1
O Castelo de Otranto Otranto Horace Walpole(1764) Walpole(1764) _ resumo
Personagens Manfredo: príncipe de Otranto, pai de Conrado e Matilda, marido de Hipólita Hipólita: esposa de Manfredo, mãe de Conrado e Matilda Conrado: filho de Manfredo e Hipólita, irmão de Matilda, noivo de Isabela Matilda: filha de Manfredo e Hipólita, irmã de Conrado Isabela: filha do Marqes de !icen"a, noiva de Conrado #ianca: ma $ovem dama de companhia qe prestava a%ílio & Matilda 'er(nimo: padre da Igre$a de )ão *icola *icola +rederico: Marqs de !icen"a e pai de Isabela -icardo: av( de Manfredo e a$dante de qarto de .fonso .fonso, o #om: príncipe de Otranto
Manfredo, príncipe de Otranto, tinha um filho, Conrado, e uma filha, Matilda, donzela de dezoito anos. Conrado era o filho preferido de seu pai, que jamais mostrara quaisquer sinais de afeto por Matilda. O príncipe havia conseguido contratar um casamento para seu filho com Isabela, a filha do Marques de icenza. !ip"lita, sua esposa, sempre observava o perigo de casarem seu #nico filho de forma t$o apressada, considerando sua e%trema juventude e enfermidades ainda maiores, mas nunca obteve qualquer resposta. &' os vassalos e s#ditos atribuíam o casamento apressado apressado ao terror de o príncipe ver cumprida uma antiga profecia, que proclamava que o castelo e o senhorio de Otranto passariam da presente família, quando quer que o seu verdadeiro propriet'rio crescesse demais para habit'(lo. O dia do anivers'rio do jovem Conrado foi a data escolhida para a cerim)nia, mas, apesar de toda a corte estar reunida na capela do castelo, o noivo ainda n$o havia comparecido. *m criado, que foi procur'(lo, retorna assu assust stad adoo e some soment ntee apon aponta ta para para o p'tio p'tio.. +u +uan ando do todo todoss v$o v$o ao luga lugarr indi indica cado do,, encontram Conrado feito em pedaos e quase enterrado sob um gigantesco elmo enegrecido por uma quantidade apreci'vel de plumas pretas. Manfredo n$o apresentou nenhum sinal de tristeza com o ocorrido, mas indagou a todos os presentes se algu-m sabia de onde aquilo podia ter vindo. *m jovem campons observou que o milagroso elmo era e%atamente como aquele sobre a figura em m'rmore negro de /fonso, o 0om, um dos primeiros príncipes, na Igreja de $o 2icolau. /p"s essa observa$o e ap"s a confirma$o da falta do elmo na cabea da est'tua, o jovem campons foi acusado pelo príncipe da morte do rapaz.
3 endo o jovem considerado feiticeiro, Manfredo ordenou a seus vassalos que erguessem a pea e pusessem o acusado em bai%o e ainda pediu que ele fosse ali mantido sem comida, pois essa a sua arte infernal poderia prover. Matilda e !ip"lita tentaram conversar com o príncipe de Otranto, mas n$o conseguiram obter autoriza$o dele que, no momento, s" queria conversar com uma pessoa4 Isabela. /ssim que a filha do Marques de icenza entrou nos aposentos de Manfredo, este a assustou ao dizer(lhe que suas inten5es eram repudiar !ip"lita, sua est-ril esposa, e desposar Isabela. Com tais palavras, pegou na m$o fria da jovem semiparalisada de medo e horror. 6la gritou e tentou fugir pela porta. Manfredo erguia( se para perseguí(la, quando viu, refletido pela lua, na janela, a vis$o das plumas do elmo fatal que oscilava para a frente e para tr's no lado e%terno do castelo. / garota tamb-m presenciou a fantasmag"rica fantasmag"rica vis$o, mas n$o n$o viu quando o retrato do av) av) do príncipe deu um profundo suspiro e moveu o peito. Mais p'lida do que nunca, ela abriu a porta do quarto e correu pelos corredores do castelo, castelo, enqu enquanto anto o retrato retrato do av) de Manfredo se livrava da moldura moldura e pedia para ser seguido. O espectro marchou pesada e solenemente at- o fundo da galeria e entrou num num apos aposen ento to na ala ala dire direit ita. a. Mal Mal o espe espect ctro ro tran transp sp)s )s a port porta, a, esta esta foi foi fech fechad adaa violentamente por uma m$o invisível. O príncipe tentou abrí(la a pontap-s, mas n$o conseguiu e, ent$o, desistiu. / donzela continuou sua fuga pela escada principal que conduzia da cripta do castelo at- a Igreja de $o 2icolau. 6la hesitou se devia prosseguir, mas seu temor pela tirania do príncipe superava qualquer horror. Ouviu passos. / pr"pria circunst7ncia de haver algu-m fugindo 8 sua frente deu(lhe uma certa dose de coragem. 2$o era possível identificar o fugitivo, mas o estranho, ao saber do motivo da fuga da jovem, resolveu ajud'(la a abrir a porta do alap$o que dava entrada para a passagem subterr7nea. Com o au%ílio da luz da 9ua, ele conseguiu erguer a pesada porta. O estranho foi interrompido por um repentino rumor de vozes que parecia apro%imar(se e logo ambos puderam discernir as palavras de Manfredo entre elas. 6la desceu os degraus precipitadamente e quando o estranho tentou seguí(la, dei%ou o alap$o escapar de suas m$os4 este caiu e fechou(se novamente. O barulho da queda fora ouvido pelo príncipe que, atraído pelo som, lanou(se naquela dire$o, seguido por seus criados. +ual n$o foi a surpresa de Manfredo quando, em vez da fugitiva, encontrou o jovem campons, que ele acreditava prisioneiro sob o elmo fatal.
: O jovem mostrou para o tirano a forma como fugira do elmo e como ele pretendia escapar pelo alap$o. ;al presena de espírito, acrescida 8 sinceridade da juventude, surpreendeu Manfredo. 6ste at- sentiu certa disposi$o em perdoar quem n$o era culpado de crime algum. 6nquanto o príncipe estava envolto nesses pensamentos, um confuso rumor de vozes ecoou atrav-s dos longínquos sal5es. < medida que o som se apro%imava, distinguiu claramente o clamor de alguns de seus criados, que se haviam espalhado pelo castelo 8 procura de Isabela. 6ram dois criados, =iego e &aquez, assustados pela vis$o de algo realmente aterrador no sal$o. Manfredo, que at- ent$o havia tratado o terror de seus criados como um p7nico sem raz$o, ficou pasmo ante a nova circunst7ncia. Os criados disseram ter visto a perna e o p- de um gigante todo de armadura que parecia estar deitado. O príncipe foi at- o quarto, onde !ip"lita e Matilda estavam, e perguntou por Isabela, mas elas n$o sabiam nem que ela havia fugido. Manfredo ordenou que o jovem campons permanecesse num pequeno quarto junto da escada e que os criados vigiassem cada ala do castelo. Matilda, que, seguindo as ordens de !ip"lita, havia se retirado para o seu quarto, n$o sentia disposi$o alguma para descansar. 6sperou ansiosamente pelo retorno de 0ianca, uma jovem dama de companhia que lhe prestava servios e que havia mandado saber o que se passara com Isabela. 0ianca logo reapareceu e informou a sua senhora que a fugitiva n$o havia sido encontrada em parte alguma. /s duas travam, ent$o, uma longa conversa acerca dos #ltimos acontecimentos no castelo. $o interrompidas pelo som de uma cantoria vinda do quarto abai%o e 0ianca acredita que a voz pertence a um fantasma. Matilda n$o acredita nessa possibilidade e tenta descobrir, com indaga5es, quem - o melanc"lico cantor. 0ianca percebe que a voz pertence ao jovem campons e sente que o rapaz, curioso a respeito do paradeiro de Isabela, est' apai%onado e pode ter matado Conrado e tamb-m ajudado a fuga da donzela. 6nquanto conversam, um criado entra apressadamente no quarto e conta a princesa que a senhora Isabela fora encontrada no santu'rio da Igreja de $o 2icolau pelo padre &er)nimo e que este est' no momento conversando com Manfredo. O padre disse que Isabela agradecia a hospitalidade, mas ela n$o achava possível continuar na companhia do príncipe e pedia o consentimento dele para permanecer no santu'rio at- que tivesse alguma notícia do paradeiro de seu pai, ou a confirma$o de sua morte. Manfredo notou que o padre j' conhecia as suas inten5es com a jovem
> donzela e tentou convenc(lo a ajudar em seu div"rcio e permitir que novo casamento ocorresse pelo bem do ?rincipado de Otranto. &er)nimo, percebendo que n$o conseguiria convencer o tirano a mudar de id-ia, resolveu fingir que concordava com o casamento, somente se Isabela quisesse. Manfredo ficou grato e perguntou se Isabela fora ajudada por algu-m na fuga pela cripta e o padre respondeu que sim. O príncipe pediu que o jovem campons fosse chamado. O rapaz, ao perceber que a sua participa$o na fuga da princesa fora descoberta, e ao concluir que nada mais do que dissesse poderia favorec(la ou prejudic'(la, decidiu se apresentar dizendo que se chamava ;eodoro e que a primeira vez que se encontrara com Isabela fora apenas na cripta. 6nquanto ocorria tal discuss$o, Matilda seguiu para os aposentos de !ip"lita, mas ao escutar a voz de seu pai e vendo todos os criados reunidos 8 sua volta, parou para saber o que ocorria. 9ogo a bela fei$o, o porte nobre e imponente e o cavalheirismo de sua #ltima resposta chamavam a aten$o da jovem que o achava parecido com o retrato de /fonso. Manfredo, irado, ordenou que ;eodoro fosse levado para o p'tio de e%ecu$o e que ali o mantivessem a sua espera, pois queria presenciar o rapaz sendo decapitado. Matilda desmaiou. =epois, o príncipe rumou para o p'tio e, ordenando a um de seus guardas, obrigou que ;eodoro se curvasse e se preparasse para o golpe fatal. 6stando convencido de que o padre &er)nimo estava agora a seu favor, ordenou que fosse chamado e procedesse 8 confiss$o. O santo homem tentou livrar o rapaz de toda a culpa e se esforou por todos os meios para aplacar a ira do tirano. +uando o jovem se inclinou, a sua camisa escorregou para bai%o do ombro, descobrindo a marca de uma seta vermelha e &er)nimo percebeu e comeou a gritar, dizendo que o rapaz era seu filho. 6 sendo assim, ;eodoro era ent$o um nobre filho do Conde de @alconara, o padre &er)nimo. Manfredo disse para o padre trazer Isabela e assim a vida de seu filho seria preservada. =e repente, soou uma trombeta de bronze do lado de fora dos port5es do castelo. 2o mesmo instante, as plumas do elmo encantado, que ainda se encontrava no outro lado do p'tio, agitaram(se tempestuosamente e aquiesceram trs vezes como se uma cabea invisível fizesse reverncia. /s plumas agitaram(se ainda com mais violncia do que antes e a trombeta soou novamente. Manfredo pediu para que &er)nimo fosse at- o port$o, pois assim pouparia a vida de ;eodoro. +uando chegou l', o padre, ao inquirir quem estava l' fora, ouviu um
A homem se autodenominar cavaleiro da espada gigantesca e dizer que desejava falar com o
usurpador
de
Otranto.
O santo homem voltou ao príncipe e repetiu a mensagem nas mesmas palavras em que fora proferida. O príncipe, indignado com tais inj#rias, mandou que o conduzissem ao port$o dos fundos e o trancassem fora do casteloB em seguida, determinou a alguns de seus ordenanas que levassem ;eodoro para o topo da igreja negra e que o vigiassem estritamente. etirou(se ent$o para o sal$o e ordenou que o arauto fosse trazido a sua presena. O arauto disse ter sido enviado pelo renomado e invencível cavaleiro da espada gigantesca em nome de @rederico, Marqus de icenza, para e%igir Isabela e tamb-m a ren#ncia de Manfredo ao ?rincipado de Otranto. /pesar dessas ameaas, o príncipe considerou que n$o era do seu interesse provocar o marqus. Os antepassados de @rederico tinham assumido o título de príncipes de Otranto desde a morte de /fonso o 0om. @rederico, jovem príncipe, havia desposado uma bela jovem da qual estava enamorado e que morrera ao dar 8 luz a Isabela. ua morte o perturbou de tal forma que ele se engajou numa cruzada e rumou para a ;erra anta, onde foi ferido num combate contra os infi-is, sendo feito prisioneiro e dado como morto. +uando tais notícias chegaram aos ouvidos de Manfredo, este subornou os tutores da senhora Isabela para que a entregassem como noiva para seu filho ConradoB por meio dessa aliana, propunha unir os interesses das duas casas. em saber de onde vinha o arauto, &er)nimo, ent$o, retornou desconsolado para o monast-rio, incerto quanto 8 conduta que deveria seguir. *m monge que o encontrou no p"rtico o surpreendeu com a afirma$o da suposta morte de !ip"lita e ainda disse ter contado tal fato para a fugitiva. O padre, como acabara de ver a princesa de Otranto com sa#de, declarou que essa notícia era um absurdo e rumou apressadamente em busca da filha do marqus, por-m n$o a encontrou em parte alguma. Concluiu que ela, suspeitando que Manfredo houvesse precipitado a morte de sua esposa, tinha se alarmado e se retirado para algum esconderijo mais secreto. esolveu, ent$o, voltar para o castelo acompanhado de v'rios dos seus irm$os. O príncipe, enquanto isso, dirigira(se para o p'tio e ordenara que os port5es do castelo fossem abertos para receber o cavaleiro desconhecido e seu s-quito. =epois de um enorme discurso, o príncipe de Otranto contou para os cavaleiros que a sua real inten$o era se unir a Isabela. 2este instante, um criado entrou na sala, informando que &er)nimo e v'rios dos seus irm$os pediam(lhe uma audincia imediata.
D Manfredo, irritado com essa interrup$o e temendo que o monge revelasse aos estranhos que Isabela se refugiara no convento, ia proibir a entrada, mas foi impedido pela presena dos religiosos. O padre, assim que entrou no sagu$o, proclamou em voz alta a fuga da princesa, com protestos da sua pr"pria inocncia. O cavaleiro, rompendo de uma vez o silncio, censurou asperamente a conduta do príncipe e indagou a causa da primeira ausncia de Isabela do castelo. Manfredo tentou e%plicar que, quando da morte de Conrado, ele a havia mandado para o convento at- que pudesse decidir o que fazer. *m dos irm$os de &er)nimo declarou francamente que ela havia buscado o ref#gio em sua igreja na noite precedente. O principal cavaleiro entre os desconhecidos, surpreso com as contradi5es que ouvira e quase inteiramente convencido de que o príncipe escondia a princesa, precipitou(se para a porta dizendo que Isabela seria encontrada. /ssim que a companhia saiu do castelo, Matilda foi informada por uma das criadas de que Manfredo havia enviado todos os seus homens em persegui$o a Isabela. / irm$ de Conrado, tomada pela pai%$o e livrando(se da companhia de suas damas, subiu 8 torre negra e, destravando a porta, apresentou(se diante do surpreso ;eodoro e o libertou. ;eodoro rumou ao convento para informar a seu pai de sua liberdade. 9', soube da ausncia de &er)nimo e da persegui$o que estava sendo feita a Isabela. 6nt$o, resolveu seguir para a floresta indicada por Matilda. ?elos caminhos escuros, ouviu passos 8 frente e decidiu alcan'(los e, ap"s perseguí(los, se surpreendeu ao deparar com Isabela que caía, sem f)lego. / conversa de ambos foi interrompida por uma voz que clamava pela princesa. O jovem campons foi at- a entrada da caverna, onde estavam refugiados, e l' encontrou um cavaleiro armado se preparando para seguir o rastro da donzela. ;eodoro, com a espada em riste, alertou(o severamente do perigo que corria se avanasse. O estranho, que era o cavaleiro principal enviado pelo marqus de icenza, acreditando que o rapaz a estivesse vigiando a mando de Manfredo, desferiu um golpe de espada sobre ele, que o tomava por algu-m do e%-rcito do príncipe de Otranto. O cavaleiro foi ferido em trs lugares e tamb-m desarmado quando comeou a desmaiar pela perda de sangue. ;eodoro ficou muito comovido, quando soube que seu advers'rio era um inimigo de Manfredo. O jovem campons narrou a hist"ria 8 princesa. +uando Isabela encontrou o cavaleiro ensangEentado, ele revelou(lhe a sua verdadeira identidade4 @rederico, Marqus de icenza. / jovem ficou espantada ao saber que
F estava diante de seu pai quase morto. ;eodoro jurou guardar a princesa com sua pr"pria vida e convenceu @rederico a se dei%ar transportar para o castelo. /o chegar ao castelo, o marqus foi curado pelos m-dicos, ao mesmo tempo em que Isabela comeou a notar que ;eodoro tinha muita afei$o por Matilda. @rederico contou para !ip"lita que, quando prisioneiro dos infi-is, ele tivera um sonho de que sua filha estava presa num castelo, onde corria perigo de sofrer as mais terríveis desgraas. 9ogo depois, recebeu a boa nova de que os príncipes confederados, que lutavam na ?alestina, haviam pago o seu resgate. /p"s @rederico e seus companheiros caminharem por trs dias, chegaram a uma gruta, onde encontraram um vener'vel eremita. 6ste eremita, j' nas agonias da morte, disse(lhes que havia visto $o 2icolau numa noite e ele revelou que um grande segredo se escondia debai%o da s-tima 'rvore do lado esquerdo desta caverna. +uando foram cavar no local indicado, encontraram uma enorme espada com versos que diziam que, no momento em que um gigantesco elmo fosse encontrado, achar$o tamb-m a filha amada e que s" o sangue de /fonso poderia salv'(la e acalmar o espectro que h' tanto tempo rondava. /lgum tempo depois, entraram no aposento Manfredo, &er)nimo e parte da tropa. O tirano, ao confundir ;eodoro com /fonso, esbravejou assustado, mas logo foi advertido de que o rapaz n$o era um fantasma e sim o jovem campons que havia escapado da torre negra. O rapaz foi obrigado a contar a sua triste hist"ria, desde a morte da m$e at- o reencontro com o pai. ;odos os presentes resolveram descansar, ap"s e%austivo dia. Matilda e Isabela trocaram olhares de pouco afeto e foram para seus aposentos. 2a manh$ seguinte, ambas coraram ao se encontrar e, depois de algumas perguntas e respostas insignificantes, cada uma confessou 8 outra a impress$o que ;eodoro lhes havia causadoB e esta confidncia foi seguida por um combate de generosidade, cada qual insistindo em ceder seu lugar 8 amiga. =urante essa disputa amig'vel, !ip"lita entrou no quarto de sua filha e disse que estava interessada em unir em matrim)nio Matilda e @rederico. / princesa de Otranto assustou(se ao saber que Manfredo pretendia repudi'(la para depois desposar Isabela e decidiu aceitar o div"rcio e se transferir para um convento. /s princesas ent$o revelaram a !ip"lita a atra$o que ambas sentiam por ;eodoro e a inten$o de Isabela de renunciar a tal pai%$o em prol de Matilda. !ip"lita reprovou(lhes a falta de recato e demonstrou(lhes a improbabilidade de que cada um dos pais consentisse em entregar sua herdeira a um homem t$o pobre, ainda que de sangue nobre. 6la deu ordens estritas de que evitassem toda a comunica$o com ele.
G &er)nimo, dei%ando o castelo durante a noite, tinha interrogado ;eodoro severamente sobre a raz$o de t(lo acusado diante de Manfredo de ser c#mplice de sua fuga. O rapaz admitiu que tivera inten$o de evitar que as suspeitas do príncipe caíssem sobre Matilda. O padre percebeu que Matilda havia provocado nele impress5es mais poderosas do que a afei$o filial. Mais tarde, perante o t#mulo de /fonso, pai e filho voltaram a se encontrar. !ip"lita apareceu e pediu para conversar a s"s com o santo homem. / princesa revelou ao padre a proposta que fizera a Manfredo, de dar a m$o de Matilda em casamento a @rederico e confessou que estava pronta a n$o se opor 8 separa$o de Manfredo e perguntou a sua opini$o quanto 8 legalidade de sua aquiescncia. &er)nimo a advertiu quanto 8 gravidade de tais atos, anunciando castigos e maldi5es. Manfredo, enquanto isso, havia levado a sua id-ia ao conhecimento de @rederico e proposto um duplo casamento. O marqus, como havia se encantado pela filha do tirano, aceitou as propostas, dizendo que s" n$o concordaria se !ip"lita se recusasse a aceitar o div"rcio. O príncipe se dirigiu para o convento para conversar com sua esposa e, ao se confrontar com o padre, iniciou uma pequena discuss$o. +uando pronunciou suas reais inten5es, trs gotas de sangue pingaram do nariz da est'tua de /fonso. Manfredo
empalideceu
e
a
princesa
caiu
de
joelhos.
/p"s poucas palavras, !ip"lita aceitou o pedido de div"rcio de Manfredo. O príncipe, ent$o, confiando em seu poder e riqueza, resolveu pedir para que @rederico viajasse para oma com o intuito de acelerar o pedido. Mas ao cruzar o sagu$o deparou com 0ianca. Imediatamente veio(lhe 8 mente a id-ia de sond'(la a respeito das rela5es de Isabela e ;eodoro. / pobre dama de companhia disse que n$o sabia de nada sobre o assunto, mas o príncipe ofereceu(lhe um anel em troca de informa5es e pediu(lhe que esperasse, mais tarde, sob a escada em espiral. Manfredo entrou no quarto do Marqus de icenza e comeou habilmente a sond'(lo em rela$o a Matilda e, notando que este estava disposto a dar seguimento aos seus desejos, principiou a dar pistas sobre a dificuldade que haveria na celebra$o daquele casamento, a menos que o marqus aceite viajar para oma. /ntes que pudesse terminar o pedido, 0ianca irrompeu na sala, o olhar esbugalhado e gestos que traduziam o mais desesperado terror. / jovem ajudante disse ter visto uma gigantesca m$o vestida em armadura na escada de espiral, onde o príncipe havia combinado o encontro ap"s dar o anel. Manfredo tentou consertar a situa$o constrangedora, declarando que a garota
H estava tendo alucina5es e que suas palavras n$o deveriam ser levadas a s-rio. Mas j' era tarde. @rederico decidiu n$o aceitar mais os casamentos para evitar problemas com fantasmas. Compreendera o suficiente das palavras da garota para convencer(se de que o pr"prio c-u declarava(se contra o príncipe de Otranto. 6nquanto conversavam, foram informados de que o banquete estava servido. /p"s o banquete, o marqus, alegando fraqueza e necessidade de repouso, retirou(se para os seus aposentos e esperou que todos descansassem. 6nt$o, decidiu ir para o quarto de !ip"lita. @rederico n$o se surpreendeu com o silncio que reinava nos aposentos da princesa. Concluiu, tal como lhe haviam dito, que esta estava em seu orat"rio, e seguiu adiante. 6mpurrando a porta devagar, viu uma pessoa ajoelhada diante do altar. +uando chegou mais perto, percebeu que o vulto n$o parecia uma mulher, mas algu-m trajando um longo capote de l$, as costas voltadas para o marqus. 6 ent$o, o vulto, virando(se lentamente, e%ibiu para @rederico as mandíbulas descarnadas e as "rbitas vazias de um esqueleto, embrulhado no manto de um ermit$o. /p"s alguns di'logos, o marqus percebeu que o espectro era o fantasma do eremita que ele havia encontrado na gruta, quando escapou da pris$o. O espectro disse(lhe que esquecesse Matilda e depois desapareceu. O sangue de @rederico congelou em suas veias. 6nt$o, caindo prostrado, a face diante do altar, implorou a intercess$o de todos os santos para que o perdoassem. /ntes que pudesse recompor(se de tal estado de agonia espiritual, a princesa !ip"lita, com uma vela na m$o, entrou sozinha no orat"rio. O marqus assustado evitou conversar muito e fugiu para o seu quarto. 2o caminho encontrou Manfredo, mas o ignorou, fechando a porta na cara do príncipe. Manfredo retirou(se num estado de espírito capaz dos e%cessos mais fatais. 6nquanto atravessava o p'tio, veio ao seu encontro aquele criado que ele havia dei%ado no convento, espionando as a5es de &er)nimo e ;eodoro. O homem, quase sem f)lego de tanto correr, informou a seu senhor que ;eodoro e uma senhora do castelo estavam, naquele momento, entretendo uma conversa particular em frente ao t#mulo de /fonso, na Igreja de $o 2icolau. 6le seguira ;eodoro at- l', mas a escurid$o da noite o impedira de ver quem era a mulher. Manfredo, que j' estava com os 7nimos inflamados, e a quem Isabela afastara de si, n$o duvidava que a inquietude que ela tinha manifestado era ocasionada por sua impacincia em encontrar(se com ;eodoro. O príncipe rumou rapidamente para l' e ficou nos arbustos ouvindo a conversa secreta do casal. O príncipe gritou e sacou a
1 adaga e enterrou(a por cima do ombro, no peito da donzela que ele jurava ser Isabela. 2$o era. 6ra sua filha Matilda. O tirano, como que saindo de um transe, golpeou seu peito, arrancou os cabelos e tentou recuperar sua adaga das m$os de ;eodoro para dar cabo de si mesmo. Matilda pediu que todos perdoassem a atitude de seu pai e mandou que os monges que se apro%imavam a levassem para o castelo. 2o castelo, ;eodoro imediatamente e%igiu que &er)nimo, seu pai, unisse ele e Matilda em matrim)nio, para, assim, tornar(se príncipe, mas a filha de Manfredo faleceu nesse momento. 2aquele instante um estrondo de trov$o sacudiu o castelo at- as suas funda5esB a terra tremeu e o ruído de uma armadura que n$o podia pertencer a nenhum mortal fez( se ouvir 8s suas costas. @rederico e &er)nimo pensaram que o =ia do &uízo tinha chegado. O monge, arrastando ;eodoro consigo, correu para o p'tio. 2o instante em que ;eodoro apareceu, as paredes do castelo atr's de Manfredo desabaram, impelidas por uma fora poderosa, e a figura de /fonso, ampliado a uma imensa grandeza, apareceu no centro das ruínas. /pontou para ;eodoro e disse que ele era o legítimo herdeiro do ?rincipado de Otranto. 6 tendo pronunciado tais palavras, acompanhado por um estrondo de trov$o, a figura ascende solenemente rumo ao c-u, onde as nuvens, abrindo um clar$o, dei%avam entrever o vulto de $o 2icolauB que juntamente com o espectro de /fonso que se lhe juntava, breve sumiu da vista humana envolto num esplendor de gl"rias. Manfredo confessou o crime de seu antepassado, contando a todos que o seu av) icardo era ajudante de quarto de /fonso. /fonso n$o morreu na ;erra anta, e sim fora envenenado por icardo, que forjou um testamento para assumir o principado. /ssombrado pela culpa, ele jurou a $o 2icolau fundar uma igreja e dois conventos, se continuasse vivo at- chegar a Otranto. / prece fora aceita. Certa noite, $o 2icolau apareceu para o av) de Manfredo e revelou a maldi$o que agora todos os presentes haviam presenciado. &er)nimo continuou a hist"ria contando que, certa vez, o navio de /fonso ancorara na icília e l' ele conhecera uma garota chamada it"ria. Casaram(se. /fonso viajou para uma cruzada e it"ria deu 8 luz uma criana. =epois ela ficou sabendo que /fonso havia morrido e que um tal icardo havia assumido o trono e ela n$o sabia o que fazer e resolveu cuidar sozinha da criana, chamada ;eodoro. =e manh$, Manfredo assinou sua abdica$o ao principado, com aprova$o de !ip"lita, e cada um deles
11 tomou o h'bito religioso num dos conventos vizinhos. @rederico ofereceu sua filha em casamento ao novo príncipe que no princípio n$o aceitou, mas depois temendo ficar sozinho se uniu com a jovem donzela.
FTESM– Curso de Letras - Literatura Inglesa I – Profª Deize Fonseca O Castelo de Otranto – bree co!ent"rios
O tema trata de uma maldi$o que pesa sobre o castelo de Otranto, propriedade que foi usurpada de seus verdadeiros propriet'rios pela família do príncipe Manfredo, descendente este que herdou o castelo e sua maldi$o. / maldi$o - enigm'tica4 J que o castelo e o senhorio de Otranto passariam da presente família, quando quer que o seu verdadeiro proprietário crescesse demais para habitá-lo K.
/ maldi$o que pesa sobre a família de Manfredo - resultado de dois crimes cometidos pelo av) de Manfredo, icardo, para se apossar do principado. O crime mais grave - o assassinato do propriet'rio do castelo de Otranto, /fonso, por envenenamento, cometido durante uma campanha militar, e o segundo crime - a fraude da elabora$o de um testamento falso que nomeava o assassino como o herdeiro do principado. / narrativa inicia com um breve coment'rio do autor sobre o castelo de Otranto, a família do príncipe e as raz5es da necessidade do casamento do príncipe herdeiro, cuja constitui$o física n$o inspira confiana ao pai. Manfredo quer casar o filho com Isabela para que sejam gerados filhos var5es que dem continuidade ao nome da família e resolver outro problema4 eliminar a disputa pelo principado de Otranto, tamb-m requisitado pela família de Isabela, por quest$o de parentesco. O casamento de Isabela com o seu filho anularia qualquer disputa pelo castelo de Otranto. Como era típico da -poca, este n$o passava de um casamento de interesse, visando perpetuar o nome de uma família nobre. / morte misteriosa de Conrado, no entanto, - um aviso de que o destino estava pesando a m$o sobre a família do príncipe Manfredo. =epois deste acontecimento infausto, o príncipe Manfredo decide ele pr"prio gerar o herdeiro que precisa com Isabela. Ir' encontrar a oposi$o obstinada da moa que fica indignada com a proposta de casamento e foge durante a noite pelos subterr7neos do castelo. O outro foco importante do enredo diz respeito ao surgimento de um campons misterioso, que o príncipe n$o suporta, por sua impertinncia e que ir' revelar(se mais tarde como o verdadeiro herdeiro do castelo. O desenrolar da narrativa - vertiginoso4 morte, mist-rio, fugas e persegui5es, encontros inesperados, apari5es sobrenaturais, injustias, reconhecimentos, religiosidade, atos nobres e sangue gelado nas veias pelo terror. O cen'rio principal - o castelo de Otranto, um lugar soturno, amaldioado, possui uma atmosfera que combina com o tom narrativo que pretende impressionar pelo uso constante de palavras fortes4 pavor, terror, morte, dor, cat'strofe, absurdo, milagroso, transe, at)nitos, possesso, tempestade, monstro, desorientados, assombroso, formid'vel, desvario, rumor, arte infernal, louca, selvagem, mago, artes diab"licas, transe, mente em desordem, aterrorizada, confus$o, destino cruel, espanto, perturbado, horror, dem)nios, espectro infernal, perdi$o, fatal, tempestuoso, inferno, cripta,
profanar, subterr7neo,
13 assustador, labirinto de trevas, castelo mortal, feitios, sat$, p7nico, apari$o, anjos maus, gigante, vis$o e etc. ;odas estas palavras retiradas do primeiro capítulo do livro. O romance - permeado de simbologias4 a id-ia de destino, maldi$o, espadas
e elmos
gigantescos, sinais de nascenas, est'tuas que choram sangue, interdi$o, mensagens enigm'ticas e os ideais da cavalaria medieval. O bem triunfa sobre o mal, a justia acaba por se impor, os maus s$o punidos. Os personagens s$o arqu-tipos. Os justos e bons s$o assim at- o fimB assim como os vil5es encarnam a maldade at- o amargo fim. O príncipe Manfredo que fazia o que queria, bebeu sua dose de fel at- a #ltima gota, quando, sem querer, assassina a pr"pria filha. !' um limite para a sua maldade, e o assassinato da filha leva(o a se render4 perde o principado de Otranto e se recolhe junto com !ip"lita ao seio da igreja, a fim de purgar com ora5es seu espírito maldoso. L a #nica transforma$o que - possível observar na hist"ria. *ma cena simb"lica deste acontecimento ocorre quando o av) de Manfredo sai do quadro na parede e caminha pelo casteloB pode(se interpretar a cena como um aviso da assombra$o de que estava chegando a hora da família usurpadora abandonar o castelo. O protagonista, que - o príncipe Manfredo, possui as qualidades de um vil$o4 injusto, prepotente, tirano, usurpador. ?ossui uma família que parece um corpo estranho neste mundo orientado pela desmedida. ua esposa, princesa !ip"lita, - um poo de virtudes, a mulher com que todo homem sonha4 amorosa, terna, virtuosa, devotada ao marido a ponto de se recusar a ver a realidade, e quando n$o possível ignor'(la, ela ainda encontra raz5es para justificar as atitudes do marido. / filha do casal, Matilda, - tamb-m uma figura idealizada, digna de fazer parte de qualquer narrativa rom7ntica4 linda donzela de 1G anos, solícita, virtuosa, amorosa com os pais, docemente tímida, ador'vel. Isabela n$o foge a regra. /s mulheres da hist"ria s$o seres ideais4 belas, ador'veis, meigas, sinceras, fi-is, religiosas. / e%ce$o - a criada 0ianca, que, por pertencer a um e%trato social inferior, vista com mais realismo. O filho do casal, Conrado, jovem de 1A anos, caseiro, doentio, de disposi$o nada promissora, uma Jcriana enfermiaK como se refere a ele o pr"prio pai. 2$o participa da a$o do romance, pois morre no início da hist"ria, diria at- mesmo antes de entrar em cena, soterrado sob um elmo gigantesco. O príncipe Manfredo, por sua obstina$o em alcanar seus objetivos, possui algo de tr'gico. !' uma falha em seu car'ter que - possível constatar logo no início da narrativa. / morte de seu filho n$o parece abal'(lo, pois no mesmo dia comunica a Isabela sua inten$o de despos'(la, a fim de gerar herdeiros para o principado de Otranto. ?ara um pai que adorava o filho, sua declara$o 8 Isabela surpreende4 Ja louca afei$o que eu nutria por aquele rapaz cegou os olhos de minha cautela. mas melhor como est'. 6spero em alguns anos ter raz$o em me alegrar com a morte de Conrado.K O padre &er)nimo - um típico religioso da -poca, um santo homem que se descobre que era um nobre, o Conde de @alconara e pai de ;eodoro. Isso ocorre para situ'(lo em um nível adequado para quem gerou o herdeiro do castelo de Otranto. L possível observar a identifica$o do autor, um aristocrata, com os preconceitos de sua classe social. 2obres casam com nobres. O padre &er)nimo ir' protagonizar com ;eodoro, uma cena de reconhecimento que obras posteriores, principalmente de folhetim, ir$o e%plorar a e%aust$o. O pai reconhece o filho por um sinal em suas costas.
1: ;eodoro que surge no início da narrativa como um campons misterioso, sem nome, revela(se o pr"prio herdeiro do castelo e idntico ao retrato de /fonso que est' na galeria do castelo. ;eodoro representa o cavaleiro medieval, com suas virtudes de desprendimento, coragem, honestidade e disposi$o em defender uma donzela em perigo. ?elo fim da narrativa surge o marqus @rederico, pai de Isabela, um dos que se julgam herdeiros do castelo de Otranto. 6ste chega acompanhado de uma comitiva que carrega uma imensa espada encontrada no deserto. 6sta pea ir' combinar com o elmo gigantesco que matou Conrado. Mas @rederico acaba por se envolver sentimentalmente com Matilda, o que leva o príncipe Manfredo a conceber mais uma uni$o de interesses e com isto eliminar qualquer disputa pela posse do castelo. eus planos s$o in#teis, pois a maldi$o ir' impedir que qualquer descendente de sua família continue habitando o castelo. +uando assassina a pr"pria filha, ao confundi(la com Isabela, Manfredo realiza a profecia da maldi$o, pois - o momento em que abdica da posse do senhorio de Otranto. ua descendncia fora destruída. /l-m das personagens humanas, e%istem as assombra5es que criam a atmosfera dos romances g"ticos, como a caveira do monge que aparece para o marqus @rederico. Mas a principal assombra$o o pr"prio /fonso, que - o misterioso gigante que habita o castelo. / narrativa transcorre em um mundo soturno, grande parte 8 noite, com personagens humanas e sobrenaturais se encontrando pelos corredores e salas. /s reviravoltas s$o constantes e nada se concluiB tudo - postergado para o final. O mais impressionante - a s-rie de coincidncias e encontros. @en)menos e%traordin'rios que ocorrem na hist"ria, ficam sem e%plica5es, o que combina com o espírito da obra, pois estamos em um meio sobrenatural. O final da hist"ria - espetacular, com tudo sendo esclarecido, como ocorrem nos modernos folhetins televisivos. *ma das cenas mais inverossímeis acontece4 a apari$o do gigante /fonso declarando quem era o seu verdadeiro herdeiro e ascendo ao c-u, onde $o 2icolau o esperava. / hist"ria se encerra tamb-m com o fim de qualquer disputa pelo castelo de Otranto. !avia no início da narrativa trs famílias disputando a herana do castelo de Otranto4 a do príncipe Manfredo, a do marqus @rederico e a do conde @alconaro e seu filho ;eodoro. Com o casamento entre ;eodoro e Isabela, um casamento de interesse, a paz volta a reinar no castelo.
The Gothic Phenomenon In The Castle Of Otranto:
by Clifford J. Kurkowski
/ Critical 6ssaN
1> Gothic novel or Gothic romance: a stor of terror and suspense, usuall set in a !loom old castle or monaster "hence #Gothic,# a term applied to medieval architecture and thus associated in the $%th centur &ith superstition'( from The Concise O)ford *ictionar of +iterar Terms Part
I#
$%at
Does
T%e
$ord
&ot%ic
'eall(
Mean)
=uring mN childhood I remember atching manN horror films. I used to sneaP into movie theaters ith false proof of identification, saNing I as si%teen so I could atch movies liPe4 =an of the =ead, 2ight of the 9iving =ead, MotherQs =aN, @aces of =eath, and manN others. ;he first horror movie I atched, hich also scared the hell out of me, as ;he 6%orcist, ith 9inda 0lair. /s I remember those daNs, I trN to recall hat it actuallN as that reallN scared me about those movies . Ras it the historical bacPdrop of the bible and the real true meaning of atan that scared meS Or maNbe as it atching 9inda 0lairQs head do a three hundred and si%tN degree turn... In anN case, if I ere to categorize these films as Tothic and if I borroed a definition from Chris 0aldicPQs booP on 9iterarN ;erms then I ould have to assume that I as e%pected to be frightened because theN ere, Ustories of terror and suspense.U 2oadaNs, there arenQt manN movies or booPs that frighten me. In fact, no hen I atch ;he 6%orcist, I laugh at it, I donQt Pno hN it seems funnN to me but it is. Rhat I find suspenseful is a different Pind of storN. @or e%ample, a riter liPe =ean Voontz sends a chill don mN spine everN time I read a booP of his, and a movie that still maPes me breaP out in a cold seat henever I atch it is !alloeen, directed bN &ohn Carpenter. /s /merican filmgoers and booP readers, e are fascinated bN the sublime, the imaginarN horrors of humanitN, and the fictitious nature of monsters, demons and ghosts. If e erenQt, movies liPe !ellraiser, television shos liPe the W(@iles and booPs bN author tephen Ving ouldnQt be part of our everNdaN culture. 0oth tephen Ving and =ean Voontz are fine e%amples of storNtellers ho bring horror riting into the mainstream. 6ach Near these authors put out a booP that sells over a million copies. ;he public illinglN shells out tentN dollars a booP hile the authors maPe fortunes, not onlN on booP sales but through screenplaNs, and movie rights as ell. ecentlN there has been a revival of Tothic riting, Tothic music and other Tothic themes, such as4 starP blacP clothing, crosses and other religious relics, and enaissance festivals. ome of the impetus for this revival springs from vampire serial author, /nne ice. Intervie Rith / ampire, her most famous UchapterU in a series of vampire booPs, in all of hich appear the character, 9estat. 0ecause of its fame, Intervie Rith / ampire as made into a movie. ;here as much publicitN done on the movie for to reasons4 one, because it as mainstream enough to attract mass media attention and to, because it had manN controversial aspects. ;he filmQs popularitN fueled a UneU trend in Tothic fascination. It asnQt so much a plaN on Uterror and suspenseU in the movie hich brought out the Tothic revival. On the contrarN, this revival as based more in the androgNnN hich characterized the erotic rapport beteen the vampires, 9ouis and 9estat. /s e ill soon see, the ord Tothic, can encompasses a ide range of definitions. ;here is Ufemale and male TothicU, Usublime TothicU and Uromantic Tothic.U In short, both characterizations of eroticism, and Tothic historN plaN a part in the ord Tothic. ;hough recent trends have opened up ne avenues on ho the ord Tothic should be defined, e mustnQt forget the historN of here all this started. In the folloing pages I ill looP at the different analNtical interpretations held bN critics ho have e%plored the Tothic genre. In part
1A to of this paper I ill then looP at the critical e%egeses on ;he Castle Of Otranto to find out hN this booP bN !orace Ralpole is considered to be the first Tothic novel. In mN Nears of being an 6nglish major I never e%plored the concept of the ord Tothic because I didnQt encounter it in the academic novels I read. 0ut if I ere to create a definition of the ord Tothic I ould have to define it as4 the darP and treacherous undertone of human e%istence. ;o this definition I ould further add, that supernatural entities are a necessarN presence for a tale to be authenticallN Tothic. omehere in the thicP of a Tothic plot, the reader should be confronted ith ghosts, demons, vampires, or other inhuman e%istences. ;here should be androgNnous romance, religious and mNthical beliefs, and taboo subjects as ell. /nd finallN the events of the storN should transmit to the reader the desire to e%plore hat might e%ist outside our material orld. Of course, this definition far e%ceeds Chris 0aldicPQs interpretation, but I feel that Tothic can no longer just be about Uterror and suspense,U it must also include more of a characterization, or to saN the least, an e%panded theorN hich ould embodN our current contemporarN setting. !oever, mN definition ould still seem narro in the eNes of more e%pansive critics ho treat UTothicU as entire orld unto itself. In his booP Tothic Rriting 1FA(1G34 / TenealogN, author obert Miles taPes the ord Tothic and defines it in this manner4 hat is Gothic . short ans&er is that the Gothic is a discursive site, a carnivalesque mode for representations of the fra!mented sub/ect( 0oth the !eneric multiplicit of the Gothic, and one mi!ht call its discursive primac, effectivel detach the Gothic from the tid implicit of thin1in! of it as so man predictable, fictional conventions( This ma end up ma1in! Gothic a more ambi!uous, shiftin! term, but then the te)tual phenomena to &hich it points are shiftin! and ambi!uous "2%'(
o, hat is Miles reallN saNing about the ord TothicS 2othing reallN so earth(shattering that he couldnQt have put into simpler terms. If I simplN strain the meaning from MilesQ definition, e shall see that hat he is reallN saNing is that Tothic includes a ide varietN of terms or meanings, ith a verN UgenericU or plain formula that can change at anN time because there are no limits or boundaries in the ord Tothic. MilesQ definition is simple and seet but aN too general for mN taste. /t least mN definition contains concrete characterizations of hat I felt the ord Tothic should include, MilesQ characterization of the ord Tothic on the other hand has onlN a vague Ugeneric multiplicitNU to it. 9ater on in his booP, Miles adds to his general definition of the ord Tothic, as he uses an interte%tual approach to outline the changes hich occur in the ord Tothic as riters in the 6ighteenth and 2ineteenth CenturN e%panded the parameters of Tothic riting. MilesQ deeper characterization of the ord Tothic does use an historical setting to saN that4 UTothic arises as a result of some historical, seismic shift in the deep structure of the self, or in the culture that maN or maN not have produced itU X31>Y. I believe that MilesQ statement maPes some sort of conclusion that Tothic riting proceeded from some Pind of social phenomena in the 6ighteenth CenturN. MN guess ould be that the breaPdon of hierarchN and structure, so prevalent in 6ighteenth CenturN riting finallN distilled and condensed in hat todaN e call Tothic literature. In anN case, MilesQ interpretation is still too general for mN liPing. It defines the ord Tothic but does not go anN deeper to characterize itQs meaning. In continuing mN search for the definition of the ord Tothic I came across a booP bN 6lizabeth Mac/ndre called, ;he Tothic ;radition in @iction hich seems to define the ord Tothic in a verN subtle Net informative aN. In chapter one of her booP, Mac/ndre states that Tothic fiction came about in the 6ighteenth CenturN as a Une literarN formU and as closelN associated ith the entimental novel to Uhelp
1D educate a readerQs feelings through his identification ith the feelings of the charactersB to arouse sNmpathN as the aesthetics of ensibilitN demandedU X:(>Y. ;he UaestheticsU that Mac/ndre rites about as to UevoPe pitN and fearB e%plore the mind of man and the causes of evil in it, so that evil might be avoided and virtue fosteredU X>Y. In order to accuratelN comprehend Mac/ndreQs statement, e must realize that Mac/ndre supports the belief that riting in the 6ighteenth CenturN as beginning to taPe on a psNchological stance. I gather that earlier 6ighteenth CenturN booPs ere not effective in provoPing emotions in their readers. In other ords, an 6ighteenth CenturN reader gained different information about character in the earlN part of the centurN based more on a rational response, hereas the Tothic novel ith its ne aesthetics or UliterarN formU helped to enhance the characters and at the same time UevoPe sNmpathNU or feelings from the reader. In Mac/ndreQs general statement about the ord Tothic she describes it as4 a literature of ni!htmare( 3mon! its conventions are found dream landscapes and fi!ures of the subconscious ima!ination( Its fictional &orld !ives form to amorphous fears and impulses common to all man1ind, usin! an amal!am of materials, some torn from the authors o&n subconscious mind and some the stuff of mth, fol1lore, fair tale, and romance( It con/ures up bein!s--mad mon1s, vampires, and demons--and settin!s--forbiddin! cliffs and !lo&erin! buildin!s, storm seas and the di44in! abss--that have literar si!nificance and the properties of dream smbolism as &ell( Gothic fiction !ives shape to concepts of the place of evil in the human mind "5'(
Mac/ndreQs definition of the ord Tothic is comprehensive in itQs characterization. !er e%amples of Udemons, forbidding cliffs, and dizzNing abNssesU help to conjure up the mNths of a Ufictional orldU that the ord Tothic represents. Outside our material orld as I e%plained in mN definition of the ord Tothic, there are things that cannot be e%plained in our real orld. In fact, to some this ould be considered supernatural, but as Mac/ndre has stated, these Uconcepts of the place of evil in the human mindU are thoughts to Peep the reader interested in the characters and the surrounding environment and to UevoPeU a sort of UsNmpathNU toards the characters. ;he difference beteen MilesQ and Mac/ndreQs definition is that Miles generalizes his statement and does not get to the inner core of the ord. In fact, from mN point of vie, his definition still leaves the reader emptN about hat the ord Tothic reallN means. Rhereas Mac/ndre defines the ord, characterizes it, and concludes that it is from a psNchological standpoint to get the 6ighteenth CenturN reader to become more involved ith the characters and less involved ith the traditions from hich the storN and the UTothicU genre emerge. 2o that e have a basic definition of the ord Tothic, the question is, here do subcategories liPe male and female sublime, Tothic romance, historN, and eroticism fit inS / quicP etching of sublime, using Mac/ndreQs viepoint, means that Uit is in accordance ith the late 6ighteenth CenturNQs aesthetic concept of the sublime as evoPing pitN and terror to dra the reader out of him or her selfU X1Y. =raing UpitN and terrorU out of the reader or to bring the reader don to the level of the character hich might be suffering from a particular predicament, helps the reader understand the process of the narrative. ;o feel, emotionalize, or to be one ith the character helps elevate the reader to a higher spiritual, moral, and intellectual plane, thus bringing a different vie toards the characters from hich, the reader can dra a conclusion of hether the character is good or evil. ;he other subcategories liPe Tothic romance, historN, and eroticism all help fuel
1F the movement of the narration. Tothic historN helps provide a bacPground for ho, hen, and here the novel ill be set. In Otranto, hich is set in the ;elfth CenturN, RalpoleQs editor, in the preface of the booP, rites that the original transcript comes from an unPnon origin, and that there is speculation about the date it as ritten. ;his tNpe of introduction prepares the reader for an entrance into a mNstical orld, something totallN unPnon to them, and for the 6ighteenth CenturN reader this fragment of information helps to fuel the imagination. In the course of reading the booP there is chivalrN, Pnights, sords, castles, and a medieval romance all of hich set the tone and bacPdrop in Otranto. Of course there are other elements but the basics are put in place to set the characteristics of the booP((to tell the reader that theN have no embarPed on a darP Tothic tale of adventure. Part
*#
T%e
Castle
of
Otranto#
T%e
First
&ot%ic
+oel),,
Rhen !orace Ralpole published ;he Castle of Otranto in 1FD> he gave birth to a ne literarN form of riting called the Tothic novel. In manN of the critical essaNs I have read, no one doubts the fact that it is the first Tothic novel. 0ut there is a question I need to asP, hN is ;he Castle of Otranto considered the first Tothic novelS In the remainder of this essaN I ill e%amine hat the critics have said about the first Tothic novel, ;he Castle of Otranto and picP out the most important elements in their discussions in order to determine hN it as the first Tothic novel. ;he Castle of Otranto is relativelN simple storN. et in ItalN in the ;elfth CenturN, our tale begins ith Manfred, a arrogant prince determined to find a successor to his throne after his onlN son Conrad mNsteriouslN dies from a helmet falling on him in the castle courtNard. Rhile ManfredQs ife, !ippolita, is thron into the dungeon, Manfred intends to trap ConradQs bride to be, Isabella. !e Peeps her locPed aaN in the boels of the castle, hile he plots aaN to maPe her his ife. !oever, ManfredQs plan falls to pieces, as a ell meaning pheasant named ;heodore helps Isabella escape through a series of underground passages. ;his dramatic and plot turning introduction of ;heodore foreshados the important role he ill plaN at the end of the storN, hen he ill be recognized as a descendant of the great /lfonso, a lord ho ruled the castle before Manfred. Rhile the action unfolds, the castle itself seems to have a haunted presence lurPing about. /ll sorts of strange phenomena begin taPing place4 pieces of an enormous suit of armor suddenlN appear in various parts of the castle, a painting comes to life, and lightning striPes, destroNing that part of the castle here 9ord /lofonsoQs suit of armor is Pept. ;he armor eerilN rises from the ruins and ascends to the heavens. /s ;heodore graduallN reveals himself to Isabella she finds out that he reallN loved ManfredQs daughter, Matilda. Matilda represents ;heodoreQs one true love and her love is proven hen considering ho she tragicallN died due to her father, ManfredQs recPless behavior. @urthermore e find out that ;heodore is the rightful heir to ManfredQs estate. ;he storN clima%es ith a positive ending, ith ;heodore marrNing Isabella and both of them living happilN ever after. Manfred gives up his estate to ;heodore and e%iles himself to a monasterN here he does penance for his sins against his son Conrad and ;heodore. /nd ManfredQs ife, !ippolita, also seePs asNlum in a convent. ;hus is the tale of ;he Castle of Otranto, a simple storN ith an underlNing plot set in a medieval conte%t ith ghosts, Pnights, damsels in distress, a questionable hierarchN, and a battle for the love of a oman. Of course, I do not do the storN justice bN summarizing the hole plot in a nutshell liPe this, but I anted to reveal the storN and give some e%amples of the mNsterious
1G happenings that occurred in the castle. ;he e%amples of a painting coming to life, or a suit of armor rising from the ruins of a natural disaster are, of course, mNsterious phenomena that do not happen in everNdaN life. 2evertheless one onders hN Ralpole emploNed such a course of action hen constructing this tale. /re e, the readers, supposed to feel sorrN for ;heodore and his dilemma of not being able to acquire the throne after his fatherQs passing, or are the readers suppose to pitN Manfred for the sins he has brought upon himself bN coveting the throne and thus causing the unnatural death of his onlN son Conrad. Critics liPe Mac/ndre believe that the sNmpathN e feel for the characters are part of the Tothic novel process. Re feel for them therefore e can pass a judgment of hether or not the character is good or evil. ;he sNmpathN elicited from the reader can serve to test our sPills, or the sPills of the readers in the 6ighteenth CenturN, of hether e can determine hat is morallN right and rong. 2evertheless this sNmpathN comes at a rather high price, because the verN thing that maPes these characters sNmpathetic are their stilted, ooden, and almost caricatured eaPnesses. In the eNes of a modern reader, such characters appear ridiculous and unconvincingB theN are as lifeless personifications of sNmbolic morals of good and evil. uch booPs usuallN become oppressive onlN after a fe chapters Net, Castle achieved great success. ?erhaps it as the ne Tothic genre hich caused Castle to transcend all of its literarN flas. / booP ritten bN !oard ?hilips 9ovecraft titled upernatural !orror in 9iterature, e%amined 6ighteenth CenturN philosophN and came up ith a conclusion to hN a booP liPe Castle succeeded as it did4 6uch is the tale7 flat, stilted, and alto!ether devoid of true cosmic horror &hich ma1es real literature( 8et such &as the thirst of the a!e for those touches of stran!eness and spectral antiquit &hich reflects, that it &as seriousl received b the soundest readers and raised in spite of its intrinsic ineptness to a pedestal of loft importance in literar histor( hat it did above all else &as to create a novel tpe of scene, puppet-characters, and incidents7 &hich, handled to better advanta!e b &riters more naturall adapted to &eird creation, stimulated the !ro&th of an imitative Gothic school &hich in turn inspired the real &eavers of cosmic--terror the line of actual artists be!innin! &ith Poe "29'(
Rhile 9ovecraft doesnQt feel that Castle deserves the recognition he does feel that Ralpole succeeded in beginning a ne trend in literarN historN. Rithin this negative critical remarP, 9ovecraft does point out that Castle as Uthe thirst of the age,U because of a ne focus in literature. ;hough 9ovecraft believes that Ralpole sets the conventions of literature, he still feels that it as modified through the centurN ith other authors liPe adcliffe, 9eis, and ?oe. ;he element in the novel that 9ovecraft feels is missing from te%t is the Ucosmic((terrorU hich provides more depth, and realization to the storN instead of the Upuppet(charactersU and UincidentsU Ralpole created. ;hough 9ovecraft feels that other authors later in the centurN accomplished more than Ralpole, another critic, 9inda 0aNer(0erenbaum rites in her booP ;he Tothic Imagination that Castle as something more than a ne trend. In fact, she believes that both Ralpole and adcliffe, ith her novel, ;he MNsteries of *dolpho, set up the conventional codes in hich the gothic novel as ritten later in the centurN4 The traditional Gothic paraphernalia, no& familiar to an school child, &as established in alpoles The Castle of Otranto and ;adcliffes The .steries of
1H 0aNer(0erenbaum continues bN saNing that items such as, UgraveNards, dungeons, ancestral curses, tolling bells, and drabridgesU ere all earlN UtrademarPsU of the Tothic novel. @rom these UtrademarPsU as 0aNer(0erenbaum points out, the reader gets a foreshadoing of a upcoming event in the storN. Rhether it be a ghostlN apparition, or a moral dilemma, these Ugothic gimmicPsU ere the essential elements in Ue%panding the consciousness and realitN that is basic to everN aspect of the Tothic, from the setting to metaphNsical claims.U Indeed, as 0aNer(0erenbaum points out, certain UtrademarPsU are verN prevalent in the Castle as ell as *dolpho, but there are additional elements that ere fueling their popularitN in the 6ighteenth CenturN. 0aNer(0erenbaum also points to, Uthe romantic qualities of Nearning, aspiration, mNsterN, and onder as all nourishing the roots of the Tothic movement.U ;hese so( called Uromantic qualitiesU 0aNer(0erenbaum speaPs of are, Usensualism, sensationalism, sadism, and satanisms all of hich nurtured an orgN of emotionsU X3Y. ;hough it seems as an odd combination for these senses to bring about a Tothic romance for the reader, Net taboo subjects as these ere part of the 6ighteenth CenturN imagination. /s long as the readers fantasized about it and did not partaPe in the pleasure, morallN it could not be held against them. In summing up hat 9ovecraft and 0aNer(0erenbaum have concluded about the elements in Castle that maPe it a Tothic novel, author Montague ummers states in his booP, ;he Tothic +uest that4 To The Castle of Otranto &e o&e nothin! less than a revolution in public taste, and its influence is stron! even at present da( It is hardl an e)a!!eration to sa that to alpoles romance is due the !host stor and the novel, containin! so much of the supernatural and occult, than &hich no forms of literature are no& more common and applauded( The Castle of Otranto is, in fine, a notable landmar1 in the histor of =n!lish taste and =n!lish literature(
In his statement, ummers uses the phrase Urevolution in public tasteU in order to define the fact that RalpoleQs novel ent against the public norm of hat a novel should be. =iscussed earlier in this essaN, Mac/ndre also stated that the Tothic novel came about in order to UevoPe sNmpathNU from the reader. / UsNmpathNU that the entimental novel as trNing to do but onlN but succeeded in slightlN doing. ;he Tothic novel on the other hand tooP it one step further bN giving depth to the characters and therefore also to the reader, thicPening the plot of the storN bN adding a supernatural flair. Zes, Castle did go against the norm of hat as being published in the 6ighteenth CenturN. Castle brought about a Urevolution in public tasteU bN adding the darPer elements of humanitN but staNing ithin the parameters of 6ighteenth CenturN sublime aesthetics thus producing a different Pind of novel. 0N using the sublime aesthetics of the 6ighteenth CenturN, I believe Ralpole as able to encompass a feeling of hat readers anted to e%perience but couldnQt because of the high moral ideals that theN held. In fact, one of these moral ideals can be seen at the end of the storN hen Manfred goes off to the convent after his confession4 #In the mornin! .anfred si!ned his abdication of his principalit, &ith the approbation of >ippolita, and each too1 on them the habit of reli!ion, in nei!hborin! convents# "$?9 Castle'(
!ere e see that Ralpole Peeps the vision of the 6ighteenth CenturNQs aesthetic sublime to come full circle ith the character, Manfred. ;he Catholic Church absorbs the evil that Manfred commits throughout the novel hen he confesses and commits himself to a life of servitude to Tod. Tiving Nourself to Tod as often the moral thing to do in the 6ighteenth CenturN as ell as the ;elfth CenturN in hich the booP is set.
3 Mac/ndre also feels that 6ighteenth CenturN sublime aesthetics helped to fuel the movement of the Tothic novel. In this statement, Mac/ndre believes that Ralpole produced this orP because 6ighteenth CenturN readers ere readN to e%amine their inner selves and to judge their on consciousness4 Thus personal reasons account for alpoles havin! been the one to produce the tale that be!an the &hole tradition, &hile the a!e he lived in accounts for the !enres havin! appeared &hen it did( @o such &or1, after all, appeared from the pens of authors under similar personal pressures in earlier times( The late =i!hteenth Centur &as an era of interested inquir in the nature of the human mind and of a interest in the inner self that &as also manifested in other ne& !enres appearin! at the time &hich probe and reveal the psche( alpole &as able to present his a!es concept of human evil--pride, hatred, violence, cruelt, incest--as part of mans pscholo!( The one 1ind of romance enabled him to delve into his o&n subconscious, the other helped him to relate &hat he found there to the human condition in !eneral( The characters are not ver convincin!l real, of course, but the are reco!ni4abl =i!hteenth Centur fi!ures embodin! current ideas about the human mind "$%-$A Gothic'(
/s Mac/ndre has stated, Uthe late 6ighteenth CenturN as an era of interested inquirN into the human mind,U thus Ralpole created Castle in order to e%plore and reveal subjects that had alaNs been on the collective subconscious mind of 6ighteenth CenturN people but ere not talPed about until the creation of the Tothic novel. o far e have e%plored the manN different facets of hat maPes up the ord Tothic. @rom the sublime aesthetics of the 6ighteenth CenturN to ghosts, goblins, and scarN castles the range of characterizations are too numerous to mention to contain the ordQs definition ithin concise parameters. 0ut in either case, e no Pno that the Tothic novel came about intentionallN to evoPe emotion, sNmpathN, and to e%plore the inner mind of either the reader or the characters in this booP. Rhether it as a rebellious effort on the part of Ralpole to create a booP that ent against the constraints of 6ighteenth CenturN riting or if it as RalpoleQs aN of creating a ne philosophN in the aN booPs ere ritten, there is no doubt that ;he Castle of Otranto is the first Tothic novel. In our age here ords such as UgothicU tend to have a multiplicitN of meanings, I found it pertinent to e%plore the range of possibilities this concept gained in the different readings of Castle. ManN of the critics mentioned have acPnoledged that Castle as the beginning of this ne literarN trend in hat e no call the gothic novel. In fact, it changed the shape of ho authors rote for centuries to come. Castle broPe ne ground bN creating a genre that captivated its readers, made them thinP about the characters, and e%plored their inner selves through the characters. ;he elements that Ralpole provided liPe ghosts, creepN crNpts, and other supernatural forces ere all part of this ne genre hich enhanced the imagination and at the same time revealed the darP side of humanitN. In closing, I leave Nou, the reader, a closing comment from ir Ralter cottQs introduction to ;he Castle of Otranto. I feel that this quote sums up mN intentions for creating an investigation of the ord gothic hile rounding out hat critics have said about Ralpole and the first gothic novel. e have onl to add, in conclusion to these desultor remar1s, that if >orace alpole, &ho led the &a in this ne& species of literar composition, has been surpassed b some of his follo&ers in diffuse brillianc of description, and perhaps in the art of detainin! the mind of the reader in a state of feverish and an)ious suspense, throu!h a protracted and complicated narrative, more &ill et remain &ith him than the sin!le merit of ori!inalit and invention( The applause due to chastit and precision of stle, to a happ combination of supernatural a!enc &ith human interests, to a tone of feudal manners and lan!ua!e, sustained b characters stron!l dra&n
31 and &ell discriminated, and to unit of action producin! scenes alternatel of interest and of !randeur--the applause, in fine, &hich cannot be denied to him &ho can e)cite the passions of fear and of pit, must be a&arded to the author of The Castle of Otranto( --6ir alters 6cotts Introduction to The Castle of Otranto
$ors Cited
0aldicP, Chris. ;he Concise O%ford =ictionarN of 9iterarN ;erms. O%ford4 O%ford *?, 1HH1. 0aNer(0erenbaum, 9inda. ;he Tothic Imagination. ;eanecP4 /ssociated *?, 1HG3. 0irPhead, 6dith. ;he ;ale of ;error4 / tudN in the Tothic omance. 2e ZorP4 ussell [ ussell, 1HD:. Carter, Margaret 9. pecter or =elusion4 ;he upernatural in Tothic @iction. /nn /rbor4 *M esearch ?, 1HGF. =e9amotte, 6ugenia C. ?erils of the 2ight. 2e ZorP4 O%ford *?, 1HH. 6llis, Vate @erguson. ;he Contested Castle4 Tothic 2ovels and ;he ubversion of =omestic IdeologN. Chicago, * of Illinois ?, 1HGH. VarpinsPi, &oanne 0. Mogen, =avid., and anders, cott ?. @rontier Tothic4 ;error and Ronder at the @rontier in /merican 9iterature. 9ondon4 /ssociated *?, 1HH: .9ovecraft, !oard ?. upernatural !orror in 9iterature. 2e ZorP4 =over ?, 1HF: .Mac/ndre, 6lizabeth. ;he Tothic ;radition in @iction. 2e ZorP4 Columbia *?, 1HFH. Miles, obert. Tothic Rriting 1FA(1G34 / TenealogN. 9ondon4 outledge, 1HH:. ?robNn, Clive ;. 6nglish @iction of the 6ighteenth CenturN 1F(1FGH. 9ondon4 9ongman, 1HGF. ice, /nne. Intervie ith the ampire. 2e ZorP4 0allantine, 1HFD. edgicP, 6ve VosofsPN, ;he Coherence of Tothic Conventions. 2e ZorP4 /rno ?, 1HG. ummers, Montague. ;he Tothic +uest. 2e ZorP4 ussell [ ussell, 1HD>. Ralpole, !orace. ;he Castle of Otranto. O%ford4 O%ford *?, 1HD>.