Louis Dumont - Ensaios Sobre o Individualismo Cap 1

GÉNESE,I

Do Individuo Fora do Mundo ao Individuo no Mundo Este estudo compoe-se de duas partes. parte principal incid incidee so br os primeiros séculos do cristianismo. Nela ohservamos as primeira ctap as de urna evoluçào. Um complement ou epilogo mo most st ra quai foi, longo prazo, o desfecho dessa evolu çào c Ca lvino ** .»

Os começos cristâos cris tâos do individualismo individualismo

indi iduali Nas ultimas écada s, mod rn mais, a aIguns de nôs, coma um fe n6meno ~ c ~ p c i o

apresentou-se cada vez na ist ôr ia as civili

n a l 

1981, 81, sob ublicado ubl icado (m Le ébat, 5, Sctembro-Outubro de 19 ti tul o: «A genese cr sl do individualisljJ10 mod erno. uma concepç âo modifï ada das ossas origens)) (c m in ês: Reli

gion,

pp. 1-27, cf.

di sc ssào

ibid pp.

83-9 1)

primeira pane uma versào france francesa sa da cneke Lecture apresentada no Lady Marga •• rel Hall cm Oxford, cm Maio de 980 cf. ante ri or ment AnnuaÎre l'lco/e pratique des hau eséludes,

6. secçâo para 973-1974). hipOtesc hipOte sc gc l foi suscitada por:lm cOI6quio de Dae primciro milenio a.c.. e muito dcv aos seus participantes, principalm nt ntee

da/us sobre

Arnaldo Momigliano, Sally Hum phreys c Peter Brown, pelas suas eriticas e sugestôes (cf. Dae 975. para um pr imeira apresentaçâo da hip6tese, que as criticas contr ulram para modificar e alargar). 0 comp ento sobre Ca ino foi prop osto sem in âr sob e « Ca Categoria tegoria dc Pessoa» (O ford, Wolf Wolfson son Col!egc, Ma dc 1980). daJus, Primavera de

...... ;f,.

INDI II ID

AL S.\l

fundam ividuo ta idiossincrâtica co or gc Para certos aulOre s, zaçôes. Mas, se dcla de III . ct aver acordo quanto as sua 1. em mai força trata-se e u rn tal, esta longe onde nom Ismo sob elUdo os pal ses Para outros, su ge corn l. e cm toda a parte prese . . q u e . . . c s ~ e  p r e  d Mais frequenterncnte sem es a ascensao ur l m e n t o , o  co . da id eia na nossa era ça

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Para alguns estudioso da

proporçoes va ve class ca ju CQ-c s di sc urso cae nte» obra de ,. d as névoa do pensa~ p o ê â  Ciasslca, a descoberta na. Grcc 6pnos como ln hornens qu e se vI pr tcnas mito a entregar se iam dissipad ao so .. -" mente con so tercomeçe histona proaco tecirnento assma an as armas a razao. e a es ta afi rmaçào que todavla decerto guma ve priame te Ita. a, que ganha no mund de d rnasiado estrc ta, ao estre ma de Im çao modificada Para começar, __ evera pelo menos, ser hoje um provlOclano, em ve dafiloso ma tê ria pnvl!çglar a re Iglao ---:e s ~  _ - - -- -d e esta em rel açâo Im ed soclO ogo '- age sobre toda __ .. o : e ; , ; a , ! ! : ! e , - , , " = = = . . : c . - '  fla porq e a re Iglao - " , nroce -corn a ; ! C Ç ~ o  FOI nsideraçâo de causa e . la no ssa parte qua quer co eixemos o pe ·deias e de valo es, redes id eo nte co fig raçoes e efcilo e estu eruos fundamentai que pressupoem, Eis ogic as, tentando tlO lr as relaçoes quer coisa do indi idu li smo minha te se' a qua termo aproxlmatIvo mundo que os rodeia, mas os primeiros cflstaos e moderno presente n no familiar. Na reahdade, nt qu indi Idu . ao se trata exac ame das por uma tran formaçao tao encontram-s separa 'f3. .forma anl1ga e nova ao meno de dezassete sécu\., xa qu foram necess no ;;-' radical tao co mp 0'" ez essa mudança continue amda os de hi sto ri a cri sta para a comp tar, ta v. primeiro na ge liza );,;::-" .\ \} '\ "') , 'ao foi rmento pnnclpa '>\Jo) os nossos las No quadro o: nossos hml re Igl em-seg wda na ua evO çao, d. çao farmu ,?. .. I·smo moderno por assim ze III ua d· ree cO ,ope ma cer' tes cronol pécie, uma nta u:!nsforta corn caracteduplo uma ongeli1 ou êIdvento d .. ... ensa cre que me on ma çâo nu ma outra especle. "etapas ransfarmaçao. algumas das pnme ras --nzara-ongcll'l assma ar .0 cond ensada do que se segue, perd oa a a abstracça 'd de e na Espero que specificlda e seJ cultur a unt a Para ver os a nossa co rn ou tras culturas. SO aSS lm ct spectivar con rastan . necessl arnos e per. de modo parecerâ ObVIO: b't al De podemo omar conSCI de alg odo, no ssO dlscurso a 'to fundamento familiar e Imp Ci d . os duas cO·lsas ao me mo tempo: , d' 'd )) eSlgna quando falamos de «Ill obriga-nos a di tin uir os um valor. comparaça-oujeito d aën -- '''-·emp(rico falan 0, um obJecto ora analiTICa7üentëOS dois aspectos: por um ,.

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exe plar ndividual da cspécîe umana, ai querendo, o sc encon tramos m todas as soc ades; or outro ade er mora cpend nt e, autonomo, or con se quência esse ialmente nao social que veic ul os nos sos va lores supremos e ocup primeiro lugar na ossa ideo Vis a, ha du as ogia modern do mem da sociedade. Deste ponta espéc es e sociedades. Nos casos em que Inqividuo va QL..S..upremo falarei de i n d i v i d u a l i ~ m o ;  nos casos o p o s t 9 ~ e l l l : . . . g J 1 . ~ Q . . y a l o L e s t a  s o c i e de holismo à a c r 2 i @ J ! ! i [ t Q g 9 t l ' Èm traços largos, problem das origens do individu lismo estâ cm /s ber como, a partir do tipo geraJ das soc dades oli tas ,"Sê pôd d e s e ~ E . ! . : ver um nOVQ tlpO contr di zendo fundame ntalm nte concepçào comu CÔÎÏÏoror os e] essa transiçào co podemos n6s conceder uma tran içao entre estes do uni ve sos antitét êOs: estas dua ; g i ~ ~ ~ veis? comparaçao corn indi suge uma hip6tese Ha mai de doi mil que a sociedade indiana se ca acleriza po r doi traços complementa es: a soc eda impôe a cada um uma inter pendência trita que bstit ui ao individuo taI como conhecemos:=m njunt aç-es obr igat6rias, as outro l in tituiçào d renuncia ao mund permite a plena e p e m i ; n ç i a ~ u : & q que es contece que esse home espo save por toda as inovaçôes religio sas qu r e n u n c i a n t e ,  fndia c o n l f e c e u ' A l  disso, podcmos ver claramente os texto antigos a origem da instituiçâo e compreenderno a co rn fac lidad :... homern gue procura a vcrdade ultim abandona vida social suas impo çôes pa ra se consagrar ao se progresso e ao se destmo mundo SOCIal que aelXOU para tras, vê-o distância, como go se m ea li dade, descoberta d si confunde-se para e, âo corn a salvaçâo o sen tido ristâo, mas co.m libertaçào do e n ~ r a v c s  da ida tai como ela ivid ne te mundo, renunciante basta-se a proprio âo se preocupa se nao cons go, seu pensamento semelhante ao do individuo moderno ma co rn um difere ça a p ~ s à r  de tudo essencia : no vivemos no rnundo social, ve fora esse mu rlo. Foi por sso que ame ao renunc13n tc oomno um -mnêI vl du ç-t or a-do-mundo», Co mp tivamente, somo «i ndividuo s-noum individuo ex tra-munda o, Farci mund m}, indi iduo mundanos, aqui um se int ivo da oçào de «i ndivfduo-fora do-mu ndo», e gostaria de chamar a atençâo para esta estran ha cr at ra e para a ua re açâo carac!e rîstica corn a sociedade. renunciante pode vive com remita solitario ou

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Cf. Dumont «A renuncia

ligi6es da

india)) (1959), em

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35

ENSAIOS SOBRE

NDIV/D ALISMO

GÉNESE,

juntar-se a um grupo de confradcs na r e ~ u ~ sob a ~ U l o r i d ~ d e  de h b e n a ~ o »  p a ~ l rnestre-renunciante, represemante de urna «disciplIna cular. semelhança corn 3S anacoretas ocidentais ou entre mosteUQS budlS tas e cristàos pade ir muita lon ge. Por exempla, duas espécies congre gaçôes i n v e n t a qu independentement urna da outra aqU110 hamarnas voto maioritario. renuneiante1"- do b'/smo que separa que essenciak para munda social e do hornem-no-munde Em primclfo lugar, c ~ m m h . o  libertaçào abre-se apenas quem quer que deixe m u n d ~ .  a n ~ , ~ ç a o  relativamente 30 munda social a condiçào do desenvolvlmento espmtua! individual. relativizaçâo da vida 210 mundo resulta ~ ~ ~ i a t ~ ' ! l ! n t e  :.. remincia ao mundo. S6 pÏritôsOëfdentais puderam corneter erfO supor Qûèëërtas seitas renunciantes tentaram alterar a ordem SOCial: A mternc çào corn 0 mundo social assumia outras forma Antes maiS, ~ e n u n ~  ciante depende deste mundo para a sua subsistência, e ~ a ~ J t ~ a l ~ e n ~ e  mstrm hornem-no-mundo Historicamente, ha toda uma dla ecuca mdlana que assim foi posta em movimento, mas que teremos que deixar aqui lado. Conservemos na mem6ria somente a ituaçào inicial tal como a l D ~ a  encontrarnos no budismo. Excepto no casa de se juntar congregaçao, 0 go recebe como liçào apenas urna ética relativa: ser generoso para corn os monges e evitar as acçôes excessivamente degradante s. Precioso para n6s em tudo isto facto de senvolvlmento mdlan.o se compreender corn facilidade, e parecer na v e r d ~ d e .  ( ~ ~ a t u : a l » .  partir dele, podemos formular a segu nte hip6tese: se I n d I V l a ~ a ~ l s ~ o  a ~ a r e c e r  numa sociedade do tipo trad ciona holista, sera em opOSlçao .soc edade e coma urna espécie de suplemento re ativamente a ela, quer d I . Z e ~  s o ~  forma do individuo fora-do-mundo Sera po ss ivel p e n s a r - ~ e  que fOI assun que inrlividualismo começot no Ocidente? Trata-s p r e c I s a ~ e n t e  do que vou tentar mostrar; sejam q ais forem as diferenças no c o n t e ~ d o  d a s . r e ~ sentaçoe s, me smo tipo socio 6gico que encontramos mdlvl ~ n d ~ a  f o r a ~ o m u n d o  g a v e m e n t e  presente no c n s t I ~ dor no inicio da nOSsa era. __ tf,... Nào ha du vidas acerca da concepçào fundamental do h o ~ e m  n ~ c ~ d ~  dos nsinamento de Cristo: camo disse Tro ltsch h
"A"_

diferenre. Eis uma tese baSlante arroja da que parece, primeira vista, con tradize concepçôes "bem assentcs. De facto limita-se a modifica-Ias, per mit an cular me hor do que per pectiva corrente um grande nûmero de dado dispersa s. Admite-se em geraI que transiçâo do pensamento filo s6 ico de Platào de Arist6te es para as novas esco as do periodo he enis tico mostra urna descontinuidade (<
George H. Sabine, A His/ory

of Political Theory,

Londres.

1963 3_

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143.

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que sofre] C0I1(31110 que

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quando Este traço para no tào estranho mostra que, mes eSloico reg essou ao mundo de uma maneira que al eia ao renuncianle indiano !rata-sc para e a p e n ~ s  de um adaptaçào secundaria: no fundo ontinua def in ir-se se mp re camo estra ho ao undo. este individualismo filosof co? CQ mo compree nder gé nd i· alismo ê a pomo uma evidência para n6s que caso presente é habi tu lm ente co id erado sem mai como um consequ ia da ruina da poli grega da unificaçào do undo " · ë s t r a n g ê T ~ o ; o ü b K f b â r o s  con fûriaiaôS so pode de Alexandre. Sem duvida ha aq ui um conte iento hi storico sem precedentes que pode ex plicar mu tos traças mas nào, pelo menos no meu ente der, a e ergência, a criaçao ex nihilo do individuo va or. Terno antes do mai que olha para 0 ado da propria filosofia. co mestres elen sticos nao s6 foram oca io almente b scar para se so proprio elemento aos pré-socrâticos, nâo 50 sâo herdeiros dos sofistas de outras cor entes de pensamento que se no deparam submersas durante periodo classico, ma a aClividade f il os6fica, cxercic o continuado por geraçôes pensadores da indagaçào raciona deve ter ar si pr6pria a li mentad individualismo, porque a razào, se em principio é universal, tra exe ce, e, pela menos balha na pratica através da pessoa parti ular qu implicitamente, afirma a sua preeminência sob re todas as coisas. Pla tào e Arist6teles, depoi de Socrates, tinham sabido reconhecer que 0 essencialmente um ser social. que os seus sucessores elenisticos fizeram foi no fundo afirmar coma um dea peri or id ea do sab o despre dido da da social. Se fo esta a filiaçâo as ideias, a vasta tra sforilla ào poli tica a nasc mento de um lm pério Universal provocando relaçôes in te si ficadas em toda a sua cxtensâo, tera sem qualquer duvid favorecido movi mento Noternos que, neste meio, a intl ência directa ou indirecta do po indiano de renunciante ào pode ser priori excluida. aind que os dado sejam in uficiente s. .... Se f6sse necessaria uma demQ straçào do facto de que à' mcntalidade extra-mundana Împerava ent pessoas in struida em eral, no tempo Cristo, poderiamos descobri-la na pessoa de um judeu Fi on xandria.

il por Edwyn Be\ an, Stoïciens el Sceptiques, Pari s, 1927, ;J.63, raduzido do Bh agavad inglê . Este amor viu benl a seme lh nç corn a renûnci indiana. ita longam.:!l1l Gita para ind car 0 para lelismo cam a uiximas do eSl6 cos acerca do dc prcnd menlO (ibid., pp. 75-79), de facto a Gîla contêm ja a adaplaçào da nuncia ao mundo. Cf. ({A renuncia .. loc cit., cçao 4.

38

Filon 1ll0 lrou fUlu l"O apo og s ri àos como ada 3r menS3 QCm digio um plHlli o pagào in lruido. Expri me calo rosamentc a sua fe;vo ro sa predilecçao pela vid cO lll mplaliva do recl so, a que anse impacien temente regressa r, epo de 1er înrerrompido apena para servir sua comunidade piano pOlÎtÎCo coisa que ias fez corn di sl inçào. Goode nough mos lrOll ec samcnte como esta hierarquia do dois modos de vida e a da fé jud aica da filosofia pagà se reflccle no duplo jujzo poHtico de Filon, ora exotérico apolog lico>ora esolérico e hcbraicol. Itando go ra ao s t a n i s c ~ m e ç a r  por dizer que 0 meu prin pal guia sera historiador sociologo da greja, Ern Troeltsch. No seu vo lumoso ivra, As DOM/rina Sociois dos 19rejas e dos Grupos ris/Gas publicado e 1911 e que pode ser con id erado um obm-prima, T r o e l t s apresentara jâ uma imagem re tivamente unif cada, no seus pr6pri os ter ma s, de «toda a exte sào da historia da 9reja Cr stà»2 (p VIII). Se exposiçào de Tro ltsch l'od cm certos pontas ecessitar de ser completada ou modi ficada 0 meu esfo ço CO ira principalrnente em tentar alcançar graças perspect va comparativa que acabo de boçar uma im agem ainda mai unificada mais im es do onjunto, c onqu an , d mom nto, s6 os pemos de uma parte desse conjunto3 Tr ta-se de matéria conhec da, e im ilar- ei so ar esquematicamente algun traços criticos. Re su ta dos ensinamentos de Cristo e em seguida de um indiv iduowem-relaçâo-co _DellS)} Ha, diz Paulo que cristào T r o e l t laçào ( ( i l 1 d i y i d ~ a l î s l ! l . : L . a . ~ ~ n j y e ! g t l i ~ m o . _ a b s o t U l 9 ) !  na s. A a ma individua recebe va corn etern a sua la çào filial corn Deu s, nessa r e l ~ ç à o  que igualm ente se fundamenta a rraternidade huma na: os cri âos reun mw sc Cr sto, de qu sâo os membres. Esta afirmaçâo extraord in ri itua-se num ana que transcende 0 undo do homem das in lituiçôes soc ais, embora ta bém e as procedam de Deus. An !lIfrodllClioll 10 Phil Judaeus. New haven, 1940 E. R. G o o d e n O U christ/ichen Kirchen III/d Gruppen, em GesammellC Ems! Troehsch, Di SOZlalehrel/ Schrjj)e 1. 1. Tu bi ga, 1922; Aalen 965. Trad. in esa: The Social Teaching af lh ChriS/Îon Chu ic es, New York Harper orchbooks, 1960,2 vols. (A Iraduçl1o, mais aÛSS ÎveJ c o n s e r ~  nu rnt tà'Cii o das nota Troehsch; ma nem sempre segura.) As rcfcrênc de pagina înduî das exlo relllelc ;1o para eSla obra, excep lO indi çâo em contrario eqte na di tânc a elllr sentido geral do Ji\ ro de Troeltsch a preseme formulaçao. Assml um ciologo pc pi caz, njam Nel on. obser\'ando que llleresse nào s6 d Trocll sc h ma d ~ s  p:in c.ip ais. cnsadores a!cmâes dos sêculos XIX XX, panir de Hegel, se concentrou na ({lIlstlluclOnahzaçao da ; ~ l a n d a d c  primîti va », enunciou 0 problema de man ra se ndo um dela a seguinlc: «Corna deu uma sei la ltra-mundana orÎgem greja oma?)) eber, Tr oe sc llin ompara Î\ hi torical sociologiSls Sociofogicof Anofysis, 36-3, 19 75, pp. 22 9-240; cf. 232). '

39

ENSAJOS SO BRE

/NDIV/D UALISMO

valûT infînito do individuo

30

GÉ ESE,

mesma tempo

in Troelts Il SSC pont o, «cxi purarncntc na prcscnça de Deus» Em termos sociol6 icos, emancipaçào do individuo por urna tr nscendência pessoal, e a uniâo indi iduo fora do mundo numa comunidade

rebaixamento, a desvalo

rizaçao do munda tal como é: afirma-se uro dualismo, estabelece-se urna tensao constitutiva do cristianismo e que atravessara toda a historia. Detenhamo-nos neste ponlO Para hornem moderno, tal ten sa entre ver dade e realidad tohnou-se muite dificil de aceitar, de apreciar positivamente Falamos por vezes cm «mudar mundQ), e é evidente nos seus primeiros

jovem H ~ g e l  tcria preferido ver Cristo declru;ar guerra 30 ~ u n d o tal coma é. Todavi iI r e t r o s p e c t i v a m e n t ~  vernas que se Cristo eoquanta li.omem tivesse agido desse modo, resultado tcria sido pobre por comparaçào corn as consequências que os seus ensinamento acarretaram ao longo do sécu lo Na idade madura, Hegel corrigiu honesta mente impaciência da sua juventude reconhecendo plenamente a fecundîdade do subjectivismo cristao, quer dizer a tensâo congénita do cristianismo ...De facto se c o n ~ i d e r a r n : ' ? comparativamente, a ideia de «rnudar um ar tâo absurdo acabamos par c o m p r e e n d Ç . r ~ y ' ç  s6 p Ê ~ . r u r . J l u m a  civillzaçaO que durant -m t"Otemj5Omantivera im l a ~ r o s ' p ! Ç . . . ~ J ! l a  ~ ~ ! ! ! ç ! 2  a b s o l l ! . ~ ! ! ~ ~ ~ ~ ! promeu a ao home!f1 vida que. de facto é a dele. Esta {oucura m o d e ""enraiza-se naquilo a que alguém chamou absurdo da cruz. Lembro-me de ouvir Alexandre Koyré em conversa, opondo loucura de Cristo ao bom senso de Buda. No entanto, ambos têm algo em comum: a preocupaçâo exclu iva corn 0 individuo ligada a ou antes assente nurna desvalorizaçao do rnund0 2. de te modo que as dua Teligiôe sâo devera religiôes uni ve sa por conseguinte missionarias, que se estenderam no espaço e no tempo forneceram consolaçâo a inumeros homens. este modo - se me poss per miti avançar tante que as duas sao verdadeiras pela m eno no sentido em que afinnam que os valores devem ser mantidos fora do alcan e d aconte cimenta se quisermos que a vida humana se ja suportavel, particularrnente para

Tro ltsc

rio se encontra dado partida no cristianismo a fraternidade do amor em par Cristo, e a igualdad de tÇd9S que dai resulta uma igualdade que, •.

,

'>

Cf. Hegel theologische ]ugendsc : : i ; : n, Thbinga, pp 221 230, 327 sq., .trad . francesa: L'Esprit du christianisme el son deslin, Paris. Vrin, 1971 j o v e ~  Hegel delxou -s e arrastar pelo seu zelo evol ona ri o pe lo seu fascinio pda poli Ideal (Ibid pp 163-164 297-302. 335). Sobre as concepçô es da maturidade, f. Michael Th eun ssen egels Ll!hre vorn absolulen

Cdsl ols lheologisc h-polilischer Traktat, Berlim. 1970, p. 10 11.

20 facto desvalorizaçao eT rel at va aqui radical li OU lr Qu eslâo claro Que paral li mo mai limitado estabelccido por Edward Conze entre «Budd hism (Mahayana) a n ~  Gnosi s)) assenta na presença subjacente do dois 1ados do individuo-fora-do mundo (Cf. paru cu lannen co es sào e a liltima nota em Le Origini dello Gn OSlicismo. Co l6quio de si na, 13 18 de Abril de 966 Leyde,

40

967, p.665 S8·

sublinha a estranha combinaçâ

d ~ r i s ~ o  ? a q ~ i  decorrente.

de radicali mo

de conserva

observar as ..coisas de um ponto VIsta hlcrarqUlco. Encontramos {oda um à sér ie de oposlçôcS semelhantes entre este mundo além, 0 corpo a alma, Estado e a Jgrej Anligo e

e s c ~ i t o s  queo

uma mentalidade universali sta que nenhuma religiao indiana plenamente alcançou e que pela contra

qu

na tcrra ma lem eu co raçâo no céu, talvez seja uma formula aceltavel para a definiçâo do crislianismo. c a ~ m 

p r o v e i t o s

Novo T e s t ~ ~ e n t o ,  a q ue Caspary chama os «pares paulinianos». Remeto para ua anahse num ll ro ecente ta ve sobre a exegese de Origenes 1. clara que ne tas opos içôes os dois pélos se encontram hi rarquizado mesmo uando isso superficie nao ev idente. Quando Jesus Cristo e n s i n ~  dar César que de César e a Deus que é de Deus, simetria apenas parente, porque em funç âo de D us que nos d evemo vergar às pretens6e egitima de Cé ar. A di tân ia assim criada cm ceno sentido maior do que se as pretensoes de César fo sse si mple mente nega da . A ordem mundana relativizada enquant ubordinada aos valores absolutos Ha aqui urna dico. tomia ordenada

individualismo

c x t ~ @ ! . . u n d a n o 

engloba

reconhecimento

. : . . . a ~ ê n c i a  em re2açâo aos poderes deste mundo. Se se ilustrasse esta itu a:

çào : : : ~ ~ ~ 

~

~

~

. . " ! ~ ~

a c e ~ . J 2 - ~ s

2 : : : . . ~ . . ? e  dois circulos coocêntncos, repre. ~ a i s  pequeno ~ ~ ~ ~ ~ n ; ~ ~ e l a ç â o . c o m - D e

~ ~ " : 9 . . ~ 1 ?

_ J ! . e ç e s s i d ~ . g e . . s .

e J . e

~ a ~ ~ 

~ ; ; c t Q . 

d i z e r . " a

.s g ~ . , n à o . . d c i x o u  de seT holista J . ~ ç à o  ~ ~ : : .  ~ ~ ~ ~ ~ P ~ . s ! ~ ~ P Q i Esta figura, onde a referên ia primaria, a <.lefiniçào f u n d a m e n t ~ ~ ~ ; t ,

ua antitcse a vid mundana, onde individuaIismo-fora.do mundo ubordin holismo normal da ida social, capaz de conter economica. mente toda as principais transformaçôe subsequent.es conforme as for qu ac"ontecera na ;list6ria que valor supremo exercera mula Troeltsch. u m ~  pressa sobre elemento mundano antitético que contém. Pa etapas, vlda ~ u n d se a assim co nt min da pelo elemento extramundano até f i ~ a l r n e n t heierogeneidade do mundo por completa se desvaneÇa camo

Entâo todo campo tara unificado holi mo tera desapare ido da sentaçào vida no mundo sera concebida camo podenda conformar-se int irarn nte corn valor up re mo, individuo-fora-do-mundo ter -se-a transformado moderne indivfduo-no-mundo Trata-se da prova histérica cxlraordinaria potência da di spos çào inicial. Gerard Caspary. olùics and Exegesis Origen and the Tho Swo rds, Berkeley University ' ress. 979.

of Ca ifornia

41

GÉNESE,1

ElvSA/OS s o / m E () INDIVIDUALISMO

Gostaria de acrescentar pelo mena uma observaçào sobre a aspeclo milcnarista do cristianismo nos scus começos. Os primeiros cristàos viviam na expectativa do iminente regresso do Messias que instauraria reino de Deus. crença era provavelmente funcional no senti do de ajudar as pes a c e i t a r e m soas pelo menas provisoriamente, dcsconforto de uma crença que nào cra imediatamente pertinente quanta sua situaçào facto. Ora, acontece que mundo conheceu nos nossos dias um!1 extra9r d i n ~ r i a  proliferaçâo de movimentos milenaristas, muitas vezes ~ h a m a d o s  cargo cuIts, em condiçôes muito seme1hantes às que preva eciam na Pales tina ao tempo da dominaçào romana Em termos sociolégicos, a diferença principal consiste precisamente no cJima extramundano da épaca, c em particular na orientaçâo ex tramundana da comunidadc cristà que triunfou duradouramente sobre tendências extremistas, fossem as dos judeus rebcJ des ou dos autores apocalipticos, dos gn6sticos ou dos maniquclstas. Desle ponta de vista, primeiro cristianismo parece caracterizado pela combinaçào de um elemento milenarista e de um elemento extramundo, corn prcdominio deste ultimo J. Por esquematico e insuficiente que seja 0 meu resumo, espero que tenha tornado verosimil a ideia de que os primeiros cristàos estavam, afinal de contas, mais pr6xirnos do renunciante indiano do que de n6s instalados corno hoje nos acharnas num mundo que julgamos ter adaptado às nossas necessidades, De facto deveria dizer «também»? - fomos n6s que nos adaptâmos este mundo. Tai sera segundo ponta deste estudo, onde con sideraremos sucessivamente aIgumas etapas dessa adaptaçâo. Como que mensagem extramundo do Sermâo da Montanha pôde exercer uma acçâo sobre a vida "do mundo? No piano das instituÎçôes, a relaçâo foi estabelecida através da Igreja. que podemos ver coma urna espé cie de ponta de aJ.:.oio ou de testa de ponte do divino e qu s6 lentamente por etapas cresceu, se unificou e estabeleceu seu irnpério, Mas era necessa ria também uma ferramenta inte1ectual que permitisse pensar as instituiçôes terrenaS a partir da verdade extranidiid an En st Treeltsch insistiu muito mi ideia da Lei da atûrèza os'-Padres da 19reja adoptaram dos est6icos. que era ao certo essa «Lei da Natureza ética» dos pagâos? Passo a citar:

«A idcia mCSlra a ideia de como Lei da Nawreza universal, e5piri tual-e-fisica, que reina uniformemenle sob IOdas as coisas e como lei uni versai do mundo ordena a natureza, produz as difer ntes posiçôes do indivi duo na natureza na sociedadc, e transforma-se no homem cm lei da razào, Lei da Natureza quai reconhece Deus e deste modo una corn cie .. exige assim por um lado a submissào ao curso harmonioso da natureza ao pa pel atrlbuido a cada urrf-,no istG.ma social, por outre a elevaçào interior acima de \ u d 6 isso, libe;dade é;ico-rcJigiosa a dignidade da razào que, sendo una corn Deus, nâo podera ser penurbada por qualquer aconteci menta exterior ou sensiveh) (p, 52). Poderia objectar-s a esta afirmaçâo de Treeltsch de uma relaçâo espe cial corn estoicismo a facto de semelhantes concepç6es se encontrarem lar gamente difundidas na época, de taillo Filon como, dois séculos mais tarde, os Apo!ogetas terem bebido igualmente e talvez mais ainda noutras mente: conceito de uma Lei da Natureza ética da quai sào derivadas todas as regras juridicas todas as instituiçôes sociais é uma criaçâo da Sloa!, sera ao nivel da ética que a Igreja construira a sua doutrina social medieval, «uma doutrina sem duvida imperfeita e confusa de um ponto de vista cienti Fico, mas que assumiria na pratica a mais alta significaçào cultural e social tornar-se·ia al go camo dogma de civîlizaçào da Igreja» (p, 173). empréstimo comraido parecera inteiramente natural se admitirmos que esrolclSmô éaïgrëjaestavam amoûs apegàdôs acoricêpçào extramundanà a-relahvlzaçâo conco"milant vida n o m û ndo. sêri1 vistas as 015a5, da r n e s m ~  natu nS"à: [ëm (fe Bu d-; j;â;a·'ë' h O n î é r r i ~ n ô - l ~ u n d o ~ ô ~ ô t ··

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42

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prind - - r 5 ë S ë ë b i 1 f i 1 ' O S 7 " ~  fundador da Sloa, três séculos antes de Cristo, pio de todo posterior desenvo vimenta. P . r r a z ; ~  de Chîum mais '.JJm profeta do que um [ilosof;: segundo Ed wyn sëV'a;2 Bem é aquiio qu ~ ; ~ ~ : homem independente de todas as c i r c u n s t â ~ i ~ toma .---_. ._----- _. -Bem imerior ao homem. A vontade do Îïiaivfcfuo é fonte da sua digni7 0 ; p Î ~ t l l i i e C C ; ~ t à n l o "  qûë aJustë asûâ ~ o n i â tuctè ;; qüè d a d ; ; - d a ~ odêst"lÎl OTh e poss a- rcservar, estara a salvo, ao ab rigo de todos ataques do

-_.

-

Sir Edmund Leach chamou a atençâo para aspecto mîlenarista, mas viu·o um lamo apressadamcllle como um modelo de «subversàOH. (Leach, «MeJchisedech and the Emperor: !con of subversion and orthodoxy», Proceedillgs of the oyal Amhropologicallnstitute for 1972, Londres, 1973, pp. 5-24; cf. também mais adiante a nota 18. Trad. francesa em L'Unité de "homme et Autres Essais, Paris, Gallimard, «Bibliothèqu des sciences humaines», 1980, pp. 223-261.

mundo

Troeltsch, «Das stoisch-christichc Naturrecht und (pp. 166 191), pp. 173-J74.

Gesamm Schriftell, 1. IV Cf. nO la 3, acima.

da

moderne profane Naturrecht)),

43

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NS AIO

SOJJRE 0

GÉNESE.I

DIVID ALJSM

mund cXlcrior. amo ob mundo reina Deus, ou Lei da Na lureza, ou razâo tomando-se natureza azâo no hom em esta exigência é aquiJo a que TroelLsch hama Lei da Natureza abso/uta. Além disso, enquanto sabio permanece indiferen te às coisas e às acçoes exleriores, pode contudo di sti,ng uir entre elas segundo a sua maior ou men or conformi dade à natu reza, razâo: certas acçoes sao re/ativamente ecomendavei par comparaçâo corn outras. mundo é rclativizado ëomo deve sê-Io, l O d a v i a ~ o d è m  ser-the afectados ~ i l o r e s va/ores relarivos Ta g e r ~ e  ei da natureza relativa que tâo largamente sera sada pela Igreja. A estes dois niveis da Le corrcspondem duas imagens da humanidade, no estado de al e no estado real. A primeira estado de natureza como na cosmopolis ideal de Zenâo ou mais ta rd utopia de Jambulos que os cr s tâos identificaram com estado do homem antes da Queda. Quanto ao eSlado real da humanid ade, é bem conhecido paralelismo estreito existente entre a justificaçâo par Séncca das instit ui çoes camo resul tado da maldade dos homens, e ao mcsmo tempo como remédio para essa maldade, os pontos de vista seme lh antes dos cristâos. que Troeltsch con sidera camo essenciaI é aspecta ra cional, saber que a razâa passa ser ap li cada às instituiçôes eais, ou para ju stificar tendo cm co ta presente estado da moralidade, ou para as conde ar coma cont aria à natureza, ou inda para as mperar e corrigi corn aux ilio da ra zao. Assim Orfgenes defendeu contra Celso que as lcis positivas qu e contradi zem lei natural nâo merecem nome (Caspary, op. cil., p. 130), que justificava os cristâos na sua recusa de prestarem culto ao imperador ou de matarem ao serviço dele. livro de Troeltscb pede um addendum. autoi Ha um ponto no quai nao co scguiu reconhecer mportância da realeza sac na época helenis tica e posteriormente. A lei naturai enquanto «nâo escfita» ou enquanto «animada» (empsychos), encarna-se no re Tai nitido e Filon, qu falou de encarnadas e racionais nos Padres da Igr ja Segundo Filon, «os sabio da hi storia antiga, os patriarcas padres da raça apresentam nas suas vidas lei nâo escritas, qu"8 Moisés registou mais tarde por ... Neles a ei cump re -se orna-se lemente ( H i r z e l  in Troeltsch, n. 69) E de Alexandria escreveu sobre Moisés que este efa «inspirado pela lei e assim um homem régio»2. Trata-se de um aspecto imp or tant porque nos acha-

mos aqui em contacto corn 0 tipo primitivo, sacra l, de soberania, 0 rei divino ou do rei -sacerdote, uma r presentaçào muita difundida, que eslava presente no mundo leni ti co mais tarde no império d Bizâncio que voltaremos a encontrar. As concepçôes as atitudes dos primeiros Padres da Igreja em matéria social acerca Estado e do prin ipe da escravatura, da propriedad privada sao mais das vezes estudadas -pelos modernos separadamente e de um ponto vista interior ao munda. Podemos compreendê-Ias melhor d um ponto de vista extra-mundano, lembrando-nos de que tudo era percepcionado luz da relaçâo do individuo corn Deus e da co comitante fratemidade da Igreja-=-.!>.i!:-se-ia que 0 firn ûltimo esta nurna relaçào. ~ ! ! ! . b } v ~ ~ n t e  corn a vida no mund?, -porque-om undo onc!e Q"ërlStàô pêregrll1a esta vida ao mesmo te"?J?D um obstaculo Ufna condiçâo para a salvaçâo. melhor considerarmos tudo Isto em t ; ~ ;  r â ~ ~ f C o s .  porquèa id no mundo nâo é directamente recu sada ou negada, somente relativizada por referência à uniâo corn Deus e à eatitude no al que homem se encontra destinado. orientaçâo ideal para fim transcendente, coma por um iman produz um c a ~ p o  hierarquico no quaI devemos esperar escobrir sit ada cada uma das COIS3S mundanas. A primeira consequência tangivel de ta relati vizaçâo hierarquica uro grau notavel de latitud na mai or parte dos assuntos do m u ~ d ~ .  Como nào sao importantes em pr6prios mas apenas por referencl3 a um ftm, pode haver variaçôes de grande amplitude segundo temperamento de cada pastor ou autor e, sobretuda, segundo as circunstâncias. Mais do q ~ e  .procu rar regras fixas, trata-se assirn de determinar em cada caso os limItes variaçâo permitida. Estes cm prindpio sào claros: por um do mundo nâo deve ser pura e simplesmente condenado, como pelos heréticos gnosti cos, por outro nâo deve usurpar dignidade que s6. Deus ~ r t e n c e .  podemos upor que a variaçào sera nor nas matenas relauvamente mais importantes do que nas outras. Urn autor recente ublinhou a espécie de flexibilidade aqui em causa. exegese de Origenes, Caspary mo strou a d m i r a \ ' e ~ m e n t e  como E s t u d â " n d o (0 que m pareee ser) oposiçào fundamental actua a diver 9s- niveis sob diversas formas e constitui uma rede significaçao espiritual, urna hlerar quia de r ~ r e s p o n d ê n c i a s  2. que é verdadeiro para a hermenêutica biblica

F.

cidade do sol nos Est6icos», Bulletin de l'académie de J. Bidez «A cidade do mundo Belgique. Leures. serie V. vol. 19 p. 244 sq Arnold A. T. Eh rhardt. Politische Melaphysik von Solon bis Augustus, Tubin a. 959-1969, 3 vol ., t. 11, 89

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Dvornik, Early Christian and Byzantine Political Phifosophy, Origins

hing on, 1966, vol Corn efeito, Caspary distingue quatro dÎmensQcs de contraste ou { ( p a r a m e l quais s6 um con idera ierârqui (op. cil pp. 113-114), mas fâcil vtr que estende a todos eles.

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45

GÉNESE.I ENSAIOS SOBRE

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pode apliear-se ramb â inlcrprclaçào dos dados cm rulo da experÎf'ncia. Di eu ha poueo qu podemos considerar as co sas deste mundo como ie ~ ~ i ~ a d â s l i n ê c i a  para salvaçào. S c ~  duvida, ~ ~ d ~  s ~ ;  r c l a i ~ a  Ta nào se ë i ï ë " O n ~ m - a t i c a m c n t ; ~ , x , s t o  às ossas fonte ma ha pelo qua menos um aspeclo so diferença e al or relativo deve ser levada em conta. Mostrei noutro lu gar que un do mod erne bvertcra pri ad trad io nal da relaçôcs cntre ome s sob re as a ç 6 e s  dos To mén corn as coisas. Neste POntO atilude dos prÎmeiros cr àos ào deixa mar gen para du vidas, porq e as coisas so pa ern constituir meio ou pedi mentos na dem da do reine Deu s, enq anto as re açôes entre homens incidem sobre sujeito fcitos à Îmagem de De s destin ados uni ào com ont raste corn os modernos se om mais vin e. Talvez seja aq que ca do. Podemos ass im su or, verificamo que a subordinaçào mem em sociedade, quer no Estado quer em escravatura, evanta questôes mais vita par os ri meiros cr stàos do qu a atribuiçâo permanente de possessôes a pessoas, quer dizer do que propriedade ri vada da coisas. ensina to de esus sobre ri queza como ObSlaculo e a pobreza camo auxi liar da sa va egra çào dir ge-se à pessoa individualmente considc ada Ao nivel social, sec ul ar da greja é bem conhecida, é uma reg ra de uso e nào urna regra de propriedade. Pouco importa a quem pertence a propriedade conta to que seja utilizada para bem de todos, e a tes de mais os necessitados, por ue, coma diz Lactâ cio (Di . instit., lIt, 21. cont cornunis de Platâo), a ustiça em que ve co rn lma e nào COOl as circunstâ cias exteriores. Troeltsch disse em termo fe lizes corno or no interior da comunidade irnp li cava 0 desprendimento relalivamente aos ben (n. 57 p. 114 sq.; l31 sq.). Seg ndo qu sabemos, podemos por ue na sê ncia de qua qu er in istência dogrnatica na matéria. as ovens ig rej as, pequenas e em gr nde edida au 6nomas, le âo podido variar no se tr atamento da propriedade, nto, enq nt s6 ondo talvez gu ma dela :udo em comum a ado mo injunçâo de auxi iar os \.-tr- mâ desprovido de recursos era obr ga oria. Os est6kos.. outre tinham ua ntq s e r ~ s · ' -_. os _._- declarado ----,. --- 1J. cns iguais-enq --.....---:----racionals. i g u a l d a d e € A s ~  talvez estivesse mais profundamente enraizada --no coraçào da pessda., mas era do mesmo modo uma q u a l i d a d ext am un da -- Nâ pode haver judeu m grego .. ncm esc avo nem homem li vre .. nem macho nem fêmca, porque todos vo so um homem m, aas olhos de Deus, 1:111 Jesus Cristo», diz Pau o, e Lac âncio: «Ning escravo ou senhor. .. Som lOdos ... seus co sa o s . ~ )  A escravatura e deste mundo, mas ma indicaçào do abismo e nos separa dessas pe"Ssoas o facto de aq o que para os fcre proprio pri cip da gnidade ._

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na con tradiçào incrcntc à da nO mundo quai ser para clas UI esga da umanidadc, para tedos elo propno sto para fora asSUml a P esfo ço o sentid ct ct l Todo mildade uma lrtu e ca J lOrnando asslm lU ém ao indiv o- ora-dopara dentro com co nv da perfeiçào se onen ava ' ao nive! tropolog co» da exegese ernoS bem por exe mun o. qu . bib lico sâo interp eta do camo '1 de Origenc poi todo os aconteclme do ri süio (Caspary, op CI da l I 1 t e r ~ o r  a s a abordagcm por Troeltseh 1'1' t e ~ d o  por teatro No qu se e: : u e ~ ~ ~ ~ ~ ~ : ~ a ; r ~ ~ t s ~ ~ a ~ e g u e  Ca rlyle: atitude perante Le· da Nawreza ma pode se se duv da poder qu as é governada pe as co ce pçodefs lh divino 1. De facto 'sto de modo erente e promu ga as uito estranhas ma outra. Eis ea eza sacra nao eram . rqui ca da s c sas pareee mais co veei natura e a r h' asO cm que Vlsao le de novo um o' todo poder vern de euS. esscncia cnco tra-se cm au . ente po ha lugar para a restriçào ou para Mas no quadro dest nn lplO mentario sobre au do rand que se vê daramente num co contra 'ça Origenes, no se Contra Celsum:

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diz: « N ~ O  ha pede ; ~ : ~ â ~ a : ~ ~ : h e : s ~ e  ~ ~ ~ s : ' ) ' q ~ ~ a ~ ~ ~ : g ~ ~ t : ~  er a nt ao zer. ,Cd s? Respondamos brevemente este res scrvidore Deu .. e e . sa ào para ab so. Havera peite. dom de ? : u s , a: : q ~ e l e s  que adrninistram a na verdade um JUI Osedgundo as as impi ades ào segundo ei oder que ece cra f' por

po

ol

que

é necessario dizer: «Devemos obedecer a Deus e ~ a o  aos que q 73), do pede em gera (Troeltsch, home s» , mas fala apenas I v m : ' ~ i 

to ca mo um instituiçao ativa ultrapasso os em neste ex em flito corn valor abs o1ut o. seus limites e entroU .cm co n r ultimo do cr âos, a ubordinaçao polit ica Enquanto contrana ao va Lei da Natureza rela'r' resultava da Queda, e enco s .. .. Deu impôs[l onge de homen calram tiva. Ass lm reneu. s impedir de tai coma os de outres homens .. para -lhes re10 do onto de vista oi aplicado mesmo ixe se dcvora em un aos outros.» Vernos

. le trat ou, em dois capilU!OS separados. da (jgualpe)) 1 Numa obm a li às classlca, A. Car y d A. J. Car e, P,' W. ·dade sagra a 0 We dade atu ral do governo» ) au o Th por A. J. Carlyle. «T e Secon îslory of Med aeval Politi al Theory ., Centur 10 lhe Ni th» Edimburgo Londres, 1903

G É N E S t ~  ENSAIOS SOBRE

INDIVIDUALISMO

escravatura, um pouco mais tarde, talvez porque esta apare· cia como urna queslâo indi idual ao passo que 0 Estado era urna arneaça para a Igreja inteira. (É nctavel que uma explicaçao seme hante nao tenha ido dada para propriedade privada, salvo par Joao Cr sôstomo, que era urna figura excepc)onal). Também aqui lui lu ga para alguma variaçâo. Por um lado Estado impera do r sâo queridos por Deu coma todas as coi...:. sas da terra. Por outro Iado Ëstado esta para a 19rejà como a terra para cé e um mau principe pode ser ~ m a  puniçâo envlada por Deus neces sario em geral nâo esquecer que na perspectiva exegética a vida na terra depois de Cristo é uma mistura: Cr sto abriu uma tapa de transiçâo entre estado dos homen ainda nâo resgatados do Antigo Testamento e plena realizaçao da prornessa esperada corn regresso do Messias (Caspary, op cil., p. 176-177). No interv lo, os ho mens 56 dentro de si proprios possuem o reino de Deus. Apresentamos urna perspectiva sumaria das concepçôes dos Padres da Igreja dos primeiros século em maté ria soc ial e politica, deixando de fora Santo Agostinho. que deve ser considerado parte 1. Por um lado, corn ele encontramo-nos ja no século v, no Império torn do cristào, mas sobre tudo, a originalidade do pensador renova quadro conceptual que herdara. Sabemos estar di ante de um homem que exprimiu cristianismo corn urna intensidade de pensamento e de sentimento inteiramente nova. Corn ele, sagem crista de Paulo ganha toda sua profundidade, toda sua para doxal grandeza Agostinho ergueu a sua religiâo a um nivel filosofico sem precedentes, ao fazê-Io antecipou no mesmo gesto futuro, de ta] modo a sua in spiraçâo pes oal coincide corn força mot riz, 0 principio capital do desenvolvimento po sterior. Por algo que muito precisarncnte se nos rcfere, a que sentimos toma-se sem hi st6ria exige-nos que saudemo aqui gé ni o. dû vi da ainda mais forte por sabermos pelos cscritos de A g o s ~ : n h o  através de que limites humano s, de que sofrimentos e de que esforços ele pôde subir tao lto. Seja co ma for, trata se de al go que faz corn que seja dificil falar mo d ~ l e  condignamente. formarmos urn ideia ad quada da amplitude da profundidade P è n s a m e n t o ;  contudo, mesrno neste breve ensaio, tere mos que lh dedicar um pequeno ni cho - ou talvez urna cape onde possa mos, honrando-o esperar sermo beneficiado pela ua extraordinari pene traçao.

dedo ,infa oslinho ci do seu mp o. e lodavia efigura, apon a, co livelmentc que esta para vir. assim que a ua inlluên 3, ou a sua hnhaldade Média, muito para a l é ~  dela: ~ a s t a  gem inte1ectual, sc es ende pensarmos cm Lutero, nos jan seni stas, e até mesroO no s, eXlstenclahstas.

por Ambrosio

1Afa amo-no ass m um anto de Trocllsch, cmbora nos sirvamos principalmenlc das suas itaçô es, mais ainda d Carlyle, m quem Troelts se apoiava. Nâo live accSSQ obra que Troellsch scparadamcnte eonsag ou Agostinho (Augustin, die christjche A n l i k und dos Mittleolrer, Muniquc, 915). Outra refcrências: Étienne Gilson, Introduction étudede saint tin, Paris, 1%9; Peter Br ow Lu Vic de SoÎ11I Augustin, trad .Au Marrou Paris, 19 1.

Corremos portanto risco de no enganarmos a seu re spclto, per pectiva aqui esboçada permita situa-lo melhor, c o m ~ r e e n d e

~ a s  - I O 

talvez a ,mclhor.

Assim, Q:uanto aq que aqui e f . l ~ ~ n t c  nos aeupa. ao ~ s t a  d l z ~ r  ~ e .  em relaçâo aos se s anlecessores, Agostinho rcstringe campo ~ e .  aphcaçao da Lei da Natureza e alarga da Providência, da vontade dlvma lntra duz, corn efeita urna mudança mais radical. Em vez de aceitar a realeza sacral, subordina absolutamente Estado Igreja, e neste ove quadro que a Lei da Natureza conserva um valor limitado Toma-se de modo muito clare um duplo desenvolvlmento q u ~  ~ n c o n t r a os sobre Estado na Cidade de Deus (cf. Troeltsch, n.o 73). AdrnntndO ~ o m  Cicero que Estado sc funda na justiça, Agostinho começa par afirmar vlgo rosamente que um «Estadm que nao preste justiça a Deus e relaçào do homern corn Deu nao conhece a justiça e por conseguinte nao um E s t a d ~ .  P ~ r  o u t ~  avras nao pode haver justiça onde a dimensào transcendente da jU ça esteJa s e n t e .  'Trata-se de um julzO nonnativo, de uma questao de p r i n c i p ~ o  ~ c . D ,  XIX, 21). Mais longe, 0 problema volta ser abordado: estabelecido 0 pnnclplo, como '"' poderemos no apesar de tudo reconhecer que 0 povo romano lem a l g ~ m a  rca lidade empirica, cmbora ao sendo um povo, ou uro Estado,. .senudo nor mativo? Pois bem, podemos reconhecer que 0 povo romano esta umdo cm t o ~ o  de algurr.a coisa, ainda que tal coisa ao se ja, co ma deveria ser,. v : r d a ~ e J f a  ju stiça. Empiricarnente, um pava um agrupamento de seres r a : l ~ n a l s  u n ~ d o s  pela amor em comum por alguma coisa, por valores comun s,. DJflamOS nos, e é melhor ou pior conforme os seus valores sao melhores ou p l o . r e ~  (CD, ~ I X ,  24) Vernos al coma pôde Carlyle dize que Agostinho concebi3 msufi:lente mente a justiça (p. 175); de uro modo geral, comentârio de Carlyle aproXlma-se da

:> __

(op. cil.,

1 6 4 - 1 7 ~ ) .

~ . c . ? I ! S e ~!..do ~ , : ~ ~ ~ ~ ~ o..Vejamos as coisas mais de p e r t o . Estaao.éÔ rnüïïd o ë m g ë rél4 coQIO c o n g e n i t a m e n t e : . s œ 9 s ~ 0 . e  I O d e p e ~ d ~ n t e  por ~ e f ~ r ê n ~ i ~ ~ g r ~ j ~  e ao dominio da relaçao do ômzm corn D:us. que Agostinho raz recl mar que 0 Estado se ja j u l g a d p o n ~ o  de vista, t r ~ n s  .. cendente 30 tfIünoo, relaÇà6 ao o ~ e ~  corn Deus, que nta ] g r e j a Hf âëiüi urria preteiisiO teocratic a, um passo em frente na ap!lca i;ào às c i r c u n s l ~ ~ . 9 ~ ç l e s ~  mund o. A g O ~ t l O h O  va lores upramundan ~ ~ r P ~ r ~ o ~  s ~ c u . ~ ? ~ ~ ~ g l ! i n t e V l r i ï ë n i h n g u ~ anlffféia a:qul gem de Greg6rio Magno: ({Qûc rcino terrestre si rva e ~ e s ( o u  seJa -seu escravo: Jamuletur) (E]J:05).

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ENSAIO

SOBRE

GENESE .

INDIVIDUALI

que se passa nesle caso é caracteristico da atitude de conjunto de Agostinho, da sua reivindicaçâo radical, revolucionaria. Cristianizar desle "' ~ - . . " ' "  "", modo a justiça é nào so obrigar razâo a inclinar-se perante fé, !1laS ürii par ï1te corn eI -:- er ';::1 ::.'-: fé q u a ï è i ~ e - r coi a , e ~ o n 1 i ë ( \.:, :: 00 010 r a z a o ù m a  pôtênèia s u p e r i o : . . . . so {nada menos ëfè)" que imanência-e lJrna nova forma pe pensarnenlO corre pondendo ("\\.. t t a n c e n d ê n c i ~  de De,us. Tai foi d : v ~ r a s  ~ r e t e n s â O  a p ~ r e n t e m e n t e , : x t : a v a ~  a expenenCl de i ~ '  gante de Agostmho: filosofar partIT da fe, colocar a fe Deus no fundamento do pensamento racional. Os antigos podiam sem " \" dùvida ver nisto urna hybris; mas é apesar de tudo possivel sustentar que \2. todos fil6sofos fazem a me rna coi a, no senlido ern que toda filosofia "'. parte de urna experiência pe soal e de urna tendência, senâo de um designio, -Re soal. No plana da hist6ria universal, acontecimento, facto que ternos que reconhecer, que começa aqui, sob a invocaçâo do Deus cristâo, a era moderna que podemos olhar coma U ! l l esforço gigante co visando reduzir abismo inicialmente dado entre a ra ào experiência. (Devo confessar que imensidadc do fen6meno ultrapassa os meus conceitos habituais me obriga à retorica.) Agostinho inaugur a urna luta milenar, sempre renascente, proteiforme, existencial. entre a razâo e a experiência que, à força de se ....,_ expandlf de um nivel para outro, acabara finalm nte por modificar a rela çâo entre 0 ideal e 0 real, sendo nos de ceTto modo 0 seu produto. ta pantosa mutaçào tem con equências no dominio que n o s ~ .  Em prirneiro lugar, trata-se de urn reforço da t6nica posta na i & u a l d a d e Deus «nào quis que a criatura dotada de razào feita i m l ~ e ~ h êspro idas dorilini dë'èutras rfiÜÜ exc plôa (colocou) nào honièm aCiina do home mas h ~ ~ e ; ; ssim os pri nâo reis de meira nien ùSt fû a"ffi fei s p a s tore de reba Îho homens». Eis urna declaraçào que diria quase est6ica, mas 0 vocabulario e tom quase fazem pensar também em John Locke. Segue se imediata mente a afirmaçâo do pecado, tâo categorica coma era a da ordem natural, por$ll)e ( { n a t u r a l ~ e n t e ,  a escravatura é justamente imposta ao pee:ador» puniçâo resulta da pr6pria Lei da Natureza, infringida pele pecildo (CD, XIX, 15). Do homem que se tornou escravo do pecado é justo fazer um que poÏiiica c o ~ o  cra r ~ v o  dc)"ho;;;em. t o à d ; ~ i ~ a valura, ma "è'"nota" el que a con equência seja explicitament extraida ape na qu nto à cravatura, em duvida por ser ai que mai gritante a sujei çào do homem ao hornem, coma mais violentamente de rnentida igualdade naturai querida por Deus. Ao enhor é lembrado que tambérn orgulho Ihe tâo funesto coma salutar a humildade ao servidor. (Vernos neste casa que a subordinaçâo nas relaçôes s o c i ~ l s  nào é por principio recusada.) ,)

Ago tinho intcres a- se pou pela propricda 6 trata ocasionalm l11 do te na sua luta contra o donatista . te ultimo alegavam, contra onfi sc ào d2S ua igreja pela governo imp rial, que tinham adquirido a fmuro ua propriedade par amecipando ass im io do trabalho ar umenta de Lo ke, conforme Carlyle ob se ou clara que ara nho a propriedade privada é exclusivam nte uma questào de di re it

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J e ,  nao p r e s ~  mtelra JUStlça on reio ~ o e l t na t e m ~ ginalidade do pens3.mento de Agostmlio, e procederel alguma observa oe a proposito das passa en em que os doi autores se lhe refer m. Lem bremo para começar que, camo maior pane dos antigo , grego ou mano homem par ostinho uma cr tura ocial. Ele proprio er ., .de re ta üri1â essoa emin ntëmente sociavel vida de todo dia . Além do mai ideia de hier rqui nào Ihe efa de m neira nenhuma uanha, um hi rarquia da alma e do corpo, ainda m is vincada pelo facto de em Agostinho corpo ter uro valor, uma dignidade que po ceTta nàa possuÎa digamos, em Origenes 1. através da alma que ..estamo!...t::m l a S : ; existe portanto uma câ la de subordinaçâo ... . P ~ J 1 S  à alma .. dp. alma ao corpo. Assim Ago tinho escreve, p6sito da ju tiça em relaçao quando um homern nâo serve Deus, que quantidade de --C om 01 taoo: ju tiça podemos supor que existe nele? Porque e urna alma nào se rve Deu ju tiça, nem o pode coma ndar 0 corpo corn aigu razào urn homem pade controlar elementos vicio da alma» (CD, XIX, 21; XIX, 23). n t o s  de p o r ~ e n o r ,  ~ q ~ Pen no entanto que p ~ s s i v e l  ~ em ostinho, uma progre sao s u b t ~  do mdlvlduahsmo...-o stado e urna UtI Idade colecçâo de homen unido pelo acOtde-s e os Tes e ---"' --om uril:-A definiçilo vern de Cicero, mas em ic ero nâo tào individualista r g e  nesta traduçào. Numa passagem citada po Agostinho na pri meira referênc.ia que faz à questào em A Cidade de Deus conc6rdia rriultidâo no Estado é a de diferentes ordens pessoa,s, alla, baixa e média, e é comparada corn a harmonia de diferentes sons na musica (CD II 21). ma ta referência um conjunto nào retida por Agostinho, e ficamos corn a impressâo de que para ele Estad é fcita de individuo s, ao pa ss que ô Igreja seria um organismo. --- " ~ - - - -

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re obr a atitude Perante corpo enquanto também da do fil6 so fo pagào s, ora 0 bd estudo ria Daraki, ((A emergênda do ujeito singutar nas Conji s6es de

198J, pp" 95-115,

pp"

sq")"

GÉNESE. ENSAIOS SO BRE

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DIVID

ALISMO

A definiçao em Contra Faustum (XXII, Troeltsch, n. 69) daquilo que gera mcme se cham Lei da Natureza esta pr6xima da de Cicero, ce ebrada por laclâncio (Troeltsch, bid.), e contudo djfere subtilmente dei «A lei eterna a razao divina ou vontade de Deus, que manda conservar a ordem natural e p r o i b ~  a sua p e r t u r b a ç a o . ~ >  Tudo isto se enca tra em Cicero, excepta as pa avras «vontade» «ordem n a t u r a h ~ .  Se nao me engano, em como resultado separar em duas aquilo e s t a s  ~ ~ r o d u ~ ~ o  que para Cicero efa a Lei da Natureza: ha ordem, que dada par Deus, lei, que vern também de Deus mas que, 56 ela, esta entre as maos dos homen s. Talvez nao seja ir longe de mais afirmar que tanto a transcendência de Deu como dominio distinto do homem recebem aqui uma mais nitida acentuaçào. Passa-se a go de seme hante a prop6sito da ordem da justiça. Ambas sao definidas na linguagem da justiça distributiva. A ordem (CD XIX, l3) «a di sp05 içào que atribui seu lugar respectivo às coisas seme/han/es dis semelhantes»; a justiça «a virtude que distribui cada um que lhe devidQ» (CD, XIX, 21). Num outro texto (De Div. Quest., 31, Troeltsch, n. 73) «a justiça a disposiçâo de spirito que, uma vez garantida (conservata) utilidade cornu m, atribui a cada um a sua d i g n i d a d e ) ~ Coisa notavel, jus liça opera aqui em relaçào aos individuos, no interior de uma ordem ou de o um todo (a utilidade comum), mas margem de:,sa ordem ou todo tido em que se diz que a justiça serve pr6prio todo através da sua operaçào. Parece-me que basta aproximarrnos umas das outras estas três passagens para nos apercebermos de que indicam de certo modo u ma direcçào que nos familiar, n6s modernos: urna di tância acrescida entre natureza h o ~ e m ,  urna tendência para isolar, sob a ég de de uma ordem querida por Deus, um mundo de homens considerados essencialrnente coma individuos e tendo apenas corn a ordem urna relaçâo indirecta. Algo de sernelhante ocorre muita vezes ao espirito do eitor da Introduction l'étude de saint Augustin de Étienne Gilson. Assirn, damo-nos conta de UID deslizar subtil en1re teologia de Plotino e a de Agostinho, de ma estrutura h i e r a r q ~ i c a  para uma hierarquia um tanto substanciaIizada. Gilson nota que as entidades sucessivas engendradas pe a Uno em Plot no sâo, cada uma de as urn pouco infer or precedente, de maneira formarem urna escala descendente regular, a começar pela Inteligência, qu se egue a Alma. Em Agostinho Filho Espirito Santo sào uais ao Pai, for mando um s6 corn E e; depois, abaixo deles, ha uro intervalo, intervalo entre geraçào e criaçâo (Gilson, p. 143-144) Mas valtemos às Împlicaçôes do estatuto dependente do Estado: bens terrestres reais, coma paz, nào podem se solidamente obtidos indepen-

âo se consegue com s sobcranos ente dos bens supeno es. paz.. ·a (CD XV 4) Esta di lancmçao . através da guerra e vion o lmagma har frio os horrores da hl lO:" la: os permite a Agostinho v ~ r  . c o : no crime e na violência: R6mulo coma ig Estados têm na sua malOna f . . (CD XVIII 2). Temos aqui a go que nos az penCalm matou seu lfmao • 'Agostinho confia nas po ss ibilidades Hume Ao mesmo tempo sar em. como num de envolvimento sem precedentes ainda VlrtualS do dos donati ta recomenda dinamismo era Contra qUleUsm anos toldados de sombras pela queda de Roma. ~ e r n o , - l o  l;te q U ~ â ~ i : s P N O ~  entusiasmo aplicando a visào de Plotmo or em lectualmente chelo dobrando' inspirado por um sentiqu h ! : t ~ : : g ; : ! s ~ r ~ : ~ e : ~ : : : ~ ~ ~ : ,  :: se toma' pradigioso, coma quando estar entre os que escrevem avançando ava. nçam s ~ r : escrcve: <Œento sao VI assim) Dir-se-ia que corn Agostm vendQ) ( ~ r o w n ,  ~ \ . 1 9  ~ . p  da q ~ a l  trabalharam os primeiros Padres da mpeers'tOa longe de ter chegado ao fim, começa jâ e s ç . a l o ~ g l c a  .s ob .. cUJa carre ra eJ' -_ . . - - - - - m c ; - a  creoC'a moderna no progresso ._.-. -. -" .. - - ~ - - _ . - - -- -- e m - q u a l q u c r t . __ . __ os or m a î - S e ,._ avan a no caminho que c o n ~ u z  . (BrOW 473.SQ orn Agostmho IgreJa do O C l d : . n ~ c  ....... ..-. '--'. por bem-aven-do e a afâsta cada vez a . ! s  fl sua 'rmâ oriental, _ .... ,para mun . __ -- ' ~ u a r d a d o  no mtenor . < : o ~ ~ < : . ~ ~ U  a ~ e n t o ! ~  __ _ i u r a à 3 ë à ë i i i d corn que existe a01inpërio ..... · ~ " _ corpo re uOiao da alma -_. -:Agostmho compara a gu (CD XIX 3' Gilson, p. 58). pr6pria c?tre caval.eiro : : : e : e ~ a ; : e o  viva,' e G i I ~ O ~  fala do eudemonismo de aima h P e r c ( e b ~ :  66) Aqui esta identidade virtual da racionalidade d sua reconciliaçào reside talvez AgostlO p. 'd·· arantia ou promessa Ivma a 'd h?'Uos ao longo da sua his da VI a, na g a mensagem central do cnsuaOls mo quan 0 o ôe em abso uto ao budismo. toria, urna rnensagem que P do este conjunto, quando fé e sentiFina rnente, q u a n d ~  ~ x a m m a ~ : s  °uandO a hi tOria adquire urna forma mento ~ v a : e ~ t ~ r : o ; ~ n ~ ~ ! : ; : ~ i c a  iluminado de esper:mça, crern.os esta ~ t l v e s s e  em vIas : s ~ i ~ ~ ~  aOuma reabilitaçâo da vida no mundo, coma de ser r e s g a t ~ d a  pelo tran bordar de uma lu de a l e m ~ - . . . .  en em

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adres da IgrejuCla .....-lgreJa tivas ao nO SSO tema e s t u d a ~ e : : u a : : ~ ~  : t ~ V ~  U:: açâO de Carlos Magno Estado, esse resumO notavel de ta! reJaçâo, moS em 800 . Isolarei principalrne nte urna formula trarei coma ela veio posteriormente a ser modlflcada. -s de ep01

termo passado em revlsta as

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suma um pa ssa para fora do mund na direcçâo da Igr ja tamara-se mundana do que até esse momcnto havia sida. Co udo, a inferior id ade estrutura do tado, ainda qu corn at ze foi mantida. atitude para quai charne alen çâo a ment ou o sentido cm que se [ornou possive julgar Estado ma ou meno favorave mente segundo a circ unstâncias e os tempcramentos. Os conflito nâo fi cavam excl uido s, ma passaria doravante a se in ter no anto para a Igreja corno para Imp rio erança da rca le za sac helenist tinha inevitavelmente qu entrar de quando cm q ando em con fronto corn a pretensâo mantida pe grcja c co inu ar a ser in stituiçào supe ior. As fricçôes que posteriormente se produz ram e tre irnp ado a Igreja, em particu ar corn prim iro do bi spos, de Roma, incid rarn incipa lm ente c pontos de doutrina. Enq to os imperadores, prcocupados co rn unidad polfti a, tiam ent id da proclarna âo lh ec um ni co de compromi sos, pelo eu do ja, os eus espccial rn te que definir doutrina coma fundame to da uni dade ortodoxa, e suportavam mal intrusâo do rincipe no domîni autorid ade eclesiastica. Uma ce sâo de divergências doutrinais obrigaram Igreja a abora uma doutrina unifi cada. E te debate terrninaram p con enaçào de here como ariani mo, monofî mo monoteli o, torno das antigas Igrejas de Alexandria e activas sobretud Le , Antioquia. di no not que a maior parte destes ebates se tenh a cen tr ado na dificuldade de conceber rmul ar correctamente a un âo Deu e do hornem m Ora é nes ponto no apar ce rel ro pect vamente coma que ;, r e a o Od seu eja ë ' i r t ë t ~ i ~ t 6 r i c O : - ë bstraCt -trrm çâo ë l e ü re f e c t i ~ ~  ma ao mesmo tempo

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not ve ec lhi da fOl mai ar reja imp ,qua tratliçâo e abund an mente uti ada. a n ~ o .  os m t ~ r p r e t e âo pare em prestad inlcifa justJça a GelasIo. ~ O d e r n o ~ e r a .sl.! ais das vezes a sua declaraçao nobre clara como expondo l m p l nte justaposiçao e a cooperaçâo dos dois pod eres, ou,. coma cu pro ce rtc pr prefiro dizer, da duas ent id adc ou . funçôe . Admlte- se modo que con ém m ento de erarqUla, mas como os moderno :e al ou nao vontad sa dim âo apresentam-na sentem pouco tlva lo am ver todo 0 alca ce. Pelo ntr ârio, p e r s p ~ t l v a  com.pa:a que é nos sa dev permitir-nos estaurar estrutur 6g ca a mdade

re açao entr e

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da

eoria de Ge as declaraçào

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co tra-se contida

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nu a ca ta ao imperador (Ep stola 12)

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principal mente d uas coi governado: a u t ~ ~ ~ r e g a m 

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Augusto

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se comp etam. pel

q u a i

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pode um fardo tanto mais pe ado quanto ë s  p 6 E t l f l ~ ~

Destas os sacer tn una ct .-:..·- ar ëë rta ao Senh or pe proprio perante .. _. - ~ - eve pre a cabeça ub (E um poü mai adiante:) evel alxar um tiê: evei eQIVmo... : - ; - · - - - ~ · ~ es ... ct'la nte dos mini tros das dIV __ e . e mls .. mas ., ._ COl 'b ê-r-o me <;IJ *:<::ru. 0- -: a l v a ç â ~ .

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eferência nivel i'} â o ·  dica c1aramente que se t r a t ~  a?ui ultimo idera âo. Notemos distinçào hIerarqUica e n t ~ e  premo ou d m breve comentaauctoritas do sacerd ote do rc t: epo s pole

-J.,

rio, Ge asio continu coisa,s efç(entes à di ciplina chefes compreendem que a pad r imper vo foi confendo pe o. A ss lmo vo ssas lei eceando parec er r contr pr6prios ob ec cr o vontade no

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do

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o.

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intramundano, a En arriaçao do Va/or. tard i ï 1 O V onde ta enha sido cata ada p r uma influência uril muçulmana (0 sagrado nâo pode ser figurado). Ao mesmo tempo havia clarame te arianismo no iconocla mo um interesse po!ùico imperial. Mas Peterson mostrou qu a adopçao do ma da nti sima Trind de (concilio de Consmundo, entre

ES E,

ID

Em pri eiro ugar, a c onver âo ao ri iani smo d mp rador Con tan âo tino no in ic do sécul V, ém de ter obrigado eja a uma unifi avançada, abfiu um problema emivel: que ser um Estado cri tâo? De boa ou ma vp ntadc, a Igreja ia-se fre te.:;-r;ntëëOiTIû mundo ëntia -se feliz po ve ~ h e g a r e m  ao fim per uiçôes, e [orno se um institui çâo ofic al icament ub idiada. Nâo podia continuar desvalorizar Estado tâo livri"rhent camo até entào. i. il

rej a,

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V/

ê n ë ë t i = s ~ ~ ~ 

De Mo no thcis mu is tÎ sc es obl Ol T " e o J o 8 i ' 2 5 . 14 Lea est be lc ceu igaçào ntr ariani Ol <' pp

ik Peterso Mum (d

se

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ima, 10). Os tcxto de pr fcrcncialm

là io nl c a

sao extraido de Carlyle op.

Dvornik

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ci!. pp 804 805.

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Trot .ta e.

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22). A tradu çâo

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ENSAIOS SO BR

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INDIV ID -1USMO

GÉ ESE.I

sacerdOlC ica por conseguÎme ubordinado ao ei nos assunlos mun tado es moder dano qûe dizem res peito ordem publi a. 0 que o co nos nâo conseguem ver par completo é que niv de consideraçâo se deslo cou das allura da sa vaçào para a baixeza das coisas deste mundo. sacerdole sào superiores, por ue so sào inferior es uro nivel também i ~ f e r i ô Nào ~ s t ~ m o s  p e r a ~ l e  uma sïrriples«èôï-reJaça cm (Morr{son) ou uma ao sacerdol es (Vllmann), mas perante uma sWlplessubmlssao do

complementaridade hierdrquica '. -" A c o n t e que ncont re m e s ~ a 

India an tiga, védica. configuraçào Ai, os sacerdotes viam-se coma reli iosament ou absolutamente up riore ao rei, mas aterialmente a cie ubmetidos Se terrno sao diferentes, me que cm Gelâsio. ac o urpreend e, di po çâo é exactamente dadas as diferenças import nte entre o panos fundo correspondentes. fïéi Do lado indiano, ao formavam um corpo unido, sacerdocio nao tava organizado de modo unilârio, acima de tudo nao estavam em causa individuo (0 renuncianle, de que falei acima ainda nao aparecera.) Pode -se chegar suposiçao audaciosa de que a forma comum, configuraçào em causa muito simp esmente a formula logica da relaçâo das duas fun çôes. outro text principa de Gelâsio ontra-se num tratado, De Anathe matis Villculo. 0 seu principal In te re sse para nos e ta na explicaçao da dife renciaçâo das dua fun ôe enquanto instituida por Cristo. Antes dele, «ex tiam de faclo embora num sentido pré-figurativo homen que for ao mesmo tempo rei s a c e r d O l e S ~ ) ,  foi ele, risto, qu «tendo cm vista fragilidade humana ... separou os oficios do dois poderes) por mcio

............

de

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(gente) fos e salva por uma alular humildad ..». Apenas demonio imi ~ ~ u  mi stura pré·cri là das duas funçôes, de tal maneira que, diz Gelasio, uvc «imperadores pagâos [qu se fizeram nomcar pontifiees sagrados.» Pod ser que haj aqui uma alusao ao que continuava a subsîstir de realeza sac ral cm Bizâncio. Quanta ao eSlo possivel ver-se neste texto uma hipO lese inteirament plau ivel sobre evôluça da instituiçôes. Nao in ensato

para no supor que a soberania sacral original por exemplo a do fa ra6 ou do impcrador da China, e tcnha em certas culturas diferenciado em duas funçoes, conforme conteceu na Îndia. Se ri int ressant di sc ut as dificuldades dos comentadore destes lex tos Vejo-me obrigado a fazer uma escolha. Vm auior recente, padre Conga l, considera fôrmula hi rârq ui ca autoridade poder como pu mente ocasional; proposito da ife renciaçào, fa to vim9J ar apena dos «doi poderes». Mas distinçao nao sera elh or cxpres· sao de toda tese de Gela io? Por outro Jado, Congar tem cerlamente razào ao dizer (p. 256) que aqui a rej na tende para uma rcalizaçào temporal da Cidade s». Como no caso indiano hierarquia opôe-se logica mente ao poder: nào pretende, como mai tarde fara, transcreve -se ela pro pria no pIano do poder. Mas eis que Congar sustent (p 255-256) que Gela sio nao ubordina oder imperial ao «podem sacerdotal, as apenas imperador aos bispo no que respeita à re divinae, conclui que sc impe rador como crente, estava den tro da Igreja, prôpria Igreja estava dentro do imp rio (sublinhado por Congar). Por mim, defend qu nào lem cabi mento introduzirmo aqui um di tinçao ntre a funçao e seu agentc, que resto arruinaria a argumentaçao de Gelâsio, e que Carlyle reconhece seu modo ser muita vezes descur ad a n nossas fonte (p. 1 6 9 ) . : . . . . ~ ! ! ? - ~ 3 Império compreender Qehisio como ! ! : < ; . . ! ! . < ?  i ~ p ' : r a d o ~ I ! ' ~ ~ ~ ~ ' re'a e s t ~ ! o  as a i Z e i 1 ~ s e  geral, os comen m p e r ~ ~ ~ ! ' t r o ~ œ z ) a 1 2 a r a  ~ o i s a s  d i V ~ i ! } racfores parecem aplicar um propo lçao do an 500 m modo de pensa comp etamente diferente. Re mento mai tardi zem usa estrutural, rico, fl ex ivel da opos çao fundamental para quaI Carlyle no chamou atençào a urna questào unidimensiona de «ou/ou», a preto e branco Ora, tais formas so apa receram, seg undo Caspary quando, «corn a rtxaçào das posiçôes politicas re ult nte controvérsia (das investiduras) e, mais ainda, por obra do lento crescirnento dos rnodos de pensameDlO cscohistico II perdeu essa espécie de flcxibil! ~ c u l o  j u r i d i segunda metad .. in istiu clareza na di tin çôes do que na i n t e r - r e l a ç ô e ~ » )  -d ra-

(p. 190).

Morrison. Traditi and Authority ÎII the es rn Churcil 300-J/40 Princeton Univc rs ty Pre ss, 19 69, 101·105; lter Ullmann, The Groll'th of Papal Goverm:/ ent in ,he 20 sq. Middle A es, Londres, 19 55 co cepçào da reaJcza na jnd ia migan espccialmcnt §3 liH., ap. C. Nes ponta texto apresentados pelas nos utores parcccm (divcrs ameme) orr m pldos. urnos, corn Schwartz: officia po eslalis ulriusq ue (E hwartz Publizi ti sche Samm Junge n», A brandI. d er Bayer. Akad mie. Philo/ Hi /or. Abtei/ul1g, N.E JO, Munique, 1934, Ka

p.14 ).

F.

Estudâmos uma importante f6rmula ideologica. Nao devemos ima ginar qu dizer de Gelâ io tenha eso vido todos os conDitos entre os doi pri cipais prota oni tas. nem que tenha obtido acordo de todos, duradoura nte ou ao 0 proprio Ge!âsio fora levado sua decJaraçào por urna crise aguda nascida da promulgaçao im pe ador de uma formula, Henolik ll, ves-

.-J.

Con ar, O.P.,

Ecclésiologie du haut Moyen Âg

Pari s. Ed

du

Cerf,

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/J/V DUALlS GE

.. ifi ar OS SC sûbd' da r" _ nos monoflsltas. Em geral, os palriarcas CJ3 orIentaI naD egUJam cega mente VJgano ao Pedro, e 3n1e de [udo mais .

de

lrn perador tll1ha se proprio ponto de vista na matéria CeflO b" raços mostram que cm B i z â ' leza sacral helenistica ( f. acim n C l ~  su SlstlU sempre a gu ma coisa da rea

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10

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p e r i a t ' E n ~ e ~ ; "  i : ~ ~ r : ~ r ~ : ~ ; : t : n ~ ~ r : ~ 6 ; ~ : , ~ e ~ ~ 

sYRrel}13C}'3 ~ ~ p i r i t u a l  30

meSffio temp

qu

temp0ral

da doutrina

de Ge asio

[en ~ - o  POT vezes conseguido. Nao 56, antes de Gelas'o depOls dele, no Ocidente, Carlos Magna Otao ustmlano as ct .. mira ca um seu modo assu m as unçoes relJglosas uprema como parte integrante do seu reinado.

d Seria

d i f i : i ~  im aginar

contradiçâo mais flagrante

~ u 5 e 3 ~ 7 ~ ~ l l t l c a  a d o P [ a ~ a _  pelo papado a parrir de meados do sécuJo VIII. papa tevao Il numa iniciativa sem precedentes abando , ~ o u  Roma, atravessQ os Alpes e foi visitar rei franco Pep in o. C ~ n f i r m o u ~ 

r e a l ~ na deu-lhe 0 titulo de «patric dos romanos» e papel de C" protector e ahado da Igreja Ro mana. mquenta anos mais tarde Leào III oroava ..ICarlos Magno imp rador em Sao Pedro de Roma no d i ~  de Natal ano ;J 800

POdemos compreender a parrir da sua situaçào geral como foram os papas evados a adoptar uma linha de acçào tao radical D' corn Car lyle, -se-la quase, d' que sta. es fOI lm posta pe as circunstâncias. No pIano irne ato, pod mo resumlr cm dois POntos que ;!m de o p r e s s â ~ e e P d a : ; e ~ ~ g ~ :  ~ ; ; : ~ : ~ : e ; ~ :  u . m ~  si.tuaçào m ~ : o  BlzanclO c SUbs Ulumdo um protecto o n g i n q civilizado mas in c6 tal por um oUl.re mai pr6ximo. mai eficaz. meno civilizado e que PO; razao se podefJa esperar mai dôcil. Ao mesmo tempo mudança . . d' aproveltavam a para relvm carem a autoridade polftica soberana b ee It alida., irnperadores ocidentais poderao mais tarde m o : ~ r a ~ ~ s ~ ~ a  :e;;ote no Ocels que d pera 0, e, para começar, Carlos Magno via rova v e l m e n t ~  ~ 1 . r ~ ! 1 ' ? s  politicos que garantia 30 papa COrno c O n s t i t u i n d ~  a p e ~  na ma espec autonomia so a sua prôpria supremacia Ar" eve ct Irmou a seu o, so proteger, ma de dirigir a greja Pa ra nos, ssen ial facto de o papas se ol't"Ica, COn larm se torn c1aro desde a arrogarem uma funçao lIll CIO. egundo professo Southe omentand paclO corn eplOo, «p la primeira vez na hi stôria i r ~  como urna a ~ t o r i d a d polirica suprema autorizando a transferên~ i : P ~  po cr par remo franco, e sublinhara seu pap i polîtico coma s u ~ e s ~ o r  do i ~ p ~ r ~ d o ~ ao disp or de terra imperiais m Itéilia », A a ro pn çao de tcrrHonos Imp riai em Itali nâo " d comcço, lOtelramente t'

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ESE. 1

explicita: a papa obrém de Pep in o e mai tarde de Car os reconhecimemo do ({direitos)) e rrit 6rios da «republic do romano )), sem di st inçào pre ci sa entre direito deres privado e publicos, mas incluindo no reconhe cimenlO em causa Exarcado de Ravena. Nào podemo fa ar ainda de um Estado papal, embora exista uma entidade politica rom ana. Um faiso docu menta, ta ivez um pouco poster or. chamada doaçào de Constantino, exprime c 1 a : r a m e n t e pretensao ~ p a l !  Nesse texto, considera-se que meiro imperador crislào, cm 3 5, transmitiu ao bispo de Roma nâ sô «pal:k io» de Latrâo, terras patrimoniais extensas «principado» religioso sobre todos os outros bispos, mas também poder imperial sobre a Italia romana insi nia ivilégios imp riais '. Do nosso ponto de sta, que aqui importa, cm pr im iro lugar, tr nsformaçào ideolégica que vernos assim iniciar-se que plenamente se desenvolvera mai tarde, d modo por completo independente da sorte reser vada de facto etensâo papal. Corn a reivindicaçao de um direito inerente L e J â Ç T o 7 n t r e ao poder politico, i ~ q d . ! l z i q ~  uma l : I d 3 ; ~ ç a t e r r e i i n o ï ; ; e t ; n d e  agora reinar sobre mundo por intermédio da ô m ' â - ~ ; ; ; ~ d ~ ~ ~ ~ ; n ~ ~ ~ i ç i o  até entao I g r e j a ~ r a .  ··Os pâpa por meio de lima ~ s c o historica, anu aram a formulaçâo ogica par Gela io da relaçao entre a funçâo relig osa e a funçâo polil ca e esco lh erarn uma outra r açào. diarquia hierarquica de Ge asio ubstitui-se uma narquia de um tip sem precedentes, uma monarquia espiritua Os dois dominio ou funçôes sào reunidos e a sua distinçâo relegada do nivel fun damental para um nivel secundario como se diferissem nào em natureza ma apenas em grau. a distinçâ.o entre espiritual e temporal tal coma desde entao a conhecemos. e campo unifica-se, de maneira que passamos poder falar de «poderes)} espiritua e temporal. caracteristico que espiri tuai seja co::cebido corno uperior ao temporal mesmo 00 nive/ temporal, coma se se trata sse de um grau superior de temporal ou, por assim dizer. do temporal elevado urna potência superior. Mais tarde, st!fél segundo este eixo qu papa podera ser concebido coma «deJegando» poder temporal no irnperador camo num seu epresentante. ; . ! ~ , "  ". Ern contraste corn a teoria de GcJasio, a superioridade qui acentuada ri sco de charnar por sso a ta tran for sta da diferença, e assumir maçào uma perversào da hierarquia. Ao mesmo tempo contudo, alcança-se uma coerência de um tipo nova. A nova unificaçào represenla uma transfor maçao de uma antiga unidade. Sc tivermos em conta modela ar quetipic RW Southern, Wesrern Society and Ihe Church in Ihe Middle Ages. L o n d r ooks, 970. p. 60; f. Pe er Panner The Land of St. hter, Lond res, 1972, pp

Penguin -23.

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H O S  SOBRE da

DIVIDUA L/ SMO

GÉNESE.I

holismo

real za sacral, vernos substituir-se-lhe agora aquîlo a que pOderia cha-

mar-se uro sacerd6cio rcal.

Esta nova configuraçâo érica em sentidos desenvolvîmentos historico filturos. P a r e c ê " l : e ~ . @ i ~ ~  q u ~  n u ~  - · g ~ Ç ô . 1 ~ d i ~ ~ u o  cristâo saré a estar doravante mais intensamente jmplicado no munda. Para perm a das instituiçôe,s rnovi;;'ento é; como os nteriores movi ë ; ; n orna mais mentas semel aJ.1tes: uma faca de dois gumes: se I g r e j mundana, cm contrapartida domînio politico participa a ora mais direc tamente dos valûres absolutos, universalistas. Por assim dizer, [ica consagrado de um modo comp etamen te nova. podemos deste modo entrever uma vir tualidade que se realizara mais tarde saber que uma unidade polftica par ticular podeni por seu turno emergir como portadora de valoTes absolutos. Et 9...P.jtaçl o moderno, uma vez que nao se encontra na continuidad de outras formas politicas; orna Igreja transformada, camo vemos no facto e ~ ~  ou f ~ ~ ç ô e s ,  mas por individuo de nao ser constituido por diferentes um ponto que proprio Hegel nao conseguiu reconhecer 1. impossivel dar aqui ainda que apenas um esboço deste futuro desen volvimento. Digamos somente que deslizar que acabo de referir sera seguido por outras movimentos na mesma direc ao, que esta longa cadeia desembocara por firn na egitimaçào completa deste mundo, ao mesmo tempo que na transfe ência completa do individuo para den/ro deste mundo. Esta cadeia de transiçào pode ser vista imagem da Encarnaçào do Senhor corna a encarnaçâo progressiva no mundo desses mesrnos valores que cristianismo inicialmente re servara ao individuo-fora-do-mundo e ua Igreja. ....".

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Concluindo Propus qu nos abstivéssemos de aplicar a nossa idcia farni liâ'r-do -ind vidüoaospf"imejrôsèiisfàos al seu-meiO amoiënte i 1 1 t i i r â n t e  entre as qu , pela c o ~ t ; a ; c Ù f è itn.s:afe c o n h e c ê s s ~ ~ s  i ~ c Î j v i d ü o  coma va lor era entào concebido no e ~ t ~ r j . Q J  cépç6es r e s p e da organizaçào ocial poli ica dada, estava fora acima dela, um indivi duo-fora-do-mundo em contraste corn 0 nosso individuo no-- mundo. Com 'âiixili ifoexêmplo indiâno,' tentei que individualismo nào t e r ~ podido esenvolver-se de out a modo, urgir sob urna outra forma, a partir do Cf. Principio da Fi/osofia do Direiro, 3,' parte, secçào IIJ, e a impaciência do aut em 83 perante a idcia de que a Re vo luçâo poderia eco eça (cf. ,
t r a ~ i c i o n a l ,  e que prim iro séculos da hi toria da Igreja mo st ra começos da adaptaçào ao mundo des se ser estranho. partida sublinhamos a adopçào da Lei da Nahlreza do ë s t o î c o um instru menta racional de adaptaçâo ér ca mundana dos valores extramundanos Errf:seguida iramo-nos para uma dimen ào s6, mas muito significativa, dimensào polit ca. Inicialmente, Estado esta para a Igreja como mundo esti! para D e u s por ss que hist6ria da concepçào pela Igreja da ua relaçào corn Estado centra na evoluçâo da relaçào entre portador de valores, individuo-fora-do mundo, e mundo. DepoiSOë a." conversào do imperador, e seguida a do Império ter imposto Igreja uma relaçào mais l v e u ·· u r n  ô C S r a ~ o , ; t 6 g da relaçào, a ë S T r ê J t â c -- d e s e que poderno ham ar uma diarquia hi erarquica. Contudo a verdade dessa Térmülâ nâ cto de que -naô ëmreIaçâo absoluta ve n o s  mente nenhuma corn individualismo, coma ndica paralelo indiano. Mai.! tarde, no século VIII, produz-se t r a n s f o r m a ç a ~ dramatica Por uma decisào hist6rica, os papas rornpem a sua Iigaçào corn Bizânc io a r r ~  garn-se poder temporal upremo no Ocidente. situaçâo extrema mente dificil em que se achavam convidara-os a esse acto de pesadas consequên cias, mas nâo ba sta para explica Io. Ha aqui um deslizar ideolégico subtil mas fundamental. Igreja pretende agora reinar, directa ou indirectamente, sobre mundo que signifîca que individu cristào se encontra dora vante empenhado no mundo num grau .!iem ~ ~ @ ~ ~ ~ · ' - S e i u i r - s e - à o  outras etapas nas mesma direcçâo, mas esta é decisiva em termos gerais, e partîcu larmente no que se œfere aos desenvolvimentos politicos futuros. Passamos assim em revista alguns dos estadios da transformaçào do ind iVWuQ:i'0r3= ; ; ~ ~ ~ _. ; : ; - ~ ë f f i i n d i v i .. - ._-" ·":: a o - m

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T a l v d i t a r  seja seguinte; mais efectiva huma p ; G i c i p a iç;â:;nizaçâo do mundo resultou lon prazo de uma religiào que sl'bordi nava da maneira estrita um vaJor transcendente. : ' ~ ' l , ..,..., ~

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Calvino Vma fraqueza do presente esturlo facto de se deter no século VIIt) tese sairia reforçada se fosse pos ive! apresentar aqui desenvolvirrlë n1o" poster or até à Reforma. Nào estou em condiçôe de fazer neste momento mas para nalguma medida remediar tal faila, proponho-me considerar b r e ~  vemente estadio terminal do processo conform representa Ca ino

Espera poder vir a fornecer mais tarde uma exposiçâo completa

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ENSAIOS SOBR

ENES

lND1V1DUALlSMO

Tomaremo por base a interpreta ào de Troelt sc h, tenlando mo ar a anta em de reformularmos na linguagem aqui utilizada 1. Em que sentido podera Ca vino ser conside rado como dè ütÏi ptocë olîJepoTSa ê; lJtlëSêifV imenf g e n n C o i i l i ~ ~ ~ .  indivi ê i ; ~ ~ o _ m û n d e i t a corn as Luzes, e posteriormente. p r ~ r e d i Mas do ponto de vista que colh mos, da relaçao conceptual entre viduo. Igreja e mundo. CalviQo a s s i n ~ l a uma conclusao: a ua IgreJ tiltima forma que 19reja podia assumir sem desaparecer. Alérn dis o, digo Calvino, tenho em mente Reforma na medida em que ela culmina do no sO ponto de vista em Calvino. Calvino construiu a partir Lutero. Tinha consciência de que limitava a explicitar a articular a os çào de Lutero e a tirar dela s suas conclusôe logicas. Pod mo portanto, pontos de vista de Lutero os que sac retomados por Calvino e deixar de l a d ~  as suas re tante concepçôes na medida em que sejam snperadas ou sub tl tuidas por CalvinQ. tese simp es Corn Ca vino dicotamia hierarquica que caractenza nosso tempo de estudo ch ga ao fim: elemento mundano antagonico, a quaI até entao individualismo devia dar algum lu gar, desaparece inteira mente na teocracia de Cal ino. campo toma-se absolutamente unificado. indiv{

uo eslâ agora no ÎnlerÎor do

munda

e a valor

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nôs Oi ndividuo-no-mund ii;;;[iÔç ; r Î t ; ---- réc onhécim ôt do facto nao novidade. uma vez que se acha pre sente em cada pagina do capitulo de Troeltsch sobre Ca vino, ainda que exprima ai numa linguagem algo diferente. Desde inîcio do seu livro desde final do capitulo sobre Pau o, que Troeltsch dirigia ja olhar para ta unificaçào (p. 81-82): Este principio da simp es justaposiçào da con diçôes dadas e das pretensôes ideais, quer dizer rnistura de conservado risrna e de radicalisrno. s6 se desagregara corn calvinismo contexto sugere a possibilidade de urna alternativa: apôs a unificaçâo, bu como acontece corn Ca vino o espirito an ma a vida intei:.a, pela c o n ~  sem

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texlO de Tr elt sc ". epilo o nao pass a, ss im, de um simpl es exercicio sobr tiver qu descu par por n ter evado em li nho d conta um literatura. mais va a, que, na sequ nci de guma in ursôes nomeada mente no livro de hOISY para os qua Troeltsch r te, ou nos pr prio In lilulO ino de cobrimo que as qu es tôes ~ a d a s  rec bern corn facilidade urna resposta univoca ao numbra. nao hâ zona que exl um outro ângul de ob ervaçâo utra luz; os co nt rnos ram traçado por ma fi e e ha enganos pos fveis. Ha att o d um tanto inqui lante na decidida urança e Calv o. nisso como noutros aspecto i r i t ~ i r a m e n t moderno: 0 ffiundo ri o, compl ex nu· tuante da estrutura foi banido

ss a a ovcrn r vid rio piritual. dualismo hi e ul11.. ca itlin;;;"" ub tituido p rarqui o o go ernado por uma alter naliva Ca vino julga scguir Lutero, e todavia produz uma doutrina difercnt facto convida-nos a tom par ponta de partida seu caracter ou t peramento particu ar. omo notou Tro lt ch, Ca vino tem uma muito in gu ar con cp âo de . ss a con epç orre pond pre isament inclina ào Ca vino, c d um modo geral le projecta em toda a parte a sua in piraçao pessoal profunda. Calvino nào um emperamento con templativo, é um pen ador rigoro o cujo pensamento se orienta para a acçao. faclo, inou obre Genebra coma um homem de tado le ali ta Gosta de promul ar expcri nte. ha nele urna ceeta tendên regra e de ubmeter di sc iplina de ta a sua pr6pria pessoa a do outres Encontra sc possuido pela vontade de agir no munda afasta par me de raciocinios coerente ideia itas que di so poderiam im CAr .. A " \ . l 1 . o . / pedi-lo.. f-2 . ~ ~   pes oal l a r e c e  os t ~ ê s  elementos estreitamente li ado d l s P o ~ l :Jotre SI que ao fundamentals na doutnna de Calvino: as concepçôes ~ o ' ! t !'..q ! ,  -,objëZ Deus predestinaçào, ~ a d e  sobre quai a vontade do mdividuo incide. l " ! l e ~ Para a l v i n o , que implic r n a j ~ d e .  uma di tânci ora mai lon e do que antes Lutera expul sa ra us Deus do mundo ao rejeitar a mediaçào instituCÎonalizada da Igreja Cat61i ca J, onde Deus estava presen e atravé de delegaçào em homens que se distinguiam como intermediarios (dignitario da Igreja, sacerdotes inve tido de podere sacramentai monges consagrados a uro tipo superior de vida). Mas. para Lutere. Deu era ainda ac ess ivel consdênda individual por meio da fé dO'3rTiôr e, erta 1 i d a ,  da r m o . Em Qii\iiii,Ç o amor rceua fazào aplica-se pena e ~ t ë  mundo. Ao mesmo tempo, Deus de Calvino é arq étipo da vontade, onde podemos ver afrrmaçao indi Ul3lS foiŒ as recta do pr6prio homem coma vontide e, ..." P ~ l e r f i Q j s f i r m a ç ô e S d h l c t i n t o  opost ô,Oü SüPerior "s ecessario tn

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a civilizaçao cri ta, de Santo Agost in

Central

1ili16na de t ~ d a 

Ùosofia alemâ moderna, par

Este aspecto p ce ter ido basta nt de curad pela hi t6ria das ideias Semelhant li po rans-:end afi ra -se-a mais tarde in up rt ao fil 6sofo alemies.. Colin M rri conlra forma fel z 0 di zer Karl B rlh, seg und 0 quai nao ha ponto contacta en rt' e 0 homem, corn a presen ça pr6xim de rnard e no esforço osterci ense em Sao (Di covery of rhe Individuol. I05().1200 de «desc obrir no homem e atrav és do hom Londres, 1972, 163)

ENSAIO

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SOBRE

INDlVID

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GÉNESE.

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nao falarmos jâ da Iiberdade em geral e da ligaçao com nominalismo (Occam). A supremacia da vonlade exp rime-se dramaticamente no dogma da ')prede Ê1?açào ..... Aqui, ponta de partida encontra-se na rejeiçào por TùÎero da salvaçilp pelas obras, que visava antes de tudo 0 mais a destrui çao do edificio catol co, do ritualismo da Igreja da dominaçao que esta exercia sob re individuo. L l I t ~ r o  sujJstituira a justificaçào pelas obras pel a,; justificaçào pela fé, e no essencia por ai se ficara, deixando ao individuo :uma margç ffi de liberdade. Calvino foi mai longe, afirmando corn uma ," implacavel a completa impotência do homem frente à omnipotência de Deus. primcira vista, ver-se-ia aqui mais uma limitaçào do individua li smo do que urn seu progresso. Troeltsch vê no calvinismo um forma particular de individuali smo, e nào propriamente um indi vi duali mo Întensificado (n. 320) G o s t ~ r i a  de mostrar pela meu lado que estamos de facto perante uma intensificaçào no que se refere à relaçào do .. individuo om ~ u ~ d o .  - , , ~  .. --- '-_

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ïn onaif"ëf vôiitade divina investe certos homens corn a graça da eleiçào, condena outras como réprobos. A tarera do eleito é trabalhar para a lo rificaçào de Deus no mundo, e a fidelidade a essa tarefa sera 0 sina1 e a unica prova da eiçâo. Assim 0 eleito exerce se descanso a sua vontade na acçào. Ora, ao fazê-Io na absoluta subm ssào de Deus, partici para nele contribuindo de facto para a re lizaçào do s seus es gnios. Estou a tentar, sem duvida muito imperfeitamente, captar complexo de submissào e de exaltaçào do eu presente na configuraçào das ideias e dos valores de Ca vino. A este nivel, quer dizer na consciência do eleito, reen contramos a dicotomiéi hienhquica que nos é familiar. Troeltsc previne -nos contra uma interpretaçào que visse em Calvino um individualismo alomico desenfreado E verdade que a graça divina, a graça da eleiçào, central na doutrina, e que a Calvino nada interessa 1iberdad do homem. Consid ra que «a honra de Deus esta salva quando liOm em se verga à sua Jei, s ~ j a :  sua submissào.1ivre ou forçada» (Choisy, citado pOI Troeltsch, n. 330). Conludo, se vernos aqui a emergência do individuD-no-mundo, e se conhecernos a dificuldade intrinseca desta atitude, a é ~ ~ ~ m o s  por ver na subm ssào eleito à graça de Deus a condiçào necessdria da egitimaçào desta ran çào decisiva. Até entào, corn efeito, individuo era obrigado reconhecer no mundo um factor antagonico, um outra irredutivel que nào podia uprimir mas apenas subordinar englobar. Esta limitaçào desaparece corn Calvino, descobrirno-Ia de certo modo substituîda par uma submissào muito espe cial vontade divina. Se tal que Troeltsch e Weber g é n e s e  daquilo .}

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chamaram «ascetismo-no-mundo)), seria prefcrivel inverter os termos e falar antes de umalniiimundanidade ascética ou condicionada .Podemos também contrapor a p a r t i c i p a ç â o a ~ e  Calvino em Deus participaçao t r a d i c i o n a l . " ' C O Î l t e m p f a t î v à q u e  é' ihtfa Lutero. Dir-se-ia que cm vez de achar' iiUffi-aufrê,- riiJn d6 0 reftigio que nos permite desembaraçarmo-nos melhor ou pior no meio das imperfeiçôes deste, deci encarna no pr6prios esse outro mundo na nossa acçào decidida s - p on t maior importância 0 modela do artificia sobre ~ s t ~ .  lismo moderno em geral, a aplicaçào sistematica às coisas deste mundo de valor extrfnseco, imposto. Nâo um valor extraido da nossa pertença ao mundo, da sua harmonia ou da nossa harmonia corn ele, mas uro valor enraizado na nossa heterogeneidade cm relaçào a cie: a identificaçào da nossa vontade corn a vontade de Deus (Descartes: 0 homem tornar se-a «senhor e dono da natureza»). ~ v t ; ~ ~ } a p l i c a ~ a ~ , ?  wund9, 0 fim procurado, :) motivo ou mola pro un da vontade sào estranhos ao mundo. Por outra s palavras, sa c c:xtramundano ~ ~ r a m u n ~ a n ~ d a d e  c O E c e ~ ! ?. . . : ! agora na vontade individual. que corresponde bem distinçào de Toen n i é s ë n t r e v o i î i à d ;  espontânea e vontade arbitraria, Naturwille Kürwille. vernos onde 0 arbitrario. Willkür, tem a ua fonte. Na minha opiniào. esta disposiçâo subjaz tambérn àquilo a que Weber chamou a racionalidade dos modernos. Para mais, a concepçào de Ca lvino permite-nos corrigir e aprofundar ~ ~ . r 3 m u n ~ a n ! ~ a d paradigma até aqui u t i 1 i z a d o ~ ~ . ~ ~ n ~ ~ t ~ ~ g o ~ vontade do individuo, podemos pensar que 0 arttflclahsmo mo(femo enq uanto f m 6 ~ e n o  ~ c e p c i o n a l  na historia da humanidade so pode com preender-se como urna c o n s ~ u ê n c i a  historica 10nginqua do indi vid ualismo -fora-do-mundo dos cristàos, que aquilo a que charoamos 0 moderno «individuo-no-mundQ) tem em si proprio, escondido na sua constituiçào interna um elemento nào percepcionado mas essencial extramundani-

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910 numa discussao "' Mix Weber d i ~ s e  pouco mais ou menos a mesma coisa em conferência de Troelsch sobre 0 Oireito Natural: opunha as «formas de sentimento rdiglOSO recusando 0 mundo» ao «S(:ntimento religioso calvinista que descobre a certcza de ser ntho de t r i u n f ~ d o  ~ a d o  Deus na prova.de si pr6prio ( B e ~ i i h r u n g )  consistente t. rp.o a c 6 s m l ~  c a r a c t e ~ l s t J c a  ! r e J ~  O ~ . ! ! ! u ! Ù ' a  iljnda 'l.« c o ~ ~ c ! ~ nado)), "*'"aa1û ss ia «soc edade}) ou dormaçao da estrutura socia numa base egocentnca» (4I:Max i s m » . Webèi- on êhurch. Sée a n a ' " M " " Por Ne on. Sociol gical AnalysÎS, 34-2 1973,

enjamin Nelson diz alias que 0 mÎsticismo-no mundo exi uni rero lheclmento m a l S explicito do que proposto por Weber TI"oeltsch (Sociological Analysis, 36-3. 1975: p. 236. cf. acima n. 6). Tai parece confirmar t6nica aqui colocada mais sobre a intramundamdadedo que sobr ascetÎsmo.

65

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ENSAIO

SOBRE

lND1VIDUALlSM

GÉNESE.

dade Exis poi ent e os doi indiv dualismos urn co ntinuid maior do que d inicio upu se mo , de onde decorr que um hipotética tran çâo directa do holi mo tradicional para individualismo moderno ja Dào nos parece apenas improvavel mas impossivel A transiçào para individuo-no-mundo, ou, se assim posso dizer a con versâo intramund'anidade, tem em Calvino concomitantes notaveis. Houve jéi quem assin lasse rece ssào dos aspectos mistico afectivos. Nâo se acham J 9 i n p ~ e t à i n e n t e  ause ntes (Jos eSc rito de Ca1vino, mas s im muita espectacularmente, da ua doutrina. pr6pria redençào é considerada, de um ponta de vi sta secamente legalista, como a reparaçao d uma ofensa honra d Deu Cristo chefe da Igreja (em vez do papa), paradigma da vida cristâ, e elo autenticador do Antigo Testamento. Os ensinamentos pr6prio de Cr to nào eram adequado regulamentaçao de uma cidad terres tre cristâ, e Sermao da Montanha acaba por es aparecer por tra do De calogo. pacto entr Deus a Igreja reproduz antigo pacto entre Deus e Israel. Choisy in istiu na transiçâ da «cristocracia» de Lutero para ._-- ._ logocracia de Calvino Domo racia» ..... omesmo modo, ; ' â T ô ; p ~ r t ~  d ~ s  ~ ~ ç o s  correspondentes extramun danidade perdem sua funçâo desaparecem. regresso do Messias per tel1!P. grande p ê P 1 ~ ua urgêiiërâPOêleai er:S qu ~ t a . È ~ ~ ! ~ t ~ l ' reine de Deu agora algo que a pouco e pouco se constr6i na terra graças ao es forço do eleitos. Para quem quer que enfrente sem descanso os horn as in tituiçôes tais como sâo, estado de na ureza ou de inocê n cia, a distinçâo entre Leis da Natureza absoluta e relativa, nao passam de vas especulaçôes. Ha uma qu es tào que s Ievanta: poderemos everas afirmar que valor individualista reina agora sem contradiÇâo nerri liiiiitâÇap 1iîie rn ista, e ~ a  ....... nào parece que seja assim C _.a l v ~ ~ @ ; .. __ mediev s e g u n d q ~

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acima de tudo perÎsà ernpre a Igreja como identificada corn a sociedade globaL Troeltsc sublinhou c u i d a d o s a m e ~ este ponto e m b o r a m u i t o --~ ..

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ou As duas parte do osso paradigma inicial co eçaram po se r introduzidas m menos independ nt emenl e, podiam parecer contradit6rias, Ou em resumo: a di st !n çào olismo/individualisr,iO pres pôe fi îndividualismo o-mund enquanto na distinçào intra mundano extramundano 0 p610 cxtramundano âo se opôe ao hol is (pelo meno do rnesmo modo e 0 p610 ntramun da o), De acto, 0 individualis extramundano opôc-se hieror lûcament ao holismo u p e r î o r  sociedade, ixa-a no se Jugar, ao passo que indi vidualis in tramundano nega ou destroi a sociedade li ta uh ti ui- (ou pretende fazê exe m -10), continuidade que acabamos detenninar entre os dois tipos, especia]men plo de Calvino, reforça a sua unidade e matiza diferença, 0 paradigrna inicial fi ca assim confirmado

ços do calvinismo fizessem tend para a se ita, e independent eme nte dos ulteriores desenvolvimento nessa direcçao ou na das igrejas livre », Cal vino sempre aderiu estritarnente ao controlo pela 19reja de todas a activida des no interior da comunidade social no seu conjunto mai ainda: apli cou estritamente es se controlo em Genebra. Poderiamos portanto supor que nem todos os traços holista desapareceram e que, para Calvino coma ante riormente, individ alismo dev,Ç ter si do contrapalapçado em cen medid pelas neces idade dà vida i a l .  Troeltsch explica que nào foi assim: «A ideia de cornunidade nào desenvolvida a par tir da concepçào da Igreja da graça, coma na 19reja luterana pela contrario, deriva do rn es mo prin cipio do quai ernana a independên ia do individuo a dever ético de preservar a eleiç o e de tomar fectiva de urn biblicismo abstracto» (p. 625-626).

Troeltsch cita Schneckenburger (n 320): «Nao Igreja que ~ . - È 2 s .. r.e.!1t<: ~ ~ I E . . . ! g r . Ç j ~ ~ q u i l o  que ela.é», crentes aquiloJ l l } ~  à q , ..! ! 1 a situa-se no quadro da prede tinaçâo p ç â o . . d ~ l 8 ! e ; c n ; ~ ~ ~ Ï a ~ Em suma, atravé ~ r e d e s t i n a ~ è )  indi îduo passa frente da 1 reja. Eis uma transfcrmaçao fundaJl'l'êîUâi, que se compreendera melhor se nos lem brarmo de que Lutero, emb ra cODse rvando inalterada, segundo pensava, a ideia da Igreja, a esvaziou de facto do seu nucleo vital. Continuava a se uma instituiçào d graça ou de salvaçao (Heilsanstalt), mas a predestinaçâo de Calvino até me mo dessa dignidade ia priva-la, no pIano do factos senao no do princîpios. Da Igreja ficou um ins rumento d disciplina agindo sobre os individuos (tanto sobre os el itos coma sobre réprobos. uma vez que na pratica imposslvel distingui Ios) e sobre governo politico. Mais precisamente tratava-se dé urn in tituiçào de santificaçâ,o (Heiligun sans/ait), eficaz na cristianizaçào da vida da cidade. A vida no seu todo, Igreja,. a famI1ia Estado, a sociedade a economia, todas as rel açôes pri vadas e publicas deviam ser mod ladas pela Espirito Divino e pela Palavra Divina comunicados pelo ministro da Igreja (e eventualmenteconfirmados pela Consistçdo onde os leigos se n c o n t r a v repre se ntados). No pIano dos factos 3<: gre ja era agora 6rgào através do qual os eleitos deviam rei nar sobre --: éprobos e cumprir ua tarefa para maior gloria de Deu Conservava'certos tr aços da ntiga Igreja di stinguia-se assim da se ita, mas ao mesmo tempo tamara-se na p ratica uma associaçào composta de indivi duos (cf.

n.·

29).

Em uma, Calvino nào reconh ci nem na Igreja nem na sociedade ou comunidade, n public ou cidade Genebra coincidindo as duas quanta aos seu membros - , um principio de naturez a holista que limitas se a aplicaçào do valor individualista. Conhecia apenas imperfeiçôes resistên-

ENSAIO

cias

OU

para

SOBR

DIVID UALIS

obstaculos tratar da maneira apropriada, e um campo unificado exerdcio da actividade do eleito, quer dizer para glorirJC.aÇào de

Deus. Sem esquecer vasto hiato cronol6gico que continua cdttir neste estudo, arri carei um'a conclu ao provis6ria. Com Calvino, • Js;reja que englobava Estado desapareceu como i n s t i t u i ç i ~  h o i i s t a o ~ m a -no ~ m e t e . n t i d o  I ~ o . .  o ~ e r ~ d ~ por C al vi no a coirJttSSi do m d l v l u n t f J c ~ o  do campo Ideo16gtco
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Podemo por conseguinte ubstituir, em principio, nosso modelo i n i ~  cial por um Qutra mais preciso, mas tenho que me cootentar corn um esboço. ntre valor englobante individuo-fora-do-mundo t ~ ~ o

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GÉNESE. II A Categoria Politica Estado a Partir do Século XIII

I . ~ j a . 

do séçulos manter-se a c t i duels frentes affrmandO-se contra instituiçâo politica e também, a traços largos, contra individuo. Corn por dois Iados: subordinando. pele menO$ cm principio, efeito, cre da reforma gregoriana e em particular através Império, e tamb m da doutrina dos acramento (entre os quais penitência) ao atribuir-se certas funçôes ou capacidad s, permitindo aplanar para eomum dos fiéis a estrada da salvaçâo, mas que corn a Reforma iodividuo quis dcpois recu perar. Lutera e Calvino atacam a Jgreja cat6lica acima de tudo come insti tuiçào de salvaçào. Em nome da auto-suficiência do individuo--em·reJaçao -corn-Deu , pôem fim divisao do trabalho instituida DO piano religioso pela Igreja. Ao mesmo tempo aceitam, ou pelo menos Calvino muito niti damente aeeita, a unificaçào obtida pela Igreja no pIano politico, campo ja em grande medida unificado Por meio desta dupla atitude pela Igreja, conquistado de urna s6 vez p'5!IQ individualismo-no-munde de '>.. Calvino. A Reformacelhe fr ute que a ~ d u f . e c e u  no scio ,ja I ~ r e i a .  Na continuidade do pracesso de conjunt ,' Reforma constitui ~ m a  crise marcada por uma inversao a um nivel preciso: a instituiçâo que fora testa de ponle do elemento extramundano e conquistara mundo agora ela pr6pria eondenada como tendo- tornado entretanto mundana. ~ t ; ; ' v é s 

-,

Introdaçlo Na medida cm que incide sobre a concepçào modema do individuo estudo que se segue muito limitado po comparaçào COrn analise que Vh:ber suge ria n? eomeço do século 1. 1tata-se de um trabalho compa ratlvo tanto na sua ongem como no seu objeetivO. Expressôes como «indivi dualismo), «atomismQ), «secularismo}) servem COrn f ~ u ê n c i a  para caraer n a p O

" œ t i Z â l 1 I 1 J o ë i

Em particular,

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ja um lugar-comum opor

 s O C l ê ë i â d ; ~  de hpo tradidonal

sociedade de castas a socie dade ocidental moderna. De um lado surgem no primeiro plano liberdade i g u a l d a d ~  do ou ro interdg>epdênçia e hierarquia Podem enumerar-se

""t'l,;t;\ " ~ : : ; ~ 

1965, assinaJa in,cio da investigaçao. Dai seu titu10 original «Th Modern Conception of the IndividuaJ Notes 00 ils genesis and that m l ~  InslJUillORS) Contributioru 10 Indian Sociology VIII Outubro de 1965. Em of Espnt, Fevareiro.de 1978: «La conception moderne de l'individu. Notes sur sa genèse, en f r a n relation a\ItC Ica conceptions de la politique et de l'État, partir du XIJye siécle.». g ~ - '  que' «0 termo "individuali mo cobre as n . . . . . A ~  mais Este

p u b l i c a d o  em

de grande ~ e n ~ ~ e :

Imagmar se possa ..... v radica1 d stes conceitos seria presentemente, e urna vez mais lsegundo Burck h a r ~ t ]  ex tremamenk preclosa para ciêoCÎa (L'Éthique protestante el l'Esprit du capitalisme Pans, Plon 1964. p. 122, n. 23) .. uma

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