0 0
Tradução T radução dos textos inéditos Rubem M. Scheffel
Casa Publicadora Brasileira Tatuí, T atuí, SP
0 0
Título original em inglês: P������� M�������
ATENÇÃO A TENÇÃO Ao longo do texto deste livro, a ocor ocor-rência de um número neste formato indica a página correspondente na edição em inglês. Essa marcação é útil para quem deseja citar ou localizar um texto pela paginação original dos livros de Ellen G. White.
4 5
Direitos de tradução e publicação publi cação em língua portuguesa reservados à
Casa Publicadora Brasileira Rodovia SP 127 – km 106 Caixa Postal 34 18270-970 – Tatuí, SP Tel.: (15) 3205-8800 Fax: (15) 3205-8900 Atendimento ao Cliente: (15) 3205-8888 1a edição: 10 mil exemplares 2015 Coordenação Editorial: Paulo Roberto Pinheiro Editoração: Paulo Roberto Pinheiro
Lucas Diemer de Lemos Eduardo Rueda Francisco Lemos Projeto Grá � co: co: Marcos Santos Programação Visual: Visual: Fábio Fernandes Capa: Alexandre Rocha Imagem: © Vladyslav Bashutskyy | Fotolia IMPRESSO NO BRASIL / Printed in Brazil
Este livro contém todo o texto da edição original. Eventuais saltos na sequência numérica do original indicam que na página não mencionada há uma página em branco. As frases frases colo colocadas cadas entr entre e colchet colchetes es [ ] são notas ou explicações dos editores e tradutores, com a finalidade de adicionar elementos de contexto para facilitar a compreensão do conteúdo. As referência referências s aos livros livros bíblico bíblicos s estão abreviadas de acordo com o padrão utilizado nas Bíblias em geral. Se necessário, veja nas primeiras páginas de sua Bíblia o índice de abreviaturas. As versões bíblicas adotadas neste livro são: Almeida Revista e Atualizada Atualizada (2ª edição), Nova Versão Internacional e Almeida Revista e Corrigida. Outras versões utilizadas são identificadas no texto.
Dados Internacionais de Catalogação na Pub licação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, SP, Brasil) White, Ellen G., 1827-1915. Ministério pastoral : conselhos aos pastores adventistas / Ellen G. White ; tradução dos textos inéditos Rubem Scheffel. – Tatuí, SP : Casa Publicadora Brasileira, 2015. Título original: Pastoral ministry. Bibliografia. ISBN 978-85-345-2168-0 1. Adventistas do Sétimo Dia 2. Teologia pastoral – Adventistas do Sétimo Dia I. Título. 15-00288
CDD-286.732
Índices para catálogo sistemático: 1. Adventistas do Sétimo Dia : Teologia pastoral 286.732
Todos os direitos reservados. Proibida a reprodução total ou parcial, es crita da Editora. por qualquer meio, sem prévia autorização escrita
Tipologia: Warnock Pro Light Subhead 10,8/13,7 – 13163/31813
Abreviaturas AA AUCR BCL BE BIO BS BTS CBA CBV CC CES CM CPPE CRA CS CSx DD DTN Ed EGW’88 Ev FEC FLC Ft GC GCB GCDB HM HS LA LS
Atos dos Apóstolos The (Australasian) Union Conference Record Battle Creek Cre ek Letters Letter s The Bible Echo (e Signs of the Times) The Ellen G. White Biography (6 volumes) Beneficência Social The Bible Training School Comentário Bíblico Adventista (7 volumes) A Ciência do Bom Viver Caminho a Cristo Conselhos sobre a Escola Sabatina Conselhos sobre Mordomia Conselhos aos Pais, Professores e Estudantes Conselhos sobre o Regime Alimentar Conselhos sobre Saúde Conduta Sexual Este Dia com Deus (MM 1980) O Desejado de Todas as Nações Educação The Ellen G. White 1888 Materials Evangelismo Fundamentos da Educação Cristã Crist ã Fundamentos do Lar Cristão Folheto O Grande Conflito General Conference Bulletin General Conference Daily Bulletin The Home Missionary Historical Sketches O Lar Adventista Life Sketches
MCP ME MJ MR Ms MS NAV NAV NL OA OC OE OP PaC PE PJ PM PP PR PUR RH SAT SG SP SPJ SpM SpT-A SSW ST T Te TM TS TSA VSS YI
Mente, Caráter e Personalidade (2 volumes) Mensagens Escolhidas (3 volumes) Mensagens aos Jovens Manuscript Releases (21 volumes) Manuscrito Medicina e Salvação Nossa Alta Vocação Vocação (MM 1962) Notebook Leaflets (2 volumes) Olhando para o Alto Orientação da Criança Obreiros Evangélicos O Outro Poder Te Paulson Collection Primeiros Escritos Es critos Parábolas Parábolas de Jesus Je sus Te Publishing Ministry Patriarcas e Profetas Profe tas Profetas Profeta s e Reis Pacific Union Recorder Review and Herald Sermons and Talks (2 volumes) Spiritual Gifts (4 volumes) Spirit of Prophecy (4 volumes) Só para Jovens Te Spalding-Magan Collection Special Testimonies, série A Worker Te Sabbath School Worker Te Signs of the Times Testemunhos para a Igreja (9 volumes) Temperança Testemunhos para Ministros Testemunhos Seletos (3 volumes) Testimonies to Southern Africa Af rica Voice in Speech Spee ch and Song Te Voice Youth’s Instru In structor ctor Te Youth’
Sumário Prefácio ......................................................................................................................................11 Crescimento e trabalho 1 Devoção pessoal ...............................................................................................................13 Estudo da Bíblia ..........................................................................................................16 Oração ............................................................................................................................18 Meditação .....................................................................................................................20 2 Adventismo – um movimento mundial singular ................................................23 Uma mensagem especial .........................................................................................23 Lealdade à doutrina adventista .............................................................................24 Debates doutrinários ................................................................................................27 Um movimento mundial ........................................................................................28 3 Características de um pastor .......................................................................................31 Consagração.................................................................................................................32 Desprendimento .........................................................................................................32 Compaixão ...................................................................................................................34 Atitude positiva ..........................................................................................................35 Confiabilidade .............................................................................................................35 Humildade ....................................................................................................................36 Responsabilidade ........................................................................................................37 4 Diretrizes da igreja ...........................................................................................................38 Organização da igreja ...............................................................................................38 Ordenação pastoral ...................................................................................................39 5 O preparo pastoral ...........................................................................................................40 Chamado para servir ................................................................................................41 O preparo acadêmico ...............................................................................................42 O preparo prático ......................................................................................................43 Educação contínua ....................................................................................................45 6 Desenvolvimento de um grupo de apoio pessoal ................................................48 7 Sistema de arquivo ...........................................................................................................50 8 Liderança .............................................................................................................................52 9 Ética pastoral ......................................................................................................................55 Ética com os colegas pastores ...............................................................................57 Ética com o sexo oposto ..........................................................................................59
0 0
0 0
10 Aparência pessoal ..........................................................................................................62 A aparência do pastor ..............................................................................................62 A aparência da família ..............................................................................................64 11 Finanças pessoais ...........................................................................................................66 12 A saúde do pastor ..........................................................................................................70 Estresse...........................................................................................................................70 Exercício ........................................................................................................................71 Dieta ................................................................................................................................72 Reforma de saúde.......................................................................................................73 Equilíbrio entre corpo e mente .............................................................................74 13 As mulheres como ganhadoras de almas .............................................................76 O casal trabalhando junto .......................................................................................77 A remuneração das esposas ...................................................................................78 14 Administração do tempo ............................................................................................82 Relacionamentos pastorais 15 O relacionamento do pastor com sua família.....................................................85 O lar ................................................................................................................................85 A esposa.........................................................................................................................86 Os filhos .........................................................................................................................88 16 O relacionamento do pastor com os outros .......................................................90 Com a comunidade ...................................................................................................90 Com pastores de outras denominações ............................................................91 Com pessoas de outras culturas ...........................................................................92 17 O relacionamento do pastor com a igreja ............................................................95 Embaixadores de Cristo ..........................................................................................95 A congregação – o dever do pastor ....................................................................99 A congregação – o dever dos membros .........................................................101 Desarmonia ................................................................................................................103 Período de serviço ...................................................................................................104 A Associação .............................................................................................................105 O pastor e o presidente ..........................................................................................106 Salário ...........................................................................................................................110 Outros obreiros da igreja ......................................................................................110 Os médicos-missionários ......................................................................................111 Os professores ...........................................................................................................112 Os colportores ...........................................................................................................113 Os administradores .................................................................................................114
Evangelismo e crescimento da igreja 18 Conscientizando a comunidade ............................................................................116 Servindo à comunidade .........................................................................................116 Relações públicas .....................................................................................................117 Os meios de comunicação ...................................................................................118 19 A obra missionária ......................................................................................................119 Publicações .................................................................................................................120 Saúde ............................................................................................................................121 Família ..........................................................................................................................122 20 Planejamento e estratégia .........................................................................................123 Tempo para o evangelismo ..................................................................................123 Planejamento da igreja ...........................................................................................124 21 Como obter decisões .................................................................................................126 Decisão pública .........................................................................................................127 Decisão pessoal .........................................................................................................128 Classe bíblica .............................................................................................................129 Firmando os interessados .....................................................................................130 22 Evangelismo pessoal ...................................................................................................131 Visitando os interessados ......................................................................................132 Estudos bíblicos ........................................................................................................133 Como ganhar almas pela amizade.....................................................................133 23 Evangelismo público ...................................................................................................135 As séries de conferências ......................................................................................135 Os seminários ............................................................................................................136 24 O evangelismo por meio dos grupos ...................................................................138 25 A obra missionária especializada ..........................................................................139 Nas cidades.................................................................................................................139 Nas prisões .................................................................................................................140 Aos menos favorecidos ..........................................................................................141 Treinamento dos obreiros leigos 26 Recrutamento e treinamento de voluntários ....................................................144 O pastor, os membros e o trabalho da igreja .................................................147 A responsabilidade do pastor ..............................................................................150 O testemunho no trabalho ...................................................................................151 Dons espirituais ........................................................................................................152 Motivando os voluntários .....................................................................................155 Os pastores como instrutores .............................................................................157 Ensinando todos a ser ativos................................................................................160
0 0
0 0
O culto e os serviços especiais 27 O batismo .......................................................................................................................162 Preparando os candidatos .....................................................................................162 As crianças .................................................................................................................164 O serviço batismal ...................................................................................................164 28 Dedicação de crianças ...............................................................................................166 29 A santa ceia ....................................................................................................................168 O lava-pés ...................................................................................................................169 O pão e o vinho ........................................................................................................171 30 O funeral cristão ..........................................................................................................172 31 Como planejar e dirigir o culto divino ................................................................174 Reverência ..................................................................................................................174 O formal e o informal.............................................................................................175 A participação da congregação ..........................................................................176 O início do culto ......................................................................................................177 Música ..........................................................................................................................177 Canto congregacional .............................................................................................178 Instrumentos musicais ...........................................................................................179 Não deve haver exibição .......................................................................................179 A oração em público...............................................................................................179 Apelo para as ofertas ..............................................................................................181 A leitura das Escrituras ..........................................................................................182 32 Culto de oração ............................................................................................................183 Os testemunhos ........................................................................................................185 33 A pregação .....................................................................................................................187 A pregação bíblica ...................................................................................................188 A pregação cristocêntrica .....................................................................................190 Relacionando a fé com a vida ..............................................................................193 Aplicação prática ......................................................................................................193 Ilustrações impróprias ............................................................................................194 Ilustrações adequadas ............................................................................................194 As ilustrações de Jesus ...........................................................................................195 O positivo e o negativo ..........................................................................................196 O negativo ..................................................................................................................196 O positivo ...................................................................................................................197 A convicção ................................................................................................................198 Os sentimentos .........................................................................................................198 As decisões .................................................................................................................199 A oratória – as palavras .........................................................................................199 A oratória – os gestos .............................................................................................200
A oratória – a voz e a dicção ...............................................................................201 A oratória – a duração do sermão ....................................................................202 34 Casamento .....................................................................................................................203
O cuidado pastoral 35 Inclusão de novos membros....................................................................................205 Firmando os membros na doutrina ..................................................................206 Os novos conversos imitam o pastor ...............................................................208 36 Disciplina eclesiástica ................................................................................................209 A necessidade de disciplina .................................................................................209 A atitude na disciplina ...........................................................................................213 37 Aconselhamento ..........................................................................................................215 Família ..........................................................................................................................216 Luto ...............................................................................................................................217 Limitações ...................................................................................................................217 38 Ex-membros e membros inativos .........................................................................219 Indo em busca ...........................................................................................................219 Procurar ganhá-los ..................................................................................................221 39 Ministério pessoal em favor dos membros ........................................................223 Menos sermões e mais trabalho pessoal .........................................................225 Os membros e o trabalho pessoal ......................................................................226 40 Visitação aos membros de grupos especiais .....................................................229 Famílias ........................................................................................................................229 Pobres ...........................................................................................................................230 Desanimados .............................................................................................................231 Doentes ........................................................................................................................232 A unção e a cura divina .........................................................................................233 Organização e administração 41 Educação cristã ............................................................................................................236 Objetivo .......................................................................................................................236 Professores ..................................................................................................................238 O prédio da escola ...................................................................................................239 Financiamento...........................................................................................................239 Trabalhos manuais ...................................................................................................240 42 Construção de templos .............................................................................................241 Localização .................................................................................................................241 Projeto ..........................................................................................................................242 Construção .................................................................................................................243 Financiamento...........................................................................................................244
Manutenção ...............................................................................................................245 Ajudando outros a construir................................................................................245 43 Vida social na igreja ....................................................................................................247 Importância ................................................................................................................247 Problemas ...................................................................................................................249 44 Comissões ......................................................................................................................251 Princípios para nomear as comissões...............................................................251 Princípios para dirigi-las ........................................................................................252 45 Departamentos da Associação ...............................................................................254 Líderes da Associação e dos departamentos .................................................254 Cooperação entre os departamentos ...............................................................255 46 Finanças ..........................................................................................................................257 Mordomos ..................................................................................................................258 A igreja mundial .......................................................................................................259 A igreja local ..............................................................................................................260 Os pastores precisam ter habilidade financeira ............................................260 Pastores sem habilidade financeira....................................................................261 47 Pastoreando um distrito com muitas igrejas ........................................................262 Desenvolvendo os talentos da igreja .................................................................262 O culto na ausência do pastor.............................................................................264 48 Solucionando problemas e conflitos .......................................................................266 Unidade .......................................................................................................................268 49 Promoção ..........................................................................................................................270 Publicações .................................................................................................................270 Recolta..........................................................................................................................271 50 Escola Sabatina de adultos ..........................................................................................273 Importância do estudo da Bíblia em grupo ...................................................274 Os professores da Escola Sabatina .....................................................................274 51 Liderança dos jovens .....................................................................................................275 Pastor e pais como equipe ....................................................................................277 Preparados para servir ...........................................................................................278 Escola Sabatina das crianças ................................................................................279 52 Jesus como o pastor modelo ......................................................................................281 Vida devocional ........................................................................................................282 Amor pelas pessoas .................................................................................................283 O líder servidor.........................................................................................................284 Ganhador de almas .................................................................................................285 O pregador-professor .............................................................................................286 Pastor de subpastores .............................................................................................287
Prefácio POR MAIS DE meio século, Ellen White trabalhou ombro a ombro com ministros do evangelho, e compartilhou com eles os conselhos inspirados. Ela possuía um conceito muito elevado do chamado pastoral, como se pode ver claramente nas seguintes declarações: “O ministro do evangelho está empenhado numa obra muito solene e sagrada” (Ev, p. 184); “O ministro ocupa diante do povo, o lugar de porta-voz de Deus, e tem que representar o Senhor em pensamento, palavra e ação” (OE, p. 20). Dos ricos tesouros de seus escritos, os compiladores deste livro reuniram uma seleção de conselhos inspirados que se aplicam mais diretamente à vida e ao trabalho do pastor da igreja local. A pesquisa foi feita pela Associação Ministerial da Associação Geral usando o CD-ROM, edição de 1990, do The Published Ellen G. White Writings. [...] O alvo era ser completo, mas não exaustivo, isto é, incluir material de cada área do ministério pastoral, mas não citar cada declaração que ela fez a esse respeito. Assim, são estabelecidos os princípios, mas não repetidos desnecessariamente. As citações geralmente incluem parágrafos completos. Se um parágrafo é interrompido e continuado depois, isso está indicado. Em cada caso é mencionada a fonte, de modo que o leitor possa pesquisá-la e estudar a citação em seu contexto original. Como regra, não se usam aspas nas seleções dos escritos inspirados, visto que todo o texto que não está em negrito, entre parênteses, ou especificado de outro modo é de Ellen White. Os subtítulos foram providenciados pelos compiladores, e aparecem em negrito. Em geral, eles incluem palavras ou frases utilizadas nas citações por eles encabeçadas. Uma grande parte dos escritos de Ellen White são relatos de eventos que aconteceram em sua vida, na vida de outras pessoas ou na história da igreja. São expostos princípios, mas geralmente de maneira indireta. Encontrar esses princípios requer mais esforço por parte do leitor do que
1 3
12
4 1
9 1
| Ministério Pastoral
seria necessário se os escritos fossem descrições diretas. Entretanto, esse estilo torna a leitura interessante e esclarece o fato de que o trabalho de Ellen White pela igreja requereu sua participação direta. Os leitores devem observar os princípios centrais contidos em seus conselhos, e então aplicá-los de maneira prática em sua própria época e cultura. Ela própria escreveu: “Quanto aos testemunhos, coisa alguma é ignorada; coisa alguma é rejeitada; o tempo e o lugar, porém, têm que ser considerados” (ME1, p. 57). Por exemplo, os seus conselhos referentes a reuniões campais se aplicam mais apropriadamente a conferências públicas hoje, pois em sua época pelo menos metade dos que assistiam a essas reuniões campais, tipicamente adventistas, não eram adventistas do sétimo dia. As compilações dos escritos da Sra. White são úteis, pois oferecem uma oportunidade conveniente de entender de forma rápida o que ela disse sobre vários assuntos. O objetivo de produzir compilações é apresentar sua maneira de pensar de modo exato e sem preconceitos. Assim, na maioria dos casos, antes de selecionar um material, reúne-se tudo o que ela escreveu sobre determinado tema. Foi seguido esse método no preparo deste livro. Naquilo sobre o que Ellen White falou muito, muito foi incluído. Naquilo em que ela disse pouco, pouco foi incluído. Reconhecemos com apreço o trabalho dos membros da Associação Ministerial da Associação Geral na produção desta valiosa compilação. Nossa sincera oração é que, ao ler este livro, você receba ricas bênçãos. Que sua experiência cristã se aprofunde e seu ministério seja fortalecido ao estudar desde os primeiros capítulos, que tratam da relação pessoal do pastor com Cristo, até o último, que sintetiza as lições do ministério de Jesus, o Pastor Modelo. Depositários do Patrimônio Literário de Ellen G. White
Crescimento e trabalho
1
Devoção pessoal
Precisamos ter um ministério convertido – A eficiência e o poder que acompanham o ministério verdadeiramente convertido fariam os hipócritas de Sião tremer, e os pecadores temer. O padrão da verdade e da santidade está se arrastando no pó. Se aqueles que dão os solenes avisos de advertência para este tempo compreendessem sua responsabilidade para com Deus, veriam a necessidade de fervorosa oração. Quando as cidades se aquietavam no sono da meia-noite, quando todos os homens tinham ido para sua casa, Cristo, nosso Exemplo, dirigia-Se ao Monte das Oliveiras, e ali, entre as árvores protetoras, passava a noite inteira em oração. Aquele que não tinha mancha de pecado – uma fonte inesgotável de bênçãos, cuja voz foi ouvida na quarta vigília da noite pelos atemorizados discípulos no mar tempestuoso, em bênção celestial, e cuja palavra podia chamar os mortos para fora de suas sepulturas – era O que fazia súplicas com fortes clamores e lágrimas. Ele orava, não por Si mesmo, mas por todos a quem tinha vindo salvar. Ao tornar-Se um suplicante, buscando da mão de Seu Pai mais força, e saindo refrigerado e revigorado como substituto do ser humano, Ele Se identificou com a humanidade sofredora e lhe deu um exemplo da necessidade de oração (T4, p. 528). A menos que os ministros se convertam diariamente, nunca poderão revelar a verdade como é em Jesus – Sou incapaz de descrever a impressão criada em minha mente quando me dou conta de que muitos, mesmo entre nossos irmãos que ensinam a Palavra, não se convertem diariamente.
1 9
14
0 2
| Ministério Pastoral
Cristo está pronto a conceder sabedoria e graça; mas os que têm cargos importantes de responsabilidade não podem guiar os outros no caminho certo, a menos que se convertam diariamente. Se confiarem em sua suposta sabedoria, desviarão os que olham para eles crendo que tais ministros compreendem o sagrado ministério que lhes foi confiado. Os que aceitam cargos de responsabilidade precisam estar alerta e, mediante humilde oração, ser santificados, refinados e purificados. A menos que percebam sua verdadeira condição, e a menos que se tornem semelhantes a Cristo, nunca poderão revelar a verdade como é em Jesus (Carta 64, 1906 – PaC, p. 43). Os ministros que não se convertem diariamente fazem coisas insensatas e sem sabedoria – Alguns ministros ligados a responsabilidades sagradas perderam toda a compreensão do que significa cuidar das pessoas como quem deverá prestar contas delas. Fazem coisas insensatas e sem sabedoria. Não têm discernimento para perceber as consequências dos seus atos imprudentes, porque não se convertem diariamente. É triste perder a confiança em homens nos quais deveríamos confiar. As vidas preciosas, por quem Cristo morreu, não devem ser deixadas como alvo das ciladas e tentações de Satanás (MR19, p. 212). Não pregue enquanto não souber o que Cristo realmente significa para você – Cuidarão meus irmãos para que nenhuma glória seja dada aos homens? Reconhecerão que é Cristo que faz a obra no coração humano e não eles mesmos? Pleitearão a sós com Deus meus irmãos no pastorado, em oração particular, pela Sua presença e Seu poder? Não ousem pregar outro sermão enquanto não souberem, por experiência própria, o que Cristo é para vocês. Com o coração santificado pela fé na justiça de Cristo, podem pregar sobre Ele, podem exaltar o Salvador ressurreto perante os seus ouvintes; com coração submisso e comovido pelo amor de Jesus, podem dizer: “Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo!” (Jo 1:29) (TM, p. 154, 155). Quanto mais você se relacionar com o Mestre, tanto mais se pare cerá com Ele – Quanto mais o ministro de Cristo se relacionar com seu Mestre, por meio da contemplação de Sua vida e de Seu caráter, tanto mais se assemelhará a Ele, e mais bem qualificado estará para ensinar Suas verdades. Cada aspecto da vida do grande Exemplo deve ser estudado com cuidado, e deve ser mantida uma conversação íntima com Ele através da oração com fé viva. Assim o caráter defeituoso do ser humano será
Devoção pessoal | 15 transformado à imagem de Seu glorioso caráter. Assim o instrutor da verdade estará preparado para conduzir as pessoas a Cristo (SP3, p. 244). Submeter o eu à vontade de Deus não é uma tarefa fácil – A guerra contra o eu é a maior batalha já travada. Submeter o eu, entregar tudo à vontade de Deus e ser revestido de humildade, possuindo o amor que é puro, pacífico e fácil de ser conciliado, cheio de mansidão e bons frutos, não é uma tarefa fácil. No entanto, é nosso privilégio e dever ser completos vencedores aqui. O coração precisa se submeter a Deus antes de poder ser renovado em conhecimento e verdadeira santidade. A vida e o caráter santos de Cristo são um exemplo fiel. A confiança em Seu Pai celestial era ilimitada. Sua obediência e submissão eram sem reservas e perfeitas. Ele “não veio para ser servido, mas para servir” a outros (Mt 20:28). Não veio para fazer Sua vontade, mas a vontade dAquele que O tinha enviado. Em todas as coisas Ele “entregava-Se Àquele que julga retamente” (1Pe 2:23). Dos lábios do Salvador do mundo foram ouvidas estas palavras: “Eu nada posso fazer de Mim mesmo” (Jo 5:30) (T3, p. 106, 107). O Senhor não pode trabalhar com os que são autossuficientes – Os pastores do rebanho esperam que Deus trabalhe com eles? Segundo a luz que Deus me deu, sei que poderia ter sido realizado vinte vezes mais do que o foi, se os obreiros tivessem buscado a Deus para obter força e apoio em vez de depender tanto do homem. Há necessidade de homens de fé para este tempo, não para serem apenas pregadores, mas ministros do povo de Deus. Queremos homens que andem com Deus diariamente, que tenham uma ligação viva com o Céu. O Senhor não pode trabalhar com os que são autossuficientes e que exaltam a si mesmos. O eu deve ser escondido em Jesus. Para podermos ver os profundos movimentos do Espírito de Deus, precisamos ter a verdade como é em Jesus. A eficácia de um discurso depende da aplicação da verdade ao coração pelo Espírito de Deus. Quando Elias buscou a Deus no monte, soprou um fogo devorador; mas Deus não estava nas chamas. Ergueu-se uma tempestade, trovões vibraram e relâmpagos faiscaram; mas Deus não estava no meio deles. Então se ouviu uma voz tranquila e suave, e o profeta cobriu a cabeça diante da presença do Senhor. É a voz tranquila e suave do Espírito de Deus que tem o poder de convencer e converter os corações (RH, 18 de junho de 1889). As pessoas estão bem mais adiantadas do que muitos pastores – Os ministros devem preparar o coração antes de entrar na obra de ajudar
2 1
16
2 2
| Ministério Pastoral
os outros, pois as pessoas estão bem mais adiantadas do que muitos pastores. Devem lutar incansavelmente em oração até que o Senhor os abençoe. Quando o amor de Deus estiver ardendo no altar de seu coração, eles não pregarão para exibir sua própria inteligência, mas para apresentar a Cristo, que tira os pecados do mundo (RH, 15 de agosto de 1882). Os ministros aprendem a viver sem o Espírito de Deus – A razão por que há tão pouco do Espírito de Deus é que os pastores aprendem a trabalhar sem Ele. Falta-lhes a graça de Deus; falta-lhes paciência e tolerância; falta um espírito de consagração e sacrifício; e essa é a única razão por que alguns estão duvidando das evidências da Palavra de Deus. A dificuldade não está na Palavra de Deus, mas neles próprios. Falta-lhes a graça divina; devoção, piedade pessoal e santidade. Isso os faz instáveis e os lança frequentemente no campo de batalha de Satanás. Vi, porém, que, embora homens fortes possam ter defendido a verdade e parecido piedosos, quando começam a manifestar incredulidade com respeito a alguns textos bíblicos, dizendo que esses criam dúvidas quanto à inspiração da Bíblia, deveríamos temê-los, pois Deus está muito distante deles (T1, p. 383, 384). Mantenham zelosamente suas horas de oração, estudo da Bíblia e exame de consciência – No grande conflito que está diante de nós, quem quiser manter-se fiel a Cristo tem de se aprofundar para além das opiniões e doutrinas dos homens. Minha mensagem aos pastores, jovens e idosos, é esta: Mantenham zelosamente suas horas de oração, de estudo da Bíblia e de autoexame. Separem uma parte de cada dia para o estudo das Escrituras e a comunhão com Deus. Assim obterão força espiritual, e crescerão no favor de Deus. Somente Ele pode dar a vocês nobres aspirações; Ele, unicamente, é capaz de modelar o caráter segundo a semelhança divina. Aproximem-se dEle em fervorosa oração, e Ele encherá o coração de vocês de elevados e santos propósitos, e de profundos e sinceros desejos de pureza e clareza de pensamento (OE, p. 100).
ESTUDO DA BÍBLIA É um pecado para os que ensinam a Palavra descuidar de seu estudo – Os pastores que quiserem trabalhar com eficácia pela salvação de seres humanos devem ser estudantes da Bíblia e pessoas de oração. É pecado da parte dos que tentam ensinar a Palavra a outros negligenciarem eles próprios o estudo dela. São poderosas as verdades com que eles lidam?
Devoção pessoal | 17 Então, devem tratar com elas habilmente. Suas ideias devem ser apresentadas com clareza e vigor. De todos os homens sobre a face da Terra, os que proclamam a mensagem para este tempo devem ser os que mais compreendam a Bíblia, e estejam inteiramente familiarizados com as evidências de sua fé. Uma pessoa que não possui o conhecimento da Palavra da Vida não tem o direito de instruir outros no caminho do Céu (OE, p. 249). Os ministros jovens devem estudar a Bíblia – Convido os jovens que estão entrando na obra como ministros a que prestem atenção no que ouvem. Não se oponham às preciosas verdades sobre as quais têm tão pouco conhecimento. Examinem as Escrituras. Vocês têm um conhecimento muito limitado. Conheçam por si mesmos a verdade. Não aceitem as palavras, os preconceitos, argumentos ou teorias de qualquer pessoa. Isso tem sido feito por ministros com prejuízo de sua experiência, deixando-os inexperientes quando deveriam ser sábios nas Escrituras e no poder de Deus. Peguem suas Bíblias, humilhem-se, chorem, jejuem e orem diante de Deus, como fez Natanael, procurando saber a verdade. Os olhos divinos de Jesus viu Natanael orando, e respondeu sua oração (EGW’88, p. 141). A verdade bíblica não experimentada na alma do ministro é rejei tada pelos ouvintes como um erro – Temos um ministério atrofiado e defeituoso. A menos que Cristo habite nos homens que pregam a verdade, eles rebaixarão o padrão moral e religioso onde quer que sejam tolerados. Um exemplo lhes é dado, o do próprio Cristo: “Toda Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão, para a correção, para a educação na justiça, a fim de que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente habilitado para toda boa obra” (2Tm 3:16, 17). Temos na Bíblia o infalível conselho de Deus. Seus ensinos, postos em prática, habilitarão os homens para qualquer posição de dever. É a voz de Deus falando cada dia ao coração. Quão cuidadosamente devem os jovens estudar a Palavra de Deus e guardar seus pontos de vista no coração, para que seus preceitos lhes governem toda a conduta. Nossos jovens pastores e os que, por vezes, têm pregado demonstram notável deficiência na compreensão das Escrituras. A obra do Espírito Santo é iluminar o entendimento obscurecido, abrandar o coração egoísta, insensível, conquistar o rebelde transgressor e salvá-lo das influências corruptoras do mundo. A oração de Cristo por Seus discípulos foi: “Santifica-os na verdade; a Tua Palavra é a verdade” (Jo 17:17). A espada do Espírito, que é a Palavra de Deus, penetra o coração do pecador,
2 3
18 0 0
| Ministério Pastoral
cortando-o em pedaços. Quando a teoria da verdade é repetida sem que sua sagrada influência seja sentida no coração do que fala, não tem força alguma sobre os ouvintes, mas é rejeitada como erro, tornando-se o próprio orador responsável pela perda de almas (T4, p. 441).
ORAÇÃO Grandes resultados acompanham o trabalho de ministros que oram – Estejam sempre dispostos a orar. Vocês são um cheiro de vida para a vida, ou de morte para a morte. Ocupam um cargo de tremenda responsabilidade. Insisto em que redimam o tempo. Aproximem-se de Deus em súplicas, e serão como a árvore plantada junto a corrente de águas, que no devido tempo dá o seu fruto, e cuja folhagem não murcha. Ministros de Cristo, vocês precisam do poder divino, o qual Deus está disposto a conceder sem limite quando for solicitado. Simplesmente dirijam-se a Deus, aceitem Sua Palavra e permitam que suas obras sejam sustentadas por uma fé viva em Suas promessas. Deus não exige de vocês orações eloquentes e raciocínio lógico, mas apenas um coração humilde e contrito, pronto e disposto a aprender dEle. O ministro que ora, que possui uma fé viva, apresentará as respectivas obras, e grandes resultados acompanharão seu trabalho, apesar dos obstáculos combinados da Terra e do poder das trevas (RH, 8 de agosto de 1878). Nenhum trabalho para a igreja deve ter prioridade sobre a comunhão com Deus – Nada é mais necessário na obra do que os resultados práticos da comunhão com Deus. Devemos mostrar por nossa vida diária que temos paz e descanso no Senhor. Sua paz no coração irá se refletir no semblante. Dará à voz um poder persuasivo. A comunhão com Deus comunicará elevação moral ao caráter e a todo procedimento. As pessoas observarão, como no caso dos primeiros discípulos, que estivemos com Jesus. Isso comunicará aos trabalhos do pastor um poder ainda maior do que o que provém da influência de sua pregação. Não deve ele permitir que seja privado desse poder. A comunhão com Deus mediante a oração e o estudo de Sua Palavra não deve ser negligenciada, pois aí é que está a fonte de seu poder. Nenhuma atividade em prol da igreja deve ter precedência em relação a isso (T6, p. 47). As orações dos ministros não serão ouvidas se eles acalentarem o pecado – Deus nos escolheu deste mundo para que sejamos Seu povo
Devoção pessoal | 19 peculiar, “o qual a Si mesmo Se deu por nós, a fim de remir-nos de toda iniquidade e purificar, para Si mesmo, um povo exclusivamente seu, zeloso de boas obras” (Tt 2:14). Os obreiros de Deus devem ser homens de oração, diligentes estudantes das Escrituras, que tenham fome e sede de justiça, para que sejam uma luz e fortaleza para os outros. Nosso Deus é um Deus zeloso, e requer que O adoremos em espírito e em verdade, na beleza da Sua santidade. O salmista diz: “Se eu acalentasse o pecado no coração, o Senhor não me ouviria” (Sl 66:18). Como obreiros, precisamos estar atentos à nossa conduta. Se o salmista não poderia ter sido ouvido se houvesse acalentado o pecado no coração, como poderão ser ouvidas as orações dos pastores agora, se acalentarem o pecado entre eles? Há perigos aos quais estamos continuamente expostos. É o plano estudado de Satanás fazer com que os obreiros sejam fracos na oração, fracos em poder, e fracos em sua influência perante o mundo, devido aos seus defeitos de caráter – defeitos estes que, de modo algum, se harmonizam com a verdade (RH, 10 de novembro de 1885). As dúvidas destroem o ministério – Alguns não são devotos por natureza e, portanto, devem encorajar e cultivar o hábito de examinar intimamente a própria vida e os próprios motivos, conservando especialmente o amor pelas práticas religiosas e a oração particular. Frequentemente falam de dúvidas e descrença, e demoram-se nas grandes lutas que travam com sentimentos de infidelidade. Consentem com as influências desencorajadoras que lhes afetam a fé, a esperança e o ânimo na verdade e no sucesso final do trabalho e da causa em que estão empenhados, fazendo parecer que é uma virtude especial estarem ao lado dos duvidosos. Às vezes, eles parecem realmente encontrar prazer em insistir em sua posição de infidelidade e fortalecer a descrença em toda circunstância que podem utilizar como desculpa para suas trevas. A esses, eu gostaria de dizer: seria melhor se caíssem de uma vez e deixassem os muros de Sião, até se tornarem homens convertidos e bons cristãos. Antes de assumirem a responsabilidade de se tornarem pastores, Deus requer que se afastem do amor a este mundo. A recompensa daqueles que continuam em sua duvidosa posição será igual a dos covardes e incrédulos (T2, p. 513). Cristo uniu a oração ao trabalho – Sobrecarregado, o pastor quase sempre fica tão atarefado que mal encontra tempo para examinar a si mesmo, a fim de verificar se está firme na fé. Muito pouco tempo lhe resta para meditação e oração. Cristo, em Seu ministério, ligou a oração ao
2 4
20
| Ministério Pastoral
trabalho. Noite após noite, Ele passou inteiramente em oração. Os pastores devem pedir que Deus lhes dê Seu Santo Espírito, a fim de que possam apresentar devidamente a verdade (Ev, p. 91).
5 2
MEDITAÇÃO Quase todos negligenciam o exame de si mesmos – Foi-me mostrado que muitos estão em grande perigo de falhar em aperfeiçoar a santidade no temor de Deus. Pastores estão sob risco de perder a própria salvação. Alguns que têm pregado a outros serão rejeitados porque não aperfeiçoaram o caráter cristão. Não ganham pessoas em seu trabalho e fracassam também em salvar a si mesmos. Não veem a importância do conhecimento e do autocontrole. Não vigiam e oram para não entrarem em tentação. Se vigiassem, conheceriam os pontos em que são mais assolados pela tentação. Mediante vigilância e oração, podem resguardar os pontos mais fracos para que se tornem seus pontos mais fortes, e possam enfrentar a tentação sem ser vencidos por ela. Cada seguidor de Cristo deve examinar diariamente a si mesmo para que se torne perfeitamente familiarizado com a própria conduta. Quase todos negligenciam o exame de si mesmos. Essa negligência é altamente perigosa para aquele que professa ser um porta-voz de Deus, que ocupa a respeitável posição de receptor das palavras divinas para transmitir a Seu povo. Sua conduta diária tem grande influência sobre outros. Se, porventura, obtém algum sucesso no trabalho, leva seus conversos a seu baixo padrão e raramente esses conseguem ir além disso. A conduta do pastor, suas palavras e gestos, seu estilo, sua fé e piedade são considerados como exemplo para os adventistas do sétimo dia e, se os membros imitam o comportamento daquele que lhes ensinou a verdade, acham que estão cumprindo todo o seu dever (T2, p. 511). Os pastores devem recapitular os atos de cada dia – Na conduta de um pastor, há muita margem para melhora. Muitos veem e sentem suas deficiências; contudo, parecem ignorar a influência que exercem. Estão conscientes de suas ações ao praticá-las, mas permitem que saiam de sua memória e, portanto, não se reformam. Se os pastores tornassem os atos de cada dia um assunto de cuidadosa reflexão e deliberada recapitulação, com o objetivo de se familiarizar com os próprios hábitos de vida, conheceriam melhor a si mesmos. Mediante
Devoção pessoal | 21 um íntimo exame de sua vida diária sob todas as circunstâncias, eles conheceriam seus motivos, os princípios que os regem. Essa diária recapitulação de nossos atos, para ver se a consciência aprova ou condena, é necessária para todos os que almejam chegar à perfeição do caráter cristão. Muitas ações que passam por boas obras, mesmo atos de beneficência, se analisados rigorosamente, terão de ser considerados como induzidos por motivos errados. Muitos recebem aplausos por virtudes que não possuem. Aquele que sonda os corações vê os motivos e, muitas vezes, os próprios atos que são vivamente aplaudidos pelas pessoas são por Ele registrados como provindos de motivos egoístas e hipocrisia maldosa. Cada ato de nossa vida, excelente e digno de louvor ou merecedor de censura, é julgado por Aquele que conhece os corações de acordo com os motivos que o induziram (T2, p. 511, 512). Uma hora de meditação tem mais valor do que gastar dias estu dando os autores mais capazes – Irmão Hull, Deus deseja que você se aproxime mais dEle, onde poderá se apegar à Sua fortaleza, e por meio de uma fé viva reivindicar Sua salvação e ser um homem forte. Se você fosse um homem devoto tanto no púlpito quanto fora dele, sua pregação seria acompanhada de uma poderosa influência. Você não examina o coração a fundo. Tem estudado muitas obras, a fim de tornar seus sermões irretocáveis e agradáveis. Mas tem descuidado do estudo maior e mais necessário – o estudo de si mesmo. Um conhecimento completo de si mesmo, a meditação e a oração, têm sido muito descuidados por você. Estas têm se tornado coisas secundárias. Seu sucesso como ministro depende de guardar seu próprio coração. Receberá mais força se passar uma hora diária em meditação, e chorando por seus fracassos e perversidades do coração, e rogando a Deus por Seu amor perdoador e pela certeza do perdão de seus pecados, do que conseguirá passando muitas horas e dias estudando os autores mais capazes e familiarizando-se com cada objeção à nossa crença, e as mais poderosas evidências em favor de nossa fé (RH, 19 de janeiro de 1864). Grande parte do tempo gasto em estudo deveria ser utilizado em oração e meditação – Foi-me mostrado que o tempo dedicado a leitura e estudo em excesso é às vezes pior do que se fosse desperdiçado. Grande parte do tempo gasto nos livros e no estudo deveria ser empregado em oração, pedindo a Deus sabedoria celestial, força e poder para deixar que a verdade, que eles compreendem bem, brilhe diante das pessoas em sua
2 6
22
7 2
| Ministério Pastoral
claridade e beleza harmoniosa. Muito pouco tempo é dedicado à oração particular e à meditação nas coisas sagradas. O anseio dos servos de Deus deve ser o de receber a santa unção e estar revestidos da salvação, de modo que sua pregação possa alcançar os corações. O tempo é muito curto e os ministros destes últimos dias são tão poucos que devem colocar todas as suas energias na obra, e manter-se em íntima comunhão com Deus e os santos anjos, para que sua pregação tenha grande poder – capaz de persuadir e atrair toda pessoa honesta que ama a verdade, a ponto de aceitá-la (VSS, p. 219). Meditem especialmente na obra mediadora de Cristo – Os ministros do evangelho seriam homens poderosos se pusessem sempre o Senhor diante de si e dedicassem tempo ao estudo de Seu admirável caráter. Se fizessem isso, não haveria apostasias, ninguém seria separado da Associação por haver, pelas suas práticas imorais, desonrado a causa de Deus e exposto Jesus à vergonha. As aptidões de todo ministro do evangelho devem ser empregadas para ensinar as igrejas a receber a Cristo pela fé como Salvador pessoal, a introduzi-Lo em sua vida e torná-Lo seu Modelo, para aprender de Jesus, crer em Jesus e exaltar a Jesus. O pastor deve, ele mesmo, demorar-se no caráter de Cristo. Deve ponderar a verdade e meditar sobre os mistérios da redenção, especialmente a obra mediadora de Cristo para este tempo (ME3, p. 187).
2
Adventismo – um movimento mundial singular
UMA MENSAGEM ESPECIAL Em cada época há uma verdade especial para o mundo – “Santifica-os na verdade; a Tua palavra é a verdade” (Jo 17:17) foi a oração de Cristo por Seus discípulos. Em cada época, Deus confiou ao Seu povo uma verdade especial, que se opõe diretamente aos desejos e propósitos do coração humano, a qual tende a separar do mundo a igreja de Deus; e tem sido dever de Seus ministros proclamá-la, quer as pessoas a aceitem ou não (ST, 28 de janeiro de 1886). Estudem a doutrina da justiça de Cristo em relação com a lei – Sei que seria perigoso considerar a posição do Dr. Waggoner como inteiramente errada. Isso agradaria o inimigo. Vejo a beleza da verdade na apresentação da justiça de Cristo em relação com a lei na maneira como o doutor a colocou perante nós. Muitos de vocês podem dizer que essa é a luz e a verdade. No entanto, até agora vocês não a apresentaram sob essa perspectiva. Não seria possível que através de fervorosa oração e intensa pesquisa das Escrituras ele tenha vislumbrado uma luz ainda maior em alguns pontos? O que foi apresentado se harmoniza perfeitamente com a luz que Deus tem me concedido durante todos os anos de minha experiência. Se nossos irmãos ministros aceitassem a doutrina que foi apresentada tão claramente – a justiça de Cristo em relação com a lei – e eu sei que precisam aceitá-la, seus preconceitos não teriam um poder controlador, e o povo seria nutrido com a sua porção de alimento no devido tempo. Tomemos nossas Bíblias e, com oração humilde e com mansidão, acheguemo-nos ao grande Mestre do mundo; oremos como fez Davi: “Desvenda os meus olhos, para que eu contemple as maravilhas da Tua lei” (Sl 119:18) (EGW’88, p. 164). Talvez os ministros não valorizem a verdade que apresentam – O mundo deve ser advertido de sua futura destruição. A apatia daqueles
0 0
24
8 2
| Ministério Pastoral
que estão no pecado e no erro é tão profunda, tão semelhante à morte, que a voz de Deus por meio de um pastor atento é necessária para despertá-los. A menos que os pastores sejam convertidos, o povo não o será. O frio formalismo que está agora prevalecendo entre nós deve dar lugar ao vivo fervor da religião prática. Não há falha na teoria da verdade; ela é perfeitamente clara e harmoniosa. Entretanto, os jovens pastores podem falar a verdade fluentemente e não ter verdadeira percepção das palavras que proferem. Eles não reconhecem o valor da verdade que apresentam, e pouco percebem o que isso custou àqueles que, com orações e lágrimas, através de provações e oposição, a buscaram como a tesouros escondidos. Todo novo elo na cadeia da verdade lhes foi tão precioso quanto ouro provado. Esses elos agora estão unidos em um todo perfeito. As verdades têm sido cavadas do lixo da superstição e do erro, por meio de oração fervorosa por luz e conheci mento, e apresentadas ao povo como preciosas pérolas de infinito valor (T4, p. 445, 446). O Senhor mantém viva a verdade, colocando-a em nova moldura – Como vocês não sabem que o Senhor está dando novas evidências de Sua verdade, colocando-a em nova moldura, para que seja preparado o caminho do Senhor? Que planos vocês têm delineado para que nova luz possa ser disseminada através das fileiras do povo de Deus? Que prova vocês têm de que Deus não enviou luz a Seus filhos? Toda presunção, egoísmo e orgulho de opinião têm de ser postos de lado. Temos de ir aos pés de Jesus e aprender dAquele que é manso de coração (ME1, p. 413, 414).
LEALDADE À DOUTRINA ADVENTISTA A mais delicada tarefa confiada ao homem – Há trabalho pastoral a fazer, reprovando e exortando com toda a longanimidade e doutrina; isto é, o pastor deve apresentar a Palavra de Deus, com o fim de esclarecer onde houver alguma deficiência. Caso haja alguma coisa no caráter dos professos seguidores de Cristo, certamente o pastor deve preocupar-se com isso e não se sentir como senhor da herança de Deus. Lidar com a mente humana é a mais delicada tarefa que já foi confiada ao homem mortal (Ev, p. 347, 348). Os próprios ministros devem primeiro se converter à verdade – Assisti ao concílio ministerial e fiz importantes observações quanto à
Adventismo – um movimento mundial singular | 25 necessidade da escola de teologia e à importância de os pastores passarem algum tempo obtendo treinamento em dar estudos bíblicos, o qual os qualificará melhor para seu trabalho. Isso os colocará numa situação mais favorável para obter conhecimento de como trabalhar e é necessário porque tem havido tantas ideias contrárias em nosso meio, que as igrejas têm recebido teorias muito confusas a respeito da verdade para este tempo. É importante que os nossos ministros falem a mesma linguagem em nossas igrejas e não deem um som incerto à trombeta. Nossos pastores devem primeiro se converter eles próprios à verdade. Então poderão ir a todas as partes, levando a mensagem da verdade para este tempo (MR3, p. 193). Valorizar as verdades especiais que nos têm separado do mundo – A mensagem que temos de dar não é uma mensagem que os homens precisem acovardar-se de transmitir. Não precisam encobri-la, não precisam ocultar-lhe a origem e o propósito. Seus advogados devem ser homens que não se calem nem de dia nem de noite. Tendo feito solenes votos a Deus, e tendo sido comissionados como mensageiros de Cristo, como mordomos dos mistérios da graça de Deus, estamos na obrigação de declarar fielmente todo o conselho de Deus. Não devemos tornar menos preeminentes as verdades especiais que nos têm separado do mundo, e nos têm tornado o que somos; pois estão cheias de interesses eternos. Deus nos deu luz com relação às coisas que agora estão ocorrendo no fim do tempo, e, com a escrita e com a voz, devemos proclamar a verdade ao mundo, não de maneira tímida, destituída de confiança, mas na demonstração do Espírito e do poder de Deus. Os mais vigorosos conflitos estão envolvidos na pregação da mensagem, e os resultados de sua proclamação são importantes tanto para o Céu quanto para a Terra (TM, p. 470). Os ministros não devem ficar apáticos enquanto nossas doutrinas são corroídas – Numa representação que passou diante de mim, vi certa obra sendo realizada por obreiros médicos-missionários. Nossos irmãos no ministério estavam observando, vendo o que estava sendo feito, mas não pareciam compreender. Os fundamentos de nossa fé, que foram estabelecidos com tanta oração, tão dedicada busca das Escrituras, estavam sendo retirados, pilar por pilar. Nossa fé nada teria sobre que se apoiar – o santuário estava eliminado, a expiação estava descartada (OA, p. 146). Não preguem apenas a parte da verdade que agrada o povo – Paulo exortou Timóteo, dizendo: “Procure apresentar-se a Deus aprovado,
2 9
26
0 3
| Ministério Pastoral
como obreiro que não tem do que se envergonhar, que maneja corretamente a palavra da verdade” (2Tm 2:15). Precisamos dar a mensagem de advertência ao mundo, e como estamos fazendo nosso trabalho? Irmãos, estamos pregando apenas a parte da verdade que agrada ao povo, enquanto outras partes do trabalho são deixadas sem fazer? Será necessário que alguém venha depois de vocês e insista com as pessoas para que cumpram fielmente com seu dever de trazer todos os dízimos e ofertas à tesouraria de Deus? Este é o trabalho do ministro, mas tem sido tristemente descuidado. O povo tem roubado a Deus, e o erro tem sido permitido porque o ministro não quis desagradar seus membros. Deus chama esses obreiros de mordomos infiéis. A responsabilidade desses servos é: “Esteja preparado a tempo e fora de tempo, repreenda, corrija, exorte com toda a paciência e doutrina” (2Tm 4:2). Se os pastores auxiliares cumprirem seu dever com fidelidade, quando o Pastor supremo surgir lhes dará a “imperecível coroa da glória” (1Pe 5:4). Daniel viu sua recompensa e disse: “Os que forem sábios [...] resplandecerão como o fulgor do firmamento; e os que a muitos conduzirem à justiça, como as estrelas, sempre e eternamente” (Dn 12:3) (RH, 8 de julho de 1884). Evite o desejo ardente de descobrir algo novo e apresentá-lo como nova luz – Se apenas soubéssemos o que está diante de nós, não seríamos tão vagarosos em fazer a obra do Senhor. Há ministros e obreiros que apresentarão um emaranhado de falsidades absurdas como se fossem verdades comprovadas, assim como os mestres judaicos apresentavam as máximas dos homens como pão celestial. Essas são dadas ao rebanho de Deus como sua porção de alimento no devido tempo, enquanto as pobres ovelhas estão famintas pelo Pão da Vida. Mesmo agora parece haver um desejo ardente de descobrir algo espetacular e apresentá-lo como nova luz. Assim os homens estão armando uma trama de mentiras como se fossem verdades importantes. Esse alimento imaginário preparado para o rebanho causará declínio espiritual, decadência e morte (RH, 22 de janeiro de 1901). Respeite os direitos dos outros, pesquisando para ver se sua alegada nova luz é bíblica – Precisamos aprender que os outros têm os mesmos direitos que nós. Quando um irmão recebe nova luz sobre as Escrituras, deve expor francamente sua atitude, e todo ministro deve pesquisar na Bíblia com espírito sincero, para ver se os pontos apresentados
Adventismo – um movimento mundial singular | 27 podem ser confirmados pela Palavra Inspirada. “Ao servo do Senhor não convém brigar mas, sim, ser amável para com todos, apto para ensinar, paciente. Deve corrigir com mansidão os que se lhe opõem, na esperança de que Deus lhes conceda o arrependimento, levando-os ao conhecimento da verdade” (2Tm 2:24, 25) (OE, p. 303).
DEBATES DOUTRINÁRIOS Alguns ministros são tão dependentes do estímulo dos debates como o bêbado por sua bebida – Pastores que debatem são os menos dignos de confiança entre nós, porque não se pode depender deles quando o trabalho se torna difícil. Se forem levados a um lugar onde haja pouco interesse, eles manifestarão falta de coragem, zelo e verdadeiro interesse. Dependem tanto de ser reavivados e revigorados pelo estímulo criado por debate ou oposição como o bêbado por sua bebida. Esses pastores precisam se converter de novo. Precisam beber abundantemente dos mananciais incessantes que fluem da Rocha Eterna (T3, p. 217). Há perigo em dar ênfase excessiva às doutrinas – Somos um na fé nas verdades fundamentais da Palavra de Deus. E um objetivo deve-se ter em mente sempre, isto é, a harmonia e a cooperação devem ser mantidas sem comprometer um único princípio da verdade. E enquanto estamos constantemente escavando em busca da verdade como de um tesouro escondido, tenhamos cuidado de como descobrimos novas e conflitantes opiniões. Temos uma mensagem mundial. Os mandamentos de Deus e os testemunhos de Jesus Cristo constituem o encargo de nosso trabalho. Ter unidade e amor uns pelos outros é a grande obra a ser levada avante agora. Há perigo de que nossos ministros deem excessiva ênfase às doutrinas, pregando demasiados sermões sobre assuntos polêmicos quando a sua própria alma necessita de santidade prática (MR15, p. 23). Pregar uma verdade irrefutável pode tornar o pregador autocon fiante e arrogante demais – Temos a mais solene mensagem da verdade já apresentada ao mundo. Essa verdade é cada vez mais respeitada pelos descrentes, porque não pode ser contestada. Em vista desse fato, nossos jovens se tornam autoconfiantes e arrogantes. Tomam as verdades que foram apresentadas por outros, e, sem estudar ou orar fervorosamente, enfrentam oponentes e se envolvem em debates, participando com sagacidade de mordazes discussões e gabando-se de que isso é fazer a obra
3 1
28
| Ministério Pastoral
de um ministro do evangelho. A fim de estar aptos para o trabalho de Deus, esses homens precisam de uma completa conversão tal como Paulo experimentou. Os pastores devem ser representantes vivos da verdade que pregam. Devem ter vida mais espiritual, caracterizada por maior simplicidade (T4, p. 446). Os que proclamam que a igreja é Babilônia desviam dinheiro de um canal de utilidade para um canal do mal – Os que advogam o erro dirão: “Assim diz o Senhor”, sem que o Senhor tenha falado. Testificam em favor da falsidade, e não da verdade. Se os que têm proclamado a mensagem de ser a igreja Babilônia tivessem empregado o dinheiro gasto na publicação e circulação desse erro, em edificar, em vez de demolir, teriam tornado evidente serem eles o povo que Deus está guiando. [...] Se os que têm feito esse tipo de trabalho tivessem sentido a necessidade de atender à oração que Cristo fez a Seu Pai justamente antes de Sua crucifixão – que os discípulos de Cristo fossem um como Ele e o Pai eram um –, não estariam desperdiçando os meios que lhes foram confiados e que são tão necessários ao avanço da verdade. Não estariam gastando precioso tempo e habilidade na disseminação do erro, necessitando assim de que o tempo do obreiro seja dedicado à anulação e extinção de sua influência. Trabalho desse tipo não tem a inspiração de cima, mas de baixo (TM, p. 43, 44).
2 3
UM MOVIMENTO MUNDIAL O dinheiro do Senhor deve ser repartido igualmente entre as missões locais e estrangeiras – As finanças do Senhor devem ser igualmente repartidas entre as missões locais e estrangeiras. Ao planejar o trabalho, devem-se levar em conta as dificuldades que serão encontradas nos campos estrangeiros. Os que desfrutam de todas as vantagens não devem ser mesquinhos ao distribuir os meios para o progresso da obra nos campos missionários. Por amor a Cristo, deve-se dar apoio voluntário à obra do evangelho, o qual deve ser levado a todas as partes do mundo (GCB, 1º de julho de 1900). A urgência da missão dentro de nossas fronteiras – Há nas grandes cidades multidões que recebem menos cuidado e consideração do que os que são concedidos a animais irracionais. Pensem nas famílias amontoadas como rebanhos em miseráveis cortiços, sombrios porões, muitos deles
Adventismo – um movimento mundial singular | 29 exalando umidade e imundícia. Nesses sórdidos lugares as crianças nascem, crescem e morrem. Não veem nada das belezas naturais que Deus criou para deleitar os sentidos e elevar a alma. Maltrapilhas e quase morrendo de fome, vivem elas entre o vício e a depravação, moldadas no caráter pela miséria e pelo pecado que as rodeia. As crianças só ouvem o nome de Deus de maneira profana. A linguagem suja, as imprecações e os insultos enchem-lhes os ouvidos. O cheiro da bebida e do fumo, odores nocivos e degradação moral pervertem-lhes os sentidos. Assim se preparam multidões para se tornarem criminosos, inimigos da sociedade que os abandonou à miséria e à degradação. Nem todos os pobres dos becos das cidades pertencem a essa classe. Homens e mulheres tementes a Deus têm sido levados aos extremos da pobreza por doença ou infortúnio, muitas vezes causados pelos desonestos planos dos que vivem à custa dos semelhantes. Muitos que são retos e bem-intencionados ficam pobres por falta de preparo profissional. Por ignorância, se acham inaptos para lutar com as dificuldades da vida. Levados a esmo para as cidades, são muitas vezes incapazes de achar emprego. Rodeados de cenas e sons de vício, são sujeitos a terríveis tentações. Identificados e, muitas vezes, associados com os viciados e os degradados, é somente por uma luta sobre-humana, um poder acima do finito, que podem ser preservados de cair no mesmo abismo. Muitos se apegam firmemente à sua integridade, preferindo sofrer a pecar. Essa classe, em especial, requer auxílio, compaixão e ânimo (CBV, p. 189, 190). As missões locais prosperam quando há liberalidade para com as missões estrangeiras – A obra missionária em nosso país progredirá muito, em todos os sentidos, quando for manifestado em prol da prosperidade das missões estrangeiras um espírito de maior liberalidade, abnegação e desprendimento; pois a prosperidade da obra em nosso país depende grandemente, abaixo de Deus, da influência resultante da obra evangelística nos países distantes. É agindo ativamente para suprir as necessidades da causa de Deus que colocamos o coração em contato com a Fonte de todo poder (T6, p. 27). O trabalho em favor dos que sofrem como resultado de seus pró prios atos não deve impedir o trabalho das missões estrangeiras – Os sentimentos humanos podem ser profundamente tocados ao verem pessoas sofrendo como consequência de seus próprios atos. Há aqueles que
0 0
30
3 3
4 3
| Ministério Pastoral
ficam especialmente impressionados ao entrar em contato direto com essa classe, e o Senhor lhes dá a incumbência de trabalhar nos piores lugares da Terra, fazendo o que puderem para redimir os marginalizados e trazê-los a um lugar onde possam ficar sob os cuidados das igrejas. Mas o Senhor não chamou os adventistas do sétimo dia para fazer desse trabalho uma especialidade. Ele não deseja que muitos obreiros se engajem nessa obra ou que se esgotem os recursos da tesouraria, erigindo instituições para cuidar desses desfavorecidos, impedindo assim a obra das missões estrangeiras. Deus chama cem missionários onde agora há apenas um. Estes devem ir a países estrangeiros (MR14, p. 164). Necessidade de missionários autônomos – Uma grande obra prossegue silenciosamente por intermédio da distribuição de nossas publicações; mas quanto bem poderia ser realizado se alguns de nossos irmãos e irmãs da América do Norte viessem para estas colônias [Austrália], como fruticultores, lavradores ou comerciantes, procurando, no temor e amor de Deus, conquistar almas para a verdade! Se tais famílias fossem consagradas a Deus, Ele as usaria como Seus instrumentos. Os pastores têm seu lugar e sua obra, mas há muitos que não podem ser alcançados por eles; tais pessoas poderiam ser alcançadas por famílias que lhes fariam visitas, procurando incutir a verdade para estes últimos dias. Em suas relações domésticas ou comerciais, poderiam se colocar em contato com uma classe inacessível ao pastor, revelar para essas pessoas os tesouros da verdade e transmitir-lhes o conhecimento da salvação. Ao todo, muito pouco se tem feito nesse setor da obra missionária, pois o campo é vasto e muitos obreiros poderiam se empenhar com êxito nessa área de atividade (FEC, p. 212).
3
Características de um pastor
A influência do caráter verdadeiramente cristão de um ministro é como brilhantes raios de sol – Deus apela aos ministros que aceitam Sua verdade, e ostentam, em Seu nome, a mensagem mais solene jamais dada ao mundo, que ergam a bandeira das verdades bíblicas e exemplifiquem seus preceitos em sua vida diária. Tal conduta induziria a crer muitos que se têm entrincheirado atrás das barreiras da infidelidade. A influência do caráter verdadeiramente cristão é como os brilhantes raios de sol que penetram nos cantos mais remotos dos obscuros lugares nos quais conseguem entrar. A luz que emana do exemplo do ministro verdadeiramente cristão não deve ser vacilante e incerta como o lampejo de um meteoro, mas deve possuir o calmo e contínuo resplendor das estrelas celestes (RH, 8 de agosto de 1878). Judas exemplifica os ministros que talvez amem a Jesus, mas se apegam aos seus questionáveis traços de caráter – Em Cristo ele via um caráter puro, inofensivo e imaculado, e seu coração foi levado a amar seu Mestre. Mas a luz do caráter de Cristo, que irradiou sobre ele, trouxe consigo a responsabilidade de sujeitar todo traço natural ou adquirido que não estava em harmonia com o caráter de Jesus. Nisso Judas não resistiu ao teste. O amor ao mundo estava profundamente enraizado em seu coração, e ele não abandonou esse amor nem rendeu a Cristo sua ambição. Ele nunca chegou ao ponto de entregar-se completamente a Cristo. Achava que podia manter seu próprio discernimento e opinião. Embora tivesse aceitado o cargo de ministro de Cristo, nunca se submeteu ao Seu molde divino. Apegou-se aos seus contestáveis traços de caráter, cedeu aos próprios hábitos pecaminosos e, em vez de se tornar puro e semelhante a Cristo, tornou-se egoísta e cobiçoso (ST, 18 de dezembro de 1893).
3 5
32
6 3
| Ministério Pastoral
CONSAGRAÇÃO O que necessitamos é de um ministério convertido – O que necessitamos neste tempo perigoso é de um pastorado convertido. Necessitamos de homens que reconheçam sua pobreza de alma, e que busquem ardentemente o dom do Espírito Santo. Uma preparação interior é necessária para que Deus nos dê Sua bênção, mas essa obra do coração não foi realizada. Quando os pastores despertarão para as solenes responsabilidades que são colocadas sobre eles e rogarão fervorosamente pelo poder celestial? É o Espírito Santo que precisa dar agudeza e poder ao sermão do ministro, ou sua pregação será destituída da justiça de Cristo como foi a oferta de Caim (RH, 5 de abril de 1892). Os que têm traços de caráter incorrigíveis, inflexíveis e teimosos, quando transformados, tornam-se os melhores ministros – Foram-me apresentados pastores que, antes de se converterem, tiveram uma trajetória e um caráter muito difíceis – eram os mais incorrigíveis, inflexíveis e teimosos – e, no entanto, cada um desses traços de caráter transformado era o que se necessitava na obra de Deus. Não queremos destruir isso, pois são necessários para preencher importantes cargos de confiança na causa de Deus. Deve haver uma transformação do caráter. O fermento precisa operar no coração humano até que cada ação esteja em conformidade com a vontade de Deus e [os pastores] sejam santificados; então esses ministros se tornam os mais valiosos. É justamente essa classe de indivíduos que Deus pode usar nos diferentes ramos de Sua obra (MR9, p. 61). A consagração é o que conta – Não são sempre os homens os que melhor se adaptam a uma bem-sucedida administração da igreja. Se há mulheres fiéis que têm maior consagração e devoção do que os homens, elas certamente podem, através de suas orações e serviços, fazer mais do que homens cuja vida e cujo coração não são consagrados (MR19, p. 56). DESPRENDIMENTO A obra do ministro requer sacrifício, embora menos do que foi feito no passado – Nem todos os pregadores se entregam ao trabalho de Deus como lhes é exigido. Alguns sentem que o trabalho do pregador é difícil, porque são obrigados a ficar separados de suas famílias. Eles se esquecem de que antes era muito mais difícil do que agora. Não havia
Características de um pastor | 33 senão poucos amigos da causa. Eles se esquecem daqueles sobre quem Deus pôs no passado a responsabilidade da obra. Havia então apenas alguns que recebiam a verdade como resultado de muito trabalho. Os escolhidos servos de Deus choravam e oravam para obter uma clara compreensão da verdade, sofriam privações e exerciam muita abnegação para levá-la aos outros. Passo a passo, prosseguiam conforme a providência de Deus os conduzia. Não levavam em conta a própria conveniência nem recuavam diante das dificuldades. Por meio desses homens, Deus preparou o caminho e tornou a verdade clara à compreensão de toda mente sincera. Tudo foi posto nas mãos dos pastores que abraçaram a verdade desde então, mas alguns deles não sentiram a responsabilidade do trabalho. Eles procuraram uma solução mais fácil, uma posição menos abnegada. Esta Terra não é o lugar de repouso dos cristãos, e muito menos dos escolhidos pastores de Deus. Eles se esquecem de que Cristo deixou Suas riquezas e sua glória no Céu e veio à Terra para morrer, e que Ele nos ordenou amarmos uns aos outros, assim como Ele nos amou (Jo 15:12). Esquecem-se daqueles “dos quais o mundo não era digno”, que “andaram vestidos de peles de ovelhas e de cabras, desamparados, aflitos e maltratados” (Hb 11:38, 37) (T1, p. 370, 371). Os pastores que acham que estão sofrendo devem “visitar” a ofi cina do apóstolo Paulo – Embora de saúde frágil, ele trabalhava durante o dia no serviço da causa de Cristo; e então, boa parte da noite, se esforçava arduamente, muitas vezes a noite toda, para que pudesse fazer provisão para as próprias necessidades e as de outros (T4, p. 410). As provas preparam os pregadores para obter êxito como pastores – Moisés foi dirigido por Deus para obter experiência em zelar, considerar e demonstrar terna solicitude por seu rebanho para que pudesse, como um fiel pastor, estar pronto quando Deus o chamasse a liderar Seu povo. Experiência semelhante é essencial para aqueles que se empenham na grande obra de pregação da verdade. A fim de conduzir pessoas à fonte vivificante, o próprio pregador deve primeiro beber da fonte. Ele precisa compreender o infinito sacrifício feito pelo Filho de Deus para salvar a humanidade caída, e seu coração deve estar repleto do espírito do infinito amor. Se Deus nos determina que realizemos um árduo trabalho, precisamos fazê-lo sem reclamar. Se o caminho é difícil e perigoso, é plano de Deus fazer com que sigamos em humildade, e clamemos a Ele por força.
3 7
34
| Ministério Pastoral
Uma lição deve ser aprendida da experiência de alguns de nossos pastores que, de forma semelhante, nada souberam de dificuldades e provações, contudo sempre se julgam mártires. Eles ainda têm que aprender a aceitar com gratidão o caminho da escolha de Deus, lembrando-se do Autor de nossa salvação. A obra do pastor deve ser realizada com muito mais energia, zelo e dedicação do que manifesta nas transações comerciais, pois o trabalho é muito mais sagrado e os resultados mais significativos (T4, p. 442).
8 3
COMPAIXÃO Os pastores precisam ter traços de caráter de bondade e compaixão – Irmão A, você necessita trabalhar com o máximo empenho para controlar o eu e desenvolver um caráter em harmonia com os princípios da Palavra de Deus. Você precisa se educar e treinar, a fim de tornar-se um pastor bem-sucedido. Precisa cultivar um bom temperamento – traços de caráter bondosos, alegres, animadores, generosos, compassi vos, corteses e piedosos. Deve vencer seu espírito mal-humorado, fanático, estreito, crítico e dominante. Se está ligado à obra de Deus, precisa batalhar consigo mesmo vigorosamente e formar seu caráter segundo o Modelo divino (T3, p. 420, 421). Ser semelhante a Cristo significa viver para amar e servir – espe cialmente os indesejáveis – Que maravilhosa reverência Jesus expressou pela vida humana em Sua missão! Ele não Se apresentou perante as pessoas como um rei exigindo atenção, reverência e serviço, mas como alguém que desejava servir, para erguer a humanidade. Ele disse que não havia vindo para ser servido, mas para servir. Tenho certeza de que a grande lição de perdão deve ser aprendida mais perfeitamente por todos nós, e devemos praticar as virtudes cristãs. Onde quer que Cristo visse um ser humano, Ele via alguém que necessitava de compaixão. Muitos de nós estamos dispostos a servir a quem honramos, mas justamente aqueles a quem Cristo tornaria uma bênção para nós se não fôssemos tão insensíveis, desatenciosos e egoístas, passamos por alto como sendo indignos de nossa atenção. Não os ajudamos, embora seja nosso dever fazê-lo, tolerando sua rudeza, enquanto procuramos cultivar neles os traços de caráter opostos (RH, 12 de abril de 1887).
Características de um pastor | 35 ATITUDE POSITIVA Seja jovial e alegre sem cair em leviandade ou frivolidade – Zombaria, piadas e conversas profanas pertencem ao mundo. Os cristãos que possuem a paz de Deus no coração serão alegres e felizes, sem condescender com superficialidade ou frivolidade. Enquanto vigiam em oração, hão de possuir uma serenidade e uma paz que os elevarão acima de todas as futilidades (T3, p. 241). Dúvida e incredulidade resultantes de circunstâncias desfavoráveis indicam problemas espirituais – Não é preciso buscar maior evidência de que a pessoa se encontra distante de Jesus e negligenciando a oração particular, a devoção pessoal, do que o fato de que ela expressa dúvidas e descrença porque as circunstâncias não são favoráveis. Tais pessoas não têm a religião pura, verdadeira e imaculada de Cristo. Elas possuem um artigo falso que o processo refinador consumirá totalmente como escória. Assim que Deus as prova e testa sua fé, elas vacilam, enfraquecem-se e oscilam primeiro para um lado e depois para o outro. Não possuem o artigo genuíno que Paulo possuía, de poder gloriar-se na tribulação porque “a tribulação produz perseverança; e a perseverança, experiência; e a experiência, esperança. Ora, a esperança não confunde, porque o amor de Deus é derramado em nosso coração” (Rm 5:3-5). A religião dessas pessoas é circunstancial. Se todos ao seu redor estão fortes na fé e encorajados com relação ao triunfo final da mensagem do terceiro anjo e, se nenhuma influência especial se fizer presente contra elas, então aparentam possuir alguma fé. Mas tão logo a adversidade pareça surgir contra a causa, o trabalho se arraste pesadamente e o auxílio de todos se torne necessário, esses pobres seres humanos, embora sejam professos ministros do evangelho, esperam que tudo resulte em nada. Atrapalham em vez de ajudar (T2, p. 514). Quando o pastor desanima, os lobos devoram as ovelhas – Satanás trabalhará por todo e qualquer meio que puder empregar para desanimar os servos ativos do Senhor. Se o pastor puder ser desviado de sua responsabilidade, o caminho ficará livre para que os lobos dispersem e devorem as ovelhas (ST, 3 de janeiro de 1884). CONFIABILIDADE Os ministros precisam ter uma experiência invariável, não uma que se inflama em ocasiões especiais e logo se apaga – Os ministros de
3 9
36 0 0
| Ministério Pastoral
Jesus Cristo devem ensinar, tanto na igreja quanto a indivíduos, o fato de que a profissão de fé, mesmo dos adventistas do sétimo dia, a menos que proceda de piedade sincera, é impotente para fazer o bem. Uma luz espiritual deve resplandecer da igreja e especialmente dos pastores, em raios claros e invariáveis. Não deve ela resplandecer apenas em momentos especiais e então diminuir e oscilar como se estivesse se extinguindo (T5, p. 531). Se o ministro não é digno de confiança, outros talentos não poderão compensar essa falta – O irmão C pode falar de maneira a atrair o interesse da congregação e, se isso é tudo que é necessário para tornar um pregador bem-sucedido, então os irmãos e irmãs deveriam estar certos em sua avaliação a respeito dele. Mas ele não é um obreiro completo nem confiável (T1, p. 448).
HUMILDADE Mantenham Jesus em destaque e o eu escondido – O seu perigo será sempre de desprezar o conselho, e atribuir a si um valor mais elevado do que Deus lhe atribui. Há muitos que estão sempre prontos a lisonjear e louvar o pastor que sabe falar. Um jovem pastor se prejudica por estar sempre em risco de ser mimado e ovacionado, enquanto ao mesmo tempo pode ser deficiente nas coisas essenciais que Deus requer daquele que professa ser um porta-voz Seu. Você mal entrou na escola de Cristo. A adaptação para sua obra é uma tarefa vital, uma luta diária, penosa e custosa com hábitos estabelecidos, inclinações e tendências hereditárias. Guardar e controlar o próprio eu, para manter Jesus em destaque e o eu fora de vista, requer constante, diligente e vigilante esforço (T4, p. 376). Leva tempo para aprender a pastorear adequadamente o rebanho do Senhor – Quanto tempo foi necessário para que Moisés aprendesse a lição da mansidão e se tornasse um general para guiar o exército de Israel para fora do Egito? Ele passou por um longo período de disciplina. Durante quarenta anos cuidou de ovelhas na terra de Midiã, aprendendo a ser um bom pastor para o rebanho. Enquanto era pastor, foi chamado para cuidar do fraco, para guiar o desobediente, para buscar o perdido. Esse foi um treinamento necessário para ele se tornar o líder de Israel, pois, no cuidado do rebanho do Senhor, ele seria chamado a alimentar o fraco, instruir o desobediente e trazer o perdido de volta ao aprisco (ST, 16 de janeiro de 1893).
Características de um pastor | 37 RESPONSABILIDADE Alimente e supervisione seu rebanho e seja um exemplo para ele – Os ministros da Palavra, e outros que ocupam cargos de responsabilidade, assim como o corpo da igreja, necessitam ter este espírito de humildade e contrição. O apóstolo Pedro escreveu àqueles que trabalham com o evangelho: “Pastoreiem o rebanho de Deus que está aos seus cuidados. Olhem por ele, não por obrigação, mas de livre vontade, como Deus quer. Não façam isso por ganância, mas com o desejo de servir. Não ajam como dominadores dos que lhes foram confiados, mas como exemplos para o rebanho” (1Pe 5:2-3) (RH, 16 de dezembro de 1890). Pregue a Palavra e visite as pessoas – Nenhuma parte das responsabilidades do ministro deve ser negligenciada. Ele deve pregar a Palavra, não as opiniões dos homens. Deve trabalhar com os indivíduos, visitar as famílias, não para falar apenas das coisas comuns da vida, mas das coisas de interesse eterno, orando com eles, e ensinando com toda a simplicidade a verdade de Deus (RH, 30 de junho de 1891). Tome providências para que cada membro tenha algo que fazer – O trabalho do ministro representado pelas sete estrelas é sublime e sagrado. Quando ele nutre a ideia de que sua tarefa se resume em pregar sermões, passa por alto e certamente negligencia o trabalho que recai sobre o pastor do rebanho. É sua incumbência cuidar e supervisionar o rebanho, bem como organizar os assuntos da igreja de modo que todos tenham o que fazer (RH, 31 de maio de 1887).
4 0
4 1
0 0
4
Diretrizes da igreja
ORGANIZAÇÃO DA IGREJA A igreja deve ser organizada para manter a ordem, ou se fragmentará – Foi-me mostrado que alguns irmãos temem que nos tornaremos Babilônia, se nos organizarmos; mas as igrejas, no centro de Nova York, têm sido uma perfeita Babilônia, uma confusão. E agora, a menos que as igrejas sejam bem organizadas para que possam cumprir e impor a ordem, nada terão a esperar no futuro (RH, 27 de agosto de 1861). A obra médico-missionária não deve se separar da organização da igreja – Virão tentações para pensar que, a fim de levar avante a obra médico-missionária, vocês devem se manter separados da organização ou da disciplina da igreja. Permanecer assim seria se colocar em terreno movediço. O trabalho feito pelos que procuram vocês em busca de instrução não é completo, a menos que eles sejam ensinados a trabalhar em ligação com a igreja (T8, p. 161). Os pregadores não devem unir sua influência aos críticos da igreja – Quando assediados pelos argumentos e sugestões desses conselheiros, seria bom que cada um de nós se perguntasse: “Deveria eu, que sou cristão, filho de Deus, chamado a ser a luz do mundo, pregador da justiça, que tenho frequentemente expressado minha confiança na verdade e na maneira como o Senhor nos tem guiado, unir minha influência àqueles que, amargamente, se opõem à causa de Deus? Deveria eu, um mordomo dos mistérios de Deus, revelar aos Seus piores inimigos os conselhos de Seu povo? Tal conduta não estimularia os ímpios em sua oposição à verdade de Deus e ao povo que guarda Sua aliança? Tal concessão não me impediria de abrir os lábios para exortar, advertir e suplicar em minha própria família ou na igreja de Deus? Se Paulo ou Pedro fosse colocado em circunstâncias semelhantes, trairia tão sagrado depósito?” (ST, 3 de janeiro de 1884).
Diretrizes da igreja | 39 ORDENAÇÃO PASTORAL A ordenação é o reconhecimento público de uma designação sagrada – A igreja cristã estava nesse momento entrando numa fase importante. A obra de proclamar a mensagem do evangelho entre os gentios devia agora prosseguir com vigor; e, em resultado, a igreja se fortaleceria por uma grande colheita de almas. Os apóstolos, que tinham sido designados para dirigir essa obra, estariam expostos a suspeitas, preconceitos e ciúmes. Seus ensinos a respeito da demolição da “parede de separação que estava no meio” (Ef 2:14), a qual por tanto tempo separara o mundo judaico do gentílico, haviam naturalmente de acarretar-lhes a acusação de heresia; e sua autoridade como ministros do evangelho seria posta em dúvida por muitos judeus zelosos e crentes. Deus previu as dificuldades que Seus servos seriam chamados a enfrentar; e, para que Sua obra estivesse acima de acusação, instruiu a igreja, mediante revelação, a separá-los publicamente para a obra do ministério. Sua ordenação era um reconhecimento público de sua divina designação para levar aos gentios as boas novas do evangelho (AA, p. 161). Pela imposição de mãos, a igreja autoriza os ministros a ensinar, batizar e organizar igrejas – “Na igreja de Antioquia havia profetas e mestres: Barnabé, Simeão, chamado Níger, Lúcio de Cirene, Manaém, [...] e Saulo. Enquanto adoravam ao Senhor e jejuavam, disse o Espírito Santo: ‘Separem-Me Barnabé e Saulo para a obra a que os tenho chamado’” (At 13:1, 2). Antes de serem enviados como missionários ao mundo pagão, esses apóstolos foram solenemente consagrados a Deus com jejum e oração e a imposição de mãos. Assim, foram eles autorizados pela igreja não somente para ensinar a verdade, mas para realizar o rito do batismo e organizar igrejas, estando investidos de plena autoridade eclesiástica (OE, p. 441). Antes da ordenação, os ministros devem dar evidência de que se têm dedicado à obra – Deve haver evidência da parte dos que assumem a solene posição de pastores de que, sem reservas, se têm dedicado à obra. Devem ter a Cristo como seu Salvador pessoal. [...] Homens são ordenados para o pastorado pela imposição de mãos, antes de serem perfeitamente examinados quanto às suas qualificações para o trabalho sagrado; mas como seria melhor fazer um trabalho completo antes de serem aceitos como pastores, do que passar por esse rígido exame depois de estabelecidos em sua posição, e terem dado o seu molde à obra! (TM, p. 171, 172).
4 2
4 3
0 0
5
O preparo pastoral
Os tempos exigem pastores inteligentes e bem preparados – Os tempos atuais exigem pastores inteligentes e preparados, e não inexperientes. As falsas doutrinas estão se multiplicando. O mundo está se tornando instruído segundo um alto padrão literário. Pecado, incredulidade e infidelidade estão tornando-se mais audaciosos e desafiadores, à medida que o conhecimento intelectual e esperteza são adquiridos. Esse estado de coisas demanda o uso de cada faculdade do intelecto, pois o pastor deverá enfrentar mentes aguçadas que estão sob o controle de Satanás. Ele deve ser bem ponderado nos princípios religiosos, crescendo na graça e no conhecimento de nosso Senhor Jesus Cristo. Muito trabalho ocasional tem sido feito, e as mentes não são exercitadas segundo sua plena capacidade. Nossos pastores terão de defender a verdade contra fundamentos apóstatas, bem como apresentar evidências bíblicas àqueles que defendem erros capciosos. A verdade precisa ser posta em contraste com argumentos audaciosos. Nossos pastores devem ser homens totalmente consagrados a Deus e cultos, mas sua mente precisa estar repleta de fervor espiritual, juntando os divinos raios procedentes do Céu e difundindo-os em meio à escuridão que cobre a Terra e as pesadas trevas que envolvem o povo (T5, p. 528). Não espere obter um cargo importante, se tiver negligenciado o preparo e a disciplina – Pensam os homens que serão capazes de, sob a pressão das circunstâncias, chegar a posições importantes, quando têm negligenciado o preparo e a disciplina para a obra? Imaginarão que podem ser instrumentos polidos nas mãos de Deus para a salvação das almas, se não têm aproveitado as oportunidades que lhes foram oferecidas a fim de se habilitar para a obra? A causa de Deus pede homens completos, capazes de compreender, planejar, construir e organizar. E os que apreciam as probabilidades e possibilidades da obra para este tempo buscarão, mediante
O preparo pastoral | 41 estudo profundo, obter todo o conhecimento que lhes seja possível da Palavra, para ajudar os necessitados, enfermos pelo pecado (OE, p. 93).
CHAMADO PARA SERVIR Jovens competentes devem ser incentivados a entrar no ministério – Há urgente demanda de obreiros na área pastoral. Necessitam-se rapazes para essa obra; Deus os chama. Sua educação é de primeira importância em nossas faculdades e, em nenhum caso, deve ser passada por alto ou considerada como coisa secundária. É completamente errado que os professores, por meio de sugestões quanto a outras carreiras, desanimem jovens que são aptos para uma boa obra no ministério. Os que apresentam obstáculos para dificultar rapazes de se habilitarem para esse serviço estão contrariando os planos de Deus e terão de dar contas de sua atitude. Temos entre nós uma grande quantidade de homens capazes. Se suas aptidões fossem exercitadas, teríamos vinte pastores onde agora possuímos um (T6, p. 135). O chamado para pregar é provado pelo exemplo e pelo trabalho – Aqueles que Deus chamou para o ministério devem dar evidências, por meio da influência que exercem, de que são aptos para o santo chamado em que se encontram. Paulo escreveu: “Seja um exemplo para os fiéis” (1Tm 4:12). Devem então os jovens pastores ser desculpados de sua leviandade e frivolidade? Deve-se esperar que a igreja ouça suas palavras e receba seu testemunho, quando seu exemplo dá uma impressão falsa do caráter de Cristo e desvia os redimidos do Senhor do caminho em que devem andar? O que se pode pensar das igrejas que dão ouvidos ao testemunho de homens que não têm poder na oração, nem fervor em sua devoção, nem desembaraço no trabalho pessoal pelas almas? O Senhor ordenou: “Sejam santos vocês também em tudo o que fizerem” (1Pe 1:15). “Atente bem para a sua própria vida e para a doutrina, perseverando nesses deveres, pois, fazendo isso, você salvará tanto a si mesmo quanto aos que o ouvem” (1Tm 4:16). A prova do chamado de um ministro para pregar o evangelho é vista em seu exemplo e trabalho (RH, 5 de abril de 1892). Não devemos depender apenas do discernimento humano na escolha dos ministros – Aqueles que estão prontos a ingressar na obra sagrada de ensinar a verdade bíblica ao mundo devem ser cuidadosamente
4 4
42
| Ministério Pastoral
examinados por pessoas fiéis e experientes. Depois de terem alguma experiência, há ainda outro trabalho a ser feito quanto a eles: devem ser apresentados ao Senhor em fervorosa oração, a fim de que Ele indique, por Seu Santo Espírito, se são aceitáveis a Seus olhos. Disse o apóstolo: “Não se precipite em impor as mãos sobre ninguém” (1Tm 5:22). Nos dias dos apóstolos, os ministros de Deus não ousavam confiar no próprio juízo quanto à escolha ou aceitação de homens para tomar a solene e sagrada posição de porta-vozes de Deus. Eles escolhiam os homens de acordo com seu juízo, e depois os punham perante o Senhor, para ver se Ele os aceitaria como representantes Seus. Nada menos do que isso se deve fazer agora (T4, p. 406).
5 4
O PREPARO ACADÊMICO Os pastores devem ser educados e examinados antes de começar seu trabalho – Alguns jovens que entram no campo não têm êxito em ensinar a verdade a outros, porque não educaram a si mesmos. Aqueles que não sabem ler corretamente devem aprender, e devem se tornar aptos a ensinar antes de tentarem se levantar perante o público. Os professores de nossas escolas são obrigados a aplicar-se dedicadamente ao estudo, para que possam ser preparados para instruir outros. Esses professores não são aceitos até que tenham passado por um exame criterioso, e sua capacidade de ensinar tenha sido testada por juízes competentes. Não menos cuidado deve ser empregado no exame dos pastores. Aqueles que estão prontos a ingressar na sagrada obra de ensinar a verdade bíblica ao mundo devem ser cuidadosamente examinados por pessoas fiéis e experientes (T4, p. 406). O método bíblico do preparo ministerial combina o estudo na escola com o crescimento espiritual – Especialmente os que têm em vista o ministério devem sentir a importância do método bíblico do preparo ministerial. Devem entrar de coração na obra, e, enquanto estudam na escola, devem aprender do grande Mestre a mansidão e a humildade de Cristo. Um Deus que guarda o concerto prometeu que, em resposta à oração, derramará Seu Espírito sobre esses discípulos da escola de Cristo, a fim de que se tornem ministros da justiça (OE, p. 81). Os que entram no ministério devem ter estudado bastante, tanto as ciências quanto a Bíblia – Alguns que ingressam no ministério não sentem sobre si a responsabilidade da obra. Receberam ideias incorretas
O preparo pastoral | 43 sobre as qualificações de um pastor. Pensam que seja requerido apenas um conhecimento superficial das ciências ou da Palavra de Deus para se tornarem pastores. Alguns dos que ensinam a verdade presente não estão familiarizados com sua Bíblia. São tão deficientes no conhecimento bíblico que lhes é difícil citar corretamente de memória um texto das Escrituras. Por cometerem erros de maneira tão desastrada como o fazem, pecam contra Deus. Eles torcem as Escrituras e fazem a Bíblia dizer coisas que nela não estão escritas (T2, p. 341, 342). Jesus estudava as plantas, os animais e o ser humano, a fim de usar esse conhecimento para ensinar a verdade – A pergunta feita durante o ministério do Salvador: “Como foi que este Homem adquiriu tanta instrução, sem ter estudado?” (Jo 7:15) não quer dizer que Jesus não soubesse ler, mas simplesmente que não recebera instrução dos rabinos. Uma vez que Ele obteve conhecimento como o podemos fazer, Sua familiarização com as Escrituras mostra com que dedicação os primeiros anos de Sua vida foram consagrados ao estudo da Palavra de Deus. E perante Ele estendia-se a grande biblioteca da criação de Deus. Aquele que fizera todas as coisas estudou as lições que Sua mão escrevera na terra, no mar e no céu. Afastado dos corrompidos métodos do mundo, adquiriu da natureza grandes conhecimentos científicos. Estudava a vida das plantas e dos animais, bem como a das pessoas. Desde pequeno, tinha apenas um objetivo: vivia para fazer o bem aos outros. Para isso, encontrava recursos na natureza. Novas ideias de formas e meios surgiam em Sua mente, ao estudar a vida das plantas e dos animais. Procurava continuamente tirar das coisas visí veis ilustrações pelas quais pudesse apresentar as vivas verdades de Deus. As parábolas pelas quais durante Seu ministério gostava de ensinar lições sobre a verdade mostram quão aberto Ele era às influências da natureza, e como extraía ensinos espirituais do ambiente que O cercava na vida diária (DTN, p. 70).
O PREPARO PRÁTICO Os pastores jovens devem receber e respeitar o conselho dos ministros instrutores – A fim de adquirir o preparo para o ministério, os jovens devem estar ligados aos pastores mais velhos. Os que obtiveram experiência no serviço ativo devem levar consigo para as searas obreiros
4 6
44
7 4
| Ministério Pastoral
jovens e inexperientes, ensinando-os a trabalhar com êxito para a conversão de almas. De forma bondosa e afetuosa, esses obreiros mais experientes devem ajudar os mais novos a se prepararem para a obra à qual o Senhor os pode chamar. E os jovens que se estão preparando devem respeitar os conselhos de seus instrutores, honrando-lhes a devoção, e lembrando-se de que seus anos de labor lhes têm dado sabedoria (Ev, p. 683, 684). Os ministros jovens devem aprender dos pontos fortes e fracos de seus instrutores – Com frequência um jovem é enviado a trabalhar com um ministro de mais experiência e, se ele é deficiente em sua maneira de pregar, é muito provável que o jovem imite essa deficiência. Assim, é importante que os ministros que estão há muito tempo no campo se corrijam, ainda que isso lhes seja muito doloroso e requeira muita paciência, de modo que seus defeitos não sejam reproduzidos nos jovens e inexperientes obreiros. O jovem pregador deve imitar apenas os traços de caráter admiráveis possuídos pelo obreiro de mais experiência e, ao mesmo tempo, observar e evitar seus erros (RH, 5 de fevereiro de 1880). O anseio de realizar um trabalho acima de sua capacidade pode levar ao fracasso – Há muitos, mesmo entre nossos pregadores, que dese jam se elevar no mundo sem esforço. São ambiciosos em realizar grande obra de utilidade, enquanto desconsideram os pequenos deveres do dia a dia que os tornariam úteis, e os fariam pastores segundo a ordem de Cristo. Desejam realizar a obra que outros estão empreendendo, mas não têm entusiasmo pela disciplina necessária para a ela se adaptar. Esse desejo ardente tanto de homens quanto de mulheres, de fazer algo bem acima de sua atual capacidade, simplesmente os está levando a cometerem evidentes erros logo de início. Eles indignadamente recusam galgar a escada, desejando elevar-se por um processo menos trabalhoso (T4, p. 417). A colportagem proporciona um excelente preparo para o ministério – Foram-me mostrados alguns homens a quem Deus estava chamando para a obra do ministério, entrando no campo como colportores. Esse é um excelente preparo, se seu objetivo é disseminar a luz e levar a verdade revelada na Palavra de Deus diretamente ao círculo familiar. Por meio da conversação, o caminho pode ser frequentemente aberto para falar da religião da Bíblia. Se a obra for assumida como deve ser, famílias serão visitadas, os obreiros manifestarão ternura e amor pelas pessoas, e exalarão, em palavra e conduta, a fragrância da graça de Cristo, e grande bem disso resultará.
O preparo pastoral | 45 Seria uma excelente experiência para qualquer que tenha em vista o ministério (T4, p. 603, 604). A colportagem não deve ser um pré-requisito para o ministério – Algumas pessoas que não receberam o conselho de Deus prepararam uma proposta, que foi adotada, de que não se deveria aceitar ninguém como ministro do evangelho, a menos que tivesse sido anteriormente um colportor de êxito. O Espírito do Senhor não comunicou essa resolução. Foi concebida em mentes que tinham um conceito estreito da vinha de Deus e de seus obreiros. Não é atribuição de homem algum prescrever o trabalho para qualquer outro homem contrariando suas próprias convicções do que seja seu dever. Ele deve ser aconselhado, mas precisa buscar a direção de Deus, a quem ele pertence e serve (PM, p. 260). A colportagem proporciona oportunidades e experiência – Todos os que desejam ter uma oportunidade para o verdadeiro ministério e estão dispostos a se entregar sem reservas a Deus encontrarão na obra de colportagem oportunidades para falar sobre muitas coisas concernentes à futura vida imortal. A experiência assim obtida será de imenso valor para os que estão se preparando para a obra pastoral. É a companhia do Espírito Santo de Deus que prepara os obreiros, tanto homens quanto mulheres, para se tornarem pastores do rebanho de Deus (RH, 15 de janeiro de 1901).
EDUCAÇÃO CONTÍNUA A educação deve continuar durante toda a vida do ministro – Um pastor nunca deve julgar que já aprendeu bastante, podendo agora afrouxar os esforços. Sua educação deve continuar por toda a vida, cada dia ele deve estar aprendendo e pondo em prática os conhecimentos adquiridos (OE, p. 94). Os ministros devem continuamente estudar e melhorar, mesmo com idade avançada – O verdadeiro ministro de Cristo deve melhorar constantemente. O sol da tarde de sua vida pode ser mais intenso e produtivo do que o sol da manhã. Pode continuar a aumentar em tamanho e esplendor até se pôr atrás das montanhas ocidentais. Irmãos no ministério: é melhor, muito melhor morrer devido ao trabalho árduo em algum campo local ou estrangeiro, do que se enferrujar devido à inatividade. Não se desanimem com as dificuldades; não fiquem contentes em se acomodar e parar de estudar e melhorar (RH, 6 de abril de 1886).
0 0
46
8 4
| Ministério Pastoral
Alguns ministros poderiam ter feito dez vezes mais, se tivessem se esforçado para ser gigantes intelectuais – Os homens que hoje se acham perante o povo como representantes de Cristo têm, em geral, mais habilidade do que preparo, mas não põem em uso suas capacidades, aproveitando o melhor possível seu tempo e suas oportunidades. Quase todo pastor do campo, caso tivesse empregado as energias que Deus lhe deu, não somente poderia ser eficiente na leitura, na escrita e na gramática, g ramática, mas até mesmo em línguas. É essencial colocar alto o seu alvo. Mas pouca ambição tem havido de pôr à prova suas capacidades para alcançar uma norma elevada no conhecimento e no intelecto religioso. Nossos pastores terão de prestar contas a Deus por enferrujarem os talentos que Ele lhes entregou para melhorar pela prática. Podiam ter feito, inteligentemente, um trabalho dez vezes maior, se tivessem se preocupado em tornar-se gigantes intelectuais. Toda a experiência deles em sua elevada vocação é diminuída porque se contentam em permanecer onde estão. Seus esforços para adquirir conhecimentos não impedirão, o mínimo que seja, seu crescimento espiritual, se estudarem com motivos corretos e objetivos apropriados (TM, p. 194). O evangelho não é adequadamente ensinado por pastores que deixaram de ser estudiosos – Alguns de nossos ministros possuem uma série de sermões que pregam ano após ano sem variação. As mesmas ilusilus trações, os mesmos comentários, e quase as mesmas palavras. Eles deixaram de ser estudantes. Acabou o desejo de se superar, superar, e hesitam sob o peso de uma nova série de sermões, o que preveniria a decrepitude mental. Mas o estudante que sempre está aprendendo descobrirá nova luz, novas ideias, novas gemas da verdade e delas lançará mão com avidez [...] O evangelho não é adequadamente ensinado e apresentado diante dos descrentes por homens que deixaram de ser estudantes e que, por assim dizer, se diplomaram no que concerne à investigação das Escrituras. Trazem assim afronta sobre a verdade, pela maneira como a manejam (VSS, p. 323). O tempo para pregar, estudar e visitar deve ser dividido com equi líbrio – Os ministros da Palavra são os instrumentos escolhidos por Deus para transmitir o conhecimento da Sua vontade; mas existe muito pouco espírito missionário, mesmo entre nossos ministros. Depois de pregar a Palavra, alguns se isolam quase totalmente para ler e estudar, negligenciando outros deveres vitais e importantes.
O preparo pastoral | 47 Embora seja correto dedicar algum tempo ao estudo, todo ministro deve sentir um profundo interesse em fazer tudo que lhe seja possível pela salvação de almas pelas quais Cristo morreu. Deve visitar as pessoas pes soas e, com amor e sabedoria, procurar despertar-lhes o interesse pelas coisas espirituais (RH, 10 de julho de 1883).
4 9
0 0
6
Desenvolvimento de um grupo de apoio pessoal
Feliz o pastor que pode contar com o apoio de bons colaboradores – Feliz Fe liz o pastor que tem colaboradores fiéis f iéis como Arão e Hur para fortaleforta lecer suas mãos quando se tornam cansadas, e sustentá-las por meio da fé e da oração. Tal Tal apoio é uma ajuda poderosa p oderosa aos servos ser vos de Cristo em Sua obra, e frequentemente fará a causa da verdade triunfar gloriosamente (T4, p. 531). Reúna outros para orar por você – Senti que seria um grande privilégio para mim chamar alguns experientes servos de Deus e nos reunirmos em oração para pedir a ajuda e força de que tanto necessitava. necessitava . Segui o forte desejo de meu coração. Todos os irmãos presentes estavam unidos em oração. O Senhor conduziu essas orações. Ficamos muito contentes porque o irmão Butler se uniu a nós para orar. Reconheci que foram momentos muito preciosos, e que Cristo esteve presente. Percebi sensivelmente uma doce fragrância, e tenho certeza de que os presentes devem ter sentido a profunda influência do Espírito Santo. Senti que o manto de Deus me cobria. Pude dizer plenamente: “Porque, se vivo ou morro morro,, tenho paz; tenho paz em meu ser ser.. Minha vida está oculta com Cristo, em Deus” (MR18, p. 125). O plano de Deus é que os líderes utilizem conselheiros – Deus deu a Moisés especial orientação para a administração de seu trabalho. Levou Moisés a associar homens com ele, como conselheiros, para que suas responsabilidades pudessem ser aliviadas (TM, p. 340). Os grupos devem orar por seu pastor – Aqueles que amam ao Senhor e Sua verdade devem se unir em grupos de dois ou três e procurar lugares retirados, a fim de orar pedindo a bênção de Deus sobre o pastor que quase não acha tempo para orar, pelo fato de estar constantemente ocupado em atender a tantos pedidos, assentado em concílios, respondendo perguntas, dando conselhos, escrevendo cartas importantes.
Desenvolvimento de um grupo de apoio pessoal | 49 Permitam que a oração fervorosa e eficaz dos justos se eleve a Deus, e que a palavra falada possa ser uma mensagem de verdade que alcance o coração dos ouvintes, e que as almas possam assim ser ganhas para Cristo (RH, 24 de julho de 1883). Os problemas de um pastor podem, às vezes, ser mais bem tratados num pequeno grupo – Ele estava disposto a se dirigir em seguida à igreja e confessar seus pecados e sua apostasia de Deus. Foi-lhe dito que isto não era sábio e não resultaria em glorificar a Deus, mas daria a nossos inimigos uma oportunidade para colocar em dúvida todo o ministério. É objetivo de Satanás apanhar em armadilha os homens que lidam com coisas sagradas, e levá-los a fazer coisas que rebaixarão o ministério a um nível comum, para que os pecadores tenham uma desculpa para a sua própria impenitência e pecado. Quando as palavras e a conduta do ministro não seguem o exemplo de Cristo, mas são uma imitação das palavras e do modo de ser do grande enganador, nossos inimigos têm motivo para blasfemar. Nossa opinião é a de que Deus aprovaria que umas trinta ou quarenta pessoas, que ouviram o testemunho que Deus me havia dado, estivessem presenpresentes para ouvir seu reconhecimento da repreensão dada, bem como sua confissão (EGW’88, p. 54).
5 0
5 1
0 0
7
Sistema de arquivo
A IMP IMPORTÂNCI ORTÂNCIA A de ter um sistema de arquivo para p ara qualquer pregador ou escritor é mais bem demonstrada, não pelo que a Sra. White disse, mas pelo que pôs em prática prática a respeito disso. As três seguintes citações não foram escritas por ela, mas tiradas de sua biografia. As primeiras duas foram escritas escrit as por seu filho, W. W. C. White, White , e a terceira, pelo neto dela, Arthur White. White . Os escritos da Sra. White foram arquivados e indexados durante seus anos na Austrália – Durante alguns meses a irmã Peck dedicou uma parte de seu tempo para classificar classific ar,, arquivar, arquivar, ler e fazer um índice de todos os manuscritos de mamãe que estavam ao nosso alcance, e mamãe repasrepassou seus velhos diários e manuscritos que nunca haviam sido copiados a máquina. Nesses, ela encontrou muitas coisas preciosas que estão sendo copiadas, arquivadas e indexadas com o restante (BIO4, p. 451). Ellen White dependia de seus arquivos em seu ministério em favor da igreja – À medida que encontramos material novo no arquivo e o acrescentamos aos capítulos que já foram preparados e passados a limpo, e lhe relemos estas versões ampliadas, ela parece sentir alegria em repassálos novamente. Esse aperfeiçoamento dos manuscritos é um trabalho lento, mas muito interessante, e estamos esperançosos quanto ao resultado (BIO6, p. 419). Um cuidadoso sistema de arquivo é o que torna os escritos de Ellen White prontamente disponíveis hoje – Primeiramente, as cópias datilografadas das cartas e dos manuscritos trazidos da América e os que foram produzidos na Austrália foram classificados por ano. Depois os manuscritos em geral foram separados das cartas. Os manuscritos foram dispostos em ordem cronológica e numerados em série. As cartas foram classificadas em ordem alfabética e numeradas em sequência. Estas foram perfuradas na parte superior e arquivadas em gavegavetas de arquivos “Shannon”. Isso constitui o arquivo básico dos manuscritos
Sistema de arquivo | 51 de Ellen G. White até o dia de hoje. Desde então, ao serem copiados os materiais, foi-lhes atribuído um número de arquivo. Assim, as cartas ficaram em ordem cronológica. Os livros dos arquivos que a Srta. Peck iniciou, embora ainda sejam de muito valor e usados ocasionalmente, foram substituídos por arquivos mais amplos que são mais apropriados para o trabalho do White Estate. Foi preparado um índice temático dos manuscritos e cartas em cartões de quatro por seis polegadas, que ainda são utilizados hoje, e cujas cópias são usadas na filial de Berrien Springs, Michigan, e nos Centros de Pesquisa White (BIO4, p. 451).
5 2
5 3
0 0
8
Liderança
Trabalhar para Deus num cargo humilde ajuda no preparo para a liderança pastoral – Irmãos, tratem os homens como homens, não como escravos, mandados de uma parte para a outra como vocês bem quiserem. Aquele que é transigente com o espírito áspero e altivo melhor seria que se tornasse um guardador de ovelhas, como Moisés, e assim aprendesse o que significa ser um verdadeiro pastor. Moisés alcançou no Egito a experiência de poderoso estadista e de líder dos exércitos; mas não aprendeu ali as lições essenciais à verdadeira grandeza. Ele necessitava de experiência em deveres mais humildes para se tornar um cuidador, sendo sensível para com todos os seres. Ao pastorear os rebanhos de Jetro, sua atenção foi atraída às ovelhas e aos cordeirinhos, e aprendeu a guardar essas criaturas de Deus com o mais afetuoso cuidado. Embora a voz deles nunca pudesse se queixar de maus tratos, mesmo assim a atitude deles muito poderia demonstrar. Deus cuida de todas as criaturas que Ele fez. Ao trabalhar para Deus nessa humilde posição social, Moisés aprendeu a ser para Israel um cuidadoso pastor (TM, p. 262, 263). A liderança requer que se obtenha a confiança daqueles por quem se trabalha – É essencial algo mais do que conhecimento dos livros para alguém se tornar pastor bem-sucedido. O que trabalha pelas pessoas precisa de integridade, inteligência, empenho, energia e tato. Todas essas qualidades são altamente essenciais para o êxito de um ministro de Cristo. Ninguém com essas qualificações pode ser inferior, mas terá uma influência que se impõe. A menos que o obreiro na causa de Deus possa ganhar a confiança daqueles por quem trabalha, não poderá contribuir muito (T3, p. 553). Não lidere com dureza e severidade, mas com respeito, bondade, confiança e amor – Você não se sente obrigado diante de Deus a ser paciente, bondoso e respeitoso para com seus irmãos no ministério e para
Liderança | 53 com cada membro da igreja. Eles perdem a confiança em você e então a sua influência fica enfraquecida. Você necessita ter a bondade, a cortesia, a mansidão e a humildade de Cristo. Possui muitas qualidades valiosas que podem ser aperfeiçoadas para um serviço mais elevado se forem santificadas para Deus. Você deve sentir a necessidade de se dirigir aos irmãos com bondade e cortesia, não com aspereza e severidade. Não percebe o mal que lhes causa com seu espírito rígido e dominador (EGW’88, p. 245). Não exerça autoridade arbitrária – Quando nossos planos e projetos são rejeitados, quando homens que dependem de nossa orientação concluem que o Senhor deseja que ajam e julguem por si mesmos, não devemos ter espírito de censura ou exercer autoridade arbitrária para compeli-los a aceitarem nossas ideias. Aqueles que ocupam posições de autoridade devem constantemente cultivar o autocontrole (OP, p. 37, 38). Não perverta o seu poder pastoral em arbitrariedade sobre o seu rebanho – O pastor não deve governar imperiosamente de forma autoritária o rebanho a ele confiado, mas deve ser seu exemplo e lhe mostrar o caminho do Céu. Seguindo o exemplo de Cristo, deve interceder com Deus pelo povo sob seu cuidado até que perceba que suas orações são respondidas. Jesus exerceu compaixão humana e divina para com o ser humano. Ele é nosso exemplo em todas as coisas. Deus é nosso Pai e Governante; e o pastor cristão é o representante de Seu Filho na Terra. Os princípios que regem o Céu devem reger a Terra; o mesmo amor que anima os anjos, a mesma pureza e santidade que reinam no Céu devem, o quanto possível, ser reproduzidos na Terra. Deus considera o pastor como responsável pelo poder que exerce, mas não justifica Seus servos ao perverterem esse poder em arbitrariedade sobre o rebanho ao seu cuidado (T4, p. 267, 268). Os líderes devem agir como sábios conselheiros, não como governantes exigentes – Às vezes um homem que foi colocado em posição de responsabilidade, como líder, concebe a ideia de que está numa posição de suprema autoridade, e que todos os seus irmãos, antes de fazerem qualquer movimento de avanço, devem primeiro dirigir-se a ele pedindo permissão para fazer aquilo que eles sentem que precisa ser feito. Esse homem está numa posição perigosa. Perdeu de vista a obra do verdadeiro Líder do povo de Deus. Em vez de agir como sábio conselheiro, ele assume as prerrogativas de um governante exigente. Deus é desonrado em toda a exibição de
5 4
54
5 5
| Ministério Pastoral
autoridade e exaltação própria dessa natureza. Nenhum homem que está em sua própria força deve jamais ser mente e juízo para outro homem que Deus está usando em Sua obra. Ninguém deve estabelecer regras e regulamentos feitos pelo homem para governar arbitrariamente seus colaboradores que têm uma viva experiência na verdade (TM, p. 491, 492). Incentive e respeite as ideias dos outros – Una-se com seus irmãos se quiser que eles se unam com você e lhe manifestem sua confiança. Confiança e fé geram confiança e fé. Você deve ganhar a confiança não apenas de seus irmãos ministros, mas também daqueles com os quais entra em contato, e mostrar que tem confiança neles e acredita que eles são ensinados por Deus do mesmo modo como você. Revele seus planos a eles. Um deles se sentirá livre para falar, e depois outro, e talvez chamem sua atenção para algumas coisas nas quais você não havia pensado antes (MR9, p. 145).
0 0
9
Ética pastoral
Devemos ser exemplos vivos daquilo que pregamos – Precisamos buscar a Deus com fervor, e, como ministros de Deus que pregam o evangelho, devemos colocar em prática essas grandes verdades em nossa vida diária, mostrando que somos exemplos vivos daquilo que pregamos, que estamos praticando a santidade em nossa vida cotidiana. Então, aonde quer que formos, teremos autoridade (SAT1, p. 63). Os pastores que pregam uma coisa e vivem outra são lobos em pele de ovelha – Carregando a bandeira de Cristo, eles servem ao pior inimigo do Senhor e não dão atenção à ordem: “Afaste-se da iniquidade todo aquele que confessa o nome do Senhor” (2Tm 2:19). Cristo diz claramente que esse tipo de mestre é como lobo em pele de ovelha. Esses mestres falam da graça, pregam sobre graça e aparentemente oram pela graça, mas não têm a graça de Cristo no coração. No púlpito, esses ministros podem parecer excelentes, mas destroem a força de suas palavras quando, fora do púlpito, seguem uma conduta de iniquidade que demonstra serem ministros do pecado, lobos em pele de ovelha (ST, 18 de julho de 1892). Os pastores devem mostrar aos outros que a verdade fez algo por eles – Jovens pregadores e homens que já foram pastores, cujas maneiras têm sido ásperas e desagradáveis, e cuja conversação não tem sido modesta e virtuosa, não estão capacitados a se empenhar nesse trabalho, até que deem evidência de inteira reforma. Uma palavra dita de forma imprudente pode causar mais dano do que faria bem uma série de reuniões realizada por eles. Eles lançam no pó, diante da comunidade, a bandeira da verdade, a qual deveria ser sempre exaltada. Seus conversos geralmente não se erguem acima do padrão apresentado pelos pastores. Homens que estão entre os vivos e os mortos deveriam se posicionar pelo que é correto.
56
6 5
| Ministério Pastoral
O pastor não pode baixar a guarda nem por um só momento. Ele está trabalhando para erguer outros à plataforma da verdade. Que mostre aos homens o que a verdade fez por ele (T1, p. 445). O sucesso de um pastor depende muito de seu comportamento fora do púlpito – Homens piedosos, fiéis e santos, que vivem cada dia aquilo que pregam, exercerão uma influência salvadora. Um sermão poderoso feito do púlpito pode atingir a mente, mas um pouco de imprudência da parte do pastor fora do púlpito, a falta de seriedade e de verdadeira piedade na conversação neutralizará sua influência e desfará as boas impressões feitas por ele. Os conversos serão seus; em muitos casos eles buscarão não subir mais alto do que o pregador. Não haverá neles uma obra completa no coração. Não são convertidos a Deus. A obra é superficial e sua influência será danosa àqueles que realmente estão buscando o Senhor. O sucesso de um pastor depende muito de seu comportamento fora do púlpito. Quando ele termina de pregar e desce do púlpito, seu trabalho não está terminado; está apenas se iniciando. Ele deve pôr em prática o que pregou. Não deve agir imprudentemente, mas vigiar a si mesmo, a fim de nada fazer e dizer que dê vantagens ao inimigo e traga vergonha para a causa de Cristo (T1, p. 380). Pedro é um exemplo de alguém que tropeçou, mas se levantou – Alguns afirmam que, se uma pessoa tropeça e cai, não pode nunca mais ser restaurada à posição anterior; mas o caso de Pedro contradiz isso. Antes da negação, Cristo disse a ele: “Quando você se converter, fortaleça os seus irmãos” (Lc 22:32). Confiando à administração dele as pessoas por quem dera a vida, Cristo conferiu a Pedro a mais forte evidência de confiar em sua restauração. Ele foi incumbido de apascentar não só as ovelhas, mas também os cordeiros, uma obra mais ampla e delicada do que a que lhe fora indicada até ali. Ele não só devia apresentar a Palavra da Vida a outros, mas devia ser um pastor do rebanho (CBA5, p. 1.289). O Senhor nos prova para ver se lidaremos corretamente com o pecado de um líder – Sinto-me perturbada em relação ao pastor H. Ele não me escreve e sinto uma dor profunda por ele. Às vezes, me parece que o Senhor nos está provando, para ver se vamos lidar corretamente com o pecado de um de nossos homens ilustres (CSx, p. 185).
Ética pastoral | 57 ÉTICA COM OS COLEGAS PASTORES Os ministros de Cristo devem ser unidos – Os ministros de Cristo devem ser unidos num só coração e mente. Devem se aconselhar uns com os outros. Ninguém deve exigir de seus irmãos que trabalhem seguindo exatamente seu plano, mas cada um deve conservar sua individualidade e todos devem trabalhar pelo bem dos outros, considerando seus irmãos superiores a si mesmos. É obra de Satanás despertar inveja e ciúme, alienar o afeto, enfraquecer a confiança e produzir desconfiança e suspeita. Tudo isso compromete a unidade da fé na intercessão a Deus pelos fracos e desalentados, pela graça de Cristo e pela conversão dos pecadores, afastando assim a bênção que poderia ser nossa (RH, 10 de julho de 1883). Os ministros que parecem ser amáveis, mas abusam da reputação de seus irmãos são especialmente perigosos – A desculpa a ele atribuída é: “O irmão D é um bom homem. É um modelo de amabilidade e bondade, um legítimo colaborador em qualquer lugar.” Esse irmão possui excelentes traços de caráter. Não tem grande capacidade como pregador, mas pode tornar-se um diligente e fiel obreiro. O inimigo se aproveitou da alta estima que esse irmão tem de si mesmo. Se ele não tivesse se julgado maior do que realmente é, nunca teria se atrevido a atingir a reputação de seus irmãos como o fez. Por sua liberdade em coletar e divulgar falsas informações, ele se interpôs entre o povo e a mensagem que Deus deu a Seus ministros para apresentar, a fim de prepará-los para estar em pé no dia do Senhor. Suas boas qualidades tornaram-no mais perigoso ainda, pois concederam-lhe influência. O povo pensa que o que ele diz deve ser verdade. Se ele fosse um sujeito imoral ou briguento, não teria sido bem-sucedido na conquista da confiança de tantos (T5, p. 289). Nunca falem desdenhosamente dos pastores, não importa sua origem – Nossos pastores que ocupam cargos de responsabilidade são homens aceitos por Deus. Não importa sua origem, sua posição anterior, se andaram atrás do arado, se usaram os instrumentos de carpinteiro ou desfrutaram as vantagens de uma faculdade. Se Deus os aceitou, tomem cuidado ao lançar sobre eles a mais leve crítica. Não falem nunca com desdém de alguma pessoa, pois ela pode ser grande aos olhos do Senhor, ao passo que aqueles que se sentem grandes talvez sejam pouco estimados por Deus devido à perversidade de seu coração. Nossa única segurança
5 7
58
8 5
| Ministério Pastoral
está em prostrar-nos junto à cruz, ser pequenos aos nossos olhos e confiar em Deus, pois só Ele tem poder para nos tornar grandes (T4, p. 607, 608). Não copie os outros. Deus lhe deu suas próprias habilidades – Nunca foi desígnio de Deus que o juízo e os planos de um homem fossem considerados supremos. Ele diz: “Vocês são cooperadores com Deus.” Que ninguém se dedique a reprimir ou desanimar. Que não busque colocar sua armadura no irmão, pois ele não a experimentou. [...] E os pastores nunca devem copiar os gestos, hábitos, atitudes, expressões e entonações de voz de qualquer pessoa. Não se devem tornar sombra de homem algum, em pensamento, ideias, ou no planejamento e na execução do grande todo. Se Deus lhes fez pastores do rebanho, deu-lhes qualificação para essa obra (Ev, p. 685). Em vez de repreender, peça aos ministros que corrijam seu erro – Siga as instruções da Palavra de Deus ao tratar com seus irmãos pastores. Paulo diz: “Não repreenda asperamente o homem idoso, mas exorte-o como se ele fosse seu pai; trate os jovens como a irmãos” (1Tm 5:1). Poderá haver oportunidade de falar de seus erros àqueles que estão há muito tempo no ministério, mas que isso seja feito como pedido e não como repreensão. Os ministros jovens devem ser tratados como irmãos, e que Deus nos ajude a auxiliar uns aos outros. Precisamos ter uma ligação viva com Deus. Precisamos ser revestidos de poder do alto mediante o batismo do Espírito Santo, para alcançar um padrão mais elevado, pois não há ajuda para nós de nenhuma outra forma (RH, 5 de abril de 1892). As Associações não devem descuidar dos ministros idosos – Se eu vir os que se encontram em posições de confiança negligenciando os pastores idosos, cumpre-me apresentar o assunto àqueles cujo dever é deles cuidar. Pastores que fizeram fielmente sua obra não devem ser esquecidos ou negligenciados ao se tornarem débeis na saúde. Nossas Associações não devem menosprezar as necessidades dos que levaram os encargos da obra. Foi depois de João haver envelhecido no serviço do Senhor que foi exilado para Patmos. E naquela ilha solitária recebeu ele mais comunicações do Céu do que havia recebido durante toda a sua vida anterior (ME1, p. 33, 34). Não se deve transigir com aqueles que apostataram, mas tratá-los com bondade – Não devemos estender os braços aos homens que são obras-primas de Satanás para fazerem sua vontade, como os opositores no
Ética pastoral | 59 acampamento de Adelaide. A verdade precisa ser proclamada com admoestações que façam os corações tremerem em contrição diante de Deus. O testemunho claro e penetrante precisa ser dado. [...] Não transijam com aqueles que apostataram, mas os tratem bondosamente, não dando motivo para que falem mal de nós (MR9, p. 363). Mantenha restritos os erros dos pastores ao menor grupo possível – Muitas vezes há necessidade de repreender claramente o pecado e repro var o erro. Mas os pastores que trabalham pela salvação de seus semelhantes não devem ser intolerantes para com os erros uns dos outros, nem salientar os defeitos existentes em suas organizações. Não devem expor ou reprovar suas fraquezas. Devem verificar se esse procedimento da parte de outro para com eles produziria o efeito desejado. Isso aumentaria seu amor para com aquele que lhes enfatizassem as faltas, e promoveria sua confiança nele? Especialmente os erros dos pastores empenhados na obra de Deus devem ser conservados dentro do menor círculo possível, pois há muitas pessoas fracas que disso se prevalecerão, caso saibam que aqueles que ministram na palavra e na doutrina têm fraquezas como os outros homens. É muito cruel as faltas de um pastor serem expostas a descrentes, caso seja ele considerado digno de trabalhar futuramente pela salvação de pessoas. Não há nada de bom em assim o expor, mas somente o mal. O Senhor Se desagrada com essa atitude, pois ela destrói a confiança do povo naqueles que Ele aceita para levarem avante Sua obra. O caráter de todo cooperador deve ser zelosamente protegido pelos irmãos de ministério. Disse Deus: “Não toquem nos Meus ungidos; não maltratem os Meus profetas” (Sl 105:15). Devemos nutrir amor e confiança. Essa falta de amor e confiança de um pastor para com outro não aumenta a felicidade daquele que é nisso deficiente, mas, ao tornar seu irmão infeliz, ele próprio também fica. Há maior poder no amor do que jamais se encontrou na censura. O amor abrirá caminho por entre barreiras, ao passo que a censura fechará todo acesso ao coração (T3, p. 93, 94).
ÉTICA COM O SEXO OPOSTO Obtenha força moral dizendo: “Não desonrarei meu Redentor” – Você me pergunta se deve se submeter a uma confissão pública. Respondo-lhe que não. Não desonre o Mestre ao tornar público o fato
5 9
60 0 0
| Ministério Pastoral
de que alguém que ministrava a Palavra foi encontrado culpado de pecados tais como os que você praticou. Isso seria uma desgraça para o ministério. Não dê publicidade a esse assunto por nenhum meio. Seria uma injustiça para com toda a causa de Deus. Criaria pensamentos impuros na mente de muitos o simples fato de ouvir essas coisas sendo repetidas. Nem mesmo contamine os lábios comunicando essas coisas a sua esposa, pois isso a faria se envergonhar e baixar a cabeça em tristeza. Dirija-se a Deus e aos irmãos que conhecem esse terrível capítulo de sua vida e diga a eles o que precisa ser dito; então, que orações sejam ele vadas ao Céu em seu favor. Cultive a sobriedade. Ande cuidadosamente e com oração diante de Deus. Obtenha força moral ao dizer: “Não desonrarei meu Redentor” (CSx, p. 128). A religião prática leva seu possuidor a controlar suas afeições – Você pode inteligentemente crer na verdade, mas a obra está ainda diante de você para colocar todo ato de sua vida e toda emoção de seu coração em harmonia com sua fé. A oração de Cristo por Seus discípulos pouco antes de Sua crucifixão foi: “Santifica-os na verdade; a Tua Palavra é a verdade” (Jo 17:17). A influência da verdade não deve afetar meramente o entendimento, mas o coração e a vida. A religião genuína, prática, levará seu possuidor a controlar suas emoções (T4, p. 371, 372). Pecado é pecado mesmo quando o sedutor é um pastor – Se as irmãs fossem nobres e possuíssem pureza de coração, qualquer tentativa de aproximação corrupta, mesmo de seu pastor, seria repelida com tal firmeza que jamais precisaria repetir-se. As mentes devem estar terrivelmente obscurecidas por Satanás, quando dão ouvidos à voz do sedutor pelo fato de ser ele pastor e transgridem, dessa forma, os claros e inegá veis mandamentos de Deus, e se gabam de que não cometem pecado algum. Não temos nós as palavras de João: “Aquele que diz: ‘Eu O conheço’, mas não obedece aos Seus mandamentos, é mentiroso, e a verdade não está nele” (1Jo 2:4). O que diz o mandamento? “Não adulterarás” (Êx 20:14). Quando um homem que diz guardar a santa lei de Deus, ministrando coisas sagradas, tira vantagem da confiança que sua posição lhe confere e procura condescender com desejos imorais, esse fato deveria ser suficiente para uma mulher cristã ver que, embora a religião desse homem seja tão elevada quanto o Céu, uma proposta impura da parte dele, na
Ética pastoral | 61 realidade, originou-se de Satanás disfarçado em anjo de luz. Não posso crer que a Palavra de Deus habite no coração daqueles que tão prontamente depõem sua inocência e virtude sobre o altar dos desejos carnais (T2, 457, 458). Nunca se aproveite da confiança que as pessoas depositam em você – Quando pastores dessa forma se prevalecem da confiança que o povo neles deposita, e levam pessoas à ruína, fazem-se mais culpados do que o pecador comum, assim como é mais alta sua profissão de fé. No dia de Deus, quando se abrir o grande livro do Céu, se verá que contém nomes de muitos pastores que fizeram profissão de pureza de coração e vida, alegando ter-lhes sido confiado o evangelho de Cristo, mas que se aproveitaram de sua posição para induzir pessoas a transgredirem a lei de Deus (T5, p. 143). O cuidado das almas não deve ser confiado aos ministros que têm transgredido o sétimo mandamento – Não vejo verdadeiro motivo de esperança para com aqueles que têm permanecido como pastores do rebanho e que, por anos, têm sido suportados pelo misericordioso Deus – o qual os segue com reprovações, advertências e súplicas –, mas que têm escondido seus maus caminhos e neles continuado desafiando as leis do Deus do Céu pela prática da fornicação. Podemos deixá-los desenvolver sua salvação com temor e tremor, depois que tudo se tiver feito para os reformar; mas em caso algum lhes confiem o cuidado de almas. Falsos pastores! Será possível que os homens que por longo tempo se têm empregado nessa obra corrompam seus caminhos diante de Deus depois de ter grande experiência e luz especial? (TM, p. 428).
6 0
6 1
0 0
10
Aparência pessoal
O vestuário do obreiro não é algo insignificante – Nossas palavras, ações e nossa roupa são pregadores vivos todos os dias, juntando com Cristo ou espalhando. Isso não é algo insignificante para ser passado por alto sem seriedade. A questão do vestuário exige séria reflexão e muita oração. Muitos incrédulos sentiram que não estavam procedendo bem em se permitirem ser escravos da moda; mas, quando veem alguns que fazem elevada profissão religiosa vestindo-se da mesma maneira que os mundanos, tendo prazer em estar na companhia de pessoas frívolas, entendem que não pode haver mal nessas coisas (T4, p. 641). O santuário mostra que Deus tem Suas preferências em relação ao vestuário dos que ministram para Ele – Não deve haver nenhum desleixo. Por amor de Cristo, de quem somos testemunhas, devemos apresentar a melhor aparência possível. No serviço do tabernáculo, Deus especificou cada detalhe quanto ao vestuário dos que deviam oficiar perante Ele. Com isso, Ele nos ensinou que tem Suas preferências também quanto à roupa dos que O servem. Prescrições minuciosas foram por Ele dadas em relação à roupa de Arão, por ter sido simbólica. Do mesmo modo, as roupas dos seguidores de Cristo devem ser simbólicas, pois devemos representar a Cristo em tudo. O nosso exterior deve caracterizar-se em todos os aspectos pelo asseio, modéstia e pureza. Porém, o que a Palavra de Deus não aprova são as mudanças no vestuário pelo mero amor da moda, a fim de nos conformarmos com o mundo. Os cristãos não devem enfeitar o corpo com vestes e adornos caros (Ev, p. 268, 269). A APARÊNCIA DO PASTOR No púlpito ou fora dele, sua aparência é importante – A obra na qual estamos empenhados é um trabalho responsável e elevado. Aqueles
Aparência pessoal | 63 que pregam e ensinam a Palavra deveriam ser modelo de boas obras, exemplo em santidade, asseio e ordem. A aparência do servo de Deus, dentro e fora do púlpito, deve ser a de um pregador ativo. Ele pode realizar muito mais por seu piedoso exemplo do que meramente pregando do púlpito, enquanto sua influência fora dele não for digna de imitação. Os que trabalham nessa causa estão levando ao mundo a mais elevada verdade já dada a mortais (T1, p. 446). Seu vestuário é uma pregação às pessoas – O cuidado no vestuário é um item importante. Tem havido deficiência nesse sentido da parte dos pastores que creem na verdade presente. A roupa de alguns tem sido até mesmo desalinhada. Não somente tem havido falta de bom gosto e ordem em escolher o vestuário de maneira que fique bem na pessoa, e de cor con veniente e adequada a um ministro de Cristo, mas o traje de alguns tem sido até desleixado. Alguns pastores usam colete de cor clara, ao passo que as calças são escuras, ou um colete escuro e calças claras, sem bom gosto ou adequada combinação do vestuário quando comparecem perante o povo. Estão pregando essas coisas às pessoas. O pastor lhes dá um exemplo de ordem e põe diante delas a ideia de capricho e bom gosto em seu traje, ou lhes dá lições de desleixo e falta de bom gosto, que elas estarão em perigo de seguir (T2, p. 610). O pastor negligente em seu traje ofende os que têm bom gosto – O pastor que é negligente em seu traje frequentemente ofende os que têm bom gosto e sensibilidades aprimoradas. Aqueles que estão em falta em relação a isso devem corrigir seus erros e ser mais cuidadosos A perda de algumas almas será no fim das contas atribuída ao desleixo do pastor. A primeira apresentação influiu desfavoravelmente nas pessoas porque não podiam de modo algum ligar a sua aparência com as verdades que ele apresentava. Seu vestuário depunha contra ele; e a impressão dada era que o povo ao qual ele representava constituía um grupo descuidado que não se importava com o seu vestuário, e os seus ouvintes não queriam ter nada que ver com esse tipo de pessoa (ME3, p. 251). O vestuário impróprio pode destruir sua influência – Alguns que ministram nas coisas sagradas vestem sua roupa de tal maneira sobre si que, pelo menos até certo ponto, ela destrói a influência do seu trabalho. Há evidente falta de bom gosto na cor e no esmero do corte. Qual é a impressão causada por essa maneira de vestir? É que a obra na qual eles estão empenhados não é considerada mais sagrada ou elevada do que
6 2
64
3 6
| Ministério Pastoral
o trabalho comum, como arar no campo. O pastor, por seu exemplo, reduz as coisas sagradas ao mesmo nível das coisas comuns. A influência de tais pregadores não é agradável a Deus (ME3, p. 251). A negligência do corpo não é a humildade que tem o sabor do Céu – Mas essa humildade voluntária, essa veneração da vontade e negligência do corpo, não é a humildade que tem características do Céu. A humildade se caracterizará em fazer com que as ações e o traje de todos os que pregam a santa verdade de Deus sejam corretos e perfeitamente apropriados, de modo que todo item relacionado conosco recomende nossa santa religião. O próprio vestuário será uma recomendação da verdade para os descrentes. Será um sermão em si mesmo (ME3, p. 251). Cultive a cortesia e uma suave dignidade – O pastor deve lembrar que sua atitude no púlpito, sua maneira de falar e seu vestuário produzem nos ouvintes uma impressão favorável ou desfavorável. Devem cultivar a cortesia e a fineza de maneiras, conduzindo-se com a suave dignidade própria de sua alta vocação. Sua conduta deve se caracterizar por um quê de solenidade e piedosa autoridade, aliado à mansidão. Vulgaridade e rudeza não são toleráveis no trato comum da vida, e muito menos deverão ser permitidas na obra do ministério. A atitude do pastor deve estar em harmonia com as santas verdades que ele proclama. Suas palavras devem ser, em todos os sentidos, bem escolhidas (OE, p. 172).
A APARÊNCIA DA FAMÍLIA Evite a idolatria do vestuário. Deus deseja um caráter formoso, não uma aparência ditada pela moda – Os pastores e suas esposas devem ser um exemplo em desaprovar as exibições de moda em nossas irmãs que afirmam crer na verdade. Elas devem vestir seus filhos de uma maneira que Deus aprove, apresentando-os à igreja com simplicidade e modéstia no vestir. Deve-se ter muito mais empenho em instruí-los para que desenvolvam um caráter belo e se mantenham nos caminhos do Senhor, do que deixar que tenham uma aparência ditada pela moda, seguindo o caminho dos sodomitas (Testimonies on the Case of Elder E. P. Daniels, p. 16 – Ft 96). A roupa deve ser simples, limpa, confortável e de bom material – Nossos pastores e suas esposas devem ser o exemplo de simplicidade no vestuário; devem vestir-se com correção, confortavelmente, usando bom
Aparência pessoal | 65 material, mas evitando qualquer coisa que se assemelhe à extravagância e adornos, mesmo que não sejam caros; pois essas coisas testificam contra nós. Devemos educar os jovens na simplicidade do vestuário, na singeleza e no asseio. Sejam os adornos extras deixados fora mesmo que o custo seja irrisório (TM, p. 180). As mulheres que se apresentam em público não devem se sentir tão pobres que não possam adquirir uma roupa adequada – Fannie, onde quer que você vá, onde quer que esteja, deve cuidar para que as cores, o estilo e o material de seus vestidos estejam em harmonia com sua idade e a fé que professa. Lembre-se da observação que fiz ao pastor Olsen: quando estava em Preston você carecia de roupa adequada e se sentia pobre demais para adquirir o necessário. As observações que fez mostraram que você não me entendeu. Espero ser entendida agora. Você necessita de roupa de baixo confortá vel, a qual deve adquirir para poder ter boa saúde. Mas eu certamente não aprovo, em todos os aspectos, seu estilo de se vestir. Fiquei muito triste e envergonhada quando você se ergueu na plataforma diante da multidão, na tenda, com o seu vestido leve e enorme. Não era apropriado para a ocasião. O seu gosto no quesito do vestuário pode melhorar bastante; e espero que não consulte a sua costureira, e sim pessoas sensatas que não ficarão adulando nem a enganarão quanto à roupa adequada que possa causar uma boa impressão tanto na mente dos crentes como na dos descrentes. Nós, que professamos estar na luz e que temos cargos importantes para instruir outros nas reuniões infantis, precisamos nos vestir com extrema simplicidade, mas também com asseio e bom gosto; não devemos deixar que alguém nos use como desculpa para seguir as modas volúveis e mundanas desta época corrupta. Os que se vestem segundo as prescrições bíblicas podem, com pala vras apropriadas, ajudar outros a alcançar um padrão adequado. Não venha me perguntar como se vestir. Se nossas irmãs têm o Espírito de Deus habitando no coração como um princípio vivo, em nenhum momento elas darão oportunidade para que alguém se afaste dos conselhos de Deus, apontando o dedo para as esposas dos pastores ou para as obreiras bíblicas. Tenha sempre vestidos de tecido bom e durável, e de cores modestas, que sejam simples e sem adornos. Você com certeza precisa melhorar sua maneira de vestir (Carta 7, 1894).
6 4
6 5
0 0
11
Finanças pessoais
Os que não conseguem administrar suas próprias finanças não são aptos para o ministério – Ninguém pode ser desculpado por não ter capacidade financeira. De muitos homens se pode dizer: Ele é bondoso, amável, generoso, homem bom e cristão, mas não tem capacidade para administrar suas próprias finanças. Quando se trata de gastar dinheiro, não passa de uma criança. Seus pais não lhe ensinaram a compreender e praticar os princípios do sustento próprio. Um homem assim não está habilitado a se tornar pastor (YI, 7 de fevereiro de 1901). Recuse ocupar-se em algum negócio que possa impedi-lo de dedicar-se inteiramente ao seu sagrado ofício – As energias do pastor são todas necessárias para o seu elevado chamado. Suas melhores capacidades pertencem a Deus. Ele não deve se envolver em especulações, ou em qualquer outro negócio que o desvie de sua grande obra. “Nenhum soldado”, escreveu Paulo, “se deixa envolver pelos negócios da vida civil, já que deseja agradar aquele que o alistou” (2Tm 2:4). Assim o apóstolo deu ênfase à necessidade de o pastor se consagrar sem reservas ao serviço do Mestre. O pastor que está integralmente consagrado a Deus recusa empenharse em negócios que poderiam impedi-lo de se dedicar por completo ao sagrado ofício. Não procura riquezas nem honra terrestres; seu único propósito é falar a outros a respeito do Salvador que Se entregou para levar aos seres humanos as riquezas da vida eterna. Seu supremo desejo não é acumular tesouros neste mundo, mas chamar a atenção dos indiferentes e desleais para as realidades eternas. Ele pode ser convidado a empenharse em empreendimentos que prometam grandes lucros mundanos, mas a tais tentações ele responde: “Que adianta ao homem ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma?” (Mc 8:36) (AA, p. 365, 366). Não podemos nos envolver em nenhum outro negócio sem redu zir o vigor e a força de nosso trabalho na causa de Deus – Hábitos
Finanças pessoais | 67 errados reduzem nossas sensibilidades físicas e mentais. Todo o vigor que podemos adquirir por um correto estilo de vida, colocando-nos na melhor relação com a saúde e a vida, deve ser dedicado totalmente à obra que o Senhor nos apontou. Não podemos dispor de nossas poucas e fracas energias para servir às mesas, ou misturar comércio com o trabalho que Deus nos designou. Cada capacidade do corpo e da mente é agora necessária. A obra de Deus assim exige, e nenhum negócio independente pode ser executado à parte dessa grande obra, sem despendermos tempo e energias físicas e mentais, reduzindo o vigor e a força de nosso trabalho na causa de Deus. Os pastores que fazem assim não dispõem de muito tempo para meditação e oração, e carecem daquela força e clareza de mente que precisariam ter para entender os casos daqueles que necessitam de ajuda, e estar preparados “a tempo e fora de tempo” (2Tm 4:2). Uma palavra dita de modo apropriado e no devido tempo pode salvar pobres, errantes, duvidosos e abatidos seres humanos. Paulo exortou a Timóteo: “Seja diligente nessas coisas; dedique-se inteiramente a elas, para que todos vejam o seu progresso” (1Tm 4:15) (T1, p. 470, 471). Os ministros não devem obter riquezas através de especulação – Não posso de maneira nenhuma emprestar minha influência para sugerir a você ou a algum de meus irmãos que adquira riquezas através de especulação ou extorsão; você não deve se unir aos que fazem isso. Os homens de real valor são encontrados mais facilmente entre os que possuem pouco das coisas deste mundo, e o que têm foi obtido por sua diligência, honestidade e economia, e não por especulação. Os que são bem remunerados por seu trabalho não devem, se fizerem economia, ser maltrapilhos ou estar à beira da miséria, ou oprimidos por dívidas ( Testimonies on the Case of Elder E. P. Daniels, p. 36 – Ft 96). Não incentive os membros a se envolverem em negócios de espe culação – Deus me mostrou o caminho pecaminoso que o irmão está seguindo. Está envolvido com negócios de mineração e imóveis e, como ministro credenciado do evangelho, tem influenciado a mente dos seus irmãos e os persuadido a investir seus recursos em imóveis e ações de empresas de mineração. Disse-lhes que o investimento lhes traria grandes lucros, que triplicariam seu dinheiro, e assim poderiam ajudar muito mais a obra. Retratou isso como uma boa oportunidade que não queria que eles perdessem, e insistiu com eles para que aproveitassem as vantagens que
6 6
68
7 6
| Ministério Pastoral
Deus havia colocado ao seu alcance. Com sua capacidade de exagerar, você apresentou o assunto sob uma luz tal que conseguiu enganar a muitos, e alguns perderam dinheiro que poderia ter sido empregado na causa de Deus (Testimonies on the Case of Elder E. P. Daniels, p. 71 – Ft 96). Não venda mercadorias aos irmãos com objetivo de lucro pessoal – Um tremendo erro tem sido cometido por alguns que professam a verdade presente, ao misturarem atividades comerciais durante as séries de reuniões, fazendo com que a mente das pessoas se distraia do verdadeiro objetivo. Se Cristo estivesse agora na Terra, mandaria embora esses vendedores e comerciantes, quer fossem pastores ou povo, com açoite de pequenas cordas como fez antigamente, quando entrou no templo e “expulsou todos os que ali esta vam comprando e vendendo. Derrubou as mesas dos cambistas e as cadeiras dos que vendiam pombas, e lhes disse: ‘Está escrito: ‘A Minha casa será chamada casa de oração, mas vocês estão fazendo dela um ‘covil de ladrões’’’” (Mt 21:12, 13). Esses negociantes poderiam ter se justificado dizendo que os artigos que vendiam eram para as ofertas sacrificais. Mas seu objetivo era ganhar dinheiro, obter meios e acumulá-los (T1, p. 471, 472). É sacrilégio pegar dinheiro da tesouraria de Deus para uso próprio – Aquilo que foi colocado à parte, segundo as Escrituras, como pertencente ao Senhor, constitui a renda do evangelho e já não nos pertence. Devemos considerá-la como inteiramente do Senhor. O homem que tira da tesouraria de Deus algum dinheiro para si mesmo ou para outros em seus negócios seculares comete nada menos que um sacrilégio. Alguns ministros têm cometido o erro de tirar do altar de Deus o que Lhe havia sido dedicado especialmente. Eles devem considerar essa questão sob uma perspectiva adequada. Ninguém que se ache em dificuldades financeiras deve pegar dinheiro consagrado a propósitos religiosos para empregá-lo em seu próprio benefício, acalmando a consciência, dizendo que o devolverá dentro de algum tempo. É melhor adequar os gastos aos rendimentos, restringir as necessidades e viver dentro do orçamento do que usar o dinheiro do Senhor para propósitos seculares. Esse assunto não é considerado como deveria. Sob nenhum pretexto, se deve usar o dinheiro que se entrega à tesouraria de Deus para o benefício de alguém em questões temporais. Ele deve ser guardado para o objetivo para o qual foi dado (RH, 23 de maio de 1893). A recompensa virá quando a obra estiver feita – Um pastor fiel não levará em conta a própria tranquilidade e conveniência, mas trabalhará
Finanças pessoais | 69 pelo interesse das ovelhas. Nessa grande obra, esquecerá de si mesmo; em sua busca à ovelha perdida, não se dará conta de que ele mesmo está cansado, com frio e faminto. Tem em vista apenas um objetivo: salvar a ovelha perdida custe-lhe o que custar. Seu salário não terá influência sobre seu trabalho nem o desviará do dever. Ele recebeu sua comissão da Majestade do Céu e aguarda a recompensa quando a obra que lhe foi confiada estiver feita (T2, p. 341).
6 8
12 9 6
A saúde do pastor
ESTRESSE O pastorado é um trabalho exaustivo – Se, durante seus momentos de folga, um pastor se empenha em trabalho no pomar ou na horta, deduzirá ele esse tempo de seu salário? Certamente não, da mesma maneira que ele não inclui o tempo quando chamado para trabalhar horas extras em obra ministerial. Alguns pastores gastam muitas horas em aparente lazer, e é justo que descansem quando lhes é possível, pois o organismo não pode resistir à rigorosa tensão, caso não haja tempo para relaxar. Existem horas do dia que exigem sério esforço, pelas quais o pastor não recebe pagamento extra. E se ele acha bom picar lenha algumas horas por dia, ou trabalhar no jardim, isto lhe é um privilégio tanto quanto pregar. O pastor não pode estar sempre pregando e visitando, pois isto é obra exaustiva (Ev, p. 660). Repouso pode ser a solução para depressão mental – Você deve trabalhar com cautela e observar períodos de descanso. Assim procedendo, reterá seu vigor físico e mental e tornará seu trabalho muito mais eficiente. Irmão F, você é um homem nervoso e age muito por impulso. A depressão mental influencia demais seu trabalho. Em certas ocasiões, você sente necessidade de liberdade e pensa que é porque outros estão em trevas ou em erro, ou que existe algo que você não sabe bem o que é. Então, faz um movimento em algum lugar e contra alguém, e isso pode causar grande mal. Se, quando nesse estado de inquietação e nervosismo, você aquietasse e repousasse, calmamente esperando em Deus e questionasse se o mal não está em você mesmo, deixaria de ferir o próprio coração e a preciosa causa de Deus (T1, p. 622). Deve-se tomar providência para cuidar dos ministros que por excesso de trabalho adoeceram – Deve-se tomar alguma providência
A saúde do pastor | 71 quanto ao cuidado para com os pastores e outros fiéis servos de Deus que, devido a se exporem ou a trabalharem em excesso em Sua causa, adoeceram e necessitam de repouso e restauração, ou que, devido à idade e à perda de saúde, não são mais capazes de levar encargos e suportar o calor do dia. Os pastores são muitas vezes designados para um campo de trabalho que eles sabem que lhes será prejudicial à saúde; mas, não querendo recuar diante de lugares difíceis, arriscam-se, esperando ser um auxílio e uma bênção para o povo. Depois de algum tempo verificam que sua saúde decai. Experimenta-se uma mudança de clima e de trabalho, sem produzir benefício; e então, o que eles farão? (OE, p. 426).
EXERCÍCIO O exercício renova o corpo e possibilita mais trabalho pastoral – Todo o organismo necessita da revigoradora influência do exercício ao ar livre. Poucas horas de trabalho braçal cada dia concorrem para renovar o vigor f ísico e fazer repousar e relaxar a mente. Por este meio, a saúde em geral poderá ser promovida e uma maior soma de trabalho pastoral realizada. O constante ler e escrever de muitos ministros os incapacita para o trabalho pastoral (CS, p. 193). Os ministros não devem agir como se a atividade física diminuísse sua dignidade – Minha querida irmã, falo-lhe com franqueza, pois não ouso fazê-lo de outro modo. Rogo-lhe que assuma as responsabilidades da vida em lugar de evitá-las. Ajude seu marido, ajudando a si mesma. A opinião que ambos defendem sobre a dignidade que o pastor deve manter não está de acordo com o exemplo de nosso Senhor. O ministro de Cristo deve possuir sobriedade, mansidão, amor, longanimidade, paciência, piedade e educação. Deve ser ponderado, elevado no pensamento e na conversação e de comportamento irrepreensível. Essa é a dignidade evangélica. Mas, se um pastor visita uma família onde pode servir a si mesmo, deve agir assim por todos os meios e, por seu exemplo, estimular a atividade através do trabalho físico, quando não tem uma multiplicidade de outros deveres e responsabilidades. Ele não será diminuído em sua dignidade e se relacionará melhor com saúde e vida, ao empenhar-se em trabalho útil. A circulação do sangue será mais uniforme e equilibrada. O trabalho físico, diferentemente do mental,
7 0
72
1 7
| Ministério Pastoral
desviará o sangue do cérebro. É essencial que seu marido faça mais trabalho físico para aliviar o cérebro. A digestão será estimulada pelo exercício físico. Se ele gastar uma parte de cada dia em exercício físico, quando não obrigado por esforços cansativos de uma série de reuniões, isso lhe será um grande benefício e não prejudicará sua dignidade ministerial. Esse exemplo estará de acordo com o de nosso divino Mestre (T2, p. 568, 569). O trabalho físico é uma bênção, mas empregar tempo demais nele rouba a Deus do serviço que Ele deles requer – O irmão D é ativo e disposto tanto para agir como para assumir responsabilidades que não estão relacionadas ao seu chamado, e tem a mente e o tempo muito absor vidos por coisas temporais. Alguns pastores mantêm uma certa dignidade que não está de acordo com a vida de Cristo e não estão dispostos a se tornar úteis, empenhando-se em trabalho físico, como a ocasião pode exigir, para abrandar as cargas daqueles de quem recebem hospitalidade, e aliviá-los de cuidados. A atividade física seria para eles uma bênção real, em vez de prejuízo. Ajudando a outros, beneficiariam a si mesmos. Mas alguns vão ao extremo oposto. Quando seu tempo e energias são totalmente requeridos na causa de Deus, estão dispostos a se empenhar no trabalho e se tornarem servos de todos, mesmo nas coisas seculares. Eles realmente roubam a Deus do ser viço que Ele deles requer. Assim, assuntos triviais tomam o precioso tempo que deveria ser dedicado aos interesses da causa de Deus (T2, p. 643).
DIETA Comida demais e pouco exercício enfraquecem as faculdades mentais e morais – Alguns de nossos pastores comem demais, e depois não se exercitam suficientemente para eliminar os resíduos que acumulam no organismo. Comem e depois passam a maior parte do tempo sentados, lendo, estudando ou escrevendo, quando uma porção de seu tempo deve ser dedicada a esforço físico sistemático. Nossos pregadores com certeza perderão a saúde, a menos que sejam cuidadosos para não sobrecarregar o estômago com quantidade excessiva de alimento, ainda que saudável. Vi que vocês, irmão e irmã A, estavam ambos em perigo nesse ponto. O excesso no comer impede a livre corrente de pensamentos e palavras, e aquela intensidade de sentimento que é tão necessária, a fim de gravar a verdade no coração do ouvinte.
A saúde do pastor | 73 A condescendência com o apetite obscurece e trava a mente, e embota as emoções santas do coração. As habilidades mentais e morais de alguns de nossos pregadores são enfraquecidas pelo comer incorreto e a falta de exercício físico. Aqueles que têm desejo de grandes quantidades de alimento não devem satisfazer o apetite, mas devem praticar domínio próprio e reter as bênçãos de músculos ativos e cérebro não sobrecarregado. O excesso no comer entorpece todo o ser, desviando as energias de outros órgãos para fazer o trabalho do estômago (T3, p. 310). Substitua os alimentos cárneos por frutas e cereais em quantidades adequadas – Como mensageiros de Deus, não daremos um testemunho categórico contra a complacência de um apetite pervertido? Os que dizem ser ministros do evangelho, que proclamam a mais solene verdade jamais dada aos mortais, farão de seu estômago uma fossa? Deus providenciou abundância de frutas e cereais, que podem ser saudavelmente preparados e utilizados em quantidades adequadas. Por que, então, o homem continua escolhendo alimentos cárneos? Podemos nós ter confiança nos ministros que se sentam à mesa para comer carne com os outros? (PUR, 9 de outubro de 1902).
REFORMA DE SAÚDE Os pregadores devem ensinar a reforma de saúde, mas não devem fazer dela o seu tema principal – A reforma de saúde está intimamente ligada com a mensagem do terceiro anjo, mas não constitui a mensagem em si. Nossos pregadores devem ensinar a reforma de saúde, mas não devem fazer dela o seu tema principal, em lugar da mensagem. Seu lugar está entre os temas que indicam o trabalho de preparação para enfrentar os acontecimentos assinalados pela mensagem; entre eles ocupa uma posição de destaque (RH, 7 de maio de 1914). Alguns ministros manifestam pouco interesse na reforma de saúde porque ela é contrária aos seus hábitos de condescendência própria – Por que manifestam alguns de nossos irmãos pastores, tão pouco interesse na reforma de saúde? É porque as instruções quanto à temperança em todas as coisas estão em oposição à sua prática de autossatisfação. Em alguns lugares, isso tem sido a grande pedra de tropeço no caminho para levarmos o povo a pesquisar sobre a reforma de saúde, praticá-la e ensiná-la. Ninguém deve ser separado como mestre do povo
7 2
74 0 0
| Ministério Pastoral
enquanto seu ensino ou exemplo contradiz o testemunho que Deus deu a Seus servos para apresentar relativamente ao regime, pois isso trará confusão. Sua desconsideração da reforma de saúde desqualifica-o para se levantar como mensageiro do Senhor (CRA, p. 453, 454). Ministros de rosto pálido causam um estigma que recai sobre a causa da reforma de saúde – Por causa da imprudência no comer, os sentidos de alguns parecem meio paralisados, e eles são apáticos e sonolentos. Esses pastores de rosto pálido que estão sofrendo em consequência de tolerância egoísta para com o apetite, não recomendam a reforma de saúde. Quando sofrem em virtude de sobrecarga de trabalho, muito melhor seria dispensar eventualmente uma refeição, dando assim oportunidade à natureza para se refazer. Nossos obreiros fariam pela reforma de saúde mais pelo exemplo do que pregando-a. Quando amigos bem-intencionados fazem para eles alimentos muito elaborados, eles ficam fortemente tentados a desrespeitar o princípio, mas, recusando os pratos requintados, os fortes condimentos, chá e café, podem demonstrar assim que são praticantes reformadores da saúde. Alguns estão sofrendo agora em consequência da transgressão das leis da vida, deixando assim um estigma sobre a causa da reforma de saúde (T4, p. 417).
EQUILÍBRIO ENTRE CORPO E MENTE A mente pode ser exercitada com relativa segurança se as aptidões físicas forem igualmente utilizadas – A mente não deve ser constantemente sobrecarregada enquanto as aptidões físicas são negligenciadas. A ignorância da fisiologia e o descuido em observar as leis de saúde têm levado para a sepultura muitos que poderiam ter vivido para trabalhar e estudar inteligentemente. O devido exercício da mente e do corpo desen volverá e fortalecerá todas as aptidões. Tanto a mente quanto o corpo serão preservados, e serão capazes de realizar diversas tarefas. Os ministros e mestres precisam aprender com respeito a essas coisas, bem como praticá-las. O devido uso da força física, assim como das capacidades mentais, equilibrará a circulação do sangue e manterá cada órgão da máquina viva em boas condições de funcionamento. A mente é frequentemente sobrecarregada; é conduzida à loucura por seguir uma única linha de
A saúde do pastor | 75 pensamento; o emprego excessivo da capacidade do cérebro e o descuido dos órgãos físicos criam uma condição doentia no organismo. Cada faculdade mental pode ser exercitada com relativa segurança se as aptidões físicas forem igualmente utilizadas e a linha de pensamento for variada. Precisamos variar de ocupação, e a natureza é um mestre vivo e saudável (LS, p. 353, 354).
7 3
7 4
13 5 7
As mulheres como ganhadoras de almas
Separar mulheres para o trabalho da igreja – As mulheres que esti verem dispostas a consagrar parte de seu tempo ao serviço do Senhor devem ser nomeadas para visitar os doentes, cuidar dos jovens, e atender às necessidades dos pobres. Elas devem ser separadas para esse trabalho através de oração e imposição de mãos. Em alguns casos, precisarão ser aconselhadas pelos líderes da igreja ou pelo ministro, mas, se forem mulheres dedicadas, que mantêm um relacionamento vivo com Deus, serão um poder para o bem na igreja. Esse é outro meio para o fortalecimento e a edificação da igreja. Precisamos ampliar mais nossos métodos de trabalho. Ninguém deve ficar de braços cruzados, nenhuma alma desencorajada, nenhuma voz silenciada; deixem que cada indivíduo trabalhe, em particular ou em público, para ajudar no progresso desta obra grandiosa. Coloquem responsabilidades sobre homens e mulheres da igreja, para que possam se desenvolver através da prática, e assim se tornar instrumentos eficientes nas mãos do Senhor para o esclarecimento daqueles que se acham em trevas (RH, 9 de julho de 1895). Sigam o exemplo de Cristo e de Paulo ao colocarem mulheres para trabalhar – As mulheres que têm a obra de Deus no coração podem realizar um bom trabalho nos bairros onde moram. Cristo fala de mulheres que O ajudaram a apresentar a verdade a outros, e Paulo também menciona mulheres que trabalharam com ele no evangelho. Mas quão limitado é o trabalho realizado por aqueles que poderiam fazer uma grande obra, se quisessem! Há famílias que dispõem de recursos que poderiam usar para a glória de Deus, se viajassem para terras distantes a fim de fazer sua luz brilhar em boas obras para aqueles que precisam de ajuda. Por que os homens e as mulheres não se envolvem em trabalho missionário, seguindo o exemplo de Cristo? (RH, 21 de julho de 1896).
As mulheres como ganhadoras de almas | 77 As mulheres devem empenhar-se em ministrar – Devia haver certamente maior número de mulheres empenhadas na obra de ministrar à humanidade sofredora, erguendo, educando em crer – simplesmente crer – em Jesus Cristo nosso Salvador (Ev, p. 465). As mulheres devem ajudar a levar a verdade – Deus quer obreiros que possam levar a verdade a todas as classes sociais, altas e baixas, ricas e pobres. Nesse trabalho, as mulheres podem desempenhar uma parte importante. Deus permita que os que leem estas palavras possam empenhar todos os esforços para abrir as portas para que mulheres consagradas possam entrar no campo (MR5, p. 162). Necessitam-se mulheres na obra de salvar almas – As mulheres podem ser instrumentos de justiça, prestando um serviço santo. Foi Maria quem primeiro pregou sobre o Cristo ressuscitado. Em cumprimento do plano divino, o Filho do Homem veio buscar e salvar o que se havia perdido. [...] Os que se envolverem com o Filho de Deus em Seu trabalho, independentemente de suas aspirações, não poderão ter uma obra maior, mais santa do que esta. Se houvesse vinte mulheres onde hoje há apenas uma, que fizessem desta santa missão sua obra predileta, veríamos muito mais conversos para a verdade. Necessita-se a influência refinadora e suavizadora das mulheres cristãs na grande obra de pregar a verdade. O Senhor da vinha está dizendo a muitas mulheres que nada estão fazendo agora: “Por que vocês estiveram aqui [desocupadas] o dia todo?” (Mt 20:6). Se houver zelo e diligência contínua em nossas irmãs que labutam para disseminar a verdade, elas terão êxito total e nos surpreenderão com os resultados. Com paciência e perseverança, o trabalho precisa ser realizado. [...] Carecemos de atos de solidariedade e bondade, em ministrar de forma sagrada e social aos necessitados, oprimidos e sofredores. Precisamos agora de mulheres que possam trabalhar, que não sejam presunçosas, mas humildes de coração, que trabalhem com a mansidão de Cristo, onde quer que encontrem trabalho a fazer em favor da salvação de almas (RH, 2 de janeiro de 1879). O CASAL TRABALHANDO JUNTO Os cônjuges podem se unir no trabalho – Há mulheres que deveriam trabalhar no ministério evangélico. Em muitos sentidos seriam mais úteis do que os ministros que não visitam o rebanho de Deus.
7 6
78
7 7
| Ministério Pastoral
Marido e mulher podem se unir nesse trabalho e devem fazê-lo sempre que possível. O caminho está aberto para as mulheres consagradas (MR5, p. 325, 326). O Senhor deseja ter os pastores e suas esposas unidos na obra – A obra de Deus requer trabalho intenso, e o Senhor deseja ter os ministros e suas esposas intimamente unidos nessa obra. O marido e a esposa podem se harmonizar tão bem no trabalho, que a esposa será o complemento do marido. O Senhor deseja que eles sejam unidos para ouvir Sua voz, para se aproximarem mais e mais dEle, alimentando-se de Sua Palavra, e recebendo luz e bênçãos para partilhar com os outros. Devem ter a liberdade necessária para assistir aos congressos e outras reuniões gerais. E a esposa pode ser uma ajuda constante ao marido nas visitas e em outros trabalhos pessoais. [...] As esposas de muitos servos do Senhor têm se unido prazerosamente com seus maridos na obra de salvar almas. Graças ao seu interesse altruísta no progresso da causa de Deus, a esposa tem tornado o trabalho do marido muito mais completo (MR6, p. 43). Sempre que possível, o pastor e a esposa devem trabalhar juntos – Quando for possível, vão o pastor e a esposa juntos. A mulher pode muitas vezes trabalhar ao lado do esposo, efetuando um nobre serviço. Ela pode visitar os lares do povo e ajudar às senhoras nessas famílias, de uma forma que não é possível ao marido (Ev, p. 491). A esposa pode lidar com casos que estão fora do alcance do pastor – A esposa do pastor pode fazer muito, se quiser. Se for dotada de espírito de sacrifício, e tiver amor às almas, poderá fazer praticamente tanto bem quanto o esposo. Uma irmã obreira na causa da verdade pode compreender e tratar, especialmente entre as irmãs, certos casos que estão fora do alcance do pastor (OE, p. 201, 202). Se o pastor e a esposa puderem realizar visitações juntos, devem fazê-lo – Mantenham-se sempre em busca de almas. Usem tato e habilidade quando em visita às famílias. Orem com elas e por elas. Levem-lhes a verdade com grande ternura e amor, e certamente virão compensações. Caso o pastor e sua esposa possam se empenhar juntos nessa obra, devem fazê-lo (Ev, p. 437).
A REMUNERAÇÃO DAS ESPOSAS Algumas esposas devem receber salário – Há esposas de ministros, como as irmãs Starr, Haskell, Wilson e Robinson, que são obreiras de
As mulheres como ganhadoras de almas | 79 coração, dedicadas, zelosas, que dão estudos bíblicos, oram com as famílias, e ajudam com os seus esforços pessoais e são tão bem-sucedidas como seus maridos. Essas mulheres dedicam tempo integral, e lhes dizem que não recebem pagamento por seu trabalho porque seus maridos já recebem o salário. Eu lhes digo que sigam em frente e que todas essas decisões serão mudadas. A Palavra diz: “Digno é o obreiro do seu salário” (1Tm 5:18). Quando uma decisão desse tipo for tomada, eu protestarei em nome do Senhor. Sentirei que é meu dever criar um fundo do dinheiro dos meus dízimos para pagar a estas mulheres que estão realizando um trabalho tão essencial como o dos ministros, e separarei esse dízimo para a mesma linha de trabalho como a dos ministros, buscando e pescando almas. Sei que as mulheres fiéis devem receber salário proporcional ao dos ministros. Elas sentem responsabilidade pelas almas, e não devem ser tratadas injustamente. Essas irmãs estão doando seu tempo para educar os novos conversos e se pagam a si mesmas pelo trabalho realizado, e pagam a quem trabalha para elas. Todas essas coisas devem ser corrigidas e colocadas em ordem, e se deve fazer justiça a todos. As revisoras de provas no escritório recebem seu salário, dois dólares e meio a três dólares por semana. Já tive que pagar isso, e outros também precisam pagar. Mas as esposas dos ministros, que desempenham uma tremenda responsabilidade, dedicando tempo integral, nada recebem por seu trabalho (MR12, p. 160, 161). Às vezes cometemos injustiça ao não pagarmos às esposas competentes – Têm-se feito por vezes injustiça a mulheres que trabalham tão dedicadamente como seus maridos, e que são reconhecidas por Deus como necessárias à obra do ministério. O plano de pagar os obreiros homens, e não pagar suas esposas, as quais partilham de seus esforços, não é segundo a ordem de Deus, e, caso seja seguido em nossas Associações, é capaz de desanimar a nossas irmãs de se habilitarem para a obra em que se devem empenhar. Deus é um Deus de justiça, e, se os pastores recebem pagamento por seu trabalho, as esposas, que se consagram à obra com igual desprendimento, devem ser pagas além do salário que os maridos recebem, mesmo que elas não o solicitem (OE, p. 452, 453). A remuneração das mulheres deve ser proporcional ao tempo dedi cado ao trabalho – Tem-se cometido injustiça com mulheres que trabalham tão dedicadamente como seus maridos, e que são reconhecidas por Deus como necessárias à obra ministerial tanto quanto eles. O plano de
7 8
80
9 7
| Ministério Pastoral
pagar os obreiros homens e não pagar a suas esposas, não é segundo a ordem de Deus. Tem-se feito injustiça. Comete-se um erro. O Senhor não aprova tal plano, e, caso seja seguido em nossas Associações, é capaz de desanimar a nossas irmãs de se habilitarem para a obra em que se devem empenhar. Comete-se um erro quando a responsabilidade do trabalho é deixada inteiramente aos ministros. Esse plano foi certamente elaborado sem a aprovação de Deus. Algumas mulheres estão agora ensinando moças a trabalhar com êxito na visitação e dando estudos bíblicos. As mulheres que trabalham na causa de Deus devem ser remuneradas em proporção ao tempo que dedicam ao trabalho. Deus é um Deus de justiça, e se os ministros recebem pagamento por seu labor, as esposas, que se consagram à obra com o mesmo desinteresse, devem ser pagas além do ordenado que os maridos recebem, mesmo que elas não o solicitem. Quando um ministro dedicado e sua esposa se empenham na obra, eles devem ser remunerados em proporção ao salário de dois obreiros distintos, para que tenham os meios necessários para usar como acharem melhor na causa de Deus. O Senhor derrama o Seu Espírito sobre ambos. Se o esposo morre, deixando a esposa sozinha, ela estará capacitada para continuar o trabalho na causa de Deus e receberá remuneração pelo trabalho que realizar (MR5, p. 323, 324). As mulheres que trabalham com o evangelho devem receber salário – Os adventistas do sétimo dia não devem, de forma alguma, diminuir a importância da obra da mulher. Se esta confia seu serviço doméstico nas mãos de uma auxiliar fiel e prudente, e deixa seus filhos em boa guarda ao passo que se ocupa na obra, a Associação deve ter a sabedoria de compreender a justiça de remunerá-la. Mulheres ajudaram nosso Salvador unindo-se a Ele em Sua obra. [...] Se as mulheres realizam um trabalho que não é o mais agradável para muitos dos que trabalham na palavra e na doutrina, e se suas obras testificam que estão cumprindo uma tarefa que tem sido claramente descuidada, não deveria essa obra ser considerada tão rica em resultados como a obra dos ministros ordenados? Não deveria isso ser motivo para empregar tais mulheres? Não seriam elas defraudadas se não fossem pagas? Esse assunto não deve ser resolvido pelos homens. O Senhor já o resol veu. Vocês devem cumprir seu dever com as mulheres que trabalham no evangelho, cuja obra testifica que elas são indispensáveis para levar a verdade às famílias. Sua obra é justamente a que deve ser feita. Em muitos
As mulheres como ganhadoras de almas | 81 aspectos, uma mulher pode partilhar com suas irmãs um conhecimento que os homens não podem. A causa sofreria uma grande perda sem esse tipo de trabalho. Repetidas vezes, o Senhor me tem mostrado que as mulheres instrutoras são tão necessárias para a obra para a qual Ele as designou, como os homens. Elas não devem se sentir pressionadas por sentimentos e critérios de outros para depender de doações para o seu salário, como também não o são os ministros (MR5, p. 324, 325). O trabalho da esposa do pastor deve ser valorizado – O pastor é pago por seu trabalho e isso é justo. E, se o Senhor dá à esposa, da mesma maneira que ao marido, a responsabilidade da obra, e ela dedica seu tempo e suas energias a visitar as famílias e expor-lhes as Escrituras, embora não lhe hajam sido impostas as mãos da ordenação, ela está realizando uma obra que pertence ao ramo do ministério. Deveria então seu trabalho ser considerado sem valor? (OE, p. 452). Deus tem uma missão para as mulheres – O Senhor tem uma obra para as mulheres, bem como para os homens. Elas podem ocupar seus lugares na obra do Senhor neste momento decisivo, e Ele operará por meio delas. Se estiverem imbuídas do senso de seu dever, e trabalharem sob a influência do Espírito Santo, terão justamente a serenidade necessária para este tempo. O Salvador refletirá sobre essas mulheres abnegadas a luz de Seu rosto e lhes dará um poder que excederá o dos homens. Elas podem realizar nas famílias um trabalho que os homens não podem fazer, uma obra que atinge até a vida íntima. Podem se aproximar do coração de pessoas às quais os homens não têm acesso. O trabalho delas é necessário (RH, 26 de agosto de 1902).
8 0
14 1 8
Administração do tempo
O sucesso ou fracasso do ministro depende muito do uso que ele faz do tempo – Alguns poderiam ter se tornado obreiros completos se tivessem feito bom uso de seu tempo, sentindo que teriam contas a prestar a Deus por seus momentos desperdiçados. Eles desagradaram ao Senhor porque não foram dedicados. Autossatisfação, orgulho e apego egoísta à comodidade têm afastado alguns do bem, impedindo-os de obter um conhecimento das Escrituras, que os habilitaria plenamente à prática de boas obras. Alguns não reconhecem o valor do tempo e perdem na cama as horas que poderiam ter sido empregadas no estudo da Bíblia (T2, p. 499). Levante cedo e economize seus momentos para estudar a Bíblia – Ao se levantar cedo e economizar alguns momentos, os ministros podem encontrar tempo para uma pesquisa profunda das Escrituras. Devem ser perseverantes e não se distrair de seu objetivo, mas persistentemente empregar o tempo no estudo da Palavra, trazendo em seu auxílio as verdades que outras mentes, mediante intenso trabalho, proporcionaram a eles, e com empenhado e perseverante esforço lhes prepararam para terem à sua disposição. Há ministros que têm trabalhado durante anos, ensinando a verdade a outros, enquanto eles próprios não estão familiarizados com os pontos fortes de nossa doutrina. Suplico-lhes que abandonem sua ociosidade. É uma maldição constante para eles. Deus requer que tornem frutífero cada momento com algo benéfico para eles mesmos ou em favor de outros (RH, 12 de maio de 1885). Levem um livro consigo – Os pastores devem dedicar tempo à leitura, ao estudo, a meditar e orar. Devem enriquecer a mente com conhecimentos úteis, aprendendo de cor trechos das Escrituras, traçando o cumprimento das profecias e aprendendo as lições que Cristo deu a Seus discípulos. Levem um livro consigo para ler enquanto viajam de trem,
Administração do tempo | 83 ou esperam na estação ferroviária. Empreguem todo momento vago em fazer alguma coisa. Assim se fechará, a milhares de tentações, uma porta eficaz (T4, p. 412). Os ministros não devem gastar tempo demais com negócios, resolvendo dificuldades na igreja ou em longas reuniões – A cada homem é dado seu trabalho. Os que ingressam no ministério se empenham numa obra especial e devem se dedicar à oração e à pregação da Palavra. Sua mente não deve ser sobrecarregada com assuntos comerciais. Durante anos o Senhor tem estado a me instruir, a fim de que eu advirta nossos irmãos do ministério contra o fato de permitirem que sua mente fique preocupada com negócios, de maneira que não disponham de tempo para comunhão com Deus e companheirismo com o Espírito. Um pastor não pode se manter na melhor condição espiritual enquanto é chamado para resolver pequenas dificuldades nas várias igre jas. Este não é o trabalho que lhe foi designado. Deus deseja usar cada uma das faculdades de Seus escolhidos mensageiros. A mente deles não deve ficar cansada devido a longas reuniões de comissões à noite, porque Deus deseja que todas as suas energias mentais sejam empregadas na proclamação do evangelho, com clareza e com ênfase, como é em Cristo Jesus (Ev, p. 91). Não desperdicem tempo com os constantes murmuradores da igreja – Os ministros de Cristo devem ocupar seu lugar, e não serem obstruídos no trabalho que lhes cabe por esses agentes de Satanás. Haverá bastantes desses para duvidar, torcer e criticar para manter os ministros de Deus constantemente ocupados, caso eles se permitam ser detidos na grande obra de dar a última salvadora mensagem de advertência ao mundo. Caso a igreja não tenha força para se opor aos sentimentos profanos, rebeldes dos murmuradores da igreja, melhor é deixar cair ao mar igreja e murmuradores juntamente, do que perder a oportunidade de salvar centenas que formariam igrejas melhores, e que possuem em si mesmas os elementos da força, da união e do poder (Ev, p. 371). Jesus organizava o Seu dia para poder ministrar à classe trabalha dora à tardinha – Todo o dia ajudava os que a Ele vinham; à tardinha, atendia aos que tinham que trabalhar durante o dia pelo sustento da família (Ev, p. 652). Reserve tempo para a família – Os filhos dos pastores são, em certos casos, os mais negligenciados do mundo, pela razão de que os pais estão
8 2
84
3 8
| Ministério Pastoral
com eles apenas por pouco tempo, e ficam na liberdade de escolher suas ocupações e entretenimentos (LA, p. 354). Não ocupe tempo demais tratando de assuntos do lar – Alguns pastores ficam muito tempo em casa, esgotam-se no sábado e então voltam e consomem suas forças na lavoura ou no atendimento de assuntos do lar. Trabalham para si mesmos durante a semana e consomem o restante de suas abatidas energias no trabalho de Deus. Mas o Senhor não aceita esses débeis esforços. Eles ficam sem energia mental ou física extra. No melhor dos casos, seus esforços são muito fracos. Mas depois de se haverem absorvido e embaraçado o tempo todo com as preocupações desta vida durante a semana, estão inteiramente inabilitados para a nobre, sagrada e importante obra de Deus (T1, p. 471).
Relacionamentos pastorais
15
O relacionamento do pastor com sua família
O LAR O verdadeiro caráter de um ministro se revela no lar – Não é tanto a religião do púlpito quanto a da família que revela nosso verdadeiro caráter. A esposa do pastor, seus filhos e os que estão empregados como auxiliares em sua família são o juiz mais bem qualificado de sua vida religiosa. Um homem bom será uma bênção a sua casa. Esposa, filhos e empregados serão o melhor para sua religião (LA, p. 354). O bem-estar espiritual de sua família vem em primeiro lugar – Nada serve de desculpa para o pastor negligenciar o círculo familiar pelo mais amplo círculo externo. O bem-estar espiritual de sua família vem em primeiro lugar. No dia do ajuste de contas final, Deus há de perguntar o que fez ele para atrair para Cristo aqueles que assumiu a responsabilidade de trazer ao mundo. O grande bem, feito a outros, não pode cancelar a dívida que ele tem para com Deus, quanto a cuidar dos próprios filhos (OE, p. 204). Um pastor precisa mostrar em sua família consideração bondosa, antes de ter êxito em ganhar almas – Precisa mostrar em sua família consideração bondosa, ternura, amor, gentileza, nobre paciência e verdadeira cortesia apropriados a um líder de família, antes de ter êxito em ganhar pessoas para Cristo (T3, p. 556). Alguns ministros são desviados de seu trabalho pelos laços fami liares – Alguns pastores são facilmente distraídos de sua obra. Ficam desanimados, ou são afastados pelos laços de família, e deixam um interesse crescente se extinguir por falta de atenção. Mal se pode calcular o prejuízo sofrido pela causa por esse motivo (OE, p. 371).
8 5
86
6 8
| Ministério Pastoral
A ESPOSA O pastor deve tratar com carinho sua esposa – Trate sua esposa com ternura. Ela necessita de todo o cuidado, conforto e ânimo que, em seus votos matrimoniais, você prometeu lhe dar. Não lhe dê a menor chance de questionar sua lealdade ou seu sincero desejo de cumprir suas obrigações (MR6, p. 47). O êxito ou o fracasso do ministro depende muito da esposa – A esposa de um pastor pode ser a mais bem-sucedida ajudadora e uma grande bênção a seu marido ou um empecilho em sua obra. Depende muito da esposa se seu marido crescerá dia a dia em sua esfera de utilidade ou se descerá ao nível da mediocridade (LA, p. 355). O descontentamento das esposas traz desânimo aos pastores – Foi-me apresentada a vida de Cristo. Quando Sua abnegação e Seu sacrifício são comparados com as provas e sofrimentos das esposas de alguns pastores, isso faz com que tudo o que possam elas chamar de sacrif ício seja reduzido à insignificância. Se a esposa do pastor profere palavras de descontentamento e desânimo, a influência que exercerá sobre o marido será desencorajadora e tenderá a debilitá-lo no trabalho, especialmente se seu sucesso depender das influências que o rodeiam. Deve o ministro de Deus, nesses casos, ficar abatido ou retirar-se do campo de trabalho para atender aos sentimentos da esposa, surgidos da indisposição de render-se à inclinação do dever? A esposa deve harmonizar seus desejos e interesses ao dever, abrindo mão de sentimentos egoístas por amor a Cristo e à verdade. Satanás tem exercido muito controle sobre o trabalho dos pastores, através da influência de companheiras egoístas que amam a comodidade (T1, p. 451). Satanás controla os pastores por meio das esposas egoístas – Satanás está sempre em atividade para enganar e desviar pastores escolhidos por Deus para pregar a verdade. A forma mais eficaz pela qual ele pode atuar é mediante as influências do lar, por meio de companheiras não consagradas. Se consegue controlar a mente da esposa, consegue, através dela, com mais facilidade, obter acesso ao marido que, pela palavra e pela doutrina, trabalha para salvar almas. [...] Satanás não tem medido esforços para controlar as atividades dos pastores mediante a influência de companheiras comodistas e egoístas (LA, p. 355). As esposas dos pastores que ministram a outros não têm tempo de sentir solidão – A luz que o Senhor me deu quanto às esposas dos
O relacionamento do pastor com sua família | 87 pastores é que, se sua vida se mantém em íntima consagração a Deus, como é o dever de todos os que trabalham com Ele, encontrarão tantas pessoas às quais ministrar que não terão tempo de se sentir sozinhas ou de cultivar algum tipo de egoísmo. Jesus diz: “Tomem sobre vocês o meu jugo e aprendam de Mim, pois sou manso e humilde de coração, e vocês encontrarão descanso para as suas almas. Pois o Meu jugo é suave e o Meu fardo é leve” (Mt 11:29, 30). Aqueles que atendem a esse convite não se lamentarão nem terão sentimentos de solidão. Seu trabalho é fazer a vontade de Cristo. Ao fazerem isso, experimentarão uma doce paz e descanso para a alma (MR14, p. 307). Ser influenciado demais pela esposa pode ser prejudicial para o ministro – A esposa de um de nossos ministros mantinha seu esposo, que era muito sensível, torturado por sugestões semelhantes às que você tem proferido. Ela lançava falsas suspeitas sobre as palavras e ações de outros, e apresentava seus pontos de vista com tanta convicção, que seu esposo pensava que ela possuía um discernimento superior do caráter. O Senhor me deu uma mensagem para esse casal, mas eles não a aceitaram. Ele achava que estava certo em sua crença de que a esposa possuía discernimento superior, e que suas sugestões eram totalmente corretas. Qualquer esforço que se fizesse para esclarecê-lo ou para remover as impressões erradas que havia recebido, era considerado como um esquema para enganá-lo. E a língua sem controle da esposa estava em atividade constante. Qualquer empenho para salvá-lo de um colapso era interpretado por ela como o desejo de colocar alguém em seu lugar. Seus irmãos trabalharam com todas as forças para salvá-lo, mas seus planos foram interpretados como armadilhas bem arquitetadas para minar sua influência. Assim, a obra de Deus foi neutralizada pela influência do lar (MR12, p. 341). Obreiros com problemas matrimoniais podem se apresentar como vítimas, quando suas esposas é que o são – Não posso dar a ideia de eu estar justificando sua conduta na vida matrimonial. O fato de você ter deixado sua esposa e seus filhos é uma ofensa a Deus e preciso apresentar esse assunto tal como ele é, diante do presidente de sua Associação, o pastor Williams. Sempre tive a esperança de que, ao você se dar conta de seus enganos, sentiria a necessidade do arrependimento em sua forma mais plena. No entanto, minha experiência em Armadale e a responsabilidade que foi colocada sobre mim ali me fizeram sofrer muito. Os assuntos relativos à sua vida foram mais amplamente expostos diante de mim. [...] Você imaginou que
8 7
88
| Ministério Pastoral
receberia as credenciais de ministro do evangelho, mas se tivessem sido concedidas, teria sido lançada desonra sobre a causa de Deus. Você tem se apresentado como vítima, mas foi a sua esposa a maior vítima. Ela jamais deveria ter sido tratada da forma como você a tratou. Você lidou de tal maneira com seus filhos que sua esposa não poderia ter tomado outra atitude que não a de se separar de você. Ela teve o coração machucado, esmagado, e quase chegou à loucura por causa de sua forma dominadora e autoritária ao administrar a disciplina a seus filhos (CSx, p. 213).
8 8
OS FILHOS O primeiro dever do pastor é com relação a seus filhos – Os deveres do pastor estão em torno dele, próximos e distantes; mas seu primeiro dever é para com os filhos. Ele não se deve absorver tanto com as responsabilidades externas que negligencie as instruções de que necessitam seus filhos. Talvez considere as obrigações do lar como de menor importância; em realidade, porém, esses deveres se encontram na própria base do bemestar dos indivíduos e da sociedade. A felicidade de homens e mulheres e o êxito da igreja dependem, em grande parte, da influência doméstica. Interesses eternos se acham envolvidos no devido desempenho dos deveres diários da vida. O mundo não precisa tanto de grandes mentes quanto de homens bons, que sejam uma bênção na própria família (OE, p. 204). Se você está negligenciando os filhos, não está servindo a Deus da melhor maneira – Os que percebem sua deficiência numa questão que diz respeito à felicidade e utilidade das gerações futuras deveriam fazer do tema da administração familiar seu mais dedicado estudo. Como objeção a isso, muitos apontam para os filhos dos pastores, professores, e outros homens de elevada reputação por seu saber e piedade, e alegam que, se esses homens, com vantagens superiores, fracassam na administração de suas famílias, aqueles que estão em situação menos favorável não podem ter esperança de êxito. A questão a ser resolvida é a seguinte: têm esses homens dado a seus filhos o que lhes pertence por direito – bom exemplo, fiel instrução e restrição adequada? É pela negligência de tais fundamentos que esses pais dão à sociedade filhos desequilibrados, impacientes com as restrições, e ignorantes dos deveres da vida prática. Nisso estão causando ao mundo um dano que excede todo o bem que possam realizar.
O relacionamento do pastor com sua família | 89 Esses filhos transmitem sua própria perversidade de caráter como herança aos seus descendentes, e, ao mesmo tempo, seu mau exemplo e má influência corrompem a sociedade e causam estragos na igreja. Não podemos pensar que nenhum homem, independentemente de sua grande capacidade ou utilidade, esteja servindo melhor a Deus enquanto seu tempo é dedicado a outros interesses, prejudicando seus filhos (ST, 9 de fevereiro de 1882). A influência negativa da família do pastor pode causar mais dano do que o bem realizado por seu ministério – Uma dupla obrigação está sobre você, irmão B, como ministro de Deus: governar bem a própria casa e restringir seus filhos. Você, porém, tem se agradado com suas aptidões e lhes desculpado as faltas. Os pecados deles não lhe parecem tão graves. Você tem desagradado a Deus e quase arruinado os filhos pela negligência do dever; tem continuado nesse descaso mesmo após o Senhor tê-lo repro vado e aconselhado. O prejuízo causado à obra de Deus pela influência de vocês, como família, em diversos lugares por onde passaram, foi maior do que o bem realizado. Você tem estado cego e sido enganado por Satanás a respeito de sua família. Você e sua esposa têm considerado os filhos como iguais a vocês. Eles têm agido como bem lhes agrada. Isso tem sido uma triste des vantagem em seu trabalho como ministro de Cristo; e a negligência do dever em restringir os próprios filhos tem levado a um mal ainda maior, que ameaça destruir sua utilidade (T2, p. 620, 621). Os pastores que fracassam no lar fracassarão na igreja – Aquele que está comprometido com o ministério do evangelho precisa ser fiel em sua vida familiar. É importante que ele tanto aperfeiçoe, como pai, os talentos que Deus lhe conferiu com o objetivo de tornar o lar um símbolo da família celestial, quanto use no pastorado a capacidade que Deus lhe deu para conduzir pessoas para a igreja. Como sacerdote do lar e embaixador de Cristo na igreja, ele deve exemplificar em sua vida o caráter de Cristo. Deve ser fiel em cuidar das pessoas como alguém que terá de prestar contas. Não deve haver em seu serviço nenhuma negligência ou trabalho desatento. Deus não poderá usar homens pecadores que não têm uma visão clara da sagrada responsabilidade envolvida em aceitar um cargo como pastor de igreja. Aquele que fracassa em ser um pastor fiel e criterioso no lar, certamente fracassará em ser um pastor fiel do rebanho de Deus na igreja (MR6, p. 49).
8 9
9 0
16 1 9
O relacionamento do pastor com os outros
COM A COMUNIDADE Não podemos erguer uma parede entre nós e o mundo – Nossa maior necessidade é a de um coração puro, limpo, e de uma mente compreensiva. Todo tipo de falsidades maliciosas foram espalhadas contra Cristo, e serão espalhadas contra o povo que guarda os mandamentos de Deus. Como provaremos que elas são falsas? Faremos isso erguendo uma parede entre nós e o mundo? A oração de Cristo esclarece esse ponto: “Não peço que os tires do mundo, e sim que os guardes do mal” (Jo 17:15). Embora nosso trabalho seja dinâmico, deve ser conduzido com base nos princípios bíblicos. Todos os nossos empreendimentos devem ser executados com a simplicidade de Cristo, com paciência, longanimidade e amor por Deus e por Cristo. Nosso trabalho é convencer, não condenar. Os seres humanos ao nosso redor possuem as mesmas debilidades que nós (MR2, p. 195). Não critiquem outras denominações – Quando alguns que têm falta do Espírito e poder de Deus entram em um novo campo, começam a falar mal de outras denominações, pensando que podem convencer as pessoas sobre a verdade ao revelar as incoerências das igrejas populares. Pode parecer necessário em algumas ocasiões falar dessas coisas, mas, em geral, somente cria preconceito contra nossa obra e fecha os ouvidos de muitos que poderiam, de outra maneira, escutar a verdade. Se esses instrutores estivessem intimamente ligados a Cristo, teriam a sabedoria divina para saber como se aproximar do povo (T4, p. 536). Os ministros não devem criar cismas, travando as batalhas do mundo político – Os que ocupam o lugar de educadores, de pastores e de colaboradores de Deus em qualquer sentido não têm batalhas a travar no mundo político. Sua cidadania está nos Céus. O Senhor lhes pede que permaneçam como um povo separado e peculiar. Ele não quer que haja divisões no corpo de crentes. Seu povo tem de possuir os elementos de
O relacionamento do pastor com os outros | 91 reconciliação. Será que sua obra é fazer inimigos no mundo político? – Absolutamente, não! Eles têm de permanecer como súditos do reino de Cristo, levando a bandeira em que se acha inscrito: “Os mandamentos de Deus e a fé em Jesus” (Ap 14:12). Têm de ter a responsabilidade de uma obra especial, de uma especial mensagem. Temos uma responsabilidade individual, e isso tem de ser revelado na presença do Universo celestial, dos anjos e dos homens. Deus não nos pede que ampliemos nossa influência misturando-nos com a sociedade, ligandonos com os homens em questões políticas, mas ficando como partes indi viduais de Seu grande todo, tendo Cristo como cabeça. Cristo é nosso Príncipe e, como súditos Seus, devemos realizar a obra que nos foi designada por Deus (FEC, p. 478, 479).
COM PASTORES DE OUTRAS DENOMINAÇÕES Os servos de Deus devem se aproximar dos ministros de outras denominações – Mais trabalho deveria ter sido feito pelos que ocupam cargos elevados. Os que proclamam a última mensagem de misericórdia a um mundo caído não devem passar por alto os ministros. Os servos de Deus devem se aproximar deles como quem tem profundo interesse em seu bem-estar, e então suplicar por eles em oração. Se eles se recusarem a aceitar o convite, contem isso ao Mestre, e então seu dever terá sido cumprido (RH, 8 de maio de 1900). Orem por e com os ministros de outras denominações – Nossos pastores devem tentar se aproximar dos pastores de outras denominações. Orar por esses homens e com eles, por quem Cristo está fazendo intercessão. Pesa sobre eles solene responsabilidade. Como mensageiros de Cristo, devemos manifestar profundo e fervoroso interesse por esses pastores do rebanho (T6, p. 78). Um ministro precisa ter valor moral para defender o sábado – É necessário valor moral para adotar a decisão de obedecer aos mandamentos do Senhor. Um oponente da verdade disse certa vez que somente os de mente fraca, os néscios e ignorantes abandonariam sua igreja para guardar o sétimo dia como dia de repouso. Mas um pastor que havia abraçado a verdade respondeu: “Se o senhor acha que é só para os de mente fraca, experimente.” É preciso valor moral, firmeza, decisão, perseverança e muita oração para ingressar nas fileiras da impopularidade (Ev, p. 240).
9 2
92
3 9
| Ministério Pastoral
Se os ministros de outras denominações realmente se converterem à nossa mensagem, serão instrumentos polidos nas mãos de Deus – Muito tem sido perdido por nosso povo devido a seguirem planos tão estreitos, que as classes mais esclarecidas, mais bem-educadas, não são atingidas. Diversas vezes tem a obra sido dirigida de tal maneira que os incrédulos recebem a impressão de ela ser de bem pouca importância – resultado de entusiasmo religioso que não merece atenção. Muito se tem perdido por falta de métodos sábios de trabalho. Todo esforço deve ser feito, a fim de dar crédito e dignidade à obra. Muita sabedoria é necessária para atingir pastores e homens de influência. Mas por que haviam eles de ser negligenciados como têm sido por nosso povo? Esses homens são responsáveis diante de Deus exatamente na proporção dos talentos a eles confiados. Onde foi dado muito, muito também se pedirá. Não deve haver mais profundo estudo e muito mais oração por sabedoria, para que aprendamos a maneira de aproximar-nos dessas classes? Não se deve usar de sabedoria e tato para conquistar essas pessoas que, caso sejam verdadeiramente convertidas, serão instrumentos polidos nas mãos de Deus para chegar a outros? (Ev, p. 562, 563). COM PESSOAS DE OUTRAS CULTURAS Quem está intimamente ligado a Cristo é elevado acima do pre conceito de cor ou classe social – Quem se acha intimamente ligado a Cristo é elevado acima do preconceito de cor ou classe social. Sua fé se apodera das realidades eternas. O divino Autor da verdade deve ser enaltecido. Nosso coração deve se encher da fé que atua por amor e purifica o coração. A obra do bom samaritano é o exemplo que devemos seguir (T9, p. 209). Quando o Espírito Santo Se move, todo preconceito desaparece e nos aproximamos de Deus como uma só irmandade – Quando o Espírito Santo Se move nas mentes humanas, toda pequena queixa e acusações entre o homem e seu semelhante serão postas de lado. Os raios brilhantes do Sol da Justiça iluminarão os recantos da mente e do coração. Em nossa adoração a Deus não haverá distinção entre rico e pobre, negro e branco. Todo preconceito desaparecerá. Quando nos aproximamos de Deus, somos como uma só irmandade. Somos peregrinos e estrangeiros, em viagem para um mundo melhor: o celestial. Ali todo orgulho, toda
O relacionamento do pastor com os outros | 93 acusação e todo autoengano terminarão para sempre. Toda máscara será posta de lado, e nós “O veremos como Ele é” (1Jo 3:2). Ali nossos cânticos conterão o tema inspirador; e louvor e gratidão ascenderão a Deus (RH, 24 de outubro de 1899). As distinções sociais devem se tornar desprezíveis – A cruz do Calvário deve fazer com que as distinções da sociedade desapareçam e se tornem desprezíveis. Se o Senhor é tão bondoso a ponto de aceitar pecadores da raça branca e perdoar seus pecados, oferecendo-lhes a certeza da vida eterna, a esperança de um lugar entre a família dos remidos quando vier nas nuvens dos céus, e os justos mortos se erguerem das sepulturas para encontrá-Lo, não aceitará também pecadores da população negra, perdoando-lhes os pecados? Não lhes oferece a mesma esperança que estende aos brancos? Se creem nEle, não os aceitará como Seus filhos e filhas? Não os erguerá da ignorância e degradação por meio de Seu plano? Não deseja Ele, através da favorecida população branca, que alega ser filha do mesmo Pai, elevá-los e enobrecê-los? (Ms 70, 1902, citado em SpM, p. 220, 221). A separação étnica não é permanente – Paredes de separação foram erguidas entre os brancos e os negros. Estas paredes de preconceitos se desmoronarão como as muralhas de Jericó, quando os cristãos obedecerem à Palavra de Deus, que ordena amor supremo ao seu Criador e amor imparcial ao próximo [...] Que cada igreja, cujos membros professam crer na verdade para este tempo, olhe para este povo negligenciado e oprimido, que como resultado da escravidão tem sido privado do privilégio de pensar e agir por si próprio (RH, 17 de dezembro de 1895). Não podemos ignorar que existe preconceito racial – Estou muito preocupada com a obra entre os negros. O evangelho precisa ser pregado a essas pessoas, que em geral vivem em situação de desvantagem. Entretanto, devemos revelar grande precaução nos esforços para erguer essas pessoas. Entre os brancos, em muitos lugares, existe forte preconceito contra os negros. Deveríamos ignorar tal preconceito, porém, isso não é possível. Se agíssemos como se esse antagonismo não existisse, seríamos incapazes de apresentar a luz aos brancos. Temos de enfrentar a situação tal qual ela se apresenta, lidando com ela de forma sábia e competente (T9, p. 204). A obra não pode ser prejudicada devido a preconceitos causados por costumes nacionais – Deve haver uma firme determinação por parte
9 4
94
5 9
| Ministério Pastoral
de nossos obreiros para romper os costumes estabelecidos do povo, sempre que isso seja essencial para o progresso da obra de Deus. A obra poderia estar muito mais avançada na Europa, se alguns dos que abraçaram a verdade não estivessem tão apegados aos hábitos e costumes nacionais. Eles apelam aos ministros para que façam esforço para se adaptar a esses costumes e preconceitos, ou não se poderá conseguir nada. Isso tem causado uma influência restritiva sobre a obra desde seu começo. Os esforços que têm sido despendidos para se adaptar aos costumes ingleses, para comer, beber, vestir-se e dormir de acordo com esses costumes têm limitado a obra, e agora está muitos anos mais atrasada do que deveria estar. O esforço para se manter amarrado às ideias e costumes franceses tem prejudicado a obra na França. Meu coração dói ao ouvir nossos irmãos dizerem: “Essa pessoa não sabe como trabalhar por essas nacionalidades.” Deus não sabe o que as pessoas necessitam? E Ele não guiará Seus servos? A verdade não é uma só? O ensino da Bíblia não é um só? Deixem que Deus dê aos Seus mensageiros as palavras que hão de falar, e Sua bênção não falhará em ajudá-los em seus labores (RH, 8 de dezembro de 1885). Não podemos promover interesses divididos entre as diferentes nacionalidades – Senti-me impelida pelo Espírito de Deus durante as reuniões a impressionar a todos sobre a importância de cultivar o amor e a unidade. Procurei apresentar o perigo de promover interesses divididos entre as diferentes nacionalidades (RH, 3 de novembro de 1885).
17
O relacionamento do pastor com a igreja
Tenham paciência para com as faltas dos outros – Cristo não veio para ser servido, mas para servir; e, quando Seu amor reina no coração, seguiremos Seu exemplo. Se mantivermos em nossa mente os atos injustos e indelicados dos outros acima de tudo, será impossível amá-los como Cristo nos ama, pois há poucas pessoas que, ao serem conhecidas mais de perto, não revelam traços de caráter hostis. Mesmo os melhores de nós temos esses traços desagradáveis; e, ao escolhermos nossos amigos, devemos selecionar aqueles que não se afastarão de nós quando descobrirem que não somos perfeitos. Precisamos ter tolerância mútua. Devemos amar e respeitar uns aos outros apesar das faltas e imperfeições que não podemos deixar de perceber, pois esse é o Espírito de Cristo. Deve-se cultivar a humildade e a autodesconfiança, bem como paciência para com as faltas dos outros. Isso eliminará todo egoísmo mesquinho e nos tornará generosos (ST, 5 de março de 1885). EMBAIXADORES DE CRISTO Através de Seus ministros, Cristo age visivelmente na Terra – Os embaixadores de Cristo têm uma obra importante e solene a realizar, a qual alguns assumem muito superficialmente. Ao mesmo tempo em que Cristo é oficiante no santuário celestial, é também, por intermédio de Seus representantes, o líder de Sua igreja na Terra. Fala ao povo mediante homens e, por meio deles, leva avante a obra, do mesmo modo que o fazia nos dias de Sua humilhação, quando andava visivelmente aqui no mundo. Apesar de decorridos séculos, o lapso de tempo não mudou a promessa por Ele deixada aos discípulos: “Eis que estou convosco todos os dias, até à consumação dos séculos” (Mt 28:20). Desde a ascensão de Cristo até hoje, homens ordenados por Deus, homens que dEle derivam sua autoridade,
0 0
96
6 9
| Ministério Pastoral
têm-se tornado mestres da fé. Cristo, o Pastor verdadeiro, dirige Sua obra por intermédio desses subpastores. Assim, a função dos que trabalham na palavra e na doutrina se torna muito importante. Suplicam ao povo, da parte de Cristo, que se reconciliem com Deus (T4, p. 393). Todo ministro que não possui o amor de Jesus no coração revelará isso em seus atos – Sinto tristeza pelas pobres almas que, não conseguindo encontrar alívio, recorrem à Sra. White. Quero que elas tenham certeza de que os pastores do rebanho cuidarão da congregação do Senhor. Todo ministro de Cristo que não possui o precioso amor de Jesus no coração revelará isso em seus atos. O Senhor Jesus deu a cada homem lições preciosas de instrução em Sua santa Palavra. O Senhor Jesus é nosso exemplo. A imagem impressa de Cristo será manifestada no caráter daqueles que se entregam completamente a Ele. Então as aptidões físicas e mentais serão renovadas dia a dia, pois o verdadeiro crente está se alimentando da carne e bebendo o sangue do Filho de Deus. Jesus diz: “A carne não produz nada que se aproveite. As palavras que Eu lhes disse são espírito e vida” (Jo 6:63) (EGW’88, p. 1.276). Ande com Ele, fale dEle, e imite a Cristo – Pastorear significa muito mais do que pregar. A fim de cumprir esta sagrada e importante obra repleta de interesses eternos, o pastor precisa ser um homem de uma devoção vital, ou seus esforços não serão aceitos por Deus. Deve ser um homem que não tenha opinião exaltada de si mesmo, ou de sua própria habilidade, mas alguém que perderá o senso de sua importância diante da exaltada visão que possui da incomparável misericórdia e amor de Jesus Cristo. Ele então anda em comunhão com Deus. Sua vida religiosa e verdadeira santidade, as quais leva consigo por onde quer que vá, e que estão ligadas a tudo o que faz, o tornam um obreiro eficiente e de êxito. Ele é um colaborador de Jesus Cristo, e é fiel no trabalho que lhe foi designado, como Cristo foi fiel em Seu trabalho. Não exaltará a si próprio em palavras ou ações, mas em conversas particulares falará de Cristo, orará a Cristo e pregará sobre Ele. Esse é o tipo de ministério que prova que o obreiro foi chamado e escolhido por Deus para Sua sagrada obra (RH, 22 de fevereiro de 1887). Dependa mais de seu conhecimento de Cristo do que daquilo que aprende nos livros – Neste século, justamente antes da segunda vinda de Cristo nas nuvens do céu, o Senhor chama homens que sejam fervorosos e preparem um povo que subsista no grande dia do Senhor. Os homens
O relacionamento do pastor com a igreja | 97 que passaram longos períodos em estudos dos livros não estão manifestando em sua vida aquele zeloso ministério essencial para este último tempo. Não dão um testemunho simples, direto. Há necessidade, entre ministros e alunos, do derramamento do Espírito de Deus. Os fervorosos apelos, que partem do coração de um mensageiro que nisso põe toda a alma, criam convicções. Não são necessários homens letrados para fazer isso, pois eles dependem mais de sua instrução por meio de livros do que de seu conhecimento de Deus e de Jesus Cristo, a quem Ele enviou. Todo aquele que conhece o único Deus vivo e verdadeiro conhecerá a Jesus Cristo, o unigênito Filho de Deus, e pregará a Jesus Cristo, e Ele crucificado (ME2, p. 152). Os pastores cristocêntricos têm igrejas que crescem – Sinto aflição na alma ao ver o verdadeiro estado das coisas. Há homens desonestos em nossas igrejas. Há homens imorais. Nesta grande Associação (Michigan) há decadência em vez de constante avanço rumo a uma norma mais ele vada e santa. E é pequeno o trabalho adequado realizado pelos ministros nas igrejas, porque muitos não sentem responsabilidade pelas pessoas pelas quais trabalham. A verdade não santificou seu próprio coração. Há necessidade de um trabalho fervoroso, devoto e abnegado – o de pregar a verdade, pregar a Cristo, o Cristo vivo. Quem dera que todos os nossos obreiros fossem colaboradores de Deus, não desperdiçando o tempo, não tratando com leviandade as responsabilidades e as verdades sagradas e solenes, cuja apresentação é decisiva no destino das almas, mas exemplificando a Cristo em todas as coisas, cuidando das pessoas como quem terá de prestar contas por elas, dia a dia, hora a hora, vivendo no caminho da luz. Esse é o único caminho que podem seguir em segurança nas igrejas e entre as pessoas nas cidades e vilas, difundindo a luz recebida do Sol da Justiça. Para fazer isso, devem dedicar muito tempo à oração. Irmãos, estejam sempre prontos a orar. Quando acompanhados, quando obrigados a estar entre gente frívola, descuidada e imprudente, vocês não devem descer a esse nível e se envolver em conversas banais e fúteis, mas elevar suas petições ao Céu, para que o Deus de toda graça guarde vocês no amor de Cristo. Quando os obreiros estiverem assim ligados com Deus, haverá crescimento contínuo em cada igreja abençoada com esse trabalho em Michigan (SAT2, p. 73, 74). Muitos ministros podem falar de doutrina, mas são ignorantes acerca das lições de Cristo – O ministro não pode dar a outros o que ele
9 7
98
8 9
| Ministério Pastoral
próprio não possui. Se Cristo não habita no coração, como poderá Ele ser apresentado aos outros em harmoniosas palavras de amor? Muitos são capazes de falar sobre pontos doutrinários, mas são ignorantes acerca das lições de Cristo. Tais homens não podem ser uma bênção, nem no púlpito nem na vida doméstica (RH, 2 de setembro de 1890). O amor genuíno por Cristo conduzirá diretamente à obediência sincera de toda a lei de Deus – Mesmo que os homens afirmem que se alegram na intercessão e graça de Jesus Cristo, eles não devem se esquecer de que a harmonia com Cristo não pode ser obtida enquanto existir em seu coração um espírito de luta contra os mandamentos de seu Pai. O amor genuíno por Jesus Cristo conduzirá diretamente a uma obediência sincera de toda a lei de Deus, e haverá o mais profundo arrependimento cada vez que quebrem, ou ensinem os homens a quebrar, por seu exemplo, o menor dos mandamentos de Deus. Os ministros que acalmam a consciência das pessoas ao participarem com eles na transgressão por qualquer motivo estão se regozijando na iniquidade. E quando Cristo vier para julgar os corações mais obstinados, os jactanciosos mais confiantes de suas realizações religiosas, enquanto quebravam a lei de Deus, desmaiarão e serão reprovados, e então toda desculpa será silenciada, todo coração corrupto em sua desobediência será revelado como realmente é. Haverá recriminações entre os companheiros por lançarem desprezo sobre a lei de Deus; mas as denúncias mais severas serão feitas contra o pastor infiel que professou ser um enviado de Deus para ensinar-lhes o caminho da salvação. Tentadores e tentados sofrerão a condenação segundo sua responsabilidade e o dano que tiverem causado ao levarem almas à transgressão. De todos os crimes que Deus castigará, nenhum é tão grave aos Seus olhos como aqueles que tentam e animam outros a pecar. Deus espera que os Seus ministros em todos os lugares se mostrem sempre decididamente do lado do Senhor, sendo fieis aos Seus mandamentos num mundo rebelde, repreendendo assim ao desobediente, ainda que seja difícil ou contrário aos seus sentimentos naturais. “Aos que Me honram, honrarei” (1Sm 2:30), diz Deus. Deus espera que Seus representantes sejam verdadeiros e fiéis, e que exaltem a dignidade de seu chamado (ST, 20 de maio de 1880). Não se revista da justiça de Cristo para então pisotear Sua lei – A lei irradia convicção por todos os lados. Os pecadores desejam se libertar
O relacionamento do pastor com a igreja | 99 dela, e muitos que se declaram cristãos revestem suas almas pecaminosas e hipócritas com as vestiduras da justiça de Cristo, e então pisoteiam a grande regra de justiça de Deus. A adoração oferecida a Deus por essa classe é semelhante à oferta de Balaão em favor de Balaque. Ambas são igualmente ofensivas a Deus (ST, 2 de dezembro de 1880).
A CONGREGAÇÃO O DEVER DO PASTOR Os bons pastores amam suas ovelhas – O pregador que transmite a sagrada verdade para estes últimos dias deve ser o oposto de tudo isso e, por sua vida de santidade prática, claramente marca a diferença que existe entre o falso e o verdadeiro pastor. O Bom Pastor veio buscar e salvar o perdido. Ele manifestou em Suas obras Seu amor por Suas ovelhas. Todos os pastores que trabalham sob a direção do supremo Pastor possuirão Suas características; eles serão mansos e humildes de coração. Uma fé semelhante à de uma criança traz descanso ao coração, e também atua pelo amor e sempre se interessa pelos outros. Se o Espírito de Cristo habita neles, serão semelhantes a Cristo e farão as obras de Cristo (T4, p. 377). Pastores que se preocupam mais consigo mesmos do que com suas ovelhas – Irmão R, foi-me mostrado em que contraste notável com as exigências da Palavra de Deus tem sido sua conduta no trabalho. Você tem sido descuidado com suas palavras e seu comportamento. As ovelhas tiveram a responsabilidade de cuidar do pastor, de advertir, reprovar, exortar e chorar sobre a conduta negligente de seu pastor que, por aceitar sua posição, confessa que é um porta-voz de Deus. No entanto, ele se preocupa muito mais consigo mesmo do que cuida das pobres ovelhas. Você não tem sentido responsabilidade pelas vidas. Não tem saído para seu trabalho suplicando e orando pelas pessoas para que pecadores sejam convertidos. Se você tivesse feito isso, teria lançado sementes que brotariam depois de muitos dias e produziriam fruto para a glória de Deus (T3, p. 234). Pastores não consagrados desanimam os membros – Seu caso, irmão R, é semelhante a esse. Mas a responsabilidade de um ministro de Cristo, que deve advertir o mundo sobre o juízo vindouro, é muito mais importante do que a de um operário comum, assim como as coisas eternas são mais importantes que as temporais. Se o ministro do evangelho cede à sua inclinação em vez de ser guiado pelo dever, se satisfaz o eu à custa de poder espiritual e, como resultado, age indiscretamente, pecadores se
9 9
100 0 0
| Ministério Pastoral
levantarão no juízo para condená-lo por sua infidelidade. O sangue das pessoas será achado em suas vestes. Pode parecer ao pastor não consagrado uma coisa sem importância ser inconstante, impulsivo e sem consagração; edificar e então demolir; desanimar, afligir e desalentar as pessoas que foram convertidas pela verdade que apresentou. É triste perder a confiança das pessoas a quem ele estava procurando salvar. Mas o resultado de uma conduta imprudente seguida pelo pastor nunca será totalmente compreendido até que o pastor veja como Deus vê (T3, p. 243). Que desculpa pode ter um pastor por permitir que o rebanho se extravie? – Para que serve um pastor senão para vigiar sobre cada perigo que ameaça a ovelha de se ferir e ser devorada por lobos? Que desculpa o pastor apresentaria para o desvio do rebanho de suas verdadeiras pastagens, e pelas ovelhas feridas, dispersas e devoradas pelos lobos? Como seria aceita a desculpa de um pastor, de que as ovelhas o fizeram desviar-se? Elas deixaram o verdadeiro pasto e o conduziram para fora do caminho? Tal argumento seria contado negativamente contra a capacidade de vigilância daquele pastor. Ele não seria mais confiável como um fiel pastor que cuida de ovelhas e as traz de volta quando se desviam do caminho (T1, p. 314, 315). A confissão das próprias faltas incentiva o espírito de confissão na igreja – Os que professam ser servos do Deus vivo precisam estar dispostos a ser servos de todos em vez de se exaltarem sobre seus irmãos, e precisam possuir um espírito bondoso, cortês. Se errarem, devem estar dispostos a confessar. A honestidade da intenção não pode ser tida como desculpa para não confessar o erro. A confissão não diminui a confiança da igreja no mensageiro, e ele estaria dando um bom exemplo; seria encora jado o espírito de confissão na igreja, e o resultado seria uma agradável união. Os que professam ser instrutores deviam ser padrões de consagração, mansidão e humildade, possuindo um bom espírito para ganhar almas para Jesus e para a verdade bíblica. O ministro de Cristo deve ser puro na conversação e nas ações. Deve ter sempre em mente que está usando palavras de inspiração, palavras de um Deus santo. Precisa ter em mente também que o rebanho está confiado aos seus cuidados e que deve levar seus casos a Jesus, suplicando por eles como Jesus suplica por nós ao Pai (PE, p. 102, 103). Ajude sua igreja a entender por que não deve esperar pelo atendi mento do pastor – Meu coração tem se enchido de tristeza ao contemplar
O relacionamento do pastor com a igreja | 101 o campo e ver lugares áridos. O que significa isso? Quem são os representantes de Cristo? Quem sente preocupação pelas pessoas que não podem receber a verdade enquanto esta não lhes for levada? Nossos ministros estão andando para cá e para lá nas igrejas, como se o anjo de misericórdia não estivesse fazendo esforços para salvar seres humanos. Deus responsabiliza esses ministros pelas almas daqueles que estão em trevas. Ele não os chama para ir a lugares que não necessitam de médico. Estabeleçam suas igrejas com a compreensão de que elas não devem esperar que o pastor as atenda e alimente sempre. Elas têm a verdade; sabem o que é a verdade. Devem ter suas próprias raízes. Devem se enraizar profundamente, para que possam elevar-se mais e mais. Devem estar bem arraigadas e firmadas na fé (EGW’88, p. 1.752).
A CONGREGAÇÃO O DEVER DOS MEMBROS Os membros devem lutar com Deus em favor de seus pastores – Irmãos e irmãs, têm vocês esquecido que suas orações devem sair como foices agudas com os trabalhadores, na grande colheita? Enquanto os jovens saem para pregar a verdade, vocês deveriam ter reuniões de oração por eles. Orem para que Deus os una a Si e lhes dê sabedoria, graça e conhecimento. Orem para que eles possam ser guardados das armadilhas de Satanás e ser conservados puros de pensamento e santos no coração. Rogo a vocês que temem ao Senhor, para não desperdiçar tempo em conversações inúteis ou em desnecessário trabalho para satisfazer o orgulho ou condescender com o apetite. Que o tempo assim remido seja empregado em lutar com Deus em favor de nossos pastores. Sustentem suas mãos como Arão e Hur mantiveram erguidas as mãos de Moisés (T5, p. 162). Os membros devem trabalhar com seus pastores, em vez de colocar-lhes fardos – Insisto com vocês, meus irmãos e irmãs, para que dependam mais da força de Jesus. Não coloquem o peso de suas perplexidades e seus fardos sobre seus pastores. Cristo os convida a vir a Ele, pois é quem levará as suas cargas. Se continuarem num estado de incredulidade e falta de consagração a Deus, estarão colocando seu peso sobre o coração de seus ministros, e lhes retirarão o tempo e a força que Deus requer que eles usem para dar a mensagem àqueles que ainda não a ouviram. Irmãos, não é melhor trabalhar unidos aos embaixadores de Cristo procurando conduzir pessoas para a verdade? Quando tentados a se
1 0 0
102
1 0 1
| Ministério Pastoral
tornarem incrédulos e desanimados, vocês encontrarão o melhor remédio para isso falando sobre sua fé a outros e apresentando a verdade aos que estão em trevas. Estenda seus esforços aos vizinhos, e àqueles que não têm o privilégio de ir a reuniões. Lancem as sementes da verdade sobre todas as águas, e animem o coração dos servos de Deus ao serem visitados por eles, mostrando-lhes que não têm estado ociosos, mas que, por seu intermédio, uma ou mais pessoas foram trazidas das trevas para a luz. Vocês podem se manter longe do desânimo e da dúvida ao adotarem a prática de orar diariamente para que a bênção de Deus esteja sobre os homens que estão apresentando a solene mensagem de advertência ao mundo. Que suas orações sigam os servos de Deus como foices afiadas no campo de colheita. Deus ouvirá as súplicas fervorosas de Seu povo. A oração da fé moverá o braço de Deus (ST, 4 de setembro de 1879). Os membros não devem esperar que o pastor faça o trabalho da igreja – Os pastores não devem fazer o trabalho que compete aos membros, fatigando-se assim, e impedindo os outros de cumprirem seu dever. Devem ensinar seus membros como trabalhar na igreja e na comunidade, para aperfeiçoar a igreja, para tornar os cultos de oração mais interessantes, e para treinar como missionários os jovens talentosos. Os membros da igreja devem cooperar ativamente com os pastores, fazendo de sua comunidade seu campo de trabalho missionário. As igrejas fracas ou pequenas em número de membros devem ser amparadas por suas igrejas irmãs (RH, 12 de outubro de 1886). Os membros que dependem do pastor como fonte de poder se tornam ineficientes – O êxito de uma igreja não depende dos esforços e do trabalho do pregador ativo, mas da devoção individual dos membros. Quando os membros dependem do pastor como fonte de poder e eficiência, tornam-se completamente ineficientes. Eles absorverão seus impulsos e serão estimulados por suas ideias, mas, quando ele os deixar, ficarão mais desamparados do que antes de serem beneficiados por seu serviço. Espero que nenhuma das igrejas de nossa terra dependa do pastor como apoio para sua vida espiritual, pois isso é perigoso. Quando Deus lhes dá luz, devem louvá-Lo por isso. Se exaltarem o mensageiro, se tornarão almas estéreis. Quando os membros de uma igreja solicitam os serviços de um pastor e sentem que ele deve permanecer com eles, é hora de ele ser transferido para outro campo, para que eles aprendam a exercer a habilidade que Deus
O relacionamento do pastor com a igreja | 103 lhes deu. Os membros devem sair para trabalhar. Que agradeçam a Deus pelo ânimo que receberam e então declarem que foi realizada neles uma boa obra. Que cada membro da igreja seja um instrumento vivo e ativo para Deus, tanto na igreja quanto fora dela. Todos devemos ser educados para ser independentes, não incompetentes e inúteis. Que todos vejam que Cristo, e não o pastor, é a cabeça da igreja. Os membros do corpo de Cristo têm uma parte a fazer, e não poderão ser considerados fiéis a menos que façam sua parte. Que uma obra divina seja realizada em cada pessoa, até que Cristo possa contemplar Sua imagem refletida em Seus seguidores (ST, 27 de janeiro de 1890). Os ministros e membros negligentes se desencorajam mutuamente – A negligência da parte dos pastores desanimou o povo, e a falta de interesse, abnegação e reconhecimento da obra por parte do povo desencorajou os pastores (T5, p. 257).
DESARMONIA Quando existe desacordo entre o pastor e os membros, deve-se fazer algo imediatamente – O assunto do ministério cristão precisa ser apresentado sob uma nova perspectiva à mente dos membros. Rogo-lhe que estude a Palavra de Deus sobre esse ponto. Se você acha que o pastor está cometendo erros, é seu dever ir a ele em amor e mansidão e apresentar-lhe o problema. Pode ser que você não tenha a ideia correta acerca de seus motivos ou de seu trabalho, e, devido a algum mal-entendido, se torne frio com ele, feche-lhe a porta do coração, e deixe de receber a mensagem dele ou valorizar seu trabalho. Quando existe desacordo entre o pastor e os membros, é certo que alguma coisa vai mal, seja com ele ou com os membros, e deve-se fazer algo imediatamente para operar uma reforma em quem está errando. Não se deve deixar que ele [o pastor] fique imaginando o que significa tanta frieza e indiferença. Não se deve deixar que ele procure em vão descobrir por que não consegue alcançar o coração dos irmãos com a mensagem que Deus lhe deu, e ficar se perguntando por que a porta do coração deles se fechou, pois percebe que não é valorizado, e não consegue ter amizade com as pessoas pelas quais foi enviado a trabalhar. Teria ele dito alguma palavra ou feito algo que feriu você de alguma maneira, e ele não sabe que isso ofendeu você? Então vá até ele, fale de suas faltas a sós e permita
1 0 2
104
| Ministério Pastoral
que a frieza e amargura de espírito, que se criou por um ato inconsciente da parte dele, sejam substituídas por uma atitude de respeito e amor (RH, 25 de julho de 1893). Seja bondoso com seus oponentes – Se o pastor, ao estar diante da congregação, observar um sorriso incrédulo na face dos oponentes, seja ele como quem não vê. Se alguém for tão indelicado que ria e olhe com desprezo, nem pela voz nem pela atitude reflita o pastor o mesmo espírito. Mostre que não maneja tais armas (TM, p. 248).
3 0 1
PERÍODO DE SERVIÇO Alguns pastores precisam ser transferidos antes que seus defeitos de caráter façam as pessoas perderem a confiança – Quando você, irmão F, inicia o trabalho em um lugar, geralmente tem a confiança do povo, mas, após uma maior intimidade, seus defeitos de caráter se tornam tão evidentes que muitos perdem a confiança em sua religiosidade. Isso repercute sobre todos os pastores da denominação. Uma breve permanência em um lugar não prejudicaria sua reputação. Enquanto empenhado em zeloso esforço, pressionado por influências opositoras, sua mente é absorvida no trabalho em que está empenhado e não tem tempo nem oportunidade de pensar e refletir sobre si mesmo. Mas, quando a obra está concluída e você começa a pensar em si próprio, como é natural que faça, se satisfaz, age com infantilidade, agressividade e temperamento rude, e assim prejudica grandemente a obra de Deus. Manifesta o mesmo espírito na igreja e, assim, sua influência é grandemente prejudicial à comunidade – em alguns casos, acima do limite. Você tem, frequentemente, revelado uma disposição infantil, mesmo enquanto trabalha para converter pessoas à verdade; e as impressões feitas têm sido terríveis sobre aqueles que testemunharam. Agora, uma das duas coisas deve ser feita: você precisa ser um homem dedicado ao seu lar, à sua família e à igreja, sempre gentil e paciente, ou não deve se estabelecer numa igreja; pois os seus defeitos se tornarão evidentes, e o Redentor que você professa amar e servir será desonrado (T4, p. 344). Se os ministros ficam muito tempo numa igreja, as pessoas pas sam a olhar para eles em vez de olharem para Deus – Foi-me mostrado que não se deve reter pastores no mesmo distrito ano após ano, nem o
O relacionamento do pastor com a igreja | 105 mesmo homem deve por muito tempo presidir uma Associação. Uma troca de dons é conveniente ao bem de nossas Associações e igrejas. Às vezes os pastores têm se sentido indispostos a mudar de campo de trabalho; mas, se entendessem todas as razões para se fazerem mudanças, não retrocederiam. Alguns têm pedido para ficar mais um ano no mesmo campo, e muitas vezes o pedido tem sido levado em consideração. Eles alegavam ter planos para executar uma obra mais ampla do que anteriormente. Ao fim do ano, porém, a situação era pior. Se um pastor tem sido infiel em sua obra, não é provável que modifique isso por ficar. As igrejas se habituam à liderança desse homem, e pensam que devem olhar para ele em vez de olharem para Deus (OE, p. 420).
A ASSOCIAÇÃO Pastores têm sido tratados com descaso por aqueles que estão em cargos elevados – Embora sejamos criaturas pecaminosas e indignas, podemos, através de uma ligação vital com Cristo, ser renovados em conhecimento e em verdadeira santidade, e assim refletir a glória e a imagem de nosso Criador e Redentor e nos tornarmos habilitados para cuidar de Suas ovelhas e Seus cordeiros. Não apenas as ovelhas e os cordeiros têm sido tratados com dureza, mas mesmo os próprios pastores têm sido tratados com descaso. Têm-se falado deles de uma maneira que mostra que os que ocupam tanto cargos elevados quanto inferiores têm pouca cortesia para tratar com os ministros ordenados por Deus. As próprias igrejas têm sido educadas de tal forma que demonstram muito pouco respeito para com aqueles que pregam a Palavra de Deus, e que por muitos anos têm dado prova completa de seu ministério. Mas esse modo de tratar os ministros e os membros da família de Deus precisa ser mudado. A bênção divina não pode estar sobre aqueles que demonstram pouco respeito para com os que trabalham em união com Ele (RH, 24 de outubro de 1893). Os ministros não devem agir independentemente da opinião de seus irmãos – Embora tenhamos uma obra individual, e uma individual responsabilidade diante de Deus, não devemos seguir nosso próprio critério independentemente, sem levar em consideração as opiniões e sentimentos de nossos irmãos; pois tal atitude acarretaria a desordem na igreja. É dever dos pastores respeitar o discernimento de seus irmãos; mas suas relações
1 0 4
106 0 0
| Ministério Pastoral
mútuas, assim como as doutrinas que ensinam, deveriam ser submetidas à prova da Lei e do Testemunho; se, então, os corações forem dóceis, não haverá divisão entre nós. Alguns se inclinam a ser desordenados, e apartam-se dos grandes marcos da fé; mas Deus está atuando em Seus pastores para que sejam um na doutrina e no espírito (TM, p. 30).
O PASTOR E O PRESIDENTE Deve haver harmonia entre os pastores e seus presidentes – Durante os últimos quarenta anos, o Senhor me tem revelado a necessidade de harmonia de ação por parte dos ministros e dos presidentes das Associações. O presidente de uma Associação deve ser cuidadoso para dar respeito a todos os que trabalham em união com Deus. A mente e o critério de um homem não devem controlar. Os ministros que estão ligados a ele na obra devem ser respeitados e amados; a crítica não deve ter espaço para operar. Que a inveja e as conjecturas maldosas sejam expulsas da alma. Nada pode entristecer mais o Espírito de Deus do que a dissensão e o menosprezo aos irmãos. Para ter prosperidade no trabalho, é preciso haver confiança em nossos irmãos e união com os que estão trabalhando tão fervorosa e desinteressadamente como nós. Existem aqueles que não possuem um caráter harmonioso em todos os sentidos, mas Deus os aceita como Seus obreiros juntamente com Cristo. Então, quão inadequado é que um fique separado do outro porque suas ideias e opiniões não estão de acordo em todas as coisas! (GCB, 11 de fevereiro de 1895). Os presidentes das Associações devem incentivar seus ministros a trabalhar corretamente – Não se poderá descobrir alguma maneira de fazer com que os presidentes das Associações tenham compreensão de suas obrigações? Quem dera que pudessem entender que seu cargo de confiança só aumenta e intensifica sua responsabilidade. Se cada presidente sentisse a necessidade de um dedicado aperfeiçoamento de seus talentos para planejar formas e meios de despertar os ministros para trabalhar como devem, que mudança teria lugar em cada Associação. Será que esses homens percebem que o solene e minucioso exame do trabalho de cada pessoa começará em breve no Céu? Antes de o Mestre partir, designou o trabalho de cada homem de cada época e geração; e Ele diz a nós todos: “Mantenham-se ocupados até que
O relacionamento do pastor com a igreja | 107 Eu volte” (Lc 19:13).* Têm os ministros pensado quão abrangentes são essas palavras? Verdadeiramente pode haver apenas um passo entre eles e a morte. Como está o registro dos sagrados deveres confiados para ser sabiamente aperfeiçoados? Os talentos mal empregados, as horas perdidas, oportunidades negligenciadas, deveres abandonados, igrejas enfermas e o rebanho de Deus debilitado por não ter sua porção de alimento no devido tempo ( Appeal and Suggestions to Conference Officers, p. 20, 21 – Ft 2). A tarefa do presidente da Associação não é fazer o trabalho dos outros, mas verificar se eles estão trabalhando com o maior proveito – A igreja militante não é a igreja triunfante, mas é constituída por homens e mulheres sujeitos a errar. Assim como, no exército, os soldados precisam ser treinados e disciplinados para um serviço ativo, assim também os soldados de Cristo devem ser educados para ser úteis em Sua causa. Pode ser muito mais fácil para o presidente de uma Associação fazer o trabalho ele mesmo, em vez de dirigir o trabalho de outros; mas seu dever é supervisionar o campo, e verificar se todos estão trabalhando com o maior proveito. Os mais jovens devem estar desenvolvendo seus talentos e se preparando para ser úteis no futuro; e os ministros de mais idade e experiência não devem despender suas energias em trabalhos que outros poderiam fazer e que estariam dispostos a realizar se soubessem como (RH, 22 de abril de 1884). Os presidentes das Associações devem educar os ministros para que eduquem os membros – O presidente de uma Associação, por sua maneira de lidar, educa os pastores que estão sob sua jurisdição, e igualmente o pode fazer quanto às igrejas, de tal maneira, que não será necessário chamar do campo os ministros da Associação para ajustar as dificuldades e dissensões que haja na igreja. Se os oficiais da Associação, como servos fiéis, cumprirem os deveres que lhes são indicados pelo Céu, não se deixará o trabalho em nossas Associações ficar emaranhado em perplexidades, como tem acontecido até agora. E, ao trabalhar assim, os obreiros se tornarão indivíduos consistentes, de responsabilidade, que não fracassarão nem ficarão desanimados num lugar difícil (OE, p. 419). Tenha uma atitude animadora com seu presidente, especialmente quando ele cometer erros – Enquanto seu presidente negligenciou sua obra * Aqui se faz referência ao estudo em grupo, como nas reuniões campais.
1 0 5
108
6 0 1
| Ministério Pastoral
e falhou no cumprimento do dever, sua atitude não serviu para prover-lhe qualquer encorajamento. Aquele que estava em posição de autoridade devia ter se portado como homem de Deus, reprovando, exortando, animando, conforme a situação exigia, quer vocês aceitassem ou rejeitassem seu testemunho. Mas ele se desanimou facilmente e deixou vocês sem a ajuda que um fiel ministro de Cristo deveria prestar. Ele falhou em não seguir a providência de Deus, e em não lhes mostrar o dever nem instruí-los para atender à exigência do momento. A negligência do pastor, porém, não deveria desencorajá-los e levá-los a se desculpar pela negligência do dever. Eis por que há maior necessidade de energia e fidelidade da parte de vocês (T5, p. 281). Deve-se ter muito cuidado na eleição de presidentes de Campo – O Senhor tem Se agradado de me apresentar muitas coisas com relação ao chamado e ao trabalho de nossos pastores, especialmente os que foram designados para presidentes de Associação. Grande cuidado deve ser exercido na escolha de homens para essas posições de confiança. Deve haver fervorosa oração em busca de iluminação divina. Os que são assim indicados para superintendentes do rebanho devem ser homens de boa reputação; homens que deem provas de possuir, não somente conhecimento das Escrituras, mas experiência na fé, na paciência, para que, em mansidão, possam instruir os que se opõem à verdade. Devem ser homens íntegros, não neófitos, mas inteligentes estudantes da Palavra, aptos para ensinar a outros também, tirando do tesouro coisas novas e velhas; homens que, em caráter, palavras e conduta, sejam uma honra à causa de Cristo, ensinando a verdade, vivendo a verdade, crescendo até à estatura perfeita em Cristo Jesus. Isso importa no desenvolvimento e fortalecimento de cada faculdade mediante o exercício da mesma, para que os obreiros se tornem aptos a suportar maiores responsabilidades, à medida que a obra aumenta (OE, p. 413). Os presidentes podem se tornar conservadores e mesquinhos demais em sua liderança – Pastor M, como presidente da Associação ________, o senhor mostrou por sua administração geral que não é digno da confiança que lhe foi depositada. O irmão revelou que é muito conservador e que suas ideias são muito restritas. O senhor não fez metade do que poderia se estivesse cheio do verdadeiro espírito da obra. Teria condições de alcançar maior experiência e capacidade do que possui agora, e estaria muito melhor preparado para administrar com sucesso essa sagrada e importante missão – uma obra que lhe teria dado o mais
O relacionamento do pastor com a igreja | 109 genuíno direito à confiança de nosso povo. Mas, assim como outros irmãos do ministério em seu Estado, o senhor falhou em avançar segundo a providência de Deus. Não demonstrou que o Espírito Santo estava impressionando profundamente seu coração, para que pudesse falar ao povo através do irmão. Se, nessa crise, o senhor fizer algo para aumentar a dúvida e a desconfiança nas igrejas de seu Estado, algo que impeça o povo de se envol ver de coração nessa obra, o Senhor o considerará responsável. Deus lhe deu alguma indiscutível evidência de que os irmãos de seu Estado estão dispensados da responsabilidade de trabalhar na cidade de ____________ , com a mesma intensidade que Cristo trabalhou por eles? Se o irmão estivesse na luz, estaria encorajando essa missão por meio de sua fé (T5, p. 370). Os presidentes de Associações, mais do que outros ministros, devem ser exemplos de viver piedoso – Os presidentes de Associações devem ser homens a quem se possa confiar plenamente a obra de Deus. Deveriam ser homens íntegros, cristãos altruístas, consagrados e trabalhadores. Se forem deficientes nesses aspectos, as igrejas sob seus cuidados não poderão prosperar. Esses, mais do que outros ministros de Cristo, deveriam ser exemplos de viver piedoso e devoção desinteressada às conveniências da causa de Deus; de modo que aqueles que os contemplarem como exemplo não sejam desencaminhados. Em alguns casos, eles tentam servir a Deus e ao dinheiro. Não são abnegados e não se interessam pelas pessoas. Sua consciência não é sensível. Quando a causa de Deus é atingida, não se sentem feridos. Em seu coração, questionam e duvidam dos Testemunhos do Espírito de Deus. Não carregam a cruz de Cristo e desconhecem o intenso amor de Jesus. Não são fiéis pastores do rebanho sobre o qual foram feitos superintendentes. Seu registro no Céu é tal que eles não se alegrarão em enfrentá-lo no dia de Deus (T5, p. 379, 380). Deus dá sabedoria a presidentes de Associações que vão a Ele como crianças – Presidentes de Associações, vocês serão sábios se decidirem ir a Deus. Creiam nEle. Ele ouvirá suas orações e virá em seu auxílio, em muito menos tempo do que os transportes públicos poderiam levar um, dois, três ou quatro homens a uma grande distância, e com alto custo, para decidir questões que o Deus da sabedoria de maneira muito melhor pode decidir para vocês. Ele prometeu: “Se algum de vocês tem falta de
1 0 7
110
| Ministério Pastoral
sabedoria, peça-a a Deus, que a todos dá livremente, de boa vontade; e lhe será concedida” (Tg 1:5). Se sinceramente humilharem seu coração diante dEle, esvaziando sua alma do amor-próprio, removendo os defeitos naturais de seu caráter e vencerem seu amor à supremacia, indo a Deus como crianças, Ele lhes concederá Seu santo Espírito. Quando dois ou três concordarem em fazer alguma coisa, e, no nome de Jesus, pedirem ao Senhor, isso lhes será feito (TM, p. 323, 324).
SALÁRIO Os obreiros não devem ser forçados a aceitar pequena remuneração por falta de dinheiro na tesouraria – Em lugar de reduzir as despesas da obra a níveis tão baixos, é seu dever levar as pessoas a entender que “digno é o trabalhador do seu salário” (Lc 10:7). As igrejas precisam ser impressionadas com o fato de que é seu dever proceder honestamente para com a causa de Deus, não permitindo que a culpa da pior espécie de furto – roubar a Deus nos dízimos e nas ofertas – incida sobre elas. Quando são feitos ajustes com os obreiros em Sua causa, esses não deveriam ser forçados a aceitar uma pequena remuneração porque há falta de dinheiro nos cofres. Dessa maneira, muitos têm sido defraudados naquilo que lhes é devido, e isso é tanto um crime à vista de Deus quanto reter os salários dos que estão empregados em qualquer outro ramo comum de negócio (T5, p. 374). Salário inadequado demonstra desrespeito pelos ministros – Quando seus livros são revisados, se homens egoístas, com a voz ou a caneta, restringem o obreiro em seu salário, eles o desanimam e deprimem. Cada ministro deve ter uma reserva com que trabalhar, algo com que possa iniciar bons empreendimentos, dando impulso à obra com entusiasmo. Deus diz: “Não amordacem o boi enquanto está debulhando o cereal” (Dt 25:4). Esta é uma figura daqueles que trabalham sob o olhar de Deus para fazer avançar Sua causa, elevando a mente dos homens da contemplação das coisas terrestres para as celestiais. Deus gosta disso, e Ele deseja que os homens respeitem seus direitos ( East Michigan Banner , 29 de março de 1905).
8 0 1
OUTROS OBREIROS DA IGREJA Deus ordenou que os talentos de várias mentes sejam reunidos para fazer Sua obra – Homem algum, seja ele professor, médico ou pastor,
O relacionamento do pastor com a igreja | 111 nunca poderá esperar ser um todo completo. Deus deu a cada homem certos dons, e ordenou que eles se associem em Seu serviço, de modo que os vários talentos de muitas mentes sejam reunidos. O contato de uma mente com outra tende a avivar o pensamento e aumentar as capacidades. As deficiências de um obreiro são muitas vezes supridas pelos dons especiais de outro (CPPE, p. 521). O pastor, o professor, o médico-missionário e o colportor devem respeitar-se e valorizar-se mutuamente – A pregação da Palavra é um meio ordenado pelo Senhor, pelo qual Sua mensagem de advertência deve ser dada ao mundo. Nas Escrituras, o fiel professor é representado como um pastor do rebanho de Deus. Ele deve ser respeitado, e sua obra, valorizada. A genuína obra médica está ligada ao ministério, e a colportagem deve participar tanto da obra médico-missionária quanto do ministério (T6, p. 323).
OS MÉDICOS MISSIONÁRIOS A obra médico-missionária e o ministério evangélico não devem ser separados – A obra médico-missionária não deve ser levada avante como algo separado da obra do ministério evangélico. O povo do Senhor deve ser um. Não deve haver separação alguma nesta obra. Tempo e meios estão sendo absorvidos numa obra que é levada avante com muito empenho numa direção apenas. O Senhor não determinou assim. Ele enviou Seus doze apóstolos, e posteriormente os setenta, para pregarem a Palavra ao povo, e deu-lhes poder para curar os enfermos e expulsar os demônios em Seu nome. Os dois ramos da obra não devem se separar. Satanás inventará todo tipo de ardil para separar aqueles a quem Deus está procurando tornar um. Não devemos ser enganados por suas estratégias. A obra médico-missionária deve estar ligada com a mensagem do terceiro anjo da mesma forma que a mão está ligada ao corpo; e a instrução dos estudantes em assuntos médico-missionários não está completa, a menos que eles se preparem para trabalhar em ligação com a igreja e o ministério (CS, p. 557). Os ministros e os obreiros médicos devem cooperar entre si – Ele [Deus] convida Seu povo a trabalhar em perfeita harmonia. Convida os que se acham empenhados na obra médico-missionária a se unirem com o ministério; convida o ministério a cooperar com os obreiros
112
9 0 1
| Ministério Pastoral
médicos-missionários; e convida a igreja a cumprir o dever que lhe é designado, mantendo alto o padrão da verdadeira reforma em seu território, permitindo que obreiros preparados e experientes avancem para novos campos (T6, p. 292). O médico fiel precisa das orações do povo de Deus tanto quanto o ministro – Os deveres do médico são árduos. Poucos avaliam a tensão mental e física a que ele está sujeito. Deve empregar toda energia e capacidade com o mais intenso anseio, na batalha contra a doença e a morte. Muitas vezes, ele sabe que um movimento menos hábil da mão, até por um fio de cabelo apenas, em direção errada, pode mandar para a eternidade uma pessoa não preparada. Quanto precisa o médico fiel da compaixão e das orações do povo de Deus! Suas necessidades nesse sentido não são inferiores às do mais consagrado pastor ou missionário. Privado, como se vê muitas vezes, do necessário repouso e do sono, e mesmo dos privilégios religiosos no sábado, necessita dobrada porção de graça, uma nova provisão a cada dia, do contrário perderá sua segurança em Deus, e estará em risco de imergir mais fundo nas trevas espirituais do que homens de outras profissões. E, no entanto, é muitas vezes alvo de imerecidas censuras, e deixado sozinho, sujeito às mais cruéis tentações de Satanás, sentindo-se mal compreendido e traído pelos próprios amigos (T5, p. 446).
OS PROFESSORES A influência dos professores cristãos se equipara à dos pastores – Aqueles que assumem a tarefa de educar a outros necessitarão de paciência para conduzir seus alunos de um ponto a outro em realizações intelectuais e espirituais. Os que ensinam nos vários ramos da obra devem sentir quão grande é a responsabilidade que recai sobre eles. Precisam ter uma visão ampla, pois o seu trabalho, em sua influência, se equipara ao do ministro cristão. Devem ser feitas reuniões para dar instruções, dedicar tempo para isso e providenciar instalações adequadas para que todo o conhecimento possível possa ser partilhado durante as reuniões. A obra de cooperação com os ministros do evangelho em levar a verdade presente a todas as nações, línguas e povos é, na realidade, da máxima importância. Deve ser conduzida de modo a preservar a exaltada verdade que professamos amar (RH, 20 de maio de 1890).
O relacionamento do pastor com a igreja | 113 Não deve haver espírito de rivalidade entre ministros, médicos e professores – Esta é a minha oração: “Remove de nossos ministros, médicos e professores em nossas escolas tudo que possa causar um espírito de rivalidade.” Nenhum de nós deve ter um espírito de exaltação (Carta 8, 1910, citada em BIO6, p. 270). O ministério dos professores – Muitas vezes parecerá ao professor que a Palavra de Deus pouca influência tem no coração e no espírito de muitos estudantes; mas, se seu trabalho foi efetuado em Deus, algumas lições da verdade divina ficarão gravadas na memória dos mais desatentos. O Espírito Santo regará a semente lançada, e ela brotará após muitos dias dando frutos para a glória de Deus (CPPE, p. 435). O Espírito Santo trabalha com o professor – Quando o professor confia em Deus em oração, o espírito de Cristo sobre ele repousa, e, por intermédio dele e pelo Espírito Santo, Deus impressiona outras mentes. O Espírito enche a mente e o coração de doce esperança, ânimo e imagens bíblicas, e tudo isso será transmitido à juventude sob sua instrução (PJ, p. 131, 132). OS COLPORTORES Os pastores devem trabalhar em cooperação com os colportores – Fui instruída de que, mesmo onde o povo ouve a mensagem do pregador, o colportor deve continuar sua obra em cooperação com o pastor; porque ainda que o pastor apresente fielmente a mensagem, o povo não é capaz de retê-la totalmente. Por isso, a página impressa é essencial, não somente para despertar nas pessoas o reconhecimento da importância da verdade para este tempo, mas também para enraizá-las e firmá-las na verdade e protegê-las contra o erro. As revistas e os livros são o meio de o Senhor manter a mensagem para este tempo continuamente diante do povo. As publicações farão muito maior obra iluminando e confirmando pessoas na verdade do que a que pode ser realizada pelo ministério apenas da Palavra. Os silenciosos mensageiros que são colocados nos lares pelo trabalho do colportor fortalecerão o ministério evangélico em todos os sentidos; porque o Espírito Santo impressionará a mente dos que lerem os livros, do mesmo modo que o faz à mente dos que ouvem a pregação da Palavra. O mesmo ministério de anjos que auxilia a obra do pastor acompanha os livros que contêm a verdade (T6, p. 315, 316).
1 1 0
114
1 1 1
| Ministério Pastoral
O colportor ocupa uma posição igual à do ministro do evangelho – A obra da colportagem é um importante campo de trabalho; e o colportor inteligente, temente a Deus e que ama a verdade ocupa uma posição igual à do pastor. Então deve o colportor, mais do que o pastor ordenado, sentir-se na liberdade de agir por motivos egoístas? Deve ele ser infiel a todos os princípios do trabalho missionário, e vender apenas os livros que são mais baratos e fáceis de lidar, negligenciando colocar diante do povo os livros que darão mais luz, porque, assim fazendo pode ganhar para si mesmo mais dinheiro? (TM, p. 317, 318). Não estimule bons colportores a se tornarem pastores medíocres – Em todas as partes do campo devem ser escolhidos colportores, não do núcleo inconstante da sociedade, não dentre homens e mulheres que para nada mais servem e em nada têm tido êxito, mas dentre os que têm boa apresentação, tato, fina percepção e habilidade. Tais pessoas são necessárias para serem colportores bem-sucedidos. Homens adaptados a essa obra empreendem-na, mas algum pastor imprudente irá adulálos, dizendo que seu talento deveria ser empregado no púlpito, em vez de simplesmente na obra do colportor. Assim, essa obra é diminuída. Eles são influenciados a buscar licença para pregar, e justamente aqueles que poderiam ter sido preparados para se tornar bons missionários, a fim de visitar as famílias em seus lares, falar e orar com elas, são levados a se tornar pastores deficientes; e o ramo em que é preciso tanto trabalho e onde tanto bem poderia ser efetuado pela causa é negligenciado. O colportor eficiente, do mesmo modo que o pastor, deve ter suficiente remuneração por seu serviço, se seu trabalho é feito fielmente (T4, p. 389). OS ADMINISTRADORES As finanças devem ser administradas pelos que não foram separados para pregar – As finanças da causa devem ser adequadamente administradas por homens hábeis de negócios; mas os pregadores e evangelistas são separados para outra linha de trabalho. Deixem que a administração de questões financeiras recaia sobre outros, que não tenham sido separados para a obra de pregação do evangelho. Nossos ministros não devem ser sobrecarregados com os aspectos financeiros da obra evangelística realizada em nossas grandes cidades. Os encarregados de nossas
O relacionamento do pastor com a igreja | 115 Associações devem procurar homens de negócios que cuidem dos detalhes financeiros do trabalho nas cidades. Se tais homens não forem encontrados, que sejam providenciadas condições para treinar homens para exercer essas funções (RH, 5 de outubro de 1905).
1 1 2
Evangelismo e crescimento da igreja
18 5 1 1
Conscientizando a comunidade
Nota dos compiladores: Como o livro Evangelismo já abordou o tema
de modo abrangente, esta seção é propositadamente mais reduzida do que sua importância requer. Cristo empregou vários métodos para obter a atenção das multidões – Com base nos métodos de trabalho de Cristo, podemos aprender muitas lições valiosas. Ele não seguiu um único método; de maneiras diversas procurou captar a atenção das multidões, e, tendo alcançado êxito nisto, anunciou-lhes as verdades do evangelho. Sua obra principal consistia em ministrar aos pobres, aos necessitados e aos ignorantes. Apresentavalhes com simplicidade as bênçãos que poderiam receber, e desta forma lhes despertava no coração a fome pela verdade, o Pão da Vida (RH, 24 de dezembro de 1914).
SERVINDO À COMUNIDADE Cada ato de misericórdia em favor dos necessitados é referido como feito a Jesus – “A religião pura e sem mácula, para com o nosso Deus e Pai, é esta: visitar os órfãos e as viúvas nas suas tribulações e a si mesmo guardar-se incontaminado do mundo” (Tg 1:27). Os frutos que Cristo quer que produzamos são as boas obras: palavras amáveis, atos de bondade, de consideração afetuosa para com os pobres, os necessitados, os aflitos. Quando as pessoas são solidárias com os oprimidos pelo desânimo e pela angústia; quando a mão se estende aos pobres; quando os necessitados são vestidos; quando os estrangeiros são bem-vindos no sofá de sua
Conscientizando a comunidade | 117 sala e têm um lugar em seu coração, os anjos chegam bem perto, e música ecoa no Céu. Cada ato de justiça, misericórdia e bondade produz melodia no Céu. O Pai contempla do Seu trono os que praticam esses atos de misericórdia e os considera Seu mais precioso tesouro. “Eles serão para Mim particular tesouro, naquele dia que preparei, diz o Senhor dos Exércitos” (Ml 3:17). Cada ato de misericórdia realizado em favor dos necessitados e sofredores é considerado como tendo sido feito a Jesus. Quando vocês ajudarem os pobres, compadecerem-se dos aflitos e oprimidos e aproximarem-se dos órfãos, aprofundarão seu relacionamento com Jesus (T2, p. 25). Alguns pastores não têm empatia pelos pobres, necessitados e ignorantes – O coração de Cristo é confortado pela visão daqueles que são pobres no mais amplo sentido do termo; confortado por Sua visão daqueles que são maltratados, mas que são mansos; alegrado pelos aparentemente insatisfeitos e famintos pela justiça, pela incapacidade de muitos para começarem. Ele saúda por assim dizer o mesmo estado de coisas que desanimaria a muitos pastores. Ele corrige nossa religiosidade falha, dando o encargo da obra dos pobres e necessitados nos lugares rústicos da Terra a homens e mulheres que têm empatia pelos ignorantes e marginalizados. O Senhor ensina a esses obreiros como encontrar aqueles a quem Ele deseja auxiliar. Eles serão encorajados ao verem as portas se lhes abrirem, ao penetrarem em lugares nos quais poderão fazer trabalho médicomissionário. Tendo pouca confiança própria, dão a Deus toda a glória. Suas mãos podem ser toscas e sem prática, mas o coração é suscetível à piedade; eles estão possuídos de um ardente desejo de fazer alguma coisa que possa aliviar a desgraça tão intensa; e Cristo está ao seu lado para ajudá-los. Ele opera por meio daqueles que descobrem misericórdia na miséria, ganho na perda de todas as coisas. Quando a Luz do mundo passa, os privilégios aparecem em todas as adversidades, ordem na confusão, o sucesso e a sabedoria de Deus naquilo que parecia ser uma falha (CS, p. 26, 27).
RELAÇÕES PÚBLICAS A melhor maneira de lidar com o erro – A melhor maneira de lidar com o erro é apresentar a verdade, e deixar que as ideias estranhas se
1 1 6
118
| Ministério Pastoral
extingam por falta de atenção. Contrastado com a verdade, torna-se aparente a todo o espírito inteligente a fraqueza do erro. Quanto mais forem repetidas as afirmações erradas dos opositores, e dos que se levantam entre nós para enganar as pessoas, melhor será servida a causa do erro. Quanto mais publicidade se dá às sugestões de Satanás, melhor é satisfeita sua majestade satânica (TM, p. 165). Não devemos dar ideia errônea para obter favor – Não devemos dar uma ideia errada daquilo que professamos crer, a fim de ganhar favor de alguém. Deus aborrece a falsa apresentação e a prevaricação. Ele não tolerará o homem que diz e não pratica. A obra mais nobre, a melhor de todas, é a que provém de uma atitude digna e honesta (Ev, p. 132).
7 1 1
OS MEIOS DE COMUNICAÇÃO Os discursos importantes devem ser publicados nos jornais – Os que se têm interessado podem enfrentar os enganos e falsas apresentações dos ministros populares, e não sabem responder a essas coisas. A verdade apresentada pelo pregador vivo deve ser publicada na forma mais condensada possível, e amplamente disseminada. Na medida do possível, publiquem-se nos jornais as importantes palestras proferidas em nossas reuniões campais. Assim, a verdade que foi apresentada a um número limitado de pessoas terá acesso a muitas mentes. E, em casos em que tenha havido desfiguração da verdade, o povo terá oportunidade de saber exatamente o que o pastor disse (Ev, p. 130).
0 0
19
A obra missionária
Cristo ministrava às necessidades das pessoas antes de convidá-las a segui-Lo – Unicamente os métodos de Cristo trarão verdadeiro êxito ao nos aproximarmos do povo. O Salvador misturava-Se com os homens como uma pessoa que lhes desejava o bem. Manifestava compaixão por eles, ministrava-lhes às necessidades e ganhava-lhes a confiança. Ordenava então: “Segue-Me” (Jo 21:19) (CBV, p. 143). Crie métodos para alcançar o povo onde ele está – Cada obreiro na vinha do Senhor deve estudar, planejar, idealizar métodos, a fim de alcançar o povo onde está. Devemos fazer algo fora do curso comum das coisas. Temos que prender a atenção. Temos de ser intensamente fervorosos. Estamos às vésperas de tempos de luta e de perplexidades, os quais nem foram ainda imaginados (Ev, p. 122, 123). Uma igreja “colmeia” terá um programa variado para alcançar a comunidade – Durante os últimos poucos anos, a “colmeia” em San Francisco tem sido sem dúvida muito ativa. Muitos setores do trabalho cristão têm sido desenvolvidos por nossos irmãos e irmãs. Neles se incluem a visitação aos enfermos e desamparados, a busca de lares para órfãos, a obra em favor dos desempregados, o cuidado dos doentes, o ensino da verdade de casa em casa, a distribuição de literatura, e cursos sobre vida saudável e o cuidado com os enfermos. Uma escola para crianças é dirigida no porão da casa de culto da Rua Laguna. Durante algum tempo, foi mantido um lar para trabalhadores e uma missão médica. Na Rua Market, próximo ao teatro municipal, havia salas de tratamento que funcionavam como filiais do Sanatório Santa Helena. No mesmo local havia um armazém de alimentos saudá veis. Próximo ao centro da cidade, não distante do edif ício Call, era dirigido um restaurante vegetariano, o qual ficava aberto seis dias por semana e ficava completamente fechado aos sábados. Ao longo do
120
8 1 1
| Ministério Pastoral
ancoradouro realizava-se trabalho missionário a bordo. Em várias oportunidades, nossos pastores dirigiram reuniões em grandes salões na cidade. Assim a mensagem de advertência foi dada a muitos (RH, 5 de julho de 1906). Procure, até ter a alegria de encontrar – O próprio Cristo nos ensinou a lição de fé e trabalho perseverantes. Na parábola da ovelha perdida, Ele não apresentou à nossa imaginação o quadro de um pastor triste retornando sem a ovelha. A busca do pastor não cessa enquanto a ovelha perdida não é trazida de volta ao redil. A mulher, cuja moeda se perdeu, procura-a até encontrá-la. Essas parábolas não falam de fracasso, mas de sucesso e alegria na recuperação do que se havia perdido. Aqui está a garantia divina de que nenhuma pessoa perdida é ignorada, nenhuma é deixada sem socorro. Cristo cooperará com todos os nossos esforços em buscar os perdidos (AUCR, 1º de julho de 1900).
PUBLICAÇÕES A leitura prepara o caminho para a palavra falada – Foi-me mostrado que apenas poucas pessoas têm uma ideia correta do que a distribuição de revistas e folhetos está realizando. A obra missionária, ao fazer circular as publicações sobre a verdade presente, está abrindo portas em todos os lugares, e preparando as mentes para receber a verdade dos lábios do pregador vivo quando este chegar. O êxito que resulta do trabalho dos ministros no campo não se deve unicamente aos seus esforços pessoais, mas, em grande medida, à influência da leitura que tem iluminado a mente das pessoas e eliminado o preconceito. Assim, muitos se tornam suscetíveis à influência da verdade quando esta lhes é apresentada (PM, p. 308). Os livros devem chegar às mãos de todos quantos os queiram ler – Em todos os lugares importantes, deve haver um depósito de publicações. E alguém que valoriza realmente a verdade deve se interessar em fazer chegar esses livros às mãos de todos os que os lerão (T1, p. 473). Devemos publicar livros que possam ser vendidos baratos – Não aceitemos as tentações que virão sobre nós, com força peculiar, para editar livros que envolvem grande investimento de dinheiro. O Senhor não aprova isso. Os milhares de dólares gastos em ilustrações poderiam ser investidos na publicação de livros e no barateamento de
A obra missionária | 121 sua vendagem. Quando os ministros frequentam reuniões campais, devem ter o privilégio de levar esses livros consigo, e vendê-los ao preço mais barato possível. Com o dinheiro que recebem, da diferença do que os livros lhes custaram, poderão comprar livros para oferecer àqueles de nosso povo que não têm condições de comprá-los, ou aos incrédulos que, dessa forma, podem ser levados ao conhecimento da verdade (OP, p. 111).
SAÚDE Combinando a obra médico-missionária e o ministério da Palavra, podemos alcançar todas as classes – O ministério evangélico é uma organização para a proclamação da verdade aos enfermos e aos sãos. Ele combina a obra médico-missionária e o ministério da Palavra. Mediante essas instituições combinadas dá-se oportunidade de comunicar luz e apresentar o evangelho a todas as classes e a todas as categorias da sociedade. Deus deseja que os pastores e os membros da igreja manifestem interesse ativo e determinado na obra médico-missionária (T6, p. 300, 301). Os pastores devem, às vezes, despertar o interesse dos ouvintes nas doutrinas bíblicas, apresentando primeiro palestras sobre saúde – Em nossas casas de saúde, nossos pastores, que trabalham com a Palavra e a doutrina, devem fazer breves palestras sobre os princípios de temperança, mostrando que o corpo é o templo do Espírito Santo, e levando à memória do povo a responsabilidade que sobre eles recai como propriedade de Deus, comprada para fazer do corpo um templo santo, adequado a ser morada do Espírito Santo. Sendo comunicada essa instrução, o povo se interessará pela doutrina bíblica (Te, p. 245). Se os médicos e ministros puderem trabalhar juntos na apresentação da verdade, mais pessoas serão alcançadas – A obra que vocês estão fazendo nas cidades está alcançando a aprovação do Céu. O que vocês têm feito demonstra que, se nossos médicos e nossos pastores puderem trabalhar juntos, na apresentação da verdade ao povo, mais pessoas serão alcançadas do que poderão ser influenciadas pelo ministro trabalhando sozinho. Confio em que seu exemplo nesse sentido possa ser seguido por outros médicos (CS, p. 543).
1 1 9
122
0 2 1
| Ministério Pastoral
FAMÍLIA A restauração da humanidade começa no lar – A restauração e o reerguimento da humanidade começam no lar. A obra dos pais é a base de todas as outras. A sociedade é composta por famílias, e os chefes de família é que a fazem ser como é. Do coração “procedem as fontes da vida” (Pv 4:23), e o coração da comunidade, da igreja e da nação é o lar. A felicidade da sociedade, o êxito da igreja e a prosperidade da nação dependem das influências domésticas (CBV, p. 349).
20
Planejamento e estratégia
Os pastores curvados sob o peso da salvação de almas verão o fruto de seus esforços – Pela graça de Cristo, os ministros de Deus são mensageiros de luz e bênção. Quando, por meio de oração fervorosa e perseverante, são dotados do Espírito Santo e avançam com a preocupação de salvar almas, e o coração cheio de zelo para expandir os triunfos da cruz, eles verão o fruto de seus esforços. Recusando resolutamente exibir sabedoria humana ou exaltar a si mesmos, realizarão uma obra que resistirá aos ataques de Satanás. Muitas pessoas se voltarão das trevas para a luz, e muitas igrejas serão estabelecidas. Os homens se converterão, não ao instrumento humano, mas a Cristo. O eu se manterá oculto, e unicamente Jesus, o Homem do Calvário, aparecerá (RH, 24 de agosto de 1911). TEMPO PARA O EVANGELISMO Centralize a mente no único objetivo de salvar almas – Alguns pastores se desviam facilmente de seu trabalho. Tornam-se desanimados ou são afastados pelos vínculos familiares, e deixam um crescente interesse morrer por falta de atenção. O prejuízo assim trazido à causa mal pode ser avaliado. Quando um esforço para promover a verdade é iniciado, o pastor encarregado deve se sentir responsável por executá-lo totalmente com êxito. Se seus esforços parecerem sem resultado, deve, com oração fervorosa, procurar descobrir se está fazendo aquilo que devia. Deve humilhar seu coração perante Deus em exame de si mesmo e, pela fé, se apegar às promessas divinas, continuando humildemente seus esforços até que esteja certo de ter cumprido fielmente seu dever e ter realizado tudo ao seu alcance para obter o resultado desejado (T4, p. 265).
1 2 1
124
2 2 1
| Ministério Pastoral
Os ministros que se movimentam em torno de suas igrejas lhes causam dano – As igrejas que não têm vida própria, que perderam seu discernimento espiritual, pedem pastores que venham em seu auxílio para trazer-lhes o fôlego da vida. Mas os pastores têm outra obra a realizar. Eles precisam levar a mensagem da verdade àqueles que não a conhecem. Esses pastores que se movimentam em torno de suas igrejas, que não têm uma mensagem bem definida, que, como uma espada de dois gumes, corta dos dois lados, causarão dano à igreja. Não trabalharão pela salvação das pessoas que estão em grave perigo por não conhecerem a verdade, e eles próprios morrerão espiritualmente, causarão problemas e desanimarão os que tentarem ajudá-los (MR6, p. 65). Pastores ganhadores de almas produzem membros ganhadores de almas – Quando a igreja vir que os pastores estão inflamados com o espírito da obra, que sentem profundamente a força da verdade, e estão procurando trazer outros ao conhecimento dela, isso colocará neles nova vida e vigor. Seu coração será estimulado para fazer o que puderem para ajudar a obra. Não há um grupo de pessoas no mundo que esteja mais desejoso de sacrificar seus recursos para fazer avançar a causa do que os adventistas do sétimo dia. Se os pastores não os desencorajarem por sua preguiça e ineficiência, e por sua falta de espiritualidade, eles geralmente responderão a qualquer apelo que esteja de acordo com seu entendimento e sua consciência. Mas querem ver frutos (T3, p. 49). PLANEJAMENTO DA IGREJA Apresente seus planos para a igreja de modo a conquistar o interesse e a cooperação dos membros – Carecemos hoje de pessoas como Neemias na igreja, não de homens capazes de pregar e orar apenas, mas de homens cujas orações e cujos sermões sejam sustentados por firme e sincero propósito. O procedimento seguido por aquele patriota hebreu na realização de seus planos devia ser ainda adotado pelos pastores e dirigentes. Havendo eles delineado seus planos, deveriam expô-los perante a igreja de maneira que lhes atraísse o interesse e a cooperação. Façam com que o povo compreenda os planos e tome parte na obra, e se interessarão pessoalmente por sua prosperidade (CBA3, p. 1.287). Mantenha os membros a par de seus planos – Por que não colocálos para trabalhar visitando os doentes e ajudando de outras maneiras,
Planejamento e estratégia | 125 mantendo desse modo a igreja em atividade? Assim todos estarão inteirados quanto aos planos do pastor, e, ao solicitar-lhes ajuda em qualquer momento, poderão colaborar inteligentemente com ele. Todos devem ser cooperadores de Deus, e então o ministro pode sentir que tem ajudantes nos quais é seguro confiar. O pastor pode apressar esse objetivo desejável mostrando que tem confiança neles ao colocá-los para trabalhar (RH, 9 de julho de 1895). Escolha oficiais e membros de sua confiança e compartilhe o tra balho com eles – Muitos membros da igreja são privados da experiência que deveriam ter porque tem prevalecido a ideia de que o pastor deve fazer todo o trabalho e levar todas as cargas. Ou as responsabilidades foram amontoadas sobre o ministro ou ele próprio decidiu assumir os deveres que deveriam ter sido executados pelos membros da igreja. Os pastores devem escolher os oficiais e membros de sua confiança e ensiná-los a trabalhar para o Mestre. Assim o ministro não precisará fazer todo o trabalho sozinho e, ao mesmo tempo, a igreja receberá maior benefício do que se ele tentasse realizar todo o trabalho, dispensando os membros de fazer a parte que o Senhor lhes designou (RH, 9 de julho de 1895).
1 2 3
1 2 4
21 5 2 1
Como obter decisões
Muitos estão esperando somente serem congregados – O etíope representa uma grande classe que necessita ser ensinada por missionários como Filipe – homens que ouvem a voz de Deus, e vão aonde Ele manda. Muitos estão lendo as Escrituras sem compreender seu verdadeiro significado. Em todo o mundo, homens e mulheres olham atentamente para o Céu. Sobem orações, lágrimas e indagações de pessoas ansiosas por luz, por graça e pelo Espírito Santo. Muitas estão no limiar do reino, esperando somente serem recolhidas (AA, p. 109). Nem todas as conversões são iguais – Não são todos constituídos da mesma maneira. Nem todas as conversões são iguais. Jesus impressiona o coração, e o pecador nasce de novo para uma novidade de vida. Muitas pessoas têm sido atraídas a Cristo sem experimentar nenhuma veemente convicção, nenhum remorso aterrador ou dilacerar de coração. Olharam a um Salvador erguido e viveram. Viram a necessidade da alma, viram a suficiência do Salvador e Seus reclamos, ouviram-Lhe a voz dizendo: “Segue-Me”, e se levantaram e O seguiram. Essa conversão foi genuína, e a vida religiosa foi tão decidida como a de outros que sofreram todas as agonias de um processo violento (1ME, p. 177, 178). Não desanime se algumas decisões demorarem – Os sacerdotes estavam convencidos do divino poder do Salvador. Foi-lhes dada a oportunidade de conhecer a verdade e serem beneficiados pela luz. Se fosse rejeitada, ela passaria, para nunca mais voltar. Muitos rejeitaram a luz; porém, ela não foi dada em vão. Foram tocados muitos corações que, por algum tempo, não deram sinal disso. Durante a vida do Salvador, Sua missão parecia despertar pouca reciprocidade de amor da parte dos sacerdotes e mestres; mas, depois de Sua ascensão, “grande parte dos sacerdotes obedecia à fé” (At 6:7) (DTN, p. 266).
Como obter decisões | 127 DECISÃO PÚBLICA Para se obter decisões, Cristo deve ser colocado acima da teoria – Muitos de nossos pastores têm cometido grande erro ao proferir discursos que são completamente argumentativos. Há pessoas que escutam a teoria da verdade e ficam impressionadas com as evidências apresentadas; então, se uma parte do sermão põe Cristo em foco como Salvador do mundo, a semente lançada poderá brotar e dar fruto para a glória de Deus. Em muitas pregações, porém, não é apresentada ao povo a cruz de Cristo. Talvez alguns estejam escutando o último sermão que irão ouvir, e outros não terão nunca mais a oportunidade de ouvir uma exposição da cadeia da verdade, com uma aplicação prática dela a seu coração. Se essa preciosa oportunidade for perdida, ficará perdida para sempre. Se Cristo, com Seu amor redentor, tivesse sido exaltado em ligação com a teoria da verdade, isso os poderia haver feito pender para o lado dEle (T4, p. 393, 394). A eloquência pode ocultar a verdade e não produzir decisões – Aquele que usa palavras eloquentes, simplesmente faz com que o povo se esqueça da verdade misturada com sua oratória. Quando a empolgação desaparece, se descobre que a Palavra de Deus não se fixou na mente; nem mesmo se obteve a mais simples compreensão. As pessoas podem sair da igreja e falar com admiração dos dons de oratória do pregador, mas podem não ter sido convencidas da verdade nem levadas mais perto do ponto de decisão. Elas falam do sermão da mesma maneira que falariam de uma apresentação teatral, e do ministro como se fosse um ator de teatro. Pode ser que voltem para ouvir o mesmo tipo de discurso, e novamente sair sem ser impressionadas nem alimentadas (VSS, p. 283). Em cada reunião devem ser feitos apelos para tomar decisões – Ação rápida, enérgica e dedicada pode salvar uma pessoa indecisa. Ninguém consegue dizer o quanto é perdido por se tentar pregar sem a unção do Espírito Santo. Em toda congregação, há corações hesitantes, quase persuadidos a se dedicarem inteiramente a Deus. A decisão está sendo tomada para o momento e para a eternidade; mas, com muita frequência, acontece que o pastor não possui no próprio coração o espírito e o poder da mensagem da verdade, pelo que não faz apelos diretos às pessoas indecisas. O resultado é que as impressões não se aprofundam no coração dos con victos; e saem da reunião sentindo-se menos inclinados a aceitar o serviço de Cristo do que quando chegaram. Decidem esperar uma oportunidade mais favorável, mas esta nunca chega. Esse discurso profano, semelhante à oferta
1 2 6
128
7 2 1
| Ministério Pastoral
de Caim, estava destituído do Salvador. A oportunidade certa é perdida, e os casos dessas pessoas são decididos. Não é arriscado demais pregar de forma indiferente e sem sentir o peso dos corações? (T4, p. 446, 447). Convide as pessoas para vir à frente – O Senhor abençoou especialmente a pregação do domingo à tarde. Todos ouviram com o mais profundo interesse, e, no fim do sermão, foi feito um convite para que todos os que desejassem se tornar cristãos e todos os que sentiam não ter uma conexão viva com Deus viessem à frente para unirmos nossas orações com as deles para pedir o perdão dos pecados e graça para resistir à tentação. Essa foi uma nova experiência para muitos de nossos irmãos na Europa, mas eles não vacilaram. Parecia que a congregação toda estava em pé, e o melhor que puderam fazer foi sentar-se e, todos juntos, buscar ao Senhor. Aqui estava toda uma congregação manifestando sua determinação de abandonar o pecado e de se envolver fervorosamente na obra de buscar ao Senhor. Em todo grupo há duas classes de pessoas: as que estão satisfeitas com elas mesmas e as que sentem repugnância da própria condição. Para as do primeiro grupo, o evangelho não tem atrativo, a não ser que possam interpretar porções separadas para adular sua vaidade. Elas apreciam aqueles pontos peculiares de elevada moralidade que pensam possuir. Mas muitos dos que veem Jesus na perfeição de Seu caráter percebem suas próprias imperfeições com tal clareza que quase se desanimam. Esse foi o caso aqui. Mas o Senhor esteve presente para instruir e reprovar, para confortar e abençoar conforme o requeriam vários casos. Orações fervorosas foram então oferecidas, não por um sentimento de felicidade passageira, mas por um verdadeiro senso de nossa pecaminosidade e desesperança, sem o Seu sacrifício expiatório. Nunca Jesus pareceu mais precioso do que nessa ocasião. Houve pranto por toda a congregação. Foi compreendida a promessa: “O que vem a Mim, de modo nenhum o lançarei fora” (Jo 6:37). Se o véu pudesse ser afastado, veríamos anjos de Deus prontos a ministrar aos humildes e penitentes. Após a oração, cem testemunhos foram dados. Muitos deles demonstraram uma experiência real e genuína nas coisas de Deus (RH, 3 de novembro de 1885).
DECISÃO PESSOAL Cinco palavras dirigidas em particular farão mais do que todo o discurso – Ao terminarem as reuniões, deve-se obter o parecer de cada
Como obter decisões | 129 pessoa sobre o assunto. A cada um deve ser perguntado como pensa em lidar com essas coisas ou aplicá-las em sua vida. Então, observar se este ou aquele manifesta interesse. Cinco palavras que lhes sejam dirigidas particularmente farão mais efeito do que todo o discurso (Ev, p. 285). Os ministros devem aprender a trabalhar de modo diferente com cada tipo de temperamento – Como o médico trata de doenças físicas, assim o pastor ministra à alma doente por causa do pecado. E sua obra é tanto mais importante do que a do médico, quanto a vida eterna é de maior valor que a existência temporal. O pastor se depara com uma infinita variedade de temperamentos, e é seu dever conhecer os membros das famílias que ouvem seus ensinos, a fim de determinar que meios melhor os influenciarão no rumo certo (OE, p. 338).
CLASSE BÍBLICA Reuniões especiais devem ser realizadas para dar instrução bíblica aos interessados – Não pregue imediatamente um sermão após o outro, mas faça um período de descanso intermediário, para que a verdade se fixe na mente e haja oportunidade para que o pastor e as pessoas possam meditar e orar. Dessa maneira, haverá crescimento no conhecimento e na experiência religiosa. Estudos bíblicos devem ser dados, e tanto crentes quanto incrédulos devem ter oportunidade de fazer perguntas sobre os pontos que não foram compreendidos plenamente. Os que professam ser defensores da verdade devem fazer perguntas cujas respostas tragam luz sobre a verdade presente. Se alguém faz perguntas que servem apenas para confundir a mente e semear a dúvida, deve ser aconselhado a se abster de fazer tais perguntas, para que outros possam ser trazidos a Cristo. Precisamos aprender quando falar e quando guardar silêncio, e aprender a semear as sementes da fé, a fim de refletir a luz e não as trevas. Devem ser realizadas reuniões especiais para os que estão interessados na verdade e precisam de instrução (RH, 23 de junho de 1891). Dirija uma classe bíblica relacionada a reuniões evangelísticas – Existe o perigo de passar muito rapidamente de um ponto a outro. Apresente lições curtas e frequentes. Seu trabalho não é apenas pregar, mas também ajudar. O esforço pessoal em favor de famílias e indivíduos deve abranger uma grande parte de seu trabalho. Depois de haver aberto
1 2 8
130
| Ministério Pastoral
às pessoas as preciosas minas da verdade, resta ainda uma grande obra a fazer por aqueles que se interessaram nos temas apresentados. Depois de um curto sermão, altere a ordem da programação e dê oportunidade a todos os que desejarem participar de uma conversa ou de uma classe bíblica na qual poderão fazer perguntas sobre as questões que os preocupam. Você terá grande êxito em se aproximar das pessoas nessas classes bíblicas. Os obreiros que trabalham junto aos ministros devem fazer esforços especiais para guiar com paciência e bondade os que têm perguntas para compreender a verdade. Se não tiver mais do que uma pessoa para instruir, esta, ao estar plenamente convencida, comunicará a luz aos demais. Essas verdades decisivas são de tão grande importância que podem ser apresentadas repetidas vezes para gravá-las na mente dos ouvintes. As decisões que as pessoas tomam em relação a essas coisas são de grande significado para elas (SpT-A7, p. 7).
9 2 1
0 3 1
FIRMANDO OS INTERESSADOS Não se retire enquanto o interessado não tiver tomado sua decisão, tenha se batizado e entrado para a igreja – Por anos tem sido comunicada luz sobre esse ponto, mostrando a necessidade de atender ao interesse despertado, e não abandoná-lo de forma alguma, até que todos os que se inclinam para a verdade tenham tomado sua decisão, experimentado a conversão necessária para o batismo e se unido a alguma congregação ou iniciado uma. Nenhuma circunstância é tão importante que justifique chamar um pastor de um lugar onde já exista um interesse despertado pela apresentação da verdade. Mesmo doença e morte são de menor importância do que a salvação das pessoas por quem Cristo fez tão imenso sacrif ício (T2, p. 540). Não seja apenas um portador de luz, mas acenda novas luzes – Em vez de realizar reuniões gigantescas, faça pequenas reuniões. E, quando surgirem grupos nos lugares onde as reuniões foram feitas, deve ser construído um lugar de adoração para eles. Não podemos agir de outro modo para que não se perca o trabalho realizado. Proceder de maneira diferente é como levar uma tocha através de um bairro à noite. Os lugares por onde passa o portador de luz são iluminados, mas não são muitos os lampiões acesos por sua tocha que se convertem em obreiros verdadeiros que iluminam os outros (MR15, p. 250).
22
Evangelismo pessoal
O trabalho pessoal não pode ser considerado de importância secundária – Os ministros de Jesus Cristo devem ter mais do que um mero interesse casual pelas pessoas. Procurarão conhecer sua situação espiritual, do mesmo modo como o médico procura entender as dificuldades f ísicas de seus pacientes. Através de conversas pessoais, adaptarão seu conselho a cada caso individual segundo a necessidade de cada um. Esse trabalho pessoal não pode ser considerado de importância secundária. O ministro é o subpastor do rebanho de Deus designado pelo Senhor, e a sua tarefa é ministrar aos enfermos pelo pecado, aos tentados e aos que erram. Esse trabalho é necessário entre todas as classes e em todos os lugares (RH, 11 de março de 1902). Pastores que se motivam com reuniões sensacionais devem aprender a fazer trabalho pessoal – Um exame minucioso revela o fato de que há bem poucos feixes a ser colhidos depois dessas reuniões particularmente agitadas. No entanto, de toda a experiência do passado, você não aprendeu a mudar seu modo de trabalhar. Tem sido lento em aprender como ajustar seus esforços futuros de modo a evitar os erros do passado. A razão disso tem sido que, como o bêbado, você gosta do estímulo dessas reuniões sensacionais; anela por elas como o bêbado por um copo de bebida alcoólica para despertar suas energias em declínio. Esses debates que criam tal entusiasmo são mal interpretados como sendo zelo por Deus e amor pela verdade. Você tem estado quase que destituído do Espírito de Deus para atuar com seus esforços. Se tivesse Deus com você em todas as suas ações, sentisse responsabilidade pelas pessoas e possuísse a sabedoria para administrar essas empolgantes ocasiões, conduzindo pessoas para o reino de Cristo, você poderia ver frutos de seus esforços, e Deus seria glorificado. Seu coração deve estar inflamado com o espírito da verdade que você apresenta a outros. Mas seu trabalho mal começou, depois de ter se
1 3 1
132
2 3 1
| Ministério Pastoral
esforçado para convencer pecadores das exigências que a lei do Senhor tem para eles, ensinando-os a respeito do arrependimento para com Deus e da fé em Cristo. Você, com muita frequência, se esquiva de completar a obra e deixa uma pesada responsabilidade para que outros a assumam, a fim de terminar o trabalho que você deveria ter feito. Você diz que não está qualificado para terminar o trabalho. Então, quanto mais cedo se qualificar para assumir as responsabilidades de um pastor do rebanho, tanto melhor (T3, p. 227, 228).
VISITANDO OS INTERESSADOS Ganhar a confiança das pessoas por meio da visitação pessoal terá maior influência do que pregar – Quando há apenas reuniões noturnas para se assistir, há bastante tempo que pode ser usado com grande pro veito, visitando de casa em casa, encontrando as pessoas onde estão. E, se os ministros de Cristo têm as virtudes do Espírito, se imitam o grande Exemplo, encontrarão acesso aos corações e ganharão pessoas para Cristo. Alguns pastores que levam a última mensagem de misericórdia são muito indiferentes. Não aproveitam as oportunidades que têm para ganhar a confiança dos incrédulos, por sua conduta exemplar, seu interesse generoso pelo bem de outros, sua bondade, paciência, humildade de espírito e respeitosa cortesia. Esses frutos do Espírito exercerão influência muito maior do que a pregação no púlpito sem um interesse pessoal pelas famílias. Mas a pregação de verdades incisivas e diretas ao povo, e os esforços pessoais correspondentes, de casa em casa, para apoiar o trabalho do púlpito, aumentarão grandemente a influência para o bem, e corações serão convertidos à verdade (T3, p. 233). Não use o tempo da visitação para falar de assuntos comuns – Em todos os seus trabalhos, o pastor deve educar os ouvintes desde o início. Deve apresentar-lhes as preciosas pérolas da verdade, ajudar as pessoas, e não se limitar apenas a pregar sermões. Deve visitar os ouvintes em suas casas, sem esperar convites, mas ir como alguém enviado por Deus. Que ele próprio se convide aos lares das pessoas em humildade e mansidão, procurando ser admitido, e então lhes apresente o Salvador perdoador de pecados. O ministro, ao visitar os lares das pessoas, não deve usar seu precioso tempo falando sobre assuntos comuns do dia a dia, mas esperar a
Evangelismo pessoal | 133 oportunidade de apresentá-las ao seu melhor Amigo. Com muita frequência, os homens e mulheres são indiferentes e descuidados no que diz respeito aos seus interesses espirituais, mas, mesmo para esse grupo, uma palavra dita a seu tempo pode ser como semente lançada em terreno fértil (RH, 11 de março de 1902). Não comecem apresentando seus pontos de vista de forma muito insistente – Aqui está uma lição para todos os nossos pastores, colportores e obreiros missionários. Quando encontrarem pessoas que, como Natanael, têm preconceitos com relação à verdade, não insistam muito em seus pontos de vista particulares. Falem a princípio com eles de assuntos em que possam concordar. Inclinem com eles a fronte em oração e, com fé humilde, apresentem-lhes suas petições diante do trono da graça. Tanto vocês quanto eles serão levados a uma ligação mais íntima com o Céu, o preconceito se enfraquecerá, e será mais fácil chegar ao coração (Ev, p. 446).
ESTUDOS BÍBLICOS O interesse despertado pela pregação deve ser apoiado por trabalho pessoal – O pastor pode gostar de pregar, pois essa é a parte agradável da obra, e é relativamente fácil; nenhum pastor, porém, deve ser julgado por sua capacidade de falar. A parte mais difícil vem quando ele não está no púlpito, ao regar a semente lançada. O interesse despertado deve ser apoiado por trabalho pessoal – visitar, dar estudos bíblicos, ensinar a pesquisar as Escrituras, orar com as famílias e pessoas interessadas, e aprofundar a impressão causada no coração e na consciência (T5, p. 255). A esposa do pastor pode dar estudos bíblicos com tanto êxito quanto seu marido – Algumas esposas de pastores, como as irmãs Starr, Haskell, Wilson e Robinson, têm sido obreiras dedicadas, zelosas e sinceras, dando estudos bíblicos, orando com as famílias e ajudando com esforços pessoais com tanto êxito quanto eles (MR21, p. 360). COMO GANHAR ALMAS PELA AMIZADE A igreja tem êxito quando os membros procuram os amigos e lhes falam de sua experiência pessoal com Jesus – A atmosfera da igreja é tão fria, sua religiosidade é de tal disposição, que homens e mulheres
1 3 3
134
4 3 1
| Ministério Pastoral
não conseguem manter ou preservar o exemplo de piedade primitiva, procedente do Céu. O calor de seu primeiro amor está gelado, e, a menos que sejam regados pelo batismo do Espírito Santo, seu castiçal será remo vido do lugar, a não ser que se arrependam e pratiquem as primeiras obras. As primeiras obras da igreja foram vistas quando os crentes procuraram os amigos, parentes e conhecidos, e, com coração transbordando de amor, contaram a história do que Jesus significava para eles e do que eles representavam para Jesus (TM, p. 167, 168). Os amigos podem fazer mais para suprir as necessidades das famí lias do que o pastor – Não é propósito de Deus que se deixe aos pastores a maior parte da obra de semear as sementes da verdade. Homens não chamados para o ministério pastoral devem ser animados a trabalhar para o Mestre segundo suas diferentes habilidades. Centenas de homens e mulheres agora ausentes do trabalho podem fazer uma obra aceitável. Podem fazer um grande trabalho para o Mestre, introduzindo a verdade nos lares de amigos e vizinhos. Deus não faz acepção de pessoas. Ele usará cristãos devotados e humildes que tenham o amor à verdade no coração. Empenhem-se no serviço por Ele fazendo o trabalho de visitação de casa em casa. Na intimidade do lar, esses homens – se forem humildes, discretos e piedosos – podem fazer mais para enfrentar as reais necessidades das famílias do que o pastor (BS, p. 109, 110).
23
Evangelismo público
Conquiste as pessoas exaltando a Jesus e ocultando o eu – Os que trabalham para Cristo devem ser homens e mulheres de grande discrição, de maneira que os que não lhes compreendem as doutrinas se sintam inclinados a respeitá-los e considerá-los como pessoas desprovidas de fanatismo, isentas de leviandade e impetuosidade. Seus discursos e procedimento, bem como a conversação, devem ser de tal maneira que guiem as pessoas à conclusão de que esses pastores são homens pensantes, de caráter sólido, homens que temem e amam seu Pai Celestial. Eles devem conquistar a confiança das pessoas, de maneira que quem escuta a pregação saiba que os pastores não apresentaram uma fábula artificialmente composta, mas que suas palavras são de valor, um testemunho que exige meditação e atenção. Que as pessoas os vejam exaltando a Jesus e ocultando o eu (Ev, p. 170, 171). Ganhe a confiança das pessoas antes de apresentar os temas do sábado e da imortalidade – Foi-me mostrado que nossos pastores expõem com muita rapidez seus principais temas, e apresentam cedo demais, em suas campanhas, os aspectos que mais despertam reação. Existem verdades que não envolvem uma cruz tão pesada, para as quais deve ser chamada a atenção dia após dia e até semanas antes de o sábado e a imortalidade serem apresentados. Conquistarão dessa forma a confiança do público como pessoas que têm argumentos claros e convincentes, e eles veem que vocês entendem as Escrituras. Ao ser adquirida a confiança do público, haverá tempo suficiente para introduzir publicamente os assuntos do sábado e da imortalidade (Ev, p. 246). AS SÉRIES DE CONFERÊNCIAS Os métodos de ensino de Cristo atrairão as multidões – Aqueles que estudarem os métodos de ensino de Cristo e se educarem em seguir
1 3 5
136
6 3 1
| Ministério Pastoral
Seus passos, atrairão grande número de pessoas, mantendo sua atenção, como Cristo fazia em Seus dias. [...] Mas, quando a verdade em seu caráter prático é insistentemente apresentada ao povo porque você o ama, pessoas se convencerão, porque o Espírito Santo de Deus há de impressionar os corações (Ev, p. 124). Os associados devem ser treinados para fazer parte da equipe evangelística – Quando se faz um esforço para apresentar a verdade num lugar importante, nossos ministros devem dar atenção especial à instrução e ao treinamento daqueles que irão cooperar com eles. Necessitam-se colportores e pessoas aptas para dar estudos bíblicos às famílias, para que, enquanto os pregadores trabalham com a Palavra e a doutrina, aqueles possam também atrair pessoas para a verdade (PM, p. 307). Não dependa de cantores do mundo e exibições teatrais para despertar o interesse – Os mensageiros de Deus não devem seguir os métodos do mundo em seus esforços para atrair o povo. Nas reuniões que realizam, não devem depender de cantores do mundo e exibições teatrais para despertar o interesse. Como esperar daqueles que não têm interesse na Palavra de Deus, que nunca leram Sua Palavra com o sincero desejo de compreender as verdades, que cantem com espírito e entendimento? Como pode seu coração estar em harmonia com as palavras do canto sagrado? Como pode o coro celestial unir-se com a música que é apenas uma forma? (T9, p. 143).
OS SEMINÁRIOS O ensino combinado com a discussão do assunto é muito eficaz para espalhar nossa mensagem – Durante a temporada passada, o irmão Geymet esteve visitando e dirigindo classes bíblicas com as pessoas nestes estábulos. Quando estivemos lá, estava realizando duas reuniões por semana num estábulo do Vale de Angrogna, a mais ou menos dez quilômetros de Torre Pelice. O interesse era razoável, e a assistência média era entre quarenta e cinquenta pessoas. Nesse lugar, no piso de terra do estábulo, às vezes coberto com folhas ou palha, ou em tábuas colocadas sobre caixas, elas se sentavam e ouviam durante uma ou duas horas e, depois de terminada a reunião, ficavam conversando sobre o assunto apresentado (HS, p. 248). Deixemos que Daniel e Apocalipse falem numa atmosfera cristocêntrica, sem controvérsias – Não temos tempo a perder. Deus apela para
Evangelismo público | 137 que vigiemos pelas almas como quem deve prestar contas. Promovam os novos princípios e apresentem a clara verdade. Ela será como espada de dois gumes. Mas não estejam muito dispostos a assumir uma atitude de contro vérsia. Há ocasiões em que devemos ficar quietos e ver a salvação de Deus. Deixemos que Daniel e o Apocalipse falem e digam a verdade. Mas seja qual for o aspecto do assunto apresentado, elevem a Jesus como o centro de toda a esperança, “a Raiz e a Geração de Davi, a resplandecente Estrela da Manhã” (Ap 22:16) (TM, p. 118).
1 3 7
24
8 3 1
O evangelismo por meio dos grupos
Dê estudos bíblicos e ore com as famílias e os grupos – Meus irmãos do ministério, não pensem que o único trabalho que podem fazer, a única maneira pela qual podem operar em benefício de pessoas, seja fazer discursos. A melhor obra que podem realizar é ensinar, educar. Sempre que surgir uma oportunidade, sentem com alguma família e deixem que façam perguntas a vocês. Respondam-lhes então pacientemente, com humildade. Continuem essa obra juntamente com seus esforços em público. Preguem menos e eduquem mais, mediante estudos bíblicos e orações feitas em lares e grupos (OE, p. 193). Os membros podem convidar amigos e vizinhos para seus lares e então pedir ao pastor que se reúna com eles – O interesse continua crescendo, e os que abraçam a verdade vão imediatamente trabalhar por seus amigos, convidando-os para que venham ouvir. Mais do que isso, eles convidam seus vizinhos e amigos para vir à sua casa. Então conseguem que um de nossos pastores venha lhes dar estudos bíblicos. Essas reuniões se tornam muito interessantes (MR16, p. 45). Dê estudos bíblicos para as famílias e seus vizinhos – É necessário realizar um tipo de trabalho diferente do que tem sido feito em nossas igrejas. Os pastores que têm a tendência de apenas pregar, e não visitar e fazer trabalho pessoal, precisam romper com esse hábito e trabalhar arduamente com as famílias. Que as famílias convidem seus vizinhos, e então deixem que o pastor lhes dê estudos bíblicos e se relacione com eles. Precisamos de menos pregações e mais trabalho pastoral em nossas igrejas. Aqueles que não têm aptidão para esse tipo de trabalho precisam educar a si próprios e procurar ter mais harmonia com a maneira de Cristo trabalhar (HM, 1º de novembro de 1890).
25
A obra missionária especializada
NAS CIDADES Pode-se trabalhar nas cidades alugando uma casa e reunindo um grupo de ajudantes – O irmão Haskell e sua esposa alugaram uma casa num dos melhores bairros da cidade e ali reuniram uma família de auxiliares, os quais todos os dias saem para dar estudos bíblicos, vender nossos periódicos e fazer trabalho médico-missionário. Durante a hora do culto, os obreiros relatam suas experiências. No lar são conduzidos regularmente estudos bíblicos, e, assim, rapazes e moças relacionados com a missão recebem instrução prática e completa na arte de dar estudos bíblicos e vender nossas publicações. O Senhor tem abençoado seu trabalho, e, como resultado, várias pessoas aceitaram a verdade e muitas outras estão profundamente interessadas (RH, 7 de setembro de 1905). Obreiros jovens devem se associar com obreiros experientes em trabalho nas cidades – Muitos jovens, que no lar tiveram uma boa educação, devem ser preparados para o serviço e motivados a erguer a bandeira da verdade em novos lugares, por meio de trabalho fiel e bem planejado. Associando-se com nossos pastores e obreiros experientes em trabalho nas cidades, obterão o melhor tipo de preparo. Agindo sob a direção divina e sustentados pelas orações de colegas mais experientes, podem fazer um bom e abençoado trabalho. Ao unirem esforços aos dos obreiros mais idosos, empregando a energia da melhor forma, terão a companhia de anjos celestiais; e, como colaboradores de Deus, terão o privilégio de cantar, orar, crer e trabalhar com ânimo e liberdade. A confiança e segurança que a presença dos agentes celestiais trará a eles e aos seus colegas os levará à oração e ao louvor, com a simplicidade da fé verdadeira (T9, p. 119). Ao se trabalhar nas cidades, deve-se combinar escolas missionárias e conferências públicas – Um trabalho bem equilibrado e melhor
1 3 9
140
0 4 1
| Ministério Pastoral
pode ser levado a efeito quando se acha em funcionamento uma escola para preparo de obreiros bíblicos. Enquanto se estão realizando reuniões públicas, deveria haver, ligados a essa escola ou à missão urbana, experientes obreiros de profunda compreensão espiritual, que possam dar instruções diárias aos obreiros bíblicos e que também se unam de todo o coração às conferências públicas que se realizam. E, à medida que homens e mulheres se convertam à verdade, os que estão na chefia da missão nas cidades deveriam, com muita oração, mostrar a esses novos conversos como experimentar o poder da verdade em seu coração. Tal missão, sendo sabiamente dirigida, será uma luz brilhando num lugar escuro (OE, p. 364, 365). O trabalho nas cidades deve incluir restaurantes e palestras sobre saúde – O Senhor tem uma mensagem para as nossas cidades, e essa mensagem devemos proclamar em nossas reuniões campais e em outras campanhas públicas, assim como por meio de nossas publicações. Além disso, devem ser estabelecidos restaurantes vegetarianos nas cidades, e, por meio deles, ser proclamada a mensagem de temperança. Devem ser tomadas providências para realizar reuniões em conexão com os nossos restaurantes. Sempre que possível, proveja-se um recinto aonde os fregueses possam ser convidados para assistirem a conferências sobre a ciência da saúde e a temperança cristã, onde recebam instrução sobre o preparo de alimento saudável, e sobre outros assuntos importantes. Nessas reuniões, deve haver orações e cânticos e palestras, não somente quanto a assuntos de saúde e temperança, mas também acerca de outros apropriados temas bíblicos. Enquanto o povo é instruído sobre a maneira de conservar a saúde física, muitas oportunidades se oferecerão de semear as sementes do evangelho do reino (CRA, p. 276, 277).
NAS PRISÕES Os que estão atrás das grades numa prisão precisam de conforto e ânimo – O que está escrito em seu diário este ano? Registra uma experiência obtida em ministrar aos sofredores, aos pobres e necessitados? Os que estão sofrendo por amor a Cristo, que não renunciam à verdade pelo erro, que estão talvez encarcerados dentro das paredes de uma prisão, precisam de conforto e ânimo. Esse é o tipo de trabalho que está decidindo
A obra missionária especializada | 141 o nosso destino. Uma preciosa recompensa aguarda os que são fiéis em seu ministério. Terão um lar nas mansões que Cristo foi preparar para os que O amam e esperam Sua vinda (YI, 19 de agosto de 1897). Seria perigoso levar para o Céu pessoas que dizem ser servos de Cristo, mas não amam o próximo – A lei de Deus claramente nos revela o dever do homem para com seu próximo. Todos os que negligenciam o próximo – mesmo os mais humildes aos quais Cristo chama de Seus irmãos – são registrados nos livros do Céu como “pesados na balança e achados em falta”. Ao ignorarem Seu mandamento especial, “amarás o teu próximo como a ti mesmo” (Lv 19:18); ao passarem por alto o sofredor, o necessitado e o ferido, deixaram de estar ao lado de Cristo e Seu exemplo e passaram para as fileiras do inimigo. Ao deixar de vestir o necessitado, de alimentar o faminto, de visitar os que estão na prisão, mostram de que espírito são. Não seria prudente que tais pessoas entrassem no Céu, pois, por seu egoísmo e dureza de coração, por sua falta de apreço por seus irmãos aqui, eles claramente revelam o fato de que, no reino dos Céus, não poderiam valorizar a Deus, nem Seu Filho, nem os santos redimidos (HM, 1º de outubro de 1897). Ellen White visitou uma prisão e falou aos prisioneiros – Durante minha permanência no estado do Oregon, visitei a prisão em Salem, e fui convidada a falar aos prisioneiros na capela do presídio (ST, 25 de julho de 1878).
AOS MENOS FAVORECIDOS As igrejas devem trazer esperança aos desesperançados – Existe uma obra a ser feita por nossas igrejas, da qual poucos têm alguma ideia. [...] Temos que dar de nossos meios para sustentar os obreiros no campo da seara e nos alegrarmos pelos feixes colhidos. Embora isso esteja certo, há uma obra, ainda intocada, que deve ser feita. A missão de Cristo era curar os enfermos, encorajar os desesperançados e cuidar dos aflitos. Essa obra de restauração deve ser promovida entre os necessitados sofredores da humanidade. Deus pede não apenas a benevolência de vocês, mas também sua fisionomia alegre, suas palavras de esperança e seu aperto de mão. Aliviem alguns dos aflitos de Deus. Alguns estão enfermos, e a esperança os abandonou. Devolvam-lhes a alegria. Há pessoas que perderam a coragem; falem com elas; orem por elas. Há os que necessitam do Pão da Vida.
1 4 1
142
2 4 1
| Ministério Pastoral
Leiam para eles a Palavra de Deus. Há uma enfermidade da alma que nenhum bálsamo pode aliviar e nenhum remédio curar. Orem por esses e os conduzam a Jesus. E, em todo o seu trabalho, esteja Cristo presente para impressionar o coração humano (BS, p. 71). Ministrar como Jesus fez é servir aos aflitos – Que cena viram seus olhos ao entrarem novamente nos átrios do templo! Cristo estava ministrando aos pobres, aos sofredores e aos aflitos. Estes haviam clamado em angústia porque não podiam encontrar alívio para sua aflição e seu pecado. Tinham ouvido falar desse homem Jesus, haviam ouvido rumores quanto à Sua compaixão e Seu amor. Tinham ouvido de como curara os enfermos, abrira os olhos aos cegos, e de como fizera andar os paralíticos; e um clamor suplicante lhes escapou dos lábios. Um após o outro, começaram a contar a história de sua desgraça, e Ele Se inclinou sobre eles como uma afetuosa mãe se inclina sobre seu filho doente. Convidou os enfermos e aflitos a virem a Ele em busca de saúde e paz. Deu conforto ao sofredor. Tomou os pequenos em Seus braços, e os libertou da doença e do sofrimento. Fez os surdos ouvirem, deu vista aos cegos, saúde aos enfermos e conforto aos aflitos (RH, 27 de agosto de 1895). Temos o dever de ministrar aos pobres e às pessoas com deficiên cia física – Em Sua conversação à mesa, o Senhor não estava falando de uma verdade nova, nem expondo novas doutrinas ou novos princípios. Estava repetindo um antigo mandamento que tinha dado anteriormente a Moisés para transmitir a eles. Desejava que entendessem que Seus ensinos, de maneira nenhuma, diminuíam a força dos mandamentos dados previamente. As festas e os banquetes dos fariseus, sacerdotes e governantes eram oferecidos unicamente para o próprio prazer. Convidavam seus favoritos, parentes e amigos ricos, os quais, por sua vez, os convidavam para festas em suas casas para, se possível, exibir provisões ainda mais abundantes. Jesus procurou ampliar a visão deles, mostrar-lhes que tinham um dever que lhes era obrigatório em todo tempo, e esse dever era ministrar aos pobres e pessoas com deficiência. Também os faria considerar o fato de que nenhuma obra feita aos necessitados, aos aflitos e sofredores perderia sua recompensa (ST, 14 de maio de 1896). Cristo responde às orações dos aflitos enviando Seus seguidores – Ele não realiza um milagre enviando-lhes maná do Céu; não lhes envia corvos para alimentá-los; mas Ele realiza um milagre no coração humano. Ele expulsa o egoísmo da alma; abre as fontes da benevolência. Prova o
A obra missionária especializada | 143 amor de Seus professos seguidores, ao confiar-lhes os aflitos e angustiados, os pobres e os órfãos à sua terna misericórdia. De forma especial, esses são os pequeninos a quem Cristo estima, e considera uma ofensa feita a Si próprio ignorá-los. Aqueles que os negligenciam estão negligenciando a Cristo na pessoa de Seus desafortunados. Todo ato de bondade feito a eles em nome de Jesus é aceito como se fosse a Ele próprio, pois Ele identifica Seus interesses com os da humanidade sofredora. Ele confiou a Sua igreja a grandiosa tarefa de ministrar a Jesus ao ajudar e abençoar os necessitados e sofredores. A bênção do Senhor repousará sobre todos que a eles ministrarem com coração bem disposto (BS, p. 214). Ensine os aflitos a ajudar a si mesmos – Isso significa ensinar ao imprudente a necessidade de economia. Há milhares de viúvas e órfãos, jovens e idosos, aflitos e pessoas com deficiência que devem ser ensinados a ajudar a si próprios. Muitos acamados não têm condições de trabalhar. Mas os que podem trabalhar devem ser alertados de que, se não trabalharem, não serão alimentados. Todo aquele que é capaz de comer uma refeição completa é capaz de trabalhar para pagar por seu alimento. Se for obrigado a pagar por sua comida, reconhecerá o valor monetário da força e do tempo. Tal benefício traz consigo lições de grande valor. Não apenas ministra às necessidades dos pobres, mas também os ensina a cuidar de si mesmos (Ms 156a, 1901 – BCL, p. 46).
1 4 3
Treinamento dos obreiros leigos
26 5 4 1
Recrutamento e treinamento de voluntários
Onde há um trabalhando agora deveria haver mais de mil – Cristo nos diz: “Oh, homens de pequena fé.” O Espírito Santo precisa realizar uma obra em nosso coração. Precisamos crer que o Senhor deseja que venhamos a Ele como somos, sem demora alguma, e, com fé, rogar-Lhe que opere por nós. O Senhor deseja manifestar Seu poder em Seu povo. Onde há um trabalhando agora deveria haver mais de mil, não pastores ordenados, mas homens e mulheres de fé e oração, que possam trabalhar para Deus (MR5, p. 336). Deus requer trabalho pessoal de todo aquele a quem Ele confia Sua verdade – Deus exigirá trabalho pessoal das mãos de todo aquele a quem Ele confia Sua verdade. Ninguém é dispensado. Alguns podem achar que, se derem de seus recursos, serão dispensados de fazer esforços pessoais. Deus não permita que enganem a si mesmos quanto a isso. Doações em dinheiro não satisfazem os requisitos de Deus, pois o dever terá sido cumprido apenas pela metade. Ele não aceitará nada menos do que nós próprios. Devemos trabalhar para salvar almas. Nem todos serão chamados a trabalhar no campo missionário, mas podem ser missionários em seu lar, com suas próprias famílias e em sua vizinhança (ST, 4 de setembro de 1879). Os cristãos genuínos são conhecidos por serem prestativos – Desejo declarar-lhe que o Senhor está me mostrando que uma grande debilidade sobreveio ao nosso povo devido aos diversos fatores que têm levado os homens a confiar e depender tão completamente dos seus semelhantes, de maneira que o Senhor é totalmente ignorado. Assim como a
Recrutamento e treinamento de voluntários | 145 glória de uma árvore boa testifica do seu valor através do fruto que produz, assim também o cristão genuíno é conhecido por ser prestativo. Ele não floresce simplesmente para demonstrar uma piedade pretensiosa, mas produz fruto em grande abundância. Não há um único broto ou ramo seco em toda árvore que cresce junto aos ribeiros de águas da graça de Cristo. O fruto é produzido em suas variedades. Pode estar em campos missionários estrangeiros ou locais e aparece amadurecendo sob o sol da justiça de Cristo. “Meu Pai é glorificado pelo fato de vocês darem muito fruto; e assim serão Meus discípulos (Jo 15:8)” (SpT-A11, p. 28). Há na igreja muitos talentos que devem ser utilizados – Em cada departamento da causa de Deus há muitas oportunidades para os que trabalharem com o mesmo espírito de humildade que caracterizava o Mestre. De todas as partes se ouvem vozes clamando por auxílio. Os pastores sozinhos jamais conseguirão realizar esse trabalho. Há na igreja muitos talentos que devem ser utilizados. Há homens e mulheres que têm capacidade, e aos quais Deus aceitaria como obreiros em Sua causa; mas estão fugindo da responsabilidade com a desculpa de que são incompetentes para o trabalho. Senhoras que, na sala especial para visitas, conseguem desenvolver uma conversação com notável habilidade e determinação se retraem quando deveriam apresentar ao pecador o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo e, então, se ajoelhar em oração e suplicar para que a luz brilhasse na mente e no coração dessa preciosa alma, pela qual Cristo morreu. Quanto trabalho se deixa sem fazer para Deus e em favor das pessoas porque demanda sacrif ício, e porque cada um procura o próprio prazer e trabalha pelos próprios interesses egoístas! (RH, 7 de outubro de 1884). Todos podem ministrar – Nem todos podem ser pregadores, mas todos podem servir, mostrando a outros como ser bem organizados e ter bom ânimo. Isso é como remédio para o corpo e a alma. Assim poderemos acrescentar graça sobre graça e nos prepararmos o tempo todo para o Céu. Envio-lhes esta carta para ser lida na igreja (Carta 106, 1898 – PaC, p. 49). Os membros que não têm paixão pelas almas se afastarão da igreja – Os que professam crer na verdade, mas não se preocupam com a salvação dos outros se afastarão continuamente da igreja, e exigirá tempo e esforço da parte do pastor evitar que naufraguem na fé, quando poderiam estar trabalhando com todas as suas forças para apresentar o
1 4 6
146
7 4 1
| Ministério Pastoral
caminho da vida e da salvação aos seus amigos e vizinhos. Centenas de homens e mulheres que, neste momento, professam estar envolvidos na obra de Deus, não estão fazendo nem dez por cento do que poderiam, se apenas aperfeiçoassem todos os talentos que Deus lhes deu. Alguns não estão fazendo literalmente nada pela verdade e, por seu exemplo de indiferença, estão levando outros a tomar a mesma posição de inutilidade, separando-se assim de Cristo. Essa última classe inclui a maioria. Estão pensando e planejando apenas para si mesmos. Os pais e mães, com os pequenos ao seu redor, fazem de seu pequeno círculo o seu mundo. Todas as capacidades do seu ser estão centralizadas no eu e no meu, e a cada ano estão se tornando mais egoístas e limitados. Não abrem o coração para a graça e o amor de Cristo, para liberar sua natureza e enobrecer seu ser, mostrando compaixão para com seus semelhantes (RH, 10 de junho de 1880). Quando os membros da igreja trabalham em favor dos amigos e parentes, sua própria fé aumenta – Através do esforço individual dos primeiros poucos discípulos, foi lançado o fundamento da igreja cristã. João, primeiramente, conduziu dois de seus discípulos para Cristo. Então, um deles achou seu irmão e o levou a Jesus. Daí, Cristo chamou Filipe para segui-Lo e saiu em busca de Natanael. Há aqui uma lição prática para todos os seguidores de Cristo. Ela lhes ensina a importância do esforço pessoal, fazendo apelos diretos a parentes, amigos e conhecidos. Existem aqueles que professam ter conhecido a Cristo durante toda sua vida, mas nunca fizeram um esforço pessoal para conduzir uma pessoa sequer ao Salvador. Deixaram que o pastor fizesse todo o trabalho. Ele pode estar capacitado para essa tarefa, mas ele não pode realizar o trabalho que Deus reservou para os membros da igreja. Muitos se desculpam de não estar interessados na salvação daqueles que estão sem Cristo, e se contentam em desfrutar de forma egoísta os benefícios da graça de Deus, sem fazer qualquer esforço direto para conduzir outros a Cristo. Na vinha do Senhor, há trabalho para todos, e os obreiros generosos e fieis compartilharão liberalmente de Sua graça aqui e da recompensa que Ele lhes concederá depois. A fé se exercita mediante boas obras, e a coragem e a esperança estão em harmonia com a fé operante. A razão por que muitos professos seguidores de Cristo não possuem uma experiência viva e radiante é que nada fazem para obtê-la. Se eles se envolvessem na obra que Deus lhes designou, sua fé aumentaria e progrediriam na santificação (SP2, p. 66).
Recrutamento e treinamento de voluntários | 147 O PASTOR, OS MEMBROS E O TRABALHO DA IGREJA Os pastores não devem fazer o trabalho dos membros – Não esperem que os ministros façam o trabalho dos membros; não durmam como as virgens néscias, que não tinham azeite em suas lâmpadas. Tenham as suas lâmpadas cheias do azeite da graça de Cristo. Se cada um na igreja deixasse a sua luz iluminar os outros como Deus deseja, que obra se faria! Uma igreja viva será uma igreja ativa. Traga seus talentos a Jesus e os coloque em ação. Pense, medite, vigie e ore. Uma união íntima com Jesus aumentará sua capacidade para fazer o bem, e seu intelecto será fortalecido. O tempo em que homens e mulheres serão provados está bem diante de nós. Então não teremos um advogado para repreender o diabo e suplicar em nosso favor (RH, 22 de setembro de 1896). Cada membro tem uma obra a fazer – Essa hora exige que nos movamos para frente, que seja exercida uma fé perseverante e resoluta, que um espírito paciente, abnegado e resignado seja manifestado em cada membro de nossas igrejas, e que cada um que professa ser seguidor de Cristo se torne um obreiro em Sua vinha espiritual. Os membros tementes a Deus podem realizar um bem maior, através de esforço pessoal e dedicado, do que nossos ministros podem conseguir quando não sentem a preocupação de trabalhar de casa em casa. Nossos pastores ordenados precisam fazer o que lhes for possível, mas não se pode esperar que um homem possa fazer o trabalho de todos. O Mestre indicou a todos a sua obra. Há visitas a fazer, orações a elevar ao Céu, compaixão a ser transmitida; e a piedade – o coração e as mãos – de toda a igreja deve ser usada para que a obra seja concluída. Você pode se assentar com os amigos e, numa agradável conversa social, falar da preciosa fé bíblica (RH, 13 de agosto de 1889). Deus Se desagrada de uma atitude indolente – Os que trabalham em cooperação com Deus serão despertados para realizar sua obra para o Mestre. Em vez de fazer tão pouco, devem fazer muito mais, e agir como se estivessem arrancando pessoas como tições do fogo. Deus Se desagrada com a conduta indolente daqueles que têm a luz da verdade. O tempo vale ouro. Apeguem-se a Deus por meio de uma fé viva, e exercitem suas capacidades ao máximo, revitalizando seu testemunho através do Espírito de Deus de tal maneira que os pecadores possam sentir e perceber seu perigo. Que a fé seja entrelaçada com sua experiência. Que cada crente na verdade esteja totalmente consciente dos perigos deste tempo.
1 4 8
148
9 4 1
| Ministério Pastoral
Que despertem de sua letargia e sintam que os ministros escolhidos não são os únicos que devem trabalhar em cooperação com Deus. Cada pessoa deve ter uma parte nisso. Cristo disse: “Vocês são a luz do mundo” (Mt 5:14). Isso não se aplica somente aos ministros, mas a cada pessoa a quem Cristo Se revelou. Em suas várias igrejas, vocês devem ser obreiros cristãos ativos. Vocês conhecem seus vizinhos? Têm trabalhado pelos que vivem perto de sua própria casa? Possuem o amor de Jesus? Se assim for, terão interesse pelas pessoas por quem Cristo morreu. A religião pura e sem mácula é um princípio ativo. Vai muito além das paredes de nossa casa. Vai em busca dos que necessitam de ajuda. Sua luz ilumina os caminhos e valados, e é vista e sentida nos lugares mais extensos da Terra. As ovelhas perdidas são procuradas diligentemente, e as extraviadas são trazidas de volta para o redil (RH, 8 de março de 1887). Muitas pessoas dependem de seu pastor para seu sustento espiritual, quando deveriam estar ministrando a outros – Terrível é a quantidade de culpa que pesa sobre a igreja. Por que não estão os que possuem a luz desenvolvendo diligentes esforços para levá-la a outros? Veem que o fim está perto. Veem multidões transgredindo diariamente a lei de Deus; e sabem que essas pessoas não podem ser salvas em transgressão. Têm, no entanto, mais interesse em seu comércio, suas plantações, suas casas, suas mercadorias, sua roupa, sua mesa, do que na salvação de homens e mulheres que devem encontrar face a face no juízo. O povo que diz obedecer à verdade está adormecido. Não poderiam estar tão à vontade como estão, caso estivessem despertos. O amor à verdade está se extinguindo em seu coração. Seu exemplo não convence o mundo de que eles possuem uma verdade mais avançada que qualquer outro povo da Terra. Exatamente quando deveriam ser fortes em Deus, tendo diariamente uma viva experiência, estão fracos, hesitantes, confiando nos pregadores como ponto de apoio, quando deveriam estar ministrando a outros com a mente, a alma, a voz, a escrita, com o tempo e o dinheiro (T5, p. 457). Ao partilhar a fé, os membros animam a si mesmos e a seus pastores – Irmãos e irmãs, insisto com vocês para que deponham sua confiança na força de Jesus. Não coloquem o peso de suas perplexidades e preocupações sobre os seus pastores. Cristo, quem leva seus fardos, os convida a vir a Ele. Se vivem num estado de incredulidade e falta de
Recrutamento e treinamento de voluntários | 149 consagração a Deus, e colocam suas cargas sobre o coração dos seus ministros, vocês lhes tiram o tempo e as forças que Deus lhes exige que utilizem para dar a mensagem aos que ainda não a ouviram. Irmãos, não seria melhor que trabalhassem em cooperação com os embaixadores de Cristo para ganhar almas para a verdade? Quando se sentirem tentados a dar lugar à incredulidade e ao desânimo, encontrarão a melhor cura para isso ao falar fala r de sua fé a outros e ao apresentar a verdade aos que estão em trevas. trevas . Estendam seus esforços aos vizinhos e àqueles que não têm oportunidade de assistir a reuniões. Lancem as sementes da ververdade sobre todas as águas e animem o coração dos servos de Deus quando estes os visitarem, mostrando-lhes que não estão ociosos, mas que, por seu intermédio, uma ou mais pessoas foram trazidas das trevas para a luz (ST, 4 de setembro de 1879). Os membros não devem esperar que os ministros venham e aju dem os que têm perguntas – Muitos dos que agora estão em trevas e arruinados poderiam ter sido ajudados se seus irmãos, homens e mulheres como nós, tivessem vindo a eles com o amor de Cristo brotando do coração e, pessoalmente, se esforçassem por eles. Muitos estão esperando ser abordados pessoalmente. Uma conversa humilde e fervorosa com tais pessoas, orações feitas de coração a coração em seu favor, teriam êxito na maioria dos casos. casos . Mas, em vez disso, os que professam estar seguindo o Salvador descansam contentes, expressando o desejo de que algum irmão ou pastor venha e os ajude. Negligenciam assim o trabalho que Deus deixou para eles fazerem. Não se pode determinar rigidamente a maneira exata de realizar esse trabalho em cada caso, mas, ao estabelecerem uma ligação mais íntima com o Redentor do mundo, os meios e maneiras surgirão em sua mente (RH, 10 de junho de 1880). Tanto quanto possível, os pastores devem ser aliviados das cargas de natureza temporal – A mesma ordem e sistema que foram necessários nos dias dos apóstolos deveriam ser mantidos na igreja hoje. A prosperiprosperi dade da causa depende em grande parte de uma boa administração de seus vários departamentos por homens capazes e qualificados para ocupar os cargos para os quais foram nomeados. Os que são escolhidos por Deus para serem líderes na causa da verdade, que têm uma visão geral dos interesses espirituais da igreja, devem ser aliviados, tanto quanto possível, das cargas e perplexidades de natureza temporal.
0 0
150
0 5 1
| Ministério Pastoral
Aqueles que Deus chamou para ministrar na palavra e na doutrina devem ter tempo para meditação, oração e estudo das Escrituras. Seu Se u claro discernimento espiritual diminui, ao se preocuparem com detalhes administrativos e lidarem com os vários temperamentos das pessoas que se reúnem como igreja. Todos os assuntos de ordem temporal devem ser apresentados diante de oficiais qualificados e ser resolvidos por eles. Mas se são tão difíceis, a ponto de os líderes serem incapazes de encontrar uma solução, esses assuntos devem ser levados ao conselho daqueles que têm a supervisão de toda a igreja (RH, 16 de fevereiro de 1911).
A RESPONSABILIDADE RESPON SABILIDADE DO PASTOR Algumas igrejas prosperariam mais se seus ministros estivessem fora de seu caminho e lhes dessem oportunidade para trabalhar – É comum o caso de pastores que são inclinados a simplesmente visitar as igrejas, dedicando seu tempo e energias onde seu trabalho não trará bem algum. Frequentemente, as igrejas estão adiante dos pastores que trabalham entre elas e estariam em mais próspera condição se esses pastores estivessem fora de seu caminho ca minho e lhes dessem oportunidade para trabalhar. O esforço desses pastores para edificar as igrejas apenas as destrói. A teoria da verdade é apresentada repetidas vezes, mas não é acompanhada do poder vitalizador de Deus. Eles têm manifestado descuidosa indiferença; o espírito é contagioso e as igrejas perdem seu interesse e preocupação pela salvação das pessoas. Assim, por sua pregação e exemplo, os pastores embalam o povo em uma segurança carnal. Se deixassem as igrejas, saindo para novos campos e trabalhassem para edificar igrejas, igrejas , compreenderiam a própria capacidade e o preço para alcançar pessoas e firmá-las na verdade. Então se dariam conta de como deveriam ser cuidadosos cuida dosos para que seu exemplo e influência não desencorajassem ou enfraquecessem aqueles cuja conversão para a verdade exigiu trabalho árduo e muita oração. “Prove cada um o seu labor e, então, terá motivo de gloriar-se unicamente em si e não em outro” (Gl 6:4) (T2, p. 340). Cuidar do rebanho inclui ensiná-lo a trabalhar – “Guarda, a que hora estamos da noite?” (Is 21:11). Estão as sentinelas a quem essa perpergunta é feita em condição de fazer soar o toque certo da trombeta? Estão os pastores cuidando fielmente do rebanho pelo qual são responsáveis?
Recrutamento e treinamento de voluntários | 151 Estão os ministros de Deus cuidando das pessoas, compreendendo que os que estão sob seu cuidado foram comprados pelo sangue de Cristo? Grande obra tem que ser feita no mundo, e que esforços estamos fazendo para realizá-la? Os crentes cristãos têm ouvido muitos sermões, mas foram instruídos a trabalhar por aqueles por quem Cristo morreu? Planejou-se uma espécie de trabalho, que lhes tenha sido apresentado de maneira tal que cada um tenha visto a necessidade de participar da obra? (T6, p. 431). Os pastores não devem tentar primeiro converter os incrédulos, mas organizar um exército de obreiros – Um sério obstáculo ao êxito da verdade, e de que talvez não se suspeite, encontra-se em nossas próprias igrejas. Ao ser feito um esforço para se apresentar nossa fé aos incrédulos, os membros da igreja ficam muitas vezes para trás, como se não fossem parte interessada e deixam todo o peso sobre os pastores. Por essa razão, o trabalho de nossos pastores mais capazes tem, por vezes, sido de pouco resultado. Podem pregar os melhores sermões, a mensagem pode ser exatamente aquela de que o povo necessita e, no entanto, não atraírem pessoas como frutos que se apresentem a Cristo. Ao trabalhar em lugares onde já se encontram alguns na fé, o pastor deve não tanto buscar, a prinprin cípio, converter os incrédulos, como exercitar os membros da igreja para prestarem cooperação proveitosa. Trabalhe com eles individualmente, tentando despertá-los para buscarem eles próprios uma experiência mais profunda, e trabalharem por outros. Quando estiverem preparados para apoiar o pastor mediante orações e serviços, maior êxito há de lhe acompanhar os esforço esforçoss (OE, p. 196).
O TESTEMUNHO NO TRABALHO Cada membro tem tanta responsabilidade de fazer avançar a causa caus a por meio de sua vocação quanto o pastor – Quando um pastor que tem trabalhado com êxito ao conduzir pessoas para Jesus Cristo abandona sua sagrada obra, a fim de adquirir lucro temporal, é chamado apóstata, e será responsável diante de Deus pelos talentos que aplicou mal. Quando homens de negócios, fazendeiros, mecânicos, comerciantes, advogados, etc. tornam-se membros da igreja, passam a ser servos de Cristo. E, embora seus talentos sejam completamente diferentes, diferentes, a responsabilidade que lhes cabe de promover a obra de Deus, mediante o esforço pessoal e com a utilização de seus recursos, recursos , não é inferior à do pastor. pastor. A desgraça que cairá
1 5 1
152
2 5 1
| Ministério Pastoral
sobre o pastor, pastor, caso ele não pregue o evangelho, cairá sobre o comerciante também, se ele, com seus diversos talentos, não for um obreiro colaborador de Cristo e não produzir os mesmos resultados. Ao ser isso compreendido, alguns dirão: “Dura é essa palavra” (Jo 6:60); no entanto, é verdadeiro, apesar de ser continuamente contrariado pela prática de pessoas que professam ser seguidoras de Cristo (T4, p. 468, 469). Os membros fieis ministram através de sua vocação – Precisamos encher-nos de Cristo, e então avaliaremos as coisas mundanas à luz de Deus. Ao trabalharem em suas fazendas, ao se envolverem em seus negócios, não estarão separando seu coração de Deus, porque trabalham com o verdadeiro propósito e objetivo, reconhecendo a Deus como o dono de tudo o que possuem e buscando sabedoria para usar os seus bens para promover a Sua glória. Assim estarão ministrando não de modo indolente nos negócios, mas ma s fervorosos em espírito, servindo ao a o Senhor. Senhor. Então vidas humanas serão abençoadas por meio de sua influência. A mente estará nas coisas celestiais, e vocês se sentirão como na presença de Cristo e difundirão luz a todos ao seu redor. Uma vida verdadeiramente cristã nos custará atenção, estudo das Escrituras e orações mais fervorosas e perseverantes. Não serão orações sem objetivo, mas intercessões de um coração preocupado com os pobres pecadores longe de Cristo. Será um coração desejoso de trabalhar por Jesus num esforço pessoal para salvar os seres humanos ( Important Important Testimony Testimony to our Brethren Brethren and Sisters in New York , p. 9, 10 – Ft 39).
DONS ESPIRITUAIS O Espírito Santo atribui a cada cristão algum dom ou talento que deve ser usado para fazer avançar o reino – O momento presente é confiado a nós. A cada pessoa é atribuído algum dom ou talento que deve ser usado para fazer avançar o reino do Salvador. A todos os agentes responsáveis de Deus, dos mais humildes e mais desconhecidos àqueles em elevadas posições na igreja, são confiados os bens do Senhor. Não é só o pastor que pode trabalhar pela salvação de pessoas. Aqueles que têm os menores dons não estão dispensados de empregar os melhores dons que têm; e, fazendo assim, seus talentos serão aumentados. Não é prudente ser superficial quanto às responsabilidades morais, nem desprezar “o dia das pequenas coisas” (Zc 4:10). A providência de
Recrutamento e treinamento de voluntários | 153 Deus proporciona Seus dons segundo as variadas habilidades do povo. Ninguém deve lamentar por não poder glorificar a Deus com talentos que nunca possuiu, e pelos quais não é responsável (T4, p. 618). Os ministros devem animar aqueles a quem Deus escolheu na igreja para realizar uma obra especial – Há perigo de que os pastores e presidentes de Associações tomem muita responsabilidade sobre si e manifestem pouca confiança nas pessoas. Estas devem ser educadas de tal maneira que examinem as Escrituras por si mesmas. O Espírito Santo deseja trabalhar para moldar cada homem à semelhança s emelhança de Cristo. As pespessoas cometem um grave erro ao ignorarem o fato de que Deus opera por meio de Sua igreja. Os ministros devem dar amplo apoio aos membros da igreja individualmente, e àqueles a quem Deus escolher para realizar uma obra especial de aperfeiçoar planos cuidadosos para salvar os que estão no erro (MR9, p. 146). Os pastores devem abrir caminho para que os membros tenham a liberdade de fazer o que o Espírito Santo lhes indicar – Deus tem dado “a cada um a sua obra” (Mc 13:34). Por que será que os pastores e os presidentes de Associações não reconhecem esse fato? Por que não manifestam seu reconhecimento pela ajuda que os membros individuais da igreja podem dar? Deixem que os membros despertem. Que se mantenham erguidos os braços dos ministros e obreir obreiros, os, levando em frente os interesses da causa. Não se devem medir os talentos fazendo comparações. Se um homem exerce fé e anda humildemente com o seu Deus, ele pode ter pouca cultura, pode ser considerado inapto, mas pode ocupar o cargo que lhe foi designado tão bem como o homem que possui a mais refinada educação. Aquele que se entrega sem reservas à influência do Espírito Santo está mais capacitado a realizar um trabalho aceitável para o Mestre. Deus insinspirará os homens que não ocupam cargos de responsabilidade para trabalhar para Ele. Se os ministros e homens em postos de autoridade abrirem o caminho, e deixarem que o Espírito Santo Se mova na mente dos obreiros voluntários, Deus os dirigirá quanto ao que fazer para honrar Seu nome. Deixem que eles tenham liberdade de fazer o que o Espírito Santo lhes indicar. Não coloquem obstáculos aos homens humildes que Deus poderá usar. Se aqueles que agora ocupam cargos de responsabilidade tivessem sido mantidos no mesmo tipo de trabalho ano após ano, seus talentos não teriam se desenvolvido, e eles não teriam se habilitado para os
1 5 3
154 0 0
| Ministério Pastoral
cargos que agora ocupam. No entanto, não fazem qualquer esforço especial para provar e desenvolver os talentos dos que entraram recentemente para a fé (RH, 9 de julho de 1895). Confie que o Espírito Santo usará cada membro valioso da igreja – Nem os dirigentes da Associação nem os ministros foram chamados por Deus para demonstrar desconfiança no poder dEle para usar cada indivíduo que é considerado um membro valioso da igreja. Essa assim chamada cautela está retardando quase todo ramo da obra do Senhor. Deus pode e vai usar os que não tiveram uma educação completa na escola dos homens. Duvidar de Seu poder para fazer isso é manifestar incredulidade; é limitar o poder onipotente dAquele para o qual nada é impossível. Quem dera que houvesse menos dessa cautela desconfiada e não santificada! Ela deixa muitas forças da igreja sem ser usadas; obstrui o caminho para que o Espírito Santo não possa usar as pessoas; mantém inativos os que estão desejosos e ansiosos para trabalhar nas fileiras de Cristo; desanima a muitos de entrar na obra, e que poderiam se tornar obreiros eficientes junto com Deus se lhes fosse dada uma oportunidade justa. Os que podem ser trabalhadores, que veem a grande necessidade de obreiros consagrados na igreja e no mundo, devem buscar força nos lugares secretos de oração. Devem seguir adiante em seu trabalho, e Deus os abençoará e os tornará uma bênção para outros. Tais membros dariam força e estabilidade à igreja. É a falta de exercício espiritual que torna os membros da igreja tão débeis e ineficientes. De novo eu perguntaria: Quem é culpado pelo estado de coisas que agora existe? (RH, 9 de julho de 1895). Todo cristão é ungido para a missão de partilhar a Cristo – Ser um representante de Cristo ao mundo não é dever apenas do ministro, mas de cada membro da igreja. Eles devem captar os raios de luz de Cristo e refleti-los sobre as pessoas cegadas pelo erro e atraídas por falsas doutrinas. Devem erguer bem alto a verdadeira bandeira de justiça, que é a santa lei de Deus, enquanto o mundo levanta um estandarte falso. Satanás está procurando apresentar a luz como trevas, e as trevas como luz, a verdade como erro, e o erro como verdade. Ele extinguiria cada raio de luz que se irradia do trono de Deus, e no seu lugar colocaria as suas trevas. Mas os filhos de Deus estão aqui, cada um deles, com o propósito de iluminar o mundo. Quanto mais a luz é desprezada, contrariada e condenada, tanto maior é a evidência que possuem de que sua
Recrutamento e treinamento de voluntários | 155 tarefa é permitir que sua luz ilumine os outros. Eles recebem suas ordens de Deus para guiar pessoas à justiça, à verdade, e ao Céu. A tocha da verdade deve brilhar tanto diante dos olhos dos que a desejam quanto dos que não a querem. Quando Cristo ascendeu ao Céu, a igreja devia ser o instrumento, ou meio, pelo qual a luz seria dada ao mundo. “Vocês são a luz do mundo” (Mt 5:14). Deus requer que todo cristão individualmente seja uma luz viva e radiante no mundo. Ele precisa lutar com Deus em oração particular; então, avançará no espírito de Cristo para conversar com as pessoas. Ungido para essa missão, trará consigo a atmosfera do Paraíso. Suas pala vras serão bem escolhidas, e o rosto refletirá a imagem de seu Mestre. Será a luz do mundo, uma carta viva, conhecida e lida por todos os homens (RH, 8 de março de 1887). Todo membro deve ser educado para fazer a obra para a qual esteja mais bem adaptado – Sábado após sábado, muitos de vocês ouvem a voz do pregador, mas quantos sentem a necessidade de incorporar a luz à vida prática? Quantos percebem que a luz lhes é dada para que a reflitam a outros? Há uma grande necessidade de educar as pessoas para que façam sua parte na obra que lhes foi designada; mas a educação dos membros da igreja tem sido negligenciada. Se os pastores instruíssem seus membros, eles poderiam ter um exército que os ajudaria a difundir a luz quando surgisse uma crise no trabalho. Todo membro da igreja deve fazer a obra para a qual esteja mais bem adaptado, e organizar o trabalho de tal maneira que tudo funcione harmoniosamente, e a prosperidade de uma igreja laboriosa seja manifestada num interesse vital que brotará entre aqueles que põem suas energias na causa de Cristo (HM, 1º de setembro de 1892).
MOTIVANDO OS VOLUNTÁRIOS Quando o poder transformador de Deus vier sobre os membros, eles se tornarão obreiros – Esta classe está bem representada pelo vale de ossos secos que Ezequiel viu em visão. Aqueles aos quais foram confiados os tesouros da verdade, e que estão mortos em delitos e pecados, necessitam ser criados novamente em Cristo. Há tão pouca vitalidade real na igreja atualmente, que requer um trabalho constante dar aos homens a aparência de vida ao professo povo de Deus. Quando o poder
1 5 4
156
5 5 1
| Ministério Pastoral
transformador de Deus vier sobre os membros, isso se manifestará através da atividade. Eles se tornarão obreiros e considerarão o opróbrio de Cristo por maiores riquezas do que os tesouros do mundo (RH, 17 de janeiro de 1893). A verdadeira conversão é seguida por um desejo de compartilhar a Cristo – Uma pessoa não é convertida antes de nascer em seu coração o desejo de tornar conhecido a outros que encontrou em Jesus um precioso Amigo; a verdade santificadora e salvadora não pode ser isolada em seu coração. O Espírito de Cristo iluminando o coração é representado pela luz que dispersa toda a escuridão; é comparada ao sal por causa de suas qualidades preservadoras, e ao fermento, que, secretamente, exerce seu poder transformador (T4, p. 318, 319). Os que não estão cumprindo sua responsabilidade devem ser visi tados – Que os pastores e as pessoas responsáveis impressionem cada membro da igreja, mostrando que, para poder crescer espiritualmente, devem assumir a responsabilidade da obra que o Senhor colocou sobre eles – a de conduzir pessoas à verdade. Ensinem aos irmãos que devem possuir um forte desejo de ver os que ainda não estão na fé convertidos à verdade. Aqueles que tiverem oportunidade façam a obra que Deus lhes confiou. Os que não estão cumprindo sua responsabilidade devem ser visitados, levados a Deus em oração e instados para que se tornem fieis mordomos da graça de Cristo. Como ministros, não os levem a depender de vocês, mas ensinem a todos os que abraçarem a verdade que têm uma obra a fazer usando os talentos que Deus lhes concedeu para salvar os que estão próximo. Trabalhando dessa maneira, essas pessoas terão a colaboração dos anjos de Deus. Obterão uma valiosa experiência que aumentará sua fé e os farão apegar-se firmemente a Deus (Ms 21a, 1894 – NL1, p. 127, 128). O Salvador ficou decepcionado com Sua falta de êxito em recrutar obreiros, mas persistiu – Se nossos obreiros tivessem sido batizados com o Espírito de Cristo, teriam realizado cinquenta vezes mais do que têm feito para treinar homens como obreiros. Ainda que um ou dois, talvez muitos, não tenham suportado a prova, não devemos cessar nossos esforços, pois esta obra deve ser feita para Cristo. O Salvador ficou decepcionado; por causa da perversidade do coração humano, Seus esforços não foram recompensados com êxito; mas Ele continuou Sua obra, e nós também devemos fazê-lo.
Recrutamento e treinamento de voluntários | 157 Se tivéssemos trabalhado com fidelidade, paciência e amor, teríamos cem obreiros onde há apenas um. As oportunidades não aproveitadas são escritas contra nós no mesmo livro em que estão registradas a inveja e a rebelião contra Deus. Temos perdido anos em nossas missões estrangeiras. Há poucos obreiros dedicados; mas, em grande medida, suas energias têm sido empregadas para evitar que os homens que professam a verdade naufraguem na fé. Se esses homens, que necessitaram de tanta ajuda para se manterem amparados, tivessem trabalhado pela salvação de seus semelhantes, teriam se esquecido de suas provações e se fortalecido ajudando a outros. Podemos conseguir muito mais do que temos feito, se chamarmos em nossa ajuda a todos os que pudermos recrutar para o trabalho. Alguns se mostrarão inúteis; mas, enquanto verificamos isso, precisamos continuar trabalhando. Um obreiro valioso, temente a Deus, compensará todo nosso esforço, nossa preocupação e despesa (RH, 15 de dezembro de 1885).
OS PASTORES COMO INSTRUTORES Vocês ajudam mais os membros planejando o trabalho para eles do que pregando – O melhor auxílio que os pastores podem oferecer aos membros de nossas igrejas não é pregar sermões, e sim planejar o trabalho para eles. Que cada um receba algo a fazer pelos outros. Sejam todos ajudados a ver que, como recebedores da graça de Cristo, encontram-se sob a obrigação de trabalhar para Ele. Que a todos seja ensinado como trabalhar. Especialmente os recém-conversos devem ser treinados como colaboradores de Deus. Se postos a trabalhar, os murmuradores logo esquecerão suas murmurações; os fracos se tornarão fortes; os ignorantes, inteligentes; assim todos se prepararão para apresentar a verdade tal qual é em Jesus. Encontrarão um infalível Ajudador nAquele que prometeu salvar os que forem a Ele (T6, p. 49). Gaste menos tempo pregando e mais tempo estudando como ensinar outros a trabalhar – Nossos ministros precisam se tornar tanto educadores quanto pregadores. Devem ensinar as pessoas a não depender deles, mas de Cristo. O ministro que prega duas horas quando não deve passar de uma, serviria muito melhor à causa de Deus dedicando essa hora extra em um estudo sério e cuidadoso para aprender como conduzir os outros e ensiná-los a trabalhar (ST, 17 de maio de 1883).
1 5 6
158
7 5 1
| Ministério Pastoral
Os pastores devem ensinar os membros como trabalhar – Quando Jesus ascendeu ao Céu, confiou Sua obra na Terra àqueles que haviam recebido a luz do evangelho. Eles deveriam fazer a obra progredir até o seu término. Não foi providenciado nenhum outro meio para a proclamação da verdade. “Ide por todo o mundo e pregai o evangelho a toda criatura” (Mc 16:15). “E eis que estou convosco todos os dias, até à consumação dos séculos” (Mt 28:20). Essa solene comissão chega até nós nesta época. Deus deixa com Sua igreja a responsabilidade de aceitá-la ou recusá-la. Muitos parecem descansar comodamente, como se mensageiros celestiais fossem descer a este mundo para proclamar com voz audível a mensagem de advertência; mas, embora os anjos tenham uma obra a realizar, nós temos de fazer a nossa tarefa, abrindo as verdades bíblicas àqueles que se acham em trevas. Seu interesse está de forma egoísta limitado a sua família, a sua igreja? Que Deus tenha piedade de sua mediocridade! Você deve ter aquele zelo imperecível, aquele amor abrangente que circunda o mundo. Os que não são chamados a ir a países estrangeiros têm uma obra a fazer dentro de suas próprias fronteiras, para manter o interesse em suas igrejas mediante um esforço bem dirigido, para que sejam espirituais e abnegados, e, por meio de seus recursos e orações fervorosas, possam ajudar os que entram em campos novos e difíceis (RH, 12 de outubro de 1886). Devemos ensinar os membros a usar seus talentos para ministrar a outros – Esta obra de iluminar a outros não é trabalho do ministro apenas, mas de todos os que professam possuir a verdade de Deus. Ele designou a cada pessoa seu trabalho de tornar Cristo conhecido ao mundo. Precisamos ensinar os membros da igreja como ministrar de forma eficaz a outros. Há muitos que são pastores ordenados que nunca exerceram cuidado pastoral pelo rebanho de Deus, que nunca velaram pelas almas como alguém que terá de prestar contas por elas. Se o tipo de trabalho do qual se necessita fosse conferido à igreja, muitos dos que não estão fazendo nada seriam educados para se tornar obreiros dedicados na colheita de almas. Deve-se dar uma educação ao povo de Deus que capacite centenas de pessoas com talentos valiosos, cujo uso desenvolverá homens para cargos de confiança e influência, o que resultará num grande bem para a causa do Mestre ( Appeal to Our Churches in Behalf of Home Missionary Work , p. 14 – Ft 7). Eduquem os membros para ser ganhadores de almas – Existe não apenas o perigo de que os que se acham em cargos de confiança deixem de
Recrutamento e treinamento de voluntários | 159 incentivar os indivíduos a empregar seus talentos, mas também o perigo de que aqueles que fazem pouco ou nada para Cristo procurem desanimar alguém que esteja lutando para trabalhar na vinha do Senhor. Larguem mão disso. Eduquem a cada um que está recebendo de Cristo as torrentes de salvação. Não é necessário que a Palavra de Deus seja disseminada apenas por uns poucos ministros ordenados. A verdade precisa ser semeada junto a todas as águas (Sowing Beside All Waters, p. 37 – Ft 78). Instruam os membros como trabalhar na obra médico-missionária – Pastores e professores devem trabalhar inteligentemente em seus respecti vos ramos, instruindo os membros da igreja sobre como trabalhar nas atividades médico-missionárias. Quando os que professam seguir a Cristo tiverem a presença do Salvador em seu íntimo, serão achados fazendo como Cristo fez. Não terão a oportunidade de se enferrujarem pela falta de atividade. Terão bastante que fazer. E o trabalho que fizerem sob o patrocínio da igreja será seu melhor meio de comunicar luz (BS, p. 123). Se os membros não forem ensinados a colaborar, o trabalho do ministro será praticamente um fracasso – A causa poderia estar em condições favoráveis em cada campo; e estaria, se os pastores confiassem em Deus e nada permitissem que se interpusesse entre eles e seu trabalho. São muito mais necessários obreiros do que pregadores, mas as duas funções podem muito bem ser unificadas. Tem sido provado no campo missionário que, seja qual for o talento da pregação, se parte do trabalho é negligenciada, se não se ensina o povo como trabalhar, como dirigir reuniões, como desempenhar sua parte no trabalho missionário, como alcançar com êxito o povo, a obra será praticamente um fracasso. Há também muito a ser feito na obra da Escola Sabatina, no que diz respeito a levar o povo a sentir sua obrigação e fazer sua parte. Deus os chama para que trabalhem para Ele, e os pastores devem liderar os procedimentos (T5, p. 256). Se os pastores tiverem instruído devidamente os que se acham sob seus cuidados, a obra não se desmoronará quando forem transferidos – A obra dos embaixadores de Cristo é muito maior e de mais responsabilidade do que muitos sonham. Eles não devem absolutamente ficar satisfeitos com o próprio êxito enquanto não puderem, por zelosos esforços e a bênção de Deus, apresentar-Lhe cristãos prestativos, possuídos de um verdadeiro senso de sua responsabilidade, e que realizem a obra que lhes foi designada.
0 0
160
8 5 1
| Ministério Pastoral
O devido esforço e instrução levarão às fileiras do trabalho homens e mulheres de caráter vigoroso e de tão firmes convicções que coisa alguma de natureza egoísta consiga impedi-los em sua obra, diminuir-lhes a fé ou detê-los no cumprimento do dever. Caso o pastor tenha instruído devidamente os que estão sob seu cuidado, a obra deixada quando ele parte para outro campo não se desmorona, pois está firmemente construída. A menos que os que recebem a verdade se achem inteiramente convertidos e haja mudança radical em sua vida e caráter, o coração não está firmado na Rocha Eterna. E, depois de cessar o trabalho do pastor e de acabar a novidade, logo se dissipa a impressão, a verdade perde seu poder e encanto, e não exercem influência santificadora alguma nem são melhores por professarem a verdade (T4, p. 398).
ENSINANDO TODOS A SER ATIVOS Os ministros devem ajudar os obreiros em potencial da igreja a desenvolver seus talentos – Alguns obreiros são incapazes de assumir os cargos que outros podem ocupar. Muitos que poderiam desempenhar funções de confiança não se disciplinaram nem fizeram aquilo que poderiam ter feito no dia a dia para enfrentar as crescentes demandas do tempo presente. Outros são capazes de assumir responsabilidades, e o fariam, se fossem incentivados e se houvesse alguém que, com paciência, bondade e tolerância lhes ensinasse como trabalhar. Os pastores devem mostrar real dedicação em ajudar essas pessoas a triunfar, e devem se esforçar com perseverança para desenvolver o talento que elas possuem. Os inexperientes necessitam de dirigentes sábios que, através de oração e esforço pessoal, os animem e ajudem a se tornar perfeitos em Cristo Jesus, sem nada lhes faltar. Essa é a obra que todo ministro do evangelho deve empenhar-se em fazer, mas que alguns deixam de realizar (RH, 1º de dezembro de 1904). Ensinem as pessoas como trabalhar – Pastores, ensinem as pessoas como trabalhar. Digam-lhes que sua utilidade não depende tanto de riqueza, cultura ou capacidade, mas de uma mente disposta e de sua consagração a Cristo e à Sua causa. Em tempos passados Deus usou homens humildes, e, por causa de sua fé e devoção, eles muitas vezes realizaram mais do que muitos obreiros pretensiosos. Reconheceram suas fraquezas e dependência de Deus; e, por meio de cartas, folhetos, esforço pessoal em
Recrutamento e treinamento de voluntários | 161 apelos e advertências, e por meio de uma vida bem ordenada e conversação santa, fizeram com que muitos se voltassem do erro para a verdade, do caminho da transgressão para a obediência à lei de Deus. O poder maravilhoso da graça operou neles, e o êxito coroou seus esforços. “Deus escolheu as coisas humildes do mundo, e as desprezadas, e aquelas que não são, para reduzir a nada as que são; a fim de que ninguém se vanglorie na presença de Deus” (1Co 1:28, 29) (RH, 24 de junho de 1884). As dúvidas dos membros serão dissipadas se eles forem guiados a ajudar os outros – Nossos pastores poderão visitar nossas igrejas e oferecer orações públicas a Deus em favor dos que sofrem, pedindo-Lhe que dissipe as dúvidas de sua mente e ilumine seu coração obscurecido. Mas isso não será tão eficaz para ajudar esses angustiados, carregados de dúvidas e pecados, como para guiá-los a trabalhar por aqueles que estão mais necessitados do que eles. As trevas se dissiparão se puderem ser guiados para ajudar a outros (RH, 5 de maio de 1904).
1 5 9
1 6 0
O culto e os serviços especiais
27 3 6 1
O batismo
O batismo comemora a ressurreição de Cristo e o novo nascimento do candidato – A ressurreição de Cristo é comemorada ao sermos sepultados com Ele pelo batismo, e ressuscitados do túmulo de água, à semelhança de Sua ressurreição, a fim de vivermos em novidade de vida (PE, p. 217). PREPARANDO OS CANDIDATOS Os pastores devem dar instruções claras a cada candidato quanto ao significado do batismo – Nossas igrejas estão se debilitando ao aceitar como doutrina os mandamentos de homens. Muitos que não estão con vertidos são aceitos na igreja. Tem-se permitido que homens, mulheres e crianças participem do solene rito do batismo sem terem sido completamente instruídos quanto ao significado dessa cerimônia. A participação nessa cerimônia significa muito, e nossos ministros devem ter o cuidado de dar a cada candidato ao batismo instruções claras no que se refere ao seu significado e à sua solenidade (RH, 6 de outubro de 1904). Ser membro da igreja tem pouco valor se não houver conversão – Todos os indivíduos, tanto poderosos quanto humildes, se não forem convertidos, se acham em pé de igualdade. Os homens podem mudar de uma doutrina para outra. Isso está acontecendo e continuará a acontecer. Os papistas podem mudar do catolicismo para o protestantismo, mas podem não saber nada do significado das palavras: “Darei a vocês um coração novo” (Ez 36:26). A aceitação de novas teorias e a união com uma
O batismo | 163 igreja não trazem vida nova a ninguém, mesmo que essa igreja esteja estabelecida sobre o fundamento verdadeiro. A ligação com uma igreja não substitui a conversão. Aceitar o credo de uma igreja não tem o menor valor para ninguém se não houver uma verdadeira mudança no coração (RH, 14 de fevereiro de 1899). A pessoa deve estar praticando a verdade para ser batizada – É necessário um preparo mais cuidadoso dos que se apresentam como candidatos ao batismo. Há necessidade de mais cuidadosa instrução do que em geral recebem. Os princípios da vida cristã devem ser claramente explicados aos recém-convertidos. Não se pode confiar na sua mera profissão de fé como prova de que experimentaram um relacionamento salvador com Cristo. Não basta apenas dizer “eu creio”, mas é necessário também praticar a verdade. É pela conformidade com a vontade divina em nossas palavras, atos e caráter, que provamos nossa comunhão com Ele. Quando alguém renuncia o pecado, que é a transgressão da Lei, sua vida é posta em harmonia com essa Lei, caracterizando-se por perfeita obediência a ela. Essa é a obra do Espírito Santo. A luz obtida pelo exame cuidadoso da Palavra de Deus, a voz da consciência e as operações do Espírito produzem no coração o genuíno amor de Cristo, que Se deu em sacrifício perfeito para salvar o homem todo – corpo, alma e espírito (1Ts 5:23). Esse amor se manifesta na obediência. A linha de demarcação entre os que amam a Deus e guardam Seus mandamentos e os que não O amam e desprezam Seus preceitos é clara e marcante (T6, p. 91). Evidência de mudança deve preceder o batismo – A prova do discipulado não é exercida tão intimamente como devia ser sobre os que se apresentam para o batismo. Deve-se saber se os que professam ser convertidos estão simplesmente tomando o nome de adventistas do sétimo dia ou se estão assumindo sua posição ao lado do Senhor, para sair do mundo e serem separados e não tocarem em coisa imunda. Ao darem evidência de que compreendem plenamente sua posição, devem ser aceitos. Mas, quando demonstram que estão seguindo os costumes, as modas e as opiniões do mundo, deve-se lidar firmemente com eles. Se não sentem a responsabilidade de mudar seu procedimento, não devem ser mantidos como membros da igreja. O Senhor deseja que os que compõem Sua igreja sejam mordomos fiéis e verdadeiros da graça de Cristo (TM, p. 128).
1 6 4
164
| Ministério Pastoral
AS CRIANÇAS Os pais devem desempenhar um papel importante no batismo de seus filhos – Os pais, cujos filhos desejam ser batizados, têm uma obra a fazer, examinando a si mesmos e instruindo prudentemente os filhos. O batismo é um rito muito importante e sagrado, e é necessário compreender bem seu sentido. Simboliza o arrependimento do pecado e o começo de uma vida nova em Cristo Jesus. Não deve haver qualquer precipitação na administração desse rito. Pais e filhos devem avaliar os compromissos que por ele assumem. Consentindo no batismo dos filhos, os pais estabelecem, em relação a eles, uma responsabilidade sagrada de despenseiros, para guiá-los na formação do caráter. Comprometem-se a guardar com especial interesse esses cordeiros do rebanho, para que não desonrem a fé que professam (T6, p. 93).
5 6 1
O SERVIÇO BATISMAL O batismo é uma ocasião para educar os espectadores – A pessoa encarregada de ministrar o batismo deve esforçar-se por celebrar o ato de modo que este exerça uma influência solene e sagrada sobre todos os espectadores. Cada rito da igreja deve ser executado dessa forma. Nada deve ser feito de forma comum ou depreciativa, ou ser reduzido ao nível das coisas triviais. Nossas igrejas necessitam ser educadas para maior respeito e reverência pelo culto divino. Conforme o pastor dirige o culto divino, estará ele educando e preparando o povo. Pequenos atos que educam, preparam e disciplinam a alma para a eternidade são de vastas consequências na edificação e santificação da igreja (Ev, p. 314). As roupas de batismo devem ser bem feitas – As roupas de batismo devem ser feitas de um tecido encorpado, de cor escura, que não desbote com a água, e ter pesos na barra. É importante que sejam limpas, tenham bom caimento e sejam feitas segundo um molde aprovado. Não devem levar ornamento, nem rendas, nem enfeites. Qualquer exibição, seja de bordado ou qualquer outro enfeite, será inapropriada. Quando o candidato tem uma compreensão exata do que significa esse ato, não experimentará desejo algum de se cobrir de adornos. Contudo, devemos evitar usar coisas feias e de mau gosto, pois isso seria uma ofensa a Deus. Tudo que de algum modo se relaciona com esse rito sagrado deve, tanto quanto possível, ter cuidadoso preparo (T6, p. 98).
O batismo | 165 Cada igreja deve ter suas próprias roupas batismais – Não convém que uma igreja se limite a pegar emprestadas essas roupas de outra. Muitas vezes, quando tem necessidade, não as consegue, pois alguém que tomou emprestado pode não ter devolvido. Cada igreja, então, deve suprir as próprias necessidades com relação a isso. Que seja criado um fundo com essa finalidade. Se toda a igreja contribuir para isso, não será algo pesado (T6, p. 98). O canto ajuda a fazer com que o batismo impressione – Trinta e dois candidatos foram sepultados com seu Senhor no batismo, e se ergueram para andar em novidade de vida. Essa foi uma cena que os anjos de Deus presenciaram com alegria. Várias crianças foram batizadas primeiro, e depois os mais velhos. De vez em quando, cantavam a estrofe de um hino de louvor. Não houve nenhuma desorganização. Toda a cerimônia foi marcante (RH, 7 de fevereiro de 1907). Um lago ou um rio provê um cenário ideal para o batismo – Sempre que for possível, o batismo deve ser ministrado em um tanque limpo ou em água corrente. Que se dê a essa ocasião toda importância e solenidade merecidas. Essa cerimônia é sempre marcada pela presença de anjos de Deus (T6, p. 97). Uma banheira pode ser apropriada para um batismo de emergência – Deverão ser tomadas providências para satisfazer o pedido de uma pessoa idosa quanto ao batismo. Ela não é suficientemente forte para ir a ______ ou a ______, e a única maneira pela qual a cerimônia pode ser realizada é arranjar uma banheira, e fazê-la entrar na água (Ev, p. 315).
1 6 6
28 7 6 1
Dedicação de crianças
Permitam que os ministros tomem as criancinhas em seus braços e as abençoem – As mães que trouxeram seus filhos a Jesus procederam bem. Lembrem-se do texto: “Deixem vir a Mim as crianças e não as impeçam; pois o Reino dos Céus pertence aos que são semelhantes a elas” (Mt 19:14). Que as mães encaminhem agora seus filhos a Cristo. Que os ministros do evangelho tomem as criancinhas em seus braços, e as abençoem em nome de Jesus. Que falem palavras do mais terno amor aos pequenos; pois Jesus tomou os cordeirinhos do rebanho em Seus braços e os abençoou (RH, 24 de março de 1896). O bebê Jesus foi dedicado no templo – O sacerdote fez a cerimônia de seu serviço oficial. Tomou a criança nos braços e ergueu-a diante do altar. Depois de a devolver à mãe, inscreveu o nome “Jesus” na lista dos primogênitos (DTN, p. 52). Ana dedicou seu filho a Deus desde o nascimento – O fardo que ela não podia repartir com nenhum amigo terrestre, lançou-o sobre Deus. Ansiosamente rogou que tirasse sua desonra e lhe concedesse o precioso presente de um filho para o criar e educar para Ele. E fez um voto solene de que, se seu pedido fosse atendido, dedicaria o filho a Deus, desde o seu nascimento (PP, p. 570). Ana e seu esposo, num ato de adoração, confirmaram a dedicação de seu filho – Em sua oração, Ana fez um voto de que, se seu pedido lhe fosse concedido, ela dedicaria seu filho ao serviço de Deus. Ela deu a conhecer esse voto a seu marido, e ele o confirmou num solene ato de adoração, antes de sair de Siló (ST, 27 de outubro de 1881). Os pais devem oferecer seus filhos ao Senhor – Pais, ofereçam seus filhos ao Senhor e lembrem-lhes sempre de que pertencem a Ele, que são os cordeiros do rebanho de Cristo, vigiados pelo verdadeiro Pastor. Ana dedicou Samuel ao Senhor; e dele é dito: “O Senhor estava com Samuel
Dedicação de crianças | 167 enquanto este crescia, e fazia com que todas as suas palavras [as palavras do Senhor por intermédio de Samuel] se cumprissem” (1Sm 3:19). No caso desse profeta e juiz em Israel, são apresentadas as possibilidades postas diante do filho cujos pais cooperam com Deus, efetuando a obra que lhes é designada (CPPE, p. 143). O pai é responsável pela dedicação de cada membro de seu lar – O pai devia atuar como sacerdote da família, e, se o pai fosse falecido, caberia ao filho mais velho cumprir esse ato solene de aspergir com sangue as ombreiras da porta. Esse é um símbolo da obra a ser feita em cada família. Os pais devem reunir os filhos no lar e lhes apresentar Cristo como sua Páscoa. O pai deve dedicar cada membro de sua família a Deus, e fazer uma obra representada pela ceia pascal. É perigoso deixar esse dever solene nas mãos de outros. Esse perigo é bem ilustrado por um incidente relacionado com uma família hebreia na noite da Páscoa. A lenda diz que a filha mais velha estava doente; mas ela tinha conhecimento do fato de que um cordeiro devia ser escolhido para cada família, e que seu sangue devia ser aspergido na verga e nas ombreiras da porta, de modo que o Senhor pudesse ver as marcas do sangue e não permitir assim que o destruidor entrasse e ferisse o primogênito. Com muita ansiedade, ela viu a aproximação do anoitecer, quando o anjo destruidor deveria passar. Ela se sentiu muito inquieta. Chamou o pai para junto dela e lhe perguntou: “O senhor já marcou a ombreira da porta com sangue?” Ele respondeu: “Sim, já dei ordens quanto a esse assunto. Não tenha medo, pois o anjo destruidor não entrará aqui.” A noite chegou e, vez após vez, a criança chamou o pai para lhe perguntar: “O senhor tem certeza de que a ombreira da porta está marcada com sangue?” Repetidas vezes, o pai lhe assegurou que ela não precisava ter medo, pois uma ordem que envolvia tais consequências não seria negligenciada por seus confiáveis servos. Perto da meia-noite, foi ouvida sua voz suplicante dizer: “Papai, estou insegura. Leve-me em seus braços e deixe-me ver as marcas por mim mesma, para que eu possa ficar tranquila”. O pai atendeu ao desejo de sua filha; tomou-a nos braços e levou-a até a porta; mas não havia marcas de sangue na verga nem nas ombreiras. Ele estremeceu de horror ao perceber que seu lar poderia tornar-se uma casa de luto. Com suas próprias mãos apanhou o ramo de hissopo e aspergiu as ombreiras com sangue. Então mostrou à filha doente que as marcas estavam lá (RH, 21 de maio de 1895).
1 6 8
1 6 9
0 0
29
A santa ceia
A ceia do Senhor foi o ponto de transição entre duas grandes festas religiosas – Os símbolos da casa do Senhor são simples e fáceis de compreender, e as verdades por eles representados contêm o mais profundo significado para nós. Ao instituir a cerimônia da santa ceia em lugar da Páscoa, Cristo deixou para Sua igreja um memorial de Seu grande sacrisacri f ício em favor do ser humano. “Façam “Façam isto em memória de Mim” (1Co 11:24), disse Ele. Esse foi o ponto de transição entre entre duas dispensações e suas duas grandes festas. Uma seria encerrada para sempre; a outra, que Ele acabara de estabelecer, haveria de tomar seu lugar e continuar durante todo o tempo como memorial de Sua morte (RH, 31 de maio de 1898). Os membros não devem se excluir da ceia do Senhor por estar presente alguém que seja indigno – Ninguém deve se excluir da comucomunhão por estar presente, talvez, alguém que seja indigno. Todo discípulo é chamado a participar publicamente, e dar assim testemunho de que aceita a Cristo como seu Salvador pessoal. É nessas ocasiões, indicadas por Ele mesmo, que Cristo Se encontra com Seu povo, e os revigora por Sua presença. Corações e mãos indignos podem mesmo dirigir a ordenança; todavia Cristo ali Se S e encontra para ministrar a Seus filhos. filhos . Todos Todos quantos ali chegam com a fé concentrada nEle, serão grandemente abençoados. Todos quantos negligenciam esses períodos de divino privilégio sofrerão prejuízo. Deles se poderia quase dizer: “Nem todos [estão] limpos” (Jo 13:11) (DTN, p. 656). Somente o pecado aberto exclui as pessoas da ceia do Senhor – O exemplo de Cristo proíbe exclusão da ceia do Senhor. Verdade é que o pecado aberto exclui o culpado. Isso o Espírito Santo ensina plenamente. Porém, além disso, ninguém deve julgar. Deus não deixou aos homens dizer quem se apresentará nessas ocasiões. Pois quem pode ler o coração? Quem é capaz de distinguir o joio do trigo? “Examine-se pois o homem a
A santa ceia | 169 si mesmo, e assim coma deste pão e beba deste cálice”. Pois “qualquer que comer este pão, ou beber o cálice do Senhor indignamente, será culpado do corpo e do sangue do Senhor”. “Porque o que come e bebe indignamente, come e bebe para sua própria condenação, não discernindo o corpo do Senhor” (1Co 11:28, 27, 29) (DTN, p. 656). A ceia do Senhor não deve ser realizada de vez em quando ou anualmente – A salvação dos homens depende de aplicarem continuamente ao seu coração o sangue purificador de Cristo. A ceia do Senhor, Senhor, portanto, não deve ser observada de vez em quando ou anualmente, mas com mais frequência do que a Páscoa anual. Essa solene ordenança comemora um acontecimento bem maior do que o livramento dos filhos de Israel do Egito. Aquele livramento tipificava a grande expiação que Cristo realizou com o sacrifício da própria vida para a libertação final de Seu povo (CBA6, p. 1.090).
O LAVAPÉS Jesus estabeleceu o lava-pés como uma cerimônia religiosa – Quando eles se reuniram para participar da ceia do Senhor, a ordenança do lava-pés foi estabelecida como uma cerimônia religiosa (RH, 21 de junho de 1898). O lava-pés ensina a humildade de Cristo e sensibiliza o coração dos participantes uns para com os outros – Com frequência, essas ordeordenanças são consideradas como uma formalidade e não como algo sagrado para nos fazer lembrar do Senhor Jesus. Ele as ordenou e delegou Seu poder aos ministros, os quais têm o tesouro em vasos de barro. ba rro. Eles devem cuidar desses ritos especiais dAquele que os estabeleceu para que continuem até o fim dos tempos. É por meio deles, Seus próprios ritos, que Ele Se encontra com Seu povo e lhes traz vigor com Sua presença. Apesar do fato de que pode haver corações e mãos não santificados que administrem a comunhão, ainda assim Cristo está no meio do Seu povo para operar op erar nos corações humanos. Todos os que mantêm diante de si a humilhação de Cristo no ato do lava-pés, todos os que se conservam humildes de coração e mantêm em vista o verdadeiro tabernáculo tabernácu lo e seu serviço, que o Senhor erigiu e não o homem, jamais deixarão de receber benefício de cada sermão proferido, e força de cada santa ceia. Essas ordenanças foram estabelecidas com um
1 7 0
170
1 7 1
| Ministério Pastoral
objetivo. Os seguidores de Cristo devem de vem ter em mente o exemplo dEle em Sua humildade. Essa cerimônia existe para incentivar a humildade, mas nunca deve ser considerada humilhante no sentido de ser degradante para a humanidade. É para sensibilizar nosso coração uns para com os outros (RH, 31 de maio de 1898). O propósito do lava-pés é eliminar a suposição de que uma pessoa é superior a outra – O propósito dessa cerimônia é lembrar a humildade de nosso Senhor, Senhor, e as lições que Ele deixou ao lavar os pés p és de Seus discípu discípu-los. Há no ser humano a tendência de ter um conceito mais elevado de si mesmo do que de seu irmão, de trabalhar para si, de servir a si mesmo, de buscar o cargo mais elevado; e, com frequência, maus pensamentos e amargura de espírito brotam de coisas insignificantes. Essa ordenança, que precede a ceia do Senhor, é para eliminar esses mal-entendidos, para remover do homem seu egoísmo, retirá-lo de sua exaltação própria e conduzi-lo à humildade de espírito que o levará a lavar os pés de seu irmão. Não é o plano de Deus que isso seja adiado porque alguns se consideram indignos de participar. O Senhor lavou os pés de Judas. Ele não lhe recusou um lugar à mesa, embora soubesse soub esse que ele sairia dali para participar na traição de seu Senhor. Não é possível que o ser humano diga quem é digno e quem não é. Ele não consegue ler os segredos do coração. Não lhe compete dizer: “Eu não participarei da cerimônia se tal pessoa estiver presente e participar.” E Deus também não deixou ao homem a decisão de quem deve participar nessas ocasiões (RH, 31 de maio de 1898). O lava-pés deve ser apresentado cuidadosamente às pessoas que não foram informadas anteriormente – Encontram-se na Palavra de Deus deveres cujo cumprimento conservará o povo de Deus humilde e separado do mundo, da apostasia, como as igrejas nominais. O lava-pés e a participação da ceia do Senhor deve ser mais frequentemente praticapraticados. Jesus deu-nos o exemplo e mandou-nos que fizéssemos como Ele fizera. Vi que Seu exemplo deve ser seguido seg uido com a maior exatidão possível; contudo, os irmãos e as irmãs nem sempre têm agido tão cuidadosamente quanto deviam na questão do lava-pés, e tem havido confusão. Isso deve ser adotado em novos lugares com cuidado e sabedoria, especialmente onde o povo não está informado quanto ao exemplo e ensinos de nosso Senhor sobre esse ponto, e onde haja preconceito contra. Muitas pessoas honestas, pela influência de antigos mestres em quem tinham confiança,
A santa ceia | 171 estão muito carregadas de preconceitos contra esse claro dever, dever, e o assunto a ssunto deve ser levado ao conhecimento deles no tempo e de modo apropriados (PE, p. 116).
O PÃO E O VINHO Somente vinho não fermentado deve ser usado na mesa da comunhão – Cristo não contradisse os próprios ensinos. O vinho não fermentado, que Ele forneceu para os convidados das bodas, era uma bebida saudável e refrescante. Foi esse o vinho usado por nosso Salvador e Seus discípulos na primeira santa ceia. É o vinho que se deve sempre usar na mesa da comunhão como símbolo do sangue do Salvador. A cericerimônia é destinada a ser reanimadora para a alma, e comunicadora de vida.. Nada que sirv vida s irvaa ao mal deve de ve estar e star ligado l igado a ela (CBV (CBV,, p. 333). O pão da santa ceia deve ser sem fermento – O pão partido e o puro suco de uva devem representar o corpo quebrado e o sangue derramado do Filho de Deus. Pão fermentado não deve estar na mesa da comunhão; pães asmos são o único símbolo correto da ceia do Senhor. Não se deve usar nada fermentado. Somente se deve usar o puro fruto da videira e pão não fermentado (RH, 7 de junho de 1898).
1 7 2
30 3 7 1
O funeral cristão
Jesus, o modelo do pastor, chorou diante da morte – Cristo era um atento observador notando muitas coisas que outros passavam por alto. Ele era sempre prestativo, estava sempre pronto para falar palavras de esperança e compaixão ao desencorajado e enlutado. Ele permitia que a multidão O comprimisse e não Se queixava, embora às vezes fosse quase erguido do chão. Quando passava por um funeral, Ele não seguia adiante com indiferença. A tristeza dominava Seu rosto ao contemplar a morte, e chorava com os enlutados (OA, p. 51). A morte, na presença do Doador da Vida, é apenas temporária – Em voz clara, cheia de autoridade, foram proferidas as palavras: palavras : “Jovem, Eu lhe digo, levante-se!” (Lc 7:14). Aquela voz penetrou os ouvidos do morto. O jovem abriu os olhos. Jesus o tomou pela mão, e o ergueu. Seu olhar se voltou para aquela que chorava ao seu lado, e mãe e filho uniram-se num alegre, longo e apertado abraço. A multidão, em silêncio e fascinada, contemplou a cena. “Todos ficaram cheios de temor.” Por um momento, permaneceram mudos e reverentes, como se estivessem na presença do próprio Deus. Depois glorificaram a Deus, Deus , dizendo: “Um grande profeta profeta se levantou entre nós [...] Deus interveio em favor do Seu povo.” A procissão fúnebre retornou a Naim como um cortejo triunfal. “Essas notícias sobre Jesus espalharam-se por toda a Judeia e regiões circunvizinhas” circunvizinha s” (Lc 7:16, 17) (DTN, p. 318). Um funeral cristão pode ser um testemunho poderoso em favor do cristianismo – Quando chegamos à noite, encontramos o jovem muito perto de seu fim. Seu corpo moribundo estava atormentado pela dor. Oramos com ele, e sua pesada respiração e seus gemidos cessaram enquanto orávamos. A bênção de Deus repousou sobre o quarto do enfermo, e sentimos que os anjos estavam pairando em volta. Ele se sentiu um pouco aliviado, embora soubesse que estava morrendo. Procurou
O funeral cristão | 173 fazer-nos entender que a esperança iluminava o futuro, e que para ele não era uma obscura incerteza. Entendemos por suas frases entrecortadas que ele faria parte da primeira ressurreição, e então se tornaria imortal. Disse ele: “Digam ao irmão Bates que eu o verei então.” Sua língua vacilante mencionou várias vezes o querido nome, tão precioso para o cristão agonizante – Jesus – e no qual se centraliza toda a sua esperança de vida eterna. Ele dormiu em Jesus algumas horas depois de sairmos. Meu esposo assistiu ao funeral. Estavam presentes muitos dos que haviam ouvido suas fiéis exortações, e as haviam desprezado enquanto estava vivo, e alguns que o haviam tratado mal por causa de sua fé, pouco tempo antes. Contemplaram o semblante do morto, que esboçava um sorriso agradável, e se retiraram do lugar com lábios trementes e olhos marejados. Não pudemos deixar de pensar que, apesar de sem vida, ele ainda falava. O testemunho de todos os presentes foi que nunca haviam visto uma expressão tão amável e graciosa no rosto de um morto. Acompanhamos o corpo à sepultura, onde descansará até que os justos despertem para a imortalidade (2SG, p. 92). Os funerais não devem incluir ostentação e extravagância – Com respeito ao sepultamento do sumo sacerdote de Israel, as Escrituras dão apenas este simples relato: “Ali faleceu Arão, e ali foi sepultado” (Dt 10:6). Em que notável contraste com os costumes dos tempos atuais está esse enterro, efetuado conforme a ordem expressa de Deus. Nos tempos modernos, os funerais de um homem de alta posição muitas vezes dão motivo para ostentações suntuosas e extravagantes. Quando Arão morreu, sendo ele um dos mais ilustres homens que já viveram, houve apenas dois de seus mais chegados amigos para lhe testemunharem a morte e cuidar de seu enterro. E aquela sepultura solitária sobre o Monte Hor esteve para sempre oculta dos olhos de Israel. Deus não é honrado com a grande ostentação tantas vezes feita nos sepultamentos, e com o extravagante dispêndio feito ao restituir o corpo ao pó (PP, p. 427).
1 7 4
1 7 5
0 0
31
Como planejar e dirigir o culto divino
Ninguém deve negligenciar a adoração pública – É um erro grave negligenciar a adoração pública. Os privilégios do culto divino não devem ser considerados levianamente. Os que cuidam dos doentes encontram-se muitas vezes impossibilitados de desfrutar desses privilégios, mas devem ser cuidadosos em não deixar de frequentar, sem razão plausível, a casa de oração (CBV, p. 511). As reuniões na igreja podem não ter efeito, simplesmente devido à falta de ar puro – O pregador fica surpreso por não conseguir impressionar os ouvintes, quando tanto eles quanto ele estão sofrendo com a falta de ar revigorante, e assim são considerados incapazes de assimilar o assunto sobre o qual ele está falando. A falta de circulação de ar puro numa igreja torna muitas reuniões ineficazes; o esforço é feito em vão, porque os ouvintes não conseguem permanecer despertos (ST, 23 de setembro de 1897). REVERÊNCIA A reverência é inspirada por uma intuição da grandeza de Deus e consciência de Sua presença – Outra preciosa virtude que deve ser cuidadosamente cultivada é a reverência. A verdadeira reverência para com Deus é inspirada por uma intuição de Sua infinita grandeza e consciência de Sua presença. Com essa percepção do Invisível, deve ser profundamente impressionado o coração de cada criança. Deve-se ensiná-la a considerar como sagrados a hora e o lugar das orações e também as ocasiões do culto público, porque Deus está ali. E, ao manifestar-se reverência na atitude e no comportamento, se aprofundará o sentimento que a inspira (Ed, p. 242, 243). O lugar de adoração é como a porta do Céu – “Vigiem e orem para que não caiam em tentação” (Mt 26:41). Uma de suas tentações mais fortes é a irreverência. Deus é superior e santo; e, para a pessoa humilde e crente,
Como planejar e dirigir o culto divino | 175 Sua casa na Terra, o lugar em que Seu povo se reúne para adorá-Lo, é a porta do Céu. Os hinos de louvor e as palavras ditas pelos ministros de Cristo são instrumentos designados por Deus para preparar um povo para a igreja celestial, para aquele culto de adoração mais elevado, em que nada do que é impuro e profano poderá participar (MJ, p. 265). Os adoradores devem se comportar como se estivessem na pre sença visível de Deus – Ao ser pronunciada a bênção final, todos devem se manter quietos, como temendo ficar privados da paz de Cristo. Saiam então todos sem se atropelar, atropelar, evitando evit ando falar em voz alta, alta , sentindo que estão na presença de Deus e Seus olhos repousam sobre todos, e que devem agir como se estivessem em Sua visível presença. Ninguém deve parar nos corredores para encontros e fofoca, impedindo a passagem pa ssagem aos outros que buscam a saída. Os arredores imediatos da igreja devem caracterizar-se por uma sagrada reverência, evitando os cristãos fazer deles lugar de encontro com os amigos, a fim de terem conversas banais ou tratarem de negócios. Essas coisas não convêm na igreja. Deus e os anjos têm sido desonrados em algumas igrejas pelas risadas barulhentas e irreverentes e o barulho de pés (T5, p. 493, 494).
O FORMAL E O INFORMAL O culto de adoração deve ser interessante e atrativo – Nossas reureuniões devem ser profundamente interessantes. Deve imperar ali a própria atmosfera do Céu. As orações e os discursos não devem ser longos e enfadonhos, apenas para encher o tempo. Todos devem estar prontos para fazer sua parte com pontualidade e, ao concluírem, a reunião deve ser encerrada. Desse modo, será mantido vivo o interesse. Assim o culto será agradável a Deus. Seu culto deve ser interessante e atrativo, não se permitindo que degenere em formalidade insípida (T5, p. 609). A casa de Deus é a porta do Céu – Para o ser humano devoto e humilde, a casa de Deus na Terra é como a porta do Céu. Os cânticos de louvor, a oração, a palavra ministrada pelos embaixadores do Senhor são os meios que Deus proveu para preparar um povo para a assembleia lá do alto, para aquela reunião sublime à qual nada que contamine poderá ser admitido (T5, p. 491). O canto contribui para a reverência no culto de adoração – A melodia do canto, derramando-se dos corações num tom de voz claro e
1 7 6
176
7 7 1
| Ministério Pastoral
distinto, representa um dos instrumentos divinos na conversão de pessoas. distinto, pessoa s. Todo o culto deve ser efetuado com solenidade e reverência, como se fora feito na visível presença do próprio Deus (TS2, p. 195). No culto não deve haver balbúrdia – É impossível calcular a amplitude da obra que o Senhor há de efetuar mediante os vasos por Ele designados na execução de Seu pensamento e propósito. As coisas que vocês descreveram como ocorrendo em Indiana, o Senhor revelou-me que haviam de ocorrer imediatamente antes do fim do tempo da graça. Tudo quanto é estranho será manifestado. Haverá gritos com tambores, música e dança. Os sentidos dos seres racionais ficarão tão confundidos que não se poderá confiar neles quanto a decisões corretas. E isso será chamado de atuação do Espírito Santo (ME2, p. 36).
A PARTICIPAÇÃO PARTICIPAÇÃO DA CONGREGAÇÃO CONG REGAÇÃO Quando a igreja anda na luz, há respostas e palavras de alegre louvor – O Senhor quer que Seus pastores, que pregam a Palavra, sejam energizados por Seu Santo Espírito; e o povo que ouve não ficará sentado em sonolenta indiferença, ou olhando vagamente de um lado para outro, sem corresponder ao que é dito. A impressão assim causada nos incrédulos é completamente desfavorável à religião de Cristo. Esses apáticos e descuidados, que se dizem cristãos, não deixam de ter ambição e zelo quando empenhados em ocupações mundanas, mas as coisas de importância eterna não despertam seu inter interesse. esse. A voz de Deus por meio de Seus mensageiros pode ser uma aprazível canção, mas Suas sagradas advertências, Suas repro reprovações vações e Seus incenti incentivos vos são todos desatendidos. O espírito do mundo os tem paralisado. As verdades da Palavra de Deus são dirigidas a ouvidos pesados e a corações duros, impassíveis. Deve haver igrejas bem despertas, despertas , ativas, para animar e suster os pastores, pastores, e para ajudá-los na obra de salvar. Quando a igreja anda na luz, ela sempre responde de maneira satisfatória satisfatória e sincera, com palavras de alegre aleg re louvor (T5, p. 318). Os adoradores não devem ser ouvintes indiferentes – Através do salmista, Deus declara: “O que Me oferece sacrifício de ações de graças, esse Me glorificará” (Sl 50:23). Grande parte do culto público de adoração consiste de louvor e oração, e todo seguidor de Cristo deve participar dessa adoração. Há também o momento de pregação, conduzido por aqueles
Como planejar e dirigir o culto divino | 177 cujo trabalho é instruir a congregação na Palavra de Deus. Embora nem todos sejam chamados a ministrar em palavra e doutrina, eles não devem ser ouvintes frios e indiferentes. Quando a Palavra de Deus foi falada aos antigos hebreus, o Senhor disse a Moisés: “E todo o povo diga: Amém!” (Sl 106:48). Essa resposta, no fervor de suas almas, era requerida como evidência de que eles entendiam a palavra falada e estavam interessados nela (ST, 24 de junho de 1886).
O INÍCIO DO CUL C ULTO TO Quando os ministros sobem à plataforma, devem se inclinar em silenciosa oração – O pastor deve entrar na casa de oração com uma postura digna e solene. Ao chegar ao púlpito, deve se inclinar em silenciosa oração e pedir pe dir fervorosamente fervorosamente o auxílio de Deus. Deus . Como essa atitude fará a diferença! Uma profunda solenidade se apodera de todos, e os anjos de Deus são trazidos para bem perto. Cada um dos congregados deve também, de cabeça c abeça inclinada, unir-se ao pregador em silenciosa oração, e suplicar a Deus que abençoe a reunião com Sua presença, imprimindo poder à palavra ministrada por lábios humanos (T5, p. 492, 493). Deve haver uma atitude de oração na plataforma – Muitas vezes as coisas que ocorrem no púlpito sagrado são erradas. Um ministro concon versando versa ndo com o outro diante da congre congregaçã gação, o, rindo e aparenta aparentando ndo não sentir responsabilidade pelo trabalho, ou não tendo um solene senso de seu sagrado chamado, desonra a verdade e rebaixa o sagrado ao nível de coisas comuns. Esse mau exemplo remove o temor de Deus das pessoas, e desmerece a sagrada dignidade do evangelho que Cristo morreu para dignificar. Segundo a luz que me foi dada, seria agradável para Deus se eles se prostrassem logo que chegassem ao púlpito e solenemente pedissem a ajuda de Deus (RH, 30 de maio de 1871). MÚSICA A música do culto deve ser alegre e solene – Os que fazem do canto uma parte do culto divino devem escolher hinos com música apropriada para a ocasião, não notas de funeral, mas com melodias alegres e solenes. A voz pode e deve ser modulada, suavizada e controlada (Ev, p. 508).
1 7 8
178
| Ministério Pastoral
O mau uso de instrumentos musicais choca os sentidos e per verte ver te o cul culto to – O Espírito Santo nunca Se revela dessa forma, nessa balbúrdia. Isso é uma invenção de Satanás para encobrir seus engenhosos métodos para anular o efeito da pura, sincera, elevadora, enobrecedora e santificadora verdade para este tempo. É preferível nunca ter o culto do Senhor misturado com música do que usar instrumentos musicais para fazer a obra que, conforme me foi apresentado no último mês de janeiro, seria introduzida em nossas reuniões campais. A verdade para este tempo não necessita nada disso em sua obra de converter pessoas. O excesso de barulho choca os sentidos e perverte aquilo que, se devidamente dirigido, seria uma bênção. b ênção. As forças dos agentes satânicos misturam-se com a agitação e o barulho, para ter um carnaval, e isso é chamado de atuação do Espírito Santo (ME2, p. 36).
9 7 1
CANTO CONGREGACIONAL Organize um grupo com os melhores cantores para dirigir o canto congregacional – Outro assunto que deve receber atenção nos congressos e em outros lugares é o do canto. Um ministro não deve sugerir hinos para serem cantados até que, primeiramente, se tenha certeza de que aqueles que vão cantar os conheçam. Uma pessoa comcompetente deve ser nomeada para assumir essa atividade, e seu dever é se certificar de que esses hinos selecionados sejam cantados de coração e com entendimento também. Cantar é parte do culto a Deus, mas atuar de forma negligente, como muitas vezes acontece, não honra a verda ve rdade de ne nem m a De Deus us.. De Deve ve hav haver er org organ aniz izaç ação ão ne ness ssaa áre área, a, as assi sim m com comoo em qualquer outra parte da obra do Senhor. Organize um grupo com os melhores cantores, cuja voz possa conduzir a congregação, e então deixem que todos se unam a eles. Aqueles que cantam devem se empenhar em cantar em harmonia. Devem dedicar tempo para praticar, a fim de que possam usar esse talento para a glória de Deus (RH, 24 de julho jul ho de 18 1883 83).). O cântico é um ato de adoração tanto quanto a prece – O devido cultivo da voz é um aspecto importante da educação, e não deve ser negligenciado. O cântico, como parte do culto religioso, é um ato de adoração, tanto quanto a prece (PP, p. 594).
Como planejar e dirigir o culto divino | 179 INSTRUMENTOS MUSICAIS po der Música instrumental no culto – A música pode ser um grande poder para o bem; contudo, não tiramos o máximo proveito dessa parte par te do culto. c ulto. O cântico é geralmente originado do impulso ou para atender casos especiais, e, em outras vezes, os que cantam o fazem mal, e a música perde o devido efeito sobre a mente dos presentes. A música deve possuir beleza, poder e capacidade de comover. Ergam-se as vozes em cânticos de lou vor e adora adoração. ção. Que haja auxílio, au xílio, se possív p ossível, el, de músic músicaa instrum ins trumental ental,, e a gloriosa harmonia suba a Deus em oferta aceitável (Ev, p. 505). O violão pode ser usado para prover música instrumental instru mental para os cultos – Um plano bastante comum na Suécia, mas ma s novo para nós, foi adotado para suprir a falta de um órgão. Uma senhora que ocupava um quarto ao lado da sala de reuniões, e que era encarregada do prédio, era hábil violonista e possuía uma voz encantadora e melodiosa, e no culto divino estava acostumada a suprir o lugar do coral e do instruinstru mento. A nosso pedido, ela tocou e cantou na abertura de nossas reuniões (HS, p. 195). NÃO DEVE HAVER EXIBIÇÃO O talento musical muitas vezes favorece o orgulho e o desejo de exibição – Os entretenimentos musicais que, se conduzidos apropriadamente não causarão dano, são com frequência uma fonte nociva. [...] O talento musical muitas vezes favorece o orgulho e o desejo dese jo de exibição, e os cantores dão pouca atenção à adoração a Deus (VSS, 422). As apresentações musicais, assim como as formas e cerimônias, podem tomar o lugar que pertence a Deus – Quando os professos cristãos alcançam a alta norma que é seu privilégio alcançar, a simplicisimplicidade de Cristo será mantida em todo o seu culto. As formas, cerimônias e apresentações musicais não são a força da igreja. No entanto, essas coisas tomaram o lugar que deveria ser dado a Deus, assim como aconacon teceu no culto dos judeus (Ev, p. 512). A ORAÇÃO EM PÚBLICO Deus atua em resposta à oração – A oração move o braço da Onipotência. Aquele que guia as estrelas em sua ordem nos céus, cuja
1 8 0
180 0 0
| Ministério Pastoral
palavra controla as ondas do mar – o mesmo Criador infinito agirá em favor do Seu povo, se a Ele apelarem com fé. Ele restringirá todas as forças das trevas até que a advertência seja dada ao mundo, e todos os que a atenderem estejam preparados para a Sua vinda (RH, 14 de dezembro de 1905). A oração pública incorpora os princípios contidos na Oração do Senhor – Jesus ensinou a Seus discípulos que apenas a oração que brota de lábios sinceros, movida por reais necessidades da alma, é genuína e trará bênçãos celestiais ao suplicante. Ele ensinou uma breve e abrangente oração a Seus discípulos. Essa oração, por sua beleza e simplicidade, é sem comparação. É uma oração perfeita para a vida pública e privada; é nobre e elevada, mas tão simples que até a criança no colo de sua mãe consegue entendê-la. Os filhos de Deus têm repetido essa oração durante séculos, e, no entanto, seu brilho não diminuiu. Como uma joia preciosa, ela continua sendo amada e valorizada. Essa oração é uma maravilhosa criação. Ninguém orará em vão, se em suas orações forem incorporados os princípios nela contidos. Nossas orações públicas devem ser curtas e expressar apenas as reais necessidades da alma, pedindo com simplicidade e com fé confiante e pura as coisas de que necessitamos. A oração vinda de um coração humilde e contrito é o alento vital da alma faminta de justiça (ST, 3 de dezembro de 1896). Uma vida cheia do Espírito Santo produz orações poderosas em público – Insisto com meus irmãos pastores a melhorarem sua maneira de orar. Isso pode e deve ser feito. Devo dizer-lhes que, quanto mais curtas forem suas orações sem espiritualidade, melhor será para a congregação. Geralmente acontece que, quanto menos vitalidade celestial tem uma oração, mais extensa ela é. Não passe muito tempo em oração perante uma congregação, a menos que você tenha certeza de que Deus a esteja conduzindo. Que as orações feitas em público sejam curtas e cheias de fervor. Muito pode, por sua eficácia, a súplica do justo; mas a oração pronunciada num tom baixo, monótono e insípido não é aceita por Deus. A voz da oração deve ser elevada a Deus por corações cheios de um sentimento de necessidade. Que haja um reavivamento do Espírito Santo, para que suas orações sejam cheias do poder do Céu (RH, 14 de janeiro de 1902). As orações públicas devem ser feitas devagar, com clareza e em tom alto para que todos ouçam e possam dizer “amém” – Quando
Como planejar e dirigir o culto divino | 181 fizerem oração na igreja, lembrem-se de que vocês estão se dirigindo a Deus, e Ele deseja que falem de maneira que todos quantos se acharem presentes possam ouvir e se unir às suas súplicas. Uma prece proferida tão apressadamente que as palavras sejam incompreensíveis não honra a Deus nem beneficia os ouvintes. Que os pastores e todos os que fazem oração pública aprendam a fazê-lo de maneira que Deus seja glorificado, e os ouvintes, abençoados. Falem devagar, com clareza e em tom alto bastante para serem ouvidos por todos, de modo que o povo esteja unido ao dizer “amém” (T6, p. 383). Deve-se usar linguagem simples na oração pública – A linguagem floreada é inadequada à oração, seja a petição feita no púlpito, no círculo da família ou em particular. Especialmente o que ora em público deve usar linguagem simples, para que os outros possam entender o que diz, e unir-se à petição (OE, p. 177). Devemos nos acostumar a nos ajoelhar ao orar – Tanto no culto público quanto no particular, temos o privilégio de dobrar os joelhos* perante o Senhor ao fazer-Lhe nossas petições. Jesus, nosso exemplo, “pondo-Se de joelhos, orava” (Lc 22:41). A respeito de Seus discípulos, está registrado que também se punham de joelhos e oravam (At 9:40; At 20:36; At 21:5). Paulo declarou: “[...] me ponho de joelhos perante o Pai de nosso Senhor Jesus Cristo” (Ef 3:14). Ao confessar perante Deus os pecados de Israel, Esdras ajoelhou-se (Ed 9:5). Daniel “três vezes no dia se punha de joelhos, e orava, e dava graças, diante de seu Deus” (Dn 6:10). E o convite do salmista é: “Venham! Adoremos prostrados e ajoelhemos diante do Senhor, o nosso Criador” (Sl 95:6) (RH, 30 de novembro de 1905).
APELO PARA AS OFERTAS O apelo para as ofertas deve incluir a necessidade prática e a motivação espiritual para doar – Eu apelo à congregação que se reúne com regularidade em nosso tabernáculo: Não trarão vocês suas ofertas para pagar a dívida da casa do Senhor? Apelo àqueles que enviam seus filhos a Battle Creek, onde se unem conosco na adoração a Deus: Não nos ajudarão a cobrir essa dívida? Convido todos a serem especialmente liberais agora. Tragam com alegria suas ofertas voluntárias ao Senhor. * Aqui se faz referência ao estudo em grupo, como nas reuniões campais.
1 8 1
182
2 8 1
3 8 1
| Ministério Pastoral
Consagremos a Ele tudo o que somos e tudo o que temos [...] (RH, 4 de janeiro de 1881). O apelo para as ofertas deve enfatizar mais o motivo para dar do que a quantia – Temos o privilégio de ouvir a Palavra de Deus em nosso lugar de culto; mas este edifício, chamado de casa de Deus, tem uma grande dívida. Não faremos nós, os que adoramos neste edifício confortável, todo esforço para pagar a dívida do tabernáculo? Os pobres podem ser animados ao pensar que as menores somas, dadas com sinceridade e alegria, são tão aceitáveis a Deus como os milhares que os ricos depositam na tesouraria. Há apenas uns poucos que são tão pobres como a viúva que deu duas moedas como oferta a Deus. Sua oferta era pequena, mas era tudo o que tinha, e ela foi elogiada pelo Mestre. Ele considerou essas duas moedas da pobre viúva como uma contribuição maior do que as ofertas valiosas dos ricos. Não mediu o valor da oferta por sua quantidade, mas pelo motivo, pela alegria e pureza da ação (RH, 4 de janeiro de 1881). O Natal deve ser uma ocasião especial para trazer ofertas a Jesus – Ontem foi Natal. Vocês fizeram como os magos, oferecendo seus presentes a Jesus? Ou o inimigo mudou a ordem das coisas, e dirigiu o culto para ele mesmo? Os presentes são hoje ofertados a amigos e não Àquele que realizou tão grande sacrifício por nós. Todos os presentes devem fluir por outro canal, onde possam ser usados na salvação de pessoas (OA, p. 368).
A LEITURA DAS ESCRITURAS Uma dicção clara e distinta é essencial ao ler a Bíblia em público – Sinto-me penalizada ao ver quão pouco valorizado é o dom da fala. Na leitura da Bíblia, na oração e ao dar testemunhos nas reuniões, como é necessária a dicção clara e distinta! (CPPE, p. 241). A Bíblia pode ser lida pelos pastores de modo tão impressionante que os ouvintes jamais a esqueçam – Quando eu tinha apenas onze anos de idade, ouvi um pastor ler o relato da prisão de Pedro, conforme registrado no livro de Atos; e ele o leu de maneira tão impressionante que os detalhes da história em toda a sua realidade pareciam estar passando diante dos meus olhos. Tão profunda foi a impressão causada em minha mente, que jamais a esqueci (VSS, 392, 393).
0 0
32
Culto de oração
A igreja precisa orar com frequência – Jesus orava! A Majestade do Céu orava! Ele chorou em favor do homem. A oração fervorosa e fiel moverá o braço que move o mundo. O ministro de Cristo precisa orar, se espera ter o refrigério da presença de Deus. A igreja precisa orar muito, se deseja caminhar na luz assim como Ele está na luz (ST, 15 de janeiro de 1880). O culto de oração é o pulso do corpo da igreja – Um culto de oração sempre mostrará o verdadeiro interesse dos membros da igreja nas coisas espirituais e eternas. O culto de oração é como o pulso para o corpo; denota a verdadeira condição espiritual da igreja. Uma igreja sem vida, decadente, não tem prazer nos cultos de oração (Selections from Testimonies to the Managers and Workers in our Institutions, p. 32 – Ft 149). Os membros devem dar maior prioridade a esse culto – Muitos declaram que, certamente, não há mal algum em ir a um concerto e faltar ao culto de oração, ou ausentar-se das reuniões onde os servos de Deus apresentarão a mensagem do Céu. É mais seguro você estar onde Cristo disse que estaria. Os que valorizam as palavras de Cristo não se afastarão dos cultos de oração ou das reuniões para as quais o mensageiro do Senhor foi enviado para falar-lhes sobre coisas de interesse eterno. Jesus disse: “Onde estiverem dois ou três reunidos em Meu nome, ali estou no meio deles” (Mt 18:20). Pode você se dar ao luxo de escolher a diversão e perder a bênção? É a transigência com essas coisas que tem uma notável influência não apenas em sua própria vida e em seu caráter, mas também sobre a vida e o caráter de seus companheiros. Se todos os que professam ser seguidores de Cristo fossem assim de fato e de verdade, eles teriam a mente de Cristo e fariam as obras de Deus. Resistiriam à tentação de transigir com o eu, e mostrariam que não desfrutam os prazeres frívolos do mundo em maior medida do que o privilégio de encontrar-se com Cristo na reunião de oração. Então teriam
184
4 8 1
| Ministério Pastoral
uma decidida influência sobre outros, e os induziriam a seguir seu exemplo (YI, 23 de abril de 1912). Os que estão realmente buscando a comunhão com Deus serão vistos nas reuniões de oração – É necessário que sejamos diligentes em orar; não permita que nada o atrapalhe. Faça todos os esforços para manter aberta a comunhão entre Jesus e seu próprio coração. Aproveite todas as oportunidades para ir aonde se costuma orar. Os que estão realmente buscando comungar com Deus serão vistos em reuniões de oração, fiéis ao seu dever, fervorosos e ansiosos por colher todos os benefícios que puderem. Aperfeiçoarão cada oportunidade de colocar-se onde possam receber os raios de luz do Céu (CC, p. 98). As reuniões de oração se tornam eficazes quando cada um dos participantes se sente pessoalmente responsável por elas – Antes de sair de casa, dirija-se a Deus em oração particular. Peça Sua bênção, e Ele “que vê em secreto, te recompensará” (Mt 6:4). Com o coração comovido pelo amor de Jesus, vá à reunião sentindo que é pessoalmente responsável por seu sucesso. Se forem poucos os que assistem, você deve sentir uma dupla responsabilidade, pois está ao serviço de Deus e deve fazer o que for possível com seu talento, seu tato e sua habilidade para tornar o culto de adoração interessante (ST, 4 de dezembro de 1884). A reunião de oração não deve ser enfadonha, insípida e sem atra tivos – Os cristãos nem sempre dão a devida importância à adoração pública. Não percebem sua responsabilidade no assunto. Especialmente a reunião de oração é muitas vezes enfadonha, insípida e sem atrativos. Mas não deve ser assim. Ainda que poucos apreciem o momento de oração, ele pode ser interessante e proveitoso. A presença de Jesus não está limitada a grandes assembleias (ST, 4 de dezembro de 1884). Se o povo encontrar o Pão da Vida na reunião de oração, ali irá para recebê-lo – As reuniões de oração devem ser as mais interessantes a serem realizadas; porém, são muitas vezes mal dirigidas. Muitos assistem ao culto de pregação, mas negligenciam as reuniões de oração. Nisso também se exige reflexão. Precisamos buscar sabedoria de Deus, e fazer planos para dirigir essas reuniões de maneira a torná-las interessantes e atrativas. O povo tem fome do Pão da Vida. Se O encontrarem na reunião de oração, ali irão para recebê-Lo (T4, p. 70).
Culto de oração | 185 OS TESTEMUNHOS A reunião de testemunhos pode ser considerada a mais preciosa de todas as reuniões – Que profunda e séria importância é dada a essas pequenas assembleias! Jesus Cristo pagou o preço do resgate, Seu sangue, pela salvação deles, e está entre eles quando se reúnem para adorar a Deus. A Majestade do Céu identifica Seus interesses com os dos crentes, por mais humildes que sejam suas circunstâncias, e seja onde for que tenham o privilégio de se congregar. É próprio que eles falem muitas vezes uns aos outros, expressando a gratidão e o amor resultantes do pensar no nome do Senhor. Assim Deus será glorificado ao ouvir e escutar, e a reunião de testemunhos será considerada a mais preciosa de todas as reuniões (NAV, p. 166). As reuniões são interessantes quando todos têm algo a dizer ao Senhor – O Senhor tem mostrado a mim que deve haver grande interesse dos guardadores do sábado por conservar suas reuniões e torná-las interessantes. Há grande necessidade de manifestar-se mais interesse e energia nessa direção. Todos devem ter algo para dizer ao Senhor, pois, assim fazendo, serão abençoados. Um livro de memórias é escrito com respeito àqueles que não abandonam as reuniões, mas falam muitas vezes uns para os outros. O remanescente deve vencer pelo sangue do Cordeiro e pela palavra do seu testemunho. Alguns esperam vencer apenas pelo sangue do Cordeiro, sem qualquer esforço especial de sua parte. Vi que Deus foi misericordioso ao nos dar o poder da fala. Ele nos deu uma língua, e somos responsáveis diante dEle por seu uso. Devemos glorificar a Deus com nossa boca, falando em honra à verdade e à Sua ilimitada misericórdia, e vencer pela palavra de nosso testemunho, através do sangue do Cordeiro (PE, p. 114). Os testemunhos devem ser curtos, e de molde a servir de auxílio aos outros – A reunião de oração e testemunhos deve ser um período de especial auxílio e encorajamento. Todos devem sentir que é um privilégio tomar parte nela. Que todos os que confessam a Cristo tenham alguma coisa para dizer na reunião de testemunhos. Estes devem ser curtos, e de molde a servir de auxílio aos outros. Não há nada que mate tão completamente o espírito de devoção do que uma pessoa levar vinte ou trinta minutos num testemunho. Isso significa morte para a espiritualidade da reunião (OE, p. 171).
1 8 5
186
6 8 1
7 8 1
| Ministério Pastoral
Orações frias e longos testemunhos projetam sombras sobre a reunião de oração – Temo que haja alguns que não levam suas dificuldades a Deus em orações particulares, reservando-as para as reuniões de oração, e ali querem compensar suas orações de vários dias. Esses podem ser considerados destruidores das reuniões de testemunhos e oração. Eles não emitem luz e a ninguém edificam. Suas orações frias e formais, e longos testemunhos refletindo sua apostasia, projetam sombras. Todos se sentem aliviados quando finalmente se calam e é quase impossível dissipar as trevas e a frieza que suas orações e testemunhos trouxeram à reunião. Segundo a luz que me foi dada, nossas reuniões devem ser espirituais e sociais e não muito demoradas. O retraimento, o orgulho, a vaidade e o temor humanos devem ficar de fora. Pequenas diferenças e preconceitos não devem ser ali introduzidos. Como em uma família unida, simplicidade, mansidão, confiança e amor devem existir no coração dos irmãos e irmãs que se reúnem para se animar e se fortalecer ao partilharem seu conhecimento (T2, p. 578, 579). Não traga um espírito melancólico e queixoso à reunião de oração – Muitas orações e muitos testemunhos são tão carentes do Espírito de Deus como uma esponja seca, sem umidade, pois Jesus não habita em seu coração. Isso torna a reunião de oração fria e sem vida, e não é de surpreender que as crianças odeiem tais reuniões. Não traga um espírito melancólico e queixoso à reunião de oração. Não disputem para ver quem conta a história mais triste. Há muito que falar sem precisar despertar um sentimento de tristeza. Quando estamos dispostos a vir como crianças pequenas, conscientes de nossas próprias fraquezas e desejosos de ser instruídos pelo Divino Mestre, nosso coração ficará cheio do amor de Jesus, e teremos anseio de falar sobre Seu incomparável valor. Cessaremos de falar de nós mesmos. Nossas provações parecerão tão insignificantes que nos esqueceremos de mencioná-las. Desfrutamos de muitas bênçãos. Cultivemos a gratidão, e falemos da bondade de Deus (ST, 4 de dezembro de 1884).
0 0
33
A pregação
Se o ministro se entrega à operação divina, o Espírito Santo fala através de cada discurso e o torna eficaz – A eficiência do Espírito Santo é que torna eficaz o ministério da Palavra. Quando Cristo fala por intermédio do pastor, o Espírito Santo prepara o coração dos ouvintes para receber a Palavra. O Espírito Santo não é um servo, mas um poder que rege. Ele faz com que a verdade brilhe na mente, e fala através de todo discurso em que o pastor se entrega à atuação divina. É o Espírito que envolve a alma numa santa atmosfera, e fala ao impenitente mediante palavras de advertência, indicando-lhe Aquele que tira o pecado do mundo (OE, p. 155). Não apresente a outros o que a sua própria alma não sente – Há perigo de que os pastores que professam crer na verdade presente se satisfaçam em apresentar a teoria somente, enquanto o próprio coração não sente seu poder santificador. Alguns não têm o amor de Deus no coração suavizando, moldando e enobrecendo a existência (T4, p. 526). Não devemos ficar satisfeitos pregando sempre os mesmos ser mões – Irmãos, não devemos ir para o púlpito a menos que tenhamos dedicado algum tempo lutando com Deus em oração. Não devemos ficar satisfeitos em usar a mesma série de sermões que pregamos vez após vez durante os últimos dez, quinze ou vinte anos. Devemos extrair material puro e novo da fonte inesgotável da Palavra de Deus. Estamos desejosos de que os anjos de Deus estejam ao nosso lado quando assumimos o púlpito sagrado e que Deus impressione a mente; que haja gloriosas revelações da verdade; que ela possa ser apresentada na manifestação do Espírito; que seja alimento ao seu devido tempo para o rebanho do Senhor (RH, 4 de junho de 1889). O Céu se envergonha de pregadores que fazem menos do que o seu melhor no púlpito sagrado – O Céu se envergonha de muitos que trabalham em todos os ramos da obra, e especialmente dos que são
188
8 8 1
| Ministério Pastoral
chamados ao sagrado púlpito, e que não procuram fazer o seu melhor. Muitos leem jornais, periódicos e livros, mas negligenciam o estudo de suas Bíblias. Não lutam com Deus em seu aposento particular, pedindo a ajuda que só Ele pode dar. Vão trabalhar desanimados e sem Cristo. Há ministros que se apresentam diante de suas congregações pregando fragmentos de um longo e “batido” sermão, em vez de uma porção fresca de alimento a seu devido tempo. Vagueiam por temas áridos e controvertidos, deixando o rebanho de Deus sem ser alimentado (RH, 20 de maio de 1890).
A PREGAÇÃO BÍBLICA Muitos ministros citam um texto de Paulo e, então, baseiam sua pregação nos jornais – Os sermões cheios de floreios não serão suficientes para alimentar a alma do faminto filho de Deus. O seguinte desejo dará uma voz de alerta ao anseio de muitos corações alimentados com o que pode ser chamado de “sermões brilhantes”. Um homem inteligente obser vou: “Quem dera que meu pastor me desse algo mais que flores, frases brilhantes, e banquetes intelectuais! Minha alma está faminta do Pão da Vida. Anseio por algo simples, nutritivo e bíblico”. Daniel Webster expressou estas enérgicas palavras: “Se os pastores de nossos dias retornassem à simplicidade do evangelho, e pregassem mais aos indivíduos e menos às multidões, não haveria tantas reclamações sobre o declínio da verdadeira religião. Muitos dos atuais ministros citam um texto de Paulo e pregam dos jornais. Quando eles fazem isso, prefiro me deleitar com meus próprios pensamentos em vez de escutar. Quero que meu pastor venha a mim no espírito do evangelho dizendo: ‘Você é mortal. Seu tempo de graça é curto, sua obra deve ser feita rapidamente. [...] Você está se aproximando do juízo de Deus. O Juiz está às portas’” (RH, 23 de junho de 1891). Os pastores bem instruídos podem não estar alimentando o reba nho se não levam em conta a excelência das Escrituras – O Livro de Deus tem sido tão evidentemente negligenciado que não há senão alguns em nosso mundo, mesmo dos que professam explicá-lo aos outros, que tenham o divino conhecimento das Escrituras. Há homens de saber que possuem educação superior, mas esses pastores não alimentam o rebanho de Deus. Não consideram que as Escrituras, tão excelentes como são,
A pregação | 189 irão continuamente desdobrar seus tesouros ocultos, assim como joias preciosas são descobertas mediante o escavá-las (ME1, p. 15, 16). As declarações humanas não têm valor. Permita que a Palavra fale ao povo – Se os ministros que são chamados a pregar a mais solene mensagem já dada a mortais se esquivam da verdade, são infiéis em seu trabalho e são falsos pastores para as ovelhas e os cordeiros. As declarações dos homens não têm nenhum valor. Que a Palavra de Deus fale às pessoas. Que aqueles que têm ouvido apenas as tradições e os conceitos humanos ouçam a voz de Deus, cujas promessas são um “sim” e um “amém” em Cristo Jesus. Se o caráter e a conduta do pastor são para as pessoas uma carta viva da verdade que ele defende, o Senhor colocará Seu selo na obra. Serão formadas verdadeiras amizades com o povo, e o pastor e o rebanho se tornarão um, unidos por uma esperança em comum em Cristo Jesus (RH, 11 de março de 1902). Os pregadores que estudam a Bíblia com oração verão novas bele zas em cada linha – Uma grande obra deve ser feita pelos pastores, a fim de que possam pregar a verdade com sucesso. A Palavra de Deus deve ser profundamente estudada. Toda e qualquer leitura é inferior a essa. Um cuidadoso estudo da Bíblia não necessariamente excluirá outras leituras de natureza religiosa. Mas, quando a Palavra de Deus é estudada com oração, toda leitura que tende a desviar a mente dela deve ser excluída. Se estudarmos a Palavra de Deus com interesse, orando por compreensão, novas belezas serão vistas em cada linha. Deus revelará a preciosa verdade de modo tão claro que a mente desfrutará prazer genuíno e terá um contínuo banquete à medida que as confortadoras e sublimes verdades forem reveladas (T2, p. 337, 338). Examine a Palavra para achar verdades novas e antigas para o benefício de outros – O ministro do evangelho de Cristo deve cuidar das pessoas como quem terá de prestar contas. Deve frequentemente ajoelhar-se em oração pedindo sabedoria celestial para poder fortalecer “o resto que estava para morrer” (Ap 3:2). Vivendo de acordo com a vontade de Deus, ele deve se colocar em sujeição ao poder divino. A Palavra de Deus deve ser seu guia. Nessa Palavra há promessas, orientações, advertências e reprovações que ele deve usar em seu trabalho quando a ocasião o exigir. Com o coração humilde e a mente disposta, deve examinar a Palavra, para extrair da fonte da verdade coisas novas e antigas para o benefício de outros. Sempre procurará conduzir as mentes para obter
1 8 9
190
0 9 1
| Ministério Pastoral
um conhecimento pessoal da verdade. Muitos são severamente tentados e estão dispostos a morrer porque não possuem um conhecimento da verdade como é em Jesus (RH, 21 de janeiro de 1902). Até agora, as verdades bíblicas são superficialmente compreendidas – Quem dera pudesse ser dito dos pastores que estão pregando ao povo e às igrejas: “Então lhes abriu o entendimento para compreenderem as Escrituras”! (Lc 24:45). Digo-lhes no temor de Deus que, até agora, as verdades bíblicas relacionadas com o grande plano da redenção são compreendidas apenas superficialmente. A verdade está continuamente se desdobrando, expandindo e desenvolvendo, pois é divina, como seu Autor (ME3, p. 188). Pregue sobre as profecias e centralize-as em Cristo – Os pastores devem apresentar a firme palavra da profecia como o fundamento da fé dos adventistas do sétimo dia. As profecias de Daniel e Apocalipse devem ser cuidadosamente estudadas e, em ligação com elas, as palavras: “Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo!” (Jo 1:29) (Ev, p. 196). Faça seu trabalho – Os temas que muitos de nossos ministros apresentam aos ouvintes são mal estruturados e seus argumentos não são claros nem fortes como deveriam. Professam ser instrutores da Palavra, mas tristemente negligenciam pesquisar as Escrituras por si próprios. Contentam-se em usar argumentos que são preparados em folhetos e livros que outros descobriram por meio de intenso esforço; mas não estão dispostos a aplicar a mente para estudá-los por si mesmos. Para poderem ter um ministério a toda prova, os que abrem a Palavra de Deus a outros devem pesquisar as Escrituras diligentemente. Não devem se contentar em usar os pensamentos de outros homens, mas cavar em busca da verdade como quem procura um tesouro escondido. Embora seja perfeitamente correto compilar ideias de outras mentes, não devem ficar satisfeitos em usar tais ideias e repeti-las como papagaios. Tornem suas essas ideias, irmãos; formem os argumentos vocês mesmos, através de seu próprio estudo e sua investigação. Não tomem emprestado o produto do cérebro e da caneta de outros homens para recitá-los como uma lição, mas aproveitem ao máximo os talentos e o poder intelectual que Deus lhes deu (RH, 6 de abril de 1886).
A PREGAÇÃO CRISTOCÊNTRICA Estude sobre Jesus e aprenda dEle – O ministro do evangelho jamais é exortado a procurar ser um pregador sagaz, um orador popular, mas a ele
A pregação | 191 é ordenado: “Procure apresentar-se a Deus aprovado, como obreiro que não tem do que se envergonhar, que maneja corretamente a Palavra da Verdade. Evite as conversas inúteis e profanas, pois os que se dão a isso prosseguem cada vez mais para a impiedade” (2Tm 2:15, 16). Todo mensageiro de Deus atentará para essas palavras? Somos cooperadores de Deus, e, se os que aceitam a responsabilidade de expor a Palavra da Vida a outros não se unirem diariamente a Cristo, levando Seus fardos e aprendendo dia a dia de Jesus, seria melhor que procurassem algum outro emprego (DD, p. 117). Estude o caráter de Cristo – A água viva pode ser extraída da fonte, mas não haverá uma diminuição do suprimento. Os ministros do evangelho seriam homens poderosos se pusessem sempre o Senhor diante de si e dedicassem seu tempo ao estudo de Seu admirável caráter. Se fizessem isso, não haveria apostasias, ninguém seria desligado da Associação por haver, pelas suas práticas imorais, desonrado a causa de Deus e exposto Jesus à humilhação. As aptidões de todo ministro do evangelho devem ser empregadas para ensinar as igrejas a receber a Cristo pela fé como seu Salvador pessoal, a introduzi-Lo em sua própria vida e torná-Lo seu Modelo, para aprender de Jesus, crer em Jesus e exaltar a Jesus. O pastor deve, ele mesmo, demorar-se no caráter de Cristo. Deve ponderar a verdade e meditar sobre os mistérios da redenção, especialmente a obra mediadora de Cristo para este tempo (ME3, p. 187). A salvação por meio de Cristo deve ser o tema de cada sermão – A ciência da salvação deve ser o tema de cada sermão, o tema de cada hino. Deve acompanhar cada súplica. Que não se inclua na pregação da Palavra nada que substitua a Cristo, a Palavra e o poder de Deus. Que o Seu nome, o único nome abaixo do Céu pelo qual importa que sejamos salvos, seja exaltado em cada sermão, e que, de sábado a sábado, a trombeta da sentinela dê o som certo. Cristo é a ciência e a eloquência do evangelho, e Seus ministros devem pregar a Palavra da Vida, dando esperança aos penitentes, paz aos atribulados e desanimados, e graça, integridade e força aos crentes (VSS, p. 337). O verdadeiro pregador exalta a Cristo como a única esperança do pecador – Se o homem que sente ter sido chamado por Deus para ser um ministro se humilhar e aprender de Cristo, irá se tornar um verdadeiro pregador. Se seus lábios forem tocados com a brasa viva do altar, ele exaltará a Cristo como a única esperança do pecador. Quando o coração do
1 9 1
192
2 9 1
| Ministério Pastoral
pregador é santificado por meio da verdade, suas palavras serão uma realidade viva para si mesmo e para outros. Aqueles que o escutarem saberão que ele tem estado com Deus, e que se achegou a Ele em oração fervorosa e eficaz. O Espírito Santo desceu sobre ele, sua alma sentiu o fogo vivo do Céu, e é capaz de comparar as coisas espirituais. Receberá poder para derrubar a fortaleza de Satanás. Os corações serão quebrantados por sua apresentação do amor de Deus, e muitos perguntarão: “Que devo fazer para que seja salvo?” (At 16:30)(RH, 15 de abril de 1902). Muitos ouvintes desejam e precisam de uma explanação clara da conversão – Os pastores devem apresentar a verdade de maneira clara e singela. Há, entre seus ouvintes, muitos que precisam de uma clara explanação dos passos exigidos na conversão. As grandes massas do povo são mais ignorantes a esse respeito do que se supõe. Entre os formados das escolas superiores, eloquentes oradores, hábeis estadistas e homens em elevadas posições de confiança, muitos há que dedicaram suas habilidades a outros assuntos, e negligenciaram as coisas de maior importância. Quando homens tais fazem parte de uma congregação, o orador muitas vezes põe em jogo toda a sua capacidade para produzir um discurso intelectual, e deixa de revelar a Cristo. Não mostra que o pecado é a transgressão da lei. Não torna claro o plano da salvação. Aquilo que teria tocado o coração dos ouvintes seria apontar-lhes Cristo morrendo para colocar a redenção ao seu alcance (OE, p. 170). O Cristo crucificado, elevado ao Céu e prestes a voltar deve ser apresentado ao povo – Quem me dera falar com suficiente vigor para produzir em meus colegas no evangelho a impressão de que eu gostaria! Meus irmãos, vocês estão lidando com as palavras da vida; estão tratando com mentes capazes de se desenvolver ao máximo, uma vez que sejam orientadas na devida direção. Há, porém, muita exibição do próprio eu nas pregações. Cristo crucificado, Cristo elevado ao Céu, Cristo prestes a voltar deve, de tal maneira, abrandar, alegrar e encher a mente do ministro do evangelho, que ele apresente essas verdades ao povo com amor e intenso fervor. Então, será perdido de vista o ministro, e Jesus será exaltado. O povo ficará tão impressionado com esses assuntos extremamente importantes que falarão neles e os exaltarão em vez de elogiar o pastor, mero instrumento (T4, p. 399, 400). Os sermões cristocêntricos vêm de pregadores cristocêntricos – Meus irmãos cuidarão para que nenhuma glória seja dada aos homens?
A pregação | 193 Eles reconhecerão que é Cristo que faz a obra no coração humano e não eles mesmos? Meus irmãos no pastorado pleitearão a sós com Deus, em oração particular, pela Sua presença e Seu poder? Não ousem pregar outro sermão enquanto não souberem, pela sua própria experiência, o que Cristo é para vocês (TM, p. 154, 155).
RELACIONANDO A FÉ COM A VIDA Por meio da visitação, os ministros podem aprender como alimen tar o rebanho – É no trabalho fora do púlpito, entre as famílias, que é obtida a mais rica e valiosa experiência, e onde o pastor aprende como poderá alimentar o rebanho de Deus, dando a cada um a porção de alimento ao seu devido tempo. Se há um apóstata, o pastor sabe como apresentar a verdade de tal maneira que a alma seja convencida. Ele deixará as noventa e nove ovelhas e procurará a perdida. Mas, se o pastor não visita seu rebanho, não conhece sua condição, não sabe que verdades deve apresentar e nem o que é apropriado em seu caso ( Appeal and Suggestions to Conference Officers, p. 18 – Ft 2). APLICAÇÃO PRÁTICA A religião prática deve ter lugar em cada sermão – Um esforço constante em promover a consagração pessoal deve ser visto nos trabalhos públicos do pastor. Não se deve pregar sermão após sermão unicamente sobre as profecias. A religião prática deve ter lugar em cada sermão (ST, 16 de março de 1882). Os sermões devem fortalecer os ouvintes para as batalhas diárias da vida – Paulo era um orador eloquente. Antes de sua conversão, havia ele muitas vezes procurado impressionar seus ouvintes com demonstrações de oratória. Mas agora pusera tudo isso de lado. Em vez de se demorar em descrições poéticas e fantasiosas representações, que poderiam lison jear os sentidos e alimentar a imaginação, mas que não encontrariam eco na experiência diária, buscava ele, pelo uso de linguagem simples, convencer os corações com as verdades de importância vital. Representações fantasiosas da verdade podem provocar um êxtase dos sentidos, mas, muito frequentemente, as verdades apresentadas dessa maneira não suprem o alimento necessário ao fortalecimento do crente para as batalhas
0 0
194
3 9 1
| Ministério Pastoral
da vida. As necessidades imediatas, as provas presentes das pessoas em conflito, devem ser enfrentadas com instrução prática e sadia, com base nos princípios fundamentais do cristianismo (AA, p. 251, 252).
ILUSTRAÇÕES IMPRÓPRIAS Muitas ilustrações depreciam a sagrada dignidade da pregação – Não queremos perder de vista a santidade peculiar dessa missão de ministrar em palavra e doutrina às pessoas. A obra do pastor é falar às pessoas as palavras da verdade, solene e sagrada verdade. Alguns formam o hábito de contar anedotas em seus sermões, as quais têm a tendência de divertir e afastar da mente dos ouvintes o caráter sagrado da Palavra que estão repartindo. Tais pregadores deveriam considerar que não estão dando aos ouvintes a Palavra do Senhor. Muitas ilustrações não exercem uma influência correta; elas depreciam a sagrada dignidade que sempre deve ser mantida na pregação da Palavra de Deus às pessoas (RH, 22 de fevereiro de 1887). Linguagem floreada ou anedotas impróprias não convencem o pecador – A menos que os pastores sejam cautelosos, ocultarão a verdade sob ornamentos humanos. Não pense nenhum pastor que pode converter pessoas com sermões eloquentes. Os que ensinam a outros devem suplicar a Deus que lhes comunique Seu Espírito, e os habilite a exaltar a Cristo como a única esperança do pecador. Linguagem floreada, historinhas ou anedotas impróprias não convencem o pecador. As pessoas ouvem essas palavras, como o fariam a uma canção agradável. A mensagem que o pecador deve ouvir é: “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o Seu Filho unigênito, para que todo aquele que nEle crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo 3:16) (Ev, p. 189). ILUSTRAÇÕES ADEQUADAS As parábolas e ilustrações de Cristo ajudam a tornar clara a verdade – Cristo tem o direito e o poder de colocar todas as ações e influências humanas sob Seu domínio em Sua obra em favor da humanidade. Ele usa instrumentos humanos, e não destrói a individualidade de Seus servos. Derrama o Espírito Santo sobre eles e Ele próprio os circunda para que tenham a mente de Cristo e se tornem Seus colaboradores. Ele apresenta diante de suas mentes parábolas e ilustrações que lhes são familiares,
A pregação | 195 para tornar clara a verdade que deseja comunicar-lhes, e o Espírito Santo os ajudará a usar essas metáforas e ilustrações (BE, 19 de agosto de 1895).
AS ILUSTRAÇÕES DE JESUS As ilustrações de Cristo prendiam a atenção, estimulavam a imaginação e repetiam Suas lições – Suas mensagens de misericórdia variavam, a fim de ajustar-se ao Seu auditório. Sabia “dizer a seu tempo uma boa palavra ao que [estava] cansado” (Is 50:4); pois nos lábios Lhe era derramada a graça, a fim de que transmitisse aos homens, pela mais atrativa maneira, os tesouros da verdade. Possuía tato para Se aproximar da pessoa mais cheia de preconceitos, surpreendendo-a com ilustrações que lhe prendiam a atenção. Por intermédio da imaginação, chegava-lhes à alma. Suas ilustrações eram tiradas das coisas da vida diária, e, embora simples, encerravam admirável profundeza de sentido. As aves do céu, os lírios do campo, a semente, o pastor e as ovelhas – com essas coisas ilustrava Cristo a verdade imortal; e, posteriormente, quando Seus ouvintes viam essas coisas da natureza, elas Lhe evocavam as palavras. As ilustrações de Cristo repetiam continuamente Suas lições (DTN, p. 254). Cristo tirava ilustrações dos costumes e das experiências da vida diária – Cristo nunca adulou as pessoas; jamais falou daquilo que exaltaria suas fantasias e imaginações, nem as elogiou por suas invenções engenhosas. Mas os que eram pensadores profundos e sem preconceitos receberam as palavras dEle e notaram que sua inteligência era posta à prova para compreender as verdades espirituais que Ele revelava numa linguagem muito simples. Os assim chamados grandes homens do mundo são geralmente os mais ignorantes em relação ao que constitui a verdadeira religião, e é apropriado dirigir-se a eles na linguagem mais simples, pois a eloquência da verdade força a convicção sobre a alma. Tanto ao educado quanto ao inculto, é preciso falar na linguagem mais clara e simples. Os defensores da verdade devem aprender do Redentor do mundo, e imitar o maior Mestre que o mundo já conheceu, o qual falou como nenhum homem jamais falou. Embora a linguagem de Cristo fosse simples, os mais educados fica vam fascinados com Sua maneira de ensinar, e os incultos sempre tiravam proveito de Seus discursos. Ele utilizava ilustrações tiradas dos costumes e das experiências da vida diária, e sempre que Seus ouvintes contemplavam as coisas familiares da natureza, as palavras de Cristo lhes vinham à mente.
1 9 4
196
5 9 1
| Ministério Pastoral
Ele extraía ilustrações das aves do céu, dos lírios do campo, do pastor e das ovelhas, e de várias coisas comuns que ocorriam na vida diária. Assim, as lições de Jesus eram simplificadas para a compreensão das pessoas. Instruções da maior importância eram absorvidas pelos menores grupos, e eram tão claramente apresentadas que ninguém precisava compreendêlas mal. Somente os escribas e fariseus se queixavam de ter dificuldade em compreender Seus ensinos; mas a razão disso era que estavam cheios de preconceitos, e estavam decididos a interpretar mal Suas palavras. O povo comum O escutava alegremente, pois o evangelho era pregado aos pobres, e muitos deram testemunho do fato de que “jamais alguém falou como Este homem” (Jo 7:46) (SSW, 1º de janeiro de 1895). O propósito das ilustrações e da encarnação é ensinar o desconhe cido pelo conhecido – No ensino de Cristo por parábolas, é manifesto o mesmo princípio de Sua própria missão ao mundo. Para que pudéssemos familiarizar-nos com Sua vida e seu caráter divinos, tomou Cristo nossa natureza e habitou entre nós. A divindade foi revelada na humanidade; a glória invisível, na visível forma humana. Os homens podiam aprender do desconhecido pelo conhecido; coisas celestiais foram reveladas pelas terrenas; Deus Se revelou na semelhança do homem. Assim era nos ensinos de Cristo: o desconhecido era ilustrado pelo conhecido; verdades divinas por coisas terrenas, com as quais o povo estava mais familiarizado (PJ, p. 17).
O POSITIVO E O NEGATIVO Os pastores devem incentivar o obediente e repreender o desobediente – Quem dera cada ministro compreendesse quão sagrado é seu ofício e santa sua obra, e mostrasse a mesma coragem que manifestou Elias! Como mensageiros designados por Deus, os ministros ocupam cargos de tremenda responsabilidade. Eles devem corrigir, repreender e exortar com toda longanimidade. Devem trabalhar no lugar de Cristo como mordomos dos mistérios do Céu, incentivando os obedientes e repreendendo os desobedientes (RH, 11 de setembro de 1913). O NEGATIVO O pregador adventista não deve deixar de pregar sobre a culpa, o erro e o pecado como parte da mensagem a Laodiceia – Os pastores
A pregação | 197 que pregam a verdade presente não devem negligenciar a solene mensagem dirigida aos laodiceanos. O testemunho da Testemunha Verdadeira não é uma suave mensagem. O Senhor não lhes diz: “Vocês estão mais ou menos bem; vocês têm sofrido castigos e reprovações que nunca mereceram; vocês têm sido desnecessariamente desencorajados pela severidade; vocês não são culpados de erros e pecados pelos quais têm sido reprovados” (TS1, p. 332). Não escolha temas que agradam às pessoas e não ofendem ninguém – Alguns ministros escolhem para seus sermões temas que agradam às pessoas e não ofendem a ninguém. Isso é negar a cruz de Cristo. Você vê um homem egoísta; outro controlado pelo orgulho ou paixão; outro roubando a Deus nos dízimos e ofertas, e outro duvidando e descrendo. Não deixe que esses enganados permaneçam cegos pelo inimigo quanto à sua condição espiritual. Para cada um deles há uma mensagem especial na Palavra de Deus. Ore pedindo sabedoria para poder apresentar as instruções da Palavra sagrada, de tal maneira que todos possam ver suas deficiências de caráter, e o que se espera deles a fim de que se submetam ao verdadeiro padrão. Ganhe sua confiança e apreço. Faça com que vejam a verdade como é em Jesus para habitar em seu coração; pois não há outro poder que possa manter firme a alma (RH, 17 de junho de 1884).
O POSITIVO Mostremos que temos uma esperança viva – Fui dirigida pelo Espírito de Deus para as muitas palavras de ânimo que nos foram dadas nos Salmos. Se mais ministros nossos sentissem anseio de alma por Deus, Seu povo se apegaria a essas palavras de estímulo, e agradecimento e lou vor brotariam de seus lábios. Ânimo e esperança viriam a muitas pessoas que agora estão tristes e desanimadas. Se nosso povo descobrisse as possibilidades que existem ao terem mais fé e orarem mais, haveria uma decisiva mudança em nossas igrejas. Os que agora estão deprimidos e preocupados seriam erguidos de seu desânimo e se alegrariam no Senhor. Irmãos e irmãs, mostremos que temos uma esperança viva, e que nosso serviço é um serviço vivo (AUCR, 29 de abril de 1907). Suplique pelo calor do amor de Cristo – Os pastores frequentemente fazem as vezes de críticos, mostrando sua aptidão e agudeza na controvérsia. Sábado após sábado se passa, e raramente se faz, no coração
1 9 6
198
| Ministério Pastoral
e na mente dos ouvintes uma impressão da graça de Cristo. Assim vem o ministério a ser considerado como sem importância. Todo o Céu está trabalhando para a salvação dos pecadores; e, quando o mais pobre da família humana vai, arrependido, a seu Pai, como fez o filho pródigo, há alegria entre a multidão celeste. Há calor, cortesia e amor no Céu. Vão os pastores diante de Deus em oração, confessando seus pecados, e, com toda a simplicidade de uma criancinha, peçam as bênçãos de que necessitam. Supliquem-Lhe que lhes dê o calor do amor de Cristo, e introduzam esse amor nos seus sermões; e não deixem que ninguém tenha pretexto para sair e dizer que as doutrinas em que creem lhes incapacitam para expressar compaixão para com a humanidade sofredora – que vocês têm uma religião sem amor (TM, p. 153, 154).
A CONVICÇÃO As mensagens de Cristo penetravam a consciência e revelavam os mais íntimos pensamentos – Quando Cristo pregava, Sua mensagem era como uma espada afiada de dois gumes, penetrando a consciência dos homens e revelando-lhes os mais íntimos pensamentos. Seus fiéis mensageiros terão de fazer a obra feita por Cristo. Devem pregar a Palavra em simplicidade, pureza, e na mais estrita integridade. Os que trabalham na palavra ou doutrina devem ser fiéis a seu encargo. Devem cuidar das pessoas como quem por elas tem de dar contas. Nunca devem revestir um “Assim diz o Senhor” de atraentes palavras de sabedoria humana. Destroem assim sua energia vital, tornando-o fraco e destituído de poder, de modo que ele deixa de convencer do pecado. Toda palavra proferida sob a direção do Espírito Santo será cheia da mais profunda solicitude pela salvação de almas (ME2, p. 159).
7 9 1
OS SENTIMENTOS A pregação deve alcançar o coração e a mente – A pregação da Palavra deve apelar para a inteligência e transmitir conhecimento, mas deve fazer mais que isso. A palavra do pastor, para ser eficaz, tem de atingir o coração dos ouvintes (OE, p. 152). A verdade apresentada de maneira negligente não pode converter. Pregadores sonolentos pregam a um povo adormecido – Nunca
A pregação | 199 poderão converter as pessoas apresentando a verdade de maneira negligente, repetindo meramente a teoria sem serem movidos por ela. Mesmo que vivessem tanto quanto Noé, seus esforços seriam em vão. Seu amor pelos seres humanos precisa ser intenso, e seu zelo, fervoroso. Um modo apático e descuidado de apresentar a verdade nunca despertará homens e mulheres de sua apatia mortal. Por seus atos, maneiras e palavras, por sua pregação e suas orações, precisam mostrar que creem que Jesus está às portas. Homens e mulheres estão nas últimas horas de graça e, no entanto, são descuidados e imprudentes, e os pastores não têm poder para despertá-los – eles próprios dormem. Pregadores sonolentos pregando a um povo adormecido! (T2, p. 337).
AS DECISÕES Muitas vezes a pregação não inclui apelos diretos – Ninguém pode dizer o que se perde por tentar pregar sem a unção do Espírito Santo. Há, em todas as congregações, pessoas que se acham hesitantes, quase decididas a se colocar inteiramente do lado de Deus. Decisões estão sendo tomadas. Muitas vezes, porém, o pastor não possui o espírito e o poder da mensagem, e não se faz nenhum apelo direto aos que estão oscilando na balança (OE, p. 151). Obtenha decisões combinando a teoria da verdade com o amor redentor de Cristo – Alguns pastores erram em tornar seus sermões completamente argumentativos. Há pessoas que escutam a teoria da verdade, e são impressionadas com as provas apresentadas; então, se Cristo é apresentado como Salvador do mundo, a semente lançada pode brotar e dar frutos para a glória de Deus. Mas, frequentemente, a cruz do Calvário não é apresentada diante do povo. Alguns talvez estejam escutando o último sermão que lhes será dado ouvir; e, perdida a preciosa oportunidade, está perdida para sempre. Se, juntamente com a teoria da verdade, Cristo e Seu amor redentor houvessem sido proclamados, esses poderiam ter sido atraídos para o Seu lado (OE, p. 158). A ORATÓRIA AS PALAVRAS Em linguagem simples, com tocante veemência, apresente a verdade como é em Jesus – Os pastores devem ter uma estratégia mais clara
0 0
200
8 9 1
| Ministério Pastoral
e simples na apresentação da verdade tal como é em Jesus. [...] Os que negligenciam essa parte da obra devem converter-se antes de se aventurarem a fazer um sermão. Aqueles cujo coração se encontra cheio do amor de Jesus, das preciosas verdades de Sua Palavra, serão capazes de tirar do tesouro de Deus coisas novas e velhas. Não terão tempo para narrar anedotas; não se fatigarão para tornar-se oradores, ascendendo a alturas a que não podem levar com eles o povo; mas em linguagem simples, com tocante veemência, apresentarão a verdade como é em Jesus (ME1, p. 157). As palavras do ministro devem ser selecionadas, e sua mensagem, eficaz – A conduta do pastor no púlpito deve ser ponderada, não descuidada. Ele não deve ser negligente com respeito à sua atitude. Deve adotar ordem e possuir refinamento no mais alto sentido. Deus requer isso daqueles que aceitam esse trabalho de tão grande responsabilidade, como receber as palavras de Sua boca e transmiti-las ao povo, advertindo e reprovando, corrigindo e confortando, conforme o caso exija. Os representantes de Deus na Terra devem estar em comunhão diária com Ele. Suas palavras devem ser selecionadas e sua pregação consistente. Palavras acidentais usadas pelos pastores que não pregam o evangelho em sinceridade devem ser para sempre descartadas (T2, p. 706, 707).
A ORATÓRIA OS GESTOS No púlpito, não assuma atitudes e expressões planejadas para causar efeito – Vejo que deve ocorrer no ministério grande reforma antes que ele seja aquilo que Deus quer que seja. Os pastores no púlpito não têm permissão de comportar-se como atores de teatro, assumindo atitudes e expressões premeditadas para impressionar. Eles não ocupam o púlpito sagrado como atores, mas como mestres de verdades solenes. Há também pastores fanáticos que, tentando pregar de Cristo, atacam, gritam, saltam para cima e para baixo, esmurram o púlpito, como se esse exercício corporal servisse para alguma coisa. Essas palhaçadas não dão força alguma às verdades proferidas, antes, pelo contrário, desagradam as pessoas de mente esclarecida e visão elevada. É dever dos que se entregam ao ministério deixar toda rudeza e toda conduta tempestuosa, pelo menos no púlpito (Ev, p. 640). Refine sua compostura no púlpito – Requer-se que o homem de Deus, o ministro de Cristo, “seja apto e plenamente preparado para toda
A pregação | 201 boa obra” (2Tm 3:17). Um pastor cheio de pompa, que se acha muito importante, não é necessário nesta boa obra. É necessário, porém, compostura no púlpito. Um ministro do evangelho não deve ser descuidado com sua atitude. Se é representante de Cristo, seu comportamento, sua atitude e seus gestos devem ser de tal caráter que não firam os espectadores. Os pastores devem possuir refinamento. Devem descartar todas as maneiras, gestos e atitudes descorteses, promovendo a humilde dignidade da posição (T1, p. 648, 649).
A ORATÓRIA A VOZ E A DICÇÃO O esforço e tom antinaturais da voz cansam tanto o pregador quanto os ouvintes – Em suas atividades religiosas, muitos cometem um erro ao orar e pregar extensamente, elevando a voz, em esforço e tom fora do normal. O pastor fica cansado inutilmente e, na realidade, incomoda o público com atividades religiosas pesadas e fatigantes, que são totalmente desnecessárias. Os pastores devem falar de maneira a alcançar e impressionar o povo. Os ensinos de Cristo eram impressionantes e solenes, e Sua voz, melodiosa. E não deveríamos nós, assim como Cristo, estudar como ter melodia em nossa voz? (T2, p. 617). Conserve sua utilidade seguindo as regras do uso correto da voz – Alguns de nossos mais talentosos pastores estão causando grande dano a si mesmos por sua maneira defeituosa de falar. Ao passo que ensinam ao povo seu dever de obedecer à lei moral de Deus, não devem violar as leis do Senhor com respeito à saúde e à vida. Os pastores devem manter-se eretos, falar devagar, com firmeza e distintamente, inspirando o ar de forma profunda a cada frase, e emitindo as palavras com o auxílio dos músculos abdominais. Se observarem essa regra simples, seguindo as leis da saúde em outros sentidos, poderão conservar a vida e a utilidade por muito mais tempo do que podem fazer os homens em qualquer outra profissão. O peito se expande, e [...] o orador raramente fica rouco, mesmo falando de forma constante (OE, p. 90). Treine sua voz de tal maneira que ela possa ser usada em toda a sua capacidade – Os que trabalham na palavra e na doutrina devem se esforçar para aperfeiçoar o uso da linguagem. A voz tem grande poder, mas muitos não a treinam de modo que ela possa ser usada em toda a sua capacidade. Jesus é nosso exemplo. Sua voz era melodiosa, e nunca se
1 9 9
202
| Ministério Pastoral
elevava em tons agudos ou forçados enquanto falava ao povo. Ele não falava tão rápido a ponto de Suas palavras se congestionarem umas sobre as outras, dificultando sua compreensão por parte do povo. Pronunciava distintamente cada palavra, e os que ouviam Sua voz davam testemunho de que “jamais alguém falou como este Homem” (Jo 7:46) (RH, 5 de março de 1895).
0 0 2
1 0 2
A ORATÓRIA A DURAÇÃO DO SERMÃO Não dê ao povo mais do que ele pode reter – Que a mensagem para este tempo não seja apresentada em discursos longos e elaborados, mas em palestras breves e incisivas, isto é, que vão diretamente ao ponto. Sermões prolongados fatigam a resistência do orador e a paciência dos ouvintes. Se o pregador é daqueles que sentem a importância de sua mensagem, precisa ser especialmente cuidadoso para que não sobrecarregue suas energias físicas, e dê ao povo mais do que este pode reter (OE, p. 167, 168). Quando o sermão é longo demais, a última parte compromete a anterior – Falem pouco. Seus discursos geralmente têm o dobro do que deviam ter. É possível lidar com uma boa coisa de tal maneira que ela perca seu sabor. Quando um discurso é longo demais, a última parte da pregação diminui a força da que a precedeu e o interesse por ela. Não divaguem, mas vão diretamente ao ponto (TM, p. 311). O que é apresentado na primeira hora tem muito mais valor se o sermão for concluído ali – Aqueles que vão ser porta-vozes de Deus devem saber se seus lábios foram tocados pela brasa viva do altar, e apresentar a verdade numa demonstração do poder do Espírito. No entanto, discursos compridos são exaustivos para o orador e cansativos para os ouvintes, que têm de ficar sentados por longo tempo. A metade do conteúdo apresentado seria de maior benefício para o ouvinte do que a grande quantidade emitida pelo orador. O que é apresentado na primeira hora tem muito mais valor se o sermão for concluído ali, do que as palavras que são proferidas na meia hora adicional. Há um esquecimento do tópico já apresentado (TM, p. 256).
0 0
34
Casamento
Anjos assistiram a primeira cerimônia de casamento – Com frequência, tenho lido as seguintes palavras: “Casamento é loteria.” Alguns agem como se cressem nessa declaração, e sua vida conjugal testifica de que é uma realidade para eles. Mas o verdadeiro matrimônio não é loteria. Foi instituído no Éden. Após a criação de Adão, o Senhor disse: “Não é bom que o homem esteja só; far-lhe-ei uma auxiliadora que lhe seja idônea [adequada]” (Gn 2:18). Quando o Senhor apresentou Eva a Adão, anjos de Deus foram testemunhas da cerimônia. Mas há poucos casais que estão completamente unidos quando a cerimônia matrimonial é realizada. As palavras formais faladas aos dois que tomam o voto matrimonial não os tornam uma unidade. Em sua vida futura, se consumará a união dos dois no vínculo matrimonial. Poderá ser uma união feliz, se cada um deles der ao outro um amor profundo e verdadeiro (MR10, p. 184). Jesus apreciava a alegria pura que reinava numa cerimônia matri monial – Com Sua presença, Jesus honrou a cerimônia matrimonial. O interesse ativo que manifestou nessa ocasião demonstrou que Ele não veio nublar a felicidade da família e dos convidados. Jesus apreciava a alegria pura que reinava nessa ocasião. Com Sua presença, demonstrou estar em harmonia com a bendita instituição do matrimônio. E aprovou toda cerimônia que é pura, atraente e de boa fama (MR10, p. 206). Cristo começou Seu ministério num casamento para mostrar Seu desejo de contribuir para a felicidade humana – Jesus não começou Seu ministério com alguma grande obra diante do Sinédrio em Jerusalém. Numa reunião familiar, em uma pequena vila galileia, foi manifestado Seu poder para aumentar a alegria das bodas. Assim mostrou Sua empatia para com os seres humanos, e o desejo de lhes proporcionar felicidade. Tentado, no deserto, Ele próprio havia bebido o cálice da
204
2 0 2
3 0 2
| Ministério Pastoral
aflição. Tinha saído dali para oferecer às pessoas o cálice da graça, mediante Sua bênção que santificaria os relacionamentos da vida humana (DTN, p. 144). A Sra. White participou de um casamento em sua própria casa – Cerca de onze horas de terça-feira, nossa grande sala de jantar foi preparada para o casamento. O irmão B oficiou a cerimônia, e esta decorreu satisfatoriamente. O irmão Hickox solicitou que a irmã White fizesse a oração após a cerimônia. O Senhor me deu especial liberdade. Meu coração estava tocado e subjugado pelo Espírito de Deus. Não houve nessa ocasião gracejos levianos ou expressões tolas. Tudo foi solene e sagrado em relação a esse casamento. Foi tudo de caráter elevado e profundamente impressionante (LA, p. 101). Em observações feitas num casamento, Ellen White destacou a importância da união – E agora posso nesta oportunidade tomar pela mão este nosso irmão; [...] e tomamos pela mão a você, sua esposa, e apelamos para que levem unidos a obra de Deus. Eu diria: Façam de Deus seu conselheiro. Unam-se, mantenham-se unidos (LA, p. 102). A cerimônia matrimonial é um serviço sagrado, não uma ocasião de alegria insana – Sempre me tem parecido impróprio ver a cerimônia de casamento associada com risos descontrolados, algazarra e um pretexto para coisas desse tipo. Não! O casamento é uma ordenança de Deus, e deve ser visto com a maior solenidade. A relação familiar formada aqui deve dar uma demonstração do que será a família no Céu. A glória de Deus deve ser sempre a primeira preocupação (LA, p. 101). Os casamentos devem ser realizados sem ostentação e extravagância – Cerimônias de casamento são usadas como ocasião de exibicionismo, extravagância e condescendência. Mas, se os noivos estão de acordo na crença e prática religiosa, sendo tudo coerente, e a cerimônia é conduzida sem ostentação e extravagância, o casamento não precisa desagradar a Deus (LA, p. 100).
O cuidado pastoral
35
Inclusão de novos membros
Pastores que despertam interesse, mas deixam a obra sem terminar, podem ser deixados de lado – Os pastores devem ensinar que todos os que aceitam a verdade devem produzir frutos para a glória de Deus. Precisam ensinar que o autossacrifício deve ser praticado diariamente; que muitas coisas que foram cultivadas devem ser abandonadas; e que muitos deveres, por mais desagradáveis que pareçam, precisam ser cumpridos. Interesses comerciais, afeições sociais, comodidade, honra, reputação, em suma: tudo deve ser posto em sujeição às superiores e sempre supremas reivindicações de Cristo. Pastores que não são homens consagrados, que despertam interesse entre o povo, mas largam a obra inacabada, deixam um campo dificílimo para outros darem sequência e concluírem o trabalho que eles deixaram de completar. Esses homens serão provados, e, se não fizerem sua obra mais fielmente, serão, após uma prova adicional, postos à margem como inúteis ocupantes do terreno, vigias infiéis (T4, p. 317). Dê aos novos membros alguma coisa a fazer – Os que se acham mais ativamente empenhados em fazer, com interessada fidelidade, sua obra de conduzir pessoas para Jesus Cristo são os mais desenvolvidos em espiritualidade e devoção. Seu trabalho ativo proporcionou os meios à sua espiritualidade. Há risco de a religião perder em profundidade o que adquire em amplitude. Não é necessário que seja assim, se, em vez de longos sermões, for ministrada sábia instrução aos recém-convertidos à fé. Ensinem dando-lhes alguma coisa a fazer em qualquer ramo de serviço espiritual, para que seu primeiro amor não se acabe, mas aumente em fer vor. Façam-nos sentir que não devem ser carregados nem apoiar-se na
2 0 5
206
| Ministério Pastoral
igreja; mas devem ter raízes em si mesmos. Eles podem, segundo suas várias aptidões, ser úteis à igreja em muitos sentidos, ajudando-a a aproximar-se mais de Deus, e trabalhando de vários modos para atuar junto às pessoas de fora, o que será um meio de atuar beneficamente pela igreja (Ev, p. 356, 357).
6 0 2
FIRMANDO OS MEMBROS NA DOUTRINA Dê estudos bíblicos aos novos conversos para firmá-los plena mente na verdade – Guiem a mente para Aquele que orienta e dirige todas as coisas. Cristo será, para as pessoas recém-convertidas, o maná e o orvalho espiritual. Não existe nEle treva alguma. À medida que os homens de discernimento espiritual realizem estudos bíblicos com essas pessoas, dizendo-lhes como entregar-se ao poder do Espírito Santo, para que este jam plena e firmemente estabelecidos na verdade, será revelado o poder de Deus (Ev, p. 284). Realize reuniões especiais com os novos membros – Os batizandos adultos devem compreender melhor do que os de menor idade seus deveres, mas o pastor da igreja tem obrigações em relação a eles. Talvez cultivem maus hábitos e práticas; por isso, cabe ao pastor realizar com eles reuniões especiais. Deve-se estudar com eles a Bíblia, falar e orar com eles, mostrandolhes claramente o que o Senhor deles requer. Apresente a eles o que diz a Bíblia com respeito à conversão. Mostre-lhes o que seja o fruto da conversão, a prova de que amam a Deus. Explique-lhes que a legítima conversão se manifesta em mudança do coração, dos pensamentos e das intenções, pela renúncia de maus costumes, fofocas, inveja e desobediência. Uma luta tem de ser travada contra cada mau traço de caráter; e, então, o cristão poderá se valer da promessa: “Peçam, e lhes será dado” (Mt 7:7) (T6, p. 95). Ensine os novos conversos a estudar as Escrituras – Deve-se gra var em todo recém-convertido a verdade de que todo conhecimento permanente só se pode obter mediante dedicado esforço e estudo perse verante. Em geral, os que se convertem à verdade que pregamos não foram anteriormente dedicados estudantes das Escrituras; pois, nas igre jas populares, há pouco estudo real da Palavra de Deus. O povo espera que os pastores examinem as Escrituras em seu lugar, e expliquem o que elas ensinam (Ev, p. 367).
Inclusão de novos membros | 207 A leitura enraíza as pessoas na verdade – Ainda que o pastor apresente fielmente a mensagem, o povo não é capaz de retê-la totalmente. Por isso, a página impressa é essencial, não somente para despertar nas pessoas o reconhecimento da importância da verdade para este tempo, mas também para enraizá-las e firmá-las na verdade e protegê-las contra o erro. As revistas e os livros são o meio de o Senhor manter a mensagem para este tempo continuamente diante do povo. As publicações farão muito maior obra iluminando e confirmando pessoas na verdade do que a que pode ser realizada pelo ministério apenas da palavra (T6, p. 315, 316). Quatro áreas de instrução negligenciadas – Os ministros frequentemente negligenciam estes importantes ramos da obra: reforma de saúde, dons espirituais, doação sistemática e as grandes áreas do trabalho missionário. Como resultado de seus esforços, muita gente pode aceitar a teoria da verdade, mas o tempo revela que há muitos que não suportam as provações de Deus. O ministro erigiu sobre um fundamento de palha, madeira, e restolho, o qual será consumido pelo fogo da tentação. Alguns provaram ser ouro, prata e pedras preciosas; estes, por princípio, serão fiéis à verdade. Mas, se o instrutor da verdade tivesse guiado esses conversos como deveria ter feito, apresentando-lhes a obrigação que repousa sobre eles, muitos dos que posteriormente se desgarraram da verdade poderiam ter sido salvos. Outro ministro se segue ao primeiro, e, no temor de Deus, apresenta os deveres práticos, as reivindicações de Deus sobre Seu povo. Alguns se retiram dizendo: “Nosso pastor, que nos trouxe a verdade, não nos disse essas coisas. Fomos enganados. Essas coisas nos foram ocultadas.” E se ofendem por causa da Palavra. Alguns não aceitam o sistema de dízimos; rejeitam a doação sistemática, se ofendem, se afastam e não andam mais com os que creem e amam a verdade. Quando o campo missionário de distribuição de folhetos se abre diante deles, convidando-os a trabalhar, respondem: “Isso não nos foi ensinado”, e hesitam em envolver-se no trabalho. Quão melhor seria para a causa, se o mensageiro da verdade tivesse educado de forma fiel e completa esses conversos no que se refere a todos esses assuntos essenciais, mesmo que fosse menor o número dos que foram acrescentados à igreja por meio de seus esforços (RH, 12 de dezembro de 1878).
2 0 7
208
8 0 2
| Ministério Pastoral
OS NOVOS CONVERSOS IMITAM O PASTOR Quando os pastores andam com Deus, seus conversos participam de seu espírito – Os conversos raramente se elevam imediatamente em espiritualidade acima de seus mestres. É muito importante, então, que esses mestres ponham habitualmente sua confiança em Deus e busquem as manifestações do Seu divino poder sobre seus trabalhos, para que sejam humildes, de mente espiritual, e estejam em constante comunhão com o Céu. Então aqueles que foram convertidos por seus esforços participarão de seu espírito e imitarão suas qualidades (RH, 8 de agosto de 1878). Os conversos podem colocar suas afeições mais em seu pastor do que em seu Redentor – O fato de um pastor ser aplaudido e elogiado não é prova de haver falado sob a influência do Espírito. É muito frequente que jovens conversos, a menos que tomem cuidado, coloquem suas afeições mais em seu pastor do que no próprio Redentor. Acham que têm sido grandemente beneficiados pelos trabalhos do pastor. Em sua concepção, ele possui os mais exaltados dons e virtudes, e nenhum outro pode fazer tão bem como ele faz. Assim, dão exagerada importância ao homem e a seus esforços. Isso é uma confiança que os faz idolatrar o homem, olhando mais para ele do que para Deus, e, assim fazendo, não agradam a Deus nem crescem na graça. Causam grande dano ao pastor, especialmente se ele é jovem e está em desenvolvimento para tornar-se um obreiro evangélico promissor (Ev, p. 330).
36
Disciplina eclesiástica
A NECESSIDADE DE DISCIPLINA Pastores que têm pouca coragem para reprovar o erro são responsáveis pelos males resultantes – Aqueles que têm muito pouca coragem para reprovar o mal, ou que, pela indolência ou falta de interesse, não fazem um esforço intenso para purificar a família ou a igreja de Deus, são responsáveis pelos males que possam resultar de sua negligência ao dever. Somos precisamente tão responsáveis pelos males que poderíamos ter impedido nos outros pelo exercício da autoridade paterna ou pastoral, como se esses atos tivessem sido nossos (PP, p. 578). Sempre existirá um espírito que se levantará contra a repreensão – Sempre haverá um espírito que se levantará contra a repreensão de pecados e erros. Mas a voz da repreensão não deve se calar por causa disso. Aqueles que Deus separou como ministros de justiça têm a solene responsabilidade de reprovar os pecados do povo. Paulo ordenou a Tito: “Exorta e repreende também com toda a autoridade. Ninguém te despreze” (Tt 2:15). Sempre haverá quem despreze aquele que ousa reprovar o pecado. Mas a repreensão precisa ser dada quando for necessário. Paulo ordena que Tito repreenda severamente determinada classe, para que sejam firmados na fé. E como se deve fazer a repreensão? Deixe que o apóstolo responda: “Com toda a longanimidade e doutrina” (2Tm 4:2). Deve-se mostrar ao que está em erro que sua conduta não se acha em harmonia com a Palavra de Deus. Mas os erros do povo de Deus nunca devem ser passados por alto. Aqueles que fielmente desempenham suas desagradáveis tarefas sob o senso de sua responsabilidade diante de Deus receberão sua bênção (ST, 16 de setembro de 1880). Os que deixam de repreender não devem ser exaltados – Exaltar um pastor como perfeito só porque não desagradou ninguém, deixando de reprovar os erros, é não apenas uma armadilha para o ministro, mas
2 0 9
210
0 1 2
| Ministério Pastoral
também um desastre para o povo. Aquele que não fere a satisfação espiritual das pessoas é quase endeusado por elas, ao passo que um devoto, fiel servo de Deus, que expõe claramente os erros dos membros da igreja, é tido como imperfeito, porque ele não vê o que eles supõem ser seus méritos pessoais. Ele reprova os erros que realmente existem, e isso é considerado uma indignidade, e sua autoridade e instrução são postas de lado e pisoteadas pelos homens. Esses extremos no modo como as pessoas consideram os ministros são encontrados nos professos filhos de Deus; e quem agora examinará seus corações, e colocará essas coisas em ordem, de forma bondosa, fervorosa e fiel? (RH, 25 de julho de 1893). As deficiências de caráter dos membros devem preocupar os pas tores – Temos apresentado aqui diante de nós a obra daquele que irá abrir as Escrituras aos outros. É uma obra extremamente solene, e todos os que se envolvem nela devem ser homens de oração. Não é suficiente para o ministro erguer-se no púlpito e fazer uma exposição das Escrituras. Sua obra apenas começou. Há trabalho pastoral a ser feito, e isso significa repreender e exortar com toda longanimidade e doutrina; ou seja, ele deve apresentar a Palavra de Deus para mostrar onde existe deficiência. Se há alguma coisa no caráter dos professos seguidores de Cristo, essa preocupação deve pesar sobre os ombros do ministro, e não para ele subjugar os herdeiros de Deus. Lidar com mentes humanas é o trabalho mais delicado já confiado ao homem (SAT1, p. 61). Deus não reconhecerá como Seus pastores aqueles que falam palavras suaves – Neste tempo terrível, justamente antes de Cristo vir pela segunda vez, os fiéis pregadores de Deus terão de dar um testemunho mais direto que o de João Batista. Um trabalho de alta responsabilidade se encontra diante deles, e Deus não reconhecerá como Seus pastores aqueles que falam palavras suaves. Um terrível “ai” repousa sobre eles (T1, p. 321). A disciplina eclesiástica é uma parte desagradável, mas necessária do ministério – Paulo recomendou a Timóteo: “Prega a Palavra”, mas ainda havia mais uma parte a ser realizada: “corrige, repreende, exorta com toda a longanimidade e doutrina” (2Tm 4:2). Essa obra não pode ser negligenciada sem risco. Os ministros devem insistir quer sejam oportunos, quer não, cuidando das pessoas como quem terá de prestar contas. Devem ter muito cuidado. Vigiem todas as coisas, estejam atentos aos enganos de Satanás para que não sejam seduzidos a deixar de lado a parte desagradável do trabalho. As dificuldades não devem intimidá-los ou desanimá-los.
Disciplina eclesiástica | 211 Com mente bem equilibrada e caráter bem fundamentado, enfrentem as dificuldades, e, ao superá-las, obterão uma rica experiência (RH, 28 de setembro de 1897). Embora não seja compatível com as inclinações naturais do pastor, ele deve advertir, repreender o pecado e corrigir os erros – O pastor terá muitas palavras diretas e francas para dirigir-se àqueles que necessitam delas; pois, quando Deus encarrega o homem de fazer Sua obra, lhe dá a responsabilidade de cuidar das pessoas como quem terá de prestar contas. Sempre que necessário, deve-se dar advertências, repreender o pecado, e corrigir erros e males, não apenas do púlpito, mas também através de trabalho pessoal. Essa é uma obra divina, e, embora não seja compatível com suas inclinações naturais, o pastor deve proclamar sem rodeios a verdade, que fará tinir os ouvidos dos que a ouvirem, pois deve apresentar aos que são amantes mais dos prazeres do que de Deus os perigos e riscos que estão ao seu redor e a condenação que aguarda os impenitentes. Como essa mensagem não é agradável às suas inclinações, ou bem recebida por aqueles que precisam ser advertidos, o ministro é solenemente exortado a ser fiel em sua declaração (RH, 6 de setembro de 1892). Os pastores causam grande dano ao permitir que sua tolerância pelo que erra se transforme em tolerância pelos pecados – Às vezes, os ministros do evangelho causam grande dano permitindo que sua tolerância pelo que erra se transforme em tolerância pelos pecados, e até mesmo em sua participação neles. Assim são levados a desculpar e passar por alto o que Deus condena; e, depois de certo tempo, tornam-se tão cegos que chegam a louvar aqueles a quem Deus manda reprovar (AA, p. 504). A única salvaguarda contra esses perigos é juntar a perseverança com a devoção a Deus – reverenciar o Senhor, Seu caráter e Sua lei, e ter sempre em mente o temor a Ele. Pela comunhão com Deus, através da oração e da leitura de Sua Palavra, devemos cultivar tal senso da santidade de Seu caráter que consideremos o pecado como Ele o considera (Sketches from the Life of Paul , p. 322). Muitos pastores deixam os assuntos delicados para ser tratados por outros pastores – Muitos ministros não lidam fielmente com as pessoas com as quais entram em contato. Deixam os assuntos delicados para ser tratados por outros pastores, porque não querem correr o risco de perder a amizade daqueles pelos quais trabalham.
2 1 1
212
2 1 2
| Ministério Pastoral
Se os ministros lidassem, no momento certo, com os que erram, evitariam o acúmulo de erros e salvariam almas da morte. Se o trabalho de repreensão é negligenciado por um pastor e levado a sério por outro, os que foram repreendidos ficam com a impressão de que o ministro que não lhes apontou os erros era um bom pastor. Mas não é esse o caso; ele foi apenas um pregador, não um colaborador de Deus para eliminar o pecado. Com a mansidão de Cristo, você deve fazer o trabalho que comprove plenamente seu ministério. Deve demonstrar sincero pesar pelo pecado, mas não manifestar um zelo não santificado ao repreender o erro. Todos os seus esforços devem ser feitos com longanimidade e doutrina; e, se os resultados de seu trabalho forem pequenos, não se desanime. Essa experiência produzirá a manifestação de tolerância e paciência. Continue trabalhando, seja discreto e perspicaz, e saiba quando falar e quando guardar silêncio (RH, 28 de setembro de 1897). Os que manifestam solidariedade deturpada pelos que estão sob disciplina não os estão ajudando – Vi que alguns se tornaram muito zelosos por você, achando que não foi tratado com justiça por seus irmãos do ministério. Esses deveriam se manter de lado e ser honestos em confessar seus erros, deixando que você assuma a culpa das próprias faltas. Deus deseja que elas permaneçam até você removê-las por meio de arrependimento e confissão sincera. Esses que têm manifestado solidariedade desvirtuada por você não podem ajudá-lo. Que eles manifestem zelo, arrependendo-se das próprias apostasias e deixando-o ficar em pé por si mesmo. Você saiu totalmente do caminho, e, a menos que faça uma obra completa, confesse seus pecados sem censurar seus irmãos, e esteja disposto a ser instruído, não poderá ter nenhuma parte com o povo de Deus (T1, p. 319). Há perigo de se fazer coisas demais para resolver dificuldades – Os sinceros crentes na verdade são entristecidos, e suas provas e aflições grandemente aumentadas pelos elementos que entre eles os aborrecem, desalentam e desanimam em seus esforços. Mas o Senhor ensinava a Seus servos uma lição de grande cuidado em todos os seus passos. “Deixem que cresçam juntos” (Mt 13:30). Não arranquem à força o joio para que, ao tirá-lo, não aconteça que as plantas boas sejam arrancadas também. Tanto os pastores quanto os membros da igreja devem ser muito cautelosos, para que não nutram zelo sem entendimento. Há perigo de se fazer na igreja coisas demais para sanar dificuldades que, se deixadas em paz, são
Disciplina eclesiástica | 213 resolvidas, muitas vezes, por si mesmas. É um método ruim, em qualquer igreja, tratar os assuntos prematuramente. Temos que exercer o maior cuidado, paciência e domínio sobre nós mesmos, para suportar essas coisas, e não agir por impulso para colocá-las em ordem (T3, p. 113, 114).
A ATITUDE NA DISCIPLINA Jesus manifestou amor e ternura para com os que erram – Penso na busca do pastor pela ovelha perdida, e [na história] do filho pródigo. Desejo que essas parábolas exerçam influência sobre meu coração e sobre minha mente. Penso em Jesus – que amor e ternura Ele manifestou pelo ser humano errante e caído; e então penso no juízo severo que alguém pronuncia sobre seu irmão que caiu em tentação, e meu coração adoece. Vejo corações de ferro, e acho que devemos orar pedindo corações de carne. Quanto anseio que Jesus venha! Quanto anseio que Ele ponha as coisas em ordem! “Vem, Senhor Jesus, e vem logo” é minha oração (MR16, p. 339). Não prejudique a autoestima de quem erra – Precisamos aprender uma lição de bondade e misericórdia da vida de abnegação do Pai. Precisamos estudar como mostrar nossa compaixão e nosso amor para com os outros. Assim como recebemos esse dom inestimável, também devemos reparti-lo. Devemos aprender como administrar com amor e bondade, e não com severidade e censura. Quando uma pessoa reconhece seu erro, não a trate de maneira que lhe tire a autoestima. Não procure machucar, mas enfaixar e curar. Você pode ver os erros de um irmão. Mas pode ser que ele não seja capaz de discernir seu mau procedimento; e lhe pode ser difícil saber como agir. Mas nunca siga uma conduta que lhe dê a impressão de que você se considera superior. Você pode pensar que seus sentimentos, ideais e organização sejam superiores aos dele, mas não procure tornar isso óbvio, pois tal atitude está totalmente em desacordo com a verdadeira distinção e nobreza de caráter. Não estamos aqui para ferir a alma dos que erram, mas para ir a eles com humildade e oração. Quando o ministro do evangelho, com o coração subjugado pelo amor e pela graça de Cristo, entra em contato com as mentes humanas, pode revelar suas qualidades superiores, não destruindo a esperança e a coragem, mas inspirando fé no descrente, erguendo as mãos cansadas e fortalecendo os joelhos fracos (RH, 21 de novembro de 1899).
2 1 3
214
4 1 2
| Ministério Pastoral
O bom pastor se achega à ovelha perdida, não com voz ríspida, mas com um tom suave e persuasivo – A vida do pastor é cheia de perigos. Se for um pastor íntegro, não procurará sua própria comodidade, mas buscará a ovelha perdida em meio à tempestade e à tormenta. Talvez a encontre na fenda de uma rocha, sem poder sair. Ela é assaltada por temores a cada passo. O bom pastor não se aproxima com voz ríspida, xingando a pobre ovelha amedrontada, mas fala com ela de modo compassivo, em tom suave e persuasivo, de modo que, ao ouvir-lhe a voz, ela o seguirá, a menos que esteja presa nas rochas ou embaraçada num espinheiro. Nesse caso, a única maneira pela qual o pastor poderá encontrar a ovelha é seguindo o balido de aflição que a extraviada envia em resposta ao seu chamado. E, quando o bom pastor encontra a perdida, ele a coloca sobre o ombro e a leva de volta ao redil, alegrando-se a cada passo (YI, 28 de abril de 1886).
37
Aconselhamento
Os conselheiros precisam da mente de Cristo – Especialmente aqueles que aceitam cargos de diretores ou conselheiros devem sentir que se requer deles que sejam, em todos os aspectos, cristãos bem educados. Ao tratar com os outros, devemos ser fiéis e não agir com grosseria. As pessoas com as quais temos que lidar são propriedade adquirida pelo Senhor, e não devemos permitir que nenhuma palavra precipitada e arrogante saia de nossos lábios. Irmãos, tratem os homens como homens, não como empregados, mandados de uma parte para a outra como vocês bem quiserem. Aquele que é transigente com o espírito áspero e altivo melhor seria que se tornasse um guardador de ovelhas, como Moisés, e assim aprendesse o que significa ser um verdadeiro pastor. Moisés alcançou no Egito a experiência de poderoso estadista e de líder dos exércitos; mas não aprendeu ali as lições essenciais à verdadeira grandeza. Ele necessitava de experiência em deveres mais humildes para se tornar um cuidador, sendo sensível para com todos os seres. Ao pastorear os rebanhos de Jetro, sua atenção foi atraída às ovelhas e aos cordeirinhos, e aprendeu a guardar essas criaturas de Deus com o mais afetuoso cuidado. Embora a voz deles nunca pudesse se queixar de maus tratos, mesmo assim a atitude deles muito poderia demonstrar. Deus cuida de todas as criaturas que Ele fez. Ao trabalhar para Deus nessa humilde posição social, Moisés aprendeu a ser para Israel um cuidadoso pastor (TM, p. 262, 263). O pastor precisa entender uma infinita variedade de temperamen tos – Como o médico trata de doenças físicas, assim o pastor ministra à alma doente por causa do pecado. E sua obra é tanto mais importante do que a do médico, quanto a vida eterna é de maior valor que a existência temporal. O pastor se depara com uma infinita variedade de temperamentos, e é seu dever conhecer os membros das famílias que ouvem seus ensinos, a fim de determinar que meios melhor os influenciarão no rumo certo (OE, p. 338).
2 1 5
216
6 1 2
| Ministério Pastoral
FAMÍLIA A Palavra de Deus deve ser considerada um conselheiro familiar – Os pais precisam reformar-se; pastores também precisam; necessitam de Deus em suas casas. Se desejam ver uma situação diferente, devem proporcionar a Palavra de Deus a suas famílias, e dela fazer seu conselheiro. Devem ensinar aos filhos que ela é a voz de Deus a eles dirigida e que devem obedecê-la irrestritamente. Devem, com paciência, instruir seus filhos; de forma amável e incansável, ensinar-lhes como viver de modo a agradar a Deus. Os filhos de uma casa assim estão preparados para enfrentar os sofismas da incredulidade. Aceitaram a Bíblia como a base de sua fé, e têm um fundamento que não pode ser varrido pela maré invasora do ceticismo (PP, p. 143). Não dê ouvidos a dificuldades particulares e decepções familiares de mulheres que se sentem atraídas a você – Mulheres têm sido atraídas a você, estando dispostas a desabafar aos seus ouvidos suas dificuldades particulares e frustrações familiares. Você não deve dar-lhes ouvido, mas dizer-lhes que é um simples mortal sujeito a errar; que Deus é seu auxiliador (MCP2, p. 767). Se uma mulher lhe der atenção indevida, queixando-se de que seu marido não a ama, não tente suprir essa falta – Os que ocupam o púlpito sagrado como pastores devem ser homens de reputação excelente; sua vida deve ser íntegra, superior a tudo que tenha o menor traço de impureza. Não arrisque sua reputação, aventurando-se no caminho da tentação. Se uma mulher lhe apertar a mão demoradamente, retire-a depressa, salvando-a do pecado. Se ela lhe manifestar uma afeição indevida, queixando-se de que seu marido não a ama nem se importa com ela, não tente suprir essa falta. A única maneira sábia e segura de agir em tal hipótese é não exteriorizar o sentimento de piedade. Esses casos são muito frequentes. Aponte a essas pessoas Aquele que leva nossas aflições, e é o único Conselheiro sábio e verdadeiro. Se ela tiver escolhido a Cristo como seu companheiro, Ele lhe dará graça para suportar esse abandono sem murmuração; por outro lado, ela deve fazer diligentemente tudo que lhe for possível para unir a si o marido, dedicando-lhe a mais estrita fidelidade, e demonstrando-se também disposta a tornar o lar alegre e atrativo. Se todos os seus esforços forem frustrados, deixando de ser valorizados, terá a compaixão e o apoio do Salvador. Ele a ajudará a levar a carga e a consolará nas decepções. Buscando entre os homens o que supra a falta que sente, a mulher manifesta
Aconselhamento | 217 desconfiança em Cristo, que está sempre pronto a preencher esse vazio. Com sua murmuração, peca contra Deus. Seria melhor que fizesse um exame de consciência, para ver se não há no coração algum pecado. O coração que, desse modo, busca a compaixão humana e aceita as atenções proibidas de quem quer que seja não está limpo diante de Deus (T5, p. 598).
LUTO O pastor oferece esperança significativa e especial aos enlutados – A dor não pode existir na atmosfera do Céu. No lar dos remidos, não haverá lágrimas, nenhum cortejo fúnebre, nenhuma exteriorização de luto. “E morador nenhum dirá: Enfermo estou; porque o povo que habitar [na cidade santa] será absolvido da sua iniquidade” (Is 33:24). Uma rica maré de felicidade fluirá e se aprofundará ao avançar a eternidade (T9, p. 286). Aqueles que não demonstram sua dor podem senti-la mais inten samente – [Ellen White referiu-se à morte da esposa de seu filho.] O pobre Willie está realmente desolado. Ele nunca o demonstra, e, assim sendo, sofrerá sozinho e sentirá mais intensamente. Meu coração está dolorido e triste (EGW’88, p. 678). O luto pode abater até o mais forte – [Ellen White referiu-se à morte de seu quarto filho de três meses de idade, John Herbert.] Após voltarmos do funeral, meu lar parecia vazio. Sentia-me rendida à vontade de Deus, mas desalentada e triste (T1, p. 246). O cristianismo traz uma esperança que se ergue acima de todo sofrimento – [Ellen White referiu-se à morte de seu marido.] Não me entregarei a manifestações de pesar, se o meu coração desfalecer. Sirvo a Deus, não impulsivamente, mas com inteligência. Ele espera de mim irrestrita e constante submissão. Luto exagerado é desagradável a Deus. Tomo a cruz que me foi designada e seguirei completamente ao Senhor. Não me entregarei à tristeza. Não transigirei com um doentio e melancólico estado emocional. Não me queixarei nem murmurarei da providência de Deus. Jesus é meu Salvador. Ele vive. Nunca me abandonará nem me desamparará(DD, p. 300). LIMITAÇÕES Nenhum homem deve ser mente e juízo para outros – Em vez de agir como sábio conselheiro, ele assume as prerrogativas de um governante
2 1 7
218
8 1 2
9 1 2
| Ministério Pastoral
exigente. Deus é desonrado em toda exibição de autoridade e exaltação própria dessa natureza. Ninguém que confie em sua própria força deve jamais ser mente e juízo para outro homem que Deus está usando em Sua obra (TM, p. 491). Os ministros podem aconselhar, mas busquem a sabedoria divina – Em vez de levar suas perplexidades a um irmão ou pastor, leve-as ao Senhor em oração. Não coloque o pastor no lugar de Deus. O ministro de Cristo é como qualquer outro homem. É verdade que ele tem sagradas responsabilidades, mas não é infalível. É cheio de fraquezas e necessita de graça e iluminação divinas. Necessita da unção celestial para poder realizar seu trabalho com sucesso. Aqueles que sabem orar, que sabem quais são os convites do evangelho de Cristo, desonram a Deus quando lançam suas cargas sobre homens finitos. Sempre é certo se aconselhar mutuamente. É certo conversar com os outros. É bom apresentar claramente perante os irmãos e os ministros as dificuldades que aparecem em qualquer empreendimento. Mas, não dependa do homem para encontrar sabedoria. Busque a Deus para receber a sabedoria que vem do alto. Peça a seus colegas de trabalho que orem com você, e o Senhor cumprirá Sua Palavra: “Porque, onde estiverem dois ou três reunidos em Meu nome, ali estou no meio deles” (Mt 18:20) (YI, 15 de fevereiro de 1900). Os membros não devem esperar que o pastor substitua a Cristo como seu guia e conselheiro – Muitos esperam que seus pastores lhes tragam a luz de Deus, achando ser esse um meio mais fácil do que ter o trabalho de ir ao Senhor e buscá-la por si mesmos. Eles perdem muito. Se, diariamente, seguissem a Cristo e O tornassem seu guia e conselheiro, poderiam obter um claro conhecimento de Sua vontade, alcançando assim uma valiosa experiência. Por falta de tal experiência, esses irmãos que professam a verdade andam nas fagulhas que outros acendem. Eles não estão familiarizados com o Espírito de Deus e não possuem conhecimento de Sua vontade; assim sendo, facilmente se desviam da fé. São instáveis porque confiam em outros para obter experiência. Amplas provisões foram feitas para todo filho e filha de Adão conseguir individualmente o conhecimento da vontade divina, para aperfeiçoar o caráter cristão e ser purificados através da verdade. Deus é desonrado por essa classe que professa seguir a Cristo e, no entanto, não possui conhecimento prático da vontade divina ou do mistério da piedade (T2, p. 644).
38
Ex-membros e membros inativos
Deve-se empregar com sabedoria todos os esforços para evitar a apostasia, e para trazer de volta os que se desviaram – Esses foram os casos de muitos que haviam abandonado a fé, que haviam estado em tre vas, que se desviaram do rebanho. Mas o caso do irmão A foi especial. Foram empregados com sabedoria todos os esforços para evitar que ele abandonasse o aprisco. Mas, após ter ele se afastado, não foram feitos esforços cuidadosos para trazê-lo de volta. Houve mais fofoca sobre seu caso do que sincero pesar. Tudo isso o manteve afastado do redil e motivou seu coração a se separar cada vez mais de seus irmãos, tornando mais difícil o resgate. Como foi diferente esse comportamento em relação ao do pastor da parábola, ao buscar a ovelha perdida! As noventa e nove foram deixadas sozinhas no deserto, expostas ao perigo, enquanto a perdida, separada do rebanho, estava sob maior risco ainda. Para garantir a vida de uma, noventa e nove ficaram (T2, p. 218). Muitos dos que se desviaram retornarão – Quando a tempestade da perseguição realmente irromper sobre nós, as ovelhas genuínas ouvirão a voz do verdadeiro Pastor. Serão feitos esforços abnegados para salvar os perdidos, e muitos que se desviaram do aprisco retornarão para seguir o grande Pastor. O povo de Deus se unirá e apresentará ao inimigo uma frente unida (T6, p. 401). INDO EM BUSCA Alguns pastores, cercados de apóstatas, não sentem responsa bilidade por essas pessoas – Alguns pastores que professam ter sido chamados por Deus têm o sangue das almas em suas vestes. Estão cercados de apóstatas e pecadores, contudo não sentem responsabilidade por essas pessoas. Manifestam indiferença pela sua salvação.
0 0
220
0 2 2
| Ministério Pastoral
Alguns estão tão entorpecidos que não possuem qualquer senso do trabalho do ministério evangélico. Não consideram que, como médicos espirituais, é requerida deles perícia em ministrar aos corações enfermos pelo pecado. O trabalho de advertir pecadores, de chorar por eles e convencê-los tem sido negligenciado até que muitas pessoas fiquem desenganadas. Algumas têm morrido em seus pecados e, no juízo, confrontarão com acusações o delito daqueles que poderiam têlas salvado, mas não o fizeram. Pastores infiéis! Que retribuição os espera! (T2, p. 506). Procurem os apostatados com a mensagem de misericórdia – Deus operará poderosamente com Seus ministros quando o coração deles estiver cheio de amor pelas pobres ovelhas perdidas da casa de Israel. Procurem os apostatados, os que antes sabiam o que é religião, e deem-lhes a mensagem de misericórdia (CS, p. 533). Uma ovelha desgarrada enche o pastor de cuidados e apreensões – O pastor que descobre a ausência de uma ovelha não contempla indiferentemente o rebanho que está seguro no redil, dizendo: “Tenho noventa e nove, e me dará muito trabalho ir em busca da desgarrada. Ela que volte; abrirei para ela a porta do redil e a deixarei entrar.” Não. Logo que a ovelha se afasta, o pastor enche-se de cuidados e apreensões. Conta e reconta o rebanho. Quando se certifica de que realmente uma ovelha se perdeu, não descansa. Deixa as noventa e nove no redil, e sai em busca da ovelha desgarrada. Quanto mais escura e tempestuosa a noite, e quanto mais perigoso o caminho, tanto maior é a apreensão do pastor e tanto mais diligentemente a procura. Faz todos os esforços possíveis para encontrar a ovelha perdida (PJ, p. 187, 188). O bom pastor deixa as noventa e nove e sai em busca da ovelha perdida – Se há uma só pessoa afastada do redil, o pastor sabe como apresentar a verdade de tal maneira que a alma seja convencida. Ele deixará as noventa e nove e sairá em busca da ovelha perdida. Mas, se o pastor não visita seu rebanho, não conhece sua condição, não sabe que verdades apresentar-lhes nem o que é apropriado em seu caso. Mais do que isso, ao manifestar o pregador pouco interesse nas pessoas sob seus cuidados, não pode dar o exemplo ao rebanho para que tenha interesse, amor e cuidado vigilante pelos demais irmãos ( Appeal and Suggestions to Conference Officers, p. 18 – Ft 2).
Ex-membros e membros inativos | 221 PROCURAR GANHÁLOS Nas parábolas da ovelha e da dracma perdida, Jesus ilustrou a atitude do Céu para com os afastados – Eles devem ser conduzidos e educados de forma afetuosa e cuidadosa como alunos na escola. Muitos têm que desaprender teorias que foram enxertadas em sua vida. Ao se con vencerem de que estiveram em erro com respeito a temas bíblicos, são lançados em perplexidade e dúvida. Precisam da mais terna compaixão e do mais criterioso auxílio; devem ser cuidadosamente instruídos; deve-se orar por eles e com eles, vigiá-los e guardá-los com a mais bondosa solicitude. Aqueles que caíram em tentação e se afastaram de Deus precisam de ajuda. Nas lições de Cristo, essa classe é representada pela ovelha perdida. O pastor deixou as noventa e nove no deserto e foi à procura da ovelha que se havia perdido até que a encontrou; então retornou com alegria, trazendo-a sobre os ombros. Também pela ilustração da mulher que procurou a moeda de prata perdida até achar, e chamou as vizinhas para se alegrarem com ela por ter encontrado o que estava perdido. A ligação dos anjos celestiais com o trabalho do cristão é revelada aqui de forma clara. Há mais alegria na presença dos anjos no Céu pelo pecador que se arrepende do que por noventa e nove pessoas justas que não precisam de arrependimento (Lc 15:7). Há alegria da parte do Pai e de Cristo. Todo o Céu está interessado na salvação do ser humano. Aquele que serve de instrumento para salvar uma pessoa pode se alegrar, pois os anjos de Deus testemunharam seus esforços com o mais intenso interesse e se alegram com ele em seu sucesso (T4, p. 263, 264). Que o amor de Cristo o constranja a sentir compaixão pelos perdidos – Que os ministros da cruz de nosso querido Salvador não esqueçam sua experiência nessas coisas, mas lembrem-se sempre de que são apenas seres humanos, sujeitos a errar, e possuindo as mesmas paixões que seus irmãos; e que, se ajudam a seus irmãos, precisam ser perseverantes nos esforços que fazem para os beneficiar, tendo o coração cheio de piedade e amor. Precisam chegar ao coração de seus irmãos e ajudá-los onde eles são fracos e mais necessitam de auxílio. “Os que trabalham na palavra e na doutrina” (1Tm 5:17) devem quebrantar o próprio coração duro, orgulhoso, incrédulo, se querem ver isso nos irmãos. Cristo fez tudo por nós, porque nos viu desamparados; estávamos presos com correntes de trevas, pecado e desespero, não podendo, portanto, fazer coisa alguma por nós mesmos. É mediante o exercício da fé,
2 2 1
222
2 2 2
3 2 2
| Ministério Pastoral
da esperança e do amor que chegamos cada vez mais perto da norma de perfeita santidade. Nossos irmãos sentem a mesma comovente necessidade de auxílio que temos experimentado. Não devemos oprimi-los com censuras desnecessárias, mas deixar que o amor de Cristo nos constranja a ser compassivos e brandos, de modo que choremos com os que erram e os que se desviaram de Deus. O ser humano é de infinito valor. Esse valor só pode ser calculado pelo preço pago a fim de redimi-lo. O Calvário! O Calvário! Somente o Calvário expressará o real valor de um ser humano! (T3, p. 187, 188). Os apostatados podem se levantar contra os ministros que lidam corretamente com eles – Alguns são tão frios e decaídos que não percebem que estão pondo suas afeições nos tesouros terrestres, que logo serão varridos para sempre. O amor ao mundo os está imobilizando como uma camisa de força, e, a menos que mudem de rumo, não saberão quão precioso é praticar a abnegação por amor a Cristo. Todos os nossos ídolos, nosso amor pelo mundo, devem ser expulsos do coração. Há pastores e amigos fiéis que veem o perigo que rodeia essas almas escravizadas, e, com sinceridade, lhes mostram o erro de sua conduta, mas, em vez de aceitar as advertências no espírito em que lhes são dadas, e beneficiar-se, elas se levantam contra os que as tratam corretamente. Quem dera se erguessem de sua letargia espiritual e se familiarizassem com Deus! O mundo está cegando seus olhos para que não vejam Aquele que é invisível. São incapazes de discernir as coisas mais preciosas que são de interesse eterno, mas veem a verdade de Deus em uma perspectiva tão débil que parece de pouco valor para elas (RH, 31 de outubro de 1893).
39
Ministério pessoal em favor dos membros
Um pastor disse que preferia ser açoitado a visitar – O pastor H morava aqui e pregava às pessoas, mas não era um pastor do rebanho. Dizia às pobres ovelhas que preferia ser açoitado a visitar. Descuidou do trabalho pessoal, de modo que a obra pastoral não foi realizada na igreja e em seus arredores. Os diáconos e anciãos da igreja agiram sabiamente e trabalharam criteriosamente para manter a igreja em ordem, e assim encontramos os irmãos em muito melhor condição do que esperávamos. Sentimo-nos decepcionados, mas felizes. No entanto, quando olho para trás e penso no que poderia ter sido feito, se o homem encarregado do rebanho tivesse sido fiel mordomo de Deus, cuidando das pessoas como quem terá de prestar contas, meu coração se entristece. Se o pregador tivesse feito o trabalho de um pastor, um número muito maior de pessoas estaria agora se alegrando na verdade (MR9, p. 343, 344). O isolamento e o estudo não devem substituir a visitação – Os deveres de um pastor são muitas vezes vergonhosamente negligenciados, porque o ministro não tem resistência para sacrificar suas inclinações pessoais para o isolamento e o estudo. O pastor deve fazer visitas de casa em casa entre seu rebanho, ensinando, conversando e orando com cada família, e velando pelo bem-estar de todos. Os que têm manifestado desejo de se relacionar com os princípios de nossa fé não devem ser negligenciados, mas completamente instruídos na verdade (Ev, p. 350, 351). Os ministros que pregam sem cuidar das ovelhas devem ser despedidos – Deveres solenes têm sido negligenciados ao se aceitar ministros para trabalhar na palavra e na doutrina que sabem apenas pregar. Eles não cuidam das pessoas como quem terá de prestar contas. Fazem sermões, mas o trabalho que se necessita fazer em favor
0 0
224
4 2 2
| Ministério Pastoral
das ovelhas e dos cordeiros é negligenciado. Esse tipo de trabalho pela metade tem sido feito em toda a América, e foi pago dinheiro a homens empregados, quando deveriam ter sido despedidos para procurar trabalhos de menos responsabilidade e cuidado. [...] O rebanho do Senhor tem o direito de esperar ser visitado por seu pastor, de ser instruído e aconselhado em seus próprios lares. E, se um homem deixa de realizar essa parte do trabalho, ele não pode ser um ministro segundo a ordem de Deus. As igrejas que têm tais obreiros estão desorganizadas, debilitadas e enfermas, e prontas para morrer. Os sermões não são vivificados pelo Espírito de Deus, porque a bênção divina não repousará sobre nenhum homem que descuide do Seu rebanho ( Appeals and Suggestions to Conference Officers, p. 17, 18 – Ft 2). Siga os passos de Jesus, não visitando os lugares onde Ele viveu, mas trabalhando como Ele trabalhou – Entre nossos obreiros há alguns que sentem que um grande objetivo seria alcançado se seus pés pudessem pisar o solo da antiga Jerusalém. Mas a obra e a causa de Deus nunca avançarão pelo fato de Seus obreiros andarem por onde Jesus andou e operou Seus milagres. Você pode seguir os passos de Cristo contemplando-O numa choupana, ministrando aos pobres; vendo-O junto ao leito de um enfermo, confortando os sofredores, e dando esperança e ânimo aos desesperados. Os que seguem os passos de Jesus farão como Ele. Jesus disse: “Se alguém quer vir após Mim, a si mesmo se negue, tome a sua cruz e siga-Me” (Mt 16:24) (RH, 30 de julho de 1901). Visite com um propósito – Muitos adoram pregar, mas evitam o trabalho que é requerido para erguer as pessoas do pecado. Os homens estão morrendo ao nosso redor, e não temos feito nenhum esforço especial para falar-lhes de modo sincero, interessado e afetuoso, como Cristo teria feito se estivesse na Terra. Somos embaixadores de Cristo, sentinelas da casa de Israel, para ver os perigos que espreitam as pessoas e adverti-las. O ministro é pastor das ovelhas, e deve protegê-las, alimentá-las, adverti-las, repreendê-las ou encorajá-las conforme a necessidade. A visitação é necessária, não para ter uma conversação agradável, mas para fazer o trabalho que se requer de uma sentinela. Deve haver uma conversa séria e oração com essas pessoas. Esse é o tipo de trabalho que dá uma experiência valiosa na edificação do reino de Cristo (RH, 20 de outubro de 1896).
Ministério pessoal em favor dos membros | 225 Deve-se designar mulheres para visitar – As mulheres que estão dispostas a consagrar uma parte de seu tempo ao serviço do Senhor devem ser designadas para visitar os doentes, cuidar dos jovens e ministrar aos pobres em suas necessidades. Devem ser separadas para esse trabalho, mediante oração e imposição de mãos. Em alguns casos, elas precisarão se aconselhar com os oficiais da igreja ou com o pastor; mas, se forem mulheres dedicadas, que mantêm ligação vital com Deus, serão um poder para o bem da igreja. Esse é outro meio de fortalecer e edificar a igreja. Precisamos ampliar mais nossos métodos de trabalho. Mão alguma deve ficar amarrada, nenhuma alma desanimada, nenhuma voz silenciada; que cada indivíduo trabalhe, em particular ou em público, para fazer avançar essa grande obra. Ponham as cargas sobre os homens e mulheres da igreja, para que cresçam com esse exercício, e assim se tornem instrumentos eficazes nas mãos do Senhor para iluminar os que se acham em trevas (RH, 9 de julho de 1895). MENOS SERMÕES E MAIS TRABALHO PESSOAL Empregue menos tempo pregando e mais em serviço pessoal – É necessário se manter em íntimo contato com o povo mediante esforço pessoal. Se fosse gasto menos tempo em pregar sermões, e mais tempo em trabalho pessoal, melhores seriam os resultados. Os pobres devem ser socorridos, e os doentes, cuidados; os aflitos e os que sofreram perdas devem ser confortados, os ignorantes, instruídos, e os inexperientes, aconselhados. Devemos chorar com os que choram e alegrar-nos com os que se alegram. Aliada ao poder de persuasão, da oração e do amor de Deus, essa obra não ficará – nem poderá ficar – sem frutos (CBV, p. 143, 144). Realize dez vezes mais por meio da visitação e da interação com as pessoas – Não é suficiente pregar às pessoas; devemos orar com elas e por elas; não devemos nos manter friamente afastados delas, mas aproximarnos com compaixão das almas que queremos salvar, visitar e conversar com elas. O pastor que conduz o trabalho fora do púlpito de maneira apropriada realizará dez vezes mais do que aquele que limita seu trabalho ao púlpito (RH, 8 de agosto de 1878). Os membros treinados para depender da pregação fazem pouco por Cristo – O trabalho do ministro não termina apresentando do púlpito
2 2 5
226
6 2 2
| Ministério Pastoral
a verdade. Deve realizar com afinco, de modo pessoal, o trabalho de casa em casa, estudando as Escrituras com as pessoas e orando com elas. Dessa maneira, muitos serão trazidos ao conhecimento de Deus. Almas que estão à beira da perdição serão cheias do Espírito de Cristo. Mas essa obra tem sido negligenciada, e, por isso, as igrejas estão sem poder. Há muitos ministros ordenados que nunca exerceram cuidado pastoral pelo rebanho de Deus, que nunca cuidaram das pessoas como quem terá de prestar contas. A igreja, em vez de se desenvolver, é deixada para ser um corpo fraco, dependente e ineficaz. Os membros da igreja, treinados para depender da pregação, fazem pouco por Cristo. Em vez de produzirem frutos, desenvolvem o egoísmo e a infidelidade. Colocam sua esperança no pregador, confiando em seus esforços para manter viva sua débil fé. Pelo fato de os membros da igreja não terem sido adequadamente instruídos por aqueles que Deus colocou como supervisores, muitos são servos inúteis, escondendo seus talentos na terra, e ainda queixando-se da maneira pela qual o Senhor os trata. Esperam ser cuidados como crianças doentes (RH, 21 de janeiro de 1902). Descanse depois de pregar; então visite – Os pastores têm tudo o que precisam para pregar a Palavra. Após pregar a verdade presente ao povo, devem manter humilde dignidade como pregadores da exaltada verdade e seus representantes. Eles têm de descansar após terem feito duros esforços. [...] Há um importante trabalho para aqueles que ainda possuem uma reserva de energia e podem assumir maior carga sem sofrer danos; e, ao apresentarem a verdade ao povo, isso é apenas o início. Então vem a pregação exemplar, o cuidado atento, a busca do bem dos outros, a conversação, as visitas de casa em casa, procurando perceber as condições e o estado espiritual daqueles que ouvem suas pregações; exortando este, reprovando aquele, admoestando outro, confortando o aflito, o sofredor e o desanimado. Tanto quanto possível, a mente precisa estar livre de cansaço, para que possam ser como combatentes sempre prontos para a ação, “a tempo e fora de tempo” (2Tm 4:2). Devem eles obedecer à ordem de Paulo a Timóteo: “Medita estas coisas e nelas sê diligente” (1Tm 4:15) (T1, p. 472).
OS MEMBROS E O TRABALHO PESSOAL A educação dos membros é essencial – Nosso trabalho estará incompleto se não educarmos outros para ser obreiros juntamente com
Ministério pessoal em favor dos membros | 227 Deus, visitando as famílias e orando com elas, mostrando ao mundo o que Jesus fez por nós. A Palavra de Deus declara: “A religião pura e sem mácula, para com o nosso Deus e Pai, é esta: visitar os órfãos e as viúvas nas suas tribulações e a si mesmo guardar-se incontaminado do mundo” (Tg 1:27). Essas palavras são ditas a todo seguidor de Cristo. Não apenas o pastor, mas cada pessoa ligada a Ele deve trabalhar em Sua vinha. Cristo disse: “Meu Pai é glorificado pelo fato de vocês darem muito fruto; e assim serão Meus discípulos” (Jo 15:8). Com Sua própria vida, Cristo pagou por sua zelosa e sincera cooperação. Se não trabalharem como fiéis missionários, serão desleais ao seu dever e decepcionarão seu Salvador (ST, 27 de dezembro de 1899). O treinamento faz com que a igreja cresça, apesar das responsabi lidades administrativas do pastor – A partir do momento em que os conversos se unem ao corpo da igreja, devem ser educados para assumir diferentes tipos de trabalho que beneficiarão não apenas a si próprios, mas também a outros. “O generoso prosperará; quem dá alívio aos outros, alí vio receberá” (Pv 11:25). O Senhor dá aos Seus seguidores talentos intelectuais, energia e recursos. Os que são conhecidos como homens de mente bem equilibrada, que têm em si o amor e o temor de Deus, devem ser nomeados como diáconos e anciãos; e, mediante o exercício da capacidade que Deus lhes deu, eles podem crescer na graça e no conhecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. Podem planejar com sabedoria, e educar individualmente os membros da igreja para desempenhar sua parte desenvolvendo os talentos de seu Senhor. Por meio do uso correto de seus talentos, podem aumentar sua eficiência na causa de Deus. A igreja pode ser visitada apenas ocasionalmente pelo pastor, e ainda ser uma igreja em crescimento; pois Jesus é nosso pastor, e jamais devemos pensar que estamos sozinhos. Jesus nunca abandona o rebanho do seu pasto. “Porque continua para sempre, [Jesus] tem o Seu sacerdócio imutável” (Hb 7:24) (RH, 17 de janeiro de 1893). A obra requer os esforços dos pastores e membros – A obra de Deus na Terra jamais poderá ser terminada a não ser que os homens e as mulheres que constituem a igreja reanimem-se no trabalho e unam seus esforços aos dos pastores e oficiais da igreja. [...] Treinamento e educação são necessários. Os que estão empenhados em visitar as igrejas devem ensinar aos irmãos e às irmãs os métodos práticos de fazer trabalho missionário (T1, p. 117).
2 2 7
228
8 2 2
| Ministério Pastoral
Os visitadores devem ser treinados – Há alguns que possuem certa experiência, os quais devem, com todo esforço que fazem em igrejas em declínio bem como em lugares novos, escolher rapazes ou homens de idade madura para ajudá-los na obra. Obterão assim conhecimento, interessando-se no esforço individual, e muitos serão preparados para servir como instrutores bíblicos, colportores e visitadores entre as famílias (Ev. p. 470).
40
Visitação aos membros de grupos especiais
FAMÍLIAS Visitar as famílias pode ser a obra mais proveitosa que um pastor possa realizar – Essa parte do trabalho pastoral não deve ser negligenciada ou transferida para a esposa ou qualquer outra pessoa. Vocês devem se educar e treinar a si mesmos para visitar cada família à qual seja possível ter acesso. Os resultados dessa obra testificarão de que é o trabalho mais proveitoso que um ministro do evangelho pode realizar (Ev, p. 440). A maneira de medir a eficácia da sua pregação é visitando as famílias às quais pregou – Como você poderá saber se a palavra falada do púlpito foi um cheiro de vida para a vida, a menos que visite as famílias, ore com elas, e descubra sua verdadeira situação espiritual, a real condição de sua experiência, para que possa indicar-lhes o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo? Há necessidade de que o Espírito de Deus sopre sobre eles e lhes dê vida espiritual. As igrejas precisam ser iluminadas com respeito à religião prática na vida do lar ( Address to Ministers, p. 17 – Ft 118). Falar palavras úteis e animadoras no lar é muito mais eficaz do que pregar – Essa é a obra missionária no lar, uma obra que os ministros de Deus devem se esforçar por fazer fielmente. Não devem apenas pregar, mas também ministrar, indo de casa em casa e conhecendo as diferentes famílias da igreja, algumas das quais podem estar convertidas, enquanto outras estão sem Deus e sem esperança no mundo. É possível pregar muitos sermões sem realizar o trabalho essencial para o bem-estar do povo de Deus. Os sermões pregados devem ser seguidos de trabalho pessoal. A obra que pode ser feita ao visitar as pessoas em seus lares, e falando-lhes palavras úteis e animadoras, será muito mais eficaz do que o trabalho feito através da pregação (RH, 31 de janeiro de 1899). Ao visitar, procure conversar com todos os membros da família, quer professem a verdade, quer não – Visitar de casa em casa constitui
2 2 9
230 0 3 2
| Ministério Pastoral
uma importante parte do trabalho do pastor. Ele deve ter como alvo con versar com todos os membros da família, quer professem a verdade, quer não. É seu dever examinar a condição espiritual de todos e viver tão próximo de Deus que possa aconselhar, exortar e reprovar cautelosamente e com sabedoria. Precisa ter a graça de Deus no próprio coração e a glória do Senhor constantemente em vista. Toda insensatez e superficialidade é claramente proibida na Palavra de Deus. Sua conversação deve ser sobre o Céu, e suas palavras temperadas com graça (T2, p. 338). A oração deve fazer parte de cada visita familiar – Há outro ponto de que quase me esqueci. É a influência que o pregador precisa exercer em seu ministério. Sua obra não é meramente estar no púlpito. Nesse lugar, ela apenas começa. Ele precisa relacionar-se às diversas famílias e levar-lhes Cristo, explicando-lhes seus sermões e os demonstrando em palavras e ações. Ao visitar uma família, ele deve perguntar sobre suas condições. É ele o pastor do rebanho? A obra de um pastor não é realizada totalmente no púlpito. Ele deve conversar com todos os membros de seu rebanho, com os pais e com os filhos para conhecer seu modo de pensar. Um pastor precisa alimentar o rebanho que Deus lhe encarregou de cuidar. Seria con veniente ir às casas e estudar, mas, se fizer isso negligenciando o trabalho que Deus lhe comissionou, comete um erro. Nunca deixe a casa de uma família sem antes convidá-la a reunir-se e, de joelhos, orar com ela. Pergunte sobre sua saúde espiritual. O que um médico competente faz? Ele procura descobrir detalhes de cada caso e então receita os medicamentos. Assim também o médico espiritual deve procurar saber sobre as doenças espirituais que afligem os membros de seu rebanho, e então administrar os remédios adequados e suplicar que o grande Médico venha em seu auxílio. Deem a ajuda de que eles necessitam. Pastores assim receberão todo respeito e honra que lhes são devidos como ministros de Cristo. Trabalhando por outros, manterão a própria vida espiritual. Devem buscar forças de Deus para partilhar com aqueles a quem ministram (T2, p. 618, 619).
POBRES Todo pastor deve ser amigo dos pobres – Todo ministro do evangelho deve ser amigo dos pobres, dos aflitos e oprimidos dentre o povo
Visitação aos membros de grupos especiais | 231 crente de Deus. Cristo foi sempre amigo dos pobres, e os interesses destes devem ser considerados sagrados. Muitas vezes tem havido uma surpreendente carência de compaixão e amorável interesse cristão pelos pobres e aflitos. Amor, um sagrado e aprimorado amor deve ser mostrado pelos pobres e desafortunados (MS, p. 310).
DESANIMADOS Nada dará maior resistência espiritual do que ministrar aos doen tes e desanimados – Nada dará maior energia espiritual, mais acréscimo de fervor e profundidade de sentimentos do que visitar e servir os doentes e desencorajados, ajudando-os a ver a luz e a firmar em Jesus sua fé. Há deveres desagradáveis a serem cumpridos por alguém, do contrário, pessoas serão deixadas a perecer. Os cristãos encontrarão bênçãos em cumprir esses deveres, embora sejam desagradáveis. Cristo empreendeu a difícil tarefa de vir da mansão de pureza e glória para viver, como homem entre os homens, em um mundo cauterizado e manchado por crime, violência e iniquidade. E fez isso para salvar pessoas. Será que aqueles que são objeto de tão surpreendente amor e incomparável gesto irão justificar sua vida de comodidade egoísta? Buscarão o próprio prazer? Seguirão suas inclinações e deixarão as pessoas perecerem nas trevas, pelo fato de terem de enfrentar decepções e desgostos se trabalharem para salvá-las? Cristo pagou um preço infinito pela redenção do homem, e será que este irá dizer: “Meu Senhor, não quero trabalhar em Tua vinha; ‘por favor, desculpe-me’ (Lc 14:18)”? (T4, p. 75, 76). Ministre especialmente aos desanimados por sentimento de culpa – O ministério não consiste somente em pregar. Aqueles que aliviam o enfermo e o sofredor, ajudando o necessitado, falando palavras de conforto aos desanimados e aos de pequena fé são os que ministram. Perto e longe há pessoas atormentadas por um sentimento de culpa. Não são os sofrimentos, as lutas ou a pobreza que rebaixam e degradam a humanidade. É o sentimento de culpa, o mau procedimento. Isso traz inquietação e insatisfação. Jesus deseja que Seus filhos ministrem às almas enfermas pelo pecado. Os que são fortes devem suportar as fraquezas dos fracos até que eles se fortaleçam (RH, 19 de julho de 1898). Ao visitar os desesperançados, levem uma fisionomia alegre, pala vras de esperança e um aperto de mão – A missão de Cristo era curar
2 3 1
232
2 3 2
| Ministério Pastoral
os enfermos, encorajar os desesperançados e cuidar dos aflitos. Essa obra de restauração deve ser promovida entre os necessitados sofredores da humanidade. Deus pede não apenas a benevolência de vocês, mas também sua fisionomia alegre, suas palavras de esperança e seu aperto de mão. Aliviem alguns dos aflitos de Deus. Alguns estão enfermos, e a esperança os abandonou. Devolvam-lhes a alegria. Há pessoas que perderam a coragem; falem com elas; orem por elas. Há os que necessitam do Pão da Vida. Leiam para eles a Palavra de Deus. Há uma enfermidade da alma que nenhum bálsamo pode aliviar e nenhum remédio curar. Orem por esses e os conduzam a Jesus. E, em todo o seu trabalho, esteja Cristo presente para impressionar o coração humano (BS, p. 71). As trevas dos membros desanimados podem ser dissipadas, se eles forem levados a trabalhar pelos mais necessitados – Nossos pastores podem visitar nossas igrejas e fazer orações públicas a Deus para consolar os entristecidos, pedindo-Lhe que expulse as dúvidas de sua mente e lance luz sobre seu coração obscurecido. Mas isso não será tão eficaz para ajudar esses membros pesarosos, incrédulos, carregados de pecados, como levá-los a trabalhar pelos que são mais necessitados do que eles próprios. As trevas serão dissipadas, se eles puderem ser guiados a ajudar os outros (RH, 5 de maio de 1904).
DOENTES Ministrar aos aflitos faz parte do trabalho do pastor – Buscar o povo exatamente onde ele estiver, seja qual for sua posição ou condição, e ajudá-lo de todo modo possível – eis o ministério evangélico. Os que estão doentes do corpo quase sempre estão também doentes da mente, e, quando a mente está enferma, o corpo também é afetado. Os ministros devem sentir ser parte de seu trabalho atuar em favor dos enfermos e aflitos sempre que, para isso, se apresente uma oportunidade. O ministro do evangelho deve apresentar a mensagem, e esta precisa ser recebida, caso se espere que o povo se santifique e se prepare para a vinda do Senhor. Essa obra deve abranger tudo o que foi contemplado pelo ministério de Cristo (T6, p. 301). Os membros da igreja devem ser instruídos a visitar os enfermos – As igrejas têm sido instruídas de tal maneira que não sentem responsabilidade especial de visitar, falar da verdade, orar uns pelos outros, visitar
Visitação aos membros de grupos especiais | 233 os enfermos, animá-los, demonstrar-lhes compaixão e amor, e convencêlos de que, em Cristo, eles são membros do mesmo corpo (MR6, p. 69). Quando os pastores de muita fé oram pelo enfermo, a humanidade é posta em contato com a Divindade – Ao ter a consciência despertada, muitas pessoas aflitas, sofrendo diferentes doenças, em resultado de contínuas transgressões, exclamam: “Senhor, tem misericórdia de mim, pecador; faze-me Teu filho!” É então que o pastor, forte na fé, deve estar pronto a dizer ao sofredor que há esperança para o arrependido; que, em Jesus, todo aquele que anseia auxílio e aceitação pode encontrar livramento e paz. Aquele que, em mansidão e amor, assim leva o evangelho à alma aflita, tão necessitada de sua mensagem de esperança, é um porta voz dAquele que Se entregou pela humanidade. Ao ele proferir palavras eficazes, adequadas, e ao orar por uma pessoa no leito de dor, Jesus faz a intercessão. Deus fala por lábios humanos. O coração é tocado. A humanidade é posta em contato com a Divindade (OE, p. 213, 214).
A UNÇÃO E A CURA DIVINA Os pastores devem não apenas “pregar o reino”, mas também orar pelos aflitos – Quando enviou Seus discípulos para pregar a Palavra, “deulhes Jesus autoridade [...] para curar toda sorte de doenças e enfermidades” (Mt 10:1). Eles deveriam “pregar o reino de Deus e [...] curar os enfermos” (Lc 9:2). Essa foi a dupla ordem que lhes deu. A mesma ordem é dada aos nossos pastores. Eles devem elevar orações pelos aflitos, para que o Senhor Deus de Israel possa tomar esses casos aos Seus cuidados. Se Seus obreiros colaborarem com Ele, se perceberem o caráter sagrado da obra que Cristo fez, e a obra que Ele deseja que façam, seu ministério será marcado por uma consagração que dará evidência de sua inspiração celestial (AUCR, 20 de fevereiro de 1911). Não afirme ser um realizador de milagres – Multidões já me ouviram falar e leram meus escritos, mas ninguém jamais me ouviu dizer que opero milagres. Às vezes sou chamada para orar pelos doentes, e a Palavra de Deus se cumpre: “Entre vocês há alguém que está doente? Que ele mande chamar os presbíteros da igreja, para que estes orem sobre ele e o unjam com óleo, em nome do Senhor. E a oração feita com fé curará o doente; o Senhor o levantará. E se houver cometido pecados, ele será perdoado” (Tg 5:14, 15). Cristo é o grande operador de milagres. A Ele seja toda a glória (MR19, p. 372).
2 3 3
234
4 3 2
| Ministério Pastoral
A unção não cura o doente. Jesus é quem cura – Alguns têm feito a pergunta: “A irmã White tem curado doentes?” Respondo: “Não, de forma alguma; a irmã White, muitas vezes, foi convidada a orar pelos doentes e a ungi-los com óleo em nome do Senhor Jesus, e, com eles, ela tem reivindicado o cumprimento da promessa: ‘A oração feita com fé curará o doente’ (Tg 5:15).” Nenhum poder humano pode salvar o doente; no entanto, por meio da oração da fé, o Poderoso Restaurador tem cumprido Sua promessa aos que invocam Seu nome. Nenhum poder humano pode perdoar pecados ou salvar o pecador. Ninguém pode fazer isso, senão Cristo, o misericordioso Médico do corpo e da alma (ME3, p. 295). Não se deve solicitar a unção por uma pequena indisposição – Entendo que o texto de Tiago deva ser posto em prática quando a pessoa está enferma em seu leito, se ela chama os anciãos da igreja, e eles seguem as indicações de Tiago, ungindo o doente com óleo em nome do Senhor, orando sobre ele a oração da fé. Lemos: “A oração feita com fé curará o doente; o Senhor o levantará. E se houver cometido pecados, ele será perdoado” (Tg 5:15). Não devemos chamar os anciãos da igreja para cada pequena indisposição que tenhamos, pois isso seria impor uma carga sobre eles. Se todos fizessem isso, seu tempo estaria todo ocupado, e eles não poderiam fazer mais nada; o Senhor nos dá, porém, o privilégio de buscá-Lo individualmente em fervorosa oração, ou abrir diante dEle nossa alma, nada ocultando dAquele que nos convidou: “Venham a Mim, todos os que estão cansados e sobrecarregados, e Eu lhes darei descanso” (Mt 11:28). Quão gratos devemos ser por Jesus estar desejoso e ser capaz de levar todas as nossas enfermidades, fortalecer-nos e sarar todas as nossas doenças, se for para o nosso bem e para a Sua glória! Alguns morreram nos dias de Cristo e nos dias dos apóstolos, porque o Senhor sabia precisamente o que era melhor para eles (MS, p. 16, 17). A unção deve ser oferecida normalmente aos que guardam os mandamentos – Você pergunta se devemos orar somente pelos que têm a mensagem do terceiro anjo, ou por todos os que o solicitarem, e assim por diante. Tiago 5 é a regra a seguir: “Entre vocês há alguém que está doente?...” (Tg 5:14). Trata-se daqueles que estão entre nós. Deus me mostrou que os que guardam os mandamentos não têm nada que ver [no que se refere à unção e oração especial] com os enfermos dentre aqueles que diariamente pisoteiam esses mandamentos, a menos que seja um caso
Visitação aos membros de grupos especiais | 235 especial em que a pessoa tenha se convencido da verdade e esteja decidida a aceitá-la. Deve-se manter uma parede de separação entre os que guardam os mandamentos e os que os pisam (Carta 4, 1857, citada em BIO1, p. 404). Ellen White efetuou uma cerimônia de unção – Logo depois que a reunião terminou, a irmã Meade, que havia sido afligida por uma febre persistente, pediu que orássemos por ela. Os irmãos Holt, Wheeler, Stowell, Tiago e eu nos dirigimos a um quarto. Depois que a ungi com óleo e oramos por ela, foi curada totalmente e caiu prostrada pelo poder de Deus. Nessa noite, subimos a um bote de remos e fomos pelo lago por mais ou menos um quilômetro e meio até a casa do irmão Meade. Sua irmã estava lá com um filho muito doente. Nós o ungimos com óleo e oramos por ele, e o Senhor ouviu nossas orações (MR5, p. 239).
2 3 5
Organização e administração
41 7 3 2
Educação cristã
Incentive os jovens a frequentar nossas escolas – Os jovens devem ser incentivados a frequentar nossas escolas, que devem tornar-se cada vez mais semelhantes às escolas dos profetas. Nossas escolas têm sido estabelecidas pelo Senhor, e, se forem dirigidas em harmonia com Seu propósito, os jovens a elas enviados serão preparados rapidamente para se empenharem nos diversos ramos da obra missionária. Alguns serão treinados para entrar no campo como enfermeiros missionários, outros como colportores, evangelistas, professores e pastores (FEC, p. 489). A educação cristã deve estar disponível a todos, não apenas a uns poucos privilegiados – A igreja está adormecida e não avalia a magnitude do assunto. Alguém pode dizer: “Para que ser tão exigente em educar nossa juventude? Parece-me que, se alguns que decidiram seguir uma vocação literária ou alguma outra vocação que requer certa disciplina receberem a devida atenção, isso já é o suficiente. Não é preciso que toda a nossa juventude seja tão bem preparada. Isso já não atende a todas as exigências necessárias?” Respondo: “Não! Definitivamente, não.” Como seríamos capazes de escolher dentre nossos jovens? Como dizer quem será mais promissor e quem haverá de prestar o melhor serviço para Deus? Em nosso juízo humano, poderemos fazer como fez Samuel que, quando enviado a buscar o ungido do Senhor, olhou para a aparência exterior (T6, p. 197). OBJETIVO Unicamente os que cooperam com o Céu sabem o que significa a verdadeira educação – Quando a Palavra de Deus é posta de lado, sendo
Educação cristã | 237 substituída por livros que desviam as pessoas de Deus, e que confundem o entendimento no que se refere aos princípios do reino dos Céus, a educação dada é uma perversão do que se entende por este nome. A menos que o estudante tenha um alimento mental puro, completamente excluído daquilo a que se chama “educação superior”, e que está misturado com conceitos de incredulidade, ele não pode verdadeiramente conhecer a Deus. Unicamente os que cooperam com o Céu no plano da salvação podem saber o que significa, em sua simplicidade, a verdadeira educação (CPPE, p. 15). A educação cristã deve encher a mente e ensinar a comunicar – Não basta encher a mente dos jovens com lições de profunda importância; eles devem aprender a transmitir o que receberam. Seja qual for a posição ou os bens de um indivíduo que possua conhecimento da verdade, a Palavra de Deus lhe ensina que, de tudo quanto tenha, ele é apenas depositário. Isso lhe é emprestado a fim de provar-lhe o caráter. Seus negócios temporais, talentos, recursos, oportunidades de serviço, tudo deve ser creditado Àquele a quem ele próprio pertence, pela criação e redenção. Deus nos concede Seus dons a fim de servirmos aos outros, tornandonos, assim, semelhantes a Ele. Aquele que se esforça por obter conhecimento para poder trabalhar em prol dos ignorantes e dos que estão perecendo está desempenhando sua parte no cumprimento do grande desígnio de Deus para com a humanidade. No serviço desinteressado em benefício dos outros, ele está satisfazendo o elevado ideal da educação cristã (CPPE, p. 545). Pastores têm demonstrado sua carência de sabedoria ao introduzirem elementos mundanos em nossos colégios – Foi perdido de vista o objetivo de Deus em trazer à existência o colégio. Pastores têm mostrado sua carência de sabedoria do Alto a ponto de unir um elemento mundano com o colégio; uniram-se com os inimigos de Deus e da verdade para prover entretenimento aos estudantes. Ao encaminhar dessa forma os jovens, fazem uma obra para Satanás. Eles terão de enfrentar de novo essa obra, com todos os seus resultados, diante do tribunal de Deus. Os que seguem tal conduta demonstram que não são dignos de confiança. Depois da má obra que têm feito, eles podem confessar seu erro; mas será que conseguirão, com a mesma facilidade, reverter a influência que exerceram? Será proferido o “muito bem” (Mt 25:21) em relação aos que têm feito mau uso do que se lhes confiou? Esses homens infiéis não têm construído sobre a Rocha Eterna.
2 3 8
238
| Ministério Pastoral
Logo ficará claro que seu fundamento é areia movediça. “Vocês não sabem que a amizade com o mundo é inimizade com Deus? Quem quer ser amigo do mundo faz-se inimigo de Deus” (Tg 4:4) (T5, p. 33).
9 3 2
PROFESSORES Os professores podem realizar uma obra de maior importância do que a do pastor – Os professores de nossas escolas devem ser selecionados dentre a melhor classe. Devem ser cristãos de experiência que têm uma mente equilibrada, homens e mulheres que aprenderam a lição do autocontrole. Então poderão educar e realizar uma obra de maior importância do que a do pastor na pregação da Palavra. Podem preparar o terreno para que a verdade cause efeito sobre o coração humano (MR13, p. 95, 96). Os professores cristãos, sabendo que eles mesmos às vezes trans gridem as regras de Deus, não devem ser severos com os estudantes que transgridem as regras da escola – Estou alarmada por sua causa em Battle Creek. Os professores são muito rigorosos em acusar e castigar os alunos que violam as regras mais insignificantes, não com más intenções, mas por descuido. Também há certas circunstâncias que fazem com que não seja pecado desviarem-se de regras estabelecidas, as quais não devem ser mantidas com inflexibilidade se forem transgredidas; no entanto, a pessoa culpada é tratada como se houvesse pecado gravemente. Professores, desejo que considerem onde vocês estão, que arrazoem e pronunciem juízo contra vocês mesmos; porque vocês não somente têm infringido as regras, mas sido ríspidos e severos com os estudantes; e, além disso, há um conflito entre vocês e Deus. Vocês não têm feito caminhos retos para os seus pés, para que não se extravie o que é manco. Vocês se desviaram dos caminhos seguros. Digo “professores”; não menciono nomes. Deixo a aplicação à sua própria consciência. O Senhor Deus de Israel tem operado repetidas vezes entre vocês. Vocês têm tido grandes evidências das majestosas atuações do Altíssimo. Mas um período de grande luz, de maravilhosas revelações do Espírito e poder de Deus, é um período de grande perigo, se não for aproveitada a luz. Que tal considerarem Jeremias 17:5-10 e 18:12-15? Pois, sem dúvida alguma, vocês estão incorrendo no desagrado de Deus. A luz tem incidido sobre vocês com raios claros e invariáveis. O que essa luz tem feito por
Educação cristã | 239 vocês? Cristo, o Supremo Pastor, os contempla com desaprovação, e pergunta: “Onde está o rebanho que te foi confiado, o teu lindo rebanho?” (Jr 13:20) (FEC, p. 222).
O PRÉDIO DA ESCOLA A sala de aula é tão necessária quanto o edifício da igreja – Essa é a obra a ser realizada na América, na Austrália, na Europa e onde quer que grupos sejam trazidos à verdade. Os grupos que se formam necessitam de um lugar para a adoração. São necessárias escolas em que a instrução bíblica seja oferecida às crianças. A sala de aula é tão necessária quanto o edifício da igreja. O Senhor tem pessoas para ser envolvidas na obra de estabelecer escolas paroquiais, tão logo algo seja feito para preparar o caminho para elas (T6, p. 109). Os membros devem considerar um privilégio e uma bênção para a igreja ter um edifício escolar – Irmãos e irmãs, o que vocês farão para ajudar a construir uma escola paroquial? Cremos que cada um considerará um privilégio e uma bênção que tenhamos esse edif ício escolar. Peguemos o espírito da obra, dizendo: “Nós ‘nos levantaremos e edificaremos’ (Ne 2:20)”. Se todos se envolverem no trabalho de forma unida, logo teremos um prédio escolar no qual todos os dias será ensinado aos nossos filhos o caminho do Senhor. Ao fazer o melhor que podemos, a bênção do Senhor estará sobre nós. Não nos levantaremos e edificaremos? (ME3, p. 213). FINANCIAMENTO As mensalidades não devem ser tão baixas que as escolas se endi videm – Dizem os irmãos que pastores e pais alegam que há dezenas e dezenas de jovens em nossas fileiras que necessitam das vantagens oferecidas em nossas escolas missionárias, os quais não as podem frequentar a menos que as mensalidades sejam menores. Mas os que pleiteiam preços mais baixos devem ponderar cuidadosamente todos os lados da questão. Se os alunos não podem por si mesmos dispor de suficientes recursos para pagar o custo real de uma boa educação, não seria melhor que os pais, amigos, as igrejas de que são membros ou irmãos de coração generoso e liberal da Associação à qual pertencem os ajudassem, do que se trouxesse sobre a escola um fardo de dívidas? Seria muito melhor insistir com os
2 4 0
240
| Ministério Pastoral
muitos patrocinadores da instituição para partilharem as despesas do que a escola ficar com dívidas (T6, p. 212). As responsabilidades financeiras de nossas escolas não devem ser impostas sobre os pastores – Muito frequentemente, pastores têm sido levados a assumir responsabilidades para as quais de maneira alguma estavam aptos. Esses encargos devem ser colocados sobre homens dotados de tato comercial, que podem se dedicar aos negócios, que podem visitar as escolas e manter um relatório das condições financeiras, e que também estão aptos a dar instruções quanto a manter a contabilidade. O trabalho da escola deve ser inspecionado várias vezes por ano. Desempenhem os pastores o papel de conselheiros, mas não se coloque sobre eles as responsabilidades financeiras (T6, p. 216).
1 4 2
TRABALHOS MANUAIS Os estudantes devem ser mantidos ocupados em trabalho útil – A influência para o bem que o trabalho manual tem exercido sobre os estudantes é de maior proveito do que a perda financeira, e a excederia mesmo que esta fosse dez vezes maior do que é. Quantas pessoas esse trabalho ajudou a salvar, só se saberá no dia do juízo. Satanás sempre encontra alguma maldade para as mãos ociosas fazerem. Mas, quando os alunos são mantidos ocupados em trabalho útil, o Senhor tem oportunidade de trabalhar com eles (MR2, p. 216).
42
Construção de templos
A verdade perde muito da sua influência se a igreja se encontra num lugar indesejável – Sentimos muito a necessidade de uma igreja. Se tivéssemos nos movimentado com fé, e começado a construir uma igreja antes, teria sido melhor, muito melhor para o progresso da obra. Isso teria dado importância e caráter a nossa obra. Tendo que vir de tão grande distância da estrada ao matagal para chegar ao local das reuniões, e então subir os degraus até o moinho – frequentemente expostos ao frio e ao calor – e rodeados de todo tipo de móveis e utensílios, não honrou a Deus ou inspirou ideias sagradas às pessoas. A força da verdade perde muito da sua influência sobre a mente por causa daquilo que está em volta. Tenho visto e lamentado esse fato, mas a escassez de recursos nos tem deixado preocupados (MR13, p. 407). Nosso trabalho num lugar novo não é considerado permanente enquanto não for construída uma igreja – Precisamos ter agora um lugar de reuniões. As pessoas estão dizendo: “Esta gente logo irá embora, e como não têm um templo, irão se espalhar.” Queremos ver um templo antes de voltarmos para a América. Carrego a igreja de Maitland em meu coração (MR7, p. 90). Alugar uma igreja é uma providência aceitável, mas temporária – Quando a tenda grande foi retirada, nosso povo tomou providências para usar a igreja Congregacional, na esquina das ruas Eighteenth e Market, para os nossos cultos de sábado. Alguns meses atrás, nosso templo próprio, em Oakland, foi vendido, e nossos irmãos e irmãs estão se reunindo nessa igreja alugada até que se consiga algo permanente (RH, 29 de novembro de 1906). LOCALIZAÇÃO Adquira um terreno em local favorável – É justo ter uma casa de culto cômoda na cidade de Portland. Nossos irmãos lá fizeram bem em
0 0
242
2 4 2
| Ministério Pastoral
adquirir um terreno favoravelmente situado entre a parte comercial da cidade e o grande parque chamado “The Deerings’ Oaks” (RH, 18 de maio de 1911). Os meios de transporte devem ser considerados ao escolher o local para a igreja – Devo dirigir-me a você com respeito à proposta da construção de seu templo. Estou contente com o terreno escolhido. Fica perto da linha do bonde, o que é conveniente para quem vem de longe (MR21, p. 93). Não construa em terreno pequeno demais – No domingo, falamos com os irmãos novamente. Nossa reunião durou mais de três horas, porque discutimos a fundo os planos e projetos da construção da nova capela. Fomos ver a área escolhida para a construção do templo. O terreno adquirido era pequeno, e daria aos que comprassem o lote ao lado o direito de construir junto às paredes da capela, tapando assim a luz do sol que seria tão necessária. Aconselhamos que se comprasse também o terreno do lado, que os localizaria em uma área de esquina, em cujas proximidades nenhum prédio poderia ser construído (RH, 27 de setembro de 1887).
PROJETO O prédio da igreja deve ser simples e econômico, em vez de sofis ticado e caro – Necessitamos de um templo em Oakland. Logo será construído um lugar de culto econômico e simples. Nisso os irmãos e irmãs de Oakland devem mostrar que temem ao Senhor, recusando-se a construir um templo sofisticado e caro. Estamos vivendo em tempos perigosos; os juízos se seguirão um ao outro. Revelemos agora em nossas obras que cremos que o tempo do juízo de Deus se aproxima, que está chegando o dia em que não haverá certeza de coisa alguma neste mundo. Por nossas obras e também por nosso testemunho, precisamos dizer ao mundo que o fim de todas as coisas está perto (MR6, p. 320, 321). Três coisas a serem recomendadas num templo: beleza, instala ções da Escola Sabatina, e potencial para ampliação – Fomos levados para dar uma rápida olhada no templo. Seu aspecto é bom, com uma fachada de pedra. Por dentro há um agradável auditório para as pessoas se reunirem. As janelas e as portas da frente são adornadas com vidros coloridos de bela aparência. Quatro cadeiras, tais como se usam nas igrejas, estão na plataforma, que tem boa simetria. O púlpito e as cadeiras de
Construção de templos | 243 encosto alto se harmonizam. Os assentos e os braços são revestidos de veludo vermelho, material geralmente usado. Não passei muito tempo observando todas as vantagens daquele templo, mas louvo ao Senhor porque todas as dívidas foram pagas. Além do custo de construção, foi investido muito dinheiro para reformá-lo completamente para que se tornasse o que é. Agora tudo está terminado. Há várias salas. O auditório dá acesso a uma delas e tem cadeiras para as classes da Escola Sabatina. Se for necessária uma ampliação, as divisórias poderão ser removidas facilmente. Dentro de Washington e a uma curta distância do Capitólio, esta é uma vitória conquistada, que nos foi concedida por ordem do Senhor, que tem visto as necessidades que devem ser supridas. Quero louvar a Deus em voz alta por esse belo edifício, todo pronto para ser rededicado ao Senhor, e no qual o Seu povo O servirá (MR5, p. 119). Os templos devem ser simples, limpos, confortáveis e de dimensões adequadas – A influência de uma casa de culto é muito necessária, não apenas em Melbourne, mas em outras igrejas nossas. Um templo simples, limpo, confortável e de dimensões adequadas encheria seus corações de gratidão e daria àqueles que não são de nossa fé uma oportunidade de assistir nossas reuniões e ouvir as palavras de vida. Não é preciso ter um órgão caro, nada para mera exibição; o que se deseja é um templo que possa ser dedicado a Deus, e ao qual as pessoas possam vir e sentir-se em casa, e onde haja pregação espontânea, oração e cânticos dos quais toda a congregação possa participar, e onde os arredores estejam inteiramente em harmonia com a fé que professamos (GCDB, 28 de janeiro de 1893).
CONSTRUÇÃO Ao edificar um templo, não se deve gastar dinheiro desnecessa riamente nem fazer uma obra de segunda categoria – Embora não se deva gastar um centavo desnecessariamente na construção deste templo, também não se deve fazer uma obra de segunda categoria. Planeja-se utilizar o pavimento de baixo para fins escolares. É correto fazer provisão para que as nossas crianças sejam protegidas dos perigos existentes nas escolas públicas. Se esse plano for concretizado, o pavimento de baixo deverá ser bem acabado; e isso não pode ser feito sem dinheiro (RH, 18 de maio de 1911).
2 4 3
244
| Ministério Pastoral
Às vezes é possível conseguir que os membros doem material e mão-de-obra para construir um templo – Antes que esta obra fosse terminada, surgiu o problema de providenciar uma casa de culto em Cooranbong. Esse problema se mostrou bastante complicado. Parecia que já havíamos doado tudo que podíamos, e que seria impossível levantar recursos suficientes para construir uma casa de culto adequada. Finalmente, durante um concílio em que o assunto entrou em pauta, me ofereci para visitar nossa comunidade e tentar conseguir doações de material e mão-de-obra. Acompanhada por minha secretária, visitei os trabalhadores que residiam numa extensão de vários quilômetros da redondeza, e pedi ajuda. Justamente nessa ocasião, aconteceu que vários carpinteiros que haviam trabalhado no prédio escolar estavam temporariamente sem trabalho; e esses homens responderam generosamente, oferecendo-se para trabalhar na construção da casa de adoração a um salário muito baixo – menos da metade do salário normal. Alguns trabalharam de graça uma parte do tempo (RH, 26 de maio de 1904).
4 4 2
FINANCIAMENTO É melhor construir um templo sem fazer dívidas – Em Hamilton, onde foi realizada a campal, estamos planejando construir um templo. O terreno foi comprado, mas não deve haver dívida do lugar. Assim, esperamos que o Senhor abra o caminho. Ele fará isso. Sua promessa não falha. Uma parte do dinheiro já foi conseguida. Doei cinquenta libras para a construção da igreja de Brisbane e outras cinquenta para a igreja em Hamilton. Quando recebermos o dinheiro, começaremos a construir uma humilde casa de adoração (MR17, p. 126). Os membros devem estar dispostos a trabalhar com as próprias mãos para providenciar um templo – Sempre que possível, ao serem dedicadas a Deus, que as igrejas estejam livres de dívidas. Quando uma igreja vai ser construída, os membros devem se mobilizar e construir. Sob a orientação de um pastor que seja guiado pelos conselhos de seus companheiros de ministério, que os recém-convertidos trabalhem com suas próprias mãos, dizendo: “Precisamos de uma casa de reuniões, e vamos tê-la.” Deus pede a Seu povo que faça corajosos e unidos esforços em Sua causa. Faça-se assim, e em breve se ouvirão vozes de ações de graças: “Que coisas Deus tem feito!” (Nm 23:23) (OE, p. 432).
Construção de templos | 245 Em alguns casos, é melhor tomar dinheiro emprestado do que não construir – Existem casos em que uma igreja nova não é capaz de arcar imediatamente com todo o peso da construção de um prédio. Quando for assim, que os irmãos de outras igrejas ajudem. Em alguns casos, será preferível pegar dinheiro emprestado a deixar de construir. Se alguém tem dinheiro e, após ofertar o que pode, ainda puder emprestar, que o faça sem juros ou com uma taxa baixa; assim é justo empregar o dinheiro até que seja possível saldar a dívida. Mas, repito: sendo possível, os prédios de igrejas devem ser dedicados livres de dívida (T6, p. 101). MANUTENÇÃO Deve-se cuidar da casa de culto, mas não com os dízimos – O Senhor instruiu a Moisés quanto a Israel: “Ordenarás aos filhos de Israel que te tragam azeite puro de oliveira, batido, para o candelabro, para que haja lâmpada acesa continuamente” (Êx 27:20). Essa devia ser uma oferta contínua, para que a casa de Deus fosse adequadamente suprida com aquilo que era necessário para o serviço divino. Seu povo hoje deve se lembrar de que a casa de adoração é propriedade de Deus, e que ela deve ser escrupulosamente cuidada. Mas os recursos para esse trabalho não devem provir do dízimo (T9, p. 248). AJUDANDO OUTROS A CONSTRUIR Deve-se fazer sacrifícios para construir templos em todo o mundo – Como povo, devemos praticar a abnegação e a economia. Toda pessoa deve fazer um pacto de sacrifício com Deus. Não devemos gastar dinheiro com roupas luxuosas e móveis caros. Somos peregrinos e estrangeiros em busca de um país melhor, o celestial. O tempo é curto, e cada dólar que não precisa ser usado para suprir as verdadeiras necessidades deve ser trazido como oferta de gratidão a Deus. Tudo pertence ao Senhor, e Ele me mos trou que devem ser edificadas casas de culto e escolas por todo este país e nas ilhas do mar; que nossos dirigentes não devem construir para fazer exibição ou para satisfazer a ambição e o orgulho. Se o Senhor os favoreceu mais do que a nossos irmãos em outros países, eles devem ajudar com verdadeira liberalidade os que têm grande necessidade de possuir um lugar de reunião, dando assim personalidade à obra (TSA, p. 63).
2 4 5
246
6 4 2
| Ministério Pastoral
Áreas prósperas não devem investir demais em edifícios, quando há outras partes do mundo que nada têm – Desejo lembrar meus irmãos das precauções e advertências que me foram dadas em relação ao constante investimento de recursos em Battle Creek, para fazer ampliações ou tornar as coisas mais convenientes. Novos campos devem ser alcançados; a verdade deve ser proclamada como testemunha a todas as nações. A obra está sendo impedida, de forma que a bandeira da verdade não pode ser enaltecida como deveria nesses novos lugares. Enquanto nossos irmãos na América do Norte se sentirem na liberdade de investir recursos em edifícios que o tempo revelará que a obra teria sido realizada da mesma maneira e até melhor sem eles, milhares de dólares serão assim absorvidos, os quais Deus pediu para serem usados em “outras regiões”. Tenho apresentado as advertências e repreensões, como sendo a pala vra do Senhor; mas meu coração tem se entristecido ao ver que, apesar de todas essas providências, recursos foram desperdiçados para satisfazer esses supostos desejos; construção foi acrescentada a construção, e assim o dinheiro não pôde ser usado em lugares onde não se dispõe de instalações, de nenhum edifício para a adoração pública a Deus ou para bem representar a obra, nenhum lugar onde a bandeira da verdade possa ser enaltecida. Essas advertências, apresentei diante de vocês; e ainda assim prosseguiram com as mesmas práticas, aplicando os recursos de Deus em uma localidade, sendo que o Senhor já havia falado que muito dinheiro estava investido em um mesmo lugar, e nada fora deixado para outros lugares, onde deveria haver edifícios e instalações para se realizar ainda que fosse um começo de trabalho (T8, p. 48, 49).
43
Vida social na igreja
As reuniões sociais cristãs devem levar pessoas a Cristo – Qual tem sido sua influência sobre aqueles que se reuniam com vocês em seus encontros sociais? O que tem sido dito ou feito para conduzir pessoas a Cristo? Têm vocês insistido “a tempo e fora de tempo” (2Tm 4:2) para cumprir totalmente seu dever? Estão prontos para enfrentar no tribunal divino aqueles com quem se encontravam nas reuniões sociais, especialmente os que estavam sob sua influência e que morreram sem Cristo? Estão preparados para dizer que suas vestes estão limpas do sangue deles? Menciono apenas um caso, o de Q. Alguma reprovação cairá sobre vocês a respeito dela? Sobre vocês, que foram cercados de boas influências familiares, que tiveram oportunidades favoráveis para desenvolver um caráter cristão, mas que não sentiram qualquer responsabilidade pelas pessoas? Orgulho, vaidade e amor ao prazer foram cultivados por vocês, e vocês desempenharam sua parte em arruinar sua profissão de fé. Vocês levaram essa pobre alma, que havia sido sacudida e açoitada por Satanás, a duvidar da verdade e da autenticidade da religião cristã (T2, p. 179, 180). IMPORTÂNCIA As pessoas são alcançadas por meio de seu ambiente social – As pessoas são alcançadas mais facilmente por meio de seu círculo social. [...] É extremamente importante que o pastor se misture com seu povo, para se tornar familiarizado com as diferentes fases da natureza humana, entender o funcionamento da mente, adaptar seus ensinos ao intelecto de seu povo e aprender aquela grande caridade possuída somente por aqueles que estudam rigorosamente a natureza e as necessidades dos homens (T4, p. 266, 267). Os observadores do sábado tendem a descuidar da recreação necessária – Foi-me mostrado que os observadores do sábado, como um
2 4 7
248
8 4 2
| Ministério Pastoral
povo, trabalham muito e arduamente sem se permitirem mudanças ou períodos de repouso. A recreação é necessária aos que se acham ocupados em esforço físico, e mais ainda essencial àqueles cujo trabalho é especialmente mental. Não é fundamental à nossa salvação, nem para a glória de Deus, manter a mente em contínuo e excessivo trabalho, mesmo sobre temas religiosos. Há distrações, como a dança, o jogo de cartas, xadrez, damas, etc., que não podemos aprovar, uma vez que o Céu as condena. Essas diversões abrem a porta a grandes males. Não são benéficas em sua tendência, antes exercem um efeito estimulante, produzindo em alguns indivíduos uma paixão por aquelas diversões que conduzem ao jogo de apostas e ao desregramento. Todos esses divertimentos devem ser condenados pelos cristãos, e seu lugar ser substituído por qualquer coisa completamente inofensiva (T1, p. 514). É dever dos cristãos procurar recreação inocente – É privilégio e dever dos cristãos procurar revigorar a mente e fortalecer o corpo por meio de recreação inocente, com o propósito de usar as energias físicas e mentais para a glória de Deus. Nossas recreações não devem ser momentos de alegria irracional, tomando a forma do ridículo. Podemos fazer com que elas beneficiem e elevem aqueles com quem nos relacionamos, e habilitem melhor a nós e aos outros para desempenharmos com mais sucesso nossos deveres de cristãos. Não podemos ser desculpados diante de Deus se nos envolvemos em diversões que têm a tendência de nos incapacitar para o cumprimento fiel dos deveres comuns da vida, diminuindo assim nosso gosto pela contemplação de Deus e das coisas celestiais. A religião de Cristo é animadora e enobrecedora em sua influência. Está acima de tudo que se pareça com brincadeiras tolas, zombarias e conversas fúteis. Em todos os nossos períodos de recreação podemos buscar na divina fonte de poder novo ânimo e força, para que possamos ser mais bem-sucedidos em elevar a vida à pureza, à verdadeira bondade e à santidade (SPJ, p. 36). Ellen White falou dando sua aprovação a um grupo reunido para recreação no Lago Goguac, em Michigan – Creio que, ao passo que estamos buscando revigorar a mente e fortalecer o corpo, Deus requer que empreguemos todas as nossas habilidades em todo o tempo para os melhores fins. Podemos nos relacionar como estamos fazendo hoje aqui e fazer tudo para a glória de Deus. Podemos e devemos dirigir nossas recreações de tal
Vida social na igreja | 249 maneira que sejamos habilitados a cumprir melhor nossos deveres, para que nossa influência seja mais benéfica sobre aqueles com quem nos relacionamos. Isso se aplicaria especialmente a uma ocasião como esta, que deve ser de animação para todos nós. Podemos voltar a nossos lares com a mente e o corpo revigorados, preparados para reiniciar o trabalho com mais esperança e ânimo (T2, p. 586).
PROBLEMAS Algumas reuniões sociais são uma desonra para a igreja – Tem havido um tipo de reuniões sociais em Battle Creek de caráter inteiramente diferente, festas que têm sido uma vergonha para as nossas instituições e para a igreja. Incentivam o orgulho do vestuário, o orgulho da aparência, satisfação própria, hilaridade e leviandade. Satanás é recebido como hóspede honrado, e toma posse dos que patrocinam essas reuniões. Foi-me apresentada uma visão desse grupo, em que se reuniram os que professavam crer na verdade. Um estava assentado a um instrumento musical, e tocava músicas que fizeram os anjos observadores chorarem. Havia euforia, gargalhadas vulgares, excesso de entusiasmo e uma espécie de inspiração; mas a alegria era daquela que somente Satanás é capaz de criar. Isso é um entusiasmo e uma enfatuação da qual todos os que amam a Deus se envergonharão. Prepara os participantes para pensamentos e ações não santificados. Tenho motivo para pensar que alguns dos que esta vam participando dessa cena arrependeram-se profundamente da vergonhosa atuação (TM, p. 82). Os cristãos superficiais, sempre prontos para o divertimento, podem persuadir os cristãos fiéis a imitá-los – Satanás tem multiplicado suas armadilhas em Battle Creek; os que se dizem cristãos e são superficiais no caráter e na experiência religiosa são pelo tentador usados como isca. Essa classe está sempre pronta para reuniões de prazer ou divertimentos, e a sua influência atrai os outros. Rapazes e moças que têm procurado ser cristãos fiéis são persuadidos a se unir ao grupo e são atraídos para o círculo. Não consultam com oração a norma divina para saber o que Cristo disse quanto ao fruto a ser produzido na árvore cristã. Não discernem que esses entretenimentos são realmente o banquete de Satanás, preparados para evitar que as almas aceitem o chamado à ceia das bodas do Cordeiro; que os impedem de receber
2 4 9
250
0 5 2
| Ministério Pastoral
as vestes brancas do caráter, que é a justiça de Cristo. Ficam confusos quanto ao que é certo fazerem como cristãos. Não desejam ser considerados excêntricos, e naturalmente se inclinam a seguir o exemplo dos outros. Assim ficam sob a influência dos que nunca sentiram o toque divino no coração ou na mente (TM, p. 85). Assuma uma atitude equilibrada quanto à recreação – Há pessoas de imaginação doentia, para quem a religião é um tirano, governando-as como com vara de ferro. Essas pessoas estão continuamente lamentando sua depravação, e gemendo por um suposto mal. Não há amor em seu coração; têm sempre um semblante carregado. Ficam frias ao inocente riso da juventude ou de quem quer que seja. Consideram toda recreação ou diversão um pecado, e pensam que a mente deve estar constantemente trabalhando no mesmo grau de severa tensão. Isso é um extremo. Outras acham que a mente deve sempre estar sob tensão para inventar entretenimentos e diversões a fim de obter saúde. Aprendem a depender de estímulos, e ficam inquietas quando não os têm. Essas pessoas não são verdadeiros cristãos. Vão ao outro extremo. Os verdadeiros princípios do cristianismo abrem a todos uma fonte de felicidade, cuja altura e profundidade, comprimento e largura são imensuráveis (LA, 493).
44
Comissões
Os ministros devem evitar longas reuniões de comissão – Um pastor não consegue se manter na melhor disposição espiritual quando é chamado a ajustar pequenas dificuldades nas várias igrejas. Essa não é a obra que lhe é designada. Deus deseja usar todas as aptidões de Seus mensageiros escolhidos. Sua mente não deveria ser fatigada por longas reuniões de comissão à noite; pois Deus deseja que toda a sua capacidade cerebral seja usada na proclamação do evangelho tal como é em Cristo Jesus (Ev, p. 662). Aqueles que não participam das comissões tendem a criticar depois a forma como as coisas são feitas – Dizem: “É apenas uma reunião administrativa.” Mas todos os que têm capacidade mental devem estar determinados a entender como as reuniões administrativas são dirigidas. Alguns que abandonaram a fé têm feito declarações falsas em relação aos trabalhos da causa e à administração de seus negócios. Se eles tivessem participado das reuniões administrativas, e prestado atenção aos procedimentos, teriam entendido como o trabalho foi conduzido em todos os seus setores, e poderiam dar testemunho quanto à estrita integridade que caracteriza cada departamento. Então o inimigo não teria feito a insinuação de que havia coisas ocultas que os membros não podiam saber. Os que não têm interesse nas reuniões administrativas geralmente não têm interesse real na causa de Deus, e esses é que são tentados a acreditar que a administração de nossos vários empreendimentos não é o que deveria ser (RH, 29 de abril de 1884). PRINCÍPIOS PARA NOMEAR AS COMISSÕES As mesmas pessoas não devem participar durante anos das mesmas comissões – Há necessidade de consagração. Deve-se ver menos
2 5 1
252
2 5 2
| Ministério Pastoral
confiança própria e muito mais humildade. A obra de Deus chegou a ser considerada algo comum. Muito melhor teria sido mudar os homens das reuniões de comissões do que, durante anos, ter mantido os mesmos homens, até virem eles a achar que suas propostas deviam ser adotadas sem objeção; e geralmente nenhuma voz se tem levantado em direção oposta (TM, p. 417). As comissões não devem ser formadas por aqueles que não têm espírito de abnegação – Quando nossos irmãos mantêm numa comissão homens cujo coração é duro como uma pedra, homens que não têm coração de carne, o que se pode esperar? Como podem esses homens saber o que outros sacrificaram na edificação da obra? Eles próprios não têm espírito de sacrifício, e como poderão entender a experiência dos que se vestiram com modéstia, que negaram a si mesmos e se colocaram em todo tipo de situações para que a obra prosperasse? Eles nada sabem disso, é grego para eles (EGW’88, p. 988).
PRINCÍPIOS PARA DIRIGI LAS A reunião administrativa deve estar tanto sob a direção do Espírito Santo quanto a reunião de oração – Desejo dizer-lhes que as atividades que podem ser levadas avante nesta reunião constituem tanto uma parte do serviço de Deus quanto a oração. A reunião administrativa deve estar tanto sob a direção do Espírito quanto a reunião de oração. Há o perigo de termos uma religião sentimental e impulsiva. Assumam as questões consideradas nessa comissão um caráter tão sagrado que a hoste celestial possa aprová-lo. Devemos cuidar de modo mais sagrado das questões administrativas de nossa obra. Todo aspecto das atividades levadas avante aqui deve estar de acordo com os princípios do Céu (ME3, p. 336, 337). Quando a presença de Deus é sentida nas reuniões de comissão, ela é uma salvaguarda contra discursos imprudentes e atitudes dominadoras – Que Deus seja reconhecido como o Dirigente supremo de Sua herança. Que todo homem se submeta ao Seu controle. Que Ele seja reconhecido em todas as nossas reuniões, em toda reunião administrativa, em cada concílio, em cada comissão. Ele vê tudo o que é feito e ouve tudo o que é dito. “Tu és Deus que vê” (Gn 16:13). Que essas palavras sejam sempre mantidas em mente. Elas serão uma salvaguarda contra os discursos imprudentes, inflamados, e contra todo desejo de dominar. Elas reprimirão
Comissões | 253 as palavras que nunca deverão ser faladas, e as decisões que o homem não tem o direito de tomar – decisões que restringem a liberdade dos seres humanos (MR18, p. 225). Satanás assiste a todas as comissões, tentando impressionar as mentes para que façam objeções que retardarão a obra – Aquilo que o Senhor havia impressionado a mente de Seus servos para fazer não foi realizado no seu devido tempo, porque esses homens promoveram suas próprias ideias mediante as sugestões que o diabo lhes pôs na mente para prejudicar a obra de Deus e para desagradar aqueles que gostariam de ver a obra de Deus avançar. Fizeram sugestões que foram aprovadas, mas que Deus jamais colocou em sua mente. Satanás assiste a cada mesa administrativa da igreja, cada reunião de negócios e cada comissão, e quando consegue impressionar a mente de alguém para fazer objeções ou lançar sugestões que atrasem o trabalho por horas e cansem os participantes dessas reuniões, ele sente imenso prazer. Assim ele consegue o que quer. E os assuntos que deveriam ser resolvidos com prontidão, mas de maneira inteligente, se tornam tediosos e se arrastam por causa dos elementos humanos não santificados no caráter de alguns que são colocados em cargos de responsabilidade, e que não sabem quando falar e quando se calar (MR12, p. 23). Somente a igreja, não a comissão, disciplina os membros – “E, se ele [o transgressor] se recusar a ouvir [os irmãos que servem como testemunhas]”, o que deverá ser feito então? Deverão alguns poucos, em uma reunião de comissão, tomar a responsabilidade de remover o irmão? “Se ele se recusar a ouvi-los, conte à igreja” (Mt 18:17). A igreja deve decidir o caso de seus membros (T7, p. 262).
2 5 3
2 5 4
45 5 5 2
Departamentos da Associação
A Associação deve treinar o pastor, e ambos treinar a igreja – O presidente de uma Associação local, por sua maneira de lidar, educa os pastores que estão sob sua direção, e, juntos, podem educar as igrejas, de tal maneira que não seja necessário chamar os ministros da Associação do campo de trabalho para resolver as dificuldades e dissensões que haja na igreja. Se os oficiais da Associação, como servos fiéis, cumprirem os deveres que lhes são indicados pelo Céu, não se deixará o trabalho em nossas Associações ficar emaranhado em dificuldades, como tem acontecido até agora. E, ao trabalhar assim, os obreiros se tornarão homens fortes, de responsabilidade, que não fracassarão nem ficarão desanimados num lugar difícil (OE, p. 419). LÍDERES DA ASSOCIAÇÃO E DOS DEPARTAMENTOS Respeitem os tesoureiros e contadores – Foi-me mostrada a grande deficiência que existe para cuidar da contabilidade dos vários departamentos da obra. A contabilidade é e sempre será uma parte importante de nosso trabalho, e aqueles que possuem esse conhecimento são muito necessários em todas as nossas instituições. [...] Esse ramo da obra tem sido vergonhosamente negligenciado, e por tempo demais. É uma pena deixar que um trabalho de tal magnitude seja realizado de maneira defeituosa e descuidada. Deus deseja um trabalho perfeito dentro das possibilidades humanas. [...] A contabilidade é um assunto que precisa ser estudado para ser conduzido de modo correto e diligente, e sem preocupação nem sobrecarga (Carta 63, 1886, citada em Ellen G. White in Europe, p. 249). Todos os departamentos da obra devem ser dirigidos por quem tem qualificações para o cargo – É necessário que a mesma ordem e sistema sejam mantidos agora como o foi no tempo dos apóstolos.
Departamentos da Associação | 255 A prosperidade da obra depende em grande parte que seus departamentos sejam dirigidos por homens capazes, que estejam habilitados para esses cargos (SP3, p. 293). Devemos aperfeiçoar o modo de treinamento dos departamentais – Como um povo que afirma ter a maior luz, devemos imaginar maneiras e meios pelos quais produzir uma corporação de obreiros educados para os vários departamentos da obra de Deus. Necessitamos de rapazes e moças bem disciplinados e cultos em nossos hospitais, na obra médico-missionária, nos escritórios de publicação, nas Associações dos diferentes Estados, e no campo em geral. Necessitamos de jovens que tenham elevada cultura intelectual, a fim de que possam realizar o melhor trabalho para o Senhor. Temos feito algo no sentido de alcançar essa norma, mas estamos ainda muito aquém do ponto em que deveríamos estar (CPPE, p. 42, 43).
COOPERAÇÃO ENTRE OS DEPARTAMENTOS Não trabalhe independentemente dos vários departamentos da obra – Deve-se tomar cuidado com um aspecto: a independência individual. Como soldados no exército de Cristo, deve haver harmonia de ação nos vários departamentos da obra. [...] Cada obreiro deve agir tendo em vista os demais. Os seguidores de Jesus Cristo não agirão independentemente uns dos outros. Nossa força deve estar em Deus, e ser poupada para se empregar em uma ação concentrada e nobre. Não deve ser desperdiçada em atitudes sem sentido (T5, p. 534, 535). Mantenha estreita relação com os departamentais – Você tem sido muito reservado. Não tem se aproximado dos homens empenhados nos diferentes setores da obra; não tem trocado ideias com eles tão abertamente como deveria para agir com entendimento. Se tivesse feito isso, poderia ter sido um auxiliar mais eficiente. Agiu muito de acordo com o próprio critério, levando adiante as próprias ideias e planos. Tem havido falta de relacionamento harmonioso entre os obreiros. Aqueles que poderiam tê-lo ajudado têm relutado em compartilhar seu conhecimento com você por causa dessa sua falta de amabilidade, e também porque você age muito por impulso, percebendo que eles temem se aproximar de você (T4, p. 219). Tenha interesse em todos os departamentos, em vez de se concentrar em uma área apenas – Os pastores devem tomar cuidado para não
2 5 6
256
7 5 2
8 5 2
| Ministério Pastoral
impedir os desígnios de Deus por causa dos próprios planos. Eles correm o risco de restringir a obra de Deus, de limitarem seus trabalhos a certas localidades, e não cultivarem especial interesse por essa divina obra em todos os seus vários departamentos. Há alguns que concentram a mente sobre um assunto, deixando outros de lado que podem ser de igual importância (T3, p. 34). Com muita frequência, os pastores têm dado pouco apoio ao departamento de saúde – A obra de educar nos ramos médicomissionários é um grande avanço em despertar os homens quanto a suas responsabilidades morais. Se os pastores tivessem assumido essa obra em seus vários departamentos, em harmonia com a luz comunicada por Deus, teria acontecido a mais verdadeira reforma no comer, beber e vestir. Mas alguns têm dificultado a reforma de saúde. Têm refreado o povo com observações indiferentes ou condenatórias, ou por meio de zombarias e piadas. Eles mesmos e muitos outros têm sofrido até morrer, mas nem todos aprenderam ainda a sabedoria (T6, p. 377). Os ministros não devem levar sobre seus ombros todo o trabalho dos vários departamentos – A causa de Deus não tem avançado como deveria pela mesma razão pela qual os ministros e dirigentes pensam que devem fazer tudo sozinhos. Eles têm se esforçado e lutado para manter as coisas funcionando bem, e estão curvados sob o peso das responsabilidades e dos encargos dos vários departamentos da igreja, da Escola Sabatina e de todos os outros setores da obra. Creem que precisam fazer tudo isso, ou não será feito, e certamente não o será, porque falharam em colocar outros sob sua direção e prepará-los para trabalhar (RH, 24 de julho de 1883).
46
Finanças
Os adventistas dão generosamente quando veem resultados – Quando a igreja vir que os pastores estão inflamados com o espírito da obra, que sentem profundamente a força da verdade, e estão procurando trazer outros ao conhecimento dela, isso colocará neles nova vida e vigor. Seu coração será estimulado para fazer o que puderem para ajudar a obra. Não há um grupo de pessoas no mundo que esteja mais disposto a sacrificar seus recursos para fazer avançar a causa do que os adventistas do sétimo dia. Se os pastores não os desencorajarem por sua preguiça e ineficiência, e por sua falta de espiritualidade, eles geralmente responderão a qualquer apelo que esteja de acordo com seu entendimento e sua consciência. Mas querem ver frutos (T3, p. 49). O ato de doar ganha conversos, os quais, por sua vez, doam para ganhar mais conversos – Todos os membros de nossa igreja devem experimentar profundo interesse nas missões locais e estrangeiras. Grandes bênçãos lhes advêm de fazer abnegados esforços para firmar a bandeira da verdade em novos territórios. O dinheiro empregado nessa obra produzirá grandes resultados. Novos conversos, alegrando-se na luz recebida por intermédio da Palavra, vão, por sua vez, oferecer de seus recursos para levar a luz da verdade a outros (T9, p. 49). Alguns pregam apenas a parte da verdade que agrada às pessoas, e negligenciam a mordomia – Irmãos, vocês estão pregando a parte da verdade que agrada o povo, enquanto outras partes da obra são deixadas incompletas? Será necessário que alguém os acompanhe e insista com as pessoas para que cumpram seu dever de entregar fielmente todos os dízimos e ofertas ao tesouro do Senhor? Essa é a obrigação do pastor, mas, lamentavelmente, tem sido negligenciada. O povo tem roubado a Deus, e o mal tem sido tolerado, porque o pastor não quer desagradar seus irmãos. Deus chama esses homens de mordomos infiéis (Ev, p. 252).
2 5 9
258
0 6 2
| Ministério Pastoral
MORDOMOS Deus colocou em nossas mãos os meios para levar avante Sua obra – Deus está constantemente concedendo a você as bênçãos desta vida; e, se lhe pede que reparta Seus dons, ajudando os vários ramos de Sua obra, é do seu próprio interesse temporal e espiritual fazê-lo, e assim reconhecer a Deus como o doador de toda bênção. Como Obreiro-Mestre, Deus coopera com o homem ao fornecer os recursos necessários para seu sustento; e requer que coopere com Ele na salvação de almas. Colocou nas mãos de Seus servos os meios pelos quais levar avante Sua obra, tanto nas missões nacionais quanto nas estrangeiras. Mas, se apenas a metade do povo cumprir seu dever, a tesouraria não receberá os recursos necessários, e muitas partes da obra de Deus terão de ficar incompletas (CM, p. 47). Satanás procura controlar a igreja, controlando o dinheiro – [O diabo disse a seus anjos:] Vão, e façam com que os possuidores de terras e dinheiro se encham de preocupações. Se puderem fazê-los colocar as afeições nessas coisas, ainda os teremos sob controle. Poderão professar o que quiserem, mas apenas os façam cuidar mais do dinheiro do que do êxito do reino de Cristo ou da disseminação das verdades que odiamos. Apresentemlhes o mundo em sua forma mais atrativa, para que o amem e idolatrem. Devemos manter em nossas fileiras todos os recursos de que pudermos dispor. Quanto mais recursos os seguidores de Cristo dedicarem a Seu serviço, tanto mais prejudicarão nosso reino, tirando nossos súditos. Quando celebram reuniões em vários lugares, estamos em perigo. Portanto, sejam vigilantes. Causem toda perturbação e confusão que puderem. Destruam o amor de uns para com os outros. Desanimem e esmoreçam seus pastores; pois nós os odiamos. Apresentem toda desculpa plausível àqueles que têm recursos, para que não os entreguem. Se possível, controlem as questões financeiras, e induzam seus ministros à necessidade e aflições. Isso enfraquecerá seu ânimo e seu zelo. Batalhem por cada palmo de terreno. Façam com que a cobiça e o amor às coisas terrestres sejam o traço predominante de seu caráter. Enquanto predominarem esses traços, a salvação e a graça ficarão para trás. Reúnam todas as atrações em redor deles, e certamente serão nossos. E não somente disso temos certeza a respeito deles, mas também de que sua odiosa influência não será exercida no sentido de guiar outros ao Céu. Quando alguns tentarem doar, coloquem neles o sentimento de avareza, para que a oferta seja mesquinha (PE, p. 266, 267).
Finanças | 259 Os dízimos e as ofertas não devem ser retidos pelos doadores, mesmo que não concordem com o que a Associação faz – Vocês que estão retendo o dinheiro da causa de Deus, leiam o livro de Malaquias e vejam o que o profeta diz ali com respeito aos dízimos e ofertas. Vocês não percebem que não é o melhor, em nenhuma circunstância, reter seus dízimos e ofertas porque não estão de acordo com tudo que seus irmãos fazem? Os dízimos e ofertas não são propriedade de nenhum homem, mas devem ser usados para realizar determinada obra para Deus. Pastores indignos poderão receber uma parte do dinheiro assim recolhido, mas alguém se atreverá, por causa disso, a desfalcar a tesouraria e enfrentar a maldição de Deus? Eu não me atreveria. Devolvo meus dízimos com alegria e espontaneidade, dizendo como Davi: “Tudo vem de Ti, e nós apenas Te [damos] o que vem das Tuas mãos” (1Cr 29:14). Reter com egoísmo o que pertence a Deus tende a empobrecer nossas próprias almas. Façam sua parte, irmãos e irmãs. Deus os ama, e Ele está ao leme. Se os negócios da Associação não são administrados segundo a ordem de Deus, esse pecado é dos que estão errando. O Senhor não os responsabilizará por isso, se vocês fizerem o possível para corrigir o mal. Mas não cometam o pecado de reter de Deus o que a Ele pertence. “Maldito aquele que fizer a obra do Senhor relaxadamente” (Jr 48:10) ou enganosamente (SAT2, p. 74, 75). A IGREJA MUNDIAL Apoie as ofertas para instituições em perigo – Quando o Senhor coloca diante de nós um apelo ao qual devemos responder, no momento exato em que as pessoas vão entregar suas ofertas, deixem que os pastores e oficiais da igreja conduzam o assunto com fervor e de forma vigorosa. Deixem que eles, como mordomos de Deus, decidam o que deve ser feito, e então o façam. Isso é absolutamente necessário quando nossas instituições estão expostas ao perigo (RH, 19 de março de 1901). Presentes de Natal devem ser doados às missões estrangeiras – Cada centavo que possamos economizar são necessários agora para ajudar a levar a mensagem da verdade a outros lugares. Na época do Natal, nossos irmãos gastam muito dinheiro em presentes e agrados, que são não apenas inúteis, mas, muitas vezes, prejudiciais. Há transigência com o apetite, o orgulho e o amor-próprio são nutridos, e Cristo é esquecido. Se o dinheiro normalmente utilizado para esses fins fosse trazido para a tesouraria das
2 6 1
260
| Ministério Pastoral
missões, nossas missões estrangeiras seriam erguidas acima das dificuldades financeiras. Consagraremos a Deus este ano, não apenas uma parte, mas todos os nossos presentes de Natal para socorrer Sua causa que está tão necessitada? Como poderíamos celebrar mais adequadamente o próximo Natal, e expressar melhor nossa gratidão a Deus pelo presente de Seu amado Filho, do que, por meio de nossas ofertas, enviar a todo o mundo as boas novas de Sua breve volta? (RH, 6 de dezembro de 1887).
2 6 2
A IGREJA LOCAL O dízimo não deve ser usado na manutenção da casa de adoração – “Ordenarás aos filhos de Israel que te tragam azeite puro de oliveira, batido, para o candelabro, para que haja lâmpada acesa continuamente” (Êx 27:20). Essa devia ser uma oferta contínua, para que a casa de Deus fosse adequadamente suprida com aquilo que era necessário para o ser viço divino. Seu povo hoje deve se lembrar de que a casa de adoração é propriedade de Deus, e que ela deve ser escrupulosamente cuidada. Mas os recursos para esse trabalho não devem provir do dízimo. O dízimo deve ser usado para um só propósito – sustentar os ministros aos quais o Senhor chamou para fazer Sua obra. Deve ser empregado para sustentar os que falam as palavras de vida às pessoas, e carregam o fardo do rebanho de Deus (MR7, p. 135). Os israelitas contribuíam para os “gastos da igreja” – Tomou-se providência também para o sustento do culto público a Deus. Além do dízimo, a congregação se comprometeu a contribuir anualmente com uma soma estabelecida para o serviço do santuário (PR, p. 667). OS PASTORES PRECISAM TER HABILIDADE FINANCEIRA Os pastores precisam ter habilidade para administrar sabiamente suas igrejas – Um homem que não tem habilidade para negócios pode tornar-se um pastor, mas lhe faltarão as qualificações que todo pastor precisa possuir para agir sabiamente na igreja e edificar a causa. Quando um pastor é bom no púlpito e, como o pastor Hull, falha na administração, nunca deveria sair só. Outro deveria ir junto para suprir-lhe as faltas e administrar por ele (T1, p. 441).
Finanças | 261 Para ganhar almas, os pastores precisam mostrar destreza em assuntos administrativos – Há necessidade de pastores que saibam usar suas habilidades criativas sem que sejam menos hábeis na Palavra, e possam mostrar sua destreza em planejar as questões administrativas. Essas habilidades devem ser usadas no serviço de Deus para ganhar almas para a verdade. Requer-se um verdadeiro planejamento para tirar o pecador das trevas e trazê-lo para a luz da verdade (MR19, p. 25). PASTORES SEM HABILIDADE FINANCEIRA Os pastores com excesso de responsabilidades financeiras negli genciam o cumprimento da comissão evangélica – Os pastores não devem ser chamados para aqui e para ali para assistir a reuniões administrativas, a fim de decidir questões de negócios comuns. Muitos de nossos pastores fizeram essa obra no passado, mas não é aquela em que o Senhor deseja que eles se empenhem. Muitos encargos financeiros têm sido postos sobre eles. Quando procuram desempenhar esses deveres, negligenciam o cumprimento da comissão evangélica. Deus considera isso como uma desonra ao Seu nome (T7, p. 255). Os ministros não são escolhidos para fazer negócios ou assistir a comissões – Não são poucos os pastores que estão descuidando do próprio trabalho para o qual foram chamados. Por que é que aqueles que foram separados para o trabalho ministerial são colocados em reuniões e comissões? Por que são convocados para participar de tantas reuniões administrativas, muitas vezes a grande distância de seus campos de trabalho? Por que os assuntos financeiros não são colocados nas mãos de administradores? Os pastores não são escolhidos para realizar esse tipo de trabalho. As finanças da causa devem ser administradas por homens capacitados; mas os pastores foram separados para outro ramo de trabalho (MR9, p. 171).
2 6 3
0 0
47
Pastoreando um distrito com muitas igrejas
Os grupos podem aprender a confiar mais plenamente em Deus – Quero animar aos que se reúnem em grupos para adorar a Deus. Irmãos e irmãs, não fiquem desanimados por serem tão poucos. A árvore que se ergue sozinha na planície aprofunda mais suas raízes na terra, espalha seus ramos mais amplamente em todas as direções, e cresce mais forte e mais simetricamente enquanto enfrenta sozinha as tempestades ou desfruta a luz do Sol. Assim também o cristão, quando não é dependente das coisas terrenas, pode aprender a confiar plenamente em Deus e obter força e coragem de cada conflito (LS, p. 259). Deus promete orientação divina aos grupos que raramente têm um pregador – Os grupos que raramente contam com um pregador devem se apegar mais firmemente a Jesus. Que resolvam primeiramente este ponto: que estejam dispostos a trilhar o caminho estreito por onde Jesus andou carregando Sua cruz antes deles. Que se apropriem das promessas de Deus de orientação divina (RH, 27 de setembro de 1887). DESENVOLVENDO OS TALENTOS DA IGREJA Os pastores do Novo Testamento não assumiam a direção de uma só igreja – O pastor deve desenvolver o talento na igreja, para que as reuniões se mantenham proveitosas. Timóteo foi mandado ir de igreja em igreja, realizando esse serviço e edificando as igrejas na santíssima fé. Devia fazer a obra de um evangelista, e essa é uma obra ainda mais importante que a dos pastores. Devia pregar a Palavra, mas não assumir a liderança de uma só igreja (Ev, p. 337). Mantenha unidas as pequenas congregações, ajudando-as a ser ganhadoras de almas – Há muitos que nunca ouviram, por meio da Palavra, as razões de nossa fé, e, mesmo assim, alguns de nossos pastores sentem a responsabilidade de dar excessiva atenção aos grupos de
Pastoreando um distrito com muitas igrejas | 263 crentes num esforço para mantê-los unidos. A melhor maneira de conseguir essa união é levá-los a manter uma viva ligação com Deus, e exercer sua influência para procurar atrair outros a Ele (RH, 16 de julho de 1908). Os verdadeiros representantes de Cristo procuram suprir a ausência do pastor que não podem ter – Nossa religião exige abnegação e sacrifício a cada passo. Jesus desceu do Céu para ensinar-nos como viver; e, enquanto esteve na Terra, andou fazendo o bem. Os que são realmente representantes de Cristo estão trabalhando pelo bem dos outros. Têm prazer em fazer prosperar a causa de Deus tanto em sua pátria quanto no exterior. São vistos e ouvidos, e sua influência é sentida nos grupos de oração. Eles procuram suprir a ausência do pastor, cujo trabalho não podem ter (RH, 6 de setembro de 1881). Um bom supervisor não faz todo o trabalho, mas mantém os outros trabalhando – O pastor não deve pensar que é o único que deve pregar e fazer todo o trabalho e oferecer todas as orações; uma parte de seu trabalho é preparar obreiros em cada igreja. Diversas pessoas devem se revezar na direção das reuniões e em dar estudos bíblicos, e, em assim fazendo, estarão utilizando os talentos que Deus lhes deu, e, ao mesmo tempo, educando obreiros. Li a respeito de um homem que tinha um grupo de trabalhadores sobre os quais ele colocou um supervisor, cujo dever era fazer com que o trabalho fosse realizado da melhor maneira possível. Um dia, o homem veio visitar o supervisor, encarregado de doze trabalhadores que deviam cavar uma vala. Ele encontrou o supervisor cavando a vala, com o suor escorrendo pela testa, enquanto os doze trabalhadores estavam parados, vendo-o trabalhar. O supervisor foi chamado e questionado sobre o que estava fazendo ali. “Eu lhe ordenei”, disse o homem, “que mantivesse os homens trabalhando; por que não fez isso? Aí está você, fazendo o trabalho de um homem, enquanto doze estão ociosos. Está despedido!” (RH, 6 de novembro de 1888). As pequenas congregações ficam muito enfraquecidas quando auxiliares eficientes se mudam para centros maiores – De quase todas as igrejas em Michigan, e até certo ponto, de outros Estados, nossos irmãos e irmãs se têm aglomerado em Battle Creek. Muitos deles foram obreiros eficientes nas igrejas menores, e sua mudança enfraqueceu muito essas congregações. Em alguns casos, a igreja se desorganizou completamente (T5, p. 184, 185).
2 6 4
264
5 6 2
| Ministério Pastoral
O CULTO NA AUSÊNCIA DO PASTOR Os sermões longos e tediosos causam mais mal do que bem – A mesma conduta é frequentemente seguida no culto de sábado. Quando não há pregador presente, o irmão designado para dirigir o culto acha que é seu dever procurar suprir a ausência da melhor maneira possível, e começa com um sermão longo e tedioso que estraga o culto já no início. E, com frequência, fica angustiado porque os ouvintes manifestam tão pouco interesse. Ele percebe que o interesse está diminuindo, e começa a se perguntar o que deve fazer. A esse indivíduo eu diria: “Pare com seu esforço de sermonear.” Muitos adoram falar, mas seus sermões são longos e áridos; não possuem nada do orvalho celestial. Não posso deixar de compadecer-me dos ouvintes quando alguém assim fica responsável pelo culto. Ele pensa que falar muito deve fazer um grande bem, mas é certamente um dano (SSW, 1º de outubro de 1885). Para ter um culto de adoração significativo não é indispensável ter um pastor presente – Os grupos não devem pensar que não poderão realizar reuniões se não tiverem um pastor presente. Eles não devem pensar que nenhum de seus membros possa ocupar o púlpito e pregar para eles. O tempo e a ocasião são muito preciosos. Os crentes reunidos estão na sala de audiência do universo celestial. Devem ser testemunhas de Deus e do Senhor Jesus Cristo, o qual deu Sua vida pelo mundo. O pequeno grupo servirá a Deus oferecendo-Lhe um culto de adoração espiritual. Quando não há um pastor encarregado de falar aos irmãos, que cada um dê testemunho da verdade, e seja fiel em falar com frequência um ao outro a respeito do amor de Deus, e assim educar e treinar a alma. Que cada um procure se tornar um cristão inteligente, assumindo sua responsabilidade, e fazendo pessoalmente sua parte para tornar a reunião interessante e proveitosa (RH, 10 de setembro de 1895). Quando os grupos se reúnem para adorar, vários irmãos devem participar – Que o louvor a Deus esteja em seus lábios quando se reunirem em grupos para adorar ao Senhor. Que não seja apenas uma pessoa que fale o tempo todo. Vários devem participar (MR15, p. 153). Um estudo bíblico é, às vezes, melhor do que uma pregação – Nosso povo não deve ser levado a pensar que precisam escutar cada sábado um sermão. Muitos que ouvem frequentes sermões, mesmo que
Pastoreando um distrito com muitas igrejas | 265 a verdade seja apresentada de maneira clara, aprendem pouca coisa. Muitas vezes seria mais proveitoso se as reuniões de sábado fossem como um estudo bíblico. A verdade bíblica deve ser apresentada de maneira tão simples e interessante que todos possam facilmente compreender e assimilar os princípios da salvação (Ev, p. 348).
2 6 6
48 7 6 2
Solucionando problemas e conflitos
Compreendendo a perversidade da natureza humana, Jesus deixou regras específicas de como tratar-nos uns aos outros – Nosso Redentor compreendia a perversidade da natureza humana, e, com o propósito de salvar as pessoas pelas quais sacrificou Sua vida e estabelecer Sua igreja em unidade e prosperidade sobre a Terra, Ele transmitiu regras específicas que os membros da igreja devem seguir para tratar uns aos outros. Ouçam o que Ele diz: “Se o seu irmão pecar contra você, vá e, a sós com ele, mostre-lhe o erro. Se ele o ouvir, você ganhou seu irmão. Mas se ele não o ouvir, leve consigo mais um ou dois outros, de modo que ‘qualquer acusação seja confirmada pelo depoimento de duas ou três testemunhas’. Se ele se recusar a ouvi-los, conte à igreja; e se ele se recusar a ouvir também a igreja, trate-o como pagão ou publicano” (Mt 18:15-17) (RH, 15 de abril de 1880). Valorize o dom de ser pacificador – Onde estão aqueles que não restringem ou medem seu trabalho amoroso pelo Mestre? Quem são os que estão lutando para apaziguar toda dissensão na igreja, sendo pacificadores em nome de Cristo? Quem são os que estão procurando responder à oração de Jesus? “A fim de que todos sejam um; e como és Tu, ó Pai, em Mim e Eu em Ti, também sejam eles em nós; [...] Eu neles, e Tu em Mim, a fim de que sejam aperfeiçoados na unidade, para que o mundo conheça que Tu Me enviaste e os amaste, como também amaste a Mim” (Jo 17:21, 23). Poderia nosso Senhor falar essas palavras tão amáveis, tão cheias de significado, a respeito das igrejas em seu atual estado de mornidão, de dissensões e problemas triviais – igrejas que chamam os pastores de seu importante trabalho para resolver suas pequenas dificuldades criadas por elas mesmas, mostrando assim que não têm comunhão com Deus? Não. Os membros da igreja devem ter unidade, e, para conseguirem isso, eles precisam ter menos do eu e mais de Jesus. Devem aprender de Cristo.
Solucionando problemas e conflitos | 267 Precisam ser mansos e humildes de coração. Seu orgulho e egoísmo devem morrer. Então suas montanhas de dificuldades serão reduzidas a grãos de areia (RH, 6 de janeiro de 1891). Quando estão unidos a Cristo, os membros resolverão os problemas da igreja com compaixão, ternura e amor – A Bíblia nos apresenta uma igreja-modelo. Seus componentes devem estar em união uns com os outros e com Deus. Quando os crentes são unidos a Cristo, a videira viva, o resultado é serem um com Ele, cheios de compaixão, ternura e amor (ME3, p. 18). Os problemas são solucionados quando nos aproximamos dos outros com um espírito manso, bondoso e misericordioso – Nunca coloque em dúvida os motivos de seus irmãos, pois, assim como você os julgar, Deus declara que você será julgado. Abra o coração à bondade, aos alegres raios do Sol da Justiça. Nutra pensamentos bondosos e santas afeições. Cultive o hábito de falar bem de seus irmãos. Não deixe que o orgulho ou a justiça própria o impeça de fazer uma confissão franca e completa de suas más ações. Se não ama aqueles pelos quais Cristo morreu, você não tem amor genuíno por Cristo, e sua adoração será como oferta defeituosa diante de Deus. Se alimenta pensamentos indignos, julgando mal a seus irmãos e suspeitando mal deles, Deus não ouvirá suas orações presunçosas e cheias de exaltação própria. Quando se dirige àqueles que você julga estarem agindo mal, você deve ter um espírito de mansidão, de bondade, e estar cheio de misericórdia e bons frutos. Não mostre parcialidade a uma ou mais pessoas, nem negligencie a outros de seus irmãos porque não se harmonizam com sua índole. Tenha o cuidado de não tratar asperamente a quem você pensa que cometeu erros, enquanto outros, mais culpáveis e merecedores de repreensão, e que deveriam ser severamente censurados por sua conduta anticristã, são apoiados e tratados como amigos (RH, 12 de março de 1895). Resolver os problemas consultando uns aos outros – O Espírito de Cristo é entristecido quando algum de Seus seguidores demonstra possuir um espírito rude, injusto e exigente. Como colaboradores de Deus, cada um deve considerar o outro como membro da grande empresa de Deus. Ele deseja que consultemos uns aos outros. Não deve haver separações, pois o espírito de independência desonra a verdade que professamos. Uma evidência especial de que o Espírito de Cristo habita em Sua igreja é a unidade e harmonia que existe entre seus membros. Esse é o mais radiante
2 6 8
268
9 6 2
| Ministério Pastoral
testemunho que alguém pode oferecer da verdadeira religião, pois esta converterá e transformará o homem natural e o modelará à semelhança divina (RH, 18 de fevereiro de 1909). Um espírito acusador impede a solução de problemas – Alguns imaginam que é seu dever ser reparadores da igreja. Seus sentimentos naturais têm prazer em procurar faltas e defeitos nos outros; observam cuidadosamente para ver se descobrem algo para censurar, e se tornam mais e mais estreitos em suas ideias, até estarem prontos a fazer de alguém, por uma palavra, um ofensor. Nas reuniões de sábado, quando todos deviam estar individualmente envolvidos na adoração a Deus, permite-se o surgimento de um espírito acusador, e um faz acusação contra o outro. Esse espírito é totalmente oposto ao de Cristo, e leva à dissensão e contenda. Deus não aceita tal adoração da mesma maneira como não aceitou a oferta de Caim. Não há maior obstáculo para o crescimento na graça do que essa tendência para criticar e condenar os outros. Temos visto em nossa experiência esse espírito acusador entrar gradualmente no coração dos membros até fermentar quase toda a igreja, e o resultado foi que restou muito pouco da santidade real ou do espírito de Cristo (HS, p. 212, 213).
UNIDADE A unidade na igreja revela a Cristo mais do que os sermões e argu mentos – Onde quer que se apresentem severidade, aspereza e falta de afeição e amor no sagrado círculo doméstico, haverá, sem dúvida, falha nos planos e na liderança da igreja. A unidade no lar e a unidade na igreja revelam mais a maneira de ser e a graça de Cristo do que sermões e argumentos (Ev, p. 342). Satanás trabalha para impedir a harmonia na igreja, porque as brigas fazem as pessoas terem aversão ao cristianismo – A evidência a que o mundo não pode resistir e contradizer, que Deus enviou Jesus ao mundo como seu Redentor, está na unidade da igreja. Sua unidade e harmonia é o argumento convincente. Por isso, Satanás está constantemente em ação para impedir essa harmonia e união, a fim de que, ao testemunharem as intrigas, lutas e dissensão, os incrédulos tenham aversão ao cristianismo e se firmem na descrença e infidelidade. Deus é desonrado pelos que professam a verdade enquanto estão em desarmonia uns com os outros (OA, p. 57).
Solucionando problemas e conflitos | 269 Os que estão unidos a Cristo terão amor sincero e verdadeiro uns pelos outros – Os irmãos estão bem inteirados de que a Palavra de Deus apresenta o assunto da unidade da igreja como um princípio; os que estão unidos com Cristo por intermédio da verdade de origem celestial devem ter fortes laços de amizade uns com os outros. [...] Se os ramos da videira estiverem unidos ao tronco, o mesmo princípio vital estará em todos eles. Em Cristo Jesus há amor, e os que estão unidos a Ele não terão meramente uma atitude gentil e respeitosa para com os demais, mas verdadeiro amor uns pelos outros, porque estão dotados do espírito de Cristo. O afastamento entre uns e outros não vem de Cristo, mas é segundo o método de Satanás (EGW’88, p. 1.141, 1.142). Quando houver ação harmoniosa entre os membros, haverá proporcional poder em nossa obra – O sucesso de nossa obra depende de nosso amor a Deus e aos nossos semelhantes. Quando houver ação harmoniosa entre os membros da igreja, quando houver evidente amor e confiança de um irmão para com outro, haverá proporcional força e poder em nossa obra, para a salvação das pessoas. Como necessitamos grandemente de uma renovação moral! Sem a fé que atua por amor, vocês não poderão fazer nada. Tomara que o Senhor lhes dê um coração que receba este testemunho! (TM, p. 188).
2 7 0
49 1 7 2
Promoção
Não atue como vendedor na casa de Deus – Foi-me mostrado que, se as aptidões morais e intelectuais não estivessem obscurecidas por errôneos hábitos de vida, os pastores e o povo seriam mais aptos a discernir os maus resultados da mistura do sagrado com o profano. Os pastores fazem os mais solenes sermões do púlpito e então introduzem o comércio e fazem o papel de vendedores na própria casa de Deus. Assim, desviam a mente dos ouvintes das impressões recebidas e destroem o fruto de seu trabalho (T1, p. 472). Os ministros devem promover a obra missionária em todas as terras – Ninguém que consagrou a vida à obra de Deus como ministro Seu vive para si mesmo. Sua obra é seguir a Cristo, ser um agente voluntário e colaborador do Mestre, recebendo dia a dia Seu Espírito, e agindo como o Salvador fazia, sem vacilar nem ficar desanimado. É escolhido por Deus como fiel instrumento para promover a obra missionária em todas as terras, e deve considerar bem o caminho que segue (OE, p. 451). PUBLICAÇÕES Todos podem ajudar a obra doando recursos para a publicação de revistas – Nem todos podem ser pregadores da Palavra no púlpito. As tarefas individuais das diferentes pessoas variam, mas há trabalho para todos. Todos podem apoiar a causa, doando generosamente de seus recursos para ajudar os vários ramos da obra, a fim de prover recursos para a publicação de folhetos e revistas para serem distribuídos às pessoas e disseminar a verdade (RH, 9 de janeiro de 1883). As igrejas devem compreender que é sua responsabilidade obter assinaturas para nossas publicações – Contamos atualmente com grandes vantagens para espalhar a verdade, mas nosso povo não está
Promoção | 271 fazendo jus aos privilégios concedidos. Nem todas as igrejas veem ou sentem a necessidade de usar suas habilidades pessoais para salvar almas. Não compreendem seu dever de obter assinaturas para nossos periódicos, inclusive nossa revista de saúde, nem de apresentar nossos livros e folhetos (PM, p. 368). Alguns acham que não dispõem de meios para adquirir as publicações da igreja, mas adquirem publicações seculares – Há os que afirmam ser irmãos e que não assinam [nossas revistas], mas assinam uma ou mais revistas seculares. Seus filhos têm muito interesse nas aventuras de ficção e histórias de amor publicadas nessas revistas que seus pais têm dinheiro para comprar, embora declarem não ter condições de assinar nossos periódicos e publicações sobre a verdade presente (PM, p. 350). Cada família deve possuir nossas revistas, mesmo que a igreja tenha que providenciar sua assinatura para famílias pobres – A Review and Herald e a Signs of the Times são revistas baratas. A Review é uma revista valiosa; contém assuntos de grande interesse para a igreja e deveria ser colocada nos lares de cada família de crentes. Se alguém é pobre demais para adquiri-la, a igreja deve providenciar o dinheiro necessário para supri-la às famílias necessitadas (PM, p. 350).
RECOLTA A Recolta segue o exemplo de Neemias, o qual solicitou aos não israelitas que podiam contribuir – Tenho recebido cartas perguntando sobre a conveniência de se realizar a campanha anual da recolta de donativos. Em resposta, vou mencionar a todos o exemplo de Neemias. Quando estava para viajar a Jerusalém com a esperança de restaurar os muros da atribulada cidade de seus pais, ele falou com franqueza ao rei Artaxerxes sobre o trabalho que pretendia realizar, e solicitou ajuda para assegurar o sucesso de seu empreendimento. Como resultado, obteve uma carta para o guarda florestal do rei nas montanhas do Líbano, instruindo-o a fornecer a madeira necessária para os muros de Jerusalém e os edifícios que seriam construídos. E os recursos que lhe faltavam, ele solicitou aos que podiam doá-los ( East Michigan Banner , 29 de setembro de 1909). A Recolta pode ajudar as missões e ganhar para a verdade os doa dores – Na providência de Deus, os que levam a responsabilidade de Sua obra têm se esforçado para dar nova vida aos antigos métodos de trabalho,
2 7 2
272
3 7 2
| Ministério Pastoral
e também para delinear novos planos e novos métodos de despertar o interesse dos membros da igreja num esforço unido para alcançar o mundo. Um dos novos planos para alcançar os descrentes é a campanha da recolta de donativos para as missões. Em muitos lugares, durante os poucos anos passados, isso se tem demonstrado um grande êxito, trazendo bênçãos para muitos e aumentando a quantidade de recursos para a tesouraria das missões. Ao se fazer com que os que não são da nossa fé se familiarizem com o progresso da mensagem do terceiro anjo, em terras pagãs, sua simpatia tem sido despertada, e alguns têm procurado saber mais sobre a verdade que tanto poder tem para transformar corações e vidas. Homens e mulheres de todas as classes têm sido alcançados, e o nome de Deus, glorificado (Ev, p. 252).
50
Escola Sabatina de adultos
A obra da Escola Sabatina deve produzir frutos – Consagrem-se inteiramente ao serviço dAquele que os amou e Se doou por vocês. Disse Jesus: “Meu Pai é glorificado pelo fato de vocês darem muito fruto; e assim serão meus discípulos” (Jo 15:8). Isso se aplica tanto à Escola Sabatina quanto ao ministério. Agora é a grande oportunidade de semear a preciosa semente que há de germinar e produzir frutos para a vida eterna (CES, p. 181). Os pastores não devem ser sobrecarregados com o trabalho da Escola Sabatina – A causa de Deus não tem avançado como deveria pela mesma razão pela qual os ministros e dirigentes pensam que devem fazer tudo sozinhos. Eles têm se esforçado e lutado para manter as coisas funcionando bem, e estão curvados sob o peso das responsabilidades e dos encargos dos vários departamentos da igreja, da Escola Sabatina e de todos os outros setores da obra. Creem que precisam fazer tudo isso, ou não será feito, e certamente não o será, porque falharam em colocar outros sob sua direção e prepará-los para trabalhar (RH, 24 de julho de 1883). Através da Escola Sabatina os pastores devem ensinar seus membros a trabalhar – Há também muito a ser feito na obra da Escola Sabatina, no que diz respeito a levar o povo a sentir sua obrigação e fazer sua parte. Deus chama esse povo para que trabalhe para Ele, e os pastores devem guiar seus esforços (T5, p. 256). Os ministros devem certificar-se de que suas igrejas estejam recebendo instruções na condução da Escola Sabatina – As instruções relativas à direção da Escola Sabatina devem, em grande parte, ser dadas nas igrejas locais, pois assim o trabalho será mais direto, e os resultados, mais permanentes. Essa obra não requer os esforços dos pastores, que devem estar livres para atender aos interesses espirituais do povo. Eles devem ensinar aos outros como agir. Precisam instruir o povo quanto à maneira de ir ao Senhor e como levar outros a Ele (CES, p. 185).
2 7 4
274
| Ministério Pastoral
IMPORTÂNCIA DO ESTUDO DA BÍBLIA EM GRUPO Os grupos que se reúnem para estudar a Bíblia recebem músculos espirituais – Que grupos se reúnam para estudar as Escrituras. Vocês não perderão coisa alguma com isso, mas tirarão grande proveito. Anjos de Deus estarão em sua reunião, e, ao vocês se alimentarem com o Pão da Vida, desenvolverão nervos e músculos espirituais. Estarão, por assim dizer, alimentando-se com as folhas da árvore da vida. Unicamente dessa maneira, vocês conseguirão manter sua integridade (DD, p. 4).
5 7 2
OS PROFESSORES DA ESCOLA SABATINA Os que se satisfazem em seguir uma rotina invariável errarão o alvo como professores da Escola Sabatina – Os que se satisfazem em seguir uma rotina árida, que fica sempre na mesma, perderão o alvo e deixarão de fazer a obra destinada ao professor da Escola Sabatina. Mas serão colaboradores de Deus aqueles que se empenham nesse importante ramo da causa divina, fazendo, no temor de Deus, a obra por Ele designada e trabalhando com amor pelas pessoas por quem Cristo morreu (CES, p. 104). Os professores da Escola Sabatina devem continuar crescendo, mesmo que seu pastor não cresça – O professor da Escola Sabatina não deve seguir o exemplo dos que não crescem no conhecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo, embora esse exemplo seja dado pelos que ministram no santo púlpito. Os que desejam ser aceitos como obreiros de Deus não devem imitar o tom, o jeito ou as ideias de qualquer outro homem. Devem aprender de Deus e ser dotados de sabedoria celestial. Deus deu o dom da razão e do intelecto a cada obreiro igualmente e, de acordo com sua capacidade, deve negociar com seus talentos. O Senhor não quer que nenhum obreiro seja a simples sombra de outro a quem admira. O professor deve crescer até à estatura de Cristo e não até à de um finito e falível mortal. Vocês devem “crescer na graça” (2 Pe 3:18), e onde ela é encontrada? Só em Cristo, o modelo divino (CES, p. 105, 106).
51
Liderança dos jovens
Desenvolva uma boa relação com os jovens – A causa de Deus tem perdido muito por falta de atenção aos jovens. Os ministros do evangelho devem desenvolver boas relações com os jovens de suas congregações. Há uma grande relutância por parte de alguns para se familiarizarem com eles, mas o Céu considera isso uma negligência do dever, um pecado contra as almas pelas quais Cristo morreu. Os jovens são o alvo especial dos ataques de Satanás, mas a manifestação de bondade, cortesia, consideração e amor muitas vezes operará em favor da salvação daqueles que estão sob as tentações do maligno. O amor de Jesus lhe dará entrada ao coração dos jovens, e quando você tiver obtido sua confiança, eles ouvirão suas palavras e procurarão seu conselho. Você deve criar um vínculo de amor com eles, e então instruí-los sobre como trabalhar na causa de Deus. Os jovens podem trabalhar por seus companheiros de maneira tranquila e despretensiosa. Essa área da obra de Deus não pode ser negligenciada. Nossas igrejas não estão fazendo o que deviam por eles. Não parece haver preocupação pelas pessoas por quem Cristo morreu. Por que não se deveria considerar como trabalho missionário do mais alto nível a obra feita em prol dos jovens que estão em nossas fileiras? Por que os pastores os deixam de lado sem se empenhar para ganhá-los para Cristo? Por que não insistem com eles para que entreguem o coração a Deus? Essa obra requer o tato mais apurado, a consideração mais atenta e as mais fervorosas orações que a sabedoria celestial possa conceder, pois estão ligadas à igreja pessoas que não desconhecem nossa fé, mas cujo coração nunca foi tocado pelo poder da graça divina (RH, 24 de março de 1891). O amor alcançará o coração dos jovens aparentemente incorrigíveis – O Senhor não é glorificado quando as crianças são negligenciadas e passadas por alto. Elas precisam ser educadas, disciplinadas e pacientemente
0 0
276
6 7 2
| Ministério Pastoral
instruídas. A juventude necessita mais do que um preparo casual, mais do que uma ocasional palavra de ânimo. Precisam de trabalho dedicado, cuidadoso e reforçado pela oração. Unicamente uma pessoa cujo coração se ache cheio de amor e compaixão, será capaz de conquistar esses jovens aparentemente negligentes e incorrigíveis (CES, p. 77). Cristo Se entristece com toda palavra áspera, severa e precipitada dirigida às crianças – Que a bondade e cortesia do pastor se manifeste ao lidar com as crianças. Convém que tenha sempre em mente que elas são homens e mulheres em miniatura, membros mais novos da família do Senhor, os quais podem estar bem achegados ao Mestre e ser muito preciosos para Ele; e, se forem devidamente instruídos e disciplinados, Lhe serão úteis, mesmo em seus tenros anos. Cristo Se entristece com toda palavra áspera, severa e precipitada dirigida às crianças. Seus direitos nem sempre são respeitados, e são, muitas vezes, tratadas como se não possuíssem um caráter individual que necessita ser devidamente desenvolvido, a fim de não ficar prejudicado e o desígnio de Deus em sua vida vir a falhar (T4, p. 397, 398). Em cada sermão, deixe um lugar para as crianças – Em Sua incumbência a Pedro, o Salvador primeiramente lhe ordenou: “Apascenta os Meus cordeiros”, e depois: “Pastoreia as Minhas ovelhas” (Jo 21:15, 16). Dirigindo-Se ao apóstolo, Cristo diz a todos os Seus servos: “Apascenta os Meus cordeiros” (Jo 21:15). Quando Jesus advertiu a Seus discípulos que não desprezassem os pequenos, dirigia-Se a todos os discípulos de todos os séculos. Seu próprio amor e cuidado em favor das crianças é um precioso exemplo para Seus seguidores. Se os professores da Escola Sabatina sentissem o amor que deveriam sentir por esses cordeiros do rebanho, muitos mais seriam ganhos para o redil de Cristo. Repita-se às crianças, em todas as ocasiões oportunas, a história do amor de Jesus. Que em cada sermão seja deixado um lugar para elas. O servo de Cristo pode fazer desses pequeninos, amigos duradouros, e suas palavras podem ser para eles como maçãs de ouro em salvas de prata (CES, p. 76). As crianças devem assistir ao culto de sábado – Os pais e as mães devem tornar uma regra que seus filhos assistam ao culto no sábado. E devem colocar em vigor essa regra pelo seu próprio exemplo. É nosso dever ordenar nossos filhos e nossa casa de acordo com nossos princípios, como fez Abraão. Tanto pelo exemplo quanto por preceito, devemos impressioná-los com a importância do ensino religioso. Todos os que
Liderança dos jovens | 277 fizeram o voto batismal têm se consagrado solenemente ao serviço de Deus; estão sob a obrigação da aliança e de colocar a si mesmos e aos seus filhos onde possam obter todos os incentivos e encorajamentos possíveis na vida cristã (OC, p. 368, 369).
PASTOR E PAIS COMO EQUIPE Os pais criticam o pastor por sua própria negligência – Seus filhos e filhas se corrompem pelo exemplo e pela disciplina frouxa de vocês. E, apesar dessa falha na educação doméstica, vocês esperam que o pastor consiga neutralizar a influência de vocês e realizar a façanha de educar o coração de seus filhos na religião e na virtude. Depois de o pastor ter feito tudo o que pode pela igreja, com firme e bondosa advertência, com paciente disciplina e com fervorosa oração pelo resgate e pela salvação de cada um, e não sendo bem-sucedido, os pais e as mães muitas vezes o culpam porque seus filhos não estão convertidos. Mas a causa disso pode ser sua própria negligência. A responsabilidade pesa sobre os pais. Eles aceitarão a missão que Deus lhes deu e a cumprirão com fidelidade? Prosseguirão para frente e para cima, trabalhando de maneira perseverante, paciente e humilde, a fim de alcançar para si mesmos o padrão elevado e levar os filhos consigo? (FLC, p. 74). Os pastores necessitam da ajuda dos pais para converter os jovens – Muitos parecem pensar que a decadência na igreja e o crescente amor aos prazeres resultam da falta de trabalho pastoral. Verdadeiramente, a igreja deve ser provida de guias e pastores fiéis. Os pastores devem trabalhar fervorosamente pelos jovens que não se entregaram a Cristo, como também por outros que, ainda que seus nomes estejam no rol da igreja, são irreligiosos e destituídos de Cristo. Mas os pastores podem fazer seu trabalho com fidelidade, e bem feito, e ainda isso pouco adiantará se os pais negligenciarem sua obra. É devido à falta de cristianismo no lar que há falta de poder na igreja. A menos que os pais assumam seu trabalho como devem, será dif ícil levar a juventude a sentir seu dever. Se a religião reinar no lar, será levada para a igreja. Os pais que fazem sua obra para Deus são um poder para o bem. Ao reprimirem e encorajarem os filhos, criando-os na instrução e no conselho do Senhor, são uma bênção para a vizinhança, onde moram. E a igreja é fortalecida pelo seu trabalho fiel (OC, p. 382).
2 7 7
278
8 7 2
| Ministério Pastoral
Alguns pais são ativos no trabalho cristão fora do lar, enquanto para seus filhos o Salvador é desconhecido – Há pais e mães que desejam trabalhar em alguma missão estrangeira; há muitos que são ativos no ser viço cristão fora da família, enquanto, para seus próprios filhos, o Salvador e Seu amor são estranhos. Muitos pais confiam ao pastor ou ao professor da Escola Sabatina a obra de ganhar os filhos para Cristo; porém, assim fazendo, negligenciam a responsabilidade imposta por Deus. A educação e instrução dos filhos para serem cristãos é o mais elevado serviço que os pais podem prestar a Deus. É uma tarefa que requer paciência e esforço dedicado e perseverante. Pela negligência desse trabalho a nós confiado, nos mostramos mordomos infiéis, e Deus não a desculpará (PJ, p. 195). Pastores e membros devem apoiar os esforços dos pais – Que a igreja tome um cuidado especial com os cordeiros do rebanho, exercendo toda a influência que puder conquistar o amor das crianças e uni-las à verdade. Pastores e membros da igreja devem apoiar os esforços dos pais no sentido de levar as crianças ao caminho seguro. O Senhor está chamando a juventude, pois deseja fazer dos jovens Seus ajudadores para bom serviço sob Sua bandeira (LA, p. 358, 359). Os pais que têm tido êxito devem ministrar a outros jovens na igreja – Os cristãos manifestam sincero interesse nas crianças que estão ao seu redor, as quais, pelas tentações sutis do inimigo, estão a ponto de perecer. Pais e mães, se vocês guardaram seus próprios filhos das ciladas do inimigo, olhem ao redor para salvar a vida das crianças que não têm tais cuidados (NAV, p. 117). PREPARADOS PARA SERVIR Os jovens, corretamente instruídos, serão fervorosos obreiros para o Mestre – Rapazes e moças devem ser educados para o serviço na causa de Deus. O Senhor escolhe os jovens porque têm o corpo forte e a mente vigorosa; e, se eles forem corretamente instruídos, serão fervorosos obreiros para o Mestre. Deus será o conselheiro deles se puserem sua confiança nEle, e os aceitará e exaltará para serem Seus colaboradores, se houver entrega e submissão total à Sua vontade (RH, 24 de março de 1891). Os pastores e os membros mais velhos não conseguem exercer nem a metade da influência que os jovens exercem sobre outros jovens – Amigos jovens, se vocês se encarregarem de trabalhar no lugar
Liderança dos jovens | 279 em que estão atualmente, fazendo o que puderem, tenham certeza de que terão a ajuda de Jesus. Comecem esta obra trabalhando em favor de seus companheiros. Os pastores ou membros de idade mais avançada não conseguem ter sequer a metade da influência que vocês são capazes de exercer sobre seus jovens companheiros; e devem sentir que pesa sobre vocês a responsabilidade de fazerem tudo o que puderem pela salvação deles (HS, p. 288). Quando a juventude trabalha pela igreja, fecha-se uma porta con tra a tentação – Por que os dirigentes da igreja não organizam concílios para delinear projetos em que os rapazes e as moças possam ser treinados para usar os talentos que lhes foram confiados? Por que os membros mais velhos da igreja não procuram realizar um trabalho bom, fervoroso e compassivo em favor das crianças e jovens? Muitos abraçaram a verdade, mas não têm sido educados quanto à maneira pela qual poderão servir à causa de Deus, crescendo assim em vigor espiritual. Ao empregar as capacidades físicas e mentais de nossos jovens no serviço de Deus, fecha-se uma porta contra as tentações do inimigo, e Satanás não tem uma condição favorável de treinar as crianças e os jovens para seu serviço (RH, 7 de março de 1893).
ESCOLA SABATINA DAS CRIANÇAS Os professores na Escola Sabatina das crianças necessitam de aptidão, vontade, e perseverança na oração – Em algumas Escolas Sabatinas, dão-se cargos a pessoas que não têm aptidão para ensinar. Não sentem sincero amor pelas pessoas. Elas próprias não entendem metade dos princípios práticos da verdade. Como podem, então, conduzir as crianças e jovens à Fonte Viva? Que os próprios professores bebam abundantemente da água da salvação; os anjos de Deus serão seus ministradores, e saberão precisamente qual o rumo que o Senhor deseja que tomem, a fim de conquistar para Jesus a preciosa juventude. Isso exige aptidão, vontade, perseverança, um espírito como o manifestado por Jacó ao lutar em oração, exclamando: “Não Te deixarei ir, a não ser que me abençoes” (Gn 32:26). Ao vir sobre os professores, a bênção divina não deixará de refletir-se sobre os que estão ao cuidado deles. Nunca devem deixar a juventude sob a orientação de indivíduos espiritualmente indolentes, os quais não possuem altas, elevadas e santas aspirações, porque o mesmo
2 7 9
280
0 8 2
1 8 2
| Ministério Pastoral
espírito de indiferença, farisaísmo e formalidade será visto tanto nos professores quanto nos alunos (CES, p. 116, 117). Os pastores devem ser capazes de falar de modo interessante e compreensível às crianças da Escola Sabatina – Certa vez, ao dirigir uma Escola Sabatina, um diretor geral foi muito seco, cansativo e desinteressante. Uma mãe perguntou à filha de dez anos se ela havia gostado do culto, e o que o pastor tinha dito. Respondeu a menina: “Ele falou, falou, falou, e não disse nada.” Ora, nós não queremos um relatório como esse sobre nosso trabalho. Para a obra que possivelmente nós mesmos tenhamos de fazer, é preciso o melhor preparo de nossa parte, a fim de termos êxito ao ensinar aos outros aquilo que aprendemos (CES, p. 169). Muitas crianças instruídas nas Escrituras, na Escola Sabatina, não têm interesse na religião – Muitos filhos de pais crentes, que foram instruídos na Escola Sabatina e estão familiarizados com as Escrituras, não têm interesse na religião. Mesmo sob os mais poderosos apelos do Espírito Santo, eles parecem tão indiferentes como se fossem esculpidos em pedra. O que se poderá fazer para quebrar o encantamento que Satanás lançou sobre essas almas? Não vejo nenhuma ajuda, exceto que os pais apresentem seus filhos diante do trono de graça, em oração humilde e fervorosa, suplicando ao Senhor que Se una aos seus esforços e aos dos pastores, até que resultem em convicção e conversão (ST, 16 de março de 1882). A classe da Escola Sabatina para crianças não deve substituir sua assistência ao culto divino – A Escola Sabatina de __________ tornara-se para o irmão E o grande e único tema de interesse. Ela absorvia a mente dos jovens, enquanto outros deveres religiosos eram negligenciados. Frequentemente, depois de terminada a Escola Sabatina, o diretor, alguns professores e alunos voltavam para casa, a fim de descansar. Sentiam estar, nesse dia, terminada sua responsabilidade e não terem mais dever algum. Quando o sino anunciava a hora do culto, o povo, que partia de seus lares para a casa de culto, encontrava grande parte da escola que voltava para casa. E, embora importante, a reunião não conseguia despertar-lhes o interesse na instrução dada pelo pastor sobre valiosos assuntos bíblicos. Ao passo que muitas das crianças não assistiam ao culto, as que ficavam não recebiam auxílio da palavra falada, porque a julgavam enfadonha (CES, p. 183).
52
Jesus como o pastor modelo
Nota dos compiladores : Jesus nunca pastoreou uma congregação de
igreja como temos hoje. Mas, como os pastores modernos, Ele pregou, ensinou e ministrou tanto a grupos grandes quanto a indivíduos. É útil aos pastores de igrejas pequenas saber que o mais próximo que Jesus chegou em ministrar a uma congregação específica foi Seu ministério contínuo ao pequeno grupo dos doze. Deve ser um incentivo aos pastores que às vezes se sentem fracassados saber que nem mesmo Jesus conseguiu evitar que um dos doze apostatasse. Nas seguintes citações de Ellen White é interessante notar a frequência com que Jesus é chamado de Supremo Pastor, e ministra aos Seus subpastores. Ele é o pastor modelo. Cristo, o Supremo Pastor, é o modelo perfeito para Seus subpasto res – Cristo é o Supremo Pastor. Ele confiou o cuidado de Seu rebanho aos Seus subpastores. Requer desses pastores que tenham o mesmo interesse que Ele sempre manifestou por Suas ovelhas, e que sintam sempre a responsabilidade do encargo que lhes confiou. Os ministros, que são chamados por Deus para trabalhar na palavra e na doutrina, são pastores de Cristo. Ele os nomeou sob Sua direção para que vigiem Seu rebanho e cuidem dele. Ordenou solenemente que sejam pastores fiéis, que alimentem o rebanho com dedicação, sigam Seu exemplo, fortaleçam e alimentem o fraco e o protejam das feras vorazes. Ele lhes mostra Seu exemplo de amor por Suas ovelhas. Para assegurar seu resgate, Ele deu a vida por elas; e, se [os pastores] imitarem Seu exemplo de abnegação, o rebanho prosperará sob seu cuidado (SG3, p. 123). Muitos pastores não conhecem a essência real do ministério de Cristo – O conhecimento divino pode se tornar conhecimento humano. Todo pastor deve estudar atentamente a maneira como Cristo ensinava. Deve compreender Suas lições. Não há um em vinte que conheça a beleza, a essência real do ministério de Cristo. Precisam descobri-la. Então se
0 0
282
2 8 2
| Ministério Pastoral
tornarão participantes do abundante fruto de Seus ensinos. Eles os entrelaçarão tão plenamente em sua própria vida e prática, que as ideias e os princípios que Cristo apresentou em Suas lições aparecerão também nos ensinos deles. A verdade florescerá e produzirá os mais nobres frutos. E o próprio coração dos obreiros será aquecido; sim, arderá com a vivificante vida espiritual que infundem na mente de outros. Então todos esses sermões insípidos terão um fim, pois, com frequência, são uma exibição do próprio eu, em vez do fruto produzido pelo mestre que se assentou aos pés de Jesus e aprendeu dEle (MR6, p. 72). Cada aspecto da vida do grande Exemplo deve ser estudado cuidadosamente – Quanto mais o ministro de Cristo se associar com seu Mestre, através da contemplação de Sua vida e Seu caráter, tanto mais se assemelhará a Ele e mais qualificado se tornará para ensinar Suas verdades. Cada aspecto da vida do grande Exemplo deve ser estudado cuidadosamente, e uma íntima conversação deve ser mantida com Ele por meio da oração de uma fé viva. Assim, o caráter defeituoso do ser humano será transformado à imagem de Seu glorioso caráter. Assim o professor da verdade estará preparado para conduzir pessoas a Cristo (SG3, p. 244).
VIDA DEVOCIONAL A oração foi o centro do ministério de Cristo – Cristo é nosso exemplo. Sua vida foi de oração. Sim, Cristo, o Filho de Deus, igual ao Pai, plenamente suficiente em Si mesmo, a fonte de todas as bênçãos, Ele, cuja voz podia repreender a doença, acalmar a tempestade, e chamar os mortos à vida, orava com forte clamor e muitas lágrimas. Muitas vezes passava noites inteiras em oração. Enquanto as cidades estavam dormindo em silêncio, os anjos ouviam as súplicas do Redentor. Contemplem o Salvador prostrado em oração, com a alma atormentada pela angústia. Ele não está orando em Seu favor, mas por aqueles a quem veio salvar. Nas montanhas da Galileia e nos bosques do Monte das Oliveiras, o amado Filho de Deus orava pelos pecadores. Então saia para ministrar-lhes, tendo os lábios novamente tocados por brasa viva (ST, 5 de setembro de 1900). Jesus reabastecia sua alma por meio da oração antes de sair para ministrar – Para os judeus crentes em Jerusalém, no tempo de Cristo, o Monte das Oliveiras era com frequência um retiro para a devoção. As colinas e os vales ao redor de Jerusalém, hoje tão secos e áridos, estavam
Jesus como o pastor modelo | 283 salpicados de oliveiras e pomares, e era ali que os fieis de Israel iam muitas vezes para estudar as Escrituras e orar. O Jardim do Getsêmani estava entre os lugares assim frequentados. Era para esse lugar, quando a cidade de Jerusalém estava envolta pelo silêncio da meia-noite, que Jesus Se retirava muitas vezes para entrar em comunhão com o Pai. Quando aqueles aos quais havia ministrado durante o dia todo voltavam para seus lares, Jesus, segundo lemos, ia “como de costume, para o monte das Oliveiras” (Lc 22:39). Às vezes levava Seus discípulos com Ele para esse lugar de retiro, para que unissem suas orações às dEle. Na oração, Cristo obtinha poder de Deus e prevalecia. Manhã após manhã, e noite após noite, Ele recebia graça para poder reparti-la a outros. Então, com a alma repleta de graça e fervor, saía para ministrar às almas dos homens (ST, 15 de julho de 1908). Jesus orava principalmente por outros – Cristo estava continuamente recebendo do Pai para poder transmitir-nos. Disse Ele: “Estas palavras que vocês estão ouvindo não são Minhas; são de Meu Pai que Me enviou” (Jo 14:24). “O Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir” (Mt 20:28). Ele viveu, pensou e orou, não para Si mesmo, mas para os outros. Após horas passadas junto a Deus, Ele saía, manhã após manhã, para levar a luz do Céu aos homens. Diariamente recebia um novo batismo do Espírito Santo. Nas primeiras horas do novo dia, Deus O despertava de Seu sono, e Sua alma e Seus lábios eram ungidos com graça para que pudesse reparti-la com outros (RH, 11 de agosto de 1910). O exemplo de Cristo mostra aos pastores como encarar os embates – São os ministros de Cristo ferozmente tentados e golpeados por Satanás? Assim também Aquele que não teve pecado. Cristo, nosso exemplo, Se voltava para o Pai nessas horas angustiosas. Ele veio ao mundo para prover um meio através do qual pudéssemos achar graça e força para cada momento de necessidade, seguindo Seu exemplo de oração fervorosa e frequente. Se os ministros de Cristo imitassem esse modelo, seriam imbuídos do Seu espírito, e os anjos viriam servi-los (RH, 19 de maio de 1885).
AMOR PELAS PESSOAS Cristo Se identificou com Seu povo – Cristo Se identificou com as necessidades de Seu povo. As necessidades e agonias desse povo eram Suas também. Ele diz: “Eu tive fome, e vocês Me deram de comer; tive sede, e vocês Me deram de beber; fui estrangeiro, e vocês Me acolheram;
2 8 3
284
4 8 2
| Ministério Pastoral
necessitei de roupas, e vocês Me vestiram; estive enfermo, e vocês cuidaram de Mim; estive preso, e vocês Me visitaram” (Mt 25:35, 36). Os servos de Deus devem ter um coração afetuoso e amor sincero para com os seguidores de Cristo. Devem manifestar aquele profundo interesse que Jesus nos apresenta no cuidado do pastor para com a ovelha perdida; seguir o exemplo dado por Cristo, exercer a mesma compaixão e benignidade, e o mesmo terno e compassivo amor manifestado por Ele para conosco (T3, p. 186, 187). Amor, misericórdia e compaixão eram demonstrados em cada ato do ministério de Jesus – Ao descrever Sua missão na Terra, Jesus disse: “O Espírito do Senhor está sobre Mim, pelo que Me ungiu para evangelizar os pobres; enviou-Me para proclamar libertação aos cativos e restauração da vista aos cegos, para pôr em liberdade os oprimidos” (Lc 4:18). Essa foi Sua obra. Ele saiu fazendo o bem, e curando todos os oprimidos de Satanás. Havia vilas inteiras onde não se ouvia um gemido de dor em nenhuma de suas casas, pois Ele havia passado por elas e curado todos os seus enfermos. Seu trabalho dava evidência de Sua unção divina. Amor, misericórdia e compaixão eram demonstrados em cada ato de Sua vida. Seu coração se movia de terna compaixão pelos filhos dos homens. Ele tomou a natureza humana para compreender as necessidades dos homens. Os mais pobres e os mais humildes não tinham receio de se aproximar dEle. Até mesmo as criancinhas eram atraídas a Ele. Elas gostavam de sentar-se em Seu colo e observar aquele rosto pensativo, cheio de bondade e amor (BTS, 1º de janeiro de 1909). Os pastores que trabalham sob a direção do Supremo Pastor sempre terão interesse pelos outros – O Bom Pastor veio buscar e salvar o perdido. Ele manifestou em Suas obras Seu amor por Suas ovelhas. Todos os pastores que trabalham sob a direção do Supremo Pastor possuirão Suas características; eles serão mansos e humildes de coração. Uma fé semelhante à de uma criança traz descanso ao coração, e também atua pelo amor e sempre se interessa pelos outros. Se o Espírito de Cristo habita neles, serão semelhantes a Cristo e farão as obras de Cristo (T4, p. 377).
O LÍDER SERVIDOR Para ter o mesmo sucesso que Jesus, lidere com a humildade dEle – Jesus, o querido Salvador, a todos deu notáveis lições de humildade, mas,
Jesus como o pastor modelo | 285 em especial, ao ministro do evangelho. Em Sua humilhação, ao estar quase concluída Sua obra na Terra e Ele prestes a voltar para o trono do Pai, de onde viera, tendo nas mãos todo o poder e na fronte toda a glória, entre Suas últimas lições aos discípulos houve uma sobre a importância da humildade. Enquanto eles discutiam a respeito de quem seria o maior no reino prometido, Cristo cingiu-Se como um servo, e lavou os pés daqueles que O chamavam de Senhor e Mestre (T4, p. 373). Os pastores desprezados devem se lembrar do que fizeram com Jesus – Anjos ministraram a Jesus, entretanto, sua presença não Lhe tornou a vida fácil e livre de severos conflitos e violentas tentações. Ele foi tentado em todos os pontos, como nós o somos, mas sem pecado. Deveriam os pastores, enquanto estão envolvidos na obra que o Senhor lhes designou, ficar desanimados ao sofrerem provas, perplexidades e tentações, quando sabem que Alguém suportou tudo isso antes deles? Deveriam eles abandonar sua confiança porque não conseguem dar conta de tudo o que se espera deles? Cristo trabalhou diligentemente por Sua nação, mas Seus esforços foram desprezados por aqueles a quem viera salvar, e eles tiraram a vida dAquele que lhes viera trazer vida (T2, p. 509).
GANHADOR DE ALMAS Cristo veio para dar o exemplo correto de um ministro ganhador de almas – Ele veio para dar o exemplo correto de um ministro do evangelho. Esforçava-Se constantemente por um objetivo; todas as Suas forças eram empregadas para a salvação do ser humano, e todo ato de Sua vida visava a esse fim. Viajava a pé, ensinando Seus seguidores à medida que prosseguia. Suas vestes eram empoeiradas e manchadas pela viagem, e Sua aparência era pouco convidativa. Contudo, as verdades simples e objetivas que saíam de Seus divinos lábios logo faziam com que os ouvintes se esquecessem da aparência dEle, e ficassem encantados, não com o homem, mas com a doutrina que Ele ensinava (T4, p. 373). O bom pastor procura diligentemente as ovelhas perdidas e as traz com amor de volta ao redil – Tenho uma mensagem aos que trabalham no ministério. O Senhor não Se agrada do trabalho que vocês têm realizado, e não o aceita de suas mãos por terem descuidado a parte da obra que é mais importante para a salvação de almas e para a saúde da igreja. O ministro precisa ser um pastor. [...] Ele deixa as noventa e nove no redil;
2 8 5
286
| Ministério Pastoral
por mais escura e tempestuosa que seja a noite, ou quão perigoso e desagradável o caminho, ou quão longa e tediosa a procura, ele não se cansa nem se dá por vencido enquanto não encontra a perdida. E, quando a encontra, age com indiferença? Chama a ovelha e ordena à extraviada que o siga? Ameaça-a e bate nela, ou a empurra diante dele, ao se lembrar da amargura, do desconforto e da ansiedade que sofreu por culpa dela? Não! Ele coloca a ovelha cansada, exausta e extraviada sobre o ombro e, com alegre sentimento de gratidão porque sua busca não foi em vão, a leva de volta ao redil. Sua gratidão é expressa em melodiosos cânticos de alegria, e os coros celestiais respondem às alegres notas do pastor. Quando a perdida é encontrada, o Céu e a Terra se unem em grande alegria e agradecimento (RH, 23 de agosto de 1892).
6 8 2
O PREGADORPROFESSOR O ministério de Jesus consistia não apenas em sermonear, mas em educar o povo – Devemos procurar seguir mais de perto o exemplo de Cristo, o grande Pastor, ao trabalhar com Seu pequeno grupo de discípulos, estudando com eles e com o povo em geral as Escrituras do Antigo Testamento. Seu ministério ativo consistia não somente em pregar sermões, mas em instruir o povo. Ao passar pelas aldeias, mantinha contato pessoal com as pessoas em suas casas, ensinando-as e atendendo-lhes as necessidades. Ao aumentarem as multidões que O seguiam, quando chegava a um local apropriado, falava-lhes, simplificando Seus discursos com o emprego de parábolas e símbolos (Ev, p. 203). A pregação de Cristo era simples e direta – Suas palavras eram simples e diretas, e ninguém precisava consultar o dicionário para verificar seu significado. Uma criança podia compreender Seus ensinos. E assim como Ele realizou Seu trabalho, assim devemos fazer o nosso, seguindo Seu exemplo (ST, 8 de julho de 1889). Jesus buscava alcançar a mente do povo comum – Muito poderemos fazer dentro de pouco tempo, caso trabalhemos como Cristo fazia. Podemos refletir com proveito em Sua maneira de ensinar. Ele buscava alcançar a mente do povo comum. Seu estilo era claro, simples e abrangente (Ev, p. 565). Ninguém que escutasse a Jesus podia sentir-se desprezado nem esquecido – Jesus procurava um caminho para cada coração. Usando
Jesus como o pastor modelo | 287 várias ilustrações, não só expunha a verdade em Seus diversos aspectos, mas apelava também para os diferentes ouvintes. Despertava-lhes o interesse pelos quadros tirados do ambiente de sua vida diária. Ninguém que escutasse o Salvador podia sentir-se desprezado nem esquecido. O mais humilde, o mais pecador, ouvia em Seus ensinos uma voz que falava com compaixão e ternura (PJ, p. 21, 22). Cristo alterou o mínimo possível a maneira de pensar de Seus ouvintes – Quando Cristo apresentou essas verdades às pessoas, Ele alterou o mínimo possível sua habitual maneira de pensar. Entretanto, uma nova e transformadora compreensão da verdade ficaria entremeada em sua experiência. Ele despertou-lhes a mente apresentando a verdade através de imagens que lhes eram conhecidas. Utilizou em Seus ensinos ilustrações que evocaram suas mais agradáveis lembranças e sua empatia, com a finalidade de alcançar o templo secreto da alma. Identificando-Se com seus interesses, extraiu Suas ilustrações do grande livro da natureza, usando objetos com os quais eles estavam familiarizados (MR1, p. 22). As ilustrações de Jesus repetiam constantemente Suas lições – Os indivíduos instruídos ficavam encantados com os ensinos de Cristo, e os incultos se beneficiavam sempre, pois Ele apelava ao seu entendimento. Suas ilustrações eram extraídas das coisas comuns da vida diária, e, embora fossem simples, traziam um maravilhoso e profundo significado. As aves do céu, os lírios do campo, a semente, o pastor e as ovelhas – com essas coisas, Cristo ilustrava verdades imortais; e sempre, dali em diante, quando Seus ouvintes tinham oportunidade de ver essas coisas na natureza, recordavam-se de Suas palavras. As ilustrações de Cristo constantemente repetiam Suas lições (RH, 18 de maio de 1897).
PASTOR DE SUBPASTORES O Pastor Verdadeiro dirige Sua obra por intermédio de Seus subpastores – Ao mesmo tempo em que Cristo é oficiante no santuário celestial, é também, por intermédio de Seus representantes, o líder de Sua igreja na Terra. Fala ao povo mediante homens e, por meio deles, leva avante a obra, do mesmo modo que o fazia nos dias de Sua humilhação, quando andava visivelmente aqui no mundo. Apesar de decorridos séculos, o lapso de tempo não mudou a promessa por Ele deixada aos discípulos: “Eis que estou convosco todos os dias, até à consumação dos
0 0