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1993
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Luga re s de Me mór ia Pie r re Nora - slide pdf.c om
projeto
10
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HISTORIA
N"10
Dezembro/93
REV ISTA D O PRO GRAMA D E ESTlJDO S POS-G RA Dl JA DO S E D O D EP AR TA ME NT O D E H 1S TO RI A
EM H ISTO Rl A
PllC/SP
ISSN 0102-4442
Proj l hstoti n
http://slide pdf.c om/re a de r/full/luga re s-de -me mor ia -pie r re -nora
S ao P au lo
p .I
- 1 71 -:
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PROJETO HISTORlA: Revista doPrograma de Estudos Pos-Graduados em Historia e do Departamento de Historia da PUC-SP. (Pontificia Universidade Catolica de Silo Paulo). S§oPaulo, SP - Brasil, 1981.
suMAruo
P u b li c ac a o s e m cs t ra l a p a rt i r de 1985.
A pr es en ta ca o .. . . . 1981-1985,0-4 1986,5,6 1987,7 1992,8,9 1993, IO
Editora
5
TRADU(:OES
ISSN 0102-4442
Projeto Histori.
. . ..
E Nf RE ME MO RI A E H IST OR1A A P ROH L EMA T ICA oos LUGARES Pierre Nora. Traducao: Yara Aun Khoury .. , ' . , , , , . , . , , 7 M lT OB 10 0R AF IA E M H IS TO Rl A O RA L LUisa Passerini Tradu.;:ao: Maria Therezinha Jamne Ribeiro. . . ' . 29 S ON HO S U CR ON IC OS . M EM OR LA S E P OS SI VE IS M UN OO S D OS TRABALHAOORES A le ssa ndr o P or tell i T raduc ao: Ma na The rezi nha Ja nine R ibe ir o, . , , . . , . , . .. 4 1
Maria Antonieta Antonacci
Conse lho Editoria l Antonio Pedro Tota FemandoLondoflo Marcia Mansor D 'Alessio Maria Amotlieta Antonacci Maria lzilda Matos Mana deLourdes Monaco Jonottt f ar a A un Klwury fvone Dias Aveline
E du e - E di to ra d . PUC -SP Dir~o
ARTIGOS P RO DU c: ;: J\ O A CA DE MI CA D A P OS -G RA DI JA CA .O E M H IS H) RI A D A P UC -S P Maria d e L ou rd es M on ac o J an ot ti e 59 M arci a M an so r D' Ale ss io . C UL TU RA E H IS TO Rl A S OC IA L: H IS TO RI OG RA FI A E P ES QU IS A . . , ..... , . , . 73 Dca Ribeiro Fenelon, , , , , , ... , , , , , , , . ' .. , , . HTSrORIA,
CULfURA
E REPRESENTACAo
.
ASPAl.AVRAS E OS HOMENS: ORAH)RIA, CR()NICA E N OVE LA sAo PAULO DE 32
91
NA
E li as T ho me Sal ib a HISTOR1 A E M C A1 v1 PO M INAOO (SUB T E RR ANE OS DA VIOLE NC IA) .. , , , , , , .... Antonio Torres M ontenegro,
, . ..
103
, , . , , ,. 115
ENTREVlSTA
Man' a do Canna G ue de s
MI CH EL LE
P ERRO T.
Ent revi stada
po r I I er met es R eis de A ra ujo.
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125
Prod~iio Eveline Bouteiller K avakam a
Rcvisso Berenice Haddad Aguerre
Editora~o EletrOnica lI'aldir AntOf1ioAlves Capa
Vista Produ~iJes Grr.ificas
Educ- Editora da PUC-SP
~ 7. o n te A l eg re , 9 8 4. C a ix a P o s ta l 7 9 82 - C E P 0 5 01 4 -« ) I e .. 873- 3359
- P A B X 2 6 3 -0 2 1 1 -R. 350 - S ao P au lo _ S P
PESQUISAS HISTORlA SCX::IAL DA SAUDE, D A O O EN (,::A E D A M OR TE E SUAS
R EP RE SE NT A C; OE S N A C ID AD E D E sz,o PAUlO (1830-1940) Yvone D ias Avelino , , , , . . , , , , .. , """""'" 139 r RA BA LH O, C UL TU RA , E DU CA C; Ao E SC OL A N OV A E C IN EM A E DU CA TI VO NOS ANOS 1 92 01 19 30 . 147 Mana Antonieta Antonacci
RESENHAS C ill .T URA E CI DAD E E M A S C I D A DE I , ' /A'VlsivElS Eliane Ordunha Coelho o COTIDIANO E 0 EXTRAORDINARIO EM A . \ .f O R TE f' [ lM A F E ST A Rairnundo Donato de Prado Ribeiro LINGlJAGEM UTERARIA E I 1I Sr ORlA EM ( ) CAAIPOEl l CIDADE: NA
167 171
Hl.STORIA E NA LlTERATURA Carlos http://slide pdf.c om/re a de r/full/luga re s-de -me mor ia -pie r re -nora
Alberto
Alves de Souza
175 3/91
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APRESENTA(:AO
P ro du . .. .r r cg is tr os C , p ar a h is to na do rc s dialogo
C
as evi dcncias de suj cuos
SOCl,US
f or ma do s n o c or po a c or po c om
d cs rc e d e outros tempos/espacos,
0
questao
d e r ec cs si da dc c d e c o mp ro nu ss o s oc ia l A ss im . q ua nd o d ol r e dc fi ni ca o d e n os sa s a H istori a e Cul tura. col ocou-se 0 imperauv 0 de l in ha s d e pcsquisa ern dl~:lo registrar 11. Revista ProJCIO Histona angulos des sa trajetona. subjacerue a mtercao mars scnsivcl is dem andas do atual perfil das d e t orn a- la u rn m ci o de cornunicacao p cS qU lS 3S
C I1 1
andamcnto pcl o cst udo da cul tura advern de rcflexoes da pratica de ensino/pes-
o i nt eresse
quisa em
10010
da orgaruzacao
da Histona S O C I a L a p a r ti r d e recortcs s o br c l ut as h is to n ca s, a r es p eu o do t rabalbo. sobre difercmcs formas de l ut as socia i s urbanas. sobre
const it ui cao/ reconsutuicao de podercs e sabcres. assirn c om o s ob re c on st ru ca o d a m em or ia e d as r ep re sc ru ac oe s n as suas rnuluplas intcrferencias nas cstraregias dos grupos socials D ef in md o n cs tc s t cr mo s a s t cr na nc as e m 10010 de Cul lum e Trabalho. Cul tura e C id ad c. C ul tu ra e R cp rc sc ma ca o. p rc tc rd cm os c on tc mp la r r cc or te s. a bo rd ag cn s e suponcs docum cntais que deem eonta da dinanuca das prat icas sociais c das questocs historiograficas recerscmentc colocadas, q ua nt o ,1 C0 m pa nh cm f lO S SO S alunos. que. egresses dc difercnlcs m ovirncntos sociais c cxpencncias profi ssionais. i nsti gam est e r ep cn sa r c r ef az er d e c am in ho s d e e ns in o c p es qu is a historica
N es sa i nt cn ca o c q ue a R cv is ta e xp rc ss e e st a e nfa se q ue e sta rn os dando a cuitum. cnicndida com o sistemas de val orcs, crcncas. habit os. t radi coes. 110 contexte d os q ua is o s s uj ei to s l us to ri co s c xp cr im cn ta m s ua s r el ac oe s s oc ia is e a tr ib ue rn s ig Q ue sc concretize c omo um canal nificado a s ua s ao;ocs. considcracocs c cxp rcssocs a r na is n o s en ud o d e e nf rc nta r o s s il cn cio s e m r cl~a o a r cf le xo es s ob re mo de s d e v id a g lo bal . a pr cc n< 1i do s co mo m od es d e l ut a, ): 1 q ue s cm pr e corulitantes e contra-
dit6rios Como da inte~:lo p ub hc ar .
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n o scnti dc de tornar
0
que conseguimos
p ub li co c d is po ni vc l a l im c am po m ai s a mp li ad o d e
i nt erlocutorcs. foram i nstant aneos dest a trsjctcna. A e mp re it ad a c on ti nu a a be rt a a e sp er a d e o ut ra s t en ta ti v a s . s uj ei ta a o ut ro s o om er os d o P ro je to H is t6 ri a o u a o ut ro s meios de d iv ul ga ca o,
m es mo p or qu e a s l in ha s d e p es qu is a e st ao e m c on st ru cs o e a
lustona continua. Maria Antonieta Anlonacci Editoro http://slide pdf.c om/re a de r/full/luga re s-de -me mor ia -pie r re -nora
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TRADU(:OES
ENTRE MEMORIA E HISTORIA" A problematica dos lugares Pierre Nora·· Traducao: YaraAun Khouryssv
1. 0fim da historia-memoria Acclcracao da h is to ri a. P ar a a lc m d a metafora, e p re cis o te r a n 0l ,( 30 d o q ue a e xp re ss ao s ig ni fi ca : u ma o sc il ac ao c ad a v ez m ai s r ap id a d e u rn p as sa do d ef in it iv ar ne nte
m or to , a p er ce pc ao
g lo ba l d e q ua lq ue r c oi sa c om o d es ap ar ec id a
- u ma
r up tu ra d e e qu il ib ri o. 0 a rr an ca r d o q ue a in da s ob ro u d e v iv id o n o c al or da tradicao, n o m ut is mo d o c os tu me , n a r ep et ic ao d o a nc es tr al , s ob 0 impulso de urn sentimento historico profundo. A ascensao it c on sc ie rc ia d e s i m es mo s ob 0 signa do tenninado, o run de aIgum a coisa desde sempre comecada Fala-se tanto d e m em or ia p or qu e cia MO exi st e m ai s. A c ur io sid ad e p el os l ug ar es o nd e a m em or ia
s e c ris ta liz a e s e r ef ug ia e st a
ligada a este m om ento part icul ar da n o s s a h i s to r ia , M om en to d e articulacao
onde a
c on sc ie nc ia d a r up tu ra c om 0 p as sa do s e c on fu nd e c om 0 s en ti me nt o d e u ma m em or ia e sf ac el ad a, m as o IX Ie 0 esfacelamento despcrta ainda m em 6ria suficient e para que se pos sa coloca r 0 p ro ble ma d e s ua e nc am ac ao . 0 s en tim en to d e c on t in ui da de
t or na -s e r es id ua l a os l oc ai s. H a l oe ai s d e m em or ia p or qu e MO
b a m ai s
m ei os de m em 6ria. Pensem os nessa m ut il acao scm retorno que represcntou est a col et ividade-memori a
0 fim
dos camponeses,
par excelerci a cuja voga com o obj et o da hist6ri a coi ncidiu
c om a a po ge u d o c rc sc im em o
i nd us tr ia l. E ss e d es mo ro na me nt o
c en tr al de nossa
•
In: Les lieux de memoire. I La Republique, Paris. Galli mard. 19&4.pp. XVIII· XLII. Tradu'i lio autorizada p el o E di t or . C E d it i on s G al l im ar d 1 9 84 .
..
D ir et or d e e st ud os n a " E co le d e H a ut es E tu de s e n S ci en ce s S oc ia le s " .
• · · D ep ar ta me nt o
d e H i s t or ia , P tJ C· SP
Pm]. Hi.lona, S ilo P aulo. {I 01. dez . 1993
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E
memoria 56 C . n o e n ta n to , um exernplo
0
mundo inteiro
pcl o fcnom eno bern conheci do ci a m undi al izacao,
q ue c ntr ou n a danca,
da dernocrati zacao
da m assifi-
c ac ao , d a m cd ia ti za ca o. N a p cr if er ia , a m de pc nd en ci a d as n ov as n ac oe s c on du zi u p ar a a h is to ri ci da de a s s oc ie da de s j a d es pe rt ad as d e s eu s on o e tn ol cg ic o p el a v io -
m ai s d en tr o d a v er da de ir a m em or ia
ma s dentro da hisrori a. Pensemos nos j udeus,
c on fi na do s n a f id el id ad e c ot id ia na a o r it ua l d a t ra di ca o S ua c on st it ui ca o e m " po vo d a m em or ia " e xc lu ia u rn a p re oc up ac ao
c om a h is to ri a, a te q ue s ua a be rt ur a p ar a
0
lcntacao colonial. E pelo mesrno m ovim ento de descolonizacao interior. todas as ctnias, grupos, farnil ias, com forte bagagem de m em oria e fraca bagagem histori ca.
m un do m od em o l he s i mp os a n ec es si da de d e h is to ri ad or es .
Fim das sOCicdades-mcmori a, com o t odas aquel as que asseguravam a conservacao c a t ra ns mi ss ao d os v al or es , i gr ej a o u e sc ol a, f am il ia o u Estado F im d as i dc ol o-
opoe urna a outra. A memoria c a v id a. s em pr c e ar re ga da p or g ru po s v iv os e , n es se
gias-mcmori as. com o t odas aqucJas que asseguravam a passagem regul ar do passado para
0
futuro. au indicavam
0
que sedeveria ret er do passado para prcparar
0
futuro:
qucr se t rail ' da reacao, d o p r og re ss o o u m es mo d a r ev ol uc ao A in da m ai s: e 0 modo hi" m esm o da pe , , rcepcao stonca que, com a ajuda da midia, dilatou-se prodi~losamente. substituindo um a memoria voltada para a h e ra nc a d e s ua p ro pr ia lIltmudadc pcla pelieula efem era da atualidade Aceleracao 0 que 0 fen6m eno acaba de nos revel ar bruscamcnte e toda a distanci a ent re a m em oria verdadeira social i nt ocada, aq I . , dad d't ' '. ,,' ue a cUJas socle es Ias Plllnll~vas. ou a,rc3Jcas,represcntaram 0 m od el o c g ua rd ar am c on si go a s cg re do _ e a h is to ri a q ue e 0 q ue n os sa s s oc ' d ad d ' ie e s COn enadas ao csquecrmento f azem do passado, porque lev ada s pela m dan E ,. . '. , . , u ~a, ntre tuna m eUlOna mtegrada, ditatorial e da . inconscrente de SI mesilla, organi sad za ora e to e-pcderosa, espontaneamente atuaiind . / .adora urna m em oria sem passado q . ue reeo uz etemamente a hcranca, conduzindo . dif o anl Igam ente dos ancestrai s ao t . , empo III e re nC la do d os h er 6i s d as o ri ge ns e d o m ilo - e a nossa, que so e histo ' , '. ' ..' na, VeSUglOe trilha Distancia que s6 s e aprofundou nb c a I ll ed id a e m q ue o s h om en s f or a III reco c en do c omo s eu u rn p od er e me sm o u rn dever de mudanca, sobret d ' I . u 0 a p ar ti r d os t em po s m od e m os . D is ta nc ia q ue c he ga lOJCnum ponte convulsive Esse aITan car d a
rem
,.
b
m em ona so 0 impulso conquistador e erradicador da historia I c om o q ue u rn efeuo d
°
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s en ti do , e la e st a e m p cr ma nc nt e c sq ue ci me nt o,
Sa"
/
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(10),dez. /193
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d ia le ti ca d a lc mbr an ca
e do
succpti vcl de l ongas l at cnci as e de repcnti nas revi tali zacoes.
A h is to ria e a r ec on st ru cs o rnais.
c vo lu ca o,
q ue t ud o
i nc on sc ie nt c d e s ua s d cf or rn ac oc s s uc cs si va s, v ul ne ra ve l a t od os o s
usos c m anipul acocs.
s cmp rc problernatica
e in co mp le ta
d o q ue
cxistc
HaO
elo vivido no eterno prescnte; a h is to ri a, u ma r ep re se nt ac ao d o p as sa do . P or qu c e a fc ti va c m ag ic a, a m em or ia n ao A memoria c urn fcnomcno
s er np r e a r ua l.
s e a co mo da
a d et alh cs
t el escopi cas,
gJobai s ou flutuantcs, parti cularcs
transferencias, e l ai ci za nt c,
q ue a c on fo rt am:
cenas, censura
011
11111
c ia s c a lir nc nta d e le mb ra nc as Oll
s im bo li ca s,
v ag as ,
s en si ve l a t od as a s
projccocs. A histori a, porquc operacao i nt el ectual
d em an da a na li se e d is cu rs o c ri ti co . A m em or ia i ns ta ls a I em br an ca
110
s ag ra do , a h is to ria a lib er ta , c a lo rn a s er np re p ro sa ic a. A me mo ri a e me rg e d e u m g ru po q ue e la u ne ,
0
que qucr dizcr,
(;OIllO
H al bw a ch s 0 f ez . q ue M t an ta s m cm or ia s
q ua nt os g ru po s e xi st en t; q ue c ia C, por nat ureza, m ul ti pl a e dcsacelerada, p lu ra l c in di vid ua li za da
para
0
u ni ve rs al . A me mor ia s c e nr aiz a n o c on cr et o,
e sp ac o, n o g es to , n a i ma ge m, n o o bj et o. A historia
a s e vo lu co es e
porais,
so conhccc
0
col ct iva,
A h is to ri a, a o c on tr ar io , p er te nc e a t od os e a n in gu em,
que I he da uma vocacao
so
se liga
as rclacoes das coisas. A memoria
e
as
continuidades
0 no
tern-
wn absol ut o e a hist6ri a
relative.
N o c or ae so d a h is to ri a t ra ba lh a wn cri ti ci sm o destrut or de m em oria espontanea. A m em or ia e s em pr e s us pe it a p ar a a h is to ri a, c uj a v er da de ir a m is sa o t ru i- la e a r ep e Iir. A histori a s oc ie da de s
d e h is to ri a,
haveri a dessacrali zacao
n a o s ao
historica
e
e des-
d es li gi ti ma ca o d o p as sa do v iv id o. N o h or iz on te
n os l ir ni te s d e u rn m un do c om pl et am en te ult im a e defiruti va. 0 movimcnto
a cxalt acac do que verdadeiram ente
da histori a,
aconteeeu,
d as
h is to ri ci za do , a arnbi cao
m as sua anulacao,
Sem duvida urn crit icismo generali zado conservari a m useus, m edal has e m onum en-
•
I'm), Histona,
http://slide pdf.c om/re a de r/full/luga re s-de -me mor ia -pie r re -nora
M em or ia , h is to ri a: l an ge d e s er em s in 6n im os , t om am os c on sc ie nc ia
.
antigo n o f im d ao ui O e . ~ v e 3 tr ao : a ruptura de um e lo d e i de nt id ad e m ui to e cia' oa qUll que viviamos COm ol im a evi dencla. a adequar; ao da hist6ri a ,. menlOna_ fate que 56 . t ,- td - . exis a uma palavrd em f rances para designar a historia \ 1 \1 a e a Operar;ao lIltelectual " , c . q ue a l am a m te hg lv el ( que os alemaes disti nguem por ,esch,cltte e Hi.\1or;e) enfc .& d d . . ,mu e Itnguagem m ui tas vezes sal ient ada, fornece aqlll sua p rofunda v d d . er a e 0 m OV lm ento que nos t ransporta e d a m es ma tu n a r ez a q ue a qu cl e q ue 0 rep res ta n ao tc ri amo s n ee id d d e n p ar a n o s, S e h ab lta sS CI llO Sa in da n os sa me mo ri a. Ihe c onsagr ar III N"-' _ eSSI ace haven" memo , gares. dU h av en a l ug ar es p or qu e n ao " na transp ortada p ela I' " , Cad , 'id ' ustoria a g es to , a te 0 rnais cot idiano, sena \ 1\ I 0 como lima rcpclll;i!o reli i d _ g o sa a qu il o q ue s er np rc s e f e z, n ur na i de nt if ic ac ao
c ar na l d o a 10 e d o s en ti do . D cs dc q ue h aj a r as tr o, d is ta nc ia . m cd ia ca o, MO estamos
lOS,
isto
e.
0
arsenal necessario ao seu propri o t rabalho. m as esvazi ando-os
daqui lo
q ue , a n os so v er , o s f az l ug ar cs d e m em or ia . U ma s oc ie da de q ue v iv es se i nt eg ra lm en te s ob t radi ci onal ,
P rr1J ;H is fona.
0
s ig no d a h is to ri a n ao c on he ce ri a, a fi na l, m ai s d o q ue u ma s oc ie da dc
l ugares onde ancorar sua m em oria.
SO O P,..lo.
(1O J, th:. 199J
9
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, U rn d os s in ai s m ai s t an gi ve is d es se a rr an ca r d a h is to ri a d a m em or ia e. talvez, o l ni ci o d e u rn a historia da historia, 0 despertar recente. na Franca, d e u rn a c on sciencia historiognifica. A h i st o ri a e , m a is p r e ci s ar n e nr e , aquel a do cesenvolvrmeruo
F ra nc es a, r ec on st it ui r s el ls m it es e s ua s i nt er pr et ac oc s, s ig ni fi ca q ue n Os n ao n os i dent ificam os m ai s com pl ct am cnte com sua b er a nca . I nt cr ro ga r u ma t ra di ca o, p or
nacional, c on stit uiu a ma is f or te d e oossas tradil;Oes coletivas:
O ra , n il o s ao u ni ca me nt e o s o bj et os m ai s s ag ra do s d e n os sa t ra di ca o n ac io na l q ue
nosso meio de
m em oria, por excel enci a, D os croni st as da Idade Media aos histori adores
corucrn-
poraneos da hist6ria "total", toda a tradi~ilo hist6rica desen\'olveu-se como excrcicio regulado da memoria e seu aprofundamento espontaneo, a reconstituicao
d e u rn p a s-
s ad o s em l ac un a e s em f al ha . N en hu m d os g ra nd es h is to ri ad or es d es de F ro is sa rt . tinha.. sem duvida, 0 sentimento de so representar u m a m e m O r ia p a rt ic u la r. C o m yn e s nao tinha consciencia de rccolher s6 uma memOria dinastica L P I" , memoria france a ope uuere wna So ' . '. .' sa, ssuet um a m em ona m onarqU ica e crista. \ bl taire a m em oria d?Sprogres~os do genero h u m an e , M i c he l er unicamenle aquela do " po vo " c Lavissc s o a me m6 na d a ~ao, Mui to pel o contnirio, eles est avam i mbui dos do seraim ento que seu papel consistia e stabelecer . . . . , '. urna memona m a rs p o si u va d o q ue a s p re ce de nI hi . ' foi t es, m ars globahzante e m ai s expli cati va. 0 a rs en al c J' cn li fi d dotada 'l ICO 0 qua a istcna 01 r • no secu 0 passado so servi u para reforcar poderosamentc 0 estabelecimento c nt ic o d e u rn a m em or ia verdadeira Todos os grandes ' . . 'n rcrnane]amenlos historicos COTlSlstlrnmem alargar 0 campo d a memoria coleu va. Nu m pai s com o a F r an c a a hi t" d hi ., . • S ona a stona nao pode ser uma opcracao m ocente, Ela t raduz a subversao interior de urna hi I' ' ,' , " , ' S ona-Il lcmona por uma historiacnuca, e todos os historiadores pretendcram d . '. , seus predeces M ,enUIlCIar as r nitotogias merairosas de s or es . a s a lgu ma c or sa f un da me nt al s e i nic ia q ua nd o a h is to ria e .o m: a ~a ze r s ~~ p r6 pr ia h is to ria . 0 n as cim en lo d e u ma p re oc up ec so h is to bo nog lea, e a his tona que se empenha e m propria, descobrindo ' . em SCar em si mes ma 0 que nao e cia f -se como vruma cia m em oria e faz nd dela, Num pais q _<_ dari 'h' .' _e 0 urn c s o rc o p ar a s e l iv ra r ue "alJ a a IS10na lim I di naeional a histo'ri d hi ' . pape iretor e foonador ci a conscieneia , a a stona nao se e n c arre . d Estados Urud . . gana csse conteUdo polemico. Nos o s, p or exemplo pars de memO' I I ' a disciplina . foi ' na pinlcrpreta<;Oes l ira e de c onlnbui<;oes multiplas, As diferenlcs ndencia ou da Inde da . I sempre praticad~. guerra CIV1l, apesar d e S ua s I r np li ca c; oe s , pe rn . ,Po nao quest ionam a T--1J ·,..;J· t ar s p cs ad as q ue s ej am a s t ra ma s, .au ..,...0 ameneana sej a porqt . ou nilo passe princ' I ' i e, own certo sentJdo, ela Mo exi st a, . , lpa mente pela historia. A o centrario . . e Iconoclasta e i rreverente EI' ' na Franca a histonografia . a consrste em t omar p . 00' am Sl o s ~e to s m elb er c on su t ui dos da t radi cao ~ uma bat al ha ha C ve como BOllVine • . o pequeno Lavisse _ para d ' . s, urn manual canoruco, como emonstrar 0 mecarusmo e . , . condi<;Oes de sua claborn"'! E'·. reconstltmr ao maximo as . .,....0. IOtrodullf a duvida '" _. arvore da memoria e a c d hi :. no coracao, a lanuna entre a asca a lstona F hi . azer a Istonogr afia da Revolucao
m ai s v en er av el
c
q ue e la s cj a,
n ao m ai s s c r ec on he ce r c om o s eu u ni co p or ta do r.
s e p ro po e u rn a h is to ri a d a h is to ri a; i nt er ro ga nd o- se
s ob re s eu s m ei os m at er ia is
e. :
c on ce it ua is , s ob re o s p ro ce di me nt os d e s ua p ro pr ia p ro du ca o e a s e ta pa s s oc ia is d e s ua d if us ao , s ob re s ua p ro pr ia c on st it ui ca o e m t ra di ca o, t od a a h is to ri a e nt ro u e m s ua i da de h is to ri og ra fi ca ,
c on su mi nd o s ua d es id en ti fi ca ca o
c om a m em or ia . U ma
m em or ia q ue s e t or no u, e la m cs ma . o bj et o d e u ma h is to ri a p os sl vc l. Ho uv e Ul ll te mp o e m q ue , a tr av es d a h is to ri a e e m to rn o da N ac ao , u ma t radi cao de m em oria parecia t er achado sua cristali zacao na sintese da III Republi ca. Desde Let tr es s ur l 'bis toir e de Franc e, de Augustin T hi erry (1827) a le a Histoire s ince re de l a nat ion f ranc oi se .
de Charles Sei gnobos, adotando uma l arga crorol o-
gia. H istori a, m em oria. N acao m auti vcram , ent ao, m ai s do que urna circulacao nat uraI: w na circul aridade
p ed ag og ic o, riosament e
com pl cm cruar, uma sim bi ose em t odos os nivei s, cient ifico e
t eo ri co e prauco sua j usti fi cati va
A d ef in ic ao
n ac io na l d o p re se nt e c ha rn av a i rn pe -
pel a i lumi nacao do passado. Present e fragi li zado
pelo
t raum at ismo revoluci onario que i mpunha l im a reavali acao global do passado m onarq ui co ; f ra gi li za do t am be m p el a d er ro ta d e 1 87 0 q ue s o t or na va m ai s u rg en te , c om
a
relacao ciencia alerna com o ao i nstrut or alemao, 0 verdadeiro vencedor de Sadowa, o d es en vo lv ime nt o d e u ma e ru di ca o d oc ume nt ar ia e d a t ra ns mi ss ao e sc ola r da m em oria. N ada se equipara ao 10m de responsabil idade nacional do histori ador, m ei o padre, m ei o sol dado: ele rnarufesta-se, por exemplo, noedi tori al do prim ei ro num ero da Revue historique
(1876) onde G abri el Monod podia l cgit im am ente ver a "inves-
t igacao cient ifica, doravante l enta, col et iva e m et odica" t rabalhar de uma "maneira secret a e segura para a grandeza t anto da pat na quant o do genero hum ane". Lendo-se u rn t al t ex to c om o c er n o ut ro s s em el ha nt es , p er gu nt a- se c om o s e p od e a cr ed it ar n a i deia que a histori a posit ivista nao era cum ul at iva. N a perspecti va final izada de uma consntuicao
nacional,
0
politico,
0
militar,
0
bibhograficc
e
0
diplomati co
sao, ao
A d er ro ta d e A zi nc ou rt o u 0 p un ha l d e Rauma t al clausul a adi ci onal dos t ralados de Westphali a
contrano, os p il ar es d a c on ti nu id ad e. vailIac,
0
d ia d os D up es
OU
s ob re ss ae m d e u ma c on ta bi li da de e sc ru pu lo sa . A e ru di ca o a m ai s a gu da s om a o u subtrai urn det aIhe ao capit al da nacao. U ni dade poderosa desse espaco de m em oria: de
I 1 OSSO
berco greco-romano
ao i mperio col onial da III Republi ca, n a o mais cesura
d o q ue e nt re a a li a e ru di ca o q ue a ne xa a o p at ri mo ni o n ov as c on qu is ta s e e sc ol ar q ue i mp Oe a v ul ga ta . H is to na s an ta p or qu e
~a o
santa.
E
0
manual
p el a n ac ao q ue
n os sa m em or ia s e m an te ve n o s ag ra do .
10 Pro.
http://slide pdf.c om/re a de r/full/luga re s-de -me mor ia -pie r re -nora
Htsto rra;
goo
Proj. Historia; So o Paulo, ( I OJ, dez. 1993 P au to .
( /0 ),
d ez . I f J ) 3
1/
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Luga re s de Me mór ia Pie r re Nora - slide pdf.c om
p or qu e a conjuncao s e d e sfe z s ob u m n ov o im pu ls o d es sa cra Ii e m m o st ra r C O l ll 0 n . d . . . . , a cnsc o s a Il O S tnnta, subsntuiu-se progressivamente a d up la E st ad o- Na c; :a o p cl a d up la E st ad o - S oc ie da de . E com o, ao m esm o te mpo , e p or r az..O es I'd 'en tileas, a hii st on.a, q ue s e t .in ha to ma do t ra dic ao d e memoria, .
C or np re cn de r
ignora. E a desritualizacao
a nocao. 0 q u e s e cr e ta .
veste, est abel ece, const roi, decreta. m an tc rn p cl o a rt if ic io e pela vontade um a coletividade fundamentalmentc cnvolvida em s ua t ra ns fo rm ac ao e sua renovacao.
sc f ~z , d e m a neira es peta cula r n a F r an ca , s ab er d a s oc ie da de sobre s i m es ma . N es se scntido, eia pede multiplicar, Scm duvida, o s l an ce s d e projetores sobre memorias
vel ho, m ai s
p ar tl cu ia rc s
ciacocs, s li o o s m ar co s testemunhas d e u ma outra era, das i lusocs de e te rn id ad e .
t" e s c t ra ns fo nn ar e n! l ab d . as m en ta hd ad es . . ora ono d o p as sa do ; mas lib erando-se da identificacao nacional cia deixou de ser hab itad . '1 tad ,. I a por urn SU JC I 0 pora o peda ' . . ~ d or C, n o m esm o lance cia perdcu S u a v o c acya .' gogica na transm issao e A n a c a o nao e d v al or es : a cnse da escola esta a i p a ra d e m o ns t ra - Io unitario ., . . ...... 0 e m als 0 qua ro q ue e nc err av a a c on sc re nc ia d a c ole tiv id ad e. S ua d efi ni cao n ao e st a m ais em qucstao, e a paz a P rosperidad d e e sua Cre ucao de poder f izeram . 0 re st o: ' e la s o esta, anteac;ada pcla 'ausencia d e ., ameacas. om a emergencia da socicdadc n o l ug ar e e spaco da N acao a l egitim aca I d 'I " ' ~ 0 pc 0 passa 0 p or ta nt o p cl a h is to ri a, c ed eu l ug ar a egiumacao p e lo f ut ur o 0 passad '. , 0, s o s en a p os si vc l c on he ce -l o e v en er a- to , e a .'. '. N a ac 0, sen i-la; 0 f ut ur o, e p re ci se p re pa ra .l o. O s t re s t . autononua A n a c a o n .'I' ennos recuperaram sua .,: . 0 e n13I S u m c o mo at e, m as um dado; a h i st o ri a t o rn o u -s e urna crencia S O C i a l; e a m e m o ri a urn f , . tern sido a u ltim a " . ~ n?m eno puram ente pnvado. A n a c a o - me m o r ia e nc a r na ' YitO da hlstona-mc m6r ia . cstudo dos lugares encontra-s' .. que lhe dao hoi e , a ss im , n a e n cn l Zl ll 13 d a d e d ai s movirnentos , ~e na Franca seu lugar e id puram ente historiogcifi' seu senti 0: de u m lad e u rn m ovim ento flexi , ,. . I C O , 0 m om en ta d e mn reto m esm a de outro l ado' m o re exrvo da h istona sob re 51 , , urn m O V l m e n to p r o pr i a me t hi " de m em oria 0 tem po din e stonco, 0 f im d e u m a t ra di ca o . as ugares e esse m ' imenso c ap i ta l q u e no's . • ' o me nto p rec is o o nd e d es ap are ce u rn v rv ia mo s n a inti .dad de o o Ula r d e um a histon e . nu u ma m em oria, pam s6 viver sob a r e c ollS lltuida A prof d . . do t ra ba lh o d a hist6ria. por u rn l ado •. . un am ento decisive , em ergencla de um a he ' intem a do principio critico rar.;a consohdada, por outro. Dinamica
o
ind s l If i cl e. nt e m en t e p o d er o so ' esgotam ento _ de nosso q ua d ro hi s to"nco p olftico e m en ta l, , ' . sistente p a r a sO a r a p ar a n ao n os d ei xar i nd ife re nte s, b ern p ou co c on . se I mpor por u r n r e to r n o b '. . do IS lI Iovim entos se com b i so re seus mars evidentes simbolos. Os ;/. nam para nos rem eter de ' aos ba SO vez, um a d ( an , I ll Sl nu n cn to s d e e com 0 rnes m o se 0 lrabalro lu ,. istonco e a os o bj et os m ai s s im b 6l ic os de nossa m em or ia ' o s Arquiv d . . . \OS a mesm a f orm a ' os d lc lo na ri os e o s museu, co . que as T r es C o re s, as bibliotecas, , m 0 m es mo a tn bu to o P antheon ou 0 A rc o d o T' c.: " q u e a s c o me m o~ o es , as festas, n l ll l lO . 0 d l C lo n a ri o L O s l ugares de memori _ a ro us se e 0 m um dos Federados, . b . a sao . alltes d e 11 d su slste lima conscicncia com e onde I o, restos A form a extrema ·.1ll0rall\,a n u m a lust' . ona que a cham a. porque cIa a
Va l oriza n do . p or n at ur ez a.
f es ta s,
0
fu tu ro
http://slide pdf.c om/re a de r/full/luga re s-de -me mor ia -pie r re -nora
Histono.
ma is a novo do que
do qu e
a ni vc rs ar io s,
o a sp ec to
nostalgico desses
o s n tu ais
d e u ma s oc ic da de
que
dessacraliza;
p ro ce ss os
e
s ac ra liz ac oe s
0
c col ecoes,
s an tu ar io s,
p as sa gei ra s
a ss oDai Sao
n um a s oci ed ad e
p ro n un c ia r
s a o n a tu r ai s ,
E
e lo g io s
funebres, notariar
e enciumadamente
r at iv a, a h is t6 ri a
d ep re ss a
de construi-los.
o s v arr er ia .
1130
re fu gia da
nada rnais faz do que levar
guardados S ao b as ti oe s
nao s ob re
a
in-
S em vigilancia cornemo-
s ab re o s q ua is s e e sc or a.
M as s e
arneacado, nao se t eria, t am pouco, a n e ce s si d ad e
estivesse
Se vivessemos
essas o peraco cs
d e u ma m em ori a
a verdade de todos os Iugares d e m em oria.
o q ue e le s d ef en de m
aniversarios, organizar
atas, porque
por isso a defesa, p ela s m in or ia s,
privilegiados
q ue so tend e a reco-
nascem e vivem do sentimento q ue nao M me mor ia
criar arquivos, que e preciso manter
preciso
celebracoes,
verdadeiramente
as lembrancas q u e c 1e s e nv o lv em ,
inuteis. Ese, em com pensacao. a histori a nao s e a po der as se d el es p ara t ra ns fo rm a-l os , s ov a- lo s e p etr if ic a-l os e le s n ao s e t om ar ia m l ug are s
e le s s er ia m d efo rm s- lo s, d e m e m or ia .
E
este vai-e-vem q ue os constitui: mementos de historia a rr an ca do s
mais i nt eir am en te
d a m em ori a
a m ort e,
do
the sao devolvidos. N ao m ai s intciramente a vida,
d a historia, mas que
m ov im en to
c om o as c on ch as
n a p ra ia q ua nd o
0 m ar
se retira
v iv a.
A Marselhesa ou os m o nu rn en to s s ov a da
jovern do que
e identicos,
i gu ais
Os lugares d e m e m or ia
nem
0
patcticos e glaciais
d e p i ed a de ,
d e grupo n um a s oc icd ad e
e d e p er te nci me nto
i nd iv id uo s
espontanea, que
focos
m ai s
particulares de uma s oc ie da de q ue a pia i na o s particuefctivas n um a s oc ie da de q ue n iv ela p or principio: sinais de
larisrnos; diferenciacoes
candescencia
ri tu al;
a nt ig o,
v er ba i s . m on um cn to s,
emprecndimentos s cm
0
Muscus, arqui vos, cerni tcri os
fidclidadcs
reconhecimento n he cer
passado,
0
t ra ta do s,
d o s en ti m en to
a os mottos vive m, assim, cssa vida arnbigua,
mixto d e p cr te n ci m en to
e d e d es p re n di m en to .
E m 1 79 0,
0
14
d e j ul ho ja era e ainda n ao u m l ug ar d e m em or ia , E m 1 88 0, sua instituicao e m f es ta nacio nal r e cu r so
em lug ar de m em oria v e rd a de i ro .
E hoje?
oficial. m as A p ro pr ia p er da
0
espirito
da R ep ub lic a fa zia d el e u rn n ac io na J v iv a n os
d e nossa m em or ia
impoe sob re ela um o lh ar qu e n a o e m ais n em ingenue, n em i n di fe re n te . que nos pressiona
sacralizacao devedores
e que ja nao
provisoriamente
e
m ais a no ssa, entre a dessacraliz acao
reconduzida
A peg o visceral
daquilo que nos engcndrou, m as distanciamento
Proj. H,slona. So o Paulo . 1101. de: !YO
d e n oss o m un do q ue faz aparcccr
zante r cs u lt ar ia
1'1') 3
q ue
M e m or ia rap ida
e a
no s mantem ainda
historico q ue n os o br ig a
I"
sao Paulo. I I O J. dez. 1993
8/91
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Luga re s de Me mór ia Pie r re Nora - slide pdf.c om
a c on si dc ra r c om u m o lh ar f ri o a h er an ca
C it
i nventaria-la. Lugares sal vos de
Hilla
ou
desapareci ment o
0
s cm i- af ct iv os c memoria na qual nao m ai s h ab it am os . s cm i- of ic ia is e i ns ut uc io na is , s e n ti m e nt a is ; l u g ar e s de unanimidade scm u na ni nii sm o q ue n ao c xp rn nc m m ai s n em
recrim lnacao
m as o nd c p alp ita a in da a lg o d e conviccao militante nem participacao apaixonada, l im a v id a s imb 6l ic a. Os cil ac ao d o me mo ri al a o h is to ric o, d e u rn m un do o nd e s c
arquivo
t inham ancestrai s a um m undo da rel acao conti ngcntc com aquil o que 110S cngcndrou, passagem de u m a h i st o ri a t o te r ni c a para l im a h i st o ri a c r it i ca : c 0 memento dos 11I gares de memoria. N ao s e c er eb ra
m ais a n ac ao . m as s e c st ud am
s ua s c cl eb ra co es
daqui lo que nos pennitiria saber, para mo cair n a m es ma por parte de nossos sucessores? A lembranca e p as sa do c om pl et o e m
sua reconsti tuicao c omo
0
a m ai s m inuciosa.
a s er pe nt e
sagravam-se
s ua p el e m or ta . C ole ci on ad or es .
a
antigamente
e ru dit os
e b en ed it in os
c on -
a c u m u la c a o d o c u m e nt a ri a , como m argi nai s de um a so-
c ie da de q ue a va nc av a s em e le s e d e u ma h is t6 ria q ue e ra e sc ri ta s em e le s, P oi s a havia col ocado esse t esouro no centro de seu t rabalbo erudit o para
hist6ria-mem6ria difundir
0
pelas m il etapas sociais
resultado
t or ia do re s s e d es pr en de ra m
11. A memor ia t omada c omo his tori c
E u ma m em or ia r eg is tr ad or a, q ue d el eg a a o
c ui da do d e s e l em br ar p or e la e d es ac el er a o s s in ai s o nd e e la s e d ep os it a,
conservadora
Ho je o nd e o s his-
d e s ua p er et ra ca o,
d o c ul to d oc um en ta l, t od a a s oc ie da de v iv e n a r el ig ia o
e no produti vi sm o
arqui vi st ico. 0 q ue n 6s cham am o s de memoria e,
d e f at o, a c on st it ui cs o g ig an te sc a e v er ti gi no sa d o e st oq ue m at er ia l d aq ui lo q ue n os Tudo 0 que e c ha ma do h oj c d e m em or ia 11(10 e , p or ta nt o, me mo na , m as ja historia. Tudo 0 que e c ha ma do d e c la rn o d e m em or ia e a f in al iz ac ao d e s el l d es aparecim ento no fogo da historia. A necessidadc de memoria c u ma n ec es si da de d a hist6ria.
impossivel lembrar,
d e d ad os . N en hu ma
g es to e n o habito,
s om en te
nos ofl ci os oode se t ransnl it cm as sabercs do sil enci o, nos saberes
d e p ap el" d a qual falava Leibniz tornou-se uma insti-
S o me nte para
os arquivos publicos,
e po ca f oi t ao v ol un ta ri am en te p elo
v ol ume
som ente pel os m ei os tecnicos
pel a supersti cao e pel o respei to ao vest igio.
a co nt cc eu , n o p or no d e c he ga da d a m et a-
apoia m teiram enre m ai s c on cr et o n o r cg is tr o . m ai s v is iv cl n a ima gc m.
v es ti gi a.
t radi ci onal ,
0 mo vi me nt o q ue
c ome ~~u ~o ln .a e sc ri ta tc nn in a n a a lta f id cl id ad e e n a f il a m ag nc tic a, M en os a m em or ia e v rv id a d o interior, m ai s ela t cm nccessidade de suport cs exteriores e de r ef er en ci as t an gi ve is d e u ma . : t" ,. . , _ e x is e n ci a q ue s o vive atraves dc1as. D aJ a obscssao p el ~ a rq ui vo q ue m ar ca 0 cOlltempor.1.neo c qu e a lc ta , a o m es mo t em po . a p re se rv ac ao r nt eg ra ] d e t od o 0 prcsente e a preselva.;ao integral d e t od o 0 p as sa do . 0 senum ento de um dcsapareci fi ". _ t inid cunen 0 rapt 0 c de IIlJtlVO combina-se a preocupacao com 0 c xa to s ig ni fi ca do d o p re se nt e e c om a i nc er te zs d o f ut ur o pard d ar a o m ais modes to dos ve stigios ao Ill' I ild '" .' ars 1l I1 l1 C testemunho a dignida de virtual do m em or av e] J a 1 1 < 1 0 l"111CI1'" b: . _ . " ...mos 0 , lS t, ll lt C . e m nossos prcdcccssores. a destrui cao
de reproducao
na o
p ro du z,
na o
e de conservacao de que dispoe,
mas
mo de rn a e sp on ta ne ame nt e
A m edida em que desaparece a m em oria
nOs nos sent im os obrigados a acum ul ar rel igiosam ente
vesti gi os, t este-
m un ho s, d oc um en to s, i ma ge ns , d is cu rs os , s in ai s v is iv ei s d o q ue f oi , c om o s e e ss e d os si e c ad a v ez m ai s p ro li fe ro d ev es se s e t or na r p ro va e m n il o s e s ab e q ue t ri bu na l cia h is t6 ri a.
lima m em oria, diferent em cl lIe da out ra, arqui vi st ica, Ela se sobre 0 que M de mais prec iso no trac o . mais ma ter ial no
bancos
a va lia m q ue a
p ro du to ra d e a rq ui vo s c om o a r os sa ,
q ue a s oc ie da de
m ada por sua passagem em histori a, que e quase 0 contrario: voluntaria e deliberada, vivida COIllO urn dever e nao m ai s csponti inea; psi cologi ca, i ndividual e subjeti va C nil o m ai s soci al , coleti va. globali zant e. D a prim ei ra, i mcdi at a, a segunda, indireta. 0 q ue
o s e sp ec ia lis ta s
revol ucso quant it at iva, em algum as decadas, t raduziu-se numa m ul ti pl icacao por mil.
do corpo, a s m em or ia s d e i mp re gn ac ao e o s s ab er cs r ef le xe s e a m em or ia t ra ns fo r-
. E , l'I~tes de tudo,
0 s ag ra do i nv es ti u- se
n o v es tl gi o q ue
e
s ua n eg ac ao . I mp os si ve l
de
prejulgar aquilo de que se devera l em brar. Da l a i ni bi ca o e m d es tr ui r, a consutuicao d e t ud o e m a rq ut vo s, a d il at ac ao i nd if er en ci ad a d o c am po d o m em o r av el , hipertrofico r ef or co
da fu~ao
c or re la to d e t od as
a s i ns ti tu ic oe s
d e m em or ia .
inchaco 0
U rn a e st ra nh a v ir a- vo lt a
o pe ro u- se e nt re o s p ro fi ss io na is . a q ue m s e r ep ro va va a nt ig am en te v ad or a, e o s p ro du to re s n at ur ai s d e a rq ui vo s. admi ni st racoes
0
da m em or ia , l ig ad a a o p r6 pr io s en ti me nt o d e s ua perda e
a m an ia c en se r-
sa o h oje a s e mp re sa s p riv ad as e a s
pUbli cas que engaj am arqui vi st as com a recomendal; :: lo de guardar
t ud o, q ua nd o o s p ro fi ss io na is
a pr en de ra m q ue
0
essencial do ofi ci o
e
a arte da
destruicoo controlada. A ss im , prodi gi osam ente,
a
m at er ia li za ca o desacelerou-se,
da
memoria,
descent rali zou-se,
em
poucos
anos ,
dem ocrat izou-se.
classi cos, os t res grandes produt ores de arquivos reduziam-se
as
dilatou- se N os t em pos
grandes familias,
a
~ Pro). Hisr(;ria . SIIaP",,1o. (10), d e z. 1993
http://slide pdf.c om/re a de r/full/luga re s-de -me mor ia -pie r re -nora
daquilo que poderiamos ter necessidade
repert6rio insondavel
t u ic a o a u to n o m a de museus, bibliotecas depositos, centros de docum entacao,
S er n d u vi da e i mp os si ve l n ao se precisar dcssa p ala vr a. A cc it cm os i ss o, m as c om a c on sc ie nc ia c la ra d a d if er cn ca e nt re m em or ia v er da de ir a. h oj e a br ig ad a n o
o que aconl eceu? Pode-se apreender mOlfose conlemponlnea.
.'
e
d e n os le mb ra r. A "m em 6r ia
IJ
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Luga re s de Me mór ia Pie r re Nora - slide pdf.c om
i nd cf in id a d o a rq ui vo e
I gr ej a e a o E st ad o. Q ue m n ao s e c re a u t or iz a d o h o j c a consignar s u a s l e m b ra n c as , a
es c rever suas Mem6rias,
1 1 3 0 somente os pequenos atores da historia, como tambern
as testemunhos d e s se s a t o re s , s ua e sp os a e s eu me dic o?
M en os
0
t es te mu nh o
expressao o bn ga ca o
dacao d a m em or ia f oi s ol da da p or u ma v on ta de g er al d e r eg is tr o. N ur na geracao. 0 museu imaginario do arquivo enriqueceu-se prodigiosamente. 0 ano do patrimonio,
id en ti da de
D ez anos m a i s c e d o,
0 Larousse
de 1970 hmi tava ainda
0
patrimonio
a o " be rn q ue
vern do pai o u d a m ae ". 0 "Petit Robert" d e 1 97 9 f az "da propriedade pelos ancestrais,
0
palrim6nio cultural de urn pais". Passou-se,
transrnitida
muito bruscamentc,
de urna concep4;ao muito restritiva dos rnonumentos historicos,
com a convencao
snaobdare esoca s pa sitios r. d e 1 97 2, a u rn a c on ce p4 ;a o q ue , t eo ri ca me nt e,
n il o p od er ia d ei xa r
Nao soment e t udo guardar, t udo conservar dos sinai s indicatives
de memoria,
e
A
:as'l : mes~ tempo, IlI3Ssacuja conser vacso, tanto q ua nt a a e xp lo ra ca o c on ce i ve ernandanam escolhas drasti case, portant o, i mprati caveis A rqui ve-se arqui veSC, s emp re s ob ra ra a lg uma ., . I N'" . corsai a o e o ut re e xe mp lo g ri ta nt e 0 r es ul ta do a q ue c he ga, de fato, a muito legiti ' I I ima preocupa~o das enquetes orals recentes? Ha atua mente, somente na Franc . d e treze ntas equipes ocupadas com 0 recolhi"mento destas v ozes ..ca, mars d quand que vern 0 passado" (Phil ippe Joutard). Mui to bern. Mas o s e pensa por urn i nstant ' especial.. cUJo .' estabelecimento e,'. que at se trata . d e a rq ui vo s d e u rn g en er o m uit o cuia utiliz"''''l ' exige t nnta e s eis h ora s p or u ma h ora de g ra va ca o e O so pode ser pontual·. . . tegral .t impo . I ' POlS q ue e la s u ra m s eu s en ti do da audl~o IDsSlve nO O se inda b , c gar s o r e a s p os si bi li da de s d e s ua e xp lo ra ea o. Q ue vontade d e ' . melUO na elas testemunham d . o arquivo muda d' , a osent revistados ou ados entrevi st adores? .t e sentJdo e de "statu'" I mais 0 saldo m ars . s sim p esrnente po r seu peso. Ele n ao .. . .. . ou m enos t nt enci naJ d voluntil1ia C orgaru'zada d 10 e u ma me rn 6r ia v iv id a, ma s a s ec re cs o e urna me ,. . fu volve, rnuitas veze mona perdida, Ele dubla 0 v iv id o, q ue s e d es en s. em llI;ii.ode se roeri . . de outra coisa? _ d .. u P pno fegJstro - as atualidades sa o feitas . . e um a m em ona sec "...1"-' d Ul lU dn a, e u ma me mo ri a - p ro te se , A p ro ~
a ma is c la ra
i nd iv id ua l. p oi s q ue e la
11.10
como um a
e m ai s u ma p ra ti ca s oc ia l.
A p as sa ge m d a m em or ia p ar a a h is to ria o br ig ou c ad a g mp o a r ed cf in ir cada um 0 h is to ri ad or assim,
0
n al iz ad os
s ua
p cl a r ev ita li za ca o d e s ua p ro pr ia h is to ria . 0 d ev cr d e me mo ri a f az d e d e s i m es mo . 0 i mp er at iv e d a h is to na u lt ra pa ss ou
circul o dos historiadorcs
profissionai s.
d a h is to ri a o fi ci al q ue s :' Io o b sc ca do s p cl a n ec cs si da de
passado cnt errado
m ui to ,
N ao 5<10sornente os ant igos rnargi -
Todos os corpos const irui dos. i nrcl cctuais
Oil
d e r ec up cr ar
s eu
rul o. sabios ou nao,
a pc sa r d as e tn ia s e d as m in or ia s s oc ia is , s cn te m a n cc es sid ad e d e ir e m b us ca d e s ua p ro pr ia c on st it ui ca o.
d e e nc on tr ar s ua s o ri gc ns
n a q ua l p el o m en os u rn m er nb ro
11.'10
N ao M m ai s n en hu ma f am il ia
se t cnha recent erncnt e l ancado
a
reconstituicao
m ai s com pl ct a possivel das exi st enci as furti vas de onde a suaernergiu. 0 crescim ento
m es ~o s em s e s ab er e xa ta me nt e d e q ue m em or ia s ao i nd ic ad or es . M as p ro du zi r ar quivo 0 i mp er at iv o d a ' 'Ii e po ca . e rn -s e 0 e xe mp lo p er tu rb ad or c om o s a rq ui vo s da Seguranca Social - SO d aJ . rna acument scm equrvalent e, represent ando, hoj e, t rezentos q uJlometros lineares d ' . . .. . ' m assa e mcmona bruta cujo inventario pelo computador p er mi un a, I de aJ me nt e l er t ud o b . ' SO re 0 n or ma l e s ab re 0 patologi co da soeiedade, t. . desde os regi mes ali rnenta res a e os m odos de Vida, por regioes e por profissoes; •
e fc it o a gu ca do d e u ma n ov a c on sc ic nc ia ,
0
da memoria historicizada.
E que e st a m e m or ia nos vem do e xt er io r c nos a i n te r io r iz a m o s
e
extraordinario, r na is e le p ar ec e d ig no d e i lu st ra r u rn a m en ta Ji da de m ed ia . A l iq ui -
em 1980, fom eceu urnexem pl o evi dente, l evando a n a t ; a o ate a s fronteiras do incerto.
do terrorismo
A> .
das p es qu is as Arquivos
g en ea to gi ca s
nacionais
0
e u rn f en or nc no r ec cn te c m ac ic o:
0
relatorio a nu al d os
c if ra e m 4 3% e m 1 98 2 ( co ntr a 3 8% d a f re qu en ci a u ni ve r-
sit aria), Fato surpreendente: nao devem os a histori adores profissi onai s as historias m ai s signi fi cati vas da biologi a, da flsica, da m edicina, ou da m usica, m as a biologos,
fisicos, m ed ic os c musicos, Sao as proprius e du ca do re s q ue t om ar am e m m aos a h is to ri a d a e du ca ca o. a c or ne ca r p el a e du ca ca o f ls ic a, a le o a ba lo d os s ab er es c on st it ui do s, s eu s f un da me nt os
c ad a d is ci pJ in a s e
p el o c am in ho r et ro sp ec ti ve
0
ensi no da fil osofia. Com
C OI OC Ol l
0
dever de veri fi car
d c s ua p ro pr ia c on st it ui ca o.
A s oc io -
lo gi a p an e e m b us ca d e s eu s p ais f un da do re s, a e tn ol og ia , d es de a s c ro ni sta s d o s ec ul o X VI a te o s a dm in is tr ad or es c ol on ia ls s e p Oe a e xp lo ra r s eu p ro pr io p as sa do , A te m es mo a c nt ic a l it cr ar ia d ed ic a- se a r ec on st it ui r a g en es e d e s ua s c at eg or ia s e d e s ua tr ad ic ao . A h is to ria to da p os iti vis ta , me smo a " ch ar ti sta " q ue o s h is to ri ad or es
a a ba nd on ar am ,
n o m ome nt o e m
e nc on tr a n es sa u rg en ci a e n es sa n ec es si da de
u rn a d if us ao e u rn a p en et ra ca o e m p ro fu nd id ad e q ue e ta a in da n a o havia conhecido.
o f im
d a h is to ri a- me mo ri a
m ul ti pl ie ou a s m em or ia s p ar ti cu la re s q ue r ec la ma m s ua
propria historia.
Esta dada a ord cm de sc lembr ar, mas ca bc a mim me lembr ar e sou eu que m e l em br o. 0 p re co d a m et am or fo se h is to ri ca d a m em or ia f oi a c on ve rs ao d ef in it iv a
a psi cologia i ndividual, O s doi s fenornenos estao ta o estreit am ente
l igados que nil o
se po de i mp ed ir d e s al ie nt ar a te s ua c xa ta c oi nc id en ci a c ro no lo gi ca . N ao e n o f im do seculo passado, quando se sentem os abalos decisivos dos equit ibnos t radi ci onai s. particularrnente
0
des ao am enro
c en tr o d a r ef le xa o f il os of ic a.
Pro). HUIOn
do rnundo rural. q ue a me mo ria f az s ua a pa ric ao n o c om B er gs on . n o c en tr o d a p er so na li da de
p si qu ic a.
r:
Pro). Hufana. SiioPOllio. (101. de:. 1993
http://slide pdf.c om/re a de r/full/luga re s-de -me mor ia -pie r re -nora
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Luga re s de Me mór ia Pie r re Nora - slide pdf.c om
com Freud, no centro da l it erat ura aut obiognifica, com Proust? A violacao d o q ue
s en te t or na nd o- se . e le p ro pr io . a s ua m an ei ra .
f oi , p ar a n os . a propria i magem da memoria e nc ar na da e a b ru sc a e rn er ge nc ia
c on ju ra do c nq ua nt o p rc sc nt e p or e ss a s ol da e p or e ss a a nc or ag er n. S cm d uv id a. p ar a
da
memor ia no coracao das identidades individuais sao co mo as d ua s f ac es d a m es ma cisao, 0 corncco do processo que e x pl o d e h o j e.
N ao
d cv em os e fe ti va me nt e
a F re ud
UIll
passado reconduzido. atualizado,
q ue h aja u m s en ti me ru o d o p as sa do . c n cc cs sa rio q ue o co rr a lim a b re ch a e nt re p re se nt e e
passado, que apareca
0
" an te s"
llll1
0
e l im " de po is " . M as t ra ta -s e m en os
e a P ro us t o s d oi s l ug ar es de memor ia i nt im os e a o m es mo t em po u ni ve rs ai s q ue
d e u ma s ep ar ac ao v iv id a n o c am po d a d if cr cn ca r ad ic al d o q ue u m i nt er va lo v iv id o
s a c en a p nn ut rv a e a c ele bre p eq ue na m ad ale na? Deslocamento d ec is iv e q ue se t ra n sf e re d a memoria: d o h is to ri co a o p s ic o lo gi co , d o social ao individual do transissivo ao subjeti vo, da repcticao a rememorac;ao. l na ug ur n- se u rn n ov o r eg im e d e
n o m od o d a f il ia ca o a s er r es ta be lc ci da . O s d oi s g ra nd es t em as d e i nt el ig ib ih da de da historia, ,10 m enos a parti r dos Tem pos m odernos. progresso e decadenci a, ambos
memoria, ~uestao daqui por diant e privada, A psi cologi zacgo
deviamos
< to
...
i nt egral da m em oria
e xp ri mi am
b er n e ss e c ul to da continuidadc. 0
c O l ll e ~p o ra n ea l e vo u a u ma c co no mi a s in gu la rm en te n ov a d a i de nt id ad e d o e u, d os rnecam s m o s da m em o ri a e d a r el ~ ao Co m 0 passado.
d a n ar ra ti va
e somente sobre 0 ind~vi~uo, c om o s ua revilali7~ao possivel rcpousa s o b re s u a r c la c ;: a o p e s so a l ' , ,. co m seu propno passado A atomi zacao de • , . yd u m a I 1 1 e m on a geraJ em m em o ri a pnvada da a lei d a l em b ra n ra u rn inte d d " . n so p o er e c o er sa o l nt cn o r. Ela obnga cada urn a se relembrar. e a reenconlrar 0 pertencimento, principio e segredo da identidade. E sse pertenci ment o em tro . . .
g ra nd es . m ai s e la s n os c ng ra nd ec ia m.
Porque a coer cao ci a memoria pesa def initivamenle
sobre
0 individuo
y
. ' ca, 0 engaja m terram em e, Q ua nd o a m em or ia MO esta I mats em todo lugar ela rulo csta . . ' na em ugar nenhum se UOlaconsciencia individual numa oectsao solitar i n a de idi ' . ,a, 0 CI i ss e d el a s e e n ca rr eg ar . M en os a m em or ia c v iv id a C o l cl l Va m e nl e m a rs ela tern id d ' recessi a e d e homens particulares que fazem de si mesmos homens-mem6ria E c '. ~ uma voz i nt erior que dissesse aos Corsos: " Voce d eve ser Corso ,,' e a o Bretoe om ' "E . co chamad d ' d ,. s. p re ci se s er Br eta o! ", Para compreender a forca eSlgruo talvez fosse ' . oeste . ' necessano voltar-se para a memoria judaica, q ue c on he ce h oJ e e m t an to s . d desi . tradi JU eus eSJudaizados, uma r e c e nt e r e at i va < ;: a o. Nesta 19..... que so tern como hi t' . ,. s o ~a s ua propna memOria, ser judeu, e s e le mb ra r d e s er ju de u, ma s e sta I mb v ez m ai s M m6 ' dee r a n c a Irrefut
"
M enK lna arquivo mem6ria dey esse quadro de meta 'rfi er,
e
.
p reciso u m terceiro t ra eo p a ra completar mo oses: mcr nOr ia-distlncia Porquc rossa rel~oo c o m 0 . a ua ve s d as produ<'"()cshi I' . passado, ao menos do m o d o c om o e le s e r ev el a y s o nc as a s mats . nifi . daquela que se espera de Slg rcativas, e completamente diferentc ,. urna m em ona N ao' . , . ma s 0 col ocar a descontin 'dad' . rnais uma COn1lnmdade retrospecuva, UI e a luz do dia P hi , , . . g am e ru e, a vcrdadeira p c ~ . ara a I st on a- me mo na d e a nn rce~o do passado " . COnslStJa e m c on si de ra r Q ue e te n a o e m v cr da dc ir am en tc p as sa d U o. m e sforc o de lb' .,. em ranca poderia ressucua-lo; 0 pre-
a ccrtcza de saber a quem e ao qu e
q ue s om os . D on de a i mp os ic ao d a i de ia d as " or ig en s" , mi to lo gic a.
f or ma j a p ro fa na
m as q ue c on tr ib uia p ar a d ar a u ma s oc ie da dc e m v ia d e
I ai ci za ca o n ac io na l s eu s cn ti do c s ua n ec cs si da dc d o s ag ra do . M ai s a s o ri ge ns c ra m do passado. prcvi si vcl,
E
P or qu e v en er av ar no s a n os r nc sm os a tr av es
e st a r el ac ao q ue s e q uc br ou . D a m es il la f or ma q ue 0 futuro visivel,
m anipul avcl ,
bal isado, projecao do presente. t ornou-se i nvisivcl , i mpre-
v is iv cl . i nc or ur ol av el : c hc ga mo s.
s im et ri ca mc nt e.
d a i de ia d e u m p as sa do v is iv el a
u rn p as sa do i nv is iv el ; d e u m p as sa do c oe so a u m p as sa do q ue v iv em os c om o r om pim ento; de wn a h is to ri a q ue e m p ro cu ra da n a c o nt in ui da dc d e u ma m em or ia a lima m em oria Q ue " or ig en s" , clc
c
Sf
p ro je ta n a d es co nl in ui da de
m as d e " na sc im cn to ".
d e u ma h is to ri a. N ao s e f al ar a m ai s d e
0 p as sa do n os e d ad o c om o r ad ic al me nt e o ut re .
e ss e m un do d o qual estamos dcsligados para sempre. E colocando em evidencia
to da a e xte ns ao q ue d el e n os s ep ar a q ue n os sa me mo ria c on fe ss a s ua v er da de , c om o n a o pe ra ca o q ue , d e urn gol pe, a supri me. P or qu e n ao s e d ev cr ia c re r qu e com
0
v ag o e
0
0
scnt im ento da descont inui dade
difuso da noi re. Paradoxalm ente.
se sati sfaz
a distancia exi ge a reaproxi macao
q ue a c on ju ra e I he d a , a o m es mo t em po , s ua v ib ra ca o N un ca s e d es ej ou d e m an ei ra tao sensual
0
d as c id ad cs cisarnente
peso da term s obre a s botas, a mao do Diabo do ano mil, e
n o s ec ulo X VI II . M as a a lu ci na ca o artificial num r eg im e d e descontinuidade.
concebi vcl
do passado
0
fedor
e
pre-
so
T oda a d in ami ca d e n os sa
0 passado resi de nesse j og o s ut il d o i mp en et ra vc l e d o a bo l id o. N o inicial d a p al a v r a. t ra ta -s e d e u ma r ep re se nt ac ao r ad ic al rn en te d if er en te
relacao com sentido
d aq ue la t ra zi da p el a a ru ig a r es su rr ei ca o.
T ao i nt eg ra l q ua nt o e la s e q ui s, a r es su r-
rcicao i mpli cava, com efeit o, num a hierarquia da l em braoca habil em ajeit ar as sornbras e a luz para o rd en ar a p cr sp ec ti va
d o passado
sob
0
olhar d e u rn p re se nt e
final izado. A perda de t im pri ocipio expli cauvo uruco preci pi iou-nos num uni verse f ra gm en ta do , a o m es mo t em po e m q ue p ro rn ov eu t od o o bj et o, s ej a mais humildc. o m ai s i mp ro va ve l.
sabiarnos.
0
a nt ig am cn te .
m ars
inacessivcl.
a
°
d ig ni da dc
d e q ue m e ra mo s f il ho s
C
d o mi st cr io
h is to ri co
N os
hoj c som es filhos de ninguem
e
/.\ ,'I
P ro; . HUlima. S ilo P aulo. ( 101, dez . 1993
http://slide pdf.c om/re a de r/full/luga re s-de -me mor ia -pie r re -nora
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5/10/2018
Luga re s de Me mór ia Pie r re Nora - slide pdf.c om
d e t od o m ur do . S e n in gu em sabe d o q ue 0 passado e feit o, urna i nqui et a i ncerteza t~fonna tudo em vestigio, indicio possivel, suspeit a de historia com a qual con' t am mamos a inocercia das COI'sas , Nossa pcrcepcao do passado e a a pr op na ca o veement e daqui lo que sabemos na ' , os 11£10m ars nos pertencer. Ela exige a acornodacao A ' precisa sobre urn obieto p erdid • ,J I 0, representacao exclui 0 afresco, fragmento, 0 quadro de con~unt o; ela p ro ce de a tr av es d e ilumina<;iio p o n tu a l, m u l ti p li c ac a o de t' . .,' ifi t om ad as s el et iv as a mo st ra s s ig , ru lea rvas. Memona m te n sa m er ue r e ti ni an a e podcrosamenle televisual Co na f I' " , " ' 010 0 azer a rgacao, p or e xe mp lo , e nt re 0 f am os o retorno da narranva que pudemo ta ' hi ., s no r nas mars recent es m anci ras de se escrevcr a stona e 0 poder total da image d ' , m e 0 cinem a na cul tura contemporanea? N arraLtva, na verdade bern diferente da ' , , ' ,, narranva tradlCIOnaJ,fechada sobre s i r n es m a e c om se u recorte smcopado Como n a r '
°
0
0
de a, rq w, vo - c oIoear a propna .,' pe"a escrupuJoso ' pelo docurnento igar0 11 10respeuo y sob seus 5 - , 0 particular avanco da oralidade - c it ar o s a to re s, f az er ouvir suas voz ' , , ~ es - , a autentlcldade do direto ao qual fomos habituad ? C os: omo nao ver nesse go I I '. I u ...; d . de nos restituir so pe 0 c ot id ia no n o p as sa do , 0 u ni co m ei o bo da a en oao os dias e 0 ' I a no ni mo s 0 m ei o d sa r s coisas? E nessas biografias de , enos evar a apreende r q ue a s m as sa s n ao s c formam de m anei ra massifieada C om o ns I , 11£10 r nessas bulas d d de micro-rust6ria ad . 0 passa 0 que oos fornecem t antos est udos , a VOn! e de tgua lar a hi f' , , vivemos? Memoria-espelho dir-se-i S ona que reconstnumos a historia que Ih . . ' , r-se-13 se os e imagem Quando ao co t " " spe os na o r cf le ti ss em a p ro pn a , n rano, e a diferen " espet :: icul odessa diferen<;a b ilha ,' Va q ue p ro cu ra mo s a r d es cob nr ; c n o eneontrada N ao m ai ' 0, n r repentmo de um a i dent idade i mpossi vel de ser , IS um a genese m as 0 d if nao somos mais. ,eel ramento do Que somos a lu z d o q ue Esta alquimia do essenc:ialcon! ib ' " di U de maDeira bizarra, para fazer 0 excrcicio da hist6ri a, cuj o i rnpulso brut al d em I~<;ao a o futurn deveria tender a nos proporcionar, 0 dcpositario dos menos pela historia do q:;repeIOShid? sente. Alias, a opera<;ao traurnatica realiza-se . 0 stona dor Estr anho d . Simples antigamente e seu lugar lllScnto . .' na soC'edad estrno 0 s eu . S eu p ap el e ra e b alllueiro do f uturo Nesse id I e: s e fazer a palavra do passado . . senlI 0 Suape " cabla-lhe ser apenas UDla t ssoa contava mellOS d o q ue s eu s er vi ce : erudita, , de u ru' ao 0 rnais leve po rnnsparellCI3 . I Urn vetculo de t ransmi ssao urn t race , SSlve entre a m t ' I'd ' lllscrit;:ao na m emoria Em 'II" a ena I ade brut a da do cu me nta ca o e a . U una Instanc:ia ., D a e xpl os ii o d a r u st6 ri a- rn em o' , ' u ma a us enc la o bs es siv a d e o bj eti vid ad e. dif na emerge urn novo personagem pront o a eonfessar Ie re nt em en te d e s eu s p cd , I ecessorcs, a Ii a ",' , mantem com seu sujeito Ou II gac 0 e st re lt a, I nt im a e p es so al q ue e le b ' . me lOr a proclama I - 0, a a pr of un da -I o e a f az er , na o o 0 st.1culo. mas a alavanea d' e sua compreensa p 0, o rq ue e ss e s uj eit o d ev e tu do a
c:
sua subjeuvidade, sua criacao, sua recriacao. E cle 0 instrurnento do metabolismo, que da senti d o c vida a quem, em si e scm clc, nao teria nem sentido nem vida, Imagi nemos uma soeiedadc i nt ei rament e absorvi da pcl o sent im ento de sua propria historicidade;
ela estaria impossibilitada de produzir historiadores,
Vivendo integral-
m ente sob 0 signo do fut uro, ela se content aria de processes de gravacao aut om at icos d e s i m cs ma e s c s at is fa ria c om ma qu in as d e s c a ut o e on ta bil iz ar , ma nd an do d e v olt a p ar a u rn f utu ro in de fir ud o a t ar ef a d e s e c om pr ec nd cr a s i me sm a. E m c on t rapart ida. nossa sociedade, certament e arrancada de sua m em oria pel a ampli tude de s ua s r nu da nc as , m as a in da m ai s o bc ec ad a p or s c c om pr ee nd er
h is to nc am en te ,
e st a
c on de na da a f az er d o h is to ri ad or u m personagern c ad a v ez m ai s c en tr al , p or qu e n el e s e o pe ra a qu il o d e q ue e la g os ta ria ma s rulO podc dispensar: 0 historiador e aquelc q ue i mp ed e a historia d e s er s o me nt e historia, D a me sm a f or ma q ue d ev emo s a distancia panoramica 0 g ra nde p la no e a o e st ra nh am en to d ef in it iv e u ma h ip er ve ra ci da dc a rt if ic ia l d o p as sa do , a m ud an ca d o m odo de pcrcepcao rcconduz obsti nadamenrte 0 historiador aos objetos tradicionais dos quais ele se havia desvi ado, os usuais de nossa memoria naeional. Vejam-na n ov am en te na s ole ir a d a c as a n ata l. a v elh a m or ad a n ua , ir re co nh ec iv el . C om o s m es mo s m ov ei s d e f am il ia . m as s ob u ma 1 10 va l uz . D ia nt c d a m es ma o fi ci na , m as p ar a u ma o utm o br a. Na m es rn a p ec a, m as p ar a u rn o utr o p ap el. A hi sto rio gr af ia i nevi tavclm cnte
i ngressada em sua era cpi st cm ol ogica,
fceha definit ivam entc
a era
da i dent idade, a m em oria i nelutavelm cnte t ragada pel a histori a, ril lo exi st e m ai s um h om er n- mc mo ri a, e m s i m cs mo , m as u m l ug ar d e m em or ia .
Ill . Os lugares de memoria, uma outra historia
O s l ug ar es d e m em or ia p er te nc em a d oi s d on un io s, q ue a t om am i nt er es sa nt e, m as t am bern com pl exa: sim pl es e arobi guos, nat urai s e arti fi ci ai s, i medi at am ente oferecidos a m ai s s en si ve l e xp er ie nc ia e , a o m es mo t em po , s ob re ss ai nd o d a m ai s abstrata elaboracao, S ao l ug ar es , c om e fe it o n os t re s s en ti do s d a p ala vr a, ma te ri al, s imb 6li eo furcional, simultaneamentc. c ia p ur am en te a imaginacao
m at erial, c om o u m d ep os it o d e a rq ui vo s, sO 0
e
somente em graus diversos. Mesm o urn l ugar de aparen-
e
l uga r d e me mo ria s e
i nv es te d e u ma a ur a s ir nb ol ic a. M es mo u m l ug ar p ur am en te
f un -
c io na l, c om o u rn m an ua l d e a ul a, u m t es ta me nt o. w na associacso d e a nt ig os c om b at en te s, s o e nt ra n a c at eg or ia s c f or o bje to d e u m r it ua l, M es mo u rn min ut o d e sil enci o, que parece 0 exemplo ext remo de uma signi fi cacao sim boli ca, e ao m esmo
]0
frO ,
http://slide pdf.c om/re a de r/full/luga re s-de -me mor ia -pie r re -nora
HlSlona. SiioPaulo, (101, dez. /<)J3
Pro), H.sJ6na. sao Paulo . (101, dez. IWi
21
12/91
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Luga re s de Me mór ia Pie r re Nora - slide pdf.c om
te mpo 0 r ec ort e m at er ia l d e u ma u ni da de
e s er ve , p er io d ic am e nt e,
t em po ra l
u m a c ha m ad a c on c en tr ad a d a l em brarca O s I re s a sp ec to s d e u rn lugar d e m em or ia
ta o a bs tra to
s eu c on te ud o d em og ra fic o;
e s ua t ra ns m is sa o;
p o r urn a co nt ec im en to
p oi s g ar an te ,
m as s im b 6l ic a
o u u rn a experiencia
p a ra
s em p re . T ra ta -s e
E
a no t; ao de geracao ?
fu nc io na l p or h ip ct es e,
a c ri st al iz a. yi io d a l em br an ca q u e c ar ac te ri za
q ua nto
c oe xi st cm
m at er ia J
a o m es mo
t em po .
p or d ef in ic ao
v iv id os
p or v is to
p or u rn p eq ue no
numero u m a m ai or ia q ue d el es Mo participou,
o
q u e o s c on s ti tu i
e
urn jogo da m em oria
dois f at or es q ue l ev a a s ua sobredeterminacao v on ta dc d e m em or ia . S e
0 p ri nc ip i o
e da h is to ri a,
r e ci p ro c a
d e ss a p ri or id a de
u m a i nt er ac ;a o d os
e
l n ic i aJ m e n te ,
f os se a ba nd o na do ,
r ap id am e nt e
derivar-se-ia de urna d e fi n ir r ao e s t r e i ta , a r na is r ic a e m p o te n ci al id ad c s, d e fi n it y ao p a ss i ve ) , m a i s m a i ea v el , susceptivel d e a d m .i t ir na c at eg or ia di~
de urna lembrat1l;a. Urn p ou co com o as b oas
a nt ig am ~ nt e, u~ a
q ue d is ti ng ui am
s ab ia me nt e
sociedade v c lu n ta r ia m e nt e
regras
p re ci se t er
d a c ri ti ca
p ar a u ma
r ep ro du zi da s
l ei, u ma o bra d e a rt e, p or e xe mp lo - e a m as sa in de fi nid a
c om o
d e " fo nt es
de q ue
tal - um a
indiretas",
isto
e
tod os os testem unh os d eix ado s p or um a ep oca sem d uv id ar de s u a u t il i za c ao . . . futura pelos hisloriadores Na f It d _ . a a essa m ten.;ao de mem oria os l ug ar es d e memona s er ao l ug are s d e historia, .
n o m om en to
s ec ul os , e dos anos 0 q ue,
cierues!
nossos
no eruanto,
e
olhos,
d a R ev olu ca o,
sua derrota
grcgoriano,
a
se fundido
t od os o s o utr os
oossa
lu gar cs
d efo rm antes
a r ab e sc o s
d e m em o ri a
a m em oria
0
de m ilbo es
da instrucao p u bl ic a
V e j a- s e 0 c al en d ar io
r ev o lu ci on ano :
.
el e d ev eri a f or ne ce r o s visto q ue , e nq ua nl o ca le nd ar io ' . , P O r ia p or s ua n o I m e m on a p o ss iv e l e enquanto e r ev ol uc io na ri o, e le s e p ro . , . m enc alum e po . . . .
q uadros a
. me dmona ,
prlOt"I
e toda
11iS loria" c om o am bo . r s ua slm bolog13, a " ab ri r u rn oovo livro para a f ra n c es e s p a ra 51' i nt ei ra m en te IClosamellle diz s eu o rg an iz a do r, e " tr an s po rt er OS m estnos" se . . , gu nd o u rn o utro d e s eu s relatores. E , nesse ob Je tI vO ,
Pro) . H istona;
http://slide pdf.c om/re a de r/full/luga re s-de -me mor ia -pie r re -nora
Srio Paulo.
r ul o
e
t o ta l : d a ta s -
si mcsmos, d up li ca m- se
N cnh um
lug ar
pois q ue . d a m es ma
d e j oven s
p o di a tirar seu
F ran ceses,
de m em oria
forma que
no tem po
em
aos
es cap a
a te nt a l og o m os tra
e v ia ger n q ue , d es de
i ni cia do ra. 0
"Petit Lavisse",
0
em qu e u rn m in istro
relogio d e s eu b olso para declarar
" To d as a s n o ss as criancas passam
tambem, p oi s q ue inventario do q ue e preciso
identificadora
ele
D ois exem plos em ' . :. sc C lugar de ~glstros d i fe r en t es .
compatibilizar
para
c as o Tour de l a Franc e par deux e nf ants : lugar
c el eb re
indiscutivel,
o ito h ora s e c in co m i nu t es :
lnilelro - prender 0 maximo ~,('. de sentido nurn rninimo de sinais, e, c l ar o , e e . na ISSO que os toma apaixonant aptidao es: qu e os l ug ar es d e m em O ri a sO vivem de sua
e no silvado
E s-
M as s ua d erro ta
viram-se so brc
d e m em o ri a
d es ta vez,
d e sua atualizacao,
ressanar de seus significados
aos
s eu s fu nd ad ore s.
e so serviria
i ma gi na ve is .
as
de manha,
o s A lpes."
L ugar
de
sob re a F ra nc a, n ar -
saber
M as a s co is as
s e c om pl ica m:
u ma l ei tu ra
e m 1877, L e T ou r esteriotipa
s eu a pa re ci me nr o,
um a
Franca q ue n ao e xi st e mais e q ue . n es se ano do 16 de m aio, que ve a solidificacao t ir a s ua seducao d e u rn sutil encantarnento
da Repuhlica.
cri ancas cuj o sucesso se deve, e m p ar te , a m em ori a
para
0
m ontante
e para
d a m em oria,
0
r
.
ja sufi-
d e l ug ar d e m em o ri a.
sua virtude
memorial
q ue sao su a verd ade.
i gu aJ m en te
E m c on tr ap art id a, es ta c la ro q ue , s e a h is to ria , 0 t em p o, a m ud an ca 1 1 < 1 0 inter. . viessem, seria necessario L se coraentar com urn s im pl es h is t6 ric o d os m em on al s. u ~r es p ort an to , m as lu ga res m ix to s, h Ib ri do s e m ut an te s i nti ma rn en te cn lac ad os d e Vida e de m orte de I d' ' . . vidual d .' em po e e eterrudade; num a espiral do coletivo e do indi' . 0 p ro sa ic o e d o s ag nl do , d o irnove] e d o m ov el . A ne is de M o eb iu s e n ro la do s s ob re S l m e s m o s Porq d ,.,' ue, se e v erdade que a r azao fundam ental de ser de urn lugar e m e mo na e parar 0 te mpo i l d d . . . ,e oquear 0 trabalho do e sq ue ci me nt o fi xa r u rn e st a 0 . . " . e COISas, lmortalizar a m ort m em o' do di e , m a t en a h 7. a r 0 im at er ia l p ar a - 0 ouro e a U I U c a
no . para a metamorfose .' imprevisiv Ie IIICeSsante e sua s ramific~Oes.
que quiseram
aquilo
Titulos
d e m em oria.
Iugar
COIllO
f u nd a d or c s.
T om em o s,
memoria.
f ut ur o d os m es es , d os d ia s,
p ar a s em p re a d e l ig a do s . Vendemiatre, Thermidor;
c me rg em
Brumaire. E os motives
racao
mais
que tcria perdido
paisagern
d e m em or ia
c h a ve s , a c on t e ci m c nt o s
form ou
a in d a
em se toma r
E le t er ia
seus
c on s ti tu i
0
0
a in d a h o je . v iv cn do s ob s cu r it mo . e le t cr ia s e no s tornado t a o f a m il i ar .
tivessernos,
esp clho s
i nd ex an do
da epopeia revolucionaria,
sabre a im agem
com o um calcndario
t od o o bj et o h is t6 ri ca
a s "fontes diretas", isto e, a qu ela s
p r o du z i u p a ra s er em
p ara r a h is to ri a dos
p ub li cac ao , c om o
q ua nd o
c ha m ad a.
a o br a a in da
esquecido.
o u do cu mento m em ori a
a e di ~a o antiga parece vend er u ti li za do
d ep oi s
E le d eixa
n a m em or ia
e i nd us tri al.
su a l id a
m elh or IW
e la
o ral e su as
v am en te
n a m em or ia
e novas
reincarnacoes
raizes
c ol et iv a. 0 que
cam pon esas.
na o
a r ne sm a,
paterneia
ele
c er ta me nt e
d e s eu remanejarnento
e
do qu e a o ova. D ep ois
0
fundo de campos
a m em or ia 0
t es ou ro
c ol et iv a
s el l c en te na ri o,
p ela c ris e ec on om ica ,
e
r ei mp re ss o,
e nq ua nt o
e sp er a
distantes; d e s ot ao ,
na
p ar a c nt ra r
urn m il ha o d e e xe mp la re s
m as j a a tin gi da
p ara
c
p ed ag og ic a P ara
em q ue Le Cheval d'Orgueil aicanca
L iv ro
sernpre. Eis
T ri nt a e cin co aoo s ap 6s d a g uer ra ,
n os m ei os residuals.
para os histo riado res.
g is ca rd ia na
su a m em oria
e
co mo
L e T ou r d e l a F ra nc e t on 13 -S C a os p ou co s r ar id ad e,
h is to ri ca ,
no m om en to
a F ra nc a
v es pe ra s
t radi cao j a nostalgica: prova d is so , ap es ar
l iv ro f ic a m ai s raro, so
e
s e u j u sa n te ?
as
r ei na
p elo p as sa do .
d os a du lt os ,
e m 1977, e q ua nd o d es co bre
e Le Tour e n I ra n on ov os
essa vcdet e d o s l ug ar es
e sq uc ci me nt os
ci a m em ori a.
s ua
(/0). dez. 1'193
13/91
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Luga re s de Me mór ia Pie r re Nora - slide pdf.c om
i n tc n y ao i n ic i al 01 1 0 reto rn o scm fim d os ciclo s d e sua m em oria? o s d oi s: t od os a s l ug arc s d e memoria s ao o bj cro s n o abismo E ss e m es mo p ri nci pi o d e d up le p li ci da d e d o s l ug ar es . u m a h ie ra rq u ia . d e s ua s e sc al as . S e v cm o s efenvamenre
q ue pcr nute
p ert cn cim cn io IIIII a
d el im it aca o
a s g ra nd es
de
sell
c at eg or ia s
E \ i dcn tc m eruc 0 IX T dr . n a m u lt i-
campo.
11111 rcpcrtorio
d e o bJ C1 0S q ue s ob rc s-
°
~ Ia ro q ue a lg un s. q ue n ao e nt ra m n a e st rita d cf in ic ao . p od cm i ss o p re te nd er c q ue . I n:'e r~ a~ 1C nt e. m ui to s. a m ai or
p art e rn cs rn o
d aq ucl es
q ue
d ele
f az cru
p ar te
p or
0 q u e c o n st i tu i ccrtos sitios pr c -histor ic os. pnncipio, dcvern, d e f at o ser excluidos geogrMicos 0 I' . , . u ar queo ogicos em lugares. e m es mo e m lugares de d es ta qu e. e munas vezes 0 q ue d ev en s p re ci sa me nt e I he s s er p ro ib id o, a au sc nc ia a bs olu ta d e v on ta dc d e m em o ~~ , c om p en sa da p el o p es o csmagador de que 0 te mpo. a ciencia, 0 sonho e a m e~ ona d?s h om eI lS o s c ar re go u E m c on tr ap ar ti da , q ua lq ue r l im it e qu e tcm a me sma unponancla que 0 Rh i "F' . , . , n, ou 0 u ustcrc", esse "fim de terra". as quais as deraiu SCIIS t it ul os d e n ob re za. T od a c e le b :c s p a g in a s de Michelet, p o r e x e rn p l o, C O llSlltuic;:ao todo tratad d' I ,. , ' ._ . 0 r p o r n an c o s<'io l ug ar es d c m em or ia , m a s a c on su tu ic ao d e 1793. nao da mesn f . . I ia orm a qu e a de 1 79 1. co m a D eclaracao dos d ir ei to s d o iornern, lugar fundador d ' . . .._ e memoria: c a paz de N im cguc nao da m esilla form a que as duas eXlrem idades da I . t' " d . .' • . , us ona a Europa. a divisao de V erdun e a confercncia de Y alta. N a m i s tu r a c a IJI ,. '. , . .. . , em ona que dita e a historia que cscrcvc, E por isso que dois onuruos m erecem que d I . .. C o s l iv ro s d e h is to na. n os e te n i am os , o s a co nt cc im en ro s p o rq u e, n ao sendo m ixtos d ' . '. '. • " da ' , . e m cn lO na e h is to ri a, m as o s rn st ru mcn to s, p ar cx cel en Cia, m e m on a e m hi I' . , . ob S o n a , p e n lU t cm dclimiiar nlliaamcnle 0 d on un io . hi .. T od a g m nd e ra stonca e 0 proprio gene I ' .. , . ? T d nero ustoru-o BaO s ao l im a fo rm a d e lu ga r d a m ern on a. o 0 grande acontccim e I " _ . __ filii - I n 0 e a propria nocao de acontccunento nao sao. por de~
r
,
•
Thierry (1820) constituindo
as Lettres sur I'histoire de france, d e A u gu st in
s ae ll ~ d o g en er o - t ud o que vem do culto dos m ortos. tudo que sobrcssai do padmi . tudo 0 . que a urustra a prcsenca do passado no prcscnte -. csta portanto
tnrnonio
i nt ro du z bruscamente a concepcao m oderna de historia:
t racao do f im d a R es ta ur ac ao
.,
•
e sua
publicacao
m es es , c om
defin it iv a 0 co
e da Franca".
represents
0
c o ns ti tu i
p o de ri ar n
p ar ec er
0
a historia n ac io na l
E nfim ,
monume nto.
l ug arc s
l ug ar es d e m em oria:
d e m em or ia .
complicam p ro pr ia
m em or ia .
S ully
11<10
P od c-s e
po rqu c
Journal d e P oi nc ar e.
d iz er
0
i nd ep en de nt cm en tc
e s ua s e sp ec ifi ci da de s:
desd ob ram ento
do ho mem
i nd iv id ua l
r azao d e E st ad o: a c on si de ra -I os
c om o
E o s g ra nd es
inaug urals.
q ue o bri ga m,
0
d a m em o ri a
t er n n um
de u m
d e u ma ra za o p ar ti cu la r p an or am a
De e ao
g cn cr o
de a~ao , na id en tificacao
BUill
d ois tipos dentre
S om en tc
em nad a, d e seu tam an ho . n ot ad os
co nf eri u
D e o utre
de Estado.
de Sainte-Helene
u um s ab er d e o ut ra s M er no ri as ,
e n a i ns crc ao
eles
s ab re a
n um a
n ac io na l,
l ug ar es .
infimos, a pc na s
re tro sp ec ti va me nte
a o Memorial
e do h om em
ac on te cim en to s?
qu e nao dep end em , vezes
de escrita
t an to s m oti ve s
de i nt er ro ga cs o
d o v al or d es ig ua J d os t cx to s,
c om o ut ro co le ti vo
d'Amiel
o u m aio res, m as po rq uc
c om urn jogo
im pli ca
n om e,
o u o s j om ai s
0 Journal
m e s m o das Memor ias de hom ens
s ua s co ns ta nte s d is eu rs o
sao m elh ores
do Testament d e R ic be lie u
a de G aulle,
as autobiografias
ou m esm o
e sete
q ue , p or s eu p ro pri o
a Viede Henry Brulard, ou
exerci ci o da m em or ia
simples
0
d'histoire
c uj a Revue historique
p os it iv a
0 m es rn o a s m em or ia s
intimos, As Memoires d'outre-tombe, s ao
Precis
d o c ur so d e G uiz ot s ob re " a h is to ri a da civilizacao
rn eco
(1876) c cuja Histoire de France de Lavissc, em vin tc
manifesto
v o lu m es .
0
inicio
0
d e alguns
1827 coincidindo, p ro xim o
em
verdadeiro primeiro I iv ro d e u m i lu st re d eb ut an te ,
0
moderne d e M ic he let , e d a E ur op a
em v olu me,
n o m em en to ,
m as ao s q ua is , e m c on tr as te ,
a g ra nd io si da dc
d as o ri ge ns ,
lado , os acon te cim en tos
q ue ~ o im ed iat am en te
e arr eg ad os
o nd e,
s ua p ro pr ia
po r futuro
0
d as rupturas
a s ol en id ad e
n o lim ite,
d e u rn s en tid o s im bO li co
n o i ns ta nt e d e s eu d es en vo lv im en to ,
des s a o r e le v an t cs ,
D e urn lado os acon te cim en to s,
nad a acon te ce,
m as
e q ue s ao e le s p ro pri os ,
comemoracao
a nt ec ip ad a. ;
a h i st or ia
c on te mp or an ea , i nt er po st a p el a m id ia , m ul ti pl ic an do t od os a s d ia s t en ta ti va s d e n at im ort os . D e u rn l ad o, p or ex em pl o, a e 1e ~a o d e H ug o C ap et o, in cid en te s em d es ta qu e ma s ao q ua l u ma p os te rid ad e
d e d ez s ec ul os
t en nin ad a
q ue ele nao tinha n a o r ig e m .
De o u tr o l ad o ,
0 v a ga o
d e M ontoire d ad or o u
o u a descida
0 a co nt ec im en lo
admiti-Io dentm exclusao
que
d os C ham ps e sp et ac ul o,
da nocao s ig n if ic ar ia
a delim ita:
a m em oria
E lysees
n o c ad afa lco d e R e th o nd es .
pe rt ar
a m ao
n a Liberacso. 0 a co nt ec im en to
M as e m n en hu m c as o
0 p r op r io
n eg a r a e sp ec if ic id ad e . pendura-se
a tri bu i u rn p es o 0a
em
lugares,
f un -
a c on t ec i m en t o ;
E , a o c o nt ra n o, sua com o
a historia
em
acontecimentos.
.:"J
Pro). H.s.ona, S ii o P au l o. ( 10 / , d e z . I WJ
http://slide pdf.c om/re a de r/full/luga re s-de -me mor ia -pie r re -nora
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Luga re s de Me mór ia Pie r re Nora - slide pdf.c om
N ad a i mp ed e. e m c on tr ap ar ti da , a s d is tr ib ll i~ 6e s
p os si ve is
m ai s n at ur ai s, o fc re ci do s e o s a ni ve rs ar io s.
n o i nt er io r d o c am po . q ue s e i ma gi ne m t od as
e t od as a s c la ss if ic ac oe s p el a e xp cr ic nc ia
n ec es sa ri as .
D es de a s l ug ar es
c on cr et a, c om o a s c em it er io s, o s
a te o s l ug ar es m ai s i nt el ec tu al me nt e
IIlUSClIS.
e la bo ra do s. d os q ua is ninguem
s e p riv ar a;
n ao s or nc nt e a n oc ao d e g er ac ao . ja e vo ca da , d e li nh ag em, d e " re gia o-
m em or ia ".
m as aquela
de " pa rt il ha s " , sabre as quais estao fundadas t odas as IXr·
d o espaco frances .
c ep co es
inteligivel, se p en sa mo s S e i ns is ti mo s
s ob rc
0
a sp ec to
m ate ri al
v as to d eg ra de , V ej a- se , p ri me ir o. a povo
da memoria
COIllO pintura", imediatamciue e m Corot ou ern Sainte-Victoire de Cezanne.
ou as de "paisagcm
p ar uc ul ar me nt e
d os l ug ar cs . d es p ro pr ios s e d is po em
o s p or ta tc is ,
da urn exemplo
n um
n ao o s m en os i mp or ta nt es v is to q ue
maior
com
as tabuas da lei: veja-se
0
Poderiamos
refinar i nfinit am cruc
as classificacocs.
fUrK; ~ocomemorati va
d era do s
- com o os elogi os funcbres, D ouaumont
-. e a qu ele s cuja d ir nc ns ao
signi fl cacoes
sim boli cas.
0 11 0
d e memoria C lima so entre
mu ro d os Fe -
° feixe
Nem mesmo em sua riqucza cvocadora. m ostra que
11111
Mas no fato que cia se ja possivel.
s ob a mc sm o c hc fe d o P cr c- La ch ai se c on tr o s ur rc al is ta
c d a E st ati sti ca g er al d a F ra nc a rulo
uma organizacao
difcrcrucs,
as
lugarcs
encontrar ia
sua jus uficac ao
c on ju Il lo s c on st nt id os
sem alterar
a dclcs.
0 mesrno na o a co nt ec e c om a s
p el o t em po . e q ue t ir ar n s ua s ig ni fi ca ca o
p le xa s e ntr e s eu s e le me nto s:
u ma o utr a
d as r cl ae oe s c om -
e sp el ho s d o m un do ou d e u ma e po ca , c omo a e alc dr al
de Chartres ou 0 pal acio de V crsalhes. A pegar-nos-emos, ao contrario a dorninanre funci onal? D csdobrar-se-a a Icque dos l ugares nit idarnenre consagrados it m an ut cn ca o d e u ma e xp er ie nc ia i nt ra ns mi ~s lv el e q ue d cs apa re cc ll l antJgos combalenles, pedagogica,
aquelcs
c om a qu el es
q ue
0
v iv er am ,
cuja razao de s er ; tarnbcm
C Om o o s m an ua ls , o s d ic io na ri os , o s t e st am cn to s
c om o a s a ss oc ia yo es d e passageira.
e
de ordel:~
a u o s " Ii vr os d e r a za o
que, rut e po ca c 1a ss ic a. o s c he fe s d e f ami li a r ed ig ia m p ar a 0 u so d e s eu s d es ce n. b'O I' sim IC 01. oporemos.
d en te s . S cr em o s nos. 'ill e r l in , m ar .s s en si ve ,.rs ao componcnte por exempl .' . s , espelacu. o. os I'ugares dominantes aos lugares donunados. Os pnmelTO t . . l ares e t ri unf . an es, imponentes e gcra.lmente rmpostos, quer por uma au toridade naCI?rutl. q ue r p or u rn c or po c on st it utd o, ma s s cmp re d e c ima , t er n. n mit as v ezes a f ri ez a o u a s ol en id ad e d as c er im on ia s o fi cia is . M ai s n os d eix am os l ev ar d o q ue vamos a eles . Os segun d os sa o os l ugares refugio, ' . 0 santuano ,. da S fidell'dades espon, I tancas e das . -, ,. De urn lado p er eg nn ae oc s d o s il en ci o, E 0 coracao vivo da memona . o S~cre-Coeur.de outro, a peregrinacso popuJar a Lourdes: de urn lado. os funerJl~ n ac io na j, d e PI' 'd urn lado a r. I' . au va ery, de out ro, entcrro de Jean-Paul Sartre. e . c en mo ni a f Un eb re d e D e G au ll e e m N ot re D am e. d e o ut ro . 0 cemiterio de CoIOJllbe~.
°
UIIla c ar ac tc ri st ic a
s im pl es . m as d cc is iv a, o s c ol oc a r ad ic al me nt e a p ar te d e
histori cas e cient ificas d.a memoria.
o u a d as me nta lid ad cs
T od as a s
s cj am e la s d ir ig id as a d a n ac ao
s oc ia is . ti nh am a v er c om a realia,
COIll
as proprias coi sas
c uj a r ea li da de e m s ua m ai or v iv ac id ad e c la s s c c sf or ca va m p or a pr ee nd cr . D if er cn t em en tc d e t od os o s o bj et os d a h is to ri a, a s l ug ar es de m em oria m lo t crn rcfcrcnt cs n a r ca li da dc . O u m el ho r, e le s
c le s m es mo s. s eu p ro pr io r ef er en te , s in ai s q ue
5< 10.
d ev ol ve m a s i r ne sm os , s in ai s e m c st ad o p ur o. Nao q ue m l0 t en ha m c on tc ud o, p re senca fisica ou histori a: ao contrari o. Mas 0 q ue o s f az l ug ar cs d e m em or ia e aquilo pelo que. exatarnente . elcs cscapam da historia. Templum: recorte no indctcnninado d o p ro fa ne - e sp ac o o u t em po , e sp ac o c te mp o - d e u rn c ir cu lo n o in te rio r d o q ua l t udo com a. t udo sirnbol iza, t udo signi fi ca. N esse senti do, 0 l ugar de m em oria
e
urn
l ug ar d up lo ; u rn l ug ar d e e xc es so , f ec ha do s ob re s i m es mo , f ec ha do s ob re s ua i de nt id ad e, e r cc ol hi do s ob re s eu n om e, m as c on st an te mc nt e a bc rt o s ob re a e xt en sa o d e suas significacoes.
E
0
material
q ue f az s ua l us to ri a a m ai s b an al e a m en os c om um . A ss um es e vi de nt es , 0
m ai s c la ss ic o,
T er ia mo s a i mp re ss ao coi sa. Esses obj et os
f on te s d is po ni ve is ,
d e r et or na r
so s a o
a
o s m ct od os
m en os
s of is ti ca do s.
h is to ri a d e a nl eo nt em . M as t ra la -s e d e o ut ra
a pr ee ns iv ei s n a e mp ir ia a m ai s i me di at a, m as
0
meca-
nismo. a t rama est a em out ro l ugar, i napt o para se expri rnir nas categori as da histori a tr ad ic io na L Cn tic a h is t6 ric a to ma da to da h is tc ria c rit ic a, e n ao s ome nt e d e s eu s p ro pr io s i ns tr um en to s d e t ra ba lh o D cs pe rt ad a d e s i m es ma p ar a v iv er n o s eg un do grau. H ist6ri a puram enle t ransfererci al
que. como a g ue rr a. e l im a a rt e d e e xe cu ca o,
feita ci a felicidade fragil da relacao com
Pro}. HulOn."
http://slide pdf.c om/re a de r/full/luga re s-de -me mor ia -pie r re -nora
en-
n os so mo mc nt o d e
5<10
t od os o s t ip os d e h is to ri a, a nt ig os e n ov os . a os q ua is e st am os h ab it ua do s
e sta l on ge d e s er in di fe re nt e,
0
i nconscicnt e da m em oria col et iva
a o h ot el M az ar in q ua nt o a s A rq ui vo s n ac io na is a o h ot el S ou bi se . V ej a- se o s lugarcs monul11cntais, que na o saberiarnos confundir com os lugarcs arquiteturais. Os pri m ei me sm o s e S ua lo ca liz ac ao
e
d o g ua rd a c hu va c d o f er ro d e p as sa r Ha u ma r cde a rt ic ula da
dcssas idcntidadcs
aproxim acocs
Ela
fio invisivcl l iga obj et os scm ulna relacao c vi dc nt e, e q ue a r eu ni ao
historia nacional.
c ia in tr in se ca ;
etc. 0
i nt er es se d cs sc c sb oc o d e t ip ol og ia n ao c st a n cm e m s eu r ig or n cm e m s ua e xa us ta o
t op og ra fic o, q ue d ev em t ud o a s ua lo ca liz ac ao e xa ta e a s eu e nr aiz am en to a o s olo : assim , por exemplo, t odos os Jugares t uristi cos, assirn a Bibli ot eca nacional t ao l igada
r os , e st at ua s o u m Ol 1u me nt os a os m on os , c on se rv ar n s eu s ig ni fi ca do e m s ua existen-
de suas
bandcira nacional, circuit o de fcsta, pcrcgri nacoes,
q uc n os c ab e t or na r c on sc ie nt c d e s i mc sm a.
O por os l ugarcs publi cos
a os l ug ar es p ri va do s, o s l ug ar cs d e m em or ia p ur os , q ue c sg ot am i nt ci ra mc nt e s ua
Slit: >Paulo . (10), des:IWJ
0
obj et o refrescado e do envolvimento
do
]7
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histori ador com seu suj ei to. U ma histori a que sO repousa, afinal das com as, sobre o ,que ela mobiliza, u r n l a co f i rm e , i m p al p av e l, a p en a s dizivel,
0
q ue p en na nc cc e m
~s, de. a p e go c a rn a l d e s en r ai z av e l a e ss es s im bo lo s, n o entanto, ja m urchos. Rem o d a M i c he l et , que faz invencivelmente pensar nesse vivcocra de u m a h i st o ri a
a
a eo r~
. do l uto d o amor do qual Proust falou t1l0 bern, esse m om ento
quando
I,nflueoclaobsess iva d a p ai xa o s e Iev a n ta , e n fi m , m as quando a verdadeira
a
tristeza
e de r na m ai s sofrer daquilo q ue n os f ez t an to s of re r e qu e s o p as sa m os a c om . preender com as raWcs da cabeca e m ai s 0 i rracional do coracso . Referencia be lit ,. 0 m I e r an a. e ve -s e l am er aa -l a o u a o c on tr ar io j us ti fi ca -l a c om pletamente? Ela a conserva .,' , , u ma v ez m at s da epoca A me mo ria , c om e fe ito , s o conheceu duas fonnas de 1 '.; 'dad ',. . eginnu e : h is to nc a o u l it er ar ia . E la s C or am , a li as , exercidas paralelamente te k~ e sob mas, a e UOjC , separadam cntc A front ci ra hoj e desaparece ' . . . e d a historia-ficcao, nasce .re ad m orte ',. quase sim ul tanea' da hi stona-memona ' . urn upo e histona que d eve seu prest igio e sua l egit im idade a s ua n ov a r el ac ao Com 0 passado, urn outre pa d A hi ,. , . ssa o . stona e nosso imaginario de substituicao. RenaSClmentodo roman; hi ,. . . .. e s to nc o. m od a d o d oc ume nt o p er so na liz ad o r ev ita li(':<- II't do Z3 y
MITOB10GRAFIA
EM HISTORIA ORAL'"
Luisa Passerini** Traduciio: Maria Therezinha Janine Ribeiro
A p ri me ir a v is ta , a r cl
l em br em os
q ue a mb os o s t er mo s, e m g re go a nt ig o, c om pa rt i-
l havam pcl o m enos urn signi fi cado: mythos e istoria t in ha m e m c om um d e d is cu rs o o u n ar ra ca o,
e mb or a c ad a u rn r em ete ss e a i mp li ca co es
pri mciro, a empreendi ment o,
t rama, conto;
0
0
sentido
d is tin ta s.
0
segundo, a busca, i nt errogacao, cxame.
E sabido que Tucididcs, ao conceit uar a histori a, faz uma disri ncso clara ent re s ua c ic nc ia , b as ea da e m a na li se s c ui da do sa s, e 0 akoal, t radi coes orais, sem pre conectadas com 0 r ei no d o f ab ul os o, o s mythodes. A posicao de Tucidides e urn exemplo daquele escdndalo que Marcel D et ienne considerou urn com ponent e decisivo cia a ti tu de o ci de nt al e m r el ac ao a os m it os . 0 p ro bl em a. d es de e nt ao , e st ev e e m c om o l id ar c om e st a sensacao d e e sc an da lo e e nc on tr ar u rn l ug ar a ce it av el p ar a o s c on te ud os q ue e la l ev an to u, A s f ro nt ei ra s ~ n it id as t ra ca da s p or T uc id id es f or am a ba la da s c om f re qu en ci a, m as r ar am en te s e v i ra m n eg ad as e m s ua p ro pr ia e ss en ci a. Outro,
EscAndalo em que senti do? Escandalo da m en tc r ac io na l e m c on fr on to c om 0 0 d iv in o o u 0 alem, 0 sobrenaturaI ou 0 i ne xp hc av el . E m s ua o ri ge m. o s
m it os , d if er en te me nte •
d a h is to ri a, e ra m ~Oe s
q ue t en ta va m e xp rir nic e ss as d i-
In: S A M UE L . R a ph a el e mOMPSON. Paul- T he m ~h J w e III~ by. L o n d on a n d N e w Y O I 1 t, R ou t le d g e, 1990 .
• • P ro fe ss or s d e M e to do lo g ia d e P«qutU HistO ric. naUniversidade deTurim. Texto produaido para 0Sixty I nt er na ti o na l O ra l H is t or y C on fe re nc e. O xf or d. S ep t. 1 98 7. T r. du ~o a ut or iz ad . p el os e di t or es .
Proj. Hmtm a. SiloP",,1 o.(I0), HZ. I W3
29
P ro}. HWona, s aoP alli a. ( 10) , d.z. /99J
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m en sO es d e u rn m od o a gr ad av el , M ai s a gr ad av el , s eg un do P la ta o, d o q ue o s logos,
m ar xi st a e m B ar th es , n es te c as o, t er n u rn a j us ti fi ca ti va :
f er ra me nt a d a f il os of ia . A ss im s en do , o s m it os t in ha m u rn accsso
g ie s , n os a no s 5 0, a cr ed it av a c st ar f az cn do u ma c ri ti ca d a d ir ei ta c ap it al is ta
p ro pr io a o c o-
nhecimento do S e r, e i st o era t ao i m po rt an t e p a ra Platao que e le s e d is pu nh a, s e os mitos se desgastassem ou se mostrassem i r no r ai s , a propor outros, simultaneamente b e lo s e c o rr e to s para a n o va c o mW l id ad e ideal de sua RepUblica. A s c o is as em Platao a p ar e c em m a is complicadas, no plano p o li ti co , d o q u e e ra m no esquema de Tucidides
E a m e m o r ia d e s te conteudo t ra n sc en d en te q u e, m e sn o h oj e a pe s l on go s p ro -
s ob d ete rmi na do
p on to d e v is ta p ol it ic o
d ec 1a ro u q ue a arrogancia s eu s
c c sc rc -
Vi nte a no s ma is t ar de , B ar th es
m ud ar a d e l ad e; partia a go ra d a e sq ue rd a,
a despeito de
m it os s er cm p ob re s c p ou co c on si st cn tc s. A s i de ia s d e B ar th es m e p ar ec er am i me re ss an te s, a o tentar i nt erpretar urn con-
j unto de ent revi st as, frut o de urna pesquisa reali zada com t rabalhadores da i ndustria em Coventry
cessos d e s e cu l ar i za c ao , c o n ti n u a v a ga m e n te p r es s u po s t a quando falamos d e m i to s .
autornobilistica
Esse c o n te u d o e m e rg e p a li d am e n t e: 0 mito e, p o r d e fi n ic a o, c o le t iv o , c o m p ar t il h ad o
p or m im . D o l ad o i ta li an o, o s t cs te mu nh os
v e nc ed o r d o s Iimites do t c~p o e d o e sp ac o. Ai nd a h oj e, d ec ad as a po s a m or te d e deus p ar a a f iJ os of ia OCld~nt~, 0 ~:o pretende ser urn discurso que dispensa demonstracso, bastando-lhe a pr opna evidercia, urn ultimo r e rn a n es c en t e d a s an ti da de a po s u rn l on go e cl ip se do sagrsdo.
0 " rn it o F ia t" ; a c sp cr an ca de urn cmprego estavcl "mais seguro que o p ub li co " , u ma bo a carrci ra, m cl hora t anto social quant o financcira.
c ar ro , s ob d up le e nf oq ue d e p ro du ca o c p ro pr ic da de ;
Tern havido sinai s , a m biIguOS e m ,,~ no ra , d e a lg u ma volta ao sagrado. Mas, para a.s mentes contempor aneas, as relacoes que o utr or a f or am e xp re ss as e m t er mo s d a
de caract eristi cas
po r muitas p e ss o as , s u pr a- in d iv i du al e i nt er -g en e ra ci on a l,
h ga ~o e nt re a h u m a n id a d e e Deus, ent re a hist6ria e 0 m ito entre a busca e a revelacao, passaram a se form I I ' . ' .• , u ar como r e a c ;O e s entre mveis de compreensao ou conscleocla humana: os dife t ,. d . ., ren es ruvelS e slgnificac;ao e sentido estudados pelos semiologos, as diferclll;as apontadas pelos psicanalistas entre 0 c on sc ie nt e e 0 in-
c o n sc i en t e, 0 a p a re n te e 0 oculto, 0 p a te n te e 0 latente. E ao l ongo da s l inhas propostas por estas d' 'I' IS C IPmas qu e a conexao e 0 c o nt ra st e entre 0 mito e a historia r e ce b er a m n o v a s definii'(i Pod ' . . d ' . es. emos d isce mir pe lo menos t : r e s definicoes possiveis 'I e serem uteis a hist6ria oral. A . , , _ ~m~1Clrae a do m i to c o mo expressao de ali enacao. Para Rol and Bartbes, isto constJtUJa a essencia do . . rmto - num sentido d uplo, H a a alienacso de sua propria nhec o ng em , a r ec us a d o m il o e mas filt- t p m reco er seu carater hist6ri co - de s er t al ve z a nt ig o, e em o ara a hi ' ' IIG\l do m it o a o etemo MO passa de um a falsidade' a rr og ar se : e B ar thstona, a p retensso e s a m pl i da lingua' ia essa acusacao. 0 m it o rouba os significados em nature~m. transf~rm:'-O~ e m f or ma e a tr av es d es ta c on ve rt e 0 tempo hist6rico e a c on tm ge nc la e m etemida d 0 p er de u a m em 6riaresultado e urna falsa n a tu re z a q u e e. , - Mo quer se l em brada do trabalho d e s ua p ro pr ia c ri ae ao . Ha ahef\3f;ao tambem d ' 0 s eu c on te ud o. O s m it os a na li sa do s p or B ar th es - d e Greta G arbo e B - itt B n gi e ard ot ao vin ho It eel. e, e 0 do m e c om f ri ta s - s il o f or ma s intencionais de aliena~ se-ia suspeitar que expressas prefereocialmente em narrativas acriticas. Padero S er a tu al me nt e ~ ~ e l~ de m it oconservou a possi bi li dade de rel evar 0 Ser, m as rnou se a neg~ao do capit al ismo t ardi o. Essa perspectiva
t~ :
P ro f. H Ul Qr ia . S 60 Pa .d o. ( 10 ), _
http://slide pdf.c om/re a de r/full/luga re s-de -me mor ia -pie r re -nora
e T ur ir n, t ra ba lb o c oo rd cn ad o p or P au l T ho mp so n c s em pr e s e r ef er em a o q ue e lc s m cs mo s
dcnominam
O ut ro s e le me nt os a m ai s s e c om bi na m n es te t em a ( se us m it em as , p od er -s e- ia dizer, ou m it ol og em as ):
a p ro rn es sa d e i gu al da de e a bu nd in ci a 0
s im oo li za da
p el o
scntido de prestlgio proprio
atribuido a diferent es t ipos de carros - diferencas que dizem respei to a t ransformacoes c ul tu ra is Lanci a,
ant igas, exi st entes apenas em m arcas especi ai s com t ransformacoes
d cv id as a c on te ud os rnais rcfinado,
final mente,
0
r ea is • c om o a i mp or ta nc ia
IUXllOSO,
d ad a a p ro du ca o d e u m
mais avancado tecnicarncnte do q ue u rn Fiat; e,
carro como um simbolo d e a va nc o e c ap ac id ad e p cs so ai s, a lg um as
v ez es l ig ad o a u rn ponto de vista politico progressi st a, t rabalhadorcs-fundadores
com o, por cxcm pl o,
da n ov a o rd em d e G ra rn sc i, e m oposicao
gamente nao questionavam
°
pat em al ismo
0
dos
a os q ue a nt i-
c a exploracao.
U m m it o m asculi oo? Sim e dizcndo respei to principal ment e a homens nascidos a nt es d e 1950, Isto
e confirmado por uma analise feit a por Edgar Morin, mostrando,
que no que concem e ao consum e, g er ar do
0 carro
podcr ser urn sim bolo de mulher-mae-casa,
a ti tu de s d e c ui da do ou a ve rs ao , t an to d e e xc es so d e d ec or ac ao
c om o d e
negli gencia, Em certos casos, e i nt eressante not ar com o homens m ais j ov en s e m ul heres de diferent es i dades podem part il har do m it o do carro, dcixando-se i nfluenciar o u r ea gi nd o c on tr a e le . T cn ta nd o c st ud ar t ud o i st o e c om pa ra r a s a ti tu dc s e m relac;ao a uma com pl exid ad e d e i ma ge ns e s en ti me ra os , e m d ua s cidades e d oi s p ar se s diferentes, pode-se l ev an ta r a lg um as
s ug es to es
a p ar ti r d a p er sp ec ti va
de Barthes N es te c as o, u ma
historia baseada em fontes orai s reconheceria a presenca d e e xp re ss oe s d e anenacso
e a s t ra ta ri a c om o s e f os se m m ut il ac oe s d e p er so na li da de . A h is t6 ri a niIo se uniria ao mito exaltando
n os ta ig ic am en te
u rn m un do d e c ar ro s e o pe ra ri os da indUstria
automobilistica.
Pro}.Histona; Silo P.... o; (10), MZ - /9!iJ
30
vendo
q ua nd o e sc re ve u Mytholo-
31
1 99 3
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Luga re s de Me mór ia Pie r re Nora - slide pdf.c om
Por out re l ado, a histori a na o p od e a ss um ir a ti tu de p ol em ic a e s e l an ca r c om f or ca t ot al c on tr a 0 m it o c om o s e ti . , . osse urn nunugn. Certament e 0 mito exerceu u m a f ~ Ao . co~nsando a c u lt u ra d e u rn c er ta c la ss e d e tr aba l~o re s, r ee qu il ibrando sua i dent idade quando do processo de perda d e h a bi J id a d e lhe ati nent es e d s que s e ram , e seu papel politico, Ate ceno ponto, 0 m it o t eve iguaJ aceit acao por parte tanto de opresssores d " lhad como e o pr im id os , d e p ro pr ie ta ri es c om o d e t ra ba ores, e d eu -l he s u m a l in all!lg A" c - e m c om um , h is to ri a o ra l p od e a ju da r a va li an do os custos, as vantagens e a ambival enci a desses feoomenos cul turais. N a verdaoe, a ~ st 6ria pode esdarecer duvidas apont adas pela sem iologi a dos ,. anos 50 s ob re o s " mi te s d e ho'''' "E ~e , mais percepuveis agora que se t ornaram "mi tos de t o~t e~ : stam~ s apt os, desdc que vivem os em urn epoca de desindust nali zacao de hi s onctzar 0 m no e seu im ' de" ' nali p acruto :6' s co br ir s ua ,. s o ng en s, e st ud ar s ua s t ra je t6 ri as ' a isar o s s "m ai s de seu fim A historicizar esse ti d lie st na ora] esta partIcula nnente bern situada par a .. . po e a e M ;: oo percebendo suas mi t da " uas n u s tu r as p o s u rv a s e negauvas (por exemplo os , aspec os emancl~llo I' ad 19 o s ~ om a t ra n s fo r m ac a o de um a pequena e mp re sa e m u ma r an de i ,Y"'I, materiais e 0 disc b g . indUstria) e 0 relacl onam ento ent re as condi cees urso so re ahenacao, ' . A segunda perspectiva diz re~lIo i magi nario, Evelyne P tl ao nuto como parte da historia do a agean defiruu o I ._J; • " . fnagl udno com o semacoes que vai alem do li ' 0 c am po d e r ep re s m ites de experie . r a c ia ligadas" 0 I . encia tactual e das associacoes dedutivas , ugar do nuto e e vi de nt e1 : I his ' , construiria urn inventario d' ,a tona, cia forma mais simples, . e penodos e t em as : r na tambe if ' r er ae s t ip os d e m it os s e I . s, oem mostrana como di e. re aclOnam com C ontext " .,... o objetivo historico "'';r bi os soclo-cultuTais e msntucronars. . ......., am IC IOSO seria t d das frontelrn5 entre 0 im agin~~ 0 es U 0 m udancas no tempo, das ' . . < 1 . 1 10 e 0 ' real co ger n~Oes de seres humal1Q •.:: .' rna I 1Q S o s c on hc ce mo s h oje : d e c omo . s ....n contnbuido' , . p ar a c na r nos sas propnas ~Oes de real)(iade. I s t o f o m e ce ' 'uha n a S1 m n eam en te a com preensao de nossa propria c ul tu ra e a do passado, . Pat lagean adverte-l1Qsque t al obi , tradlr;ao insoltivel"" jetrvo envol ve , senamos capazes de . ,trar;ar pam o real e 0 imagincirio. Mas _t T idi . lidO nutnnamo UCI ides a separar 0 fab I . s mars u GSO do clentific Es ,0, p~l ernas envol vi dos em t ai s defini t am os o mc ol"tic ie n le e S ua e me rg e "
,,~
para 0 rust oriador uma "con' n os me smo s a f r on t ei r a e n t re a auto-segu~a
que levou
c on sc ie nt es d e q ue a lg un s d os tern algo a ve r com uma " a r e a limite, entre
nte arernos parte deste jogo.
r el ev an te p ar a u rn t ip o d e h is to ri a o ra l, n a
p ro pr ia g er ac ao e c ul tu ra . 0 h ab it o d e e nt rc vi st ar p es so as d e m ai s i da de d a c am ad a o pe ra ria , e m c er ta me di da d eix a c om o e xp er ie nc ia
- p elo me no s f oi
0
sucedido
c or ni go - u rn n um er o d e r el cv an te s a sp ec to s m et od ol 6g ic os : a reacao dos depoentcs s ab re a s r ep ro du co es d e s ua s f al as - n os so s c on te mp or an eo s c ui da m e s e p re oc up am m uito c om a s t ra ns cr ic oe s e c he ga m a c or ri gi- la s o u r ef az e- la s;
p ro ble ma s me n-
c io na do s q ua nd o s e r ef er cm a o ut re m, de mu da r n om es de l ug ar cs e d e p es so as , s c a s e nt re vi st as avaliar
0
s e d es ti na rc m a a rq ui vo s p ub li co s; e e sp ec ia l m e nt e a d if ic ul da de
de
sentido hist6rico de eventos receraes. E st e u lt im o p on to i nc lu i a q ue st ao
da fronteira ent re
0
i magi nari o e
0
real.
D arei agora m eu proprio exemplo de pesquisa, quando colhi testemunhos orais d e a nt ig os c om po ne nt es d e o rg an iz ac ee s t er ro ri st as d os a no s 7 0 e d os p ti me ir os a no s d e S O, n a I ta lia . No mo me nto , u ma g ra nd e p es qu is a c ole tiv a s e e nc on tr a e m andam ento , i ncluindo t erroti sm o vermelho e negro, de e sq ue rd a e d e d ir ei ta . M as , t ra ta re i a qu i s om en te d o a ti ne nt e a u rn s er ni na ri o, q ue a br an ge m ul he re s d e o rg an iZ 39 0e s d e e sq ue rd a c om o a B ri ga da V er me lh a e a P ri ma L in ea ( Li nh a d e F re nt e) .
o s em in ar io
r ea li zo u- se c , 1 98 7, s em an al me nt e,
e m d ua s s es so es , u ma n a c ad ei a e
a o ut ra n a U ni ve rs id ad e e m T ur ir n, p ar a m ul hc re s q ue d ei xa ra m a p ri sa o t ot al me nt e l iv re s, a po s t er em c um pr id o s ua s p en as , o u s ob p al av ra . P at ri zi a G ue rr a, B ia nc a G ui dett i Serra e eu conduzi mos
0
seminario.
E st a p es qu is a f oi r es ul ta do d e u rn p ed id o f ei to p el as p ro pr ia s m ul he re s, c on he ci am
qu e
n os so t ra ba lh o e m h is t6 ri a o ra l e n os e sc re ve ra m s ug er in do a c ol et a d e
suas rem iniscencias, que reconheceram,
Todas haviam abandonado suas ant igas posicoes na m edida em enquant o det idas, suas responsabil idades
pel a violencia, sem en-
v ol ve r n om in al me nt e o ut ra s p es so as . A m ai or ia n as ce u e m t om o d e 1 95 0. A lg um as delas tern mats de uma condenacao perpetua. O ut ras silo e st ud an te s d e n os sa U ni versidade,
n ei a n o tUvel c ult I " ", , ur n. e que esta questao envolve urn em baralhar de c a n a s entre a s C leJlC la s s ocio h is t6 ' a cab am' , na o sabemo 'nda • n ca s e a p si ca na lis e Co mo 0 J'ogo s at Cer tame f . .
P en se s er t ud o i st o p ar ti cu la nn en le
qual m e e nc ont ro m ais e ma is e nv olv id a, e que d iz r cs pe it o a p es soa s d e m in ha
promotora deste sem inano.
O bt ivem os permi ssao especial do Ministeri o
da Justi ca para usar gravador.
o
enfoque pri ncipal deste t rabalbo diz respeit o nat ural ment e
as
relacoes entre
s er es h um an os e . m ui to e sp ec ia lm en te , e nt re m ul be re s. A de ma is , a s e nt re vi st as
Mo
s e d cr am d a m an eir a h ab it ua l a tr av es d o d ia lo go e ntr e d ua s p es so as , ma s s im d e m od o g ru pa l ( ca da m ul he r, e nt re ta nt o, quant o as dem ai s pennaneceria
r es po nd er ia a a pe na s u rn e nt re vi st ad or
em sil enci o durante
0 depoimento);
e n-
as entrevistadas.
elas proprias discuti ram. anali saram e m odificaram as ent revi st as. ap6s urn per iado d e " si le nc io " , e m q ue a di an ta mo s n os sa s o bs er va co es
s ob re s ua s n ar ra ti va s.
)2
Pmi Hi$tMa. SlIo P.,lo, (10),
If/I))
Proj. HI.r16ritJ, S80 PDII/o,(10),
J3
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Luga re s de Me mór ia Pie r re Nora - slide pdf.c om
N a o p o ss o d e sc re v er a q ui t o da s a s d ra m a ti ca s c o nf ro n ta co e s c ~ ss o n o s levou
Q u e m , tarnbem,
a s quais
0
pr o-
s er m u it o c u id a do s a ao f al ar s o br e u r n s em i na ri o
~ m d et alh e e r el ev a nt e n a p r es e nt e d is c us s ao : a i m po r ta n a~nda 1 1 3 0 c on clu i~ o. ~ d o m u n do d o lm ag ma no - d e s o nh os , im ag en s, rmit o s, ran r:' '. tas ra s - n a exp en en cla. ~ ,d ~z r nu lh ere s c u ja s h is to ri as d e v id a r ec olh em os . S em e ss e m un do ta nto s ua s histonas.._de .v id a n il o t er ia m t id o aqu e Ia s fon nas, aquele desenv olvim ento ou aquelas Cia
conscquel1Clas,como tambem, b o je , n il o s e ri am c o mprcendidas. o que enterdo p el'o i m ag m'" an o a qu i?. A q u e m it os e st ou m e r ef er in do ? E st ou pensando s~re uma mistura de ideias e imagens, diferenciadas para cada individuo, m a s c am c te n za d ag p e la rec • . de . r: ' temas como: mterpretacso da resistencia ao orrercia laSC lsm o com o urn t rab alh o . ,. o presslvam ente c1andestino e de l u ta a rm a d a' h is to r ia s , heroicas de revo l . .. dar paises e.. outras epocas; a lenda do h er oi o u . que deixa . ucion a c anos asa em ou. tros her oina os opnnud os contra os opresso res m csm o para aju ' q uand 0 a q ue le s 0 00 tern consct - . d a' l eO C la o p re ss ao ; 0 Ideal de u m a p eq ue na c om u ni dade ida um con tra 0 m u n d o ainda al . da " , . . ,em separa;:ilo induzida pelo exi li o e cadei a, m es mo a le m d a m o rt e' fa bu ! d a I derrotadas ,as eak lad e d e m k s qu e 1'13'0 a b an d o na m s u as f il ha s e e st ao pr ontas a sacrifi . c o nt ra t u do N"" rear a Vida p or e la s, e m sustenta-las '.. . ao e s to u d l ze n do q u e 0 i o s c am i nh o s da . I " .. m ag Jn an o e x-p hc a p or qu e e st as m ulb ere s e sc ol hc ra m VI Oencia pohtlca edt ' I trevistas 0 0 erronsmo. Nilo M e vi de nc ia d is to n as e n, qu e e as mostram e com . '.. q u an d o e s ta v a ada ' 0 0 r maginano Ie-Ia
v esO l1Ju ntas d' tizaram m a i s t a rd e F . I contra IZ C rn a a le g~ i lo de que se conscien. UI e va da a crer d a r e al i da d e porqu e c q u e e st as p e ss o as p e rs is ti am c o nt ra 0 principio rtiI o m p a havam urn im a . .. Aqueles da . nh a glnano. ge~ ao q ue estive I· . E s qu erd a - c n ao nu s om t' . ram po iucameme envolvidos com a N ov a , en eno s, aceltavarno . r ea ll da de q ue n il o c O n se . s esta mesma vrsao do imaginario. Era a gU lam os co m partilhar ~ "'_ ' .' tarde. nos anos 70 tom ' . ' ''''''' a pU nham os em pratica. E m ars . o u-se eV ldente . . p a m m wto s d e n os, q ue 0 i m a g in a r io l e v av a
a c am in ho s " cr ra do s" c on tra ria nd o a c on ex ao e ss en cia l e ntr e s oc ia lis mo c ra ci a, P or s er a na cr on ic o, i ss o e ra t ri st e.
A acen acao d o m ito em determinado ponto p od e s e to m ar u rn ato d e c urn plicidade c o ns c ie n te o u i n co n sc ie n te . D errot adas as s ua s e xp ec ta tiv as d e f az er historia e c ri ar u m f ut uro i de al, e sta s m ul he re s buscararn u rn m u nd o imaginario c om u m p ar a s us te nt ar s ua o pc ao p cl a a ca o. C la ra m en te 0 l i m it e e n tr e 0 imaginario e 0 real, d o r ne sm o m od o q ue e nt re 0 consciente e 0 inconsciente, e urn pr oblema c ru c ia l p a ra a historia contemporanea, Estas historias de v i d a a j u da r n -n o s a explicar t a l s i tu a c ao . A t er ce ir a
r et ac ao e nt re m i to e h is to ri a
e a qu ela d e h ist6ria v is ta c om o a
rcalizacao de um m it o m ai s g er al , m a s tambem arquetipico.
C o g it a re i a g o ra de u ma o ut ra f or ma a re a d e p es qu is a n a q ua l e st ou tambern e nv ol vi da , s ob re a g er a! ;i lo d e 1968. E st e c or po d oc um e nt al c on ta c om c er ca de 60 historias d e v i da , oriundas d e e nt re vi st as f ei ta s c om h om e ns e m u lh er es q u e participar am do m o vi m en to e st ud an ti l n a Italia, C o m en t ar is ta s c o nt em p o ra n eo s , a m ig a ve is o u h o st is , d c st ac ar am u r n milo part ic u la r c o m o decisive na explosao do m ovim ento. 0 fil osofo conservador D el N o ce a cu so u o s e st ud an te s r ev ol to so s n o v er so de 1968 d e " s u st e nt a re r n 0 m it e d o n ov o a q u al qu e r preco", Urn aIKJ mais tarde, 0 psicoterapeuta M ar io M o re no p ub li co u u rn a " an a li se f en o m en o l6 gi ca " d o m o v ir ne n to estudaruil, d e p a r ti c u la r i n te r es s e para o n os so p ro po si to . E le e p ol em ic o e m r el 3' O ao a o r ed u ci on is m o p si co lo gi co d es se c ar at er d e i n te rp r et ac o es : " [o v en s contestatori s a: o m o ti va do s p el a h o st il id ad e e m rellll;oo a figura do pai". Ele n ao c on co rd a q ue "eles e s te ja m e xp o st os , n a situacao cultural. a influencia d e u r n c 1e m en t o d o i ns c on s ci en te col et ivo". D a m a i s p r o fu n d a c am a da , u r n a rq u et ip o e a tiv ad o e e me rg e e m n os sa m od ern a c ul tu ra : e 0 m it o d o puer aeternus, a cri anca e te m a, q u e a ss um e a ti tu de antipatriarcal, anti-autoritaria, a nt it ra di ci on al n o m o vi me nt o d e 68. S ig am os M ore no p or u rn m om en to o es te c am in ho . P ar a e le a e me rg en cia
do
puer d em o ns tr a a n ec es si da de d e regressao, a n ec es si da de d e i nt eg ra r e le m en to s excluidos p e lo d e se n vo l vi m en t o d e n o ss a sociedade, q u e g u a rd o u na s o m b ra a s p ec t o s e ss en ci ai s d a v id a, c om o e m oc oe s, i ns ti nt o, f em in il id ad e, s ex ua li da de . A rebeliao
d o s e s tu d a n te s nilo f oi s ir np le sm e nt e u rn e ve ra o p o li ti co o u s oc ia l: f oi u m a g ui na da n a h i s t6 r ia cia cui lura, 0 a nu rc io d e u rn a n o va f as e, q ua nd o a s o po si co es e nt re j ov em e v el bo , c ri at iv o e c on se rv ad or , c ri an ca e p ai , t ud o s er ia r ed ef in id o. Os a n te ce d en t es d e st a i n te rp r et a~ o f or am c la ra m en t e e st ab e le ci d os por Eri ch N eu m an n , M a ri e L ou is e \ \" >n F r a nz e , naturalmente, Karoly Ker eny i e C a rl G u st av l un g L em bre mo s q ue m ais da metade da o b ra d o s u l ti m os d a is a u to re s , Einfuhrung
P ro j . f f is tc m( l, Pro}, His tor ia; SiloPa,; lo,
e d em o-
S i lo P a ul o , ( 10 ), d ez . 1 9 93
.H
( /0) , d.z, JflfiJ
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c d ed ic ad a a o m i to o u a rq u et ip o da " c r ia n c a d i v in a " . C o m v as to e p ro fu nd a c on h ec im e nt o, l un g e K e re ny i e xp lo ra m o s u n iv er so s d as c u lt u ra s o c id e nt al e o r ie n ta l e e n co n tr am a c ri an c a, 0 p ri nc ip io d o n o vo a in d a indif er en c ia d o e o r ap o te n te , a d e sp e it o d e s u a f ra q ue z a, n a s s a ga s f in l ar d es as , n o s c a nt o s xamanistas d a I n d ia , n a s t r ad i co e s religiosas hungaras, nas d o u t ri n a s b u d i s ta s . E 0 p e qu e no 6 rf ao d o s t a rt ar o s, e 0 r ec em - na sc id o P an a ba Id o na do p cl a m a c e p el a a m a e s al vo por Her mes, e 0 p r in c i p io q u e vive e m F a u st o . in das Wesender Mythologie,
G r an d io s o e i n st ru t iv o c o m o e s te I i vr o e, taJvez 0 h i st o ri ad o r s e s in t a p e rt u rb ad o a o s eg ui r s ua s a na li se s, 0 m e to d o e - p r ec i sa m e nt e - d e a s so c ia c ao e i n ve rs a o, o s c am i n ho s s e gu i do s p e la l in g ua g em c p e lo i n co n sc ie n te . U m a p a la v ra c h am a o u tr a, ma s tamoern 0 s e u r ev e rs o . T u d o e p as si ve l d e u m a m uda nca total. 0 m un do d e n:pe~~e aparece de p e rn as p ar a 0 ar e , u rn segundo apos, de novo se poe de pe. A d ia le ti ca s e a pr es en ta e m t od a a m pl it ud e; r is os e b ri nc ad ei ra s, b er n c om o t ra ge di a e ~ ne. 0 p~lema da a n al is e h i st 6 ri ca - de t od as a s a na lis es _ e acompanhar 0 m o v n ne n to , C U l da O O O ara n a o c o ng e la -l o e m c o nc e it o s r ig id o s. A
I'
.
. . esco a jungurana parece n av eg ar e nt re u rn p ro f u nd o e nt en d im e nt o d a cultura d ia le ti ca e u rn s ub it o e nr ig ec im en to e m a lg un s d os s eu s a sp ec to s. E m te mp os re centes, 0 e x em p l o m a i s e x tr ao r di n ar io s e e n co n tr a n o t ra b al b o de J a m es H i ll m an . Sua b~I~\3n~e analise d a p o la ri d ad e e n tr e 0 jo ve m e 0 v el ho e m Puer Papers pO e e m e vi de nc ia a rn ba s a s t en d en ci as . P o r o u tr o l ad o na o p o de m os d ei xa r d e a dm ir ar e a pr en de r c om s ua d es cr i~ o d o arquetipo da "criarca divina":
o h ~ 6~ , a s f ig u re s d e E ro s, 0 filho d o r ei , 0 f il ho d a gr ande mae, 0 Psicopompos, M e r cu n o -H e n n es , T r ic k s te r e o M e s si a s, N e l es n 6 s v e m o s u r n e n c a de a m en t o i n co n s ta n t e destas "person alid ad es'"
.
.
..
.
.
.
. n arcisista, m spirada, afem inada, falica, inquisitiva, inventiva,
pensallva, passiva, orgulhosa e capr ichosa
.O s q u e t e rn f am i li ar id ad e c om o s t ip o s e a ti tu d es d if un di do s e m t om o d e 1968 a p re c ia r ao a s s u ge s to e s i m p lk i ta s n e st a l is t a P o r o u tm lado contudo Hill . , ,I ma n a c en t ua a t en d en c ia j u ng u ia n a de consider ar os eventos da h ist6ria" . ete "p mer ameme c om o r ef le xO O d e u m a e x pe r ie n ci a mitol6glca or e ss a r az a o p ro "" "" c I "hi . rna. d da ". 't""" 0 Dear a st6na e xt em a d en tr o d o m it o d a p si qu e u rn , m ve rte nd o a tradi ci o nal re la ~o e ntr e m it o e h ls t6 ri a S e isso signifie ca c a s se c o n c eb e r 0 "si ifi ad " . f at es m ui to s b is t i ad or i c 0 c o~ o bje to c en tr al da h i st 6r ia , e na o u rn a s er ie d e , on or es Concor dar iam Ma s I d .' ,,~. q ue a hi t" e . . e e s i sc or da ri am de o u tr a I m p h c~ a v . slm ples ~~ nce u ma trad~lio d e u rn a rq o et ip o r n it o l6 gi co o r ig in a l, r nemor ia S o na . . u ma m er a r emmlscencia de ......:. . . . . . . ioeras pnmordiais uma imaginacao a priOri par a toda s as epo cas. '
o u lt im o i mp as se p od e s ug er ir d ai s c am i nh o s. U m t eo ri co c on si st in do n u ma r ei nt er pr et ac ao d o j u n gu ia ru sm o , v en d o o s a rq uc ti po s n ao c om o f un co es a priori do in co ns ci en te c ole tiv o, m as c om o p ro du to s c ul tu ra is fo na do s n a l ongue dur ee do tempo. Os t ra ba lh o s d e M a ri o T re vi s eg ue m d es ta d ir et ri z, p or e xe rn pl o, P er u no junghismo critico. 0 outro, q u e e u e sc ol hc ri a, s eg ue u m a s ug es ta o d o s ed ut or Hillm a n: r ed es co b ri r a h is to ri a c om o r eg is tr o d o s ig ni fi ca do . " Pa ra M S , r ep re se nt ar ia l em b ra r p ri me ir o d e n o ss a historia irdivisual da alma" . "Historia da a lm a" q ue r dizer uma historia qu e "digeriu" eventos, "movendo-os d o c as o m at er ia l p ar a u m a m a t e ri a s u t il " , pard s cu s s ig ni fi ca do s n o p la no p si co lo gi co . E st a r ec om e nd ac ao d iz p a rt ic u Ja rr n en t e r es p ei to a a d ep t os d a historia oral. A lg o m e p er tu rb a q u an do p ro cu ro a rq u et ip o s n o c on ju n to d as e nt re vi st as q u e r ea li ze i c om a g er ac ao d e 68. Ccrtamerue encontro nestas historias d e v i da e le m e nt o s c a ra ct e ri st ic o s d o m i to d a c ri an c a d i vi n a. D e ix e -r n e s it u ar b r ev e m en t e 0 lema. P ri me ir o, a insistencia continua c om r cJ ar ya o a c ap ac id ad e d e i no va r s ej a n o t ra ba lh o , n a p o li ti ca a u n a v id a p es so al . A s p es so as d em o ns tr am i st o d es cr ev en d o c o m o i n ve n ta ra m urn n o vo t ip o d e c oo p er at iv a o u u rn a d if er en te form a d e v i aj ar ; c om o e xp cr im c nt ar am o u tr o m o do d e c ns in ar c, em consequencia, p r od u z ir am n o v os livros; c o m o estabelecerarn uma relacao mais democratica co m 0 c he fe d o escritorio; c o m o t ra n sf er ir am h a bi li d ad e s a p re n di d as no d e se n ro l ar d o m o vi m en to p ar a a cnacao d e n ov as m an ei ra s d e t ra ba lh o n o s eto r d as c om u ni ca co es . O s c nt rc vi sta do s, u rn apos out ro, enfat izaram suas contribui coes originai s p a r a m o d i f ic a r 0 m u nd o, n ao somente 0 m u nd o d o m o vi m en to e st ud an ti l c om o t am b em s ua s p ro p ri as v id as . T od o s o s t ip o s d e m u da nc as s e e nc on tr am at r ep re se nt ad o s: r ef or m a e i nt eg ~a o d e e st ru t ur as e xi st en te s e v al or es d e u m a i no v ac ao r ad ic al . S eg un d o, a r el ac ao c om 0 passado e retratada de f o rm a e x tr em a m e nt e a m b iv a le n te . C o m u m en t e a l ig a t; :o o c o m v a lo r es e a ti tu d e s ci a a n ti ga s o ci ed a de - t ai s c o m o a r es is te nc ia a nt if as ci st a o u , p or o u tr o l ad o, c om 0 c o ns u rn i sr n o, a mass media e a c ul tu ra d e m a ss a - a pr es en ta -s e a rn b ig ua , e ng lo b an d o c on ti nu id ad e e d es co nt in ui da de. Os m a is p ro fu n do s v al o r es i mp li ci to s n a r es is te nc ia s ao m a nu d os , m a s c om b at id o s q u an d o s us te nt ad o s p el as a u to ri da de s. 0 consumismo e b en vi nd o c om o f onna de e m an ci pa ca o d e h ab it os p at em o s, m a s t am b em e e xe cr ad o p or s ua im o ra li da de . A le m d is so , e m c er to s c as os , a s fa se s d a v id a sa o a ss in al ad as p el a p re v alen cia d e u m o u o utro d estes d ois ex trem os. E nq uan to em u rn a das rases M c o nt in u id a de , n a s e gu i nt e c ia e r o m pi d a.
T er ce ir o, e m ais c om pl ic ad o, a in cl in a~ o p ar a 0 novo n a o s e a pre se nt a e m s ex ua li za do s. T ip ic am e nt e 0 c ar at er d o h en n af ro d it is m o e p re se rv ad o: " af em in ad o e f al ic o" c om o Hillman escreveu. 0 espirit o de 1968 na o e apr esentado t en n os
Prof. HisrOnt>,S60 P",,1 c, (10). dn. 1993 p,oj. H istona;
SiloPaulo; (10).
a e z : 1WJ
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Luga re s de Me mór ia Pie r re Nora - slide pdf.c om
o
com o viril na m ai oria dos casos (por favor, regi st re: na m ai oria e nao em todos),
e
m as s im c om o a mb iv al en te , e nq ua nt o a t ra i~ ao a f av or d o m ac ho c ha uv in is ta consi gnada a urn periodo posterior, a partir d o f in al d e 1 96 8,
A excecao para a "maioria" e r ep re se nt ad a p el o n um er o d e h is t6 ri a d e v id a de mulheres n as q ua is s e apresentam traces deout ro m it e: 0 de Sofia-Pi ti a de ori gem g n o st i ca ( c or e xo e s com tradicoes hebraicas t a m b er n c s ta o p r es e nt e s) . Ela e a f ac e
e
f em in in a d e De us , a filha s ab ia q ue , p or e xc es so d e a rn or a o P ai, f ic a lo uc a e s ed uz id a p el os d em On io s d a e sc ur id ao d an do o ri ge m a o m ur do . E la
e
c on de na da
a
varias ercarnacees, de H el ena de Troi a it prosti tuta de Rit os redi mi da por Sirnao, M ag o, d o s ub li me para
0
abjecto. Padeccndo t odos os sofrim entos possiveis, a hist6ri a do retorno de Sofia-Pit ia ao Pai, atraves d a s ol id ao e d es es pe ro , e a m es ma historia d a v ol ta d o m un do para D eus, com a e s p er a n ca do descanso n a a r uq u i la c a o [mal Sofia m o e mile rem esposa; e sempre a filha, 0 sim bolo do conlecurento e in0
telectualidade femininas, etemamente jovem e intacta apesar das vicissitudes enfrentadas. H a t ra ce s d es te m it e e m v ar ia s h is to ri as d e v id a d e m ul hc rc s a qu i r el at ad as , U ma que nao qui s contar a i dade usou estas expressoes para descrever a sua i nfarcla: " Eu s em pr e me s en ti ma l. E u s em pr e s of ri. E u me s en tia s o" ; e , p ar a r ec or da r s ua
° i nl ei o e u s ab ia
militancia no movimcnto estudantil: "Desde
q ue e le e ra v io le nt o
e contra as coi sas que eu m ai s amava, com o cstudar m ui to sozinha. Eu podia perceber aonde
0
movimento desembocaria; quando
0
t errorismo surgiu m ai s t arde,
s ur pr ee nd i. P ro ss eg ui , m es mo a ss im , a d es pe it o d e s en sa co es fortaveis".
MO
me
e st ra nh as e d es co n-
0 r es to d a h is t6 ri a d e v id a d es ta m uJ he r d iz r es pe it o a p er io do s d e
avent uras e i nfortuni os, durant e os quais aprendeu a "reconhecer"
0 q ue
c ia d e f ato
queri a. Q uando l eu p c la p ri m ei ra v ez u rn l ivro sobre fil osofia ori ental m o s e c h o co u por algo novo; reconheccu S er ia r el at iv am en te
0
seu t eor e excl am ou: " Is to C
0
que scmpre pensei",
f ac i! m os tr ar c om o a s a rq ue ti po s e st ao p re se nt es
geracao de 1 968, Entretanto, penso que estaria desconfortavel preitada, Sentiria
COmo
n a e x ec u c ao d a e m-
o im pe di ra m e st ev e e m
portas, dando cor po a u m a o p er ac a o m e ca n ic a , urn tanto quanto det enni ni st a, u ma i ma ge rn e te ma e m t en no s p re se nt es de preferenci a do concreto para
0
w na
s er a d e t ra du zi r
A h is t6 ri a g os ta d e p ro ce de r n a t ri lh a col et ivo, m ai s que do prot6tipo para in-
dividual Isto rue contradiz a m ai s profunda inspi~oo
do j unguiani sm o,
desaco.nsel,hada pelo proprio Jung. Com o Mari o Moreno afirmou:
cssencial e a suOOrdi~oo
na o
"0
e m s eu tr ab al ho c om o psicanalista,
d e p ro ss eg uir
cam po de concent racao
WIl
113
Em 1940 e 1941,
Cal abri a, D ci xou urn l ivro de n ot as p u-
bli cado sob 0 titulo de Mif ob i og ra fi a , C om e st a p al av ra , B er nh ar d q uc ri a d iz er " mi to lo ge ma ", q ue e a b as e d o d es tin o de urn i ndividuo. Com ela pode-se i nt erpret ar a h er an ca c om um d e d iv er sa s m an ei ra s: c eg am en te , c om o s g er ma ni co s, c ri ad or es d o m it o d e H ag en q ue ma to u 0 heroi Siegfried ("cega lealdade, trai~:lo ao espirito i ndividual, i nvej a, Icaldade que sc t orna obedi enci a usque ad cadaver"), ou COIlSc ie nte me nt e, B er nh ar d d iz q ue s ua p ro pr ia v id a e sp el ha a l en da d o p ov o j ud eu , expulso para
0
d es er to e d ep oi s r et om an do p ar a c or qu is ta r
u ma n ov a p os ic ao . E st a
similitude aparc ce tanto em fat os c omo e m s onhos. M as a mudanca nes te caso est abel eceu uma rel;:v;ao dialetica, trazcndo 0 mi to p ar a a c on sc ic nc ia : " a b ola d e neve se i ni ci a deste ponto e se est ende para a t ransformacao da consciencia coletiva",
Suficiente e Jernbrar a descricso de Bernhard d e s ua a ti tu de e m relacao aos guardas do campo de c on ce nt ra cs o. E le s e p re oc up av a e m s al va -l os , N a o se submetia a i magem de vit im a, m as prom oveu-se a de salvador, C om o c ar ni nh ar em os ? E u s ug ir o q ue a n ec es si da de e ss en ci al e s eg ui r p or perspectivas que permitem ao individual prcvalcccr sobre 0 c ol et iv o, A anali se dcve s er in ve rti da . S e v olt ar mo s a n os sa s h is to ria s d e v id a d e 1 96 8, . .c re me s q ue o s a rq ue ti po s e st ao p re se nt es e m t od as e la s, m as e m c am in ho s u ni co s e d if er cn tc s. A hist6ria esta i nt eressada precisam ente diferencas podernos ent cnder que nem no i magi nari o.
em t ai s diferencas. S om en te a p ar ti r d es ta s
0 suicidio
nao
era i nevi tavel, nem no plano raci onal
As p es so as p od ia m t er s eg ui do o ut ra s d ir ec oe s, p od ia m t er d e-
c id id o n ut ri r- se d e o ut ro s m it os o u a lt er a- lo s, p od ia m t er o pt ad o p or d et en ni na do m it o d e o ut ra m an e i ra . As h is to ri as d e v id a p od em s er v is ta s c om o construcoes de m it obiografi as singulares, usando OP'rIXS d e r ec ur so s d iv er so s, q ue i nc lu em m it os , combinando
se esti vesse usando uma daquel as chaves apt as a abrir rnui tas
histori a desprovi da de atores aut o-det enni nados, scm escolha a o~sta,
n es ta
t en no f oi i nv en ta do p ar E rn st B er ha rd ( 18 96 -1 96 5) , u m p ed ia tr a n as ci do
e m B er lim , q ue s e s ub me te u a u ma a na lis e f rc ud ia na c d ep ois a u ma ju ng uia na . Ob rig ad o a d eix ar Be dim , e le s e r ef ig io u e m Ro rn a, m as e m 1 95 8 a s le is r ac is ta s
0
no vo e
0
antigo em expressoes (mic as,
Creio que n6s, adeptos da rust6ria oral. t em os novamente chance especial, a d e r ev er te r v el ho s p ro ce di me nt os p re se nt e, e s im u sa r
0
e de
na o
ma is u sa r mi to s d o p as sa do p ar a l er
presente par a reinterpreta-los.
A o c or sr ar io , a f ec ha du ra
0
Noo existem chaves universals.
s e tr an sf or ma e m c ha ve e v ic e- ve rs a. E ste e
0
principio
d e u ma interpretacao que opta por envolver-se n a s ua propria genese,
m esmo sc
qu e e realmente
d a p es so a a o s eu d es ti no i nd iv id ua l" , I ss o l ev a- no s d e
vol ta ao reverse m et odologi co proposto por H il lm an e nos i nt roduz a mitobiografia.
N,A,
Para detalhes das relevantes publicatrcks dos autores citados oe ste estudo, ver a bibholivre, Tenhotambem meba8eadoemG,P' CaprettinietaL, "Mythosllogos" eM D et ienne, "Mi to/rit o" In : (1980) Enciclopedia, Turim:Eiraudi, v, IX,pp. 660-89 grafiageraldo
Praj, H iII O rler. SiI oP( f I /. o, ( 10) , .z .
j/ l
1993
39
Prt>j.HISlbria. SiloPaulo, (J 0 ). 1hz. 1993
http://slide pdf.c om/re a de r/full/luga re s-de -me mor ia -pie r re -nora
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e 348-63. A versaoitaliana deste estudo foipublicada emminha colccao de ensaios( 1988) Storia e soggettivita Lefonti orali la memoria, Florenca: La Nuova Italia. Os resultados
do serninario foram publicados como "ldentita femminile e violenza politica", especial da Rivista di storia contemporaneaA (1988).
numero
MEMORIAS
SONHOS UCRONICOS E POSSiVEIS MUNDOS DOS TRABALHADORES· Alessandro Portelli" Traducao de Maria Therezinha Janine Ribeiro
Se m e fosse possi vel, se eu t ivesse side 0 Pai, eu nilo teria pennitido que Ele morresse, pendurado naquela cruz. Maddalena, trabalhadom textil, Terni, Italia,
o t esternunho oml t ern side amplament e discut ido com o font e de i nformacao s ob re e ve nto s h is to ri co s. El e p od c s er e nc ar ad o c om o u rn e ve nt o e m s i m es mo e , c om o t al , s ub mc ti do a u ma a na li se i nd ep en de nt e q ue p er mi ta recuperar n so apenas o s a sp ec to s m at er ia is d o s uc ed id o c om o t am be m a a ti tu de d o n ar ra do r e m r el ac ao a eventos, a subjetividade, a imaginacao e ao d es ej o, q ue c ad a i nd iv id uo i nv es te e m s ua r el a. ;a o c om a historia D is cu ti ri a, a qu i, u rn " im ag in ar io ", u rn " er ra oo ", u rn "hi poteti cc"
m ot ivo que
e
e nc on tm do n as n ar ra ti va s d a c la ss e o pe ra ri a, e m r nu it as
partes da I ta li a, c on tu do e nf at iz an do
m ai s p ro fu nd am en te
s ua s o co rr en ci as
e m u rn
g ru po e sp ec if ic o: o s a ti vi st as e q ua dr os d os a nt ig os t ra ba lh ad or es c om un is ta s d o s et or n av al d e f un di ~o o d e a co , d a c id ad e d e T em i, a m ai s a nt ig a c id ad e i nd us tr ia l
da I ta li a c en tr al . A m aio r p ar te d es ta p es qu is a d e c amp o t ev e l ug ar a p ar ti r da s eg un da m ct ad e d os a no s 7 0, q ua nd o a p ol it ic a d o P ar ti do C om un is ta a tr el av a- se a o " co mp ro mi ss o h is to ri co " e a " un id ad e n ac io na l" . A i ma gi na ca o d a c la ss e t ra ba •
I n: S AM UE L, 1990.
R ap ha el e T HO MP SO N,
..
P ro fe ss or d e l i te ra tu ra a me ri c an a n a U n iv er si d ad e d e R o m a. T ex t o p ro d uz id o p ar a 0 Sixty International O ra l H i st o ry C on fe re nc e, O xf or d, S ep t . 1 99 ? T n du ~ io autorizad. pelos editores,
Pro}.Hutona; S/loPlIIlo, (101.de:. 1993
P au l- The myth s we live by Loodr-es e Nova York. Routl edge,
P r o}. HislOria. S iio P aulo, ( 10) . dez . /99J
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Luga re s de Me mór ia Pie r re Nora - slide pdf.c om
l hadora i ncorporada ao t estemunho deve ser i nseri da portant o no context o das pol it i-
momenta:
c as d o partido e nas explica¢es oficiais de seu passado hist6ri co e de seus precedentes.
minha emvntacao ea deleo btevequatro
Levarei em consi deracao, a pri rcipio, uma hist6ria que abrange sua contormacso
0
nos atacamos e construimos
Mas eles retiverarn
assunt o em
0 aviso
0 sccialismo.'
Togliatti eoloeou a s ua mocao e a
votosamaisqueaminha,
eassim foiavencedora.
e , r na is tarde, tiverarn de admitir que e u c s t a va c e rt o .
mais completa. 0 narrador e A lfredo Fil ipponi, ant igo ope ra rio ,
c on du to r d e b on de , n eg oc ia nt e d e c ar va o - t am oe m s ec re ta ri o d a r es is te rc ia nista clandestina durante
0 fascismo
e com andant e da bri gada "Antoni o
c om u-
G ramsci"
dos partigiani, em 1943-44. A ent revi st a t eve l ugar em 1973; Fil ipponi ja se encon.'" trava, emao, s en. am en te d oe nt e e m or re u l og o d ep oi s I . E le f al ou e m r es po st a a u ma
questao levantada por mim: "Durante a r esistencia, voce pensava apenas na liberdade nacionaJ ou desejava alguma coisa mais?" - B er n, pens8v~O~
na lib e rta c a o nacional do f as ci sm o e , a p6 s i ss o tinhamos esperanca
de alcancar 0 socialismo, 0 qua l a inda nio haviamos atingido. Naquela epoca, com a luta ~os panigiani quase haviamos chegado hi. Depois que a gue r ra deles t er m in o u _ T erni foi
r e st o do p a is - , 0 c a m ar a da T o g li a tt i d i ri g iu - se a nos. Convocou, ~. uma reunillo, todos os comandantes partigiani e l id er es d o partido de ~~dasasprovmc~as e reglOcs d a Italia, Discursou e adiantou-oos que haveria uma cleit;iio. h b e rt a da o n z e r n e s es m a i s c e d o que
0
Voce~m prestigio, Omega (este erameucodinome nopartido: me a pe li da ra M eu nome no grupo : ..... p .
era
ptJlL g ano
trabalhes para ganharmos a el . 00 "Qua
0 proprio
Gramsci assirn .
asquale); te convoquei
para que
.
discursaram eho~ve un~midadeem relaeao aoexposto. Eu levantei minha milo: "Camarada Togliatti, ell d is co rd o " Po r q u e O m e g a ?" "1Jj rdo ,. . sco porque, como Lenine disse: q uando 0 tordo voa, e 0 mome nto de atirar n ele Se • " "'- fi . .. o rtun.i voce un" 0 IZC I" ,e n tA o , t a l ve z n u n ca m a i s tenha outra po. dade. HOJe0 t o rd o e s ta v o an d o : t o d os o s c h e f es f a sc i st a s e s ti i o s e e s co n d en d o o u fugindo, tanto em Terni como I em qua quer outro lugar. Todos os demais companheiros con~ 0 mesmo sobre suas regii5es.Assim, este e 0 memento: sobre a s a r ma s n il o h 3 d ' necessuiade de falar a respeito bern , sa os on e elas estao (nos as esconderamos), Es tc e 0 eicao.
I. A l fr ed o F il i pp on i na sc eu em
m
tro ou CInco outras pessoas tambern
.
1 8 97 e m F e deTemi, Esta e nt re vi st a f oi '. _~ r en n 0 umaaldelano vale do rio Nera (valnerina). ala milhas . .. or gra.... aemsuacasa,emTemi 7d unh d 1973 Sua hislona n ecessita s er ente d ida ' em e Joe . A.M -'_SICIlia, & 0 .. . seucoetexto hist6 • ri co... . ... e mj ul bo d e 1 9 43 M usns II . em . ... . ' 0 eesem b arque d os a IIad o s n a • 0 11II101o ry a ci o • remma.. . I' . mas 0 e xe rc it o a le ml o ! ut o u c o Ira leo novo govemo Ita IBrIO a ss mo u a p a z ; . nee e restUeleceu Mr __.1_ regl3es do Norte. A lnis d as linh I . uuo IIlI no .... ... ..' po! a 1g u rn t e mp o , n as linhadefrente,sustentaram _ as a erndeisl·.bripdaspar1igia"i. nu quail o s co munis ta s est.vam n. ~ ..aguerra . . . Iberta.;:10 c Ira' dos combatentes sentiam que a '. . on os nllZlS1aI eseus abMOB fllSCYw. MUlt05 guerra osgUianadin:tllm e te . I' qu and 0 TogiiaUi vo1to ude SCI! exili R'. n .,.,-a 0 lOCI. limo. Eles se capantaraJl1 1 em U).e m S a le rn o; q ue o s c o mu ni s ~ ~ a,.em tnaIVO d e 1 94 4 , ..,.,-a.. u nc i. u rn . svolra (curva ·democraci. progress iva". 0 P ar ti d o e m: u n ~ a m c O. m~ p a rt l OO s d e mo cr it i c( }s para cri.,- urna u m p a rt id o d e m u sa n ae io na l c or n m a is d e d o ~ ItalWlO f Ol , I U bs eq u en te mm te , t ra ns fo n na do e m forca cleilOra) da e sq uer da ' . ch eg an do • 1 $m l h3 ea d e m emb ro s - pot q u ar en t a M lO I a m ai o r c en to e m 1 9 88 . E mb or a viessem ex ~ 36 por centodo total eperfazcnclo, ainda, 22 por goveno de c oa li sl o e m 1 94 7 o s c «c. 0 0 po de r l oc al e m m ui 1a s c id ad es , a p6 s s ua e x: pu l sl o d o , ,(}munllt. permanecenm excluidos do goveno nacional.
U:
E st a c or fr on ta cs o e nt re F il ip po ni e P al mi ro T og li at ti , S ec re ta ri o d o P ar ti do C om un is ta n o p es -g ue rr a, n un ea t ev e l ug ar F il ip po ni , a o s er e nt re vi st ad o, o f e re c ia s ua v er sa o i ma gi na ri a d e u rn e ve nt o c ru ci al d o m ov im en to c om un is ta i ta li an o, 0 q ua l p as so u p ar a a h is to ri a c om o svolta di Salerno. T ra ta -s e d a " cu rv a p ol lt ic a e m U" , q ua nd o T og li att i ( re ce m- ch eg ad o d e s eu e xi li o n a R us sia ) a nu nc io u p ar a o s q ua dr os d o p ar ti do , e m u ma r eu ni ao e m S al er no , q ue
0
soci al ismo nao constava da
a ge nd a, e q ue 0 p ar ti do c oo pe ra ri a c om a s f or ca s a nt i- fa sc is ta s n a c ri ac ao d e u ma r ep ub li ca d er no cr at ic a ( e " pr og re ss iv a" ) d e e st il o o ci de nt al2. Em face desta re-
solucso, houve reacees que iam da oposicso a i ncreduH dade e ati vi st as vet eranos a in da h oje d eb at em s e a li nh a de T og li at ti e st av a c or re ta , F il ip po ni s ug er e q ue a h is t6 ri a p od ia t er s id o d if er er ae s e o ut ro f os se 0 carninho escolhido. A n ar ra ti va d ep en de d e f at or es p es so ai s e c ol et iv os . F il ip po ni e ra u rn h om em v el ho e d oe nt e, q ua nd o f oi e nt re vi st ad o; f az ia t emp o q ue ti nh a s id o a fa st ad o cia li de ra nc a a tiv a d o p ar ti do , c on tr a s eu d es ej o e a po s u rn c on fr on to d ra ma tic o.
A
m ed id a q ue a c on ve rs a e nt re nO s prosscguia, seu est il o de descrever sua experiencia partigiana*, n o i ni ci o e pi co e d et al ha do ( em bo ra f ac tu al me nt e i mp re ci se ), d ec ai a g ra du al rn en te e e le d es li za va c ad a v ez m ai s p ro fu nd am en te p ar a 0 reino cia fantasia e da f a b ul a . P r im e i ro , ele reivindi cou urnpapel cent ral n a c o n v en c a o que deu origem ao Part ido Com unista (Livom o, 1921), a qual, na realidade, ele Me c om p ar ec cr a; a s eg ui r, c on to u u ma h is t6 ri a d et al ha da d e c om o e sc ap ou d a p ri sa o j un to c om 0 fund ad or d o p ar ti do , A nt on io G ra ms ci , e c om o a mb os s e e sc on de ra m n as m on ta nh as (0
que, t am bem, nunca sucedeu); finalm ente concluiu a sua hist6ri a com
imaginario
0
confronto
com Togliatti. 3
I sto se deu como s e a fraque za da idade, a doerea
e a f adig a da longa e n-
t revi st a erodissem seus controles conscient es e sua censura raci onaJ sobre os sonhos e desej os M m ui to ent errados no i nconsci ente, num processo alt am ente remi ni scent e d e d ev an ei o. E ss a d iv ag ac ao d eu c ur so a a ns ei os e f ru st ra co es p es so ai s d o e nt re vi sta do . E rn bo ra te nh a d ad o mu ito d e su a vida ao partido, Filliponi sentiu n un ca t er s id o s uf ic ie nt em en te r ec on he ci do e r ec om pe ns ad o p or i st o. A ss im , e le c ol oc ou a s i 2.
P al mi r o T og l ia tt i ( 19 7 9) . Opere, v .S ( 19 4 4- 55 ) e d, L uc i an o G ru pp i , R om e: R iu ni t i.
3 . C f A . P or te ll i ( 19 79 ). " Gr am sc i e va se c on m e d a l c ar ce re , c i n as co nd em mo p er s ei m es i s ui m on ti .. ;" Tutti ip va do s si d el l a " st o ri a o ra le " , IImanifesto; 1 1 d e m a i o; C ol l et i vo d i r i c er ca d el C ir co lo G i an ni B os i o ( 19 81 ) " Ob s er va zi on i d el f ol ck J or c s u G ra ms ci ". I Giom: Caf'lall I: 32-43.
Pro). Historia; Sd? Paul", (I0). d ez : I Pli3
43
P roj. HulO r lo , S 80P oulo; ( 10) . iUz . 1993
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mesmo, em t m ag in a ca o, n o centro da historia do par tido e ao lado de seu "pai fundador", do qual a1egava t er recebi do, em uma especie de i nvesti dura de bat ismo, scu codinorne e sua identidade potitica."
M as M ma is q ue u ma frustracao pessoal resta hist6ria: Filipponi ta mb e m
pro-
"querel a"entre est e pol it ico e Togli at ti sobre a l inha de Sal erno: "Ti vcssc. Togli a~ ~i scguido 0 c on se lh o d e G io va nn i, a s c oi sa s t cr ia m t or na do u rn c am in ho d if er cn te , diz sua sobri nha6 T ai s c ou fl it os n ao s uc ed er am a pe na s n a m em or ia e i ma gi na ca o: n a C al ab ri a, o s d ir ig en le s l oe ai s d o p ar ti do r ec us ar ar n- se a e rc r e m s eu s p r6 pr io s documcntos, que descreviam UIIJ.a nova l inha, c acrcdit ava t ercm sido est es forjados
c la rn a u rn s cn ti do c ol ct iv o d e d cs ap on ta me nt o a r es pe it o d o r um o q ue a h is to ri a tomou a p 6s a s g ra rd e s e sp e ra n ca s l evantadas quando da l ibera~ ao do fasci srno. U ma
por "provoca dor es . Dois outros aspectos engrandeccm
not icia de 1947. da federacao Com unista de Tem i diz:
C 0 rel acionamcnt o est rutural dos epi sodi os sobre Togli at ti e G ramsci. H istorias sobre
E nt re o s mil it an te s, h it u rn d es ap on ta rn en to ,
a mp la me nt e
d ifun di do , c on ce me nt e
rumos q ue a d cmoc ra ci a t omou . Dev emos rec on he ce r q ue c on fi amos mui to n a ~ o e i ns ti tu ci on al ,
e sp eran do
a os l eg al
s ol uc oe s s up erio re s, e n il o o fe re ce mo s a os t ra ba lh ad ores
responsabilidade suficiente para a s o lm,:ao d e seuspr6prios problemas.'
H istori as de expectativas malogradas, causadas peJa restauracao das relacoes d e c 1a ss e n as f ab ri ca s e n o E st ad o, sa o e om un s n a g eT al f3 0 d oa a no s 4 0. C om o 0 descjo e a esperance p or u rn a revolucao e p el o s oc ia li sr no f or am r er no vi do s d a a ge nd a d o partido c cli rninados de discussoes abertas, os m il it antes se enterraram c ad a v ez m ai s p ro fu nd am en te n a i ma gi na ca o e n as m em or ia s d os a ti vi st as e r ee m ergi rarn em fant asia, sonho c folclore. 0 depoi rncnto "errado" de Fil ipponi resul ta m en os d e sua impetfeita rcrnernoracao que. i roni cament e, de uma imaginacao cria(iva; e a f or ma n ar ra ti va d o s on ho d e u ma v id a p es so al e d e u ma d if cr en te h is t6 ri a coletiva ".
,,7
0
significado da historia
de Filipponi.
Urn
o s eg un do s ao s cr np re m ai s c om un s d o q ue s ab re 0 primeiro, 0 que C c ompr c c nslvc l dado 0 status de ant igo fundador. Mit icam cnte. a m ai oria destas histori as associ a
0
d ep oe nt e c 0 l ug ar a on de a h is to ri a s e p as sa c om a p re sc nc a d o h er oi f un da do r. As sim, elas tern muito em couium COlli h is to ri as s ob re o ut ro heroi fundador, Garibaldi. Par outr e l ado, mui ta s h is tor ias s obr c T ogli at ti te ndem a opor 0 narrador a clc. C o mo f un da do r, G ra rn sc i o fe re ce m ai er n um cr o de razoes i deai s pam a i de nt id ad e m ai s p ro fu nd a c om 0 p ar ti do ; T og li at li , p or s ua v cz , C l e mb ra do m ai s c om o
tatico e politico. Conseqtientcrncntc, 0 papcl de G ramsci nas v~rs6cs popul arcs da historia C 0 d e r ef or ca r a idcntificacao c om a s o ng cn s d o p ar ti do : 0 u m a rg ut o
d e T og li at ti , a lg um as
v ez cs , C p ar a e xp rc ss ar
histori ca. 0 t estemunho de Filipponi
o
s eg un do
a sp ec to
0
d cs ap on ta mc nr o
c om s ua a ~a o
Curn perfci to excrnplo deste pmcesso.
d e s el l r el at e
e
a p re se nc a d e c on te ud os
c or re la to s. a s
historias 00 periodo de pos-l ibertacao: a prati ca m cnci onada por Fil ipponi e difundi da
em diferent es partes do pai s. U rn t raba-
nos anos 40 - d e e sc on de r a s a rm as u sa da s n a r es is te nc ia n a e xp ec ta ti va d e u sa -l as , d e n ov o, m ai s c ed o o u m ai s t ar de , n a r ev ol uc ao ( ou , c om o a lg un s r el at or cs d iz er n,
l hador da area de const rucoes, de Subiaco (Lat ium), costumava contar uma hist6ri a s ob re e le m es mo , m ui to p ar ec id a c om a d e F il ip po ni ; u rn a rt es ao d e S a n L o u re n c o ,
p ar a d ef en de r a d er no cr ac ia c on tr a e sp er ad os a ta qu cs d a r ea ca o) A s arrnas ficararn escondi das em fabricas de T er ni a te 1 94 9: u m i nf on na nt e m e c o nt ou q ue c le g ua rd ou
arredores de R om a, t am be m d es cr ev eu u rn c on fr on to e nt re e le e T og li at ti ( au u rn "represent ante" de Togli at ti , com o algumas vezes expressava); parentes do exilado G iovanni Matt ioli , do m ovirnent o anti -fascista de Terni, t am bem fal am sobre uma
a s ua ate 0 f in al d os a no s 7 0. 0 f at o d e e le s c on se rv ar er n a s a rm as s ig ni fi ca va q ue a empreitada anti-fascista na o e st av a c om pl ct a e t er ia m q ue f in al iz a- la u rn d ia . D um
Tais lustoria brotam ocasionalmcrue
certo m odo,
0
desejo revolucionario, enterrado no subconsciente dos ativistas
COIIIO
F il ip po ni , e o ut ra a nn a e sc on di da , e nf er ro ja da p el a f al ta d e u sa . 4
F il ip po ni t in ha , n a r e al id ad e, s id o e x pu ls o d o p a rt id o e m 1 94 9, a pe s u rn o on f1 it o c o m 0 s ee re ta ri o d e T er ni , C ar lo D ar i ni. A m ai er p ar te d as l es te mu nh as d iz q ue a a mb i~ io f ru st ra da d e F il ip p« Ii dcsernpcnhou urnpapel nsquele epis6dio. domesrno modo que f..o de sua rnentalidade partrgona n lo s e e n qu ad ra r n o d i r na p o li t ic o d e p O s -g u er ra M ai s t a r de , e le f oi t ra nq ui l un en t e r ea dr ni ti d o, m as n lo t h e d e ra m q ua lq u er r es po n sa hi l id ad e. U rn a ti v is t a d i z q u e q ua nd o F i li pp o ni f oi e xp ul s o " ho u ve urn&~nhmento deperda, como 0 constat. \veJ namorte deuma pessoa importante" (Mario Filipponi, nascido em 1924, sem.rel~*, de p ar en te so o, 9 d e m ~ o d e 1 98 2) . 0 " or ne " Om eg a" e st ev e e m ""0 n os a n~ 20,010 p or F il i pp on i m as p or F il i po l n na mo ra ti , u rn t i p6 gr af o d a r e gi io d e F ol ig n o, q ue f oi secreLlrio.regional apOs0 advento dafascismo. Filipponi (que trabalhou diretamente sob suas oroens) s ~ a pr op rt ~ n lo l om ~~ d o n o me d o c he fe c om o l a l n 1 > e m d e s e u p ap el d e l i de ra n~ L A c on ex io d e F .h PJ XI nl c om G ra ms ci e r ef or ca da , t am bc m, p el o f at o d e a b ri g ad a ponigiana que etc cornandou, levar 0 nome de Antonio Gramsci.
°
P or o utm la do , e ste s en tim en to d es ti na va -s c a c hc ga r a u rn a co rd o c om a s n ec es si da de s p es so ai s e c ol et iv as d e sob r ev iv e nc ia , d e r ec on st ru ir , d e d ef en de r e expandi r os ganhos l im it ados m as concretos dos anos pes-guerra, dentro da situacao 6 . A h is t 6r ia d e S ub i ac o f oi c om un i c. ad a p OI M i re ll a Scm e m u r n s er nm ar io , e m 1 97 8 , d o l ns t !t ut o ~ t o: i co Romano della Resistenza; 0episodio de San Lorence e u rn a o o mu n lc ~i o p es so al de Lid•. Piccioru e A lf re do M ar ti ni , b as ea da e m s e us p ro pr io . t ra ba lh os d e c u np o, n os a no s 7 0; • e nt re vr st a " om a s o br in ha d e M at ti o li . D in an e C ol e. an ti ( na se id a e m 1 90 3 ). ",V" l ug a. - e m T er m n o d . a 4 d e a g os to d e 1980. 7 . C f. R en zo D el C an ia ( 19 70 ). Pr o/ela n s enz a nvo/uZlone
M il an ; o ri en t e. v . I I. p . 3 37 . n" 214.
A PC ( Ar qu i vo N ac io o al d o P ar ti d o C om un is t a. R om a) . 1 94 5. 8, p as ta n um er o 1 42 .
Pro}. H istoria; S60 P" "lo, (10). dez. 1993 Pro}. Hinori(J, SIlo P" ' 'o.
45
( 10) . dez. 1993
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i dent ificada com as valores e mecar usmos da dcmocracia iLaliana.Por isso, tomou-sc
o e xa me d e h is to ria s c as o i so la do . 0 m ot iv o d a funda-se nas narrat ivas que t an to l oc al q ua nt o n ac io na J.
c re sc en te a d if ic ul da de p ar a e xp re ss ar o u m es mo e nt en de r o s d es ej os e e sp er an ca s
Grande Guerra e
e m v ig or . C om r ev ol uc ao o u s cm e la , a v id a d ev ia s eg ui r comunistas decIararam, questao,
0
a
epoca, que a revolucao e
"cornpromi sso
0
0 seu
cami nho, O s l ideres
s oc ia li sm o e st av am
f or a d e
histori co" definido e a classe represenLada pelo parti do
frustrados, 0 resultado foi
0
e st eb el ec im en to
cionali dade do m undo concreto e
0
d e u rn p ro fu nd a c on fl it o e nt re a r a-
s on ho d e u rn o ut re m un do p os si ve l.
Fil ipponi t enta rnostrar, de urn m odo envol vent e,
d a v an gu ar da
p ol it ic a e a s
rai zes populares da cul tura prol et aria, N asci do em V al nerina, a regi ao m ontanhosa dos t rabalhadores na i ndustria de arco de T er ni , e le s em pr e s e s ai u me lh or c om
d a c 1a nd es ti ni da de ). Q ua nd o o s f as ci st as v as cu lh ar am 0
a s ua c as a a p ro cu ra d e li-
u ni co o bj et o q ue e nc on tr ar am e d es tr ui ra m f oi
lUl
organeto,
o p eq ue no 6 rg ao q ue a co mp an ha a m us ic a e a d an ca p op ula re s d e s ua r eg ia o" . M es mo q ua nd o d es cr ev eu c om o f oi d es pe di do d a c om pa nh ia t o~ ou a form ,a de um conto
fol cl 6ric09,
d e b on de s,
e a necessidadc de "encaixar
0
0
relato
te mp o"
no
p en od o d e p es -g ue rr a s e a po io u e m u rn p ro ve rb io s ob re c ac a, u rn e sp or te mu ito popul ar na U mbri a: "quando
0
to rd o v oa , e t emp o d e a tir ar n ele ".
. filh d A s: • ipporu, I 0 e h re do (n as cl do em
0
prestigio teorico
uma classe precisa que, a despeito detodas as suas falhas,
0
Partido Comunista criou mais
tarde. Sc, entao, tivcsse havido urnPartido Comunista, teria havido uma revolucao.
A s asscmblcias nas fabricas, em 1921, sao as oport unidadcs nao aproveit adas m ai s com um ente
cit adas:
Teriamos idopam a insurreicao, porque isto era 0 q ue t in ha mo s e m men te - e st av amos n os orientando para uma revolucao, era 0 que costumavarnos dizer. Mas 0 gmpo de lideres tinha outras ideias em mente, eles naoestavam seencaminhando para nenhuma revolucao.
o Partido
Socialista tinha 157 membros no Parlamento;
0
p od er t eria fic ad o n as mao s d os
socialistas. Mas [0 secreta rio socialista Filippo] Turati nao aceitaria a responsabilidade. Elc tcria ganho
0
l1
p od er, mas n ao e ra h omem s ufic ie nt e p ara ta1.
Q ua nd o G ia co mo M at tc ot ti , u rn m em br o s oc ia li st a d o P ar la me nt o, f oi a ss as s in ad o p or f as ci st as , e m J 925, 0 r eg im e s of re u s ua p ri me ir a ( e u lt im a) c ri se s cr ia : Os fascistas ficaram aterrotizados, Mas na o tinhamos lideres, 0 Partido Comunista ainda e ra f ra co , e o s lideres que tinham seguidores entre 0 povo, [Claudio] Treves, Turati, cstavam todos exilados forado pais; os nossosestavam na prisao, Se tivcssemos lido, entao, verdadeiros Iideres, talvez 0 fascinio nao houvesse duradovinte anus, 12
A u lt im a f or ma ca o e st a f ac tu al me nt e t od a e rr ad a. D ur an te a c ri se , M at te ot ti ,
8.
Entrevista com Ambroglio Fir
'J.
D ep oi s d e e u e s t ar t ra ba lh an d o [ no s b on d J ' .. e c ornun] lhe: "De . e ~ p o r r n u uo s a no s, M us s o" m e sc re ve u u ma c ar ta a o g er en te
1 93 0) . I I d e m ai o d e 1 97 9.
n ~ d e e m.c o d ia s v o ce d ev e d es pe di r 0 f am os o c he fe c om un is t a A lf re do Filippo ICOU- e . m e m e aVlsar s oore a medida " 0 en d n lo t en ho c or a e m .,,', c~ga 0 m an do u m e c h am ar , l eu a c a rt a e d is se : " Eu t d c he go u' " Eu o ~v · l ar a e c ~ 7d lf . A po s m a rs o u m en os u ns d ez d ia s, u rn ao ut ra carta de Mussolini l u nd a e st a t r a ba lh an d o. S e v o c e n io 0 d es p ed ir d en t ro d e t re s dias Id izer ~ue I rppom ,eu mesmo 0 e sp ed i re i e t ar n be m a v o c e ' EI and d:.... e. em ou m e chamar e conjecturou: "0 que devo fazer?" "0 que t ern d e faze ..' d e B r an ca d e N e ve s SU r I :spon d ! V a e m f r e nt e e m e d es pe ~a ". e st e a rq ue ti p o v er n d a h is I6 r ia . a ma v arna rasta e 0 cacador encam:gado de mala r a princesa. . 10.Veja A Portdli (1980). "La storia non 10 vedi Contau, Culrura ooeraria e I" R m ar ci a v er so l e l i b er t a" , I n: C ir co lo G i an i B os to ,! (tjorm c on a "m a a o ma e n e t L az io M I M t.O· d r com urn cantor tradicional d G . . ' Ian: azzo t a, p , - .0 wtl go es creve e en zan o p ro xi mo d e R o d edi Intemacional e da Marselh m a, q u e aCT rtava s er K ar l M ar x 0 autor a (A'1 elh . ~ ~ . . ~a arse e:sa ve Marx em Manelha ). '. ja voce. 01 a ss r m c ha rn ad a p o r t er s i do e sc ri t a p o r r
~~~
alt o custo
Co mo o ut ms
t ra ba lh ad or es a ti vi st as , q ue j us ti fi ca m s ua s a ti tu de s p oH ti ca s c om p ro ve rb io s e cancoes , . . I I P PO r u . atnibui . . pop uI ares, FT Ul s eu p ro ve rb in a L em ne . n um a t en ta ti va d e r econcl ha~. a sabedori a popul ar de sua consci encia de c1asse com dos berois fundadores do m ovim cnto com unista.lO
0
0
d ia le to d o q ue c om 0 i tali ano padrao da l inguagern pol it ica (ernbora por haver cursado 0 sexto grau escol ar, fosse urndos ati vi st as com m el hor escoJaridade na geracao teratura subversiva,
advento do fascismo. D escrevendo as greves contra
d e v id a, e m 1 91 9, o utr o in fo rm an te d e T em i d iz : Os lideres daquelas lutas naotinham autoridade sabre a classc trabalhadora; nantinhamos
que esse confli to provocou
o desapontament o e uma vi sao parti cular de hist6ri a acim a de t udo porquc, de m ui tas m an ei ra s, e le i nc or po ro u a r el ac ao e nt re a c on sc ie nc ia
0
s ob re a a us en cia d e r ev olu ca o n os a no s 4 0 n ao e urn " hi st or ia q ue p od er ia t er p ro ss cg ui do d if er en te me nt e" t ratam das m ai ores crises da historia dos t rabalhadores, M ui ta s h is t6 ri as d iz em r es pe it o a o p er io do e nt re a I"
I "
o s l id er es T ur at i e T re ve s e st av am a in da n a Italia, e Gramsci Mas a anali se pol it ica
seria, N aquele m om ento ext remarnente
na o
havia side preso.
i mportant e, a classe
operaria nao t inha Jideres. A s h is to ri as s ab re o s a no s 20 expli cam a revotucao MO h av id a p or f al ta d e Iideranca, cul pando, assi m, 0 Parti do Sociali st a, do qual 0 P ar ti do C om un is ta s e s ep ar ar a e m 1 92 1. N o e nt an to a h is t6 ri a < lo s an os 4 0 n ao p o d e ser "just ificada"
pel a
I l . A rn al d o L i pp i ( na sc id o e m 1 89 9 ). I ~ d e n ov em hr o d e 1 9 7 8 ( e n tr ev is t ad o p o r A g o st in o M ar cu cc i) ; R em o R ig h eU i ( 19 0 2) . 9 d e d ez em br o d e 1 9 79 ~ G il d o B ar to l et t i ( I R 9 6 ). 1 7 d e f ev er ei ro d e 1 9 74 ( en t re vi s la de Valentin o Paparelli). 1 2 . A r na l do L i pp i ( ve ja n o ta 1 1) .
PrrJ}. H is tona; P ''OJ . Hrslima. S(J oP aulo.
e
S( io Paulo, ( 10) . de:. 199J
(/0). d e z . / 9 9 3
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[alta de I ' Lt ' lid ", urna egi rna eranca p ar ti cu la r,
' co mu IUS a. D ess a
e m d ec is O es individuals, r eiter ando urn
~ ~s c alm a"
- p ar a d esc re ve r
, ando a a pr es en ta ~ o
impIicito entre 0 "politico". < l as f i le i ra s . 0 significado, p ore m, e
sneceSsaflllnlente
s eg un do
e
0 e nf oq ue
percorreu
..
urn carni nho
p osto
no
pa ra te r-
abordagem
0 COItra5te
t an c a d a l id er an c a e a disposicao a h i st o na de'
c om u m a co rd o
m ane ir a,
m ot iv e - " ele s pe dir ar n 0
m e s m o . De
errado,
van-
cada narrador.
O lema da oport unidade perdi da, que lena feito cclodir uma hist6ria altemativa, em c as os c on ta do s s ob re muitos eventos pas-guerra A reacao dos t rabal ha do re s a o f er im en lo p ro vo ca do e m P al mi ro T og li at ti p or u m j ov em d em oc ra ta ocorre
c ri st ae , e m 1 94 8; 0 assassinato pela poticia, d e L ui gi T ra st ul li , o pe ra ri o d o s et or d e a 90 d e T emi , e m 1 94 9; a f uz ila ria c on tr a 3 .0 00 tr ab alh ad or es d o s et or d e a co e m 1952-53 e a luta d e ru a que s c s cg ui u. A p es T o gl ia tt i t er sido baleado,
A i nd a n i l o p os se c re r n o 8 d e s et em b ro [ 19 4 3, q u an d o a I ta li a c el eb ro u a s p a z es c o m o s
no dia seguintc, ele c ome c ou a fal ar, d is se p ou ca s p al av ra s e rec omen da va ,
t"~ a h ad o s ] N a q ue l e d i a p od ' . '. lam o s er uo:penado os c a be l os d o s asnos d e s a l em a e s, l im p o r urn, nilo havia n ada q ue nil de , 0 pu e s se J Il O S t e r f e it o , No l ug ar d is to - p erma ne ca c al mo ,
mes ma c oi sa - a ca lmcm-s e,
Pen se , n o e n ta nt o, t er h av id o u m momen ta q ua nd o . .. e u p os so e st ar e rrad c, mas n aq ue le momc nto todos os nossos problc-
e ahn o c al mo E xa ta me nt e [e 1 94 8) " ,.. 0 m e sr no q u e o e o rr cu q u an d o e le s t cn t ar am m a la r T o gl ia tt i ~ . c alm a, calm a, calm a", E o s p o l ic i ai s , m u n i do s de a nn as ja ti nh am s eu s r e volver e sa ponta dos pa r a nos... 13 '
o o pe ra no
cidade
na co ocasiao da que trinta i mp ed i .
I'
d e const~oo
ina
perto
'. .
de 11
e ca
e m,
nt
'.
r ec on cl ha ~ o n ac io na l . . a n o s f f ia l s tarde 3 1 0 0
mas teriam sido solucionados.
D epoi s da m orte de Trast ul li , o ut ra v ez - 0 p o vo , as trabalhadores podiam ICT desejado fazer algo, mas foram obstados p cl o s l id e re s, c om o n a o ca si ao d o a te n ta d o a T o gl ia tt i. M a s s e i s t o t i v es se s id o l ev ad o a s f il ei ra s, s er ia c om o s e e st iv e ss e p a ra e cl od ir u m a r cv c lu ca o a q u al qu er m e m en to .
.
Of
popul ar A mengo Mat teucci , prcfci to de uma .
l I1 1p rO V lS O Ustorneltt p ar a s er em "n; u fasci
c an ta do s por .
.
e .....s II aos asci st as, promovi das por Tbrgliatti, . a s en na e ste f at o c om o h av en do sido um erro pois
na a revolu't oo:
D a m es ma f or ma . apes a denussao de t rabalhadores de 1953:
>
N a t er ce i r a n o it e d a s l ut as d e r u a , ° p o vo e st av a p ro n to , c o m t an q ue s d e g a s ol in a e o u tr os artefatos, p ar a a ba te r o s policiais M a s e lc s p ro m et er am q u e e m pr eg a ri am d u zc nt os ho m e n s e a s c o i s a s s e a c a l m ar i am a p o s e s t a s p r o r n es s a s. E n t re t an t o, o s t r ab a lh a d or e s n a o queriarn desistir da luta, Elcs diziam: todos os empregos de v o l ta o u nos l u ta r em o s ; t o d os O S em p re g os d e v o l ta o u nos lutaremos. Quando a s c o is a s f i na l iz a ra m d a q ue l a r n an e ir a , a c la ss e t ra ba lh ad ora p erde u a fe, q ue n un ca rna is foi retornada, porque des ficaram d e s ap o n ta d o s. P a r q u e d e s is t im o s ? P o r qu e a s o u t r as a s so c ia c ce s ( n ii o e s q u e rd i s ta s ) teriam 15 prosseguido ate u r n c e rt o p o n to e , e n t s o , t e ri a m n o s a b o nd o n ad o .
: ar o c o mp a gn a t e 10 v o g lio d ire I e r ro r e f u l a g e n t e p e r do n a r I'
e
e r r ore f u la ge nie pe r dona r e
E c onda nnato sia illI a ditore s e b e n e v o i a v e ' all'umanitane s e b e n e v o i a v e' a l I' u m an i ta n e Sc usateam"
.
n u a s e s t o a s b a gl i ar e a lI a r ivoluzione 10 sonG se m pre alIa riv oluzione 14 •
IC 1
s empre, a
a cu lmcm-s c, a ca lrne rn -s e.
assumimos N a n oi re s eg ui nt e a qu el a e m que as demissOes f o ra m a n un c ia d as , uma posicao. A manM de m anha, diziamos: "Deixe-nos atuar na fabri ca. D ei xe-nos
10 S O nose mpre
m at ar cinqi ient a chefes; t udo est ava com bi nado, as m entes est avam preparadas, Tlchamaram-nos: nhamos afi ado em pontas nossas b ar ra s d e f er ro . O s sindicatos
13, S eltimio P' , l e m on t i ( n a sc i d o em 1903 14 Q u . ) . 7 d e s e~ mb rQ d e 1 98 0 , endo C UJlarad • Ii . .. e u q u em te C ont 01 u r n e r r o perd ar, E c o n de aa d . oa r a qu el as pess"as: o seJa 0 traidor para 0 b er n cia hUDlanidad
" ol he ", e le s d is se ra m, " as c oi sa s e st ao in do b er n e a l uta e st a g an ha . V oc es v il a arrui nar t udo, n a o procedam inefletidamente,.," Assim, desistimos de tudo. Penso que sc naquela manha na cadeia, m as ainda assim acredito est ivessemos agi do. . . N ao t eriamos parade nos cinquenta, ati ngiriamos cern, uma v ez q ue p ro ss eg ui ss em os ; i ss o na o f ar ia q ua lq ue r d if er en ca . E u rn a v ez q ue voce q ue h oje estariam os
P e t d o e m - Dle a mi e. mas ' li nda gos se e u estou errado. 1m . sou p ela r evolut;:4o . provlsado par Am . ..' csta no alb mgo lVlatteucci (nascid . ' AI U oem 191 9 ). 2 1 ld e d e :u mb ro de 1 9 73 ; . gr av ~i o a ng ma 1 ur n L a V a l n e l' i ' 7a lerna esslndro Portelli. Dischi delS "laDS" eJpe"f>m:a di ricerca intervemo e d V al e nt in o p ap ar el l i e oe 5UfJ1, • .
15. A me ri gn o M al t eu ci ( na se id o e m 1 91 9 ). 1 4 d e d ez em br o d e 1 9 74 ; C a l fi er o C an al i ( na sc id o e m 1916).30 d e a b r il d e 1 9 79 ; A n to ni o A nt o ne ll i ( na sc id o e m 1 9 23 ), 7 d e j u lh o d e 1 97 3 .
Pro;. P 1 O , H s lO r a,
S i o P""lo.
Hrsr';rlll, S 40 P aM /a . ( O J.
#9
(JOJ. doz. 199j
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t ives se
la c er n c bef es
mot tos
d ep oi s q ue e nl er ra ss cr n
- ac ho que a s c ois as
a qu el es
c in qi ie nt a,
s es se nt a
ter iam c he fe s,
s ido dif er ent es ,
Ta lvez
e Je s p ro ss eg ui ss em
bern e
demitissern, d e n ov o, o s t ra ba lh ad or es . M as p el o m cn os , h av er ia c in qi ie nt a v ag as d e estou cone mp re go . Admit o q ue , talvez, e st c fos se 0 caminho er r ado; entretanto, v en ci do
d e q ue e le s t er ia m r ea be rt o a s p or ta s para todos
a
T od os e st es rel at es n it o s e refercrn p os si bi li da de .
forma
te r oco ni do. S eu cam po
m as c omo e la poder ia
C ompree nd emos
os doi s
mil.16
p el a qual a h is t6 ri a
na o
incide
s e d es cn ro lo u, mas na
a grande " aquele per-
com
fonna literaria d o i nc on fo nn is rn o c om a rea li da dc : u c r o ni a , U c r o n ia e a1 turbador lema no I ' . , qu 0 au or tmaglIla 0 que poderia ter succdido s c w n d e te rm i n ad o evento historico
n a o tivesse acontecido";
t rv o, u m a e sp e c ie de un i
a representecso
de " urn p re se nt e
II . ver so pa m e 0 n o q ua l s e c og rt a s ob re
de urn evento historico o fe re ce m- no s u rn v is lu mb re . .
..av q ue ~ .. ~ s e e fie Iu ou .. 17 , A s hi stonas ' .
existido se iideranr"s
ade
d
-..I
•.
.
a lt erna -
q ue
t ro ss im ,
. ' discutindo
p od er ia m
t er
.. .. ,.. . q ua uves scm opta do por di fer entcs direcoes em relacao c sp cc ific os e nt re 1 9 1 9 e 19 2 5 e, de novo, entre 19 4 3 e 1 9 5 3 . P ondo e m coruraste 0 mundo desei I . que sO por acidente . _ jave com 0 eXlstente e reclamando
ao narrador "transcender" a aq~lo nao aconteceu, as hip6teses ucr omcas pennitem 18 reahdade como d a d a e rcc . d ntifi usar a se I e lear e sc satisfazer com a o rdern e xis te nte A tra . d ' d yes a uemnia, estes n a di izem que 0 mai s des ej avel , . rra ores dos mu ndos p os sr ve rs - 0 que par a el identi . d es era 1 entificado como 0 com unis mo - pode ria te r s ido cna 0, outmra se as ha c nces cer tas f os sem ap " m u it o a dc rovei itadas . E a velha operana tc• xu '1, da qua me nte cbam ada M ddal I' . cna, eva a ucroma para urn ponto u 1t en or e m a i s r a d ic a l nd' . a qua 0 d iz q ue l iv es I id . _ '. ,se e a SI 0 Deus - uvcsse Deus sido uma mulher , 0 tnalS crucial evento em hi ' . q istona pod ena t er t omado r um o dif er ente . E ab nossa uern S e que 0 mun do t eria s id o . . .
°
Poderiamos rejeitar e stas . tantas que apo ntam . l Dt erpret a4 ;B es d iz en do para a dlrer;,ao oposta· hist' .
.
q ue b a, n o m in im o, o ut ra s . . " o n as q u e c o ns id e ra m aquclas histonas
rmam que mo soment e p ro ss eg ul la. m 16.Esta histO ria e parte de
.
n o c am in ho
p os si ve l,
c om o tam-
V In . enlrevistado nio d ecline em a enna na p n m ' a ve ra d e 1 97 3 ' p ar a p ro te ge r 0 , 0 s eu n om e O s f a t f , 17 Pie V . . os o ram confmnados por outros informentes. • TT C , ersms, .comenlirios em Jean Tortel e. . 2 7~ . C ol le hv o O n' am bi gu . U t . 9 1 ( d. ) ( 19 70 ). Emretiens sur fa poralitterature. P an s; P lo n , p . opl a 979) Nei lab" . -' • Inn" "eJlafantuscienza, 18 E ( . Milan: Fehrinelli, p. 7~. . n re muuas novelas de fic~Ao cientifica b . Man", IheHig/!Castle. H an n on ds w on :" ad as ~ a u a on Ia . c nc on tr am os P hi l ip K . D ic k ( l9 6 5) The St A lb an s: P an th er ( am bo s d es cr e . P e~ ~~ B oo ks ; N on na n S pi nt nd ( 19 74 ) The Iron Dream, G ue rr a) . e K ei t h R o b er to ( 19 7 0) ;m u ma h ,s to n a a 1t em al i va s ab re u rn a v it O ri a n a z is ta n a 2 ' G ra nd e avaN. Lomlres: Panther (nl qual I armada espanboll d er ro ta a mglesa da rainha Elizabeth). .
urna e ntreYlsta gravada
d ev em os
n o p ar ag ra fo l ocai s.
E stas
ca minh o
s er mc dida
c on si de ra r
p re ce de nt e,
s at is fato rio.
ape nas
n ot a- se
Ma s a r el eva ncia
s egundo
a q ua Ji da de
c alc ulos
d os n ar ra do re s,
u rn g ra nd e n um er o
e p re st ig io
his tor ias
desapontados,
n o p ar ti do .
na o s ao r esm ungos
mas a racionalizacao
de
E nt re a s t es te rn un ha s
d e a ti vi st as ,
n os s in di ca to s feita
O uc it ad as
q ue o cu pa ra m
c ar -
e n as a dm in is tr ac oe s
inc or npr ee nsi vei s
do passado
de ur n mot ivo
pr oba bili dade s.
de ve lhos
por individuos
is ola dos
que
e
foram
a
da c1asse trabalhadora e do movimento comunista n a cid ad c, p or tres g e ra co e s. T a m be m dcvemos considerar 0 l ug ar d a u cron ia dentro da historia indimcdula
vi dual
de ca da ur n. Em qua se
a c oi nc id ir
c om
todos os ca sos , a vol ta da uc ronia
pic o da vi da pes soal
0
0 p ap el
do na rr ador ;
m ai s r el ev an te
c om
o u e st av a,
0
e c oloc ada
m omen ta
no min imo,
de f or ma
n o qual c ada
mai s ativamcnte
e nv ol vi do c omo p arti ci pa nt e. Parad ox al rn cn tc , tema "inexato" tende a se ligar da com os episodios historicamcnte melhor lembrados: como se a "inexatidao" 0
h is to ri a
s e t om as se
m ai s e vi dc nt e,
A aul obiogr af ia
a e ve nt os
e rr ad a s e afi
era 0 unic o
n ao podc
urn desempenhava
u rn d es do br am en to
que estamos
e mUILIO possrvers e a 1l em at iv os ,
da s ti
este
gos de r cs po ns ab il id ad e
na realidadc.
o s Iatos se os conectamos
meJ ho r
que
ir na gina rio
q ua nd o
de Fr eder ick
v is ta a u ma p cq ue na
D ougl as
f or nece -nos
d is ta nc ia .
dados
pa ra
a
cheg annos
seguinte deducao: As p es so as me p ergu nt am, c om Ire qu en ci a, s c q ua nd o e sc ra vo t in ha u rn s en ho r g en ti l e nao me lembro de jamais terdado uma resposta negativa; nem dando continuidade a este raciocinio, considero-me false, pois sernpre mcdi a delicadeza de meu dono pelo padrao de gentileza notado entre os senhorcs de escravos que nos rodeavam.l'' U rn j ul ga me nt o d e s er e xp re ss o,
n eg at iv e
o d on o n um a p er sp ec ti va - s enhor es
s ob re a c on di ca o
c om o t ar nb er n d if ic il
e es cr av os
d iv er sa
ro o
d o e sc ra vo
d e s er c on ce it ua do .
da o rd em c xi st en te ,
e ra
a pe na s p erig os o
0 e sc ra vo
t er ia q ue a va li ar
u ma p er sp ec ti va
- s er ia m f or te s e i mag inat ivos
0
s ufic ie nt e
q ue n em t od os p ara
construi-la
Tambcm em situacoes menos dramaticas, a divulgacao d a v is ao critica da experien-
cia p ro pr ia
d e u m a p e ss o a contra
se de l c on tr a s an co es mai or a o se admi tir com
sa o
as ver dades muito
dirigindo
a
ma ior ia
Entretanto, e d es ej av el .
nesse
caso
D uvi das
e di ver ge ncia s
aqueles
s ensa
c omum
h is t6 ri as
sua s duv idas
da his t6r ia
h ip ot et ic as
som ent e
que as exprimem
que 030 ous a admi ti r
0
C on tr a
da hist6ria
e xt cr na s e i nt em as . E ss e f at o e xi ge u rn i nv es ti me nt o que as cois as e st ao er rada s, do que, s im ples mente ,
conv enci onai s.
intensas;
as inter pretacoes preponderantes
af ir ma
ne m s equer
s er e st e
e c on fl it uo sa s
estao,
0
e mo ci on al c oncor da r
eme rgem muitas
sempr e
qua ndo vezes,
se
par a s i m es mo.
u ni co mun do
c om o a s d e F il ip po ni ,
p os si ve l v ig or a
19.Frederick Douglass (1962). LIfe ami Times. N ew Y or k: C ol li er B oo ks . p . 6 4 . R e i mp re ss o a p a r ti r d a n o v a edi"Aorevista (1892)
Pro). Hi.ana,
So o Paulo,
(/OJ,de:. jll9j
51
http://slide pdf.c om/re a de r/full/luga re s-de -me mor ia -pie r re -nora
27/91
5/10/2018
Luga re s de Me mór ia Pie r re Nora - slide pdf.c om
u rn a rg um en to
c or re nt e:
o s a li ad o s 030 teriam
n ao p od er ia p en nitido
t er h av id o r ev ol u~ ao
- v eja 0 q ue su cedeu
n a I ta li a n o a no s 4 0, p or qu e co m a Grecia "El es t eriarn
os soprado - c omo gaitas de fol e", diz wn en tre vi sta do t am b er n
r el at a 0 s eu p ro pr io
s i de r ar am e r ra d o
0 c am in ho
e pi so d ic
u cr 6n ic oi o
(q ue - e m D utro c on te xt e _
Os m es mo s
t or na do p el a h is to ri a e m m o vi me nt o
aceitaram 0 s en sa c om um d a in ve nta bi lid ad e
d ep oe nt es , c ru ci al
q ue c on -
d e suas vidas.
- e fa lt a d e o pc ao - ci a h is to ri a e m o u tr os
aspectos, 0 connuo, de tato, M O s e c ol oc a e nt re r eb el de s i rr ed ut iv ei s
e c on fo nn is ta s
p as si vo s,
m ut av ei s,
m as p ro ss eg ue
o i nt i~ o,
d en tr o d e c ad a i nd iv id uo , d e m an ei ra s
a n at ur ez a p es so aI
d o c on 1l it o a pr es en ta -s e
s er np re
p el o f re qu en te
c on tr as te
_ e a rebeliao das m assas. entre 0 p ar ti do - s en ho r da razao e do conhecim ento m ovida p elo instinto e pela ir a " E' I ' . ' . ' ram os a penas utadores, 1 1 3 ' 0 detinhamos politicas d e c on he cI me nt o; q ue ri am os u m a l ut a, q ue 0 p ar ti do s ab ia s er i mp os si ve l s us te nt ar , por serm, os tao poucos,,21 ' H a' um a disti stl~ao entre nbs e 0partido, e e ele, 0 partido, que, csta ceno e nao m s, Em bora 0 re la to r p re ten da e nfa ti zar s ua f id el id ad e ao partido de algum a form a a bi ti id d d . , su ~ e I VI a e 0 d esejo esta latente sob re a o bjetividade da l'll71ioe clam ores a serern r econhec id C ' , . . nnecs o s. o mo c on ci li ar 0 fato de q ue s ab ia mo s q ue o partido estava certo com a ,.'.. s en sa ca o r rr ep nr ru ve l d e q ue a h is t6 ri a e st av a e rr ad a. '1 " . P ar a l id ar C o m e st a c oo tr ad ic a , .' icao, nu n antes precrsaram relacionar a im agem da H is toria, por eles absorvida na I . esco a, com aquela que 0 p art id o re fo rco u: u m p ro cesso hnear de c rescim ento . . '.. e p rogresso em d1teyao a algum fio desejavel. "A ha . H i s to r ia , v o ce s na o percebe m , m arc em direcao a liberdade diz u ma ca n; i o co mposta p or urn trabalhador ru I ' ' 22 . . ra com ulU sta de G enzano, perto de R om a . Esta visao fO I a rtJculada pelas elites co .. f " m 0 p ro po si to d e l eg iti ma r s eu p ap el e e stra teg ia . I sto pela l id er an c; a, s oc ia lis ta e , e mao , p ela c om un is ta c om a fin al id ad e d e 01 subscnto erguer a esperarea entre os m ernb . . . lide S e hi " ros p art)(iano e legitim ar d e nov o su a p r6pria C r ra ll¥ t'b ' ~ st ~n ~ e d irig id a p or o ri en ~a o p ro vid en ci al o u p eJa s l uz es d a raz ao '_ .. orcas 0 ~ etlV as soclo-econO m ' . , icas, e nt ao a Sltuaeao presente e s o rn en te u rn e st ag ro n ec es sa no n ur n p ro ce ss o r e ivindic a hi" ao m ~ sm o t em po m ' ev it.,av e] e d es ej av el , E rq ua nt o a u cr on ia que a stona seguiu urn . nh o visao d e histo . canu errado - e foi fetta erradam ente -, a n a e sen so com urn ins' t • e im l' ' q ue a h is t6 ria niio pode errar IS e em re cl am ar be p I Cl ta me nl e, q ue 0 q ue e real' com o aconlecido: como d' e tam m b am . A H is to ria r ev es te 0 desejavel ci a mentalidade isse, c en a v ez , R us se l K ir k (a p ro p6 si to 20 Call , . rero C analh [ver nota
0" IS).
p cl o " co nh ec im en to
d a t en de nc ia
A svolta di Salerno de Togliatti e urn case conclusive. E mbora a escolha possa sabia, traz ela em si nuancas l endari as na m em or ia d o p ar ti do , ter s i do i n te i ra m e nt e com o u ma escolh a livre e com o um a imposicao, pois e descrita sim ultaneam ente, E l a r ep r es e nt a 0 resultado, ao m es mo t em po , da s a be d o ri a s u bj e ti v a de T o gI ia tt i, d o s eu c on ce it o d e " pa rt id o de ma ssa "e da sua intuicao a re sp eit o d o "caminho Italiano para 0 socialism o" e, tam bem , d e circu nstancias objetivas - os aliad os -, qu e M O p cn ni ti ra m o ut ro c ur so ci a histona. 0 h is to ri ad or C la ud io P av on e n ot ou q ue " To gl ia tt i s cm pr e a pr es en to u c om o i ni ci at iv as v it or io sa s 0 q ue d e fa to er a ~ Oe s d efe ns iv as " e "isto esta entre su as u lt im as constrib uico cs para a construcao da m en tal id ad e do p ar ti do ,, 24 . E st a b er an ca f oi r ef or ca da d ur an te 0 " co mp ro mis so h is to ric o e a "u nid ad e n acio nal
", fase
d os
ano s 70, quando
0
P ar ti do
C o m un is ta
parecia estar
a pr ox im an do d o p od er , em p arc er ia c om 0 c 01 lS C j" 'a do r P ar ti do D e mo cr at a A p rat ic a d e a pre se nt ar d err ot as co mo s e fo ss em v it or ia s e ra m ui to u su al
se
C ri st ae . n aq uel cs
a no s. Q uan do o s d ire it os d os t ra ba Ih ad o r es , q ue t in ha m si do a cl ar na do s co mo co nq ui st as h is to ri ca s p ou co s a no s a nt es , f or am p re ju di ca do s, L uc ia no L am a, s ec re ta no da u nia o n ac io nal , d esc re ve u- os c om o i nd es eja ve is " ba rri cas d e cinzas", a s er em d eix ad as
p ara tra s n o ca mi nh o
d o p od cr e d a rn od er ni za ca o.
E nric o Berlinguer,
se-
cr et ar io d o P arti do C om un is ta , h ab iJm en tc tr ac ou a fro nt ei ra e nt re 0 d es eja ve l e 0 passive I, q uando disse q ue "urn goverro d e e sq ue rd a nJo s er ia u ma b oa s ol uc ao para a d cm ocracia italian a n aq uele m em en to ", porque pod ia tcntar as fo rcas cooservadoras a um g olp e. T od av ia , am bos, Lam a e B erlingu er, teriam gostado - C 0 q ue p are ce cJ ara men te - de c on ser va r o s d ire it os s in dic ai s e c on qu is ta r u m g ov em o de esq uerda. a i m p ot e nc i a, crescente, "aceitavel",
m as d esd e qu e sentiram 000 ser isto possivel, ao i nv es d e a dm i ti rc m declararam ser indesejavel, E c om o 0 P ar ti do C om un is ta , d e m an ei ra vin ha
se
com ecou
identifican do a assum ir
co mo
um a
respo nsabilidades
forca
polltica
M O apenas
para
"resp onsavel", com
0
futuro
c omo, tambem, p ara co m 0 p as sa do . T od os o s e ve nt os h is t6 ri co s p re ce de nt es i mi ne nt e a sc en si lo a o p od er d ev er ia m s er v is to s, a go ra , c om o r ea lm en te b on s, r ne sm o 0 P arti do se or igina lr ne nte C om un is ta t iv es se s e o po st o d es cr ev eu a N AT O - a nt es e oc ar ni ca da me nt e c om ba ti da co mo u rn v eic ul o da h eg em on ia im pe ri al ist a, m as c om o 1S p en de nc ia n ac io n al i ta li an a , O lh an do p ar a tras, s ab em o s
a
a e le s. A ss im B erl in gu er p el o p ar tid o - mo mais u ma "garantia" d a i nd eq ue ao P a rt i do
C o m u n is t a
23. Russel Kirtc (1953), The Conservati ve MInd. C hi ca g o: H en ry R eg n er y, p . 4 8. 2 4, C la ud i o P av o ne ( 19 8 5) . " Un T o gl i an i mallTallado",/"dlce
2L Arnald« Lippi ( ve r n o t a n ° I I )
22. S il va no
c on se rv ad or a) : u rn v er da de ir o e st ad is ta s e d es ta ca real das forcas socials da Providencia , , _23
25. Luciano Lama, entrevista em La Repubblica;
II (I) (janeiro-fevereiro)
13-14.
Erico Berlinguer, entrevista em Stern 3 4 ( ag os to
1 97 9) e
Corrten della Sera,
S pi ne tt i ( ve r nota nOlO),
Prof.Hwima.
ss.Paulo.
rJ
OJ.d e: /993
http://slide pdf.c om/re a de r/full/luga re s-de -me mor ia -pie r re -nora
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Luga re s de Me mór ia Pie r re Nora - slide pdf.c om
n u nc a f oi p er m ui do permaneceu
0
E st a a bo rd ag em
a ces so a o p od cr , m as fo i re pro du zid a
l ha do re s d e T er ni e on si de ra va m
0
p re co
em n iv el
i dc ol og ic o,
p ag o
l oc al . E nq ua nto
n a t en ta ti va ,
S e e l e s q u is e re m g o v er n ar , d e v er n pedir d e sc u lp a s a B e r l in g u er e c o l o c a- l o n a p r es i de n ci a n o l ug ar o nd c a nt es e st av a a c or oa . A go ra e la s e f o i e M u ma f oi ce e u rn m ar te lo n es se , 28 l ug a r e n ad a m a ts ,
to do s o s traba-
a s d em is sO e s d e 1 95 3 c om o u m a i me ns a e d ur ad ou ra
derrota, 0 historiador l ocal e s en ad or c o mo u m a c on q ui st a p er m an en te :
c om un is ta
R af fa el e
R os si descreveu-as
E st a v is ao t er n m u it o em c or nu m
quasc
o r e la t or
c om a s h is t6 ri as d e F il ip po ni s ob re G ra ms ci , urna rela'Yao e ntr e d e me sm o e 0 heroi, apontando que "nossas
e s ta b el e ce
l ut as " a ju da ra rn
A s g r a nd es d em i ss oe s d e 1 9 52 -5 3 e a s l ut as q u e s e s cg u ir am (das f o rm a s m a i l; v a n ad a s, C o m o g ra v es l u ta s d e rna, e s ta d o d e s i ti o , WlO de armas de f ogo, b a r ric a da s, muitos feridos ' , ,: ' '. c maehucados) p r es e rv a r am e a m p l i a ra m a u n i d a d das Ii , , , -~ .. wuua e o~ass()(:JrusepoulJcas(ocomtle m ~ t lp a r1 J d ar i o d e T e rn i ), suscitaram p es q ui sa s e ideias a r e sp e it o das relacocs mdustrias estatais com a ec
. ' fabriea,
0
que sustou
0
'
,
das
r on ac
he
.
son. delluhimo
historica, esta scmpre na raiz de urna versao "consensual" da historia: dizendo que a h is to ria e sta va " cer ta ", a dv og am os . p ar a nos m es mo s, u rn f ei to .
U mb re II (I) Uaneiro):
63-76,
ten'
ten
P or o ut ro la do . e nt re ta ra o, ca da v ez que p erg un te i a v el ho s a ti vi st as s e s ua s vidas co rrespo nd ia rn a alg a p clo qu al tivesscm lu tad o, as resp ostas fo ram
atuais
e duvidosas, "Nao, i ss o n ao s e d eu ; p or qu e t od os o s n os so s li de re s p os s ua s p r6 pr ia s c as as e e u a in d a a lu g o u ma ", d iz u rn velho; "nos pode mos ainda
relutantes suem
0 q ue te mo s", d iz out ro - que e st av a v iv en d o p o br er ne nt e, e m bo ra t iv es se vinte anos exerci do posicoes de podcr na adm inistracao da cidade: " ho je , e u r ee eb o u rn a p cq ue na p en sa o, s uf ic ie nt e p ar a c or np ra r p ar a m im e p ar a minha velha
p er de r t ud o por
m uJh er u rn pedaco d e p ao, d e m odo q ue n ao lenh am os a co nt cc er a in da , p or qu e a s c la ss es g ov er na nt cs e st ao f or ca da s a dar_29
10
, m Umbria. Gli anni difficili, 1947-1953"
2 7, A reorganiz~iIo
' hi • q u e s eg u lU a s ciemisslles r. . I st on ad or c om pe te nt e d iz : " a e m r ' 01 !l,u~,menos "profuncb" do que IICTeditavaRossi, Urn (Franco Bonelli(1975) L ./ P CIa fOI tnab'.1an nlo """-< n ' , , -tidade" 0 SV uppodiu"a ' d. --'.. -IT e n .. u rn a nova ' . E" e ~mpr?a;~ItaliaLa Tern;del J 8l# al / 96 2 . T ~ : maud,. p, 2 8 8) , 0 c om it a ! m u lt i pl ft i da n! "a " pouco, (que U1chua ate D 1e sm o o s f as ci s ta s) c on se gu i u m ul to c
q ue esm olar, t en ta nd o
M as isto po de
t ir ar
0 q u e f or ar n
r ef or ca e l im it a a v is ao p os it iv a A experiencia pcssoal, c on co mi ta nt em en te , D e u m la do , is to in ci ta o s n an ad or es a in sis ti re m n a u ti li dad e e s uce ss o
h is t6 ria .
suas vidas, a ce nt ua nd o o c an ce la me nt o
o s aspectos positivos
o u a di am en to
de descontentamento s an ci on ad o
' .
t
a necessidade de reivin-
paz,26
e le slos c ompone ntes da c Iasse domma . p ro or qur.e a c l as se t ra ba lh ad or a p re va le ce u e ntePO) St'Jt o,p 'do 8 ceder, Eles p odem legislar " ~ SI IO~S na Camara o u n o S e n a d o I ii , e m c u na ; m as a qu i e m ba ix o, d e n tr o d a Italia eles nIomandarn, 26~Raffaele Rossi (I9n) "La t ' ' C
e i dent idade pessoal , N a reahdade.
dicar determinada alYiIo para si rnesmo, em d ef es a d a p ro p ri a dignidade e da presenca
Esta descricao que Iiteralment itua b alhad ",', e, Sl em parentesis 0 ac on tec id o c om o s tra, o,~s ,~ atnv ui as d en ussO es um a sene de decorren cias _ "p reservaram " "am pharam "transf " " ' aceleraram" . o rm ara m -, d ifl Cll me nt e t ern cr ed ib ili da de m ais fact I ' ua que 0 s on ho u cro ni co d e F T ·27 M de . , as is to s e e nq ua dr a n a r ec es sid ad e Ii pp cn r ' . I ' se Im agm ar uma h i st o ri a g r ad u al " que eva ao 'compromisso historico" progresS i va , a n tc c lp a d o p o r c i rc u ns t ao c ia s de com o forcas anta -', ' ... COO,PCI'al;
sentido d e a ut o- es ti rn a
I
onam ia reglona , acclerando urna p rofunda reorganizacao da tran f se u f e c hame nt ' , s ormou, pela pnmeua VCZ, de produtora
oea dehensde guerra e m p r od u t or a d e hens de
a e nt ro ni za -l o: e le , a ss im , m an ob ra p ar a d ar s ig ni fi ca do n ao s o m en te historia do partido com o t am bem a sua p ro p ri a h i s t6 ri a, Se 0 passado serve para jusuficar 0 present e, urna v id a de luta dev e ser vista co mo u m sucesso para da r
a
p el a l id er an ca ;
s c d es cu lp a,
do o ut ro , f or ca -o s
e st a d is po ru ve l,
a aceirar
m et as , co m u rn s en tim en to
ou p er da d e s ig ni fi ca do , 0 d is cu rs o p os it iv e,
p or o ut ro I ad o, d ev e p ro cu ra r pelo rnedo de d es ap ro va cs o
errado"
da realidade;
de s ua s u lt im as
da de
p ro nt o, a rt ic ul ad o.
p es so al n o e nt an to , e
0 d is cu rs o d e negacso,
re un ir s eu s es bo co s co ns ta ru em era e e e sobrecarregado e p elo i so lam en to , " Eu s in to , ca ma ra das , s e e st iv er
p ro vo ca do r
e t ir ni do , A me ri go
M at teu cci ,
" ma s ai nd a s ou p el a
r ev ol u cao " . Ent!o s il eo ci o,
0 c on fl it o
p as si vi da de ,
e n tr e
0 i mp ul so
a qu ie sc en cia
n cg at iv o
e 0 p o si ti vo
s em p arti cip aca o:
" um a
s em p re
p as si va ,
resu1ta em
s em pr e
m era -
2 8, A lf eo P ag an el l i ( na sc id o e m 1 9 08 ). 4 d e j a ne ir o d e 1 9 80 , 2 9, A g am an te
A nd ro sc ie ni
( na sc id o e m 1 9( 2) 2 1 d e j u nh o d e 1 98 2 ; A r n al d o L i pp i ( ve r n o la n " 1 1 ).
54
Prof, Iflsrtwt..,
sa o
P.. 1o . (10),dn. /99J
Proj,If,sWna.
SikJP.... o, (IO),d.Z. 1993
55
http://slide pdf.c om/re a de r/full/luga re s-de -me mor ia -pie r re -nora
29/91
5/10/2018
Luga re s de Me mór ia Pie r re Nora - slide pdf.c om
m en te
fo rm al co nco rd ancia
outros,
0
em 1 977
3
e me rg ir
co m a linh a p artid aria,
q ue i mp ed e a d is se nc so 0.
0 d is cu rs o d e n eg at ;i io
s om en te
u rn a ten dencia
a d eleg ar
d e v i r a t on a" , c om o u rn p ain el d e l id er es
e
e ntr e li nh as , c om o
d is to rc id o,
e nt er ra do ,
s on ho , m e t af or a,
d es vi ad o
ao s
feito, cntao h a v e. .riaesperanca: talvez ele pudesse evitar futuras calarnidades nao repetindo de novo aqueles erros"
re un id os
e p en ni ti do
l ap so , d ig re ss ao ,
a
e rro , d i-
famacao, u er on ia - t od as a s f on na s q ue permitem ao relato r d ar asas ao s seu s sene , nao o bs ta nt e, c on tr ol ar a tensao por intermedio de u r na o r ga n iz a ca o formal do discurso. t im en to s
D a m es ma f or ma , a fU Il 93 0 d o t em a u cr on ic o e s us te nta r a e sp cr an ca :
lideres d o passad o l id e re s
m e I h or es ,
dcsejos
e
O s s ig ni fi ca do s
a culpa
e
d e c on tm le
i ns er id os n a n ar ra ti va
e rr ad a d a h is to ri a
e
t ra ca da
a tri bu id a a er ro s e fracassos da l iderarca,
m e n t e e n c on t ra d o
na historiografia
u ma - e no rm em en te
c or re sp on de m
a d oi s m o ti vo s
a p a rt ir de u rn e ven to
0 U 1 t im o m o t iv o
da N ova Esquerda, onde
e
u ti li za d o
i de al - i ma ge m d a c la ss e t ra bal ha do ra
s in gu lar ;
e
ou
freqiiente-
p a ra s u st cn ta r
re vo lu cio na ri a
r eg ul ar-
m en te t ra id a p or M er es r ef or mi st as e " re vi si on is ta s, ,3 1. R el at os u cr on ic os , a pa re nt em en te s em el ha nt es e m s ua r et 6r ic a, d e f at o, e xe cu ta m um a fu ~a o
e mb or a o po sta .
da h is t6 ri a s o br e 0 "nosso" l ade, percebe-se ai uma ~ o se cul par a "inexatidao" nifica slg 9ao de que e ainda 0 no sso lado q ue faz a h ist6ria. Trata-se da me sma ~ e nl al .i d ad e
i ns p ir ad o ra
d o milo de Pueblo,
0qual
braneo
a t ri b u i a c ria c ao d o h om em
1)0
possivcl:
corret am cnte m ai or es : a t en de nc ia
p erd cram
N os
fu tu ro . po dcm
e, talvez,
relates
u cro nico s,
a lid cran ca
d em on ia co s
t am be m o s te rn p ar a el im in a~ lo s:
e nou 0 p ov o b ra nc o, u m a c er im O n ia i nd ig en a W itt se refere a urn i n d io n a v aj o :
0
" se a m ag ic a
e on tm la rn ,, 33 .
i nd ig en a
S im il ar me nt e,
M at t
u m pap el
db.
da classe
s ao m e mb ro s r en d a) , preserva
A p cs a r
mais
aq ueles
d os m e-
criaturas ambivalentes e n i lo o b s ta n te
0
a p os ic ao
grup o ao centralizar
ta nt o i ru ern a q ua nt o
para si a cu lp a e a censu ra.
d os Iideres
e xt ern a
A leal d ad e ao p artid o
nao sc basei a, co mo e ri ti co s d e fo ra del e sem pre apont ararn, na fe m it ic a e m s ua ind e t ra ns po rt ar s eu s f ra ca ss os para a e s fe r a do milo.
E ai que novamente a incxatidso f ac tu al d e muitos relatos ucronicos torna-se Filipponi
0 fato da decisao de Togliatti tcr sobrepujado a oposi cao i magi nari a de
na o foi raz..io suficiente p ar a q ue a I ta li a n ao t iv e ss e s e t o rn a do s o ci al is ta
ap os a 2a G r an d e
G u er ra ;
0
a s im p le s e ve nt os ; s it ua co es a a u to - es t im a
do n ar ra do r e 0
c ul tu ra e s ua e st ra te gi a
t ri un fo
d o fa sc is mo , 0
d ep oi s d a la G ran de pode?s.
c om p le xa s 0
e
n ao
c om p le xo
p ro ce ss o
h is t6 ri co
a d il er na s d e s im o u n ao , A ss im ., i st o p re se rv a
sen tid o p or ele d ad o a seu p ro pr io
a tu al p ap el T ud o
0
G ue rr a,
0 motivo ucronico r e move
d o p ar ti do ,
reconduzido
p as sa do ,
m as l or na
suas l on ga s c ri se s d e id en ti da de ,
de v o lt a p a ra
0
p l an o s im p le sm e nt e
s ua t at ic o.
J I . 0 e xe mp lo t ip i co e Proletan Pregava: "a ausencia d
JenZQ ri\lOluzi . t el . Dole d e ~ I C ur ia.. o p. c it ., muito p o pu l ar n o f u n < lo s alOS 60. r ev ol u ~l o i t al ia na ". ( v. ~ m 2 e; )t u ;1 5 revolUClO nlirios, em uhim. i ns t in ci a. • c au s a da falta da 1972) tambem dizque I n ' P d .: e re my In ch er (Stricke., S an F ra nc i sc o: S tr ai gh t A rr ow B oo k s, ge e 'omenlar gRves e f It . d' . o maximo PIITI conte-l, 0 . revo as, SO Icatm eseus hderes t e rn sempre CIit0 ' b p a ~ d . . as, enquanto 0 Impulso io p~ m lh t an le s. 0 q u e e s t as l eo ri a g< .. .. ,. .. ., p a r uu c on st a nl em en l .e d o g ru p o e p ar ti do s cg ui da me nt e g a m ~ n c on se gu c" :, e xp hc ar e p o rq u e o s m il i ta nt es r ev o l K :i on an o s d o er I etan~as refomllstas ou vendid4s 3 2. L e sl i e M a rm o n S i lk o (19n) c . . e re mo ny N ew Y rk" V'k' .1 Malcolm X. COm a .s sist enci a d AI H O I mg, pp. 139-45; (1968) The Autobiography 1~ e ex cley, Hannodsworth, Middx: Penguim Books, pp. 2 .58ff. .. . P ao la L ud ov ici (1 98 0) "N ar r· · . d' 1/ .. Iva In lana Contemporin ,. I EI . . , ovecento arnerlcano. Rome: L ucanni. ea . n: enure Zolla (ed.) I contemporanet-
0,
3 4. M at t W it t ( 19 79 ). " Go d' s c ou nt ry ". I n: Our Blood Four Coal Mining Families. Washington, H i gh l an d er R es ea rc h a nd E du ca ti o n C en te r, p . 7 6 .
oc:
3~. Ha u rn e ve nt o p ar a 0 q ua l e nt re t an t o, a h i st 6r i a " uc ro n ic av po di a s er a pl i c8 ve l: a m a r ch a f as ci st a s ob re R om a e m 2 8 d e o u t ub ro d e 1 9 22 t en . . s i do f ac il me nt e s us t ad a s e 0 r ei e 0 g o ve mo t i ve ss em u sa do 0 exercito contra ela; talvez ahistoria tivesse sidodiferenle. Nenhum entrevistado, entrelanto, trata este evento em termos ucronicos: e essencial, realmente, que 0 fracasso esteja do " no ss o " I ad o e , ,1 0 d o d as c la ss es g ov er na nt es . I nc id en t al me nt e, a s v e r so es u cr on ic as d a h i s tc ri a tambtm sio encontradas e nt re o s f as ci s ta s . M ar io S as si ( na sc id o e m 1 90 6 ,1 2 d e j a n ei ro d e 1 9 83 ) d i z q u e a l t al i a t er ia g an h o a 2' Grande Guerra s e E n ri c o F er mi e o u tr os c ie nt i st as n u cl ea re s n ll o t i ve ss em s e b an de ad o p ar a 0 outre lado.
P r o}. Hist ona; S iIo P ""lo, Pro}. Hisl6ria,
a
trabalhadora, em t ermos de s ta tu s , p o de r, educacao, alguma
de ambivalente,
mais dificil avaJiar
.,0. Rinascun, 6 d e j an ei ro d e 1 97 8 .
!lOSSOS
d e u- sc
foi causado pela besitacao de Turatti e m b u sc ar
. . . a own ta U,comoquando sereferiuacertas lendas em ocasloes nnpr6pnas. Assim s en do s e d st . . , ega res natunus fossem causados por algo que ele tivesse
de
t ra ba lh ar
de forma errada - e cx plicad a pcla acao d e individuos qu e estso conosco (no partido, que eles realmente representam) c nao sao dos nossos (nan h is to ri a
a presenca de adversaries sociais e p ol it ic os ; r ed uz POdeserqueeletenhav iol
sim ilar
estar certos
t ra di ca o - n os , o s c on st ru to re s d e h is to ri a, de via mos
relevante.
g e.ra r p o de res
0 m un do
que sustent am posicocs confl it antes, m as i gual mcnt c nccessarias. N este caso, a con-
do gru po , d e s eu papel central na h is to ri a, e s ug er em
t er n p od er p ar a
ex erce
diadores na interprctacao cstrutural d e m i to s d e L e vi -S tr au s s:
f a l i b i lidade, m as s ir n n a h ab il id ad c
0 grupo
a o portu nid ad e.
escolher m el ho r a s liderancas.
~ m ag la negra i nd ig en a, o u 0 m it o n ac io na li st a n eg ro , no qual a raca branca e ienti v 32 m ve n9 ao d o cicn i st a racub, u rn n eg ro m alu co . E stes mitos reforcam 0 sentido q ue se
nao perder
necessitarnos muda r a m ag ic a, m as s o me nt e
I)jO
s e n os so s
d e " au ra r c nq ua nt o 0 t ordo est a voando",
a chan ce
( 10) , dez. / 993
57
sa o P all ia, ( 10) . de: . 1993
http://slide pdf.c om/re a de r/full/luga re s-de -me mor ia -pie r re -nora
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Luga re s de Me mór ia Pie r re Nora - slide pdf.c om
A s c on se qu en ci as p o de m e st ar , a o m e sm o t em p o, n o n fv el da a t u aJ p o l ft i ca e ao ~ el ~ im agin ac ao p olitic a, P or o utro la do , a m aio r p arte das r ea co es d o s c or re li gi on ar io s s ob re 0 c om p ro m is so p ol it ic o h is to ri co t en d e a s er r ed ir ig id a e m ita libe rd ade de m ovim ento e p agarn os p or isto t er m o s "t ar ic o s: " n os lhe s dem os m uita
ARTlGOS
n a_ s el ei co es "; " Be rL in gu er p ro p os u m a a li an ca p o rq ue s ab ia q ue a s d em o cr at as cn sta os ,a re cu saria m e en tao a c ulp a n ele s " ', "O lh e ,erB I mguer ' _:r. ' lidO e menurosa. E le f ez i st o para alcan car n ossas m etas rapi..l---n te,,36 0 c om p ro nu ss'hio s to"nc o, ~ v er da de , e ra m w to maier: e r a s i n to n i a e c a us a d e p r of u nd a s m ud an ca s n a i de ntidade, n a c om p os io o d e c la ss e e n o papel p ol it ic o d o P ar ti do C o m un is ta E st e p ro c e ss o ~ a rg in a li z ou m u i to s a ti v is ta s d o s v e l h os t em p o s, c u ja i d en t id a de e ra t ao l ig a da f id a o p ar ti do q ue e le s s e s el V. i bo ram en os, em ra se recusassem a reconh ecer 0 q ue rerum en te s uced eu U m a criti tati ' , , ' ca ca p ern utlU -lh es da r v o z a s e o s d c s co n t e nt a m e n to s "
undas e per tur bacoes, e , a s suAn ,pnmazia sde u ast actiau is pr of d casa s sc am a;ftJ.~ e m a o e m m ao , c om u ma i ma ge m ci a historia co mo u ma s en e d e d is cre to " d , s p on te s e m ud an ca ", c r is e s , m o m e n t o s cruciais os quais encaram a revolucao ' ' , com o um a confrontacao Slflgular: traumatica, violenta m ar s q u e c om o u rn I en to e p fund " ro 0 p ro ce ss o d e m o dI fi ca ca o s oc ia l. E m bo ra t od os e s te s n a rr ad o re s s o nh a ss e m c o m de im am na-I ' urn n ovo m undo , eles eram p raticarnente incapaz es 0, con cen travarn ·se na b usca I" , r e v o u c i on a n a da m an ute nc jo d o p od er m a s e ra m e xt re m am e nt e v ag os q n do i do ' ua 0 IIlSta s a d e sc rc v er q u e espe c ie d e s o ci cd a de esp eravam com o d esfecho 0 m ai " S o v i et i ca _ i s to e s ~ r~ xu no q ue c he ga ra m d iz r es pe it o a Uniao ' , " a u rn o utro m und o J a existentes, A u n ag tn a !; lI o u c ro n ic a a s si m , I i na b , . cia tradicional fil ' , ' rev e a a ilidad e de u m a s ig n il lc a ti v a p a rt e id e t ra c o m u r us t a p a r a ,COnsl e ra r q u e c a ra c tc ri st ic a s b a si ca s da estrutura e da teoria do P 'do estado n a origem d am ~ om u~ sta -, e d e s u a p r op r ia i de nti da de - p od em t er o c ar nl nh o Illdevldo" ci a hi ~ ' ~~na, Revela, tamoem, qu e para m uito s destes ativ istas era " p artid o e stav a s e to man d I p e~ so ed ifie d ad mitir, e m es mo irn agin ar, q ue 0 d' o a g um a c or sa total e para a qual vinham ' i d m en te iversa do q u e h a vi ar n e o nh e ci d o 0 , Por ou tro,0l,ad , a ~o u cr fm i ca t am o em r ev el a fi ial o f r ac a s so ci a hist6ria V IVI a I' m ag lD o lei ao exp hcar a e '.. , , , d e m ili ta nt es . A u cr on i a s' xpeneOCIa exlStencial de u r na m a ro n a a, SID1, resguarda a Precl'O sa da i '.. , d m u nd o e xi st en te m a s fi ., C O I lS C Je I1 C Ja n yu st ll ;a 0 , ornecs os mcio d ' e m q u e a vi va a s c h ar na s d de s e re slg~ ao e reco nciliacao. N a m ed id a e d es ej o. f az CO m q u e e s ta s co n t~ n ta m en to a o r ev e la r a c o nt ra d ic ao e n tr e r ea li d ad e contr adl~o na o e c lo d a e m c o nf li to a b er to ,
a :~ ,
Preducao Academica da Pos-Gradua~io
UdJIK
< U lk,
b
36, V lZliero M'-I '
( id vI nasci 0 e m 1 9 31 ), 2 9 d e i , :::82, Dante Banolini (nascido em 1ge1~~~;odd~ 1980: Amedeo M at t eu cc i, c on ve rs a, 3 0 d e a br il d e atlrucci arevolu\,io: veroola nO 14).' e eVerelro d e 1 91 3 ( em r es po st a a o v er so d e A m e ri g o
Proj:HistOria. SiloPOllIo. (10), 1hz.1993
em Historla da PUC-SP
Maria de Lourdes Monaco Janotti Marcia Mansor D 'Alessto+
R e fl et ir s o b re a p r od u ca o a c ad e m ic a do Pr ogr ama de E s t ud o s P 6 s -G r a d u ad o s e m H i st o ri a da PUC-SP e r es po n de r a a m pl as e xi ge nc ia s q u e v er n- se i mp o nd o a critica hist6rica contemporanea. P or e sp ec if ic o q u e p ar ec a, 0 o bj et o e m p au ta n ao d ei xa d e s ec e xp re ss iv e n o c on ju n to d as i nq u ie ta co es d o p en sa m en to h is to ri og ni fi co b ra si le ir o e de s ua c on . tribuicao a c o n s ci e n ci a c o n t e m p o ra n e a , Razoes nOO f al ta ri am p ar a j us ti fi ca r e ss as i nq u ie ta co es , d es de a s de carster p art ic ul ar - c om o a c ri ac ao d o d ou to ra do e m 1 99 0 e a r efo rm u la ca o do mestr ndo dentm de u ma n ov a co nc ep cao - ate as d e carater m ais g eral, q ue re sp on dern a i nd ag sc oe s p ro ve ni en te s d e p r op o s it u ra s t eo r ic a s r ad i c a i s, a n un c ia n do 0 firn do p ro p ri o p en sa m en to h is to n co . O s t ra ba lh o s d e H is to ri a p o ss ue m e ss as a rm a di lh as , P or m ai s d el im it ad o q ue s ej a 0 te rn a do t ex to p ro du z id o, u m a a na li se c ri ti ca s ob re e le e nv ol ve d es de a s coodicees m a te ri ai s d e s ua prod~ao ate a compreensao da s r ep r es e nt ac o es i d eo l 6g ic a s s o br e a s q u ai s s e s e di m en t a, o material de p es qu is a c on su lt ad o f oi a s t es es e d is se rt ac oe s a ca de m ic as p ro d uz id as d e 19 45 a 19 90 q ue , n urn p rim eiro m om en to , in du ziram ao u so d e u ma m e to d o lo g ia q u an t it at iv a e a c o ns tr u ca o d o s t re s q u ad r os -s i nt es e s u t il iz a do s n e st e a rt ig o . A p a rt ir d e st as c o ns ta ta c oe s i ni ci ai s , e m e rg ir am i n da g ac o es q u al it at iv a s p e rtencentes a u r n u n i v er s o de c o m p o n e nt e s c i rc u n s ta n c ia i s . D e l e e m e r ge m n a t u ra l m c n tc a s r e la c rO e s i n s ti t uc i o n ai s , 0 c ot id ia no d as a ti vi da de s a ca de m ic as e a s d im e ns
D ep ar ta me nt o
d e H i s t6 ri a, P UC -S PI US P e D c: p at 1 am en lo d e Hlatori a, PUC.SP. respectivamente,
Proj, HWi>rid. S60P,.lIo. ( 10 ), d 4 1 99 3
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Luga re s de Me mór ia Pie r re Nora - slide pdf.c om
c o s c c ri ti co s . E n co n tr a- se r es p al d ad a e m i ns ti tu i <; o es r ec o nh e ci d as
p e la s o ci ed a de
c pclo Estado c o m o d e te n to ra s d o s ab e r, t en d o a ss im a s t m iv e rs id a de s
conquistado
h e g em o n i a, e m b O f ' d na o e x c lu s i vi d a de , e n q u an t o l u ga r de p ro d u cs o d o c o nh e ci m en t o hist6rico. A s a c ad e m ia s c o nv e nc io n ar am e n tr e s i n o n na s para a elaboracao e d i v u lg a ~ ao d o c ~n he ei me nt o. I st o, e m bo ra s e c on st it ua e m l im it es p ar a a c ri ac ao i nd iv id ua l. t a m b em r e p re s e nt a um a amplia
o qu adro
a seguir obedece
Ha varias r az 6e s q ue j us ti fi ca m a pcriodizacao dessa producao e m d ua s r as es distintas: de 1945 a 1 97 0 e de 1977 a 1990. Inicialmente, deve-se considerar que 0
e ns in o s up er io r c at ol ic o e m S ao P au lo e ng lo ba va a F a cu ld ad e d e F il os of ia , C ie nc ia s c Letras "Sedes Sapientiae", f u nd a da e m 1932, e a F a cu l da d e de Filosofia Ciercias e L et ra s d e S .8 en to , fundada em 1908, a m b as m i n is tr an d o c u rs o s de bacharelado e licenciatura e m H i st 6r ia . Sucessivas reformas universitarias d es m cm b ra ra m , e m 1971, e ss as d ua s f ac ul da de s, q ue se r ec o ns ti tu i ra m e m n o va s u n id a de s. Desse contexto nasceu, n o m e sm o ano, a F ac ul da de d e Ciencias Sociais e Service Social. Em 1976, p or u m a r ef on na d o e st at ut o, houve n o vo d c sm e m br am e n to , s u rg in d o a atual F ac ul da de d e Ciencias S o ci ai s q u e a b ri ga 0 D e pa rt am e n to d e H i st 6r ia . A producao d a a n ti ga Faculdade d e F i l os o f ia , Ciencias e Letras "Sedes Sapientiae" estendeu-se de 1 94 5 a 1 97 0, co m caracteristicas qu e a d is ti ng ue m d a f as e p o st er io r , e st a l ig ad a a cria
°
Q uadro II
DE 1945 A 1970
PRODUCAO
--_._-
.-
EMAS
1945
1957 .-
~
1960
1965
1967
I . H . MODERNA .Jansenisrno
na
10
Frarn;a
Habit. Romanas
1M 1M
.Siollia pre·Helenica
19 45
---
-_
.Limites Hist,
DOllTORA
~7 60 65 67 69 70/77 I
I
oo s
I
I
i r ] I ., ..L--L--L:__L.l_L HITAL DE D EF ES AS ~ 7 4
I
I
-.L.
j_
5
1
3
3
1M
Antiguidade
D E F EN D I DA S
.-
3. H. BRASIL
78 79 80 81 82 83 84 85 86 87
6
.~
1M
.Origens de Roma
Quadr o J C O R PO D O C U M EN T A L'
MESTRADO S
1970
2 . H . ANllGA
.. a u m a d iS p o sl ty ao c r o no l 6g ic a d a p ro d u ca o .
. T E SE S E D I SS E RT A < ;O E S D E 1 94 5 A 1 99 0
1969
.Re~s 88 89 90
.Ensino Feminino 3
I
6
7
13 12
5
,
1M
Ign:ja
Estado d e S il l P au l o
ID
e m S P ( Co lO ni a, mperio) T OT AL ~ 2 D OU ro RA ME NT OS
J 5 ME S1 lU \O OS
Pm]. U,.,ima. Silo P aulo. r I 01 . d e z . 1 1 )1 } 3
Pro}. Hisloria, SIloPt1ll w, (10). dez. 1993
http://slide pdf.c om/re a de r/full/luga re s-de -me mor ia -pie r re -nora
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Luga re s de Me mór ia Pie r re Nora - slide pdf.c om
Antes de 1970, n30 havia
00 pai s
uma pol it ica nacional hom ogenei zadora
sobre
a t i tu l a ca o a c ad e m i ca , A s uni versidadcs est abel eciam seus pmpr ios cri terios de tit ul ac ao - p el o menos a q ue l as q u e possuiam autonomia para tanto -, conseguindo 0 reconhecimento da comunidade cicntifica segundo a reputatyao que desfrut avam . N o que se refere a s universidades oficiais 0 0 R io de J an eir o e d e S a o Paulo, a regul am e n t ac a o d o doutoramento p re ce d eu a das demais por t er sido intimamente vinculada a institucionaliz..acOO da carreira universitaria, q ue t in ha p or o bj et iv o p ro ve r c ar go s e f ww;6es pUblicas de acordo com a l egislW;oo. E ss as i mt i~ Oe s, n es te s a no s i ni ci ai s, a tr ai ra m d oc er ae s d a P UC , q ue n cJ as se titula ra m doutores . 0 r ne st ra do s om en te p as so u a e xi st ir a p ar ti r d e 1968, sem contudo s e c o r su n n r em urn passo obrigat6rio da carreira universitana. 1510, entre
outras razoes, esclarece aspectos Iacunares ci a p ro du ca o d a PU C d e 1945 a 7 0, p oi s alguns de seus docem es e a1unos titulavam-se e m o ut ra s u ni ve rs id ad cs d o p ai s o u do exterior, principaIrnente aqueJes que, pertencendo a carreira eclesiastica, encontravam acolhida em i ~t it uj 90es
de ensino superior ligadas ao Vaticano.
De qualquer forma, nesse periodo a PUC ainda n.i o possula urna pol it ica sOl idI q ua nt o a s eu s titulos unl versit irios. D urant e vinte anos sO foram registrados doi s d o u to r am e n t os e dois mestrados. Sal icnt a-se, t am bem, que quatro t rnbal h os , d e urn total de sete, abordavam lemas de Hisl6ria Antiga c s omerse a partir de 1965 detcclOu-se um fluxo mais constante de producao
H i t, c o n tu d o , a l gu m a s tcndencias aparentes quanto a nat ureza do conjunto, que ~areccm .resultar de inicialivas individuais e de circunstancias aleat orias. U ma del as e se rn duvida 0 carate d .. ' , r gene nco os t rabalhos de H istori a A nt iga. Exploram t em as de gra.nde ampli tude, present es em com pendios uni versi tanos c apoiam-se, quase " " I \ . . ali . . cxcluslvamente em 0 , .. .' c n ce~s inadas a construcao de quadros expli cati vos de epocas histoncas. Niloapresentam acrescimos a s q u es M es a te e n ta o p r ob l em a ti z ad a s
e m e st ud o ft J I' . . . . s 0 oglcos e arqueol6gicos d e a uto re s a le rn ks it alia ro s e f ra nc es es d o UUCIO do secuJo. • A unica lese d
H' t" M . e IS ona edema, Influel"lCia d o J an se ni sm o n a h is to ri a da aventurava de consider.ivel complexidade e extensso, n ca , t a mna be mhis e . e m a s s un t o rccorrente SIOnografta francesa da epoca, priocipalmerte em obras de fi . . Fra
1
ISIOoonua
•
naciO nalista.
•
No eraanto os trabalho d H' ,. '. ". rstona do Brasi l cam inharam em sersido diverso. ' 5 e
. preclsos sa o seus o bieto
b
.
J
S
. e m ov ad o- seu corpo documental. Evidentemente,
USCa um a exphcac;a o imediati
ci a d' ada
ec
t
nao se .
s a para a produ.; ao histori ogrMi ca, ent retant o, a parti r . ca enuca vlnha-se preocupando em expli car a formacao
de 50 a cultura ad"
•
I. lrineu LeOPQldillO de S o u z :a ( 1 9 4 5 ).
histori ca nacional pel a anali se de seus aspectos ext em os e i nt ernos. Elaboravam-se explicacocs economico-sociais de carater cstrutural, expressas na historiografia por invesugacees baseadas na l1OI;ao de p r oc e ss o h i st o ri c o b r as i le i ro , E s s es trabalhos tinham como pcrspectiva ideologica desmistificar as versoes ant eriores, t idas com o n.io cientificas. Dentro dessa perspectiva
de v ol ta r- se p ar a a r ea li da de d o p ai s, a pa re ce , e m 2
1 96 0, u rn e st ud o s ob re e du ca ca o f er ni ni na e m S ao Paulo , a nu nc ia nd o o bj et os e a bo rd ag em , q ue s o foram retomados nos anos 80. A l ese i nt roduz 0 tema da mulher, t ra ta a questso educaci onal por ela propria e n ao c om o r ef le xo , c he ga nd o r ne sm o a i nt ro du zi r a p al av ra m en ta li da de e m s eu d is cu rs o, A le m d is so , r ef or ca a p ra ti ca da quaI emerge
0
h is to ri ad or d a P UC n aq ue le m em en to : a b us ca e a consulta de fontes
pri manas. A tuavam com o profess ores oricnt adores nesse periodo: A lfeu D om ingos L op es , G iu li o D av id L eo ni , L ed a M ar ia P er ei ra R od ri gu es e P ed ro C al mo n.
o Programa de Est udos Pos-G raduados em H istoria, eri ado em 1972, i ni ci al m en te s e d ed ic ou a o m es tr ad o, i ns ti tu in do a pe na s e m 1 99 0 0 doutorado. A reguJaridade da p ro d uc ao a parti r de 1977 possi bi li tou aut o-avali acoes const antes, pernrit indo que em 1985, 1990 e 1991 fossem i nt roduzi das rnudancas decorrentes da propri a dinam ica i nl em a) do Program a.
°
Programa teve como A rea de conccnt racao A ss ir n, d es de 1 97 2 a le 1 99 1, H is to ri a d o B ra si l e como eixo t em at ico Est ado e Sociedade, abrigando duas l inhas d e p es qu is a: H is to ri a d as I de ol og ia s n o B ra si l e H is to na d os M ov im en to s S oc i~ s n o B ra si l ( 19 85 ). Em 1 99 1, 0 recern-cri ado doutorado (1990) e 0 m estrado ali -
nhar am-se em nova Area de concentracao - Historia Social, tendo como eixo t em at ico H ist6ria e Cultura, c om pr ee nd en do . re s I in ha s d e p es qu is a: C ui tu ra e C i4 dade, Cul tura e Trabalho e Cul tura e Representacao. D ut ra c on fi gu ra ca o e on ce it ua l c ar ac te ri za a p ro du ca o d o p er io do d e 1 97 7 a 1990 oferecendo a refl exso element os seriais organi zados em conjunt os t em at icos, No s f in s d os aros 70, 0 P ro gr am a d e E st ud os P os -G ra du ad os c om ec av a, c om a d ef es a d e o it o m es tr ad os , a f ir rn ar -s e n a p os ic ao d e c en tr o aglutinador histori cas, que se consoli dari a na decada seguinte, ati ngirdo sete mestrados e m 1 99 0. ( Cf . Q ua dr o I II ).
0
de pesquisas
to ta l d e s es se nt a e
2 . L ed a M ar ia P er ei ra R od ri gu es . A instrorao femimna em Sil D Paulo. T es t a pr es en t ad a n ? c on cu rs o p ar a provimento efetivo d C ad <: i ra d e H is t 6r ia d o B ra si l . n a F ac ul d ad e d e F il os o fi a, C Je nc la s e L et ra s "Sedes Sapientiae".
J. cr. Relaterio do P.£.P.G .H. a CAPES, ano de 1992. ltens: !Toposta do Curse, JU$tific a&ivae Mud~. 4.
Embora 0 corpo docmtental (je,te . ti g o t en ha -s e f ec ha do n o lIDO de 1990 pelo c.iIter substancial da reestrut~ do Prognma. nio p as so u d es ap er u: bi o o~ o • .oosde )~) e 1 99 ~ IIpI"eICtIIanun elevsdo defendidM vin culadas Is hnhas d e p e sq u t sa q u e Vlgonnm n U n t e r o de 1es1$ e d~ a~ 1991.
62 Proj. HiSrOl"iQ,S iioPallw.
(10). J,ez. 1993
Pro). Hw6rJ4, S
63
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P od er ia p ar ec er d e i me di at o q ue u ma p ro du ca o, a ba rc an do
QuadroIII
C L AS SI F IC A CA O D A S DlSSERTACOES DEFENDIDAS N O P R O G R AM A DE HISTOR1A S E G UN D O A T E M AT I C A E ST UD AD A - 1 97 7 A 1 99 0 -
"~~ _ ~.-, -,-
TEMAS
n
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I. P olitica/E stado
78
79
80
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81
83
84
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I
R u r ai s
I
1
I
I
I
89
90
i
:E possivel i magi nar a apreensao cogni ti va do m at erial produzi do pcl a rcl a<;ao que se est abel eceu ent re aut orcs, t em as e interlocutores d a . i decorrentcs. Nessa reIa.; 0 0, n ota -s e q ue h3 t ra ba lh os mu ito p r6 ximo s e ntr e s i, q ue s e d es en vol ve m n o
!
m csmo uni verse conceit ual apreensivel na obscrvacao de i ndicat ivos com o: bibli o-
!
grafi a e fontes consult adas, escol ha e recorte do t erna, i nt enci onaJidal ie e vocabul ario c on ti do s n o t ex to . H a, e m s um a, u rn a f on na d e c on cc bc r a propria m ve st ig ac ao e a
TOTAup~1 \
II
2
-----~.-----~~+_-~~~-t-JL~ 2. Moviml:llw penirioJ t I t t T r a b al h a do r e s
e m i nt er pr et ar a r ea l id ad e s oc ia l, e a tu ar n o s er ui do d e modifica-la
, ,_ ,, ~ T ~ -
82
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2
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10
3 . L u ta s P o pu l ar e s/
Condi~(lcs de Vida
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Arte/Autores
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6. Cldade,
Modemidade,
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7 . I m i g ra 9
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Migranles
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:8, Igrejas
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Organi~ (les
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II I. Hisloriog. L Fontes
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Brasil:
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3
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I
do discurso, segundo urn uni verse de reprcsent a<;O es sobre a contemporanei dade brasi leira e 0 papel social do histori ador, que conccdcm fisionomi a propria a conjunt os de t rabalhos no t ot al da producao. Nutrem-se das mesmas rnatrizes teoricas envol vi das nas anali ses sobre uma epoca de dit adura m il it ar e de desorgani za.: ;i lo da sociedade civil . Sao respost as possi vcis a uma reali dade hosul a vida universitaria e it producao critica.
o
f im d a d eca da d e 7 0 i ni cia u rn p er io do co m p er fil m ui to ni ti do : a g ra nd e
maioria das dissert scocs revel a urna prati ca histori ografl ca cujo trace fundamental
e
a preocupacao
com a t ot al idade fustori ca, i nt roduzi da pel a abordagem m arxi st a e
p el a E co le d es A nn al es . A b ib li og ra fi a r ev el a u ma m ai or i nf lu en ci a d o m ar xi sm o pel o num ero de aut ores bmsil ei ros ou est rangei ros dessa t endencia m enci onada. 0 resul tado sao t rabalhos que pri mam por est abel ecer relacoes ent re as dim ensoes est rut urai s do real, dei xando t ransparecer a exi sl enci a de wn principio analitico localizado nas "rela.;Oes de p ro du ca o" , j a q ue o s e st ud os p at te rn d a o bs er va ca o d a s it ua c; ao
1
------~-r--t_T.--t-+----+-l---J--J Sociais -+---+-+--+-+--+---2
a pc na s q ua to rz e
anos do Program a. dificil ment e se caracterizaria por t races definidos. N o ent anto, 0 i nt cn so c om pr om is so d o P ro gr am a c om a h is to ri ci da de d e s ua e po ca f oi c ap az d e gerar est a caracteri zacao. H a urn encadeament o t em at ico, est reit am ente vinculado a s linhas de pesquisa escol hi das pel o Col egiado diretor do Programa, compromissado
ecooomico-social
3
,13. Memorial Comunidade
---It--1I-+--i--+-}-+-~--l~'lJ~11-Ll--~2-
para analisar outras instancias.
U ma q ue st Ao m ui to e xp lo ra da n es se p er io do - n ao p od er ia s er d if er en te questao da s c la ss es s oc ia ls , A p al av ra " cl as se " m ar s ca f or te me nt e datando urn periodo historiogrMico hoje em declinio.
0
e
a
vocabuIario,
E m t en no s b ib li og r3 fi co s, e xi st e u ma p re do mi ru in ci a m ui to g ra nd e d e o br as que t ratarn de t em as de economi a e urn nUm ero signi fi cati ve de obras sociol6gi cas. Em qua.set odos os t rabalhos. essas obras superam numer icamenle as de historiadores. 3.
Sabre 0e rn pr eu ri ad o v er J ea n C la ud e S il be rf el d. 0 gr-~popermanente de t f ob t a~ lJ o F "u e ra ,_ oo das Industr-ia! do Estado de S Paulo (I984).lib Stern Cohen. E m n om e das classes cOfuervadoras: AJsQCa"oo Comercial de S. Paulo (1986), T e re z in h a F e rr a ri . En.Glos de Classe 0 Centro do.• IndustrialS de Fa,.Jo e T ec el ag em d e S P au lo 1919·1931 (1988).
65 PrQ) . H $t"na.
SJoP" ", lo.
(10). 1hz. 1993
Pro}. H istoria; Silo Paulo. ( 10) . del. 1'}9 3
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A ditad
T
.
. •
.
.u13 nu itar, insaurada em 1964, e a resi st cnci a dos parudos de esquerda a~ava~ 0 interesse pclo estudo do autoritarismo'e da historia do Partido Comunista no Brasi l. Sobre esses t em as i ncide 0 m ai or num ero de dissertacoes defendi das buscando compreender as orig d f de ' . . . ' . ens 0 r ac as so m oc ra nc o b ra si le ir o E ss a a rq ue ol ogia do pesadelo que atonnentava 0 pais levou a concentra~'" d . .. .....0 C pcsquisas, pnncrpalrne t n.e~ em torno da decada de 30, momento detectado c omo g er ad or d as contradlifoes contempor.ineas.6 O s est udos sobre 0 pe nsarnento conscrvador, t endo com o perspecti va mais ' . abrangent e a ani li se ideologi ICa, c en tr av am -s e e rn u rn a s er ie d e a ut or es , e nt re e le s PI ' . uuo Salgado e Gustavo Barre 7 19uaJ fi " so . me nt e, e ste r as tr ea me nto d o a uto ri ta ris mo 01 responsavel pela a bertura de .nedit . 0 da extrema direita . 8 IJI~d 0 campo de Investig~:lo: :onarqu~sta , precursora da radical organizar;ao Tradi ~o, Fam il ia e Propriedade, astante lllfluente no governo ditat ona. ial Assim, em 199(} surma 0 " b . b d e 6 4' L'" p n rn er ro t ra alho vmculado diretamente a Revolucao . 1 11 lI.e s . .a lm aglnafi fo . dora Ds ,« Geisel 1974-1978.9 c rt a o ra . s d is cu rs ox p ar la me nt ar es n o G ov er no _.J
•
'
•
A q u e st s o p o I it i ca a p a re c e ta be gados ao a utorita . m em em outros temas nao necessariamente Iinsmo e ao Estado e c f exernplo a e n f : . O m o u tm s o nn as de abordagem com o, por bal hosv~ m a ~ ,~ '( mfht o de grupos gerando l ut as i nt em as de poder'" . Esses t raendo gcstada nas reJar;5cs sociais e nas r elacoes de producao, m as . tro d po III uzem C O l Ce lt os e v o c b..IA . lharam ill: . a u ia no encol it Iados em aut orcs m arxi st as que trabae atl cament e a quest ao do poder como A1thusser, Grarnsci e Poulantzas,
I: =
6. A lg un s e xe mp l
. V os: era Hercilia F P h ganes- Gelllbo Vargas . . a c e co B or ge s. A H is to ri a d e u ma e sp er an ca e m ut to s d es en velTloria.$no Ceara P O I ·e , a Imsprensapaulista 1926-1932 (1978). F rs nc is ca S i ml o d e S ou za . InterIIcae oCle dade (1982) W'I eo parrldn Comunlsta brasi/elro (1988 Clei . Ison Montagna A alianca Nocional ubertadora ). Ide Lopes E m c tm a do ocontecimento _A r ev ol u9 00 d e 30 e a Impre nSQ paultsto (1988).
7
MariadoPil d " .. . ar e AraUJO Vieira Em b usca d . AntonIORago. A critica r' . 0 s.,gma. 0 pensamento poli lic o dePlimo Salgado (1978). t B ( amantl c a a nllS erlQ b arroso 1 98 9 ). F or am d ef d id as rasi eira, 0 pensamento truegrali sta de Gustavo ~araldeautOriadeMaria:n I . e m 1 9 92 a in da d ua s d i ss en al (O es n es ta l in h a, s ob re A ze ve do J ul is ka R ag a. p are cl da d e Pau la R ag o, e s ob re G uer rei ro Ra mo s d e a ut o ri a d e El is ab et h
8. Tereza Maria Mafalian A a ., . . fllo t mpertal p alrranov/sla (1978). Vllona R od' . . ngues e SIlva. Em 1991.92 e 93 '" _ . gursa de exemplo confira M .. • v an as d l ss er ta "o es f or am d ef en di da s s ob re e ss e t er na , a d L U c il e id e C emonn e Poder: a ,,~ osta Cardoso (993). . s crlQ\,,-,,,s memonoumcos e 0 r eg Im e de fA. e
9.
10. Marlv Maria K o "
i
A vitoria da Re vo lu ca o C ub an a e m 1 95 9 e a ir ra dia ca o d e s ua s id eia s, p ro p os ta s e p ra ti ca s p ar a 0 t erceiro m undo, as promessas de fel icidade col ocadas pel a " re vo lu ca o c ul tu ra l c hi ne sa " e v iv en ci ad as c om o s e j a f os se m a p ro pr ia f el ic id ad e, o s mo vi me nto s d e ma io d e 68 , a v it or ia d o V ie tni l e m 7 5 f or am e ve nto s q ue m otivaram a euforia das esquerdas nesse periodo, em funcao da sensacao de que a utopi a soci al ista pouco a poueo se reali zava. Int el ectuai s, art istas e escri tores reforcam sua atencao
as
classes desfavorecidas,
aprofundam sua sensi bi li dadc face ao sofri ment o
c ol eti vo , e nf at iz am 0 s en ti m enl o d e s ol id ar ie da de . R ele mb ra ndo a s jtu ar ;~o brasileira, tem-se 0 a ug e e 0 decIinio do m il agre ecoromi co, periodos m arcados por e no nn e
c on ce nt ra ca o
d e r en da , r ea li da de n eb ul os a n a f as e a ur ea , e xt re ma me nt e
visivel no periodo de seu esgot am ento. A ci rram -se as contradi coes de classe, surg in do m ov im en to s a rm ad os n o c am po e n a c id ad e c on tr a a d it ad ur a m il it ar . T ra ba l ha do re s s e m ov im er aa m, r ec ri an do s ua c on di ~o , s ua a ut o- im ag em e c ol oc an do a paJavra t rabalho no centro do vocabulario politico nacional'" .
Provavelmente,
todas
e ss as v iv en cia s te nh am u ma r el ~a o c om 0 l ug ar o cu pa do n as c ie nc ia s s oc ia is e , posteriorrnent e, na histori a pel os t em as refercrses as classes t rabalhadoras. U ma pri meira fonna histonografica t om ada por esse i nt eresse foi 0 estudo do movimento operario. 0 i mpul so em di~ oo a c la ss e t ra ba 1h ad or a s e r ef or ca e , n os a no s 8 0, c ad a s in al d e m ob il iz ac ao p op ul ar e ra a te nt am en te o bs er va do p el os c ie nt istas sociais. Buscava-sc, ansiosament e, com preender as quest oes da c id ad an ia e l ut ar p or c la s. A pr of un da -s e, a p ar ti r d ai , wn i mportant e cam po de reflexao sobre m ovim entos soci ai s. O s est udos ant eriores, que davam aos operarios apcnas a func; :ao de forca produti va ou eonfi navam a classe t rabalhadora nos quadros das organizacoes formals, foram quest ionados, surgi ndo a proposta de um novo olhar, suficicnt cm cnte a mp lo , c ap az d e c ap ta r 0 viver plena desses set ores da popul acao. Poder-se-ia dizer que, no inicio da decada de 80, a cri uca ao l eninismo e elemento const it ut ive da nova forca de esquerda que se const r6i no pai s. Do ponto de vista do conhecimento, wn dos aspectos mais fortes dcsta postura critica foi a qucstionamento da
COOCCPifOO
de vanguarda, que teve como efeito anaIitico 0 deslocamento das liderancas
(pessoas ou parti dos) do l ugar pri vi legi ado que ocupavam na feit wa da H ist6ri a. 0 suj ei to histonco passou a ser 0 homem aro ni m o , 0 lutador a le entOO ignorado. E mb or a e ss a p os tu ra t en ha a li me nt ad o a c on st it ui ca o d o m eo ci on ad o
n ov o
o lh ar , e m a lg un s c as as , l ev ou a constmcao d o " mi to -p ov o" a o h omo ge ne iz ar a s " ma ss as " n a c on di if oo d e p or ta do ra s d e todas as virtudes. Est a e out ras i deal izacoes
.
'p..;zmskt E . fl r Ullir as de ad. er n7lmaeconormo de subsislencia(l980). ~(j
akeYll 11m outrr, norde!le. 0 a/ ApareClda Fomasari. Do l IT o " ,} ,. nop. B ar ha ro d 0 o este (1988).
.
Denise
Mont.elTo
na eConOlnJa do R IO G ra nd e d o N or te (1983). Concel~ lo da propn d J d e a e a t erra ao monopolio acucareiro em Santa 0
/0
Proj. Htstoria: SiioPaulo.
Ii. In v e stigawri5e s
s ob re a f or m~ d o p ro le ta ri ad o b ra si le ir o f oc al iu ra m s ua a te n~ lo s ob re 0 Inlbalho Lucia Helena Gaeta A le ix o ( 19 80 ), M ar ia E vi l na rd es P et ra us ka s ( l9 8 7) . A nt o ni a T er ra d e C a l az an s F er na nd es ( 19 89 ). M ar i a I ra ni B ol dr in i ( 19 89 ). M er ce de s G as se n K ot he (1987).
escravo e a imigr~lo:
( 10) , dez. 1'193
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a ca ba ra rn
u rn d is cu rs o h is to ri og ra fi co
p or p ro du zir
q ue p od er ia
"rruhtante " e q ue , g er al me nt e, r ev el a u ma c on ce pc ao fut uro na anali se do passado e do present e, substi tuindo
s er c ha ma do d e
d e H is to ri a q ue i nc or po ra a observacao
0
pel a pregacao
dc,l~mautopia. Temas importames de historia politica aparecern despolitizados
nesta
prsnca hlstonogr:ifica a m ed id a q ue a c re nc a n o d es ejo COIllO arti fi ce da histori a obscurece 0 j ogo do poder que nel a se col oca i ncessant cm ente. N os a no s 8 0, a procucao h is lo ri og rc if ic a d a P UC s e a pr ox im a m ui to d a p ro du~ao sociol6gica em I bi . d , . ermos e 0 j et os, t cm porahdadc t rabalhada e procedi ment os metodologlCos Sao anaJisad I • , . . os Jenomeoos recentlsslmos e ponruars como P O I ' exem. , plo 0 ea d , so e uma dlSse rta<;ao cujo le ma se ref ere a de ca da d e 8 0 d ef en dic la e m 86 e, que, segundo 0 autor: '
I rahalh
o o b je t iv o d o , o
".
0
- foi
nao
010
de
.-,anto Andre mas limit da de s' s~ s m O V .'ll n en t os . 1 2 ou-se a e stu r
. recuperar a historia dos rnovimentos populares em 0 comportamento
das classes populares de alguns
A biblio g rafia dos trab lh 'C ", ., a os revela 0 ext remo parent esco ent re a Sociologi a. : 0 J el lC .l aPOhllca e a Historia, bern como a uti li zacao de memorias de militantes d mOVlJ1lCnloperano 13 ' o cu me nt a. ;: ao s ob re g re ve e j or na is c om o f on te s. ' . A atcn<;ao d o o lh ar hi tori I . ,s onografi co em d1recao a vida do Lrabalhador r ur al e urbano abr 14 e u rn c qu e i nf in it o de n b' tcmas com I bi , ovos 0 ~ ct os . A histori ografi a passa a contemplar o 1a Il~ao saude I a: I' . , R' ' , zer, re 19l ao, al lm enta9i lo, costumes, e m oc o es , l em braw'as et c . e \e la -s e a n ee 'dad d ' , , tomalica a '. e e p es qu rs ar a i ntim id ad e d a H is to ria . E sinC SSI tidi " cmergcncla da palavra" d d a d ec ad a d e so . co llano nas dissertacoes cia s egu nd a m eta c y
,
dcseuvolvinlCnto tel ' . , problemalicas q . . nauco n co e m s ug es to es t eo ri ca s a po nt ou p ar a n ov as ue onentanam mudan' . . . nhas de pesquisa C ul c as t nt ro du zJ da s n o P ro gr am a e m 1 99 0: a s h Essas nOvas pc 1~l rae CJdade, Cul lura e Trabalho, Cul tura e Represent acso. rspcclJvas encontram b. - se ta m e m n as p es qu is as d os p rof es so re s 1 1 , \n to fl io d e \1 id me! a.MOIlnJenlos SOCIO/S urb anas. COntelido SOCial d o m ov im em o p op ul ar n o c i da de d e Santo A ndre.
IJ.Cf
I~Cf
f
" T1 Ir . .Olllfa" ) ora!\f
A
.
.
. _ ,ana un Khourv A operdrla( 1978); Helena Pignalan W· s g r ev es d e ]917 em S. Paulo eo processo de orgamzaryao em Usa., eo (1980). erner, A greve de 1909 na Vldraria Santa Marina eseus reflexes
1 > 1 ..
.
. . a na d o R o sa rl < da C
(1987)
d o P ro gr am a' ?
A nto ni o P ed ro, De a R ib ei ro
\
h
. u n a .. 4 classe opera . . era L uc ia Vieira C na,llJna/emporadanoparaiso,RiodeJanelro/923-J924 _ . Oop/orao e resrst . "uulo J /.> . < . e .,.4j a 50 (1989) encta: urnestudo sabre 0movrmento operar/O em .). proc,« .... ~te\an L u ka c s Juni T d ' . ,> rel., 'h'c "'nll rl() () Casode I" (' . ruor erras carregadas de v id as e p e rt pe ct as e Il" OUl ¥ncr on Peril 195~-6] (1988). L
.
Proi. Histona.
S,iaPaula r I 0/. de: 1 < ) 9 3
F en elo n,
E li as T ho me
S al ib a, E st ef dn ia K no tz C an gu cu F ra ga , H ol ie n G on ca lv es B ez er ra , L ed a M ar ia P er ei ra R od ri gu es , M ar ci a M an so r D ' A le ss io , M ar ia A nt on ie ta A nt on ac ci , M ar ia Ignes Borges Pinto, Yara A un K houry, Y vone D ias A veli ne. A uto re s c om o F ouc au lt, W al te r Be nj ami n, Raymond Williams, E. P. T ho mp so n, R ap ha el S am ue l, o s d a " no va h is t6 ri a f ra nc es a" e o ut ro s s us ci ta va m problemas desafiadores para 0 historiador Era 0 fim das explicacoes esquematizantes e g er ais ; c ome ca va -s e a v al or iz ar espacos de l ut a e resistencia.
o s p ar ti cu la ris mo s,
n ele s d es co br in do
n ov os
A le m d a S oc io lo gi a e cia Cierci a Pol it ica, a A nt ropologi a consorci ava-se com a Hist6ria: 0 i nu si ta do c 0 diferent e const it uem-se em obj et o de conheci ment o. P or em , n ao s e t ra ta m ai s d a c or ce pc so
d e c ul tu ra s e xo ti c a s , o b jc to s da antropologia
n o p as sa do , m as do diferente dentro do c on hc cid o, d o "o ut re " d en tr o d o " no s" . E novamente ha u rn d es do br am en to d e t cr na s a nt es n ao v is it ad os A p al av ra c ul ni ra e a m el ho r s ol uc so s em an ti ca para c ob ri r u rn u ni ve rs e t ao a mp lo , t ao a nt i- co nv en cional, porem tao hist6ri co. Esfacel a-se a uni voci dade que, par vczes, a m ontagcm do discurso dem onst rati ve
exi gi u. Foucaul t
e
bern vindo ao pul veri zar
t od os o s p or os d o t ec id o s oc ia l 0 f il os of o- hi st or ia do r
0 poder P O I ' p as sa a c on st ar da bibliografia
em dissertacao de 1986. N o i mp ul so e m d ir ec ao it subj et ividade e it i nt im id ad e, a m em 6r ia f az s ua aparicao, passando a ocupar, fut uram ente, amplos espacos na refl exso. L ut as p op ul ar es p or m el ho re s c on di co es d e v id a e mc rg em c om o t em as p ri or iz ad os p el as d is se rt ac oe s' ", E st es o bj et os i mb ri ca m- se e m v ar ie s c as os c om a ~llo de agent es de m ovim entos rel igiosos, pri ncipal m ente os pertencentes a s Comunid ad es E cl es ia is d e B as e, f il ho s cia T eo lo gi a d a L ib er ta ca o
o
,
o ri en ta do re s
c on tr a- se
i mp lic ito
e m s ig nif ic ati ve
n ume ro d e tr ab alh os
T am be m e st c v ie s, e ns ob re C id ad cs .
Q ua nd o P au l V ey ne a fi rm ou q ue F ou ca ul t r ev ol oc io no u a H is te ri a, s ab ia q ue os seus t rabalhos seriam referencias obrigat 6rias em pesquisas sobre 0 saber, 0 cotidiano,
0
pensamerao com o prati ca,
0
higienismo, etc. ISIO sucede exemplarmente
1~.Ha pro{essores que II\ultWtI no Pmgrama de I m a 1983. do eles: Antonio C arl O& Bernardo, Cascmiro do. Reis Filho, Constan<,:a M ar co nd es ~ ., E ve ld o Am.., Vieira, JoU ClM.dio Buriguelli. Leon Pomier. L ee i . . S il v ei r a de : Aragio F ro t a e P . Io-Edpr Rezende, OI ienudores de WN~; Helena F.. g.miell o e M auri cio T~ oricrUdorCI de w. e t r e a d in e~ . r ea pc ct iv am en te . 16.Erivaldo Fagundes Neves. imaJ(}es 11mSalvador: lim mOVlme",o de conqul6a do I!JpOO paro morar ( 19 85 ); A nt on io d e A lm ei da . MOVme"OI IOCa J IrbortOJ. c on re Ji do s oc ta l d o J9f6-J950 movimento popular na cidade de Santo Andre (1986): (jeraldo francisco Filho. 0 _ ", en to d os c on ti ng en te s r aw /a do s n o c id ad « d e S. Powlo de 1975 a J 98 5: o pm h/ em a d a m or ad ia ( 19 86 ); G er al do A nt o ni o R od ri gu es . Lutas populares de l aude e 0 pastoral catoltca " a Z ona Leste 1968- J 988 (1988).
Pro" HI.nMa,
s.to P_k>. (10). tin I99J
69
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e m d i ss er ta co es q ue s e v o lt am p ar d 0 d es ve nd am en to
d o u ni ve rs o u rb an o e da mo.
d e rn id a de , r ee o rr en d o t ar nb e m a a u to re s n a ci o na is e e st ra n ge ir os terpretacocs socio"-CulturaiS. 17
a fi na d os c o m i n.
E m er ge m , n es se g ra nd e conjunto da p ro du cao tematicas relacionadas
a
atu al e com f o rt e p r es e n ca ,
s it ua ca o f em in in a, s it ua ca o d o m en or , p ra ti ca s e culturas
religiosas, musica popular, imagens do w bano, i mprensa i nfanti l, esporte e l azer de
Na configUJ'a¥lO das mudancas do pensamento his to rico, viio assumindo relevancia
m assa. Essas pesquisas
vinculam-se, na sua m ai oria,
a
a
hist6ria das representacoes
aMlise22 das manifestacoes culturais.
a:-SlIDtosvm:ul~os a s atividades artisucas, sejam elas oriundas da cultura popular, erud it a o u s ca de m ic a e cia industria cultural. A d o rn o , B a rt h es , B e n ja m i n, E i se n s te i n. Fran-
qu e concedem lugar begemonico
castel, ':.. Hauser, Freud, Nievsche. O. paz e R W illi ams c om m ais f rc qu en ci a q ue balho . . outros visitam as bibliografi . . H ulas do S tra s m ars r ec en te s a o I ad o dos moderrustas brasi1~lroS e de seus criticos Os mestrados debrucam-se sobre O sw al d de Andrade,
ser ressal tado, qual seja, a din3m ica i nt erna d a p r o du y : lo . Tendencias historiograficas
Adonias Filho, Alcantar a Machado. na nllisica popular, " ar tc cngaiada" .' X D e n tr o d e s se s p a r am e n t'·· . " os eoncos, as pesquisadores passaram t arnbcm a uti li z ar-se d e d ocu men l~ ao o ral 1'" nd . . . . ~...., rea iza 0 cntrevistas c om d ep oe nt es q ue l he s POSSIb ilitas se m c nlre ve r d if er en t es opnuoes .. _ sobre os acontccimentos a u I he s fornecessem as c ha ve s p ar a a cornpreen ~ d 19 . . sao os s en ll me nt os a fl or ad os p cl as r cn un is ce nc ia s . Atualmentc J< l e visive] 0 ti" . " ' pres gio que dcpoimenr os orals c on se gu ir am n a prcducao academica Incorporados a o d i h i" . . ,. iscurso storico, ainda que de f orma polemica relates e hlstonas d e v id a contrib . . ' . , . t al ' cada vez mais carater irnediau em p arJ a trib ui r-lh c, IS
prescntcisla.
'
Nos a no s de 1 991 e 1 99 2 ' 0 Programa de Est udos Pos-Graduados em H istori a 20 , I sse~ 6es de m estr d . Esses tr b, Ih a 0 e aprovada sua pri meira t ese de doutorarnenlO . . . a a os eV ldenclanl .,. . . perslstenClas t em aucas e m et odol 6gicas i ncidentes ainda . '. so bre o autonlansmo lutas I, ' ,. . urbanas p o pu a re s, s au d e p u bl ic a, hi geru zacao e disciplinanzacae I ~ ,
teve 3& di
, r e a < ; ~e s de t ra b al ho e r no d em . iz a ~a o d a p ro d w ;: ao .21 1 7. D en i~ e B er nu zzi d e S an t An na . 0 _ Mascarenhas Dias M 1 89 Pr aL er Iu su fi ca do . L az er e m S i o P a ul o J 969- 1979 (J 9 88 ) E dn ea . anaus 0 1920 AI ~ , relafOes de poder Iusao doFausto ( 19 88 ) G li ci a d e C ar va lh o A ra ga c. As em uma Ins/l rulpJo p '. ' I itoral Reformus urn SlqUlatrlca ( 19 8 8) ; H er me te s R ei s A ra Uj o . A invencdo do . . anas e reaJustamen/o I 11 na primeira republica (1989); e nn qu e L ui z P er ei ra 0 1' . s oc ia e m Flonanopolis A . • . - d ..., rveira O s l il ho l d a Iilh conUHtasemDeslerro 18 28 18 87 . a a. ssistencia a os e xp os to s e r em od el ac do as (1990) 18. cr respectivamente M.,.; d I . ana e .ourdes EI t" ( 19 84 ), J os e G er al do V in ci d M . eu e no ( 19 87 ). E la in e S ab ra V ie ir a ( 19 90 ) L ea L o pe s M ar ti ns onus (1990) M ' I e 19 C • areas Justo Tramontini ( 1989). D
.
'.
-
20. Maria B em ar de te
R . " " amos Flores. Teatra«da v ia a e Santa C a/anna. a. cenanos da h istoria. A [arra do b ot e oulras f es/as na
21. Cf re~peClivamcnte C' C . de Am . Th' I . e 13erquen re en (1992) Seba<;tilo R .. uJo ( 1991), Pedro Perei ra Torres (199 2) Ed uardo , ogeno de Barros d P , " a onte (1992), Eleana Tadeu Terci (199l).
, vil el a
r ev el ou a lg o i mp or ta nt e a
no t em po cronologi co e aparecem configurando
distribuem-se
mente, os " ac as os "
periodos. Evidente-
o u pr oducoes dispersas existem, porem MO com presence sufi-
0 perfi l da epoca dado por uma permanereia que tern em geral, a d u ra ca o de um a decada
cient e para abafar
C on st at am -s e,
de procedimentos,
p or ta nt o, m om en to s c on ju nt ur ai s d a p ro du ca o q ue a d at am e ,
por conseguinte, historicizam-na. Fo i esta realidade temporal qu e permitiu algumas observacoes sobre a nat ureza da producso a c ad e mi ca - q ue s e r ev el a coletiva no s en ti do d e q ue o s e stu do s s e r ef er en cia m e s e a po ia m
UIS
nos outros, Cnam-se
especies de e6digos qu e soo uti li zados nos t rabalhos de uma epoca, de urn momento.
Podcr-se-ia
chama-los
matrizes,
ent endendo por elas formulacoes
ou elaboracees
que passam por urn processo de c on so li da ca o e s ao u sa da s p ar a a na -
signi fi cati vas,
l isar difercntes sit ~O es
hist6ricas. Essas elaboracoes bern sucedidas t ornam-se m a-
t ri zes - quase pressupost os
- quando sao m ui to sat isfat6ri as
enquant o com preensso
do real hist6ri co. Por out re l ado, pode-se pensar (foucaul ti anam entc) m en to c om o r es ul ta do
n at ur al d a d is pu ta d e e sp ac o pela h eg em on ia
no seu surgin a a re na do
saber. Nesta correlacao de forcas especifica e idiossincratica, interpretacoes vitoriosas se consolidam. vinculada
Se estas hip6teses faz.ern senti do, dificil ment e uma poderia ser des-
da out ra.
N ao 56 m at ri zes e m et odos revel am
.
o m~ e xe mp lo v er RecOrle$do imagmGrio S . . . . {luviais 0casoda colonia d. _octa l de pescadore« proftsslOnau artesanais em aguOs epesc""ore~Z_4 . C-- d . o rr ea a C o s ta (1989). . . com sea eemAqUidauna-MS, 1954 de Carlos Fredenco 1 /1 1
A pesquisa dos t rabalhos academi cos d a P U C- SP
0
carater coletivo da producao academica,
m as t am be m t em as e o bj et os . A t ra rs fo rm ac ao
h is to ri og ra fi ca
s e d a quando ocorre
urna especie d e s a tu r ac a o de refl exoes, ou sej a, quando a prodUlfao m ostra que suficient e reflexao je i f oi f eit a n aq ue le
me me nt o,
s ab re a qu ele
q ue d at a historicamente a prodUlfao. 0 i mpul so "extemo" toriogrnfia
lerna, c om a qu el a
A parti r dai , m at ri zes, m et odos e obj et os passam a com por urn cedigo
abordagem .
e
de transform.acOO da his-
dado pel a propria H istona, na sua condi c; oo de produtora de sit ual; Oes
de dUJ'aYao conjuntwal. Ou seja. existe uma relay:Io intima entre situayOes rust6ricas 22.
cr . respectivMDnlle:
Miri. B u e n o Bastos (1992), Mari.Jc* M mc zc a( t9 9 t) ,
C Ie _ _ 8 e1 I I di C ol o mb o
( 19 91 ). V i tO I G a b ri el d e A ra Uj o ( 19 91 ), Laura Antunes M ac ie l ( 19 92 ), O l ga B ri IC l ( 19 9 2) , P li n io J O le Labriola de Campos Ncgreirot (1992).
Proj. Histi ma. &Jo P_1o, (10). tin. 1993
71
Pro) . H istorra; Slin Paulo. ( /01. dez. /9Q3
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vivid~ e construrr~ de o bj et os d e i nv es ti ga ca o q ue s e r en ov am a p ar ti r d o i mp ac to de vrvercia s coletiva s imediatas_ O ut ros element os i dent it lcam, ainda, a cul tura hist6ri ca academics. concerne a.f ase de exposicao, 0 vocaoulano revela c1aramente renexso fOI feita; palavras e expressoes aparecem e desaparecem
0
No q ue
per iodo e m q ue a
dat ando
0
conjunto
d a P ro d~ ~ ~ . . Em s e tratando da f as e d e i n ve st ig a ca o , f on t es e bibliografia dao igualmente v i s ib i l id a d e a conjunturas intelectuais especif icas.
CU LTU RA E H IS T6 RI A S OC IA L: HISTORIOGRAFIA E PESQUISAIII Dea Ribeiro Fenelons+
Fal ar de Cul tura e H ist6ri a Social elll termos amplos, para poder acent uar m ai s especificam ente alguns de seus desdobram eraos, seja em temas como 0 t rabalho, a cidadc ou a cul tura popul ar, preocupacoes dom inantes e const antes da Historiografia B ra si le ir a, r eq ue r a lg un s c ui da do s e a lg um as p on de ra co es a nt es q ue n os l an ce mo s a o d eb at e q ue e aqui nossa inlencao, na esperanca de que se possa discut ir posicoes, duvidas, t rabalhos em andam ento e assirn contribui r para 0 avanco das perspectivas de t odos nos, histori adores do momento. Com a m i nh a a tW W ; ao nestes debat es e, portant o, com longos anos de experienc ia d oc en te e m a co mp an ha -l os j un to a os IllCUS col egas, alunos e ori entandos, crei o s er p os siv el r cc on he ce r e a dm it ir q ue te rr os carninhado b as ta nte , a in da q ue a polemica, por exemplo, na o lenha se instaurado e nt re n Os c om o p ra ti ca s au da ve l e sej a sempre encarada com o ataques pessoai s, desqual ificadores, ou disputa de espaco
e de poder , em b a s es c o m p e ti t iv a s . Em primciro lugar, sera p re ci se e sc la re ce r n os so r ec on he ci rn en to d e q ue a discussao cia categoria cultura, pensada com o cam po de possi bi li dades abert o pel a Hist6ria Social, ci a q ua l p re te rd em os
f aJ ar a qu i, a ss im como de i nU meras out ras,
vern se apresentando ent re nO s co m nuaeces especi fi cas, em discussoes m at izadas pelas t eori as em que se ori gi nam, em debat es com cient istas soci al s, pri ncipal ment e ant rop6logos, soci6logos, educadores, arqui tetos, etc., em grupos de e st ud os o u seminaries de pesquisa, naturalmente m A r C 8 I 1 a s pel os interesses dos pesquisadores •
E st e u t ig o. q ue i ni ci al me nt e f oi a pr es en ta do e m UIlI& p tl cs t ra n o p r o sr -m a d e P O I ()pd~1o em Histb ria ci a UNESP, As si., em mai o de 1993, • ~t e, rn a. desenvol vid o, n o S emi nVio "Hi$tor;o Hoje", d o p ro g ru n a d e H i l1 hr ia , da Univenitlid~ Federal do Rio G ra nd e 6 0 SuI, e m P or t o A le gr e, e m n o ve mb ro d e 1 9 93 . s e c o rm it ui u, n a v ~ • • p ll ft it d e d i tc UQ 6c I c n : nc :x li es p .r ti ll l. ld . c om 01a hm oa d o C I nO d e Do u to r Uo em Hiat6ri.
••
Departamento
de HiMri&, PUC-SP.
PIO}.HisIOna. S40P".flo, (10), tin /993 P roj. Hist ona: S iio P aulo.
iJ
( 10) , de:. 11}93
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em suas i nvesti gacoes e a parti r das diferent es abordagens de seus obj et os especificos de analise T amb cm e p re cis o l emb ra r qu e, p or s e tr ata r d e e sp ac os mu it o r cs tr ito s d e d is cu ss ao , o s r es ul ta do s o u o s a va nc es a pr es en ta do s c om o p ro d u ta f in al . s ej a e m t eses, m onografias, ou em art igos, ou em sem inaries de pesquisas e m esas ou cornun ic ac ce s e m c on gr es so s, t er n p er ma ne ci do m ai s p ar a i ne di to s q ue p os to s e m c en a para divulga<;ao e avali acao. Merit orio poi s, os esforcos que fizeram surgi r, nestcs u lt im os a no s, v ar ia s r cv is ta s d e H is t6 ri a, t ra du zi nd o e xp ec ta ti va s ficuldades para divulgacao sejam diminuidas. I
d e q ue a s d i.
E xi st e a in da u ma t en de nc ia a c on si de ra r. 0 f at o d e alguns histori adores se colocarem no debate historiografico, de maneira diversa a os e sq ue rn as t eo ri co s r econhecidos e iocorporados po r alguns rnembros d a a ca de mi a e v is to c om o s ig ru fi cando um a disputa pela hcgemonia das const rucoes hist6ri cas. O af m ui tos aut ores
partern para disseminar rotulos tais Como militantcs ou neo-rnil it antcs, querendo com 1510 ~oll.tcstar ou desqualificar os resultados e as pesquisas pela perda do seu carat er academlco. Contribuiria m a is p a ra 0 d eb at e se nos d is pu se ss em o s a cnfrentar as decorrencias politicas das posi<;oes a do ta da s n os r es ul ta do s d a h is to ri og ra fi a e . s ob re tu d o, n o e ns in o de Historia. D~ outre l ado, M osque. rcclamando uma postura t cori ca m ai s dcfinida, nunca ~e quesl!?llatn sobre as impticacoes p ol it ic as d as c on ce pc oe s q ue a ss um em c , c om isto, prancam l im a IUst6ri aabst rata e i nt el ectual izada. a parti r da qual se col ocam
C o m o defirudores d os c am in ho s m ai s " co rr et os " e d as t cm at ic as e a bo rd ag cn s
mais
"verdadeiras" para contesta' , ' , ,.' r o utras posl~oes. defendendo assim urn conhecimento I ns ta nc o e m u ma s 6 p o . ii ,__ . _ sic 0, o u v er sa o, O U posslblhdade. Com isto produzem uma \'ersao autoritana e excludente para a historiogrdfia. ' Ao contra di ,. ano IS10, qlJercmos dizer, que se est am os l ut ando por algo, sej a ern B O S s a p r au c a social scia demi d na aca emlca, e p el o r ec on he ci me nt o d a d iv er si da dc , • ' J a plurahdade. do d ir e it o d e b talha I _ , . a r pc a const rucao de projetos alt ernati ves e. scoretlldo, de conslderar que a ' ,, nosso ver e st ar em os p ro du zi nd o u rn a h is to ri a q ue s er a sempr ,I e pohtlca, porqu'e insen ida n o s eu t em po e c om pr om et id a c om c 1e . P o r i ss o, \ a e e nf re nt ar q ua lq ue r d b t eoate, que l eve em consi dera~ ao essa possi bi li dade, na esI.
Alem da s revista s mais ant;gas como R ANPUH· IIlSTORlk Q a evista de H w6ria.
E
x:
d e e st an no s,
d e a lg um a m ao ei ra , c om n os so trabalho ajudando a construi r
o futuro, n a p e rs p e ct i va
transfonnadora
a que s em p re n os propusemos.
E ss a p os ic ao , q ue e st am os c ol oc an do a qu i para d is cu ss ao , l ev a e m conta
0
s up os to d e qu e, e m s e tr at an do da historiografia, estamos fa1ando de uma pratica
inteIectual distinta do movimento da histori a, sem desprezar t odos os probl em as das rel acoes ent re t eoria e historia, H a, ainda, m ai s algum as quest Oes a serem assinal adas. Sej a qual for a nat ureza do t rabalho histori ografico que reali zannos envol vcndo a cul tura, ou as conceit uacees que possamos desenvolver para a cuItura popul ar, sera precise adm it ir a i mpossi b il id ad e d e t rs ta -l a ( a c ul tu ra ) n o s in gu la r, pensada como capaz de abarcar em si m es rn a a h is t6 ri a c om o t ot al id ad e, o u t om a- la c om o f at or d et er mi na nt e d e t od o processo,
a parti r de p on to s d e v is ta c la ss if ic at or io s.
0
F al am os s im d e c ul tu ra s n o
plural e nunca poderem os considera-la com o cam po exclusi vo de uma s6 disciplina, s ej a a hist6ria, seja a antropologia o u q ua lq ue r o utr o r am o d o c on he cime nt o do social. E , f in al me nt e, encontrando-se
d iz er q ue , n o c as o b ra si le ir o, e st a d is cu ss ao a pe na s c om ec ou ,
ai nda n a b us ca d e e sp ac os p ar a s c c on st it ui r c om o p re oc up ac ao
cient istas sociais com prom et idos
de
com urna conjunt ura de ampla uti li zatyao da cultura
com o dom inio da i nvesti gacso e m ui to m ai s da politica. C o m o ultima questao, queremos destacar, para fins de debat e e dedi alogo: que posicoes t eori cas e m et odol 6gicas constituem sempr e opcoes politicas para alguns e apenas opcoes intelcctuais para outros, I I
N ao e
novidade
p ri nc ip ai me nt e
0
i nt eresse dos histori adores pel a t em at ica dacul tura em geral,
s e p en sa rm os n o v as to c am po d e i nv es ti ~
a be rt o p or n ov as p er s-
pectivas de Hist6ria Social. Est e foi, c er ta m er se , r un d o s maiores efeitos da Hist6ria S oc ia l tr ab al ha da
a p ar ti r d as d ec ad as d e 6 0 e 80 :
nheci ment o hist6ri co e l egit im ar novas
areas
0
de ampliar
0
r na pa d o c o-
para investiga.rio.
Essa ampli a. ;i o fez surgi r ou possi bi li tou a i ncorpcracao de inameras tematicas como
0
u rb an e, a mulher , a familia,
0
crim e, a i nfarx:i a, a educa!; io e out ros, t odos
recIam ando urn l ugar dentro do context o m ai s amplo da H ist6ria Social e da t em at ica da IISp; a Revista Brusileira de Histo na.
da
H ,slo ria 'daPUC srI da UFMO' bern , stu as
e Debal€.l, d a A PA H; E S IIII,/ o ,' Historicos, do CPDOC; ProjelO era.americ anos. da PUC·RS,Revisla doDepartamento deHtsto ria. "p d t "" E e HI;-rorra & Per pecu . aria, a 'l ~SP; Resgate; do Centro de M e m o r ia d a U N IC A LV I '" . h d S C li VU Se Caderno$ de H· I . ( D ep ar ta me nt o d e H i s t6 ri ad U n i e xp en en cl a8 e q ue st oe s d e ensino), am as 0 IS aria de H ,slo rla da Po's G d a, nd·versldadede UbefUndia. surgem agora outras revistas como reaos , ra ua~ dO a UNR' A 90 da id d F e de ra l d o Rio Grand d S I P o s G r a du i ll i ao e m H is to ri a, d a UllIver.>I a e ,lias, e 0 U e Pas }h~orla, d a U N E S P /A s s is _ ,
p er ar ca
C Or no aR ev is ra H, sl
da cul tura. Em geral , os histori adores que se dedicam a essas t em at icas consi deram m ai s f oc il p ra ti ca r a H is t6 ri a S oc ia l do qu e defini-la, provocando acerbos cri ti cos a i nsistencia em acent uar seu carat er descrit ivo, maior explicitaceo teorica
e
uma
uma l ocal izacao m ai s preci sa no debat e exi st ente sobre
a producao historiognifica.
Prof, HlSfona, S&> PIII/a, (10), de:. 1993 Proj. H istaria; SiioPau/o ,
em seu s m ais
reclamando
75
( 101, det: /WJ
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Luga re s de Me mór ia Pie r re Nora - slide pdf.c om
Nao M c om o n eg ar , f oi a p ar ti r d e s u a s c o n c ep c o e s e perspectivas (as da Social) que o s c ha ma do s ' te ma s r na ld it os ' , ou scja, quase t odos que t ratam
era do i nvesti gador
d es e xc lu fd os s oc ia ls . s ej am p ob re s, v ag ab un do s,
p ro st it ut as ,
n eg ro s,
em conduzi r
0
d es co nh cc id o
r is co s d e a ss im d is to rc er e le me nt os d a a na li se
Historia
m ul he re s,
a o c on he ci do
T ra ba lh an do
e ao f am ili ar e o s c om p ro ce ss os c ru ne
r ee o m e n d a :
indios, etc., encontrMaITIguarida ncssa historiografia. Tambern hoje as investigacoes sobre grupos jovens, sua rnusica e s u a s p r a ti c as , a m u si ca p op u la r, a s festas cor nu-
Os caminhos do iuiz .:do historiador saocoincidentes durante 11 m certo tempo, mas logo
nitarias, a cultura popular e n f im , c o n s tu u c m objetos Icgitimados pela Hist6ria Social.
divergem inevit;vdmente.
0 que tenia reduzir 0 lustoriador ajuiz simplifica e empobrece . I . lm ~ C OilleC ~n to historiografico mas 0 cue tenta reduz ir 0 IUZ a historiador COl1lanun.a 0 exercicio dajustica.. isto supoe passar do plano ci a mera possibiliirremediavelmentc d ad e a o d a a s se rc ao d o fat e, d o condicional ao indicative. E urn desvario logico paradexalmente baseado em limabuse dachamada "prova logica" (que marsjustamente poderia chamar-se "prova contextual"). Mas a diferenca dos desvarios dos historiadores, ?s.des juizes tern consequencias imediatas c mais graves, Podem levar a condenacao do individuo
e d es en vo lv id os c om r ig or m et ol og ic o, q ue o s t ra ze m p ar a 0 cam po de discussao, ja ins ta ur ado s obr e a cuitum.
J
Para 0 ensino, a H ist6ri a Social ofereceu a possi bi li dade de subst it ui r perspectivas exclusivamente Iireares de uma hist6ri a conti nua e factual , proporcionando ocasiao para 0 surgim ento de propost as de est udos t em at icos, ncm sem pre ent endi dos e aceitos, m as d e r ec on he ci da v al id ad e, p ar d q ua nt os p re te nd am d es en vo lv er , e m seus alunos, habilidades incontestaveis, quanto
a
f on n~a o
,
-t
.
3 llIocente.
d o raciocinio e d o p en sa r
hist6ricos. Isso permitiria urn ensino de H ist6ri a que 030 fosse apenas u r n a s u c es s a o d e f ato s o u " ar ru ma ~( je s" perspectiva
de que "afinal
d e te ma s o u topicos de pr ogr ama, q ue c on si de ra ss e a ha uma hist6ria tal q ua l a co nt ec eu " e que preci sa ser
ensinada. com o a uni ca capaz de "organizar" 0 conheci ment o histori co. nos nivei s de 1° e 2° graus. Poderiamos t rabalhar de out ra m anei ra, experim entar out ras propostas e a p ar ti r d a Historia Social isso s e ri a p o s s iv e t .
o d eb at e c on ti nu a
e s e l or na m ai s s au da ve t n a m ed id a e m q ue contribui para cxpli ci tar posi90eS e, a parti r dos quest ionament os apresentados, provocar m ai ores retlexoes sobre 0 l rabalho dos histori adores, t anto ncsta area com o em out ras. Tal vez assirn, nos os historiadores. nos acostumassemos
a discussao teorico/rnetodologica
tao ,exigua entre no s e a o me sm o te mp o t ao n ec es sa ri a, p oi s so assim estaremos prat lcando a nossa disci pl ina e exercit ando nossos com prom issos. A lc~ disso, a H ist6ri a Social recolocou i numeras quest oes no que diz respeit o ante s ~o ns lde ra da s imp os siv ei s p el a in ex is te nc ia d e f on te s, o u p elo n il o r ec onbccimenn, deste est.atuto a materiais inexplorados.2
a uma vanedade bern grande de registros documentais, facilitando invesugacoes
S ob re e st as p er sp ec ti va s b as ta a co mp an ha r a s r ef le xo es d e C ar lo G in zb ur g, para falar apenas de u hi t . d d . m s ona or, entre muitos, e que no c aso e bastant e conhecido d os brasileiros A ,. d . . , , . proposl1o e suas lnvestJg~6es em Arquivos e p rocesses d a I nq Ul sl 9a o e s eu i nt er es se e m q ue st oe s d e b ru xa ri a e f ei ti ca ri a, G in sb ur g e st a sempre salientando 0 Carat . di d ' er In I re ta e ss as f on te s e c ha ma a a te nc ;a o p ar a a t en de nRaphael SAMlJAL "Wh I S . I . L on dr es 1 98 R' E' .r., a s octa Ih~ IOry". In: Whals History Today? History Today/Macmilla n. S . . xts te tradul il o e.panhol a R' H" . .' na e Vl S ta / S /O rl a SOCial. l ns t it u to d e H is t or ia c ia l t N E D \ . I' . 0 . . a encia,n' 10. 1991 .
S e l ev ar mo s e m conta
mos acompanhar
as discussoes
de fontes t ex tu ai s,
o s diferentes
dai resultantcs.
Certamente e preci se consi derar que vas f onte s " his tor ica s
0
u sa d e t od os e ss es r eg is tr os c om o " no -
a sercm anali sadas nos col ocam , de imediato,
a consideracao
d e q ue ta l c o mo a s fon te s t ex tu ai s, e ss as preci sam ser desvenda~ as para del as extrair o 1130 dito. as ent reli nhas e aquil o que pot enci al ment c pcrrrute olhares e le.lt~ras d iv cr sa s. P or i ss o m es mo o s t ra ba lh os a te a qu i a pr es en ta do s, no caso brasileiro, indicam um a corajosa exploracao
do t em a sobr e 0 qual ainda e xi st em m ar s i nd a4 gacoes d o q ue p r o p ri a rn e n te o r ie n ta c o es s e gu r a s a aruilisc.
-.
. .. In: A MicroCarlo GINZBURG. "0 inquisidor como a ntropo 'I ogo. u rna an alogia e suss i mplicacoes." '.. , de 0 . Q , . I' bo D '£ , I 1989 T a mb e m n a l m. ro d uc ao s V e1993 rm es .( SAo . ue ij o eh o." . historia e outros ensaios. JIS a. uer, 01", .: pag. Cia das Letras 1987 e El Juiz y el Historiador. Madnd. Anaya e ManoMuc m~is: MilOS, Emble mas. Sinais. Morfologia eHtstorio. SAoP~ulo,C,a. das 1 98 9 e " Mo re ll i, F re ud a nd S he rl oc h H ol m e s: C lu es a nd S Ci en ti fi c M et to d. I n: History Workshop, I ss u e 9 , S pr i ng . 1 98 0 . p . 5/36.
P
I;~
1
°So~r~0 assunlo'ver
L et ra s,
4.
, n he c t r il ha a be rt a p er M ir i am M or ei a L EI TE e m s e u s i n um er os a rt i go s s ob re 0 ssu~to Importante reco ecer a . I E[)IJSPfF A PESP 1993 Interessante tambem e a o ra s eu u lt i mo livroRelrolo.' deFamiha. Sao Pau o. .,. g d d V I 1 T HIELEN Imagens doSaude 110 Brasil - 0 fotografi a na lnstr tuctonao t r ab al ho d e E u ar 0 I ea. Kh Mestrado de HistiJria da oery. no In; a a d o SOli de Pilblica. s ob a orienlwtlo da prot YMB Aun • \ S bhre Tdad es d o h is t or ia do r t ra ba lh ar c om f il me s c om o d o cu me nt os PUC -SP, e m 1 9 92 ' . 0 d 38 os~l ·et . ANTC > NAC C I. "Do c in em a m ud o a o falado: C en as d a h is t or ic os v er a artrgo e M ana om a . 41 70 1991 R ep ub l ic » d e W e i ma r" I n: Htstona. Ed. I TNESP. Silo P aulo. v. 10, pags. ., .
Pro)_Hs/r na.
I m ) . H istoria . SiioPaulo .
alern de out ros tipos
suportes docum eraais com o a fot ografia. 0 cinema, 0 video, a pintura, as art es plast icas. 0 d cs en ho , a c ha rg e, c olo ca nd o e m c ad a u rn d ele s d if ic uld ad es e s ol uc oe s c sp ec if ic as e p ro vo ca nd o, p ar a o s h is to ri ad or es . u ma i nf in id ad ~ d e q ue st oe s q ue quase sem pre so podem scr desenvolvidas a parti r do contcxt o da i nvesugacao, pode-
S iin P aulo. I IO ) .
dez. 1993
(/0/. dez. I19J
http://slide pdf.c om/re a de r/full/luga re s-de -me mor ia -pie r re -nora
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Luga re s de Me mór ia Pie r re Nora - slide pdf.c om
A discussao sobre 0 carater documental da f ot og ra fi a v er n d es de a decada de 30, quando fot6grafos cornecam a usa r a referencia de docurnento para diferencia-l a
a sp ec to s d o M ov im en to d o S in di ca to d os T ra ba lh ad or es
da fct ografi a de i nfoml ac;ao, com erci al , propaganda ou out ras. Para os hi storiado res,
Tc celagcr n,
todas elas, em suas diferent es abordagens ou final idades servirao c om o Fo nt es a serern submeti das ao eri vo das i nvesti gac; oes do pesquisador 5 l' fi , a a onte oral ou a co ns tru cao d e u ma d oc um cn ta ca o o ra l, a tr av es d e e nt re V istas e depoim entos ,recen vern me dc mai . , , e colocarn 0 maJOratencao d os h is to na do re s Interessante polemica entre seu ad '. , ' , " s e pt os , s eja n a d is cu ss ao te on ca s ob re a p os sib ili , d ' , d ad e d e u ma H is to ri a O ra l n a "t, . ' CXIS e nc ia e u ma t ra di ca o o ra l a s er c on si de ra da o u N . '" , IlaS tecrucas de s u a c o n cr e ti 7~ ~ - -, ao . e st a p er sp ec ti va 0 C PD OC e p io ne ir o n o B ra si l I' . . " e s eu s trabalhos caracteri ti · ' s icamente na mha da reconstrucao ci a Historia Politica do Brasil Contempor.ineo. vern acontecendo M algumas decadas6
M ov im en to s
, ~ ~ o utra perspectiva, a doeumentac;ao oraJ vern scndo utilizada p a r a rccuperar ,. possibilidades de trabalhar com t ematlcas , contemporaneas ou aproximar-se de gr upos e m o v u n e nr o , sociais o od e a 1-' d ' . -" ' ,
e uma eonstante.
OJ Uc a e s ua p ra tic a n ao e a e sc nt a e
?'
0 analfabctismo
Nesta direc;aode Tela ' c ia . , . , . CIOrIaT0 u sa s e nt re vi st as p ar a t ra ba lh os c om a M em on a e, I~ p~ rado,s ~ ati vi dades ci a Hf.'.TORY WORK.')'HOP. 0 D ep ar ta me nt o d o P at nmor uo Hlstonco (DPH) da S . " ' ecretana Municipal de C ultura de Sao Paulo sob nossa dlrec;ao realizou ' d " . ' C" . ,. 0 de 1989/1992, c om a o ri en ta ca o ,no peno d a P ro fe ss or a M ana eha Paoh Interessa t . ... . , n es expenencias de rcgistro de depoimentos para retornar 5, James GUIMOND, A mencan P har o r. . P re ss C ha pe l H i l 1 99 g a ph y a nd r he Am en ca n D re am , T h e U n i ve rs it y o f N or th C ar ol i na • I. I q ue f az t n te t d' permit s "para es tab I ' ressan e iscus sao sobre a a bordagern cul tural que a f ot ografi a eecerarela~i\oentreasidei ' , . de ilUstrarem particu] '" as amencanas sobre sua n acao e a s uapropria rnaneira tambem sobre Q tSSU t an :n en l te e st as i d ei as , a tr av es d a f ot og ra fi a e n.I re 1 8 99 e 1 98 0 " . E xc de nt e Y n 0 e 0 rvro de Alan TRACHTENBERG N ork, The Noonday P ress. 1990, .Reading American Photo graphs. ew 6. Michael HALL "H
d o C im en to , C al e G es so ,
a po se nt ad os d o S in di ca to d e T ra ba lh ad or es
do Movimento
d a F ia ca o e
de Sande, da Zona Leste de Sao Paulo e de alguns
p or M or ad ia , d a Z on a S ui d e S ao P au lo , O s r es ul ta do s f or am i mp or -
t an te s p ar a a i nf or ma ca o e e st ud os d o p ro ce ss o d e T om ba rn en to d a
area
da ant iga
Fabr ica d e C im en to d e P e ru s , p a ra c o m po r e xp o si co e s realizadas na s Casas Historic as d a c id ad e, s ob a r es po ns ab il id ad e d o D PH e . s ob re tu do , s ig ni fi co u a p os sj bi li d ad e, q ue e ra a fin al
0
sociais na organizacao
o bj et iv o m ai or d os p ro je to s, d e a ss es so ra r o s m ov ir ne nt os C
sistemati zacao de seus acervos e arqui vos, control ados
c le s m es rn os p ar a a necessaria preservacao N o tr ab alh o c om a s d if er en te s
cussao
s ob re
a H is t6 ri a
f on te s e r eg is tr os
e L i n gu a g en s ,
por
de sua Mem oria.8 como bcm
e vo ca mo s
nos Iembr a
e nti 'io a d is A, da
Marcos
Sil va, poi s s e re ve la e ss en ci al c omo u ma v ia d e a c es so a n iv ei s d e h is to ri ci da de sabre a militarizacao dos corpos nolugar dotrabalho, trabalhadores,
110
d o t ra ba lh o, Fal ar
cotidiano familiar e no lazer dos
por exemplo, requer luna observacao s i st e m at i ca a partir do contato dircto
c om o s g ru po s e st ud ad os - q ua nd o i st o e possivel - e com documentos que os e nv ol va m e
ou registrem. E
0
c aw d e fo t og ra fi a, c in ema, d es en ho , v es ti rn en ta s, reg ra s e p ra ti ca s d e
lazer (esporte, danca, ctc.) de sexualidade, relacoes dediferentes arnbientes com
0
corpo,
articulacao de tecnicas corporais com maquinarias, etc, A irnportancia de urn trabalbo d es sa n at urez a c om a s l in gu ag en s c orpo ra is , q ue n ec es sa ri amen te a pe la p ara o ut ra s linguagens - arquitetonica, fotografica, damoda, daalimentacao - e para aspossibilidades
sociais de s u a r e a li z a ca c p o r d i v e rs o s g r u po s , pode ser avaliada apartir desua contribuicao para a amplia~o
deproblematicas deartes, tecnicas e disciplinas, concretizando-as
como
suporte da ideologia, em estado pratico."
.,
, I st on a O ra l: o s ri sc o d a i .,,,. . " s a mocencta .Jn: 0 Diretto a Memona: Patrimonio HlstOrlCO e ("dadamo, Sao Paulo PMSP a bo rd ag em s im pl is ta d a I ISMC/DPH, 1992. onde 0 h is to ri ad or a le rt a p ar a o s r is co s d e u rn a · . a ora idaoe E xistem ]m um uncras cr as nu p uhl: Ica~ Oes d o C PD OC p ri,.nc ip al me nt e d. e Aspa-'Ia Camargo sob rea orgamza..1iodo Acerv da FGV 0 ' , o . ral: a t:Xpeniincia d CP[)OC ' , 0 Irabalho de Verena ALBERTI, H,swna e astecnicas deIrahal~o do d - R ,o d e J a n ei ro , E d il o ra d a F GV . 1 98 9 , s i st cm at i z. a a s p e r sp ec t iv as . a la as naquela InSllIUt~io . b emp lo s i nt er es t · san es" ,ugestivos destas " . , de ! hst6ria Oral reali d . a" praucas deregrstro oral surgiram no VCol6quio InlemaclonaJ B arcelo 1985 V IL A NO \ A _ £ 1. Pod,17.30 em n a, e m e q ue r es ul to u n a o hm . org an iz ad a p ar M er ce de s I S 89 e n a ocledad H 'I r. VIL ANOVA se l oma erdrt d I I IY.rue.nte oral. B ar ce lo na . 1 98 6. A p ar ti r d e 1 9 ,-0 T·;unhem com grande· e n'ora .e Ulna R ev 'ISt a II'tstori a y Fuente Oral. Universidade de Barcelona. P I In uencia en tre '. b au o. Paz e Terra 1992 AI nos e a 0 r a d e P au l T HO MP SO N. A Voz do Passado. Sao House, 1985, Mui;o sug~sti~~ desl~ s: DaVId HENIGE, Oral Histonography. New York, Longman H wo ry o/ M an ha fa n f ro t h Y ou M us t R em em be r T hI J. T he O ra l Q livre de Jeff KISSELOFF, d e J o el M rU : O WE R' " : : . ., e ,9010 W or ld W .a rII. N ew Y or k. . 1 9 8 9 E o m ai s i nt er es sa nt e d e l o d os ' . , "' "u us lo ck T h 0 e r al H mo r) '. N ew Y or k. D o ub l ed ay , 1 9 89 . .r>
7
d e P cr us , d os t ra ba lh ad or es
/' 1
recentes, M ar co s S il va v er n r ea li za nd o, c om o o ut ro s h is to u r na i rc u rs a o bastant e proveit osa pel o caminho das charges, do humor
Em t rabalhos riadores,
visual, estudando personagens com o 0 " Ze P ov o" o u 0 "Amigo da Orca", que em s ua a na li se g an ha m f or ca e d ef in em p oi s "0 h um or v is ua l c om o u ma da s producoes 8 . 0 C ur so o rg an iz ad o. p el o D PH . p ar a s er vi r d e o r i en t ao ;: l o a o s a g e nt es c u! t ur ai s , q u e n o i rn b it o d a S MC , trabalhavam com Memoria epara partjcip antc5 dosmovimentos diversos, exprimindo as concep"lIes do t r ab al h o e st i. r eg i st ra do n a Revista do ArqJ;ivo Municipal, n · 2 00 - M em or ia e A"lo Cultural. P MS PI SM CI DP H. 1 99 2, T am be m a p u bl ic a" io d e S MC ID PH : 0 Direito a Memoria: Patrima"l0 Htstorico e Ctdadania. 1992, contem interessantes discuss6es sobre 0,unto, 9 . M ar co s A. da S IL VA . " 0 T ra ba lh o d a l in gu ag em ." I n: S oc ie do de e T ra ba lh o " a H is to na . R ev ut a v . 6 . n · I I. p ag s. 4 S! 61 . 1 98 6 Brasiletra de Histo ne. S il o P a ul o. E d. M ar co u ro lA NP l H,
Pro}. HISIM a. SO O PaII/ O,(/0), de;
J
V9J
P r o) . / {'s f ona. S iio Pauo, (10), dez.1fJ93
http://slide pdf.c om/re a de r/full/luga re s-de -me mor ia -pie r re -nora
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Luga re s de Me mór ia Pie r re Nora - slide pdf.c om
d e l in gu ag em . c om o p ra ti ca s c on cr et as d a v id a s oc ia l q ue H aO p od em s er i gn or ad as pelo historiador",lO
o enriqueci ment o t em at ico da H istori a Social e . muitas VCL.CS, razao de critica s ev e~ . p or p ar te d aq ue le s q ue vern n es ta e xp an sa o u rn a p os si bi li da de f or te d e c s~aeclme~to dos o bj et os e m a na li se p el a a mp li tu de q ue os pcsquisadores atribuem a s ua a na li se . o u p el a a us en ci a d e p os ic io na me ni o t eo ri co p ar a a rt ic ul ar e st a f ra gm ~nta'Y aono que consideram ser essenci al m anter com o obj et ivo do histori ador, s e~ ~ a t ot ah da de , p ri nc ip al me nt e d as e st ru tu ra s e d as v is oe s g lo ba is
OU
A ss im , o ut ro s
a f ra gm en t~ ao d o s oc ia l, p el o r ec or te m ic ro d a s t e ma ti c as . l evando a urua cntlc~ conscquente perda da p er sp ec ti va g er al , A a ce nt ua ca o e xa ge ra da , d iz em e le s, d e t cm as nem s ernpre consid d . . , , era os essenciars para a c ompreensao global cia sociedade. pode contribuir para 0 aprofundament o de aspectos secundanos da histori a, que neste caso,a~ab~ por transformar-se n a h i st o ri a do efernero. do particular c muitas vezes iduali ' de VIVen(:1a S IindiIVI u.u17.a
liti 1
. . que estabelece c o m o s S Uj . .el to s hi. et' empatla COm 0 passado, pel a relacao i nt inusta 'I ,. tomaram 0 refe S on co s, p or t ud o is to , e nf im. e sta s p er sp ec ti va s s e rencla leonco ad' , . mesmo dizer que a enram inumeros histonadores. poder-sc-Ia nh a ' q ue p ar a p ad er d es Historia Social t cmpe r s eu papcl potencialmente s ubver slvo a em que ser muilo . mais perturbadom nas investigacoes, sempre carrcgadas de inccrte' e p or i st o m es mo z as , I ns eg ur ar x; as e f mg il id ad es c om o n a c er ta C 0 noSSOpresen1c
u m c on st an le d es af io p ar a o s q ue a e la s e d ed ic am . 1 0 Ma rc n, A da SI LVA C'
e
P
.
Z P , ancau, Republic razer eI'oderno AmXo da 0 a, e ovo e
0 Brastl S30 Pa ul o. E d, M ar co Z er o/ CN l q. ' 1l a . S a o P au lo . E d, P az e Terra, 1989.
I
990
.
e
Em sc t ratando da cul tura popul ar, em parti cular, 0 interesse dos historiadores ma is r ec en te , a p ar tic ip ac ao n a d is cus sa o te or ic a e r ed uz id a e o s tr ab al ho s d e
i nvesti gacao,
no caso brasil ei m,
E m m ui to s c as os s er ia a te p os si ve l t ra ca r u ma c on st an te d e d es do br am en to s t eo nc os e t er na ti co s a p ar tir d as p re oc up ac oe s c om a s c la ss es s oc ia is e m g er al e a operaria em parti cular, passando pel os i numeros t rabalhos. sobretudo t eses e dissert acoes sobre 0 m ovim ento operari o e depoi s m ovim entos sociais urbanos, Est es desd obr ame nt os p od em s er le va nt ad os e s is te ma ti za do s n os c at alo go s d e te se s d as u ni ve rs id ad es e d os c ur so s d e pos-graduacao, onde const am resumos que permi tem a va li ar e nf as es . t en de nc ia s e c on st an ci as n as direcoes que estamos reconhecendo, Isto pode atestar, de uma certa m anei ra, a rel acao ent re est es t rabalhos e a conjunt ura h is to ri ca d e a lg um as d es ta s p re oc up ac oe s e d es te s t cm as , p ar a c he ga r n as a tu ai s d ef in ic oc s d e t ra ba lb o c om a c ul tu ra p op ul ar . P ar cc ia n at ur al q ue a p ar ti r d os q ue st io na rn en to s e nv ol vi do s n a p ro po si ca o destes cst udos, que sem duvida IIl1nCai gnoraram as controversi as t eori cas ai exist entes, surgi ssem l inhas diversas de i nrerpretacoes, Muit o i mportant c c reconheccr q ue a co mp an ha ra m
o s d es do br am en to s
H ss to na .
d os m ov im en to s p op ul ar es e rn s ua c on st i-
tui"ao histories n o s oc ia l. s cm q ue re r c om i sl a e st ab el ec er r ig id os m ec an is mo s o u correspondencias estreitas,
o que procuro reforcar com o l inha de racioci ni o e q ue , a o c on tr ar io d o q ue m ui to s a fi rm am , n ao s e t ra ta d e m od is mo s a u s im pl es i mp or ta ca o d e m od el os , o u adesao apressada
as
c oi sa s " no va s" . m as s c t r at a s im d e u ma correlacao
e st re it a e
conti nua com as nuances, t en d en c ia s e r um os q ue t ornaram os movimentos sociais n o c ur so d os a co nt ec im en to s r ec en te s. I st o s ig ni fi ca d iz er q ue e st a h is to ri og ra fi a esteve bastante relacionada a s proprias t endencias t eori cas e a s praticas sociais destes sujeitos historicos em suas v a n as m a n if e st a co e s , o r ga n iz a c oe s ou redcfinicoes politic as . A le m d is to , o s a co nt ec im en to s p ol it ic os e ur op eu s, a q ue br a do socialismo, 0 ressurgimento de f or ma s d e l ut as " na ci on ai s" , n o L es te E ur op eu , l ev an ta m t er na s aparent em ente d es oo rt ea do s
superados e dei xam m ui tos est udiosos ainda surpresos, pam n a o dizer c om a d er ro ca da d e a lg um as d e s ua s u to pi as .
S er ia i mp or ta nt e p am e st as d is cu ss oe s q ue n os p re oc up as se mo s as mudancas
de enfas e sobre que Historia e st am os p mt ic an do
t am be m c om
e e ns in an do ,
r no
a pe na s n as e sc ol as d e 1° e 2 ° g ra us , ma s p ri nc ip al me ntc e m n os so s c ur so s d e g ra du ac so . D ep oi s d e u m m ov im en lo i nt en se d e r ef or mu la ca o d os c on te ud os e sc o-
Pro). Hutona, SiioPaulQ,(101,dez. 1 'J9J " mJ
so com ecaram a surgir nas U 1t im as decadas, sendo
m ui tos ainda i nedi tos, poi s se t ratam de t eses e disscrtacoes de pos graduacao apres en ta da s e d ef en di da s e m p ro gr am as q ue t er n a C ul tu ra c om o a re a d e c on ce nt ra cs o o u e m d ef in ic oe s d e L in ha s d e p es qu is a.
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l ares do ensino de H ist6ri di Estados e al .. a, C om v er sa s p ro po st as c ur ri cu la re s e m q ua se t od os a s anaIises l evam ar e s:t i s ~r e e st es m o~ en to sl I, c re io s er ia de especial interesse lSCuss.iO.as
ensino de , . ' " " " " 'I I . . . . A'AzarSe~ di~c3es e as teooenei as manifestadas no 6....y d U dire ra que comeommos aJ '. O~. de her6is, de go n a ~llo de superar uma Historia eventos, a Hlst6na oficial, nfi ? N perceber a nature . . ~ nn a verdade, tem-se feito pouco para pados que est am za, 0 conteuoo e 0 S)~cado atribui do a est as m udancas, preocuo s a go ra C Om a s avaJJa¢es e a produ~o da p6s graduacikl. " Mas voltemos ao 00550 lema. Se' consJderannos a histonograIJa, principalmenle a francesa, ingle'' '' 1'._1: • . .. .. t au an a o u m es mo a norte' g ra nd e . .. .; . . ~, , - am en ca na , p od en am os a rr ol ar u ma v...~e de t ra b a lh o s t a nt o ' I . m ars ~ a a lista q ua nto ma is a mpl a f or a eon;~10 de cultura, a ab ' ene' . rang 2.31;00das fonnas de Jados conceltos d e p op ul ar e s ob re tu do a v al or ire81stro ou de fontes '. '. para a Investtgacao. Reaf mnando 0 interesse brasiJeiro basta v e , r as mumeras tradu O e d . di ~ s e livros com t e m ao c as e s p ec i fi c as au coletAneas de arti que bU S C ~ 2 r es en ha r e a pr es en ta r c om a na li se s pertinentes as ultimas gos produversos x., de co es
stas
areas.
Para na o me aJongar nas razOes da " naram as dtcadas de 60 70 descoberta" da cul tura popul ar, que dorni do nacional e do POPUl are I' CO m seus significados politicos associados a questao • va e .ressaItar 0 que Peter Burke ja chamava a ateo;ao em seu artigo 13 sobre o assunto Identificand . , . 0 no m te re ss e pe lo p ov o ur n a sp ec to do mOvimento nativista, p a ra r e av l Va r eulturas tradi . U d lCIOIlaJS em oposiI;oo a dominacao estrange ira.
N o c as e brasileiro esta "descobe .. . calf ik>dos elementos ci a cultura ul rta se ~u a partir de propostas de idcntifisonhada cullum brasileira CO po~ ar nas decadas de 6? e :0 para f or ja r a ~o ndo aos modelos nacionais, com grandes discussOes e projetos com dofrespo M' . 0 os CPC ci a VNE· Ann' usica Viva. de s a o Paulo' 0 C]' • OU o na l, d o R ec if e; o u 0 Grupe de Vianinha, que com ~ da Gravura; a discussllo do Te at ro d e Ar en a e grau, sofrenun a i nflue" . das ere~as e tensOes in te rn as e m ma io r o u me nor . DCla pro . ' . destes projetos e destas d i s cu s .s oo POStas do PCB e do realismo sovietico. A maiona s s e f ez e nt re i nt el ec tu ai s e a rt is ta s f or a d o ambi-
d:
. II. Selv. O. FONSECA CIMid' . COIII,"hO da H rror u Disa~~ ~CCL "na Inten~ ao
ae!:8'~
M cs tr ad o, H ilt6 ria, PU c- SP ' 12.Lynn
HUNT.A
N OW l H
6 '
'
'
b
,IQ
c.mpinas,
Pllpirus, 1993. TambCm a trabalho de
~q u emn o _ in a de Hist6ria em Sto Paulo." a onen~1o cia Prof'. Maria Antonieta AntonB'ld.
. HItOrQ. SIQ III n o C l t l tl U ' a l. SAo Paul Cia. da Paulo, Ed. UNE S P , 1 9 9 2, e tam 0 M a rt w F o nt e. , 1 99 2. P e te r B U RK E , A E l l crit a do DARNT~ ~ 989. Na.l ie Z. DAVIS. C l tl t ;: ; :u C l t l tu r a P O p l li a r n o I d ad e M o d er n a. SIO paulo, da s letru t' a~8o:r-do3Gat03. Rio Grul, doPav:" Sio P au lo , p az e T er n, 1 99 0. R ob er t de 1 98 8, e m al S 0 Beifo deLamoureue. S A o P a u lo , C ia . , 9 90 , e l Il um er os QUt ros com~ os Cwlo G I NZ B UR G , ja rcferenciados. 13,Peter B UR K E . C u h u » p a o P U /o r" a ldade Mod emu. Sio Paulo, Cia. du Lctras, ]989.
P r o) : Hs ! o, . ;Q , S 40P OI o. ( 10) , d. z. J 993
ent e academi co. A concepcao de cul tura era a da producao da superestrutura e, ainda que preocupada em reconhecer m anifestacoes e aspectos da cul tura popul ar, pagou a lt o p re co p el a a d o c a o de esquemati sm os e utopi as distanciadas da sociedade. D e out ro l ado, no m ci o academi co set ent ou definir a hist6ri a da cul tura popul ar c om o a d es cr ic ao e a na li se d os g os to s, c os tu me s, c rc nc as e m od al id ad c d e d iv er sa o popul ar em qualqucr ordcm social, signi fi eando a cul tura da maioria em oposicao a cul tura organizada, pcnsada e t ransmi ti da pel as eli tes.14 N es te m om en ta q ue re mo s a pe na s r eg is tr ar e i ns is ti r n a c he ga da t ar di a d os histori adores brasi leiros a est es debat es ou a est as i nvesti gacoes e portant o M poueo do que se falar, pri ncipal ment e consi derardo est a aversao pela discussao t eori ca que os histori adores. em sua m ai ori a, quase sem pre dcm onst ram. Se est ivermos atcnt os aos cam pos de aruacao da H istori a Social t al com o concebida nas ultirnas decadas, principalmente pcla historiografia inglesa, e aonde, desde j a n os p os ic io na mo s, M q ue r ec on he ce r, d e i mc di at o, q ue n es ta d ir ec ao falamos de c on ce pc oe s e c at eg or ia s q ue s us ci ta m m ai s i nd ag ac oe s d o q ue p ro du ze m c er te za s e n ao e xi st e m es mo a p re oc up ac ao c om a s d cf in ic oc s. A o a ce nt ua nn os
a i de ia d e q ue a h is t6 ri a s oc ia l t ra ta m ai s ci a expenenci a
do
que da a930 e t em preferencia pel os docum entos hum anos, reconhecemos os riseos de nos afastarm os da com preensao da sociedade em seu conjunt o para evi denciar 0 r uv el d o i nd iv id uo , a u d os m em br os d e g ru po s s oc ia is e m particular, contribuindo as sim pa ra u ma ma io r a pr ox ir na ca o d o p sic olo gic o ma is d o qu e d o s oc ia l. Es te s r is co s e xi st em a ss im c om o o ut ro s, e m t od as a s p ro po si co es t eo nc as , m as ha que conti nuar prati cando a H ist6ri a Social, a parti r dos supostos t eori co-m et odcl ogicos discuti dos, para fazer avancar suas possibil idades de cum prir os obj et ivos t racados. A lm a! t em os i nsisti do em que a i nspi racao vindo ci a historiografia de matriz inglesa, reitera, continuamente:
"quando percebemos que os conceitos dos quais participamos
n a o sao conceit os, m as probl em as, e nil o probl em as anali ti cos, m as m ovim entos historicos ainda na o definidos".15 Est a ati tude t e6ri ca e bastant e signi fi cati va: com preender que os supostos t eori cos silo i ndicar;6es para a i nvesti gacao e MO conceit os fechados para enquadrar 0 real , nunea e d em ai s r ep et i- Io , m es mo s ab en do q ue a s im pl es a f' um a~ o ci a ideia rOO nos t orna i munes aos t ropecos de urna pratica de investigacao. A partir dessas discussoes querernos enfat izar, rnais urna vez e c omo p on to i mportant e deste debat e, a necessi dade t e6ri ca de enfrentar a discussao sobre 0 que 1 4. D . S M IT I- I. " Wh at s H is t or y o f P o pu la r C ul tu re ", I n: What's HIstory Today') History TQdayfMacmillan. 1988. (v.nOla 2) IS. Raymond WILLIAMS. Marxitmo
P "" ,. H Ut m a, S 40 P t o .
(J
01. Jel. 199J
e Literatura.
Riode J_iro.
ZaIw Ed.•1979.
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f az em o s, s e u m a H is t6 ri a d a C u lt ur a o u u m a H is t6 ri a C u lt ur al 16 ,
o u s e, p or o ut ro
l ad o , n os a pr of un d am o s n os a va nc es ci a H is to ri a S o ci al , p ar a i mp le rn en ta r w n a a bo rc la ge .m d a c ul tu ra c om o c at eg or ia e c am p o d e a na li se . S em p er de r de vista a ~ s sf v CI l I lt e~ a o d e e x pl or ar a s c o nt ra d i~ i 5e s d o s o ci al e p a ra d e fi n ir -s e n a p e rs p ec nva que assum em hoie as "Estudos C uJtu ." . . r. us , p nn cl pa lm en te n a I ng la te rra e n os E st ad o s U ru do s v em -s e c on st it ui nd o p ro gr am a s de estu do s gra du ad os e p as •
"
"J
g r ad u a d o s c o m e s ta c O n f i gu r ac o o , g a ra n t id a a m u l t id i s ci p li n a ri d a de e t r ab a J h o d e p r o fi s si o n ai s .
de abordagens
Antes dessas d is cu ss O es f oi c om u m q u e o s h is to ri ad or es u ti li za ss em e m seus t ra b al h os o s t er m os "m anifest<>r-oo" " .. . . ....." s, aspectos culturais, tornanda em prestado c~t:nas ci a a n tr o po l og ia , s c m p r eo c up a r; :O e s d e r ef le xo e s m a is p ro f un d as s o br e s e u lg
S IC ad O. P ar ec ia n at ur al a po nt ar m a is u m a e sf er a, a u u rn n iv el o u u m a i ns ta nc ia d e preo cupa~ () . , . e s, o u S lm pl es me nte c on sid era r d es ne ce ss 3ri o s e e xp Jic are m, ta l a certeza q ue t mham de e starem b dand . . de i 0 m a ts u m a t em a ti ca p o ss iv el e m s e t r at an d o a or e I n v e s tJ g ~ O e s do social.
P a r a c o n s id e ra r no debat ab . . d a H i s t6 r ia ci a Cu i e e n r a d ls cu .S S~ O ,s al ie nta mo s q ue nas pr opostas Nilo se trata d ~ sem pre se dem anda 0 r econhecimento de o b j et o s e s p ec i fi c os . da . . e e xa m m ar u rn nlvel definindo ai mveslIgac;ao realizada como urn todo, ' mas s e us t em a s d e i n ve st ig ~ ao N arti W adas' ...... . este caso e s ta s a b o rd a g en s se consideram c na h i s t6 r ia i n te l ec t u al e la ' . du~o das coi pe , . propria cOIlCeJX;aode cultura, co mo a p ro do ab COI5aS e sptn to e das 'de' I las, a c c o m a s o ci ed a d a m p or d is ta nc ia r- se d a c or re la ca e e c om o u rn todo Prooo . e m s ep ar ad o e b o .' p oe m u ma m an erra d e v er a c ul tu ra c om o a lg o . m r a s e vejam exatamenr p ara com p letar hi' e c a p a z e s de c o n tr i bu i r c o m s eu s resultados outras st6nas Tal '. p or b u sc ar u m a e sp e iall c om o e p ra nc ad a e m a lg um as v er te nte s, a ca ba . I C I I za c; OO c ad a v ez m ai mars a m p a c he ga nd o m e sm o a r ei vi nd ic ar tal r econheciment o ou e s t at u to d e d i s ci p li testas preo cupat'oo . na a u o nom a. N os trab alho s realizad os com y s, e ntre o s h istoriado' . Sergio Bu arqu e de H landa res e recon hecl(la a m aroa d e autores com o e O U tros desta . . 0 os v ieses hist6ricos d o s p re co oc ei to s a s m esm a natureza. A ss im o s e st ud o s s ab re religi~ e tantas 0 tras . ,q uestiies d o rac ism o, 0 trabalho co m as u tem atJcas a b ordadas _ rnatizac;iio destes t em em geral tern pennanecido na pro ble'.mvestlO-....)es . _ as em su a rel~ ao com 0 E stade e o u t. ra s I'"n sb tw ~ O e s r e alizand 1 0 e s e u s
J a a H is t6 ri a C u lt ur al , p re fe ri da h oj e p el a m a io ri a d os q u e s e e m br en ha ra m p or e st as tematicas, participa d o d eb at e c om p er sp ec ti va s diversificadas, dcsde a qu elc s q ue a dm it em tr at ar- se a pe na s d e m ai s u rn a f orm a de trabalhar 0 social, i gu aJ an d o- se a o p ol it ic o o u a o e co n 6 mic o, a te o s q u e b us ca m a ss oc ia -l a s im p le smente a p ro du ca o e sp ir it ua J e m en ta l. N es te u lt im o c as o t ra ta -s e q ua se q ue e xc lu s iv am e nt e d e t ra ba lh ar c om a p ro du ca o d o p en sa m en to o u d as o br as d e c ad a p er io d o identificando-se m ais c om a H is t6 ri a d as I de ia s a u Historia Intelectual, t~ e m v og a nas decadas de 60 e 70, p r in c ip a Jm c n te n o s E s ta d os U n id o s_ 17 Seria pcssivel incluir tambem nesta discussao a producao de vertente mar x is ta q ue t en d e a e nx er ga r n a s up cr es tr ut ur a 0 c am i nh o p a ra d i sc u ti r c o ns c ie n ci a, ideologia, etc. Em s e t ra ta n do da Historia Cultural tambem acontece 0 debate sobr e 0 conteudo da cultura q ue q ue rem v er tratado, ou p or o ut ra , s e ha qu e incJuir nesta h nh a d e i nvesti gacoes a c ha m ad a c ul tu ra m a te ri al , q ue st ao q u e e nv ol ve m uit as n ua nc es a in da n ao d e t od o e nfr en ta da s p or q ua nto s t ra ba lh am c om
a tematica, 18 S ab em os q ue e sta discussao mo se esgota t a o f a ci l m en t e e tentar resolve-fa c o m s i rn p l if i ca c o es n a o f az a va nc ar m u it o 0 d eb at e, m as s em d uv id a d ev em os e nfrenta-lo e s c la r ec e n d o n o s sa s diferenciacoes pard na o igualarmos nossas corcepcoes f azcndo t abul a rasa d o s i gn i fi c ad o teorico d e c ad a uma delas. Po r isto m e s m o querernos afirmar qu e se a do ta nn os a premissa d e, co m a c a te g or ia c u lt ur a, e x pl o ra r a s cootradicoes s o c ia i s, e s ta m a n e ir a de p e ns a r, p a ra o ri entar as investigacoes n e st e c a mp o , nos permitiria, p el o m e no s s up er ar a s c ri ti ca s d e q ue a fi na l a qu el es q ue s e p re oc up am c om a c ul tu ra p o pu la r s om e nt e c on se gu em d e sc re v er a s f on n as c u lt u ra is o u i so la -l as p a ra d i fe re n ci a- la s da c u l tu r a d i ta e r u di t a. E 0 d ep o im c nt o d e u rn h is to ri ad or q ue l id a c om 0 tema e significativo: E rnais focil perticipar, desfrutar, deplorar ou explorar a cultura popular d o q u e d e f in i -l a . . E u m e s m o r a ra m e n te e m p r eg o 0 tenno " cultura popular", embor a esteja profundamente i n te re ss a do e m s u a h is to r ia e n os diversos significadcs qu e lie relacionam c o m e la . .. B aseando-me em estudos especificos desenvolvi u r n s e nt id o g er al d o q u e s e j a e d o q u e deveria ser a cultura popular... a cultura popular deve interessar-se tanto pelo conteUdo c omo p el o c on te xt o, p el o t ra ba lh o c omo p el o j o g o, p e l o l u g ar como pelo tempo, pela religiiio c o m o p e l a t e cn o l o gi a , p e la c o m u n ic a c ao como pela expr essao, pela provisao 17. Robert DARNTON.
a Beijo
deLamourette. S io P au lo , C ia . dati L et ra s, 1 99 0. P ar te I V: " Co mo a nd am
as coisas".
16.Sob~
assUnto ha d. lscussio mAlt &profu d ad . ; a ! C Il n J ro sd e Hwana. PUC Ri o H ~ .. 4 notexto de Francisco C. FALCON A H t s to r i a C u l tu r a l. 1991.Tambem Joseph FONTANALa H t st o ri a £ ) e $pu e s t !I F m d e l a H IS / O H a. Barcelon~ ~5 ~~ _ t ic a, 1 99 2, d ed ic a u m c a pi tu lo 4 esta discussio. 0
1 8 . M u it o e lu ci d st i va d es t a d i sc us sl o e d o s p ro bl em as c ol oc ad os e 0 texo de Jean-Marie PEREZ. "Historia d a c u h ur a m at er ia l" . l n : L E G O FF . J ac qu es . A H I Sf O n a N o va . SAoPaulo. MaI1ins Fontes. 1990
P ro j . H il lO " . .. S l Io P "" k> , ( 10 / . 1 h z. I WJ
85
Proj. Hslo,;a, SiloP" , , 1o. ( 10) , dez: 1993
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co mo p ela p articipa~a:o, como p ela atua~ao , p elo v is ual e 0 mus ical como p elo v erb al. .. Todosestes elementos figuram emminhaspr6priasnotascom
vistas aumedefinicao.'?
v id a g ~ ~: ~~ ~~ p ois c om o c ap az d e p o ss ib ili ta r a i nv es tig ac ;a o d e u rn " mo do d e e Im portante a p re n de r q u e ni40 se q u er p e n sa r a cultura c o m o e le m en t o . t e x e n or a c om p le ta r qualq de . . uer or m SOCIal, ma s ao contrario q ue e la e elemento de . , I m po rt an lc n a S ua co nstituicoo . significal'i'ies" d . e assim p o sec m vestlgada com o u rn "sistem a de y e m aneira am pla de m odo . . . '. ' a pernuur a m ctusso d e t o da s as praticas e asslm defirur-se co m urn " . e sp e ci fi co s m o d o s d e v i da ". 20 p ro c es s o SOCIal c on sti tu ti vo q ue c ria d ife re nt es e
s e nd o e s tc c er ta m c nt e 0 caminho eL1 h i st o ri o gr af ia d e l in g ua i n gl cs a, o n de c o rn e ca m a a p ar cc e r c o m c er to d c st aq u e o s h is to r ia d or cs c an a de n se s e a u st ra li an o s. f" M a s a nt es d e a va nc ar n cs te d eb at e r ct om e mo s 0 f io c o nd u to r d e st e a rt ig o . N a s p r eo c up a co e s d o s c ie n ti st as s o ci ai s para e s cl ar ec er e st e c am i n ho e fa to q ue o s an t ro p ol og os e f il 6s of os s e p re oc up ar am ha m ai s t em po c om a s c on ce iru ac oe s, o s s ig n if ic a do s e a abrangencia d o c on ce it o d e c ul tu ra e d ai se dizer qu e avancararn m ai s n a d ir ec ao d e i d e n ti f ic a r, e n u m e ra r e classificar o s " a s pe c t os " da c u lt u ra p o p ular. Quir os n a id eia d e r e fu t a r o s r c d uc i o n is m o s das relacoes e nt re f at or es f is ic os e g eo gr af ic os
e p ro d uc ao c ul tu ra l p ar a f ic ar a pe na s e m a lg um a s d as c on tr ib ui co es , c estabeleceram padroes e m ed id as p ara m o de la r m od os d e v id a. S e a nt es a id eia d e c ult ura e ra t id a c om o a s t ec ni ca s, a s a rt es , a s c ie nc ia s, a religiao, o s co stu mes e visoes d e m un do , n o secul o X IX foi associada tambern a t am bem hierarquizaram
ill
A b a s e d e d i s cU S S i 'i o o b r e
t
.
c om o p m ce ss o s oc ia J que m odela" a eoodo na dda c u.l tu r a vern da d is po si~ o d e aceita-la da v ida . u m a l eo ri a d a s art m s e Vida g lo ba l" c r no c on si de ra -l a a pe na s es p or ta nt o a i de ia d a e VI l . m te le ct ua l e m s ua s r el ac oe s c om a s oc ie da de . R ef or ca r c om p e xi da de d a c on ce ] t "~d C O m u m .Mas acentuar Iuacao . . e c u lt u ra parece ja urn lugar as mtn cadas correlal'O e s es tab eleci . y a esta tarefa co .; . ecidas p o r q u an t os se abr am ~:c_.. _ , o su tu i- se e m n ec es sid ad slmphf icar os c on ce it os e nao aparecer c o m solul'O e '. e, p ara s m a g ic a s a c re d i ta n d o nd . vez, com o co rceu e com po 0 a c at eg on a c ul tu ra , o ut ra o s q ue a tendem a . . quaIsquer mteresses ou a tu do explica scm referendal teoric o· Jd )
y
PrecISO.
Apenas C O m o in dic ad or d es t . t
d e in e re s se e m d e ba te r 0 t em a b a st ar ia f o lh e ar d u as c o m p i l3 l ;d e s d e a r ti . gos e Conferencias J t ... .. d e I llinois (Urban a-C ham . n n e macron als realizadas n a U niversidad e pat~) em 1983 e em 1990, o rg a ni z ad a p e lo Grupo " Unit f or Cr iticism and a I nt erpretatIV e T heo ry" . d e to do 0 m urdo sali com a p resenca de ceraenas d e i nrelectuais Stuart H II F deri C ary N e l so n , L a w ,entando-se r en c e G b a, re nc Jam eso n, Peny A nderson , p rim ei ra c ol et an ea l e m ,s e rg , T o ny B en ett , e tc . p ara fa la r a pe na s de a lg u ns . A , . vou 0 titulo de U . p a g m a s) , p u b l ic a d a e m 1 988 a rx is m a nd t he i nt er pr et at io n o f C ul tu re ( 73 8 Studies (784 paginas) ' poolicada e. a m segunda, em 1991, expr imindo be m dois om en t Cultural de
Ta b I
alhos apresen tad os ste d eb ate. As c o le ta n ea s r eU n e m o s fi , os nestes encontros a e xaustao tem as relacio nad' p or pro issio nais de v a r ia s a r ea s , d i s cu t i nd o o s a c u lt ur a e o s ig n if ic ad o do d eb at e a o l on go d o t em p o, 19.ASA BRIGGS "Wh. . M at s History of acrnillan, 1988. popular
ideia d e e v ol u c; ;a o , d e t em p o . p a ra c h eg ar f in a lm e n te a ideia d e p r o gr e ss o . Ha q u e r ec o nh e ce r n e st e d e se n vo l vi rn e nt o a e n fa s e dada p e lo s e st u do s s o br e a c ul tu ra , d e i ns pi ra ca o m a rx is ta , a u rn t ip o d e d es ta qu e da h i st 6r ia m a te ri al c o m o d e te rm i n an t e d e urna e s fe ra s u pe re st ru t ur al e n te n di d a c o m o c a mp o d e ideias, artes, crencas, c os tu m es . A reducao reforcou concepcoes idealistas, de pe ns ar a cultura c o m o s e pa ra d a da v id a m a te ri al e c ri ou dificuldades para as p o ss ib i li da d es d e trabalhar 0 conceito d e c ul tu ra c om o u rn p ro ce ss o s oc ia l constitutivo de u rn m odo de
v id a. c om o n o s r ef er im o s a nt er io rm e nt e, m a s e nr iq ue ce u a p o le m ic a c ha m an d o p ar a o c am p o t eo r ic o a qu il o q ue s e c on fi gu ra va , pelo menos no caso i ngles, co mo u ma s im p le s d i sp u ta e n tr e c u lt u ra li sm o e a r ec o nh e ci da e m p ir ia d o s h i st o ri ad o re s . I ne ga ve l, e nta o, q ue s om en te a p ar ti r d e m ea do s d o s ec ul o X X, c om 0 surgim e nt o d a A n tr op ol og ia S oc ia l e a A n tr op o lo gi a P ol it ic a e xp an de -s e 0 c on ce it o d e c ul tu ra , m o s em c on te st ac oe s e d eb ate s. N o g era l p as sa a s ec e nt cn di da c om o p ro d U 9a o e c ri ac ao da l in g ua ge m , d a r el ig ia o , d o s i n st ru m e nt o s d e t ra b a1 h o, das f or mas d e l az e r, da nuisica, da danca, d os s is te ma s e re la co es s oc ia is e d e p od cr . N es se c as o, a c ult ura p as sa a s er t arn bc m 0 c am p o n o q u al a s oc ie da de i nt ei ra p ar ti ci pa e la b or an d o s e us s im b o lo s e s ig n os , s u as p ra ti ca s e s e us v a lo r es , 0 qu e ainda constitui d e ba te i rn p o rt an t e e n tr e o s a n tr op 6 lo g os , levantardo questoes conceituais na teori. "'_ 22 z a c ; ; a o sobr e cul tura em suas i. nvesugac . .. .. . 2 1 . C a r y N EL SO N e L s wr en se
culture",
In: What'3 History
Today?
History Today,
2 0. N es t a P a rt e e s ta m . "" nos nos b aseand . e alem d 0 nas dlscussoes de R . . ., . .' v oc ab I esSIIs. tt/Iura e S OC i ed ad e. T he L a ym on d W l h am s s ob re a c ul tu ra n a o b r a j a C lt ad a u ary o f c u lt ur e a nd s oc ie ty 1 97 6 ong Revolution. P en gu in B oo ks 1 96 1 Keyword1 A , e 19 & 3. ' .
G RO SB ER G. M ar xi sm a nd t h e I n t er pr et au on o f C u lt u re . University of I ll i no is P re ss , U rb an a- Ch am ap ig n. 1 98 8, e L G RO SB ER G, Cary N EL SO N e P au la T RE IC HE R. Routledge. 1992.
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Me~mo assim, trabalhando ~o proximo cia ant ropologi a, aceit ando a ampliacao do conceuo e ~ m fundament a~ o t eorica m ai s apropri ada, rnais expli ci ta para fundamentar suas mvestlg~Oes e interpretar;Oes, os historiadores
rnaneira, a lirut.:com
0
passaram, de uma certa
suposto de que os "aspect os culturais"
em duas m odahdades: as prati cas e as representacoes
podiam ser reunidos
cul turais.
. . ~ensar as praticas c omo a cultura obj et ivada, conjunt o de obras, realizacoes, r ns ut ui co es - inclusive s . u os e costumes - e as representacoes culturais como resultado de alguma acao sei .. 0 grupo , ... 0 seja mental, espintual ou ideologica sabre humano ate mesmo no aspe t I' . . . 23 narracoes e l evanc oc o e ti vo , p er mm u d es cn ~o es tamentos. ' ~ st a ~ a~ !r a d e a bo rd ar a H is to ri a C ul tu ra l, a do ta da e d is cu ti da p or R og er Chartier, significa a se . . . u ver uma tentativa d e a pr es en ta r u ma "resposta a insahsfafi:ao sentJda frente Ii hist6ria cultural francesa dos anos 60 e 70 entendida em Sua dupla vertent e de hi s to,.na d as me nt alid ad es e de historia seri'al quant it a tiIva." ' di Certamente que esta e urna scussso pennanente entre quantos trabalham estas lflllafi:oesem suas investigl>rOc ~... S, m esmo porque este C urn cam inho que pode fazer esenvolver a teoria r nedi t . . ta!;a:o com dane a exphcl~ao do dialogo constante entre a confron~ OCumentoe os eSclarecimentos metodol6gicos. E assim Charti er se define: afi
d
A hist6riacultural tal como a . como em d''-:' e nte nde r nos, te r n por principal objetivo identificar ° modo uerentes lugares e . pe nsa da , da da I U m o m e nt o s W U a d et e nn m a da realidade social e construida, a er. rn a tarefa deste tipo nX ., . , . apropri~o: ea' d • supoe v anes caminhos ... Representacso, pratlca, pensa-Ia c om o~ ' e s: ; t re s n~ oe s q ue e st e li vr o e construido... Por u m l a do e preciso rep~sen1alyao, i st o e , d as c la ss ific ac oe s e das exclusoes que constituem, na s;;:;,se u m t e m po o u d e r e n' r ll r a £hca l, a s config~i'les s o ci a is e c o nc e pt u ai s p r 6p r ia s de e um eSJla\o. A s e s tr u tu r as d und' . . 0m 0 SOCIalao wn dado objetivo, tal como .. . nilo sa o as cate gonas m telectuals e . I' . . P S I C O o g ic a s ; todas elas SIlohistoricamente produzldas pelas ......ti·· '" Silo estas dcas artlculadas (polfti lscursivas) que constroem as suas figuras. I eas, SOCialS, emarca'r6ese osesquem hist6ria culturalI ada asque as modelam, que constituem 0 o bj et o d e u ma I ev a repen 0 social'd'fi entre sarcomp etamente a rel~oo tradicionalmente postulada ,Ienu icando com urn I be . r e pre se nta ' tO e s suposta rea m real, e xi st in d o p or si pr6pno, e as . s como repetindo-o o u d e l e se desviando.f"
y...
2 3. F AL CO N, o p. c it . p a g . 5 / 6 .
2 4 R o g er C H A R T IE R . A H is ro r ia e 27
CUl u r al . E n rr e P r l ./ tl c as
R epresentar;: iJ es.
I !
Lisboa, Difel, 1990, pigs. 13
A e xp an sa o d o c on cc it o d e c ul tu ra p ar a d ci xa r d e s er a pe na s c om pr om et id a c om a a nt ro po lo gi a e a f il os of ia e a ce it ar s eu r cc on he ci me nt o n o c am po d as a ti vi d ad es d e t od a n at ur ez a, n as i ns ti tu ic oe s e n as rcpresentacoes abriu espaco para 50-
ciologos, j uristas, psi cologos, l it erat os e l inguistas e alem do rnai s para a discussao sobre a possibilidade de c ul tu ra s n o p lu ra l a te c om o r es ul ta do d es ta s p es qu is as e ainda rnais destas const at acoes empiricas, A drni ti da a pluralidade
de a bo rd ag en s e a presenca
de out ros i nt eresses
no
debat e, foi passi ve I a a co mo da ca o d e q ue h av ia e sp ac o t am b e m p a ra outras formas e sp ec if ic as d e a na li se e s ob ra va e sp ac o p ar a a H is to ri a da s I de ia s, a H is t6 ri a I nt el ec tu al , a H is t6 ri a d a F il os of ia , a H is t6 ri a d a A rt e e d as C ie nc ia s e a s d if er cn tc s f or ma s d e a bo rd ag em d a c ul tu ra . E ra e nt ao n ec es sa ri o j un to c om a i de ia d e n ao e xc lu si vi da de d o h is to ri ad or . a dm it ir t am be m q ue a c ul tu ra n ao e st a l oc al iz ad a f or a d a s oc ie da de c om o u rn t od o, c om o u m c am po d as s et e a rt es e d a a bs tr ac ao , p en sa da a te c om o r ef ug io d er ra de ir o d o in di vid uo . a me ac ad o e m s ua li be rd ad e e n es te c as o c on sti tu in do u rn r amo d o t ra ba lb o d os c ie nt is ta s s oc ia is o nd e g an ha va a te u ma c er ta a ut on or ni a. H av ia q ue "acom odar " a cul tura com o cam po de i nvesti gacao passivel de permi ti r a cornpreensao do social dentro destas perspecti vas. N ao podem os dei xar de ressal tar aqui as com pl icadas
relacoes e nt re a s p er s-
p ec ti va s d e u ma H is t6 ri a C ul tu ra l q ue p re te nd e o cu pa r t an to q ua nt o a H is to ri a d as Mentalidades 0 I ug ar d a I de ol og ia . E st ao a l o s de ba te s e o s te xto s d e V ov ell e, D ar nt on , M an dm u, D ub y e o ut ro s p ar a no s darem conta destas perspecti vas. Mui tas vezes os histori adores, sem expli ci tar seus supostos t eori cos uti li zam-se destes conceit os de forma sim pl ificada, de m anei ra a penni ti r uma l ei tura de 'ideoI6gico' como sinonim o de cul tural, 0 q ue c er ta me nt e n ao c on tr ib ui e m n ad a p ar a e sc la re ce r a s relacoes possiveis ai exi st entes e estao pedindo m ai ores estudos. D iga-se 0 mesmo daqueles que se uti li zavam do conceit o de m entali dadcs com a m esma superficiali dade. Cria-se ai w na confus: lo m et odol 6gica. poi s m ui tas vezes se cobra dos aut orcs cui dados e preci soes t eori cas que nO O fazem parte de seu uni verso. N o a mb it o d a h is to ri ogr af ia in gle sa a te nta tiv a d e tr ab alh ar c om a id eia d e cUIt um , com o cat egoria abrangent e, para pensar 0 social, est a presente na pri meira o br a d e E.p. Thompson: Wil li am Mor ri s - Romanti c t o Rev ol ut ionary , de 1955 e m ai s ciarament e em A For macao da Class e Ope rari a na I nglate rr a, d e 1 96 3. N es ta d ir ec ao a o br a de Richard Hoggan. The Uses of Literacy, d e 1 95 7 e a d e R ay mo nd Williams, The Long Revolution, d e 1 96 1, j un to c om a de Thompson, const it uem a b as e a p ar ti r d a q ua l s e a ss en to u t od a a discussao posterior e seus desdobramentos, p ro va rd o a r iq ue za d a p ro po st a e f az en do s ur gi r u rn a t ra di ca o d e e st ud os m ul ti d is -
1111 Pro}.HUona, sacp"",,, ," (1m. dlz. 199)
89
Pro}.H stona: Silo P a u lo . ( 1 01 . dez. 1 f}9 3
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cipli nares que vai se confi gurar com o "Estudos Cul turais", anterionnente.25
conform e j a se discuti u
Consi dernndo poi s, a cul tura, com o capaz de abarcar "modes de vida global",
vida que, r o a c re s ci m o de T hompson, representa sem pre uma luta, que
e
de classe
e se d.:i. tambem no c ampo dos val ores e dos i nt cresses, porque pessoas "experi mentam" s ua s vivencia s, s itua coes e relacoes produti vas com o necessi dades e interesses,
isteria, Cultura e Representacao
mas tambem como antagonismos, tratam essa "experiencia" em s ua c on sc ie rc ia e s u a c ul tu ra d a s m a is com pl exas m anei ras. O s seres h u m an o s e st ao c o ns ta n te m en t e e ng aj ad os e m r ef le ti r s ob re s ua p ro pr ia " ex pe ri en ci a" ,
b er n c om o a do s
'"
No intuito de ampli ar 0 debat e sobre 0 c on tr ov er so l em a d as relacoes entre H istori a, Cul lum e Representacao, obj et o das Iinhas de pesqui sas desenvol vi das no Program a de Est udos Pos-G raduados em H istori a da PUC-SP, os profcssores: EvaJdo A maro V ieira (FE-U SP), Marcia Mansor D 'A l essi o (PU C-SP) e N icol au Sevcenko (FFCH -U SP) foram convi dados a pronunciarem-se sobr c os seguintes enunciados:
o ut ro s e
assim cresce sua com preensso da vida social, s ua c ul tu ra , e nf im , a in da q ue n ao apenas dela. 26
1- Hoje a palavra representacso mesmo que apropria Hist6ria His to ri a e His to ri og ra fi a.
e
muito utilizada pelos historiadores. Afirma-se
e umarepresentacso, elirninando-se a disti~iio entre
0 q ue p en sa d a re la cs o e nt re His to ri a, R ep re se nt ac so
e
Historiografia, 2- A H i s to r ic g ra f ia
c o n te m p o ra n ea v e rn r e co r re n d o a temas ligados a o u n i ve rs e ~ Cultura. Em que medida esta p o s tu r a v e rn influenciando altera¢es no procedimen to met od ol 6g ic o
d a p es qu is a h is t6 ri ca e , n o l imit e, a p ro pria c on ce pc so
de
Hist6ria como conhecimento.
2 5. S t u ar t H A L L . " C h i· Q
d
<"-_
I
U
d
lody
un. S tu d, es : t wo p ar ad i gm s" . I n: T on y B en ne t a nd o t he rs ( ed .) , CuitJIre. l, eo
" """·'aProceu Ulnd .
26. E. P. T HO M PSO N . "O tenn 1981.
on.
T h n.._ e
'1 " ''
.
0
.
•
UnlVenity Press, 1989.
._.
a at s en te . a e xp en en c, a
..
..
. In: Miseria do Teorta. RIO de J a ne iro .
Z ahar E d ..
Es s e l em a r · b·" ~- diISCuss'o de urna M es a R ed on da , c oo rd en ad a p el a P ro fa . M ar ia d e Lourdes 1010~"'O"" 44' M on ac o J an o t i ( PU C- SP ) r ea li za da e m S i o P au lo . C am pu s d a \ ) SP . c o mo a ti vi d ad e m te gr an te d a R EU NI Ao A NU AL D A S Bp C, em 1992.
P r o) . Hinona;
it
S ilo P ouk »
(J 01. ,uz. J
995
.,
91
I()) de:. 1993 P r oj. HIs / ar ia. S ilo P Oll I 0. ( •
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o historiador sabe que nao existe superacao
D e rnanei ra geral , a pal avra "represent acgo"
pelo esquecimento ...
Tal vez sej a neccssari o atcnt ar para 0 fat o de que a histori ografia 113 histori cgrafi a. signi fi ca t cxto, que 0 pcsquisador da histori a m anifesta-se por pal avras.
As rcpresenta~Oes eluci dam e obl it erarn est a epoca e est a sociedade. a a pa re nc ia s
COllCedeooo-lhes a posicao d e m O d a li da d es d a consciencia, Essas representacOes nao est ao em COITeS) Xl ndenci a em todos os seus aspectos com 0 objeto que e xp re ss am , m a s carregam em si 0 i ncontrol avel desej o e rnesrno o o r gu l ho de fazerem-se de tOtal i dade. , V al e- se a qu i d e e xe mp la r r ef er en ci a d e A nt oi ne P el le ti er a o i ma gi na r A te na s. co m 0 Paternon, s cm o s escravos e Rom a, 0 consulado sem a dit adura u~c~ente Sao .1Illage ns f on no sa s e v ai do sa s d a t ot al id ad e, n ao f ig ur am a t ot al id ad e, n em sao a propna totalidade. As r e pr e se n ta l ;o e s e n tr a m n a posse de certa l inguagern, apossando-se ent so de certo . vocabul ano, de certas fonnul~oes, de c er to s m od el os d e p en sa me nt o, q ue
C O t l S tJ t ue m t a m be m r n od e lo s de f ra se s. A s dificuldades de t ra ns it ar -s e d as r ep re sentaCOes a realidade sO O as dificuJdades de t ransit ar-se de ceria l inguagem Ii vida dos hornelL'>Em suas rel""~~ ideolozi _ . "" ....oes com a I eol ogia, e born not ar que as representac; :oes cXlbem slmbolicam t f . . en e o s a to s e o s i nt er es se s, m ostrando que a genese delas se
e n co n t ra n o U I l lv e rs o b i ol o gi c o.
' q ue a h is to ri a c on te rn r ep re -
m as anao resume sentaC6es, o ho a reprcsentar;O es. N a tao conheci da reflexao de . Marc a hist6ri false "d " Bloch con" as .. m :ns no .tempo" e e les sa o 0 s eu o bj et o. A h is to ~~
Iala ~
. tl,nuidadese da s diZJ:'CIS e i rd id ve is p er ma ne nc ia s " do s h om en s n o t e mp o .
h i st o na p a re c e expnnur 0 belo nas palavras de C ha rl es B au de la ir e: " 0 b el o e euo de um cleme It '. . ., 1 0 etemo, lIl'famlvel, cuja quantidade e excessivamente difici de de' tenrunar, e de urn elemento relativo circunstanciaJ que s e r a por assim dizer, . f ei
SUCCSSlvamentc •
ou a
.
a
h is to ri a, m as n ao a t od a a h is to ri a: s cr ve -s e < la s A historiografia remete-se reprcsenracoes, m as nao de t odas as represcntacocs: t raz sensacoes, m as as scnsacoes pecul iares
q ue g en er i-
camente sa o 0 aspecto de urn objeto, a diferenea e a o po sic ao a seu verdadeiro ser. Porem, tais aparencias podem revelar a verdade e a evidencia do objeto. E nao c o n si s te e m e x ag e ro a f ir m a r que nas aparencias ja subsiste certo grau de evidencia,
A
°
cfemero.
alude a diversos t ipos de aprecn-
0 q u e a co n te ce usualmente e a de representacoes pr6prias a det er-
id c ons i e ra coe s s e d ep re en de
0
A original idade ccrtarnente est a nas marcas que 0 tempo deixa nas sensacoes c . n o c as o d a h is to ri a. es ta nas marcas que 0 t em p o d ci xa nas s e ns a co e s i rn p r es s as
Os h ome ns e os g ru po s h uma no s d ao e xi ste nc ia
Destas sucinlas
Charles Baudelaire t rata t am bcm da historia: 0 pcrmanent e e que BaO tern p ri nc lp io n e rn f im e a c o nt in g en c ia do memento.
E va ldo A ma ro V Ieira ·
sao de urn objeto, e fe tu ad a d e m od o i nt en ci on al conversao do obj et o est udado em agrupam ento r ni na da e po ca e a detenninada sociedade.
° bcl o,
"
o m e sr no t em po, a epoca, a m od a, a m or al , a p ai xa o" . T ra ta nd o
F ac ul d ad e d e E d u c! 9A o. U SP .
a uma epoca.
o tcxto que
0
historiografico revcste-se do caraier de construcao do poetico, Ii medida l ev a a e fe it o u rn a to p oe ti co A lg un s t ex to s h is to ri og ra fl co s s e
h is to ri ad or
disti nguem
dos dem ai s devido
sua quali dadc pocti ca; confundindo-se
a dirnensao
. .. s cm l e o ri a previa, s c m l e o ri a p r ec o n ce b id a ,
ca
p r o pr i a e x p er i en c ia
d e q u e a n a t ur ez a
nao ha tr a halho c ie ntif ic o p o ss i ve l ( . . . ) a t e o ri a da ciencia, C . . ) Toda teoria c n a tu ra lm e nt e t un d ad a s ob re c st c p o st u la d o
e c xp l ic a ve l.
( . .. ) U r n h i st o ri ad o r q u e s e r e cu sa a p e ns ar s ob re
° f a to
h u m a ne ,
LUn lustonador q ue p ro fe ss a a submissao p ur a c simples a esses fates, c omo s c l i li o [ o SS C In de sua fabricacao,
c omo s e 0 3 0 t i ve ss em s i do c sc ol lu d os p or dc, previam emte, em todos os sentidos
da palavra "escolhido"
(e eles
na o
podem deixar de ser escolhidos por de ) • e wna a ju da
tecnica. Q ue pode alias ser excelcnte. Mas nao
N ao exi st e trabalho
c
LUn lustoriador,
do histori ador scm tcoria e s cm t co ri a d a h is to ri a ! li lo s e
c om po e a h is to ri og ra fi a T om an do -s c a h i st o ri o gr af i a p o r campo de pcsquisa historia, pode-se dizer que nao h;i historia sem teoria da historia.
a
Haveria possivelrnente uma cro ru ca? E dificil saber: Fernao Lopes, 0 celebrado cronista portugues, j a col oca no p a p el d e h i st o ri a do r , o u a o m en os e st a d e passagem da cr6ni ca para a historiografia.
Rcsta i nvesti gar
0
q ue n a v er da de
c
este tipo de
est udo, sem t eori a da historia A pesquisa hist6ri ca necessi ta de m ei os. decnt enos, de procedim entos, capazes de proporcionar 0 alcance de seus obj euvos, scndo reste caso i mprescindl vel a t eori a d a h is to ri a o u u ma o ut ra t eo ri a, f ur da rn en to d a i nt er pr et ac ao . Ha yd en
W hite s er ve p ar a e xe mp lif ic ar . E tc a dmi te a p re se nc a d e u rn n iv el
m a ni fe st o. 0 nivel da " s up e rf i ci e " , represcntado pelos conceitos teoricos claramente utilizados pelo bistori ador E urn segundo nlvcl , 0 da subcstrutura "meta-historica", o nd c s c l oc al iz a 0 a to p oe ti co do h is to ri ad or c on de o co rr e a " pr ef ig ur ac ao" da hist6ria. por intermedio de quatro tropes: a metafora. a m ct onirni a a sinedoque e a ironia.
Pro).Hstona. SiioPlIIlo.
PrtIf . H,.rt lma. SiloP<*10. ( 1 0 1 , de:. 199J
a
c ie nt if ic a c om a d ir ne ns ao a rt is ti ca . a li as m ui to a ba nd on ad a e m n os so s d ia s, e p er p et ua nd o- se n a 1 ci tu ra d e v ar ia s g er ac oe s N ao c demais recordar Lucien Febvre:
! 1m.
dez. /W3
9J
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C la ro e st a q ue H ay de n W h il e r ec or re it t eo ri a l in gu is ti ca es tu do s d a p oc ti ca p ara fu nd ar a a na li se
d o s eg un do
" meta-hisr orica " , relacionando nivel, 0 de " superf icie " .
o d a s u b cs t ru t u ra
seu primeiro
N a o s u ce de d if cr en te m en te
h is to ric o
c om a c u lt u ra : sua i n v es t ig a ca o
r ef er id os
it o rg an iz ac ao
q ue fe z R ay mo nd
W il lia ms
s ob re
0
r ep ert ori o
0
d a c u lt u ra , c om e le me nt os sabido
e p an ic ul ar mc nt e
g er al
is to , d ig a- se
.• D .c cl in ar t ai s o ric nt ac oe s
pencncia com a i nv es ti ga ca o
t eo ric as m cl ic ul os a
d a p ro du cao
Q u es to es
fe cu nd o.
h is t6 ri co s,
d as p a la v ra s" .
s ug erc
a e x-
s cm s ub st it ui -l as
m ai s
a
l ig ad as
cultura v ern o cu pa nd o
m as t er n s id o, s ob re tu do ,
" mic ro -o bj et os ", i mp or ta nt es decadas,
s e v olt a a c la s, m as
h is to ri og ra fic a
d es sa s o ri cn ta co es ,
E
h orn en s.
l og o u rn m od elo
ig ua lm en te
Marcia Mansor D: A lessio"
r e cl a rn a um a teoria
ao l em b ra r q ue n ao v is a apenas a "distinguir o s s ig n if ic ad o s m as t am be rn a " rel ac io na- lo s c om s ua s o ri ge ns e s eu s e fe it os ", a c ult ura
o relativismo d a urnnovo estilo ao conhecimento na hist6ria
a o c xam c d o
d a v id a d os
sobreludo
COl1l0 um m undo de represemacoes, n ao s e li mi ta a e la s.
a os
n iv cl cia ob r a historiogr a fic a .
co nfi gu ra nd o
m o di fi ca co es
Q ua is
o s fa to res
h is to ri ad or es ,
t ra ze nd o
u rn c am po
fc cu nd o
d os c ha rn ad os
q ue , a le m d e n ov o,
m et od o1 6g ic os
re co nd uz id o
c om e la i mp or ta nt es
E st a re fle xa o s era en ca mi nh ad a
d e p ro du ca o
d e r ef lex ao
n os p ro ce di me nt os
q ue t eri am
u rn e sp ac o r nu it o g ra nd e n os e st ud os
t er re no
a c ul tu ra
p ra ti ca do s
ao ce nt ro
i nq ui et ac oe s
p ro du z
n as u lt im as
das a te nc oe s
r ef er en te s
a
d os
metodologia?
em d oi s s eru id os : n o n iv el do conhecimento,
precipitadam em c pelo ideario do m odism o sob a encantam ento da provavct n o v id a d e. A r r ed a n do q ua lq ue r p ro pe ns ao p ar a a solucao simploria, para a
0 significado, examinando para e st as q ue st Oes d o d ia lo go a tu aI e ntr e h is t6 ri a e a nt ro po lo gi a- et no lo gi a e n o n iv el da h i st 6r ia v iv id a , c ol o ca nd o a lg u ns d o s a co n te ci m en -
s ol uc ao s im p li fi ca do ra ,
tos da U lt im a d ec ad a
ou m enos
a s m en ci on ad as
o ri cn ta co es
r og am
e a p ro fu n da do s e st u do s q u e v en h ar n a te a s ob re le va -l as d o d c s cn v o lv i m e nt o da historiografia. tlVOS
p or p er se vc ra nt cs ,
c ri a-
an gu lo s.
0
h istoriad or
sabe
que nao existe
supcra~ao
por
"es tr anh o
" qu e • um a vez q uestion ado
~ ao
Rcfcrencias <
PELLETIER A "A
. . i f, ( .',.. rocao de clvlliza~ ao". I n: P ELLETIER A e G OB LO T, 1.J. / . a e rta I S1 1I o hi~fr)ric histor) ' 0 e Istonn das civtltzacses. Lisboa, E d it or ia l 1970 . E s ta m pa .
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W I LL I AM S , R a vm o ll d Naciollal.
i%9.
-
cu1l ur a e S Oc ie dn de
- 1 79 0
!
1950.
S3-0
Paulo.
,
C om p.
Pm,_ Hrstorra. sa o Paulo. ( 101. de;
Ed
1993
im po st a,
p el o c on he ci me nto ,
da acei~ ao
Alem p er sp ec ti va
n os e st ud os
eu ro po cen trism o
a nt m po l6 g ic a
- p as sou
a ser reco-
u m a c er ta h o rn o ge nc i-
a os s uj ei to s s oc iai s.
do d if erente c on tn b ui u
q u eb ra nd o
co mo
realid ad e
e co mo
para u rn a m u da nc a
o bjeto
n o t ra ta me nt o
de e stu do ,
a
m et od ol og ic o
dad o a esse
Geneses), autor,
0
ob jeto , 0 histo riad or H an s M edick , em artigo p ub licad o n a revista faz algum as refl exoes i nt eressaraes sobre e st a p ro bl er na ti ca , S eg un do e st e
o lh ar e tn ol 6g ic o
f en 6m en os
c on si de ra do s
t er n u rn a lc an ce m ar gi na is ,
m ai s l on go
r ev el an do
a
m ed id a q ue c on se gu e
u m a s cn si bi li da de
c ap ta r
n ov a para a e sp e-
a d iv er si da de , a e st ra nh ez a D e o ut ro l ad o, ha nesta postura wn ques
tionamento
•
.
0
m es m o n o i nt er io r das c ul tu ra s o ci de n ta is ,
n he ci do
B AR RA DA S D E C AR VA LJ IO J oa q C· ,... ('.. . D h' .. L' be L' a ist oria - . ro nica 0 His tori a - . ie nc ta. ,Ulm. IS a , r vr os H o ri z on te , 1972 B A U D ELAI RE C hari "0' '. ' e s. p mt or da v id a m od ern a" . I n: C HI AM PI , l rl em ar ( Co ord .). F d. un BLOCH adores doMo1ef~idod~. S ao P au lo , E d. A ti ca , 1 99 I . FE B VR.E ~ar c: lntf?duroo a Ills/aria. Lisboa, Publ, E ur opa-Amer ica, 1965. (o~lIb.atspour l'histoire. P ar is , A rm an d C o li n, 1 95 3. LEFEB vREu~ ~ ~ 1966' n. SoclOlogle de Marx. Pans, P re ss es U n iv er si ta ir es d e F r an c e- PU F ,
d es ta s t ra ns fo rm ac oe s
Q uan do se p en sa a relacao histo ria-antro polog ia, u ma d as co nstatacoes p os si ve is e a de que pesquisas ant ropologi cas enfat izam a i deia dc plural idade a m ed id a q ue d cs ven daram siru acoes h urn an as scm n cn hum a relacao com m od os d e v id a c on he ci do s. E m o ut ra s p al av ra s, projetaram u m foco d e lu z m ais forte s ab re 0
Infcnsas a experiencias i nc o ns cq u cn t es e irracionalistas, cssas orientacocs tcoric as d a p ro du ca o h is to ri og rM ic a a gu ar da m n ov as o br as q ue a s c ul ti vc rn e a s e xp lo re ll l em seus m ultiples csquecimento.
c om o possfveis p ro du to re s
historicos.
s e f or 0 c as o, a o l on go
D ep ar ta me nt o
d e l Ii st 6 ri a, P UC -S P.
I. Medick, Hans. Mtssionaires en can(}(. " Le s m od es d e c on n ai s sa nc e sociale?" In: Geneses. Paris. 11. 1, 1990.
e t hn ol o gi qu e,
u n d ef
a
I'hisloire
P r o) . Hisum a; S Jo P aulo. ( 10) . de•. / 993
http://slide pdf.c om/re a de r/full/luga re s-de -me mor ia -pie r re -nora
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Luga re s de Me mór ia Pie r re Nora - slide pdf.c om
o o l ha r e tn o l6 g ic o , v a le d i z e r , plenitude.
aq uele q ue cap ta a m uJtip lic id ad e em to da a su a
A discussao e m t om o da aproxima:;ilo e n tre h i st 6r ia e a n tr o po l og ia p a re ce e s ta r produzindo, airda, u rn n o v o s i g n if ic a do p a ra a p a la v ra c ul tu ra . A o a p on t ar a d if lc ul da de enfrentada pela hist6ria social em articular o s e l em e n t o s h i s t6 l ic o - cu l t w ai s c o m a s p ra ti c as d o s s uj ei to s n a h is t6 ri a, M e di ck m o st ra q u e a s im p le s j us ta po si ~ d as d ua s situal;i'ies-estrutwal e individual exclui a cultur a da s estrutur as socials, colocando-a C O I O O urn s is tem a parcial da s ociedOOee niio como "urn fator constitutivo da r e a 1 i d a d e cotidiana n a s r e la r vO e s s oc i al s , e c o n6 n ti c as e p o li ti c as ,, _ 2 e da m u ~ a
vendo , entao, qu e a cultu ra MO e m ais v ista co mo u rn aspecto cia m a s c o m o c l em e n t o c o n s ti t u ti v o cia trama t e ci d a p e l os s u j ei t os i n d iv i d u ai s e da estrnturaflio d a s r e la t ;o o s s o c ia i s, e co no mi ca s e p ou ti ca s ' . P or o ut ro l ad o, 0 a u t o r a p r ox i m a a ~ d e c u lt u ra cia ~o d e c ot id ia no c ol oc an d o este ultimo c om o "c am po d e ten so es o nd e tern lu ga r a m cd ia ~o d a ~ao, cia experiencia, cia e s tr u tu r a e ci a h i st 6r ia ,, 4, d e o n d e p o de m o s i n fe ri r q u e 0 cotidiaoo e p r a ti c a c u l tu r a l o u , u w er te nd o o s t er m os , a c u lt u ra e 0 c ot id ia no v iv id o . H A q u e s e d es ta ca r t am b er n .
E ~ os
Vida SOCial
o l ug ~ ~ o c o ti di an o e da c u l tu m n a f e it u r a cia h i st 6r ia s u ge ri d o e m toda s u a r e fl e xa o c e x p li c lt a d o n a r e fe r e~ i a " 0 " '_ ' . ,. a expr es~s culturais" c o m o forca m ot ri z da H istona, E s ta l in h a de refle a o ' . . x no s auton za a p ensar qu e 0 c ot id ia no , a pr es cn ta do c om o e s t ru t u ra n t e q u e s ti o n a id ' . d ". ,. . ' a 1 e ta e s uj eu o coletivo, reforcando a i de ia d e pJu raJl dau e e p o nd o e m c h A r .u e p r o ce d i m e nt d I' . . . h' ,. o s m e to 0 o g ic o s q u e u n if ic am situacoes istoncas. '''''f T o d a s e s t as c o n s id e r nr i 'l e s n o s " d ,. d t do '. ....... rem e em a I cia e relativism a n o cam po do s estu s '. hist6ncos e a panir da i I , , a gumas lnqweta~oes talvez merecam s er explicitadas : c o m o tr abal,b ar com 0 relativismo s e p e n sa r m o s 0 c o nh e ci m en t o h i st 6r ic o c o m o r es u lt ad o do dI alogo e ntre ref ". ,. . .. erencia t eo n ca -d ad o s e m pi ri co s? M a is p re ci sa m en te : q u al a p o ss lb l hd a de d e c o ns tr u ca o d e r ef er en c ia s c o nc e it u ai s e m u r n m o m e nt o cia h i st 6r ia e m qu e 0 r e la t iv i s m o d e s p o nt a COm certa A n £ : ?
e asc.
, P or o u tr e l ad o , a i de ia d e r el at iv is m o ci a u ma n ov a e st at ur a a o acaso. A p a rt ir d a i, s e p c ns a nn o I ,. s 0 acaso c o m o elemento c o n c ;t i tu t iv o d a h i s t6 r ia , continua sendo e g lt lm o p e ns a rm o s a h i st 6r ia -o b je to c o m o p ro v id a d e s e nt id o ? E m c o ra ra p ar ti d a. s e . negar mos sentid 'hi ,. o a s toria, c om o c on ti nu ar a trabalhar c o m r e fe re e ci a s conceituais? 2 . I bi d. , p, 27. l.
4
lima interessante disClIsSio sob C '. Scoonke "L hi re ultura e Histona na Historiografia aparece em artigo de Carl E. . istorre et I'e tude d I I" . e a c u t ure. In: Geneses. P ar is , n . I , s e p te mb er , 1 99 0. M ed ic I; . H an s "u·· . . " .' SS IO l la lr e~ e n c 'h. . t Le sociale?" In' G _'. ano . s modes de co nnaissance eth nolog ique, un deii a I I st OI l C . e "" se s. P an s, n . 1 . p . 3 8 . 1 9 90 .
Pro}.Historia; Silo Pti il o, ( 10) ,de. /993
E st as p re oc up ac oe s a pa re ce m , s ob v ar ia s f or ma s, n a r ef le xa o a tu al d e a lg un s h is to ria do re s. 0 m es mo H an s M ed ic k a o a bo rd a- la s d iz q ue 0 p r oc e di m en t o m e to dol6gico do etn6logo e 0 da " d es c ri ca o d e ns a ", o u s e ja , u m a r ec o ns tr u ca o d e sc ri ti v a a bu nd an te , p le na , n a qual s e c o n s er v a 0 novo, 0 estr anho, 0 d e s c on h e c id o c o n fi g u rando wn a "demarche" o p os ta l Iq u el a n a q u al 0 diferente e r ed u z id o m u it o rapidamente a o c on he ci do e r om p en d o c om a uni voci dade, a unani mi dade e a final idade d e u m a a b or d ag e m i n te rp r et ar ae . N a " d es cr ic ao d e ns a ", 0 e tn 6 lo g o f ic a m u i to p e rt o d a r ea Ji da de e st ud ad a a o r es pe it ar a interpretacao e a auto-explicacso cia cultura d e sc o nh e ci da . I s to n ao q ue r d iz er r en Un ci a a u m a a na li se sistematica n e m t am p o uc o c o n t us s o e n t re a u t o- i m e rp r e ta c a o cia c u lt u ra d e sc o nh e ci d a e l ei tu r a d o e tn 6 lo g o m a s , s im p l es m e nt e, a b ol ic ao d o d i st an c ia m e nt o r ad i ca l e n tr e t eo r ia e r ea li d ad e . C a rl S c oo rs k eS , d is cu ti nd o e ss as p ro bl em a ti ca s, v ai f al ar e m p ro li fe ra ca o d e sd ub p er da , p el a h is to ri a, d e s ua fUn930 s in 6 ti ca e p ro d u to r a e qcuu alt durroass me a cc rono scse6qO p iceonste. 0 autor c on s tr 6i s u a r ef le xa o a p ar ti r da retacao Hist6riaProgresso. N o s ec ul o X IX , d iz e le , q u an do a i de ia d e p ro gre ss o m o ld av a a c on ce pc ao d e T em po , a diacr onia organizava a Hist6ria. A partir do q u es ti o na m e nt o d o s c e ns e rv a do r es e u ro p e us ao sistema politico c o n s tr u id o p e l a Revolucso Fraocesa, desacredit an d o a q ue la situacao c o m o urn m o m e nt o d e p r og re s so , a d i ac ro n ia p a ss a a c o nv i ve r
c o m a s in c ro n ia , o u s e ja , a o b se rv a ca o d e a lg u ns h i st o ri ad o rc s d e sl o ca -s e da evolucao d o s a co nt ec im e nt os n o t em p o para a r ec on st it ui ca o d o s v ar ie s a sp ec to s d a v id a d as c u l tu r a s. P o d e ri a m o s dizer q ue a a na lis e s e intemaliza.
o
secul o X X t am bern tern seu m o m en ta f or te d e d ec ep ca o c om a Hist6ria
a p6 s a S e gu n d a . G ue rr a M u n d ia l, q u an d o ha, entao, u rna t e rd e r ci a
d a h i s to r i og r af i a nor te-amer icana em captar 0 d es li za m en to d a d ia cr on ia p ar a a s in cr on ia o co rr id o n o seculo XIX. 0 que t e rn u m a c o rs e q ee r ci a n a c o nf i gm a ; oo do quadm h i st o ri o g ra t ic o a t ua l . Co m efeito, a me di da q ue a h i s t6 r ia d e i xa m ai s urna v ez d e ser identificada a o p r o g re s s o , 0 T em p o p er de s eu s ta tu s d e o rg an iz ad o r cia e xp e ri er ci a c o le ti v a d o s bomens. A h is t6 ri a q ue v in h a e st ab cl ec en do u rn d ia lo go c om o u tr as a r e a s do co n h e c im e n t o , a g o ra d e s ac r ed i t ad a , MO e m a i s c o n s id e r ad a aliada p e l as c i eo c i as s o c ia i s q ue s e v ol ta m p ar a d en tr o d e s eu s p ro pr io s c am po s d e in ve st ig ac ao , minimi:z.ando o v al or d a t em p or al id ad e n os e st ud o s das s o ci ed a de s e d a s c u lt u ra s . E s se m o v im e n to a ti ng e a p r op r ia H i st 6r ia q u e s e e s fa c el a i gu a lm e n te , a p oi an d o -s e n a s c ie n ci as s o ci ai s d e se s to r iz a da s . S e gu n d o S c ho r sk e , ha v i n te a n o s a h i s to r io g r n fi a passa p or u m a c ri se d e i de nt id ad e, c uj o s in al m a is v is iv el e a i nv es ti da e m o b je to s m i cr os co pi co s q u e S. Schonkc, C.,.I E. "L'histoirc etI'etudede I. ulture," In: Ge"~ses. P ar i s, n . I , s e p te mb re , 1 99 0.
Proj. Hi&tma, S40Ptiilo, (10),lkt. 1993
97
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Luga re s de Me mór ia Pie r re Nora - slide pdf.c om
trazcm 0 risco de l ev a -l a a negligenciar p il ar es d e ss a f or m a de conhecimento.
0
binOmio continuidade-mudanca,
"Nos m acrocosmes ont explose et dans l 'e space i nt ergalact ique ture fragmentee nous fabriquons de microcosmes".6
u rn d os
de not re cul -
Est a form ul acao de Schorske i nt roduz bern a quest ao da relac;ao entre a historia q ue e st am os v iv en do e a s transformacoes na producao historiografica N os l im it es
desta reflexilo, poder iamos pensar doi s feoomems
atuai s c om o c on st it ut iv os
d e urn
impulso geral de ruptura com t ot aIidades, reais ou sirnb6l icas, que vern fabricando e m n os sa e po ca u ma s e~ o d e f ra gm en ta ~o ci a histona, & 18 e uma referenda a o a ba lo s of ri do p el os E st ad os N ac io na is e a o d ec li ni o d o s oc ia li sm o e rq ua nt o pratica politica O s Est ados-nacionais, embora m enores que 0 uni verse dos Est ados Imperiais e a referenda uni versali zant e da Igrej a Cat el ica, alargaram e no nn em en te a s r ea li dades regionais, tomando-se a referencia grupa1 m ai s i mportanl e do secul o XX , tanto por fatos concretes com o del im it aejo t erri tonal, cenlJalizac;:Io do poder, unificacao
d a m oe da e da lingua , orga niz.a c;a o intema do mercado de traballlO e consumo, com o po r fatos simbOlicos da i d e co rr en t es , c o mo b a nd e ir as , h i no s , r no n um e nt os , a u seja, cOdigos de referencia que i dent ificaram pessoas, grupos, povos. Embora 0 Estado, expressAo politica da Dal;ao, continue absolutamente intacto, o fenom eno da m undi al izacao, com a i nt ernaci onal izac;ao da econorni a e da cul tura, cria uma t eosa, ent re sim bolos nacionais e uni versal s, as ult im os dil ui ndo os prim ei r os . U rn s in al n it id o d es ta r ea li da de p ar ec e s er a " Un ia o Europeia", surgida da necessidade de enfrentament o, pel a Europa, do avanco economi co dos Est ados U ni dos ,e . J a p s o , s ob re tu do a pe s a q ue da d o mundo socialista que funcionava como uma especi e de ant eparo aquel e avanco,
~ p ro ce ss o g ra du al d e c on so li da ~o
"Uniso Europeia"
cadorias, pessoas, services e capit al s; m oeda uni ca; pol it ica ext em a e de seguranca com uns e a perspecti va de uma defesa cornum; Banco-central Europeu e a i nsti tui~ Ao d e u ma c id ad an ia d a U ni ao . N es te q ua dr o, m es mo o s m ai s s ed ut or es s im bo lo s v Ao p er de nd o s eu p od er de agl ut inacao e a fidel idade a n at r1 0 - ent endi da com o Est ado-nacional - vai ent rando para 0 universe das l em br an ca s. P or o ut ro l ad e, o s f at es e st ao m os tr an do u rn pr ocesso d o Jo ro s o: n A o M povo que p a s se i m p u n e por este movimento de deslocamento dos marcos referenciais. 0 senti ment o de pertencim ento est a de tal modo ameacado que, na Franca, 0 p ro je to d e l ei a ut or iz an do a r at if i~ o d o " Tr at ad o s ob re a U ni ao Europeia", apresentado 80S franceses em 1992, para ser submeti do a plebi scit e, t ernAo desaparecera m in a c om tUn p ar ag ra fo q ue c on te m a s eg ui nt e f ra se : " a F ~a ao ratificar 0 Tratado de U ni ao Europei a". A o m es m o tempo qu e 0 Estado-nac;ao perde su a begem onia com o l ugar pnviI eg ia do d e a ut o- re co nh ec im en to d os p ov os , a ss is ti rn os a u rn f or te m ov im en to , gestado no i nt erior dos agrupament os hum anos, de r es ga te e r eo rg an iz ac ao d e r eferenciais, agora mais i nt im os, m ai s proxi rnos das caracteri st icas e i nt eresses i mediatos das p es so as e g ru po s: o s s er ai me nt os d e p er te nc im en to h oj e d iz em r es pe it o
a g ru p os e tn ic o s, de genero, sexuais, etc. Ao l ado da n a r ; o o moderna, a i deol ogia sociali st a parece t er side
0 outro grande m ar co r ef er en ci al d e n os so s ec ul o. N es te c as o, a u to pi a e 0 desejo aglutinararn mais q ue a p ro pr ia r ea li da de p oH ti ca , ja q ue e st a r ef er en ci a g ru pa l n ao s e l im it av a a s
f ro nt ci ra s d os E st ad os s oc ia li st as , m as f on na va u rn a e sp ec ie de "grande familia" i nt em ac io na l,
i de nt if ic ad a e i de nt if ic av el p el a d ou tr in a m as t am oe m p el a v is ao d e
mundo, v oc ab ul ar io , m od o d e v id a, c or ce pc so d e H is t6 ri a. A q ue da d o s oc ia li sr no e sf ac el a e st a t ot al id ad e d e referercia, A fragment acao pol it ico-cul tural pel a qual 8
estAo passando r eg iO es c om o a a nt ig a Y ug os la vi a e a e x- UR SS revela 0 impulso de aut o-reconst rueao de agrupam entos ant erionnente uni fi cados pel o sociali sm o e a
parece est ar min a n d o Importantes suportes concretos do sistema sim b6li co referencial. 0 "Trat ado
e sq ue rd a i nv en ta c au sa s m ai s i nt im as pam
sob~ a U ni :Io Europei a", assinado em Maast ri cht peJos Est ados7 r ne mb ro s, e m f evereiro de 1992 preve: elimina~o das barreiras aduanei ras; l ivre circul ac;oo de m er-
militancia Assim,
6 . [ bi d. , p, 20.
cer tar nente ter n urn ~l i~~e l arismos e raridades da expeneacia
da
0 recuo
d ep os ita r s eu s s on ho s e p ra tic ar
s ua
xx, n31;lk:l
e socialismo,
na ~rce~o, pela his toriografia, coletiva dos homens.
dos par ticu-
das duas grandes t ot al idades do secul o
7 . H i u m a v u ti M~ a . pr od ~l o h oj e, n . F I UJ \ &,a r c sp e it v d a Unificll9lo Ewo.,eia. [)estaco alguns arti gos: : ~ o ug m: O Ii Vl er . " U n e Europuam fllltumes?" In:Esprit. P ar is , n . 1 76 , 1 9 91 . DiSC USSion e n tr e D e l o rs , J a cq u es ; H _e r P ie rr e' Le Goff J .~ . Alain "La commun aute e''"''''c
I
'"
acqUCII
O unul1C,
.
_C - "Yenne. et es chocs de ' · b isto ir c . "In: Esprn; Paris, n. 176, 1991. ,. I. hE a u dr o n.p M . a rtine :S u a u d, C ha r les ; T e r tra is Yves. "Us fran.,a is entre c r U m c et desir d'Europe? n, &1"11. a ns . n . 116, 1991. •
K . S ob re a e x- U RS S v e t: D 'E n ca u ue , H el en e C I II TC re ."La d e O O l lJ P O Si t io nd e l 'E m p ir e s o vi C ti q u e. " h i : P o u v o e r« . P.-i .. PUF. n. ~7. 1991.
- ~ e b lU d , P a ul . " L ' E u ro p e ; c s sa i d'identification'" I . . . -Dlvergcr M . "L E . . m Espnt. Pans,n. 176, 1 991. n . S 7 . I9 9i . a un ce . u ro p e: b al bn i Sf t, co mm un au ta ir eo ud o om me e? "b :P ou VO Ir 3.
9 . A p . l. vn
.
. p an s ,p U F.
Ed itora
Proj. HiItO rlo.
n or id ad e f o i u s ad a p or P au l V e yr le no Jamoso texto "Foucault revolucion •• Hilton.". Bruilia, Universidade de Bruflia, 19112.
ss o
PIIM I4 (10). dn 19I1J
P r oj. Hi.r t 6r ia, S ilo P aNl4 ( 10) . 1hz . I I }9J
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...talvez a ultima grande batalha e 80 mesmo tempo grande fronteira seja afinal a cultura
8
ultima
Os historiadores. nesses termos, MO diferem grande coi sa dos fisicos, dos bi6logos, dos engenheiros e dos poetas. A vantagem, por out ro l ado, em ent ender sua atividade
como urn procedim ento Nicolau Sevcenko"
e
de reapresentacao,
que dessa f or ma, t anto os resul tados
de suas pesquisas quant o os pressupost os da s u a p r o fi s sa o podem e devem ser vistas em t ennos relauvos, em funI; il odos seus com prom issos e predi cados pessoai s e dos sistemas de val ores vigeraes em seu ambient e cul tural,
u tenderia a p e ns ar que a p a la v ra r e pr e se n ta c s o e que e p r ob le m at ic a. P e lo m en os n o s en ti do e m q ue e la sup()e urn nexo ent re algum segment o da real idade e
a sua reproducso em aJguma forma de Iinguagem. Nesse c as o, e conveniente lembrar que qualquer form a de l inguagem art icul ada e, a nt es d e m ais na da , u rn a c ri ac ao
*** Para m im essa a p ro x im a cs o c a da vez maior das pesquisas hist6ricas em relac;ikl a o a mb it o d a c ul tu ra a pa re ce , s ob re tu do , c om o urn enriqueci ment o t anto t e6rico c om o m et od oJ 6g ic o d o c on he ci me nt o h is to ri co . E ss a p er su as so m e v er n d o f at o d e
hum ana, restrit a a urn detenninado meio cultural e circunstancia hist6ri ca. Por essa razao, ainda que usemos a expressao representacao, porque e m ai s col oqui al , seria
o s eu e st ud o s 6 p od e s er a de qu ad ar ne nt e e nc ar ad o s ob u ma p er sp ec ti va m ul ti di sc i-
o c as o d e t er c la ro na m en te q ue e la se r ef er e a u rn a to d e re-apreseruacso,
plinar, A pesquisa hist6rica
0
qual,
traria consigo a i mp li ca ~o d e q ue e le v er n p re ce di do de pelo posto dessa forma, menos d u as o u tr as ja~ Oe s q ue s er ia m 0 seu p re ss u po s to , U m a , a da percepcao e recorte daquele segmento especifico da realidade, outra, a da sua inrerpretacao e tradu~ao nos tennos dos c6digos simb6licos e expressivos peculiares ao qual perten~ e 0 a ge nt e d es se a te d e reapresentaeao.
ao meio cultural
~rossegultldo nessa linha, e i nevi ul vel adm it ir que a propria nocso de hist6ria, que exi st e em. ~ gum as cul turas e em m ui tas out ras nao, e wna complexa construcfo d e a lg um as c lv ih ~O es e m a lg um m om en to d e s ua e xi st en ci a s oc ia l. E la d ef in it ie.Denn ruIo e urn dado da r ea li da de n o s en ti do e m q ue a a gu a s al ga da d o m ar 0 e: ~ntre os povos que m a n te m e s sa complexa c o n s tr u c ao c u l tu r a l e habitual disnngun entre 0 fluxo de" . • . , evenlOS genencamente percebido como 0 d ev ir h is t6 ri co e as mumeras praticas discipl' . idas . ,. Ulares exigr para a c oneta interpretacao dos sentidos "fi . , . . Imphcltos nesse fluxo 0 . .' que signr l ea que histona e histori ografi a necessariament e : xI st em c o~ l ll sm nc ia s distintas e c or re la ta s d o complexo sistema de significacao e ss a e sp ec if ic a c on st ru .y oo c ul tu ra l. C om pr ee nd cr e ss e s is te ma c om o u rn a te d e reaprcsenta-rao de nenhuma forma li . torio,._,.r. e inuna, portanto, a d istin;oo entre historia e hisgrana,
que
0
campo cia cultura sendo wn a vasta ar e a de fusi lo e intercorrencia
ja e
a s ua m ais in tr in ca da e e fe tiv a a rti cu la ca o. 0 q ue c olo ca s ob re o s o mb ro s d o hist or ia do r d a c ul tu ra u rn a i me ns a d em an da , n o s er si do d e q ue e le s e f am il ia ri za c om a te or ia , o s m eto do s e 0 atua1 est agio dos conheci ment os em i numeras disci pl inas que se t ornaram i nstrum entais e i ndispensavei s para a sua capacidade de probl em at izar e com preender os uni versos da cultura. Essas disciplinas incluem, por exemplo, a a nt ro po lo gi a, a e to lo gi a, a p si co lo gi a, a s er ru ol og ia , a t eo ri a da a rte e m t od as a s suas fonnas. 0 o bj et iv o a o s e p ro cu ra r a br an ge r e ss e f ei xe d e d is ci pl in as n a o e apenas
0
d e a mp li ar a c ap ac id ad e d e a na li se e p er et ra ca o d o h is to ri ad or , m as a ci ma
de tudo r e ti n a e s e u enfoque e aumentar a sensibilidade da sua imaginacao, tor nando-o passivel de surpreender-se corsigo m esmo e com 0 aparentemente banal. Porque, annal da s contas, est udar a cul tw a com port a urn evi dent e ato reflexo. S om os t od os s er es c ul tu ra is e as categorias s tr av e s d a s quais percebernos, organiz am os o s d ad os da nossa pereepcao, i magi namos, pensamos e nos exprim im os, s a o t odas artefatos cul turai s. Com o conseguir e nt ao u rn e fe it o de desprendimento da nossa cultura para podennos observa-la de uma perspecti va cri ti ca? A U ni ca forma
a s h um an id ad es
•
ainda m ai s urna responsabil idade,
I()()
por si m esma urn exerci ci o que se fundament a sobre
urn a rd u o e s fo r co de s in te se . P or e ss a s ua c ar ac te ri st ic a, a pesquisa hist6ri ca se r ev el a a a re a p or e xc el en ci a n o i nt er io r d a q ua l o s e st ud os c ul tu ra is p od em a ti ng ir
Nero, por outro lado nd . S nifi , com pr ee e r e ss e sistema c om o u rn a to d e reapresentacao ~gPUI~tC~ queA seu contetido e a rb it ra no e s ua e fe ti v~ il o s ej a d el ib er ad am en te m aona. s nonnas disciplina I do sendo exi t res, r egu an as condi.,oes de exercicio desse ato, Xlgenes no sentido de dernandar c " . . tos e inteligibilidade de . omprov~~. transparencia de procedimenpratica, lho enuncla.,ao, tornam 0 a Cl on am en to d es se s is te ma u ma ' no me r d os casos so ial , CI mente controlavel e culturalmente consequente. Faculdadc de F il osofis, Let ras e C " . H I cn cl as u ma na s. US P .
de efeitos,
d e s e t en ta r o bt er e ss e e fe it o
e
procurar perceber a condici'lo inelutavelrnente reJativa
e c on ti ng en te d a oossa cul tura, das nossas cat egorias, do nosso i magi nano, da nossa percepcao e das nossas linguagens. E urnexercicio dificil, e urn desafio atonnentante e desestabi li zador
para a nossa consciencia
m ai s pecul iar caract eristi ca
Pel o i ngente esforco de sintese que
e
a
do histori ador, t al vez nenhum out ro especiali st a dentre
e st eja ta o p re di sp os to p ar a e ss a ta re fa q ua nto e le . 0 q ue c ol oc a
Pro}. HuronlJ. S.JoPaMo.(10), de:. I99J
e urgente, sobre seus ombros.
101
Proj. Hi.rlO na. Silo Pau lo , (l0), de:. 1993
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N um a epoca de i nt en sa t ra ns fo rm ac ao t ec no l6 gi ca , e m q ue s e p ro cu ra m c ri ar meios para a Iiberta.;ao do s h om en s e m r el ~: Io a sua tradicional dependencia da s
condicoes i mp os ta s p el a n at ur ez a, d an do a ss im o ri ge m a u ma t ec no sf er a, u rn meio p e la e sp ec ie h wn an a, ta lv ez a ultima g ra nd e p ri sa o e a o m esmo t em po a u lt im a f ro nt ei ra s ej a a fi na l a cultura. E assim a mb ie nt e a rt if ic ia l t od o c ri ad o e c o nt ro la d o q ue e u t en do a e nt en de r a i mp or ta nc ia
toda parte. Se na o conseguirmos
t erem os com o aIt erar os pri ncipios a ss ~d os
p or e ss e s ur to te cn ol6 gic o,
as ultimas consequencias,
q ue v er n a ss um in do
ent ender OU
o s e st ud os c ul tu ra is p or
os l im it es postos por nossa cult ura, nao
avaliar
criticamente
e st an do o br ig ad os
com o as m ariposas
0
a s er t ra ga do s p or e le
5 . \ 1 0 tragadas
A s p ala vra s e o s h om e ns : o rat or ta , c ron ica e n ov el a n a
curso e i nt ensidade
pela at~
Sao Paulo de 32
a te
lrresistivel
Elias Thome Saliba.
ci a I ~: U ma v ez ma is , a ch o q ue 0 papel e a fun.;oo do histori ador nesse sent ido sao
cruciais, P ar i ss o c re io q ue
agora.
0
c on he ci me nt o
h is t6 ri co
n un ca f oi tao relevante como
As p a J av r a s v i v em da m o rt e d o s homens, eles u n e m - se a t ra v e s delas; c ad a f ra se q ue f or mo , s eu s en ti do m e escapa, ele m e e roubado.As palavras trarsportam para m im o s projetos d o o u tr o e , p a ra a o ut ro , meus pr6prios projetos. (Jean-Paul Sartre, Cri ti que de l a Raison Dialectique, I,Paris, G al Ji mard, 1960, p. 180) Nossa primeira o b se rv a ca o C m u i to t ri v ia l: na o temos ncnhuma narrativa globali zant e sobre os event os reuni dos sob 0 titulo monumental de Rev ol uc do de 1932. Mai s do que qualquer out ro event o do passado brasil ei ro, 0 epi sodi c de 32 acum ul ou urna massa documental enorme e u r n f o rm i d av e l a cu r nu l o verbal. Minha primeira impressao e, portanto, pela existeocia de urna enonne desproporcso ent re os registros e os acontecimentos; parece que temos urna infinidade de tcstcmunhos para poucas a¢es. E st e d es eq ui li br io
p ar ec e- no s, a p ri nc ip io , u rn s in to ma e sp ur io d e c om o 1 93 2
- para nilo f alar de outros eventos da h i s to n a b r a si l ei r a - t r ad u z i u- s e n u m a e x p er i en c i a i mprevi st a e iredita para o s p r6 pr io s a ge rs es n ele e nv ol vid os . 0 g ra u e 0 alcance desta i mprevisibil idade pode ser observado nas i magens, registros e depoimentos, constant em entc
fugidios, m ovedicos, pontuai s e reversivos.
Q uando Mario de A ndrade decide pel a suaat uacao no departament o de Cui l ura da P re fe it ur a d e S lI o P au lo . e m ] 93 6, ju st if ic a, e m c ar ta a M ur ilo Mir anda, com •
102
D ep ar ta me nt o
Pro) . H istana:
P rof . Huta na.
d e H is t6 ri a, U SP .
SiloP( 1I J. /o. ( /0 1. dez. 1993
103
S 40P ",, /D. ( 10) . till. 1993
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u ma f ra se c ur tis sim a:
" Ia a gir
M e e mb cb ed ar
d e a co es . . 1 Er a u ma d as f on na s
o u tr as , a o pe ra r c om a r ev er si bi li da de c on st an te d as p al av ra s, i ma ge ns , r ne ta fo ra s e simbolos.
possiveis para a i nt el igentsia brasi leira agi r n aq u el e m e m en to : "domcsticada, mas fazendo piruetas" num m ero cul tural e x tr e m a m cn t e r a rc f ei t o" . M as p ar ec e q ue t od os o s p er so na gc ns d e 3 2. d os ma is o bs cu ro s a os ma is a cl ama do s. b ed ar d e a co es "
a co es r ap id as , o s d is cu rs os talvez
0
N os l in ut es d es se a rt ig o e a pe na s a t it ul o d e c xe rn pl o, v am os e xa rn in ar b re ve m en te t re s r cg is tr os n os q ua is f oi p as si ve ! c ap ta r, e m g ra us d iv er so s d e e la bo ra ca o
q ue na m " se e mb e-
P or i S5 0, a s \ 'C ZC So s r eg is tr os p ar ec er n s e r cn cg ar e m f un \3 0 d as s e d es co nc er ta rn
p or que de urnvocabul ario
f ac e a w na r ea li da de
i deologi ca, aquel e cli ma psicol 6gico e social de cert ezas rnani quei st as: a oratori a de
c am bi an te : dai
I br ah im N ob re . a c ro ni ca d e M ar io d e A nd ra de e a n ov el a d e A nt on io d e A lc an ta ra
rebuscado, que. diant e da efi caci a i mponderavcl
da acao, abriga inumcros deslizamentos de sentidos, sobreposicocs. se excluern.
Machado.
f usees, que nunea
Com ecem os pelo discurso m a i s r e b ar b a ti v e . a conhecida or a ca o Minha Terra, pobre t er ra. d e I br ah im N ob re , 0 tribuna da Revolucdo, p ro nu nc ia da e m 2 5 d e j aneiro de 1932. Ela guarda, em prim ei ro l ugar e, dentro dos seus Iim it es pecul iares, l im andament o m ui to com um a estrutura da oratoria. Possui urn introito purificador,
A propria pal avra m agic a da epoca, Revolucao; e sp cc ie d e c ha vc d os e ni gm as i ne na rr av ei s, t ra ns fo nn a- se .
p or m om en to s.
Iinguagem viva. Apenas por mementos, d as c ad uc id ad es
e m t al is ma d e e nt ra da n o u ni ve rs o d a
p or qu c d ep oi s v ol ta a h ab it ar
o u, a dq uir e u rn e sta tu to
s er nc lh an te
0
dcpoi s organi za-se em eseannento e t c rm i n a num classico exor tatcr io. que
annazem
pre f oi , u rn apelo
a o q ue Ba rth es d is se ra d a
e
q ue Pe dr o Na va c cr ta I eit a, p er gu nt ou :
e sc re ve mc m6 ri as . o nd e a ca ba a le rn br an ca
dl~ <; aofragm enlada, um confl it o sut il pel a apropriacao
Minhas refl exoes vol tam-se com algurna insistencia
d e reconstrur;ao critica. para rcssaltar
0
c li ma de
d e a de si io t ot al , urn ambicntc psicologico e social de certezas maruquelstas , ca ra c tert e nS Ue o d e 1 93 2. N e ss a g ue rr a q ue s o a dm it ia d oi.s l ad os . a cr editI 0 I" 1 d 0 que t odas as forcas po ru cas e m c on fr on to n o e pi so di c d e 1 93 2 p a ss ar am pc 0 ur • . y ha m . " aprendizado daquilo q ,,5. iodas ue urn a utor c ou de "a linguagem dos cerrutenos . liti as forcas po Illeas em confronto aprendcriam, urnas r na is r ap id am cn tc d o q ue as CartaF de 11111/36 . '. In' And r ade, M"ano de. Carras a Murilo Miranda / 9 34 -1 94 5 . ronleml, 1981, p.39. . [nteligencia
R io d e J an ei .ro . N0va
ame
"
. I n:
A
d - Ica ea e m '
1
B ar th es . R ol an d Muoio
4
Nava,
,
rh SP A expressao e de Ser 10 II .'. .. . F .. . g. uarqut d e H o la nd a e m a r tl g( l d e 1 92 6 . e nu tu la do " Pe rs pe ct iv as I n, l :I a o d cranclSl;O d e A s s i« o rg R " '. .r uuze s e S erg io B uarq ue de Hol and a: Rio. Rocco. 1989. p.66.
'
'g as,
Pedro. 8alao Callvo
,
.
t ra d. R it a B uo ng en n in o
m
e Ped ro d e S ou za . S 30 Pa ul o, D lFE L. 1 97 2, p .
". . e mo na s. v ot .z . R io d e J a ne ir o. J os e O ly mp io ,
ronda doeevocacoes vern d o Pas sa do ! E d es ga rra, e l ev it a, b ra nd amen te
chorando em c ad a p ed ra , e mc a da rua ,
lII11a
cxpe.ctall.va
. A expressoo entre aspas Ii d n ~ 7 R' e u m a rtrgo de Carlos l.a.cerda,"A . , 10 agosto de 1941, pp.21-22.
QUI!
( a f ic ca o) p or qu e s 6 h a
de sim bolos e pal avras, cuj a
s ai da p od e s er a recriacao ou, pel o mcnos, u ma t en ta ti va
I.
r an te s e . e m s eg ui da . a A ca de mi a d e D ir ei to - i ma gc ns t od as d is po st as e m t er mo s
de um e v i dc n t e l u ga r -c o m u m : a metafora do fogo purificador:
" Pa ra q ue m
A me mo ri a d e 1 93 2 a br ig a u ma c on fu sa o d e v oz es ,
,,4.
e scm-
c o nd e c or nc ca a f ic r,: ao ?" E c le na o
h~sit ou na rcsposta: "Mi nha opcao c s er np rc p cla s cg un da d~gn~dadena recriacao
e.
a<;30.
No introito purificador, 0 terna principal e 0 passado reavivado, quase sernpre p or i ma ge ns c ic lo pi ca s, p ri me ir o a C ru z d e A nc hi et a d ep oi s, a e po pe ia d os b an de i-
t autologi a: uma 3afasia sal ut ar, uma representacso i ndignada dos direitos do real cont ra a Iinguagem A carencia aci dent aJ da Iinguagem idcntificava-sc magicamente com uma resistencia nat ural do objeto. P or t ud o i ss o, t al ve z
a
flutua,
,6
0
Iume extinto!
o recitative tacite que vern na sequencia (e que evi tamos cit ar para nao cansar o l ei tor) parece i n d ic a r q u e 0 l em a pri ncipal desta prim ei ra part e e 0 d!je redentora, e xp os ta c om i rn ag en s do p as sa do q ue s e c on st it ue m n um a a ut en ti ca i do la tr ia d a H is to ri a. A i do la tr ia d a h is to ri a c ar ac te ri za -s e p or u ma e mp re sa d e e li mi na ca o e hom ogenei zacao do social: Ibrahi m N obre nao faz nenhuma m encao a historia mais r ec en te d e S a o P au lo , p ro xi ma o u passada, por exemplo a chusma de i rnigrantes que l it eral m ent e vern t um ul tuar a cena social paul ista durante a I' Republi ca. A lguns idola sil o sim pl esment e pincados do passado histori co pauli st a e dispost os segundo a o rd em r et or ic a d a o ra ca o. N o segundo m em ento da oracao, 0 escarmenro, 0 l em a parece-nos m ui to claro, 0 t em a r ec or re nt e d a invasdo de sao Paulo:
e
F i z er a m d a n a c io n a li d ad e tun p r et e xt o e invadiram-te Fizeram da l ib e rd a de u rn r ot ul o e h u m i lh a ra m - te , F i z er a m de Itarare um a gazua e desfizeram-te. (...) E dizem-sc nossos
172 .
1 97 3. p .2 88
P m; . H i st on a.
S il o P au lo , ( J 0 ). d e-_ . / 9' i3
6
U t il i za rn o s 0t e xt o d a o ra "a o d e l br ah i n N o br e t ra ns cr it o , I n: D on at o , H er na ni - A R e vo u cd o d e 1 93 2 Sao P au lo . C ir cu lo d o L i vr o/ A b ri l C ul t ur al . I 9 8 2. e nc ar te e sp ec ia l e nt r e . .s p ,. I0 4 e 1 05 .
P rQ) . Hut oria. S ilo P aulo. / 10) , de: / W3
105
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Irmsosl Ramada damesma cepa! Projecao do mesmo plasma! Mentiral Milos fratricidas
s im t ( .. .) M ao s q ue r or np er am n um a i ns an ia t or pe , i nu ti l, t od a a t un ic a i nc on su ti l d os destines naciouais."
S em d u vi da , s ao o s t re ch os m ai s a gr es si vo s n o e n ta n to , c o nf or m e s e a p ro x im a r e af i rr n ac a o d a u n i d ad e :
e i nt im id at or io s
da o r ar ; ao q u e .
d a p e ro r ac a o f in al , s e acalma e se resolve na
Co m tu do i sto , a g en te f ic a i ma gin an do q ue m e q ue o uv ia os d is cu rs os d e I br ah im N ob re . p oi s f ic a d if lc il i ma gi na r a r ca ca o d o a ud it or io a qu cl a p er or ac ao rebuscada e dificil . que
0
F oi A nt on io d e Alcantara Machado que, nunca cronica de 1926, diagnosticou " Br as il e u ma i me ns a t ri bu na " e no s f a la va d es sa " pa ix ao p cl o g on go nc o,
e ss a m a ni a d o b o n it o e do v ib ra nte. () N ao faz m al. BasIC!que o s p e rt o do s rolem c o m s o no r id a de . Rolam? Acabou-se. E 0 qu e se q uc r" . E completava, com urua i roni a que ant ccipava as previ si veis formulas e ornatos:
indivistvel em cada radiunica particula. A s s im , n i lo s e d e s f az a v i da , a o a b ra c o m o l ec u la r da t r an s to r m ac a o. A t e rr a que f oic a r ne , rnantem em cada a to m o, e m c ad a g ra nu le , a u n id ad e e 6s m ic a. 8 Des~a"a-se uma h6stia! Deus permanece
WlO
As escolas superiores incurnbcm-se do aperfeicoamento. Na faculdade de Direito de Sao Paulo (que ja apontei como grande responsavel por todo esse descalabro) n30 ba d ia e m que
IlllO
s c p erpe tram d ai s d is cu rs os p el o men os De a lu no s e l en te s. 0 a lu no c omec a
iulalivelmente assun. "\ n imia g en ti le za d e meu s c ol cg as d cv e a s ub id a h on ra q ue me a te mo ri za d e e rg ue r a
o o er v ar q u e
c~oso
0
tema da U n id a de , p e ca chave p ar a r ej ei ta r a p ec ha
de s e pEar a tl s rn o e n tr e o s P a u li s ta s , e quase sem pre v eic ula do c om u ma das imagens m 1·· de 32'. a unagem . " " ai s uti li zadas na 0.... ratona da trincbeira, (Lembre-se, e. c lare, da O~ao
ante a Ultima t ri ocheira"
de G ui lherme de A lm ei da).
H erdada da primeira
guerra ~undial e, de c er ta f orm a, im p os ta p or e la , a im ag er n da trincheira esteve
s e m p re l i ga d a s ". . . . as VICIsSitudes partlculares de urn certo tipo d e c om ba te , c om o linha de obstaculo, de resistencia, de demar cacgo,
. x.; da imagern . A insistencia e da trincheira fortcmente ligada ao t em a a repetlr;av da unidadc a d .. . urn , q uin a, p or certo , Vies p a r ti c u la r n a q u e le clima de avant-guerre e m S ao Paulo' tratav . . .' . a-se d e exorcizar o s f atores de rompimento o u d e divergencla, de 3 S Se g u ra r a 't" . VI ona e t a s forcas centrifugas, preveni ndo as ameacas de r up tu ra e ' . de d l SC O r d ia N o fund .. " 0, 0 espinto de avant-guerre, q u e " L eo n Daudet definiu como da " . aquela epoca de espe . . ra guerra cornbinava-se, parece, com aquela seqUlOsa ansiedade paulista ern esc . - . avar r ai ze s n o passado multo remoto com aquela autentlca rede~obena .. ' . nabvlsta de Sao Paulo. 0 t ra ce m onum ental de c a da p e dr a forjada pela Ir3(h~
s bsu
.
.' aI m er ue eu tuir, F ln n d vtcariam ente, a unidade s im b ol iz ad a p eI a trincheira. . . I , he ' ' vo t t em os 0 exort at ono, que 0 Ii oracao de I br ah im N ob re e c 10 de pon t d ' " I o s e e xc la ma c; :a o e se d efin e n a verdade nao por a qu ilo qu e ele .10
c
a . m a s pelo
and
0
int'dad e~1 7
' . " p ro pr io a to d e J a ta r, ele s u bs ti tu i a p e rs u as a o
todos os encad
' .
.
p e la s u ge st ao , sacrifi-
e a m e n to s l o gl c os pelas repeticoes verbais, e da declamac;ao.
..... . : 1 pel a sononl, kN e e
voz neste memento intcrprctando 0 s eu nr u na ni me d cs ta m oc id ad e q ue v os c er ca , euunente Mestre, cque e scm duvida aesp cTaJH,:a viva da Patria excelsa, 0 alicerce eInque o patati-patata ", 0 lente responde assirn "Ajuvcntude sempre gcucrosa desta velha casa de tilo g\oriosas tradicoes, onde Alvares Ill: Aze ve do t an ge u a s ua l ira p ereg ri na c R ui B arbo sa e ns ai ou a s s eu s p ri me iros v oo s d e grgante da p al av ra . E st a l an ge d e s er, e u . 1 11 d is se u ma v ez , e st a l on ae d e s e r a c ri sa li da i nc on sc ie nt e d o i ns et o d ou ra do d o p orvi r c tarari..arara ." 9
E c lc c on cl ui a c ro ni ca , e st ig ma ti za nd o i mp ie do so , a s d oi s g ra nd es m it os a ssociados Ii e po pe ia d e 3 2: a I mp re ns a. q ue c le c ha ma d e a q ua r ta t m po t en ci a e a o p in i ao p u b li ca p a ul is ta que, segundo e lc e ra praticamente recrutada no interior da Facul dade de D iret to. "Arcadas resi st cntes. Puxa!" - dcsabafava 0 escritor, D iant e desta ret orica vazia e i rnpossivel nao pensar no quanto era forte 0 tom
l it u rg ic o , o ra to ri o, p r os e li ti st a. N o u tr os t er m o s, p a re ci a q u e 0 discur so, mesmo 0 qu e na o se destinava a a~iio e sua c i rc u n s ta n c ia . s e e x e rc i ta v a na a u to n eg a ca o , r en u nc ia nd o a s i m es mo e m f un ca o d os c or ni ci os , d as m ar ch as , d os p ro te st os c ol ct iv os , enfim urn d is cu rs o q ue s e f or ma va , c ad a v ez m ai s. c om o parte de um a Ofiio. Nesse sent ido, 1932 foi a epoca da a r ; a o e n il o da paJavr a. o que t am bem pode ser visual izado, com os devidos d e M ar io d e A nd ra de . n o Diorio N ac i on al .
rnatizcs, ern ui:s cronicas
" Al ma P au li st a" d e 3l/l132, " Ri tm o d e
M ar el la " d e 28/2/32 e "H er oi s d e u rn di a" d e 2 9/5 /3 2. . . Al ma Pauli st a" ret orna, na prosa amena e quase col oqui al da croni ca,
9 . M ac ha do . A nt on io d e A l ca nt ar a - Prosa Preporatoriu If, ('ovaqlll nhn e Saxofone. OlJr;r;. ""II. Janeiro. CivilizlIflio B n. . i1eiraJll"L. I9RJ. r 163
I de m. i bi d . . l o c. ci t .
0
tema
d a i nv as ao d e S il o P au lo : RIO
de
II. Idem. ibid.•Inc.cit.
P r o) . Hwm a,
lOtS
S JoP DM o. ( 101. I k; . 1993
10-
Pro). Histo na; SiJoP.. .,I D.(101.del. 1993
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De p r im e i ro f o i ~ e s pl e nd o r. E n q ua n to o s h e ro i s da r e vo l u ~a o o c u pa v am m i l it a nn e n te 0 nosso E s t a d o (COIS8 que s6 a g o ra a g e n t e p e rc e be bern a o d io s i da d e f r at e rn a l) . O s p a u li s ta s s ub li m es a os h er oi s da cantavam, de b ra ce s a be rt os , p ro d ig al iz an d o g lo ri fi c~ (l es revolUl(Ao. ...) E m c o m r oe-n-Y . . . . o. o ,o s cu lpadoss ppauli . a ul is ta s, h erd ei .ro s de tradi~ e riqueza
m ~ m pa ra ve l n o pais, e ra m e nt re gu es a o p ri m ei ro c iv il is ta i m pr ov is ad o q u e v ir ge m d e quaisquer n o c ; : 3 e s civis, se dizia sa lvador da nossa t a m be m i n co m p a ni v el e i vi l iz ~ o o. 1 0
E x ce to p o r a lg u m as 8 tile d . za s asso de U 0 cr o nis ta , tem o s ai a m e sm a t em an ca da in• adv ,. . v Sio P au l o ' de i dentifi.....,....1!o .......,... os ele m entes Man d ennctos q ue n a c ro nic a d e Ma s ~e A n d r a d e se resolve pelo emprego de urn oximoro: odiosidade fraternal e r a n c c e ss a ri o apelar para 0 oxi bastav . m om , a contemplar um a charge de ~ B elmonte da guerra contr mesma ,"I"""h, n a. q u al wn bandeirante i nf or ma , c om b on or ni a, q ue a a 0 em boa a contmua ... de I brahi N Mas, a o c o n t ra n o da o~ " . m obre, n a qual 0 tema da i nv a sa o s e revolve pelo triunfal' de n a c r o ni e a Mario ~ m o a r ti f ic i al da u ru d ad ~ , v e ic u la d a p e la i m ag cm da trincbeira, e a m ar g do . Andr ade, 0 tema da m v a sa o a s su m e a t o na li da d e a n gu s ti ad a a r es se nt im en to 0 que M tal d ' vez e m ats d ra ma uc o n a c ro ru ca de Mario '. 15,d e f o r m a sutil , a n e~ o da u ru da de , e m parte exp licitada de "de
Tenham .•. pactet1Cm os patriotigeros patnci da ". " . do incend' CIOS nossa patrial Nos te mos que cujdarprimeiro . to com q ue nos e nvilecem E 1850 e n tr e d e z irnazens da patria q u e n o s dio -,, - sabem qu a I a v e rd a d e ' . nquanto . . , . . au OS ~""b 18 Ionge, Io n ' ira. A pAtriaesta feito urna nuvem vaga mdiscernivel, " g m q u a . A m e a l r a d o r a . M uito & m a r g a . II
Ma s • e em "R 'itmo de M archa" "H ' . . cadas re!U ¥rti e d uas cro nicas p ub lierois d e u rn d ia" em fev ereiro . d ' "Y"" va me nte e m aio e 1932, n as q uais M ario d escre ve o s c omk ios e as lllani£ siedade pela eficaciae:~s de r n a, q u e fica t aI v ez m a is e xp ll ci ta e st a s of re ga a na .r ilo q u e r ec u sa a p a la v ra : Mas entrando na rua D ' . ireita, 0
I 'O deroso, num v oluntari.
espet8culo
tr era o u o. Tudo
le
o r g an i z av a e u n i fi c av a n u rn
~~ ~ n ~o d e m a re ha d e f o rm id Av el canter. T oda a g e n te da rua se dir igia pro C om ic . t o e .. au se V Ia urna _'d e o m b- os e o s n..,,~b a eara " '-',0 que s e v ia e ra a quele ruminante ondular , z-> >VS lebatendo pia p l i l oq ue. p l i Ioq ue-p l i loq ue . 12 oque-pllJque no r e ve s ti m e nt o c a n> da rna pl4oque10
.
"AmI
• P.uli!lt4", 31/01/32 In' . S lo Q P a u l . ., ..• • _ '. DQ Tax; e C ,. 6n ic Q. J CiCri . no, rtoNocionat, o rg . p or T el l! P . 0 UMI CidadellSecr I I, I de m ibid. . 1976, pp.4 9 1-493. CU Tecnologia,
.
Ancon. Lopez-
,p.493.
°
T oda a c ir cu n st an c ia d o comicio, 0 imprevisto da mar cha, arrast ar-se da multidao,o imponderavel do coletivo resolve-sc nao p c l a p a l av r a ambivalente, sugestiva e amena da croruca, cheia de signi fi cados, m as pela mer a justaposicao de onomatopeias. Na csfcra da acao, p arece q ue 0 q ue n ec es si ta va s er d it o n ao e ra imprescindivel a Q / yo o, dai a
origem
In' Idem ,
.
'b'"
' ... ,1
I....
a
D i fi ci l r es p on d er , M a s a r ec u sa da p a l av r a c o m o in a v a -s e , n a c r 6n i ca de Mar io, c o m u r na e st m nh a e sp e ci e de recusa do i n di vi d uo , c o m o o c or re n a d e sc ri ca o q u e v e rn a s e gu i r; da s p e ss o as - c o i la d as ! - q u e o u sa v am caminhar e m s e n ti d o contnirio a mar cba: O s p o uc o s h o me n s q u e v in h am e m s en ti do c o nt ra ri o e st av am m i se ra v ei s, c o m v er go n ha d e s i mesmos, quem sabe? Um a doencaem casa, algumnegocio imprescindivel. Mas v in h am m i se rr im o s, b a ix a nd o o s o lh o s pro c h a o, n u m a s e m ic o ns c ie n ci a de e r ro , n u m individualismo
bebado, sern nexo, dum ridicule infinite, miseniveis, miseraveis, nem s a b en d o a n d ar . T i n ha m a r d e d a n ca r in c s, e r a h o r r fv e l. E t i nh a m de s e e s g u e ir a r, p o rq u e o s o m b ro s , p l 80 q u e, Dio d a v am p e s sa g em , q u a dr a do s , d e ci s so , i n ab a la v ei s , f e rr e os , sent de lic ade za , pla oque' I 3
"E ; i mpossl vel f a/ or a homens que dancam" - escr eveu em 1907, Silvio R om er o, e sta e sp ec ie d e ( n ao r e co n h ec i do ) avo intelectual de Mar io de Andr ade. Ma s isto rna v ir ia , n a v er da de , d o nosso avO lusitano?
A ss im , t od a a m o bi li za r; 1' io o u , s ob um aspecto mais amplo, toda a a~ o se ou no individualismo bebado ou nos plaoques-pljoques, na "indesti~ilo in telectu al d o ritm o e d o s om " - o u n a pro pri a multidilo, n aq u el a p ro j~ o o d e a sp i~oes tacitas, i nd ef in iv ei s, s em m ed ul a e s em projeto. Mas 0 ju iz o d e M ario d e Andr ade sobre a r n ul ti da o e ra u rn p o uc o d if er en t e: resolvia
Toda s as r n u lt i do e s , - e s cr e ve Mari o de A n dr ad e n a c r e ni ca f m al - sa o da m e s m a f o n na h e r6 i ca s e c o va r de s , c i vi l iz a d as e s e lv a g en s ; tirar a p si co lo gi a d um p ov o p el o q ue e ss e p ov o m an if es ta q ua nd o e m E ST A OO D E M UL TI DA O , e c ai r e m v er da de s h um an as e universais.l" 1 3 . I d em , I bi d ., p , 5 0 3. A n a r ra ti v e d os c om tc ie s e m . .. i fe s~ l Ie s d e 2 4 10 2 e de 23103 de 1932 podc le~cotejada c om o u 1r a, c om o p ar e xe mp l o • d e P a ul o N og u ei ra F il h o, Ideal1 eLutas de 14m 8urguir Progressista , A Guerra Civica. vol 2: A 1l1Sllrrei¢Q Civd, Rio de JaneUu. J oK O Iy mp io . 1 96 6, p p. I9 3- I9 8. ~ melh ores sinta es histi tric as sio lIS de Holien 8czma G., 0 jogo do poder.a "eVQlu~60aulssta de 32, Silo Paulo, Edit- Modema, 191111Capehmo, M.Helena, 0 mOVimelllO de 32: a causa pau/lSla. Silo Paulo. Brasiliense,
1 2. " Ri tm o d e March.", 28/02/32
mer a j ustaposi cao de rit mo e som . Regressividade
mesma d a l i ng u ag e m ?
1981.
1 4. " He ro i s d e u r n d i a" , 29/05/32, In: Idem. ibid., p,S3S.
p.~04.
108 109
P ro f H mo ., a,
S 60 pfJMo, (/0). Mt. 1993
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e
qu e a cro nica ( . ul Cunoso urn e ncadeam ent partie arm ente as de M ario de Andrade) possuem do o qu e se da m en os p or n e ]6' que p or nexos imaginativos. xos gico s Dai taJvez as . ' , nnagens altamente suge ti v as p or t ra s e t a s quais 0 e s cr i to r t e nt a e s co n der a su a p en a esco nd n d ,S puJ . , e 0 t am b em s ua co m sob forma d e h u m il d ad e d " siva a t r a . - ; o o , (confes.sada a p o s t e ri o r i a a t; M, o s s en ti do s d as paJa e si lu did a) p ela a ti vi da de e p el a a ~o inebriante. Passada v ra s p re sc re ve m . A consciencia t i ng e -s e d e tni gi caporque s em p re v em d en ai e p o t s , p o s t - fa c t u m ou, "depois do gato m orto " - na trad~lIo machadiana. C a b e l em b r ar ainda o p e ri od o da f: " q u e, e n tr e 17 d e julho e 25 d e s et em b ro d e 1 93 2, d u ra nt e '1' (l4;C pr opnament b lic~ ilo das cr6ni " e r m rtar d e 1 93 2, Mario d e A nd ra de s us pe rd e a pucas, blD Jtand o-se ap enas' . . surgin do d as lu tas . . a r egistrar 0 m a te ri al p o pu la r q u e Val sene q.~ recebera 0 t it ul o d e F o l cl o re d a C o n sf if u i9 i io . Quanto ao ,n~ Brasil" (U2/31) p au s us m o n aU vl st a, v ej a- se a e xp re ss iv a c ri in ic a " s a o Paulo no p el o a n gu l o do na q u al f i ca p a te n te 0 s i g ni f ic a d o b a ir ri s ta das o p c oe s p o H ti c as , ate e st ev e p ro xi mo s a rf me nt os d o P ar ti do O e m oc r. it ic o, do q ua l M ar io d e A nd ra de . pe l'0 m en os p or alguns m o m entos. A"'·m ais notavel e a c roruca, "C om un ism o" ' pub , icada logo de . d decretos q u e t an t o' pois o s d e c re t os do interventor Joclo A lberto perceber nesta cm . e s c :i n d al o c a u sa r a~ nas f iI ei ra s d o P O e do P R P . E posslvel m e a , p a r eo s elemento Sere fers . . d erencia direta, como os famosos banquetes ou "bail es encam ado s" . Andrade leonina •. ' prom ov ldo s pela Legiao R evolucion aria, M ario de . . . a crom ca diz end o' "F ' '. . leo If f iagmando urn comunismo implantado aqw... Depois de C_ • s e re m q u ei m ad a s d brasileiros e novo to das as c as as d e jo go d o b ich o, o s nd a ~Vets vam m il . da vam urn grande ,rna baile".I.5 contos de p re se nt c p ro s o rl ao s t ur co s. D ep ot s CUr iosatnente tod . ar tistico, tingia.se d'e li"~ . dlSeurso, f
LUrgJCO
e
ID J'
000 apenas • ,.
0
p o li ti co m a s, ate
0
literario e
0
uso ortem ente instnllne ssio nan o - a p ro pria estetica prestava-se a urn b ntaJ. L e m br e- se q u e e d e 1 93 2, a c r6 nic a n a q ua l 0 m e s m o Mario de Andrade tnelhor c on vi nh a ' ,~ r av a p os tu ra s do i nt el ec tu al , d en uo ci an do q u e a i ma ge m q ue . b . . . a IDtelectualidad Ma l lano, a do "Ito e r asileira era aquela extraida de Olegano
m em tocand
.
'
. . Porque' a atitude messiam0 viola de papa pro a r. ... ,,16. c a, q ue v ia e m c ad a homem u r n s o ld a do , na o era pnvllegio d o s l e gi o ~ . t_ , volv'do 1101.1108, do PD 0 I S e m 1 93 2 O s u, do PR P m as de todo s o s interlo cutores en. qu e podi n ov o s un o d e g . am falar e tam eem o s que n il o ~ ;" , . .. .falar Qual npc espanhola . ~.. . . ' a s in d ro m e da " fr en te u nic a" a ta ca va a to do s. 0 1.5 ' CQ .
ml inJs mu" 301 2 . But-ges v' 11130.In: Idem, ibid • av y P .. Te"el1t;~mo e R vd ' p , 8 3. S ob re o s p a rt id o sc a at u~ da Lcgilo Revolucionana, 1 6. " l nt el cc tl il li s. I" Id '. e U+ll oBr-Q6il eir a. Sio Paulo. BllISiliense.1992. . em , Ibid., p.S]S.
vocabul ario castrense, de caserna. de guerra m esruo, i nvade ate m esmo as falas m ai s rccondit as dos civis: "Li ga de D efesa, Legiao Rcvol ucionaria, Exerci to Civil , Lem a cncarnado,
PretoJi anos,
Janizaros, etc. . . " Pareci a que a civil izacao
pauli st a tinha
a de nt ra do n o s ei o d a c iv il iz ac ao e sc ot ei ra e h om en s e m ul he re s, s er n c xc cc ao , a ns ia va m p or r ea li za r " bo as a co es ". Tudo i sso pareeia rei terar aqucl e esvaziament o m orti fero da pal avra pel a acao, no fundo t am bern uma l inguagem com pensat oria para dom inar uma reali dade pifia. t ib ia . m es mo p ar a a s e l it es : a rmagern do G eneral K li nger. chcgando do Mat o G rosso, c om u rn " im ba ti ve l e xe rc it o " , q ue n il o c b eg av a a 3 0 s ol da do s 17
A s or nb ra d es te a ei r r am cn to d e m il it an ci as e d es ta m ob il iz ac ao das consciencias, um t anto a m argem destc aprisionament o da l inguagern pel a m obil izacao pcrmanent e. nasceu Ma na Maria . a H ovd a i na ca ba da d e An ton io d e A lc an ta ra Machado 18 A personagcm -t it ul o era l im a "paul ista de 400 anos" que nao aceit ava casar-se com um m edico sergi pano. Mana Mana t razi a os t races esti li zados m as, predornin an te s d a ideia felta do pauIi st a ant igo: t acit urna, sobria. energica, quase aspera e " fa la va s cm mostr ar a s d en te s" . P ar a 0 le ma qu e n os i nt er es sa , t em os , l og o d e i ni ci o, l im a ant it ese fundament al que pcrcorre t oda a narrat iva. 0 D r. Sam uel Pinto, o m ed ic o s er gi pa no , c ar ac te ri za - s e p el a f al a e sp ar ra ma da , m ar ca da p or traces de uma subliteratura grandiloqiienlc. Enquanto Mana Maria e sobria, direta, quase muda, e xp nm md o- se c om p al av ra s m ed id as e d ur as . A c ar ta , d e q ua tr o pa gi na s, q ue 0 medico sergipano dirige a Mana Mar ia e urn diseurso cheio de rebarbas. Lcm bra, rnuit o, mutatis mutandi s, a oracao do tribune I br ah im N ob re . A r ea ca o d e M an a M ar ia a leitura daquela arenga rebuscada e uniea: " Ma na M ar ia l eu e p en so u: coitado. Foi para 0 quarto, abriu a secretari a e guardou a c ar ta a o l ad o d e o ut ro s p ap ei s. " Olema da i nvasao de Sao Paulo reaparece naqui lo q u e s e p od er ia constituir como 0 foco central da novel a: a i nsubnussao ao recern-chegado, ao "vi torioso das bat al has de 1932". M as , t od a a p rc oc up ac ao c om o s a d ve nt ic io s. a ss im c om o t od as as ati tudcs que bei ram ao pauli st ismo exacerbado, n ao t er n quaisquer vinculos com oreal , nurn dims de pr of unda vacui dade social, noqual pesava com o uma fataJidade. o crepuscul o do uni verso paterno. J 7. Curiosamente . 0 General Bertoldo Klinger foiurn dos mais aguerndos partidarios de urna simplificacao ortografica da lingua portu guesa. Conta-se que, interpel ado pOI"urnjornalista sobre as raz3es que 0 l ev av am a e sc re ve r d e s co rd o c om 0 p ro pr io s is te ma q ue p re co ni za va , K li ng er n io v ac il ou e . apanhando 0 papel mais proximo. escreveu: Porke Kero. 0 episodic , muito conhecido, foirecontado p or F re de ri co B ra nc o. I n: Postais Paulistas. SaoPaulo. Malt ese. 1993. 1 8 " Ma na M ar ia " I n: N O l > e J a . l
Paultstanas.
7a.ed.. Rio deJaneiro. Jose Olympic. 1981, pp.107·162.
I/O PYQ.
H,.,ima,
SJa Paula. (101. dez. 199J
/II
P r o f , H i 6 l O rl a . S t J o P l l l ll c . ( l O ) . Mz. 199J
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T od a a novela parece revelar, por parte do narrador, u m a d e sp r eo c u pa e ao com a consciencia p a ssa da Restabelecer um a m em 6ria de traces coloniais tambem parecia um a empresa impossivel, Embora a novela aIcance tres geracoes, apenas os protagonistas de duas delas silo focaIizados diretamente: Mana Maria e seu pai, Joaquirn Perei ra, amanuense do Servi ce Sanit aria. A ge~
pelo avo
protagoni zada
de M a n a M a ri a , que assinala 0 inicio da decadencia da estir pe patr iar cal bandeirnnte, s u r ge , i n d ir e ta m e n re , q u a n do 0 autor e vo ca o s eventos o c or ri do s n a j u ve ra u de de J o a q ui m P e r e ir a .
E C et iv am e nt e, s e a lg u ma coisa govema a id en tid ad e d as p er so na ge ns d e AlcAntar a Machado, nlo eo p as sa do , 0 p as sa do a pa re ce n um b re ve e f ug id io relance, n u ma " fo lh a de p a p el a m a re l ec i do e e n ca r di d o" qu e 0 a v o de Mana M a ri a e n tr e ga ao m ho Joaquim:
o poi s a iu s e m f ec b ar a porta a chave; Jemquim p e rc o rr e u a f o lh a e n ca r di d a. N a p r im e i ra p a gi n a, o t i tu l o do j or na l e 8d a ta : S i o Paulo, 20 de novembro de 1889.0 resto era meio 8~eg~riCO: u rn am u lh er c o m b a rr e te f ri g io n a c e be e a s e gl I nl v a u r n r a m o de cafe com a ma-o dir eita e Com a e sque rda le va nta va tun f a ch o q u e i l w ni n av a t r es medalhOes com os retratos do eel . M u r sa , P r ud e nt e d e M o ra i s e R a n ge l P e st a na . Em v o l ta : l e ee s d e it a do s , p o rn b o s de fita, 0 ze-povinho de c ha pe u e rg ui do . ( ) ( J oa q rn m ) V i ro u a f o lh a , s e d e m or o u nacontemp~i o do c or on el M u rs a. E ra a qu el e. S im s e nh o r. S i m pa t ic s o. N o d i a s e gu i nt e q u is d e vo l vc r p a ra 0 pai mas a p ai f al ou : _ G u a rd e p a ra voce q u e e u t e nh o v a ri e s exemplsresl? vOand~, r a m al h et e s d e f lo re s c om ~ o s
perfeito e a m esma do "present e histori co narrati ve". Est e ult im o t am bem conheci do c om o " pr es en te d ra ma ti co ", j a q ue 0 narrador. ao adota-l o. visuaIi za os event os do passado, com o s e o s t iv es se presentes e diant e de si, ,21. 0 passado e assirn, literalm en te , t ra ns mu ta do
reconquista v es ti me nt o
Ctencia filiais mas ,
.
Sll~ tA
deli
nea
da
s pel o aut or sem pre dehors do s personagens,
q ue v ls ua hz an do d e f or a o s s eu s m ov ir ne mo s p si co l6 gi co s e e xt er io re s. mo.ne da !Me, r ev el a- ss C O m c r ue z a e despi do de quaisquer tacltumo de Mana Maria:
o rn am e rs os ,
como N a c en a da
c
quase sempre dramatico,
de um a identidade comprometida 56 pode nascer, portanto,desse desinda pal av ra. T al ve z p or i st o, Mana Mar ia, e st a n ov el a i nc on cl us a d o
o rg ul ho e d a s ol id ao , tr an sf or rn e to da a me mo ri a e t od o
0
i mp ul so d os h ome ns e
das mulheres em direcso ao passado, num imperativo moral.
o que s e pode dizer no final desta profusso de narrati vas segment adas, duzidas nas fim brias de 19321
pro-
Constituicso? Legalidade? Democracia? Scparatismo? Outubrismo? Indiferentismo22? N os a ca nh ad os I im it es d es se a rt ig o, p od er ia rn os d iz er q ue , m en os d o q ue d ou tr in a e t al ve z m e no s d o q ue i de ol og ia , 1 93 2 g er ou e f oi g er ad o p or u rn a m is ti ca . E a m is ti ca , l cr nb ra -n os u rn a ut or , na o e uma narrati va de carater expli cati vo m as, 23 sobretudo, urna potencia mobilizadora . A o ra to ri a, a c ro ni ca o u a f ic ca o, p ro du z id as , p or a ss ir n d iz er , a o " ca lo r d os c o mb at es ", c on st it ui ra m p ar te d cs te d is cu rs o fluido, pontual,
fragment ado e instavel da mistica de 1932.
C on cl ui nd o. As imagens do passado constituem apenas restos simbolicos s cm n en hu m a f o rc a n o p r es e nt e . Elas nilo sao sequer t r az i d as a t ra v es do fluxo da mem6ria e cons-
e m p rc sc nt e v iv o, u rn p re se nt c q ue
com o se esti vessem os nurna representacao t eatral. A ss im , e m Mana Maria, 0 lema da i nv as ao d os a dv cn ti ci os , i nt er ne s o u e xt er no s, n ao s e r es ol ve p el o " le ma d a u ni da dc ". P el o c on tr ar io , 0 que sobressai c u rn c 1i rn a d e v ac ui da dc s oc ia l, o nd e s o 0 p re se nt e t er n f or ca , s o a a r ; a o perdura c a
p od em os d iz er q ue f or am r ar as a s
V07.eS
.
,
dissonantes desse urus-
s on o t ri un fa l e c on fi rm at or io , j a q ue e le e ra p ar te de urn quadro m cntaJ m ai s ample de decepcao corn a pal avra, gestos e sim bolos t radi ci onai s. V am os s ur pr ee nd cr u ma d es sa s r ar as v oz es d is co rd an te s, n o j ov em 8uarque de H ol anda que, sei s anos ant es, diagnosti cava som brio:
0 c ar ar er
S er gi o
A p al av ra e sc ri ta ou falada so s e c on ci li a c ~m a dificuldade ve~lda, com a e n er g ia satisfeita ea paz proclarnada depois da guerra. E ernvila que setentara atrair atempestsde,
Elatinhacoragem e na o precisava de descanso.Elaera a forte,a dominadora, a incorrupA.queresistiacontratudo,contra todos,contraela mesma. A servico de q u e ? De sua
tive],
m e m 6 n a , r n a m i lj e . 2{)
de A m6ni o de A lcant ara Machado ., O s interpretes dos processos de compos~ J a ob se rv ar ar n q ue a " ti idad ,. . . a v e PSlqwca do estilo direto com 0 verba no pretent o
21 . C f. M ac had o. L uis T oled o - Anl6mo deAlcdntara Machado. eo "!odermsmo. R io o e Janeiro, J05e . 1970 88 0 lerna da mobilinrjo p en na ne ot e e anahsado sob 0 p ns ma d a urbarl1z~io 01 ymplO. It 1:"'__ • p. . --. . dad I· b to m ais a mplo noo desdobramentos da s ocie c e cu ura p au " ......nos anas pau 151.8 e, so urn aspec • , I c- - P L d d IlU a u o . JOCe a e e cu ra""J v i nt e. I n: S ev cc en ko , N ic ol au - Orfeu Extatico 170 Metropo e.' .00 frementes anos vtnte, Sio Paulo, Cia. das Letras, 1992 . . . _" em 1 93 3,por, B El ".M ON TE (B en edi to B ast os B _n ," to) I n: A ss, m 2 2 . A e x pr e ss & <> mdiferenusmo fOi . utiizada fi /Ol J u ea P·a to . a sp ec tos d iv er -l id os d e u ma c onfUJi1o dramatica. S Io Pa ul o, CI a. E di t. N a-
cional.19~3
19.1dem,pp.1I2_113 2,
2 0 . I d em . p p .1 6 L
II~
Girardet., Raoul. Mythes etMyln%gre.1 Poilllqu'?< P am . E di t io n s d u S eu i l, 1 9 86
P r o) . Huum a: S ilo P ",, 1o. Pro,: HiIIO nQ, SIIoPc./ o,
(/O),.k:.
/99J
II)
(10). de:. /993
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it~vocar 0 demonic OU realizar 0 m i s te r io d e nt r o do cotidiano, virtude ilusoria da linguagem dos cemiterios
q u an d o n A o s e renunciou Ii
E temunava, cOmpungido: Diante dessa impossibilidade
de opor uma resistencia mais eficaz aomiaerio quenossitia
por t odos o s l ad es , d ia nt e d o a bs urdo d es sa res is te nc ia l eg it imas .
Nad a mai s c omed o,
e
v erda de , q ue c on du it
g es to s e pel& inutilidade de qualquer um simples bocejo.'"
a ti tu d e _ i d ei a q u e
nio ha duas atitudes i g u a h n e n l e
Historia em campo minado (Subterraneos da violencia)
p el a v ai da de d e todos os nossos 0 U n i ve r se
n o s f o rn e ce a t r oc o de
Antonio TorresMontenegro+
o j o ve m
h i st o ri ad o r parecia c ap ta r, c om o h oj e, a c ri se de vacuidade d e n o s s as p aJ av ra s. d e iJ l1 )O t en cia d e n os sa s ~ O es e do a Je a t6 ri o d o s n o ss o s destinos, face a d e sc o nc e rt aD e h i st 6r ia b ra s il ei ra .
E sq uecimen to
como memo ria
"0 cronista que nar ra os acontecimenlos. scm distinguir e nt re o s g ra nd cs e p eq ue no s, l ev a e m c on ta a v er da de de qu e n ad a 0 0 q ue u m il ia a con te ce u po dc s er considcrado p e r di d o p a r a h i s to r ia " I Essa e ur na das afirmacocs do filosofo alcmao Wal ter Benjami m em suas t cscs accrca do conceito de historia. A preocupacao central c on st ru ir a h is to ri a numa o ti ca q ue Illio p ri vi lc gi e a p, . .. .5 0 olhar
de Benjarnim
e
dos contumazes produtores da hist6ria
Mas sua afirmacao aponta pard out ros t er-
r it or io s A b re passagem p a ra s e r ec o nh c ce r c o m o a f or ca do acoutccimcnto
cstabelecc
m ar ca s, q ue p er du ra m e p os si bi li ta m l ei tu ra s q ue t ra ns ce nd cm a t en ta ti va o u forco em esquece-las, Nesse
sentido,
0
es-
apaga-las. como
nilo cstabelecer
urn paralelo
entre
a historia
e a psi-
c an al is e.
a u r na is p ro pr ia rn en te e nt re B cn ja mi m e F re ud . q ua nd o e st c u lt im o, e m u m a p as sa ge m d o a Mal-esta r d a C ultura afinna: Habiendo superado 1aconcepcion erronea de quel olvido, tan cornente
para nosotros,
signifies ladestrucion 0 aniquilacion del resto menemornco. nos inclinamos II 1aconcepc io n c on traria d e q u e e n 13 vida psiquica nada de 10 una vez fonnado puede desaparecer j amas ; t od o s e c on se rv a d e a lg un a man era v p ue de v ol ve r a s urgu e n c ircu ns ta nc ia s favorables, como por ejemplo, mediante una regresion de suficiente profundidade 2 •
Pr of es sor de Hi5loria cia Univenuiade Federalde Pernambuco Trahalho apresentado no IXCongresso do Circulo Brasileiro de PSlcwhJC na Me.a Reclonda "V",len<;la" Cultura ,.
Benjarmm. Wa1tet. Ob,,,.1Esu"hldas. MoXrae Tecmca. Arre ePolitica SIo Paulo. Bruihe.ut. 2
Freud, Sigmund. E f A 1a ie ., [u r
e n f a C u uu r a
O br a ,
( 'o m pl~I ( "
Tom«, III
1911~
Madn. fAllnnal Hihhotcca
N ue va . C ua tU E di ci o n. 1 98 1 . P 3 02 0
24. Hol.,da, SCrgio Buarquc de, loc.cit., p,66. P m) Hr slona. sa, P ",, 1a ( / OJ . dr.. 1<)93
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o s l ad es , e sobreludo p c la r es is te n ci a d o s T a pu y as F i co u r eg is tr ad a p c la s a u to ri da d es p or tu gu es as c om o " Gu er ra d os B ar ba ro s " . V al e a i nd a a ss in al ar IIIlI trecho d a c ar ta de I~ de marco de 1688, n a q ua l Mat hi as da Cunha, G overnador G e ra l d o B ra si l. or dena ao c ap it ao -m o r M an oe l d e Abreu Soares que:
D es co br em -s e c am p os i de nt ic os q ue s e i nt er re la ci on am e m u rn a mp le xo i mp o s si v el d e d e f m ir f ro n t ei ra s d e fi n it i va s p e la p r o p ri a f o rm a d e s c r do c id a da o e do "eu", E na propria forca do p as sa do c om o a co nt ec im e nt o q ue s e p ro cu ra ra e st ab el ec er u rn p a lc o de d rs cu ss so r el at iv o a o t em a " Vi ol en ci a e C ul tu ra ", N o e nt an to , s er a h is t6 ri co e do imaginario como da p cr sp ec ti va d a r el a. ra o d o a co nt ec im c nt al c on str uc ar , . I' . y PSICO o gi ca e m e nt al q ue s e c am in ha ni para a e la oo ra cs o d es te q ua dr o.
Vos sa M erce d irij a a entrada e g ue rra q ue h a d e Iaz er a os b arba ro s c omo e nt en dc r q ue possa sermais ofensiva degolando-os, e seguindo-os ate osextingurr, demaneira que fique
N e ss e s eo t id o , t o ma re m o s c o mo p a ra m et ro i ni ci al wna r ef erencia emblematica, p cl o q ue e st a t er n d e r nu lt ip la s s ig ni fi ca t; :O e s: a i nv as ao e ur op ei a n os s ec ul os X V e XVI, n o s a ro s d a c o nq u is ta .
c xe mp lo d es te c as ti go a t od as a s rn ai s nlllyOCS que confederadas com SlICCSSOS
A e ~o lh a m o de ma ou p O s -m o d er na d e atribuir irito daq de conqiusta retrata
a
sentido o espm to uele que chegava. Os o utro s p ov os , q ue aqui e st av a rn. , m c sm o h o je quando se recupera a dii mensao histonca . . de povos atac ad os, (os nauvos] continuam a s er narrad d . . '. os e urna perspecuva d e c on qw st a e a ve nt ur a heroica dos m vasores E tho. . de f o rm a l en ta e q u as e i n co n sc ie ra e . s e da m em s e d e s am a r ra v a dos ditame I europeu . C ..que s greja atohca, construia p ara s i e para os s eu s a oshornens u. de urn s e m id e u s. A f in a I , a Terra nao era mais 0 centro do universe; ~s m ens tmham a b e rt o a p o s si b il i da d e d e r e in v e n t. i -I o . Mas, na o q u al q ue r h o m em . pcnas 0 europeu. invasso europeia
A qui cheo"'''''m
.
51
a representacao q ue e st av am c um -
..... d e m O Os dadas rv ma e re.al. 0 rei e a religiao ainda c a m in h a va m f o rm a J m e nt e e m b or a e st a trilha e st iv es se s eo do r ni na da n o proprio cotidiano. E m u rn e sf or co de' . Imaglna~ao, e p os si ve l d ec if ra r m in im a me nt e a r ep re serU"'~'-;~ " , a u qu e 0 europeu tinha da .redor De mb sua p r o pn a c o n d i~ i lo humana e do m u n d o a o s eu . se an:a e m um a tra do poder cat' ,ou terra, tendo antecipadam ente deiUlido, com 0 a val i i diI da S. O S h om en s e a s m u lh e rc s, d o no s das terms s a o ' o ICO, . a s p ar te s a s er e rn d IVI c on st i' tu ' l ~t el fa rn en te d es co nh ec id os e m s eu d ir ei to . E ss a r ep re se nt ac ao m e nt al . I T -s e- a e m u r n d o s pa , r a m et r os d e f im d o r es da a~ao i nd iv id ua l e c ol et iv a d os rccem-in v a s or e s . E s c r a v os de urn -
.na
, IS
q ue V M erce t iv er me v a d an do W il la c om t o d a a particularidade '
0
N o entanto a luta, ao nac
n
0 d e d om in a~ o extenninar.lo d '. unagr e e xc lu sa o, o s e u ro pe us as m ars dlversas fonnas 0 . . .. ras S p ov os n au vo s. N o B ra si l, e nt re as mume g u e rm s C o n t ra c l ss e s p o v o s , v a le 0 registro da guerra c on tr a o s Tapuyas n o U J ti m o quartet d o s ec u 0 X VI I R e su lt a t d . p o r v a r ia s d ' da n ee u ma d lsp uta co m as co lo no s, p ro lo ngo u- SC . e ca s . D e s ta ca -s e tam be bo o e rn p o r c n vo lv e r m i lh a re s de guem:iros de am S 1/6
5C
europcus, cvidcncia co mo o s nativos
encerrar ra pi da mc ntc
na o
c om o im ag in av am
cedcram ao i magi nario da ocupacao,
os da
conquista, da descoberta, m as ant es resi st iram ate a r no rt e. E m d iv er so s p er io do s. cstivcram em superioridade n a l u ta como documcnta um a outra c o rr es p on d en c ia M at hi as d a Cunha:
de
E s up os to s q ue p ara e st e g en era d e g u erra , n em a i nfan ta ri a p ag a n ern a d a o rde na nc a s e achou nunca sercspaz: de que
e bern sabido experiencia a guerra que nesta Capitania
Bahia fizeram tambem osBarbaros queaoprimiarn: poispor rnaiores queforam
As r evolw;Oes no conbe . . , . c i me n to , s m om m o d e r ev o lu c oe s m e n ta is t I 3Z C m m U I las vezes ernbutido . d ' . . s, proJetos e nova ordem politica, social economi ca, Em urn ~lo:l~~nto S lo cr 6n ic o e d ia cr on ic o, 0 u ni ve rs e d o conbecimento intcrage com 0 ~mtono das p r a ti c as s o c ia i s, f a z en d o 0 campo de forcas institunxes o cu pa r o s m ai s diversos lugares. ' - 0-" os e u r op e u s, t e nd o de P n n d o u m a n u ss a o di '.
eles roo t er ni am
a nn as d e Su a M a ge st ad e q ue c on si de ro v it orio sa s i nd o a c argo d e V M cree , c d e t od os o s
da
110 decurso
de 40 anos, as esforcos de variastropas de infantaria, e ordenancas que pretenderam o po r-se a s ua feroc id ad e, n un ca s e c on se gu iu e fe it o a lg um e : ;c mp rc o s morad ores Rcconcavo padeceram
s<''1TI
do
remedio, mais repetidos estragos em suas vidas, e fazendas
ate mandar este govemo viros paulistas."
E s s es d o c u m en t o s oferecem ur n r etrato representative do s i magi naries que gov e rn a ra m a s p ra ti ca s e u ro p ei as d o s i n va so re s d a s t er ra s, deste outro lado do mundo. S ao i ma gi na ri es e p ra ti ca s q ue s e p er pe tu am e p ro je ta rn -s e n a historia ao longo des seculos.
A g ue rra d o P ara gu ai p od e s e c o ns tit uir e m u rn o ut ro r etr ato d a c ap ac id ad e de violencia e d es tr ui ca o. U rn a g ue rr a de c on qu is ta , d e e xp an sa o, m as q ue s e r a a li m en t ad a n o i m ag in a ri o da t ro p a c o mo defesa contra 0 inirnigo invasor. Um a das u l ti m a s b a t al h as da guerra do Paraguai, conhecida p or A co sta N u, f ic ou r cg is tr ad a p el a r el ac so d es ig ua l e nt re o s l ad os e m c om b at e, v in te m il h om en s b ra si le ir os c on tr a t re s m il e q ui nh en lo s s oJ da do s p ar ag ua io s d e n ov e e quinze anos e q uin he nt os v ete ra no s. c orn an da do s p el o G en era l B ern ar din o C ab all ero . E ss a 3 . P ir es , M ar ia I da li n a d a C ru z. Guerra dos Barbaros. Recife. Fundarpe, 1990. p. 62. 4_
Ibid. p. 66_
Pro). Hufana, Sa, Pl2I
IF
P r o/ . HislDna. S 40 P I. do, ( 10) , da 1993
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batalha, ocorrida e m 1 6 de agosto de 1869, m arca 0 massacre as criancas paraguaias D e s cr e v e C h i av e n a to em Genocidio Americana " ap os to do u rn dia d e l ut a, o s para. g u ai o s f or am dermtados. P ela ta rd e, q ua nd o a s macs v ie ra rn r ec o lh c r a s c ri an c as feridas o u e n t er r ar os mor tos, 0 C onde D 'E u m aodo u inceo diar a m acega • no brasei ro, viam-se cnaocas feridas COITCr ale cai rem vit i m as das chamas.,,5 Esses fra gm em os da hist6ria do B r a si l c e rt a m en t e n.io r e f1 e tc m a l go proprio do c a ra t er b r a si J ei r o. P o e er - se - ra e n c o nt r nr em outros povos idcnticos relatos historicos. Em principio, descobre-se a violencia como algo intrinscco a c u tt u ra , s o b rc t ud o p or qu e e la s e p r oj et a n as p ra ti ca s e n os v al or es q ue d ef in em c ad a e po ca . ~ es se s ef Ii do , F ou ca ul t. a o e st ud ar o s r it ua is de suplicio que caracterizam d e t en n i n ad a s p r .i t ic a s p e n ai s , associa urn vasto conjunt o de f at or es q ue f az em c om q ue e m c en os p er io do s e 000 e m o ut ro s s e d es en vo lv am d et en ni na da s f on na s d e violencia. Em V/giare Punir, descreve de forma det al hada com o a prati ca do supJi ci o ~steve presente ate meados 00 secuio X V III. na Franca, como intrinseco e neces s aria a acao penal . 0 corpo exposto publicamente era 0 a lv o d a r ep re ss ao p en al .6
o suplici~
p u bl ic o t er n u r n a f ~ 1 io
" ju n di co p o li ti ca "
E
\UTI
cerimonial
para reconstituir
c m e n os ~ . e st a b el e ce r u r n e q u il i br i o q u e de faz cr fu n cion ar, ate u rn e x tr e me , a disscmetria entre 0 S Ud il oq ue o us ou . Iar J' 7 vio a CI e o s ob eran o t od o-po de ro so q ue faz v al er s ua Iorca
. N es se a spe ct o a d es cr i~: lo d os 5u pl ic io s, de que foi alvo 0 assassino de G UIl hcrm e de Orang fl' . e , r e etlf-se~la u rn q ua dr o d e e xt re m a c ru el da de . N ~ p r im c i ro d i a, e l e f o i I c v a d o Ii~a ondeencontrou wna c a ld e ir a d 'a g ua f e rv en te o n de . fOI enfisdo 0 br....o. • y com 0 q u al d es fen ra 0 g o lp e . N o d is s eg ui nt e, 0 b r a r o fOI c o r ta d o , e tendo caido a seus .... h . ". n o terceiro , 101 a .,..S c u to u- os I Ad e e r ma d o c ad af al so s em pestanejar; t en a za d o, n a f r e nt e, n os m a m il os e n a parte d ia n te ir a d o . .. .. .c o : n o q u ar to f oi iguahnente atcn az ado n o s ) ,.., .~ .1 1 ..... , , . m a rt ir iz a do ~ . .. .. o. s e p or tris e. nag ~ as ; e a ss im c on se cu tiv am en te , e ss e h o me m fOI 0 de . pe espe.yo d e z oi t o d i as , [ N o ultimo foiposto na roda eatedo.Ao funde ' . SCIS h o ras ain d a pedi "~.a 18 '"6-, que nlloUte deram], Finalmente .......l;~ ao maglstrndo que to .
perd
esse.
8
5 . C hi av en at o j ul io G •
Ibid, p. 46.
.
..
p a r a q ue su a a lm a n il o d es es pe ra ss e
e se
I DAmeri ~a no
. Puni
Guerra e Ins/into
E in st ei n, e m 1 93 2, e sc re ve u a F re ud i nd ag an do s e c st e c on co rd ar ia e m t ro ca r i deias sobre t em as que 0 afl igiam. Para surpresa de Freud, ap6s concordar, a quest ao colocada n a n se referia a qualquer discussao sobre t em as rel at ivos as areas do con he ci me nt o a q ue c ad a u rn s e d ed ic av a, m as a u rn p ro bl em a h is to ri co . (Que podria h ac er se p ar a e vi ta r a l os h om br es e l d es ti no de la g ue rr a? ) N as r ef le xo es q ue d esenvolve, Freud resgata a propria histori a, oode a forca predomi nou ate 0 momento que o s h om e ns instituern
0
dire i to . N o entanto, a v is ii o d o direi to de Freud e a da 0 rnais forte. "La violencia es venci da por l a union;
c l p od cr io d e lo s un id os r ep re se nta a ho ra e l de r cc 0 0, e n o po si ci on a la fuerza del i nd iv id uo a is la do , V em os , p ue s, q ue e l d e re ch o; n o e s s in o e l p od er io d e un a cornunidad,,9 Essa corcepcso da ori gem do direi to, furdado pri mordialm ente na forca, na o resgata as questoes col ocadas pel o acurnul o de riquezas entre alguns poucos grupos e as form as que est es i nsti tuem para se rel acionarem c govem arem os dem ai s segmeraos da sociedade. Mesmo na Europa Medieval que rcsgata 0 direito romano, a i ns ti tu ct on al iz ac ao
d o d ir e it o s e p ro ce ss a c om o n ec es si da de d os r ei s d e g ov er -
nar cm.10 No entamo, h3 wn aspecto da argumentacao freudi ana, que remete p ar a a s questoes da r ef 1exAopsicanaHtica. Nesse sentido e aieda respondendo a perplexidade de E i n st e in , r e su l ta n t e do e n tu s ia sm o d o s h o m en s em face da possibilidade da guerra, F re ud p as sa a e xp or u ma p ar te d a t e or ia d os i ns ti nt os . O bs er va q ue t od os o s h om en s p el os i ns ti nt os e ro uc os ( te nd em a c on se rv ar e u ni r)
e m ul he re s s e caracterizariam
e o s i ns tin to s d e a gr es ss o ( te nd em a d es tr ui r e a ma ta r) . A t eo ria d os in sti nto s scm duvida abre u rn e no nn e c am po p ar a c om pr ee ns ao das p ra ti ca s s oc ia is . N o e nta nto , M a in da u rn a ob se rv ac ao de Fr eu d n o e stu do da rel acao do i nsti nt o 8 . Ibi d, p. ~O.
'd
. .re noa
6. FoucaUlt,Michel Vig) 7
t "" "' "
p o r es tran gu larn ento
m en te a rm ad o. N o c as o cia F ra nc a, a p ar ti ci pa ca o p op ul ar c om po e a c en a p ub li ca que e nt ao s e c on st ro i gamntindo que a marca do cxemplo, da punicao fisica e do control e do poder estabelecam padroes de comportamento no imaginario popular.
uruao de muitos capaz de veneer
a soberania lesade por urn i ns ta nt e A execu~j[opublica por rspida e cotidiana que seja, se S ua linaliJadc ~nSl..'fern toda a s e n e d o s g r a nd e s r i tu a ls do p od er e c l ip sa do e r e st au ra do
au nzasse liquidh-1 0
T od a e ss a p ra ti ca d e u rn a a tr oc id ad e s cm l im it es t er n u ma fu ncao pol it ic a e
militar, Demonstra publicamcnte a fo rca d o poder atraves de urn ritual eminenr e-
Silo Paulo, Brasilien.e,
198~.p.I48.
9 . F re ud , S ig mu nd . E I p or qu e d e 1 a g ue rr a. In; Obras Completas. T o rn o I ll . C LX V. M ad ri , E di t or ia l Bibliote ca Nueva, Cuarta Edicion, 1981, p, 3209.
•
ar e umr. P et ro po l is , V oz es 1 9 85 p 14 •
•..
10.Foucault. Michel. McrD isi~a
do Poder. Riode Janeiro. Edi~OesGraal, p. 180.
118 p",,; Hi", ) ri . . . S I Io P . . . /o, (10), d4 /99J
P r of . Hi~nlJ,
119
S IioPauio . ( 10) . iUt . I V 9J
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e ro ti co
e a gr es sa o,
nhecimento:
q ue
r es ga ta e m u lt im a i ns ta nc ia
a p r op ri a o n to l og ia
m e mo ri a d e que e ra m l iv re s, f or am I iv re s, d es tr ui r a m e mo ri a d a l in gu a, d a d an ca , d os t re je it os , d o corpo, e n fi m d a c u lt u ra , e ra 0 c a m i nh o p a r a e f et i v am c n t e se transf or mar a l iberdade em escravidao. A violencia fisica era urn recurso e urn exernpl o. L uis d os S an to s V ilh cn a, p ro fe ss or re gie , d es crc ve u ma c en a d e r na e m S al v ad o r d o s ec ul o X Y Jl I, que ilustra cste q u a d ro . A f i nn a 0 e n t ao p r o fe s s or :
d o c o-
Uno cualquiera de estes instintos . '. coniunta tag. es tan unprescuxhble
com o el otro, y de su accion ~ yan tacitones d e Ia Vida. oruca surgen las m anif . . 1 es p a re c e q u e c a s i. Ahor a ben' . . . . nunca puedeactuar aisladam Ie . . en u n r ns tr nt o p er te ne ci en te a u na de e S U lS e sp e ci e s p u es . ' Slempre aparece l ig ad o - como d . originari del . ecunos nosotros [fusionado] - c om cierto com ponente o t ro , q u e modif ica su fi '. . .. o ineludibl m y q u e e n c ie rt as circunstancias es eI requisito e para que este fin pueda ser alcanzedo.!'
Nao p ar ec e s er m u it o acertoem politica, 0 tolerar que pelas mas e terreiros da cidade facam multidoesde negros, de urn e o u tr o s ex o , o s s eu s b at uq u es b ar ba ro s a t oq u e de muitos e h or ro ro so s atabaques, d an can do d es on es tamen te cancocs g en tilicas, f aland o linguas diversas e isto com alaridos tAo horreados e dissonantes que causam m cdo e estranheza ainda a o s r n a is a f ei t os , n a p o n d e r ac a o d e c o n s e qa e nc i as q u e dali p o d em p r o vi r [ . . . J . S el ia m u it o d e d es ej ar q u e e s t es s e p u s es s em n u rn e st ad o d e s u bo rd in a ca o t al q u e julgassem quanto ao respeito, q u e q u al q u er brancoera seusenhor,e niioem altivez que s e v e e m t od o s o s q u e s il o de p e ss o a s q u e f i q u c m porsuas q u a li d ad e s , e m p rc g o s e h a v er e s, qu e n a o d u vi da m t ra ta r todos os maisbrancos com aquela displicencia e pouco apreco com q u e o b s er v am s e re m t r at a do s p o r s e us s e nh o re s ; muito c ur tas se r so as luzes de quem na o c onhe ce r a s u ma irnportancia de wn t al r as g o d e p o li ti ca e m u m a c id a de p o vo a da d e escravos, ferozese liIobravos comoferas [...].12
A analise d e F re ud , a o r e 0 conhe . sgatar a a l Y o o pennanent e e necessaria dos contraries, Clmento para I de sim b olo do fo 0 es . urn p a no perm anente co nstrucao e m udarca. 0 dade e por e!e~~ p?r Heraclito) como representacso radical da reali~leCldO proieta 'J
pO e d e p on ta cabec;a a l ogica dualism .e excluderue sistemat~O c;~~ento~ po Ar istoteles. estabelecer 0 paralelo entre a visao freudian a e a de H ' I' e ra c I to , e resgatar· fu com a perspe ti hie' . parametros ndant es do conhecimento que r ompem c IV a rarqw ca e atomizada . E no plan o d e urna tensa se constitui em 0 constante entre contrarios, o nd e a ideia de combate Ur na r ep r es e nt a~ a o r ef er en c ia l, q u e a visao hist6rica aqui desenvol vi da se estrutu ra. , A r ep re se nta ~ . . .' de resist' asslm c om o a d" encia, de l ut a, de com bate, permeia 0 f az e r histonco, o U lS tm to e . ti hum ano . ro ICO e de agressao, projetam-se como instituintes do
.Nesse senti do, as formas d e d om in a r- a di . I' , ial hi sto· nco se caracterizam r ......, ISCIP inarizacao, controJe SOCI .e . P? ~ e s fo ~ o p e nn a ne n te de retirar, enfraquecer, destruir no outro 0 poder de reSlstencla, de luta, de combate Uma < l a s d . . estrategias f undan e faz er com qu e e t e '. tes e a nula~ o e con trole do outr o, do corarario,
m . S assimila asswn . . P PI1a h e g 8 I J a o . Nesse as '. a. r ep r od u z a a q ui lo mesmo que sena a sua c es so d e acuJtural"" pecto, a linguagem como instrumento fundamental do pr o-
e por extensao de '. ' Q l J\ ; 3S q u e s e i n te n t am do ' CODStitUl~aoe reproducao dos v al or es e m o rte. m lllantes teria nesse t er ri t6 ri o m a is u r n p al co d e vida e p...l..,_
TaO
A escravi,..l;r . .... 0, que o c up o u 4 /5 da I..:~' ' '~ (o na d o Brasil, poder ia sec uma referellCla os Processos de do . flaSC eram 'e V I V eram nu~ e C ontrole ' 11o rnar e scravo s homens e m ul he re s q ue estral' , p ane das duas vida . e gt a d os s en ho re s e da ' I S c om o h vr es , s e c o ns tit ui e m u ma l ut a, u ma d
II
Op .
.
s oc le da de p ar a p ro d uz ir e ss a m e ta m or fo se ,
. Cit. p. 3212.
A p ag ar a
Impedir 0 e nc on tr o, a f al a, a d an ca , a musica e e s ta b el ec e r e s tr at eg ia s d e b l oq u ei o a o r cs ga te d e u ma c ul tu ra c om o ut ra s m a r ca s , o u t ro s sinais, que estabelecern e f undam a propria resistencia a dominacao. ao controlc, ao n a o ser.
Batismos dafala P e ns a r h i st o ri ca m c nt e a r ea li d ad e b r as il ei ra , h o je ,
e r es g at ar s e ss e nt a p o r c e nt o
( 60 %) d a populay iIo sem educacao escolar, sem com ida, sem t rabalho, scm dircito
a
s a ud e , m o ra d ia , t ra n sp o rt e. E m f ac e d e ss e q u ad r o d e e x cl u sa o da propria condi~oo humana d e v iv er , r es ga ta re m os a qu i urn do s aspectos que oos parece fundament al para a const rucao des cam inhos d e r es is te n ci a e m u d an c a. Aprender a l in gu a, 0 c6digo linguistico, e a p ro p ri ar -s e d o s m e io s para i n s e ~ o o n o u n iv er so s oc ia l, c ri ad o e r ec ri ad o d e f or ma p en na ne nt e a partir das p r 6 pr i as m i c ro
m u d an c as c o ti d ia n as . N e ss e s e nt i d o , o b se rv a E d er S a de r: C o m o insistem os lingOistas, a linguagern nil.o e urnmere instrumento que serve pam c o m u ni c ar a l gu m a c o is a que j a e x is t is s e i n d ep e nd e n te m e nt e d e la . A l i ng u ag e m [lIZ parte das institui't ijesculturaiscom quenos encontramosaosennos socializados. E na verdade a p ri m ei ra d e la s e q u e da 0 m o l d e p r im o r di a l a t ra v es do q u al d ar em o s f or m a a q u a lq u er 12.Vilhena, Luis d05Santos. "Noticia s 501eporolitmas ebtasilicas". Apud: Reis , Sucly Robles. Escravsddo n eg ra e m S i lo P au lo . Rio de Janeiro. J Olympio, 1976
1]0
Prof.H noria. S60P""Io.(iOl.
del, IWJ
1]1
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d e n o s s os i m p u ls o s . E l a e c on d i~ t an t o n o s en t id o de q u e n o s " c on d i ci o n a" , nos inscreve num sistema j a d a d o, quanto no sentido de que c onstitui urnmao de alcancarmos outras r e al id a de s , a i nd a n a o dadas. 13
d e scntar,
rn o
o fe re ce
a o c on ju n to
da p o pu l ac ao
minimas de a ce ss o a o a pr eO O i za do d a l in gu a, e inviabilizar n a m ed id a q ue e st e e d e v er e s.
na o s e r ec on he ce c om o igual n o u ni ve rs e
U m a s o ci ed a de
p ro d ut or a
e r ep ro d ut o ra
a s c o nd ic oe s
a c o n st r uc a o do cidadao i ma gi na no
de profundas d e si gu a Jd a de s
de direitos
g cog rafia
do co rp o,
logica r es ta ga nd o
o s s in ais
d e urn out ro saber
d a e xi st er ci a
d es se o ut ro
l ad o e st ab el cc e
a p ort a d e e nt ra da
0
outre
m undo
que a exclui
co m e de outras
t am be m, onde
em
e,
a fala
o u n ao ... 16
U m o utro d cp oim en to q ue refo rca a gravid ad e d es se cenario esta n a fala d e Tala, (A nt on ia V id al ) d o C an al da M a ca xe ir a. A f in n a a e n tr ev is ta da :
e co n om i A g en te c om ec ou a s e r eu ni r h i n o s p e s da harreira d o B u ri ty , t od o d o m in g o. Q u an d o a gente via 0 pessoal tava olhando muito pra gente, a gente semudava daquele pe de barreira e ia pra outr o. A gor a , quando e u s a i a, A n t o ni o d i zi a a s s im ( m eu v e lh a n e ra ?) T o ta , m e d i z uma coisa: pronde tu v a i? e u d i g o: m e u vei, y o u p r a rcuniao. Tota: Q ue m e que faz essa reuniao? E u m a d o ut or a c . .. u m a enfenneira ainda. T o ta , e ss e n eg o ci o p o de s er a lg u m comunista. Tu n ao t e m e t e nessas coisas, tu sabe que danado essas mulheres con versa, u ma mul he r s ab id a d es sa ? E u digo: elas sao sabida, vao p as sa nd o p ar a m im e e u v ou f i ca n d o s a bi d a tarnbem. P o rq u e q u an d o a g e n te i nv ad i u a q ui , v o ce n i lo q u e ri a v ir p ra q u i, pagando mocambinho dos outros. Eu invadi, entrei porque a terra e de todo mundo: ell entrei e Iiquei. Por seu g o s to v o c e taria pagando. C o m m e do de faJar com o s h o me ns , E e u q u er o aprender c omo c que s c f a la c um o s h om e. A i e le : ma s fala, tu t ern b oc a p ara falar. Eu digo: eu tenho boca pra falar, m a s p r a d iz e r besteira, m as a qu il a q ue M d e d i ze r, ell n ao t en h o a in d a esse s ab er , t e nh o q u e a p r en d er , A i e le : n o d ia q u e t u t iv er p re sa p o r ai, eu 11110digo nada. Eu digo: e u m e solto, quando a policia chcgar, que e que ell vou dizer? Q u e e l e p c r g u nt a r 0 que e q u e e u t 6 c o nv er sa n do . A h ! e u t 6 c o nv er sa nd o a ss u nt o d e d e n tr o de casa: fame, criar m e n i no , m a r id o parade, dU<''I1~a .. e 0 q ue e u vou dizer a p o li ci a e
Eu j a f ui b ur ra , e u j a f ui b u n - a que ninguem
b o ta va n a da n a m i n h a c ab ec a, m a s a g o ra , rneu f ilho, c ontin~ oo do tempo, e u a c h o b o ni to , e u a p r en d i a f al ar , a p r en d i m e e xp r es s er n o s c an to , c o nv i ve n do C o m p e s so as a ss im , s ab e como e ? . . A s p cs so as m ai s. . Q u an do a s pesso~. illc onve r sa O O o a ss im, q ua nd o c u YO U p ag or a c a s a , q ue c u c he go a ss un , h i n o esc~tono do D o u lo r R o m e ro , t e rn a q u eI a s m o c a , a q u eJ a s p e ss o a c o n ve r sa n d o, ai e u f i co asSlm prestando aten~ao aos modos, n e ? D e l as conversarem, 0jeito de Ja s c onve r sa r e m p o rqu c .. a i e u b o to n a c e be ca 0jeito de s e s e nt a r, s a be ? DeLas s e s e n ta re m c t al , ai e u f i co olhando. Elas sabcm se expressar muito bern, a i e u f ic o assim, n e? Olh an do . Ai quando . . .. eu chego no cant o asslm, a t e u .. . e u l en ho q ue s er a ss im , e u tenho q u e f al ar d o j er to q u e aqucJa pessoa l av a f al an do . T em g en ie j a v iu e u c on v er sa n do d is s e a s s im : 0 D o na Maria Gilda a s en h or a s ab e ~ ._ .' _~ .
.P
... a """U lU ra sabe ler? E u d ig o: 0 10 sei nAo: p o r q ue a l I C IU J o r 8 " .. .
e x p re s s a m e l h o r d o q u e a l g um a s p e s so a s q u e s a b em Ier: n40 eu nio sci a j un t ar u r n a l e t ra , • , e u n ao s e i . .. 1 5
.I 13 Sader,Eder. Q u a nd o n o v Ih d d G ospersonagem entraram e", CMa erperienclaJ f ol a« e l ut as d os t ra ba a o re a irande SiJoPaulo, /970-1980. R M d e J ~ ci rn , p az c T er ra , 1 98 8' . p . 5 7 .
14.Ibid. p. 58. 15.Montenegro, Antonio TOITeI Contexto, 1992. p.37.
d e s er, u ma o utra
u m a forma d e r cla ca o co m
i nd ub it av el me nte .
A p a rt i r d e s se universo de a n a li s e p o d e -s e estabelecer u rn c on tr ap on to c om a re~lidade it m e di da q u e s e c ol he m a lg u ns depoimcntos das carnadas populares. Maria G i l da , m o r ad o r a do bairro do R ec ife , e m e nt re vis ta p ara 0 p ro jc to M em 6r ia em Movimenni, observa:
""
A c on sc ie nc ia
p ri nc ip io ,
c a s e s o c ia i s, a o c e rc e a r 0 d i re i to a aprender a I er , e sc re ve r, c o nh e ce r o u tr os u n iv er so s cultur ais ( alem da c u 1t u ra d e massa, jorrada a ca da miooto p el o s m e io s d e c o m un icacao) reafirma a e xc lu sa o e a discriminacso. Reifica 0 apartheide socia1, a o n e ga r o a ce ss o a o i ns tr um en to q ue p oc eo cia liz a a C O ns eI Va cO O o u a m ud an ca , q ue e 0 p r op r io a c e ss o a l in g ua ge m e ~ ua n lo c o nj un t o de significacoes estabelecidas, ma s q ue t am b em o fe re ce p os si bi li da de d e novos c a mpos de signiflCalioo e a~o.14
,
d e sc co rn portar,
outros desenhos, outra praticas.
P en s ar u m a s oc ie da d e qu e
d e q ue h a u ma o ut ra fala, u rn o ut ro j ei to
G ild a d en ot a to da m Il a c or np re en sa o d e falar,
.
ISSO.
17
E ss e d ial og o d ra ma ti co p ara a F ed era ca o
co m 0 m ari do q ue T ot a resgata d u ra n te
d os M or ad ore s
d e C as a A ma rel a,
nao
e
apenas
s u a e n tr ev is ta ,
mais um a v~ z que
e xp ri me a f u n da m e n ta l n e ce s si d a de de cducacao nesse E sta do e n es se P ai s. E t amda m ul he r q ue s e t ra ns mu da, e c on st ro i u '- i o ut ro d es en ho da condicao feminina. A n ec cs si da de d o saber, d o f ala r, d e q uem a n gu s ti ad a me n te n a o
b ern a c o n sc i en c ia
admire v iver e m orrer n o m esm o lu gar, co m e m p ri nc ip io
d cf in iu
N essa
p equ ena
o~ ao
p olitica
c om o p os si ve l fo to grafia,
das elites
0 m es mo
i ma gin ari o
q ue a s oc ie da de
e p en nit id o.
q ue T ota e G ild a rev elam ., p od em os
d e m an te rem
a m aior p arcela
da p op ul ac ao
avaliar
q ue a
s cm e sc ol a,
e
16.Ibid. p. 38. 1 Historia Oral
II
memOria: a CIIlhIra popular revuitada.
S io P au
0,
1 7 . [ b id . p . 4 3.
Proj. Histono; S i lo P a ul o , ( I OJ . de:. 1993
I ) ]
113
P r o f. H i .r t O r l, . , S i lo P t J I l o. ( 1 0 ). 1hz. 11191
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a e st ra te gi a d e c al ar , d e s il en c ia r, d e e x cl ui r p a ra g o vc rn a r, r ep r od u zi nd o o s s ec u la rc s privilegios.
ENTRE VISTA
M IC HE L LE
P ER RO T Hermetes Reis de Araujo» Par is , 06 de marfO de 1992
Apresentaciio No f inal do me s de mar co d e 1 99 2 chegou
as
livrarias francesas
0
quinto
v ol um e d a His/aria das Mulheres ( Ed . P io n) . 0 s ex to e u lt im o v ol um e d a c ol ec ao , q ue a pr es en ta u rn e st ud o s ob re a s i rn ag en s d a m ul he r n a h is t6 ri a, f oi p ub li ca do e m m ea do s d es te m es mo a no . C oo rd en ad a p or M ic he l1 e P er ro t e Ge or ge s D ub y, a His/brio das Mulheres e u rn a obra monumental: ela engloba desde a A nt igui dade ate 0 seculo xx e envolve 0 trabalho de 70 histori adores de varies pai ses, Em abri l d o a no p as sa do f oi l an ca do n a I ng la te rr a e n os E st ad os U ni do s 0 primeiro volume, ja pu blic ado na Ita lia e na Espa nha (as traducoes alema , holande sa e grega comec ararn a sair no final de 1992 e inicio de 1993). A publicacao cia edicao brasileira ainda m o tern data definida,
o d is c ur so s ab r e a diferenca e nt re o s s ex os , q ua nd o e nu nc ia do a p ar ti r d e u rn a p e rs p e ct i va c r it i ca , sempre m anteve - sal vo r ar as e xc ec o es - 0 sexo masculine como referent e uni versal da
DOl;ao
de humanidade. Esta Historic das Mulheres t om a com o
objeto de estudo a relacao entre os sexos, 0 que the penn ite ir rnuito ale m de sim pl esment e ret rancar a hist6ri a de u ma " ca te go ri a d om in ad a" . D es sa f or ma e possivel ver como a identidade ferninina rnuda atrav es da hist6ria, na m ed id a e m q ue s e t ra ns fo nn am a s r el ac oe s e nt re h om en s e r nu lh er es . U ti Ji za nd o 0 "genero" com o conceit o-chave, esta Historia das Mulheres procura conferir uma especi fi ci dade propria
a
relatyao ent re os sexos na hist6ri a oci dent al ; relaIJ30 est a que
para c or np re en de r a e vo lu ca o d es ta s s oc ie da de s e c on o m ic a s, c u lt u ra is e p o li ti ca s . essencial
Michelle Perrot
e •
aut ora de i numeros t rabalhos na h is to ri ad or as
d a F ra nc a e
area
tao
da hist6ria social. Ela
re m publi cados no Brasil ,
M es t re e m H is t 6r ia ( PU C- SP ) e d o u to ra nd o n a U ni v er s id ad e d e P a r is V II .
Pro). ms r Or itJ, S iIo P""Io.
124
e
u ma d as m ai s i mp or ta nt es
e
q ua nt a a s q ue s to es
( J O) . del. 1995
J2J
P r o f . H i s t o ri a ; sao P " " , J o . ( 1 0 ) . M r . H/ ,}3
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a l er n d e v a n o s a r ti g o s, 0 v o lu m e 4 da His/aria d a V id a P rivad a < E d . C i a. d a s L e tr as ) e O s E x cl ul do s d a His/aria (Ed. p a z e T e rr a) . Nesta entr evista ela n o s f al a da Historia das Mu l heres e d o q u es ti o na m e nt o q u e e s se trabalho representa nas s o c ie d a d es d e s te fim de s e cu lo e m i le n io , Em 19 8 4 , alraves de varies t
t db'll . e x a s e e a le s, a s en o ra q ue st to nu va a p o ss ib il id ad e d e se con struir u ma h istori d. I'll U. , . a as mu eres. ttoje, vemos aparecer este trabalho em vartos volumes que troca hi t" . • Y uma JS o rt a a as m ul he re s d es de a A nt ig ui da de ale os dias atuais. 0 q ue se p assou po t ht ,. . ra q ue e s a tstoria tenh a se t ornado possivel?
M .P - S lm pl es ~n te n O s tr ab al ha mo s m uito , E r no s om en te depots d e 1984 m as a n t es , d e U T I S q um ze ano ' la ' , s para ca, a cum u ram -se trab alhos d e todo g e ne ro t ra b al h os m o nogn U icos ou trabalho s sob b le ' . ' re p ro m as teo nco s. A o m es mo tem po a p esq uis a :° 1 ~ re ta e a r e~ t eo ric a p ro gre dir am c on si de ra ve lm en te d ura nt e e ste s q ui nz e u lI mo s an os E as sim p ro gre . . ,. " ssrvam em e, a q uestoo se r csoI veu por ela m csm a p orque n o f u nd o , ja e s t av a m o s f a z en d hi ,. 0 das . ha se V ia algu m sen tido em faz er storias t hi ' . m u lh er es . N o c om e co na o sabialllos Ma s es a stona, N ii o s ab ia m os s e i ri am o s e nc on tr ar as f t on es, na realid ade el f cO locass' • as oram sen do localizadas e isto p ossib ilitou que e m o s q u es tO e s , p o r qu e e m h i st 6n a t u do d e pe n de das q u cs t oe s q u e s e c o lo c a, S na e 0 s e c o lo ca m q ue st oe s o o b i t de ' do c ol oe ar a q ,. na o existe. O r a , n o f un d o , e ra p r ec is o .;r~ da hi ~e 0 estu uestao stona d as m u lh e . qu e po de , di res para q ue s c p u desse faze-la. E e u CfCID n am es iz er 0 m esm o em rel:t· . obiPtos Por I' acao a m uitas outras co rsas, a m uitos ou tros di . .J~ exemp 0 h ole e m i a p ra hc am cn te na o e xis te h is t6 ri a, a o m en os n a b .'.J Frnnr - _ .., .a s o re a s i da de s da vid . I a , J u v en tu d e, v el hi ce . E 0 q ue s e p er ce be e q ue se hi" q u i se n no s f az J; er e sta ston a ' d ill '1 de lh ice e t s era le i, p or qu e a s s oc ie da de s rn o fa Ja m e m t er rn os ve cc e Juventude M as fi entao que se a hi t' : da ' n o im , a ca ba -s e e nc on tra nd o a s fo nte s. E u p en so , , s o na s rn ulhere • " q ue sta o. E a pan' d s to m ou-se p ossivel e porque cclo cou -se a , IT 0 m om en to que a ."'~ 1 i . . documentais aft questao 01 c o lo c ad a , f o ra m f ei ta s p e sq u 1s as , lI laram -se os co it quando n os foi I" n cer o s, acum ulararn-se trabalh os e, dessa form a. ' . , . I s o r c it a d o fazer esta pud essem os faz e-la. sm tese, h aviam anah ses suficientes para que P od emos fa/o r entiio d e urn a
.
M .P _ Si H madureclmento da q uestno d a hstoria das mulheres? . uu ou ve urn aprofu da h . i st 6 ri a d a s m u l h e re s t n m ento ~ reflexao, e a partir deste m em ento a 8 4, o u s ej a, e m 1 97 3 o ~u -s e p os sf ve I. E d iv ert id o o bs er va r q ue 1 1 a no s a nte s d e titulo "As m ulh e '~ s flz em os u rn cu rso em lu ss ie u co m a lg un s co leg as co I11 r es t er n u m a hist6ria?" A . pergun tavam o s se as lhe . '. ssim , n um prim eiro m om en to n6s n os m u r es lI nham hi' . . . u ma stona, S er a qu e para e la s a s COISas sempr e OCOITeram da m es rn a m an eu a? A tra ' das . y es sociedad es sem prc ocorreram da
°
126
m c s m a forma a m at erni dade, os fil hos, a casa, o s t r ab a l ho s dornest icos? A partir destas rcflexoes p c rc eb e m os q u e nao, q ue a s relacoes e n tr e o s sexos mudam atraves d o tem po . E entao foi p o ss iv el d iz er q u e a s m u lh er es t er n u m a h is to ri a. A p ar ti r d ai c ol oc am o s u m a s eg un d a questao: pode-sc fazer e st a h i st 6r ia ? N o s e n t ao cornecamos a procurar as fontes, a decodifica-las e a olhar as co is as d e o utra m an eira. Comecamos a e se re ve r e concluimos qu e sim, q u e p o d er ia m o s f az er h is to ri a d as mulheres.
E o s m at er ia is p ar a c on st ru ir a h is /a ri a d as m ut he re s: n do s ao e le s, n a s ua m ot or ia , o riun do s d os instru mento s d e con hecimen to fo rjad os p elo sexo masculin e?
M .P . - V oc e t ern r az ao e m d iz er q ue a d if ic ul da de p ar a e sc re ve r a h is t6 ri a d as m ulheres c c v id e nt em e n te a q u cs ta o d a s f o n t es , o u COIllO s c d i z e m h i st o ri a, o s m a te ri ai s. E i st o e v er da de ir o p ar a t od as a s e po ca s porque o s m a te ri al s d os q ua is s e d is po em s ao , c om e fe it o, m at er ia is c sc rit os n a m ai or p ar te d os c as as p elo s h om en s. S cj a h is to ria , h is to ria d a fi lo so fia , d is cu rs o m ed ic o o u a a rt c. au o s r om an ce s, p or e xe m pl o. D u ra nt e t od o u rn g ra nd e p cr io d o f or am o s h o me ns q u e f i ze ra rn a l it er at ur a. E 0 m es mo s e da e m r e la r ;a o a o s d o e u m c n to s admimstrativos. Q u a nd o u r n c o m i s sa n o d e p ol ic ia r el at a u m a m a ni fe st ac ao d e m u lh er cs e d iz q u e e la s v o ci fe ra rn , g ri ta m , 0 q ue I Sq ue e le v e? E le v e r ca lm c n tc m u lh e re s q u e g ri ta m 011 s ed q ue e le e pr eso a i de ia d e q u e a s m u lh cr es s em p rc g ri ta rn ? P o rt an to . e v er da de q u e 0 p ro bl em a d as f ontes e e ss cn ci al . m a s e le c d cs ig ua l d e a co rd o c om a s c po ca s, E xi st er n e po ca s o n dc o s d o cu m cn to s e m an am s or ne nt e d os h o rn cn s. c om o a A n ti gn id ad e. E m r el ac ao a antiguidadc g re c o- ro r na n a n o s t iv e m os u m a e n on n c d i fi cu l da d e p a ra e n co n tr ar u r n texto de r nu lh cr N o s a ca ba rn o s 0 p ri me iro v ol um e c om u m te xt o d e u m a m ar tir c ri st a q u e c s cr ev e a s ua m a e: c ia s er a e m b re ve d ev o ra da p cl os l eo es e s e p re oe up a com 0 s eu p eq ue no m e ni no . E st e f oi u rn d os r am s t ex to s q u e e nc on tr am o s. P o r o u tr o l ad o , n a l da de M e di a, c xi st em m u it os t ex to s d e m u lh er es . 0 c ri st ia ni sm o , de um a c er ta m a ne ir a, f av or iz o u a p al av ra das m u lh er es p ia s A s a ba de ss as q u e d ir ig ia m c on v en to s, p o r e xe rn p lo , e sc rc ve ra m t ra ta do s e a lg um a s v ez es e la s f al ar am d as m u lh ere s. E q uan to m ais 0 t em p o p as sa , m a is a s m u lh er es sa o v i si v ei s n a h i st o ri a o ci de nt al . C ad a v ez m ai s e ta s e sc re ve m, c ad a v ez m ai s e la s t om am a p aI av ra . A p al av ra e a e sc nta , e vid en te me nte . A ss im a d ifi cu ld ad e s er np re e xis te , m as e la e d es ig ua l s eg un do a s e po ca s, E xi st em e po ca s o nd e h: i poucos 011 n en h um t ex to emanando das m u l he re s . A i en t Ao e p re c is o t en t ar l er a h i st o ri a das m u l be re s n a qu i lo q u e d iz em o s h o me ns . N e st e c as o e s e m pr c r u n d i s c ur so a d e co d if ic a r. N a a n ti gu i da d e g re ga e xi st em h is to ri ad ore s q ue fa la m d a v io le nc ia d as m ul he re s n a c id ad e. 0 p ro ble ma e nta o e s ab er s e s e t ra ta d e u rn m ed o q ue e le s tern o u s e i st o f az a lu sa o
Pro}. HUima. SifoP""ID. (IO),,uz.
P ro j . H is to na ;
1993
127
S i lo P au l o; ( lO ), l k z. 1 9 93
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Luga re s de Me mór ia Pie r re Nora - slide pdf.c om
a acont ecim entos que teriam se passado e que j usti fi cari am
0
m ed o d e u rn a e me r-
genci a das m ul heres na esfera pUbli ca. Portant o, e sempre bastante dificil. E precise l er urn pouco pelo avesso. Por que se diz que os h om en s t er n m edo das m ul heres? Tal vez exi st am razoes obj et ivas, de uma certa m anei ra.
E
preciso sempre fazer este
com as mulheres isoladamente,
0
que nao t ern sent ido. U m sexo so exi st e ern rel acao
E u ma e vi dc nc ia , m as t ra ta -s e d e u rn a d es ta s e vi de nc ia s q ue e p re ci so
a o o ut re
t ornar operatoria. Mesmo sc descrevem os grupos de m ul hercs i soladas,
° harem,
0
q ue s e lema, m esmo assi m, fazer sua histori a: revol ta de escravos, greves de t rabal hadores. revol tas de eam poneses atraves do tempo; durante 0 s ec ul o X VI e X VI I,
im po rta nc ia a MO ser que se convento. isto nao te ri a v er da de ir am en te reflita sobre 0 l ug ar d es tc s g ru po s n um a s oc ie da de g lo ba l. C on se qu en te rn en te , M s em pr e e st a i de ia d a r el ac ao e nt re o s s ex os . P or e xe rn pl o, 0 q ue e u rn c on ve nto d e m ul he re s? P ar q ue c er ta s m ul be re s v ao p ar a u m c on ve nt o? S er a q ue Ulll convento de mulhcres e c om o u rn c on ve nt o d e homers? S c m que 0 conceito de virgindade e
e tc . E m geraI estas categorias Mo f al am e la s m es ma s, m as f al a- se d el as . E a tr av es
e qu iv al en te
d es vi o. H a u ma a na lo gi a e nt re f az er a h is t6 ri a das mu 1h er es e f az er a h is t6 ria d e
outras categorias d o mi n ad a s q u e tamoem
rn o
tern acesso
a
p al av ra e a o e sc ri to , m as
daqui Jo que se diz del as pode-se t entar com preender aIgurna coi sa. bal ho de histori ador, que e urn t rabalho m ui to dificil .
?
E
t od o u rn t ra -
q ue a s en ho ra a ca ba d e f aJ ar q ue st io na u m c er lo h ab it o: a qu el e q ue d iz q ue a tomada de palavra" pelas mulheres seria 11mdosfenomenos
das ultimas decadas de expressso.
•
a quando varia s ...m tn or ta.".s
c on qu is ta ra m
sociais caracleristico s eu s p ro _-"'. pr to s m et os
M :P . - Eu d ir ia q ue s e trata de Urn movirnento que remonta muito m ai s l on ge . N ao somente a p a rt ir das '~l' de w w as e ca da s q ue a s m ulh er es c on qu is ta ra m a p a1 av ra . Pode-,se o~servar esta tomada da paIavra ja na l da de M ed ia . P or o ut re l ad o p od e- se ul . .., ta mb em d iz er q ue s e be d . , m que as m heres nO O sejam wna n un on a, p ot s os OIS sexes silo numericam nte ] . e iguars, elas tern u rn e sta tu to d e minoria. Ou sej a, nao t endo o. poder, poi s niIo s e c on be ce s oc ie da de s d cs pr ov id as d e p od er m as cu li ne _ fOI
com o dizem .os ant rop61ogos e os historiadores _as m ul beres sao ro plano do poder, uma categona dominada P . . '. . ~. . ortanto, u ma n unona em r e1aclo a l ei e a o d ir ei to . D es sa rorma, existem anaIoai Ia gias entre a tomada da paIavra das m inorias e e st a tomada da pa VIa pelas mulheres. Mas 0 c on te Ud o d as m in or ia s r nu da n o c ur so do tempo, e~o q~ a rela.;:ao e nt re o s d oi s s ex es atravessa t od a a bist6ria. E d es te p on to de Vista existe uma ....."n I_ '. A.,....,.oo nesta hist6ria, 0 que , I!>· ... OUC conti nw dade uma ~...L. '6· ...- ......., a torna, de uma rta. ce IDan: :ua, m ai s fundament al .
< l.a s M ulhe res e' utiiizado Nesta 0 c once it o de " ge ne ro". 0 que i st o s lgni .I " . .ji ca e qua /Hist6ria e a SUa Importd . nC1Q par a a pes quis a his tori cal MP . . . - 0 COncelto de .. e ", . amenc ana A pala g nero e d e o ri ge m a ng lo -s ax on ic a, r ot ad am en te a ng Io .
vra "ge
"
e
foci )
se trata de urna cate . nero nikI de emprego para oos, em frances, porque rel~iIn gona gramaticaI. Contudo, eIa e u ti li za da , m as n o s en ti do d e . . ., ._, ent re os sexos de d ifi faci] tIad'lI"iIn '. ere~ de sexos. E mesrno que a palavra na o scJa de v, 0 c o nc e lt o e m 't . -"'alba UI 0 tmponanle. 0 que que r dizer que nlio se Ual u....
gineceu,
0
a o c on ce it o d e c as ti da de m as cu li na ? S e t ra ba lh ar mo s d es sa f or ma , a s
e
coi sas t om am -se m ai s i nt eressantes, pai s assirn possi vcl sai r da descri cao e col ocar problemas. E preci so t am bem observar que 0 "gencro" cul tural e hist6rico sc opec ao sexo biologico 0 sexo e uma cat egoria biologi ca, anatomi ca. N 6s nascemos h om en s e m ul he re s n os n os so s c or po s, m as s om os i rn ed ia ta me nt e p ro pu ls ad os n um uni verso que a qu cl e d a c ult ur a e d a h is to ria , S er h om em c s er mu lh er s ao im e-
e
diatament e representacoes sim boli cas. val ores com o 0 ma is e 0 menos, 0 b ra nc o e a n eg ro . 0 d ia e a n oi te . S em pr e b in ar ia me nt e. E 0 q ue in te re ss a e ve r Co mo a s r el ac oe s e nt re o s s ex os s e m od if ic am , r ul o e m es rn o? P or qu e e xi st em c oi sa s q ue m udam e exi st em out ras que permanecem rel at ivarncnt e i moveis Tem -s e me sm o a i mpressao que algum as coi sas permaneccm dramati camcnt e i moveis D essa form a, o interessante c q ue st io na r c om o s e c on st ru iu a r cl ac ao e nt re o s s ex os e m t od os o s n iv ei s d o d is cu rs o, d a p ra ti ca , d a t eo ri a, d a v id a c ot id ia na , d o e sp ac o p ub li co , d o e sp ac o p ri va do , d o c am po , d a c id ad e, d a b ur gu es ia , cia nobreza, das classes popul ar es , e tc . A i de ia d e " ge ne ro " e a i de ia d e u ma c at cg or ia c on st ru id a p el a c ul tu ra e pel a historia c que, consequentcrnente. pode ser anali sada enquant o cat egoria construida. E uma i deia bastant e rica para os histori adores, que no fundo, nao acredi tam
na natureza. N a o m u it o, ao menos. Em deflnitivo, eles pensam que a nat ureza nos e i me di at am cn te t ra ns mi ti da p el as p al av ra s e p cl a c ul tu ra e q ue e st es d is cu rs os s ao p ro du to s h is to ri co s. P o r ta nt o , c oi sa s a d es co ns tr ui r e a a na li sa r e nq ua nt o o bj et os historicos. So exi st e histori ci dade. de uma cert a m areira.
Des de a Ant igui dade 0 r ef er en te u ni ve rs al d a n oc ii o d e h um an td ad e s em pr e f ot atribuido 00 s ex o m as cu li no . H oj e e m d ia s e v e c od a vez mai s c larame nt e que i sl a prove", de relacoes sociais historicamente estabelecidas. E c he ga da a h or a d e d es viritizar a historia? M .P . - E u l eo ho v on ta de d e r es po nd er s im e n ao . S im p or qu e a h is to ri a, t en do s id o sem pre concebi da com o sornent e histori a dos hom ens, Introduzindo
0
conceit o de relacao
e
preciso entao desviriliza-la
e nt re o s s ex os . n os a d es vi ri li za mo s.
M as . p or
}28 Iro.
H IS / m" .
sa"
Paulo. (101. dez. 1 9 9 3
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01l~0 l a~ o , n a o s e trata de s ob st it ui r u m a h is t6 ri a d o s h om e ns p or u m a h is to ri a q ue s en a u ru ca rn en te h is t6 ri a d as m u lh er es . T ra ta -s e d e r ef le ti r e m t er mo s d e r el ac so e n tr e o s s ex o s. A s si m , 0 t e rm o d e s v m li z a cs o nO O e a qu el e q ue convem, N a o s e t r at a d e d iz er q ue MO s e q u er m ais o s h om en s e d aq ui p or d ia nt c s e v ai d iz er s om cn te h i s t6 r ia s d a s m u l h e re s , E isso 0 q ue q ue m d iz er c om s im , n um c ert o s en ti do , e n ao ponto n u m . ou t ro , F ~ r ~ s am e n t~ , n u rn p r im e ir o m o m e nt o a s m u l he re s p ri v il eg ia m d e .V ls ta fe min in e q ue m ic ia ra m a s ua p ro pria h is to ria . E xi st e u ma e sp ec ie d e f enomeno de c o m pe n s; w ;~ e a i de ia d e q ue e preciso tomar visivel a lg o q ue , d e c er ta f o rm a , s em p r e e st ev e e sc o nd id o . M a s 0 o b je ti v o n a o e e n ch e r b ib I io t ec a s c o m um a hist6ria qu e niio seria outra q u e a q ue la das mulberes. E videntemente n a o .
°
E as j il iaroes das quais " t 'b t· .
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No co me co d os a no s 7 0 a sen ho ra d efen deu u ma l ese q ue ma rco u a h is to ri a d o m ov im en to o pe ra ri o n o F ra nc a. H a c er ca d e l im a no a tr as a s en ho ra d ec la ro u q ue " a c la s se o p er a ri a niio e m ai s n em u m a to r s oc io lo gi co n £' 11 11 11 11t or poli ti co, Talvez ela n ao s eja n em mes mo ma is 0 pri nci pal problema social", 0 que isla significa em relacao a s questoes que se colocam os his-tonadores atualmente?
e o b se rv a do n c st a quest ao, eu e o m ee e i a t ra b al h ar s ob re a h is to ri a o pe ra ri a, E d ev o dizer q ue a e st a e po ca e u m e c olo ca va a q ue st ao d as m ulh ere s. m as e m secundario. Para m im 0 mais i m po r ta n te e m fazer a historia M.P. - De minha p a rt e. c o m o
ari a esta istona das Mulher es, suas Imhagens historicas, as preocupari Jes onde e la insere? ,
E a tu a lm c n te e la s e i n te re ss a p o r c s ta h is to r ia . P o rt an t o c is a i, r u lo v c rd a dc ir am e n te u m o ut ra I il ia ca o, m a s u m a c um p li ci da dc . E c ab e o bs er va r q ue n a F ra nc a n os t cm o s talvez rnais f a ci l id a d e d e nos fazer escutar pcla historia dominante d o q ue e m o utr os paises, onde e a historia politica 011 diplomatica quem reina
OU
seja, quais sa o
M P. - E u d in a q ue silo v a n ' 'as P rim eira m 1 ~ "'~ f - h i . di . Ii 01 a SCIP na, . en e, s to n a e n qu a nt o m as a a ntr op ol og ia q ue t ev e u rn p ap cl i mp ort an te , n ota da me nte d ep oi s d e u ns 3 0 ou 40 a n os R e fi re -m e a b d U . 0 ra e. .,' e VI -Strauss, m as na o s om en te a ele , q ue fez d a la l1 1l ha a c el ula fu nd am en ta l d a ' ~ , , s soeledades e r efletiu sob re a h istoria em term os d e lal11lba,Or a, desde q I ' , ue se co o ca a questao da f am i li a n O s v e r no s h o m en s e m u lh e re s, p ais e filhos Assim a an", I ' influenci opo ogia qu e t eve, not adam ente na Franca u m a g ra n de I uel1Cla s ab re a hi to ri , ' di , , s ona, e u m a fih~ ao. Alguem com o Georges D uby que com ge c orr ug o a Hi 6 ' , f ., l si r ia das Mulheres, MO veio a hist6ria das m u l be re s p e lo e nu ru sm o e le n il o tinha ' . cia antro 'I . m u ua s r az o es para I S S O . E le c he go u a e st a h is t6 ri a atrsves po ogia E. atualrnente' b ' ' e s o re tu do co m o s an tro p6J ogo s q ue se discute Sob re a q u es ta o da difere d disci li E nca e sexos, m uito m ais d o q ue co m p ess o as de outras p nas. m segundo lUga! d' e' , eu In a q ue outra filia~o desta His/aria dasMulheres o m o v lm e n to d e m u ll le re N ao ha ' , ,. , ho " s. v en a h isto na d as m ulh eres c om es ta in ten su lad e S f ! . .. . ' ~ u v e s se e X l st i d o u rn . _ do s na F . m O V lfilento de m ulheres nos anos 70 n o s E s ta d os Urn' . ~a, nos p;nses id urn fern - . , OCI c nt ai s. N a m a io r p an e d os p ai se s e nf im , p or qu e e xi st e i r us r no n o B m s il q u e e . , ferrum he ' rnurto IOteres s ante, P e rc e be - se e n U lo qu e o n de b o uv e r usmo uve m leT T og~ Oe b 1k1U
IQU
silo a s p nm e ua s a d lz , er 0 q ue se sl o re .,.~ a hist6ria, , A s m ulheres se p ergun tam se elas as estao d iz e nd o , c o m o e q ue e ra o u tr or a, s e e s r a o e m m e lh or s'tua"lJ I .....0 a gor a o u a ti ' ques& do p ro da ,n ,gam ente, e ass im por diante. L ogo coloca-sc a SO Em terceiro lugar, na F", ,, ,, ,, M agresEsc '1 adecadeOC13, a questao ci a historicidade. ' o y u 0 o s A n ai s 0 e que ink ialm ente inte • que um a escola que com ecou nos anos 3 e ressou-se pela hi t· , -, . colocar a quesliio da hi t ' , s o na econom lca e pela hist6ria SOCIal, sem a qu il o q ue s e c ha ma h is t~ ~ a das mulhcr es, Ma s se inter essando p ela s mentalidadeS, s o na das m e n ta li da d es , e la s e a b ri u a h is t6 ri a d a s m u l he re s . 130
d a c la s se operaria, q ue em a classe mais n ume ro sa c a ma is p ob re . C o mo d iz ia m os saint-simcnianos, a c a tc g o ri a dominada. P r og re s si v am c n te e u t o me i consciencia d a c on di ~a o d as m ul beres, do fat o q ue eu pertenco a csta historia 1510, po nanto , m e i n te r es s o u pessoalmente e eu m e sen ti conccrnida p el o m o vi me nt o d e mulheres. Po r outro l ad e q u an d o escrevi esta frase, cu c re io q u e expri mo urn POllCO a rcalidadc O u s eja , c xis te n as n o s s as s o c ie d a de s ocidcntais, pela evolucao da e co no mi a e da sociedade, 0 fato de que a cia sse operaria s e a f as t a urn pouco no horizonte. E la s e a fa s ta d e n o ss o s horizontes como ator social, E la e u rn a c I as se q u e n .' I o cresce mais. A s c at eg or ia s q u e r na is crescem sa o o s a s sa l ar i ad o s . E dcntre os assalariados e 0 s ct or t er ci ar io , t od o u m m u rd o i rn en so d e e rn pr eg ad os . H o je e m d ia v e- se q ue m u it as fabricas fecham e que ro o sc t ern t an t a n e cc ss id a de d e operarios por que a pr odut iv id ad e d as m aq ui na s e absolutamente enorme Entretanto, ve-se qu e e p r ec is o f or mar i n te le c lu a lm e n te a s p c ss o as p o rq u e elas p re ci sa m o bt er c ad a vez mais uma maior capacit acao i nt el ectual , j a que o s s et or es d e e m pr eg o n ii o s ao m a is o s s et or es o p er ar io s . P o rt an t o, s o ci al m en te , a c 1a ss c o p e r ar ia n a o e a c 1a ss e d o f ut ur o, I st o p od e p ar ec er e st ra nh o m a s e u c re io q ue e v en ia de ir o. E m s eg un do l ug ar , e xi st e a g ra nd e c ri se d o c om u ni sm o e t od os o s p ar ti do s r ep re se nt an te s d a c la ss e o pe ra ri a. C ri se e st a qu e e ligada a r eg re s sa o s o ci o lo g ic a d a c la ss e o p er ar ia , m a s rW a pe na s a i st o, p oi s ela e Iigada it falencia d o c om u ni sm o q ue e um a falencia monumental, tragica, ma s em todo c as o, m uit o e vi de nt e. T ud o is to fa z c om q ue a c la ss e o pe ra ria n olo s ej a a to r s o ci al d o f u tu r o, n e m s o ci o lo g ic am e n te , ne m p o l it i ca m e n te , p o r q ue e x is te m c a t eg o ri as m a is i m po r ta n te s , 0 q u e n oa oq u er d iz er , a bs ol ut am e nt e, q ue o s p ro bl em a s s oc ia is e st ej am r es ol vi do s. m u it o p el o c on tr ar io . H o je v em o s q u e s ao outras figuras, c om o a s f ig ur as da e xc lu sa o, d o e xi li c, d os i m ig ra nt es . d o d es em p re ga do , q ue s e
°
Pro). Hi.ona. SiloPaule. ( 101, dez. 1\. 193 P ro f . H is to na ; S 4 0 P ,. Jo ,
131
( 10 1, tkt. /'I9J
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t o m ar am a s m a is i m p or ta n te s nas n o ss a s s o ci cd a de s e nao t an to a f ig ur a d o operario q u e t r ab a J h a, q u a li f ic a d o . tornou-se u m a f ig ura q ue n ao c mais u m a f ig ur a r id er d o p o n to d e v i st a s o ci al .
Pode-se associar
0
questionamento das rela{:oes e nt re o s s ex os a
UIIl
questionamento
mais geral, que diz respeito a uma crise dos valores universais nas sociedades contempordneas, como crise da ideia de progressao, de v er dade , de c ri se da propr ia familia, etc.?
M . P . - E s ta questao n a o e I ac il . S e v o c e q u er d iz er q ue a c ri se d o s v al or es u n iv er sa ls n a s s o c ie d a d es c o n t em p o r a n ea s e a p e rd a de r ef er en ci as , e u p en so q u e 0 f eminismo, n o fu nd o, e xp ri me a lg um a c oi sa n ov a. Q ue e a id cia de qu e ate entao nos no s a ~o m od am o s a u m a s oc ie da de d o mi na da p el os h o me ns . C o mo ja d i ss e , a a n tr o po l og ia e a h is to ria n os informam q u e j a rn ai s h ou v e s oc ie da de s q u e na o f o ss e rn d o m in a da s p e lo s h o m cn s . E i S IO e a c ei ta v el , s e p u d es s er n os f al ar a s si m , q u an d o f u nc io n a O ~, exrste u m a c e rt a f al eo c ia das s o ci ed a de s c o nt em p o ra n ea : c ri se d e a u to r id a de , cnse dos v a l o re s s o c ia i s , na o se a cr ed i ta m a is t an t o na i deia de progresso indefinido, ~ tc . H o je , p en sa mo s a s c oi sa s m ai s e m te rm os d e d es eq ui lib ri o. E n o m ei o d e t ud o ISSO u m a q ~ s ti lo q u e s e c o lo ca c a d e t en ta r f az er u m a s oc ie da de o nd e, p or e xe m pl o. o s s ex os setam " alita ~ m ars 19u itanos, 0 q u e a t u al m c n le parece possivel c nq u an to q u e antes seria a l go i n c o nc c b l' I H . , . v e. o Je v ern os tarn be m q ue o s v alo res p riv ad os, as re I ~d es en tre o s h om cn s e as m u l he re s s a o coisas esscnciais na sociedade. E pode s c: q ue , ~ q ui se nn os c he ga r a urn m a io r e qu il ib ri o, a u m a d o se m a io r d e felicidade, s eJ a p rC C ls o ac el ta r c ol oc ar e st a q u es ta o d a i gu al da de e nt re o s s ex os , D it o d e o ut ra f or ma , e st a q u es ta o t om o u- se v it al n as n o ss as sociedades. E eu penso qu e nos nao p o d e m o s e v i ta - la , . t I . fi lOS In e e ct uais 'al a- se s e guidament« do " ji m do humanis mo " . Nes te s d h , egun 0 a sen o ra , 0 lugar que OCUpa a his tori a hoj e?
Em wl rio s d o mi ni COnfexlo
'
qual
e
M .P . - E u c reio q hi" . ,. . ue a stona tern u ma f ~ ao critiea. 0 qu e na o f oi s em p r e 0 caso. A histona fO J du ran te m u it t . . . . . ' 0 Se rn p o, u m a d is ci pl in a q ue a cr ed it av a n o h u ma ru sm o . q ue a cr ed lt av a n o prog F resso. e p ensarm o s n a h ist6ria d o com eco deste secu lo n a por e xe mp lo , v ere rn os q ue n el a e xi st e u rn p ou co a i de ia d a R ev ol u~ ao P fr aIII;a, an c es a . d o s v a lo r es U n N . d h . . . ersais, 0 u m ar us m o, e st as c oi sa s, Nos s om o s m u tt o mars r es er va do s a go ra N o f n d ~ . u 0, n ao s e a c re dn a t an to n em n o p ro gre ss o, n em na deca..l.:! . N . u encia em na catast f TO e e tampouco IlO p r o gr e s so i n d e fi n id o . 0 qu e nilo quer di . t do i i ze r q u e a s C O I 53 5 en h am ... . . . se orna 0 I gu ah m na s. E xi st em n as n os sa s S O C le da de s C O isas p elas qll3ls e . . . preciso c om b at er , c om o o s v al or es d er no cr at ic os e ss en cl al S e
o s p ro b le m as d e i gu al da de . E nf im . c oi sa s q u e t or na rn t al ve z o s h is to ri ad o re s m a is p re se nt es n o m u nd o a tu al . N ao s e r ec nv ia m a is a s c oi sa s p ar a 0 f u tu ro . E m s e gu n d o lugar, e u c re io q ue t al ve z o s h i s to r i ad o r e s s e j am mais criticos a tu al me nt e e q u e 0 seu papel e 0 de serem criticos engajados. O u seja, q u es ti on ar t ud o a qu il o q u e n o s d iz em , c ol oc ar e c ri ti ca r a questao da verdade. E ao faze-to. nu m certo scntido, 0 h is to ri ad or s e p o si ci on a c m r el ac ao a os p ro b le m as c on te m po ra ne os , j a q ue n o f un d o, ele sa be q ue a h is to ria q ue e le fa z se re la cio na co m 0 p re se nt e. T o ma nd o c om o e xe m pl o a h is t6 ri a das m u lh er es , s en te -s e i st o q ue e st ou d iz en d o d e u m a m a ne ir a m u i to f o rt e, p o rq u e jarnais haveria um a historia d as m u lh er es s e e la s me tivessem colocado as questoes q ue c olo ca ra m. E oos s a be m o s m u i to bern q ue u rn objeto h i st o ri co e u m o b je to m o r ta l. E p o ss rv e l q u e d a q ui ha 2 0 a n os a h i st o ri a das mulhcr es i n te r e ss e m u i t o 11lCIK>S d o q ue a go ra . N ao s c s ab e. O s h i st o ri ad o re s t o m ar am consciencia do carater relativamente s ub je ti vo d e s ua s pesquisas. N ao e xi st em o b je to s h is to ri co s d ef in id os d e u m a v ez p or t od as , A historia e um a rel acao entre 0 presente e 0 p as sa do . 0 h is to ri ad o r e on st r6 i s ua p ro b lc m at ic a c om a s q u e st oe s q u e l he c ol oc a o p re se nt e. D aq u i M 30, 20 a no s, o u m e sm o a nt es , s e c ol oc ar ao o u tr as q u es to es . D es te p on to d e v is ta lui u r n d e s lo c a m e n to . O s h i st o ri ad o re s d o comeco d o s e cu l o a c re d it av a m q u e c o ns t ru t am a h i st o ri a p a ra a e te rn i da d e. N o s a cr ed i ta m o s t an t o n i ss o . A hist6ria e mor tal. Mes mo e mpais es onde ainda per si st em r el ac oe s conservadoras entre os sexos, como i: 0 c as u do Brasi l, v e- se que 0 mov imento de mul he re s c re sc e. Tendo e m c onta e st e f lore sc tmento do f eminis mo e m t oda par te , pode- se pensar; c onse quente me nt e, na pos si bi li dade
do s ur gi me nt o de uma nov a s ensi bi li dade mas culi na?
M .P. - A r es po st a e s im . E i st o, e u c re io , n ilo e s om en te w na h ip ote se e ja um a re ali da de , E m p ai se s c om o o s E sta do s U nid os , q ue p re ce de rn m u rn p ou co a t od o m u nd o n es te d om i ni o da reflexao, exi st e atualmente cada v ez m ais h om en s q ue s e colocam a q u es ti lo d e sua existercia e n qu a nt o s e xo masculine. Existe, a li as , u m a g ra nd e q ua nt id ad e d e l iv ro s q u e a pa re ce m . N u m d o s u lt im o s n u me ro s d o N ew Y o rk R ev ie w o f B oo k s, e u f iq u ei m u lt o i mp re ss io n ad a a o v er u m a c ro ni ca q ue r es en h av a
u ns 5 o u 6 l iv ro s s ob re a m an ei ra p el a q ua l o s h om en s es cre ve ra m, p en sa m a s i n a s oc ie da de e nq ua nt o " ge nd er" , o u s ej a s ob re a d if er en ea e ntr e a s s ex os , m as d es ta v ez , v isto p elo lad o d os h om en s. E u c re io q ue e u m a c oi sa e xc el er se . N a F ra nc a isto ainda MO e s t a m u i t o d e s en v o l v id o . Aqui e x is te m m u i to s p o u co s l iv r os a r es p ei to , m as e u p en so q ue n os p ro xi mo s to a no s c st as q ee st oe s s e d es en v ol ve r. lo . M e sm o q u e e xi st am p o uc os h om e ns 005 g ru p os q u e s e i nt er ro ga m s ob re a d if er en ca e nt re o s s ex os , q u e e le s s ej am m i no ri ta ri os , e le s sa o r na is n um e ro so s d o q u e ha alguns
Pro}. Histo na, Silo Paulo . (101.dez.1993
/31
IJJ
Proj. HUIOrla, SiloPaulo. (10). d6Z.1993
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anos atras. E sa o eles que dizem : "como Ist o nos diz respeit o t anto quant o
a u ma n ov a I m er ro ga ca o
as
c
possivel que os hom ens nao com parecam ?
r nu lh er es ". A ss im , e u p en se q ue i st o p od e ' le va r
r na sc ul in a. C o nt ud o,
M u m a s cg un da r es po st a a c st a questao. A c ad a v ez q ue a s m ul he re s p ro gr id em e m i gu al da de na sociedade, como
e 0 caso das nossas soci edades coraem poraneas e, provavel rnente, 0 c as o d a 50ciedade brasil ei ra t arnbem , i S10leva algum as vezes a U l n a r e ac a o contraria, de virili-
cimento da s rel igioes i nt egri st as, e nao sornent e m ucul manas, m as t am bern no prot estant ismo amerieano e no cat ol icismo oci dent al , O ra, t udo a que e i nt egri st a e, em geral, bastant e conse IVador. Portant o, vcl cm os pel as coi sas, elas sil o frageis,
A ss im e xi st em
A Historia da Vida Privada, da qual a s enhora par ti ci pou, f oi urn s uc es so de publi co n a F ra nc a e t am be m n o B ra si l. N o q ue s e r ef er e a e st a Htstoria dasMulheres, como a s en ho ra e st a v en do a s ua r ec ep ci io p el o p ub li co ?
a qu el es q ue r ef le te m e e xi st em a qu el es q ue t er n r ne do . O s h om en s s cm pr e t iv er ar n
M .P . - E st a Histaria das Mulheres e s ta t e n do u rn g ra nd e s uc es so . E le es ta tendo
u rn p ou eo d e m ed o das mulheres, 0 q ue p od e l ev ar , a o c on tr ar io d a r ef le xa o, a u ma re~;}o machista.
m ui to s uc es so n a I ta li a, o nd e e la a pa re ce u p ri me ir am en te e e st a t en do u rn e no rm e s uc es so n a E sp an ha , o nd e 0 p ri me ir o v ol um e j a f oi p ub li ca do . E n a F ra nc a e la e st a
d ad e, d e s up er vi ri li da de , p or qu e o s h om en s s e s cn te m a me ac ad os ,
E m r el ac ao a i st o, a s en ho ra
e
otimista ou pessimista?
M .P . - H a d ia s q ue e u s ou o ti mi st a e M o ut ro s q ue e u S Ou p cs si mi st a.
E u c re io q ue '
a s m ul he re s g an ha ra m m ui to n es te s 1 0 o u 2 0 u lt im os a no s, 3 0, t al ve z. M as e u p e ns o q u~ a s mu lh er es jo ve ns q ue c on he co , Ha u rn p re co a p ag ar e e le e a lt o. E u v ej o muitas ~ ul he re s j ov en s s ol it ar ia s, t al ve z m ai s s ol it ar ia s d o q ue a nt es , p or qu e e la s n a o a c ei t am mais urn certo nurnero de coisas. Por out ro lado, o s h om en s s e scntem d es co nc er ta do s p or e st as j ov en s m ul he re s q ue q ue re m t ud o, q ue s ao b ri lh ar ue s. e qu~ Ihes dao a impressao d e q ue e s ta o t o rn a n d o 0 lugar deles na sociedade. Quando vej o t udo i st o, e~ m e digo que, francament e, nao
c
sim pl es. Exi st em alguns est udos,
c om ~ a ~ s oc io lo go J ea n- Cl au de K au fm an n, q ue C u rn e sp ec ia l i sl a da sociologia d a v id a p nv ad a a tu al , o rd e s ao c ol oc ad as e st as q ue st oe s. N o c as o d es te s oc io lo go ele faz urn estudo sobre a E ,. r ou pa . a tr av es d is to cle segue as relacoes homemlmulher no casal contemporaneo EI tud'l ' . _ . . e es a a parti ha d as t ar ef as d om es ti ca s a s r el ac oe s a os valores sImb6licos et E I . b . . . ,c. e e e astante pessmusts Ele diz que MO se deve pensar que as COISasmudaram m ui to D sd . . . . . e e q ue s e aborde os p roblemas de o rganizacao d a v id a ~ ~o tJ dl an a, p er ce be -s e q ue e xi st e s cm p r e u ma g ra nd e d es ig ua ld ad e e q ue , em dcfirull'lo a s coisas ~"da' . . , nao mu ram tanto assim, Ele c b er n m ai s p es sm us ta d o que eu. E m todo caso tud . t o e . fi" . IS 0 e m uuo ragaI, 0 q ue f az c om q ue a s vezes ell sant a . ,0 urn certo pesslm ismo. Mas eu prefiro 'liver n a e po ca a tu aJ d o q ue lui cern anos, C the . c la ro . E e u p en so q ue n en h uma mu r q ue vrve atual ment e gostaria de retornar cern anos atras . N'os conqUistarnos possibil idades de Iiberdade O ut rom, as . munas . . m ul hc re s p os su ia m u rn d e ti "'~ hoi pode S macao, ~e etas possuem urn desti no. Ou s e ja , e ta s m escolher Mas, em contraparti da a l iberdade h: i 0 risco Q uando se colocam a s p es so a~ n os t ri lh os e e la s f az em s om en te a qu il o q ue I ll es 'c d it o n30 M risco, ma s tamoom na o M lib dad B" ' er e. em. isto s so coisas que me tornam otimista. M as, q uand 0 pe ns o n a fragilidade das . . . coisas no munclo de h oje e u fico urn pouco pessinusta Por exem pl o 0 f at o d . e que no rnundo de hoje nOs a ssistimos a um cresIJ.
P ro j . H r slima. sa o P aI I ", ( JO i. d e:
i nd o m ui to b er n, 0 que e a lga que eu nilo esperava. Eu pensei q ue a s f ra nc es es seriam bastant e i ndiferent es. E i st o foi uma surpresa para m im e p ar a t od a a e qu ip e, j a q ue sa o l ivros dificei s. E m esmo que nOs t enhamos feit o urn esforco para escrever de m aneira clara, estes l ivros nao sao com o rom ances pol iciais. e preciso reconhecer. A le m d is so e le s c us ta m c ar o. M as , m es mo a ss im , c ad a v ol um e t em v en di do c er ca de 20 m il exemplares, 0 q ue n ao o s t or na b es t s elle rs , ma s e a lg o mu ito b or n, p ois dernonstra que exi st e i nt eresse. 0 desconhecido, e i st o s er a i nt er es sa nt e, v ai s er 0 p ub li co a ng lo -s ax ao , u ma v ez q ue a t ra du ca o i ng le sa a pa re ce ra d aq ui M u rn r ue s. N ao e c er to q ue n os p ai se s a ng lo -s ax oe s e le s f ac am t an to s uc es so . P ri me ir am en te p or qu e e le s j a t er n u ma e no nn id ad e d e l iv ro s s ob re m ul he re s, m es mo q ue e le s nao possuam esta histori a geral que t entamos fazer, da A nt igui dade aos nossos dias. Eles r u 1 0 s ao h ab it ua do s a e st e t ip o d e t ra ba lh o de l onga duracao, Mas t al vez, no fundo, e le s te nh am a i mp re ss ao d e q ue a r ela ca o e ntr e o s h ome ns e a s mu lh er es n ao lh es d iz ma is r es pe ito . E n o q ue s e r cf er e a in da a os p ais es q ue p od er ia mo s c ha ma r d e l au no s, n ao sabem os ainda com o sera e m P or tu ga l e n o B ra sil , o nd c e ste s l iv ro s
t am bem serao publi cados. A Hist6ria das Mulheres
e
urn trabalho monumental. Como
e
que elefoi organizado?
M.P. • Trata-se de u rn a e nc or nc nd a i ta li na . F oi u rn e di to r i ta li an o, q ue s e c ha ma L ate rz a, q ue n os s oli cit ou e ste tr ab al ho . I sto r emo nt a a 1 98 8, f in s d e 1 98 7. Nu m p ri me ir o m om en to n 6s h es it am os b as ta nt e. A p ro po st a f oi f ei ta p ri rn ei ra me nt e
a
G eo rg es D ub y. E le e nt ao s e d i ri gi u a m im d iz en do q ue s e t ra ta va d e u rn b el a p ro je to ma s q ue p od er ia f az er s ome nt e a lg o s ab re a l da de M ed ia , j a Q ue e le n ad a s ab ia sobre os t rabalhos sobre as rnul heres. Por out ro l ade, eu, evi oent ernente os conheci a muito bern. E nt ao e u me d ir ig i a s mu lb er es c om a s q ua is e u tr ab alh o h.i quinze a no s, n 6s c on vc rs amo s a r es pe it o e a o d is cu tir mo s. p er ce be mo s q ue estavarnos dizendo sim a es ta propos ta Ou seja, estavamos j a e la bo ra nd o e st a h is t6 ri a d as rnul heres. Bern. este t rabalho foi organizado do segui nt e m odo: s,i jocinco vol um es,
PItJ)-H..uma, SiloP"",lo. (10), rk:. IWJ
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t en do c ad a u rn d cl cs u ma o u d ua s o rg ar uz ad or as , Por exemplo, Pauli ne Schmi tt organizou
F r ai ss c c c u d ir ig im o s
volume sabre
0
0
0
a s q ua is c on st it ui ra m s us s e qu ip es .
v ol um e s ob re a Antiguidade. e Genevieve
s ec ul o X X. e assim por diant e. D esta forma
hit p or u rn la de o s orgaruzadores da col ecao, D ub)" e eu, C d e o ut ro , a s organizadoras de \ oturnc, g ru po q ue s c e nc on tr ou s cg uid amc nt e e q ue d is cu tiu m uito s todas as e ta pa s A le rn o es te g ru po , ho i todo 0 conjunto dos colaooradores, os quais traoalharam n ur na
r cl a. ;a .J
g ra nd e c olo qu io cerci
de ill
e m P an s. e m j un bo FordITI dois
pessoas
as l inhas gerais.
f iz c rn o s
com as organizadoras
m ar s d ir ct a
quando e m a o foram decididas
d e e sc re ve r,
e tc . D en tr e a s e sc ol ha s q ue
d e ci di rn o s fazer l una historia de l o n ga d u r sc s o, da Antigui-
aos nossos dias E m s eg un do l ug ar . o pt ar no s p or r et or na r a p en od iz ac ao da
dade
h is to ri a o ci dc nt al , r al mc ni c.
p or qu e n il o t in ha mo s m ci os de f az er d e ou tr a f or ma E a i, n atu -
s e c ol oc a a q oc st ao de s ab er s c e st a p cr io di za ca o
c or re sp on de a a lg um a
E m t er ce rr o l ug ar . n os t ra ta mo s s om en tc d o m un do o ci de nt al . T ra ta -s e de uma histo na das m ul hc rc s n o o ci dc nt e, i st o e bern clar o. E eu dina que na o M praticamcntc n a d a soore a America L at in a. E xi st cm b as ta ru e c oi sa s s ob re o s E st ad os COIs;.!
U ni do s. m as q ua sc n ad a s ob rc a A me ri ca L at in a. N o v ol um e e sp an bo l s ob rc
XV I c XVI!
seeulo
a cr cs cc nt ad o a q uc st ao d o p ro bl em a d a c xp or ta cs o de LUll modelo no 11111000 latiro-arucricaro H a t am bcrn coi sas sobrc a E sp an ha n o volume
ibcrico
[01
dedicado
cspanbol coisa
0
ao seculo XX. por causa do Iranquismo,
sobre Portugal
e
0
.
Brasil.
m as ha muito pouca .
arte dos
Isto se deve ao fato de que a maier p
Unid
d es te m od o. S ao o s i nd io s. e vi de nt em en te , q ue i ra n p ri me ir am en te
c am e nt e p c la s mulheres.
E cvidcnte-
P ara a lem d o d ominio h istorio grafico , a sen ho ra a ch a q ue se p od e imag in ar a lg uma ressondncia
Mulhcres?
devido
a
p ub licacao
E m ai s pr of un da me nt e
d a H istori a da V ida Pri vada e da H ist6ri a das s er a q ue e st as h is to ri as n ao r es po nd em
M.P. - N o que se refere a primeira pane cia s ua q ue st ao , c u p en so que nonnalmente e st as h is t6 ri as d ev em t er a lg um e fe it o, o u s ej a, q ue e la s d ev er ia m c on tr ib ui r p ar a que se colocasse as questoes de out ra m anei ra e tambem para que se colocasse o ut ro s t ip os d e q ue st Oe s. M as i st o s er a d em or ad o, p or qu e e xi st e u ma l on ga i ne rc ia d os M bi to s m en ta is . E u p en so , p or e xe mp lo , q ue n ao s c p od er a m ai s d iz er q ue e m J 848 na Fl"aIKYa 0 sufragio e ra u ni ve rs al , j a q ue e le e ra s om en te s uf ra gi o u ni ve rs al m as cu li ne . E s e o bs er va e fe ti va mc nt e q ue a go ra s e d iz " su fr ag io u ni ve rs al m as cu l ino". Bern, este e u rn p eq ue no c xc rn pl o. D e o ut ra p ar te , a s ab er , s e e st as h is to ri as corrcspondcm a uma dem anda social? Sim , ccrtamente E elas oorrespondcm tambern
a u ma mudanca d e s ub jc ti vi da de n a m ed id a e m q ue e la s r es po nd er n a u rn d es ej o d o s uj ei to m ul he r, e p o rt an to , a uma reivindicacao da subjeti vi dade na histori a, 0 q ue, d e uma certa mane ira, f or ti fi ca a d em an da d e t od as as subjetividades dom inio e Iibera energias no dom inic da subjcti vi dade.
F m q ua nt os p oi se s
mulheres n o B ra sil?
Q ue c on tr ib ui co es . M P - Ern rove parses
trad uzi d a esta Historia dis Mulheres? . E.I a sera. tra d uun zid a em Ita . I'lana, franees, . inglCs. al em ao , ho-
l an de s. g re go , e sp an ho l,
p or tu gu cs
Ex is te m
ne st a H istori a
p ou co s h om en s
e .
0
. .
J ap ao , q ue a ir da das Mul hcrcs.
na o lsto
se clecidiu
e
porque
sto historia I'
M.P
-
Nao.
a bs ol uta me nt e.
r nu lb er cs
M .P. - E u confesso que nao sei. E u p en so q ue s ome nt e o s h om en s e a s mu lh er es b ra si le ir as p od er so , n o c om ec o, s ob re tu do , e sc re ve r a s ua p ro pr ia historia E e le s c om ec am a f az e- lo , i st o e m ui to c la ro , V c- se c ad a v ez m ai s h is to ri ad or es e h is to riadoras brasi leiras
que se col ocam est e tipo d e q ue st ao . E t al ve z
0
rata de que
M as . na o C XI ~l e . .. .. al, . .. E nOI1O '" nlJIlll1 a s r nu lbe rc s e sc re va m e st a h is to na .
q ue d ig a q ue n ilo e i nt er es sa nt e a h is t6 ri a d as m ul he re s, u rn h is to ri ad or a u h is to riadora brasi leira que queira f az er e st a h is t6r ia po ss a r es po nde r q ue e xis te u ma historia das m ul he re s q ue n il o t or na 0 B ra si l e m c on ta , e e preci se que facam os
ls to e a e xp re ss so a s mu lh cr es
q ue s or ne nte
e st e t ra ba lh o p od e f ra ze r p ar a a s p e sq ui sa s s ob re a h is to ri c d as
existe uma historia das mulheres no oci dent c possa Ill es da r legitimidade. Ou seja, ja q ue i st o s e f az n a F r an ca e e m o ut ro s l ug ar es e q ue t od o m ur do a eh a i nt er es sa nt e.
p or qu e e la s s ao t al vc z, p es so al rn cn te
. e n em s er ia d es ej av el
neste
A
deve ser escrita unicamente pelas mulheres?
s ab er , q ue f or am p rim cir am en te
a u ma
d em an da s oc ia l, o u s ej a, a u ma m ud an ca d e s ub je tt vi da de ?
trabalbos cram sobre a Europa oc ide ntal c soorc os Estados ru os. -. m en te . a q uc st ao da Am er ic a d o No rt e s o t cm p er tin cn cia a p ar ti r do sCculo XVI. lera
e sc r e ve r a s ua
E normal. Assim, n a a M n en hu ma r az ao p ar a qu e e sta h is tor ia s eja escrit a uni cament e por m ul heres. E m es mo d es ej av el q ue c ia n ao s ej a e sc ri ta u ni historia, etc.
um
d e 1 99 9. o rd e t od o mu nd o e sta va p re se nt e,
d ia s d e discussocs
a s e sc olh as . a s rnareiras
p ri m ei ra m en te
de volume. ocorrendo e n tr e ta n to
t em ente nao lui n en hu m m ot iv o e m r es er va r u rn d om in io a u ma c la ss e, a u rn s ex o, a u ma c at eg or ia e tn ic a, M es mo q ue n a pr ati ca a s c oi sa s c omc ce m q ua se s emp re
d e u ma
q ue t ra ba lh ar am
s it ua ~o
de
.f~lOdas
s ob rc a ~s to n~
e nv ol vi da s.
p or e xe rn plo
q ue n os E st ad os Un id os s cja m p rim eir am en te o s n cg ro s q ue t e ~il :o , . , e os bflUlCOS Jk> qUeIlc sc ri to a h is lo ri a d os n eg ro s, e evi dent e. Mas, na o M r az ao p ar a q u es crevam a histona dos negr os e da escr avidao, e alias , des 0 fazern Cortse
i st o n ao
portan1o, fut il , i nuti l au ridicul o. Tal vez, dianl e de a1gum universitario
n os sa h is t6 ri a e nq ua nt o g en er o. E u c re io q ue i st o p os sa s er u rn a rg um en to . A le rn
Prof P ro f. " ,. rI O" ;o . S i lo p ,. ,l o.
e,
m.rong,
S i lo P "" Io . ( /0 ), d ea I ')9J
/37
(1 0) d t~ 1 99 3 •
/31.
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di .• . S S OJa ' expenenci a que const a nestes v o lu m es p o de t al ve z a ju da r o ut ra s p es so as e Ihe s evar a colocar questoes po I . r e a s m es ma s. E a e ta s q ue c om pe te d ar r es po st a.
PESQUISAS
His tori a Social da Saude, da Doen~aeda Morte es uas Representa~oes na Cidade de Sao Paulo (1830- 1940)* C o o r d e n a d o r a : .lVone Dias A v e/ in o • • Niicleo o grupo C or di s s e e on st it ui c om o n uc le o de p e sq u is a e divuJ~. d e H i st or ia S o ci al d a C i da de , t en d o c o mo e ix o s t em a ti co s a H is to ri a S oc ia l da Satide, da Doenca e da Morte (1850 - 1940), p r iv i le g i an d o a s d i v er s as fonnas de repres en ~o d os f eo om e no s c on st it ut iv os da area co m 0 intuito de identificar 0 "ethos" d a p au li su me id ad e e U n iv er si da de e Sociedade: M e m O r ia e I d em i da de . C ordis surgiu como form a de expressar a vitalidade e a eeergia A deno~ c om q ue s e e nf re nt a o s p ro ble ma s da p ro du ca o d o s ab er . n as s ua s i nt er se c~ s c om o pulsar da vida. N es te s en ti d o " Co rd is ", n os r em et e a p u 1 s a . r a o e a v i ta J id a d e q u e i m p re g n a 0 processo de ge~ de l e it ur a s c u jo 1 0 m s e p r et e nd e delencar. do s ab er e da ~ C o rd is , s e i de n ti fi ea c o m c o Ri ia li da d e, a fe tu o si da d e, s e nt id o q u e aponta para a e~ que s e d e ve a ss o ci ar a r az jo . B in O m io q ue r et om a a memoria. identidade. inveruano, distincikl, r e m i ne s c e nc i as u t o pi a s. C or dis e xp re ss a a confluencia d e u rn termo m e d ic o q u e e n co n tr a aJegorias eS]>eCificas n o d is cu rs o lit er 3r io e p oe tic o e q ue d iz r es pe it o a wn a t en ta ti va d e e x pl ic ar a b r as il id a de . E ssa assoc~ de us os da p aJ av ra c om s ua s c on o~ O es diferenciadas W i u m t om p ar ti cu la r d en tr o da g en er al id ad e q ue s e i de nt if ic a ~ m o s P r op 6 si to s d o g ru p o, q u e tern urn c a r at e r t r an s d is c ip l in a r e i n te r - in s ti t uc i o na l . E f a rm ad o p or h is to ri ad or es , m e di co s, e co no mi st as , a nt ro p6 lo go s, e du ca do re s e c om unic6Iogos da P UC -S P , da U .S .P . e da U . N .B . d e nt ro da amplitude ci a carreira u n iv e rs it ar ia q u e v ai do l ic e n c ia d o a o t it u la r . N e st a p eq ue na a pr es en ta ~o a pe na s t ra ta re m os ci a p e s q ui s a H i s t6 r ia Social ci a S a Me, da D oe ne a e da M or te ( 18 50 - 1 94 0) . E m outras oportunidades apresentare•
P ea qu is a do O r u p o C OR DI S. N Uc le o d e H ii t Or ia Social Apret.'-fIo d o O tu po " CO RD IS " .
..
~to
.s a
Cidade.
de HitlOri . PUC.SP.
13!
PrDJ: H ill O na. SI lo P"" " "
( 10) . tkz. 1993
1J9
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m os a pe~uisa qu e tern a preocupayoo de e s tu d ar a Universidade n a s s u a s i n te r ac o e s trata da Hist6ria da Universidade Cat61ica de s a o Paulo e s u a s rel~t'Ies com a s oc ie da de d o b ai rr o de Perdizes com a c id a de de sa o Paulo.
co m a s o cied a de na reconstituicoo da sua memoria Especificamente
Relevdncia
A H is t6 ri a d a SaiJde, da D o e n c a e da Morte, circunscri ta Pa~o, pretende apresenear um a leitura d o s v a r io s aspectos ligados saude, doenca e mor te. Nao se trata d e p ro p er investiga\iks
a c id ad e d e sa o a s concepcoes da
b ss ea da s n a exclusividade
de urn meleo
D acia a aspiral;ao pluralista que envolve a t em a ti ca p ro p os ta ,
Vlsa-~ co~ mar p el o
fontes, bibli ogrnf13 e leituras historiogr.ificas. T u do , p o re m , crivado e sp mt o da cidade".
Nota-se em S 10 P au lo , a partir do s ec ulo X IX , u ma ~ni~o ~nto
das
q u es t~ s
r el at iv a s
n o e n ca m i-
S.D.M., n o s en ti do da reguJamentacao da ~o ~hca na a r e a . C on fi~ va -s e, e rd a, a a s s o c i a r v O O de p rn ti ca s ~ c om a s ~ s Estado, como estrategia para a planifica\
a
Ob jetivos d a T e m attc a I a _ _ .<1' Os objetivos da pesquisa filtrados • , • • '. p e ananse Sistem atica de fontes: imagens, ituai '.1.< Imguagens m lt os crencas , '''T e n IS, luo;; l3S e conceitos com ponent es do sistema de re.present~()e~ relativo a S a u d e, D o e n c a e Morte s ao : 1 ) ( re )i n te rp re ta r a Hist6ria e Propofie nc:un~nhamento evitando a dicotomia entre 0 d is cu rs o e a praxis trabalhando de onna indi ia I ' " ssoc ve os elementos que com poem 0 l erna; 2) contribui r para a . r ef le xa o c nti ca s ab re a p ro d , ,- hi liC
c
E;XQS
A inda que 0 t ermo decom paracao t enha sido, quase sernprc, 0 rnais acentuado, pode-se est abel eeer urn arco que vai de Sai nt -H il ai re, registrando a sim pl icidade do vil arej o, aquel es que i dent ificam Sil o Paulo
do T e m a
d~cum ental ~ fm ido.
Florence, Saint-Hilaire, Kidder, Barnslcy, ZaJuar passaram pela capital dos paulistas. anotando caractcnsticas locais, cspccificando diferencas, apontando tendencias,
.
Diferentes enfoques mostram-se adeq , . aqueles considerados de . •. uados a pesquisa, Eleger.un-se alguns, mando urn co' de g~e ImportancJa por sua aproxi~ com 0 l em a, fornJunto eixos t ematiooS..l% . ampla anatisc da H' 6' ' que uao sustentacrio e condicrOes a uma Urn d ~s t na da Saude, da D oe D; a e d a Mor te em SiD Paulo. o s c an un ho s m ai s O b vi os para t al _ _.(1'
p ar a a r ef le xa o s ob re o s c os mo s u rb an e p au li st a. 0 p la ne ja rn cn to u rb an o d a c ap it al , s ua s p la nt as . m ap as e e st ud os u rb an is ti eo s p er mi ti ra o d ar o s t ra ce s d a " gc og ra fi a d o d es en vo lv im en to u rb an o" q ue s e c on st it ui u e m e ta pa b as ic a d o e nt en di me nt o d a quest ao da "pauhst anei dade". A li ado as percepcoes de viajant cs, a s m em or ia s e a s cronicas 0 estudo da "cartografia urbanisti ca" pretende estabelecer uma l ei tura que fundarnente 0 espaco ao "et hos" pauli st anos. Nessa fusao, certameote se ra dada e nf as e a aspectos que mesclararn 0 estab el ec im en to d e u rn a s oc ie da de d e c la ss es , constituindo-se urn ordenam ento social onde a m argi nali dade fixou-se. "Ci dade com post a", plena de contradicoes, 0 bandit ismo e a prost it ui cao at s e i ns ta la ra rn c om f or ca e v el oc id ad e c om pa ti ve is c om 0 "progresso ". A reput acao de Sao P au lo s e f ez n a m ed id a e m q ue j un t. am en te c om seu comercio f lo re sc en te e c om su a industria despontantc surgirarn tamber n seus pobres, enj ei tados e doent es. t odas personagens de urna possi vel H istori a Social da S au de , d a D oe nc a e d a M or te . P ou co e st ud ad os n a h is to ri a u rb an a b ra si le ir a e m g er al e , p ar ti cu Ia nn en te n a d e S ao P au lo , s il o os r oma nc es ur ba nos v olt ado s a u ma v is ao u t6p ic a de c id ad e. D oi s casos especificos, "Sao Pa ulo no Ano 2000" e "0 Reino de K ia to n o P ai s d a Verdade" sao evidenciados como f u nd a m en ta ls p a ra s e considerar sa o Paulo uma cidade l et rada com o pretendeu A ngel R a m a .
SI lt : J PI1MIo,(10),..
J
p re se nt es n a r ed ef in ic ao d o e sp ir it o u rb an e d e S ao P au lo a lg um as
t ensoes que fizeram desta capit al 0 "lugar" pri vi legi ado para 0 aprofundam ento de sotucoes locais. Tal e. por exemplo, 0 caso das multiplas avaliacoes fei tas pel a i mp re ns a p au li st .a na s ab re a r ea li da de s oc lo -c ul ru ra l b ra si le ir a n o p er io do e s ob re posslvei s eixos de uatamento e cura. O s t ermos e expressoes uti li zados pel a l inguagem cient ifica e, em parti cular. pela cia c ie nc ia m ed ic a f or am s en do i nc or po ra do s a o v oc ab ul an o c ot id ia no d a s oc ie da de e m b oa p ar te g ra ca s a i mprensa peri6di ca pauli st ana (academ ica no i ni ci o
Proj .H ",;n ... sa
Proj. HiIt6 rld,
m et ropoles do m undo, com o Richard
Paulistas e nao paulistas cuidaram de dei xar urn b o rn n u m er o de memor ias, cronicas e recordacoes que envolvem questoes urban.as. Estes generos impregnados pel os condi ci onam entos ambient ai s da epoca, constituem-se num polo importante
E st iv er am
Tematicos
as
M or se . 0 I ev an ta me nt o d e t od os e ss es v ia ja nt es e a a na li se d es se s d is cu rs os s er ao doi s dos pontes fundam entals para ambient.ar introdutoriamente 0 projeto.
o
PaIllo. (/01, de•. IWJ
I4 J
993
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e n ao a ca dc mi ca
p os te ri or me nt e) ,
desse tipo de vo ca bulario, i ri a a ss um ir
pe lo
"sadias" 1882,
f alh as e xis te nt es
m enos
0
"doentias"
ou
a rt ig os
no r neio
d a elite
intelec tua l
do
"etho s"
social
b ra si le ir a
n sc os p ar a a s au de in di vi du al ,
p elo f alo
51
e n os s eu s f il ho s
g
num cro
rande
ou
d a e du ca ca o
- e st ar relega da f am ili ar
'
sao
resp onsave is,
OS
.
de d efeitos
c be io s
d e S a o Paulo.
do carat er cultural
A lc rta va -se
n um
que d epreciam
fu turo
as
c o nd e na v a
f isi ca
a urn plano
e n ac io na l.
q ue ~ educacso f is ic a n ao e ra " um a so nh o " , m a s r ea li da d e em urn
q ue a na li sa va m,
A peretracao m a is a s s idua s
periodico "A Lut a" (orgao sernanal e v ol uc io n is ta )
n a e du ca ~a o
p e~ O dic o c om o u ma " ci en ci a"
~ lo s en os
d os d iv er so s
_ c 1 ass if ic ad a
secundario,
C Olli
c os que "a violaram pro xim o
o u re mote , p or
a especie",
m as e st ru tu ra is d a r ea li da de b ra sil ei ra , r ess alt an do a u rg en ci a e m s e p ro rn ov er , a o m esm o te "hi . . m po, a g iene flsica" e a "higiene m oral" do pais. Para ele, os m ales d a e d uc a o; ao e ra m l et ai s ao p ai s e s ob re pu ja va m a s c nf en ni da de s n at iv as , e xa ta me nt c p o r s er em a c au sa d cs ta s.
.
E stes exem plos
. '.
e revistas
~ ~s
com pr· ·
. d de material que c nv ol ve a p c S Q U l s a e . . a e possrvel a coleta de importantes i nd ic e s m f on na -
ovam a nqueza
P o r m eio d el'
II·V O S e f on na tlv .os . .
0
e
.
nussor, a m e ns ag e m
e ra ~ o ~ m a le s s 6c io -C uI tu ra is s P O SS lv el s p ro gn 6s ti co s e t ra t
e
e nun ciado _ capazcs de dcscrever d o p ai s, c om o e le s c ra m d ef in id os e c on ce itu ad os 0
a me nt os t er ap eu li co s a pr es en la do s p el a imprensa. N ao era apenas a real'd ad I d S id ,. m ed ic os o s r ec la mo s I C cu r ur al q ue e xig ia c ui da do s a a u e PU bhca e da m edi '. '. c f ti d ,. cm a prcvenllva tambem c xi gi ra m u rn a a tu ac ;o o mais elva q . 0 p od e r p ub h co ' u e s e manifestou atraves da cri acao de instituicoes que P ud ess e m C on tr ol ar d e man . . . eira mars eficaz q u e a fl ig ia m a p o p u la c ao paulistana. A Sltua~ O geogr.ifi d . tares con he . . lea a c idade, a precariedade e o s r ud im e ndo a te nd im en lo c u n en t os h i gi e ni c o s e '. . ;r... . . .~ S 3 I U ta n o s a c e nt u ar a m de sucessivas id . ainda m ais a dissemu.....,..o e asSllstad ept e n u~ - ~ v ar io la , t ub er cu lo se , f eb re a m ar el a e c o te ra _ com s e r i a s do oras consequeoclas 0 r . m a io r es c a us ad das .' . C u na ( tr op ic al) s er np re f oi a po nta do c om o u m s das indU stri' ores epldenuas sobretud o no centro ur bano o nd e a s c ha mi ni s as co m~ ava m a des tar b e rn c a us ou muir aI . pon . e a industrial~ao trouxe beneficios, t a J l 1 e fic lo s so bre a saud e da popula~o. I~ s. m sab er m edico e m Sao P ul . respeito ao aspecto I a ~ trou xe u m a m arca diferenciada no qu e diz popu a r. A v ul ga nz ar ;: ao d es se c on he ci me nt o p ar a 0 a Ic an ce d os
s
.
A cultura popular
'
o
!J]
vivenciada e m S ao P aulo
alterna-
d e s ab er es
sa o Paulo.
o a lm an aque complete, c o nt in ha
e ra u rn tip o de pub lic ac ao
q ue,
alern
de traz er
recreativa, humoristica, "cientifica",
m a te r ia
ur n c alend ario
literaria e infonna-
tiva, Dad a sua c ar ac te ri st ic a d e a nu ar io , c ar re ga e m s ua s p ag in as u ma f on te d e p esquisa formativa e i nf or ma ti va d es ti na da a f a m il i a, n o r rn a ti z an d o 0 seu existir ou m es m o transformando os habitos e rcvalonzando 0 senti do da vida. C o ns id e ra n do
menor a le p el as cxpressoes: " Sab er de almanaque", - s in o ni rn ia d e conbecimcntos imperfeitos, precarios e s up er fi ci ai s - transporta justamentc al 0 li do e 0 consumivel pelas c a ma d as s oc ia ls q ue a m an ipu la rn dura nte todo 0 ano. Sabe-se que e sse c onc eito na o e de tod o verdadeiro poi s a vida academi ca, os doutore s e os bachareis scrviram-se d e su as paginas para exercitar a s su as l id es cicntifico-literarias. "conhecirnentos
l it er a tu r a
de alm anaquc"
Do s limites do possivel as praticas medicas s in g ra va m : d o r ea l a o p ro va ve l,
da mezinha
a
d a c r en d ic e
it cicncia,
qui mi ca Espacos distant es e proxi mos navi ragern
do seculo. P or o ut ro l ado, surgi ram os Gu ias e M an ua ls M ed ic os c om o vciculos de divulgacao d e u rn saber que est ava se instituindo. veiculo de disseminacao d e l e it u ra s g ab ar it ad as s ob re 0 binomio saude/doenca Em crg cm esses instrumentos de cornunicacao c o mo e le m en to s de agrcgacao d a n or ma "culta" e " ci vi li za da " o u s ej a, "cientifica" .
Os p ro du to re s m eio
profissiona l
d es se a que
tipo de publicacao foram per tc n ciam ,
c om o
L uis
personalidades
P ere ir a
B arre to
era orientar, nonnatizar
e codificar
exerci ci o profi ssional Em contrapanida,
principalmente, te mp o
p elo s
a s a te nc oe s
d os
0
a I citura ser h u m an o .
as formas d og ma s, p au li st as ,
do sell o bje to
no
destacadas e Jose
P la cid o, e ntr e o utr os. T al pratica tornou-se usual nao so p ar a a te nd er citadino e rural, ma s tarobem n a p ro pr ia c om u ni da d e m e di co -a c ad e rn ic a ,
ProJ~Historia; SIftJ Pwdo, (101.dez. }W3 Pro}. Htstona, Silopaulo, (101.de:.
se a li rn en to u
m e di co tivos, r e fe it os a p a rt ir da s a b ed o ri a i n di g en a e a f ri ca na . T o do 0 c o nh e ci m en to caseiro, c ul ti va do t an to p el as familias l oc ai s q ua nt o p el as imigradas, e que foi not ic ia do p or artigos de jornais, propagandas m edicas, alm anaques e vol antes, const itui-se em fonte preci osa para 0 e nt en di me nl o d os r ec on di ci on ar ne nt os o fe re ci do s p or
o s le ito re s d e
Em 1918,36 anos d e po is , e m critica ao a rt ig o d e M on te ir o L ob at o " Pr ob le ma Vital", p ub l ic a do n a "R eV IS . ta do 0 Brasi rasil"," A le eu A mo ro so L im a descreveu' o s p r ob l e -
jornais
consumidores fugia, m ui tas vezes, ao scntido d ado p ela orientacao m ed ico academica. Par outro lado, S ao P au lo n ao e nf rc nt ou suas corcepcoes de Sande elabor ad as p ela e lite e p el os "saberes competentes".
a funcao de vetores "clinicos" s ob r e a s q u aJ id a de s
d en tr o d a i rn pr en sa
considemdas brasileiro. Em
a tr av es
o s avances d e c a da a re a d o s ab er c ie nt if ic o.
d e o ti mi sm o,
B arb osa
a o p Ub li co 0 intuito
d e conbeci ment o
e de
trsdicionais d e d ia gn os e e prognose representadas, c re nc as
e p ra ti ca s
c or sti nn nd o-s e
religiosas, c ap ta ra m
e m im po r1 an tc s
in dic io s
p or
m uit o
p ar a q ue
/43
{rJ')J
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Luga re s de Me mór ia Pie r re Nora - slide pdf.c om
s e c on te mp le m a s r ep re se nt ac oe s d a s au de , d oe nc a e morte, Tanto as manifestacoes r el ig io sa s
s ob c om mi e
da
I gr ej a h ie ra rq ui ca ,
q ua nt o
a s e xp re ss oe s
p op ul ar es
auto no m a s , num a com pl et a i mbri c~ il o ent re sagrndo e p r of a ne , c o m p u se r am . t od a a h is to ri a d e S il o P a ul o, a p ri nc ip al li ng ua ge m A s r ep re se nt ac oe s
m a c on a ri a , a s s im como
p ar a a e xp re ss so
e la bo ra da s p el os e sc ra vo s, 0
b er n c om o
significado hist6rico das organizacoes
0
por
p op ul ar . espirit ismo,
clubes, hospi tais, escoIas e cem it erios, sil o urn campo a inda pouco explorado historiografia. As fontes silo diversas e
0
a
confessionais como pel a
l ev an ta me nt o a s er f ei to d ev er a i r a o e nc on tr o d e
t od a d oc wn en fa lj il o q ue t ra ta d o c ot id ia no d a
v id a p au li st an a e m s eu s m ul ti pl es
aspectos. Os rit uais de nascim ento, i ni ci ~i lo e passament o seril o revisit ados, na t ent at iva de l evantar-se paradigmas que esclarecam as formas de representacao rcl igiosa da saude, da d oe nc a e da morte.
a
o espirito da c id ad e l er ia q ue s er c ntc nd id o " la tu s en su " n ao c om o a lg o e st reit o, m as com o aJguma coisa que m cscl asse fcni'lm cnos uni versais, com o a S.D .M com
0
e sp ir it o l oc al. Q ue r s e v cr e m S il o P au lo u ma c id ad e o nd e o s c id ad ao s s ao
part icipantes c nM "estrangeiros" c neste sent ido, se i mpli carn na t rama que percebe os fat os rm c om o a lg o q ue v er n d e f or a, m as q ue t er n u ma e xp li ca '( ao l oc al . o probl em a que atravcssa t odo 0 p ro jc lO e a b us ca d o e nt en di mc nt o d a v id a paunstana,
face
as
difereraes percepcoes
da S ,D ,M . p on tu ad as
p or s ua s r ep re -
s en ta co es c er ca da s p el as c on di co es l oc ai s q ue c on fi gu ra m a Sao Pa ul o a ma rc a d e sua pot enci al idadc com o "et hos" urbano - (re) i nt crpretar a H istori a e propor visoes, evi tando a dicot om ia ent re
0 discurso
os elementos que compoem
e a praxis, t rabalhando de forma i ndissociavel
t em a; c on tr ib ui r p ar a a r ef le xa o s ob re a p md u< r: lo historiografica contempor.inea cspecifica sobre 0 a ss un to , a po nt an do p ar a a c ri se d e i de nt id ad e a q ue f oi s ub me ti do 0 S er Hu ma no e m s ua s r ela co es c om s eu s s er ne 0
l ha nt es , c om a n at ur ez a e c on si go m es mo ,
Espaco Urbano Pretendemos fazer uma analise sistematica
dessas fontes
docum entais
apon-
t ad as s ob re a H is t6 ri a ci a Sande, da Doenca e da Mone (S,D.M.) circunscnta c ld ad e d e S il o P a ul o n o p er io do q ue m ed ei a o s a no s de 1 85 0 a 1 94 0.
a
Sao Paulo desde os m eados do secul o X IX com ecava a apresent ar t enuament e uma r ed e fi ni
l~ ~r a,
ma rc ou a in da ma is 0 d es eq ui li br io
s oc ia l, a ce nt ua nd o
o s c on tr as te s
n os
rove IS e nos estilos de vida. Co nf ig ur av a- se ,
e nti lo , a a ss oc ia t; il o d e p ra nc as
me di ca s c om a s a co es d o
E s~, c omo e st ra te gia p ar a p la nif ic a~ o u rb an a e c on se qu en te c on tr ole s oc ia l. A Capital paulista e c id ad e m ui to d if er en te d e s ua s c on ge ne se s n a A me ri ca L at in a t ai s c ,om o: M ex ic o • H av an a, L ima , B uenos Aire s e outras; porque apesar de s er u m a cidade modema, e tambem "velha", 0 e nt en di me nt o d es se s " co ra ra st es " traz questoes , ingenuas na aparencia .' mas que permitem indagar se Sao Paulo apresenta
um a especi 'ftlei'da d e ou se e result ado de um genero . . -'-
de nhecid ' UJu ano $CO o. . o ~o s e l mp u~ rn m o s p ro bl em as d e o rd em m et od ol Og ic a, 0 t ra to d oc usde .,. analise m ental. as t ecrucas de 0 projeto d . _ 1 . " '. • J 0 lnICIO cenu
Desde I
P r of , Hjslima. S ilo P Oll io. ( 10) , de:. I99J
1#
PfOJ.HiltlwQ, S&> Palo,
(J
/015
0 )• • : . 1995
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Trabalho, cultura, educacso: Escola Nova e Cinema Educativo nos aDOS 1920/1930 Coordenadora: Maria Antonieta Antonacci" E m r ne io a s discussoes que envol verarn a t entati va de reform ul acao do curr ic ul o d e Hi st6 ria n o 10 G ra u e m Sao Paulo, no periodo de 1986/ 88, quando foram p ro po st as m ud an ca s n os m od os de t ra ba lh o e sc ol ar e n as f or rn as d e s is te ma ti za r experiencias sociais, algum as argument acoes apont aram para pri ncipios e praucas d a Es col a No va . Da i q ue , para p ar ti ci pa r d o d eb at e e m t or no d e q ue st oe s e du ca cionais com pressupostos do conheci ment o bistorico, m ont. am os urn projeto de pesqui sa, rcunindo i nt egrant es da ex-equi pc de H ist6ri a da C EN P /SE, j a ent ao i nscri tos na Pos-Graduacao da PUC-SP, com a1uoos do Departamento de H is to ri a d a P UC N a p ro cu ra d e c am in bo s p ar a a pr ec nd cr c on ex oe s h is t6 ri ca s e nt re l ra ba 1h o c educacao, partimos de confli tos na sociedadc paul i sla nas decadas 1920/30, quando m an if cs ta co es d o c sc ol an ov is mo g an ha ra m f or ca e m va ria s i ns ta nc ia s Te nd o a ti ng id o u rn a c om pr ec ns ao d o m un do do t ra oa lb o e m S ao P au lo n es tc p er io do , a p ar ti r d e i nte rv en co es d e m il it an te s do I DOR T. q ue t amb er n p ar tic ip ar am d os movimentos de r en ov ac ao d id at ic a d e e nt ao , a rt ic ul an do a E sc ol a N ov a e nt re n os , formulamos est udos sabre 0 mundo da educacao e da escolarizacao, Tudo na pcrspecti va de recuperar suas i ~unc;O cs histori cas e ent ender m el hor os cnfrent am cnl os a praucas pedagogicas que ult rapassam 0 sistema educacional vigente. Com 0 t it ul o "Trabal bo, cul tura, educ~ ao: dim ensoes dos confli tos sociais em S ao P au lo n as d ec ad as desenvolvcu-se
1 92 0/ 30 ",
0
p ro je to r ec eb eu a po io f in an ce ir o d o C NP q c com bol si st as de A perfeicoament o e de
em His Iinhas de pesquisa,
l ni ci acao Cient ifica, alem de bol si st as do CEPE/PUC.·· •
D ep ar ta me nt o
d e H i s tO ri a, P UC ·S P.
S ua s l i nh as d e p es qu i sa r ec or te ra m- se e m t o rn o d e: I nt er lo cu to re s da E sc ol a N ov a e m Sao Paulo, lnqueritos e legis lAl;·Oesescolares, Mareria is didaticos e para·didati co s. Particip aram de suas atividades , nas dif erentes fas es e reco rtes tematicos, o s s egum tes pes quiss do res: Anehs e Muller de C ar va lh o , C ec il i a H an na M at e, M ar ia C an d id a R ei s . A n a L uc ia N o va es , S ue l] T er ez a d e O l iv ei ra , N ev Moraes Filho, Angela Telles, Antonio Carlos Mazzili, Marcelo Florio e Parricia Raymundo
Pro]. H,.tb nll, SISoP... .o, (10),
147
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N o s eu p er io do
d e v ig en cia
f or am
Esc?l~ Nova, a partir de regis tros
: ~t lt Ul ~i 'i es d e e ns in o e nt ao m od el ar es Caetano de Campos" " Ca rlo s d e Ca mp os ") ,
e Escola
tr ab alh ad os
loc aliz ados ( Es co la
Prof iss ional
:i ng ulo s e d imc ns 6e s
no Museu
d e i nu me ro s
G ustavo
da
de duas
N or ma l d a P ra ca , a tu al E EP SG Fcminina
do Bras
n o A rq uiv o P Ub li co d e S ao Pa ul o
m en to s ( re sp on sa ve t p el a p ub li ca ca o cos naqueles anos) e no s A rqurvos ' acervo do CPD OCIRJ.
Pedag6gico
t ex to s d id at ic os
Capanema
atual EEPSG
n a e di to ra
M elh or aFilho, do
grarnat icas
e curricul ares, nonnas disci pl inares, m at criais didat icos e para-didati cos
(Iiteratura infanto-juvenil,
A
•
•
1. Pan. t al, v ern s endo signifi , T ho rn az T ad eu d a S l c at iv a a p ub hc ay Ao d e t e xt os d a s en e " Ed uc ac ao e C rf ti ca ", s ob d ir e~ ii o d e p ro gn mu de p el a e dl t or ~ A rt es M Cd i ca s( PA ), a ss im c om o a p ro d u~ o m ai s r ec en t e d e c om pl cx i da dc d as r el a. ;; : io o nd e d ls s er ta .; ; 6e s. t es es e pesquisllS tern levantado retlelC(les sobre a S SOCloc ulturals na area de edu~llo.
p6s_';:::
2 . E nt r e f ot h el os , perino diICOS docurnenlos escol .. aten,~s concenlrar ares e s eries de material pedagogico localizados. nossas Pr~a ate m ai s o u ~~oR e: is ta 0 EUimulQ, . qu e a co mp en hc « a v id a d a E sc ol a N on na l , da t ra ns pa rec em v in cu lo s tr ' q ~ do p as so u a c tr eu la r a Re vi st a Nosso esforco, onde IM n be m cseola. A Im destas e::r e a a ss oc la yA o d e a l u no s G re mi o N or ma li s ta 2 d e A go st o e a d i re to ri . d a A ss O( :i ~ io B en ef ic c: .; d IC ~~ , t ra ba lh am os c or n o ut ra s er ie d e r ev is t as , o n de a rt i cl l ia ra m- se a PU hl ic a d e S io P au lo c o. e ~s or ad o P Ub li co de S il o P au l o c om a D i re to ri a G er al d a I ns t nl ~ Il Q o rg lo d a D ir et or ia ~ ~ ,: R ev ls la d e E ns in o ( de 1 90 2 ale 1917) Revista Escolar ( 19 25 a 1 92 7) , In~tru~o PUblica que, desde outubro 'de 1 92 7 o as so u a d en om in ar -se Revista Edu",,"pll fa. -, 0 com sels numer tr I . ...~ d . os e n e 930/31 denominados Revista Escola Nova, quan 0 retornou a designa<;:io a nt er io r c om p u bl ic a~ l o a te 1 96 1.
. ::- =~
bibliotecas escolares, audio-visuais e cinema).
Situando historicamente os discursos, cxercicios e injum;:oes dos gru po s e a g e n cias sociais entso voltados para educacao e escolarizacao, foi possivel pensar la no vis mo
, Desenvolvendo discusso es de estu d os que vern redimensionando as questoes e ar11cula~oesentre trabalho , 2 e ed u ca ca o I , a o la do d e I ei tu ra s d a d oc ume nt ac so p es q ui sa da , fomos estabcJecendo urna relacao eritiea com a memoria insutucionalizada s ab re e du ea .; :a o e e sc ol ' ' x~ N , , anzacao. este sentido, foram fundamentais as analises do Inquento sobre I n s tn t ri J o P u b li ~.. .,.ru l ea no Est ado de S ao P au lo p ro mo vi do e m 1 926 por ' Fe rn an do d e A ze ve do p ed id do I 0 Jamal "0 E st ad o d e S ao P au lo "; d o M an if es to d '. ' a .~ ~n el IO s d a E sc ol a N ov a, r ed ig id o p or F er na nd o d e A ze ve do s ob sugestao de OSt Ge wlO \f.lrgas a IV C ~" ' '. ' M " oUlercncla da ASSOCla9aO Brasileira de Educacao; da s " , . emonas de Paschoal Lem me, urueo sobrevivente e nt re o s signataries deste Mar ufi' est o e atl vo parti ci pant e d f a s r e o nn ul a~ oe s p cd ag og ic as d aq uc le s a no s: e d o C 6d ig o d Ed u1 d e ucacao de 1933 que fI " . " . . I' ', orm a 0 sob mspiracao d o M an if es to e d as p ra nc as d e raciona l :z ar ;a o e nl iI o v ig t , .. ' en e s, pretendeu regulamcntar as condicoes e relacoes do ndar i eusmo pnmano Y D ' secu 0, n or ma l e p ro fi ss io na l e m S ao P au lo . entro da perspectiva de ultrapassar 0 j ogo historicam ente i nsti tuido ent re E I N sco a ova e &cola Tradi , n a t cet'\{''''~ . ICIO , procuramos trazcr a tona na o sO diferentes conpcoes e prahcas de ens' bi diverg. . mo su ~acentes ao movimento escolanovista, como suas e nc la s e a pr op n~ Oe s e m r el a~ il o a os e nc am in ha me nt os e du ca ci on ai s d e s cto res ent ii o organizad da . os socledade paulista, como os ligados ao movimento
c ul tu ra l q ue , d o horizorue
c om o p ro je to
do trabalho
0 esco-
modemo
e da
nacionalizacso
da Republi ca, art icul ou form as de reconst rucao soci al e regeneracao
dos costumes
a p ar ti r d a educacao. Recuperando seus interlocutores
restabelecendo
t ensoes que m arcaram
" re no va ca o"
0
historicos
e
c am po e du ca ci on al n aq ue le s a no s, a le m d e
processos de recornpostcao e legitimacao de praticas d e c on tr ol e s o-
apreendermos
c ia l, e nf re nt am os
a m em 6r ia d o m ov im en to e sc ol an ov is ta . I de ia s e m t or no d e s ua
e " de mo cr at iz ac ao " , q ue a ss um ia m f ei co es i nc on te st av ei s,
a o s er em
c on fr on ta da s c om a rg um en to s e proposicoes de out ros suj ei tos soci ai s assum iram conot acoes de expressoes historicas de g ru po s s oc ia is e m c on tl it o n o constnuir de seus projetos educacionais, Com estes procedi ment os, vacoes
pedagogicas,
mas
e ns in o/ ap re nd iz ag em
de
vieram a tona imagens 0.10 propriament e de renolutas
pela
e p el a m od er ni za ca o
nacionalizacao
dos
d o s is te ma d is ci pl in ar
processos
de
e p ro du ti vo
no
mundo escolar. D entro da bet erogenei dade
de proposicoes e ati vi dades que const it ui ram
0
que
s e c on he ce c om o E sc ol a N ov a, q ue st oe s v ol ta da s p ar a a f or ma ca o d e h ab it os , a ut ud es , c om po rt am en to s,
g es to s e v al or es e m t or no d e m od es d e t ra ba lh o r eg ul ar ,
m et odico, const ante e pontual emergiram com destaque. D esde a assi duidade e pont ua li da de
d e a lu no s e p ro fe ss or es , d a m or al id ad e e h ig ie ni za ca o de s eu s c or po s e
me nt es , a te a rormalizacao
d e r eg ra s, p ad ro cs d e c on du ta e r ne to do s d e e ns in o,
s ur ge m e vi de nc ia s q ue s ob re a c on ce pr ;: ao d e e sc ol a, a lu no , p ro fe ss or e t ra ba lh o escol ar i ncidiram perspect ivas
de organizacao e control e, em m ei o a t ransgressoes
e adapt acoes dos suj ei tos envol vi dos nas experiencias escolares. A tr av es d e i mb ri ca do s p ro ce ss os , i nt eg ra nd o d em an da s p or m el ho r e ns in o e ampli ll l; oo das vagas escol ares com i nt eresses em t orno de uma reordenacao sociocultural,
0
m in is tr ac ao
escolanovismo t ec nic a
q ue
promoveu pollticas educacionais de sistemati zacao r ec al ra m
s ob re
to do
u niv er so
e sc ola r,
e ad-
p ad ro niz an do
programas, curriculos, material escolar. concomitante a tentativas de enquadramento da f or macao do professorado.
Pro). HIS/on... SlloP" " lo. ( /01. d ez : / WJ
148
D e o ut ro l ad o, d iv er si fi ca mo s
nossas abordagens sobre formas de intervencao social construidas neste p e ri o do , n a area escolar-educacional, atentando para t estes de s e le c ao e avaliacao, medidas pro-
e p ar a- di da ti -
e Lourenco
it I gr ej a C at ol ic a, o u a g ru po s i mi gr an tc s
operario,
/49
Prof. H istoria ; Sllo Pm I/o, ( /01. des: J 993
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C om o a E sc ol a N ov a p ro mo ve u a ti vi da de s e m l om o d o u so e du ca ci on al d e recursos audiovi suai s com destaque para 0 cinem a educati vo, e dado nosso i nt eresse e m t ra ba lh ar c om 0 desenvolvimento ci a linguagem c in e m at o gr af ic a n a s rel~Oes ensino/aprendizagem*, corcentramos ateBrOes nos seus registros, desdobrando 0 proj eto in ic ia l. E m " Es co la No va " e c in ema e du ca tiv o e m Sao P au lo n a d ec ad a d e 1930: educacao m or al e e st eti ca , c on ta mo s c om b ol sa p es qu is a d o C NP qu e c om a c ol ab o~ o d e A ng el a A pa re ci da T el le s e N ey M or ae s F il ho , n o l ev an ta mc nt o d e m at erial e de q ue st oe s e m l or na d e c in em a e e du ca ca o,
tano -, q ue a po nt a p ar a d im ens oe s
consumo
est eve present e, ent re nos, desde 1909. Se 0 educativo e 0 propagandista confundiarnse no "Sao P au lo n o a no 2000", de G odofredo Barnsley (1909); em "0 R ei no d e K iato", de Rodol fo Teofi lo (1922), 0 aspecto especificam ente pedagogico j a estava colocado no recurso cinematografico. A explicitacao da referencia ao uso escol ar
d e pr od uz ir me io s de r eg er er ac ao
zado
nacionalizacao de fonnas de vida e de expressao cul turais. Tai s encam inhament os dem andam est udos por parte de profi ssionais de historia.
d o c in ema c omo in st ru me nt o d e e du ca ca o c ou be a Af ra ni o P ei xo to , e m s eu li vr o 0
,
onde no capitulo "Urn belo sonho" irnagina com o poderia ser uti li ·4
cinema para a e du ca ca o no B ra si l .
Entretanto, os registros destes textos nos possibil it aram out ras perspect ivas a na li se . E nq ua nt o n o m at er ia l r eu ni do p or G al va o
Co mo a s p es qu is as c om b as e n o c in ema e du ca ti vo e n o I NC E p ri vile gi am
a
e no
dai s rom ances est a aurora deixa ver que 0 usa educacionaI dos recursos audiovisuais
M ar ta e M ar ia
d a l in gu a p at ria e d e
n a p ro du ca o
imagens filmic as, recorrcmos ao estudo de Teresinha del Em Utopia e realidade: 0 B ra si l n o c om er o d o s ec ul o X X, analisando
Em suas proposicoes de reorgani 7. a~ 0 sociocult ural a parti r da educacao, os escol anovistas promoveram ati vi dades em t orno do cinem a educati ve, na perspect iva mo ra l, d e u nif or miz ac jo
d a d is pu ta s oc io cu lt ur al
das
Fiorentino3.
0
de
c in em a a pa re ce u, e m c er ta s
passagens, com o perturbador da formacao sadia das cri arcas, m ul heres e adult os em
p~dUl ;oo cinem at ognl lca, t razer para cam po da H ist6ria anali ses sobre cinema educati ve, recuperando dim ensi 'i es do cam inho da educacao para 0 cinem a e acorn-
geral, dado sua producao e projecso i ndiscrirni nadas; na s perspecti vas de A frani o P ei xo to e ra p ro je ta do c om o a ge nt e d e e du ca ca o m or al , s au da ve l e p at ri ot ic a d e ci-
panhando a const rucso histories das conex(ies educa~ao/ ci nemalEst ado foram nossas i nt encoes. 0 resul tado foi signi fi cati vo, com l ocal izacao de vasta docum entacao 50-
d ad ao s n ac io na is q ue f al ar ia m a c or re ta l in gu a p or tu gu es a e s e e xpr es sa ri am d e m odo adequado a padroes cul turaJm ente em expansao. N o sent ido dcsse confronto d e c in em as , a in da p od em os a co mp an ha r a p ol em ic a e m t om e da d ec is ao d o J ui z d e
0
b re a d ime ns ao
0
e du ca cio na I p re se nte n a c ria ~o
d os s er vi ce s d e r ad io dif us ao ,
a
exemplo do que ent ao ocorri a em out ros pai ses, onde t ecni cos e educadores brasi leiros buscaram j usti fi cati va e ori entar; ao. Tam bem podcrnos acompanhar a sistcmati n v;a o d a a ~o g ov er na me nta 1 n es ta a re a a te a fu~ao c om o f on na s d e u so d o c ine ma n o e s p ac o e s c ol a r
do I NC E, e m 1 93 6, b er n
a o q ue f oi tr ab al ha do a te entao, algumas consideracoes p od em s er d es e~ vo lv l~ s, p ar a a br ir mo s d ia lo go c om o ut ro s p es qu is ad or es , m ul ti pl ic an do cam inhos e i ndaga¢eS na com preensao das l ut as s oc ia is n o c am po ci a educwyAoe d a p ro d~ c in em at og rM ic a. No to ca nte a o us o d a lin gu ag em
c in ema to gn if ic a
c omo r ec u rs o
u ti li za do e m S il o P a ul o d es de o s a no s 1 92 0, c om ec am os
c an un ho s ~ rt os
, po r o ut ro s p es qu is ad or es ,
n or te ad os
p or questoes
d id a nc o -
p er eo rr en do d e n os so in -
t er es se . A ss im , a 1e m d o t ex to d e M ar ia R it a G al va o _ C ro ni ca d o C in em a P au li s•
A r es pe it o d e n os sa e xp er ie nc ia e m $& J de a I I" . d a u a C Om B m gu ag em c Ul em at o . .. . . l Ca , vc r" Oo c in em a m u o lIO falado' cenas da R ",,'bl de W . . & . _,-U l ea eimar", m Revista Histona, U NE SP , S P, v .I O, 1 99 1.
• • D e: g
p ar te , C o m a l oc al iz ~i o
d e d oi s l et es d e f ra gm en to s c in en Wo gr if io ol
c om ~ e 6 f il me s d os a no s
an:
O. Bas anb:,~col No nna l da Prw;a e Escola ProflSSional Feminina do Bnis scm possibilidade e c :a; :,:~~ a 10 ~::p ~eAPas.su-empor.processes derestaunw;:6es e lelecinagem, foi solic itado pc . q u xi l io P es qu is a" p ar a f in an ci am en t o d a r ec ue er ae jo d es le m at er ia l, atua 1m ente com c6pla na CEDICIPUC. ..- •...,. de :
1928 nao c ump ri u a o rd em d a Su pr ema Co rt e d e
Ap e1 ac iio e pr oib iu a e ntr ad a d e m eno rc s n os t ea tr os e no s c ine ma s d o Dis tr ito Federal ), que t eve subjaccnt e 0 c or nb at e a c in em as d e b ai rr o, g er al me nt e n as m ao s de i mi grantes, desprcocupados
Qua~o
~ g6 gi co
M en or es d o Rio de Janeiro (em
novas geracoes", com entari os
com "nossa raca, nossa nacionali dade e 0 futuro das conform e referencias do j om al 0 E st ad o d e S ao P au lo e m s eu s
sobre este epi sodi c.
E st as s on da ge ns n os r em et er am a u ma perspectiva de e st ud o q ue na o pode dei xar de ser consi derada: a de que os aspectos educaci onai s e formadores do cinem a foram uma prcocupacao de diversos set ores da sociedade e nao
so dos escolanovistas.
A le m d e a rgu me nta co es d o p en sa me nt o c ato hc o, e m q ue s e a co mp an ha u rn r ac io ci ni o s em el ha nt c a o d o d is cu rs o e sc ol an ov is ta , t od a u ma v as ta gam a d e p on d er ac oe s e m t or no d o c in em a c om o m ei o d e i ns tr uc so e d e e d uc ac ao s an it ar ia f or am e rc on tr ad as n a f al a d e m ed ic os , h ig ie ni st as , p si c6 1o go s e d em ai s e sp ec ia li st as e m saude publica. 3 . G al vl o M ar i, Ri ta, Cronica do Cinema Pauli stono, S lo P au lo . A ti ca . 1 9 75 . F io re nt i no , T er es in h a d el , Utopia e realidade: 0Brasil no comefD do seculoXX. SAoPaulo, Cultrix, 1979. 4 . C f C ro no l og i a d a C u l tu ra C in cm al og ri fi ca Andrade, SIDPaulo, 1962.
n o B ra si l, Codernos da Clnemaleca, n " 1 , a c ar go d e R ud a
ISO
ProJ. Hi316ria, Silo PIIMW, ( 10) . dlZ. IW3
P"",. Hl&lim l, Sdo P II M Ia , ( 10) . dn
1993
1.51
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Luga re s de Me mór ia Pie r re Nora - slide pdf.c om
D i sc u ti nd o o s a sp e ct o s c o rr up to r es d a s c o ns ci en c ia s p o r p ar te d o rnau cinema e p ro po nd o q ue o s c at ol ic os " mi li te m n a A ~o sental;Oes contrarias
a
as
C at el ic a ( .. .) o po nd o- se
concep!;oo c ri st a d o m u nd o e
a
repre-
vida inspirada pelos bons
costumes", em 19360 Papa Pio XI exort ou os b is po s " a u ma ¥ o
positiva e con-
c or de a t im de fazer do cinem at 6grafo urn i nstrurnent o de educacao
sa",
e m " um a
g ra nd e o br a e m d ef es a da mo ra li da de d e s eu po vo d ur an te a s h or ns d e d es ca ns o e . " ., 5 recrelo . A le m d e c ab er r es sa lt ar a s c oi nc id en ci as e nt re o s d is cu rs os c at 6l ic o e e sc olaoovista de C an ut o M en de s, J on at as S er ra no e V en Sn ci o F il ho6, no senti do da opos~i o ersre born e m au cinem as (urn reforcando a i ncot pO rarroo de posturas eticom or ai s e a c ri ar ;i o d e M bi to s s au da ve is , e nq ua nt o
0
o ut ro e st im ula v ie ws c om o a
b eb id a, a P te ~ e a I ux ur ia ) c ha mo u- eo s a te n; ao a s r ec or re nt es p re oc up ac oe s c om o t em po l iv re , c om 0 l az er e as diversOes populates, A le m d es ta s f or mu la co es , i nu me ro s p ro nu nc ia me nt os a r es pe it o d o c in em a c om o m ei o e du ca ti vo f or am e nc on tr ad os n a g ra nd e i mp re ns a p au li st a e e m r ev is ta s especializadas no campo cia m edicina e d a e d u c ac a o , A ss im , e nq ua nt o n o j o rn al 0 Est ado de Sil o Paulo, n os a no s 1 92 0 f or am c on st an te s n ot ic ia s s ab re " a f re qu en ci a d e m en or es n os t ea tr os e c in em as ", c om a rt ig os c om en ta nd o "As c ri an ca s e 0 ci-
n em a" , " Me no re s n as c as as d e d iv er sa o" , a le m das referencias
a
d ec is ao d o J ui z
de Menores do D F; no com eco dos anos 1930 a t onica concersrou-se em reportagens sobre "Ci nema e Bducacao" e "Ci nema Brasi leiro", N estas, diferent es especi al istas m an if es ta ra m- se
p el a a da p~ iI o
d o c in em a a m en ta li da de
p er nu ba co es p si qu ic as c au sa da s p el o m au c in em a n as c ri an ca s 7, e pela defes a da cria~ do c in em a n ac io na l, f ei to p ar a e ns in ar n a l in gu a n ac io na J, p oi s " se nd o u rn
na o
deve ser es-
qUMdo Lourenco Fil ho reali zou urn i nqueri to com 424 cnancas, de 10 a 15 anos, na Escol a N ormal da PI3IY a,conforme suas referencias no art igo "A m oral no t eatm , dePio
2 712 8 .
6.
XI, in "EI
cine. s u s g r a n de z as e s u s m is er i u" ,
B ue no s Aires, Editorial Difusion,
,,9.
N es te e e m o ut ro s t ex to s p es qu is ad os , f re nt e a o
se
0
q ue p re ci sa va s er i nc en ti va do e c om pl em en ta do
c om e xp li ca co es q ue o rg an i-
z as se m a p er ce pc ao d os a lu no s. D ai 0 ilustrativo titulo Cinema contra Cinema, onde C an ut o M en de s d e A lm eid a a bo rd ou , e m 1 93 1, n a 6 tic a d os e sc ola no vis ta s,
os
p ro bl em as d e p ro dt M; :l o e u so d o n ov o m ei o d e c om un ic ac ao s oc ia l. U rn cinem a regenerador de costumes, propagador da higiene, auxil iar ci a ciencia const it ui dor da na~ o - que devia ser usado adequadament e -. reuni a cspeciali st as em' saude e em educacao, V en do n o c in em a u rn " in st ru me ra o e fi ci en te d o e ns in o, s ob re tu do n a d en om in ad a e sc ol a a tiv a, e sc ol a p ro gr es si va , c om o a c ha ma m n os Est ados U ni dos" e "nas pel icul as cinem at ograficas urn excel ente m ei o de divul gacao dos sel ecionados princi pi os educati vos e, m ui especi al ment e, higiene m oderna"l O,
m edicos e educadores conti nuaram
a
dos que se referem
reati nnando
suas co~ er-
gendas d e p ro p6 sito s e d e r ec ur so s, e xp re ss as d es de a f un da ca o da Associacao Brasi leira de E duca ca o, em 1924. Em t om o do cinem a, suas ali ancas expressaram-se e m a rg um en to s d e q ue : As diversas imagens, milhentas vezesrcpctidas, por talmaneirase fixam nos cerebros das criancas, que dificilrnente se apagarao inda mesrno decorridos v~os
an~s. Compre~des e, p oi s, a u ti li da de v eramen te n ot av el d es sa a rma p re ci os a a s ervi ce d a i n st ru ca o e , IpSO facto, da civilizacao brasileira. n oc oe s mai s e le me n!ares d e h ig ie ne , e st a c ie nc ia p ro vi de nc ia l q ue o s p re pa ra , ~ sd e comeco daexistencia, p a r a urnavida
sa
0
efeliz, onde a saude e mantida integra pela ngorosa
observancia dos habitos sadios··.
N essa ordem de consi deracoes, varies educadores vol taram-se para " 0 e ns in o pela i magem"l3, construi ndo a diferenca ent re
1939,pp,
o c in em a e du ca ti vo e
0 cinem a
recreati vo. Est a foi a tonica da Revista Escol a N ova,
que dedicou wn n iu ne ro e sp ec ia l a o l em a " Ci ne ma E du ca ti vo ", 9 . C f. E d uc ay i o,
6rgio
da Dirctoria O c r a l da Inl~o
d ur an te a g es ta e
PUblica de S lo P au l o, V .I Il , 1 9 28 .
10. Dr. V i ei ra S ob ra l- " 0 c in em a c om o m ei o e du ca t iv o " , i n Laboratorio ellnico. Revista deMeatcina, ADo X V, R J, ju l ho /a go s to 1 93 ', n· 100. 11.ldem.
cr. c . . n u t o
Mendes, Cinema Contr a Cinema,S io P au lo , C om pU lh ia E d. N ac io oa J, Venincio Filho. CinemQ e Etilca~lfo. sa o Paulo, Ed. Melhoramentoa, 1930.
7 . O ES P. s ec ~
cincmat6grafo
do desenho, ,12 e para "A educa;oo
Evidencias da construcao do perfil de urn cinem a perturbador da m oral, dos bons c os tu me s e da inteligencia foram e n co n tr ad o s, e m SAo Paulo, desde 1921,
5 . C. u
00
cinem a que devi a ser com bati do. censurado, fiscali zado em seus espet acul os, ergui a-
Ao lado da instrucao far-se-a, por igual, a educacso sanitaria transmitindo aos alunos as
i nf an ti l, e m n om e d as
i ns tr um en to d e p ro pa ga nd a d e h ab it os , c os tu me s e s er ti m en to s , trangeiro ,,8.
principal mente
M ed ic in a e H ig ie nc , "As c ri ~a s
8 . O ES P, C in em at 6g ra fo s
- " A l ei c on t ra
0 tilrne
1 93 1; S el nn o
e
12.A nt on io d e P a du a D ut ra - "0 e ns i no d o d es en b o" . i n Educa.lfo, Sio Paulo. vol.VnLjunho/julho 1932, O. 6/7.
6rgio da Diretoria ~.I
1 3. U l ys ses F rei re - " A e du c~ io p el . i mag em ", i n Revuta de Edllca.tio. E du c. ." io d o E s t ad o d e S i o P au l o, v o l, I. mar~ 1933. nO L
e o c in em a" , 28n/1933.
d o E ns in o d e
6rgio d o D cp at 1a me nt o
de
falado", 1/12/1929.
P rQ } . H.,ona, SIlo P aul o,
152
Prof. H l I"na.
(10). M % . / 9 93
J5J
Sil o PaMa, (I 0).d~t. /993
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d e L ou re ~o F il ho n a D ir et or ia GeraJ d o E ns in o d e s a o Paulo, no i medi at o pos-out ub ro d e 1 93 0. C on fo nn e s ua s p on de ra co es , a o i ns ti tu ir 0 c in em a e du ca ti vo n as escol as publi cas de sa o Paulo com o parte da Refonna de Ensino de 1931. Bern e sc ol hi da s, mes ma a s p el ic ul as c omun s e xi bi da s n o a mb ie nt s e sc ol ar, c om e xp li ca~iX:sadequadas, poderio dar s a ge s to e s m o r ai s e e s t e ti c a s, a s si m c o m o s e rv i r para ap w ar o g o st o pelo arranjo das habi~i5es, do vestu.8rio COTTei;Ao as m an eiras ; p o d erao tomar conhecidas novas f o rm a s d e t ra b al ho , d e sp er t. an do t en d en c ie s p ro f is si on a is a in da mal suspeitadas,ou excitando iniciativas para maiore m~lhorforma de produ~4014.
C ie nt es d a " fo rc a s ug es ti va d as i ma ge ns ", j a e nt a~ a co pl ad as a d im en so es senoras, e na perspect iva de explorar, na di rec;o o de seus designi os regeneradores, o pote~ial
da linguagem cinematogrMica, os escolanovistas avancaram na adapta~o
educacional
de s eu s r ec ur so s t ec mc os , s oc ia lm en te
p ro du zi do s
e c on su m id os
n as
c at iv o " . Ci nem a e du ca tiv o, mo ra l e s ad ie , q ue d ev ia s er p atr io tic o e c ap az d e l7 "mostrar 0 Brasi l t odo a t odos os brasi leiros", conform e Canut o Mendes . N um context e m arcado por fortes diret ri zes disci pl inares, onde as pal avras de o rde m " . .. e p re ci so d ar a c na nc a a c in em a q ue l he c on ve nh a, ,1 8, HE curnpre que seja para 0 bem ,, 19 ganhavam varies cspacos e adcpi os. as preocupacocs dos escol anovistas dirigirarn-sc das discussocs gerais sobre i mportancia do cinem a na educacao, dos varies gencros d e f il mc s e d o c in em a n as d iv cr sa s d is c ip li na s, p ar a a s m et od os d e e ns in o c om f it as c in em at og ra fi ca s O cu pa nd o- se c om p la no d e a ul a e m t om o d e f il me s c om o 0 " Do p ao a o t ri go " , o nd e t ra ta ra rn d o p ro ce ss o d e f ci tu ra do pa020; com a " in di sp en sa ve l e xp li ca ca o " , a tr av es d e " Ie ge nd a c ur ta , c la ra e o po rt un a, o u d is co s in cr on iz ad o o u a p ro pr ia f al a do professor'<': foram dei xando claro que "a apl icacao do cinem a ao ensino dcve-se condi ci onar aos prcceit os gerai s d a p ed ag og ia ", o nd e 0 obj et ivo era "0 c in ema n o e ns in o" e n a o "0 ensino pel o cinema,,22.
t en so es d o m un do c on te mp on me o. E m m ar co d e 1 93 1 f oi i ns ta Ja do , e m e sc ol a d e SO O Paulo, 0 pri meiro projetor para uso escolar Em ju lb o, e nq ua nto a Fol ha do Manhil o ot ic ia va a a qu is i~ o d e p ro je to re s para oito escolas e a conclusao do
A o m esmo t em po, as diret ri zes pam a exi bi cao de fil mes, com det crmi nacoes sobre 0 qu e d ev e e MOd ev e s er f ei to a nt es , d ur an te e d ep oi s das sessoes, pam "0 rnelhor" prove i to dos efeit os da proj~ 1i o sobre os alunos, i nseriarn-se nas pretensoes
primeiro nlme produzi do em Sio Paulo s eg un do a s n on na s do cinema educativo (sobre Escot isrno), a D iret oria G eral de Ensina i ncum bi u uma com issao de organizar
racionali zadoras
urn "p~ano inicial basico" para sua i rnpl antal; li o em Sao Paulo. Com o apont ou 1.0. Orlandi, rnembro desta Comissao,« ,
s er vi ce d e u rn a c du ca ca o, d a " co la bo ra ca o d a c in cm at og ra fi a n a o br a d e rerovacao d os p ro ce ss os d e ensioo.,23. que acornpanhamos outro conjunto de documentos 10-
Esta fora de d'
. .. cinema e hoje urna forca na fonna~oo mental do individuoe por mflumdo nos movimentos sociai A . . .. '. 181s. V va a una g~o, f er e a m emor ia, t or nando pennanenles e mdeleveisas impressiles de tudo 0 q ue O s olhosvirarn. . ISSO
.
.
'00
UVI
que
0
Entretanto, considerando 0 pUbli co em geral "mais l evado pel o sent irnent o do que pelo raciodnio"l~ .. • POSIClOnava-se pel a necessi dade de disci pl inar e control ar e s s e c o n ta t o c om as imag ens16 ".... , 0 qu e COn sti tui 0 p n nc ip a l p a pe l do c in em a e du •
Eata C om is s lo
e ra f on na da
pe lo t p Ii
Jo se
.
I .. oa,m
R
calizados po r est a pesquisa, nos A rqui vos G ustavo Capanem a e Lourenco Fil ho, no CPDOCIRJ. C on fo rm e e st es , s e n o l im ea r d e 1 93 0 o s m il it an tc s d o c in em a e du ca ti ve 10 u v ar am a " al ta I ic ao d o g ov er no i ta li an o" - q ue c na ra u rn I ns ti tu te I nt em ac io na I d e Cinernatografia Educativa, sob 0 patrocinio da Sociedade das N acoes -, e m m ea do s 1 7 . C an ut e M en de s-
C in em a c en tr a c in em a, o p. c it .
1 8. 0 E s ta do d e S il o P a ul o . i n " At ra ve s d e R e v is ta s e J o r na is " , Revis ta Escola Nova. vol. Ill, julho
. evwaElcolaNova,vol.lIl,juIho1931,no3.
I~.S er T. no e V en in cm
F il ho • CIn~lIIa e EdwcQri10 SZ- P I Ed M r , ..... au 0, e!horwnentos. 1930. . 16. "tude 0 que ete (aluno) v I! e . ...,._de eonsti . . I 'fi"-"-tUI um amontoado de lIDprelS6es que precisam let' ordenadas, ........ •.... c asSI 1-.--. p.... que se lhe tomern, ig I 1e I de Sen-rio constit· "_1 ua men • It ernentol de Cllhura. Esse trabalbo de claslific~io. ....., III 0 PTUI CI ..- ~I do cmem. D e l - " .. to'· 1 " in R_.rf4 E3Co/a N o v a , op.cit, u..... vo . •. . OrilUldl-"0 c me ma n a e s c: o a ,
Filho, C",,,ma eEducacdo, op. cit.
20: Galaor de AraUjo. ''0 inema educativo " Revista Escola Nova, op.cit. 2 1. S er ra no e V en An ci o F il ho , o p. c it .
2 2 .J .C .M . d e A lm ei d a· " 0 c in em a n a e d u~ i o" .
in Revista Escola Nova. op. cit.
2 3 . C f Decreto 2940, de 22/1 1/1928,do governo do Estado
do Riode Janeiro. quando Fernando de Azevedo. c om o D i re to r d o D ep ar ta me nt o d e E du cA Ii i o do Distrito Federal. determieou 0 emprego do cinema em todas as escolas primarias.
Prof. Hu ;".:. .
154
1931.n "
3.
19.Serrano e Venincio
CSSOfeS P.ulista ; Galaor Na:t areth deAla UJO .~ epelo hvoceiierada de O rl an o endinoci P or ad o pre$ldentc d eciaO S d edFi.o t d ogonfC iaen , trV o rodfeessBarros.
1 4. L ou re nc o F il ho · " Oc in em an ae sc
que ganhavam forca no pcriodo.
E a p ar ti r d cs ta s p er sp ec ti va s d e c on tr a I e e n or ma ti za ca o d e u rn c in em a a o
Silt>
Pauo. (101.dez
J
993
J55
P "" , H Ut Dr i< l , S6 0 P au lo , ( 10 ) . • z . 1 9 9 3
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da decada, est im ul ando
s ig ni fk a ti vo
"este carat er de cooperacao
d a civilizacao
contempor anea
"24,
i nt ernaci onal "
muitos
haviam
como e n tr ad o
"0
mais
"
n a qu e la
"grande obra coletiva",
Nu m contexto em que foram instituidas agencias cinematogr Micas estatais a d o "scntido p ed ag og ic o" d o c in ema , c omo Ci ne citt a p or M us so li ni, Reischsftlmkanuner pelo Ministerio de Pr opaganda de G oclbbcls e Rei chst eU e fur den Unterric"sfllrn d o M i n i st e ri o de E ducacao
p e ri en c ia s d o cinema s o v i en c o , i n t el e ct u a is brasileiros associaram-se a a g en t es d o Ministerio de Educa.rllo e S au de d e G en il io V ar ga s, articulando 0 Instituto Nacional do Cinem a Educati vo(INCE), em conson. inci a com seus congeneres i nt ernaci onai s.
presidencia de R o q u e tt e P i n to , est a com issao centrali zou a censura, na perspect iva Na argumentar;ao de Celso
de transforma-la d e p o l ic i a] e local, em cultural e p o l it i ca
"A um sO tempo, a c e n su r a g a n ha v a u rn p la no s up erio r n as s ua s fin al id ad es e revclando ~ a c ompree ns iIo e xa ta da influencia social do cinema, operava-se a racionalizacao orgao e dos processes de controle"_25
do
responsavel pela administra9iIo da "taxa cincrnatogcifica".
Est abel ecida pel o m esmo
de.scret~ na proporcao de quatrocentos rcis por m et ro de filme censur ado, a ver ba foi desti nada para edi~o da Revista NacionaI de Educa~, que circulou por dois a no s v ei cu la nd o i de ia s e v al or es d es te g ru po n o p od er .
Para situar mais de perto 0 que reprcsentou est e decret o federal _volt ado para censura do ' . . cinem a e m g eral e para produ~iIo de um cinema educativo e m p a m cu l ar . Ja q ue c le se nc ad eo u a c ri a~ o d o I NC E -, destacamos duas o rd e ns d e c o ns i de rs co e s p re se n te s n o s d o cu m en t os oficiais pesquisados. "eclosilo
E nq ua nto u rn d oc um en to r ef er e- se a o d ec re to d e 1 93 2 c omo ma rc o para do cinema nacional", divulgando que:
2S. Kelly, Celso Inlro..l·..,lo ' 0
00 0 0 0 0:
......., a
. cinema n a educwyi o de a du lt o s" ,
assumindo entre no s e da desfi guracao nacional que cle j a opera que
0
.
0
desenvclvimcnto .,.
IlO
t emto no
da
I
n ac ro na .
fre qu en ta
" , d ei xo u
"Para que seavalie
0
110
clevado publico
reg is trad o: contraste entre
0
que 0 cinema devcria cxibir de brasileiro. de !lOSSO,
de patrimonio moral c omum, e o q ue e xi be - b as ta rel embrar d ua s c lfra ~ e m 1 .5 00 00 0 metros de tilmes censurados no ana de 1937, so 120.000 In,clros saode filmes e , d e st es , q ua se t ud o e de reportagcns para comp 1 ementos ". 7
n3ClOlIaIS
Entre as possibilidades de estudo que estes documcntos comportam, no, sentido a rcspeito das confrontacocs subjacerues de ampliar nossas formas de c om pr ee ns ao a cxpansao dos meios de comunicacao social e ntr e n os . a ss un c omo ~a s mu ua s d im e ns oe s e m q u e s uj ei to s de er uao cxper irncntar am 0 seu fazcr-se historico, intcr es so u a co mp an ha r
a s t en sa s r cl ac oc s e nt re
0
que c dcsorganizado/apagado/esquccido
Nwn c on te xt e p erme ad o d e l ut as , CO~l que e i nc re rn erua do /p ro du zi do /p ro je ta do . fon;:as nacionalizantcs e racionalizadoras ganhando cspaco, erucndc-se a decrctacao da c en s ur a a o l iv r e acesso ao s novos rccursos audio-visuals e a p ro po sic ao d e u ma e du ca ca o d os s en ti do s, d a qual fez parte 0 INCE T anto q ue , n o rnc smo decreto que c ri ou a Comissao de Censur a Federal f i co u i n s in u a d o 0 advcnto do I N C E , p r e p ar a d o, n o R io d e J an ei ro c e m Sao Paulo, por doi s outros dccretos: 0
- 0 decreto 3.763, de fcverei ro de 1933, constituiu n o D is tr it o F ed er al a B ib li ot cc a C en tr al d e E du ca ca o, c om u ma D rv is ao d e C in em a E du ca ti ve pard reunir e distribuir filmes a s escolas pUblicas28 ; - 0
decreto
no 5.884, d e a br il d e 19 33 , instituiu
E st ad o d e Sao P au lo c om m ed id as
r el at iv as
0
Codigo de Educacao
a o d es cn vo lv im en to
do
e c on tr ol e d o c in em a
e sc ol ar . D o a rt ig o 1 21 a o 1 38 , c s te C od ig o de Educacao ocupou-se e m "c ol oc ar a o alcanee da cscola a s c o n q u is t as da tecnica modema n o c am p o d a c in er na to gr af ia c
2 7. C el so
1 9 39 . C PD OC . r ef er en ci a L F. K el l y. pI
de inumcros filmes nacionais, Iacilitou
de Celso Kelly na. ABE, em 1 93 9. a rcs pe it o do "Ci nema na de adultos ", pennite r na is a lg un s d ad os c aspectos relatives a p~sc~a do c in em a e m n os sa s rel ac oe s s oc io -c ul tu ra is T ra ta nd o do " po dc r q ue 0 cJllen~a vai
2 6. " Hi s to ri co 24,Serrano e Venincio Filho, op, cit.
0 aparecnnento
A confcrcncia
e
Const it uj da por Tei xeira Freit as, Lourenco Fil ho, Jonat as Serrano e Venancio Fil ho, sob a presi dencia de Roquete Pinto, esta Ccm issao de Censura ainda tornou-se
nitiu
cducacao
Resul tando de i nt eru; os debat es em t orro da "prot ecao de m enores", sugerido e elaborado pela As so c~o B ra si le ir a de Ed uc a. ;a o, e m 1 93 2 0 decreto 21.240 detenninou a cria.ril o da pri meira Com issil o de C e n su r a F e d er al , nacionalizando 0 service de Censur a Cinematognif ica, Instalada no Ministeric de Ed~, sob a
K el ly, educador da epoca e adepto do m ovim ento de control e do cinem a edecaavo.
~n
industria cxibidora c incremcntou 0 numero decasas deespetaculo q ue a e st at is ti ca d e 1 93 7 e s ti,ma va e m 16°.,,,26 . n_' ~
K el ly
28. "Legisla cao
d o C i n em a E d uc at i vo n o R ra ., il "_ 1 93 8 . C P IX X: . r ef er en ci a G C, 3 5
oo
(}(}12,
- o p . c it ,
Cinematognifica
Brasileira '. 1938 CPDOe. referencia
lie
3 5 0 0 0 0' 2.
Proj. H I S/ a na , So o Paolo . riO! , dez. !993
1.56
Pro). Hslo,;a, Siio Ptallo, (10), tkt. 1993
http://slide pdf.c om/re a de r/full/luga re s-de -me mor ia -pie r re -nora
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do-radio", regulamentando 0 u so d e a pa re lh os , d os f il me s e a s e xi bi co es , c on fo rm e as disposi coes do decreto federal29 P elo ma te ria l p es qu is ad o, f oi- se c on fig ur an do u rn c omp le xo o bs tm ca o e a bs or ca o, o nd e a p ro ib ic ao /i nr en up ca o d e d ct cr mi na da s ci~matogr.ificas
e/ou rel a~ oes educacionais
nal lza~ ao/enquadrament o controle das demais
foi secundada
p ro ce ss o d e e xp er ie nc ia s
por m ecanismos
de out ras, que ati ngiam formas de i nsti tuci onal izacao
de ca-
e de
Alan disso,
0 Gov emo
a md a n ao t irou d a ra di od ifus ao q ua se n ad a d o q ue e la t em
n .a
0 dever
d e forne ce r a e du ca ca o p ub li ca , A fal ta d e fis ca li za ca o e d e o ri en ta ca o e du ca ti ve
d as
transmissoes radiofonicas dopais, salvo raras e honrosas excecoes, equase absoluta".3o
F re nt e a e st as q ue st oe s f oi i ns ta la do e m 1 93 6, n o M mi st en o d e E du ca ca o, s ob
_ De o u tr a p ar te , d an do a p er ce bc r d im en s6 cs d o j og o d e p od er n o i nt er io r d o pr6pno Govemo, entao em organizacao, ainda analisamos 0 decreta no 24.6.51, de 1934, que. crio~, no Ministerio da Justica, 0 D epartament o de Propaganda e D ifusao ~UItU~~d:~ IU ln dO n as s ua s a ~b ui ~o es a c en su ra c in er na to gr af ic a, q ue f az ia p ar te ~ ~ .l Iu st en o d e Edl.lCalYilo. D iant e clest a t entati va, os i nt el ectuai s l igados ao Mi~ ste no d a Ed uc a~ o e e nv olv id os c om 0 c in em a, p ar a "f az er d o s imp le s me io d e dlSCUSSaoque ele e, urn aparelho educative", empenharam-se na divisao do D epartame.nlo de P ro pa ga nd a e m d ua s p ar te s. Uma d e P ub lic id ad e e P ro pa ga nd a, q ue f ic ar ia n o M in is le ri o d a J us ti ca ; o ut ra d e D if us ao C ul tu ra l l ig ad a a o M in is te ri o d e Edoc~oo. ' Conform e docum entacao l ocal izada no A rqui vo G ustavo Capanem a (cari mbo protocolar de abril de 1936), com 0 a tr as o n a t or na da d e d ec is oe s n cs ta a r e a novos e i ncisivos argum entos foram dirigidos a Secretaria da Presi dencia da Republi ca, conforme "Exposi":u. " ." de lei para usurucrona. ........de M O b' vos " que acompanhou 0 projeto
h~ao do e ~ at tv ~, aphcavels fi I leudades
"urge dar aosprocesses modernos deregistro da palavra (discos, etc)orientacao e controle, q ue v en ha m i mp ed ir c di co es n oc iv as a b oa e du ca ca o d o p ov o, a prov ei ta nd o-os divulgacao das li~oes des grandes rnestres, coisa ate agora praticarnente inexistente
INCE. Pressi onardo para cri acao de "urn 6rgao sistemati zador do cinem a a br an ge nd o a o m es rn o t em po o s d cm ai s p ro ce ss os t ec ni co s m od em os , "'" do " . ao e ns in o e a ed uca..... p ov o, e st e d oc ume nt o d ci xa ve r o utr as dio . '. nesta mstltW'Y~Odo cinema educativo,
"Portoda parte no terril' . . I . .. ' ono n aciona , os educadores ja s e convenceram utilizer correnlemente aqueles processes de cultura espiritual",
das vantagens de
a d ir ec ao d e R oq ue te P in to , t an to 0 Service de Radiodi fusao Educati va quant o 0 Instituto Nacional de Cinema Educauvo N o m esmo ano, Jonat has Serrano organizou o Service de Informacoes Cinematograficas da A ca o Cat6lica Brasileira, destinado a c ot ac ao mo ra l d os f ilme s, s en do q ue u rn a no d ep ois , e m S ao P au lo , f oi lancada a " Or ie nt ac ao M or al d os E sp et ac ul os ", p or D om C an di do P ar di m, S ob o utr o a ng ulo d e a na l is e, n as g cs to cs e m to mo d o I NC E f ic ou e vid en te q ue s ua o rg an iz ac ao e f un ci on am en lo o co rr cr ar n e m m ei o a f or te i ni er ca mb io c om e xp er ie nc ia s s im il ar es d e o ut ro s p ai se s. C on fo rm e d oc um en to s d es te p er io do , o s c rr vo lv id os c om a p ro po st a d e c in em a e du ca ti vo e st av am e m s in to ni a c om t ud o q ue dizia respcit o a i nsti ruci onal izacao do control e e da producao de fil mes para i nstrucao e sc ol ar , a ss im c om o d e e qu ip ar ne nt os c in cm at og ra fi co s p ar a c sc ol as p ri ma ri as , sccundari as e uni versit arias. A companhando de perto 0 que vinha sendo fei to, ncsta area, nos Est ados U rudos, na A lcrnanha, Franca, Bcl gi ca, Itali a, Japao, seus promot er es r cm ct er am a o M ir us te ri o d e E du ca ca o c at al og os d e f il me s da Alcrnanha, TCvistas ofi ci ai s de cinem a educati ve, prograrnas de encontros i nt ernaci onai s, recomendarem e/ou prcpararem acordos de cooperac;ao31
alern de
N es se s cn ti do , c ha ma a te nc ao a m in ut a d o d ec re ta 2 4. 65 1, q ue e m 1 93 6 c ri ou n o M in is te no d a J us ti ca 0 D ep ar ta me nt o d e P ro pa ga nd a e D if us ac C ul tu ra l, o nd e const a not a i nformando que fora "elaborado p or J os e R ob er to d e M ac ed o S oa re s, Encarregado de N eg6cios do Brasi l n a I t al i a, de acordo com 0 professor Dr. Luciano d e F eo , P re si de nte d o I ns tit ute I nte ma cio na l d e Ci re rn at og ra fi a, c om s ed e e m Rom a". Conform e est e docum ento, ao D epartament o de Propaganda e O ifusao Cul -
Este registm , articulado COm pronunciamentos . que procuraram "tranqiiiiliizar " professores em relacao do ci y . . a o u so 0 c me rn a e du ca ti vo , n o s en ti do d e q ue M O s e ri am s ub . . reacoes a hnguagem . sntuidos . pelo seu adv e nt0, sugere que MO scm dlSCUSSOeS cmematogr:ifica se impunha . . '. no espa!;:o escolar como recurso pedagogico, E ainda pcm l~ te evi denciar m ai s controversias na uti li za'Y 30 educaci onal dos recursos audio\ ISUaJS ao alertar 0 goverro.
29. C oo i go d e EduC3~' d E 30 0
do d
sta
30. Instituto Nacional de Cinema Educativo, CPDOC.G C 3 ~ . O O .O O / 2 1 · 2 . 3 1. " Na A le ma nh a, 3R ei ch s te ll e f ur d en U nt er ri ch ts f il m, p or i n te rm ed io d e s eu s a tu ai s d i ri ge nt es , Dr. H ee lm br ec ht e B ad en ho op , e st .v ia p ro ms a e nt ra r n um e nt en di me nt o d ir et o c om a organiz~ioo naeional, semdUvida de grande utilidadepara orient....!odo n05SO l ns t ln rt o. A F ~ a o fe re ee t am be m urn campo eKlraordinanamente vuiado, e pel. propria organiz.."lo 0 0 M us eu P ed ag og i co e p e l o s eu proprio programa de ~ o. g ra nd e n um er o d e f i l me s, d a m e l ho r q ua li d ad e. p od en am s er e nv ia do s II(} n0550 pais. lmprescmdivel stria , outrossim, m an t er W l1 intercambio .illo c om 0 Instituto lnternac io na l d e C in em a E du ca iv o, c om s ed e e m R om a, q ue p od er ia f or ne ce r 11 5 m ai s p ro \ le it os a. , e c om pl et es i nt o rm ac ee s s o br e 0 a ss un t o " . " Al gu ma s o bs er va co es s o br e 0 c in em a e du ca ti ve n a E u ro p a" . R ob er to A «u n ~3 0 d e A ra uj o. s /d . . C P [x >C . A rq ui v o G us t av o C ap an em a, G C 3~.O O .O O /2
e Silo P au l o. 1 93 3. I ME SP . T or no X VI II
1.<8
Pro}. H,slo na. Pro). Htstorta;
sao Paula
sa o
PaJli o.(IV). dez.1993
159
(I OJ . dez. 1993
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t ur al c om p et ia a c en su ra c in em a to gr af ic a ( at e e r n a o
de r es po n sa bi li da de
msteno da Educacao), i n c lu i n d o t a n to a fiscalizacao g e ra I d e c in e m as e 32 da abertura de cinemat6grafos ,
d o M i-
0 controle
quanto
intcmacionais a r es pe it o d e cinema 0 [NeE e a d a p ta r am filmes importados aos chamados "irueresses nacionais", c o n f on n e e x p L ic i ~ O e . sde Roquete Pinto participando
da s discussoes e experimentacoes
educati vo",
estes seus a d e p to s b r a si l ei r os a c l im a t a ra m
de urn argilo semelhante a de filmes
"A vista destas notas ve-se que 0 INCE (...) na o copiou servilmente nenhum dos grandes modc1os do continente europeu. Procurou outras solucoes praticas correspondentes as
cientificos para 0ensino, de filmes sabre a criacso de gado, sobre asprincipais culturas e
condicoes do Brasil, sern desprezar a experiencia des precursores." "Para aproveitar os numerosissimos filmes existentcs sobre todos os assuntos, editados
.....0
encargo de propor ao Ministerio da Educacao a c~iIo
LUCE itatiana, destinado principalmente
Ii forma ca o d o fil me de educacso,
indUstrias nacionais (...) aspectos das cidades, aspectos da v id a r ur al ( . .. ) f il rn es d e propaganda politico-social, propaganda contra as enfennidades (...) e a l im e n ta c a o, e t c. ,,33
Mes m o n e s ta d i s p ut a entre os grupos or ganizados
00
pro higiene, boa
nos Estados Unidos, na lnglaterra, naFranca, na Italia ena Alemanha, consegui rea li za r c op ia s s on oras e m l in gu a n ac io na I. c orta nd o o u a mp li an do originais c dando novo sentido educative brasileiro a tais peliculas ,,37
Pmto, r e a l i z a r o o u r n b a l ar e o ci a "Si~
m un dial do c ir em a e d uc a ti v o" f ez f re n te a s
investidas do M i n i st e ri o d a l u st i ca v a l et d o -s e de exemplo da Alemanha "A ~rganiz~o alern 4 s ep aro u 0 c in em a e d uc a ti ve d o c in e ma p r op a ga n da o u i nd us tr ia l. E nisto andou com acerto. Os i nt eres se s d a e du ca ca o p Ub li ca e xi ge m fil me s d e mei er smcendade; os da propaganda e os da arte... nem sempre ." 34
A par d e st a r et 6r ic a q u e e n co b ri u q u es tO e s i n te m as a o g o ve rn o e m o r ga n iz a ca o nos ~s
1930 e das sutilezas em preci sar as fronteiras entre
0
educativo e
0
propa-
~and.IStiC~,n a d o c u m e n ta y ao p e s q ui s a da podemos a co m p an h ar q u e 0 INeE f o i i n stltuclOnahzadc em rneio a intensa troca de intormacoes de tecnicos de equipamentos d" e de 3
p ro u to s
com
seus
congenereS
intemaciOnais
.5.
U lt rapassando
3 4. 00 .0 01 2, p pl /i l.
l Il em at og ri fi ca,
. 34.0 Insti tuto NlICionaldoCinema Ed ali PINTO, 1938. CPDOC Ar . u c v o Pa rt e 1 - "S ~
Ile
. dati coodi ..1Ies socialS e
1 93 .5 . CP DO C, A rq ui vo G us ta vo C ap an em a, G C
m un di al d o ci ne ma ed uca ti ve" ,
R OQ UE TE
, q u iv o G us t av o C ap an em a, G C 3 .5 .0 0. 00 /2 , p .8 . 35. As necessidades 1 1 1 1 termos de recurs .. . . .' r in do " no m oe rc ad o ma te . I indi os te COICOS, ~ lh ag en s. m at er ia p nm a f or am r es ol vl da s adqUl. 0 referente a ed i ~l o d e f i lm es s on o n: ~, ; de ~p en sa ve l a e d l ~ d e f i l me s silenciosos~ no e~geiro 17 . peto principio, 0 INeE solicitou 11,confonne outra passagem mall expllClta: "Pan ~e~ar fessor De F eo , e rn R om a e a o D r. H el mb re ch t, e m B e r ! u n , a indkla,. io de te . CDiCOl quepudessem serconlralado Ii la virgem. 0 a1godl o p 61vora u til izado .. ~ para 0 e ns mo d a fab ri ~i o n o Brasil~ e pe c ~ Sen. wnbern v an l& jo s o o f er ec er fa vo re s o f . . p el o M lI ll st er ;o d a G u e rr a, t er ia n o va a pl ic ~. fib de film . ICIIUSlisp n me iras ais ncas I e s q ue e st ab el es se m s uc ur sa l$ n o p A c el ul os e, m at er ia p rj d fi .. . P IN TO . i de m, p .S . r na 0 lime, sera m~s Urndestino da n o na p ro du ~ io a ll l oo oe ir L" R OQ UE TE
: : ·P ro
constituicoes
0
I N C E descnvolveu suas atividades. E t ar n be m d e ix ar am e v id e nc ia s
d e q ue , e m s ua s i nt er ve rc oe s n o m u n d o da educa ca o pelas imagcns. abarcou urn amplo l eque de generos cinem at ograti cos, aproxim ando-se do perfil projetado pel os agentes do Ministerio da Just ica (vcr n o ta N o 33). Tanto que, seus pri meiros filmcs produzidos f or am: - em ju lh o d e 1 93 6 - 0 pr epar o d a v ac in a c on tr a a r ai va - dando i ni ci o a sene de f ilme s o nd e a p re ve nc ao e 0 tratamenlo de enfennidades intercruzararn-sc co m licoes sobre 0 cor po hum ano, exerci ci os fisicos e preceit os higierucos para urna vida saudavel - em set ernbro de 1 93 6 - 0 D ia da Pat ri a - "document acao
cinernatografi ca
das f es ti vi da de s
r ea li za da s n a E sp la na da d o C a st el o, n o d ia c om e mo ra ti vo d a lndependencia do B ra si l" , " co rn o s corns i nf an ti s, a s b an da s m i li ta re s e 0 discurso do potcociaIizado pclo Sr. Presidente d a R ep ub li ca ", n um envolvimcnto emocional
filrne
38 SOllOro ,
onde p r o c ur a ra m e n c ad e a r
presente/passado.
3 6. P ar a l i ma no~10d as f ac es d es t e m te rc am bi o , l oc al iz am os r eg is t ro d e q u e " um a c op ia d o p r i me ir o film. educative edita do pelo ! Ne E • Li~io pnilica detaxidermia • ficou incorporada a colecao do Insututo d. R om a". I de m. p . 1 3. 3 7. 0 c in em a e du ca nv o n o B ra si l . P ar te II_C' 19.
A funda.,,,, do [NeE", ROQUETE PINTO. o p. ci t, p ag s. J 3 e
3 8 . P ar a u rn a a v a li a, io d o c l i ma q ue e st es a ge nl es a ti n gi am c om a l f I il iz a. ,i o d o s o m n o c i n em a. v al e r er om ar Roquete Pinto "Basta e xi bi r c om s o m e s cm e le 0 f il me d oc um en t ar io d e u m a s o le md ad e c iv i ca ( . ) . p ar a v en ee r q u al q ue r r es i st en ci a o po st a a o c i n e- so n or o . " I de m, p . 1 9
Proj. Hrs,o na. 560 Pouio .
/6()
expli cacoes em t orno do t ranspl ante de "idei as fora do l ugar",
os registros pesquisados possibilitaram compr eender qu e n il o s c m me di ac ce s e re-
E n tr e1 a nl o , v a le r es s al ta r q u e,
rifi. 3 2. T al r es ol u ~i o e nv o lv ia d e de ci . do .s ve I~llo dos requisitos < l a s salas de proje~1o s quepretendlant agerincia dos cinemaMgrafos. VIS JJ. P ro je to d e D e c re ta s ob re a C e n su ra C '
INCE
Ministerio da Justica e da
d o c i ne m a e d uc a ti vo a s e us r e sp e ct iv o s poderes, os agentes b~ilelT os n a o e st iv e ra m a I he io s a o q u e a c on t ec ia e m o u tr o s p a is e s. T a n to q u e R o q uc te peIa s ub o rd i~ o o
~~o
U0
o s d oc umen to s
(101
dez.IIJ9J
161
P r oj. Hur ona, S 8aP Of I /o , ( 10) . d6: . / 993
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Est a cel ebracao de urnpassado, revivido em hom enagens ao chefe do governo, a s im bo lo s o u r ef er en ci ai s d o p od er d e e nt ao 40, m ar co u o s f il me s s ob re e pi so di os e her6is da H is to ri a P at ri a, n a o ti ca d e u ma e du ca ca o c iv ic a. M as a p ro du c, :a o d o I NC E n os a oo s 1 93 0 a in da p au to u- se p or v ar ia da e di ca o de f ilm es s ob re u so s e c os tu me s, "Mostrar
p la nt as e av es , 0 Brasil
r iq ue za s e p ai sa ge ns
d o Brasil
41 ,
n a p er sp ec ti va
de
t odo a t odos os brasi leiros", confonne acepcao de Canut o Mendes;
a o l ad o d e i na me ra s a ul as e xp li ca ti va s s ob re m on ta ge m e f un ci on am en to
d e d if e-
rent es m ecanismos, propriedades e reacoes de substancias e com ponent es, m edidas d e t em po , u ti li za ca o d e e qu ip am en to s e o ut ro s c on he ci me nt os u te is a os m et od os m odernos nas art es e ofi ci os i ndustriais42 . Est a producao oficial do Ministeri o da E du ca ca o, m ar ca da p or u rn d ir ig id o cunho didat ico - 0 q ue e c om o e ns in ar - , p e lo a pr ee nd id o n as e xp li ca co es q ue a co rn p an ha m a li sta d e f ilr ne s d o p ri me ir o a no e me io d e a ti vid ad es
d o I NC E, f ic ou
a
disposi cao de col egios e out ras i nsti tuicoes cul turais desdc 1938. Sua apresent ac;: ao f oi c on cl ui da c om u rn s in to ma ti co ., r es ta ra q ue o s p ro fe ss or es s e i nt er es se rn , d e fat o, pel o fil me, nao com o processo que subst it ui 0 m es tr e, m as c om o p ro ce ss o q ue sernpre cornpl et a a l icao. ,,43 Est e quase apelo e m ei o expli cacao l evou-nos a i nt errogacoes quant o aos usos e s en ti do s d es te s f il me s n as r el ac oe s e du ca ci on ai s e m v ig or n o E st ad o N ov o, a ss im com o diant e dos Iirni tes das i mposicoes governamcnt ai s frente a s recepcoes, m ediacoes e atribuicoes de significados par parte dos sujeitos - alvo dessas intervenc,:oes: alutlOSe professores. Sob 0 prisma ci a difusao do cinem a educat ivo em Sao Paulo, out ros docum enl os p er mi tir am n oc oe s a r es pe ito d e s ua s i rli u~6 cs c om a p op ul ac ao c sc ol ar n os 44 a no s 1 93 0 . P or s eu i nt er me di n, f ic am os s ab en do q ue a C om is sa o n om e a da p or 4 0 . C o nf er i nd o e )( pl i c~ es q u e a c o mp an h am l i st s d e f i lm es d a sene e sc ol ar d o I N CE n o seu primeiro a110 emeio de atividades, ainda encontramos: "Dia da B an d ei ra - s o le ni d ad e n a C a p it al d a R e p ub l ic a s ob o p at ro ci ni o d a L i ga d e D ef es a N ac io na l" , " Ju ra me nt o it Sandeira _desfile do Balalhio da Guarda em conti nencia ao Presidente daRepuhlica", "Dia do Marinheiro _lancamento dapedra fundamental d estatua do Almirante Tamandarl". etc... Idem, pp.20f23.
Lourenco Filho para organizar 0 plano sobre a apl icacao do cinem a na escol a encarou o ass unto nao 56 pelos anguJos pedagogic o e educacional, como pelo lado economi co. aut orizando e i ncenti vando a com pra de projetores pel os propri os est abel ecim entos escolares a parti r de fest ivai s beneficientes pat roci nados pelas A ssociacoes de Pai s e Mestres. O ri entacso que dcve t er despertado razoavel envol vi rnem o n as c om un id ad es , a j ul ga r p el o n um er o d e i ns ti tu ic oc s d e e ns in o c om s eu s r es pe ct ivos aparel hos cinem at ograficos ern 1938: 82 em t odo Est ado. A in da a K od ak , d o f in an ci am en to equipam entos z ad as m es mo
c on st a q ue , p ar a c om pr ar o s p ro jc to re s. f or am r ea li za do s a co rd os c om R io d e J an ei ro , e c om a C as a S to lz e S/A, d e S il o P a ul o, n o s en ti do d e e m 1 0 p re st ac oe s. M ai s i mp or ta nt e: p ar a a ux il ia r n o p ag am en to d os foram i nsti tuidas "sessocs rccreati vas de cinem a", que "tern side uti li d ep oi s d e s e c om pl et ar 0 pagamcnt o dos referi dos aparel hos. E assi m
m ui tos grupos escol ares conseguiram est abel ecer fundo pam a Cai xa Escol ar, auxil iar a s d es pe sa s c om g ab in et e d en ta ri o, c us te ar a s op a e sc ol ar e ir ern socorro de out ras insutuicoes peri-escolares. ,,45. Estas i nformacoes
perrnit em aprecnder os usos de "urn dispositivo do regula.
m en to e st ab el ec id o" e 0 que deve t er signi fi cado 0 a dv en to d o c in em a e sc ol ar . Avaliando 0 vol um e de espectadores que afluiram a s sessoes recreativas de cinema. e st e r eg is tr o l ev a a p cn sa r n as p os si bi li da de s d e a ce ss o a o m un do da s i ma ge ns e m m ovim ento que 0 " cinema educati vo" desencadcou ent re set ores da popul acao para quem tais visoes eram, ate ent ao, i mpensavei s. Em outra passagem deste relate, enoontramos que a Diretoria de Ensioo dispunha de acess6rios para 0 conserto de filmes, filmagens, conteccao de letreiros, desenhos e revisoes, cam aras de filmes, alem de "gerador eletnco aut om at ico desti nado a m over os aparelhos proj et ores em l ocal idades onde Mo haja forea eletrica. " Mai s w na vez, do c in em a e du ca ti vo , c ol oc ar am -s e e m e ir cu l~ em ~ n os e sp sc os e sc ol ar es equipamentos que potencializaram 0 reaproveitamento de filmes abandonados pelos circuitos de mercado, 0 conheci ment o e m anej o destes m aqui ni sm os, sem contar na pos-
s ib ili da de
d a c he ga da
d es te s r ec ur so s a r eg io es
in ac es siv eis
m es mo p ar a a l uz
eletrica, 4 1 . P or e xe ~p l o:
P e. ix es d o R io d e J a n ei ro . V ic t6 ri a R eg i a, P ap ag ai o , l o go s e d an ca s r eg i on ai s . 0 c eu d o
Bresil, etc...•dem, ibidem.
.n
0 parafuso, Alavancas, Hidrnsti tica, Propriedades Gerais da m at er i a, 0 t el eg ra fo , e tc .
4 .' . R OQ l lE TE
P IN TO , o p. ci t , p .2 6.
4 4 . T r a ta - s e de.n:lalOtioenviado a Diretoria de F.1"6ioode sa o P a ul o e m 1938pelo P r of L u iz d e Mello. enc;uregado do Servico deCm~a E d u c a ti v e d e s d e a pessagern de Fernando de Azevedo pelareferida [)iretoria. quando Filho Sell relato vern aoompanhado de impressOes sobre 0 d t s . . a lw u - s e a COfmssio naneada por L o ~ o cmemaedu~vo por parte de diretores de grupos escolsres cpor dois conjumos de trabalhos de alUJ1(~ (1936 e 19~7). realizadcs emsalade aula ap6s a exibi~lIode filmes, CPDOC. C . r C 38.00.00il.
Para promover e sust entar 0 cinem a educati vo, desti nado aos m odem os m et od os d e e ns io o e p or ta do r d e t od o u rn s en ti do p ed ag og ic o v ol ta do para regeneracso d e c os tu me s, c or re ca o d a l in gu a e nacionalizacao de cidadsos t rabalhadores, foram d es en ca de ad os p ro ce di me nt os q ue d is se mi na ra m a I in gu ag em c in er na to gr af ic a, ati ngindo urn publi co provavelm ente ate ent ao
a
m ar ge m d o c in em a e om er ci al . O s
4 5, L ui z d e M el l o. r el at or io a D i r et o na de E ns i no d e S I < >Paulo. 1938. CPDOC.
Pro} Historta;
sa. 1'",,10,
(I OJ
. d.z. 1993
C.rC
J 8 0 0 0 0 11 P 9
165
I ~
Proj. H istoria; SiJo 1'"" 1,, , ( I 0, dez. 199)
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d o cu m e nt o s s o br e a expansao d o c in em a educati ve em S a o P a ul o c o lo c ar am - n os diante ci a i m p os s ib i li da d e d e d e sp r ez a r e s ta s d ir n en s O e s: p a ra le la m en t e a o s eu p a pc l i n st ru ti v o/ ed u ca ti v o, t o mo u v ia v el a c am a d as d a p o pu l ac a o rural e u r ba n a 0 contato c om o s n ov o s m e io s d e c om u ni ca ca o e c om 0 i n u si t ad o p r a ze r das i m a g en s f l lm i c a s. N e ss e s e nt id o , c o m en t an d o a r ec e pt iv i da d e das c na rc as a o cinema educative, 0 direto r d o 2 G ru pe E sc ol ar d e S an to A n dr e r ef er iu -s e q u e " al em d e s e d el ic ia re m c o m a f it a, a p re c ia m a s e xp l ic a 't O e s, ,4 6. 0
A in d a c ab e p en sa r q u e, c oo co m it an te a a qu is i~ ao e p ro du ca o d e f il me s educ at iv os - 0 q u e t om o u i m pu ls o n a g es ta e d o p ro f. L ut z M o tt a M er ci er n a D ir et or ia d e E ns in o, q ua nd o f oi i nc lu id a n o o rc am e nt o ci a S ec re ta ri a d e E du ca ca o u rn a v em a d e 1 5 .0 0 0$ 0 0 0 para co rnpra d e f il m es e c ri ~ ao de u m a F il mo te ca _ , d e ve m t er s id o d is tr ib u id o s f il me s d e f ic ca o e d es en h o a ni ma do para o s p ro gr ar na s d as s es so es r ec rc a ti v as . E s ta p e rs p ec ti v a s e d e li n ei a p o rq u e, n o s l o te s d e f iI m e s q u e l o ca li z ar n os e m e sc ol as p au li st an as , e nc on tr am o s d oi s d e M ic ke y M o us e, c om s el o d o J NC E . E , g ra ca s a i nf or me s n es te s d oc um e nt os , p o de m os t er i de ia da p r op o rc a o e m q ue e st es f il m es f or am a ss is ti do s. N a g es ta e de A lm ei da J un io r n a D ir cto ri a d e E nsino (1936/37) t er n- se r eg is tr o d e q u e 140 a ul as m o de lo s c om c in em a e du ca ti vo fo ra m d ad as n as 3 a e 4 a s eri es , p ar a " ma is d e 570 s e ss o es r ec re a ti va s n o s g ru p os e sc ol ar es d o e sta do ". C om e st a m ed ia d e 1 para 4, a p re n de -s e q u e as sessocs rec re a ti v as i n st al ar am - se n o c em e d o p r oj et o do c in e m a e d uc a ti v o, t ra n sb o rd a nd o 0 l u ga r q u e l h e f or a a tr ib u id o i n ic ia lm e n te . 0 c i n em a e d u c at i vo continuava a frente, c om o m e ta , m a s a s s es so es r ec re at iv as , de p o si lY o o a ce ss o ri a, t o m ar am a d i an t ei ra , l ev a nd o a l in g ua ge m c in c m at o gn U tc a p a ra as escolas. T al ve z p o r isso mesmo, 0 r el at lv o s u ce s so " n a u t il iz a ca o do c in e m a c o m o e le m en t o a u xi li ar ci a i ns tr uc ao e d a e du c~ ao d os e sc ol ar es ", f re nt e a o p o uc o a lc an ;a do p el o t ea tr o e 0 r a d io , c o n fo r m e r ef er eo cl as d o P ro f. L ui z d e M e ll o, a o i ni ci ar s eu r el at o. . " Po r. s e u i nt en ne di o, t arn be m f ic am os s ab en do q ue n o p ert od o d e A lm ei da J ur uor 0 c m er na c on tt nu o u l en d o s e e Xp an di do e n ov o s r um o s f or am d ad os ", c om a comp r a d e m ai s de 1 0 f il me s n os E st ad os U n id os e a ela b or a csc d e 8 p e la D i re to r ia d e E n si no . T r atando da E sc ol a M i xt a R u ra l d o S it io ci a S au da de , d o G ru p o E sc ol ar R u ra l d a F az en da D u mo nt , do G r u p o E s c o la r R u r a l d e B a t at a e s, cia celebracao de 7 de s et em b ro n o G ru po E sc ol ar d e G u ar ul ho s e d e a sp ec to s cia v id a e sc ol ar d e o ut ro s ~ po s - n a p ersp ectiv a da c om wu dad e q ue se filrn a e q ue s e ct a a ver _, e stes In fon nes pen nilem a nlpliar no . c a lu n o s a tr ib u ir an l a o s eq . s s a c ot m p re eJ W I o s o br e u s os e s e nt id o s q u e p ro .f es s or es u ip am en o s e r ec ur so s a lo ca do s n as e sc ol as p au li st as e m 46.
FrancISCO
Ramos, diretor. Idem. p.g.
f un ca o d o c in em a e du ca ti ve . N es ta d ir ec ao , a in d a ficaram o s l ote s ~ e. f ilm es q ~e l oc al iz am o s n a E sc ol a N o rm a l d a P ra ca e n a E sc ol a P ro fi ss io na l F em i ru n a d o B ra s - m a rc ad o s p o r c en as d e f es ta s e c om c mo ra co es c iv ic o- rc li gi os os o ~ d e a ti vi da ~e s p ro m o v id a s n o c o ti d ia n o c s co l ar , c o m o C o n cu r so d e R O b ~ ~ ez I n fa n t. 11e a u la s p r an cas d e p u er ic u lt ur a - , a s s im c o m o sugestoes feitas no Anuario de Ensino de 1936/37. "Poder-se-ia
ensaiar a f ilmag em d e cella, da Historia Patria aproveitandose
d e alu no s d e n os so s g ru po s escolares. N ao s c encon tram p resen temen te
0 ~ollc\lrso
tars f ilmes n o
mer cad o e emb or a a r epr es cn !a~~o f os se jmpcrf eila:, ~~iIo d eixar iam, o s f ilmes , d e s er grundemente intcressantes, de murto valor educative
C o m e st es r el ae io n am e nt os q u e a ccmunidade escolar paulista experirnentou co m 0 c in e m a e d uc a uv o , r ea v al ia m o s e r ed i m cn s io n am o s o s o b je u vo s c a s p e rg u nt as c o m q u e i n ic ia rn o s e s te s e s tu d os . P a m t an t o, f or am f u nd a m en t ai s a s l ei tu r as d e t cx ~ os d e R a ym o n d W i ll ia m s , R o ge r C h a rt ie r, N a ta li e Z e m on Davis, qu e levantarn q~cstoes q ua nt o a o p ap cl d o sujeito receptor. 0 proccsso de producao da cultura, a constituicao d os m od os d e ser d o s a g cn t es s o ci ai s. N es sa p er sp ec ti va , a s r ela co es e ntr e a fo rm ula ca o d e t ex to sl im ag en s. c ~ s exercicios d e p o de r na socicdade; as rncdi acocs e n tr e e s te s rneios de comurucacao e os sujcitos reccptores: as consequencias de estudos pautados sob a otica passiva o u a ti va d a r ec cp ca o. g an h ar am c sp ac o e m n o ss as p re oc up ac oe s. D as p er gu nt as q ue ficaram, tornou-sc perceptivel a necessidade de aprofundarmos e a v an c ;a n no s , n o s tcrnas da e du ca ca o e das f or ma s d e c or nu ni ca ca o p am d ar mo s c on ta das estratcgias d e p ro du ca o d e s eu s in str um en to s e das artimanhas da recepcao, P en sa r o s d is cu rs os e r ec ur so s e du ca ci on ai s c om o e sp ac os p ar a a p ro d uc ao d e significacoes rnediadas pelas experiencias de sujeitos receptores, qu e nesse processo modif icam 0 q u e f oi d a do a l er lv e r/ fa z er , constitui outra maneira c om q u e e nt ra m os e m c or ua to c om 0 p r oc e ss o e d uc ac io n al . E m a lg u ns m o m e nt o s e s ta s p re o cu p ac ;. O c s ja h a vi am p e rm e ad o !lOSSOS estudos, ma s as injuncoes a p re e nd i da s n e st e projcto r ef o rc a ra rn d i me n so e s d e a n al is e da e d uc a ca o d e sd e 0 ~ nto d e v ista d ~ alu no s C p ro f es s or es , r ec o rt e q u e p r ec is a s e r e xp l ic it ad a e m pesquisas educacionais.
4 7 P ro fe ss or
L ui z d e M el l o· r el at o ri o it Direterra de Ensino. 1938, op.crt, p.IO
164 /~'
Prof. Historia;
sa o
P au lo , ( /0 ). d e :. / .' 7 93
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RESENHAS
CU L TU RA E C ID AD E EM AS CIDADESINVlSivEIS Eliana Ordunha Coelho· CALVINO, halo. As cidades invisiveis. Sao Paulo: Com panhia das Let ras, 1993.
°
livro As Cidades Invisiveis d e h al o C al vi no , l an ca do n o B ra si l p el a C om p an hi a d as L et ra s, n os l ev a a u rn b el is si mo c xe rc ic io d e r ef le xa o s ob re a s c id ad es , ao nos col ocar diant e nao apenas de seus aspectos fisicos, m as t am bem ao est abel ecer rel acoes com diferent es reali dades que as ceream. A ssim vislumbram os as cidades r ea is e a s c id ad es i ma gi na ri es d e C al vi no , i nv is iv ei s, t ra ns pa re nt cs , i de ai s o u n ao , c on st ru id as l en ta me nt e p eJ o c ot id ia no d e c ad a u m d e s eu s h ab it an te s, e q ue c om poem, tambem, a t rarna de nossas propnas histori as. Qu e c id ad es s ao e ss as ? Q ua is a s im ag en s q ue e la s n os in vo ca m q ue d ee m conta de seus usos, habit os, crencas, aspiracocs? Est arao represent adas em suas ruas. s ua s p ra ca s? F on na s d e v er e s en ti r a c id ad e. P ro je ca o d os i ma gi na ri es s oc ia is n o espar;:o... J or ge Lu iz B or ge s. e m 0 Fazedor. dizia: Um h orne m s e p rop oe a t a refa d e e s bo ca r
0 mundo
Ao l on go d os a no s p ov oa u m e sp ac o
com imagens deprovincias, dereinos, dernontanhas, debaias, denaves,de ilhas, depeixes, de habitacoes, de instrumentos, de astros, de cavalos ede pessoas. Pouco antes demorrcr, descobre que esse paciente labirinto de linhas traca a imagern de seurosto.
D a m es ma f or ma C al vi no e sb oc a u m m un do , r ev el an do a s n os sa s p ro pr ia s f ei co cs , c on ce nt ra nd o e m u rn un ic o s ir nb olo , c om o e le me sm o d iz ia , n os sa s r eflexoes, experiencias, conjeturas. Sao i rnagens que 0 h om em n ao v e e que, scm p er ce be r, v ao s en do c on st ru id as e m s ua imaginacao, Em As Cidades lnvisivets, 0 fam oso viajant e veneziano Marco Pol o descreve para 0 i mperador K ublai K han, conquistador m ongol a quem servi a, as i ncontaveis c id ad es d e s eu i me ns o i mp er io . P ar a c ad a u ma d e s ua s c id ad es - s em pr e f em in in as : •
M es tr an da e m H is to ri a, Pt
PWj. Htstona;
sa o Paulo , ( /01. des.
'c-sp
IW3
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I s au r a, A n a st ac ia , T a m ar a, D o ro t ei a, B e re n ic e . .. - u m a a b or d ag e m , u m a s im b o lo g ia . F a sc in a n te s e est r a nh a s cidades... Po r na o f al ar a l in gu a d o i mp era do r, M arc o P ol o s e e xp ri mi a de f on n as d iv er sa s, a tr av es d e g es to s, g ri to s, l at id os , r ep re se nt ac oe s. e nf im ; o u c om a a ju da d e o bj et os q ue i a t ir an do d os a lfo rj es e d is po nd o d ia nt e d e s i c om o p ec as d e x ad re z p lu m as d e a ve s, z ar ab at an as , e ai xi nh as , . .. - i ni ci an do u rn c ur io sa j og o e nt re u to pi a e r ea Ii da de . E assim 0 G ra nd e K h an ia i n te rp r et an d o s e us s im b o lo s , c o ns tr u in d o i m a ge n s , s o n ha n d o. E ss a c or nu n ic ac ao , n o e nt an to , p o di a g er ar e nt en di m en to s d iv er so s, d a m e sm a m a n ei ra c o m o nO s entendemos as cidades d e m a ne i ra s d i ve rs as . E d i fe re n te s sa o as l ei tu ra s q u e s e p od em f az er d a o b ra A i nt er te xt ua li da de , c om o u rn d ia lo go e nt re 0 texto e s ua f on te , n o s f az v ib ra r a ce nt ua nd o a p os si bi li da de
d e r nu lt ip la s l ei tu ra s M arc o P ol o n arr a f at os re ai s, d es cr ev e l ug ar es , rn od os d e v id a, s en sa c;O e s, i m pr im i nd o s ua v i~ o de e id ad e e de m u n d o, e o lo c an d o -s e a tr av e s da t ip o lo g ia d e suas narrativas, Kublai K h a n s e c on tr ap oe a e s sa r ea li d ad e c o ns t ru i da , c o rn 0 sonbo, q u e e m s ua o ni po te nc ia r ec ua e a va nc a suas cidades por o n d e q u is e r, v i sl u m br an d o em sua m e nt e n o va s c on ex oe s e i mp ri rn in do -I h es n ov as c ar ac le ri st ie as . E st am o s fa la nd o d e c id ad es r ea is e c id ad es i ma gin ar ia s. Q ue c id ad es s ao e ss as ? O n de e la s estao?
. N o s im p 6s io " Se te P erg un ta s a W al te r B en ja mi n" , p ro m ov id o e m 1 99 0 ~ Io I ns tlt ut o G oe th e d e S ao P au lo , u m a d as q ue st oe s a bo rd ad as f oi s ob re a c id ad e: E a c id ad e q ue h ab it a o s h om en s o u s ilo e le s q ue m or am n cl a? A p artir d ai t al ve z p os s a m os c o m ec ar a d es co b ri r q ue c id ad es s il o e ss as . S er gi o P au l o R o u an e t. r es p o nd en do a e ss a q u es td o , c ol oc ou q ue o s h o m e ns n l kl habitam a c ida de na me dida e m q u e e t a e u m a c i d a de d e s o n h o e , e n q ua n to t a l, e l a e s t a s u je i ta ao s dina mismos do i nc o ns ci en te e a li c ia reside. Enos homc ns qu e a cidade mor a p o rq u e e parte d e s u a v i d a de sonho,
, . M as 0 s on h o p od e s er i nt er pr et ad o , t ra ns fo rm a nd o u tc pi ca e r ul o r e cu sa nd o- o e m n om e d a r e a li d a d e.
e m p ra xi s s ua d im e ns aO
D a r n es rn a f o rm a q u e K u b la i K h a n c o n st ru i a e s sa s c id a de s e rn s u a i m ag in a ca o , e la s t am b em e st ao p re se nt es e m n o ss a c on st ru ca o ci a r ea li d ad e n o c o nt ex to u r ba n e, e s e m a ni fe st ar u d as m a is variadas fo rm as , s ej a n a m em or ia d o q ue f oi a c id ad e. n a r ea li d ad e d o s espacos q u e p e r co r r cm o s em busca da realizacao d o s n o ss o s d e se jo s n o s im p le s o lh ar d e q ue m c am in ha p el as m as b us ca nd o s im b ol os c om o s q ua is s e identifique.
M ar co P ol o possui u rn d el ic ad o o th ar . c ap az d e m e ta m or fo se ar c id ad es e st ra ng ci ra s e m p ai sa gc ns , t ra ns fo n na nd o- as e m p o es ia . N o m os . l uz es , r ui do so c on st ru co es , r ua s, p es so as f az cm c st as e st ra nh as e l in da s c id ad cs s e r ev el ar cm . E a ss ir n c o m o 0 o l ha r d o n a ve g an t e v e n ez i an o e livre. 0 d e K ub la i K ha n ta mb em n ao e st a c om p ro m et id o c om a h is to ri a d a p ro d uc ao d es sa s c id ad es . e u m o lh ar s cm m ed o. s e du t or , c o m o 0 do jJiineur p elas m as e b cco s d e P aris . n a o b ra d e B en jam in A o contrario c s o b n o s so olhar de habitantc-usuario da urbe que sofrem os as influencias d o s p r oc e ss o s d e t ra n sf o rm a ca o pelos q u ai s a s c i d ad es p as sa m , e q u e d e ix ar n m a rc as pr of unclas no c ot id ia no d as p es so as . T al ve z, p o r i ss o, u m l ei to r desavisado, tenha dificuldade e rn e nc on t m r a s s ua s c id ad cs i nv is iv ei s O n n ao 1 . . . N u m p r im c ir o m o r ne n to talvez s e ja d i fi ei l r ar er u m a l e it u ra d e sc o rn p ro m e ti d a d o s ig ni fi ca do d as c id ad es , p o is p er ce be rn os q u e e la s e st ao a tr cl ad as a os u so s q u e f az em o s d o s e sp ac os , s en d o a o m es mo t em p o a to re s e c sp ec ta do re s d as a co es , t en d o co mo p an o d e fu nd o 0 g ra nd e c en ar io , E a ss im , a o c ar ni nh ar pelas m a s , p ra c as , avenidas, s o m o s bombardcados c o nt in u a m e n t e c o rn e s ti rn u lo s q u e p o d er ao g er ar , o u n ao , u so s a rt ic uJ ad o re s d es sa l in gu ag em a m bi en ta l, e q u e, p o r s ua v ez a ca ba ra o p or i n te r fe r ir . o u n a o , o ut ra v ez s ob re 0 contexte, E l im p ro ce ss o d in am i co q ue da outra dimensao a historia d o e sp ac o u rb an e, a ss im c om o a o p ro ce ss o d e c on st ru ca o d as i ma gc ns d o c ot id ia no . T o ma -s e n ec es sa ri o. e ut ao , c or np re en d er a s q u es to cs q u e a s c id ad es c ol oc am , p oi s s ao o s e sp ac os o nd e a h is to ri a s e d a, e e ss e s en ti do i rn pl ic a percepcao nao a p e n a s do p a ss a do c o m o passado. m a s d o p as sa do e nr ai za do n o p re sente. D e ss a f o rm a , v am os v er q u e n ao i ru er es sa s ab er c om o nos, c i d ad a o s , r e ce b e m o s e ss a l in gu ag em c on te xt ua l u rb an a, m a s a na 1i sa r 0 qu e ocorre c orn e ss a li ng ua ge m q u an do , s ai nd o d o s d om i ni os d a p ro d uc ao , a de nt ra 0 m u nd o d a r ec ep cs o.
. D es pe na r a s c id ad es d os sonhos niloparece ser a i nt en ca o d e C al vi ll O . E le cna, Sl.m, c id ad es d e s on ho q u e " ha bu am " a s e id ad es r ea is , c on st ru in do a tr av es d o fantast.Jco r epre t . . , sen a c o e s d cli ca da s d a s oc ie da de r no de ma . " As c id ad es . c om o o s s o~ os , s ao c on st ru id as p or d es ej os e m e do s" , d iz ia Marco Polo ao i m pe ra dO [ E ~SS~~ s ao , c nn st ru id as c om m at er ia is d ia fa no s e v ol at ei s _ a m em or ia e 0 d es ej o mV.lslvels. S ao c id ad es d a m e m or ia , c id ad es d o s s im b no lo s c id ad es d o s d es ej os . q u e . ' re sl de m e m c ad a u m de nos.
e o s e sp aco s s e Ia ns fo m la rn , t om a nd o- se e sp ac os d os d es ej os , d as m e mo ri as , d o s simbolos. d o s s on ho s T al ve z s ej a e st e 0 p ro ce ss o d e c on st ru ca o d as n o ss as c id ad es i nv is iv ei s q u e C al vi no t ao b er n s ou b e e ri gi r. C id ad es q u e g ua rd am d cn tr o d e 51 o u tr as c id a dc s , d e o rig en s d iv cr sa s e c uj a p ais ag er n. c om o n os d es cr cv e M arc o P ol o, t ra z a s m arc as d es sa s d if er en ca s. q ue n ao s e m a ni fe st am a pe na s n os s cu s e sp ac os f is ic os . N cl as a s
1M
Im]. Histo ria, san
Proj. Historia.
"""/0.
(10),de: 1993
169
sao Paulo. ( 101. de: . 11)93
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pessoas vivern de m odos variados, reeri ando e reinvent ando cidades singulares, a s vezes eonfii tant es. Com o K ublai K han.
as
vezes superpostas,
E i nt er es sa nt e a er es cc nt ar , a po s t od as e ss as c on si de ra co es ,
q ue t am b er n
tipografieamente, 0 l iv ro t er n d oi s a sp ec to s d if er en te s: a pr es en ta e m i ta li co a a sp ir ac ao e a d i sc u ss a o s o br e a utopia inalcancavel e em redondo, 0 retrato da rca Iidade i ma gi na da e v iv id a. P od e- se d iz er q ue u to pi a e r ca li da de n un ea s e t oc am , e rn bo ra
o CO TID IA NO
convivam dramaticamente tanto atraves da desesperada visao que 0 imperador tern d o m un do q ua nt o atraves das narracoes q ue M ar co P ol o the faz sabre a possivel salvacao do mesmo.
E O EX TR AO DI NA RI O
EM
A MORTE E UMA FESTA Raimundo Donato de Prado Ribeiro*
E m s eu t re ch o f in al , K ub la i K ha n p er gu nt a a M ar co P ol o s e e le , q ue e ra c ap az d e i nt er pr et ar s ir nb ol os , s ab cr ia d iz er " na d ir e~ ao d e q ua l d es se s f ut ur os n os e m-
REIS, J030 Jose. A Morte
purrarn as ventos propicios", A nt e a respost a duvidosa,
Seculo XIX. Sao Paulo: Com panhia das Let ras, 1991.
ele concl ui que "tudo e
inutil, se 0 u ltim o p or to 5 6 pe de s er a c ida de in fe rn al, Q ue c sta I ii n o f un do e q ue n os s ug a n ur n vortice cada vez mais estr eito " . A o q ue M ar co P ol o r es po nd e:
e
u ma F esta . R ito s F un eb res eR evolta P op ular n o B ra sil d o
J oa o J os e R ei s, d ou to r e m H is to ri a p el a U ni ve rs id ad e d e M in ne so ta ( EU A) e
inferno no
Professor do D epartament o de H ist6ria da U ni versidade da Bahia, t ern se dedicado a est udos rel acionados ao uni verso cul tural afro-brasi leiro, prescnt c em: Rebeliao
qual vivemos todos os dias, que formamos estando juntos. Existem duas maneiras denao
e sc ra va n o B ra si l: a h is to ri a d o l ev an te d os m al es : E sc ra vi di io e i nv en ca o d a f ib er -
o inferno dos vivos nao e algo que sera; seexiste, Caquele que ja esta aqui, sofrer, A primeira deste ate
0
e
facil para a maioria das pessoas: aceitar
ponto de deixar de p er ce be -l o. A s eg un da
aprendizagcm conttnuas; tentar saber reconhecer quem e inferno, e preserva-lo, e abrir espaco.
0
inferno e tornar-se parte
e a rr is ca da 0
0
e e xi ge a te nc ao e
q ue , n o me io d o i n ferno n ao
E a "concreti za~ao" das nossas cidades i nvisivei s.
e
d ad e: e st ud os s ab re
0
n eg ro n o B ra si l (organi zador) e N eg oc ia ci io
e C on fl it o:
a
resisten cta n eg ra n o B ra sil escra vista (co-autor),
Em A A la rie e uma festa, R ei s t ra ns it a t am be m p or e st e U ni ve rs o, m as d if er en ci a- se q ua nt o a o l em a a bo rd ad o - na o mais correlate a escravidao - inaugurando, n as p al av ra s d a h is to ri ad or a L au ra d e M el lo e S ou za , 0 estudo das atitudes diante da morte na nossa historiografia.
A obra de R ei s t er n c om o r ef er er ci a a d es tr ui ca o d o C em it er io d o C am po S an to e m 1 83 6, q ue f oi c on st ru id o para a br ig ar o s m or to s q ll e a te e nt ao e ra m e nt er ra do s e m i gr ej as s it ua da s n o e sp ac o u rb an o d e S al va do r, p or u ma m ul ti da o p lu rie!assista e m ul ti rracial, que via no cernit erio recem const ruido a perda de uma dada o rd em e
0
temor de novos t em pos que se avi zi nhavarn, t razendo questi onam ento
a
algum as prati cas do cot idiano da eidadc de Sal vador. I nn an da de s,
a ss oc ia co es
c or po ra ti vi st as
d e c ar at er r el ig io se , n o i nt er io r d as
quais se t eciam sol idariedadcs fundadas na hierarquia social, festas e procissoes religiosas eram a rnaneirs mais comumde celebracao da vida entreos a nt ig os b ai an os
P or t ra s da p ro du ca o d es se s e ve nt os e st av am a s i rrna nd ad es , q ue s e
contavam ascentenas. Esse catolicismo ludico.espetacular,
esse catolicismo barroco, seria
tambern principal veiculode celebracao da morte. E tambem aqui •
P ro f. H ts to n a.
S a of a u lo .
papel
P ro fe ss or d ol U N IM EP e r n e st ra nd o e m H is t or ia , PUc-sP.
Pro; !t1S/ona, Sii:J Paulo. (l O),
I(I
0
1993
/71
1 /0 1 . d e : I W3
http://slide pdf.c om/re a de r/full/luga re s-de -me mor ia -pie r re -nora
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Luga re s de Me mór ia Pie r re Nora - slide pdf.c om
foi e no n ne , u m a vez que urn de s e us p r in c ip a ls o b j et i vo s e ra u rn f un er al d ig no a seus a ssoc ia dos. ( p. 70)
p er ig o a s er ev ita do e c om ba tid o; notumos
D es sa cra liz an do
as producoes funebres c omo pro du co es Iudicas, as Irmandades p ar a si, as criticas do "discurso m ed ic o" , q ue b us ca va r ed efi ni r n ao so 0
A o c on ce b er a tr ai ra m espaco
da r el ig ia o n a v id a d os h ab it an te s
n a h ig ien iz ac ao , form a,
traz ia
a em ergen cia
q ue n aq uel es possibilitava
a lte rar as re la co es
te mp os 0
d a c id ad e,
n o c oti di an o
c om o t am b er n,
d os " viv os "
d e um a n ov a co ncep cao
e d os " rn or to s " D cs ta
do qu e seria a "B oa
M orte ",
m o rr er c om urn p lan o - T es ta me nt o
- q ue norteava
principalrnente aos ritos funebres d es ej ad os , dad es
a q ue perten ciam E n es tes
o s q ua is
o s m orto s e/o u a fam ilia
te rm os , R eis a pr es en ta
es ta ri am
e am ig os
u ma a rq uco lo gia
a c arg o das Irm an-
destes.
b as ta nte
espetacuro. O s r el at es
f u ne b re , m a s i n d ep e n de n te
cia c on di ca o
a po nt am
d oc um en ta da
a s d if cr cn ca s
s oc ia l d o m o rt o,
0
morrcr b em " , g a ra nt in do
u ma b oa p as sa gc m
p ara
do c ot id ia no , r es ta ur an do
0
e ra a ss eg u-
"v iv er m al, m as
" ou tr e l ad o ' e a retornada pelos
a r up tu ra
q ue a m o rt e c au sa va
n es te .
. . 0 e s p et a cu l o l u n eb r e r e al r ne n te d i s tr a ia 0 p ar ti ci pa nt e d a d or , a o m es mo t em p o q ue m o rt o , o s c~\arnava 0 c spe c ta dor a pa r tic ipa r da dor , Re unidos solidar ios para dcspachar VIVOS, a f in n a nd o a c o n ti n ui d ad e da vida ( p. 138).
°
0
au to r,
a d estruicso
do C em iterio
a
d o C am po
Santo . Ioi a exp ressao
p or p an e d a p op ul a~ ;} o r ef ra ta ri a
r es ~s te nc la
a u rn d is cu rs r, d e urn d ad o g ru po q ue s e c on si dcr av a
civilizador ~ s
co st um es
da epoca.
0
"sab er
m ed ic ali za <; ao m edico"
d a m ort e.
F oi a in da a
d or ad o d e u rn p ap e!
preocupado
com
um a
50-
c le da ~e a ss ep ti ca , a t ra ve s d e n on na s- te nn os -p mt ic as , b us ca va i ng er ir -s e n o m u nd o dos VI\'OS e d os . mo rt os . V en do 0 e sp ac o s ag ra do d o m o rt o: 0 lugar da sepultura, 0 "ctor de conlanutlarao do a trave d . . . crvi. y rav es os m iasm as, prop un ha um a o rg an izacao lizada do espaco ~lrbaJJ() que pr opor ciona sse urna higieruzaca« da m o r te , t r an s fe r in d O os monos d o m ei o dos v i vo s , d e st in an d o- se c omo
a c er ni te ri os
e x tr a- m um s .
P ar a R e is , a tr av es da m ed ic al iz ac ;a o, b us ca va -s e r ee du ca r t am b em o s s en ti do s, . 1· 0 o lfato e a aud icso 0 he· C 11'0 s ma iz av a a preseoca d os m ia sm as n a a un os fe ra . y<1V.
A d ec is ao
(011
d e c iv ili za do re s
a m o rt e) e nq ua nt o
d os
o bj et o
c er ni te ri os
setorcs da sociedadc, a mcdicalizacao
J un to
c on ce de
n ao
e na ed ic ao d e um a serie
os scpultamcntos.
L eg is la ti va
P rO \ i n ci al e m 1 8. 15 , r cf lc ti nd o
e t en do e m v is ta a m erc ia c re sis te nci a
e xt ra mu ro s,
V Ill a discussao q ue
ao c ler o.
p or vo lt a d o secu lo X VI II
d a A ss cm b le ia
d os c cm ue ri sta s
D etalh an do m ud an ca s cerni tcri o.
e g ar an te
0
d as l nu an da de s
m on op ol io
a p rc ss ao
e m c on st ru ir
a u m g ru po p ri va do , a t ar efa
sa o
Paulo.
exaus ti vam cn te
r ne sr na . c om p ar ti ci pa ca o c on st at ar
o s deb ates
c ern bates
q ue se dao em
ch am ad as p el os h ig ie ni st as . R ei s e sm iu ca a p ro po sta as discussoes na A sscmbleia Legislati va P ro v in ci al r el ev an te
d e fo rm a c fe ti va n a el ab ora ca o, c st a p ar cc ir a.
m o no li ti ca
torno
d as
d os cm pre sa rio s d o a te a aprovacao da
p ar p ar te d a I gr ej a. E st ad o c I gr ej a p ar ti ci pa ra m
r eg ula mc nta ca o
n ao s ig ni fi ca ,
c l eg is lac ao
d a L ei P ro vi nci al.
M as
p el a p ar te d e R ci s, considcra-la f ci ta d e f or ma
n a d cf es a d a L ei P ro vi nc ia l.
r nu it o p el o c on tr ar io ,
d cs an uv ia
llJlI
c a mpo
de confl it os, onde identifica resistencias no i nt er io r e m arnbas a s p ar te s desta parceria. sej a em rel acao ao Ccrniterio, seja pelas condicoes em qu e foi fcita s ua c on -
ccssso V oz es
o po st as
do C am po
a o c em it eri o
c om o o s d as I rm an dad es p res en te s
m ai s a br an ge nt e, n em
s em pre
e
0
S an to
n os m an ife st os
d as
I rm an da dcs ,
p or t ra zc r u m a s en e d e p et ic lo na ri os
as
J ig ad os
I nn an dad es
s ao re fl cti da s
em
m an ife st os
d e c ara tc r m ais am pl o - q ue cm bo ra
-
0
manifesto
ap re se nta va
d e v an es
t ra ze nd o
u rn c ara te r
s et or es d a p op ul ac ao
cia C em ite rad a
d iv ul ga do
em
19.10.1836. R ei s, a o l cv an ta r v ia m o s p a rt ic ip an te s
a c on di ca o cia
a pe na s p el os d es ti tu fd os . e m ul ti rr aci al.
Descartardo p or i nt ere ss e
Sa o
s oc ia l d os p et ic io na ri os
" Ce mi te ra da ",
r ev el a q ue
"0
e o s re la to s q ue d cs cre -
le va nt e n ao fo i l ev ad o a ca bo
A IC m d e e nv ol ve r h om cn s e m u lh er es .
D el e p art ic ip ara m
v is ao t ra di cio na l
Pro). Hstona.
r : Pro). Histona;
in clu si ve
d e leis q ue b u s ca v a r e gu t am c n t ar
o s a rg um en to s Para
a dc pro s,
era rcccnte ja era m encion ada
p ub li co s,
e nc o~ tr ad a
l uta var n p el o s tat us
p ar a s i o s c ad av cr cs
A d es pc it o d as r es is tc nc ia s e m a mplos
n ao
n o cortejo
s oc ia is
q ue s e b u sc av a
rar urn eruerro com m uita po mp a, n o caso dos p ob rc s e escravos: v i v os d o d e se q u il i br i o
a os funerais
c om o f or ma d e c on tr ap or
de construir e explora-lo comercialrnente
so d o f u nc i on a m e nt o das I n n an d a dc s ( c on s l it u id a s dos varies setores da populacao d e S al va do r) , m as t ar nb er n, d as r it ua li za co es f Un eh re s q ue transformavam a m o rt e e m u rn v er da d ei ro
a m ort e, o s m ed ic os r ci vi nd ic av ar n
d a m ort e v ai g an ha nd o
a acao
d os q ue ficavam em to rn o de seu s desejos, nao so n o qu e co n ee me a os b en s, ma s
p or ta nt o.
s il en ci o,
0
me dic o.
f un da rn en ta do s
er a compreendida c omo a que nao causava surpresas, m as q ue
i nd iv id uo
c os tu m es .
c
c or n os dobres d os s in os e as cmocoes externadas.
e r ui do s os .
d o v is co nd e
ao c sc ra vo ,
c le f oi p lu ri cl as si st a
to do s n a d ef es a d e u ma
d a m ort e " ( p, 330). u m a v i sa o c o n sp i ra t or i a
e co no nu co
e st av am
Pauo.(/0). dez.'fJ9j
da " Ce mi tc ra da
m an ip ula nd o
" , d e q ue g ru po s m o vi do s
t al a co nt ec im cn to .
e m q ue a cu ltu ra
1".1
(IO J. dez. 1993
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r el ig io s a s e cu l ar f o i m e ro v e rn i z i d eo l 6g ic o r n ar ca ra n do a s " v er d ad e ir as
i n te n co e s"
desta rebe Iiao, as peticoes das irrnandades colocavam
0 problema
de outra maneira:
0
declinio material
dascoufrarias, seguiria dodeclinio religiose. Economia ritual e material eram duas faces da mesma moeda (p.3 30).
LIN GU AGE M
A p o s 0 l ev an te , s eg uc -s e u m a d ev as sa q ue n ao c he go u a a cu sa r n in gu em . 0 C a mp o S an to f oi i nc or po ra do p el o P od er P ub li co e , e m scguida, r ep as sa do p ar a a Ir mandade de M i s e ri c o rd i a e m c o n d ic ; o es d e s fa v o ra v e is ,
L ITE RA RI A
E H IS T6 RI A
EM
OCAMPO E A CIDADE:NAHISr6RIA E NALITERATUM C a r lo s A l b e rt o A l v e s de Souza"
°
le van te _ u ma e pi de m ia d e colora No entanto, em 185 5 - v in te a no s a pe s pr ovocou 0 a ba nd on o d e v al or es a te e ru ao c on si de ra do s s ag ra do s e a o cu pa ca o m a is e fe ti va d o C a mp o S an to , 0 q u e l ei s e a u to r id a de s MO h a v i am c o n s eg u i do . . M esm o enfrentan do a escassez no B rasil de urn a histori ografia sobre ntos t un er an os , R ei s a pr es en ta u rn t ra ba lh o q ue v er n s om a r e m u it o, n a n os sa p ro ducao ligada a H i st 6r ia e C u lt u ra . T r az q u e st o es q ua nt o a o u so d e c on ce it os c om o p r og re s so o u e v ol u ca o e a p re s en t a o s d is c ur so s c u lt u ra is a d vi n do s d a s a ti tu d es d ia n te da m o r t e c o m o p o s s ib i li d a d e de Ie-los e n q u an t o a m a l m ag a s de temporalidades distin-
W i l li a m s , R a y m o n d . 0 c am po e a c id ad e: n o h is to ri a e n a l it er at ur a: S i l o P a u l o, Companhia das Leuas, 1989.
o I n gl es
R a ym o n d W i ll ia m s, h i st o ri ad o r da " cu l tu ra " , p a rt ic ip a nd o d e intensos
debates no interior da U n iv e rs id a de d e C a m br id g e, a p a ti r de 1 9 39 , t ev e a o p o rt u ni dade de aprofundar 0 seu rel acionament o com 0 m arxi sm o, produzi ndo, j a como p r of es s or d a qu e la i n st it u ir ;: il o , e s c ri to s s o br e L i te ra tu r a. R e al iz o u w n a r el ei tu r a d a obra de Marx, e st ud an d o c on ce it os c om o "cult ura", "estrut ura", "hegernonia", "civilizacao", "ideologia" e "tradicao ", l e v an t a n do q u e s ti o n am e n t o s importantes.
las.
Em s ua o br a Marxismo
e L iteratu ra , nos diz que
q ua nd o p erce be mo s d e s ub it o q ue o s c o nc ei to s mai s b as ic os - o s c o nc ei to s, c omo s e d i z, dos quais partimos - nao silo conceitos, mas problemas, e Mo problemas analiticos,
mas
rnovimentos hist6ricos ainda nlio defmidos, nilo ha s en ti do e m s e d a r o uv id os a os s eu s apelos ou seus entrechoques ressonantes. Resta-nos apenas, se
0
pudermos, recuperar a
substancia de que suas fonnas foram separadas (Williams, 1979; p.l7).
E s ob a e gid e d e u rn p e n s am e n t o d i fe r en t e a r e sp e i to d o C O J ; K ; C it oe " c u lt u r a" e m r el ac so , p o r e xe m p lo , a o s " m a rx is m o s" r ed u ci o ni st as , h is t or iz a do e d e se n vo l vi d o po r Raymond Wil li am s, que se corsextual iza a su a obm 0 Campoe a Cidode, de 439 p8ginas, publicada no Brasil em 1989 pela Cornpanhia das Letras, examinando o s " m od os de v id as " r ur al e u rb an o, u ti li za rd o a l it er ar ur a i ng le sa , d o s ec ul o X V I s a o 2S c a p it u lo s q u e a p r es e n ta m ao XX, c om o f on te h is to ri ca p am a s ua prod~. a s m ud an ca s o co rri da s n a s oc ie da de i ng le sa , n o c am po e n a c id ad e, c om a na li se s das t r an s f or m a c ee s e s s en c i ai s de m e nt al id ad es e c om p or ta m en to s n a I n gl at er ra n os ultimos seculos. •
P ro fe ss or cia Universidede
Federal do Acre, dou1orando do Program. de Hist6 ria, PUC-SP.
17J P r o. Hs t tr na; sao P auo. ( 10/ . dez. I 9J J
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Raymond Wil li am s procura caracteri zar que as cul turas do c amp o c da cidade t er n g ra nd e r ep re se nt at iv id ad e
n a v id a d as c om un id ad es
o q ue a co nt ec eu
h um an as . S ao realizacoes
f oi m en os
0
cercamento em
51 -
wn s im pl es m et od o - d o q ue
0
mais palpavel de t od o u rn s is te ma q ue v in ha s e d es en vo lv en do h av ia muito, que ja assumira varias formas eainda viria a assumir outr as ta ntas, Os quilornetros esabelecimento
hum anas, com seus contrastes fundamentais, muitas vezes reduzidas a comparacoes d is cu ti ve is , c om o p or c xe mp lo , a d e c on si de ra r 0 c amp o a ss oc ia do a u ma f or ma
e quil6metros de cercase muros,os novos direitos expresses no papel, representavam a
natur al de vida - de paz, de i no ce nc ia e v ir tu de s s im pl es , c om o l ug ar d e a tr as o,
d ec la ra cj o
i gn or an ci a e l im it ac ao s ab er , c om un ic ac ao ,
A d e a ss oc ia r a c id ad e it i de ia d e c en tr o d e r ea li za co es l uz , c om o l ug ar d e b ar ul bo , m un da ni da de
e a mb ic ao , M er o
de proprietario, seculo XVI, agora estava
forma l d o n ov o p od er c on st it ui do . 0 s is te ma economico
arrendatario e trabalhador, que ganhava terrenos deste explicitamente no poder (Williams, 1989, p.ISI ).
_de
0
equivoco. Para Wil li am s, a reali dade hist6ri ca m ostra que a forma de vida campestre e ng lo ba a s m ai s d iv er sa s p ra ti ca s e a c id ad e a pa re ce s ob d iv er sa s f on na s. Para Raymond Wil li am s, "a vida do c am po e da cidade
e
m ovel e present e;
m ove-se ao l ongo do t em po, atraves da hist6ri a de urna fam il ia e um povo; m ove-se e m s en ti me nt os
e i de ia s, a tr av es de u ma r ed e d e r el ac io na me nt os
e d ec is oe s"
(Wi ll iams, 1989; p.19). Est udar essas vidas, essas cul turas, concret am ente, c ad a a ut or u rn p ro bl em a d e perspecuva
A sua perspectiva
e
de analisar
0
e
para
c amp o e
a . c i~ de a p ar ti r d e e xp er ie nc ia s e s en si bi li da de s v iv id as , p or i nt er me di n d e f on te s l it er ar ia s, P ro ~u zi da s ~ r a ut or es q ue d er am a o c am po e a cidade signi fi cados diferent es, em epocas diferentes, fazendo fluir val ores bern diferenciados.
Com i st o,
emc.r~e u,~ diS~ussao a respeit o da sim bologi a das p oe si as " bu co li ca s" e " na ob uc ol ic as , d e d if er en te s p oe ta s i ng le se s e s ua s r ef cr en ci as a o c am po e a cidade, e m p le no d es en ro la r d as t ra ns fo nn at ;o es c au sa da s p el a R ev ol uc ao I nd us tr ia l. A -"" tra fi problemMica de Williams a todo momento e' m ost id ' ,rar as ns orrnacoes ocorn as na Inglaterra, ant es e durante a Revol u~ il o Industrial, i dent ificando a formacao social de, uma popul ~i lo
pais,
i nglcsa bern nos pri m6rdios da forma«; il o do capit aJismo naquele
As t ransfonna<;l3es ocorrid . . . as no campo e na cidade, na Inglaterra, vistas por Raymond Wil li am s, sao acompanhadas t am bcm por m udancas no i nt erior da literafi' . tura inglesa: poemas que tratam b scnh '. '. so re 0 re ugio n o c am po ; p oe ma s s ob re m an so es 003.lS; IIteratura como objeto de prega~i lo m oral e l igada Ii eti ca do m el horame nto . 0 r oma nc e n o . I XVI 0 , por exemplo, foi a fonna m ai s cri at iva cia epoca . ,u be . A hter atura vai assumindo ca t ,.
se c
r ae eXVI ns tlc as m destimulada if er en te s e m s ua ma ne ir a de que " ve r"s e ocampo e a cidade, do seculo ao XX, pelas mudancas a pr es en ta va m n o S Oc ia l n a ult ral ' c ura ru e na cultura urbana inglesas onde por ' '. cxemp I0, 0 processo de expropria"oo desenvolvl .... camponesa, causada pelo capitalismo agrario, em esenvolVlmento na Ingl t ' b . a erra, e astante forte. 0 processo de cercamento e VlstO como urn processo que tinha . d ' . r ai ze s e sd e 0 secuJo XIII, e atingiria urn primeiro I" c imax nos secuJos XV e XVI. Para Williams,
Na o m en os imp or ta nt e, n a ob ra 0 C am po e a C id ad e, e a abor dagem da l it erat ura a respeit o da m odificacao radical ocorrida na pai sagem, onde fica claro 0 r ap ido p ro ce ss o d e e xp an sa o e tr an sf or ma ca o d as c id ad es , f lu in do as f or ma s d e r el ac io na rn en to e nt re a s p es so as n a c ul tu ra u rb an a e s ua s e xp er ie nc ia s v iv id as 00 i nt er io r, p or e xe mp lo , d e u ma L on dr es , q ue e v is ta p el o e sc ri to r H ar dy , e m 1 88 7, c omo u ma c id ad e " in ca pa z d e s e v er ", c om 0 processo em andam ento de desagregacao social. m ot ivado pel a Revol ucao Industrial, onde e pressenti da a ausencia de sentimento comum. Ninguem c conscient e de col et ividade. Para Engel s e Marx, em s ua s o bs er va co es , e m ) 8 44 , n a I ng la te rr a r ev el av a- se u ma c on sc ie nc ia p ro le ta ri a c ole ti va , q ue t ra ns fo rm ar ia a s oc ic da dc a p ar ti r d e s ua s b as es n a in du str ia e n as c id ad es . E nt re E ng el s/ Ma rx e H ar dy . a d if er en ca e ra d e p er sp ec ti va s, n a a na li se d a cul tura urbana i nglesa do secul o XIX. C om o d is cu ss ao f in al , W il li am s f az u ma a na li se a r es pe it o d a e vo lu ca o d o c on ce it o d e " Me tr op ol e " e s ua r cl a~ ao c om a s s oc ie da de s a gr ic ol as o u " su bi nd us t ri al iz ad as " A s s oc ie da de s " me tr op ol it an as " s ao v is ta s n o c on tc xt o d e s eu d es en vol vi ment o historico, do secul o X X, com o Est ados "avancados" e "deserrvorvi dos", i ndustriali zados e com o centros de poder economi co, pol it ico e cul tural, que operarn m undi al ment e via exploracao economi ca e control e pol it ico, ext raindo ali ment os e materias-primas das a r e a s "subi ndustriali zadas". 0 exemplo pode, com o sugere 0 propri o aut or, vol tar-se para a Ingl at erra, que no secul o XIX, est as funcoes se davam no i nt erior de seu t errit orio, para em pouco t em po arvorar-se a alcancar out ras regioes do planeta, proletari zando uma i mensa cam ada de c am po ne se s n as t er ms m ai s d is t antes, O rw el l, que vira pessoal ment e alguns desses proletari os, escreveu em 1939:
o q ue n un ca l ev amos e m c on ta e 0 tato de que a maioria esmagadora do proletariado britanico naovive naGra-Bretanha, e sim na Asia e naAfrica (Williams, J 989, pp.378-9) Para escrever 0 C am po e a C id ad e, Wil li am s uti li zou com o fonte a l it erat ura in gle sa e qu e ta lv ez , s eg un do e le p ro pr io, s ej a a ma is r ic a e m te rmo s d e g ar na d e t em as r ef er en te s a o c am po e a cidade, de uma Inglaterra que atravessou urn processo
/76
Proj. Hj~I"na.S60P_lo, (101,dez./993
P ro ].
H s t or r a,
S i o P QU /( >. ( 1 0 1. d ez
1<)93
http://slide pdf.c om/re a de r/full/luga re s-de -me mor ia -pie r re -nora
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Luga re s de Me mór ia Pie r re Nora - slide pdf.c om
d e d es cn vo lv im cn to
h is to ri co - p ri me ir o n um a e co no mi a c n um a s oc ic da de
r ur al
d ep ois n um c on te xt e u rb an o - m ui to c ed o c d e mo do mu ito c or np le xo , o nd e !laC fica dcscartada a possibil idade desse processo ser cst udado com m ai or profundidade e m e st ud os m ai s c om pa ra ti vo s,
e m c ad a u rn a de suas fases historicas.
Pro) . H istoria, SiivPaI J/o, (J 0 ), d e: . 1 9 93
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