estudosdecomunicação.blogspot.com
A soc soc iedad e em rede http://estudosdecomunicacao.blogspot.com/2007/09/sociedade-em-rede.html
A era da informação: economia, sociedade e cultura - volume 1: A soc ied ad e em rede ( Ma nuel Castells Castells - 1999 1999)) Prólog o: a Red e e o Ser Ser
O c ap italis talismo pa ssa po r um p roc ess esso d e p rofunda reestr eestrutur uturaç aç ão , ca rac teriz terizad o po r maior flexibilidade de gerenciamento; descentralização das empresas e sua organização em redes tanto internamente quanto em suas relações com outras empresas; considerável fortalecimento do capital face o trabalho, com declínio concomitante da influência dos movimentos de trabalhadores; individualização e diversificação cada vez maior das relações de trabalho; incorporação maciça das mulheres na força de trabalho remunerada, geralmente em condições discriminatórias; intervenção estatal para desregular os mercados de forma seletiva e desfazer o estado de bem-estar social com diferentes intensidades e orientações, dependendo da natureza das forças e instituições políticas de cada sociedade; aumento da concorrência econômica global em um contexto de progressiva diferenciação dos cenários geográficos e culturais para a acumulação e gestão de c ap ital; integraç integraç ão globa l dos me rc ad os financ financ eiros eiros.. Devido a essas tendências, houve também uma acentuação do desenvolvimento d esi esigua l, de sta vez não ap ena s entre o Norte e o Sul, ma s entre to d os os seg me ntos e terri territórios tórios dinâmic os da s soc ied a d es em tod os os luga luga res e a q ueles que c orrem orrem o risc o de tornarem tornarem -se -se nã o pe rtinentes tinentes sob a pe rspe c tiva tiva da lóg ic a do sistem a. Na verda verda de , observamos a liberação paralela de forças produtivas consideráveis da revolução informa nforma c iona l, e a c onsoli onsolida da ç ão de burac os neg ros de miséri miséria. a. Além disso, um novo sistema de comunicação que fala cada vez mais uma língua universal digital tanto está promovendo a integração global da produção e d istrib trib uiç uiç ã o d e p alav ra s, sons sons e imag ens de noss nossa c ultura, ultura, c om o os p ersona ersona liza iza nd o ao go sto d a s id entida de s e hum ores d os ind ivíd ivíd uos. uos. As red es interativas d e c om put a do res estão estão c resc esc end o exponenc ialmente, criand criand o nova s forma forma s e c ana is de c om unic unic aç ã o, mo lda ndo a vida vida e, ao m esmo esmo te mp o, send send o mo lda da s po r ela. Simultanea me nte, as ativida ativida de s c riminosas minosas e a s organizaç organizaç ões ao esti estillo d a má fia fia de tod o o mund o ta mb ém se t ornaram glob a is e informa c iona is. As mudanças sociais são tão drásticas quanto os processo de transformação tecnológica e econômica, indo desde a condição feminina até a consciência ambiental. Os sistemas políticos estão mergulhados em uma crise estrutural de legitimidade, periodicamente arrasados por escândalos, com dependência total de cobertura da mídia e de liderança personalizada, e cada vez mais isolados dos c id a d ã os. os. Os mo vimento s soc iais tend em a ser fra fra gm enta do s, loc loc a is, ou c om ob jetivos únicos, efêmeros. Nesse mundo de mudanças confusas e incontroladas as pessoas tendem a reagruparem-se em torno de identidades primárias: religiosas, étnicas, te rri rrito ria ria is e na c iona is. is. Em um mund o d e flux fluxos glob ais de rique za, p od er e ima ima ge ns, ns, a b usc usc a da ide ntida ntida de , coletiva ou individual, atribuída ou construída torna-se a fonte básica de significado social. É a principal e talvez única fonte de significado em um período histórico caracterizado pela ampla desestruturação das organizações, deslegitimação das instituições, enfraquecimento de importantes movimentos sociais e expressões culturais
1
estudosdecomunicação.blogspot.com
efê me ra s. Ca d a vez mais, mais, as p ess essoa s orga niza niza m seu seu si sign ific fic a d o nã o e m t orno d o q ue fazem fazem , mas c om ba se no que elas são ou a c red itam que são . Enquanto isso, as redes globais de intercâmbios instrumentais conectam e desconectam indivíduos, grupos, regiões e até países, de acordo com sua pertinência na realização dos objetivos processados na rede, em um fluxo contínuo de decisões estratégicas. Segue-se uma divisão fundamental entre o instrumentalismo universal abstrato e as identidades particularistas historicamente enraizadas. Nossas sociedades estã estã o c a d a ve z ma is estrutur estruturaa d as em uma op osiçã osiçã o b ip olar entre entre a Red e e o Ser. Tec nolog ia, soc soc ieda de e transfor transforma ma ç ão his históri tóric ca
O dilema do determinismo tecnológico é, provavelmente, um problema infundado, dado que a tecnologia é a sociedade, e a sociedade não pode ser entendida ou rep resenta esenta da sem sua s ferra ferra me nta s tec nológ ic as. as. Ass Assim, quand o na déc ad a de 1970 um novo p aradigma tecnológico tecnológico , orga orga niz nizad o c om ba se na tec nologia d a informa nforma ç ão , veio veio a ser co nsti nstituí tuído do , foi um um seg mento espe espe c ífic fic o da sociedade norte-americana, em interação com a economia global e a geopolítica mundial, que concretizou um novo estilo de produção, comunicação, gerenciamento e vida. E é provável que esta origem no contexto californiano dos anos 70 tenha tido grandes conseqüências para as formas e a evolução das novas tecnologias da informação. Apesar do papel importante do financiamento militar nos primeiros estágios, o grande progresso tecnológico que se deu a partir de então pode ser relacionado de certa forma à cultura da liberdade, da inovação individual e iniciativa empreendedora oriunda dos campi norte-americanos da década de 60. A ênfase nos dispositivos personalizados, na interatividade, na formação de redes e na busca incansável de nova s de sc ob ertas tec nológica s, mesmo mesmo qua ndo não fazi faziam muito sentido sentido c om erc erc ial, não c omb inava c om a trad trad içã o c autelos autelosaa d o mundo c orpo orpo rativo. ativo. No entanto, logo que estas tecnologias se propagaram, foram apropriadas por diferentes países, várias culturas, organizações diversas e diferentes objetivos, explodindo em todos os tipos de aplicações e usos, mas guardando certas c a rac te rís rística s orig orig inais. inais. Algo que também deve ser guardado para o entendimento da relação entre tec nologia e soc soc ied ad e é q ue o p ap el do Estad o, seja seja inter interrrom pe ndo ou promo vend o e lide lide rand o a inova ç ão tec nológica é um fa tor dec isivo no p roc ess esso g eral, eral, à m ed ida que expressa e organiza as forças sociais dominantes em um espaço e uma época determinados. A tecnologia expressa a habilidade de uma sociedade para impulsionar seu domínio tecnológico por intermédio das instituições, e o processo histórico em que esse desenvolvimento de forças produtivas ocorre assinala as características da tecnologia e seus entrelaçamentos com as relações sociais. E não é diferente na revolução tecnológica atual. Ela originou-se e difundiu-se, não por acaso, em um período histórico da estruturação global do capitalismo, para o qual foi uma ferramenta básica. Portanto, a nova sociedade emergente deste proc ess esso d e transfor transforma ma ç ão é c ap italis talista e ta mb ém informa nforma c iona l, embo ra ap resente esente variação histórica considerável nos diferentes países. Este livro estuda o surgimento de uma nova estrutura social, manifestada sob várias forma s c onfo rme a d iversi versid a d e d e c ulturas ulturas e institui instituiçç õe s em tod o o p la neta . Es Essa nova
2
estudosdecomunicação.blogspot.com
estrutura social está associada a um novo modo de desenvolvimento, o informa nforma c iona lismo , his historic toric am ente mo lda do pe la reestr eestrutur uturaç aç ão do mo do c ap italis talista de prod uçã o no final final do séc ulo ulo XX XX. Cap itali italis smo e informa informa c ionalis ionalismo mo
Cad a m odo de desenvol desenvolvi vimento mento é defini definido do pe lo elemento funda funda mental à promoç ão da produtividade no processo produtivo. No modo agrário consegue-se excedente por incremento de mão-de-obra e recursos naturais; no modo industrial, a principal fonte d e p rod utivi utivida da de resi eside na introd introd uçã o d e nova s e b arata s fontes de energia; energia; no mod o infor informa ma cional, cional, a fonte de produtivi produtivida da de ac ha-se ha-se na tecnologia tecnologia d e g eraç eraç ão de conhecimentos, de processamento da informação e de comunicação de símbolos. Conhecimento e informação são cruciais em todos os modos de produção, mas o novo no informacionalismo é a ação de conhecimentos sobre os próprios conhecimentos como a principal fonte de produtividade. E os modos de desenvolvimento modelam toda a esfera de comportamento social, inclusive a comunicação simbólica. Portanto, devemos esperar o surgimento de novas formas his históric tóric a s d e intera intera ç ã o, co ntrole ntrole e transforma transforma ç ã o soc soc ial. A reestruturação capitalista foi o fator histórico mais decisivo para a formação do pa rad igm a d a te c nologia da informa nforma ç ão , po rque a tec nolog nolog ia p oss ossibili bilitou a s reformas que o no vo c ap italis talismo exigia. exigia. Após o fim do sucesso do modelo keynesiano de crescimento, com as crises do petróleo e inflação de 1974 e 1979, uma série de reformas, tanto no âmbito das instituições como no do gerenciamento empresarial, visavam quatro objetivos principais: aprofundar a lógica capitalista de busca de lucro nas relações capital/trabalho; aumentar a produtividade do trabalho e do capital; globalizar a produç ão , circ circ ulaç ulaç ão e m erca do s, aproveitand aproveitand o a s c ond iç ões ma is vanta josas osas pa ra a ob tenç ão de lucros em tod os os luga res; es; e direc direc iona r o ap oio estata estata l para g anho s de produtividade e competitividade das economias nacionais, freqüentemente em de tri trimento da proteç ão soc ial e da s normas de interes nteressse p úblic úblic o. A inovação tecnológica e a transformação organizacional com enfoque na flexi flexibil biliida de e a da pta bili bilida de foram foram c ruciais pa ra g arantir a ve loc ida de e a efic efic iênc ia da reestruturação. Portanto, o informacionalismo está totalmente ligado à expansão e ao rejuvenes ejuvenescc ime nto do c ap italis talismo . O Ser Ser na soc soc ieda de informac ional
Os primeiros passos históricos das sociedades informacionais parecem caracterizá-las pela preeminência da identidade como seu princípio organizacional. Mas afirmação de identidade não significa necessariamente incapacidade de relacionar-se com outras ou abarcar toda a sociedade sob esta identidade, como aspiram os fundamentalismos. Pa ra Alain Tou Tou raine, num a soc ied a d e p ós-i ós-ind nd ustri ustriaa l em q ue o s serviço s c ultura ultura is substituíram os bens materiais no cerne da produção, é a defesa da personalidade e da c ultur ulturaa do sujeito ujeito c ontra ontra a lóg ic a do s ap aratos e m erca do s que substi ubstitui tui a idé ia da luta d e c lass lasses. es. É signific gnific at ivo q ue fund a me nta lis lismo s d e to d os os tipos tenha m se se d ifundido p or tod o o mundo no mo mento em que as rede s globais de riqueza queza e p ode r co necta m p ontos nodais e valorizam indivíduos em todo o planeta, embora desconectem e excluam
3
estudosdecomunicação.blogspot.com
grandes segmentos das sociedades, regiões e até países inteiros. Parece haver uma lógica de excluir os agentes da exclusão: o processo de desconexão torna-se recíproco após a recusa, pelos excluídos, da lógica unilateral de dominação estrutural e exclusão social. 1) A Revolução Revolução da Tec nologia d a Infor Informa ma çã o Que revolução revolução ?
No final do século XX estamos vivendo um intervalo cuja característica é a transformação de nossa "cultura material" pelos mecanismos de um novo paradigma tec nológico q ue se se orga niz niza e m torno da tec nologia da informa nforma ç ão . O p roc ess esso a tual de transformação tecnológica expande-se exponencialmente em razão de sua capacidade de criar uma interface entre campos tecnológicos mediante uma linguag em d igital gital com um na q ual a infor informa ma çã o é g erad erad a, arma arma zenad a, rec rec uperada , processada e transmitida. Vivemos em um mundo que se tornou digital. Esse é um evento histórico da mesma importância da revolução industrial do século XVIII, induzindo um padrão de descontinuidade nas bases materiais da economia, sociedade e cultura. Diferentemente de qualquer outra revolução, o cerne da transformação que estamos vivendo na revolução atual refere-se às tecnologias da informa nforma çã o, proc proc ess essam ento e co munica munica çã o. O que caracteriza a atual revolução tecnológica não é a centralidade de conhecimentos e informação, mas a aplicação desses conhecimentos e dessa informação para geração de conhecimentos e de dispositivos e de processamento/comunicação da informação, em um ciclo de realimentação cumulativo entre a inovação e seu uso. Os usos das novas tecnologias de telecomunicações nas duas ultimas décadas passaram por três estágios distintos: a automação de tarefas, as experiências de usos e a reconfiguração das aplicações. Nos dois primeiros estágios, o progresso da inovação tecnológica baseou-se em ap rend er usand usand o. No terceiro estágio, os usuários aprenderam a tecnologia fazendo, o que acabou resultando na reconfiguração das redes e na descoberta de novas aplicações. O c ic lo d e realimenta realimenta ç ão entre entre a introd ntrod uç ão de uma nova tec nologia, seus seus usos usos e seus seus desenvolvimentos em novos domínios torna-se muito mais rápido ao novo paradigma tecnológico. Conseqüentemente, a difusão da tecnologia amplifica seu poder de forma infinita, "à medida que os usuários apropriam-se dela e a redefinem". Dessa forma, os usuários podem assumir o controle da tecnologia como no caso da Internet. Pela p rime ira vez na históri história, a, a me nte huma na é uma forç forç a direta direta de produç ão , não a pe na s um e lem ento de c isivo no si sistem a p rod utivo. As novas tecnologias da informação difundiram-se pelo globo com a velocidade da luz em menos de duas décadas, entre meados dos anos 70 e 90, por meio de uma lógica que é a característica dessa revolução tecnológica: a aplicação imediata no próprio desenvolvimento da tecnologia gerada, conectando o mundo através da tecnologia da informação. Na verdade, há grandes áreas do mundo e consideráveis segmentos da população que estão desconectados do novo sistema tecnológico. As áreas desconectadas são cultural e espacialmente descontínuas. A seqüênc seqüênc ia histór histórica ica da Revolução da Tec nologia d a In Infor forma ma ç ão
A breve, porém intensa, história da revolução da tecnologia da informação foi contada tantas vezes nos últimos anos que é desnecessário relatá-la completamente. Tod a via, é útil p a ra a ná lis lise no s lemb ra rmos d os p rincip a is eixos d a t ra nsforma nsforma ç ã o
4
estudosdecomunicação.blogspot.com
tecnológica em geração/ processamento/ transmissão da informação, colocando-os na seqüência que se deslocou rumo à formação de um novo paradigma sociotécnico. Mac romud anç as da m icroengenhari icroengenharia: a: eletr eletrônica e informaç informaç ão
Foi durante a Seg unda Guerra Guerra Mundial e no pe ríod o seg seg uinte uinte q ue se se d eram as principais descobertas tecnológicas em eletrônica, o primeiro computador programá vel e o trans transiistor, fonte da microeletr microeletrônica ônica , o verda de iro c erne erne d a revoluçã o da tecnologia da informação no século XX. Porém, defendo que só na década de 70 as novas tecnologias da informação difundiram-se amplamente, acelerando seu de senvolvimento envolvimento sinérgico nérgico e c onvergindo onvergindo em um novo p arad igm a. O d ivis ivisor or tec nológic o d os anos 70
Esse sistema tecnológico, em que estamos totalmente imersos nos anos 90, surgiu nos a nos 70. 70. As d esc esc ob ertas b á sic a s na s tec nolog ia s d a informaç ã o tê m a lgo d e e ssenc ia l em comum: embora baseadas principalmente nos conhecimentos já existentes e desenvolvidas como uma extensão das tecnologias mais importantes, essas tecnologias representaram um salto qualitativo na difusão maciça da tecnologia em aplicações comerciais e civis, devido a sua acessibilidade e custo cada vez menor, c om q ualida ualida de c ad a vez ma ior. Pod em os dizer dizer que a Revoluçã Revoluçã o d a Tec Tec nologia nologia d a Informação propriamente dita nasceu na década de 70, principalmente se nela incluir ncluirmo s o sur surgimento gimento e a difusão difusão pa ralela alela da eng enha ria ge nética ma is ou m enos na s me sm a s d a ta s e loc a is. is. Tec nolog ias da vida
No ini inicio cio da dé ca da de 70, 70, a c omb inaç ão g enética enética e a recom binaç binaç ão d o DNA, DNA, ba se tecnológica da engenharia genética, possibilitaram a aplicação de conhecimentos cumulativos. Daí para frente, houve uma corrida para a abertura de empresas comerciais. Dificuldades cientificas, problemas técnicos e obstáculos legais, oriundos de justi ustifificc ad as preoc upa ç ões ética s e d e seg seg uranç uranç a, reta reta rda ram a louvad a revoluç revoluç ão biotecnológica biotecnológica d urante urante a dé ca da de 80. 80. Um considerável valor em investimentos de capital de risco foi perdido e algumas das empresas mais inovadoras foram absorvidas por gigantes farmacêuticos. Porém, no final final da dé c ad a de 80 e d urante urante os ano s 90, 90, um grande imp uls ulso c ientífi entíficc o e uma nova ge raç ão de c ientistas entistas ousad ousad os e e mp reend ed ores revitali evitalizzaram a biotec nologia c om um enfoque dec isivo em engenharia engenharia genética, a tecnologia tecnologia da vida vida verda verda de iram ente revolucionária nesse campo. Devido à sua especificidade científica e social, a difusão da engenharia genética progrediu de forma mais lenta que a eletrônica entre as dé ca da s de 70 e 90. 90. Mas, nos anos 90, mercados mais abertos e maiores recursos educacionais e de pe squisas quisas em t od o o mund o e stão ac elerand elerand o a revoluçã o b iotec nológic nológic a. Tod Tod as as indicações apontam para uma explosão de aplicações na virada do milênio, que desencadeará um debate fundamental na fronteira, atualmente obscura, entre a natureza natureza e a soc ied ad e. O co ntext ntexto o soc soc ial e a dinâmica da transfor transforma ma ç ão tec nológica
Os caminhos seguidos pela indústria, economia e tecnologia são, apesar de relacionados, lentos e de interação descompassada. A emergência de um novo sistema tecnológico na década de 70 deve ser atribuída à dinâmica autônoma da
5
estudosdecomunicação.blogspot.com
d esc esc ob erta e d ifusã fusã o tec nológ ic a , inc inc lusi usive a os efe itos sisinérgico s entre to d as as vá ria s principais tecnologias. O forte impulso tecnológico dos anos 60 promovido pelo setor mil militar prepa prepa rou a tecnologia tecnologia norte-amer norte-ameriica na pa ra o grande ava nço. A prime prime ira Revo Revo luçã o em Tec nolog ia d a Informa Informa ç ão c onc entrou-se entrou-se no s Esta do s Unidos, e até certo ponto, na Califórnia nos anos 70, baseando-se nos progressos alcançados nas duas décadas anteriores e sob a influência de vários fatores institucionais, econômicos e culturais. Mas não se originou de qualquer necessidade preestabelecida. Foi mais o resultado de indução tecnológica que de determinação pessoal. Até certo ponto, a disponibilidade de novas tecnologias constituídas como um sistema na década de 70 foi uma base fundamental para o processo de reestruturação socioeconômica dos anos 80. E a utilização dessas tecnologias na dé c ad a de 80 c ond ic ionou, em g rand e p arte, seus seus usos usos e trajetóri trajetórias as na d éc ad a d e 90. 90. O surgimento da sociedade em rede não pode ser entendido sem a interação entre essas duas tendências relativamente autônomas: o desenvolvimento de novas tecnologias tecnologias da informa nforma çã o e a tentativa tentativa da antiga antiga soc ieda de de reap arelhar arelhar--se c om o uso uso d o p od er da te c nologia pa ra servi servirr à te c nologia do po de r. Sem ne c ess essida de de rend er-s er-se a o relativis relativismo his históric tóric o, p od e-se e-se d izer que a Revo luç ão d a Tec nolog ia d a Informação dependeu cultural, histórica e espacialmente de um conjunto de circunstâncias muito específicas cujas características determinaram sua futura evolução. Mod elos elos,, atores atores e loc ais da Revoluç ão d a Tec Tec nolog ia da Inf Informa orma ç ão
Se a prime prime ira Revo luç ã o Industri Industriaa l foi foi britâ britâ nica , a p rime ira Revo luç ã o d a Tec nolog ia d a Informa ç ã o foi norte-a norte-a me ric a na , c om tend ênc ia c a liforni liforniaa na. Nos d ois c a sos, os, c ientista entista s e industriais de outros países tiveram um papel muito importante tanto na descoberta como na difusão das novas tecnologias. A França e a Alemanha foram fontes importantes de talentos e aplicações da Revolução Industrial. As descobertas c ientífi entífic a s originad originad a s na Inglate rra , Fr Fran ç a , Alem Alem a nha e Itália Itália c onsti onstituí tuírram a b ase ase d a s nova s tec nolog nolog ias de eletrônica eletrônica e b iologia, a c ap ac ida de da s emp resas esas jap onesas onesas foi decisiva para a melhoria do processo de fabricação com base em eletrônica e para a penetraçã o d as tecnologias tecnologias da informa nforma çã o na vida vida co tidiana tidiana m undial. undial. O setor como um todo evoluiu rumo a interpenetração, alianças estratégicas e formação de redes entre empresas de diferentes países. As empresas, instituições e inovadores norte-americanos não só participaram do início da revolução da década de 70 como também continuaram a representar um papel de liderança na sua expa nsão nsão , po siç ã o qu e p rova velment e se sus sustenta tenta ra a o e ntra ntra rmo s no séc séc ulo ulo XXI XXI. Ma s, sem dúvida, testemunharemos uma presença cada vez maior de empresas japonesas, c hinesa hinesa s, ind ind ia na s e c orea na s, ass assim c om o c ontribu ontribu iç õe s signifi ignificc a tiva tiva s d a Europ urop a em biotecnologia biotecnologia e telec telec omunic omunic aç ões. ões. O d esenvolvi esenvolvimento mento da Revoluçã o d a Tec Tec nologia da Informa nforma ç ão c ontribuiu ontribuiu para a formação dos meios de inovação onde as descobertas e as aplicações interagiam e eram testadas em um repetido processo de tentativa e erro: aprendia-se fazendo. Esses ambientes exigiam (e na década de 90 ainda exigem, apesar da atuação online) concentração espacial de centros de pesquisa, instituições de educação superior, empresas de tecnologia avançada, uma rede auxiliar de fornecedores, provendo bens e serviços e redes de empresas com capital de risco para financiar novos empreendimentos. Uma vez que um m eio esteja esteja c onsoli onsolida da do , c om o o Vale Vale d o Si Silíc io na dé c ad a d e 70, 70, ele tende a gerar sua própria dinâmica e atrair conhecimentos, investimentos e ta lento s de tod a s a s p a rtes d o m und o. Será Será q ue e sse p a d rã o soc soc ia l, cultural cultural e e sp ac ia l 6
estudosdecomunicação.blogspot.com
de inovação pode ser estendido para o mundo inteiro? Nossas conclusões confirmam o papel decisivo desempenhado pelos meios de inovação no desenvolvimento da Revoluçã evoluçã o d a Tec Tec nologia nologia d a Infor Informa ma çã o: conc entraç entraç ão de co nhecimentos c ientíficos entíficos// tec nológ ic os, os, ins institui tituiçç õe s, emp resa esa s e m ã o d e o bra q ua lifi ific a d a sã o a s forjas forjas da inovaç ão d a Er Era d a Infor Informa ma çã o. Porém, esses meios não precisam reproduzir o padrão cultural, espacial, institucional e espacial do Vale do Silício ou de outros centros norte-americanos de inovação tec nológ ic a , c om o o sul da Ca lifórni ifórniaa , Bos Boston, ton, Sea Sea ttle o u Austin. Austin. Foi o Esta d o, e nã o o em preend ed or de inovaç ões em g arag ens, ens, que inic nic iou a Revoluçã o d a Tec Tec nolog nolog ia da Informação tanto nos EUA como em todo o mundo. Mas, sem esses empresários inova d ores q ue d eram inicio a o Vale d o S Siilíc io ou a os c lone s de PCs em Ta iwa n, a Revoluçã o da Tec nologia d a Informa nforma ç ão teria teria ad quiri quirido c arac terís terístic tic as muito muito diferentes e é improvável que tivesse evoluído para a forma de dispositivos tec nológ ic os flexí flexíveis veis e d esc esc entraliz entraliza do s q ue estã estã o se d ifundindo p or tod a s a s esferas esferas da ativi atividad dad e humana. Na realidade, é mediante essa interface entre os programas de macropesquisa e grandes mercados desenvolvidos pelos governos, por um lado, e a inovação descentralizada estimulada por uma cultura de criatividade tecnológica e por modelos de sucesso pessoais rápidos, por outro, que as novas tecnologias da informação prosperam. No processo, essas tecnologias agruparam-se em torno de redes de empresas, organizações e instituições para formar um novo paradigma sociotécnico. O paradigma d a tecnologia da infor informaç maç ão
* A primeira característica do novo paradigma é que a informação é sua matériaprima: são tecnologias para agir sobre a informação, não apenas informação para a gir sob re a t ec nolog ia , c om o foi o ca so d a s revo luç õe s tec nológ ic a s a nteriores nteriores.. * O segundo aspecto refere-se à penetrabilidade dos efeitos das novas tecnologias. Como a informação é uma parte integral de toda atividade humana, todos os processos de nossa existência individual e coletiva são diretamente moldados (emb ora, c om c ertez erteza, a, não de terminad terminad os) os) pelo novo novo me io tec nológico. * A terce ira c a rac terís terística refe re-se e-se à lóg ic a de red es em q ualqu er sisistem a ou c onjunto d e rela rela ç õe s, usa usa nd o e ssa s nova s tec nolog ia s d a informaç ão . * Em Em q ua rto lug ar, referente referente a os sistem a s de red es, es, ma s send o um a sp ec to c la ram ente distinto, o paradigma da tecnologia da informação é baseado na flexibilidade. Não apenas os processos são reversíveis, mas organizações e instituições podem ser modificadas, e até mesmo fundamentalmente alterada, pela reorganização de seus componentes. * Uma Uma quinta c arac terís terístic tic a de ssa revoluçã o tec nológica é a c resc esc ente c onvergênc ia de tecnologias específicas para um sistema altamente integrado, no qual trajetórias tecnológicas antigas ficam literalmente impossíveis de se distinguir em separado. A dimensão dimensão soc ial da Revoluçã Revoluçã o d a Tec Tec nologia da Informa nforma ç ão pa rec e de stinad tinad a a cumprir a lei sobre a relação entre a tecnologia e a sociedade proposta de algum tem p o a trá trá s p or Melvin Melvin Kr Kra nzb nzb erg: "A "A p rime ira lei de Kra nzb nzb erg d iz: A tec nolog ia nã o é nem boa, nem ruim, e também não é neutra." É uma força que provavelmente está, mais do que nunca, sob o atual paradigma tecnológico que penetra no âmago da vida e da mente. Mas seu verdadeiro uso na esfera da adição social consciente e
7
estudosdecomunicação.blogspot.com
complexa matriz de interação entre as forças tecnológicas liberadas por nossa espé espé c ie e a espé espé c ie em si sã o q uestõe uestõe s ma is d e investiga investiga ç ã o q ue d e d estino. estino. 2) A nova ec onomia: informac informac ionalis ionalismo, g lobalizaç lobalizaç ão, func func ionamento em rede Introdução
Uma nova economia, informacional e global, surgiu nas duas últimas décadas. É informa nforma cional, cional, porque porque a produtivi produtivida da de e a co mp etiti etitivi vida da de de unida unida des ou a gentes ness nessa ec onomia d epe ndem ba sica mente d a sua ca pa cidad e d e g erar, erar, process processar e ap lic ar de forma efic efic iente a informa nforma ç ão ba sea da em c onhec ime ntos. ntos. É globa l po rque as principais atividades produtivas estão organizadas em escala global, diretamente ou mediante uma rede de conexões entre agentes econômicos.É informacional e global porque porque a produtivi produtivida da de é gerada e a c onco rrência é feita feita em uma rede g loba l de inter interaç aç ão. Produtivi odutivida da de, c omp eti etiti tividade vidade e a ec onomia in infor forma ma l
O enigma enigma da produtivi produtivida da de Foi por meio meio d o a umento da produçã o po r unida unida de de insumo nsumo no temp o q ue a raça humana conseguiu comandar as forças da Natureza. Os caminhos específicos do aumento da produtividade definem a estrutura e a dinâmica de um determinado sistem a ec onôm ic o. Se houver uma nova economia informacional, deveremos identificar as fontes de produtividade que distinguem essa economia. O aumento da produção por hora de trabalho não era resultado de adição de mão-de-obra e apenas ligeiramente de a d iç ã o d e c a p ita l, ma s vinha vinha d e o utra utra fo nte, express expressa c om o um resi resid ua l esta esta tís tístico e m sua equação da função de produção. Economistas, sociólogos e historiadores econômicos não hesitaram em interpretar o "residual" como sendo correspondente a transformações tecnológicas. Nas elaborações mais precisas, "ciência e tecnologia" eram eram co mp reendidas em sentido entido amp lo: a tec nologia nologia voltad voltad a pa ra o g erenciamento erenciamento foi co nsi nsiderada tão imp ortante ortante q uanto o gerenciam gerenciam ento da tecnologia. tecnologia. Afir Afirma r que a p rod utivi utivida da de gera c rescimento escimento ec onômico e que e la é uma funçã funçã o d a trans transfor forma ma ç ão tec nológica eq uivale uivale a dizer dizer que as c arac terís terístic tic as da soc ied ad e são são os fatores cruciais subjacentes ao crescimento econômico, por seu impacto na inovaç ão tecnológica tecnológica . A prod prod utivi utivida da de ba sead a em co nhecimentos nhecimentos é espec espec ífica fica da economia informacional? Demonstrou-se o papel fundamental desempenhado pela tecnologia no crescimento da economia, via aumento da produtividade, durante toda a história e especialmente na era industrial. A hipótese do papel decisivo da tecnologia tecnologia c omo fonte da produtivi produtivida da de na s ec onomias ava nça da s tamb ém p arece conseguir abranger a maior parte da experiência passada de crescimento ec onôm ic o, permea ndo diferentes diferentes trad trad iç õe s intelec ntelec tuais em te oria oria e c onôm ic a. Houve uma proporção significativa da desaceleração da produtividade, que é resultado da crescente inadequação de estatísticas econômicas ao captarem os movimentos movimentos da nova e co nomia nomia informa nforma cional, cional, exata exata mente d evido evido ao am plo esco esco po de suas trans transfor forma ma ç ões sob o imp imp ac to da tec nolog nolog ia d a informaç informaç ão e da s mud anç as organizac organizac iona is c onexas. onexas. Pod Pod e ser que a produtivida produtivida de não esteja esteja d esap esap arec end o, e sim a ume nta nd o p or via via s p arc ia lme nte ob sc ura ura s em c írc ulos ulos em e xp an sã o. A tecnologia e o gerenciamento da tecnologia poderiam estar se difundindo a partir da produção da tecnologia da informação, telecomunicações e serviços financeiros, alcançando em grande parte a atividade industrial e depois os serviços empresariais.
8
estudosdecomunicação.blogspot.com
Mas o quadro ainda é confuso, pois no momento os dados são insuficientes para estabelecer uma tendência. Estes podem servir de base para a compreensão da ec ono mia informa informa c iona l, ma s nã o c onseg onseg uem informar a históri históriaa rea l. Informacionalismo e capitalismo, produtividade e lucratividade
A longo prazo, a produtividade é a fonte da riqueza das nações.E a tecnologia é o principal fator que induz à produtividade. Mas esta não é um objeto em si. E o investi nvestimento mento em tecnologia tecnologia ta mbé m não é feito feito p or causa causa d a inovaçã o tec nológica. nológica. Empresas e nações são os verdadeiros agentes do crescimento econômico. Comportam-se em um determinado contexto histórico, conforme as regras de um sistema econômico. Assim, as empresas estão motivadas não pela produtividade, e sim pe la luc ra tivid tivid a d e. E a s insti nstituiçõ tuiçõ es p olítica olítica s esta esta rão voltad a s p a ra a ma ximizaç mizaç ã o da competitividade de suas economias. A lucratividade e a competitividade são os verdadeiros determinantes da inovação tecnológica e do crescimento da produtividade. O p roc ess esso d e g lob aliz alizaç ão rea limenta o c resc esc imento da produtivida produtivida de , vis visto q ue a s empresas melhoram seu desempenho quando encaram maior concorrência mundial. A via que conecta a tecnologia da informação, as mudanças organizacionais e o c resc esc imento da produtivida produtivida de pa ssa p ela c onc orrênc orrênc ia globa l. Foi Foi dess desse m od o q ue a busca da lucratividade pelas empresas e a mobilização das nações a favor da competitividade induziram arranjos variáveis na nova equação histórica entre a tecnologia e a produtividade. No processo, foi criada e moldada uma nova economia global que pode ser considerada o traço mais típico e importante do capitalismo informacional. A repolitiz repolitizaç aç ão do c ap it italis alismo mo in infor forma ma c ional
Os interesses políticos específicos do Estado ficam diretamente ligados ao destino da concorrência econômica das empresas. A nova forma de intervenção estatal na economia une a competitividade, a produtividade e a tecnologia. A política e a produtividade ficam interligadas, tornando-se instrumentos fundamentais para a competitividade. Por causa da interdependência e abertura da economia internacional, os Estados de vem e mp enha r-se -se em promo ver o de senvolvimento envolvimento de estr estraté até gias em nome de seu empresariado. A economia informacional global é uma economia muito politizada, e a grande concorrência de mercado em escala global ocorre sob condições de comércio administrado. A nova economia, baseada em reestruturação sócioec onômica e revoluçã revoluçã o tecnológica tecnológica será erá mo lda da , até c erto erto ponto, de ac ordo ordo c om os p roc ess essos p olítico olítico s d esenv esenv olvido s no e p elo Es Esta d o. A ec onomia globa l: gênese, gênese, estr estrutu uturra e d inâmica
Uma economia global é uma economia com capacidade de funcionar como uma unidade em tempo real, em escala planetária. No final do século XX a economia mundial conseguiu tornar-se verdadeiramente global com base na nova infraestrutura, propiciada pelas tecnologias da informação e comunicação. Essa glob a lid a de envo lve o s p rinc ip a is p roc ess essos e elem ento s d o si sistem a e c onô mic o. As novas tecnologias permitem que o capital seja transportado de um lado para o outro entre economias em curtíssimo prazo, de forma que o capital está interconec tad o em tod o o mund o. Os flux fluxos os de c ap ital tornam tornam -se -se g lob ais, ais, e ao me smo tempo, cada vez mais autônomos vis-à-vis o desempenho real das economias. A mais
9
estudosdecomunicação.blogspot.com
imp ortante transfor transforma ma çã o subjac subjac ente ao surgimento urgimento da ec onom ia globa l diz diz respe espe ito ao ge renc iam ento d a p rod uçã o e d istri tribuiçã o e a o p róp rio p roc ess esso p rod utivo. utivo. O que é fundamental nessa estrutura industrial é que ela está disseminada pelos territórios em todo o globo e sua geometria muda constantemente no todo e em cada unidade individual. O mais importante elemento para uma estratégia administrativa bem sucedida é posicionar a empresa na rede, de modo a ganhar vanta ge m c om pe titi titiva va p ara sua sua p osi osiç ão relativa. elativa. A ma is nova d ivis ivisão ão internac ional do traba lho
A ec onomia g loba l res resul ultante tante d a produçã o e co ncorrência ncorrência c om ba se infor informa ma cional caracteriza-se por sua interdependência, assimetria, regionalização, crescente diversificação dentro de cada região, inclusão seletiva, segmentação excludente e, em conseqüência de todos esses fatores, por uma geometria extraordinariamente variáve variáve l que te nde a d esi esintegrar a ge og rafia ec onôm ic a e his históric tóric a. A arquitetu arquiteturra e a ge ome tr tria ia da ec onomia informac informac ional/g lobal
A estrutura dessa economia caracteriza-se pela combinação de uma estrutura permanente e uma geometria variável. A arquitetura da economia global apresenta um mundo assimétrico interdependente, organizado em trono de três regiões econômicas principais (Europa, América do Norte e região do Pacífico asiático) e c ad a vez ma is po lariz arizad o a o longo de um e ixo d e o po siç ão entre entre a s áreas próspe próspe ras produtivas e ric as em informa nforma ç ão e a s áreas emp ob rec ida s, sem sem valor eco nômico , e atingidas pela exclusão social. A interligação dos processos econômicos entre as três reg iões torna seu d estino estino prat ic am ente insep nsep a rá vel. A m ais nova d ivisã visã o internac iona l do trabalho está disposta em quatro posições diferentes na economia informacional/global: produtores de alto valor com base no trabalho informacional; produtores de grande volume baseado no trabalho de mais baixo custo; produtores de matérias-primas que se baseiam em recursos naturais; e os produtores redundantes, red uzi uzid os ao trab a lho d esva esva lori loriza d o. A questão crucial é que essas posições diferentes não coincidem com países. São organizadas em redes e fluxos, utilizando a infra-estrutura tecnológica da economia informacional. A posição da divisão internacional do trabalho depende das características de sua mão-de-obra e de sua inserção na economia global. A mais nova divisão internacional do trabalho está organizada com base em trabalho e tec nologia, ma s é imp imp lem enta da e mo dific dific ad a p or go vernos vernos e em preend ed ores. ores. 3) A empresa em rede: a cultura, as instituições, e as organizações de economia informal
A economia informal é caracterizada por cultura e instituições específicas, onde tal c ultur ulturaa nec ess essária ária pa ra o d esenvolvi esenvolvime me nto e c onsti onstitui tuiçç ão de um si sistema ec onôm ic o é realizada nas lógicas organizacionais, de acordo com o conceito de Nicole Biggart: "...por ...por lóg lóg ic a s orga niza niza c iona is, refir refiro-me o-me a um p rinc íp io leg itima d or elab orad o e m um a série de práticas sociais derivativas. Em outras palavras, lógicas organizacionais são as bases ideacionais para as relações das autoridades institucionalizadas."Minha tese entã o p arte do princí princípio pio que a e c onom ia informa informa c iona l surge urge do de senvolvime envolvime nto de uma lógica o rga niz nizac iona l e da a tual trans transfor forma ma ç ão te c nológic nológic a. A resp resp eito d isso p od em os c itar a trajetória trajetória d o ind ustri ustriaa lismo p a ra o informa c iona lismo na reestruturação econômica dos anos 80, causada pela crise de lucratividade do process processo de a cumulaçã o de c ap ital da d éc ad a d e 70 70.
10
estudosdecomunicação.blogspot.com
Co mo p rinc ip ais p onto s d ess essa ree struturaç truturaç ã o: o divisão na organização da produção e dos mercados na economia global; o as transformações organizacionais interagiram com a difusão da tecnologia de informação, mesmo sendo independentes uma da outra; o essas transformações organizacionais visavam lidar com a incerteza causada pelas velozes mudanças no ambiente econômico, institucional, tecnológico da empresa; o introdução do modelo de "produção enxuta", visando economizar mão-de-obra, eliminar eliminar tarefas e sup sup rimir c a ma d a s a d minis ministrativas, trativas, me d iante a utom a ç ã o. Muitas foram as transformações organizacionais, cada uma seguindo uma certa tendência que ao todo deram impulso para a reestruturação do capitalismo vigente nos anos 70. Uma das principais tendências da evolução organizacional foi a passagem da produção em massa; norteada pela integração vertical, seguida da divisão social e técnica de trabalho; para a produção flexível, a qual se adequava melhor a imprevisível demanda do mercado, qualitativa ou quantitativa, ou ainda as transformações tecnológicas e as diversificações dos mercados. Portanto essa flexibilidade na produção traz consigo a idéia de adequação ao mercado (flexi (flexibil biliida d e do produto ) e trans transfor forma ma ç ão tec nológica (flexi (flexibil biliida de do proc ess esso). Como segunda tendência a ser estudada, temos o vigente aumento do poder econômico das pequenas e médias empresas, bem compatíveis com o processo de produção flexível. Mesmo estando ainda sob o controle tecnológico e financeiro das grandes empresas estão dando essas últimas o dinamismo necessário na nova c onjuntur onjunturaa ec onôm ic a globa l. A terc terc eira eira tendê nc ia diz respe espe ito a os novos méto do s de gerenciamento empresarial, o "toyotismo", adaptado à economia global e à produção flexível. Sua s b a se s sã o : o sistema de fornecimento "Kan-Kan" (just in time), no qual os estoques são eliminados ou reduzidos substancialmente no exato momento da solicitação e com características especificas do comprador; o controle de qualidade total ao longo do processo produtivo; o envolvimento dos trabalhadores no processo produtivo; o mão-de-obra multifuncional, sem especialização em uma única função; o prêmios p or tra tra b alho e p ouc os símb olos d e sta sta tus na vida d a e mp resa esa . Dessa forma, caracterizamos o "toyotismo" como um sistema de gerenciamento que ma is red uz a s inc erteza erteza s d o q ue e stimula timula a a d a pt alid alid a d d e, um "pó s-ford -ford ismo " b a sea d o nos "5 zeros" (zero defeitos de peças, zero danos nas máquinas, estoque zero, danos zero e burocracia zero). Citaremos também a formação de redes entre pequenas em p resa esa s c om g erenc ia me nto d a s grand es em p resa esa s e a s a lia nç as entre em presas presas d e grand e p orte orte e m relaç relaç ão à pa rte d o m ercad o. Send Send o e ssas dua s tend ênc ias resul esultad tad o da interação entre as mudanças organizacionais e a tecnologia da informação (digitalização das telecomunicações, transmissão em banda larga e melhoria nos c om puta do res em red e), uma mistur misturaa que ge rou a "emp resa esa em red e", e", que p roc ess essa e ge ra infor informa ma çõ es pa ra m elhor elhor ad ap taç ão p ara o mercad o mundial. mundial. Sabendo que a organização econômica baseia-se na cultura, história e nas insti nstitui tuiçç ões; ões; a e c onom ia funda da na "em presa presa em red e" enca ixa-se a-se c omo "uma luva" nos moldes asiáticos, a ponto de distinguirmos três tipos de rede no leste asiático: o a rede japonesa: grandes empresas que são donas umas das outras, onde as empresas principais são dirigidas por administradores; o a rede coreana baseada nas "zaibatsus" japonesas, onde as empresas são controladas por uma holding financiada por bancos e companhias trading governamentais, pertencentes a uma pessoa ou
11
estudosdecomunicação.blogspot.com
família; o a rede chinesa: empresas familiares, rede de empresas de diversos setores ond e o lem a é "fam ília c resc esc e, em presa presa c resc esc e". A diferenç diferenç a b á sic a e ntre ntre ess esses mo d elos d e em presa presa s em red e está está fund a me nta lme nte no papel do Estado na economia. Por exemplo: no Japão o Estado foi responsável pelo início da industrialização (zaibatsus de origem feudal) e hoje dá um suporte a ess essa ind ústri ústriaa a través d a fac ili ilita ç ão d e e mp réstimos éstimos ba nc á rios, ios, política política d e a p oio fis fisc a l e a c ordos internac nternac iona is, send send o o Jap ão o grande influenc nfluenc iad or de Coréia Coréia e Taiwan; Taiwan; já na China o Estado sempre teve um papel inconstante, onde ora requisitava a indústria ora impelia a ela rigorosos impostos, dando pouco incentivos às indústrias e fazendo essas últimas voltarem-se para as famílias, apesar de muitos progressos atuais serem devidos a planos econômicos governamentais. Mas até que ponto as empresas em rede modificaram a economia global, e as multinacionais? A resposta é simples, hoje as multinacionais fugiram do seu antigo modelo vertical, e apresentam-se ou como a principal dentre outras empresas em red e, ou formam alianç alianç as de c oop eraç ão entre entre e las, as, o que mesmo mesmo ass assim nã o m ais lhe dão o título de centro da economia global, pois o mercado voltou a ser imprevisível movido por estratégias e descobertas redirecionadas por redes globais de informação. Portanto, po de mo s de fini finirr que o atua l está está gio d o c ap ita lismo é d efini efinido do po r alteraç alteraç ões causadas pelo informacionalismo, surgido a partir das mesmas necessidades que norteiam até hoje a vida do capitalismo: espírito empresarial de acumulação, e o constante apelo ao consumismo, e tudo isso acompanhado pela evolução tecnológica, seja nas telecomunicações ou nos softwares; concorrência global de mercado, grau de intervenção estatal; características das 3 últimas que regem o co raç ão da atual eco nomia mundial, mundial, "emp "emp resa esa em rede ". 4) A transformação do trabalho e do mercado de trabalho: trabalhadores ativos na rede , desemp desemp rega dos e trab trab alhadores com jornada jornada flexí flexível vel A evolução histórica da estrutura ocupacional e do emprego nos países capitalistas ava nç ad os os:: o G7 de 19 1920 20 a 2005 2005
Para o autor, em qualquer processo de transição histórica, uma das expressões de mudança é a transformação da estrutura ocupacional, ou seja, a transformação das categorias ocupacionais e do emprego. O próprio pós-industrialismo detecta o aparecimento de uma nova estrutura social a partir da mudança de produtos para serviços, pelo surgimento de profissões administrativas e especializadas, pelo fim do emprego rural e industrial e pelo aumento do conteúdo de informação no trabalho das economias mais avançadas. Porém, o problema é que essas formulações trazem uma espé espé c ie d e lei natural natural da s ec onom ias e soc soc ied ad es que de vem seguir um único c am inho na trajetóri trajetóriaa d a mo de rnida nida de lide lide rad as pe la soc soc ied ad e norte-ame norte-ame ric ana . O a utor traz traz uma ab ordag em diferente, diferente, já já q ue ele enxerga enxerga um a va riaç ão his históric tóric a d e modelos de mercado de trabalho segundo as instituições, a cultura e os ambientes po lític tic os espe espe c ífic fic os de c ad a pa ís. Para Para isto, isto, ele examinou a evoluçã o d o m erca do de trab alho d os pa ises d o G -7 entre 1920 1920 e 1990. 1990. Tod os eles estã estã o num esta esta gio a va nç a d o de transição para a sociedade informacional, e logo podem ser vistos com o surgimento de novos modelos de mercado de trabalho; ao mesmo tempo possuem cultura e sistemas institucionais muito diferentes, o que nos permite, segundo o autor, verifi verificc ar a d ita va riaç ã o históri históricc a . A p a rtir d esta esta a nális nálise, o a utor c ond uz a sua p esq esq uis uisa no sentido sentido de mo strar que o utras soc ied a d es em outros níveis níveis d e d esenvo esenvo lvime vime nto nã o nec ess essa riam ente teriam teriam q ue seg uir uir a t ra jetó ria d os p aíses aíses d o G-7.
12
estudosdecomunicação.blogspot.com
O pó s-indust -industri rialis alismo mo , a ec onom ia de serviços serviços e a soc soc ieda de informac ional
O autor analisa e faz ressalvas a três afirmações da teoria clássica do pósindustrialismo: (a) A fonte de produtividade reside na geração de conhecimento mediante o processamento de informação. (b) A atividade econômica mudaria de produçã o d e b ens pa ra p restaç estaç ão de servi erviçç os. os. Quanto ma is avanç ad a a ec onomia, ma is seu m erca do de trab trab alho e sua produç ão seriam eriam c onc entrado s em servi erviçç os. os. (c) A nova ec onom ia a umenta ria sob sob rema neira neira a imp ortânc ia d e p rofis ofissões c om grand e conteúdo de informação: administrativas, especializadas e técnicas. Para o autor, a distinção entre as economias dentro do processo histórico deve ser vista não como a distinção entre uma economia industrial e uma pós-industrial, mas entre duas formas d e p rod uç ão ind ustri ustriaa l, rura ura l e d e servi serviçç os b asea asea da s em c onhe c ime ntos. ntos. Em outras palavras o conhecimento sempre foi e será imprescindível na evolução das economias; o que acontece é que o seu uso em diferentes épocas gera diferentes processos econômicos. Já a segunda afirmação (b), o autor rebate com o fato de que muitos serviços dependem de conexão direta com a indústria e também com a importância da atividade industrial no PNB dos países ricos. Além disso, para ele o c onc eito de servi serviçç os é a mb íguo , se se nã o errôneo errôneo , já já q ue este este c onc eito ab arca tudo o que não é agricultura, mineração, construção, empresas de serviços público ou indústria. E muitos processos cruciais da era da informação não permitem a distinção entre "bens" e "serviços agregados", como por exemplo softwares, agropecuária com base em biotecnologia dentre outros. O terceiro prognóstico pós-industrialista requer, segund o o livro, vro, alguma restr estriiç ão , na m ed ida em que simultâneo a esta esta tend ênc ia há também o crescimento das profissões em serviços mais simples e menos qualificados, p rofiss ofissõe s q ue teria teria m um c resc esc ime nto ma is lento , ma s c ontínuo. Para Manuel Castells, é preciso se fazer um exame mais aprofundado no conteúdo rea l desta desta s c la ssifi ific a ç õe s a ntes d e c a ra c teriz teriza r o no sso futuro c om o um a rep úb lic a d a elite instruída. No entanto, o argumento mais importante contra esta versão simplista d o p ós-i ós-ind nd ustri ustriali alissmo é a c rítica à sup osi osiç ã o d e q ue as três três c a ra c terís terística s exam ina d a s se unem na evolução histórica e que essa evolução leva a um modelo único da soc ied ad e informa informa c iona l. É prec iso sep arar o q ue p ertence à estr estrutur uturaa da soc ied ad e informacional daquilo que é especifico à trajetória histórica de determinado país. Tra b alha ndo nesta nesta d ireç ão , o aut or co mp ila d iversos versos d a d os d o seto seto r d e servi serviçç os do s países ricos na tentativa de diferenciá-los. A transfor transforma ma ç ão na e str trutur utura a do em prego - 1920-70 1920-70 e 1970-90 1970-90
De 1920-70 e 1970-90 podemos ter uma distinção analítica entre os dois períodos. Durante o primeiro período, as sociedades em exame tornaram-se pós-rurais, enq ua nto no seg und o p eríod eríod o elas tornaram -se -se p ós-i ós-ind nd ustri ustriaa is. Ou seja, seja, houve que da do emprego rural no primeiro caso e queda do emprego industrial no segundo. Em seguida o autor faz uma análise na evolução histórica do setor de serviços nesses p a ises do G-7, ess essenc ial ap ra ente nd ermos tod o este este proc ess esso. Servi Serviçç os relac relac iona d os à produção: são considerados estratégicos dentro da nova economia, fornecem informação e suporte para o aumento da produção, portanto, sua expansão deverá seguir eguir de mão s da da s c om o a umento d a sofis ofistica tica çã o e produtivi produtivida da de da ec onomia. E de fato nos dois períodos (1920-70 e 1970-90), observamos uma expansão significativa do emprego nestas atividades em todos os países considerados. Serviços sociais: além de caracterizar as sociedades pós-industriais, representam entre 1/5 e 1/4 do total de empregos dos países do G-7. Mas a sua expansão está mais relacionada ao impacto dos movimentos sociais do que ao advento do pós-industrialismo, p rinc ipa lme nte nos a nos 60. 60.
13
estudosdecomunicação.blogspot.com
No geral, podemos dizer que, embora o alto nível de expansão do emprego em serviços sociais seja uma característica de todas as sociedades avançadas, o ritmo dessa expansão parece depender mais diretamente da relação entre o Estado e a soc ied ad e d o q ue d o estág estág io d e d esenvolvi esenvolvime me nto d a e c onom ia. Servi Serviçç os de distribuição: combinam transportes e comunicações - atividades relacionadas de toda s as ec onomias avanç ad as - com o c omércio omércio no a tac ad o e a va rejo, ejo, ativi ativida da des supostamente típicas do setor de serviços das sociedades menos industrializadas. Igualmente aos serviços sociais, os serviços de distribuição representam entre 1/5 e 1/4 do total de empregos. Serviços pessoais: ao enfocar os empregos ligados a "bares, restaurantes e similares", encontramos uma expansão significativa desses postos de trabalho nos últimos vinte anos. A principal observação a ser feita sobre o mercado de trabalho do setor de serviços p ess essoa is é q ue ess esses em p reg os nã o estã estã o d esa esa pa rec end o na s ec ono mias av an ç a da s. Portanto, é possível afirmar que as mudanças da estrutura social/econômica dizem respe espe ito m a is a o tipo d e servi serviçç os e a o tipo d e em preg o d o q ue à s at ivida d es em si. Em resumo, para Manuel Castells, o que acontece com o pós-industrialismo é uma diversidade cada vez maior de atividades que torna obsoletas as categorias de emprego. Mas não parece que grande produtividade, estabilidade social e competitividade internacional estejam diretamente associadas ao mais alto nível de emprego em serviços ou processamento de informação. Desse modo, quando as sociedades decretam o fim do emprego industrial ao invés da modernização das indústrias, não é porque necessariamente são mais avançadas, mas porque seguem políticas e estr estraa tég ia s espe espe c ífic fic a s ba sea d a s em seu p a no d e fund o c ultural, ultural, soc ial e p olítico olítico . A nova es estr trutu utura ra oc upac ional
O autor ressalta alguns pontos importantes da nova estrutura ocupacional dentre eles a diversidade do emprego, dentro deste fator uma ressalva importante é a variação da proporção da mão-de-obra semi-qualificada no setor de serviços, principalmente nos EUA, Canadá e na Alemanha, bem menor no Japão, França e Itália, países que de certa forma preservam mais as atividades tradicionais como a rural e comerciais. Isso se se d eve ao fato do mod elo norte-am norte-am eric eric ano c am inhar pa ra o informa informa c iona lismo mediante a substituição das antigas profissões pelas novas. O modelo japonês tam bé m c am inha p ara o informac informac iona lismo , ma s seg ue uma rota diferente: diferente: aume nta o número de novas profissões, mas as antigas são redefinidas; já os países europeus seg uem um m isto d as dua s tend ênc ias. as. Por falar em tendência, uma aponta para o aumento do peso relativo das profissões mais claramente informacionais (administradores, profissionais especializados e técnicos), bem como das profissões ligadas a serviços de escritório em geral (inclusive funcionários administrativos e de vendas). Tendo primeiro falado da diversidade, Manuel Castells também aponta uma outra tendência que é a maior presença de c onteúd o infor informa ma c iona l na estr estrutur uturaa o c upa c iona l da s soc ied ad es ava nça da s, ap esar esar d e seu s siste iste m a s c ultura is/ is/ so c iais. iais. Dessa forma, o perfil profissional das sociedades informacionais, de acordo com sua emergência histórica, será muito mais diverso que o imaginado pela visão sem inatu ralis ralista d a s te oria oria s p ós-i ós-ind nd ustri ustriaa lis lista s, direc direc iona d a s p or um et no c ent ris rism o n ortea me ric a no q ue nã o rep resenta esenta tod a a expe riênc ia d os Esta d os Unid nid os. os. O ama durecimento da soc soc iedad e informac informac ional: projeçõe s de em prego pa ra o sec sec ulo XXI
O autor analisou os EUA e o Japão em termos de suas projeções de emprego e para 14
estudosdecomunicação.blogspot.com
os EUA a estrutura futura do mercado de trabalho combina intimamente com o projeto projeto original original da soc ied ad e informa nforma c iona l: o o em prego rural ural está está send o e liminado pouco a pouco; o o emprego industrial continuará a declinar, embora em ritmo mais lento, sendo reduzido aos elementos principais da categoria de artíficies e trab trab alhad ores do setor de eng enharia. enharia. A maior parte do impacto da produção industrial sobre o emprego será transferida aos serviços voltados para a indústria: o os serviços relacionados à produção, bem como a saúde e educação lideram o crescimento do emprego em termos pe rc entuais, entuais, tamb ém se to rnand o c ad a vez ma is imp ortantes em termos de números absolutos; o os empregos dos setores varejista e de serviços continuam a engrossar as fil fileiras eiras de ativida ativida de s de ba ixa q ualifi ualificc aç ão na nova ec onom ia. Já no caso do Japão, projeta-se um aumento impressionante no setor de serviços, revelando o crescente papel das atividades que fazem uso intensivo de informação na e co nomia nomia jap onesa. onesa. Os da do s tamb ém p arecem indicar o aume nto cresce cresce nte da profissionalização dos trabalhadores de nível médio e a especialização das tarefas relativas ao processamento da informação e a geração de conhecimentos. Pelas projeções, as categorias de operadores e artífices declinarão, mas ainda representarão mais de 1/4 da força de trabalho em 2005. Dessa forma, nas projeções do mercado de trabalho nos EUA e no Japão parecem continuar as tendências observadas para o período de 1970-90. São nitidamente duas diferentes estruturas ocupacionais e do emprego correspondestes a duas sociedades que podem ser igualmente rotuladas de informacionais, mas com crescimentos bem distintos na produtivi produtivida da de , com petitivi petitivida da de ec onômica e co esão esão soc ial. 5) A cultura da virtualidade real: a integração da comunicação eletrônica, o fim da aud iência de m assa assa e o surgim urgim ento de redes interati interativas vas
Uma transformação tecnológica de dimensões históricas similares à invenção do alfab alfab eto na Gréc Gréc ia está está o co rrendo: a integraç ntegraç ão de vári vários mod os de co munica munica çã o em uma red e interativa. interativa. Ou, em outras outras pa lavras, avras, a formaç ão de um hipertexto hipertexto e uma metalinguagem que, pela primeira vez na história, integra no mesmo sistema as mo da lida de s esc esc rita , oral oral e a udiovis udiovisual da c omunica ç ão huma na. O espí espírrito hum ano reúne suas dimensões em uma nova interação entre os dois lados do cérebro, má quinas e c ontextos soc iais. ais. Ape sar de to da a ideo log ia d a ficç ão e d a p ublic ublic ida de em torno da chamada infovia, não podemos subestimar sua importância. A integração potencial de texto, imagens e sons no mesmo sistema – interagindo a pa rtir tir de po ntos múltiplos múltiplos,, no no te mp o e sc olhido olhido , em uma red e g lob al, em c ond iç ões de acesso aberto e de preço acessível – muda de forma fundamental o caráter da co munica munica çã o. E a c omunica omunica çã o, dec ididam ente, molda a cultur cultura. Como a cultur culturaa é mediada e determinada pela comunicação, as próprias culturas, isto é, nossos sistemas de crenças e códigos historicamente produzidos estão sendo transformados de ma neira neira funda me ntal pelo novo si sistema tec nológico. Da ga láxia de Gutenber Gutenberg g à ga láxia de McL McLuhan: uhan: o sur surgimento gimento d a c ult ultur ura a dos meios de com uni unica ca çã o de mas mass sa
A d ifusão fusão da TV nas três três dé c ad as ap ós a Seg unda Guerra Guerra Mundial (em é po c as diferentes e com intensidade variável dependendo da região), criou uma nova galáxia de comunicação. Não que os outros meios de comunicação desaparecessem, mas foram reestruturados e reorganizados, adaptando-se. O conceito de cultura de massa, originado da sociedade de massa, foi uma 15
estudosdecomunicação.blogspot.com
expressão direta do sistema de mídia resultante do controle da nova tecnologia de comunicação. Uma mensagem similar era enviada ao mesmo tempo de alguns emissores centralizados para uma audiência de milhões de receptores. Desse modo, em geral o conteúdo e formato das mensagens eram personalizados para o denominador comum mais baixo. A audiência era considerada homogênea ou p a ssível d e ser hom og ene iza d a . Ma s o q ue a TV trouxe trouxe de novida novida de não foi tanto seu seu p od er centrali centralizad or e po tenc ial como instrumento de dominação, já que o rádio, por exemplo, já tinha sido usado p a ra iss isso. O q ue a TV rep rep resento esento u, ante s d e tud o, foi o fim da ga lá xia d e Gu tenb erg, ou seja, de um sistema de comunicação essencialmente dominado pela mente tipog tipog ráfica áfica e p ela ela o rdem do alfab alfab eto fonético fonético . Ass Assim c om o Mc Luhan, o estudios estudiosoo d e c om unica unica ç ão Neil Neil Postma ostma n tam bé m a c ha q ue a televisã televisã o rep resenta esenta uma rupt ura ura his históric tóric a c om o espír espíriito tipog rá fic fic o: “ Poss ossivelmente , a tipo tipo grafi grafiaa tem a tendênc ia mais forte forte p ara a elucidaç elucidaç ão: c ap ac ida de sofis ofistica tica da de pe nsar nsar de ma neir neira c onc eitual, eitual, de dutiva e seq seq üenc ial; alta va loriz orizaç ão da razão e orde orde m; avers aversão à c ontrad ontrad içã o; grand grand e c ap ac ida de de desl desliga mento e o bjetivi bjetivida da de ; e tolerância à reação atrasada. O entretenimento é a supra-ideologia de todo o discurso. Não importa o que seja representado nem seu ponto de vista, a presunção ab rang ente é a de que a TV está está lá pa ra noss nossa divers diversão e p razer”. azer”. Os estud estud iosos osos c onc orda m em po ntos b ási ásic os sob re a TV: tornou-s tornou-see o ep ic entro c ultura ultura l de nossas sociedades, e a modalidade de comunicação da televisão é um meio fundamentalmente novo, caracterizado pela sua sedução, estimulação sensorial da realidade, e fácil comunicabilidade, na linha do modelo do menor esforço psicológico. Entretanto, sabe-se que a audiência da mídia de massa não é uma desamparada p erante a t od o-p od erosa erosa , e os estud estud os têm relativiz elativiza d o seu seu p od er, e limitad limitad o o s efeitos inclusive da publicidade, incluindo outras variáveis na recepção, e superando as teorias apocalípticas de Marcuse a Habermas, que viam as pessoas como receptáculos passivos de manipulação ideológica. Mas enfatizar a autonomia da mente humana e dos sistemas culturais individuais não implica que os meios de comunicação sejam instituições neutras, ou que os efeitos da mídia sejam desprezíveis. A m íd ia a ud iovisua ovisua l, em noss nossa c ultura ultura , co ntinua send send o o ma terial terial b á sic o d os p roc ess essos de comunicação, e a maior parte dos nossos estímulos simbólicos vêm dela. E é por isso q ue a nunc ia ntes e p olíti olíticc os não p resc esc inde m de ap a rec er atravé s d a TV. Em um a soc ied ad e orga niz nizad a e m to rno d a g rand e mídia, mídia, a e xistênc ia d e me nsag nsag ens fora fora d a míd míd ia fic fic a restri estrita ta a red es interpe ssoa is, porta nto d esa esa pa rec e d o inco nsc nsc iente c oletivo. É um sistema de feedbacks : a mídia é a expressão de nossa cultura e nossa cultura funciona principa principa lmente po r intermédio intermédio d e ma teriais teriais propiciad os pe la mídia, mídia, me smo que de comunicação de massa passasse a ser mais segmentada conforme a tecnologia e as empresas permitiram iniciativas de identificação com o público. A diversificação das mensagens e expressões da mídia não implica perda de controle da televisão pelas principais empresas e governos. A tendência oposta tem sido verificada, com formação de megagrupos e alianças para conseguir fatias de um me rc ad o e m transfor transforma ma ç ão . A televi televissão se to rnou m ais c ome rc ializ alizad a do que nunca e cada vez mais oligopolista no âmbito global. Mas nem por isso estamos vivendo numa “ aldeia globa l” : estam estam os em do micíl micílios sob med ida , globa lme nte p rod uzi uzido s e localmente distribuídos.
16
estudosdecomunicação.blogspot.com
A galáxia de McLuhan tem uma lógica unidirecional que não permite um real feedback da audiência: é um mundo de mão única, e não de interação. Ela não express expressa a c ultura ultura d a informaç ã o. Só Só a p ós a rec ep ç ã o se se m isturar à e miss missã o e p od er c onve rsa r entre si si, c om a g a lá xia xia d a Internet, isso c om eç ou a mud a r. A c ons onstelaçã telaçã o d a Internet Internet
Ap esa esa r de a Internet te nd er a se se d ifundir c a d a vez mais po r tod os os p a íses, es, não d eixa eixa de ser importante que quem teve acesso primeiro, porque os consumidores aqui também são produtores, fornecem conteúdo e dão forma à teia. Assim, o momento de chegada tão desigual das sociedades à Internet terá conseqüências duradouras no futur futuro p ad rão da co munica munica ç ão e d a c ultur ulturaa mundiais mundiais.. A Inter Internet net se se p arec e m ais c om uma feir feira do que c om os mo nótono s shop ping c enters. enters. Parte considerável das comunicações que lá acontecem é espontânea, nãoorganizada e diversificada em finalidade e adesão. Quanto maior a diversidade de me nsa nsa ge ns e d e p a rticipa ntes, ntes, mais a lta será a ma ssa c rítica d a red e e m ais alto va lor. A coexistência pacífica de vários interesses e culturas na Rede tomou a forma da World Wide Web, uma rede flexível formada por redes dentro da Rede. Apesar da tecnologia militar utilizada na criação da Internet em seus primórdios, a orige orige m universi universitá ria d a Red e sem sem p re fo i dec isiva pa ra o d esenvo esenvo lvime vime nto e d ifusã fusã o d a CMC: o processo de difusão começou em todo o mundo nas universidades, lugares propícios inovações sociais que serão levadas à sociedade em geral. O p roc ess esso d e fo rma ç ão e d ifusão fusão da Internet nternet m oldou d e forma de fini finititiva va a estr estrutur uturaa do novo veículo veículo de co munica munica çã o. A arquitetur arquiteturaa da rede é e co ntinuar ntinuaráá sendo ab erta erta sob o ponto de vista tecnológico, possibilitando amplo acesso público e limitando seriam eriam ente a s restr estriiç õe s go vernam enta is ou c om erciais, erciais, emb ora a de sigua ld ad e soc soc ia l se manifeste de maneira poderosa no domínio eletrônico. A abertura do sistema resulta de seu propósito inicial, do processo inovador constante e da livre a c ess essib ilid a d e imp osta osta pe los p rime iros ha c kers kers d e c om put a d or. O e sforço c onsta onsta nte e multifacetado para melhorar a comunicabilidade da rede constitui um notável exemplo de como a produtividade de cooperação tecnológica através da rede ac ab ou por ap erfei erfeiço ço á-la. á-la. O que permanece das origens contraculturais da rede é a informalidade e a capacidade auto-reguladora de comunicação, a idéia de que muitos contribuem para muitos, mas cada um tem a sua própria voz e espera uma resposta individualizada. As redes de CMC cada vez mais refletirão interesses comerciais à medida que estend estend erem erem a lóg ic a c ontrolad ontrolad ora d as maiores maiores organizaç organizaç ões públic públic as e privad privad as para toda a esfera da comunicação. Mas, diferentemente da mídia de massa da galáxia de Mc Luhan, elas elas têm prop ried ad es de interativi nterativida da de e indivi individua dua lizaç ão tec nológica e culturalmente embutidas. Essas potencialidades se transformam em novos padrões d e c om unica ç ã o, e trazem trazem a tributos tributos c ulturai ulturaiss p róp rios. os. A sociedade interativa
Estão emergindo on-line novas formas de sociabilidade e novas formas de vida urbana, adaptadas ao nosso novo meio ambiente tecnológico.Na definição de Howard Rheingold, comunidade virtual é uma rede eletrônica autodefinida de comunicações interativas e organizadas ao redor de interesses ou fins em comum, em bo ra à s vezes vezes a c omunica ç ão se torne a p róp ria meta . Ainda Ainda não está está c laro po rém
17
estudosdecomunicação.blogspot.com
o grau de sociabilidade que ocorre nessas redes eletrônica nem quais as conseqüências culturais desta inovação. Crítico Crí tico s soc ia is c ond ena m a d esuma esuma niz nizaç ão d a s relaç õe s soc ia is q ue no s trouxeram trouxeram os c om puta do res, es, pois a vida vida on-li on-line p arece ser uma ma neira neira fác il de fugir fugir da vida vida rea l. Domenique Wolton convocou os intelectuais a resistirem à ideologia dominadora e tecnocrata contida na Internet. Além disso, pesquisas indicam que sob certas c ond iç ões, ões, o uso uso d a Internet nternet a umenta as c hanc es de solidã olidã o, sens sensaç aç ão de aliena aliena ç ão , ou m esmo esmo d ep ress essã o. Por outro lado, numa pesquisa empírica, Wellman e Gulia demonstram que, assim como nas redes físicas pessoais, a maioria dos vínculos das comunidades virtuais são especializados e diversificados. Os usuários da Internet ingressam em grupos ou redes com base em interesses comuns, e valores, e já que têm interesses multidimensionais, também os terão em suas afiliações on-line . Não obstante, muitas redes que começam como instrumentais e especializadas acabam oferecendo apoio pessoal, ma terial terial e a fetivo. fetivo. Uma distinção fundamental na análise da sociabilidade é entre os laços fracos e os laços fortes. A Rede é especialmente apropriada para a geração de laços fracos múltiplos múltiplos,, úteis úteis no fo rnec imento de informa nforma ç ões e na ab ertur erturaa de nova s op ortuni ortunida de s de ba ixo c usto. usto. Laç Laç os frac frac os c om de sc onhec id os, os, num mo d elo igualitári igualitário, o, no q ual as c a ra c terís terística s soc ia is são me nos influente nfluente s na estrutur estruturaa ç ã o o u m esmo esmo no bloq ueio d a comunicação. Os estudo estudo s tam bé m indic indic aram que nã o há uma c onstante onstante sob re enfraq enfraq uec imento ou fortalecimento de vínculos sociais por meio da Internet - tanto um como o outro p od em oc orrer. orrer. As c om unida d es virtua virtua is sã o rea is, po rém nã o fís físic a s, e seg seg uem outros modelos, mas também capazes de gerar de gerar reciprocidade e apoio. Ana lis lisa nd o os usos usos,, d eve -se -se enfa tiza tiza r qu e a e sma ga d ora p rop orçã o d a s a tivid tivid a de s de CMC ocorre no trabalho ou em situações a ele relacionadas. A política também é uma crescente área de utilização, como propaganda, com possibilidades de interação e até participação eletrônica dos cidadãos na democracia local ou organizaç organizaç ão de movimentos c om o o d e Sea Sea ttle. ttle. As pessoas moldam a tecnologia para adaptá-la às suas necessidades. O modo de comunicação eletrônica multipessoal representado pela CMC tem sido usado de forma forma s diferentes diferentes pa ra diferentes diferentes finali finalida da de s. O d enom inad or co mum da CMC é q ue ela não substitui outros meios de comunicação nem cria novas redes, mas reforça os p a d rões soc soc iais p reexis reexiste nte s. Como o acesso à CMC é cultural, educacional e economicamente restritivo, seu impacto cultural mais importante poderia ser o reforço potencial das redes sociais culturalmente dominantes, bem como o aumento de seu cosmopolitismo e globalização, apesar de sua utilidade para movimentos sociais. A g rande fu fus são: a multi multimídia mídia co mo am biente simbólico simbólico
O controle empresarial dos primeiros estágios de desenvolvimento dos sistemas de multimídia terá conseqüências duradouras sobre as características da nova cultura eletrônica. Apesar de toda a ideologia do potencial das novas tecnologias em educação, saúde e cultura, a estratégia dominante visa o desenvolvimento de um eno rme sistem a eletrônic eletrônic o d e e ntrete ntrete nime nime nto, c onsi onsid erad o o investimento nvestimento ma is seg uro uro e rentá vel. Emb ora a lguma s ind ic a ç õe s q uestionem uestionem o fa to d e q ue a s pe ssoa s que ira m
18
estudosdecomunicação.blogspot.com
apenas videogames sádicos, eventos esportivos e musicais - o padrão de demanda seria eria ma is c om plexo. Ma s a c arac terís terístic tic a ma is imp ortante d a multimí multimídia dia é que ela c ap ta em seu d om ínio nio a maioria das expressões culturais em toda sua diversidade. Seu advento é o equivalente ao fim da separação e até da distinção entre mídia audiovisual e impressa, cultura popular e erudita, entretenimento e informação, educação e persuasão. 7) O limia limia r do e terno: temp o intempo ral
O tempo passou no contexto histórico, desde um simples marcador de datas comemorativas ou simbolizador de tipos no horóscopo babilônico, para o principal motivad motivad or da alta produtivi produtivida da de , já já que ca da segundo perdido perdido po de custar custar mil milhões no merca merca do globa l. É c om um o bserv bservarmos armos hoje que programa s c ad a vez ma is sofis ofistic tic ad os c om and am as tom ad a s d e d ec isõe s ec onô mic as, as, send send o a linha linha d a s c om fusos fusos horários horários d iferentes p a ra possibilitarem em tempo real, seja qual for a parte do mundo, o ganho da empresa. Ness Nesse c ontexto é que a "empresa "empresa e m rede" vivenc vivenc ia o t emp o nã o c om o uma ma neir neira c ronológica de produç ão em ma ssa, ma s sim c om o a lgo a ser process processad o e util utilizad o como termômetro de suas inovações. Exemplos: o ajuste das empresas às novas necessidades do mercado em um curto intervalo de tempo; a contratação de profissionais cada vez mais flexíveis, ou seja, capazes de direcionar bem suas horas de trabalho, e ainda a diminuição no tempo de serviço dos funcionários, bem como a contratação de mais mão-de-obra para distribuição das horas de produção diária. O aspecto do ritmo biológico ou ciclo biológico foi quebrado pela "sociedade em rede", que desde já muda a fisionomia do meio em que vive, seja fazendo mudar o temp o d e ser servi viço ço , criand criand o uma nova c am ad a d a te rce ira idad e c ontendo velhos não só cronologicamente, mas pessoas ditas impossibilitadas de se flexibilizarem em relação ao mercado, transformando a reprodução como algo possível em qualquer idade, mediante as modernas técnicas de fertilização, ou ainda pelo grande avanço da med icina, tentando tentando co loc ar a m orte orte c omo algo c ontrol ontrolável ável e distante, distante, uma luta luta ba sead a na prevenção e na esperança esperança . Sob re a s gue rra s, co nforme o s a pa ra tos b élic élic os foram evo luind luind o c om a rma s nuc leares e demais meios de destruição em massa, mais difícil se tornou o confronto armado entre as nações desenvolvidas, que passaram a ver as guerras do seguinte ponto de vista: menor número possível de mortos, utilização somente de um exército profissional, um conflito rápido, longe dos olhos da mídia e com o menor gasto possível. Para a sociedade informacional que visa o lucro, as guerras há muito deixaram de ser lucrativas, a não ser quando as potências exploram conflitos menores, dentro de nações menos desenvolvidas, funcionando agora como fornecedores, sem perdas huma nas e c om muitos g an hos fina fina nc eiros eiros.. Portanto, desde as transações de capitais realizadas em segundos, indeterminado ciclo de vida, busca da eternidade pela negação à morte até guerras instantâneas, são todos fatos que acabam por caracterizar a "sociedade em rede" como a responsável pela mistura do tempo, através da simultaneidade de fatos e a intempo ralida alida de da informa nforma çã o. Conclusão: Conclusão: A soc soc iedad e em rede
19
estudosdecomunicação.blogspot.com
Como tendência histórica, as funções e os processos dominantes na era da informação estão cada vez mais organizados em torno de redes. Redes constituem a nova morfologia social de nossa sociedade e a difusão da lógica de redes modifica de forma substancial a operação e os resultados dos processos produtivos e de expe riênc ia , po d er e c ultura. ultura. Tud Tud o isso p orque elas sã o estrutur estruturas as ab ertas c a p azes d e expandir de forma ilimitada, integrando novos nós desde que consigam comunicar-se dentro da rede, ou seja, desde que compartilhem os mesmos códigos de c om unic unic aç ão (por exem exem plo, valores valores ou ob jetos de de semp enho). Nesse contexto é que a rede é um instrumento apropriado para a economia ca pitali pitalista voltad voltad a pa ra a inovaç ão, g loba lizaç ão e co ncentraç ncentraç ão desce desce ntrali ntralizzad a; para o trabalho, trabalhadores e empresas voltadas para a flexibilidade e adaptalidade; para uma cultura de descontrução e reconstrução contínuas; para uma política destinada ao processamento instantâneo de novos valores e humores públicos; e para uma organização social que vise à suplantação do espaço e invali nvalida çã o do tempo .
20