Faculdade de Agronomia e Engenharia Florestal de Garça Associação Cultural e Educacional de Garça Curso de Agronomia Agronomia
FISIOLÓGIA DA PODA
GRANDE, Daniel. Discente FAEF-Garça
Garça, SP Maio, 2014
1. INTRD!"# A arte de podar nasceu da irracional iniciativa de um asno e essa origem muar desse ramo da horticultura parece ter influído até hoje na evolução pouco esclarecida dos processos e métodos mundiais de poda. Contam-nos Portes & Russen !"##$% ue' segundo Paus(mias' ge)grafo e historiador grego' foi um jumento ue' devorando os sarmentos de uma videira' deu aos nauplianos a idéia de pod*-la !+ngle, de ou,a' "#/%. Considera-se ue ca0ras' ovelhas e 0urros foram os desco0ridores da poda e portanto são chamados de os pais da poda. 1uando as plantas começam a diminuir a sua atividade fisiol)gica ou seja com a chegada do frio' é sa0ido ue est* chegando a hora correta de se fa,er uso da tesoura de poda. A poda' muito em0ora seja praticada para dirigir a planta segundo a vontade do homem' em fruticultura' é utili,ada com o o0jetivo de regulari,ar a produção e melhorar a ualidade das frutas. A poda é uma das pr*ticas culturais reali,adas em fruticultura ue' juntamente com outras atividades' como fertili,ação' irrigação e drenagem' controle fitossanit*rio' afinidade entre en2erto e porta-en2erto e condiç3es edafoclim*ticas' torna o pomar produtivo. Para ue a poda produ,a resultados satisfat)rios é importante ue seja e2ecutada levando-se em consideração a fisiologia e a 0iologia da planta e seja aplicada com moderação e oportunidade.
$.%&ETI' A poda acompanha a planta desde o início da vida até a sua decrepitude. As necessidades de poda vão sofrendo alteraç3es 4 medida ue a idade da planta vai avançando. 5os o0jetivos enunciados' pode-se concluir ue as plantas frutíferas necessitam de modalidades 0em diversas de poda' perfeitamente distintas umas das outras' de conformidade com a função ue cada uma e2erce so0re a economia da planta. A poda acompanha a planta desde a sua inf(ncia até a
sua decrepitude. 6' pois' natural ue v* tendo diferentes funç3es' adeuadas cada uma 4s diferentes necessidades da planta' ue por sua ve, variam com a idade. Podemos distinguir uatro modalidades principais de poda7
(oda de )ormação A poda de formação é reali,ada nos primeiros anos de vida da planta' o ue' para a maioria das plantas frutíferas' se prolonga até o 8o ou $o ano. 5urante esta etapa não se 0usca a produção e sim uma estrutura de ramos suficientemente fortes para poder resistir o peso das colheitas sem romperemse. Assim' é essencial o desenvolvimento de 0ifurcaç3es fortes e ramos 0em espaçados. Procura-se uma aruitetura ue propicie um )timo aproveitamento da radiação solar e 0oa produção por planta.
(oda de )ruti)icação 6 iniciada depois ue a copa est* formada. Para pratic*-la' tem-se a necessidade de conhecer a constituição dos )rgãos da planta para sa0er o ue se elimina e porue se elimina. Assim' assegura-se uma regularidade e melhora da frutificação através de um controle rigoroso do euilí0rio entre as funç3es vegetativa e reprodutiva. A import(ncia da poda de frutificação est* intimamente relacionada com o h*0ito de frutificação da planta. Assim sendo' a poda de frutificação é mais importante para auelas espécies ue produ,em em ramos novos' ou seja' ramos do ano' como é o caso da figueira' da videira e do uivi,eiro. A poda de frutificação tam0ém é importante porue é respons*vel pela manutenção do euilí0rio entre a parte vegetativa e a parte produtiva da planta' com isso é possível evitar diversos pro0lemas ue ocorrem uando as plantas apresentam produç3es deseuili0radas. A poda de frutificação é 0astante vari*vel com a espécie' cultivar' espaçamento' vigor da planta' estado nutricional e fitossanit*rio' condiç3es clim*ticas' épocas' entre outras. +sso fa, com ue' para algumas espécies' como a macieira' a poda de frutificação seja importante para algumas cultivares e' para outras' possa até não ser reali,ada.
(oda de re*u+enescimento 9em por finalidade livrar as plantas frutíferas de ramos doentes' atacados por pragas ou renovar a copa através do corte total da mesma' dei2ando-se apenas as ramificaç3es principais' com isso pode-se reativar a produtividade perdida. :ste tipo de poda é fre;ente em pomares a0andonados' mas de vigor ainda ra,o*vel' como' por e2emplo' laranjeiras' macieiras e pereiras.
=cm' e' posteriormente' seleciona-se os ramos ue irão permanecer' através da poda verde. :stes cortes maiores são reali,ados no
inverno' ocasião em ue são aplicadas pastas fungicidas no local ue foi cortado.
(oda de lime-a 6 uma poda leve' constituindo-se na retirada de ramos secos' atacados por doenças' pragas ou mal locali,ados. 6 reali,ada em frutíferas ue reuerem pouca poda' como é o caso de laranjeiras' ja0utica0eiras' mangueiras' entre outras. :sta pr*tica normalmente é reali,ada em períodos de 0ai2a atividade fisiol)gica da planta' ou seja' durante o inverno ou' como no caso das plantas cítricas' logo ap)s a colheita das frutas.
(oda +erde ou de +erão A poda verde ou de verão é reali,ada uando a planta est* vegetando' ou seja' durante o período de vegetação' florescimento' frutificação e maturação dos frutos e destina-se a arejar a copa' melhorar a insolação' melhorar a ualidade e a coloração dos frutos' manter a forma da copa pela supressão de partes da planta e diminuir a intensidade de cortes na poda de inverno. 6 tam0ém e2ecutada em plantas perenif)lias !com folhas permanentes% como as cítricas' a0acateiro' mangueira. A poda verde consiste em diferentes operaç3es' tais como7 desponte' des0rota' desfolha' esladroamento' incis3es e anelamentos' des0aste' desnetamento.
Desonte 4 tem por finalidade frear o crescimento de determinados ramos em comprimento' de modo a propiciar o desenvolvimento de ramos inferiores. Desrota 4 é a supressão de 0rotos laterais improdutivos' ou seja 0rotos in?teis' ue se desenvolvem 4 custa das reservas' em detrimento do florescimento e da frutificação. Esladroamento 4 os ramos ue nascem da madeira velha !do portaen2erto' por e2emplo% são denominados de ramos ladr3es' e não apresentam nenhuma vantagem' pois e2aurem as su0st(ncias nutritivas da planta' pertur0ando seu desenvolvimento. 5evem ser eliminados. ) não o são uando as plantas encontram-se em decrepitude e' neste caso particular' eles são utili,ados para revigorar a *rvore. Des)olha 4 é a supressão das folhas com diversas finalidades7 melhor iluminação e arejamento das flores ou dos frutos' eliminação de focos de doenças e pragas iniciadas na folhagem' é um recurso ue melhora a coloração de frutos' assim com a eliminação do e2cesso de folhas' principalmente dauelas ue reco0rem os frutos' ue necessitam de lu, para aduirir coloração !p@ra' maçã' amei2a e iBi%.
pr)2imas aos cachos as respons*veis pela ualidade dos frutos. :sta eliminação de folhas deve ser feita com 0om senso' pois o a0uso neste desfolhamento priva a planta de seus )rgãos de ela0oração de reservas de nutrição. +ncis3es e anelamentos 4 é o descasue circular' ou seja' remoção de um anel de casca da 0ase dos ramos novos' t@m por finalidade interromper a descida e com isso a retenção da seiva ela0orada pr)2imo 4 sua gema ou ao seu fruto. 1uando praticados no início do florescimento' aumentam a fertilidade das flores e' na formação do frutos' melhoram as suas ualidades !tamanho' coloração e sa0or%. 5eve-se operar com moderação' pois uma série de interrupç3es de seiva poder* causar um enfrauecimento do vegetal.
Desaste 4 é a supressão de certa uantidade de frutos de uma *rvore' antes da maturação fisiol)gica destes' assim proporcionar melhor desenvolvimento aos frutos remanescentes. 5entre as finalidades do des0aste pode-se citar7 melhorar a ualidade dos frutos !tamanho' cor' sa0or e sanidade% evitar a ue0ra de ramos !superprodução% regulari,ar a produção eliminar focos de pragas e doenças redu,ir as despesas com colheita de frutos imprest*veis !defeituosos' rauíticos e doentes%. :mprega-se normalmente o des0aste para o pessegueiro' a macieira' a pereira' a goia0eira' videira !uvas de mesa%' etc.' por estar o tamanho de seus frutos ligado a uma maior cotação e' em alguns casos' na tentativa de eliminar a produção alternada e manter a *rvore com produção anual uase id@ntica. :sse processo pode ser praticado em mangueira' macieira e pereira !imão' "#%. D des0aste é feito 4 mão uando o fruto ainda se encontra em desenvolvimento inicial e não atingiu E cm de di(metro. :ssa operação é altamente onerosa e cansativa' compensando' porém' os sacrifícios na sua reali,ação. Com o advento e o desenvolvimento de ind?stria uímica' pesuisas com hormFnios v@m sendo reali,adas tanto na :uropa como nos :stados Gnidos. D uso de hormFnios no des0aste de frutos representa um meio de redu,ir as despesas e a reali,ação da operação em curto espaço de tempo' podendo ser adicionado a inseticidas. D *cido naftaleno acético !A
Algumas espécies apresentam estreita correlação entre n?mero de folhas e ualidade do fruto. Assim' em pessegueiro' é 0oa a relação de um fruto para cada "> ou E= folhas e' em maçã' de um fruto para cada 8= ou $= folhas !imão' "#%.
Desnetamento 4 é uma poda verde aplicada 4s videiras' consiste em aparar com a unha' ou simplesmente arrancar' os ramos secund*rios ue nascem lateralmente do ramo principal e ue são chamados de netos !+ngle, de ou,a' "#/%.
/.CNC0!# Como foi visto' é importante antes de empunhar ualuer instrumento de poda conhecer 0em a fruteira a ser podada' sua fisiologia e seu estado nutricional e sanit*rio' o o0jetivo da e2ploração' a época em ue deve ser reali,ada a poda' ue tipo de poda e em ue intensidade deve ser praticada' para ue se tenha @2ito nessa operação.
2.REFER3NCIA %I%0IGR4FICA IR+CJ:KK' C.' A Poda. Portugal7 Pu0licaç3es :uropa-América' "L' EE# p.7 i l.
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+QD' .' 9ratado de ruticultura. Piracica0a7 :AK1' "#. L/= p.7 il.
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