Sebastian Chirife: Mestrado em Educaçao musical Universidade Nova de Lisboa A MUSICA na primeira infância
A aptidao musical de uma criança recem nascida, ou seja com potencial para aprender musica a partir de seu nascimento, atinge nesse momento, o seu nível máximo e nunca mais volta a ter esse esse nível durante sua vida pois a partir partir de aqui esse potencial começa a diminuir gradualmente. Á três períodos per íodos de aprendizagem nesta primeira face de infância de uma criança que vai de 0 a 5 anos. A primeira até os 18 meses onde a criança descobre e explora, a segunda a partir dos dezoito messes e os 3 anos, e que ocorre na mesma condicao, e a terceira entre os 3 e os 5 anos onde a criança começa a receber uma orientação nao estruturada e estruturada. Em termos científicos a criança nasce com uma superabundância de celulas (neuronios) que formam infinitas ligações e o seu cérebro cresce e atinge quase o 90% do tamanho de um adulto por voltados cinco anos de idade. As células que nao forem utilizadas utili zadas acabaram por perder se sem nunca mais poderem ser recuperadas. Assim a capacidade de aprendizagem ira diminuindo gradualmente se nao houver uma estimulação adequada para que essas células se mantenham e formem as redes de ligações necessárias neste primeiro período critico. Quanto mais cedo os pais e/o professores iniciarem a criança na formação inicial estruturada e nao estruturada mais possibilidades de aprendizagem futura terá essa criança. E importante perceber a diferencia dif erencia entre orientação e educacao pois na orientação a criança e exposta ao meio e desenvolve respostas naturais ( nao estruturada) que podem ser utilizadas para desenvolver mais e novas respostas r espostas ( estruturada). Assim como na linguajem, existe desde o nascimento, um processo a que llamamos de balbucio musical, e que compreende compreende duas partes, uma uma tonal e outra rítmica. Na grande maioria dos casos as criancas nao tem oportunidade de ouvir uma grande quantidade de musica tocada e tão diversificada como a que tem com a linguajem li nguajem falada e por isso a capacidade de evoluir no processo de balbucio musical musical fica fic a limitada. A não ser que a criança tenha um contacto rico e variado com a musica antes dos dezoito meses de idade ela passara para segundo plano . Nao e possivel associar nos primeiros meses de vida de uma criança o balbucio musical a uma certa forma de musica como nos a percebermos mesmo que de uma forma primaria, mas mas sim relaciona-lá estreitamente estreitamente com a comunicação pré-verbal desta. No inicio estas duas formas de denominacao coexistem em um processo conjunto e se alimentam uma da outra. Só mais adiante por volta de um ano ou ano e meio de vida este processo começa a dividir se e a definir o processo da linguagem por um lado e o processo musical por outro. Num artigo publicado na revista ABEM ( Associação Brasileira de educação musical) da autoria de Maria Betania Parizzi e baseado nas ideias expressadas por distintos autores como Papousek, Sloboda, Davies, Locke, Gardner, Moog, e outros,
este processo de diferenciação do balbucio musical e comunicação pre-verbal desde o nascimento ate os seis anos e chamado de "Canto espontâneo" ( termo utilizado por Sloboda ( 1985, pág 202) e Heragraves ( 1986, pág 67) e adoptado pela autora para se referir a MUSICA vocal produzida pela criança a partir de um ano e meio de idade. No inicio onde á pouca diferencia entre o balbucio falado e o musical, existem três níveis de expertise vocal que vao emergindo gradualmente durante o desenvolvimento preverbal e como consequência do meio ambiente e principalmente da predisposição inconciente dos pais e o cuidadores. E importante para pais e professores perceber o papel da aptidao musical e da aprendizagem na criança.perceber a diferencia entre aptidao musical e desempenho musical ( a aptidao musical e a medida do potencial e representa "possibilidades interiores" - o desempenho e o resultado da aprendizagem e representa uma "realidade exterior"). A aptidao musical existe em todas as criancas logo no momento do nascimento, todas elas tem potencial e assim como outras características do ser humano a maioria das criancas, por volta do 70%, tem potencialidades medias, uma minoria de 15% tem potencialidades abaixo da meia e o outro 15% tem potencialidades acima da media. Assim este potencial atinge o seu valor máximo após o seu nascimento e logo é afectado pelo meio. Para a grande maioria destas criancas o ambiente musical e pouco rico e muitas veces nulo, assim o nível de aptidao musical que foi atingido no nascimento comeca a diminuir até o seu ambiemte musical começar a evoluir. A este processo llama se de aptidao musical em desenvolvimento e de acordo com a teoria de aprendizagem de Edwin Gordon isto acontece durante e até os 9 anos, momento em que este processo deixa de evoluir e estabiliza, a partir de aqui em diante a aptidao já nao se desenvolve e chamamos a isto aptidao musical estabilizada. Assim como a criança atravessa um período de balbucio antes de começar a falar tamben acontece no contexto musical, o balbucio musical. Este período de balbucio musical se nao for acompanhado por uma orientação estruturada e Nao estruturada, como acontece com o balbucio em relação a linguajem, pode prolongar-se muito mais tempo que o que seria natural. Seria de esperar que uma criança emerga do balbucio musical por volta dos 4 ou 5 anos e esteja preparada para começar a sua educacao formal. E importante perceber que uma criança mais velha ou mesmo um adulto pode ainda nao ter ultrapassado este periodo ou nunca vir a ultrapassa-lo, mesmo assim, com uma orientação adequada será possivel emergir do balbucio musical , mais com um esforço muito maior em relação a uma criança mais pequena. Em relação a audiacao e a teoria de aprendizagem: A audiacao ocorre quando se ouve e compreende musica em silencio quando o som nao esta ou nunca esteve fisicamente presente. Audiar en quanto se executa musica e como pensar em quanto se fala. A audiacao e pára a musica como o pensamento e para a linguajem... A audiacao e a base da aptidao e desempenho musical Na educacao formal a aprendizagem musical dividese em três formas, a primeira e chamada de sequência de aprendizagem de competências e divide se em duas partes, aprendizagem por discriminação e por inferência, a segunda e a secuencia de aprendizagem do conteúdo tonal e a terceira e a secuencia de aprendizagem do
conteúdo Rítmico. Na secuencia de aprendizagem de competências a aprendizagem por discriminação e feita por memorização enquanto a aprendizagem por inferência e feita em relação a conclusões baseadas em relação a aprendizagem por discriminação. A improvisação por exemplo , esta associada a aprendizagem por inferência. A aprendizagem por discriminação envolve 5 níveis distintos, o primeiro e mais elementar e o auditivo oral, onde a criança ouve , audia e canta padroes tonais e rítmicos familiares, utilizando uma silaba neutra. O segundo utiliza os mesmos padroes do nível anterior pero com silabas tonais e rítmicas, o terceiro e denominado de sínteses parcial e e onde a criança começa a reconhecer padroes tonais e rítmicos, a quarta e a associação simbólica onde a criança lê e/ ou escreve padroes tonais e rítmicos familiares e a quinta e a síntese compósita, onde a criança audia lê ou escreve padroes tonais e rítmicos e da nome aos padroes tonais e rítmicos. A prendizagem por inferencia tem três níveis, o primeiro e a generalização o segundo e criatividade/improvisação e o terceiro e a compreensão teórica. Para preparar a criança a audiar antes da sua educacao formal, o que tamben podemos chamar de audiação preparatoria, e que precede a audiação propriamente dita, podemos utilizar dois modelos, um que envolve a teoria de aprendizagem e outro, que contem actividades de sequências de aprendizagem. Um modelo de aprendizagem e um modelo de ensino, um teórico o outro practico , os dois tratam de um processo e nao de um produto. E de fundamental importância no modelo de aprendizagem a forma como uma criança utiliza o seu potencial musical independentemente do tempo da sua evolução, e igualmente importante no modelo de ensino a forma de dar esta orientação estruturada e nao estruturada com uma determinada cadencia que sirva para fomentar o desempenho musical. Assim a audiação preparatória esta dividida em três tipos , aculturação , imitação e assimilação e cada um destes tipos inclui dois ou três estádios, a aculturação tem três estádios e a imitação e assimilação tem dois cada um. Os estadios que integram a Aculturacao e que acontecem entre os 2 e os 4 anos e onde a crianca tem pouca conciencia do meio ambiente são: 1- Absorção ( ouve e colecciona os sons do meio ambiente) 2- Resposta aleatória. ( movimentase e balbucia em resposta aos sons da MUSICA ambiente mas sim estabelecer relação alguma). 3- Resposta intencional (tenta relacionar movimento e balbucio com os sons da MUSICA ambiente). Os estádios que integram a imitação que ocorrem entre os 2 e 5 anos e onde a criança participa conscientemente e concentrada de forma primaria no meio ambiente são: 1- Abandono do egocentrismo. ( reconhece que o balbucio e o movimento nao conduzem com os sons da MUSICA ambiente) 2- Decifrarem do código.(imita com alguma presição os sons da MUSICA ambiente, especificamente padroes tonais e rítmicos. Os estádios que integram a assimilação que ocorrem entre os 3 e os 6 anos e onde
a criança participa conscientemente e concentrada em si própria são: 1- introspecção ( reconhece a afasta de coordenação entre canto, entoação, respiração e movimento. 2- Coordenação ( coordena o canto e a entoação com a respiração e o movimento). A aculturação na criança acontece de uma forma semelhante a aculturação em relação a língua no periodo de balbucio falado, e assim quanto mais ri ca e variada em quantidade e qualidade são os estímulos verbais, com mais facilidade e melhor compreensão, são assimilados e depois imitados, emergindo do balbucio falado de uma forma natural. Da mesma forma com o ambiente musical que rodeia a criança, se est for variado, rico, e principalmente regular como acontece com a linguajem, a criança assimilara e desenvolvera um vocabulario inconciente que o ajudará a emergir do balbucio musical de forma natural. Idealmente o desenvolvimento da aculturação de forma continuada mesmo quando ja transitamos pelos tipos de imitação e assimilação melhora e faz progredir a audição preparatória e a nossa capacidade de audiar. "N as ouvem, o se beneficiar" (Gordon, 2003b: 43).
Na imitação, a criança faz a sua primeira transição desde um estado mais interno para uno mais plural, com os outros. Aqui ela começa a perceber o seu balbucio, canto ou entoação, em relacao com as mesmas actividades que outros executam. De certo modo as criancas começam a tomar conciencia do que fazem relacionado com outras pessoas e percebem que podem começar a comunicar com outros. Nesta etapa e importante que os pais imitem o que as criancas elaboram. "Primeiro, o mais aptas a respon (...). Terceiro, o que a (“”) pria individualidade" (Gordon, 2003b: 77)
Na assimilação as criancas começam a ter conciencia do próprio corpo em relacao aos padroes tonais ou rítmicos que executam e desenvolvem capacidades para coordenação e sincronização do corpo com os padroes executados. Naturalmente elas tamben são capazes de utilizar o seu próprio peso controlar o espaco e ter movimentos fluidos sem ter conciencia de isso como quando caminhan, pulan, rastejam, etc.. " o orientad rias para adquirir habilidade musical de uma maneira mais ampla."(Gordon, 2003b: 104).
"Da mesma forma que as criancas em idade escolar constroem os alicerces do seu vocabulario de audição e canto ( em termos de linguagem) muito antes de entrarem para a escola, tem tamben que construir os alicerces de seu vocabulario de audição e canto ( em termos de musica ) antes de entrarem para a escola. Sem aquelas duas espécies de vocabulario linguistico, as criancas ficaram limitadas na cua capacidade de aprender a compreender, criar, ler e escrever a sua língua , do mesmo modo que sem aquelas duas espécies de vocabulario musical ficaram em desvantagem para aprender a compreender, criar, ler e escrever musica". (Edwing E. Gordon, p:154)
Bibliografia: - - as -Escolar. o Calouste Gulbenkian.
-Gordon, E. Learning Sequences in Music – skill, content and patterns. A Music Learning Theory. Chicago: GIA Publications, INC, 2003a. -Gordon,E . A Music Learning Theory for Newborn and Young Children. Chicago: GIA Publications, INC, 2003b. - Wendy Valerio, W., Reynolds, A., Bolton, B., Taggart, C. & Gordon, E (1998). Music Play: The Early Childhood Music Curriculum, Guide for Parents, Teachers, and Care- givers. Chicago: GIA. - nia Parizzi , Universidade do Estado de Minas Gerais (UEMG). - HARGREAVES, David J. The developmental psychology of music. London: Cambridge Press, 1986. - SLOBODA, John. The musical mind: the cognitive psychology of music. Oxford: Claredon Press, 1985.