Parte 1 · Módulo 4 A EUROPA NOS SÉCULOS XVII E XVIII – SOCIEDADE, PODER E DINÂMICAS COLONIAIS RESOLUÇÃO DAS QUESTÕES DOS DOSSIÊS Unidade 1 A POPULAÇÃO DA EUROPA NOS SÉCULOS XVII E XVIII: CRISES E CRESCIMENTO
más mães, uma vez que amamentam os filhos alheios, em detrimento dos seus próprios filhos. Questão 7 Da imagem do Doc. D conclui-se que o aleitamento materno começa a ser praticado por parte das mulheres de elevado estrato social; a pintura de Lépicié (Doc. E) mostra um família humilde reunida, com enlevo, em torno de um bebé, que a mãe par ece ter acabado de amamentar, o que documenta a valorização social da criança; Louis Simon refere explicitamente: •
DOSSIÊ
Nascer no século XVIII, pp. 21-24
Questão 1 • Deduz-se do Doc. 1 a precaridade em que se realizavam os partos, uma vez que nele se referem: – “o pequeno número” de cirurgiões que dominam a
obstetrícia; – a inexistência, nos campos (onde habitava a grande maioria da população), de parteiras acreditadas, estando os nascimentos a cargo de “mulheres ignorantes”; – a perda frequente de vidas e a ocorrência de lesões graves
entre as parturientes; – a necessidade de formar parteiras competentes através dos cursos de Madame du Coudray. Questão 2 A utilização de uma espécie de manequim bastante realista com o qual se simulavam as situações de parto, o que facilitava a compreensão dos procedimentos a seguir. •
Questão 3 Os teólogos da Universidade de Paris pronunciaram-se pela salvação da criança em detrimento da mãe, baseando a sua resposta na valorização da vida eterna face à vida terrena. •
Assim, e embora refiram que seria de “justiça” salvar a mãe
em detrimento do filho, consideram que a criança, caso morresse à nascença, não poderia alcançar a salvação da alma, já que ainda não fora batizada. Questão 4 William Cadogan mostra-se contrário ao enfaixamento, considerando-o a fonte de “muitas deformidades”. Segundo este médico britânico, as faixas comprimem os órgãos internos, pressionam excessivamente os músculos frágeis das crianças e impedem os movimentos imprescindíveis ao são desenvolvimento dos recém-nascidos. •
Questão 5 Um aumento muito significativo da mortalidade infantil (de cerca de 25% para 66%). A imagem traça um quadro idílico do costume de criar as crianças longe da família, entregando-as a uma ama. Embora modesta, a casa da ama apresenta-se limpa e ordenada e as crianças, de faces rosadas, parecem saudáveis e bem cuidadas. Também de notar a presença da mãe, “de visita” à ama com a filha mais velha. •
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Questão 6 Rousseau defende o aleitamento materno argumentando que, para além da alimentação propriamente dita, há a •
considerar a “solicitude maternal”, isto é, o carinho e
cuidados maternais de que as crianças necessitam e dos quais se veem privadas, quando entregues a amas. Diz ainda que estas últimas são, à partida, más amas, visto que são também
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que os filhos foram criados “com todos os cuidados possíveis” e que a mãe os amamentou pessoalmente; •
que a única criança que a mãe foi incapaz de a amamentar, rapidamente regressou a casa, porque definhava na ama; que a sua esposa foi uma mãe atenta e esforçada. •
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Questão 8 A falta de capacidade para criar as crianças, como é o caso •
da mãe “abandonada por todos e na mais extrema miséria”;
a vergonha social que constituía a gravidez fora do casamento. •
Questão 9 Tópicos de resposta: Na segunda metade do século XVIII esboçam-se novas ideias e comportamentos relativamente às crianças e aos cuidados que lhes são devidos, entre os quais: – a preocupação com a assistência às parturientes OU a difusão do ensino da obstetrícia (Doc. A); – o aperfeiçoamento de instrumentos obstétricos, como os fórceps (Doc. A) – a condenação do enfaixamento das crianças de tenra idade (Doc. B); – a apologia do aleitamento e dos cuidados maternais (Docs. D e E); – a rejeição do hábito de fazer criar, longe de casa, as criança s de tenra idade (Docs. C e E); – a institucionalização da assistência aos bebés abandonados (Doc. F). •
Unidade 2 A EUROPA DOS ESTADOS ABSOLUTOS E A EUROPA DOS PARLAMENTOS DOSSIÊ
A corte de Versalhes: protocolo e extravagância, pp. 41-44
Questão 1 • Sobre o palácio o palácio de Versalhes engloba o palácio propriamente dito
–
e as “dependências”; – o palácio propriamente dito pode albergar quatro mil
pessoas; as dependências, duas mil e seiscentas;
Um novo Tempo da História, História, 11.o ano, Célia Pinto do Couto e Maria Antónia Rosas, Resolução das questões dos Dossiês, Módulo 4
– embora enormes, os edifícios revelam-se insuficientes para acomodar “toda a nobreza francesa”; – uma ampla avenida conduz aos pátios de entrada do palácio,
contribuindo para acentuar a imponência do edifício (imagem); • Sobre a vida que se desenrola no palácio: – o palácio alberga grande parte da nobreza francesa, que participa da vida da corte; – os nobres alojam-se em Versalhes a expensas do rei; – para além dos alojamentos que ocupa em Versalhes, o nobre de alta condição possui uma moradia em Paris, onde habitam a família e os criados que, todas as manhãs, se apresentam no palácio; – as exigências da sociedade de corte obrigam a uma constante troca de vestuário – as damas chegam a mudar de vestido três vezes por dia; – Versalhes é o epicentro do poder, o local onde se tecem influências; – a efervescência da vida cortesã reflete-se nos pátios de acesso ao palácio, que a imagem mostra repletos de nobres com o seu séquito, criados, carruagens e cavalos. Questão 2 • De acordo com Luís XIV, a etiqueta imprime “sinais de superioridade” aos soberanos, contribuindo para incutir nos mais incultos, que julgam pelo que veem “de fora” , o temor e o respeito pelos governantes. Questão 3 amor (“um reino que deseja apaixonadamen te ver o seu soberano”); admiração (“Sire, […] longe de vós é -se ridículo”); devoção/adoração (quase) religiosa (“Ele é como um Deus”; “a multidão de cortesãos […] volta as costas ao padre a ao altar, e parece adorar o príncipe”). •
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Questão 4 As hierarquias espelham-se num rígido protocolo em que cada um, de acordo com a sua condição social, ocupa uma posição determinada e desempenha tarefas específicas. Vejam-se a ordem de entrada no quarto do rei, durante o cerimonial do levantar do monarca (Doc. D), e as pequenas tarefas que assistem a cada dama no ritual de vestir a rainha (Doc. E). •
Questão 5 Uma vez que a precedência na execução dos pequenos atos que compunham o ritual de vestir a rainha estava diretamente relacionada com o estatuto social das damas, estas consideravam-nos uma honra que lhes era devida. •
Questão 6 São de aceitar as escolhas dos alunos, desde que respeitem o enunciado da questão. •
Madame de Sévigné refere a importância de “estar na moda” (Doc. F); •
os cortesãos procuram imitar os cabelos encaracolados do rei Luís XIII e os tacões vermelhos do irmão de Luís XIV (Doc. G); exibe-se uma indumentária luxuosa – o vestido recamado a ouro de Madame de Montespan (Doc. F), o veludo do manto •
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Questão 8 Relação entre os cortesãos e o rei (tópicos de resposta): – proximidade física – residência no palácio real; – encenação dos atos do quotidiano real, com a participação dos cortesãos; – endeusamento do monarca, em torno do qual se desenrola a vida da corte. Respeito pelas hierarquias (tópicos de resposta): – posição cimeira do rei evidenciada pelas regras de etiqueta impostas pelo monarca e pela submissão reverencial que recebe dos cortesãos; – participação nos atos do quotidiano régio de acordo com um ritual bem definido, consentâneo com a posição social de cada um; Sinais exteriores de riqueza (tópicos de resposta): – a magnificência do palácio; – a vida fútil dos cortesãos, ocupados em seguir os pequenos atos do quotidiano real; – a numerosa criadagem; – os trajes luxuosos; – os penteados elaborados; – a excessiva preocupação com a aparência. •
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DOSSIÊ
O Convento de Mafra, pp. 56-59
Questão 1 • Facilmente identificáveis (os três primeiros por associação aos símbolos discriminados na página 37 do manual), encontram-se os seguintes emblemas régios: – a coroa; – o cetro; – a espada; – a orbe; – a águia imperial. Questão 2 Embora tudo leve a crer que o voto real se deveu à longa espera por um filho que assegurasse a sucessão ao trono, a inscrição não explicita o motivo, relacionad o com “os filhos •
Questão 7
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do cortesão retratado por Largilière, os sapatos ricamente adornados com laços e fivelas (Doc. G); os homens primam pelas longas cabeleiras postiças e as mulheres pelos penteados elaborados e os toucados extravagantes (Doc. G); utiliza-se pó no rosto e cabeleiras (Doc. G); utilizam-se “moscas” para disfarçar as imperfeições da pele e realçar a sua brancura (Doc. H); o rei mostra-se incapaz de contrariar a extravagância dos penteados femininos (Doc. I); aceitam-se todos os incómodos em prol da beleza, incluindo subir de joelhos para a carruagem e viajar com a cabeça de fora.
concebidos”, que esteve subjacente à promessa feita por
D. João V. Questão 3 A forma como a construção afetou a vida dos Portugueses: – Um grande número de portugueses, dos campos e das cidades, foi forçado a trabalhar na construção do edifício; •
Um novo Tempo da História, 11.o ano, Célia Pinto do Couto e Maria Antónia Rosas, Resolução das questões dos Dossiês, Módulo 4
– as famílias dos homens que não se apresentaram ao
favor do gosto do seu autor”, enquanto no texto 2 se realça o
trabalho sofreram represálias; – foram requisitados os animais de tiro; – a agricultura ressentiu-se do desvio de recursos e mão de
impacto positivo do Convento na arte portuguesa.
obra (“o país inteiro ficou por cultivar”); – nas cidades, faltavam os homens dos ofícios para as tarefas
correntes; – para financiar a construção, foram lançados novos impostos sobre os géneros, pelo que os preços subiram; – os assuntos do Estado foram descurados. A enorme dimensão das obras de Mafra – o estaleiro de Mafra teria cerca de 50 000 operários; – os recursos económicos do país foram desviados para a construção; – o tesouro régio não conseguiu suportar a “imensa despesa” das obras, pelo que foi necessário lançar novos impostos. •
Questão 4 Sentimentos: – deslumbramento, admiração, espanto. Identificação, nas imagens, de dois aspetos referidos por W. Beckford. São facilmente visíveis: – a variedade dos mármores (de diferentes cores); – as rosas de mármore branco; – os capitéis coríntios. •
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Questão 5 execução primorosa, ”sem pintura alguma” que acentuasse a sua verosimilhança; reprodução fiel das insígnias/símbolos dos santos que representavam; execução célere, dentro do prazo definido. •
Questão 10 São de considerar corretas as respostas que exprimam uma opinião fundamentada sobre a valia do Convento de Mafra. – Podem considerar-se argumentos favoráveis à construção, entre outros, o prestígio da Coroa portuguesa no estrangeiro, a imponência do edifício, a beleza das obras de arte que •
encerra, o “movimento geral das artes no reino” que causou
(Doc. J-2), o património que hoje representa, bem como argumentos de índole religiosa com os quais o aluno se identifique. – Contra a construção poderão apresentar-se, entre outras razões, as grossas somas despendidas em detrimento de investimentos mais proveitosos para a economia portuguesa (Doc. J-1), o sofrimento humano causado pelo esforço da sua construção (Doc. B), a excessiva dimensão do edifício, quer em termos absolutos, quer em comparação com o projeto inicial de um convento para 13 monges, bem como argumentos de carácter estético que dependem da perceção pessoal do aluno.
Unidade 3 TRIUNFO DOS ESTADOS E DINÂMICAS ECONÓMICAS NOS SÉCULOS XVII E XVIII
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Questão 6 As duas opiniões discordam relativamente à música produzida: enquanto Marco António Baretti (texto 1) a
DOSSIÊ As manufaturas francesas, pp. 80-81
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classifica como “pouca e mesquinha música”, considerando
um desperdício a enorme quantidade de materiais que se aplicou nos carrilhões, Karol Dembowsky (texto 2) considera que é indispensável ouvir um concerto de carrilhões em Mafra, acentuando a variedade de obras que os sinos podem produzir e considerando os seus sons uma “majestosa harmonia” que “toca a alma”.
Questão 7 A possibilidade de, no seu acervo, a biblioteca poder contar com os livros proibidos pela Igreja só pode interpretar-se como um privilégio e uma distinção concedida pelo Papa à biblioteca real de Mafra. •
Questão 8 A sala do trono é, com toda a sua policromia, a mais exuberante: os frescos, os lustres, a talha dourada, os reposteiros e tapeçarias contribuem para a sua imponência; a biblioteca, embora mais discreta, recebeu uma decoração rica, patente nas estantes e nos mármores do pavimento; j á o refeitório espelha a austeridade que deve presidir à vida conventual. •
Questão 9 Aspeto em que concordam: o elevado dispêndio de dinheiro que a construção implicou. Aspeto em que discordam: o valor artístico de Mafra: H. Link (texto 1) considera-o “uma massa informe que não abona a •
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Questão 1 • Segundo Colbert, o estado ruinoso em que se encontravam as manufaturas francesas devia-se às importações dos produtos manufaturados holandeses. Questão 2 • Entraria no reino grande quantidade de moeda (por via das exportações); revitalizar-se-ia o comércio marítimo; grande número de franceses desocupados encontraria trabalho, quer nas manufaturas, quer na atividade marítima; o poderio e a grandeza da França aumentariam. • •
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Questão 3 • Concede um subsídio inicial de 12 000 libras; garante o exclusivo do fabrico a Van Robais, proibindo a imitação dos panos por um prazo de 20 anos e a laboração de teares semelhantes num raio de dez léguas. •
Questão 4 • Atrair artífices estrangeiros, conhecedores da arte dos “panos finos, à maneira de Espanha e Holanda”, promovendo
o seu fabrico em França. Desta forma, evitar-se-ia a importação destes panos. Questão 5 • Práticas religiosas; horário de trabalho; vida pessoal: local de habitação, horário de levantar, saídas. • •
Um novo Tempo da História, 11.o ano, Célia Pinto do Couto e Maria Antónia Rosas, Resolução das questões dos Dossiês, Módulo 4
Questão 6 • Utiliza mão de obra feminina em grande quantidade; o padrão decorativo dos tecidos é aplicado manualmente; a sala parece bem iluminada e arejada, embora pequena para tantas operárias. • •
Questão 7 • O tamanho da manufatura; •
grande número de tapeçarias (“mais de cem”);
a excelência das tapeçarias, trabalhadas com extrema minúcia; o elevado número de operários (mais de um milhar) e de ofícios (mais de cem) que observou na manufatura de espelhos; •
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o “número infinito de espelhos” que nela se encontravam;
o tamanho invulgar de dois espelhos.
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Questão 8 • A cercadura de flores da tapeçaria;
o pormenor das figuras e dos objetos; as tapeçarias representadas (na parede, enroladas, sobre um tamborete); o espelho; a quantidade de operários que se afadigam para mostrar os objetos ao rei. • •
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Questão 9 • Objetivo do fomento manufatureiro (tópicos de resposta): – diminuir as importações (Docs. A e B); – aumentar as exportações e o comércio marítimo (Doc. A); – dar trabalho aos habitantes do reino (Doc. A); – engrandecer a França (Doc. A). • Papel desempenhado pelo Estado (tópicos de resposta): – proteção às manufaturas particulares (Doc. B); – atração de artífices estrangeiros (Doc. B); – estabelecimento de manufaturas do Estado (Doc. E); – regulamentação das condições de produção (Docs. C e E). • Forma de funcionamento (tópicos de resposta): – produção muitas vezes em regime de exclusividade (Doc. B); – regulamentação minuciosa do trabalho e da vida dos operários (Doc. C); – regulamentação das vendas (“cujas peças também não se podem vender sem conhecimento do inspetor” – Doc. E).
DOSSIÊ A Companhia das Índias Orientais britânica, pp. 92-93 Questão 1 • Os Ingleses aproveitaram-se das rivalidades entre os governantes locais a fim de se apossarem do território: em caso de conflito entre dois príncipes, aliavam-se a uma das partes que, com a sua ajuda, ficava senhora de um território mais vasto. Posteriormente, destronavam o príncipe seu aliado, substituindo-o por outro, que mais não era do que um executor das suas ordens. Questão 2 • Dominar o rico comércio local, impondo exclusivos comerciais (“A prata do Ocidente e o ouro do Oriente desde há muito que afluem a este país [a Bengala], em troca das suas mercadorias”; “Apoderou-se ainda da venda exclusiva do sal,
do tabaco e do bétel, objetos de primeira necessidade nesta região”; “acabando por publicar um édito que proíbe o
comércio no interior de Benguela a todos os particulares estrangeiros, só o permitindo aos Ingleses”); Controlar a produção e preços dos produtos manufaturados, sobretudo dos que se destinavam à exportação (“Quiseram apoderar-se de todas as •
manufaturas”; “foi proibido aos tecelões trabalharem para outras nações”: “estes operários […] foram forçados a
entregar o fruto do seu trabalho pelo preço que lhes quiseram dar”). Questão 3 • a Companhia representava o Estado britânico, tendo autoridade para fazer a guerra, celebrar tratados e alianças (Doc. B), bem como administrar o território (Docs. C e D). Questão 4 • São de considerar diversas possibilidades de resposta, desde que coerentes e fundamentadas. Entre outras razões, os alunos poderão invocar a diferença de culturas (cultura ocidental/inglesa vs cultura indiana) e o sentimento de superioridade dos Europeus/Ingleses face aos povos das regiões que dominavam. Questão 5 • Personagem que representa a Grã-Bretanha: – A Grã-Bretanha é representada pela personagem feminina, de tez branca, que se encontra no lado esquerdo do quadro; apresenta-se numa posição alteada, dominando a cena, e recebendo as riquezas que lhes são entregues pela Índia e pela China. • Outro símbolo da Grã-Bretanha: – o leão. • Personagens que representam a China e a Índia: – a China é figurada pela mulher da direita, ajoelhada. Remetem para esta identificação, o vaso de porcelana e a caixa de chá, produções emblemáticas da economia chinesa; a Índia é representada pela mulher de pele mais escura, que entrega pérolas e especiarias, produtos de grande valor que tradicionalmente se ligam a esta região. • Simbologia do rio Tamisa: – O rio simboliza Londres, cidade onde a Companhia tinha a sua sede e para onde se dirigia grande parte do fluxo comercial que gerava. Questão 6 • Apresenta-se com as vestes de um indiano de elevada condição, como que a reforçar o seu papel no domínio britânico da Índia. Questão 7 • Objetivos que presidiram à formação das companhias (tópicos de resposta): – Concentrar capitais e recursos para o comércio de longa distância, numa determinada área; – Levar a cabo, em regime monopolista, as atividades económicas que presidiram à sua formação. • Poderes que lhes foram conferidos (tópicos de resposta): Às grandes companhias comerciais foram, frequentemente, concedidos poderes soberanos, que se materializavam: – no direito de conquista e defesa de territórios coloniais, mobilizando, para isso, um exército próprio (Docs. A e B);
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– no direito de administrar, como se de um Estado se tratasse,
esses mesmos territórios (Docs. C e D); – no direito de organizar, de acordo com os seus interesses, o comércio com área que lhes fora atribuída (Docs. C e D). • Formas de atuação (tópicos de resposta): As companhias procuravam tirar o máximo partido dos poderes de que dispunham: – exercendo influência sobre as autoridades locais (Doc. B); – administrando diretamente vastos territórios (Docs. C e D); – controlando os preços e as produções locais (Doc. C); – impondo o exclusivo comercial de que eram detentoras (Doc. C).
DOSSIÊ
Bandeirantes, pp. 108-109
Questão 1 • a densa vegetação, que era necessário desbravar; a violência das quedas de água dos rios usados como vias de penetração no interior; as dificuldades de transporte das cargas; a precaridade das expedições, no que se referia a mantimentos e outros bens essenciais, como a pólvora. •
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Questão 2 • A falta de mantimentos de que sofreu a expedição a que se reporta o Doc. 2 pode ter ficado a dever-se à perda das cargas, por naufrágio das embarcações, como referido no Doc. 1. Questão 3 • O objetivo da expedição foi a captura de escravos (“Os
Unidade 4 CONSTRUÇÃO DA MODERNIDADE EUROPEIA DOSSIÊ A difusão da ciência, pp. 129-131 Questão 1 • As universidades (Doc. A); as academias científicas (Docs. A, B e C); os observatórios astronómicos e científicos (Doc. A). • •
Questão 2 • Londres, Paris e Berlim – para além de serem sede de academias patrocinadas pelos soberanos e de observatórios científicos, são também local de edição de jornais científicos e filosóficos; Questão 3 • A troca de informações quebra o isolamento dos cientistas, proporciona a interação entre ciências diversas mas afins (neste caso são referidas a Astronomia, a Matemática, a Física), contribuindo assim para o progresso científico. Questão 4 • Ao pôr a ênfase na utilidade do trabalho produzido, o lema da Academia de Ciências de Lisboa enfatiza a crença de que o conhecimento científico contribui para melhorar as condições de vida da Humanidade. Questão 5 • Marmontel descreve entusiasticamente os progressos científicos que apaixonavam o público e dos quais o Mercure de France, jornal essencialmente literário, fazia também eco.
Paulistas, ansiosos por esta captura [dos gentios Coroá] (pois era a única riqueza que havia e aspiravam), empreenderam
O escritor refere expressamente a “curiosidade do público”
fazer uma expedição, vulgo bandeira”).
Questão 6 • Impulsionar o progresso das ciências; engrandecer a imagem do país e do seu monarca; abrilhantar a corte.
Questão 4 • Alguns sertanistas eram treinados desde tenra idade, por vezes pelos seus próprios pais, que os levavam nas expedições (“Pires e Bartolomeu, que eram meninos, em companhia de
seus pais, que os traziam para os industriar e habituá-los às agrestidades do sertão”).
Questão 5 • As bandeiras penetravam em zonas do interior brasileiro, até então desconhecidas. Dada a grande extensão que estas expedições percorriam e o seu grande número, as bandeiras foram determinantes para o reconhecimento do território brasileiro. Questão 6 • Tópicos de resposta: – Expedições armadas que penetravam no interior, inicialmente em busca de nativos para escravizar; – as principais expedições partiram de São Paulo (Doc. D); – os bandeirantes afrontavam os muitos perigos do sertão; muitos dos expedicionários não regressavam (Docs. A, B e C); – a estas expedições ficou a dever-se a descoberta, algo fortuita, das jazidas de ouro e diamantes do Brasil (Doc. C); – penetrando profundamente em território desconhecido, as bandeiras ajudaram, de forma determinante, a desenhar o mapa do Brasil (Doc. D).
relativamente às ciências.
• •
Questão 7 • Tipo de pessoas que observam a experiência: – O traje e a postura indicam que estão representadas pessoas de condição média ou elevada; - assistem à experiência pessoas dos dois sexos e de todas as idades. • Local onde decorre a experiência: – A experiência decorre, presumivelmente, num gabinete de curiosidades. Questão 8 • Impacto gerado pela subida do balão no público em geral: – A subida do balão constituiu um acontecimento de tal maneira relevante que fez “todo o Paris” sair à rua e “deliciar -se” com o espetáculo. A saudação dos tripulantes gerou uma “clamorosa ovação”. • Sentimentos de Benjamim Franklin face à ciência e aos
cientistas: – O autor deixa transparecer o seu entusiasmo e amor pela
ciência e pelos seus progressos, bem como a sua admiração pelos cientistas.
Um novo Tempo da História, 11.o ano, Célia Pinto do Couto e Maria Antónia Rosas, Resolução das questões dos Dossiês, Módulo 4
Questão 9 • A marquesa de Châtelet faz-se retratar com os símbolos do seu trabalho científico; A marquesa de Châtelet publica, entre outras obras científicas, uma tradução dos Principia Mathematica de Newton; o impacto das descobertas de Newton é tal que faz surgir •
um livro específico para “as damas”, geralmente arredadas
dos meandros da ciência; o orgulho no conhecimento dos princípios newtonianos está bem patente no livro que serve de fundo ao retrato de Madame Le Ferrand; editam-se livros científicos adaptados à infância “para •
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benefício da juventude”.
Questão 10 • Tópicos de resposta: Do mundo dos sábios… – no século XVIII, a ciência ganha protagonismo, impulsionada pelos avanços do século anterior; – as universidades revitalizam-se e algumas revelam-se particularmente dinâmicas no que à ciência diz respeito (Doc.A); – os soberanos empenham-se no progresso das ciências, patrocinando academias, financiando viagens de exploração – como a de La Perouse – ou equipando escolas médico-cirúrgicas – como a de Viena (Docs. C e E); – o gosto pela astronomia conduz à criação de observatórios, como os de Londres, Paris ou Berlim (Doc. A); – os sábios trocam correspondência e informações entre si (Doc. B); – prolifera a publicação de jornais e boletins de natureza científica, ligados às universidades e academias (Doc. C); – multiplicam-se as traduções de obras científicas (Doc. H). … ao interesse da gente comum – os leitores de jornais procuram, ávidos, informações sobre as novidades científicas (Doc. D); – o público aflui a salões e auditórios a fim de visualizar experiências científicas (Doc. F); – os artistas fazem eco do interesse do público, retratando-o em telas de grandes dimensões (Doc. F); – acontecimentos espetaculares, como uma subida em balão, são capazes de trazer à rua “todo Paris” (Doc. G); – editam-se traduções de Newton acessíveis a gente comum e até aí distanciada da ciência, como a de Algarotti, destinada às “damas” (Doc. H); – os retratos, como o de Madame Le Ferrant, evidenciam a
difusão do gosto pela ciência (Doc. H); – as crianças não são esquecidas, sendo-lhes dedicadas publicações didáticas de índole científica (Doc. I).
DOSSIÊ
A Enciclopédia, pp. 140-141
Questão 1 • Contribuirá para “as luzes gerais que se espalharam na sociedade”, isto é, para fomentar o conhecimento e cultivar
os espíritos; – impulsionará a ciência;
– proporcionará materiais de estudo “sobre todos os assuntos”, tanto aos autodidatas como aos professores; – porá em evidência a interação entre as diversas ciências e
artes; – permitirá uma panorâmica geral dos progressos do conhecimento humano em todos os domínios. Questão 2 • Ambos realçam o facto de serem membros de academias: Diderot da Academia Real das Ciências e Belas-Letras da Prússia; D’ Alembert da Academia Real das Ciências de Paris, da Prússia e da Real Sociedade de Londres. Questão 3 • Gravuras: medicina/cirurgia; técnicas/tecnologias; • artigos: filosofia/ciência política. Questão 4 • Ao Iluminismo. Os três artigos veiculam ideias basilares da filosofia iluminista, como a tolerância religiosa, que condena a violência que advém do fanatismo, a igualdade (natural) entre os homens, patente na condenação dos impostos desajustados aos rendimentos de cada um, e a limitação do poder real através da separação dos poderes do Estado – “a monarquia limitada hereditária parece ser a melhor forma de monarquia”.
Questão 5 • A de uma mulher sofisticada e culta, conhecedora das obras mais emblemáticas do seu tempo. Questão 6 • As opiniões extremaram-se em virtude das fortes reações (a favor ou contra) suscitadas pela Enciclopédia. Na polémica gerada por esta obra, não eram admitidas “opiniões moderadas”, pelo que todos se sentiam na necessidade de
tomar partido. Questão 7 • O pensamento iluminista, de que a Enciclopédia se faz eco, fundamenta-se no valor da Razão humana, à qual é atribuída a capacidade de tudo conhecer e, por via desse conhecimento, contribuir para o progresso da Humanidade. Assim, a reflexão crítica dos iluministas debruça-se tanto sobre as ciências como sobre o funcionamento das sociedades, as crenças e os valores instituídos, pondo-os em questão. Fleury, no seu discurso, mostra-se particularmente chocado com as opiniões iluministas relativas à religião, um dos pilares da sociedade do Antigo Regime. Questão 8 • Tipo de livro (tópicos de resposta): – Obra coletiva, em vários volumes, que contou com mais de 160 colaboradores sob a coordenação de dois vultos famosos do Iluminismo (Introdução e Doc. A); – procura compilar o conhecimento da época (científico, técnico, filosófico) através de texto e de ilustrações (Docs. A e B); – organiza-se sob a forma de um dicionário, a fim de facilitar a consulta (Docs. A e C); – foi editada progressivamente, ao longo de mais de vinte anos (Introdução).
Um novo Tempo da História, 11.o ano, Célia Pinto do Couto e Maria Antónia Rosas, Resolução das questões dos Dossiês, Módulo 4
• Ideias veiculadas (tópicos de resposta):
A Enciclopédia veicula as ideias inerentes ao Iluminismo, nomeadamente: – a crença no valor da Razão, capaz de iluminar a sociedade no seu caminho rumo ao progresso (Doc. A); – o valor do conhecimento e da ciência (Doc. A); – a igualdade entre os homens – igualdade natural (Doc. C); – a separação dos poderes do Estado (Doc. C); – a condenação da superstição e do fanatismo religioso (Doc.C). • Impacto nos espíritos da época (tópicos de resposta): – a Enciclopédia foi amplamente lida e comentada pela sociedade culta da época (Doc. D1 e 2); – foi bem acolhida por muitos, incluindo personalidades ligadas ao poder (Doc. D1); – suscitou o repúdio dos meios intelectuais mais conservadores, tendo sido mesmo alvo da repressão das autoridades, que queimaram, simbolicamente, os seus volumes (Doc. D3); – dada a variedade dos temas e a vastidão da obra, contribuiu para a difusão do pensamento das Luzes (Docs. A, B e C).
DOSSIÊ
Questão 6 • A atestar o grande impacto que o terramoto de Lisboa teve na Europa, estão: – a gravura alemã que ilustra as condições de vida em Lisboa, após o sismo (Doc. C); – a ajuda humanitária prestada a Lisboa por vários países da Europa (Doc. D); – O poema de Voltaire, vulto destacado das Luzes, que realça o horror do sismo que destruiu a capital portuguesa (Doc. E). Questão 7 • Tópicos de resposta: – sismo propriamente dito – dia e hora em que ocorreu, características, incêndios posteriores (Introdução, Doc. A); – destruição causada pelos efeitos conjugados do tremor de terra, do marmoto e dos incêndios; – elevado número de vítimas (Doc. A); – condições precárias dos sobreviventes – dificuldades de alojamento, escassez dos abastecimentos (Docs. C e D); – roubos e violências praticados a coberto do caos que se gerou (doc. C); – medidas, prontas e eficazes, tomadas pelo ministro Sebastião José de Carvalho e Melo (Doc. C).
O terramoto de Lisboa, pp. 146-147
Questão 1 • A cidade em ruínas; • a eclosão de incêndios; • o palácio real arrasado; • a grande devastação “ao longo do cais”; • a subida das águas do Tejo.
Questão 2 • O padre Malagrida exclui as causas naturais como razão do terramoto, atribuindo-o ao castigo de Deus, fruto dos “intoleráveis pecados” cometidos. Inversamente, Ribeiro
Sanches considera que os terramotos não decorrem da ira divina, acreditando que, uma vez conhecidas as suas causas, eles deixarão de ser vistos como um castigo do céu para serem encarados como os fenómenos naturais que realment e são. Questão 3 • A falta de alojamento; • as violências e pilhagens praticadas por “facínoras” fugidos
das cadeias em ruínas; • a falta de víveres e roupas; • a falta de materiais de construção necessários para reerguer a cidade. Questão 4 • Sebastião José de Carvalho e Melo, futuro Marquês de Pombal. Questão 5 • A gravura está de acordo com a descrição da cidade em ruínas, com as condições precárias em que se encontraram os sobreviventes, com as violências descritas no texto do Doc. C (em segundo plano, à esquerda) e com os castigos exemplares dados aos prevaricadores (note-se a forca, também em segundo plano). Um novo Tempo da História, 11.o ano, Célia Pinto do Couto e Maria Antónia Rosas, Resolução das questões dos Dossiês, Módulo 4