GESTÃO DE FINANÇAS EMPRESARIAIS ©
GESTÃO DE FINANÇAS EMPRESARIAIS © Autores: João Florêncio Vieira Ramos e Paulo Henrique Teixeira Distribuição: Portal Tributário® Editora e Maph Editora® Î Atenção:
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SUMÁRIO: (clique no título para acessar o tema desejado) 1. INTRODUÇÃO 2. A FUNÇÃO FINANCEIRA NAS EMPRESAS 2.1 Conceitos Fundamentais Básicos 2.2. Principais Atribuições do Administrador Administrador Financeiro 3. LEVANTAMENTO E ALOCAÇÃO DE RECURSOS 4. META DA ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA 4.1 Maximização do Preço da Ação 5. ÁREAS DE DECISÕES FINANCEIRAS 6. ÍNDICES DE LIQUIDEZ (OU SOLVÊNCIA) 6.1 Composição do CCL 7. ÍNDICES DE ENDIVIDAMENTO 8. ÍNDICES DE RENTABILIDADE 8.1 Aspectos a serem serem observados no cálculo da Rentabilidade 8.2 Análise da rentabilidade da empresa empresa x rentabilidade do empresário empresário (ROI x ROE) 9. BALANÇO PATRIMONIAL 9.1 Introdução Didática 9.2 Ativo 9.2.1 Grupos de Contas do Ativo 9.3 Passivo 9.3.1 Grupos de Contas do Passivo 9.4 Visão Sintética do Balanço 9.5 Origens e Aplicações 9.6 Explicação da expressão balanço patrimonial 10. CONTAS A RECEBER 10.1 Controle de Contas a Receber 10.1.1 Importância do Controle de Contas a Receber 10.2 Administração das das Duplicatas a Receber 10.3 Custos e Riscos 10.4 Gestão dos Recursos 10.4.1 – Giro das Duplicatas a Receber 10.4.2 – Prazo Médio de Cobrança 10.4.3 Análise Prazo Médio de Cobrança 10.5 Políticas de Crédito e de Cobrança 11. CONTAS A PAGAR 11.1 Controle de Contas a Pagar 11.1.1 Importância do Controle Controle de de Contas Contas a Pagar 11.4.2 – Prazo Médio de Pagamento www.maph.com.br
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GESTÃO DE FINANÇAS EMPRESARIAIS © 11.4.3 Análise Prazo Prazo Médio de PMP 12. ADMINISTRAÇÃO DO CRÉDITO E DA COBRANÇA 12.1 Ficha Cadastral 12.1.1 Checagem das informações informações 12.1.2 Restrições Cadastrais 12.2 Analise e Seleção de crédito 12.3 Obtenção de Informações Informações externas externas 12.4 Analise e Classificação do Crédito 12.4.1 Classificação de Crédito 12.5 Condições de Crédito (Prazo) 12.6 Política de Cobrança 12.6.1 Cronograma dos dos Vencimentos Vencimentos das Duplicatas Duplicatas 12.7 Procedimentos de Cobrança Cobrança 12.7.1 Modelo Carta de Cobrança Branda 12.7.2 Modelo de Carta de Cobrança Intermediária 12.7.3 Modelo de Carta de cobrança cobrança incisiva incisiva 13. ADMINISTRAÇÃO DOS ESTOQUES 13.1 Custos e Riscos 13.2 Gestão dos Recursos 13.3 Controle de Estoques de Mercadorias 14. CAIXA / BANCOS 14.1 Controle de caixa 14.2 Controle de Bancos 15. FLUXO DE CAIXA 15.1 Gerenciamento do fluxo de caixa 15.2 Fluxo de caixa caixa realizado realizado 15.3 Fluxo de de caixa projetado 15.4 Apresentação do fluxo de de caixa realizado realizado 15.5 Meios utilizados para para se fazer o fluxo de caixa 15.6 Principais itens que devem devem constar no relatório de fluxo de caixa 15.7 Interpretando Fluxo de Caixa 15.8 Colunas de de Previsto e Realizado Realizado 15.9 Montar e gerenciar gerenciar o relatório de Fluxo de Caixa 15.10 Controle do Fluxo Fluxo de Caixa Caixa Semanal 15.11 Fluxo de Caixa Mensal 16. REGULAMENTO DE CREDITO E COBRANÇA 16.1 Cadastro 16.2 Limite de Crédito 16.3 Prorrogação de Vencimentos 16.4 Juros 16.5 Clientes Inativos a + de 90 dias dias 16.6 Clientes Inadimplentes 16.7 Medidas em caso de Inadimplência 17. PLANILHAS EXCELL 17.1 Planilha Controle Estoque 17.2 Planilhas Controle Financeiro
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GESTÃO DE FINANÇAS EMPRESARIAIS © 1. INTRODUÇÃO A presente obra aborda os principais aspectos para elaboração e gerenciamento financeiro de uma empresa, procura atender às necessidades do dia-a-dia nesta gestão. O sucesso de uma empresa depende cada vez mais do grau de acerto da gestão financeira. O princípio da administração financeira é cuidar em ter-se o numerário para saldar em tempo hábil os compromissos assumidos com terceiros e maximizar os lucros. Centraliza-se na captação, na aplicação e na distribuição eficiente dos recursos necessários, para que a empresa possa operar de acordo com os objetivos e as metas a que se propõe. Os controles financeiros são os instrumentos que permitem ao administrador financeiro planejar, organizar, coordenar, dirigir e controlar os recursos financeiros de sua empresa para um determinado período. Voltar ao Sumário 2. A FUNÇÃO FINANCEIRA NAS EMPRESAS 2.1 Conceitos Fundamentais Básicos A Administração Financeira diz respeito às responsabilidades do administrador financeiro numa empresa. Os administradores financeiros gerenciam ativamente as finanças de todos os tipos de empresas, financeiras ou não-financeiras, privadas ou públicas, grandes ou pequenas, com ou sem fins lucrativos. Eles desempenham uma variedade de tarefas, tais como orçamentos, previsões financeiras, administração do caixa, administração do crédito, análise de investimento e captação de recursos (Gitman, 1997, p. 4). O principal objetivo da Administração Financeira é o de maximizar a riqueza dos sócios / acionistas. Para tanto, as atribuições do Administrador Financeiro podem ser sintetizadas em três atividades básicas: ♦ ♦ ♦
realização de análise e planejamento financeiro; tomada de decisões de investimentos; e tomada de decisões de financiamento.
As atividades empresariais envolvem recursos financeiros e orientam-se para a obtenção de lucros. Os recursos investidos na empresa pelos proprietários (capital próprio – Patrimônio Líquido) e por terceiros (capital de terceiros – Passivo Exigível) encontram-se aplicados em ativos empregados na produção e / ou comercialização de bens ou na prestação de serviços. As receitas obtidas com as operações devem ser suficientes para cobrir todos os custos e despesas incorridas e ainda gerar lucros. Paralelamente a esse fluxo econômico de resultados, ocorre uma movimentação de numerário que deve permitir a liquidação dos compromissos assumidos, o pagamento de dividendos e a reinversão da parcela remanescente dos lucros. Nesse contexto, a função financeira compreende um conjunto de atividades relacionadas com a gestão dos recursos (tanto o numerário movimentado pelas empresas, quanto os direitos e obrigações decorrentes das transações realizadas a crédito) movimentados por todas as áreas da empresa. Tal função, que possui um papel muito importante no desenvolvimento de todas as atividades operacionais, é responsável pela obtenção dos recursos necessários e pela formulação www.maph.com.br
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GESTÃO DE FINANÇAS EMPRESARIAIS © de uma estratégia voltada para a otimização da aplicação desses recursos, contribuindo significativamente para o sucesso do empreendimento. 2.2. Principais Atribuições do Administrador Financeiro As funções do administrador financeiro na empresa podem ser avaliadas em relação às demonstrações contábeis básicas da empresa. Suas três atribuições primordiais são:
a) análise e planejamento financeiro : esta função envolve: 1) transformação dos dados financeiros em uma forma que possa ser utilizada para orientar a posição financeira da empresa e promover a sua continuidade; 2) avaliação da necessidade de aumento ou redução da capacidade produtiva; e 3) determinação de que tipo de financiamento adicional deve ser realizado. Essas três atividades são sustentadas pelas decisões de natureza estratégica, tática e operacional. Os demonstrativos contábeis, principalmente o Balanço Patrimonial e a Demonstração do resultado do Exercício, são importantes fontes de informações para elaboração de análise e planejamento financeiro. Cabe ressaltar que o enfoque do caixa é essencial para o gestor financeiro. Assim, a utilização dos Fluxos de Caixa também são imprescindíveis, destacando a principal diferença entre a ótica do contador e a do administrador. Enquanto o primeiro gera informações com base no regime de competência , o segundo precisa aplicálas com base no regime de caixa , denotando a importância dos Fluxos de Caixa nesta atividade;
b) Administração da estrutura de ativo da empresa (Decisão de Investimento) : 1) o administrador financeiro determina a combinação e os tipos de ativos que fazem parte do Balanço Patrimonial da empresa. Essa atividade está relacionada ao lado esquerdo do Balanço. A composição refere-se ao montante de recursos aplicados em Ativos Circulantes e em Ativos Permanentes (fixos). Depois que a composição estiver definida, o administrador financeiro deve fixar e tentar manter níveis ótimos para cada tipo de Ativo Circulante. Deve também decidir quais são os melhores Ativos Permanentes a adquirir e saber quando os ativos existentes se tornarão obsoletos e precisarão ser modificados, substituídos ou liquidados. A determinação da melhor estrutura de ativo para a empresa não é uma tarefa simples; requer o conhecimento das operações passadas e futuras das empresas e a compreensão dos objetivos que deverão ser alcançados a longo prazo. Existem várias técnicas para avaliação dessas decisões, como a Taxa Média de Retorno, Payback (Prazo de Retorno), VPL (Valor Presente Líquido) e TIR (Taxa Interna de Retorno).
c) Administração da estrutura financeira da empresa (Decisão de Financiamento) : relaciona-se com o lado direito do Balanço Patrimonial da empresa e envolve as fontes de recursos. Dois enfoques sustentam esta atividade do administrador financeiro: 1) a decisão de qual a composição mais apropriada entre financiamento a curto e a longo prazo a ser estabelecida, o que é bastante importante, pois afeta tanto a lucratividade da empresa como sua liquidez global; e
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GESTÃO DE FINANÇAS EMPRESARIAIS © 2) o juízo de quais as fontes individuais de financiamento, a curto ou a longo prazo, são as melhores, em dado momento. Algumas decisões dessa natureza exigem uma análise profunda das alternativas disponíveis, de seus custos e de suas implicações a longo prazo. O Custo Médio Ponderado de Capital é uma medida eficaz para este tipo de decisão. Voltar ao Sumário
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GESTÃO DE FINANÇAS EMPRESARIAIS © 3. LEVANTAMENTO E ALOCAÇÃO DE RECURSOS a) Levantamento de recursos : relacionado à terceira função descrita acima, envolve o suprimento dos recursos necessários às operações normais da empresa e captação de vultosos valores para investimentos em projetos com longos períodos de maturação. As fontes de recursos à disposição de uma empresa podem ser classificadas de várias formas: ♦
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recursos próprios (capital integralizado, reservas e lucros retidos) e recursos de terceiros (compromissos assumidos e dívidas contraídas); recursos permanentes (recursos próprios e dívidas a longo prazo) e recursos temporários (compromissos e dívidas a curto prazo); e recursos onerosos (provocam despesas financeiras) e recursos não onerosos .
É importante a adequação entre as fontes e as aplicações de recursos em termos de prazos e custos. A compra de um equipamento, cujo valor investido somente será recuperado em alguns anos por meio das receitas de vendas, deverá ser financiada com recursos permanentes. Se forem utilizados recursos provenientes de um empréstimo com prazo inferior ao da maturação financeira desse investimento, a empresa poderá enfrentar dificuldades para liquidar a dívida no vencimento do contrato. Os juros e demais encargos incidentes sobre os empréstimos e financiamentos oneram o resultado econômico, reduzindo a parcela de lucro que restará aos acionistas. Além disso, os emprestadores de recursos podem exigir garantias reais e impor condições contratuais que reduzam a flexibilidade de gestão da empresa. Mesmo os créditos obtidos junto aos fornecedores envolvem custo financeiro, representado pelo desconto para pagamento a vista que deixou de ser desfrutado. Observa-se a existência de custos explícitos, perfeitamente mensuráveis em termos de valor e taxa. Somente umas poucas fontes de recursos de curto prazo não provocam custos financeiros, como salários, impostos a pagar, contribuições a recolher, etc. Os recursos próprios envolvem um custo implícito que corresponde à expectativa de lucros dos acionistas que não deve ser frustrada, sob pena de haver desinteresse em se continuar participando do negócio. Assim, os recursos adicionais a serem fornecidos pelos acionistas por meio de novas integralizações de capital e os lucros reinvestidos envolvem um custo de oportunidade . Esse custo corresponde ao retorno que os acionistas obteriam com tais recursos em outras aplicações com o mesmo grau de risco suportado por seus investimentos na empresa. b) Alocação de recursos : relacionada à segunda função descrita acima, envolve a constante busca da otimização na aplicação dos recursos para que seja alcançada a rentabilidade desejada e preservada a capacidade da empresa de pagar seus compromissos nos vencimentos. Essa responsabilidade amplia bastante os limites da gestão financeira, obrigando os executivos da área a conhecer todas as fases de funcionamento da empresa e a analisar profundamente os novos projetos de investimento. Alguns ativos são essenciais para o desenvolvimento das operações, denominados ativos operacionais, constituídos por Ativos Fixos e Ativos Circulantes (estoques, duplicatas a receber e disponibilidades), enquanto outros poderão estar ou não relacionados com as atividades básicas do empreendimento, formados por ativos de natureza operacional ou não (créditos diversos a curto e longo prazos, participações societárias em outras empresas, imóveis alugados a terceiros, determinadas aplicações financeiras, etc.).
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GESTÃO DE FINANÇAS EMPRESARIAIS © Os recursos aplicados nos ativos não são encontrados em abundância e envolvem custos financeiros e custos de oportunidade. Assim, é de se esperar que cada ativo contribua direta ou indiretamente para a geração de receitas e, conseqüentemente, de lucros. Voltar ao Sumário
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GESTÃO DE FINANÇAS EMPRESARIAIS © 4. META DA ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA Quando alguém se dispõe a investir sua poupança em uma empresa, em vez de aplicá-la em alternativas mais seguras, está disposto a assumir certo risco em troca de um aumento no seu patrimônio ou riqueza pessoal. Assim, pode-se admitir que o objetivo principal da empresa, e, por conseguinte, de todos os administradores e empregados, é o de maximizar a riqueza de seus proprietários. A riqueza dos proprietários de uma sociedade anônima é medida pelo preço da ação, representado pelo valor de mercado da empresa, ou seja, pelo valor que seria alcançado na venda dos direitos de participação no seu capital. Cada decisão financeira deve ter como meta o aumento do valor da ação. Nessa busca, duas variáveis conduzem as decisões: o retorno e o risco. São dois elementos diretamente proporcionais: quanto maior o retorno esperado, maior o risco. Como exemplo, podemos citar os investimentos em Caderneta de Poupança e em Ações. Enquanto o primeiro tem menor retorno e menor risco, o segundo deve apresentar maior retorno em função do risco maior. 4.1 Maximização do Preço da Ação Em um mercado de capital plenamente desenvolvido, as cotações alcançadas pelas ações nas bolsas de valores devem refletir o valor de mercado das empresas. Nos momentos de desequilíbrio, tais cotações podem apresentar-se superavaliadas ou subavaliadas, porém a médio prazo os preços das ações demonstram quanto o mercado está disposto a pagar pelas frações do capital de cada empresa. O fato de uma empresa não ter ações cotadas em bolsa não constitui impedimento na determinação de seu valor de mercado. Resumidamente, pode-se dizer que o valor de mercado de uma empresa corresponde ao valor atual de seus lucros futuros . Desse modo, o valor de mercado de uma empresa é determinado pela sua capacidade de gerar lucros mediante o uso dos ativos, pela sua tecnologia e competência gerencial e pelo seu conceito junto aos credores e clientes. A meta da Administração Financeira coincide com o objetivo básico dos proprietários ou acionista. As decisões financeiras são orientadas para o aumento do valor de mercado da empresa. A meta da administração financeira é a maximização da riqueza dos acionistas, que constitui algo mais amplo e profundo do que a maximização dos lucros. A maximização da riqueza envolve os seguintes aspectos: a) retorno do capital próprio : os acionistas esperam ser remunerados por intermédio de dividendos e, principalmente, pela valorização de suas ações. O proprietário de uma ação possivelmente espera receber seu retorno sob a forma de pagamentos periódicos de dividendos ou por meio de valorizações no preço da ação, ou ambos. O preço de mercado de uma ação reflete um valor de dividendos futuros esperados, bem como de dividendos correntes; a riqueza do acionista (proprietário) na empresa em qualquer instante é medida pelo preço de mercado de suas ações. Se um acionista numa empresa desejar liquidar sua participação, irá vender a ação ao preço vigente no mercado ou bem próximo a dele. Uma vez que o preço de mercado da ação, e não os lucros, é que reflete a riqueza do proprietário numa empresa, num dado momento, a meta do administrador financeiro deve ser maximizar essa riqueza; Â
Exemplo www.maph.com.br
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Quatro anos atrás, o Sr. PHT comprou uma ação da empresa A e uma ação da empresa B, cada uma ao preço de 100. Ambas empresas operam no mesmo ramo de negócio. Durante o período de quatro anos, cada uma das empresas pagou um dividendo anual de 1 por ação. A empresa A obteve um lucro anual de 2 por ação, ao passo que o lucro anual da B foi 3 por ação. Atribui-se a diferença nos lucros ao fato de que a A despendeu uma grande importância para desenvolver um produto inovador, portanto baixando seus lucros. A ação da A está atualmente sendo vendida por 130 enquanto a da B está sendo negociada por 110. Essa situação não é incomum, reflete o fato de que, apesar dos maiores lucros da Beta, a ação da Alfa tem preço maior, que pode ser atribuído à expectativa de que a venda bem sucedida do novo produto gerará maiores lucros futuros, o que mais do que compensará os baixos lucros experimentados durante o período de desenvolvimento. A riqueza do Sr. PHT na empresa A é maior do que sua riqueza na B, apesar de os lucros da B serem maiores. b) perspectiva de longo prazo : a empresa deve ser perpetuada e, para tanto, tem de realizar investimentos em tecnologia, novos produtos, etc., que poderão sacrificar a rentabilidade atual em troca de maiores benefícios futuros. A maximização do lucro é uma abordagem de curto prazo; a maximização da riqueza considera o longo prazo. Do exemplo anterior, deve-se depreender que o maior preço da ação da Cia. Alfa resultou do fato de que suas decisões de curto prazo relacionadas com o desenvolvimento de novo produto, embora baixando os lucros a curto prazo, produzirão maiores retornos futuros. Uma empresa que deseja maximizar lucros poderia comprar maquinaria de baixa qualidade e usar materiais também de baixa qualidade, ao mesmo tempo em que faria um tremendo esforço de vendas dos seus produtos por um preço que rendesse um elevado lucro por unidade. Essa estratégia de curto prazo poderia resultar em lucros elevados para o corrente, porém, em anos subseqüentes, os lucros declinariam significativamente, pois os compradores constatariam a baixa qualidade do produto e o alto custo de manutenção associado à maquinaria de baixa qualidade. O impacto das vendas decrescentes e custos crescentes tenderia a reduzir os lucros a longo prazo e, se não combatido, poderia resultar na eventual falência da empresa. As conseqüências potenciais da maximização do lucro a curto prazo provavelmente estejam refletidas no preço corrente da ação, que talvez seja menor do que se a empresa tivesse perseguindo uma estratégia de prazo mais longo; c) valor do dinheiro no tempo : os projetos de investimento envolvem fluxos de desembolsos e de entradas de caixa. Existem diversas técnicas para avaliar tais projetos, e algumas delas transformam os fluxos futuros de caixa em valores atuais, por meio da aplicação de determinada taxa de desconto. Essa taxa de desconto deve refletir um custo de oportunidade dos recursos a ser investidos. Tal custo de oportunidade corresponde a uma taxa mínima de retorno exigida do projeto para que o valor de mercado da empresa não se altere. Considerando o valor do dinheiro no tempo, a seleção dos projetos a ser implementados visará a aumentar ou, pelo menos, manter o valor de mercado da empresa; Â
Exemplo:
Uma empresa está tentando escolher uma máquina. Há duas máquinas que gerarão retornos durante um período de cinco anos e deverão custar $ 3,00 por ação. Abaixo: os lucros esperados por ação diretamente atribuíveis a cada uma dessas máquinas: Embora pareça, com base apenas no objetivo da maximização do lucro, que a máquina A seja a preferível, é bem possível que, uma vez consideradas as diferenças na época de ocorrência www.maph.com.br
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GESTÃO DE FINANÇAS EMPRESARIAIS © dos benefícios, o impacto da máquina B sobre a riqueza do proprietário seja maior do que o da máquina A. O exemplo acima ilustra a superioridade da maximização da riqueza sobre a maximização do lucro. A maximização da riqueza reconhece que os empresários, mantendo todo o resto constante, preferem receber retornos mais cedo. Essa preferência está refletida no preço da ação, e não nos lucros. d) risco: o retorno deve ser compatível com o risco assumido. Maior risco implica a expectativa de maior retorno. A maximização do lucro não considera o risco, porém a maximização da riqueza considera explicitamente diferenças no risco. Uma premissa básica na Administração Financeira é de que existe uma relação entre risco e retorno; os acionistas esperam perceber maiores retornos de investimentos de maior risco, e vice-versa. Os administradores financeiros precisam, portanto, levar em conta o risco ao avaliar investimentos potenciais; Â
Exemplo
Uma empresa está estudando a expansão de sua linha de produção em um de seus dois novos produtos, C ou D. O produto C parece ser um produto relativamente seguro para se investir, enquanto que o produto D é considerado um item de moda altamente arriscado. Após considerar todos os custos, espera-se que os dois produtos gerem os seguintes lucros por ação ao longo de suas vidas de cinco anos: Se ignorarmos quaisquer diferenças no risco e usarmos uma abordagem de maximização do lucro, parece que o produto D é o melhor. Contudo, se considerarmos que o produto D é altamente arriscado, enquanto o produto C representa um investimento seguro, a conclusão poderá não ser tão direta. A empresa poderá apenas exigir um retorno de 10% sobre o produto C, ao passo que, como compensação para o maior risco do produto D, tenha de se obter 15%. Tendo em vista que os acionistas exigem maiores retornos para maiores riscos, é importante que o administrador financeiro considere adequadamente o impacto do risco sobre os retornos deles. A abordagem da maximização da riqueza considera o risco, enquanto a maximização do lucro o ignora. A maximização da riqueza é, portanto, a abordagem preferível. e) Dividendos: deve ser adotada uma política de distribuição regular de dividendos, independentemente das flutuações dos lucros, minimizando os efeitos negativos que possam afetar as cotações das ações. A empresa não deve desapontar aqueles acionistas que apreciam receber dividendos periódicos. Os administradores financeiros devem reconhecer que a política de dividendos da empresa afeta a atratividade de sua ação para tipos particulares de investidores. Acredita-se que, se o retorno que os acionistas esperam receber for assegurado, tal fato terá um efeito positivo sobre o preço das ações, garantindo o sucesso de futuros lançamentos de novas ações no mercado. Voltar ao Sumário
5. ÁREAS DE DECISÕES FINANCEIRAS De uma maneira bastante abrangente, podemos identificar três áreas de decisões financeiras: a) Decisões de Investimento www.maph.com.br
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referem-se tanto à administração da estrutura do ativo quanto à implementação de novos projetos. A grande concorrência existente nas modernas economias de mercado obriga as empresas a se manter tecnologicamente atualizadas. Nenhuma empresa pode sentir-se segura em boa posição conquistada, pois a qualquer momento algum concorrente poderá surgir com um produto melhor e mais barato. Assim, as empresas são obrigadas a desenvolver continuamente novos projetos e a tomar decisões sobre a sua implantação. Normalmente, isso significa a necessidade de vultosas somas adicionais de recursos e elevação no risco do empreendimento, uma vez que investimentos em novos tipos de ativos fixos têm efeitos prolongados sobre a vida da empresa, e uma decisão inadequada poderá comprometer irremediavelmente o seu futuro;
b) Decisões de Financiamento −
enquanto as decisões de investimento envolvem importantes aspectos de natureza não financeira, as decisões de financiamento constituem responsabilidade exclusiva do administrador financeiro. As decisões de financiamento visam a montar a estrutura financeira adequada às operações normais e aos novos projetos a ser implantados na empresa. As questões envolvidas nas decisões de financiamento referem-se à composição das fontes de recursos, que exigem análise profunda das alternativas existentes e de suas implicações futuras.
São questões do tipo: − − −
− −
−
Qual deveria ser a proporção entre recursos permanentes e temporários? Quanto de recursos próprios e quanto de financiamentos a longo prazo? O reinvestimento de lucros seria suficiente para atender às necessidades de recursos próprios? O mercado reagiria bem ao lançamento de novas ações? Qual seria o impacto dos custos financeiros provocados pelos financiamentos a longo prazo e pelos empréstimos a curto prazo? Em vez de comprar ativos fixos, não deveríamos arrendá-los?
c) Decisões relativas à Destinação do Lucro −
o lucro obtido em cada exercício social representa a remuneração do investimento dos proprietários da empresa. Quanto desse lucro deveria ser distribuído aos acionistas e quanto seria retido para financiar a expansão dos negócios? Tal indagação revela que a política de distribuição de dividendos está diretamente relacionada com as decisões de financiamento. Distribuindo somente uma pequena parcela dos lucros, a empresa ficará menos dependente das fontes onerosas de recursos e ampliará a participação do capital próprio na estrutura financeira. Quando a empresa pertence a reduzido número de pessoas, essas decisões são tomadas por consenso ou por imposição do sócio majoritário. A dificuldade surge quando existe grande número de acionistas, e as ações são negociadas nas bolsas de valores. Nesse caso, a política de dividendos estará orientada para a maximização das cotações, devendo basearse na avaliação das expectativas do mercado acionário, que são influenciadas por diversos fatores conjunturais.
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GESTÃO DE FINANÇAS EMPRESARIAIS © Se a rentabilidade da empresa for satisfatória, pode-se supor que a maioria dos proprietários prefira abrir mão dos dividendos. Porém, não deve ser desconsiderado que sempre existirão acionistas desejosos de realizar, pelo menos, parte dos lucros. Uma empresa bem sucedida sempre terá novos planos de investimentos que implicam a necessidade de recursos adicionais. Parte dessas necessidades poderá ser atendida com a retenção de lucros, e o restante terá de ser financiado por meio de outras fontes. Uma política de dividendos adequada favorece a manutenção dos preços das ações em níveis elevados, e isso poderá garantir o sucesso de futuros lançamentos de novas ações no mercado. Voltar ao Sumário
6. ÍNDICES DE LIQUIDEZ (OU SOLVÊNCIA) São utilizados para avaliar a capacidade de pagamento da empresa, ou seja, constituem uma apreciação sobre a capacidade de a empresa saldar seus compromissos com terceiros (Passivo www.maph.com.br
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GESTÃO DE FINANÇAS EMPRESARIAIS © Exigível). Esses índices são avaliados pelo critério de “quanto maior, melhor” e não medem a efetiva capacidade de a empresa liquidar seus compromissos nos vencimentos, mas apenas evidenciam o grau de solvência em caso de encerramento das atividades. Um alto índice de liquidez não representa, necessariamente, boa saúde financeira. O cumprimento das obrigações nas datas previstas depende de uma adequada administração dos prazos de recebimento e de pagamento. Uma empresa que possui altos índices de liquidez, mas mantém mercadorias estocadas por períodos elevados, recebe com atraso suas vendas a prazo ou mantém duplicatas incobráveis nas Contas a Receber poderá ter problemas de liquidez, ou seja, poderá ter dificuldades para honrar seus compromissos nos vencimentos. É importante avaliar a qualidade dos ativos. a) Liquidez Corrente (LC) : é o mais conhecido e utilizado dentre todos os índices financeiros. Mostra a capacidade de pagamento (solvência) da empresa a curto prazo, por meio da seguinte fórmula: ♦
Vejamos
Vamos utilizar os seguintes dados relativos a uma empresa ....
2009 580.000 ----------- = 1,70 para 1,00 340.000
2010 650.000 ----------- = 2,32 para 1,00 280.000
Valores em R$
2010 Ativo Circulante Realizável a Longo Prazo Permanente Passivo Circulante Exigível a Longo Prazo Patrimônio Liquido
650.000 40.000 140.000 280.000 150.000 400.000
2009 580.000 50.000 160.000 340.000 100.000 350.000
Ainda:
2009 www.maph.com.br
2010 13
GESTÃO DE FINANÇAS EMPRESARIAIS © Estoque Disponível
420.000 10.000
390.000 40.000
Em 2009, existiam para cada 1,00 de obrigações exigíveis a curto prazo (PC) 1,70 de bens e direitos realizáveis a curto prazo (AC). Em 2010, existiam para cada 1,00 de obrigações exigíveis a curto prazo (PC) 2,32 de bens e direitos realizáveis a curto prazo (AC). Apesar do crescimento do índice de Liquidez Corrente, ressalta-se que uma queda nesse índice nem sempre significa perda da capacidade de pagamento. Tal fato pode ter sido ocasionado por uma Administração Financeira mais rigorosa diante, por exemplo, da inflação, do crescimento da empresa, etc. Alguns aspectos relativos à LC devem ser considerados: −
−
−
índice de LC não revela a qualidade dos itens no AC (os estoques estão superavaliados, são obsoletos, os títulos a receber são realmente recebíveis?); índice de LC não revela a sincronização entre recebimentos e pagamentos, ou seja, por meio dele não identificamos se os recebimentos ocorrerão em tempo para pagar as dívidas vincendas; índice de LC pode evidenciar uma situação pessimista, uma vez que o Estoque está avaliado a custos históricos, sendo o seu valor de mercado acima do evidenciado no AC, e o Estoque será realizado a valores de mercado e não de custo.
b) Capital Circulante Líquido: a análise do Capital Circulante Líquido não é feita em termos relativos (quociente), mas pela diferença, positiva ou negativa, entre o valor global do Ativo Circulante (AC) e do Passivo Circulante (PC). Se o Ativo Circulante for maior do que o Passivo Circulante, tem-se Capital Circulante Líquido Positivo. Caso contrário, se o Passivo Circulante apresentar-se com valor superior ao do Ativo Circulante, o Capital Circulante Líquido será negativo. Aumento do Capital Circulante Líquido, confrontados os anos 1 e 2 = 2.000,00. Aumento relativo do CCL no ano 2, em confronto com o período anterior = 22,2%. Aumento do Ativo Circulante = 17.500,00. Aumento do Passivo Circulante – em valor monetário = 15.500,00.
6.1 Composição do CCL A Figura abaixo evidencia o CCL (Capital Circulante Líquido) e seu papel na estrutura de capitais. O CCL pode ser encontrado por dois caminhos: www.maph.com.br
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GESTÃO DE FINANÇAS EMPRESARIAIS © Aqui o CCL é mostrado como o excesso do Ativo Circulante sobre o Passivo Circulante. Outro aspecto que merece ser ressaltado é a composição do CCL. O Patrimônio Líquido cobre todo o Ativo Permanente e tem uma parte investida no Ativo Circulante. Essa parcela é chamada Capital Circulante Próprio ou Capital de Giro Próprio e representa a parcela de capital próprio no Ativo Circulante. O CCL é, portanto, formado por dois de tipos de recursos: a) Capital Circulante Próprio = Patrimônio Líquido – (Ativo Permanente + Realizável a Longo Prazo); b) Capital Circulante de Terceiros = Exigível a Longo Prazo. Essa distinção é muito importante, porquanto o Capital Circulante Próprio permanecerá na empresa indeterminadamente, enquanto os Capitais de Terceiros de longo prazo têm um tempo limitado de permanência. Abaixo, as diversas possibilidades de combinação entre aplicações e origens de recursos: Capital Circulante Próprio maior que zero Capital Circulante Próprio igual a zero Capital Circulante Próprio negativo Capital Circulante Líquido negativo AC – RLP – AP – PC – ELP – PL – CCL – CCP –
Ativo Circulante Realizável a Longo Prazo Ativo Permanente Passivo Circulante Exigível a Longo Prazo Patrimônio Líquido Capital Circulante Líquido Capital Circulante Próprio
Outro aspecto que merece ser ressaltado é o conceito de Capital Circulante Próprio (CCP), que é a denominação dada ao excesso do Patrimônio Líquido sobre o Ativo Permanente.
c) Liquidez Seca (LS): subtraindo-se do Ativo Circulante os estoques e as despesas pagas antecipadamente, sobram os valores de maior liquidez, como as duplicatas e outras contas a receber a curto prazo, as aplicações financeiras e as próprias disponibilidades. Ao relacionar tais valores com o Passivo Circulante, tem-se uma medida mais rigorosa da capacidade de solvência que é a Liquidez Seca. Esse índice oferece a vantagem de desconsiderar os estoques que necessitam ser vendidos para se transformarem em Contas a Receber ou Caixa. É obtida pela fórmula: Valores em R$
2010 Ativo Circulante Realizável a Longo Prazo
650.000 40.000 www.maph.com.br
2009 580.000 50.000 15
GESTÃO DE FINANÇAS EMPRESARIAIS © Permanente Passivo Circulante Exigível a Longo Prazo Patrimônio Liquido
140.000 280.000 150.000 400.000
160.000 340.000 100.000 350.000
Ainda:
2010 Estoque Disponível
2009
420.000 10.000
390.000 40.000
Ativo Circulante - Estoques Passivo Circulante
2009 580.000 – 390.000 ----------------------- = 0,56 340.000
2010 650.000 – 420.000 ----------------------- = 0,82 280.000
Em 2009, para cada 1,00 de obrigações exigíveis a curto prazo (PC), a empresa dispunha de 0,56 de Ativo Circulante, exceto os Estoques, indicando que, se a empresa parasse de vender, conseguiria pagar somente metade de suas dívidas. Já em 2010, para cada 1,00 de obrigações exigíveis a curto prazo (PC), a empresa dispõe de 0,82 de Ativo Circulante, exceto os Estoques, evidenciando uma melhora significativa do ano de 2009 para o de 2010. Se a LS = 1, pode-se dizer que a empresa não depende da venda de seus estoques para saldar os seus compromissos de Contas a Pagar; quanto mais abaixo da unidade, maior será a dependência de vendas para honrar suas dívidas. Alguns autores sugerem excluir, além dos estoques, todas as contas que não representam entrada efetiva de recursos na empresa (Despesas Antecipadas, Impostos a Compensar, Adiantamentos a Funcionários, etc.). Qualquer que seja a fórmula, é importante que o analista tenha conhecimento dos valores envolvidos e da relação expressa pelo índice.
d) Liquidez Geral (LG) : mede a proporção dos bens e direitos a ser realizados a curto e longo prazos em relação às dívidas totais, indicando uma folga na capacidade de solvência global. Ativo Circulante + Ativo Realizável a Longo Prazo Passivo Circulante + Passivo Exigível a Longo Prazo 2009
2010 www.maph.com.br
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GESTÃO DE FINANÇAS EMPRESARIAIS © 580.000 – 50.000 ----------------------- = 1,43 para 1 340.000 + 100.000
650.000 – 40.000 ----------------------- = 1,60 para 1 280.000 + 150.000
. Em 2009, para cada 1,00 de obrigações exigíveis a curto e longo prazo, existiam 1,43 de bens e direitos a curto e longo prazo. Para 2010, observa-se acréscimo na LG, que resultou em 1,60.
e) Liquidez Instantânea ou Imediata (LI): expressa o quociente entre as disponibilidades e o Passivo Circulante. É calculado pela seguinte fórmula: Disponibilidades: (Caixa + Bancos + Aplicações de Curtíssimo Prazo) Passivo Circulante
2009
2010
40.000 ------------ = 0,11 para 1 340.000
10.000 ------------- = 0,04 para 1 280.000
Em 2009, para cada 1,00 de obrigações exigíveis a curto e longo prazo, existiam 0,11 de disponibilidades. Para 2010, observa-se uma redução de 0,07, passando a LI para 0,04. Para efeito de análise, é um índice sem muito realce, pois relaciona o disponível com valores que vencerão em datas as mais variadas possíveis, embora a curto prazo. Assim, temos contas que vencerão dentro de cinco ou dez dias, como também temos contas que vencerão em 360 dias, e que não se relacionam com a disponibilidade imediata. Apesar de a empresa manter certos limites de segurança, esse índice, se muito alto, evidenciaria excesso de recursos ociosos no caixa, em bancos ou em aplicações de liquidez imediata, que perdem o poder aquisitivo com a inflação, ou então baixo volume de dívidas a curto prazo. Nem sempre reduções sucessivas nesse índice representam situações constrangedoras; podem significar uma política mais rígida de disponível e, até mesmo, uma redução do limite de segurança. Sucessivas reduções na LI, com constantes e crescentes atrasos no pagamento a fornecedores (detectados mediante informações comerciais obtidas na praça), constituem indicadores relevantes de dificuldade financeira. Voltar ao Sumário 7. ÍNDICES DE ENDIVIDAMENTO É por meio desses índices que analisamos o nível de endividamento da empresa. Esses índices são avaliados pelo critério de “quanto maior, mais cautela”. O Ativo (aplicação de recursos) é financiado por Capitais de Terceiros (Passivo Circulante e Passivo Exigível a Longo Prazo) e por Capitais Próprios (Patrimônio Líquido), portanto Capitais de Terceiros e Capitais Próprios são fontes (origens) de recursos. São os índices de endividamento que informam se a empresa utiliza www.maph.com.br
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GESTÃO DE FINANÇAS EMPRESARIAIS © mais recursos de terceiros ou recursos dos proprietários, e se os recursos de terceiros têm seu vencimento em maior parte a Curto Prazo (Passivo Circulante) ou a Longo Prazo (Passivo Exigível a Longo Prazo). De um modo geral, as empresas recorrem ao endividamento objetivo:
1) complementar os Capitais Próprios para realizar aplicações produtivas em seu Ativo (ampliação, expansão, modernização, etc.): esse endividamento é sadio, mesmo sendo um tanto elevado, pois as aplicações produtivas deverão gerar recursos para saldar o compromisso assumido; e 2) pagar dívidas que estão vencendo : por não gerarem recursos para saldar seus compromissos, elas recorrem a empréstimos sucessivos. Permanecendo esse círculo vicioso, a empresas será séria candidata à insolvência e, conseqüentemente, à falência. a) endividamento geral ou endividamento total : expressa a proporção de recursos de terceiros financiando o Ativo e, complementarmente, a fração do Ativo que está sendo financiada pelos recursos próprios. Valores em R$
2010 Ativo Circulante Realizável a Longo Prazo Permanente Passivo Circulante Exigível a Longo Prazo Patrimônio Liquido
650.000 40.000 140.000 280.000 150.000 400.000
2009 580.000 50.000 160.000 340.000 100.000 350.000
Ainda:
2010 Estoque Disponível
2009 440.000 ------------ = 0,56 790.000
420.000 10.000
2009 390.000 40.000
2010 430.000 ------------- = 0,52 830.000
56% dos Recursos Totais originam-se de Capitais de Terceiros, idem 52%. 56% do Ativo é financiado com Capital de Terceiros , idem 52%. Em 2009, dos recursos investidos no Ativo, 56% provêm de terceiros, e o restante (44%) é próprio. Há predominância de capitais de terceiros na empresa. A empresa deve a curto / longo prazo 56% do seu Ativo. De 2009 para 2010, houve um pequeno decréscimo no endividamento.
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b) Relações entre as Fontes de Recursos ou Grau de Endividamento ou Participação de Capitais de Terceiros : revela qual a proporção existente entre Capitais de Terceiros e Capitais Próprios, isto é, quanto a empresa utiliza de Capitais de Terceiros (Passivo Exigível) para cada real de Capital Próprio (Patrimônio Líquido). Se multiplicarmos o quociente obtido por 100, obteremos a resposta em porcentagem, ou seja, quanto a empresa utiliza de Capitais de Terceiros para cada R$ 100 do Patrimônio Líquido. Índice igual a 100%, então capital de terceiros igual ao capital próprio. Índice maior que 100%, então existe a predominância de capitais de terceiros. Índice menor que 100%, então o capital próprio supera as obrigações com terceiros.
2009 440.000 ------------ = 1,26 ou 126% 350.000
2010 430.000 ------------- = 1,08 ou 1,08% 400.000
Há predominância de Capital de Terceiros na empresa. Em 2009, para cada 100 de Capital Próprio (PL), a empresa possuía 126 de Capitais de Terceiros. De 2009 para 2010, houve um decréscimo na Participação de Capitais de Terceiros. Quanto menor for esse índice, mais capitalizada e, conseqüentemente, mais tranqüila será a situação da empresa. A análise desse índice por vários exercícios evidencia a política de obtenção de recursos da empresa: está mantendo uma maior dependência de Capital de Terceiros ou está utilizando predominantemente Capital Próprio?
c) Garantia do Capital Próprio ao Capital de Terceiros : este índice é o contrário do Grau de Endividamento, que é CT/PL. Indica a garantia ao Capital de Terceiros oferecida pelo Capital Próprio. 2009 350.000 ------------ = 0,80 para 1 440.000
2010 400.000 ------------- = 0,93 para 1 430.000
Para cada 1,00 de Capital de Terceiros, há 0,80 de Capital Próprio como garantia (2009). A garantia ao Capital de Terceiro oferecido pelo Capital Próprio aumentou para 0,93 em 2010.
d) Composição de Endividamento ou das Exigibilidades (Qualidade da dívida) : compara o montante das dívidas no curto prazo com o endividamento total. Admite-se que quanto mais curto o vencimento das parcelas exigíveis, maior será o risco oferecido pela empresa. Empresas com o endividamento concentrado no Longo Prazo, principalmente decorrente de investimentos efetuados, oferecem situação mais tranqüila no Curto Prazo. 2009 340.000 ------------ = 0,77 ou 77%
2010 280.000 ------------- = 0,65 ou 65% www.maph.com.br
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GESTÃO DE FINANÇAS EMPRESARIAIS © 440.000
430.000
77% dos Capitais de Terceiros vencerão a Curto Prazo, idem 65%. A empresa opera mais com dívidas a Curto Prazo. Essa situação é desfavorável, prejudicando sua Liquidez Corrente (Situação Financeira). Todavia, houve boa melhora de um ano para o outro. Ao multiplicarmos este índice por 100, também podemos interpretá-lo como quanto a empresa terá de pagar a curto prazo para 100 do total das obrigações existentes. De qualquer forma, a interpretação deste índice deverá ser direcionada para verificar a necessidade de a empresa ter ou não de gerar recursos a curto prazo para saldar os seus compromissos. Quanto menor for este índice, maiores serão os prazos que a empresa terá para saldar seus compromissos; em conseqüência, melhor será sua situação financeira atual. Â
Análise: Quantidade x Qualidade da Dívida −
Faremos uma comparação da empresa A com a empresa B
A
B
A empresa A tem um endividamento (60% = 6.000/10.000) alto para os padrões brasileiros; todavia, está no limite dos padrões internacionais. Ainda que o endividamento seja alto (quantidade), podemos dizer que é um bom perfil de endividamento (qualidade), pois praticamente a metade é de longo prazo (menos oneroso e mais tempo para pagar). Por outro lado, a B tem um endividamento baixo (40% = 4.000/10.000), porém de qualidade ruim, pois todo ele vai vencer rapidamente, e seria mais oneroso se houvesse financiamentos de instituições financeiras. A situação financeira da A é mais folgada que a da B no Curto Prazo. Para o Longo Prazo, a empresa A terá tempo de gerar mais Circulante a fim de honrar seus compromissos que demorarão a vencer. e) Imobilização do Patrimônio Líquido (IPL) : exprime o quanto do Ativo Permanente da empresa é financiado pelo Patrimônio Líquido, evidenciando, dessa forma, a maior ou menor dependência de aporte de recursos financeiros para a manutenção de seus negócios.
Valores em R$
2010 Ativo Circulante Realizável a Longo Prazo Permanente Passivo Circulante Exigível a Longo Prazo Patrimônio Liquido
650.000 40.000 140.000 280.000 150.000 400.000 www.maph.com.br
2009 580.000 50.000 160.000 340.000 100.000 350.000 20
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Ainda:
2010 Estoque Disponível
420.000 10.000
2009
2010
160.000 ------------ = 0,46 ou 46% 350.000
2009 390.000 40.000
140.000 ------------- = 0,35 ou 35% 400.000
Indica que, em 2009, a empresa imobilizou 46% de seu Patrimônio Líquido. Sobraram, portanto, em 2009, 54% de recursos próprios para a aplicação no Ativo Circulante (Capital Circulante Próprio), no caso de inexistência de Ativo Realizável a Longo Prazo na empresa. A empresa possui dependência de aporte de capitais de terceiros para a movimentação de seus negócios. De 2009 para 2010, houve decréscimo no grau de Imobilização do Patrimônio Líquido. Outro aspecto evidenciado por este índice é a existência ou não da dependência de capitais de terceiros para financiar o Ativo Circulante. Se todo o Patrimônio Líquido for utilizado para financiar o Ativo Permanente, não existindo Capital Circulante Próprio, significará que todo o Ativo Circulante mais o Realizável a Longo Prazo foram financiados somente com recursos de terceiros. Em princípio, esse fato não indica situação favorável. Sempre que esse quociente for inferior a 1 ou menor que 100%, indicará que a entidade não imobilizou todo o seu Patrimônio Líquido, existindo, então, o Capital Circulante Próprio. Quanto maior for a parcela do Patrimônio Líquido aplicada no Ativo Permanente, menor será a participação dos Capitais Próprios para financiar o Ativo Circulante, e maior será a dependência da entidade em relação ao Capital de Terceiros. Quando houver necessidade de utilizar recursos de terceiros para financiar o Ativo Permanente, como ocorre nas ocasiões de ampliação da empresa, esses recursos devem ser captados para ser pagos a longo prazo, de modo que possam ser remunerados com os lucros obtidos com a própria movimentação dessas imobilizações. Remunerar Capitais de Terceiros investidos no Ativo Permanente com recursos gerados por outras fontes que não os lucros colocará a entidade em situação de insolvência, obrigando-a a trabalhar mais rapidamente para gerar recursos a curto prazo. Por outro lado, é mais fácil conseguir financiamento para obtenção de recursos a fim de investir no Ativo Circulante. Geralmente, esses recursos decorrem da atividade normal da empresa, como contas a pagar a fornecedores, a empregados, ao governo, etc. f) Imobilização dos Recursos Não-Correntes : revela qual a proporção existente entre o Ativo Permanente e os Recursos Não-Correntes, isto é, quanto a empresa investiu no Ativo Permanente para cada real de Patrimônio Líquido mais Exigível a Longo Prazo. A interpretação deste índice deve ser direcionada para verificar se o Capital Circulante Próprio Negativo (ocorre quando o Patrimônio Líquido é inferior ao Ativo Permanente) foi compensado por empréstimos a longo prazo. www.maph.com.br
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GESTÃO DE FINANÇAS EMPRESARIAIS ©
2009
2010
160.000 ------------------------ = 0,36 ou 36% 350.000 + 100.000
280.000 ------------------------ = 0,25 ou 25% 400.000 + 150.000
Indica que, em 2009, a empresa imobilizou 36% de seu Patrimônio Líquido e do Passivo Exigível a Longo Prazo. Nesse ano, para cada real de Patrimônio Líquido mais Exigível a Longo prazo, a empresa investiu no Ativo Permanente 0,36. De 2009 para 2010, essa relação baixou para 0,25 de Recursos Não-Correntes aplicados imobilizados no Ativo Permanente. Em qualquer circunstância, o ideal é que o Patrimônio Líquido seja suficiente para financiar todo o Ativo Permanente e ainda uma parte do Ativo Circulante. Essa folga garante à empresa liberdade para tomada de decisões, sendo benéfica para sua situação financeira. Quando o excesso de imobilizações sobre o Patrimônio Líquido for financiado por obrigações do Passivo Circulante, a empresa poderá enfrentar sérios problemas de solvência. Por isso, esse quociente não deve ser superior a 1 ou a 100%, para que não haja obrigações de curto prazo financiando o Ativo Permanente. Quando a análise do Índice de Imobilização do Patrimônio Líquido indicar a existência de Capital Circulante Próprio Negativo, haverá forte evidência de que a situação financeira da empresa não é boa. Entretanto, não se pode concluir que a empresa atravessa momentos de desequilíbrio financeiro, pois a interpretação do Quociente de Imobilização dos recursos Não-Correntes poderá revelar a existência de um quadro mais ameno. Finalmente, mesmo quando a interpretação desses quocientes evidenciar tendência de desequilíbrio financeiro, para saber se a empresa encontra-se ou não em situação de insolvência, será preciso interpretar os Quocientes de Liquidez. g) Passivo Oneroso sobre Ativo (POSA) : este índice mostra a participação das fontes onerosas de capital no financiamento dos investimentos totais da empresa, revelando sua dependência a instituições financeiras.
Exigível a longo Prazo Ativo Circulante + Realizável a Longo Prazo + Permanente
2009 100.000 ------------ = 0,13 ou 13% 790.000
2010 150.000 ------------- = 0,18 ou 18% 830.000
Os índices calculados para o POSA indicam que houve um aumento nesses índices de 2009 para 2010. Deve-se ponderar o custo financeiro incidente sobre o valor do financiamento a longo prazo, www.maph.com.br
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GESTÃO DE FINANÇAS EMPRESARIAIS © bem como sua finalidade. Deve-se observar que quanto maior for esse índice, maiores serão as despesas financeiras incorridas, influenciando o resultado do exercício. Voltar ao Sumário
8. ÍNDICES DE RENTABILIDADE Expressar a rentabilidade em termos absolutos tem utilidade informativa bastante reduzida. Afirmar que a X teve lucro, digamos de 5 bilhões em 20___, ou que a Empresa Y teve lucro de 200 mil, no mesmo período, pode impressionar no sentido de que todo mundo vai perceber que a X é uma empresa muita grande e a outra, muito pequena, e só; não refletirá, todavia, qual das duas deu o maior retorno. A combinação de itens do Ativo é que gera receita para a empresa. Na verdade, o Ativo significa investimentos realizados pela empresa a fim de obter receita e, por conseguinte, lucro. Assim, www.maph.com.br
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GESTÃO DE FINANÇAS EMPRESARIAIS © podemos obter a Taxa de Retorno sobre Investimentos. Isso representa o poder de ganho da empresa: quanto ela ganhou por real investido. Na situação anterior, obtivemos um índice que medirá a eficiência da empresa em gerar resultados; podemos também, do ponto de vista do empresário, observar que o retorno (lucro) está remunerando satisfatoriamente o capital investido no empreendimento. Uma vez que os recursos dos empresários estão evidenciados no Patrimônio Líquido, calcularemos a Taxa de Retorno do Patrimônio Líquido, também conhecida como Return On Equity (ROE). 8.1 Aspectos a serem observados no cálculo da Rentabilidade Quando compararmos lucro com Ativo, ou lucro com Patrimônio Líquido, devemos considerar dois aspectos: a) muitos conceitos de lucro poderão ser utilizados: Lucro Líquido, Lucro Operacional, Lucro Bruto, etc. É imprescindível que o numerador seja coerente com o denominador. Se utilizarmos o Lucro Líquido no numerador, utilizaremos o Ativo Total no denominador. Utilizando o Lucro Operacional no numerador, utilizaremos Ativo Operacional (representa o total do Ativo excluído das aplicações que não estão gerando lucro, como gastos préoperacionais) no denominador, e assim sucessivamente. b) tanto o Ativo como o Patrimônio Líquido, utilizados no denominador para cálculo da Taxa de Retorno (TRI e TRPL), poderiam ser o médio: A razão é que nem o Ativo Final nem o Ativo Inicial geraram o resultado, mas a média do Ativo utilizado no ano. O mesmo para o Patrimônio Líquido. Todavia, para fins de Análise Horizontal, o cálculo com o Ativo ou Patrimônio Líquido final é válido. Os índices de Rentabilidade são avaliados pelo critério de “quanto maior, melhor”. a) Taxa de Retorno sobre Investimentos (TRI) ou Rentabilidade dos Investimentos (RI) ou Rentabilidade do Ativo Total (RA) ou Poder de Ganho da Empresa (PGE) (do ponto vista da empresa) : evidencia o potencial de geração de lucros por parte da empresa, isto é, quanto a empresa obteve de lucro líquido para cada real de investimentos totais. A interpretação desse índice deve ser direcionada para verificar o tempo necessário para que haja retorno dos Capitais Totais (Próprios e de Terceiros). O conhecimento do tempo necessário para que haja retorno dos Capitais Próprios e de Terceiros investidos na empresa pode ser obtido por intermédio dos seguintes procedimentos:
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− −
−
multiplica-se o quociente por 100 (cem), para se obter a resposta em porcentagem; por intermédio de regra de três, conhece-se a quantidade de anos necessários para que haja retorno do capital investido; suponhamos, por exemplo, que em uma determinada empresa o Quociente de Rentabilidade do Ativo seja igual a 0,25. Para conhecermos o tempo necessário para o retorno dos Capitais Totais investidos na empresa, faremos: a) 0,25 x 100 = 100% b) 1 ano = 25% X anos = 100% onde X = 1 x 100 ---------- = 4 anos 25
Com base na lucratividade de 25% ao ano, essa empresa necessitará de apenas 4 anos para dobrar o valor dos Capitais Totais investidos, contando apenas com os lucros apurados. −
Vamos admitir dados da XYZ Ltda.
Poder de ganho da empresa: para cada 1,00 investido, há um ganho de 0,20. Isso significa que, em média, haverá uma demora de cinco anos para que a empresa obtenha de volta seu investimento (100%/20%), ou seja, o payback do investimento total é calculado dividindo-se 100% pelo TRI (payback = Tempo Médio do Retorno). b) Taxa de Retorno sobre o Patrimônio Líquido (TRPL) ou Rentabilidade do Patrimônio Líquido (RPL) (do ponto vista da empresa) : revela qual foi a taxa de rentabilidade obtida pelo Capital Próprio investido na empresa, isto é, quanto a empresa ganhou de lucro líquido para cada real de Capital Próprio investido. A RPL mede a remuneração dos capitais próprios investidos na empresa, ou seja, quanto foi acrescentado em determinado período ao patrimônio dos sócios. Do ponto de vista de quem investe numa empresa, este é o índice mais importante. Permite, além de avaliar a remuneração do capital próprio, analisar se esse rendimento é compatível com alternativas de aplicação, como caderneta de poupança, CDBs, Letras de Câmbio, Ações, Aluguéis, Fundos de Investimentos, etc. Um investidor, avaliando a RPL, poderá optar por uma aplicação no mercado financeiro em vez de aplicar numa empresa que está oferecendo baixa rentabilidade. Em nosso país, deveremos ter como base para comparação o rendimento do Ativo Financeiro de menor risco, que no caso é a poupança. Não se pode conceber um retorno de investimento empresarial, cujo conteúdo de risco é significativo, que seja igual ou inferior ao rendimento da poupança garantida pelo governo. Esse indicador conjuga todos os demais indicadores de rentabilidade, lucratividade e de atividades, numa expressão final: o quanto ganhamos . A interpretação desse índice deve ser direcionada para verificar qual é o tempo necessário para se obter o retorno do Capital Próprio investido na empresa, ou seja, quantos anos serão necessários para que os proprietários obtenham de volta o valor do Capital que investiram na empresa. Esse www.maph.com.br
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GESTÃO DE FINANÇAS EMPRESARIAIS © tempo pode ser calculado da mesma maneira que se calcula o tempo de retorno do Capital Total analisado no item anterior. Poder de ganho dos proprietários: para cada 1,00 investido pelos proprietários, há um ganho de 0,25. Significa, em média, que demorará quatro anos para a empresa recuperar seus investimentos (payback dos proprietários). 8.2 Análise da rentabilidade da empresa x rentabilidade do empresário (ROI x ROE) Em inglês, ROI é Return On Investiment (Retorno sobre Investimento, que é a mesma coisa que Retorno sobre o Ativo ou TRI); ROE é Return On Equity (Retorno sobre o Capital Investido pelos proprietários, que é a mesma coisa que Retorno sobre Patrimônio Líquido ou TRPL). Assim: A rentabilidade é medida em função dos investimentos. As fontes de financiamento do Ativo são Capital Próprio e Capital de Terceiros. A administração adequada do Ativo proporciona maior retorno para a empresa. Por outro lado, os donos da empresa querem saber quanto esse retorno (LL) representa em relação ao capital que eles investiram. É possível que essas duas formas de medir rentabilidade pareçam a mesma coisa, sem trazer grande contribuição para tomada de decisão. No entanto, o exemplo a seguir esclarece decisivamente a importância da análise por dois ângulos (visão da empresa x visão do empresário). Admitamos que a XYZ Ltda., no ano 1, obteve um lucro de 185.162,00, tendo o seguinte Balanço Patrimonial: Admitamos que o gerente do Banco XPTO ofereça um crédito de 700.000,00 por um ano, renovável. Feitos diversas simulações pela empresa XYZ. Admitindo-se que a empresa aceite os 700.000,00 emprestados do Banco XPTO (ela pressupõe todas as alternativas de usar os recursos emprestados tanto no Ativo Circulante como no Ativo Permanente): a melhor alternativa é um acréscimo no lucro de 50.000,00 se aplicar 400.000,00 no Circulante e 300.000,00 no Permanente. Partindo do pressuposto de que a empresa distribuiu todo o lucro em forma de dividendos, você concordaria em aceitar esse empréstimo? −
Analisando-se como ficaria o Balanço Patrimonial da empresa:
−
Quadro de índices
Observa-se que, nesse caso, para o proprietário, a aquisição do empréstimo é bom negócio, pois aumenta rentabilidade de 25% para 32%, reduzindo o payback em um ano. Todavia, do ponto de vista do administrador, cai a liquidez, aumenta o endividamento e reduz o payback da empresa em mais de dois anos. Parece que esse empréstimo faria o proprietário mais rico e a empresa mais pobre. Assim, do ponto de vista gerencial, não é interessante aceitar esse empréstimo, pois os índices piorariam.
c) Margem Bruta (MB): indica a porcentagem do remanescente da Receita Operacional Líquida após a dedução dos Custos das Vendas. www.maph.com.br
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Lucro Bruto x 100 Receita Operacional Líquida d) Margem Operacional de Lucro (MOL) : avalia o ganho operacional da empresa em relação ao faturamento, indicando, percentualmente, o que restou da Receita Operacional Líquida após a dedução das despesas operacionais. A MOL corresponde ao ganho puro das operações, pois o percentual apurado dessa margem não considera as despesas e receitas financeiras e tampouco o Imposto de Renda. Representa quanto a empresa obtém de lucro operacional para cada 100,00 vendidos. MOL = Lucro Operacional Líquido x 100 Receita Operacional Líquida e) Margem Líquida (ML): revela a margem de lucratividade obtida pela empresa em função do seu faturamento, isto é, quanto a empresa obteve de lucro líquido para cada real vendido. Indica o percentual da Receita Operacional Líquida que restou após deduzidas todas as despesas e computados os resultados não operacionais, a provisão para o imposto de renda e as participações estatutárias. ML = Lucro Líquido X 100 Receita Operacional Líquida f) Rotação do Ativo (RA) ou Giro do Ativo (GA) : apesar de não representar um índice essencialmente de rentabilidade, o estudo da rotação ou “giro” do Ativo constitui um aspecto importante para o entendimento da rentabilidade do investimento. Este índice indica quantas vezes, durante o período, o Ativo Total da empresa girou, Em outras palavras, comparando o faturamento do período com o investimento total, indica quantas vezes a empresa conseguiu “vender o seu Ativo”. Representa quanto a empresa vendeu para cada 1,00 de investimento total. A interpretação desse índice deve ser direcionada para verificar se o volume de vendas realizadas no período foi adequado em relação ao Capital Total investido na empresa. RA = Receita Operacional Líquida ou Vendas Líquidas Ativo Total Médio Ativo Total Como os gastos efetuados pelas empresas para o desenvolvimento normal de suas atividades variam em função do ramo de atividade por elas exercido, também o volume de vendas ideal para cada empresa dependerá de seu ramo de negócio. O ideal é que esse índice seja superior a um, caso em que estará indicando que o volume das vendas superou o valor investido na entidade. Â
Exemplo
No exercício de 20__ a empresa A tenha efetuado vendas líquidas no valor de 60.000,00 para um Capital Total investido no Ativo igual a 20.000,00. A empresa B, no mesmo período, tenha realizado vendas líquidas no valor de 300.000,00 para um Capital Total investido no Ativo igual a 450.000,00. Aparentemente, a empresa B realizou melhores negócios, pois o volume das suas vendas líquidas correspondeu a cinco vezes o volume das vendas líquidas da empresa A. Entretanto, se compararmos o volume das vendas realizadas com o valor dos investimentos totais efetuados na empresa, concluiremos que a empresa A foi a que alcançou melhores resultados, pois suas vendas corresponderam a três vezes o valor do Capital Total investido, ao passo que a www.maph.com.br
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GESTÃO DE FINANÇAS EMPRESARIAIS © empresa B não conseguiu girá-lo uma só vez. É evidente que outros aspectos precisam ser considerados, pois, mesmo não conseguindo girar uma só vez o valor do Capital Total investido, a empresa B pode ter obtido maior lucratividade que a empresa A. Por isso, é importante analisar o índice da Margem Líquida. Voltar ao Sumário
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9. BALANÇO PATRIMONIAL 9.1 – Introdução Didática O Balanço Patrimonial é uma demonstração muito usada por usuários externos à empresa. ♦
Exemplo: − − − − −
Bancos; Governo; Fornecedores; Sindicatos e; até mesmo donos de empresas (sócios e acionistas)
Então, Balanço Patrimonial é uma representação gráfica, assim: −
−
poderíamos iniciar relacionando tudo aquilo que a empresa receberá no Curto Prazo (aquilo que será transformado em dinheiro). confrontando com tudo aquilo que será pago no Curto Prazo. Ativo
Passivo
Itens que já são dinheiro ou que serão transformados em dinheiro rapidamente. (Curto Prazo)
Todas as contas que serão pagas rapidamente, no Curto Prazo, ou até 1 ano.
Como essas contas recebidas e pagas rapidamente se renovam (estão sempre girando). Foi dado o nome de circulante, tanto para o Ativo como para o Passivo. −
O grupo seguinte seria o das contas que a empresa espera muito tempo para receber (Ativo), confrontando com as contas que se demora muito para pagar (Passivo). Ativo
Passivo
Circulante Recebe rapidamente _____________________ Recebe lentamente no Longo Prazo
Circulante Se Paga rapidamente ________________________ Demora-se muito tempo para pagar
Se a empresa espera muito tempo para receber, poderíamos chamar esse grupo de Realizável a Longo Prazo. E, por outro lado, demora-se muito para pagar significa um Exigível a Longo Prazo.
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−
Assim, no Passivo, temos: contas que se pagam rapidamente e contas que vão demorar muito tempo para se pagar. Consequentemente, o terceiro grupo será de contas que não serão pagas. É o caso do Patrimônio Liquido: enquanto a empresa estiver em um processo de continuidade, não precisa pagar (Não Exigível) a seus donos.
9.2 Ativo
ATIVO Circulante (1) Será transformado em dinheiro rapidamente Realizável a Longo Prazo (2) Espera-se muito tempo para receber Permanente (3) Normalmente não se vende, não se recebe ois é ara uso.
1. O que recebemos rapidamente. 2. O que vamos demorar a receber. 3. O grupo de itens que a empresa não receberá, pois não estão a venda, mas destinados ao uso e à renda. Esses itens permanecem muito tempo dentro da empresa, daí serem chamados de Permanente. 9.2.1 Grupos de Contas do Ativo ♦
Ativo Circulante − − − − −
♦
Realizável a longo prazo −
♦
Disponível (caixa e bancos). Contas a Receber (duplicatas). Estoques (matéria-prima). Investimento Temporário. Provisão para Devedores Duvidosos (-)
os empréstimos ou adiantamentos concedidos as sociedades coligadas ou controladas, a diretores, acionistas, etc. Além dos títulos a receber a longo prazo.
Permanente: − −
Prédios, instalações, equipamentos, móveis, utensílios, etc. (-) Depreciação do Permanente.
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9.3 Passivo PASSIVO Circulante (1) será pago rapidamente, no Curto Prazo Exigível a Longo Prazo (2) demora-se muito tempo para pagar Patrimônio Líquido (3) não precisa pagar enquanto a empresa estiver em continuidade.
1. As contas que serão liquidadas rapidamente. 2. Aquelas contas que serão pagas num prazo mais longo. 3. E as que são investimentos dos proprietários (capital). 9.3.1 Grupos de Contas do Passivo ♦
Passivo Circulante: −
♦
Exigível a Longo Prazo: −
♦
Contas a pagar (dívidas com fornecedores, impostos, empréstimos, encargos, salários, férias), etc.
São dívidas da empresa que serão liquidadas com prazo superior a um ano (financiamentos, títulos a pagar), etc.
Patrimônio Líquido: −
O PL representa os investimentos dos proprietários (capital) mais o lucro acumulado, no decorrer dos anos retido na empresa, ou seja, não distribuídos e ainda não incorporado ao Capital. Ainda encontramos as reservas.
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9.4 Visão Sintética do Balanço Ativo
Passivo e Patrimônio Liquido
Circulante
Circulante
são as contas que estão constantemente em giro – em movimento – sendo que a conversão em dinheiro será, no máximo, no próprio exercício social.
são obrigações exigíveis que serão liquidadas no próximo exercício social: nos próximos 365 dias após o levantamento do Balanço.
Contas a Receber Realizável a Longo Prazo
Contas a Receber Exigível a Longo Prazo
são bens e direitos que se transformarão em dinheiro um ano após o levantamento do Balanço .
são obrigações exigíveis que serão liquidas com prazo superior a um ano – dividas a longo prazo.
Permanente
Patrimônio Liquido
são bens e direitos que não se destina a venda e tem vida útil.
são os recursos dos proprietários aplicados na empresa. Os recursos significam o Capital mais o seu rendimento Lucros e Reservas.
- Investimentos São as inversões financeiras de caráter permanentes que geram rendimentos que não são necessários à manutenção da atividade fundamental da empresa. - Imobilizado São itens de natureza permanente que serão utilizados para a manutenção da atividade básica da empresa, bens corpóreos. - Intangível São itens de natureza permanente que serão utilizados para manutenção de bens incorpóreos. - Diferido são aplicações que beneficiarão resultados de exercícios futuros.
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9.5 Origens e Aplicações −
−
−
O lado do Passivo , tanto Capital de Terceiros (Passivo Exigível) como Capital Próprio (Patrimônio Líquido), representa toda a fonte de recurso, toda a origem de capital. Nenhum recurso entra na empresa se não for via Passivo ou Patrimônio Líquido.
O lado do Ativo é caracterizado pela aplicação dos recursos originados no Passivo e Patrimônio Líquido.
Se uma empresa pega recurso emprestado de uma instituição financeira, terá uma origem de recurso: Passivo. Este recurso será aplicado em algum lugar no A tivo: estoque, máquinas, caixa.. . Por esta razão que o Ativo será sempre = ao Passivo + Patrimônio Liquido. 9.6 Explicação da expressão balanço patrimonial O termo balanço decorre do equilíbrio:
Ativo = Passivo + PL ou da igualdade de
Aplicações = Origens
expressão patrimonial origina-se do Patrimônio Global da empresa, ou seja, o conjunto de bens, direitos e obrigações. Assim surge a expressão: Patrimônio Líquido, que significado a parte residual do patrimônio, a riqueza líquida da empresa. Voltar ao Sumário
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10. CONTAS A RECEBER O sistema de controle de Contas a Receber tem como função principal acompanhar os recebimentos “DIREITOS” da empresa. 10.1 Controle de Contas a Receber Possibilita o conhecimento dos seguintes pontos:
−
Montante dos valores a receber; Contas vencidas e a vencer; Clientes que não pagam em dia; Como programar suas cobranças.
♦
Modelo
− − −
10.1.1 Importância do Controle de Contas a Receber − −
− −
−
Conhecer clientes que pagam em dia; Conhecer o montante a receber em um determinado período, possibilitando comprometer estes valores em algum compromisso financeiro da empresa; Ajuda a programar cobranças; Conhecer o perfil de cada um dos seus clientes e saber quais são responsáveis pela maior parte de seu faturamento; Fornecer informações para elaboração do fluxo de caixa da empresa.
10.2 Administração das Duplicatas a Receber Vender à prazo implica conceder crédito aos clientes. A empresa entrega mercadorias ou presta serviços em certo momento e o cliente assume o compromisso de pagar o valor correspondente em uma data futura. Além dos riscos de atrasos e de perdas por falta de pagamento, as vendas a prazo provocam despesas adicionais com análise de crédito e cobrança. Apesar destes riscos e custos verifica-se www.maph.com.br
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GESTÃO DE FINANÇAS EMPRESARIAIS © que parcela significativa das transações comerciais é realizada a crédito. Em suas diversas modalidades, o crédito ao consumidor é largamente utilizado pelo comércio varejista. Praticamente todas as transações realizadas entre empresas, envolvendo mercadorias e prestação de serviços, estão assentadas no crédito comercial ou mercantil. As empresas concedem crédito para ampliar seu nível de operações, obter ganhos de escala, absorver melhor os custos fixos e, assim, maximizar a rentabilidade. A concessão de prazo para pagamento favorece o escoamento da produção industrial, aumenta o giro dos estoques do comércio e permite as empresas prestadoras de serviços ampliarem suas atividades. Os saldos das duplicatas a receber geralmente têm participação elevada no ativo circulante. Representando a parcela ainda não liquidada dos créditos concedidos, esses saldos poderiam ser desdobrados em custos das vendas (ou dos serviços prestados), impostos sobre vendas e lucro bruto. Deste modo ao converter os estoques em duplicatas a receber, as empresas continuam suportando os custos incidentes sobre os recursos investidos nas operações. As Duplicatas a Receber constituem um ativo de elevada liquidez pois podem ser descontadas nos bancos ou servirem de garantia no levantamento de novos empréstimos. 10.3 Custos e Riscos Conceder créditos aos clientes representa assumir custos e risco que não existem nas vendas a vista, tais como: − − − − −
Despesas com a análise do potencial de crédito dos clientes Despesas com cobrança das duplicatas Risco de perdas com créditos incobráveis Custo dos recursos aplicados em conta a receber Perda do poder aquisitivo do valor dos créditos em decorrência do processo inflacionário.
O departamento de Contas a Receber (cobrança), provocam despesas com seu pessoal, com instalações, com vistas aos clientes, com serviços de agências de informações cadastrais, com escritórios especializados em cobranças judiciais etc. Deste modo, os recursos envolvidos nas transações a prazo são superiores àqueles das transações a vista e os respectivos preços de venda deveriam refletir essa diferença. Entretanto, observa-se que o desconto para pagamento à vista geralmente não refletem a ausência de todos os custos e riscos apontados. Isso ocorre pois em cada ramo dos negócios existem prazos adicionais calçados no ciclo de produção e vendas da clientela e as empresas consideram que não adiantam tentar incentivar as vendas a vista em face das condições do mercado em que atuam. Devido ao fato de concederem créditos aos seus clientes e contarem com recursos limitados, as empresas exigem prazos de seus fornecedores, mesmo que por isso tenham que pagar mais. Assim, o crédito comercial irradia-se por todo o sistema econômico.
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10.4 Gestão dos Recursos Ao mesmo tempo em que se preocupa em alcançar um nível adequado de receitas de vendas, a administração financeira tenta minimizar os recursos aplicados em Duplicatas a Receber, objetivando maximizar a taxa de retorno global. Pode-se avaliar a eficiência na gestão dos recursos aplicados nas Duplicatas a Receber através do cálculo de seu giro ou rotação, como segue: 10.4.1 – Giro das Duplicatas a Receber Giro das duplicatas (=) Receitas brutas das vendas a prazo Saldo médio das duplicatas a receber Resultado = N o de vezes no período −
−
−
Para maior vigor no cálculo desta fórmula e das demais a seguir deve ser subtraídas das Receitas Brutas de Vendas a Prazo os valores das devoluções e abatimentos correspondentes. Quando dispomos apenas do saldo inicial e final do período, calculamos a média desses dois saldos e esta poderá não refletir adequadamente o comportamento dos saldos mensais intermediários, principalmente quando estes estiverem sujeitos a influências sazonais. Um giro elevado representa maior eficiência na gestão dos fundos aplicados no financiamento das vendas a prazo e vice-versa.
10.4.2 – Prazo Médio de Cobrança O prazo médio de cobrança pode ser calculado utilizando o giro de Duplicatas a Receber ou apurado diretamente: Prazo Médio de Cobrança (=) Nº Dias do Período Giro das Duplicatas a Receber Resultado = No Médio de Dias Prazo Médio de Cobrança (=) Saldo Médio das Duplicatas a Receber Receitas Brutas de Vendas a Prazo Nº Dias do Período Resultado = No Médio de dias
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GESTÃO DE FINANÇAS EMPRESARIAIS © Prazo Médio de Cobrança (=) Saldo Médio das x Nº Dias Duplicatas a Receber do Período Receitas brutas das vendas a prazo Resultado = No Médio de Dias Â
Exemplo: A empresa XPTO Ltda. tem as seguintes demonstrações: BALANÇO PATRIMONIAL Saldos em 31 de dezembro
Ativo Circulante Caixa e Bancos Duplicatas a Receber Diversos Realizável a LP Permanente Imobilizado (-) Depreciação Acum. Total do Ativo
2010 12.250 5.850 5.200 995 6.800 9.000 (2.200) 19.050
2009 9.000 4.200 3.600 1.076 3.500 5.000 (1.500) 12.500
2008 6.000 3.120 2.400 373 4.000 5.000 (1.000) 10.000
BALANÇO PATRIMONIAL Saldos em 31 de dezembro
Passivo Circulante Fornecedores Empréstimo Bancário Salários Diversos Exigível a LP Patrimônio Liquido Capital Social Reservas Lucros Acumulados Total do Passivo
2010 10.550 3.540 5.100 1.000 910 1.800 6.700 5.000 410 1.290 19.050
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2009 6.550 2.400 2.300 800 1.050 5.950 4.000 468 1.482 12.500
2008 5.000 1.580 2.300 700 420 5.000 4.000 400 600 10.000
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GESTÃO DE FINANÇAS EMPRESARIAIS © EMPRESA XPTO LTDA Demonstração de Resultado do Exercício Saldos em 31 de dezembro 2010 2009 Receita Bruta Operacional
24.120
21.960
Deduções sobre Vendas
(4.320)
(3.960)
(4.100) (220)
(3.730) (230)
Receita Operacional Líquida
19.800
18.000
Custo das Mercadorias Vendidas
(13.200)
(12.000)
Lucro Bruto
6.600
6.000
Despesas Operacionais Despesas com vendas Despesas gerais e Adm. Despesas de depreciação
(3.700) (990) (2.010) (700)
(3.368) (900) (1.968) (500)
Lucro Operacional
2.900
2.632
Despesas Financeiras
(1.350)
(552)
Lucro Antes do IR
1.550
2.080
(550)
(730)
ICMS Devoluções
IR e CSL Lucro Líquido
♦
1.000
1.350
Vejamos
Giro das duplicatas (=) Em 2009
21.960 – 230 21.730 --------------------------- = ------------ = 5,94 vezes (3.120 + 4.200) / 2 3.660
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GESTÃO DE FINANÇAS EMPRESARIAIS © Em 2010
24120 – 120 23.900 --------------------------- = ------------ = 4.76 vezes (4.200 + 5.850) / 2 5.025
Prazo Médio de Cobrança Em 2009
3.660 x 360 dias --------------------------- ou 21.730
360 dias --------------- = 60,6 dias 5.94 vezes
Em 2010
5.025 x 360 dias --------------------------- ou 23.900
360 dias --------------- = 75,6 dias 4,76 vezes
10.4.3 Análise Prazo Médio de Cobrança −
−
Houve queda no giro das duplicatas a receber (resultado ruim) de 5,94 vezes em 2009 para 4,76 vezes em 2010. Aumentou de 15 dias no prazo médio de cobrança (resultado ruim), sendo de 60,6 dias em 2009 para 75,6 em 2010.
−
Duplicata a receber cresceu 39%.
−
A Receita Bruta cresceu 10% (mais clientes compraram a prazo).
As vendas a prazo de uma empresa devem seguir uma política de crédito que seja adequada ao perfil da sua atividade, uma vez que, conceder crédito significa assumir custos e riscos inexistentes na modalidade de vendas à vista. Por outro lado, a concessão de prazo propicia a ampliação dos níveis operacionais, ganho de escala, além do favorecimento do escoamento da produção, aumento do giro dos estoques e permissão da ampliação das atividades das empresas prestadoras de serviços. A conta clientes ou duplicatas a receber, geralmente tem valor relevante no ativo circulante, representando custos de produção e vendas, impostos sobre vendas e lucro bruto ainda não realizado, porque ao converter estoques em créditos a receber, as empresas continuam suportando os referidos custos que têm incidência direta sobre os saldos a receber. O indicador de prazo médio de recebimento indica o tempo decorrido, em média, entre a venda de seus produtos e o efetivo ingresso de recursos. O ideal é que o recebimento das vendas efetue-se no menor prazo possível.
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GESTÃO DE FINANÇAS EMPRESARIAIS © 10.5 Políticas de Crédito e de Cobrança A política de crédito de uma empresa fornece os parâmetros que determinam se deve ou não ser concedido crédito a um cliente e, em caso afirmativo qual o valor do limite de crédito a ser atribuído. A análise de crédito envolve o levantamento de informações sobre o cliente que poderiam ser classificadas através do que se convencionou denominar pelos “C´s do Crédito”, a saber: a) Caráter: refere-se à intenção do devedor em pagar suas dívidas, independente de haver ou não condições de fazê-lo. As informações cadastrais obtidas junto a bancos, fornecedores e agências especializadas permitem conhecer os hábitos de pagamento (é pontual, costuma pagar com..., dias de atraso, só tem pagos os títulos pagos em cartório, tem títulos protestados, etc.). b) Capacidade: relacionada com a competência dos administradores e com o potencial de produção e de vendas de uma empresa. c) Condições: relativa a fatores externos e macroeconômicos, envolvendo: sazonalidade do produto, efeitos da moda sobre a continuidade do negócio, essencialidade do produto, influência de outro ramo de atividade, sensibilidade do próprio ramo a problemas de liquidez e outros, porte da empresa em relação a outras do mesmo ramo ou de outros ramos. d) Capital: refere-se à situação econômico-financeira da empresa. e) Colateral: compreende as garantias reais ou pessoais oferecidas. f) Conglomerado: situação das demais empresas do grupo e também dos controladores que poderá justificar a concessão de crédito a uma empresa em má situação ou arrastar a insolvência uma boa empresa. Deste modo à concessão de crédito demandará: a) Análise dos demonstrativos financeiros do cliente, inclusive das demais empresas do grupo, atentando para a fidedignidade dos dados apresentados (assegurada pelo parecer dos auditores independentes); b) Consulta às fontes de referência cadastral (fornecedores, bancos, agências especializadas, etc.); c) Visita às instalações da empresa e entrevista com os principais executivos para aferir o nível de organização, a capacidade gerencial etc. Não se pode aplicar muito tempo no levantamento e análise dessas informações, sob a pena de o cliente desistir da compra ou do custo das investigações tornar-se muito elevado em face do valor do crédito. Uma política de crédito rigorosa envolverá menos despesas com os departamentos de crédito e de cobrança, menor índice de atrasos e de perdas com duplicatas incobráveis, mas também menor volume de vendas. Alguns clientes que costumam liquidar suas duplicatas em atraso seriam rejeitados e provavelmente iriam comprar dos concorrentes. Uma política de crédito liberal provocaria efeitos contrários. Os padrões de crédito da empresa definem os critérios mínimos para a concessão de créditos a cada cliente. Ao se avaliar a possibilidade de se afrouxar os padrões de crédito, deve-se atentar www.maph.com.br
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GESTÃO DE FINANÇAS EMPRESARIAIS © para os seguintes aspectos básicos: incrementos no volume de vendas, no investimento em duplicatas a receber e nas perdas com devedores incobráveis. A eficiência e o volume de trabalho do departamento de cobrança dependerão: − − − −
De a política de crédito ser rigorosa ou liberal Da qualidade das análises e avaliações realizadas pelo departamento de crédito; Da presteza com que forem tomadas as providências contra clientes em atraso; e Do poder de pressão da empresa sobre tais clientes.
Os dispêndios com a cobrança reduzirão o nível de inadimplentes até certo ponto, a partir do qual as perdas deverão ser atribuídas à política de crédito adotada e à eficiência do departamento de crédito. O ciclo financeiro somente é fechado com o recebimento das duplicatas; daí a concessão do crédito e os procedimentos de cobrança serem controlados diretamente pela área financeira. Voltar ao Sumário
11. CONTAS A PAGAR www.maph.com.br
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GESTÃO DE FINANÇAS EMPRESARIAIS © O sistema de controle de Contas a Pagar tem como função principal acompanhar os compromissos “OBRIGAÇÕES” da empresa. O compromisso que a empresa assume perante a terceiros deve ser baseado em documento, podendo ser uma cópia da nota fiscal, duplicata, boleto de cobrança bancária, formulário simples de pedido ou orçamento, cópia de cheque pré-datado ou formulário interno em que conste pelo menos o nome do credor, o valor e a data do compromisso, ser registrado em uma planilha, formulário ou outro documento, de tal sorte que permita com uma passada de olhos conhecer todos os compromissos vincendos, suas datas e valores bem como o seu montante. 11.1 Controle de Contas a Pagar Possibilita que o empresário fique permanentemente informado sobre: − − −
Vencimento dos compromissos; Como estabelecer prioridades de pagamento; Montante dos valores a pagar. ♦
Modelo
11.1.1 Importância do Controle de Contas a Pagar −
−
−
− − −
Contribuir para que a empresa conheça quais são os seus principais fornecedores e quais respondem pela maior parte de seus abastecimentos; Conhecer o montante a pagar para um determinado período, possibilitando prever o volume de receita necessária para cumprir com os compromisso financeiro da empresa junto aos fornecedores; Ajudar a programar os pagamentos diversos; Ajudar a lembrar e a controlar os compromissos a saldar; Fornecer informações que ajudarão a priorizar os pagamentos da empresa; Fornece informações para elaboração do fluxo de caixa da empresa.
11.4.2 – Prazo Médio de Pagamento www.maph.com.br
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GESTÃO DE FINANÇAS EMPRESARIAIS © O prazo médio de pagamento é o período compreendido entre o momento em que foram efetuados as compras e o momento de seu pagamento. Para esse cálculo utilizaremos a seguinte fórmula: Giro da duplicatas a pagar (=) Saldo médio das duplicatas a pagar Compras bruta a prazo Resultado = No Médio de Dias Prazo Médio de Cobrança (=) Nº Dias do Período Giro das Duplicatas a Pagar Resultado = Prazo médio pagamento
Â
Exemplo: A empresa XPTO Ltda. tem as seguintes demonstrações: BALANÇO PATRIMONIAL Saldos em 31 de dezembro
Ativo Circulante Caixa e Bancos Duplicatas a Receber Diversos Realizável a LP Permanente Imobilizado (-) Depreciação Acum. Total do Ativo
2010 12.250 5.850 5.200 995 6.800 9.000 (2.200) 19.050
2009 9.000 4.200 3.600 1.076 3.500 5.000 (1.500) 12.500
2008 6.000 3.120 2.400 373 4.000 5.000 (1.000) 10.000
BALANÇO PATRIMONIAL Saldos em 31 de dezembro
Passivo Circulante Fornecedores Empréstimo Bancário Salários Diversos Exigível a LP Patrimônio Liquido Capital Social
2010 10.550 3.540 5.100 1.000 910 1.800 6.700 5.000
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2009 6.550 2.400 2.300 800 1.050 5.950 4.000
2008 5.000 1.580 2.300 700 420 5.000 4.000
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GESTÃO DE FINANÇAS EMPRESARIAIS © Reservas Lucros Acumulados Total do Passivo
410 1.290 19.050
468 1.482 12.500
400 600 10.000
EMPRESA XPTO LTDA Demonstração de Resultado do Exercício Saldos em 31 de dezembro 2010 2009 Receita Bruta Operacional
24.120
21.960
Deduções sobre Vendas
(4.320)
(3.960)
(4.100) (220)
(3.730) (230)
Receita Operacional Líquida
19.800
18.000
Custo das Mercadorias Vendidas
(13.200)
(12.000)
6.600
6.000
Despesas Operacionais Despesas com vendas Despesas gerais e Adm. Despesas de depreciação
(3.700) (990) (2.010) (700)
(3.368) (900) (1.968) (500)
Lucro Operacional
2.900
2.632
Despesas Financeiras
(1.350)
(552)
1.550
2.080
ICMS Devoluções
Lucro Bruto
Lucro Antes do IR IR e CSL
(550)
Lucro Líquido
♦
(730) 1.000
1.350
Vejamos
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GESTÃO DE FINANÇAS EMPRESARIAIS © Giro das duplicatas (=) Em 2009
15.900 15.900 --------------------------- = ------------ = 7,99 vezes (1.580 + 2.400) / 2 1.990
Em 2010
17.830 17.830 --------------------------- = ------------ = 6,00 vezes (2.400+3.540) / 2 2.970
Prazo Médio de Cobrança (=) Em 2009
1.990 x 360 dias --------------------------- ou 15.900
360 dias --------------- = 45,0 dias 7,99 vezes
Em 2010
2.970 x 360 dias --------------------------- ou 17.830
360 dias --------------- = 60,0 dias 6,00 vezes
−
Prazo Médio de Pagamento (Planilha). Estoque Final Estoque Inicial Custos das Vendas Compras Liquidas Compras Brutas Duplicatas a Pagar Saldo Inicial Saldo Final Saldo Médio Prazo médio pagto (PMP = (SM x 360) / CB)
EF EI CMV EF – EI + CMV CL / 0,83 (ICMS) SI SF (SI + SF) / 2
2010 5.200 3.800 13.200 14.800 17.830
2009 3.600 2.400 12.000 13.200 15.900
2.400 3.540 2.970 60 dias
1.580 2.400 1.990 45 dias
11.4.3 Análise Prazo Prazo Médio de PMP −
Ampliação do prazo de pagamento (resultado bom) de 45 dias em 2009 para 60 dias em 2010. www.maph.com.br
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GESTÃO DE FINANÇAS EMPRESARIAIS ©
−
Fornecedores aumentaram (cresceu 47%).
−
A Receita Bruta cresceu 10%.
Os saldos de fornecedores ou duplicatas a pagar, representa para a empresa uma fonte de recursos cíclicos, porque são decorrentes do ciclo operacional da empresa, e não representam custo explícito, podendo, dessa forma, a administração financeira mantê-los pelos valores máximos possíveis. O prazo médio de pagamentos representa o tempo, em média, que a empresa vem obtendo de seus fornecedores para pagamento das compras de matérias-primas e / ou mercadorias. “Quanto maior o prazo, melhor”. Voltar ao Sumário
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GESTÃO DE FINANÇAS EMPRESARIAIS ©
12. ADMINISTRAÇÃO DO CRÉDITO E DA COBRANÇA A liquidez da empresa está diretamente relacionada com a administração do Capital de Giro e do Ciclo Financeiro. O Capital de Giro é representado, quase sempre, pelos ativos que são movimentados, tais como: duplicatas ou contas a receber derivadas das vendas a prazo aos clientes e estoques de mercadorias destinadas à venda. O Ciclo Financeiro, por sua vez, é o tempo que a empresa demora em transformar esses ativos em dinheiro. Considerando, por exemplo, que o prazo médio de recebimento das vendas seja 40 dias e o prazo médio de estocagem de mercadorias, 60 dias, o Ciclo Financeiro será de aproximadamente de cem dias. Por outro lado, existem os financiadores espontâneos desses ativos, como fornecedores que financiam o estoque e o governo (impostos e encargos sociais), os funcionários (salários), e algumas entidades (financiamentos de gastos com telefone, água, energia e outras despesas). Eles financiam partes dos valores embutidos nas duplicatas / contas a receber. Partindo do principio que os estoques são totalmente financiados, a definição de uma política de vendas a prazo adequado é fundamental para manter um bom Capital de Giro. Paralelamente a empresa deve desenvolver um eficiente sistema de administração do cadastro, crédito e cobrança, a fim de evitar perdas decorrentes da inadimplência. 12.1 Ficha Cadastral O processo de concessão de crédito para efeito de venda a prazo inicia-se com o preenchimento da Ficha Cadastral, que deve possuir dados completos e atualizados do cliente. −
pessoa física ou jurídica
Recomenda-se atualizá-la, no mínimo, uma vez por ano, ou em eventual revisão do limite de crédito do cliente. A Ficha Cadastral deve estar estruturada e conter informações essenciais, de tal forma que permita uma decisão rápida e segura sobre a concessão de crédito. Regra número um: −
os antecedentes e referencias comerciais e financeiros do cliente devem estar claramente identificados.
Há vários modelos de Ficha Cadastral, sendo comum cada empresa adotar um especifico. Entretanto algumas informações são imprescindíveis e deve constar da Ficha Cadastral. São elas: ♦
Pessoas Jurídicas −
data da fundação da empresa cliente (permite supor a estabilidade com que atua no mercado); www.maph.com.br
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−
−
−
−
♦
cadastro de sócios e diretores; informações econômico-financeiro da organização (podem ser extraídas de um balanço oficial ou impostos recolhidos que indicam o faturamento aproximado); deve-se verificar ainda, se a empresa possui sede própria e qual o valor do imóvel, ou quando paga de aluguel; referenciais comerciais e financeiras também são fundamentais.
Pessoas Físicas −
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−
relação de bens e fonte de renda (são informações extremamente relevantes); solicitar histórico sobre o três últimos empregos, com o objetivo de analisar a estabilidade e o potencial de liquidez do cliente; questionar se reside em casa própria, se possui seguro e automóvel (verificar respectivos valores e ver se os bens estão hipotecados ou alienados); referencias bancarias e comerciais e os cartões de crédito, com seus respectivos valores e limites.
12.1.1 Checagem das informações informações A empresa deve apurar a veracidade de todas as informações repassadas pelo cliente, pois o tomador de credito sempre tende a demonstrar uma situação melhor do que a real. Por isso a checagem da documentação documentação e das informações tem que ser rigorosas. 12.1.2 Restrições Cadastrais As restrições cadastrais devem ser bem analisadas, principalmente, o quanto são relevantes ou não para cada caso, e confrontadas com as informações positivas do cliente. È importante observar valores como também se as restrições são recentes e se há tendências de crescimento. 12.2 Analise e Seleção de crédito A atividade de analise e seleção de crédito aprova ou não a concessão de crédito e determina os limites quantitativos a serem impostos. Cinco fundamentos são usados freqüentemente, que orientam o estudo sobre a capacidade creditícia do cliente. São: ♦
Caráter −
O histórico do solicitante quanto ao cumprimento de suas obrigações financeiras, contratuais e morais. Os dados históricos de pagamentos e quaisquer causas jurídicas pendentes ou concluídas contra contra o cliente são utilizados utilizados na avaliação avaliação de seu caráter. caráter. www.maph.com.br
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Capacidade −
♦
O potencial do cliente para quitar o credito, geralmente medido através de analises de renda / faturamento do solicitante.
Capital −
A solidez financeira do solicitante, conforme indicada pelo seu patrimônio, é freqüentemente utilizada para avaliar o potencial de garantia que o cliente possui.
12.3 Obtenção de Informações externas Com base em informações cadastrais, o financeiro deve checar as referências comerciais e bancarias, alem de colher mais dados históricos do cliente. Outras entidades especializadas devem ser consultadas, a fim de garantir a criação de um cadastro completo. Entidades como Associações de Comerciais, mantêm serviços de informações, que visam à prevenção contra os maus pagadores. Bons exemplos são o SERASA e o SPC. 12.4 Análise e Classificação do Crédito O financeiro também determina não só a concessão de credito como estima o limite Maximo que o cliente pode receber, em determinado período. Valores estabelecidos para evitar a necessidade de verificar o seu crédito a cada vez que fizer uma compra, facilitando o relacionamento da área de venda com o cliente. 12.4.1 Classificação de Crédito Procedimento que através de pontuação, determina o potencial de um solicitante de credito, a partir da média ponderada dos pontos relativos a algumas características financeiras e creditadas de cada cliente. ♦
Exemplo: Tabela de Pontuação
Características Fontes de Renda Pontualidade do Pagamento Referencias de Crédito Residência Própria Tempo de Residência Tempo de Emprego Total
Peso ¹ Fixado 0,25 0,25 0,15 0,15 0,10 0,10 1,00
Pontos ² Atribuídos 80 70 70 100 90 75
Pontuação ³ Ponderada 20,00 17,50 10,50 15,00 9,00 7,50 79,50
¹ Peso Fixado - determinado pela empresa de acordo com a importância de cada característica. ² Pontos Atribuídos - avaliação do analista de credito a partir da analise das informações cadastrais. ³ Pontuação Ponderada - é o resultado da multiplicação do peso pelos pontos. www.maph.com.br
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> 80 pontos De 65 a 80 < 65 pontos
Classificações de Créditos Conceder padrão de crédito Conceder crédito limitado Rejeitar a solicitação de crédito
Veja, a pontuação ponderada de 79,50 está enquadrado no “conceder crédito limitado”, o que indica que deve ser concedido um limite de crédito e prazo mínimos para inicio de transações. O cliente deve ser monitorizado pelo prazo de um ano para revisão dos seus padrões. 12.5 Condições de Crédito (Prazo) Para garantir a lucratividade e um bom fluxo de caixa do negócio, a empresa deve ser cautelosa ao estabelecer os prazos das vendas, levando em conta o custo do dinheiro e o custo tributário. Dessa forma, garante a equivalência entre os diversos prazos indicados. Para tanto, recomenda-se considerar o conceito do valor presente do dinheiro. ♦
Exemplo Valor da venda a vista Custo do dinheiro Custo tributário
= R$ 80,00 => valor presente = 2% ao mês > juros = 20,65 % (PIS,COFINS, ICMS)
Descrição A vista 30 dias 30 / 60 30 / 60 / 90 Valor da Venda 80,00 82,02 83,04 84,08 Por exemplo, se o Preço da Tabela é igual a R$ 100,00, o desconto será o seguinte: Desconto 20% 17,98% 16,96% 15,92% Dessa forma, o valor líquido que a empresa está recebendo de impostos é de 2%, o que representa exatamente o custo do dinheiro (2% x 80,00 = 1,60). Descrição Venda Impostos 20,65% Venda Líquida
A vista 80,00 16,52 63,48
Acréscimo Liquido (65,08 – 63,48)
30 dias 82,02 16,94 65,08 1,60
12.6 Política de Cobrança A política de cobrança abrange os procedimentos utilizados para resgatar as duplicatas a receber quando do vencimento. A sua eficiência pode ser avaliada parcialmente, observando-se o nível de inadimplentes ou dos débitos incobráveis. Esse nível depende não da política de cobrança, mas também da política em que se baseou a concessão de crédito.
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GESTÃO DE FINANÇAS EMPRESARIAIS © 12.6.1 Cronograma dos Vencimentos das Duplicatas Essa é técnica utilizada para avaliar a política de crédito e/ou de cobrança, a qual indica as proporções de saldos de duplicatas a receber, relativamente a períodos específicos de tempo. Na medida em que essa técnica destaca possíveis irregularidades, o financeiro pode determinar as causa de problemas na política de crédito e/ou cobrança. A elaboração de um cronograma de vencimento exige que as duplicatas a receber sejam subdivididas em grupos, de acordo com a data de vencimento. Em geral a subdivisão é feita em bases mensais, cobrindo o período passado de três a quatro meses. ♦
Exemplo Dias
A vencer
Mês emissão Duplicatas Duplicatas a Receber Percentagem do Total
Set./Ago.
60.000,00 60%
Vencidas 1 a 30 Agosto
23.000,00 23%
Vencidas 31 a 60 Julho
13.000,00 13%
Vencidas 61 a 90 Junho
3.000,00 3%
Vencidas + 90 Maio
1.000,00 1%
Total 100.000,00 100%
O quadro mostra que 17% dos valores a receber estão vencidos a mais de 30 dias e 23% estão com atraso entre 1 a 30 dias. Deve ser feito um acompanhamento estático desse cronograma, visando detectar eventuais aplicações de atraso. 12.7 Procedimentos de Cobrança Diferentes tipos de procedimentos de cobrança são empregados, sendo que os mais usuais são: − − − − −
Carta de cobrança Telefonemas Visitas Pessoais Agências de Cobrança Cobrança Judicial
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GESTÃO DE FINANÇAS EMPRESARIAIS © 12.7.1 - Modelo Carta de Cobrança Branda NOME DA EMPRESA DEVEDORA Nome do responsável Endereço Bairro CEP Cidade Estado Cidade, ___ de __________ de ______. Prezado Sr. _____ responsável_______, Permita-nos chamar a sua atenção para a fatura ______ da data ____/____/_____ de valor R$ __________, que permanece vencida, de acordo com nossos registros. Se houver algum problema que esteja impossibilitando este pagamento, por favor nos comunique. Caso contrário, solicitamos pronta quitação do débito referido em _______ dias, através de _______(como o credor deve efetuar o pagamento)__________. O atendimento ao requerido gerará a imediata regularização em nossos arquivos. O pagamento poderá ser efetuado através de _______(como o credor deve efetuar o pagamento. No caso de deposito bancário, informar nome e número do banco, nome e número da agência e número e dígito da conta corrente)__________, seguido do envio do fax do comprovante do depósito para o fax (0XX___) __________, aos cuidados do Sr. _________________(credor responsável)_____________. Atenciosamente,
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GESTÃO DE FINANÇAS EMPRESARIAIS © 12.7.2 Modelo de Carta de Cobrança Intermediária NOME DA EMPRESA DEVEDORA Nome do devedor responsável Endereço Bairro CEP Cidade Estado Cidade, ___ de __________ de ______. Sr. _____ devedor responsável_______, Solicitamos observar a fatura nº ______, de valor __________, com data de vencimento de ____/_____/________. Esta fatura já está vencida, motivo pelo qual solicitamos o pagamento da respectiva duplicata em 24 horas. Como não é usual de sua parte o atraso nos pagamentos, supomos a existência de algum imprevisto. Solicitamos o pagamento em nosso escritório no prazo de ____ dias, à Rua _________(endereço)___________________ das 8:00 h às 18:00 h, no Departamento de Cobrança, sala _______, com Sr. __________ ou Sr. ___________. O horário de funcionamento do Departamento de Cobrança é ininterrupto. Cordiais saudações, _____________ (credor responsável) _______________
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GESTÃO DE FINANÇAS EMPRESARIAIS © 12.7.3 Modelo de Carta de Cobrança Incisiva NOME DA EMPRESA DEVEDORA Nome do responsável Endereço Bairro CEP Cidade Estado Cidade, ___ de __________ de ______.
Ref: SEGUNDO AVISO DE COBRANÇA Sr. _____responsável_______, A fatura tal da data ____/_____/_____ de valor tal permanece vencida, e portanto solicitamos URGENTE quitação da mesma em 48 horas, para evitar descontinuidade na nossa concessão de crédito. O pagamento poderá ser efetuado através de ________(como o devedor deve efetuar o pagamento. No caso de depósito bancário, informar número e nome do banco, número e nome da agência e número e dígito da conta corrente), seguido do envio do fax do comprovante do depósito para o fax (0XX___) ____________, aos cuidados do ___________(credor responsável). Atenciosamente,
_____________ (credor responsável) ______________
Voltar ao Sumário 13. ADMINISTRAÇÃO DOS ESTOQUES www.maph.com.br
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Os estoques de mercadorias para revenda constituem a base das operações das empresas comerciais. Nas indústrias, os estoques permitem separar as etapas do processo de fabricação e favorecem a otimização das operações realizadas pelas áreas de suprimento, produção e vendas. Esses estoques são classificados de acordo com a natureza e finalidade dos bens que os integram, a saber: matérias-primas, materiais de embalagem e de consumo e produtos de elaboração e acabados. Representando uma parcela significativa do ativo circulante, os estoques provocam custos financeiros e despesas operacionais. Os obstáculos a serem transpostos nas operações de transformação das matérias-primas em produtos acabados e nos esforços de venda e de cobrança evidenciam o tempo despendido e os riscos inerentes ao processo de conversão dos estoques em numerário. Em poucas semanas os níveis de estoques podem subir significativamente, porém a eliminação deste excesso poderá levar muitos meses. Nesse período, a situação financeira da empresa poderá deteriorar-se e a sua rentabilidade certamente será prejudicada. Assim, o administrador financeiro deve exercer um controle rígido sobre os níveis dos estoques, visando preservar a capacidade de solvência da empresa e maximizar o retorno dos recursos investidos. Por outro lado, a administração financeira não pode ignorar as condições necessárias ao pleno desenvolvimento das atividades operacionais. É necessário manter certo nível de estoques de materiais, de produtos em elaboração e acabados para alcançar ganhos de escala e reduzir os custos de produção e também para contornar os problemas advindos de atrasos dos fornecedores, quebra de equipamentos, greves etc. Também temos de considerar que, em determinadas circunstâncias, a disponibilidade de produtos para pronta entrega constitui um poderoso argumento de vendas. Podemos dizer que a administração dos estoques busca o equilíbrio entre os aspectos operacionais e financeiros e isso também pode significar a constante solução de conflitos de interesses entre a área financeira e demais áreas envolvidas com estoques. Deste modo, constatamos que esta área de decisões é bastante ampla, possuindo conotações técnicooperacionais e mercadológicas. 13.1 Custos e Riscos −
Custos de Capital Recursos investidos nos materiais e produtos estocados, nas instalações e equipamentos utilizados na movimentação física e na armazenagem.
−
Custo das Instalações Envolvem o valor de locação de galpões, prédios e instalações utilizadas, imposto predial e taxas de serviços públicos, despesa de manutenção, limpeza e iluminação, refrigeração ou calefação, serviços auxiliares, seguros e depreciação(das instalações e equipamentos).
−
Custos dos Serviços
−
Compreendem dispêndios com mão-de-obra utilizada na recepção, armazenagem, deslocamentos internos e expedição; custos dos registros e controles administrativos; seguros dos estoques. Riscos de Estocagem www.maph.com.br
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GESTÃO DE FINANÇAS EMPRESARIAIS © Relativos a furtos, deterioração, obsolescência, queda nos preços de mercado, etc... 13.2 Gestão dos Recursos O cálculo do giro ou rotação dos recursos investidos nos estoques fornece uma medida adequada para a avaliação da eficiência na sua gestão. Esse cálculo indica o número de vezes em que tais recursos foram renovados em certo intervalo de tempo. Em face dos padrões observados em cada ramo de negócios, estoques com baixa rotação representam fundos ociosos, enquanto um giro alto significa otimização dos recursos investidos. ♦
Vejamos
Giro dos estoques de Produtos Acabados ou Mercadorias para Revenda (=) Custos das Vendas ------------------------------------Saldo Médio dos Estoques Resultado = No de vezes por período Observe que no numerador consta o valor pelo qual os estoques foram baixados que correspondem ao Custo Médio Ponderado. Assim, o numerador e denominador estão expressos em valores da mesma espécie. Quando analisamos demonstrações de outras empresas dispomos apenas do estoque final e estoque inicial e com esses valores podemos apenas calcular a média aritmética, e com isso encobrir que em determinados períodos os estoques tenham ficado muito abaixo ou muito acima daqueles dois saldos considerados. Deve ser ressaltado que o giro encontrado corresponde a uma média global dos valores dos estoques e que determinados itens certamente apresentam rotações muito diferentes do giro global. Nesse caso deveríamos calcular o giro para cada linha de produtos ou grupo de mercadorias e atuar sobre os itens que acusam baixa rotação. Se os referidos itens não apresentarem grande expressão no valor total dos estoques, o giro global não estará distorcido e fornecerá uma medida adequada para fins de gestão financeira. O giro dos estoques de materiais e de produtos deveria considerar outros elementos em suas fórmulas, disponíveis apenas para os analistas da própria empresa: Giro dos estoques de Matérias Primas e De Materiais de Consumo (=)
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GESTÃO DE FINANÇAS EMPRESARIAIS © Valor total consumo período ------------------------------------Saldo Médio dos Estoques Resultado = No de vezes por período Giro dos estoques de Produtos em Elaboração (=) Custo total da produção acabada no período ------------------------------------Saldo Médio dos Estoques Resultado = No de vezes por período Dispondo do giro dos estoques, torna-se fácil calcular o prazo médio de estocagem, também conhecido por prazo médio de renovação dos estoques, a saber: Prazo médio de estocagem dos produtos estocados ou Das mercadorias para revenda (=) Nº de dias do período ------------------------------------Giro dos Estoques Resultado = No médio de dias Para calcular diretamente o prazo médio de estocagem dos produtos acabados ou das mercadorias para revenda, temos: Saldo Médio dos Estoques x Nº dias do período ----------------------------------------------------------------Custo das vendas Resultado = No de médio de dias O denominador da primeira fórmula fornece-nos o custo médio diário das vendas. Logo, o prazo médio de estocagem corresponde ao número médio de dias de venda mantidos em estoque. Qualquer uma das três últimas fórmulas fornece o mesmo resultado de número de dias. Também poderíamos calcular os prazos médios em número de meses.
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Â
Exemplo: A empresa XPTO Ltda. tem as seguintes demonstrações: BALANÇO PATRIMONIAL Saldos em 31 de dezembro
Ativo Circulante Caixa e Bancos Duplicatas a Receber Diversos Realizável a LP Permanente Imobilizado (-) Depreciação Acum. Total do Ativo
2010 12.250 5.850 5.200 995 6.800 9.000 (2.200) 19.050
2009 9.000 4.200 3.600 1.076 3.500 5.000 (1.500) 12.500
2008 6.000 3.120 2.400 373 4.000 5.000 (1.000) 10.000
Passivo Circulante Fornecedores Empréstimo Bancário Salários Diversos Exigível a LP Patrimônio Liquido Capital Social Reservas Lucros Acumulados Total do Passivo
10.550 3.540 5.100 1.000 910 1.800 6.700 5.000 410 1.290 19.050
6.550 2.400 2.300 800 1.050 5.950 4.000 468 1.482 12.500
5.000 1.580 2.300 700 420 5.000 4.000 400 600 10.000
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EMPRESA XPTO LTDA Demonstração de Resultado do Exercício Saldos em 31 de dezembro 2010 2009 Receita Bruta Operacional
24.120
21.960
Deduções sobre Vendas
(4.320)
(3.960)
(4.100) (220)
(3.730) (230)
Receita Operacional Líquida
19.800
18.000
Custo das Mercadorias Vendidas
(13.200)
(12.000)
ICMS Devoluções
Lucro Bruto
6.600
6.000
Despesas Operacionais Despesas com vendas Despesas gerais e Adm. Despesas de depreciação Lucro Operacional
(3.700) (990) (2.010) (700) 2.900
(3.368) (900) (1.968) (500) 2.632
Despesas Financeiras
(1.350)
(552)
Lucro Antes do IR
1.550
2.080
IR e CSL
(550)
(730)
Lucro Líquido ♦
1.000
1.350
Vejamos −
Giro dos estoques de mercadorias para revenda
Em 2009
12.000 12.000 --------------------------- = ------------ = 4 vezes (2.400 + 3.600) / 2 3.000
Em 2010
13.200 13.200 --------------------------- = ------------ = 3 vezes (3.600 + 5.200) / 2 4.400
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−
Prazo médio de estocagem de mercadorias:
Em 2009
3.000 x 360 dias 360 dias --------------------------- = ------------ = 90 dias 12.000 4 vezes
Em 2010
4.400 x 360 dias 360 dias --------------------------- = ------------ = 120 dias 13.200 3 vezes
O caminho para se fazer uma boa gestão de estoques, não é coisa complicada. O principal é que o administrador se faça sempre três perguntas básicas: o quê, quando e quanto, ao fazer o controle na entrada e saída de mercadorias. O empresário terá de saber com clareza o quê está sobrando ou faltando nos estoques. Também terá de controlar quanto precisa comprar ou, no caso da indústria, produzir, para atender, a cada momento, às necessidades da sua clientela. A empresa tem de evitar a falta de produtos em estoque, mas também o exagero. Ter produtos a mais na prateleira significará custo, dinheiro parado, espaços da fábrica ou da loja abarrotados e dificuldade em fazer eventuais mudanças de estratégia nas vendas.
Quando + girar + ganho
Dessa forma, quem administra estoques deve saber que o indicador de prazo médio de estoques exprime o número de dias, em média, em que os estoques ficam armazenados na empresa antes de serem vendidos, ou ainda, o número de dias em que os estoques são renovados (ou vendidos). Quanto menor o prazo, melhor. 13.3 Controle de estoque de mercadorias O gestor financeiro deverá manter controle do estoque por tipo de mercadorias / produtos existentes na empresa, da seguinte forma: −
Registrar no Controle de Estoque as quantidades, custo unitário e custo total das mercadorias /produtos adquiridos. www.maph.com.br
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−
Registrar no Controle de Estoque as quantidades, custo unitário e custo total das mercadorias /produtos vendidos. Calcular no Controle de Estoque o saldo em quantidades, custo unitário e custo total das mercadorias / produtos que ficaram em estoque. Obs: O custo unitário é calculado pelo custo médio ponderado, da seguinte forma: Custos Totais, divididos pela Quantidade.
−
Periodicamente, confirmar se o saldo apurado no Controle de Estoque "bate" com o estoque físico existente na empresa. ♦
Modelo do Controle de Estoque
Descrição do produto: Dia Entrada Saída 01 1000 05 600 10 2000 15 800 20 3000 25 3600 30 2500
Total em estoque:
Planilha Controle de Estoques Mês / Ano: Custo Unit. Quant. Custo Unit. 1,00 1000 1,00 400 1,00 0,90 2400 0,91 1600 0,91 0,80 4600 0,84 1000 0,84 1,00 3500 0,95
Custo Total 1.000,00 400,00 2.200,00 1.456,00 3.864,00 840,00 3.325,00
3500 Voltar ao Sumário
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14. CAIXA / BANCOS 14.1 Controle de caixa Levante o saldo inicial dos recursos financeiros existentes na empresa (em dinheiro, em cheques, em ticket, em bancos, etc). −
−
−
−
♦
Registre diariamente todas as entradas de caixa (vendas à vista, recebimento de duplicatas, obtenção de empréstimos, etc.). Registre diariamente todas as saídas de caixa (compras à vista, pagamento de duplicatas, pagamentos de despesas fixas, pagamento de despesas variáveis, pagamento de despesas financeiras, retiradas dos sócios, etc.). Apure o saldo final de caixa (saldo inicial + entradas - saídas). Confirme diariamente a existência do saldo final (em dinheiro, em cheques, em ticket, em bancos, etc.). D – Dinheiro C – Caixa T – Título
Modelo de Controle de Caixa: EMPRESA
Nº 1 2 3 4 5 6
CONTROLE DE CAIXA
D/C/T
Histórico D D D D D D
Saldo de caixa equivale entre o total das entradas e o total das saídas.
Saldo Inicial Entradas Saídas Saldo Atual
Caixa: _________________________________
27/08/2010
Entradas
Compra de Lanches Materiais de Expediente Pagamento de passagens Pagamento de Combustíveis Retirada Reposição de fundo fixo
Demonstrativo de Saldo Dinheiro 87,00 Cheques Documentos Total 87,00
DATA:
Saídas 28,00 75,00 230,00 80,00 110,00
410,00
Saldo inicial equivale ao novo saldo de caixa do período anterior.
200,00 410,00 523,00 87,00
Gerente: ________________________________
Por meios de registros feitos, fica-se conhecendo a origem e o destino de todo dinheiro movimentado pela empresa diariamente. O controle de caixa facilita o processo de auditagem, bem como alimentar de informações outros controles, como por exemplo: vendas, fluxo de caixa, despesas etc.
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14.2 Controle de Bancos O Controle Bancário é o conjunto de operações de registro, que tem por objetivos: −
−
♦
Controlar o movimento financeiro de sua empresa. Analisar e conferir, individualmente, as operações elaboradas pela mesma, junto aos estabelecimentos bancários. Modelo de Controle de Banco: Banco Dia 12 23 25 27 28
CONTROLE DE BANCO Caixa Econômica Federal Histórico Reposição fundo fixo Depósito referente fatura. 020 Pagamento fornecedor Retirada Deposito referente fatura 021
Nº Conta Nº Doc. 000597 000231 266364 245526 000232
TOTAL
Saldo Inicial 2114-8 Mês / Ano Entrada Saída 410,00 1.250,00 1.100,00 300,00 1.000,00
2.250,00
1.810,00
1.810,00 nov /10 Saldo 1.400,00 2.650,00 1.550,00 1.250,00 2.250,00
2.250,00
A finalidade deste controle é registrar as entradas e saídas da conta bancária da empresa permitindo o controle de saldo, bem, como, acompanhar as despesas debitadas pelo banco na conta da empresa. Importante: O extrato do Banco é que tem que conferir com o seu controle. Voltar ao Sumário
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15. FLUXO DE CAIXA A crescente complexidade do processo administrativo leva as empresas a buscarem incansavelmente alternativas para superar os desafios encontrados no seu dia-a-dia. A escassez de recursos financeiros e o elevado custo para sua captação, juntamente com a falta de planejamento e controle, têm contribuído para que muitas empresas encerrem suas atividades. 15.1 Gerenciamento do fluxo de caixa Os relatórios provenientes do sistema contábil são os principais instrumentos de gestão empresarial, tendo como objetivo fornecer informações relevantes para que cada usuário possa tomar suas decisões com segurança. No entanto, com a crescente complexidade das organizações empresariais, somente com as informações clássicas da contabilidade: −
−
Balanço Patrimonial, Demonstração de Resultado do Exercício - DRE Demonstração de Origem e Aplicação dos Recursos – DOAR (Extinta pela Lei 11.638/07, deixando de ser obrigatória, passando a ser demonstração facultativa. A partir de 2008, em seu lugar será exigida a Demonstração de Fluxos de Caixa – DFC (Art. 176, IV). Para as companhias abertas, passa a ser exigida também a Demonstração do Valor Adiconado – DVA (Art. 176, V)).
Dificilmente a empresa terá conhecimento imediato e oportuno da verdadeira liquidez da sua empresa. Não basta a empresa apresentar lucro contábil. É preciso que a equação “Ativo Circulante vs. Passivo Circulante” esteja compatível com sua necessidade de capital de giro. Isto faz com que a empresa se utilize todos os instrumentos disponíveis que, juntamente com os demais demonstrativos contábeis, ajude-o a interpretar a realidade financeira da empresa, conhecendo e coibindo eventos estranhos que possam afetar o seu desempenho financeiro. Assim, o fluxo de caixa apresenta-se como uma ferramenta de aferição e interpretação das variações dos saldos do Disponível da empresa. É o produto final da integração do Contas a Receber com o Contas a Pagar, de tal forma que, quando se comparam as contas recebidas com as contas pagas tem-se o fluxo de caixa realizado, e quando se comparam as contas a receber com as contas a pagar, tem-se o fluxo de caixa projetado.
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GESTÃO DE FINANÇAS EMPRESARIAIS © O fluxo de caixa é o produto final da integração do Contas a Receber com o Contas a Pagar. Contas a Receber
Fluxo de Caixa
Contas a Pagar Caixa
Bancos
A licações
O fluxo de caixa é um retrato fiel da composição da situação financeira da empresa. É imediato e pode ser atualizado diariamente, proporcionando ao gestor uma radiografia permanente das entradas e saídas de recursos financeiros da empresa. O fluxo de caixa evidencia tanto o passado como o futuro, o que permite projetar, dia a dia, a evolução do disponível, de forma que se possam tomar com a devida antecedência, as medidas cabíveis para enfrentar a escassez ou o excesso de recursos. Por outro lado é importante ressaltar que o fluxo de caixa também apresenta suas limitações. Uma delas é a incapacidade de fornecer informações precisas sobre o lucro e sobre os custos dos produtos da empresa. Isto porque as apurações e demonstrações são realizadas pelo regime de caixa e não pelo regime de competência. Todavia, pode-se afirmar que o fluxo de caixa é um instrumento de controle e análise financeira que juntamente com as demais demonstrações contábeis torna-se efetivamente um instrumento de apoio à tomada de decisões de caráter financeiro. 15.2 Fluxo de caixa realizado A finalidade do fluxo de caixa realizado é mostrar como se comportaram as entradas e as saídas de recursos financeiros da empresa em determinado período. O estudo cuidadoso do fluxo de caixa realizado, além de propiciar análise de tendência, serve de base para o planejamento do fluxo projetado. Outro aspecto que deve ser considerado é a comparabilidade que existe entre os fluxos de caixa realizado e o projetado. Isto possibilita identificar os motivos das variações ocorridas, se ocorreram por falha de projeções ou por falhas de gestão. A análise das variações ocorridas no fluxo de caixa permite identificar as causas de eventuais divergências de valores; funciona como feedback, gerando informações para o processo decisório e para o planejamento financeiro futuro. 15.3 Fluxo de caixa projetado O objetivo principal do fluxo de caixa projetado é informar como se comportará o fluxo de entradas e saídas de recursos financeiros em determinado período, podendo ser projetado a curto ou a longo prazo. A curto prazo busca-se identificar os excessos de caixa ou a escassez de recursos dentro do período projetado, para que através dessas informações se possa traçar uma adequada política financeira. A longo prazo, o fluxo de caixa projetado, além de identificar os possíveis excessos ou escassez de recursos, visa também obter outras informações importantes, tais como:
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verificar a capacidade da empresa de gerar os recursos necessários para custear suas operações; determinar o capital em giro no período; determinar o Índice de Eficiência Financeira da empresa. (IEF = capital em giro / capital de giro da empresa); determinar o grau de dependência de capitais de terceiros da empresa; etc.
É bom lembrar que as informações de que a empresa dispõe para elaborar o fluxo de caixa projetado a curto prazo diferem daquelas que estão disponíveis quando se projeta a longo prazo. Normalmente, quando se projeta a curto prazo, as principais operações que vão provocar entradas e saídas de dinheiro já foram realizadas e a empresa trabalha com relativo grau de certeza dos recebimentos e / ou pagamentos dentro do período. No entanto, quando se projeta a longo prazo, o que se conhece são apenas projeção das operações de ingressos e / ou desembolsos de recursos financeiros, ficando o fluxo de caixa projetado a longo prazo exposto a eventos estranhos ao conhecimento primário por parte da empresa, podendo comprometer as previsões consideradas. 15.4 Apresentação do fluxo de caixa realizado A demonstração de fluxo de caixa não é um demonstrativo novo, pois há tempo é utilizado por muitas empresas para fins gerenciais. O fluxo de caixa realizado de um período passa a fazer parte das demonstrações contábeis dirigidas aos usuários externos, com o propósito de informá-los sobre o fluxo de ingressos e desembolsos de recursos financeiros resultantes das atividades da empresa. O fluxo de caixa realizado pode ser apresentado por meio de duas formas: o método direto e o método indireto. Veja a representação gráfica, a seguir:
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GESTÃO DE FINANÇAS EMPRESARIAIS © Método Direto vs. Método Indireto o t e r i D o d o t é M
Entradas Operacionais
Lucro Líquido
M é t o d o I n d i r e t o
Mais / Menos
Menos
Ajustes Saídas Operacionais
Igual Geração Interna de Caixa Mais / Menos Geração Operacional de Caixa Igual
Fluxo Operacional Mais / Menos Geração Não Operacional de Caixa Igual Variação do Disponível
Fonte: (Sá, 1998:36)
O método direto demonstra os recebimentos e pagamentos derivados das atividades operacionais da empresa em vez do lucro líquido ajustado. Mostra efetivamente as movimentações dos recursos financeiros ocorridos no período. Demonstração do fluxo de caixa - Método direto INGRESSOS DE RECURSOS Recebimentos de clientes Pagamentos a fornecedores Despesas administrativas e comerciais Despesas financeiras Impostos Mão-de-obra direta (=) Ingressos de recursos provenientes das operações Recebimentos por vendas do imobilizado (=) Total dos ingressos dos recursos financeiros DESTINAÇÕES DE RECURSOS Aquisição de bens do imobilizado Pagamentos de Empréstimos bancários (=) Total das destinações de recursos financeiros Variação líquida de Disponibilidades (+) Saldo inicial (=) Saldo final de Disponibilidade
xx (xx) (xx) (xx) (xx) (xx) xx xx xx xx xx xx xx xx xx
Modelo adaptado de YOSHITAKE e HOJI (1997:151)
Como se verifica, a demonstração pelo método direto facilita ao usuário avaliar a solvência da empresa, pois evidencia toda a movimentação dos recursos financeiros, as origens dos recursos de caixa e onde eles foram aplicados.
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GESTÃO DE FINANÇAS EMPRESARIAIS © Já o método indireto é aquele no qual os recursos provenientes das atividades operacionais são demonstrados a partir dos lucros líquidos, ajustados pelos itens considerados nas contas de resultado que não afetam o caixa da empresa .
Demonstração do fluxo de caixa - Método indireto ORIGENS Lucro líquido do exercício Mais: Depreciações Aumento em imposto de renda a pagar Aumento em fornecedores Menos: Aumento em clientes (=) Caixa gerado pelas operações Venda do Imobilizado (=) Total dos ingressos de Disponibilidade APLICAÇÕES Pagamento de Empréstimos bancários Aquisição de Imobilizado (=) Total das aplicações de Disponibilidades Variação líquida das Disponibilidades (+) Saldo inicial (=) Saldo final das Disponibilidades
xx xx xx xx (xx) xx xx xx xx xx xx xx xx xx
Modelo adaptado de YOSHITAKE e HOJI (1997:151)
Observa-se pelo modelo apresentado, que a demonstração pelo método indireto é semelhante a DOAR, principalmente pela sua parte inicial, exigindo do usuário maior conhecimento de contabilidade. Os modelos apresentados seguem a estrutura tradicional da demonstração do fluxo de caixa, que tem como objetivo principal mostrar apenas as entradas e saídas de recursos financeiros. Basicamente demonstram os seguintes itens: a) b) c) d) e)
Entradas Saídas Diferença (a – b) Saldo Inicial Saldo Final (c + d)
15.5 Meios utilizados para se fazer o fluxo de caixa O fluxo de caixa é elaborado através dos controles de contas a pagar, contas a receber, controle de despesas, de vendas, de contas corrente, enfim, de todas as informações que representem a movimentação de recursos financeiros (dinheiro). Pode ser elaborado a partir de programas obtido através da informática, seja uma planilha eletrônica ou um programa de gestão. O meio de elaboração dependerá, sobretudo, da capacidade financeira de cada empresa. O importante é ter o fluxo de caixa ajustado à realidade da empresa, respeitando inclusive as características das informações geradas.
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GESTÃO DE FINANÇAS EMPRESARIAIS © 15.6 Principais itens que devem constar no relatório de fluxo de caixa O Fluxo de Caixa é composto pelo valor dos Recebimentos e Pagamentos e respectivo saldo de caixa. Deve ser elaborada levando em consideração o realizado - fechamento de caixa e também o previsto - projeção de caixa. Uma estrutura para fluxo de caixa depende da natureza da empresa e também das necessidades dos gestores, via de regra temos: (+) Saldo Inicial (+) Recebimentos Vendas à Vista; Vendas a Prazo (cheque, duplicatas, cartões, etc); Rendimentos de Aplicações; Empréstimos contraídos; Outros recebimentos. (-) Pagamentos: Fornecedores; Despesas Bancárias e Financeiras; Salários e Encargos de Funcionários; Comunicação (telefonia, Internet, correios, etc); Manutenções (equipamentos, veículos, prédios, etc); Retirada pró-Labore (salários dos sócios que trabalham na empresa); Serviços de Terceiros (contador, advocacia, etc); Impostos e Contribuições; Materiais (escritório, copa, limpeza, etc); Investimentos realizados; Amortização de Empréstimos / Dividas. (=) Saldo Final O Fluxo de Caixa projetado deve levar em consideração a previsão de vendas e de compras para os próximos períodos. O fluxo de caixa pode ser elaborado com os valores (recebimentos e pagamentos) específicos de cada dia (no caso, dias úteis), ou semanal, ou decendial, etc. Isso dependerá do próprio comportamento das entradas e saídas de recursos na empresa. O saldo final do fechamento de caixa deve corresponder com o valor dos recursos disponíveis no caixa da empresa ou depositados em contas corrente (banco). Então Fluxo de Caixa é um instrumento de controle que tem por objetivo auxiliar o empresário a tomar decisões sobre a situação financeira da empresa. Consiste em um relatório gerencial que informa toda a movimentação de dinheiro (entradas e saídas), sempre considerando uns períodos determinados, que pode ser uma semana, um mês etc.
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Modelo de Fluxo de Caixa Fluxo de Caixa Diário (Método Direto)
Mês : Saldo inicial Entradas Vendas Aumento de capital Resgate de aplicação Juros de aplicações Outras receitas Total de entradas Saídas Salários Aluguel Matéria-prima Impostos Despesas com vendas Despesas Administrativas Empréstimos – amortização Empréstimos – juros Outras despesas Total de saídas Saldo operacional Saldo final
Dia 1 Previsto
Realizado
Dia 2 Previsto
Realizado
Dia 30 Previsto
Realizado
15.7 Interpretando Fluxo de Caixa Suponhamos que no primeiro dia de trabalho do mês tenhamos como entradas recebimentos no valor de R$ 1.000,00 em dinheiro, R$ 500,00 em cheques pré-datados com vencimentos para o dia 2, mais R$ 500,00 em cartão de crédito também para o dia 2. Nessa situação temos como total de entradas no dia considerado apenas R$ 1.000,00 referente ao valor de dinheiro registrado pelas vendas. As outras quantias devem ser colocadas como entradas nas datas em que se transformam em dinheiro, ou seja, na data de compensação dos cheques pré-datados e de disponibilização da operadora de cartão de crédito. Suponhamos que as saídas desse mesmo dia perfaçam um total de R$ 500,00 e que nosso saldo disponível inicial seja de R$ - 500,00 na conta corrente de uma agência bancária. Nosso saldo operacional é de R$ 1000,00 referentes a entradas, menos R$ 500,00 referentes a pagamentos ou saídas, totalizando R$ 500,00, isto é, recebemos mais do que pagamos! Entretanto o nosso saldo total (disponível em caixa) é de R$ -500,00 (rombo na conta bancária) mais R$ 500,00 referentes ao Saldo operacional, o que totalizaria R$ 0,00, isto é, começaremos o próximo dia de trabalho sem saldo inicial nenhum, passando a depender exclusivamente do movimento de vendas em dinheiro nesse dia para quitar as saídas com fornecedores que já irão ocorrer! Você já percebe que a última linha desse relatório, numa empresa bem administrada financeiramente, deve sempre apresentar resultados positivos, indicando que há disponibilidade de caixa.
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O relatório de Fluxo de Caixa nesse dia teria este aspecto:
Mês: Saldo Inicial (1) Entradas (2) Dinheiro Cheque pré-datado Duplicatas a receber Cartão de crédito Outros recebimentos Total de entradas Saídas (3) Impostos sobre vendas Pagamentos a fornecedores Pro-labore Salários Encargos Água Luz Telefone Despesas bancárias Pagamentos de serviços Combustíveis Despesas com veículos Outras despesas Total de saídas Saldo operacional (4) Saldo final (5)
Dia 1 Previsto Realizado -500,00 -500,00 1.000,00
Dia 2 Previsto Realizado 0,00 0,00
1.000,00 500,00 500,00
1.000,00
1.000,00
1.000,00
0,00 1.300,00
50,00 50,00 100,00
50,00 50,00 100,00
150,00 50,00
150,00 50,00
100,00 500,00 0,00 0,00
100,00 500,00 0,00 0,00
1300,00 -300,00 -300,00
1) Saldo Inicial: é o valor constante no caixa no início do período considerado para a elaboração do Fluxo. É composto pelo dinheiro na “gaveta” mais o saldo bancário disponível para saque. 2) Entradas de Caixa : correspondem às vendas realizadas à vista, bem como a outros recebimentos, tais como duplicatas, cheques pré-datados, faturas de cartão de crédito etc., disponíveis como “dinheiro” na respectiva data. 3) Saídas de Caixa: correspondem a pagamentos de fornecedores, pró-labore (retiradas dos sócios), aluguéis, impostos, folha de pagamento, água, luz, telefone e outros, entre eles alguns descritos em nosso modelo. 4) Saldo Operacional : representam o valor obtido de entradas menos as saídas de caixa na respectiva data. Possibilita avaliar como se comportam seus recebimentos e gastos periodicamente, sem a influência dos saldos de caixa anteriores. 5) Saldo Final de Caixa : representa o valor obtido da soma do Saldo Inicial com o Saldo Operacional. Permite constatar a real sobra ou falta de dinheiro em seu negócio no período considerado e passa a ser o Saldo Inicial do próximo período. www.maph.com.br
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GESTÃO DE FINANÇAS EMPRESARIAIS © 15.8 Colunas de Previsto e Realizado Um dos fatores mais importantes para o sucesso na gestão de uma empresa é o adequado PLANEJAMENTO. Portanto, a gestão financeira deve ser cuidadosamente planejada, executada, acompanhada e avaliada. Isso só é possível se estabelecermos metas (objetivos, previsões) que nos orientem a fim de evitar “surpresas inesperadas”. Se passarmos a projetar recebimentos e pagamentos com base em nossos conhecimentos anteriores e expectativas futuras quanto ao que esperamos do mercado, poderemos nos preparar para enfrentar dificuldades antes que elas ocorram. Assim, trabalhar com valores previstos e compará-los com o realizado (acontecido na data), além de mostrar futuras faltas ou sobras de caixa, permite tomar decisões antecipadas sobre aumento de compras, liquidações, racionalizações de custos, hora certa para fazer investimentos e até mesmo sobre a possibilidade de retirar mais pró-labore sem “sangrar” a empresa. 15.9 Montar e gerenciar o relatório de Fluxo de Caixa −
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Seja sistemático! Crie o hábito de registrar todo e qualquer movimento financeiro ocorrido e a ocorrer em sua empresa em determinada data. A informática pode auxiliá-lo muito, entretanto, a falta de informatização não deve ser desculpa para não registrar manualmente tais movimentos. Na primeira hora de seu dia de trabalho, verifique, analise e registre saldo em dinheiro no caixa bem como saldos bancários. Muita atenção deve ser dispensada aos saldos bancários, pois é o seu dinheiro administrado por terceiros; além de incidir taxas, tarifas e encargos financeiros, pode haver algum cheque devolvido que você considerava como dinheiro em conta! Todos os valores lançados no Fluxo de Caixa devem ser realistas. Para isso é necessário manter as entradas e saídas sempre atualizadas. Ao lançar as saídas, lembre-se que as despesas com energia elétrica, água e esgoto, impostos municipais, estaduais e federais, assim como aluguéis, salários, prestação de serviços continuados por terceiros, têm data certa para serem pagas. Caso contrário haverá incidência de multas e juros de mora. Assim, lance essas despesas como previsões e compare-as com as realizada na data de ocorrência. Analise as disponibilidades de caixa, que a data mais oportuna para efetuar retirada pessoal (pró-labore). A coluna de totalização sempre demonstra o grau de acerto nas previsões. Quanto mais apurado for seu conhecimento do negócio, mais o previsto se aproximará do realizado. Caso seu negócio sofra influências de temporadas (alta e baixa sazonalidade), tenha muita atenção com o planejamento de suas despesas a fim de evitar problemas de insuficiência de caixa.
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Quando o Fluxo de Caixa se torna negativo por longo período consecutivo, indica que seu capital de giro está comprometido! Neste caso é bom pensar em promover vendas à vista com descontos, dando ênfase aos produtos mais parados em seu estoque. A previsão do Fluxo de Caixa permite saber antecipadamente de quanto recurso financeiro você precisará e se pode ser gerado pelas vendas e recebimentos. Caso não seja suficiente, permitirá que você negocie alternativas de obtenção de financiamentos com mais critério e segurança e maiores chances de negociação de taxas. Lembre-se que um caixa em nível adequado evita surpresas quando ocorrem inadimplências em sua empresa.
15.10 Controle do Fluxo de Caixa Semanal Fluxo de Caixa Semanal
Empresa: SEMANAS ITENS A - Existência (Caixa + Bancos) B - Entradas
Vendas a vista Recebimentos Empréstimos Outras C – Disponível (A + B) D - Saídas
Mês / Ano: 1 a 7 Previsto Realizado 6.274,00 789,00 5.300,00 185,00 6.274,00
Fornecedores Pagamentos Pessoal Impostos e encargos
E - Saldo da semana (B – D) F - Saldo final (C – D)
8 a 12 Previsto Realizado 6.274,00
6.274,00 3.600,00 3.600,00
6.274,00 6.274,00
- 3.600,00 2.674,00
a) Existência (Caixa + Bancos) : é o valor constante no caixa no início do período considerado para a elaboração do Fluxo. É composto pelo dinheiro na “gaveta” mais o saldo bancário disponível para saque. b) Entradas de Caixa : correspondem às vendas realizadas à vista, bem como a outros recebimentos, tais como duplicatas, cheques pré-datados, faturas de cartão de crédito etc., disponíveis como “dinheiro” na respectiva data. www.maph.com.br
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c) Disponível: representa o valor obtido de entradas mais o saldo constante no inicio do período (Existência (Caixa + Bancos)). d) Saídas de Caixa : correspondem a pagamentos de fornecedores, pró-labore (retiradas dos sócios), aluguéis, impostos, folha de pagamento, água, luz, telefone e outros, entre eles alguns descritos em nosso modelo. e) Saldo da semana : representam o valor obtido de entradas menos as saídas de caixa na respectiva data. Possibilita avaliar como se comportam seus recebimentos e gastos periodicamente, sem a influência dos saldos de caixa anteriores. f) Saldo Final de Caixa: representa o valor obtido da soma do Saldo Inicial com o Saldo Operacional. Permite constatar a real sobra ou falta de dinheiro em seu negócio no período considerado e passa a ser o Saldo Inicial do próximo período. Este é um instrumento que permite que se conheça antecipadamente a capacidade de pagamento ou liquidez da empresa. É uma parte do planejamento que permite conhecer informações esquematizadas sobre a situação financeira para os próximos períodos (períodos de 1, 2, ou mais semanas, meses). 15.11 Fluxo de Caixa Mensal A seguir é apresentado modelo de fluxo de caixa mensal (método direto). Esse modelo traz três colunas com os valores do projetado do real e da diferença, que pode ser positiva ou negativa. Fluxo de caixa mensal (método direto)
Empresa: Atividades
Período: JAN
1 . ENTRADAS
P
R
D
FEV P
R
......... D
P
R
D
Vendas a vista Cobranças em carteira Cobranças em bancos Descontos de duplicatas Aumento do capital social Vendas do ativo permanente Receitas financeiras Outras receitas Total de entradas 2. SAIDAS
Fornecedores Salários Luz Telefone Compras a vista Despesas financeiras Impostos Outras despesas Total das saídas
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3. ENTRADAS – SAIDAS (1-2) 4. SALDO INICIAL DE CAIXA 5. DISPONIBILIDADES (3+4) 6. EMPRESTIMOS A CAPTAR 7. APLICAÇÕES FINANCEIRAS 8. AMORTIZAÇÕES DE EMPRESTIMOS 9 . SALDO FINAL
OBS: P = projetado; R = realizado; D = diferença (pode ser em R$ ou %). −
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O item 3 representa a diferença do período, isto é, entrada menos saída da empresa, que pode ser positiva, negativa ou nula. O item 4 é igual ao saldo final de caixa do período anterior. A disponibilidade representa o resultado da diferença do item 3 mais o item 4, que é o saldo de caixa do período anterior. Dependendo da disponibilidade do caixa, se for negativa, serão captados empréstimos para atender às necessidades de caixa da empresa, ou, se for positiva, serão feitas aplicações financeiras. As amortizações representam os pagamentos do principal do empréstimo tomado. O saldo final representa saldo do período corrente, que será usado como saldo inicial de caixa do próximo período. Voltar ao Sumário
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16. REGULAMENTO DE CREDITO E COBRANÇA 16.1 Cadastro a) Fazer o cadastro do cliente com os dados básicos da empresa (copia contrato social, CNPJ, bancos, referencias, etc.) e sócios (endereço, telefone, referencias pessoais, identidade). b) O Supervisor de Crédito deverá conferir a idoneidade do cliente e aprovar limite de credito no prazo máximo de 7 dias. c) Deverá comprovar a sua atividade profissional mediante a envio de comprovante de cursos de capacitação profissional ou entrevista feita pelo profissional que deverá vistar a ficha do cliente. d) Não será permitido fazer cadastro em nome de terceiros, (esposa, filho(a), irmãos, pai, mãe, amigos) salvo em casos excepcionais, não existindo risco maior para fazê-lo. e) O cliente deve ser formalmente esclarecido sobre como funciona o sistema de credito, e após a aprovação do cadastro receberá uma correspondência padrão de boas vidas, informando o seu código, limite de crédito, e, colocando uma pessoa a disposição para sanar dúvidas . 16.2 Limite de Crédito a) O limite de crédito será baseado nos critérios de : 1. Valores prefixados para o tipo de cliente como limite inicial; 2. Média dos limites estabelecidos em outras distribuidoras, comprovado através de duplicatas quitadas ou comprovantes de pedidos efetuados com menos de 4 meses; (avaliação de consumo) 3. Valor do cheque especial, tempo de conta, demonstrado em extrato bancário de conta ativa; (avaliação de potencial) 4. Comprovação da propriedade de veículos e/ou imóveis desonerados de valor superior ao credito pretendido, demonstrado em escritura registrada e/ou certificado registro de veículos; 5. Assinatura de contrato de fornecimento com garantia real própria ou de terceiros; 6. Media das compras nos meses subseqüentes; (avaliação de consumo existindo as garantias). 7. Consulta órgãos de proteção de crédito - para clientes potenciais avaliando risco e histórico do cliente. 8. Capital social e tempo de existência da empresa. b) O credito somente será concedido caso NÃO haja restrição aos sócios ou á empresa nos órgãos de credito. c) Existindo, restrição da empresa ou dos sócios o pré-cadastro será digitado, e ficará o cliente liberado para compras avista, devendo o Supervisor avaliar cada negociação (risco do negocio) e vistar. d) Havendo restrições não será fixado limite de crédito para o cliente, devendo contar limite de ____________, para efeito de cadastro. www.maph.com.br
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GESTÃO DE FINANÇAS EMPRESARIAIS © e) O limite de credito é definido pelo próprio cliente, visto que é baseado na media das suas compras dos últimos meses na __________ e/ou em outros distribuidores; bastando para tanto a avaliação das informações fornecidas pelo cliente e pelos órgãos de proteção ao crédito, bem como verificação das garantias reais oferecidas ou existentes. f) Para compras excepcionais (tipo : Ganhei uma concorrência , etc.) é necessário novas garantias (Copia do edital, carta de fiança, cheque pessoal, garantia real, etc.). Muita atenção pois os bons negócios podem dar errados. g) O limite máximo de credito que pode ser concedido inicialmente é de R$ ___________, acima deste valor somente com histórico anterior de compras e aprovação expressa da Diretoria. h) Nenhum cliente pode obter limite de crédito superior a R$. ________________ sem a existência das garantias necessárias, exceto com a liberação da Diretoria por escrito. 16.3 Clientes em Atraso a) Os clientes que estiverem em atraso devem ser observados com especial cuidado, devendo ter o credito previamente bloqueado e liberado somente:
Atraso duplicatas até 10 dias: Após ter sido pago os juros, o crédito poderá liberar o bloqueio devendo está observando de perto o comportamento de pagamento, continuidade de atraso entre outros fatores de risco.
Atraso duplicatas até 30 dias. Após ter sido pago os juros, feito uma consulta ou SPC o crédito poderá liberar o bloqueio devendo está observando de perto o comportamento de pagamento, continuidade de atraso entre outros fatores de risco.
Acima de 30 dias de atraso inadimplência de duplicatas ou cheques devolvidos Somente com autorização do __________________ por escrito. b) O _____________, somente poderá liberar novas vendas para este cliente após checar o cadastro novamente (consulta) e conferir se o cliente não esta inadimplente no mercado nos fornecedores indicados no cadastro inicial; c) As Duplicatas deverão ser enviadas ao Cartório após 10 dias de vencido; d) Cheques alínea 21 deverão ser enviados ao Cartório após 10 dias de vencido; 16.4 Prorrogação de Vencimentos a) Poderá ser prorrogada somente uma única vez, pelo prazo máximo de 30 dias com o pagamento antecipado dos Juros; www.maph.com.br
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1. Duplicatas: a prorrogação só será realizada até o dia do vencimento com o deposito dos juros antecipado. 2. Duplicata vencida: a prorrogação só será realizada até o 8º. (oitavo) dia corrido, com a chegada do cheque da prorrogação e outro avista com os juros e taxas. 3. Cheques: a prorrogação só será acatada se for solicitada com o pagamento dos juros até 48 (quarenta e oito) horas antes da data para deposito. b) Duplicata somente poderá ser prorrogada mais de uma vez com cheque de terceiros ou do cliente; com a autorização do _______________. (Gerente Administrativo) c) Cheque somente poderá ser prorrogado mais de uma vez com cheques de terceiros; com a autorização do _____________________. d) Os clientes que solicitarem prorrogação de vencimento devem ser observados com especial cuidado, devendo ter o crédito previamente bloqueado e liberado somente com autorização do ____________________. e) O _____________ somente poderá liberar novas vendas após o checar o cadastro novamente (consulta órgão de Proteção de Crédito) e conferir se o cliente não esta inadimplente no mercado nos fornecedores indicados no cadastro inicial 16.5 Juros a) Fica estipulado para cobrança de juros o importe de ______ % ao dia para os casos acima de _______ dias de vencido e de ______ % ao dia para os casos abaixo de 10 dias de vencido. b) Redução ou isenção de juros somente com o visto do Gerente Administrativo. c) O cliente que se recusar a pagar juros por atraso poderá quitá-lo, entretanto fica inabilitado para novas compras a prazo, devendo ter seu credito bloqueado, devendo ser avaliado pelo ____________ todas as compras em cheques. d) O crédito só será liberado para compras a prazo após o pagamento dos juros devido e nova avaliação do _________________. e) É indispensável o pagamento antecipado de juros na prorrogação de vencimento de duplicatas e cheques (somente prorrogamos o principal). 16.6 Clientes Inativos a + de 90 dias a) Clientes inativos os que estiverem sem efetuar compra no prazo superior a 90 dias deve ser olhado com cuidado, visto que é estratégia conhecida de clientes ao se tornarem inadimplentes procurar efetuar grandes compras em fornecedores antigos onde o credito permanece em aberto; b) Consultar os órgãos de proteção ao crédito conforme norma, liberação do setor de credito com visto, para liberar a mercadoria.
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GESTÃO DE FINANÇAS EMPRESARIAIS © 16.7 Clientes Inadimplentes a) É proibida a venda a crédito para clientes inadimplentes, mesmo que tenham montado nova empresa com novas sociedades; exceto b) O bloqueio do credito se estende a filhos, sobrinho e parente até que a divida seja quitada; c) Estes clientes somente poderão ser atendidos mediante pagamento em dinheiro ou cheque; (sendo feita uma avaliação pelo setor de crédito sobre pagamento em cheque). d) Considera-se inadimplente o cliente que esteja com cheque próprio ou de terceiros devolvidos na praça, duplicata em atraso ou protestada ou se recusa ao pagamento de juros devidos. 16.8 Medidas em caso de Inadimplência 1) Para os Cheques a) b) c) d) e) f)
Imediata: 5 dias: 7 dias: 10 dias: 20 dias: 30 dias:
g) 60 dias:
Bloqueio do credito no sistema Cobrança e acordo amigável do nosso cliente Consulta junto ao banco do cheque sobre o endereço do emitente Envio de carta informando inclusão no SPC Inclusão no SPC Inicio do levantamento para cobrança judicial debito acima de R$ __________. Envio para departº jurídico dar inicio do Proc. Criminal artigo 171
h) 60 dias: Envio para departº jurídico dar inicio do Processo Cobrança / Execução para os casos acima de R$ ___________, com bens para penhora. 2) Para as Duplicatas a) b) c) d) e) f)
Imediata: 5 dias: 10 dias: 20 dias: 25 dias: 30 dias:
g) 60 dias:
Bloqueio do credito no sistema Cobrança e acordo amigável do nosso cliente Envio para cartório Após protesto envio de carta informando inclusão no SPC Inclusão no SPC Inicio do levantamento para cobrança judicial debito acima de R$ ___________. Envio para departº jurídico dar inicio do Processo Cobrança / Execução para os casos acima de R$ ____________ com bens para penhora. 1. A cobrança amigável deverá ser realizada até o envio para o jurídico.
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GESTÃO DE FINANÇAS EMPRESARIAIS © 2. Caso ocorra proposta de liquidação do debito ou acordo de parcelamento o mesmo deverá ser feito pelo advogado que patrocina a ação. Clientes que foram inadimplentes devem ser analisados com extremo cuidado e o novo limite de credito deve ser fixado tendo como base vários fatores: dificuldade no recebimento, patrimônio existente, tipo de problema, tradição da empresa no mercado, etc. Inadimplentes contumazes que tenham atrasados mais de 30 (trinta) dia por mais de 3 (três) vezes deverá ter o seu crédito diminuído em no mínimo ___% ; devendo ser o mesmo comunicado por escrito da redução de crédito de compra a prazo. Persistindo a inadimplência deve ser suspenso pelo prazo de 60 (sessenta) dias a venda a crédito. Clientes que foram inclusos no SPC, não facilitaram a negociação de débitos ou que tiveram dividas ajuizadas devem recomeçar com a empresa do zero em termos de credito e com especial acompanhamento da Gerência. Sugestões e comentários sobre esta obra poderão ser feitos diretamente com os autores através dos e-mails:
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