao )eri-cado em m acacos com $es2es !r*/#rontais. (!esar das acentuadas di#erenças neuro"io$;gicas existentes entre outros m acacos e o chim !an9* e entre o chim !an9* e o hom em 6 há um a essncia do de#eito causado !e$a dani-cação !r*/#ronta$ que * !arti$hada7 o com !ortam ento !essoa$ e socia$ -ca gra)em ente com !rom etido. ', + tra"a$ho de 8u$ton e Maco"sen #ornece outros dados im !ortantes. Com o #oi m encionado6 o o" eti)o de seus estudos era com !reender a a!rendi9agem e a m em ;ria e6 desse !onto de )ista6 os resu$tados constituem um m arco na hist;ria da neuro$ogia. ( -na$idade de um a das tare#as que os in)estigadores !re!araram !ara os chim !an9*s consistia na a!rendi9agem de um a associação entre um est4m u$o recom !ensador e a !osição desse est4m u$o no es!aço. ( ex!erincia c$ássica desenro$ou/se assim 7 o anim a$ tinha !erante si6 ao a$cance dos "raços6 dois !oços. m a !eça de com ida atraente era co$ocada num dos !oços6 no cam !o de )isão do anim a$6 e em seguida am "os os !oços eram ta!ados de m odo que a com ida deixasse de estar )is4)e$. Passados )ários segundos6 o anim a$ tinha de a$cançar o !oço em que a com ida esta)a escondida e e)itar o !oço )a9io. + anim a$ norm a$ retinha o conhecim ento de onde a com ida esta)a durante todo o tem !o de es!era e de!ois #a9ia o m o)im ento a!ro!riado !ara o"ter a com ida. Por*m 6 a!;s $esão !r*/#ronta$6 os anim ais á não conseguiam desem !enhar essa tare#a. (ssim que o est4m u$o -ca)a #ora do cam !o de )isão6 !arecia -car tam "*m #ora da m ente. 0sses resu$tados trans#orm aram /se no a$icerce !ara as ex!$oraç2es neuro-sio$;gicas su"sequentes do c;rtex !r*/#ronta$ rea$i9adas !or Patr4cia Go$dm an/Raic e Moaquim 8uster. ' m a desco"erta recente e es!ecia$m ente re$e)ante !ara m inha argum entação está re$acionada com a concentração de um dos rece!tores qu4m icos !ara a serotonina no setor )entrom ediano do c;rtex !r*/#ronta$ e na am 4gda$a. ( serotonina * um dos !rinci!ais neurotransm issores6 su"stncias cu as aç2es contri"uem !ara )irtua$m ente todos os as!ectos da cognição e do com !ortam ento outros neurotransm issores/cha)e são a do!am ina6 a nore!ine#rina e a aceti$co$inaU todos e$es são $i"erados !or neurXnios $oca$i9ados em !equenos nc$eos do tronco cere"ra$ ou do !rosenc*#a$o "asa$6 cu os axXnios term inam no neoc;rtex6 nos com !onentes corticais e su"corticais do sistem a $4m "ico6 nos gng$ios "asais e no tá$am oQ. m dos e#eitos da serotonina nos !rim atas consiste na ini"ição do com !ortam ento agressi)o curiosam ente6 desem !enha outros !a!*is em outras es!*ciesQ. 0m anim ais $a"oratoriais6 quando se "$oqueia a $i"eração de serotonina nos neurXnios que a originam 6 um a das consequncias * o com !ortam ento im !u$si)o e agressi)o. De um m odo gera$6 o aum ento do #uncionam ento da serotonina redu9 a agressão e #a)orece o com !ortam ento socia$. Eesse contexto6 * im !ortante notar6 com o #oi dem onstrado !e$o tra"a$ho de
)entrom ediana6 na am 4gda$a e nos c;rtices tem !orais m edianos6 m as em nenhum outro $oca$ do c*re"roU e que nos m acacos que exi"em com !ortam entos não coo!erati)os e antagXnicos se dá o caso contrário. contrário. 0ssas desco"ertas re#orçam a conexão sistm ica entre os c;rtices !r*/#rontais )entrom edianos e a am 4gda$a6 a qua$ tenho sugerido com "ase em resu$tados neuro!sico$;gicos6 e re$acionam essas regi2es com o com !ortam ento socia$6 que * o !rinci!a$ dom 4nio a#etado na ca!acidade de decisão de#eituosa de m eus doentes. +s rece!tores de serotonina identi-cados neste estudo são assina$ados com o %serotonina/'&6 o que * im !ortante de)ido @ existncia de nada m enos de cator9e ti!os di#erentes de rece!tores de serotonina.Q
(+ APARTE SO,RE E'P.ICA6=ES &E(RO) (?+ICAS uando se torna necessário ex!$icar ex!$icar o com !ortam ento e a m ente6 não "asta m encionar a neuroqu4m ica. =em os de conhecer os !orm enores da distri"uição qu4m ica no sistem a que se su!2e causar um dado com !ortam ento. Sem conhecer as regi2es corticais ou os nc$eos onde as su"stncias qu4m icas atuam dentro do sistem a6 não tem os nenhum a !ossi"i$idade de )ir a !erce"er a #orm a com o m odi-cam o desem !enho do sistem a. De)e tam "*m ter/se em m ente que essa com !reensão * a!enas o !rim eiro !asso na m archa !ara a e)entua$ e$ucidação do #uncionam ento de circuitos m ais com !$exos.Q ( ex!$icação neura$ s; com eça a ser ti$ quando $iga os resultados do resultados do #uncionam ento de um dado sistem a so"re um outro sistem a. ( im !ortante desco"erta descrita acim a não de)e ser m a$ inter!retada com a-rm aç2es su!er-ciais que conc$uam que a serotonina !or si s; %causa& com !ortam ento socia$ ada!tati)o e que sua #a$ta %causa& agressão. agressão. ( !resença ou ausncia de serotonina em sistem as cere"rais es!ec4-cos6 que contm rece!tores es!ec4-cos !ara a serotonina6 m odi-cam o #uncionam ento desses sistem asU e ta$ m odi-cação6 !or sua )e96 a$tera a o!eração de outros sistem as6 cu o resu$tado terá um a ex!ressão -na$ em term os com !ortam entais e cogniti)os. 0sses com entários so"re a serotonina são es!ecia$m ente !ertinentes de)ido @ grande )isi"i$idade recente desse neurotransm issor. + !o!u$ar antide!ressi)o Pro9ac6 que atua "$oqueando a reca!tação da serotonina e !ro)a)e$m ente aum entando sua dis!oni"i$idade6 tem rece"ido grande atençãoU a ideia de que n4)eis "aixos de serotonina !oderiam estar corre$acionados com um a tendncia !ara a )io$ncia tem surgido na im !rensa sensaciona$ista. + !ro"$em a * que não * a ausncia ou as quantidades "aixas de serotonina per serotonina per se que se que %!ro)ocam & um a determ inada m ani#estação. ( serotonina #a9 !arte de um m ecanism o extraordinariam ente com !$icado que o!era no n4)e$ das m o$*cu$as6 das sina!ses6 dos circuitos $ocais e dos sistem as6 e no qua$ os #atores sociocu$turais6 !assados e !resentes6 tm tam "*m um a inter)enção !oderosa. m a ex!$icação satis#at;ria s; !oderá surgir de um a )isão m ais extensa de todo o !rocesso6 na qua$ as )ariá)eis re$e)antes de um !ro"$em a es!ec4-co6 com o a de!ressão ou a ada!tação socia$6 são ana$isadas em !orm enor. m a $tim a nota !rática7 a so$ução !ara o !ro"$em a da )io$ncia socia$ não )irá a!enas de se considerar os #atores sociais e se ignorar os #atores neuroqu4m icos corre$acionados6 nem )irá da atri"uição das cu$!as a um nico agente neuroqu4m ico. H necessária a consideração de amos os amos os ti!os de #atores6 #atores6 sociais e neuroqu4m icos6 em !ro!orção adequada.
CO&C.(S7O
( e)idncia re$ati)a a seres hum anos discutida nesta seção sugere um a $igação 4ntim a entre um con unto de regi2es cere"rais e os !rocessos de racioc4nio e de tom ada de decisão. +s estudos so"re anim ais re)e$aram a$gum as $igaç2es sim i$ares en)o$)endo a$gum as regi2es sim i$ares. Pe$a com "inação dos dados surgidos de am "os os ti!os de estudos6 em seres hum anos e anim ais6 !odem os agora a$inhar a$guns #atos acerca dos !a!*is desem !enhados !e$os sistem as neurais que identi-cam os. Prim eiro6 esses sistem as encontram /se certam ente en)o$)idos nos !rocessos da ra9ão6 no sentido $ato do term o. De #orm a m ais es!ec4-ca6 encontram /se en)o$)idos na !$ani-cação e na decisão. Segundo6 um su"con unto desses sistem as está associado aos com !ortam entos de !$ane am ento e de decisão que !oder4am os inc$uir na ru"rica de %!essoais e sociais&. 0$es estão re$acionados com o as!ecto da ra9ão ha"itua$m ente designado !or raciona$idade. =erceiro6 os sistem as que identi-cam os desem !enham um !a!e$ im !ortante no !rocessam ento das em oç2es. uarto6 os sistem as são necessários !ara se !oder reter na m ente6 !or um !er4odo de tem !o re$ati)am ente $ongo6 a im agem de um o" eto re$e)ante que não se encontra m ais !resente. Por que será que !a!*is tão )ariados se encontram reunidos num setor circunscrito do c*re"ro? + que !oderá ser !arti$hado !e$o !$ane am ento e tom ada de decis2es !essoais e sociais6 !e$o !rocessam ento das em oç2es e !e$a retenção de um a im agem m enta$ na ausncia da coisa que e$a re!resenta? a (t* 1,. E. (.Q " Pathwa% 6 no origina$. E. =.Q c Ver o tra"a$ho de ($exandre Castro Ca$das. E. (.Q PARTE 2 @$ Elaborando uma eBlia!"o (+A A.IA&6A +ISTERIOSA Ea Parte 1 deste $i)ro descre)i a in)estigação so"re doentes com $im itaç2es do racioc4nio e da ca!acidade de tom ada de decis2es. 0ssa in)estigação condu9iu @ identi-cação de um con unto de sistem as cere"rais es!ec4-cos $esados de #orm a consistente nesses doentes e tam "*m @ identi-cação de um con unto a!arentem ente estranho de !rocessos neuro!sico$;gicos que de!endiam da integridade desses sistem as. + que une esses !rocessos entre si e o que os $iga aos sistem as neurais co$ocados em destaque no ca!4tu$o anterior? +s !arágra#os seguintes o#erecem a$gum as res!ostas !ro)is;rias. Prim eiro6 a esco$ha de um a decisão quanto a um !ro"$em a !essoa$ t4!ico6 co$ocado em am "iente socia$6 que * com !$exo e cu o resu$tado -na$ * incerto6 requer tanto o am !$o conhecim ento de genera$idades com o estrat*gias de racioc4nio que o!erem so"re esse conhecim ento. + conhecim ento gera$ inc$ui #atos so"re o" etos6 !essoas e situaç2es do m undo externo.
de )ários sistem as $oca$i9ados6 não num a nica região6 m as em regi2es cere"rais re$ati)am ente se!aradas. m a grande !arte de ta$ conhecim ento * reunida so" a #orm a de im agens não num nico6 m as em m uitos $ocais do c*re"ro. 0m "ora tenham os a i$usão de que tudo se rene num nico teatro anatXm ico6 dados recentes sugerem que ta$ não * o caso. H !ro)á)e$ que a $igação entre as di#erentes !artes da m ente !ro)enha da re$ati)a sincronia de ati)idade em $ocais di#erentes. uarto6 )isto o conhecim ento s; !oder ser recu!erado6 de #orm a distri"u4da e !arce$ada6 a !artir de $ocais existentes em m uitos sistem as !ara$e$os6 a o!eração das estrat*gias de racioc4nio requer a retenção ati)a da re!resentação de m ir4ades de #atos num a am !$a ex!osição !ara$e$a durante um extenso !er4odo de tem !o no m 4nim o6 !or )ários segundosQ. 0m outras !a$a)ras6 as im agens so"re as quais n;s raciocinam os im agens de o" etos es!ec4-cos6 aç2es e esquem as re$acionaisU im agens de !a$a)ras que a udam a tradu9ir tudo isso so" a #orm a de $inguagem Q não s; de)em estar %em #oco& W a$go que * o"tido !e$a atenção W com o de)em tam "*m ser %m antidas ati)as na m ente& W a$go que * rea$i9ado !e$a m em ;ria de tra"a$ho em a$to n4)e$. Sus!eito que a m isteriosa a$iança dos !rocessos !ostos a desco"erto no -m do ca!4tu$o anterior se de)e em !arte @ nature9a do !ro"$em a que o organism o está tentando reso$)er e em !arte ao design do c*re"ro. (s decis2es !essoais e sociais estão re!$etas de incerte9as e tm im !acto na so"re)i)ncia de #orm a direta ou indireta. Requerem 6 !or isso6 um )asto re!ert;rio de conhecim entos so"re o m undo externo e so"re o m undo que existe dentro do organism o. Eo entanto6 )isto o c*re"ro reter e reunir o conhecim ento não de um a #orm a integrada6 m as es!acia$m ente distri"u4da6 requerem ainda a atenção e a m em ;ria de tra"a$ho !ara que o com !onente do conhecim ento reunido na #orm a de im agens !ossa ser m ani!u$ado ao $ongo do tem !o. uanto @ ra9ão de os sistem as neurais que identi-cam os se so"re!orem de #orm a tão not;ria6 sus!eito que a res!osta se encontra na con)enincia e)o$uti)a. Se a regu$ação "io$;gica e$em entar * essencia$ !ara a orientação do com !ortam ento !essoa$ e socia$6 então o design do c*re"ro que !ro)a)e$m ente !re)a$eceu na se$eção natura$ !oderá ter sido aque$e em que os su"sistem as res!onsá)eis !e$o racioc4nio e !e$a tom ada de decisão !erm aneceram intim am ente associados @que$es que esta)am re$acionados com a regu$ação "io$;gica6 dado o !a!e$ que desem !enham na so"re)i)ncia. ( ex!$icação gera$ !re)ista nessas res!ostas constitui um a !rim eira a!roxim ação das !erguntas co$ocadas !e$o caso de Phineas Gage. + que !erm ite6 no c*re"ro6 que os seres hum anos se com !ortem raciona$m ente? Com o isso #unciona? Resisto ha"itua$m ente a resum ir a tentati)a de res!onder a essas quest2es com a ex!ressão %neuro"io$ogia da raciona$idade&6 dado o as!ecto #orm a$ e !retensioso da ex!ressão6 m as * disso que no #undo se trata7 a!resentar os !rinc4!ios de um a neuro"io$ogia da raciona$idade hum ana no n4)e$ dos sistem as cere"rais de grande esca$a.
rea$çando sua nature9a !arce$ada e a de!endncia de im agensU e #a9er a$guns com entários so"re o desen)o$)im ento neura$. Eão serei exausti)o !or exem !$o6 um a discussão so"re a!rendi9agem e $inguagem seria a!ro!riada e ti$6 m as nenhum desses t;!icos * indis!ensá)e$ !ara o o" eti)o !rinci!a$QU não a!resentarei um m anua$ de estudo so"re nenhum dos t;!icos a"ordadosU e não irei usti-car todas as o!ini2es que sustento. + $eitor de)e recordar que o $i)ro * a m inha !arte do diá$ogo. +s ca!4tu$os su"sequentes regressarão @ hist;ria !rinci!a$ e tratarão da regu$ação "io$;gica e sua ex!ressão nas em oç2es e nos sentim entos6 e dos m ecanism os !or m eio dos quais as em oç2es e os sentim entos !odem ser uti$i9ados na tom ada de decisão. (ntes de !rosseguirm os6 de)o re!etir a$go que #oi re#erido na Introdução. 0ste texto * um a a"ordagem ex!$orat;ria com um -m em a"erto e não um catá$ogo de #atos esta"e$ecidos. 0stou considerando hi!;teses e testes em !4ricos e não #a9endo a-rm aç2es acerca de certe9as a"so$utas.
SO,RE ORG A&IS+OS CORPOS E C>RE,ROS ua$quer que se a a questão que !ossam os $e)antar so"re quem som os e !or que som os com o som os6 um a coisa * certa7 som os organism os )i)os com !$exos6 com um cor!o !ro!riam ente ditoa %cor!o&6 !ara a"re)iarQ e com um sistem a ner)oso %c*re"ro&6 !ara a"re)iarQ. Sem !re que m e re-ro ao cor!o tenho em m ente o organism o m enos o tecido ner)oso os com !onentes centra$ e !eri#*rico do sistem a ner)osoQ6 em "ora num sentido con)enciona$ o c*re"ro #aça tam "*m !arte do cor!o. + organism o !ossui um a estrutura e m ir4ades de com !onentes. Possui um esque$eto ;sseo com m uitas !artes6 $igadas !or articu$aç2es e m o)idas !or m scu$osU !ossui num erosos ;rgãos com "inados em sistem asU !ossui um a #ronteira ou m em "rana que dem arca seu $im ite exterior6 constitu4da em grande !arte !e$a !e$e. 0m certas ocasi2es6 irei re#erir/m e a ;rgãos W )asos sangu4neos6 ;rgãos da ca"eça6 t;rax e a"dXm en6 a !e$e W com o sendo %)4sceras&. De no)o6 num sentido con)enciona$6 o c*re"ro estaria inc$u4do no organism o6 m as )ou deixá/$o de $ado. Cada !arte do organism o * constitu4da !or tecidos "io$;gicos6 os quais6 !or sua )e96 são constitu4dos !or c*$u$as. Cada c*$u$a * constitu4da !or num erosas m o$*cu$as6 organi9adas de m odo a criar um esque$eto !ara a c*$u$a citoesque$etoQ6 )ários ;rgãos e sistem as nc$eo ce$u$ar e )ariados organe$osQ e um a di)is;ria g$o"a$ m em "rana ce$u$arQ. ( com !$exidade em term os de estrutura e de #unção * assustadora quando o"ser)am os um a dessas c*$u$as em #uncionam ento6 e )ertiginosa quando o"ser)am os um sistem a de ;rgãos.
ESTADOS DE ORG A&IS+OS Ea discussão que será a!resentada m ais @ #rente existem m uitas re#erncias a %estados do cor!o& e a %estados da m ente&. +s organism os )i)os encontram /se em constante m odi-cação6 assum indo um a sucessão de %estados& de-nidos !or !adr2es )ariados de ati)idades em curso em cada um de seus com !onentes. Voc !ode im aginar tudo isso com o um a com "inação das aç2es de um tor)e$inho de !essoas e de o" etos em o!eração dentro de um a área circunscrita. Im agine/ se no term ina$ de um grande aero!orto6 o$hando a sua )o$ta. V e ou)e o a$)oroço constante de m uitos sistem as di#erentes7 !essoas em "arcando ou
desem "arcando de a)i2es6 ou sim !$esm ente sentadas ou em !*U !essoas )agando ou andando com um a -na$idade a!arenteU a)i2es em circu$ação6 !artindo e chegandoU m ecnicos e carregadores no desem !enho de suas #unç2es. Im agine agora que )oc conge$e esse )4deo cont4nuo ou tire um a #otogra-a com um a grande angu$ar6 a"rangendo um a grande !orção de toda a cena. + que a!arece no enquadram ento conge$ado ou na #otogra-a desse instante * a im agem de um estado6 um !edaço arti-cia$ e m om entneo de )ida que indica o que se !assa)a nos )ários ;rgãos de um )asto organism o durante o tem !o de ex!osição de-nido !e$a )e$ocidade de a"ertura do dia#ragm a da m áquina #otográ-ca. Ea rea$idade6 as coisas são ainda m ais com !$icadas do que essa descrição deixa su!or. Con#orm e a esca$a de aná$ise6 os estados dos organism os !odem a!resentar/se com o unidades discretas ou em trans#orm ação cont4nua de uns !ara os outros.Q
O CORPO E O C>RE,RO I&TERAG E+: O ORG A&IS+O I&TERIOR + c*re"ro e o cor!o encontram /se indissocia)e$m ente integrados !or circuitos "ioqu4m icos e neurais rec4!rocos dirigidos um !ara o outro. 0xistem duas )ias !rinci!ais de interconexão. ( )ia em que norm a$m ente se !ensa !rim eiro * a constitu4da !or ner)os m otores e sensoriais !eri#*ricos que trans!ortam sinais de todas as !artes do cor!o !ara o c*re"ro6 e do c*re"ro !ara todas as !artes do cor!o. ( outra )ia6 que )em m enos #aci$m ente @ m ente6 em "ora se a "astante m ais antiga em term os e)o$uti)os6 * a corrente sangu4neaU e$a trans!orta sinais qu4m icos6 com o os horm Xnios6 os neurotransm issores e os neurom odu$adores. m sum ário sim !$i-cado * su-ciente !ara re)e$ar a com !$exidade das re$aç2es7 1Q Praticam ente todas as !artes do cor!o W cada m scu$o6 articu$ação ou ;rgão interno W !odem en)iar sinais !ara o c*re"ro atra)*s dos ner)os !eri#*ricos. 0sses sinais entram no c*re"ro no n4)e$ da m edu$a es!ina$ ou do tronco cere"ra$ e são trans!ortados !ara seu interior6 de estação neura$ em estação neura$6 at* os c;rtices som atossensoriais no $o"o !arieta$ e na região insu$ar. 'Q (s su"stncias qu4m icas que surgem da ati)idade do cor!o !odem a$cançar o c*re"ro !or m eio da corrente sangu4nea e in3uenciar seu #uncionam ento6 diretam ente ou !e$a estim u$ação de $ocais cere"rais es!eciais exem !$o7 o ;rgão su"#;rnixQ. ,Q Ea direção o!osta6 o c*re"ro !ode atuar6 !or interm *dio dos ner)os6 em todas as !artes do cor!o. +s agentes dessas aç2es são o sistem a ner)oso autXnom o ou )iscera$Q e o sistem a ner)oso m scu$o/esque$*tico ou )o$untárioQ. +s sinais !ara o sistem a ner)oso autXnom o tm origem nas regi2es e)o$uti)am ente m ais antigas a am 4gda$a6 o c4ngu$o6 o hi!otá$am o e o tronco cere"ra$Q6 enquanto os sinais !ara o sistem a m scu$o/esque$*tico tm origem em )ários c;rtices m otores e nc$eos m otores su"corticais. Q + c*re"ro atua tam "*m no cor!o !or m eio da !rodução ou da ordem !ara se !rodu9irQ de su"stncias qu4m icas que são $i"eradas na corrente sangu4nea6 com o horm Xnios6 transm issores e m odu$adores. 0sse assunto será a!ro#undado no !r;xim o ca!4tu$o. uando a-rm o que o cor!o e o c*re"ro #orm am um organism o indissociá)e$6 não estou exagerando. De #ato6 estou sim !$i-cando dem ais. Considere que o c*re"ro rece"e sinais não a!enas do cor!o m as6 em a$guns de seus setores6 de !artes de sua !r;!ria estrutura6 as quais rece"em sinais do cor!oB + organism o constitu4do !e$a !arceria c*re"ro/cor!o interage com o am "iente com o um
con unto6 não sendo a interação s; do cor!o ou s; do c*re"ro. Por*m 6 organism os com !$exos com o os nossos #a9em m ais do que interagir6 #a9em m ais do que gerar res!ostas externas es!ontneas ou reati)as que no seu con unto são conhecidas com o com !ortam ento. 0$es geram tam "*m res!ostas internas6 a$gum as das quais constituem im agens )isuais6 auditi)as6 som atossensoriaisQ que !ostu$ei com o sendo a "ase !ara a m ente.
SO,RE O CO+PORTA+E&TO E SO,RE A +E&TE
m icroestruturais in)is4)eis nos circuitos de neurXnios em cor!os ce$u$ares6 dendritos e axXnios6 e sina!sesQ se tornem um a re!resentação neura$6 a qua$ !or sua )e9 se trans#orm a num a im agem que cada um de n;s ex!eriencia com o sendo sua. Eum a !rim eira a!roxim ação6 a #unção g$o"a$ do c*re"ro * estar "em in#orm ado so"re o que se !assa no resto do cor!o o cor!o !ro!riam ente ditoQU so"re o que se !assa em si !r;!rioU e so"re o m eio am "iente que rodeia o organism o6 de m odo que se o"tenha acom odaç2es de so"re)i)ncia adequadas entre o organism o e o am "iente. De um a !ers!ecti)a e)o$uti)a6 nada está em contradição com isso. Se não ti)esse ha)ido o cor!o6 não teria surgido o c*re"ro. +s organism os sim !$es que !ossuem a!enas cor!o e com !ortam ento6 m as estão des!ro)idos de c*re"ro ou de m ente6 ainda existem e são6 de #ato6 "astante m ais num erosos que os seres hum anos em )árias ordens de grande9a. Pense nas m uitas e #e$ic4ssim as "act*rias6 tais com o a 7scherichia coli6 que )i)em neste m om ento dentro de cada um de n;s.
O ORG A&IS+O E O A+,IE&TE I&TERAG E+: A,ARCA&DO O +(&DO E'TERIOR Se o cor!o e o c*re"ro interagem intensam ente entre si6 o organism o que e$es #orm am interage de #orm a não m enos intensa com o am "iente que o rodeia. Suas re$aç2es são m ediadas !e$o m o)im ento do organism o e !e$os a!are$hos sensoriais. + am "iente deixa sua m arca no organism o de di)ersas m aneiras. m a de$as * !or m eio da estim u$ação da ati)idade neura$ dos o$hos dentro dos quais está a retinaQ6 dos ou)idos dentro dos quais está a c;c$ea6 um ;rgão sens4)e$ ao som 6 e o )est4"u$o6 um ;rgão sens4)e$ ao equi$4"rioQ e das m ir4ades de term inaç2es ner)osas $oca$i9adas na !e$e6 nas !a!i$as gustati)as e na m ucosa nasa$. (s term inaç2es ner)osas en)iam sinais !ara !ontos de entrada circunscritos no c*re"ro6 os cham ados c;rtices sensoriais iniciais " da )isão6 da audição6 das sensaç2es som áticas6 do !a$adar e do o$#ato. Im agine/os com o um a es!*cie de !orto seguro onde os sinais !odem chegar. Cada região sensoria$ inicia$ os c;rtices )isuais iniciais6 os c;rtices auditi)os iniciais etc.Q * um con unto de áreas di)ersas6 existindo um a intensa sina$i9ação cru9ada dentro desses agregados e cada con unto sensoria$ inicia$6 com o se !ode o"ser)ar na -gura 1.
si. 0xistem tam "*m setores cere"rais de onde surgem sinais m otores e qu4m icosU encontram /se entre esses setores de %sa4da& os nc$eos hi!ota$m icos e do tronco cere"ra$ e os c;rtices m otores. 1. Diagram a sim !$i-cado de a$gum as interconex2es existentes entre os %c;rtices )isuais iniciais& V16 V'6 V,6 V6 V5Q e trs estruturas su"corticais )isua$m ente re$acionadas7 o nc$eo genicu$ato $atera$ EGNQU o !u$)inar PNQ e o co$4cu$o su!erior co$Q. V1 * tam"*m conhecido como o c;rtex )isua$ %!rim ário& e corres!onde @ área 1> de Frodm ann. Re!are/se que a m aioria dos com !onentes nesse sistem a está inter$igado !or !ro eç2es de neurXnios que são esta"e$ecidas nos dois sentidos setasQ. + sina$ )isua$ de entrada !ara o sistem a dá/se atra)*s do o$ho6 )ia o EGN e o co$4cu$o. +s sinais de sa4da desse sistem a surgem a !artir de m uitos dos com !onentes em !ara$e$o !or exem !$o6 de V6 V5 etc.Q6 em direção a a$)os corticais e su"corticais.
(+ APARTE SO,RE A AR) (ITET(RA DE SISTE+AS &ER%OSOS Im agine que )oc está desenhando o c*re"ro hum ano e que tem es"oçados todos os !ortos !ara os quais trans!ortaria os )ários sinais sensoriais. Eão seria adequado m isturar os sinais )indos de di#erentes #ontes sensoriais6 !or exem !$o6 da )isão e da audição6 o m ais cedo !oss4)e$6 !ara que o c*re"ro !udesse gerar %re!resentaç2es integradas& de coisas sim u$taneam ente )istas e ou)idas? Voc não dese aria associar essas re!resentaç2es a contro$es m otores de m odo que o c*re"ro !udesse res!onder/$hes de #orm a e-ca9? Sua res!osta seria um sim 6 sem hesitação6 m as não tem sido essa a res!osta da nature9a. Com o #oi dem onstrado há a$gum as d*cadas num im !ortante estudo de conex2es neuronais rea$i9ado !or 0. G. Mones e =. P. S. PoKe$$6 a nature9a não !erm ite que os !ortos sensoriais #a$em diretamente uns com os outros e tam "*m não consente que #a$em diretamente com os contro$es m otores. 1 Por exem !$o6 no n4)e$ do c;rtex cere"ra$6 cada con unto de áreas sensoriais iniciais tem de #a$ar !rim eiro com um a s*rie de regi2es inter!ostas6 as quais #a$am com regi2es ainda m ais distantes6 e assim !or diante. ( con)ersa * $e)ada a e#eito !or axXnios que se !ro etam nessa direção6 ou !ro eç2es diretas6 os quais con)ergem !ara regi2es situadas num outro !$ano do !rocessam ento neura$6 regi2es essas que6 !or sua )e96 con)ergem !ara outras regi2es. Pode !arecer que esses 3uxos m $ti!$os6 !ara$e$os e con)ergentes term inam em a$guns )*rtices6 com o o c;rtex m ais !r;xim o do hi!ocam !o o c;rtex entorina$Q ou a$guns setores do c;rtex !r*/#ronta$ o dorso$atera$ ou )entrom edianoQ.
criar um a !eriodicidade !er!*tua. +utra ra9ão !e$a qua$ os 3uxos não %term inam & * a de que6 !ara #ora de a$gum as de suas estaç2es6 em es!ecia$ aque$as co$ocadas @ #rente6 saem !ro eç2es diretas !ara os contro$es m otores. (ssim 6 a com unicação dos setores de entrada entre si e dos setores de entrada com os de sa4da não * direta6 m as antes m ediada !e$a uti$i9ação de um a arquitetura com !$exa de agregados de neurXnios inter$igados. Eo n4)e$ do c;rtex cere"ra$6 esses agregados são regi2es corticais $oca$i9adas dentro de di)ersos c;rtices de associação. Eo entanto6 a com unicação m ediada ocorre tam "*m !or m eio dos grandes nc$eos su"corticais6 com o os que existem no tá$am o e nos gng$ios "asais6 e !or m eio de nc$eos !equenos6 com o os do tronco cere"ra$. 0m sum a6 o nm ero de estruturas cere"rais que se encontram $oca$i9adas entre os setores de entrada e os de sa4da * grande6 e a com !$exidade dos !adr2es de conexão * enorm e. ( questão que m ais natura$m ente ocorre *7 o que acontece em todas essas estruturas %inter!ostas&6 de que nos ser)e toda essa com !$exidade? 0 a res!osta *7 a ati)idade a$i existente6 unto com a ati)idade das áreas de entrada e de sa4da6 constr;i m om entaneam ente e m ani!u$a #urti)am ente as im agens de nossa m ente. Com "ase nessas im agens6 so"re as quais m e de"ruçarei nas !áginas seguintes6 !odem os inter!retar os sinais a!resentados aos c;rtices sensoriais iniciais de m odo a organi9á/$os so" a #orm a de conceitos e c$assi-cá/$os. Podem os adquirir estrat*gias !ara raciocinar e tom ar decis2esU e !odem os se$ecionar um a res!osta m otora a !artir do e$enco dis!on4)e$ no c*re"ro ou #orm u$ar um a res!osta m otora no)a6 que * um a com !osição dese ada e de$i"erada de aç2es que !ode ir desde um a ex!ressão de c;$era at* a"raçar um a criança6 desde escre)er um a carta !ara o editor at* tocar um a sonata de
(+A +E&TE I&TEG RADA RES(.TA&TE DE (+A ATI%IDADE -RAG +E&TADA m a #a$sa intuição com um 6 !arti$hada !or m uitos dos que gostam de !ensar so"re a #orm a com o o c*re"ro #unciona6 * a de que as m $ti!$as $inhas de !rocessam ento sensoria$ ex!erienciadas na m ente W im agens e sons6 sa"or e arom a6 textura su!er-cia$ e #orm a W %ocorrem & todas num a nica estrutura cere"ra$. 0m certa m edida6 * ra9oá)e$ !ensar que o que está em con unto na
m ente está em con unto num dado $oca$ do c*re"ro6 onde di#erentes as!ectos sensoriais se com "inariam . ( m etá#ora usua$ tem um !ouco a )er com um a grande te$a de cinemascope equi!ada !ara um g$orioso =echnico$or6 com som estereo#Xnico e ta$)e9 um a tri$ha odorante. Danie$ Dennett tem discutido esse conceito6 a que deu o t4tu$o de %teatro cartesiano&6 e argum entou de #orm a !ersuasi)a6 em term os de #unç2es cogniti)as6 que o teatro cartesiano não !ode existir. ' =am "*m eu de#endo que6 no !$ano da neurocincia6 o teatro cartesiano * um a intuição #a$sa. Vou resum ir aqui m inhas ra92es6 as quais á discuti !orm enori9adam ente em outros $ocais. ,
acedido em #ornec/$os. Cada sistem a sensoria$ * equi!ado !ara !ro)idenciar seus !r;!rios m ecanism os $ocais de atenção e de m em ;ria de tra"a$ho.
I+AG E&S DO AG ORA I+AG E&S DO PASSADO E I+AG E&S DO -(T(RO + conhecim ento #actua$ necessário !ara o racioc4nio e !ara a tom ada de decis2es chega @ m ente so" a #orm a de im agens. De"rucem o/nos6 agora6 so"re o !oss4)e$ su"strato neura$ dessas im agens. Se )oc o$har !e$a ane$a !ara um a !aisagem de outono6 se ou)ir a m sica de #undo que está tocando6 se des$i9ar seus dedos !or um a su!er#4cie de m eta$ $isa ou ainda se $er estas !a$a)ras6 $inha a!;s $inha6 at* ao -m da !ágina6 estará #orm ando im agens de m oda$idades sensoriais di)ersas. (s im agens assim #orm adas cham am /se imagens perceptivas.
racioc4nio. ( construção * !or )e9es regu$ada !e$o m undo exterior ao c*re"ro6 isto *6 !e$o m undo que está dentro de nosso cor!o ou em torno de$e6 com um a !equena a uda da m em ;ria do !assado. H isso que se !assa quando geram os im agens !erce!ti)as. +utras )e9es6 a construção * inteiram ente dirigida !e$o interior do c*re"ro6 !e$o nosso doce e si$encioso !rocesso de !ensam ento6 de cim a !ara "aixo. H o que se !assa6 !or exem !$o6 quando e)ocam os a m e$odia #a)orita ou recordam os cenas )isuais com os o$hos #echados6 quer se am um a re!osição de um acontecim ento rea$ ou #ruto de nossa im aginação. Por*m 6 a ati)idade neura$ que está m ais intim am ente re$acionada com as im agens que ex!erienciam os ocorre nos c;rtices sensoriais iniciais e não nas outras regi2es. ( ati)idade nos c;rtices sensoriais iniciais6 quer se a desencadeada !e$a !erce!ção ou !e$a e)ocação de recordaç2es6 * um resu$tado6 !or assim di9er6 de !rocessos com !$exos que o!eram insidiosam ente em num erosas regi2es do c;rtex cere"ra$ e dos nc$eos de neurXnios que se encontram a"aixo do c;rtex6 os gng$ios "asais6 o tronco cere"ra$ e outros $ocais. 7m sum a8 as imagens so aseadas diretamente nas representaç/es neurais9 e apenas nessas9 2ue ocorrem nos c,rtices sensoriais iniciais e so topogra:camente organi*adas.
-OR+A67O DE I+AG E&S PERCEPTI%AS Com o se #orm am as im agens quando )oc !erce"e a$go no m undo exterior6 com o um a !aisagem 6 ou no cor!o6 com o um a dor no coto)e$o direito? 0m am "os os casos6 existe um !rim eiro !asso que * necessário m as não su-ciente7 os sinais em itidos !e$o setor do cor!o em questão o$ho e retina6 no !rim eiro casoU term inaç2es ner)osas da articu$ação do coto)e$o6 no segundoQ são trans!ortados !or neurXnios ao $ongo dos axXnios e atra)*s de )árias sina!ses e$etroqu4m icas6 !ara o c*re"ro. +s sinais são rece"idos !e$os c;rtices sensoriais iniciais .g Para os sinais )indos da retina6 a rece!ção acontecerá nos c;rtices )isuais iniciais6 $oca$i9ados na !arte !osterior do c*re"ro6 no $o"o occi!ita$. Para os sinais )indos da articu$ação do coto)e$o6 a rece!ção acontecerá nos c;rtices som atossensoriais iniciais6 nas regi2es !arieta$ e insu$ar6 que são o setor cere"ra$ que se encontra dani-cado na anosognosia. De)e/se sa$ientar6 no)am ente6 que não se trata de um centro6 m as de um con;unto de áreas. Cada um a das áreas que #a9em !arte do con unto * com !$exa6 e a rede de interconex2es #orm ada !or e$a * ainda m ais intricada. (s re!resentaç2es to!ogra-cam ente organi9adas resu$tam não de um a dessas áreas6 m as de sua interação concertada. Eão existe nada de #reno$;gico nessa ideia. uando todos ou a m aioria dos c;rtices sensoriais iniciais de um a dada m oda$idade sensoria$ são destru4dos6 a ca!acidade !ara #orm ar im agens nessa m oda$idade desa!arece. +s doentes !ri)ados de c;rtices )isuais iniciais não são ca!a9es de enxergar quase nada. ($gum as ca!acidades sensoriais residuais são !reser)adas6 !ro)a)e$m ente !orque as estruturas corticais e su"corticais re$acionadas com a m oda$idade sensoria$ estão intatas. (!;s um a destruição extensa dos c;rtices )isuais iniciais6 a$guns doentes conseguem a!ontar !ara #ocos de $u9 que con#essam não )erU e$es tm o que * conhecido !or %)isão cega&. +s c;rtices !arietais6 os co$4cu$os su!eriores e o tá$am o são a!enas a$gum as das estruturas !ossi)e$m ente en)o$)idas nesses !rocessos.Q ( de-cincia
!erce!ti)a !ode ser es!ec4-ca. (!;s a $esão de um dos su"sistem as contidos nos c;rtices )isuais iniciais6 !or exem !$o6 !ode/se !erder a ca!acidade de )er corU essa !erda !ode ser com !$eta ou !arcia$6 de #orm a que as cores são !erce"idas com o se esti)essem des)anecidas. +s doentes a#etados !or essa anom a$ia )eem a #orm a6 o m o)im ento e a !ro#undidade6 m as não a cor. Eesse estado6 a acrom ato!sia6 as !essoas constroem um uni)erso em tons de cin9ento. 0m "ora os c;rtices sensoriais iniciais e as re!resentaç2es to!ogra-cam ente organi9adas que #orm am se am necessários !ara a ocorrncia de im agens na conscincia6 e$es não !arecem 6 contudo6 ser su-cientes. 0m outras !a$a)ras6 se nossos c*re"ros a!enas gerassem "oas re!resentaç2es to!ogra-cam ente organi9adas e nada m ais -9essem com essas re!resentaç2es6 du)ido de que a$gum a )e9 !ud*ssem os estar conscientes de sua existncia com o im agens. Com o sa"er4am os que e$as são as nossas im agens? ( su" eti)idade6 o e$em ento/ cha)e da conscincia6 estaria ausente nesse design do c*re"ro. á outras condiç2es que tm de se concreti9ar tam "*m . 0ssas re!resentaç2es neurais tm de estar corre$acionadas de #orm a essencia$ com aque$as que6 de m om ento a m om ento6 constituem a "ase neura$ !ara o eu. h Vo$tarei a esse assunto nos ca!4tu$os > e 16 m as de)o di9er6 neste !onto6 que o eu não * o m a$/a#am ado hom ncu$o6 um a !equena criatura no interior do c*re"ro que a!reende e !ensa nas im agens que o c*re"ro )ai #orm ando. =rata/se6 antes6 de um estado neuro"io$;gico !er!etuam ente recriado. (nos de ataque usti-cado ao conceito do hom ncu$o tm tornado m uitos te;ricos igua$m ente receosos do conceito do eu.
AR+AE&AR I+AG E&S E -OR+AR I+AG E&S POR E%OCA67O (s im agens no são arm a9enadas so" a #orm a de #otogra-as #ac/sim i$ares de coisas6 de acontecim entos6 de !a$a)ras ou de #rases. + c*re"ro não arqui)a #otogra-as Po$aroid de !essoas6 o" etos6 !aisagensU nem arm a9ena -tas m agn*ticas com m sica e #a$aU não arm a9ena -$m es de cenas de nossa )idaU nem ret*m cart2es com %deixas& ou m ensagens de te$e!rom !ter do ti!o daque$as que a udam os !o$4ticos a ganhar a )ida. 0m resum o6 não !arecem existir im agens de qua$quer coisa que se a !erm anentem ente retida6 m esm o em m iniatura6 em m icro-chas6 m icro-$m es ou outro ti!o de c;!ias. Dada a enorm e quantidade de conhecim ento que adquirim os durante a )ida6 qua$quer ti!o de arm a9enam ento #ac/sim i$ar co$ocaria !ro)a)e$m ente !ro"$em as insu!erá)eis de ca!acidade. Se o c*re"ro #osse com o um a "i"$ioteca con)enciona$6 esgotar4am os suas !rate$eiras @ sem e$hança do que acontece nas "i"$iotecas. ($*m disso6 o arm a9enam ento #ac/sim i$ar co$oca tam "*m !ro"$em as di#4ceis de e-cincia do acesso @ in#orm ação. =odos !ossu4m os !ro)as concretas de que sem !re que recordam os um dado o" eto6 um rosto ou um a cena6 não o"tem os um a re!rodução exata6 m as antes um a interpretaço6 um a no)a )ersão reconstru4da do origina$.
im agens a!roxim adas do que ex!erienciam os anteriorm ente. + #ato de essas a!roxim aç2es não serem exatas6 ou serem m enos )4)idas que as im agens que tencionam re!rodu9ir6 não * um a contradição. m a das tentati)as de res!osta a esse !ro"$em a sugere que as im agens m entais são construç2es m om entneas6 tentativas de r Com o #orm am os as re!resentaç2es to!ogra-cam ente organi9adas necessárias !ara ex!erienciar im agens e)ocadas? Creio que essas re!resentaç2es são m om entaneam ente constru4das so" o com ando de !adr2es neurais dispositivos adquiridos em outros $ocais do c*re"ro. ti$i9o o term o dis!ositi)o !orque o que e$es #a9em * dar ordens a outros !adr2es neurais6 tornar !oss4)e$ que a ati)idade neura$ ocorra em outro $oca$6 em circuitos que #a9em !arte do m esm o sistem a e com os quais se esta"e$eceu um a #orte interconexão neurona$. (s re!resentaç2es dis!ositi)as existem com o !adr2es !otenciais de ati)idade neurona$ em !equenos gru!os de neurXnios a que cham o %9onas de con)ergncia&. (s dis!osiç2es re$acionadas com im agens e)ocá)eis #oram adquiridas !or a!rendi9agem e6 !or isso6 !odem os di9er que constituem um a m em ;ria. (s 9onas de con)ergncia6 cu as re!resentaç2es dis!ositi)as !odem resu$tar em im agens quando dis!aram %!ara trás& 6i ou se a6 )o$tam em direção aos c;rtices sensoriais iniciais6 estão $oca$i9adas !or toda a !arte nos c;rtices de associação de a$to n4)e$ nas regi2es occi!ita$6 tem !ora$6 !arieta$ e #ronta$Q e nos gng$ios "asais e estruturas $4m "icas. + que as re!resentaç2es dis!ositi)as arm a9enam em suas !equenas com unidades
de sina!ses não * um a im agem per se6 m as um m eio !ara reconstruir um es"oço dessa im agem . Se )oc !ossui um a re!resentação dis!ositi)a !ara o rosto de tia
15. 0ste diagram a re!resenta um o"ser)ador que o$ha !ara o est4m u$o a!resentado a um anim a$ ex!erim enta$ e6 su"sequentem ente6 o"ser)a a ati)ação causada !or esse est4m u$o no c;rtex )isua$ do anim a$6 desco"rindo um a notá)e$ consistncia entre a #orm a do est4m u$o e a #orm a do !adrão de ati)idade cere"ra$ existente num a das cam adas do c;rtex )isua$ !rim ário cam ada CQ. + est4m u$o e a im agem cere"ra$ #oram retirados do tra"a$ho de Roger =oote$$6 que rea$i9ou essa ex!erincia. + que estou cham ando de um a re!resentação dis!ositi)a * um a !otencia$idade de dis!aro dorm ente que ganha )ida quando os neurXnios se acionam com um determ inado !adrão6 a um determ inado ritm o6 num determ inado inter)a$o de tem !o e em direção a um a$)o !articu$ar6 que * outro con unto de neurXnios. Eingu*m sa"e qua$ !oderia ser o as!ecto dos %c;digos& contidos no con unto6 a!esar das m uitas desco"ertas recentes que tm sido acum u$adas !e$o estudo da m odi-cação siná!tica.
O CO&HECI+E&TO > I&CORPORADO E+ REPRESE&TA6=ES DISPOSITI%AS (s re!resentaç2es dis!ositi)as constituem o nosso de!;sito integra$ de sa"er e inc$uem tanto o conhecim ento inato com o o adquirido !or m eio da ex!erincia. + conhecim ento inato "aseia/se em re!resentaç2es dis!ositi)as existentes no hi!otá$am o6 no tronco cere"ra$ e no sistem a $4m "ico. Podem os conce"/$o com o com andos da regu$ação "io$;gica necessários !ara a so"re)i)ncia isto *6 o contro$e do m eta"o$ism o6 im !u$sos e instintosQ. 0$es contro$am m uitos !rocessos6 m as6 de um m odo gera$6 não se trans#orm am em im agens na m ente. 0sse assunto será discutido no !r;xim o ca!4tu$o. + conhecim ento adquirido "aseia/se em re!resentaç2es dis!ositi)as existentes tanto nos c;rtices de a$to n4)e$ com o ao $ongo de m uitos nc$eos de m assa cin9enta $oca$i9ados a"aixo do n4)e$ do c;rtex. ($gum as dessas re!resentaç2es dis!ositi)as contm registros so"re o conhecim ento im ag*tico que !odem os e)ocar e que * uti$i9ado !ara o m o)im ento6 o racioc4nio6 o !$ane am ento e a criati)idadeU e outras contm registros de regras e de estrat*gias com as quais m ani!u$am os essas im agens. ( aquisição de conhecim ento no)o * conseguida !e$a m odi-cação cont4nua dessas re!resentaç2es dis!ositi)as. uando as re!resentaç2es dis!ositi)as são ati)adas6 e$as !odem dar origem a )ários resu$tados. Podem dis!arar outras re!resentaç2es dis!ositi)as6 com as
quais estão #ortem ente re$acionadas !e$o design do design do circuito !or exem !$o6 re!resentaç2es dis!ositi)as no c;rtex tem !ora$ !oderiam dis!arar re!resentaç2es dis!ositi)as no c;rtex occi!ita$6 as quais #a9em !arte dos m esm os sistem as re4orçadosQ. re4orçadosQ. +u !odem gerar um a re!resentação to!ogra-cam ente organi9ada !ara os c;rtices sensoriais iniciais ou ati)ando outras re!resentaç2es dis!ositi)as $oca$i9adas no m esm o sistem a re4orçado. re4orçado. +u !odem ainda gerar um m o)im ento !e$a ati)ação de um c;rtex m otor ou de um nc$eo6 com o !or exem !$o os gng$ios "asais. + a!arecim ento de um a im agem !or e)ocação resu$ta da reconstrução de um !adrão transit;rio m eta#oricam ente6 um m a!aQ nos c;rtices sensoriais iniciais6 e o desencadeador !ara a reconstrução * a ati)ação das re!resentaç2es dis!ositi)as $oca$i9adas em outros $ocais do c*re"ro6 com o !or exem !$o um c;rtex de associação. + m esm o ti!o de ati)ação cartogra#ada ocorre nos c;rtices m otores e constitui a "ase !ara o m o)im ento. (s re!resentaç2es dis!ositi)as6 com "ase nas quais o m o)im ento ocorre6 estão $oca$i9adas nos c;rtices !r*/m otores6 gng$ios "asais e c;rtices $4m "icos. 0xistem dados que indicam que e$as ati)am tanto os m o)im entos do cor!o com o as im agens internas do m o)im ento do cor!oU de)ido @ nature9a )e$o9 dos m o)im entos6 esses $tim os são norm a$m ente m ascarados na conscincia !e$o estado de a$erta !erante o !r;!rio m o)im ento.
E+ .ARG A +EDIDA O PE&SA+E&TO > -EITO DE I+AG E&S Di9/se #requentem #requentem ente que o !ensam ento não * #eito a!enas de im agens6 que * constitu4do tam "*m !or !a$a)ras e !or s4m "o$os a"stratos não im ag*ticos. Eingu*m negará certam ente que o !ensam ento inc$ui !a$a)ras e s4m "o$os ar"itrários. ar"itrários.
!erce!ti)a to!ogra-ca to!ogra-cam m ente cartogra#ada7 não !arece existir nenhum a )ia anatXm ica de introdu9ir in#orm ação sensoria$ com !$exa no c;rtex de associação6 que sustenta as re!resentaç2es dis!ositi)as6 sem uti$i9ar !rim eiro os c;rtices sensoriais iniciais. Isso !ode não ser )erdadeiro !ara in#orm aç2es sensoriais não com !$exas.Q +s com entários acim a a!resentados a!$icam /se igua$m ente aos s4m "o$os que !odem os uti$i9ar na reso$ução m enta$ de um !ro"$em a m atem ático em "ora ta$)e9 não a"ran am todas as #orm as de !ensam ento m atem áticoQ. Se esses s4m "o$os não #ossem im aginá)eis6 não os conhecer4am os e não ser4am os ca!a9es de m ani!u$á/$os conscientem ente. Eessa !ers!ecti)a6 * interessante o"ser)ar que )ários m atem áticos e #4sicos descre)em seus !ensam entos com o dom inados !or im agens. H #requente as im agens serem )isuais e ta$)e9 at* m esm o som atossensoriais. De m odo não sur!reendente6 Fenoit
A.G (+AS PA.A%RAS SO,RE O DESE&%O.%I+E&TO &E(RA. Com o #oi anteriorm ente discutido6 os sistem as e os circuitos cere"rais6 assim com o as o!eraç2es que executam 6 de!endem do !adrão das conex2es entre neurXnios e do !oder das sina!ses que constituem essas conex2es.
na atividade adulta das estruturas evolutivamente modernas do cncias amientais 2ue so complementadas e restringidas pela in=u$ncia dos circuitos estaelecidos de 4orma inata e precisa9 relacionados com a regulaço iol,gica. 0m sum a6 a ati)idade dos circuitos nos setores cere"rais m odernos e estim u$ados !e$a ex!erincia o neoc;rtex6 !or exem !$oQ * indis!ensá)e$ !ara a !rodução de um a c$asse !articu$ar de re!resentaç2es neurais nas quais se "aseiam a m ente im agensQ e as aç2es intencionais. Contudo6 o neoc;rtex não !ode !rodu9ir im agens se o su"terrneo antigo do c*re"ro o hi!otá$am o6 o tronco cere"ra$Q não se encontrar intato e coo!erati)o. 0sse arran o !ode !arecer estranho. =em os aqui circuitos inatos cu a #unção * a de regu$ar o #uncionam ento do cor!o e assegurar a so"re)i)ncia do organism o6 a qua$ * a$cançada !e$o contro$e das o!eraç2es "ioqu4m icas internas do sistem a end;crino6 do sistem a im uno$;gico e das )4sceras6 assim com o !e$os im !u$sos e instintos. Por que de)eriam esses circuitos inter#erir na m ode$ação daque$es m ais m odernos e !$ásticos6 res!onsá)eis !e$a re!resentação de nossas ex!erincias adquiridas? ( res!osta a essa im !ortante !ergunta está no #ato de tanto os registros das ex!erincias com o as res!ostas a e$as6 !ara serem ada!tati)os6 de)erem ser a)a$iados e m ode$ados !or um con unto #undam enta$ de !re#erncias do organism o que considera a so"re)i)ncia o o" eti)o su!rem o. Parece que6 de)ido a essa a)a$iação e m ode$ação serem )itais !ara a continuidade do organism o6 os genes es!eci-cam tam "*m que os circuitos inatos de)em exercer um a in3uncia !oderosa so"re )irtua$m ente todo o con unto de circuitos que !odem ser m odi-cados !e$a ex!erincia. 0ssa in3uncia * desem !enhada6 em grande !arte6 !or neurXnios %m odu$adores& que atuam nos circuitos restantes. 0sses neurXnios m odu$adores estão $oca$i9ados no tronco cere"ra$ e no !rosenc*#a$o "asa$ e são in3uenciados !e$as interaç2es do organism o que ocorrem a todo m om ento. 0$es distri"uem neurotransm issores tais com o do!am ina6 nore!ine#rina6 serotonina e aceti$co$inaQ !or regi2es dis!ersas do c;rtex cere"ra$ e dos nc$eos su"corticais. 0sse inte$igente arran o !ode ser descrito da seguinte m aneira7 1Q os circuitos regu$adores inatos tm com o #unção !rinci!a$ a so"re)i)ncia do organism o e6 em consequncia6 são inteirados do que está acontecendo nos setores m ais m odernos do c*re"roU 'Q o as!ecto "om e m au das situaç2es */$hes regu$arm ente assina$adoU e ,Q e$es ex!ressam a sua reação re$ati)a a essa qua$i-cação in3uenciando a #orm a com o o resto do c*re"ro * m ode$ado6 de m odo que esse !ossa a!oiar a so"re)i)ncia da m aneira m ais e-ca9 !oss4)e$. (ssim 6 @ m edida que !rogredim os da in#ncia !ara a idade adu$ta6 o design dos circuitos cere"rais que re!resentam nosso cor!o em e)o$ução e sua interação com o m undo !arece de!ender tanto das ati)idades em que o organism o se em !enha com o da ação de circuitos "iorregu$adores inatos6 ? medida 2ue os ltimos reagem a tais atividades. 0ssa a"ordagem su"$inha a inadequação de conce"er c*re"ro6 com !ortam ento e m ente em term os de nature9a versus educação6 ou de genes versus ex!erincia. Eossos c*re"ros e nossas m entes não
são taulae rasae quando nascem os. Contudo6 tam "*m não são6 na sua tota$idade6 geneticam ente determ inados. ( som "ra gen*tica tem um grande a$cance m as não * com !$eta. +s genes !ro!orcionam a um dado com !onente cere"ra$ sua estrutura precisa e a outro com !onente um a estrutura que está para ser determinada. Eo entanto6 a estrutura a ser determ inada s; !ode ser o"tida so" a in3uncia de trs e$em entos7 1Q a estrutura exataU 'Q a ati)idade indi)idua$ e as circunstncias nas quais a !a$a)ra -na$ ca"e ao m eio am "iente hum ano e #4sico6 assim com o ao acasoQU e ,Q as !ress2es da auto/organi9ação que em ergem da extraordinária com !$exidade do sistem a. + !er-$ im !re)is4)e$ das ex!erincias de cada indi)4duo tem rea$m ente um a !a$a)ra a acrescentar ao design dos circuitos6 tanto direta com o indiretam ente6 !e$a reação que desencadeia nos circuitos inatos e !e$as consequncias que tais reaç2es tm no !rocesso g$o"a$ de m ode$ação de circuitos.1> (-rm ei no ca!4tu$o ' que a o!eração dos circuitos de neurXnios de!ende do !adrão de conex2es existentes entre os neurXnios e do !oder das sina!ses que esta"e$ecem essas conex2es. Eum neurXnio em estado de excitação6 !or exem !$o6 as sina!ses estim u$adoras #aci$itam o dis!aro6 enquanto as sina!ses ini"idoras #a9em o contrário. Eeste m om ento6 !osso di9er que6 de)ido a di#erentes ex!erincias causarem a )ariação da !otncia siná!tica dentro e atra)*s de m uitos sistem as neurais6 a ex!erincia m ode$a o design dos circuitos. ($*m disso6 em a$guns sistem as6 m ais do que em outros6 as !otncias siná!ticas !odem a$terar/se ao $ongo do !er4odo de )ida do indi)4duo !ara re3etir as di#erentes ex!erincias do organism o e6 com o resu$tado6 o design dos circuitos cere"rais continua tam "*m a a$terar/se. +s circuitos não são a!enas rece!ti)os aos resu$tados da !rim eira ex!erincia6 m as re!etidam ente 3ex4)eis e suscet4)eis de serem m odi-cados !or ex!erincias cont4nuas. 1A ($guns circuitos são rem ode$ados )e9es sem conta ao $ongo do tem !o de )ida do indi)4duo6 de acordo com as a$teraç2es que o organism o so#re. +utros !erm anecem !redom inantem ente está)eis e #orm am a %co$una )erte"ra$& das noç2es que constru4m os so"re o m undo interior e exterior. ( ideia de que todos os circuitos são e)anescentes #a9 !ouco sentido. ( susceti"i$idade de m odi-cação indiscrim inada teria criado indi)4duos inca!a9es de se reconhecerem uns aos outros e des!ro)idos do sentido de sua !r;!ria "iogra-a. 0sse arran o não seria ada!tati)o6 e * "astante c$aro que ta$ não acontece. m a !ro)a sim !$es de que a$gum as re!resentaç2es adquiridas são re$ati)am ente está)eis encontra/se no estado conhecido com o m em "ro #antasm a. ($guns indi)4duos que so#rem a am !utação de um m em "ro !or exem !$o6 a !erda da m ão e do "raço6 deixando/ os com um coto acim a do n4)e$ do coto)e$oQ re$atam a seus m *dicos que ainda sentem o m em "ro ausente6 que conseguem a!reender seus m o)im entos im aginários e sentir dor6 #rio ou ca$or %no& m em "ro ausente. H ;")io que esses doentes !ossuem um a m em ;ria do seu m em "ro6 ou não seriam ca!a9es de #orm ar um a im agem de$e em suas m entes. Eo entanto6 com o tem !o6 a$guns doentes !odem ex!erienciar um a redução do m em "ro #antasm a6 o que6 a!arentem ente6 indica que a m em ;ria W ou sua re!rodução na conscincia W * !ass4)e$ de re)isão. + c*re"ro necessita de um equi$4"rio entre os circuitos cu a -de$idade de dis!aro * )o$áti$ com o o m ercrio e aque$es que são m ais resistentes @ m udança. +s circuitos que nos a udam a reconhecer nosso rosto no es!e$ho6 ho e6 sem qua$quer sur!resa6 a$teraram /se suti$m ente !ara acom odar as m odi-caç2es estruturais que a !assagem do tem !o !ro)oca em nossa #ace. a Bod% proper 6 no origina$ ing$s. E. =.Q " 7arl% no origina$ ing$s. E. =.Q c !oops no origina$. E. =.Q
d Temporal window no origina$. E. =.Q e Timing no origina$. E. =.Q # #istiming no origina$. E. =.Q g + #uncionamento da maquinaria !erce!ti)a dentro desses c;rtices iniciais com eça agora a ser com !reendido. +s estudos do sistem a )isua$6 acerca do qua$ tem os agora reunida um a grande quantidade de dados neuroanatXm icos6 neuro-sio$;gicos e !sico#4sicos6 estão a"rindo o cam inho !ara essa com !reensão6 m as existe ainda um a !ro#usão de outras no)as desco"ertas so"re os sistem as som atossensoria$ e auditi)o. =odos esses c;rtices iniciais #orm am um a a$iança dinm ica6 e as re!resentaç2es to!ogra-cam ente organi9adas que e$es geram m udam sem !re com o ti!o e a quantidade de in#orm ação de entrada6 com o tem sido dem onstrado !e$o tra"a$ho de )ários in)estigadores. h )el4 em ing$s. E. Pre!.Q i ( noção de %!ara trás& corres!onde ao ing$s % ack:re& ou %retroactivate&6 ex!ress2es que descre)em o dis!aro na direção in)ersa6 ao $ongo de axXnios de 4eedack . E. =.Q +"ser)e/se que quando uso a !a$a)ra inato $itera$mente7 !resente no nascim entoQ não estou exc$uindo a existncia de um !a!e$ !ara o am "iente e !ara a a!rendi9agem na determ inação de um a dada estrutura ou !adrão de ati)idade. $ Re5ula!"o bioló5ia e sobre3i3Fnia DISPOSI6=ES PARA A SO,RE%I%<&CIA ( so"re)i)ncia de um dado organism o de!ende de um a s*rie de !rocessos "io$;gicos que m antm a integridade das c*$u$as e dos tecidos em toda a sua estrutura. Ve am os um exem !$o6 ainda que sim !$es6 do que aca"o de a-rm ar. ( !ar de )árias outras necessidades6 os !rocessos "io$;gicos !recisam de um #ornecim ento a!ro!riado de oxignio e nutrientes6 o qua$ se "aseia na res!iração e na a$im entação. Para ta$6 o c*re"ro !ossui circuitos neurais inatos cu os !adr2es de ati)idade6 coad u)ados !or !rocessos "ioqu4m icos no cor!o !ro!riam ente dito6 contro$am de #orm a segura re3exos6 im !u$sos e instintos6 garantindo assim que a res!iração e a a$im entação ocorram de acordo com o necessário. Retom ando o tem a do ca!4tu$o anterior6 note/se que os circuitos neurais inatos contm re!resentaç2es dis!ositi)as. ( ati)ação dessas dis!osiç2es desencadeia um com !$exo con unto de res!ostas. 0m outra #rente6 a -m de e)itar condiç2es am "ientais ad)ersas ou a destruição !or !arte de !redadores6 existem circuitos neurais !ara im !u$sos e instintos que indu9em 6 !or exem !$o6 com !ortam entos de $uta ou de #uga. +utros circuitos contro$am os im !u$sos e os instintos que a udam a assegurar a continuidade dos genes !or m eio do com !ortam ento sexua$ ou do cuidado da !ro$eQ. Podem m encionar/se inm eros outros circuitos e im !u$sos es!ec4-cos6 entre os quais se contam aque$es que se re!ortam @ !rocura de um a quantidade idea$ de $um inosidade ou escuridão6 de ca$or ou de #rio6 de acordo com a hora do dia ou com a tem !eratura am "iente. 0m gera$6 os im !u$sos e os instintos o!eram quer diretam ente6 !e$a geração de um determ inado com !ortam ento6 quer m ediante a indução de estados -sio$;gicos que $e)am os indi)4duos a agir de determ inado m odo6 de #orm a consciente ou não. Praticam ente todos os com !ortam entos que resu$tam de im !u$sos e instintos contri"uem !ara a so"re)i)ncia quer em term os diretos6 !e$a execução de aç2es de !reser)ação da )ida6 quer em term os indiretos6 !e$a criação de condiç2es )anta osas !ara a so"re)i)ncia ou !e$a dim inuição da in3uncia de condiç2es !otencia$m ente ad)ersas. (s em oç2es e os sentim entos6 que são centrais !ara a )isão da raciona$idade que estou !ro!ondo6 são um a
!oderosa m ani#estação dos im !u$sos e dos instintos6 constituindo um a !arte essencia$ da sua ati)idade. Eão traria qua$quer )antagem !erm itir que as dis!osiç2es que contro$am os !rocessos "io$;gicos "ásicos )ariassem m uito. m a a$teração signi-cati)a acarretaria o risco de dis#unç2es gra)es em di)ersos sistem as de ;rgãos e a e)entua$idade de um estado de doença ou m esm o de m orte. Isso não in)a$ida que !ossam os in3uenciar intenciona$m ente os com !ortam entos que são !or há"ito condu9idos !or esses !adr2es neurais inatos. Podem os segurar a res!iração quando nadam os de"aixo de água6 durante a$gum tem !oU !odem os decidir #a9er um e um !ro$ongadoU !odem os in3uenciar nosso ritm o card4aco com "astante #aci$idade e at* a$terar a !ressão sangu4nea sistm ica6 com um !ouco m enos de #aci$idade. Eo entanto6 em nenhum desses casos existe e)idncia de que as dis!osiç2es m udem . + que m uda * um ou outro com !onente do !adrão com !ortam enta$ su"sequente6 que conseguim os ini"ir de di)ersas m aneiras6 se a uti$i9ando a #orça m uscu$ar segurando a res!iração !e$a contração das )ias res!irat;rias su!eriores e caixa torácicaQ6 se a !e$a sim !$es #orça de )ontade. =am !ouco isso in)a$ida que os !adr2es inatos !ossam ser m odu$ados em term os do seu dis!aro W tornando/se m ais suscet4)eis de dis!arar ou não W !e$os sinais neurais de outras regi2es do c*re"ro ou !or sinais qu4m icos6 com o os horm Xnios e os neuro!e!t4deos que $hes chegam na corrente sangu4nea ou !or m eio de axXnios. De #ato6 m uitos neurXnios em todo o c*re"ro !ossuem rece!tores !ara horm Xnios6 !or exem !$o os !rodu9idos !e$as g$ndu$as re!rodutoras6 su!rarrenais e tiroide. =anto o desen)o$)im ento inicia$ com o o #uncionam ento regu$ar dessas redes de circuitos são in3uenciados !or esses sinais. ($guns dos m ecanism os regu$adores "ásicos atuam de #orm a ocu$ta e nunca são diretam ente conhecidos !e$o indi)4duo dentro do qua$ agem . Desconhecem os o estado dos di)ersos 4ons de !otássio e horm Xnios em circu$ação ou o nm ero de g$;"u$os )erm e$hos no nosso cor!o6 a m enos que o determ inem os !or m eio de um a aná$ise direta. Contudo6 existem m ecanism os regu$adores um !ouco m ais com !$exos que en)o$)em com !ortam entos )is4)eis6 que nos dão indiretam ente a conhecer a sua existncia quando nos $e)am a agir ou nãoQ de determ inado m odo. São os cham ados instintos. ( regu$ação !or instintos !ode ser ex!$icada em term os sim !$es com o seguinte exem !$o7 a$gum as horas de!ois de um a re#eição6 o n4)e$ de açcar no sangue desce e os neurXnios no hi!otá$am o detectam essa a$teraçãoU a ati)ação do !adrão inato !ertinente $e)a o c*re"ro a a$terar o estado do cor!o !ara que a !ro"a"i$idade de correção !ossa ser aum entadaU sentim os #om e e em !reendem os aç2es !ara satis#a9/$aU a ingestão de a$im entos acarreta um a correção no n4)e$ de açcar do sangueU !or $tim o6 o hi!otá$am o )o$ta a detectar um a a$teração no açcar6 dessa )e9 um aum ento6 e os neurXnios a!ro!riados #a9em o organism o !assar a um estado em que a ex!erincia associada * a sensação de saciedade. + o" eti)o de todo o !rocesso #oi sa$)ar o cor!o. + sina$ !ara iniciar o !rocesso !artiu do cor!o. +s sinais de que ti)em os conscincia6 a -m de sa$)ar o cor!o6 !ro)ieram tam "*m do cor!o. (o conc$uir/se o cic$o6 os sinais que nos in#orm aram que o cor!o á não corria !erigo !artiram do cor!o. Podem os di9er que se trata de um contro$e do cor!o e !e$o cor!o6 ainda que se a sentido e gerido !e$o c*re"ro. 0sses m ecanism os regu$adores asseguram a so"re)i)ncia ao acionar um a
dis!osição !ara excitar a$guns !adr2es de a$teração do cor!o um im !u$soQ6 o qua$ !ode ser um estado do cor!o com um signi-cado es!ec4-co #om e6 náuseaQ ou um a em oção identi-cá)e$ m edo6 rai)aQ ou um a com "inação de am "os. ( ati)ação !ode ser desencadeada a !artir do interior %)iscera$& um "aixo n4)e$ de açcar no sangue6 no m eio internoQ6 do exterior um a am eaçaQ ou do interior %m enta$& a !erce!ção da im inncia de um a catástro#eQ. ua$quer de$as !ode desencadear um a res!osta "iorregu$adora interna6 um !adrão de com !ortam ento instinti)o ou um !$ano de ação rec*m /criado6 um a com "inação de a$gum as dessas coisas ou de todas e$as. (s redes de circuitos neurais "ásicos que executam a o!eração de todo esse cic$o constituem um equi!am ento !adrão de nosso organism o e estão !ara esse com o os #reios estão !ara um carro. 0$es não !recisaram de um a insta$ação es!ecia$. Constituem um %m ecanism o !r*/ organi9ado& W um a noção a que regressarei no ca!4tu$o seguinte. =udo o que !recisam os #a9er #oi sintoni9ar esse m ecanism o com o m eio am "iente que nos rodeia. +s m ecanism os !r*/organi9ados não são im !ortantes a!enas !ara e#eitos de regu$ação "io$;gica "ásica. 0$es a udam tam "*m o organism o a c$assi-car as coisas ou os #enXm enos com o %"ons& ou %m aus& em )irtude do !oss4)e$ im !acto so"re a so"re)i)ncia. 0m outras !a$a)ras6 o organism o !ossui um con unto "ásico de !re#erncias W ou crit*rios6 ou tendncias6 ou )a$ores. So" a in3uncia dessas !re#erncias e do tra"a$ho da ex!erincia6 o re!ert;rio de coisas c$assi-cadas com o "oas ou m ás cresce ra!idam ente e a ca!acidade de detectar no)as coisas "oas e m ás aum enta ex!onencia$m ente. Se um a determ inada entidade no m undo * um com !onente de um a situação em que um outro com !onente #oi um a coisa %!ositi)a& ou %negati)a&6 isto *6 ati)ou um a dis!osição inata6 o c*re"ro c$assi-ca a entidade em re$ação @ qua$ não esta)a !reesta"e$ecido qua$quer )a$or de m aneira inata6 ta$ com o se tam "*m e$a #osse !ositi)a ou negati)a6 quer o se a ou não. + c*re"ro estende o tratam ento es!ecia$ a essa no)a entidade sim !$esm ente !orque e$a se encontra !r;xim a daque$a que *6 sem d)ida6 im !ortante. Podem os cham ar esse #enXm eno de %g$;ria re3etida&6 se a no)a entidade esti)er !r;xim a de a$go !ositi)o6 ou de %cu$!a !or associação&6 se está !r;xim a de a$go negati)o. ( $u9 que i$um ina um a coisa genuinam ente im !ortante6 "oa ou m á6 "ri$ha tam "*m so"re o que a rodeia. Para que o c*re"ro !ossa atuar desse m odo6 tem de )ir ao m undo á dotado de um considerá)e$ %conhecim ento inato& acerca de com o regu$ar a si !r;!rio e ao resto do cor!o. Y m edida que o c*re"ro )ai incor!orando re!resentaç2es dis!ositi)as de interaç2es com entidades e situaç2es re$e)antes !ara a regu$ação inata6 e$e aum enta a !ro"a"i$idade de a"ranger entidades e situaç2es que !odem ou não ser diretam ente re$e)antes !ara a so"re)i)ncia. 06 quando isso sucede6 nosso crescente sentido daqui$o que o m undo exterior !ossa ser * a!reendido com o um a m odi-cação no es!aço neura$ em que o cor!o e o c*re"ro interagem . Eão * a!enas a se!aração entre m ente e c*re"ro que * um m ito. H !ro)á)e$ que a se!aração entre m ente e cor!o não se a m enos -ct4cia. ( m ente encontra/se incor!orada6 na !$ena ace!ção da !a$a)ra6 e não a!enas %cere"ra$i9ada&.
+AIS ACERCA DE REG (.A67O ,/SICA +s !adr2es neurais inatos que se a-guram m ais cr4ticos !ara a so"re)i)ncia são m antidos em circuitos do tronco cere"ra$ e do hi!otá$am o. 0sse $tim o tem um !a!e$ !re!onderante na regu$ação das g$ndu$as end;crinas W entre as quais se contam a !ituitária6 a tiroide6 as su!rarrenais e os ;rgãos re!rodutores6 todas e$as !rodu9indo horm Xnios W e no #uncionam ento do sistem a im uno$;gico. (
regu$ação end;crina6 que de!ende de su"stncias qu4m icas $i"eradas na corrente sangu4nea e não de im !u$sos neurais6 * indis!ensá)e$ !ara m anter a #unção m eta";$ica e dirigir a de#esa dos tecidos "io$;gicos contra m icro!redadores com o os )4rus6 as "act*rias e os !arasitas. 1 ( regu$ação "io$;gica re$acionada com o tronco cere"ra$ e o hi!otá$am o * com !$em entada !or contro$es no sistem a $4m "ico. Eão ca"e discutir aqui a com !$icada anatom ia e o #uncionam ento !orm enori9ado desse setor cere"ra$ re$ati)am ente grande6 m as ca"e sa$ientar que o sistem a $4m "ico !artici!a tam "*m no esta"e$ecim ento de im !u$sos e instintos e tem um a #unção es!ecia$m ente im !ortante nas em oç2es e nos sentim entos. Sus!eito6 no entanto6 de que6 de m odo di#erente do que se !assa no tronco cere"ra$ e no hi!otá$am o6 cu a rede de circuitos * na sua m aior !arte inata e está)e$6 o sistem a $4m "ico cont*m tanto redes de circuitos inatas com o redes de circuitos m odi-cá)eis !e$a ex!erincia do organism o em constante e)o$ução. Com o aux4$io de estruturas )i9inhas do sistem a $4m "ico e do tronco cere"ra$6 o hi!otá$am o regu$a o meio interno internal milieu W o term o e o conceito6 que á usei anteriorm ente6 de)em /se ao "i;$ogo !ioneiro C$aude FernardQ6 que se !ode )isua$i9ar com o o con unto de todos os !rocessos "ioqu4m icos que estão ocorrendo em um organism o em dado m om ento. ( )ida de!ende de esses !rocessos "ioqu4m icos serem m antidos dentro de $im ites adequados6 um a )e9 que os a#astam entos excessi)os6 em !ontos/cha)e de seu !er-$ com !osto6 !odem resu$tar em doença ou m orte. Por sua )e96 o hi!otá$am o e as estruturas inter/ re$acionadas são regu$ados não s; !e$os sinais neurais e qu4m icos de outras regi2es do c*re"ro6 m as tam "*m !or sinais qu4m icos com origem em di)ersos sistem as do cor!o. 0ssa regu$ação qu4m ica * es!ecia$m ente com !$exa6 com o o exem !$o a seguir i$ustrará7 a !rodução de horm Xnios !e$a g$ndu$a tiroide e !e$as su!rarrenais6 sem as quais não !odem os )i)er6 * !arcia$m ente contro$ada !or sinais qu4m icos da g$ndu$a !ituitária. ( !ituitária *6 e$a !r;!ria6 contro$ada em !arte !or sinais qu4m icos $i"erados !e$o hi!otá$am o na corrente sangu4nea6 !r;xim o a essa g$ndu$a6 e o hi!otá$am o * contro$ado em !arte !e$os sinais neurais do sistem a $4m "ico e6 indiretam ente6 do neoc;rtex. Considere/se a im !ortncia da seguinte o"ser)ação7 a ati)idade e$*trica anorm a$ de determ inados circuitos do sistem a $4m "ico durante as crises e!i$*!ticas !ro)oca não s; um estado m enta$ anorm a$6 m as tam "*m !ro#undas a$teraç2es horm onais que !odem $e)ar a toda um a s*rie de !ro"$em as no cor!o6 com o os cistos do o)ário.Q 0m contra!artida6 cada horm Xnio no 3uxo sangu4neo atua so"re a g$ndu$a que a segregou6 assim com o so"re a !ituitária6 o hi!otá$am o e outras 9onas do c*re"ro. 0m outras !a$a)ras6 os sinais neurais dão origem a sinais qu4m icos6 que !or sua )e9 dão origem a outros sinais qu4m icos que !odem a$terar o #uncionam ento de m uitas c*$u$as e tecidos inc$uindo os do c*re"roQ e m odi-cam os circuitos regu$adores que deram in4cio ao !r;!rio cic$o. 0sses di)ersos m ecanism os regu$adores encaixados uns nos outros tratam de gerir as condiç2es do cor!o em n4)e$ $oca$ e g$o"a$6 de m odo que os constituintes do organism o6 das m o$*cu$as aos ;rgãos6 #uncionem dentro dos !arm etros necessários !ara a so"re)i)ncia. +s di)ersos n4)eis de regu$ação são interde!endentes ao $ongo de )árias dim ens2es. Por exem !$o6 um determ inado m ecanism o !ode de!ender de um outro m ais sim !$es e ser in3uenciado !or um terceiro de com !$exidade idntica ou su!erior. ( ati)idade no hi!otá$am o !ode in3uenciar a ati)idade neocortica$6 diretam ente ou !or m eio do sistem a $4m "ico6 e o in)erso tam "*m acontece. Consequentem ente6 com o se !oderia es!erar6 há um a docum entada interação c*re"ro/cor!o e !odem os )is$um "rar tam "*m interaç2es m ente/cor!o ta$)e9 m enos )is4)eis. Considere/se o seguinte exem !$o7 a tensão m enta$ crXnica6 um
estado re$acionado com a ati)idade de num erosos sistem as cere"rais no n4)e$ do neoc;rtex6 do sistem a $4m "ico e do hi!otá$am o6 !arece $e)ar @ !rodução excessi)a de um a su"stncia qu4m ica6 o !e!t4deo re$acionado com o gene da ca$citonina6 ou CGRP do ing$s6 calcitonin gene-related peptideQ6 nas term inaç2es ner)osas su"cutneas. ' Com o consequncia6 o CGRP re)este em excesso a su!er#4cie das c*$u$as de Nangerhans6 cu a #unção * a ca!tura dos agentes in#ecciosos e sua entrega aos $in#;citos !ara que o sistem a im uno$;gico !ossa com "ater sua !resença. uando se encontram com !$etam ente co"ertas !e$o CGRP6 as c*$u$as de Nangerhans -cam inuti$i9adas e deixam de cum !rir sua #unção !rotetora. + resu$tado -na$ * um a m aior )u$nera"i$idade do cor!o @ in#ecção6 agora que a entrada !rinci!a$ se encontra m enos de#endida. 0 há outros exem !$os de interação m ente/cor!o. ( triste9a e a ansiedade !odem a$terar de #orm a not;ria a regu$ação dos horm Xnios sexuais6 !ro)ocando não s; m udanças no im !u$so sexua$6 m as tam "*m )ariaç2es no cic$o m enstrua$. ( !erda de a$gu*m que se am a !ro#undam ente6 m ais um a )e9 um estado de!endente de um !rocessam ento cere"ra$ am !$o6 $e)a a um a de!ressão do sistem a im uno$;gico6 a !onto de os indi)4duos se tornarem m ais !ro!ensos a in#ecç2es e6 em consequncia direta ou indireta6 m ais suscet4)eis a desen)o$)er determ inados ti!os de cncer. , Pode-se m orrer de desgosto6 na rea$idade6 ta$ com o na !oesia. C$aro que a in3uncia no sentido in)erso6 a de su"stncias qu4m icas do cor!o no c*re"ro6 tam "*m tem sido o"ser)ada. H "em sa"ido que o ta"aco6 o á$coo$ e as drogas m *dicas ou nãoQ !enetram no c*re"ro e in3uenciam em seu #uncionam ento6 a$terando desse m odo tam "*m a m ente. ($gum as aç2es de su"stncias qu4m icas do cor!o incidem diretam ente so"re os neurXnios ou so"re seus sistem as de a!oioU a$gum as incidem de #orm a indireta6 !or )ia dos neurXnios neurotransm issores m ediadores6 $oca$i9ados no tronco cere"ra$ e no !rosenc*#a$o "asa$6 a que á -9em os re#erncia. (o dis!ararem 6 esses !equenos con untos de neurXnios $i"eram um a dose de do!am ina6 nore!ine#rina6 serotonina ou aceti$co$ina em )astas regi2es do c*re"ro6 inc$uindo o c;rtex cere"ra$ e os gng$ios "asais. ( situação assim esta"e$ecida !ode ser im aginada com o um con unto de m ecanism os de irrigação !or as!ersão "em conce"idos6 $i"erando cada um sua su"stncia qu4m ica em determ inados sistem as e6 dentro dos sistem as6 em determ inados circuitos com certos ti!os e quantidades de rece!tores. ($teraç2es na quantidade e distri"uição de um desses transm issores6 ou m esm o m udanças no equi$4"rio re$ati)o dos transm issores num determ inado $oca$6 !odem in3uenciar a ati)idade cortica$ de #orm a rá!ida e !ro#unda6 dando origem a estados de de!ressão ou eu#oria6 ou at* m an4acos )er ca!4tu$o >Q. +s !rocessos de !ensam ento !odem ser retardados ou ace$eradosU a !ro#usão de im agens e)ocadas !ode dim inuir ou aum entarU a criação de no)as com "inaç2es de im agens !ode ser #a)orecida ou "$oqueada. ( ca!acidade de concentração num determ inado contedo m enta$ )aria em concordncia com isso.
TRIST7O ISO.DA E O -I.TRO DO A+OR Nem "ram /se da hist;ria de =ristão e Iso$da? + enredo gira em torno da trans#orm ação da re$ação entre os dois !rotagonistas. Iso$da !ede @ criada6 Frangena6 que $he !re!are um a !oção $eta$6 m as6 em )e9 disso6 e$a !re!ara/$he um %-$tro de am or&6 que tanto =ristão com o Iso$da "e"em sem sa"er o e#eito que irá !rodu9ir. ( m isteriosa "e"ida desencadeia ne$es a m ais !ro#unda das !aix2es e arrasta/os !ara um xtase que nada consegue dissi!ar W nem sequer o #ato de am "os estarem traindo in#am em ente o "ondoso rei
num a das !assagens m ais exa$tadas e deses!eradas da hist;ria da m sica. De)em os interrogar/nos so"re o que o atraiu !ara essa hist;ria e !or que m oti)o m i$h2es de !essoas6 durante m ais de um s*cu$o6 tm !arti$hado o #asc4nio de Lagner !or e$a. ( res!osta @ !rim eira !ergunta * que a com !osição ce$e"ra)a um a !aixão sem e$hante e m uito rea$ da )ida de Lagner. Lagner e
e o sistem a $4m "ico inter)*m na regu$ação do cor!o e em todos os !rocessos neurais em que se "aseiam os #enXm enos m entais6 com o !or exem !$o a !erce!ção6 a a!rendi9agem 6 a m em ;ria6 a em oção6 o sentim ento e6 ainda W com o !ro!orei m ais adiante W6 o racioc4nio e a criati)idade. ( regu$ação do cor!o6 a so"re)i)ncia e a m ente estão intim am ente $igados. 0ssa inter$igação )eri-ca/se no n4)e$ do tecido "io$;gico e uti$i9a sinais qu4m icos e e$*tricos6 qua$quer de$es dentro da res e"tensa de Descartes o dom 4nio #4sico no qua$ e$e inc$ui o cor!o e o m eio en)o$)ente6 m as não a a$m a não #4sica6 que !ertence @ res cogitansQ. Curiosam ente6 essa inter$igação ocorre de #orm a intensa não m uito $onge da g$ndu$a !inea$6 no interior da qua$ Descartes !rocurou a!risionar a a$m a incor!;rea.
PARA A.>+ DOS I+P(.SOS E DOS I&STI&TOS (t* que !onto os im !u$sos e os instintos !odem 6 !or si s;6 garantir a so"re)i)ncia de um organism o !arece de!ender da com !$exidade do m eio am "iente e da com !$exidade do organism o em questão. 0ncontram os entre os anim ais6 dos insetos aos m am 4#eros6 exem !$os inequ4)ocos de com o en#rentar com sucesso #orm as es!ec4-cas do m eio am "iente com "ase em estrat*gias inatas6 que6 sem d)ida6 inc$uem com #requncia as!ectos com !$exos da cognição e com !ortam ento socia$. Eão !aro de m e m ara)i$har com a com !$icada organi9ação socia$ dos nossos !rim os a#astados6 os m acacos6 ou com as so-sticadas !ráticas sociais de m uitas a)es. Eo entanto6 quando consideram os nossa !r;!ria es!*cie e os m eios am "ientes "em m ais )ariados e im ensam ente im !re)is4)eis em que tem os conseguido so"re)i)er6 )eri-cam os que de!endem os de m ecanism os "io$;gicos de "ase gen*tica a$tam ente e)o$u4dos6 assim com o de estrat*gias su!rainstinti)as de so"re)i)ncia que se desen)o$)eram em sociedade6 transm itidas !or )ia cu$tura$6 e que requerem 6 !ara sua a!$icação6 conscincia6 de$i"eração raciona$ e #orça de )ontade. H !or isso que a #om e6 o dese o e a rai)a ex!$osi)a dos seres hum anos não $e)am diretam ente @ a$im entação desen#reada6 @ )io$ncia sexua$ e ao assass4nio6 !e$o m enos nem sem !re6 su!ondo/se que um organism o hum ano saudá)e$ se tenha desen)o$)ido num a sociedade em que as estrat*gias de so"re)i)ncia su!rainstinti)as se am ati)am ente transm itidas e res!eitadas. á m i$nios que os !ensadores ocidentais e orientais6 re$igiosos ou não6 tm estado conscientes desse #atoU m ais !erto de nossa *!oca6 o tem a !reocu!ou tanto Descartes com o 8reud6 !ara re#erir a!enas dois nom es. + contro$e das inc$inaç2es anim ais !or m eio do !ensam ento6 da ra9ão e da )ontade * o que nos torna hum anos6 segundo 3s pai"/es da alma de Descartes. : 0stou de acordo com sua #orm u$ação6 s; que6 onde e$e es!eci-cou um contro$e a$cançado !or um agente não #4sico6 )e o um a o!eração "io$;gica estruturada dentro do organism o hum ano que em nada * m enos com !$exa6 adm irá)e$ ou su"$im e. ( criação de um su!erego que integraria os instintos nos ditam es sociais #oi a #orm u$ação encontrada !or 8reud em O mal-estar na civili*aço6 su!erego esse que se encontra)a $i"erto do dua$ism o cartesiano6 ainda que de m odo a$gum tenha sido ex!$icitado em term os neurais.> ( tare#a que se a!resenta aos neurocientistas de ho e * desco"rir a neuro"io$ogia que sustenta as su!rarregu$aç2es ada!tati)as6 ou se a6 estudar e com !reender as estruturas cere"rais necessárias !ara se ter um conhecim ento ca"a$ dessas regu$aç2es. Eão )iso redu9ir os #enXm enos sociais a #enXm enos "io$;gicos6 m as antes de"ater a #orte $igação entre e$es. uero su"$inhar que6 m uito em "ora a cu$tura e a ci)i$i9ação sur am do com !ortam ento de indi)4duos "io$;gicos6 esse com !ortam ento te)e origem em com unidades de
indi)4duos que interagiam em m eios am "ientes es!ec4-cos. ( cu$tura e a ci)i$i9ação não !oderiam ter surgido a !artir de indi)4duos iso$ados e6 !ortanto6 não !odem ser redu9idas a m ecanism os "io$;gicos e ainda m enos a um su"con unto de es!eci-caç2es gen*ticas. ( com !reensão desses #enXm enos requer não s; a "io$ogia e a neuro"io$ogia6 m as tam "*m as cincias sociais. 0xistem nas sociedades hum anas con)enç2es sociais e regras *ticas acerca e acim a das con)enç2es e regras que a "io$ogia !or si !ro!orciona. 0sses n4)eis de contro$e adicionais m o$dam o com !ortam ento instinti)o de #orm a a !oder ser ada!tado com 3exi"i$idade a um m eio am "iente em rá!ida e com !$exa m utação e garantir a so"re)i)ncia do indi)4duo e dos outros es!ecia$m ente se !ertencer @ m esm a es!*cieQ em circunstncias em que um a das res!ostas !reesta"e$ecidas no re!ert;rio natura$ se re)e$aria contra!roducente im ediata ou !osteriorm ente. +s !erigos que ad)m dessas con)enç2es e regras !odem ser im ediatos e diretos danos #4sicos ou m entaisQ ou rem otos e indiretos !erda #utura6 )ergonhaQ.
e ser)em de "ase @ construção de um a pessoa. (o nascer6 o c*re"ro hum ano inicia seu desen)o$)im ento dotado de im !u$sos e instintos que inc$uem não a!enas um kit -sio$;gico !ara a regu$ação do m eta"o$ism o6 m as tam "*m dis!ositi)os "ásicos !ara #a9er #ace ao conhecim ento e ao com !ortam ento socia$. (o term inar o desen)o$)im ento in#anti$6 o c*re"ro encontra/se dotado de n4)eis adicionais de estrat*gias !ara a so"re)i)ncia. ( "ase neuro-sio$;gica dessas estrat*gias adquiridas encontra/se entre$açada com a do re!ert;rio instinti)o6 e não s; m odi-ca seu uso com o am !$ia seu a$cance. +s m ecanism os neurais que sustentam o re!ert;rio su!rainstinti)o !odem assem e$har/se6 na sua conce!ção #orm a$ gera$6 aos que regem os im !u$sos "io$;gicos e ser tam "*m restringidos !or esses $tim os. Eo entanto6 requerem a inter)enção da sociedade !ara se tornarem aqui$o que se tornam 6 e estão !or isso re$acionados tanto com um a determ inada cu$tura com o com a neuro"io$ogia gera$. ($*m disso6 #ora desse du!$o condicionante6 as estrat*gias su!rainstinti)as de so"re)i)ncia criam a$go exc$usi)am ente hum ano7 um !onto de )ista m ora$ que6 quando necessário6 !ode transcender os interesses do gru!o ou at* m esm o da !r;!ria es!*cie. $ Emo!es e sentimentos Com o se tradu9 em term os neuro"io$;gicos o que #oi a!resentado no -na$ do ca!4tu$o anterior? +s dados so"re a regu$ação "io$;gica m ostram que as se$eç2es de res!ostas das quais os organism os não tm conscincia6 e que !or conseguinte não são de$i"eradas6 ocorrem constantem ente nas estruturas cere"rais de e)o$ução m ais antiga. +s organism os cu os c*re"ros inc$uem a!enas aque$as estruturas arcaicas e são destitu4dos de estruturas e)o$uti)am ente m odernas W com o os r*!teis6 !or exem !$o W executam sem di-cu$dade a se$eção de res!ostas. Podem os entender essa se$eção com o um a #orm a e$em entar de tom ada de decisão6 desde que -que "em c$aro que não se trata de um eu consciente que e#etua a decisão6 m as sim de um con unto de circuitos neurais. H no entanto "em sa"ido que6 quando os organism os sociais se )eem con#rontados com situaç2es com !$exas e são $e)ados a decidir em #ace da incerte9a6 tm de recorrer a sistem as no neoc;rtex6 que * o setor m ais m oderno do c*re"ro em term os e)o$uti)os. 0xiste um a notá)e$ corre$ação entre a ex!ansão e su"es!ecia$i9ação do neoc;rtex e a com !$exidade e im !re)isi"i$idade dos m eios am "ientes com os quais os indi)4duos conseguem $idar em )irtude dessa ex!ansão. (ssum e !articu$ar re$e)ncia6 neste !onto6 um a im !ortante desco"erta de Mohn ($$m an7 inde!endente do tam anho do cor!o6 o neoc;rtex dos m acacos que se a$im entam de #rutos * m aior que o daque$es que se a$im entam de #o$has.1 +s m acacos que se a$im entam de #rutos tm de !ossuir um a m em ;ria m ais rica !ara que !ossam recordar quando e onde !rocurar #rutos com est4)eis6 !ara que não encontrem ár)ores sem #rutos ou com #ruta estragada. Seus neoc;rtices m aiores sustentam a m aior ca!acidade de m em ;ria #atua$ de que necessitam . H tão e)idente a discre!ncia entre as ca!acidades de !rocessam ento das estruturas cere"rais %"aixas e antigas& e das %e$e)adas e no)as&6 que surgiu um a conce!ção a!arentem ente sensata acerca das res!onsa"i$idades res!ecti)as daque$es setores do c*re"ro. 0m term os sim !$es7 o m ago cere"ra$ antigo encarregar/se/ia da regu$ação "io$;gica "ásica no !orão6 enquanto no andar de cim a o neoc;rtex de$i"eraria com sensate9 e suti$e9a. 0m cim a6 no c;rtex6 encontrar/se/ia a ra9ão e a #orça de )ontade6 enquanto em "aixo6 no su"c;rtex6 se encontraria a em oção e todas aque$as coisas #racas e carnais. Contudo6 essa )isão não dá conta do arran o neura$ su" acente @ tom ada raciona$ de decis2es6 ta$ com o eu o )e o. Por um $ado6 não * com !at4)e$ com as o"ser)aç2es discutidas na !rim eira !arte. Por outro6 existem !ro)as de que a $onge)idade6 um !resum 4)e$ re3exo da qua$idade do racioc4nio6 está re$acionada
não s; com o m aior tam anho do neoc;rtex6 com o seria de es!erar6 m as tam "*m com o m aior tam anho do hi!otá$am o6 que * a !rinci!a$ di)isão do %!orão cere"ra$& .' ( a!are$hagem da raciona$idade6 tradiciona$m ente considerada neo cortica$6 não !arece #uncionar sem a a!are$hagem da regu$ação "io$;gica6 considerada su cortica$. Parece que a nature9a criou o instrum ento da raciona$idade não a!enas !or cim a do instrum ento de regu$ação "io$;gica6 m as tam "*m a partir de$e e com e$e. +s com !ortam entos que se encontram !ara a$*m dos im !u$sos e dos instintos uti$i9am 6 em m eu entender6 tanto o andar su!erior com o o in#erior7 o neoc;rtex * recrutado ;untamente com o m ais antigo cerne cere"ra$6 e a raciona$idade resu$ta de suas ati)idades com "inadas. Surge aqui um a questão interessante7 at* que !onto estão os !rocessos racionais e não racionais a$inhados res!ecti)am ente com as estruturas corticais e su"corticais no c*re"ro hum ano? Com o -m de tratar dessa questão6 irei a"ordar agora as em oç2es e os sentim entos6 os quais constituem as!ectos centrais da regu$ação "io$;gica6 !ara sugerir que e$es esta"e$ecem um a !onte entre os !rocessos racionais e os não racionais6 entre as estruturas corticais e su"corticais.
E+O6=ES á cerca de um s*cu$o6 Li$$iam Mam es6 cu as intuiç2es acerca da m ente hum ana s; encontraram ri)ais em Shaes!eare e 8reud6 a!resentou um a hi!;tese )erdadeiram ente sur!reendente so"re a nature9a das em oç2es e dos sentim entos. 0scutem os suas !a$a)ras7 Se im aginarm os um a em oção #orte e de!ois tentarm os a"strair da conscincia que tem os de$a todos os sentim entos dos seus sintom as cor!orais6 )erem os que nada resta6 nenhum %su"strato m enta$& com que constituir a em oção6 e que tudo o que -ca * um estado #rio e neutro de !erce!ção inte$ectua$. Recorrendo a exem !$os i$ustrati)os con)incentes6 Mam es !rossegue com as seguintes a-rm aç2es7 H/m e m uito di#4ci$6 se não m esm o im !oss4)e$6 !ensar que es!*cie de em oção de m edo restaria se não se )eri-casse a sensação de ace$eração do ritm o card4aco6 de res!iração sus!ensa6 de trem ura dos $á"ios e de !ernas en#raquecidas6 de !e$e arre!iada e de a!erto no estXm ago. Poderá a$gu*m im aginar o estado de rai)a e não )er o !eito em e"u$ição6 o rosto congestionado6 as narinas di$atadas6 os dentes cerrados e o im !u$so !ara a ação )igorosa6 m as6 ao contrário6 m scu$os 3ácidos6 res!iração ca$m a e um rosto !$ácido?, Creio que Li$$iam Mam es conseguiu ca!tar com essas !a$a)ras6 "astante a)ançadas tanto !ara a sua com o !ara a nossa *!oca6 o m ecanism o essencia$ !ara a com !reensão das em oç2es e dos sentim entos. In#e$i9m ente6 e ao contrário do que * t4!ico no seu caso6 o resto de sua !ro!osta -cou m uito aqu*m da )ariedade e com !$exidade dos #enXm enos que a"ordou6 o que tem dado origem a um a !o$m ica in-ndá)e$ e !or )e9es inti$. Eão !osso #a9er aqui ustiça aos extensos estudos e de"ates so"re esse assunto6 os quais #oram reca!itu$ados e ana$isados !or George
im !ortncia ao !rocesso de a)a$iação m enta$ da situação que !ro)oca a em oção. Sua ex!osição #unciona "em !ara as !rim eiras em oç2es que sentim os na )ida6 m as não #a9 ustiça ao que se !assa na m ente de +te$o antes de extra)asar o cim e e a rai)a6 ou @qui$o com que am $et cism a antes de $e)ar seu cor!o a um estado de )erdadeira náusea6 ou aos m oti)os tortuosos que $e)am $adT
E+O6=ES PRI+/RIAS (t* que !onto se encontram as reaç2es em ocionais %insta$adas& a no m om ento do nascim ento? 0u diria que não * #orçoso que os anim ais ou os seres hum anos se encontrem inatam ente insta$ados !ara ter m edo de ursos ou de águias em "ora a$guns anim ais e seres hum anos !ossam encontrar/se ati)ados !ara ter m edo de aranhas e de co"rasQ. m a hi!;tese que acredito não $e)antar nenhum a di-cu$dade * a de que estam os !rogram ados !ara reagir com um a em oção de m odo !r*/ organi9ado quando certas caracter4sticas dos est4m u$os6 no m undo ou nos nossos cor!os6 são detectadas indi)idua$m ente ou em con unto. 0xem !$os dessas caracter4sticas são o tam anho anim ais de grande !orteQU um a grande en)ergadura águias em )ooQU o ti!o de m o)im ento com o o dos r*!teisQU determ inados sons com o os rugidosQU certas con-guraç2es do estado do cor!o a
dor sentida durante um ataque card4acoQ. 0ssas caracter4sticas6 indi)idua$m ente ou em con unto6 seriam !rocessadas e de!ois detectadas !or um com !onente do sistem a $4m "ico do c*re"ro6 digam os6 a am 4gda$aU seus nc$eos neuronais !ossuem um a re!resentação dis!ositi)a que desencadeia a ati)ação de um estado do cor!o6 caracter4stico da em oção de m edo6 e que a$tera o !rocessam ento cogniti)o de m odo a corres!onder a esse estado de m edo )erem os m ais adiante que o c*re"ro !ode %sim u$ar& estados do cor!o e %contornar o cor!o&U irem os discutir tam "*m de que m odo se o"t*m a a$teração cogniti)aQ. Re!are/se que6 !ara se !ro)ocar um a res!osta do cor!o6 não * sequer necessário %reconhecer& o urso6 a co"ra ou a águia com o ta$6 ou sa"er exatam ente o que !ro)oca a dor. Fasta a!enas que os c;rtices sensoriais iniciais detectem e c$assi-quem a caracter4stica ou caracter4sticas/cha)e de um a determ inada entidade isto *6 anim a$6 o" etoQ e que estruturas com o a am 4gda$a rece"am sinais re$ati)os a sua !resença con;untiva. m !into no a$to de um ninho não #a9 ideia a$gum a do que * um a águia6 m as reage de im ediato com a$arm e e esconde a ca"eça quando um o" eto de asas $argas o so"re)oa a um a determ inada )e$ocidade )er -gura 1:aQ.
1:a. 0m oç2es !rim árias. + !er4m etro negro re!resenta o c*re"ro e o tronco cere"ra$. De!ois de um est4m u$o adequado ter ati)ado a am 4gda$a (Q6 seguem / se )árias res!ostas7 internas assina$adas RIQU m uscu$aresU )iscerais sinais autXnom osQU e !ara os nc$eos neurotransm issores e hi!otá$am o Q. + hi!otá$am o dá origem a res!ostas end;crinas e outras de origem qu4m ica que usam a corrente sangu4nea. Eão inc$uo no diagram a di)ersas outras estruturas cere"rais necessárias @ im !$em entação dessa enorm e s*rie de res!ostas. Por exem !$o6 as res!ostas m uscu$ares !or m eio das quais ex!rim im os em oç2es6 digam os6 com a !ostura do cor!o6 uti$i9am !ro)a)e$m ente estruturas nos gng$ios "asais a sa"er6 o cham ado striatum )entra$Q. Por si s;6 a reação em ociona$ !ode atingir a$guns o" eti)os teis7 !or exem !$o6 esconder/se ra!idam ente de um !redador ou dem onstrar rai)a em re$ação a um com !etidor. Eo entanto6 o !rocesso não term ina com as a$teraç2es cor!orais que de-nem um a em oção. + cic$o continua6 !e$o m enos nos seres hum anos6 e o !asso seguinte * a sensaço da emoço em re$ação ao o" eto que a desencadeou6 a !erce!ção da re$ação entre o" eto e estado em ociona$ do cor!o. Podem os !erguntar6 nesse caso6 !or que m oti)o ha)eria necessidade de se conhecer essa re$ação? Para que com !$icar as coisas e #a9er inter)ir a conscincia nesse !rocesso6 se á existe um m eio de reagir de #orm a ada!tati)a em term os autom áticos? ( res!osta * que a conscincia !ro!orciona um a estrat*gia de !roteção am !$iada. Pense no seguinte7 se )ier a saer que o anim a$ ou a situação O causa m edo6 )oc tem duas #orm as de se com !ortar em re$ação a O. ( !rim eira * inata6 )oc não a contro$aU a$*m disso6 não * es!ec4-ca de O7 !ode ser causada !or um grande nm ero de seres6 o" etos e circunstncias. ( segunda #orm a "aseia/se na sua !r;!ria ex!erincia e * es!ec4-ca de O. + conhecim ento
de O !erm ite/$he !ensar com anteci!ação e !re)er a !ro"a"i$idade de sua !resença num dado m eio am "iente6 de m odo a conseguir e)itar O anteci!adam ente6 em )e9 de ter de reagir a sua !resença num a em ergncia.
E+O6=ES SEC(&D/RIAS ( -m de a"ordarm os a noção de em oç2es secundárias6 )am os !assar a um
exem !$o retirado da ex!erincia de um adu$to. Im agine que )oc encontra um am igo que não ) há m uito tem !o ou tem conhecim ento da m orte ines!erada de um a !essoa com quem tra"a$hou em estreita co$a"oração. 0m qua$quer desses casos reais W e ta$)e9 at* agora6 enquanto im agina as cenas W6 )oc sentirá um a em oção. + que sucede em term os neuro"io$;gicos quando tem $ugar essa em oção? + que signi-ca rea$m ente %ex!erienciar um a em oção&? De!ois da #orm ação de im agens m entais so"re os as!ectos !rinci!ais dessas cenas o encontro com o am igo há m uito ausenteU a m orte de um co$egaQ6 )eri-ca/se um a m udança no estado de seu cor!o de-nida !or )árias m odi-caç2es em di#erentes regi2es. Se encontrar um )e$ho am igo na sua im aginaçãoQ6 o coração !ode "ater m ais de!ressa6 a !e$e !ode corar6 os m scu$os do rosto !odem m udar em redor da "oca e dos o$hos !ara #orm ar um a ex!ressão #e$i96 enquanto todos os outros m scu$os -cam re$axados. (o sa"er da m orte de um conhecido6 seu coração !ode so"ressa$tar/se6 a "oca -car seca6 a !e$e em !a$idecer6 um a contração na "arriga e um aum ento de tensão dos m scu$os do !escoço e das costas com !$etarão o quadro6 enquanto seu rosto desenha um a m áscara de triste9a. 0m qua$quer dos casos6 registram /se m udanças num a s*rie de !arm etros re$ati)os ao #uncionam ento das )4sceras coração6 !u$m 2es6 intestinos6 !e$eQ6 m uscu$atura esque$*tica a que está $igada aos ossosQ e g$ndu$as end;crinas com o a !ituitária e as su!rarrenaisQ. + c*re"ro $i"era m odu$adores !e!t4deos !ara a corrente sangu4nea. + sistem a im uno$;gico tam "*m se a$tera ra!idam ente. + ritm o de ati)idade dos m scu$os $isos nas !aredes das art*rias !ode aum entar e originar a contração e o estreitam ento dos )asos sangu4neos o resu$tado * a !a$ide9QU ou dim inuir6 caso em que os m scu$os $isos re$axam e os )asos sangu4neos se di$atam o resu$tado * o ru"orQ. De um m odo gera$6 o con unto de a$teraç2es esta"e$ece um !er-$ de des)ios re$ati)am ente a um a gam a de estados m *dios que corres!ondem ao equi$4"rio #unciona$6 ou hom eostase6 de acordo com o qua$ a econom ia do organism o #unciona !ro)a)e$m ente no seu n4)e$ ;tim o6 dis!endendo m enos energia e !rocedendo a a ustam entos m ais sim !$es e rá!idos. 0sse equi$4"rio #unciona$ não de)e ser )isto com o a$go estáticoU e$o * um a sucessão cont4nua de a$teraç2es de !er-$6 as quais a!resentam $im ites su!eriores e in#eriores que se encontram em constante des$ocam ento. Poderia ser com !arado a um a cam a de água quando a$gu*m cam inha so"re e$a em )árias direç2es7 a$gum as 9onas descem enquanto outras so"em U #orm am /se ondu$aç2esU toda a cam a se a$tera6 m as as m udanças ocorrem dentro de um a gam a de )a$ores es!eci-cada !e$os $im ites #4sicos da unidade7 um es!aço de$im itado que cont*m um a determ inada quantidade de $4quido. Eessa hi!ot*tica ex!erincia de em oção6 m uitas !artes do cor!o são $e)adas a um no)o estado em que são introdu9idas m udanças signi-cati)as. + que acontece no organism o !ara !ro)ocar essas m udanças? 1Q + !rocesso inicia/se com as consideraç2es de$i"eradas e conscientes que $he ocorrem em re$ação a um a determ inada !essoa ou situação. 0ssas consideraç2es encontram ex!ressão com o im agens m entais organi9adas num !rocesso de !ensam ento e en)o$)em um a in-nidade de as!ectos de sua re$ação com um a determ inada !essoa6 re3ex2es so"re a situação atua$ e as consequncias !ara si e !ara outrosU em sum a6 um a a)a$iação cogniti)a do contedo do acontecim ento de que #a9 !arte. ($gum as das im agens assim in)ocadas não são )er"ais a a!arncia de um a determ inada !essoa num determ inado $ugarQ6 enquanto outras o são !a$a)ras e #rases re$ati)as a atri"utos6 ati)idades6 nom es etc.Q. + su"strato neura$ !ara essas im agens * um a co$eção de re!resentaç2es autXnom as to!ogra-cam ente organi9adas que ocorrem em di)ersos c;rtices sensoriais
iniciais )isua$6 auditi)o e outrosQ. 0ssas re!resentaç2es são criadas so" o contro$e de re!resentaç2es dis!ositi)as distri"u4das !or um grande nm ero de c;rtices de associação. 'Q 0m um n4)e$ não consciente6 redes no c;rtex !r*/#ronta$ reagem autom ática e in)o$untariam ente aos sinais resu$tantes do !rocessam ento das im agens acim a descritas. 0ssa res!osta !r*/#ronta$ !ro)*m de re!resentaç2es dis!ositi)as que incor!oram conhecim entos re$ati)os @ #orm a com o determ inados ti!os de situaç2es tm sido ha"itua$m ente com "inados com certas res!ostas em ocionais na sua ex!erincia indi)idua$. 0m outras !a$a)ras6 !ro)m de re!resentaç2es dis!ositi)as ad2uiridas e não inatas6 em "ora6 con#orm e re#eri anteriorm ente6 as dis!osiç2es adquiridas se am o"tidas so" a in3uncia das inatas. (qui$o que as dis!osiç2es adquiridas incor!oram * a sua ex!erincia nica dessas re$aç2es ao $ongo da )ida. 0ssa ex!erincia !ode )ariar m uito ou !ouco em com !aração com a de outras !essoasU m as * s; sua. (!esar de as re$aç2es entre ti!o de situação e em oção serem em grande m edida sem e$hantes entre di#erentes indi)4duos6 a ex!erincia !essoa$ e nica !ersona$i9a o !rocesso !ara cada indi)4duo. 0m resum o7 dis!osiç2es !r*/#rontais adquiridas6 necessárias !ara as em oç2es secundárias6 são distintas das dis!osiç2es inatas6 aque$as necessárias !ara as em oç2es !rim árias.
res!osta m assi)a com m $ti!$os as!ectos. Destina/se a todo o organism o e6 num a !essoa saudá)e$6 * um !rod4gio de coordenação. 1:". 0m oç2es secundárias. + est4m u$o !ode ainda atuar diretam ente na am 4gda$a6 m as agora * tam "*m ana$isado no !rocesso de !ensam ento e !ode a !artir da4 ati)ar os c;rtices #rontais6 V
ex!ressa no diagram a. H de notar que o V< de!ende de ( !ara ex!rim ir sua ati)idade. 0ssa re$ação de de!endncia!recedncia constitui um exce$ente exem !$o dos rem endos da engenharia da nature9a. ( nature9a recorre a estruturas e m ecanism os antigos a -m de criar no)os m ecanism os e o"ter no)os resu$tados. (s m udanças causadas !or a6 e c a#etam o organism o6 causam um %estado em ociona$ do cor!o& e são !osteriorm ente re!resentadas nos sistem as $4m "ico e som atossensoria$. (s m udanças causadas !or d6 que não ocorrem no cor!o !ro!riam ente dito6 m as num gru!o de estruturas do tronco cere"ra$ re$acionado com a regu$ação do cor!o6 tm um im !acto m uito im !ortante no esti$o e e-cincia dos !rocessos cogniti)os e constituem um a )ia !ara$e$a !ara a res!osta em ociona$. +s di#erentes e#eitos de a6 e c6 !or um $ado6 e de d6 !or outro6 tornar/se/ão m ais c$aros quando a"ordarm os os sentim entos. Má de)e estar e)idente que o !rocessam ento em ociona$ que se encontra !re udicado em doentes com $es2es !r*/#rontais * do ti!o secundário. 0sses doentes não conseguem gerar em oç2es re$ati)as @s im agens e)ocadas !or determ inadas categorias de situaç2es e est4m u$os6 não !odendo6 !or isso6 ter o su"sequente sentim ento. ( con-rm ar esse #ato estão as o"ser)aç2es c$4nicas e os testes es!eciais descritos no ca!4tu$o . Eo entanto6 esses m esm os doentes !r*/ #rontais !odem sentir em oç2es !rim árias e6 !or esse m oti)o6 o $ado a#eti)o !ode6 @ !rim eira )ista6 !arecer intato re)e$ariam m edo se a$gu*m $hes gritasse ines!eradam ente ou se suas casas trem essem durante um terrem otoQ. (o contrário6 os doentes com $es2es no sistem a $4m "ico6 na am 4gda$a ou no c4ngu$o anterior registram ha"itua$m ente um a dim inuição tanto das em oç2es !rim árias com o das secundárias6 !e$o que se encontram m ani#estam ente m ais $im itados na sua a#eti)idade. ( nature9a6 com a sua m ania de #a9er econom ia6 não se$ecionou m ecanism os inde!endentes !ara ex!rim ir em oç2es !rim árias e secundárias. Nim itou/se sim !$esm ente a !erm itir que as em oç2es secundárias se ex!rim issem !e$o )e4cu$o á !re!arado !ara as em oç2es !rim árias. Ve o a ess$ncia da em oção com o a co$eção de m udanças no estado do cor!o que são indu9idas num a in-nidade de ;rgãos !or m eio das term inaç2es das c*$u$as ner)osas so" o contro$e de um sistem a cere"ra$ dedicado6 o qua$ res!onde ao contedo dos !ensam entos re$ati)os a um a determ inada entidade ou acontecim ento.
A ESPECI-ICIDADE DO +ECA&IS+O &E(RA. S(,ACE&TE JS
E+O6=ES ( es!eci-cidade dos sistem as neurais dedicados @ em oção #oi esta"e$ecida a !artir de estudos so"re $es2es cere"rais es!ec4-cas. Ea m inha !ers!ecti)a6 as $es2es do sistem a $4m "ico $im itam o !rocessam ento das em oç2es !rim áriasU as $es2es nos c;rtices !r*/#rontais $im itam o !rocessam ento das em oç2es secundárias. Roger S!errT e co$a"oradores6 entre os quais se destacam Mose!h Fogen6 Q. Se estudarm os um doente em que um acidente )ascu$ar cere"ra$ a#etou o c4ngu$o anterior no hem is#*rio esquerdo6 )erem os !recisam ente o contrário. 0m re!ouso ou em m o)im entos re$acionados com a em oção6 o rosto * assim *trico6 com m enor m o"i$idade do $ado direito do que do esquerdo.
natura$m ente tem os duas o!ç2es7 a!render a re!resentar ou !edir que nos contem um a "oa anedota. ( carreira dos atores e dos !o$4ticos de!ende desse arran o sim !$es e incXm odo da neuro-sio$ogia.
1>. + m ecanism o neura$ !ara o contro$e da m uscu$atura #acia$ no %)erdadeiro& sorriso de um a situação em ociona$ !ain*is su!erioresQ * di#erente do m ecanism o !ara o contro$e )o$untário não em ociona$Q da m esm a m uscu$atura !ain*is in#erioresQ. + sorriso )erdadeiro * contro$ado a !artir dos c;rtices $4m "icos e uti$i9a !ro)a)e$m ente os gng$ios "asais na sua ex!ressão. á m uito que os atores !ro-ssionais conhecem esse !ro"$em a e tm desen)o$)ido di#erentes t*cnicas de re!resentação. ($gum as de$as6 "em exem !$i-cadas !or Naurence +$i)ier6 "aseiam /se na criação ha"i$idosa6 so" contro$e )o$iti)o6 de um con unto de m o)im entos que sugerem em oção de um a #orm a )eross4m i$. ( !artir do conhecim ento !orm enori9ado de com o as em oç2es as suas ex!ress2esQ são )istas !or um o"ser)ador externo e da recordação do que norm a$m ente se sente quando tm $ugar essas a$teraç2es exteriores6 os grandes atores dessa tradição sim u$am /na com grande determ inação. + #ato de !oucos conseguirem triun#ar * um sina$ dos o"stácu$os que a -sio$ogia do c*re"ro $hes co$oca. m a outra t*cnica6 exem !$i-cada !e$o %m *todo& de re!resentação de Nee Stras"erg e 0$ia ^a9an ins!irado na o"ra de Constantin Stanis$a)siQ6 "aseia/se na criação rea$ das em oç2es !or !arte dos atores6 dando origem a um a situação rea$ em )e9 de sua sim u$ação. Isso !ode ser m ais con)incente e cati)ante6 m as requer ta$ento e m aturidade es!eciais !ara re#rear os !rocessos autom ati9ados desencadeados !e$a em oção )erdadeira. ( di#erença entre as ex!ress2es #aciais das em oç2es autnticas e das em oç2es sim u$adas #oi notada !e$a !rim eira )e9 !or Char$es DarKin em 3 e"presso das emoç/es no homem e nos animais6 !u"$icado em 1A>'. 1' DarKin tinha conhecim ento das o"ser)aç2es e#etuadas na d*cada anterior !or Gui$$aum e/Fen am in Duchenne so"re a m uscu$atura inter)eniente no sorriso e so"re o ti!o de contro$e necessário @ m o)im entação dessa m uscu$atura. 1, Duchenne tinha esta"e$ecido que o sorriso de a$egria )erdadeira requeria a contração in)o$untária e con ugada de dois m scu$os6 o grande 9igom ato e o or"icu$aris ocu$i )er -gura 1AQ. =inha tam "*m desco"erto que esse $tim o m scu$o s; !odia se m o)er de #orm a in)o$untáriaU era im !oss4)e$ ati)á/$o !ro!ositadam ente. +s ati)adores in)o$untários do m scu$o or"icu$aris ocu$i6 com o ex!$icou Duchenne6 eram %as doces em oç2es da a$m a&. uanto ao grande 9igom ato6 !ode ser ati)ado tanto in)o$untariam ente com o !or nossa )ontade6 e constitui desse m odo o cam inho indicado !ara os sorrisos de cortesia.
SE&TI+E&TOS + que * um sentim ento? + que m e $e)a a não usar indistintam ente os term os %em oção& e %sentim ento&? m a das ra92es * que6 a!esar de a$guns sentim entos estarem re$acionados com as em oç2es6 existem m uitos que não estão7 todas as em oç2es originam sentim entos6 se se esti)er des!erto e atento6 m as nem todos os sentim entos !ro)m de em oç2es. Cham o sentim entos de #undo ackgroundQ aos
que não tm origem nas em oç2es e dos quais #a$arei m ais adiante. 1A. + contro$e consciente e não consciente da m uscu$atura #acia$. Vou com eçar !or considerar os sentimentos de emoç/es e !ara isso tenho de retom ar o exem !$o anterior do estado em ociona$. =odas as a$teraç2es que um o"ser)ador externo !ode identi-car6 e m uitas outras que não !odem ser identi-cadas6 ta$ com o a ace$eração dos "atim entos card4acos ou um a contração do intestino6 #oram !erce"idas interiormente !or )oc. =odas as a$teraç2es estão constantem ente sendo sina$i9adas !ara seu c*re"ro !or m eio das term inaç2es ner)osas que $e)am os im !u$sos da !e$e6 dos )asos sangu4neos6 das )4sceras6 dos m scu$os )o$untários6 das articu$aç2es etc. 0m term os neurais6 a eta!a de regresso dessa )iagem de!ende dos circuitos que tm origem na ca"eça6 !escoço6 tronco e m em "ros6 !assam !e$a m edu$a es!ina$ e !e$o tronco cere"ra$ em direção @ #orm ação reticu$ar um con unto de nc$eos do tronco cere"ra$ inter)enientes6 entre outras #unç2es6 no contro$e da )ig4$ia e do sonoQ e ao tá$am o6 e )ia am at* o hi!otá$am o6 as estruturas $4m "icas e os )ários c;rtices som atossensoriais co$ocados nas regi2es insu$ar e !arieta$. 0sses $tim os6 em !articu$ar6 rece"em um re$ato do que está acontecendo no seu organism o a cada m om ento6 o que signi-ca que o"tm um a %im agem & da !aisagem do seu cor!o no decurso de um a em oção6 a qua$ se encontra em incessante m utação. Se )oc recordar a im agem da cam a de água em m o)im ento6 !oderá conce"er essa im agem com o um a sina$i9ação constante das m uitas a$teraç2es $ocais na cam a W os m o)im entos ascendentes e descendentes a que * su"m etida quando um a !essoa cam inha so"re e$a. Eos c;rtices cere"rais que rece"em a todo o m om ento esses sinais6 )eri-ca/se um !adrão de ati)idade neura$ em constante m utação. Eão há nada de estático6 nenhum a $inha de "ase6 nenhum hom en9inho W o hom ncu$o W sentado dentro do c*re"ro com o um a estátua6 rece"endo sinais da !arte corres!ondente do cor!o. Registra/se6 em )e9 disso6 um a m udança incessante. ($guns dos !adr2es estão organi9ados de #orm a to!ográ-ca6 outros não tanto6 não constando de um nico m a!a6 de um s; centro. 0xistem m uitos m a!as6 coordenados !or conex2es neuronais m utuam ente interati)as. ua$quer que se a a m etá#ora que se use !ara i$ustrar esse as!ecto6 * im !ortante a!erce"erm o/nos de que as re!resentaç2es do cor!o atuais não ocorrem num m a!a cortica$ r4gido6 com o os tradicionais diagram as do c*re"ro hum ano nos $e)aram a su!or erradam ente.
nessa atua$i9ação e acessi"i$idade im ediata tão "em dem onstradas na o"ra de
1. Para se sentir um a em oção * necess@rio6 m as não su:ciente6 que os sinais neurais das )4sceras6 dos m scu$os e articu$aç2es e dos nc$eos neurotransm issores W todos e$es ati)ados durante o !rocesso da em oção W atin am determ inados nc$eos su"corticais e o c;rtex cere"ra$. +s sinais end;crinos e outros de nature9a qu4m ica chegam tam "*m ao sistem a ner)oso centra$ !or m eio da corrente sangu4nea6 entre outras )ias. ( ideia de que o %qua$i-cado& um rostoQ e o %qua$i-cador& o estado cor!ora$ usta!ostoQ se com "inam m as não se m isturam a uda a ex!$icar !or que * !oss4)e$ sentirm o/nos de!rim idos quando !ensam os em !essoas ou situaç2es que de m odo a$gum signi-cam triste9a ou !erda6 ou nos sentim os anim ados sem ra9ão a$gum a im ediata que o ex!$ique. +s estados qua$i-cadores !odem ser s"itos e6 !or )e9es6 m esm o indese á)eis. ( m oti)ação !sico$;gica !ode não ser a!arente e at* não existir6 surgindo o !rocesso de um a a$teração -sio$;gica neutra em term os !sico$;gicos. 0m term os neuro"io$;gicos6 !or*m 6 os qua$i-cadores inex!$icá)eis re)e$am a re$ati)a autonom ia da m aquinaria neura$ su" acente @s em oç2es.
m inha m ente nessas ocasi2es6 da4 o transe. Eão m e ocorre um a !a$a)ra m ais adequada !ara esse estado6 que era um a condição im !otente de estu!or em que o conhecim ento era su"stitu4do !or aque$a \agonia !ositi)a e ati)a]&. %(gonia !ositi)a e ati)a& #oram as !a$a)ras usadas !or Li$$iam Mam es !ara descre)er sua !r;!ria de!ressão.Q ( segunda c$ari-cação7 a!resentei m inha !ers!ecti)a de quais !odem ser os com !onentes essenciais de um sentim ento6 em term os cogniti)os e neuraisU s; a in)estigação #utura !erm itirá determ inar se e$a está correta.
E&G A&A&DO O C>RE,RO ue !ro)as tem os a #a)or da a-rm ação de que os estados do cor!o !ro)ocam sentim entos? Parte da !ro)a encontra/se em estudos neuro!sico$;gicos que corre$acionam a !erda de sentim entos com $es2es em regi2es cere"rais necessárias @ re!resentação dos estados do cor!o )er ca!4tu$o 5Q6 m as estudos e#etuados em indi)4duos norm ais são tam "*m re)e$adores nesse as!ecto6 em !articu$ar os de Pau$ 0m an.1 uando 0m an deu instruç2es a indi)4duos norm ais so"re o m odo de m o)er os m scu$os #aciais6 %com !ondo& um a ex!ressão em ociona$ es!ec4-ca em seus rostos sem que e$es esti)essem inteirados de sua intenção6 o resu$tado #oi os indi)4duos ex!erienciarem um sentim ento corres!ondente @ ex!ressão. Por exem !$o6 um a ex!ressão #acia$ #e$i9 com !osta de #orm a tosca e incom !$eta $e)ou os indi)4duos a sentir %#e$icidade&6 um a ex!ressão #acia$ 9angada a sentir %rai)a&6 e assim sucessi)am ente. Isso * im !ressionante se considerarm os que e$es a!enas detecta)am ex!ress2es #aciais im !recisas e #ragm entárias6 e que6 com o não esta)am !erce"endo ou a)a$iando qua$quer situação rea$ que !udesse desencadear um a em oção6 seus cor!os não !odiam ter6 de in4cio6 o !er-$ )iscera$ que acom !anha um a em oção )erdadeira. ( ex!erincia de 0m an sugere ou que um #ragm ento do !adrão cor!ora$ caracter4stico de um estado em ociona$ * su-ciente !ara !rodu9ir um sentim ento do m esm o sina$6 ou que o #ragm ento desencadeia su"sequentem ente o resto do estado do cor!o e condu9 ao sentim ento. Curiosam ente6 nem todas as !artes do c*re"ro se deixam enganar6 !or assim di9er6 !or um con unto de m o)im entos que não * !rodu9ido !e$os m eios ha"ituais. Eo)os dados !ro)enientes de registros e$etro-sio$;gicos m ostram /nos que os sorrisos sim u$ados originam !adr2es de ondas cere"rais di#erentes dos !adr2es criados !e$os sorrisos )erdadeiros. 15 Y !rim eira )ista6 a desco"erta e$etro-sio$;gica !arece contradi9er a desco"erta #eita na ex!erincia anteriorm ente citada6 m as não * "em assim 7 em "ora re$atassem um sentim ento adequado ao #ragm ento de ex!ressão #acia$6 os indi)4duos esta)am !$enam ente cientes de que não se sentiam #e$i9es ou 9angados em re$ação a a$go em !articu$ar. Eão conseguim os enganar a n;s !r;!rios6 ta$ com o não conseguim os enganar os outros quando s; sorrim os !or cortesia6 e * exatam ente isso que o registro e$*trico !arece esta"e$ecer de #orm a c$ara. Pode
ser tam "*m !or esse m oti)o que tanto grandes atores com o cantores de ;!era conseguem so"re)i)er @ sim u$ação das em oç2es exa$tadas a que se su"m etem com regu$aridade sem !erder o contro$e. Perguntei a Regina Resni6 a m ais notá)e$ int*r!rete $4rica de Carm en e C$item nestra de nossa *!oca6 e )eterana de m i$ noites m usicais de c;$era e $oucura6 se tinha sido m uito di#4ci$ se!arar/se das em oç2es exor"itantes de suas !ersonagens. Eada di#4ci$6 res!ondeu e$a6 de!ois de ter a!rendido os segredos da t*cnica. Eingu*m im aginaria6 ao )/$a e ou)i/$a6 que esta)a a!enas %retratando& -sicam ente a em oção em )e9 de %senti/$a&.
%ARIEDADES DE SE&TI+E&TOS =a$ com o indiquei no in4cio deste ca!4tu$o6 existem m uitas )ariedades de sentim entos. ( !rim eira "aseia/se nas em oç2es W sendo as m ais uni)ersais a #e$icidade6 a triste9a6 a c;$era6 o m edo e o no o W e corres!onde a !er-s de res!osta do estado do cor!o que são6 em grande m edida6 !r*/organi9ados na ace!ção de Mam es. uando o cor!o se con#orm a aos !er-s de um a daque$as em oç2es6 sentimo-nos #e$i9es6 tristes6 irados6 receosos ou re!ugnados. uando os sentim entos estão associados a em oç2es6 a atenção con)erge su"stancia$m ente !ara sinais do cor!o6 e há !artes de$e que !assam do segundo !ara o !rim eiro !$ano de nossa atenção. m a segunda )ariedade de sentim entos * a que se "aseia nas em oç2es que são !equenas )ariantes das cinco antes m encionadas7 a eu#oria e o xtase são )ariantes da #e$icidadeU a m e$anco$ia e a ansiedade são )ariantes da triste9aU o !nico e a tim ide9 são )ariantes do m edo. 0ssa segunda )ariedade de sentim entos * sintoni9ada !e$a ex!erincia quando gradaç2es m ais sutis do estado cogniti)o são conectadas a )ariaç2es m ais sutis de um estado em ociona$ do cor!o. H a $igação entre um contedo cogniti)o intricado e um a )ariação num !er-$ !r*/ organi9ado do estado do cor!o que nos !erm ite sentir gradaç2es de rem orso6 )ergonha6 )ingança6 )chaden4reudec6 e assim !or diante. 1: (ariedades de sensaç/es Sentimentos de emoç2es uni)ersais "ásicas Sentimentos de emoç2es uni)ersais sutis Sentimentos de #undo
SE&TI+E&TOS DE -(&DO Pro!onho que exista tam "*m um a outra )ariedade de sentim entos que sus!eito ter !recedido as outras na e)o$ução. Cham o/$he sentimento de 4undo ackgroundQ !orque tem origem em estados cor!orais de %#undo& e não em estados em ocionais. Eão * o Verdi da grande em oção6 nem o Stra)insi da em oção inte$ectua$i9ada6 m as antes um m inim a$ista no tom e no ritm o6 o sentim ento da !r;!ria )ida6 a sensação de existir. 0s!ero que a noção !ossa ser ti$ !ara a aná$ise #utura da -sio$ogia dos sentim entos. De m "ito m ais restrito que os sentim entos em ocionais antes descritos6 os
sentim entos de #undo não são nem dem asiado !ositi)os nem dem asiado negati)os6 ainda que se !ossam re)e$ar agradá)eis ou desagradá)eis.
m em "ro #antasm a6 a que anteriorm ente a$udi. (!;s um a am !utação cirrgica6 a$guns doentes im aginam que o m em "ro ausente ainda $á se encontra. Conseguem at* sentir a$teraç2es im aginárias no estado do m em "ro inexistente6 ta$ com o determ inado m o)im ento6 dor6 tem !eratura etc. Q Será de es!erar6 então6 que um a !erda ou m odi-cação m ais gera$ da sensação "em radicada do estado do cor!o gera$ cause um distr"io ainda m aior6 e * isso que e#eti)am ente acontece. Com o descrito no ca!4tu$o 6 a$guns doentes com anosognosia !rotot4!ica e com !$eta !erdem a noção de seu estado c$4nico gera$. Desconhecem que estão so#rendo os e#eitos in)aria)e$m ente de)astadores de um a doença gra)e6 a m aior !arte das )e9es um acidente )ascu$ar cere"ra$ ou um tum or que se #orm a no !r;!rio c*re"ro ou que * m etástase de um cncer em outra !arte do cor!o. Eão reconhecem que estão !ara$isados6 m esm o quando !erce"em que não m exem os m em "ros6 !or exem !$o6 ao serem con#rontados com a rea$idade e o"rigados a )er a im o"i$idade da m ão e do "raço esquerdo. Eão !erce"em as consequncias de sua situação c$4nica e o #uturo não os !reocu!a. Suas m ani#estaç2es em ocionais são $im itadas ou inexistentes e os sentim entos W !or sua !r;!ria )eri-cação ou !or in#erncia de um o"ser)ador W são igua$m ente nu$os. ( $esão cere"ra$ em anosogn;sicos desse ti!o resu$ta na #a$ha da intercom unicação entre as regi2es que inter)*m no $e)antam ento do estado do cor!o e6 com a$gum a #requncia6 na !r;!ria destruição de a$gum as dessas regi2es. 0ssas regi2es situam /se todas no hem is#*rio direito6 a!esar de
rece"erem in#orm aç2es tanto do $ado direito do cor!o com o do $ado esquerdo. (s regi2es/cha)e situam /se na 4nsu$a6 no $;"u$o !arieta$ e na su"stncia "ranca que cont*m as $igaç2es entre e$as e6 a$*m disso6 as $igaç2es !ara e do tá$am o6 !ara e do c;rtex #ronta$ e !ara os gng$ios "asais. sando a noção de sentim ento de #undo6 !osso agora indicar o que6 em m eu entender6 sucede na anosognosia. Inca!a9es de a!ro)eitar a in#orm ação que rece"em do cor!o6 os anosogn;sicos não conseguem atua$i9ar a re!resentação de seus cor!os e6 consequentem ente6 reconhecer6 de #orm a im ediata e autom ática6 !or m eio do sistem a som atossensoria$6 que a rea$idade de sua situação cor!ora$ se a$terou. (inda são ca!a9es de #orm ar um a im agem m enta$ de com o eram seus cor!os6 que se encontra agora desatua$i9ada. 06 com o o cor!o esta)a "em 6 * assim que aca"am !or descre)/$o quando interrogados. +s doentes que so#reram am !utaç2es !odem a-rm ar que sentem ainda o m em "ro ausente m as !erce"em que6 e#eti)am ente6 e$e não está $á. Eão so#rem de um a i$usão ou de um a a$ucinaçãoU na )erdade6 * o sentido da rea$idade que os $e)a a queixarem /se de seu estado incXm odo.
O CORPO CO+O TEATRO DAS E+O6=ES
m a das cr4ticas #eitas a Li$$iam Mam es re#ere/se @ ideia de que usam os sem !re o cor!o com o teatro !ara as em oç2es.
'. m diagram a do %circuito !e$o cor!o& od% loopQ e do circuito %com o se&. =anto no !aine$ do circuito do cor!o com o no do circuito %com o se&6 o c*re"ro * re!resentado !e$o !er4m etro negro su!erior e o cor!o !e$o in#erior. + !rocesso no circuito %com o se& e)ita o cor!o na sua tota$idade. Por que os sentim entos %com o se& de)erão ser sentidos de m aneira di#erente? Vou a!resentar !e$o m enos um a ra9ão que m e $e)a a !ensar assim . Im agine um a !essoa norm a$ conectada a um !o$4gra#o6 um instrum ento $a"oratoria$ que !erm ite a)a$iar a con-guração e a m agnitude das reaç2es em ocionais so" a #orm a de grá-cos cont4nuos. Im agine agora essa !essoa !artici!ando de um a ex!erincia !sico$;gica durante a qua$ o exam inador irá considerar determ inadas res!ostas corretas e m erecedoras de a$gum a recom !ensa6 ou incorretas e m erecedoras6 !or isso6 de a$gum castigo. + indi)4duo6 ao ser in#orm ado de que um a determ inada ação que rea$i9ou durante a ex!erincia está certa e que será recom !ensado6 gera um a res!osta que surge com o um a cur)a6 com um
determ inado in4cio6 e$e)ação e chegada a um !atam ar su!erior. Passado a$gum tem !o6 outra ação e#etuada !e$o indi)4duo suscita um castigo6 o que origina tam "*m um a reação.
estados cor!orais. Pode at* ser que o c*re"ro !recise sa"er que estam os )i)os antes de !rocurar m anter/se a si !r;!rio des!erto e consciente.
+E&TA.IAR O CORPO E C(IDAR DE.E Eão m e !arece sensato exc$uir as em oç2es e os sentim entos de qua$quer conce!ção gera$ da m ente6 m uito em "ora se a exatam ente o que )ários estudos cient4-cos e res!eitá)eis #a9em quando se!aram as em oç2es e os sentim entos dos tratam entos dos sistem as cogniti)os. 0ssa * um a om issão a que a$udi na Introdução7 as em oç2es e os sentim entos são considerados entidades diá#anas6 inca!a9es de !arti$har o !a$co com o contedo !a$!á)e$ dos !ensam entos6 que não o"stante qua$i-cam . 0ssa )isão restriti)a6 que exc$ui a em oção das correntes te;ricas !rinci!ais das cincias cogniti)as6 tem um congnere na !ers!ecti)a não m enos tradiciona$ das cincias do c*re"ro a que a$udi antes6 a sa"er6 a de que as em oç2es se a!oiam nos m ais recXnditos a$icerces do c*re"ro6 enquanto aqui$o que essas em oç2es qua$i-cam se a!oia no neoc;rtex. Eão !arti$ho essas o!ini2es. 0m !rim eiro $ugar6 * e)idente que a em oção se desenro$a so" o contro$e tanto da estrutura su"cortica$ com o da neocortica$. 0m segundo6 e ta$)e9 m ais im !ortante6 os sentimentos so to cognitivos como 2ual2uer outra imagem perceptual e to de!endentes do c;rtex cere"ra$ com o qua$quer outra im agem . Eão tenho d)ida a$gum a de que os sentim entos di9em res!eito a a$go "em di#erente.
O PROCESSO DE SE&TIR
uais são os !rocessos neurais !or m eio dos quais sentimos um estado em ociona$ ou um estado de #undo? Eão sei !recisar exatam ente. Creio que tenho o !rinc4!io da res!osta6 m as não estou certo so"re o seu -na$. ( res!osta @ questão acerca de com o sentim os de!ende de nossa com !reensão do que * a conscincia6 a$go em re$ação ao qua$ se de)e ter a$gum a m od*stia e que não * o tem a deste $i)ro. Eo entanto6 !odem os co$ocar a questão6 e$im inar aque$as res!ostas que6 !or certo6 não são ca"4)eis e considerar onde de)em os !rocurar as res!ostas no #uturo. m a res!osta que * #a$sam ente satis#at;ria tem a )er com a neuroqu4m ica da em oção. Eão "asta desco"rir as su"stncias qu4m icas que inter)m nas em oç2es e nos hum ores !ara ex!$icar o que sentim os. H "em sa"ido que essas su"stncias qu4m icas !odem !ro)ocar a$teraç2es nesses estadosU o á$coo$6 os estu!e#acientes e toda um a s*rie de agentes #arm aco$;gicos !odem m odi-car o que sentim os. ( conhecida re$ação entre a qu4m ica e a sensação !re!arou os cientistas e o !"$ico !ara a desco"erta de que o organism o !rodu9 su"stncias qu4m icas que !odem ter um e#eito sem e$hante. H atua$m ente "em aceita a ideia de que as endor-nas são a m or-na do c*re"ro6 e de que !odem a$terar #aci$m ente aqui$o que sentim os em re$ação a n;s !r;!rios6 @ dor e ao m undo. + m esm o sucede com a ideia de que neurotransm issores com o a do!am ina6 a nore!ine#rina e a serotonina6 assim com o os neurom odu$adores !e!t4dicos6 !odem ter e#eitos aná$ogos. H im !ortante !erce"er6 !or*m 6 que o conhecim ento de um a determ inada su"stncia qu4m ica !rodu9ida dentro ou #ora do cor!oQ que !ro)oca a ocorrncia de um determ inado sentim ento não * o m esm o que o conhecim ento do m ecanism o !e$o qua$ se a$cança esse resu$tado. Sa"er que um a su"stncia atua so"re determ inados sistem as6 em determ inados circuitos e rece!tores e em determ inados neurXnios6 não ex!$ica por 2ue nos sentim os a$egres ou tristes. 0sta"e$ece um a re$ação de causa e e#eito entre a su"stncia e a sensação6 m as não nos di9 como se !assa de um a a outra. H a!enas o com eço de um a ex!$icação. Se o #ato de nos sentirm os a$egres ou tristes corres!onde em grande m edida a um a a$teração na re!resentação neura$ dos estados do cor!o em curso6 a ex!$icação requer6 nesse caso6 que as su"stncias qu4m icas atuem so"re a "ase dessas re!resentaç2es6 isto *6 no cor!o !ro!riam ente dito e nas di)ersas redes de circuitos neurais cu os !adr2es de ati)idade re!resentam o cor!o. ( com !reensão da neuro"io$ogia do sentim ento requer necessariam ente a com !reensão da neuro"io$ogia de tudo isso. Se o #ato de nos sentirm os a$egres ou tristes de!ende tam "*m dos m odos cogniti)os6 segundo os quais nossos !ensam entos se encontram em o!eração6 a ex!$icação requer de igua$ m odo que a su"stncia qu4m ica atue so"re os circuitos que originam e m ani!u$am im agens e assim de-nem esti$o e e-cincia cogniti)a. + que quer di9er que redu9ir a de!ressão a um a a-rm ação acerca da dis!oni"i$idade de serotonina e nore!ine#rina em gera$ W um a a-rm ação !o!u$ar nestes dias de Pro9ac W * inaceita)e$m ente grosseiro. +utra res!osta #a$sam ente satis#at;ria * a equi!aração sim !$es do sentim ento @ re!resentação neura$ do que acontece na !aisagem do cor!o6 num dado m om ento. 8e$i9 ou in#e$i9m ente6 isso não "astaU !recisam os desco"rir de que m odo as re!resentaç2es do cor!o se tornam su" eti)as6 de que m odo se tornam !arte do ser que as !ossui. Com o !odem os ex!$icar um ta$ !rocesso6 em term os neuro"io$;gicos6 sem recorrer ao #áci$ e con)eniente m ito do hom ncu$o que !erce"e a re!resentação? Para a$*m da re!resentação neura$ do estado cor!ora$6 )e o6 !ortanto6 necessidade de !ressu!or !e$o m enos dois com !onentes !rinci!ais no m ecanism o neura$ su" acente ao sentim ento. + !rim eiro6 que se registraria no in4cio do !rocesso6 )em descrito a seguir. + segundo6 que nada tem de sim !$es ou direto6 re$aciona/se com o eu e será a"ordado no ca!4tu$o 1.
( -m de nos sentirm os de um a certa #orm a em re$ação a um a !essoa ou a um acontecim ento6 o c*re"ro !recisa de um m eio de re!resentar a $igação causa$ entre a !essoa ou o acontecim ento e o estado do cor!o6 de !re#erncia de #orm a inequ4)oca. 0m outras !a$a)ras6 não )am os querer $igar um a em oção6 !ositi)a ou negati)a6 @ coisa ou !essoa errada. H #requente #a9erm os conex2es erradas6 !or exem !$o6 quando associam os um a !essoa6 o" eto ou $ugar a um m au des#echo dos acontecim entos W m as sem !re !rocuram os e)itar essas conex2es. ( su!erstição "aseia/se nesse ti!o de #a$sa associação causa$7 um cha!*u em cim a da cam a tra9 a9ar6 ta$ com o um gato !reto que atra)essa nosso cam inhoU !assar !or de"aixo de um a escada tra9 in#ortnio6 e assim !or diante. uando o #a$so a$inham ento de um a em oção com o o m edo a um o" eto dom ina sistem aticam ente a situação6 segue/se o com !ortam ento #;"ico. + outro $ado da m oeda não * !ro!riam ente m e$hor. (o associar em oç2es !ositi)as com !essoas6 o" etos ou $ugares6 de #orm a indiscrim inada e #requente6 aca"am os !or nos sentir m ais tranqui$os do que de)er4am os em re$ação a m uitas situaç2es6 e aca"am os com o Po$$T anna.Q 0ssa sensação de re$ação causa e e#eito !ode !ro)ir da ati)idade em 9onas de con)ergncia que interm ediários entre sinais do cor!o e sinais re$ati)os @ entidade que causa a em oção. (s 9onas de con)ergncia #uncionam com o corretores da Fo$sa em )irtude de $igaç2es de 4eed4orward e 4eedack rec4!rocas que m antm com suas #ontes de in#orm ação. +s atores no esquem a que !ro!onho são um a re!resentação ex!$4cita da entidade causadoraU um a re!resentação ex!$4cita do atual estado do corpoU e um a representaço intermedi@ria. 0m outras !a$a)ras7 a ati)idade cere"ra$ que assina$a um a determ inada entidade e constitui transitoriam ente um a re!resentação to!ogra-cam ente organi9ada nos c;rtices sensoriais iniciais a!ro!riadosU a ati)idade cere"ra$ que assina$a as a$teraç2es no estado do cor!o e constitui transitoriam ente um a re!resentação to!ogra-cam ente organi9ada nos c;rtices som atossensoriais iniciaisU e um a re!resentação6 $oca$i9ada num a 9ona de con)ergncia6 que rece"e sinais daque$es dois $ocais de ati)idade cere"ra$ !or m eio de $igaç2es neurais 4eed4orward. 0ssa re!resentação interm ediária !reser)a a ordem de in4cio da ati)idade cere"ra$ e6 a$*m disso6 m ant*m ati)idade e atenção !or m eio de conex2es de 4eedack dirigidas !ara os dois $ocais iniciais. +s sinais trocados entre os trs atores #echam 6 !or um "re)e !er4odo6 esse con unto num a ati)idade re$ati)am ente s4ncrona. H m uito !ro)á)e$ que este !rocesso requeira estruturas corticais e su"corticais6 a sa"er6 as do tá$am o. ( em oção e o sentim ento assentam 6 desse m odo6 em dois !rocessos "ásicos7 1Q a im agem de um determ inado estado do cor!o usta!osto ao con unto de im agens desencadeadoras e a)a$iati)as que o causaram U e 'Q um determ inado esti$o e n4)e$ de e-cincia do !rocesso cogniti)o que acom !anha os acontecim entos descritos em 16 m as que #unciona em !ara$e$o. +s acontecim entos descritos em 1 requerem a ati)ação de um estado do cor!o ou de seu su"stituto dentro do c*re"ro. Pressu!2em a !resença de um desencadeador6 a existncia de dis!osiç2es adquiridas6 com "ase nas quais a a)a$iação terá $ugar6 e de dis!osiç2es inatas que irão ati)ar as res!ostas cor!orais.
'1. + con unto dos diagram as das !!. 1,6 1,6 116 m ostrando os !rinci!ais !ercursos6 $igados ao cor!o e ao c*re"ro6 dos sinais neurais inter)enientes na em oção e no sentim ento. Eote/se que as in#orm aç2es end;crinas e outras de nature9a qu4m ica #oram exc$u4das !ara m aior c$are9a. =a$ com o nos diagram as anteriores6 os gng$ios "asais #oram tam "*m exc$u4dos. +s acontecim entos descritos em ' são desencadeados a !artir do m esm o sistem a de dis!osiç2es que #uncionam em 16 m as o a$)o * o con unto de nc$eos no tronco cere"ra$ e !rosenc*#a$o "asa$6 que reagem com a $i"eração se$eti)a de neurotransm issores. + resu$tado das res!ostas neurotransm issoras * um a a$teração da )e$ocidade com que as im agens são #orm adas6 e$im inadas6 exam inadas e e)ocadas6 assim com o um a a$teração no esti$o de racioc4nio e#etuado so"re essas im agens. Com o exem !$o6 tem os o caso em que o m odo cogniti)o que acom !anha um a sensação de "i$o !erm ite a criação rá!ida de m $ti!$as im agens6 de ta$ #orm a que o !rocesso associati)o * m ais rico e as associaç2es são #eitas de acordo com um a m aior )ariedade de ind4cios existentes nas im agens que estão sendo exam inadas. (s im agens não são o a$)o da atenção !or m uito tem !o. ( !ro#usão su"sequente #aci$ita a in#erncia6 que se !ode tornar excessi)am ente a"rangente. 0sse m odo cogniti)o * acom !anhado de um a desini"ição da e-cincia m otora6 assim com o de um aum ento do a!etite e dos com !ortam entos ex!$orat;rios. ( m ania * o extrem o desse m odo cogniti)o. 0m contraste6 o m odo cogniti)o que acom !anha a triste9a caracteri9a/se !or um a $entidão na e)ocação das im agens6 associação !o"re em res!osta a um nm ero m enor de ind4cios6 in#erncias m ais $im itadas e m enos e-cientes6 concentração excessi)a nas m esm as im agens6 gera$m ente as que m antm a reação em ociona$ negati)a. 0sse estado cogniti)o * acom !anhado de ini"ição m otora e6 em gera$6 de um a redução nos a!etites e nos com !ortam entos ex!$orat;rios. ( de!ressão constitui o extrem o desse m odo cogniti)o .1A Eão )e o as em oç2es e os sentim entos com o entidades im !a$!á)eis e diá#anas6 com o tantos insistem em c$assi-cá/$os. + tem a de que tratam * concreto6 e sua re$ação com sistem as es!ec4-cos no cor!o e no c*re"ro não * m enos notá)e$ do que a da )isão ou da $inguagem . =am !ouco os sistem as cere"rais em que se a!oiam se encontram con-nados ao setor su"cortica$. + cerne do c*re"ro e o c;rtex cere"ra$ tra"a$ham em con unto6 criando a em oção e o sentim ento6 da m esm a #orm a que o #a9em !ara a )isão. Eada !oder4am os )er se a!enas ti)*ssem os o c;rtex cere"ra$6 e a )isão com eça m uito !ro)a)e$m ente no tronco cere"ra$6 em estruturas com o os co$4cu$os. Por $tim o6 * im !ortante !erce"erm os que a de-nição concreta de em oção e sentim ento em term os cogniti)os e neurais não dim inui sua "e$e9a ou horror6 ou seu estatuto na !oesia ou na m sica. Com !reender com o )em os ou com o #a$am os não des)a$ori9a o que * )isto ou #a$ado. Com !reender os m ecanism os "io$;gicos su" acentes @s em oç2es e aos sentim entos * !er#eitam ente com !at4)e$
com um a )isão rom ntica do seu )a$or !ara os seres hum anos. a 6ired6 no origina$6 !a$a)ra que se re#ere aos -os e$*tricos com que se insta$am circuitos num a!are$ho e$etrXnico. + term o * usado correntem ente com re#erncia @ %insta$ação& de circuitos cere"rais e !rocessos m entais. E. =.Q " (s de-niç2es de %emoção& e %sentimento& aqui a!resentadas não são ortodoxas. +utros autores usam essas m esm as !a$a)ras indistintam ente. + term o %sentim ento& !ode nem m esm o ser usado6 ou o term o %em oção& ser di)idido em com !onentes ex!ressi)o e ex!erienciado. + uso sistem ático dos term os di#erentes que !ro!onho !ode a udar o a)anço da #utura in)estigação desses #enXm enos. c 0m a$emão no origina$7 satis4aço maliciosa. E. =.Q d #ind the od% 6 no origina$6 que oga com o du!$o sentido de %mind& W mente e m enta$i9ar6 cuidar e !restar atenção. 0m outras !a$a)ras6 %ter atenção !ara com o cor!o&6 cuidar de$e6 dar/$he im !ortncia6 e % \m enta$i9ar] o cor!o&6 anim á/$o com um a m ente. E. Pre!.Q K$ A 9iBótese do marador;somátio RACIOCI&AR E DECIDIR uase nunca !ensam os no !resente e6 quando o #a9em os6 * a!enas !ara )er com o i$um ina nossos !$anos !ara o #uturo. 1 0ssas !a$a)ras !ers!ica9es são de Pasca$6 que conc$uiu que o !resente !raticam ente não existe6 ocu!ados que estam os em usar o !assado !ara !$ane ar o que se segue6 daqui a um instante ou no #uturo rem oto. + racioc4nio e a decisão ocu!am /se desse !rocesso esgotante e incessante de m anu#atura de !$anos6 e este ca!4tu$o de"ruça/se so"re um a !equena !arte de suas !oss4)eis #undaç2es neuro"io$;gicas. =a$)e9 se a a!ro!riado di9er que a -na$idade do racioc4nio * a decisão6 e a essncia da decisão consiste em esco$her um a o!ção de res!osta6 ou se a6 esco$her um a ação não )er"a$6 ou um a !a$a)ra6 ou um a #rase6 ou um a com "inação dessas coisas6 entre as m uitas !oss4)eis no m om ento6 !erante um a dada situação. +s term os raciocinar e decidir estão tão inter$igados que6 !or )e9es6 se con#undem . Phi$$i! Mohnson/Naird ca!tou essa estreita inter$igação so" a #orm a de um a m áxim a7 %Para decidir6 u$gueU !ara u$gar6 raciocineU !ara raciocinar6 decida so"re o que raciocinarQ&. ' +s term os raciocinar e decidir im !$icam ha"itua$m ente que quem decide tenha conhecim ento aQ da situação que requer um a decisão6 Q das di#erentes o!ç2es de ação res!ostasQ e cQ das consequncias de cada um a dessas o!ç2es resu$tadosQ6 im ediatam ente ou no #uturo. + conhecim ento6 que existe na m em ;ria so" a #orm a de re!resentaç2es dis!ositi)as6 !ode tornar/se consciente de m odo $ingu4stico ou não. +s term os racioc4nio e decisão tam "*m im !$icam ha"itua$m ente que quem decide dis!2e de a$gum a estrat*gia $;gica !ara !rodu9ir in#erncias )á$idas com "ase nas quais * se$ecionada um a o!ção de res!osta adequada e que dis!2e dos !rocessos de a!oio necessários ao racioc4nio. 0ntre esses $tim os são norm a$m ente m encionadas a atenção e a m em ;ria de tra"a$ho6 m as nada se di9 so"re a em oção ou o sentim ento6 e quase nada so"re o m ecanism o que !erm ite a criação de um re!ert;rio de di#erentes o!ç2es !ara se$eção. Eem todos os !rocessos "io$;gicos que cu$m inam na se$eção de um a res!osta se inserem no m "ito do racioc4nio e da decisão. +s exem !$os que se seguem a udam a esc$arecer essa a-rm ação. Ve am os6 com o !rim eiro exem !$o i$ustrati)o6 o que sucede quando "aixa o n4)e$ de açcar no sangue e os neurXnios do hi!otá$am o detectam essa descida. + necessário %conhecim ento& -sio$;gico encontra/se registrado nas dis!osiç2es do hi!otá$am o6 onde tam "*m se encontra registrada6 num circuito neura$6 a
%estrat*gia& da res!osta que consiste na criação de um estado de #om e que aca"ará !or $e)á/$o a com er.
distinti)os dos es!4ritos anim aisU m ecanism os tão distintos que um de$es re!resenta a c$are9a do !ensam ento6 a com !etncia deduti)a e a a$goritm icidade6 enquanto os outros conotam o"scuridade e a )ida m enos disci!$inada das !aix2es.
RACIOCI&AR E DECIDIR &(+ ESPA6O PESSOA. E SOCIA. Raciocinar e decidir !ode re)e$ar/se um a tare#a árdua6 es!ecia$m ente quando estão em causa nossa )ida !essoa$ e seu contexto socia$ im ediato. 0xistem "ons m oti)os !ara tratar essas duas áreas com o um dom 4nio autXnom o. 0m !rim eiro $ugar6 um a $im itação !ro#unda m arcada na tom ada de decisão em term os !essoais não * o"rigatoriam ente acom !anhada de um a $im itação m arcada no dom 4nio não !essoa$6 com o "em con-rm am os casos de Phineas Gage6 0$$iot e outros. 0stam os atua$m ente in)estigando at* que !onto esses doentes são com !etentes !ara raciocinar quando as !rem issas não $hes di9em diretam ente res!eito6 e at* que !onto conseguem chegar @s decis2es que de$as decorrem . Pode m uito "em suceder que6 quanto m ais os !ro"$em as se a#astem de seu ser !essoa$ e socia$6 m e$hores resu$tados consigam o"ter. 0m segundo $ugar6 o"ser)aç2es de senso com um do com !ortam ento hum ano !erm item sustentar um a dissociação sem e$hante nas ca!acidades de racioc4nio6 dissociação essa que se estende nos dois sentidos. =odos conhecem os !essoas que são extraordinariam ente inte$igentes no seu !ercurso socia$6 que !ossuem um sentido in#a$4)e$ !ara o"ter )antagens !essoais e !ara seu gru!o das m ais di)ersas situaç2es6 m as que se re)e$am incri)e$m ente ine!tas quando $hes * con-ado um !ro"$em a não !essoa$ e não socia$. ( situação in)ersa * igua$m ente dram ática7 todos conhecem os cientistas e artistas cu o sentido socia$ * um desastre e que com regu$aridade !re udicam a si !r;!rios e aos outros com suas atitudes. + !ro#essor distra4do * a )ariante "enigna desse $tim o ti!o. 0stão aqui em ação6 nesses di#erentes esti$os de !ersona$idade6 a !resença ou a ausncia do que oKard Gardner cham ou a %inte$igncia socia$&6 ou a !resença ou a ausncia de um a ou outra de suas inte$igncias m $ti!$as6 com o6 !or exem !$o6 a %m atem ática& ., + dom 4nio !essoa$ e socia$ im ediato * o que m ais se a!roxim a do nosso destino e aque$e que en)o$)e a m aior incerte9a e a m aior com !$exidade. 0m term os $atos6 dentro desse dom 4nio6 decidir "em * esco$her um a res!osta que se a )anta osa !ara o organism o6 de m odo direto ou indireto6 em term os de sua so"re)i)ncia e da qua$idade dessa so"re)i)ncia. Decidir "em im !$ica tam "*m decidir de #orm a ex!edita6 es!ecia$m ente quando está em ogo o #ator tem !o6 ou !e$o m enos decidir dentro de um enquadram ento tem !ora$ a!ro!riado !ara o !ro"$em a em questão.
0stou consciente da di-cu$dade de de-nir o que * )anta oso e a!erce"o/m e de que a$gum as coisas !odem ser )anta osas !ara a$guns indi)4duos m as não !ara outros. Por exem !$o6 ser m i$ionário não * necessariam ente "om 6 e o m esm o se !ode di9er de ganhar !rm ios.
A RACIO&A.IDADE E+ A67O Com ecem os !or considerar um a situação que requer um a esco$ha. Im agine que )oc * o dono de um a grande em !resa e está !erante a !ossi"i$idade de se encontrar6 ou não6 com um c$iente em !otencia$ que $he !ode !ro!orcionar um )u$toso neg;cio6 m as que * tam "*m o arqui/inim igo do seu m e$hor am igo6 e !erante a !ers!ecti)a de $e)ar6 ou não6 adiante um determ inado neg;cio. + c*re"ro de um adu$to norm a$6 inte$igente e educado reage @ situação criando ra!idam ente cenários de o!ç2es de res!osta !oss4)eis e cenários dos corres!ondentes resu$tados. Ea nossa conscincia6 os cenários são constitu4dos !or m $ti!$as cenas im aginárias6 não !ro!riam ente um -$m e cont4nuo6 m as instantes !ict;ricos de im agens/cha)e nessas cenas6 que sa$tam de um as !ara as outras em usta!osição rá!ida. 0xem !$os do que as im agens !oderiam m ostrar7 o encontro com o !resum 4)e$ c$ienteU ser )isto na com !anhia de$e !e$o seu m e$hor am igo e #a9er !erigar sua am i9adeU não encontrar com o c$ienteU !erder um "om neg;cio m as sa$)aguardar um a am i9ade !reciosa6 e assim !or diante. + as!ecto que !retendo sa$ientar aqui * o de que a m ente não está )a9ia no com eço do !rocesso de racioc4nio. Pe$o contrário6 encontra/se re!$eta de um re!ert;rio )ariado de im agens6 originadas de acordo com a situação en#rentada e que entram e saem de sua conscincia num a a!resentação dem asiado rica !ara ser rá!ida ou com !$etam ente a"arcada.
que m esm o um !ro"$em a com duas a$ternati)as não * assim tão sim !$es. Ganhar um c$iente !ode tra9er um a recom !ensa im ediata e tam "*m um a recom !ensa #utura su"stancia$. Com o a dim ensão dessa recom !ensa * desconhecida6 )oc !recisa ca$cu$ar sua grande9a e sua !ro!orção6 ao $ongo do tem !o6 !ara que !ossa contra!X/$a aos !otenciais !re u49os6 entre os quais de)erá inc$uir as consequncias da !erda de um a am i9ade. Com o essa $tim a !erda )ariará com o tem !o6 de)erá tam "*m ser ca$cu$ada sua taxa de %des)a$ori9ação&B Ea )erdade6 )oc está !erante um cá$cu$o com !$icado6 que ocorre em di)ersas *!ocas im aginárias6 agra)ado !e$a necessidade de com !arar resu$tados de nature9a di#erente que tm de a$gum m odo de ser tradu9idos num a m oeda com um !ara que a com !aração !ossa #a9er a$gum sentido. m a !arte considerá)e$ desse cá$cu$o de!enderá da criação cont4nua de m ais cenários im aginários "aseados em esquem as )isuais e auditi)os6 entre outros6 e tam "*m da criação cont4nua das narrati)as )er"ais que acom !anham esses cenários e que são essenciais @ m anutenção do !rocesso de in#erncia $;gica. Vam os agora !ro!or !ara discussão a a-rm ação de que6 se essa estrat*gia * a nica de que )oc dis!2e6 a raciona$idade6 ta$ com o #oi descrita acim a6 não )ai #uncionar. Ea m e$hor das hi!;teses6 sua decisão $e)ará um tem !o enorm e6 m uito su!erior ao aceitá)e$6 se quiser #a9er a$gum a coisa m ais nesse dia. Ea !ior6 )oc !ode nem sequer chegar a um a decisão !orque se !erderá nos m eandros do cá$cu$o. Por qu? Porque não )ai ser #áci$ reter na m em ;ria as m uitas $istas de !erdas e ganhos que necessita consu$tar !ara suas com !araç2es. ( re!resentação de #ases interm ediárias6 que )oc deixou em sus!enso e !recisa agora ins!ecionar a -m de tradu9i/$as !ara um a #orm a sim ";$ica necessária ao !rosseguim ento das in#erncias $;gicas6 irá !ura e sim !$esm ente desa!arecer de sua m em ;ria. Voc !erderá o rastro de$as. ( atenção e a m em ;ria de tra"a$ho !ossuem um a ca!acidade $im itada. Se sua m ente dis!user a!enas do cá$cu$o raciona$ !uro6 )ai aca"ar !or esco$her m a$ e de!ois $am entar o erro6 ou sim !$esm ente desistir de esco$her6 em deses!ero de causa. + que a ex!erincia com doentes com o 0$$iot sugere * que a estrat*gia #ria de#endida !or ^ant6 entre outros6 tem m uito m ais a )er com a m aneira com o os doentes com $es2es !r*/#rontais tom am suas decis2es do que com a m aneira com o as !essoas norm ais tom am decis2es. Eatura$m ente6 at* os raciona$istas !uros #uncionam m e$hor com a a uda de !a!e$ e $á!is. Fasta que )oc anote todas as o!ç2es e a in-nidade de cenários decorrentes e consequncias. (!arentem ente6 #oi o que DarKin sugeriu !ara quem queria esco$her a m e$hor !essoa com quem casar.Q
A HIPLTESE DO +ARCADOR;SO+/TICO Considere de no)o os cenários que es"ocei. +s com !onentes/cha)e desses cenários desdo"ram /se na m ente6 de #orm a esquem ática e !raticam ente sim u$tnea6 de m odo dem asiado rá!ido !ara que os !orm enores !ossam ser "em de-nidos.
consequncias !otencia$m ente danosas. + estado negati)o associado ao cenário do #uturo contraria a !ers!ecti)a tentadora de um grande $ucro im ediato. ( a"ordagem em term os de m arcador/som ático *6 !ortanto6 com !at4)e$ com a noção de que o com !ortam ento !essoa$ e socia$ e-ca9 requer que os indi)4duos #orm em %teorias& adequadas das suas !r;!rias m entes e das m entes dos outros. Com "ase nessas teorias6 * !oss4)e$ !re)er que ideias os outros estão #orm ando a nosso res!eito. + !orm enor e o rigor dessas !re)is2es são essenciais !ara a"ordarm os um a decisão cr4tica num a situação socia$. Vo$to a su"$inhar que o nm ero de cenários que de)em os ins!ecionar * im enso6 e m inha ideia * a de que os m arcadores/som áticos ou a$go que se $hes assem e$heQ co$a"oram no !rocesso de -$tragem dessa grande rique9a de !orm enores W com e#eito6 redu9em a necessidade de -$tragem ao !erm itir um a detecção autom ática dos com !onentes m ais re$e)antes de um dado cenário. ( sim "iose entre os cham ados !rocessos cogniti)os e os !rocessos gera$m ente designados !or %em ocionais& torna/se e)idente. 0ssa a"ordagem gera$ tam "*m se a!$ica @ esco$ha de aç2es cu as consequncias im ediatas são negati)as6 m as que geram resu$tados !ositi)os no #uturo. m exem !$o * a to$erncia de sacri#4cios agora !ara se o"ter "ene#4cios m ais tarde. Im agine que6 !ara m udar o estado de coisas de seu neg;cio !ouco !r;s!ero6 )oc !recisa6 "em com o os em !regados6 aceitar um a redução dos sa$ários6 a !artir deste m om ento6 untam ente com um aum ento dram ático do nm ero de horas de tra"a$ho. ( !ers!ecti)a im ediata não * nada agradá)e$6 m as a ideia de )antagens #uturas cria um m arcador/som ático !ositi)o e su!era a tendncia !ara decidir negati)am ente. Sem esse !re$dio de dias !otencia$m ente m e$hores6 com o seria !oss4)e$ aceitar o dentista6 o ;ogging ou o ensino uni)ersitário? Por m eio da m era #orça de )ontade6 !oder/se/ia contra!or6 m as nesse caso com o ex!$icar a #orça de )ontade? 0$a se "aseia na a)a$iação de um a !ers!ecti)a6 e a a)a$iação !ode nem sequer ter $ugar se a atenção não #or de)idam ente cana$i9ada tanto !ara as di-cu$dades im ediatas com o !ara os xitos #uturos6 tanto !ara o so#rim ento agora com o !ara a com !ensação 4utura. 0$im ine/se essa $tim a e estarem os retirando a #orça de e$e)ação @s asas da #orça de )ontade. ( #orça de )ontade * um a m etá#ora !ara a ideia de esco$her de acordo com resu$tados a $ongo !ra9o e não a curto !ra9o.
(+ APARTE SO,RE O A.TR(?S+O Eeste !onto6 !odem os !erguntar/nos se o que #oi dito antes se a!$ica @ m aioria ou m esm o a todas as decis2es gera$m ente c$assi-cadas com o a$tru4stas6 com o !or exem !$o os sacri#4cios que os !ais #a9em !e$os -$hos ou que indi)4duos !or nature9a "ons #a9iam !e$o rei e !e$o 0stado e que os her;is que ho e restam ainda #a9em . ($*m do aux4$io que os a$tru4stas tra9em aos outros6 !odem #a9er "em !ara si !r;!rios na #orm a de reconhecim ento socia$6 honra e a#eto !"$ico6 !rest4gio6 autoestim a e at* m esm o )antagem -nanceira. ( !ers!ecti)a de qua$quer dessas recom !ensas !ode #a9er/se acom !anhar de "i$o cu a "ase neura$ )e o com o um m arcador/som ático !ositi)oQ e6 sem d)ida6 tra9er um xtase ainda m ais !a$!á)e$ quando a !ers!ecti)a se concreti9a.
#utura e entre a dor im ediata e a dor #utura ainda m aior. m exem !$o com !ará)e$ * a aceitação dos riscos de com "ate num a guerra. Eo !assado6 a estrutura socia$ em que as guerras %m orais& eram tra)adas inc$u4a um a recom !ensa !ositi)a !ara os que so"re)i)iam ao com "ate6 e a )ergonha e a desgraça !ara aque$es que se recusa)am a !artici!ar ne$as.Q Isso signi-ca que não há )erdadeiro a$tru4sm o? Será essa um a !ers!ecti)a dem asiado c4nica do es!4rito hum ano? Mu$go que não. 0m !rim eiro $ugar6 a )erdade do a$tru4sm o6 ou de qua$quer com !ortam ento equi)a$ente6 tem a )er com a re$ação entre aqui$o em que internamente acreditam os6 sentim os ou tencionam os #a9er e aqui$o que e"teriormente dec$aram os acreditar6 sentir ou querer. ( )erdade não se encontra nas causas -sio$;gicas que nos #a9em acreditar6 sentir ou querer de um a determ inada #orm a. (s crenças6 os sentim entos e as intenç2es são o resu$tado de um a s*rie de #atores radicados nos nossos organism os e na cu$tura em que nos encontram os im ersos6 m esm o que esses #atores !ossam ser rem otos e não nos a!erce"am os de$es. 0 existem m oti)os neuro-sio$;gicos e educati)os que #a9em que a$gum as !essoas se am honestas e generosas W que assim se a.
+ARCADORES;SO+/TICOS: DE O&DE %<+* ua$ a origem dos m arcadores/som áticos em term os neurais? Com o desen)o$)em os m ecanism os tão teis? Eascem os com e$es? 06 se não nascem os6 com o surgiram 6 então? Com o )im os no ca!4tu$o anterior6 nascem os com a m aquinaria neura$ necessária @ criação de estados som áticos em res!osta a determ inadas categorias de est4m u$os6 a m aquinaria das em oç2es !rim árias. 0ssa m aquinaria encontra/se inerentem ente !re!arada !ara !rocessar sinais re$ati)os ao com !ortam ento !essoa$ e socia$6 e integra6 desde o in4cio6 dis!osiç2es que $igam um grande nm ero de situaç2es sociais a res!ostas som áticas ada!tati)as. Certas desco"ertas em seres hum anos norm ais estão de acordo com essa !ers!ecti)a6 e o m esm o !arece suceder com as !ro)as de !adr2es com !$exos de cognição socia$ que se encontram em outros m am 4#eros e nas a)es. : =oda)ia6 a m aior !arte dos m arcadores/som áticos que usam os !ara a tom ada raciona$ de decis2es #oi !ro)a)e$m ente criada nos nossos c*re"ros durante o !rocesso de educação e socia$i9ação6 !e$a associação de categorias es!ec4-cas de est4m u$os a categorias es!ec4-cas de estados som áticos. 0m outras !a$a)ras6 os m ercadores "aseiam /se no !rocesso das em oç2es secundárias.
( constituição de m arcadores/som áticos ada!tati)os requer que tanto o c*re"ro com o a cu$tura se am norm ais. uando o c*re"ro ou a cu$tura são de-cientes6 * im !ro)á)e$ que os m arcadores/som áticos se am ada!tati)os. m exem !$o do !rim eiro caso * o encontrado em a$guns doentes a#etados !or um estado conhecido !or socio!atia ou !sico!atia e)o$uti)a. Conhecem os "em os socio!atas ou !sico!atas e)o$uti)os !e$as not4cias que nos chegam diariam ente. Rou"am 6 )io$am 6 m atam 6 m entem . São6 com #requncia6 inte$igentes. + $im iar a !artir do qua$ suas em oç2es !odem ser desencadeadas * tão a$to que nada !arece a#etá/$os6 e são6 de acordo a$iás com os re$atos que dão de si !r;!rios6 insens4)eis e indi#erentes. São a im agem exata da ca"eça #ria que di9em que de)em os m anter a -m de agirm os corretam ente. +s !sico!atas re!etem seus crim es6 com #requncia6 a sangue/#rio e com c$ara des)antagem !ara todos6 inc$uindo e$es !r;!rios. São6 de #ato6 um outro exem !$o de um estado !ato$;gico em que um a dim inuição da raciona$idade se #a9 tam "*m acom !anhar de dim inuição ou ausncia de sentim entos. H sem d)ida !oss4)e$ que a socio!atia e)o$uti)a !ro)enha de um a dis#unção dentro do m esm o sistem a gera$ que #oi a#etado em Gage6 no n4)e$ cortica$ ou su"cortica$.
inerentem ente !redis!osto a e)itar a dor e !rocurar o !ra9er6 e * !ro)á)e$ que este a !r*/sintoni9ado !ara a$cançar esses o" eti)os em situaç2es sociais. + con unto de circunstncias externas a"range os o" etos6 o m eio am "iente #4sico e os acontecim entos em re$ação aos quais os indi)4duos de)em agirU o!ç2es !oss4)eis de açãoU !oss4)eis resu$tados #uturos dessas aç2esU e o castigo ou a recom !ensa que acom !anham um a certa o!ção6 tanto de im ediato com o a!;s determ inado inter)a$o de tem !o6 @ m edida que as consequncias da ação esco$hida se desdo"ram . Eo in4cio do desen)o$)im ento indi)idua$6 o castigo e a recom !ensa são a!$icados não s; !e$as !r;!rias entidades6 m as tam "*m !e$os !ais e outras -guras tute$ares6 que ha"itua$m ente m ateria$i9am as con)enç2es sociais e a *tica da cu$tura a que o organism o !ertence. ( interação entre um sistem a interno de !re#erncias e con untos de circunstncias externas aum enta o re!ert;rio de est4m u$os que serão m arcados autom aticam ente. + con unto cr4tico e #orm ati)o de est4m u$os !ara os em !are$ham entos som áticos *6 sem d)ida6 adquirido na in#ncia e na ado$escncia.
(+A REDE &E(RA. PARA OS +ARCADORES;SO+/TICOS + sistem a neura$ cr4tico !ara a aquisição da sina$i9ação !e$os m arcadores/ som áticos situa/se nos c;rtices !r*/#rontais6 onde *6 em grande !arte6 coextensi)o com o sistem a das em oç2es secundárias. ( !osição neuroanatXm ica dos c;rtices !r*/#rontais * idea$ !ara essa -na$idade6 !e$os m oti)os á a!ontados. 0m !rim eiro $ugar6 os c;rtices !r*/#rontais rece"em sinais de todas as regi2es sensoriais onde se #orm am as im agens que constituem os nossos !ensam entos6 inc$uindo os c;rtices som atossensoriais6 em que os estados do cor!o !assados e !resentes são constantem ente re!resentados. uer os sinais tenham origem nas !erce!ç2es re$acionadas com o m undo exterior ou em !ensam entos que este am os tendo so"re esse m esm o m undo6 quer nos acontecim entos do cor!o !ro!riam ente dito6 o c;rtice !r*/#ronta$ rece"e esses sinais. Isso a!$ica/se a todos
os di#erentes setores desses c;rtices6 !orque os di)ersos setores #rontais estão $igados entre si dentro da região #ronta$. Desse m odo6 os c;rtices !r*/#rontais contm a$gum as das !oucas regi2es cere"rais com acesso aos sinais so"re !raticam ente toda a ati)idade que ocorre em qua$quer %!onto& na m ente ou no cor!o dos nossos seres. > +s c;rtices !r*/#rontais não são os nicos !ontos de escutaU um outro !onto de escuta * o c;rtex entorina$6 a !orta de entrada !ara o hi!ocam !o.Q 0m segundo $ugar6 os c;rtices !r*/#rontais rece"em sinais de )ários setores "iorregu$adores do c*re"ro hum ano. Inc$uem /se aqui os nc$eos neurotransm issores situados no tronco cere"ra$ !or exem !$o6 aque$es que distri"uem do!am ina6 nore!ine#rina e serotoninaQ e no !rosenc*#a$o "asa$ aque$es que distri"uem aceti$co$inaQ6 assim com o a am 4gda$a6 o c4ngu$o anterior e o hi!otá$am o. Poder/se/ia di9er a esse res!eito que os c;rtices !r*/#rontais rece"em m ensagens de todo o !essoa$ do Ser)iço de Padr2es e
adequado de im agens categori9adas e conceitua$i9ar um ti!o de casam ento ou outro. ($*m disso6 ta$)e9 consiga at* di9er se gosta de casam entos6 qua$ o ti!o que !re#ere6 e assim !or diante. =oda a região !r*/#ronta$ !arece consagrada @ categori9ação de contingncias na !ers!ecti)a de sua im !ortncia !essoa$. 0sse #ato #oi esta"e$ecido !e$a !rim eira )e9 no tra"a$ho de Frenda
+ARCADORES;SO+/TICOS: TEATRO &O CORPO O( TEATRO &O C>RE,RO* =endo em )ista a discussão !r*)ia que ti)em os so"re a -sio$ogia das em oç2es6 )oc de)e estar @ es!era de dois m ecanism os !ara o !rocesso do m arcador/ som ático. De)ido ao m ecanism o "ásico6 o cor!o * $e)ado !e$os c;rtices !r*/ #rontais e !e$a am 4gda$a a assum ir um determ inado !er-$ de estado6 cu o resu$tado * u$teriorm ente assina$ado ao c;rtex som atossensoria$6 consu$tado e
tornado consciente. Eo m ecanism o a$ternati)o6 o cor!o * ignorado e os c;rtices !r*/#rontais e a am 4gda$a $im itam /se a di9er ao c;rtex som atossensoria$ que se organi9e de acordo com o !adrão ex!$4cito de ati)idade que teria assum ido caso o cor!o ti)esse atingido o estado dese ado e in#orm ado o c;rtex com "ase nesse estado. + c;rtex som atossensoria$ #unciona com o se esti)esse rece"endo sinais so"re um determ inado estado do cor!o e6 m uito em "ora o !adrão de ati)idade %com o se& não !ossa ser exatam ente igua$ ao !adrão de ati)idade originado !or um estado do cor!o rea$6 !ode m esm o assim in3uenciar a tom ada de decisão. +s m ecanism os %com o se& são um a consequncia do desen)o$)im ento indi)idua$. H !ro)á)e$ que6 @ m edida que *ram os socia$m ente %sintoni9ados& na in#ncia e na u)entude6 a m aior !arte de nossas decis2es tenha sido m o$dada !or estados som áticos re$acionados com castigos ou recom !ensas.
+ARCADORES;SO+/TICOS +A&I-ESTOS E OC(.TOS + !r;!rio m arcador/som ático tem m ais de um a )ia de açãoU um a de$as * !or m eio da conscincia6 a outra * exterior a e$a. uer os estados cor!orais se am reais quer se am sim u$ados %com o se&Q6 o !adrão neura$ corres!ondente !ode ser tom ado consciente e constituir um sentim ento. Eo entanto6 a!esar de m uitas esco$has im !ortantes en)o$)erem sentim entos6 "oa !arte de nossas decis2es cotidianas ocorre a!arentem ente sem e$es. Isso não signi-ca que não se tenha registrado a a)a$iação que $e)a norm a$m ente a um estado do cor!oU ou que o estado do cor!o ou seu su"stituto sim u$ado não tenham sido criadosU ou que o m ecanism o dis!ositi)o de regu$ação su" acente ao !rocesso não tenha sido ati)ado.
a"e$ha decidindo !or n;s. ( e)o$ução não * a Grande Cadeia do Ser e seguiu6 sem d)ida6 m uitos rum os di#erentes6 um dos quais condu9iu a n;s.
ROSA +ADRESSI.%AM %Voc * um doce6 s; Deus sa"e6 m inha rosa m adressi$)a...&6 a assim re9a a $etra m a$iciosa de 8ats La$$er6 e assim * o destino da a"e$ha o!erária. + xito re!roduti)o e a so"re)i)ncia de um a co$Xnia de a"e$has de!endem do n4)e$ de e-cincia das o!erárias. Se não conseguirem tra9er n*ctar em quantidade su-ciente6 não ha)erá m e$6 e com a redução dos recursos energ*ticos6 a co$Xnia correrá !erigo. (s a"e$has o!erárias estão m unidas de um a!are$ho )isua$ que $hes !erm ite distinguir as cores das 3ores. Dis!2em tam "*m de um a!are$ho m otor que $hes !erm ite )oar e !ousar. Com o dem onstraram in)estigaç2es recentes6 e$as a!rendem 6 a!;s a$gum as )isitas a 3ores de di#erentes cores6 quais são as m ais suscet4)eis de conter o n*ctar de que !recisam . Parece que6 quando estão no cam !o6 não !ousam em todas as 3ores a -m de desco"rir se cada um a de$as tem n*ctar ou não. Com !ortam /se com o se !re)issem quais as 3ores em que * m ais !ro)á)e$ ha)er n*ctar e !ousam ne$as com m aior #requncia. Eas !a$a)ras de Nes$ie Rea$6 que in)estigou o com !ortam ento da m am anga"a Bomus penns%lvanicusQ6 %as a"e$has !arecem esta"e$ecer as !ro"a"i$idades com "ase na #requncia do encontro de di#erentes ti!os de estados de recom !ensa6 e com eçam sem nenhum a estim ati)a !r*)ia das !ro"a"i$idades&. 1 Com o * !oss4)e$ as a"e$has6 com seus m odestos sistem as ner)osos6 gerarem um com !ortam ento que sugere tanto um racioc4nio e$e)ado6 a!arentem ente re)e$ador do uso de conhecim ento6 da teoria das !ro"a"i$idades e de estrat*gia de racioc4nio orientado !ara o" eti)os? ( res!osta * que a de$i"eração * a!arentem ente a$cançada !or m eio de um sistem a sim !$es m as !oderoso6 ca!a9 de7 !rim eiro6 detectar est4m u$os inatam ente de-nidos com o )a$iosos e que constituem 6 !or isso6 um a recom !ensaU e6 segundo6 reagir @ !resença da recom !ensa ou a sua ausnciaQ com que !ode $e)ar o sistem a m otor a um determ inado com !ortam ento isto *6 !ousar ou nãoQ quando surge no cam !o )isua$ a situação que desencadeia ou nãoQ a recom !ensa digam os6 um a 3or de um a determ inada corQ. 8oi !ro!osto recentem ente !or
da a"e$ha !ossui a!enas um a m em ;ria de curto !ra9o que nem sequer * m uito )o$um osaQ6 a am ostra com "ase na qua$ o sistem a de !re#erncia atua tem de ser extrem am ente !equena. (!arentem ente6 "astam trs )isitas.
I&T(I67O (o atuar em um n4)e$ consciente6 os estados som áticos ou seus su"stitutosQ de)em m arcar os resu$tados das res!ostas com o !ositi)os ou negati)os6 $e)ando assim a que se e)ite ou que se !rossiga um a determ inada o!ção de res!osta.
a rea$idade * outra. (s com "inaç2es est*reis nem sequer se a!resentam @ m ente do in)entor. Eunca surgem no cam !o de sua conscincia com "inaç2es que não se am teis6 exceto a$gum as que e$e re eita m as que6 de certo m odo6 !ossuem a$gum as caracter4sticas das com "inaç2es teis. Processa/se tudo com o se o in)entor #osse um exam inador de segundo grau que a!enas teria de interrogar os candidatos que ti)essem !assado num exam e !r*)io.1' ( !ers!ecti)a de Poincar* * idntica @ que estou !ro!ondo. Eão há necessidade de a!$icar o racioc4nio a todo o cam !o das o!ç2es !oss4)eis. á um a !r*/se$eção que * $e)ada a e#eito6 um as )e9es de #orm a ocu$ta6 outras não. m m ecanism o "io$;gico e#etua a !r*/se$eção6 exam ina os candidatos e !erm ite que a!enas a$guns se a!resentem a um exam e -na$. Sa$iente/se que essa !ro!osta #oi !ensada6 de #orm a !articu$ar6 !ara os dom 4nios !essoa$ e socia$6 !ara os quais tenho !ro)as corro"orantes6 m uito em "ora as a-rm aç2es de Poincar* deixem ante)er que a !ro!osta "em !oderia ser a!$icada a outros dom 4nios. + #4sico e "i;$ogo Neo S9i$ard de#endeu a$go idntico7 %+ cientista criador tem m uito em com um com o artista e o !oeta. + !ensam ento $;gico e a ca!acidade ana$4tica são atri"utos necessários a um cientista6 m as estão $onge de ser su-cientes !ara o tra"a$ho criati)o. (que$es !a$!ites na cincia que condu9iram a grandes a)anços tecno$;gicos não #oram $ogicam ente deri)ados de conhecim ento !reexistente7 os !rocessos criati)os em que se "aseia o !rogresso da cincia atuam no n4)e$ do su"consciente&. 1, Monas Sa$ a!ontou !ara um a ideia idntica ao de#ender que a criati)idade assenta num a %#usão da intuição e da ra9ão& .1 H6 !ois6 interessante neste !onto di9er a$go m ais acerca do racioc4nio #ora do cam !o !essoa$ e socia$.
RACIOCI&AR -ORA DOS DO+?&IOS PESSOA. E SOCIA. + esqui$o no m eu ardim 6 que corre !e$a ár)ore acim a !ara se esconder do aguerrido gato !reto do )i9inho6 não !recisa raciocinar m uito !ara decidir sua ação. Ea )erdade6 não !ensou nas )árias o!ç2es nem ca$cu$ou os custos e os "ene#4cios de cada um a de$as. Viu o gato6 #oi acionado !or um estado do cor!o e correu. 0stou o$hando !ara e$e agora6 no s;$ido ram o do m eu car)a$ho6 com o coração em tam anho so"ressa$to que !osso )er os m o)im entos de sua caixa torácica6 agitando a cauda ao ritm o ner)oso do seu m edo. So#reu um a em oção #orte e agora está transtornado. ( e)o$ução * !arcim oniosa e rem endona. =e)e a sua dis!osição6 nos c*re"ros de inm eras es!*cies6 m ecanism os de tom ada de decisão que são "aseados no cor!o e orientados !ara a so"re)i)ncia6 os quais se re)e$aram teis num a s*rie de nichos eco$;gicos. Com o aum ento das contingncias do m eio am "iente6 e @ m edida que no)as estrat*gias de decisão #oram e)o$uindo6 #a9ia sentido6 em term os econXm icos6 que as estruturas cere"rais necessárias @ m anutenção dessas no)as estrat*gias conser)assem um e$o #unciona$ com suas !recursoras. Sua -na$idade * a m esm a6 a so"re)i)ncia6 e os !arm etros que contro$am seu #uncionam ento e a)a$iam o xito são tam "*m os m esm os7 "em /estar6 ausncia de dor. á im ensos exem !$os que dem onstram que a se$eção natura$ tende a #uncionar exatam ente desse m odo6 conser)ando a$go que #unciona e se$ecionando outros dis!ositi)os !re!arados !ara m aior com !$exidade6 sendo m uito raro que se desen)o$)am m ecanism os com !$etam ente no)os a !artir do 9ero. H !$aus4)e$ que um sistem a %destinado& a !rodu9ir m arcadores e sina$i9aç2es que orientem as res!ostas %!essoais& e %sociais& tenha sido coo!tado !ara auxi$iar
%outras& tom adas de decisão. ( m aquinaria que o a uda a decidir com quem tra)ar am i9ade tam "*m o a udará a desenhar um a casa cu o !orão não so#ra inundaç2es. H c$aro que os m arcadores/som áticos não teriam necessariam ente de ser !erce"idos com o %sentim entos&.
CO+ A A(DA DA E+O67O PARA O +E.HOR E PARA O PIOR + tra"a$ho desen)o$)ido !or (m os =)ersT e Danie$ ^ahnem an dem onstra que o racioc4nio o" eti)o que usam os nas decis2es do dia a dia * m uito m enos e-ciente do que !arece e do que de)eria ser. 1: 0m term os sim !$es6 !odem os di9er que nossas estrat*gias de racioc4nio são de#eituosas6 e Stuart Suther$and toca num as!ecto im !ortante quando #a$a da irraciona$idade com o um %inim igo que )em de dentro&. 1>
o qua$6 na m inha !ers!ecti)a6 consiste em !erm itir que a im agem de um desastre de a)ião6 com todo o seu dram a em ociona$6 dom ine o !anoram a do nosso racioc4nio6 criando um a in3uncia negati)a em re$ação @ esco$ha correta. + exem !$o !ode !arecer estar em contradição com m eu argum ento !rinci!a$6 m as não está. Dem onstra que os im !u$sos "io$;gicos e as em oç2es podem in3uenciar a tom ada de decisão e sugere que a in3uncia %negati)a& com "ase no cor!o6 a!esar de de#asada em re$ação @ estat4stica correta6 está6 não o"stante6 )o$tada !ara a so"re)i)ncia7 os a)i2es caem de )e9 em quando m as so"re)i)em m enos !essoas nesses desastres do que nos de autom ;)e$.
consequncias !oss4)eis. 8oi necessário um a disci!$ina trem enda !ara escutar tudo aqui$o sem dar um m urro na m esa e m andá/$o ca$ar/se6 m as aca"am os !or $he di9er ca$m am ente que de)eria )ir na segunda das duas datas a$ternati)as. Sua res!osta #oi da m esm a #orm a ca$m a e !ronta. Nim itou/se a di9er7 %0stá "em &. ( agenda desa!areceu no seu "o$so e e$e #oi/se em "ora. 0sse com !ortam ento exem !$i-ca "em os $im ites da ra9ão !ura. H tam "*m um "om exem !$o da consequncia ca$am itosa de não se !ossuir m ecanism os autom ati9ados de tom ada de decisão. + m arcador/som ático teria auxi$iado o doente de di)ersas m aneiras. Para com eçar6 teria m e$horado o enquadram ento gera$ do !ro"$em a. Eenhum de n;s !erderia tanto tem !o com o e$e com a questão6 !orque um dis!ositi)o autom ati9ado de m arcação/som ática ter/nos/ia a udado a detectar a nature9a inti$ do exerc4cio. uando m ais não #osse6 ter4am os !erce"ido o rid4cu$o do es#orço. 0m outro n4)e$6 e ante)endo a inuti$idade da a"ordagem 6 ter4am os o!tado !or um a das datas a$ternati)as com o se $ançássem os um a m oeda ao ar ou con-ássem os num a es!*cie de intuição em re$ação a um a ou outra data. +u ta$)e9 !ud*ssem os ter trans#erido a decisão !ara a !essoa que #e9 a !ergunta e res!ondido que não tinha im !ortncia6 e$a que esco$hesse. 0m s4ntese6 )er4am os que era um a !erda de tem !o e t/$a/4am os m arcado com o negati)aU e im aginar4am os as m entes dos outros o"ser)ando e ter/nos/4am os sentido em "araçados. =udo $e)a a crer que o doente consegue #orm ar a$gum as dessas %im agens& internas6 m as a ausncia de um m arcador não !erm ite que se am de)idam ente consu$tadas e consideradas. Se )oc está agora se interrogando so"re o m oti)o !or que os im !u$sos "io$;gicos e a em oção !odem ser tanto "en*-cos como noci)os6 deixe/m e di9er/$he que não seria o nico caso em "io$ogia em que um determ inado #ator ou m ecanism o !ode ser negati)o ou !ositi)o6 de acordo com as circunstncias. =odos sa"em os que o oxido n4trico * t;xico. Pode !o$uir a atm os#era e en)enenar o sangue. Eo entanto6 esse m esm o gás #unciona com o neurotransm issor6 en)iando sinais entre as c*$u$as ner)osas. m exem !$o ainda m ais suti$ * o g$utam ato6 outro neurotransm issor. + g$utam ato encontra/se !or todo o c*re"ro6 onde * usado !or um a c*$u$a ner)osa !ara excitar outra. Eo entanto6 quando as c*$u$as ner)osas são dani-cadas6 com o !or exem !$o num a a!o!$exia6 $i"ertam g$utam ato em excesso nas 9onas em seu redor6 !ro)ocando6 desse m odo6 um a so"re/excitação e6 e)entua$m ente6 a m orte das inocentes e saudá)eis c*$u$as ner)osas das !roxim idades. 0m $tim a aná$ise6 a questão aqui suscitada di9 res!eito ao ti!o e @ quantidade de m arcação/som ática a!$icada a di#erentes enquadram entos do !ro"$em a em questão. m !i$oto encarregado da aterragem de seu a)ião em condiç2es atm os#*ricas des#a)orá)eis não !ode !erm itir que os sentim entos !ertur"em sua atenção aos !orm enores de que de!endem suas decis2es. 06 no entanto6 !recisa de sentim entos !ara não se des)iar dos o" eti)os do seu com !ortam ento nessa situação es!ec4-ca7 sentim entos $igados ao sentido de res!onsa"i$idade !e$a )ida dos !assageiros e tri!u$ação6 !e$a sua !r;!ria )ida e !e$a de sua #am 4$ia.
escuta)a a -ta da !eça gra)ada a !eça era a 3ertura !eonora6 no , de Feetho)enQ. ( execução m usica$ de Von ^ara an !ro)ocou grandes a$teraç2es de res!osta autXnom a. + ritm o de !u$saç2es su"iu considera)e$m ente m ais durante as !assagens de im !acto em ociona$ do que nas que exigiam um m aior es#orço #4sico rea$. + !er-$ de seu ritm o de !u$saç2es quando escutou a -ta #oi sem e$hante ao registrado durante a gra)ação. + curioso * que ^ara an aterrou seu a)ião m ara)i$hosam ente "em e6 m esm o quando $he disseram 6 a!;s tocar o so$o6 que -9esse um a deco$agem de em ergncia6 seu ritm o card4aco aum entou um !ouco6 m as "astante m enos do que durante os exerc4cios m usicais. Seu coração esta)a com a m sica6 com o a$iás de)ia ser6 e #oi o que desco"ri !essoa$m ente durante um concerto7 antes de e$e "aixar a "atuta !ara iniciar a execução da )e"ta )in4onia de Feetho)en6 segredei a$go a m inha m u$her6 que esta)a sentada ao m eu $ado. Von ^ara an sus!endeu o m o)im ento do "raço6 )irou/se e #u9i$ou/m e com o o$har. H !ena ningu*m ter m edido nossas !u$saç2es.
AO .ADO E PARA ./ DOS +ARCADORES;SO+/TICOS Por m ais necessário que a$go com o o m ecanism o de m arcação/som ática !ossa ser !ara a construção de um a neuro"io$ogia da raciona$idade6 * e)idente que essa necessidade não #a9 que esse m ecanism o se a su-ciente. =a$ com o re#eri6 a com !etncia $;gica entra em #uncionam ento !ara $á dos m arcadores/som áticos. ($*m disso6 di)ersos !rocessos tm de !receder6 ser concom itantes ou im ediatam ente su"sequentes aos m arcadores/som áticos !ara !erm itir sua atuação. ue !rocessos são esses? H !oss4)e$ a)ançar a$go a res!eito de seu su"strato neura$? + que sucede quando os m arcadores/som áticos6 m ani#esta ou )e$adam ente6 cum !rem sua tare#a in3uenciadora? + que sucede no nosso c*re"ro !ara que as im agens so"re as quais raciocinam os se am sus!ensas durante os inter)a$os de tem !o necessários? ( -m de res!onderm os a essas quest2es6 tem os de )o$tar a um !ro"$em a es"oçado no in4cio do ca!4tu$o. (qui$o que dom ina o !anoram a m enta$ quando se * con#rontado com um a decisão * a am !$a e )ariada a!resentação dos conhecim entos so"re a situação que está sendo gerada. (s im agens corres!ondentes a um a in-nidade de o!ç2es de ação e !oss4)eis resu$tados6 tam "*m in-nitos6 são ati)adas e constantem ente tra9idas !ara o centro da atenção. =am "*m o com !onente $ingu4stico dessas entidades e cenas6 as !a$a)ras e as #rases que re$atam o que nossa m ente ) e ou)e6 se encontra !resente6 com !etindo !e$o centro das atenç2es. 0sse !rocesso "aseia/se num a criação cont4nua de entidades e acontecim entos6 do qua$ resu$ta um a usta!osição m uito )ariada de im agens consentneas com o conhecim ento !re)iam ente categori9ado. Mean/Pierre Changeux !ro!Xs o term o %gerador de di)ersidade& " !ara as estruturas !r*/#rontais que su!ostam ente executam essa #unção e $e)am @ #orm ação de um )asto re!osit;rio de im agens em outra !arte do c*re"ro. 0sse term o * es!ecia$m ente !ertinente6 !ois e)oca seu !recursor im uno$;gico e dá origem a um acrXnim o curioso. 1 0sse gerador de di)ersidade requer um )asto de!;sito de conhecim entos #atuais em re$ação @s situaç2es com que !odem os de!arar6 @s !essoas naque$as situaç2es6 ao que e$as !odem #a9er e com o suas di#erentes aç2es !odem !rodu9ir di#erentes resu$tados. + conhecim ento #atua$ * categori9ado sendo os #atos que o constituem organi9ados segundo c$asses6 de acordo com os crit*rios que os constituem Q e a categori9ação contri"ui !ara a tom ada de decis2es ao c$assi-car os ti!os de o!ç2es6 os ti!os de resu$tados e as $igaç2es entre o!ç2es e resu$tados. (
categori9ação ordena tam "*m as o!ç2es e os resu$tados em #unção de um determ inado )a$or es!ec4-co. uando som os con#rontados com um a situação6 a categori9ação !r*)ia !erm ite/nos desco"rir ra!idam ente se um a dada o!ção ou resu$tado será )anta oso ou de que m odo as di)ersas contingncias !odem a$terar o grau de )antagem . + !rocesso de a!resentação %m enta$& de conhecim entos6 digam os de exi"ição6 s; * !oss4)e$ se duas condiç2es se )eri-carem . Prim eiro6 serm os ca!a9es de usar m ecanism os de atenço @sica que !erm itam a m anutenção de um a im agem m enta$ na conscincia com a exc$usão re$ati)a de outras. 0m term os neurais6 isso de!ende !ro)a)e$m ente do #a)orecim ento do !adrão de ati)idade neura$ que sustenta um a determ inada im agem 6 enquanto a restante ati)idade neura$ em redor * dim inu4da. ' Segundo6 * necessária a existncia de um m ecanism o de mem,ria de traalho @sica6 que m ant*m ati)as di)ersas im agens se!aradas durante um !er4odo re$ati)am ente %extenso& de centenas de m i$hares de m i$issegundos desde d*cim os de segundo a um nm ero consecuti)o de segundosQ. '1 Isso quer di9er que6 com o tem !o6 o c*re"ro )ai reiterando as re!resentaç2es to!ogra-cam ente organi9adas que sustentam essas im agens se!aradas. C$aro que se im !2e co$ocar aqui um a questão im !ortante7 o que #a9 m o)er a atenção "ásica e a m em ;ria de tra"a$ho? ( res!osta s; !ode ser o valor @sico6 o con unto de !re#erncias "ásicas inerente @ regu$ação "io$;gica. Sem a atenção e a m em ;ria de tra"a$ho "ásicas não * !oss4)e$ um a ati)idade m enta$ coerente e6 com toda a certe9a6 os m arcadores/som áticos não !odem sequer #uncionar !orque não existe um cam !o de ação está)e$ !ara e$es desen)o$)erem sua ação. Contudo6 a atenção e a m em ;ria de tra"a$ho continuam m uito !ro)a)e$m ente a ser necessárias m esm o de!ois de o m ecanism o de m arcação/som ática ter #eito seu tra"a$ho. 0$as são necessárias ao !rocesso de racioc4nio durante o qua$ se com !aram resu$tados !oss4)eis6 se esta"e$ecem ordenaç2es de resu$tados e se #a9em in#erncias. Ea hi!;tese g$o"a$ do m arcador/som ático6 !ro!onho que um estado som ático6 negati)o ou !ositi)o6 causado !e$o a!arecim ento de um a dada re!resentação atua não s; com o marcador do valor do 2ue est@ representado mas tam
PREDISPOSI6=ES E A CRIA67O DE ORDE+ 0xistem trs inter)enientes auxi$iares no !rocesso de racioc4nio so"re um a )asta
!aisagem de cenários criados a !artir do conhecim ento #actua$7 estados som@ticos automati*ados6 com seus m ecanism os de !redis!osição6 a mem,ria de traalho e a atenço. =odos esses inter)enientes auxi$iares interagem e !arecem estar re$acionados com o !ro"$em a cr4tico da criação da ordem a !artir da exi"ição !ara$e$a de im agens6 um !ro"$em a identi-cado !e$a !rim eira )e9 !or ^ar$ Nash$eT e que surge !orque o desenho do c*re"ro s; !erm ite6 em um dado m om ento6 um a quantidade $im itada de ati)idade m enta$ e de m o)im entos conscientes. '' (s im agens que constituem os nossos !ensam entos tm de ser estruturadas em %sintagm as&6 os quais6 !or sua )e96 tm de ser ordenados em %#rases& no tem !o6 ta$ com o as estruturas do m o)im ento que constituem as nossas res!ostas externas tm de ser agru!adas em %sintagm as& que de!ois são co$ocados num a determ inada ordem %#rásica& !ara que o m o)im ento surta o e#eito dese ado. ( se$eção dos !adr2es que aca"am !or constituir os %sintagm as& e as %#rases& na nossa m ente e dos !adr2es do m o)im ento !artem de um a ex!osição !ara$e$a das !ossi"i$idades. 0 com o tanto o !ensam ento com o o m o)im ento requerem !rocessam entos concom itantes6 a organi9ação das di)ersas sequncias ordenadas de)e ocorrer continuam ente. uer conce"am os a ra9ão com o sendo "aseada na se$eção autom ati9ada6 quer com o "aseada na dedução $;gica !or interm *dio de um sistem a sim ";$ico6 quer W de !re#erncia W com o sendo "aseada em am "as6 não !odem os esquecer o !ro"$em a da ordem . Pro!onho a seguinte so$ução7 1Q se a ordem ti)er de ser criada entre as !ossi"i$idades dis!on4)eis6 nesse caso e$as terão de ser ordenadasU 'Q se ti)erem de ser ordenadas6 então são necessários crit*rios )a$ores ou !re#erncias são aqui term os equi)a$entesQU ,Q os crit*rios são #ornecidos !e$os m arcadores/som áticos6 que ex!rim em 6 a qua$quer m om ento6 as !re#erncias cum u$ati)as que rece"em os e adquirim os.
+ dis!ositi)o autom ati9ado de m arcação/som ática da m aior !arte daque$es que ti)eram a sorte de ser criados num a cu$tura re$ati)am ente saudá)e$ tem se acom odado6 !or )ia da educação6 aos !adr2es de raciona$idade dessa cu$tura. Eão o"stante suas ra49es se encontrarem na regu$ação "io$;gica6 o dis!ositi)o está sintoni9ado com as !rescriç2es cu$turais que se destinam a garantir a so"re)i)ncia num a determ inada sociedade. Se o c*re"ro * norm a$ e a cu$tura em que se desen)o$)e * saudá)e$6 o dis!ositi)o #unciona de m odo raciona$ re$ati)am ente @s con)enç2es sociais e @ *tica. ( ação dos im !u$sos "io$;gicos6 dos estados do cor!o e das em oç2es !ode ser um a "ase indis!ensá)e$ !ara a raciona$idade. +s n4)eis in#eriores do edi#4cio neura$ da ra9ão são os m esm os que regu$am o !rocessam ento das em oç2es e dos sentim entos6 untam ente com o das #unç2es g$o"ais do cor!o6 de m odo que o organism o consiga so"re)i)er. 0sses n4)eis in#eriores m antm re$aç2es diretas e m tuas com o cor!o !ro!riam ente dito6 integrando/o desse m odo na cadeia de o!eraç2es que !erm ite os m ais a$tos )oos em term os da ra9ão e da criati)idade.
di)is2es6 o sim !ático e o !arassim !ático6 e !artem do tronco cere"ra$ e da m edu$a es!ina$6 um as )e9es de #orm a iso$ada6 outras acom !anhando ram i-caç2es ner)osas não autXnom as. (s aç2es das di)is2es sim !ática e !arassim !ática são m ediadas !or neurotransm issores di#erentes e são6 em $arga m edida6 antagXnicas6 isto *6 enquanto um a !rom o)e a contração dos m scu$os $isos6 a outra !rom o)e sua di$atação.Q (s ram i-caç2es ner)osas autXnom as que regressam ao sistem a ner)oso6 tra9endo in#orm aç2es re$ati)as ao estado das )4sceras6 tendem a usar os m esm os !ercursos. De um !onto de )ista e)o$uti)o6 o sistem a ner)oso autXnom o #oi o m eio neura$ encontrado !e$o c*re"ro de organism os "em m enos so-sticados que o nosso !ara inter)ir na regu$ação da econom ia interna. uando a )ida consistia so"retudo em garantir o #uncionam ento equi$i"rado de a$guns ;rgãos6 e quando ha)ia um a gam a $im itada e um !equeno nm ero de transaç2es com o m eio am "iente6 os sistem as im uno$;gico e end;crino contro$a)am a m aior !arte do que era necessário. (qui$o de que o c*re"ro necessita)a eram in#orm aç2es so"re o estado dos di#erentes ;rgãos e de um m eio !ara a$terar esse estado em #ace de um a determ inada circunstncia externa. 8oi exatam ente isso que o sistem a ner)oso autXnom o tornou !oss4)e$7 um a rede !ara a entrada da sina$i9ação so"re as a$teraç2es registradas nas )4sceras e um a rede !ara a sa4da de ordens m otoras a cam inho dessas )4sceras.
da corrente e$*trica. Para m edir a res!osta6 o in)estigador !assa então um a corrente e$*trica de "aixa )o$tagem na !e$e entre os dois e$etrodos detectores. ( res!osta de conduti)idade d*rm ica consiste num a a$teração da quantidade de corrente e$*trica condu9ida. 0$a * registrada com o um a onda6 que $e)a a$gum tem !o !ara su"ir e de!ois !ara descer. Pode m edir/se a am !$itude da onda em m icroSiem ensQ6 assim com o seu !er-$ no tem !oU !ode m edir/se tam "*m a #requncia com que as res!ostas se registram em re$ação a um determ inado est4m u$o durante um determ inado !er4odo de tem !o. (s res!ostas de conduti)idade d*rm ica constituem um e$em ento centra$ na in)estigação !sico-sio$;gica6 tendo desem !enhado igua$m ente um a #unção !rática6 e contro)ersa6 nos cham ados testes de detecção de m entiras6 cu a -na$idade * o")iam ente di#erente da de nossas ex!erincias. 0sses testes )isam determ inar se as !essoas estão m entindo6 e !ara ta$ !rocura/se $e)á/$as a negar o conhecim ento de um certo o" eto ou rosto6 o que !ode !rodu9ir in)o$untariam ente um a res!osta de conduti)idade d*rm ica. Eosso estudo !retendia determ inar6 antes de m ais nada6 se doentes com o 0$$iot eram ainda ca!a9es de gerar res!ostas de conduti)idade d*rm ica. Seu c*re"ro $esionado !oderia ainda desencadear um a a$teração no estado som ático? Para res!onderm os a essa questão6 com !aram os doentes com $es2es no $;"u$o #ronta$6 indi)4duos norm ais e doentes com $es2es em outras 9onas do c*re"ro6 em condiç2es ex!erim entais que originam in#a$i)e$m ente um a res!osta de conduti)idade d*rm ica. m a dessas condiç2es ex!erim entais * designada !or %so"ressa$to& e consiste em sur!reender um indi)4duo com um som ines!erado6 com o !or exem !$o "ater !a$m as6 ou com um c$arão $um inoso s"ito !ro)ocado !or um a $m !ada estro"osc;!ica que !isca ra!idam ente. m outro indicador con-á)e$ de norm a$idade no m ecanism o de conduti)idade d*rm ica * um ato -sio$;gico sim !$es com o res!irar #undo. Veri-cam os ra!idam ente que todos os nossos doentes com $esão no $;"u$o #ronta$ eram ca!a9es de desen)o$)er res!ostas de conduti)idade d*rm ica nessas condiç2es. 0m outras !a$a)ras6 !arece que nos doentes com $esão #ronta$ nada de essencia$ #ora a#etado no m ecanism o neura$ "ásico !or m eio do qua$ são !rodu9idas as reaç2es de conduti)idade d*rm ica. Procuram os sa"er em seguida se os doentes com $es2es no $;"u$o #ronta$ eram ca!a9es de !rodu9ir res!ostas de conduti)idade d*rm ica a um est4m u$o que requeria um a a)a$iação de seu contedo em ociona$. Por que ra9ão? Porque doentes com o 0$$iot a!resenta)am um a $im itação na ex!erincia da em oção e !orque sa"4am os6 de estudos anteriores em indi)4duos norm ais6 que6 quando som os ex!ostos a est4m u$os com um e$e)ado contedo em ociona$6 e$es !rodu9em in#a$i)e$m ente #ortes res!ostas de conduti)idade d*rm ica. 0ssas res!ostas são geradas quando )em os cenas de horror ou de dor #4sica6 ou #otogra-as dessas cenas6 ou quando )em os im agens sexuais ex!$4citas. Podem os conce"er a res!osta de conduti)idade d*rm ica com o a !arte suti$ e im !erce!t4)e$ de um estado do cor!o que6 se se desen)o$)er com !$etam ente6 nos dará a n4tida sensação de excitação e est4m u$o W !e$e de ga$inha6 em a$gum as !essoas.
educação. 0$es de)eriam assistir @ !ro eção de um a sucessão de s$ides enquanto esta)am con#orta)e$m ente sentados num a cadeira6 $igados a um !o$4gra#o6 sem di9er nem #a9er nada.
''. + !er-$ das res!ostas de conduti)idade d*rm ica em contro$es norm ais sem $esão cere"ra$ OQ e em doentes com $es2es no $;"u$o #ronta$ _Q ao assistirem a um a sequncia de im agens6 a$gum as das quais com um #orte contedo em ociona$ identi-cadas !or (6 !ara %a$)o&6 de"aixo do nm ero do est4m u$o6 ou se a6 S$A(Q e outras sem esse #orte contedo emociona$. +s contro$es normais !rodu9iram res!ostas de grande am !$itude a!;s a )isão das im agens %em ocionais&6 m as não a!;s as neutras. +s doentes #rontais não reagiram a qua$quer de$as. (ntes de tirarm os conc$us2es !reci!itadas6 decidim os re!etir a ex!erincia com di#erentes im agens e !essoas e re!etir tam "*m a ex!erincia com as m esm as !essoas em outra ocasião. Eenhum a dessas m ani!u$aç2es a$terou os resu$tados. Re!etidam ente6 nas condiç2es antes descritas6 os doentes com $es2es #rontais não da)am nenhum a res!osta de conduti)idade d*rm ica @s im agens !ertur"adoras6 em "ora conseguissem de!ois discutir6 !orm enori9adam ente6 o contedo dos s$ides e at* m esm o recordar/se da !osição em que a$guns de$es tinham surgido na sequncia. Conseguiram descre)er6 em !a$a)ras6 o m edo6 a re!ugnncia ou a triste9a re$acionados @s im agens que )iram 6 e conseguiram di9er/nos o m om ento em que um a determ inada im agem surgira em re$ação a um a outra ou na sequncia g$o"a$ de s$ides. Eão ha)ia d)ida de que esses indi)4duos tinham estado atentos @ exi"ição dos s$ides6 que tinham com !reendido o contedo das im agens e que os conceitos ne$as re!resentados se encontra)am dis!on4)eis !ara e$es em )ários n4)eis W não s; sa"iam o que tinha sido exi"ido !or exem !$o6 um hom ic4dioQ com o tam "*m que a m aneira com o o hom ic4dio esta)a re!resentado continha um e$em ento de horror6 ou que se de)ia ter !ena da )4tim a e $am entar que sem e$hante situação !udesse ter acontecido. 0m outras !a$a)ras6 um dado est4m u$o !rodu9ira6 na m ente dos indi)4duos com $esão #ronta$ que !artici!aram na ex!erincia6 um a a"undante e)ocação de conhecim entos !ertinentes @
situação exi"ida no s$ide. Eo entanto6 ao contrário do que se !assou com os indi)4duos de contro$e6 os doentes com $esão #ronta$ não a!resentaram um a res!osta de conduti)idade d*rm ica. ( aná$ise estat4stica das di#erenças de res!osta re)e$ou/se extrem am ente signi-cati)a. Durante um a das !rim eiras entre)istas6 um dos doentes6 de #orm a es!ontnea6 con-rm ou/nos que #a$ta)a a$go m ais do que a res!osta de conduti)idade d*rm ica. Sa$ientou que6 de!ois de )er todas as im agens6 a!esar de ter a noção de que seu contedo era !ertur"ador6 não se sentia de todo !ertur"ado. Considerem os a im !ortncia dessa re)e$ação. 0is aqui um ser hum ano ciente não s; do sentido m ani#esto das im agens e do seu signi-cado em ociona$ im !$4cito6 m as ciente tam "*m de que não %sentia& com o costum a)a sentir em re$ação ao signi-cado im !$4cito. + doente esta)a di9endo/nos6 m uito sim !$esm ente6 que sua carne á não reagia a esses tem as com o reagira em ocasi2es anteriores. ue6 de certa 4orm a9 saer no signi:ca necessariamente sentir9 m esm o 2uando !erce"em os que a$go que sa"em os de)eria #a9er/nos sentir de um a determ inada m aneira m as não o #a9. ( ausncia sistem ática de res!ostas de conduti)idade d*rm ica6 untam ente com o testem unho de doentes com $es2es #rontais so"re a ausncia de sentim ento6 con)enceu/nos6 m ais do que qua$quer outro resu$tado6 de que )a$ia a !ena continuar a estudar a hi!;tese do m arcador/som ático. Com e#eito6 o que !arecia )eri-car/se era que o conhecim ento daque$es doentes se encontra)a dis!on4)e$ em toda a sua extensão6 exceto !e$o conhecim ento dis!ositi)o que re$aciona um determ inado #ato com o m ecanism o de !Xr no)am ente em ação um a res!osta em ociona$. Ea ausncia dessa $igação autom ática6 os doentes eram ca!a9es de e)ocar o conhecim ento #actua$6 m as não de !rodu9ir um estado som ático ou6 !e$o m enos6 um estado som ático de que ti)essem conscincia. =inham acesso a um extenso re!ert;rio #actua$6 m as não conseguiam ex!erienciar um a sensação6 isto *6 o %conhecim ento& de com o seus cor!os de)eriam se com !ortar em re$ação ao conhecim ento #actua$ e)ocado. 06 com o esses indi)4duos tinham sido anteriorm ente norm ais6 conseguiam !erce"er que seu estado m enta$ á não era o m esm o6 de que a$go $hes #a$ta)a. Eo seu todo6 as ex!erincias so"re a res!osta de conduti)idade d*rm ica !ro!orcionaram um a contra!artida -sio$;gica m ensurá)e$6 quer da redução na ressonncia em ociona$ que ha)4am os o"ser)ado nesses doentes6 quer da redução dos sentim entos que e$es ex!eriencia)am .
ASS(&67O DE RISCOS: AS E'PERI<&CIAS DO OG O m a outra a"ordagem que adotam os !ara testar a hi!;tese do m arcador/ som ático recorreu a um a tare#a conce"ida !e$o m eu a$uno de !;s/doutoram ento (ntoine Fechara. Sentindo/se #rustrado6 com o todos os in)estigadores6 com a nature9a arti-cia$ da m aioria das tare#as neuro!sico$;gicas ex!erim entais6 (ntoine queria desen)o$)er um m eio !ara a)a$iar os resu$tados da tom ada de decis2es que #osse o m ais !arecido !oss4)e$ com um a situação da )ida rea$. + ardi$oso con unto de tare#as que e$e conce"eu6 e que !osteriorm ente a!er#eiçoou em co$a"oração com anna Dam ásio e Ste)en (nderson6 -cou conhecido no nosso $a"orat;rio6 com o era de se !re)er6 com o %ex!erincias do ogo&. ' De um m odo gera$6 o teatro das ex!erincias * #esti)o6 não se assem e$hando em nada @s #astidiosas m ani!u$aç2es da m aioria das outras situaç2es ex!erim entais. =anto as !essoas norm ais com o os doentes gostam da situação6 e a nature9a da ex!erincia dá m argem a e!is;dios curiosos. Recordo/m e de um distinto )isitante de o$hos es"uga$hados e "oquia"erto que entrou no m eu ga"inete de!ois de ter
!ercorrido o $a"orat;rio onde esta)a ocorrendo a ex!erincia. %=em gente ogando aquiB&6 in#orm ou/m e num sussurro. Ea ex!erincia "ásica6 o indi)4duo6 designado !or % ogador&6 senta/se diante de quatro "ara$hos de cartas etiquetados com as $etras (6 F6 C e D. + ogador rece"e um em !r*stim o de ' m i$ d;$ares um "om #ac/s4m i$e de dinheiroQ e * in#orm ado de que o o" eti)o do ogo * !erder o m enos !oss4)e$ daque$e dinheiro e tentar ganhar o m áxim o !oss4)e$. + ogo consiste em )irar cartas6 um a de cada )e96 de qua$quer um dos "ara$hos6 at* que o !esquisador diga !ara !arar. + ogador não sa"e o nm ero tota$ de cartas )iradas necessário !ara term inar o ogo. H tam "*m in#orm ado de que toda e qua$quer carta que tirar terá com o resu$tado o ganho de um a dada im !ortncia e que6 de )e9 em quando6 ao )irar determ inadas cartas6 rece"erá dinheiro m as terá tam "*m de !agar um a certa quantia ao in)estigador que condu9 a ex!erincia. ( quantia a ganhar ou a !agar com um a determ inada carta s; * re)e$ada de!ois de a carta ser )irada. Eão * #ornecida nenhum a outra instrução. =am !ouco * re)e$ado o )a$or do que á #oi ganho ou !erdidoU tam "*m não * !erm itido ao indi)4duo tom ar qua$quer a!ontam ento. + que o ogador !oderá )ir a desco"rir * o seguinte7 cada carta )irada do "ara$ho ( ou F !aga a quantia de cem d;$ares6 enquanto as do "ara$ho C e D s; !agam cinquenta d;$ares. + ogador !ode )irar as cartas de qua$quer dos "ara$hos na ordem que !re#erir. Certas cartas dos "ara$hos ( e F os que !agam cem d;$aresQ requerem que o ogador e#etue um !agam ento e$e)ado6 atingindo6 !or )e9es6 1'5 d;$ares. De igua$ m odo6 certas cartas nos "ara$hos C e D os de cinquenta d;$aresQ im !2em tam "*m um !agam ento6 m as as quantias são m uito m enores6 em m *dia in#eriores a cem d;$ares. 0ssas regras nunca são re)e$adas nem a$teradas. + ogador não sa"e que o ogo term inará ao -m de cem ogadas. Eão !ode !re)er6 de in4cio6 o que irá acontecer6 nem !ode m anter em m ente o )a$or de ganhos e !erdas enquanto ocorre o ogo. =a$ com o na )ida6 em que um a grande !arte do conhecim ento com que constru4m os nosso #uturo )ai se tornando acess4)e$ !ouco a !ouco6 @ m edida que a ex!erincia decorre6 reina a incerte9a. Eosso conhecim ento W e o do ogador W * m o$dado tanto !e$o m undo com que interagim os6 com o !or !redis!osiç2es do nosso !r;!rio organism o6 !or exem !$o nossa !re#erncia natura$ !or ganhos em )e9 de !erdas6 !or recom !ensa em )e9 de castigo6 !or um risco "aixo em )e9 de um risco a$to. H interessante )er o que as !essoas norm ais #a9em na ex!erincia. Com eçam !or )irar cartas dos quatro "ara$hos em "usca de !adr2es e !istas. De!ois6 ta$)e9 atra4das !e$a ex!erincia da recom !ensa e$e)ada ao )irar cartas dos "ara$hos ( e F6 com eçam a re)e$ar um a !re#erncia !or aque$es "ara$hos. Eo entanto6 gradua$m ente6 dentro das trinta !rim eiras ogadas6 m udam a !re#erncia !ara os "ara$hos C e D. 0m gera$6 m antm essa estrat*gia at* o -m 6 em "ora a$guns !ossam )o$tar es!oradicam ente a esco$her os "ara$hos ( e F6 !ara $ogo retom ar o rum o de ação que !arece m ais !rudente. Eão há m aneira de os ogadores #a9erem um cá$cu$o !reciso dos ganhos e das !erdas. 0m )e9 disso6 !ouco a !ouco6 )ão/se a!erce"endo de que a$guns "ara$hos W o ( e o F W são m ais %!erigosos& do que os outros. Poder/se/ia di9er que intuem que as !ena$i9aç2es m enores nos "ara$hos C e D $hes !erm item m aiores )antagens a $ongo !ra9o6 a!esar do m enor ganho inicia$. Sus!eito que existe6 antes do !a$!ite consciente6 um !rocesso não consciente que gradua$m ente )ai #orm u$ando um a %!re)isão& do resu$tado das ogadas e )ai %em !urrando& o ogador6 de in4cio discretam ente6 m as de!ois de #orm a cada )e9 m ais acentuada6 !ara os "ons "ara$hos6 di9endo/$he sem di9er que o castigo ou a recom !ensa está !restes a )ir se um a determ inada ogada #or6 de #ato6 e#etuada. 0m sum a6 du)ido de que se trate de um !rocesso !$enam ente consciente ou !$enam ente não
consciente. São necessários os dois ti!os de !rocessam ento !ara o #uncionam ento de um c*re"ro que tom a decis2es equi$i"radas. + com !ortam ento dos doentes com $es2es #rontais nessa ex!erincia #oi re)e$ador. Sua atitude no ogo de cartas #oi sem e$hante @qui$o que6 com #requncia6 tinham #eito na )ida rea$ de!ois de so#rerem a $esão cere"ra$ e di#erente do que teriam #eito antes da $esão. Seu com !ortam ento re)e$ou/se diam etra$m ente o!osto ao dos indi)4duos norm ais. (!;s um a am ostragem gera$ !re$im inar6 os doentes com $es2es #rontais )ira)am sistem aticam ente m ais cartas dos "ara$hos ( e F e cada )e9 m enos cartas dos "ara$hos C e D. Eão o"stante a m aior quantidade de dinheiro que rece"iam de!ois de )irar cartas ( e F6 as m u$tas que tinham de !agar constantem ente eram tão e$e)adas que entra)am em #a$ncia no m eio do ogo e necessita)am contrair m ais em !r*stim os unto ao in)estigador que condu9ia a ex!erincia. Eo caso de 0$$iot6 esse com !ortam ento * !articu$arm ente notá)e$ !orque6 !or um $ado6 e$e continua a descre)er/se com o um a !essoa conser)adora e que #a9 a!ostas de "aixo risco e6 !or outro $ado6 at* m esm o os indi)4duos norm ais que reconhecem ser ogadores de a$to risco agiram de m odo "astante m ais !rudente. ($*m disso6 no -na$ do ogo6 0$$iot sa"ia quais "ara$hos eram m aus e quais eram "ons. Re!etida a ex!erincia a$guns m eses de!ois6 com cartas e etiquetas di#erentes nos "ara$hos6 0$$iot com eteu o m esm o ti!o de erro6 com !ortando/se no ogo ta$ com o na )ida rea$.
',. m grá-co de "arras com os resu$tados da tare#a do ogo re$ati)os a cada "ara$ho. +s contro$es norm ais !re#erem 6 de m aneira gera$6 os "ara$hos C e D6 enquanto os doentes #rontais #a9em o o!osto. (s di#erenças são signi-cati)as. 0sse * o !rim eiro teste $a"oratoria$ em que se uti$i9ou um a r*!$ica das esco$has que Phineas Gage te)e de #a9er na )ida rea$. Pacientes com $es2es no $o"o #ronta$ cu o com !ortam ento e $es2es são com !ará)eis aos de 0$$iot ti)eram um desem !enho sem e$hante ao de$e nessa tare#a. Por que ra9ão essa ex!erincia te)e sucesso onde as outras #a$haram ? Pro)a)e$m ente !orque constitui um a im itação a!roxim ada da )ida rea$. 0$a * e#etuada em tem !o rea$ e assem e$ha/se a ogos de cartas reais. Ne)a em consideração o castigo e a recom !ensa e inc$ui de #orm a centra$ )a$ores m onetários. 8a9 o indi)4duo en)eredar !or um a !rocura de )antagens6 co$oca riscos e o#erece esco$has6 m as não di9 com o6 quando ou o que esco$her. 0stá cheia de incerte9as6 e a nica #orm a de m inim i9ar essas incerte9as consiste em criar !a$!ites6 estim ati)as de !ro"a"i$idade6 m ediante todos os m eios )iá)eis6 )isto não ser !oss4)e$ um cá$cu$o !reciso. +s m ecanism os neuro-sio$;gicos su" acentes a esse com !ortam ento são
#ascinantes6 em !articu$ar nos doentes com $es2es #rontais. H "astante c$aro que 0$$iot esta)a em !enhado na sua tare#a6 atento6 coo!erati)o e interessado no resu$tado. De #ato6 e$e queria ganhar . + que o $e)ou então a #a9er esco$has tão desastrosas? =a$ com o em re$ação aos outros com !ortam entos6 não !odem os in)ocar nem a #a$ta de conhecim entos nem de com !reensão da situação. Y m edida que o ogo !rogredia6 as !rem issas encontra)am /se constantem ente dis!on4)eis. uando !erdia m i$ d;$ares6 tinha de se a!erce"er desse #ato6 )isto que !aga)a a m u$ta ao o"ser)ador.
em "ora os e#eitos dessa sensi"i$idade não durassem m uito tem !o.
+IOPIA PARA O -(T(RO Para um o"ser)ador externo6 os m ecanism os es"oçados na terceira hi!;tese #ariam os doentes !arecerem m uito m ais !reocu!ados com o !resente que com o #uturo. Pri)ados das !re)is2es6 e$es são em grande !arte contro$ados !e$as !ers!ecti)as im ediatas e re)e$am /se6 na )erdade6 insens4)eis ao #uturo. Isso sugere que os doentes com $es2es #rontais so#rem de um exagero !ro#undo da tendncia "ásica e norm a$ de in)estirm os no !resente em )e9 de con-ar no #uturo.
m encionada6 essa im !ortncia teria sido adquirida !e$a ex!osição re!etida a di#erentes n4)eis de castigo e recom !ensa em re$ação a um determ inado "ara$ho. 0m outras !a$a)ras6 o c*re"ro associaria um determ inado grau de %negati)idade& ou %!ositi)idade& a cada "ara$ho6 (6 F6 C e D. + !rocesso "ásico não seria consciente e consistiria em !onderar a #requncia e a quantidade de estados negati)os. ( ex!ressão neura$ desse m eio ocu$to e não consciente de raciocinar seria o estado som ático de !redis!osição. Parece não ha)er um !rocesso com o esse nos !acientes com dano #ronta$.
PRE%ER O -(T(RO: CORRE.ATOS -ISIO.LG ICOS anna Dam ásio sugeriu um a continuação !ara as ex!erincias do ogo a dinheiro. Sua ideia era )eri-car o desem !enho de indi)4duos norm ais e de doentes com $esão #ronta$ em term os de res!ostas de conduti)idade d*rm ica durante o ogo. De que #orm a di#eririam os doentes dos indi)4duos norm ais? (ntoine Fechara e Danie$ =rane$ !ro!useram /se in)estigar essa questão estudando os doentes e os indi)4duos norm ais durante o ogo enquanto esta)am $igados ao !o$4gra#o. Reco$heram /se6 desse m odo6 dois con untos de dados !ara$e$os7 as esco$has sucessi)as que os indi)4duos #a9iam @ m edida que !rosseguiam no ogo e o !er-$ cont4nuo das res!ostas de conduti)idade d*rm ica criadas durante o !rocesso. ( !rim eira s*rie de resu$tados m ostrou um !er-$ extraordinário. =anto os contro$es norm ais com o os doentes do $;"u$o #ronta$ geraram res!ostas de condução d*rm ica @ m edida que cada recom !ensa ou castigo iam tendo $ugar6 de!ois de )irada a carta a!ro!riada. 0m outras !a$a)ras6 !oucos segundos a!;s o rece"im ento da recom !ensa m onetária ou o !agam ento da m u$ta6 os indi)4duos norm ais e os indi)4duos com $esão #ronta$ eram a#etados de acordo com o acontecim ento em questão6 e se seguia um a res!osta de conduti)idade d*rm ica. Isso * im !ortante6 !ois dem onstra6 m ais um a )e96 que os doentes !odem gerar res!ostas de conduti)idade d*rm ica em determ inadas condiç2es6 m as não em outras. Por aqui se ) que reagem a est4m u$os que ocorrem no m om ento !resente W um a $u96 um som 6 um a !erda6 um ganho W6 m as que não reagirão se o ati)ador #or um a re!resentação m enta$ de a$go re$acionado com o est4m u$o6 !or*m inacess4)e$ em term os de !erce!ção direta. Y !rim eira )ista6 !oder4am os descre)er essa situação recorrendo ao !ro)*r"io %$onge da )ista6 $onge do !ensam ento&6 com que Patr4cia Go$dm an/Raic sugesti)am ente se re#ere @ de-cincia da m em ;ria de tra"a$ho resu$tante da dis#unção #ronta$ dorso$atera$.
ex!erim entador sa"ia ser um m au "ara$ho6 era gerada um a res!osta de conduti)idade d*rm ica cu a am !$itude aum enta)a com a continuação do ogo. 0m outras !a$a)ras6 os c*re"ros dos indi)4duos norm ais com eça)am gradua$m ente a !re)er um m au resu$tado e indica)am a re$ati)a negati)idade do "ara$ho em questão antes de a carta ser )irada. + #ato de os indi)4duos norm ais não exi"irem essas res!ostas quando o ogo com eça)a6 o #ato de as res!ostas serem adquiridas com a ex!erincia6 com o decorrer do tem !o6 e o #ato de sua grande9a não !arar de crescer @ m edida que se iam som ando m ais ex!erincias !ositi)as e negati)as constitu4am e)idncia #orte de que os c*re"ros dos indi)4duos norm ais esta)am a!rendendo a$go de im !ortante so"re a situação e tenta)am assina$ar6 de #orm a anteci!ada6 o que não seria "om !ara o #uturo. Se a !resença dessas res!ostas nos indi)4duos norm ais á era #ascinante6 aqui$o que )im os nos registros de doentes com $es2es #rontais #oi m ais ainda7 os doentes no evidenciavam 2uais2uer respostas antecipat,rias. 0o havia nenhum ind1cio de que seus c*re"ros esti)essem desen)o$)endo um a !re)isão !ara um resu$tado #uturo negati)o. =a$)e9 m ais do que qua$quer outro resu$tado6 esse dem onstra tanto a situação di#4ci$ que )i)em esses doentes com o um a !arte signi-cati)a de sua neuro!ato$ogia. +s sistem as neurais que $hes teriam !erm itido a!render o que de)eriam e)itar ou !re#erir #uncionam m a$ e não conseguem desen)o$)er res!ostas adequadas a um a no)a situação. Desconhecem os ainda o m odo com o se desen)o$)e a !re)isão de um resu$tado #uturo negati)o na nossa ex!erincia do ogo. Pode/se !erguntar6 !or exem !$o6 se os indi)4duos #a9em um a estim ati)a cogniti)a do caráter negati)o de um certo "ara$ho e se esse !a$!ite $e)a a um estado som ático que signi-ca a$go negati)o e !ode6 !or sua )e96 com eçar a atuar com o sina$ de a$arm e. Eessa #orm u$ação6 o racioc4nio e a consequente estim ati)a cogniti)a !recedem o m arcador/som áticoU m as esse continua a ser o com !onente cr4tico da im !$em entação6 !orque sa"em os que os doentes não ogam %norm a$m ente&6 m esm o quando conhecem os "ara$hos "ons e m aus.
Im agine que )oc está indo a !* !ara casa so9inho6 !or )o$ta da m eia/noite6 num a cidade qua$quer onde se !ode ainda ir a !* !ara casa6 e !erce"e de re!ente que a$gu*m 6 $ogo atrás de )oc6 o segue insistentem ente. sando um a descrição in#orm a$6 o que sucede * o seguinte7 seu c*re"ro detecta a am eaçaU rene a$gum as o!ç2es de res!ostaU esco$he um aU age com "ase ne$aU redu9 ou e$im ina assim o risco. Eo entanto6 com o ti)em os o!ortunidade de )er quando #a$am os de em oç2es6 as coisas são "em m ais com !$icadas. +s as!ectos neurais e qu4m icos da res!osta do c*re"ro !ro)ocam um a a$teração !ro#unda na m aneira com o os tecidos e os sistem as de ;rgãos #uncionam . ( dis!oni"i$idade de energia e a taxa m eta";$ica de todo o organism o são a$teradas6 assim com o a !rontidão de res!osta do sistem a im uni9adorU o !er-$ "ioqu4m ico gera$ do organism o 3utua ra!idam enteU a m uscu$atura esque$*tica que !erm ite m o)er a ca"eça6 o tronco e os m em "ros contrai/seU e os sinais so"re todas essas a$teraç2es são retransm itidos ao c*re"ro6 a$guns !or )ias qu4m icas !e$a corrente sangu4nea6 de m odo que o estado do cor!o6 que se m odi-ca constantem ente segundo a!;s segundo6 a#etará o sistem a ner)oso centra$ no n4)e$ neura$ e qu4m ico em )ários $ocais. ( consequncia -na$ de o c*re"ro detectar o !erigo ou qua$quer situação em ociona$ sem e$hanteQ tradu9/se num a#astam ento m arcado de sua ati)idade ha"itua$6 tanto em setores es!ec4-cos do organism o a$teraç2es %$ocais&Q com o no organism o em gera$ a$teraç2es %g$o"ais&Q. H im !ortante notar que as a$teraç2es se registram no c*re"ro e no cor!o. (!esar de exem !$os com o esse de cic$os com !$exos de interação6 c*re"ro e cor!o continuam a ser conce"idos com o se!arados em term os de estrutura e de #unção. ( ideia de que o organism o inteiro6 e não a!enas o cor!o ou o c*re"ro6 interage com o m eio am "iente * m enos!re9ada com #requncia6 se * que se !ode di9er que chega a ser considerada. Eo entanto6 quando )em os6 ou)im os6 tocam os6 sa"oream os ou cheiram os6 o cor!o e o c*re"ro !artici!am na interação com o m eio am "iente. Im agine a )isão de um a !aisagem !redi$eta. 0ncontram /se en)o$)idos nessa )isão m uito m ais do que a retina e os c;rtices )isuais do c*re"ro. De certo m odo6 a c;rnea * !assi)a6 m as tanto o crista$ino com o a 4ris não s; deixam !assar a $u96 com o tam "*m a ustam suas dim ens2es e #orm a em res!osta @ cena que !resenciam . + g$o"o ocu$ar * !osicionado !or )ários m scu$os de m odo a detectar o" etos de #orm a e-ca96 e a ca"eça e o !escoço des$ocam /se !ara a !osição adequada. ( m enos que esses e outros a ustam entos tenham $ugar6 não se consegue )er grande coisa. =odos esses a ustam entos de!endem de sinais )indos do c*re"ro !ara o cor!o e de sinais corres!ondentes do cor!o !ara o c*re"ro. ( seguir6 os sinais so"re a !aisagem são !rocessados dentro do c*re"ro. São ati)adas estruturas su"corticais6 com o os co$4cu$os su!erioresU são tam "*m ati)ados os c;rtices sensoriais iniciais e as )árias estaç2es do c;rtex de associação6 assim com o o sistem a $4m "ico que se encontra interconectado com e$as. uando o conhecim ento re$ati)o @ !aisagem * ati)ado no interior do c*re"ro a !artir de re!resentaç2es dis!ositi)as em di)ersas áreas6 o resto do cor!o tam "*m !artici!a no !rocesso.
m enos im agens #otográ-cas diretas. + organism o a$tera/se ati)am ente de m odo a o"ter a m e$hor inter#ace !oss4)e$. + cor!o não * !assi)o. Ca"e notar tam "*m um outro as!ecto ta$)e9 não m enos im !ortante7 a ra9ão !e$a qua$ tm $ugar a m aioria das interaç2es com o m eio am "iente de)e/se ao #ato de o organism o necessitar que e$as ocorram a -m de m anter a hom eostase6 ou se a6 um estado de equi$4"rio #unciona$. + organism o atua constantem ente so"re o m eio am "iente no !rinc4!io #oram as aç2esQ6 de m odo a !oder !ro!iciar as interaç2es necessárias @ so"re)i)ncia.
Y !rim eira )ista6 a ideia de que a m ente em erge do organism o com o um todo !ode !arecer contraintuiti)a. $tim am ente6 o conceito de m ente tem !assado do nenhures et*reo que ocu!ou no s*cu$o OVII !ara sua m orada atua$ no ou em redor do c*re"ro W um certo re"aixam ento6 m as6 m esm o assim 6 um !osto digno. Pode !arecer exagero sugerir que a m ente de!ende das interaç2es c*re"ro/ cor!o em term os de "io$ogia e)o$uti)a6 ontogenia desen)o$)im ento indi)idua$Q e #uncionam ento atua$.
constantem ente reconstitu4doU no * o in#am e hom ncu$o dentro do c*re"ro que contem !$a o que se !assa.
conscincia. 0m resu$tado6 o cor!o )o$ta a a$terar/se e a im agem que de$e se rece"e a$tera/se em con#orm idade. 0nquanto os acontecim entos m entais são o resu$tado da ati)idade nos neurXnios do c*re"ro6 a hist;ria !r*)ia e im !rescind4)e$ que os neurXnios do c*re"ro tm de contar * a do esquem a e do #uncionam ento do cor!o. + !rim ado do cor!o com o tem a a!$ica/se @ e)o$ução7 do sim !$es ao com !$exo6 durante m i$h2es de anos6 os c*re"ros surgem a !artir dos organism os que os !ossuem . 0m m enor !ro!orção6 a ideia tam "*m se a!$ica ao desen)o$)im ento de cada um de n;s com o indi)4duos6 !e$o que6 no !rinc4!io6 existiram !rim eiro re!resentaç2es do cor!o e s; m ais tarde hou)e re!resentaç2es re$acionadas com o m undo exterior. 06 num a !ro!orção m enor m as não des!re94)e$6 a ideia tam "*m se a!$ica ao agora com que constru4m os a m ente do m om ento !resente. 8a9er a m ente surgir não de um c*re"ro sem cor!o m as de um organism o * com !at4)e$ com um a s*rie de su!osiç2es. 0m !rim eiro $ugar6 quando a e)o$ução se$ecionou c*re"ros su-cientem ente com !$exos !ara criar não s; res!ostas m otoras aç2esQ m as tam "*m res!ostas m entais im agens na m enteQ6 #oi !ro)a)e$m ente !orque essas res!ostas m entais aum entaram as chances de so"re)i)ncia do organism o !or um 6 ou !or todos6 dos seguintes m eios7 um a m aior a!reciação das circunstncias externas !or exem !$o6 !erce"er m ais !orm enores de um o" eto6 situando/o com rigor no es!açoQU um re-nam ento das res!ostas m otoras atingir um a$)o com m aior !recisãoQU e um a !re)isão das consequncias #uturas !e$a im aginação de cenários e !e$o !$ane am ento de aç2es conducentes @ rea$i9ação dos m e$hores cenários im aginados. 0m segundo $ugar6 com o a so"re)i)ncia mentali*ada se destina)a @ so"re)i)ncia de todo o organism o6 as re!resentaç2es !rim ordiais do c*re"ro %m enta$i9ador& tinham de di9er res!eito ao cor!o6 em term os da estrutura e dos estados #uncionais de$e6 inc$usi)e as aç2es externas e internas com as quais o organism o reage ao m eio am "iente. Eão teria sido !oss4)e$ regu$ar e !roteger o organism o sem re!resentar sua anatom ia e -sio$ogia6 tanto nos !orm enores "ásicos com o nos atuais. Desen)o$)er um a m ente6 o que rea$m ente quer di9er desen)o$)er re!resentaç2es das quais se !ode tom ar conscincia com o im agens6 con#eriu aos organism os um a no)a #orm a de se ada!tar a circunstncias do m eio am "iente que não !odiam ter sido !re)istas no genom a. ( "ase !ara essa ada!ta"i$idade terá !ro)a)e$m ente com eçado !e$a construção de im agens do cor!o em #uncionam ento6 a sa"er6 im agens do cor!o enquanto ia reagindo ao am "iente de #orm a externa digam os6 usando um m em "roQ e interna regu$ando o estado das )4scerasQ. Se o c*re"ro e)o$uiu6 antes de m ais nada6 !ara garantir a so"re)i)ncia do cor!o6 quando surgiram os c*re"ros %m enta$i9ados&6 e$es com eçaram !or ocu!ar/se do cor!o. 06 !ara garantir a so"re)i)ncia do cor!o da #orm a m ais e-ca9 !oss4)e$6 a nature9a6 a m eu )er6 encontrou um a so$ução a$tam ente e-ciente7 representar o mundo e"terior em termos das modi:caç/es 2ue produ* no corpo propriamente dito6 ou se a6 re!resentar o m eio am "iente !or m eio da m odi-cação das re!resentaç2es !rim ordiais do cor!o sem !re que ti)er $ugar um a interação entre o organism o e o m eio am "iente. + que * e onde está essa re!resentação !rim ordia$? Ea m inha !ers!ecti)a6 e$a a"range7 1Q a re!resentação dos estados de regu$ação "ioqu4m ica em estruturas do tronco cere"ra$ e do hi!otá$am oU 'Q a re!resentação das )4sceras6 o que inc$ui não s; os ;rgãos da ca"eça6 tronco e a"dXm en6 m as tam "*m a m assa m uscu$ar e
a !e$e6 que #unciona com o um ;rgão e constitui a de$im itação do organism o6 a su!erm em "rana que nos de$im ita com o um a unidadeU e ,Q a re!resentação da estrutura m uscu$oesque$*tica e seu m o)im ento !otencia$. 0ssas re!resentaç2es6 que6 con#orm e indiquei antes nos ca!4tu$os e >6 se encontram distri"u4das !or di)ersas regi2es cere"rais6 de)em ser coordenadas !or conex2es neuronais. Sus!eito que a re!resentação da !e$e desem !enha um !a!e$ im !ortante !ara assegurar essa coordenação. ( !rim eira ideia que ocorre quando !ensam os na !e$e * a de um a extensa cam ada sensoria$6 )o$tada !ara o exterior6 !ronta a a udar/nos a construir a #orm a6 a su!er#4cie6 a textura e a tem !eratura de o" etos externos !e$o sentido do tato.
outro sentido que inter)enha6 )isto os ;rgãos dos sentidos se encontrarem im !$antados num determ inado $oca$ no )asto m a!a geográ-co dessa #ronteira. Pode "em acontecer que os sinais re$ati)os @s interaç2es de um organism o com o m eio am "iente externo se am !rocessados !or re#erncia a esse m a!a gera$ do $im ite do cor!o. m sentido es!ec4-co6 com o !or exem !$o a )isão6 * !rocessado num lugar espec1:co do $im ite do cor!o6 aqui6 os o$hos. Por conseguinte6 os sinais do exterior são duplos. ($go que se ) ou ou)e excita o sentido da )isão ou da audição com o um sina$ %não cor!ora$&6 m as excita tam "*m um sina$ %cor!ora$& que !ro)*m da 9ona da %!e$e& onde o sina$ es!ec4-co entrou. Ea m edida em que os di#erentes sentidos se encontram en)o$)idos6 dois con untos de sinais são !rodu9idos !or e$es. + !rim eiro con unto !ro)*m do cor!o6 com origem no $oca$ es!ec4-co do ;rgão sensoria$ es!ec4-co em causa os o$hos na )isão6 os ou)idos na audiçãoQ6 e * transm itido ao com !$exo som atossensoria$ e m otor que re!resenta6 de #orm a dinm ica6 todo o cor!o com o um m a!a #unciona$. + segundo !ro)*m do !r;!rio ;rgão es!ec4-co e * re!resentado nas unidades sensoriais adequadas @ m oda$idade sensoria$. Eo caso da )isão6 encontram /se en)o$)idos os c;rtices )isuais iniciais e os co$4cu$os su!eriores.Q 0ssa con-guração teria um a consequncia !rática. uando )oc )6 não se lim ita apenas a ver8 sente 2ue est@ vendo algo com os seus olhos. )eu c
9onas sens4)eis @ $u9 !ertence a DarKin. Eicho$as um !hreT usou um a ideia sim i$ar.Q5 Ea m aior !arte dos casos de #uncionam ento !erce!ti)o regu$ar6 os sistem as som atossensoria$ e m otor encontram /se en)o$)idos6 a !ar do sistem a sensoria$ adequado aos o" etos que são !erce"idos. Isso * o que sucede m esm o quando o sistem a sensoria$ em questão * o com !onente exteroce!ti)o W ou se a6 )o$tado !ara o exterior W do sistem a som atossensoria$. uando )oc toca um o" eto6 ocorrem então dois con untos de sinais $ocais a !artir de sua !e$e. m di9 res!eito @ #orm a e @ textura do o" etoU o outro6 @s 9onas do cor!o que são ati)adas !e$o contato com o o" eto e !e$o m o)im ento do "raço ou da m ão. (crescente a tudo isso que6 dado o o" eto !oder criar um a res!osta cor!ora$ su"sequente6 re$ati)a ao seu )a$or em ociona$6 o sistem a som atossensoria$ * no)am ente ati)ado !ouco de!ois dessa res!osta. ( quase ine)ita"i$idade do !rocessam ento cor!ora$6 inde!endente do que este am os #a9endo ou !ensando6 * e)idente. H m uito !ro)á)e$ que a m ente não se a conce"4)e$ sem a$gum ti!o de incor!oração6 um a noção que tem $ugar de destaque nas !ro!ostas te;ricas de George Nao[6
O CORPO CO+O RE-ER<&CIA DE ,ASE (s re!resentaç2es !rim ordiais do cor!o em ação constituiriam um enquadram ento es!acia$ e tem !ora$6 um a m *trica6 que !oderia ser)ir de "ase a todas as outras re!resentaç2es. ( re!resentação daqui$o que constru4m os com o um es!aço com trs dim ens2es !oderia ser engendrada no c*re"ro com "ase na anatom ia do cor!o e nos !adr2es de m o)im ento no m eio am "iente. Se6 !or um $ado6 existe um a rea$idade externa6 !or outro6 o que de$a sa"em os chegar/nos/ia !e$a inter)enção do !r;!rio cor!o em ação !or m eio das
re!resentaç2es de suas !ertur"aç2es. Eunca sa"erem os quão -e$ * o nosso conhecim ento em re$ação @ rea$idade %a"so$uta&. + que !recisam os ter6 e creio que tem os6 * um a notá)e$ consistncia em term os das construç2es da rea$idade que os c*re"ros de cada um de n;s e#etuam e !arti$ham . Pense !or um m om ento na nossa re$ação com o conceito de gato7 !recisam os construir um a im agem da m aneira com o nossos organism os tendem a ser a$terados !or um a categoria de entidades que )irem os a designar !or gatos6 e !recisam os #a9/$o de #orm a consistente6 tanto indi)idua$m ente com o nas sociedades hum anas em que )i)em os. 0ssas re!resentaç2es sistem áticas e consistentes de gatos são reais em si m esm as. Eossas m entes são reais6 nossas im agens dos gatos são reais6 nossos sentim entos em re$ação aos gatos são reais. Sucede que essa rea$idade m enta$6 neura$ e "io$;gica * a nossa rea$idade. (s rãs e as a)es que o$ham !ara os gatos )eem /nos de m aneira di#erente6 !ara não #a$ar do m odo com o os !r;!rios gatos se )eem a si m esm os e a n;s. Mu$go que as re!resentaç2es !rim ordiais do cor!o em ação desem !enham um !a!e$ im !ortante na conscincia. Pro!orcionariam o nc$eo da re!resentação neura$ do eu e6 desse m odo6 um a re#erncia natura$ !ara o que acontece no organism o6 dentro ou #ora de seus $im ites. ( re#erncia de "ase do cor!o e$im inaria a necessidade de atri"uir a um hom ncu$o a !rodução da su" eti)idade. 0m )e9 disso6 ha)eria estados sucessi)os do organism o6 cada um neura$m ente re!resentado de no)o6 em m $ti!$os m a!as concertados6 m om ento a m om ento6 e cada um ancorando o eu que existe a cada m om ento.
O E( &E(RA. =enho um enorm e interesse !e$o tem a da conscincia6 e estou con)encido de que a neuro"io$ogia !ode com eçar a a"ordar o assunto. ($guns -$;so#os entre e$es Mohn Sear$e6 Patr4cia Church$and e Pau$ Church$andQ instigaram os neuro"i;$ogos a estudar a conscincia6 e tanto -$;so#os com o neuro"i;$ogos 8rancis Cric6 Danie$ Dennett6 Gera$d 0de$m an6 Rodo$#o N$inás6 entre outrosQ deram in4cio a um a teori9ação acerca do assunto.> Com o este $i)ro não * so"re a conscincia6 $im itarei m eus com entários a um as!ecto que * re$e)ante !ara a discussão das im agens6 das sensaç2es e dos m arcadores/som áticos. 0sse as!ecto di9 res!eito @ "ase neura$ do eu6 cu a com !reensão !oderá a udar a esc$arecer o !rocesso da su" eti)idade6 a caracter4stica/cha)e da conscincia. 0m !rim eiro $ugar6 !reciso esc$arecer o que entendo !e$o eu6 e !ara ta$ )ou a!resentar um dado que tenho o"ser)ado sistem aticam ente em m uitos doentes a#etados !or doenças neuro$;gicas. uando um doente desen)o$)e um a inca!acidade de reconhecer rostos #am i$iares6 )er cores ou $er6 ou quando os doentes deixam de reconhecer m e$odias6 ou #a$ar6 a descrição que #a9em do #enXm eno6 com raras exceç2es6 * a de que $hes está acontecendo a$go de no)o e in)u$gar6 que !odem o"ser)ar6 tentar reso$)er e6 em m uitos casos6 descre)er de #orm a esc$arecedora e concreta. Curiosam ente6 a teoria da m ente im !$4cita nessas descriç2es $e)a a crer que e$es %$oca$i9am & o !ro"$em a em re$ação a um a !arte de suas !essoas6 a qua$ estão o"ser)ando do !onto de )ista do seu eu. + quadro de re#erncia não di#ere daque$e que usariam caso se re#erissem a um !ro"$em a nos oe$hos ou nos coto)e$os. á a$gum as exceç2es6 m as são raras. ($guns doentes com a#asia gra)e !odem não se a!erce"er de sua de-cincia e não a!resentar um a descrição c$ara do que se !assa na sua m ente.
do terr4)e$ m om ento em que um a $esão cere"ra$ te)e in4cio e em que se esta"e$eceu um a $im itação em term os cogniti)os ou m otores7 %
certos ti!os de e!i$e!sia ou anosognosia com !$eta. Ca"e aqui um a !a$a)ra de esc$arecim ento antes de !rosseguirm os7 ao usar a noção de eu6 não estou de m odo a$gum sugerindo que todo o contedo de nossas m entes se a ins!ecionado !or um nico conhecedor centra$ e !or um nico !ro!rietário centra$6 e m uito m enos que sem e$hante entidade se !ossa situar num nico $oca$ do c*re"ro. Eo entanto6 o que estou a-rm ando * que nossas ex!erincias tendem a a!resentar um a !ers!ecti)a consistente6 com o se de #ato existisse um !ro!rietário e conhecedor centra$ !ara a m aioria6 m as não todos6 dos contedos m entais. Conce"o que essa !ers!ecti)a se encontra enrai9ada num estado "io$;gico re$ati)am ente está)e$ e incessantem ente re!etido. ( origem da esta"i$idade reside na estrutura e no #uncionam ento quase sem !re in)ariá)eis do organism o e em e$em entos6 em $enta m utação6 dos dados auto"iográ-cos. ( "ase neura$ !ara o eu6 ta$ com o a conce"o6 consiste na reati)ação cont4nua de !e$o m enos dois con untos de re!resentaç2es. m de$es di9 res!eito @s re!resentaç2es de acontecim entos/cha)e na auto"iogra-a de um indi)4duo6 com "ase nas quais * !oss4)e$ reconstituir re!etidam ente um a noção de identidade !or ati)ação !arcia$ em m a!as sensoriais dotados de organi9ação to!ográ-ca. + con unto de re!resentaç2es dis!ositi)as que descre)e qua$quer das nossas auto"iogra-as en)o$)e um grande nm ero de #atos categori9ados que de-nem a nossa !essoa7 o que #a9em os6 do que e de quem gostam os6 quais os ti!os de o" etos que usam os6 que $ocais e aç2es costum am os #requentar e rea$i9ar. 0sse con unto de re!resentaç2es !oderia ser conce"ido com o o ti!o de arqui)o que M. 0dgar oo)er era !erito em !re!arar6 s; que se a!$ica aos c;rtices de associação de )árias 9onas cere"rais e não ao !reenchim ento de !astas m inisteriais. ($*m disso6 acim a dessas categori9aç2es estão os #atos nicos do nosso !assado que são constantem ente ati)ados com o re!resentaç2es $oca$i9adas7 onde m oram os e tra"a$ham os6 qua$ * exatam ente o nosso tra"a$ho6 nosso nom e e os nom es dos !arentes !r;xim os e am igos6 da cidade6 do !a4s6 e assim !or diante. Por $tim o6 tem os na m em ;ria dis!ositi)a recente um con unto de acontecim entos recentes6 untam ente com sua continuidade tem !ora$ a!roxim ada6 e tam "*m um con unto de !$anos e a$guns acontecim entos im aginários que querem os que aconteçam . +s !$anos e os acontecim entos im aginários constituem aqui$o que designo !or um a %m em ;ria do #uturo !oss4)e$&6 que * !reser)ada nas re!resentaç2es dis!ositi)as ta$ com o qua$quer outra m em ;ria. 0m sum a6 a reati)ação constante de im agens atua$i9adas so"re a nossa identidade um a com "inação de m em ;rias do !assado e do #uturo !$ane adoQ constitui um a !arte considerá)e$ do estado do eu ta$ com o o conce"o. + segundo con unto de re!resentaç2es su" acentes ao eu neura$ consiste nas re!resentaç2es !rim ordiais do cor!o de um indi)4duo6 a que á a$udi7 não s; aqui$o que o cor!o tem sido em gera$ m as tam "*m o que o cor!o tem sido ultimamente6 antes m esm o dos !rocessos que $e)am @ !erce!ção do o" eto O esse as!ecto * im !ortante7 com o irem os )er6 estou con)encido de que a su" eti)idade de!ende6 em grande !arte6 das a$teraç2es que tm $ugar no estado do cor!o durante e a!;s o !rocessam ento do o" eto OQ. ("range necessariam ente os sentim entos de #undo do cor!o e os sentim entos em ocionais. ( re!resentação co$eti)a do cor!o constitui a "ase !ara um %conceito& de eu6 tanto quanto um a co$eção de re!resentaç2es da #orm a6 tam anho6 cor6 textura e gosto !odem constituir a "ase !ara o conceito de $aran a ou de $im ão. +s sinais iniciais do cor!o6 tanto na e)o$ução da es!*cie com o no desen)o$)im ento indi)idua$6 a udaram a #orm ar um %conceito "ásico& do euU esse conceito constituiu a estrutura de re#erncia de todo o resto que !udesse acontecer ao organism o6 inc$uindo os estados atuais do cor!o que #oram continuamente integrados no conceito do eu6 tornando/se de im ediato estados !assados. 8oram o
antecedente e a "ase da noção do eu ta$ com o #oi #orm u$ada !or Merom e ^agan. Q + que nos acontece agora está6 de #ato6 acontecendo a um conceito de eu "aseado no !assado6 inc$uindo o !assado que era atua$ há a!enas um instante. ( cada m om ento que !assa6 o estado do eu * constru4do a !artir da "ase. H um estado de re#erncia e)anescente6 e de ta$ #orm a * re #eito cont4nua e consistentem ente que seu !ro!rietário nunca chega a sa"er que e$e está sendo re4eito6 a m enos que aconteça a$go de !ro"$em ático durante esse !rocesso. ( sensação de #undo agora ou a sensação de um a em oção agora untam ente com os sinais sensoriais não cor!orais acontecem ao conceito do eu ta$ com o re!resentado na ati)idade coordenada de m $ti!$as regi2es cere"rais.
constituem o eu6 ou que estão com e$as corre$acionadas6 não são a-rm aç2es de grande uti$idade. 0m que consistem a re#erncia ou a corre$ação6 ou o que rea$i9am ? ( m aneira com o surge a su" eti)idade em sem e$hante !rocesso continuaria a ser um m ist*rio. Considere agora as seguintes !ossi"i$idades. 0m !rim eiro $ugar6 que o c*re"ro !ossui um terceiro con unto de estruturas neurais que não * nem o que sustenta a im agem de um o" eto nem o que sustenta as im agens do eu6 m as que está inter$igado com am "as de #orm a rec4!roca. 0m outras !a$a)ras6 um con unto interm ediário de neurXnios6 a que cham am os 9ona de con)ergncia e que in)ocam os com o o su"strato neura$ !ara a criação de re!resentaç2es dis!ositi)as em todo o c*re"ro6 nas regi2es corticais e nos nc$eos su"corticais. Recorde a noção de corretor da Fo$sa que in)oquei no ca!4tu$o >. Im agine6 em seguida6 que esse interm ediário rece"e sinais tanto da re!resentação do o" eto com o das re!resentaç2es do eu6 ? medida 2ue o organismo < perturado pela representaço do o;eto. 7m outras palavras9 im agine que o con unto interm ediário está construindo um a representaço dispositiva do eu durante a alteraço resultante da resposta do organismo a um o;eto. Eão ha)eria nada de m isterioso nessa re!resentação dis!ositi)a6 que seria exatam ente do m esm o ti!o das que o c*re"ro !arece sa"er criar6 conser)ar e rem ode$ar com incr4)e$ !er4cia. De igua$ m odo6 sa"em os que o c*re"ro dis!2e de toda a in#orm ação necessária @ criação dessa re!resentação dis!ositi)a7 $ogo a!;s term os )isto um o" eto6 desenham os sua re!resentação nos c;rtices )isuais iniciais6 e)ocam os tam "*m m uitas re!resentaç2es do organism o a reagir ao o" eto6 em )árias regi2es som atossensoriais. ( re!resentação dis!ositi)a de que estou #a$ando não * criada ou !erce"ida !or um hom ncu$o e6 com o sucede com todas as dis!osiç2es6 tem a ca!acidade de reati)ar6 nos c;rtices sensoriais iniciais a que está associada6 um a im agem som atossensoria$ do organism o reagindo a um determ inado o" eto. Por $tim o6 considere que todos os ingredientes que descre)i acim a W um o" eto que está sendo re!resentado6 um organism o reagindo ao o" eto da re!resentação e um estado do eu no !rocesso de a$teração em )irtude da res!osta do organism o ao o" eto W são retidos sim u$taneam ente !e$a m em ;ria de tra"a$ho e !e$a atenção6 em !ara$e$o ou em rá!ida inter!o$ação6 nos c;rtices sensoriais iniciais. Pro!onho que a su" eti)idade em erge durante essa $tim a #ase6 quando o c*re"ro está !rodu9indo não s; im agens de um o" eto e im agens das res!ostas do organism o ao o" eto6 m as um terceiro ti!o de im agem 6 a do organismo no ato de perceer e responder a um o;eto. + dis!ositi)o neura$ m 4nim o ca!a9 de !rodu9ir su" eti)idade necessita assim de c;rtices sensoriais iniciais inc$uindo os som atossensoriaisQ6 regi2es de associação cortica$ sensoria$ e m otora e nc$eos su"corticais es!ecia$m ente tá$am o e gng$ios "asaisQ com !ro!riedades de con)ergncia. 0sse m ecanism o neura$ "ásico não necessita da $inguagem . ( construção do m eta/eu que estou es"oçando * !uram ente não )er"a$6 trata/se de um a )isão esquem ática dos !rinci!ais !rotagonistas a !artir da !ers!ecti)a que * exterior a am "os. Com e#eito6 essa !ers!ecti)a interm ediária constitui6 m om ento a m om ento6 um docum ento narrati)o não )er"a$ do que está acontecendo a esses !rotagonistas. ( narrati)a !ode ser e#etuada sem $inguagem !e$a uti$i9ação dos instrum entos re!resentacionais dos sistem as sensoria$ e m otor no es!aço e no tem !o. Eão )e o nenhum a ra9ão !ara du)idar de que os anim ais sem $inguagem e#etuem esse m esm o ti!o de narrati)a. +s seres hum anos dis!2em de ca!acidades narrati)as de segunda ordem 6 !ro!orcionadas !e$a $inguagem 6 que !odem !rodu9ir re$atos )er"ais a !artir dos não )er"ais. ( #orm a a!urada da su" eti)idade hum ana resu$taria desse $tim o
!rocesso. ( $inguagem !ode não estar na origem do eu6 m as está sem d)ida na origem do eu enquanto su eito )er"a$. Eão tenho conhecim ento de nenhum a outra !ro!osta cient4-ca !ara um a "ase neura$ da su" eti)idade6 m as6 dado que e$a constitui um as!ecto/cha)e da conscincia6 ca"e re#erir aqui6 ainda que m uito "re)em ente6 em que m edida m inha !ro!osta se re$aciona com outras nessa área. ( hi!;tese de 8rancis Cric so"re a conscincia concentra/se so"re o !ro"$em a da criação das im agens e não considera a su" eti)idade. Cric não ignorou o !ro"$em a da su" eti)idade. Sim !$esm ente decidiu não o considerar6 !or agora6 !or du)idar de que !ossa ser a"ordado de um a #orm a ex!erim enta$. Suas reser)as e caute$as são $eg4tim as6 m as !reocu!a/m e o #ato de6 ao adiarm os a consideração da su" eti)idade6 !oderm os não inter!retar corretam ente os dados em !4ricos re$ati)os @ criação e @ !erce!ção de im agens. Por outro $ado6 a hi!;tese de Danie$ Dennett de"ruça/se so"re o n4)e$ m ais a$to da conscincia6 so"re os !rodutos term inais da m ente. Concorda que existe um eu6 m as não considera sua "ase neura$ e !re#ere de"ruçar/se so"re os m ecanism os !e$os quais !oderia ser criada a corrente de conscincia. H interessante notar que6 nesse n4)e$ do !rocesso6 Dennett uti$i9a um a noção de construção sequencia$ a m áquina oT ceana )irtua$Q6 que não deixa de ser !arecida com a noção de construção de im agens que uso em um n4)e$ m ais "aixo e inicia$. =enho a certe9a6 no entanto6 de que m eu dis!ositi)o de criação da su" eti)idade não * a m áquina )irtua$ de Dennett.
indissociá)e$ da regu$ação "io$;gicaU e a ra9ão !arece6 na )erdade6 de!ender de sistem as cere"rais es!ec4-cos6 a$guns dos quais !rocessam sentim entos. (ssim 6 !ode existir um e$o de $igação6 em term os anatXm icos e #uncionais6 entre ra9ão e sentim entos e entre esses e o cor!o. H com o se esti)*ssem os !ossu4dos !or um a !aixão !e$a ra9ão6 um im !u$so que tem origem no cerne do c*re"ro6 atra)essa outros n4)eis do sistem a ner)oso e6 -na$m ente6 em erge quer com o sentim ento quer com o !redis!osiç2es não conscientes que orientam a tom ada de decisão. ( ra9ão6 da !rática @ te;rica6 "aseia/se !ro)a)e$m ente nesse im !u$so natura$ !or m eio de um !rocesso que #a9 $em "rar o dom 4nio de um a t*cnica ou de um a arte. Retire/se o im !u$so6 e não * m ais !oss4)e$ a$cançar essa !er4cia.
0m um n4)e$ !rático6 a #unção atri"u4da @s em oç2es na criação da raciona$idade tem im !$icaç2es em a$gum as das quest2es com que nossa sociedade se de#ronta atua$m ente6 entre e$as a educação e a )io$ncia. Eão * este o $oca$ !ara um a a"ordagem adequada dessas quest2es6 m as de)o di9er que os sistem as educati)os !oderiam ser m e$horados se se insistisse na $igação inequ4)oca entre as em oç2es atuais e os cenários de resu$tados #uturos6 e que a ex!osição excessi)a das crianças @ )io$ncia na )ida rea$6 nos noticiários e na -cção audio)isua$ des)irtua o )a$or das em oç2es na aquisição e desen)o$)im ento de com !ortam entos sociais ada!tati)os. + #ato de tanta )io$ncia gratuita ser a!resentada sem um enquadram ento m ora$ s; re#orça sua ação dessensi"i$i9adora.
O ERRO DE DESCARTES Eão teria sido !oss4)e$ a!resentar m inha !artici!ação nesta con)ersa sem ter in)ocado Descartes com o s4m "o$o de um con unto de ideias acerca do cor!o6 do c*re"ro e da m ente que6 de um a m aneira ou de outra6 continuam a in3uenciar as cincias e as hum anidades no m undo ocidenta$. ( !reocu!ação * dirigida tanto @ noção dua$ista com a qua$ Descartes se!ara a m ente do c*re"ro e do cor!o com o @s )ariantes m odernas dessa noção7 !or exem !$o6 a ideia de que m ente e c*re"ro estão re$acionados m as a!enas no sentido de a m ente ser o !rogram a de so4tware que corre num a !arte do hardware cham ado c*re"roU ou que c*re"ro e cor!o estão re$acionados6 m as a!enas no sentido de o !rim eiro não conseguir so"re)i)er sem a m anutenção que o segundo $he o#erece. ua$ #oi6 então6 o erro de Descartes? +u6 m e$hor ainda6 a 2ue erro de Descartes m e re-ro com ingratidão? Poder4am os com eçar com um !rotesto e censurá/$o !or ter con)encido os "i;$ogos a adotarem 6 at* ho e6 um a m ecnica de re$o oeiro com o m ode$o dos !rocessos )itais.
res!eita @ sua origem 6 su"stncia ou !erm anncia? H !oss4)e$. Eão !oderia a a-rm ação ter ser)ido tam "*m o há"i$ !ro!;sito de a$i)iar as !ress2es re$igiosas que Descartes !odia so#rer? H !oss4)e$6 m as não !odem os sa"er ao certo. ( inscrição que Descartes esco$heu !ara sua $á!ide #oi um a citação a que recorria com #requncia7 “Bene 2ui latuit9 ene vi"it” 6 " de Tristia6 ,..'56 de +)4dio. m a renncia discreta ao dua$ism o?Q uanto @ !rim eira !ossi"i$idade de inter!retação6 e #a9endo o "a$anço -na$6 sus!eito que Descartes tam
sa"er neuroanatom ia6 neuro-sio$ogia e neuroqu4m ica. H interessante e !aradoxa$ que m uitos in)estigadores em cincia cogniti)a6 que se u$gam ca!a9es de in)estigar a m ente sem nenhum recurso @ neuro"io$ogia6 não se considerem dua$istas. ( se!aração cartesiana !ode estar tam "*m su" acente ao m odo de !ensar de neurocientistas que insistem em que a m ente !ode ser !er#eitam ente ex!$icada em term os de #enXm enos cere"rais6 deixando de $ado o resto do organism o e o m eio am "iente #4sico e socia$ W e6 !or conseguinte6 exc$uindo o #ato de !arte do !r;!rio m eio am "iente ser tam "*m um !roduto das aç2es anteriores do organism o. Protesto contra essa restrição6 não !orque a m ente não este a diretam ente re$acionada com a ati)idade cere"ra$6 !ois o")iam ente está6 m as !orque essa #orm u$ação restriti)a * #orçosam ente incom !$eta e insatis#at;ria em term os hum anos. H um #ato incontestá)e$ que o !ensam ento !ro)*m do c*re"ro6 m as !re-ro qua$i-car essa a-rm ação e considerar as ra92es !or que os neurXnios conseguem !ensar tão "em . 0ssa *6 de #ato6 a questão !rinci!a$. ( ideia de um a m ente desencarnada !arece ter tam "*m m o$dado a #orm a !ecu$iar com o a m edicina ocidenta$ a"orda o estudo e o tratam ento da doença )er o Pos#ácioQ. ( di)isão cartesiana dom ina tanto a in)estigação com o a !rática m *dica. 0m resu$tado6 as consequncias !sico$;gicas das doenças do cor!o !ro!riam ente dito6 as cham adas doenças reais6 são norm a$m ente ignoradas ou $e)adas em conta m uito m ais tarde.
m a tare#a indis!ensá)e$ e di#4ci$6 sem d)ida6 m as sem a qua$ ta$)e9 se a m e$hor que o erro de Descartes -que !or corrigir. a &ulture o4 complaint no origina$. E. =.Q " %(que$e que se esconde "em )i)eu "em.& E. =.Q Posfáio O CORA67O H(+A&O E+ CO&-.ITO %( )o9 do !oeta não !recisa a!enas ser um registro do hom em 6 !ode ser tam "*m um de seus am !aros6 o !i$ar que o a ude a resistir e a !re)a$ecer.& 1 Li$$iam 8au$ner escre)eu essas !a$a)ras !or )o$ta de 156 m as e$as m antm toda a sua atua$idade. + !"$ico que tinha em m ente era com !osto !e$os seus co$egas escritores6 m as o que disse !odia !er#eitam ente a!$icar/se @que$es que estudam o c*re"ro e a m ente. ( )o9 do cientista !ode ser m ais do que o m ero registro da )ida ta$ com o e$a *U o conhecim ento cient4-co !ode constituir um !i$ar que a ude os seres hum anos a resistir e a )ingar. 0scre)i este $i)ro con)icto de que o conhecim ento em gera$ e o conhecim ento neuro"io$;gico em !articu$ar tm um a #unção im !ortante a desem !enhar no destino hum anoU con)icto de que6 se rea$m ente o quiserm os6 o !ro#undo conhecim ento do c*re"ro e da m ente a udará a a$cançar a #e$icidade6 cu a !rocura #oi o tram !o$im !ara o !rogresso há dois s*cu$os6 e a udará a m anter a $i"erdade que Pau$ H$uard descre)eu tão g$oriosam ente no seu !oem a %Ni"ert*&. ' Eo m esm o texto que citei acim a6 8au$ner acusa seus co$egas de !ro-ssão de %terem esquecido os !ro"$em as do coração hum ano em con3ito consigo !r;!rio6 o nico tem a que !ode resu$tar em "oa $iteratura6 !orque s; acerca de$e )a$e a !ena escre)er e so#rer a agonia e o cansaço&. Pede/$hes que não deixem es!aço nos seus tra"a$hos %!ara nada que não se a as )e$has rea$idades e )erdades do coração6 as )e$has )erdades uni)ersais sem as quais qua$quer hist;ria * e#m era e condenada W am or e honra6 !iedade e orgu$ho6 com !aixão e sacri#4cio&. H tentador e encora ante acreditar6 indo ta$)e9 a$*m das !a$a)ras de 8au$ner6 que a neuro"io$ogia não s; !ode nos a udar na com !reensão e na com !aixão da condição hum ana6 m as que6 ao #a9/$o6 !ode nos a udar a com !reender os con3itos sociais e contri"uir !ara sua dim inuição. Eão quero com isso di9er que a neuro"io$ogia !ossa sa$)ar o m undo6 m as a!enas que o aum ento gradua$ de conhecim entos so"re os seres hum anos !ode nos a udar a encontrar m e$hores #orm as de gerir as coisas hum anas. á a$gum tem !o que os seres hum anos atra)essam um a no)a #ase e)o$uti)a em term os inte$ectuais6 na qua$ suas m entes e c*re"ros tanto !odem ser escra)os com o donos de seus cor!os e das sociedades que constituem . H c$aro que há im ensos riscos quando os c*re"ros e as m entes que )ieram da nature9a reso$)em #a9er de a!rendi9 de #eiticeiro e in3uenciar a !r;!ria nature9a.
A &E(RO,IO.OG IA +ODER&A E A IDEIA DE +EDICI&A á a$go de !aradoxa$ na nossa cu$tura em re$ação @ conceitua$i9ação da m edicina e seus !ro-ssionais.
a"ordaram sa"iam ente suas dim ens2es -sio$;gica6 socia$ e !o$4tica. 06 no entanto6 as esco$as de m edicina de onde e$es !ro)m ignoram 6 na sua m aior !arte6 essas dim ens2es hum anas6 concentrando/se na -sio$ogia e na !ato$ogia do cor!o !ro!riam ente dito. ( m edicina ocidenta$6 e em !articu$ar a m edicina dos 0stados nidos6 a$cançou a g$;ria !or m eio da ex!ansão da m edicina interna e das su"es!ecia$idades cirrgicas6 sendo o" eti)o de am "as o diagn;stico e o tratam ento de ;rgãos e sistem as doentes em todo o cor!o. + c*re"ro m ais concretam ente6 os sistem as ner)osos centra$ e !eri#*ricoQ #oi inc$u4do nesse em !reendim ento6 um a )e9 que era um desses %;rgãos&.
m as tudo isso tinha um ar %#o$c$;rico& e não era nada con)incente em term os cient4-cos. ( m edicina dem orou m uito tem !o a desco"rir que )a$ia a !ena tom ar em consideração o que esta)a !or detrás de tanta sa"edoria hum ana. ( neg$igncia cartesiana da m ente6 !or !arte da "io$ogia e da m edicina ocidentais6 tem tido duas consequncias negati)as !rinci!ais. ( !rim eira situa/se no cam !o da cincia. + es#orço !ara com !reender a m ente em term os "io$;gicos em gera$ atrasou/se )árias d*cadas e !ode di9er/se que s; agora com eça. (ntes tarde do que nunca6 sem d)ida a$gum a6 m as o atraso signi-ca tam "*m que se tem !erdido o im !acto !otencia$ que um conhecim ento !ro#undo da "io$ogia da m ente !oderia ter causado nos !ro"$em as das sociedades hum anas. ( segunda consequncia negati)a re$aciona/se com o diagn;stico e com o tratam ento e-ca9 das doenças. H "em )erdade que todos os grandes m *dicos tm sido hom ens e m u$heres não a!enas "em )ersados no essencia$ da -sio!ato$ogia da sua *!oca6 m as tam "*m !essoas que estão @ )ontade6 dado o "om senso e a sa"edoria que acum u$aram 6 no que toca aos con3itos do coração hum ano. =m sido !eritos ex4m ios no diagn;stico e no tratam ento graças a um a cominaço de conhecim entos e ta$ento. Eo entanto6 estar4am os i$udindo/nos se !ensássem os que o !adrão da !rática da m edicina no m undo ocidenta$ * o desses m *dicos #am osos que todos conhecem os. m a im agem distorcida do organism o hum ano6 untam ente com o crescim ento asso"er"ador do conhecim ento e com a necessidade de su"es!ecia$i9ação6 torna a m edicina cada )e9 m ais inadequada. ( m edicina "em !oderia dis!ensar o acr*scim o de !ro"$em as que sua dim ensão industria$ agora $he tra96 m as tam "*m esses não !aram de se a)o$um ar e agra)am 6 !or certo6 o seu desem !enho. + !ro"$em a do a"ism o que se!ara o cor!o da m ente na m edicina ocidenta$ ainda não * m at*ria de de"ate !ara o !"$ico em gera$6 em "ora !areça á ter sido detectado. Sus!eito que o xito de a$gum as #orm as da cham ada m edicina %a$ternati)a&6 em es!ecia$ aque$as que estão $igadas @ tradição não ocidenta$6 constitui um a reação com !ensat;ria a esse !ro"$em a. á a$go a adm irar e a!render com essas #orm as de m edicina a$ternati)a6 m as6 in#e$i9m ente6 e inde!endente de sua adequação em term os hum anos6 o que o#erecem não chega !ara tratar e-ca9m ente as doenças. Com toda a ustiça6 de)em os adm itir que at* m esm o a m ed4ocre m edicina ocidenta$ reso$)e um nm ero extraordinário de !ro"$em as. Eo entanto6 as #orm as de m edicina a$ternati)a )m co$ocar em destaque o !onto #raco da tradição ocidenta$6 que de)eria ser cienti-cam ente corrigido dentro da !r;!ria m edicina. Se6 com o u$go6 o xito atua$ dos tratam entos a$ternati)os * um ind4cio da insatis#ação do !"$ico em re$ação @ inca!acidade da m edicina tradiciona$ de considerar o ser hum ano com o um todo6 * de !re)er que essa insatis#ação irá aum entar nos !r;xim os anos6 @ m edida que se a!ro#undar a crise es!iritua$ da sociedade ocidenta$. Eão !arece !ro)á)e$ que )enham a dim inuir em "re)e a !roc$am ação de sentim entos #eridos6 a !rocura deses!erada da dim inuição da dor e do so#rim ento indi)iduais ou o chorar inarticu$ado !e$a !erda do equi$4"rio e #e$icidade interiores6 nunca a$cançados6 a que a m aioria dos seres hum anos as!ira. Seria a"surdo !retender que a m edicina curasse so9inha um a cu$tura doente6 m as * igua$m ente a"surdo ignorar esse as!ecto da doença hum ana.
(+A &OTA SO,RE OS .I+ITES AT(AIS DA &E(RO,IO.OG IA (o $ongo deste $i)ro6 #a$ei de #atos aceitos6 de #atos em discussão e de inter!retaç2es de #atosU de ideias !arti$hadas ou não !or m uitos de n;s das
cincias do c*re"ro e da m enteU de coisas que são com o eu digo e de coisas que !odem ser com o eu digo. + $eitor ta$)e9 tenha -cado sur!reso com m inha insistncia de que reina a incerte9a so"re tantos %#atos& e de que o m uito que se !ode di9er so"re o c*re"ro de)a ser a!resentado com o hi!;tese de tra"a$ho. Eatura$m ente que gostaria de !oder a-rm ar que sa"em os com certe9a com o * que o c*re"ro cria a m ente6 m as não o !osso #a9er W e receio que ningu*m !ossa. (!resso/m e a acrescentar que a #a$ta de res!ostas de-niti)as so"re as quest2es do c*re"ro e da m ente não constitui m oti)o de deses!ero e não de)e ser )ista com o um sina$ de #racasso nos cam !os cient4-cos que se encontram atua$m ente em !enhados nesse em !reendim ento.
criados !or m uitos circuitos neurais6 em n4)e$ $oca$ e g$o"a$6 m om ento a m om ento6 dentro do c*re"ro de um organism o )i)o. Eão há um a res!osta nica e sim !$es !ara o enigm a c*re"rom ente6 m as m uitas res!ostas $igadas aos inm eros com !onentes do sistem a ner)oso nos seus di)ersos n4)eis de estrutura. ( a"ordagem necessária !ara se com !reender esses n4)eis requer di)ersas t*cnicas e !rocessa/se em di#erentes ritm os. Parte do tra"a$ho !ode ser "aseado nas ex!erincias em anim ais6 e estas tendem a desen)o$)er/se com re$ati)a ra!ide9.
A.A%A&CAG E+ PARA A SO,RE%I%<&CIA 0m a$gum as es!*cies não hum anas6 e m esm o não !rim atas6 em que a m em ;ria6 o racioc4nio e a criati)idade são $im itados6 há6 m esm o assim 6 m ani#estaç2es de um com !ortam ento socia$ com !$exo cu o contro$e neura$ tem de ser inato. +s insetos W as #orm igas e as a"e$has em !articu$ar W a!resentam exem !$os dram áticos de coo!eração socia$ que !oderiam #aci$m ente #a9er corar de )ergonha a (ssem "$eia Gera$ das Eaç2es nidas.
*ticas usadas !e$o hom em . Eo entanto6 as con)enç2es sociais e as estruturas *ticas m ais e$a"oradas !e$as quais nos regem os de)em ter surgido e sido transm itidas de #orm a cu$tura$. (ssim sendo6 !oderem os !erguntar/nos qua$ #oi o m ecanism o desencadeador do desen)o$)im ento cu$tura$ de tais estrat*gias? H "em !ro)á)e$ que e$as se tenham desen)o$)ido com o um m eio de m itigar o so#rim ento sentido !or indi)4duos cu a ca!acidade de $em "rar o !assado e ante)er o #uturo tinha atingido á um grau notá)e$ de desen)o$)im ento. 0m outras !a$a)ras6 essas estrat*gias desen)o$)eram /se em indi)4duos ca!a9es de se a!erce"er de que sua so"re)i)ncia esta)a am eaçada ou de que a qua$idade de )ida !;s/so"re)i)ncia !odia ser m e$horada. 0ssas estrat*gias ter/se/iam m ani#estado a!enas naque$as es!*cies6 em nm ero $im itado6 cu os c*re"ros esta)am estruturados !ara !erm itir o seguinte7 !rim eiro6 um a grande ca!acidade !ara m em ori9ar categorias de o" etos e acontecim entos e !ara m em ori9ar acontecim entos e o" etos nicos6 isto *6 esta"e$ecer as re!resentaç2es dis!ositi)as de entidades e acontecim entos no n4)e$ das categorias e no n4)e$ da singu$aridadeU segundo6 um a grande ca!acidade !ara m ani!u$ar os com !onentes dessas re!resentaç2es m em ori9adas e !ara m ode$ar no)as criaç2es !or m eio de no)as com "inaç2es. ( )ariedade im ediatam ente m ais ti$ dessas criaç2es consistia em cenários im aginados6 na anteci!ação dos resu$tados das aç2es6 na #orm u$ação de !$anos #uturos e na criação de no)os o" eti)os que m e$horassem a so"re)i)nciaU e terceiro6 um a grande ca!acidade de m em ori9ar as no)as criaç2es acim a re#eridas6 isto *6 os resu$tados anteci!ados6 os no)os !$anos e os no)os o" eti)os. Cham o a essas criaç2es m em ori9adas %m em ;rias do #uturo&. 5 Se o conhecim ento m e$horado das ex!erincias do !assado e das ex!ectati)as quanto ao #uturo este)e na origem da criação de estrat*gias sociais !ara #a9er #ace ao so#rim ento6 continuam os a ter de ex!$icar6 antes de m ais nada6 com o #oi que o so#rim ento surgiu. 06 !ara isso6 tem os de considerar a sensação de dor im !osta !e$o m ecanism o "io$;gico6 assim com o o seu o!osto6 a sensação de !ra9er. H curioso notar que os m ecanism os "io$;gicos su" acentes ao que agora designam os !or dor e !ra9er constitu4ram tam "*m um a ra9ão im !ortante !ara que os instrum entos inatos de so"re)i)ncia #ossem se$ecionados e com "inados da #orm a com o #oram 6 ao $ongo da e)o$ução6 quando não ha)ia nem so#rim ento nem ra9ão indi)iduais. Isso !ode "em querer di9er que o m esm o dis!ositi)o sim !$es6 quando a!$icado a sistem as com ordens de com !$exidade e em circunstncias m uito di#erentes6 $e)a a resu$tados di)ersos m as re$acionados. + sistem a im uno$;gico6 o hi!otá$am o6 os c;rtices #rontais )entrom ediais e a Dec$aração dos Direitos do om em tm na rai9 a m esm a causa. ( dor e o !ra9er são as a$a)ancas de que o organism o necessita !ara que as estrat*gias instinti)as e adquiridas atuem com e-cácia.
m odo. 0m "ora nossas reaç2es @ dor e ao !ra9er !ossam ser a$teradas !e$a educação6 constituem um exce$ente exem !$o de #enXm enos m entais que de!endem da ati)ação de dis!osiç2es inatas. De)em os distinguir !e$o m enos dois com !onentes na dor e no !ra9er. Eo !rim eiro6 o c*re"ro organi9a a re!resentação da a$teração de um estado $oca$ do cor!o6 a qua$ se re#ere6 com o * e)idente6 a um a !arte do cor!o. =rata/se de um a !erce!ção som atossensoria$ na )erdadeira ace!ção. Pro)*m da !e$e6 de um a m ucosa ou de um !onto de um ;rgão. + segundo com !onente resu$ta de um a a$teração m ais gen*rica no estado do cor!o6 na )erdade de um a em oção. Por exem !$o6 aqui$o que designam os !or dor ou !ra9er * o nom e dado ao conceito de um a determ inada !aisagem cor!ora$ que nossos c*re"ros estão !erce"endo. ( !erce!ção dessa !aisagem * m odu$ada no interior do c*re"ro !or neurotransm issores e neurom odu$adores6 os quais a#etam a transm issão da in#orm ação e o #uncionam ento de setores do c*re"ro inter)enientes na re!resentação do cor!o. ( $i"ertação de endor-nas a m or-na do !r;!rio organism oQ6 que se $igam a rece!tores o!ioides que se assem e$ham aos rece!tores que so#rem o e#eito da m or-naQ6 * um #ator im !ortante na !erce!ção de um a %!aisagem de !ra9er& e !ode anu$ar ou redu9ir a !erce!ção de um a %!aisagem de dor&. Vam os esc$arecer um !ouco m e$hor essa ideia com um exem !$o do !rocessam ento da dor. 0u diria que as coisas #uncionam do seguinte m odo7 a !artir dos term inais dos ner)os estim u$ados num a 9ona do cor!o onde se )eri-caram $es2es nos tecidos o cana$ da rai9 de um dente6 !or exem !$oQ6 o c*re"ro constr;i um a re!resentação transit;ria de um a a$teração do cor!o $oca$6 que * di#erente da re!resentação anterior !ara essa 9ona. + !adrão de ati)idade que corres!onde aos sinais de dor e as caracter4sticas !erce!tuais da re!resentação da4 resu$tante são integra$m ente determ inados !e$o c*re"ro6 m as6 !or outro $ado6 não di#erem em term os neuro-sio$;gicos de nenhum outro ti!o de !erce!ção do cor!o. =oda)ia6 se s; isso acontecesse6 creio que o m ais que !oder4am os ex!erienciar seria um a determ inada im agem de a$teração do cor!o sem consequncias !ertur"adoras. Voc ta$)e9 não a a!reciasse6 m as tam "*m não se sentiria incom odado.
acom !anhadas de !ro"$em as do com !ortam ento. Parece ser isso exatam ente o que acontece. +s indi)4duos a#etados !or um a estranha doença conhecida !or ausncia congnita de dor não adquirem estrat*gias norm ais de com !ortam ento. ($guns de$es !assam o tem !o rindo6 a!esar de a doença os $e)ar a destruir as articu$aç2es !ri)ados de dor6 m o)im entam as articu$aç2es m uito a$*m dos $im ites m ecnicos !erm iss4)eis6 rom !endo assim os $igam entos e as cá!su$as das articu$aç2esQ6 a queim aduras gra)es6 a go$!es não retiram a m ão de um a cha!a quente ou de um a $m ina que $hes rasga a !e$eQ. : Visto conseguirem ainda sentir !ra9er6 !odendo assim ser in3uenciados !or sensaç2es !ositi)as6 * notá)e$ que seu com !ortam ento se a tão de-ciente.
o"rigado&. C$aram ente6 o que a o!eração !arecia ter #eito nesse caso #ora e$im inar a reação em ociona$ que #a9 !arte daqui$o que cham am os dor. ( o!eração aca"ara com o so#rim ento. ( ex!ressão #acia$6 a )o9 e o contentam ento eram aque$es que associam os a um estado agradá)e$ e não de dor. ($*m daqui$o que nos !ode ensinar acerca dos m ecanism os da dor6 esse exem !$o re)e$a tam "*m a se!aração entre a im agem de um a entidade o estado do tecido "io$;gico que origina um a im agem de dorQ e a im agem de um estado do cor!o que qua$i-ca a im agem dessa entidade !or m eio de um a usta!osição no tem !o. Mu$go que um dos !rinci!ais es#orços da neuro"io$ogia e da m edicina de)erá ser o de !rocurar !ro!orcionar o a$4)io de so#rim entos com o o que aca"ei de descre)er. m a m eta não m enos im !ortante dos es#orços "iom *dicos de)eria ser tam "*m o a$4)io do so#rim ento nas doenças m entais.
os seus signi-cados são !or )e9es !ro"$em áticos. + !ro"$em a não * s; m eu ou do $eitor. m dicionário contem !orneo de -$oso-a tem a di9er o seguinte acerca da ra9ão7 %á m uito que o term o ra*o te)e6 e continua a ter6 um grande nm ero e um a im ensa )ariedade de sentidos e usos que estão re$acionados uns com os outros de #orm as que são m uitas )e9es com !$exas e !ouco c$aras `...& 7nc%clopedia o4 philosoph% 6 P. 0dKards org.Q6 Eo)a _or6 Q. Se a com o #or6 a m aneira com o uso os term os ra*o e racionalidade * re$ati)am ente con)enciona$. so gera$m ente o term o ra*o !ara denotar a ca!acidade de !ensar e #a9er in#erncias de um m odo ordenado e $;gicoU e o term o racionalidade !ara denotar a qua$idade do !ensam ento e do com !ortam ento que resu$ta da ada!tação da ra9ão a um contexto !essoa$ e socia$. Eão uso indi#erentem ente racioc1nio e tomada de deciso6 )isto nem todos os !rocessos de racioc4nio $e)arem a um a decisão. Com o o $eitor tam "*m )eri-cará6 não uti$i9o indi#erentem ente os term os emoço e sentimento. De um m odo gera$6 uso o term o emoço emotionQ !ara denotar um con unto de m udanças que ocorrem quer no cor!o quer no c*re"ro e que norm a$m ente * originado !or um determ inado contedo m enta$. + term o sentimento 4eelingQ denota a !erce!ção dessas m udanças. ( discussão dessa distinção * #eita no ca!4tu$o >. '. C. DarKin 1A>1Q6 The descent o4 man6 Nondres6 />6 e 1AA/Q6 %Passage o# an iron rod through the head&6 Boston #edical and )urgical 'ournal6 ,7,A. '. Ver nota 1 acim a. ,. 0. Li$$iam s6 citado em . M. Fige$oK 1A5Q6 %Dr. ar$oK]s case o# reco)erT #rom the !assage o# an iron "ar through the head&6 3merican 'ournal o4 the #edical )ciences9 JR8JL-II. . Ver nota , acim a Fige$oKQ. 5. Ver nota 1 acim a 1A:AQ. :. E. Lest 1,Q6 The da% o4 the locust 6 ca!4tu$o 1. >. m exem !$o dessa atitude * 0. Du!uT 1A>,Q6 7"amen de 2uel2ues points de la ph%siologie du cerveau6 Paris6 De$ahaT e. A. D. 8errier 1A>AQ6 %=he Gou$stonian Nectures on the $oca$isation o# cere"ra$ disease&6 British #edical 'ournal6 17,/>. . Para um a a!reciação extrem am ente rigorosa das contri"uiç2es de Ga$$6 )er M. /1>. JJ. 0. )i*er FJSSIG9 ort% %ears on phrenolog%N emracing recollections o4 histor%N anecdote and e"perience9 0ova ork9 owler and 6ells. 1'. Ver nota 1 acim a 1A:AQ. '. ( R0V0N(j+ D+ CHR0FR+ D0 G(G0
1. P. Froca 1A:5Q6 %Sur $a #acu$t* du $angage articu$*&6 Bull. )oc. 3nthropol. 6 Paris6 :7,,>/,U ^. Lernice 1A>Q6 Der aphasische )%mptomencomple" 6 Fres$au6 Cohn und Leigert. Para !orm enores so"re as a#asias de Froca e Lernice6 )er (. Dam ásio 1'Q6 The 0ew 7ngland 'ournal o4 #edicine6 ,':75,1/. Para um a !ers!ecti)a recente so"re a neuroanatom ia da $inguagem 6 )er (. Dam ásio e . Dam ásio 1'Q6 )cienti:c 3merican6 ':>7A/5. '. Para um texto gera$ so"re neuroanatom ia6 )er M. . /,. . Ver 0. ^ande$ M. SchKart9 e =. Messe$$ 11Q6 Principles o4 neuroscience6 (m sterdam 6 0$se)ierU P. S. Church$and e =. M. Se noKsi 1'Q6 The computational rain8 models and methods on the 4rontiers o4 computational neuroscience6 Foston6 AQ6 %=he in)o$)em ent o# the #ronta$ $o"es in cogniti)e estim ation&6 &orte" 6 17'/,,. 5. S. R. athaKaT e M. C. Q6 The measurement o4 moral ;udgement 6 Cam "ridge6 . M. N. Sa)er e (. R. Dam ásio 11Q6 %Preser)ed access and !rocessing o# socia$ noK$egde in a !atient Kith acquired socio!athT due to )entrom edia$ #ronta$ dam age&6 0europs%chologia6 '71'1/. . ( S(EG0/8RI+ 1. F. M.
'. Para !orm enores so"re a estrat*gia de in)estigação da neuro!sico$ogia6 )er . Dam ásio e (. R. Dam ásio 1AQ6 !esion anal%sis in neurops%cholog% 6 Eo)a _or6 +x#ord ni)ersitT Press. ,. R. <. Fricner 1,Q6 %(n inter!retation o# #ronta$ $o"e #unction "ased u!on the studT o# a case o# !artia$ "i$atera$ #ronta$ $o"ectom T &6 esearch Pulications o4 the 3ssociation 4or esearch in 0ervous and #ental Disease9 JL8IUR-LUJN e FJRLKG9 The intellectual 4unctions o4 the 4rontal loes8 stud% ased upon oservation o4 a man a4ter partial ilateral loectom%9 0ova ork9 #acm illan. Para outros estudos so"re $es2es do $;"u$o #ronta$6 )er tam "*m D. =. Stuss e 8. =. Fenson 1A:Q6 The 4rontal loes6 Eo)a _or6 Ra)en Press. . D. +. e"" e L. Pen-e$d 1Q6 %um an "eha)ior a#ter extensi)e "i$atera$ rem o)a$s #rom the #ronta$ $o"es&6 3rchives o4 0euroiolog% and Ps%chiatr% 6 7'1/,A. 5. S. S. (cer$T e (. N. Fenton 1AQ6 %Re!ort o# a case o# "i$atera$ #ronta$ $o"e de#ect&6 esearch Pulications o4 the 3ssociation 4or esearch in 0ervous and #ental Disease9 IM8VMR-UWV. :. 0ntre os !oucos casos docum entados com !ará)eis com o do doente de (cer$T e Fenton6 contam /se os seguintes7 F. . Price6 ^. R. Da[tner6 R. <. StoKe e <. <. 7 A5/>. 1,. (. Q6 Eo)a _or6 Mohn Li$eT Z Sons6 !!. 1:A/A:. 1. S. L. (nderson e D. =rane$ 1AQ6 %(Kareness o# disease states #o$$oKing cere"ra$ in#arction6 dem entia6 and head traum a7 standardi9ed assessm ent&6 The &linical 0europs%chologist9 L8LIM-LR. 11. R. L. S!errT 1A1Q6 %Cere"ra$ organi9ation and "eha)ior&6 )cience6 1,,71>/5>U M. 0. Fogen e G. <. Fogen 1:Q6 %=he other side o# the "rain. III7 =he cor!us ca$$osum and creati)itT &6 Bull. !os 3ngeles 0eurol. )oc. 6 ,711/''U 7. de en*i FJRSIG9 Disorders o4 space e"ploration and cognition9 0ova ork9 'ohn Li$eT Z SonsU D. FoKers6 R. <. Fauer e ^. <. ei$m an 1,,Q6 %=he non)er"a$ a[ect $exicon7 theoretica$ !ers!ecti)es #rom neuro!sT cho$ogica$ studies o# a[ect !erce!tion&6 0europs%chologia6 >7,,/U <. <. Q6 %Dom inant $anguage #unctions o# the right hem is!here&6 3rch. 0eurol. 6 ,:71/A. Ver tam "*m o tra"a$ho de ($exandre Castro Ca$das so"re a#asia cru9ada e dom inncia cere"ra$. 1'. F. LoodKard e S. (rm strong 1>Q6 The Brethren6 Eo)a _or6 Sim on Z Schuster. 1,. D. =rane$ e F. =. T m an 1Q6 %Eeuro!sT cho$ogica$ corre$ates o# "i$atera$ am T gda$a dam age&6 3rchives o4 0eurolog% 6 >7,/55U 8. ^. D. Eahm 6 . Dam ásio6 D. =rane$ e (. Dam ásio 1,Q6 %Cross/m oda$ associations and the hum an am T gda$a&6 0europs%chologia6 ,17>'>/U R. (do$!hs6 D. =rane$6 . Dam ásio e (. Dam ásio 1Q6 %Fi$atera$ dam age to the hum an am T gda$a im !airs the recognition o# em otion in #acia$ ex!ressions&6 0ature6 ,>'7::/>'. 1. N. Leisrant9 15:Q6 %Feha)iora$ changes associated Kith a"$ations o# the am T gda$oid com !$ex in m
oneT s&6 'ournal o4 &omparative and Ph%siological Ps%cholog% 6 7,A1/1U M. P. (gg$eton e R. 0. Passingham 1A1Q6 %ST ndrom e !roduced "T $esions o# the am T gda$a in m oneT s #acaca mulattaQ&6 'ournal o4 &omparative and Ph%siological Ps%cholog%9 RU8RKJ-MM. Para estudos em ratos9 )er M. 0. NeDoux 1'Q6 %0m otion and the am T gda$a&6 in M. P. (gg$eton org.Q6 The am%gdala8 neuroiological aspects o4 emotion9 m%ster%9 and mental d%s4unction6 Eo)a _or6 Li$eT /Niss6 !!. ,,/51. 15. R. M. 7 ::/A. 1:. (. R. Dam ásio e G. L. )an oesen 1A,Q6 %0m otiona$ distur"ances associated Kith #oca$ $esions o# the $im "ic #ronta$ $o"e&6 in ^. <. ei$m an e P. Sat9 orgs.Q6 0europs%cholog% o4 human emotion6 Eo)a _or6 =he Gui$#ord PressU <. I. Posner e S. 0. Petersen 1Q6 %=he attention sT stem o# the hum an "rain&6 3nnual eview o4 0euroscience9 JL8IU-VI. JM. . &rick FJRRVG9 The astonishing h%pothesis8 the scienti:c search 4or the soul9 0ova ork9 &harles )crinerEs )ons. 1A. M. 8. 8u$ton e C. 8. Maco"sen 1,5Q6 %=he #unctions o# the #ronta$ $o"es7 a Com !arati)e studT in m oneT s6 chim !an9ees and m an&6 3dvances in #odern Biolog% #oscowQ6 711,/',U M. 8. 8u$ton 151Q6 rontal lootom% and aAective ehavior 6 Eo)a _or6 Eorton and Com !anT. 1. C. 8. Maco"sen 1,5Q6 %8unctions o# the #ronta$ association area in !rim ates&6 3rchives o4 0eurolog% and Ps%chiatr% 6 ,,755A/:. '. R. 0. 5Q6 %Eeuro$ogT o# socia$ "eha)ior and a[ect in !rim ates7 a studT o# !re#ronta$ and anterior tem !ora$ cortex&6 in ^. M. ue$ch6 +. Creut9#e$d6 e G. C. Ga$"raith orgs.Q6 &ereral locali*ation6 Eo)a _or6 S!ringer/Ver$ag6 !!. 1:1/>U 0. (. 8ran9en e R. 0. ,Q6 %Eeura$ contro$ o# socia$ "eha)ior7 !re#ronta$ and anterior tem !ora$ cortex&6 0europs%chologia6 11711/5>. '1. S. M. Suom i 1A>Q6 %Genetic and m aterna$ contri"utions to indi)idua$ di[erences in rhesus m oneT "io"eha)iora$ de)e$o!m ent]6 in Perinatal development 7 a ps%choiological perspective6 Eo)a _or6 (cadem ic Press6 Inc.6 !!. ,>/1. ''. Para um a a!reciação das !ro)as neuro-sio$;gicas so"re essa m at*ria6 )er N. Frothers6 %Eeuro!hT sio$ogT o# socia$ interactions&6 in <. Ga99aniga org.Q6 The cognitive neurosciences Fno preloG. ',. P. Go$dm an/Raic 1A>Q6 %CircuitrT o# !rim ate !re#ronta$ cortex and regu$ation o# "eha)ior "T re!resentationa$ m em orT &6 in 8. P$um e V. ,/1>U M. <. 8uster 1AQ6 The pre4rontal corte"8 anatom%9 ph%siolog%9 and neurops%cholog% o4 the 4rontal loe9 Ia ed.9 Eo)a _or6 Ra)en Press. '. <. M. Ra$eigh e G. N. Fram m er 1,Q6 %Indi)idua$ di[erences in serotonin/' rece!tors and socia$ "eha)ior in m oneT s&6 )ociet% 4or 0euroscience 3stracts6 175'. 5. 0N(F+R(ED+ <( 0OPNIC(j+ 1. 0. G. Mones e =. P. S. PoKe$$ 1>Q6 %(n anatom ica$ studT o# con)erging sensorT !athKaT s Kithin the cere"ra$ cortex o# the m oneT &6 Brain6 ,7>,/A'. + tra"a$ho dos neuroanatom istas D. PandT a6 ^. Roc$and6 G. L. )an oesen6 P. Go$dm an/Raic e D. )an 0ssen con-rm ou re!etidam ente esse !rinc4!io de conexão e c$ari-cou seus !orm enores.
'. D. Dennett 11Q6 &onsciousness e"plained6 Foston6 Nitt$e6 FroKn. ,. (. R. Dam ásio 1AQ6 %=he "rain "inds entities and e)ents "T m u$tiregiona$ acti)ation #rom con)ergence 9ones&6 0eural &omputation6 171',/,'U idem 1AQ6 %=im e/$oced m u$tiregiona$ retroacti)ation7 a sT stem s $e)e$ !ro!osa$ #or the neura$ su"strates o# reca$$ and recognition&6 &ognition6 ,,7'5/:'U (. R. Dam ásio e . Dam ásio 1,Q6 %Cortica$ sT stem s under$T ing noK$edge retrie)a$7 e)idence #rom hum an $esion studies&6 in 7"ploring rain 4unctions7 models in neuroscience6 Eo)a _or6 Li$eT Z SonsU !!. ',,/A idem 1Q6 %Cortica$ sT stem s #or retrie)a$ o# concrete noK$edge7 the con)ergence 9one #ram eKor&6 in C. ^och Forg.G9 !arge-scale neuronial theories o4 the rain9 &am ridge9 #39 #T5 Press. . Ver6 entre outros7 C. )on der Q6 %ST na!tic !$asticitT as a "asis o# "rain organi9ation&6 in M./ P. Changeux e <. ^onishi orgs.Q6 The neural and molecular asis o4 learning Dah$em Lorsho! Re!ort ,AQ6 Chichester6 Ing$aterra6 Li$eT6 !!. 11/,1U G. 0de$m an 1A>Q6 0eural Darwinism7 the theor% o4 neuronal group selection6 Eo)a _or6 Fasic FoosU R. N$inás 1,Q6 %Coherent /9 osci$$ation characteri9es dream state in hum ans&6 Proceedings o4 the 0ational 3cadem% o4 )ciences6 7'>A/A1U 8. . Cric e C. ^och 1Q6 %=oKards a neuro"io$ogica$ theorT o# consciousness&6 )eminars in the 0eurosciences6 '7':,/ >5U L. Singer6 (. (rto$a6 (. ^. 0nge$6 P. ^oenig6 (. ^. ^reiter6 S. NoKe$ e =. F. Schi$$en 1,Q6 %Eeurona$ re!resentations and tem !ora$ codes&6 in =. (. Poggio e D. 3. laser Forgs.G9 7"ploring rain 4unctions8 models in neuroscience9 Chichester6 Ing$aterra6 Li$eT6 !!. 1>/U R. 0chorn6 R. Fauer6 L. Mordan6 <. Frosch6 L. ^ruse6 <. Q6 %CircuitrT o# !rim ate !re#ronta$ cortex and regu$ation o# "eha)ior "T re!resentationa$ m em orT &6 in 8. Plum e (. #ountcastle Forgs.G9 Handook o4 ph%siolog%8 the nervous s%stem9 vol. 56 Fethesda6 #D (m erican PhT sio$ogica$ SocietT6 !!. ,>,/1>U M. <. 8uster FJRSRG9 The pre4rontal corte"8 anatom%9 ph%siolog% and neurops%cholog% o4 the 4rontal loo6 'a ed.6 Eo)a _or6 Ra)en Press. :. Para os estudos neuroanatXm icos6 neuro-sio$;gicos e !sico#4sicos re$ati)os @ )isão6 )er7 M. ($$m an6 8. /,U L. Singer6 C. GraT6 (. 0nge$6 P. ^oenig6 (. (rto$a e S. Frocher 1Q6 %8orm ation o# cortica$ ce$$ assem "$ies&6 )inopsia on Cuantitative Biolog% 6 557,/5'U G. =ononi6 +. S!orns e G. 0de$m an 1'Q6 %ReentrT and the !ro"$em o# integrating m u$ti!$e cortica$ areas7 sim u$ation o# dT nam ic integration in the )isua$ sT stem &6 &ereral &orte" 6 '7,1/,5U S. ei 1'Q6 %=he )isua$ im age in m ind and "rain&6 )cienti:c 3merican6 ':>7:A/>:. Para os estudos som atossensoriais e auditi)os6 )er7 R. (do$!hs 1,Q6 %Fi$atera$ inhi"ition generates neurona$ res!onses tuned to interneura$ di[erences in the auditorT "rainstem o# the "arn oK$&6 The 'ournal o4 0euroscience6 1,7,:>/:AU <. ^onishi6 =. =aahashi6 . Lagner6 L. 0. Su$$i)an e C. 0. Carr 1AAQ6 %Eeuro!hT sio$ogica$ and anatom ica$ su"strates o# sound $oca$i9ation in the oK$&6 in G. 0de$m an6 L. Ga$$ e L. CoKan orgs.Q6 3uditor% 4unction6 Eo)a _or6 Mohn Li$eT Z Sons6 !!. >'1/:U <. <.
sensorT !erce!tua$ sT stem s in m am m a$s&6 in M. <. S!rague e (. E. 0!stein Forgs.G9 Progress in ps%choiolog% and ph%siological ps%cholog%9 0ova ork9 (cadem ic Press6 !!. 1/'. Para estudos so"re a !$asticidade cortica$6 )er7 C. D. Gi$"ert6 M. (. irsch e =. E. Liese$ 1Q6 %Natera$ interactions in )isua$ cortex&6 in )%mposia on 2uantitative iolog% 6 )o$. 556 Co$d S!ring ar"or6 E. I.6 Na"oratorT Press6 !!. ::,/>>U <. <. . 8. C. Fart$ett 1:Q6 ememering7 a stud% in e"perimental and social ps%cholog% 6 Cam "ridge6 Ing$aterra6 Cam "ridge ni)ersitT Press. A. S. <. ^oss$T n6 E. <. ($!ert6 L. N. =hom !son6 V. U . Dam ásio6 =. M. Gra"oKsi6 (. Dam ásio6 D. =rane$6 N. Fo$es/Ponto6 G. N. Latins e R. D. ichKa 1,Q6 %Visua$ reca$$ Kith eT es c$osed and co)ered acti)ates ear$T )isua$ cortices&6 )ociet% 4or 0euroscience 3stracts9 JR8JKWL. . Com eçam a ser com !reendidos os cam inhos !ara a res!osta ack-:ringQ. Ver7 C.L. )an oesen 1A'Q6 %=he !arahi!!ocam !a$ gT rus7 neK o"ser)ations regarding its cortica$ connections in the m oneT &6 Trends in 0eurosciences6 57,5/5U <. S. Ni)ingstone e D. . u"e$ 1AQ6 %(natom T and !hT sio$ogT o# a co$or sT stem in the !rim ate )isua$ cortex&6 The 'ournal o4 0euroscience6 7,/ 5:U <. S. Ni)ingstone e D. . u"e$ 1A>Q6 %Connections "etKeen $aT er F o# area 1> and thic cT tochrom e oxidase stri!es o# area 1A in the squirre$ m oneT &6 The 'ournal o4 0euroscience6 >7,,>1/>>U ^. S. Roc$and e (. Virga 1AQ6 %=erm ina$ ar"ors o# indi)idua$ \#eed"ac] axons !ro ecting #rom area V' to V1 in the m acaque m oneT 7 a studT using im m unohistochem istrT o# anterograde$T transported Phaseolus vulgaris leucoagglutinin”9 'ournal o4 &omparative 0eurolog% 6 'A575/>'U D. M. 8e$$em an e D. C. )an 0ssen 11Q6 Distri"uted hierarchica$ !rocessing in the !rim ate cere"ra$ cortex&6 &ereral corte" 6 171/>. '5. R. F. . =oote$$6 0. SKites6 <. S. Si$)erm an e S. N. am i$ton 1AAQ6 %8unctiona$ anatom T o# m acaque striate cortex. II. Retino!tic organi9ation&6 The 'ournal o4 0euroscience9 S8JULJ-KS. 1. <. <.
Princeton6 EM6 Princeton ni)ersitT Press. 15. (s re#erncias que se seguem são "asi$ares !ara esse assunto7 D. . u"e$ e =. E. Liese$ 1:5Q6 %Finocu$ar interaction in striate cortex o# ittens reared Kith arti-cia$ squint&6 'ournal o4 0europh%siolog% 6 'A711/5U D. . u"e$6 =. E. Liese$ e S. NeVaT 1>>Q6 %P$asticitT o# ocu$ar dom inance co$um ns in m oneT striate corte"”9 Philosophical Transactions o4 the esearch )ociet% o4 !ondon9 s*rie F6 '>A7,>>/U N. C. ^at9 e <. Constantine/Paton 1AAQ6 %Re$ationshi! "etKeen segregated a[erents and !ost/sT na!tic neurons in the o!tic tectum o# three/eT ed #rogs&6 The 'ournal o4 0euroscience6 A7,1:/AU G. 0de$m an 1AAQ6 Topoiolog% 6 Eo)a _or6 Fasic FoosU <. Constantine/Paton6 . =. C$ine e 0. De"si 1Q6 %Patterned acti)itT6 sT na!tic con)ergence and the E7:1/>. 1:. Para os res!ecti)os antecedentes dessa questão6 )er7 R. C. NeKontin 1'Q6 Biolog% as ideolog% 6 Eo)a _or6 ar!er Perennia$U Stuart (. ^au[m an 1,Q6 The origins o4 order. )el4-organi*ation and selection in evolution9 0ova ork9 +x#ord ni)ersitT Press. 1>. + su"strato das a$teraç2es rá!idas e dram áticas que !arecem registrar/se no design de circuitos inc$uem a quantidade enorm e de sina!ses6 a que á -9 a$usão6 enriquecida !e$a )ariedade de neurotransm issores e rece!tores existente em cada sina!se. ( caracteri9ação desse !rocesso !$ástico está #ora do m "ito do !resente texto6 m as a descrição aqui a!resentada * com !at4)e$ com a ideia de que o !rocesso ocorre em !arte !or m eio da se$eção dos circuitos no n4)e$ siná!tico. ( a!$icação da noção de se$eção ao sistem a ner)oso #oi sugerida !e$a !rim eira )e9 !or Eie$s Merne e M. . _oung e usada !or Mean/Pierre Changeux. Gera$d 0de$m an de#endeu a ideia e conce"eu em torno de$a um a teoria so"re a m ente e o c*re"ro. :. R0GN(j+ FI+NfGIC( 0 S+FR0VIVkECI( 1. C. F. Pert6 <. R. Ru[6 R. M. Le"er e <. erenham 1A5Q6 %Eeuro!e!tides and their rece!tors7 a !sT chosom atic netKor&6 The 'ournal o4 5mmunolog% 6 1,57A'/':s.U 8. F$oom 1A5Q6 %Eeuro!e!tides and other m ediators in the centra$ ner)ous sT stem &6 The 'ournal o4 5mmunolog% 6 1,57>,s/5s.U M.Roth6 D. NeRoith6 0. S. Co$$ier6 E. R. Lea)er6 (. Latinson6 C. 8. C$e$and e S. <. C$ic 1A5Q6 %0)o$utionarT origins o# neuro!e!tides6 horm ones and rece!tors7 !ossi"$e a!!$ications to im m uno$ogT &6 The 'ournal o4 lmmunolog% 6 1,57A1:s/1s.U F. S. U (. er9og 1AQ6 %=em !ora$ $o"e e!i$e!sT 7 an extrahT !otha$m ic !athogenesis #or !o$T cT stic o)arian sT ndrom e?&6 0eurolog% 6 ,71,A/,. '. M. osoi6 G. 8. Q6 %($terations in im m unocom !etence during stress6 "erea)em ent and de!ression7 #ocus on neuroendocrine regu$ation&6 3merican 'ournal o4 Ps%chiatr% 6 1711',/,. . 0. Q6 %Di[use cortica$ !ro ection and ro$e in cortica$ #unction&6 in V. F.
al$iation7 e)idence #rom "eha)iora$6 rece!tor autoradiogra!hic6 and com !arati)e studies&6 Ps%choneuroendocrinolog% 6 1>7,. :. R. Descartes 1:>Q6 The passions o4 the soul6 in M. Cottingham 6 R. Stootho[ e D. #urdoch Forgs.G9 The philosophical writings o4 Descartes9 vol. J9 &am ridge9 Ing$aterra6 Cam "ridge ni)ersitT Press6 1A5. >. S. 8reud 1,Q6 &ivili*ation and its discontents6 Chicago6 ni)ersitT o# Chicago Press. >. 0<+0S 0 S0E=I<0E=+S 1. M. <. ($$m an6 =. /',. 5. <. . FagshaK6 D. P. ^im "$e e ^. . Pri"ram 1:5Q6 %=he GSR o# m oneT s during orienting and ha"ituation and a#ter a"$ation o# the am T gda$a6 hi!!ocam !us and in#erotem !ora$ cortex&6 0europs%chologia6 ,7111/U N. Leisrant9 1:5Q6 %Feha)iora$ changes associates Kith a"$ations o# the am T gda$oid com !$ex in m onke% s”9 'ournal o4 &omparative and Ph%siological Ps%cholog%9 VR8LSJ-RJN '. P. (gg$eton e R. 0. Passingham 1A1Q6 %ST ndrom e !roduced "T $esions o# the am % gdala in m onke% s F #acaca mulattaGE9 'ournal o4 &omparative and Ph%siological Ps%cholog% 6 57:1/>>U M. 0. NeDoux 1'Q6 %0m otion and the am % gdala”9 in '. P. 3ggleton Forg.G9 The am%gdala neuroiological aspects o4 emotion9 memor% and mental dis4unction9 0ova ork9 6ile% -!iss9 pp. LLR-UJ. :. <. Da)is 1'Q6 %=he ro$e o# the am T gda$a in conditioned #ear&6 in M. P. 3ggleton Forg.G9 The am%gdala8 neuroiological aspects o4 emotion9 and mental d%s4unction6 Eo)a _or6 Li$eT /Niss6 !!. '55/,5U S. o$a//'. >. P. G$oor6 (. +$i)ier e N. 8. uesneT 1A1Q6 %=he ro$e o# the am T gda$a in the ex!ression o# !sT chic !henom ena in tem !ora$ $o"e sei9ures&6 in _. Fen/(ir org.Q6 The am%gdaloid comple" IES0R< ST m !osium 'Q6 (m sterdam 6 0$se)ier6 Eorth/o$$and6 !!. A/AU L. Pen-e$d e L. Mas!er 15Q6 7pileps% and the 4unctional anatom% o4 the human rain9 Boston9 !ittle9 Brown. A. . ^$u)er e P. C. FucT 1,>Q6 % \PsT chic "$indness] and other sT m !tom s #o$$oKing "i$atera$ tem !ora$ $o"e $o"ectom T in rhesus m oneT s&6 3merican 'ournal o4 Ph%siolog%9 JJR8LUI-L. . D. Na!$ane6 M. D. Degos6 <. Fau$ac e 8. GraT 1A1Q6 %Fi$atera$ in#arction o# the anterior cingu$ate gT ri and o# the #ornices&6 'ournal o4 the 0eurological )ciences6 517'A/,U e (. R. Dam ásio e G. L. )an oesen 1A,Q6 %0m otiona$ distur"ances associated Kith #oca$ $esions o# the $im "ic #ronta$ $o"e&6 in ^. <. ei$m an e P. Sat9 orgs.Q6 0europs%cholog% o4 human emotion6 Eo)a _or6 =he Gui$#ord Press. 1A. R. L. S!errT6 <. S. Ga99aniga e M. 0. Fogen 1:Q6 %Interhem is!heric re$ationshi!s. =he neocortica$ com
m issuresU sT ndrom es o# their disconnection&6 in P. M. Vinen e G. L. FruT n eds.Q6 Handook o4 clinical neurolog% 6 )o$. 6 (m sterdam 6 Eorth/o$$and6 !!.'>,/U R. S!errT6 0. aide$ e D. aide$ 1>Q6 %Se$# recognition and socia$ aKareness in the deconnected m inor hem is!here&6 0europs%chologia6 1>715,/::. 1. G. Gainotti 1>'Q6 %0m otiona$ "eha)ior and hem is!heric side o# the $esion&6 &orte" 6 A71/55U . Gardner6 . FroKne$$6 L. La!ner e D. 'Q6 The e"pression o4 the emotions in man and animais6 Eo)a _or6 Phi$oso!hica$ Ni"rarT. JI. .-B. Duchenne FJSKIG9 The mechanism o4 human 4acial e"pression9 or an electro-ph%siological anal%sis o4 the e"pression o4 emotions9 trad. . 3. Cuth"erton6 Cam "ridge ni)ersitT Press6 1. 1,. P. 0m an 1'Q6 %8acia$ ex!ressions o# em otion7 neK -ndings6 neK questions&6 Ps%chological )cience6 ,7,/AU P. 0m an e R. M. Da)idson 1,Q6 %Vo$untarT sm i$ing changes regiona$ "rain acti)itT &6 Ps%chological )cience6 7,'/5U P. 0m an6 R. L. Ne)enson e L. V. 8riesen 1A,Q6 %(utonom ic ner)ous sT stem acti)itT distinguishes am ong em otions&6 )cience6 ''171'A/1. 1. P. 0m an e R. M. Da)idson 1,Q6 %Vo$untarT sm i$ing changes regiona$ "rain acti)itT &6 Ps%chological )cience6 7,'/5. 15. 0nquanto !arece existir um grande com !onente "io$;gico naqui$o que designei !or em oç2es !rim árias6 a #orm a com o conceituam os as em oç2es secundárias * re$ati)a a cu$turas es!ec4-cas !ara !ro)as so"re a m aneira com o a cu$tura contri"ui !ara a #orm a com o categori9am os as em oç2es6 )er Mam es (. Russe$$ `116 %Cu$ture and the categori9ation o# em otions&6 Ps%chological Bulletin6 117':/5Q. 1:. +. Sacs 1A>Q6 The man who mistook his wi4e 4or a hat9 and other clinical tales6 Eo)a _or6 ar!er Z RoK6 !arte I6 ca!4tu$o ,6 !. ,. 1>. ( auto"iogra-a de Li$$iam StT ron !ode6 m ais um a )e96 ser o#erecida com o um a i$ustração o!ortuna dessas m uitas $inhas de ação. ($guns dos dados !or m im uti$i9ados !ara o quadro que estou aqui construindo !ro)m tam "*m de estudos do esti$o conceitua$ nos escritores. E. M. (ndreasen e P. S. PoKers 1>Q6 %Creati)itT and !sT chosis7 an exam ination o# conce!tua$ stT $e&6 3rchives o4 eneral Ps%chiatr%9 LI8MW-L. A. ( IPf=0S0 D+ <(RC(D+R/S+<=IC+ 1. F$aise Pasca$6 Pens:6 Paris. + excerto citado na !. 1>A )em na seção A7 %ue chacun exam ine s*s !ens*es6 i$ $es trou)era toutes occu!*es au !asse ou @ 1]a)enir. Eous ne !ensons !resque !oint au !r*sent6 et si nous T !ensons6 c n]est que !our !rendre de $a $um ire !our dis!oser de 1]a)enir&. + excerto citado na !. '11 surge na seção :A7 %Ne coeur a s*s raisons6 que $a raison ne connapt !oint&. =raduç2es do autor. '. Phi$$i! E. Mohnson/Naird e 0$gar Sha-r 1,Q6 %=he interaction "etKeen reasoning and decision/m aing7
an introduction&6 &ognition6 71. L. H. ardner FJRSLG9 rames o4 mind8 the theor% o4 multiple intelligences9 0ova ork9 Basic Books. . (. =)ersT e D. ^ahnem an 1>,Q6 %()ai$a"i$itT 7 a heuristic #or udging #requencT and !ro"a"i$itT &6 &ognitive Ps%cholog% 6 '7'>/,'. 5. S. Suther$and 1'Q6 5rrationalit% 7 the enem% within6 Nondres6 Consta"$e. :. N. Cosm ides 1AQ6 %=he $ogic o# socia$ exchange7 has natura$ se$ection sha!ed hoK hum ans reason? Studies Kith the Lason se$ection tas&6 &ognition6 ,,71A>/'>:U Merom e . FaroK6 Neda Cosm ides e Mohn =oo"T orgs.Q6 The adapted mind8 evolutionar% ps%cholog% and the generation o4 culture9 0ova ork9 +x#ord ni)ersitT Press6 1'U N. Frothers6 ca!. 6 nota ',6 e Suom i6 ca!. 6 nota ''. >. So"re a anatom ia #ronta$6 )er 8. Sanides 1:Q6 %=he cT tom T e$oarchitecture o# the hum an #ronta$ $o"e and its re$ation to !hT $ogenetic di[erentiation o# the cere"ra$ cortex&6 'ournal 4ur Hirn4orschung6 :7':/A'U P. Go$dm an/Raic 1A>Q6 %CircuitrT o# !rim ate !re#ronta$ cortex and regu$ation o# "eha)ior "T re!resentationa$ m em orT &6 in 8. P$um e V. ,/1U D. PandT a e 0. . _eterian 1Q6 %Pre#ronta$ cortex in re$ation to other cortica$ areas in rhesus m oneT 7 architecture and connections&6 in . F. <. T $ings org.Q6 The pre4rontal corte" 7 its structure9 4unction and patholog% 6 (m sterdam 6 0$se)ier6 !!. :,/U . Far"as e D. E. PandT a 1AQ6 %(rchitecture and intrinsic connections o# the !re#ronta$ cortex in rhesus m onke% ”9 The 'ournal o4 &omparative 0eurolog%9 ISK8LUL-MU. A. <. Petrides e F. 711/>. . R. M. 1/A>. 15. Ver nota acim a. 1:. Ver nota 5 acim a. 1>. G. arrer e . arrer 1>>Q6 %. 1. Ver Posner e Petersen6 ca!. 6 nota 1>. '. Ver Go$dm an/Raic6 %Loring m em orT and the m ind&6 ca!. A6 nota A. '1. ^. S. Nash$eT 151Q6 %=he !ro"$em o# seria$ order in "eha)ior&6 in N. (.
Me[ress org.Q6 &ereral mechanisms in ehavior 6 Eo)a _or6 Mohn Li$eT Z Sons. ''. C. D. Sa$9m an e L. =. EeKsom e 1Q6 %Eeura$ m echanism s #or #orm ing a !erce!tua$ decision&6 )cience6 ':7',1/>. ',. F$aise Pasca$ 1:>Q6 PensU R. De Sousa 11Q6 The rationalit% o4 emotion6 Cam "ridge6 <(6 /'. H interessante notar que6 em ex!erincias sem e$hantes6 os indi)4duos diagnosticados com !sico!atia do desen)o$)im ento e com registro crim ina$ se com !ortaram de #orm a idntica. Ver R. D. are e <. M. uinn 1>1Q6 %PsT cho!athT and autonom ic conditioning&6 'ournal o4 3normal Ps%cholog%9 MM8IIL-LU. '. (. Fechara6 (. R. Dam ásio6 . Dam ásio e S. (nderson 1Q6 %Insensiti)itT to #uture consequences #o$$oKing dam age to hum an !re#ronta$ cortex&6 &ognition6 57>/1'. ,. C. <. Stee$e e R. (. Mose!hs 1Q6 %($coho$ m T o!ia&6 3merican Ps%chologist 6 57'1/,,. . (. Fechara6 D. =rane$6 . Dam ásio e (. R. Dam ásio 1,Q6 %8ai$ure to res!ond autonom ica$$T in antici!ation o# #uture outcom es #o$$oKing dam age to hum an !re#ronta$ cortex&6 )ociet% 4or 0euroscience6 17>1. 1. + CHR0FR+ D0 < C+RP+ C+< <0E=0 1. G. Nao[ 1A>Q6 6omen9 :re and dangerous things7 what categories reveal aout the mind6 Chicago6 ni)ersitT o# Chicago PressU <. Mohnson 1A>Q6 The od% in the mind8 the odil% asis o4 meaning9 imagination and reason9 &hicago9 ni)ersitT o# Chicago Press. '. G. L. ohm ann 1::Q6 %Som e e[ects o# s!ina$ cord $esions on ex!erienced em otiona$ #ee$ings&6 Ps%choph%siolog% 6 ,71,/5:. ,. . Putnam 1A1Q6 eason9 truth9 and histor% . Cam "ridge6 Ing$aterra6 Cam "ridge ni)ersitT Press. . Para um a aná$ise dos as!ectos )iscerais da re!resentação som atossensoria$6 )er <. <. /'':. Ver tam "*m M. R. Mennings 1'Q6 %Is it im !ortant that the m ind is in the "odT ? Inhi"ition and the heart&6 Ps%choph%siolog% 6 '7,:/ A,. Ver tam "*m S. <. +!!enheim er6 (. Ge$"6 M. P. Gir)in e V. C. achinsi 1'Q6 %Cardio)ascu$ar e[ects o# hum an insu$ar cortex stim u$ation&6 0eurolog% 6 '71>'>/,'. 5. E. um !hreT 1'Q6 3 histor% o4 the mind6 Eo)a _or6 Sim on Z Schuster. :. Ver nota 1 acim a6 e 8. Vare$a6 0. =hom !son e 0. Rosch 1'Q6 The emodied mind6 Cam "ridge6 <(6 . M. Sear$e 1'Q6 The rediscover% o4 the mind6 Cam "ridge6 <(6
and consciousness6 Cam "ridge6 <(6 Frad#ord Foos6 Q6 The philosophical works o4 Descartes6 tradu9ido !ara o ing$s !or 0$i9a"eth S. a$dane e C. R. =. Ross6 )o$. 16 Eo)a _or6 Cam "ridge ni)ersitT Press6 1>6 !. 11. . R. Descartes. Ver nota , acim a. 5. R. Cottingham 1'Q6 3 Descartes dictionar% 6 +x#ord6 F$acKe$$6 !. ,:U P$atão6 Phaedo 1>1Q6 in 0. am i$ton e . Cairns orgs.Q6 The collected dialogues o4 Plato6 Fo$$ingen Series6 Pantheon Foos6 !!. >/5,. :. Ver nota , acim a. P+S8CI+ 1. L. 8au$ner 1Q6 Discurso de aceitação do !rm io Eo"e$. + contexto exato das !a$a)ras de 8au$ner era a crescente am eaça nuc$ear6 m as sua m ensagem * intem !ora$. '. P. H$uard 1:1Q6 %Ni"ert*&6 in G. Pom !idou org.Q6 3nthologie de la poQ6 Pain. Eo)a _or6 . á6 ho e em dia6 !rocessos cirrgicos no)os6 m enos m uti$antes6 com )ista ao contro$e da dor. 0m "ora a $eucotom ia !r*/#ronta$ não #osse tão $im itadora com o outros !rocessos ditos !sicocirrgicos e ti)esse um resu$tado !ositi)o no a$4)io do so#rim ento intratá)e$6 a!resentou tam "*m um resu$tado negati)o7 a dim inuição da em oção e do sentim ento6 cu as consequncias a $ongo !ra9o s; agora !odem ser com !reendidas. ,iblio5raQa seleionada + que se segue * um a $ista "re)e de $i)ros que a"rangem os t;!icos que aca"ei de discutir. =rata/se6 com o * ;")io6 de um a $ista "i"$iográ-ca não exausti)a. +s t4tu$os #oram agru!ados !or áreas gerais6 m as m uitos de$es !ertencem a m ais de um a categoria. 8+E=0S CNSSIC(S
D36509 &harles YJSMIZ. The e"pression o4 the emotions in man and animais. Eo)a _or6 EeK _or Phi$oso!hica$ Ni"rarT. G0SCLIED6 E. `1>. )elected papers on language and rain6 Foston Studies in the Phi$oso!hT o# Science6 )o$. OVI6 o$anda6 D. Reide$ Pu"$ishing Com !anT. 0FF6 D. +. `1. The organi*ation o4 ehavior . Eo)a _or6 Li$eT. M(<0S6 L. `1A. The principles o4 ps%cholog% . Vo$s. 1 e '. Eo)a _or6 Do)er Pu"$ications6 15. 8+E=0S =HCEIC(S (=(IS CRCN(ED6 P. S. e =. M. S0ME+LS^I `1'. The computational rain7 models and methods on the 4rontiers o4 computational neuroscience. &am ridge9 <(6 Frad#ord Foos6 ,. Ps%choph%siolog% o4 the 4rontal loe. Eo)a _or6 (cadem ic Press. S=0RN(ED6 S. `1'. 5rrationalit% 7 the enem% within. Nondres6 Consta"$e.
D( 8IN+S+8I( D( <0E=0 Y E0R+CIkECI( C+GEI=IV( &HX&H!30D9 P. ). YJRSKZ. 0europhilosoph%8 toward a uni:ed science o4 the mind-rain. Cam "ridge6 <(6 Frad#ord Foos6
Frad#ord Foos6 A. The integrated mind. Eo)a _or6 P$enum Press. IED06 R. (. `1. %=he interde!endence o# the "eha)iora$ sciences.& Phil. Trans. o4 the o%al )ociet%9 !ondres9 LIR8 IJM-IM. F0N6 D. . `1A>. 7%e9 rain and vision. Scienti-c (m erican Ni"rarT. Distri"u4do !or L. . 8reem an6 Eo)a _or. HX#PH79 0. YJRRIZ. 3 histor% o4 the mind8 evolution and the irth o4 consciousness. EorKa$6 C=6 Sim on Z Schuster. 'OH0)O09 #. YJRSMZ. The od% in the mind8 the odil% asis o4 meaning9 imagination9 and reason. Chicago6 ni)ersitT o# Chicago Press. ^+SSN_E6 S. <. e +. ^+0EIG `1'. 6et mind7 the new cognitive neuroscience. Eo)a _or6 =he 8ree Press. !3QO9 . YJRSMZ. 6omen9 :re and dangerous things8 what categories reveal aout the mind. Chicago6 ni)ersitT o# Chicago Press. #30X))O09 D. Yc. JRSSZ. 5ndividual development in an interational perspective7 a longitudinal stud%. i$$sda$e6 EM6 0r$"aum (ssociates. ,. The nature o4 human consciousness. San 8rancisco6 L. . 8reem an. R+S06 S. `1>,. The conscious rain. Eo)a _or6 ^no!#. XTT79 #. e XTT79 #. YJRRLZ. Developing minds challenge and continuit% across the li4espan. Eo)a _or6 Fasic Foos. S0(RN06 M. R. `1'. The rediscover% o4 the mind. Cam "ridge6 <(6 Frad#ord Foos6 . #emor% and rain. Eo)a _or6 +x#ord ni)ersitT Press. 0^I6 S. `1,. 3 vision o4 the rain. Cam "ridge6 <(6 F$acKe$$ Scienti-c Pu"$ications. FI+N+GI( G0R(N F(R^+L6 M. .6 N. C+S
N0L+E=IE6 R. C. `11. Biolog% as ideolog% 7 the doctrine o4 D03. Eo)a _or6 ar!er Perennia$. <0D(L(R6 P. F. e M. S. <0D(L(R `1A,. 3ristotle to *oos7 a philosophical dictionar% o4 iolog%. Cam "ridge6 <(6 ar)ard ni)ersitT Press. PX(7)9 D. YJRSSZ. Bod% and rain8 a trophic theor% o4 neural connections. Cam "ridge6 <(6 ar)ard ni)ersitT Press. S(N^6 M. `1>,. )urvival o4 the 6isest . Eo)a _or6 ar!er Z RoK. . `1A5. The anatom% o4 realit% . Eo)a _or6 Praeger. S=0E=6 G. S. org.Q `1>A. #oralit% as a iological phenomenon. Fere$eT6 ni)ersitT o# Ca$i#ornia Press. E0R+FI+N+CI( =0fRIC( C(EG0O6 M./P. `1A5. 0euronal man7 the iolog% o4 mind. N. GareT trad.Q6 Eo)a _or6 Pantheon. &5&Q9 . YJRRVZ. The astonishing h%pothesis8 the scienti:c search 4or the soul. Eo)a _or6 Char$es Scri"ner]s Sons. 0D0N<(E6 G. <. `1'. Bright air9 rilliant :re. Eo)a _or6 Fasic Foos. ^+C6 C. e M. N. D(VIS orgs.Q `1. !arge-scale neuronal theories o4 the rain. Cam "ridge6 <(6 Frad#ord Foos6
estudados na m inha unidade e que u$tra!assam agora os 1AQ !e$a o!ortunidade que m e deram de com !reender seus !ro"$em as. Gostaria de !oder agradecer a Mohn ar$oK !e$os docum entos que nos deixou so"re Phineas Gage. +s !rim eiros ca!4tu$os deste $i)ro "aseiam /se nesses docum entos. Y $u9 dos conhecim entos atuais6 e$es !erm item um a s*rie de ingerncias e con eturas interessantes6 m as não estão na origem da m inha descrição de m r. (dam s ou das condiç2es atm os#*ricas no dia do acidente6 que m ais não são do que $i"erdade $iterária. FettT Redeer !re!arou o m anuscrito com a dedicação6 !ro-ssiona$ism o e sentido de hum or que carateri9am seu tra"a$ho. Mon S!rad$ing e Denise ^rut9#e$dt a udaram /m e na !esquisa "i"$iográ-ca com sua ha"itua$ com !etncia. 0ste $i)ro não teria sido escrito sem in3uncia !ro#unda de dois am igos6 A/A5/AA:/55/ =odos os direitos desta edição reser)ados @ 0DI=+R( SCL(RC S.(. Rua Fandeira Pau$ista6 >'6 c . ,' 5,'/' W São Pau$o W SP
=e$e#one7 11Q ,>>/,5 8ax7 11Q ,>>/,51 KKK.com !anhiadas$etras.com ."r KKK."$ogdacom !anhia.com ."r
Doument Outline • • • • •
Rosto Sumário Retorno ao erro de Descartes Introdução Parte 1 1. Consternação em Vermont Phineas P. Gage Gage deixou de ser Gage Por que Phineas Gage? m a!arte so"re #reno$ogia m caso !aradigmático %a !osteriori& '. ( re)e$ação do c*re"ro de Gage + !ro"$ema m a!arte so"re a anatomia do sistema ner)oso ( so$ução ,. m Phineas Gage moderno ma mente no)a Res!osta ao desa-o Raciocinar e decidir . ( sangue/#rio 0)idncia a !artir de outros casos de $es2es !r*/#rontais 0)idncia a !artir de $es2es em regi2es não #rontais ma re3exão so"re anatomia e #unção ma nascente 0)idncia a !artir de estudos em animais m a!arte so"re ex!$icaç2es neuroqu4micas Conc$usão Parte ' 5. 0$a"orando uma ex!$icação ma a$iança misteriosa So"re organismos6 cor!os e c*re"ros 0stados de organismos + cor!o e o c*re"ro interagem7 o organismo interior So"re o com!ortamento e so"re a mente + organismo e o am"iente interagem7 a"arcando o mundo exterior m a!arte so"re a arquitetura de sistemas ner)osos ma mente integrada resu$tante de uma ati)idade #ragmentada Imagens do agora6 imagens do !assado e imagens do #uturo 8ormação de imagens !erce!ti)as (rma9enar imagens e #ormar imagens !or e)ocação + conhecimento * incor!orado em re!resentaç2es dis!ositi)as 0m $arga medida6 o !ensamento * #eito de imagens ($gumas !a$a)ras so"re o desen)o$)imento neura$ :. Regu$ação "io$;gica e so"re)i)ncia Dis!osiç2es !ara a so"re)i)ncia
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Para a$*m dos im!u$sos e dos instintos >. 0moç2es e sentimentos 0moç2es 0moç2es !rimárias 0moç2es secundárias ( es!eci-cidade do mecanismo neura$ su"acente @s emoç2es Sentimentos 0nganando o c*re"ro Variedades de sentimentos Sentimentos de #undo + cor!o como teatro das emoç2es
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