FICHAMENTO FRANCO JUNIOR, Arnaldo. Operadores de leitura da narrativa. In: BONNICI, Thomas; ZOLIN, Lúcia Osana (ORG.). Teoria Literária: abordagens históricas e tendências cont contem em orân orânea eas. s. 3a. 3a. ed. ed. Mari Marinn á: Edue Eduem m 2009 2009 . 33-5 33-58. 8. 1. TESE (introdução)
Logo no inicio o autor deixou claro o que pretende abordar. Ele iniciou uma discussão sobre o gênero narrativo, concordando com os termos de Tomachevski (1976), a narrativa pode ser divida em três grandes blocos e pode ser classificada como movimentos próprios ao gênero, sendo a introdução, o desenvolvimento e a conclusão. Franco (2009, p. 34), propôs a discussão, qual seria a especificidade da narrativa. Tendo como resposta os seguintes trechos: p.34 – p.34 – ――A especificidade da narrativa parece ser o tratamento conferido ao conflito dramático que lhe é intrínseco. Sem conflito dramático, não há narrativa, mas ele não é um dado exclusivo da narrativa. Esta aí, há séculos, a poesia lírica para comprovar isso[...]‖A identificação do conflito dramático é, no entanto, fundamental para que se possa estabelecer um estudo detalhado da narrativa na qual ele se manifesta[...]‖ p.34 – p.34 – O O autor propõe duas formas de análise, a análise descritiva e a análise interpretativa ―A análise descritiva é aquela voltada para a decomposição do texto em elementos menores que o constituem e o fazem pertencer a um determinado gênero literário. Tal decomposição do texto em elementos menores é, por assim dizer, algo como uma dissecação do texto de modo a facilitar a compreensão e a classificação das partes [...]‖ ―A análise interpretativa, por sua vez, volta-se para a compreensão das possíveis relações de sentido que se estabelecem entre tais elementos que constituem o todo textual e, também, para a compreensão das possíveis relações de sentido que se estabelecem entre a ordem que preside a organização de tais elementos sob a forma de texto e a história ali narrada.‖ O autor em questão usa os termos do formalismo russo para caracterizar os elementos que compõe a narrativa, sendo eles: p.36 – A fábula, que segundo Franco (2009), ―é um conceito que compreende os acontecimentos ou fatos comunicados pela narrativa, ordenados, lógica e cronologicamente, numa sequência nem sempre corresponde àquela por meio da qual eles são apresentados, no texto, ao leito‖. Em suma, a fábula é o que se conta o que pode ser resumido em síntese. A PERSONAGEM E SUAS CLASSIFICAÇÕES
p.38 – Sobre a personagem o autor defende ―A personagem é um dos principais elementos constitutivos da narrativa.‖ E continua argumentando sobre a importância da personagem para a outra. ―[...] Um ser construído por meio de signos verbais, no caso do texto narrativo escrito, e de signos verbi-voco-visuais, no caso de textos de natureza híbrida como as peças de teatro, os filmes, as novelas de televisão etc. As personagens são, portanto, representações dos seres que movimentam a narrativa por meio de suas ações e/ou estados. ‖ p.38 – Ainda sobre as personagens ―[...] podem ser classificadas a partir de dois critérios: a) segundo o seu grau de importância para o desenvolvimento do conflito dramático presente na história narrada pelo texto narrativo; b) segundo o seu grau de densidade psicológica.‖ AUTOR, NARRADOR, NARRATÁRIO, FOCALIZAÇÃO
p.39 – Sobre esse tópico o autor começa defendendo a importância da distinção de cada elemento da narrativa, dando ênfase no autor e no narrado. ―[...] A primeira coisa que se deve saber sobre o narrador é que ele é uma categoria específica de personagem, e não deve, portanto, ser confundido com o autor do texto [...]‖ p.39 – ―É comum que o narrador seja classificado a partir da pessoa do discurso que utiliza para narrar e, também, segundo o seu grau de participação na história narrada [...] Assim, o narrador que utiliza a 1ª pessoa do discurso (Eu/Nós) seria classificado como narrador participante,
já que a 1ª pessoa evidenciaria a sua participação na história narrada. Por sua
vez, o narrador que utiliza a 3ª pessoa do discurso (Ele/Eles) seria classificado como narrador observador , pois a 3ª
pessoa evidenciaria o seu distanciamento em relação à história narrada.‖
O autor vai usar a nomenclatura utilizada por Genette, Aguiar e Silva, classificando o narrador como: Heterodiegético — é uma entidade exterior ―diegese‖, é aquele que não é ―co -referencial‖; tem uma função meramente narrativa; relata os acontecimentos. Homogiegético — é uma personagem da história que relata o que viveu, mas não é o protagonista da narrativa. Autodiegético — ―Subtipo do narrador homodiegético, o narrador autodiegético‖ é aquele que narra sua própria história.
p.41 – Sobre a focalização o autor faz as seguintes considerações ―A focalização corresponde, como o próprio nome sugere, à posição adotada pelo narrador para narrar a história, ao seu ponto de vista. O foco narrativo é um recurso utilizado pelo narrador para enquadrar a história de um determinado ângulo ou ponto de vista.‖ Utilizando a nomenclatura de Friedman, Franco (2003) dividiu em oito tipos de foco narrativo, mas antes de apresenta-los foi preciso distinguir cena de sumário. p.41 – ―Por Cena entenda-se a representação do diálogo das personagens, efetuada por meio do uso do discurso direto; por sumário entenda-se o relato generalizado ou a simples exposição dos eventos que caracterizam a narrativa.‖ TEMA, MOTIVOS E MOTIVAÇÃO
p.43 – ―Tema — É o assunto central abordado dramaticamente pela narrativa, ou seja, é o assunto que abarca o conflito dramático nuclear da história narrada pelo texto narrativo [...] Quanto maior o grau de ambiguidade no tratamento do conflito dramático da história narrada, maior serão as possibilidades de definição do tema pelo leitor; Motivos — Definem-se,
normalmente, a partir das ações das personagens e também, das
situações dramáticas apresentadas no desenvolvimento da narrativa; Motivação — compreende
o conjunto de motivos que, articulados ao tema, caracterizam o
modo como este é trabalhado ao longo da narrativa. Sua identificação e seu estudo são importantes para que o leitor possa avaliar o posicionamento estético e ideológico do autor em relação aos assuntos que aborda em seu texto.‖ NO, CLÍMAX, DESFECHO
p.43 – “Nó — É o fato que interrompe o fluxo da situação inicial da narrativa, criando um problema ou obstáculo que deverá ser resolvido[...]‖ “Clímax — É o elemento que marca o auge do conflito dramático, momento do tudo-ou-nada
entre as forças contrárias que agem e se defrontam na narrativa [...] Diferentemente do desfecho, o clímax caracteriza um momento em que a expectativa em relação à resolução do conflito central da narrativa ignora qual das forças contrárias vencerá.‖ “Desfecho — É a resolução do conflito central da narrativa, momento em que uma das forças
contrárias vence e se afirma sobre a sua oponente.‖
ESPAÇO, AMBIENTE, AMBIENTAÇÃO
p.44 – ― Espaço — O espaço compreende o conjunto de referências de caráter geográfico e/ou arquitetônico que identificam o(s) lugar(es) onde se desenvolve a história [...] não é incomum que se encontre, em determinados estudos, o espaço vinculado aos estados psicológicos da personagem por meio da expressão espaço psicológico [...]‖ p.44 – ― Ambiente — O ambiente é o que caracteriza determinada situação drámatia em determinado espaço, ou seja, ele é o resultado de determinado quadro de relações e ―jogo de forças‖ [...] o ambiente é portanto, o ‗clima‘, a ‗atmosfera‘ que se estabelece entre as personagens em determinada situação dramática[...]‖ p.44 – ― Ambientação — a ambientação compreende a identificação do modo como o ambiente é construído pelo narrador e, portanto, ela identifica também o trabalho de escrita do autor do texto, as escolhas que ele faz para construir deste ou daquele modo os ambientes.‖ O autor vai seguir a denominação dada por Lins (1976) dividida em três tipos de ambientação: Fraca, reflexa, dissimulada ou oblíqua. p.45 – ―Tanto a diegese (história narrada, fábula) como o discurso narrativo ( a narração, história construída, trama) estão inseridos num fluxo temporal. No entanto, a construção da narrativa torna possível a existência de certas distorções temporais que se tornam importantes para o estudo do texto narrativo[...]‖ p.46 – ―Os três recursos de subjetivação intimamente ligados ao tempo psicológico são o monólogo interior, a análise mental e o fluxo de consciência[...]‖ Sendo eles: Monólogo interior, Análise mental e Fluxo de consciência .