Animação e Lazer Manual Formadora: Ana Lúcia Palma
2012 Carga horária: 50 Horas
Vila Verde De Ficalho
Índice Introdução Objectivos UFCD Conteúdos UFCC 1. A Animação e o lazer -------------------------------------------------------------------------6 1.1.
Tipos de animação ----------------------------------------------------------7 1.1.1. Animação cultural ----------------------------------------------7 1.1.2. Animação social ------------------------------------------------7 1.1.3. Animação educativa --------------------------------------------7 1.1.4. Animação individual --------------------------------------------8 1.1.5. Animação de grupo --------------------------------------------8 1.1.6. Outros exemplos de animação -------------------------------8
1.2.
Tipos de animação quanto à faixa etária 1.2.1. Animação Infantil-----------------------------------------------------9 1.2.2. Animação Juvenil-----------------------------------------------------9 1.2.3. Animação Infanto-Juvenil-------------------------------------------9 1.2.4. Animação para Adultos----------------------------------------------9 1.2.5. Animação Sénior/Idosos---------------------------------------------9 1.2.6. Animação para Todos------------------------------------------------9
2. Categorias de animação 2.1.
De difusão cultural ---------------------------------------------------------10
2.2.
De actividades lúdicas------------------------------------------------------10
2.3.
De actividades artísticas não profissionais------------------------------10
2.4.
De actividades sociais------------------------------------------------------10
3. Comunicação e Animação de Grupos------------------------------------------------------11 4. O Animador -----------------------------------------------------------------------------------13 4.1.
Funções do Animador------------------------------------------------------13
4.2.
Perfil do animador----------------------------------------------------------14 4.2.1. A nível pessoal ------------------------------------------------------14 4.2.2. A nível profissional--------------------------------------------------14 4.2.3.Perante o trabalho---------------------------------------------------15 4.2.4. Perante o grupo-----------------------------------------------------15
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5. Recursos da Comunidade-------------------------------------------------------------------16 6. A actividade Lúdica---------------------------------------------------------------------------17 6.1.
A importância do lúdico----------------------------------------------------17
6.2.
Exemplos de actividades lúdicos------------------------------------------18
7. Critérios para a selecção das técnicas-----------------------------------------------------19 7.1.
Segundo os objectivos-----------------------------------------------------19
7.2.
Segundo a maturidade do grupo-----------------------------------------19
7.3.
Segundo o tamanho do grupo--------------------------------------------19
7.4.
Segundo as características dos membros do grupo-------------------19
7.5.
Segundo a capacidade do animador-------------------------------------19
8. Actividade física-------------------------------------------------------------------------------20 9. Metodologias e técnicas de animação-----------------------------------------------------21 Expressão plástica---------------------------------------------------------------21 Expressão Musical---------------------------------------------------------------24 Expressão dramática------------------------------------------------------------26 Expressão Psicomotora---------------------------------------------------------29 Literatura-------------------------------------------------------------------------31 10. Planificação de actividades------------------------------------------------------------------32 11. Bem-aventuranças do animador-----------------------------------------------------------35
Conclusão
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Introdução
A animação é, e sempre foi, uma forma de espairecer, de lazer e de divertimento. Para além disso, a animação também é uma actividade muito complexa, pois ela vai interferir
com
diferentes
tipos
de
pessoas,
diferentes
hábitos
e
diferentes
comunidades. Cada um destes pontos deve de ser estudado com atenção antes de aplicar qualquer tipo de actividade. Por esse motivo, não é qualquer pessoa que pode desempenhar o papel de animador. O animador centra-se, acima de tudo, em quem tem de animar: a pessoa concreta, de uma determinada idade, numa situação existencial específica, com as suas experiências e os interesses. Só depois se deve concentrar no que fazer e como fazer. O jogo como actividade lúdica terá um papel primordial ao longo de todas as sessões, vamos trabalhar e explorar os mais variados tipos de jogos e perceber os critérios a ter em conta para a sua escolha. Neste módulo vamos ainda aprender diferentes técnicas de animação ligadas as diferentes áreas de expressão (plástica, música, literatura e arte dramática), para isso serão disponibilizadas várias sessões práticas onde o grupo irá activamente dinamizar as técnicas de animação. O presente manual pretende constituir uma ferramenta de trabalho para os formandos do módulo e, ainda, um instrumento de consulta durante a actividade profissional dos mesmos. O manual de apoio pretende ser utilizado como um complemento para as sessões e tem como principais objectivos:
Proporcionar ao/à formando/a uma sistematização teórica sobre as temáticas abordadas durante as sessões;
Facultar ao/à formando/a instrumentos de pesquisa e aprofundamento para a compreensão da UFCD;
Orientar o processo formativo do/a formando/a.
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Objectivos UFCD Objectivos Gerais:
Aplicar técnicas de animação tendo em conta as necessidades e interesses dos clientes/utilizadores.
Colaborar na organização e realização de actividades no exterior.
Objectivos Específicos:
Seleccionar e adaptar os recursos existentes na comunidade
Adequar as técnicas de animação à especificidade de cada cliente/utilizador.
Adequar as técnicas de animação segundo o grupo etário
Conhecer diversos jogos de interior e exterior
Saber estimular a actividade física dos clientes/utilizadores
Aplicar técnicas de artes plásticas
Aplicar técnicas de arte dramática
Utilizar a música e a literatura como meios de expressão
Utilizar meios audiovisuais na animação
Aplicar técnicas de observação
Elaborar e conduzir uma entrevista
Dinamizar o trabalho em grupo
Preparar uma excursão
Planificar uma colónia de férias
Organizar espectáculos e exposições
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Conteúdos UFCD 1- Técnicas de animação e lazer •
Recursos da comunidade
•
A actividade lúdica
•
Técnicas de animação adequadas à especificidade de cada cliente/utilizador
•
Jogos de interior /Jogos de exterior
•
Actividade física
•
Meios de expressão Arte plástica Arte dramática Música Literatura
•
Meios audiovisuais Televisão Cinema Vídeo Técnicas de observação
•
Entrevista
•
Trabalho de grupo
2 - Actividades no exterior Excursões Colónias de férias Espectáculos Exposições
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1. A Animação e lazer
A animação é uma área de actuação composta por um conjunto de actividades que permitem às pessoas usufruírem de forma mais plena uma determinada experiência. Segundo Lobrot (1977), “animar implica, como o próprio sentido etimológico regista, uma acção dinâmica, exercida de forma directa, que produz movimento, vida, actividade, induzindo a propostas e sugestões que orientem, seduzam, solicitem, despertem e influenciem a imaginação, sem qualquer coercitividade.” Cit in Lança Rui (2004, pp 15), Animação Desportiva e Tempos Livres
6 Lazer, por sua vez, significa vagar, descanso, passatempo, no contexto da animação podemos dizer que o lazer é a ocupação desses tempos de descanso através de estímulos agradáveis de emoções combinados com um elevado grau de escolha individual. Lança Rui (2004, pp 119), Animação Desportiva e Tempos Livres
A animação mune-se de metodologias participativas e activas para promover a implicação responsável e livre dos indivíduos na comunidade onde se inserem, tornando-os protagonistas do seu próprio desenvolvimento. Por ser algo de tão complexo, houve necessidade de “distribuir” a animação por tipos e categorias.
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1.1.
Tipos de animação
Relativamente aos tipos de animação, existem: 1.1.1.
A animação cultural – Orientada para o desenvolvimento da criatividade, expressão e criação cultural ou artística.
Espaços de intervenção: Casas e centros culturais, Ateliê de expressões, Escolas artísticas, Museus, Bibliotecas, ateliê de cozinha, etc. O que é que faz um animador cultural? Organiza, coordena e desenvolve actividades de animação de grupo e comunidades, tais como ateliês, visitas a diversos locais (museus, exposições, etc.) Programa um conjunto de actividades de carácter educativo, cultural, desportivo e social. Reúne os recursos necessários, tais como equipamentos, meios financeiros e humanos, transportes e outros. Concebe e executa individualmente ou em colaboração com grupos, suportes materiais para o desenvolvimento das acções. Avalia os programas e efectua os respectivos relatórios 1.1.2.
A animação Social: Tem como propósito resolver os problemas colectivos do grupo ou comunidade.
Tem uma vertente comunitária, em prol do desenvolvimento da participação e do associativismo, promovendo as relações humanas e o desenvolvimento local. 1.1.3.
Educativa - Orientada para o desenvolvimento da motivação, para a aprendizagem e formação permanente.
Permite uma dinamização e optimização dos recursos pessoais para a inserção social. A intervenção centra-se na pessoa e suas especificidades. Espaços de intervenção: Universidades, Centros de férias, Diversos equipamentos de ocupação e tempos livres
As suas características “potenciam e desenvolvem atitudes de formação pessoal e grupais adaptadas às contínuas mudanças”.
Este tipo de animação é um meio para a alteração do comportamento e de mentalidades que persistem, designadamente quando promove valores de
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solidariedade, de entreajuda e auto-estima entre as pessoas, quando estimula a capacidade dos participantes para transformar ideias em projectos. 1.1.4.
Animação Individual - Conceito de Individual que é Relativo a uma única pessoa; Que possui características próprias de um indivíduo distintas do restante grupo.
Estratégias:
Encontrar
métodos
de
trabalho
específicos,
para
situações
de
necessidades educativa especial, marginalização, exclusão social, faixas etárias diferentes. 1.1.5.
Animação de Grupo
Conceito de Grupo Um grupo é constituído por um conjunto de indivíduos. No entanto, nem todos os conjuntos de indivíduos se podem considerar um grupo. Para que tal aconteça é necessário que um conjunto de indivíduos esteja em interacção durante um período de tempo considerável e que consiga desenvolver uma actuação colectiva com vista ao seguimento de objectivos partilhados. Os grupos distinguem-se uns dos outros pelos mais variados critérios. Papel do Grupo O grupo desempenha papéis decisivos na vida humana já que é nele que se processa a socialização do indivíduo imprescindível à sua formação enquanto pessoa. Assim, ao longo da vida do indivíduo, uma adequada integração em grupos é indispensável para a formação de um ser humano completo e equilibrado emocional e socialmente. É amplamente reconhecido que o grupo pode exercer uma forte influência no comportamento individual dos seus membros. Este efeito pode revestir aspectos positivos, mas também negativos. Um grupo pode facilitar mudanças comportamentais desejáveis nos seus membros, mas pode, também, facilitar a manifestação pelos seus membros de comportamentos socialmente indesejáveis e/ou desadequados.
1.1.6.
Outros exemplos de tipos de animação:
•
Animação infantil
•
Animação Juvenil
•
Animação para Terceira Idade
•
Animação para pessoas portadoras dos mais variados tipos de deficiências
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•
Animação de Instituições
•
Animação de rua
•
Animação de bares
•
Animação Turística
1.2.
Tipos de Animação quanto à faixa etária
As actividades e as animações devem ser adequadas, orientadas e vocacionadas à idade e escalão etário a que se destinam. Surgem, assim, os seguintes tipos de animação: 1.2.1. Animação Infantil: é a animação destinada a bebés, crianças e préadolescentes. É concebida tendo em conta as características, competências, capacidades e aptidões próprias destas idades. É a animação que acontece em creches, jardim-de-infância e O.T.L’s. 1.2.2. Animação Juvenil: é a animação destinada a adolescentes e jovens. Temos como ex. as acções realizadas pelo Instituto Português da Juventude. A animação é feita tendo em conta as expectativas, os gostos, interesses e necessidades dos jovens. 1.2.3. Animação Infanto-Juvenil: é a junção entre a animação infantil e a juvenil. Há, por assim dizer, um alargamento em termos de faixa etária. 1.2.4. Animação para Adultos: é uma animação destinada a adultos, mais generalizada e de maior alcance em termos de difusão. Não implica cuidados especiais em termos de metodologias e de aprendizagem porque é virada para o divertimento e entretenimento. 1.2.5. Animação Sénior/Idosos: vocacionada para os mais idosos (pessoas que atingiram a terceira idade e são reformadas. É uma animação especializada, pois tem de ir ao encontro das possibilidades e disponibilidade dos idosos. 1.2.6. Animação para Todos: é uma animação que engloba todas as faixas etárias, como por exemplo a animação feita numa festa de aniversário. Tem a vantagem de aproximar todas as idades, promovendo o relacionamento e o convívio.
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2. Categorias da animação 2.1.
De difusão cultural – consiste em incentivar o gosto pela cultura, ciência e pelo conhecimento
2.2.
De actividades lúdicas – consiste na animação por divertimento, lazer, desporto ou convívio
2.3.
De actividades artísticas não profissionais – consiste em desenvolver capacidades artísticas e criativas das pessoas através da prática
2.4.
De actividades sociais – consiste em promover a participação das pessoas nos movimentos cívicos, sociais, políticos ou económicos.
No fundo, a animação é um processo que visa a participação e que desenvolve a criatividade das pessoas. Destina-se a estimular as pessoas e os grupos para que se autodesenvolvam, mobilizando todas as suas faculdades, no sentido da resolução dos seus problemas reais e colectivos. O papel desempenhado pela animação é extremamente importante porque, para além de entreter e animar a pessoa, também lhe permite um despertar para a descoberta e desenvolvimento das suas potencialidade e capacidades.
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3. Comunicação e Animação de grupos
A comunicação é a base da animação. Qualquer contacto com outra ou outras pessoas exige comunicação. A comunicação é a transmissão de pensamentos, opiniões ou informações pela fala, escrita ou sinais. É o processo de transferência de informações de uma fonte para outra, e pode ser entendida como um processo de duas vias, onde há uma troca de pensamentos, para um objectivo mutuamente aceite. Para se comunicar, existe todo um esquema, pois são necessários vários elementos. Tem de haver um emissor, de quem parte a mensagem; tem de haver uma mensagem, isto é, aquilo que se quer comunicar, e por sua vez, tem de haver um canal de mensagem. Este canal de mensagem, significa a forma como a mensagem será transmitida. De seguida, tem de haver um receptor, isto é, a pessoa a quem a mensagem é entregue. Por fim, para que a comunicação seja concluída, tem de haver feedback por parte do receptor para com o emissor. Sem feedback não existe comunicação, pois significa que o receptor não entendeu, ou não apreendeu a mensagem.
A comunicação divide-se em dois tipos: a verbal e a não-verbal.
A comunicação verbal, como o nome indica, é composta por palavras orais e escritas. Por seu lado, a comunicação não-verbal, é principalmente composto por movimentos e expressões corporais, como por exemplo: o ritmo e o tom da voz; os silêncios; o contacto ocular; as expressões faciais; comunicação gestual, etc. Quando um animador está a comunicar com o seu grupo, tem de ter em atenção que a sua mensagem seja bem recebida e que não haja deturpação da mensagem.
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A deturpação da mensagem é a diferença entre o que se quer transmitir e o que se transmite, pois nem sempre o que transmitimos é exactamente o que o receptor recebe. “Verdadeiro não é o que “A” disse, mas sim o que “B” entende” Essas deturpações acontecem de cada vez que existem barreiras à comunicação, sendo elas:
Complexidade da mensagem;
Canal utilizado;
Desconhecimento do código utilizado;
Desconhecimento do contexto;
Estado de saúde ou de fadiga;
Falta de motivação;
Deficiências visuais ou auditivas;
Ruído;
Preocupação somente em fazer-se ouvir. 12
Para que a comunicação ocorra sem qualquer dificuldade, deve-se desenvolver a escuta activa. Isto é, deve-se saber ouvir e escutar; deve-se agir com empatia; não se deve interromper a outra pessoa quando está a comunicar, pois demonstra falta de interesse e atenção; deve-se controlar as emoções pessoais pois num grupo tem que se agir com todos por igual; deve-se reformular a mensagem caso o receptor tenha alguma dúvida, etc. Aquando da comunicação, nunca nos devemos esquecer que comportamento gera comportamento. Isto é, se eu comunicar com agressividade, vou ter uma resposta agressiva; se comunicar com ansiedade, vou ter uma resposta ansiosa; se eu comunicar com simpatia, vou ter uma resposta simpática, assim sucessivamente. Dentro da animação, a comunicação tem a sua importância porque permite estabelecer e dar a conhecer objectivos ao grupo com que o animador trabalha. Ajuda- o a coordenar, a dar apoio ao grupo e a controlar as actividades que desenvolve. Para além, a comunicação, quando bem-feita, também permite ao animador influenciar, através da compreensão e aumentar a motivação das pessoas.
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4. O Animador É aquele que realiza tarefas e actividades de animação, estimulando o público-alvo para uma determinada acção. É um mediador, um intermediário, um companheiro e um elo de ligação entre um objectivo e um grupo alvo.
4.1.
Funções do animador
Facultar apoio técnico de forma que o utente satisfaça as suas necessidades e se capacite para organizar e conduzir as suas próprias actividades Contribuir para que as pessoas envolvidas nas actividades de animação sistematizem e implementem as práticas de animação Animar, vitalizar e impulsionar as potencialidades inerentes às pessoas e grupos
13
Profissionais
“De passagem”
Animadores
Voluntários
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Eventuais
4.2. Perfil do animador: 4.2.1. A nível pessoal
Simplicidade: livre de preconceitos;
Confiante: Firmeza e entusiasmo;
Alegre: Alegria de viver contagiante;
Corajoso: Enfrentar os desafios;
Sensato
Humilde: Não é detentor de todo o saber;
Paz de Espírito: Harmonia;
Simpatia: Sentido de humor;
Exemplar: Ético de se comportar na sociedade;
Solidário: Compartilhar e valor pelo humano;
Dignidade, razão, afecto;
Equilíbrio pessoal: intelectual, afectivo, social;
Realista;
Ágil: Habilidade para executar alguma actividade com rapidez e destreza;
Ordem e método;
Paciente e compreensivo.
14
4.2.2. A nível profissional
Dialogante: clareza nos propósitos;
Interactivo;
Flexível: Adaptar-se a qualquer situação;
Mediador e catalisador: Deve ter a capacidade de intervir; antecipar, tomar iniciativa, improvisar, inventar, evoluir, estimular as forças colectivas;
Negociador: Empatia relacional;
Líder Democrático: grupos ou comunidades;
Interventor social e cultural: Agente de Desenvolvimento inicial
Inter-relação entre saber, saber-ser e saber-estar;
Dinâmico: Sempre em movimento e com variedade nas intervenções;
Sociável, Responsável, Cumpridor e Empenhado;
Formação ao longo da vida;
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Saber trabalhar em equipa;
Crente e motivado: Trabalhar em projectos nos que se acredita;
Abertura: Inovação e criatividade;
4.2.3.Perante o trabalho
Persistente: Não deve recuar ao primeiro problema;
Prudente: Evitar atitudes precipitadas;
Facilitador: Mobilizador e optimizador de recursos, potencialidades e iniciador de processos sociais;
Formação Adequada: Deve dominar as técnicas necessárias a todas as fases que compõem o projecto: diagnóstico, planificação, execução e avaliação.
Atento: Bom observador da realidade, saber diagnosticar as situações individuais, familiares, grupais, sociais, comunitárias e institucionais.
Perspectiva comunitária;
Função de relações públicas dentro e fora do grupo;
Gerir colectivamente os conflitos;
Capacidade de organizar e gerir;
Imparcial: Boa capacidade de abstracção; 4.2.4.Perante o grupo
Promover a participação activa cívica e democrática de pessoas e grupos;
Conhecer os sujeitos e a sua realidade;
Criar e descobrir valores nos sujeitos;
Estimulador do grupo que conduza à sua autonomia e maturidade; O seu estilo deve basear-se na cooperação e na igualdade, em que o animador e os membros do grupo decidem em conjunto o que pretendem empreender;
Respeitar o grupo;
Ser tolerante com as formas de pensar sentir e agir;
Impulsionar à criatividade e à curiosidade;
Levar o grupo à autoformação;
Estar próximo das pessoas e integra-las;
Consciencializar o grupo de seu valor e potencialidades
Tornar o grupo: lúcido, criativo, objectivo, crítico, tolerante, activo, aberto.
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5. Recursos da comunidade
Aquando a realização de uma actividade de animação devemos ter em conta os recursos que a comunidade nos oferece, nomeadamente os locais disponíveis para utilizar em actividades de animação, considerando o objectivo da actividade e os eventuais condicionalismos do público-alvo.
Eventuais
Clubes Profissionais
Animadores 16
Jardins Escolas Pavilhões
Utilizáveis: Descrever quais as actividades possíveis de realizar e verificar a necessidade de proceder a alguma adaptação ou alteração Pouco utilizáveis: Mencionar os motivos e indicar as alterações a realizar por forma a tornar o espaço mais utilizável Não utilizáveis: Deve-se especificar as razões
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6. A actividade lúdica
São vários os significados desta expressão mas todos eles se referem a brincar: Forma de desenvolver a criatividade, os conhecimentos, através de jogos, música e dança. O intuito é educar, ensinar, divertindo e interagindo com os outros. Que faz referência a jogo ou brinquedos: brincadeiras lúdicas. Que tem o divertimento acima de qualquer outro propósito. Que faz alguma coisa simplesmente pelo prazer em fazê-la. O lúdico está em todas as actividades que despertam o prazer.
6.1.
A importância do lúdico
As actividades lúdicas possibilitam fomentar a "resiliência", pois permitem a formação do autoconceito positivo;
As actividades lúdicas possibilitam o desenvolvimento integral da criança, já que através destas actividades a criança se desenvolve afectivamente, convive socialmente e opera mentalmente.
Brincar é uma necessidade básica assim como é a nutrição, a saúde, a habitação e a educação;
Brincar ajuda a criança no seu desenvolvimento físico, afectivo, intelectual e social, pois, através das actividades lúdicas, a criança forma conceitos, relaciona ideias, estabelece relações lógicas, desenvolve a expressão oral e corporal, reforça habilidades sociais, reduz a agressividade, integra-se na sociedade e constrói seu próprio conhecimento.
Brincando a criança desenvolve potencialidades; ela compara, analisa, nomeia, mede, associa, calcula, classifica, compõe, conceitua e cria. O brinquedo e a brincadeira traduzem o mundo para a realidade infantil, possibilitando a criança a desenvolver a sua inteligência, sua sensibilidade, habilidades e criatividade, além de aprender a socializar-se com outras crianças e com os adultos.
Brincar representa um momento de satisfação e liberdade, no qual a criança descobre o mundo, desenvolve a sua inteligência e a sua própria imaginação;
O brinquedo e o jogo são produtos de cultura e seus usos permitem a inserção da criança na sociedade;
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O brinquedo ajuda a estimular o desenvolvimento físico, intelectual e social da criança;
Dá oportunidade à criança para se expressar, usar a sua criatividade e exercitar as suas capacidades;
É importante, no entanto, proporcionar à criança brinquedos que para além de a divertirem, lhe ofereçam as melhores oportunidades de aprendizagem, adequadas a cada fase do seu desenvolvimento.
6.2.
Exemplos de actividades lúdicas •
Desenhar, escrever
•
Contar histórias
•
Brincadeiras
•
Jogos
•
Construir colectivamente
•
Dançar
•
Dramatizações
•
Cantar
•
Teatro de fantoches, etc.
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7. Critérios Para a Selecção das Técnicas 7.1. SEGUNDO OS OBJETIVOS Existem técnicas para: Promover a participação; Estimular as atitudes positivas; Desenvolver a criatividade; Tomada de decisões; Facilitar a compreensão vivencial de uma situação; 7.2. SEGUNDO A MATURIDADE DO GRUPO Quanto menos maturidade tiver o grupo, será necessário utilizar técnicas que exijam menor atenção e implicação pessoal. 7.3. SEGUNDO O TAMANHO DO GRUPO Existem actividades mais adequadas para grupos pequenos e outras para grupos maiores. 7.4 SEGUNDO AS CARACTERISTICAS DOS MEMBROS DO GRUPO Sexo, Idade, Interesses, Necessidades 7.5. SEGUNDO A CAPACIDADE DO ANIMADOR As técnicas exigem conhecimento teórico e experiência. - Personalidade, Qualidades Humanas, Criatividade, Adaptação ao grupo
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8. A actividade física A actividade física é uma óptima alternativa a ter em conta, como meio de socialização e de actividade, já que melhora a condição física e saúde e oferece momentos descontraídos e lúdicos com o grupo. Os benefícios da actividade física são muitos e a variados níveis ou domínios: • Ajuda a regular os níveis de glucose; • Melhora o sono, tanto em qualidade como em quantidade; • Melhora a resistência cardiovascular/aeróbia; • Provoca aumentos de força; • Ajuda a preservar e a readquirir flexibilidade; • Melhora no equilíbrio e coordenação; • Melhor controlo sobre a velocidade de movimento; • Favorece o relaxamento; • Reduz ou evita o estado de depressão; • Melhora o estado de humor; • Melhora o bem-estar geral; 20
• Melhora a saúde mental; • Melhora a função cognitiva; • Melhora o controlo motor; • Melhora a confiança e satisfação pela vida; • Proporciona novas aprendizagens. • Fomenta a integração social e cultural; • Fomenta a integração e participação na comunidade; • Fomenta novas amizades; • Fomenta as relações sociais e culturais; • Fomenta o desempenho de novos papéis sociais; • Fomenta a actividade entre diferentes gerações; • Melhora a qualidade de vida, integrando o indivíduo com a natureza; Assim, sabemos que a prática de exercício físico de forma regular, produz uma série de melhorias ao nível da saúde, tanto na prevenção como no controlo de doenças, trazendo benefício à nossa saúde
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9. Metodologias e Técnicas de Animação
9.1. Expressão Plástica A expressão plástica é um dos modos mais característicos que a criança/jovem tem, não só de observar e manipular a matéria, de forma criativa, como, também, de comunicar ao exterior a sua particular visão do meio, sua aquisição permanente de noções e a necessidade de compartilhar com os outros o seu estado emocional. A criatividade, e a expressão na criança/jovem, implicam amadurecimento, capacidade de comunicação, nível perceptivo e motor, grau de motivação e, desde logo, conhecimentos da aplicabilidade de certas técnicas no seu trabalho criativo. Também se revela importante para os grupos de idosos porque através dela podem ser criativos e ajuda na coordenação fina. Expressão Plástica – unidades de trabalho Desenho; 21 Pintura e estampagem; Colagem, mosaico e vitrais; Modelagem; Construções. Desenho •
Expressar livremente, através de imagem espontânea, as próprias vivências;
•
Adquirir hábitos de observação visual;
•
Criar imagens partindo das diferentes estimulações ambientais;
•
Alcançar uma progressiva habilidade e agilidade manual;
•
Conhecer e aplicar as possibilidades plásticas dos instrumentos.
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Desenho – instrumentos Lápis de Grafite; Carvão; Lápis de cor; Pastel de óleo; Pastel seco; Marcadores, etc. Pintura e estampagem •
Experimentação com cor;
•
Combinações de cores, para obtenção de outras novas;
•
Pintura sobre diferentes texturas, pintura salpicada, pintura por imersão;
•
Pintura facial;
•
Estampagem com marcas de dedos, mãos, pés, com carimbos, com rolo.
Pintura e estampagem - instrumentos Lápis de cor; pastel de óleo; pastel, marcadores; têmpera/guache; aguarela; carimbos – cortiça, esponja, vegetais, corda …; moldes. Colagem, mosaico e vitrais 22 •
Destrezas para cortar, rasgar e pegar;
•
Composições;
•
Utilização de diversos tipos de material (papel de jornal, revista, papel transparentes, seda, crepe, …;
•
Representações figurativas.
Colagem, mosaico e vitrais - instrumentos Diversidade de papéis; diversidade de tecidos; reciclagem. Modelagem •
Sentido de tacto;
•
Domínio de espaço;
•
Conceitos de tridimensionalidade;
•
Expressão plástica mediante domínio da forma e do volume dos corpos.
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Modelagem - instrumentos Pasta de papel (papel machê); plasticina; barro; etc. Construções •
Expressar plasticamente no espaço tridimensional;
•
Transformação da matéria;
•
Criatividade de utilização dos materiais;
•
Composições.
Construções - instrumentos •
Papel grosso/cartolina;
•
Caixas de cartão;
•
Cortiça;
•
Madeira;
•
Esferovite/Poliestireno;
•
Materiais de reciclagem;
•
Pastas de modelar.
23
Expressão plástica, crianças e idosos
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9.2. Expressão Musical A expressão musical adquire importância nas crianças/jovens, na medida em que valoriza a organização de percepções auditivas. Contribui para cultivar a sensibilidade e a imaginação da criança/jovem, e possibilita o desenvolvimento da expressão e criatividade. Para os idosos é importante uma vez que estimula a alegria e a audição. Expressão Musical – unidades de trabalho Ritmo; Educação auditiva; Voz; Instrumentos musicais; Audição musical. Ritmo
24
•
Organização das percepções auditivas;
•
Reconhecimento de ritmos;
•
Produção de ritmos com o corpo, com objectos e instrumentos musicais;
•
Coordenação dos movimentos corporais a ritmos.
Educação auditiva •
Sons e ruídos;
•
Identificação de sons do ambiente;
•
Qualidade dos sons;
•
Produção de sons utilizando objectos, instrumentos musicais e o próprio corpo.
Voz •
A música como expressão de ideias, sentimentos, desejos, relaxamento;
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•
Canto.
Instrumentos musicais •
Instrumentos: viola, piano, flauta, bateria …
Audição musical •
Reconhecimento de timbres e instrumentos em gravações;
•
Audição de canções;
•
Audição de contos e poemas;
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Expressão musical, crianças e idosos
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9.3. Expressão Dramática A expressão mais primitiva começa no jogo livre e chega através de sucessivas etapas a um jogo elaborado, imaginativo e criador que é o jogo dramático. Nesta área de expressão integram-se todos os recursos expressivos do homem e, por isso, é também o eixo de confluência de todas as áreas predominantemente expressivas. Divide-se em expressão corporal, que demonstra na liberdade de movimentos corporais, e expressão dramática, de representação, de expressividade e criatividade. Expressão Dramática – unidades de trabalho Expressão corporal; Processo dramático; Modalidades de representação.
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Expressão Dramática Expressão corporal •
É a atitude especificamente humana que, partindo da vivencia do próprio corpo, permite ao indivíduo conectar-se consigo próprio e, consequentemente, exprimir-se e comunicar com os outros.
•
Linguagem que serve do gesto, do rosto e da posição do corpo e dos seus vários membros.
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•
Uma das suas características fundamentais é a espontaneidade, o que a diferencia claramente da mímica.
Processo Dramático •
Processo estruturado ao longo do amadurecimento da criança/jovem, que permitirá pôr em marcha todas as modalidades expressivas e que constitui um grau de desenvolvimento intelectual.
•
Potencia a imaginação e a própria criatividade;
•
Aumentar a capacidade de vivenciar e assumir os principais papéis sociais.
Modalidades de Representação Constituem as diversas técnicas de representação dramática, seja de argumentos próprios ou baseados em obras literárias, como podem ser o conto, a fábula, a poesia ou mesmo a peça de teatro de crianças. Todas requerem: •
Conteúdo: personagens e argumento.
•
Montagem: texto, decoração, efeitos especiais, construções, etc.
•
Técnica de representação aprendida por parte da criança/jovem.
•
Representação frente a um público espectador.
Entre estas modalidades representativas, as mais difundidas são: Mímica- Representação que utiliza só o gesto corporal, nunca a palavra. Pode realizar-se juntamente com outros recursos expressivos, como a música, os efeitos sonoros e a iluminação. Fantoches e marionetas- São representações de bonecos ou de figurinhas, vestidas e adornadas, que imitam a figura e os movimentos humanos; podem ser movidos usando uma ou as duas mãos, varetas (marionetas), e inclusivamente a própria cabeça como suporte do corpo do boneco. Teatro de sombras- Representação com silhuetas de animais, de objetos ou humanas, que fortemente iluminadas por detrás com um foco luminoso, são projectadas sobre a parede ou sobre um ecrã.
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Teatro infantil/juvenil/sénior- É a teatro planeado, organizado e interpretado pelas mesmas crianças/jovens/adultos que ao mesmo tempo se tornam espectadores do seu próprio espectáculo.
Marionetas
sombras chinesas
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Fantoches
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9.4. Expressão Psicomotora A expressão psicomotora estabelece a influência que o movimento tem na organização psicológica geral, já que assegura a passagem da vertente corporal à vertente cognitiva-afectiva. Portanto, a actividade psicomotora, para que assim o seja, não pode ser um movimento reflexo e espontâneo; deve levar associado uma vontade e uma intenção. Esta expressão promove: •
Reconhecimento do esquema corporal;
•
Desenvolvimento da capacidade, disponibilidade e utilização do próprio corpo como elemento expressivo;
•
Orientação no espaço;
•
Aquisição das noções de equilíbrio, respiração adequada, ritmo, nível de tensão, velocidade, etc.
Expressão Psicomotora – unidades de trabalho •
Esquema corporal;
•
Organização espacial;
•
Organização temporal;
Esquema corporal •
Desenvolver uma imagem ajustada e positiva de si próprio, progredindo no conhecimento do próprio esquema corporal.
•
Descobrir e utilizar as próprias possibilidades motoras, sensitivas e expressivas.
•
Adquirir a coordenação e o controle dinâmico geral do próprio corpo para a execução de tarefas da vida quotidiana e de actividades recreativas.
Organização espacial •
Iniciar e desenvolver a aquisição das destrezas próprias da organização espacial.
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•
Progredir na segurança e precisão das deslocações através do espaço próprio.
•
Estruturar o espaço exterior e localizar nele o próprio corpo e os objectos.
Organização temporal •
Perceber as cadências e manifestações rítmicas presentes no que sucede à volta.
•
Adequar o próprio comportamento às exigências das sequências temporais dos outros.
•
Sequenciar adequadamente acontecimentos vividos ou narrados.
•
Aplicar, nas acções quotidianas e nos jogos, cálculos de tempo de velocidade, duração, simultaneidade e sucessão.
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9.5.Literatura
A literatura desenvolve a imaginação e a criatividade;
Desenvolve capacidades linguísticas;
Ajuda a criar valores e a ter atitudes positivas;
Literatura - Unidades de trabalho •
Histórias;
•
Lengalengas;
•
Poesia;
•
Trava-línguas;
Sugestões de actividades, para trabalhar a literatura •
Audição de histórias, poesia, lengalengas, trava-línguas;
•
Histórias inacabadas
•
Leituras em grupo
•
Dramatização
•
Trabalhos manuais
•
Expressão corporal
•
Criar outros finais para a história
•
Criar novas histórias com os mesmos personagens
•
Criar novas ilustrações
•
Seleccionar palavras da história e criar outras histórias
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10. Planificação de Actividades As práticas de animação exigem para a sua plena eficácia o recurso a um processo organizado e sistemático de actuação (metodologia de intervenção), que compreende as seguintes etapas ou fases básicas: o estudo e diagnóstico da realidade, o planeamento da acção, a execução do plano e a avaliação. Dizendo de outro modo, o animador precisa conhecer a realidade onde pretende intervir, definir objectivos e as acções a realizar tendo em conta os recursos disponíveis, executar com rigor o plano de acção concebido e proceder à avaliação dos resultados alcançados e dos processos desenvolvidos. Uma vez que a Animação procura gerar processos de participação individual e colectiva, esta metodologia deve ser entendida como uma metodologia participativa, o que implica que, nas suas diferentes fases, o animador tem como preocupação envolver as pessoas e os grupos da comunidade e as organizações do meio em todo o processo. 1º Fase – Estudo e diagnóstico da realidade Para a realização de programas de animação sociocultural e/ou educativa, há necessidade de estudar a realidade sobre a qual se vai actuar. É essencial identificar necessidade, carências e centros de interesse relacionados com os grupos ou populações implicadas. É a partir deste levantamento que se definirão os problemas (diagnóstico) e as estratégias de acção e actividades a desenvolver. 2ºFase – Plano de Acção Realizada a fase de estudo e diagnóstico, deve-se proceder à elaboração do plano de acção de modo a garantir um maior rigor e organização do conjunto das actividades a desenvolver. A elaboração do Plano de Acção inclui a definição dos objectivos que se pretendem alcançar, a programação das acções a desenvolver, a identificação dos recursos a utilizar, no sentido da resposta aos principais problemas e necessidades detectadas na fase de estudo e diagnóstico e face às prioridades estabelecidas. Os objectivos traduzem os resultados esperados ou propósitos que se desejam alcançar no período de tempo de duração do projecto e devemos procurar enunciá-los MP_DF_PA_CFOR_04
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de uma forma precisa e clara. Devemos igualmente ter em conta se os objectivos definidos são possíveis face aos meios (humanos, materiais, financeiros, …) de que se dispõe. A programação das acções consiste em escolher as actividades mais adequadas para atingir os objectivos definidos. Deve-se igualmente prever o tempo e o ritmo de realização das diferentes actividades e tarefas, definir quem são os responsáveis pela preparação e acompanhamento, prever os recursos necessários. Em resumo, elaborar um plano de acção significa responder às seguintes questões: Fazer …
Para quê?
Objectivos
Como?
Actividades/Metodologia
Quando?
Calendarização
Com quem?
Recursos Humanos
Com quê?
Recursos Materiais e Financeiros
3ºFase – Execução do Plano Ao executar um plano de acção deve-se ter em conta a metodologia específica da animação, ou seja, privilegiar no desenvolvimento das actividades, os meios, instrumentos e técnicas que favoreçam a participação dos grupos implicados e a sua auto-organização. Deve-se ter em conta, entre outros, os seguintes aspectos: A necessidade da sensibilização e motivação – A informação, divulgação e visibilidade dos projectos são aspectos fundamentais para criar condições e despertar o gosto e a necessidade da participação. No decurso das actividades deve-se, sempre que possível, utilizar meios e instrumentos que facilitem a expressão individual e colectiva, por forma a gerar processos de participação, envolvimento e comunicação entre os grupos. Mais do que procurar ter um público-espectador, é importante ter um público-actor que progressivamente vá sendo capaz de se organizar e tomar nas suas mãos o desenvolvimento de iniciativa e decisões.
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A execução do plano, obedecendo ao cumprimento de actividades e objectivos planeados, não invalida uma atitude flexível e reflexiva sobre os mesmos. É importante uma observação permanente sobre os processos e os resultados alcançados, por forma a ir alterando e reajustando as metodologias utilizadas. 4ºFase – Avaliação Em termos formais e de acordo com as etapas da metodologia, a avaliação aparece como um momento final após a execução do plano de acção. Com esta avaliação pretende-se:
Analisar os resultados quantitativos (ex.: número de pessoas que participaram numa dada actividade);
Analisar os resultados qualitativos (ex.: modificação do nível de autoconfiança);
Analisar os recursos utilizados (se foram os mais adequados, se foram suficientes, …);
Aprofundar o diagnóstico da realidade, tendo em vista futuras acções, significa reflectir sobre o feito para descortinar o que fazer… 34 Exemplo de um plano de actividades
Objectivos
Actividades/Metodologia
Calendarização
Recursos
Recursos
(para quê?)
(Como?)
(Quando?)
Humanos
Materiais e
(Com quem?)
Financeiros (Com o quê?)
Avaliação da actividade:
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11. Bem-aventuranças da animação 1. Feliz de ti criança, adolescente, jovem, adulto e idoso que tens quem te anime, porque darás vida aos teus dias. 2. Feliz de ti que fazes parte de um grupo, porque terás sempre alguém com quem partilhar as tuas riquezas e pobrezas. 3. Feliz de ti que comunicas com profundidade, porque criarás laços de amizade indestrutíveis pela azáfama do teu dia-a-dia. 4. Feliz de ti que dedicas parte do teu tempo ao encontro com os outros, porque terás oportunidade de pensar no essencial da tua existência. 5. Feliz de ti que te projectas a tua vida para além do presente, porque descobrirás os meios para realizares os teus sonhos. 6. Feliz de ti que te deixas dinamizar pela alegria de viver, porque descobrirás os meios para realizares os teus sonhos. 7. Feliz de ti que escutas histórias de vida, porque descobrirás o sentido da tua existência de agora e para sempre. 8. Feliz de ti que animas os outros, porque deixarás uma marca perene na vida daqueles que contigo caminham.
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Conclusão
A animação, tendo como principal preocupação os interesses e aspirações dos indivíduos, leva a cabo um conjunto de acções que potenciam o seu próprio desenvolvimento e contribuem para a sua autonomia a vários níveis (cultural, psicológico, social, afectivo e político), estando presente uma atitude antiautoritária, no sentido de provocar a participação activa. Aqui, o animador assume uma importante função de mediador e facilitador das práticas culturais nos tempos livres, de forma a contribuir para o desenvolvimento cultural de um colectivo, grupo ou comunidade. Para isso, a animação mune-se de metodologias participativas e activas para promover a implicação responsável e livre dos indivíduos na comunidade onde se inserem, tornando-os protagonistas do seu próprio desenvolvimento. Em suma, a animação é uma estratégia de intervenção que, trabalhando por um determinado modelo de desenvolvimento comunitário, tem como finalidades ultimas promover
a
participação
e
dinamização
social
a
partir
dos
processos
de
responsabilização dos indivíduos na gestão e direcção dos seus próprios recursos. Durante o módulo de Animação e Lazer os formandos tiveram oportunidade de elaborar, realizar, participar e avaliar as mais variadas técnicas de animação. Muitas das sessões foram práticas para que no terreno fosse mais fácil compreender o papel do animador. Estas sessões práticas foram a meu ver as mais gratificantes e motivantes pois foi aqui que a criatividade e imaginação necessárias ao animador se revelaram.
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