MIGUEL TORGA ORFEU REBELDE 1. A ideia de rebeldia concretza-se pelo uso de palavras conoadas com ações inensas, fores e revoladas: “possesso” (v. (v. 2); “fúria” (v. (v. ); “desao” (v. (v. !); “gritos” (v. (v. ""); “violências” (v. “violências” (v. "2). 2. # $eu% po&tco esabelece o conrapono enre a sua poesia e a dos ouros poeas ' “felizes, sejam rouxinóis” (v. (v. ) ' de cano suave, descomprometdos da realidade. comparações reforçam a assunço da rebeldia do $eu% $eu% po&tco, *ue se apro+ima de “um 3. As comparações possess possesso” o” (v. (v. 2) e de “quem usa/Os versos em leg!ma defesa” (vv. (vv. "-"). 4. # conceio de poesia apona para a aço cartca dos versos: o su/eio po&tco cana para a0ir sobre o (seu) empo, assumindo uma posiço inerventva. 5. ".a esrofe: esrofe: auocaracerizaço auocaracerizaço do su/eio su/eio po&tco. po&tco. 2.a esrofe: esrofe: #posiço eu1ouros. eu1ouros. .a esrofe: Assunço da funço inerventva da poesia. 6. 3r4s se+tl5as, com versos decassilbicos e dois 5e+ass6labos (vv. 2 e "). 7ima cruzada em odas as esrofes e emparel5ada, na .8 esrofe. 7ima rica e rima pobre.
DIES IRAE 1. # empo represenado no poema & o da diadura e caraceriza-se pelo medo, pelo sofrimeno e pela fala de liberdade (“"m ( “"m fantasma levanta/# m$o do medo so%re a nossa &ora'” , &ora'” , vv. -; “O&( maldi)$o do tempo em que vivemos,/*epultura de grades cinzeladas” , cinzeladas” , vv. "-"). 2. # paralelis paralelismo mo salien saliena, a, nos dois primeiros primeiros versos versos das r4s primeira primeirass *uadras, *uadras, a oposiço oposiço e+isene enre a*uilo *ue “#petece” e e o *ue efetvamene aconece e *ue & distno, como su0ere a con/unço “mas” . 9os dois ltmos versos dessas esrofes, o paralelismo apresena a /ustcaço /ustcaço para para as siuações referid referidas, as, imposas imposas pela opresso opresso do “fantasma” *ue *ue deermina o medo e a limiaço da liberdade. 3. A ltma esrofe corresponde ao lameno conclusivo do su/eio po&tco sobre o seu presene, uma “*epultura de grades cinzeladas” (v. cinzeladas” (v. "), uma priso *ue dei+a vislumbrar uma vida ine+isene (“a vida que n$o temos” , v. ") e *ue no permie *ual*uer aço em relaço < an0sta sentda ( “as “as angús!as paradas” , v. "), por imposiço do “fantasma” repetdamene repetdamene mencionado.
EUGÉNIO DE ANDRADE AGORA AS PALAVRAS 1.1. # su/eio po&tco refere um presene de relaço di=cil com as palavras, *ue l5e obedecem muio menos ($O%edecem+me ($O%edecem+me agora muito menos,/as palavras” , palavras” , vv. "-2), *ue resmun0am e *ue no demonsram respeio. 9o passado, as palavras ero 0osado dele, a relaço enre ambos er sido 5armoniosa (“e ( “e elas durante muitos anos/tam%m gostaram de mim- dan)avam/. min&a roda quando as encontrava'” , vv. ""-"). 1.2. 1.2. Arav&s da personicaço, as palavras so-nos apresenadas com caracer6stcas 5umanas (“resmungam, n$o fazem/caso do que l&es digo” , vv. -), o *ue l5es aribui, no processo de criaço ar>stca, uma dimenso independene e din?mica, lon0e de constu6rem uma realidade inere. As palavras senem, rea0em e debaem-se com o su/eio po&tco. 2. @ses versos armam um processo de criaço metculoso e ri0oroso do su/eio po&tco, *ue procura as palavras ceras, numa perspetva inransi0ene do seu uso. 3. #s dois ponos marcam uma pausa *ue inroduz uma e+plicaço, uma especicaço. 9ela, o su/eio po&tco e+plicia o tpo de relaço e+isene enre ele e as palavras. 4. A inerro0aço parece aponar uma /ustcaço alernatva para a desobedi4ncia das palavras, assene na possibilidade de er sido o poea *uem mudou, uma vez *ue passou a procurar as palavras mais di=ceis.
5. # >ulo do poema remee e+aamene para o presene da relaço do su/eio po&tco com as palavras, *ue descreve, depois, ao lon0o do e+o.
RAPARIGA DESCALÇA 1. # su/eio po&tco recria poetcamene um insane real do *uotdiano.
1. m dia de c5uva *ue & “um jogo inocente de luzes,/de crian)as ou %eijos, de fragatas” (vv. -!). 2. A rapari0a em p&s “formosos” (v. 2) e “leves” (v. ), *ue l5e conferem uma dimenso de leveza *uase an0elical. Bos p&s nasce um corpo *ue no se desprende deles, como se eles fossem a ori0em e o m da sua ima0em. 3. Censações visuais (vv. ", -!, D), ceis (“leves” , v. ), 0usatvas1ceis (“sa%or do sol” , v. ) e auditvas (“canta na fol&agem” , v. ). 4. 9o verso D, o $eu% po&tco refere “"ma gaivota” *ue parece desper-lo (“passa nos meus ol&os” ) da deambulaço po&tca anerior e o faz reomar a ima0em da rapari0a descalça, rans0urando-a. 5.a. Cinesesia. Besaca a sensaço a0radvel produzida pela c5uva. b. Eradaço. Fria uma evoluço crescene de poetzaço, na *ual a rapari0a perde pro0ressivamene a sua sicalidade e passa a fundir-se com o ambiene sensorial. 6. As r4s *uadras correspondem ao desenvolvimeno ripartdo do ema. 9a ". a, o $eu% po&tco, num dia de c5uva, +a-se numa rapari0a descalça. 3ranspõe depois a sua reGe+o para a c5uva e a luminosidade do dia, na 2.a. 9a ltma, reoma a ima0em da rapari0a em ambiene de deslumbrameno po&tco.
CANÇÃO 1. m rapaz procura envolver-se amorosamene com uma donzela, *ue pede a opinio da me. 2. 9as duas primeiras esrofes, o su/eio po&tco feminino refere *ue tn5a um “cravo” e um “len)o de m$o” , *ue um rapaz l5e pediu. Cem resposa e+pressa da me nas duas primeiras esrofes, na erceira verica-se *ue a rapari0a acedeu ao pedido, dando-l5e o cravo e o lenço. Her0una, eno, < me se dever dar ao rapaz o seu coraço, caso ele l5o peça. 3. # >ulo do poema, $Fanço%, conrma-se na composiço pela esruura paralela e pela presença de refro (“ m$e, dou+l&o ou n$o0” ), fazendo lembrar a l6rica rovadoresca no *ue diz respeio ao rimo e < consruço.