INVESTIGAÇÃO PASSO A PASSO
Perguntas e Respostas Essenciais para a Investigação Clínica
Autores Médicos de Medicina Geral e Familiar Associação Portuguesa dos Médicos de Clínica Geral
1.ªª Ed 1. Ediç ição ão
Clara Barros Fonseca Carlos Canhota Eugénia Enes da Silva José Jos é Aug August usto o Sim Simões ões John Yaphe Maria Conceição Maia Maria José Ribas Miguel Melo Paulo Jorge Nicola Raquel Braga Vítor Ramos
Coordenadora
Eugéni Eug énia a Ene Enes s da Silva Silva
Núcleo Núcle o de Investigação Investigação da APMC APMCG G
FICH FI CHA A TÉ TÉCN CNIC ICA A
Título Investigação Passo a Passo – Perguntas e Respostas Essenciais para a Investigação Clínica
Autores Médicos Médic os de Medicina Geral e Fami Familiar liar
Promotor Núcleo Núcle o de Investigação Investigação da APMC APMCG G
Revi Re visã são o de te text xto o Núcleo Núcle o de Investigação Investigação da APMC APMCG G
Capa Eduardo Esteves
Impressão Focom XXI, Lda. Depósito Legal n.º 282 332/08 1ª edição – Lisboa – Setembro de 2008
Distribuição APMCG Avenida da República, n.º 97 - 1º 1050-190 Lisboa Portugal www.apmcg.pt © Reservados todos os direitos
ÍNDICE
Prefá Pre fáci cioo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
7
Intro Int rodu duçã çãoo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
9
Desenvolvimento do Projecto de Investigação
1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. 10. 11. 12. 13. 14. 15. 16. 17. 18. 19.
Quais Qua is os pass passos os essen essencia ciais is de uma uma inves investig tigaçã ação? o? . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
11
Como construir uma boa questão de investigação ? . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
19
Comoo elabor Com elaborar ar um protoc protocolo olo/pr /proje ojecto cto de de invest investiga igação ção?? . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
27
Que informaç informações ões relevante relevantess seleccion seleccionar ar da pesquisa pesquisa biblio bibliográfic gráfica? a? . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
33
Comoo defini Com definirr os obje objecti ctivos vos e as hipó hipótes teses es de um estud estudo? o? . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
41
Quall o tipo Qua tipo de est estudo udo a esc escolh olher? er? . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
45
Como definir definir uma uma população população de de estudo estudo e como selec selecciona cionarr uma amostra? amostra? . . . . . . . . . . . . . .
51
Comoo defini Com definirr e carac caracter teriza izarr as vari variáve áveis? is? . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
55
Quais Qua is os os método métodoss e proce processo ssoss de reco recolha lha de de dados? dados? . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
61
Quall a importâ Qua importânci nciaa do estud estudoo piloto? piloto? . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
69
Quall a estrat Qua estratégi égiaa de análi análise se de dado dados? s? . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
73
Comoo escolh Com escolher er o progr programa ama de de estatí estatísti stica? ca? . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
77
Como apr aprese esenta ntarr os resul resultad tados os de um estud estudo? o? . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Quais Qua is os pont pontos os básic básicos os da disc discuss ussão ão dos dos result resultado ados? s? . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
83 97
Qual a forma mais mais relevante relevante de divulgação divulgação dos dos resultados resultados de investiga investigação? ção? . . . . . . . . . . . . . 103 Que quest questões ões ética éticass salvag salvaguar uardar? dar? . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 109 Comoo publica Com publicarr o estudo estudo de invest investiga igação ção?? . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 115 Comoo elabor Com elaborar ar o orçame orçamento nto para para a inves investig tigaçã ação? o? . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 123 Como obter obter apoios apoios para a investig investigação ação clínica? clínica? . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 133
BIBLIOGRA BIBLIO GRAFIA FIA DE APO APOIO IO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ANEXO AN EXO 1 – Doc. Doc.“Con “Consen sentim timent entoo Inform Informado” ado” . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ANEXO AN EXO 2 – Exem Exemplo plo de de “Orçam “Orçament entoo Invest Investiga igação ção”” . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Notas Not as curric curricula ulares res dos dos Aut Autores ores . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
149 150 151 153
PREFÁCIO Luís Pisco
Um esforço persistente em prol do Desenvolvimento Profissional Contínuo e da excelência profissional dos Médicos de Família, tem caracterizado, desde sempre, a actuação da Associação Portuguesa dos Médicos de Clínica Geral, constituindo uma preocupação constante, uma prioridade e uma das suas tarefas centrais. Sob o títul título o “Um Futuro para a Medicina de Família Família em Portu Portugal”, gal”, a Associ Associação ação Portuguesa dos Médicos de Clínica Geral publicou, em 1990, uma tomada de posição sobre a organização da Medicina Familiar. Neste documento, onde se verte uma reflexão colectiva de vários anos, abordam-se, entre muitas outras, questões como o sistema de informação, a avaliação da qualidade, a formação e a investigação. Como linha orientadora, a garantia do direito de todos os cidadãos a uma assistência médica altamente qualificada. Nesta obra, a APMCG reconhece a necessidade dos Médicos de Família conduz con duzire irem m pro progra gramas mas e pro projec jectos tos de inv invest estiga igação ção e de par partic ticipa iparem rem em programas e projectos de investigação, conduzidos por outros elementos ou entidades. Reconhece o sistema de informação de cada médico de família como um instrumento valiosíssimo e indispensável, quer no processo de tomada de decisão e gestão da prática clínica, quer ainda como fonte de dados e de informação para a vigilância epidemiológica e para a administração de saúde, constituindo ainda um importante instrumento para a investigação. Reconhece que a formação médica contínua deverá fazer parte integrante das actividades normais do médico de família e que deverão ser criados incentivos para a sua realização. Reconhece que a investigação é a base de toda a evolução científica e um dos pontos-chave de desenvolvimento da nossa especialidade. Torna-se, assim, crucial, incentivá-la a todos os níveis. O en ensi sino no da su sua a me meto todo dolo logi gia a de deve verá rá in inic icia iar-s r-se e a ní níve vell da fo form rmaç ação ão pr préégraduada e a aplicação desses conhecimentos deverá ser encorajada em todas as fases da vida profissional do médico. Na formação pós-graduada, a investigação deverá surgir como processo lógico decorrente de sistemas de garantia da qualidade dos serviços prestados, devendo deven do nesta perspectiva perspectiva entrar na rotina do médico de família.
Estas afirmações não podem, porém, ser entendidas como se a investigação fosse estritamente um acto de voluntarismo, por parte do médico. Pelo contrário, deverão ser previstos recursos e financiamentos específicos para este tipo de actividade activ idade,, criand criando o um fluxo consta constante nte de infor informação mação de suport suporte e para todas as actividades do médico de família. Ciente Cien te das suas responsabili responsabilidades dades nesta área, a APMC APMCG G publicou, em 1989, o “Manual “Man ual de méto métodos dos de inve investig stigação ação em saúde” de Ale Alexand xandre re Abra Abrantes ntes,, Antó António nio Tavares e Joana Godinho, com a colaboração de Armando Brito de Sá, na altura coordenador do Núcleo de Investigação. Contou com um prefácio do Prof. Correia Corre ia de Campo Campos s e o patrocínio da Fundação Fundação Aga-K Aga-Khan han e da Escola Nacional Nacional de Saúde Pública. Constituiu um precioso auxiliar para muitos profissionais de saúde desenvolverem os seus projectos de investigação com rigor científico e metodológico. O livro “Investigação Passo a Passo – Perguntas e Respostas Essenciais para a Investigação Clínica”, uma excelente iniciativa do Núcleo de Investigação da APMCG, é um digno sucessor do anterior “Manual de métodos de investigação em saúde” e, como ele, contribuirá para o desenvolvimento da investigação científica, nos Cuidados Primários de Saúde. A Investi Investigaç gação ão con contin tinua ua a ser um dos ins instru trumen mentos tos fun fundam dament entais ais par para a o desenvolvimento dos Cuidados Primários, ao obter respostas que nos permitem adquirir novos conhecimentos e, consequentemente, melhorar a prestação dos cuidados de saúde. A investigação tem como objectivo principal a geração de conhecimento. Mas tem também um valor acrescido para o Serviço Nacional de Saúde, ao contribuir para melhorar a sua eficiência e a sua efectividade. E também para os doentes, ao permi permitir tir a melho melhoria ria da activ actividade idade assistencial, assistencial, ao dimi diminuir nuir a varia variabili bilidade dade na prestação de cuidados e ao contribuir de forma significativa para a equidade na prestação de cuidados. Por fim, a investigação tem uma importância primordial para os profissionais de Saúde, ao contribuir para a sua formação e para aumentar a sua satisfação e motivação profissionais. Estou certo de que este livro irá ser um precioso auxiliar e um útil instrumento de trabalho para os Médicos de Família Portugueses. Presidente da Associação Portuguesa dos Médicos de Clínica Geral
INTRODUÇÃO Eugénia Enes Silva
O desenvolvimento humano é determinado pela sede de descoberta do HOMEM – a procura insistente de novo conhecimento. Contudo, o conhecimento pode ser não científico (senso comum, literá Contudo, literário, rio, filosó filosófico, fico, etc) ou científico (implica investigação – segue um processo organizado, planeado, sistemático, com princípios e regras bem definidas). A partir da observação de fenómenos colocam-se colocam-se questões a investigar, investigar, segue-se um trilho de trabalho metodológico que implica passos de controlo para aferir o plano determinado. Saltar um passo pode inviabilizar toda a Investigação. No final encontram-se respostas para as questões iniciais. A apresentaçã apresentação o de um bom relatório final é imprescindível para o sucesso da Investigação. Os resultados alcançados podem ser confirmados ou não, por outros investigadores que utilizem o estudo ou gerar novas problemáticas a investigar. Todos os profissionais, em alguma fase da sua vida académica ou profissional, necessitam de desenvolver ou participar em estudos de investigação, pois é inerente ao avanço formativo de cada um de nós, à creditação. A Investigação Investigação reforça a credib credibilidad ilidade e das atitudes, pode determ determinar inar padrões de Qualid Qualidade ade com benefício para as Instituições, os profissionais e a comunidade. O documento que apresentamos é escrito por médicos de Medicina Geral e Familiar com experiência nas áreas da Formação Contínua e da Investigação e destina-se a médicos e a quem deseje realizar estudos de Investigação Básica. Pretende ser uma base de apoio, um guião estruturado sobre os passos essenciais da Investigação. Em cada capítulo referem-se as Ideias-Chave e Erros a Evitar, fornecem-se exemplos orientativos. Livro de consulta rápida e acessível a todos os investigadores, não pretende ser exaustivo mas didático. Procura-se desmistificar ideias preconcebidas, motivar e promover a área da Investigação na Medicina Geral e Familiar. P`lo Núcleo de Investigaç Investigação ão
Quais os passos essenciais de uma investigação?
1
Como construir uma boa questão de investigação?
2
Como elaborar um protocolo/projecto de investigação?
3
Que informações relevantes seleccionar da pesquisa bibliográfica?
4
Como definir os objectivos e as hipóteses de um estudo?
5
Qual o tipo de estudo a escolher?
6
Como definir uma população de estudo e como seleccionar uma amostra?
7
Como definir e caracterizar as variáveis?
8
Quais os métodos e processos de recolha de dados?
9
Qual a importância do estudo piloto?
10
Qual a estratégia de análise de dados?
11
Como escolher o programa de estatística?
12
Como apresentar os resultados de um estudo?
13
Quais os pontos básicos da discussão dos resultados?
14
Qual a forma mais relevante de divulgação dos resultados de investigação?
15
Que questões éticas salvaguardar?
16
Como publicar o estudo de investigação?
17
Como elaborar o orçamento para a investigação?
18
Como obter apoios para a investigação clínica?
19
Quais os passos essenciais de uma investigação?
1
1
QUAIS OS PASSOS ESSENCIAIS DE UMA INVESTIGAÇÃO? Eugénia Enes Silva
Proc ocur urar ar – desenvolver esforços para descobrir algo Investigar é Pr para além do já conhecido.
Ideias Chave
Investigação exige:
Motivação Rigor Método Persistência
Antes de avançar com uma investigação é necessário verificar se estão reunidas condições básicas como: • Forte motivação • Investigador com apoio institucional • Recursos suficientes para garantir a conclusão da investigação • Apoio socio-familiar forte • Orientador com boas competências, disponível e interessado na investigação (caso se justifique) As fases de um estudo de Investigação são descritas de forma diferente consoante os autores mas esquematizando podem ser: • Selecção do tema – tema – escolha das questões de investigação e argumentação • Desenho do Projecto/Protocolo Investigação • Execução do Projecto – Projecto – recolha e tratamento de dados; apresentação resultados • Divulgação do relatório final
11
QUAIS OS PASSOS ESSENCIAIS DE UMA INVESTIGAÇÃO?
Pontos Chave
1. 2. 3. 4.
Tema interessante para o investigador Dentro Dentr o das suas capac capacidade idadess Útil na produ produção ção de novos conh conhecim ecimentos entos As fonte fontess de info informaçã rmação o devem ser aces acessívei síveiss e credíveis 5. O autor deve deve conhecer conhecer bem bem as questões questões éticas éticas que o tema pode condicionar 6. A questão de investigação deve ser bem definida
FASES FA SES DE UM ESTUDO DE INVESTIGAÇÃO CLÍNICA
1. Selecção Tema
– O inve investig stigador ador esco escolhe lhe o tema cujo conhecimento determine a necessidade de uma explicação, de uma modificação, algo de novo! – O autor autor tem tem a libe liberdade rdade de escolher o tema mas para ser eficiente deve ponderar o seguinte: • Realizar uma boa revisão bibliográfica. • A questão de investigação deve ser bem definida, interessante para o investigador, entidades de apoio e comunidade, em geral. Quanto mais concreta a questão de investigação maior hipótese de sucesso!
12
– Pode ser um problema de Saúde ou de Serviços, onde um fenómeno observado levanta novas questões pertinentes para o evoluir de uma Investigação, por exemplo. A pesquisa na base de dados deve ser exigente apesar de hoje estar facilitada pelos meios informáticos. Seleccionar as fontes crediveis e ao seu alcance para evitar desperdício de recursos. Fundamental que se obtenha respostas às questões de investigação em tempo útil.
QUAIS OS PASSOS ESSENCIAIS DE UMA INVESTIGAÇÃO?
Aspecto Prático
Na pesquisa bibliográfica encontram-se as bases para a argumentação a desenvolver sobre o tema investigação. A argumentação argumentação tem um papel crucial desde a selecção do tema, fornece linhas orientativas para a escolha da metodologia e permite ideias básicas para a fase de discussão de resultados. Considerada por muitos autores como “o fio condutor” que orienta o processo de investigação.
2. Desenho do Projecto/ /Protocolo
• O Projecto, Projecto, também designado por Protocolo por Protocolo,, é um documento essencial que mantem o investigador no trilho que escolheu, fiel aos seus propósitos, permitindo passos de validade do trabalho e de controlo.
Princípios
Como documento de trabalho serve para apresentar a Investigação a todos que possam ser envolvidos na iniciativa; é uma forma de compromisso entre investigadores e os empregadores, os financiadores, a comunidade. Descreve todos os passos fundamentais do estudo e os limites a observar pelos investigadores. O Projecto de Investigação é um documento que pode sofrer adaptações ao longo da investigação desde que não altere a essência da mesma. Além dos nomes dos autores e das instituições envolvidas deve incluir: • Título Título – – claro, simples, informativo do estudo, mas conciso • A problemática a investigar com investigar com uma boa argumentação a justificar a pertinência do estudo • Hipóteses e objectivos bem apresentados – claros, concisos, realistas e expressos em termos mensuráveis • Metodologia escolhida e bem descrita
13
QUAIS OS PASSOS ESSENCIAIS DE UMA INVESTIGAÇÃO?
Elementos básicos
Tipo de estudo
Observacional (descritivo, analítico), experimental, outros
População/Universo
Exemplos: Utentes Centro de Saúde, da consulta; habitantes de uma região
Amostra (tipo e dimensão) Técnica amostragem
Quando bem seleccionada evita desperdício de recursos e aumenta validade dos resultados e das conclusões
Variáveis
Caracterização, fontes de informação e instrumentos de medida, bem descritos. Identificação de possíveis causas de erro (referência a eventuais medidas de minimização)
Modo de Recolha de dados
Atenção à validade e fiabilidade das observações
Processamento de Dados
Tipo de análise a desenvolver
Apresentação de Resultados e Discussão
Realce para a verificação da sua consistência, validade interna e externa
Metodologia
Procedimentos Básicos
Questões Éticas
Apresentar em forma detalhada os procedimentos de colheita de dados, armazenamento, confidencialidade e tratamento para obter os resultados finais. Descrição de relatos encontrados de precedência, pareceres de Comissão de Ética, procedimentos a observar durante a investigação (notas explicativas/informativas, explicativas/informativas, documento de Consentimento Informado, por exemplo). 14
QUAIS OS PASSOS ESSENCIAIS DE UMA INVESTIGAÇÃO?
Notas Orçamento/ /Financiamento
• Apresentar nesta fase, sobretudo se necessita de apoio externo.
Cronograma
Descrição das actividades e tempos previstos de realização até divulgação dos resultados finais da investigação
Bibliografia
Não esquecer as fontes seleccionadas mais pertinentes e mais actualizadas
Referência aos recursos materiais e humanos, incluir o n.º investigadores
Certos autores consideram o Projecto ou Protocolo de Investigação um “Guia de trabalho” – trabalho” – no início ajuda a planear, no decurso dos trabalhos é uma base de fácil consulta para os investigadores recordarem as linhas mestras da argumentação inicial e evita desvios, perda de tempo. EVITAR atitudes apressadas – nesta fase fulcral pode constituir a diferença EVITAR entre o sucesso e o fracasso da Investigação.
3. Execução do Projecto
Recolha e tratamento de dados – Reunidas as condições essenciais procede-se à execução do projecto com a recolha de dados segundo a metodologia escolhida e descrita. – Não esquecer as questões éticas inerentes (autorizações oficiais; parecer da comissão de ética, se justificado; documento de consentimento informado).
15
Discussão resultados A discussão dos resultados pode ser uma das fases mais aliciantes e criativa da investigação. Nesta fase os resultados devem ser comentados focando: • Confirmação ou não da(s) hipótese(s) do estudo; • Objectivos alcançados ou não; • Comparação com o encontrado na revisão bibliográfica; • Os factores de enviezamento e/ou confundimento dos dados e sua implicação; • Novas questões e ressaltar os problemas surgidos no estudo que podem originar novos projectos de investigação.
QUAIS OS PASSOS ESSENCIAIS DE UMA INVESTIGAÇÃO?
– A recolha de dados pode ser realizada pelo(s) investigador(es) ou por assistentes devidamente treinados para garante de uniformidade de atitudes. – Devem definir-se os procedimentos de tratamento de dados, dados, incluindo a escolha de locais para arquivar os dados (garantir confidencialidade). – Bases de dados elaboradas para o estudo ou seleccionadas de programas informáticos são preenchidas para análise dos dados. No fim, os dados são tratados e os resultados apresentados (usar quadros, tabelas ou gráficos e referir significância estatística).
4. Apresentação Relatório Final/ Divulgação
• A divulgação do estudo é o culminar da Investigação e a forma de ser reconhecido por outros investigadores ou a comunidade. – A forma de apresenta apresentação ção pode pode ser escrita escrita ou oral e obede obedece ce a princípios que todos os investigadores devem conhecer. científica, pretende-se que Trata-se de uma comunicação científica, seja precisa, clara, sistematizada e rigorosa. Termina com um item de “Agradecimentos” (sintético), referência a quem colaborou ou apoiou o projecto (apoio técnico, secretarial, financeiro).
16
QUAIS OS PASSOS PASSOS ESSENCIAIS DE UMA INVESTIGAÇÃO?
Erros a evitar
– Insegurança no tema
Soluções
– Esquecer a elaboração de um bom Protocolo (pode inviabilizar a investigação e a hipótese de apoio metodológico e/ou financeiro).
– Dominar o conhecimento por uma boa revisão temática – Rever todos os passos essenciais de uma investigação – Utilizar checklist – Apresentar resultados preliminares, se necessário
– Saltar fases do projecto – Não utilizar os passos de controle ao longo da investigação – Dar por por termina terminada da a investigação sem a apresentação e divulgação dos resultados
– Divulgar Relatório Final da Investigação com discussão dos resultados e incluindo comentários sobre apoios e dificuldades encontradas ao longo do processo
– Resul Resultados tados devem ser sempre comparados com os da pesquisa bibliográfica
Em súmula Neste capítulo fez-se uma viagem de apresentação temática focando os principais pontos de desenvolvimento de uma Investigação que serão alvo de uma reflexão detalhada nos capítulos seguintes.
17
Como construir uma boa questão de investigação?
2
COMO CONSTRUIR UMA BOA QUESTÃO DE INVESTIGAÇÃO? Paulo Jorge Nicola
Ideias Chave
• O desafio na elaboração de uma questão de investigação não é a falta de incertezas… É a dificuldade em encontrar uma incerteza importante que possa ser transformada num plano de estudo válido e exequível. • Conseguir uma boa questão de investigação é 10% inspiração e 90% transpiração. Várias características pessoais ajudam… • Se, de 100 ideias, iniciar 5 e concluir 1, será um bom investigador. Na sua vida como investigador, provavelmente não conseguirá dedicar-se a mais de 10 perguntas de investigação fundamentais. Escolha-as bem! • Aplique os critérios FINER para testar se a sua ideia é boa… e faça-o em equipa. Se a equipa se entusiasmar, entusiasmar, vá em frente.
Princípio I
A questão de investigação é o princípio e o fim do processo de investigação. Ela é a razão de ser do estudo, o que orienta o grupo de investigação e o que motiva o esforço e investimento. Embora possam existir muitas razões para um estudo ser realizado, é a força da questão de investigação investigação que será será o seu motor e um factor crítico para um estudo reconhecido como um bom estudo.
Aspecto Prático I
Como encontrar uma boa questão científica? Dificilmente se criam boas questões de investigação sem um entendimento profundo da área. No entanto, na construção deste entendimento, existem locais e processos que facilitam a criação de uma boa questão de investigação Na literatura:
19
COMO CONSTRUIR UMA BOA QUESTÃO DE INVESTIGAÇÃO?
• Editoriais são fontes ricas de questões por resolver • Bons artigos de revisão (só os bons) teórica e de revisão sistemática • A secção de discussão de artigos com estudo originais • Cartas comentando ou contestando as observações indicam questões importantes mal resolvidas • As recomendações clínicas “baseadas na evidência” evidência” indicam quais as necessidades de decisão clínica que se encontram pouco fundamentadas - Serão trabalhos muito bem recebidos, porque ajudam a preencher evidências pouco fundamentadas
• Hipóteses levantadas por casos clínicos - Geralmente são difíceis de estudar epidemiologicamente.
Na comunidade • Falar e perguntar aos profissionais que lidam com aquele tipo de situações – muito importante! • Falar com investigadores e orientadores Geralmente não lhes faltam ideias…
• Vasculhar as comunicações publicadas em congressos e encontros na área - Pode ser não muito fácil se não se conhece a área, mas dá uma noção de direcção e dos avanços recentes
Construindo pontes entre áreas “distintas” • Por exemplo: entre a saúde e a… Sociologia, Economia, Ética, Comunicação social, Gestão, Informática, Educação, Ergonomia, Política, etc. - Facilitada pela pesquisa em revistas especializadas na sobreposição das áreas
Estar atento a situações que “mudam as regras do jogo”: • Novo paradigma fisiopatológico. Por exemplo: “a inflamação é um factor de risco para a aterosclerose.”
• Novas tecnologias, novos medicamentos e novas intervenções. • Novas regras de acesso e organização dos cuidados de saúde
20
COMO CONSTRUIR UMA BOA QUESTÃO DE INVESTIGAÇÃO?
Princípio II
Não basta ter uma boa questão de investigação… esta tem de ser reconhecida como tal. tal. Isso será fundamental para conseguir apoios institucionais, o entusiasmo da equipa de investigação e dos participantes no estudo, uma proposta vencedora em concursos, financiamento e interesse (da comunicação) social.
Aspecto Prático II
Uma boa questão clínica deve ser FINER ser FINER:: Exequível (Feasible). É a regra número 1 para não se perder tempo. Ter pessoas experientes em investigação ajudará a reconhecer os potenciais problemas na execução do estudo, e de desenhar estratégias que os evitem. No entanto, todas as decisões têm prós e contras, e consequências… consequências … E há poucas coisas piores de que concluir-se que um estudo é inexequível com este a decorrer.. Mesmo estudos aparentemente fáceis e óbvios decorrer beneficiam de estudos piloto. Interessante. Porque é que você e a sua equipa irão Interessante. despender inúmeras horas neste projecto? O que vos motiva? Porquê que alguém o aceitaria para uma publicação ou um congresso? Mesmo aceite, porque alguém o discutiria? Finalmente, porque alguém o referenciará mais tarde? A resposta a estas questões tem de estar clara e convincente na mente dos investigadores. Nova (Novel). Embora a replicação tenha o seu valor e importância em ciência, nenhum estudo será conhecido por ser o número 2. Um bom estudo acrescenta, ou reformula, o que já é conhecido. Ética. Outro sine qua non para uma boa investigação. Muitas Ética. vezes as questões éticas não são claras ou consensuais. Uma percepção do entendimento ético das instituições, da comunidade e dos participantes é fundamental para que um estudo não seja comprometido ou desacreditado mais tarde. Relevante. Considere os vários resultados Relevante. r esultados possíveis de um estudo. O estudo será tanto mais relevante quando mais qualquer resultado possível avançar o conhecimento científico e a prática na área.
21
COMO CONSTRUIR UMA BOA QUESTÃO DE INVESTIGAÇÃO?
Princípio III
A hipótese hipótese em investigação deriva da questão em estudo, e deve estar anunciada de forma clara. Esta hipótese, que deve ser a consequência lógica da argumentação que consta na introdução do projecto, é o factor primário na justificação da população participante, critérios de selecção, processo de amostragem, variáveis colhidas, análise estatística, etc. Poderá testar-se a precisão e clareza de uma boa questão de investigação colocando-a colocando-a a um grupo de pessoas e verificando a convergência das interpretações e a correspondência às ideias do investigador. Em investigação clínica e epidemiológic epidemiológica, a, a questão de investigação é uma incerteza sobre qualquer coisa na população, que o investigador se propõem a resolver através atrav és de medições medições nos participantes participantes do seu estudo. estudo. É respondendo a estes itens que se define a questão de investigação.
Aspecto Prático III
Assim: A questão de investigação é • uma incerteza sobre qualquer coisa O investigador define o que se sabe (state-of-art) sobre um tema, e o que não é ainda conhecido; justifica o interesse e a novidade de propor um estudo que se dirija a essa incerteza, com um modelo conceptual do fenómeno em estudo, com uma definição clara de como essa incerteza deve ser testada em termos quantitativos, e antecipando a relevância dos resultados deste estudo.
• na população Deve ser definido a quem se dirige este estudo, ou seja, para quem os resultados são extrapolados. População geral, adulto, indivíduos com uma certa doença, com uma doença num determinado estadio, com certos factores de risco?
• que o investigador se propõem a resolver De que forma? Descrevendo, comparando, verificando a possível associação, etc.
• através de medições Prospectivas ou retrospectivas? Transversais ou longitudinais? Neste último caso, qual o intervalo de tempo? Que tipo de medições? Quais as variáveis / dimensões medidas e como (entrevistas, exames clínicos,
22
COMO CONSTRUIR UMA BOA QUESTÃO DE INVESTIGAÇÃO?
dimensões medidas e como (entrevistas, exames clínicos, c línicos, exames complementares, etc.)? Qual a variável dependente do estudo (ou resultado), e as principais variáveis independentes (ou factores)?
• nos participantes do seu estudo. Quantos grupos? Obtidos como? Quais as suas principais características?
Consoante o tipo de estudo, a resposta a estes (e outros) itens poderá ser mais ou menos importante para definir a questão em estudo, através da expressão da hipótese ou objectivo do projecto de investigação. Em geral, estes podem dividir-se entre hipóteses ou objectivos primários (que justificam o estudo por si só), e hipóteses e objectivos secundários (que completam ou enriquecem o estudo, mas não o justificam, ou decorrem do sucesso do objectivo primário).
Exemplos
Para se compreender o impacto de factores sócio-económicos e culturais no controlo da hipertensão arterial, nós iremos acompanhar durante 18 meses dois coortes de 500 doentes hipertensos imigrantes e não imigrantes, seleccionadoss aleatoriamente nos cuidados de saúde seleccionado primários do Distrito de Lisboa, e comparar o grau de controlo da hipertensão arterial, a adesão terapêutica, os padrões de acesso aos cuidados de saúde, e descrever estratégias pessoais para o controlo da hipertensão arterial, ajustando para a idade e para o sexo.
Princípio IV
Em ciência, os estudos evoluem de forma iterativa. A resposta a uma questão de investigação gera outras questões de investigação. À medida que um protocolo de investigação evolui, assim a nossa questão de investigação vai ajustando-se e amadurecendo.
23
COMO CONSTRUIR UMA BOA QUESTÃO DE INVESTIGAÇÃO?
Aspecto Prático IV
A questão de investigação deve estar definida logo no início do processo de construção de um protocolo de investigação, e os critérios FINER verificados. verificados. Esta é a versão 1.0! Esta questão ajudará a manter o foco na pesquisa bibliográfica, nas decisões sobre os métodos, e em todo o processo de discussão do protocolo. Inevitavelmente, a questão de investigação irá ser aprimorada, ou mesmo substituída, neste processo. Este processo é natural e desejável, desde que corresponda a um crescimento no entendimento sobre o que deve ser investigador, investigador, e a uma melhoria na qualidade da investigação investigação.. Existem muitas “personalidades” “personalidades” com sucesso no mundo da investigação. investigação. Mas há algumas características pessoais e actividades que ajudam: ajudam: • Ser-se pró-activo: na perseguição de ideias “preliminares”, no contacto com colegas e investigadores investigadores,, perguntas e contacto em congressos; • Ser-se céptico: relativamente ao que é assumido e afirmado sem justificação, praticado por tradição, feito por analogia, etc… • Ser-se observador; • Ensinar, Ensinar, apresentar e discutir em público, falar sobre ideias, pertencer a grupos de interesse; • Ser-se criativo; • Persistência, tenacidade, ruminação; Boas ideias são ouro no mundo da investigação. Elas surgem quando menos se espera. Guarde todas as suas ideias, delírios e deambulações num caderno próprio, ou num ficheiro de Word. Se surgiram enquanto ouvia uma palestra, ou lia um artigo, guarde essas referências também. Não tenha receio de trocar boas ideias com os outros, sobretudo se são ideias que dificilmente conseguirá promover. Reforçará a sua rede de colaborações no mundo da investigação, e verá as suas ideias “sair da gaveta” e tornarem-se realidade.
24
COMO CONSTRUIR UMA BOA QUESTÃO DE INVESTIGAÇÃO?
Erros a evitar
• Não observar os critérios FINER, e testá-los através da discussão com conhecedores da área, investigadores experientes, e uma revisão bibliográfica bem conduzida. Responda às questões colocadas por estes critérios por escrito (quais as ameaças à exequibilidade; o que torna esta questão interessante para cada investigador investigador,, para o participante, para a sociedade; Antevêem-se problemas ou reservas do ponto de vista ético?; etc). • Perder o foco da questão de investigação, e pretender responder “a tudo” num único estudo. Um estudo deve ter “massa crítica” suficiente para ser interessante e relevante, mas se muito pesado, além de se tornar menos exequível, torna-se menos motivador, e a sua mensagem torna-se menos clara. • Desistir facilmente / não estar pronto a mudar de ideias. • Não compreender que estes processos precisam de tempo para amadurecer, mas que também precisam de pró-actividade, envolvimento de redes de colaboração e de discussão.
Checklist
Informações Bibliográficas
• Tenho a minha questão de investigação escrita? • Tenho os critérios FINER discutidos? • Fiz a revisão bibliografia, de material de congressos, etc., pensando e aperfeiçoando a minha questão de investigação? • Dei a minha questão de investigação e os critérios FINER a ler a outros investigadores e entendidos na área? Designing Clinical Research: An Epidemiologic Approach. Stephen B Hulley, Steven R Cummings, Warren S Browner, Deborah G Grady, Thomas B Newman. 2006. Lippincott Williams & Wilkins.
25
Como elaborar um protocolo/projecto de investigação?
3
COMO ELABORAR UM PROTOCOLO/PROJECTO DE INVESTIGAÇÃO? Maria da Conceição Estrelo Gomes de Sousa Maia
“You say you got a real solution Well you know we´d all love to see the plan” Lennon/McCartney (Revolution I)
O planeamento é a parte mais importante de d e um trabalho, pelo que obriga em si mesmo de dedicação, ponderação e morosidade, e ainda pelas implicações que tem no valor e sucesso do trabalho a desenvolver. Um mau planeamento pode pôr em causa um trabalho que resulte de uma excelente ideia!
Ideias Chave
– O protocolo é um documento formal do plano da investigação, onde se especificam: • a ideia que se pretende verificar, verificar, • os métodos a utilizar, • o que se pretende obter dos resultados • o tempo, pessoal e custos que implicará. – Contém a estrutura básica do trabalho e servirá de guia de actuação. – É o formato adequado de apresentação do projecto às entidades a quem se pretende que seja submetido, para aprovação, divulgação ou até financiamento.
Princípios
• Título
“Este tem finalidade descritiva, pelo que deve ser mais extenso e pormenorizado do que o título sob o qual se virá a publicar o trabalho”
A redacção de um protocolo deverá incluir :
27
COMO ELABORAR UM PROTOCOLO/PROJECTO DE INVESTIGAÇÃO?
• Introdução (descrição concisa e completa) É o cartão de visita da equipa de investigadores
É parte mais substancial do protocolo; deve realçar a pertinência ou relevância do tema, descrever o problema e fundamentar o trabalho baseado na revisão bibliográfica
Deve justificar a escolha do tema
Uma boa revisão da literatura oferece a quem aprecia aprec ia o protoc protocolo, olo, uma garantia de que os investigadores dominam a área em que pretendem trabalhar.
• Objectivos
Enunciados que indicam claramente o que os investigadores têm intenção de fazer no decurso do estudo; deverão ser pertinentes, precisos, realizáveis e mensuráveis
Object.Gerais Object. Específicos (Com a formulação de objectivos do estudo conclui-se a fase conceptual do processo de Investigação) • População ou Universo
Conjunto total de “casos” sobre os quais se pretende retirar conclusões. O objectivo da investigação define a natureza e dimensão do universo.
• Amostra
Na selecção da amostra há que ter em conta a sua dimensão / tamanho e sua representatividade.
(Quando os investigadores não têm tempo nem recursos suficientes para recolher e analisar dados para cada um dos casos do Universo só é possível considerar uma parte dos casos desse Universo) 28
COMO ELABORAR UM PROTOCOLO/PROJECTO DE INVESTIGAÇÃO?
• Tipo de estudo
O tipo de estudo a realizar decorre naturalmente dos objectivos definidos para o trabalho. A descrição dos vários tipos de estudo será abordada e desenvolvida em capítulo próprio.
• Variáveis
Os investigadores devem limitar-se a observar e medir as variáveis que estão directamente relacionadas com os objectivos e hipóteses do trabalho.
São características das unidades de observação/ /casos que constituem a população ou a amostra.
As variáveis escolhidas, a forma de as medir e a sua operacionalização operacionalizaç ão devem aqui ser descritas e de tal forma que outros investigadores as possam medir da mesma maneira permitindo “a comparabilidade”. • Metodologia de colheita e registo de informação
Seleccionado o suporte de registo de informação deverá ser feito um plano pormenorizado: • forma como se vai realizar a colheita e registo de informação • preparação cuidada dos observadores • estandardização dos instrumentos de medida e das condições de observação.
• Análise
O tipo de análise e respectivos testes a utilizar 29
COMO ELABORAR UM PROTOCOLO/PROJECTO DE INVESTIGAÇÃO?
devem ser escolhidos antes de iniciar o estudo; devem ser adequados aos objectivos a estudar.
Princípios
• Recursos necessários
A descrição dos recursos necessários, materiais e humanos, é a base para a construção do orçamento.
• Orçamento
Indispensável para o controlo de execução financeira, deve ser elaborado com cuidado para dar credibilidade à equipa e confiança aos financiadores
• Investigadores responsáveis/Equipa do projecto
Indispensável para o controlo de execução de um projecto;
• Cronograma
Correlaciona duas variáveis, o tempo e as actividades.
O cronograma de GANTT é o mais representativo, mais utilizado e mais simples. É um gráfico de dupla entrada, onde as linhas são constituídas pelas actividades e as colunas pelos períodos de tempo considerados. Os traços horizontais representados no interior do gráfico correspondem à duração das actividades indicando o início de cada traço a altura em que a respectiva actividade actividade deverá começar e o final do mesmo a altura em que deverá terminar. A cheio representam-se as actividades realizadas e por preencher as actividades por realizar ou não realizadas. Nota: A rede de PERT (Programme Evaluation and Review Technique – Técnica de Avaliação 30
COMO ELABORAR UM PROTOCOLO/PROJECTO DE INVESTIGAÇÃO?
e Controlo de programas) é um outro tipo de programação mais complexo. Justifica-se num projecto cujo número de actividades é elevado e a realizar em simultâneo por diversos elementos, de modo a aumentar a eficiência. Permite representar todas as actividades e acontecimentos de um projecto, estabelecendo as diversas inter-relações envolvidas na sua execução. Inclui os seguintes elementos: actividades (representadas por setas), acontecimentos (representados por círculos), duração média de cada actividade, tempos mínimas e máximo para um acontecimento e o caminho crítico do projecto • Bibliografia
Deve constar toda a bibliografia consultada e referenciada na introdução do protocolo
• Apêndice Anexos
Eventuais questionários utilizados, suportes de registo de informação ou modelo do consentimento informado
Aspectos Práticos
Em diversos momentos da fase de planeamento da investigação há que pensar adiante, ou seja, colocarmo-nos um pouco á frente e perspectivar se o resultado que vamos obter corresponde corresponde ao esperado esperado / desejado ou se conseguiremos responder à nossa pergunta de investigação.
Erros a evitar
• Iniciar a elaboração do protocolo antes de uma cuidada e exaustiva revisão bibliográfica • Recolher informação antes de elaborar o protocolo • Medir o maior número possível de variáveis em cada unidade de observação assumindo que o custo marginal de medir mais variáveis é relativamente reduzido. • Desvalorizar/descurar qualquer uma das partes do protocolo
31
Que informações relevantes seleccionar da pesquisa bibliográfica?
4
QUE IN QUE INFO FORM RMAÇ AÇÕE ÕES S RE RELE LEV VAN ANTE TES S SE SELE LECC CCIO IONA NAR R DA PE PESQ SQUI UISA SA BI BIBL BLIO IOGR GRÁF ÁFIC ICA? A? Eugéni Eugé niaa En Enes es Si Silv lvaa Paul Pa uloo Jo Jorg rgee Ni Nico cola la
Ideias Chave
– A Pe Pessqu quis isa a Bib ibliliog ográ ráffic ica a é fu fund ndam ame ent ntal al pa para ra o suc uces essso da investigação. plan anea eada da e or orga gani niza zada da pa – Deve ser r pl para ra nu num m cu curt rto o es espa paço ço de te temp mpo o se co cons nseg egui uirr o má máxi ximo mo de in info form rmaç ação ão pe pert rtin inen ente te,, rele re leva vant nte e e de qu qual alid idad ade, e, ao me meno norr cu cust sto o po poss ssív ível el..
Objectivos
• Verificar o que já é conhecido sobre o tema a investigar (estudos investigar (estudos real re aliizad ado os - o ma maiis ac actu tua al, de pre prefer ferênc ência) ia) • Defi Defini nirr as qu ques estõ tões es em aberto e pontos em discussão • Identi Identific ficar ar os par paradi adigma gmas, s, tend te ndên ênci cias as e im impl plic icaç açõe õess do conhecime conhe cimento nto relac relacionad ionado o com a questão de investigação • Ver erifific icar ar a pe pert rtin inên ênci cia a da questã que stão o de inv invest estiga igação ção seleccionada • Sele Selecc ccio iona narr os es estu tudo doss qu que e pode po dem m se serv rvir ir de comp co mpar araç ação ão co com ma invest inv estiga igação ção a des desenv envolv olver er • Identific Identificar ar poten potenciai ciaiss financiadores
33
– Def efin iniç ição ão de con once ceititos os teóricos; – Justificação da problemática seleccionada – Selecção de estudos para pa ra ap apoi oio o à in intr trod oduç ução ão,, argume arg umenta ntação ção e discus dis cussão são de res result ultado adoss da in inve vest stig igaç ação ão a desenvolver – Apoio à metodologia esco es colh lhid ida a pa para ra a inve in vest stig igaç ação ão (u (uso so de definiçõe defi niçõess vali validada dadas, s, estatí est atísti sticas cas,, for forma ma de apre ap rese sent ntaç ação ão de da dado dos, s, etc.) – Aut uto ori rizzaç ação ão ét étic ica a (funda (fu ndamen mentaç tação ão de precedente)
QUE QU E IN INFO FORM RMAÇ AÇÕE ÕES S RE RELE LEV VAN ANTE TES S SE SELE LECC CCIO IONA NAR R DA PE PESQ SQUI UISA SA BI BIBL BLIO IOGR GRÁF ÁFIC ICA? A?
Princípios
– Util Utiliz izar ar mé méto todo doss e té técn cnic icas as diferentes;
Rigor
– Proc Procur urar ar ob obra rass co com m re reflflex exão ão crít cr ític ica a e sí sínt ntes ese; e;
Clareza
– Sele Selecc ccio iona narr os ma mais is ac actu tuai aiss e qu que e ap apre rese sent ntam am resultados resul tados compa comparativ rativos os com co m ou outr tros os es estu tudo doss (a (aná nálilise se sobr so bre e as re rela laçõ ções es en entr tre e factos); fichas – Elab Elabor orar ar fichas bibliográficas com Palavras Pala vras-Chav -Chave, e, resum resumos, os, citações;
Abrangência Rentabilidade Qualidade
– Eleg eger er te text xtos os co com m aborda abo rdagen genss dif difere erente ntess do tem ema a a inv nves estitig gar e reflec ref lectin tindo do div divers ersos os pon pontos tos de vi vist sta; a; – Conhecer bem as potencial poten cialidade idadess das Bibliotecas
Como Iniciar a pesquisa?
Definir o que procurar – (o que quero? Como conseguir?):: conseguir?) pedir apoio a especialistas na área, auscultar os colegas, o orientador
1.Sugestões, questões a merecer investigação, interesses institucionais e de formação do investigador 2.Apoio orientativo das fontes a consultar 3.Definir Palavras-Chave, sinónimos
34
QUE INFOR INFORMAÇÕES MAÇÕES RELEVANTES RELEVANTES SELECCIONAR DA PESQUIS PESQUISA A BIBLIO BIBLIOGRÁFIC GRÁFICA? A?
Onde Procurar?
FONTES PRIMÁRIAS – Documento original cujo conteúdo não foi sujeito a apreciação por outros autores EXEMPLOS: Doc. oficiais (OMS, Censos, Observatório Nacional) teses, editoriais, monografias de reagrupamento de artigos de investigação FONTES SECUNDÁRIAS – Classificação e interpretação das fontes primárias EXEMPLOS: Catálogos, índices informatizados, bibliografias anotadas FONTES TERCIÁRIAS – Obras especializadas que compilam de forma organizada e seleccionada informações de outras fontes EXEMPLOS: Dicionários (léxicos, (léxicos, glossários), glossários), enciclopédias enciclopédias
Como escolher as fontes relevantes?
Exemplo: Seleccionar Palavras-Chave Seleccionar Palavras-Chave Consultar Índices – encontra Consultar Índices as fontes primárias e destas terá referências para outras fontes secundárias e terciárias
Bibliografias: visão de Bibliografias: conjunto; listas de publicações sobre o tema, fornece informação variada: artigos, livros, resumos, editoriais, cartas ao editor editor,, dissertação (Compilam dados essenciais e poupam tempo) Revistas, Editoriais, Org. Oficiais: Informação e reflexão actuais, mais acessível e de fácil consulta; Fornecem apoio pelas citações de outras publicações; Através dos comentários bibliográficos sobre as obras mais recentes poupa tempo na selecção do que é relevante
35
QUE INFORM INFORMAÇÕES AÇÕES RELEVANTES RELEVANTES SELECCIONAR DA PESQUIS PESQUISA A BIBLIO BIBLIOGRÁFI GRÁFICA? CA?
Aspecto Prático
Considera-se que a pesquisa bibliográfica pode ser interrompida no momento em que se encontram referências já abordadas e de forma repetida no material consultado – em princípio, o tema foi bem abordado.
Bibliotecas Científicas
Conhecer os sistemas de catalogação sistemática e informatizada da biblioteca
Aspecto Prático
“ÍNDEX” – artigos por assunto ou autor, de revistas da especialidade e outras publicações pertinentes
Acesso facilitado em rede a outras fontes (teses, periódicos, revistas monografias, audiovisuais)
“Abstracts” ou Resumos – úteis para determinar determinar a pertinência pertinência das fontes “CD-Rom” – mais usado como suporte de informação para base de dados e é correspondente aos índices impressos em papel LIVROS – verificar índice e sumários ou ler os primeiros e últimos parágrafos do capítulo para identificar o conteúdo.
Como retirar partido da pesquisa?
O importante é compreender, integrar e retirar o essencial num processo de pesquisa reflexiva. Princípios: I
Ler várias vezes Verificar semelhanças e diferenças entre os estudos Encontrar linhas de nova investigação Elaborar grelhas de leitura, fichas bibliográficas e de citações Reagrupar a informação, sintetizar, resumir e concluir
36
QUE INFORM INFORMAÇÕES AÇÕES RELEVANTES RELEVANTES SELECCIONAR DA PESQUIS PESQUISA A BIBLIO BIBLIOGRÁFI GRÁFICA? CA?
Aspectos Práticos
Grelha de leitura – Escrev Escrever er ide ideias ias pri princi ncipai paiss do texto; verificar a sua ligação e os comentários dos autores – tópicos para estruturar o texto da investigação a desenvolver
Fichas bibliográficas – Inclui Inclui dad dados os sobr sobre e identificação do estudo e localização do texto; – Ideias Ideias mais relev relevantes antes,, síntese do conteúdo; Transcrições formais com referência em termos de página de citação; Resumo do futuro investigador sobre o que mais ressaltou do texto.
Fichas de citações Resumos e sínteses (ideia global do trabalho) Métodos e forma de registo (João Frada, Novo Guia Prático, Lisboa, 2005, passim)
Internet
A facilidade facilidade de acesso de informação pode conduzir a erros e perda de tempo. Fundamental separar separar o essencial, essencial, reconhecer as boas boas fontes, os bons autores. Manter sempre o pensamento reflexivo, crítico e selectivo. Solicitar a opinião de terceiros, peritos na área. As bases informáticas podem ser consultadas por: Autor, título, assunto, colecção, editor, etc. EXEMPLO: MEDLINE (Medical Literature Analysis and Retrieval System on Line) – base de dados sobre sobre Ciências da Saúde. Saúde. A indexação é feita por meio “Thesaurus” (vocabulário normalizado) = MESH (Medical Subject Headings). Compreende índices impressos em papel como INDEX Medicus AVLINE – AVLINE – ficheiro de audiovisuais 37
QUE INFOR INFORMAÇÕES MAÇÕES RELEVANTES RELEVANTES SELECCIONAR DA PESQUIS PESQUISA A BIBLI BIBLIOGRÁF OGRÁFICA? ICA?
Motores de Pesquisa Exemplos
www.nejm.org Uma gama ampla de áreas de medicina medic ina com com traba trabalhos lhos de de elevado impacto, mas sem incluir uma perspectiva em profundidade de uma área específica Google Scholar www.scholar.google.com Sibul http://194.117.1.194 Catálogo de revistas de todas as bibliotecas da Universidade de Lisboa Lisboa (outra (outrass aderentes aderentes)) Free Medical Journals www-freemedicaljournals.com 1500 revistas de acesso livre agrupadas por especialidade CRISP Database Crisp.cit.nih.gov Base de dados das submissões a financiamento governamental no EUA (ex. O NIH)
Erros a evitar
Pubmed www.ncbi.nlm.nih.gov/sites/e ntrez Motor de busca da base bibliográfica Medline gratuita, das mais completas Embase http://www.embase.com Complementa a Medline com mais artigos( europeus e asiáticos) – Não gratuita: paga-se por tempo e dowloads. Existem instituições que a subscrevem. ISI Web of Knowledge sub3-isiknowledge.com Necessita de subscrição. subscrição. Indicação do factor de impacto das revistas e das publicações referenciadas e referenciadoras de um artigo. Inclui resumos de muitos congressos.
O investigador não deve esquecer que as suas questões já podem ter sido alvo de pesquisa Convém partilhar as suas ideias com terceiros e não recear a influência de outras formas de pensar A pesquisa pesquisa de bibliografia não deve ser uma mera lista de publicações consultadas Antes de partir para o campo de pesquisa, seleccionar seleccionar palavras-chave e retirar do tema sinónimos para rentabilizar esta fase da investigação Elabore resumos ou fichas de apoio dos textos consultados para não correr o risco de duplicação, confusão e incorrectas citações ou referências bibliográficas
38
QUE INFOR INFORMAÇÕES MAÇÕES RELEVANTES RELEVANTES SELECCIONAR DA PESQUI PESQUISA SA BIBLI BIBLIOGRÁF OGRÁFICA? ICA?
As referências bibliográficas devem ser usadas com cuidado, para enriquecer a argumentação ou o desenvolvimento desenvolvimen to da investigação mas sem exageros – olhar crítico e científico
Sugestões Finais
Seleccione as fontes credíveis, manuseáveis e acessíveis, dentro da sua capacidade. A pesquisa pesquisa deve ser abrangente e diversificada. Paciência, persistência e espírito organizado são qualidades básicas
39
Como definir os objectivos e as hipóteses de um estudo?
5
COMO DEFINIR OS OBJECTIVOS E AS HIPÓTESES DE UM ESTUDO? Clara Barros Fonseca
Ideias Chave
• Os objectivos são a operacionalização da pergunta de investigação • Existem dois grandes tipos de objectivos – descritivos e analíticos • As hipóteses de investigação definem-se para objectivos analíticos claros, precisos e definidos
Princípios
Depois de uma fase inicial criativa em torno de uma questão de investigação, o investigador deverá reflectir e concretizar essa questão sob a forma de objectivos de investigação para os quais poderá encontrar uma resposta específica.
Os objectivos têm que ser claros, precisos e definidos na fase inicial do projecto pois constituem o eixo a partir do qual se desenvolve o desenho de estudo.
Os objectivos de investigação são a declaração daquilo que os autores pretendem descobrir/ medir/comparar (etc.) com o trabalho.
Objectivo
• eixo do desenho de estudo • definição precisa sem ambi• • • • •
guidades susceptível de investigação específica realista e operativo principal pergunta que se deseja responder último parágrafo da Introdução verbo no infinitivo
41
Objectivo Descritivo Objectivo Analítico
COMO DEFINIR OS OBJECTIVOS E AS HIPÓTESES DE UM ESTUDO?
Objectivo Descritivo
Tem que incluir: Fenómeno a descrever (ex.: Prevalência, Incidência, sintomas) Problema (ex.: gripe) População – Determina Determinarr a Preva Prevalênci lência a de de Enures Enurese e Noctur Nocturna na nas crianças do Porto. – Carac Caracteriz terizar ar os doente doentess hiperten hipertensos sos do do Centro Centro de Saúde Saúde de Ermezinde quanto ao grau de risco cardiovascular com base na escala de risco da OMS.
Objectivos Analíticos
Tem que incluir: Variável independente ou exposição ou intervenção (ex.: tabagismo) Variável dependente ou resposta (ex.: cancro do pulmão) População Exemplos: – Verificar se a educação para a saúde saúde em grupo produz melhores resultados do que a individual no controlo metabólico de doentes diabéticos tipo 2 do Centro de Saúde da Maia – Verificar se existe associação associação entre a idade e a Enurese Nocturna nas crianças do Porto
Hipóteses de investigação
Ao contrário do objectivo descritivo, o objectivo analítico traduz uma hipótese de investigação que no final do estudo irá ser ou não rejeitada pelo investigador. Assim, se se pretende efectuar um estudo analítico, devem ser formuladas as respectivas hipóteses de investigação. As hipóteses podem ser formuladas de duas formas, sendo a forma mais conhecida a hipótese nula: 42
Exemplos Ho: A educação para a Ho: A saúde em grupo não produz resultados diferentes do que a educação individual no controlo metabólico dos doentes diabéticos tipo 2
COMO DEFINIR OS OBJECTIVOS E AS HIPÓTESES DE UM ESTUDO?
Hipótese nula (H0) – afirma independência entre variáveis Hipótese alternativa (H1) – afirma não independência entre variáveis
H1: A educação para a H1: A saúde em grupo produz resultados diferentes da educação individual no controlo metabólico dos doentes diabéticos tipo 2
Aspectos Práticos
• Usar um verbo no infinitivo como primeira palavra do objectivo. • Usar itens para separar diferentes objectivos em vez de os enunciar em conjunto numa mesma frase. • Formular sempre as hipóteses de investigação num estudo analítico como exercício mental para a preparação da fase de análise de dados. • A hipótese hipótese nula é mais simples de interpretar do que a alternativa
Erros a evitar
• Formular objectivos incompreensíveis • Confundir objectivo com finalidade • Referir o objectivo a uma amostra e não a uma população
43
Qual o tipo de estudo a escolher?
6
QUAL O TIPO DE ESTUDO A ESCOLHER? ESCOLHER? Maria José Ribas John Yaphe
Ideias Chave
– A escolha do TIPO DE ESTUDO é essencial ao investigador e é um dos primeiros passos a ter em conta ao longo de um trabalho de investigação; – Os estudos de investigação investigação em ciências da saúde podem dividir-se, grosso modo, em OBSERVACIONAIS e EXPERIMENTAIS; – O tipo de estudo a utilizar depende do OBJECTIVO ou PERGUNTA DE INVESTIGAÇÃO e condiciona a estratégia de análise dos resultados.
Princípios
Nos estudos OBSERVACIONAIS, OBSERVACIONAIS, limitamo-nos a observar, medir e analisar determinadas variáveis. Não temos qualquer intervenção ou controle no factor de estudo. Estudos observacionais Þ Þ Analíticos Þ Þ
Descritivos Þ Questionário
Coorte
Caso-
Þ Þ -controle
Retrospectivos
Prospectivos
Exemplo de estudos observacionais descritivos: os questionários ou inquéritos
45
Estes estudos são de grande utilidade para determinar o estado de saúde de uma comunidade ou estudar a nossa lista de utentes, por exemplo. Os estudos observacionais podem, por sua vez, ser descritivos ou analíticos. Os estudos DESCRITIVOS DESCRITIVOS têm como finalidade descrever as características dos indivíduos estudados, estimar a frequência de determinado problema de saúde, avaliar a eficácia de um tratamento ou a fiabilidade de um instrumento de medida.
QUAL O TIPO DE ESTUDO E STUDO A ESCOLHER?
– Os estudos analíticos incluem os estudos de coorte e de caso-controle. coorte, os Nos estudos de coorte, indivíduos classificam-se em função de estarem ou não expostos ao factor de estudo e são seguidos durante um determinado período de tempo para observar a frequência com que aparece o efeito da intervenção. Podem ser retrospectivos ser retrospectivos ou prospectivos, dependendo da relação entre o início do estudo e a exposição à doença ou factor de estudo. Nos estudos de caso-controle, -controle, elege-se um grupo de pessoas que já têm, por exemplo, uma doença (casos) e um grupo que não tem, que se utiliza como controle.
Os estudos descritivos não investigam relações de causa-efeito. • Os mais conhecidos e utilizados são os estudos transversais, transversais, também denominados de prevalência. Os estudos ANALÍTICOS avaliam a relação entre uma causa ou factor de estudo (por exemplo, um factor de risco) e um efeito ou variável de resposta (por exemplo, a frequência com que aparece uma doença). Exemplo: Suponha que deseja estudar a eficácia de um novo analgésico no tratamento da dor lombar. lombar. O factor de estudo é o analgésico administrado em determinada dose e o alívio da dor é o efeito que se estuda.
Nos estudos EXPERIMENTAIS, EXPERIMENTAIS, o investigador controla a intervenção em estudo. Este tipo de estudos é utilizado para avaliar a eficácia de determinada intervenção terapêutica ou actividade preventiva, por exemplo.
46
O exemplo mais paradigmático deste tipo de estudos é o ensaio clínico aleatório (ECA).
QUAL O TIPO DE ESTUDO ES TUDO A ESCOLHER?
Os ensaios clínicos podem ser Não Controlados ou Controlados. Estes últimos podem ser Aleatórios ou Não Aleatórios.
Aspectos Práticos
Como decidir qual o estudo a escolher? A decisão sobre o estudo a escolher pode basear-se nos critérios FINER: feasible (factível), interesting (interessante), new (novo), ethical (ético) , relevant (relevante). Se preferimos um estudo observacional, devemos saber definir muito bem a população com que vamos comparar a nossa amostra, definir esta de forma adequada e escolher cuidadosamente as variáveis a estudar antes de começar o estudo. Se queremos fazer um estudo experimental, devemos saber que, além do factor ou intervenção em estudo, devemos poder identificar os grupos que se comparam de forma aleatória.
47
Exemplo: – Pode Pode não não ser ser ético ético realiz realizar ar um ensaio clínico aleatório sobre uma intervenção terapêutica perigosa, pelo que devemos escolher um estudo observaciona observacionall – Podemo Podemos s querer querer estu estudar dar os efeitos de um novo tratamento, mas se não temos os meios financeiros ou humanos, teremos de escolher um estudo descritivo.
Exemplo: Um estudo tem como finalidade comparar a eficácia de dois tratamentos tópicos do acne. Os 300 doentes a quem foi diagnosticado acne no nosso Centro de Saúde, foram divididos aleatoriamente em dois grupos: a um foi-lhe administrado o tratamento A e ao outro o tratamento B. Os indivíduos foram seguidos até à resolução dos sintomas, determinando qual a percentagem de cura com cada um dos tratamentos ao fim de 4 semanas e em qual dos grupos os sintomas desapareceram desapareceram mais rapidamente.
QUAL O TIPO DE ESTUDO ES TUDO A ESCOLHER?
Erros a evitar
• Decidir qual o tipo de estudo a fazer antes de ter uma boa pergunta de investigação; • Iniciar a investigação sem antes estabelecer um protocolo de actuação; • Seleccionar um tipo de estudo inadequado à pergunta que desejamos responder.
Vantagens e desvantagens dos diferentes tipos de estudo Desvantagens
Vantagens Ensaios clínicos Maior controlo do factor de estudo
Caros
Menor possibilidade de vieses
Limitações éticas
Reprodutíveis e comparáveis
Dificuldades de generalização
Estudos de coortes Estimam incidências
Caros e de difícil execução Pouco úteis em doenças raras Requerem amostras grandes Risco de perda de casos no seguimento
Estudos de caso-controle Mais baratos De curta duração Permitem analisar vários factores de risco para uma mesma doença
Não estimam directamente a incidência A sequência temporal entre exposição e doença nem sempre é fácil de estabelecer.
Estudos descritivos Fáceis de executar
Não são úteis em doenças raras ou de curta duração.
Relativamente baratos Permitem estudar diferentes variáveis ao mesmo tempo 48
QUAL O TIPO DE ESTUDO E STUDO A ESCOLHER?
Bibliografia
1. Electronic Textbook Stat Soft. http://www.statsoft.com/text http://www .statsoft.com/textbook/stathome.html book/stathome.html 2. Armitage P, Berry G, Matthews JNS. Statistical Methods in Medical Research. 4ª edición. Oxford: Blackwell Science, 2002. 3. Pita Fernández, S. Epidemiología. Conceptos básicos. En: Tratado de Epidemiología Epidemiología Clínica. Madrid; DuPont Pharma, S.A.; Unidad de epidemiología Clínica, Departamento Departamento de Medicina Medicina y Psiquiatría. Psiquiatría. Universidad de Alicante: 2001. p. 25-47. 4. Fisterra.com. Atención Atención Primaria en la Red. http://www.fisterra.com/mbe/in http://www .fisterra.com/mbe/investiga/index.as vestiga/index.asp p 5. Stephen B. Hulley, Steven R. Cummings, Warren S. Browner, Deborah G. Grady, Thomas B. Newman. Designing Clinical Research: An Epidemiologic Approach. Published by Lippincott Williams & Wilkins, Philadelphia, Philadelphia, 2006. p. 20.
49
Como definir uma população de estudo e como seleccionar uma amostra?
7
COMO DEFINIR UMA POPULAÇÃO DE ESTUDO E CO COM MO SE SELE LECC CCIO IONA NAR R UM UMA A AM AMO OST STRA RA? ? Clara Barros Fonseca
Ideias Chave
• População é o grupo de elementos a quem se aplicam os resu re sultltad ados os do es estu tudo do • Os el elem emen ento toss da Po Popu pula laçã ção o tê têm m qu que e te terr al algu guma ma pr prob obab abililid idad ade e de se serr se sele lecc ccio iona nado doss pa para ra o es estu tudo do • Se to tod dos os el elem emen ento toss da po popu pullaç ação ão titivver erem em a mes esma ma prob pr obab abililid idad ade e de se serr se sele lecc ccio iona nado doss di dize zemo moss qu que e a am amos ostr tra a é al alea eató tóri ria a • Se os el elem emen ento toss da po popu pula laçã ção o titive vere rem m di dife fere rent nte e pr prob obab abililid idad ade e de se serr se sele lecccio iona nad dos di dizzem emos os qu que e a amo mosstr tra a é nã não o al alea eató tóri ria a
População
– Gr Grup upo o de in indi diví vídu duos os so sobr bre e os qu quai aiss in inci cide de a pe perg rgun unta ta de inv invest estiga igação ção – Grupo a quem se aplicam os resu re sultltad ados os do es estu tudo do – Todos têm que ter prob pr obab abililid idad ade e de se ser r seleccionados – De Defifine ne-s -se e po porr cr crititér ério ioss de incl in clus usão ão e de ex excl clus usão ão
51
Exemplo: A po popu pula laçã ção o do es estu tudo do corres cor respon ponde de às mul mulher heres es com co m id idad ade e ig igua uall ou su supe perrio ior r a 40 anos, inscritas e com médic ico o de família no C.S. da Senhora da Hora em 2003 (cri (c rité téri rios os de in incl clus usão ão)) Serão Serã o ex excl cluí uída das s as analfabetas analfa betas,, acamad acamadas, as, inte in terrna nada das s ou a vi vive verr em instit ins tituiçõ uições es (cr (crité itério rios s de exclusão)
COMO CO MO DE DEFI FINI NIR R UM UMA A PO POPU PULA LAÇÃ ÇÃO O DE ES ESTU TUDO DO E CO COMO MO SE SELE LECC CCIO IONA NAR R UM UMA A AM AMOS OSTR TRA? A?
Amostra
Consis Cons iste te nu num m su subc bcon onju junt nto o do doss elemen ele mentos tos da pop popula ulação ção Os re resu sultltad ados os ob obtitido doss na amos am ostr tra a pe perm rmititem em es estitima marr os verdad ver dadeir eiros os res result ultado adoss da popu po pula laçã ção o de on onde de fo foii re retitira rada da,, caso ca so a am amos ostr tra a sej eja a representativa
Podemoss cla Podemo class ssifi ificar car as amos am ostr tras as em do dois is gr gran ande dess grupos: • aleatórias • não ale aleató atória rias s
Amostra Amos tra Aleat Aleatória ória Consid Cons ider eram amos os qu que e um uma a am amos ostr tra a é al alea eató tóri ria a qu quan ando do to todo doss os el elem emen ento toss da popu po pula laçã ção o tê têm m a me mesm sma a pr prob obab abililid idad ade e de se sere rem m es esco colh lhid idos os pa para ra a am amos ostr tra a
Princípios
Este titipo po de am amos ostr trag age em na verd ve rdad ade e só ac acon onte tece ce qu quan ando do se ut utililiz iza a a té técn cnic ica a al alea eató tóri ria a simp si mple less co com m re repo posi siçã ção o Quando não se utiliza a repo re posi siçã ção, o, a pr prob obab abililid idad ade e de ser sel elec ecci cion onad ado o só é ig igua uall para o primeiro a ser escolhido ex: a chave do totoloto não é uma um a am amos ostr tra a al alea eató tóri ria a pu pura ra poi oiss a pr prob oba abi billid idad ade e de sai airr é difife ere rent nte e à me medi dida da qu que e vão sain sa indo do bo bola las: s: 1/ 1/49 49;; 1/ 1/48 48;; 1/ 1/47 47;; 1/46 1/ 46;; 1/ 1/45 45;; 1/ 1/44 44 duas s téc técnic nicas as mais As dua utiliz uti lizada adass de amostragem alea al eató tóri ria a sã são o a simples e a sistemática
52
Do ponto de vista teórico é import imp ortant ante e con conhec hecer er est este e aspect asp ecto o da amo amostr strage agem, m, pois os testes de estatístic estat ística a infer inferenci encial al foram for am des desenv envolv olvido idoss par para a amostr amo stras as ale aleató atória riass com reposição. Na pr prát átic ica, a, o in inve vest stig igad ador or deve de ve fa fazzer um es esfo forç rço o por manter man ter as pro probab babili ilidad dades es próx pr óxim imas as en entr tre e si si,, nã não o send se ndo o fr freq eque uent nte e no noss estu es tudo doss co com m hu huma mano noss utililiz ut izar ar-s -se e a té técn cnic ica a da reposição.
COMO CO MO DE DEFI FINI NIR R UM UMA A PO POPU PULA LAÇÃ ÇÃO O DE ES ESTU TUDO DO E CO COMO MO SE SELE LECC CCIO IONA NAR R UM UMA A AM AMOS OSTR TRA? A?
Amostragem aleatória simples
Consis Cons iste te em ob obte terr at atra ravé véss de prog pr ogra rama mass in info form rmát átic icos os ou po por r cons co nsul ulta ta de ta tabe bela lass de núme nú mero ross al alea eató tóri rios os um uma a lilist stag agem em de in indi diví vídu duos os a sele se lecc ccio iona narr do to tota tall da população.
Exemplo: www.random.org
Amostragem aleatória sistemática
O in inve vest stig igad ador or te tem m a lilist stag agem em da po popu pula laçã ção o e de deci cide de sele se lecc ccio iona narr um in indi diví vídu duo o de x em x números (ex.: seleccionar 1 de 10 em 10). O valor de x será determinado por: po r: nú núme mero ro to tota tall de in indi diví vídu duos os da po popu pula laçã ção/ o/nú núme mero ro to tota tall da amostra (ex. (e x. se qu quer ero o se sele lecc ccio iona narr 20 200 0 de um uma a po pop pul ula açã ção o de 30 300 00, devvo re de retitira rarr um ind ndiivíd íduo uo de 15 em 15 15,, po porq rque ue 30 3000 00/2 /200 00=1 =15) 5)
Neste Nest e titipo po de am amos ostr trag agem em o primeiro número a ser retitira re rad do de deve ve se serr ob obtitido do de form fo rma a al alea eató tóri ria a si simp mple less (n (no o exempl exe mplo o ant anteri erior or sele se lecc ccio iono no um nú núme mero ro aleatório de 1 a 15).
Amos Am ostr traa Nã Não o Al Alea eató tóri riaa Neste Nest e ca caso so as pr prob obab abililid idad ades es do doss el elem emen ento toss da po popu pula laçã ção o se sere rem m se sele lecc ccio iona nado doss sã são o comp co mple leta tame ment nte e di dife fere rent ntes es e de defifini nida dass po porr cr crititér ério ioss do in inve vest stig igad ador or,, ha habi bitu tual alme ment nte e po por r motitivo mo voss de or orde dem m pr prát átic ica a e de ac aces essi sibi bililida dade de ao aoss da dado dos. s.
Princípios
A am amos ostr trag agem em nã não o al alea eató tóri ria a comp co mpro rome mete te a in infe ferê rênc ncia ia estatí est atísti stica ca dos res result ultado ados s para pa ra a po popu pula laçã ção o de devi vido do ao fort fo rte e vi viés és de se sele lecç cção ão introduzido.
53
Tipos de am Tipos amos ostr trag agen ens s não ale aleató atória rias s • Amostragem de con conven veniên iênci cia a • Amo Amostrag stragem em acid acidental ental • Amo Amostrag stragem em ocas ocasional ional • Amostragem por vol volunt untári ários os • Amo Amostrag stragem em cons consecuti ecutiva va • Am Amost ostrag ragem em de típ típico icoss
COMO CO MO DE DEFI FINI NIR R UM UMA A PO POPU PULA LAÇÃ ÇÃO O DE ES ESTU TUDO DO E CO COMO MO SE SELE LECC CCIO IONA NAR R UM UMA A AM AMOS OSTR TRA? A?
Aspectos Práticos
• Começar por definir bem a população a que se tem acesso e para pa ra a qu qual al qu quer erem emos os ob obte terr re resu sultltad ados os • Op Opta tarr po porr us usar ar am amos ostr tras as al alea eató tóri rias as se semp mpre re qu que e po poss ssív ível el po pois is são sã o as me meno noss en envi viez ezad adas as
Erros a evitar
• Co Conf nfun undi dirr po popu pula laçã ção o de es estu tudo do co com m a po popu pula laçã ção o ge gera rall • In Incl clui uirr na po popu pula laçã ção o in indi diví vídu duos os se sem m qu qual alqu quer er hi hipó póte tese se de serem sele seleccio ccionados nados • Cl Clas assi sififica carr ma mall a té técn cnic ica a de am amos ostr trag agem em
54
Como definir e caracterizar as variáveis?
8
COMO DEFINIR E CARACTERIZAR AS VARIÁVEIS? Raquel Braga
Ideias Chave
• Um estudo de investigação tenta obter uma resposta válida e fiável a uma pergunta. • Mesmo um estudo bem desenhado e bem analisado poderá fracassar se a informação que obtém for inexacta ou pouco fiável. • É muito importante definir definir bem o que se vai medir medir,, como se vai medir e através de que métodos se vão colher os dados. • A definição definição das variáveis e a forma de as objectivar torna-se relevante num estudo.
Princípios
Muitos problemas que se investigam na área da Saúde são difíceis de medir, por conterem em si alguma subjectividade. Nestes casos, em que não existe uma medição universalmente aceite, há que tentar objectivar e operacionalizar o conceito que queremos medir, de forma a aumentar a fiabilidade (precisão; repetibilidade) e a validade (eliminar o erro sistemático) dos nossos resultados.
55
Exemplo: intensidade da dor, qualidade de vida, gravidade da doença
COMO DEFINIR E CARACTERIZAR AS VARIÁVEIS?
Definição de Variável
Conceito semântico: O que é?
Ex: Obesidade; tabagismo
– Nome ou descrição do conceito que queremos medir Definição Operacional: Operacional: Formato atribuído à variável no contexto do estudo:
Ex: Peso ou IMC para medir obesidade; n.º de cigarros ou UMA
– O que se vai medir
Aspectos práticos
Na definição de uma variável devemos sempre evitar a ambiguidade entre o que medimos e o que pretendemos medir
• Rendimento (familiar/pessoal ou bom /mau ou valor x )
• Profissão (grau académico/ /habilitação/cargo)
• Data de início da doença (início dos sintomas ou início do diagnóstico)
Na escolha das variáveis devemos preferir aquelas que facilitem a comparação dos nossos resultados com os de outros trabalhos.
Que variáveis escolher
• É conveniente adoptarmos definições standard, sempre que possível
• Que permitam avaliar a aplicabilidade de um protocolo (critérios de selecção) • Que permitam medir os factores em estudo e as variáveis de resposta • Que possam actuar como possíveis factores de confundimento • Que possam actuar como modificadoras do efeito • Que possam actuar como passos intermédios da cadeia causal 56
COMO DEFINIR E CARACTERIZAR AS VARIÁVEIS?
Classificação das Variáveis
Variáveis Independentes: – Variável à qual atribuímos o efeito causa (Fumar)
• Fumar é factor de risco para ter Cancro do pulmão
Variáveis Dependentes: – Variável à qual atribuímos o efeito consequência (cancro do pulmão)
Variáveis de Confundimento: – Variável eventualmente responsável por parte do efeito verificado (café; género masculino)
Variáveis Qualitativas Duas ou mais categorias mutuamente exclusivas
• Nominais: – Não se enc encont ontram ram em ordem natural • Ordinais: – Exi Existe ste uma ord ordem em hierárquica
57
Exemplo: Num determinado estudo de investigação provou-se a existência de uma relação de risco entre ter Cancro do Pulmão e o género masculino, a ingestão de café e o fumo de tabaco. Tomar café será de facto um factor de risco para Cancro do Pulmão?
Possivelmente quem mais toma café é simultaneamente quem mais fuma, e esta última é que é a verdadeira variável independente, sendo o café a variável de confundimento. O mesmo se passa com o género masculino: Sendo os homens (variável de confundimento) os que mais fumam (variável independente), são os que mais têm cancro de pulmão (variável dependente). Ex: Sexo: Feminino/M Feminino/Masculino asculino Cefaleia: Sim/Não Via de administração de fármaco: VO/IV/IM/.. Ex: Classe social de Graffar: I, II, III, IV Cefaleia: Não/Ligeira /Moderada/Grave
COMO DEFINIR E CARACTERIZAR AS VARIÁVEIS?
Variáveis Quantitativas • Discretas (números inteiros)
Ex: peso; temperatura; glicemia basal; consumo de álcool; TA
• Contínuas
Erro a evitar
Ex: Nº de filhos; Nº de internamentos internamen tos hospitalares
– Categorizar as variáveis durante durante a fase fase de colheita colheita de dados. – Sempre que possível, devemos evitar categorizar as variáveis, durante a fase da colheita de dados. • Devemos, sempre que possível, utilizar variáveis quantitativas, porque estas contêm mais informação e permitem a utilização de provas estatísticas mais potentes. – Se colhermos as variáveis por categorias, durante o tratamento dos resultados será impossível utilizar os dados na sua forma quantitativa, o que pode ser bastante limitativo.
Outras classificações para as variáveis
Como elaborar uma boa escala de medida
• Va Variáveis riáveis Compostas – Forma Formadas das por por mais que que uma variável simples • Va Variáveis riáveis Universais – De tal modo modo frequent frequentes es que a sua inclusão num estudo é quase sistemática
Ex: IMC (Peso; estatura)
Ex: Sexo; idade
– De acordo com os objectivos do estudo e definição da variável – Viável, de acordo com os métodos de colheita da informação – Categorias claramente definidas – N.º suficiente de categorias, mas não elevado – Exaustiva – Categorias mutuamente exclusivas
58
COMO DEFINIR E CARACTERIZAR AS VARIÁVEIS?
Erros a evitar (condicionam diminuição da fiabilidade e a validade do estudo)
• Não seleccionar medidas o mais objectivas possível • Não utilizar variáveis universalmente aceites (standartizadas) • Não formar os observadores (variações inter-observador) • Não dar instruções claras acerca da forma de obtenção/medição dos dados • Não utilizar a melhor técnica de medição possível • Não utilizar instrumentos de medição automáticos • Não utilizar instrumentos de medição uniformes • Não calibrar os instrumentos de medição • Não definir/operacionalizar devidamente as variáveis
59
Quais os métodos e processos de recolha de dados?
9
QUAIS OS MÉTODOS E PROCESSOS DE RECOLHA DE DADOS? Vítor Ramos
A ciência humana assenta em três actos essenciais: contar, medir e comparar . Qualquer destes actos pressupõe a recolha ou colheita de dados elementares, relativos a entidades com características variáveis que, ao serem tratados, analisados e interpretados conduzem à produção de informação . Essa informação pretende responder a perguntas que são o ponto de partida de um projecto de investigação.
Ponto de Reflexão
Todo o processo de recolha de dados é, em última análise, “validado” pelo resultado final. Isto é, em que medida contribuiu para dar respostas possíveis e adequadas às perguntas inicialmente formuladas?
Ideias Chave
• Que dados necessitamos recolher, recolher, tendo em conta as variáveis em estudo, para responder à(s) pergunta(s) de investigação formulada(s)? • Que tipo de dados recolher? Primários? Secundários? • Que processo de colheita de dados adoptar? • Que instrumento(s) de recolha de dados utilizar? • Como garantir a qualidade e fiabilidade dos dados recolhidos? • Como garantir a melhor eficiência (económica e técnica) possível na recolha de dados?
Princípios
• A colheita de dados é, frequentemente, a componente mais dispendiosa (em tempo, esforço e dinheiro) de um projecto de investigação.
61
Deve ser preparada com muito cuidado Deve ser reduzida à forma mais simples, precisa, sistematizada e económica que for possível.
QUAIS OS MÉTODOS E PROCESSOS DE RECOLHA DE DADOS?
• O seu planeamento e execução merecem a maior atenção por parte do investigador e da sua equipa para garantir o seu sucesso e reduzir custos e desperdício de tempo e de recursos.
Métodos de Recolha de Dados
Convém, ainda, prever-se e evitar-se eventuais dúvidas, fontes de confusão, extravios, etc.
– Os métodos métodos de recol recolha ha de dados dados podem podem variar conforme se trate de um estudo de tipo quantitativo ou de tipo qualitativo.. qualitativo O essencial é que as decisões sobre os processos e instrumentos de colheita de dados estejam em consonância com os objectivos do estudo e com a natureza e características das variáveis seleccionadas seleccionadas.. O passo designado por “operacionalização das variáveis” antecede, determina e é crucial para as decisões sobre os dados a recolher e como os recolher.
Tipo de Dados
Colheita Dados Primários
DADOS PRIMÁRIOS
DADOS SECUNDÁRIOS
Recolhidos pelo investigador junto de cada unidade de observação (peso, valores de tensão arterial, perímetro abdominal, etc.)
Foram previamente recolhidos por outrem e já estão disponíveis em fichas, ficheiros, bases de dados, publicações estatísticas, etc.
A colheita colheita de dados primários pode fazer-se recorrendo a vários métodos como, por exemplo: • Observação e descrição de fenómenos (pode combinar métodos qualitativos, como a narrativa, com métodos quantitativos) • Registo fotográfico (quer descritivo, quer comparativo, documentando por exemplo situações antes e depois de uma intervenção) • Medição de parâmetros “objectivos”, “ objectivos”, recorrendo, por exemplo, a instrumentos físicos de medida (balanças, craveiras, etc.) 62
QUAIS OS MÉTODOS E PROCESSOS DE RECOLHA DE DADOS?
• Medição de parâmetros “subjectivos”, usando, por exemplo: escalas visuais analógicas (EVA) de dor, de auto percepção de estado de saúde (COOP/WONCA Charts), entre outras • Entrevista (aberta, semi-estruturadas, estruturadas, etc.) • Questionários, que podem ser administrados por um inquiridor,, por contacto pessoal directo, por via telefónica, ou inquiridor respondidos por auto-preenchimento, com ou sem ajuda presencial de um colaborador, ou por correio. O processo de colheita de dados a adoptar deve ter em conta: o tipo de estudo, estudo, o seu desenho desenho,, as variáveis escolhidas, escolhidas, a operacionalização dessas variáveis e o tipo de dados a recolher. Todos os processos e instrumentos de colheita de dados primários têm indicações, vantagens, inconvenientes e percalços a evitar. Não cabe neste breve texto enunciá-los e descrevê-los a todos. Por isso, os investigadores devem estudar com suficiente profundidade o que existe disponível na bibliografia sobre os métodos e instrumentos de recolha de dados que escolheram para o seu estudo. Questionários
Instrumentos de recolha de dados largamente utilizados. Porém, é indispensável ter em conta um conjunto de regras e de cuidados na elaboração (ou na escolha) e na aplicação de questionários. Os questionários são, por definição, listas de perguntas. Cada pergunta deve respeitar a alguma das variáveis previamente definidas. Não se deve nunca ceder à tentação de, “já agora” , incluir no questionário mais isto e aquilo, por parecer importante ou interessante. 63
• É um processo relativamente complexo e existe vasta bibliografia sobre como construir e validar questionários. • Pedir a colaboração de algum perito ou investigador, habitualmente da área das ciências sociais e humanas, com experiência na construção e na validação de questionários.
QUAIS OS MÉTODOS E PROCESSOS DE RECOLHA DE DADOS?
Princípios
• Cada pergunta de um questionário é um “diamante” para ser cuidadosamente lapidado • O design gráfico do questionário é de enorme utilidade. Ele pode facilitar ou dificultar, quer as respostas quer, posteriormente, o processo de tratamento dos dados. Pode ser útil prever na própria ficha do questionário uma coluna (geralmente na margem direita) para uso exclusivo dos investigadores onde se procede à codificação dos valores da resposta dada a cada pergunta. • “…e esse questionário está validado?” tornouse um lugar comum e, por vezes, quem pergunta não sabe o que está a perguntar. Existem muitos tipos de questionários e a questão da validação é, ao mesmo tempo, mais complexa e mais simples do que por vezes se supõe. O conceito de validação pode aplicar-se apenas a alguma(s) pergunta(s), ou a um sector do questionário. Por validade entende-se, sucintamente, que o que se está a “medir” é efectivamente o que se quer “medir” 64
Perguntas podem ser abertas ou fechadas. As perguntas abertas propiciam respostas mais difíceis de tratar e de analisar. Por isso, devem ser simples, claras e directas, embora possibilitem resposta livre por parte do inquirido. As perguntas fechadas devem esgotar todas as possibilidades possibilidad es de resposta e devem admitir as hipóteses “não sei”, “não respondo”, e, eventualmente, “não aplicável”. Quando não for possível esgotar as possibilidades possibilidad es de resposta deve sempre incluir-se a alínea “outro” e deixar espaço para escrita. Nas perguntas fechadas podem utilizar-se escalas do tipo Lik Likert ert.. Rensis Likert (1903-1981), desenvolveu investigação e teorias sobre motivação, liderança e teoria organizacional. O seu método de criar graus de resposta (em vez do simples “sim” ou “não”) veio enriquecer as possibilidades possibilida des de análise de fenómenos subtis e complexos como são os dos sistemas humanos e sociais.
QUAIS OS MÉTODOS E PROCESSOS DE RECOLHA DE DADOS?
Esta garantia pode exigir uma investigação específica com metodolog metod ologia ia complexa complexa como como,, por exemplo: exemplo: questionários que “medem” e atribuem “scores” quantitativos a fenómenos biológicos, fisiopatológicos, fisiopatológico s, psicossociai psicossociais, s, etc.
Estão, neste caso, os “índices” de dependência, de qualidade de vida, de estado de saúde, de funcionalidade, bem como os questionários usados para decisão diagnóstica, entre outros.
Nas perguntas simples óbvias e lógicas e para perguntas independentes entre si a respectiva “validação” pode consistir simplesmente em confirmar que a pergunta é clara e precisa, que obtém a informação que se procura saber e que, quem vai responder, compreende claramente o que é perguntado.
Tem de ser óbvio que o que é perguntado corresponde à operacionalização adequada da variável em estudo. Para isso, deve ser analisado, criticado e testado previamente por peritos e potenciais respondentes. Designa-se a este processo “pré-teste”, embora pareça mais correcto dizer-se “teste prévio”. Habitualmente o teste prévio, se for bem conduzido, leva a grandes alterações e aperfeiçoamentos no questionário inicial.
• É muito útil, até pela possibilidade de comparar resultados, usar questionários já trabalhados e validados por outros autores
Exemplos: questionários de satisfação de utentes, de satisfação de profissionais, de auto-percepção de estado de saúde, de qualidade de vida relacionada com a saúde, etc.
65
QUAIS OS MÉTODOS E PROCESSOS DE RECOLHA DE DADOS?
Colheita de Dados Secundários
Erros a evitar
A colheita de dados secundários é feita a partir de fichas previamente existentes em ficheiros, dossiers electrónicos e bases de dados, em publicações estatísticas disponibiliz disponibilizadas adas por entidades oficiais internacionais, nacionais, regionais ou locais.
Exemplos destas entidades a OCDE, a OMS, o INE, a DGS, as ARS, entre outras. • Em qualquer caso, o investigador deve averiguar o grau de fiabilidade que pode esperar desses dados e entrar com esse parâmetro em linha de conta nas análises que fizer e, sobretudo, na interpretação e discussão dos resultados que obtiver.
– Iniciar a recolha recolha de dados sem ter planeado planeado e preparado cuidadosamente todo o processo. – Recolher dados desconectados das variáveis em estudo – Trabal Trabalhar har com dados e variáveis variáveis sem relação relação com os objectivos e as hipóteses definidos – Usar instrumentos instrumentos de medida e de recolha de dados que não tenham sido cuidadosamente preparados e calibrados – Usar questionários, questionários, escalas de “medição” “medição” e testes de decisão diagnóstica que não tenham sido adequadamente validados – Usar traduções de questionários questionários sem que tenha sido validada essa tradução (habitualmente por tradução cruzada) e adaptação cultural, apesar de os originais terem sido validados para outras línguas e culturas – Usar questionários que não tenham sido sujeitos a um teste prévio junto de peritos e de potenciais respondentes – Os colaboradores colaboradores não estarem instruídos instruídos e adequadamente treinados quanto à harmonização a seguir na recolha de dados Para não ficar paralisado face a tantos cuidados, é útil que o investigador procure manter o processo de recolha de dados: 66
QUAIS OS MÉTODOS E PROCESSOS DE RECOLHA DE DADOS?
– o mais limitado possível; – o mais simples possível; – o mais claro possível; – o mais preciso possível – o mais económico possível. CHECKLIST Todo o processo de recolha de dados foi meticulosamente preparado para evitar desperdício de tempo e de outros recursos? adequados, tendo em conta as variáveis em Os dados a recolher são os adequados, estudo? Existe alinhamento adequado entre os dados a recolher e o plano para o seu tratamento e análise? Os métodos e processos de recolha são os adequados tendo em conta o tipo de estudo, os objectivos e as hipóteses definidas? Os instrumentos de recolha de dados são válidos e precisos em relação ao que procuram medir? Qual o grau de confiança que podemos ter quanto à fiabilidade dos dados recolhidos? Os colaboradores na recolha de dados estão ou vão estar devidamente instruídos e treinados?
67
Qual a importância do estudo piloto?
10
QUAL A IM QUAL IMPO PORT RTÂN ÂNCI CIA A DO ES EST TUD UDO O PI PILO LOT TO? Carlos Car los Can Canhot hotaa
Ideias Chave
A aplicação de um estudo piloto é um meio muito útil de el elab abor orar ar ou te test star ar o pr prot otoc ocol olo o de in inve vest stig igaç ação ão..
Objectivos
• A pr prog ogra rama maçã ção o e ef efec ectitiva vaçã ção o de um es estu tudo do pi pilo loto to,, mu muititas as ve veze zess mini ni ve vers rsão ão do es estud tudo o co comp mple leto to,, se considera cons iderado do uma mi serv rve e para: 1. ajud ajudar ar a el elab abor ora ar um pro roto toccol olo o de in inve vest stiiga gaçã ção o 2. antever o resultado de um protocolo já elaborado, mas aind ai nda a nã não o ut utililiz izad ado. o. 3. pa para ra te tessta tarr um in inst stru rume men nto par artiticcul ular ar de av aval alia iaçção nome no mead adam amen ente te um uma a en entr trev evis ista ta ou um qu ques estition onár ário io.. Nest Ne ste e se sent ntid ido, o, se serv rve e pa para ra av aval alia iarr a su sua a ad adeq equa uaçã ção o pa para ra a fifina nallid idad ade e qu que e se de dessej eja a be bem m com omo o par ara a te tessta tar r a va valilida dade de e co cons nsis istê tênc ncia ia de dest stes es in inst stru rume ment ntos os..
Importância Estudo Piloto
– Pe Perm rmitite e av aval alia iar r os vá vári rios os as aspe pect ctos os meto me todo doló lógi gico coss e fa fase sess de ex exec ecuç ução ão do pro protoc tocolo olo de inv invest estiga igação ção – Pode ser um instru ins trumen mento to val valios ioso, o, que noss po no pode derá rá,, na de devi vida da altu al tura ra,, po poup upar ar te temp mpo, o, evitarr frust evita frustraçõe rações, s, emba em bara raço çoss e ta tamb mbém ém dinh di nhei eiro ro ma mall ga gast sto o (protocolo (proto colo inad inadequad equado, o, resultado resul tado insa insatisf tisfatóri atório). o). 69
estu tudo do pi pilo loto to de deve ve co cont nter er O es a me meto todo dolo logi gia a qu que e se pret pr eten ende de ut util iliz izar ar no pr proj ojec ecto to fina fi nall de in inve vest stig igaç ação ão e re real aliz izar ar todo to dos s os pr proc oced edim imen ento tos s previstos no estudo de modo a po poss ssib ibililititar ar,, ai aind nda a na fa fase se qu que e antece ant ecede de a inv invest estiga igação ção propriamen propr iamente te dita dita,, quando aind ai nda a é po poss ssív ível el alte al tera rarr e me melh lhor orar ar o pr prot otoc ocol olo, o, resp re spon onde derr às in inúm úmer eras as qu ques estõ tões es que nos são muito úteis como orie or ient ntaç ação ão aq aqua uand ndo o do de dese senh nho o fifina nall do pr prot otoc ocol olo. o.
QUAL QU AL A IM IMPO PORT RTÂN ÂNCI CIA A DO ES ESTU TUDO DO PIL PILOT OTO? O?
Princípios
• Em re regr gra, a, pa para ra a re real aliz izaç ação ão do es estu tudo do pilo pi lotto, o ta tama manh nho o da amos am ostr tra a nã não o ne nece cess ssitita a de ser superior a 10% do ta tama manh nho o da am amos ostr tra a pretendida.
Para te Para test star ar um qu ques estition onár ário io,, 10 a 20 pessoas serão sufici suf icient entes es par para a obt obterm ermos os conclusõ conc lusões, es, desd desde e que as car caract acterí erísti sticas cas defifini de nida dass pa para ra es esta ta am amos ostr tra a seja se jam m as in incl cluí uída dass no noss cr crititér ério ioss de se sele lecç cção ão da am amos ostr tra a do pr prot otoc ocol olo o fifina nal.l.
• O es estu tudo do pi pilo loto to pe perm rmitite e resp re spon onde derr às pe perg rgun unta tass que qu e de dese seja jamo moss pa para ra a co cons nstr truç ução ão fifina nall do pro protoc tocolo olo de inv invest estiga igação ção.. Ques Qu estõ tões es pe pert rtin inen ente tes s e or orie ient ntaç açõe ões s qu que e um es estu tudo do pi pilo loto to po pode de da dar r • O te temp mpo o de im impl plem emen enta taçã ção o pr prop opos osto to é re real alis ista ta? ? (c (cro rono nogr gram ama a do pr proj ojec ecto to)) • O pl plan ano o de tr trab abal alho ho de deco corr rre e de ma mane neir ira a es esco corr rrei eita ta? ? • A am amos ostr tra a em es estu tudo do é ad adeq equa uada da? ? (q (qua ualilida dade de da am amos ostr tra) a) • A me meto todo dolo logi gia a de ob obte tenç nção ão da am amos ostr tra a é co corr rrec ecta ta,, de ac aces esso so po poss ssív ível el e fá fáci cil? l? (o (obt bten ençã ção o da am amos ostr tra) a) • Exis Existe te al algu guma ma di difificu culd ldad ade e co com m os in inst stru rume ment ntos os de co colh lhei eita ta de da dado doss ut utililiz izad ados os,, incl in clui uind ndo o a ap aplilica caçã ção o de qu ques estition onár ário ioss e en entr trev evis ista tas? s? É entendível por todos e por todos da mesma maneira? O questionário mede de facto o que se deseja? Nas perguntas fechadas, existe lugar para todas as respostas? Existem perguntas frequentemente ou sistematicam sistematicamente ente não respondidas ou consistentemente mal respondidas? Que comentários quer fazer? • O treino (do investigador) para a colheita de dados é adequado? (recursos humanos adequados) • Existe alternativa mais adequada para a escolha/recrutamento da amostra ou na colheita de dados?
70
QUAL A IMPORTÂNCIA DO ESTUDO PILOTO?
• A taxa das respostas é adequada? • A amostra seleccionada seleccionada oferece a informação que se deseja obter? • A variabilidade variabilidade do atributo que se quer medir que se encontrou torna necessário refazer o cálculo do tamanho inicial da amostra? (recalcular o tamanho da amostra) • Os dados obtidos aparentam confirmar ou infirmar as hipóteses consideradas? E quais as possíveis razões? • Existe alguma dificuldade com os equipamentos utilizados? (testar, (testar, pessoalmente ou treinar a equipa de apoio, os equipamentos utilizados) • O projecto definitivo de investigação é exequível? • O financiamento proposto é razoável? Os investigadores, ao trabalharem numa matéria relativamente pouco observada, utilizam muitas vezes um estudo piloto qualitativo para colher informações necessárias para o desenho de um estudo definitivo e em larga escala. É portanto frequente a utilização de grupos focais para a identificação de questões chaves que servirão para a elaboração de questionário e o desenho de um projecto de investigação quantitativa.
Problemas dos Estudos Pilotos
• A realização realização de um estudo piloto não é garantia do sucesso do estudo final. • Os resultados do estudo piloto são muito úteis nas indicações que nos dão, mas estes não têm base estatística para poderem ser totalmente fiáveis e são quase sempre baseados numa amostra pequena. Existe sempre a possibilidade de assumirmos previsões inadequadas baseadas nos dados obtidos num estudo piloto • Algumas contaminações poderão ocorrer e por isso devemos estar atentos, nomeadamente se incluirmos os dados do estudo piloto nos resultados finais do trabalho visto estes poderem não ser totalmente idênticos aos dos resultados finais ou se tivermos que incluir os participantes do estudo piloto na amostra final, situação nem sempre evitável pois podem vir de um grupo restrito tais como escola ou outras instituições.
71
QUAL A IMPORTÂNCIA DO ESTUDO PILOTO?
Conclusões
Os estudos pilotos são pouco aludidos nos trabalhos tr abalhos publicados A sua menção é muitas vezes limitada a frases como “foi testada a validade e consistência do questionário”, às vezes como “apreendeu-se com o estudo piloto e feitas as necessárias modificações de acordo com as indicações apresentadas” mas normalmente, sem oferecer ao leitor detalhes sobre o que se aprendeu exactamente com o estudo. Os resultados dos estudos pilotos, tenham eles sido um sucesso ou, pelo contrário, se tenham revelado um projecto com probabilidades elevadas de insucesso, são em ambos os casos, muito úteis para outros investigadores que se propõem avançar com projectos utilizando metodologias e instrumentos de medida e colheita de dados semelhantes.
72
Qual a estratégia de análise de dados?
11
QUAL A ESTRATÉGIA ESTRATÉGIA DE ANÁLISE ANÁL ISE DE DADOS? Clara Barros Fonseca
Ideias Chave
• A análise dos dados é definida pelos objectivos do estudo e pelas hipóteses de investigação • Se foi feito um censo da população utiliza-se estatística descritiva • Se foi utilizada uma amostra aplica-se estatística inferencial • A estatística inferencial inclui intervalos de confiança e testes estatísticos de análise bivariada ou multivariada • A selecção dos testes estatísticos depende do tipo de variáveis em análise
Criação e Depuração de Base de Dados
– Depoi Depoiss de recolhido recolhidoss os dados o investigador deve criar uma base de dados informática onde irá guardar a informação.
Usar para o efeito programas como excel, access, epiinfo, spss, ou outro cuja utilização domine
– Na folha folha de cálculo cálculo para para registo cada coluna corresponderá a uma variável e cada linha a um indivíduo da amostra.
Todos os dados devem ser inseridos como números, pelo que respostas em texto devem ser sempre codificadas com um código numérico (ex: sexo masculino – 1; sexo feminino – 0).
– Antes de inicia iniciarr a análise fazfaz-se a depuração da base de dados para corrigir eventuais erros de registo.
73
QUAL A ESTRATÉGIA ESTRATÉGIA DE ANÁLISE DE DADOS?
Caracterização dos indivíduos estudados
A primeira fase da análise estatística consiste na caracterização dos indivíduos estudados. Pretende-se calcular as respostas às seguintes questões: Da população estudada ou da amostra seleccionada foi possível obter informação de todos os elementos? Qual a taxa de resposta? Qual a idade média, o seu desvio padrão e amplitude? Qual a distribuição por sexos? Existem diferenças entre a amostra e a população de estudo que podem comprometer a inferência dos resultados?
ESTRATÉGIA ESTRA TÉGIA DE ANÁLISE DE UM ESTUDO COM OBJECTIVO DESCRITIVO Num estudo descritivo a análise irá incluir o cálculo do fenómeno definido no objectivo – objectivo – ex: calcular a Prevalência da HTA; calcular a Incidência da Gripe, calcular a média do peso.
– No caso de ter sido estudada uma amostra, amostra, o valor encontrado pode não corresponder ao real valor da população de estudo, uma vez que se trata de uma estimativa.
– Diferentes amostras dariam origem a diferentes estimativas, mas todas elas dentro de um intervalo limitado de valores em torno do valor real.
– Com base na estimativa obtida na amostra devemos sempre calcular o Intervalo de Confiança do Parâmetro na população de estudo.
– O intervalo de confiança diz-nos entre que limites se encontra o verdadeiro mas desconhecido valor na população. O grau de confiança mais utilizado é de 95%.
– A estimativa pontual da amostra não é mais do que um dos possíveis valores que se obteriam ao estudar múltiplas diferentes amostras da mesma população.
74
EXEMPLOS: • A Prevalência de HTA encontrada foi 43% (IC95%: 41 – 45%) • A média do peso das crianças foi de 32,2Kg (IC95%: 30,4 – 34,0Kg)
QUAL A ESTRATÉGIA ESTRATÉGIA DE ANÁLISE DE DADOS?
ESTRATÉGIA ESTRA TÉGIA DE ANÁLISE DE UM ESTUDO COM OBJECTIVO ANALÍTICO Nesta análise pretende-se concluir sobre a rejeição ou não rejeição da hipótese nula de investigação.
Se estamos perante uma amostra será necessário aplicar testes de inferência estatística para obter resultados para a população de estudo. Os testes estatísticos mais conhecidos são Qui-quadrado e o t de student, mas existem outros.
– Existem ainda testes de análise análi se multivar multivariada iada para níveis mais avançados.
– A escolha dos testes depende do tipo de variáveis em estudo. – Através dos testes vai ser calculado um valor de p, o qual se considera habitualmente como estatisticamente significativo quando inferior a 0,05 (é também frequente usar 0,1 ou 0,01).
Quando obtemos um valor de p inferior ao nível de significância estatística considerado conclui-se pela rejeição da hipótese nula do estudo.
Na tabela 9.1. encontram-se os testes recomendados para análise bivariada consoante o tipo de variáveis. Variável dependente Variável independente
Qualitativa dicotómica
Qualitativa policotómica
Quantitativa
Quantitativa* (testes não paramétricos)
Qualitativa dicotómica
Teste Qui-quadrado Teste exacto de Fisher
Teste Qui-quadrado
Teste t de student
Teste U de Mann-Whitney
Qualitativa policotómica
Teste Qui-quadrado
Teste Análise de Qui-quadrado variância
Teste de KruskalWallis
Qualitativa policotómica
Teste Qui-quadrado
Teste Análise de Qui-quadrado variância
Teste de KruskalWallis
*quando a distribuição da variável quantitativa não cumpre determinados critérios devem usar-se os testes não paramétricos, o que que acontece sobretudo em amostras pequenas. 75
QUAL A ESTRATÉGIA ESTRATÉGIA DE ANÁLISE DE DADOS?
Aspectos Práticos
• Os programas informáticos fazem todos os cálculos em poucos segundos • O investigador tem que saber o que pedir às ferramentas informáticas – ex.: cálculo de médias ou de prevalências e respectivos intervalos de confiança • O investigador tem que escolher o(s) teste(s) adequado(s) às suas variáveis de estudo
Erros a evitar
Não incluir Intervalo de Confiança de um parâmetro populacional com base na estimativa pontual amostral Incluir Intervalo de Confiança quando foi efectuado um censo Escolher um teste inadequado ao tipo de variáveis Transformar variáveis quantitativas em qualitativas para Transformar facilitar a análise
76
Como escolher o programa de estatística?
12
COMO ES COM ESCO COLH LHER ER O PR PRO OGRA RAM MA DE EST ESTA ATÍSTI TÍSTICA? CA? Paul Pa uloo Jo Jorge rge Ni Nico cola la
Ideias Chave
• Salv Salvo o ca caso soss ra raro ross e ex exce cepc pcio iona nais is,, tu tudo do o qu que e pr prec ecis isar ará á faze fa zerr, co cons nseg egui uirá rá co com m pr prog ogra rama mass es esta tatí tíst stic icos os de ac aces esso so gratuito. Ne Nest ste e ca capí pítu tulo lo ap apen enas as re refe feri rimo mos s pr prog ogra rama mas s de ac aces esso so gr grat atui uito to,, pr pron onta tame ment nte e de desc scar arre regá gáve veis is da Web eb.. • A Ape pesa sarr de se sere rem m ca cada da ve vezz ma mais is fá fáce ceis is e in intu tuititiv ivos os,, co conh nhec ecer er um pr prog ogra rama ma ex exig ige e se semp mpre re um in inve vest stim imen ento to em te temp mpo o está tá co conf nfor ortá táve vell e sa sati tisf sfei eito to co com m e apr aprend endiz izage agem: m: se es o so soft ftwa ware re qu que e us usa a, pe pens nse e be bem m se re real alme ment nte e pr prec ecis isa a de mu muda dar! r! • Se pr proc ocur ura a nov ovos os pr prog ogra ram mas de es esta tatí tísstitica ca,, o que pod ode e fazer a diferença real para si é (1) o sistema de ajuda e tu tuto tori rial al do pr pro ogr gram ama a, (2 (2)) o ace cess sso o a ma manu nua ais e exe xemp mpllos os,, (3) o acesso a pessoas conhecem o programa e que tirem dúvvida dú dass, e (4 (4)) o pr prog ogra rama ma se serr ami migá gávvel pa para ra o ut utililiz izad ado or.
Prin Pr incí cípi pio oI
Os pr prog ogra rama mass de es esta tatí tíst stiica po pode derã rão o se serr de âmb mbiito ger eral al ou especi esp eciali alizad zados os par para a det determ ermina inadas das tar tarefa efas. s. irem emos os ap apen enas as ab abor orda darr pr prog ogra rama ma de âm âmbi bito to ge gera rall Aqui ir com co m ap apli lica caçã ção o à in inve vest stig igaç ação ão cl clín ínic ica a e ep epid idem emio ioló lógi gica ca,, e es espe peci cial aliz izad ados os pa para ra o cá cálc lcul ulo o do ta tama manh nho o am amos ostr tral al..
Aspecto Prát Pr átic ico oI
• Exis Existe te um uma a lilist sta a ex exte tens nsa a de pr prog ogra rama mass de es esta tatí tíst stic ica a disp di spon onív ívei eis, s, mu muititos os do doss qu quai aiss de fo form rma a gr grat atui uita ta.. • Uma Uma co comp mpar araç ação ão da dass ca cara ract cter erís ístitica cass de dess sses es pr prog ogra rama mas, s, bem como a indicação dos que são gra rattuitos e da sua pági pá gina na Web eb,, po pode de se serr en enco cont ntra rada da em http://en.wikipedia.org/wiki/Comparison_ http://en.wikipedia .org/wiki/Comparison_of_statistical_p of_statistical_packackages
77
COMO CO MO ES ESCO COLH LHER ER O PR PROG OGRA RAMA MA DE EST ESTA ATÍ TÍST STIC ICA? A?
Programas Âmbito Geral
Apli Ap lica caçã ção o à in inve vest stig igaç ação ão cl clín ínic ica a e ep epid idem emio ioló lógi gica ca:: Epii In Ep Info fo (v (ver er 3. 3.5. 5.1, 1, Ag Agos osto to 20 2008 08)) http://www.cdc.gov/epiinfo/ • Este Este pr prog ogra rama ma fo foii co cons nstr truí uído do pa para ra da darr um uma a re resp spos osta ta glob gl obal al à an anál ális ise e de da dado dos s de est stud udos os de epi pide demi miol oloogia gi a e sa saúd úde e pú públ blic ica. a. • Tem mó permit mitem em cri criar ar módu dulo loss au autó tóno nomo moss qu que e per form fo rmul ulár ário ios s e qu ques esti tion onár ário ios, s, ba base se de da dado dos, s, an anál ális ise e de da dado dos s, re rela lató tóri rios os de da dado dos s co com m gr grá áfi fico cos s e ma mapa pas s para inf cálc lcul ulo o de ta tama manh nhos os inform ormaçã ação o geo geográ gráfic fica a e cá amostrais. • Estã Estão o à di disp spos osiç ição ão di dive vers rsos os tu tuto tori riai ais, s, em te text xto o e/ e/ou ou apre ap rese sent ntaç açõe õess mu multltim iméd édia ia,, co com m ex exer ercí cíci cios os pr prát átic icos os e dado da doss fifict ctíc ício ios, s, qu que e vã vão o de desd sde e os as aspe pect ctos os ma mais is bá bási sico coss a in inte term rméd édio ios. s. Vá Vári rios os tu tuto tori riai aiss co comb mbin inam am as aspe pect ctos os epid ep idem emio ioló lógi gico coss e es esta tatí tíst stic icos os,, co com m ce cená nári rios os de es estu tudo doss e dad ados os re rea ais is.. R (v (ver er 2. 2.7. 7.2, 2, Ag Agos osto to 20 2008 08)) http://cran.r-project.org/ Wikipedia: http://en.wikipedia.org/wiki/R_(programming_language) • O ‘R’ é uma linguagem e um ambiente para análise e com computa putação ção est estatí atísti stica ca (http://www.r-project.org/) (http://www.r-project.org/).. Este Es te so soft ftwa ware re,, gr grat atui uito to e ‘o ‘ope penn-so sour urce ce’,’, te tem m si sido do de dese sennvolv vo lvid ido o pe pela la co comu muni nida dade de ac acad adém émic ica a e em empr pres esar aria ial,l, perm pe rmit itin indo do li livr vre e ac aces esso so a do docu cume menta ntaçã ção o, suporte on-l on -lin ine, e, tu tuto tori riai ais s e ex exem empl plos os pr prát átic icos os,, que o têm tornado o ‘R’ conhecido e usado por cada vez mais invest inv estiga igador dores. es. Ape Apesar sar da sof sofist istica icação ção,, eno enorme rme pod poder er gráfico (http://addictedtor.free.fr/graphiques/) linguagem gem acess acessível ível,, mas e ext xte ens nsib ibililid idad ade, e, o ‘R’ é uma lingua que qu e in intitim mid ida a os ini nici ciad ado os po porr ser ba bassea eada da na es esccri rita ta de co coma mand ndos os.. Ex Exis iste tem m di dive vers rsos os si sist stem emas as de me menu nuss qu que e se podem carre reg gar no R (lista em http://www.sciviews.org/_rgui/). • Um víd ídeo eo qu que e de dem mon onsstr tra a com omo o ins nsta tallar e ini nici ciar ar o ‘R ‘R’’: http://www.decisionsci http://www .decisionsciencenews.com/?p=2 encenews.com/?p=261 61.. • Exis Existe tem m ma manu nuai aiss e tu tuto tori riai aiss di disp spon onív ívei eiss de desd sde e os ma mais is bási bá sico coss ao aoss ma mais is co comp mple leto toss (http://zoonek2.free.fr/UNIX/48_R/all.html).. (http://zoonek2.free.fr/UNIX/48_R/all.html) 78
COMO CO MO ES ESCO COLH LHER ER O PR PROG OGRA RAMA MA DE EST ESTA ATÍ TÍST STIC ICA? A?
• Uma Uma da das s va vant ntag agen ens s da pr prog ogra rama maçã ção o es esta tatí tíst stic ica a é po pode derr-se se gu guar arda darr a se sequ quên ênci cias as de co coma mand ndos os,, pode po dend ndoo-se se fa faci cilm lmen ente te re repe petitirr an anál ális ises es,, ap aplilica carr as mesm me smas as an anál ális ises es em su subg bgru rupo poss e di disc scut utir ir a pr prog ogra rama maçã ção o esta es tatí tíst stic ica a co com m um es esta tatí tíst sta a su supe perv rvis isor or.. • O ‘R’ será ca capa pazz de sa sati tisf sfaz azer er pr prat atic icam amen ente te to toda das s as nece ne cess ssid idad ades es no cá cálc lcul ulo o es esta tatí tíst stic ico o e na co cons nstr truç ução ão gráfica,, co gráfica com m ba bast stan ante te ap apoi oio o de do docu cume men nto toss e exe xemp mpllos os:: é um uma a qu que est stã ão de pr proc ocur urar ar.. No ent ntan anto to te tem m um uma a “c “cur urvva de ap apre rend ndiz izag agem em”” ín íngr grem eme, e, e ne nece cess ssitita a de um sign si gnifific icat ativ ivo o in inve vest stim imen ento to de te temp mpo. o. Pe Pequ quen enos os cu curs rsos os práticos sobre o ‘R’, ou de estatística usando o ‘R’ têm surgid sur gido o oca ocasio sional nalmen mente te em Por Portug tugal. al. Tamb ambém ém exi existe stem m cad ada a ve vezz ma maiis lilivr vro os de es esta tattís ísttic ica a que mos ostr tram am co como mo rea re aliliza zarr o cál álccul ulo o est stat atís ístiticco co com m o ‘R ‘R’’. Se qu quer er ap apre rend nder er esta es tatí tíst stic ica, a, es esta ta po pode de se serr um uma a ex exce cele lent nte e op opçã ção o pa para ra al alia iar r a te teor oriia à prá rátiticca. • O ‘R’ importa e exporta facilmente para o MS Excel e para o MS Access, tra trabal balhan hando do dir direct ectame amente nte com as ba base sess de da dado doss.
Programas Âmbito Específico
Para Pa ra o cá cálc lcul ulo o do ta tama manh nho o am amos ostr tral al:: Apessar de am Ape ambo boss os pr pro ogr gram ama as de an anál ális ise e de da dad dos ge gera rall comp co mpor orta tare rem m fu func ncio iona nalilida dade dess pa para ra o cá cálc lcul ulo o do ta tama manh nho o amos am ostr tral al,, ex exis iste tem m pr prog ogra rama mass de ac aces esso so lilivr vre e es espe peci cial alme ment nte e dedi de dica cado doss a es essa sa ta tare refa fa,, de ut utililiz izaç ação ão mu muitito o fa faci cililita tada da.. Um Uma a lilist sta a co comp mpar arat ativ iva a po pode de se serr co cons nsul ulta tada da em http://www.biostat.ucsf.edu http://www .biostat.ucsf.edu/sampsize.html /sampsize.html.. PS: Po PS: Powe werr an and d Sa Samp mple le Si Size ze Ca Calc lcul ulat atio ion n (v (ver er 2. 2.1. 1.31 31,, 20 2004 04)) http://biostat.mc.vanderbilt.edu/twiki/b http://biostat.mc.v anderbilt.edu/twiki/bin/view/Main/Powe in/view/Main/PowerSamrSampleSize • A va vant ntag age em de dest ste e pr prog ogra rama ma é qu que e pe perrmi mite te qu que e o ta tama manh nho o am amos ostr tral al se seja ja ca calc lcul ulad ado o a pa part rtir ir da re resp spos osta ta a se sequ quên ênci cias as de pe perg rgun unta tas s so sobr bre e o de dese senh nho o do es estu tudo do.. Des Deste te mod modo, o, pra pratic ticame amente nte pres pr esci cind nde e de um co conh nhec ecim imen ento to es esta tatí tíst stic ico o ap apro rofu fund ndad ado. o. Ape A pesa sarr de nã não o pe perm rmititir ir o cá cálc lcul ulo o am amos ostr tral al pa para ra al algu guns ns titipo poss de es estu tudo do (e (est stud udos os de co conc ncor ordâ dânc ncia ia,, pr prec ecis isão ão de suas s cap capaci acidad dades. es. prev pr eval alên ênci cias as), ), é ba bast stan ante te am ampl plo o na nass sua 79
COMO CO MO ESC ESCOL OLHER HER O PRO PROGR GRAM AMA A DE ES EST TATÍ TÍST STIC ICA? A?
incl clue uem m a co cons nstr truç ução ão de gr gráf áfic icos os que dem Estas in demons onstra tram m com omo o var ariia o tam ama anh nho o am amo ost stra rall com a var ariiaç ação ão doss pr do pres essu supo post stos os do es estu tudo do (p (pro ropo porç rção ão de ca caso soss ou de ex expo post stos os,, di dife fere renç nça a mí míni nima ma a de dete tect ctar ar,, potênc pot ência ia est estatí atísti stica, ca, etc etc.). .). G*Powe G*Po werr 3 (v (ver er 3. 3.0. 0.10 10,, Ja Jane neir iro o 20 2008 08)) http://www.psycho.uniduesseldorf.de/abteilungen/aap/gpower3/ • Este Este pr prog ogra rama ma,, ba bast stan ante te po pode dero roso so,, ex exig ige e al algu guns ns concei con ceitos tos est estatí atísti sticos cos bás básico icos s. Tem um manual de ut utililiz izaç ação ão em co cons nstr truç ução ão,, ma mass ap apoi oio o po pode de se serr en enco conntrad tr ado o em ma manu nuai aiss da ve vers rsão ão an ante teri rior or (http://www.psy(http://www.psycho.uni-duesseldorf.de/aap/projects/gpower/how_to_use_ gpower.html).. gpower.html) • Tem, com pos ssi sibi bili lida dade de de se como o int intere eresse sse adi adici ciona onal,l, a po real re aliz izar ar o es estu tudo do da das s ca cara ract cter erís ísti tica cas s es esta tatí tíst stic ica a de um test te ste e (p (pot otên ênci cia a es esta tatí tíst stic ica, a, di dife fere renç nça a mí míni nima ma a de dete tec cta tarr, et etc. c.)) a pa part rtir ir de um de dete term rmin inad ado o ta tama manh nho o amostral,, uma situação comum na clínica, em que se amostral prio iori ri , qu sabe, a pr qual al o ta tama manh nho o am amos ostr tral al di disp spon onív ível el..
Erros a Evi vita tar r
• O pr prog ogra rama ma de es esta tatí tíst stic ica a po pode de se ser r um fa faci cililita tado dorr, ou um compli com plicad cador or,, no tra trabal balho ho de aná nállis ise e de da dado doss • Não Não mu mud de de pr prog ogra rama ma de es esta tatí tíst stic ica a só po por r mudar. • Hoje em dia há poucas razõ ra zões es pa para ra o inv invest estiga igador dor cl clíni ínico co individual indiv idual comp comprar rar programas progra mas come comerciai rciaiss
80
• Esco Escolh lhaa-o o po porr ra razõ zões es pr prát átic icas as,, e ten enha ha as ma maio iore ress re resser ervvas na ad adop opçã ção o de pr prog ogra rama mass pouco pou co doc docume umenta ntados dos,, sem manu ma nuai aiss e tu tuto tori riai aiss cu cuid idad ados os,, e sem o apoio de ‘comunidades’. • Se consegue fazer tudo o que quer com o programa que conh co nhec ece, e, se sem m cu cust stos os de tempo tem po inj injust ustifi ificad cados, os, por porquê quê mudar? • São cad ada a vez ma maiis ca caro ross, e pr prot oteg egid idos os co cont ntra ra a pi pira rata tari ria a inform inf ormáti ática, ca, (tê (têm-s m-se e dir dirigi igido do para pa ra as em empr pres esas as ou as in insstiti-tuiçõe tui çõess aca académ démic icas) as).. Mui Muitos tos têm tê m lilice cenç nças as qu que e ne nece cess ssititam am de ren renova ovação ção per periód iódica ica..
COMO CO MO ESC ESCOL OLHE HER R O PR PROG OGRA RAMA MA DE EST ESTA ATÍ TÍST STIC ICA? A?
pens nse e be bem m an ante tes s Por is Por isso so,, pe de in inve vest stir ir nu num m pr prog ogra rama ma comercial. • Não espere ter os dados todo to doss pa para ra co come meça çar r a fa faze zerr es esta tatí tíst stic ica a
• Evit Evite, e, se po poss ssív ível el,, aprender apren der estat estatísti ística ca utililizan uti zando do um pro progra grama ma difife ere rent nte e do que irá faz azer er us uso o pa para ra as an anál ális ises es do seu trabalho.
81
Pode começar a ensaiar a análise de dados com dados preliminares ou do estudo piloto. Iniciar-se num programa de estatística exige tempo e disponibilidade. Fazê-lo pressionado com prazos para a análise de dados será uma experiência frustrante. Se precisa de aprender estatística, quer através de manuais, quer em cursos de formação, tenha atenção se o manual apresenta exercícios utilizando o código de um deter determina minado do programa, programa, e/ou ao programa estatístico utilizado durante a formação em estatística.
Como apresentar os resultados de um estudo?
13
COMO AP COMO APRE RESE SENT NTAR AR OS RE RESU SUL LTAD ADOS OS DE UM ES ESTU TUDO DO? ? Paul Pa uloo Jo Jorg rgee Ni Nico cola la
Ideias Chave
• A sec onde de o in inve vest stig igad ador or sse senta no ecçção de re ressul ulta tad dos é on descre creve ve com como o banc ba nco o da dass te test stem emun unha hass e fifiel elme ment nte e des deco de corrre reu u a su sua a in inv ves esti tiga gaç ção ão,, o qu que e me medi diu, u, qu quai ais s os resu re sult ltad ados os da das s an anál ális ises es qu que e re real aliz izou ou e co como mo fu fund ndam amen enta ta as co conc nclu lusõ sões es qu que e al alca canç nçou ou.. Estando no banco das test te stem emun unha has, s, o se seu u re rela lato to do doss re resu sultltad ados os de deve ve pe perm rmititir ir qu que e cada ca da lei eito torr fa façça o seu juí uízzo ind ndep epen ende dent nte e sob obre re o es estu tud do. • A esc parra se scri ritta cre resc sce e co com m a pr prát átiica ca,, ma mass o pr prim imei eiro ro pa pass sso o pa serr um bo se bom m es escr crit itor or de ar arti tigo gos s ci cien entí tífi fico cos s é se serr-s -se e um bom bo m le leit itor or,, áv ávid ido, o, cr crít ític ico o e at aten ento to.. Im Imitita ar um est stililo o de que e fa faça ça se sent ntid ido o escr es criita com o qu qual al se si sint nta a co conf nfor ortá táve vell e qu para pa ra a su sua a au audi diên ênc cia é um bom segundo passo. Para o re-e -esc scri rita ta do ar artig tigo o, inve in vest stig igad ador or a in inic icia iarr es esta ta ex expe peri riên ênci cia, a, a re revi visã são o co cons nstr trut utiv iva a de um or orie ient ntad ador or , j jun unta tame ment nte e co com m a re ajud aj udar ará á a de dese senv nvol olve verr um ma manu nusc scri rito to cl clar aro o e de qu qual alid idad ade. e. • A se secç cção ão de re resu sultltad ados os co cons nstr trói ói um uma a pe pers rspe pect ctiv iva a e um argu ar gume ment nto, o, qu que e te term rmin ina a on onde de co come meça çam m as co conc nclu lusõ sões es do estudo. • Mui Muito to imp import ortant ante e ap apre rese sent ntar ar os re resu sult ltad ados os nu numa ma sequência clara e lógica e fazer um bom uso de tabelas, gráf gr áfic icos os e fi figu gura ras, s, qu que e fa faci cili lite tem m o en ente tend ndim imen ento to do dos s dado da dos s e da das s aná náli lise ses. s.
Prin Pr incí cípi pio oI
• Pa Para ra vá vári rios os titipo poss de es estu tudo dos, s, ex exis iste tem m já re reco come mend ndaç açõe õess rela re latitiva vass à fo form rma a co como mo es este tess de deve vem m se serr re repo port rtad ados os.. É im impo port rtan ante te co conh nhec ecer er es esta tass re reco come mend ndaç açõe ões, s, co cons nsid ider eráá-la lass no proj pr ojec ecto to,, na ex exec ecuç ução ão do est stu udo e na esc scri rita ta de ar artitigo goss. Noss ar No artitigo gos, s, de deve ve-s -se e re refe feri rirr qu que e es essa sass re reco come mend ndaç açõe õess fo fora ram m cont co ntem empl plad ada as, po poiis são um cr criité téri rio o de qu qua alilida dade de do est stud udo, o, e aume au ment ntam am as po poss ssib ibililid idad ades es de ac acei eita taçã ção o do se seu u es estu tudo do em revi re vist stas as de ma maio iorr im impa pact cto. o. 83
COMO CO MO AP APRES RESEN ENT TAR OS RES RESUL ULT TAD ADOS OS DE UM ES ESTU TUDO DO? ?
Aspecto Prático
Segund Segu ndo o o ti tipo po de est stud udo, o, te tenh nha a em co cons nsid ider eraç açã ão reco re come mend ndaç açõe ões s pu publ blic icad adas as pa para ra o se seu u re repo port rte. e. São exemplos: a. Estudos STren rength gtheni ening ng the Rep Report orting ing Estudos obser observacio vacionais nais:: ST of OB OBse serv rvat atio iona nall st stud udie ies s in Ep Epid idem emio iolo logy gy (S (STR TROB OBE) E) Statement (www.strobe-statement.org ).. ) b. Ensaio Ensaios s Clí Clínic nicos os Intervenções enções aleat aleatórias órias: Moher D, Schulz K, i. Interv Alt A ltma man n D, e co col. l. Th The e CO CONS NSOR ORT T st stat atem emen ent: t: re revi vise sed d reco re comm mmen enda dati tion ons s fo forr im impr prov ovin ing g th the e qu qual alit ity y of re repo port rts s of pa para rall llel el-g -gro roup up ra rand ndom omiz ized ed tr tria ials ls.. JA JAMA MA 20 2001 01;2 ;285 85:: 1987–91. (www.consort-statement.org ) Jarl rlai ais s D, Lyl yle es ii. Int Interv ervenç enções ões não ale aleató atória rias s: Des Ja C, Cr Crep epa az N, e co coll. Im Impr prov oviing th the e re repo port rtin ing g qu qua ali lity ty of nonr no nran ando domi mize zed d ev eval alua uati tion ons s of be beha havi vior oral al an and d pu publ blic ic heal he alth th in inte terv rven enti tion ons: s: th the e TR TREN END D st stat atem emen ent. t. Am J Publilic Pub c Hea Health lth 200 2004;9 4;94:3 4:361– 61–6. 6. c. Meta-análises: Meta-análises: Stroup D, Berlin J, Morton S, e col. Meta Me ta-a -ana naly lysi sis s of ob obse serv rvat atio iona nall st stud udie ies s in ep epid idem emio iolo logy gy:: a pr prop opos osal al fo forr re repo port rtin ing. g. JA JAMA MA 20 2000 00;2 ;283 83:2 :200 008– 8–12 12.. d. Testes diagn ossu suyt yt P, Re Reiits tsma ma J, Br Brun uns s D, diagnóstico ósticos: s: Bos e co col. l. Tow owar ards ds co comp mple lete te an and d ac accu cura rate te re repo port rtin ing g of stud st udie ies s of di diag agno nosti stic c ac accu cura racy: cy: th the e ST STAR ARD D in init itia iati tive ve.. AJR A JR Am J Ro Roen entg tgen enol ol 20 2003 03;1 ;181 81:5 :51– 1–5. 5.
Prin Pr incí cípi pio o II
• Re Resspe peitite e as in inst stru ruçõ ções es da re revvist sta a pa para ra a es esccri rita ta de art rtig igo os, incl in clui uind ndo o a se secç cção ão de re resu sultltad ados os indi dica caçõ ções es re rele leva vant ntes es pa para ra a É co comu mum m as ins nstr truç uçõe õess da dare rem m in secç se cção ão de re resu sult ltad ados os,, como o limite do número de tabelas e de gr gráf áfic icos os,, a ne nece cess ssid idad ade e de es este tess el elem emen ento toss se sere rem m forn fo rnec ecid idos os em fifich chei eiro ross se sepa para rado doss ou as aspe pect ctos os de legendagem. tabe bela las, s, gr gráf áfic icos os e fi figu gura ras s po pode dem m Em mu muititas as si situ tuaç açõe ões, s, ta apre ap rese sent ntar ar in info form rmaç ação ão (inc inclui luindo ndo rel relaçõ ações es com comple plexas xas,, sequ se quên ênci cias as de ev even ento toss e di dist stri ribu buiç ição ão de me medi diçõ ções es)) com maior cla cl are reza za e sí sínt ntes ese e do qu que e o po pos ssí síve vell po porr pa pala lavr vras as..
84
COMO APRESENTAR APRESENTAR OS RESUL RESULT TADOS DE UM ESTUDO?
Aspecto Prático
• A Ape pesa sarr da dass ta tabe bela las, s, gr gráf áfic icos os e fifigu gura rass se sere rem m instrumen instr umentos tos poder poderosos osos,, não nã o os ut utililiz ize e pa para ra pe pequ quen enas as quanti qua ntidad dades es de inf inform ormaçã ação. o. • Nã Não o re repi pita ta a in info form rmaç ação ão incl in cluí uída da no noss gr gráf áfic icos os e tabela no texto da secção de resultados.
I
Se puder fornecer a informação pretendida de forma clara e sucinta em poucas frases, não utilize uma tabela ou um gráfico para o fazer. Refira no texto onde consta essa informação. As Por exemplo: “ As características sóciodemográficas dos participantes são apresentadas na tabela 1. ”
• A Ass ta tabe bela las, s, gr gráf áfic icos os e fifigu gura rass deve de vem m te terr in info form rmaç ação ão nece ne cess ssár ária ia e su sufifici cien ente te pa para ra sere se rem m in inte terp rpre reta tado doss se sem m se terr de re te reccor orre rerr ao te text xto. o.
O título deve ser informativo, e deve haver uma legenda que inclua, se pertinente, elementos da análise estatística.
• Na co cons nstr truç ução ão de um uma a tabe ta bela la,, é ne nece cess ssár ário io equi eq uililibr brar ar a ne nece cess ssid idad ade e de ser completo com a de ser sucinto
E útil dispor de alguma alguma arrumação nas tabelas, bem como agrupar as variáveis, ou mesmo dividir a informação em várias tabelas (se estas servirem diferentes propósitos).
Erro a evitar
Divisão exagerada por várias tabelas de informação respeitante a diferentes características, mas que pertence aos mesmos participantes e é descrita de forma semelhante.
Exemplo organização tabela
(Fictício) Um estudo longitudinal de seguimento de utentes de um Centro de Saúde, imigrantes e não-imigrantes:
85
COMO APRESENTAR OS RESULTADOS DE UM ESTUDO?
Tabela 2. Características no seguimento de coortes de imigrantes e não-imigrantes no Centro de Saúde.
CARACTERÍSTICA
Pessoas-anos de seguimento, total em anos
IMIGRANTES N VALOR
335
Pessoas-anos de seguimento, 335 mediana (intervalo interquartil) em anos
NÃOIMIGRANTES N VALOR
RAZÃO DE TAXAS (IC 95%)
1312
674
3352
NA
3,8 (0,6-6,2)
674
4,9 (1,2-6,4)
NA
... Comorbilidades Doença cardíaca isquémica
335
167 (4,2)
674
144 (3,5)†
1,2 (1,0-1,4)
Hipertensão arterial
126
89 (5,2)
489
237 (4,4)
1,2 (0,8-1,7)
Dislipidémia
63
22 (6,8)
262
56 (5,3)
1,3 (0,6-1,9)
Diabetes mellitus
335
14 (2,8)
674
34 (1,4)†
2,0 (1,5-2,4)
...
Excepto onde indicado, todos os valores são número de eventos (taxa de eventos por 100 pessoas-ano). A razão de taxas [intervalo de confiança de 95% (IC 95%)] corresponde à razão da taxa de eventos por 100 pessoas-ano para cada característica entre os coorte de imigrantes e de não-imigrantes. † - p ≤ 0,05. n – número de participantes em risco para a ocorrência de característica, ou seja, que não a tinham previamente ao estudo, e que tiveram pelo menos uma medição durante o estudo; NA – não aplicável.
86
COMO APRESENTAR APRESENTAR OS RESUL RESULT TADOS DE UM ESTUDO?
Aspecto Prático
• Em estudos longitudinais, e muito particularmente estudos de intervenção, deve-se usar um fluxograma.
• Os gráficos são úteis quando se pretende representar um número elevado de dados, com padrões e características complexas, cuja distribuição e estrutura não é apreendida com estatísticas sumárias
Gráficos
Identificar claramente o número de participantes convidados, quantos foram excluídos (e porquê), quantos recusaram, quantos participaram e, para cada braço do estudo, quantos saíram precocemente (e porquê). Basear-se na representação gráfica usada em artigos com análises semelhantes, publicados em revistas de impacto, é um bom ponto de partida.
• Na construção de gráficos, tenha bem claro que um gráfico para a exploração de dados ou de relatório de uma análise estatística raramente está adequado para uma publicação. • Os gráficos permitem incorporar sinaléticas (por exemplo, linhas indicando limites, linhas de referência, metas, regiões dos valores normais, etc.), títulos, legendas, intervalos de confiança, etc. • Os gráficos necessitam de cuidados especiais para evitar os erros mais comuns, relativos ao uso inapropriado de escalas, ou extrapolação de resultados além da gama de dados observados. Por vezes pode ser interessante decompor um gráfico em vários sub-gráficos, mantendo a mesma escala dos yy ou do xx. • Existe uma grande diversidade de tipos de gráficos, muitos de carácter geral, outros específicos para representar certas análises (por exemplo, funnel plot na meta-análise, ou Kaplan-Meier na análise de sobrevivência). A discussão da selecção do tipo de gráfico mais adequado a cada análise está fora do âmbito deste capítulo.
87
COMO APRESENTAR OS RESULTADOS DE UM ESTUDO?
Princípio III
Aspecto Prático
Apesar de poder ser óbvio que a secção de resultados deverá incluir apenas os resultados de um estudo, muitos autores incluem interpretações e discussão nos resultados. 1.A secção de resultados deve ter uma sequência lógica muito clara e bem estabelecida. Dependendo do estudo, esta pode ser de acordo com a sequência do estudo (estudo de coorte ou de ensaio clínico, em que as observações no início do estudo precedem os fenómenos ocorridos durante o seguimento) e/ou com a complexidade da análise de dados (descrição geral, análise univariada, análise bivariada e multivariada, análise de sub-grupos) e/ou objectivos primários e secundários do estudo. Em princípio, a ordem de resultados e análises da secção de resultados deve ser a preconizada na secção dos métodos. 2.A secção de resultados deverá apenas declarar as observações obtidas, sem interpretação. interpretação. No entanto, é possível organizar os resultados de acordo com a intenção dessa análise. Isso pode ser feito: • Introduzindo sub-títulos na secção de resultados, após se verificar se a revista a publicar o permite. Por exemplo: Descrição dos participantes Distribuição geográfica de … Associação entre as características e …
• Incluindo a intenção da análise no texto, para orientar o leitor relativamente ao objectivo e passos da análise. Essas intenções deverão incluir os objectivos e hipóteses primárias e secundárias do estudo. Por exemplo: A população estudada caracterizava-se por…” “ A
“Numa análise da variação da proporção de … por classe etárias, observou-se que…”
88
COMO APRESENTAR OS RESULTADOS DE UM ESTUDO?
“Para examinarmos a potencial associação entre… e …, criámos um modelo univariável, onde se observou que… ”
“Num modelo multivariável (tabela …), observámos que a associação entre… e… se mantêm após ajuste para as variáveis…, … e… ”
“Para verificarmos se as associações observadas na generalidade dos participantes se mantinham no sub-grupo dos…, repetimos as análises de… apenas nesse sub-grupo. Observámos que…”
3.Coloque os tempos verbais no passado, reportando-se ao estudo realizado. O uso de verbos no presente pode ser confuso, porque faz parecer que as observações são generalizáveis fora do âmbito do estudo.
Princípio IV
A decisão de seleccionar as observações a incluir incluir e excluir excluir na secção de resultados pode ser difícil. Por vezes os estudos recolhem um número significativo de variáveis. As possibilidades combinatórias de análise crescem exponencialmente exponencialme nte com o número de variáveis.
Aspecto Prático
• Não é comparável a escrita científica de um estudo com objectivos, modelo conceptual e plano analítico bem definidos à priori , com a escrita de um estudo que fez a navegação à vista. É exactamente na secção de resultados que melhor se reflecte a solidez dos objectivos, do processo de amostragem, das medições efectuadas, das variáveis seleccionadas, seleccionadas, e do plano de análise. • Deve ser claro ser claro que os resultados se organizam para suportar as conclusões sobre as hipóteses em estudo, estudo, embora devam incluir aspectos de validade externa e de validade interna do estudo.
89
COMO APRESENTAR OS RESULTADOS DE UM ESTUDO?
• No fim, os resultados devem responder às questões que permitam a avaliação crítica da evidência científica e da relevância clínica de um estudo: Os resultados são válidos? Os resultados são importantes? Os resultados são aplicáveis aos meus doentes ou ao meu contexto? • Os resultados também devem ter informação ter informação suficiente para o estudo para ser replicável e comparável (por exemplo, descrição de numeradores e denominadores, e não apenas taxas), ou para os seus resultados poderem ser agrupáveis numa meta-análise. • Se as variáveis medidas no estudo não contribuem para os objectivos da publicação, não suportam as conclusões nem respondem a questões relevantes de validade interna e externa, provavelmente não devem ser incluídas na secção de resultados, simplificando-se a análise de dados, as tabelas e os gráficos. Note-se que os autores podem, com razoabilidade e sem abusos, declarar a realização de análises secundárias sem apresentarem dados. Tal Tal pode ser feito, por exemplo, para excluir terceiras hipóteses, para análises de sensibilidade ou análises de sub-grupo. Por exemplo: “Repetimos a mesma análise apenas no grupo de 122 doentes diabéticos, mas neste sub-grupo não se verificou a associação entre escolaridade e uso de serviços de urgência (dados não apresentados)” .
Nesta situação, os autores devem estar disponíveis para fornecer as análises não incluídas aos revisores r evisores do artigo.
Princípio V
• A estrutura de uma secção de resultados depende, em grande medida, do tipo e do contexto do estudo, bem como da questão a investigar. Um estudo transversal, de caso-controlo, de intervenção, uma meta-análise ou um estudo qualitativo possuem formas muito distintas de apresentação de resultados. No entanto, independentemente do tipo de estudo, ajuda planear a organização de resultados. 90
COMO APRESENTAR OS RESULTADOS DE UM ESTUDO?
De facto, no processo de escrita do artigo, é útil esquematizar-se a secção de resultados, inclusive a estrutura de tabelas e dos gráficos. No processo de revisão bibliográfica, comummente realizada durante a escrita da secção de introdução e de discussão, é importante observar criticamente como é que estudos similares ou equiparáveis organizaram a secção de resultados, as suas tabelas e os seus gráficos.
Exemplo
Como exemplo de uma estrutura da secção de resultados: Sub-secção
Objectivo
Exemplos de Resultados
• Descrição relativa à validade externa de um estudo
• Permite inferir sobre a generabilidade dos resultados e das conclusões
Características dos convidados a participar, taxa de participação e análise dos nãorespondentes; razões para o não consentimento; período e contexto geográfico em que decorreu o estudo. Descrição do processo de amostragem (por exemplo, número de médicos ou centros participantes)
• Descrição dos participantes
Permite compreender aprofundadamente que características apresentavam a amostra estudada. Se mais do que uma amostra, permite comparálas e compreender 91
Descrição de parâmetros centrais e de variabilidade de características: • Demográfica que caracterizam a população (por exemplo, sócioeconómicas)
COMO APRESENTAR OS RESULTADOS DE UM ESTUDO?
as suas diferenças (por exemplo, num estudo caso-controlo, ou num ensaio clínico)
• das (outras) variáveis independentes • das variáveis dependentes Nos estudos longitudinais, descrição do total de pessoas-ano de seguimento, da perda em seguimento, das taxas de não-resposta/não-participação em reavaliações, etc.
• Descrição da variável dependente
Compreender as características da ocorrência do evento nos estudos longitudinais, ou das características da variável dependente, no caso de variáveis compostas. Aspectos da validação da variável dependente, ou de outras variáveis
92
Distribuição da ocorrência do evento ao longo do estudo, possivelmente estratificado pela idade e pelo sexo. Se uma variável composta, descrição dos seus componentes (por exemplo, se o evento é doença coronária isquémica, decomposição do número de enfartes, de angina estável, de revascularização coronária, etc.)
COMO APRESENTAR APRESENTAR OS RESUL RESULT TADOS DE UM ESTUDO?
Testes que indiquem da validade da definição das variáveis (por exemplo, sensibilidade, especificidade, comparação entre primeira e segunda medição, etc.) • Teste de hipóteses: distribuição heterogénea das variáveis, testes de associação univariada
Compreender a heterogeneidade da variação das variáveis (dependente e outras), entre si. Definição de sub-grupos, ou seja, grupos em que a distribuição de variáveis seja diferente.
• Teste de hipóteses: Construção de modelos
Compreender as modificações da associação entre variáveis, na presença ou ausência de terceiras.
• Análise de sub-grupos e de sensibilidade
Compreender se as observaçõesanteriores se aplicam • em subgrupos de participantes 93
Variação da distribuição de uma variável de acordo com terceiras (por exemplo, diferenças de proporções ou médias de acordo com a idade, ou com o sexo); correlação entre variáveis contínuas Testes de associação univariada Modelos estatísticos, análise de variância
COMO APRESENTAR OS RESULTADOS DE UM ESTUDO?
• em determinadas condições das suas características (por exemplo, definições alternativas da variável dependente) • com diferentes técnicas eststísticas de tratamento de dados em falta (“missing data” ). ). • Análises secundárias
Erros a Evitar
Objectivos secundários do estudo, técnicas de projecção de resultados, etc.
• Não ter uma perspectiva clara das variáveis relevantes para testar as hipóteses em consideração, produzindo resultados que podem ser explicados por outras variáveis não incluídas no estudo e, consequentemente, produzindo conclusões frágeis. É fundamental ter um modelo conceptual de explicação dos fenómenos em estudo. Esta é a base de construção dos instrumentos de colheita de dados, de exploração da relação entre variáveis, de planeamento da análise de dados e da escrita dos resultados. • Não demonstrar resultados que suportem as conclusões, o que pode acontecer porque os resultados não são apresentados ou são pouco explícitos; ou porque as conclusões não são adequadas aos resultados obtidos. • Associar interpretações à medida que apresenta os resultados. Desacordo entre a descrição estatística dos métodos e as técnicas utilizadas na análise dos resultados. 94
COMO APRESENTAR OS RESULTADOS DE UM ESTUDO?
Checklist
Cumpro as normas de publicação da revista. Descrevo na secção de métodos o processo de colheita das variáveis e das análises de dados incluídos nos resultados. Todos os meus resultados contribuem para os objectivos do estudo, o teste das hipóteses enunciadas, o juízo sobre a validade interna e externa do estudo e facilitam a replicação e comparação dos resultados deste estudo com outros. O texto da secção dos resultados não repete informação contida nas tabelas e nos gráficos. Estes elementos gráficos são claros, bem organizados e legendados, e estão referenciados no texto. As conclusões são decorrentes dos resultados, e os resultados são apresentados numa sequência lógica e clara, que evidencia e apoia as conclusões.
Bibliografia
1) Branson RD. Anatomy of a research paper. paper. Respir Care. 2004 Oct;49(10):1222-8 1) Kliewer MA. Writing Writing it up: a step-by-step step-by-step guide to publica publica tion for beginning investigators. AJR AJR Am J Roentgenol. 2005 Sep;185(3):591-6.
95
Quais os pontos básicos da discussão dos resultados?
14
QUAIS OS PONTOS BÁSICOS DA DISCUSSÃO DOS RESULTADOS? Miguel Melo Clara Barros Fonseca
Ideias Chave
• A discussão consiste na interpretação dos resultados do estudo • Deve fazer-se uma crítica honesta e assinalar os erros possíveis
Interpretação dos resultados
A secção da discussão dos resultados pode esquematizar-se nos seguintes pontos essenciais:
• É importante concluir sobre o significado do que se encontrou e das respectivas implicações teóricas e práticas
1. Interpretação dos resultados 2. Discussão da validade interna 3. Discussão da validade externa 4. Conclusões
Depois da apresentação objectiva e concisa dos resultados, os autores devem finalmente reflectir e dissertar sobre o seu significado.
Apontar as implicações teóricas e práticas dos resultados, ou seja, analisar se foi atingida a finalidade da investigação.
Esta reflexão deve ter em conta os conhecimentos existentes sobre o tema e o que foi acrescentado com o presente estudo.
Discussão da Validade Interna do Trabalho
A discussão da validade interna constitui uma auto-crítica honesta ao trabalho, onde se assinalam as limitações e se recomendam melhorias para investigações futuras. 97
Os erros metodológicos em investigação clínica podem agrupar-se em dois grupos: • Erros sistemáticos ou viés • Erros aleatórios
QUAIS OS PONTOS BÁSICOS DA DISCUSSÃO DISCUSSÃO DOS RESULT RESULTADOS?
Os autores devem referir e comentar os erros metodológicos do estudo, pois são eles quem conhece melhor os problemas que foram surgindo ao longo da fase de recolha e de análise de dados.
Viés ou erros sistemáticos
Erros que se introduzem nos estudos e que conduzem a resultados não reais – resultados enviezados
Viés de selecção – selecção – introduzido no processo de selecção dos indivíduos a incluir no estudo Exemplos: • Utilização de amostras não aleatórias • Verificar que os indivíduos não respondentes são diferentes dos respondentes • Viés de posição numa amostra aleatória sistemática Viés de informação – informação – introduzido na fase de recolha de informação Exemplo: • utilização de registos dos processos clínicos – dados secundários • utilização de questionários de autopreenchimento • viés de classificação critérios das variáveis pouco precisos
98
QUAIS OS PONTOS BÁSICOS DA DISCUSSÃO DOS RESULT RESULTADOS?
• viés de medição – utilização de instrumentos de medida inadequados, questionários não-validados, balanças não calibradas • viés de memória ou de ruminação • viés do entrevistador Erros Aleatórios – Aleatórios – relacionado com o poder da estatística no processo de inferência dos resultados amostrais para a população. Decisão da estimativa amostral Rejeito a hipótese nula (p< 0,05 )
Não rejeito a hipótese nula (p≥ 0,05 )
Realidade da População Hipótese nula falsa
Hipótese nula verdadeira
Correcto
Errado Erro aleatório tipo I
Errado Erro aleatório tipo II
Correcto
Quando concluimos sobre a realidade de uma determinada população com base em estimativas amostrais podemos estar simplesmente a errar.
Erro aleatório tipo I – rejeito a hipótese nula mas ela é verdadeira Encontra-se uma associação estatisticamente significativa entre duas variáveis mas na verdade essa associação não existe. O que aconteceu foi um resultado falso positivo: p≥0,05 mas a associação entre as variáveis não existe. Este erro pode acontecer quando há um excessivo número de tentativas de cruzamento de variáveis num mesmo estudo (“fishing-expedition”).
99
QUAIS OS PONTOS BÁSICOS DA DISCUSSÃO DOS RESULT RESULTADOS?
Erro aleatório tipo II – não rejeito a hipótese nula e ela é falsa Não se encontra uma associação estatisticamente significativa entre duas variáveis mas na verdade essa associação existe. O que aconteceu foi um resultado falso negativo: p≥0,05 mas a associação entre as variáveis existe. Este erro acontece habitualmente em estudos com amostras de pequena dimensão.
Confundimento
Outro elemento a ter em conta na discussão da validade interna é a existência de possíveis factores de confundimento que podem interferir com os resultados encontrados.
As variáveis de confundimento podem ser responsáveis por resultados falsos ou distorcidos, pelo que têm que ser tidas em conta no desenho de estudo, na análise estatística e na interpretação dos resultados. Exemplo: • Estudo do consumo de álcool como factor de risco de cancro do pulmão. Se não se tiver em conta o consumo de tabaco na análise dos dados irá encontrar-se relação entre consumo de álcool e cancro do pulmão, a qual se deve ao comportamento associado de consumo de tabaco e de álcool.
Discussão da Validade Externa
Os autores avaliam até que ponto é possível generalizar os resultados a outras populações para além da população do estudo. Exemplo: Extrapolar resultados obtidos num centro de saúde para os restantes centros de saúde portugueses
100
Esta discussão deve apoiar-se na comparação com os resultados de outros trabalhos que utilizaram metodologias semelhantes, tentando sempre explicar diferenças encontradas.
QUAIS OS PONTOS BÁSICOS DA DISCUSSÃO DOS RESULT RESULTADOS?
Conclusões
Os autores devem concluir sobre a importância dos resultados obtidos e a utilidade prática dos mesmos.
Aspectos Práticos
• Qual o principal resultado do trabalho?
É sempre pertinente apontar futuras linhas de investigação ou outras hipóteses a estudar sobre o mesmo tema.
• Acrescentou-se algo aos conhecimentos sobre o tema? • Qual o seu significado, importância e utilidade? • O que se encontrou estará correcto e verdadeiro ou poderá dever-se a erros sistemáticos, erros aleatórios ou a efeito de confundimento? • Será possível generalizar os resultados a outras pessoas para além da população estudada? • Aponte novas pistas de investigação, se oportuno.
Erros a evitar
Repetir os resultados sem os interpretar Converter a discussão numa revisão do tema Não relacionar os resultados com as hipóteses e objectivos do trabalho Não discutir a validade interna / externa do trabalho Fazer extrapolações e generalizações injustificadas injustificadas Não referir a utilidade e a importância dos resultados do trabalho Não apontar futuras linhas de investigação
101
Qual a forma mais relevante de divulgação dos resultados de investigação?
15
QUAL A FORMA MAIS RELEVANTE DE DIVULGAÇÃO DOS RESULTADOS DE INVESTIGAÇÃO? Carlos Canhota
Ideias Chave
A comunicação/ divulgação dos resultados constitui a parte final de qualquer projecto de investigação
– Fracção essencial da investigação
Os diferentes formatos de apresentação dependem da forma como se pretende divulgar o projecto de investigação
– Apresentação escrita ou oral
No decurso do processo de inv invest estiga igação ção é possív possível el termos necessidade de elaborar várias formas escritas de comunicação
Exemplos : cartas ao editar; relatos de casos; artigos de revisão; teses ou miniteses ou artigos de investigação
Apenas serão focados os artigos de investigação – escrita e apresentação oral.
Princípios
Quem vai ser ser a audiência e qual a mensagem mensagem que se quer transmitir?
1 – O estilo e a clareza da escrita vão-nos orientar na elaboração do relatório/artigo. Apesar de haver normas haver normas gerais, publicadas pelas próprias revistas,, para a elaboração e submissão de artigos para revistas publicação, as suas orientações não incidem no campo do estilo da escrita. 2 – Uma escrita relevante, relevante, depende não só da importância 103
QUAL A FORMA MAIS RELEVANTE DE DIVULGAÇÃO DOS RESULTADOS DE INVESTIGAÇÃO?
dos resultados encontrados e da qualidade do conteúdo a transmitir, transmitir, mas também e em grande medida, da qualidade linguística empregue. Não sendo necessário uma prosa literária refinada, é essencial que ela seja: Inteligível, clara, não ambígua e com alguma capacidade de manter o leitor/receptor interessado. Depende em grande medida do estilo utilizado na escrita. 3 – O estilo da escrita desenvolve-se à medida que nos concentramos na sua elaboração e por isso, quanto mais a praticarmos, mais apurada (não é sinónimo de mais complicada) se torna o texto.
Objectivos
Neste capítulo pretende-se: Reconhecer a necessidade de comunicarmos de uma forma clara, concisa e gramaticalmente correcta; Destacar alguns passos que devem ser considerados no processo de elaboração de relatório de um projecto de investigação; Identificar alguns elementos essenciais na apresentação oral dos trabalhos;
Elementos a considerar
Escolher a palavra mais correcta;
Estilo da Escrita
Ser mais directo e menos “redondo”;
Preferir o simples ao pomposo; Utilizar de preferência palavras e frases curtas; Ser mais objectivo e menos “romanceado”; Utilizar voz activa em vez de passiva; Utilizar substantivos e verbos e economizar em advérbio e adjectivos; Rejeitar particípios flutuantes; Colocar sempre que possível, o sujeito perto do verbo; Ser mais informativo que descritivo; 104
QUAL A FORMA MAIS RELEVANTE DE DIVULGAÇÃO DOS RESULTADOS DE INVESTIGAÇÃO?
Recomenda-se portanto que se leia (e releia várias vezes) atentamente a estrutura da prosa utilizada. Uma escrita de qualidade depende do uso adequado e mesmo primoroso da língua veículo que se decidiu usar para a divulgação do trabalho elaborado. aspecto to gramatical gramatical e na linguagem linguagem se: Verificar ainda no aspec Todos os verbos têm um sujeito; Os verbos estão no tempo correcto; Os verbos estão no activo mais do que no passivo; Linguagem concreta em vez de abstracta; Familiar em vez de complexa;
Estrutura de um artigo
Um artigo destinado a publicação numa revista deve ter os seguintes capítulos: • Título Título – – deve ser informativo, breve, específico, conciso e contendo as palavras-chave por exemplo, as usadas no Index Medicus; • Introdução Introdução – – deve introduzir e evidenciar o problema, alguma literatura de suporte e apontar as razões que o levaram a realizar o estudo; deve estimular o apetite do leitor levando-o a continuar a leitura do artigo; • Método Método – – deve descrever a população estudada, o desenho do estudo, o método de avaliação e análise estatística utilizada, dando ao leitor a possibilidad possibilidade e de estimar a validade do estudo; • Resultado Resultado – – deve apresentar o que encontrou na investigação como factos sem interpretar ou opinar sobre eles. As opiniões e comentários estão reservados para o capítulo das discussões; as ilustrações que muitas vezes servem de suporte aos resultados, devem ser, por si, suficientemente 105
QUAL A FORMA MAIS RELEVANTE DE DIVULGAÇÃO DOS RESULTADOS DE INVESTIGAÇÃO?
entendíveis para não ser preciso referência detalhada no texto. Deve-se evitar duplicação desnecessária. Deve evitar quadros evitar quadros complexos e densos e nos gráficos ter o cuidado na escolha dos intervalos em qualquer um dos eixos, X e Y; todos os quadros e gráficos devem ser numerados e legendados • Discu Discussão ssão e conclu conclusões sões – – deve-se sumarizar os factos/acontecimentos factos/acontecim entos encontrados e descrever o significado e a sua importância dos dados encontrados, relacionando-os com outros estudos. Relatar as limitações do estudo Comparar com outros estudos Generalizar se possível Reservar o parágrafo final para as conclusões; • Referências Referências – – aplicar as normas internacionais para as referências • Agradecimento – pode manifestar o reconhecimento a todos os que de alguma forma auxiliaram no trabalho, incluindo os apoios financeiros;
Apresentação oral
Normalmente a apresentação é feita em 10 minutos, minutos, como as que nos são estipuladas nos congressos médicos. Deve ser capaz de conseguir conseguir,, neste curto espaço de tempo, transmitir a mensagem desejada através de um conteúdo adequado e de uma apresentação capaz de manter a atenção da audiência.
Elementos essenciais
A organização da apresentação deve seguir uma sequência lógica. Falar com fluência em público é um dom atribuído a poucos mas toda a gente tem capacidade de melhorar a performance exercitando (apresentar a alguém ou em privacidade, em frente a um espelho). 106
QUAL A FORMA MAIS RELEVANTE DE DIVULGAÇÃO DOS RESULTADOS DE INVESTIGAÇÃO?
A utilização de apoios/técnicas facilitam a apresentação mas temos que ter sempre o cuidado de não inundar a audiência com excesso de dados nem de a confundir. SLIDES
• Os slides devem ser com um tamanho de letra legível; • Não apresentar mais que 8 linhas num slide; • Não ter muito mais que 10 slides para os 10 minutos; A apresentação deve então ser organizada de modo a estar enquadrada em três fases distintas e na seguinte sequência: Início – Intro Início – Introdução dução ao tema, tema, o porquê e como como foi realizado (expor estritamente estritamente o necessário para para a compreensão do problema/objecto, os objectivos e a metodologia aplicada no estudo); Meio – resultados (se necessário necessário escolher apenas os que são relevantes para o trabalho); Final – conclusão e deixar espaço para esclarecimento de alguma dúvida e discussão
Síntese
Para terminar salientamos a necessidade imperiosa da comunicação dos resultados de qualquer trabalho de investigação. A não divulgação dos resultados e conclusões de um trabalho de investigação torna-o torna-o incompleto e sinónimo de não cumprimento cabal do processo iniciado.
107
Que questões éticas salvaguardar?
16
QUE QU QUE QUES ESTÕ TÕES ES ÉT ÉTIC ICAS AS SALVAGUARDAR? Joséé Au Jos Augu gust stoo Si Simõ mões es
Ideias Chave
• Resp Respei eito to pe pela la au auto tono nomi mia a in indi divi vidu dual al e ne nece cess ssid idad ade e de obte ob tenç nção ão de co cons nsen entitime ment nto o lilivr vre, e, es escl clar arec ecid ido o e in info form rmad ado; o; • Pro Protec tecção ção da pes pessoa soa inc incomp ompete etente nte;; • Maxi Maximi miza zaçã ção o do doss be bene nefí fíci cios os em re rela laçã ção o ao aoss ri risc scos os da investigação; • Dir Direit eito o à pri privac vacida idade de ind indiv ividu idual; al; • A Ava valiliaç ação ão po porr um uma a Co Comi miss ssão ão de Ét Étic ica. a.
Princípios
inve vest stig igaç ação ão em se sere res s hu huma mano nos s te tem m si sido do re regu gula lame menn A in tada ta da ao lo long ngo o da das s úl últi tima mas s dé déca cada das s, em con onsseq equ uên ênccia de expe ex peri riên ênci cias as e ob obse serv rvaç açõe õess ef efec ectu tuad adas as no pa pass ssad ado o se sem m qual qu alqu quer er titipo po de co cont ntro rolo lo so soci cial al.. A De Decl clar araç ação ão de He Hels lsín ínqu quia ia e o Re Rela lató tóri rio o Be Belm lmon ont t são
a ex expr pres essã são o vi visí síve vell da pr preo eocu cupa paçã ção o so soci cial al em preservar inte in tegr gral alme mente nte os di dire reit itos os hu huma mano nos s na inv invest estiga igação ção bioméd bio médic ica a e com compor portam tament ental. al. Estão Estã o de defi fini nida das s as gr gran ande des s li linh nhas as do dout utri riná nári rias as so sobr bre e os as aspe pect ctos os ét étic icos os da in inve vest stig igaç ação ão em se sere res s hu huma mano nos s, nome no mead adam amen ente te a ne nece cess ssid idad ade e de ob obte tenç nção ão de co cons nsen entitime ment nto o lilivr vre, e, in info form rmad ado o e es escl clar arec ecid ido. o. A so soci cied eda ade con onfe fere re a to todo do o cida dadã dão o ou outr tro o titipo po de di dire reititos os,, como co mo a lilibe berd rdad ade e de pe pens nsam amen ento to,, de ex expr pres essã são o e, ta tamb mbém ém,, o di dire reitito o ao re resp spei eito to pe pela la lilibe berd rdad ade e de in inve vest stig igaç ação ão.. A in inve vest stig igaç ação ão bi biom oméd édic ica a e co comp mpor orta tame ment ntal al en envo volv lven endo do se sere ress prin incí cípi pios os bá bási sico cos s qu que e vi visa sam m huma hu mano noss de deve ve re rege gerr-se se po por r pr prote pro tege gerr a in inte tegr grid idad ade e fí físi sica ca e ps psic icol ológ ógic ica a do dos s su suje jeit itos os da investigação. Es Este tess pr prin incí cípi pios os fu fund ndam amen enta tado doss na do dout utri rina na do doss
Direitos Direit os Hum Humano anoss Fun Fundam dament entais ais,, ori origin ginam am lin linhas has ori orient entado adoras ras acei ac eite tess pe pela la co comu muni nida dade de ci cien entí tífifica ca in inte tern rnac acio iona nall [1 [1]. ]. 109
QUE QUE QUESTÕ STÕES ES ÉTI ÉTICAS CAS SAL SALV VAGU AGUARD ARDAR? AR?
prin incí cípi pios os po pode dem m se serr si sinte nteti tizad zados os da Assim,, ess Assim esses es pr seguin seg uinte te for forma: ma: a) Re Resp spei eito to pe pela la au auto tono nomi mia a in indi divi vidu dual al e ne nece cess ssid idad ade e de obte ob tenç nção ão de co cons nsen entitime ment nto o lilivr vre, e, es escl clar arec ecid ido o e in info form rmad ado; o; b) Pr Prot otec ecçã ção o da pe pess ssoa oa in inco comp mpet eten ente te;; c) Ma Maxi ximi miza zaçã ção o do doss be bene nefí fíci cios os em re rela laçã ção o ao aoss ri risc scos os da inv invest estiga igação ção;; d) Ne Nece cess ssid idad ade e de ex expe peri rime ment ntaç ação ão an anim imal al pr prév évia ia,, se apl aplic icáve ável;l; e) Cr Crititér ério ioss es espe pecí cífifico coss pa para ra a in inve vest stig igaç ação ão se es esta ta en envo volv lver er cria cr ianç nças as e mu mulh lher eres es gr gráv ávid idas as;; f) Di Dire reitito o à pr priv ivac acid idad ade e in indi divi vidu dual al;; g) Ava valiliaç ação ão pr prév évia ia po porr um uma a Co Comi miss ssão ão de Ét Étic ica. a.
Consentimento livre Informado Esclarecido (2)
cons nsen enti time ment nto, o, pa para ra se serr vá váli lido do,, pre Este co pressu ssupõe põe:: • a in info form rmaç ação ão do su suje jeitito o qu quan anto to ao co cont nteú eúdo do do pr prot otoc ocol olo o experimental • a com ompr pree eens nsã ão do me mesm smo o e o es esccla lare reci cime ment nto o de dú dúvi vida dass • a vo volu lunt ntar arie ieda dade de em pa part rtic icip ipar ar no re refe feri rido do es estu tudo do • co comp mpet etên ênci cia a pa para ra de deci cidi dirr em pl plen ena a co cons nsci ciên ênci cia a (ANE (A NEXO XO 1)
CRIANÇAS (s (suj ujei eito toss nã não o do dota tado doss de dest stas as ca capa paci cida dade des) s):: – Ado – A pais is,, desde dopt ptan ando do o co conc ncei eito to de au auto tono nomi mia a fa fami mililiar ar,, os pa são o cha hama mado dos s a de deci cidi dirr se segu gund ndo o o me melh lhor or há mu muitito, o, sã inte in tere ress sse e da cr cria ianç nça a, qu quer er se tr trat ate e de tr tra ata tam men ento toss clín íniico coss, quer qu er da en entr trad ada a nu num m pr prot otoc ocol olo o ex expe peri rime ment ntal al.. A es este te re resp spei eito to pa pare rece ce nã não o ex exis istitirr qu qual alqu quer er di dife fere renç nça a en entr tre e um recé re cémm-na nasc scid ido, o, um uma a cr cria ianç nça a ou ou outr tra a pe pess ssoa oa in inco comp mpet eten ente te.. Desd De sde e qu que e os pa pais is (o (ou u os le legí gítitimo moss re repr pres esen enta tant ntes es)) dê dêem em efec ef ectitiva vame ment nte e o se seu u co cons nsen entitime ment nto, o, a in inve vest stig igaç ação ão po pode de pros pr osse segu guir ir,, de desd sde e qu que e se seja ja no me melh lhor or in inte tere ress sse e do su suje jeitito. o. • Dout Doutri rina na ba base sead ada a no me melh lhor or int nte ere ress sse e da pe pess ssoa oa é de impo im port rtân ânci cia a fu fund ndam amen enta tall e de deve ve se serr cl clar arifific icad ada. a. 110
QUE QUE QUESTÕ STÕES ES ÉTI ÉTICAS CAS SAL SALV VAGU AGUARDA ARDAR? R?
Aspectos Práticos e Di Disc scus ussã são o
• O co cons nsen entitime ment nto o po pode derá rá se serr qu ques estition onad ado o qu quan ando do os le legí gítitimo moss re repr pres esen enta tant ntes es do su suje jeitito o pa pare rece cem m nã não o defe de fend nder er o se seu u me melh lhor or in inte tere ress sse. e. Est ste e co conc ncei eito to mer ergu gullha as su sua as ra raíz ízes es no jul ulga gam men ento to qu que e os pais pa is (o (ou u os le legí gítitimo moss re repr pres esen enta tant ntes es)) fa faze zem m à lu luzz da daqu quililo o qu que e a cr cria ianç nça a de deci cidi diri ria a se pa para ra ta tall titive vess sse e op opor ortu tuni nida dade de (j (jul ulga game ment nto o substitutivo). • Disc Discut utív ível el é, ig igua ualm lmen ente te,, o co cons nsen enti time ment nto o po porr pa part rte e de adolescentes,, uma vez que se aceita como válida a tese de adolescentes que a part rtiir dos catorze anos de idade o adolescente deve darr o se da seu u as asse sent ntim imen ento to de desd sde e qu que e te tenh nha a al algu guma ma ca capa paci cida dade de de disc discernim ernimento. ento. No en enta tant nto, o, co comp mpe ete à eq equi uipa pa de inv nves estitig gaç ação ão afe feri rirr o gr grau au de disc di scer erni nime ment nto o e de deci cidi dirr em co cons nseq equê uênc ncia ia [3 [3]. ]. Não Nã o ob obst stan ante te es este te as asse sent ntim imen ento to,, ta tamb mbém ém os le legí gítitimo moss repr re pres esen enta tant ntes es de deve vem m se serr ch cham amad ados os a de deci cidi dirr. • Tan anto to a As Asso soci ciaç ação ão Mé Médi dica ca Mu Mund ndia iall co como mo o Co Cons nsel elho ho da Euro Eu ropa pa [4 [4]] pr prev evêe êem m a pl plau ausi sibi bililida dade de da inv invest estiga igação ção em seres ser es hum humano anos s inc incomp ompete etente ntes s, de desd sde e qu que e os re repr pres esen en-tant ta ntes es le lega gais is su subs bstititu tuam am ef efec ectitiva vame ment nte e a vo vont ntad ade eeo julga ju lgamen mento to da pes pessoa soa inc incomp ompete etente nte..
Investigação Terapêutca e não Terapêutica (conceito clássico)
Esta di Esta dist stin inçã ção o pa pare rece ce se ser r da ma maio iorr im impo portâ rtânc ncia ia,, dado da do qu que, e, tr trat atan ando do-s -se e de ex expe peri rime ment ntaç ação ão cu cujo jo obje ob ject ctiv ivo o é, ai aind nda a qu que e parcia par cialm lment ente, e, a obt obtenç enção ão de al algu gum m be bene nefí fíci cio o pa para ra o suj ujei eito to,, o ri rissco admi ad miss ssív ível el po pode derá rá se ser r maiss ele mai elevad vado. o.
111
Recentemente, a te Recentemente, term rmin inol olog ogia ia tem te m si sido do di disc scre reta tame ment nte e al alte tera rada da,, fallan fa ando do-s -se e em investigação clín cl ínic ica a – se uma ou mais das suas su as co comp mpon onen ente tess te tem m co como mo object obj ectivo ivo o dia diagnó gnósti stico, co, prof pr ofililax axia ia ou tr trat atam amen ento to do su su-jeito – e em investigação não nã o cl clín ínic ica a – se o objectivo da exp xper erim imen enta taçã ção o é o de originar origi nar conhe conhecime cimentos ntos científico cient íficoss gener generaliz alizávei áveis. s.
QUE QUE QUESTÕ STÕES ES ÉTI ÉTICAS CAS SAL SALV VAGU AGUARD ARDAR? AR?
Avaliação do ri risc sco o da investigação
É fu fund ndam amen enta tal,l, po porr es este te motitivo mo vo,, de dete term rmin inar ar o lilimi miar ar a partir do qual se pode cons co nsid ider erar ar qu que e um uma a in inve vesstigaçã tig ação o com compor porta ta ape apenas nas um ri risc sco o in insi sign gnifific ican ante te – risc ri sco o mí míni nimo mo – para ser acei ac eite te pe pela la ma maio iori ria a do doss cidadãos. • O ri risc sco o mí míni nimo mo di dizz respeito “à pro probab babili ili-dad ade e e mag agni nitu tud de de dano da no ou de desc scon onfo fort rto o que não sej eja a sup uper erio iorr ao de um uma a av aval alia iaçã ção o fí físi sica ca ou ps psic icol ológ ógic ica a de ro rotitina na”” [5].
Síntese
O cá cálc lcul ulo o de dest ste e ri risc sco o é par partic ticula ularme rmente nte imp import ortant ante e no ca caso so de inv nves estitig gaç ação ão em cri rian ançças e qu qua and ndo o se tr trat atar ar de in inve vest stig igaç ação ão nã não o cl clín ínic ica. a. Compre Comp reen ende de-s -se e qu que ea prob pr obab abililid idad ade e de ri risc sco o de co comp mplilica caçõ ções es de deva va se ser r menor men or nes nestas tas cir circun cunstâ stânci ncias as do que, a título de exemplo, num nu m pr prot otoc ocol olo o de tr trat atam amen ento to de um uma a do doen ença ça on onco coló lógi gica ca..
Caso se ver Caso erififiiqu que e o pr pre ess ssup upos ostto da ob obte tenç nção ão do cons co nsen entitime ment nto o lilivr vre, e, es escl clar arec ecid ido o e in info form rmad ado o po porr pa part rte e do su suje jeitito o, te tem m de de:: a) Exi xist stir ir re rea al nec eces essi sida dad de do es estu tudo do em ca caus usa a b) Ex Exis istitirr um ní nítitido do pr pred edom omín ínio io do doss be bene nefí fíci cios os em re rela laçã ção o aoss ri ao risc scos os c) Se Serr ga gara rant ntid ida a a pr priv ivac acid idad ade e in indi divi vidu dual al na in inve vest stig igaç ação ão d) Um es estu tudo do ex expe peri rime ment ntal al po pode de re real aliz izar ar-s -se e de desd sde e qu que e prev pr evia iame ment nte e se seja ja fe feitita a um uma a av aval alia iaçã ção o si sist stem emát átic ica a po porr um uma a Comi Co miss ssão ão de Ét Étic ica. a. e) A me meto todo dolo logi gia a da in inve vest stig igaç ação ão se serr av aval alia iada da e qu ques estõ tões es como co mo o pa pape pell do tr trat atam amen ento to es esta tatí tíst stic ico o do doss da dado doss ci cien entí tífifico coss terã te rão o qu que e se serr an anal alis isad ados os [6 [6]] Porém, Poré m, a ex exis istê tênc ncia ia de av aval alia iaçã ção o e re regu gula lame ment ntaç ação ão nã não o deve de verá rá nu nun nca se serr re resstr triititiva va a pon onto to de lim imititar ar o leg egít ítim imo o di dire reiito à in inov ovaç ação ão ci cien entí tífifica ca e in inte tele lect ctua ual.l.
112
QUE QUE QUESTÕ STÕES ES ÉTI ÉTICAS CAS SAL SALV VAGU AGUARD ARDAR? AR?
Aspectos Práticos
• O pr proj ojec ecto to de in inve vest stig igaç ação ão de deve ve pr prev ever er a me meto todo dolo logi gia a de obte ob tenç nção ão do co cons nsen entitime ment nto o in info form rmad ado o e de ga gara rant ntia ia da privacida priv acidade de indi individu vidual. al. • Deve Deve se serr av aval alia iada da a co comp mple lexi xida dade de de ob obte tenç nção ão do doss da dado doss e a po poss ssib ibililid idad ade e de o in inst stru rume ment nto o ut utililiz izad ado o ca caus usar ar um des esccon onfo fort rto o qu que e não sej eja a sup uper erio iorr ao de um uma a av aval alia iaçã ção o físi fí sica ca ou ps psic icol ológ ógic ica a de ro rotitina na e pr prev evis ista tass as ne nece cess ssár ária iass medi me dida dass de mi mini nimi miza zaçã ção o de dess sse e ri risc sco. o.
Erros a Evitar
Elaborar um instrumento escrito de informação aos sujeitos da investigação com linguagem técnica e de difícil compreensão. Usar instrumentos de recolha de dados complexos e utilização simultânea de múltiplas escalas, o que se torna cansativo a responder.
Checklist
Está prevista a obtenção de consentimento livre, esclarecido esclarecido e informado; É feita a protecção de pessoas incompetentes; Existem benefícios com a investigação que maximizem em relação aos possíveis riscos; O direito à privacidade individual está garantido; Foi pedida a avaliação do protocolo a uma Comissão de Ética.
Bibliografia
1. Ethics Working Working Party. Party. European Forum for Good Good Clinical Practice. Guidelines and Recommendations for European Ethics Committees. European Forum for Good Clinical Practice. Brussels, 1997. 2. The National Commission for the protection of Human Subjects of Biomedical and Behavioural Research. The Belmont Report. Ethical principles and guidelines for the protection of human subjects of research. Washington Washi ngton DC. Government Printing Office, 1978. (DHEW publication nº (OS) 78-0012).
113
QUE QUESTÕES ÉTICAS SALVAGUARDAR? SALVAGUARDAR?
3. World Medical Association. Declaration Declaration of Lisbon on the Rights of the Patient. Adopted Adopted by the 34th World Medical Assembly,, Lisbon, Portugal, September/October 1981, Assembly and amended by the 47th General Assembly, Bali, Indonesia, September 1995. 4. Convention for the Protection Protection of Human Rights and Dignity of the Human being with regard to the Application Application of Biology and Medicine: Convention on Human Rights and Biomedicine, Council of Europe, Directorate of Legal Affairs, Strasbourg, November, 1996. 5. Papadatos CJ. Guidelines Guidelines for medical research in children. Infection 1989; 17:65-71. 6. Hutton J. The ethics ethics of randomised randomised controlled trials: a matter of statistical belief? Health Care Analysis Analysis 1996; 4:95-102.
114
Como publicar o estudo de investigação?
17
COMO PUBLICAR O ESTUDO DE INV INVEST ESTIGA IGAÇÃO ÇÃO? ?
Ideias Chave
John Yaph John aphee Maririaa Jo Ma José sé Ri Riba bass – Os pa pass ssos os pr prin inci cipa pais is pa para ra pr prod oduz uzir ir um tr trab abal alho ho pu publ blic icáv ável el impl im plic icam am ut utililiz izar ar as re regr gras as da bo boa a in inve vest stig igaç ação ão:: Um BOA PERGUNTA, um BOM MÉTODO e um BOM ESTU ES TUDO DO DO DOS S DA DADO DOS; S; – É essencial o TRABALHO EM EQUIPA com pessoas cap apaz azes es de faz azer er um uma a bo boa a an aná álilisse, es esccre reve verr e ed editita ar o te text xto; o; – Dar especial atenção às REGRAS DE PUBLICAÇÃO da re revvis ista ta em qu que e de dessej ejam amo os pu publ blic icar ar,, be bem m com omo o ao aoss come co ment ntár ário ioss do doss ed edititor ores es e re revi viso sore res. s.
Reflexão
Queremos o nosso estudo publicado. Temos uma boa ideia, fizemos uma boa pergunta, desenhamos um bom estudo, obtivemos dados, analisámos e tirámos as nossas conclusões. Depois sumarizamos as nossas ideias clara e brevemente em algumas páginas. Se tudo isto está feito, então serão necessários poucos ajustes para publicar o trabalho numa boa revista. Então, porque é tão difícil conseguir? • Porque em geral falhamos no cumprimento de todos os passos adequados à realização de uma boa investigação. • Pode ser útil explorar estes passos em outros capítulos. • Também é útil estar atentos ao processo de submissão e aceitação de textos a determinada revista e ver como a atenção aos detalhes pode agilizar a publicação com sucesso. 115
COMO PUBLICAR O ESTUDO DE INVESTIGAÇÃO?
Ter uma boa ideia
Qualquer texto publicável começa com uma boa ideia que merece ser investigada. Para publi publicar car um estud estudo oé necessário colocar a questão certa e escolher o método correcto, mas há outros passos a ter em conta.
Escolher os Parceiros Certos
Poucos estudos são publicados por um único autor. Apesar das revisões e artigos de opinião poderem ter apenas um autor, a maioria dos estudos são feitos e publicados por equipas de investigadores.. investigadores
O esquema FINER de Hulley e Cummings é útil para testar a qualidade das nossas perguntas de investigação. As iniciais significam Feasible, Interesting, New, Ethical e Relevant. Se uma pergunta de investigação cumpre todos estes critérios, então provavelmente vale a pena fazer o estudo. Vantagens:: Vantagens Cada pessoa tem características de personalidade únicas que são valiosas para o conjunto. equipa a com combin bina a Uma boa equip uma pessoa com ideias, um bom revisor da literatura, um colector de dados cuidadoso, um analista incisivo, um escritor claro e um líder que mantém todos informados, motivados e activos. É raro encontrar encontrar todas estas características numa só pessoa. Um tipo especial de colaborador é o finalizador, capaz de juntar tudo e concretizar o envio do manuscrito. Estas pessoas são raras, se considerarmos a quantidade de trabalhos que ficam na gaveta ou no disco do computador.
116
COMO PUBLICAR O ESTUDO DE INVESTIGAÇÃO?
Escolher a audiência certa Escolher a revista certa
A escrita científica científica está pensada para ser lida e para veicular informação útil a outras pessoas. Quando escrevemos, devemos definir quem são os nossos leitores. Há uma enorme quantidade de revistas para escolher e é difícil fazê-lo. São muitos os factores que influenciam a nossa escolha. escolha. • Atingir a audiência correcta é prioritário. • No entanto, os autores são frequentemente motivados pela pressão para publicar em revistas indexadas de alto impacto, para que o seu trabalho tenha um papel decisivo nas suas oportunidades de promoção. • As possibilidades de publicação de trabalhos de Medicina Familiar em revistas generalistas de leitura alargada são baixas. • Há um viés em revistas de língua inglesa contra escritores de língua não inglesa e também pode haver vieses contra artigos vindos de fora do país da publicação.
Escrever Bem
Há muitas referências disponíveis para ajudar os autores a estruturar um artigo científico.
O formato mais comum é o IMRAD (introdução, métodos, resultados, análise e discussão).
Formato IMRAD
A introdução deve ser curta e responder a três questões: • o que se sabe sobre o tema • o que não se sabe • o que é que o artigo traz de novo
A secção de resultados também deve ser breve. Como a maioria dos resultados numéricos são apresentados em tabelas, não há necessidade de repeti-los no texto. A discussão permite aos autores maior liberdade.
117
COMO PUBLICAR O ESTUDO DE INVESTIGAÇÃO?
A secção dos métodos é considerada como sendo a mais importante. É em geral lida em primeiro lugar pelos leitores experientes que desejam saber se o estudo se aplica à sua prática. O método deverá ser descrito detalhadamente para permitir ao leitor replicar o estudo.
Obter bons conselhos e apoio
Os autores podem reformular os resultados principais do estudo e discutir a sua importância ou aplicabilidade. Podem comparar os resultados com estudos previamente publicados, indicar as similaridades e explicar as diferenças. Finalmente podem sugerir os próximos passos para investigações futuras sobre o tema.
• Muitas pessoas nos podem ajudar na investigação, escrita e submissão dos nossos trabalhos. • É importante distinguir entre autoria e contribuição. contribuição. • Aqueles que contribuem significativamente devem ser mencionados nos agradecimentos. Ajuda estatística, assistência editorial e ajuda técnica na preparação do manuscrito também devem ser alvo de agradecimento. As regras para isto estão claramente definidas na maioria das revistas. Também será útil ler as Regras de Vancouver.
Enviar o manuscrito
Escrever uma boa carta de envio
A submissão de artigos foi muito simplificada com a via electrónica.
Devemos ser cuidadosos com:
Mas a atenção aos detalhes sobre as diferentes secções do texto não desapareceu com os velhos selos do correio.
• o número de palavras
Uma boa carta ajuda a “vender” o artigo ao editor
118
• o tamanho do artigo • a estruturação do resumo • o estilo utilizado nas referências bibliográficas
Deve conter : – o título do artigo – o seu tema
COMO PUBLICAR O ESTUDO DE INVESTIGAÇÃO?
Todos os autores devem ver e aprovar o texto final.. final
Pode ser necessário autorizar a transferência de direitos de publicação para a revista.
Responder aos comentários dos revisores
– porque porque ach achamo amoss inter interes es sante publicá-lo na revista em questão Se já foram publicados artigos sobre o mesmo tema, vale a pena mencioná-lo. A carta deve também assegurar que se trata de um trabalho original nunca publicado e que não foi submetido para publicação noutra revista.
É raro um artigo ser aceite para publicação sem sugestões de correcção dos revisores. Uma longa lista de sugestões de correcção é, na verdade, uma bênção, e sugere que o artigo será aceite. Aconselha-se os autores considerar seriamente todas as sugestões e fazer referência às mudanças na carta de reenvio.
Rever e Submeter
As revisões sugeridas podem ser importantes ou mínimas As correcções mínimas incluem em geral ortografia, gramática e estilo (incluindo o das referências) e são fáceis de corrigir. As revisões major incluem major incluem erros nos cálculos ou interpretação dos resultados ou especulações inaceitáveis inaceitáveis na sua discussão. – Às vezes, vezes, os revisore revisoress pedirão pedirão que o seu próprio próprio trabal trabalho ho seja citado e isso pode aumentar as hipóteses de publicação, porque os revisores podem ser especialistas no tema. É importante finalizar as revisões e reenviar rapidamente o artigo aos editores, editores, dado que estudos muito antigos podem ser recusados. 119
COMO PUBLICAR O ESTUDO DE INVESTIGAÇÃO?
Conclusões
• A publicação publicação de um artigo científico é um processo longo, que frequentemente requer dois ou mais anos desde o momento da concepção da ideia até que apareça publicado em papel. • Mas é um processo recompensador e necessário para o desenvolvimento académico de qualquer disciplina e requisito para o avanço do conhecimento. A atenção cuidada aos detalhes da publicação pode ajudar boas ideias, bem executadas, a ter um lugar na literatura científica.
Erros a Evitar
Não escrever um primeiro rascunho sobre os resultados da investigação; Fazer tudo sozinho, sem delegar tarefas em pessoas competentes; Escolher a revista errada, geralmente por excesso de ambição; Escrever demasiado; Não responder adequadamente aos comentários dos revisores; Tardar demasiado a reenviar o texto reformulado.
Checklist
• Explicar a pergunta de investigação correctamente; correctamente; • Descrever rigorosamente o método e a sua aplicação; • Fazer a análise de dados adequada e tirar as conclusões correctas; • Escolher a revista certa; • Escrever de forma concisa e de acordo com as regras da revista; • Editar Editar,, reler e reeditar; • Confirmar as referências cuidadosamente;
120
COMO PUBLICAR O ESTUDO DE INVESTIGAÇÃO?
• Escrever uma boa carta justificando a utilidade da publicação; • Dar atenção e responder a todos os comentários dos revisores; • Rever e reenviar; • Não desesperar!
Bibliografia
1. Jewell D and Jones R. Chapter 14.7 Publishing Primary Care Research in Oxford Textbook of Primary Medical Care. Roger Jones; Nicky Britten; Larry Culpepper; David A. Gass; Richard Grol; David Mant; Chris Silagy. Editors. Oxford University Press 2003, pages 530-536. 2. Perneger TV, TV, Hudelson PM. Writing a research article: advice to beginners. Int J Qual Health Care. 2004; 16: 191-2. 3. McIntyre E, Eckermann SL, Keane M, Magarey A, Roeger L. Publishing in peer review journals-criteria for success. Aust Fam Physician. 2007; 36: 561-2.
121
Como elaborar o orçamento para a Investigação?
18
COMO EL COM ELAB ABO ORA RAR R O ORÇ RÇAM AMEN ENT TO PAR ARA A A IN INVE VEST STIG IGAÇ AÇÃO ÃO? ? Paul Pa uloo Jo Jorg rgee Ni Nico cola la
Ideias Chave
• Nenhum Nenhum inv invest estiga igador dor que querr ter pro proble blemas mas de fi fina nanc ncia iam men ento to a me meio io de um est stud udo: o: um bo bom m orça or çame ment nto o dá al algu gum m tr trab abal alho ho a el elab abor orar ar e a se serr pe pens nsad ado, o, e re refle flect cte/ e/é é re refl flex exo o de mu muit itas as de deci cisõ sões es.. O se seu u pr prot otoc ocol olo o de in inve vest stig igaç ação ão é o ma mapa pa,, ma mas s qu que em qu que er inic in icia iarr um uma a vi viag agem em de ba barc rco o em al alto to-m -mar ar se sem m pe pens nsar ar be bem m nos mantim mantimentos? entos? • Um es estu tudo do pi pilo loto to é de dete term rmin inan ante te pa para ra va vali lida darr um orçamento. • Um bo bom m es estu tudo do de in inve vest stig igaç ação ão nã não o pr prec ecis isa a de se serr ca caro ro,, mas ma s ta tamb mbém ém nã não o pr prec ecis isa a de po poup upar ar on onde de nã não o de deve ve:: prev pr evej eja a tu tudo do o qu que e pr prec ecis isa a pa para ra le leva varr o se seu u est stud udo o a bo bom m porto, inclui incluindo ndo coorde coordenadore nadores, s, consu consultores ltores,, estat estatístico ísticos, s, informáticos inform áticos,, entrev entrevistad istadores, ores, despes despesas as com co m a di divu vulg lgaç ação ão,, et etc. c. • Depo Depois is do dos s ga gast stos os co com m a re reco colh lha a de da dado dos s e co com m a am amos ostr trag agem em,, ge gera ralm lmen ente te é o te temp mpo o (d (dem emor ora) a) que qu e ma mais is en enca care rece ce os es estu tudo dos. s. In Invi vist sta a na ef efic iciê iênc ncia ia,, atra at ravé vés s do pa paga game ment nto o ao ac acto to ou à ta tare refa fa,, a co cont ntra rata taçã ção o de ser serviç viços, os, ass assegu eguran rando do a coo coorde rdenaç nação ão gera ge rall do es estud tudo. o.
Prin Pr incí cípi pio oI
Inicia Inic iarr um est stud udo o com o or orça çame ment nto o ab abai aix xo do re real al é co como mo part pa rtir ir pa para ra a gu guer erra ra sem as tro tropas pas ade adequa quadas das:: bre brevem vement ente, e, os pr prob oble lema mass ap apen enas as se ir irão ão ac acum umul ular ar e o in insu suce cess sso o aproxi apr oximar mar-se -se-á -á a pas passos sos lar largos gos.. Um bo bom m or orça çame ment nto o é in indi disp spen ensá sáve vell pa para ra a sa saúd úde e do es estu tudo do e, ju junt ntam amen ente te co com m um uma a ge gest stão ão ef efic icie ient nte, e, sã são o fa fact ctor ores es cr crít ític icos os para pa ra o su suce cess sso o da in inve vest stig igaç ação ão..
123
COMO CO MO EL ELAB ABOR ORAR AR O OR ORÇA ÇAME MENT NTO O PAR ARA A A IN INVE VEST STIG IGAÇ AÇÃO ÃO? ?
No en enta tant nto, o, um bo bom m or orça çame ment nto o nã não o é um or orça çame ment nto o inflflac in acio iona nado do:: é um or orça çame ment nto o re real alis ista ta.. Nã Não o só é di difí fíci cill en enco cont ntra rar r financ fin anciam iament ento o par para a a inv invest estiga igação ção,, poi poiss a inv invest estiga igação ção gera ge ralm lmen ente te nã não o é co cons nsid ider erad ada a um uma a pr prio iori rida dade de,, co como mo um orça or çame ment nto o in inflflac acio iona nado do põ põe e em ca caus usa a a cr cred edib ibililid idad ade e da eq equi uipa pa.. A el elab abor oraç ação ão do or orça çame ment nto o de deco corr rre e de : • defini definição ção dos mét método odoss (de (desen senho ho do est estudo udo,, pro proces cessos sos e in inst stru rume ment ntos os de co colh lhei eita ta de da dado dos, s, tr trat atam amen ento to e ar arma maze zena name ment nto o de da dado dos, s, et etc. c.); ); • do cá cálc lcul ulo o do ta tama manh nho o am amos ostr tral al;; • da de desc scri riçã ção o do doss pr proc oced edim imen ento toss de ca camp mpo. o. Deste Dest e mo modo do,, a su sua a qu qual alid idad ade e de depe pend nde, e, em pr prim imei eiro ro lu luga garr, da qu qual alid idad ade e e do cu cuid idad ado o na el elab abor oraç ação ão de dest stes es..
Aspecto Prát Pr átic ico oI
A el elab abor oraç ação ão de um or orça çame ment nto o di divi vide de-s -se e em vá vári rios os pa pass ssos os:: (1)) lilist (1 stag agem em de to toda dass as de desp spes esas as po poss ssív ívei eis; s; (2) cá (2) cálc lcul ulo o da dass un unid idad ades es de cu cust sto o de ca cada da de desp spes esa a (p (por or ex exem empl plo, o, custo cus to por ent entrev revis ista ta rea realiz lizada ada); ); (3)) cá (3 cálc lcul ulo o da fr freq equê uênc ncia ia de ca cada da de desp spes esa. a. impo port rtan ante te é a fo form rma a co como mo se es esco colh lhem em as Uma dec decisã isão o im unid un idad ades es de cu cust sto. o. Por exe exempl mplo, o, con consid sidere ere que pre preten tende de con contra tratar tar ent entrev revist istado adores res para pa ra re real aliz izar ar en entr trev evis ista tass nu num m Ce Cent ntro ro de Sa Saúd úde. e. Po Pode de pr prop opor or o pa paga game ment nto o à ho hora ra ou po porr en entre trevi vist sta a co comp mple leta ta.. • Deve Deve se serr cu cuid idad ados oso o no qu que e re refe fere re à de desc scri riçã ção o do qu que e ca cada da item ite m rea realme lmente nte inc inclui lui.. Porr ex Po exem empl plo, o, no ca caso so de o pa paga game ment nto o a um en entr trev evis ista tado dorr po por r entrev ent revis ista ta com comple pleta, ta, nes nesse se pag pagame amento nto est estão ão inc incluí luídas das as desp de spes esas as de de desl sloc ocaç ação ão,, de co codi dififica caçã ção o e de in intr trod oduç ução ão do doss dado da doss da en entr trev evis ista ta na ba base se de da dado dos? s? • Um pr proc oces esso so qu que e fa faci cililita ta a el elab abor oraç ação ão do or orça çame ment nto o éa part pa rtir ir de um uma a fo folh lha a de cá cálc lcul ulo o do Ex Exce cel,l, on onde de se or orga gani niza zam m os di dife fere rent ntes es ca capí pítu tulo los, s, di divi vidi dida dass em di dife fere rent ntes es ititen enss de desp de spes esas as (v (ver er ex exem empl plo o na pá pági gina na se segu guin inte te). ). 124
COMO CO MO EL ELAB ABOR ORAR AR O OR ORÇA ÇAME MENT NTO O PAR ARA A A IN INVES VESTI TIGA GAÇÃ ÇÃO? O?
Exemplo
Exempl Exem plo o fifict ctíc ício io de um or orça çame ment nto o pa para ra um es estu tudo do tr tran ansv sver ersa sall so sobr bre e caract car acteri erizaç zação ão do con contro trolo lo da hip hipert ertens ensão ão art arteri erial al num numa a amo amostr stra a de 20 2000 00 hi hipe pert rten enso soss me medi dica cado doss em Ce Cent ntro ross de Sa Saúd úde e de um uma a re regi gião ão,, porr co po cons nsul ulta ta do pr proc oces esso so cl clín ínic ico. o. Nã Não o se as assu sume mem m de desp spes esas as de re remu mune nera raçã ção o da eq equi uipa pa de in inve vest stig igaç ação ão.. Capítulo
Autorizações
Valor
Recursos materiais e log logíst ística ica
Descrição
250 Custodasubmissão SubmissãoàAdministraçãoRegionaldeSaúde,à Deslocações ComissãodeÉticaeàComissãoNacionalde ProtecçãodeDados.ReuniõescomosDirectores dosCentrosdeSaúde.
EstudoPiloto Estudo Piloto
1000 MaterialEscritório, telefone, deslocações
Validaçãodametodologiadoestudo,testedo processodecolheitadedados,construçãoda basededadosedomanualdeprocedimentos.
Contactocomos CentrosdeSaúde
1000 Deslocações, despesaspostais, telefone
ApresentaçãodoestudonosCentrosdeSaúde, contactosporcartaetelefone,reuniões.
Entrevistas– logística
800 Questionários
Entrevistas– deslocações
3500 Despesasde deslocação
Análisededados
Cópiadosquestionários Treinoedespesasdedeslocaçãoparaarecolha dedados. Consultadoriaesupervisãodaanálisededados
500
Publicaçãoe divulgaçãode resultados
Participaçãoeapresentaçãoemencontros 1400 Despesasde deslocaçãoeestadia, nacionais. registonocongresso Publicaçãoedistribuiçãodeumrelatório. Submiss Subm issão ão a revistas stas nacionai onais e inte internac rnaciona ionais. is.
Comissões institucionais institu cionais(15%) (15%)
1650
Despesasnão previstas(15%)
1650
Total Financiamento solicitado
10850 1100
Para um or Para orça çame ment nto o ma mais is av avan ança çado do e ju just stifific icad ado, o, co cons nsul ulte te o an anex exo o 2.
125
COMO CO MO EL ELAB ABOR ORAR AR O OR ORÇA ÇAME MENT NTO O PAR ARA A A IN INVES VESTI TIGA GAÇÃ ÇÃO? O?
Prin Pr incí cípi pio o II
É fun funda dame menta ntall li list star ar to toda das s as de desp spes esas as pr prev evis ista tas s co com m o es estu tudo do.. Ass A ssim im,, o or orça çame ment nto o de deve ve co come meça çarr a se serr de deta talh lhad ado o lo logo go qu que e existe exi stem m pri primei meiras ras ver versõe sõess dos mét método odos, s, pro proces cesso so de am amos ostr trag agem em e um de deliline neam amen ento to do doss pr proc oced edim imen ento toss pa para ra o tr trab abal alho ho de ca camp mpo. o. Aliliás A ás,, é fr freq eque uent nte e o or orça çame ment nto o in inflflue uenc ncia iarr as de deci cisõ sões es re rela latitiva vass ao pr proc oces esso so de am amos ostr trag agem em e de tr trab abal alho ho de ca camp mpo, o, de deve vend ndo o estes est es asp aspect ectos os ser ela elabor borado adoss em par parale alelo. lo.
Aspecto Prát Pr átic ico o II
divi vidi dirr em di dive vers rsos os ti tipo pos s de de desp spes esas as,, O orç orçame amento nto dev deve-s e-se e di o qu que e po pode de se serr fe feitito o de di dive vers rsas as fo form rmas as.. Po Porr ex exem empl plo: o: RECURS ECURSOS OS HUMA HUMANOS NOS: • inc inclui lui tod todas as as des despes pesas as cor corren rentes tes com pes pessoa soall con contra tratad tado, o, cujo cu jo cu cust sto o é fifixo xo e re regu gula larr (p (por or ex exem empl plo, o, re remu mune nera raçõ ções es mens me nsai ais) s).. Es Esta tass re remu mune nera raçõ ções es po pode dem m se serr um uma a perc pe rcen enta tage gem m da re remu mune nera raçã ção o ba base se,, se a pa part rtic icip ipaç ação ão no proj pr ojec ecto to nã não o é a te temp mpo o in inte teir iro. o. Ten enha ha at aten ençã ção o qu que e os cu cust stos os nest ne sta a ár área ea sã são o mu muitito o de depe pend nden ente tess da du dura raçã ção o do pr proj ojec ecto to:: acrescente 30-5 30 -50% 0% à du dura raçã ção o ma mais is op optitimi mist sta a do pr proj ojec ecto to.. In Incl clua ua ne nest sta a área áre a a rem remune uneraç ração ão ao inv invest estiga igador dor pri princi ncipal pal,, coorde coo rdenad nadore oress do tra trabal balho ho de cam campo, po, sec secret retari ariado ado.. TRAB RABALH ALHO O DE CAMPO: • Ge Gera ralm lmen ente te,, o cu curs rso o co com m o tr trab abal alho ho de ca camp mpo o é de depe pend nden ente te Não o se es esqu queç eça a qu que e o nú núme mero ro de do tam tamanh anho o amo amostr stral. al. Nã part pa rtic icip ipan ante tes s a or orça çame ment ntar ar de deve ve in incl clui uirr um uma a percen per centag tagem em de per perdas das (re (recus cusas, as, imp imposs ossibi ibilid lidade ades s de contac con tacto, to, ent entrev revist istas as inc incomp omplet letas, as, per perdas das de seguimento, segui mento, etc.). • A Afo form rma a co como mo o ta tama manh nho o am amos ostr tral al se re reflflec ecte te no cu cust sto o do tr trab abal alho ho de ca camp mpo o de depe pend nder erá á ba bast stan ante te do pr proc oces esso so de amos amostrage tragem. m. Porr ex Po exem empl plo o: 1.Co 1. Cons nsid ider ere e qu que e pr pret eten ende de en entre trevi vist star ar pe pess ssoa oass qu que e vã vão o a um Cent Ce ntro ro de Saú aúde de – pod oder erá á ass ssum umir ir um uma a mé médi dia a de entr en trev evis ista tas/ s/ ho hora ra e pl plan anea earr um pa paga game ment nto o à ho hora ra ao entrevistador.
126
COMO CO MO EL ELAB ABOR ORAR AR O OR ORÇA ÇAME MENT NTO O PAR ARA A A IN INVES VESTI TIGA GAÇÃ ÇÃO? O?
2.Co 2. Cons nsid ider ere e qu que e pr pret eten ende de en entr trev evis ista tass no do domi micí cílilio o ou em Cent Ce ntro ross de Sa Saúd úde, e, de vá vári rias as re regi giõe ões, s, a pa part rtir ir de um umas as amos am ostr tras as be bem m de defifini nida das: s: te terá rá qu que e en entr trar ar em lilinh nha a de co cont nta a com co m as de desp spes esas as de de desl sloc ocaç ação ão po porr re regi gião ão.. • Em gr gran ande dess es estu tudo dos, s, po pode derá rá ha have verr ne nece cess ssid idad ade e de coordenado coord enadores res locai locais. s. • Em est estudo udoss pro prolon longad gados, os, pod poderã erão o ser imp import ortant antes es pré prémio mioss de pr prod odut utiv ivid idad ade, e, qu que e ma mant nten enha ha a mo motitiva vaçã ção o e pr prom omov ovam am a per perman manênc ência ia dos ent entrev revist istado adores res.. • Ne Nest ste e ititem em de deve verã rão o es esta tarr in incl cluí uído doss ou outr tros os as aspe pect ctos os qu que e depe de pend ndam am do ta tama manh nho o am amos ostr tral al,, co como mo cu cust stos os co com m ex exam ames es comple com plemen mentar tares, es, log logíst ística ica ass associ ociada ada à ent entrev revist ista a (fo (fotoc tocópi ópias, as, telefo tel efonem nemas, as, cor corres respon pondên dência cia com o par partic ticipa ipante nte,, …), aju ajudas das de cu cust sto o ao pa part rtic icip ipan ante te (p (por or ex exem empl plo, o, pa para ra se de desl sloc ocar ar ao loca lo call da en entr trev evis ista ta), ), cu cust stos os co com m as di dive vers rsas as in inst stititui uiçõ ções es envo en volv lvid idas as no tr trab abal alho ho de ca camp mpo, o, et etc. c.,, ex exis istitire rem m cu cust stos os direct dir ectos os ou ind indire irecto ctoss sup suport ortado adoss pel pelas as ins instit tituiç uições ões (po (por r exempl exe mplo, o, exa exames mes com comple plemen mentar tares, es, con consul sultas tas ond onde e é re real aliz izad ada a a re reco colh lha a de da dado dos, s, lo logí gíst stic ica a e se secr cret etar aria iado do,, et etc. c.), ), este es tess de deve vem m se serr in indi dica cado doss no or orça çame ment nto, o, co como mo reco re conh nhec ecim imen ento to do cu cust sto o re real al do es estu tudo do,, ma mass nã não o contab con tabili ilizad zados os com como o val valor or a ded deduzi uzirr ao fin financ anciam iament ento o do est estudo udo.. • Se exi existi stirem rem cus custos tos dir direct ectos os ou ind indire irecto ctoss sup suport ortado adoss pel pelas as instit ins tituiç uições ões (po (porr exe exempl mplo, o, exa exames mes com comple plemen mentar tares, es, cons co nsul ulta tass on onde de é re real aliz izad ada a a re reco colh lha a de da dado dos, s, lo logí gíst stic ica a e se secr cret etar aria iado do,, et etc. c.), ), es este tess de deve vem m se serr in indi dica cado doss no or orça çame ment nto, o, co como mo re reco conh nhec ecim imen ento to do cu cust sto o re real al do es estu tudo do,, mass nã ma não o co cont ntab abililiz izad ados os co como mo va valo lorr a de dedu duzi zir r ao fin financ anciam iament ento o do est estudo udo.. CUS USTO TOS S DE INICIAÇÃO: • Re Refe fere re-s -se e às de desp spes esas as ne nece cess ssár ária iass pa para ra “m “mon onta tar” r” o pr proj ojec ecto to,, e qu que e ape pena nass tê têm m lu luga garr um uma a úni nicca vez ez.. Por exe exempl mplo: o: Despesas com o pedido de autorização à Comissão Nacional de Protecção de dados; Despesas com o material de divulgação do estudo (por exemplo, cartazes, panfletos, página Web do projecto, etc.); 127
COMO ELABORAR O ORÇAMENTO PARA A INVESTIGAÇÃO?
Custos associados associados ao processo de obtenção da amostra; amostra; Construção de uma base de dados; Anúncio, selecção e formação dos entrevistadores e elaboração de um manual de procedimentos; Contactos para autorização (reuniões com os responsáveis institucionais), prospecção de locais para realização do estudo estudo e outros custos custos na na implement implementação ação local local deste; deste; Custo com o estudo piloto. Este pode ser estimado como um custo proporcional ao custo total orçamentado por participante. Por exemplo, se o estudo piloto é realizado com 5% da amostra total, então o seu custo estimado pode ser 5% do orçamento global. Todos os custos com equipamento e material bibliográfico CONSULTADORIA: À medida que a responsabilidade e a necessidade de garantir projectos de investigação de qualidade, executados de forma diligente e com segurança aumenta, cresce também a necessidade e a importância importância de profissionalizar a investigação, e de o investigador se fazer rodear de peritos. responsabilidade, é cada vez Assim, para projectos de grande responsabilidade, mais frequente o pagamento de honorários a consultores, que são peritos (nacionais ou internacionais) que se comprometem a apoiar o projecto, podendo pertencer à lista de autores. • Os consultores podem assegurar uma revisão e discussão do projecto na sua área científica; a supervisão e revisão da análise estatística, do desenho epidemiológico ou da aplicação/interpretação aplicação/interpretaç ão de questionários especializados (por exemplo, baterias de testes psicológicos); a validação independente de diagnósticos especializados (por exemplo, um estudo sobre fibromialgia), etc. Alguns Alguns projectos optam por constituir uma Comiss Comissão ão de Acompa Acompanhame nhamento nto com os consultores e investigadores, investigadores, ou criando uma estrutura cuja função é supervisionar e garantir a qualidade e o cumprimento dos objectivos do estudo. Para além de honorários, os custos com os consultores devem incluir despesas de deslocação, estadia, e de organização de reuniões. 128
COMO ELABORAR O ORÇAMENTO PARA A INVESTIGAÇÃO?
NÁLIS LISE E DE DA DADO DOS S E DI DIVU VULG LGAÇ AÇÃO ÃO DE RE RESU SUL LTAD ADOS OS: ANÁ • Gastos com a elaboração de um relatório, como a contratação de um estatístico para a análise de dados, edição e impressão do relatório, construção de posters, inscrição e participação em congressos nacionais e internacionais (incluindo deslocação e estadia).
• Algumas revistas exigem pagamento de comissões para a publicação de artigos. • Para alguns estudos, pode-se justificar a organização de uma divulgação dos seus resultados e conclusões, através de uma página da Web, uma nota de imprensa ou mesmo uma conferência. VERHEA HEADS DS INS INSTITU TITUCIO CIONAI NAIS S E DES DESPESA PESAS S LOG LOGÍSTI ÍSTICAS CAS /ADMINISTRATIVAS: OVER • OS overheads, ou comissões institucionais, significam uma percentagem (geralmente fixa, por tipo de estudo, ou por fonte de financiamento) destinados às instituições participantes, e é cada vez mais comum, sobretudo das instituições dedicadas à investigação (institutos, faculdades, departamentos médicos).
Geralmente variam entre 6 a 20% do financiamento global do estudo, e devem reflectir o suporte institucional para a realização r ealização do estudo. Dependendo da instituição, isso pode significar o apoio à gestão do financiamento (contabilidade, acesso a centros de custos, apoio à contratação com entidades, de pessoas e de serviços), acesso e manutenção de espaços físicos (salas de trabalho, salas de observação), apoio informático (computadores, software), consumíveis (fotocópias, toner, material de escritório), telefones e correspondência, apoio bibliográfico, e outros serviços comuns de apoio à investigação. ESPESAS SAS NÃO PRE PREVIST VISTAS AS: DESPE • Nenhum estudo corre 100% bem, e há sempre acontecimentos imprevistos (muito variáveis) que fazem atrasar o estudo e aumentar os custos.
Exemplos : um erro na base de dados que exige a reintrodução de dados, um entrevistador que perde os seus formulários, 129
COMO ELABORAR O ORÇAMENTO PARA A INVESTIGAÇÃO?
um director que tinha autorizado a recolha de dados que é substituí subs tituído do sendo neces necessário sário um um novo proces processo so de autorização, etc. Deste modo, deve haver uma “almofada” financeira que permita fazer face a despesas imprevistas, sejam estar na correcção de erros, ou na recuperação do tempo perdido. Dependendo do estudo, este valor pode variar entre 10 a 20% do financiamento global.
Princípio III
Após a listagem dos capítulos e dos itens, há que dar um valor às unidades de custo. Muito do orçamento é feito a partir da experiência prévia do investigador, investigador, e de preços relativamente “tabelados”. Para outros aspectos há que pedir orçamentos. Dependendo dos itens em questão, estes podem ser negocomercial. ciados, dado que o fim da investigação não é comercial. Assim, pode valer a pena o trabalho de prospecção de mercado e negociação de orçamentos orçamentos para material e serviços. serviços.
Aspecto Prático III
Na área de serviços podem estar aspectos tão diversos como a execução de partes do próprio projecto. – Cada vez há mais empresas e institutos académicos prestam serviços de construção de instrumentos de colheita de dados, organização e execução do trabalho de campo, elaboração da base de dados, análise de dados e elaboração de relatórios. Dado que estas organizações já têm “as suas máquinas montadas”, os custos com a prestação de serviços podem ser iguais ou inferiores à execução de todos os passos pela equipa de investigação a partir do zero, para além das vantagens no factor tempo, experiência da condução de estudos, e mecanismos internos de garantia da qualidade. Pode ser muito útil pedir orçamentos e negociar a prestação de serviços para determinados aspectos da execução do projecto a entidades externas que demonstrem experiência prévia de qualidade na execução dessas tarefas.
130
COMO ELABORAR O ORÇAMENTO PARA A INVESTIGAÇÃO?
Erros a evitar
• Não incluir os custos reais, por omissão de custos encobertos, ou porque o estudo é executado 2 ou 3 anos após a escrita do orçamento. Por exemplo, o pagamento de serviços necessita de se acrescentar o IV IVA; A; na contratação de serviços, estão incluídas as despesas de deslocação e outras despesas? • Não incluir, ou dispensar, dispensar, gastos inesperados no estudo (despesas não previstas); gastos com a apresentação de trabalhos ou deslocações/participações em congressos.. congressos • Não realizar um estudo piloto, piloto, onde se valide, (entre outros aspectos) o orçamento. • Não tirar proveito de organizações já montadas para o trabalho de campo e a análise de dados de um estudo, assumindo os custos e o risco de começar do “zero” (por exemplo, ter que angariar angariar,, seleccionar e formar entrevistadores, em vez de contratar uma empresa para as entrevistas) • Não ir actualizando o orçamento, à medida que o estudo decorre, com anotações, de modo a podem comparar o orçamento inicial com o orçamento efectivo, e retirar daí lições para o futuro.
Checklist
O orçamento foi revisto pelos elementos da equipa? O orçamento foi revisto por investigadores experientes? O orçamento foi revisto por pessoas da sua instituição responsáveis e experientes na gestão de financiamento de estudos de investigação?
131
COMO ELABORAR O ORÇAMENTO PARA A INVESTIGAÇÃO?
Bibliografia
Na Web encontra vários documentos e sistemas de apoio à elaboração de orçamentos, geralmente para estudos complexos e ensaios clínicos. Sobre a negociação e aspectos a negociar num orçamento: http://uuhsc.utah.edu/clinicalT http://uuhsc.utah.edu/c linicalTrials/finanAdmin/b rials/finanAdmin/budgetudgetnegotiate.html [acedido em 25-08-2008] Exemplo de orçamento avançado: http://uuhsc.utah.edu/clinicalT http://uuhsc.utah.edu/c linicalTrials/finanAdmin/te rials/finanAdmin/templates/budget mplates/budget -template.xls [acedido em 25-08-2008] Exemplo de orçamento básico: http://uuhsc.utah.edu/clinicalT http://uuhsc.utah.edu/c linicalTrials/finanAdmin/t rials/finanAdmin/templates/budget emplates/budget -template_basic.xls [acedido em 25-08-2008]
132
Como obter apoios para a investigação clínica?
19
COMO OBT COM BTER ER AP APO OIO IOS S PAR ARA A A IN INVE VEST STIG IGAÇ AÇÃO ÃO CL CLÍN ÍNIC ICA? A? Paul Pa uloo Jo Jorge rge Ni Nico cola la
Ideias Chave
• A Ape pesa sarr de mu muititos os es estu tudo doss se sere rem m re real aliz izad ados os se sem m ap apoi oio o fifina nanc ncei eiro ro,, ou co com m ap apoi oio o fifina nanc ncei eiro ro mu muitito o re rest stri rito to,, os obje ob ject ctiv ivos os de dess sses es es estu tudo doss se serã rão o se semp mpre re mu muitito o lilimi mita tado dos. s. • A ob obte tenç nção ão de ap apoi oio o fi fina nanc ncei eiro ro e o tr trab abal alho ho ne nece cess ssár ário io para pa ra a su sust sten enta tabi bililida dade de do doss pr proj ojec ecto toss e da dass eq equi uipa pass exigem gem tra trabal balho ho cui cuidad dado, o, con contin tinuad uado o de inv invest estiga igação ção exi e be bem m pl plan anea eado do,, e oc ocup upam am pa part rte e si sign gnifific icat ativ iva a da ac actitivi vida dade de de in inve vest stig igaç ação ão.. No en enta tant nto, o, ex exis iste tem m es estr trat atég égia iass qu que e prom pr omov ovem em o se seu u su suce cess sso. o. • Os in inve vest stig igad ador ores es jo jove vens ns de deve vem m pe perc rcor orre rerr um ca cami minh nho o segu se guro ro e gr grat atifific ican ante te qu que e pr prom omov ova a a su sua a au auto tono nomi mia, a, a par do se seu u ní nívvel de co comp mpe etê tênc nciias e de re resspo pons nsab abililid idad ade. e. A co cola labo bora raçã ção o co com m gr grup upos os de in inve vest stig igaç ação ão es esta tabe bele leci cido doss e in inve vest stig igad ador ores es ex expe peri rien ente tess po pode de pr prot oteg eger er o in inve vest stig igad ador or e aj ajud udáá-lo lo a de dese senv nvol olve verr os se seus us pr proj ojec ecto tos. s. Exis Ex iste tem m ap apoi oios os es espe pecí cífifico coss pa para ra pr prom omov over er o in iníc ício io da ac actitivi vida dade de de in inve vest stig igaç ação ão.. • Seja Seja pr pró-a ó-act ctiv ivo, o, am ambi bici cios oso o e se sens nsat ato o. Coloque o seu trab tr abal alho ho e os se seus us in inte tere ress sses es em pe pers rspe pect ctiv iva. a. De Dese senv nvol olva va cont co ntac acto tos, s, re rela laçõ ções es de tr trab abal alho ho,, de pa part rtililha ha de in inte tere ress sses es cien ci entí tífifico coss e de co cola labo bora raçã ção. o.
Prin Pr incí cípi pio oI
Muitos Muit os es estu tudo dos s cl clín ínic icos os sã são o re real aliz izad ados os se sem m or orça çame ment nto o ou co com m o fi fina nanc ncia iame ment nto o de “b “boa oa vo vont ntad ade” e” da das s in inst stit itui uiçõ ções es.
inic icia iarr-se se na ac acti tivi vida dade de de Por ex Por exem empl plo, o, qu quem em de dese seje je in investigação po pode de co come meça çarr po porr an anal alis isar ar da dado doss já co colh lhid idos os po por r outr ou tros os ou col ola abo bora rarr em es estu tud dos qu que e já es estã tão o a de deccor orre rerr, permit per mitind indo o int integr egrarar-se se em equ equipa ipas. s.
133
COMO CO MO OB OBTE TER R AP APOI OIOS OS PAR ARA A A IN INVE VEST STIG IGAÇ AÇÃO ÃO CL CLÍN ÍNIC ICA? A?
• Faze Fazerr in inve vest stig igaç ação ão se sem m fi fina nanc ncia iame ment nto o é, ge gera ralm lmen ente te,, simp si mple les s e rá rápi pido do,, ma mas s exi xige ge pr proj ojec ecto tos s se sem m cus usto tos s e ba bast stan ante te li limi mita tado dos. s. De fa faccto to,, po pode derr-ssee-á á diz izer er qu que e te terr um orç rçam amen entto pa para ra ge geri rir r e as po poss ssib ibililid idad ades es qu que e aí ad advê vêm m (c (con ontr trat ataç ação ão de se serv rviç iços os,, paga pa game ment nto o a co cons nsul ulto tore res, s, pa paga game ment nto o do tr trab abal alho ho de ca camp mpo, o, anális aná lise e est estatí atísti stica ca pro profis fissio sional nal,, par partic ticipa ipação ção em con congre gress ssos, os, etc. et c.), ), é o pas asso so qu que e de dem mar arcca o “a “am mad ador oris ismo mo”” em inv nves estitiga gaçção ão,, em di dire recç cção ão à “i “inv nves estitiga gaçã ção o pr prof ofis issi sion onal al”. ”. Aspecto Prát Pr átic ico o I
Dev ve o meu es estu tudo do ser Ass A ssim im,, ta talv lvez ez a pr prim imei eira ra qu ques estã tão o se seja ja:: De financiado?
Como Co mo to toda dass as de deci cisõ sões es,, ex exis iste tem: m: Prós:
meu u es estu tudo do po pode de in incl clui uirr um uma a in inte terv rven ençã ção o ou (1) O me obte ob terr ma mais is da dado dos s qu que e aq aque uele les s qu que e se ob obtê têm m pe pelo los s cuidados cuida dos habitu habituais ais (po (porr exe exempl mplo, o, out outros ros exa exames mes comple com plemen mentar tares, es, a apl aplica icação ção de que questi stioná onário rios, s, etc etc.), .), o qu que e ir irá á ac acar arre reta tarr de desp spes esas as qu que e as in inst stititui uiçõ ções es difícilme difíc ilmente nte assu assumem; mem; (2) Poss Posso o pa paga garr aj ajud uda a e se serv rviç iços os,, com como o est estatí atísti sticos cos,, inquir inq uirido idores res,, coo coorde rdenaç nação ão do tra trabal balho ho de cam campo, po, cons co nstr truç ução ão de ba base se de da dado dos, s, en entr trad ada a de da dado doss na nass base ba sess de da dado dos, s, et etc. c.,, qu que e me ga gara rant ntem em qu qual alid idad ade e e ra rapi pide dezz na ex exec ecuç ução ão do pr proj ojec ecto to;; reconhe onhecid cida aa (3)) Demo (3 Demons nstr tro, o, as assu sumo mo,, e te tenh nho o rec responsabi respo nsabilidade lidade socia sociall qu que e de deco corr rre e de o me meu u pr proj ojec ecto to terr si te sido do fifina nanc ncia iado do;; recu curs rsos os pa para ra mo mont ntar ar e su supo port rtar ar um uma a eq equi uipa pa,, (4)) Ten (4 enh ho re com co m co cond ndiç içõe õess pa para ra de dese senv nvol olve verr o pr proj ojec ecto to e pr prep epar arar ar os proje projectos ctos subse subsequent quentes; es; (5) Quero que este pr proj ojec ecto to co conti ntinu nuee e se ex expa panda nda pa para ra outros proje projectos ctos e/ e/ou ou re real aliz izar ar ou outr tros os pr proj ojec ecto toss em simul sim ultâ tâne neo: o: é ne nece cess ssár ário io um uma a eq equi uipa pa pa para ra ge geri rir r e su supo port rtar ar o tr trab abal alho ho em pa para rale lelo lo..
134
COMO CO MO OB OBTE TER R APO APOIO IOS S PAR ARA A A IN INVES VESTI TIGA GAÇÃ ÇÃO O CL CLÍN ÍNIC ICA? A?
Contras:
proj ojec ecto tos s de in inve vest stig igaç ação ão tê têm m um 1) Todos os pr vari va riáv ável el ri risc sco o de (i (in) n)su suce cess sso o associado. • Fa Faze zerr in inve vest stig igaç ação ão é cr cria iarr in info form rmaç ação ão e co conh nhec ecim imen ento to qu que e aind ai nda a nã não o ex exis iste tem, m, e po porr is isso so po pode de se serr um gr gran ande de empr em pree eend ndim imen ento to.. De Depo pois is,, há o ri risc sco o de re resu sultltad ados os ne nega gatitivo voss serem ser em ent entend endido idoss com como o ins insuce ucesso sso.. O inv invest estiga igador dor dev deve e pond po nder erar ar se es esse se ri risc sco o se ju just stifific ica a ao aoss ol olho hoss da en entitida dade de financiadora; fina nanc ncia iame ment nto o de demo mora ra a co cons nseg egui uirr-se se,, ex exig ige e (2) O fi persistência,, um tr persistência trab aba alh lho o de co cont ntac acto toss e de re rede de que necess nec essita ita de dis dispon ponibi ibilid lidade ade e ded dedica icação ção;; fina nanc ncia iame ment nto o mu muit itas as ve vezes zes é re repa part rtid ido o em (3) O fi tranches,, e é fr tranches freq eque uent ntem emen ente te ir irre regu gula larr, cr cria iand ndo o ince in cert rtez eza a e in inst stab abililid idad ade e no noss pr proj ojec ecto toss a de deco corre rrerr. (4) Com o fi fina nanc ncia iame ment nto o cr cria ia-s -se e um uma a es estr trut utur ura a de rela re laçõ ções es co cont ntra ratua tuais is e de tr trab abal alho ho,, qu que e te term rmin inad ado o o pr proj ojec ecto to,, po pode derã rão o ce cess ssar ar.. Ma Mas, s, pa para ra os in inve vest stig igad ador ores es deci de cidi dido doss a te terr o se seu u gr grup upo o de in inve vest stig igaç ação ão fifina nanc ncia iado do,, cria cr ia-s -se e ta tamb mbém ém a ex expe pect ctat ativ iva a e a ne nece cess ssid idad ade e de te ter r um flflux uxo o de fifina nanc ncia iame ment nto-bas o-base e es está táve vel,l, qu que e po pode de se ser r cons co nsid ider eráv ável el,, e qu que e é mu muitito o di difí fíci cill de co cons nseg egui uirr.
Prin Pr incí cípi pio o II
Como obter apoio financeiro? • Existem diversas entidades que têm interesse em financiar investigação. Muitas fazem-no com iniciativas próprias, através do anúncio de bolsas, prémios e concursos, outras recebem e analisam propostas. • Dependendo da questão e do contexto do estudo, a lista de entidades potencialmente financiadoras é variável.
• Obter financiamento é um processo complexo e competitivo, em que conta a experiência, a tenacidade, e a capacidade de colaborar com outros investigadores e instituições. • Para um investigador jovem, será mais aconselhável procurar um investigador sénior com estas características, e propor a procura de apoios financeiros com o apoio deste. No entanto, os investigadores jovens devem ter atenção para a existência de concursos com bolsas de investigação especificamente para eles, por vezes associados a instituições universitárias. Esta pode ser uma boa forma de iniciar uma actividade de investigação académica.
135
COMO OBTER APOIOS PARA A INVESTIGAÇÃO CLÍNICA?
Aspecto Prático II
Os apoios à investigação podem ser iniciados ser iniciados pelas instituições (concursos) ou iniciados pelos investigadores (pedidos (pedidos de financiamento). Alguns princípios e recomendações a observar no contacto com entidades potencialmente financiadoras, na situação de um pedido de apoio da iniciativa do investigador, são: • Conheça e observe cuidadosamente a missão da entidade que pretende contactar contactar.. Muitas vezes essa missão vem claramente referida na página Web da entidade. É uma entidade dedicada a uma causa, ou uma área (por exemplo, uma associação de doentes ou uma sociedade médica)? A entidade apresenta prioridades de actuação (por exemplo, a Fundação Gulbenkian)? • Invista o pedido de patrocínio nas entidades que se irão rever nos seus objectivos. Na carta de apresentação do projecto, explicite porque contacta essa entidade, e no que é que o seu projecto pode contribuir para a missão do potencial financiador. Seja explícito. • Privilegie o contacto pessoal com as entidades financiadoras. Peça uma reunião para apresentação do projecto, que seja breve (30-40 min). Prepare a reunião com material de apresentação próprio (por exemplo, uma apresentção de powerpoint impressa), que responda às questões: 1. Que estudo é que se pretende fazer e porquê? 2. De que o forma o estudo será realizado (desenho, participantes, cronograma, etc.)? 3. De que forma os resultados do estudo serão relevantes para a missão do financiador, e onde serão os resultados apresentados (publicações, que congressos, relatório)? 4. Quem são os elementos da equipa e consultores, que experiência e competências possuem? 5. Que financiamento é necessário? 6. Qual o compromisso de envio de relatórios de execução do projecto, relatório final, e reconhecimento em apresentações e publicações? 136
COMO OBTER APOIOS PARA A INVESTIGAÇÃO CLÍNICA?
• Se tiver dados preliminares, ou forma de conseguir demonstrar a exequibilidade e a competência da sua equipa para a execução do estudo a que se propõe, isso impressionará positivamente. Tenha o cuidado de não “prometer” os resultados finais a partir dos seus dados preliminares: se os seus dados preliminares são conclusivos, conclusivos, então para quê realizar um estudo? Ter um patrocínio científico é um factor de reconhecimento e de grande valorização do seu estudo. Este patrocínio pode ser dado por sociedades científicas ou governamentais. Certas entidades, como a Direcção-Geral da Saúde, têm regras explícitas para o pedido de patrocínios científicos (srsdocs.com/parcerias/normas/circulares/dgs/2006/regras_patrocinio.pdf).. rculares/dgs/2006/regras_patrocinio.pdf) Apesar de muitas entidades apreciarem o protocolo de investigação com o detalhe técnico necessário (incluindo os formulários com os instrumentos de colheita de dados), convém que haja um resumo de 1 página que descreva o projecto. Dependendo da entidade, o seu estudo poderá ser revisto por peritos na área. Muitas instituições (públicas ou privadas) ainda não estão sensibilizadas para os incentivos fiscais que decorrem da Lei do Mecenato Científico (Lei Nº 26/2004, de 8 de Julho, www.mctes.pt).. www.mctes.pt) Se depende de uma instituição, instituição, serviço ou departamento, pode ser importante ter consigo uma carta do responsável do departamento ou da instituição declarando o apoio ao projecto, bem como o compromisso da instituição na garantia de condições para a sua execução com sucesso.
Convém ter os pareceres e autorizações escritas das Comissões de Ética, Comissão Nacional de Protecção de Dados, e das administrações das instituições envolvidas,, com sinal o projecto encontra-se aceite e livre envolvidas de reservas éticas e institucionais institucionais.. 137
COMO OBTER APOIOS PARA A INVESTIGAÇÃO CLÍNICA?
Se uma entidade tem um concurso ou um regulamento de apresentação apresentação de projectos projectos de inves investigaçã tigação o, observe cuidadosamente todos os itens e limites (por exemplo, o número de páginas do projecto). Não há pior cartão de visita do que um projecto que não cumpriu as indicações que se encontram regulamentadas, regulamentadas, e o projecto arrisca-se a “ficar “ ficar na secretaria”! Contacte directamente a entidade para esclarecer todas as dúvidas, e submeta o projecto de forma atempada. É comum as entidades financiadoras não pretenderem suportar 100% do estudo ou terem um “tecto” de financiamento. Nesta situação, o investigador deve, de forma explícita e transparente, explorar explorar duas possibilidades: possibilidades: 1. Reduzir Reduzir os objecti objectivos vos do projec projecto, to, prescin prescindido dido de execu executar tar parte do seu projecto, de forma a este ter cabimento orçamental; 2. Procu Procurar rar mais mais patro patrocínio cínios, s, devend devendo o esclare esclarecer cer se a entidade financiadora aceita uma situação de não exclusividade no apoio. ALGUMAS ENTIDADES COM TRADIÇÃO NO FINANCIAMENTO DE INVESTIGAÇÃO FUNDAÇÕES Fundação AstraZeneca (www.fundacaoastrazeneca.pt)
138
A missão desta fundação tem como particular atenção a área dos cuidados de saúde primários e a investigação clínica. Promove anualmente (Março) o Programa de Apoio à Investigação, com orçamentos limites de 15 000 €, e de 3 em 3 anos (próximo em 2011), o Grande Prémio Fundação Astrazeneca, de 50 000 €, para a publicação de trabalhos inéditos de relevância científica.
COMO OBTER APOIOS PARA A INVESTIGAÇÃO CLÍNICA?
Promove, em anos pares, prémios com publicações de estudos/obras científicas: o Grande Prémio BIAL de Medicina, Medicina, no valor de 150 000 €, e o Prémio BIAL de Medicina Clínica, Clínica, no valor de 50 000 €.
Fundação Bial (www.bial.com)
A sua missão inclui a atribuição de subsídios a projectos de investigação, e tem uma atenção particular às áreas de Farmacoepidemiol Farmacoepidemiologia ogia e Economia da Saúde.
Fundação Merck, Sharp & Dohme (www.msd.pt)
Fundação Gulbenkian (www.gulbenkian.pt)
Fundação GlaxoSmithKline GlaxoSmithKli ne das Ciências da Saúde (www.gsk.pt)
139
A Fundação Gulbenkian abre regularmente concursos para apoios nas áreas de investigação em saúde, e tem em permanência um sistema de Candidatura a Apoios Extra Concursos , com resposta em 30 dias, para projectos que se identifiquem com as prioridades da Fundação. Em 2008, as prioridades de investigação em Ciências da Saúde foram as doenças oncológicas, os cuidados paliativos, a saúde mental e as doenças neurodegenerativas. Tem por missão realizar, promover e patrocinar projectos e actividades de investigação e divulgação científica e tecnológica, entre outros objectivos. Recentemente promoveu um concurso para investigação em HIV/SIDA.
COMO OBTER APOIOS PARA A INVESTIGAÇÃO CLÍNICA?
Fundação Grünenthal (www.grunenthal.pt)
Fundação Amélia da Silva de Mello (www.josedemellosaude.pt)
Fundação para a Ciência e Tecnologia (www.fct.mctes.pt)
Tem como finalidade a promoção e apoio de actividades no mundo das Ciências e da Saúde especialmente as relacionadas com a Dor e a Medicina Paliativa. Anualmente promove o Prémio Grünenthal DOR (Novembro). Institui uma bolsa anual (Junho/Julho) destinada a premiar jovens médicos que desenvolvam projectos de investigação clínica, no âmbito das Unidades de Investigação e Desenvolvimento das Faculdades de Medicina portuguesas (12 500 €). Sendo a principal entidade governamental de apoio à investigação, investigação, abre concursos tendencialmente anuais para investigação, que apresentam um processo complexo de submissão e de apreciação das candidaturas (demora pelo menos 1 ano), muito competitivo. Em 2007 abriu um concurso dedicado em especial à investigação clínica. A FCT tem um concurso para Bolsas de Doutoramento, Doutoramento, relativamente acessível a médicos, que tem dois períodos de candidatura em Junho e Novembro).
140
COMO OBTER APOIOS PARA A INVESTIGAÇÃO CLÍNICA?
Através do seu site anunciam-se frequentemente apoios e bolsas de outras entidades nacionais e estrangeiras. ASSOCIAÇÕES E SOCIEDADES MÉDICAS E DE DOENTES Associação Portuguesa dos Médicos de Clínica Geral (www.apmcg.pt) Sociedades ligadas a especialidades medicas, de cariz científico Associações de doentes Observatórios
141
Estas entidades abrem frequentemente concursos para bolsas e apoios no âmbito da sua área de interesse. Algumas sociedades têm concursos regulares de atribuição de bolsas. Regra geral, gera l, apen apenas as se podem podem candidatar associados, mas por vezes os apoios admitem não-sócios. Apesar de raramente estas entidades terem fundos próprios para apoio à investigação, podem ser organizações que seja importante contactar. Por exemplo, estas organizações podem através das suas redes de contactos, fornecer orientações úteis de fundações ou organismos interessados em apoiar investigação na área. As sociedades mais desenvolvidas têm núcleos de investigação ou pessoas com responsabilidades responsabilidad es nesta área. Estas organizações, de cariz científico, podem também apoiar o estudo através da atribuição de Patrocínio Científico. Este representa uma certificação do interesse científico da proposta de investigação, e pode facilitar a obtenção de apoios financeiros e a própria implementa implementação ção do estudo junto das instituições onde este realizará.
COMO OBTER APOIOS PARA A INVESTIGAÇÃO CLÍNICA?
ENTIDADES COM FINS LUCRA LUCRATIVOS TIVOS Porque são entidades com fins lucrativos, lucrativos, e cujos resultados do estudo podem ter implicações para o seu objecto de negócio, aspectos como a independência dos investigadores e a declaração de conflito de interesses na apresentação de resultados assume particular relevância nos projectos financiados por estas entidades. Indústria farmacêutica A indústria farmacêutica farmacêutica nacional é uma grande apoiante de projectos de investigação clínica da iniciativa do investigador de pequena e média dimensão e duração. É importante que o projecto faça sentido para a área de interesses da companhia. Por exemplo, uma dada companhia farmacêutica pode ter fármacos líderes em determinadas doenças, e por isso pretender ser identificada com investigação nessa área. As áreas de interesse das companhias frequentemente encontram-se nas suas páginas Web, Web, bem como as doenças ou situações em que a companhia se encontra a investir em termos da sua actividade e imagem. Por outro lado, cada vez mais, a industria farmacêutica propõe estudos a investigadores e a instituições que prestam cuidados clínicos. Para além do apoio que os estudos iniciados pela indústria são para os grupos de investigação, estes projectos abrem oportunidades da realização de pequenos estudos paralelos, que aproveitam o trabalho de campo que irá ser conduzido para uma recolha de dados suplementar, com um custo muito reduzido. EMPRESAS NÃO-FARM NÃO-FARMACÊUTICAS ACÊUTICAS Cada vez mais observam-se empresas não-farmacêuticas apoiarem investigação clínica e epidemiológica. Isto deve-se à importância social da saúde e de certas doenças, bem como à importância social do mecenato.
142
COMO OBTER APOIOS PARA A INVESTIGAÇÃO CLÍNICA?
No entanto, tal é mais fácil para áreas com elevada visibilidade social, de que são exemplos a nutrição e obesidade, o tabagismo, a saúde materna e infantil, etc. Por outro lado, empresas com interesses muito específicos na saúde, como ligadas às tecnologias de informação, de laboratório ou imagiologia, etc., podem ter interesse em apoiar investigação na área. Uma outra forma de compreender que entidades estão interessadas em apoiar financeiramente investigação investigação numa dada área é identificar os apoios financeiros dos estudos recentes nessa área. Isso pode ser feito consultado publicações, ou os trabalhos apresentados em congressos da área.
Princípio III
Como obter financiamento para desenvolver o seu grupo e programa de investigação?
Os financiamentos para um estudo geralmente são pouco folgados e com margens de “lucro” estreitas, ou inexistentes. Um investigador que pretenda desenvolver um grupo de investigação e um programa de investigação estável e sustentado, necessita de ter uma reserva de recursos financeiros. Estes vão possibilitar investir em formação, realizar r ealizar pequenos projectos de elevado risco e elevada potencialidade, tapar buracos financeiros decorrentes de atrasos de financiamento ou algum desaire em outros estudos, manter a equipa durante períodos com menos trabalho, etc. Aspecto Prático III
• Manter uma equipa e um programa de investigação é difícil, e muitas vezes é feito no contexto de uma instituição académica que assegura parte da remuneração do grupo, com partilha de actividades entre formação e investigação. • Existem oportunidade e regras de bom-senso que facilitam que cada projecto não nasça do zero, e que se faça da investigação clínica parte contínua da actividade: 1. Construa a perspectiva de um programa de investigação.
143
COMO OBTER APOIOS PARA A INVESTIGAÇÃO CLÍNICA?
2. Aproveite os estudos que que tem a decorrer para obter dados preliminares que apoiem a continuação dos estudos subsequentes. 3.Faça 3. Faça dos participantes no seu estudo um painel, ou seja, indivíduos que estão disponíveis para participar em avaliações subsequentes, de modo a poder executar estudos futuros com maior facilidade e menor custo (por exemplo, um estudo de prevalência de uma doença pode ser seguido de estudos avaliação económica, de utilização de serviços de saúde, ou de qualidade de vida). Mantenha uma relação de continuidade com os participantes no seu estudo: faça da participação no estudo uma experiência agradável e reconhecida, garantido a atenção que os participantes merecem; escreva uma carta a agradecer a participação, a reconhecer o contributo, antecipando a possibilidade do convite a futuros estudos. 4.Mante 4. Mantenha nha uma relação de continuidade com a entidade financiadora: Envie relatórios semestrais ou anuais de execução do estudo, anexando o material submetido ou apresentado em congressos, para além do material publicado. 5.Inclu 5. Inclua a uma referência explícita às entidades que apoiam o estudo (quer por patrocínio financeiro, quer por patrocínio científico), incluindo o logótipo das entidades nas apresentações e posters. Para projectos com maior visibilidade, construa uma página Web do projecto, onde reconhece as entidades financiadoras. 6. Se o seu estudo foi apoiado por sociedades ou associações, associações, tenha o cuidado de submeter o seu estudo para ser apresentado em reuniões, congressos ou encontros organizados por essas entidades. 7. A integração integração em redes de investigação e candidatura a financiamento governamental também permite acesso a financiamento para vários anos. Em algumas áreas, há redes de investigação bem estabelecidas, sendo mais fácil integrar-se. Aproveite os congressos e encontros para conhecer o trabalho realizado r ealizado e estabelecer contacto com os responsáveis.
144
COMO OBTER APOIOS PARA A INVESTIGAÇÃO CLÍNICA?
8. A investigação investigação clínica cada vez mais recorre recorre a Bolsas de Investigador para Investigador para conseguir suportar a coordenação e execução de projectos. Este aspecto realça a importância dos investigadores se associarem a Unidades de Investigação. No contexto académico, os alunos de mestrado e de doutoramento também ajudam a promover a investigação, embora requeiram orientação e supervisão técnica e científica. 9. Se um estudo internacional foi apoiado por uma companhia companhia farmacêutica multinacional, pode ser uma boa ideia propor um estudo semelhante em Portugal, com o apoio da mesma companhia. Inclusive, isso poderá permitir colaborar com investigadores estrangeiros e ter acesso ao projecto de investigação e aos dados internacionais.
Princípio IV
A relação com as entidades financiadoras deve ser transparente e contratual. As obrigações de ambas as partes devem estar bem definidas. Esta definição protege ambas as partes e permite a existência de critérios de cumprimento, e logo de sucesso, que possibilita ao investigador promover uma relação com a entidade financiadora.
Aspecto Prático IV
Aspectos importantes a observar no estabelecimento de um contrato, seja este formal ou informal (por exemplo, uma carta de aceitação do financiamento): • Quais os objectivos do estudo a serem concretizados. Cuidado com os objectivos secundários que dependem de se verificarem hipóteses primárias, e cuidado com objectivos secundários que apresentam maior risco. • Não coloque a fasquia do projecto desnecessariamente alta, nem se comprometa com tudo o que acha que conseguirá fazer fazer.. Se, no fim, surpreender pela positiva, tanto melhor! • Defina prazos e montantes a serem transferidos com uma folga que tolere atrasos na sua transferência. Estes prazos podem estar calendarizados, ou serem dependentes do cumprimento de metas intermédias e/ou da apreciação de relatórios intercalares.
145
COMO OBTER APOIOS PARA A INVESTIGAÇÃO CLÍNICA?
Nesta última situação, tenha atenção às despesas correntes, como as remunerações. Especifique a forma de transferência (cheque em nome de…, para conta bancária NIB…, etc.) e explicite que serão passados os recibos correspondentes. • Defina prazos e o âmbito dos relatórios por parte da equipa de investigação. Dependendo da complexidade do projecto, pode apenas ser necessário um relatório final ou vários relatórios intercalares. O relatório necessita de incluir informação sobre a execução financeira, sobre os dados já recolhidos (por exemplo, quantos participantes incluídos), sobre as alterações no cronograma do estudo? Ou apenas um ponto de situação quanto aos objectivos do projecto? • Defina quem é a equipa de investigação, incluindo os consultores. Indique quem é o responsável pela coordenação geral do estudo e pela execução financeira das verbas atribuídas. • Defina de quem é a propriedade dos dados, e explicite a independência da equipa de investigação da entidade financiadora no respeitante à divulgação e interpretação dos dados. Dependendo da questão e das entidades financiadoras, estas podem pedir para terem acesso aos resultados antes de estes serem divulgados, de forma a poderem preparar formas de se associarem à divulgação do estudo. • Escreva um preâmbulo que contextualize o estudo nos objectivos e missão da entidade financiadora, e saliente a relevância deste estudo para ambos. O seu protocolo será analisado por os elementos directivos da entidade financiadora e da sua instituição, e estes aspectos devem estar bem patentes.
146
COMO OBTER APOIOS PARA A INVESTIGAÇÃO CLÍNICA?
Erros a evitar
• Não observar escrupulosamente as regras e os requisitos definidos para concursos e candidaturas a financiamento. Faça do regulamento de submissão a sua checklist! • Pretender “ir à luta” sozinho, sem procurar o apoio de investigadores e grupos estabelecidos, que já têm pontes criadas com fontes de financiamento, e com acesso a bolsas de investigação. A procura de financiamento pode criar sinergias entre investigadores e os seus grupos! • Considerar que o trabalho de procura de financiamento termina quando o apoio é concedido: seja escrupuloso com a apresentação de relatórios parciais e final, o envio das apresentações e posters em congresso, e no econhecimento público das entidades que apoiaram o seu projecto. • Não ser transparente com as entidades financiadoras quando os estudo não são financiados em exclusividade. • Não estabelecer um contracto e/ou não ser claro nas regras da relação com a entidade financiadora. Quando é que a entidade deve conhecer os resultados do estudo, e a sua divulgação? Evite surpresas e desentendimentos desnecessários a montante. • Esteja preparado e saiba receber um “não estamos interessados”. A persistência persistência e o gosto pelo risco são particularidades que favorecem o investigador. Saiba negociar e obter um acordo, o que passa por não sentir que todos têm de concordar consigo. Saiba ter uma visão abrangente: olhando para trás, o que são algumas recusas e reuniões mal sucedidas, depois de se ter conseguido o que se precisava? No entanto, é também um erro persistir numa ideia pobre ou que ninguém valoriza. Uma boa questão de investigação e um bom projecto são o princípio e o fim de tudo.
147
COMO OBTER APOIOS PARA A INVESTIGAÇÃO CLÍNICA?
Checklist
• Tenho o apoio da minha instituição e dos meus responsáveis hierárquicos para o contacto com entidades que apoiem o projecto de investigação? Estes responsáveis irão ser chamados a assinar protocolos institucionais, ou a declarar autorizações formais. • Tenho os pareceres e autorizações das Comissões de Ética, Protecção de Dados e das Administrações das instituições envolvidas? • Ponderei o pedido de patrocínio científico a entidades com autoridade científica na área? • Fiz a minha prospecção de entidades que prestam apoios financeiros e tenho uma ideia clara dos argumentos que apoiam a submissão do meu projecto? • Adaptei o meu projecto para que seja evidente e imediato a conjugação de objectivos e a relevância do projecto para a entidade financiadora? Escrevi uma carta de apresentação onde estes aspectos são explicitamente listados? • No caso de concurso, observei escrupulosamente todos os aspectos do regulamento de submissão do projecto, se existente? Contactei a instituição para certificar-me dos procedimentos? Fiz a submissão de forma atempada? • Verifiquei se a Lei do Mecenato pode ser aplicável a este apoio financeiro. • Preparei Preparei a reunião de apresentação apresentação do projecto projecto à entidade financiadora, observando os itens indicados no texto. • Certifiquei-me que os aspectos contratuais estão bem definidos e completos, de acordo com os itens indicados no texto.
148
BIBLIOGRAFIA
• Quivy R, Campenho Campenhoudt udt LV LV. Manual de Investiga Investigação ção em ciências sociais. 5ª Edição. Lisboa: Gradiva Publicações Publicações;; 2008. • Ribeiro JLP. JLP. Metodologia de Investigação Investigação em psicologia e saúde. Porto: Porto: Legis Editora/Livpsic;; 2007. Editora/Livpsic • Marconi MA, Lakatos EM. Fundamentos da Metodologia Científica. 6ª Edição. São Paulo: Editora Atlas; 2007. • Designing Clinical Research: An Epidemiologic Approach. Approach. Stephen B Hulley Hulley,, Steven R Cummings, Warren S Browner, Deborah G Grady, Thomas B Newman. 2006. Lippincott Williams & Wilkins. • Sampieri RH, Collado C, Lucio PB. Metodologia de Pesquisa. 3ª Edição. São Paulo Paul o : McGrawHi McGrawHill; ll; 2006. • Pereira A. SPSS – guia prático de utilização. utilização. 6ª Edição. Lisboa: Edições Sílabo; Sílabo; 2006. • Sousa GV. GV. Metodologia de Investigação, redacção e apresentação de trabalhos científicos. Porto: Liv Civilização Editora; 2005. • Ghighine Ghighine R, Matalan Matalan B. O Inquérito Inquérito – teoria teoria e prática. prática. 4ª Edição. Edição. Oeiras: Oeiras: Celta Editora; 2005. • Barañano AM. Métodos e Técnicas Técnicas de Investigação em gestão – manual de apoio apoio à realização de trabalhos de investigação. Lisboa: Edições Sílabo; 2004. • Serrano P. P. Redacção e apresentação de trabalhos científicos. 2ª Edição. Lisboa: Relógio D’Água Editores; 2004. • Fortin MF. MF. O Processo de Investiga Investigação ção da concepção à realizaçã realização. o. 3ª Edição. Loures: Lusociência; 2003. • Triola MF. Introdução à estatística. 7ª Edição. Rio de Janeiro: Editora LTC; 1999. • Melo M. Elementos básicos de um estudo de investigação. Aspectos Aspectos práticos para a sua elaboração. Rev Port Clin Geral 1998; 15:30-3. • Comissão Internacional de Editores de Revistas Médicas. Normas para apresentação de artigos propostos para publicação em revistas médicas. Rev Port Clin Geral 1997; 14:159-74. • Pallas JMA, Villa JJ. Metodos de investigacion aplicados a la Atención Primária de Salud. Barcelona: Ediciones Doyma; 1991.
149
ANEXO 1: EXEMPLO DE FORMULÁRIO FORMULÁRIO DE CONSENTIMENT CONSENTIMENTO O INFORMADO
O “XXXXXX” tem como objectivo analisar as opiniões e atitudes dos pacientes face xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx, que recebem dos seus médicos de família.
Eu, ............................................. .................................................................................................. ...................................................................... ................. (nome completo) 1. Li o folheto informativo para o paciente; 2. Tive oportunidade oportunidade de colocar questões sobre o estudo e esclarecer as minhas dúvidas; 3. Recebi informação que considero suficiente sobre o estudo; 4. Falei com................................................................................................; com..................................................................................... ...........; (nome do investigador/resp investigador/responsável) onsável) 5. Compreendi que a minha participação neste estudo é voluntária; 6. Compreendi que posso desistir se o desejar, sem ter que dar qualquer explicação e sem qualquer repercussão em relação aos cuidados médicos que posso receber. Concordo em participar neste estudo de livre vontade.
Assinatura do paciente
Assinatura do investigador
Data:
Data:
Doc.: José Augusto Simões
150