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Caso clínico Isabel foi o primeiro bebê de Irene e Ian, que eram bastante altos. A menina apresentou edema nos pés durante os primeiros meses, e era muito pequena, mas era um bebezinho sadio, em geral. Desenvolveu-se normalmente na infância, mas sempre era a menor aluna de sua sala de aula. Aos 10 anos, a taxa de crescimento de seus colegas aumentara e algumas de suas amigas até já haviam iniciado a puberdade. Embora Irene e Ian não estivessem realmente preocupados, a enfermeira da escola sugeriu que Isabel fosse encaminhada a um pediatra, visto que sua baixa estatura parecia incomum, em relação à estatura de seus pais. Como parte das investigações iniciais, o pediatra solicitou uma análise cromossômica da menina. O fe nótipo e a história de pés e mãos inchados nos primeiros anos de vida de Isabel eram sugestivos de síndrome de Turner, e esta foi confirmada pela análise cromossômica. Fonte: Read e Donnai.
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zigotos formados com um único X sejam espontaneamente abortados no início de seu desenvolvimento. Os sobreviventes nascem, muitas vezes, com as mãos e os pés intumescidos e com pele excedente no pescoço, o que representa os vestígios de edem a fetal, presumivelmente mais leves. A provável explicação cromossômica para esse caso seria que Isabel originariamente era um zigoto 46,XY, que teria perdido um cromossomo Y em uma das primeiras divisões mitóticas. Em casos como esse, algumas células das gônadas em fita podem conservar o cromossomo Y, o que levaria à formação de um gonadoblastoma maligno. Com o objetivo de verificar a existência dessas células XY, é importante realizar uma reação em cadeia da polimerase (PCR, do inglês polymerase chain reaction), que usa iniciadores específicos para o cromossomo Y. No caso de Isabel, nenhuma sequência indicativa do cromossomo Y foi encontrada.
Essa é a única cromossomopatia humana que não é letal no início do desenvolvimento, embora 90% dos
4.1 Cromossomos humanos Há um princípio geral na organização de todo o material genético: ele ocorre como uma massa compacta em uma área delimitada, e as atividades de replicação e transcrição são realizadas dentro desses limites. No Capítulo 1, foi abordado o primeiro nível de organização em genética: as moléculas de DNA e RNA e as proteínas. Depois do nível molecular, a próxima etapa envolve os cromossomos, estruturas que se desenvolveram para empacotar ou compactar o material genético. Esse empacotamento ou compactação é importante, pois permite que a longa molécula de DNA fique contida em um pequeno espaço, enquanto satisfaz também as suas necessidades de replicação e transcrição. Assim, o cromossomo pode ser definido como uma estrutura autoduplicadora que se cora com corantes
básicos, tendo uma organização complexa, formada de DNA , RNA e proteínas básicas e ácidas, contendo os genes do organismo. Para melhor compreensão do comportamento do material genético (cromossomos), podem ser focalizados dois momentos da vida da célula: a interfase e a metáfase (ver Cap. 3).
4.1.1 Cromossomos na interfase Na interfase, o material genético apresenta-se como filamentos emaranhados e bem-corados, formando a cromatina, uma desoxirribonucleoproteína formada de partes iguais de ácido desoxirribonucleico (DNA) e proteínas histônicas e não histônicas . As histônicas são proteínas básicas ricas em arginina e lisina, enquanto as não histônicas são proteínas ácidas. Esses elementos se associam para formar fibras com certa quantidade de RNA.
3. A maioria dos bebês cromossomicamente anormais
Importância das alterações cromossômicas em várias situações clínicas 1. São causa de infertilidade e abortos recorrentes. 2. Mais de 50% dos embriões que são abortados espontaneamente no primeiro trimestre têm uma alteração cromossômica.
tem genitores normais, mas cerca de 1% das pessoas possui uma alteração cromossômica sutil, que não tem efeito sobre a sua saúde, mas as coloca em alto risco de terem abortos ou bebês anormais.
4. As células neoplásicas adquirem, peculiarmente, extensas alterações cromossômicas, não presentes nas células normais do paciente, e muitas alterações específicas têm significância diagnóstica e prognóstica.